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I UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL CORRELAÇÃO DE VALORES BIOMÉTRICOS E ANÁLISE MORFOLÓGICA DO LIGAMENTO DA CABEÇA DO FÊMUR DE OVINOS SANTA INÊS – SUBSÍDIO AO MODELO EXPERIMENTAL EM CIRURGIA ORTOPÉDICA Cássio Aparecido Pereira Fontana Orientadora: Profª. Drª. Márcia Rita Fernandes Machado Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Cirurgia Veterinária. JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL Junho de 2006

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I

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTAFACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CÂMPUS DE JABOTICABAL

CORRELAÇÃO DE VALORES BIOMÉTRICOS E ANÁLISEMORFOLÓGICA DO LIGAMENTO DA CABEÇA DO FÊMUR DE

OVINOS SANTA INÊS – SUBSÍDIO AO MODELO EXPERIMENTALEM CIRURGIA ORTOPÉDICA

Cássio Aparecido Pereira Fontana

Orientadora: Profª. Drª. Márcia Rita FernandesMachado

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias eVeterinárias – Unesp, Campus de Jaboticabal, como parte dasexigências para a obtenção do título de Doutor em CirurgiaVeterinária.

JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASILJunho de 2006

II

Fontana, Cássio Aparecido PereiraF679c Correlação de valores biométricos e análise morfológica do

ligamento da cabeça do fêmur de ovinos Santa Inês – subsídio aomodelo experimental em cirurgia ortopédica / Cássio AparecidoPereira Fontana. – – Jaboticabal, 2006

viii, 40 f. : il. ; 28 cm

Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade deCiências Agrárias e Veterinárias, 2006.

Orientadora: Márcia Rita Fernandes MachadoBanca examinadora: Américo Garcia da Silva Sobrinho, André

Luiz Quagliatto Santos, Kleber Augusto Gastaldi, Maria Rita PachecoBibliografia

1. Ovinos. 2. Ligamento. 3. Morfologia. 4. Colágeno. I. Título. II.Jaboticabal - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias.

CDU 619:611.72:636.3

Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – ServiçoTécnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Campus de Jaboticabal.

III

DADOS CURRICULARES DO AUTOR

CÁSSIO APARECIDO PEREIRA FONTANA - nascido em 03 de junho de 1969,

em Marilia, Estado de São Paulo. Graduou em Medicina Veterinária pela Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro, km 47, em Seropédica, Estado do Rio de Janeiro, em

1992. Obteve o titulo de Mestre em Microbiologia Veterinária no ano de 1995, pela

mesma Universidade. Foi professor substituto no período de 01/12/95 a 20/10/1996,

junto a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Contratado de 16/09/1996 à

01/08/1999, pela Universidade do Tocantins, em Araguaína, Estado do Tocantins, como

professor da Escola de Medicina Veterinária. A partir de 27/03/2000 até a presente

data, junto a Universidade Federal de Goiás, Campus Avançado de Jataí, Estado de

Goiás, atua como professor e coordenador das disciplinas de Anatomia Animal do

Curso de Medicina Veterinária e Noções de Anatomia e Fisiologia dos Animais

Domésticos do Curso de Agronomia. No período de 06/03/2001 a 01/09/2003, junto à

mesma Universidade, atuou como professor responsável pelo laboratório de Anatomia

Animal e como Coordenador do laboratório de Anatomia (Animal e Humano) no período

de 01/05/2002 a 01/09/2003. Voltou a ocupar o mesmo cargo de coordenador de

laboratório a partir de 01/03/2006 até apresente data. Foi Coordenador do Curso de

Medicina Veterinária junto a Universidade Federal de Goiás, Campus Avançado de

Jataí, Estado de Goiás, no período de 31/08/2002 a 01/09/2003. Ingressou no

doutorado no Programa de Pós-Graduação em Cirurgia Veterinária da Universidade

Estadual Paulista - Unesp, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de

Jaboticabal, no 2º semestre de 2003, sob a orientação da Professora Doutora Márcia

Rita Fernandes Machado.

IV

A DEUS,

“Por ter me dado, saúde, persistência e

determinação na realização deste trabalho”.

V

Aos meus pais, Lúcio Luiz e Marlene

Pelo amor, carinho, dedicação, compreensão

e pela educação, que desde cedo me

VI

ensinaram a importância de estudar e pelo

exemplo de vida demonstrado no dia a dia.

A minha esposa, Vera Lúcia e às nossas

filhas Natália e Izabel

VII

Pela paciência, compreensão, carinho, amor

e serem a alegria da minha vida.

Ao meu irmão Geraldo Luiz e família

VIII

Pela atenção e ajuda nos momentos que

necessitei.

À Profª. Drª. Márcia Rita Fernandes Machado,

Pela pessoa fantástica que é; não mediu esforços

para me orientar, abdicando de momentos com a

família e de horas de sono, para que em tempo,

pudéssemos cumprir os prazos. Amiga, que comigo

caminhou para atingirmos esse objetivo. Para a

minha Orientadora e Amiga não existem palavras

suficientes para expressar minha gratidão, apenas

IX

dizer que foi um prazer conviver e trabalhar com

você nesse curto período de doutoramento. Muito

Obrigado por tudo e que nossa amizade continue por

muitos anos. Obrigado.

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. MSc. Marco Antonio de Oliveira Viu, UFG/CAJ, pela ajuda nas análises

estatísticas, apoio, incentivo e amizade. A sua esposa e filha, Alessandra e Luiza, pela

amizade e tempo cedido.

Ao Prof. Titular José Carlos Barbosa do Departamento de Ciências Exatas da

Unesp – Jaboticabal, por colaborar nas análises estatísticas.

Ao Prof. Dr. Kleber Augusto Gastaldi, pela amizade, colaboração neste trabalho

e apresentação a Profª. Drª. Marcia Rita Fernandes Machado.

Ao Prof. Dr. Antonio Augusto Coppi Maciel Ribeiro, USP/ SP e Tais Harumi de

Castro Sasahara pela ajuda na realização das fotos de histologia.

À Profª. Drª. Maria Rita Pacheco e à técnica de laboratório do Departamento de

Patologia Veterinária da FCAV - Unesp, Campus de Jaboticabal, Francisca de Assis

Ardisson e ao Dr. Claudinei da Cruz pelos auxílios, para que realizássemos a técnica

histológica deste trabalho.

Aos técnicos do laboratório de Anatomia da Unesp, Newton de Araújo (Cobrinha)

e Iara Maria Messiano, pela amizade, atenção, carinho e ajuda.

À Dona Marilda Ribeiro de Paula, pela atenção, carinho e os chazinhos.

Ao técnico de laboratório Paulo Tosta e à graduanda em Ciências Biológicas,

Silvia Helena Brendolan Gerbasi pela atenção, dedicação e auxílio na obtenção de

parte das fotos deste trabalho.

X

Aos amigos Ariel Eurides Stella e Gregório Correa Guimarães, pela amizade,

presteza e boa convivência.

A família da Profª. Drª. Márcia Rita Fernandes Machado (Prof. Dr. Joaquim,

Arthur e Renato) pela compreensão e amizade.

As amigas Cintia Roberta Neves, Roméria Rodrigues Barbosa, Tatiana Catelan

de Oliveira, Aretuza Carregari Capalbo, Cecília Maria Costa do Amaral e Vanessa

Franzo pela ajuda, presteza, atenção e amizade.

Aos professores do curso de Cirurgia Veterinária da Unesp pelos conhecimentos

recebidos e boa convivência.

A secretária do departamento de Cirurgia Veterinária, Shizuko Ota, pela simpatia

e atenção.

Aos funcionários da biblioteca, Tieko Takamyia Sugahara, Claudemir Antônio

Soares e Cristina da Silva Santos, pela ajuda, presteza e amizade.

Aos professores do curso de Medicina Veterinária da UFG/CAJ, os conselheiros

do conselho diretor, na pessoa de seu ex-presidente Walter Newton Celestino e a

Fundação Educacional de Jataí, que concordaram com a minha liberação.

Ao Prof. Gleibe Hungria Goulart, por assumir minhas atividades didáticas na

UFG/CAJ.

Aos novos colegas Mabel, Ana Leticia, Leonardo, Linda, Carol e Marcio, pela

atenção e amizade.

Ao Varejão de Carnes Paulista, na cidade de Jataí, estado de Goiás, na pessoa

do Sr. Leomar Alves Plínio, de onde adquirimos os animais deste trabalho e que

também nos permitiu a realização de algumas fotografias; também ao Sr. Gleider

Ribeiro Freitas, por auxiliar no abate dos animais.

Ao Prof. MSc. Tiago Luiz Kunz da UFG/CAJ e ao amigo Rodrigo Almeida

Magalhães e Guedes Brasilienses pelo auxílio na realização de algumas fotografias,

utilizadas em parte da documentação deste trabalho.

Ao Sr. Ricardo Vieira de Carvalho, criador da raça Santa Inês, pela atenção e

gentileza.

XI

Ao Prof. Dr. Fernando Ávila e família, por momentos agradáveis na minha

estadia em Jaboticabal.

A todos que direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste

trabalho.

i

SUMÁRIO

Página

LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................

LISTA DE TABELAS...................................................................................

LISTA DE FIGURAS...................................................................................

RESUMO.....................................................................................................

SUMMARY..................................................................................................

I INTRODUÇÃO.......................................................................................

II REVISÃO DE LITERATURA..................................................................

III MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................

IV RESULTADOS....................................................................................... 4.1 Análise Estatística.......................................................................... 4.2 Análise Histológica dos Ligamentos...............................................

V. DISCUSSÃO..........................................................................................

VI CONCLUSÕES......................................................................................

VII REFERÊNCIAS......................................................................................

VIII APÊNDICE.............................................................................................

8.1 Apêndice A – Tabelas de Valores biométricos...............................

ii

iii

iv

vii

viii

01

03

09

171722

28

33

34

38

39

ii

LISTA DE ABREVIATURAS

AC ..............................................................................................Altura de cernelha.

AP ..............................................................................................Altura de posterior

CLCFD .....................................Comprimento do ligamento da cabeça do fêmur direito

CLCFE ...............................Comprimento do ligamento da cabeça do fêmur esquerdo

C .....................................................................................................Comprimento

º C ...................................................................................................Celsius (graus)

ELCFD .........................................Espessura do ligamento da cabeça do fêmur direito

ELCFE ....................................Espessura do ligamento da cabeça do fêmur esquerdo

º GL ............................................................................................Gay Lussac (graus)

ID ..................................................................................................................Idade

LLCFD ..............................................Largura do ligamento da cabeça do fêmur direito

LLCFE .........................................Largura do ligamento da cabeça do fêmur esquerdo

M ..................................................................................................................Molar

µm .........................................................................................................micrômetro

P ...................................................................................................................Peso

pH ..........................................................................................Ponto hidrogeniônico

PT ..............................................................................................Perímetro torácico

iii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Média, Erro Padrão e Coeficiente de Variação (em percentual) dosrespectivos pesos em kg e medidas corporais (altura de cernelha,comprimento, altura de posterior e perímetro torácico) em cm, deovinos Santa Inês em diferentes idades (meses)................................... 17

Tabela 2. Média, Erro Padrão e Coeficiente de Variação (em percentual)das respectivas medidas dos ligamentos da cabeça do fêmur, emcm, de ovinos Santa Inês em diferentes idades (meses) ...................... 18

Tabela 3. Análise de variância dos respectivos pesos (kg) e medidascorporais (altura de cernelha, comprimento, altura de posterior eperímetro torácico), em cm, de ovinos Santa Inês................................. 19

Tabela 4. Análise de variância das respectivas medidas dos ligamentos dacabeça do fêmur, em cm, de ovinos Santa Inês..................................... 20

Tabela 5. Correlação da idade (meses), peso (kg), medidas corporais emedidas do ligamento da cabeça do fêmur, em cm, de ovinos SantaInês....................................................................................................... . 21

Tabela 1A. Idades (meses), pesos (kg), medidas corporais (cm) e médiascorrespondentes de ovinos Santa Inês.................................................. 39

Tabela 2A. Idades (meses), pesos (kg), medidas dos ligamentos da cabeça dofêmur (cm) e médias correspondentes de ovinos Santa Inês............... 40

iv

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fotografia da mensuração do comprimento (cm), obtido entre aregião cérvico-torácica e a base da cauda, na primeiraarticulação intercoccígea, de ovinos Santa Inês............................

Página

10

Figura 2. Fotografia da mensuração da altura de cernelha (cm), obtidoda cernelha a extremidade distal do membro torácico, de ovinosSanta Inês....................................................................................... 10

Figura 3. Fotografia da mensuração da altura de posterior (cm), obtidaentre o túber sacral e a extremidade distal do membro pelvino,de ovinos Santa Inês ..................................................................... 11

Figura 4. Fotografia da mensuração do perímetro torácico (cm), obtidatomando-se a medida da circunferência da região caudal àescápula, passando pelo esterno e cernelha, de ovinos SantaInês................................................................................................. 11

Figura 5. Fotografia, na qual se indica a mensuração do comprimentodo ligamento da cabeça do fêmur (cm), de ovinos Santa Inês ..... 12

Figura 6. Fotografia, na qual se indica a mensuração da largura doligamento da cabeça do fêmur (cm), de ovinos Santa Inês ....... 13

Figura 7. Fotografia, na qual se indica a mensuração da espessura doligamento da cabeça do fêmur (cm), de ovinos Santa Inês .......... 13

Figura 8. Gráfico de medidas corporais de ovinos Santa Inês (cm)em diferentes idades (meses)....................................................... 18

Figura 9. Gráfico de medidas dos ligamentos da cabeça do fêmur deovinos Santa Inês (cm) em diferentes idades (meses) ................ 19

v

Figura 10. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinoSanta Inês, onde, se observa o tecido conjuntivo densomodelado; e tecido conjuntivo denso não modelado;predominância de núcleos alongados de fibrócitos ; a presençade alguns núcleos de fibroblastos e de núcleos de outras célulasdo tecido conjuntivo. HE. 40X.........................................................

Página

23

Figura 11. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinoSanta Inês, onde, constata-se o arranjo aleatório dos feixes defibras do tecido conjuntivo denso não modelado (asterisco);nota-se ainda núcleos esféricos, ovóides e alongadospertinentes às células próprias do tecido conjuntivo. HE,40X................................................................................................. 23

Figura 12. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinoSanta Inês, onde, destaca-se a presença de um feixe nervosodelimitado pelo perineuro, constituído por tecido conjuntivodenso, no qual se evidencia as fibras colágenas e fibroblastos.Internamente, observam-se os axônios de calibres variados,cortados transversalmente envolvidos por tecido conjuntivofrouxo contendo vasos sanguíneos e fibroblastos, os quaiscaracterizam o endoneuro. Verifica-se ainda o núcleo de umacélula de Schwann (+). HE, 100X................................................... 24

Figura 13. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinoSanta Inês, onde, observa-se a coloração azul referente àpredominância das fibras colágenas no ligamento. Tricrômio deMasson, 40X................................................................................... 25

Figura 14. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinoSanta Inês, onde, observa-se que as fibras colágenaspredominantes estão coradas em verde. Tricrômio de Gomori,10X................................................................................................. 25

Figura 15. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinoSanta Inês onde se observa no tecido conjuntivo densomodelado a predominância das fibras colágenas coradas emvermelho acentuado quando observadas à microscopia decampo claro. Picrosírius Red, 10X ............................................... 26

vi

Figura 16. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinoSanta Inês onde se observa no tecido conjuntivo denso nãomodelado a predominância das fibras colágenas coradas emvermelho acentuado quando observadas à microscopia decampo claro. Picrosírius Red. 40X................................................

Página

26

Figura 17. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinoSanta Inês observada ao microscópio de luz polarizada,revelando a birrefringência das fibras colágenas, as quaisaparecem brilhantes contra o fundo escuro, evidenciando ocolágeno do tipo I de coloração que varia entre a cor de tomalaranjada à vermelha brilhante e também a presença decolágeno do tipo III, na cor verde brilhante. Picrosírius Red.40X................................................................................................. 27

vii

CORRELAÇÃO DE VALORES BIOMÉTRICOS E ANÁLISE MORFOLÓGICA DO

LIGAMENTO DA CABEÇA DO FÊMUR DE OVINOS SANTA INÊS – SUBSÍDIO AO

MODELO EXPERIMENTAL EM CIRURGIA ORTOPÉDICA.

RESUMO - Objetivou-se neste estudo mensurar e descrever a morfologia do

ligamento da cabeça do fêmur correlacionando-as com a idade, peso, comprimento

corporal, altura de cernelha, altura de posterior e perímetro torácico de 20 ovinos

machos não castrados provenientes de Jataí, estado de Goiás, com idades entre oito e

doze meses. Após obter o peso e as medidas corporais, os animais foram abatidos e os

ligamentos isolados, mensurados, fixados e destinadas à rotina histológica. Os cortes

obtidos foram corados em Hematoxilina-eosina, Tricrômico de Masson, Tricrômico de

Gomori e Picrosirius Red, sendo alguns fotodocumentados. Verificou-se à microscopia

de luz a presença de tecido conjuntivo denso modelado associado ao não modelado,

fibras nervosas e vasos sangüíneos, sugerindo a esta estrutura função sensorial

independente da função proprioceptiva normal, resultando em adaptação estrutural do

tecido ligamentoso. Nas amostras coradas pela técnica do Picrosirius Red, foi possível

constatar, ao microscópio de luz polarizada, predominância das fibras colágenas do tipo

I. Peso, comprimento, altura de cernelha, altura de posterior e perímetro torácico foram

influenciados, pela idade, embora os comprimentos, larguras e espessuras dos

ligamentos direito e esquerdo, não sofreram tal influência, recomendando a possível

utilização destes animais, nessas idades, como modelos experimentais ortopédicos. Os

resultados referentes às correlações dos parâmetros estudados sugerem que o

crescimento não é um processo uniforme, englobando uma série de adaptações às

contínuas necessidades do animal.

PALAVRAS - CHAVE: ovinos, ligamento, morfologia, colágeno.

viii

CORRELATION OF BIOMETRICS VALUES AND MORPHOLOGICAL ANALYSIS

THE LIGAMENT OF HEAD OF FEMUR IN SHEEP SANTA INES – SUBSIDY TO THE

EXPERIMENTAL MODEL IN ORTHOPEDIC SURGERY.

SUMMARY - The goal of this study was to measure and to describe the morphology of

the ligament of head of femur and its correlation with age, weight, body length, withers

height, posterior height and toracic perimeter. Twenty yearling male lambs (eight to

twelve years old ) from of Jataí City, State of the Goiás, Brasil, were slaughtered and its

ligaments were removed, measured and fixed to histologic study under Hematoxilin-

eosine, Masson Tricromic, Gomori tricromic and Picrosirius Red process. The ligaments

were analyzed by light microscopy, showing dense shaped and non-shaped connective

tissue, nervous fibers, blood vessels. It´s suggest this structure has sensorial function

independent of normal proprioceptive function, that results in a strutural adaptation of

ligament. Samples stained by Picrosirius Red stain and analyzed under polarized light

presented predominance of type I collagen fibers. Age had an influence on weight, body

length, withers height, posterior height and toracic perimeter measures, although length,

width and thickness of both, right and left ligaments, didn´t correlated with the age; thus

it suggests that yearling lambs could be experimental orthopedic models. The results of

the studied parameters suggest that growth is not a uniform process, including several

adaptations to the animal necessity.

Keywords: ovine, ligament, morphology, collagen.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTAFACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CAMPUS DE JABOTICABAL

CORRELAÇÃO DE VALORES BIOMÉTRICOS E ANÁLISEMORFOLÓGICA DO LIGAMENTO DA CABEÇA DO FÊMUR DE

OVINOS SANTA INÊS – SUBSÍDIO AO MODELO EXPERIMENTALEM CIRURGIA ORTOPÉDICA

Cássio Aparecido Pereira Fontana Médico Veterinário

JABOTICABAL- SÃO PAULO- BRASILJunho de 2006

1

I. INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da história, os ovinos sempre estiveram próximos ao

homem tornando-se um dos primeiros animais a serem domesticados (CORREDELO,

1988).

No Brasil, os ovinos foram introduzidos na época da colonização (CORREDELO,

1988) e desde então o rebanho vem aumentando progressivamente; em 2003, os

registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicavam um rebanho

composto por 14.528.193 de cabeças e, em 2005, este plantel foi estimado em

16.047.663 cabeças pelo Instituto de Consultoria e Comércio FNPR (ANUALPEC, 2005).

Atualmente, a ovinocultura brasileira especializa-se na criação de raças lanadas

e deslanadas, dentre as quais estão às raças produtoras de carne, caracterizando-se

por sua rusticidade (MENDES, 2000).

No nosso país os animais deslanados se adaptaram muito bem, sendo criados

em quase todo o território brasileiro, exceto no Sul. Uma das principais raças

deslanadas brasileiras é a Santa Inês, apresentando animais de peso elevado e com

alta prolificidade (MENDES, 2000).

Além das aptidões zootécnicas apresentadas pelos ovinos, juntamente com os

cães, estes animais são considerados excelentes representantes de modelos

experimentais nas pesquisas ortopédicas (ALLEN et al., 1998).

Há relatos de estudos relacionados à análise e à colocação de prótese articular

coxofemoral em seres humanos (RADIN et al., 1982; BRUNS et al., 1996); pesquisas

implicadas na reconstrução ou substituição de ligamentos, tratamentos de lesões

costocondrais ou osteocondrais e na patogênese de osteoartroses (ALLEN et al., 1998),

todos, utilizando os ovinos como modelos experimentais, evidenciando que o

2

estabelecimento de modelos animais continua sendo um componente importante para a

avaliação do emprego de novas técnicas, principalmente na busca de tecidos que mais

se assemelham ao do homem (CARPENTER & HANKENSON, 2004).

Atualmente, nas injúrias tendíneas e de ligamentos tende-se ao emprego de

técnicas avançadas, como utilização de novos materiais sintéticos, a aplicação de

moléculas bioativas e ainda, a realização de procedimentos de transferências gênicas,

pois principalmente, em relação aos estudos dos ligamentos no âmbito das ciências

básicas, as maiores dúvidas e as interrogações mais desafiadoras, as quais incluem a

própria compreensão de sua determinação gênica, estrutural e funcional, que

continuam indefinidas (FRANK et al., 2005).

Considerando-se a utilização de ovinos como modelos experimentais em estudos

de articulações coxofemorais referem-se, na sua maioria, às raças de animais lanados

e de origem Européia, como a Suffolk (BRUNS et al., 1996) e ponderando-se ainda, que

são poucas as informações sobre a morfologia detalhada do ovino Santa Inês,

objetivou-se neste estudo mensurar e descrever a morfologia do ligamentum capitis

ossis femoris (ligamento da cabeça do fêmur), localizado entre o acetábulo e a cabeça

do fêmur e correlacionar essas medidas com a idade, o peso e as medidas corporais

desses animais.

3

II. REVISÃO DE LITERATURA

Os ovinos Santa Inês provavelmente originaram-se do cruzamento de carneiros

da raça Bergamácia com ovelhas Crioula e Morada Nova. Esses animais destacaram-

se no nordeste brasileiro, por serem deslanados e mochos, apresentarem porte

considerável e comportamento semelhante ao do caprino, aceitando bem o pastejo em

vegetação arbustiva, adaptando-se sobremaneira àquela região (BUENO et al., 2005).

Apresentam pelagem variável entre as cores preta, vermelha, branca e suas

combinações. O tronco é forte e possui quartos grandes, de ossatura vigorosa. Garupa

levemente inclinada e dorso reto, apoiando-se sobre quartos fortes e bem colocados.

São produtores de carne e pele, as fêmeas são prolíferas e têm boa habilidade

materna, com freqüentes partos duplos e excelente capacidade leiteira (BUENO et al.,

2005).

Os machos adultos possuem peso médio de 90 a 100 kg e as fêmeas adultas

pesam entre 60 e 70 kg (BUENO et al., 2005); estes animais apresentam maiores

velocidades de crescimento em relação aos outros ovinos deslanados (SIQUEIRA,

1990), embora se observe a grande diferença entre os pesos e as medidas corporais

dos rebanhos experimentais e comerciais em relação aos considerados de elite

(RIBEIRO et al., 2004).

Os processos envolvidos no crescimento animal, isto é, as alterações dinâmicas

que ocorrem no seu tamanho, na sua forma e em suas proporções são bastante

complexas. O crescimento não é um processo uniforme, que visa apenas a

transformação de um embrião em um animal adulto, mas uma série de adaptações às

necessidades atuais e futuras do animal (LAWRENCE e FOWLER, 1997). Cada tecido

terá um impulso de desenvolvimento em uma fase diferente da vida do animal. O tecido

4

ósseo apresenta crescimento mais precoce que o muscular e adiposo, sendo o adiposo

o mais tardio, de acordo com sua maturidade fisiológica (HAMMOND, 1965).

O tamanho é uma das condições essencias para o estabelecimento de um

animal como modelo experimental, sobretudo para o estudo das injúrias tendíneas e

ligamentosas de humanos, o qual deve ser adequado, principalmente, nos casos que

envolvam intervenções cirúrgicas experimentais nestas estruturas (CARPENTER &

HANKENSON, 2004).

A aplicação da biometria e suas correlações em um modelo experimental,

permite o estabelecimento de parâmetros fundamentais nas análises comparativas, e

estas foram realizadas neste trabalho.

ARAÚJO et al., (1996), McMANUS & MIRANDA (1997), SANTANA et al. (2001),

SANTANA & ANDRADE (2004), estudaram algumas medidas corporais em os ovinos

Santa Inês.

ARAÚJO et al. (1996) observaram em ovinos Santa Inês com 9 e 11 meses de

idade, as seguintes médias de peso e medidas corporais: Peso 35,07 kg, altura de

cernelha 63,82 cm, comprimento 64,92 cm e perímetro torácico 77,74 cm. McMANUS &

MIRANDA (1997) estudaram características de crescimento em ovinos Santa Inês no

Distrito Federal registraram 82,34 cm, 64,94 cm e 45 kg, respectivamente, para

perímetro torácico, comprimento do corpo e peso vivo adulto, já, para animais de 12

meses, o peso médio foi de 27,43 kg.

SANTANA & ANDRADE, (2004) observaram animais de 8 meses, com peso vivo

médio de 40,07 kg e valores médios de 79,62 cm, 73,69 cm, 66,54 cm e 65,85 cm,

respectivamente, para o perímetro torácico, o comprimento, a altura de cernelha e a

altura de posterior.

Ovinos Santa Inês com até 4 meses apresentaram forte correlação positiva entre

peso e medidas corporais (SANTANA et al., 2001) fato este, também observado em

animais de até 7 meses (SANTANA & ANDRADE, 2004).

Para ovinos de 8 meses, constataram-se correlações positivas substanciais para

perímetro torácico e comprimento e correlações ligeiramente positivas para altura de

cernelha e altura de posterior (SANTANA & ANDRADE, 2004).

5

Em decorrência da facilidade ao acesso cirúrgico, os animais de pequeno porte

são adequados às experimentações pertinentes aos ligamentos extra-articulares e

animais maiores, como os ovinos são comumente utilizados para intervenções em

injúrias de ligamentos intra-articulares (CARPENTER et al., 1999), como é o caso do

ligamento da cabeça do fêmur.

No que se refere à articulação coxofemoral, esta é formada pela extremidade

proximal do fêmur e pelo acetábulo do coxal, as quais estão envoltas pela cápsula

articular, que se insere ao redor da borda do acetábulo e no colo do fêmur, envolvendo

o ligamento da cabeça do fêmur. Esta articulação é do tipo esferoidal, apresentando

movimentação limitada de extensão e flexão (NICKEL et al., 1986; LIEBICH & KÖNIG,

2002).

Quanto aos ligamentos, estes são estruturas que se apresentam como pequenas

faixas, cuja função é estabilizar as articulações e ao mesmo tempo permitir a realização

normal dos movimentos. Constituem-se de tecidos que apresentam características de

viscosidade e elasticidade, conferindo-lhes mais rigidez e resistência quando aumenta-

se a tração e a tensão sobre eles (BLOOMBERG, 1995; PAYNE & TOMLINSON, 1996;

BENJAMIM & RALPHS, 1997).

O ligamentum capitis ossis femoris (International Committee on Veterinary Gross

Anatomical Nomenclature - I.C.V.G.A.N., 2005. ou ligamento da cabeça do fêmur dos

animais domésticos (SCHALLER, 1999; LIEBICH & KÖNIG, 2002) e dos humanos

(PALASTANGA et al., 2000), situa-se entre a fóvea da cabeça do fêmur e a fossa do

acetábulo, apresentando localização intracapsular e extra-sinovial (PALASTANGA et

al., 2000; LIEBICH & KÖNIG, 2002).

Nos seres humanos, o ligamento da cabeça do fêmur apresenta largura de 0,8 a

1,0 cm (PATURET, 1951) e comprimento de 3,0 a 3,5 cm (PATURET, 1951;

KAPANDJI, 1980).

PALASTANGA et al. (2000), observaram que a função do ligamento da cabeça

do fêmur é incerta nos seres humanos adultos, porém, DENNIS et al. (2001), ao

analisarem “in vivo” a separação da articulação do quadril sob forças geradas em

condições de impacto, descreveram a importância deste ligamento, juntamente com a

6

cápsula articular e o lábio acetabular na sustentação dessa articulação, pois promovem

uma força passiva e resistente nessa estrutura, impedindo a separação entre o fêmur e

o acetábulo.

Existem indícios de que tais estruturas possuam um papel neurosensorial na

musculatura (BLOOMBERG, 1995; BENJAMIM & RALPHS,1997), ainda que seja

atribuída aos ligamentos uma função puramente mecânica, há grandes evidências

sugerindo-lhes significativa função sensorial, a qual representa papel substancial no

controle motor, independente do fenômeno da propriocepção (BRAY et al.,2005).

Os ligamentos, da mesma forma que os tendões, são formados

predominantemente por tecido conjuntivo denso modelado, que se dispõem

paralelamente formando feixes individuais altamente organizados, os quais são

mantidos unidos por tecido conjuntivo frouxo. A característica típica deste tecido

conjuntivo é a orientação paralela e ordenada das fibras colágenas que resistem à

grande tensão aplicada a essas estruturas embora, nas preparações de rotina, como é

o caso das colorações com hematoxilina-eosina, formam um fundo homogêneo corado

em rosa claro. Os fibrócitos parecem delimitar a extensão dos feixes individuais e estão

dispostos em orientação longitudinal. As formas dos núcleos dessas células variam,

encontrando-se desde aqueles que apresentam formato oval até os que assumem

aspecto alongado fino semelhante a um fuso. Os núcleos e as fibras podem ter aspecto

ondulado (BANKS, 1992).

Em estudo sobre o ligamento coracoumeral, em seres humanos, KUHN et

al.,(1994) verificaram que além da estrutura ligamentosa típica, havia a presença de

tecido conjuntivo denso não modelado no local de inserção e por toda a extensão do

ligamento de um dos espécimes analisados.

Os ligamentos constituem-se por tecido conjuntivo denso, composto por

colágenos dos tipos I e III, pouca elastina e várias outras substâncias. São

relativamente hipocelulares, sendo os fibroblastos suas células predominantes,

localizados em sua porção média e as células condróides na região em que se inserem

(BLOOMBERG, 1995).

7

A irrigação dos ligamentos é esparsa e são compostos principalmente de água,

colágeno, proteoglicanos e fibrócitos. Os ligamentos se compõem de 70 a 80% de

colágeno. Há predomínio do colágeno do tipo I, compreendendo 88 a 91%, enquanto

que o colágeno do tipo III compreende de 9 a 12% do colágeno total. O colágeno no

ligamento tem a configuração retraída, porém, o padrão de retração é específico para

cada ligamento (PAYNE & TOMLISON, 1996).

Há dois tipos básicos e similares de inserções tendinosas e ligamentosas nos

ossos, que são denominadas de direta e de indireta, ambas apresentando componentes

profundos e superficiais. As inserções diretas são caracterizadas por fibrocartilagem

interposta às fibras de colágeno no local de inserção e por maior parte de fibras que se

inserem profundamente onde o colágeno do ligamento se funde ao colágeno do osso.

Nas inserções indiretas, a zona de fibrocartilagem está ausente e, na sua maioria, as

inserções são superficiais. Também nas inserções indiretas, as fibras tendinosas ou

ligamentosas fundem-se com o periósteo e as fibras de colágeno que se estendem do

periósteo até o osso, são conhecidas como fibras penetrantes de Sharpey. As inserções

indiretas são mais largas que as inserções diretas e menos comuns (PAYNE &

TOMLISON, 1996).

A maior parte do ligamento é constituída pelo colágeno do tipo I, mas podem ser

observados, em menores quantidades,colágenos dos tipos III, V e VI. No interior dos

ligamentos estão presentes vasos e nervos em número reduzido, sendo mais

abundantes em suas superfícies externas (BENJAMIM & RALPHS, 1997).

JUNQUEIRA & CARNEIRO (1999) relataram que o colágeno constitui uma

família de proteínas que se diferenciaram durante a evolução para exercer funções

diversificadas, sendo a proteína mais abundante no corpo humano, representando 30%

do total. Pode ser sintetizado por vários tipos celulares, além dos fibroblastos, como

osteoblastos, odontoblastos, condrócitos e células musculares lisas. Estes autores

descreveram ainda que as fibras colágenas do tipo I são birrefringentes, pois são

constituídas por moléculas alongadas e paralelas, as quais, quando observadas ao

microscópio de polarização, entre filtros polaróides cruzados, aparecem brilhantes,

contra um fundo escuro, sendo a técnica do “Sirius Red” ou “Picrosirius Red” a mais

8

apropriada para tipificar e evidenciar o colágeno (SWEAT et al., 1964; JUNQUEIRA et

al., 1979; MONTES & JUNQUEIRA, 1991).

Histologicamente, os ligamentos são semelhantes aos tendões, ou seja, são

formados por tecido colágeno de sustentação, na forma de fibras colágenas

entremeadas de fileiras de fibroblastos com núcleos alongados, embora os ligamentos

apresentem uma disposição menos ordenada das fibras colágenas e um conteúdo

variável de fibras elásticas (YOUNG & HEATH, 2000).

Embora o tecido dos ligamentos seja considerado hipocelular, observações

sobre a organização celular, desta estrutura, tanto à microscopia de luz quanto à

microscopia eletrônica têm modificado esta conceituação, ao revelar uma integração

entre os componentes neural e microvascular (eixo neural e microvascular)

caracterizada por complexas redes de processos celulares, que unidas por junções do

tipo “gap” (junções de comunicações), permitem a transferência direta de sinais

moleculares entre as células. Este processo cria um sincício funcional, cujo potencial

permite a realização de uma resposta integradora entre os estímulos biomecânicos e os

bioquímicos. Além disso, foi verificado também, ocorrência de variação nos tipos

celulares e na orientação de suas fibras ligamentosas (BRAY et al., 2005).

Funcionalmente, dependendo da intensidade da aplicação e distribuição de

forças nos músculos e, consequentemente, nos ligamentos a eles relacionados,

ocorrerá uma adaptação estrutural do tecido ligamentoso, levando até a ocorrência de

injúrias ligamentosas que podem ser longitudinais, transversais ou em ambas as

direções (BRAY et al., 2005).

9

III. MATERIAL E MÉTODOS

No presente estudo utilizou-se 20 ovinos machos da raça Santa Inês, com as

seguintes idades: cinco animais com oito meses; cinco com dez meses e dez com doze

meses. Todos foram adquiridos de uma mesma propriedade na região de Jataí, estado

de Goiás e os animais não apresentaram histórico de afecções do aparelho locomotor

ou qualquer outra alteração, principalmente as ortopédicas nos membros pelvinos.

Após a pesagem dos animais, as medidas corporais foram obtidas conforme as

descrições de OSÓRIO et al. (1996), excetuando-se a altura de posterior que foi

conforme as descrições de SANTANA & ANDRADE (2004). Essas medidas foram

realizadas com o auxílio de régua de madeira e fita métrica (SANTANA & ANDRADE,

2004).

Assim, foram registradas, em centímetros, as seguintes medidas corporais:

Comprimento do animal - medida entre a região cérvico-torácica e a base da cauda, na

primeira articulação intercoccígea; Altura de cernelha - medido da cernelha a

extremidade distal do membro torácico; Altura de posterior - medida entre a túber sacral

e a extremidade distal do membro pelvino; Perímetro torácico - medida obtida tomando-

se a medida da circunferência da região caudal à escápula, passando a fita métrica

pelo esterno e cernelha, respectivamente, de acordo com as Figuras 1, 2, 3 e 4.

10

Figura 1. Fotografia da mensuração do comprimento (cm), obtido entre a região cérvico-torácica e a base da cauda, na primeira articulação intercoccígea, de ovinos SantaInês.

Figura 2. Fotografia da mensuração da altura de cernelha (cm), obtido da cernelha aextremidade distal do membro torácico, de ovinos Santa Inês.

11

Figura 3. Fotografia da mensuração da altura de posterior (cm), obtida entre o túber sacral ea extremidade distal do membro pelvino, de ovinos Santa Inês.

Figura 4. Fotografia da mensuração do perímetro torácico (cm), obtida tomando-se a medidada circunferência da região caudal à escápula, passando pelo esterno e cernelha,de ovinos Santa Inês.

12

Em seqüência, procedeu-se o abate dos mesmos, mediante normas e

procedimentos adotados em matadouros especializados em ovinos. O posterior de cada

animal foi desarticulado entre a quinta e a sexta vértebras lombares e este material

encaminhado ao laboratório de Anatomia Animal do Centro de Ciências Agrárias,

Campus Avançado de Jataí, Universidade Federal de Goiás.

Em seguida, as articulações coxofemorais, direita e esquerda foram

individualizadas mediante secção sagital mediana das últimas vértebras lombares,

sacro, vértebras coccígeas e da sínfise pelvina (sínfise púbica e sínfise isquiática), com

o auxílio de uma serra fita para cortar carne e ossadas (Modelo SFO, Christiano Arthur

Frederich & CIA. LTDA, Rio Claro, estado de São Paulo) e procedeu-se a dissecação

para a exposição e individualização do ligamento da cabeça do fêmur, do qual

mensurou-se o comprimento, a largura e a espessura, utilizando-se um paquímetro

digital “Starrett” nº 727-6/150 (Figuras 5, 6 e 7).

Figura 5. Fotografia, na qual se indica (seta e desenho esquemático E) a mensuração docomprimento do ligamento da cabeça do fêmur de ovinos Santa Inês (cm).

B

comprimento

E

ligamento da cabeçado fêmur

do ligamento dacabeça do fêmur

13

Figura 6. Fotografia, na qual se indica (seta e desenho esquemático E) a mensuração dalargura do ligamento da cabeça do fêmur de ovinos Santa Inês(cm).

Figura 7. Fotografia, na qual se indica (seta e desenho esquemático E) a mensuração daespessura do ligamento da cabeça do fêmur de ovinos Santa Inês (cm).

A B

ligamentoda cabeçado fêmur

largura

E

ligamento dacabeça do fêmur

espessura

E

14

Após as mensurações, estes ligamentos foram seccionados em seu terço médio,

obtendo-se duas partes, uma proximal e outra distal, sendo identificados e

acondicionadas em frascos individuais contendo solução fixadora, ficando as amostras

assim distribuídas: 10 pares de ligamentos (40 partes) foram fixados em Bouin, para a

inclusão em Histosec® ; cinco pares (20 partes) fixados em solução Karnovisk e os

outros cinco pares (20 partes) em McDowell, para a inclusão em Historesin® (Leica-

Germany).

Os ligamentos fixados foram conduzidos ao Setor de Técnicas Morfológicas do

Laboratório de Anatomia Animal do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias Campus de Jaboticabal – Unesp, para

processamento e análise histológica

Os ligamentos fixados de todos os animais, foram destinados à rotina histológica,

sendo 10 pares das amostras incluídas em Histosec® (Merck) e 10 pares em

Historesin® (Leica-Germany).

Para inclusão em Histosec®, após a fixação durante o período de 24 horas,

procedeu-se a lavagem do material em álcool 70ºGL, para retirar o excesso do fixador,

durante dez dias, com duas trocas diárias. Em seguida os fragmentos foram submetidos

à desidratação, em concentrações crescentes de álcool (70, 80, 90 e 100ºGL), por

aproximadamente quatro horas. A seguir, foi realizada a diafanização com xilol, durante

90 minutos. Após este procedimento, a embebição do material foi feita em Histosec®

por 90 minutos, na faixa de 60 a 70oC de temperatura, procedendo-se a inclusão.

A microtomia do material foi realizada em micrótomo automático (Leica, RM

2155), obtendo-se cortes de 5 µm com auxílio de navalhas descartáveis.

Os cortes obtidos foram submetidos às seguintes colorações:

Hematoxilina-Eosina (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999; YOUNG & HEATH,

2000); Tricrômico de Masson (YOUNG & HEATH, 2000) e Tricrômico de Gomori

(BEHMER et al., 1976).

Já, para a inclusão em Historesin®, após a fixação por 24 horas, o material foi

lavado em solução tampão fosfato (0,1 M; pH 7,3) por oito dias, para retirar o excesso

15

do fixador. Em seguida o material foi conservado em álcool 80ºGL, em geladeira

(aproximadamente 40C).

Para a infiltração do material, este foi colocado em solução constituída por

historesina e álcool 80ºGL, por aproximadamente quatro horas. A seguir, o material foi

incluído em histomold, para a polimerização inicial, em temperatura ambiente, durante

15 a 30 minutos e, para a polimerização final, foi mantido em estufa durante uma

semana, a 37,5oC,

A microtomia desse material foi realizada em micrótomo automático (Leica, RM

2155), obtendo-se cortes de 1 a 3 µm com auxílio de navalhas de vidro.

Os cortes obtidos foram submetidos à seguinte coloração:

Picrosirius Red (MONTES & JUNQUEIRA, 1991)

Todos os cortes corados foram observados em microscópios CX 31 (Olympus®)

e de Epifluorescência (Leica, DMR), ambos com visualização em campo claro, sendo o

segundo também provido de luz polarizada, a qual permitiu a observação da

distribuição das fibras colágenas e o tipo predominante destas nas estruturas

analisadas.

Para a documentação, foram realizadas fotomicrografias de alguns cortes

histológicos, durante as observações nos microscópios supra citados. Para análise

estatística optou-se pelo delineamento inteiramente casualizado e os parâmetros

métricos obtidos foram analisados usando os procedimentos disponíveis no programa

computacional SAS - V. 8.0 (SAS, 2000). As informações obtidas no trabalho de campo

foram editadas em planilhas eletrônicas, usando os procedimentos disponíveis no

programa computacional Microsoft Office 2000.

Foram realizadas análises de crítica e consistência (freqüências, distribuições de

freqüências e homogeneidade de variâncias), que constam nas tabelas 1, 2 e 3.

Mediante a utilização do programa computacional SAEG (2005), empregaram-se os

seguintes testes: Lilliefors, para determinar se os erros experimentais das variáveis

possuíam distribuição normal de probabilidades, e o de Bartlett, para determinar se as

variáveis possuíam homogeneidade de variâncias dos erros experimentais.

16

Após as análises críticas e de consistência dos dados, foram realizadas

transformações nas variáveis que não obedeciam ao pressuposto de que os erros

experimentais deveriam ter distribuição normal de probabilidades e homogeneidade de

variâncias, ou seja, deveriam possuir uma variância comum σ2.

Os melhores ajustes foram obtidos pelas seguintes transformações:

1) Comprimento do Ligamento da Cabeça do Fêmur Direito (CLCFD) = (CLCFD X

CLCFD);

2) Comprimento do Ligamento da Cabeça do Fêmur Esquerdo (CLCFE) =

[1/(CLCFE+1)];

3) Espessura do Ligamento da Cabeça do Fêmur Direito (ELCFD) = [1/(ELCFD+1)];

4) Espessura do Ligamento da Cabeça do Fêmur Esquerdo (ELCFE) = [1/(ELCFE+1)];

5) Largura do Ligamento da Cabeça do Fêmur Direito (LLCFD) = (LLCFD XLLCFD) ;

6) Largura do Ligamento da Cabeça do Fêmur Esquerdo (LLCFE) = [1/(LLCFE+1)]

Estas transformações podem ser averiguadas nos apêndices A e B.

O banco de dados gerado foi submetido às análises de variância, mediante

procedimento Geneal Linear Models (GLM) do programa computacional SAS V. 8.0

(SAS, 2000), cujo modelo matemático foi:

Yi = µ + Ii + ei

No qual:

Yi - são as observações das variáveis dependentes em estudo;

µ - é a média geral da variável dependente em estudo;

Ii - é o efeito fixo da i-ésima idade do animal

ei - é o erro aleatório associado a cada observação, pressuposto como tendo

distribuição normal e independente com média zero e variância σ2.

O teste de médias “t” foi realizado por meio da opção LSMEANS do

procedimento GLM do programa computacional referido acima.

Para o estudo da intensidade com que se manifesta uma associação entre duas

variáveis, optou-se pelo uso do coeficiente de correlação de Pearson, calculada pelo

procedimento CORR do programa computacional SAS V. 8.0 (SAS, 2000).

17

IV. RESULTADOS

4.1 Análise Estatística

Os dados referentes à idade, ao peso, as medidas corporais e às mensurações

do ligamento da cabeça do fêmur dos ovinos Santa Inês estudados podem ser

observados nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1. Média, Erro Padrão e Coeficiente de Variação (em percentual) dosrespectivos pesos em kg e medidas corporais (comprimento, altura decernelha, altura de posterior e perímetro torácico) em cm, de ovinos SantaInês em diferentes idades (meses).

8 meses 10 meses 12 mesesVARIÁVEL Média ± EP CV Média ± EP CV Média ± EP CV

Peso 20,00 a ± 0,63 7,07 23,40 a ± 1,78 16,99 28,80 b ± 1,21 13,28

Comprimento 59,00 a ± 0,63 2,40 66,80 b ± 2,10 7,05 71,20 c ± 1,10 4,90

Altura de cernelha 62,80 a ± 0,80 2,85 66,20 a ± 1,32 4,46 71,00 b ± 0,84 3,76

Altura de posterior 62,80 a ± 0,66 2,36 66,20 b ± 1,36 4,58 71,00 c ± 0,84 3,76

Perímetro torácico 69,80 a ± 0,80 2,56 72,20 a ± 1,59 4,94 75,60 b ± 0,94 3,95Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem entre si pelo teste “t” (P•0,05).

18

Tabela 2. Média, Erro Padrão e Coeficiente de Variação (em percentual) das medidasdos ligamentos da cabeça do fêmur, em cm, de ovinos Santa Inês emdiferentes idades (meses).

8 meses 10 meses 12 mesesMEDIDAS Média ± EP CV Média ± EP CV Média ± EP CV

CLCFD 1,280 a ± 0,038 6,54 1,280 a ± 0,058 10,19 1,250 a ± 0,031 7,78

CLCFE 1,340 a ± 0,060 10,01 1,280 a ± 0,058 10,19 1,240 a ± 0,027 6,80

LLCFD 0,610 a ± 0,040 14,66 0,680 a ± 0,026 8,38 0,670 a ± 0,021 10,07

LLCFE 0,650 a ± 0,041 14,39 0,660 a ± 0,043 14,57 0,665 a ± 0,028 13,29

ELCFD 0,098 a ± 0,006 13,30 0,098 a ± 0,002 4,56 0,099 a ± 0,002 5,73

ELCFE 0,100 a ± 0,008 18,71 0,090 a ± 0,004 11,11 0,096 a ± 0,002 5,38CLCFD = Comprimento do ligamento cabeça do fêmur direito; CLCFE = Comprimento do ligamento cabeça dofêmur esquerdo; LLCFD = Largura do ligamento cabeça do fêmur direito; LLCFE = Largura do ligamento cabeçado fêmur esquerdo; ELCFD = Espessura do ligamento cabeça do fêmur direito e ELCFE = Espessura do ligamentocabeça do fêmur esquerdo. Médias seguidas de letras diferentes na mesma linha diferem entre si pelo teste “t”(P•0,05).

Os dados referentes às medidas corporais e às medidas do ligamento da cabeça

do fêmur de ovinos Santa Inês, em diferentes idades, constam das figuras 8 e 9.

idades (meses)

Figura 8. Gráfico de medidas corporais de ovinos Santa Inês em diferentes idades(meses).

556065707580

8 10 12

Med

idas

Cor

pora

is (c

m)

Meses de idadeComprimento Altura de cernelha

Perímetro torácico Altura de posterior

Comprimento

Perímetro torácico

19

Idade (meses)

Comprimento do ligamento da cabeça do fêmur direito Comprimento do ligamento da cabeça do fêmur esquerdo Largura do ligamento da cabeça do fêmur direito Largura do ligamento da cabeça do fêmur esquerdo Espessura do ligamento da cabeça do fêmur direito Espessura do ligamento da cabeça do fêmur esquerdo

Figura 9. Gráfico de medidas dos ligamentos da cabeça do fêmur de ovinos Santa Inêsem diferentes idades (meses).

Os resultados das análises de variância, mediante procedimento Geneal Linear

Models (GLM) do programa computacional SAS V. 8.0 (SAS, 2000), podem ser

observados nas Tabelas 3 e 4.

Tabela 3. Análise de variância dos respectivos pesos (kg) e medidas corporais, emcm, de ovinos Santa Inês.

VARIÁVÉL FONTE DE VARIAÇÃO GL SQ QM F PR > FIdade 2 280,95 140,48 11,78 0,0006Resíduo 17 202,80 11,93

Peso

Total 19 483,75 152,40 Idade 2 496,55 248,28 20,45 0,0001Resíduo 17 206,40 12,14

Comprimento

Total 19 702,95 260,42 Idade 2 240,15 120,08 18,29 0,0001Resíduo 17 111,60 6,56

Altura de cernelha

Total 19 351,75 126,64 Idade 2 240,15 120,08 18,62 0,0001Resíduo 17 109,60 6,45

Altura de posterior

Total 19 349,75 126,52 Idade 2 120,20 60,10 7,10 0,0057Resíduo 17 144,00 8,47

Perìmetro torácico

Total 19 264,20 68,57

-0,1

0,4

0,9

1,4

8 10 12

Med

idas

dos

liga

men

tos

(cm

)

CLD

CLE

CLD LLD

CLE LLE

CLD LLD ELD

CLE LLE ELE

20

Tabela 4. Análise de variância das medidas dos ligamentos da cabeça do fêmur, emcm, de ovinos Santa Inês.

MEDIDAS FONTE DE VARIAÇÃO GL SQ QM F PR > FIdade 2 0,0298 0,01490 0,21 0,8156Resíduo 17 1,2283 0,07225

CLCFD

Total 19 1,2581 0,08715 Idade 2 0,0012 0,00058 1,32 0,2931Resíduo 17 0,0074 0,00043

CLCFE

Total 19 0,0086 0,00101 Idade 2 0,0236 0,01179 1,32 0,2921Resíduo 17 0,1514 0,00890

LLCFD

Total 19 0,1750 0,02070 Idade 2 0,0001 0,00005 0,05 0,9542Resíduo 17 0,0182 0,00107

LLCFE

Total 19 0,0183 0,00112 Idade 2 0,0000 0,00000 0,04 0,9104Resíduo 17 0,0007 0,00004

ELCFD

Total 19 0,0007 0,00004 Idade 2 0,0002 0,00009 1,06 0,3683Resíduo 17 0,0014 0,00008

ELCFE

Total 19 0,0016 0,00017 CLCFD = Comprimento do ligamento cabeça do fêmur direito; CLCFE = Comprimento do ligamentocabeça do fêmur esquerdo; LLCFD = Largura do ligamento cabeça do fêmur direito; LLCFE = Largurado ligamento cabeça do fêmur esquerdo; ELCFD = Espessura do ligamento cabeça do fêmur direito eELCFE = Espessura do ligamento cabeça do fêmur esquerdo. P>0,05.

As variáveis, peso, comprimento, altura de cernelha, altura de posterior e

perímetro torácico, (Tabela 3), foram influenciadas pela idade. Entretanto, as variáveis

comprimento, largura e espessura dos ligamentos direito e esquerdo (Tabela 4), não

sofreram tal influência.

Para a análise da intensidade com que se manifesta uma associação entre duas

variáveis, optou-se pela utilização do coeficiente de correlação de Pearson, cujos

valores constam na Tabela 5.

21

Tabela 5. Correlação da idade (meses), peso (kg), medidas corporais e medidas doligamento da cabeça do fêmur, em cm, de ovinos Santa Inês .

Idade e peso medidas corporais medidas do ligamento da cabeça do fêmurVariável ID P C AC AP P T CLCFD CLCFE LLCFD LLCFE ELCFD ELCFEID 1,00

0,000,75710,0001

0,83150,0001

0,82320,0001

0,82560,0001

0,67200,0012

-0,14090,5536

-0,37350,1048

0,30700,1879

0,07130,7651

0,06230,7942

-0,09850,6795

P 1,00000,0

0,90840,0001

0,84670,0001

0,85390,0001

0,93850,0001

-0,12930,5869

-0,29620,2048

0,17310,4654

0,02400,9198

-0,11550,6278

0,00240,9921

C 1,00000,0

0,80890,0001

0,83140,0001

0,85090,0001

-0,10200,6687

-0,38500,0937

0,25970,2688

0,06380,7892

-0,14920,5301

-0,13030,5840

AC 1,00000,0

0,99150,0001

0,75940,0001

0,06500,7854

-0,14500,5420

0,17370,4638

0,13400,5734

-0,01230,9589

-0,03620,8797

AP 1,00000,0

0,77470,0001

0,06520,7848

-0,15640,5104

0,16580,4847

0,12020,6137

-0,09470,6914

-0,11440,6310

PT 1,00000,0

-0,07000,7694

-0,25880,2706

0,32950,1561

0,07160,7642

-0,17240,4674

-0,06810,7756

CLCFD 1,0000 0,0

0,82180,0001

0,36640,1120

0,47280,0353

-0,07510,7561

-0,20110,3951

CLCFE 1,00000,0

0,05640,8133

0,21710,3580

0,01580,9473

-0,05350,8226

LLCFD 1,00000,0

0,54820,0123

0,02180,9272

-0,11960,6154

LLCFE 1,00000,0

0,02440,9186

0,32570,1611

ELCFD 1,00000,0

0,29880,2006

ELCFE 1,00000,0

ID = Idade; P = Peso; C = Comprimento; AC = Altura de cernelha; AP = Altura de posterior; PT =Perímetro torácico; CLCFD = Comprimento do ligamento cabeça do fêmur direito; CLCFE = Comprimentodo ligamento cabeça do fêmur esquerdo; LLCFD = Largura do ligamento cabeça do fêmur direito; LLCFE= Largura do ligamento cabeça do fêmur esquerdo; ELCFD = Espessura do ligamento cabeça do fêmurdireito e ELCFE = Espessura do ligamento cabeça do fêmur esquerdo. Os números em azul foramsignificativos. Em uma mesma linha, os valores acima, correspondem à correlação e os valores abaixo àsignificância.

As medidas corporais e as dos ligamentos da cabeça do fêmur foram submetidas

à análise de correlação e foram observadas correlações positivas e significativas entre

a idade e as medidas corporais dos animais. Não houve correlação entre essa

característica e as medidas dos ligamentos da cabeça do fêmur direito e esquerdo.

O peso, o comprimento, a altura de cernelha, a altura de posterior e o perímetro

torácico apresentaram correlações positivas e significativas entre si. Não houve

correlação entre essas características e as medidas dos ligamentos da cabeça do

fêmur.

Houve correlação positiva e significativa entre comprimento do ligamento da

cabeça do fêmur direito com o do esquerdo, o mesmo acontecendo com a largura do

ligamento da cabeça do fêmur direito com a do esquerdo. Não houve correlação entre

22

todos estes parâmetros, tanto os relativos ao corpo, quanto aos do ligamento da cabeça

do fêmur, com a espessura do ligamento em questão.

4.2 Análise Histológica dos Ligamentos

As análises à microscopia de luz, dos ligamentos da cabeça do fêmur de ovinos

Santa Inês estudados nesta oportunidade, não diferiram quanto à sua estrutura, tanto

nos segmentos proximais e distais do membro direito, quanto naqueles do membro

esquerdo, pois em todas as observações constatou-se, parcialmente a presença de

tecido conjuntivo denso modelado, o qual era composto de feixes de fibras colágenas

dispostas paralelamente (Figura 10) e, em parte, de tecido conjuntivo denso não

modelado, cujos feixes de fibras apresentavam arranjo sem orientação fixa (Figura 11).

Além da organização mista do tecido conjuntivo, verificou-se, nas amostras

coradas pela técnica da Hematoxilina-eosina, que entre os feixes de tecido colágeno

havia a predominância de núcleos de fibrócitos (alongados), alguns núcleos de

fibroblastos (menos alongados) e outros esféricos e ovóides pertencentes às demais

células livres desse tecido (Figuras 10 e 11). Também se constatou a presença de

tecido nervoso e de vasos sanguíneos no interior do ligamento (Figura 12).

C

23

Figura 10. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovino Santa Inês, onde, se observao tecido conjuntivo denso modelado (cabeça de seta); e tecido conjuntivo denso nãomodelado (asterisco); predominância de núcleos alongados de fibrócitos (seta fina); apresença de alguns núcleos de fibroblastos (seta vazada) e de núcleos de outras células dotecido conjuntivo (seta grossa). HE, 40X.

Figura 11. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinos Santa Inês, onde, constata-se o arranjo aleatório dos feixes de fibras do tecido conjuntivo denso não modelado(asterisco); nota-se ainda núcleos esféricos, ovóides e alongados pertinentes às célulaspróprias do tecido conjuntivo (setas). HE, 40X.

**

*

24

Figura 12. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovinos Santa Inês, onde,destaca-se a presença de um feixe nervoso delimitado pelo perineuro (asterisco),constituído por tecido conjuntivo denso, no qual se evidencia as fibras colágenas efibroblastos (seta). Internamente, observam-se os axônios de calibres variados,cortados transversalmente (cabeça de seta vazada) envolvidos por tecidoconjuntivo frouxo contendo vasos sanguíneos (cabeça de seta) e fibroblastos (setavazada), os quais caracterizam o endoneuro. Verifica-se ainda o núcleo de umacélula de Schwann (+). HE, 100X.

Nas amostras coradas pelas técnicas do Tricrômio de Masson (Figura 13) e

Tricrômio de Gomori (Figura 14), foi possível observar nos ligamentos estudados a

predominância das fibras colágenas, as quais se coravam em verde ou azul,

dependendo do tipo de variante da técnica utilizada.

*

Ä

Ä

+

25

Figura 13. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovino Santa Inês, onde, observa-sea coloração azul referente à predominância das fibras colágenas no ligamento. Tricrômio deMasson, 40X.

Figura 14. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovino Santa Inês, onde, observa-seque as fibras colágenas predominantes estão coradas em verde. Tricrômio de Gomori, 10X.

Ao se observar as amostras nas quais foi empregada a técnica do Picrosírius

Red, constatou-se a predominância das fibras colágenas, as quais apresentavam

coloração vermelho acentuado à microscopia de campo claro, além da presença de

tecido conjuntivo denso modelado e não modelado, nas Figuras 15 e 16,

respectivamente.

26

Figura 15. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovino Santa Inês onde se observano tecido conjuntivo denso modelado a predominância das fibras colágenas coradas emvermelho acentuado quando observadas à microscopia de campo claro. Picrosírius Red,10X.

Figura16. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovino Santa Inês onde se observano tecido conjuntivo denso não modelado a predominância das fibras colágenas coradas emvermelho acentuado quando observadas à microscopia de campo claro. Picrosírius Red,40X.

A classificação do tipo de colágeno, presente nos ligamentos ora analisados, só

foi possível de ser realizada, quando as amostras foram observadas ao microscópio de

luz polarizada, pois estas mesmas fibras revelavam-se birrefringentes, aparecendo

brilhantes contra o fundo escuro, evidenciando-se, assim, a ocorrência do colágeno do

27

tipo I nas regiões de coloração que variava do amarelo, passando pelo laranja escuro,

chegando ao vermelho brilhante e também a presença de colágeno do tipo III, que era

visibilizado na cor verde brilhante (Figura 17).

Figura 17. Fotomicrografia do ligamento da cabeça do fêmur de um ovino Santa Inês observada aomicroscópio de luz polarizada, revelando a birrefringência das fibras colágenas, as quaisaparecem brilhantes contra o fundo escuro, evidenciando o colágeno do tipo I de coloraçãoque varia entre a cor de tom alaranjada à vermelha brilhante e também a presença decolágeno do tipo III, na cor verde brilhante. Picrosírius Red, 40 X.

A B

28

V. DISCUSSÃO

O ligamento da cabeça do fêmur dos ovinos Santa Inês, apresentou-se como

uma pequena faixa espessada, propiciando a estabilização da articulação coxofemoral

destes animais, observações que se assemelham, em parte, às afirmações de PAYNE

& TOMLINSON (1996), pois neste trabalho não foram realizadas técnicas específicas

relacionadas à tração, tensão e resistência desses ligamentos, como no trabalho supra

citado. A não realização dessas técnicas também não proporcionou a total

comprovação das observações de DENNIS et al. (2001), as quais relacionam a

promoção de uma força passiva e resistente ao impedimento da separação entre o

fêmur e o acetábulo.

Contudo, ao se constatar no ligamento em questão, tanto a presença de tecido

conjuntivo denso modelado, o qual apresenta orientação paralela e ordenada das fibras

colágenas, sendo essa conformação responsável pela resistência a aplicação de

grande tensão nessas estruturas (BANKS, 1992). Quanto à presença de tecido

conjuntivo denso não modelado, no qual, há a formação de uma trama tridimensional

dos feixes de colágeno, conferindo-lhe certa resistência às trações exercidas em

qualquer direção (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999), sugere-se que este ligamento

apresente resistência com o aumento da tração e tensão sobre ele, segundo relataram

PAYNE & TOMLINSON (1996).

Estes resultados, entretanto, são contraditórios às colocações de PALASTANGA

et al. (2000) ao afirmarem que a função do ligamento da cabeça do fêmur é incerta em

humanos adultos.

Quanto à posição e à localização dos ligamentos estudados, estas foram as

mesmas descritas por SCHALLER (1999) e LIEBICH & KÖNIG (2002) para os animais

29

domésticos e por PALASTANGA et al. (2000) para os humanos, ou seja, entre a fóvea

da cabeça do fêmur e a fossa do acetábulo, com posição intra-articular e extra-sinovial.

Os achados histológicos referentes ao ligamento da cabeça do fêmur dos ovinos

Santa Inês revelaram a presença de tecido conjuntivo denso modelado associado ao

tecido conjuntivo denso não modelado nesta estrutura, contrariando as descrições de

BANKS (1992) e BLOOMBERG (1995), nas quais registram que apenas o tecido

conjuntivo denso modelado está presente na constituição do ligamento.

Por outro lado, estas observações histológicas assemelham-se em parte às

descrições de KUHN et al. (1994), que observaram, na maioria dos espécimes de

humanos analisados, presença de tecido conjuntivo denso não modelado apenas no

local de inserção do ligamento coracoumeral, embora em um espécime, estes autores

verificaram a presença deste tecido por toda a extensão do ligamento.

Também os achados histológicos observados são parcialmente similares às

descrições de YOUNG & HEATH (2000) e BRAY et al. (2005), pois embora estes

autores não tenham classificado o tipo de tecido por eles verificado, relataram,

respectivamente que, os ligamentos apresentavam uma disposição menos ordenada

das fibras colágenas e uma variação na orientação dessas fibras.

Esta organização “mista” do tecido conjuntivo encontrada no ligamento em

questão sugere a possível ocorrência das implicações funcionais exaradas por BRAY et

al. (2005), ao relatarem que, dependendo da intensidade da aplicação e distribuição de

forças nos músculos e, consequentemente, nos ligamentos a eles relacionados,

ocorrerá uma adaptação estrutural do tecido ligamentoso.

Quanto às células observadas no tecido do ligamento analisado, estes resultados

assemelharam-se parcialmente às descrições de BANKS (1992) e PAYNE &

TOMLISON (1996), que verificaram apenas a presença de fibrócitos e às de

BLOOMBERG (1995), que ressaltaram a predominância de fibroblastos e a ocorrência

de células condróides na região de inserção ligamentosa, resultado este, não

observado neste trabalho.

Também não se constatou a presença de fibrocartilagem, tal qual relataram

PAYNE & TOMLISON (1996) para as inserções diretas, não sendo possível classificar a

30

inserção do ligamento em estudo, como fizeram estes autores, pois não se observou as

características que eles atribuíram às inserções, as quais classificaram de diretas e

indiretas.

Conforme descrições de BENJAMIM & RALPHS (1997), constatou-se a presença

de vasos e nervos neste ligamento, embora esta ocorrência não pareceu tão escassa,

como citaram os autores. Tal fato pode estar relacionado às observações de BRAY et

al. (2005) que relataram a existência de uma integração entre os componentes neural e

microvascular nos ligamentos. Entretanto, pesquisas mais elaboradas, envolvendo

técnicas de microscopia eletrônica de transmissão devem ser conduzidas, para a

constatação mais precisa de tal ocorrência.

Mediante a análise histológica dos ligamentos estudados, cujos espécimes foram

corados pela técnica do picrosirius e submetidos à microscopia de luz polarizada,

procedimentos apropriados para a identificação de material birrefringente, como é o

caso das fibras colágenas (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1999). Constatou-se a

presença de fibras de colágeno dos tipos I e III, conforme as descrições de

BLOOMBERG (1995), apesar de se verificar a predominância das fibras de colágeno do

tipo I, em relação às do tipo III, tal qual os registros de PAYNE & TOMLISON, (1996) e

de alguns dos relatos de BENJAMIM & RALPHS, (1997), não foi verificada a presença

de fibras colágenas do tipo V e VI, nos ligamentos analisados.

Os parâmetros referentes à idade, peso e medidas corporais dos ovinos Santa

Inês, realizadas neste estudo, basearam-se nos dados registrados em pesquisas

zootécnicas relacionadas com esta raça, nos quais foi considerada, em média, a faixa

etária entre 8 e 12 meses para machos (ARAÚJO et al., 1996; McMANUS & MIRANDA,

1997; SANTANA et al.,2004). O peso médio e as dimensões corpóreas apresentadas

nos animais desta idade atendem um dos requisitos ao estabelecimento de animais de

experimentação para cirurgias ortopédicas, em decorrência da facilidade ao acesso

cirúrgico (CARPENTER et al., 1999).

Embora, BUENO et al. (2005) relataram que os machos adultos da raça Santa

Inês possuem peso médio entre 90 a 100 kg, deve-se considerar que existem

31

diferenças entre os pesos e as medidas corporais dos rebanhos experimentais e

comerciais em relação aos considerados de elite (RIBEIRO et al., 2004).

Analisando os valores obtidos mediante a análise de variância, verificou-se que o

peso, comprimento, altura de cernelha, altura de posterior e perímetro torácico foram

influenciados pela idade; embora os comprimentos, larguras e espessuras dos

ligamentos direito e esquerdo, não sofreram tal influência. Estes resultados indicam a

possível utilização destes animais, nessas idades, como modelos experimentais

ortopédicos.

Ao se avaliar os valores resultantes da análise de correlação das medidas

corporais, da idade e do peso, estas foram positivas e significativas, entre si,

assemelhando-se, em parte, às observações de SANTANA et al. (2001) e SANTANA &

ANDRADE (2004), que constataram alta correlação positiva entre peso e medidas

corporais de ovinos Santa Inês, com idade aproximada até 4 e 7 meses,

respectivamente.

As correlações dos parâmetros estudados, tanto os relativos as medidas

corporais, quanto aos referentes ao ligamento da cabeça do fêmur, apresentaram-se

positiva e significativa, entre os comprimentos e as larguras dos ligamentos da cabeça

do fêmur, direito e esquerdo. Também não houve correlação entre todos estes

parâmetros, com a espessura do ligamento em questão. No que se refere às diferenças

observadas entre as medidas do comprimento e da largura do ligamento da cabeça do

fêmur dos ovinos Santa Inês com as registradas por PATURET (1951) e KAPANDJI

(1980) para seres humanos, sugerem que o crescimento não é um processo uniforme,

englobando uma série de adaptações às contínuas necessidades do animal

(LAWRENCE e FOWLER, 1997). Além do que, cada tecido terá um impulso de

desenvolvimento em uma fase diferente da vida do animal, de acordo com sua

maturidade fisiológica (HAMMOND, 1965).

Os resultados referentes ao ligamento da cabeça do fêmur do ovino Santa Inês,

ora verificados, sugerem a utilização destes animais como modelos experimentais em

estudos ortopédicos; mesmo assim, para a confirmação destas colocações, com melhor

precisão, são necessárias ressalvas referentes à realização de investigações mais

32

específicas relacionadas às propriedades de tração, tensão e resistência desses

ligamentos, além da execução de pesquisas que envolvam técnicas microscópicas mais

avançadas.

33

VI. CONCLUSÕES

O ligamento da cabeça do fêmur de ovinos Santa Inês é uma pequena faixa

espessada que conecta a cabeça do fêmur ao acetábulo destes animais, constituído

parcialmente por tecido conjuntivo denso modelado e tecido conjuntivo denso não

modelado, com presença de fibras de colágeno dos tipos I e III, sendo predominante as

fibras de colágeno do tipo I. Observa-se tecido nervoso e vasos sanguíneos presentes

nestes tecidos conjutivos..

A idade dos ovinos Santa Inês influenciou, significativamente, o peso,

comprimento, altura de cernelha, altura de posterior e no perímetro torácico dos animais

estudados, porém, não influenciaram no comprimento, largura e espessura dos

ligamentos da cabeça do fêmur dos animais estudados.

A idade, o peso, o comprimento, a altura de cernelha, a altura de posterior e o

perímetro torácico dos ovinos Santa Inês estudados apresentaram correlações positivas

e significativas entre si, embora não apresentaram correlações com as medidas dos

ligamentos da cabeça do fêmur direito e esquerdo.

O comprimento dos ligamentos da cabeça do fêmur direito e esquerdo

apresentaram correlação positiva e significativa entre si ,o mesmo ocorendo com a

largura dos ligamentos da cabeça do fêmur direito e esquerdo dos ovinos Santa Inês

estudados. A espessura do ligamento da cabeça do fêmur direito e esquerdo dos ovinos

Santa Inês estudados, não apresentaram correlação com o comprimento e a largura

desses ligamentos.

34

VII. REFERÊNCIAS

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38

VIII. APÊNDICE

39

8.1 APÊNDICE A - Tabelas de valores biométricos

Tabela 1A. Idades (meses), pesos (kg), medidas corporais (cm) e médiascorrespondentes de ovinos Santa Inês.

ANIMAL IDADE PESO COMPRIMENTO ALTURA DE

CERNELHA

ALTURA DE

POSTERIOR

PERÍMETRO

TORÁCICO

1 8 22 60,00 66,00 65,00 71,00

2 8 19 58,00 62,00 63,00 68,00

3 8 21 60,00 62,00 62,00 72,00

4 8 19 57,00 62,00 61,00 68,00

5 8 19 60,00 62,00 63,00 70,00

6 10 29 74,00 67,00 68,00 78,00

7 10 24 65,00 67,00 66,00 73,00

8 10 18 61,00 68,00 68,00 69,00

9 10 22 67,00 61,00 61,00 71,00

10 10 24 67,00 68,00 68,00 70,00

11 12 26 64,00 69,00 69,00 75,00

12 12 26 70,00 69,00 69,00 73,00

13 12 33 72,00 72,00 72,00 77,00

14 12 27 71,00 71,00 71,00 74,00

15 12 33 74,00 72,00 72,00 79,00

16 12 31 74,00 74,00 74,00 75,00

17 12 24 70,00 69,00 69,00 72,00

18 12 35 77,00 76,00 76,00 82,00

19 12 27 71,00 71,00 71,00 75,00

20 12 26 69,00 67,00 67,00 74,00

Média 10,50 25,25 67,05 67,75 67,75 73,30

40

Tabela 2A. Idades (meses), pesos (kg), medidas dos ligamentos da cabeça dofêmur (cm) e médias correspondentes de ovinos Santa Inês.

ANIMAL IDADE CLCFD CLCFE LLCFD LLCFE ELCFD ELCFE

1 8 1,30 1,40 0,60 0,60 0,12 0,10

2 8 1,20 1,20 0,50 0,55 0,09 0,08

3 8 1,20 1,20 0,75 0,75 0,09 0,10

4 8 1,30 1,40 0,60 0,75 0,10 0,13

5 8 1,40 1,50 0,60 0,60 0,09 0,09

6 10 1,20 1,20 0,70 0,65 0,09 0,09

7 10 1,20 1,20 0,65 0,55 0,10 0,10

8 10 1,50 1,50 0,75 0,80 0,10 0,08

9 10 1,30 1,30 0,70 0,60 0,10 0,08

10 10 1,20 1,20 0,60 0,70 0,10 0,10

11 12 1,20 1,30 0,70 0,60 0,10 0,09

12 12 1,20 1,20 0,70 0,55 0,10 0,09

13 12 1,20 1,30 0,60 0,60 0,10 0,10

14 12 1,40 1,30 0,80 0,80 0,10 0,10

15 12 1,30 1,30 0,70 0,80 0,10 0,10

16 12 1,30 1,30 0,60 0,60 0,09 0,09

17 12 1,20 1,20 0,60 0,70 0,10 0,10

18 12 1,40 1,30 0,70 0,70 0,09 0,09

19 12 1,10 1,10 0,60 0,60 0,10 0,10

20 12 1,20 1,10 0,70 0,70 0,11 0,10

Média 10,50 1,26 1,28 0,66 0,66 0,10 0,10

CLCFD = Comprimento do ligamento cabeça do fêmur direito; CLCFE = Comprimento doligamento cabeça do fêmur esquerdo; LLCFD = Largura do ligamento cabeça do fêmur direito;LLCFE = Largura do ligamento cabeça do fêmur esquerdo; ELCFD = Espessura do ligamentocabeça do fêmur direito e ELCFE = Espessura do ligamento cabeça do fêmur esquerdo.