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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 SANDRA SILVA COSTA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO 1º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL I NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE RIBEIRA DO POMBAL Salvador 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

SANDRA SILVA COSTA

A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO 1º CICLO DO ENSINO

FUNDAMENTAL I NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE RIBEIRA DO POMBAL

Salvador 2015

SANDRA SILVA COSTA

A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO 1º CICLO DO ENSINO

FUNDAMENTAL I NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE RIBEIRA DO POMBAL

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica. Orientador: Profª Me. Maria Lúcia Dantas de Oliveira

Salvador 2015

SANDRA SILVA COSTA

A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO 1º CICLO DO ENSINO

FUNDAMENTAL I NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE RIBEIRA DO POMBAL

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia.

Aprovado em janeiro de 2016.

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________ Segundo Avaliador. ___________________________________________________ Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

Aos meus filhos Lucas e Thiago, anjos de luz que fazem a cada dia minha vida muito

mais bonita.

AGRADECIMENTOS

Gratidão, minha palavra hoje é essa! Gratidão infinita a Deus, minha luz, minha fonte

de inspiração, meu condutor no decorrer dessa trajetória, “Tudo é do Pai”, sem ele

nada seria possível.

Gratidão aos meus pais, irmãos, meu querido esposo Jefferson, meus filhos Lucas e

Thiago e a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram

esforços para que eu chegasse a esta etapa da minha vida.

Gratidão a minha Orientadora Profª Maria Lúcia, pela orientação e amadurecimento

dos meus conhecimentos e conceitos, que me levaram à execução e conclusão

desse trabalho.

Gratidão a Professora Janaina Chaves, Coordenadora Pedagógica do PNAIC em

Ribeira do Pombal e às Orientadoras de Estudos, que contribuíram para a realização

da pesquisa.

Gratidão aos Coordenadores Pedagógicos e Professores da Rede Municipal de

Ensino de Ribeira do Pombal pelo tempo dedicado a essa pesquisa.

Gratidão à Secretaria Municipal de Educação de Ribeira do Pombal e a todos os

companheiros do Departamento Pedagógico, pelo apoio e incentivo na realização

desse Curso.

Gratidão a todos da UFBA e do CECOP 3, que fazem parte da Especialização em

Coordenação Pedagógica.

Gratidão a todos que contribuíram direta e indiretamente para a conclusão desse

trabalho, meus sinceros agradecimentos!

Sonhamos com uma escola que, sendo séria, jamais vire

sisuda. A seriedade não precisa ser pesada. Quanto mais leve

é a seriedade, mais eficaz e convincente é ela. Sonhamos com

uma escola que, porque séria, se dedique ao ensino de forma

competente, mas, dedicada, séria e competentemente ao

ensino, seja uma escola geradora de alegria. O que há de

sério, até de penoso, de trabalhoso, nos processos de ensinar

e aprender, de conhecer, não transforma este que fazer em

algo triste. Pelo contrário, a alegria de ensinar e aprender deve

acompanhar professores e alunos em suas buscas constantes.

Precisamos é remover os obstáculos que dificultam que a

alegria tome conta de nós e não aceitar que ensinar e aprender

são práticas necessariamente enfadonhas e tristes. (FREIRE,

2000, p. 37).

COSTA, Sandra Silva. A Formação Continuada dos professores do 1º Ciclo do

Ensino Fundamental I na Rede Municipal de Ensino de Ribeira do Pombal.

2015. Projeto Vivencial (Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores,

Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

O objetivo geral dessa pesquisa é mostrar as contribuições da formação continuada do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa na Rede de Ensino de Ribeira do Pombal. Para tanto, esse estudo foi estruturado levando em consideração os seguintes objetivos específicos: Contribuir para que se desenvolva nas escolas da Rede Municipal de Ribeira do Pombal uma cultura de formação continuada;

Demonstrar através de dados os resultados exitosos do trabalho de formação continuada desenvolvido pela Coordenadora Local e as Orientadoras de Estudo do PNAIC na Rede Municipal de Ensino de Ribeira do Pombal; Estruturar uma Proposta de Formação para os Coordenadores Pedagógicos das escolas municipais, tendo como parâmetro o trabalho desenvolvido pela equipe do PNAIC. A pesquisa foi embasada em estudo dos documentos oficiais do PNAIC, e no diálogo com alguns teóricos como Domingues (2014), Candau (1997), Garrido (2001), Vasconcellos (2002) e Silva (2003). Na metodologia utilizou-se a pesquisa-ação, tendo como instrumentos questionários e entrevistas com a Coordenação Local do PNAIC, Orientadores de Estudo, Coordenadores Pedagógicos das Escolas e Professores Alfabetizadores do município. Os resultados obtidos apontam como relevante o trabalho desenvolvido nas formações realizadas pela Coordenação Pedagógica do PNAIC, e apontam caminho para uma Proposta de Formação Continuada com os Coordenadores Pedagógicos da Rede de Ensino de Ribeira do Pombal a partir dessa estrutura. Palavras-chave: Formação Continuada. PNAIC. Alfabetização. Ensino- Aprendizagem. Possibilidades.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

CP Coordenador Pedagógico

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC Ministério da Educação

PNAIC Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

UFBA Universidade Federal da Bahia

UNEB Universidade do Estado da Bahia

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................... 10

1 MEMÓRIAS DE UM RETRATO EM CONSTRUÇÃO............................... 13

1.1 PRIMEIRA PINCELADA............................................................................ 13

1.2 MAIS UMA PINCELADA EM TONS MAIS DEFINIDOS............................ 14

1.3 O RETRATO VAI GANHANDO FORMA................................................... 14

1.4 UM RETRATO INCONCLUSO.................................................................... 15

2 FORMAÇÃO CONTINUADA: UM CAMINHO POSSÍVEL....................... 17

2.1 A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES

ALFABETIZADORES................................................................................ 19

2.2 CICLO DE ALFABETIZAÇÃO: UM CAMINHO PARA ASSEGURAR A

APRENDIZAGEM...................................................................................... 20

2.3 UM TEMPO A MAIS PARA APRENDER: A NÃO REPROVAÇÃO.......... 22

3 CONSTRUINDO CAMINHOS PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA.... 24

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REDE MUNICIPAL............................................ 24

3.2 METODOLOGIA........................................................................................ 25

3.3 APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA E ANÁLISE DOS

DADOS.......................................................................................................

26

3.3.1 Questionário 1........................................................................................... 26

3.3.2 Questionário 2........................................................................................... 29

3.3.3 Resultados alcançados............................................................................ 29

3.4 APRESENTAÇÃO DAS AÇÕES DA PI...................................................... 32

3.5 CRONOGRAMA......................................................................................... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 33

REFERÊNCIAS........................................................................................... 34

APÊNDICE A............................................................................................... 36

APÊNDICE B.............................................................................................. 39

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INTRODUÇÃO

Este estudo tem como principal foco as contribuições da formação continuada

promovida pela coordenação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

(PNAIC), para o desenvolvimento das práticas pedagógica dos professores do

primeiro ciclo da Rede Municipal de Ensino de Ribeira do Pombal. O PNAIC é um

programa do governo federal e firmado junto aos estados e municípios, tendo como

principal objetivo contribuir para a melhoria da qualidade do processo de ensino e

aprendizagem no ciclo de alfabetização. Nesse sentido, propicia ações articuladas

de formação continuada, utilização de materiais didáticos e pedagógicos, avaliação,

gestão e mobilização social.

A formação continuada tem sido um desafio para a maioria das redes

públicas, segundo Domingues (2014, p.16) "são muitos os desafios do coordenador

pedagógico na gestão do projeto de formação". Há uma cobrança para que a

mesma aconteça, mas muitas vezes, não é dado subsídios para que a formação

continuada aconteça e tenha significado para o professor e para os alunos. O

coordenador pedagógico tem papel importante nesse processo, pois é ele quem

está diretamente ligado ao professor. De acordo com Libâneo (2004, p. 219-221)

são as atribuições do Coordenador Pedagógico (CP):

Responder por todas as atividades pedagógico-didáticas e curriculares da escola e pelo acompanhamento das atividades de sala de aula.

Supervisionar a elaboração de diagnósticos do projeto pedagógico-curricular da escola.

Propor para discussão, junto aos professores, o projeto pedagógico-curricular da escola.

Orientar a organização curricular e o desenvolvimento do currículo, incluindo assistência didática direta aos professores sobre elaboração dos planos de ensino, de escolha de livros e formas de avaliação.

Acompanhar e supervisionar as atividades dos professores nas mais diversas atividades pedagógico-didáticas: desenvolvimento dos planos de ensino, gestão da classe, orientação de aprendizagem etc.

Coordenar reuniões pedagógicas e entrevistas com os professores, diagnosticando problemas de ensino e aprendizagem.

Organizar as turmas de alunos, designar professores para as turmas, elaborar o horário escolar, planejar e coordenar o Conselho de Classe.

Propor e coordenar atividade de formação continuada e de desenvolvimento profissional dos professores.

Elaborar e executar programas e atividades com pais e comunidade, especialmente de teor científico e cultural.

Acompanhar o processo de avaliação da aprendizagem.

Cuidar da avaliação processual do corpo docente.

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Acompanhar e avaliar o desenvolvimento do plano pedagógico-curricular e dos planos de ensino e outras formas de avaliação institucional.

Para atender a essa demanda, o CP precisa buscar apoio junto à gestão da

escola, pois as cobranças que chegam precisam ser bem administradas, para que

gerem resultados positivos.

Desse modo, as Redes de Ensino passam a ser cobradas pelas avaliações

externas a exemplo da Prova Brasil, onde a cada dois anos são aplicadas provas

buscando avaliar a aprendizagem desenvolvida pelos alunos ao final de cada etapa

do Ensino Fundamental e Médio. São Politicas Publicas desenvolvidas, tendo como

principal objetivo a aprendizagem dos alunos.

O município de Ribeira do Pombal ciente que a formação continuada dos

seus professores é necessária para melhorar os níveis de aprendizagem dos seus

alunos, desde 2012 fez adesão ao Programa PNAIC e vem investindo na formação

dos professores para o trabalho com o primeiro ciclo de aprendizagem que

compreende os alunos do 1° ao 3° ano do Ensino Fundamental de nove anos. Para

atender essa demanda o Programa conta com o trabalho de seis orientadoras de

estudo e uma Coordenadora Geral. Na sua sistemática de trabalho, de acordo com

dados levantados em 2015 junto à Coordenação, atende a estes partícipes:

Total de Orientadores de Estudo: 06

Total de Professores Alfabetizadores: 126

Total de Classes do Ciclo de Alfabetização e Multisseriada: 144

Total de Alunos Alfabetizandos: 2.670

É importante destacar que a Rede Municipal de Ensino de Ribeira do Pombal

é composta na sua organização por 27 escolas polos, atendendo dez mil alunos (de

acordo com dados do Educacenso/2014) da Educação Infantil, Ensino Fundamental

de nove anos e Educação de Jovens e Adultos. Para atender a essa clientela, a

referida rede conta 600 (seiscentos) professores concursados e mais 150

contratados, e a cada ano busca estratégias que atenda às suas necessidades.

Diante do exposto, esse TCC/PV pretende mostrar como acontece essa

dinâmica de formação continuada, quais seus principais objetivos e quais os

avanços que foram alcançados a partir dessa nova forma de organização

pedagógica.

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Buscando atender esse objetivo, o presente estudo irá desenvolver esse tema

a partir de uma pesquisa-ação e da revisão sistemática de literatura, usando

ferramentas de busca, seleção, organização, análise e acesso aos objetos virtuais

de aprendizagem. As pesquisas bibliográficas servirão como fontes para analisar as

questões tratadas sobre o tema. Apresentaremos, também, dados e depoimentos

sobre o programa e seu alcance através de entrevistas com a Coordenadora Local

do Programa e com as Orientadoras de Estudo. Será também aplicado um

questionário com alguns coordenadores de escolas atendidas pelo Programa

PNAIC, com vistas a coletar os resultados na aprendizagem dos alunos.

Acreditamos que a relevância desse Projeto Vivencial, esteja principalmente

em apresentar um caminho para a formação continuada dos professores do

segundo ciclo do Ensino fundamental de 9 anos, a partir da experiência

desenvolvida pela Coordenação Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação

de Ribeira do Pombal frente ao Programa PNAIC, com os professores do 1º ciclo.

Assim para um maior entendimento, o presente estudo está estruturado em

três capítulos, o primeiro intitulado Memorias de um Retrato em Construção, onde

apresento uma reflexão sobre minha trajetória em formação. O segundo capítulo

contém a revisão da literatura, buscando apresentar a relevância da formação

continuada e a dinâmica do Programa PNAIC. No terceiro e último, apresentamos

uma Proposta de Intervenção que tem como finalidade fortalecer o processo de

formação continuada dentro da Rede de Ensino de Ribeira do Pombal a partir da

Proposta desenvolvida pelo Programa PNAIC.

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1 MEMÓRIAS DE UM RETRATO EM CONSTRUÇÃO

O Auto-Retrato

No retrato que me faço

– traço a traço –

às vezes me pinto nuvem,

às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas

de que nem há mais lembrança...

ou coisas que não existem

mas que um dia existirão...

Mario Quintana

Vou começar a traçar esse retrato, paro olho no espelho, o que ele reflete?

Uma Mulher, filha, as vezes irmã, mãe sempre, profissional diariamente, amiga

sempre de nome Sandra Silva Costa, poeta, amante das letras, uma sonhadora!

Fecho os olhos, minha mente começa a fazer uma viagem, em busca de pedaços de

mim, que ao longo dessa caminhada me ajudaram a ser o que sou hoje, e o que

deixarei marcado nas pinceladas desse quadro em construção...

1.2 PRIMEIRA PINCELADA...

Ao revisitar minha memória para escrever esse texto, a primeira coisa que me

veio à mente foi o cheiro da escola onde comecei a trilhar os primeiros passos na

descoberta do mundo maravilhoso das letras... Sabem que cheiro é esse? Vou

descrever para vocês: é uma mistura de cheiro de giz cera, com cheiro de livro novo,

mais cheiro de biscoito recheado e Fanta laranja... Eu devia ter uns cinco anos de

idade, mas, esse cheiro eu guardo na memória. Acredito que essa lembrança está

ainda tão viva, por ter feito parte de uma época muito boa da minha vida.

Comecei a minha formação acadêmica na Escolinha Chapeuzinho Vermelho,

em Ribeira do Pombal, BA. Acredito que lá nasceu minha vontade ser professora,

meu encanto por essa profissão. Tudo por conta da minha professora que gostava

de contar histórias encantadas... ela tinha muita facilidade em dramatizá-las, e

viajava por esse mundo mágico. Quando entrei no ensino fundamental houve uma

quebra nessa magia, meus professores eram muito rígidos, suas preocupações

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eram com a tabuada e a escrita correta das palavras, os textos não traziam a magia

e o encantamento de antes...

Quero abrir aqui um parêntese para falar da importância da leitura em minha

vida. Os livros foram durante minha adolescência, amigos, companheiros,

namorados... Já que outras coisas eram proibidas por meu pai, eles, os livros

passaram a ter presença constante nas minhas noites, lembro-me que ficava lendo

até “altas horas”, romances de todo tipo, na verdade eram naquele momento uma

forma de viver o que eu não podia.

1.2 MAIS UMA PINCELADA EM TONS MAIS DEFINIDOS...

Mas foi o curso de magistério meu primeiro passo em direção ao mundo que

me vejo atuando até hoje, apesar de muitas vezes não lhe entender, mas sempre

procurando fazer parte dele: o mundo da sala de aula, da reflexão, da participação,

da valorização e formação do professor.

Comecei a ensinar em 1997 no Colégio Evência Brito em Ribeira do Pombal,

nas turmas de 5ª serie, e nesse período me chamava muito à atenção a dificuldades

que muitos alunos tinham em relação à aprendizagem, principalmente com a falta de

leitura, e a partir daí comecei a perceber que faltava formação para a maioria dos

professores para que os mesmos pudessem rever suas metodologias e assim

despertar nos alunos o interesse para suas aulas. Fui professora dessa instituição

de ensino durante dois anos, depois fui convidada para ser Supervisora Pedagógica

da Secretaria Municipal de Educação, de 1999 a 2002.

Minha atuação como supervisora pedagógica era ligada diretamente ao

trabalho com o professor e o planejamento das aulas, sendo que esse trabalho era

feito de forma coletiva, organizado pelo zonais1. Com essa experiência fortaleceu

minha visão sobre a necessidade de formação tanto para mim com profissional,

como para os professores que orientava.

1.3 O RETRATO VAI GANHANDO FORMA...

1 Termo usado pela Secretaria Municipal de Educação no período de 2001 a 20O4 para as escolas situadas na

Zona Rural do município.

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Nesse período tive a oportunidade de participar de algumas formações

promovidas pela Secretaria Municipal de Educação via MEC, a exemplo dos

Parâmetros Curriculares em Ação, destaco que essa formação contribuiu muito para

minha pratica pedagógica e foi reforçando em mim a necessidade de buscar uma

formação superior, sonho que foi realizado pouco tempo depois.

Em 2004 ingressei na Universidade Estadual da Bahia – UNEB, Campus XXII

em Euclides da Cunha para cursar Licenciatura Plena em Letras com habilitação em

Língua Portuguesa e Literatura. Foram cinco anos de muita aprendizagem e

dificuldades, pois tinha que me deslocar diariamente para estudar, na maioria das

vezes pegando carona. Confesso que muitas vezes pensei em desistir, mas, minha

vontade vencer não me deixava, e as aulas fortalecia ainda mais minha opção

profissional.

E nessas idas e vindas em busca de formação, concluir meu curso em

novembro de 2009, sendo que nesse percurso voltei a Secretaria Municipal de

Educação em 2005, onde estou até hoje, atuando como coordenadora pedagógica

do Ensino Fundamental de nove anos. Ao mesmo tempo em que atuo como

coordenadora, sempre estive em busca de formação, participei em 2012 de uma

seleção para uma pós-graduação pela Universidade Estadual do Sudoeste Baiano, a

qual concluir em 2013.

Agora ao fazer o Curso em Coordenação Pedagógica pela Universidade

Federal da Bahia – UFBA com a oportunidade de desenvolver um trabalho naquilo

que gosto e sempre com chances de formação na minha área, acredito será uma

mais uma pincelada em vários tons nesse processo em construção. Pois,

acompanho o trabalho de formação continuada oferecido pela Secretaria Municipal

de Educação em parceria com o Programa PNAIC, e percebo como esse trabalho

está contribuindo para melhorar a atuação dos professores do primeiro ciclo do

Ensino Fundamental, e por consequência a aprendizagem dos alunos.

1.4 RETRATO INCONCLUSO...

Assim nesse nova etapa do meu auto-retrato, me vejo tomada por vários

sentimentos, ansiedade, acredito que seja o mais forte, nesse a pincelada seria bem

ao vermelho, mas, ao mesmo tempo tenho um sentimento de esperança tão bonito,

que esse dá ao meu retrato um tom de azul especial, que reflete muito o que vejo

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quando ouço de uma professora a seguinte frase: Meus alunos estão cada dia

melhor! Principalmente por saber que esse resultado é fruto de um trabalho sério e

organizado, que deve ser exemplo, assim acho que vamos em breve celebrar novas

conquistas, pois nessa busca diária nos formamos e formamos uns aos outros nesse

retrato que é a vida. Assim quero agora dar uma pincelada de poesia ao meu retrato

em construção, com um "Momento de celebração":

Tempo de ouvir De aprender com o outro

Compartilhando impressões, Sentimentos...

Procurando entender o outro

Nas suas buscas... Nos seus anseios, nos seus medos

Tempo de querer mais... Esse tempo que é meu

E que é seu

Esse tempo que é nosso

Celebramos o poder Que tem a palavra

Celebramos o poder Que tem o conhecimento

Celebramos, celebramos a vida!

COSTA.Sandra (2014)

Para concluir, gostaria de destacar a importância de algumas pessoas nesse

retrato inconcluso, meus pais, a eles dedico todo amor e gratidão, meus filhos Lucas

e Thiago (anjos de luz que fazem a cada dia minha vida muito mais bonita), meus

professores (mestres aos quais eu dedico todo meu respeito e admiração). Gostaria

de finalizar usando as palavras de Gabriel Garcia Marques, “a vida não é a que a

gente viveu, e sim o que se ‘recorda’ para contá-la” (MARQUES, 2003, p.5).

Assim nesse meu retrato vou buscando dar cor a essas lembranças que me

fazem sempre querer mais, por acreditar que a educação pode, sim, contribuir para

uma sociedade mais justa e igualitária.

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2 FORMAÇÃO CONTINUADA: UM CAMINHO POSSÍVEL

[...] a formação continuada pode possibilitar a reflexividade e a mudança nas práticas docentes, ajudando os professores a tomarem consciência das suas dificuldades, compreendendo-as e elaborando formas de enfrentá-las. De fato, não basta saber sobre as dificuldades da profissão, é preciso refletir sobre elas e buscar soluções, de preferência, ações coletivas (LIBÂNEO, 2004, p. 228).

Entende-se que uma formação continuada consistente, com foco na reflexão

teórico-prática, aliada à disponibilização de materiais didáticos, é fundamental para a

concretização de um ensino de qualidade para todas as crianças, e o CP tem papel

fundamental nesse processo. Na verdade ele é o agente formador, que une a

escola, o professor e o aluno.

Entre os desafios desta função, destaca-se a carga de atribuições que o CP

tem dentro da escola, que precisa ser repensada dentro do Projeto Político

Pedagógico da instituição, para que realmente as ações planejadas possam ser

executadas.

Desse modo, os vários programas existentes na escola, exigem do CP, um

desdobramento de funções, e, por isso, muitas vezes o papel de formador é deixado

de lado. Consequentemente, isso acaba comprometendo os níveis de aprendizagem

dos alunos, já que o trabalho docente não passa por uma reflexão da ação

pedagógica e não muda, pois é difícil o professor mudar seu modo de pensar o fazer

pedagógico sem um espaço para vivenciar novas experiências.

Inegavelmente, a formação continuada tem sido entendida como uma

necessidade no processo de aperfeiçoamento dos saberes de toda e qualquer

prática profissional. Para os profissionais da educação essa tem como um dos

principais objetivos assegurar um ensino de qualidade para os educandos. Mas

para que essa formação atinja esse objetivo, precisa ser significativa para os

professores. Precisa surgir das necessidades reais da escola, dos seus professores,

a partir de levantamento de dados das salas de aula, tendo como foco a melhoria da

aprendizagem dos alunos. É preciso ter clareza onde se quer chegar, pois “mudar

práticas estabelecidas significa empreender mudanças em toda cultura

organizacional” (GARRIDO et al., 2001, p.10).

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Para Candau (1997, p.55) existem três aspectos fundamentais para o

processo de formação dos professores, que são:

1 – A escola, como locus privilegiado de formação; 2 – A valorização docente; 3 – O ciclo de vida do professor.

Assim, a formação continuada precisa, a partir das necessidades do professor

e da escola, resgatar os saberes construídos ao longo da sua prática docente. E,

principalmente, precisa conscientizar o professor que teoria e prática andam juntas.

Assim a formação continuada passa a ser um espaço de troca de saberes, reflexão-

ação–reflexão.

De acordo com Vasconcellos,

Considerando que a prática é aberta e dinâmica, e que o professor não se propõe a realizar uma atividade mecânica e repetitiva, deve estar constantemente se qualificando para exercê-la. Tal qualificação, portanto, não se dá necessariamente a priori: pode ser (reflexão para a ação), e durante (reflexão na ação) e após a prática (reflexão sobre a ação e sobre a reflexão para a ação) (VASCONCELLOS, 2002, p.122-123).

Desse modo, a formação continuada constitui-se como um requisito básico

para que de fato ocorram as mudanças nas práticas estabelecidas nos contextos

escolares.

Nessa perspectiva, a proposta de formação desenvolvida por alguns

programas do Ministério da Educação (MEC) vêm auxiliando o trabalho de formação

em serviço para os professores. Como exemplo, temos o projeto de formação

desenvolvido pelo Programa Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

(PNAIC), que tem como um dos eixos de atuação da sua proposta, a formação

continuada dos Professores do 1º Ciclo, ou seja 1º, 2º e 3º anos do Ensino

Fundamental. O programa tem como objetivo maior, alfabetizar todas as crianças

até os oito anos de idade.

Esta tarefa tem na escola pública seu principal e mais amplo espaço de construção. Entre todos os grandes desafios para a educação brasileira nenhum é mais estratégico e decisivo que garantir a plena alfabetização de nossas crianças (BRASIL. 2012, p. 05-06).

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Para tanto, o programa consiste em um acordo entre governo federal,

estados, municípios e o Distrito Federal. Ao aderir ao PNAIC, os entes

governamentais se comprometem a: alfabetizar todas as crianças em língua

portuguesa e em matemática; realizar avaliações anuais universais, aplicadas pelo

INEP, junto aos concluintes do terceiro ano do ensino fundamental; no caso dos

estados, apoiar os municípios que tenham aderido às ações do PNAIC.

A gestão do programa é de responsabilidade de quatro instâncias: um Comitê

Gestor Nacional; uma Coordenação Institucional em cada estado e no Distrito

Federal, composta por diversas entidades, com atribuições estratégicas e de

mobilização em torno dos objetivos do Pacto; uma Coordenação Estadual,

responsável pela implementação e monitoramento das ações em sua rede e pelo

apoio à implementação nos municípios; e uma Coordenação Municipal, responsável

pela implementação e monitoramento das ações na sua rede (BRASIL, 2012).

2.1 A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES ALFABETIZADORES

A formação continuada dos professores alfabetizadores consiste em curso

presencial com duração de dois anos, dividido em cento e vinte horas anuais. A

instrução baseia-se no Programa Pró-Letramento, cujo método de ensino expõe

estudos de atividades práticas ao longo do curso. Os encontros são conduzidos

pelos Orientadores de Estudo, que são professores da rede de ensino, capacitados

por meio de curso específico, com duzentas horas anuais, ministrado por

universidades públicas. Em Ribeira do Pombal, a Universidade do Estado da Bahia

(UNEB), é a responsável por esse trabalho. Os encontros desenvolvidos no curso do

PNAIC para os Professores Alfabetizadores abordam temas relacionados aos

direitos de aprendizagem, processos de avaliação e acompanhamento da

aprendizagem, planejamento e avaliação das situações didáticas e conhecimento e

uso dos materiais distribuídos pelo Ministério da Educação. (SEME, Relatório do

PNAIC, 2015).

Sobre os Direitos de Aprendizagem, podemos dizer que a educação é um

direito constitucional garantido a todos os brasileiros na Constituição Federal de

1988:

20

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988, p.121).

Cabe destacar que os Direitos de Aprendizagem do ciclo de alfabetização

devem permear toda a ação pedagógica do Professor Alfabetizador, ou seja, eles

precisam ser pensados e planejados para que se atenda o artigo 22 da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96: “desenvolver o

educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da

cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.

Diante do exposto, evidencia-se a necessidade do professor alfabetizador

conhecer os conteúdos, e procedimentos de ensino, para que os alunos possam

evoluir em suas aprendizagens, a partir da interação com o professore e seus pares.

Desse modo, a organização do trabalho pedagógico precisa envolver um conjunto

de procedimentos que favoreçam as práticas sociais e culturais dos sujeitos

envolvidos, seus conhecimentos e suas experiências.

É importante ressaltar então, a necessidade da formação continuada dentro

de uma perspectiva formadora, articuladora e transformadora, contextualizando

experiências por meio dos olhares observadores de professores e coordenadores

que se empenham intensamente no desafio de educar.

2.2 CICLO DE ALFABETIZAÇÃO: UM CAMINHO PARA ASSEGURAR A

APRENDIZAGEM

Os ciclos de aprendizagem do PNAIC têm como objetivo assegurar à criança

o direito de aprendizagens básicas no período de três anos. Tem seu amparo legal

no artigo 23 da LDB 9394/96:

Art. 23 - A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar (LDB, 1996, p.184).

Para que essa organização aconteça, é preciso repensar o papel da escola,

do professor, sua formação, e, sobretudo a concepção de infância. O brincar precisa

ser presente, em espaços que evidenciam a visibilidade das crianças que lá vivem

21

sua infância: parques nas áreas externas, brinquedotecas, pátios brincantes, cantos

e caixas repletas de brinquedos que ocupem as salas de aula, ressignificando os

processos de construção de conhecimento e garantindo os direitos infantis.

Para assegurar que todos os alunos sejam alfabetizados até os oito anos de

idade, se faz necessário um conjunto de ações articuladas entre todos os sujeitos

que fazem parte da comunidade escolar. Um trabalho que olhe para o aluno e veja

suas potencialidades, levando em consideração seus modos de aprender e seu

ritmo.

Vale destacar que o ciclo de alfabetização oferece possibilidades de

repensarmos os tempos escolares. Possibilita a elaboração de uma estrutura

curricular que favoreça a continuidade, a interdisciplinaridade e a participação,

colaborando para a inclusão e a partilha de saberes. É importante destacar que “no

ciclo de alfabetização as crianças precisam progredir com garantia de

aprendizagem” (BRASIL, 2012, p. 8).

Assim, segundo BRASIL (2012, p.8) ao final do primeiro ano do Ensino

Fundamental, as crianças têm direito de terem consolidado, ao menos, as seguintes

aprendizagens:

- conhecer textos literários diversos, valorizando-os;

- compreender textos de diferentes gêneros, sobretudo os da esfera literária (contos infantis, fábulas, lendas, dentre outros), lidos pelo professor;

- produzir, com mediação do professor, textos de diferentes gêneros, para atender a finalidades sociodiscursivas diversas;

- conhecer e usar diferentes suportes textuais, tendo em vista suas características: finalidades, esfera de circulação, tema, forma de composição, estilo etc;

- reconhecer gêneros textuais e seus contextos de produção;

- valorizar os textos de tradição oral, reconhecendo-os como manifestações culturais;

- escrever o próprio nome;

- reconhecer e nomear as letras do alfabeto;

- diferenciar letras de números e outros símbolos;

- conhecer a ordem alfabética e seus usos em diferentes gêneros;

- compreender que palavras diferentes compartilham certas letras;

- perceber que palavras diferentes variam quanto ao número, repertório e ordem de letras;

- segmentar oralmente as sílabas de palavras e comparar as palavras quanto ao tamanho;

- identificar semelhanças sonoras em sílabas e em rimas;

- reconhecer que as sílabas variam quanto às suas composições;

- perceber que as vogais estão presentes em todas as sílabas;

- ler, ajustando a pauta sonora ao escrito;

- ler e escrever palavras.

22

Para atender esses objetivos, o professor alfabetizador precisa realizar um

trabalho de registro, observando os avanços, as dificuldades, para tentar saná-las.

Desse modo a avaliação passa a ser vista como uma forma de entender o processo

pedagógico e atuar para melhorá-lo. Assim o professor alfabetizador precisa, a partir

da avaliação, elaborar situações didáticas que considerem o desenvolvimento

integral dos alunos, contemplando suas características culturais, individuais, pois

cada um tem seu modo de aprender.

É preciso conhecer o aluno e para isso é necessário se perguntar: O que

meus alunos já sabem sobre leitura? O que eles ainda não sabem? O que devo

ensinar? Que metas de ensino e aprendizagem devo alcançar? O que devo fazer

para evitar que ao final do ciclo meus alunos sejam reprovados?

Diante de tais questionamentos, fica claro que o professor está agindo sobre

sua prática, sabe que “é necessário considerar a realidade da criança, que defende

a necessidade de voltar-se diariamente para o já feito e reorganizar a rotina, de

modo a adequá-la a cada realidade” (BRASIL. 2012, p. 6).

2.3 UM TEMPO A MAIS PARA APRENDER: A NÃO REPROVAÇÃO

A ampliação do ensino fundamental para nove anos representou um avanço

na busca de soluções para assegurar a aprendizagem das crianças que chegam

mais cedo à escola, no entanto, é preciso planejar e avaliar o que estamos

ensinando. Silva (2003, p.11) chama a atenção “que a avaliação, numa perspectiva

formativa reguladora, deve reconhecer as diferentes trajetórias de vida dos

estudantes”. A forma de avaliar passa por um “novo olhar”, não mais como uma

forma de exclusão e sim de inclusão.

A escola que tem o compromisso com o desenvolvimento do potencial do

aluno, que se expressa pela qualidade das relações que estabelece e pela

profundidade dos saberes construídos, tem na avaliação, uma referência à análise

de seus objetivos, que lhe permite redimensionar investimentos, de modo que os

alunos aprendam cada vez mais. Dentro dessa concepção, é considerado tanto o

processo que o aluno desenvolve como o produto alcançado, de forma que não se

aplica apenas ao aluno, mas também, às condições oferecidas para que a

aprendizagem ocorra.

23

Na concepção da organização curricular em ciclos a reprovação não é mais

vista como antes, quando o aluno que não alcançava os objetivos de aprendizagem

era reprovado ano a ano. No ciclo da alfabetização o aluno só pode ficar retido no

final, ou seja, no 3º ano do Ensino Fundamental I. Desta forma, com a escola

organizada em ciclos, a reprovação é vista como um problema da escola, que é a

responsável pela formação do aluno e, portanto, precisa encontrar meios para que

ele desenvolva suas potencialidades e esteja apto a seguir sua trajetória acadêmica.

O ensino em ciclos defende “Uma avaliação formativa comprometida com a

aprendizagem dos alunos e o desenvolvimento dos educadores e da unidade

escolar” (BRASÍLIA, 2012. p. 72).

Nesse sentido, espera-se que a escola como um todo, perceba-se

responsável pelo aluno e crie mecanismos para que o estudante com dificuldades

escolares possa ser conduzido ao ano seguinte com a garantia de recursos

pedagógicos que o auxiliem na superação dos desafios educacionais, de tal forma

que as suas particularidades de tempo e aprendizagem sejam consideradas.

Segundo Vasconcellos (2002, p.123),

Os desafios do cotidiano escolar são graves por demais; portanto, para enfrentá-los com competência, o educador precisa estar sempre estudando, lendo, buscando (não basta assistir palestra de vez em quando...). A escola não pode ser vista apenas como local de trabalho; deve ser ao mesmo tempo um espaço de formação.

Dentro dessa perspectiva, o trabalho pedagógico precisa ser bem alicerçado.

O professor precisa estar em contínua formação ao longo de sua vida profissional,

conhecendo novos conceitos, rompendo paradigmas e aperfeiçoando sua prática.

24

3 CONSTRUINDO CAMINHOS PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA

A Proposta de Intervenção (PI) a seguir foi elaborada como requisito do Curso

de Especialização em Coordenação Pedagógica (CECOP) da Universidade Federal

da Bahia (UFBA), em parceria com o Programa Nacional Escola de Gestores da

Educação Básica Pública, como capítulo integrante do TCC/PV, que contempla o

eixo Coordenação Pedagógica: relações, dimensões e formas de atuação no

ambiente escolar.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REDE MUNICIPAL

O município de Ribeira do Pombal fez adesão ao PNAIC em 2015, para dar

continuidade ao processo de formação continuada aos professores alfabetizadores

que iniciou desde 2012, com o intuito de conseguir alfabetizar todos os alunos até os

08 anos de idade.

Com a adesão, o município investiu na formação dos Orientadores de

Estudos, dando continuidade à formação dos professores alfabetizadores do 1º ao

3º anos/multisséries, iniciando a formação do Coordenador Pedagógico Multiplicador

que contemplará o ciclo complementar, realizando formação com os Coordenadores

Pedagógicos das Unidades Escolares.

Todas as 24 Escolas da Rede Municipal de Ensino da Zona Urbana e Rural

que contemplam o Ensino Fundamental I (1º ao 5º anos) participam das formações:

1. Escola Municipal Professora Maria Pureza Brito

2. Escola Municipal Professora Adélia Silva Costa

3. Escola Municipal Rui Barbosa

4. Escola Municipal Joana Angélica

5. Escola Municipal Nadilza Brito Luz

6. Escola Municipal Professora Mª Menezes C. Conceição

7. Escola Municipal Professor Calazans Guerra

8. Escola Municipal Plácido Pita

9. Escola Municipal Assembleia de Deus

10. Escola Municipal Pedro Costa

11. Escola Municipal Manoel Nascimento Dantas

25

12. Escola Municipal Luzia Francisca Conceição

13. Escola Municipal Maria Souza Borges

14. Escola Municipal João Vicente De Santana

15. Escola Municipal Ferreira Brito

16. Escola Municipal Ednaldo Ribeiro Sales

17. Escola Municipal Dr. Décio De Santana

18. Escola Municipal João Felix dos Reis

19. Escola Municipal Antônio Bernardo Da Costa

20. Escola Municipal Santo Antônio

21. Escola Municipal Ana Conceição de Deus

22. Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida

23. Escola Municipal Francisco Roque Da Gama

24. Escola Municipal Lourenço Freire Dias

Na rede Municipal de Ensino de Ribeira do Pombal temos a participação de

125 professores alfabetizadores:

- 1º ano – 36 professores alfabetizadores

- 2º ano – 34 professores alfabetizadores

- 3º ano/multisséries – 55 professores alfabetizadores

Todas as turmas e alunos da Rede do Ensino Fundamental I são beneficiados

com o Programa:

- 1º ano – 47 turmas com 715 alunos

- 2º ano – 44 turmas com 820 alunos

- 3º ano – 53 turmas com 1135 alunos

- 4º ano – 51 turmas com 1136 alunos

- 5º ano – 46 turmas com 955 alunos

3.2 METODOLOGIA DA PESQUISA

O método de pesquisa utilizado neste trabalho científico foi o da pesquisa-

ação. Sobre a pesquisa-ação, Thiollent (1996, p. 25) defende que ela

[...] não é considerada como metodologia. Trata-se de um método, ou de uma estratégia de pesquisa agregando vários métodos ou técnicas de pesquisa social, com os quais se estabelece uma estrutura coletiva, participativa e ativa ao nível da captação de informação.

26

A pesquisa-ação é um método bem interessante para a produção científica,

pois envolve pesquisadores e participantes num elo de construção coletiva a partir

de uma ação e de uma resolução de problema de maneira conjunta, buscando

relevância para o objeto de estudo trabalhado, pois o objetivo é realmente

transformar, coletivamente, a realidade pesquisada, refletida e propor as devidas

soluções (THIOLLENT, 1996).

Ainda de acordo com o autor,

Resumindo alguns de seus principais aspectos, consideramos que a pesquisa-ação é uma estratégia metodológica da pesquisa social na qual:

a) há uma ampla e explícita interação entre pesquisadores e pessoas implicadas na situação investigada;

b) desta interação resulta a ordem de prioridade dos problemas a serem pesquisados e das soluções a serem encaminhadas sob forma de ação concreta;

c) o objeto de investigação não é constituído pelas pessoas e sim pela situação social e pelos problemas de diferentes naturezas encontrados nesta situação;

d) o objetivo da pesquisa-ação consiste em resolver ou, pelo menos, em esclarecer os problemas da situação observada;

e) há, durante o processo, um acompanhamento das decisões, das ações e de toda a atividade intencional dos atores da situação;

f) a pesquisa não se limita a uma forma de ação (risco de ativismo): pretende-se aumentar o conhecimento dos pesquisadores e o conhecimento ou o “nível de consciência” das pessoas e grupos considerados (THIOLLENT, 1996, p. 16)

Segundo Toledo e Jacobi (2013, p. 159),

Na pesquisa-ação, em particular, pode-se dizer que para sua verdadeira efetivação a participação não pode limitar-se a uma simples divulgação de informações, ou ainda a uma consulta popular, mas implica uma postura proativa no processo de tomada de decisões [...]

Desse modo, nesse metodologia o aprendizado é coletivo, mútuo, interativo e

colaborativo, ocorrendo a mobilização social e a construção do conhecimento

objetiva mudar a realidade com o fortalecimento da comunidade (TOLEDO; JACOBI,

2013).

3.3 APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS

3.3.1 – Questionário I

27

Considerando o questionário aplicado com a Coordenadora Local do PNAIC e

as Orientadoras de Estudos sobre as formações realizadas no município, destacam-

se:

1 - O calendário anual das formações foi construído com a presença da

Coordenadora Local e das Orientadoras de Estudos, relacionando as datas previstas

para contemplar o caderno de apresentação, a solenidade de abertura, e os demais

cadernos: Educação Inclusiva, Educação Matemática do Campo e Jogos na

Alfabetização Matemática permearam todas as formações.

2 - A agenda é construída com a participação e contribuição de todas as

Orientadoras de Estudos do município (1º, 2º, 3º ano e multisseriado). Ela contempla

os seguintes momentos: acolhida, entrega de mimo, deleite, dinâmica para formação

dos grupos, reflexibilidade e análise de textos, compartilhando, para casa e

avaliação.

Cada Orientador de Estudo encontra-se respectivamente em suas salas, com

o ambiente alfabetizador decorado de acordo com a temática de cada encontro, com

seus cantinhos de Leitura e Matemática, com disponibilidade de materiais

manipuláveis. A cada encontro os professores alfabetizadores ficam com a

expectativa de encontrar novidades e sugestões para levarem para as suas salas de

aulas. Os conceitos trabalhados são escolhidos a partir do estudo dos textos,

realizado em grupos, acompanhado de sistematização teórica com exibição de

slides.

Num segundo momento acontece a socialização da vivência da Rotina da

Proposta Didática Alfabetizar Letrando (PDAL) e a Proposta Didática Alfabetização

Matemática (PDAM). Neste momento, segundo relato da Coordenadora, fica visível

o comprometimento com o aperfeiçoamento da prática pedagógica dialógica, lúdica

e problematizadora.

Segundo a Coordenadora Local os principais objetivos das formações são:

- Apontar possibilidades para a organização do trabalho pedagógico;

- Compartilhar vivências de professores que buscam garantir os Direitos de Aprendizagem de Matemática a todos os alunos;

- Discutir sobre a Psicogênese da leitura e da escrita;

- Compreender a teoria através do conhecimento das hipóteses da escrita;

- Analisar as escritas infantis e identificar as hipóteses.

- Estabelecer relações de semelhança e de ordem, utilizando critérios diversificados para classificar, seriar e ordenar coleções; identificar números em diferentes contextos e funções; quantificar elementos de uma coleção

28

utilizando diferentes estratégias; comunicar as quantidades, utilizando a linguagem oral, os dedos da mão ou materiais substitutivos aos da coleção;

- Representar graficamente quantidades e compartilhar, confrontar, validar e aprimorar seus registros nas atividades que envolvem a quantificação;

- Reproduzir sequências numéricas em escalas ascendentes a partir de qualquer número dado;

- Elaborar, comparar, comunicar, confrontar e validar hipóteses sobre as escritas e leituras numéricas, analisando a posição e a quantidade de algarismos estabelecendo relações entre a linguagem escrita e a oral;

- Elaborar, comparar, comunicar e validar hipóteses sobre as escritas e leituras numéricas, analisando a posição e a quantidade de algarismos e estabelecendo relações entre a linguagem escrita e a oral;

- Fornecer subsídios que permitam ao professor encaminhar de construção do Sistema de Numeração Decimal em situações lúdicas, de modo que a criança possa investigar as regularidades do SND para compreender o princípio posicional de sua organização;

- Possibilitar às crianças a construir noções de localização e movimentação no espaço físico para a orientação espacial em diferentes situações do cotidiano e reconhecer figuras geométricas presentes no ambiente;

- Oferecer e subsidiar aos professores condições para garantir as crianças de 6 a 8 anos seus Direitos de Aprendizagens e estes preveem que sejam capazes de experimentar situações cotidianas e lúdicas que envolvam diversos tipos de grandezas, tais como: comprimento, massa, capacidade, temperatura, tempo e sistema monetário;

- Apresentar a Educação Estatística, fornecendo ao professor elementos que permitam o planejamento de práticas pedagógicas que auxiliem a criança a reconhecer e produzir informações, em diversas situações e diferentes configurações.

Segundo a coordenadora pedagógica do programa no município, o nível de

participação foi satisfatório por conta das expectativas em relação à realização das

formações em Alfabetização Matemática. Porém no decorrer das temáticas

abordadas no caderno, foi observado que os professores alfabetizadores

perceberam que já tinham familiaridade com a organização do trabalho pedagógico,

com exceção do fechamento da aula, que reforçou a importância do momento de

socialização das ideias matemáticas, ou seja, a síntese de tudo o que foi dito ou

realizado para a conclusão da aula.

O município adotou a prática do Planejamento Coletivo Quinzenalmente2 com

todas as turmas do PNAIC, quando os professores alfabetizadores de cada ano

realizam o planejamento com sua Orientadora de Estudo, socializando experiências

e contribuindo com a realidade de cada localidade.

No decorrer das formações é enfatizada a importância do ambiente

problematizador para a construção da comunidade de aprendizagem compartilhada

entre professor e alunos.

2 Com base nessa Organização Pedagógica será pautada a Proposta de Intervenção desse TCC/PV.

29

Neste sentido, fica claro que a proposta de trabalho, bem como o seu

cumprimento, se dá de forma positiva, considerando-se todos os aspectos

pertinentes às mudanças e necessidades do momento vivenciado e sistematizado.

3.3.2 – Questionário II

Considerando o questionário aplicado com os CP das escolas e os

professores destaca-se, principalmente, a importância das formações.

Segundo os Coordenadores Pedagógicos participantes da pesquisa:

Os resultados das formações estão influenciando na sala de aula, pois as mesmas favoreceram a troca de conhecimentos, oportunizando mudanças na organização do planejamento, nas metodologias e estratégias de leitura.

Já para os professores,

A partir das formações as crianças ficarão imersas no processo de apropriação da leitura e da escrita da língua materna, bem como da linguagem matemática, com ampla exposição dos alunos aos materiais impressos que nos envolvem cotidianamente e possibilitam explicitar a função social da escrita.

Destacam ainda,

A importância da presença em sala de aula de materiais que remetam para a função social da Matemática, como: gráficos, tabelas, geometria, pesos e medidas, informações numéricas diversas, etc. utilizando caminhos próprios na construção do conhecimento matemático em resposta às necessidades concretas e a desafios próprios desta construção.

Ainda segundo os professores alfabetizadores participantes da pesquisa, as

formações realizadas pelo PNAIC proporcionaram um amplo leque para a

incorporação do lúdico no planejamento, práticas e avaliação em sala de aula,

ampliando o conhecimento de todos envolvidos, contribuindo assim para a melhoria

da prática pedagógica e da aprendizagem dos alunos.

3.3.3 - Resultados Alcançados

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2013 para o

Ensino Fundamental I foi 4,9 e para o Fundamental II: 3,8 na Rede de Ensino de

Ribeira do Pombal. Portanto, o município já ultrapassou a meta de 2017. “Queremos

30

em 2015 avançar muito mais, garantindo uma aprendizagem de qualidade, pois

atualmente o nosso IDEB é um dos melhores da nossa região” diz a Coordenadora

Pedagógica responsável pelo programa no município.

Segundo dados levantados em entrevista com a Coordenadora Local, a

Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) 2014 do município de Ribeira do

Pombal, apresenta os seguintes índices:

LEITURA - 36,84% - Nível I - 40,2% - Nível II - 20,73% - Nível III - 2,24% - Nível IV ESCRITA - 37,84% - Nível I - 17,76% - Nível II - 27,1% - Nível III - 11,74% - Nível IV MATEMÁTICA - 34,16% - Nível I - 38,35% - Nível II - 15,24% - Nível III - 12,26% - Nível IV

A mesma coloca que com este panorama a Leitura encontra-se com maior

percentual dos alunos no Nível II, pois estes conseguem identificar a finalidade de

textos como convite, cartaz, texto instrucional (receita) e bilhete; localizar informação

explícita em textos curtos (com até cinco linhas) em gêneros como piada, parlenda,

poema, tirinha (história em quadrinhos em até três quadros), texto informativo e texto

narrativo; identificar o assunto de textos, cujo assunto pode ser identificado no título

ou na primeira linha em gêneros como poema e texto informativo; e inferir o assunto

de um cartaz apresentado em sua forma estável, com letras grandes e mensagem

curta e articulação da linguagem verbal e não verbal.

Ela relata ainda sobre os resultados da proficiência na escrita - Nível I, que

neste nível estão agrupados desde os alunos que, em geral, são capazes de

escrever palavras com sílabas canônicas (consoante e vogal) e não canônicas, com

alguma dificuldade, pela omissão e/ou troca de letras, até os que são capazes de

31

escrever ortograficamente palavras marcadas pela presença de sílabas canônicas.

Diz que tem consciência do quanto ainda precisa melhorar para modificar este

quadro, ressaltando que as formações tem contribuído para sensibilizar os

professores, mas, muitos ainda não estão preparados para lidar com essas

dificuldades dos alunos.

Já na proficiência de Matemática, a CP do programa nos informa que o maior

número de alunos encontra-se no Nível II, ou seja, esses reconhecem a

nomenclatura de figura geométrica plana; valor monetário de cédula; figura

geométrica plana em uma composição com várias outras; associam a escrita por

extenso de números naturais com até três algarismos à sua representação

simbólica; valor monetário de uma cédula a um agrupamento de moedas e cédulas;

completam sequência numérica crescente de números naturais não consecutivos;

comparam números naturais com até três algarismos não ordenados; estimam uma

medida entre dois números naturais com dois algarismos; e resolvem problemas de

adição sem reagrupamento.

Segundo levantamento feito pela coordenação do programa com relação ao

Rendimento Final de 2014 na Rede Municipal do Ensino Fundamental e da

Educação de Jovens e Adultos (EJA), tem-se os seguintes índices:

- Índice de Aprovação: 77%

- Índice de Reprovação: 15%

- Índice de Abandono: 8%

Segundo a CP do programa em uma breve análise sobre a percepção (ou

não) destes resultados e a relação com a implantação do PNAIC, a partir das

formações os professores alfabetizadores desenvolveram uma rotina de

planejamento coletivo, quando as metodologias e estratégias de ensino são

socializadas e reprogramadas de acordo com as necessidades surgidas nas salas

de aula.

Assim, de acordo com os dados levantados por essa pesquisa fica clara a

relevância do trabalho realizado pela Coordenação Pedagógica do PNAIC na Rede

de Ensino de Ribeira do Pombal.

Estimamos que o Coordenador Pedagógico da rede consiga usá-lo como

modelo de referência, associado a outras possibilidades de trabalho também

apresentadas.

32

3.4 AÇÕES DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A nossa proposta é implantar na Rede Municipal de Ensino de Ribeira do

Pombal um Projeto de Formação Continuada para os Coordenadores Pedagógicos

das Escolas a partir do modelo organizado pelo PNAIC, tendo como principal

objetivo fundamentar o CP, para que ele possa desenvolver esse processo de

formação na escola. Essa é uma atividade desafiadora e será necessário

estabelecer uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e uma

instituição formadora.

A primeira ação que deve ocorrer é a apresentação da proposta para a

Secretária Municipal de Educação, juntamente com o Departamento Pedagógico,

destacando-se sua relevância, com vistas à melhoria da qualidade da aprendizagem

dos alunos. Em seguida, buscar-se-á orientação para a construção do Plano de

Formação junto com a Coordenação Local do PNAIC.

3.5 CRONOGRAMA

AÇÃO PERIODO LOCAL Encontro com a Secretária

Municipal de Educação e o

Departamento Pedagógico

Fevereiro De 2016 SEME

Encontro com Coordenação

Local do PNAIC Março 2016 SEME

Construção da Proposta de

Formação Março 2016 SEME

Apresentação da Proposta

aos Coordenadores

Pedagógicos

Abril 2016 Auditório do Colégio

Evência Brito

Encontros de Formação Maio a novembro de 2016 Auditório do Colégio

Evência Brito

Seminário de apresentação

dos resultados Novembro 2016

Auditório do Colégio

Evência Brito

Entrega do Relatório Final

das Formações Dezembro 2016 SEME

33

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo defende a formação continuada como uma ação

necessária para a melhoria da pratica pedagógica dos professores. Buscando

subsidiar sua defesa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, tendo como objetivo

fundamentar nossa proposta, e ainda uma pesquisa-ação com aporte para um maior

conhecimento do objeto de estudo.

Considerando o estudo realizado, ficam evidenciados os benefícios da

formação continuada desenvolvida na Rede de Ensino de Ribeira do Pombal pela

Coordenação Pedagógica do PNAIC, na melhoria do trabalho pedagógico dos

professores envolvidos, e, consequentemente, revela ainda o avanço significativo na

aprendizagem dos alunos do 1º ciclo do Ensino Fundamental de Nove Anos.

A pesquisa mostrou que as professoras alfabetizadoras se envolveram com as

formações, aperfeiçoaram sua prática e encontraram novos caminhos para a

alfabetização.

O PNAIC mostrou-se um curso de qualidade, com atividades dirigidas à

prática pedagógica da alfabetização, podendo ser perfeitamente reproduzidas em

sala de aula. O estudo revela ainda, que esse modelo de formação pode ser uma

possibilidade para os outros anos do Ensino Fundamental, principalmente se esse

trabalho tiver como mediador o CP da escola.

O caminho até então percorrido, nos mostra que é relevante investir em uma

Proposta de Formação para os Coordenadores Pedagógicos, para que esses

possam realizar a formação continua na escola, tendo como principal objetivo a

melhoria da qualidade da educação.

34

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil De 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Acesso em 20 de dezembro de 2015. . BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em 22 de dezembro de 2015. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Elementos Conceituais e Metodológicos para Definição dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento do Ciclo de Alfabetização (1º, 2º e 3º anos) do Ensino Fundamental. Brasília, dezembro/ 2012. Disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=18543:direit os-de-aprendizagem-do-ciclo-de-alfabetizacao-do-ensinofundamental&catid=323:orgaos-vinculados&Itemid=97 Acesso em 05 de janeiro de 2014. BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: currículo inclusivo: o direito de ser alfabetizado: ano 3: unidade 1 / ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Diretoria da Apoio à Gestão Educacional. Brasília: MEC. SEB. 2012. BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: formação do professor alfabetizador : caderno de apresentação / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília: MEC, SEB, 2012. CANDAU, V.M.F. Formação continuada de professores: tendências atuais. In: CANDAU, V.M. (Org.). Magistério: construção cotidiana. Petrópolis: Vozes, 1997. DOMINGUES, Isaneide. O coordenador pedagógico e a formação contínua do docente na escola: algumas perspectivas. Disponível em: <http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/2027>. Acesso em: 07 dez. 2014. GARRIDO, E. Espaço de formação continuada para o professor-coordenador. In: BRUNO, E. B. G.; ALMEIDA, L. R.; CHRISTOV, L. H. S. (Org.). O coordenador pedagógico e a formação docente. 8. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2001. LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. ver. e ampl. Goiânia: Editora Alternativa, 2004. MARQUEZ, Gabriel Garcia. Viver para contar. Rio de Janeiro, Record, 2003.

35

SILVA, J. Introdução: avaliação do ensino e da aprendizagem numa perspectiva formativa reguladora. In: SILVA, J., ESTEBAN, M.T. Praticas avaliativas e aprendizagem significativas em diferentes áreas do currículo. Porto Alegre:Mediação, 2003. THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-ação. 7º edição. Editora São Paulo: Cortez; 1996. . VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho Pedagógico: Do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 3ª edição. Editora São Paulo: Libertad; 2002.

36

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO I

Prezado(a) Coordenador(a),

Estou produzindo o meu trabalho de conclusão do Curso de Especialização em

Coordenação Pedagógica e gostaria de contar com a sua colaboração respondendo

as questões a baixo. O objetivo destas perguntas é identificarmos como a Formação

Continuada do PNAIC tem contribuído ou não para a melhoria das práticas

pedagógica na escola. Assim, os resultados desta pesquisa vão compor os dados do

Projeto Vivencial. Peço-lhe que seja fidedigno nas respostas para que possamos

compor proposições de trabalho com base nestes resultados. Agradeço sua

colaboração e garanto o anonimato nas respostas apresentadas.

Questionário 1 – Coordenador Local e Orientador de Estudo

1. Sexo

( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade

( ) 18 a 24 ( ) 25 a 29 ( ) 30 a 39 ( ) 40 a 49 ( ) 50 e mais

3. Escolaridade

( ) Ensino Médio

( ) Graduação

( ) Especialização

4. Descreva como são realizadas as formações do PNAIC na Rede Municipal de

Ensino de Ribeira do Pombal?

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5 . Como são organizados os espaços de formação?

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6. Quais os conteúdos foram trabalhados nesse período?

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7. Quais os principais objetivos das formações?

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8. Resultados alcançados pelo PNAIC no município?

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9.Quais as dificuldades ou pontos de melhoramentos diagnosticados nas

formações?

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39

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO II

Caro Professor(a) ou Coordenador Pedagógico(a),

Você está sendo convidado a responder uma breve pesquisa sobre as Formações

do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Sua participação como

Professor Alfabetizador e cursista do PNAIC é de extrema importância para esta

pesquisa. Caso seja de seu interesse, será encaminhada uma devolutiva sobre o

estudo. Para tanto, basta deixar seus dados com a pesquisadora. Suas informações

pessoais não são necessárias no preenchimento do questionário. Grata por sua

atenção e participação!

1.Formação acadêmica:

( )Graduado

( ) Pós-Graduado

( ) outros -----------------------

2. Tempo de serviço dentro da Secretaria de Educação da Secretaria Municipal de

Educação:

Contrato temporário: __________ Efetivo: ___________ Total: ___________

3. Ano de atuação no Bloco Inicial de alfabetização:

( ) 1º ano ( ) 2º ano ( )3º ano

4. Tempo total de atuação no Bloco: _______________

5. Foi cursista do primeiro ano do PNAIC?

( ) sim ( ) não

6. Você conhece o objetivo do Bloco Inicial de Alfabetização? Descreva-o:

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40

7. Como você descreve o desempenho do na sua escola antes do PNAIC?

Explique:

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

8. Em sua escola, houve mudanças nas estratégias de ensino após o curso do

PNAIC? No caso de resposta afirmativa, descreva-as. No caso de resposta negativa

explique porque você acredita que não tenha sido possível essa mudança.

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

9. Em relação à sua prática pedagógica, o PNAIC contribuiu para a sua

mudança/aperfeiçoamento? No caso de resposta afirmativa, descreva-as. No caso

de resposta negativa explique porque você acredita que não tenha sido possível

essa mudança.

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___________________________________________________________________

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10. Quais eram suas expectativas ao participar do curso do PNAIC?

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41

11. Qual o interesse geral da sua escola pelo PNAIC? Explique.

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12. Você pode citar ações provenientes dos conhecimentos adquiridos no curso do

PNAIC que contribuam para o desempenho acadêmico dos seus alunos?

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13. Como você avalia o conteúdo do curso do primeiro ano do PNAIC em relação ao

seu trabalho como Professor Alfabetizador?

( ) ótimo

( ) suficiente

( ) insuficiente

14. Por fim, como você avalia o desempenho dos estudantes do Bloco ao final do

primeiro ano do PNAIC?

( ) melhor

( ) pior

( ) não houve mudança