UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA …Muito obrigado por serem a luz no final do...
Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA …Muito obrigado por serem a luz no final do...
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CONTRIBUIÇÃO AO MAPEAMENTO DO CROMOSSOMO 9 DO BÚFALO DE
RIO (BUBALUS BUBALIS) UTILIZANDO PAINEL DE CÉLULAS SOMÁTICAS
HÍBRIDAS IRRADIADAS
André Marcos Santana
Orientadora: Profa. Dra. Maria Elisabete Jorge Amaral
Co-Orientadora: Profa. Dra. Vera Fernanda Martins Hossepian de Lima
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Fevereiro de 2008
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias – UNESP, Campus de
Jaboticabal, como parte das exigências para a
obtenção do título de Mestre em Medicina Veterinária
(Reprodução Animal).
Santana, André MarcosS232c Contribuição ao mapeamento do cromossomo 9 do búfalo de rio
(Bubalus bubalis) utilizando painel de células somáticas híbridas irradiadas / André Marcos Santana. – – Jaboticabal, 2008
xiii, 37 f. : il. ; 28 cm
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2008
Orientador: Maria Elisabete Jorge AmaralBanca examinadora: Vera Fernanda Martins H. de Lima,
Humberto Tonhati, Simone Cristina Méo Niciura Bibliografia
1.Búfalo de rio. 2. Mapeamento. 3.Cromossomo 9. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.
CDU 619:575:636:293
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação –Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal.
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
André Marcos Santana possui graduação em Medicina Veterinária pela
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal da Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005). Tem experiência na área de
Medicina Veterinária, com ênfase em Patologia Clínica Veterinária e Genética
Animal, atuando principalmente em temas como proteinograma, bioquímico
sérico e mapeamento genético em búfalos. Durante a graduação foi bolsista de
Iniciação Científica da FAPESP de setembro de 2003 a julho de 2005, tendo
desenvolvido os trabalhos de Iniciação Científica “Hemograma e proteinograma
sérico de búfalas (Bubalus bubalis) sorologicamente reagentes e de não
reagentes à Brucelose” e “Constituintes do soro sanguíneo de Veados-
Catingueiro (Mazama Gouazoubira) criados em cativeiro”. Durante os meses de
Agosto a Novembro de 2005, realizou estágio na empresa Minerembryo (Alfenas
- MG), desenvolvendo o trabalho de graduação intitulado “Influência da sincronia
da receptora e do estágio de desenvolvimento de embriões produzidos in vitro
(PIV) sobre a taxa de prenhez, em fêmeas bovinas” . Iniciou mestrado no
Programa de Medicina Veterinária da UNESP - Jaboticabal, no Departamento de
Medicina Veterinária Preventiva e Reprodução Animal, com ênfase em genética
animal, em Março de 2006.
DEDICATÒRIA
Aos meus pais, meus verdadeiros mestres, exemplos de vida pessoal e
profissional. Muito obrigado por todo amor e dedicação em todos os momentos
da minha vida. Muito obrigado por serem a luz no final do túnel, por estenderem a
mão nos momentos mais difíceis, por me guiarem pelos caminhos mais seguros.
Muito obrigado por construírem um ambiente de paz e alegria. Descobri em vocês
o valor da amizade, da humildade e da honestidade. Espero um dia encher seus
corações de orgulho. E se esse dia chegar, digo do fundo do meu coração que
estarei em paz com o mundo e que viver valeu a pena...
A minha querida irmã, que enche minha vida de alegria. Me orgulho de ser seu
irmão e tenho certeza de que seremos amigos para sempre. Como você mesmo
diz, “Quando a gente acha que tem todas as respostas a vida vem e muda todas
as perguntas”. Por isso estarei sempre ao seu lado, para encontrarmos juntos as
respostas que procuramos...
AGRADECIMENTOS
A Prof. Dra. Maria Elisabete Jorge Amaral, pela orientação e apoio dados na
execução deste trabalho, por me dar a oportunidade de crescer profissionalmente
e pessoalmente, por me receber e me acolher de braços abertos.
A Prof. Dra. Vera Fernanda Martins Hossepian de Lima, pela co-orientação e apoio
dados na execução deste trabalho e pela ajuda em conseguir contato com São José do
Rio Preto.
Ao Prof. Dr. César Roberto Ésper, pelo apoio durante todo o mestrado.
A Prof. Dra. Vera Fernanda Martins Hossepian de Lima, ao Prof. Dr. Humberto Tonhati e
a Dra. Simone Cristina Méo Niciura por participarem como membros da banca de defesa
e sugerirem alterações valiosas que contribuíram para a melhor qualidade da dissertação
final.
A Prof. Dra. Vera Fernanda Martins Hossepian de Lima, ao Prof. Dr. César Roberto
Ésper e a Prof. Dra. Lúcia Galvão Albuquerque por participarem da banca de qualificação
e também sugerirem alterações valiosas que contribuíram para a melhor qualidade da
dissertação final.
Ao Prof. Dr. José Jurandir Fagliari, por me abrir as portas e despertar meu interesse pelo
mundo da ciência, pelo apoio durante toda minha formação profissional.
A Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), UNESP, Campus de
Jaboticabal e ao Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE),
UNESP, Campus de São José do Rio Preto, Laboratório de Genômica
Comparativa onde realizei todo o mestrado.
A todo pessoal do Laboratório de Genômica Comparativa (Melissa, Nedenia,
Vanderlei, Edson, Patrícia, Larissa e Larissa Fornitano), do Instituto de
Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE), UNESP, Campus de São José do
Rio Preto. Muito obrigado pela paciência e amizade no decorrer da execução
desse trabalho. Muito obrigado por me ensinarem tudo que foi possível dentro do
laboratório e por me receberem tão bem. Dedico esse trabalho também a vocês,
pois ele não é de uma pessoa só, e sim de todo um grupo. Desejo a vocês todos
muito sucesso na vida profissional e muita alegria e paz na vida pessoal.
A CAPES, pelo apoio financeiro no decorrer do mestrado.
A todos os funcionários da FCAVJ e do IBILCE que de alguma forma ajudaram
na execução desse trabalho e pela convivência.
A todos os docentes da FCAVJ, pela ajuda em nosso conhecimento profissional.
Ao pessoal da VET01. Já fazem dois anos, mais não existe um dia em que não
me lembre de nossos momentos juntos.
Aos meus tios Marly e Fernando, pela amizade e carinho que me deram durante
toda minha vida. Ao meu primo Fernandinho, grande amigo de infância que vou
levar por toda minha vida.
As minhas avós Iracema e Isaura, que sempre me trataram com todo o amor do
mundo!!!
A toda minha família em geral.
Aos meus companheiros, amigos do peito de São Carlos (Boka, Pressão,
Consuelo, Marcão e Mirto). Espero que jamais o tempo nos separe, obrigado por
fazerem dos meus dias mais alegres.
A República Magnata (Koja véio, Jessé, Cauby, Pixera tranquera, Naim, Fui-Eu,
Zé Pequeno, Tinoco e Paia), onde morei quase toda minha graduação. Quantas
festas, quantas brigas, quantos momentos de reflexão e aprendizado....
Considero todos vocês como irmãos e torço por cada um nessa longa jornada da
vida...
Ao meu amigo Chacal e a minha amiga Colombina, obrigado pela amizade
durante todos esses anos de Jaboticabal...
A República Taverna (Papada, Gracinha, Mocinha, Chinês, Rhola, Xibata, Jane,
Urubu, Placebo e Koréia), onde morei pouco tempo, mais fiz grandes amigos. Do
que valeria a vida sem um pouco de risada!!!!! Muito obrigado por fazerem parte
da minha história, por terem me acolhido como um irmão, por me ajudarem a
crescer como ser humano.
A todos que de alguma forma me ajudaram a crescer pessoalmente e
profissionalmente.
viii
SUMÁRIO
Página
LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................ix
RESUMO ................................................................................................................xii
SUMMARY ............................................................................................................xiii
I. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA.................................................... 1
II. OBJETIVOS ...................................................................................................... 10
III. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. 11
1. Seleção dos marcadores para o mapeamento do cromossomo 9 bubalino...... 11
2. Otimização das reações de PCR com DNA bubalino........................................ 12
3. Genotipagem dos marcadores utilizando o painel BBURH5000 ....................... 13
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 15
1.Seleção dos marcadores para o mapeamento do cromossomo 9 bubalino....... 15
2. Otimização das reações de PCR com DNA bubalino........................................ 15
3. Genotipagem dos marcadores utilizando o painel BBURH5000 ....................... 18
V. CONCLUSÕES .................................................................................................29
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 30
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
ABCB Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACP5 Símbolo do gene responsável por codificar a Fosfatase Ácida
do tipo 5
AZU1 Símbolo do gene responsável por codificar a proteína catiônica
antimicrobiana 37 (Azouricin 1)
BBU9 Cromossomo 9 do búfalo de rio (Bubalus bubalis)
BBURH5000 Painel contendo 90 linhagens de células somáticas híbridas
irradiadas, geradas a partir da fusão entre fibroblasto de búfalo
e de hamster.
BOVMAP Banco de dados com marcadores bovinos do Institut National
de Recherche Agronomique
BTA7 Cromossomos 7 de gado bovino (Bos taurus)
CCNH Símbolo do gene responsável por codificar a ciclina H
CD14 Símbolo do gene responsável por codificar duas formas
protéicas: a “glycosylphosphatidylinositol-anchored membrane
protein (mCD14)” e a “monocyte or liver-derived soluble serum
protein (sCD14)”
CD74 Símbolo do gene responsável por codificar molécula do
complexo de histocompatibilidade, classe II
COMP Símbolo do gene responsável por codificar a “cartilage
oligomeric matrix protein”
CPATU Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Úmido
CRTL1 Símbolo do gene responsável por codificar a “cartilage linking
protein 1”
DCVC S-1,2-diclorovinil-l- cisteína
DNM2 Símbolo do gene responsável por codificar a “dynamin 2”
DNTP Desoxinucleotídeo Trifosfato
x
D7S3 Símbolo de segmento de DNA codificante
EDAS Kodak Electrophoresis Documentation and Analysis System™
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
e-PCR PCR eletrônico
ESTs “Expressed Sequence Tags” = Seqüência Marcada Expressa
FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations
FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FISH Flourescence In Situ Hybridization = Hibridização In Situ
Fluorescente
FR Freqüência de Retenção
F12 Símbolo do gene responsável por codificar o “coagulation
factor XII”
GABRA1 Símbolo do gene responsável por codificar a “gamma-
aminobutyric acid (GABA) A receptor, alpha 1”
GNPI Símbolo do gene responsável por codificar a “Glucosamine-6-
phosphate deaminase 1”
GUK1 Símbolo do gene responsável por codificar a “guanylate kinase
1”
ICAM3 Símbolo do gene responsável por codificar a “intercellular
adhesion molecule 3”
IDF “International Dairy Federation” = Federação Internacional de
Laticínios
IEP Intervalo Entre Partos
ILTXRH map Mapa RH 5000rad Terceira Geração de Bovino da University of
Illinois at Urbana-Champaign Texas A&M University
IL3 Símbolo do gene responsável por codificar a Interleucina 3
IL4 Símbolo do gene responsável por codificar a Interleucina 4
IL12B Símbolo do gene responsável por codificar a Interleucina 12B
INSL3 Símbolo do gene responsável por codificar a “insulin-like 3
(Leydig cell)”
IRF1 Símbolo do gene responsável por codificar o fator de regulação
xi
do interferon 1
ISH “in situ” Hybridization = Hibridização “in situ”
KCl, Cloreto de Potássio
MARC Meat Animal Research Center - USA
MBD3 Símbolo do gene responsável por codificar a “methyl- CpG
binding domain protein 3”
Mbp Mega pares de bases
MEF2C Símbolo do gene responsável por codificar a “myocyte
enhancer factor 2C”
MgCl2 Cloreto de Magnésio
NCBI National Center For Biotechnology Information
NIH- USA National Institute of Health – Estados Unidos da América
NSF Fundação Americana “National Science Foundation”
PCR Polymerase chain reaction = Reação em cadeia de polimerase
QTL Quantitative Traci “Loci” = “locus” de características
quantitativas
RASA1 Símbolo do gene responsável por codificar a proteína ativadora
de GTPase
RH Radiation hybrid = híbridas irradiadas
SCH Somatic Cell Hybrid = Células Somáticas Híbridas
SENAI-RS/UNET Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Departamento
Regional do Rio Grande do Sul - Unidade de Negócios em
Serviços Tecnológicos
STS Sequence Tagged Sites = Sítios de Seqüência Marcada
TA Temperatura de Anelamento
Taq Polimerase Thermus Aquaticus Polimerase
USDA United States Department of Agriculture
VDAC1 Símbolo do gene responsável por codificar a “voltage
dependent anion channel 1”
xii
CONTRIBUIÇÃO AO MAPEAMENTO DO CROMOSSOMO 9 DO BÚFALO DE
RIO (BUBALUS BUBALIS) UTILIZANDO PAINEL DE CÉLULAS SOMÁTICAS
HÍBRIDAS IRRADIADAS
RESUMO - O búfalo de rio (Bubalus bubalis) é uma espécie de interesse
econômico pertencente à família Bovidae, utilizado para a produção de carne e
leite, além de força de trabalho no campo, constituindo-se em um animal de tripla
aptidão. Recentemente, a construção de um painel de células somáticas híbridas
irradiadas (linhagens celulares) contendo fragmentos do genoma do búfalo de rio,
incorporado ao genoma de hamster (BBURH5000), está permitindo, pela primeira
vez, o mapeamento de todos os cromossomos bubalinos. A utilização desse
painel de células associado a análises estatísticas, está gerando mapas
genômicos de alta resolução contendo diferentes tipos de marcadores
moleculares. O presente trabalho teve por objetivo utilizar este painel de células
para gerar grupos de ligação com os marcadores mapeados no cromossomo 9
bubalino e assim comparar a organização dos grupos de ligação obtidos com
aqueles já descritos para o cromossomo 7 bovino. Para tal, foram testados com
DNA bubalino, seqüências de “primers” para PCR de 26 marcadores moleculares
previamente mapeados no cromossomo 7 bovino, o qual foi descrito na literatura
como o homólogo ao cromossomo 9 de búfalo. Do total de marcadores testados,
18 geraram produtos de PCR adequados ao mapeamento utilizando o painel
BBURH5000, sendo que destes 18, foi possível a genotipagem final de 10
marcadores. A partir das análises de ligação com os 10 marcadores genotipados,
foi possível distribuir os mesmos em três grupos de ligação no BBU9. A análise
comparativa entre os grupos de ligação do BBU9 e do BTA7 revelou a presença
dos mesmos grupos de ligação nos cromossomos de ambas espécies,
evidenciando conservação de sintenia.
Palavras-Chave: Bubalus bubalis, búfalo de rio, cromossomo 9, genoma,
mapeamento, painel de células somáticas híbridas irradiadas
xiii
CONTRIBUTION FOR THE MAPPING OF CHROMOSOME 9 OF THE RIVER
BUFFALO (BUBALUS BUBALIS) USING RADIATION HYBRID SOMATIC CELL
PANEL
SUMMARY - The river buffalo (Bubalus bubalis), a member of the Bovidae
family, is an economically important livestock specie useful to produce milk and
meat, as well as source of labor, comprising an animal of triple aptness. The recent
construction of a whole-genome 5000-rad radiation hybrid somatic cell panel for
the river buffalo genome (BBURH5000), is allowing for the first time the mapping of
all chromosomes from the specie. The use of BBURH5000 panel associated with
statistical analyses is generating high-resolution RH maps integrating different
types of molecular markers. The goal of this study was to genarate linkage groups
with the markers mapped on the river buffalo chromosome 9 (BBU9), using the
BBURH5000 panel, and then compare these groups with those already described in
BTA7. Previous studies have identified bovine chromosome 7 as homologous to
BBU9. Cattle derived PCR primers from 26 markers, previously mapped in cattle,
were tested with buffalo DNA. A total of 18 of the 26 markers amplified PCR
products suitable for RH mapping. From these 18 markers, it was possible the
genotyping of 10. The analyses of linkage with the 10 markers genotyped turned
possible to distribute them in three linkage groups on the BBU9. The comparative
analyses between the linkage groups of BBU9 and BTA7 revealed the presence of
the same linkage groups on the chromosome of both species, revealing
conservation of synteny between them.
Keywords: Bubalus bubalis, river buffalo, chromosome 9, genome, mapping,
radiation hybrid somatic cell panel
1
I. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA
O búfalo doméstico (Bubalus bubalis) é originário da Índia e chegou ao Brasil
entre 1890 e 1895, na Ilha de Marajó, Estado do Pará (FONSECA, 1986; MIRANDA,
1986; TONHATI et al., 1999), vindo em pequenos lotes da Ásia, Europa (Itália) e Caribe.
Sua grande adaptabilidade aos mais variados ambientes, assim como sua elevada
fertilidade e longevidade produtiva (OLIVEIRA, 2005), despertaram o interesse dos
produtores como alternativa para a produção de carne e derivados do leite, permitindo
que o rebanho bubalino brasileiro experimentasse uma evolução significativa.
Segundo estimativas da “Food and Agriculture Organization of the United
Nations” (FAO, 2007), houve aumento do número de bubalinos no mundo de
aproximadamente 98%, passando de 88 milhões em 1961, para 174 milhões de
cabeças em 2005, sendo que 90% do total da população encontra-se na Ásia,
continente predominantemente agrário onde os búfalos, além da produção de leite e
carne, também são muito utilizados como animais de tração, sendo por isso
considerados animais de tripla aptidão.
No Brasil, o crescimento da população bubalina entre 1961 e 2002 foi de,
aproximadamente, 18 vezes o percentual mundial no mesmo período, passando de 63
mil para 1,2 milhão de cabeças (IBGE, 2007), englobando as raças Jafarabadi,
Mediterrâneo e Murrah, sendo que o Estado do Pará possui o maior rebanho brasileiro.
Segundo OLIVEIRA et al. (2005) a população bubalina brasileira está distribuída cerca
de 50% na região Norte, 15% na região Sudeste, 14% no Nordeste, 12% no Centro
Oeste e 9% na região Sul, destacando-se que na região Sudeste a população bubalina
vem aumentando de maneira considerável, com ênfase para a produção leiteira.
Segundo a Federação Internacional de Laticínios (IDF, 2007), a produção
mundial de leite bubalino, em 2002, foi de 70,7 milhões de toneladas, 12,84% da
produção mundial de leite e embora a produção mundial de leite de vacas seja superior
à produção de leite de búfalas (501,5 milhões de toneladas de leite) as estimativas
apontam para o aumento de 48,52% na produção mundial de leite de búfalas no
2
período de 1992 a 2002, bem superior ao aumento verificado na produção de leite de
vaca, de 8,83%, para o mesmo período.
No Brasil, a produção de leite de búfalas é uma atividade que tem crescido nos
últimos anos, particularmente nos estados da região Sudeste, onde já existem vários
laticínios, sendo o leite destinado, quase que na sua totalidade, para a produção de
queijo tipo “muzzarella” (MADELLA-OLIVEIRA et al., 2005). O elevado teor de sólidos
totais, incluindo gordura e proteína (caseína), torna o leite mais calórico e valioso para a
produção de produtos lácteos, tais como queijos, leites fermentados e iogurtes, entre
outros, favorecendo decisivamente o aumento do rendimento na fabricação desses
derivados quando comparado ao rendimento do leite de vaca (NASCIMENTO &
CARVALHO, 1993). Segundo NADER FILHO et al. (1984) e VALE (1999), o rendimento
industrial do leite de búfalas pode chegar, comparativamente, a suplantar o rendimento
do leite bovino em mais de 40%, sendo que produtos como a “muzzarella” podem
atingir no mercado até quatro vezes o valor do similar em bovinos (DAMÉ, 2007).
Pesquisas realizadas demonstraram que os bubalinos apresentam grande
produtividade e capacidade de adaptação às condições brasileiras (JORGE et al., 1997)
e segundo PEREIRA & TAVARES (2007), o ganho de peso de búfalos sob as mesmas
condições de manejo e alimentação, tem revelado superioridade quando comparados a
bovinos, mesmo de raças especializadas. Desta forma, a bubalinocultura passa a ser
uma atividade atraente para produção de carne, tanto em pastagens (MACEDO et al.,
2001), quanto em confinamento (JORGE & FONTES, 2001).
A utilização de técnicas moleculares, que tem permitido o conhecimento de como
determinados genes atuam na determinação de características de interesse econômico,
possibilitará a complementação dos métodos tradicionais de melhoramento, visando
ganhos genéticos adicionais. Para tal, conhecimentos de genética quantitativa e
melhoramento animal deverão ser utilizados no desenvolvimento de estratégias de
melhoramento e seleção, visando incorporar tecnologias moleculares em programas de
melhoramento para obter o máximo de benefício possível da informação gerada pela
genética molecular (LEDUR & SCHMIT, 2000).
3
O mapeamento genômico em animais e plantas, por meio dos cruzamentos
selecionados por marcadores e da manipulação do genoma, representa o primeiro
passo necessário para fazer uso prático das tecnologias baseadas em DNA. Assim,
torna-se aparente que o sucesso do uso de técnicas moleculares visando manipulação
de genes economicamente importantes reside na obtenção de mapas físicos e
genéticos saturados, com uma resolução cada vez mais apurada, descrevendo de
maneira ordenada a constituição genética de espécies animais e vegetais (LEDUR &
SCHMIT, 2000).
Neste contexto, o uso de genes e microssatélites como marcadores moleculares
assume fundamental importância na construção de mapas saturados e conseqüente
estudo de polimorfismos em populações. Os genes, altamente conservados, podem
auxiliar no entendimento da evolução das espécies através de estudos comparativos de
genomas. Já os microssatélites, seqüências de repetição em tandem de dois a cinco
nucleotídeos comuns em genomas de eucariotos, vem sendo muito utilizados para
construção de mapas genômicos devido ao alto grau de polimorfismo e características
de co-dominância na natureza (KAPPES et al, 1997).
Os mapas estruturais do genoma estão divididos em três categorias: o mapa
genético, os mapas físicos (mapa citogenético, mapa de sintenia e mapa RH) e, mais
recentemente, os mapas moleculares. O mapa genético é de grande utilidade, pois
deduz a ordem de marcadores em um mesmo cromossomo e a distância entre eles,
utilizando como critério a freqüência de recombinação meiótica. Estes marcadores, no
entanto, não podem ser designados a cromossomos específicos ou a regiões
específicas em um cromossomo (CHOWDHARY & RAUDSEPP, 2005). Desta forma,
torna-se de fundamental importância o mapeamento físico, onde, utilizando técnicas
envolvendo células somáticas híbridas (SCH) (mapa de sintenia), células somáticas
híbridas irradiadas (mapas RH), hibridização “in situ” (ISH) e hibridização “in situ”
fluorescente (FISH) (mapa citogenético), os marcadores são capazes de mostrar
regiões específicas de cromossomos já conhecidos.
O mapeamento utilizando painel de células somáticas híbridas irradiadas (mapas
RH) provou ser uma poderosa arma na construção de mapas de alta resolução,
4
chegando a ter até dez vezes maior resolução que os mapas genéticos e maior
resolução que os demais mapas criados. A grande vantagem da construção de mapas
RH está na possibilidade de ordenar fisicamente todos os tipos de marcadores,
polimórficos e não polimórficos (genes codificantes), possibilitando o mapeamento de
genes, os quais geralmente se apresentam extremamente conservados durante o
processo evolutivo. Este tipo de mapeamento leva certa vantagem em relação aos
mapas de sintenia (células somáticas híbridas), onde marcadores podem ser indicados
a um determinado cromossomo, porém não ordenados. Leva certa vantagem também
em relação aos mapas genéticos, onde apenas utilizam-se marcadores de DNA que
apresentam polimorfismo, já que a técnica baseia-se na análise de recombinação
meiótica entre marcadores ao longo do cromossomo, dependendo de diferenças
alélicas dentro da população estudada para serem mapeados (CHOWDHARY e
RAUDSEPP, 2005).
A estratégia de mapeamento utilizando painéis de células somáticas híbridas
irradiadas (mapeamanto RH) foi primeiramente descrita por GOSS & HARRIS (1975) e
redescoberta por COX et al. (1990). Atualmente, a cobertura genômica completa foi
alcançada em humanos e a técnica vem sendo estendida ao mapeamento de outras
espécies como camundongo (MCCARTHY et al., 1997), suínos (HAWKEN et al., 1999),
eqüinos (KIGUWA et al., 2000), caninos (PRIAT et al., 1998), felinos (MURPHY et al.,
1999) e bovinos (WOMACK et al., 1997). A partir do projeto de pesquisa iniciado em
2004 no Laboratório de Genômica Comparativa – IBILCE/UNESP, com financiamento
conjunto da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP –
Processo 02/10150-5) e da Fundação Americana “National Science Foundation”
(Processo OISE-0405-743), foi construído, a partir do genoma total do búfalo de rio, um
painel de células somáticas hibridas irradiadas para o mapeamento do genoma
bubalino (AMARAL et al., 2007).
Neste método, uma dose letal de radiação é aplicada nas células do genoma de
interesse, denominadas doadoras, com a função de quebrar, ao acaso, seus
cromossomos em múltiplos fragmentos (COX et al., 1990). Estes fragmentos são
posteriormente incorporados ao genoma de uma célula receptora mutante, geralmente
5
de roedor, através de um processo de fusão celular. Cada clone RH gerado a partir
desta fusão contém uma combinação diferente de fragmentos cromossômicos da célula
doadora incorporado ao genoma da célula receptora, que atinge a estabilidade após
sucessivos processos de divisão celular. Posteriormente, os clones híbridos são
testados quanto à presença ou à ausência de marcadores de DNA do genoma de
interesse. Utilizando métodos estatísticos para a ordenação linear, a distância relativa
entre os diferentes marcadores pode ser determinada.
Apesar de uma população relativamente grande e em crescimento, e levando-se
em consideração que a espécie bubalina já possui importância econômica em muitos
países, o mapeamento do genoma bubalino encontra-se atrasado quando comparado
aos genomas de outras espécies de interesse econômico, possuindo somente 302
marcadores moleculares mapeados (IANUZZI et al., 2003; DI MEO et al., 2006) sendo
que a espécie bovina já possui 17.254 marcadores moleculares mapeados (SNELLING
et al., 2007). Desta maneira, o conhecimento de seu genoma torna-se de fundamental
importância para identificação e manipulação de genes responsáveis por características
de interesse econômico como resistência a parasitos, ganho de peso, produção de
leite, fertilidade, intervalo entre partos (IEP), entre outros, que permitirão o
melhoramento genético desses animais e maior retorno econômico para o setor.
Mundialmente, os búfalos são divididos em duas espécies: o búfalo asiático
(Bubalus bubalis) e o búfalo africano (Syncerus caffer). O búfalo asiático é dividido em
duas subespécies: o búfalo de rio (2n = 50), representada pelas raças Murrah,
Mediterrâneo e Jafarabadi, e o búfalo de pântano (2n = 48), representada pela raça
Carabao ou Rosilho, sendo que os búfalos de rio, são os mais numerosos (IANNUZZI,
1994).
A espécie bubalina, assim como a bovina, pertence a família Bovidae, que é a
mais diversa das nove famílias de Artiodactyla, com 45 gêneros e 124 espécies
(VAUGHAN, 1986). Apesar do número diplóide (2n) de cromossomos dentro dessa
família variar de 30 a 60 cromossomos (OTHMAN, 2004), o número de braços
cromossômicos é relativamente constante, de 56 a 58. BUKLAND & EVANS (1978), em
seus estudos com citogenética, sugeriram que a pequena variação no número de
6
braços cromossômicos é um indicativo de que a evolução cromossômica da família
Bovidae procede de um cariótipo primitivo de 58 cromossomos autossomos
acrocêntricos e um par de cromossomos sexuais (2n = 60). Desta forma, propuseram
que a variabilidade do número diplóide de cromossomos dentro da família Bovidae foi
primeiramente resultado de translocação e posterior fusão cêntrica envolvendo este
cariótipo primitivo inicial, o que indica que dentro dessa família existe uma grande
conservação de material genético.
O cariótipo do búfalo de rio (Bubalus bubalis) (2n = 50) consiste em 5 pares de
cromossomos autossomos submetacêntricos e 19 pares de cromossomos autossomos
acrocêntricos, além de um par de cromossomos sexuais X e Y, enquanto que o bovino
doméstico (Bos taurus) (2n = 60) possui 29 pares de cromossomos autossomos
acrocêntricos e um par de cromossomos sexuais (IANUZZI et al, 2003). Estudos de
citogenética envolvendo cromossomos do búfalo de rio e bovino revelaram um alto grau
de homologia entre bandas, tendo confirmado a hipótese de que os cinco pares de
cromossomos submetacêntricos do búfalo de rio são resultantes de translocações e
posterior fusões cêntricas entre dez pares de cromossomos acrocêntricos do genoma
bovídeo ancestral (EL NAHAS et al., 1997; EL NAHAS et al., 1999; OTHMAN & EL
NAHAS, 1999; DE HONDT et al., 2000).
Assim, considerando o alto grau de homologia de bandas entre os cromossomos
de bovinos e búfalos e levando-se em consideração vários estudos que demonstraram,
através da conservação de genes de um mesmo grupo sintênico, uma extensa
conservação cromossômica entre as duas espécies (IANNUZZI et al., 1990, 1998,
1999, 2001a, 2001b; EL NAHAS et al., 1996; DI MEO et al., 2000; EL NAHAS et al.,
2001; NAVANI et al., 2002), o uso dos mapas físicos e genéticos bovino pode ser
extremamente útil na construção de um mapa genômico comparativo do búfalo de rio,
principalmente levando-se em consideração que o genoma bovino é o mais estudado
entre as espécies de interesse econômico.
A genômica comparativa é um método de análise do genoma que busca ganhar
conhecimentos em uma espécie usando os conhecimentos do genoma de outra
espécie, sendo uma ferramenta poderosa para identificar e estudar os segmentos
7
genômicos conservados entre as espécies. A base do mapeamento comparativo
fundamenta-se no conceito de que os genes ligados em uma espécie mantêm-se
ligados na outra espécie, sendo que a probabilidade da ordem de ligação estar
conservada ou interrompida depende dos rearranjos que ocorreram desde a
divergência evolutiva das espécies que estão sendo estudadas (NADEAU & SANKOFF,
1998). Entre os mamíferos, espera-se que a genômica comparativa auxilie numa maior
compreensão da diversidade fisiológica, fenotípica e metabólica, tanto em níveis
moleculares quanto sistêmicos (LARKIN et al., 2003). Dessa forma, genomas
seqüenciados de mamíferos representam padrões de referência que permitirão o uso
da genômica comparativa como ferramenta para compreender as bases moleculares da
diversidade fenotípica dentro desta classe de vertebrados (O’BRIEN et al., 2001).
O cromossomo 9 do búfalo de rio (BBU9) é acrocêntrico e possui apenas cinco
genes (IL3, EEF2, RASA1, CAST e LDLR) e dois marcadores do tipo microssatélite
(D7S3 e RM006) mapeados por meio da técnica de hibridização “in situ” fluorescente
(FISH) (IANNUZZI et al., 2003). Estes mesmos marcadores já foram mapeados no
cromossomo 7 bovino (BTA7) (BOVMAP, 2007), evidenciando conservação
cromossômica entre as duas espécies (EL NAHAS et al., 2001).
O cromossomo 7 bovino, por sua vez, apresenta 67 genes e 14 marcadores do
tipo microssatélite mapeados pela técnica de células somáticas híbridas irradiadas
(mapa RH) (EVERTS-VAN DER WIND et al., 2004). Neste cromossomo, equivalente ao
cromossomo 9 bubalino (BBU9), são encontrados diversos genes relacionados com o
funcionamento do sistema imune que ainda não foram mapeados em búfalo como o
IL4, IL12B, CD14, CD74, IRF1 e AZU1 (BOVMAP, 2007). Além disso, também já foram
identificados no BTA7, alguns “loci” de características quantitativas (QTL) relacionados
com taxa de ovulação (KIRKPATRICK et al., 2000), taxa de nascimento de gêmeos
(LIEN et al., 2000), contagem de células somáticas e incidência de distocias (KUHN et
al., 2003).
Dentre os genes de interesse mapeados no BTA7, encontram-se aqueles
codificantes das interleucinas, que são proteínas secretadas pelas células da imunidade
inata e adaptativa, mais especificamente pelos leucócitos, atuando principalmente em
8
outros leucócitos, tendo inúmeras funções dentro do sistema imune (ABBAS &
LICHTMAN, 2005). O gene IL3, indicado por FISH na região 9q15 do cromossomo 9
bubalino (IANNUZZI et al., 2003), codifica a proteína interleucina 3, responsável por
atividades como o estimulo do crescimento e maturação de eosinófilos, neutrófilos e
monócitos, a diferenciação e a ativação mastocítica e basofílica e a ativação de
eosinófilos (TIZARD, 1998). Em suínos, ANDREW e colaboradores (2006) descobriram
que a interleucina 3 pode ser utilizada de maneira eficiente como adjuvante em vacinas
contra a Peste Suína Clássica. Já o gene IL4, que codifica a proteína interleucina 4, é
responsável por estimular a produção de anticorpos IgE (reações alérgicas) e participar
do desenvolvimento de células TH2 a partir de células T auxiliares CD4+ naive. O gene
IL12B, também localizado no cromossomo 7 bovino, codifica a interleucina 12B. Esse
gene encontra-se ativo, principalmente, em macrófagos e células dendríticas, que
produzem e liberam essas proteínas, responsáveis indiretamente pelo combate a
microorganismos intracelulares (ABBAS & LICHTMAN, 2005).
O gene IRFl também tem importante função no sistema imune e codifica o fator
regulatório de interferon, responsável pela ativação do interferon tipo I e outros
interferons produzidos (FUJITA et al., 1989), além de possuir atividades
antioncogênicas (HARADA et al., 1993). Em humanos, este gene está localizado na
região 5q3 1.1, sendo que, recentemente, foi provado que a sua deleção, devido a
anomalias envolvendo a deleção do braço longo do cromossomo 5 humano, pode ser
um dos principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento dos quadros de leucemia
mielóide aguda (AML) e das síndromes mielodisplásicas (MDS) (WILLMAN, 1993).
Outros genes importantes também são encontrados no BTA7, como o gene
RASA1, responsável por codificar a proteína ativadora de GTPase, participante do
processo de transdução de sinais iniciada por hormônios (VOET et al., 2002) e o gene
COMP, responsável por codificar uma proteína que atua no desenvolvimento de tecido
músculo-esquelético, incluindo condrócitos, osteoblastos e células formadoras de
tendões e ligamentos (LIU, 2005). Segundo SONG et al. (2003), mutações neste gene
em humanos são responsáveis por dois tipos de displasia do tecido ósseo, a
pseudoacondroplasia (PSACH) e a displasia múltipla de epífise (MED).
9
Assim, levando-se em conta a riqueza de informações encontradas no
cromossomo 7 bovino, o mapeamento comparativo paralelo com o cromossomo 9
bubalino permitirá um maior conhecimento dos genes presentes neste cromossomo,
auxiliando na compreensão da evolução e da fisiologia desta espécie, trazendo
informações importantes para futura manipulação de genes envolvidos em
características economicamente importantes, sendo possível, inclusive, a utilização das
informações geradas em programas de melhoramento genético desta espécie, já que
os marcadores moleculares aumentam a acurácia da estima de ganho genético para
um determinado indivíduo.
10
II. OBJETIVOS
O presente trabalho teve como objetivos:
1. Avaliar o aproveitamento de pares de “primers” para PCR de marcadores já
mapeados no BTA7 para o mapeamento do BBU9;
2. Gerar grupos de ligação com os marcadores mapeados no cromossomo 9
bubalino;
3. Comparar a organização dos grupos de ligação obtidos para o cromossomo 9
bubalino com aqueles descritos para o cromossomo 7 bovino.
11
III. MATERIAL E MÉTODOS
1. Seleção dos marcadores para o mapeamento do cromossomo 9 bubalino
Para mapeamento de genes codificantes e microssatélites no cromossomo 9 do
búfalo de rio foram utilizados “primers” para PCR descritos na literatura e previamente
utilizados no mapeamento do cromossomo 7 bovino (BTA7). Dentre os genes
selecionados, dois (IL3 e RASA1) foram previamente indicados como pertencentes ao
cromossomo 9 bubalino por meio da técnica de hibridização “in situ” fluorescente (FISH)
(IANNUZZI et al., 2003).
Para a seleção dos marcadores foram utilizadas informações de mapas do
cromossomo 7 bovino, disponíveis nos bancos de dados públicos NCBI e BOVMAP
(NCBI, 2007). Dentre os mapas consultados no banco de dados americano NCBI –
“Map Viewer” (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/mapview/), constam o mapa de ligação
gerado pelo “United States Department of Agriculture” (USDA) – “Meat Animal Research
Center” - USA (MARC) (USDA – ARS, 2007)
(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?Db=genomeprj&cmd=ShowDetailView&TermT
oSearch=17371), que apresenta a ordem linear e a posição dos marcadores, na sua
maioria microssatélites, e o mapa RH produzido em conjunto pela “University of Illinois”
e pela “Texas A&M University” (ILTX), que contém informações da terceira geração de
mapas RH do genoma bovino publicado por EVERTS-VAN DER WIND e colaboradores
(2005), incluindo 3484 marcadores, entre eles genes, etiquetas de seqüências
expressas (ESTs) e microssatélites. Foi utilizado também o banco de dados europeu
BOVMAP (http://dga.jouy.inra.fr/cgi-bin/lgbc/main.pl?BASE).
12
2. Otimização das reações de PCR com DNA bubalino
Com a intenção de selecionar os marcadores adequados para genotipagem com
as linhagens do painel BBURH5000, foram realizadas reações de PCR com gradiente de
temperatura de anelamento visando à obtenção de um produto de PCR único com DNA
bubalino, podendo este ser búfalo específico ou diferenciado do produto de PCR com
DNA de hamster. Para realização desses experimentos, utilizou-se um termociclador do
tipo gradiente PTC-200™ (M.J.Research), com bloco para 96 amostras distribuídas em
12 colunas e 8 linhas. Em cada coluna, o termociclador programa uma temperatura de
anelamento pré-determinada. As temperaturas utilizadas nas 12 colunas foram,
respectivamente: 50ºC; 50,4ºC; 51,2ºC; 52,5ºC; 54,2ºC; 56,4ºC; 58,9ºC; 61ºC; 62,7ºC;
63,9ºC; 64,7ºC e 65 ºC.
Nos experimentos com gradiente de temperatura de anelamento, cada marcador
foi testado com:
- DNA bovino, em temperaturas variando de 50ºC a 65ºC, para verificar a
qualidade do “primer” a ser utilizado uma vez que estes foram inicialmente desenhados
para o mapeamento do genoma bovino (controle positivo).
- DNA de hamster, provenientes dos fibroblastos utilizados na formação do painel
BBURH5000, em temperaturas variando de 50ºC a 65ºC, para verificar se as
amplificações geradas poderiam interferir nas amplificações geradas pelo DNA
bubalino.
- DNA bubalino, provenientes dos fibroblastos utilizados na formação do painel
BBURH5000, em temperaturas variando de 50ºC a 65ºC, para verificar a presença de
amplificação e assim escolher a temperatura ideal de anelamento, levando em conta as
amplificações geradas em hamster.
- Além disso, utilizou-se o controle negativo, ou seja, reação de PCR sem a
adição de DNA.
13
As reações de PCR foram feitas em um volume total de 10µl, utilizando 2µl de
DNA (25 ng/µl), 0,2 mM de “primer” sense, 0,2 mM de “primer” antisense, 100 mM de
dNTP, 10mM Tris pH 9, 50 mM KCl, 1,5 mM de MgCl2 e 0,5 unidade de Taq DNA
polimerase (AmpliTaq Gold™, Promega e Easy). Os ciclos para a amplificação da
reação de PCR foram os seguintes: desnaturação inicial de 2 minutos a 94ºC, seguida
de 35 ciclos com desnaturação a 94ºC por 30 segundos, anelamento variando de 50-
65ºC por 30 segundos e extensão a 72ºC por 30 segundos. A extensão final foi de 72ºC
por seis minutos.
Os produtos de PCR (bovino, hamster e bubalino) foram submetidos a corrida
em gel de agarose a 2% (100 mL de tampão TBE 1X – formado por tris, ácido bórico e
EDTA - para 2 gramas de agarose comum), corado com brometo de etídeo (2µl em
cada 100 mL de gel). A corrida foi realizada em cuba média, durante 30 minutos,
utilizando voltagem de 250 V e amperagem de 100 A. Os géis foram visualizados em
transiluminador e posteriormente fotodocumentados com câmera digital DC290
KODAK™ e analisados com o programa EDAS (próprio da câmera digital DC290
KODAK™).
3. Genotipagem dos marcadores utilizando o painel BBURH5000
O painel utilizado na genotipagem dos marcadores, denominado BBURH5000,
contém 90 linhagens de células somáticas híbridas irradiadas, geradas a partir da fusão
entre fibroblasto de búfalo e de hamster. A fragmentação dos cromossomos do genoma
bubalino foi obtida submetendo-se as células a um total de 5000 “rads” de irradiação X
(AMARAL et al., 2007).
Os pares de “primers” selecionados a partir dos experimentos de PCR com
gradiente de temperatura de anelamento, foram utilizados na genotipagem dos
respectivos marcadores nas 90 linhagens híbridas búfalo/hamster do painel BBURH5000.
Cada marcador foi genotipado duas vezes com todas as linhagens híbridas, incluindo
DNA parental de búfalo e de hamster e um controle negativo, para evitar a ocorrência
14
de resultados falso positivos ou falso negativos. Nos casos em que as linhagens
apresentaram produtos de PCR duvidosos, estas foram testadas uma terceira vez.
O padrão de presença e ausência dos produtos de PCR de cada marcador nas
linhagens híbridas foi registrado em uma tabela do tipo “Excel”, a qual foi analisada
estatisticamente pelo pacote estatístico rh_tsp_map (AGARWALA et al. 2000)
(ftp://ftp.ncbi.nih.gov/pub/agarwala/rhmapping/rh_tsp_map.tar) e CONCORDE
(APPLEGATE et al. 1998) (http://www.isye.gatech.edu/~wcook/rh/) ligado a Qsopt
(website http:// www.isye.gatech.edu/~wcook/qsopt), seguindo procedimentos já
utilizados na construção dos mapas de outros cromossomos da espécie bubalina, como
demonstrado nos trabalhos de AMARAL et al. (2007), MIZIARA et al. (2007) e
STAFUZZA et al. (2007). O software “rh_tsp_map” e “CONCORDE” foram originalmente
desenvolvidos para a construção de mapas RH do genoma humano, sendo atualmente
também aplicados na construção de mapas dos genomas de equinos, ovinos, felinos,
caninos, etc., além do genoma bubalino ( SCHAFFER et al., 2007).
A análise estatística foi realizada pelos pesquisadores Doutor Alejandro Schaffer
e Doutora Richa Agarwala, do “National Institutes of Health” (NIH) dos Estados Unidos,
os quais são colaboradores do Programa Internacional do Mapeamento do Genoma
Bubalino.
A análise dos dados de RH para a ordenação dos “loci” foi realizada pela função
de máxima verossimilhança (MLE – Maximum likelihood) como descrita por MENOTTI-
RAYMOND et al. (2003), para a construção de um mapa consenso, onde os
marcadores foram escolhidos de forma que sua ordem ótima fosse a mesma para as
três variantes do critério “MLE” que diferem no tratamento dos valores computados
como 2 (incerteza) nos dados de cada marcador, resultando na distribuição dos
marcadores em grupos de ligação.
15
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO
1.Seleção dos marcadores para o mapeamento do cromossomo 9 bubalino
Foram selecionados do banco de dados NCBI (mapas do genoma bovino MARC
e ILTX) e do banco de dados BOVMAP, pares de “primers” para PCR de 26 marcadores
derivados do BTA7. Destes, 22 (ACP5, AZU1, CACH1, CCNH, CD14, COMP, CRTL1,
DNM2, F12, GABRA1, GNPI, GUK1, ICAM3, IL3, IL4, IL12B, INSL3, IRF1, MBD3,
MEF2C, RASA1, VDAC1) são genes e 04 (BM1557, BMS1331, BMS2258, RM006) são
microssatélites. Dentre os marcadores selecionados, 02 genes (IL3 e RASA1) e 01
microssatélites (RM006) haviam sido previamente indicados ao BBU9 por meio da
técnica de FISH (IANNUZZI et al., 2003).
2. Otimização das reações de PCR com DNA bubalino
Dos 26 pares de “primers” para PCR testados nos experimentos com gradiente
de temperatura de anelamento, 18 apresentaram produtos de PCR búfalo-específico,
mostrando-se adequados para serem genotipados com o DNA das linhagens híbridas
do painel BBURH5000, sendo 16 genes: ACP5, CCNH, COMP, CRTL1, GNPI, GUK1,
ICAM3, IL3, IL4, IL12B, INSL3, IRF1, MBD3, MEF2C, RASA1, VDAC1 e 02
microssatélites: BM1557 e BMS2258.
Está ilustrado na Figura 1 o resultado da amplificação obtida com o par de
“primers” correspondente ao gene CRTL1, a partir da reação de PCR com gradiente de
temperatura de anelamento. Observa-se que em temperaturas próximas a 64ºC é
possível obter um produto de PCR único e específico com DNA de búfalo e ausência de
produto de PCR com o DNA de hamster. Assim, este e os demais 17 pares de “primers”
16
para PCR que apresentaram produtos únicos de PCR búfalo-específico foram
selecionados para posterior genotipagem do marcador com as linhagens do painel
BBURH5000.
Figura 1. Gel de agarose a 2% corado com brometo de etídeo, mostrando uma reação de PCR com gradiente de temperatura de anelamento com o marcador CRTL1. Parte A: DNA bovino utilizado como controle positivo. Parte B: DNA de hamster. Parte C: DNA bubalino. 1: marcador de peso molecular 100 bp. A.2-A.7 e B.2-B.7: diferentes temperaturas de anelamento utilizadas: 50,4ºC; 52,5ºC; 56,4ºC; 61ºC; 63,9ºC e 65ºC, respectivamente. C.2-C.11: diferentes temperaturas de anelamento utilizadas: 50,4ºC; 51,2ºC, 52,5º C; 54,2ºC; 56,4ºC; 58,9ºC; 61ºC; 62,7ºC, 63,9ºC e 64,7ºC, respectivamente. b: controle negativo da reação de PCR. Nota-se que o primer gera produto de PCR com DNA bubalino entre as temperaturas de 50,4ºC a 64,7ºC. Selecionou-se a temperatura de 64ºC (interior do quadrado), como a temperatura ideal para os experimentos de PCR com este marcador.
A temperatura de anelamento elevada aumenta a especificidade dos primers,
exigindo um alto grau de homologia com o DNA de interesse (AUDY et al., 1996). Desta
forma, ressalta-se a importância da realização das reações de PCR com gradiente de
C
b
1 2 3 4 5 6 7 2 3 4 5 6 7
A B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
17
temperatura de anelamento, uma vez que os “primers” utilizados em búfalo foram
desenhados a partir de sequências do genoma bovino.
A partir dos experimentos de PCR com gradiente de temperatura foram excluídos
oito marcadores do conjunto, sendo seis genes (AZU1, CACH1, CD14, DNM2, F12 e
GABRA1) e dois microssatélites (BMS1331 e RM006). Destes, três não geraram
produto de amplificação com o DNA bubalino e bovino (AZU1, CACH1 e CD14), um
apresentou amplificação fraca do DNA bubalino e bovino (BMS1331) e quatro
apresentaram amplificações inespecíficas com o DNA bubalino e bovino (DNM2, F12,
GABRA1 e RM006). Desta forma, embora tenham sido excluídos estes oito
marcadores, não pode ser descartada a possibilidade da presença da seqüência
homóloga em búfalo, uma vez que os “primers” utilizados, específicos para a espécie
bovina, não amplificaram produtos de PCR ou amplificaram produtos de PCR
inespecíficos para a própria espécie bovina.
Está ilustrado na Figura 2 o resultado da amplificação obtida com o par de
“primers” correspondente ao marcador RM006. Os produtos obtidos em búfalo e bovino
são inespecíficos. Assim, esse marcador também foi excluído dos experimentos de
genotipagem com as linhagens do painel BBURH5000.
18
Figura 2. Gel de agarose a 2% corado com brometo de etídeo, mostrando a reação de PCR com gradiente de temperatura de anelamento com o marcador RM006. Parte A: DNA bovino utilizado como controle positivo. Parte B: DNA de hamster. Parte C: DNA bubalino. 1: marcador de peso molecular 100 bp. A.2-A.7 e B.2-B.7: diferentes temperaturas de anelamento utilizadas: 50,4ºC; 52,5ºC; 56,4ºC; 61ºC; 63,9ºC e 65ºC, respectivamente. C.2-C.11: diferentes temperaturas de anelamento utilizadas: 50,4ºC; 51,2ºC, 52,5º C; 54,2ºC; 56,4ºC; 58,9ºC; 61ºC; 62,7ºC, 63,9ºC e 64,7ºC, respectivamente. b: controle negativo da reação de PCR.
3. Genotipagem dos marcadores utilizando o painel BBURH5000
Depois de verificado o padrão de amplificação dos 18 pares de “primers” para
PCR que geraram produtos adequados ao mapeamento RH, estes foram submetidos
aos experimentos de PCR com o DNA das linhagens do painel BBURH5000, para
determinar o padrão de presença ou ausência dos produtos de PCR nas diferentes
linhagens.
As Figuras 3, 4, 5 e 6 ilustram géis de agarose de reações de PCR com o par de
“primers” do gene COMP com todas as linhagens do painel BBURH5000. A partir dos
1 2 3 4 5 6 7 2 3 4 5 6 7
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
A B
C
b
19
resultados obtidos, podemos observar a presença de produto de PCR em 29 das 90
linhagens (8, 22, 33, 44, 47, 62, 66, 76, 80, 82, 87, 90, 92, 95, 97, 110, 112, 114, 117,
122, 126, 131, 132, 137, 141, 150, 151,162 e 163), sendo a linhagem 38 considerada
como duvidosa.
Figura 3. Gel de agarose 2% corado com brometo de etídeo mostrando o padrão de
amplificação do marcador COMP em parte das linhagens híbridas do painel
BBURH5000. M: marcador de peso molecular 100 bp. B: DNA bubalino. R:
DNA de hamster. 02 a 51: DNA das linhagens híbridas búfalo/hamster do
painel BBURH5000. b: controle negativo da reação de PCR. Observa-se a
presença de produtos de PCR nas linhagens 8, 22, 33, 44 e 47, bem como no
DNA bubalino parental.
M B R 2 5 8 9 15 17 21 22 23 24 25 26 27
M 30 31 33 38 39 44 47 48 51 B R b
20
Figuras 4. Gel de agarose 2% corado com brometo de etídeo mostrando duas
repetições do padrão de amplificação do marcador COMP em parte das
linhagens híbridas do painel BBURH5000. M: marcador de peso molecular
100 bp. B: DNA bubalino. R: DNA de roedor. 53 a 93: DNA das linhagens
híbridas búfalo/roedor do painel BBURH5000. b: controle negativo da
reação de PCR. Observa-se que houve produtos de amplificação nas
linhagens 62, 66, 76, 80, 82, 87, 90 e 92, bem como no DNA bubalino
parental.
M 53 55 62 63 66 67 70 71 72 75 76 78 79 80 81 82
M 85 86 87 89 90 91 92 93 B B R R b
21
Figuras 5. Gel de agarose 2% corado com brometo de etídeo mostrando duas
repetições do padrão de amplificação do marcador COMP em parte das
linhagens híbridas do painel BBURH5000. M: marcador de peso molecular
100 bp. B: DNA bubalino. R: DNA de roedor. 94 a 131: DNA das linhagens
híbridas búfalo/roedor do painel BBURH5000. b: controle negativo da
reação de PCR. Observa-se que houve produtos de amplificação nas
linhagens 95, 97, 110, 112, 114, 117, 122, 126, 131, bem como no DNA
bubalino parental. OBS: As linhagens 127 e 131, que estão em negrito no
segundo gel, fazem parte da primeira genotipagem
M 94 95 97 98 100 102 103 104 105 106 110 111 112 113 114 116
M 117 120 121 122 123 126 127 131 127 131 B B R R b
22
Figuras 6. Gel de agarose 2% corado com brometo de etídeo mostrando duas repetições do
padrão de amplificação do marcador COMP em parte das linhagens híbridas do
painel BBURH5000. M: marcador de peso molecular 100 bp. B: DNA bubalino. R: DNA
de roedor. 02 a 51: DNA das linhagens híbridas búfalo/roedor do painel BBURH5000.
b: controle negativo da reação de PCR. Observa-se que houve produtos de
amplificação nas linhagens 132, 137, 141, 150, 151,162 e 163 bem como no
DNA bubalino parental.
Dos 18 pares de “primers” submetidos aos experimentos de PCR com as
linhagens do painel BBURH5000, oito deles (ACP5, BM1557, BMS2258, GNPI, IL3,
INSL3, MBD3, VDAC1), embora tenham apresentado amplificações diferenciadas entre
búfalo e hamster durante os experimentos de gradiente de temperatura de anelamento,
não amplificaram ou tiveram amplificações inespecíficas no painel RH. Por esse motivo,
após várias tentativas, foram também excluídos, restando dez marcadores com
resultados adequados.
M 132 133 134 137 138 139 141 143 144 145 146 147 148 150 151 153
M 158 159 162 163 B B R R b
23
A Tabela 1 apresenta informações dos dez marcadores genotipados no painel
RH, incluindo a seqüência dos “primers” utilizados, temperatura de anelamento e a
freqüência de retenção dos marcadores nas diferentes linhagens do painel.
O valor da freqüência de retenção foi obtido a partir do cálculo da porcentagem
de linhagens do painel classificadas como positivas para o respectivo marcador em
relação ao número total de linhagens, o qual apresentou uma variação de 10%, para o
gene CRTL1, a 32% para o gene COMP.
O padrão de presença e ausência dos produtos de PCR nas linhagens híbridas
dos dez genes selecionados foram registrados em tabela do tipo “Excel”, como
exemplificado na Tabela 2, e foram analisados pelos colaboradores do NIH-USA, como
descrito nos trabalhos de AMARAL et al. (2007), MIZIARA et al. (2007) e STAFUZZA et
al. (2007).
As análises estatísticas distribuíram os dez marcadores em três grupos de
ligação utilizando LOD score 7. Seis marcadores foram agrupados em dois grupos de
ligação contendo 3 marcadores (CCNH/MEF2C/RASA1 e ICAM3/IRF1/IL4). O
marcador COMP mostrou-se ligado com o gene RFXANK, formando um grupo de
ligação com dois marcadores. O gene RFXANK não foi analisado neste trabalho, mas
consta do banco de dados de marcadores mapeados do genoma bubalino.
Três marcadores (CRTL1, GUK1 e IL12B), não apresentaram ligação com os
outros marcadores analisado. Este fato, associado à distribuição dos demais 7
marcadores em grupos de ligação pequenos, indicam que a genotipagem de um maior
número de marcadores será necessária para determinar corretamente a ordem e a
distância dos marcadores dos respectivos grupos de ligação.
No entanto, a partir dos grupos de ligação gerados para o cromossomo 9
bubalino, foi possível realizar comparações importantes com o cromossomo 7 bovino.
Para comparação, foi utilizado o mapa de seqüência do BTA7 (NCBI – Bos taurus Build
3.1, disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/mapview/maps.cgi?taxid=9913&chr=28),
que possui tamanho de 101Mb, sendo que os genes estudados encontram-se alinhados
na seguinte ordem: RFXANK, GUK1, COMP, ICAM3, IL4, IRF1, IL12B, CRTL1, RASA1,
CCNH e MEF2C (Figura 4). Foi utilizado também o mapa RH do BTA7 (EVERTS-VAN
24
DER WIND et al., 2004), com o intuito de analisar a quais grupos de ligação cada gene
estudado pertence no BTA7.
Os genes RASA1, CCNH e MEF2C, determinados neste trabalho como
pertencentes ao mesmo grupo de ligação em bubalinos, estão também ligados no BTA7
(grupo de ligação 3) (EVERTS-VAN DER WIND et al., 2004), encontrando-se nas
seguintes posições: RASA1 (78,791 Mb), CCNH (78,794 Mb) e MEF2C (80,03 Mb).
Além disso, o gene CRTL1, que no BBU9 não foi ligado a nenhum outro dos genes
analisados, pertence também ao mesmo grupo de ligação que os genes RASA1, CCNH
e MEF2C no BTA7, e está localizado logo acima do gene RASA1 (78,791 Mb), na
posição 78,21 Mb, sendo que juntos, ocupam um espaço de 1,82 Mb (menos que 2%
da região total do cromossomo) (Figura 4). Segundo NADEAU & SANKOFF (1998),
genes presentes em segmentos genômicos conservados apresentam uma tendência a
se manterem ligados no genoma de espécies relacionadas, porém a ordem desses
genes no segmento podem se apresentar alterada. Desta maneira, é necessário a
genotipagem de um maior número de genes nesta região para indicar a posição deste
gene no BBU9.
Os genes ICAM3, IL4 e IRF1, também determinados neste trabalho como
pertencentes ao mesmo grupo de ligação em bubalinos, estão também ligados no BTA7
(grupo de ligação 1) (EVERTS-VAN DER WIND et al., 2004), nas seguintes posições:
ICAM3 (10,76 Mb), IL4 (19,62 Mb) e IRF1 (19,76 Mb); Assim, estão numa região de 9
Mb (Figira 4). É interessante observar que, no BTA7, esses genes ICAM3, IL4 e IRF1
estão distantes 58,45 Mb dos genes RASA1, CCNH e MEF2C e desta maneira, assim
como em bubalinos , estão em grupos de ligação diferentes no BTA7 (NCBI – Bos
taurus Build 3.1; EVERTS-VAN DER WIND et al., 2004).
Os genes RFXANK, GUK (3,072 Mb) e COMP (4,39 Mb), no BTA7, estão
próximos,ocupando juntos um espaço de 4,39 Mb (Figura 4), e pertencem ao mesmo
grupo de ligação que os genes ICAM3, IL4 e IRF1 (grupo de ligação 1) (EVERTS-VAN
DER WIND et al., 2004), sendo a distância entre o gene COMP e o gene ICAM3 de 6,4
Mb (Figura 4). Neste trabalho, foi possível observar que o marcador COMP mostrou-se
25
ligado com o gene RFXANK, enquanto o gene GUK1 não apresentou-se ligado a
nenhum outro marcador do conjunto.
Além dos genes CRTL1 e GUK1, o gene IL12B também não apresentou ligação
com nenhum outro marcador analisado neste trabalho. No BTA7, este gene encontra-se
na posição 65,1 Mb, distante 13,11 Mb do gene CRTL1 e 45,34 Mb do gene IRF1
(Figura 4), fazendo parte do grupo de ligação 2 (EVERTS-VAN DER WIND et al., 2004).
Assim, a posição deste gene no cromossomo bovino em relação a posição dos outros
genes analisados, pode explicar, em bubalinos, porque este gene não foi ligado a
nenhum outro gene, sendo necessário a inclusão de um número maior de marcadores
nesta região cromossômica para que se possa definir a sua verdadeira posição.
A partir dos resultados obtidos e da comparação dos grupos de ligação
encontrados no BBU9 com o BTA7, podemos observar que, além dos 7 marcadores já
mapeados por FISH no BBU9 (IL3, EEF2, RASA1, CAST, LDLR, D7S3 e RM006)
(IANNUZZI et al., 2003), pela primeira vez obteve-se produto de PCR com DNA
bubalino para outros 9 genes (CCNH, COMP, CRTL1, GUK1, ICAM3, IL4, IL12B, IRF1
e MEF2C), totalizando 16 genes que podem ser comparados entre o BBU9 e o BTA7.
Esses dados reforçam a teoria já demonstrada por vários autores (IANNUZZI et
al., 1990; EL NAHAS et al., 1996; IANNUZZI, 1998; IANNUZZI et al., 1999; DI MEO et
al., 2000; EL NAHAS et al., 2001; IANNUZZI et al., 2001 a; IANNUZZI el al., 2001 b;
NAVANI et al., 2002) de que, dentro da Família Bovidae, ocorre uma conservação de
braços cromossômicos, onde o número diplóide de cromossomos variam, porém grupos
de genes apresentam-se conservados dentro dos braços cromossômicos (conservação
de sintenia).
Dessa forma, a genotipagem de um maior número de genes em cromossomos
bubalinos, obtendo mapas cada vez mais saturados, juntamente com o uso da
genômica comparativa, serão passos fundamentais na compreensão da evolução do
genoma dessa espécie bem como para o entendimento da dinâmica dos genes dentro
de cada cromossomo, facilitando o estudo das funções e interações dos mesmos e a
manipulação daqueles de interesse econômico para estudos adicionais.
26Tabela 1. Marcadores derivados do BTA7, genotipados no painel BBURH5000, incluindo seqüência e referência
dos primers, temperatura de anelamento (TA) selecionada e freqüência de retenção (FR).
Símbolo do
MarcadorTipo
FR
(%)Forward primer (5’-3’) Reverse primer (5’-3’)
TA
(ºC)Referência
CCNH Gene 24 AAGCTTTCCAGTACCTCTCTC CAGGCTTTGGTCTTCAGTAA 60Everts van-der Wind et al.
(2004)
COMP Gene 32 AGAACATCATCTGGGCCAACCT CCGCCACACAGACACACTTTAT 64Everts van-der Wind et al.
(2004)
CRTL1 Gene 10 GGCTACATCATCCCAGTGAAGT CAACCTCTCAGAGCCTCAGTTT 64Everts van-der Wind et al.
(2004)
GUK1 Gene 17 ATAAAGAAGGCCCAAGGCACTG AAGAGACAAGGTCCTCCAAGCA 60Everts van-der Wind et al.
(2004)
ICAM3 Gene 22 CATGACATTTACCACCTGACG TTGAAGATAGGTACAGCCAAGC 50Everts van-der Wind et al.
(2004)
IL4 Gene 17 GTGCTGGACATCTGCAAGTG ACATTCAGGTCTGTGATCCATG 57 Kappes et al. (1997)
IL12B Gene 14,44 CCAAATGCCAGGACCTCACAGT GGCTGCCACTCTTTCCTCTGTCT 64 NCBI-ePCR
IRF1 Gene 20 GGGTCACACAGGTAGTCATCAT ATGTGCTAGGACCCATACAGAG 65Everts van-der Wind et al.
(2004)
MEF2C Gene 21 AGAGCTGGACACAGTTTGACCT CCTGCTAGAGCAAAGACTCAGA 65Everts van-der Wind et al.
(2004)
RASA1 Gene 16 CAGTGTTCTGCATGGATTCAGC GAGCAGTTCCCAGCAGAATCTT 65Everts van-der Wind et al.
(2004)
27Tabela 2. Padrão de presença e ausência obtido para os 10 genes analisados, em parte das linhagens do painel
BBURH5000 .
0: Ausência do produto de PCR na linhagem do painel BBURH5000
1: Presença do produto de PCR na linhagem do painel BBURH5000
2: Não definido (dúvida)
2 5 8 9 15 17 21 22 23 24 25 26 27 30 31 33 38
CCNH 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1
COMP 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0
CRTL1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
GUK1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
ICAM3 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
IL12B 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
IL4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
IRF1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
MEF2C 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
RASA1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0
28
Figura 7. Representação esquemática do mapa de seqüência do BTA7 (NCBI –
Bos taurus Build 3.1), com tamanho de 101 Mb, destacando a posição
dos marcadores no BTA7 que foram genotipados no BBU9.
00 MMbb FFRRXXAANNKK
GGUUKK11
CCOOMMPP
IICCAAMM33IILL44
IIRRFF11
IILL1122BB
MMEEFF22CC
CCRRTTLL11
RRAASSAA11
CCCCNNHH
110011 MMbb
1100
2200
3300
4400
5500
6600
7700
8800
9900
44,,3399 MMbb
99,,0000 MMbb
11,,8822 MMbb
66,,3377 MMbb
4455,,3344 MMbb
1133,,1111 MMbb
5588,,4455 MMbb
29
V. CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que:
1. Marcadores derivados do cromossomo 7 bovino, incluindo genes e
microssatelites, podem ser utilizados no mapeamento do cromossomo 9
bubalino, já que pela primeira vez obteve-se produto de PCR com DNA bubalino
para os genes: CCNH, COMP, CRTL1, GUK1, ICAM3, IL4, IL12B, IRF1 e
MEF2C;
2. As analises de ligação com os 10 marcadores genotipados no painel BBURH5000
distribuiu os mesmos em dois grupos de ligação contendo 3 marcadores
(CCNH/MEF2C/RASA1 e ICAM3/IRF1/IL4) e um grupo de ligação com 2
marcadores (RFXANK/COMP);
3. A análise comparativa entre os grupos de ligação do BBU9 e do BTA7 revelou a
presença dos mesmos grupos de ligação nos cromossomos de ambas espécies,
indicando conservação de sintenia entre os mesmos.
30
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAS, A. K; LICHTMAN, A. H. Imunologia celular e molecular. 5. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005. 580 p.
AGARWALA, R. et al. A fast and scalable radiation hybrid map construction and
integration strategy. Genome Research, Cold Spring Harbor, v. 10, n. 3, p. 350-364,
2000.
AMARAL, M. E. J. et al. Construction of a river buffalo (Bubalus bubalis) whole- genome
radiation hybrid panel and preliminary RH mapping of chromosomes 3 and 10. Animal
Genetics, Oxford, v. 38, n. 3, p. 311–314, 2007.
ANDREW, M. et al. Porcine interleukin-3 enhances DNA vaccination against classical
swine fever. Vaccine , Oxford, v. 24, n. 16, p. 3241-3247, 2006.
APPLEGATE, D. et al. On the solution of traveling salesman problems. Documenta
mathematica, extra volume. In: INTERNATIONAL CONGRESS OF MATHMATICS, 3,
1998, p. 645-656.
AUDY, P. et al. Rapid and sensitive PCR-based assay for concurrent detection of
bacteria causing common and halo blights in bean seed. Phytopathology, Saint Paul,
v.86, p.361-366, 1996.
BOVMAP. Database. Disponível em: <http://locus.jouy.inra.fr/cgi-bin/bovmap/intro2.pl>.
Acesso em: 15 nov. 2007.
BUKLAND, R. A.; EVANS, H. J. Cytogenetic aspects of phylogeny in the Bovidae, g-
banding. Cytogenetics and Cell Genetics, Basel, v. 21, p. 42-63, 1978.
CHOWDHARY, B. P.; RAUDSEPP, T. Mapping genomes at the chromosome level. In:
RUVINSKY, A.; MARSHALL GRAVES, J. A. Mammalian genomics. Cambridge: CABI
Publishing, 2005. p. 23-65.
31
COX, D. R. et al. Radiation hybrid mapping: a somatic cell genetic method for
constructing high-resolution maps of mammalian chromosomes. Science, London, v.
250, n. 4978, p. 245-250, 1990.
DAMÉ, M. C. F. Bubalinocultura no sul do Brasil. Disponível em:
<http://www.clubedofazendeiro.com.br/Cietec/artigos/ArtigosTexto.asp?Codigo=613>
Acesso em: 15 nov. 2007.
DE HONDT, H. A. et al. Mapping of eight molecular markers to river buffalo
chromosomes and the confirmation of the nature of chromosomes 2 and 3. Journal
Egypt German Society Zoology, Cairo, v. 3C, p. 39-48, 2000.
DI MEO, G. P. et al. Mapping of 11 genes by FISH to BTA2, BBU2q, OAR2q and CH12,
and comparison with HSA2q. Animal Genetics, Oxford, v. 37, n. 3, p. 299-300, 2006.
DI MEO, G. P. et al. Thirteen type I loci from HSA4q,HSA6p,HSA7q and HSA12q were
comparatively FISH-mapped in four river buffalo and sheep chromosomes.
Cytogenetics Cell Genetics, Basel, v. 90, n. 1-2, p.102 –105, 2000.
EL NAHAS, S. M. et al. Assignment of new loci to river buffalo chromosomes confirms
the nature of chromosomes 4 and 5. Journal Animal Breeding Genetics, Hamburg, v.
116, n. 1, p. 21-28, 1999.
EL NAHAS, S. M. et al. Current status of the river buffalo (Bubalus bubalis L.) gene
map. The Journal of Heredity, Washington, v. 92, n. 3, p. 221-225, 2001.
EL NAHAS, S. M. et al. Synteny mapping in river buffalo. Mammalian Genome, New
York, v. 7, n. 11, p. 831-834, 1996.
EL NAHAS, S. M. et al. Use of molecular markers for the identification of river buffalo
chromosomes: chromosome one. Journal Animal Breeding Genetics, Hamburg, v.
114, n. 6, p. 451–455 1997.
32
EVERTS-VAN DER WIND, A. E. A1463 gene cattle-human comparative map with
anchor points defined by human genome sequence coordinates. Genome Research,
Cold Spring Harbor, v. 14, n. 7, p. 1424-1437, 2004.
EVERTS-VAN DER WIND, A. E. et al. A high-resolution whole-genome cattle–
human comparative map reveals details of mammalian chromosome evolution.
Proceedings of the National Academy of Science, Washington, v. 102, n. 52, p.
18526-18531, 2005.
FAO. Food and Agriculture Organization. FAOSTAT - Agriculture data. Disponível me:
< http://apps.fao.org/cgi-gin/nph-db.pl?subset=agriculture/> . Acesso em 12 nov. 2007.
FONSECA, W. O Búfalo: sinônimo de carne, leite, manteiga e trabalho. 4. ed. São
Paulo: Ícone, 1986. 84 p.
FUJITA T. et al. Induction of endogenous IFN-a and IFN-p genes by a regulatory
transcription factor, IRF-1. Nature, London, v. 337, n. 6204, p. 270-272, 1989.
GOSS, S. J.; HARRIS, H. New method for mapping genes in human chromosomes.
Nature, London, v. 255, n. 5511, p. 680-684, 1975.
HARADA, H. et al Anti-oncogenic and oncogenic potentials of interferon regulatory
factors I and 2. Science, London, v. 259, p. 971-974, 1993.
HAWKEN, R. J. et al. A first-generation porcine whole-genome radiation hybrid
map. Mammalian Genome, New York, v. 10, n. 8, p. 824-830, 1999.
IANNUZZI, L. et al. A comparison of G and R-banding in cattle and river buffalo
prometaphase chromosomes. Caryologia, Firenze, v. 43, n. 3-4, p. 283-290, 1990.
IANNUZZI, L. et al. Comparative FISH-mapping of six expressed gene loci to river
buffalo and sheep chromosomes. Cytogenetics and Cell Genetics, Basel, v. 84, n. 3-
4, p. 161-163, 1999.
33
IANNUZZI, L. et al. Eight molecular markers from bovine syntenic groups U2, U5, U24,
U14, U12, U28, X and Y were fluorescence in situ mapped to eight river buffalo
chromosomes. Chromosome Research, Oxford, v. 6, n. 8, p. 656-659, 1998.
IANNUZZI, L. et al. FISH-mapping of 31 type I loci (Texas markers) to river
buffalo chromosomes. Chromosome Research, Cold Spring Harbor, , v. 9, n. 4, p. 339-
342, 2001a.
IANNUZZI, L. Standard karyotype of the river buffalo (Bubalus bubalis L., 2n=50).
Cytogenetics and Cell Genetics , Basel, v. 67, n. 2, p.102-113, 1994.
IANNUZZI, L. et al. The river buffalo (Bubalus bubalis, 2n = 50) cytogenetic map:
assignment of 64 loci by fluorescence in situ hybridizatio and R-banding. Cytogenetics
and Cell Genetics, Basel, v. 102, n. 1-4, p. 65-75, 2003.
IANNUZZI, L. et al. Twelve loci from HSA10, HSA11 and HSA20 were comparatively
FISH-mapped on river buffalo and sheep chromosomes. Cytogenetics and Cell
Genetics, Basel, v. 93, n. 1-2, p. 124-126, 2001b.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa pecuária municipal.
Disponível em: < http://www.ibge.gov.br. >. Acesso em: 12 nov. 2007
IDF. International Dairy Federation. Statistics: the world dairy situation 2002. Bulletin
International Dairy Federation, Brussels, n.378. p. 46-47, 2002. Disponível em: <
www.fil-idf.org>. Acesso em :12 nov. 2007.
JORGE, A. M.; FONTES, C. A. A. Composição física da carcaça de bovinos e bubalinos
abatidos em diferentes pesos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE CARNES, 1., 2001, São Pedro. Anais... Campinas: Instituto de
Tecnologia de Alimentos, 2001. p. 82-83.
JORGE, A. M. et al. Rendimento de carcaça e de cortes básicos de bovinos e
bubalinos, abatidos em diferentes estádios de maturidade. Revista Brasileira de
Zootecnia, Viçosa, v. 26, n. 5, p. 1048-1054, 1997.
34
KAPPES, S. M. et al. A second generation linkage map of the bovine genome, Genome
Research, Cold Spring Harbor, v. 7, n. 3 , p. 235-249, 1997.
KIGUWA, S. L. et al. A horse whole genome radiation hybrid panel:
chromosome 1 and 10 preliminary maps. Mammalian Genome, New York, v.
11, n. 9, p. 803-805, 2000.
KIRKPATRICK, B. W.; BYLA, B. M.; GREGORY, K. E. Mapping quantitative trait loci for
bovine ovulation rate. Mammalian Genome, New York, v. 11, n. 2, p.136–139, 2000.
KUHN, J. et al. Quantitative trait loci mapping of functional traits in the german holstein
cattle population. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 86, n. 1, p. 360–368, 2003.
LARKIN, D. M. et. al. A cattle-human comparative map built with cattle BAC-ends and
human genome sequence. Genome Research, Cold Spring Harbor, v. 13, n. 8, p.
1966-1972, 2003.
LEDUR, M. C.; SCHMIT, G. S. Genética molecular: aplicação de tecnologias
moleculares no melhoramento genético de aves. Revista Avicultura Industrial, São
Paulo, v. 90, n. 1075, p. 13-19, 2000.
LIEN, S. et al. A primary screen of the bovine genome for quantitative trait loci affecting
twinning rate. Mammalian Genome, New York, v. 11, n. 10, p. 877–882, 2000.
LIU, C. Transcriptional mechanism of COMP gene expression and chondrogenesis.
Journal Musculoskelet Neuronal Interact, Athens, v. 5, n. 4, p. 340-341, 2005.
MACEDO, M. P. et al. Composição físico-química e produção do leite de búfalas da
raça Mediterrâneo no Oeste do Estado de São Paulo, São Paulo, SP. Revista
Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 30, n. 3, p. 1084-1088, 2001.
MADELLA-OLIVEIRA, A. F. et al. Aspectos da comercialização de carne e leite de
bubalinos na região Norte Fluminense. Revista Brasileira de Reprodução Animal,
Belo Horizonte, v. 29, n. 1, p. 53-54, 2005.
35
McCARTHY, L. C. et al. A first-generation whole genome-radiation hybrid map spanning
the mouse genome. Genome Research, Cold Spring Harbor, v. 7, n. 12, p. 1153-1161,
1997.
MENOTTI-RAYMOND, M. et al. Radiation Hybrid mapping of 304 novel
microsatellites in the domestic cat genome. Cytogenetics Genome Research, Basel,
v. 102, n.1-4, p. 272-276, 2003.
MIRANDA, W. C. Criação de búfalos no Brasil. São Paulo: Editora dos Criadores,
1986. 173 p.
MIZIARA, M. N. et al. A radiation hybrid map of river buffalo (Bubalus bubalis)
chromosome1 (BBU1). Cytogenetics Genome Research, Basel, v.119, p.100–104,
2007.
MURPHY, W. J. et al. Development of a feline whole genome radiation hybrid panel
and comparative mapping of human chromosome 12 and 22 loci. Genomics, San
Diego, v. 53, n. 1, p. 1-8, 1999.
NADEAU, J. H.; SANKOFF, D. Counting on comparative maps. Trends in Genetics, v.
14, n. 12, p. 495–501, 1998.
NADER FILHO, A. et al. Influência do teor de proteínas totais na acidez e pH do leite de
búfala. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 39, n. 231,
p. 25, 1984.
NASCIMENTO, C.; CARVALHO, L. O. M. Criação de búfalos: alimentação, manejo,
melhoramento e instalações. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1993. 403 p.
NAVANI, N. et al. A set of cattle microsatellite DNA markers for genome analysis of
riverine buffalo (Bubalus bubalis). Animal Genetics, Oxford, v. 33, n. 2, p. 149-154,
2002.
36
NCBI. Map viewer. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/mapview/
map_search.cgi?taxid=9913>. Acesso em: 20 nov. 2007.
O´BRIEN, S. J.; EIZIRIK, E.; MURPHY, W. J. Genomics on choosing
mammalian genomes for sequencing. Science, London, v. 292, n. 5595, p.
2264-2266, 2001.
OLIVEIRA, R. P. S. Condições microbiológicas e avaliação da pasteurização em
amostras de leite comercializados no Município de Piracicaba-SP. 2005. 81 f.
Dissertação (Mestradro em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2005.
OTHMAN, O. E. Chromosome and gene mapping homology between river buffalo, cattle
and sheep using molecular markers. Biotechnology, Frankfurt, v. 3, n. 2, p. 119-125,
2004.
OTHMAN, O. E.; EL NAHAS S. M. Synteny assignment of four genes and two
microsatellite markers in river buffalo (Bubalus bubalis L.). Journal Animal Breeding
Genetics, Berlin, v. 116, n. 2, p. 161–168, 1999.
PEREIRA, R. G. A.; TAVARES, A. C. Comportamento produtivo de búfalos para
carne em Porto Velho-RO. Disponível em: < http://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&q=Comportamento+produtivo+de+b%C3%BAfalos+para+carne+em+Porto+Velho-
RO&btnG=Pesquisa+Google&meta=>. Acesso em: 14 nov. 2007.
PRIAT, C. et al. A whole-genome radiation hybrid map of the dog genome. Genomics,
San Diego, v. 54, n. 3, p. 361-378, 1998.
SCHAFFER, A. A. et al. rh_tsp_map 3.0: end-to-end radiation hybrid mapping with
improved speed and quality control. Bioinformatics, Oxford, v.23, n.9, p.1156-1158,
2007.
SNELLING, W. M. et al. A physical map of bovine genome. Genome Biology, London,
v. 8, n. 8, p. 165, 2007.
37
SONG, H. R. et al. Identification of cartilage oligomeric matrix protein (COMP) gene
mutations in patients with pseudoachondroplasia and multiple epiphyseal dysplasia.
Journal Human Genetics, Chicago, v. 48, n. 5, p. 222-225, 2003.
STAFUZZA, N. B. et al. Preliminary radiation hybrid map for river buffalo
chromosome 6 and comparison to bovine chromosome 3. Animal Genetics, Oxford, v.
38, n. 4, p. 406-409, 2007.
TIZARD, I. R. Imunologia veterinária: uma introdução. 5. ed. São Paulo: Roca, 1998.
545 p.
TONHATI, H. et al. Parâmetros genéticos para a produção de leite em bubalinos no
Estado de São Paulo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ZOOTECNIA, 36., 1999, Porto Alegre, RS. Anais... Barueri: Videolar, 1999. v. 1, p. 151-
153.
USDA-ARS U.S. Meat Animal Research Center (USMARC). Disponível em: <
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?Db=genomeprj&cmd=ShowDetailView&TermT
>
VALE, W. G. Perspectivas da bubalinocultura no Brasil e na América Latina
(Perspectives oSearch=17371>. Acesso em: 01 jun. 2007 of buffalo husbandry in Brazil
and Latin América) In: SIMPÓSIO PAULISTA DE BUBALINOCULTURA, 1., 1999,
Jaboticabal, SP. Anais ... Jaboticabal: UNESP/FCAV, 1999. p. 1-26.
VAUGHAN, T. A. Mammalogy. New York: CBS College Publishing, 1986. 210 p.
VOET, D.; VOET, J. G.; PRATT, C. W. Fundamentos de bioquímica. Porto Alegre:
Artmed, 2002. 931 p.
WILLMAN, C. L. et al. Deletion of IRF- I, mapping to chromosome 5q3 1. I , in human
leukemia and preleukemic myelodyplasia. Science, London, v. 259, p. 968-971, 1993.
WOMACK, J. E. et al. A whole genome radiation hybrid panel for bovine gene mapping.
Mammalian Genome, New York, v. 8, n. 11, p. 854-856, 1997.