Processo de Produção de Revestimento de Fachada de Argamassa ...
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA … · sobre os métodos de revestimento interno...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA
COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DANIEL MOURA COSTA DE VIVEIROS
Avaliação da Produtividade da Execução do Revestimento Interno Vertical em Argamassa: Método Mecanizado x Método
Convencional
Salvador 2012
DANIEL MOURA COSTA DE VIVEIROS
Avaliação da Produtividade da Execução do Revestimento Interno Vertical em Argamassa: Método Mecanizado x Método
Convencional
Monografia apresentada ao Curso de graduação em Engenharia Civil, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Emerson de Andrade Marques Ferreira.
Salvador 2012
AGRADECIMENTOS
Ao professor Dr. Emerson de Andrade Marques Ferreira, pela contribuição e
transmissão de conhecimento durante a orientação deste trabalho.
À minha família e amigos pelo apoio nos bons e nos maus momentos da vida, de
fundamental importância para minha formação como ser humano.
À todas as pessoas que de certa forma contribuíram para este trabalho.
VIVEIROS, Daniel Moura Costa de. Avaliação da Produtividade da Execução do Revestimento Interno Vertical em Argamassa: Método Mecanizado x Método Convencional. Julho de 2012. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso) – Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.
RESUMO
Este trabalho apresenta os resultados das investigações teórica e de pesquisas em campo
sobre os métodos de revestimento interno vertical em argamassa, a partir de duas técnicas de
execução: o método projetado e o método convencional. Foram analisados três canteiros de
obras situados em Salvador, totalizando quatro torres, sendo que em três destas foram
aplicados o método projetado e em uma o método convencional. Os parâmetros estudados
foram: Razões Unitárias de Produção diária, cumulativa, potencial e cíclica, e composições de
custos unitários. A conclusão principal resultante desta pesquisa foi que o método projetado
apresentou melhores razões unitárias de produção cumulativas e custos unitários de produção,
com uma média de 0,44hh/m2 e 18,15R$/m2, respectivamente, contra 0,60hh/m2 e
21,56R$/m2 do método convencional.
Palavras-chave: Revestimento em Argamassa, Argamassa Projetada, Produtividade, Custo.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
1.1. OBJETIVOS ............................................................................................................ 7 1.1.1. Objetivo Geral ....................................................................................................... 7 1.1.2. Objetivos Específicos ............................................................................................ 7 1.2. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 8 1.3. ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................. 9 2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 10 2.1. REVESTIMENTO EM ARGAMASSA .................................................................. 11 2.2.APLICAÇÃO CONVENCIONAL ........................................................................... 17 2.3. ARGAMASSA PROJETADA ................................................................................. 22 2.4. COMPARAÇÃO ENTRE ARGAMASSA PROJETADA E O MÉTODO CONVENCIONAL ......................................................................................................... 30
2.5. RAZÃO UNITÁRIA DE PRODUÇÃO .................................................................. 33 2.6. COMPOSIÇÃO DE CUSTOS ................................................................................. 36 3. METODOLOGIA ..................................................................................................... 39 3.1. OBTENÇÃO DAS RAZÕES UNITÁRIAS DE PRODUÇÃO ............................... 43 3.2. DETERMINAÇÃO DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTOS ..................................... 45 4. RESULTADOS E ANÁLISES ................................................................................. 46 4.1. RESULTADOS DA OBRA 01 ................................................................................ 47 4.2. RESULTADOS DA OBRA 02 ................................................................................ 49 4.3. RESULTADOS DA OBRA 03 (TORRE A) ........................................................... 51 4.4. RESULTADOS DA OBRA 03 (TORRE B) ........................................................... 53 4.5. ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS .............................................. 55 5. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 58 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 59 APÊNDICES .................................................................................................................. 61
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1 – INTRODUÇÃO
A busca por melhorias dos processos na Construção Civil, especificamente o setor de
edificações, tornou-se uma questão de sobrevivência para as empresas dos diversos portes.
Com um mercado cada vez mais competitivo e mão de obra qualificada escassa, a
racionalização das atividades tornou-se um fator importante para as construções. Dentre os
objetivos desta estão o aumento da produtividade, garantia da qualidade, redução de custos e
melhores condições de trabalho no canteiro de obras. A partir de meados dos anos noventa o cenário nacional foi drasticamente alterando, sendo as conseqüências para o setor bastantes evidentes. Nesse novo cenário o sucesso da empresa está preponderantemente ligado à habilidade em esta escolher e administrar os processos construtivos. O lucro é baseado na capacidade da empresa de construir com qualidade e menor custo. Dentro desse escopo muitas construtoras vão a procura de novas tecnologias. (CRESCENCIO, PARSEKIAN, BARROS, SABBATINI, 1998).
Dentre os desafios atuais da Construção Civil, existe o de conseguir atingir e manter
padrões confiáveis de produtividade e qualidade, pois os métodos construtivos ainda são
bastante manuais. Um dos meios existentes para otimizar os processos é a mecanização, que
contribui para a diminuição da variabilidade, reduzindo a influência do fator humano nas
atividades.
Com o passar dos anos, algumas atividades conseguiram inserir máquinas que propõem
melhores índices de produtividade e melhores condições para os trabalhadores. Umas destas é
a execução do revestimento em argamassa, que passou a contar com a possibilidade de usar
bombas para realizar a projeção, substituindo o método tradicional de lançamento manual
com a colher de pedreiro.
O método mecanizado de execução do revestimento em argamassa possui alguns anos
de existência, porém atualmente há uma tendência maior para implantação deste, tratando-se
da cidade de Salvador. Para um funcionamento adequado do sistema é necessário haver um
planejamento, que passa pela fase de projeto, logística do canteiro e treinamento das equipes
que utilizarão o método.
Apesar do método mecanizado inicialmente apresentar vantagens, até a realização deste
trabalho, o método convencional ainda domina as obras de edificações na cidade de Salvador.
Dentre as razões para este fato estão: maior conhecimento e “hábito”, além disso, à uma
primeira impressão, o custo do método mecanizado é mais caro devido ao uso de
6
equipamentos diretos e da argamassa ser industrializada. Devido à estes fatores, torna-se
necessária uma avaliação mais detalhada sobre ambos os métodos, levando-se em conta
também as equipes e equipamentos auxiliares.
Neste trabalho será realizada uma pesquisa de campo para coletar os índices de
produtividade do método mecanizado e do método convencional de aplicação da argamassa.
A partir destes índices, denominados RUP’s, serão obtidos os custos envolvidos com os
respectivos processos e em seguida será realizada uma comparação entre os dois métodos.
Com este estudo, espera-se ter uma base que ajude na tomada de decisão entre a adoção
do método projetado ou o convencional.
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1.1 – OBJETIVOS
1.1.1 – Geral
O objetivo geral deste trabalho é avaliar a produtividade dos métodos de execução do
revestimento interno vertical em argamassa, comparando o método mecanizado com o
método convencional.
Este objetivo principal está desdobrado em três objetivos específicos.
1.1.2 – Específicos
Como objetivos específicos, podemos citar:
• Analisar a produtividade obtida com os métodos projetado e convencional;
• Levantar os custos dos métodos de execução projetado e convencional;
• Comparar os resultados do método projetado com a método convencional.
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1.2 – JUSTIFICATIVA
É muito comum na Construção Civil novos métodos construtivos e materiais sofrerem
resistência para serem utilizados, por parte dos gestores das obras e das empresas. Isso se dá
pela falta de confiabilidade no processo e principalmente pela falta de conhecimento no uso
do novo método.
Inicialmente, na implementação de novas técnicas construtivas, o custo é mais elevado
devido à necessidade de gastos com treinamentos específicos e da baixa produtividade das
equipes, que ocorre pelo efeito da curva de aprendizagem. Todavia, esse gasto na fase inicial
pode trazer bons resultados a médio e a longo prazo, agregando assim um diferencial em
relação à empresas concorrentes. Neste contexto se enquadra o método de execução
mecanizado.
Dentre as vantagens em relação ao método convencional estão: maior produtividade e
melhor qualidade do revestimento em argamassa. A mecanização da execução do
revestimento em argamassa além dos benefícios diretos, citados anteriormente, também traz
benefícios indiretos como: racionalização da mão de obra e melhoria na logística do canteiro
de obras.
A racionalização da mão de obra faz com que menos pessoas estejam envolvidas no
processo, facilitando assim o controle e redução da quantidade de serviços que não agregam
valor à obra. Além disso o mercado imobiliário vive um bom momento, o que dificulta a
disponibilidade de profissionais no mercado.
Outro ponto importante é a logística do canteiro de obras, que com o método projetado
tende a ser mais organizado devido à racionalização dos espaços, com a possibilidade da
utilização de silos para armazenamento da argamassa no estado seco. Além disso o controle
de estoque e pedido de materiais são mais fáceis pois pelo fato da argamassa ser
industrializada, torna-se necessário apenas o observação deste material, ao contrário da
argamassa dosada in loco que utiliza areia, cimento, aditivos, etc.
Apesar de possuir alguns anos de existência, o método de execução de argamassa
projetada ainda causa bastante discussão. O trabalho que segue foi pensado com o intuito de
apresentar informações sobre alguns aspectos em relação ao sistema e realizar um
comparativo com o método tradicional de aplicação da argamassa.
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Em Salvador, diversas obras de edificações optam por não usar o método projetado,
na maioria das vezes por questões de custo, enquanto que, as que optaram em utilizar o
sistema alegam vantagens na produtividade, qualidade e condições para o trabalhador.
Sendo assim, faz-se necessária uma avaliação do sistema projetado, levantando os
pontos importantes, coletando dados em campo e analisando os resultados para se obter uma
conclusão mais aprofundada sobre o tema.
1.3 – ESTRUTURA DO TRABALHO
No segundo capítulo do trabalho será apresentada uma descrição do revestimento em
argamassa, suas funções, composições, processos, classificações da argamassa de
revestimento, métodos e ferramentas de execução e representatividade do revestimento em
argamassa no custo das obras de edificações.
Em continuidade serão apresentados conceitos sobre razão unitária de produção e
composição de custos, que dará embasamento, junto ao conhecimento pré-apresentado sobre
revestimento em argamassa, para realização da etapa seguinte.
No terceiro capítulo do trabalho será apresentada a metodologia utilizada para a
realização da pesquisa em campo, onde serão coletados dados úteis para a análise dos
resultados. Foram coletados dados de três obras de edificações na cidade de Salvador, Bahia,
entre o período de setembro de 2011 até junho de 2012.
No quarto capítulo do trabalho serão apresentados os resultados obtidos em campo
seguidos das respectivas análises. Para um melhor entendimento foram utilizados gráficos e
quadros seguidos dos respectivos comentários.
No último capítulo serão apresentadas as considerações finais do trabalho.
10
2 – REFERENCIAL TEÓRICO
Neste item de revisão bibliográfica serão apresentados tópicos de elevada importância
para o entendimento deste trabalho. Haverá sempre que necessário citações de autores e
utilização de recursos visuais, como tabelas, gráficos e figuras.
Segundo Weidle (1995), durante o sistema de construção de uma obra de edificação
ocorre os seguintes subsistemas principais:
- Serviços preliminares
- Fundações
- Estrutura
- Cobertura
- Instalações
- Vedações
- Esquadrias
- Revestimentos
- Piso e pavimentações
- Trabalhos complementares
O revestimento em argamassa encontra-se dentro do subsistema de revestimento. A
seguir será apresentada de maneira detalhada o revestimento em argamassa, com informações
técnicas e normativas.
11
2.1 – REVESTIMENTO EM ARGAMASSA
O revestimento em argamassa tem como principais funções regularizar as superfícies
para a aplicação de outros materiais de acabamento, corrigir eventuais falhas construtivas de
caráter estético, proteger os elementos de vedação da ação direta dos agentes agressivos,
garantir a estanqueidade da construção e proporcionar um efeito visual desejado de acordo
com o especificado no projeto. É importante ressaltar que não é função do revestimento
dissimular imperfeições grosseiras da base.
Para fins da Engenharia Civil, a argamassa é o material obtido através da mistura, em
proporções adequadas, de aglomerante(s) inorgânico(s), agregados(s) miúdo(s) e água, com
ou sem aditivos ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento (SELMO,1989).
Atualmente existem dois meios principais para a obtenção da argamassa. Esta pode ser
produzida dentro do próprio canteiro da obra ou ser adquirida pré-misturada, bastando apenas
o acréscimo de água antes do uso. Dentre as vantagens em adquirir argamassa industrializada
estão: garantia de um padrão de qualidade da mistura, maior controle da produção e consumo,
menor utilização de mão de obra e melhor organização do canteiro de obras. Para o caso da
argamassa projetada é utilizada, na maioria dos casos, a industrializada.
Segundo Maciel, Barros, Sabbatini (1998), “Os revestimentos, de uma forma geral,
podem ser classificados segundo os seguintes critérios: tipo de vedação a revestir; ambiente
de exposição; mecanismo de fixação à base; continuidade.”
Para o caso do revestimento em argamassa, através do quadro 1, pode-se classifica-lo
como horizontal ou vertical e interno ou externo. Para este trabalho será estudado o
revestimento vertical interno.
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Quadro 1 – Critérios gerais de classificação dos revestimentos (MACIEL, BARROS,
SABBATINI, 1998)
A seguir, a figura 1 apresenta ilustração das camadas do revestimento vertical.
Figura 1 – Camadas do revestimento de argamassa da vedação vertical: emboço e reboco; massa
única (MACIEL, BARROS, SABBATINI, 1998)
Nota-se que tanto na utilização do emboço e reboco quanto da massa única pode ser
utilizada a ponte de aderência entre a base e o revestimento, denominada de chapisco. No
entanto em revestimento interno vertical normalmente este só utilizado nas partes em contato
com a estrutura e em casos de alvenaria com baixa capacidade de aderência.
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O emboço consiste em cobrir e regularizar a camada base, chamada de substrato,
formando uma ponte que receberá algum outro acabamento, por exemplo, o reboco,
revestimento cerâmico, etc. Geralmente é a camada mais espessa do sistema de revestimento e
possui uma granulometria um pouco mais grossa do que a do reboco e camada única.
O reboco é a camada que sucede o emboço e tem a finalidade de obter uma superfície
mais lisa para receber algum revestimento decorativo ou constituir o acabamento final. Este
acabamento é feito com a utilização de uma desempenadeira ou camurça, realizado após o
sarrafeamento (figura 2).
Figura 2 – Etapa de sarrafeamento com auxílio de régua de alumínio
A camada única cumpre o papel do emboço e do reboco simultaneamente. É bastante
adotada atualmente devido a economia de mão de obra e material.
O acabamento do revestimento em argamassa pode ser de dois tipos: desempolado ou
camurçado.
14
O desempolamento (figura 3) é realizado com o auxilio de uma desempenadeira
(desempoladeira), que é passada de modo a regularizar a superfície. Geralmente o
acabamento desempolado é utilizado quando o revestimento receberá algum outro
revestimento, por exemplo cerâmica ou pastilha.
Figura 3 – Etapa de desempolamento com auxílio desempoladeira de madeira
O acabamento camurçado é obtido com a utilização de uma esponja, que ao ser passada
na superfície proporciona um aspecto mais liso do que o desempolado. Este método é
utilizado na preparação da superfície para o recebimento de pintura, textura ou ainda como
acabamento final.
Independentemente do tipo de acabamento deve-se sempre estar atento às espessuras,
mínimas ou máximas, pois estas devem estar de acordo com exigências normativas ou de
estudos realizados previamente, caso contrário existe uma maior possibilidade de ocorrência
de patologias.
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A seguir são apresentadas as espessuras admissíveis (quadro 2) e espessuras críticas
(quadro 3).
Revestimento Espessura (mm)
Parede interna 5 ≤ e ≤ 20
Parede externa 20 ≤ e ≤ 30
Tetos interno e externo e ≤ 20
Quadro 2 – Espessuras admissíveis para revestimento internos e externos, segundo a NBR13749
(ABNT, 1996)
Tipo de base Espessura mínima (mm)
Estrutura de concreto em pontos localizados 10
Alvenaria em pontos localizados 15
Vigas e pilares em regiões extensas 15
Alvenaria em regiões extensas 20
Quadro 3 – Espessuras mínimas nos pontos críticos (USP, 1995 apud MACIEL, BARROS
SABBATINI, 1998)
Caso as espessuras recomendadas sejam ultrapassadas, devem ser tomado cuidados
especiais de forma a garantir a aderência do revestimento e evitar patologias.
Dentre as diversas patologias apresentadas pelo sistema de revestimento em argamassa,
as mais comuns são:
- a formação de manchas de umidade, com desenvolvimento de bolor;
- o descolamento da argamassa de revestimento da alvenaria ou estrutura;
- a fissuração da superfície do revestimento;
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- a formação de vesículas na superfície do revestimento causando, o descolamento da
pintura;
- o descolamento entre o reboco e o emboço.
O surgimento de problemas patológicos no sistema de revestimento em argamassa estão
associados à fase de projeto, execução e utilização. Para cada uma dessas fases deverão ser
tomadas medidas adequadas para garantir a qualidade e durabilidade do sistema.
É necessário considerar a definição da argamassa, das espessuras das
camadas do revestimento, dos detalhes construtivos, dos procedimentos de
execução e controle para minimizar a ocorrência dos problemas patológicos
no revestimento de argamassa. (MACIEL, BARROS, SABBATINI, 1998).
O sistema de revestimento em argamassa além da importância técnica e funcional,
representa nos orçamentos das obras de edificações de 2% a 4% do custo, sendo que destes,
aproximadamente 79% é por conta da mão de obra e equipamentos e 21% dos materiais
(ARAÚJO, 2010). Nota-se que grande parte dos custos do sistema tem origem na mão de obra
e equipamentos.
Através dos pontos observados neste item do trabalho, é possível perceber a
complexidade e importância do sistema de revestimento em argamassa em obras.
17
2.2 – APLICAÇÃO CONVENCIONAL
O método convencional de aplicação do revestimento em argamassa se diferencia do
método mecanizado basicamente pelo lançamento manual da argamassa na parede com a
utilização da colher de pedreiro, conforme a figura 4 a seguir.
Figura 4 – Lançamento manual da argamassa com a colher de pedreiro
18
O sistema convencional pode ter dois métodos distintos de obtenção da argamassa:
dosada in loco ou industrializada.
Uma pesquisa comparativa entre os dois processos de produção
demonstrou que o uso de argamassa industrializada contribui para a
racionalização desse subsistema. Existe um potencial de redução da
demanda de mão-de-obra, do prazo de execução e da interferência com
outros serviços e de minimização das perdas que geram ganhos em eficiência
(REGATTIERI e SILVA, 2003 apud PARAVISI, 2008).
A seguir, na figura 5 e figura 6, pode-se observar o fluxo do processo para ambos os
casos de produção de argamassa.
Figura 5 – Exemplo de processo de produção com argamassa feita em obra
(COSTA, 2005 apud PARAVISI, 2008)
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Figura 6 – Exemplo de processo de produção com argamassa industrializada
(COSTA, 2005 apud PARAVISI, 2008)
Nos fluxos dos processos observados cada símbolo corresponde a uma atividade do
fluxo, desde o estoque da matéria-prima até a aplicação da argamassa fresca sobre a alvenaria.
Nota-se que a quantidade de atividades envolvidas na argamassa feita em obra é maior que
quando utilizada a argamassa industrializada. Cabe ao gestor decidir qual método trará um
custo beneficio maior, avaliando-se tanto os custos com a mão de obra quanto com materiais e
sistemas de transportes.
Após a preparação do produto parte-se para a etapa da aplicação. A seguir serão
apresentadas as técnicas para a execução do revestimento em argamassa.
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Dá-se início à execução do revestimento após a aplicação da ponte de aderência,
denominada de chapisco, que deverá ter cura de dois a três dias segundo a NBR7200 (ABNT,
1998) ou recomendação do fabricante. A partir daí são retiradas as mestras, ou guias, na base
a ser revestida e servirão para controle de espessura, alinhamento, prumo e esquadro do
revestimento. Para esta etapa são utilizadas como ferramentas de auxílio: prumo de face,
esquadro de alumínio, fita métrica e linha de nylon.
Após a confecção e secagem das guias executa-se o lançamento manual da argamassa.
Essa etapa é de fundamental importância para a resistência de aderência à tração do
revestimento.
A ergonomia é fator determinante para uma boa aplicação da argamassa, além de
influenciar na produtividade, na rotatividade de mão de obra, nos índices de doenças e de
acidentes e na capacidade de esforço do trabalhador (SANTOS, 1995 apud PARAVISI,
2008).
Durante o processo de lançamento manual, a energia de lançamento pode sofrer
variação devido à ergonomia, o que após o endurecimento poderá implicar em problemas de
aderência da argamassa ao substrato. Ao observar a figura a seguir (figura 7), pode-se
observar que trechos próximos ao piso e ao teto representam posições desconfortáveis para o
trabalhador, podendo assim acarretar na diminuição da energia de lançamento ao longo do
dia, devido ao desgaste físico, podendo afetar a capacidade de aderência do revestimento em
argamassa no estado endurecido.
Figura 7 – Influência da ergonomia na energia de lançamento da argamassa (SILVA, 2011)
21
Além de uma boa energia no lançamento manual, recomenda-se que após a aplicação da
argamassa seja realizado o aperto desta com a colher de pedreiro, com o intuito de reduzir os
vazios, melhorando assim a uniformidade, a resistência e a aderência do revestimento à base.
Com esta já aplicada e apertada, espera-se o tempo de pega, que é necessário para
ocorrer um ligeiro endurecimento da argamassa e possibilitar o sarrafeamento (figura 2) com
um auxilio de uma régua metálica, eliminando assim o excesso de argamassa e fazendo o
nivelamento do revestimento com as guias.
Com o excesso de argamassa retirado, vem a etapa de acabamento do revestimento que,
como apresentado no item anterior, pode ser desempolado ou camurçado.
Para um melhor desempenho do revestimento recomenda-se uma cura de pelo menos
sete dias, segundo a NBR 7200 (ABNT, 1998).
22
2.3 – ARGAMASSA PROJETADA
Conforme foi pesquisado durante a execução deste trabalho, existem dois métodos para
a projeção da argamassa, o projetor por spray e o projetor por bomba. Para este trabalho será
considerada apenas a projeção por bomba.
A distinção básica entre a aplicação convencional e a projetada é o método de
lançamento da argamassa. Enquanto a convencional utiliza a força do pedreiro, que com
auxilio da colher arremessa a argamassa contra o substrato, a projeção utiliza uma bomba que
garante um nível padrão de energia de lançamento, possibilitando assim uma qualidade
superior do revestimento.
A projeção permite melhor compactação (da argamassa sobre a superfície)
por lançar o material em grânulos pequenos, os quais se acomodam melhor
diminuindo tanto a quantidade de defeitos na interface entre a argamassa e a
superfície quanto o volume do material aplicado, minimizando também o ar
aprisionado na mistura, segundo. (PILEGGI, 2012 apud CICHINELLI,
2012).
As etapas que precedem e sucedem o lançamento da argamassa são semelhantes para
ambos os métodos e vão desde a preparação do substrato com a ponte de aderência, caso
necessário, confecção das guias até o sarrafeamento, acabamento e a cura.
Além da projeção propriamente dita, o sistema projetado apresenta particularidades para
a obra em relação à estocagem de material, mistura, transportes horizontal e vertical,
racionalizando assim a utilização de mão de obra em serviços que não agregam valor e a
utilização de equipamentos auxiliares de transporte, por exemplo grua, elevador de carga,
empilhadeira, betoneira, etc.
Especificamente a argamassa para projeção é composta de cimento, areia, aditivo
incorporador de ar e aditivo para aumentar a aderência, resistência e impermeabilidade. Nota-
se a necessidade de uma quantidade maior de aditivos em relação a argamassa tradicional pois
devido a projeção algumas propriedades são mais exigidas, por exemplo a aderência no estado
fresco e a plasticidade. Devido a esta formulação especial o tempo de pega da argamassa é
menor e a trabalhabilidade é maior, facilitando e agilizando o trabalho dos funcionários
envolvidos no processo de acabamento após a projeção.
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No método projetado, conforme foi pesquisado, existe a possibilidade do fornecimento
da argamassa industrializada ser em sacos ou em silo.
Para a argamassa em saco existe a possibilidade desta ser dosada (acréscimo de água)
próximo ao local da projeção, com uma bomba móvel, ou em um lugar fixo, com uma bomba
estacionária. Já a argamassa em silo pode ser dosada na saída deste, em um local fixo, e em
seguida ser bombeada para o local desejado, ou a argamassa pode ser transportada até a
bomba móvel, no estado seco, e dosada próxima ao local da projeção. Para todos os casos
citados podem ser utilizadas bombas com misturador acoplado, ver figura 15, ou misturador
separado. Existe também a possibilidade da dosagem ser automática ou manual.
Eventualmente as empresas que adotam o sistema projetado utilizam equipamentos para
facilitar a logística do processo, que serão apresentados a seguir.
EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS UTILIZADAS NO MÉTODO MECANIZADO
Existem algumas possibilidades de equipamentos e ferramentas, porém para os casos
estudados neste trabalho os equipamentos e ferramentas utilizadas no sistema projetado são:
- Silo para armazenamento da argamassa seca;
- Misturador de argamassa; - Sistema de transporte da argamassa dosada;
- Bomba para projeção da argamassa; - Acessórios da bomba;
A seguir serão apresentados detalhes de cada um destes.
- SILO PARA ARMAZENAMENTO DA ARGAMASSA SECA
O silo para armazenamento da argamassa seca (figura 8) é um reservatório apoiado
sobre o solo, onde a argamassa fica estocada no estado seco até o momento do acréscimo de
água para o uso. Existe uma grande vantagem na utilização do silo, pois este ocupa um espaço
bastante reduzido no canteiro de obras (cerca de 9m2), e possui uma capacidade de
armazenamento de 20m3 de material no estado seco.
24
O abastecimento do silo é obtido através da parte superior deste, através de uma
mangueira conectada ao caminhão (figura 9) que transporta a argamassa seca da fábrica até a
obra. A saída de material do silo ocorre por força gravitacional e se situa na parte inferior
deste, local onde fica o misturador que irá proceder a mistura da argamassa seca com a água.
A etapa de armazenamento envolve dois cuidados principais: controle de estoque e
controle do recebimento do material.
Na figura 8 e figura 9 são mostrados, respectivamente, o silo e o caminhão de transporte
da argamassa seca.
Figura 8 – Silo para armazenamento da argamassa no estado seco
Figura 9 – Caminhão de transporte da argamassa no estado seco
25
- MISTURADOR DE ARGAMASSA
Segundo Regattieria, Silva (2003), “as misturas, de acordo com a norma NBR 7200
(ABNT, 1998), devem ser feitas por processos mecanizados ou, em casos excepcionais, por
processo manual.”
No caso deste trabalho será considerado o método mecanizado.
O misturador de argamassa, quando utilizado o silo, fica localizado na parte inferior
deste e tem a função de misturar a argamassa no estado seco com a água, afim de obter a
homogeneização do material e propiciar as características necessárias para o funcionamento
do sistema.
Nesta fase é extremamente importante o cuidado com a quantidade de água
acrescentada e o tempo de mistura, pois influenciará diretamente o transporte e a produção
das equipes. Caso ocorra uma dosagem equivocada, poderá levar à obstrução no mangote do
sistema de transporte e consequentemente perda de material, pois este não atenderá aos
requisitos de trabalhabilidade dos serviços.
O tipo de misturador utilizado na saída do silo é a argamassadeira de fluxo contínuo de
eixo horizontal (figura 10).
Figura 10 – Misturador localizado na saída do silo
26
- SISTEMA DE TRANSPORTE DA ARGAMASSA DOSADA
O sistema de transporte da argamassa é um item importante no estudo do método de
argamassa projetada, pois permite a racionalização dos meios de transporte de material na
obra, por exemplo grua e balança, e proporciona a redução do número de funcionários
envolvidos em atividades que não agregam valor.
Os equipamentos envolvidos no sistema de transporte são a bomba e a mangueira,
popularmente conhecido como mangote (figura 11 e figura 12).
A dosagem da argamassa ocorre na saída do silo de armazenamento, onde um
funcionário capacitado adiciona água na proporção correta, dando assim condições de
transporte e aplicação desta.
A bomba fica localizada na saída do misturador e impulsiona a argamassa já dosada
para o mangote, que conduz o material até o pavimento onde está sendo realizado o serviço.
O comprimento da mangueira de projeção não deve ultrapassar, na horizontal, 25m e, na
vertical 60m, não podendo, de forma alguma, ser dobrada (CICHINELLI, 2012).
Deve-se ficar atento ao tempo em que a argamassa fica estagnada dentro do mangote,
pois caso seja por um período muito longo poderá provocar entupimento no sistema. Sendo
assim a equipe deverá estar treinada e apta para utilizar os equipamentos.
Figura 11 e 12 – Bomba e mangote para transporte de argamassa dosada
27
- BOMBA PARA PROJEÇÃO DA ARGAMASSA
Para projetar a argamassa no estado fresco utiliza-se uma bomba, com a finalidade de
substituir o método tradicional de lançamento manual com a colher de pedreiro. Usualmente a
bomba para projeção fica localizada na saída do silo, porém eventualmente poderá ficar
locada em outro lugar, dependendo da necessidade de uso. Atualmente estas podem ser de
dois tipos de funcionamento: helicoidal ou pistão.
As bombas helicoidais possuem um eixo helicoidal (rosca sem fim) que, ao girar,
projeta a argamassa pelo mangote. As do tipo pistão possuem um pistão logo após o
reservatório de argamassa, que ao ser acionado impulsiona a argamassa.
A seguir ilustração dos dois tipos de bombas (figura 13 e figura 14).
Figura 13 – Esquema de bomba do tipo helicoidal (SANTOS, 2003 apud PARAVISI, 2008)
Figura 14 – Esquema de bomba do tipo pistão (SANTOS, 2003 apud PARAVISI, 2008)
28
Além dos dois tipos de funcionamento citados acima, existe também a possibilidade da
bomba possuir um misturador de argamassa acoplado, podendo neste caso ser utilizado o
abastecimento com argamassa seca, acrescido de água (figura 15).
Figura 15 – Bomba com misturador acoplado (PUTZMEISTER, 2012)
As bombas de projeção exigem cuidados para não prejudicar a produtividade das
equipes. Caso seja operada de maneira indevida poderá ocorrer desperdício de material ou
entupimento do sistema, o que exige capacitação tanto do funcionário que irá efetuar a
projeção quanto do que irá realizar a dosagem da argamassa.
29
- ACESSÓRIOS DA BOMBA
Para o funcionamento da bomba são necessários compressor de ar, mangote, pistola de
projeção e bicos ejetores.
O compressor de ar tem a função de auxiliar na pressão para a projeção da argamassa,
sofrendo influencia direta do diâmetro do bico (quanto maior, maior deve ser a pressão) e do
tipo de material. Pressões baixas podem provocar perda de aderência, assim como se houver
um excesso de ar pode ocorrer ricochete dos grãos na parede e consequentemente aumento da
reflexão e desplacamento.
O mangote é responsável por conduzir a argamassa até a pistola de projeção. Este
possui diâmetros de 25, 35 e 50mm, comprimentos de 10, 15, 20, 25 e 50m e é constituído de
material flexível, permitindo assim uma maior mobilidade.
A pistola (ver figura 15) tem a função de controlar a aplicação da argamassa através de
um gatilho que aciona ou interrompe a projeção. São encontradas com diâmetros de 25mm e
30mm, com ângulos reto e angular, curta e longa.
A pistola angular é recomendada para execução de revestimento de teto,
sendo a pistola reta recomendada para paredes. Em locais de espaço
reduzido, tal como trabalho sobre balancim, é mais adequada a utilização de
pistolas curtas. Para o revestimento de teto, ao contrário, recomenda-se a
utilização de pistolas longas. (CRESCENCIO, PARSEKIAN, BARROS,
SABBATINI, 1998).
O bico ejetor (ver figura 16) fica situado na extremidade da pistola de projeção, sendo o
última contato da argamassa com o sistema. São usualmente encontrados nos diâmetros de 8,
10, 12, 14, 16, 18 e 20mm. A escolha do diâmetro depende do tipo de material a ser projetado
e da distância de projeção. Quanto menor for o bico maior será a velocidade de projeção, por
exemplo. Vale ressaltar que a mesma bomba também serve para aplicação do chapisco,
devendo apenas adaptar o bico ejetor e a pressão de ar. Para uma escolha correta deve-se
consultar o fabricante da argamassa e o fornecedor do equipamento, devido à diferenças entre
as diversas marcas.
30
Figura 16 – Pistola de projeção e bico ejetor
Através da variedade de características dos acessórios da bomba, nota-se a importância
da escolha correta destes no sistema de argamassa projetada. A adoção equivocada poderá
acarretar na ineficiência do conjunto, reduzindo a produtividade e a qualidade,
consequentemente aumentando os custos.
2.4 – COMPARAÇÃO ENTRE ARGAMASSA PROJETADA E O MÉTODO
CONVENCIONAL
No quadro 4 a seguir, segue o comparativo entre o sistema de argamassa projetada e o
método convencional. Esta comparação tem como base dados encontrados em referenciais
teóricos.
31
CARACTERÍSTICA APLICAÇÃO PROJETADA APLICAÇÃO CONVENCIONAL
Produtividade
Devido ao método mecanizado,
facilita o trabalho do profissional,
aumentando assim o índice de
produtividade
Maior nível de desgaste físico,
provocando absenteísmo, lesões e
menores índices de produtividade
Custo
Custos com material e
equipamentos diretos maiores,
custos com mão de obra e
equipamentos indiretos menores
Custos com material e
equipamentos diretos menores,
custos com mão de obra e
equipamentos indiretos maiores
Desempenho no estado endurecido
Maior resistência de aderência e
menor quantidade de ar aprisionado
na mistura
Menor resistência de aderência e
maior quantidade de ar aprisionado
na mistura
Logística do processo Racionalização do uso de mão de
obra e equipamentos de transporte
Maior utilização de mão de obra
em serviços que não agregam valor
e maior necessidade no uso de
equipamentos de transportes
Mão de obra
Racionalização, menor
absenteísmo, qualificação do
profissional, menor rotatividade de
funcionários
Desperdício, maior absenteísmo,
alta rotatividade de funcionários
Argamassa utilizada Industrializada, maior controle e
padrões de qualidade
Industrializada ou feita in loco,
menor controle da qualidade
Quadro 4 – Comparação entre a aplicação projetada e aplicação convencional de argamassa
A partir do quadro 4 é possível notar uma série de vantagens do sistema projetado em
relação ao sistema convencional, porém outros aspectos precisam ser levados em
consideração, dentre eles o custo final e a velocidade de execução do revestimento.
Complementarmente à este quadro, na pesquisa de campo serão coletados dados que
mostrarão resultados mais conclusivos sobre o sistema projetado.
A seguir (figura 17 e figura 18) encontram-se os fluxos esquemáticos para cada um
dos métodos expostos neste trabalho.
32
Figura 17 – Fluxo de etapas para o sistema convencional, (SILVA, 2011)
Figura 18 – Fluxo de etapas para o sistema projetado, (SILVA, 2011)
33
Nota-se que a quantidade de etapas envolvidas no sistema convencional é maior em
relação ao sistema projetado. Percebe-se no sistema convencional uma maior utilização de
mão de obra que não agrega valor e de equipamentos auxiliares. Para um efetivo comparativo
de custos torna-se necessária uma análise envolvendo todas estas etapas dos processos.
2.5 – RAZÃO UNITÁRIA DE PRODUÇÃO
A Razão Unitária de Produção (RUP) expressa a razão entre a quantidade de tempo
(homens-hora) de trabalho despendida para realização de uma determinada quantidade de
serviço.
Para um resultado mais significativo é necessária a padronização dos parâmetros para
obtenção da RUP. Neste trabalho foram considerados os seguintes padrões:
- definição das equipes a serem analisadas;
- quantificação dos serviços (áreas de revestimento desempoladas e arestadas);
- definição do período aferição por apartamento;
- quantificação das horas de trabalho das equipes;
Especificamente para as horas trabalhadas é importante frisar que:
- hora não trabalhada por anormalidade é hora trabalhada;
- hora extra efetivamente trabalhada é hora trabalhada;
- hora para necessidades fisiológicas é hora trabalhada;
- hora para almoço não é hora trabalhada;
- hora prêmio não é hora trabalhada;
34
Serão estudados neste trabalho quatro tipos de RUP’s:
• RUP diária
• RUP cumulativa
• RUP potencial
• RUP cíclica
A RUP diária representa a quantidade diária de horas despendidas para realizar uma
quantidade diária de serviço e é calculada a partir da equação 1, a seguir:
RUPd = Hh ÷ QS Equação 1
Onde,
RUPd = Razão Unitária de Produção Diária
Hh = Homem hora
QS = Quantidade de Serviço
A RUP cumulativa representa o somatório de horas trabalhadas sobre o somatório da
quantidade de horas despendidas, durante um determinado período, e é calculada a partir da
equação 2, a seguir:
RUPc = ∑Hh ÷ ∑QS Equação 2
Onde,
RUPc = Razão Unitária de Produção Cumulativa
∑Hh = Somatório de Homem hora durante o período de estudo
∑QS = Somatório de Quantidade de Serviço durante o período de estudo
35
A RUP potencial é obtida a partir da mediana dos valores de RUP’s diárias menores que
a RUP cumulativa encontrada no final do período de estudo. A mediana representa um
determinado valor onde metade de um conjunto de valores está situada acima e metade abaixo
desta.
A RUP potencial é calculada a partir da equação 3, a seguir:
RUPp = Med RUPd Equação 3
Onde,
RUPp = Razão Unitária de Produção Potencial
Med RUPd = Mediana das RUP´s diárias menores que a cumulativa do final do período
de estudo
A RUP cíclica representa a RUP cumulativa para um determinado ciclo de atividade.
No caso deste trabalho o ciclo será referente à um pavimento tipo.
A RUP cíclica é calculada a partir da equação 4, a seguir:
RUPci = ∑Hh ÷ ∑QS Equação 4
Onde,
RUPci = Razão Unitária de Produção Cíclica
∑Hh = Somatório de Homem hora durante o ciclo em estudo
∑QS = Somatório de Quantidade de Serviço durante o ciclo em estudo
As RUP’s diárias e cíclicas são indicadas para a análise das variações ocorridas durante
a execução de um serviço, a curto prazo, podendo assim ser útil para possíveis melhorias no
processo. Caso estas possuam valores com grandes diferenças, será notada uma não
padronização da produtividade, o que alertará aos gestores que algo errado está acontecendo.
36
A RUP cumulativa representa um valor médio, a longo prazo, sendo útil para
composições de custos e análises de desempenho geral. A RUP potencial pode ser definida
como sendo a RUP com maior probabilidade de ocorrer dentre os dias considerados normais,
sinônimo também de um bom desempenho.
2.6 – COMPOSIÇÃO DE CUSTOS
Dá-se o nome de composição de custos ao processo de estabelecimento dos
custos incorridos para a execução de um serviço ou atividade,
individualizado por insumo e de acordo com certos requisitos pré-
estabelecidos. A composição lista todos os insumos que entram na execução
do serviço, com suas respectivas quantidades, e seus custos unitários e totais.
(MATTOS, 2006)
Para a análise de custo do sistema de revestimento em argamassa das obras envolvidas
neste trabalho serão realizadas composições baseadas nos índices e especificidades
encontradas em cada uma destas.
A composição de custo abrange os gastos com mão de obra, materiais e equipamentos,
sendo que estes podem ser considerados custos diretos ou indiretos. Os custos diretos são
aqueles que atuam diretamente no serviço, por exemplo pedreiro e o ajudante do pedreiro. Os
custos indiretos são aqueles que não atuam diretamente em um determinado serviço, por
exemplo: engenheiro, encarregado, betoneira, elevador, grua, vigias, almoxarife, etc.
A mão de obra é um dos itens mais importantes, senão o mais, para uma obra. Os
custos com mão de obra podem representar de 50% a 60% do valor de um empreendimento
imobiliário (MATTOS, 2006). Existem dois tipos básicos de trabalhadores da construção
civil, os horistas e os mensalistas.
Os horistas são os funcionários remunerados com base na quantidade de horas
trabalhadas, por exemplo: pedreiro, servente, armador, carpinteiro, etc. Os mensalistas são
remunerados baseados no mês de trabalho, por exemplo: engenheiro, mestre, encarregado,
37
almoxarife, etc. Os horistas representam parte do custo direto de uma obra, enquanto que os
mensalistas representam parte do custo indireto.
Para este trabalho foram considerados apenas os operários horistas. Os encargos
aplicados sobre o custo horário destes foram retirados do quadro 5, a seguir.
Quadro 5 – Encargos no sentido amplo (MATTOS, 2006)
38
Os encargos listados no quadro anterior são chamados de encargos no sentido amplo, e
incluem os encargos sociais, trabalhistas, indenizatórios, custos com alimentação, cesta
básica, vale transporte, equipamentos de proteção individual, seguro em grupo e horas extras
habituais. Este encargos serão utilizados sobre o valor da hora de trabalho dos operários.
A seguir será apresentada a metodologia para a pesquisa de campo.
39
3 – METODOLOGIA
A metodologia aplicada para este trabalho consiste em coletar em campo as Razões
Unitárias de Produção (RUP’s) dos funcionários envolvidos no sistema de revestimento
vertical interno em argamassa, especificamente os pedreiros, e a partir de valores também
coletados nas obras analisar os custos envolvidos nos processos.
Foram analisadas três obras de construtoras distintas. Na Obra 01, na Obra 02 e na
Obra 03 (Torre A) foi adotado o método mecanizado de execução de argamassa, enquanto que
na Obra 03 (Torre B) foi utilizado o método convencional. Na Torre B da Obra 03 a
argamassa era dosada in loco, com utilização de padiola, misturada na betoneira e
transportada para o pavimento via balança.
Um aspecto importante para mensuração da produtividade e obtenção do custo
unitário é a espessura do revestimento. Quanto menor a espessura maior será a produtividade
pois o tempo despendido no lançamento da argamassa é menor, porém deve-se sempre
obedecer os limites, mínimos e máximos (ver quadro 2). Será considerada uma espessura
média de 2cm, tanto para o método mecanizado quanto para o método convencional.
Para este trabalho, as perdas de argamassa decorridas de ambos os métodos foram
desconsideradas. Também foram desprezados os custos dos serviços de instalações
necessários para o funcionamento de ambos os métodos, mecanizado e convencional.
A seguir, através do quadro 6 e quadro 7 serão apresentadas as características de cada
uma das obras analisadas.
40
Item Obra 01 Obra 02
Tipologia Edifício Residencial Edifício Residencial
Quantidade de torres 01 01
Quantidade de pavimentos 16 16
Quantidades de pavimentos tipo 13 12
Quantidade de apartamentos 50 42
Área por apartamento 97 m2 121 m2
Revestimento Vertical Interno em
Argamassa (pavimento tipo) 14.000 m2 20.400 m2
Substratos do sistema de revestimento
em argamassa interna
Concreto e alvenaria em
bloco cerâmico
Concreto e alvenaria em bloco
cerâmico
Equipamentos principais de transporte
da obra Uma balança e uma grua Uma balança e uma grua
Logística do sistema de revestimento em
argamassa
Um silo de armazenamento e
uma bomba localizada na saída
do silo
Um silo de armazenamento e uma
bomba localizada na saída do silo
Proporção entre profissionais e ajudantes
usados diretamente na execução do
revestimento
Um servente para cada quatro
pedreiros
Um servente para cada quatro
pedreiros
Equipamentos e equipes auxiliares Não Não
Tempo médio de ciclo (por pavimento) 4 dias trabalhados 4 dias trabalhados
Quadro 6 – Características da Obra 01 e da Obra 02
41
Item Obra 03 – Torre A Obra 03 – Torre B
Tipologia Edifício Residencial Edifício Residencial
Quantidade de torres 06 06
Quantidade de pavimentos 30 30
Quantidades de pavimentos tipo 25 25
Quantidade de apartamentos 100 100
Área por apartamento 76,00 m2 76,00 m2
Revestimento Vertical Interno em
Argamassa (pavimento tipo) 23.700 m2 23.700 m2
Substratos do sistema de revestimento
em argamassa interna
Concreto e alvenaria em
bloco de cimento
Concreto e alvenaria em bloco
de cimento
Equipamentos principais de transporte
da obra
Duas balanças e uma grua
(dividida entre duas torres)
Uma balança e uma grua
(dividida entre duas torres)
Logística do sistema de revestimento
em argamassa
Dois silos de armazenamento
e uma bomba localizada na
saída do silo
Estoque de cimento, areia e aditivo
separados, mistura realizada na
betoneira e transporte vertical via
balança
Proporção entre profissionais e
ajudantes usados diretamente na
execução do revestimento
Um servente para cada quatro
pedreiros
Um servente para cada quatro
pedreiros
Equipamentos e equipes auxiliares ---
Uma betoneira com operador e três
serventes para transporte de
argamassa
Tempo médio de ciclo (por pavimento) 5 dias trabalhados 8 dias trabalhados
Quadro 7 – Características da Obra 03, Torre A e Torre B
A seguir, na figura 19 o esquema encontrado na Obra 01, Obra 02 e Obra 03 (Torre A)
no método por projeção, com a bomba localizada na saída do silo de armazenamento de
argamassa no estado seco.
42
Figura 19 – Esquema de silos de armazenamento e bomba de projeção
A seguir na figura 20 a área da betoneira da Obra 03 (Torre B), onde era realizada a
dosagem e mistura da argamassa, para em seguida ser transportada e aplicada manualmente
nos pavimentos desejados.
Figura 20 – Área da betoneira, Obra 03 (Torre B)
43
3.1 – OBTENÇÃO DAS RAZÕES UNITÁRIAS DE PRODUÇÃO
As Razões Unitárias de Produção (RUP’s) foram obtidas através de observações e
medições realizadas em campo, nas respectivas obras analisadas neste trabalho. Diariamente
eram medidos o total de serviço executado (m2 de revestimento em argamassa) e registrado os
trabalhadores presentes, com a apropriação das horas trabalhadas (hh). Caso durante a
execução do serviço de revestimento em argamassa projetada ocorra a necessidade de aplicar
a argamassa manualmente, esta quantidade de serviço será contabilizada como argamassa
projetada.
Para a mensuração da quantidade de serviços (QS) realizados pela mão de obra,
quando num pano de parede existirem aberturas (portas, janelas, basculantes, elementos
vazados, etc) serão desprezados os vãos arestados com área inferior a 2m2. Isto é, um vão de
1,20m x 1,00m não será considerado para quantificação de serviços executados. Já os vãos
com aberturas maiores que 2m2 terão descontados da área total o valor que exceder 2m2. Isto
é, um vão de 2,20m x 2,00m será descontado apenas os 2,40m2. Adotada-se esta medida para
compensar o tempo gasto no serviço de arestamento, já que a produção é mais lenta devido ao
maior nível de dificuldade da tarefa. Esse critério usualmente é utilizado pelos orçamentistas,
porém ainda é bastante discutível pois varia entre as empresas, com algumas adotando tal
critério tanto para mão de obra quanto para os materiais, outras apenas para a mão de obra,
outras não adotando nem para mão de obra nem para materiais. Para o caso deste trabalho o
critério foi aplicado para a mão de obra e para os materiais.
A partir das anotações, foram inseridos os dados obtidos nas equações encontradas no
item 2.5 deste trabalho. Dos valores encontrados foram construídos gráficos e tabelas para
auxiliarem nas observações dos resultados encontrados.
44
Para o cálculo dos índices de equipamentos e/ou equipes auxiliares foi adotada a
equação 5, a seguir:
Ind = RUPc x (N ÷ Np) Equação 5
Onde,
Ind = Índice Unitário de Equipamentos e/ou Equipes Auxiliares
RUPc = Razão Unitária de Produção Cumulativa Final do Profissional do Serviço
N = Quantidade do Item na Obra
Np = Número Médio de Pedreiros no Trabalho de Revestimento em Argamassa
Interno Vertical Durante o Período de Coleta de Dados
Exemplo 01: Caso hajam quatro serventes servindo oito pedreiros, e o índice (RUP)
do pedreiro seja de 0,80 hh/m2, o índice de servente será de 0,40 hh/m2 pois:
Ind = 0,80 x (4 ÷ 8) = 0,40 hh/m2
Exemplo 02: Caso haja uma betoneira servindo oito pedreiros, e o índice (RUP) do
pedreiro seja de 0,80 hh/m2, o índice da betoneira será de 0,10 h/m2 pois:
Ind = 0,80 x (1 ÷ 8) = 0,10 h/m2
45
3.2 – DETERMINAÇÃO DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTOS
Os custos unitários do sistema de revestimento foram determinados a partir dos índices
(RUP’s) e preços encontrados em campo, em cada obra.
Para uma melhor comparação, alguns preços de insumos comuns utilizados nas obras
foram padronizados, devido a divergências nos valores em virtude do período de coleta de
cada uma das obras serem diferentes, incidindo assim inflação dos materiais e equipamentos,
e dissídio coletivo no salário dos funcionários. Os valores a seguir apresentados, no quadro
08, referem-se ao mês de junho de 2012, na cidade de Salvador, Bahia.
Item Unidade Custo (R$)
Operário Qualificado hh 14,44
Servente Comum hh 8,46
Argamassa Industrializada p/ Projeção kg 0,26
Conjunto Silo + Bomba h 45,45
Quadro 08 – Padronização dos custos unitários de insumos
Onde,
hh = Homem hora
kg = Quilograma
h = Hora
O custo horário do operário qualificado e do servente comum durante a realização
deste trabalho foram de, respectivamente, R$ 4,91 e R$ 2,88, e foram acrescidos de 194,26%
de encargos sobre estes, configurando os valores encontrados no quadro 08.
Serão considerados operários qualificados para este trabalho as funções de pedreiro,
operador de betoneira e operador de balança.
46
4 – RESULTADOS E ANÁLISES
Os resultados e análises apresentados a seguir foram obtidos através da aplicação da
metodologia descrita no Item 3 ao campo. Estes estão separados em sub-itens por obra e no
sub-item 4.5 será apresentada uma comparação geral a todas as obras.
Para cada um dos sub-itens serão apresentados gráficos com as respectivas RUP’s
diárias, cumulativas, potenciais e cíclicas e quadro com as composições de custos.
O consumo da argamassa projetada adotado foi de 34kg por m2 de revestimento. Este
valor foi obtido através do fabricante do material, que especifica um consumo entre 17 e
19kg/m2/cm de revestimento.
As planilhas detalhadas utilizadas para inserir os dados se encontram no apêndice
(item 7). Os valores encontrados nas planilhas foram obtidos a partir de dados de pesquisa de
campo.
47
4.1 – RESULTADOS DA OBRA 01
A seguir serão apresentados os resultados das RUP’s diária, cumulativa, potencial
(figura 21), RUP cíclica (figura 22) e a composição de custos da Obra 01 (tabela 01).
Figura 21 – Razão Unitária de Produção diária, cumulativa e potencial da Obra 01
Figura 22 – Razão Unitária de Produção cíclica Obra 01
48
Através da figura 21 e da figura 22, é possível perceber o efeito da curva de
aprendizagem, onde no decorrer da obra houve uma redução da RUP devido à melhorias em
função da prática dos pedreiros e entrosamento da equipe. Na Obra 01 optou-se por realizar o
serviço começando no primeiro pavimento e seguir subindo até o último, sequencialmente.
Nota-se através das RUP’s diárias uma variação nos valores a cada dia. Estas
variações ocorrem principalmente porque existem dias que a quantidade de serviços de
arremates a serem realizados são maiores, reduzindo assim a produtividade. No dia 26/09/11
houve um pico de 1,23 hh/m2 devido à quebra da bomba de projeção logo no início da jornada
de trabalho. Com exceção deste dia, outras anormalidades não apresentaram grandes impactos
para o andamento das atividades.
No último pavimento a ser executado é possível observar um aumento da RUP,
possivelmente devido à expectativa dos funcionários em serem demitidos pois a obra estava
chegando à fase final.
A Obra 01 apresentou uma RUP cumulativa de 0,42hh/m2 e apresentou um custo
unitário de 17,95R$/m2 conforme a composição de custo a seguir (tabela 01).
Tabela 1 – Composição de custo da Obra 01
Insumo Unidade Índice Custo Unitário (R$) Custo Total (R$/m2)
Pedreiro Hh 0,42 14,44 6,06
Ajudante de Pedreiro Hh 0,11 8,46 0,89
Argamassa Kg 34,00 0,26 8,84
Equipamentos h 0,047 45,45 2,15
Total 17,95
49
4.2 – RESULTADOS DA OBRA 02
A seguir serão apresentados os resultados das RUP’s diária, cumulativa, potencial
(figura 23), RUP cíclica (figura 24) e a composição de custos da Obra 02 (tabela 02).
Figura 23 – Razão Unitária de Produção diária, cumulativa e potencial da Obra 02
Figura 24 – Razão Unitária de Produção cíclica Obra 02
50
Através da figura 23 é possível perceber que as RUP’s cumulativas apresentaram
pouca variação, mas ainda assim é possível observar uma redução da RUP no decorrer das
atividades, principalmente com a observação da figura 24. Na Obra 02 optou-se por realizar
os serviços de revestimento em argamassa interno vertical na seguinte seqüência de
pavimentos: 10º, 9º, 8º, 11º, 12º, 7º, 6º, 5º, 4º, 3º, 2º, 1º.
Nota-se através das RUP’s diárias uma variação nos valores a cada dia. Estas
variações ocorrem principalmente porque existem dias que a quantidade de serviços de
arremate a serem realizados são maiores, reduzindo assim a produtividade. Houve um pico de
1,13 hh/m2 no dia 27/04/12 devido à quebra da bomba de projeção no início da jornada de
trabalho. Com exceção deste dia, outras anormalidades não apresentaram grandes impactos
para o andamento das atividades.
A Obra 02 apresentou uma RUP cumulativa de 0,52hh/m2 e apresentou um custo
unitário de 18,60R$/m2 conforme a composição de custo a seguir (tabela 02).
Tabela 02 – Composição de custo da Obra 02
Insumo Unidade Índice Custo Unitário (R$) Custo Total (R$/m2)
Pedreiro Hh 0,52 14,44 7,51
Ajudante de Pedreiro Hh 0,13 8,46 1,10
Argamassa Kg 34,00 0,26 8,84
Equipamentos h 0,025 45,45 1,15
Total 18,60
51
4.3 – RESULTADOS DA OBRA 03 – TORRE A
A seguir serão apresentados os resultados das RUP’s diária, cumulativa, potencial
(figura 25), RUP cíclica (figura 26) e a composição de custos da Obra 03, Torre A (tabela 03).
Figura 25 – Razão Unitária de Produção diária, cumulativa e potencial da Obra 03 (Torre A)
Figura 26 – Razão Unitária de Produção cíclica Obra 03 (Torre A)
52
A Obra 03 (Torre A) apresentou um variação pequena nos valores das RUP’s
cumulativas (figura 25), possivelmente devido ao período maior de serviço, por possuir uma
quantidade grande de pavimentos, que possibilitou maior aprendizado e entrosamento da
equipe. Na Obra 03 (Torre A) optou-se por realizar o serviço começando no primeiro
pavimento e seguir subindo até o último, sequencialmente.
Nota-se através das RUP’s diárias (figura 25) uma variação nos valores a cada dia.
Estas variações ocorrem principalmente porque existem dias que a quantidade de serviços de
arremates a serem realizados são maiores, reduzindo assim a produtividade. Nos dias
05/04/12 e 10/04/12 houveram picos de 0,54 hh/m2 e 0,54 hh/m2 devido à quebra da bomba de
projeção. Com exceção destes dias, outras anormalidades não apresentaram grandes impactos
para o andamento das atividades.
A Obra 03 (Torre A) apresentou uma RUP cumulativa de 0,37hh/m2, e apresentou um
custo unitário de 17,90R$/m2 conforme a composição de custo a seguir (tabela 03).
Tabela 03 – Composição de custo da Obra 03 (Torre A)
Insumo Unidade Índice Custo Unitário (R$) Custo Total (R$/m2)
Pedreiro Hh 0,37 14,44 5,34
Ajudante de Pedreiro Hh 0,19 8,46 1,57
Argamassa Kg 34,00 0,26 8,84
Equipamentos h 0,047 45,45 2,16
Total 17,90
53
4.4 – RESULTADOS DA OBRA 03 – TORRE B
A seguir serão apresentados os resultados das RUP’s diária, cumulativa, potencial
(figura 27), RUP cíclica (figura 28) e a composição de custos da Obra 03, Torre B (tabela 04).
Figura 27 – Razão Unitária de Produção diária, cumulativa e potencial da Obra 03 (Torre B)
Figura 28 – Razão Unitária de Produção cíclica Obra 03 (Torre B)
54
A Obra 03 (Torre B) apresentou um variação pequena nos valores das RUP’s
cumulativas (figura 27), possivelmente devido ao período maior de serviço, por possuir uma
quantidade grande de pavimentos, que possibilitou um aprendizado e entrosamento da equipe.
Na Obra 03 (Torre B) optou-se por realizar o serviço começando no primeiro pavimento e
seguir subindo até o último, sequencialmente.
Nota-se através das RUP’s diárias (figura 27) uma variação nos valores a cada dia.
Estas variações ocorrem principalmente porque existem dias que a quantidade de serviços de
arremates a serem realizados são maiores, reduzindo assim a produtividade. No dia 27/04/12
houve um pico de 0,82 hh/m2 devido à manutenção da balança. Com exceção deste dia, outras
anormalidades não apresentaram grandes impactos para o andamento das atividades.
A Obra 03 (Torre B) apresentou uma RUP cumulativa de 0,60hh/m2, e apresentou um
custo unitário de 21,56R$/m2 conforme a composição de custo a seguir (tabela 04).
Tabela 04 – Composição de custo da Obra 03 (Torre B)
Insumo Unidade Índice Custo Unitário (R$) Custo Total (R$/m2)
Pedreiro Hh 0,60 14,44 8,66
Ajudante de Pedreiro Hh 0,30 8,46 2,54
Argamassa m3 0,02 158,17 3,16
Betoneira h 0,078 1,82 0,14
Operador Betoneira Hh 0,078 14,44 1,12
Ajudante Transporte Hh 0,233 8,46 1,98
Balança (c/ operador) h 0,078 50,80 3,95
Total 21,56
55
4.5 – ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS
A seguir serão apresentados os quadros com resumo de RUP’s cíclicas, cumulativas e
potenciais (quadro 09), e composições de custos de todas as obras (quadro 10).
RUP Cíclica por Pavimento (hh/m2) Obra 03 Pavimento Obra 01 Obra 02
Torre A Torre B 1º 0,59 --- --- --- 2º 0,56 --- --- --- 3º 0,49 --- --- --- 4º 0,44 0,50 --- --- 5º 0,45 0,51 --- --- 6º 0,33 0,54 --- --- 7º 0,32 0,46 --- --- 8º 0,35 0,51 --- --- 9º 0,28 0,51 --- ---
10º 0,33 0,58 --- 0,59 11º 0,32 0,48 --- 0,62 12º 0,38 0,65 --- 0,57 13º 0,63 x 0,36 0,58 14º x x 0,38 0,65 15º x x 0,35 --- 16º x x 0,34 --- 17º x x 0,42 --- 18º x x 0,40 --- 19º x x 0,31 --- 20º x x 0,35 --- 21º x x --- --- 22º x x --- --- 23º x x --- --- 24º x x --- --- 25º x x --- ---
RUP Cumulativa 0,42 0,52 0,37 0,60 RUP Potencial 0,31 0,47 0,32 0,55
Legenda:
x : Não existe o pavimento
--- : Existe o pavimento mas não foram coletados dados
Quadro 09 – Comparação de RUP’s entre as obras
56
Obra Custo (R$/m2)
Obra 01 17,95
Obra 02 18,60
Obra 03 – Torre A 17,90
Obra 03 – Torre B 21,56
Quadro 10 – Comparação entre custo unitário entre as obras
A partir do quadro 09 e do quadro 10, é possível observar que o método projetado
apresentou vantagens em relação ao método convencional. Todas as obras que adotaram o
método projetado obtiveram resultados melhores em relação à produtividade e custos.
As RUP’s cumulativas do método projetado chegaram a ser 30,00%, 13,33% e 38,33%
menores em relação ao método convencional, comparando-se respectivamente a Obra 01,
Obra 02 e Obra 03 (Torre A) com a Obra 03 (Torre B).
Pelo observado na pesquisa de campo, esse aumento de produtividade ocorre
principalmente pelos seguintes motivos: menor exaustão física do pedreiro ao longo do dia, o
operador da bomba de projeção ajuda a impor um ritmo de trabalho para os pedreiros e o
transporte da argamassa não sofre interferência de outras atividades, sendo assim não ocorre
interrupção dos serviços devido à falta de material.
Em relação aos custos unitários do método projetado, os resultados encontrados
chegaram a ser 16,74%, 13,73% e 16,98% menores do que o método convencional,
comparando-se respectivamente a Obra 01, Obra 02 e Obra 03 (Torre A) com a Obra 03
(Torre B).
É importante frisar que não foram considerados nos cálculos dos custos deste trabalho,
tanto no método mecanizado quanto no método convencional, as perdas de materiais e a
instalação e remoção dos equipamentos e estruturas de apoio envolvidas em ambos os
processos.
Em relação às perdas não foi observado em campo, através de uma avaliação
qualitativa, quantidades que aparentassem grande representatividade nos custos.
No que se refere à instalação e remoção de equipamentos e estruturas de apoio, no
método mecanizado tem-se: base de concreto para apoio do silo de armazenamento da
argamassa no estado seco e instalações elétricas para os equipamentos envolvidos (bomba,
57
misturador, compressor de ar, etc). Para o método convencional tem-se: confecção das baias e
almoxarifados para estocagem de materiais (cimento areia, aditivos, arenoso, cal, etc),
montagem da base de concreto do elevador de subida de materiais e instalações elétricas
(elevador, betoneira, etc). Vale ressaltar que alguns dos itens citados podem ser divididos com
outros serviços na obra, devendo os custos destes serem rateados proporcionalmente para cada
qual.
Outro ponto importante é em relação aos equipamentos de proteção individuais e
coletivos. Os custos dos equipamentos de proteção individuais foram inseridos nos encargos
sociais apresentados no item 2.6 deste trabalho. Porém os custos com os equipamentos de
proteção coletiva não foram levantados, pois para ambos os métodos avaliados é obrigatória a
presença destes, mas vale ressaltar que para o método mecanizado as partículas se
movimentam com maior velocidade, devido à projeção da argamassa, devendo-se por esta
razão haver um cuidado maior principalmente em relação à proteção dos olhos.
Deve-se também salientar que com a adoção do método projetado é possível diminuir
o tempo de execução do serviço de revestimento em argamassa, reduzindo consequentemente
o prazo de execução da obra e os custos indiretos, por exemplo: mestres, encarregados,
engenheiros, almoxarifes, vigias, etc.
58
5 – CONCLUSÕES
Os objetivos apresentados neste trabalho foram alcançados conforme o esperado. Foi
possível obter dados para a avaliação dos métodos propostos de execução do revestimento
interno vertical em argamassa, em obras de edificações.
A implementação do método de argamassa projetada para o revestimento vertical
interno trouxe vantagens para as obras analisadas. Levando-se em consideração a
produtividade e os custos obtidos na pesquisa de campo, este apresentou melhor resultado em
relação ao método convencional.
Além de maiores índices de produtividade e menores custos foi possível observar que
o sistema projetado trouxe benefícios para a logística do canteiro das obras, deixando-os com
menos interferências entre as atividades simultâneas, melhor organização dos materiais,
controle de estoque mais fácil, por haver menos materiais envolvidos no processo, e menor
desperdício de espaços, devido à argamassa ser estocada em silos.
Outro aspecto importante é em relação a qualidade e confiabilidade da argamassa, já
que no método projetado foi utilizada argamassa industrializada, ao contrário do método
convencional que, no caso estudado, dosava a argamassa in loco, ficando assim mais propício
à variabilidade e erros de medidas.
Foi possível observar também benefícios do método mecanizado no que se refere à
energia de lançamento da argamassa no estado fresco. Devido ao uso da bomba, houve uma
constância desta em relação ao método convencional, que por depender diretamente da força
do pedreiro sofria interferência tanto por questões ergonômicas quanto pelo cansaço físico.
De uma maneira geral, o método projetado mostrou ser um passo importante para a
industrialização dos canteiros de obras de edificações. Contudo, para uma potencialização dos
resultados é necessário um planejamento desde a criação do projeto do empreendimento a ser
construído.
Para uma continuação deste trabalho, é interessante um aprofundamento na pesquisa
sobre a logística dos processos de execução do sistema de revestimento em argamassa e
análises do desempenho da argamassa de revestimento no estado endurecido, de modo
comparativo entre o método projetado e o método convencional.
59
6 – REFERÊNCIAS
CRESCENCIO, R. M.; PARSEKIAN, G. A.; BARROS, M. M. S. B.; SABBATINI, F. H.
Execução de revestimentos com argamassa projetada. São Paulo, 1998.
WEIDLE, É. P. S. Sistemas construtivos na programação arquitetônica de edifícios de
saúde. Brasília, 1995.
SELMO, S. M. S. Dosagem de argamassa de cimento portland e cal para revestimento
externo de fachada dos edifícios. Dissertação (mestrado). Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo. São Paulo, 1989.
MACIEL, L. L.; BARROS, M. M. S. B.; SABBATINI, F. H. Recomendações para a
execução de revestimentos de argamassa para paredes de vedação internas e exteriores e
tetos. São Paulo: PCC/EPUSP, 1998. Projeto EPUSP/SENAI.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimentos de paredes e
tetos em argamassas inorgânicas; especificações – NBR 13749. Rio de Janeiro, 1996.
ARAÚJO, L. M. J. Revestimento em argamassa bombeada e projetada. Salvador, 2010.
PARAVISI, S. Avaliação de sistemas de produção de revestimentos de fachada com
aplicação mecânica e manual de argamassa. 2008. Dissertação (mestrado) – Escola de
Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre (RS).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Execução de revestimento de
paredes e tetos em argamassas inorgânicas; procedimentos – NBR 7200. Rio de Janeiro,
1998.
60
REGATTIERIA, C. E.; SILVA, L. L. R. Ganhos potenciais na utilização da argamassa
industrializada. São Paulo, 2003.
CICHINELLI, G. C. Acabamento projetado. Disponível em:
<http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/158/artigo174087-1.asp>. Acesso em: 29
de maio de 2012.
PUZMEISTER. The worm pump S 5ev – as varied as its daily applications. Disponível em:
<http://www.putzmeister.com.br/media/files/raw/2011/12/22/file-0-catalogo-s5-completo-
ingles.pdf>. Acesso em: 13 de maio de 2012.
SILVA, R. A. Maximização e otimização do sistema de argamassa bombeada e
projetada. Salvador, 2011.
MATTOS, D. A. Como preparar orçamentos de obras: dicas para orçamentistas, estudos
de caso, exemplos. São Paulo: Editora Pini, 2006.
62
APÊNDICE 01
Tabela 05 – Razão Unitária de Produção, argamassa projetada, Obra 01
Pavimento Data Número de Pedreiros Presentes
QS Diário (m2)
Horas Trabalhadas
(hh)
RUP diária
(hh/m2)
RUP Ciclica (hh/m2)
RUP Cumulativa
(hh/m2)
19.09.11 5 67,43 45,0 0,67 0,67 20.09.11 8 88,77 72,0 0,81 0,75 21.09.11 8 104,56 72,0 0,69 0,72 22.09.11 8 84,31 72,0 0,85 0,76 23.09.11 5 146,87 40,0 0,27 0,61 26.09.11 8 58,60 72,0 1,23 0,68 27.09.11 8 148,64 72,0 0,48 0,64 28.09.11 7 191,13 63,0 0,33 0,57
1º
29.09.11 8 100,45 72,0 0,72
0,59
0,59 30.09.11 8 137,10 64,0 0,47 0,57 03.10.11 8 123,32 72,0 0,58 0,57 04.10.11 8 96,34 72,0 0,75 0,58 05.10.11 8 145,72 72,0 0,49 0,58 06.10.11 8 167,66 72,0 0,43 0,56 07.10.11 7 113,45 56,0 0,49 0,56 10.10.11 8 89,98 72,0 0,80 0,57
2º
11.10.11 8 113,40 72,0 0,63
0,56
0,57 13.10.11 8 164,55 72,0 0,44 0,56 14.10.11 8 127,77 64,0 0,50 0,56 17.10.11 8 113,89 72,0 0,63 0,56 18.10.11 8 127,67 72,0 0,56 0,56 19.10.11 7 205,45 63,0 0,31 0,54 20.10.11 8 123,89 72,0 0,58 0,54
3º
21.10.11 7 93,41 56,0 0,60
0,49
0,55 24.10.11 8 242,10 72,0 0,30 0,53 25.10.11 8 165,43 72,0 0,44 0,52 26.10.11 7 137,87 63,0 0,46 0,52 27.10.11 8 189,32 72,0 0,38 0,51 28.10.11 8 104,86 64,0 0,61 0,52 31.10.11 8 187,12 72,0 0,38 0,51
4º
01.11.11 10 118,85 90,0 0,76
0,44
0,52 03.11.11 10 242,79 90,0 0,37 0,51 04.11.11 10 217,18 80,0 0,37 0,50 07.11.11 9 185,68 81,0 0,44 0,50 08.11.11 10 196,13 90,0 0,46 0,50 09.11.11 10 166,80 90,0 0,54 0,50
5º
10.11.11 10 143,12 90,0 0,63
0,45
0,50
63
Tabela 05 – Razão Unitária de Produção, argamassa projetada, Obra 01 (continuação)
Pavimento Data Número de Pedreiros Presentes
QS Diário (m2)
Horas Trabalhadas
(hh)
RUP diária
(hh/m2)
RUP Ciclica (hh/m2)
RUP Cumulativa
(hh/m2)
11.11.11 10 316,43 80,0 0,25 0,49 14.11.11 10 283,82 90,0 0,32 0,48 15.11.11 10 249,35 90,0 0,36 0,48
6º
16.11.11 9 197,33 81,0 0,41
0,33
0,50 17.11.11 10 295,97 90,0 0,30 0,47 18.11.11 10 328,93 80,0 0,24 0,45 21.11.11 10 254,55 90,0 0,35 0,45
7º
22.11.11 10 199,69 90,0 0,45
0,32
0,45 23.11.11 9 276,78 81,0 0,29 0,45 24.11.11 10 301,32 90,0 0,30 0,44 25.11.11 10 201,11 80,0 0,40 0,44
8º
28.11.11 10 188,94 90,0 0,48
0,35
0,44 29.11.11 10 378,94 90,0 0,24 0,43 30.11.11 10 289,81 90,0 0,31 0,43 01.12.11 10 327,36 90,0 0,27 0,42
9º
02.12.11 10 234,50 80,0 0,34
0,28
0,42 05.12.11 9 310,39 81,0 0,26 0,41 06.12.11 9 245,12 81,0 0,33 0,41 07.12.11 10 288,03 90,0 0,31 0,41
10º
08.12.11 10 199,77 90,0 0,45
0,33
0,41 09.12.11 10 295,01 80,0 0,27 0,41 12.12.11 8 194,78 72,0 0,37 0,41 13.12.11 10 316,34 90,0 0,28 0,40
11º
14.12.11 10 221,45 90,0 0,41
0,32
0,40 15.12.11 10 211,80 90,0 0,42 0,40 16.12.11 10 203,72 80,0 0,39 0,40 19.12.11 9 290,31 81,0 0,28 0,40 20.12.11 10 209,10 90,0 0,43 0,40
12º
21.12.11 9 182,87 81,0 0,44
0,38
0,40 22.12.11 10 168,06 90,0 0,54 0,40 23.12.11 10 182,09 80,0 0,44 0,40 26.12.11 8 123,20 72,0 0,58 0,41 27.12.11 9 99,11 81,0 0,82 0,41 28.12.11 10 145,68 90,0 0,62 0,41 29.12.11 10 117,73 90,0 0,76 0,41
13º
30.12.11 10 95,92 80,0 0,83
0,63
0,42
64
APÊNDICE 02
Tabela 06 – Razão Unitária de Produção, argamassa projetada, Obra 02
Pavimento Data Número de Pedreiros Presentes
QS Diário (m2)
Horas Trabalhadas
(hh)
RUP diária
(hh/m2)
RUP Ciclica (hh/m2)
`RUP Cumulativa
(hh/m2)
02.04.12 12 247,67 108,0 0,44 0,44 03.04.12 12 157,65 108,0 0,69 0,53 04.04.12 12 209,55 108,0 0,52 0,53 05.04.12 12 121,85 108,0 0,89 0,59 09.04.12 10,5 128,96 94,5 0,73 0,61 10.04.12 11 206,42 99,0 0,48 0,58 11.04.12 12 199,57 108,0 0,54 0,58
10º
12.04.12 11 172,07 99,0 0,58
0,58
0,58 13.04.12 12 191,66 96,0 0,50 0,57 16.04.12 11 103,63 99,0 0,96 0,59 17.04.12 20 422,92 180,0 0,43 0,56 18.04.12 21 334,70 189,0 0,56 0,56 19.04.12 21 334,60 189,0 0,56 0,56 20.04.12 21 508,17 168,0 0,33 0,53
9º
23.04.12 22 289,55 198,0 0,68
0,51
0,54 24.04.12 24 502,03 216,0 0,43 0,52 25.04.12 24 407,58 216,0 0,53 0,53 26.04.12 24 557,31 216,0 0,39 0,51
8º
27.04.12 24 169,21 192,0 1,13
0,51
0,53 30.04.12 19 305,58 152,0 0,50 0,53 02.05.12 24 509,20 216,0 0,42 0,52 03.05.12 24 348,37 216,0 0,62 0,53
11º
04.05.12 24 446,74 192,0 0,43
0,48
0,52 07.05.12 23 397,24 207,0 0,52 0,52 08.05.12 23 311,59 207,0 0,66 0,52 09.05.12 24 236,43 216,0 0,91 0,54
12º
10.05.12 24 354,27 216,0 0,61
0,65
0,54 14.05.12 24 457,98 216,0 0,47 0,54 15.05.12 24 641,16 216,0 0,34 0,52 16.05.12 24 417,16 216,0 0,52 0,52
7º
17.05.12 24 343,69 216,0 0,63
0,46
0,53 18.05.12 19 336,40 171,0 0,51 0,53 21.05.12 23 389,67 207,0 0,53 0,53 22.05.12 24 465,72 216,0 0,46 0,52 23.05.12 23 412,06 207,0 0,50 0,52
6º
24.05.12 23 258,49 207,0 0,80
0,54
0,53
65
Tabela 06 – Razão Unitária de Produção, argamassa projetada, Obra 02 (continuação)
Pavimento Data Número de Pedreiros Presentes
QS Diário (m2)
Horas Trabalhadas
(hh)
RUP diária
(hh/m2)
RUP Ciclica (hh/m2)
RUP Cumulativa
(hh/m2)
25.05.12 24 317,97 192,0 0,60 0,53 28.05.12 24 494,54 216,0 0,44 0,53 29.05.12 24 277,57 216,0 0,78 0,53 30.05.12 24 525,51 216,0 0,41 0,53
5º
31.05.12 24 457,99 216,0 0,47
0,51
0,53 01.06.12 24 437,59 192,0 0,44 0,52 04.06.12 23 421,28 207,0 0,49 0,52 05.06.12 24 450,22 216,0 0,48 0,52
4º
06.06.12 24 351,11 216,0 0,62
0,50
0,52
66
APÊNDICE 03
Tabela 07 – Razão Unitária de Produção, argamassa projetada, Obra 03 (Torre A)
Pavimento Data Número de Pedreiros Presentes
QS Diário (m2)
Horas Trabalhadas
(hh)
RUP diária
(hh/m2)
RUP Ciclica (hh/m2)
RUP Cumulativa
(hh/m2)
01.03.12 8 216,57 72,0 0,33 0,33 02.03.12 8 156,34 64,0 0,41 0,36 05.03.12 7 139,32 63,0 0,45 0,39 06.03.12 8 203,09 72,0 0,35 0,38
13º
07.03.12 8 225,75 72,0 0,32
0,36
0,36 08.03.12 8 172,40 72,0 0,42 0,37 09.03.12 8 175,04 64,0 0,37 0,37 12.03.12 8 224,56 72,0 0,32 0,36 13.03.12 8 147,02 72,0 0,49 0,38 14.03.12 8 186,25 72,0 0,39 0,38
14º
15.03.12 7 180,82 63,0 0,35
0,38
0,37 16.03.12 8 145,88 64,0 0,44 0,38 19.03.12 8 224,32 72,0 0,32 0,37 20.03.12 8 195,71 72,0 0,37 0,37 21.03.12 6 174,90 54,0 0,31 0,37
15º
22.03.12 7 175,57 63,0 0,36
0,35
0,37 23.03.12 8 173,65 64,0 0,37 0,37 26.03.12 8 222,05 72,0 0,32 0,37 27.03.12 8 250,89 72,0 0,29 0,36 28.03.12 8 191,04 72,0 0,38 0,36
16º
29.03.12 8 207,74 72,0 0,35
0,34
0,36 30.03.12 7 150,58 56,0 0,37 0,36 02.04.12 8 176,84 72,0 0,41 0,36 03.04.12 8 188,66 72,0 0,38 0,36 04.04.12 8 146,38 72,0 0,49 0,37 05.04.12 8 133,68 72,0 0,54 0,37
17º
06.04.12 8 171,74 64,0 0,37
0,42
0,37 09.04.12 8 191,81 72,0 0,38 0,37 10.04.12 8 136,24 72,0 0,53 0,38 11.04.12 8 174,44 72,0 0,41 0,38 12.04.12 8 201,92 72,0 0,36 0,38
18º
13.04.12 8 186,12 64,0 0,34
0,40
0,38 16.04.12 8 255,38 72,0 0,28 0,37 17.04.12 8 225,38 72,0 0,32 0,37 18.04.12 7 205,29 63,0 0,31 0,37
19º
19.04.12 8 206,30 72,0 0,35
0,31
0,37 20.04.12 8 220,03 64,0 0,29 0,36 23.04.12 8 196,13 72,0 0,37 0,36 24.04.12 7 189,56 63,0 0,33 0,36 25.04.12 8 191,10 72,0 0,38 0,36
20º
26.04.12 8 171,92 72,0 0,42
0,35
0,37
67
APÊNDICE 04
Tabela 08 – Razão Unitária de Produção, argamassa convencional, Obra 03 (Torre B)
Pavimento Data Número de Pedreiros Presentes
QS Diário (m2)
Horas Trabalhadas
(hh)
RUP diária
(hh/m2)
RUP Ciclica (hh/m2)
RUP Cumulativa
(hh/m2)
01.03.12 8 112,52 72,0 0,64 0,64 02.03.12 8 105,32 64,0 0,61 0,62 05.03.12 8 135,14 72,0 0,53 0,59 06.03.12 7 111,46 63,0 0,57 0,58 07.03.12 7 107,00 63,0 0,59 0,58 08.03.12 8 104,47 72,0 0,69 0,60 09.03.12 8 111,00 64,0 0,58 0,60
10º
12.03.12 8 138,89 72,0 0,52
0,59
0,59 13.03.12 8 97,41 72,0 0,74 0,60 14.03.12 6 88,99 54,0 0,61 0,60 15.03.12 7 96,72 63,0 0,65 0,60 16.03.12 8 119,65 64,0 0,53 0,60 19.03.12 8 121,69 72,0 0,59 0,60 20.03.12 8 116,38 72,0 0,62 0,60 21.03.12 8 113,25 72,0 0,64 0,60 22.03.12 8 108,78 72,0 0,66 0,61
11º
23.03.12 7 95,26 56,0 0,59
0,62
0,60 26.03.12 8 105,01 72,0 0,69 0,61 27.03.12 8 142,91 72,0 0,50 0,60 28.03.12 8 122,08 72,0 0,59 0,60 29.03.12 7 129,18 63,0 0,49 0,60 30.03.12 8 126,09 64,0 0,51 0,59 02.04.12 7 114,99 63,0 0,55 0,59 03.04.12 8 118,77 72,0 0,61 0,59
12º
04.04.12 8 100,04 72,0 0,72
0,57
0,59 05.04.12 8 142,86 72,0 0,50 0,59 06.04.12 8 111,56 64,0 0,57 0,59 09.04.12 8 131,11 72,0 0,55 0,59 10.04.12 8 115,48 72,0 0,62 0,59 11.04.12 7 94,20 63,0 0,67 0,59 12.04.12 8 132,19 72,0 0,54 0,59 13.04.12 8 110,94 64,0 0,58 0,59
13º
16.04.12 8 113,86 72,0 0,63
0,58
0,59 17.04.12 8 105,04 72,0 0,69 0,59 18.04.12 7 122,04 63,0 0,52 0,59 19.04.12 7 109,65 63,0 0,57 0,59 20.04.12 7 89,22 56,0 0,63 0,59 23.04.12 8 97,72 72,0 0,74 0,59 24.04.12 8 122,56 72,0 0,59 0,59 25.04.12 8 108,52 72,0 0,66 0,60 26.04.12 8 98,96 72,0 0,73 0,60
14º
27.04.12 8 78,40 64,0 0,82
0,65
0,60