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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA CECOP 3 PAULA RUAS FERREIRA A EFICÁCIA DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES NA ESCOLA MUNICIPALIZADA ROBERTO SANTOS Salvador 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO

BÁSICA PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA – CECOP 3

PAULA RUAS FERREIRA

A EFICÁCIA DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES NA PRÁTICA

PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES NA ESCOLA MUNICIPALIZADA

ROBERTO SANTOS

Salvador

2016

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PAULA RUAS FERREIRA

A EFICÁCIA DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES NA PRÁTICA

PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES NA ESCOLA MUNICIPALIZADA ROBERTO

SANTOS

Projeto Vivencial apresentado ao Programa Nacional

Escola de Gestores da Educação Básica Pública,

Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia,

como requisito para a obtenção do grau de Especialista em

Coordenação Pedagógica.

Orientadora: Profa. Ma. Gilmaria Oliveira dos Santos.

Salvador

2016

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PAULA RUAS FERREIRA

A EFICÁCIA DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES NA PRÁTICA

PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES NA ESCOLA MUNICIPALIZADA ROBERTO

SANTOS

Projeto Vivencial apresentado como requisito para a obtenção do grau de Especialista em

Coordenação Pedagógica pelo Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de

Educação, Universidade Federal da Bahia.

Conceito Final: _____________ em ___/____/____.

Local: UFBA (Campus Salvador – BA).

Banca Examinadora

Primeiro Avaliador.____________________________________________________

Segundo Avaliador. ___________________________________________________

Terceiro Avaliador. ____________________________________________________

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Dedico esse trabalho a todos Coordenadores e Professores que

―teimosamente‖ acreditam na Educação como principal fonte de

conscientização, liberdade e libertação desse País.

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AGRADECIMENTOS

Ao Secretário de Educação Rildo de Oliveira Pinheiro, pelo seu compromisso e

incentivo na formação continuada dos profissionais da educação do Município de Belo

Campo.

À Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia - UFBA e ao Programa

Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, que muito tem contribuindo na

formação dos Coordenadores Pedagógicos acerca do desenvolvimento da educação de todo

Brasil.

A Maria Tereza Rocha Ramos, pelo incentivo e as interlocuções que mediou o nosso

diálogo com os professores e coordenadores do CECOP

A querida Professora Orientadora Gilmaria Oliveira dos Santos, pela atenção, carinho

e compromisso na transmissão do conhecimento compartilhado ao longo do processo de

orientação.

Às minhas colegas cursistas em especial, Vanusa Ruas Freire Viana, Dalvani

Magnavita Souto Ferraz, Mônica Soares Viana e Susy Karla Ferraz Botelho Bomfim, que

fazem parte do corpo de coordenadores pedagógicos da Secretaria Municipal de Educação

que demonstraram apoio e incentivo nos momentos de desânimo.

Aos Professores e a Coordenadora da escola Municipalizada Roberto Santos, pela

prontidão e colaboração dessa pesquisa.

Finalmente agradeço aos meus familiares e que me apoiaram ao longo da minha

pesquisa, e, que mesmo não estando presente nos momentos de estudo, demonstram orgulho e

respeito pelas minhas conquistas.

Esse momento se traduz em um novo começo, pois não nasci para a sedução do

repouso, nasci para caminhar e sei que assumir esse compromisso é aceitar o desafio de

construir uma existência menos confortável, porém ilimitada e infinitamente mais

significativa pois tenho a certeza de que não devemos passar nessa vida sem deixar pegadas

para outros seguirem.

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O ser humano não descansará enquanto não

realizar o amor concreto que lhe traz serena

felicidade e descanso ao coração. Projetará mil

sonhos, inaugurará infinitas práticas e

elaborará infindos pensamentos até que possa

abeberar-se dessa realidade bem aventurada.

(GRUPO TAO, 1996, p. 70).

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FERREIRA, Paula Ruas. A eficácia das atividades complementares na prática pedagógica

dos professores na Escola Municipalizada Roberto Santos. Projeto Vivencial

(Especialização) – Programa Nacional Escola de Gestores, Faculdade de Educação,

Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

RESUMO

O presente trabalho é resultado da pesquisa cuja temática é A eficácia das atividades

complementares na prática pedagógica dos professores da Escola Municipalizada Roberto

Santos. A investigação se fez por meio do Projeto vivencial dessa Escola com a elaboração

de entrevistas semi estruturada e aplicação de um questionário, com perguntas acerca das

estruturas das reuniões de atividades complementares e sua real eficácia na prática pedagógica

em sala de aula. No contexto amplo, a pesquisa se deu no processo de discussões e debates

no campo teórico-metodológico pautados na reflexão sobre a prática do coordenador

pedagógico refletida no trabalho dos professores e consequentemente no desenvolvimento da

aprendizagem dos alunos. Após a análise dos dados, evidenciou as principais dificuldades da

Coordenação em sistematizar essas reuniões no contexto da reflexão sobre a prática

pedagógica, e, apontou possíveis soluções para esse problema, assim resultou na construção

do Projeto de Intervenção por meio da elaboração das ações que será a aplicada em curto e

médio prazo nas reuniões das atividades complementares visando melhorias do ensino nessa

instituição.

Palavras-chave: Atividade Complementar. Coordenador pedagógico. Aprendizagem.

Formação. Educação.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica ............................... 25

Tabela 2 - Projeto de Intervenção ........................................................................................... 26

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CECOP Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica

CP Coordenador Pedagógico

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação

UFBA

IDEB

PDE

GTI

CRAS

PDDE

C.E.E.

EJA

SME

CEJA)

Universidade Federal da Bahia

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

Programa Desenvolvimento Escolar

Grupo de Trabalho Intersetorial

Centro de Referencia Assistência Social

Programa Dinheiro Direto na Escola

Conselho Estadual de Educação

Educação de Jovens e Adultos

Secretaria Municipal de Educação

PI EJA).

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11

2. MEMORIAL........................................................................................................ 13

2.1 Trajetória de vida estudantil e atuação no campo educacional................................ 13

2.2 Trajetória de vida acadêmica e profissional .......................................................... 14

2.3 Expectativas......................................................................................................... 16

3. REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 17

4.

4.1

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................

Situação Problema........................................................................................... ....

22

22

4.1.2 Metodologia ........................................................................................................... 23

4.1.3 Caracterização do objeto......................................................................................... 23

4.1.4 Operacionando a Proposta de Intervenção.............................................................. 25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 26

REFERÊNCIAS..................................................................................................... 29

ANEXO.................................................................................................................. 30

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho que aqui se apresenta, tem como objeto de estudo ―a eficácia das

atividades complementares na prática pedagógica do professores da Escola Roberto Santos‖

na Cidade de Belo Campo Bahia. A pesquisa surgiu após a percepção da apatia de alguns

professores a respeito da participação das reuniões das Atividades Complementares na Escola.

O trabalho se divide em três seções, na primeira trata do Memorial, que

subdivide em três tópicos e nesses, enfatizam a trajetória de vida estudantil, atuação no campo

educacional, vida acadêmica e profissional da autora, como também as expectativas

relacionadas ao projeto de intervenção.

Na segunda seção trata do diálogo com os autores relacionados com a

pesquisa e que fora estudados ao longo do Curso de Especialização em Coordenação

Pedagógica – CECOP 3, além de outros que, ao longo do processo de estudos, elucidaram a

formação e a pratica pedagógica tanto dos professores quanto do coordenador pedagógico e

suas verdadeiras atribuições no trabalho pedagógico.

A esse respeito, as referências utilizadas foram as de Lourdes Bazzarra que

trata da idéia motivação do trabalho em grupo, de ações educativas, como também a formação

continuada dos professores em exercício; de Clestin Frenet faz uma reflexão acerca das

constantes mudanças da sociedade como também do fazer pedagógico, enfatiza também que

nada está acabado, e que o pesquisador deve ter a humildade de reconhecer a própria

ignorância, que é uma virtude iminente de quem quer aprender continuamente; Antonio

Sousa, aborda as questões filosóficas a respeito da construção ética no processo formativo, a

busca da autonomia e elementos fundamentais para uma reunião pedagógica de atividade

complementar, também fundamenta na consciência subjetiva da pessoa humana como

também no processo objetivo de formação pedagógica e no que diz respeito dos autores,

Paulo Gomes Lima e Sandra Mendes Santos abordam a real função do coordenador

pedagógico no trabalho de atividades de planejamento, como também de acompanhamento

motivacional dos professores na realização de de suas atividades em sala de aula. Na terceira

seção, o corpus da pesquisa: A proposta de intervenção, aqui se configura pela pesquisa-ação,

que podemos demonstrar um propósito limitado à resolução de um problema prático de ordem

técnica.

A partir dessa afirmação entendemos que ―a tomada de consciência dos agentes

implicados na atividade investigada, não se trata apenas de resolver um problema imediato e

sim desenvolver a consciência da coletividade nos planos político ou cultural a respeito dos

problemas importantes que enfrentam, mesmo quando não se vêem soluções a curto prazo

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(Thiollent, 1986, p. 16).

Em se tratando da metodologia, a pesquisa foi realizada a partir da analise das

entrevistas semi estruturadas, aplicadas aos professores e em seguida foi construído o plano

de Intervenção para o desenvolvimento do projeto vivencial na instituição pesquisada. Esse

trabalho elucida o complemento à discussão dos objetivos da pesquisa, assim segue os

objetivos traçados para o desenvolvimento do trabalho: analise da eficácia da atividade

complementar na atuação do professor em sala de aula; verificação das dificuldades dos

professores em refletir sua prática pedagógica sobretudo nos planejamentos de ensino;

reflexão sobre importância da Coordenação nessa escola e a reestruturação o trabalho de

Coordenação por meio da reflexão da prática dos ACs.

A proposta desta intervenção não se preocupou em explorar especificamente as

reuniões, mas sim, analisar o resultado dessas atividades na prática dos professores, como

também o papel do Coordenador Pedagógico nesse trabalho colaborativo.

Aqui a pesquisa apontou para outro problema que até então não era tão percebida, a

compreensão por parte da coordenadora de do seu verdadeiro papel, por assumir diversos

trabalhos na gestão, para isso o projeto de intervenção foi traçado para sanar os problemas da

apatia dos professores nas reuniões de atividades complementares da escola o por meio da

criação do espaço para as reuniões e o tempo necessário para a realização dessas atividades,

como também no que se refere ao trabalho da coordenadora pedagógica dessa instituição,

para que possa reencontrar o seu verdadeiro papel no seu oficio de sua profissão.

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2. MEMORIAL

2.1 Trajetória de vida estudantil e atuação no Campo Educacional

Este meu Memorial de vida, formação e atuação profissional, aborda pontos relevantes

da trajetória da vida estudantil, profissional e acadêmica objetivando descrever recordações da

infância, desde o primeiro contato com as experiências pessoais e profissionais adquiridas,

passando pelo ingresso na Escola Primária em uma determinada zona rural, onde estudei

sendo esse acontecimento o início da realização do sonho de chegar à formação acadêmica.

Reflete ainda o processo de construção do conhecimento durante o período de formação e

aprendizagem, bem como as transformações e redimensionamentos em minhas práticas

pedagógicas, diante de uma nova compreensão das teorias e concepções educacionais do

pedagogo. Este se destina a Universidade Federal da Bahia, como pressuposto da construção

de meu Projeto de Pesquisa, como fase final do Curso de Coordenação Pedagógica.

Nasci no Município de Vitória da Conquista – Bahia. Aos sete anos de idade se deu o

início de minha escolarização do ensino fundamental I, na Escola Municipal Professor

Antônio Moura, escola esta, que está localizada na Zona Rural (ainda em funcionamento).

Esse período foi de extremo significado na minha formação pessoal, tive o privilégio de ter

uma professora muito importante em minha vida, ela me ajudou a descobrir em a beleza das

primeiras letras, com menos de um ano de estudo, já fui alfabetizada.

Lembro-me de que tive uma aprendizagem muito significativa e a escola naquele

período, era o que mais importava na minha vida. Talvez seja aí o inicio da minha paixão pela

docência, pois a minha primeira professora me despertou para o gosto de aprender, e aprender

com significado. Porém quando terminei de cursar o 5º ano, chegou minha frustração, lembro-

me que chorei muito, até queria ser reprovada, pois ali significava o fim de meus estudos, não

tinha para onde ir, nem onde ficar para prosseguir os estudos, fiquei muito triste, mas com

esperança de que eu ia continuar, só não sabia quando e onde, assim essa espera durou três

anos, foram os anos mais longos de minha vida, porém produtivos, li muitos livros. Enfim

chegou o tempo de retornar para escola, fui morar com minha irmã em São Paulo e lá

prossegui os estudos, também não quis qualquer escola pública, lutei muito para poder estudar

em escolas com destaque no ensino, principalmente do ensino fundamental médio.

Em meados do ano 2.000, retornei para Bahia, mais precisamente para o Município de

Belo Campo onde iniciei o trabalho de docência em uma escola da Zona Rural com uma

classe de alunos multiseriados defasados em idade e série. Aceitei o desafio de começar o

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trabalho, mas com a consciência de não ter a formação necessária para tal função. Foi ai que

por iniciativa do Município firmou um convenio governamental onde comecei a fazer Curso

do Proformação (Programa de Formação de Professores em Exercício), foi um período de

muita aprendizagem, onde a prática e a teoria educacional deu suporte para minha

qualificação profissional.

2.2 Trajetória de vida acadêmica e profissional

No ano de 2005, passei no vestibular da Universidade Estadual do Sudoeste da

Bahia (UESB), comecei a fazer o Curso de Pedagogia, trabalhei em outra escola na cidade de

Belo Campo, no ano de 2007 fui convidada para trabalhar no Núcleo Pedagógico da

Secretaria de Educação, e também na Coordenação Pedagógica das escolas das séries iniciais

de toda zona rural do Município, esse período esse durou dois anos. Esse foi um dos maiores

desafios da minha vida profissional, pois além do trabalho simultâneo, tinha que cursar a

graduação, apesar de ser muito cansativo, foi um período que aprendi muito.

Terminei a graduação em 2009 e nesse mesmo ano comecei a trabalhar como Gestora

de uma escola que trabalha com alunos de 6º ao 9º ano e mais uma extensão de ensino

Fundamental médio, foram dois anos de amadurecimento e aprendizagem, na experiência de

gestora, mas não me identifiquei com o trabalho, foi apenas uma questão de identidade.

Prefiro exclusivamente a parte pedagógica de uma gestão educacional, tanto na docência

quanto na coordenação, e é na coordenação que atualmente estou exercendo a minha função,

da qual me sinto realizada enquanto profissional.

Nessa trajetória de estudos e trabalho, fiz muitos cursos extras universidade, dentre

tantos, quero destacar o Curso do Progestão, que foi de suma importância para compreender

educação nas questões administrativas e pedagógicas e o exercício de minha função de

Pedagoga. Dando prosseguimento aos estudos também fiz o curso de Pós Graduação em

Gestão Educacional que complementou a minha profissionalização enquanto gestora da

educação.

No ano de 2011 fui convocada pela Secretaria Municipal de Educação de Belo Campo

- BA, para fazer parte da formação e ser formadora do Programa do Pacto, confesso que

fiquei apreensiva, primeiro porque não conhecia o Programa e também por ter certo medo de

me envolver com algo que não saberia se daria certo, justamente por conhecer outros

Programas foram implantados de maneira incorreta e consequentemente fracassaram no

município. Mas apesar do medo encarei o desafio. O primeiro momento foi compreender a

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proposta do Programa: na busca de alternativas para alfabetizar as crianças de forma dinâmica

e eficiente na idade certa. No primeiro momento, comecei com a formação dos professores

que trabalhavam nas escolas de turmas seriadas da cidade do Município, porém percebi

também a necessidade da formação e inserção do Pacto nas escolas do Campo e com salas

multisseriadas. Esse foi um dos maiores desafios, pois a o Programa não foi pensado para

atender essas peculiaridades da maioria das escolas do Campo, mas sentimos a necessidade de

adequar à realidade do Programa, uma vez que teríamos que dar as mesmas condições a essas

turmas.

Essa formação que mediamos para os professores foi de suma importância, a

metodologia da formação foi muito dinâmica, mas a maioria dos professores não aplicaram de

forma adequada para os alunos. Ainda está em fase de mensuração, para entendermos se está

sendo positivo ou não, esse programa para os alunos do Município

No ano de 2013, passei na seleção do Programa de Mestrado e Doutorado em

Memória, Linguagem e Sociedade, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –

(UESB), atualmente, estou no período de finalização (fase da defesa). Também

concomitantemente, fui convocada para fazer o Curso de Especialização em Coordenação

Pedagógica (CECOP), da Escola de Gestores da Universidade Federal da Bahia (UFBA),

Curso esse, que fiquei na fila de espera desde 2010, confesso que fiquei muito mais realizada

em ser convocada para o curso de Coordenação Pedagógica do que a seleção do mestrado,

pois era algo que me realizava enquanto profissional, pois desde 2006, atuo como

Coordenadora Pedagógica no Município em que trabalho e, precisava teoricamente entender a

minha atuação uma vez que meu interesse em tentar acertar mais e errar menos em meu

trabalho dependia da formação adequada e direcionada para minha área de atuação.

[...] Cabe ao coordenador pedagógico, juntamente com todos os outros

educadores, exercer o ―ofício de coordenar para educar‖ também aqui no

sentido de possibilitar trocas e dinâmicas da própria essência da

aprendizagem: aprender a aprender e junto com, essência do que se concebe

como formação continuada de educadores. Não se trata de imaginar que cabe

ao coordenador sozinho realizar tantas tarefas, mas de compreender que este,

estando a serviço do grupo no encaminhamento dos objetivos de buscar a

superação dos problemas diagnosticados, possa promover a dinâmica

coletiva necessária para o diálogo (Lima e Santos, 2007, p. 77-90).

Nesse contexto, cabe a mim, como Coordenadora Pedagógica, entender o ofício de

minha função, não só pelo entendimento da trajetória de vida pessoal, mas, a vida acadêmica

e o meu trabalho em sua totalidade. Assim, a formação, deve ser permanente, e continua, pois

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se faz necessária para a tomada de consciência de que não podemos ficar inertes diante das

mudanças sociais e conseqüentemente educacional.

Com os estudos do CECOP, e a convivência na prática de Coordenadora, percebi que

a hierarquia de uma Gestão Educacional não tem efeito positivo perante uma educação para a

vida e para a liberdade. O autoritarismo hierárquico no ambiente escolar precisa se extinguir,

pois estamos em tempos de constante mudança e a gestão de uma escola tem o inevitável

papel de se comprometer no planejamento e na condução consensual nos processos

democráticos.

Se tratando de tempos de mudança na gestão educacional, faz-se absolutamente

necessária à presença de um líder, capaz de mobilizar um grupo de pessoas diferentes em uma

direção comum. Não se trata apenas de dar respostas aos problemas, que surgem todos os

dias, mas de ter a capacidade de ver onde está e deverá está a escola em médio e longo prazo.

Na trajetória de estudo, a prática da função a qual eu exerço na Coordenação

Pedagógica ao longo desses meses de formação, me fez refletir o fazer pedagógico e ter a

certeza que maior razão de tentarmos reavaliar nosso trabalho, é o constante acreditar em uma

educação melhor e de qualidade para nossas crianças e jovens, pois educar não é mais que

instruir transmitir conhecimentos, dar competência. Educar é dar um sentido ao

conhecimento, por isso é necessário direcionar esforços, ter lucidez em relação ao que se quer

e ao melhor caminho para alcançar. Faço parte também do Grupo de Trabalho Intersetorial

(GTI), no Programa Saúde e Prevenção nas Escolas e programas associados.

Na gestão da educação dessa escola a qual estou referindo na pesquisa, a minha

atuação está inserida diretamente na orientação e formação da coordenadora dessa Instituição.

Neste contexto atuo como coordenadora geral da educação, responsável diretamente na

formação dos coordenadores pedagógicos do Município e pela interlocução entre as demandas

da escola e a secretaria de educação e no planejamento e avaliação das ações pedagógicas da

Secretaria.

2.3 EXPECTATIVAS

As expectativas apresentadas nesse projeto de intervenção, após os estudos e reflexões

acerca do objeto, espera-se direcionar e aperfeiçoar a prática pedagógica da Coordenadora e

dos professores nos momentos dos encontros de Atividades complementares dessa Instituição.

A teoria apreendida ao longo dos estudos abriu horizontes sobre prática pedagógica,

como também deixa claro na pesquisa que o trabalho do coordenador juntamente com os

professores se assemelha a um regente que conduz a orquestra com gestos claros e instiga um

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intenso senso de união entre seus pares, apesar dos obstáculos que a educação pública nos

oferece. Outro aspecto relevante perante as expectativas do projeto de intervenção é a

conscientização de que necessitamos sempre da formação permanente, dentro de um contexto

de planejamento e necessidades que vão surgindo ao longo do trabalho na docência. Dentre

tantas experiências vivenciadas destaco também a contribuição da Coordenação Pedagógica no

desenvolvimento do trabalho em sala de aula, as orientações, as sugestões de atividades, as

formações permanente, etc. Portanto, acreditamos que o trabalho de intervenção é

indispensável para refletirmos sobre o papel do Coordenador Pedagógico no desenvolvimento e

o incentivo do trabalho do professor como uma ponte que vai do conhecimento teórico, até o

trabalho prático do professor, que se traduz na prática reflexiva em sala de aula.

3. REVISÃO DE LITERATURA

A escola desde a sua constituição, sempre foi um espaço de formação continuada, tanto

no que diz respeito à formação do educando quanto a formação do educador, portanto é no

trabalho escolar, que o processo de aprendizagem individual e coletivo se efetiva e se constitui

a partir de relações estabelecidas entre os membros da comunidade escolar. Nesse aspecto,

define a formação e os valores que se adotam na formação intelectual e, sobretudo na formação

humana. Cabe, portanto, aos educadores, a tarefa de condutores de processos bem organizados,

nos quais as decisões tomadas de forma participativa.

A organização pedagógica de uma escola deve responder à pedagogia da comunicação,

da responsabilidade, do trabalho, da expressão e da pesquisa. Pois as nesse contexto

se não s soubermos aonde vamos, não haverá sentido de irmos juntos. A o

planejamento da coordenação, com a genuidade na educação se opõe a improvisação,

ao espontaneismo e a anarquia. O planejamento explicita o que queremos conseguir e

o que precisamos para consegui-lo (PÉREZ, 2006, p. 171).

Para melhor compreender esse processo, entendemos que a formação tem por objetivo

desenvolver a formação continuada do professor/a pelo acompanhamento pedagógico. A

formação continuada justifica-se pelo teor significativo das trocas de, experiências

compartilhamento de concepções e de e incertezas acerca do fazer da complexidade do

trabalho docente.

A Atividade Complementar (AC), atrelada a formação do professor, deve perpassar à

formação contínua no desenvolvimento, do seu trabalho. Dessa forma, é necessário,

respaldarmos com a conquista estabelecida por um ordenamento legal, a exemplo da LDB n°

9.394/1996, das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica, que foi conquistada

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como um direito que faz parte do trabalho do professor(a). Nesse sentido, a AC também

pressupõe o compromisso a responsabilidade de cada educador com o aperfeiçoamento das

atividades desenvolvidas na escola, tanto no que se refere ao planejamento específico do seu

trabalho como, também na articulação do trabalho coletivo e colaborativo para a aprendizagem

dos estudantes.

Nesse sentido, o Coordenador Pedagógico, tem um papel imprescindível para mediar e

conscientizar o professor de que a escola não é somente o lugar onde ele vai ensinar, mas sim

onde vai aprender a ensinar. A esse respeito, a reflexão aliada a prática, são elementos

essenciais para se construir o processo da própria formação-transformação.

Somos aprendizes, às vezes com pretensão de mestres e ocultando de bom grado, a nos

mesmos, as nossas imperfeições e as nossas impotências. E então! Não estudamos

demoradamente nas escolas e não estamos providos, como os mecânicos e os

pedreiros, do nosso certificado de aptidão pessoal? Longos anos de prática não nos

teriam portanto essa certeza diagnóstica e essa segurança na decisão, apanágios dos

velhos por trabalhadores peritos na profissão? Temos que acreditar eu a máquina

humana é muito mais complexa e delicada do que os mais engenhosos mecânicos dos

especialistas, pois os próprios professores de psicologia e de pedagogia são aprendizes

que ainda não descobriram os verdadeiros segredos de uma ciência que os ultrapassa.

Também eles, quando se encontram diante dos verdadeiros problemas da vida, diante

de crianças difíceis de manejar... Somos todos aprendizes estamos nas fases de

pesquisas e ainda não descobrimos as brechas por onde subir triunfalmente aos

domínios até agora proibidos. Nada se disse ainda em definitivo, a não ser o humilde

reconhecimento da nossa comum ignorância (FREINET, 1988, p.112).

O coordenador pedagógico deve assumir uma proposta de formação continuada

para si e para orientar o professor. Da mesma forma, o Coordenador Pedagógico faz parte do

pensar e do agir tanto do educador quanto do educando, ele pensa, reflete, distancia-se, constrói

conceitos – teoria do que é aprender e ensinar. Enquanto o educador observa o ensinar da

coordenação, ele aprende a ser melhor ‖aluno‖ e também melhor educador.

Analogamente, a formação deve ser aliada ao desenvolvimento, à atitudes, e

capacidades para continuar aprendendo permanentemente.

Assim também nos espaços de formações dos ACs, (reuniões e ou jornadas

pedagógicas), ou mesmo assessorias individuais, são espaços legítimos para conhecimento e

reflexão sobre a realidade da escola e seu contexto, expresso nas observações e registros diários

dos professores sobre a trajetória dos estudantes, assim como nos dados das avaliações interna e

externa, desdobrando-se numa ação pedagógica propositiva de mudança e intervenção na escola

Pode dizer-se então, que nesse aspecto, existe uma organicidade entre observação, registro,

reflexão, avaliação e planejamento enquanto instrumentos metodológicos.

Nessas condições a coordenação pedagógica de uma escola certamente pode ser

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objeto de observação do educador educando, a ponto de perceber como se trabalha as diferenças

e conflitos. O exercício do coordenador deve também focalizar os pontos de observação, que

exercitem.

Quando o educador traça pauta de observação ele já tem em mente as hipóteses do

educando. Suas perguntas, que encaminham a observação, poderão confirmar ou não

estas hipóteses durante a avaliação realizada no final do encontro. Estas observações

são a trabalhadas depois, através do registro feito, da elaboração da síntese do encontro

e de sua reflexão, reto,mando a avaliação e o planejamento para o próximo encontro

(MARTINS, 2001, p.05).

Para que essa situação ocorra é necessária a força da ação educativa numa escola e,

portanto, seu sucesso, é proporcional ao potencial que somos capazes de obter do corpo de

professores. E para obter essa força de grupo, fruto da união, é absolutamente necessária uma

direção que esteja presente de modo ativo no dia-a-dia da escola.

Nesse sentido, o coordenador pedagógico tem um papel fundamental na construção da

sintonia com o grupo, principalmente a forma de lidar com os conflitos, as divergências, as

diferenças durante a Atividade Complementar (AC). Assim a observação do coordenador para

com o trabalho do professor no dia a dia em sala de aula não deve ser ―invasão‖ do espaço do

outro sem planejamento, nem devolução, e muito menos sem a comunicação. Observar uma

situação pedagógica não é vigiá-la, mas sim, fazer vigília por ela, isto é, estar permanentemente

acordado por ela, na cumplicidade da construção do projeto, na cumplicidade pedagógica.

Em se tratando de uma reunião de Atividade Complementar (AC) deve ser construída

sempre na base de um processo democrático, do respeito, da aceitação das opiniões diferentes,

visões e posições políticos educacionais divergentes, a partir do grupo de professores e alunos,

unindo assim aos indivíduos entre si, e com os responsáveis por exercer de alguma forma o

poder e autoridade, a gestão deve discutir e também aceitar as propostas de quem realmente são

os principais alvos e envolvidos nesse processo: professor e aluno. Nesse sentido, a qualidade

do ensino depende de que as pessoas afetadas por decisões institucionais exerçam o direito de

participar desse processo de decisões, assim como tenham o dever de agir para implementá-las.

Potenciar o fato educativo como uma atuação puramente individual, que se desenvolve

em cada uma das aulas numa filosofia pessoal de isolamento e independência e à

margem das possíveis influências do resto do corpo de professores supõe cair em uma

profunda contradição interna com a mensagem que temos de transmitir aos nossos

alunos: ser capazes de ultrapassar o marco de sua individualidade sem renunciar a sua

riqueza. Supõe cair em contradição com a resposta a pergunta ―por que somos

professores (BAZARRA, 2006, p.113)

Nesse aspecto, trabalhar em equipe significa estar aberto a descobrir o positivo do

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outro, é consciência das próprias necessidades e carências, compreender para ser compreendido.

Por outro lado, se trabalharmos como individualistas, nossas escolas dificilmente poderão

ensinar a construir democracias autentica se não estiverem estruturadas como comunidades

democráticas verdadeiras que, em lugar de produzir desigualdades, as combatem e superam.

Por conseguinte, a Atividade Complementar na escola é a possibilidade de

fortalecimento das relações interpessoais, das parcerias e da gestão configurando-se como um

momento favorável para desenvolver um planejamento baseado na pesquisa, ampliando as

referências abrindo possibilidades de compromisso com suas aprendizagens. Porém dos

aspectos cruciais do trabalho de um educador é, sem dúvida, analisar criticamente a realidade

que o rodeia e procurar oferecer soluções para os aspectos que considera não contribuir para um

pleno desenvolvimento ético acadêmico de seus alunos. Para PÉREZ (2006), desafio é

conseguir um professor que pesquise e reflita na ação, para transformá-la e se transformar; um

professor que questione continuamente o que faz, aprenda com a reflexão e que essa

aprendizagem promova mudanças qualitativas em seu agir; um professor que submeta a uma

critica severa sua relação com o saber, como ensinar e como o aprender.

O coordenador pedagógico devem se formar e os educadores deve se envolver no planejamento

de formação, facilitando o que podem realizar muito especialmente no que refere a tempos de

dedicação, mas sem esquecer nunca a importância da motivação, do apoio sincero e do interesse

constante.

A importância e a validade da AC na sua dimensão se efetiva por meio da organização

do trabalho docente nesse aspecto se torna dinâmico, vivo, que demanda um constante

planejamento e (re) planejamento na tentativa de garantir a melhoria dos processos de ensino-

aprendizagem, ainda mais quando o foco está voltado para estudante e suas especificidades e

particularidades.

Temos que estar conscientes de que nossos alunos são o resultado de um pouco de

cada um de nós, os diversos educadores que os acompanham em seu processo de

amadurecimento. E para que este quebra cabeça final tenha sentido, para que no fim do

processo nos encontraremos com uma pessoa preparada para enfrentar sua vida e

disposta a ajudar outros a também enfrentá-la, é preciso que alguém reúna vontades,

momentos de tristeza e alegria, sonhos e muitas doses de esperança. (BAZARRA,

2006, p.115)

O que deixa claro é que o coordenador e o professor devem estar conscientes de que

todo trabalho, reflete diretamente na vida do aluno, por isso, a equipe deve apresentar uma

capacidade de aprender, a compreender, estar atento ao desenvolvimento da curiosidade,

expressar claramente o que dialoga e argumenta com precisão, em sua capacidade critica,

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analítica, criativa, inovadora, de resolução e de problemas que estão suscetíveis no que diz

respeito as questões pedagógicas da escola. A esse respeito, BAZARRA (2006), enfatiza que o

educador não pode se limitar a um uso teórico, especulativo de sua razão; porém é prioritário

optar por uma atitude de mudança, ensinar com exemplo a construir criticamente a realidade e a

usar a própria autonomia na formação de nossa personalidade.

A formação nunca termina e implica todas as dimensões e etapas da pessoa, em se

tratando do professor em exercício, a formação pedagógica nos momentos de Atividade

Complementar é de extrema necessidade, uma vez que a sociedade é dinâmica, logo, os alunos

indissociáveis a essa sociedade, perpassa por essa mudanças, portanto o professor deve estar em

formação contínua. Nesse sentido, formar-se é construir-se, inventar-se, chegar a ser a pessoa

plena que alguém se propõe a ser. Quanto mais uma pessoa aprende, tanto mais a formação

continuará precisando-a ao longo da vida.

A finalidade última de toda educação é a formação da pessoa humana em seu sentido

pleno, visando a autonomia pessoal, à integração social e à construção de um sentido

ético à sua própria existência. Sabemos que todo processo formativo é subjetivo,

fundamentada na consciência e na liberdade. Depende, todavia em parte de uma

educação processada pelo método de ensino aprendizagem pela força e pelo exemplo

(SOUSA, 2010, p. 41).

Para que uma atividade complementar se efetive, é necessário que o professor esteja

comprometido plenamente com o seu trabalho, e, sobretudo ter a consciência de que seu

trabalho pedagógico necessita constantemente passar pelo crivo da reflexão e avaliação, assim a

ação e reflexão, poderá desencadear para uma prática de ensino com qualidade. Mas isso

acontece somente quando os docentes se sentem motivados no envolvimento pleno de seu

trabalho, assim podem fazer com que a escola seja uma escola de qualidade.

A esse respeito, BAZARRA (2006), enfatiza que ―apoiar o professor, respaldar sua

atuação e decisões, favorecer o desenvolvimento autônomo e em equipe de seu trabalho é ter

elementos decisivos de motivação e deve ter sempre presente no exercício de sua função, porém

essa situação se torna mais distantes da realidade dos coordenadores escolares pois são poucos

os que assumem verdadeiramente a sua função de ofício,

Várias metáforas são construídas sintetizando o seu papel e função na escola com

distintas rotulações ou imagens, dentre elas, a de “bom-bril” (mil e uma utilidades), a

de “bombeiro” (o responsável por apagar o fogos dos conflitos docentes e discentes),

a de “salvador da escola” (o profissional que tem de responder pelo desempenho de

professores na prática cotidiana e do aproveitamento dos alunos). Além destas

metáforas, outras aparecem definindo-o como profissional que assume uma função de

gerenciamento na escola, que atende pais, alunos, professores e também se

responsabiliza pela maioria das ―emergências‖ que lá ocorrem, isto é, como um

personagem ―resolve tudo‖ e que deve responder unidirecionalmente pela vida

acadêmica da escola (LIMA e SANTOS, 2007, p. 79).

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Mas toda essa realidade da coordenação ―faz tudo na escola‖, evidencia outros

problemas, inclusive a falta de identidade de seu trabalho. Cabe ressaltar que a coordenação

pedagógica de uma instituição de ensino, é um auxilio contínuo e permanente ao trabalho do

professor, em suas atividades de planejamento, como também de acompanhamento fornecendo-

lhes subsídios que os ajudem a aperfeiçoarem no exercício de formação contínua além de ser

aquele que motiva os docentes para realizar com entusiasmo as atividades, ajudando-os a

resolver os problemas que surgirem, isso por meio de estudos, reuniões de Atividades

Complementares, debates e acompanhamento mais de perto no processo pedagógico.

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4. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

4.1 Situação Problema

O presente trabalho consiste em apresentar o estudo

desenvolvido neste projeto vivencial de pesquisa-ação, a respeito das Atividades

complementares na Escola Roberto santo, o objeto se justifica, porque ainda não se disponha

de dados sistematizados no âmbito do município de Belo Campo a respeito da eficácia da AC,

instrumentos que compõem a ferramenta pedagógica entre Professor e Coordenador que se

traduz no objeto de estudo em questão.

Sabendo que a Prática Pedagógica do Professor em sala de

aula, depende de vários fatores como espaço/tempo inerente ao trabalho pedagógico,

destinado ao planejamento e organização de suas atividades a ser realizada de forma

individual ou coletiva. Além de ser estabelecida como um direito que faz parte do trabalho do

professor, também pressupõe a responsabilidade e compromisso de cada educador com o

aprimoramento/qualificação das atividades desenvolvidas na escola, tanto no que se refere ao

planejamento específico do seu trabalho com a sua disciplina/componente curricular, como,

também na articulação coletiva com seus pares no esforço para realização de um trabalho

colaborativo. Diante do que foi exposto acima, a escolha desse objeto de pesquisa, se justifica,

na medida em que percebi a dificuldade da coordenadora em preparar e planejar as reuniões

como também a resistência por parte dos docentes em querer reunir em Atividade Pedagógica

(AC), principalmente pela percepção da resistência de alguns professores em participar desses

momentos como também a falta de atitude em buscar estratégias para sanar as dificuldades

dos alunos.

Após as leituras e reflexões e observação em campo acerca da temática percebe-se a

necessidade de uma atuação mais sistematizada da Coordenadora dessa instituição, no

planejamento das reuniões complementares. No que diz respeito à sistematização e a reunião

de experiências podem ser consideradas reuniões mensais de debates e estudos em seminário,

encontros pedagógicos programas representa o conjuto de reflexões e de conclusões que

interferem diretamente no cotidiano do professor, quando a prática pedagógica é discutida e

de forma eficaz.

Com a temática a Coordenação Pedagógica: Relações, Dimensões e Formas de

Atuação no Ambiente Escolar, analisa a ―eficácia das Atividades Complementares (ACs), na

prática pedagógica da Escola Municipalizada Roberto Santos. Essa proposta se justifica pela

necessidade de elucidar o papel do Coordenador Pedagógico e suas atribuições, nas reuniões

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na unidade escolar de modo a favorecer a formação continuada dos professores e por meio do

planejamento pedagógico, na promoção de uma reflexão sobre a prática pedagógica, pautada

na realidade vivenciada por alunos e professores dentro da comunidade escolar. Para a

realização dessa proposta de intervenção aplicaremos uma metodologia pautada na entrevista

semi estruturada com a aplicação de um questionário, refletindo a estrutura das reuniões de

atividades complementares e sua real eficácia na prática pedagógica em sala de aula. Nesse

trabalho foram elaboradas as ações e os prazos que conduzirão a aplicação e realização das

atividades visando a melhoria das reuniões pedagógicas de atividades complementares dessa

instituição. Nesse contexto a Atividade Complementar é um dos momentos legítimos para

reflexão e análise sobre a realidade da escola em suas dimensões pedagógicas, porém muitos

professores relataram que se configura na maioria das vezes como reuniões burocráticas.

4.1.2 METODOLOGIA

A pesquisa se configura na abordagem qualitativa e fundamenta na metodologia da

pesquisa-ação. Nesse sentido, Tripp (2005), afirma que ―a pesquisa-ação educacional é

principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de professores e pesquisadores de

modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aperfeiçoar o ensino e, em decorrência, a

aprendizado de seus alunos.

Para melhor compreender o objeto e o público-alvo da instituição,

foram elaborados questionários semi estruturados, portanto, estão. A pesquisa aqui proposta

se desempenha na prática profissional dos sujeitos que com suas ações e percepções acerca

das atividades complementares, objeto de estudo se refere à pesquisa qualitativa no campo das

ciências humanas.

Após realização da coleta de dados, foi feita uma análise, sistematizando as

informações, e assim delineamos um cronograma para realização das ações a fim de

contemplar os objetivos da proposta de intervenção sendo estes: Analisar a eficácia da

atividade complementar na atuação do professor em sala de aula; Verificar as dificuldades dos

professores em refletir sua prática pedagógica, sobretudo nos planejamentos de ensino;

Refletir sobre importância da Coordenação nessa escola e Reestruturar o trabalho de

Coordenação por meio da reflexão da prática dos ACs. Para que essas ações aconteçam é

necessário que tenha a mobilização dos agentes de participação, ação, planejamento,

monitoramento e avaliação.

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4.1.3 Caracterização do objeto

A Escola Municipalizada Roberto Santos, fica situada na Avenida Vitória da

Conquista, 885 – Centro / Belo Campo – BA Cód. 24880 Entidade Mantenedora: Prefeitura

Municipal de Belo Campo Resolução do C.E.E. Nº 042/91 – Parecer do C.E.E. Nº 072/91 –

D.O. de 16/04/91. Ato de Criação: Portaria Nº 5541 (lei estadual) Diário Oficial: 18 e

19/05/1985.

Em relação à gestão da unidade escolar, a escolha de diretor (a) e coordenação

pedagógica é feita por indicação, desde que não seja ferido o critério de formação em:

licenciatura em pedagogia ou especialização em gestão educacional (porém abre exceção para

algumas áreas de licenciatura). O currículo é orientado pela equipe Pedagógica da Secretaria

Municipal de Educação juntamente com a equipe gestora da Escola. No que diz respeito ao

nível de modalidade de ensino ministrada nessa escola, se configura em ensino fundamental –

3º ao 5º ano (será extinto em 2016); Ensino Fundamental – 6º ao 9º ano e Educação de Jovens

e Adultos (EJA). A escola possui trinta e sete professores (37), sendo estes todos graduados,

com exceção de um professor que leciona no ensino fundamental I. O grupo gestor é

composto por uma diretora, uma vice-diretora, uma Coordenadora Pedagógica (graduada em

letras), um Secretário Escolar e um Conselho formado de Pais e Mestres. As Atividades

Complementares acontece uma vez por mês, geralmente em horários opostos das atividades

em sala de aula, porém sempre nos momentos de intervalos, ou seja, das 17: 00 às 19:00 hs,

geralmente nos momentos de descanso dos professores. A Coordenação não buscou ainda

estratégias para o planejamento em determinados períodos (matutino, vespertino, ou noturno),

mas somente nesses momentos que fora citado.

Dos Programas que existem nessa escola é o ―Mais Educação‖, ―Atleta na Escola‖,

―Mais Cultura‖, como também o PDDE Interativo. Os recursos financeiros são gerenciados

pela equipe da gestão e comunidade escolar, de forma democrática, decidem a melhor forma

de aplicação da verba escolar.

Os maiores desafios dessa escola atualmente diminuir os índices repetência, e

melhorar a qualidade da educação (apontado como defasada pelo Ideb, na tabela abaixo),

enfrentar alguns problemas de alunos usuários de drogas, sem deixar de considerar a

responsabilidade do poder público municipal no enfrentamento dos problemas mencionados.

Acredita-se que as iniciativas de melhoria dessa Escola também é buscar constantemente o

trabalho emas parcerias da Saúde, do Centro de Referencia de Assistência Social (CRAS),

pois a maioria dos alunos são de classe social menos favorecida, portanto a parceria é de suma

importância para esse trabalho, também o uso dos recursos do PDDE Interativo podem ser

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redimensionadas no sentido de contribuir com a efetividade da implementação dos programas

e projetos do PDE.

Para melhor compreender a realidade em dados mensurados dessa instituição, segue abaixo a

tabela do Ideb da Escola Municipal Roberto Santos.

Tabela 1 - Evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)

Âmbito de Ensino

Ensino Fundamental (Anos Iniciais) Ensino Fundamental (Anos Finais)

Ideb Observado Ideb Observado 2

00

5

20

07

20

09

20

11

20

13

ME

TA

S

20

21

20

05

20

07

20

09

20

11

20

13

ME

TA

S

20

21

Belo Campo 2,1 2.5 2.8 4.7 3.5 4.5

Fonte: INEP. Tabela produzida pela autora

É imprescindível o planejamento pedagógico da escola de natureza obrigatória, como

forma de garantir a qualidade da educação e a continuidade de cada um dos programas

aderidos pela instituição. Assim entende-se que, esta proposta de intervenção possa auxiliar

os gestores e especificamente a Coordenação Pedagógica em seu processo de atuação, no

Planejamento das Atividades Complementares como forma de focar no planejamento

Pedagógicas visando a melhoria da qualidade da educação dessa Escola.

No que diz respeito aos problemas identificados na pesquisa foi à apatia de alguns

professores em participar das atividades pedagógicas principalmente por achar desnecessário,

uma vez que trabalham com alunos do Ensino Fundamental II e muitas vezes a coordenação

não da conta de responder as dúvidas que surgem referente às dificuldades dos alunos nas

diversas áreas do conhecimento; a utilização inadequada do tempo para a realização das

atividades; falta de planejamento e clareza por parte da coordenação do que realmente se deve

discutir nos momentos das atividades complementares, pois também assume outras atividades

na gestão. Dentre tantas dificuldades, apresentadas na pesquisa, também apontaram caminhos

para as possíveis soluções dos problemas, tais como direcionar melhor a coordenação

pedagógica no sentido da formação, planejar melhor esse tempo para as atividades

pedagógicas.

4.1.4. Operacionando a Proposta de Intervenção

Para a construção da proposta de intervenção, primeiramente será feita mobilização da

gestão escolar, em seguida uma conversa com os professores da instituição para colocar a

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parte sobre o significado e a importância da pesquisa. Para isso, necessita de planejamento de

trabalho, estudo teórico referente à importância das atividades complementares para a prática

pedagógica da escola.

Solicitada pela Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Educação, através do

Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, como requisito de

avaliação final do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica – Cecop 3, a

proposta de Intervenção com eixo temático 09. Nessa perspectiva, segue abaixo a sugestão

proposta no quadro do Plano de intervenção.

Tabela 2 – Projeto de Intervenção

Diagnóstico Objetivos Descrição Ações Responsável Prazo/Avaliação

Apresentação

do Projeto de

Intervenção

Esclarecer para

os gestores a

finalidades do

projeto de

intervenção na

Escola

Convocação

dos gestores e

professores

da instituição

por meio das

redes sociais

e convites

impressos

Conversa com

os gestores da

escola

Apresentação

do projeto e

adequação dos

prazos com o

calendário da

escola

Secretário de

Educação e

Cursista do

Cecop

1º dia da Semana

Pedagógica.

Avaliação da adesão do

Projeto na própria

reunião.

Falta de

clareza e

apatia na

participação

dos encontros

de Atividades

complementa

res da escola

Promover o

interesse pelas

atividades

complementare

s

Mobilização

da gestão

escolar,

leitura prévia

do texto ―A

Relação entre

Aprendizage

m Escolar e o

Trabalho

Pedagógico‖

Divulgação por

meio de

convites

impressos e

redes sociais

Coordenadora

Pedagógica da

SME, Grupo

gestor da

escola e

professores

Primeira reunião no inicio

do ano letivo de 2016.

Avaliação por meio de

uma roda de conversa a

respeito da apatia da

participação da AC.

Horários

inadequados

para

realização das

reuniões.

Adequar o

turno e horário

para realização

das Atividades

Complementare

s

Convocação

dos

profissionais

da educação

para a

discussão a

respeito dos

horários e

turnos a ser

realizadas as

reuniões.

Adequação dos

horários de

trabalho para a

adaptação dos

momentos de

reuniões nos

turnos opostos

de aula e não

nos momentos

de intervalos

Grupo Gestor e

professores

01 mês para adequar

turnos e horários.

Após esse prazo, avaliar

as evoluções e ou

retrocessos dessas

reuniões e tentar melhorar

o que ficar inadequado

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Falta de

clareza da

coordenadora

da escola em

assumir o seu

verdadeiro

ofício

Conscientizar

o grupo gestor

principalmente

a

Coordenadora

de sobre sua

verdadeira

função nessa

escola

Conversa

com o grupo

gestor e

mobilização

para a

preparação

das oficinas.

Oficinas de

formação com

explanação de

temáticas e

construção de

novos saberes.

Coordenadora

Pedagógica

núcleo

pedagógico da

SME

06 meses a contar a partir

do inicio do ano letivo.

Auto-avaliação do próprio

trabalho da Coordenadora

da Escola

Seminário

final sobre a

prática

pedagógica e

Promover um

seminário

público na

Escola,

referente ao

projeto de

intervenção

Convocação

de todos os

coordenador

es

pedagógicos

do município

para

participação

do seminário

na Escola

Realização de

oficinas com

Pedagogos e

especialistas da

educação no

trabalho

referente às

Atividades

Complementare

s durante o

primeiro

semestre de

2016

Secretário de

Educação;

Núcleo

Pedagógico da

SME; Gestores

e Professores

da Escola M.

Roberto Santos

22 de junho (Final do 1º

semestre de 2016).

Avaliação do Projeto de

Intervenção.

Tabela produzida pela autora

Para a realização desse plano, a colaboração dos profissionais da educação é

imprescindível, também para verificação constante de sua mobilização. A partir dessa

realidade, à avaliação deve ser feita após certo período, é o que vai informar sobre os

andamentos dos trabalhos. Assim perante aos dados apresentados, faz-se necessário o

acompanhamento e a avaliação mensal para os objetivos de curto prazo, semestral de médio

prazo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo da pesquisa analisamos que poucos professores compreendem realmente o

que é deve ser discutido em um encontro de Atividade Complementar, e importância dessas

reuniões pedagógicas para a prática em sala de aula. Após a análise dos questionários

percebemos que o tempo dedicado às ACs tem um caráter meramente burocrático e pouco se

discute o planejamento os avanços e ou retrocessos dos alunos e as possíveis soluções para os

problemas que surgem no dia a dia. Na análise dessa pesquisa percebemos que a teoria ainda

está distante da prática, pouco tempo é disponibilizado pela escola para a dedicação das

atividades complementares e oportunizam do momento de intervalo dos professores para a

realização dessas tarefas, por meio das conversas com os professores, percebe-se a apatia

quando se trata desse assunto, tanto é que alguns deles não quiseram responder o questionário.

Essa atividade de pesquisa também apontou para outro problema que até então não era tão

percebida, a compreensão por parte da coordenadora de do seu verdadeiro papel, por assumir

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diversos trabalhos na gestão, daí então deixa a desejar nos momentos de atividades

complementares, que de direito necessita de um bom planejamento.

Nesse caso, acende-se um sinal de alerta para a gestão dessa Instituição, pois o

coordenador é a peça principal dessa engrenagem, que no seu trabalho e na sua dimensão

ética deve exercer a sua função corroborando com os objetivos desse trabalho que é

indispensável para a escola. Para tanto é necessário uma tomada de consciência a partir do

planejamento e da estruturação das reuniões com propostas que estimule a reflexão e a

cooperação para melhorar a pratica pedagógica em sala de aula. Nesse contexto para enfrentar

tais desafios é indispensável o planejamento, primeiramente encontrar o espaço para as

reuniões o tempo necessário para a realização dessas atividades. Vale ressaltar novamente

que a atividade complementar é uma conquista respaldada por um ordenamento legal, a

exemplo da LDB n° 9.394/1996, do Estatuto do Magistério do Estado da Bahia – Lei n°

80261/2002, das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para Educação Básica, portanto são

momentos legitimados para o conhecimento, reflexão e planejamento das questões

pedagógicas da escola. Nesse sentido, precisamos coragem para assumir uma atitude crítica

perante esses desafios, o coordenador pedagógico não pode deixar o ―barco a deriva‖ é

necessário assumir os remos para melhor comandar (não mandar) o trabalho com estimulo e

partilha das experiências vivenciadas pelos professores, diversidade de suas práticas. Enfim a

instituição de ensino deve buscar a cooperação de todos os envolvidos no processo, pois todos

estão interligados pois a escola se configura em um texto escrito por varias mãos, exigindo

que os educadores, funcionários, alunos e pais definam o tipo de ensino, de cidadão e de

sociedade que querem formar.

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REFERENCIAS

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http://www.aplbsindicato.org.br/estadualeinterior/estatuto-do-magisterio/ . Acessado em

23/012/2015

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ANEXO

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Universidade Federal da Bahia

Faculdade de Educação

Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública

Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica – CECOP 3

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A eficácia das Atividades Complementares na prática pedagógica dos

Professores no Colégio Roberto Santos

QUESTIONÁRIO/DIAGNÓSTICO

1. O QUE VOCÊ COMPREENDE POR ATIVIDADE COMPLEMENTAR (AC)?

2. A ATIVIDADE COMPLEMENTAR (AC) TEM SURGIDO EFEITO NA SUA

PRÁTICA PEDAGÓGICA EM SALA DE AULA?

3. IDENTIFIQUE AS PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS NAS

REUNIÃOES DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR.

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4. VOCÊ CONSIDERA O COORDENADOR PEDAGÓGICO NECESSÁRIO PARA O

DESENVOLVIMENTO DE SEU TRABALHO EM SALA DE AULA?

SIM EM QUE MOMENTO?

NÃO POR QUE?

5. O MOMENTO EM QUE VOCÊ DEDICA À ATIVIDADE COMPLEMENTAR (AC),

NA SUA ESCOLA, É CONSIDERADO PRODUTIVO OU PERCA DE TEMPO? POR

QUE?

6. A ATIVIDADE COMPLEMENTAR TEM AJUDADO A VOCÊ REFLETIR SOBRE

SUA PRÁTICA PEDAGÓGICA?

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7. VOCÊ TEM SOLICITADO O COORDENADOR PEDAGÓGICO, QUANDO

SENTE DIFICULDADE EM ALGUMA QUESTÃO PEDAGÓGICA EM SALA DE

AULA?

8. IDENTIFIQUE QUAIS OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE ENSINO E

APRENDIZAGEM QUE A COORDENAÇÃO PRECISA ENFRENTAR PARA

GARANTIR UM ENSINO DE QUALIDADE NESSA ESCOLA.

9. NA SUA VISÃO COMO DEVE ATUAR COORDENADOR PEDAGÓGICO EM

UMA ESCOLA?

10. CITE SUGESTÕES PARA MELHORAR A ATUAÇÃO DO COORDENADOR E A

PARTICIPAÇÃO DOS PROFESSORES NAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES

DA ESCOLA ROBERTO SANTOS