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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA COMUNICAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS ANA LUIZA DOS SANTOS LIMA A RELAÇÃO DO SUCESSO DO SERIADO GAME OF THRONES COM O PÚBLICO DA INTERNET JOÃO PESSOA PARAÍBA 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

COMUNICAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS

ANA LUIZA DOS SANTOS LIMA

A RELAÇÃO DO SUCESSO DO SERIADO GAME OF THRONES

COM O PÚBLICO DA INTERNET

JOÃO PESSOA – PARAÍBA

2014

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ANA LUIZA DOS SANTOS LIMA

A RELAÇÃO DO SUCESSO DO SERIADO GAME OF THRONES

COM O PÚBLICO DA INTERNET

Monografia apresentada ao Curso de

Comunicação em Mídias Digitais, Universidade

Federal da Paraíba (UFPB), como requisito para

obtenção do Título de bacharel em Comunicação

em Mídias Digitais.

Orientador: Prof. Dorneles Daniel Barros Neves

JOÃO PESSOA – PARAÍBA

2014

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Catalogação da Publicação na Fonte.

Universidade Federal da Paraíba.

Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA).

Lima, Ana Luiza dos Santos.

A relação do sucesso do seriado Game of Thrones com o público

da internet / Ana Luiza dos Santos Lima. - João Pessoa, 2014.

77f. : il.

Monografia (Graduação em Mídias digitais) – Universidade

Federal da Paraíba - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes.

Orientador: Prof. Ms. Dorneles Daniel Barros Neves.

1. Comunicação. 2. Séries de tv – Game of Thrones . 3. Facebook.

I. Título.

BSE-CCHLA CDU 007

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ANA LUIZA DOS SANTOS LIMA

A RELAÇÃO DO SUCESSO DO SERIADO GAME OF THRONES

COM O PÚBLICO DA INTERNET

Monografia apresentada ao Curso de

Comunicação em Mídias Digitais, Universidade

Federal da Paraíba (UFPB), como requisito para

obtenção do Título de bacharel em Comunicação

em Mídias Digitais.

Aprovada: ________________________________

______________________________________ Prof. Cleber Matos de Morais (UFPB)

______________________________________ Prof. Paulo Henrique Souto Maior Serrano (UFPB)

______________________________________ Prof. Dorneles Daniel Barros Neves

(Orientador - UFPB)

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Aos meu pais por sempre terem acreditado em mim.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ter me dado forças e coragem para conseguir finalizar esta etapa

em minha vida, pois sem minha fé não teria conseguido vencer todos os desafios durante

minha jornada.

Agradecer aos meu pais, por todo o amor, por nunca terem desistido de mim, por serem minha

base, meu conforto e minha inspiração em todos os momentos da minha vida. Não existe

melhores pais no mundo, sou grata todos os dias pela sorte de ser filha de vocês. Obrigada por

tudo, amo vocês incondicionalmente.

Agradecer a todos os meus familiares pelo apoio durante este período, principalmente meus

avós que tanto amo e as minhas primas Nilza, Deusiane e Clara que tanto gosto. Agradecer

aos meus amigos, especialmente Edyelton, Raquel por estarem sempre comigo nos momentos

de felicidade e por me apoiarem nos momentos de dificuldade, e a Eutália por ter sido minha

primeira amiga no curso e até hoje continuarmos com nossa amizade.

Meus agradecimentos ao meu orientador Prof. Dorneles Neves, pelos ensinamentos passados

durante o curso na área em que pretendo seguir e pela paciência que teve comigo durante meu

momentos de estresse.

Quero agradecer a todos os professores do curso, especialmente ao professor Olavo Mendes,

por ter se dedicado completamente ao curso, sempre desejando o melhor para os alunos.

Também a agradecer a professora Débora Opolski por ser uma inspiração e a professora

Nadja Carvalho por ter me ajudado no início deste projeto.

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“Uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita

de uma pedra de amolar se quisermos que se mantenha afiada”

(George R. R. Martin)

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RESUMO

Nos últimos anos os seriados de TV vem se destacando na programação televisiva

mundial, e devido as convergência das mídias e a popularização da internet, os fãs dos

seriados estabeleceram uma relação próxima a esse conteúdo. A série de TV americana Game

of Thrones exibida pela emissora de TV a cabo HBO, desde sua primeira temporada vem

ganhando destaque com o público da internet, especialmente os das redes sociais como o

facebook. O objetivo deste trabalho monográfico é analisar a relação estabelecida entre o

seriado e o público da redes sociais, através da análise das opiniões, expectativas sobre novas

temporadas e comentários do público brasileiro sobre a série no facebook pelo método da

observação.

Palavras-Chave: Comunicação, Facebook, Séries de TV, Game of Thrones

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ABSTRACT

In recent years, TV series has been outstanding television programming in the world,

and due to the convergence of media and the popularization of the Internet, fans of the series

have established a close relationship to that content. The American TV series Game of

Thrones air by broadcaster HBO, since the first season has been gaining attention with the

public Internet, especially social networks like facebook. The purpose of this monograph is to

analyze the relationship between the show and the audience of social networks, through

analysis of the opinions, expectations about new seasons and the Brazilian public comments

about the series on facebook by the observation method.

Keywords: Communication, Facebook, TV Series, Game of Thrones

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11

2. EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO .........................................................................14

2.1 COMUNICAÇÃO SOCIAL ...............................................................................15

2.1.1 MEIOS DE COMUNICAÇÃO ...........................................................17

2.1.2 AVANÇOS TECNOLÓGICOS...........................................................20

2.1.3 TEORIAS DA COMUNICAÇÃO.......................................................28

2.1.4 AGENDA-SETTING...........................................................................31

2.2 MÍDIAS DIGITAIS ...........................................................................................34

2.2.1 RECURSOS ONLINE.........................................................................35

2.2.2 REDES SOCIAIS................................................................................36

2.2.2.1 COMPARTILHAMENTO.......................................................38

3. SÉRIES DE TV ............................................................................................................40

3.1 TIPOS E FORMATOS DAS SÉRIES ...........................................................42

3.2 GAME OF THRONES ..................................................................................43

3.2.1 CONHECENDO A SÉRIE...................................................................48

3.2.2 GÊNERO E LINGUAGEM.................................................................49

4. METODOLOGIA ......................................................................................................52

4.1 COLETA DE DADOS....................................................................................54

4.1.2 COMPORTAMENTO DO PÚBLICO..................................................56

4.2 CASAMENTO VERMELHO ........................................................................65

4.3 ANÁLISE DOS DADOS................................................................................70

5. CONCLUSÕES ..........................................................................................................73

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................76

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1 INTRODUÇÃO

As séries de TV estão ganhando uma espaço cada vez maior no cenário atual, onde

os meios de comunicação estão interligados. A internet pode ser considerada uma das

principais responsáveis pela a propagação das séries, pois facilitou o acesso a esse

entretenimento, principalmente os de produção internacional. Com a evolução da tecnologia

os meios de comunicação convergiram, um único elemento pode ser transmitido por diversos

meios como rádio, jornal ou internet.

A união entre desses meios facilitaram bastante à divulgação e a propagação de

diferentes tipos de entretenimentos, e as series de TV foram beneficiadas por essa junção. A

televisão está cada vez mais próxima do telespectador e a internet serviu como meio de

comunicação entre os dois. As pessoas se tornaram cada vez mais exigentes em relação ao

conteúdo televisivo. Hoje em dia ninguém precisa se preparar ou se programar para ir ao

cinema ou algo do tipo, pois através da internet é possível ver séries, comentar, saber

curiosidades e etc., tudo isso no conforto das suas casas.

As séries de TV americanas são as mais populares mundialmente, e devido a essa

popularidade, obtiveram mais tempo na programação dos canais de TV à cabo. A televisão se

internacionalizou e as pessoas querem cada vez mais conteúdo, o sucesso da transmissão dos

seriados na TV paga, fez com a audiência das emissoras abertas fosse ameaçada. Porém antes

do sucesso da TV paga a internet fez com que as séries internacionais se tornassem mais

acessíveis, mas a busca por pelas séries nem sempre é feita legalmente. Os seriados

televisivos estão entre os conteúdos que mais recebem downloads ilegais na, web. Seriados

como The Walking Dead, The Big Bang Theory, Breaking Bad e Game Of Thrones estão na

lista dos mais pirateados.

Devido à grande demanda a indústria televisiva está cada vez mais em busca de

renovação para agradar e manter a audiência do público cada vez mais exigente. Um grande

exemplo é o canal de TV por assinatura HBO (Home Box Office), que vem nos últimos anos

investindo fortemente em diferentes tipos de entretimento para televisão. A HBO investe

milhões todos os anos em minisséries, séries de TV, especiais buscando a melhor qualidade

em seus produtos, e a prova que todo esse investimento está trazendo retorno é que o canal

vem ganhando mais uma audiência mundialmente, inclusive na internet.

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Atualmente há uma grande facilidade no acesso ao conteúdo das series da internet,

principalmente pelas redes sociais, que favoreceram o compartilhamento e busca sobre esses

assuntos. Seguindo esse pensamento o objetivo é questionar os motivos pelos quais o seriado

Game of Thrones despertou o interesse neste público em especifico. A série estreou em 19 de

abril de 2011 e é a adaptação dos livros de fantasia escritos por George R.R. Martin, que são

chamados de “As Crônicas de Gelo e Fogo”. A HBO buscou trazer para a televisão o fascínio

que com os livros causaram no público, o que é uma grande reponsabilidade, pois os livros já

venderam mais vinte milhões de exemplares em todo o mundo e já foram traduzidos em mais

de quarenta idiomas.

A série tem seu gênero divido em drama, fantasia e ação, sua história se passa em um

lugar chamado Westeros, onde as estações duram por anos ou até mesmo décadas. A história

gira em torno de uma batalha entre os Sete Reinos, onde duas famílias dominantes estão

lutando pelo controle do Trono de Ferro (Iron Throne), cuja posse assegura a sobrevivência

durante o inverno de 40 anos que está por vir. A série mostra a disputas por reinos, tragédias e

muitas traições e cada personagem luta de uma maneira especifica se esforçando para ganhar

este conflito chamado A Guerra dos Tronos, deixando o destino do trono de ferro incerto.

A série se tornou em pouco tempo um sucesso mundial entre vários e diferentes tipos

de públicos, mas é claro que o público jovem é uns que dão mais audiência a série e esse

público faz com que o seriado Game of Thrones tenha uma relação muito importante com a

internet. A internet é um dos maiores meios de divulgação da série e também responsável por

sua popularidade mundial. O público jovem fez com a série se tornasse um dos dez temas

mais comentados da rede social facebook, tendo em apenas em um de seus episódios mais de

700 mil menções em toda a web.

A ideia para o desenvolvimento deste surgiu pelo interesse em saber os motivos que

fizeram com que as redes sociais se tornasse tão importante para aqueles que são fãs de

seriados. Por ser fã de seriados de TV, e especialmente, Game of Thrones, bastante tempo foi

possível perceber o aumento no interesse das pessoas pelas séries. Essa pesquisa busca

assumir um olhar mais atento e investigador, tentando descobri as razões que fazem com que

o seriado Game Of Thrones tenham se tornado um sucesso com público da internet.

A realização deste trabalho se mostrou complexa, mas também satisfatória no

decorrer da pesquisa. Para o bom e correto desenvolvimento da pesquisa, é preciso o

conhecimentos sobre a comunicação nas suas diferentes formas, o conhecimento sobre a série,

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o estudo do audiovisual e principalmente o estudo sobre as características comportamentais

do público consumidor desse conteúdo.

A pesquisa foi focada na análise das opiniões do público, expectativas sobre novas

temporadas e comentários sobre o seriado através das redes sociais como facebook. Identificar

as estratégias de marketing realizada pela emissora HBO para promover a série cada vez mais

pela internet, especialmente nas redes sociais. A pesquisa foi feita buscando apontar indícios

e pistas sobre a relação do público com Game Of Thrones, e não há intenção de traçar um

perfil único do público da série, pois o tema abordado é bastante vasto e relacionar com as

teorias da comunicação.

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2 EVOLUÇÃO NA COMUNICAÇÃO

A comunicação faz parte da natureza humana, uma vez que a necessidade de se

comunicar é um instinto básico. Nos comunicamos das mais diversas maneiras, por um olhar,

sorriso, uma expressão corporal e outras formas, e ao nos comunicarmos diariamente de

maneira tão comum e natural não percebemos o quão complexo e importante é este processo.

A comunicação evolui de acordo com a evolução da humanidade. O homem primitivo

se comunicava por meio de sons vocais como grunhidos, imitando sons da natureza como

canto dos pássaros, trovões, e também com os sons do próprio corpo e de objetos. Um dos

maiores feitos do homem foi associar um som ou um objeto a uma ação ou gesto, fazendo

surgir, assim, os signos e desta maneira dando um significado as coisas ao seu redor. Como

afirma Vera Veiga França (2008):

(...) os homens sempre se comunicaram, que os primeiros grupamentos humanos,

aquilo que podemos intuir como embrião da vida social, apenas se constituíram

sobre a base das trocas simbólicas, da expressividade dos homens. É obvio que a

comunicação – processo social básico de produção e partilhamento do sentido

através da materialização de formas simbólicas – existiu desde sempre na história

dos homens (...) (FRANÇA, 2008, p.41)

A criação da gramatica foi uma significativa conquista do homem. Através da

gramatica foi possível estruturar e ordenar os signos, formando regras e conceitos. A

linguagem escrita fez com que a comunicação humana evoluísse, a mensagem ganhou

durabilidade, dando a oportunidade de ser lida, reinterpretada e questionada por muito tempo.

As sociedades passaram a acumular e compartilhar conhecimento e experiências, pois o

homem pôde descrever o mundo presente.

Tomemos como ponto de partida a invenção da escrita pelos sumérios, em 3.500

a.C. Podemos, depois, referir o surgimento da escrita entre os judeus e os gregos, e

verificar o significativo papel que a mesma teve ao fixar, em documento, e de

maneira segura, isto é, codificada, num texto único, as diferentes versões das antigas

narrativas mitológicas de cada povo, desde a epopeia de Gilgamesh e o Antigo

Testamento judaico-cristão, até o Baghavad Gita hindu e o Corão árabe, o que lhes

garantiu a continuidade e manutenção dessas tradições. (HOHLFELDT, 2008, p. 63

e 64) A palavra comunicação originou-se do latim “comunicare” que significa partilhar,

participar de algo, tornar comum. A maneira com que nos relacionamos em sociedade com

outras pessoas compartilhado ideias, sentimentos, experiências e etc., é a comunicação na sua

mais pura forma e é através dela que adquirimos conhecimento.

Há outras formas de comunicação que são feitas por sinais não linguísticos que são

denominadas de comunicação não-verbal, pois são feitas através de gestos, expressões faciais,

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imagens, entre outros. Não existe comunicação sem informação, mas nem toda informação

pode ser considerada comunicação. A informação pode ser vista como uma comunicação em

potencial, contudo ela só torna-se comunicação de fato quando é dado valor, significado. A

informação se torna comunicação quando é ativada pela consciência que decide decodificar

ou interpretar a mensagem.

Uma mensagem ou informação não é comunicação senão de modo relativo.

Primeiramente, ela é comunicação em relação àqueles que podem tomá-la enquanto

tal, isto é, não como coisa, mas como da ordem do simbólico. (MARTINO, 2008,

p.16)

O ato de comunicação, seja do mais simples ao mais complexo, é impulsionado por

vários sistemas de ligações que é completado pela percepção humana. O tipo de comunicação

é adaptado de acordo com a situação vivenciada, a forma com que nos comunicamos pelo

telefone é diferente da forma que nos comunicamos através de e-mails.

Neste sentido, a bagagem cultural que cada ser humano carrega tem sua relevância

na comunicação e no ato de se comunicar. Martino (2008) afirma que um fator importante

durante a comunicação é a cultura de cada interlocutor. Segundo o autor, a cultura é um

processo de comunicação, pois é o resultado da transmissão de um legado através de

gerações. Desta forma a comunicação faz parte do ser de cada um, faz parte da consciência

humana.

(...) o ser humano é um ser da comunicação: consigo (subjetividade) e com o

mundo, ambos entendidos como produto da comunicação com outrem, pois assim

como a subjetividade não é um dado natural, as coisas não se apresentam ao ser

humano de forma direta, mas são construídas graças à mediação do desejo,

conhecimento e reconhecimento de outrem. (MARTINO, 2008, p.23)

A comunicação avançou e se transformou junto com a sociedade. O avanço

tecnológico foi um dos responsáveis pelo surgimento de novos meios de comunicação,

mudando a forma de se relacionar e de se viver em sociedade. A quantidade de informação

transmitida a cada minuto é significativa. As diferentes culturas ao redor do mundo

convergem por meio da comunicação e da tecnologia. Hoje as tecnologias virtuais fizeram

com que o mundo diminuísse.

A noção de comunicação recobre uma multiplicidade de sentidos. Se isso vem sendo

assim há muito, a proliferação das tecnologias e a profissionalização das práticas

acrescentaram novas vozes e essa polifonia, num fim de século que faz da

comunicação uma figura emblemática das sociedades do Terceiro Milênio.

(MATTELART, 1999, p.9)

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2.1 COMUNICAÇÃO SOCIAL

A comunicação é um campo amplo de estudo, existindo muitas teorias, teses,

pesquisas sobre a temática. Por ser um assunto vasto, a comunicação é dividida em diferentes

áreas como a comunicação visual, interpessoal, empresarial, social e outras. O avanço

tecnológico foi um dos responsáveis pelo surgimentos de novas vertentes, e uma das que se

destacam é a comunicação social.

A comunicação social originou-se na formação da sociedade de massa a qual sugiu

devido as transformações que aconteceram no século XIX, dentre as quais a migração dos

camponeses em direção as áreas urbanas em busca de empregos, melhor qualidade de vida e

passando a ser caracterizadas pelo novo trabalho. Tais transformações favoreceram o

surgimento das organizações de massas, como sindicatos, partidos, associações e também as

manifestações no âmbito do entretenimento com o cinema e esportivo no caso do futebol.

Essas mudanças aconteceram principalmente na Europa durante a Revolução

Industrial, causando mudanças em todos os setores da sociedade e resultaram em estudos

sobre a sociedade moderna feito por sociólogos como Max Weber (1864-1920) e Karl Marx

(1818-1883).

A comunicação social, em seu contexto de comunicação direcionada para uma

audiência massiva, está relacionada com a indústria do entretenimento, ao jornalismo, a

publicidade e propaganda e outras formas de comunicação em sociedade. As relações públicas

e o marketing também estão ligados à área da comunicação social, independentemente de

ocorrer ou não a comunicação com as grandes massas.

A comunicação social pode ser considerada um agente socializador, que dissemina

informação e também a aculturação. Segundo Gilvandro Marcus Ferreira (2008) o processo

de massificação exclui a possibilidade do indivíduo possa consumir a cultura de uma forma

irônica, contestatória ou crítica. Este processo provoca uma adesão sem reação dos

indivíduos. Gilvandro também cita José Ortega y Gasset (1883-1955), que afirma:

Nessa perspectiva, a massa é tudo o que não se avalia a si próprio – nem no bem

nem no mal – mediante razoes especiais, mas que se sente “como toda a agente” e,

todavia, não se aflige por isso, antes se sente à vontade ao reconhecer-se idêntico aos

outros. (ORTEGA Y GASSET, 1930, p.8)

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Neste contexto, os meios de comunicação de massa – mass media - são os meios

tecnológicos que suportam e disseminam a mensagem para um grande número de receptores.

Dessa maneira a comunicação deixou de ser direcional e passou a depender de intermediários

que distribui informações. O rádio, a televisão, as revistas, jornais, livros, o cinema e a

fotografia são alguns exemplos de meios de comunicação intermediadores da mass media.

O meio difusor tem importância significativa no momento de transmitir a mensagem,

ele definirá se interação entre receptor/emissor ocorrerá ou não. O meios de comunicação

como a televisão, o rádio, jornais impressos e revistas são limitados na forma de interagir com

a audiência, pois o público só recebe a mensagem e não tem como responde-la.

2.1.1- MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Os meios de comunicação são os instrumentos transmissores da informação no

processo comunicacional. Como já mencionado, o ser humano tem a necessidade de se

comunicar e foi a partir desse desejo surgiu o interesse em desenvolver meios que ampliassem

a forma de se comunicar. Na atualidade existem diversos meios de comunicação os quais

podemos acessar como televisão, rádio e internet, porém houve um longo processo até chegar

a maneira com que nos relacionamos com esses meio atualmente.

A importância dos meios de comunicação para a sociedade assenta, efetivamente,

nessas enormes capacidades de representação das pessoas, da sociedade e da cultura;

de produção e reprodução, de construção e reconstrução dos processos sociais e

culturais. (SOUSA, 2006, p.539)

O homem pré-histórico além de comunicar através de sons, e de associação de sons a

diferentes objetos foi capaz de se expressar por meio de desenhos nas paredes das cavernas

onde viviam, em tetos rochosos, ou até mesmo em superfícies rochosas ao ar livre. Esses

desenhos são chamados pinturas rupestres e o mais antigos são de cerca de 40.000 a.C. Os

desenhos eram feitos com sangue de animais, carvão e retratavam a vida do homem pré-

histórico como representações da natureza, observações feitas durante a caça, rituais, danças,

ou seja, cenas do seu cotidiano, fazendo que suas tradições fossem repassadas para as

gerações seguintes.

Os meios de comunicação, enquanto artefactos técnicos e não apenas enquanto

difusores de mensagens, têm também um papel importante na determinação da

história das civilizações, das sociedades e das culturas, tal como intuíram McLuhan

e Innis. A Internet e a televisão por satélite e por cabo, por exemplo, são

instrumentos que concorrem para a globalização. (SOUSA, 2006, p.539)

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As pinturas rupestres mostram que nossos ancestrais fizeram avanços significativos

na sua capacidade de registrar, trocar e transmitir informações. O homem continuou a evoluir,

e as sociedades tornaram-se mais complexas, devido ao interesse no domínio de territórios,

trocas comerciais e colheitas, servindo de motivação para a invenção de sistema comum de

comunicação entre os povos.

Por volta do ano 4.000 a.C. o povo sumério, que habitava a região da Mesopotâmia,

desenvolveu a escrita cuneiforme. Neste sentido, DeFleur e Ball-Rokeach (1993) afirmam:

Foi apenas há uns 5 mil anos que os seres humanos fizeram a transição para a Era

da Escrita. Essa grande ferramenta para o desenvolvimento das capacidades

humanas foi inventada independentemente em mais de uma parte do mundo. Os

chineses e os maias, especificamente, criaram a escrita de forma totalmente

independente, mas a mais antiga transição ocorreu entre os sumérios e os egípcios

no antigo Crescente Fértil, no que hoje são partes da Turquia, Iraque, Irã e Egito.

(DEFLEUR, BALL-ROKEACH,1993, p.23)

A escrita criada pelos sumérios era símbolos gravados com pontas de vime em

pequenas placas de argila mole, que eram endurecidas pelo sol. Os egípcios desenvolveram

um próprio tipo de escrita a chamada escrita hieroglífica, que era usada para descrever a vida

dos faraós na paredes das pirâmides, e também foram o criadores do papiro, o precursor do

papel, por volta de 2.500 a.C. A criação do papiro facilitou a troca de mensagens entre os

povos, tornando a comunicação algo corriqueiro.

Os fenícios contribuíram significativamente para a evolução da comunicação escrita.

O povo fenício tinham como principal atividade econômica o comercio, e com o objetivo de

controlar e facilitar o comercio, os fenícios criaram o primeiro alfabeto, que possuía 22 letras

todas consoantes, sendo mais fácil do que a escrita cuneiforme e a escrita hieroglífica. O

alfabeto fenício serviu como base para o alfabeto grego, e ao alfabeto ocidental

contemporâneo.

Um dos fatos mais importantes da comunicação escrita está relacionado com fato de

que os gregos em 500 a.C., foram os primeiros a criar um alfabeto que tinha como objetivo

expressar sons através de signos consonânticos ou vocálicos. Os gregos adaptaram alguns

símbolos fenícios que não possuíam valor fonético em grego para a representar as vogais.

Muitas das letras do alfabeto grego são usadas até hoje em ciências como matemática e

astronomia.

Depois de muitas variações entre muitos povos, foram os gregos que mais

eficientemente padronizaram e simplificaram o sistema. Por volta de 500 a.C.

tinham um alfabeto amplamente utilizado. Oportunamente o alfabeto grego foi

passado para Roma, onde foi modificado e melhorado ainda mais. Hoje usamos os

letras maiúsculas e minúsculas dos romanos. Séculos depois denominâmo-las letras

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de caixa “alta” e “baixa”, devido a suas posições nas bandejas do compositor na

tipografia. (DEFLEUR, BALL-ROKEACH,1993, p.35)

A comunicação escrita popularizou e expandiu-se em várias culturas, e o homem

continuou em busca de novos meios tecnológicos para ampliar e melhorar a forma

comunicacional. O papiro foi substituído pelo pergaminho, devido a maior durabilidade do

material, logo depois surgiu o códex na Grécia como forma de codificar as leis.

Os romanos aperfeiçoaram e consolidaram o códex no século XIII, aonde a leitura

era feita pelos nobres, dando origem ao livro. Outra contribuição de Roma para a

comunicação foi a criação dos correios, que estabeleciam um serviço de troca de informações

entre a sede do Império, Roma, e as sedes das administrações das províncias para que a

administração central pudesse antecipar quaisquer movimentos, também passar orientações e

informar atos administrativos a serem tomados pelos os representantes do Império em

territórios distantes.

O Império Romano, portanto, deu uma nova contribuição para o que podemos

denominar de história da comunicação. Para os romanos, os processos de

comunicação serviram essencialmente para controle social, para a garantia do poder,

para o exercício político. Antecipando-se às crises, mantendo-se informados de tudo

o que acontecia, os governantes romanos evidenciaram que uma das funções básicas

da comunicação é, justamente, a de garantir não apenas a informação, quanto a

opinião consensual. (HOHLFELDT, 2008, p.83)

Na Idade Média o livro se torna algo sagrado devido ao fervor religioso, muitos

homens, os chamados copistas, se dedicavam em período integral a reprodução da bíblia e

diferentes outras obras como texto didáticos para a formação dos religiosos. Mudanças

começaram a ser feitas no modo de escrever os livros como pontuação, letras maiúsculas,

margens, páginas em branco, índices, resumos e etc. Os chineses fizeram a primeira

impressão por volta do ano 800 d.C. com gravações de símbolos feitas em blocos de madeira,

mas a impressão como conhecemos aconteceu séculos depois na sociedade ocidental.

Na Alemanha em 1455 Johannes Gutenberg (1398-1468) criou a primeira prensa

com tipos móveis reutilizáveis. Por meio de um experimento Gutenberg desenvolveu a ideia

de criar um molde de aço para cada letra, para que pudesse perfurar o papel, também

desenvolveu uma espécie de liga com chumbo e outros metais para ser usado como tinta. Sua

primeira impressão foi a bíblia de 42 linhas escrita em latim, que foi aclamada por sua estética

e qualidade técnica.

Como tudo tinha de ser perfeitamente alinhado até uma fração mínima de polegada,

era necessário um bocado de experimentação. Finalmente, após passar tinta nos

tipos e colocar em cima de uma folha de pergaminho, e com anteparos adequados

dos lados para manter a página certinha, cuidadosamente aparafusou no lugar a

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prensa e a página foi impressa. Ficou lindo! A impressão estava nítida e perfeita;

não havia erros como os cometidos comumente nas cópias à mão. (DEFLEUR,

BALL-ROKEACH,1993, p.38)

A invenção de Gutenberg levou cerca de vinte anos para ser aperfeiçoada, e segundo

os autores Defleur e Ball-Rokeach (1993) Gutemberg teve receio que sua obra não fizesse

sucesso e que fosse vista apenas como uma cópia, mas logo a impressora de tipos moveis

popularizou os livros, tornando-os mais acessíveis e por um custo menor.

A prensa de Gutenberg se popularizou no início do século XVI e vários exemplares

de livros passaram a ser produzidos, não mais somente em latim, mas também em outras

línguas. A disponibilidade maior dos livros fez com o interesse pela a alfabetização fosse

despertado.

A acessibilidade das Escrituras pelas pessoas comuns, em suas próprias línguas,

acabou levando a desafios à autoridade e às interpretações de Roma. Um novo

veículo de comunicação, pois, abriu caminho para protestos contra a estrutura

religiosa e social existente. O surto do Protestantismo levou a novas modificações

profundas que tiveram impacto na sociedade ocidental até os dias de hoje.

(DEFLEUR, BALL-ROKEACH,1993, p.39)

A prensa de tipos moveis criada por Gutenberg foi um avanço tecnológico

importante na evolução dos meios de comunicação, e esse avanço se espalhou por diversos

países da Europa como Itália, França, Espanha, Holanda, Inglaterra, Dinamarca e também

Novo Mundo.

2.1.2 AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA COMUNICAÇÃO

A invenção de Gutenberg foi o passo inicial para o surgimento da mídia impressa.

Como a prensa havia se popularizado por toda a Europa e o Novo Mundo, logo apareceram

novos tipos de impressões além de livros e textos didáticos. A imprensa colonial foi

estabelecida no Novo Mundo, distribuindo pequenos papeis e panfletos com um conteúdo

mais refinado entre a elite.

A impressa na América decidiu ampliar o seu público e mudou o tipo de conteúdo,

passou a ser mais noticioso visando a população de artesãos, mercadores, mecânicos e as

classes médias emergentes da sociedade urbana-industrial. O jornal barato para maior

distribuição foi financiado, e foram criadas técnicas rápidas de impressão e de disseminação.

O primeiro veículo de massa nasceu em meados da década de 1830 em Nova York.

O jornal de massa foi um grande sucesso e dali a poucos anos espalhara-se por

muitas partes do mundo. A terceira década do século XIX, pois, viu a tecnologia da

impressão rápida e a ideia básica de um jornal combinarem-se no primeiro

verdadeiro veículo de comunicação de massa. (DEFLEUR, BALL-

ROKEACH,1993, p.39)

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O jornal e outros de veículos de circulação em massa como revistas, surgiram após

um conjunto de elementos culturais complexos que apareceram e se acumularam no âmbito da

sociedade. Esses meios de comunicação foram importantes para difusão da informação e para

mudanças no contextos políticos, econômicos e educativos e culturais. Também causando

influências não só nos padrões de interação da sociedade no modo de pensar dos indivíduos.

Livros, jornais e revistas transformaram a civilização, pois moldaram a esfera

pública moderna, contribuíram para as transformações sociais, políticas e

económicas, promoveram a educação e o interesse pelo mundo, fizeram circular

ideias e informações, modificaram a cultura. Outros meios impressos secundários,

como o cartaz, as folhas volantes, etc., contribuíram para aumentar o alcance da

publicidade e da propaganda, mas também contribuíram para a aceleração da

circulação de informação. (SOUSA 2006, p. 542)

Até o século XIX a impressa foi o principal veículo de divulgação de informações,

cultura e ideias. Os fatores que influenciaram a expansão do jornal foram a industrialização, a

alfabetização e urbanização, a elevação no nível de vida e a melhoria nas técnicas de

produção, pois s impressoras rotativas a vapor surgiram décadas antes da eletricidade e se

tornaram cada vez mais rápidas, melhorando a qualidade das cópias.

Até aos princípios do século XIX, a evolução técnica da indústria gráfica foi muito

lenta. Mas tudo se alterou com a invenção da rotativa, por Koning, em 1812, que

passou a permitir a produção e um número elevado de cópias a baixo preço.

(SOUSA,2006, p.544).

Um outro meio de comunicação que se popularizou foi o rádio. Várias descobertas

foram necessárias até a criação do rádio acontecesse. A descoberta das ondas

eletromagnéticas em 1864 por James Clarck Maxwell, a produção das ondas por Heinrich

Hertz em 1870 e a construção de um radiocondutor, ferramenta capaz de produzir e conduzir

ondas eletromagnéticas, criado por Edouard Branly em 1890 foram essenciais para a

idealização do rádio. Em 1894 o italiano Guglielmo Marconi construiu uma antena e um

receptor capaz de transmitir ondas sonoras.

Com o invento de Marconi, tornou-se possível transmitir sinais em código Morse à

distância, sem quaisquer fios. Lee de Forest inventou o dispositivo que faltava à

rádio: o tríodo, um amplificador que foi primeiro adaptado ao telefone antes de ser

usado na rádio e que permitia a transmissão e captação da voz humana. As primeiras

transmissão da voz humana tiveram lugar em 1908, em Paris, a partir da Torre

Eiffel, e nos Estados Unidos, a partir da Metropolitan Opera, em Nova Iorque.

(SOUSA 2006, p. 572)

No começo o rádio era usado para envio de telegramas, comunicações entre militares

e comunicações para navios em alto mar. Em 1912 Raymond Braillard sugeriu o uso do rádio

para comunicação entre o grande público. Mas a popularização do rádio acontece durante a

Primeira Guerra Mundial em 1914 e atingindo seu auge nas décadas de trinta e quarenta. Até

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os dias atuais o rádio é usado como principal meio de comunicação em países

subdesenvolvidos, aonde a impressão não possui grande circulação ou onde os sistemas

televisivos são rudimentares.

(...)após a Primeira Guerra Mundial é que a escuta da rádio cresceu, tendo o medium

vivido os seus anos de ouro na década de trinta e quarenta. Aliás, o domínio da rádio

perdurou em vários países até mais tarde: em Portugal, por exemplo, a televisão

apenas foi introduzida em 1956 (emissões experimentais na Feira Popular de

Lisboa). (SOUSA, 2006, p. 572)

O rádio possui seu próprio tipo de linguagem, o sistema sonoro feito pelo rádio é

baseado em vários elementos como a voz, a música, efeitos sonoros ou até mesmo o silêncio.

A linguagem feita pelos meios de comunicação é feita de uma forma que o público consiga

codifica-la, como é o caso do rádio como afirma o professor e pesquisador Jorge Pedro Sousa:

Isto implica que a criação de significados para uma mensagem radiofónica depende

desse conjunto intrincado de elementos sonoros e até, eventualmente, da utilização

ponderada do silêncio. Por outras palavras, estética e semanticamente a linguagem

radiofónica tem de ser analisada em função das combinações estabelecidas entre os

elementos do sistema sonoro e não apenas das particularidades de cada um desses

mesmos elementos. (SOUSA, 2006, p. 574)

O rádio por meio de sua linguagem e elementos aguçou a imaginação do grande

público e a criação da sétima arte deu vida a essa imaginação. Assim como o rádio, para

criação do cinema foram necessárias outras descobertas como a fotografia, ocasionada pela

descoberta da câmera escura e dos matérias fotossensíveis.

Outras descobertas como a persistência retiniana em 1829 por Joseph Plateau, a

invenção da celuloide, feita por John e Isaiah Hyatt em 1868, que serviu de suporte das

películas cinematográficas e as invenções que possibilitaram a captação e projeção de

sequencias rápidas de imagens como o fonógrafo óptico e o cinetoscópio criados por Thomas

Edison também possibilitaram a criação do cinema.

Edison produziu os filmes para o quinetoscópio num pequeno estúdio construído nos

fundos de seu laboratório. Era uma construção totalmente pintada de preto, que tinha

um teto retrátil, para deixar entrar a luz do dia, e que girava sobre si mesma, para

acompanhar o sol. Por seu aspecto, o primeiro estúdio de cinema do mundo foi

apelidado de Black Maria - como se designavam os camburões da polícia na época.

Lá dentro, dançarinas, acrobatas de vaudevile, atletas, animais e até mesmo as

palhaçadas dos técnicos de Edison eram filmados contra um fundo preto, iluminados

pela luz do sol. (COSTA,2006, p.19)

Os Lumière viram o cinema como um negócio lucrativo e passaram a investir em

câmeras e filmes, e criando em 1894 o primeiro aparelho que usava filme de 35mm. O

aparelho era baseado em maquinas de costura, ele captava imagens em uma velocidade de 16

quadros por segundos, padrão que foi utilizado por décadas. O mérito do nascimento do

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cinema foi atribuído aos irmãos Lumière, pois foram os primeiros a fazer uma exibição

pública e foi feita em Paris em 1895.

Mas foi a apresentação pública do cinematógrafo dos irmãos Lúmière, a 28 de

Dezembro de 1895, em Paris, que marcou o nascimento do cinema contemporâneo.

No evento foram projectados pequenos filmes sobre a vida cotidiana como: Saída

dos Operários da Fábrica Lumière em Lyon, Briga de Bebês, Fonte das Tulherias,

Chegada de um Comboio à Estação, O Regimento, O Ferrador, Partida de Cartas,

Destruição de Ervas Daninhas, Demolição de um Muro e No Mar. (SOUSA,2006,

p.575-576)

O local escolhido pelos irmãos Lumière para a primeira exibição dos filmes foi o

chamado Grand Café, que foi determinante para a popularização e desenvolvimento do

cinema no seu início, pois o cafés era os lugares se encontravam para beber, conversar com

amigos, assisti apresentação de artistas, cantores e ler jornais. O sucesso dos irmãos na França

chegou até os Estados Unidos, onde Edison criou outro projeto que diminuiu o controle dos

irmãos Lumière, mas não durou por muito tempo como relata a pesquisadora Flávia Cesarino

Costa (2006):

Edison conseguiu enfraquecer a dominância dos irmãos Lumière nos EUA e

aperfeiçoar outro projetor, o projecting kinetoscope. Mas os Lumière tinham criado

nos EUA um padrão de exibição que sobreviveu até a década seguinte: o

fornecimento, para os vaudeviles, de um ato completo, incluindo projetor, filmes e

operador num esquema pré-industrial, que mantinha a autonomia dos exibidores de

filmes em relação à produção (COSTA,2006, p.20-21)

Durante os primeiros anos de existência o cinema passou por dificuldades em se

estabelecer, já que os filmes reproduzidos ainda não possuíam uma narrativa estruturada. Os

filmes exibidos não tinham uma linguagem concretizada, eram limitados e se misturam com

teatro, a lanterna mágica e atrações de feiras. Os filmes eram feitos em apenas um plano e

eram fabricados pelas mesmas empresas que faziam os projetores.

O cineastas e diretores passaram a inovar e experimentar novas formas de filmagem,

e a partir dessas inovações a linguagem cinematográfica passou por diferentes fases. No

período de 1902-1907 o filmes passaram a ter enredos autoexplicativos, passou-se a ter uma

preocupação em traçar o perfil psicológico dos personagens, os cineastas passaram a códigos

que incentivassem o espectador a entender melhor os personagens, mas as narrativas ainda era

confusas e não existia um padrão. Ao mesmo tempo a indústria cinematográfica ainda lutava

para se estabelecer e se regularizar.

As estruturas de narrativas mais integradas no cinema de transição são fruto de uma

tentativa organizada da indústria de atrair o público de classe média e conquistar

mais respeitabilidade para o cinema, mas isso não significou a eliminação do

público de classe baixa, que continuou a assistir aos filmes nos cinemas mais

baratos. (COSTA,2006, p.28)

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Os anos de 1902 à 1907 foram de muitas mudanças, e um dos pioneiros que deram

início a era de transformação do cinema foi o ilusionista francês George Méliès (1861-1938)

que ficou famosos pelos efeitos especiais que fazia e na produção de seus mais de 500 filmes.

Em 1902 lançou uma de suas obras mais conhecidas, o filme “Le Voyage Dans La Lune” (ou

“Viagem à Lua”). O filme se destacou por suas técnicas de dupla exposição e efeitos especiais

inovadores para a época. Desde então os filmes passaram a contar histórias e um dos gêneros

que mais se destacaram foi o de perseguição, que passou a ser mesclado com outros gêneros

como drama e comédia.

Os diretores experimentam conectar vários planos, produzindo as relações temporais

pouco definidas das narrativas em fragmentos, mas também as confusões mais

estruturadas dos chamados filmes de perseguição. Essas perseguições, que existiram

entre 1903 e 1906, foram as primeiras formas narrativas auto-suficientes do cinema.

(COSTA,2006, p.34)

Os avanços tecnológicos fizeram com que o cinema ganhasse cada vez mais espaço e

se estabelecesse como uma indústria. Nos Estados Unidos o cinema se firmou com uma

verdadeira indústria onde Hollywood tornou-se a cidade do cinema, também foi criado o

sistema de estúdio de filmagens e os atores e atrizes transformados em estrelas. Já na Europa

o cinema passou a ter um modo mais artístico que até os dias atuais se diferencia do cinema

hollywoodiano.

O cinema mudo teve como um dos seus maiores representantes o ator, diretor e

produtor Charles Chaplin, que foi referência no auge da era do cinema mudo. Uma das

maiores avanços no cinema aconteceu em 1927 quando o som foi introduzido nos filmes. “O

Cantor de Jazz” foi o primeiro filme com sons da história e em 1935 o cinema passa a ser

completamente colorido com o filme “Vaidade e Beleza”, essas transformações fizeram com

que o cinema se tornasse o que é nos dias atuais.

Os primeiros filmes eram mudos, o que tornava o cinema um medium scripto-visual.

O cinema sonoro, que transformou o cinema num medium audio-scripto-visual, só

foi inventado em 1927. O Cantor de Jazz passou à história como primeiro filme

sonoro. A cor foi introduzida em 1935. Depois foram introduzidos novos

dispositivos técnicos que deram ao cinema maior qualidade de imagem e maior

capacidade de envolvimento do espectador como o cinemascope, o sensouround,

etc. Hoje, os processos digitais no som e na imagem não apenas aumentaram a

capacidade de envolvimento do espectador como também evitam a degradação dos

filmes de projecção para projecção. (SOUSA,2006, p.578)

O cinema se tornou um refúgio para os espectadores, uma maneira de escapar por

algum tempo do mundo real e entrar no mundo ficcional. Assim como os outros meios de

comunicação social, o cinema causou transformações comportamentais, costumes, moda e

etc. A televisão também foi uma das invenções que causaram mudanças na comunicação.

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Com o alvorecer do século XX, a sociedade ocidental estava prestes a experienciar a

criação de técnicas de comunicação que ultrapassavam os mais desvairados voos da

imaginação de um século antes. Durante a primeira década do novo século, o cinema

virou uma forma de divertimento familiar. Isto foi seguido em 1920 pela criação do

rádio doméstico e, nos anos 40, pelo início da televisão doméstica. (DEFLEUR,

BALL-ROKEACH,1993, p.41)

O surgimento da televisão deve-se à diversas outras descobertas e criações feitas ao

longo dos anos, como o rádio, a fotografia e o cinema. Não se pode atribuir a criação da

televisão a apenas um cientista, pois de acordo com Giovannini (1987) foram necessárias

várias contribuições de diferentes cientistas, visto que as novas descobertas eram feitas

baseadas em estudos anteriores.

A invenção da televisão não foi um acontecimento isolado ou uma série única de

acontecimentos. Ela é, muito pelo contrário, o resultado de um longo processo de

pesquisas e descobertas, de novas experiências e acréscimos originais a

conhecimentos adquiridos. (...)Pode-se dizer, numa síntese preliminar, que a

televisão foi isolada enquanto objetivo tecnológico específico (ou seja,

tendencialmente independente dos supracitados campos anexos) no período de

1880-1890 e que depois, após uma pausa, desenvolveu-se como empresa autônoma,

desde dos primeiros anos da década de 1920 até o aparecimento dos primeiros

modelos de televisão pública e privada dos anos 30 (...) (GIOVANNINI,1987, p.

249)

Na Inglaterra a emissora BBC foi inaugurada em 1929 com incentivo do estado e foi

pioneira em realizar a primeira transmissão de um programa televisivo, aonde eram exibidas

meia hora diárias de imagens eletrônicas. O padrão usado era mínimo composto por 240

linhas, três meses depois a BBC passou a utilizar um padrão de 450 linhas.

Nos Estados Unidos o investimento na televisão aconteceu através de empresas

comerciais. Em 1935 o primeiro emissor para televisão eletrônica é inaugurado em cima do

Empire State Building em Nova Iorque. A partir de então a qualidade da imagem da televisão

americana aumentou, atingindo uma maior número de linhas de definição de imagem.

Inglaterra e os Estados Unidos foram os países que mais se destacaram nos avanços

tecnológicos e no investimentos em pesquisas. A televisão ganhou cada vez mais espaço e

serviu para unificar ambos países como afirma o filosofo McLuhan em sua obra.

A Inglaterra e a América gozavam de um alto grau de imunização em relação ao

rádio, mas a TV, sem dúvida, as tornou vulneráveis àquele meio. Para o bem ou para

o mal, a imagem da TV exerceu uma força sinestésica unificadora sobre a vida

sensória dessas populações intensamente letradas coisa que há séculos elas não

conheciam. (MCLUHAN,1964, p.354)

Devido ao sucesso da transmissão televisiva outros países passaram a investir na

nova tecnologia. Em 1928 a Alemanha começa a fazer testes com a televisão pública e em

1936 transmitiu os Jogos Olímpicos de Berlim, a Itália e a União Soviética começaram os

testes em 1932 e passaram a fazer transmissões regulares em 1938. Também em 1932 a

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França passa a fazer transmissões regulares e em 1938 acontece a primeira emissão televisiva

internacional entre Inglaterra e França.

(...) ao invés das sociedades particulares, são os governos, ou em todo caso

instituições públicas, que investem na novidade tecnológica: a Alemanha realiza as

primeiras experiências públicas de televisão em 1928, seguida pela Inglaterra em

1929, pela Itália em 1930 e pela França em 1932. (GIOVANNINI,1987, p. 254)

O desenvolvimento televisivo foi interrompido entre os anos de 1939 e 1945 devido

a Segunda Guerra Mundial. Depois deste período a televisão se firma como um influente meio

de comunicação de massa e começa a produção em grande escala dos aparelhos televisivos,

fazendo com que a televisão se tornasse no de 1949 mais popular que o rádio nos Estados

Unidos. Em 1953 com uma maior e tecnologia começa as primeiras transmissões a cores nos

Estados Unidos e se estabelece o padrão NTSC (National Televison Standards Committee)

com 525 linhas de definição e 30 imagens por segundo. Os preços dos aparelhos de televisão

se tornaram mais acessíveis causando uma maior procura, isto fez com que na década de 50 os

televisões se espalhassem pelos lares norte-americanos, já na década seguinte os aparelhos de

televisão se alastram pelo continente europeu.

Em 1960, dois terços dos televisores de todo o mundo estavam concentrados nos

Estados Unidos. A década de 60 assistiu uma verdadeira explosão de vendas nos

países europeus e na União Soviética, razão com que, em 1970, a situação parecia

mais equilibrada dentro da área industrializada: cerca de 35% dos televisores de todo

mundo nos Estados Unidos, 23% na Europa, 13% na União Soviética.

(GIOVANNINI,1987, p. 255)

A partir dos anos 70 os sistemas de televisão a cabo se generalizam, aumentando a

qualidade de som e imagem das transmissões e permitindo a escolha de entre vários canais.

Também durante a década de 70 a televisão se expande além dos Estados Unidos e Europa e

começa a ganhar espaço em diversos continentes como Ásia, América Latina e África.

A década de 70 levou a uma expansão do mercado televisivo também nos

continentes do subdesenvolvimento, porém essa tendência ainda é nascente:

considere-se que a Ásia, com 57% da população mundial, conta apenas com 10%

dos aparelhos existentes no planeta (dos quais, além de tudo, mais da metade está

concentrada apenas no Japão) e a África, com mais de 10% da população mundial,

não atinge 1% dos aparelhos receptores. (GIOVANNINI,1987, p. 255)

Durante a década de 80 entrou em funcionamento o primeiro sistema de televisão por

satélite, causando uma internacionalização das emissões e fornecendo uma maior

possibilidade de escolha aos telespectadores. Desde então a televisão passou transformações

passando ao sistema de alta-definição, ou seja, um sistema televisivo com mais linhas e a

A internet é um meio de comunicação que transmite uma quantidade massiva de

informação, mas ao mesmo tempo que permitindo que o receptor também se torne emissor

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simultaneamente, também a interatividade, a escolha do caminho da navegação, seleção e etc.

Diferentemente de outros meios de comunicação como jornais e rádio a internet fornece ao

seus usuários autonomia de decidir qual informação receber, que tipo de informação e o

compartilhamento dessas informações.

A internet teve início em nos anos 60, a partir de um projeto da agencia norte-

americana dependente do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a ARPA (Advance

Research and Projects Agency). A ARPA desenvolveu uma rede de computadores chamada

de ARPANET que foi implantada em 1969, que tinha como objetivo conectar pesquisadores e

militares que estavam localizados em diferentes lugares do país e para que pudessem

compartilhar informações.

Uma das premissas da rede era não possuir um comando centralizado, de modo que

a perda de uma parte da rede não impactaria o funcionamento dos pontos não

atingidos diretamente pelo problema. Todos os pontos (os nós da rede) teriam a

mesma importância e os dados poderiam trafegar por vários caminhos para chegar a

seu destino. Era uma forma de garantir a manutenção das comunicações mesmo em

situações extremas, como uma guerra. (ERCILIA E GRAEFF, 2008, p. 12-13)

A comunicação usada pela a APARNET em nos computadores era feita por meio de

rede telefônica que possibilitava a troca de mensagens eletrônicas. O sistema foi arquitetado

para ser descentralizado para ter utilização militar, as informações eram divididas em partes

que continham pequenos textos para que a informação não fosse decodificada ou destruída em

caso de ataques soviéticos durante a Guerra Fria.

No ano de 1972 a palavra Defense é adicionada a sigla APARNET, que passou a ser

chamada de DARPANET, para lembrar que a rede dependia e era controlada pelo Pentágono.

O termo Internet foi criado durante a década de 70 quando surgiu a ideia de criar uma rede

internacional, para isso houve uma mudança no padrão de conexão. Os protocolos TCP/IP

foram criados, e estes garantiam a interoperacionalidade e a interconexão entre diversas redes

de computadores e são utilizados até os dias atuais, aonde apenas a qualidade foi melhorada.

Um outro avanço consistiu na implementação da tecnologia que permite aos pacotes

informacionais que viajam na Internet transportar não apenas texto, mas também

som e imagens digitalizados. Por seu turno, o desenvolvimento dos protocolos

TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internetworking Protocol) tornou os

computadores compatíveis para comunicação em rede. Assim, em 1972 a Arpanet

foi publicamente apresentada e a tecnologia foi disponibilizada, dispondo já destas

funcionalidades. Vários governos, universidades e centros de pesquisa começaram a

implementar redes semelhantes. (SOUSA,2006, p.601)

No final da década de 80 a internet é expandida através da criação de Tim Berners-

Lee, a WWW (World Wide Web) que é uma base de dados mundial que uniu o hipertexto à

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internet. Porém foi necessária também a criação de um browser que permitisse a navegação

pelo banco de dados. O primeiro navegador criado foi o LYNX que apenas permitia a

transferência de textos, mas logo foi criado o MOSAIC, na Universidade de Illinois nos

Estados Unidos, que permitia a transferência de textos e imagens.

Em 1989, Tim Berners-Lee propôs uma arquitectura de recuperação de informação

assente no hipertexto ou hipermédia, que permite que as bases de dados na Internet

tenham a configuração que hoje conhecemos. (...) faltava impulsionar e expandir a

utilização da Internet, criando aplicações susceptíveis de facilitar o acesso à rede por

utilizadores comuns, a navegação e a pesquisa sobre o que existe na rede. Estas

aplicações foram desenvolvidas a partir de 1992, ano em que um grupo de pesquisa

da Universidade do Illinois, liderado por Marc Andreessen, desenvolveu, como se

disse, o primeiro browser, um interface gráfico que permite a navegação (browsing)

pelas bases de dados da Internet. (SOUSA,2006, p.602)

Com o avanço tecnológico a internet foi apresentada publicamente na década de 90 e

passou a se popularizar entre os grande público. Durante os anos 90 também começaram a

surgir os portais como AOL e Yahoo, que forneciam aos usuários acesso a informação e a

troca de mensagens eletrônicas, os emails e também surgem os sites de busca como o Google

e o Cadê.A partir do ano 2000 acontece o boom na internet, com o surgimento da internet 2.0,

que é usada nos dias atuais. A internet discada deu lugar a banda larga, com a tecnologia

avançada os celulares passaram a ter conexão com a internet, o número de provedores cresce

e o números de sites de diversos conteúdos também. A internet provocou uma revolução

social e hoje é um popular meio de comunicação na sociedade moderna.

2.1.3 TEORIAS DA COMUNICAÇÃO

Devido a tantos meios, formas e tipos de comunicação, se tornou necessário a criação

de teorias para melhor entender este processo. Essas teorias se intensificaram nos anos

quarenta e são um estudo aprofundado da comunicação social, que pode englobar a filosofia,

a sociologia e a psicologia, dependendo da forma que for abordada, que procuram entender o

ser humano e o processo comunicativo, como explica Roberto Elísio dos Santos (2008):

De maneira mais ampla, podemos conceituar teoria como a sistematização de ideias

que procuram explicar um fenômeno (físico, biológico, social, etc.) por meio de

conceitos elaborados de maneira lógica, que servem de base para a constituição de

uma determinada área do conhecimento, de uma ciência. (...) Já nas ciências

humanas as interpretações são mais abertas, uma vez que o sujeito-objeto de estudo

de suas pesquisa é o ser humano, que é mais difícil de ser mensurado, rotulado e

previsto. (SANTOS, 2008, p.13)

Tais estudos sobre a comunicação tiveram início com a prática da comunicação de

massas e também por conta do acentuado crescimento dos meios de comunicação de massa.

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Uma das primeiras teorias que buscou compreender a comunicação social foi a teoria

hipodérmica ou “bullet theory” termo criado pelo teórico e cientista político Harold Lasswell.

De acordo com Mauro Wolf (1985), a teoria hipodérmica surgiu no período de tempo de duas

guerras mundiais e com a larga propagação dos meios de comunicação de massa,

representando a primeira reação provocada nos estudiosos da época.

A teoria hipodérmica explica os efeitos dos meios de comunicação de massa sobre

os seus receptores e fala sobre a manipulação da mídia. Tendo como base os estudos feitos na

época que evidenciavam a relação estímulo-resposta, acreditava-se que a mensagem

transmitida por um determinado meio de comunicação define o comportamento do público,

sendo o meio visto como onipotente e o receptor como um ser indiferenciado e passivo. A

exposição do indivíduo a mensagem, faria com que ele se comportasse da maneira com o

emissor desejasse, ou seja, a mensagem seria como um contudo de uma seringa hipodérmica,

que em contato com o indivíduo causaria uma reação imediata e sem a interferências de

outros fatores. (SANTOS,2008, p.83-84).

A teoria de persuasão foi desenvolvida a partir dos anos quarenta, e se difere da

teoria hipodérmica quando se baseia nos aspectos psicológicos, que afirmam que a mensagem

transmitida pela mídia não assimilada imediatamente pelo receptor, a assimilação dependerá

das perspectivas individuais. O receptor tende a se interessar por informações especificas, que

fazem parte do seu contexto sócio-cultural, e a obtenção de resultados relevantes ocorrerá se

as mensagens forem transmitidas corretamente.

Persuadir os destinatários é um objectivo possível, se a forma e a organização da

mensagem forem adequadas aos factores pessoais que o destinatário activa quando

interpreta a própria mensagem. Por outras palavras, «as mensagens dos meios de

comunicação contêm características particulares do estímulo que interagem de

maneira diferente com os traços específicos da personalidade dos elementos que

constituem o público (WOLF, 1985, p.31)

A teoria da persuasão é guiada pelos estudos sobre as características do receptor que

tem interferência na obtenção do efeito desejado e as mensagens que são feitas com o intuito

de persuadir o destinatário. Se não há interesse, motivação ou conhecimento por determinados

assuntos o acesso a informação é dificultado, a mensagem não será recebida não da mesma

forma pelos os que tem interesse pela informação e pelo conhecimento. De Fleur (1970)

afirma que os efeitos não são uniformes para todas as audiências, pelo ao contrário, os efeitos

variam de indivíduo para indivíduo, devido as particulares especificas de cada indivíduo.

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A abordagem empírica de campo ou teoria dos efeitos limitados tem base na teoria

da persuasão, porém se fundamenta nos aspectos psicológicos, ela fala sobre a influência não

só da mass media, mas também da influência da sociedade. Esta teoria afirma que a mídia tem

um influência limitada sobre a sociedade assim como qualquer outra força social. A teoria

dos efeitos limitados leva em consideração que a mensagem midiática passa diversos filtros

individuais e características dos indivíduos antes de ser absorvida.

(...)considera-se, por exemplo, o problema da variação do consumo de

comunicações de massa segundo as características do público, tais como a idade, o

sexo, a profissão, a classe social, o nível de escolaridade, etc. Um outro aspecto

muito analisado é a permanência, entre o público, de modelos de expectativas,

preferências, avaliações e atitudes para com os mass media, de acordo com as

características socioculturais que estruturam a audiência. (WOLF,1975, p 45)

A teoria funcionalista também está relacionada com a mass media, ela estuda a

mídias e não apenas os seus efeitos, executando uma abordagem global sobre os meios de

comunicação de massa. A teoria funcionalista marca o período de transição entre as teorias

anteriores, pois abandona a ideia de efeito intencional e passa a estudar as funções e não

apenas os resultados. Outra característica que faz a teoria funcionalista se difere das teorias

anteriores é a abordagem pelo ponto de vista da sociedade e seu equilíbrio, aonde a sociedade

influencia no interesse do público.

Neste sentido, embora com todas as importantes diferenças ligadas ao quadro

conceptual de fundo, a perspectiva é muito semelhante à das teorias gerais sobre os

mass media posteriores, que partilham com esta teoria o facto de tornarem pertinente

o estudo das comunicações de massa a partir do problema do equilíbrio e do conflito

sociais. (WOLF,1985, p 56)

Logo depois surge a teoria crítica, desenvolvida pelos teóricos da Escola de

Frankfurt. A teoria crítica analisa a sociedade moderna e a mídia de maneira racional

resgatando a perspectiva iluminista. Segundo Wolf (1975) a teoria crítica tem como ideia

central a construção analítica dos fenômenos investigados e também a atribuição desses

fenômenos às forças sociais que os provocam. Seguindo o pensamento marxista, a teoria

crítica tem como ponto de partida a análise do sistema econômico, como desemprego, crises

econômicas, analisando a condição das massas como um todo e como todos esses fatores as

afetam.

Dentro desta teoria dos mass media também é feita a análise da indústria cultural

citada por Adorno e Horkheimer em 1947. A indústria cultural é um sistema que seja de

imagens, sons, enredos ou de meios e gêneros, que faz com que a arte passa a ser reproduzida

tecnicamente, se tornando um produto de consumo das massas. A técnica ganha poder sobre a

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sociedade e passar a ter domínio econômico sobre a mesma, como afirmam Adorno e

Horkheimer: “A racionalidade técnica de hoje é a racionalidade do próprio domínio, é o

caráter repressivo da sociedade que se auto-aliena”. A indústria cultura é fortalecida pela

sociedade, através da racionalidade técnica e a fragilidade do indivíduo.

A indústria cultural está inserida num contexto representado pela força da

sociedade, vertebrada pela racionalidade técnico-instrumental, pela imagem de

fraqueza e da vulnerabilidade do indivíduo. Mais uma vez, encontramos o

desequilíbrio entre os mass media: a indústria cultural, de um lado, e os indivíduos,

de outro. A supremacia da sociedade sobre o indivíduo ocorre nas várias situações

(trabalho, lazer...), caracterizando uma atrofia da imaginação e da espontaneidade do

consumidor cultural. (FERREIRA, 2008, p.110)

A teoria crítica se tornou referência nos estudo sobre a mass media, mas no mesmo

período é elaborada outra linha de pensamento, a chamada teoria culturológica. A

característica básica desta teoria a definição de uma nova forma de cultura na sociedade

contemporânea. A cultura de massa é tratada na sua totalidade, Edgar Morin (1960) um dos

responsáveis pelo desenvolvimento da teoria culturológica, afirma que não se pode reduzir a

cultura de massas a apenas alguns dados essenciais, sendo necessário abordar a sociedade

contemporânea como uma nova realidade.

A cultura de massa forma um sistema de cultura, constituindo-se como um conjunto

de símbolos, valores, mitos e imagens que dizem respeito quer à vida prática quer ao

imaginário colectivo. Todavia, não é o único sistema cultural das sociedades

contemporâneas. Estas são realidades policulturais em que a cultura de massa «se

faz incluir, controlar, censurar [...] e, ao mesmo tempo, tende a corromper e a

desagregar as outras culturas [...]. (MORIN, 1962, p. 8)

A teoria culturológica ressalta a força da cultura de massas e seu poder de adaptação

a diferentes públicos e contextos sociais. Morin (1962) também afirma que o fato de que a

fórmula passa a substituir a forma é associado diretamente à produção de massa que, ao ser

destinada a um consumo de massa, impõe se uma pesquisa de um denominador comum, de

qualidade mediana para um espectador mediano: o sincretismo é o termo adequada para

relatar a tendência para homogeneizar a diversidade dos conteúdos. A teoria culturológica

termina a primeira parte das teorias da comunicação, pois em seguida acontece o segundo

momento das teorias da comunicação, que tem como destaque a hipótese do agenda-setting.

2.4 AGENDA-SETTING

O agenda-setting faz parte do segunda fase das teorias da comunicação, essa

hipótese surge junto com as hipóteses do Gatekeeper e Newsmaking. A hipótese do agenda-

setting foi formulada entre os anos 60 e 70 pelos professores norte-americanos Maxwell

McCombs e Donald L. Shaw. O agenda setting é classificado como uma hipótese, pois como

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afirma Hohlfeldt (2008, p. 189), ao contrário da teoria, a hipótese é um sistema aberto, uma

experiência, um caminho a ser comprovado que se caso não der certo em uma situação

especifica, não significa que esteja errada ou invalidada.

O agenda-setting propõe uma nova forma de investigação sobre os efeitos dos meios

de comunicação de massa na sociedade. A hipótese do agenda-setting afirma que a mass

media não influencia o público em como pensar, mas sim no que pensar, fazendo com que

essa afirmativa seja contraria ao conceito da teoria crítica, que afirma que a mass media não

faz o público pensar. Em sua essência o agenda-setting compreende na seleção, disposição e

incidência das informações sobre temas que fará com que o público comente, discuta sobre

esses assuntos.

O agenda-setting constrói sua hipótese afirmando que a influência não

reside na maneira como os mass media fazem o público pensar, mas

no que eles fazem o público pensar. Há um deslocamento na

imposição dos efeitos dos mass media de como pensar para o que

pensar. Se, de um lado, a teoria crítica ressaltava a massificação pelo

que os mass media não levavam as pessoas a pensar, de outro, o

agendamento constrói a massificação como um resultado daquilo que

eles vão pensar. (FERREIRA, 2008, p. 111-112)

Os assuntos que farão parte da agenda do público, são temas propostos pelos mass

media conhecidos como a ordem do dia, fazendo com que aquilo que for propagado pelos

mass media, se tornará objeto de conversa entre as pessoas. Os mass media impõem um nível

de hierarquia, ou seja, os temas com relevância na agenda mediática também terão relevância

na agenda pública, e os temas sem maior relevância terão a mesma resposta junto ao público.

Dessa forma cria-se uma relação uma direta entre a agenda mediática e a agenda do público,

criada pela ordem do dia e pela hierarquização temática.

Sublinhando essa crescente dependência cognitiva dos mass media, a hipótese do

agenda-setting toma como postulado um impacte directo - mesmo que não imediato

- sobre os destinatários, que se configura segundo dois níveis: a. a «ordem do dia»

dos temas, assuntos e problemas presentes na agenda dos mass media; b. a

hierarquia de importância e de prioridade segundo a qual esses elementos estão

dispostos na «ordem do dia». (WOLF, 1985, p.132)

O agenda-setting não exclui as relações interpessoais, mas a hipótese afirma que

essas relações não geram temas. As relações interpessoais são alimentadas pelos temas que

são divulgados pelos mass media, elas são causadas pelos princípios da agenda mediática.

Ferreira (2008, p.112) ressalta que o público adquire uma visão do mundo de acordo com a

agenda estipulada pelos mass media e que o efeito é acentuado pelo seu aspecto cumulativo.

A hipótese do agenda-setting justifica que os mass media são eficientes na construção da

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imagem da realidade que o indivíduo estrutura. De acordo com Wolf (1985, p. 137) a imagem

é uma metáfora que a informação como um todo sobre o mundo “que cada indivíduo tratou,

organizou e acumulou” (...).

As diferentes mídias desenvolvem, cada uma, diferentes tipos de influência, de

acordo com suas especificidades. O envolvimento da mídia e o agendamento fazem com que

as pessoas aumentem seus conjuntos de relações sócias. A influência do agenda-setting por

parte da mídia, depende do grau de exposição do indivíduo, e também ao tipo de mídia que

esse indivíduo é exposto. Hohlfeldt (2008, p. 200) enfatiza a relevância do interesse do

receptor por um tema, reconhecimento da necessidade de orientação e de informação pelo

tema, e também os variados níveis de comunicação interpessoal que o indivíduo desenvolver.

A hipótese da agenda-setting possui alguns conceitos básicos que são utilizados para

determinar seus efeitos. Baseados em estudos, Hohlfeld (1997) aponta conceitos como:

acumulação, ou seja, a capacidade a mídia de enfatizar um determinado tema, fazendo com

que a informação tenha destaque no meio de diversos acontecimentos, também há o conceito

da consonância, que relata que apesar das diferenças, os mídias possuem semelhanças na

maneira com que relatam os acontecimentos. O conceito da onipresença fala de como uma

notícia ultrapassa o seu espaço determinado e se torna onipresente, já o conceito da relevância

avalia com um determinado assunto ou acontecimento é noticiado por todos e mais variados

tipos de mídias, independente do enfoque dado a esses acontecimentos.

O conceito do frame temporal, também estudado por Hohlfeldt (1997), está

relacionado com o quadro de informações durante um período de tempo, permitindo a

contextualização do acontecimento, esse conceito cobre o período de levantamento de dados

de duas ou mais agendas. O chamado time-lag é o intervalo de tempo da agenda midiática e a

agenda do receptor, o impacto da mídia sobre o indivíduo não acontece de imediato, é

necessário um tempo para que isso aconteça. O conceito de centralidade pode ser resumido

como a capacidade dar importância, hierarquia e significado a um determinado assunto ou

acontecimento. A tematização é um procedimento que está ligado ao conceito de centralidade,

pois se trata da capacidade de dar o destaque preciso, a maneira que um assunto é exposto,

para chamar a atenção.

Os dois últimos conceitos são o da saliência, que é a valorização que o receptor dar a

um assunto noticiado, e o conceito da focalização que é maneira com que a mídia relata um

assunto, a linguagem usada, a editoração feita, a contextualização. Através desses conceitos,

pode-se perceber que a hipótese do agenda-setting pode ser associada a mais diferentes teoria

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na área da comunicação social. O agendamento importa-se com a relação entre a mídia e o

receptor, fazendo com as mídias tenham um papel necessário para que os princípios do

agendamento aconteçam.

2.2 MÍDIAS DIGITAIS

As mídias evoluíram tecnologicamente e as mídias digitais fazem parte dessa

evolução. As mídias digitais podem ser conceituadas no sentido de ferramenta da

comunicação, como um grupo de aparelhos e veículos de comunicação que são baseados na

tecnologia digital, são mídias eletrônicas que utilizam codecs digitais, isso facilita a

distribuição e propagação de diversos conteúdos como músicas, filmes, jogos, imagens e

vários outros.

A comunicação se desenvolveu junto com as novas tecnologias, as mídias que

antecederam a era digital como a televisão, foram inovadas e aderiram as novas tecnologias

digitais. A era digitalização das mídias da comunicação causou o surgimento de novos

conceitos, termos, ideias e estudos como o do ciberespaço. Pierre Lévy define em sua obra o

ciberespaço como “os espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos

computadores e das memorias dos computadores” (LÉVY, 1997, p. 92). Em seu livro Lévy

também fala da digitalização como uma marca do ciberespaço:

Insisto na codificação digital, pois ela condiciona o caráter plástico, fluido,

calculável com precisão e tratável em tempo real, hipertextual, interativo e,

resumindo, virtual da informação que é, parece-me, a marca distintiva do

ciberespaço. Esse novo meio tem a vocação de colocar em sinergia e interfacear

todos os dispositivos de criação de informação, de gravação, de comunicação e de

simulação. (LÉVY, 1997, p.92-93)

A era digital fez com que as mídias, não só evoluíssem tecnologicamente, mas

também fez com que elas se interligassem. A televisão digital e interativa, a internet, a criação

dos smartphones são alguns exemplos de mídias comunicativas que estão direta ou

indiretamente ligadas. O pesquisador midiático Henry Jenkins fala em sua obra “Cultura da

Convergência”, como a convergência das mídias não está apenas relacionada a serviços,

produtos ou grandes empresas, mas também a como o público passar a ter controle sobre as

mídias, deixando de ser apenas um receptor de conteúdo, passando a também produzir

conteúdo com a exposição da vida pessoal na rede.

A convergência não envolve apenas materiais e serviços produzidos

comercialmente, circulando por circuito regulares e previsíveis. (...) A convergência

também ocorre quando as pessoas assumem o controle das mídias. Entretenimento

não é a única coisa que flui pelas múltiplas plataformas de mídia. Nossa vida, nossos

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relacionamentos, memorias, fantasias e desejos também fluem pelos canais de

mídia. (JENKINS, 2009, p.45)

A internet é uma das plataformas de mídias que tem papel necessário no surgimento

do ciberespaço, na convergência das mídias e na mudanças nos dispositivos de comunicação.

Diferentes tipos de dispositivos com tablets, smartphones usam a internet como principal

plataforma até mesmo a televisão devido a convergência das mídias atualmente utiliza a

internet para obter um feedback com os telespectadores, visto que a internet oferece várias

maneiras de comunicação o que faz dela uma ferramenta básica na era digital.

2.2.1 RECURSOS ONLINE

A distância física não é um fator problemático para a internet, uma vez que da

mesma maneira que se pode se comunicar com um amigo, pode-se da mesma maneira se

comunicar também com alguém do outro lado do mundo, tudo feito através da internet. Pierre

Lévy (1997) afirma que uma das principais funções do ciberespaço é a capacidade que o

computador oferece da comunicação a distância, com a ajuda de um deste dispositivo é

possível se conectar com outro computador com maior capacidade que esteja à distância,

possibilitando a troca de recursos e informações.

Por exemplo, contanto que eu tenha esse direito, posso, com a ajuda de um pequeno

computador pessoal, conectar-me a um enorme computador situado a milhares de

quilômetros e fazer com que ele execute, em alguns minutos ou algumas horas,

cálculos (cálculos científicos, simulações, síntese de imagens etc.) que meu

computador pessoal levaria dias ou meses para executar. (...) Com um terminal

convenientemente preparado para esse fim (computador pessoal, televisão avançada,

telefone celular especial, PDA etc.) também me é possível acessar o conteúdo de

bancos de dados ou, em geral, a memória de um computador distante. (LÉVY, 1999,

p.93)

A internet disponibiliza diferentes meios e ferramentas para facilitar cada vez mais a

comunicação, muitos desses recursos se destacam devido a facilidade do seu uso e porque

muitos são gratuitos, um exemplo são os blogs. Segundo a definição dos pesquisadores Maria

Ercilia e Antonio Graeff (2008, p.35) os blogs “são um tipo de site no qual as páginas são

organizadas em entradas (posts) ordenadas cronologicamente, com o post mais recente no

alto.”. A atualização dos blogs pode ser feita de maneira simples, sem a necessidade de um

profundo conhecimento na área. Os blogs se tornaram populares e deu ao público a autonomia

de publicar qualquer tipo de conteúdo na internet, também permitiu aos leitores a possiblidade

de comentar e discutir os assuntos publicados, e esses comentários fazem com que haja um

vínculo entre os leitores os blogueiros.

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Antes mesmo da criação dos blogs, e-mails é uma ferramenta que é bastante usada

até os dias atuais. Os e-mails surgiram na década de noventa com os portais AOL e Yahoo

como já mencionado, e ainda é “a aplicação mais popular da internet.” (Ercilia e Graeff, 2008,

p.57). Vários sites oferecem este serviço gratuitamente como Hotmail, o Gmail (do Google) e

o Yahoo sem a necessidade de ter uma assinatura dos provedores, aonde todas as suas

mensagens são protegidas por senha, podendo ser lidos através de qualquer computador. O

uso do e-mail pode ser comparado ao uso do correio tradicional como compara Pierre Lévy

em sua obra:

Em primeiro lugar, as mensagens recebidas em uma caixa postal eletrônica são

obtidas em formato digital. Podem, portanto, ser facilmente apagadas, modificadas e

classificadas na memória do computador do receptor, sem passar pelo papel. De

forma simétrica, não é mais necessário imprimir o texto para fazer com que chegue a

seu destinatário: pode ser enviado diretamente em sua forma digital inicial. Essa

característica é ainda mais interessante quando levamos em conta que muitas

mensagens são produzidas, hoje, por meio de computadores. (LÉVY, 1999, p.95)

O e-mail permite que uma única mensagem seja enviada de uma vez só para várias

pessoas que também possuem e-mails, possibilitando a comunicação coletiva. Não só

indivíduos trocam e-mail uns com os outros, muitas empresas utilizam esse recurso para fazer

propaganda de seus produtos, ofertas e outros. Diferente do e-mail, as redes sociais podem ser

considerada como um recurso recente na história da internet, mas como afirmam Ercilia e

Graeff (2008) se tornaram extremamente populares com o grande público.

2.2.2 REDES SOCIAIS

As redes sociais se tornaram uma das formas mais práticas de se comunicar pela

internet devido a sua popularidade. A professora Raquel Recuero (2009) utiliza a definição

dos professores Wasserman e Faust (1994) que explicam que as redes sociais são um conjunto

entre dois elementos: os chamados atores, que são as pessoas, instituições ou grupos e as suas

conexões, que são as interações ou laços sociais. A pesquisadora Recuero (2009, p.24)

também define a rede como uma metáfora que serve para observar os padrões de conexão de

um grupo social, através da variadas conexões estabelecidas com os chamados atores

(público).

As redes sociais surgiram nos anos noventa, junto com os portais de notícias, e

evoluíram com a internet. Nos anos 2000 as redes sociais foram crescendo e se destacando

medida em que os avanços tecnológicos ocorriam. No ano 2002 surge o Friendster, que

permitia que as amizades do mundo real fossem passadas para o mundo virtual, o Myspace

criado em 2003, foi outra rede que tinha o mesmo propósito, ambos se tornaram populares

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entre os internautas. Nos anos seguintes os blog de fotografias se tornam populares, já no ano

de 2004 surgem o Orkut, que como cita Ercilia e Graeff (2008) se tornou uma das redes

sociais mais usadas pelos brasileiros entre os anos de 2004 à 2011. O twitter é outra rede

social de sucesso, foi criado em 2006 e se destacou pelo o envio de mensagens rápidas de até

140 caracteres, os chamados tweets.

Entre as redes sociais que mais se popularizaram nos últimos tempos destaca-se o

facebook. Criado em 2004 pelo estudante da universidade de Harvard Mark Zuckerberg, o

facebook era chamado thefacebook e como relata o autor David Kirkpatrick (2011), a rede

social tinha o propósito de ser uma forma de comunicação básica entre os estudantes da

universidade, para acompanhar a vida dos colegas de faculdade e o que acontecia com eles.

Ao ser lançado o the facebook obteve um sucesso instantâneo e várias pessoas aderiam ao

software, sendo os próprios usuários os divulgadores da rede social entre os amigos, através

de e-mails e convites de amizade virtuais.

Isso gerou outros e-mails desses alunos convidando seus próprios amigos para

ingressar. (...) Várias dezenas se inscreveram quase imediatamente. Assim começou

uma explosão viral. No domingo, quatro dias após o lançamento, mais de 650 alunos

haviam se registrado. Trezentos outros aderiram na segunda-feira. Quase

instantaneamente, o Thefacebook tornou-se o principal tema de conversa nos

refeitórios de Harvard e nos intervalos entre as aulas. (KIRKPATRICK, 2011, p.37)

O facebook cresceu e foi além da universidade de Harvard, se tornando uma grande

empresa sendo aberta ao grande público em 2005. Segundo Kirkpatrick (2011), o facebook

passou a ser alvo de grandes empresas como o Google e a Microsoft, que tinham interesse em

comprar a rede social, porém Zuckerberg tinha a intenção de transformar o facebook em uma

grande força da internet e não tinha o desejo de vender a empresa a ninguém. Desde então o

facebook não parou de crescer, chegando a atingir no ano de 2011 a marca de 550 milhões de

usuários. Devido à grande quantidade de usuários, o facebook passou a receber críticas em

relação as políticas de privacidade, e a exposição de informações pessoais, mas apesar dos

comentários negativos Zuckerberg professa o desejo de garantir que o facebook continue a ser

uma força benigna na internet e na sociedade (Kirkpatrick,2011, p.319).

Devido ao seu sucesso o facebook foi ao longo dos anos melhorando cada vez mais

seus recursos. Entre os mais populares estão o mural, aonde é possível fazer publicações e ver

as publicações dos amigos, o feed de notícias é o lugar aonde são exibidos os posts, fotos,

vídeos, links e publicações de amigos e paginas seguidas. Os aplicativos também se

popularizam no facebook que fazem com que os usuários interajam com outros recursos como

jogos, o messenger (bate-papo) e outros dentro do próprio facebook. O botão curtir é um

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recurso que permite que os usuários demostrar que gostaram de algum conteúdo como fotos,

propagandas, atualização das páginas e outros, além disso é possível fazer comentários nos

conteúdos e compartilhar, o que faz com que os que as informações se espalhem com rapidez

pela rede.

2.2.2.1 COMPARTILHAMENTO

A interação é uma das principais funções das redes sócias e o compartilhamento é

um dos recursos fundamentais para que esse processo aconteça. O compartilhamento não é

apenas realizado pelo grande público nas redes sociais, as companhias e grandes organizações

investem no marketing nas redes sociais e como afirma o autor Jonah Berger (2014), a lógica

é bastante simples, pois se conseguirem fazer com que o público falem sobre suas ideias ou

compartilhem os seus conteúdos, isso se espalhará pelas redes sociais, fazendo com que seus

produtos se popularizem. O compartilhamento é como um boca a boca e as redes sociais são

as tecnologias usadas neste processo, porém é preciso que os conteúdos compartilhados vão

além da rede e façam com que as pessoas falem sobre eles.

(...) Facebook e Twitter são tecnologia, não estratégias. O marketing boca a boca só

é eficiente se as pessoas realmente falam. Agentes de sáude podem twittar boletins

diários sobre sexo seguro, mas, se ninguém os repassar, a campanha vai fracassar.

Apenas colocar uma página no Facebook ou twittar não significa que alguém vá

notar ou divulgar a informação. (BERGER, 2014, p.21-22)

O compartilhamento feito nas redes sociais pode tomar grandes proporções, mas isso

não significa dizer todo os conteúdos compartilhados vão se tornar um grande sucesso. Não

existe uma receita para que todos os tipos de assuntos tenham grande repercussão na rede,

alguns assuntos são simplesmente mais contagiosos do que outros. Berger (2014) descreve

seis princípios que explicam porque os conteúdos se tornam contagiosos, o primeiro é o da

moeda social que é o desejo das pessoas causarem uma boa impressão nas outras, parecerem

espertas e antenadas, visto que aquilo que falamos influencia na maneira com que as pessoas

nos veem. Desta maneira os assuntos e conteúdos precisam transmitir aquilo que é desejado

pelo público.

Assim, para fazer com que as pessoas falem, precisamos elaborar mensagens que as

ajudem a atingir essas impressões desejadas. Precisamos encontrar nossa

notabilidade interior e fazer com que as pessoas se sintam por dentro do que se

passa. Precisamos alavancar uma mecânica de jogo para dar às pessoas formas de

alcançar símbolos de status visíveis que elas possam mostrar ao outros. (BERGER,

2014, p.31)

Para que as pessoas falem, compartilhem determinados assuntos é necessário a

criação de estímulos. O segundo princípio explicado por Berger são esses estímulos que são

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chamados de gatilhos, que instigam as pessoas a pensar e falar sobre coisas relacionadas.

Palavras que são relacionadas a outras são gatilhos, pois durante um bate-papo ou uma

simples conversa as pessoas tendem a falar o que vem à cabeça, e se uma ideia, conteúdo ou

informação for estimulado, mais ele será falado e compartilhado. “Precisamos planejar

produtos e ideias que sejam frequentemente acionados pelo ambiente e criar novos gatilhos

ligando-os a sugestões prevalentes naquele ambiente.” (Berger, 2014, p.32)

As pessoas tendem a querer compartilhar opiniões, informações, ideias um com os

outros, e a internet se tornou-se equipada para suprir essa necessidade do público. As pessoas

compartilham aquilo que as interessam, o que faz com que elas se importem e isto está

relacionado com o terceiro princípio de citado por Berger: a emoção. Os conteúdos

contagiantes normalmente causam algum tipo de emoção nas pessoas, e as coisas emocionais

normalmente são mais compartilhadas, e muitas vezes até os valores negativos podem se

tornar uteis (Berger, 2014, p.32). Algumas emoções provocam mais compartilhamentos,

enquanto outras reduzem, sendo assim para que algo seja compartilhado é preciso que a

emoção certa seja provocada no público.

O público faz com que todo o processo de compartilhamento e interação nas redes

sociais aconteça, e durante a realização desse processo o público desenvolve um

comportamento especifico. O quarto princípio de Berger fala que o comportamento do

público, que tende a imitar aquilo que vê, ou seja, tornar as coisas observáveis facilita que ela

sejam imitadas, aumentando a possibilidade de se tornarem populares. Para reduzir nossa

incerteza, com frequência olhamos para os outros estão fazendo e vamos atrás (Berger, 2014,

p.130). Os conteúdos, informações precisam fazer com que as pessoas comprem suas ideias e

se identifiquem com elas.

O compartilhamento vai além de apenas informações e conteúdos simples, as pessoas

também querem compartilhar coisas uteis, que possam ajudar as outras. O princípio do valor

pratico de Berguer explica que se as ideias e produtos publicados na rede mostrarem que

podem ajudar as pessoas em variadas maneiras, mais e mais o público irá divulgar esse

conteúdo. Porem devido a quantidade de informações que as pessoas recebem todos os dias, é

preciso que os conteúdos de utilidade se sobressaiam e chamem a atenção do público. As

pessoas compartilham informações com valor prático para ajudar os outros (Berguer, 2014,

p.157)

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As coisas publicadas nas redes precisam ter um contexto, uma narrativa que atraia as

pessoas. O público não apenas compartilha informações, compartilham também histórias, que

é o último princípio citado por Berguer. Ao tentar gerar um boca a boca, muitos esquecem

não basta fazer com que as pessoas falem, é necessário saber também o que estão falando. As

histórias facilitam a forma de falar sobre os conteúdos e ideias, é necessário criar uma

narrativa que será passada de uma pessoa para outra, que contenha a ideia principal.

3 SÉRIES DE TV

A televisão, desde do seu início, foi apontada com diversas funções sociais como

informação, educação, manutenção do equilíbrio e etc., mas foi na dimensão do lazer e do

entretenimento que o conteúdo televisivo se consolidou. A televisão passou por diversas

modificações ao longo do tempo e também foi se adaptando com as mudanças sociais e

tecnológicas criando uma relação de extensão com outras tecnologia, diferentemente de outras

mídias. Pode-se afirmar que a televisão – e isto desde seu início – se modifica continuamente;

modica-se acompanhando mudanças tecnológicas e sociais mais amplas, e ainda conforme a

dinâmica cultural de cada sociedade (FRANÇA, 2009, p.28).

A televisão se adaptou as diferentes sociedades onde foi introduzida e foi se

moldando a essas sociedade. A televisão não ficou intacta a uma era em que diferentes regiões

do mundo estão passando por transformações intensas (FRANÇA, 2009, p.31). Devido as

mudanças e adaptação as sociedades, a programação televisiva se tornou diversificada. No

começo tinha-se a ideia que televisão era voltada para mulheres e jovens, por assumirem que

eram os públicos que ficavam mais tempo em casa, mas isso mudou. A programação

televisiva tem o intuito de atender aos diferentes tipos de públicos, buscando a audiência seja

através de desenhos, novelas, jogos de futebol e etc.

Encontra-se de tudo na TV. À pluralidade e mutação de gênero – do desenho

animado ao futebol, de um telejornalismo mais sóbrio dramático a um telejornalismo

dramático, da novela da Globo à novela mexicana – soma-se a tentativa de abarcar

diferentes públicos e diferentes perfis. Falava-se, em seus primórdios, de um traço

juvenil e feminino da cultura de massa (e, por contiguidade, da televisão) como

terreno de linguagens de maior universalidade. (...) hoje é muito difícil identificar

um perfil definido da audiência com quem fala a televisão. Existem programas

infantis, programas marcadamente dirigidos à mulher (tratando de beleza, culinária,

relacionamento, tratamento de filhos), seriados para adolescentes, programas de

esporte (tradicionalmente dirigidos aos homens). (FRANÇA, 2009, p.46)

Entre o variado conteúdo televisivo, as series de TV ganharam cada vez mais espaço

na programação. Os seriados de TV tem como sua origem os folhetins do século XIX,

autores da época publicavam seus romances periodicamente com cada capitulo em um dia

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diferente, que se popularizaram na Europa, Estados Unidos e também no Brasil. Em seguida

com a criação do rádio, as obras seriadas se adaptaram a nova mídia com as produções das

radionovelas, que contavam histórias em vários capítulos para prender a atenção dos ouvintes.

Já com o surgimento da televisão os estudos de cinema passaram a voltar a atenção para a

nova tecnologia, aplicando os gêneros aos programas que ainda possuíam uma limitação de

recursos na suas produções.

O seriado surge como produto do filme B, adaptado às condições da produção no

vídeo, que são mais escassas que as do cinema industrial. Daí sua atitude vampiresca

em relação ao próprio cinema, agindo com grande rapidez e devorando

canibalisticamente todo registro em celulóide que se adeqüe ao seu universo.

(CAPUZZO, 1990, p. 42)

A televisão então passa a fazer uso da linguagem cinematográfica com a intenção de

desenvolver sua própria linguagem, inspirada em uma narrativa clássica que foi se adaptando

a nova mídia. O seriado passa a ser visto como um gênero cinematográfico e uma vez que se

adaptaram ao gênero, os seriados passaram a utilizar elementos do cinema em suas criações

como as noções de closes, contra planos, planos sequência, plano e contra plano e etc.

Inicialmente os seriados tinham o tempo de duração de 25 minutos e eram divididos em

blocos narrativos. Sua estrutura gira em torno dos personagens principais, suas qualidades e

características, e também dos personagens secundários. Os seriados se estruturavam de

maneira autônoma como afirma o professor Heitor Capuzzo:

A estrutura de série, quando transposta para a TV, apresenta algumas transformações

fundamentais. Uma das mais importantes é a autonomia de cada episódio. Ao

contrário do cinema, o seriado televisivo faz de cada episódio um bloco dramático

autônomo, com começo, meio e fim. Existem algumas exceções, podendo ocorrer da

necessidade de se utilizar dois episódios para encerrar um bloco dramático. Mas

quase todos os episódios são autônomos. (CAPUZZO, 1990, p.39)

Nos anos 50 a televisão passa a ter um conteúdo mais familiar, a primeira série

exibida na televisão foi “I Love Lucy”, no ano de 1951. Era uma comédia familiar que teve

altos índices de audiência durante os quase dez anos em que esteve no ar. Em seguida na

década de 60 foram criados alguns desenhos animados com situações cotidianas como Os

Flintstons e alguns anos depois Os Jetsons (1962-1963). Durante esse período os seriados

voltado a comedia e situações familiares passaram a ter meia-hora de duração, já os seriados

com envolvendo dramas familiares, conflitos de personagens e programas passaram a ter 50

minutos de duração, por necessitar de mais tempo para expor melhor a narrativa, seus

personagens, diálogos e também a busca por um possível solução que leve a conclusão da

trama.

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Não são somente as relações familiares que dominam os seriados nos anos 50. A

padronização formal, com duração média de 25 minutos, depois transformados em

50 minutos, além da autonomia de cada episódio, sugerem uma dramaturgia sem

muitas sutilezas, com ritmo ágil, centralizada nos diálogos. Mesmo que os

personagens estejam em ambientes exóticos, os recursos de produção não permitem

elaborados efeitos especiais. Os diálogos marcam o ritmo. (CAPUZZO, 1990, p. 41)

Os seriados voltados para comédias, também conhecidos como sitcom, se tornaram

um gênero especifico dentro das séries, e uma das principais características é a trilha sonora

de risadas nos momentos cômicos para avisar o telespectador. Além dos sitcons os desenhos

animados com a características de seriados, que tem tinha como centros e as situações

cotidianas e o núcleo familiar também ganharam destaque e até exibições no horário nobre

(prime-time) como é o exemplo do seriado Os Simpsons (1989). Os Simpsons atraiu os

telespectadores pelo um sopro de vida nova no já muito explorado gênero de comédia de

situação. A jovialidade de sua forma híbrida – um desenho animado e uma comédia de

situação – permitiu ao programa brincar com as narrativas convencionais existentes e, às

vezes, até destruí-las (STABILE, 2003, p.9).

Os seriados americanos são os mais populares devido ao maior poder de produção

das emissores norte-americanas. No final dos anos 80 e início anos 90 os seriados de TV se

tornam mais diversificados em suas temáticas e também mais populares, devido a também a

popularização da tv cabo, séries como Seinfeld (1990-1998), Friends (1994-2004) da NBC e

Arquivo X (1993-2002). As emissoras passaram a fornecer ao público um vasto leque de

opções de programação, muitas até mesmo com a mesma temática como é caso das ER (1994

– 2005), da NBC e House (2004-2012) da FOX. As series passaram a receber maiores

investimentos e a qualidade foi aumentando cada vez, não só em suas produções, mas também

em seus roteiros, se tornando populares entre o público e a crítica como é caso da série A

Família Soprano (1999-2007, em inglês The Sopranos) da HBO.

3.1 TIPOS E FORMATOS DAS SÉRIES

As séries televisivas adquiriram sua própria linguagem, passando a ter narrativas

cada vez mais elaboradas e variadas, com a intenção de prender cada vez mais o interesse do

público. As narrativas episódicas são divididas em três formas: antológicas, séries com

fechamento e as seriadas como explica a autora Pamela Douglas (2011). As séries do tipo

antológicas, são aquelas que possui historias autônomas, ou seja, que não estão conectadas

umas com as outras, como pequenos filmes. Esse formato de séries fizeram muito sucesso

início da programação televisiva, em torno da década de 50 e são mais raras nos dias atuais

(DOUGLAS, 2011, p.15).

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As séries com fechamento são comuns nos dias de hoje é também populares entre o

público. São aquelas em que o elenco principal é continuo, mas em todos os episódios uma

nova situação é iniciada e concluída. As séries como CSI (2000), NCIS (2003) e Law & Order

(1990), são exemplos de seriados com fechamentos e normalmente são transmitidas por

emissoras mais tradicionais com CBS, NBC e ABC (DOUGLAS, 2011, p.15). A maioria das

séries possuem um certo tipo de fechamento, mesmo aquelas que continuam outras histórias,

porém quando as séries de TV são bens desenvolvidas, os escritores e fãs passam a seguir os

personagens, se torna quase inevitável ser construída uma história ao longo do tempo, como é

o caso da série Arquivo X.

As primeiras temporadas de Arquivo X tinham um alien ou um evento paranormal a

cada semana, e a tensão romântica entre Mulder e Scully aumentava, mas não se

intensificava. O interesse do público fez com que a relação se transformasse de

parceiros para namorados no final da temporada. A maioria dos episódios de

Arquivos X podem ser assistidos em qualquer ordem, mas a história seriada é

tentadora. (DOUGLAS, 2011, p.15, tradução livre)

Outros exemplos de séries que possuem fechamento, mas a histórias dos seus

personagens são seriadas são as séries House e The Good Wife (2009). As séries classificadas

como seriadas, segundo definição de Douglas (2011, p.16), são qualquer seriado de drama que

as histórias são contadas ao longo dos episódios e os personagens são desenvolvidos com o

tempo. As séries como o formato seriados também podem ser chamadas de narrativas longas,

ou seja, as histórias não são finalizadas em um hora ou duas e sim ao longo das horas, que vai

de acordo com a maneira que o escritor desenvolve a história podendo levar anos até ser

finalizada.

Quando você vê televisão, você olha para a forma como que as histórias com

fechamento se misturam com a longa narrativa. Isso não apenas lhe dará uma visão

sobre a construção do espetáculo, mas também um sentido mais amplo do que uma

história pode ser. . (DOUGLAS, 2011, p.16, tradução livre)

As emissoras de TV a cabo investem nesse formato, criando um grande números de

séries premiadas como é exemplo das emissoras AMC, Showtime e HBO com as séries

Breking Bad (2008-2013), The Walking Dead (2010), Mad Men (2007), Dexter(2006-2013),

True Blood (2008-2014), The Wire (2002-2008), Big Love (2006-2011), The Tudors(2007-

2010), Boardwalk Empire (2010) e Game of Thrones (2011).

3.2 GAME OF THRONES

O seriado Game of Thrones tem como uma de suas principais características sua

narrativa extensa e complexa. A história se passa em um mundo ficcional, que é dividido em

vários continentes. A maior parte da narrativa é desenvolvida em Westeros (figura 1), um

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continente que é composto por sete reinos e uma área não mapeada ao norte. Essa área é

separada por uma grande muralha (The Wall) (figura 2), um muro de gelo com 700 metros de

altura que corta o continente e que é guardada pela patrulha de noite (Night Watch). A

muralha separa os sete reinos dos povos selvagens e dos andarilhos brancos que, são uma raça

de criaturas sobrenaturais que são capazes de transformar humanos e animais em mortos

vivos. O norte faz frio ao extremo e o inverno está chegando, o que no mundo criado por

George R. R. Martin, pode durar décadas.

Figura 1 – Westeros

Fonte: homoliteratus

Figura 2 – A muralha (The Wall)

Fonte: Game Of Thrones BR

Na série as famílias nobres do reino são divididas por casa como as casas Stark,

Lanniester, Targaryen e Arryn. As famílias buscam o poder do reino, que é representado pelo

trono de ferro (The Iron Throne) (figura 3). O norte é comandado pelos Starks que vivem em

WinterFell (figura 4), e logo no primeiro episódio da série o norte recebe a visita da corte do

atual rei do trono de ferro, Robert Baratheon. O rei é amigo de infância de Eddard Stark, o

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comandante de Winterfell, e a visita do rei deve-se ao fato de que o seu braço direito (King’s

hand), Jon Arryn, morreu devido a uma febre súbita inexplicável.

Eddard é convidado pelo rei a se torna seu novo braço direito, mas ao mesmo tempo

ele recebe uma carta da viúva de Arryn afirmando que seu marido teria sido assassinado pela

família da rainha Cersei, os Lannister. A casa Lannister possui bastante recursos e é

conhecida por ser uma família capaz de tudo pelo poder, tanto que Cersei se tornou rainha

porque seu irmão gêmeo e membro da guarda real, Jaime, apunhalou o último rei pelas costas

e isto fez com que Robert Baratheon assumisse o trono de ferro.

Figura 3 – O Trono de Ferro (The Iron Throne)

Fonte: Game of Thrones Wiki

Figura 4 – Winterfell

Fonte: Game of Thrones Wiki

Eddard Stark aceita o convite do rei, e se muda para Porto Real (King’s Landing)

com suas filhas Arya e Sansa, que está prometida a casamento com o príncipe Joffrey. Antes

da comitiva do rei deixar Winterfell, um dos filhos mais novos de Eddard, Bran, é empurrado

de uma torre ao flagrar Cersei e irmão Jaime em um ato incestuoso. Bran fica descordado e

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todos acham que foi um acidente, porém uma segunda tentativa de assassinato faz com que

Catelyn Stark, esposa de Eddard, desconfie e saia em busca de culpado e por se encontrar

cega de vingança, ela acredita que Tyrion, o caçula dos Lannisters, seja o culpado e o toma-o

como prisioneiro.

Ao chegar ao norte Eddard tenta administrar o reino e também descobrir informações

sobre a misteriosa morte de Jon Arryn. Eddard descobre o segredo de Cersei e afirma que os

filhos que diz ser do rei Baratheon, na verdade, são filhos do irmão dela, Jaime. O rei Robert

sofre um acidente durante uma caçada e morre, isto faz com que Cersei tenha a oportunidade

de acusar Eddard de traição e proclamar seu filho Joffrey como o novo rei.

No norte, o filho mais velho de Eddard, Robb Stark, junta-se com os aliados de sua

família e parte para Porto Real na tentativa de libertar seu pai e suas irmãs. Porém Joffrey,

agora como novo rei, ordena que Eddard seja decapitado, fazendo com que os Starks entrem

em guerra com os Lanniesters. Todos os criados de Eddard são mortos, sua filha Ayra escapa

em rumo a muralha onde seu irmão bastardo, Jon Snow, faz parte da Patrulha da Noite (Night

Watch), já sua irmã Sansa fica em Porto Real como refém dos Lannisters.

No outro lado do mar estreito, que separa Westeros de Essos, um outro continente,

estão exilados os dois últimos sobreviventes da dinastia Targaryen, que foi destronada pelo rei

Robert Baratheon. O filho mais velho com ódio e sede de vingança, Viscerys Targaryen

vende sua jovem irmã mais nova Daenerys, em um casamento arranjado com Khal Drogo, o

líder da tribo Dothraki. A intenção de Viscerys é reconquista o trono de ferro com a ajuda de

Khal Drogo e seus soldados. Daenerys aceita se casar com Khal Drogo, mas sua convivência

com o tribo e com o próprio faz com que, deixe de ser manipulada pelo irmão e passe a lutar

pelas coisas que acredita. Devido a sua ambição Viscerys enlouquece chegando a ameaçar

Khal Drogo, que acaba o matando durante uma cerimônia da tribo.

Na segunda temporada, com dez episódios, a trama de Game Of Thrones mostra que

o norte se aproxima de Westeros, em Porto Real Joffrey ocupa o trono de ferro e mostra sua

crueldade, sua mãe Cersei se torna sua conselheira e seu tio Tyrion é indicado para ser a Mão

do Rei. Porém o reinado dos Lanniesters passa a ser atacado por todos os lados, além de Robb

Stark que busca a autonomia do norte e a vingança, ele também toma Jaime Lanniesters como

prisioneiro de batalha. Daenerys Targaryen procura manter o poder do leste com a ajuda de

seus três dragões recém nascidos, depois da morte de Khal Drogo, morto devido a um

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ferimento em combate. Ao norte, além da muralha, um novo líder dos selvagens começa a se

erguer, trazendo novas ameaças para Jon Snow e a Patrulha da Noite.

O irmão do falecido rei Robert Baratheon, Stannis Baratheon, não aceita o jovem

sobrinho Joffrey como rei e faz um acordo com uma poderosa feiticeira para juntos

planejarem um ataque naval a Porto Real. O irmão mais novo da família Baratheon, Renly,

alimenta a ideia de também tomar o trono de ferro, mas ele acaba sendo morto por um espirito

maligno que vem para mundo através da feiticeira.Stannis chega a Porto Real para a batalha

de Blackwater (figura 5), porém ao chegar na baía o exército de é recebido por um único

navio, Davos, mão de direita de Stannis, percebe que é uma armadilha. O navio está lotado de

fogovivo, um poderoso explosivo químico, que acaba destruindo a frota e matando parte dos

soldados de Stannis, mesmo assim ele consegue chegar aos portões da cidade, mas é

derrotado pelo exército dos Lannisters que é comandado por Tyrion.

Figura 4 – Blackwater

Fonte: Game of Thrones Wiki

Já em sua terceira temporada de Game Of Thrones, as famílias mais poderosas de

Westeros a se enfrentar a medida também que realizam alianças e a lealdade são testadas.

Robb Stark auto proclamado rei do norte se casa com umas das enfermeira de seu exército,

sua mãe liberta Jaime Lannisters com o objetivo de conseguir suas filhas de volta, mas Robb

fica furioso ao saber da atitude da mãe. O poder dos Lannisters fica abalado depois do ataque

de Stannis Baratheon, e o comando de Tyrion como Mão do Rei passa a ser questionado por

Cersei, pois Tyrion não ceder as suas chantagens e as do rei Joffrey. Atras da muralha (The

Wall), o novo líder dos Selvagens monta um forte exército e segue em rumo a muralha, com a

intenção de chegar ao reino.

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Ao leste Daenerys, agora com seu dragões crescidos, tenta montar um exército para

navegar até Westeros e conquistar o trono de ferro. Seguindo seu caminho para Porto Real,

Robb Stark tem que pedir desculpa a Casa Frey, pois ele estava prometido a casamento com

uma das filhas do patriarca da família, Walder Frey, além disso, Robb também precisa do

apoio dos Frey para avançar com seu exército. Robb pede perdão e oferece um de seus

soldados para casar com a filha de Frey, ele aceita e então celebram o casamento (Red

Wedding). Durante os casamento, enquanto todos estão comemorando, os soldados de Frey

com o seu comando, assassinam brutalmente Robb, sua mãe Cately e sua esposa que estava

grávida. As mortes foram uma represália devido à quebra do acordo, o exército do norte

acabar e a maior ameaça ao trono dos Lannisters é eliminada.

3.2.1 CONHECENDO A SÉRIE

Game of Thrones é um seriado TV norte americano produzido é veiculada pelo

emissora HBO. A série foi criada pelos escritores e diretores David Benioff e D. B. Weiss e é

baseada na séries de livros “As Crônicas de Gelo é Fogo” (1996, em inglês A Song of Ice and

Fire) criadas pelo autor George R. R. Martin, que até o momento é composta por cinco livros.

A série tem seu nome derivado do primeiro livro, e tem com como objetivo captar a essências

dos livros e atender o público que interesse no gênero de fantasia/ficção.

A série entrou em desenvolvimento em janeiro 2007, quando a HBO comprou os

diretos autorais de série de livros e contratou David Benioff e D. B. Weiss para roteirizarem e

serem os produtores executivos, que iram cobrir o material relevante dos livros por

temporada. Em entrevista ao escritor Bryan Gogman (2013) o criador David Benioff afirma

que dedicou seis anos de sua vida para criação e desenvolvimento da série porque se

apaixonou pelos livros e pelo mundo criado por George R. R. Martin (GOGMAN, 2013, p.7).

As filmagens da primeira temporada, que contem dez episódios, foram iniciadas em

26 de julho de 2010, o seu primeiro episódio recebeu um investimento da HBO de 10 milhões

de dólares e foi exibido em 17 de abril de 2011, ganhado a renovação para um segunda

temporada apenas dois dias depois da exibição do primeiro episódio. Benioff e Weiss junto

com a equipe conseguiram chamar a atenção da crítica especializada e também que

concorresse a diversos prêmios como o Emmy, conquistado por Peter Dinklage que interpreta

Tyrion Lannister, na categoria de melhor ator coadjuvante em série dramática em 2011, o

Globo de Ouro também conquistado por Dinklage em 2011 como melhor ator coadjuvante e o

prêmio de melhor série no Scream Awards também em 2011.

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Game Of Thrones finalizou sua quarta temporada, e já está renovada pela a emissora

por mais duas temporadas. Em 2014 a HBO anunciou que a série se tornou a de maior sucesso

da história da emissora, batendo o recorde da Família Soprano que até então tinha sido a série

com mais sucesso da emissora. De acordo com o canal Game Of Thrones tem uma média de

18,4 milhões de espectadores por episódio, enquanto a Familia Soprano atingiu a marca de

18,2 milhões. O seriado é transmitido aos domingos simultaneamente no Estados Unidos e no

Brasil, que se tornou o segundo país com o maior número de fãs da série em todo mundo,

ficando na frente do Reino Unido.

Um dos motivos que podem explicar o sucesso da série Game of Thrones é sua

narrativa. George R. R. Martin (2012) afirma que passou muito tempo imaginando e

escrevendo conceitos para a TV, tudo dentro do orçamento possível das emissoras, mas

decidiu deixar tudo isso para atrás e enfrentar os obstáculos como a criação de imensos

castelos, vastas paisagens dramáticas – desertos, pântanos, montanhas – dragões, lobos

gigantes, personagens complicados, falhos, ou seja, a criação de mundo totalmente

imaginário. O autor afirma que ficou surpreso em saber que HBO se interessou pela história,

devido ao alto custo e também porque a emissora ainda não tinha investido no gênero

fantasia. Benioff e Weiss não se intimidaram e convenceram George R. R. Martin que podiam

levar a história para tela, então o autor concordou e afirma: “Foi a melhor coisa que fiz”

(GOGMAN, 2012, p.5).

3.2.2 GÊNERO E LINGUAGEM

O seriado Game of Thornes apresenta uma estrutura em que vários enredos

acontecem paralelamente, em diferentes núcleos que são constituídos por um vasto número de

personagens. Porém pode-se perceber que há um entrelaçamento das tramas, o que é também

uma caracteristica do seriado. Segundo o autor Jason Mittell (2012, p. 43), o telespctador vê

os programas não penas com o desejo de se inserir no mundo narrativo realistico, mas

também com o objetivo de “ver as engrenagens funcionando”, ou seja o público deseja se

impressionar com a criação dos roteiros e também com a capacidade narrativa.

O seriado Game of Thrones trabalha com três gêneros, o da fantasia, o dramático e

da ação. Segundo a definição do autor Luís Nogueira (2010) que a fantasia pode ser definida

como um modo suficientemente convicente, que convive com os outros gêneros como

aventura, comédia, terror ou ficção científica. A fantasia é o gênero que mais se afasta das

premissas realista e das leis comuns do cotidiano. As relações de causa-efeito, da maneira que

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são conhecidas, são desafiadas, seja na mente dos personagens ou na mais reconhecivel

banalidade, tudo acaba ser tornando possível. As leis do mundo e suas premissas são

quebradas e um novo regime de casualidade entra vigor, a fantasia está ligada ao sobrenatural

(NOGUEIRA, 2010, p.27). Em Game of Thrones a fantasia é dominante em seu enredo,

através de diversos elementos como a muralha (The Wall), os dragões, os andarilhos brancos,

gigantes e outros elementos, a série convida o espectador a conhecer mundos desconhecidos.

E nesse aspecto os defensores do bem como os defensores do mal adquirem os seus

poderes e as suas competências das mais diversas instâncias, quantas vezes,

poderemos dizer, quase da ordem da metafísica ou, se quisermos, do prodigioso –

aliás, podemos mesmo falar de uma estética do prodígio no que respeita ao

imaginário fantástico em geral. Esta quebra das leis e expectativas quotidianas

convida o espectador para mundos desconhecidos: trata-se de um género que lhe

permite viajar ao passado, atravessar épocas e continentes, descobrir lugares

puramente imaginários – e, muitas vezes, apenas imaginados na mente das

personagens. (NOGUEIRA, 2010, p.27)

O gênero dramático tem como o objeto o ser humano normal, em situações

contidianas mais ou menos complexas, mas sempre com implicações afetivas ou que possam

causar uma inescapável polêmica social. O drama tem como príncipio abordar “a vivência

mais prosaica do sujeito vulgar, mas explorando as suas consequências emocinais mais

inusitadas e profundas” (NOGUEIRA, 2010, p.23). No gênero drámatico a caracterização dos

personagens adquire uma complexidade em especial, já que no ponto de vista narrativo, o que

importa são as consequências dos conflitos que vivem. O drama apresenta um conjunto de

subgéneros, a série Game of Thrones se encaixa em alguns desse subgéneros.

O subgénero do drama familiar é centrado normalmente da disfuncionalidade

familiar, ao melodrama no qual conflito de gerações ou preconceito moral colocam elementos

familiares em confronto (NOGUEIRA, 2010, p.23). Vários personagens de Game of Thrones

possuem as características do subgénero do drama familiar, como por exemplo Jon Snow que

sofre por ser o bastardo de Eddard Stark e por não ser aceito pela sua esposa Cately. O

personagem de Tyrion Lannister que não é aceito pelo pai e os irmãos por ser anão e por

culpa-lo pela morte de sua mãe.

Tanto o personagem de Jon Snow quanto o de Tyrion Lannister se encaixam no

conceito de drama psicológico, no qual o indivíduo se confronta, com seus medos ou

incertezas, que são espelhadas por aquelas que os rodeiam. Já o drama social está presente na

maioria dos núcleos da série, Nogueira (2010) define esse subgénero como o confronto com a

concepção de mundo na qual o mesmos tem dificuldade de encontrar seu lugar e suas

referências, o que acontece com os personagens de Ayra e Sansa Stark.

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O gênero da ação é mais contemporâneo, e tem um maior apelo popular, com uma

maior sucesso comercial. Este gênero privilegia valores de produção, capazes de atraírem um

vasto e fiel público, com sofisticados efeitos especiais, cenários sumptuosos, exóticos ou

grandiosos que favorecem o encantamento (NOGUEIRA, 2010, p.18). Do ponto de vista

narrativo, esse gênero se define com uma série de situações trabalhadas recorrentemente,

sobretudo as cenas e sequências intensas e ação, onde podem existir batalhas grandiosas,

duelos ou explosões. De acordo com Nogueira (2010) este gênero assume o papel de

entretenimento, e não visa colocar em discursão temas controversos. Na série ação é

apresentada na maioria dos episódios como a batalha de Blackwater, o encontro com os

Selvagens, o casamento vermelho, a morte de Eddard Stark e outros.

A linguagem cinematográfica tem um papel significativo na apresentação, realização

e transmissão da mensagem correta de qualquer produção. De acordo com Marcel Martin

(2005) através da linguagem é possível despertar no espectador um sentimento de realismo,

que em muitos casos em sentimentos se tornam fortes o suficiente para provocar a crença

objetiva daquilo que aparece na tela. Martin (2005) também afirma que esta crença pode ir

desde reações mais elementares, como nos espectadores considerados virgens,

cinematograficamente falando, aos fenômenos bem mais conhecidos como os de participação

e de identificação com personagem.

Na série Game of Thrones diferentes tipos de elementos da linguagem

cinematográfica são utilizados, a escolha da utilização de diferentes planos é feita de acordo

com a necessidade da narrativa, deve existir uma adequação entre a dimensão do plano e seu

conteúdo material. Plano aberto, fechado, plano e contra-plano são utilizados, a dimensão do

plano normalmente determina a sua duração, que tem como condição deixar o espectador ter o

tempo necessário para entender o conteúdo do plano (MARTIN, 2005, p. 47). Normalmente

os planos gerais são os mais longos, é possível perceber o uso desse plano na série

especialmente nas cenas realizadas na sala do trono, onde está localizado o Trono de ferro, ou

nas cenas de casamentos.

Os movimentos de câmera também são necessários para dar vida ao conteúdo

cinematográficos. Seja através do acompanhamento de personagem ou objeto em

movimentos, como na cena que Eddard Stark chega na sala do trono, ou nas definições de

espaciais entre dois elementos como acontece na chegada de Stannis Baratheon à Porto Real

para a batalha de BlackWater. Outro movimento de câmera recorrente é o travelling, que

consiste numa deslocação da câmera durante a qual o ângulo entre o eixo óptico e a trajetória

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da deslocação permanece constante (MARTIN, 2005, p.58). Esse tipo acontecem na série, por

exemplos nas cenas que Daenerys Targaryen discursa para os povos que ela passa a libertar.

A iluminação pode ser considerada um elementos fílmico não específico, ou seja, são

elementos que participam da criação. As iluminações constituem uma fator decisivo na

criação da expressividade da imagem, e também são responsáveis pela criação da atmosfera

do vídeo (Martin, 2005, p. 71). As produções atuais se preocupam bastante com a iluminação

de suas produções, em Game of Thrones a utilização da luz natural, como nas cenas que são

gravadas ao ar livre na Irlanda e a utilização a luz artificial nas cenas gravadas internamente

como por exemplo na Fortaleza Vermelha. Os figurinos fazem parte da expressão fílmica, e

na série pode ser classificado como realistas, ou seja quando o figurinista se inspira em uma

moda de uma determinada época, no caso no seriado, o figurino é inspirado na era medieval.

Os cenários servem para dar realismo e autenticidade as produções cinematográficas.

Os cenários, sejam interiores ou exteriores, podem ser reais, isto é, ter sua existência

independente da filmagem, ou construídos em estúdio, seja no interior de um estúdio ou em

pleno ar livre, suas instalações (MARTIN, 2005, p. 78). Os cenários do seriado se classificam

em impressionistas, o cenário (paisagem) condiciona e reflete o drama dos personagens, como

é o caso das cenas que mostram WinterFell e expressionistas, que é quando o cenário é

totalmente artificial, baseando-se em uma visão subjetiva do mundo, como o caso da Muralha

(The Wall).

4.0 METODOLOGIA

A perspectiva abordada na produção da projeto, ainda não foi muito explorada ou

documentada, pois é uma temática recente derivada da convergência das mídias, que no caso

aproximou o público do seu entretenimento. O seriado Game of Thrones já exibiu sua quarta

temporada, e a internet fez com que as reações aos episódios, estreias de temporada e outros

assuntos relacionados se tornassem praticamente instantâneas.

A utilização da pesquisa exploratória é necessária, pois esse tipo de pesquisa é

desenvolvidas com o objetivo de proporcionar uma visão geral sobre determinado assunto. A

observação é do tipo participante, que consiste na participação real do conhecimento na vida

da comunidade ou grupo de uma situação determinada. Neste caso segundo Gil (2008), o

observador assume, até certo ponto, o papel de membro do grupo, ou seja, chega-se ao

conhecimento do grupo a partir do interior do próprio observador.

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O universo à ser pesquisado e estudado para a produção da monografia é a internet que

é um campo de pesquisa bastante amplo e diversificado. A internet possui infinitas

possibilidades à serem analisadas de diferentes formas e modos, os assuntos relacionados ao

seriado Game of Thrones são variados e podem ser encontrados de maneiras distintas.

A delimitação da monografia é feita pelas redes sociais, dentre elas o foco é o

facebook, devido ao fato de que a mesma se tornou a mais usada, com cerca de 67,84% de

visitas no Brasil em 2013. Também a relação da rede social com o seriado Game of Thrones, e

em especifico as reações em relação ao episódio nono da terceira temporada (The Rains of

Castamere). Para que esse estudo seja realizado é necessário que o público que usam as redes

sociais seja analisado, que seu comportamento seja examinado.

A coleta de dados é de natureza qualitativa com intuito de mostrar hábitos, atitudes,

reações e etc. A coleta de dados é importante, pois a ela irá descrever as principais

características sobre o assunto à ser analisado e por meio dela as hipóteses e teorias poderão

ser feitas com mais precisão. O principal meio de coleta de dados será a internet e os dados

coletados serão feitos pela a análise da quantidade posts referentes a ao Casamento Vermelho

comentados no facebook. Os dados foram coletados entre junho de 2013, final da terceira

temporada, e abril de 2014, início da quarta temporada. Os critérios utilizados para a escolha

das amostras exemplificadas, como posts e comentários foram pelo alto número de curtidas e

compartilhamentos.

A metodologia observacional é usada, pois a análise é feita através da observação do

fenômeno. Este método não se resume apenas visualizar o fenômeno, é importante também

identificar, descrever as interações e os diferentes processos. A observação no caso é

participante natural, pois observador faz parte do conteúdo que será observado. A principal

vantagem do método observacional participante é o conhecimento prévio e aprofundado sobre

o assunto. No caso o conhecimento prévio sobre o seriado Game of Thrones e o

relacionamento com as redes sociais ajudará na formulação da monografia. O autor Antônio

Carlos Gil explica a importância desse método para as ciências sociais:

Há investigações em ciências sociais que se valem exclusivamente do método

observacional. Outras utilizam-no em conjunto com outros métodos. E pode-se

afirmar com muita segurança que qualquer investigação em ciências sociais deve

valer-se, em mais de um momento, de procedimentos observacionais. (GIL, 2008,

p.16)

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O uso dos métodos e dos tipos de pesquisa fazem com que a pesquisa dos dados e

fatores sejam completas e eficiente, que a identificação da problemática seja facilmente

realizada. A análise de como o sucesso seriado Game of Thrones têm influência da internet

tende a ser muito mais rica e sólida com a aplicação correta dos métodos e pesquisas

relatados. A análise é de um conceito geral para um conceito mais especifico, buscando o

compreender o fenômeno e analisá-lo sobre um nova perspectiva, procurando descobrir os

motivos principais que fizeram com que essas duas mídias se interligassem e obtivessem uma

correlação.

4.1 COLETA DE DADOS

A emissora HBO decidiu interagir com fãs nas redes sociais, para o lançamento da

quarta temporada de Game of Thrones, a emissora lançou um teaser na sua conta oficial no

Vine com imagens informações antecipadas, dois dias do lançamento oficial na internet e na

televisão, isso fez com que emissora se aproximasse cada vez mais do público e também

atraísse mais pessoas. No ano de 2013 Game of Thrones se tornou a série de TV mais

pirateada de todos os tempo, porém isso não incomodou o diretor de programação da HBO,

que em entrevista afirmou que esse dado é um elogio a série, e que esse fato não teve nenhum

impacto negativo nas vendas de dvds da série.

Devido ao sucesso da terceira temporada da série, em especial o episódio The Rains

of Castamere, em dezembro de 2013 também para divulgação da quarta temporada a HBO,

lançou a hashtag #roastJoffrey. A palavra inglesa roast (assar) é uma expressão para falar mal

de algo ou alguém, a emissora pedia para que os fãs, celebridades, empresas e até mesmo os

membros do elenco, fizesse piada sobre o personagem do rei Joffrey nas redes sociais. Nas

primeiras 48 horas a hashtag obteve mais de um milhão de interações, mais de 60 mil roasts e

mais de 850 milhões de opiniões sobre o seriado.

A emissora lançou um contagem chamada “Beautiful Death” trinta dias antes do

início da quarta temporada. A contagem era feita através de trinta ilustrações que

representavam uma morte marcante de cada episódio. A HBO também pediu pra que os fãs

enviassem suas próprias ilustrações para serem divulgadas pela emissora.

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Figura A Artes feitas pela HBO

Outra importante estratégia da emissora foi o lançamento de um competição online

interativa entre os fãs da série, através da hashtag #TakeTheThrone os fãs tinham a

oportunidade de reivindicar o trono de ferro no twitter, facebook ou instagram. Os posts feito

pelos fãs formavam um trono de ferro digital feito somente de palavras. O prêmio da

competição era uma viagem para San Diego, Califórnia para a feira de quadrinhos e filmes

Comic Con, onde o vencedor teria a chance de sentar no verdadeiro trono de ferro.

Figura B Trono de ferro feito com as palavras dos fãs

Em resposta a participação dos fãs na redes sociais através de comentários, tweets e

compartilhamento de assuntos relacionados a série, a HBO mostrou ao vivo pelo facebook o

tapete vermelho do início da quarta temporada que aconteceu em Nova York. A emissora

também levou para o lançamento da temporada alguns usuários do Instagram que se

destacaram pela sua criatividade.

O diretor de media social e digital da HBO Jim Marsh afirmou em entrevista que as

conversas que surgem em torno dos menores detalhes da série, e que isso torna os fãs de

Game Of Thrones tão únicos. Ele ainda afirma que o trabalho da empresa é aumentar ainda

mais a vontade das pessoas de falar sobre a série e também recompensar o público. Os fãs

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respondem a emissora com entusiasmo, pois segundo informações do site Nielsen’s Social

Guide seis milhões de pessoas viram o tweet sobre o início da quarta temporada e fez com que

mais de um milhão de usuários do facebook procurassem a página da série na rede social.

4.1.2 COMPORTAMENTO DO PÚBLICO

O comportamento do público online em relação ao seriado Game of Thrones se

tornou bastante intenso no decorrer da série. O público se une na internet para juntos

compartilharem opiniões, sentimentos e conhecimento sobre a série, Jenkins (2006) classifica

esse comportamento como “inteligência coletiva” que se refere a capacidade das comunidades

virtuais de alcançar uma expertise em um assunto junto com os seus membros.

O que antes não se podia saber ou fazer sozinhos, agora pode-se fazer coletivamente.

Já Pierre Lévy(1997) fala sobre a diferença de conhecimento compartilhado, que são

informações tidas como verdadeiras e conhecidas pelo grupo inteiro, e inteligência coletiva,

que é a soma total de informações retidas individualmente pelos membros de um determinado

grupo e que podem ser acessadas em uma resposta a uma pergunta especifica, e ainda explica:

O conhecimento de uma comunidade de pensamento não é mais conhecimento

compartilhado, pois hoje é impossível um único ser humano, ou mesmo um grupo

de pessoas, dominar todo o conhecimento, todas as habilidades. Trata-se,

fundamentalmente, de conhecimento coletivo, impossível de reunir em uma única

criatura. (LÉVY, 1997, p. 214-215)

Seguindo este princípio pode-se observar que público usa diferentes meios online

para compartilhar as informações e conhecimentos sobre o seriado, um desse meios é o

youtube. Através da ferramenta de busca de vídeos no youtube é possível observar uma

extensa quantidade de vídeos relacionados a série, não somente os oficiais publicados pela

HBO e entrevistas, mas também vídeos publicados por fãs, relatando suas opiniões sobre os

episódios, reações ou resumos. Também montagens feitas pelo fãs, como o vídeo de dez

minutos da cena que Joffrey leva uma tapa do tio Tyron, como também melhores momentos,

vídeos da abertura com outras músicas, montagens com abertura de outras séries como

Seinfeld e etc.

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Disponível em: https://www.youtube.com/results?search_query=game+of+thrones

Acesso em: 29 de junho de 2014

Também é possível fazer comentários nos vídeos, proporcionando uma interação

entre os usuários. Essa interação provoca a troca de experiências com a série Game Of

Thrones, expectativas em relação aos personagens e também a indicação de outros seriados. A

troca de comentários no youtube faz com que os vídeos se tornem mais populares, e

consequentemente é feita uma divulgação, um comercial da série pelos próprios fãs.

Disponivel em: https://www.youtube.com/watch?v=ndhNw9Ez1NA

Acesso em: 29 de junho de 2014

O próprio youtube divulgou a lista dos vídeos mais assistidos entre 2013-2014, e a

surpresa foi que o trailer da quarta temporada de Game of Thrones ficou em primeiro lugar,

superando os trailer dos filmes Capitão América 2 - O soldado invernal e X-Men: Dias de

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Futuro Esquecidos. Também no youtube existem vídeos que fazem a recapitulação das

temporadas da série, alguns se auto titulam como um guia para idiotas, que são editados

profissionalmente, tendo uma melhor qualidade de imagem e estrutura. Esses vídeos possuem

um número alto de visualizações, muitos chegando a mais de um milhão de acessos.

Disponivel em: https://www.youtube.com/watch?v=GCUblRB7M8g

Acesso em: 29 de junho de 2014

Para aqueles que fazem parte do mundo das séries existe uma palavra que causam

raiva e aflição: Spoiler. A palavra inglesa spoiler vem do termo spoil e significa estragar. Na

linguagem mídiatica spoiler significa revelar o enredo ou um fato marcante de uma série para

alguem que ainda não teve a oportunidade de assistir. Jenkins (2006) fala do antigo

significado do termo spoiler na mídias, que surgiu devido ao desencontro entre as

temporalidades e geografias dos novos e antigos meios de comunicação.

Nos Estados Unidos, as pessoas da costa leste viam uma seriado de TV três horas

antes do que as pessoas da costa oeste, devido ao fuso horário. Até o quando as pessoas de

diferentes lugares não tinham como se falarem não havia problemas com o spoiler, mas a

partir do momento que os fãs começaram a se comunicar online o spoiler ganhou muito mais

proporção (JENKINS, 2006, p.60-61). Devido a este fato, foram criados aplicativos que

bloqueiam qualquer informação que possa ser considerada spoiler como Spoiler Shield, Larry

Filter e Unspoiler, são usados para evitar spoiler de várias séries, inclusive Game of Thrones.

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Disponivel em: http://info.abril.com.br/noticias/downloads/fotonoticias/5-apps-para-evitar-spoilers-nas-redes-

sociais.shtml

Acesso em: 30 de junho de 2014

Os sites e blogs sobre séries fazem review (resumos semanais) dos episódios de

Game Of Thrones. Esses resumos normalmente são feitos por fãs, que compartilham com os

outros fãs da séries os acontecimentos da série. No início das publicações a palavra spoiler é

escrita em destaque, avisando sobre o conteúdo sobre a postagem.

Disponivel em: http://www.gameofthronesbr.com/2012/04/resenha-do-episodio-2x03-what-is-dead.html

Acesso em: 30 de junho de 2014

Devido ao fato de que as revisões são feitas na maioria das vezes por fãs e não por

pessoas especializadas, as reviews tem um caráter mais opinativo. Elas também possuiem uma

liguagem bem informal, também o uso de termos e menções a acontecimentos de Game Of

Thrones que só quem assiste a série consegue entender.

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Disponivel em: http://www.seriesemfoco.com/2013/04/game-of-thrones-s03e03-walk-of.html

Acesso em: 30 de junho de 2014

Os site e blogs pedem para que seus visitantes comentem as publicações, para que

eles possam ter uma maior e direto feddback do público. A quantidade de comentários vai de

acordo com a popularidade do site ou blog. As pessoas podem escrever o que pensam, seja

coisas positivas ou negativas. Atráves dos comentários feitos nas postagens é possivel notar

que o público de Game Of Thrones faz questão de expressar o que estão achando da série ou

suas opiniões sobre as revisões. Este fato chama a atenção, pois na internet as pessoas não

costumam estar dispostas a perder tempo com conteúdos que as mesmas consideram

irrelevantes, o que levar a deduzir que Game Of Thrones desperta o real interesse do público.

Disponivel em: http://www.gameofthronesbr.com/2012/04/resenha-do-episodio-2x03-what-is-dead.html

Acesso em: 30 de junho de 2014

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Disponivel em: http://www.ligadoemserie.com.br/2013/05/game-of-thrones-climb/

Acesso em: 30 de junho de 2014

A utilização das redes sociais para comentar e compartilhar conteúdo sobre a série

Game Of Thrones cresceu o suficiente para fazer com o site socialbakers fizesse um

levantamento sobre a participação do público no início da terceira temporada nas redes

sociais. Também é possível encontrar na internet vários outros infográficos que mostram o

número de mortes da série, o tempo que cada personagem aparece na série e até uma

infográfico que mostra como série a divisão de Westeros se as casas de Game of Thrones

fossem compostas por redes sociais.

Atráves do gráfico à cima é possivel perceber que o crescimento no número de fãs de

Game of Thrones é maior durante o período em que a série está prestes a estrear. Isso deve-se

ao fato de que antes do início das temporadas a repercussão de assuntos relacionados a série

se torna maior, também a emissora faz um maciço investimento na divulgação de Game of

Thrones o que faz com que o interesse daqueles que ainda não conhecem a série seja aguçado.

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As interações dos fãs no facebook também teve crescimento durante o decorrer da

terceira temporada. O número de curtidas feitas em relação a série é relativamente maior em

relação aos compartilhamentos e comentários. O recurso de curti postagens feitas por sites e

páginas é bem mais prático e simples. Já o gráfico à baixo descreve que o post que atraiu a

atenção dos fãs foi a renovação de Game of Thrones para quarta temporada, isso acontece

devido aos princípios da emoção e da moeda social citados em por Berger (2014). A excitação

pelos episódios finais da série e o desejo de estar associado a um conteúdo notável, que está

em destaque faz com que as pessoas compartilhem, comentem e curtam ainda mais as

postagens.

Disponivel em: http://www.socialbakers.com/blog/1843-how-game-of-thrones-conquered-social-media

Acesso em: 30 de junho de 2014

Alguns episódios de Game Of Thrones, se tornam mais populares do que outros, mas

um dos episódios que marcou a história da série foi o penúltimo da terceira temporada, The

Rains of Castamere, o famoso Casamento Vermelho. A morte dos personagens Robb Stark,

Catelyn Stark e da esposa de Robb, Talisa Maegyr, causou uma intensa reação naqueles que

não leram os livros, e não tinham ideia do que estava prestes a acontecer. O episódios foi o

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mais falado da temporada e quebrou recordes, pois por meio deste episódio Game of Thrones

se tornou a série mais assistida da HBO.

A morte de um dos três principais personagens da série fez com que diferentes tipos

de sentimentos fossem despertados no público. Diferentes princípios fazem com que as

pessoas compartilhem assuntos e conteúdo, e um dos princípios é o da emoção. Berger (2014)

que o compartilhamento de uma emoção é como um cola social, que une as pessoas, mesmo

que elas não estejam em um mesmo lugar um sentimento em comum as une. A excitação

também é uma das emoções que fazem com que as pessoas sintam a necessidade de

compartilhar o que estão sentido umas com as outras, como afirma Berger(2014):

Essas ideias também sugerem que um forma de gerar boca a boca é encontrar as

pessoas quando elas já estão inflamadas. É provável que programas de TV

empolgantes como Deal or No Deal ou séries policiais que produzem ansiedade,

como CSI, deixem as pessoas mais excitadas do que com documentários sobre

personagens históricos. (BERGER, 2014, p.125)

O Casamento Vermelho provocou ansiedade, excitação e nos fãs que não sabiam o

que estava para acontecer. Uma compilação de vídeos que mostra as reações dos fãs ao

assistir o episódio foi publicada no youtube horas depois do episódio ir ao ar. Os vídeos foram

feitos pelos espectadores da série que leram os livros, o vídeo logo se tornou popular e já foi

visto por mais dez milhões de pessoas e possui mais de dezenove mil comentários.

Disponivel em: https://www.youtube.com/watch?v=78juOpTM3tE

Acesso em: 30 de junho de 2014

Já o vídeo publicado pela HBO no seu canal no youtube que mostra os bastidores do

episódio tem mais de um milhão de acessos e mais de cinco mil comentários. O vídeo contém

entrevistas com os criadores da série e cenas exclusivas do episódio.

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Disponivel em: https://www.youtube.com/watch?v=DQsl5Bz312k

Acesso em: 30 de junho de 2014

Os resumos sobre o episódio tiveram uma grande acesso, os fãs utilizaram os

cometários para relatar suas opiniões e também seus sentimentos de assombro, surpresa, e

medo de que outros dos seus personagens favoritos tenham o mesmo destino que os Stark.

Berger (2014) afirma que a mais óbvia diferença entre as emoções é sua agradabilidade ou

positividade.

Disponivel em: http://www.ligadoemserie.com.br/2013/06/game-of-thrones-the-rains-of-castamere/ Acesso em:

30 de junho de 2014

O Casamento Vermelho, segundo os princípios de Berger, foi um gatilho que fez

com que os que já conhecem a série falassem e dilvulgassem Game Of Thrones para aqueles

que ainda não interesse pela série ou os que ainda não tinham ouvido falar na série.

4.2 O CASAMENTO VERMELHO

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Em relação ao Casamento Vermelho, os fãs de Game Of Thrones usaram a rede

social para compartilhar o que tinham acabado de assistir, tanto que segundo informações do

site zap2it o episódio foi um dos motivos que fizeram com que o facebook implantasse as

hashtags, que até então eram uma marca do twitter. Jenkins (2006) afirma que na criação das

narrativas, os autores e até mesmo os leitores criam artifícios que formam um contexto, como

uma cronologia, árvores genealógicas, mapas, tudo para fazer com que o público aprenda os

densos espaços psicológicos e culturais, que são representados pelas historias modernas, sem

que se percam. No caso de Game Of Thrones, se tornou algo chocante para o público, devido

ao fato de que a família Stark eram vistos como os heróis da série.

Os fãs da série Game Of Thrones participam ativamente nas redes sociais como

facebook, através das páginas oficiais, e também por meio de páginas criadas por outros fãs

da série, aonde são compartilhadas imagens, desenhos feitos por fãs, contagem regressiva para

os episódios, informação de bastidores e etc. A página oficial da série possuía seis milhões de

curtidas no início da terceira temporada, hoje a página possui mais treze milhões de curtidas,

ou seja a página obteve um aumento de 30% no números de fãs no facebook.

Disponivel em: https://www.facebook.com/GameOfThrones?fref=ts

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Acesso em: 30 de junho de 2014

Os episódios finais da terceira temporada de Game Of Thrones conquistaram um

significativo número de fãs, o que fez com que a quarta temporada da série se tornasse a mais

assistida de todas as temporadas, provocando um total de 5.1 milhões de interações e um

aumento de 81% do uso da hashtag #GOT nas redes sociais. No facebook, o Casamento

Vermelho foi mencionando mais de 700 mil vezes, muitos consideraram um dos

acontecimentos mais chocantes da televisão, tanto que o episódio foi eleito como o melhor

momento da TV americana em 2013 pela revista Rolling Stones, além de ter atingido a marca

de marca de 5.22 milhões na audiência.

Disponivel em: https://www.facebook.com/GameOfThrones?fref=ts

Acesso em: 30 de junho de 2014

Os vídeo de reações do espectadores foi publicado na página oficial da série no

facebook e obteve mais de 26 mil curtidas e mais de dois mil compartilhamentos. As páginas

não oficiais da série no facebook publicaram várias imagens e vídeos sobre o Casamento

Vermelho, e nessas postagens o número de curtidas, comentários e compartilhamentos é

significativo. O video também entrou para o dvd da terceira temporada como um bonûs.

Berger (2014) afirma que poucas pessoas tem tempo para procurar melhor os

conteúdos que no vasto oceano de informações que se tem acesso atualmente, por isso elas

começam conferindo o que os outros estão compartilhando. As emoções motivadas pelo

episódio impulsionaram o compartilhamento, a alta excitação fez com as pessoas agissem, as

emoções do público podem ser trabalhadas tanto positiva ou negativamente como afirma

Berger (2014)

Pelo lado positivo, anime ou inspire mostrando como as pessoas podem fazer a

diferença. Pela negativo, faça com que fiquem furiosas. (...) Acrescentar mais

excitação a uma história ou anúncio pode ter grande impacto na disposição das

pessoas para compartilhar. (BERGER, 2014, p. 119)

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Além de postagens relacionadas ao episódio, também foram feitas postagens em tom

de piadas com os personagens e também com os atores que não farão mais parte do seriado.

Disponivel em: https://www.facebook.com/GOTBrasil/photos/a.311172578948338.69979.311162358949360/508267619238832

/?type=1

Acesso em: 01 de julho de 2014

Por meios das postagens das paginas não oficiais e da oficial de Game Of Thrones é

possível perceber, que apesar de existirem vários posts relacionados ao Casamento Vermelho,

as páginas se preocuparam em publicar postagens que não mostrassem spoilers para aqueles

que não assistiram o episódio ou ainda estão nas temporadas anteriores.

Disponivel em: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=655127454514599&set=a.206783232682359.57847.204873229540

026&type=1

Acesso em: 01 de julho de 2014

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Nas postagens da páginas não oficiais no facebook os fãs mostraram as mais

diversas reações sobre o Casamento Vermelho, alguns ainda não acreditavam no que tinha

acontecido demostrando seu descontentamento e também especulações sobre os próximos

episódios.

Disponivel em: https://www.facebook.com/questions/528301070566542/

Acesso em: 01 de julho de 2014

Outros acharam justo o destino dos Stark na série, e faziam uma avaliação e críticas

aos personagens no decorrer da série. A interatividade do facebook possibilitou a troca de

opiniões entre fãs da série que curtem as mesmas páginas através dos comentários e das

curtidas.

Disponivel em:

https://www.facebook.com/GOTBrasil/photos/a.311172578948338.69979.311162358949360/570723552993238

/?type=1

Acesso em: 01 de julho de 2014

Já alguns fãs elogiavam ao autor George R. R. Martin e maneira com que o autor

prende os público sem fornecer pistas sobre o futuro dos personagens e as lições de vida

também transmitida pelo autor em sua obra.

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Disponivel em:

https://www.facebook.com/GOTBrasil/photos/a.311172578948338.69979.311162358949360/508394329226161

/?type=1

Acesso em: 01 de julho de 2014

Além de fazer comentários nas páginas, as pessoas também publicaram em suas

paginas pessoais no facebook as suas reações sobre o episódio, também marcaram os amigos

nas postagens, o que fez com que o Casamento Vermelho se tornasse um viral, já que para

que algo se torna viral é preciso que um monte de gente repasse o mesmo conteúdo mais ou

menos na mesma época (BERGER, 2014, p. 100).

As postagens nas páginas pessoais demostram o quanto Game Of Thrones, e em

especifico o episódio The Rains of Castamere, causaram um impacto no comportamento do

público nas redes sociais.

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Disponivel em:

https://www.facebook.com/GOTBrasil/photos/a.311172578948338.69979.311162358949360/508312022567725

/?type=1

Acesso em: 01 de julho de 2014

Atráves desta amostra é possivel perceber que a série Game Of Thrones inovou e

causou uma grande comoção no público. Esse inovação se deve a vários motivos, muitos já

citados, mas é evidente que os fãs da série fizeram com que se tornasse mais e mais popular.

4.3 ANÁLISE DE DADOS

Os dados coletados mostram que a internet facilitou o acesso a conteúdos de

entretimento que antes pareciam distantes. A internet por meio das redes sociais também fez

com que pessoas em todo mundo pudessem interagir e comentar assuntos em comum, como

no caso das séries de TV.

Os seriados, com a ajuda da internet, foram além da televisão e também passaram a

usar as redes sociais, como o facebook, para incentivar o público a consumirem seus produtos,

como é o caso do seriado Game of Thrones. O sucesso da série na TV chegou até as redes

sociais, o que fez com que os próprios fãs passassem a fazer uma propaganda gratuita através

de suas páginas pessoais nas redes sociais.

Em relação a série, diversos motivos podem ser apontados como as razões que

fizeram com que Game of Thrones se tornasse um sucesso mundial como por exemplo a

narrativa envolvente, um elenco qualidade e uma produção grandiosa. Porém podemos

associar o motivo principal do sucesso da série à emissora HBO, através da aplicação da

hipótese do agenda-setting.

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A HBO criou um buzz sobre Game Of Thrones com a divulgação de vídeos de

bastidores, teasers, trailers exclusivos para o público da internet, principalmente durante a

estreia de novas temporadas. Com essas ações a emissora instiga o público da internet a falar,

compartilhar e busca assuntos sobre Game of Thrones. A emissora colocou em prática o

conceito do agenda-setting aonde ela fornece o tema que será tópico e motivo de discursão

entre as pessoas, no caso os fãs da série.

A HBO estava consciente da responsabilidade que tinha no momento que decidiu

transformar a série de livros de George R. R. Martin em um seriado de TV, pelo motivo de

que os livros já eram conhecidos mundialmente antes da série. A emissora fez um grande

investimento no seriado e nas estratégias publicitárias, principalmente na internet como é o

caso dos conteúdos online.

O público correspondeu à expectativa da HBO, e a redes sociais, como o facebook,

foram os meios escolhidos pelas pessoas de expressar em relação a série. A HBO fez com que

seriado o Game of Thrones se tornasse uma motivação para que o público através da internet

tivesse uma relação cada vez mais próxima com a série.

Os princípios citados por Berger (2014) se encaixam no público de Game Of

Thrones, pois o sucesso da série, causado pelas conversas geradas pela HBO, fez com o

seriado se tornasse uma moeda social, fazendo que as pessoas desejasse ser associadas a série.

A emissora também criou gatilhos que fez com que as pessoas fizessem associações com a

seriado, como é o caso da frase “Winter is Coming” (O inverno está chegando) ou próprio

Casamento Vermelho, fazendo com que o público discutissem sobre a série.

A história criada por George R. R. Martin mexeu com as emoções dos

telespectadores, não só pelo interesse despertado pela narrativa ou o apego pelos personagens,

mas também pelo o espanto e pela surpresa causada em alguns episódios, isso fez com que os

fãs sentissem a vontade de compartilhar as suas emoções.

A série de livros As Crônicas de Fogo e Gelo já possuíam um público especifico, e

essa audiência se expandiu com a criação da série. O público de Game Of Thrones não apenas

consome o que transmitido na TV, eles também participam, interagem e criam assuntos

relacionados ao seriado, estimulando os outros fãs a fazer o mesmo.

A história de Game Of Thrones com o incentivo da HBO com a aplicação do agenda-

setting fez com que o seriado se tornasse assunto de conversas, provocando no público o

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desejo de dividir uns com os outros o conteúdo do seriado. O episódio The Rains of

Castamere, como mostra os dados à cima, obteve uma repercussão significativa diante dos fãs

na internet como um todo, e especialmente os das redes sociais como o facebook.

A HBO desde do começo divulgou a série na internet e nas redes sociais, gerando

conversas e discursões sobre a série, porém depois da positiva e massiva resposta do público

ao Casamento Vermelho a emissora passou a ter uma maior interação com os fãs nas redes

sociais, gerando ainda mais conteúdo o que fez com a série atingisse a marca dos mais de 13

milhões de fãs no facebook.

A metodologia observacional é usada, pois a análise é feita através da observação do

fenômeno. Este método não se resume apenas visualizar o fenômeno, é importante também

identificar, descrever as interações e os diferentes processos. A observação no caso é

participante natural, pois observador faz parte do conteúdo que será observado. A principal

vantagem do método observacional participante é o conhecimento prévio e aprofundado sobre

o assunto. No caso o conhecimento prévio sobre o seriado Game of Thrones e o

relacionamento com as redes sociais ajudará na formulação da monografia. O autor Antônio

Carlos Gil explica a importância desse método para as ciências sociais:

Há investigações em ciências sociais que se valem exclusivamente do método

observacional. Outras utilizam-no em conjunto com outros métodos. E pode-se

afirmar com muita segurança que qualquer investigação em ciências sociais deve

valer-se, em mais de um momento, de procedimentos observacionais. (GIL, 2008,

p.16)

O uso dos métodos e dos tipos de pesquisa fazem com que a pesquisa dos dados e

fatores sejam completas e eficiente, que a identificação da problemática seja facilmente

realizada. A análise de como o sucesso seriado Game of Thrones têm influência da internet

tende a ser muito mais rica e sólida com a aplicação correta dos métodos e pesquisas

relatados. A análise é de um conceito geral para um conceito mais especifico, buscando o

compreender o fenômeno e analisá-lo sobre um nova perspectiva, procurando descobrir os

motivos principais que fizeram com que essas duas mídias se interligassem e obtivessem uma

correlação.

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5.0 CONCLUSÕES

Reflexão crítica e limitações do projeto

Durante a realização da fundamentação teórica foi possível perceber a importância da

evolução da comunicação e dos meios de comunicação no passar dos anos. O homem passou

por diversas mudanças comportamentais, e os meios de comunicação se adaptaram a cada

fase vivida pelo mesmo. Os meios de comunicação de massa tomaram proporções importantes

em todo o mundo, estamos rodeados de diferentes forma de comunicar, a comunicação faz

parte do que somos. A televisão, como um dos principais meios de comunicação de massa, é

um exemplo de como os meios de comunicação foram capazes de não somente se adaptar ao

homem, mas também de influenciar no dia-a-dia do público e até ditar a moda e conceitos.

A pesquisa teve como objetivo geral fazer uma análise da relação entre o

comportamento do público internauta com o sucesso da série de TV americana Game Of

Thrones. Através do estudo foi possível perceber que com o uso da hipótese do agenda-setting

a emissora HBO dita, por meio de estratégias publicitarias online nas redes sociais, que Game

Of Thrones será o assunto comentando na internet de acordo com suas intenções. O público

responde a emissora não só com o consumo dos conteúdos disponibilizado pela a emissora,

mas também com a criação de novos conteúdos como no caso do vídeo de reações, que

acabou entrando para o dvd da terceira temporada.

As redes sociais tem uma relação muito próxima com público que gosta e assistir os

seriados de TV, pois muitas vezes é por meio das redes sociais que as pessoas adquirem

informações sobre suas séries. O público que é fã do seriado Game Of Thrones, como pode

ser observado, é bastante ativo na internet na busca de conteúdo sobre o seriado e também nas

opiniões e comentários sobre o mesmo. Foi possível notar através da coleta de dados que o

facebook se tornou uma espécie de confessionário e lugar para desabafo, aonde as pessoas

demonstram aquilo que estão sentido sobres suas séries, e até reclamações diretas as

emissoras de TV.

As séries de TV mostram sua capacidade de conteúdo televisivo têm de cativar o

público, ultrapassar barreias e atingir outros meios como a internet. O sucesso da série na

internet aumentou desde da sua primeira temporada, e Casamento Vermelho foi um dos

episódios que mais repercutiu facebook devido ao fato de que a morte dos personagens

principais, o que surpreendeu os fãs da série. A HBO provoca e incentiva os fãs a se

interessarem ainda mais por Game of Thrones com lançamento de conteúdo exclusivo,

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promoções e interação nas redes sociais. O estudo mostra que Game of Thrones possui uma

relação direta com seu público, o incentivo da emissora e o fascínio dos fãs faz com série se

popularize ainda mais e quebre mais recordes. A HBO procurou os fãs onde eles estavam, ou

seja, nas redes sociais e quis incentivar ainda mais fascínio do seu público por Game Of

Thrones.

Em relação as postagens dos fãs no facebook sobre o episódio, foi possível perceber

que os fãs tinham opiniões fortes sobre o episódio, e não se intimidaram e nem mediram

esforços em expor suas opiniões, não só por comentários, mas também por vídeos e imagens.

A pesquisa, por meio de diferentes dados, mostra a importância das redes sociais na sociedade

contemporânea. As redes sociais deixaram de ser apenas meios de entretenimento, e se

tornaram recursos que exercem uma importante influencia na maneira com que as pessoas

pensam, se comunicam e se expressam. É possível ter um noção dos costumes, gostos e

crenças dos usuários através das rede sociais.

Durante a realização da pesquisa as limitações encontradas foram as dificuldade na

formulação da fundamentação teórica, devido à dificuldade ao acesso aos livros da biblioteca

central, o que atrasou o estudo. A dificuldade de encontrar fontes seguras online que

abordassem temas relevantes sobre o seriado Game Of Thrones foi outro obstáculo enfrentado

no decorrer da pesquisa. A busca por dados online também se tornou uma tarefa complexa

devido a inconstância dessas informações, e dificuldade na separação dos dados e analise.

Contribuição científica e social

Esta pesquisa contribui para o aumento das investigações sobre o comportamento do

público nas redes sociais, a relação estabelecida entre os fãs e seus conteúdos de interesse

através da internet. O mundo moderno e a facilidade ao acesso à internet provocou uma

explosão de diferentes conteúdos destinado aos mais diversos públicos.

Por meio desta pesquisa foi possível perceber que o universo das séries de TV como

Game Of Thrones na internet é bastante vasto, e cresce cada dia mais, de acordo com a busca

feita pelo público seriador. Também contribui com estudo das estratégias de marketing feitas

pelas emissoras da TV através das novas mídias e estudo sobre o crescente evolução na

qualidade e na popularização das séries de TV.

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Proposta de investigação e projetos futuros

A pesquisa é uma das inúmeras maneiras possíveis de estudo sobre a relação das

redes sociais com conteúdo de diferentes tipos meios de comunicação. O estudo da

convergência das mídias, do motivos do compartilhamento e da são fundamentais para que

seja feito o levantamento correto de diferentes questionamentos e para que as soluções para as

problemáticas sejam também encontradas com sucesso. O universo das redes sociais, como o

das séries de TV, é bastante amplo e precisa ser estudado aprofudadamente. A pesquisa

realizada neste trabalho é apenas o começo de um vasto leque de questionamentos que podem

e devem ser aprofundados futuramente.

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