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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL DISCIPLINA: SEMINÁRIOS APLICADOS CIRCOVIROSE SUÍNA E SEU CONTROLE UMA REVISÃO Thales Coelho de Alvarenga Orientador (a): Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito GOIÂNIA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

DISCIPLINA: SEMINÁRIOS APLICADOS

CIRCOVIROSE SUÍNA E SEU CONTROLE

UMA REVISÃO

Thales Coelho de Alvarenga

Orientador (a): Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito

GOIÂNIA

2011

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THALES COELHO DE ALVARENGA

CIRCOVIROSE SUÍNA E SEU CONTROLE

UMA REVISÃO

Seminário apresentado junto à

Disciplina Seminários Aplicados do

Programa de Pós-Graduação em

Ciência Animal da Escola de

Veterinária e Zootecnia da

Universidade Federal de Goiás. Nível:

Doutorado.

Área de Concentração:

Sanidade Animal, Higiene e

Tecnologia de Alimentos (SANHTA)

Linha de Pesquisa:

Etiopatogenia, epidemiologia,

diagnóstico e controle das doenças

infecciosas dos animais

Orientador (a):

Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito – IPTSP/UFG

Comitê de Orientação:

Jurij Sobestiansky – EVZ/UFG

GOIÂNIA 2011

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 3

2.1Histórico ......................................................................................................... 3

2.2 Agente etiológico .......................................................................................... 4

2.3 Epidemiologia e Formas de transmissão ...................................................... 5

2.4 Patogenia ...................................................................................................... 7

2.5 Manifestações clínicas .................................... Erro! Indicador não definido.

2.5.1 SMDS ..................................................................................................... 7

2.5.2 PNDS ..................................................................................................... 9

2.5.3 PNP ........................................................ Erro! Indicador não definido.0

2.5.4 Falhas reprodutivas .............................................................................. 10

2.5.5 Tremores congênitos ............................................................................ 10

2.5.6 Enterite associads ao PCV2 ................................................................. 10

3 IMUNOLOGIA ................................................................................................... 12

4 FATORES QUE MODULAM DOENÇAS CAUSADAS POR PCV2 ................... 13

4.1Fatores virais ............................................................................................... 13

4.2Fatores do hospedeiro ................................................................................. 14

4.3Co-infecções ................................................................................................ 14

4.4Imunomodulação ......................................................................................... 14

5 DIAGNÓSTICO ................................................................................................. 15

5.1Técnicas de diagnóstico laboratorial ............................................................ 16

5.1.1 PCR ........................................................ Erro! Indicador não definido.6

5.1.2 ISH e IHQ ............................................................................................ 1.6

6 CONTROLE ...................................................................................................... 17

6.1Medidas higiênicas ...................................................................................... 17

6.2Medidas sanitárias ....................................................................................... 18

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 22

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 23

v

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação esquemática da partícula do vírus da

circovirose suína

2

Figura 2 - Figura de leitões na fase de creche, com um animal

acometido por SMDS

8

Figura 3 - Figura de um leitão com sinais clínicos de PNDS 9

Figura 4 - Esquema de sinais clínicos e achados histopatológicos

de um animal acometido de enterite por PCV2

1

vi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Esquematização dos 20 princípios de Madec 1

Quadro 2 - Vacinas comerciais para PCV2 2

1 INTRODUÇÃO

A suinocultura brasileira, a exemplo das outras cadeias produtivas

do agronegócio, cresceu significativamente nos últimos anos. Atualmente o

Brasil é o 4º maior produtor de suínos no mundo e o 4º maior exportador de

carne suína no mercado internacional. Os dados da suinocultura brasileira

indicam a existência de 1,65 milhões de matrizes suínas, produziu 3,24 milhões

de toneladas de carne em 2010 e apresentou uma receita de US$ 1,34 bilhões

em exportações em 2010. Temos mais de 50 mil produtores, gerando um

milhão de empregos diretos

Segundo a associação brasileira da indústria importadora e

exportadora de carne suína (Abipecs), uma vantagem comparativa significativa

para o Brasil na ampliação da sua participação no mercado internacional está

na disponibilidade de terras agriculturáveis a serem exploradas e na

capacidade de produção de grãos que o país apresenta, aliadas a grande

extensão geográfica do país. Porém o Brasil encontra barreiras sanitárias em

praticamente todos os maiores importadores de carne suína do mundo, com

exceção da Rússia, que ainda não integra a Organização Mundial do Comércio

(OMC) (ABIPECS, 2011).

Dentre as principais doenças que causam impacto negativo na

suinocultura brasileira encontra-se a circovirose suína (CV). Atualmente a

maior parte das granjas brasileiras é positiva para o circovírus suíno tipo 2

(PCV2), que é responsável por importantes impactos na saúde dos animais. A

doença cursa com alto índice de abortos e natimortos nas matrizes e afeta

principalmente animais nas fases de crescimento e engorda. Causa grande

prejuízo na indústria suinícola em decorrência do aumento da mortalidade,

diminuição do desempenho dos animais e elevados índices de refugagem

(LÓPEZ-SORIA et al., 2005).

Estudos ―in vitro‖ demonstraram que o vírus sozinho é incapaz de

causar doença clínica. Mas se associado a outros fatores pode desencadear

enfermidades, sendo considerada então uma doença multifatorial. Nos animais

de crescimento e terminação é chamada de síndrome multissistêmica do

definhamento suíno (SMDS), principal manifestação clínica da CV. As taxas de

morbidade e letalidade em decorrência da manifestação da SMDS variam entre

2

quatro e 30%, dependendo das práticas de manejo, co-infecções, fatores

genéticos do hospedeiro e genótipo viral (GRAU-ROMA et al., 2009).

O PCV2 é considerado ubíquo nos suínos e é excretado por via

nasal, bronquial, fecal e urinária de animais com ou sem a SMDS, sendo as

secreções nasais ou aerossóis apontados como a principal forma de

transmissão horizontal (CAPRIOLI et al., 2006).

Nas propriedades nas quais a SMDS é relatada, geralmente,

observa-se a associação entre o PCV2 e outros vírus (vírus da síndrome

reprodutiva e respiratória suína, parvovírus suíno, influenza suína e

coronavírus) e/ou bactérias como Haemophilus parasuis, Actinobacilus

pleuropneumoniae, Streptococcus suis e Mycoplasma hyopneumoniae) (KIM et

al., 2001).

Um diagnóstico de circovirose suína deve apresentar os sinais

clínicos associados com lesões macro e microscópicas e detecção do material

genético viral. Apesar do sucesso das vacinas no controle de circovirose,

devemos lembrar que esta síndrome tem uma etiologia multifatorial, portanto

uma avaliação dos fatores de risco na exploração é necessária (OPRIESSNIG

et al., 2007).

Diante da importância dessa enfermidade no rebanho mundial e do

fato de não se ter um modelo eficaz de controle das manifestações clínicas da

infecção, este estudo tem como objetivo revisar aspectos da infecção pelo

PCV2 com um enfoque maior na prevenção e controle dos fatores secundários.

3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Histórico

O circovírus suíno foi relatado primeiramente por Tischer et al.

(1974), mediante microscopia eletrônica, ao observarem um vírus

morfologicamente semelhante a um picornavírus, que causava infecção

persistente em cultivo celular de rim suíno (PK-15) sem induzir efeito citopático.

Posteriormente, foi demonstrado que esse vírus possuía um genoma composto

por um filamento único de DNA, circular e fechado, razão pela qual

denominaram-o de circovírus suíno (TISCHER et al., 1982).

Infecções experimentais com PCV em suínos permitiram verificar a

eliminação do agente nas fezes e na secreção nasal dos animais, mas os

animais não apresentaram sinal clínico de doença ou alterações morfológicas

(TISCHER et al., 1986).

Diante desses resultados, estudos com o agente tornaram-se

irrelevantes até que, em 1991, no Canadá, um veterinário observou um grupo

de animais que apresentavam um quadro grave de emagrecimento progressivo

com dificuldades respiratórias, palidez e icterícia, com mortalidade de

aproximadamente 10% (SEGALES, 2007).

Estes animais foram necropsiados e foi coletado material para

exame histopatológico que revelou a presença de lesões no sistema linfóide

(depleção linfocitária e infiltração granulomatosa dos tecidos linfóides) de

origem até então desconhecida (SEGALES, 2007).

Em 1994, um surto de uma doença inflamatória com caquexia

progressiva, elevadas taxas de mortalidade e afetando principalmente leitões

da creche, com evolução subaguda a crônica foi descrito no Canadá em

sistemas de produção de variados status sanitários (SEGALES, 2007).

Em 1998, Hamel et al. descreveram toda a sequência genômica do

agente causal dos surtos e associaram ao vírus descrito anteriormente por

Tischer, 1974 e concluíram que esta variante do vírus apresentava diferenças

em relação ao circovírus não patogênico anteriormente isolado nas células de

rim de suínos PK-15 (68% de homologia).

4

Desta forma o circovírus patogênico, associado aos sinais clínicos

relatados, foi denominado de circovírus suíno tipo 2 (PCV2), enquanto que o

circovírus não patogênico passou a ser conhecido como circovírus suíno tipo 1

(PCV1) (MEEHAN et al., 1998).

A circovirose suína foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em

2000. Desde então vários casos novos de suspeita clínica com confirmação

laboratorial foram identificados e atualmente encontra-se disseminada por todo

o território nacional causando grandes perdas econômicas para a suinocultura

brasileira (ZANELA et al., 2001).

2.2 Agente etiológico

O PCV pertence à família Circoviridae, que se subdivide em dois

gêneros: Circovirus e Gyrovirus. O gênero Circovirus compreende os circovírus

suíno tipos 1 e 2 (PCV1 e PCV2), vírus da doença do bico e das penas,

circovírus do canário (CaCV), circovírus do pato (DuCV), circovírus do tentilhão

(FiCV), circovírus do ganso (GoCV), circovírus da gaivota (GuCV), circovírus do

pombo (PiCV) e o circovírus do estorninho (StCV). No gênero Gyrovirus,

apenas uma espécie é conhecida, o vírus da anemia da galinha (CAV) (KATO

et al.,1995; TODD et al., 2001).

Vírus pertencentes à família Circoviridae tem em comum a simetria

icosaédrica e ausência de envelope (Figura 1). O genoma é covalentemente

fechado, medindo de 15 à 17nm, composto por uma fita circular simples de

DNA (característica que permite distingui-los dos demais vírus) (TODD et al.,

2001).

A família Circoviridae é estreitamente relacionada à família

Nanoviridae que acomete as plantas, tem sido proposto que um antepassado

do PCV1 pode ter sido um nanovírus de planta que infectou um hospedeiro

vertebrado e recombinou com um RNA vírus, provavelmente um calicivírus

(GIBBS et al., 1999).

Existem várias pequenas inserções e deleções localizadas em toda

a extensão do genoma do DNA viral que parecem ser responsáveis pelas

diferenças de patogenicidade entre PCV1 e PCV2. Foram sugeridos 11

fragmentos de leitura aberta (ORFs) no genoma, porém apenas ORF1 e ORF2

5

são expressas em ambos os vírus, PCV1 e PCV2. A ORF1 codifica para duas

proteínas de replicação (rep e rep’) e a ORF2 codifica uma proteína do

capsídeo (cap) (Liu, et al., 2006).

Uma sequência de 501 nucleotídeos da ORF2 foi analisada e

permitiu dividir o PCV2 em dois grandes grupos. Nomeados PCV2a e PCV2b.

PCV2a tem 1.767 nucleotídeos e PCV2b tem 1768 nucleotídeos. Estudos

demonstram que o PCV2b é um pouco mais virulento que o PCV2a. No Brasil

existem os dois subtipos (CASTRO, 2005).

Figura 1: Representação esquemática do vírus da circovirose suína. Fonte: Viralzone (2008).

O circovírus resiste à inativação quando exposto a ambiente ácido

(pH 3), a clorofórmio, a temperaturas entre 56ºC e 70ºC, ao congelamento, à

luz ultra-violeta e a desinfetantes. O agente permanece estável em fezes e

secreções respiratórias (SHIBATA et al., 2003).

Estudos revelam que os PCVs podem ser inativados por

desinfetantes alcalinos (hidróxido de sódio), por agentes oxidantes (hipoclorito

de sódio) e por amônio quaternário ou fenol. O PCV2 resiste a ação de

desinfetantes comerciais com base em alcoól, clorexidina ou iodo (ROYER et

al., 2001).

2.3 Epidemiologia e formas de transmissão

O PCV2 acomete exclusivamente suínos. Outras espécies de

interesse pecuário (bovinos, caprinos e ovinos) não revelaram nenhum sinal de

infecção por PCV2. Todas as raças de sus domesticus são susceptíveis a

6

infecção pelo vírus. No caso do javali (sus scrofa), diversos estudos foram

publicados que comprovam a presença de PCV2 nesta espécie (RODRIGUEZ-

ARRIOGA et al., 2003; ELLIS et al., 2003).

O PCV2 é eliminado nas secreções respiratórias, secreções orais,

secreções urinárias e fezes em animais com SMDS, bem como em suínos

infectados, mas aparentemente saudáveis. Suínos clinicamente afetados

eliminam vírus em maior quantidade em comparação com porcos infectados,

mas clinicamente saudáveis. O PCV2 foi igualmente detectado no leite de

porcas, incluindo colostro, e em sêmen de cachaço, sem que existam

alterações na morfologia ou viabilidade dos espermatozóides (HA et al., 2009).

O sêmen de animais infectados com PCV2 pode ser infeccioso.

Lopez-Soria et al., (2011) observaram que matrizes inseminadas com sêmen

infectado pelo vírus da CV, não manifestaram viremia e nem foram detectados

anticorpos para PCV2, o mesmo se passando com os seus fetos. Num outro

estudo porém, marrãs provenientes de granjas livres de patógenos (SPF) foram

inseminadas com sêmen contendo elevada concentração de PCV2. Elas

apresentaram falhas reprodutivas e foi isolado PCV2 nos leitões abortados. No

entanto, não se sabe se a quantidade natural de PCV2 contida no sêmen é

suficiente para infectar as porcas e os leitões (MADSON et al., 2009).

Estudos em que os leitões foram monitorizados a partir da primeira

semana de vida até o momento em que surgiu a doença mostraram uma maior

prevalência de PCV2 em secreções nasais que em retais, apoiando a idéia de

que a via oro-nasal é, provavelmente, a principal via de transmissão horizontal

(GRAU-ROMA et al., 2008).

Existem evidências de que é possível ocorrer a transmissão vertical,

infecção do embrião ou feto no útero, como identificado pelo isolamento de

PCV2 em fetos abortados, com lesões características no miocárdio (LOPEZ-

SORIA et al., 2008).

Estudos epidemiológicos descrevem a presença de um maior

numero de outras infecções ou doenças em explorações afetadas pelo PCV2,

como parvovirose suína, pneumonia por Mycoplasma hyorhinis, doença de

Aujeszky, doença de Glasser, meningite por Streptococcus, salmonelose,

colibacilose pós-desmame e pneumonia bacteriana. Permanece a dúvida, se

as co-infecções facilitam a expressão da SMDS, ou se e a imunossupressão

7

causada pelo PCV2 que facilita o desenvolvimento dessas infecções (LOPEZ-

SORIA et al., 2008).

Num estudo publicado, Pallares et al. (2002), identificaram as co-

infecções mais comuns nos EUA em 484 casos de suínos com SMDS.

Verificou-se que em 52% (251/484) dos casos existia co-infecção com vírus da

síndrome respiratória e reprodutiva suína (PRRS), 36% (172/484) com

Mycoplasma hyopneumoniae, infecções bacterianas em 22% (105/484), vírus

da influenza suína (SI) em 5,4% (26/484) e em apenas 2% dos casos se

observou exclusivamente PCV2.

2.4 Patogenia

O PCV2 possui a capacidade de infectar células de origem epitelial,

endotelial e mielóide. O PCV pode replicar em algumas linhagens celulares

suínas e é dependente de proteínas celulares expressas durante a fase S do

ciclo celular. Dessa forma, a replicação vírica seria mais eficiente em tecidos

com marcada atividade mitótica. Após atingir o sistema linfático ocorre viremia

no sangue e os vírus atingem os órgãos alvos (CASTRO et al., 2007).

2.5 Manifestações clínicas

Alem da SMDS, várias doenças foram associadas ao PCV2 e, atualmente,

são conhecidas como doenças associadas ao circovírus suíno (PCVAD). Neste

grupo estão incluídas a SMDS, síndrome de nefropatia e dermatite suína

(PDNS), falhas reprodutivas, enterite associada ao PCV2, pneumonia

necrosante proliferativa (PNP) e doenças do complexo respiratório suíno

(PRDC) (OPRIESSNIG et al., 2007).

2.5.1 SMDS

A síndrome multissistêmica do definhamento é a doença mais

frequentemente associada ao PCV2. A maioria dos sinais clínicos desta

doença são inespecíficos, mas seis sinais clínicos fundamentais formam a base

do diagnóstico clínico preliminar, presentes na seguinte ordem de freqüência e

8

restritos a animais com idade de oito e 13 semanas: caquexia, dispnéia,

linfoadenopatia, diarréia, palidez e icterícia (Figura 2). Tosse, pirexia, úlcera

gástrica, meningite e morte súbita, também, têm sido relatados, porém são

menos frequentes (MADEC et al., 2000).

De acordo com Ségales et al. (2004), na necropsia, os pulmões não

conseguem entrar em colapso, em alguns casos crônicos os rins têm listras

brancas ou manchas. Porcos acometidos também apresentam hipertrofia dos

linfonodos inguinais, submandibulares, mesentéricos e mediastínicos. Lesões

granulomatosas também podem ser encontradas nos pulmões, fígado, rim,

coração e intestinos.

Depleção linfocitária de diferentes níveis e perda da arquitetura

folicular dos linfonodos são achados comuns em quase todos os animais

afetados. Outro achado importante em animais que manifestam a SMDS é a

presença de inclusões citoplasmáticas basofílicas de PCV2 no interior das

células histiocíticas. Lesões microscópicas observadas nos rins consistem em

nefrite intersticial não purulenta (SEGALES et al., 2004).

Figura 2: Animais na fase de creche, visualização de um animal com SMDS. Fonte: Opriessnig, 2007.

9

2.5.2 PNDS

O PDNS pode afetar suínos da recria, engorda e, esporadicamente,

animais adultos. A prevalência da síndrome nas explorações afetadas é

relativamente baixa, inferior a 1%.

Os suínos com PDNS apresentam anorexia, depressão, prostração,

relutância em se movimentar e temperatura normal ou alterada. No entanto, o

sinal mais evidente, particularmente na fase aguda da doença, e a presença de

lesões de pele que se caracterizam por máculas e pápulas irregulares,

vermelho a púrpura, que ocasionalmente coalescem para formar grandes

manchas e placas irregulares (Figura 3). Com o tempo, as lesões ficam

cobertas por crostas escuras e desaparecem gradualmente, por vezes

deixando cicatrizes. (CASTRO, 2007)

Segundo Castro (2007), os rins, macroscopicamente, apresentam-se

aumentados, anêmicos e cobertos por petéquias. Os principais achados

microscópicos incluem glomerulonefrite necrosante fibrinosa e vasculite

necrosante sistêmica.

Figura 3: Leitão com sinais clínicos de PNDS. Fonte: Suinocultura em foco (2005).

10

2.5.3 PNP

Forma severa de pneumonia intersticial caracterizada por hipertrofia

e proliferação de pneumócitos tipo 2 e da presença de células necróticas no

interior do alvéolo. O diagnóstico baseia-se em critérios histopatológicos

incluindo a presença de células necróticas, macrófagos e bronqueolite

necrosante (GRAU-ROMA et al., 2008).

2.5.4 Falhas reprodutivas

As granjas acometidas apresentam elevadas taxas de abortamento,

fetos mumificados e leitões natimortos. A principal lesão microscópica está

presente no coração, onde se observa uma miocardite fibrosante e/ou

necrosante (característico de falências reprodutivas associadas ao PCV2)

(SEGALES et al., 2004).

2.5.5 Tremores congênitos

Tremor congênito (CT), também denominado mioclonia congênita,

caracteriza-se pelo tremor da cabeça e pernas de leitões recém-nascidos. O

tremor congênito divide-se em dois tipos (A e B) baseados na presença (A) ou

ausência (B) de mielina no sistema nervoso central ou periférico. O ácido

nucléico do PCV-2 foi detectado em tecido neural e fígado de animais com CT,

permitindo a associação do agente com a enfermidade (SEGALÉS et al.,

2004).

2.5.6 Enterite associada ao PCV2

Os casos de enterite associada ao PCV2 são cada vez mais

frequentes. A maior parte dos suínos atingidos tem entre oito a 16 semanas de

idade. A ocorrência de enterite associada ao PCV2 é semelhante na forma

clínica e de lesões a ileíte subaguda ou crônica associada à Lawsonia

intracellularis. A mucosa intestinal apresenta-se muito espessada e os

linfonodos mesentéricos hipertrofiados (Figura 4). O exame microscópico

11

confirma a presença de enterite granulomatosa, que é geralmente associada a

abundantes cargas de antígeno de PCV2 (KIM et al. 2001).

Figura 4- A- Antígenos de PCV2 com coloração marrom dentro de linfócitos e macrófagos nas células da lâmina própria do íleo. B- Espessamento da mucosa intestinal e aumento dos linfonodos mesentéricos. C- Animal com diarréia leve Fonte: Opriessnig, 2007.

12

3 IMUNOLOGIA

A sintomatologia clínica das doenças associadas ao PCV2 sugere

uma disfunção imunológica. Em geral observa-se hipertrofia dos linfonodos,

extensas lesões linfóides e alteração nos padrões de citocinas liberadas no

sangue e tecidos linfóides.

As alterações observadas nos animais afetados sugerem que há

uma incapacidade dos animais em montar uma resposta imunológica

adequada. As lesões relacionam-se à diminuição dos linfócitos B e T e

aumento de monócitos e macrófagos no sangue e tecidos (SEGALES et al.,

2004).

Estudos indicam que apesar de estarem presente em células

endoteliais, epiteliais e linfócitos, o PCV2 tem como principal alvo as células

apresentadoras de antígenos – macrófagos e células dendríticas (CDs). E

embora elas mantenham a capacidade de apresentar antígenos para os

linfócitos, é a sua capacidade de reconhecimento antigênico que se encontra

alterada (FRANÇA et al., 2005).

Ainda é desconhecida se a redução de linfócitos em suínos afetados

pelo PCVAD é devido a uma menor produção desses na medula óssea,

redução da proliferação de tecidos linfóides secundários, ou aumento da perda

de linfócitos na medula óssea, sangue periférico e tecidos linfóides secundários

através de necrose ou apoptose induzida pelo vírus (OPRIESSNIG et al.,

2007).

O PCV2 interfere com a produção dos fatores de maturação por

parte das CDs plasmocíticas, impedindo, desta forma, a ativação dos linfócitos

T por parte das CDs mielóides maduras, que tem como consequência a

ausência de respostas imunitárias específicas contra outros agentes

patogênicos (MCCULLOUGH et al., 2009)

O PCV2 induz as células mononucleares a produzir grande

quantidade de interleucina 10 (IL-10) interferindo com as respostas antigênicas

de memória através da inibição de IFN-γ, IFN-α e IL-12. O PCV2 também inibe

a produção de IL-2, através de um mecanismo independente da IL-10. Estas

observações indicam que a infecção por PCV2, leva a ausência de respostas

13

antígeno – específicas, tornando desta forma os animais suscetíveis a infecção

por outros agentes patogênicos (FORT, 2009).

O PCV2 possui também a capacidade de induzir a expressão de

MCP1 (proteína 1 quimiotáxica para macrófagos), em macrófagos e outras

células inflamatórias dos linfonodos afetados, atraindo assim mais células

mononucleares que serão responsáveis pela formação das macrófagos

epitelióides e células gigantes que, por sua vez, são iniciadores do processo

inflamatório granulomatoso encontrados nos animais acometidos pelas PCVAD

(FRANÇA, et al., 2005).

4 FATORES QUE MODULAM DOENÇAS CAUSADAS POR PCV2

4.1 Fatores virais

A resistência aos desinfetantes deve-se a ausência de um envelope

externo. Além disso, a resistência a elevadas temperaturas levou a concluir que

os produtos derivados de plasma suíno possam conter vírus residual viável

(GRAU-ROMA et al., 2011).

Apesar do PCV2 estar associado a diversas síndromes clínicas, não

existe diferenças significativas no genoma dos vírus analisados de síndromes

diferentes. Análise da seqüência de PCV2 de suínos afetados por PCVAD e

suínos com infecção, porém clinicamente saudáveis, mostrou homologia de

seqüência de 95,6 a 100%. Isto indica que há outros fatores que afetam a

expressão da doença. Tem sido demonstrado que PCV2 isolados de suínos

clinicamente saudáveis podem causar PCVAD em condições experimentais

(HASSLUNG et al., 2005).

Foi demonstrado que duas mutações de aminoácidos no genoma do

PCV2 alteraram significativamente as lesões macroscópicas e histopatológicas

em suínos, indicando que apenas pequenas alterações no genoma viral são

necessárias para alterar a função do vírus. A detecção de grandes quantidades

de PCV2 no soro indica um aumento da probabilidade do animal desenvolver

quadro clínico, mas não o suficiente para estabelecer o diagnóstico individual

(FENAUX et al., 2004).

14

4.2 Fatores do hospedeiro

Todas as raças de suínos parecem ser suscetíveis à infecção e

doença clínica, porém existe uma maior prevalência em animais de raça pura

do que em mestiços. Os animais machos são mais suscetíveis quando

comparado as fêmeas, leitões com baixo peso ao nascer tem maior

suscetibilidade de desenvolver alguma síndrome do que os demais leitões, o

índice de mortalidade de leitões que nascem de porcas infectadas por PCV2 é

significativamente maior (GRAU-ROMA et al., 2011).

Em um estudo feito por Opriessnig et al. (2009), 39 animais da raça

pietran e 39 da raça landrace, provenientes da mesma propriedade e

submetidos as mesmas condições de manejo, foram inoculados com PCV2 e

necropsiados 21 dias após inoculação. A severidade das lesões da raça

landrace foi significamente maior quando comparadas as da raça pietran,

indicando que existe um fator genético influenciando a severidade da doença.

4.3 Co-infecções

O diagnóstico e o controle de outros agentes infecciosos

encontrados em suínos afetados por PCVAD, diminui a severidade da afecção

e melhora os índices zootécnicos da granja (OPRIESSNIG et at., 2007).

Experimentalmente, a vacinação de fêmeas infectadas por PCV2

contra Erysipelothrix rhusiopathiae e PPV, reduziu o número de leitões

mumificados. Além disso, os leitões nascidos de porcas infectadas por PCV2 e

vacinadas foram menos suscetíveis de manifestar SMDS do que os

provenientes de porcas infectadas por PCV2 e não vacinadas (ROSE et al.,

2007).

Até o momento, as medidas implementadas para tratar as PCVAD

através do uso de drogas não foram eficazes (MADEC et al., 2008).

4.4 Imunomodulação

A imunossupressão do hospedeiro é fundamental para que ocorram

os casos de PCVAD no suíno (OPRIESSNIG et al., 2007).

15

Num estudo onde 12 leitões com um dia de vida foram inoculados

com PCV2, um grupo foi tratado com dexametasona e outro com ciclosporina.

No grupo com ciclosporina houve a constatação de maior replicação do PCV2

e disseminação para os hepatócitos além de ausência de reações inflamatórias

típicas de PCVAD, indicando que as lesões inflamatórias granulomatosas são

imunomediadas (KRAKOWKA et al., 2002).

Em outro estudo, leitões retirados via cesariana, sem ingestão de

colostro, foram inoculados com PCV2 e um grupo recebeu tratamento com

dexametasona, neste grupo observou-se lesões inflamatórias típicas de

PCVAD enquanto que no outro não foram observadas lesões, concluindo que a

supressão da imunidade mediada por células desempenha um papel

importante na PCVAD (KAWASHIMA et al., 2003).

5 DIAGNÓSTICO

A vasta disseminação do PCV2 na população de suínos, representa

uma dificuldade na avaliação do estado sanitário de uma exploração. Por esta

razão, um PCR ou sorologia positivos apenas indicam a presença de infecção,

não sendo em nenhum caso indicativo de doença (CASTRO, 2007).

Devido a este fato, Sorden (2000) propôs uma definição de

diagnóstico baseado em três pressupostos:

presença de sinais clínicos como atraso no crescimento, diarréia,

transtornos respiratórios, hipertrofia dos linfonodos (principalmente os

inguinais), e em alguns casos icterícia.

lesões histológicas presentes como depleção linfocitária nos

órgãos e no sangue, inflamação granulomatosa em qualquer órgão e

corpúsculos de inclusão de PCV2.

Detecção de PCV2 nas referidas lesões.

No caso de PDNS é imprescindível a presença de lesões cutâneas

hemorrágicas e necrosantes, além de vasculite necrosante sistêmica e

glomerulonefrite necrosante fibrinosa. Nos problemas reprodutivos deve-se

constatar abortos ou presença de natimortos com hipertrofia cardíaca do

coração fetal. Em casos de enterite associas ao PCV2 constata-se diarréia

16

persistente, lesões nas placas de Peyer com grande quantidade de antígeno de

PCV2 (SEGALES et al., 2005).

A grande gama de manifestações clínicas do circovírus suíno exige

um extenso e variável diagnóstico diferencial, sendo as principais enfermidades

a considerar: peste suína clássica, peste suína africana, eperitrozoonose,

erisipelose, doença de Aujesky, doença de Glasser, salmoneloses, parvovírus

suíno e enterites, entre outras (OPRIESSNIG, 2007).

5.1 Técnicas de diagnóstico laboratorial

5.1.1PCR

A demonstração de ácido nucléico de PCV2 por PCR não substitui a

avaliação clínica dos suínos e avaliação histopatológica dos tecidos, uma vez

que muitos suínos saudáveis são positivos para PCV2 sem estarem afetados

por PCVAD.

Um PCR quantitativo determina a quantidade de ácido nucléico viral

em soro e tecidos, portanto tem um valor preditivo da evolução clínica,

podendo ser bastante útil no diagnóstico (SEGALES et al., 2005).

5.1.2 ―In situ hibridization‖ e imunohistoquímica

A ―in situ hibridization‖ (ISH) para PCV2 utiliza uma sonda de DNA

marcada que corresponde a uma parte do genoma do PCV2. Na

imunohistoquímica (IHQ) utiliza-se um anticorpo monoclonal ou policlonal para

detectar antígeno de PCV2 em secções de tecido fixadas com formol e

embebidas em parafina. A ISH demonstra ser mais específica (OPRIESSNIG et

al., 2007)

17

6 CONTROLE

6.1 Medidas higiênicas

A correta adoção de medidas de manejo permite um adequado

controle sobre as causas que levam ao aparecimento das PCVAD. Em geral

propriedades acometidas por PCV2 apresentam muitos erros de manejo e de

forma a superar essas deficiências, Madec criou um conjunto de medidas de

manejo que ficaram conhecidas como o plano dos 20 princípios de Madec

(quadro 1) (SEGALES et al., 2005).

Qabela 1- 20 princípios de Madec

Setor da Granja

Medidas a serem adotadas

Maternidade 1.Esvaziamento, limpeza e desinfecção de fossas e canaletas

2.Lavar as matrizes e fazer uso de antiparasitários

3.Evitar adoções de leitões por outra matriz

4.Usar programas de vacinação adequados

Creche 5.Uso de pequenas pocilgas com paredes divisórias sólidas

6.Esvaziamento, limpeza e desinfecção de fossas e canaletas

7.Densidade animal: 3 suínos por m2

8.Bebedouro com 7 cm por leitão

9.Boa ventilação

10. Manter temperaturas de conforto

11.Não misturar lotes de animais

Engorda 12.Uso de pequenas pocilgas com paredes divisórias sólidas

13.Esvaziamento, limpeza e desinfecção de fossas e canaletas

14.Densidade animal: 0.75m2 por animal

15. Assegurar boa ventilação e temperatura adequada

16.Não misturar animais de diferentes lotes

17.Não misturar animais de diferentes idades

Todos os setores

18.Respeitar o fluxo de animais e de ar

19.Respeitar regras de higiene quando da intervenção como castrações, injeções, etc...

20.Remover casos confirmados de PCVAD para a enfermaria

Além dos princípios indicados por Madec, Gadd (2006), preconizou

diversas outras formas de controlar as PCVAD, como: Adquirir animais de

reposição apenas de granjas clinicamente livres de PCVAD; Assegurar que o

veículo de transporte passe por procedimentos de desinfecção e que seu

condutor deva sempre circular com roupas e calçados adequados e limpos, e

18

sempre que possível, evitar que ele entre na exploração ou se aproxime dos

animais; Descarregar os novos animais para a quarentena e observá-los

regularmente; Utilizar apenas desinfetantes comprovadamente eficazes

incluindo os rodilúvios e pedilúvios; Assegurar que não existe acesso não

autorizado à granja; Controle de pragas eficaz contra roedores e especialmente

aves; Implementar o sistema tudo dentro/tudo fora, em todas as fases da

produção; Certificar que as superfícies estão corretamente limpas antes de

aplicar o desinfetante; Ter especial atenção ao fato de que o PCV2 pode

sobreviver nos tubos e nos tanques de água.

No caso de uma epidemia de PCVAD, Gadd (2006) indica algumas

medidas para minimizar o impacto, como: Na fase inicial da epidemia, apenas

uma porcentagem de leitões estão afetados (10-15%). De modo a evitar o

contagio de outras ninhadas e a disseminação viral, deve-se evitar adoções e

utilizar apenas uma seringa por ninhada; Verificar a estratégia de vacinação

para as doenças que favorecem a disseminação do PCV2 na exploração ou

que podem atuar como co-fatores, como o parvovírus suíno e doenças

respiratórias; Evitar densidades excessivas de população, pocilgas mal

ventiladas, variações de temperatura e correntes frias; não permitir a

acumulação de sujidades nas salas de parto e creche para evitar a persistência

viral.

6.2 Medidas sanitárias

Anteriormente ao uso das vacinas, que ocorreu a partir de 2006, o

controle da circovirose suína estava centrado nas boas práticas de produção,

evitando o estresse animal, controlando as co-infecções e eliminando fatores

de risco que induziam a imune-estimulação (OPRIESSNIG et al., 2007).

Opriessnig et al., (2007) observaram uma maior mortalidade de

leitões nascidos de porcas que apresentavam viremia e também de porcas com

baixo título de anticorpos para PCV2, significando que estes baixos títulos de

anticorpos estavam diretamente relacionados com a mortalidade dos leitões.

19

Os leitões que ingeriram o colostro e possuíam anticorpos de origem

maternal tiveram menor predisposição a desenvolver SMDS e menor

mortalidade (LOPÉZ-SÓRIA et al., 2008).

Porém os anticorpos maternos apenas limitam a circulação e

excreção viral, não sendo totalmente eficazes na prevenção da infecção pelo

PCV2. O animal torna-se mais susceptível a partir do declínio dos anticorpos

adquiridos via colostro até o completo desenvolvimento da imunidade ativa,

que ocorre no período de creche, por volta da quinta à oitava semana de vida

(MADEC et al., 2008).

Como as PCVAD estão associadas à forte estimulação do sistema

imune, Radostitis et al., (2007) levantaram a hipótese de que as vacinas e seus

adjuvantes teriam a capacidade de agravar as manifestações clínicas do PCV2,

baseando-se no fato de as vacinas conterem antígenos que estariam atuando

como agentes virais, bacterianos, ou ainda como imuno-estimulantes.

Os mesmos autores observaram que todos os adjuvantes utilizados,

num período precoce da infecção, aumentaram a depleção linfocitária, em

fases mais tardias da infecção (35 dias pós infecção), a duração da viremia e

os níveis de PCV2 no soro (RADOSTITIS et al., 2007).

A seroterapia foi também uma medida bastante utilizada. Consistia

na colheita do sangue dos animais que sobreviviam à infecção e, portanto

tinham elevados títulos de anticorpos que eram injetados, via peritoneal, nos

animais com o objetivo de conferir proteção antes do período crítico de

emagrecimento. Embora a ocorrência de alguns resultados inconsistentes, a

seroterapia obteve certo sucesso, pois diminuiu a mortalidade dos animais.

Porém deve-se considerar o seu grande risco para a biossegurança (MADEC

et al., 2008).

As primeiras vacinas foram preparadas a partir de pulmão ou de

tecido linfóide obtidos a partir de suínos acometidos por PCVAD e inativados

por formaldeído (vacinas autógenas). Foram usadas por alguns profissionais

para combater os prejuízos associados ao PCV2. Tendo sido relatado uma

diminuição considerável da mortalidade (de 20% para 3%). Esta prática

todavia, também apresenta risco de biossegurança (GRAU-ROMA et al., 2011).

O aparecimento das vacinas para PCV2 revolucionou os aspectos

referentes ao controle das PCVDA, demonstrando resultados extremamente

20

positivos com relação a diminuição das lesões e à mortalidade (LOPÉZ-SÓRIA

et al., 2008).

Até o presente momento, quatro vacinas já foram produzidas

(Quadro 2) e são baseadas em cepas do genótipo PCV2a. A primeira vacina no

mercado foi a CIRCOVAC®, do laboratório Merial, com PCV2 inativado,

adjuvante oleoso para uso em matrizes e marrãs de duas a quatro semanas

antes da parição (GRAU-ROMA et al., 2011).

As outras três vacinas comerciais são vacinas recombinantes,

utilizadas em suínos em crescimento, ao redor da terceira semana de idade.

Suvaxyn PCV2 OneDose® é produzida com base em um vírus quimérico da

infecção, que contém o gene imunogênico ORF2 Cap do PCV2, inserido na

estrutura genômica central não patogênica do PCV1. Ingelvac CircoFLEX® e

Porcilis PCV® Circumvent® são vacinas de subunidades baseadas em um

produto do ORF2 expresso no baculovírus (KEKARAINEN et al., 2010).

Quadro 2 – vacinas comerciais.

Vacina Laboratório Antígeno Posologia Licenciado para

CIRCOVAC® Merial PCV2 inativado

2ml duas doses para primíparas e depois 1 dose por ciclo

Reprodutoras

Porcilis PCV® Circumvent®

Intervet Proteína ORF2 de PCV2

2ml uma dose Leitões > 3 semanas

Ingelvac CircoFLEX®

Boehringer Ingelheim

Proteína ORF2 de PCV2

1ml uma dose Leitões > 2 semanas

Suvaxyn PCV2 One Dose®

Fort Dodge Quimera inativada PCV1-PCV2

2ml duas doses

Leitões > 4 semanas

Embora a vacinação das matrizes garanta que os leitões recebam

grande quantidade de anticorpos maternos, estudos feitos por Madson et al.,

2008 indicaram que transmissão vertical de PCV2 de fêmeas vacinadas aos

seus leitões pode ocorrer.

Antes do uso das vacinas, deve-se confirmar o diagnóstico de

circovirose suína, e lembrar que a síndrome por ela causada é multifatorial, e

21

por isso deve-se levar em consideração a influência dos fatores de risco e

adotar medidas de manejo para prevenção e controle (MADEC et al., 2008).

Lyoo et al. (2010) realizaram um estudo comparativo com três

vacinas comerciais e observaram que em cada um dos três lotes de suínos

vacinados houve redução do número de animais com viremia quando

comparados ao grupo controle que foi infectado e não recebeu nenhum tipo de

vacina.

Em um estudo similar Opriessnig et al. (2009) observaram uma

diminuição da viremia em animais vacinados para PCV2 e também uma menor

severidade das lesões linfóides quando comparados ao grupo controle não

vacinado e infectado.

O uso de vacinas deve ser aplicado após uma análise da relação

custo-benefício.

22

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O circovírus suíno (PCV2) está amplamente disseminado no

rebanho suíno mundial, acarretando graves prejuízos econômicos. A

variabilidade dos sinais clínicos das PCVADs torna a doença de difícil

diagnóstico, sendo por vezes confundida com uma gama de doenças. Isto

acarreta um retardo na adoção de medidas de controle trazendo grandes

prejuízos econômicos.

Programas de controle incluem aspectos de manejo, nutrição e

imunização, o advento das vacinas possibilitou uma redução na mortalidade e

diminuição dos sintomas clínicas. Ainda não há um programa de controle 100%

eficaz e as medidas atualmente preconizadas devem ser adaptadas de granja

para granja.

Mais estudos devem ser feitos para se conseguir uma vacina

totalmente eficaz em prevenir a infecção e seu exato momento de aplicação

para que não haja interferência dos anticorpos maternos.

23

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