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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU GESTÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO CAFÉ COM ÊNFASE EM SUSTENTABILIDADE LEONÉIA ARRUDA AMARAL DA SILVA ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO PLANALTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA BA VITÓRIA DA CONQUISTA BA JULHO/ 2013

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

    CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

    GESTÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO CAFÉ COM ÊNFASE EM

    SUSTENTABILIDADE

    LEONÉIA ARRUDA AMARAL DA SILVA

    ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO

    PLANALTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

    VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

    JULHO/ 2013

  • LEONÉIA ARRUDA AMARAL DA SILVA

    ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO

    PLANALTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

    Monografia apresentada ao Curso de Pós-

    Graduação Lato Sensu em Gestão da Cadeia

    Produtiva do Café com Ênfase em

    Sustentabilidade como requisito para a obtenção

    do título de Especialista em Café.

    Orientador: Prof. Dr. Valdemiro Conceição Jr.

    VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

    JULHO/ 2013

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB

    CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

    GESTÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO CAFÉ COM ÊNFASE SUSTENTABILIDADE

    A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso.

    ESTUDO DE VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO PLANALTO DE VITÓRIA

    DA CONQUISTA – BA

    Elaborado por Leonéia Arruda Amaral da Silva

    COMISSÃO EXAMINADORA:

    ___________________________________

    Prof. Dr. Valdemiro Conceição Jr

    Orientador

    ___________________________________

    Prof. Hugo Andrade Costa

    ___________________________________

    Prof. Carlos Alberto Góes Carvalho

    Vitória da Conquista, 29 de Julho de 2013

  • Dedico esta monografia de fim de curso à minha

    família e em especial a minha filha Ana Júlia.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeço a Deus, por iluminar sempre os meus caminhos, tornando possível a

    conclusão de mais uma etapa na minha vida, aos meus pais, pela dedicação exclusiva à boa

    formação, incentivando e motivando o aprendizado contínuo.

    A meu companheiro, de todas as horas, sou grata por sua dedicação e compreensão por

    minhas ausências e por às vezes despejar em você todas as minhas angústias e dúvidas, Te

    amo muito!!! Elias, sempre cuidando da nossa filha.

    Não posso deixar de citar a minha maravilhosa família. Quero agradecer também a

    todos os amigos, parentes e colegas que, direta ou indiretamente, participaram desse

    momento. E ao meu orientador Professor Valdemiro Conceição Júnior, por sua dedicada e

    sábia orientação, possibilitando a conclusão desta tarefa.

    A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, pela oportunidade e apoio para a

    realização do curso. A coordenação da Pós-Graduação, pela oportunidade de participar do

    curso. Aos professores do curso, pelos conhecimentos transmitidos. Aos meus colegas do

    curso de Pós-Graduação, pelo incentivo e companheirismo demonstrados.

    A família Unicafé, que possibilitou a conclusão desta etapa, instruindo nesta

    caminhada e incentivando nos momentos difíceis. E, por fim, Aos produtores que cederam os

    dados para a realização da pesquisa.

  • “Dizem que á vida é para quem sabe viver, mas

    ninguém nasce pronto. A vida é para quem é

    corajoso o suficiente para se arriscar e humilde o

    bastante para aprender.”

    Clarice Lispector

  • RESUMO

    Em Vitória da Conquista, a atividade econômica predominante, até a conclusão da BR-116,

    era a pecuária. O desenvolvimento na região iniciou-se na década de 40 expandindo

    significativamente nos anos 70 com as lavouras de café, tornando o município a maior força

    econômica da região. Nesta década, Vitória da Conquista foi contemplada pelo Plano de

    Renovação e Revigoramento da Cafeicultura, quando foram oferecidos subsídios aos

    interessados pelos cafezais. O Planalto de Vitória da Conquista é o maior produtor de café

    despolpado da Bahia, o café produzido tem sido apreciado pelos mercados mais exigentes do

    mundo. O custo de produção do café deve ser calculado considerando todas as despesas

    realizadas durante o plantio e pós colheita, obtendo-se um preço competitivo e uma boa

    margem de lucro. Fatores como o clima, área de cultivo, densidade dos cafezais, entre outros,

    implicam diretamente na produção de café. Para a elaboração deste trabalho, fez-se uma

    pesquisa teórica e de campo, entrevistando produtores de café das cidades de Vitória da

    Conquista, Planalto, Barra do Choça e Encruzilhada. Os custos com mão de obra, insumos e

    serviços, variam de região para região, refletindo diretamente nos custos totais. O Planalto de

    Conquista tem destaque em relação às condições climáticas e aos baixos custos de produção,

    com um custo médio de R$ 290,00 por saca de acordo com a pesquisa em questão, foi

    observado uma viabilidade na produção de café nesta região. Os resultados da pesquisa

    mostraram que é importante que o cafeicultor, independente do porte de produção, tenha uma

    visão gerencial e ampla de seu empreendimento, não somente analisando as receitas com os

    custos de produção, mas considerando a inovação e aplicação de recursos necessários para o

    gerenciamento do negócio e de ferramentas de administração e produção.

    Palavras-chave: Cafeicultura. Gestão Agrícola. Custos de Produção

  • ABSTRACT

    In Vitória da Conquista , the predominant economic activity until the completion of the BR -

    116 , was livestock . The development in the region began in the 40s expanding significantly

    in the 70s with the coffee plantations , making the city the largest economic force in the

    region . In this decade , Vitória da Conquista was contemplated by the Plan of Renewal and

    Revival of the Coffee , when grants were offered to interested parties by coffee plantations .

    The Plateau Vitória da Conquista is the largest producer of washed coffee Bahia coffee

    produced has been appreciated by the most demanding markets in the world . The cost of

    coffee production must be calculated considering all the expenses incurred during the planting

    and after harvest, with a competitive price and a good profit margin . Factors such as weather,

    crop area , density of the coffee plantations , among others , directly affect the production of

    coffee. For the preparation of this work , it was a theoretical research and field interviewing

    coffee producers in the cities of Vitória da Conquista Plateau Hut Bar and Crossroads. The

    costs of labor , supplies and services , vary from region to region , reflecting directly on total

    costs . The Plateau Conquest has highlighted in relation to climatic conditions and low

    production costs, with an average cost of R $ 290.00 per bag according to the research in

    question , its viability was observed in coffee production in the region . The survey results

    showed that it is important that the grower , regardless of the size of production, has a vision

    and management of your enterprise wide , not only analyzing revenues from production costs,

    but considering the innovation and application of resources for the business management and

    administration tools and production .

    Keywords: Coffee Culture. Agriculture Management. Production Costs

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1: Estrutura do Custo de Produção Utilizada pelo IEA.............................................. 27

    Figura 4.1: Tela 1 – Inicial da Planilha de Gestão de Custos .......................................................

    Figura 4.2: Tela 2 – Mão de Obra e Dividendos ..........................................................................

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 2.1: Produção Mundial do Café .................................................................................... 18

    Tabela 2.2: Exportação de Café ................................................................................................ 19

    Tabela 2.3: Café Beneficiado – Comparativo de Produção por Espécie .................................. 24

    Tabela 2.4: Café Beneficiado – Comparativo de Produção por Região ................................... 24

    Tabela 2.5: Custos de Produção do Café Arábica no Planalto de Conquista ........................... 29

    Tabela 4.1: Custos e Receitas por Saca e Hectare (Principais Produtores) .................................

  • LISTA DE GRÁFICOS

    Gráfico 2.1: Evolução do Consumo Interno de Café no Brasil ................................................ 21

    Gráfico 2.2: Crescimento do Consumo de Café no Brasil ....................................................... 22

    Gráfico 4.1: Percentual de Utilização de MO .......................................................................... 35

    Gráfico 4.2: Percentual de Utilização de Insumos ................................................................... 36

    Gráfico 4.3: Percentual de Utilização de Serviços ................................................................... 36

    Gráfico 4.4: Percentual de Custos Diretos ............................................................................... 37

    Gráfico 4.5: Percentual de Custos Indiretos ............................................................................. 37

    Gráfico 4.6: Valores (R$) dos Custos de Produção por Saca ................................................... 38

    Gráfico 4.7: Valores (R$) dos Custos de Produção por Hectare .............................................. 39

    Gráfico 4.8: Valores (R$) das receitas por Saca ....................................................................... 39

    Gráfico 4.9: Valores (R$) das receitas por Hectare .................................................................. 40

    Gráfico 4.10: Valores dos Custos Diretos Brasil x Planalto de Conquista .............................. 41

    Gráfico 4.11: Comparação das quatro fazendas .................................................................... ...41

  • LISTA DE ABREVIATURAS

    ABIC Associação Brasileira da Indústria de Café

    COE Custo Operacional Efetivo

    CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

    COOPMAC Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense

    CF Custo Fixo

    CP Custo de Produção

    COT Custo Operacional Total

    DP Depreciação

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

    IEA Instituto de Economia Agrícola

    MA Ministério da Agricultura

    MO Mão de Obra

    UESB Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

    VP Volume de Produção

  • SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 13

    2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 16

    2.1 A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO BRASIL ........................................................................ 16

    2.2 VARIEDADES DE CAFÉ .............................................................................................. 19

    2.3 CONSUMO DE CAFÉ NO BRASIL .............................................................................. 21

    2.4 A PRODUÇÃO CAFÉ NO PLANALTO VITÓRIA DA CONQUISTA ........................ 22

    2.5 A IMAGEM DA LAVOURA CAFEEIRA DO BRASIL ............................................... 23

    2.6 CUSTOS DE PRODUÇÃO DO CAFÉ ........................................................................... 26

    3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 30

    3.1 OPÇÃO METODOLÓGICA ................................................................................................... 30

    3.2 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS ........................................................................................... 31

    3.3 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES E DADOS ..................................................................... 32

    3.4 CÁLCULOS DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO .............................................................. 32

    3.5 PROCEDIMENTOS PARA DETERMINAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO ..... 32

    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 34

    4.1 PERFIL DOS EMPREENDIMENTOS .......................................................................... 34

    4.2 ANÁLISES DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO................................................................ 35

    5.CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 42

    REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 43

    ANEXOS .................................................................................................................................. 48

    ANEXO A – FORMULÁRIO DE ENTREVISTA .................................................................. 48

  • 13

    1. INTRODUÇÃO

    O processo de planejamento como fator de tomada de decisão é fundamental em

    qualquer produção, tendo em vista que o café tem sido explorado por um grande volume de

    produtores, estes, devem atuar fortemente no controle de custos procurando reduzi-los o

    máximo possível, de modo a obter o maior benefício admissível no retorno dos investimentos,

    uma vez que os custos de produção do café influenciam no preço final do produto.

    Observa-se no mercado de Vitória da Conquista – BA que os produtores de café estão

    insatisfeitos com os preços de venda praticados, implicando no retorno dos custeios de

    produção, colheita e transporte do produto. O valor pago atualmente desestimula o produtor,

    tornando-se um fator de reclamação generalizada. A análise do custo de produção é uma

    forma bastante eficaz e prática para se conhecer o problema que esta impedindo a

    rentabilidade econômica dessa atividade agrícola, bem como fornecer um importante

    direcionamento para o produtor na tomada de decisões.

    Em Vitória da Conquista, a atividade econômica predominante no município era a

    pecuária, porém após a conclusão da rodovia BR-116 nos anos 40, iniciou-se o

    desenvolvimento na região, representando um fator importantíssimo para o crescimento da

    cidade. Na década de 70, Vitória da Conquista foi contemplada pelo Plano de Renovação e

    Revigoramento da Cafeicultura, do Governo do General Médici, com o objetivo de ampliar a

    área plantada com café. Houve um aumento significativo das lavouras de café, tornando

    Vitória da Conquista a maior força econômica da região. Foram oferecidos subsídios aos

    interessados em abrir cafezais. Isso fez com que muita gente passasse a cultivar café nos

    municípios de Vitória da Conquista, Planalto, Poções e Barra do Choça (COOPMAC, 2012).

    O Planalto da Conquista é o maior produtor de café despolpado do Estado da Bahia.

    De acordo com a Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense (COOPMAC, 2012), o café

    produzido nesta região tem sido apreciado pelos mercados mais exigentes do mundo como os

    Estados Unidos, Itália e Japão.

    A região do Planalto onde se cultiva café é a de maior índice pluviométrico,

    cultivando café de sequeiro, desde a faixa de 1.000 mm até a faixa de 1500 mm. Nas outras

    áreas o café é cultivado muitas vezes irrigado, sendo essa prática pouco utilizada, devido aos

    poucos recursos hídricos da região.

    Das espécies de café, são conhecidos dois tipos de planta: a Arábica e a Robusta,

    conhecida também como Conilon. As pesquisas revelam que os melhores cafés são do tipo

  • 14

    Arábica, por possuírem aroma e doçura diferenciados e apresentam variações de acidez, corpo

    e sabor. Os cafés especiais e gourmet são 100% Arábica e apresentam 50% menos cafeína do

    que a espécie Robusta. O café Arábica é bastante diversificado e as variedades mais comuns

    são: Bourbon, Catuaí, Acaiá e Mundo Novo, que são também derivadas em outros tipos:

    Bourbon Amarelo e Vermelho; Catuaí Amarelo e Vermelho; variedades de Mundo Novo

    (CLUBE CAFÉ, 2012; NASSER, 2005).

    A estrutura de mercado da produção de café se aproxima da competição perfeita, uma

    vez que os produtores não têm o controle sobre o preço e busca elevar a produtividade

    reduzindo os custos, o que gera uma tendência a queda nos preços do produto. Tal situação

    pode ser observada na região, onde a produção das fazendas de café no Planalto da Conquista

    é de origem predominantemente local, com participação dos empresários, comerciantes e

    profissionais liberais que iniciaram as pequenas e médias propriedades da região

    (FERNANDES, 2011).

    Os custos de produção do café sofrem influências e dependem muito da região

    produtora e de outros fatores como o tipo da lavoura, grau de mecanização, quantidade de

    insumos utilizados, entre outros fatores que consequentemente, definem a rentabilidade para o

    produtor. Os custos também devem ser analisados a curto e longo prazo e devem ser

    computados para possibilitar um resultado dentro das expectativas. Muitos produtores deixam

    de contabilizar alguns dos custos diretos e indiretos no rateio com os diversos produtos.

    Devem considerar também a densidade dos cafezais, sendo que as propriedades com plantio

    mais adensado apresentam custos mais elevados que os cafezais tradicionais.

    Sabe-se que é extremamente necessário um planejamento estratégico para a produção

    do café, efetivando todas as pesquisas necessárias para a realização dos custos de produção de

    forma a mensurar os esforços econômicos e o sucesso da produção, analisando os riscos do

    mercado e os problemas climáticos. Devem ser observados os coeficientes técnicos, preços,

    processo de elaboração do plano de cultivo, implementação, programas governamentais que

    subsidiam a produção, os insumos necessários como máquinas e implementos, homem-hora e

    meio ambiente para a realização dos cálculos contábeis (CONAB, 2010).

    De acordo com o que foi definido por Ferreira (2002, p. 186), em uma produção, o

    desenvolvimento de atividades relacionadas a cada processo produtivo é preocupante para o

    produtor que deve sempre levar em consideração os recursos tecnológicos e financeiros

    visando por fim o lucro.

  • 15

    O objetivo desta pesquisa foi estudar e analisar um método padrão para cálculo dos

    custos de produção do café do Planalto de Vitória da Conquista – BA, no intuito de se

    verificar a viabilidade da cultura nesta região, e se justifica na medida em que se pretende

    determinar uma metodologia padronizada para este cálculo, tendo em vista as dificuldades

    encontradas pelos produtores da região em função das características específicas do café.

  • 16

    2. REFERENCIAL TEÓRICO

    O custo de produção do café é um fator que influencia diretamente no preço final do

    produto, neste contexto, o Instituto de Economia Agrícola (IEA) vem desenvolvendo técnicas

    que possam mensurar os custos relacionados à produção de diversas culturas que auxiliam os

    administradores na obtenção de resultados satisfatórios de venda dos produtos, inclusive o

    café, por ser uma cultura bienal em que suas características de produção, ocasionando, por sua

    perenidade, dificultam a apuração do custo de produção, onde o retorno dos investimentos

    está sujeito aos riscos ambientais e de mercado, conforme afirmam Esperancine e Paes (2005,

    p. 1):

    Outros fatores que afetam a produtividade do café e que não podem ser controlados

    pelo produtor são a bienalidade da produção, e condições climáticas que podem

    afetar o tamanho do grão, resultando em menor rendimento em café beneficiado e,

    portanto menor produtividade.

    Já os riscos de mercado estão fora do controle do produtor, sendo associados à

    volatilidade dos preços do café formados no mercado mundial, em função da

    estrutura concorrencial e produtiva dos demais países produtores, dos níveis de

    consumo, que variam com a renda mundial, e o volume de estoques

    (ESPERANCINE e PAES, 2005, p. 1).

    Segundo Carvalho (2002), a implementação de uma lavoura de café, requer altos

    investimentos financeiros e a injeção de recursos se mantém durante todo o tempo de vida da

    lavoura. É uma atividade onerosa em relação a outras culturas como é o caso do maracujá

    tomate e batata para o café requer uma análise minuciosa dos custos a fim de se obter a

    lucratividade desejável.

    A partir desta problemática, foi realizado um estudo sobre o café e sua cadeia

    produtiva, abordando ainda a estrutura de custos de produção para essa cultura.

    2.1 A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO BRASIL

    Antes de chegar ao Brasil, o café cruzou várias fronteiras pelo mundo. Várias

    literaturas informam que o café teve sua origem nas lavouras da Abissínia, atualmente Etiópia

    e tudo começou quando o pastor de cabras, Kaldi, observou um comportamento inquieto de

    suas cabras após mastigar um fruto vermelho, o café (até então não tinha este nome). Kaldi,

    após ingerir aquele fruto, descobriu que era uma fonte de vigor e ânimo e criaram a rotina de

    beber o café, preparado por meio de infusão, para resistir ao frio da região nas noites de

    vigília. Segundo Hueb (2008, p. 1), nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia

  • 17

    (ABRAN) afirma sobre o consumo do café regularmente que: “[...] é utilizado no tratamento

    do alcoolismo, da bronquite asmática, das dores de cabeça, da obesidade, das flatulências,

    do reumatismo, da artrite e da tosse [..]”. Se consumido na medida certa, o café ainda pode

    ser usado no tratamento alternativo, como afirma Hueb (2008, p. 1): “[...] ele ainda pode ser

    usado como digestivo, diurético e também como estimulante”.

    O café teve seu primeiro beneficiamento na Pérsia, onde foi torrado pela primeira vez

    no século XVI. De acordo com a revista Cafeicultura (2008): “[...] foram os árabes que

    iniciaram efetivamente o cultivo da planta. Por conta disso, uma das espécies mais

    importantes de café tem como nome científico Coffea arábica”. A infusão do café, na Arábia,

    recebeu o nome de Kahwah que significa força. Assim o café se expandiu pelos continentes e

    se fixou no Brasil por volta de 1727, trazido da Guina Francesa para o Belém do Pará por

    Francisco de Mello Palheta, que recebeu do Governador do Maranhão e Grão Pará, João de

    Maia da Gama, algumas sementes de café cedidas por um francês chamado Morgues, porém

    há algumas controvérsias em relação à produção e exportação do café no Brasil e alguns

    autores relatam que a primeira exportação do café partiu do estado do Maranhão para Lisboa e

    não do Pará como é citado por outros autores e historiadores.

    Carvalho (2002) cita que os fatores que mais influenciam na produtividade da cultura

    são: fatores econômicos, relacionados aos níveis de investimento realizados pelos produtores

    influenciando diretamente nos custos do produto; climáticos, que podem afetar as lavouras,

    principalmente por conta do ciclo bienal e por fim os fatores de manejo, que determinam a

    forma de como a lavoura deverá ser conduzida, tais como: condições do solo, sistema de

    cultivo, cultivares, espaçamento, adubação, proteção, controle, entre outras.

    Atualmente o café produzido no Brasil representa pouco mais de 30% da produção

    mundial. Sabe-se que no fim do século XIX, o café representava 70% de todas as exportações

    brasileiras, enquanto que na Colômbia a exportação correspondia a apenas 2% da produção

    mundial. O café se expandiu pelo Brasil, dando início ao ciclo do café implantando-se

    solidamente pelos quatro cantos do país (COOPERATIVA AGRÁRIA DOS

    CAFEICULTORES DE SÃO GABRIEL, 2011). A Tabela 2.1 apresenta o ranking da

    produção do café no Brasil e no mundo. 2012 representam uma estimativa.

  • 18

    Tabela 2.1: Produção Mundial do Café

    Fonte: Ministério da Agricultura (2013)

    A cultura do café, desde a sua origem no país representa uma atividade agrícola

    importante para a economia local e para o desenvolvimento do país como um todo. Percebe-

    se, assim, que o agronegócio do café é uma atividade socioeconômica importante para o

    desenvolvimento brasileiro. Além disso, a cafeicultura assume importante função social, visto

    que possui relevante capacidade de gerar empregos. Reis et al. (2001) afirmam que por meio

    desse empreendimento, é que se iniciou a formação das regiões mais dinâmicas do País, visto

    que parte da industrialização brasileira teve como base uma cafeicultura forte, capaz de gerar

    riquezas e competitividade mundialmente. De acordo Fehr, et al (2012, p. 1). “A produção de

    café no Brasil está concentrada nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo,

    Bahia e Paraná”.

    A produção e comercialização do café impulsionam o setor industrial, o comércio e o

    turismo (FEHR, et al., 2012). De acordo com os dados publicados pelo Departamento de Café

    da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e

    Abastecimento, o café representou 6,9% das exportações do agronegócio brasileiro de janeiro

    a março de 2013 e uma receita cambial de 6,1% para o café verde, havendo uma redução de

    21,7% devido à queda dos preços, mesmo com um aumento de 10% na quantidade exportada.

    O primeiro maior comprador do café verde brasileiro é a Alemanha, que apresentou uma

    redução de 27,3% em janeiro de 2013. O segundo maior importador foi os Estados Unidos,

    Produção Part. (%) Produção Part. (%) Produção Part. (%) Produção Part. (%) Produção Part. (%)

    *Brasil 50.826 35,14 43.484 31,99 48.095 36,03 39.470 32,14 45.992 35,76

    Vietnan 22.000 15,21 24.058 17,70 19.467 14,58 17.825 14,52 18.438 14,33

    Indonésia 11.250 7,78 8.620 6,34 9.129 6,84 11.380 9,27 9.612 7,47

    Colômbia 8.500 5,88 7.653 5,63 8.523 6,38 8.098 6,59 8.664 6,74

    Etiópia 8.100 5,60 6.798 5,00 7.500 5,62 6.931 5,64 4.949 3,85

    Índia 5.258 3,64 5.233 3,85 5.033 3,77 4.794 3,90 3.950 3,07

    México 4.300 2,97 4.546 3,34 3.994 2,99 4.109 3,35 4.651 3,62

    Honduras 4.900 3,39 5.903 4,34 4.280 3,21 3.403 2,77 3.450 2,68

    Peru 4.750 3,28 5.581 4,11 4.069 3,05 3.286 2,68 3.872 3,01

    Guatemala 3.100 2,14 3.840 2,82 3.950 2,96 3.835 3,12 3.785 2,94

    Costa do Marfim 2.000 1,38 1.906 1,40 982 0,74 1.795 1,46 2.397 1,86

    Nicaragua 1.530 1,06 1.774 1,31 1.669 1,25 1.871 1,52 1.445 1,12

    El Salvador 1.420 0,98 1.163 0,86 1.850 1,39 1.075 0,88 1.450 1,13

    Outros países 16.712 11,55 15.374 11,31 14.957 11,20 14.926 12,15 15.968 12,41

    Produção Mundial

    Países20082010 2009*2012

    100,00 100,00 100,00 TOTAL

    2011

    100,00 135.933 128.623 133.498 122.798 144.646 100,00

  • 19

    país que também teve um recuo de 17,02% nas compras do grão. O Japão aumentou a

    importação em 75,97% e a Turquia 16% (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2013).

    [...] O café brasileiro participou com 6,7% da balança do agronegócio brasileiro em

    2012, ficando no sexto item da pauta das exportações, atrás do complexo soja,

    carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais e cereais, farinha e

    preparações. As exportações de café somaram, de janeiro a dezembro passado, US$

    6,46 bilhões. Em termos de quantidade ficou em 1.589.705 toneladas.

    O café verde, responsável por 88,5% do valor exportado pelo setor, representou

    US$ 5,72 bilhões. O volume embarcado no período registrou 1,5 milhão de

    toneladas. Já o café torrado e moído marcou US$ 18,37 milhões em 2012. As

    exportações com este produto foram de 2.230 toneladas. Já as exportações de café

    solúvel totalizaram US$ 698,4 milhões e 79.968 toneladas do produto

    (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, 2013).

    Dos vários tipos de café exportados do Brasil, destaca-se o café verde. A Tabela 2.2

    mostra os números das exportações realizadas do café verde em 2012 e 2013.

    Tabela 2.2: Exportação de Café

    Fonte: Ministério da Agricultura (2013)

    O Brasil mudou a visão de favorecer somente à quantidade e passou a produzir cafés

    especiais, porém o consumo tem aumentado consideravelmente e se o país mantiver esse

    ritmo de consumo poderá ultrapassar os Estados Unidos até 2014 (CHADE, 2012).

    O café produzido no Brasil se mantém em posição competitiva, aproveitando o espaço

    deixado pelo concorrente, só falta o apoio do governo federal para acelerar o crescimento e

    perceber que o consumo de café no país caminha para novas fronteiras, considerando o valor

    agregado do produtor como parte importante do mercado gourmet (CHADE, 2012).

    2.2 VARIEDADES DE CAFÉ

    São conhecidos dois tipos de planta de café: a Arábica e a Robusta, conhecida também

    como Conilon. As pesquisas revelam que os melhores cafés são do tipo Arábica, por

    VALOR QUANT. P.MÉDIO VALOR QUANT. P.MÉDIO

    US$ Mil t US$/t US$ Mil t US$/t VALOR QUANT. P.MÉDIO

    VERDE 1.254.531 392.834 3.193,54 1.602.092 356.312 4.496,32 -21,69 10,25 -28,97

    SOLÚVEL 162.988 19.152 8.510,23 148.138 16.609 8.919,14 10,02 15,31 -4,58

    TORRADO & MOÍDO 3.326 343 9.696,79 5.043 680 7.416,18 -34,05 -49,56 30,75

    OUTROS EXTRATOS 8.293 1.229 6.747,76 4.087 731 5.590,97 102,91 68,13 20,69

    CASCAS, PELÍCULAS

    DE CAFÉ - - - 68 7 9.714,29 0,00 0,00 0,00

    TOTAL 1.429.138 413.558 - 1.759.428 374.339 - -18,77 10,48 -

    EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CAFÉS

    CAFÉS

    Jan a Mar/13 Jan a Mar/12 VARIAÇÃO RELATIVA

    (13/12)

  • 20

    possuírem aroma e doçura diferenciados e apresentam variações de acidez, corpo e sabor. Os

    cafés especiais e gourmet são 100% Arábica e apresenta 50% menos cafeína do que a espécie

    Robusta. A variedade de café Arábica é bastante diversificada e as mais comuns são:

    Bourbon, Catuaí, Acaiá e Mundo Novo, que são também derivadas em outros tipos: Bourbon

    Amarelo e Vermelho; Catuaí Amarelo e Vermelho; variedades de Mundo Novo (CLUBE

    CAFÉ, 2012; NASSER, 2005).

    Segundo Nasser (2005, p. 1), “os tipos de cafés arábica e robusta podem ser

    encontrados em larga escala na Bahia, produzido em áreas diferentes [...]”. Vários autores

    citam as condições do plantio dos diversos tipos de cafés, que devem obedecer à distribuição

    espacial da atividade em três locais específicos para a produção: Planalto e Cerrado, onde se

    localiza a produção do café tipo arábica, e Atlântico, local indicado para a produção do café

    robusta. O autor afirma ainda que: “estas diferentes regiões apresentam características

    diferentes, demonstram níveis tecnológicos diferenciados e produzem diversos tipos de

    bebidas”.

    A variedade Catuaí é caracterizada por ser um café, suave e com acidez média,

    podendo ser tomado sem açúcar. Deve ser plantado em locais de altitudes mais elevadas, o

    que proporciona um sabor mais acentuado, permitindo a absorção de açúcares naturais ao

    grão de café durante o processo de maturação, por este motivo que as plantações devem ser

    em altitudes acima de 1.000 metros, influenciando nos melhores sabores.

    O Catuaí amarelo é menos encorpado do que o vermelho. Seus cultivos têm sido os

    preferidos dos produtores brasileiros, por apresentarem porte baixo, facilitando os tratos e a

    colheita. Apresentam menores prejuízos pelo ataque de fungos com a ferrugem, O significado

    do nome Catuaí é "muito bom". Adapta-se muito bem em temperaturas médias, na faixa de

    18°C a 22ºC. Ideal para terras de altitudes elevadas acima de 800m (CLUBE CAFÉ, 2012).

    Na Bahia a predominância do café Arábica é 76,0% e o plantio se dá em altitudes médias de

    850m. Das variedades cultivadas, destaca-se o café Catuaí com 95,0% (NASSER, 2005).

    Segundo Nasser (2005, p. 1), “a cafeicultura da Bahia conta com excelentes

    vantagens competitivas para conquista de mercados mais exigentes e se destaca pela

    participação com cafés de alta qualidade, que são cada vez mais procurados e valorizados”.

  • 21

    2.3 CONSUMO DE CAFÉ NO BRASIL

    De acordo com o relatório mensal do MAPA, o consumo brasileiro de café em 2013

    está estimado em 21 milhões de sacas, enquanto que em 2012, o consumo foi de 20,3 milhões

    de sacas. Conforme os dados do relatório, o estoque do Fundo de Defesa da Economia

    Cafeeira (Funcafé) é atualmente da ordem de 14 milhões sacas (MINISTÉRIO DA

    AGRICULTURA, 2013).

    De acordo com a Uol Econimia (2013) o consumo de café por pessoa teve um

    incremento importante para a economia:

    No período compreendido entre novembro de 2011 e outubro de 2012, o consumo

    per capita foi de 6,23 quilos de café em grão cru, ou 4,98 quilos de café torrado, o

    equivalente a quase 83 litros para cada brasileiro por ano, registrando uma evolução

    de 2,10% em relação ao período anterior (UOL ECONOMIA, 2013).

    O Brasil é segundo pais que mais consome café no mundo ficando atrás apenas dos

    Estados Unidos. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC, 2013), mostram

    que o consumo de café no Brasil teve um crescimento de 3,05% entre 2011 e 2012, para 2013

    prevê um crescimento de 3,0% .

    Um pesquisa do IBGE, indicou que o alimento mais consumido diariamente por 78%

    da população acima de 10 anos é o café, o que representa 79,7 litros/habitante ano, muito

    semelhante ao apurado pela ABIC, e esse consumo é maior na região Nordeste, seguido do

    Sudeste. O Gráfico 2.1, da ABIC (2013), amostra a evolução do consumo do café no Brasil.

  • 22

    Gráfico 2.1: Evolução do Consumo Interno de Café no Brasil

    Fonte: ABIC (2013)

    2.4 A PRODUÇÃO DE CAFÉ NO PLANALTO VITÓRIA DA CONQUISTA

    A cultura cafeeira no município foi implantada fortemente em 1971 e o café se tornou

    o produto principal da economia local, a força do café se perdurou por toda a década de 70,

    porém nos anos seguintes, a queda dos preços e as dívidas dos produtores de café

    enfraqueceram o comércio. Segundo pesquisas realizadas pela Universidade Estadual do

    Sudoeste da Bahia (UESB), Vitória da Conquista foi um grande polo cafeeiro, representando

    70% da produção econômica do café no Estado da Bahia nos anos de 1985 e 1986,

    registrando uma safra de 750 mil sacas de café no período. Em 1990, a produção foi de 300

    mil sacas, representando uma queda de 60% (CARREIRO DE TROPA, 2011).

    Ocorre a partir deste momento o crescimento da produção no município de Barra do

    Choça, tendo destaque na década de 90, as lavouras cafeeiras são consideradas com um bom

    nível de produção de café, apesar de estar no polígono da seca, além de ser contemplada por

    nascentes de pequenos rios que fazem parte da bacia do Rio Pardo, tornando-se um dos

    principais municípios produtores de café da região do Planalto da Conquista, de acordo com

    DUTRA NETO, 2004.

    Os municípios de Planalto, Poções, Encruzilhada e Ribeirão do Largo, além de Vitória

    da Conquista e Barra do Choça, também se desenvolveram a partir da década de 70 com o

    surgimento do café na Bahia e são atualmente considerados como os principais produtores

    desta cultura (COSTA, et al., 2009).

    Com o intuído de inovar e satisfazer o consumidor do café produzido no Planalto de

    Vitória da Conquista, a COOPMAC lançou o café especial denominado de “Gourmet”. As

  • 23

    lavouras de café estão localizadas em áreas que passam de 900 metros de altitude, condição

    essencial para produção de cafés especiais.

    O Café Especial Coopmac é colhido totalmente maduro, lavado, despolpado e

    classificado em peneira 16 acima, ventilado, torrado e moído com acompanhamento

    de profissionais especialistas no ramo para produzir o melhor. Com isso o produto é

    considerado “Gourmet” de alto padrão.

    A proposta desse café é oferecer uma alternativa para os apreciadores do mesmo,

    que até então não era encontrado com facilidade no mercado, assim esse produto

    ocupa o espaço vazio do mercado e oferta aos apreciadores um café realmente

    especial (COOPERATIVA MISTA AGROPECUÁRIA CONQUISTENSE, 2012).

    O café foi introduzido no Planalto de Conquista em meio a outras culturas e formas de

    produção, as quais foram rapidamente sendo abandonadas, como aconteceu com a cultura do

    urucum. Com a mudança da economia local, outras categorias econômicas desapareceram e

    houve o surgimento inédito de grande contingente de assalariados agrícolas (OLIVEIRA,

    2005). A situação hoje apresenta ser diferente, com forte aquecimento da economia urbana,

    sendo o comum os produtores reclamar da dificuldade em conseguir mão de obra.

    2.5 A IMAGEM DA LAVOURA CAFEEIRA DO BRASIL

    A previsão da CONAB para a safra cafeeira de 2013 a 2014 das variedades arábica e

    robusta, divulgada em maio de 2013 é de 48,59 milhões de sacas de 60 kg do produto já

    beneficiado. Essa quantidade é 4,4% menor que a safra anterior, ou seja, 2,23 milhões de

    sacas a menos. Mesmo reduzida, a produção é um bom resultado para uma safra baixa. Em

    períodos anteriores, a safra alta chegou a alcançar quase 20 milhões de sacas a mais (BRASIL

    RURAL, 2013).

    Os resultados indicam que a safra de 2013 será a maior safra de ciclo de baixa

    bienalidade já produzida no país. A Tabela 2.3 apresenta os números das safras, onde é

    possível observar que a diferença entre as safras de alta e de baixa bienalidade está se

    reduzindo, em função da maior utilização da mecanização, aliada às inovações tecnológicas

    que o mercado exige para se obter produtos de qualidade e uma melhor gestão da atividade

    moderna (CONAB, 2010). Herszkowicz (2012, p. 1), afirma que: “O café no Brasil, portanto,

    parece ter um futuro de médio e longo prazo razoavelmente promissor [...]. O sucesso da

    exportação de café torrado e moído está condicionado a um investimento milionário e de

    longo prazo”.

  • 24

    Tabela 2.3: Café Beneficiado – Comparativo de Produção por Espécie

    Fonte: Conab (2013)

    De acordo com o relatório da CONAB, a área plantada com a cultura de café das

    espécies arábica e robusta no Brasil é de 2.341,73 mil hectares. O resultado mostra um

    crescimento da ordem de 0,54% sobre a área de 2.329,36 mil hectares existentes na safra

    2012, ou seja, foram acrescentados 12.370 hectares (CONAB, 2013).

    Ainda de acordo com o levantamento da safra cafeeira em 2013, confirma-se uma

    evolução da redução da safra a ser colhida em 13,1% do café arábica, que é tipicamente

    produzido nas áreas do Planalto, refletindo os efeitos da longa estiagem de 2012 e que insiste

    até Abril de 2013, porém menos intensa. A redução pode ser observada especificamente no

    oeste baiano, tradicional produtor do café irrigado, onde as elevadas temperaturas

    comprometeram o rendimento da lavoura (CONAB, 2013).

    Na região produtora da espécie robusta, ocorreram durante os meses de dezembro/12 a

    fevereiro/13, períodos irregulares das chuvas e elevação das temperaturas, implicando em

    redução estimada da ordem de 7,8%, que somados com a espécie arábica, representam 11,1%

    de toda a safra do estado (CONAB, 2013). A Tabela 2.4 apresenta o quadro comparativo da

    produção de café nos Estados Brasileiros.

    Tabela 2.4: Café Beneficiado – Comparativo de Produção por Região

    Fonte: Conab (2013)

  • 25

    É possível observar que os efeitos da seca provocaram uma grande redução na safra de

    2012, interferindo também no volume a ser colhido na safra de 2013, impactando

    consideravelmente no fator socioeconômico das regiões produtoras e principalmente a

    pequena produção que representa 86% dos produtores das principais regiões cafeeiras do

    Brasil (CONAB, 2013).

    O Planalto da Conquista por possuir uma altitude acima de 700 metros, chegando a

    1.100 metros em alguns pontos, apresentando um solo Latossolo Vermelho Amarelo, clima de

    subúmido a seco e pluviosidade entre 800 a 1500 mm (TRINDADE, 2013), em função dessas

    características produz uma excelente bebida.

    A qualidade do café da região é incontestável e atrai o mercado interno e externo,

    comprovada pela presença de várias empresas exportadoras de café e pelos resultados nos

    concursos de qualidade em nível estadual e nacional, acumulando prêmio de primeiro lugar da

    região (TRINDADE, 2013). O café da região é ganhador de vários prêmios no Brasil em

    qualidade de café (ABIC, 2013). O tipo de café ganhador dos prêmios é o café despolpado

    apreciado no Brasil e nos Estados Unidos, Itália, França e Japão, que são grandes

    compradores deste produto.

    O café despolpado produzido no Planalto de Vitória da Conquista se diferencia do café

    das demais regiões do Brasil pelas suas características: cor, corpo, sabor, doçura, acidez

    positiva, gosto remanescente (COOPMAC, 2012).

    A produção de café no Planalto da Conquista está em baixa por treze anos, devido a

    diversos fatores, principalmente pela má definição da população de planta por área que é a

    função do espaçamento e densidade dos cafezais. Carvalho, et al.(2002,p.2) afirma que:

    A cultura do cafeeiro (Coffea arábica L.) é uma das principais do Estado da Bahia e

    em algumas zonas fisiográficas, como o Planalto de Conquista, é de fundamental

    importância para o desenvolvimento econômico e social. Nessa região produtora,

    apesar de a maioria dos cafeicultores utilizar os insumos recomendados, a

    produtividade se mantém historicamente baixa, em torno de 12 sc/ha, em virtude de

    ocorrências climáticas desfavoráveis e de deficiências identificadas no sistema de

    produção do café. Uma dessas deficiências é a indefinição da população por unidade

    de área, estabelecida pelo orçamento e pela densidade de plantio, uma informação

    básica, capaz de promover rendimentos mais elevados e que variam em função de

    cada local. Desse modo, para cada ambiente, são necessários estudos para

    identificação do melhor espaçamento e da melhor densidade de plantio.

    No fim de 2003 e início de 2004, o mercado de café no Planalto de Conquista retomou

    a posição de liderança no estado da Bahia, alavancando após novos investimentos em

    tecnologias como sistemas de irrigação computadorizados e suporte de pesquisadores da

  • 26

    UESB e, para completar os investimentos, está prevista para o município a construção de uma

    nova barragem. Estudos apontam que das sete barragens planejadas para a Bahia, uma está

    prevista em Vitória da Conquista, na região de Inhobim, que é o maior polo cafeeiro do

    município, beneficiando também os municípios do polo cafeeiro, como Encruzilhada, além

    das regiões adjacentes, totalizando 500 mil pessoas beneficiadas (SOUZA, 2004).

    2.6 CUSTOS DE PRODUÇÃO DO CAFÉ

    Sabe-se que na produção de um determinado produto é necessário custear os insumos

    necessários no processo produtivo. Desta forma pode-se afirmar que insumos são compostos

    pelos fatores de produção consumidos e transformados em um produto. Partindo deste

    contexto, conceitua-se: os custos de produção são realizados pela empresa na aquisição dos

    fatores fixos e variáveis que foram utilizados no processo produtivo, podendo ser

    classificados em custos fixos e custos variáveis que contabilizam os custos com agrotóxicos,

    adubos, mão de obra e energia elétrica por exemplo. Os custos também devem ser analisados

    a curto e longo prazo e devem ser computados para possibilitar um resultado dentro das

    expectativas. Conforme citado por Carvalho (2002, p. 22): “[...] o preço do café flutua em

    decorrência de uma diversidade de condições econômicas e de estruturas, às vezes favoráveis

    e às vezes desfavoráveis em função de uma variância nos insumos, mão de obra e crédito

    [...]”. Muitos produtores deixam de contabilizar alguns dos custos diretos e indiretos no rateio

    com os diversos produtos. (CÉSAR, 2010; RIZZON, 2006; NACHILUK e OLIVEIRA,

    2012).

    O custo de produção pode ser calculado a partir da Equação 2.1, porém Nunes (2011,

    p. 1) afirma que: “[...] para níveis de produção baixos existem ganhos de eficiência em

    aumentar a produção, mas, a partir de certo nível de produção a situação inverte-se

    perdendo-se eficiência à medida que se aumenta a quantidade produzida”.

  • 27

    Onde:

    CP é o custo de produção;

    MO é o custo com a mão de obra direta;

    CF é custo fixo;

    VP é o volume de produção.

    De acordo com Nachiluk e Oliveira (2012) deve-se levantar dados para composição do

    custo de produção, como: potência das máquinas e capacidade dos implementos, uso de mão

    de obra, quantidade e produtos a serem aplicados como inseticida, herbicida e adubo,

    contratação de prestação de serviço para uma operação ou parte dela, além das obrigações

    sociais e trabalhistas. De posse destas informações forma-se a base necessária para a

    realização dos cálculos do custo de produção, que é a soma dos valores de todos os serviços

    produtivos dos fatores utilizados na obtenção de um bem qualquer.

    A Figura 2.1 mostra o modelo da estrutura do custo de produção utilizada pelo

    Instituto de Economia Agrícola (IEA).

    Figura 2.1: Estrutura do Custo de Produção Utilizada pelo IEA

    Fonte: IEA (2002)

    Neste caso, o custo operacional envolve os vários custos durante o processo de cultivo

    do café, sendo a soma do custo operacional efetivo (COE) com o custo operacional total

    (COT); por sua vez, os custos que compõe o COE são as despesas com operações, despesas

  • 28

    com materiais e os encargos sociais. As despesas operacionais são as despesas com

    pagamentos de salário, gastos com máquinas, equipamentos e implementos como: graxa,

    óleo, reparos, entre outros. As despesas com materiais são os gastos com sementes,

    fertilizantes, corretivos, defensivos, sacarias e outros materiais. O COT envolve as

    depreciações das máquinas, juros de custeio CSSR.

    Os custos de produção devem considerar também a densidade dos cafezais, sendo que

    as propriedades com plantio mais adensado têm custos mais elevados que os cafezais

    tradicionais. Resultados da pesquisa realizada por Teixeira, et al. (2008), mostram que as

    análises dos sistemas de produção nos cafezais mais adensados, levando em conta a

    quantidade de plantas por hectare, teve médias não compatíveis com o esperado, devido ao

    custo unitário ser maior que nos sistemas tradicionais.

    Os produtores de café devem estar atentos e ser conhecedores da cultura e do processo

    produtivo na hora de coletar as informações e na realização dos cálculos para se determinar os

    custos de produção. Atualmente na agricultura a administração do empreendimento rural

    exige conhecimento e ferramentas tecnológicas para subsidiar as análises do mercado,

    tratando os dados de forma a minimizar os riscos e incertezas próprias do setor como: clima,

    política, economia, legislação, entre outras e a instabilidade da renda devido à produtividade,

    preços internos e externos e as próprias dificuldades de comercialização da produção, além

    problemas de crédito e da complexidade da produção agrícola, que envolve local, tempo,

    espaço, clima, meio ambiente, solo, entre outros (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON,

    2002).

    De acordo com Bliska e Vegro (2009), sobre os custos de produção do café no

    município de Vitória da Conquista, sabe-se que o café arábica apontou os maiores gastos com

    a colheita, num equivalente a 22%, os gastos fitossanitários corresponderam a 9%, os custos

    com fertilizantes não apresentou diferenças significativas, já os custos com irrigação, energia

    e transporte para o terreiro, corresponderam 32%. A Tabela 2.5 mostra os custos do café

    arábica produzido no Planalto de Conquista:

  • 29

    Tabela 2.5: Custos de Produção do Café Arábica no Planalto de Conquista

    Fonte: BLISKA e VEGRO (2009)

    Os custos de produção do café dependem da região produtora, do tipo da lavoura, grau

    de mecanização, quantidade de insumos utilizados, entre outros fatores. Outro fator

    importantíssimo para a definição do custo de produção é o comportamento econômico do

    mercado. Segundo Machado (2013), a safra de café, mesmo em um ano de baixa

    produtividade manteve uma produção alta, podendo correr o risco de grandes prejuízos,

    devido aos baixos preços do mercado em função das super safras. Para o autor as perdas

    podem atingir um montante da ordem de R$ 130 a saca, variando para cada região de

    produção, mesmo considerando a fixação do preço mínimo por saca que é de R$ 307,00. Isso

    implica nos custos de produção, conforme afirma Herszkowicz (2012): “Toda vez que o preço

    cai, produtores reduzem seus custos com fertilização, maquinário, entre outras coisas. No

    final do processo, a produtividade cai e os preços se reequilibram”.

    Observa-se a importância de uma pesquisa de mercado analisando as previsões de

    consumo e de custos finais para o café para a definição dos custos de produção, minimizando

    os riscos de possíveis prejuízos. Costa, Garcia e Teixeira (2001) citam a dificuldade de definir

    os investimentos na cultura cafeeira, por ser uma cultura de ciclo perene, bienal, acentuada

    diversidade de situações e de sistemas produtivos, onde os investimentos devam ocorrer na

    implantação, na condução e no pós colheita, exigindo maior rigor na análise e interpretação

    dos resultados de custos. Dessa forma, torna-se essencial o entendimento dos custos de

    produção do produto café e dos fatores que os compõem.

    Os custos consistem em medidas monetárias ligadas diretamente ao processo

    produtivo. Assim, a utilização de recursos na produção de café resulta em custos, os

    quais devem ser recuperados por meio da exploração da atividade. Além disso, o

    custo de produção constitui uma importante informação financeira para a avaliação

    do desempenho econômico do negócio café (LIMA, et al., 2008).

  • 30

    3. METODOLOGIA

    A elaboração do presente trabalho está estruturada com base nos seguintes

    procedimentos metodológicos:

    3.1 OPÇÃO METODOLÓGICA

    Com objetivo de fazer um estudo da realidade de quatro fazendas de café,

    especialmente do controle de custos e do seu gerenciamento, este trabalho foi em busca de

    informações mais precisas, decorrentes de alocação de despesas nos diversos centros de

    produção, no intuito de mostrar aos produtores as informações relevantes ao processo de

    tomada de decisões.

    O presente estudo é de natureza aplicada e fundamenta-se na metodologia

    exploratória, segundo (Gil P43, 1999). Com uma abordagem qualitativa, que busca a interface

    entre o pesquisador e o pesquisado, e tendo como objetivo a constatação da existência de

    algum método de custo sendo praticado. Quando um pesquisador seleciona uma pequena

    parte da população busca que ela seja representativa dessa população que pretende estudar.

    Para tanto é observado os procedimentos definidos pela teoria da amostragem (Gil, 1999, P.

    99). No caso uma amostragem não aleatória, ou dirigida, para levantar dados sobre o tema.

    3.1.2 FONTES DOS DADOS

    Os dados foram coletados em quatro propriedades agrícolas tradicionais no cultivo da

    cultura do café de sequeiro, no período de dezembro 2012 a maio de 2013 localizadas no

    Planalto da Conquista, Sudoeste do estado da Bahia, numa altitude superior, a mais de 900

    metros, sendo uma em Vitória da Conquista, que possui as seguintes coordenadas geográficas:

    14º 50’ 53’’ Latitude Sul e 40º 50’ 19’’ Longitude Oeste a 876 metros de altitude; A segunda

    situada na cidade de Planalto, a 14º 40’ 11’’ Latitude Sul e 40º 28’ 16’’ Longitude Oeste e

    943 metros de altitude. A terceira está situada na cidade de Encruzilhada a 15° 31’ 49’’

    Latitude Sul e 40° 54’ 37’’ Longitude Oeste e uma altitude de 614 metros; A quarta situa – se

    na cidade de Barra do Choça a 14º 51’ 51’’ Latitude Sul e 40º 33’ 33’’ Longitude Oeste e 900

    metros de altitude (IBGE, 2013).

  • 31

    Os proprietários das fazendas de café entrevistados na pesquisa de campo proposta

    neste trabalho, aceitaram participar e responder ao questionário desde que os seus nomes e de

    suas propriedades fossem omitidos.

    Na realização da pesquisa de campo foi encontrada dificuldade em convencer os donos

    de cafezais a responderem ao questionário, o que fez com que o número de entrevistados

    fosse bastante reduzido, porem representativo dos produtores empresariais do planalto de

    Vitória da Conquista, segundo metodologia descrita em GARCIA FILHO, (1995) para

    amostragem não aleatória.

    3.2 PROCEDIMENTOS E TÉCNICAS

    Para chegar ao resultado proposto, a pesquisa foi desenvolvida nas seguintes etapas:

    Revisão bibliográfica leituras sobre o tema para conhecimento da especificidade

    do objetivo do estudo proposto.

    Entrevistas – Nesta pesquisa foram realizadas durante o trabalho de campo

    entrevistas, elaboração e execução dos controles de custos necessários e acima de

    tudo, observações. As entrevistas foram estruturadas, com o objetivo de deixar o

    entrevistado falar a vontade e depois orientá-los com outras perguntas focadas, na

    qual utilizou - se um roteiro de tópicos relativos ao problema. As respostas foram

    registradas no momento da ocorrência das entrevistas, tendo sido entrevistados os

    proprietários na intenção de levantar as informações necessárias para avaliar os

    custos e a necessidade de um sistema de gestão, que posa ser aplicado aos casos

    em estudo.

    Análise das informações e dados, em função das entrevistas e das observações

    realizadas nas visitas as fazendas, durante o período de janeiro a maio de 2013,

    sendo que todos os dados e informações levantadas foram analisados e relatados

    na pesquisa.

    Esta pesquisa foi desenvolvida por meio de um estudo dirigido de quatro casos

    comparativos em fazendas da região com o objetivo de coletar, organizar, processar e

    transformar dados em informação acerca do problema.

  • 32

    3.3 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES E DADOS

    A abordagem das informações e dos dados coletados na pesquisa foi realizada da

    seguinte forma:

    Descrição: processo de identificação, compilação e especificações de dados no

    seguimento agrícola cafeeiro.

    Análise: estudo da massa de informações obtidas dentro de critérios previamente

    estabelecidos e com conformidade com os resultados que se quer obter, atingindo

    o alvo da pesquisa.

    Apresentação e discussão dos resultados.

    A pesquisa apresentada é objeto de um tratamento cientifico que se caracteriza por

    uma percepção qualitativa, coerente com a metodologia participativa, dando ênfase á pesquisa

    de campo, complementada com a pesquisa quantitativa quando e onde foi necessário.

    3.4 CÁLCULOS DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO

    Os dados de custos de produção foram coletados em propriedades no Planalto de

    Conquista com produtores de médio e grande porte empresariais através da aplicação de um

    questionário in loco.

    As fazendas pesquisadas no Planalto de Conquista foram selecionadas, pela

    quantidade, pela qualidade da produção de café e por estarem facilmente localizadas.

    3.5 PROCEDIMENTOS PARA DETERMINAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO

    Os dados coletados sobre os custos de produção de café nas propriedades pesquisadas

    eram formatados diferentemente uma das outras, o que consequentemente provoca uma baixa

    lucratividade e impossibilitando uma análise econômica direta. Partindo desta problemática,

    definiu-se os itens necessários para compor os custos de produção de cada produtor, como se

    segue:

    a) Custos diretos

    Mão de obra: mão de obra variável.

    Insumos: fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas, coadjuvantes.

  • 33

    Serviços: assistência técnica, administração, aluguel de máquinas, operação de

    máquinas, manutenção de máquinas, análise de solo, transporte interno e

    armazenagem, energia elétrica, irrigação.

    b) Custos indiretos

    Depreciação: é a soma das depreciações de café e das instalações.

    Neste trabalho, a depreciação do café foi estimada, considerando o café como uma

    cultura permanente com um tempo de vida útil para o pé café de 10 anos e para a depreciação

    das instalações da produção agrícola, adotou-se a depreciação média e em função da grande

    difilculade na obtenção dos dados para se calcular as depreciações de máquinas e

    equipamentos das instalações produtivas, este item foi estimado com base no quociente do

    valor de aquisição pelo número estimado de horas trabalhadas, conforme proposto por

    Schiavo, et al (2011).

    A análise dos custos de produção de café no Planalto de Conquista, tomando como

    referências amostrais as propriedades pesquisadas realizada no ano safra 2010/2011 de

    produção e comparando, em porcentagem, os seguintes fatores: mão de obra, insumos,

    serviços e depreciações.

    Os dados em porcentagem foram obtidos da divisão do valor de cada um deles pelo

    custo total. Fez-se também a analise do custo por saca e por hectare, e a receita por saca e por

    hectare.

    Para a realização das receitas por hectare e por saca, os preços pagos aos produtores,

    os dados foram extraídos da página do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

    (CEPEA, 2013).

  • 34

    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    4.1 PERFIL DOS EMPREENDIMENTOS

    Foram pesquisadas quatro fazendas produtoras de café no Planalto de Conquista. A

    Fazenda 1 é uma propriedade com mais de 40 anos no cultivo de café, possui água encanada e

    a irrigação é realizada pelo processo de gotejamento, não utiliza secador, o processo de

    secagem é feito na caatinga. A propriedade tem uma área de 110 ha sendo 60 ha com

    plantação de café e a renda é apurada no exercício com o lucro da produtividade. O

    proprietário possui trator próprio e realiza uma produção de 42 sacas por cada hectare.

    A fazenda 2 é uma propriedade com quase 30 anos de produção de café, possui água

    encanada e a distribuição da água reservada em tanque é feita por bombas de distribuição, a

    irrigação é realizada pelo processo de gotejamento, o processo de secagem é feito por meio da

    queima de carvão comprado. A propriedade tem uma área de 57 ha sendo 32 ha com

    plantação de café. O proprietário possui trator próprio e realiza uma produção de 35 sacas por

    hectare.

    A fazenda 3 é uma propriedade com mais de 40 anos de produção de café, possui água

    encanada e a distribuição da água, também reservada em tanque, é feita por bombas de

    distribuição, o processo de secagem é feito por meio da queima de lenha extraída da própria

    fazenda. A propriedade tem uma área de 350 ha sendo utilizados 175 na produção de café.

    Possui trator próprio e realiza uma produção de 35 sacas por hectare.

    A fazenda 4 é uma propriedade com menos de 30 anos de produção de café, possui

    água encanada e a distribuição da água, reservada em tanque, é feita por bombas de

    distribuição, a irrigação é realizada pelo processo de molhação somente na granação com

    mangueira santeno, o processo de secagem é feito por meio da queima de lenha também

    extraída da própria fazenda. A propriedade tem uma área de 120 ha sendo utilizados 80 ha na

    produção de café. Possui trator próprio e realiza uma produção de 40 sacas por hectare.

  • 35

    4.2 ANÁLISES DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO

    Notou-se que existem diferenças no tratamento dos custos de produção e de venda do

    café e alguns insumos e ou serviços não são considerados nos cálculos.

    Como se observa no Gráfico 4,1, o item mais representativo no elemento do custo total

    para a produção de café foi a mão de obra; a propriedade que lidera a utilização da mão de

    obra é a Fazenda 2, representado 60%. A Fazenda 1 foi a que apresentou o menor uso da mão

    de obra, com 20%. A media para mão de obra no Planalto da Conquista é de 38,5%

    Gráfico 4.1: Percentual de Utilização de MO de Café no Planalto da Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    O segundo item com maior representatividade são os insumos variando entre 9% e

    20%. Nota-se que a Fazenda 2 foi a que demonstrou fazer maior utilização de insumos como

    inseticidas, fungicidas, fertilizantes, entre outros. A Fazenda 3 foi a que menos fez uso dos

    insumos representando apenas 9,2% como se observa no Gráfico 4.2.

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4

    MO 20,0% 62,7% 30,4% 40,7%

    0,0%

    10,0%

    20,0%

    30,0%

    40,0%

    50,0%

    60,0%

    70,0%

    %

  • 36

    Gráfico 4.2: Percentual de Utilização de Insumos de Café no Planalto da Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    Por fim, o Gráfico 4.3 mostra o terceiro item analisado, os serviços, com variação

    entre 2,3% e 11,9%, representado a utilização destes percentuais as fazendas 2 e 3,

    respectivamente.

    Gráfico 4.3: Percentual de Utilização de Serviços de Café no Planalto da Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    No Gráfico 4.4 observa-se que, entre os produtores participantes da pesquisa, os gastos

    referentes aos custos diretos variam entre 47% a 91%. Para os custos indiretos, foram

    adotados valores estimados, com base em várias pesquisas realizadas na internet para

    encontrar o preço de um trator específico para lavouras de café, considerando os percentuais

    de depreciação conforme método de cálculo apresentado por Schiavo, et al (2011, p. 4),

    aplicando a Equação 4.1. Não foi considerado o valor da terra, por ser um bem que se

    remunera com a sua valorização ao longo do tempo, não apresentando depreciação.

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4

    Insumos 10,3% 20,0% 9,2% 13,4%

    0,0%

    5,0%

    10,0%

    15,0%

    20,0%

    25,0% %

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4

    Serviços 8,1% 2,3% 11,9% 7,4%

    0,0%

    2,0%

    4,0%

    6,0%

    8,0%

    10,0%

    12,0%

    14,0%

    %

  • 37

    Onde:

    DP é a depreciação;

    Valor do equipamento é o valor de compra do equipamento;

    Nº estimado de horas é a quantidade de horas trabalhadas.

    Gráfico 4.4: Percentual de Custos Diretos de Café no Planalto da Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    Observa-se no Gráfico 4.5, que para o custos indiretos a Fazenda 1 foi a que mais se

    distanciou das outras três fazendas pesquisadas, apresentando um custo indireto de 35%, em

    função de ter a maior quantidade de máquinas e implementos, além de ter a maior produção,

    o que envolve mais horas de trabalho. Para as Fazendas 2, 3 e 4, os custos indiretos ficaram

    entre 25% e 28%.

    Gráfico 4.5: Percentual de Custos Indiretos de Café no Planalto da Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4

    CD 46,9% 87,3% 52,5% 90,6%

    0,0%

    20,0%

    40,0%

    60,0%

    80,0%

    100,0%

    %

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4

    CI 35,0% 25,0% 28,0% 25,0%

    0,0% 5,0%

    10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0%

    %

  • 38

    Em relação aos custos de produção de café por saca, em reais, as variações foram de

    R$ 255,56 a R$ 326,04, como se vê no Gráfico 4.6. Percebe-se que a diferença dos custos por

    saca entre as Fazendas 1, 2, e 3 é pequena, porém a Fazenda 4 foi a que teve o menor custo

    por saca.

    Um fator importantíssimo para a definição do custo de produção é o comportamento

    econômico do mercado em um ano de ciclo de baixa bienalidade como em 2013, que manteve

    uma produção alta, pode correr o risco de grandes prejuízos, devido aos baixos preços do

    mercado em função das super safras, mesmo considerando a fixação do preço mínimo por

    saca que é de R$ 307,00 estabelecido pelo governo este valor dependo da região não cobre os

    custos de produção. No planalto da Conquista a media do custo é de 290,00 valor em que o

    produtor não tem grandes ganhos porem cobre os custos de acordo com a pesquisa em

    questão.

    Gráfico 4.6: Valores (R$) dos Custos de Produção por Saca de Café no Planalto da Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    Para os custos de produção de café por hectare em reais, as variações foram de R$

    10.150,00 a R$ 13.693,68, respectivamente, como se vê no Gráfico 4.7. A variação

    considerável pequena, isso se dá devido à área e a quantidade de pés de café cultivados por

    hectare.

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4

    Custo p/ sc R$326,04 R$290,00 R$290,00 R$255,56

    R$-

    R$50,00

    R$100,00

    R$150,00

    R$200,00

    R$250,00

    R$300,00

    R$350,00

    R$

  • 39

    Gráfico 4.7: Valores (R$) dos Custos de Produção por Hectare de Café no Planalto da Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    O Gráfico 4.8 Mostra as diferenças de receitas brutas por saca e o Gráfico 4.9 mostra

    as receitas brutas por hectares entre os produtores do Planalto de Conquista. Percebe-se uma

    variação muito grande dos valores de entrada. Isso se dá exclusivamente pela distribuição e

    quantidade de pés de café por hectare, como ocorreu na Faz 1 que produz 42 sacas/he é o

    maior valor por saca.

    Gráfico 4.8: Valores (R$) das receitas por Saca de Café no Planalto da Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    Outro fator em relação às receitas são os tratos culturais, a forma como cada produtor

    conduz o manejo da lavoura, influencia diretamente na receita, utilização matéria orgânica,

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4

    Custo p/ ha R$13.693,68 R$10.150,00 R$10.150,00 R$10.222,40

    R$-

    R$2.000,00

    R$4.000,00

    R$6.000,00

    R$8.000,00

    R$10.000,00

    R$12.000,00

    R$14.000,00

    R$16.000,00

    R$

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4

    Receita p/ sc R$415,00 R$280,00 R$280,00 R$330,00

    R$-

    R$1.000,00

    R$

  • 40

    adubação no período certo na quantidade adequada atrelados a fatores climáticos produzem

    receitas acima do esperado.

    Gráfico 4.9: Valores (R$) das receitas por Hectare de Café no Planalto da Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    O Gráfico 4.10 mostra os custos operacionais de produção e a comparação da média

    dos custos operacionais pagos pelos produtores de café do Planalto de Conquista com a média

    das principais cidades produtoras de café do Brasil observa-se que os custos com a mão de

    obra refletem uma diferença de 16,6% a mais que nos outros municípios. Os dados referentes

    aos custos médios dos municípios brasileiros foram obtidos de pesquisas realizadas pela

    CONAB (2010).

    Observa-se ainda no Gráfico 4.10 que os custos médios que ficaram abaixo da média

    do Planalto de Conquista, foram os gastos com insumos, com 29,7% na média do Brasil,

    13,2% média do Planalto de conquista e serviços, com 11,9% na média brasileira contra 7,4%

    do Planalto de Conquista.

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4

    Receita p/ ha R$17.430,00 R$9.800,00 R$9.800,00 R$13.200,00

    R$- R$1.000,00 R$2.000,00 R$3.000,00 R$4.000,00 R$5.000,00 R$6.000,00 R$7.000,00 R$8.000,00 R$9.000,00

    R$10.000,00 R$11.000,00 R$12.000,00 R$13.000,00 R$14.000,00 R$15.000,00 R$16.000,00 R$17.000,00 R$18.000,00 R$19.000,00

    R$

  • 41

    Gráfico 4.10: Valores dos Custos Diretos Brasil x Planalto de Conquista

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    De acordo com a pesquisa em questão nas quatro propriedades analisadas a media para

    mão de obra no Planalto da Conquista é de 38,5%, insumos 13,2% e 7,4% serviços. A

    propriedade mais equilibrada foi a fazenda 1 no geral manteve sempre em uma media,

    observou –se ainda que os gestores da propriedade 1 tem um diferencial consultoria de

    profissional especializado e trabalham com sistema de gestão de custo. Considerando tais

    fatores é viável a produção de café no Planalto da Conquista.

    Gráfico 4.11: Comparação das quatro fazendas analisadas na pesquisa

    Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor

    0,0%

    5,0%

    10,0%

    15,0%

    20,0%

    25,0%

    30,0%

    35,0%

    40,0%

    45,0%

    50,0%

    MO Insumos Serviços

    Média Planalto de Conquista 48,7% 13,2% 7,4%

    Média Brasil (CONAB) 32,1% 29,7% 11,9%

    0,0%

    10,0%

    20,0%

    30,0%

    40,0%

    50,0%

    60,0%

    70,0%

    Faz 1 Faz 2 Faz 3 Faz 4 Média Planalto de Conquista

    MO

    Insumos

    Serviços

  • 42

    5. CONCLUSÃO

    O Planalto da Conquista se destaca em relação às demais regiões produtoras de café do

    país pelas condições climáticas e por apresentar custos de produção mais baixos, um custo

    médio de R$ 290,00 duzentos e noventa reais por saca, além de ser reconhecido pela

    qualidade do café produzido, principalmente os cafés especiais.

    Comparando os resultados da pesquisa com os dados disponibilizados pelas entidades

    citadas neste trabalho, como CONAB, COOPMAC, MAPA, entre outros, observou-se que os

    valores aqui obtidos são geralmente menores que os da CONAB, motivo relevante, apesar dos

    valores utilizados na depreciação das máquinas e equipamentos agrícolas foram consideradas

    depreciações médias ainda assim a viabilidade no custo predominou quer dizer que a

    atividade é altamente rentável.

    Os dados levantados permitiram visualizar que a Região do Planalto da Conquista

    possui os custos de produção abaixo da media nacional para insumos e serviços ficando

    apenas com valores acima no índice de mão de obra. Os resultados encontrados demonstraram

    a viabilidade da produção de café na região estudada.

  • 43

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  • 48

    ANEXOS

    ANEXO A – FORMULÁRIO DE ENTREVISTA

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU GESTÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO

    CAFÉ COM ÊNFASE EM SUSTENTABILIDADE

    Questionário de pesquisa

    Este questionário objetiva levantar dados sobre os custos de produção de café na região de Vitória da Conquista, como parte integrante do trabalho de conclusão de curso da discente Leonéia Arruda Amaral da Silva, pós-graduanda do curso de Gestão da Cadeia Produtiva do Café com Ênfase em Programas Sustentáveis da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.Embora facultativo, seu preenchimento tem grande importância para a realização deste trabalho.

    1. Perfil do entrevistado:

    Chefe da família ( ) Filho mais velho ( ) Esposa ( ) Proprietário ( )

    2. Estado civil:

    Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado( ) Idade: ____________

    3. Nível de escolaridade: _____________________________________

    4. Formato da propriedade:

    Empresa ( ) Particular ( )

    5. Você costuma fazer algum tipo de anotação ou controle de custo?

    Sim ( ) Não( )

    6. Quanto é o custo para produzir uma saca de café? ______________

    7. Forma de aquisição do imóvel.

    Compra ( ) Herança ( ) Outra_______________________________

  • 49

    8. Há quanto tempo você é cafeicultor?

    5 a 10 anos ( ) 10 a 15 anos ( ) 15 a 20 anos ( )

    25 a 30 anos ( ) Mais de 40 anos ( )

    9. Possui água encanada?

    Sim ( ) Não ( )

    Caso negativo, qual a fonte utilizada? ___________________________

    Possui sistema de bombeamento e distribuição? ___________ descreva:

    __________________________________________________________

    Quanto é gasto em media de água?_____________________________

    10. Possui e equipamento de Irrigação?

    Sim ( ) Não( ) descreva?_____________________________________

    11. Possui energia elétrica?

    Sim ( ) Não ( )

    Utiliza fontes alternativas?

    Sim ( ) Não ( ) Quais? ______________________________________

    Quanto é gasto em media de energia elétrica?_____________________

    12. Combustível utilizado no secador:

    Lenha ( ) carvão ( ) gásGLP ( )

    No caso de lenha ou carvão, são da propriedade ou comprados?_______

    Quanto é gasto em media?_____________________________________

    13. Participa de Comunidade?

    Associação ( ) Cooperativa ( ) Sindicato ( )

    Tem algum custo mensal com estas entidades? Sim ( ) Quanto? Não ( )

    Qual o valor pago pra colher uma lata de café?_____________________

    14. Mão de obra:

    fixa ______________ percentual ________

    temporária_________ percentual ________

    Total _________

    FORMA E CONDIÇÃO DA PRODUÇÃO

    15. Tamanho da propriedade ____________________________________

    16. Área cultivada ______________________________________________

    Área não cultivada ___________________________________________

  • 50

    17. Mão de obra familiar é remunerada (pró-labore)?

    Sim( ) Não( )

    18. Renda média R$ ________________ Semanal ( ) Mensal ( ) Anual ( )

    19. Principal fonte de renda?

    Terra ( ) Externa ( ) Ambas ( )

    20. Predomínio na propriedade:

    Culturas ( ) Criações ( )

    21. Culturas da propriedade

    1)__________________Área de cultivo __________

    2)__________________Área de cultivo __________

    3)__________________Área de cultivo __________

    22. Utiliza consorciação de culturas?

    Sim ( ) Não ( )

    Quais?____________________________________________________

    23. Mantém área sem repouso (sem plantar)?

    Sim ( ) Não ( )

    Quanto tempo? _____________________________________________

    Quanto Produz por hectare?___________________________________

    24. Como prepara a terra para o plantio?

    Foice ( ) Enxada( ) Trator Próprio ( )

    Trator Alugado ( ) Tração animal ( )

    E com que periodicidade compra estes equipamentos?______________

    25. Faz análise e/ou correção do solo?

    Sim ( ) Não ( )

    Com que frequência? ________________________________________

    26. Possui assistência té