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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CAMPUS POÇOS DE CALDAS ENGENHARIA QUÍMICA LEILIANE APARECIDA DE ALMEIDA DETERMINAÇÃO DE TANINOS EM EXTRATOS DE CASCA DE BANANA POÇOS DE CALDAS/MG 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CAMPUS POÇOS DE CALDAS

ENGENHARIA QUÍMICA

LEILIANE APARECIDA DE ALMEIDA

DETERMINAÇÃO DE TANINOS EM EXTRATOS DE CASCA DE BANANA

POÇOS DE CALDAS/MG

2014

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LEILIANE APARECIDA DE ALMEIDA

DETERMINAÇÃO DE TANINOS EM EXTRATOS DE CASCA DE BANANA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

unidade curricular: Trabalho de Conclusão de

Curso II (ICT 518), do curso de Engenharia

Química da Universidade Federal de Alfenas

(UNIFAL-MG) ministrada pelo Prof. Dr.

Marlus Pinheiro Rolemberg. Orientadora:

Profa. Dra. Maria Gabriela Nogueira Campos.

POÇOS DE CALDAS/MG

2014

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RESUMO

A casca da banana verde é popularmente utilizada para tratar feridas por possuir em sua

composição polifenóis, os taninos condensados, que por meio de suas propriedades

adstringentes são capazes de gerar complexos taninos-proteínas e taninos-polissacarídeos.

Estudos apontam os taninos como inibidores do crescimento microbiano. Testes in vivo

identificaram ação fungicida, antiviral e inibição de enzimas. Taninos estão associados ao

combate a queimaduras, melhora na cicatrização de cortes epiteliais, diarreia, hipertensão

arterial, reumatismo, problemas estomacais, renais e do sistema urinário. Este estudo teve

como objetivo, determinar semi-quantitativamente os taninos condensados presentes na casca

da banana verde. Para isto, utilizou-se o método butanol – ácido próprio para tal finalidade,

em três situações: extrato aquoso, sólido e no pó da casca de banana verde. Os resultados

foram comparados às concentrações de taninos pertencentes a uma curva de calibração padrão

retirada da literatura, em razão da falta do composto cianidina. Os valores aferidos

demonstram que para o pó da casca de banana verde, houve uma maior facilidade na

determinação dos taninos condensados, provavelmente por possuir uma maior superfície de

contato permitindo uma maior reação com o butanol - HCl. Já para os extratos aquoso e sólido

provenientes da casca in natura, os valores foram menores. O extrato aquoso apresentou

menor concentração em relação ao extrato sólido. Por sua vez, em razão do extrato sólido

possuir uma superfície de contato menor, o método butanol – HCl não foi capaz de determinar

grande quantidade de taninos ligados ao seu extrato. Para uma maior extração nas três

situações, talvez seja necessário aumentar a superfície de contato, aumentar o tempo de

reação, ou aplicar uma forma de energia mecânica, como a agitação, no momento da extração

com acetona a 70% e ácido ascórbico a 0,1%. Por meio de estudos realizados foi possível

adquirir uma percepção na quantidade de taninos presentes na casca de banana verde, apesar

das amostras possuírem diferentes umidades. Entretanto, concluiu-se que por meio do método

butanol-HCl é possível quantificar taninos condensados da casca de banana verde.

Palavras-chave: Casca de banana verde. Taninos condensados. Cicatrização.

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ABSTRACT

The green banana peel is popularly used to treat wounds by having in its polyphenol

composition, condensed tannins, which through its astringent properties can generate complex

tannins - protein and tannin - polysaccharide. Studies show that tannins as inhibitors of

microbial growth. In vivo tests identified fungicide, antiviral and inhibition of enzymes.

Tannins are associated with the fighting burns, improves the healing of skin cuts, diarrhea,

hypertension, rheumatism, gastric problems, kidney and urinary system. This study aimed to

determine quantitatively condensed tannins in the green banana peel. For this, we used the

butanol - acid method own for this purpose, in three situations: aqueous extract, solid and

green banana peel powder. The results were compared to the tannin concentrations belonging

to a standard calibration curve withdrawal of literature, because of the lack of cyanidin

compound. The measured values show that to the dust of the green banana peel, there was

greater ease in the determination of condensed tannins, probably because it has a larger

contact surface allowing greater reaction with butanol - HCl. As for the aqueous and solid

extracts from the hulls in nature, the values were lower. The aqueous extract showed a lower

concentration of the solid extract. In turn, because of the solid extract having a smaller contact

surface, the method butanol - HCl was unable to determine lot of tannins linked to your

statement. For greater extraction in the three situations , you may need to increase the contact

surface, increase the reaction time, or apply a mechanical energy form, like shaking at the

time of extraction with acetone to 70 % and ascorbic acid at 0,1%. Through studies it was

possible to acquire a perception in the amount of tannins in green banana peel, although the

samples having different humidities. However, it was found that using the butanol -HCl

method is condensed tannin possible to quantify the green banana peel.

Keywords: Green banana peel. Tannins. Healing.

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SUMÁRIO

1 OBJETIVO ...................................................................................................... 5

1.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 5

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 5

2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 6

3. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 7

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 8

4.1 A PELE E A HISTÓRIA DA CICATRIZAÇÃO ............................................ 8

4.2 ÍNDICES DE FERIDAS CUTÂNEAS NO BRASIL ...................................... 8

4.3 A BANANA ................................................................................................... 10

4.3.1 Aspectos nutricionais ...................................................................................... 11

4.3.2 Banana verde .................................................................................................. 12

4.3.3 Casca da banana verde .................................................................................... 13

4.3.3.1 Flavonóides.....................................................................................................14

4.3.3.2 Taninos............................................................................................................16

4.3.3.2.1 Determinação de taninos.................................................................................19

5. MATERIAS E MÉTODOS ......................................................................... 21

5.1 EXTRAÇÃO PELO MÉTODO DE DECOCÇÃO E SECAGEM.................21

5.2 SEMI-QUANTIFICAÇÃO DOS TANINOS.................................................22

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 24

7. CONCLUSÃO ............................................................................................... 28

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 29

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1. OBJETIVO

1.1 OBJETIVO GERAL

Este estudo pretende caracterizar a casca da banana verde (Musa cavendishii) quanto à

quantidade de taninos presentes.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Pretende-se por meio deste estudo:

Fazer uma revisão bibliográfica a respeito das propriedades da casca de

banana, incluindo os taninos, e sobre a cicatrização em feridas cutâneas.

Buscar conhecimento na literatura sobre os métodos utilizados para

quantificação de taninos condensados.

Semi-quantificar taninos presentes na casca de banana nanica verde (Musa

Cavendishii) pelo método butanol-ácido e comparar seus resultados com os obtidos na

literatura pelo método relatado no Manual de Controle de Qualidade de Alimentos contido na

AOAC Official Methods of Analysis.

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2. JUSTIFICATIVA

Durante a graduação, fui contemplada com uma bolsa de Iniciação Científica

Tecnológica cujo título do projeto foi “Desenvolvimento e caracterização de membranas de

quitosana e casca de banana verde para cicatrização de feridas”. Este projeto foi também

desenvolvido no Programa de pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais

conferindo o título de mestre a Patrícia Battaglini Franco, que caracterizou qualitativamente a

presença de taninos na casca da banana nanica verde por meio de análises de infravermelho,

comprovando a existência destes nas membranas analisadas. Desta forma, viu-se a

oportunidade de dar continuidade a este estudo, determinando semi-quantitativamente o teor

de taninos presentes na casca de banana verde (Musa cavendishii), uma vez que há uma

crescente preocupação na obtenção de tratamentos eficazes na cicatrização de feridas. A casca

de banana verde vem sendo muito estudada para tal finalidade, além de possuir um custo

relativamente baixo, proporcionando a obtenção de um material economicamente viável e de

fácil acesso a toda a população.

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3. INTRODUÇÃO

Considerado um dos maiores órgãos do corpo humano (cerca de 16% do peso corporal),

a pele exerce um papel de extrema importância atuando como a interface do organismo com o

ambiente externo, evitando assim um contato com agentes físicos e químicos e também contra

microrganismos patogênicos. Outras importantes funções que a pele possui é a de evitar a

perda de água, garantir a homeostasia de líquidos e minerais, atuar na secreção e excreção de

moléculas endógenas, participar na regulação térmica e atuar como receptores para a

percepção do meio ambiente (BOROJEVIC; SERRICELLA,1999). Apesar desta vasta

aplicabilidade, a pele está vulnerável a ataques externos ocasionando lesões, cortes e

queimaduras (OLIVEIRA; DIAS, 2012).

Após o rompimento tecidual inicia-se um processo de reparo, no qual uma sequência

de reações ocorre a fim de reconstruir o tecido lesado. Esta série de reações denomina-se

processo de cicatrização. A cicatrização tem como finalidade substituir o tecido lesado por um

tecido conjuntivo vascularizado, reconstituindo assim a homeostasia tecidual (OLIVEIRA;

DIAS, 2012). Por esta razão é necessário o conhecimento desse processo, para que melhores

tratamentos sejam elaborados com o intuito de acelerar a cicatrização evitando infecções que

agravem as lesões e também para proporcionar o bem-estar do paciente.

Diversos métodos vêm sendo estudados para amenizar e até mesmo solucionar estes

problemas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) incentiva, fortemente, o estudo de

plantas medicinais para esta finalidade, avaliando seus benefícios e os riscos de seu uso

indevido (SANTOS et.al., 2012). Pode-se citar entre eles, o estudo da casca de banana verde,

onde os principais compostos bioativos são os taninos que pertencem ao grupo dos

flavonóides. Eles possuem características anestésicas, esterilizantes, atuam como agentes

promotores da regeneração celular, além de possuírem propriedades bactericidas e antivirais

(PEREIRA, 2010).

Ao se abordar o tema cicatrização de feridas, grandes dificuldades são colocadas em

questão. O enfoque principal é encontrar um material que aumente a velocidade de

cicatrização, ou seja, cicatrize em um menor tempo com uma elevada eficiência. Entretanto, a

viabilidade econômica também é fundamental para que este material seja acessível a toda

população.

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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 A PELE E A HISTÓRIA DA CICATRIZAÇÃO

A pele é um sistema epitelial semelhante ao de mucosas, sistema digestivo e ao trato

urogenital, que possui a função de proteger estruturas internas do ambiente externo. O que

difere a pele destes tecidos epiteliais é o fato de o ambiente externo, a que está exposta, ser

imensamente agressivo. Pode-se denominar a pele como a fronteira entre o organismo e o

ambiente (HARRIS, 2003).

Na história, a preocupação em relação ao tratamento de feridas existe desde 3000 anos

a. C., ou seja, pré-históricos utilizavam vários meios para tratar as lesões. Como por exemplo,

faziam uso de extratos de plantas, água, neve, gelo, frutas e até lama (CUNHA, 2006).

Os egípcios empregavam óleos vegetais e aderidos a faixas de algodão. Já gregos e

romanos usavam banhas, óleos minerais, pomadas, entre outros. As plantas medicinais

ganharam destaque nos monastérios no período medieval, no qual defendiam a importância da

manutenção da ferida limpa e remoção de corpos estranhos. O surgimento da penicilina foi

marcado na I Guerra Mundial, trazendo um controle da infecção e uma aceleração no

processo de cicatrização (CUNHA, 2006).

4.2 ÍNDICES DE FERIDAS CUTÂNEAS NO BRASIL

No Brasil, o ministério da saúde tem dado uma atenção maior ao tratamento de feridas

cutâneas, tanto ao que se refere às queimaduras quanto às feridas crônicas.

Há uma estimativa que aproximadamente 1 milhão de pessoas sofram algum tipo de

queimadura a cada ano, sendo que destes, 200 mil são atendidos em serviços de emergência e

40 mil necessitam de hospitalização (CRUZ, 2012).

As queimaduras são a segunda causa de morte infantil no Brasil, ocorrendo geralmente

em ambientes domésticos e provocados pelo manuseio de líquidos superaquecidos. As

estatísticas apontam a água quente como principal causador das queimaduras em crianças de 0

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a 5 anos de idade, totalizando 37,1% de casos. Em seguida estão os líquidos

combustíveis onde o álcool colabora com cerca de 20% dos casos (CRUZ, 2012).

Outros meios de sofrer uma queimadura são as exposições da pele às chamas,

superfícies quentes, o frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção. As lesões com

substâncias químicas são oriundas de ácidos, bases, orgânicas ou inorgânicas. Esta exposição

destrói parcial ou totalmente o tecido epitelial, agravando os danos para o tecido celular

subcutâneo, músculos, tendões e ossos (TAVARES; HORA, 2011).

Queimaduras de decorrência elétrica provocam destruição tecidual e necrose interna,

ainda que as lesões externas aparentem ser pequenas (TAVARES; HORA, 2011).

Uma grave complicação das queimaduras é a infecção, responsável por 75 a 80% dos

óbitos. Elas são decorrentes da extensão superficial corporal queimada, possibilidade de

translocação bacteriana gastrintestinal, internação prolongada e uso inadequado de

anitimicrobianos, além dos procedimentos invasivos que comprometem a defesa natural

(TAVARES; HORA, 2011; CRUZ,2012). Cicatrizes hipertróficas, que se originam devido

ao super crescimento do tecido cicatricial no local da lesão, requerem um tratamento

prolongado e doloroso. Da mesma forma que os quelóides, cicatrizes que invadem uma área

fora da lesão, estão propícios ao reaparecimento mesmo após a realização de cirurgias

(TAVARES; HORA, 2011).

A fim de se amenizar esta situação, medidas educativas devem ser direcionadas a toda

a população, orientando-a como se evitar situações de risco para queimaduras no ambiente

doméstico (TAVARES; HORA, 2011).

Além das queimaduras, as feridas crônicas representam uma grande preocupação para

o sistema de saúde. Ao contrário da maioria das feridas, a ferida crônica não cicatriza ou

então requer um período maior de tempo para que isso ocorra. Existem pacientes com feridas

durante vinte ou até trinta anos (SILVA, 2012).

Úlceras venosas de perna, úlceras de pressão e úlceras de pés diabéticos incluem as

feridas crônicas. Com uma maior frequência têm-se as úlceras de pressão, que afetam mais de

60% dos doentes com feridas crônicas. Estas são lesões ocasionadas pela interrupção

sanguínea localizada. As úlceras de perna são resultado da hipertensão venosa, ou seja,

alterações no sistema venoso ou arterial, que está associado a pacientes com diabetes e/ou

artrite reumatoide. Por outro lado estão as úlceras de pés diabéticos, possuindo um custo de

bilhões de dólares anuais. Elas geram complicações neuropáticas e vasculares, além de um

defeito na espessura da pele que requer um grande período de tempo para cicatrização

(SILVA, 2012).

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4.3 A BANANA

Dentre os locais onde foram encontradas as primeiras plantações de banana estão o sul e

sudeste do continente Asiático e também a África Ocidental como principais centros de

origem. O nome banana surgiu na costa ocidental da África, oriundas das línguas serra-

leonesa e liberiana (DIAS, 2011). Esse termo engloba o gênero Musa da família Musaceae e

difere no número de espécies. As subespécies conhecidas popularmente são a banana prata,

banana branca, banana nanica, banana-maçã, banana d’água e banana-da-terra. Estas

variedades se originam da espécie Musa acuminata (genoma A) ou do cruzamento dos

diplóides Musa acuminata (AA) e Musa balbisiana (BB). As bananas do tipo AAB possuem

maior teor de amido e são ideais para cozimento ou fritura, recebem denominação plátano e as

bananas de mesa são denominadas simplesmente como banana (Figura 1) (PEREIRA,2010).

Figura 1 - Banana (esquerda) e plátano (direita).

Fonte: PEREIRA (2010, p.25)

O bom desenvolvimento da planta bananeira requer calor constante, elevada umidade

e boa distribuição de chuvas. Devido a estas características elas são cultivadas em quase todos

os países tropicais. O Brasil é o 2° maior produtor mundial de banana, sendo cultivado de

norte a sul, abordando a faixa litorânea até os planaltos interiores. Segundo dados do IBGE,

em 2003 a variedade mais consumida foi a banana prata, seguida da banana d’água, banana-

maçã, banana-da-terra e banana ouro. A variedade canvendish, cujo grupo genômico é AAA

(Nanica, Nanicão, Grand Naine e Caipira), representa em torno de 12% da produção global,

os outros 87% restantes correspondem a variadas espécies dependendo da necessidade

desejada (DIAS, 2011).

A banana é mais consumida in natura no Brasil e seu principal produto derivado é o

purê equivalendo a 55% dos produtos industrializados sendo exportado para o Japão, Estados

Unidos e Europa. Outros derivados produzidos são a bananada (20%), a banana passa (13%),

os flocos (10%) e os chips (2%). Entre outros derivados aparecem a fruta em calda, a fruta

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cristalizada, a bala, a farinha, o pó, o suco clarificado simples ou concentrado, o néctar, o

vinho, o vinagre, a cerveja entre outros, além de ser um ingrediente para várias receitas

(PEREIRA, 2010).

4.3.1 Aspectos nutricionais

A banana possui grande aceitação pela população em razão de seus aspectos sensoriais e

nutricionais, sendo fonte de carboidratos e minerais importantes como o potássio e vitaminas.

É uma fruta que possui uma praticidade para ser consumida, por sua casca ser de fácil

remoção e também por proporcionar uma maior higiene para o consumo. Além disso, ela está

disponível para consumo o ano inteiro, sendo assim de fácil acesso e com um custo

relativamente baixo. A polpa de banana é fortemente recomendada como regulador da pressão

sanguínea, depressão, câimbras (pela grande quantidade de potássio que mantém o equilíbrio

eletrolítico do organismo), tabagismo, estresse e úlcera. A Tabela 1 apresenta a composição

química da banana nanica madura in natura (ALMEIDA, 2011).

Tabela 1 - Composição química da banana nanica madura in natura.

Composição química (g/100g) Composição química (mg/100g)

Umidade 74,0 Potássio 380,5

Amido 2,95 Polifenóis totais 26,58

Glicose 13,44 Flavonóides 1,30

Sacarose 5,72 Vitamina C 11,7

Carboidrato 22,0

Lipídios 0,4

Proteínas 1,3

Cinzas 0,7

Taninos 0,63

Fonte: ALMEIDA (2011, p. 5).

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4.3.2 Banana verde

Apesar da maioria dos países consumirem a banana em seu estado maduro, há países

que a consomem em seu estado verde. Consumida em Cuba, a banana verde é cortada em

fatias e é frita. Na África Central, é utilizada na fabricação de cerveja. A banana verde

também aparece no Equador, onde é cozida nos ensopados de milho e carne (IZIDORO,

2007).

É possível obter, na indústria, um aproveitamento de 100% da banana verde. A folha é

utilizada na produção de papéis; o caule para a produção de telhas; a casca, como é rica em

fibras, tem uma vasta aplicação na culinária; e a polpa é aproveitada para a produção de

biomassa que vêm mostrando grande importância na aplicação em alimentos, além de outras

finalidades (IZIDORO, 2007).

Durante o amadurecimento, a banana passa por diversas transformações afetando os

compostos químicos dos frutos. Uma das mudanças mais importantes é a hidrólise do amido,

ocorrendo a conversão do amido em açúcares pela ação da enzima amilase e ocasionando a

alteração na textura da banana. Outra mudança está relacionada com os carboidratos, que

como consequência das transformações ocorre um aumento na pressão osmótica na polpa da

fruta, favorecendo a migração da água da casca para a polpa. A diminuição do teor de

vitamina C também ocorre durante o processo de amadurecimento, devido à atuação direta da

enzima ácido ascórbico oxidase, ou da enzima oxidante como a peroxidase

(ALMEIDA,2011).

O amadurecimento da banana pode ser classificado em sete estágios segundo a escala de

Von Loesecke, de acordo com a cor da casca (Figura 2). A Tabela 2 demonstra a comparação

entre a banana no estágio verde com relação ao estado maduro, explicitando a diferença

existente entre os teores de amido, sacarose e açúcares redutores (IZIDORO, 2007).

Tabela 2 - Parâmetros comparativos entre a banana verde e madura da variedade Taiwan.

Parâmetros Resultados (%)

Banana verde

Resultado (%)

Banana madura

Proteínas 5,30 5,52

Lipídios 0,78 0,68

Fibra bruta 0,49 0,30

Cinzas 3,27 4,09

Amido 62,0 2,58

Sacarose 1,23 53,2

Açúcares redutores 0,24 33,6

Fonte: IZIDORO (2007, p.13).

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Figura 2 - Classificação da banana verde segundo escala de maturação Von Loesecke.

Fonte: IZIDORO (2007, p.13).

Vários estudos vêm demonstrando o poder terapêutico da banana verde. Quando neste

estado, ela apresenta Flavonóides que protegem a mucosa gástrica e, por possuírem amido

resistente (soma do amido e produtos de sua degradação que não são absorvidos no intestino

delgado), atuam como fibras alimentares (IZIDORO, 2007).

.

4.3.3 Casca da banana verde

A casca de banana recebe muito pouca atenção quanto ao seu destino final. A maioria é

utilizada na alimentação animal, na compostagem ou são simplesmente descartadas.

Entretanto, seu descarte acarreta alguns danos ambientais como, por exemplo, se o descarte

ocorrer em rios. Neste caso, o alto teor de carboidratos eleva o teor da demanda bioquímica de

oxigênio reduzindo desta forma a vida aquática e gerando um desequilíbrio no ecossistema

(ROSSO, 2009).

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O uso de tecnologias específicas pode alterar o destino destes resíduos, uma vez que

poderá transformar a casca da banana em diferentes produtos finais, tais como produtos

comerciais ou matéria-prima de produtos terapêuticos (PEREIRA,2010).

Alguns estudos vêm identificando compostos de alto valor em cascas de banana. Estes

compostos são biossintetizados a partir do metabolismo secundário das plantas e apresentam

baixo peso molecular. Eles possuem atividade antioxidante, por esta razão, quando ingeridos

na alimentação humana previnem o risco de desenvolver enfermidades tais como

asteriosclerose, câncer, envelhecimento precoce e doenças cardiovasculares. Dentre os

compostos fenólicos presentes na casca da banana estão os flavonóides e os taninos

condensados. Também são encontrados carotenóides (pró-vitamina A), vitamina C, ácidos

graxos e fitoesteróis que possuem ação antioxidante (PEREIRA,2010).

4.3.3.1 Flavonóides

Dentre os produtos de origem vegetal, os flavonóides são um dos mais importantes

grupos fenólicos e podem ser encontrados nas frutas, vegetais, sementes, flores e cascas de

árvores, e vários destes alimentos fazem parte da dieta humana. Mais de 4 mil flavonóides já

foram identificados (PEREIRA, 2010).

Há muitos anos, os flavonóides vêm sendo utilizados como anestésico local, agente

esterilizante e agente promotor da regeneração celular, sendo obtidos a partir do própolis ou

do mel, com a finalidade de cobrir, proteger e curar lesões, além de possuírem propriedades

bactericidas e antivirais (PEREIRA, 2010).

Os flavonóides são derivados de benzopirona. Sua estrutura química consiste de anéis

benzênicos e pirano (Figura 3), e são diferenciados de acordo com o substituinte da cadeia

lateral, que pode ser uma hidroxila, um grupamento metóxi ou glicosídico, além da

conjugação entre os anéis A e B. A presença de grupos hidroxil na posição carbono 3 do anel

C, a presença de dupla ligação entre os carbonos 2 e 3 do anel C e o número de radicais

hidroxil ligados nos anéis A e B, aumentam sua atividade antioxidante (VIEIRA, et al., 2008).

Quando ingeridos, os flavonóides interferem em alguns processos fisiológicos do

organismo, como a absorção de ferro e de vitaminas (ação quelante). Possuem capacidade

antioxidante, combatendo os radicais livres; atividade antimicrobiana; ação anti-inflamatória;

analgésica; e estimulam a cicatrização (VIEIRA, et al., 2008).

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Testes bioquímicos realizados para identificar o mecanismo de ação dos flavonóides,

demonstraram que os compostos inibem uma grande variedade de enzimas. Como por

exemplo, a oxigenase prostaglandina-sintetase responsável pela biossíntese de eicosanoides

fundamentais na inflamação, sensação dolorosa e reparo tissular. Também inibem a enzima

hialuronidase prevenindo a disseminação bacteriana (VIEIRA, et al., 2008).

Figura 3 - Estrutura química geral dos flavonoides.

Fonte: VIEIRA, et al. (2008, p. 10).

O flavonóide galocatequina (Figura 4), particularmente, pode ser encontrado em

concentrações elevadas nas cascas de banana (PEREIRA, 2010).

Figura 4 - Estrutura química da galocatequina, flavonóide presente na casca

de banana.

Fonte: PEREIRA (2010, p.29).

Estudos comprovam a eficácia dos flavonóides na cicatrização de feridas. SÜNTAR et

al. (2009) avaliaram a atividade cicatrizante da planta Colutea cilicica. Para tal estudo,

extratos aquosos da floração e dos frutos dessa planta foram aplicados em um modelo de

excisão tecidual em camundongos até completa cicatrização. A presença de flavonóides e

alguns taninos, por meio de uma análise preliminar, foi detectada em sua composição. Os

autores afirmam que estes compostos ativos são responsáveis pela cicatrização de lesões

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devido à sua propriedade antimicrobiana e pela elevada taxa de epitelização (PEREIRA,

2010).

KHALIL, AFIFI e AL-HUSSAINI (2007) submeteram camundongos à avaliação do

potencial cicatrizante dos extratos aquosos de Inula viscosa, Ajuga chia, Rubia taenifolia e

Parieteria diffusa, e do óleo essencial de Laur us nobilis. Nos extratos de Inula viscosa,

seguido por Parieteria diffusa, Laurus nobilis e Ajuga chia, foram observadas as melhores

atividades cicatrizantes, os quais apresentaram compostos fenólicos/flavonoides, entre outras

substâncias em sua composição, conforme os resultados obtidos na análise fitoquímica. O

extrato menos ativo foi o de Rubia taenifolia, cuja análise fitoquímica não identificou tais

compostos (PEREIRA, 2010).

4.3.3.2 Taninos

Os taninos são compostos fenólicos com alto peso molecular (500- 3000 Da) oriundos

do metabolismo secundário das plantas. São encontrados tanto em gimnospermas quanto em

angiospermas, nas raízes, na casca, nas folhas, nos frutos, nas sementes e na seiva. Eles são

muito reativos quimicamente, formando pontes de hidrogênio intra e intermoleculares, o que

permite uma grande afinidade de ligação com proteínas. Um mol de taninos é capaz de ligar-

se a doze mols de proteínas. Também são capazes de se ligar a aminoácidos e polissacarídeos.

Esta capacidade de ligação é possível devido às propriedades que possuem, como baixa

solubilidade, moléculas grandes e mobilidade, proporcionando ligações hidrofóbicas, pontes

de hidrogênio, iônicas e covalentes (BATTESTIN; MATSUDA; MACEDO, 2004).

As peles de animais eram tratadas com a infusão de cascas de árvores como o carvalho e

a castanha, obtendo couros maleáveis e de grande durabilidade. Esta infusão recebeu a

denominação de taninos. Suas primeiras características identificadas foram adstringência em

alimentos e bebidas como, por exemplo, quando se consome frutas verdes e vinhos tintos e

também sua propriedade de precipitar proteínas solúveis. Há estudos que comprovam a

função de proteção que os taninos exercem nas plantas contra os herbívoros e as doenças

patogênicas em razão da ligação com as proteínas (FILHO, 2004; QUEIROZ; MORAIS;

NASCIMENTO, 2002).

São classificados como hidrolisáveis e condensados. Os taninos hidrolisáveis (Figura 5)

são poliésteres de ácidos fenólicos como o ácido gálico. São constituídos por uma molécula

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de D-glucose e não são muito abundantes na natureza. Os taninos condensados (Figura 6),

conhecidos como proantocianidinas que dão a característica de adstringência, precipitação de

proteínas, são polímeros formados pela condensação de moléculas de flavan-3-ols (catequina)

e flavan-3-4-diol (leucoantocianidina), produtos do metabolismo do fenilpropanol. As

proantocianidinas apresentam pigmentação avermelhada da classe das antocianidinas, como

cianidina e delfinidina, possuem grande diversidade estrutural em razão dos padrões de

substituições entre unidades flavônicas, diversidade de posições entre suas ligações e a

estereoquímica de seus compostos (BATTESTIN; MATSUDA; MACEDO, 2004).

Figura 5 - Estrutura química de tanino hidrolisável.

Fonte: BATTESTIN; MATSUDA; MACEDO, (2004, p.72).

Figura 6 - Estrutura química de tanino condensado.

Fonte: BATTESTIN; MATSUDA; MACEDO, (2004, p.74).

Os taninos possuem importância no âmbito industrial. Na estabilização da cerveja,

atuam para reduzir a concentração protéica utilizando o ácido tânico (tanino hidrolisável)

através da precipitação originando o complexo tanino-proteico que são retirados da cerveja

por meio da sedimentação ou centrifugação. Outra aplicabilidade é no curtimento de pele

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animal para a transformação em couro, no qual o tanino vegetal ocupa lugar de destaque.

Também são importantes na produção de resinas. Apesar de geralmente as resinas serem

obtidas a partir do petróleo, as resinas obtidas por meio de taninos vegetais apresentam

características de ligação interna, viscosidade e tempo de formação de géis semelhantes às

resinas comerciais (BATTESTIN; MATSUDA; MACEDO, 2004; FILHO, 2004).

Estudos apontam os taninos como inibidores do crescimento microbiano. O mecanismo

nas bactérias está associado à formação de complexos entre os taninos e a parede celular

fazendo com que ocorra a inibição do transporte de nutrientes para a célula ocasionando a

morte destas. Outros estudos mostraram que os taninos alteram morfologicamente a estrutura

das bactérias. Testes in vivo identificaram ação fungicida, antiviral, inibição de enzimas como

glicosiltransferases de Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinus (FILHO, 2004;

QUEIROZ; MORAIS; NASCIMENTO, 2002).

FRANCO (2014) desenvolveu e caracterizou membranas de quitosana com casca de

banana verde, no qual estas apresentaram resultados inibitórios de crescimento de

Staphylococcus aureus e Escherichia coli. As membranas também apresentaram alta

permeabilidade ao vapor d’água tendo uma média de 20,11 g.mm/m2.dia.Kpa, característica

importante para uma maior eficiência na cicatrização de feridas cutâneas.

Os taninos também auxiliam na cicatrização de queimaduras, sanam o sangramento em

cortes epiteliais, combatem a diarréia, hipertensão arterial, reumatismo, problemas

estomacais, renais e do sistema urinário. Possuem estas funções por haver complexação com

íons metálicos, atividade antioxidante e sequestradora de radicais livres e complexação com

proteínas, polissacarídeos e aminoácidos (QUEIROZ; MORAIS; NASCIMENTO, 2002).

O efeito anti-inflamatório dos taninos permite a aplicação interna, ajudando a limitar a

gastrite, distúrbios. A diarréia é causada devida a enterite ou irritação do intestino delgado

sendo até a causa de várias mortes em todo o mundo. Os taninos não interrompem o fluxo da

substância perturbadora no estômago, mas ajudam a controlar a irritação no intestino delgado

(ZOOTEC, 2008).

Apesar de muitos benefícios, os taninos também possuem suas desvantagens. São

considerados como “anti-nutrientes” por diminuírem a absorção de alguns nutrientes para o

corpo. Como por exemplo, podem-se citar os taninos presentes no chá e no café. O consumo

em excesso destas bebidas, sem o leite como mistura, leva a deficiência da absorção de cálcio

e ferro, causando a osteoporose e a anemia. Por esta razão, é importante restringir o uso

excessivo dos medicamentos ricos em taninos (FILHO, 2004).

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MAINA et. al.(2012) estudaram as propriedades da polpa e da casca de banana

verde (Musa sapientum), das variedades catura, ouro, da ribeira e Fhia 16. Neste trabalho, os

taninos condensados foram quantificados pelo método relatado no Manual de Controle de

Qualidade de Alimentos, contido na AOAC (Association of Official Analytical Chemists)

Official Methods of Analysis. Em uma amostra fresca moída foi adicionado como reagente

FeCl2 em HCl 0,1 M e ferrocianeto de potássio. A absorbância foi lida a 620 nm em um

espectrofotômetro de UV-Visível. Na Tabela 3, é possível observar os resultados obtidos.

Tabela 3 - Presença de taninos na banana verde e madura.

Banana Taninos (mg/g)

Mesocarpo (polpa)

Verde 1,10

Maduro 4,29

Pericarpo (casca)

Verde 5,86

Maduro 5,55

Fonte: MAINA, et.al. (2012, p.5).

4.3.3.2.1 Determinação de taninos

Vários métodos são utilizados para quantificar a presença de taninos em vegetais. Tais

métodos são por precipitação de metais ou proteínas e por métodos colorimétricos. Estes

últimos são utilizados para quantificar grupos de taninos específicos, entretanto são muito

aplicados (FILHO, 2004).

O método Folin-Denis é muito utilizado, porém não faz distinção entre compostos

fenólicos e outros materiais redutores ou antioxidantes, como o ácido ascórbico, formando

precipitados que interferem na leitura da absorbância. Uma alteração neste método gerou o

Folin-Ciocalteau, que apresenta uma maior sensibilidade para os polifenóis usando como

solvente a acetona 50% (MONTEIRO, J. M.; ALBUQUERQUE, U. P.; ARAÚJO, 2005).

Quando se quer determinar taninos condensados, o ideal é a utilização dos métodos

butanol-ácido e o da vanilina. A reação da vanilina depende dos taninos condensados para

haver a formação de compostos coloridos. Para um bom resultado, o tipo de solvente, sua

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concentração, a natureza do ácido, o tempo de reação, a temperatura e a concentração da

vanilina influenciarão. O maior empecilho é a reatividade de subunidades de polímeros de

taninos, caracterizando a falta de especificidade para os taninos condensados. No método

butanol-ácido ocorre a despolimerização oxidativa dos taninos condensados. A reação é

catalisada por ácido resultando na formação de moléculas de antocianidina de coloração

vermelha (Figura 7), sendo assim possíveis de serem identificadas por fotocolorimetria. O

solvente mais utilizado é a acetona 70% em meio aquoso contendo 0,1% de ácido ascórbico.

Utiliza-se a acetona por ser um eficiente solvente para a extração de protoancianidinas e ácido

ascórbico para prevenir a oxidação dos taninos durante a extração. Uma modificação no

método foi necessária para que lipídios solúveis e pigmentos que não sejam taninos fossem

retirados, para isto foi incorporada a ação do éter etílico (MONTEIRO, J. M.; ALBUQUERQUE,

U. P.; ARAÚJO, 2005).

Figura 7 – Taninos condensados catalisados por ácido resultando na formação

de moléculas de antocianidina.

Fonte: Schofield; Mbugua; Pell (2001, p.25).

Devido à alta reatividade das subunidades com materiais oxidativos e a complexação

com macromoléculas, a quantificação se torna muito complexa, por isso a existência de

variados métodos para tal, onde é possível analisar taninos totais, condensados, hidrolisáveis e

compostos fenólicos em geral (QUEIROZ; MORAIS; NASCIMENTO, 2002; ZOOTEC,

2008).

Neste estudo será utilizado o método butanol-ácido para a determinação de taninos

condensados contido na casca da banana (Musa spp) verde.

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21

5. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a extração dos taninos condensados, utilizou-se a banana verde nanica (Musa

cavendishii) segundo a classificação de Von Loesecke: totalmente verde (Figura 8). Os

reagentes e equipamentos são descritos a seguir.

Figura 8- Banana (Musa cavendishii)

nanica utilizada nos ensaios, em seu

estágio totalmente verde.

Fonte- Da autora.

Reagente e soluções:

Dietil éter PA;

Acetona aquosa 70% com ácido ascórbico 0,1%;

Butanol contendo 5% de HCl PA.

Equipamentos:

Agitador magnético com aquecimento, Nova Ética modelo HX 114;

Estufa Nova Ética modelo 400/ND com circulação de ar;

Centrífuga Nova Técnica modelo NT 810;

Banho-maria Solab;

Colorímetro HACH modelo DR-2800.

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5.1 EXTRAÇÃO PELO MÉTODO DE DECOCÇÃO E SECAGEM

A extração dos taninos na casca de banana nanica verde (Musa cavendishii) foi

realizada por dois métodos: decocção e secagem. No método de decocção, foram pesados

250g de epicarpo, sanitizados com solução de hipoclorito de sódio 1% por 15 minutos,

lavados em água corrente e imersos em 1L de água destilada para a cocção por 2h com auxílio

de agitador magnético com aquecimento. Após este período a água resultante foi filtrada e

estocada sob-refrigeração a aproximadamente 4°C.

Já no método de secagem, os frutos foram lavados em água corrente, a casca foi

removida e as polpas descartadas. Foram pesados 250g de epicarpo e imersos em hipoclorito

de sódio 1% durante 15 minutos, em seguida lavadas em água corrente. Após este

procedimento, eles foram secos com um papel toalha. Em seguida, cortou-se a casca em cubos

(cerca de 4 cm²) e estes foram colocados em estufa, com circulação de ar a 70 °C durante 24h.

O produto seco foi moído e peneirado em uma malha de 1 mm (FRANCO, 2014).

5.2 SEMI - QUANTIFICAÇÃO DOS TANINOS

A metodologia empregada neste estudo encontra-se resumida no fluxograma a seguir

(Figura 9).

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23

Figura 9- Fluxograma da metodologia empregada no ensaio de determinação de taninos.

Fonte- Da autora.

Pericarpo (casca) da

banana nanica verde

Sanitização de 500g de

pericarpo com

hipoclorito de sódio a 1%

por 15 min

Extração de

taninos por cocção

Extração de taninos

por secagem

Aquecimento de 250g de

pericarpo em 1L de água

destilada por 2h

250g de pericarpo

cortados com

dimensões 2x2 cm

Secagem em estufa com

circulação de ar a 70°C por

24h. Triturado e peneirado

em malha de 1 cm

Extrato sólido

(massa)

Extrato aquoso

10 mg do pó +

2,5mL de acetona

aquosa a 70% com ácido

ascórbico a 0,1%+

2,5 mL de dietil éter

PA

Solventes evaporados, tendo como

referência o ponto de ebulição da

acetona a 56°C

Reajuste para 5 mL com água

destilada, centrifugado a 1000 rpm

por 5 min

Sobrenadante

(alíquotas de

0,3 mL)

Resíduo sólido

Adição de 1,8

mL de

butanol-HCl a

5%

Adição de 0,7

mL de água

destilada+

4,2 mL de

butanol-HCl a

5%

Absorbâncias lidas a 550 nm

10 mg da massa +

2,5mL de acetona

aquosa a 70% com ácido

ascórbico a 0,1%+

2,5 mL de dietil éter

PA

Solventes evaporados, tendo como

referência o ponto de ebulição da

acetona a 56°C

Reajuste para 5 mL com água

destilada, centrifugado a 1000 rpm

por 5 min

Sobrenadante

(alíquotas de

0,3 mL)

Resíduo

sólido

Adição de

1,8 mL de

butanol-HCl a

5%

Adição de 0,7 mL

de água destilada

+ 4,2 mL de

butanol-HCl a 5%

10 mL da amostra +

1,8 mL de butanol-HCl

a 5%

Banho-maria a

95°C por 70 min

Pó da casca

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Para a análise quantitativa realizou-se o método butanol-ácido. Aproximadamente 10mg

do extrato em pó da casca tiveram seus taninos condensados extraídos por uma mistura de 2,5

mL de acetona aquosa a 70% com ácido ascórbico a 0,1% e 2,5 mL de dietil éter PA. Os

solventes foram evaporados, considerando a temperatura de ebulição da acetona a 56°C, a

amostra teve seu volume reajustado para 5 mL com água destilada, centrifugado a 1000 rpm

por 5 minutos e separado do resíduo sólido.

1,8 mL de solução de butanol-HCl a 5% foram adicionados a alíquotas de 0,3 mL do

extrato sobrenadante (fase aquosa) a mistura foi levado a banho-maria a 95°C por 70 minutos.

Após este período as absorbâncias foram lidas no colorímetro. No caso dos taninos

condensados ligados ao sólido (fase sólida), estes foram determinados por adição de 0,7 mL

de água destilada e 4,2 mL de butanol-HCl a 5% e levados a banho-maria a 95°C por 70

minutos. A solução foi filtrada com auxílio de gazes e leu-se as absorbâncias no colorímetro.

A concentração total de taninos condensados será a soma das frações solúveis e os ligados ao

resíduo.

No método de cocção, utilizou-se 10 mg da massa da casca da banana verde e seguiu-se

o mesmo procedimento adotado para o pó da casca. Para o extrato aquoso obtido pela cocção,

foram coletados 10 mL e adicionados 1,8 mL de butanol-HCl a 5%. Em seguida foram

levados a banho-maria a 95°C por 70 minutos e lidas a absorbância no colorímetro. Todos os

ensaios foram realizados em triplicata (SILVA et. al., 2009).

Para determinação da concentração de taninos a partir da absorbância é necessário

utilizar uma curva de calibração padrão, construída a partir de soluções com concentrações

conhecidas para correlacionar absorbância versus concentração. Diversas substâncias podem

ser usadas como padrão para os taninos condensados, a citar: cianidina e ácido tânico

(SCHOFIELD; MBUGUA; PELL, 2001). No entanto, como nenhum destes reagentes

estavam disponíveis, optou-se por utilizar a curva de calibração padrão do composto cianidina

determinada por SCHOFIELD; MBUGUA; PELL (2001), apresentada na Figura 10.

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25

Figura 10 – Relação entre concentração de tanino condensado e

absorbância a 550 nm.

Fonte: Schofield; Mbugua; Pell (2001, p.26).

Dessa forma, após a leitura das absorbâncias, os valores de concentração (m/v) de

taninos foram obtidos pela curva de calibração padrão e então convertidos em concentração

mássica (mg de tanino/g de casca) através das relações de volume.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Diante dos valores lidos têm-se as absorbâncias para o extrato da casca de banana em pó

obtido pelo método da secagem e para o extrato sólido e aquoso obtidos pela decocção. Deve

ser considerado que a concentração total de taninos condensados é dada pela soma das frações

de taninos solúveis e os ligados ao resíduo. A partir da curva de calibração padrão apresentada

na Figura 10, obteve-se as concentrações aproximadas de taninos condensados e realizou-se

as conversões para concentração mássica. Tais valores podem ser observados na Tabela 4.

Tabela 4 - Valores médios de absorbância a 550nm para o pó, extrato aquoso e extrato sólido da casca

da banana (Musa cavendishii) verde e suas respectivas concentrações de taninos condensados.

Pó da casca

Extrato

aquoso

Extrato

sólido

Valores médios de absorbância

(fase sólida) 0,843±0,098 - 0,017±0,003

Valores médios de absorbância

(fase aquosa)

0,107±0,002 0,129±0,024 0,006±0,001

Concentrações aproximadas de taninos

condensados mg/mL (fase sólida) 0,08 - 0,0005

Concentrações aproximadas de taninos

condensados mg/mL (fase aquosa) 0,005 0,01 0,0002

Massa de taninos (fase sólida) (mg) 0,39 - 0,00245

Massa de taninos (fase aquosa) (mg) 0,0105 0,1 0,00042

Concentração mássica de taninos

(mg/g de casca de banana) 40,25 0,0004 0,287

Fonte – Da autora.

A maior concentração de taninos foi encontrada no pó da casca da banana verde,

podendo ser indício de uma maior superfície de contato reagindo com o butanol-HCl, o que

faz com que uma maior quantidade de taninos se quebre em cianidina e possa ter sua

absorbância lida no espectrofotômetro.

Os valores encontrados para o extrato aquoso e para o extrato sólido obtido pelo método

de cocção comprovam que grande quantidade dos taninos condensados presentes na casca de

banana in natura possivelmente não foram extraídos para a água. Também há a possibilidade

da água ser um interferente na determinação de taninos como afirmam SCHOFIELD et. al.,

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27

(2001). Segundo os autores a quantidade de água no meio da reação é referida como crítica na

determinação quantitativa de taninos. Ainda assim, o extrato sólido possui uma menor

superfície de contato, dificultando talvez a reação do butanol – HCl com os taninos ainda

presentes, uma vez que o próprio método butanol – HCl orienta o extrato ser seco, moído e

peneirado em malha de 1 cm de acordo com SILVA, et.al (2009). Este problema poderia ser

revertido, talvez, se o tempo de reação com o butanol-HCl fosse aumentado, ou se fornecer

energia mecânica com agitação no momento de extração dos taninos onde se utiliza a acetona

70% com ácido ascórbico 0,1%, devendo ser aplicada estas ações não somente para o extrato

sólido, mas também para o extrato aquoso e para o pó da casca.

Embora tratar-se de espécies diferentes, o trabalho de MAINA et al (2012) pode ser

usado para se ter uma percepção sobre os resultados obtidos no presente trabalho. MAINA et

al (2012) encontraram 5,86 mg de taninos/g de pericarpo de banana verde, enquanto que para

a casca de banana em pó encontrou-se uma concentração quase dez vezes maior. Por se tratar

de diferentes umidades não é possível uma comparação direta dos valores, entretanto este

resultado pode ser indício que a metodologia contida na AOAC empregada por MAINA et.

al.(2012), foi menos eficiente do que a empregada neste estudo utilizando o método butanol-

HCl para tal situação. Por outro lado, considerando a mesma umidade para a amostra utilizada

por MAINA et. al. e a amostra do extrato sólido, a metodologia contida na AOAC foi mais

eficiente, talvez pelo uso de diferentes reagentes ou pela diferença das superfícies de contato.

Já a determinação de concentração de taninos para o extrato aquoso, realmente, foi o menos

eficiente. Diante dos resultados, é importante considerar as possíveis perdas ocorridas durante

todo o processo experimental, as diferentes umidades das amostras, as diferentes quantidades

de amostras utilizadas, além dos valores aproximados obtidos pela curva padrão.

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28

7. CONCLUSÃO

Por meio deste estudo, foi possível adquirir um maior conhecimento a respeito das

propriedades cicatrizantes da casca de banana verde, bem como sua composição e importância

nutricional. Além disso, também foi possível estudar os métodos quantitativos utilizados na

determinação de taninos e semi-quantificar os taninos condensados presentes na casca de

banana nanica verde (Musa cavendishii) por meio do método butanol – ácido. Os valores

encontrados permitiram uma percepção sobre a quantidade de taninos presentes no material

analisado, uma vez que aproximações foram realizadas em uma curva de calibração padrão

retirada da literatura. A casca da banana em pó obteve uma maior concentração de taninos

condensados quando comparada aos demais extratos sólido e aquoso. Apesar das diferenças

entre as umidades pode-se dizer que, quando analisada uma amostra em sua forma sólida em

pó, há uma maior eficiência na determinação de taninos condensados utilizando o método

butanol - ácido.

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