UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Concorda com a liberação total do...
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS … · Concorda com a liberação total do...
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL
E SAÚDE PÚBLICA
ALINE DE ARAÚJO FREITAS
Resposta imune celular e humoral a proteínas recombinantes do
Mycobacterium leprae em pacientes com hanseníase após a
multidrogaterapia e em pacientes com outras dermatoses
Goiânia
Setembro - 2015
2
TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR AS TESES
E DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG
Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal
de Goiás (UFG) a disponibilizar, gratuitamente, por meio da Biblioteca Digital de
Teses e Dissertações (BDTD/UFG), regulamentada pela Resolução CEPEC nº
832/2007, sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98,
o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura,
impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a
partir desta data.
1. Identificação do material bibliográfico: [ ] Dissertação [X] Tese
2. Identificação da Tese ou Dissertação
Nome completo do autor: Aline de Araújo Freitas
Título do trabalho: Resposta imune celular e humoral a proteínas recombinantes do
Mycobacterium leprae em pacientes com hanseníase após a multidrogaterapia e em
pacientes com outras dermatoses
3. Informações de acesso ao documento:
Concorda com a liberação total do documento [ X ] SIM [ ] NÃO1
Havendo concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se
imprescindível o envio do(s) arquivo(s) em formato digital PDF da tese ou
dissertação.
_________________________________ Data: 14 /12 /2016
Assinatura do (a) autor (a)
1 Neste caso o documento será embargado por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo suscita justificativa junto à coordenação do curso. Os dados do documento não serão disponibilizados durante o período de embargo.
iii
ALINE DE ARAÚJO FREITAS
Resposta imune celular e humoral a proteínas recombinantes do
Mycobacterium leprae em pacientes com hanseníase após a
multidrogaterapia e em pacientes com outras dermatoses
Tese de Doutorado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Medicina
Tropical e Saúde Pública da Universidade
Federal de Goiás para obtenção do Título
de Doutor em Medicina Tropical e Saúde
Pública, Área de concentração –
Imunologia.
Orientadora: Profª Drª Mariane Martins
de Araújo Stefani
Financiamento: American Leprosy Missions
Goiânia
Setembro – 2015
iv
v
vi
Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública
da Universidade Federal de Goiás
BANCA EXAMINADORA DA TESE DE DOUTORADO
Aluna: Aline de Araújo Freitas
Orientadora: Profª Drª Mariane Martins de Araújo Stefani
Membros titulares
1. Danuza de Almeida Esquenazi, Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ - RJ
2. Vânia Nieto Brito de Souza, Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), Bauru -SP
3. João Alves de Araújo Filho, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
(IPTSP – UFG) Goiânia, Goiás
4. Ana Paula Junqueira Kipnis, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
(IPTSP – UFG) Goiânia, Goiás
5. Mariane Martins de Araújo Stefani, Instituto de Patologia Tropical e Saúde
Pública (IPTSP – UFG) Goiânia, Goiás
Data: 25/09/2015
vii
“Ando devagar por que já tive pressa
e levo esse sorriso por que já chorei demais,
cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si
carrega o dom de ser capaz, e ser feliz
hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
só levo a certeza de que muito pouco eu sei ou
nada sei”.
Tocando em frente (Almir Sater e Renato Teixeira).
viii
A todos os pacientes com hanseníase que participaram de forma
voluntária e muito me ensinaram sobre a esperança em dias
melhores e o sentido da existência humana.
ix
AGRADECIMENTOS
Á Deus, pela vida, saúde e coragem para trilhar este caminho. Obrigada senhor por
cuidar de mim o tempo todo em sua infinita graça e misericórdia.
Ao longo destes 4 anos do meu Doutorado tive a oportunidade de conhecer e conviver
com muitas pessoas as quais além de contribuírem direta ou indiretamente para a
realização deste trabalho, também compartilharam comigo seus conhecimentos e
amizade. A essas pessoas ofereço minha gratidão, pois esta tese é também fruto desta
troca e, portanto é obra de todos nós.
Aos meus queridos pais Dalvina e Dimas. Vocês são meus exemplos de vida e minha
maior motivação. Obrigada pelo amor, dedicação, compreensão e apoio em todos os
momentos. A confiança que depositam em mim me incentiva a buscar sempre o melhor.
As palavras são incapazes e insuficientes para expressar o significado e a importância
que vocês têm em minha vida. Amo vocês!
Á minha irmã Dnise por toda a compreensão e presença diária. Obrigada por entender
as inúmeras vezes que fui impaciente em função do intenso e quase imutável cansaço do
cotidiano. Você é muito especial para mim!
Ao meu amado Paulo, pelo amor, compreensão e palavras reconfortantes nos momentos
difíceis. Meu companheiro constante, que muitas vezes escutou pacientemente todas as
minhas reflexões sobre Imunologia e Hanseníase. Obrigada por caminhar ao meu lado
durante estes 4 anos, e pelos momentos agradáveis que compartilhamos os quais fazem
os meus dias mais felizes, você foi imprescindível para que eu chegasse até aqui!
Á minha orientadora Profª Drª Mariane Stefani, obrigada pela confiança depositada em
mim desde o princípio, da qual, muitas vezes nem eu mesma acreditava ser capaz.
Obrigada pela educação científica e, sobretudo pela disposição em me ensinar. Admiro a
visão crítica com que analisa os resultados e a habilidade com que os transforma em
dados científicos. Você é para mim exemplo de competência, determinação e habilidade
científica. Durante todo este período, cresci muito graças a esta experiência, sou
x
consciente de que tive uma grande mestra e que a ela devo esta conquista e muito do que
sou hoje. Obrigada pela oportunidade!
Á minha querida amiga Emerith. Acredito que Deus faz de algumas pessoas seus
instrumentos para que ele possa agir em nossas vidas ou nos ensinar algo. Tenho
consciência de que você foi e é instrumento de Deus em minha vida. Obrigada por ser
esta amiga tão paciente, alegre, sábia e companheira, por ser a paz e o equilíbrio que eu
precisava nos momentos de desespero. Obrigada por compartilhar tão intensamente estes
4 anos, e me “coorientar” inúmeras vezes. Esta conquista também é sua, sem você teria
sido muito mais difícil, sempre sei grata a você!
Á minhas queridas amigas Regiane e Ludimila, pelo companheirismo, auxílio, amizade,
e pelos momentos de descontração dentro e fora do laboratório. Com certeza todo o bom
humor, auxílio e sensatez que demostravam me motivaram a realizar este trabalho. São
amigas que levarei para sempre em meu coração!
Ao meu amigo Rodrigo, obrigada “colega” por ter compartilhado tantos momentos
agradáveis durante os almoços, por tantas reflexões e questionamentos acerca de nossos
trabalhos científicos e acerca de nossas vidas enquanto doutorandos e enquanto pessoas.
Aos colegas do laboratório Dienny, João Pedro e Aline Golçalves. Obrigada pela
amizade, pelas trocas de experiência, companheirismo, cumplicidade, pela disposição em
ajudar e ensinar, pelas conversas sobre imunologia, hanseníase e sobre a vida.
Á Drª Samira Bührer pelo convívio e amabilidade.
Á Drª Ana Lúcia Maroccolo de Souza pela avaliação clínica dos pacientes, coleta das
biópsias e pela paciência e disposição em me ensinar sobre as manifestações clínicas da
Hanseníase.
Ao Dr Maurício Barcelos Costa pela convivência, aprendizado e exames
histopatológicos criteriosamente realizados.
Aos colegas de outros laboratórios, Adeliane, Bruna Daniella, Monalisa, Danilo,
Lázaro, Bruno e Vânia pelo convívio e troca de experiências.
Aos professores do setor de Patologia do IPTSP-UFG, Liliana, Marina, Juliana, Mara
Rúbia, Liliana e Ruy, pelos ensinamentos, incentivos e compreensão nos momentos em
que estive ausente em função da realização deste trabalho.
Aos professores do departamento de Imunologia do IPTSP, pelos ensinamentos
transmitidos e exemplo de vida acadêmica e científica.
xi
A banca de Qualificação: Profª Drª Ana Paula Junqueira Kipnis, Profª Drª Miriam
Leandro Dorta e Profª Drª Patrícia Nagib Alo Resende pela contribuição científica.
A todos os funcionários do IPTSP/UFG, pelo suporte e competência sempre.
Á direção do Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica de Goiânia e em especial
a técnica de enfermagem Divina, pelo grande auxílio no recrutamento dos pacientes com
Hanseníase.
Meus expressos agradecimentos a toda a equipe do Centro de Dermatologia Dona
Libânia (CDERM- Fortaleza, Ceará) que gentilmente nos acolheu e tornou possível a
realização deste trabalho.
Ao Dr Heitor de Sá Gonçalves e a Drª Araci Pontes por ter nos recebido no Centro de
Dermatologia Dona Libânia e ter nos acompanhado tão atenciosamente durante os 35
dias de nossa estadia. Aprendemos muito durante este período, muito obrigada pela
oportunidade desta experiência.
Aos pesquisadores parceiros deste trabalho, em especial, Dr Malcolm Duthie do IDRI-
USA pela produção dos antígenos utilizados neste estudo e pela inestimável colaboração
em nossos estudos.
Aos financiadores que contribuíram para a realização desta tese: Coordenação de
aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e American Leprosy Missions.
xii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
1.1 Hanseníase: Aspectos gerais ................................................................................... 1
1.2 Mycobacterium leprae ............................................................................................ 2
1.3 Genoma do M. leprae ............................................................................................. 3
1.4 Epidemiologia e transmissão da hanseníase ........................................................... 5
1.5 Formas clínicas e tratamento da hanseníase ........................................................... 7
1.6 Imunologia da hanseníase ..................................................................................... 14
1.7 Diagnóstico da hanseníase .................................................................................... 23
1.7.1 Diagnóstico clínico ............................................................................................... 23
1.7.2 Diagnóstico laboratorial ........................................................................................ 24
1.7.2.1 Baciloscopia e Exame histopatológico ................................................................. 24
1.8 Diagnóstico diferencial da hanseníase .................................................................. 25
1.9 Avaliação da resposta imune celular e humoral à antígenos do M. leprae ........... 26
1.9.1 Testes sorológicos.................................................................................................26
1.9.2 Testes de imunidade celular..................................................................................30
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 34
3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 35
4 MÉTODOS .......................................................................................................... 37
4.1 Grupo de estudo .................................................................................................... 37
4.1.1 Abordagem 1 – Avaliação do efeito da MDT na resposta imune celular e humoral a
proteínas recombinantes do M. leprae em pacientes com hanseníase PB e MB................. 37
4.1.2 Abordagem 2 – Avaliação da utilidade do teste de imunidade celular (Ensaio de
sangue total (EST) para a proteína de fusão LID-1 e da dorologia para LID-1 e PGL-I no
diagnóstico diferencial da hanseníase com outras dermatoses clinicamente semelhantes . 39
4.2 Produção das proteínas recombinantes do M. leprae testadas .............................. 40
4.3 Proteínas recombinantes selecionadas .................................................................. 41
4.4 Determinação da imunoreatividade celular por ensaio de sangue total (EST) com
proteínas recombinantes do M. leprae ........................................................................ 41
4.5 Ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de IFN ................................... 42
4.6 Ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de IgG anti rML ...................... 42
4.7 Sorologia para detecção de IgM anti-PGL-I ......................................................... 42
xiii
4.8 Análises estatísticas .............................................................................................. 43
4.9 Aspectos éticos ..................................................................................................... 44
5 ARTIGOS .............................................................................................................. 45
Artigo 1 - Alterations to antigen-specific immune responses before and after
multidrugtherapy of leprosy ............................................................................................... 46
Artigo 2 - Application of Mycobacterium leprae-specific cellular and serological tests
for the differential diagnosis of leprosy from confounding dermatoses ................... 69
6 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 89
7 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 98
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 99
ANEXOS ....................................................................................................... .....118
xiv
TABELAS, FIGURAS E ANEXOS
Introdução
Figura 1. Espectro clínico e imunológico da hanseníase ............................................ 13
Figura 2 . Principais receptores associados à resposta imune ao M. leprae ............... 17
Artigo 1
Figura 1. Antibody responses of leprosy patients. Serologic reactivity to LID-1, 46f,
92f, PGL-I and 33f (negative control) was determined in newly diagnosed untreated
paucibacillary (A) and multibacillary leprosy patients (B) .......................................... 65
Figura 2. Kinetics of antibody responses in individual PB and MB leprosy patients at
diagnosis and at two time points after MDT. Serum IgG to LID-1 (A and B), 46f (C and
D), 92f (E and F), 33f (I and J) and IgM to PGL-I (G and H) were determined .......... 66
Figura 3. Interferon-gamma (IFN-γ) production in whole blood assay (WBA) upon
stimulation with LID-1, 46f, ML0276, ML2055 and ML2629 (negative control) in newly
diagnosed untreated paucibacillary leprosy patients (A) and newly diagnosed untreated
multibacillary leprosy patients (B) ............................................................................... 67
Figura 4. Kinetics of IFN in individual PB and MB leprosy patients at diagnosis and
at two time points after MDT. IFN was detected upon stimulation of heparinized whole
blood with LID-1(A and B), 46f (C and D), ML0276 (E and F), ML2055 (G and H),
ML2629 (I and J). .................................................................................................... ….68
Artigo 2
Tabela 1. Main features of study groups……………………………………………..86
Figura 1. Anti PGL-I and anti-LID-1 serologic reactivity of: newly diagnosed untreated
multibacillary (MB) and paucibacillary (PB) leprosy patients, patients with other
dermatoses and healthy endemic controls (EC). IgM antibodies to PGL-I (A) and IgG
antibodies to LID-1 (B) were detected by ELISA. Each point represents the mean optical
density (OD) of duplicates of an individual serum sample and the median OD value of
each group is represented by the horizontal line. The traced black horizontal line is the
cut-off (anti-PGL-I serology: OD > 0.150, anti-LID-1 serology: OD > 0.3). The number
above each data set is the percent positive responses. Receiver Operating Curve (ROC)
xv
(C) anti-PGL-I IgM serology in MB patients versus patients with other dermatoses; (D)
anti-LID-1 IgG serology in MB patients versus other dermatoses------------------------87
Figura 2. IFNγ production in the WBA of paucibacillary (PB) and multibacillary leprosy
patients (MB), in patients with other dermatoses and in endemic controls (EC) upon
stimulation with (A) LID-1, (B) MLCS- M. leprae sonicate antigen, (C) PHA-
phytohemagglutinin and (D) PBS- phosphate buffered saline control. Heparinized whole
blood 24-h cultures were performed, individual IFN-γ results (pg/ml) were plotted and
the horizontal line represents the median IFN-γ value. The traced black horizontal line
represents the cut-off (50 pg/ ml). The number at the top of the graphs represents the
percentage of positive responses in each group for each of the antigenic stimulus.
Receiver Operating Curve (ROC) (E) cellular test (WBA-LID-1) based on IFN detection
evaluated in PB leprosy patients versus other dermatoses (area under the curve 0.75)
specificity: 61.5%; sensitivity: 72.5% -------------------------------------------------------88
Anexos
Anexo 1. Parecer do Comitê de Ética ......................................................................... 118
Anexo 2. Termos de Consentimento Livre e Esclarecidos (TCLEs) ......................... 121
Anexo 3. Questionários .............................................................................................. 133
xvi
SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS
BAAR- bacilo álcool-ácido resistente
BB- Hanseníase Borderline
BL- Hanseníase Borderline Lepromatosa
BSA – do inglês: Bovin serum albumin
BT – Hanseníase Borderline Tuberculoide
C3 - Componente C3 do sistema complemento
CAMP – do inglês: Cathelicidin antimicrobial peptide
CD – do inglês: Cluster of differentiation
CEP - Comitê de Ética em Pesquisa
CMI – do inglês: Cell mediated immunity
CRDT - Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica
CTLA-4 – do ingles: cytotoxic T-lymphocyte-associated protein 4
DCs – do inglês: dendritic cells
DEFB4 – do inglês: Defensin, beta 4
DNA – Ácido desoxiribonucleico
DO – Densidade óptica
ELISA – do inglês: Enzyme-Linked immunosorbent Assay
ENH - Eritema Nodoso Hansênico
EST - Ensaio de sangue total
Foxp3 – do inglês: Forkhead/winged helix transcription factor 3
FSC- GM – Fator estimulador de colônia – granulócitos e macrófagos
FSC-G – Fator estimulador de colônia - ganulócitos
GLS- do inglês: Granuloma-like structures
GM-CSF – Fator estimulador de crescimento de granulócitos e monócitos
HE - Hematoxilina-eosina
xvii
HLA – do inglês: Human Leukocyte antigen
IB - Índice baciloscópico
IFN - Interferon
Ig - Imunoglobulina
IGRA – do inglês: Interferon gamma release assays
IL – Interleucina
LAM - Lipoarabinomananas
LF – do inglês: Lateral flow
LID-1 – do inglês: Leprosy IDRI diagnostic 1
LL – Hanseníase lepromatosa (LL)
LM - Lipomanana
M. leprae - Mycobacterium leprae
M. tuberculosis - Mycobacterium tuberculosis
M. ulcerans - Mycobacterium ulcerans
MB - Multibacilar
MBL- do inglês: Mannose binding lectin
MCP-1 - Monocyte chemoattractant protein-1
MDP - Dipeptídeos muramil
MDT – Multidrogaterapia
MDT-U- do inglês: Uniform Multidrug Therapy
MHC I – Molécula apresentadora de antígeno classe I
MHC II - Molécula apresentadora de antígeno classe II
MIP-1 – do inglês: Macrophage Inflammatory Proteins 1
MO-BSA - Monossacarídeo–octyl–BSA
NDO–BSA - Dissacarídeo natural-octyl–BSA
NDO-HSA- Dissacarídeo natural-octyl–HSA
NF-kB – do inglês: Factor nuclear kappa B
NK – do inglês: natural killer
xviii
NLRs – do inglês: NOD like receptors
NTP-BSA - Trissacarídeo natural-phenil–BSA
NTP-HSA - Trissacarídeo natural-phenil– HSA
OMS - Organização Mundial de Saúde
PADL – do inglês: Protein advances diagnostic of leprosy
PAMPs – do inglês: Pathogen-associated molecular patterns
PARK2 – do inglês: Parkinson protein 2
PB – Paucibacilar
PBMCs – do inglês: Peripheral blood mononuclear cells
PBS – do inglês: Phosphate buffered saline
PBST - do inglês: Phosphate buffered saline + Tween 20
PCR – do inglês: Polymerase chain reaction
PDGF-BB - do inglês: Platelet-derived growth factor BB
PDIMs - Tiocerol dimicoceratos
PGL - Glicolipídeos fenólicos
PQT - Poliquimioterapia
PRRs – do inglês : Pattern recognition receptor
pSLC - do inglês: Progenitor/stem-like cells
rML – recombinant protein of M. leprae
RNI - Reativos intermediários do nitrogênio
ROI - Reativos intermediários do oxigênio
RORC – do inglês: Retinoic acid related orphan nuclear hormone receptor C
RR - Reação reversa
RT1 - Reação tipo 1
RT2 - Reação tipo 2
SNPs – do inglês: Single Nucleotide Polymorfisms
TB - Tuberculose
TCLE - Termo de consentimento livre e esclarecido
TCR – receptor da célula T
xix
TGF - do inglês: Transforming growth factor-
Th – Célula T auxiliar
TLR – do inglês: Toll like receptor
TMB – Tetrametilbenzidina
TN – Cepa Tamil Nadu
TNF-α – Fator de necrose tumoral alfa
Treg – Células T reguladoras
TT – Hanseníase tuberculoide
U-MDT/CT-BR - do inglês: Uniform Multidrug Therapy Clinical Trial Brazil)
VDR – do inglês: vitamin D receptor
WBA – do inglês: Whole blood assay
WHO – do inglês: World Health Organization
xx
RESUMO
A hanseníase é uma doença dermato-neurológica complexa que apresenta múltiplas
formas clínicas e o diagnóstico diferencial requer expertise clínica. As manifestações
clínicas da hanseníase são definidas de acordo com o tipo de resposta imune do paciente,
a qual pode ser celular/Th1 na doença paucibacilar (PB) ou humoral/Th2 na doença
multibacilar (MB). A multidrogaterapia (MDT) é considerada eficaz, todavia, pouco se
sabe sobre seu impacto na resposta imune de pacientes com hanseníase PB e MB. Não
existe um teste laboratorial único adequado para o diagnóstico de todas as formas clínicas
da hanseníase e que possa contribuir para o diagnóstico diferencial. Este estudo avaliou
o impacto da MDT nas respostas imune celular e humoral de pacientes PB e MB recém-
diagnosticados, não tratados em dois momentos após a conclusão da MDT utilizando um
painel de proteínas recombinantes do M. leprae (rMLs). Ao diagnóstico, pacientes PB
produziram IFN para todas as rMLs, pacientes MB produziram baixos níveis de IFN.
Cerca de 4-8 meses após o término da MDT observou-se aumento nos níveis de IFN em
pacientes PB e MB (p<0,05), contudo, não houve produção de IFN cerca de 2 anos após
o término da MDT. A sororeatividade de pacientes PB ao diagnóstico foi negativa para a
maioria das rMLs e para o PGL-I e este perfil não foi modificado após a MDT. Ao
diagnóstico pacientes MB apresentaram alta soropositividade para rMLs e PGL-I após a
MDT os níveis de IgG declinaram. A redução nos níveis de IFN para LID-1 em pacientes
PB e o declínio de IgG em pacientes MB podem auxiliar no monitoramento da eficácia
da MDT, entretanto não se sabe qual a repercussão desta redução no risco de
recidiva/reinfecção. Este estudo também avaliou a utilidade do teste de imunidade celular
(ensaio de sangue total/EST para LID-1) e da sorologia para PGL-I e LID-1 no
diagnóstico diferencial da hanseníase. Pacientes PB e MB recém-diagnosticados, não
tratados, pacientes com outras dermatoses clinicamente semelhantes à hanseníase e
indivíduos saudáveis de área endêmica (EC) foram recrutados em duas áreas endêmicas
do Brasil (Goiânia e Fortaleza). Maiores níveis de IFN para LID-1 foram detectados em
pacientes PB quando comparados aos outros grupos de estudo: MB (p<0,0001), outras
dermatoses (p=0,0008) e EC (p<0,0001). Em pacientes MB a sororeatividade para LID-
xxi
1 e PGL-I foi estatisticamente diferente quando comparada com pacientes PB (p<0,0001),
pacientes com outras dermatoses (p<0,0001) e EC (p<0,0001). A detecção de IFN e a
sorologia para PGL-I e LID-1 foram capazes de discriminar pacientes PB e MB de
pacientes com outras dermatoses indicando a utilidade destes testes no diagnóstico
diferencial da hanseníase.
xxii
ABSTRACT
Leprosy is a complex dermato-neurological disease that presents multiple clinical forms
and its differential diagnosis requires clinical expertise. The clinical manifestations in
leprosy are defined by the type of imune response developed by the patient: cellular/Th1
or humoral/Th2 in paucibacillary/PB and multibacillary disease respectively.
Multidrugtherapy (MDT) is considered efficacious however its impact on the immune
responses of PB and MB leprosy patients remains unknown. Currently no single
laboratory test is capable to detect all clinical forms of leprosy and laboratory tests are
not available to aid the differential diagnosis. This study evaluated the impact of MDT on
both cell-mediated immunity (CMI) and antibody responses by the follow up of untreated
PB and MB leprosy patients evaluated at 2 time points after MDT using a panel of
recombinants M. leprae proteins (rML). At diagnosis, PB patients produced interferon
gamma (IFNγ), and MB patients exhibited low or absent response. Shortly after MDT,
IFNγ production was observed only to LID-1 in PB and MB leprosy patients (p<0,05).
Almost 2 years after MDT, IFNγ levels declined in PB and MB patients. Most untreated
PB patients were seronegative to PGL-I and rML, remaining so after MDT. Most
untreated MB patients were seropositive to all antigens, and IgG to rMLs declined after
MDT. Reduction in antigen-specific CMI in PB and in antibody response in MB patients
may help monitor MDT effectiveness but may also have a role in the risk of
relapse/reinfection. This study also evaluated the usefulness of cellular test (Whole blood
assay – WBA to LID-1) and serology to PGL-I and LID-1 to differential diagnosis of
leprosy. Newly diagnosed and untreated PB and MB leprosy patients, patients with other
dermatoses clinically suspect of leprosy and healthy endemic individuals were recruited
in two geographic areas of Brazil (Goiânia and Fortaleza). Higher IFN levels to LID-1
were detected in PB leprosy patients when compared to all other study groups: MB
patients (p<0.0001), other dermatoses (p=0.0008) and endemic controls (p<0.0001). In
MB patients the seroreactivity to LID-1 and PGL-I was statistically different from: PB
leprosy (p<0.0001), other dermatoses (p<0.0001) and endemic controls (p<0.0001). The
IFN detection by WBA-LID-1 and the serology to PGL-I and LID-1 were able to
discriminate leprosy patients from patients with other dermatoses indicating their utility
for the differential diagnosis of leprosy.
1
1. INTRODUÇÃO / REVISÃO DA LITERATURA
1.1 Hanseníase: Aspectos gerais
A hanseníase é uma das doenças humanas mais antigas que se tem conhecimento,
cujos registros remontam a 4.000 antes de Cristo em papiros egípcios (TAN; GRAHAM,
2008). Estudos apoiam a hipótese de que a hanseníase tenha surgido na África Oriental e
se disseminado para Ásia, Oriente Médio e Europa por meio de migrações comerciais
como a rota da seda, favorecendo desta forma a disseminação da hanseníase e outras
doenças para estes locais. A imigração europeia parece ter sido responsável pela
introdução da hanseníase nas Américas, entretanto, evidências apontam que a doença foi
importada para o Brasil em navios negreiros oriundos da África durante o período colonial
brasileiro, em que o tráfico de escravos era uma prática comum (MONOT et al., 2009).
A hanseníase, também chamada Mal de Hansen, é famosa pela sua grande
capacidade desfigurante e apesar de ser considerada uma doença da antiguidade ainda
constitui até os dias atuais um sério problema de saúde pública em muitas regiões do
mundo (GELUK, 2013a). É uma doença infecciosa de evolução lenta, que tem como
agente etiológico o Mycobacterium leprae (M. leprae) um bacilo gram positivo
intracelular obrigatório que possui tropismo por macrófagos da pele e células de Schwann
(LOWY; RIDLEY, 1954). Em consequência da infecção e destruição das células de
Schwann dos nervos periféricos podem surgir incapacidades e deformidades físicas
permanentes (RIDLEY; JOPLING, 1966). Os doentes normalmente apresentam sinais e
sintomas dermato-neurológicos representados por lesões de pele que podem surgir em
qualquer parte do corpo, com alterações de sensibilidade e de sudorese no local da lesão
(RIDLEY, 1955).
A hanseníase apresenta período de incubação geralmente longo, podendo variar
em média de 2 a 10 anos. Acredita-se que os bacilos presentes nas vias aéreas superiores
de pacientes com alta carga bacilar não tratados representem as principais formas de
transmissão (PEDLEY, 1973). Estima-se que 95% da população global seja resistente a
infecção pelo M. leprae, embora não existam ferramentas para o diagnóstico de infecção
subclínica (SCOLLARD et al., 2006).
2
1.2 Mycobacterium leprae
Em 1874, o médico norueguês Gehard Henrik Amauer Hansen demonstrou a
etiologia infecciosa da hanseníase, por meio da observação de estruturas semelhantes a
bactérias no citoplasma de células provenientes de nódulos presentes em pacientes
lepromatosos. Amauer Hansen encontrou dificuldades para provar sua hipótese, pois, não
obteve sucesso na reprodução do crescimento do M. leprae em meios artificiais ou mesmo
em cobaias (TAN; GRAHAM, 2008). Os obstáculos para reprodução da hanseníase em
modelos animais durante as primeiras tentativas se deviam ao desconhecimento sobre o
ciclo de crescimento prolongado do M. leprae além de sua preferência por áreas mais
frias do corpo e a baixa qualidade dos inóculos de M. leprae, os quais usualmente
consistiam de homogenatos frescos ou congelados, provenientes de nódulos ou lesões de
pacientes lepromatosos não tratados (SCOLLARD et al., 2006). Durante um longo
período, todas as tentativas de cultivo deste micro-organismo falharam, entretanto, em
1960, Shepard obteve crescimento de M. leprae derivado da mucosa nasal de pacientes
lepromatosos por meio da inoculação 103 a 104 bacilos em coxim plantar de camundongos
que desenvolviam durante 9 a 12 meses uma lesão localizada característica da hanseníase
(SHEPARD, 1960).
A infecção experimental pelo M. leprae também foi reproduzida na espécie de
tatus de nove bandas (Dasypus novemcinctus) os quais são naturalmente suscetíveis.
Além disso, a infecção pelo M. leprae ocorre naturalmente em tatus selvagens chegando
a uma prevalência de até 20% em algumas localidades o que constitui um grande
reservatório deste bacilo. Tatus infectados foram encontrados habitando o México e
algumas regiões do sul dos Estados Unidos como Alabama, Arkansas, Louisiana,
Mississipi e Texas (TRUMAN, 2005; TRUMAN et al., 2011; WALSH et al., 1986). O
sequenciamento do genoma completo das cepas de M. leprae provenientes de tatus
selvagens infectados e pacientes hansênicos do sul dos Estados Unidos demonstrou alta
porcentagem de casos de hanseníase não relacionados entre si, desencadeados pela
mesma cepa que ocorre naturalmente em tatus selvagens desta mesma região geográfica,
o que corrobora com a hipótese de que a hanseníase pode ser uma zoonose no sul dos
Estados Unidos (TRUMAN et al., 2011). Outro estudo realizado no Brasil sugere que o
hábito de caçar ou comer tatus constitui um fator de risco para o desenvolvimento da
hanseníase (DEPS et al., 2008).
3
Até os dias atuais não é possível cultivar o M. leprae em meios de cultura
artificiais axênicos (TRUMAN; KRAHENBUHL, 2001). Este bacilo precisa de 12,5 dias
em média para se duplicar e possui predileção por áreas do corpo com menor temperatura
como pele, mucosa nasal e nervos periféricos, fato este, diretamente relacionado à
temperatura ideal para seu crescimento que é de 27ºC a 30ºC (JACOBSON;
KRAHENBUHL, 1999). Dentre as doenças infecciosas causadas por micobactérias, o M.
leprae é o segundo agente mais patogênico perdendo apenas para o Mycobacterium
tuberculosis (M. tuberculosis) causador da tuberculose (GELUK, 2013b).
O M. leprae é definido como um bacilo ligeiramente curvo, imóvel, microaerófilo,
que se cora em vermelho pela fucsina e não sofre descoloração pela solução de álcool e
ácidos orgânicos, sendo denominado um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) (LOWY;
RIDLEY, 1954). A parede celular do M. leprae é constituída por peptideoglicanos
entrelaçados e ligados a cadeias polissacarídeas que servem de suporte para os ácidos
micólicos. Os ácidos micólicos, lipídeos característicos do seu envelope celular, são
responsáveis pela característica hidrofóbica da micobactéria e estão ligados a resíduos
terminais de arabinose da arabinogalactana. Sua camada mais externa é composta por
moléculas como o tiocerol dimicoceratos (PDIMs), fosfatidil-inositol, manosídeos,
lipomanana (LM), lipoarabinomananas (LAM) e grandes quantidades de glicolipídeos
fenólicos (PGL) (SCOLLARD et al., 2006). O glicolipídeo fenólico I (PGL-I) representa
mais de 3% do peso total do bacilo, e a sua porção constituída por um açúcar é altamente
antigênica induzindo a produção de altos títulos de anticorpos (IgM), o que confere
especificidade imunológica ao M. leprae (SPENCER; BRENNAN, 2011).
1.3 Genoma do M. leprae
A cepa de M. leprae originalmente purificada de lesões de pele provenientes de
pacientes com hanseníase lepromatosa da Índia (cepa TN – Tamil Nadu), e
subsequentemente purificada a partir do fígado de tatus de nove bandas forneceu o DNA
necessário para o sequenciamento do genoma do M. leprae (COLE et al., 2001).
O sequenciamento do genoma completo do bacilo da hanseníase publicado por
Cole e colaboradores em 2001, revelou que o genoma do M. leprae possui 1605 genes
codificadores de proteínas em um total de 3.268.203 pb e um conteúdo médio de 57,8%
de G+C (Guanina + Citosina) (COLE et al., 2001). Houve uma extensa redução gênica
quando comparada com o genoma do M. tuberculosis que possui 4.411.532 pares de base
4
e 65,6% de G+C (COLE et al., 1998). Somente 49,5% do genoma do M. leprae possui
genes codificadores de proteínas, 27% são pseudogenes e os 23,5% restantes
correspondem a sequências regulatórias ou remanescentes de genes mutados. A
distribuição dos pseudogenes é aleatória e quando estes são excluídos, restam 1.604 genes
potencialmente ativos, sendo que 1.439 são comuns ao M. tuberculosis. Dos 165 genes
sem ortólogos no M. tuberculosis, somente 29 possuem funções definidas, sendo que a
análise proteômica comparativa detectou 391 espécies de proteínas solúveis no M. leprae,
comparadas com aproximadamente 1800 no M. tuberculosis indicando que os
pseudogenes são inertes. Considerando-se que todas as micobactérias se originaram de
um ancestral comum, provavelmente o genoma do M. leprae já foi semelhante ao de
outras micobactérias, diante disto, a perda de cerca de 2.000 genes pode ter ocorrido
durante o processo evolutivo.
Cerca de metade dos genes (52%) do genoma do M. tuberculosis surgiram
mediante eventos de duplicação gênica levando a uma extensa redundância funcional.
Muitos destes genes estão envolvidos no metabolismo lipídico, codificação de proteínas
estruturais ou com função desconhecida. Comparativamente, o genoma do M. leprae não
possui genes redundantes, apenas poucos íntrons ou sequências repetitivas, o que indica
que este bacilo preservou somente os genes imprescindíveis para a sua sobrevivência o
que provavelmente reduziu sua capacidade metabólica de maneira que ele se tornou um
bacilo intracelular obrigatório e altamente especializado (COLE et al., 2001).
Estudos de análise da diversidade genética e filogeografia do M. leprae
demonstraram que todas as cepas existentes de hanseníase surgiram de um único clone
cuja disseminação mundial pôde ser recuperada a partir da distribuição de polimorfismos
de base única (Single Nucleotide Polymorfisms – SNPs) (MONOT et al., 2005). Os SNPs
são alterações da sequência de DNA que ocorrem quando um único nucleotídeo (A, T, C
ou G) na sequência do genoma é modificado. Quando os SNPs estão localizados em
regiões codificadoras eles podem modificar um aminoácido e potencialmente causar
variações na estrutura e/ou função da proteína (BROOKES, 1999). Este estudo analisou
175 diferentes amostras de M. leprae provenientes de 21 países, os quais representam os
5 continentes e demonstrou uma pequena diferença na sequência de nucleotídeos
(variabilidade genética) entre as diferentes cepas do M. leprae, de diversas regiões
indicando uma alta proximidade filogenética entre elas (MONOT et al., 2005).
5
A extensa redução gênica e a consequente perda funcional observada no bacilo da
hanseníase influenciaram a taxa de crescimento do M. leprae que é extremamente lento
fato este que poderia explicar a dificuldade de seu cultivo em meios axênicos e a
baixíssima quantidade de cepas diferentes em todo o mundo (COLE et al., 2001; MONOT
et al., 2009). Outro trabalho filogeográfico comparativo realizado em 2009 pelo mesmo
grupo de pesquisa, comparou os genomas completos da cepa Br4923 do M. leprae,
encontrada no Brasil, com o genoma das cepas Thai53 da Tailândia, TN da Índia e
NHDP63 dos Estados Unidos. A comparação do sequenciamento completo mostrou
99,995% de identidade entre as sequências das quatro cepas (MONOT et al., 2009). A
similaridade entre as cepas de M. leprae foi ratificada recentemente por um estudo de
genômica comparativa entre cepas medievais e modernas. A obtenção de sequências
gênicas do M. leprae a partir de 5 esqueletos provenientes de diferentes regiões
geográficas da Europa, demonstrou que ao longo de 1000 anos houve uma preservação
excepcional das sequências gênicas quando comparou-se as sequências medievais com
11 sequências modernas. Além disso, este estudo também confirmou a origem europeia
da hanseníase nas Américas e a existência de uma cepa de M. leprae na Europa medieval
comumente associada com o Oriente médio (SCHUENEMANN et al., 2013).
1.4 Epidemiologia e transmissão da hanseníase
A hanseníase é um importante problema de saúde pública e durante muitos séculos
a inexistência de terapêutica eficaz contribuiu para este fato (NOGUEIRA et al., 1995).
Apesar da redução no número de casos registrados nas últimas duas décadas, a incidência
da hanseníase tem diminuído lentamente (WHO, 2010). O declínio apresentado na
prevalência da hanseníase, com a implementação da MDT, não foi acompanhado de um
declínio na incidência indicando que a prevalência é um parâmetro inadequado para se
avaliar o controle da infecção (FINE PE, 2006).
O último boletim da OMS (Organização Mundial da Saúde) reportou uma
prevalência global da hanseníase de 180.618 casos e incidência de 215.656 casos. O
Brasil ocupa o 2º lugar no ranking mundial contribuindo com 31.044 casos novos e uma
prevalência de 28.485 casos, perdendo apenas para a Índia a qual conta atualmente com
o número de 126.913 casos novos e uma prevalência de 86.147 casos (WHO 2014). A
situação epidemiológica da hanseníase no Brasil é considerada heterogênea devido à
grande variação do coeficiente de prevalência nas várias regiões do país (SOBRINHO;
6
MATHIAS, 2008). Segundo o último boletim epidemiológico de hanseníase no Brasil,
(2013) a maioria dos casos está concentrada nas regiões nordeste (13.896 casos) norte
(6.906 casos) e centro-oeste (5.775 casos). Em Goiás, no ano de 2012 foram
diagnosticados 2.205 casos novos, o que corresponde a 35,8 casos/100.000 habitantes e a
prevalência foi de 3,0/10.000 habitantes (BRASIL, 2013).
A estratégia atual da OMS é reduzir o número de casos novos diagnosticados com
grau de incapacidade dois para taxas < 35% em todo mundo até o final de 2015. É
importante ressaltar que a diminuição no número de casos de hanseníase deve ser
acompanhada pela redução dos desafios socioeconômicos relacionados à doença. É
imprescindível que os programas nacionais de hanseníase de cada país, concentrem-se
em áreas carentes e de difícil acesso a serviços de saúde, intensificando as ações de
vigilância em hanseníase, voltadas à efetividade no diagnóstico e tratamento da doença
(WHO, 2012).
O mecanismo preciso de transmissão do M. leprae ainda é desconhecido
(SCOLLARD et al., 2006), porém, acredita-se que os bacilos presentes nas vias aéreas
superiores de pacientes com alta carga bacilar, não tratados representem a principal via
de transmissão (SHEPARD, 1960; PEDLEY, 1973). Todavia, o contato direto com lesões
de pele ulceradas também constitui uma possível forma de transmissão (JOB et al., 2008).
Secreções orgânicas como urina, fezes, suor, leite materno, secreções vaginais e esperma
de doentes podem conter bacilos, mas não representam importância na disseminação da
infecção (TALHARI; NEVES, 1997; YAWALKAR, 2002).
Alguns autores sugerem a existência de reservatórios não humanos para o M.
leprae tais como, solo, água, plantas ou em várias outras espécies de animais como
amebas, insetos, peixes, primatas e tatus. A hanseníase tem sido observada em indivíduos
que não relatam história de exposição ao M. leprae e que foram identificados em áreas
específicas, tais como áreas próximas a fontes de água (TRUMAN; FINE, 2010). É
importante fazer a distinção entre reservatório e passagem transitória do M. leprae pelo
ambiente. Os pacientes MB podem disseminar grandes quantidades do bacilo no ambiente
e alguns bacilos podem permanecer viáveis por períodos como horas, dias ou semanas,
mas isto não caracteriza um reservatório (DESIKAN; SREEVATSA, 1995). Para que seja
considerado um reservatório, o M. leprae deve multiplicar-se. Entretanto, dados os
conhecimentos do genoma do M. leprae é improvável que este micro-organismo possa se
replicar em qualquer ambiente extracelular (COLE et al., 2001). Contudo, existe a
7
possibilidade do M. leprae presente na água se associar a protozoários ou invertebrados
aquáticos como tem sido mostrado para Mycobacterium ulcerans (M. ulcerans) (MOSI
et al., 2008).
Como mencionado anteriormente, até hoje a única fonte não humana comprovada
do M. leprae é o tatu de nove bandas (Dasypus novemcinctus) do sul dos Estados Unidos.
Truman e colaboradores compararam o genoma completo do M. leprae proveniente de
tatus selvagens e de pacientes com hanseníase dos Estados Unidos, demonstrou que a
cepa era idêntica. Sendo assim, o tatu pode ser um possível reservatório natural da
hanseníase no sul dos Estados Unidos (TRUMAN; FINE, 2010; TRUMAN et al., 2011).
Admite-se que para a transmissão, é necessário que haja um contato íntimo por
um período prolongado, como o que ocorre com familiares que convivem na mesma
residência (BAKKER et al., 2006). Por este motivo, contactantes intradomiciliares de
casos MB têm maior risco de desenvolver a doença do que a população geral. Estima-se
que contatos intradomiciliares de pacientes com baciloscopia positiva, apresentem 4 a 5
vezes mais risco de adoecer que outros indivíduos de uma população endêmica (FINE et
al., 1997; MOET et al., 2004). Entretanto muitos dos casos recém- diagnosticados não
referem contato com paciente com hanseníase (DOUGLAS et al., 2004).
O compartilhamento do domicílio de paciente com hanseníase MB com várias
pessoas e fatores genéticos do hospedeiro, parece predispor a infecção e desenvolvimento
da hanseníase (MIRA et al., 2004). Em áreas endêmicas para o M. leprae a maioria dos
indivíduos expostos é resistente ao bacilo, não desenvolvendo a doença (GODAL;
NEGASSI, 1973; MOET et al., 2004). Variantes dos genes PACRG e PARK2 (parkinson
protein 2, uma proteína do complexo E3 ubiquitina ligase) são considerados fatores de
risco para o desenvolvimento da hanseníase (MIRA et al., 2004). Porém, vários outros
genes como os codificantes de TNF- (fator de necrose tumoral alfa), IL-10 (interleucina-
10) e receptor da vitamina D, parecem estar implicados na resistência ou suscetibilidade
à hanseníase (MORAES et al., 2001; KRUTZIK et al., 2008). Aparentemente uma
combinação de sutis variações em diversos genes pode alterar o risco de desenvolvimento
da doença ou interferir na gravidade da hanseníase (CARDOSO et al., 2011).
1.5 Formas clínicas e tratamento da hanseníase
A hanseníase apresenta um espectro contrastante de manifestações clínicas e
histopatológicas, as quais são definidas de acordo com a habilidade do indivíduo em
8
desenvolver resposta imune celular ao M. leprae (SCOLLARD et al., 2006). As lesões de
pele geralmente se apresentam como manchas eritematosas ou hipocrômicas com
alteração de sensibilidade, infiltrações, nódulos, tubérculos ou placas (JOPLING, 1971).
As alterações de sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa) podem ser causadas pela ação do
bacilo nos nervos ou pela resposta do sistema imune frente ao bacilo (RIDLEY;
JOPLING, 1966; SEHGAL et al., 1977). A neurite pode levar a perda da força muscular,
com posterior paralisia, e originar incapacidades e deformidades físicas permanentes
(BRASIL, 2001).
Usualmente a manifestação inicial da hanseníase é a forma indeterminada com
resposta do hospedeiro e manifestações clínicas indefinidas, não permitindo a
classificação clínica ou prognóstico de evolução da doença (RIDLEY; JOPLING, 1966).
A hanseníase indeterminada geralmente se manifesta como uma lesão hipocrômica, que
pode evoluir para cura espontânea ou para outras formas clínicas da doença
(YAWALKAR, 2002).
Em 1966, Ridley e Jopling propuseram uma classificação baseada em critérios
clínicos, histopatológicos, baciloscópicos e imunológicos a qual é considerada até hoje
o método mais completo e criterioso de categorização das diferentes manifestações de
hanseníase existentes. Esta classificação catalogou a hanseníase em formas polares:
tuberculoide (TT) e lepromatosa (LL) e em formas intermediárias: borderline
tuberculoide (BT), borderline (BB) e borderline lepromatosa (BL) (PINHEIRO et al.,
2011; RIDLEY; JOPLING, 1966).
Os pacientes que desenvolvem a forma TT da hanseníase geralmente apresentam
poucas lesões de pele em forma de placas ou manchas com limites precisos, sensibilidade
diminuída e presença ou não de espessamento neural periférico, além disso, pode ocorrer
perda de pêlos e anidrose. De acordo com critérios histopatológicos a forma tuberculoide
da hanseníase é caracterizada pela presença de granulomas bem formados, constituídos
por infiltrado inflamatório que contém macrófagos, células epitelioides e gigantes, com
predomínio de robusta resposta de células T CD4+. Os pacientes que apresentam a forma
TT desenvolvem vigorosa resposta imune Th1 específica ao M. leprae, produção de IFN,
teste cutâneo positivo (reação de Mitsuda) e baciloscopia negativa (Figura 1) (RIDLEY;
JOPLING, 1966; SCOLLARD et al., 2006).
No outro extremo do espectro, pacientes com a forma LL da hanseníase não
apresentam resistência aparente ao M. leprae e clinicamente são observadas múltiplas
9
lesões de pele com limites imprecisos que consistem em máculas, pápulas, placas ou
nódulos anestésicos. Apresentam espessamento neural periférico e eventualmente podem
desenvolver queratite, uveite, madarose, ulceração do nariz e destruição óssea. O exame
histopatológico evidencia um infiltrado celular composto de histiócitos multivacuolados
com citoplasma contendo grande quantidade de lipídeos, o que confere a essas células
aspecto espumoso, denominadas células de Virchow. A forma LL é caracterizada por
produção de altos níveis de anticorpos e predominância de resposta imune celular Th2.
Observa-se predomínio de células T CD8+ e ausência de granulomas com alta carga
bacilar podendo chegar até 1012 bactérias por grama de tecido. Nos pacientes LL a
baciloscopia é fortemente positiva e o teste cutâneo é negativo (Figura 1) (MISCH et al.,
2010; RIDLEY; JOPLING, 1966; SCOLLARD et al., 2006;).
As formas intermediárias da hanseníase constituem uma variedade de formas
clínicas que podem apresentar similaridades com o pólo tuberculoide e lepromatoso da
hanseníase. A forma borderline tuberculoide apresenta lesões bem delimitadas e em maior
número, bem como maior acometimento de troncos nervosos quando comparada com a
forma TT. No histopatológico observam-se raros bacilos e granulomas formados por
células epitelioides, e células gigantes multinucleadas tipo Langhans contornados por
halo linfocitário. A baciloscopia é negativa ou com raros bacilos. A hanseníase borderline
(BB), é caracterizada pelo surgimento de poucas lesões com limites extensos e
imprecisos, ou por múltiplas lesões bem definidas e porosas conhecidas como queijo
suíço ou lesões em renda. A baciloscopia geralmente é positiva. Ao histopatológico
observa-se a presença de bacilos e células epitelioides distribuídas difusamente. A forma
borderline lepromatosa apresenta muitas lesões mal delimitadas e eritematosas. A
baciloscopia é positiva e o histopatológico revela granuloma com macrófagos e grande
quantidade de bacilos (RIDLEY; JOPLING, 1966). Um sistema de classificação
simplificado para hanseníase baseado no número de lesões de pele foi estabelecido pela
OMS para fins operacionais e terapêuticos. Segundo este sistema os pacientes podem ser
classificados em paucibacilares (PB) e multibacilares (MB). Os pacientes PB apresentam
até 5 lesões de pele, e em geral correspondem as formas TT e BT. Por outro lado os
pacientes MB apresentam mais de 5 lesões de pele, e em geral correspondem as formas
BL e LL de Ridley e Jopling.
O tratamento para a hanseníase baseia–se em uma combinação de antibióticos que
é chamada de multidrogaterapia (MDT) ou poliquimioterapia (PQT). A MDT consiste na
10
combinação de rifampicina, clofazimina e dapsona e tenta evitar a resistência
medicamentosa do bacilo (NOORDEEN, 1990). Desde 1995, a OMS fornece a MDT
gratuitamente para pacientes com hanseníase em todos os países endêmicos. Para
pacientes PB a OMS recomenda um regime baseado em uma dose mensal supervisionada
de rifampicina (600 mg) e dapsona (100 mg) e doses diárias auto administradas de
dapsona (100 mg). Devem ser administradas seis doses em até nove meses. Para pacientes
MB preconiza-se o uso combinado de uma dose mensal supervisionada de rifampicina
(600 mg), clofazimina (300 mg) e dapsona (100 mg) e doses diárias auto administradas
de clofazimina (50 mg) e dapsona (100 mg) (WHO, 1991). Devem ser administradas doze
doses em até dezoito meses.
A alta por cura é concedida ao fim do tratamento, ou seja, após a administração
do número de doses preconizadas pelo esquema terapêutico. Ao final da MDT os
pacientes devem ser submetidos ao exame dermatológico, às avaliações neurológicas
simplificadas e do grau de incapacidade física e receber alta por cura. O paciente que
completa a MDT não deve mais ser considerado como caso de hanseníase, mesmo que
este apresente reações hansênicas pós-alta ou que permaneça com alguma sequela da
doença (WHO, 1994). Quando a MDT é administrada adequadamente, raramente o
paciente volta a manifestar os sinais e sintomas característicos da doença, a menos que
ele tenha se reinfectado. O acompanhamento prolongado dos pacientes é importante na
vigilância à resistência medicamentosa.
Apesar da eficácia da MDT empregada para hanseníase, algumas limitações como
tempo prolongado de tratamento e classificação errônea das formas clínicas têm motivado
pesquisas que estão investigando um esquema terapêutico único utilizando 6 doses para
pacientes PB e MB incluindo rifampicina, dapsona e clofazimina denominado MDT-U
(Uniform Multidrug Therapy) que possa substituir a MDT clássica. No Brasil, desde
2004, vem sendo desenvolvido um ensaio clínico controlado denominado “Estudo
independente para determinar efetividade do esquema uniforme de MDT de seis doses
(MDT-U) em pacientes de hanseníase (U-MDT/CT-BR - Uniform Multidrug Therapy
Clinical Trial Brazil). De 2004 a 2009 foram examinados 8.755 indivíduos e incluídos
859 pacientes com hanseníase, os quais foram avaliados mensalmente e anualmente para
verificar episódios reacionais, lesões neurais funcionais, e recidivas. O seguimento dos
pacientes foi realizado por até seis anos após a conclusão do tratamento (PENNA et al.,
2012). Resultados prévios do U-MDT/CT-BR sugerem a possibilidade do uso do MDT-
11
U, uma vez que foram encontrados dados semelhantes entre o esquema uniforme e regular
quanto à frequência de reações hansênicas, comportamento do índice bacilar (IB) e efeitos
adversos (GONÇALVES et al., 2012; PENNA et al., 2012)
Além das formas clínicas clássicas da hanseníase os pacientes podem desenvolver
episódios agudos imuno-inflamatórios denominados reações hansênicas. As reações
podem ocorrer antes, durante ou após a MDT interrompendo o curso crônico da doença.
As reações são a causa primária de incapacidades físicas e representam emergências
médicas que devem ser rapidamente diagnosticadas e tratadas, para que o dano neural
irreversível seja evitado. Existem dois tipos de reação hansênica: Reação tipo 1 (RT1)
também chamada de reação reversa (RR) e Reação tipo 2 (RT2) ou Eritema Nodoso
Hansênico (ENH). A RT1 ocorre preferencialmente em pacientes BT, BB e BL e a RT2
ocorre nas formas clínicas BL e LL. Acredita-se que alguns fatores de risco como
quimioterapia, gravidez, infecções concomitantes e estresse físico e emocional, podem
predispor ao desenvolvimento dos episódios reacionais (PINHEIRO et al., 2011).
A RT1 é caracterizada pelo inchaço e eritema das lesões pré-existentes ou
aparecimento de novas lesões, neurite, perda motora e sensorial e sintomas sistêmicos são
raros. Comumente a RT1 é diagnosticada simultaneamente com a hanseníase ou durante
os 2 primeiros anos da MDT. A RT1 é desencadeada por exacerbação da resposta imune
celular do tipo Th1 contra o M. leprae, com aumento local e sistêmico de citocinas pró-
inflamatórias como IFN (Interferon gama), TNFα (Fator de necrose tumoral alfa), IL12
(Interleucina 12), IL-1 (Interleucina 1), IL-6 (Interleucina 6) dentre outras (MORAES et
al., 1999; STEFANI, 2008). Cerca de 40% dos pacientes com RT1 desenvolvem lesão
neural permanente, mesmo com tratamento adequado (VAN BRAKEL ; KHAWAS,
1996). A quimiocina CXCL-10 (C-X-C quimiocina 10) e a citocina IL-6 foram
identificadas como potenciais biomarcadores para RT1 uma vez que níveis plasmáticos
aumentados de CXCL-10 e IL-6 foram encontrados em pacientes em RT1 quando
comparados com indivíduos sem reação hansênica (STEFANI et al., 2009).
A RT2 apresenta maior exuberância de sintomas e a maioria dos casos ocorre
durante a MDT e em indivíduos com alta carga bacilar. Observa-se o aparecimento de
nódulos eritematosos dolorosos na pele, além de sintomas sistêmicos como febre, mal
estar, aumento dos gânglios linfáticos, anorexia, perda de peso, artralgia e edema. A
imunopatogênese do ENH compreende uma reação inflamatória sistêmica relacionada à
deposição de imunocomplexos, gerando infiltração de neutrófilos e ativação do sistema
12
complemento (KAHAWITA; LOCKWOOD, 2008; MASTRANGELO et al., 2008;
RIDLEY; RIDLEY, 1983). Alguns estudos tem confirmado a presença de altos níveis de
citocinas pró-inflamatórias como TNF, IL-6 e IL-1 (Interleucina 1 beta) no soro de
pacientes com ENH (Figura 1) (KHANOLKAR-YOUNG et al., 1995; SARNO et al.,
1991; SOUSA et al., 2012). A citocina IL-6, e os fatores de crescimento IL-7 (interleucina
7) e PDGF-BB (fator de crescimento derivado de plaquetas) foram sugeridos como
marcadores laboratoriais para RT2 em um estudo comparativo entre pacientes na vigência
e na ausência da RT2 (STEFANI et al., 2009).
O tratamento para reações hansênicas tem como objetivo controlar a inflamação
aguda, aliviar a dor e reverter o dano neural. Para RT1 o tratamento é baseado em
corticosteroides orais em doses baixas por semanas ou meses. Geralmente são utilizadas
doses diárias de 40 mg de prednisona, após a melhora do quadro reacional a dose deve
ser diminuída em 5 mg a cada duas ou quatro semanas. O tratamento da RT2 é realizado
com corticoesteróides e talidomida, que também controlam o episódio inflamatório e a
dor (WALKER; LOCKWOOD, 2006).
13
Figura 1 - Espectro clínico e imunológico da hanseníase
A hanseníase é classificada ao longo de um espectro clínico em tuberculoide (TT),
borderline tuberculoide (BT), borderline borderline (BB), borderline lepromatosa (BL), e
lepromatosa (LL). Cada polo é associado ao desenvolvimento de um perfil imune celular
ou humoral. O polo TT apresenta resposta imune celular do tipo 1 (Th1) e caracteriza-se
por eliminar ou conter os bacilos mediante a formação de granulomas. Por outro lado, o
polo LL caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma ineficiente resposta imune humoral
que permite a proliferação dos bacilos dentro e ao redor de macrófagos espumosos. As
reações tipo 1 (RT1) resultam de uma súbita ativação de resposta Th1 em indivíduos que
apresentam as formas BT, BB, ou BL e podem ser a causa de dano neural irreversível
(neurite). O eritema nodoso hansênico (ENH) ocorre em pacientes com as formas BL ou
LL e reflete um aumento em ambas as imunidades celular e humoral ao M. leprae. ENH
está associado com liberação sistêmica de TNF a IL-4, influxo de leucócitos
polimorfonucleares (PMNs) e deposição de complexos antígeno-anticorpo (Ag/Ac).
Adaptado de MISCH et al., 2010.
14
1.6 Imunologia da hanseníase
O amplo espectro de manifestações clínicas e histopatológicas da hanseníase se
devem a diversidade da resposta imune desenvolvida frente ao M. leprae (SCOLLARD
et al., 2006). Considerando-se a via respiratória como a principal via de transmissão do
M. leprae, as células dendríticas (DCs) da mucosa nasal, são as primeiras células a
reconhecerem o bacilo por meio de uma grande variedade de receptores de
reconhecimento padrão (PRRs) (DEMANGEL; BRITTON, 2000). Além das DCs, os
macrófagos também reconhecem e são as células hospedeiras primárias do M. leprae,
desempenhando importante papel na defesa do organismo contra este bacilo mediante
captura, processamento e apresentação de antígenos, além da secreção de monocinas
(Figura 2), porém, na ausência de uma resposta imune adaptativa eficaz, os bacilos podem
se multiplicar no seu interior chegando a 100 bacilos por célula (HAGGE et al., 2004;
SCOLLARD et al., 2006).
Vários pares PRRs-PAMPs participam da resposta imune inata ao M. leprae.
Dentre os PRRs envolvidos podemos destacar os receptores do complemento 1 e 3
presentes na superfície de monócitos e os receptores CR1, CR3 e CR4 em macrófagos
que são essenciais na fagocitose do M. leprae, receptores que se ligam a manose como
dectina 1, MBL, a superfamília das lectinas tipo C os quais apresentam importante função
na captura do M. leprae e receptores “Scavenger” de macrógagos (CD36) os quais podem
estar relacionados com a formação de células espumosas (ADAMS et al., 1993;
GREAVES; GORDON, 2009; MONTOYA; MODLIN, 2010; MOSSER; EDWARDS,
2008; SCHLESINGER; HORWITZ, 1991; SCOLLARD et al., 2006).
Outros PRRs como Toll-like receptors (TLRs) 1, 2, 4, 6, 8, e 9 e a família de
receptores intracelulares NOD like receptors (NLRs) podem estar envolvidos (MISH et
al., 2010). Dentre os 10 TLRs identificados, o TLR2 reconhece LAM e os heterodímeros
TLR2/1 reconhecem lipoproteínas triaciladas, uma vez que lipoproteínas diaciladas são
reconhecidas pelo heterodímero TLR2/6, o que resulta na produção de citocinas
inflamatórias (MONTOYA; MODLIN, 2010). A ativação do heterodímero TLR2/1 pelas
lipoproteínas do M. leprae promove a produção de TNF como componente da resposta
inflamatória aguda e IL-12, citocina indutora da resposta imune do tipo Th1 além de
induzir a expansão de células dendríticas e diferenciação de macrófagos (KRUTZIK et
al., 2003). O TLR2 também atua cooperativamente com a Dectina 1 e MBL que são
receptores que reconhecem carboidratos e facilitam a internalização do antígeno para
15
processamento e apresentação (Figura 2) (MONTOYA; MODLIN, 2010; SCOLLARD
et al., 2006).
Além da fagocitose, os macrófagos utilizam uma variedade de mecanismos
antimicrobianos para eliminar patógenos, que vão deste a geração de óxido nítrico e
radicais superóxidos a indução de peptídeos antimicrobianos como as catelecidinas por
um mecanismo dependente de vitamina D. Em macrófagos infectados com M.
tuberculosis, a ativação de TLR1/2 promove a expressão do receptor da vitamina D (VDR
– vitamin D receptor) e da forma ativa da vitamina D que por sua vez aumenta a produção
de peptídeos antimicrobianos como catelecidinas (CAMP) e defensinas 2 (DEFB4)
levando a morte intracelular (LIU et al., 2006).
Algumas citocinas, como a IL-15 e a IL-10 são produzidas como consequência da
ativação do sistema imune inato e são conhecidas por regular as funções macrofágicas,
sendo diferentemente expressas em lesões de hanseníase (MONTOYA et al., 2009). A
existência de uma divergência no direcionamento da ativação de macrófagos para perfis
altamente fagocíticos (programas fagocítico) ou para macrófagos microbicidas (programa
antimicrobiano) pode estar relacionada à presença destas citocinas. Especificamente, o
programa fagocítico induzido em macrófagos pela IL-10 é evidente em pacientes com
hanseníase lepromatosa, todavia, o programa antimicrobiano induzido via vitamina D em
macrófagos pela IL-15 é observado em pacientes com forma tuberculoide da hanseníase.
Estes dados estabelecem que a produção seletiva de IL-15 ou IL-10 pelo sistema imune
inato, diferencialmente programa os macrófagos para fagocitose versus respostas
antimicrobianas, o que direciona o curso da infecção para resistência do hospedeiro ao
bacilo ou patogênese da doença infecciosa (MONTOYA et al., 2009).
Os NLRs são outro grupo de PRRs citosólicos importantes na defesa contra o M.
leprae, levando-se em consideração seu caráter intracelular obrigatório. A ativação
específica de NOD2 e TLR2/1 e, por conseguinte a indução de diferentes respostas
imunes inatas foi investigada na hanseníase. A ativação do NOD2 ocorre pelo
reconhecimento de dipeptídeos muramil (MDP) presentes no peptidoglicano de várias
bactérias incluindo o M. leprae e promove a diferenciação de monócitos em células
dendríticas na presença de IL-32 (MODLIN, 2010; PEDRA et al., 2009).
As DCs derivadas de monócitos via IL-32 expressam maior quantidade de MHC
de classe I e CD86, o que aumenta a sua capacidade de apresentar antígenos para células
T CD8+ restritas ao MHC I. Além disso, a análise de lesões de pele e monócitos do sangue
16
periférico de pacientes com hanseníase sugere que a ativação de NOD2 via MDP e
consequente diferenciação de DCs por meio da IL-32 correlaciona-se com o
desenvolvimento da forma tuberculoide versus a forma disseminada da hanseníase.
Portanto, a ativação de TLR2/1 contribui para funções efetoras diretas da resposta imune
inata, mediante a diferenciação de macrófagos, por outro lado a ativação de NOD2
colabora na função instrutiva da resposta adaptativa pelo sistema imune inato via
diferenciação de células dendríticas (SCHENK et al., 2012). A relevância do NOD2 na
patogênese da hanseníase foi demonstrada em um estudo de associação de genoma
completo na China, que identificou SNPs em NOD2 e RIP2 predominantemente
associados a hanseníase lepromatosa versus a forma tuberculoide da doença. Este estudo
sugere que os SNPs em NOD2 e RIP2 estão envolvidos na suscetibilidade a hanseníase
MB (ZHANG et al., 2009).
17
Figura 2 – Principais receptores associados à resposta imune ao M. leprae
Abreviações: C3, fator 3 do complemento; CR1, receptor 1 do complemento; DEFB1,
Beta defensina 1; IFN, interferon gama; IL10, interleucina-10; IL12B, subunidade p40
da interleucina-12; IL12RB2, receptor beta 2 da interleucina-12; LTA4H, leucotrieno A4
hidrolase; LTA, linfotoxina alfa; MHC II, complexo de histocompatibilidade principal
classe II; MBL2, lectina ligadora de manose 2; MRC1, receptor de manose 1; NOD2,
domínio de oligomerização de nucleotídeos 2; RIP2, receptor de interação com cinase 2;
NRAMP1, proteína 1 de macrófago associada a resistência natural; TCR, receptor de
célula T; Th1, célula T auxiliar tipo 1; Th2, célula T auxiliar tipo 1; TLR, receptor Toll-
like; TNF, fator de necrose tumoral. Adaptado de MISCH et al 2010.
18
Posteriormente ao reconhecimento, as DCs fagocitam o M. leprae e exercem sua
capacidade de processamento e apresentação de antígenos. O reconhecimento dos bacilos
e subsequente produção local de citocinas e quimiocinas podem regular a inflamação e
manipular o curso da infecção para uma resposta imune adaptativa do tipo Th1 ou Th2
(SCOLLARD et al., 2006).
No polo tuberculoide da hanseníase as DCs e os macrófagos ativados produzem
citocinas pró-inflamatórias, como a IL-12 que induz células T naive a se diferenciarem
para o perfil Th1. As células Th1 produzem citocinas pró-inflamatórias como IFN,
TNF, IL-12, IL-23 e IL-2, as quais são responsáveis pela destruição do bacilo e
manutenção da resposta celular. As células Th1 CD4+ produtoras de IFN são
predominantes em lesões de pacientes com hanseníase tuberculoide (BRITTON;
LOCKWOOD, 2004). Sob a ação do IFN, o macrófago aumenta a produção de reativos
intermediários do oxigênio (ROI) e de nitrogênio (RNI) com o objetivo de eliminar ou
diminuir a proliferação do M. leprae (ADAMS et al., 2000). O IFN também induz a
ativação da enzima óxido nítrico sintetase responsável pela indução da produção do óxido
nítrico, que leva à destruição dos bacilos no interior dos macrófagos.
O IFN produzido pelas células dendríticas, macrófagos e células natural killer
(NK) também aumenta a expressão do receptor da IL-12 e ativação das células T por esta
citocina produzida pelas células da imunidade inata, o que contribui para a diferenciação
do perfil Th1, e para a produção adicional de IFN. Além disso, essa citocina exerce
importante papel na inibição de linfócitos Th2 (GOULART et al., 2002).
O TNF é uma citocina pro-inflamatória multifuncional produzida pelos monócitos
e macrófagos e é importante para o controle de micobactérias e outras doenças infecciosas
(MISCH et al., 2010). O TNF está envolvido na regulação da imunidade ao M. leprae
atuando na ativação de macrófagos e células Th1, tornando-se a principal citocina
responsável pela formação e manutenção do granuloma em pacientes com hanseníase
tuberculoide, mas por outro lado, seus efeitos podem resultar em imunopatologia, tais
como dano aos nervos periféricos e necrose tecidual (ROACH et al., 2002; SIELING;
MODLIN, 1994).
A ideia de que o granuloma funciona como uma barreira à proliferação e
disseminação micobacteriana foi difundida por décadas. Contudo, um estudo demonstrou
que o M. tuberculosis utiliza o granuloma para sua proliferação e disseminação. O bacilo
19
da tuberculose acelera a apoptose de macrófagos infectados no granuloma, favorecendo
o rápido recrutamento de outros macrófagos para a fagocitose destas células mortas. Os
macrófagos recém-chegados logo se tornam infectados e também sofrem apoptose,
promovendo o recrutamento de outros macrófagos, este ciclo vicioso favorece a
proliferação do bacilo no interior destas células, além de promover a disseminação da
infecção, pois, durante este processo alguns macrófagos infectados migram do granuloma
para outros tecidos (RAMAKRISHNAN, 2012). Apesar desta descoberta acerca do
granuloma, deve-se levar em consideração que não há proteção na ausência da formação
de granulomas, e que estas estruturas são as únicas compostas por macrófagos repletos
de micobactérias e células T ativadas justapostas, onde é observada reduzida proliferação
do M. tuberculosis, fato este que sugere uma causalidade para sua existência (EHLERS;
SCHAIBLE, 2012).
Outro estudo relatou um fato semelhante ao descrito para a tuberculose
envolvendo o papel da célula de Schwann na disseminação do M. leprae para outros sítios
anatômicos. Masaki e colaboradores identificaram um inesperado mecanismo pelo qual
o bacilo da hanseníase dissemina-se pelo organismo. Curiosamente, acredita-se que a alta
carga bacilar em células de Schwann por períodos extensos promova a desdiferenciação
e reprogramação das células de Schwann infectadas adultas para um estado de células
progenitoras mesenquimais “stem-cell-like” (pSLC). As pSLCs apresentam uma série de
propriedades notáveis como alta capacidade proliferativa e migratória, o que pode ser um
importante fator na disseminação do patógeno. Além disso, estas células são capazes de
se rediferenciar em vários tipos celulares mesodérmicos e de se integrar a músculos
esquelético e liso disseminando assim o M. leprae por estes tecidos. Finalmente, as pSLCs
infectadas secretam uma variedade de moléculas imunomoduladoras que atraem
macrófagos, para os quais as pSLCs transferem o M. leprae tornando-os infectados. Este
ciclo resulta na formação de uma estrutura semelhante a um granuloma (granuloma-like
structures - GLS) que se torna a fonte de macrófagos infectados, que atuam como outro
veículo para a disseminação sistêmica do patógeno (MASAKI et al., 2013; WEGNER,
2013).
A hanseníase lepromatosa é caracterizada por resposta imune Th2, secreção de
IL-10 e IL-4, produção de anticorpos, ausência de granulomas e falha em conter o
crescimento do M. leprae (MISCH et al., 2010). As DCs de pacientes com a forma
lepromatosa produzem IL-4 e IL-10, polarizando a resposta para o pólo Th2 (MAEDA et
20
al., 2003). Quando ocorre uma polarização para a resposta imune do tipo Th2, observa-
se exacerbação da resposta humoral que é ineficaz para a eliminação dos bacilos
intracelulares e causa maior suscetibilidade à hanseníase (MODLIN et al., 1986). O M.
leprae possui mecanismos de escape à sua eliminação, como a produção dos antígenos
PGL-I e LAM, que têm como função a supressão da ativação macrofágica e estimulação
da resposta Th2, o que proporciona condições para que o bacilo fique protegido no
citoplasma da célula, multiplicando-se, formando globias e disseminando-se
(HASHIMOTO et al., 2002).
A resposta imune humoral cursa com a produção de citocinas como TGF, IL-4,
IL-5 e IL-10, as quais inibem a ativação de macrófagos e diminuem a expressão de
moléculas MHC II pelas células apresentadoras de antígenos (SIELING; MODLIN,
1994). A IL-4 atua ainda diminuindo a expressão de TLR-2 nos monócitos
(BRIGHTBILL et al., 1999) e induz a produção de imunoglobulinas por linfócitos B
(MODLIN et al., 1986). O TGF-β (transforming growth factor-) tem atividade
imunossupressora de linfócitos T pela inibição da produção de IL-12 e IFN-
(KHANOLKAR-YOUNG et al., 1995; KISZEWSKI et al., 2003). A IL-5 é produzida
pelas células Th2 e inibe fortemente a produção de TNF e IL-12 além de estimular a
produção de IL-4 pelos macrófagos. A IL-10 é uma citocina produzida por macrófagos e
DCs que inibe a produção de substâncias microbicidas como reativos de oxigênio, óxido
nítrico e catelecidinas em macrófagos infectados pelo M. leprae (SIELING et al., 1993).
As citocinas descritas acima são encontradas em lesões de pacientes com as formas
LL/BL da hanseníase (YAMAMURA et al., 1992).
Sabe-se que interferons tipo I (IFN e IFN) são importantes para a proteção
contra muitas infecções virais, ao passo que IFN é essencial para a defesa do organismo
contra alguns patógenos bacterianos (FABRI et al., 2011; O’CONNELL et al., 2004;).
Entretanto, um estudo revelou uma correlação inversa na hanseníase entre IFN e IFN.
Neste estudo, foi demonstrado que em lesões TT e na reação tipo 1, houve expressão
aumentada de IFN e baixa expressão de IFNβ, enquanto que em lesões de pacientes LL
observou-se baixa expressão de IFN e predomínio de expressão de IFNβ, o qual é
coexpresso com a citocina IL-10 nestas lesões. A relação entre IFN e IL-10 revelou que
o IFN é capaz de induzir a secreção de IL-10 e que a indução de IL-10 pelo M. leprae é
21
parcialmente dependente da sinalização via interferons tipo I, o que sugere uma via IFN
- IL-10 em lesões lepromatosas. (TELES et al., 2013).
Novos perfis imunes têm emergido apresentando importantes implicações nas
infecções micobacterianas. Dentre estes perfis destacamos o perfil de células T
reguladoras (Treg) cuja importante função é bem estudada em diferentes doenças crônicas
granulomatosas, na hanseníase a função destas células ainda não é bem elucidada
(PALERMO et al., 2012).
Inicialmente, na tentativa de esclarecer o papel das células Treg na infecção pelo
M. leprae, foram realizados alguns estudos avaliando a frequência das células Treg CD4+
CD25+ e Foxp3+ na circulação e na pele de pacientes com diferentes formas clínicas da
hanseníase (TT, BT, BB, BL e LL), indivíduos com reação hansênica tipo 1 e indivíduos
sem hanseníase. Maior frequência de células Treg expressando Foxp3+ foi encontrada em
pacientes com hanseníase quando comparados com indivíduos sem hanseníase. Dentre as
formas clínicas, a forma TT apresentou maior frequência de Tregs na circulação, ao passo
que a forma LL apresentou uma frequência diminuída de células Treg. Por outro lado, as
biópsias de pele revelaram que não houve diferença estatística na expressão de Foxp3
entre as formas clínicas da hanseníase (TT, BT, BL, LL), contudo, houve uma tendência
de aumento na detecção de células Foxp3+ em biópsias de pele de indivíduos com reação
tipo 1 quando comparada com pacientes em reação tipo 2 e pacientes não reacionais
(ATTIA et al., 2010; MASSONE et al., 2010).
Desta forma, os autores sugerem que as células Treg desempenhem papel
patogênico na hanseníase, limitando a habilidade do sistema imune responder de forma
efetiva ao M. leprae. Resultados concordantes foram observados em estudo recente do
mesmo grupo com maior número de amostras. A expressão de Foxp3 em lesões de pele
foi maior entre pacientes com reação hansênica do tipo I em comparação com pacientes
não reacionais (I, BT e LL) (PARENTE et al., 2015).
Outro estudo avaliou paralelamente expressão de células Treg na circulação
periférica e em lesões de pele de pacientes com hanseníase, contatos domiciliares e
controles saudáveis. Este estudo demonstrou uma maior proporção de células T
reguladoras e IL-10 na circulação de pacientes lepromatosos, por outro lado, a produção
de IFN foi maior entre os pacientes com hanseníase tuberculoide. (PALERMO et al.,
2012). Resultados semelhantes foram observados por Saini e colaboradores (2014) ao
investigar o papel das células Treg em pacientes com hanseníase por meio da avaliação de
22
lesões de pele e de células mononucleares do sangue periférico (PBMCs, peripheral blood
mononuclear cells). Uma maior expressão de Foxp3+, TGF-β e IL-10 foi observada tanto
na pele, quanto em PBMCs estimulados com M. leprae de pacientes com hanseníase
lepromatosa em comparação com hanseníase tuberculoide e contatos saudáveis. O estudo
sugere que a maior expressão de células Treg nos pacientes lepromatosos favorece a não
responsividade aos antígenos do M. leprae, fato que contribui para a persistência de alta
carga bacilar (SAINI et al., 2014).
Poucos são os estudos acerca do papel das células Th17 na hanseníase, contudo,
alguns trabalhos tem buscado esclarecer a importância deste perfil na infecção pelo M.
leprae. Martiniuk e colaboradores investigaram o envolvimento das células Th17 no
ENH, uma vez que a presença abundante de PMNs é característica marcante do perfil
Th17 e do ENH. Este estudo demonstrou que a IL-17A foi detectada em pacientes
reacionais sugerindo que o perfil Th17 pode estar envolvido na patogênese do ENH
(MARTINIUK et al., 2012).
Outros estudos anteriores demonstraram que alguns pacientes de ambos os
espectros da hanseníase não polarizam sua resposta imune para nenhum dos perfis imunes
Th1 e Th2 classicamente descritos (MISRA et al., 1995). De posse deste conhecimento,
um estudo investigou a função das células Th17 em PBMCs e lesões de pele proveniente
de pacientes de ambos os polos da hanseníase, contatos intradomiciliares e indivíduos
clinicamente saudáveis. Maiores níveis das isoformas de IL-17 foram detectadas entre
contatos intradomiciliares e pacientes com hanseníase tuberculoide, quando comparados
com pacientes lepromatosos. Dentro do espectro da hanseníase, a forma tuberculoide
obteve maiores de níveis IL-21, IL-22, e expressão do fator de transcrição RORC. Além
disso, a fenotipagem celular identificou que a maioria das células IL-17+ foram CCR6+
sugerindo a existência de uma população de células T CD4+ efetoras. Este estudo sugere
que as células Th17 podem configurar um terceiro subtipo de células T auxiliares, atuando
como uma via alternativa para o controle da carga bacilar em pacientes onde a polarização
para Th1 ou Th2 não é observada (SAINI et al., 2013).
Resultados semelhantes foram encontrados em um estudo que documentou uma
maior expressão de células TH17 e IL-17 em pacientes com hanseníase PB e contactantes
de pacientes MB, sugerindo uma relação positiva entre IFN e IL-17 que podem estar
atuando sinergisticamente para controlar a infecção. Além disso, pacientes MB não
tratados demonstraram menor expressão de células CD4+IFN+ e CD4+IL-17+, porém,
23
após o segundo mês da MDT estas populações expandiram significantemente, sugerindo
o envolvimento das células Th17 nos processos imunológicos relacionados com a cura da
infecção (ALMEIDA –NETO et al., 2014).
A associação entre células Th17 e Treg na hanseníase foi investigada por um estudo
recente. Baixa secreção de IL-17 e elevada produção de IL-10 e TGFβ foi observada em
pacientes com hanseníase quando comparado a indivíduos saudáveis. Além disso, as
formas TT, neural pura e RT1 apresentam maior frequência de células CD4+ CD25high
Foxp3+Tregs. Este estudo sugere que altos níveis de IL-10 associados a baixos níveis de
IL-17 pode contribuir para a progressão da hanseníase ou para o polo MB da doença
(ATTIA et al 2014).
1.7 Diagnóstico da hanseníase
1.7.1 Diagnóstico clínico
Embora a hanseníase seja reconhecível nos estágios tardios, podem surgir
dificuldades de diagnóstico nos estágios iniciais, quando as manifestações clínicas estão
em desenvolvimento e são inespecíficas. A anamnese e o exame físico cuidadoso
permitem quase sempre que o diagnóstico seja realizado, porém, é de extrema
importância que a hanseníase seja corretamente diagnosticada no início dos sintomas para
que danos neurais irreversíveis sejam evitados (TALHARI; NEVES, 1997;
YAWALKAR, 2009).
O diagnóstico de caso de hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, e
é realizado por meio do exame dermato-neurológico que se baseia no achado de um ou
mais sinais cardinais, como, presença de lesões de pele hipopigmentadas ou eritematosas
anestésicas ou hipoestésicas, sinais de lesão neural periférica, paralisia e disfunção com
ou sem espessamento neural. A identificação das lesões neurológicas é realizada pela
inspeção dos olhos, nariz, mãos e pés, palpação dos troncos nervosos periféricos,
avaliação da força muscular e a avaliação de sensibilidade nos olhos, membros superiores
e inferiores (BRASIL, 2002). Além disso, deve-se levar em consideração a história e
condições de vida do paciente como, por exemplo, tratamentos prévios e contato com
pessoas hansênicas da família ou do trabalho (YAWALKAR, 2009).
24
1.7.2 Diagnóstico laboratorial
Os exames laboratoriais que podem ser empregados no auxílio do diagnóstico da
hanseníase são escassos, e a maioria deles nem sempre são realizados na prática clínica.
Dentre os exames disponíveis estão a baciloscopia do raspado intradérmico, exame
histopatológico, teste cutâneo de Mitsuda, sorologia e reação em cadeia da polimerase
(PCR). O teste considerado padrão ouro para o diagnóstico de hanseníase é o exame
histopatológico de biópsia da borda de lesão, onde podem ser reconhecidos padrões
histopatológicos característicos, o envolvimento de nervos e a presença do bacilo. A
baciloscopia é considerada um exame semi-quantitativo da carga bacilar do paciente
(SCOLLARD et al., 2006). A reação de Mitsuda é um teste de aplicação intradérmica e
leitura tardia - 28 dias. Utiliza-se na classificação da doença e na definição do
prognóstico. Não possui valor para o diagnóstico. A identificação do M. leprae pela PCR
tem sido estudada em centros de pesquisa, mas não é realizada rotineiramente (ARAÚJO,
2003).
1.7.2.1 Baciloscopia e Exame histopatológico
O raspado intradérmico das lesões e dos lóbulos auriculares e/ou cotovelo é o
exame complementar que auxilia o diagnóstico da hanseníase é de fácil execução e baixo
custo. Colhe-se o material a ser examinado (raspado de tecido dérmico) nos lóbulos das
orelhas direita e esquerda, cotovelos direito e esquerdo e em lesão suspeita. A coloração
é feita pelo método de Ziehl-Neelsen e apresenta-se o resultado sob a forma de índice
baciloscópico (IB), numa escala que varia de 0 a 6+. Nos pacientes LL, a baciloscopia
tende a ser positiva, porém na forma tuberculoide a baciloscopia é por definição negativa
e apresenta resultado variável nas formas intermediárias (ARAÚJO, 2003; BRASIL,
2002).
O exame histopatológico baseia-se na análise microscópica de biópsias de lesões
de pele, ou de nervos sendo geralmente utilizado para a classificação histopatológica da
hanseníase. No exame histopatológico da hanseníase se pesquisa a presença de
granulomas, agressão neural, BAAR, vasculite na derme e/ou hipoderme, paniculite,
infiltrado celular, estratificação e espessamento de tecidos (RIDLEY, 1955). Os
resultados do exame histopatológico de lesões de pele de pacientes de hanseníase diferem
de acordo com a classificação destes pacientes. O exame histopatológico e a baciloscopia
não fazem parte dos exames de rotina preconizados pela OMS para o diagnóstico da
25
hanseníase, e consequentemente também não são recomendados pelo Programa Nacional
de Controle da Hanseníase, mas são realizados em protocolos de pesquisa para a
classificação da hanseníase (WHO, 2000).
1.8 Diagnóstico diferencial da hanseníase
A hanseníase é uma doença dermato-neurológica que apresenta características
clínicas e neurológicas pleomórficas e pode ser confundida com outra doença, ou alguma
doença cutânea neurológica pode ser confundida com a hanseníase. O diagnóstico da
hanseníase é simples, mas requer muita habilidade para diferenciar lesões cutâneas e
reconhecer comprometimento neural. Quando o diagnóstico se baseia somente em
manchas anestésicas é possível perder aproximadamente 30% dos casos MB
(LOCKWOOD; SUNNETHA, 2005). De acordo com a OMS o diagnóstico da hanseníase
pode ser feito se um ou mais dos seguintes sinais cardinais da doença estiverem presentes.
São eles: (1) presença de lesões de pele hipopigmentadas ou eritematosas com perda de
sensibilidade, (2) espessamento de nervos e (3) presença de bacilos álcool-ácido
resistentes.
Entretanto, a possibilidade de presença de várias doenças frequentes ou raras deve
ser sempre lembrada, uma vez que as lesões da hanseníase mimetizam uma variedade de
doenças não relacionadas (GUINTO et al., 1990; YAWALKAR, 2009). O diagnóstico
diferencial de lesões hipopigmentadas na hanseníase incluem vitiligo, hipomelanose,
pitiríase alba, tinea versicolor, tinea corporis, hipopigmentação pós-inflamatória e etc
(YANG et al., 2013). Lesões infiltradas na hanseníase podem ser confundidas com herpes
zoster, lúpus vulgaris, lúpus eritematoso, granuloma anular, pelagra, tinea circinata,
psoríase dentre outras. Lesões nodulares podem ser confundidas com sífilis, leishmaniose
cutânea, leishmaniose dérmica pós-calazar, linfoma cutâneo de células T e etc
(YAWALKAR, 2009). O diagnóstico diferencial da hanseníase também deve ser feito a
nível histopatológico, pois, a hanseníase tuberculoide deve ser diferenciada de outras
dermatites granulomatosas, tais como tuberculose, sarcoidose e leishmaniose
granulomatosa tegumentar pós calazar, contudo a elucidação do diagnóstico pode ser
realizada mediante a demonstração de bacilos álcool-ácido resistente (SINGH A, 2013).
Existem alguns relatos na literatura de diagnósticos errôneos devido à dificuldade
encontrada pelos clínicos em fazer o diagnóstico diferencial da hanseníase como no relato
de caso de um brasileiro que foi tratado para tinea versicolor, entretanto após exames mais
26
detalhados foi demonstrado após 1 ano que se tratava de um caso de hanseníase. Neste
contexto, o diagnóstico e tratamento precoce da hanseníase são vitais para a prevenção
de incapacidades e desfigurações (YANG et al., 2013).
1.9 Avaliação da resposta imune celular e humoral à antígenos do M. leprae
O desenvolvimento de métodos laboratoriais de detecção da hanseníase,
aplicáveis em situação de campo que possam ser utilizados para fins de diagnóstico de
todas as formas clínicas, ou classificação da doença, é considerado prioridade iminente
em pesquisa. Um dos desafios para o desenvolvimento de novos testes laboratoriais para
o diagnóstico da hanseníase foi a escassa oferta de antígeno, visto que o bacilo não é
cultivável em meios axênicos. Neste sentido, a decodificação do genoma do M. leprae,
aliada a novos avanços na produção de proteínas recombinantes e a disponibilidade de
novas ferramentas de bioinformática, permitiram a produção de diversas proteínas
recombinantes do M. leprae e a avaliação da imunoreatividade em pacientes e controles
de área endêmica por vários grupos de pesquisa. Vários estudos já foram realizados
utilizando o peptídeo sintético do PGL-I em testes sorológicos e as proteínas
recombinantes do M. leprae em testes sorológicos e de imunidade celular. Apesar de estes
testes serem utilizados apenas para fins de pesquisa científica, os estudos demonstram
resultados que apoiam o uso destes testes como exames complementares para auxiliar o
diagnóstico da hanseníase.
1.9.1 Testes sorológicos
A maioria dos testes diagnósticos para doenças infecciosas baseia-se em testes
sorológicos e o PGL-I foi um dos primeiros antígenos específicos do M. leprae a ser
isolado e utilizado em testes sorológicos para hanseníase (BRENNAN; BARROW,
1980). A descoberta e elucidação da estrutura química do glicolipídeo específico do M.
leprae e de seu potencial antigênico foram grandes inovações na pesquisa em hanseníase
(MOURA et al., 2008). O PGL-I é o antígeno específico presente na parede celular do M.
leprae mais utilizado na sorologia da hanseníase que devido a sua natureza glicolipídica
estimula predominantemente a produção de anticorpos da classe IgM (BRENNAN;
BARROW, 1980; BRETT et al., 1983). Os anticorpos IgM anti-PGL-I são altamente
específicos e não apresentam reação cruzada com o M. tuberculosis ou com outras
micobactérias conhecidas (CHO et al., 1992).
27
As principais dificuldades para produção de grandes quantidades de PGL-I se
devem ao fato do M. leprae não ser cultivável in vitro, e ao fato da molécula de PGL-I
ser extremamente apolar o que requer procedimentos de deacilação e incorporação do
PGL-I a lipossomas para permitir a utilização do PGL-I em ensaios imunológicos. Outros
estudos propuseram a produção sintética da porção trissacarídea do PGL-I ou dos
terminais monossacarídeo e dissacarídeo associados a carreadores hidrossolúveis
(BSA/HSA), sendo produzidos os seguintes análogos sintéticos do PGL-I:
monossacarídeo–octyl–BSA (M-O-BSA), dissacarídeo natural-octyl–BSA (NDO–BSA),
dissacarídeo natural-octyl–HSA (NDO-HSA), trissacarídeo natural-phenil–BSA (NTP-
BSA) e o trissacarídeo natural-phenil– HSA (NTP-HSA). O PGL-I nativo e seus análogos
sintéticos têm sido amplamente utilizados em vários formatos para a detecção de
anticorpos anti PGL-I: ELISA, aglutinação de partículas, “dipstick” e teste rápido de
fluxo lateral (CHO et al., 1983; BURGESS, et al., 1988; STEFANI, 2008).
A sorologia para detecção de anticorpos IgM específicos para o PGL-I representa
o teste sorológico melhor avaliado e padronizado para hanseníase. A produção de
anticorpos anti-PGL-I está relacionada com a alta carga bacilar e doença MB (GELBER
et al., 1989; SCHWERER et al., 1984; YOUNG; BUCHANAN, 1983).
Vários estudos já demonstraram a ampla aplicabilidade e potencial uso da
sorologia positiva anti-PGL-I para diversos fins como classificação/diferenciação de
pacientes MB e PB, associação com risco de adoecimento em contactantes de pacientes
MB, monitoramento da MDT, predição de reações e recidiva (BUHRER-SÉKULA et al.,
2003, 2007; CELLONA et al., 1993; CHO et al., 2001; GELBER et al., 1989; ROCHE et
al., 1991).
Apesar de todos os estudos realizados evidenciando a confiabilidade da sorologia
PGL-I, deve-se ressaltar que este método sorológico apresenta limitado valor diagnóstico
para hanseníase PB, pois esta categoria de pacientes tem IB baixo ou ausente e é
caracterizada por desenvolver resposta imune celular, ao invés de resposta imune
humoral. Além disso, em áreas endêmicas, uma proporção significativa de indivíduos
saudáveis pode ter sorologia anti-PGL-I positiva. O consenso é de que testes sorológicos
para detecção de imunoglobulinas IgM contra o PGL-I são úteis para auxiliar no
diagnóstico quando os resultados são considerados juntos com as informações clínicas
para auxiliar a classificação de hanseníase MB e PB, e para orientar decisões terapêuticas,
28
fornecendo melhor especificidade que a simples contagem do número de lesões
(BUHRER-SÉKULA et al., 2003, 2007; OSKAM et al., 2003).
O advento da codificação do genoma do M. leprae viabilizou a produção e o uso
de proteínas recombinantes em testes sorológicos (ELISA) para detecção de anticorpos
da classe IgG e revelou novos antígenos candidatos ao uso no diagnóstico sorológico da
hanseníase, especialmente para pacientes com hanseníase MB (ARÁOZ et al., 2006a;
CORSTJENS et al., 2011; DUTHIE et al., 2007, 2010; GELUK et al., 2009; REECE et
al., 2006; SPENCER et al., 2005).
Diferentes estudos avaliaram a imunoreatividade a várias proteínas recombinantes
do M. leprae em pacientes com hanseníase e controles. Os primeiros estudos realizados
em várias regiões geográficas, como Filipinas, Coréia, Mali e Bangladesh, demonstraram
que pacientes com hanseníase MB apresentavam alta reatividade sorológica para algumas
proteínas recombinantes testadas, por outro lado, pacientes com hanseníase PB, contatos
de pacientes MB, controles saudáveis não endêmicos e pacientes com tuberculose
pulmonar mostraram baixa reatividade sorológica (ARÁOZ et al., 2006a; 2006b).
Dentre os estudos realizados, dois deles evidenciaram que pacientes MB das
Filipinas e do Brasil apresentavam alta sororeatividade para as proteínas ML0405 e
ML2331, e que a associação à sorologia PGL-I amplificou a reatividade sorológica em
pacientes com baixo IB comparada com a reatividade isolada do NDO-HSA (REECE et
al., 2006; DUTHIE et al., 2007).
Considerando a observação anterior de que as proteínas recombinantes ML0405
e ML2331 utilizadas individualmente apresentam potencial para diagnóstico da
hanseníase MB em diferentes regiões geográficas do mundo, foi construída uma proteína
de fusão única, incorporando ambas as proteínas ML0405 e ML2331 denominada LID-1
(Leprosy IDRI diagnostic 1). A proteína LID-1 foi avaliada simultaneamente com as
proteínas que a compõe (ML0405+ML2331) em pacientes com hanseníase PB e MB, e
em controles de área endêmica provenientes do Brasil e Japão. Foi demonstrado que a
proteína LID-1 é capaz de manter a imunoreatividade das proteínas originais, e
contactantes que desenvolveram hanseníase apresentaram maiores níveis de IgG em
comparação com os níveis de IgM para PGL-I indicando que LID-1 poderia fornecer o
diagnóstico precoce da hanseníase (DUTHIE et al., 2007; 2008).
Além da proteína de fusão LID-1, outra proteína de fusão quimérica com
multiepítopos (protein advances diagnostic of leprosy - PADL) foi projetada e produzida
29
a partir da fusão dos epítopos reativos de proteínas recombinantes do M. leprae (ML0405,
ML2311, ML2055, ML0049, ML0050 ML0091 e ML0411). De forma geral alta
soreatividade foi observada para PADL semelhante ao que foi observado para LID-1 em
estudos prévios com pacientes MB (DUTHIE et al., 2010).
Outro estudo realizado por Duthie e colaboradores em 2011 sugere que a sorologia
para rMLs, principalmente LID-1 poderia ser utilizada para monitorar a eficácia do
tratamento, uma vez que observou-se um declínio nos níveis de anticorpos após o
tratamento, exceto para pacientes TT que já apresentavam baixa sororeatividade ao
diagnóstico. Além disso, um dos contatos domiciliares apresentou resposta positiva e foi
diagnosticado com infecção subclínica pelo M. leprae sugerindo que a sorologia com
proteínas recombinantes do M. leprae poderia ser utilizada para monitorar a eficácia do
tratamento (DUTHIE et al., 2011).
Outro estudo realizado pelo nosso grupo de pesquisa avaliou a sororeatividade a
proteínas recombinantes do M. leprae em diferentes regiões endêmicas do Brasil. Este
estudo demonstrou que pacientes MB apresentaram alta positividade para proteínas LID-
1, ML0405 e PGL-I em todas as regiões demográficas analisadas, entretanto alguns
pacientes PGL-I negativos apresentaram resposta positiva para proteínas recombinantes
sugerindo que a combinação do PGL-I e proteína recombinante pode aumentar a
sensibilidade da detecção de hanseníase MB (HUNGRIA et al., 2012). Em concordância
com estes resultados, outro estudo evidenciou que a combinação da proteína LID-1 ao
PGL-I poderia melhorar a sensibilidade de um teste diagnóstico para hanseníase MB e
que a sororeatividade para LID-1 e PGL-I demonstrou ser capaz de predizer o início de
hanseníase MB em estudos experimentais e de vigilância clínica (QIONG-HUA et al.,
2013).
De posse deste conhecimento nosso grupo de pesquisa desenvolveu recentemente
um novo teste rápido para hanseníase MB, utilizando o dissacarídeo NDO do PGL-I e a
proteína LID-1 (NDO-LID-1) que detecta anticorpos IgM e IgG em 87% dos pacientes
MB. Estes antígenos foram imobilizados em uma membrana de nitrocelulose o que
permite detectar anticorpos específicos no soro do paciente usando o princípio do teste
“lateral flow”. O teste é acoplado a uma nova plataforma de leitura de testes baseada em
um celular smartphone (Smart Reader® application) que fornece resultados
quantificáveis e consistentes para definição do diagnóstico da hanseníase MB. A
comparação entre as respostas sorológicas indicou que o teste rápido detectou uma maior
30
proporção de pacientes com hanseníase quando comparado com o ELISA para PGL-I,
pois, cerca de 83,3% de pacientes MB e 15,4% de pacientes PB foram positivos para
sorologia PGL-I enquanto a detecção aumentou para 87% e 21,2% respectivamente
quando a combinação NDO-LID® foi utilizada (CARDOSO et al., 2013).
O novo teste rápido NDO-LID® apresentado neste estudo representa um
importante avanço no controle da hanseníase, capaz de auxiliar na detecção rápida,
quantitativa e consistente da hanseníase MB, contudo, estudos maiores de validação
devem ser desenvolvidos para avaliar o desempenho em condições de campo, incluindo
o uso direto de amostras de sangue de punção digital para demonstrar a sua utilidade como
um verdadeiro teste “point of care” (CARDOSO et al., 2013).
1.9.2 Testes de imunidade celular
Testes que avaliam a imunidade humoral apresentam pouca relevância para o
diagnóstico das formas PB da hanseníase, já que estas apresentam resposta fraca ou
ausente de anticorpos. Estudos que utilizam a detecção de IFN como marcador de
imunidade celular após estímulo de células sanguíneas com proteínas recombinantes ou
peptídeos sintéticos do M. leprae, tem como objetivo desenvolver um método diagnóstico
para hanseníase PB. A secreção de IFN em resposta a proteínas e peptídeos do M. leprae
é observada tipicamente em pacientes TT/BT, contatos domiciliares e controles
endêmicos (ARÁOZ et al., 2006b; DUTHIE et al., 2008; GELUK et al., 2005, 2009, 2010,
2012; SAMPAIO et al., 2011, 2012).
O desenvolvimento de ensaios de estimulação de células T in vitro baseados na
produção de IFNγ do tipo IGRA (interferon gamma release assays) para hanseníase PB
tem sido incentivado pelo uso de IGRAs para o diagnóstico da tuberculose. Os antígenos
homólogos usados nos IGRAs para tuberculose (Quantiferon TB gold in tube, ESAT-6 e
CFP-10 na tuberculose, ML0049 e ML0050 na hanseníase) apresentaram reação cruzada
em pacientes com tuberculose limitando assim sua aplicação para diagnóstico da
hanseníase (GELUK et al., 2009). Vários estudos têm investigado novos antígenos
protéicos do M. leprae visando o desenvolvimento de um teste laboratorial específico
para hanseníase PB.
Em 2005, a imunoreatividade celular a 4 proteínas recombinantes do M. leprae e
58 peptídeos sintéticos foi avaliada em pacientes com hanseníase e grupos controles do
Brasil. Esta avaliação foi baseada na detecção de IFN em sobrenadantes de cultura de
31
PBMCs incubadas por 72h. Dos 58 peptídeos testados, 35 induziram respostas com
produção de IFN somente nos grupos PB e contactantes, porém, nenhuma das proteínas
recombinantes testadas induziu resposta imune específica (SPENCER et al., 2005). No
ano seguinte um painel de 17 proteínas recombinantes do M. leprae foi testado em cultura
de PBMCs de pacientes com hanseníase e grupos controles do Brasil e Nepal. Destas,
cinco (ML0576, ML1989, ML1990, ML2283 e ML2567) induziram níveis significantes
de IFN em pacientes PB e contactantes de pacientes MB. Este estudo mostrou ainda que
diferentes populações respondem de forma diferenciada a uma determinada proteína do
M. leprae, provavelmente devido a diferentes formas alélicas de HLA (GELUK et al.,
2008).
As proteínas recombinantes estimulam maior produção de IFN quando
comparadas com peptídeos. Um estudo de 2010 avaliou estratégias para aumentar a
sensibilidade do ensaio de sangue total (EST – ensaio de sangue total) utilizando dois
peptídeos (p1-15 e 11-25) da proteína ML2531 pela adição de citocinas, adição de
anticorpos anti-CD49, CD28, CD40, IL-10 ou CD40L e pela manosilação de peptídeos.
Somente a citocina IL-12 aumentou a produção de IFN em cultura de sangue total em
amostras de pacientes com hanseníase BT da Holanda. Diferente do esperado, nenhum
dos anticorpos apresentou impacto no aumento da secreção de IFN pelas células T. A
manosilação não aumentou a sensibilidade do ensaio, entretanto, permitiu utilizar uma
quantidade 100 vezes menor dos peptídeos, diminuindo o custo do teste (GELUK et al.,
2010).
Estudo colaborativo com nosso grupo de pesquisa comparou paralelamente a
resposta de anticorpos e de células T (IFN) de pacientes com hanseníase MB e PB,
contatos domiciliares de pacientes MB, controles saudáveis de área endêmicas e pacientes
com TB pulmonar provenientes de Goiânia/Goiás. Um painel de 33 proteínas
recombinantes foi avaliado quanto à imunogenicidade e especificidade da resposta por
meio do ensaio imunoenzimático e WBA. Das 33 proteínas avaliadas 16 foram
imunogênicas e estimularam a produção de IFN em pacientes PB e contatos domiciliares
ou foram reconhecidas por anticorpos IgG de pacientes com hanseníase MB. As outras
17 proteínas avaliadas não foram imunogênicas. O número de proteínas capazes de
estimular a resposta de IFN foi superior ao número de proteínas que foram reconhecidas
por anticorpos IgG sugerindo que a indução da resposta imune humoral a antígenos
32
protéicos requer o reconhecimento inicial por linfócitos T CD4+ para que posteriormente
ocorra ativação de linfócitos B. Além disso, os resultados deste estudo mostraram que as
análises in silico não devem ser o único critério para exclusão de antígenos, visto que
proteínas com alta homologia com proteínas de outras micobactérias não apresentaram
reatividade cruzada. (SAMPAIO et al., 2011).
Sabendo-se que a produção de IFN para as proteínas do M. leprae é praticamente
idêntica entre os casos TT/BT e contatos domiciliares, outros biomarcadores que sejam
capazes de distinguir estes dois grupos foram investigados. Em outro trabalho do nosso
grupo de pesquisa, 14 biomarcadores (eotaxina, IFN-, IL-2, IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IL-
12p70, IL-15, IL-17A, IL-23, IL-31, CXCL10, e TNF) foram avaliados em pacientes
com hanseníase PB e MB e em contactantes de pacientes MB. Neste estudo nenhum
desses biomarcadores foi capaz de distinguir a resposta de pacientes com hanseníase
TT/BT da resposta de contatos domiciliares de pacientes MB, confirmando resposta com
perfil Th1 em ambos os grupos. Houve produção de IL-4 em ensaio de sangue total de
pacientes BL/LL. Entretanto, um contactante de paciente MB apresentou resposta imune
do tipo Th2 e ausência de IFN que poderia indicar doença MB inicial ou subclínica. O
seguimento deste contato é essencial para determinar o valor prognóstico deste
imunomarcador (SAMPAIO et al., 2012).
Outro estudo semelhante avaliou a resposta a 17 proteínas recombinantes e 19
biomarcadores (IL-1, IL-2, IL-4, IL-5, IL-6, IL-7, IL-8, IL-10, IL-12p70, IL-13, IL-17A,
IFN, CXCL10, FSC-G, FSC- GM, MCP-1, CXCL9, MIP-1 e TNF), com o objetivo de
encontrar biomarcadores que distinguissem controles endêmicos de pacientes TT/BT.
Foram avaliados pacientes com hanseníase PB, contatos domiciliares, pacientes com TB
pulmonar e controles endêmicos provenientes do Brasil (Fortaleza), Bangladesh, Coréia
do Sul e Etiópia. Apenas, a proteína ML2478 foi capaz de estimular resposta de células
T específica em grupos geneticamente diversos (Africano, Asiático e da América do Sul).
A citocina IL-1 e as quimiocinas MIP-1 e MCP-1 foram capazes de diferenciar pacientes
TT/BT e controles endêmicos. Entretanto, foi observada resposta entre contatos
domiciliares e em pacientes com tuberculose. Estudos de coorte envolvendo um grande
número de pacientes e controles são necessários para validar o uso destas ferramentas
para predizer uma resposta imune patogênica ao M. leprae (GELUK et al., 2012).
Recentemente, nosso grupo de pesquisa avaliou a potencial aplicação de
combinações antigênicas no diagnóstico da hanseníase PB. As proteínas recombinantes
33
foram avaliadas individualmente ou em combinação, quanto a sua capacidade de induzir
produção de IFN em pacientes com hanseníase PB e MB, pacientes com tuberculose,
controles saudáveis de área endêmica e contactantes de pacientes com hanseníase MB.
Três das cinco combinações testadas em ensaio de sangue total (46f+LID-1,
ML0276+LID-1, ML2055+ML1632+ML2044) induziram altos níveis de IFN, quase o
dobro da quantidade de IFN quando comparada com o estímulo das proteínas utilizadas
individualmente em pacientes PB e contactantes de MB. A combinação 46f + ML0276
promoveu a produção de IFN em pacientes PB e não induziu produção desta citocina em
contactantes de pacientes MB, sugerindo que esta combinação antigênica seja capaz de
diferenciar do ponto de vista de imunidade celular estes dois grupos de indivíduos tão
distintos, onde um deles apresenta a doença ativa e o outro não apresenta sinais ou
sintomas de hanseníase. Nenhuma das combinações antigênicas induziu produção de
IFN entre controles de área endêmica ou pacientes com tuberculose indicando a
especificidade desta resposta em uma área endêmica com alta cobertura vacinal pela BCG
(OLIVEIRA et al., 2014).
34
2 JUSTIFICATIVA
A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa milenar, entretanto vários países
do mundo, dentre eles o Brasil, apresentam alta taxa de incidência. O diagnóstico da
hanseníase é baseado em sinais e sintomas da doença e requer treinamento clínico para
diferenciar os sintomas da hanseníase de outras doenças dermatológicas semelhantes.
Entre os maiores desafios para o controle e eliminação da hanseníase está o diagnóstico
precoce antes do desenvolvimento de sequelas irreversíveis associadas à doença,
permitindo o início do tratamento (MDT) que é crucial para interromper a cadeia de
transmissão do M. leprae em regiões endêmicas. Apesar de a MDT ser considerada eficaz,
pouco se sabe sobre seu impacto na resposta imune dos pacientes. Neste sentido o uso de
testes para o diagnóstico laboratorial que sejam aplicáveis em situações de campo e que
possam auxiliar no diagnóstico diferencial pode contribuir para o controle da doença.
Nosso grupo de pesquisa vem atuando na última década na testagem de novos
antígenos proteicos para diagnóstico para hanseníase. Dentre os antígenos mais
promissores está o LID-1, uma proteína de fusão que é reconhecida por teste sorológico
em pacientes MB e em testes de imunidade celular em pacientes PB. Desta forma, este
estudo representa uma oportunidade de avaliarmos a utilidade dos testes sorológico e
celular utilizando LID-1 para o diagnóstico diferencial da hanseníase e outras dermatoses
como eczema, psoríase, dermatofitoses e etc. Paralelamente nossos resultados prévios
indicaram resposta imune celular e humoral específica em pacientes PB e MB virgens de
tratamento. Entretanto, não sabemos qual é o efeito da MDT na resposta imune destes
pacientes. Na presente tese pretendemos investigar a influência da MDT na resposta
imune celular de pacientes com hanseníase PB e MB e a utilidade de testes sorológico e
celular com LID-1 para o diagnóstico diferencial da hanseníase.
35
3 OBJETIVOS
Objetivo Geral
Avaliar a resposta imune celular e humoral a proteínas recombinantes do M.
leprae em pacientes com hanseníase PB e MB antes e após o tratamento (MDT) e em
pacientes portadores de outras dermatoses.
. Objetivos específicos
Avaliar a influência da MDT na resposta imune celular a proteínas recombinantes
do M. leprae em pacientes PB;
Estudar o impacto da MDT na resposta imune humoral a proteínas recombinantes
do M. leprae em pacientes PB;
Investigar o efeito MDT na resposta imune celular a proteínas recombinantes do
M. leprae em pacientes MB;
Descrever o impacto da MDT na resposta imune humoral a proteínas
recombinantes do M. leprae e ao PGL-I em pacientes MB;
Avaliar a utilidade do teste de imunidade celular, Ensaio de sangue total (EST)
para LID-1 para fins de diagnóstico diferencial da hanseníase PB e outras
dermatoses clinicamente semelhantes à hanseníase;
36
Investigar a potencial aplicação da sorologia para LID-1 e PGL-I no diagnóstico
diferencial da hanseníase e outras dermatoses clinicamente semelhantes à
hanseníase.
37
4 MÉTODOS
4.1 Grupos de estudo
Este estudo foi dividido em duas abordagens distintas:
4.1.1 Abordagem 1: Avaliação do efeito da MDT na resposta imune celular e humoral
a proteínas recombinantes do M. leprae em pacientes com hanseníase PB e MB.
Este estudo longitudinal e prospectivo avaliou 30 pacientes com hanseníase recém
diagnosticados, não tratados, recrutados entre Julho de 2010 e Novembro de 2012. Após
o término da MDT estes mesmos pacientes foram convidados a retornar em dois
momentos após a conclusão do tratamento para uma nova avaliação da imunidade celular
e humoral. A maioria dos pacientes retornou pelo menos duas vezes; cerca de 4 meses
para pacientes MB e 8 meses para pacientes PB, e aproximadamente dois anos após a
conclusão do tratamento (20 meses para PB e 22 meses para MB). Segue abaixo o número
de pacientes recrutados em cada período.
§ N=15 pacientes com hanseníase PB recém diagnosticados, não tratados;
§ N=15 pacientes com hanseníase MB recém diagnosticados, não tratados;
§ N=11 pacientes com hanseníase PB após o tratamento (1ª coleta);
§ N=12 pacientes com hanseníase MB após o tratamento (1ª coleta);
§ N=09 pacientes com hanseníase PB após o tratamento (2ª coleta);
§ N=09 pacientes com hanseníase MB após o tratamento (2ª coleta);
Os pacientes com hanseníase PB e MB foram recrutados no Centro de Referência
em Diagnóstico e Terapêutica (CRDT) em Goiânia-GO, e foram submetidos à avaliação
dermato-neurológica e testes de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa. Estas avaliações
foram realizadas por dermatologista com comprovada experiência em diagnóstico clínico
de hanseníase. Além do exame clínico os pacientes com hanseníase recém diagnosticados
38
e não tratados foram submetidos a exames complementares para confirmação do
diagnóstico e classificação da forma clínica. Entre estes exames foram realizados:
Baciloscopia - foi realizada a pesquisa BAAR na linfa de pacientes com suspeita
clínica de hanseníase PB e MB. A linfa foi colhida de quatro diferentes regiões do corpo
(lóbulos da orelha, cotovelo e lesão). O índice baciloscópico foi obtido pela média de
BAAR encontrados na linfa.
Histopatológico - as lesões de pele de pacientes com hanseníase PB e MB e de
indivíduos portadores de outras dermatoses foram biopsiadas com “punch” descartável,
número cinco, marca Kolplast (SãoPaulo, SP, Brasil). Os fragmentos de tecidos coletados
foram fixados em formol tamponado a 10%, processados em 24 horas para corte em
parafina e corados pela hematoxilina-eosina (HE) e Fite-Faraco. As avaliações
histopatológicas foram realizadas por patologista com reconhecida experiência em
dermatopatologia e diagnóstico da hanseníase. Os seguintes parâmetros foram avaliados
histologicamente: presença de granulomas, presença de BAAR, infiltrado celular e
infiltrado inflamatório em torno de nervos.
Durante o seguimento destes pacientes após a conclusão da MDT, as principais
causas de perda de seguimento foram falta de disponibilidade em retornar para uma nova
avaliação devido à necessidade de se ausentar ao trabalho, insatisfação com a necessidade
de retorno bem como nova coleta de sangue e dificuldade em contactar o paciente devido
a mudança de números de telefone ou endereço.
Todos os pacientes que aceitaram participar deste estudo foram orientados sobre
o mesmo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Anexo 1) e
responderam a um questionário padronizado para obtenção de dados sócio demográficos.
Em seguida foi realizada a coleta de sangue por punção venosa em tubos secos (BD
Vacutainer- Franklin Lakes, NJ, USA) e em tubos com heparina (BD Vacutainer Franklin
Lakes, NJ, USA) para obtenção de soro e sangue total respectivamente.
Os critérios de inclusão foram pacientes récem diagnosticados, não tratados, > de
18 anos de idade de ambos os gêneros. Foram excluídos deste estudo, indivíduos menores
de 18 anos, gestantes, indivíduos que possuíam sorologia positiva para HIV e outras
comorbidades como diabetes e tuberculose.
39
4.1.2 Abordagem 2: Avaliação da utilidade do teste de imunidade celular (Ensaio de
sangue total (EST) para a proteína de fusão LID-1 e da sorologia para LID-1 e PGL-I no
diagnóstico diferencial da hanseníase com outras dermatoses clinicamente semelhantes.
Para esta abordagem foi realizado um estudo transversal no qual foram recrutados
4 grupos de estudos provenientes de duas regiões geográficas diferentes no Brasil
(Goiânia e Fortaleza). O teste de imunidade celular (EST) foi realizado em um total de
156 participantes (92 de Goiânia, 64 de Fortaleza). Para a sorologia foram incluídos 216
participantes (152 de Goiânia, 64 de Fortaleza). O número de participantes recrutados em
cada região geográfica foi dependente da demanda local durante o período de
recrutamento. Os participantes provenientes de ambas as regiões geográficas foram
agrupados e alocados nos 4 grupos detalhados abaixo:
§ N=60 pacientes com hanseníase PB recém diagnosticados, não tratados;
§ N=48 pacientes com hanseníase MB recém diagnosticados, não tratados;
§ N=46 pacientes com outras dermatoses clinicamente semelhantes a hanseníase;
§ N=62 indivíduos saudáveis de área endêmica;
Os pacientes com hanseníase e outras dermatoses provenientes de Goiânia foram
recrutados no Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica, CRDT, Hospital de
Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad HDT / HAA e Hospital das Clínicas da UFG -. HC /
UFG. Os controles saudáveis de área endêmica foram recrutados entre indivíduos que
frequentavam um laboratório de análises clínicas pertencente ao serviço público de saúde
na mesma área endêmica. Em Fortaleza, pacientes com hanseníase, outras dermatoses e
controles endêmicos foram recrutados em um centro de referência (Centro de
Dermatologia Dona Libânia - CDERM).
Os indivíduos portadores de outras dermatoses provenientes de ambas as áreas
geográficas incluíram 46 casos clinicamente suspeitos de hanseníase, sendo que para 27
pacientes foi solicitado histopatológico da lesão de pele para o diagnóstico definitivo.
Este grupo de 27 pacientes foram categorizados nos seguintes subgrupos: farmacodermia
(n=1), eczema (n=8), pitiríase alba (n=2) dermatite (n=2), dermatofitose (n=1),
granuloma anular (n=1), lobomicose (n=1), lúpus (n=1), necrobioses lipoídica (n=1),
40
Dermatite granulomatosa (n=3), Erupção liquenoide (n=1), infiltrado inflamatório
inespecífico (n=5). Para 19 pacientes, o diagnóstico final baseou-se em achados clínicos:
eczema (n=2), farmacodermia (n=4), hipomelanose macular progressiva (n=1),
granuloma anular (n=2), rosácea (n=1), escleroderma (n=1), psoríase (n=4), vitiligo
(n=2), dermatite psoriaseforme (n=1), Lúpus eritematoso túmido (n=1).
Como descrito para a abordagem 1, os voluntários que aceitaram participar da
pesquisa assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Anexo 1) e
responderam a um questionário padronizado para obtenção de dados sócio demográficos
e subsequentemente foi realizada a coleta de sangue por punção venosa.
Os critérios de inclusão para todos os pacientes com hanseníase e pacientes com
outras dermatoses foram, pacientes recém diagnosticados, não tratados, > de 18 anos de
idade de ambos os gêneros. Indivíduos saudáveis de área endêmica foram definidos como
grupo controle e foram definidos como indivíduos que não apresentavam comorbidades
prévias ou história de tuberculose (TB) ou hanseníase na família, > de 18 anos de idade
de ambos os gêneros. Foram excluídos deste estudo indivíduos menores de 18 anos,
gestantes, indivíduos com sorologia positiva para HIV e outras comorbidades como
diabetes e tuberculose.
4.2 Produção das proteínas recombinantes do M. leprae testadas
As proteínas recombinantes que foram utilizadas para as duas abordagens deste
estudo foram produzidas pelo IDRI (Infectious Disease Research Institute - Seattle, WA,
EUA) de acordo com o protocolo a seguir:
Para expressão das proteínas a serem avaliadas, o DNA que codifica proteínas
selecionadas do M. leprae foram amplificadas por PCR a partir do DNA da cepa Thay-
53, usando a DNA-polimerase Pfx (Invitrogen, Carlsbad, CA). Os primers para PCR
foram produzidos com a inserção de sítios específicos para a incorporação das enzimas
de restrição 5’ 3’ no DNA nos genes de interesse e esses sítios foram excluídos
posteriormente no produto final do gene. Após amplificação por PCR, os produtos
purificados foram digeridos com enzimas de restrição e ligadas ao vetor de expressão
pET28a (Novagen, Madison, WI). Os plasmídeos recombinantes foram inseridos em
Escherichia coli BL21 Rosetta 2 (DE3) (pLysS) (Novagen). Foram isolados os produtos
de proteínas recombinantes (proteínas recombinantes solúveis) ou desnaturadas com
ácido Ni-nitrilotriacético (uréia - 8M), usando cromatografia de afinidade de íon metálico
41
(Qiagen, Valença, CA). As frações de proteínas purificadas por afinidade foram
analisadas em gel de eletroforese dodecil sulfato de poliacrilamida e quantificadas usando
o ensaio de proteína ácida bicinchoninic (Pierce, Rockford, IL). Os níveis de endotoxina
foram mensurados pelo ensaio de lise Limulus amebocyte QCL-1000 (Lonza Inc., Basel,
Suíça) e todos apresentaram <100 unidades de endotoxina/mg de proteína.
4.3 Proteínas recombinantes selecionadas
Para a primeira abordagem foram avaliadas cinco proteínas recombinantes do M.
leprae (LID-1, 46f, ML0276, ML2055 e ML2629) quanto a capacidade de induzir a
produção de IFN em pacientes com hanseníase (PB/MB) as quais previamente já se
mostraram imunogênicas e indutoras de resposta imune celular específica (OLIVEIRA et
al., 2014; SAMPAIO et al., 2011). A proteína ML2629 não imunogênica foi utilizada
como controle negativo. A reatividade sorológica foi avaliada em pacientes com
hanseníase PB e MB antes e após o tratamento frente a três proteínas de fusão (LID-1,
46f e 92f) do M. leprae previamente identificadas como imunoreativas e específicas
(SAMPAIO et al., 2011). Uma proteína recombinante do M. leprae não imunogência
(33f) foi utilizada como controle negativo.
Para a segunda abordagem, a proteína LID-1 foi avaliada tanto para avaliação da
imunidade celular quanto para a imunidade humoral em pacientes com hanseníase PB e
MB, pacientes com outras dermatoses e em indivíduos saudáveis de área endêmica.
4.4 Determinação da imunoreatividade celular por ensaio de sangue total (EST)
com proteínas recombinantes do M. leprae
Para as duas abordagens os ensaios com sangue total foram realizados em todos
os grupos de estudo para avaliar a capacidade das proteínas recombinantes do M. leprae
em estimular as células T efetoras de memória a produzir IFN.
Utilizamos 450L de sangue total com heparina de indivíduos de cada grupo de
estudo que foram estimulados com proteínas recombinantes do M. leprae
individualmente na concentração final de 10g/mL em placas de cultura de células com
24 poços – (Costar - Corning Incorporated – N. York, N.Y., EUA) por 24 horas a 37oC
em estufa com atmosfera úmida e concentração de CO2 a 5% . Após a cultura de 24 horas,
42
o plasma proveniente da cultura foi coletado e armazenado a -20oC para posterior análise
por ELISA.
4.5 Ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecção de IFN
O plasma proveniente da cultura de sangue total de 24 horas foi testado pelo
método de ELISA QuantiFeron - Qiagen, conforme as instruções do fabricante para
detecção de IFN. A produção dessa citocina indica o reconhecimento das proteínas
recombinantes do M. leprae por células T efetoras de memória dos indivíduos avaliados.
4.6 Ensaio Imunoenzimático (ELISA) para detecção de IgG anti rML
A reatividade sorológica às proteínas do M. leprae de todos os grupos
categorizados neste estudo foi avaliada por meio de ELISA conforme descrito abaixo.
Placas de poliestireno para ELISA (Costar, 96 poços) foram sensibilizadas com 100
μL de proteínas recombinantes do M. leprae (1 μg/mL), em tampão bicarbonato, pH 9,6,
seguido de uma incubação ‘overnight’ a 4°C. Após o período de sensibilização, as placas
foram incubadas por 1h a temperatura ambiente (15-25ºC) com 200 μL de solução de
bloqueio (tampão fosfato de sódio contendo 0,04 % de tween 20 [PBST] e 1% de
albumina bovina [BSA]). As placas foram lavadas cinco vezes com PBST e duas vezes
com PBS e em seguida adicionados, a cada poço da placa, 100 μL dos soros em duplicata
diluídos 1: 200 em PBST com 0,1% de BSA. Após 2 h de incubação a temperatura
ambiente, as placas foram lavadas e 100 μL de conjugado diluído 1: 5000 em PBST e
0,1% de BSA (anti IgG – peroxidase) foram adicionados. Seguido de um período de
incubação de 1 hora, as placas foram lavadas. A reação é desenvolvida mediante o uso do
cromógeno tetrametilbenzidina (TMB) contendo o substrato, peróxido de hidrogênio,
seguida de uma incubação de 15 min a temperatura ambiente. A reação foi finalizada com
a adição de ácido sulfúrico (H2SO4) a 1 N. A densidade óptica (DO) foi detectada em um
leitor de ELISA (Thermo Labsystems) usando filtro de 450 nm e 560 nm.
4.7 Sorologia para detecção de IgM anti-PGL I
Todas as amostras foram submetidas a sorologia para detecção de IgM anti-PGL
I para verificação da imunoreatividade a este antígeno do M. leprae. O procedimento
adotado foi o seguinte:
43
Amostras de sangue sem anticoagulante foram coletadas e em um período inferior
a duas horas foram centrifugadas (Ependorff 5804 R – Hamburgo, Alemanha) a 4000 rpm
por 3 minutos, aliquotadas e estocadas a -20°C. A detecção de anticorpos IgM anti-PGL
I foi realizada pela metodologia de ELISA, no Laboratório de Imunologia da AIDS e
Hanseníase do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG. Para a realização
do ELISA, placas (96/WELL – S-2288 Coaster – Corning Incorporated - Nova York,
N.Y, EUA) foram sensibilizadas com 0,01mg de PGL-I por 16 horas a 4oC. Após a
sensibilização, as placas foram lavadas com 200l/well de PBS/Tween (0,05% em PBS
1x) por quatro vezes. Os sítios livres das placas foram bloqueados com uma solução que
contém 1% de BSA em PBS. As amostras de soro foram diluídas 1:200 com PBS 1x e
incubadas por 2h. Após a incubação as placas foram lavadas 3 vezes em PBS/Tween e
posteriormente foi adicionada IgG anti-IgM humana conjugada a peroxidase (A-6907 –
Sigma Chemical Company, St. Louis, MO, EUA) na diluição de 1:1000 em PBS contendo
5% de BSA por 2h. Após a incubação, a placa foi lavada 3 vezes com PBS/Tween, e em
seguida foi adicionado o cromógeno TMB e as placas foram incubadas por 30 minutos.
A reação enzimática foi então encerrada com a adição de H2SO4 a 2,5 M e após 15
minutos a absorbância foi mensurada em espectrofotômetro de placa com filtro de 490
nm.
4.8 Análises estatísticas
O teste não-paramétrico de Mann-Whitney ou teste U foi utilizado para determinar
as diferenças nas concentrações de IFN- induzidas pelas diferentes proteínas e as
diferenças nos níveis de IgG e IgM nos grupos de estudo estabelecidos. A significância
geral entre os grupos de estudo foi determinada pela utilização do teste não-paramétrico
de Kruskall-Wallis. Os resultados foram considerados estatisticamente significativos
quando p<0,05. Os gráficos Scatter dot-plot e Symbols & lines foram utilizados como
análise exploratória para avaliação da resposta de IFN e resposta imune humoral entre
pacientes a diferentes proteínas recombinantes do M. leprae. A acurácia dos testes de
imunidade celular e humoral foi avaliada mediante análise da curva ROC (Receiver
Operating Curve). Além disso, sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo
(VPP) e valor preditivo negativo (VPN), também foram determinados considerando 95%
de intervalo de confiança (IC). Todas as análises de dados foram realizadas utilizando-se
o programa Graph Pad Prism versão 5.0.
44
4.9 Aspectos éticos
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Goiás (nº do parecer: 456.226). A entrevista e a
coleta de sangue foram realizadas após a assinatura do TCLE. A todos os indivíduos que
concordaram em participar do estudo foi garantida privacidade quanto aos resultados dos
testes, conforme descrito no TCLE. Este estudo recebeu financiamento da American
Leprosy Missions.
45
5 ARTIGOS
Artigo 1 - Alterations to antigen-specific immune responses before and after multidrug
therapy of leprosy
Autores: Aline de Araújo Freitas;1 Regiane Morillas Oliveira;1 Emerith Mayra Hungria;1
Ludimila Paula Vaz Cardoso;1 Ana Lúcia Osório Maroccolo de Sousa;1 Maurício
Barcelos Costa;1 Steven G Reed;2 Malcolm S Duthie;2 Mariane Martins de Araújo
Stefani1
1Tropical Pathology and Public Health Institute, Federal University of Goias, Goiania,
Brazil
2Infectious Disease Research Institute, Seattle, WA, USA.
Revista: Diagnostic Microbiology and Infectious Disease - 2015 Oct;83(2):154-61. doi:
10.1016/j.diagmicrobio.2015.06.021. Epub 2015 Jul 2.
Artigo 2 - Application of Mycobacterium leprae-specific cellular and serological tests
for the differential diagnosis of leprosy from confounding dermatoses
Autores: Aline de Araújo Freitas1; Emerith Mayra Hungria1; Maurício Barcelos Costa1;
Ana Lúcia Osório Maroccolo de Sousa1; Mirian Lane Oliveira Castilho2; Heitor de Sá
Gonçalves3; Maria Araci Andrade Pontes3; Malcolm S. Duthie4; Mariane Martins de
Araújo Stefani1
1Tropical Pathology and Public Health Institute, Federal University of Goiás, Goiânia,
Brazil.
2Hospital of Tropical Diseases (Hospital de Doenças Tropicais Dr Anuar Auad
HDT/HAA), Goiânia, Goiás, Brazil.
3Centro de Dermatologia Dona Libânia (CDERM), Fortaleza, Ceará, Brazil.
4Infectious Disease Research Institute (IDRI), Seattle, WA, USA.
Revista: Diagnostic Microbiology and Infectious Disease - 2016 Oct;86(2):163-8. doi:
10.1016/j.diagmicrobio.2016.07.024. Epub 2016 Jul 27.
46
ALTERATIONS TO ANTIGEN-SPECIFIC IMMUNE RESPONSES BEFORE
AND AFTER MULTIDRUG THERAPY OF LEPROSY
Running title: Leprosy immune responses after treatment
Word count of abstract: 150 words
Word count of body of the text: 3970 words
Aline de Araújo Freitas;1 Regiane Morillas Oliveira;1 Emerith Mayra Hungria;1 Ludimila
Paula Vaz Cardoso;1 Ana Lúcia Osório Maroccolo de Sousa;1 Maurício Barcelos Costa;1
Steven G Reed;2 Malcolm S Duthie;2 Mariane Martins de Araújo Stefani1
Affiliations:
1Tropical Pathology and Public Health Institute, Federal University of Goias, Goiania,
Brazil
2Infectious Disease Research Institute, Seattle, WA, USA.
Corresponding author: Mariane Martins de Araújo Stefani
*Address for correspondence: Tropical Pathology and Public Health Institute, Federal
University of Goias, Rua 235 s/n Setor Universitário, 74605-050, Goiânia-Goiás/Brazil.
Phone: 55 62 3209 6111. Fax: 55 62 3209 6363. Email address: [email protected]
Abbreviations used in this paper:
BI, bacterial indices
BL, Borderline lepromatous
BT, Borderline tuberculoid
BSA, bovine serum albumin
CMI, cell mediated immunity
IFN, Interferon gamma
LID-1, Leprosy IDRI Diagnostic-1
LL, Lepromatous lepromatous
MB, multibacillary
MDT, multidrug therapy
NT-P-BSA, natural trisaccharide-phenyl-BSA
47
OD, optical density
PB, paucibacillary
PHA, Phytohemagglutinin
PGL-I, phenolic glycolipid-I
rML, M. leprae recombinant antigens
RT, room temperature
TT, Tuberculoid tuberculoid
WHO, World Health Organization
48
Abstract
This study evaluated the impact of leprosy multidrug therapy/MDT on cell mediated
immunity/CMI and antibody responses at diagnosis in untreated paucibacillary/PB
(n=15) and multibacillary/MB patients (n=15) using a panel of Mycobacterium leprae
recombinant antigens (rML) (CMI: 46f, ML0276, ML2055, LID-1,ML2629-negative
control; serology: LID-1, 46f, 92f, 33f-negative control, PGL-I), and at two time points
after MDT (PB: 8-20 months; MB: 4-22 months). At diagnosis PB patients produced
IFN, MB patients exhibited low/absent response. Shortly after MDT, IFN production
in PB patients declined except for LID-1; MB patients produced IFN to LID-1. Almost
2 years after MDT, IFN levels declined in PB and MB patients. Most untreated PB
patients were seronegative to PGL-I and rML remaining so after MDT. Most untreated
MB patients were seropositive to all antigens, IgG to rMLs declined after MDT.
Reduction in antigen-specific CMI in PB and in antibody response in MB patients may
help monitor MDT effectiveness.
Keywords for submission: leprosy; diagnosis; serology; cellular immunity, multidrug
therapy
49
1. Introduction
Leprosy is a chronic disease caused by Mycobacterium leprae that can cause
irreversible peripheral nerve damage (Lockwood 2002). Despite the effectiveness of
multidrug therapy (MDT), leprosy incidence appears not to have changed significantly
and 215,656 newly diagnosed cases were still reported in 2013. Brazil reported 31,044
new leprosy cases in this time period, ranking second in overall leprosy incidence to only
India (WHO 2014).
Leprosy presents a wide and complex spectrum of bacteriologic, clinical and
histopathologic signs that are dependent on the host immune response. Paucibacillary
(PB) leprosy patients present absent bacterial indices (BI), few localized skin and
neurological lesions, strong specific cell mediated immunity (CMI) and low/absent
antibody production. Multibacillary (MB) disease is characterized by high BI, multiple
disseminated skin lesions, weak/absent M. leprae specific CMI and high titers of specific
antibodies (Scollard et al. 2006). MDT currently consists of six doses with rifampicin and
dapsone for PB leprosy and twelve doses with rifampicin, dapsone and clofazimine for
MB patients. Rifampicin is taken once monthly but the other drugs are scheduled
differently (WHO 2009). Upon MDT completion patients are considered cured, however,
even after MDT some patients develops leprosy reactions (www.who.int/lep 2014). Early
diagnosis and treatment before the onset of clinical manifestations are considered key to
reduce M. leprae transmission and to prevent deformities and disabilities (Scollard 2008;
WHO 2013).
Currently the diagnosis of leprosy relies on the recognition of the clinical
manifestations. Spurred by the decoding of the M. leprae genome, research efforts have
pushed toward the identification of M. leprae proteins suitable for the development of
appropriate laboratory tests. For serology-based tests, the LID-1 fusion protein (Leprosy
IDRI Diagnostic-1, combining ML0405 and ML2331 in a single product) has been well
recognized by IgG antibodies of MB patients from multiple leprosy-endemic areas
(Duthie et al. 2008b). Our recent data demonstrated that LID-1 can also induce IFN
production in whole blood assays of PB leprosy patients and healthy household contacts
regularly exposed to M. leprae (Oliveira et al. 2014).
While diagnostic and prognostic tests are needed to monitor preventive and
therapeutic strategies for leprosy, the impact of MDT on M. leprae-specific cell mediated
50
immune responses is unknown. This study evaluated the impact of MDT on the
serological and cellular immune responses against a panel of M. leprae recombinant
antigens (rML).
2. Patients and Methods
2.1 Study groups
This longitudinal and prospective study evaluated newly diagnosed, untreated
leprosy patients at the time of diagnosis (Pre-MDT group) and at two time points after
completing MDT (Post-MDT groups - 8 and 20 months for PB patients; 4 and 22 months
for MB patients).
Thirty newly diagnosed, untreated PB and MB leprosy patients recruited between
July 2010 and November 2012 at the public health center for leprosy diagnosis and
treatment (Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica/CRDT in Goiânia, Goiás)
in a highly endemic area for leprosy in central western Brazil. This study was approved
by the local review board “Comitê de Ética em Pesquisa Humana - Hospital das Clínicas
da Universidade Federal de Goiás” protocol # 456.226 and all patients signed an informed
consent form. Criteria for inclusion were newly diagnosed untreated, adult (>18 years of
age) leprosy patients from either gender. Exclusion criteria included: pregnancy, co-
morbidities such as HIV/AIDS, tuberculosis, diabetes mellitus or other chronic disease.
The same exclusion criteria were also applied to healthy controls who were interviewed
and asked about pre-existing co-morbidities. Each patient was submitted to complete
dermato-neurological examination by one dermatologist with expertise in leprosy
diagnosis. Skin biopsies were obtained from the edges of active skin lesions and venous
blood was collected from all patients.
Patients were classified according to Ridley & Jopling criteria considering
histopathologic, bacilloscopic and clinical findings (Ridley DS and Jopling WH 1966).
For data analysis tuberculoid (TT) and borderline - tuberculoid (BT) leprosy patients were
merged as paucibacillary (PB) leprosy and borderline - lepromatous (BL) and
lepromatous (LL) patients were considered multibacillary (MB) leprosy. All PB leprosy
patients (5 TT and 10 BT) had negative bacilloscopy, while MB (11 BL and 4 LL) leprosy
patients had a mean BI of 3.0 (range 1.25-3.25). The median age of PB leprosy patients
was 54 years old (range 31-71 years; 13 SD) and 51 years for MB leprosy patients (range
23-73 years; 13 SD). The following male: female ratio was reported for each group: 6
51
males: 9 females in PB leprosy and 11 males: 4 females among MB leprosy patients. Most
study participants (96%) had a scar associated with neonatal BCG vaccination.
2.2 Post – MDT groups:
All enrolled patients were invited to return at pre-defined time points after
completion of MDT. However, for several reasons, patients returned according to their
convenience, reflecting different time points after MDT. Besides pre-MDT
immunological evaluation, most enrolled patients returned at least twice after MDT:
shortly after MDT (4-8 months for MB and PB patients respectively) and around two
years after MDT (20 months for PB and 22 months for MB patients). Among the main
causes of loss to follow up of patients we can list: lack of availability to return due to
difficulty in getting time off from work, dissatisfaction with the need for repeated visit
and blood collection, and inability to contact the patient either because he/she had
changed the telephone number or moved away to an unknown location.
First evaluation post-MDT: 23 out of 30 (77%) of newly diagnosed untreated
leprosy patients originally recruited, returned to the reference center after completing the
MDT between July 2012 and July 2013; 7 patients (23%) were lost to follow-up. These
23 patients consisted of 12 MB and 11 PB leprosy patients recruited between 4-8 months
after the conclusion of MDT.
Second evaluation post-MDT: Approximately 20 months after the conclusion of
MDT (22 months for MB and 20 months for PB patients), 18 out of 23 patients (78%)
returned to the reference center (9 PB, 9 MB leprosy patients) for a new evaluation of
their health status and for blood collection.
2.3 M. leprae recombinant proteins
Cloning and purification of rML were performed as previously described (Reece
et al. 2006; Duthie et al. 2008b). The CMI of leprosy patients was evaluated using the
following rML: ML0276, ML2055, 46f, LID-1 and ML2629 as negative control. M.
leprae proteins used in this study were previously evaluated and considered as
immunogenic and capable of eliciting specific immune response (Duthie et al. 2008a,
2008b; Sampaio et al. 2011; Oliveira et al. 2014). The humoral response was evaluated
by IgG antibodies to rML LID-1, 46f, 92f and 33f (negative control) (Hungria et al. 2012)
and IgM antibodies to PGL-I (Bührer-Sekula et al. 1998).
52
2.4 CMI determination by whole blood assay (WBA)
WBA were performed as previously described (Duthie et al. 2008a). Briefly,
undiluted heparinized whole blood was plated (24-well plates; 450 μl/well; Sigma,
St. Louis, MO, USA) with each individual rML (10 μg/ml; LID-1, 46f, ML0276,
ML2055); PBS alone (background control), ML2629 (10 μg/ml; negative control);
positive controls consisted of M. leprae cell sonicate (10 μg/ml; MLCS; provided by
Dr John Spencer, Colorado State University, Fort Collins, CO, USA, under NIH
contract N01 AI-25469) and Phytohemagglutinin (1 μg/ml; PHA, Sigma, USA). After
incubation (24 h,37°C,5% CO2), plasma was collected, stored (−20 °C) until tested
for human IFNγ (QuantiFERON®-TB Gold/QFT-G; Qiagen, Hilden, Germany). The
results were converted from IU/ml into pg/ml (1 IU/ ml of IFNγ being equivalent to
40 pg/ml according to the manufacturer’s instructions). The detection limit was
5 pg/ml and an arbitrary cut-off point of 50 pg/ml was adopted to determine positive
responses.
2.5 Detection of antibodies to M. leprae antigens
Serum IgG antibodies against rMLs and IgM antibodies to M. leprae specific
phenolic glycolipid-I (PGL-I) were detected by ELISA. Briefly, for the IgG reactivity
PolySorp 96-well plates (Corning Costar, NY, USA) were coated with each individual
rML (1 μg/mL) and blocked (4ºC, PBS-Tween-20/PBST 1% bovine serum
albumin/BSA). Diluted serum samples (1/200 in 0.1% BSA) were incubated in duplicate,
(2h, room temperature), plates were washed and incubated with horseradish per-
oxidase/HRP-conjugated anti-human IgG (Southern Biotech, Birmingham, AL). After
washings, reactions were developed (peroxidase colour substrate, KPL, Gaithersburg,
MD, USA) and quenched (1 N H2SO4). The corrected optical density (OD) of each well
at 450 nm was determined using a Multiskan Ex microplate reader (Thermo Scientific,
USA). The threshold for positive responses was previously calculated (2 x standard
deviation of the OD of sera from healthy endemic controls) so that samples with OD >
0.3 were considered positive as described in Duthie et al. (2007). The results are expressed
as the mean OD of duplicates.
For IgM reactivity to PGL-I ELISAs employed coated plates with
0.01 mg/ml of the natural trisaccharide-phenyl synthetic analog of PGL-I conjugated
to bovine serum albumin (BSA; NT-P-BSA; kindly provided by Dr Fujiwara, Nara
53
University, Japan; PolySorp 96-well plates, Nunc, Roskilde, Denmark)). Blocking
was performed with 1% BSA/PBS. Diluted serum samples (1/300 PBS-BSA, 10%
normal goat serum/NGS, Sigma-Aldrich, St. Louis, USA) were tested with either NT-P-
BSA or BSA-coated wells. After incubation and washings, HRP-conjugated anti-
human IgM (Immuno Chemicals, St. Louis, MI, USA) was added, incubated, washed,
3,3′,5,5′-tetramethylbenzidine liquid substrate (TMB Sigma-Aldrich, St. Louis, USA,)
was added and the reaction was quenched (2.5 N H2SO4, Sigma-Aldrich, St. Louis, USA).
To control intra and inter test´s variations a duplicate of positive reference serum was
used on each plate and reactions stopped when its reading reached an OD= 0.6. The OD
was measured at 450 nm (Bio-Rad microplate reader, Life Science, Hercules, CA, USA).
The final OD was calculated by subtracting the OD BSA-coated wells from OD values
of NT-P-BSA wells. The cut-off was defined as OD > 0.25 in accordance with Bührer-
Sekula et al. 1998.
2.6 Statistical analyses
Exploratory data analysis, including dot plot, medians, means and standard
deviations were used to analyze the study groups (GraphPad Prism version 5). For the
sequential analyses at different time points, of the immune responses to different antigens,
paired samples from each patient were evaluated. Statistical significance was assessed
using the Kruskal–Wallis one-way analysis of variance (ANOVA) for comparison of
multiple groups and the Mann–Whitney test for comparison between two groups. Results
were considered statistically significant when a p-value < 0.05 was obtained.
3. Results
3.1 Antigen-specific serum antibodies in MB patients
As expected, antigen-specific antibodies were readily detected in serum from
untreated MB patients with high bacterial burdens. IgM antibodies to PGL-I and IgG
antibodies to LID-1, 46f and 92f were observed, with the frequency of responses in this
cohort ranging from a low of 33% against 92f to a high of 87% against LID-1, with 73%
of these patients possessing antibodies against PGL-I (median OD: 0.799). The largest
proportion of seropositive responses was observed against the LID-1 protein (median
ELISA OD: 0.910) (Figure 1A).
54
Evaluation of MB patients 4 months after completing MDT demonstrated that a
statistically significant decline in the levels of IgG was seen in the majority of patients to
all recombinant proteins tested (LID-1: p=0.002, 46f: p=0.004, 92f: p=0.005). Only 2
out of 12 MB patients were still seropositive to LID-1 and 46f, while only 1 patient
remained positive to 92f (Figures 2 A, C and E). In contrast, responses to PGL-I declined
in 7 out of 12 patients and raised in the other 5 patients, so that the net outcome was: 9
out of 12 MB patients evaluated after completing MDT were seropositive to PGL-I
(median OD: 0.507) (p=0.312) (Figure 2 G). Analyses of sera collected approximately 20
months after MDT indicated a slight increase on seropositivity to LID-1 (4 out of 9
patients p=0.436), 46f (1 out of 9 patients p >0.297) and 92f (1 out of 9 patients p >0.401)
while 7 out of 9 MB patients were anti-PGL-I seropositive (p >0.258) (Figures 2 A, C, E
and G). These evaluations indicate that, compared to the anti-PGL-I response, anti-protein
serologic responses of MB patients demonstrate a more robust and consistent decline in
response to treatment (PGL-I: p=0.312, LID-1: p=0.002, 46f: p=0.004, 92f: p=0.005).
3.2 Antigen-specific CMI in MB leprosy patients
The majority (13 out of 15) newly diagnosed, untreated MB patients did not
exhibit IFN production in response to rML in WBA. For the two MB patients that did
demonstrate responses, they were limited to particular proteins; blood from one patient
produced IFN against LID-1 (92pg/mL) while blood from the other patient produced
IFN against 46f (61pg/mL), ML0276 (73pg/mL) and ML2055 (64pg/mL) (Figure 3 A).
Four months after the completion of MDT low or absent IFN production was
again observed for most proteins (46f: p=0.632, ML0276: p=0.688, ML2055: p=0.700 )
(Figures 4 C, E, G). There was an exception, however, with WBA from 9 out of 12 paired
MB patients having measurable IFN secretion following incubation with the LID-1
protein (median: 105 pg/mL, p= 0.006 versus values obtained before MDT) (Figure 4 A).
The anti-LID-1 IFN response had waned 22 months after completing MDT, such that
WBA of only 1 (60pg/mL) out of 9 MB patients assessed at this time point had detectable
levels (p=0.036; versus 4 months after MDT) (Figure 4 A). IFN response to others
proteins tested did not changed 22 months after completing MDT (46f: p=0.371,
ML0276: p=0.833, ML2055: p=0.920) (Figures 4 C, E, G). Thus, a transient cellular
response to the LID-1 protein emerged among MB patients shortly after the completion
of MDT.
55
3.3 Antigen-specific antibodies in PB leprosy patients
As expected, serum antibody levels of untreated PB patients were below the cut-
off for PGL-I and most rML tested (Figure 1 B). Similar observations were made for the
rML when serum collected 8 and 20 months after conclusion of MDT (p >0.05) (Figure
2 B, D, F, J). There was a slight increase of positivity anti-PGL-I among the PB patients
20 months after conclusion of MDT (p=0.062) (Figure 2 H), the meaning of which is
unclear.
3.4 Antigen-specific CMI in PB leprosy patients
IFNγ was readily detected following WBA of blood from untreated PB leprosy
patients incubated with the selected rML. The highest IFNγ levels were stimulated by the
ML0276 protein (median: 78 pg/ml, range 51–125 pg/ml) followed by 46f (median: 73
pg/ml, range 24–137 pg/ml), LID-1 (median: 72 pg/ml, range 38-151pg/ml) and ML2055
(median: 72 pg/ml, range 53–102pg/ml) (Figure 3 B).
When the IFN responses of these same PB leprosy patients were evaluated in
WBA a few months after the completion of MDT, most antigens stimulated secretion of
a statistically reduced amount of IFN (46f: p=0.0002, ML0276: p<0.0001, ML2055:
p<0.0001) relative to the quantities detected in WBA at the time of diagnosis (Figures 4
D, F, H). An exception to this was LID-1, which actually induced more IFN (median:
114 pg/mL) (p=0.430) (Figure 4 B). The enhancement of the anti-LID-1 response was
not permanent, however, as IFN was not detected in WBA conducted with LID-1 around
20 months after the conclusion of MDT compared with quantities of IFN anti-LID-1
detected at the time of diagnosis (p=0.0006) and 8 months after conclusion of MDT
(p=0.021) (Figure 4 B). IFN response to others proteins tested (46f: p=0.625, ML0276:
p=0.237, ML2055: p=0.372) did not changed 20 months after completing MDT (Figure
4 D, F and H).
Although the evaluation of the impact of leprosy reactions in M. leprae specific
serology and CMI was out of the scope of this study, among the 30 patients enrolled, a
minority (1 PB, 5 MB) has developed leprosy reactions after MDT. However, none of
these patients was tested during a reactional episode or while taking medication for
leprosy reaction. The immune profile (serology and CMI) of reactional patients was not
56
statistically different from unreactional patients (p>0.05) in all time points evaluated (data
not shown).
4. Discussion
Although a complete understanding of immune responses during leprosy could
indicate tools for use in intervention trials and aid patient management, relatively little is
known regarding particular antigen-specific responses during and after treatment. We
assessed cellular and humoral immunity of both MB and PB leprosy patients in parallel
to determine how resolving M. leprae infection by treatment affects antigen-specific
responses. Antigen-specific antibody responses were readily detected in MB patients at
the time of diagnosis but were reduced following MDT. While antibody responses were
not detected, direct comparison of paired samples of PB leprosy patients revealed that
IFN recall responses against most M. leprae proteins were reduced after MDT relative
to the magnitude of response detected at diagnosis. An exception was observed for LID-
1, which induced secretion of IFN after treatment at higher levels than those observed in
the same PB patients at diagnosis. Surprisingly, an IFN response to LID-1 was also
observed for MB patients 4 months after the conclusion of MDT.
The majority of untreated MB leprosy patients can be identified by robust
antibody responses (Oskam et al. 2003; Reece et al. 2006; Duthie et al. 2007; Sampaio et
al. 2011; Hungria et al. 2012). Similar to anti-PGL-I IgM responses, IgG responses
against each protein appears to positively correlate with the bacillary load at the time of
diagnosis (Geluk et al. 2011). Decreases during and after MDT in the antibody responses
to PGL-I and rML, including LID-1, have previously been reported (Duthie et al. 2011).
Significant declines in IgG levels were observed among MB patients in our study after
completion of MDT but declines were less pronounced for anti-PGL-I IgM. These results
are in agreement with other studies that demonstrated a drop in anti-PGL-I levels after
the initiation of treatment, albeit reporting wide variations ranging from a linear decline
and quick conversion to seronegative to retention of positive responses for many years
(Prakash et al. 1993; Roche et al. 1993).
The observation of IFN in WBA of untreated PB patients, but its absence in
WBA of MB patients before the treatment, corroborates previous findings (Duthie et al.
2008a; Sampaio et al. 2011, 2012; Oliveira et al. 2014). Although MB patients are usually
considered anergic because they have low or absent CMI to crude fractions of M. leprae,
57
an IFN recall response to LID-1 was also observed among MB patients shortly after the
conclusion of MDT. Why the cellular response against LID-1 (a fusion of ML0405, a
hypothetical protein with unknown function, and ML2331, which is likely a secreted
protein) emerges in MB leprosy patients after MDT is unclear. In situ studies of skin
lesions in both MB and PB leprosy patients evaluated one week after starting MDT have
documented an increased expression of HLA-DR and inflammatory cytokines such as IL-
1β, TNFα and IFN (Tung et al. 1987; Arnoldi et al. 1990; Cree et al. 1995).
Experimental studies have shown that 99% of bacilli can be killed by a single dose
of rifampicin and that this leads to the release of antigens (Cree et al. 1995). In this regard
in vitro stimulations with live M. leprae have led to evasion or suppression of immune
responses, whereas killed or fragmented bacilli components stimulated the response
(Steinhoff et al. 1991; Lahiri et al. 2010). Dendritic cell cultures infected with live M.
leprae had decreased MHC class I and II expression and T cell antigen presentation
(Hashimoto et al. 2002) while M. leprae cell membrane upregulated MHC class II and
CD86 costimulatory molecule expression and CD4 T cell activation (Maeda et al. 2003).
In addition, M. leprae membrane fractions induced strong IFN production by CD4 and
CD8 T cells (Degang et al. 2014). We hypothesize that the destruction of bacilli by MDT
may result in enhanced antigen presentation due to higher exposure to antigens including
new antigens, such as epitopes contained within LID-1, which could lead to the
stimulation of effector memory T cells and IFN production even in previously anergic
MB patients.
The decreased IFN production seen for PB (and also in MB patients) around two
years after MDT could possibly be explained by the elimination of bacilli and clearance
of antigen from the body. MDT is known to effectively reduce the viability of M. leprae,
however persistent antigen can remain in affected tissues up to years post-MDT so that
M. leprae antigen presentation to the immune system may occur and may individually
vary among patients depending on their initial M. leprae load, persistence in affected
tissues during or after MDT and/or continuing presence in their environment (Shetty et
al. 1994). Although similar time points after MDT were used for MB and PB patients (4-
8 months respectively) and around two years after MDT completion (20 months for PB
and 22 months for MB patients), if we consider the time point from diagnosis, MB who
are treated longer (12 months) were evaluated at a longer time post MDT compared to
58
PB patients who are treated for 6 months, however this difference did not seem to have
impacted the changes in immune response seen post therapy.
The reduction of pathogen specific immune responses after successful treatment
has been reported for other infectious diseases such as tuberculosis (Pathan et al. 2001;
Aiken et al. 2006; Ribeiro et al. 2009; Connell et al. 2010). The majority of studies show
a decrease in IFN production following anti-tuberculosis treatment, although similar to
our data, increases in IFN production during treatment subsequently followed by a
decline at the end of treatment have also been reported (Nicol et al. 2005; Herrmann et
al. 2009). While the initial activation of the immune response by pathogens generates
long-lived memory cells that survive for years (Farber et al. 2014), effective treatment
can eliminate the pathogen/ antigen-source and lead to contraction in which the expanded
antigen-specific cells die and restore homeostasis. It is quite possible that this is
happening during the course of leprosy MDT.
The impact of MDT on M. leprae–antigen specific cellular immunity has not been
described previously. Moreover the long-term impact of reduced M. leprae-specific
cellular responses on patient’s prognosis is not known. However some studies in other
infectious diseases have evaluated treatment changes on immune responses and their
impact on prognosis. A recent study showed that most tegumentary leishmaniasis patients
cured by treatment did not produce IFN in vitro in response to Leishmania braziliensis
antigen even though they had a positive leishmania skin test (Carvalho et al. 2013). None
of these patients became reinfected for up to 15 years after therapy indicating that even
in the absence of measurable CMI in vitro these individuals remained protected. An
experimental study with Leishmania major demonstrated that although effector CD4 T
cells were lost in the absence of infection, central memory CD4 T cells were maintained
and upon secondary infection became tissue-homing effector T cells that mediated
protection (Zaph et al. 2004).
Even in schistosomiasis, which like MB leprosy is characterized by strong Th2
type responses, treatment with praziquantel can alter/ redirect the polarization of antigen-
specific responses toward a proinflammatory phenotype that may promote resistance to
reinfection (Bourke et al. 2013).
We acknowledge that the relatively small sample size and the loss to follow up of
patients represent limitations in this study. However our sequential analysis of specific
immunity brings new data showing that both circulating M. leprae-specific cellular and
59
humoral immune responses wane around two years after completion of MDT.
Importantly, the reductions were not global, because both MB and PB leprosy patients
evaluated shortly after MDT presented stronger IFN production against the LID-1
protein. Thus, the killing of M. leprae with drugs, and likely the release of antigens during
the process, may differentially impact the immune response after therapy.
These results are important when we consider that in highly endemic areas,
recrudescence of leprosy or reinfection with M. leprae although rare, can eventually
occur, and our data imply that the decreased IFN responses after MDT apparently has
no detrimental impact on sustained protective immunity. Expanded, multicenter studies
recruiting patients within different leprosy-endemic areas to evaluate antigen-specific
CMI/IFN before, during and after MDT appear warranted. The implications of reduced
M. leprae-specific CMI after MDT for both reinfection and potential immunotherapeutic
interventions in leprosy-endemic areas are unclear but deserve further investigation.
5. Acknowledgments
The authors thank all the patients for donating their blood and information for these
studies and staff of the “Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica” in
Goiânia/GO for their cooperation and support during recruitment. This study was
supported by American Leprosy Missions, The Heiser Program for Research in Leprosy
and Tuberculosis of The New York Community. Dr Mariane M. A. Stefani is a recipient
of a fellowship from National Counsel of Technological and Scientific Development
(CNPq/ Brazil) (grant # 304869/2008-2) and MSc. Aline A. Freitas was supported by a
scholarship awarded by the Coordination of Improvement of Higher Education Personnel
(CAPES Brazil - grant#1054292). We are grateful to Greg Ireton, Jeff Guderian, Raodoh
Mohamath, Alex Picone and Ayesha Misquith for producing of high quality recombinant
proteins and Dr. Tsuyoshi Fujiwara (Nara University, Japan) for generously providing
the NT-P-BSA antigen.
6. References
Aiken AM, Hill PC, Fox A, McAdam KPWJ, Jackson-Sillah D, Lugos MD, et al.
Reversion of the ELISPOT test after treatment in Gambian tuberculosis cases. BMC
Infect Dis. 2006;6:66-72.
60
Arnoldi J, Gerdes J, Flad HD. Immunohistologic assessment of cytokine production of
infiltrating cells in various forms of leprosy. Am J Pathol. 1990;137(4):749–53.
Bourke CD, Nausch N, Rujeni N, Appleby LJ, Mitchell KM, Midzi N, et al. Integrated
analysis of innate, Th1, Th2, Th17, and regulatory cytokines identifies changes in
immune polarisation following treatment of human schistosomiasis. J Infect Dis.
2013;208(1):159–69.
Bührer-Sekula S, Cunha MG, Ferreira WA, Klatser PR. The use of whole blood in a
dipstick assay for detection of antibodies to Mycobacterium leprae: a field evaluation.
FEMS Immunol Med Microbiol. 1998;21(3):197–201.
Carvalho AM, Magalhães A, Carvalho LP, Bacellar O, Scott P, Carvalho EM.
Immunologic response and memory T cells in subjects cured of tegumentary
leishmaniasis. BMC Infect Dis. 2013;13(1):529-38.
Connell TG, Davies M-A, Johannisen C, Wood K, Pienaar S, Wilkinson KA, et al.
Reversion and conversion of Mycobacterium tuberculosis IFN-gamma ELISpot results
during anti-tuberculous treatment in HIV-infected children. BMC Infect Dis.
2010;10:138-47.
Cree IA, Coghill G, Subedi A, Abbot N, Butlin S, Samson P, et al. Effects of treatment
on the histhopathology of leprosy. J Clin Pathol. 1995;48:304–7.
Degang Y, Nakamura K, Akama T, Ishido Y, Luo Y, Ishii N, et al. Leprosy as a model
of immunity. Future Microbiol. 2014;9(1):43–54.
Duthie MS, Goto W, Ireton GC, Reece ST, Cardoso LP V, Martelli CMT, et al. Use of
protein antigens for early serological diagnosis of leprosy. Clin vaccine Immunol.
2007;14(11):1400–8.
61
Duthie MS, Goto W, Ireton GC, Reece ST, Sampaio LH, Grassi AB, et al. Antigen-
specific T-cell responses of leprosy patients. Clin vaccine Immunol. 2008a;15(11):1659–
65.
Duthie MS, Hay MN, Rada EM, Convit J, Ito L, Oyafuso LKM, et al. Specific IgG
antibody responses may be used to monitor leprosy treatment efficacy and as recurrence
prognostic markers. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2011;30(10):1257–65.
Duthie MS, Ireton GC, Kanaujia G V, Goto W, Liang H, Bhatia A, et al. Selection of
antigens and development of prototype tests for point-of-care leprosy diagnosis. Clin
vaccine Immunol. 2008b;15(10):1590–7.
Farber DL, Yudanin NA, Restifo NP. Human memory T cells: generation,
compartmentalization and homeostasis. Nat Rev Immunol. 2014;14(1):24–35.
Geluk A, Duthie MS, Spencer JS. Postgenomic Mycobacterium leprae antigens for
cellular and serological diagnosis of M. leprae exposure, infection and leprosy disease.
Lepr Rev. 2011;82(4):402–21.
Hashimoto K, Maeda Y, Kimura H, Suzuki K, Masuda A, Matsuoka M, et al.
Mycobacterium leprae infection in monocyte-derived dendritic cells and its influence on
antigen-presenting function. Infect Immun. 2002;70(9):5167–76.
Herrmann JL, Belloy M, Porcher R, Simonney N, Aboutaam R, Lebourgeois M, et al.
Temporal dynamics of interferon gamma responses in children evaluated for tuberculosis.
PLoS One. 2009;4(1):1–12.
Hungria EM, Oliveira RM De, Souza ALOM De, Costa MB, Souza VNB De, Silva EA,
et al. Seroreactivity to new Mycobacterium leprae protein antigens in different leprosy-
endemic regions in Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2012;107: 104-11.
Lahiri R, Randhawa B, Krahenbuhl JL. Infection of mouse macrophages with viable
Mycobacterium leprae does not induce apoptosis. J Infect Dis. 2010;201(11):1736–42.
62
Lockwood DNJ. Leprosy elimination-a virtual phenomenon or a reality? BMJ. 2002
22;324(7352):1516–8.
Maeda Y, Gidoh M, Ishii N, Mukai C, Makino M. Assessment of cell mediated
immunogenicity of Mycobacterium leprae-derived antigens. Cell Immunol.
2003;222(1):69–77.
Nicol MP, Pienaar D, Wood K, Eley B, Wilkinson RJ, Henderson H, et al. Enzyme-linked
immunospot assay responses to early secretory antigenic target 6, culture filtrate protein
10, and purified protein derivative among children with tuberculosis: implications for
diagnosis and monitoring of therapy. Clin Infect Dis. 2005 1;40(9):1301–8.
Oliveira RM, Hungria EM, de Araújo Freitas A, de Sousa a LOM, Costa MB, Reed SG,
et al. Synergistic antigen combinations for the development of interferon gamma release
assays for paucibacillary leprosy. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2014;1–10.
Oskam L, Slim E, Bührer-Sékula S. Serology: recent developments, strengths, limitations
and prospects: a state of the art overview. Lepr. Rev. 2003; 74: 196–205.
Pathan AA, Wilkinson KA, Klenerman P, McShane H, Davidson RN, Pasvol G, et al.
Direct ex vivo analysis of antigen-specific IFN-gamma-secreting CD4 T cells in
Mycobacterium tuberculosis-infected individuals: associations with clinical disease state
and effect of treatment. J Immunol. 2001;167(9):5217–25.
Prakash K, Sehgal VN, Aggarwal R. Evaluation of phenolic glycolipid-I (PGL-I)
antibody as a multidrug therapy (MDT) monitor. J Dermatol. 1993;20(1):16–20.
Reece ST, Ireton G, Mohamath R, Guderian J, Goto W, Gelber R, et al. ML0405 and
ML2331 Are Antigens of Mycobacterium leprae with Potential for Diagnosis of Leprosy.
Clin vaccine Immunol. 2006;13(3):333–40.
63
Ribeiro S, Dooley K, Hackman J, Loredo C, Efron A, Chaisson RE, et al. T-SPOT.TB
responses during treatment of pulmonary tuberculosis. BMC Infect. Dis. 2009; 9: 23-32.
Ridley DS, Jopling WH. Classification of leprosy according to immunity. A fivegroup
system. Int J Lepr Other Mycobact Dis. 1966;34:255–73.
Roche PW, Britton WJ, Failbus SS, Neupane KD, Theuvenet WJ. Serological monitoring
of the response to chemotherapy in leprosy patients. Int J Lepr Other Mycobact Dis.
1993;61(1):35–43.
Sampaio LH, Sousa ALM, Barcelos MC, Reed SG, Stefani MMA, Duthie MS. Evaluation
of various cytokines elicited during antigen-specific recall as potential risk indicators for
the differential development of leprosy. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2012;31:1443–
51.
Sampaio LH, Stefani MMA, Oliveira RM, Sousa ALM, Ireton GC, Reed SG, et al.
Immunologically reactive M . leprae antigens with relevance to diagnosis and vaccine
development. BMC Infect Dis. 2011;11(1):26-37.
Scollard DM. The biology of nerve injury in leprosy. Leprosy Review; 2008;79:242-53.
Scollard DM, Adams LB, Gillis TP, Krahenbuhl JL, Truman RW, Williams DL. The
Continuing Challenges of Leprosy. Clin Microbiol Rev. 2006;19(2):338–81.
Shetty VP, Uplekar MW, Antia NH. Immunohistological localization of mycobacterial
antigens within the preripheral nerves os treated leprosy patients and their significance to
nerve damage in leprosy. Acta Neuropathol. 1994;88:300-06.
Steinhoff U, Wand-Wurttenberger a., Bremerich a., Kaufmann SHE. Mycobacterium
leprae renders Schwann cells and mononuclear phagocytes susceptible or resistant to
killer cells. Infect Immun. 1991;59(2):684–8.
64
Tung KS, Umland E, Matzner P, Nelson K, Schauf V, Rubin L, et al. Soluble serum
interleukin 2 receptor levels in leprosy patients. Clin Exp Immunol. 1987;69(1):10–5.
WHO. Enhanced global strategy for further reducing the disease burden due to leprosy:
2011-2015. Lepr Rev.2009;80(4):353–4
WHO. Weekly epidemiological record. 2013;88(35):365–80.
WHO. Weekly epidemiological record. 2014;III(36):389–400.
www.who.int/lep. Leprosy elimination. World Healthy Organization. 2014 [cited 2014
Jan 20]. Available from: http://www.who.int/lep/en/
Zaph C, Uzonna J, Beverley SM, Scott P. Central memory T cells mediate long-term
immunity to Leishmania major in the absence of persistent parasites. Nat Med.
2004;10(10):1104–10.
65
Figures:
Figure 1: Antibody responses of leprosy patients. Serologic reactivity to LID-1, 46f, 92f, PGL-I and 33f
(negative control) was determined in newly diagnosed untreated paucibacillary (A) and multibacillary
leprosy patients (B). Each point represents the mean optical density (OD) of duplicates of an individual
serum sample and the median OD value of each group is represented by the horizontal line. The dotted
horizontal line is the cut-off (OD > 0.3) to rMLs and the continuous horizontal line represents the cut-off
(OD>0.250) to PGL-I. The number above each data set is the percent positive responses.
66
Figure 2: Kinetics of antibody
responses in individual PB and
MB leprosy patients at diagnosis
and at two time points after
MDT. Serum IgG to LID-1 (A
and B), 46f (C and D), 92f (E
and F), 33f (I and J) and IgM to
PGL-I (G and H) were
determined. The dotted
horizontal line in graphs A, B,
C,D E. F, I and J is the OD cut-
off (> 0.3) to rML and in graphs
G and H the OD cut-off (>
0.250) to PGL-I . The number
above each data set is the
percentage of positive
responses. For patients lacking
results in the second post MDT
time point, data was not
available.
67
Figure 3: Interferon-gamma (IFN-γ) production in whole blood assay (WBA) upon stimulation with LID-1,
46f, ML0276, ML2055 and ML2629 (negative control) in newly diagnosed untreated paucibacillary leprosy
patients (A) and newly diagnosed untreated multibacillary leprosy patients (B). Heparinized whole blood 24-
h cultures were performed, individual IFN-γ results (pg/ml) were plotted and the median IFN-γ value is
represented by the horizontal line. The dotted horizontal line represents the cut-off (50 pg/ ml). The number
at the top of the graphs represents the percentage of positive responses to each recombinant protein.
68
Figure 4: Kinetics of IFN
in individual PB and MB
leprosy patients at diagnosis
and at two time points after
MDT. IFN was detected
upon stimulation of
heparinized whole blood with
LID-1 (A and B), 46f (C and
D), ML0276 (E and F),
ML2055 (G and H), ML2629
(I and J). The traced
horizontal line represents the
IFN cut-off (50 pg/ml). The
number above each data set is
the percentage of positive
responses. For patients
lacking results in the second
post MDT time point, data
was not available.
69
APPLICATION OF Mycobacterium leprae-SPECIFIC CELLULAR AND
SEROLOGICAL TESTS FOR THE DIFFERENTIAL DIAGNOSIS OF LEPROSY
FROM CONFOUNDING DERMATOSES
Running title: Differential diagnosis of leprosy
Word count of abstract: 150 words
Word count of body of the text: 3770 words
Affiliations:
Aline de Araújo Freitas1; Emerith Mayra Hungria1; Maurício Barcelos Costa1; Ana Lúcia
Osório Maroccolo de Sousa1; Mirian Lane Oliveira Castilho2; Heitor de Sá Gonçalves3;
Maria Araci Andrade Pontes3; Malcolm S. Duthie4; Mariane Martins de Araújo Stefani1
1Tropical Pathology and Public Health Institute, Federal University of Goiás, Goiânia,
Brazil.
2Hospital of Tropical Diseases (Hospital de Doenças Tropicais Dr Anuar Auad
HDT/HAA), Goiânia, Goiás, Brazil.
3Centro de Dermatologia Dona Libânia (CDERM), Fortaleza, Ceará, Brazil.
4Infectious Disease Research Institute (IDRI), Seattle, WA, USA.
Corresponding author: Mariane Martins de Araújo Stefani
*Address for correspondence: Tropical Pathology and Public Health Institute, Federal
University of Goias, Rua 235 s/n Setor Universitário, 74605-050, Goiânia-Goiás/Brazil.
Phone: 55 62 3209 6111. Fax: 55 62 3209 6363. Email address: [email protected]
Abbreviations used in this paper:
AUC, area under the curve
BI, bacterial indices
BSA, bovine serum albumin
70
CMI, cell mediated immunity
EC, healthy endemic controls
IFN, interferon gamma
IGRA, interferon gamma release assay
LID-1, leprosy IDRI Diagnostic-1
MB, multibacillary
MDT, multidrug therapy
MLCS, M. leprae sonicate antigen
NDO-LID-1, PGL-I synthetic antigen and LID-1 combination
NT-P-BSA, natural trisaccharide-phenyl-BSA
NPV, negative predictive value
OD, optical density
PB, paucibacillary
PHA, phytohemagglutinin
PGL-I, phenolic glycolipid-I
PPV, positive predictive value
ROC, receiver operating curve
WBA, whole blood assay
WHO, world Health Organization
71
Abstract
Mycobacterium leprae-specific serological and cell-mediated-immunity/CMI test were
evaluated for the differential diagnosis of multibacillary/MB, and paucibacillary/PB
leprosy from other dermatoses. Whole blood assay/WBA/IFN stimulated with LID-1
antigen and ELISA tests for IgG to LID-1 and IgM to PGL-I were performed. WBA/LID-
1/IFN production was observed in 72% PB, 11% MB leprosy, 38% dermatoses, 40%
healthy endemic controls/EC. The receiver operating curve/ROC for WBA/LID-1 in PB
versus other dermatoses showed 72.5% sensitivity, 61.5% specificity and an area-under-
the-curve/AUC=0.75; 74% positive predictive value/PPV, 59% negative predictive
value/NPV. Anti PGL-I serology was positive in 67% MB, 8% PB leprosy, 6% of other
dermatoses; its sensitivity for MB=66%, specificity=93%, AUC=0.89; PPV=91%,
NPV=72%. Anti-LID-1 serology was positive in 87% MB, 7% PB leprosy, all other
participants were seronegative; 87.5% sensitivity for MB, 100% specificity, AUC=0.97;
PPV=100%, NPV=88%. In highly endemic areas anti-LID-1/PGL-I serology and
WBA/LID-1-represent useful tools for the differential diagnosis of leprosy from other
confounding dermatoses.
Keywords for submission: Leprosy, differential diagnosis of leprosy, other dermatoses,
serology, cellular immunity.
72
1. Introduction
Leprosy is a complex chronic dermato-neurological disease caused by
Mycobacterium leprae that comprises a spectrum of different clinical manifestations
correlated with the host’s immune response to the bacilli. Leprosy is associated with
social stigma and discrimination (WHO 2009). Patients with effective Th1 type cell
mediated immunity (CMI) to M. leprae present with few skin lesions and harbor a low
bacillary load, and are therefore considered paucibacillary (PB) disease. Patients with
vigorous humoral immunity mediated by Th2 type immune response present with weak
CMI, multiple skin lesions with numerous bacilli being referred as multibacillary (MB)
cases (Scollard et al. 2006; WHO 2009). During the chronic course of the disease immune
inflammatory episodes known as leprosy reactions can cause nerve damage, incapacities
and deformities (Lockwood and Sunnetha 2005). Therefore, early and accurate diagnosis
of leprosy and treatment before nerve damage are crucial to interrupt disease development
and associated disabilities.
Since the introduction of multidrug therapy (MDT) a significant decrease in
global prevalence of leprosy has been reported in the last decades, however incidence
remained stable, indicating active transmission in many countries, including Brazil which
ranks second globally. In 2014, 213,899 new cases of leprosy were reported worldwide,
with 31,064 of them in Brazil (WHO 2015). Leprosy diagnosis remains based on clinical
manifestations, which require relatively high levels of expertise and experience to
ascertain the differential diagnosis from a variety of entirely unrelated diseases that share
similar clinical manifestations (Talhari et al. 2006; Yawalkar 2009). Tests to aid the
diagnosis and prognosis of leprosy are needed.
Several M. leprae proteins have been screened for their potential use in diagnostic
tests. Since the M. leprae genome was deciphered, the LID-1 fusion protein (Leprosy
IDRI Diagnostic-1, combining ML0405 and ML2331) has been recognized as one of the
most promising antigens for the development of tests for leprosy. LID-1 is an important
protein antigen that is recognized by serum IgG antibodies of most MB patients from
different leprosy-endemic settings worldwide (Duthie et al. 2008b; Hungria et al. 2012;
Fabri et al. 2015). Recent data from our group demonstrated that LID-1 is also recognized
by circulating immune cells, as indicated by IFN production in whole blood assays
(WBA) of PB leprosy patients and healthy household contacts exposed to M. leprae but
not of otherwise healthy individuals (Oliveira et al. 2014; Freitas et al. 2015). Given that
73
leprosy patients typically enter the diagnostic process through dermatology clinics, this
study assessed the usefulness of LID-1 based serological and cellular tests to aid the
differential diagnosis of leprosy from other clinically related dermatoses.
2. Methods
2.1 Study groups:
Patients with leprosy and skin diseases clinically suspect of leprosy (other
dermatoses) were recruited in two distinct geographic leprosy endemic regions (Goiânia,
Goiás State, Central western region, at 3 public health reference centers -“Centro de
Referência em Diagnóstico e Terapêutica, Hospital de Doenças Tropicais Dr Anuar Auad,
Hospital das Clínicas da UFG; In Fortaleza, Ceará state, Northeast region, at Centro de
Dermatologia Dona Libânia a public health reference center. In all centers physicians had
vast expertise in recognition of leprosy manifestations. Inclusion criteria for leprosy were:
newly diagnosed, untreated adults (>18 years), both genders; exclusion criteria:
pregnancy and comorbidities (HIV/AIDS, tuberculosis, diabetes mellitus, or other
chronic disease). Healthy endemic participants, defined as individuals without preexisting
comorbidities, or history of tuberculosis or leprosy in the family were included as a
control group and recruited in the same settings.
Different numbers of individuals were enrolled into each group depending on the
actual demand during the study period. The study group for serology included 216
participants (152 from Goiânia, 64 from Fortaleza). The WBA was performed in a total
of 156 participants (92 from Goiânia, 64 from Fortaleza). The final diagnosis was based
on clinical signs and symptoms or histopathological findings, whenever requested by the
clinician. Leprosy patients were diagnosed and stratified according to WHO operational
criteria based on the number of skin lesions as PB (< 5 skin lesions) or MB leprosy ( > 6
skin lesions) (WHO 1998). Skin slit smears and biopsies were collected. All patients
assigned to the PB leprosy group had negative or low bacilloscopic index (BI), whereas
all MB cases were BI positive.
Patients with other dermatoses included 46 clinically suspect cases of leprosy and
for 27 of them the definite diagnosis required the histopathology of skin lesion biopsy as
follows: drug induced skin reaction (n=1), eczema (n=8), pityriasis alba (n=2) dermatitis
(n=2), dermatophytosis (n=1), granuloma anulare (n=1), lobomycosis (n=1), lupus (n=1),
necrobiosis lipoidica diabeticorum (n=1), granulomatous dermatitis (n=3), lichenoid drug
74
eruption (n=1), non-specific inflammatory infiltrate (n=5). For 19 patients, the final
diagnosis based on clinical findings: eczema (n=2), drug induced skin reaction (n=4),
progressive macular hypomelanosis (n=1), granuloma anulare (n=2), rosacea (n=1),
scleroderma (n=1), psoriasis (n=4), vitiligo (n=2), psoriasis-like dermatite (n=1), lupus
erytematosus tumidus (n=1). The main characteristics of study groups evaluated by
serology and cellular immunity are detailed in Table 1.
This study was approved by the local review board (Comitê de Ética em Pesquisa
Humana, Hospital das Clínicas (protocol # 456.226); all participants signed an informed
consent form.
2.2 M. leprae-specific T Cell Response
WBA were performed as previously described (Duthie et al. 2008a). Briefly,
undiluted heparinized whole blood (24-well plates; 450 μl/well; Sigma, St. Louis, MO,
USA) was stimulated (50 μl/well PBS alone or 10 μg/ml LID-1 or 10 μg/ml;
ML2629/negative control. Positive controls consisted of M. leprae cell sonicate
(10 μg/ml; MLCS; provided by Dr John Spencer, Colorado State University, Fort Collins,
CO, USA, under NIH contract N01 AI-25469) and Phytohemagglutinin (1 μg/ml; PHA,
Sigma, USA). After 24 h incubation (37°C, 5% CO2), plasma was collected, stored
(−20 °C) and tested for human IFNγ (QuantiFERON®-TB Gold/QFT-G; Qiagen, Hilden,
Germany). Results were converted from IU/ml into pg/ml (1 IU/ ml IFNγ = 40 pg/ml)
according to the manufacturer’s instructions. The detection limit was 5 pg/ml and an
arbitrary cut-off point of 50 pg/ml was adopted.
2.3 Detection of antibodies to M. leprae antigens
Serum IgG antibodies to LID-1 and IgM antibodies to M. leprae specific
phenolic glycolipid-I (PGL-I) were detected by ELISA. IgG reactivity used LID-1 coated
plates (1 μg/mL, PolySorp 96-well,Corning Costar, NY, USA), blocking (4ºC, PBS-
Tween-20/PBST 1% bovine serum albumin/BSA). Serum samples (1/200, 0.1% BSA)
were incubated in duplicate, (2h, room temperature), plates were washed and incubated
with horseradish peroxidase/HRP-conjugated anti-human IgG (Southern Biotech,
Birmingham, AL). After washings, reactions were developed (peroxidase colour
substrate, KPL, Gaithersburg, MD, USA) and quenched (1 N H2SO4). The corrected
optical density (OD 450 nm) was determined (Multiskan Ex microplate reader, Thermo
75
Scientific, USA), results were expressed as the mean OD of duplicates. The threshold for
positive responses was OD> 0.3 as previously calculated (Duthie et al. 2007).
IgM anti-PGL-I ELISA employed coated plates (0.01 mg/ml natural
trisaccharide-phenyl synthetic analog of PGL-I conjugated to BSA/NT-P-BSA,
kindly provided by Dr Fujiwara, Nara University, Japan; PolySorp 96-well plates,
Nunc, Roskilde, Denmark). After blocking (1% BSA/PBS), serum samples (1/300
PBS-BSA, 10% normal goat serum/NGS, Sigma-Aldrich, St. Louis, USA) were tested
with NT-P-BSA or BSA-coated wells. After incubation and washings, HRP-conjugated
anti-human IgM (Immuno Chemicals, St. Louis, MI, USA) was added, incubated,
washed, 3,3′,5,5′-tetramethylbenzidine liquid substrate (TMB Sigma-Aldrich, St. Louis,
USA,) was added and the reaction was quenched (2.5 N H2SO4, Sigma-Aldrich, St. Louis,
USA). Intra and inter test´s variations were controlled by using a duplicate of positive
reference serum on each plate, reactions were stopped when its OD at 450 nm reached
0.6 (Bio-Rad microplate reader, Life Science, Hercules, CA, USA). The final OD was
calculated by subtracting the OD BSA-coated wells from OD values of NT-P-BSA wells;
the positivity cut-off value was OD=0.150 as defined (Bührer-Sékula et al. 2008).
2.4 Statistical analysis
Exploratory data analysis (dot plot, medians, means, standard deviations) were
used (GraphPad Prism version 5). Statistical significance of medians was assessed using
the Kruskal-Wallis one-way analysis of variance (ANOVA) for comparison of multiple
groups and the Mann–Whitney test for comparison between two groups. Results were
considered statistically significant when p-values<0.05 were obtained. To further assess
the capacity of cellular and antibody tests for the differential diagnosis of leprosy patients
in dermatology clinic, we constructed Receiver Operating Curve (ROC) for WBA and
serological ELISA (GraphPad Prism version 5). Patients with other dermatoses were
considered as true negatives for both WBA (PB leprosy = true positives) and for serology
(MB leprosy = true positives). An area under the curve (AUC) = 0.5 (null hypothesis)
indicates that the given test does not discriminate true positives (PB or MB leprosy) from
true negatives (other dermatoses). A value above 0.7 is considered a satisfactory
performance (Beck and Shultz 1986). The sensitivity, specificity, the positive predictive
value (PPV) and the negative predictive value (NPV) of WBA and serology were
determined with 95% confidence interval (CI).
76
3. Results
3.1 Serum antibody responses
To evaluate the utility of M. leprae-specific antibody responses in providing a
differential diagnosis of MB leprosy from other dermatoses, LID-1 and PGL-I serology
were compared in leprosy (MB and PB), patients with other dermatoses and EC. Leprosy
patients showed the classic pattern of M. leprae specific humoral response previously
described (Duthie et al. 2007; Sampaio et al. 2011; Hungria et al. 2012; Fabri et al. 2015),
with high positivity rates among MB and lower positivity rates among PB leprosy
patients.
Anti-PGL-I IgM responses were detected in 67% of MB leprosy patients (median
OD: 0.349; range: 0-1.352) and in 8% of PB leprosy patients (median OD: 0.009; range:
0.0 – 0.409). In other dermatoses, 6% had anti PGL-I antibodies (median OD: 0.008;
range: 0.0 - 0.357). No EC was positive for antibody responses to PGL-I (Figure 1A).
Most MB leprosy patients (87%) had detectable IgG antibodies against LID-1
(median OD: 0.695; range: 0.062 - 2.115) and low positivity for anti-LID-1 IgG was
observed among PB leprosy patients (7%, 4/60, median OD: 0.091; range: 0.0-0.460). All
of the patients with other dermatoses and all EC were seronegative to LID-1 (Figure 1 B).
In MB patients, the seroreactivity to LID-1 and PGL-I was statistically different from: PB
leprosy (p<0.0001), other dermatoses (p<0.0001) and endemic controls (p<0.0001).
The sensitivity of anti-PGL-I antibody responses for MB leprosy versus other
dermatoses was 66% (95% CI: 51.59%-79.60%), with a specificity of 93% (95% CI:
82.10%-98.63%) and AUC of 0.89 (SD: 0.03; p<0.0001). The PPV for MB leprosy versus
other dermatoses was 91% and NPV was 72% (Figure 1C). The sensitivity of anti-LID-1
IgG responses for MB leprosy versus other dermatoses was 87.5% (95% CI: 74.7%-
95.2%), with a specificity of 100% (95% CI: 92.2%- 100%) and AUC of 0.97 (SD= 0.01;
p<0.0001). The PPV of anti-LID-1 serology for the differential diagnosis of MB leprosy
versus other dermatoses was 100% and the NPV was 88% (Figure 1D).
3.2 Cellular responses to LID-1
None of the participants demonstrated ex vivo IFNγ production when blood was
incubated with PBS alone, and, all produced high levels of IFNγ upon stimulation with
PHA (Figure 2 C and D). Regarding stimulation of WBA by M. leprae cell sonicate
77
antigen (MLCS), IFN production was detected in all 40 PB patients (median: 149
pg/mL), in 14% of MB leprosy (median: 19 pg/mL), in 58 % of patients with other
dermatoses (median: 80.35 pg/mL) and in 76% of EC (median: 120 pg/mL) (Figure 2 B).
Upon incubation with LID-1 protein, IFN production was detected in 72% PB leprosy
(29/40, median: 119 pg/mL) and in 11% MB patients (3/28, median: 16 pg/ml). Mostly
negative IFN responses, or in a few cases low positive were observed in patients with
other dermatoses and in EC. Production of IFN upon stimulation with LID-1 was seen
in 38% (10/26, median: 34 pg/mL) of other dermatoses and 40% EC (25 out 62, median:
34 pg/mL). IFN levels to LID-1 in WBA of PB leprosy patients were higher compared
to all other groups: MB patients (p<0.0001), other dermatoses (p=0.0008) and EC
(p<0.0001) (Figure 2 A). These data indicate that WBA IFN levels to LID-1 discriminate
PB leprosy patients from other groups.
The sensitivity of LID-1 WBA to discriminate PB leprosy from other dermatoses,
based on an IFN threshold of 50 pg/mL, was 72.5% (95% CI: 56.1% -85.4%), with a
specificity of 61.5% (95% CI: 40.5%-79.7%) and AUC of 0.75 (SD=0.06; p = 0.0007).
The positive predictive value (PPV) of IFN WBA for the differential diagnosis of PB
leprosy versus other dermatoses was 74% and the negative predictive value (NPV) was
59% (Figure 2 E).
4. Discussion
This study investigated the potential use of CMI test and serology using the LID-
1 antigen for the differential diagnosis of leprosy from other often confounding
dermatoses. Our results, obtained in two highly endemic, but geographically distinct,
leprosy areas in Brazil demonstrate that both serologic tests and WBA using LID-1
antigen can discriminate leprosy from other unrelated skin diseases. These data provide
further evidence that, after more than a decade of screening including over one hundred
M. leprae protein antigens, the LID-1 di-fusion protein remains one of the most promising
antigens to support the diagnosis of MB and PB leprosy. Leprosy diagnosis is currently
attained by clinical means and depends on the identification of at least one of its cardinal
signs: (1) definite loss of sensation in hypo pigmented or erythematous skin patch; (2) the
presence of thickened or enlarged peripheral nerve, with loss of sensation and/or
weakness of the muscles supplied by that nerve; and (3) in MB cases, detection of acid-
78
fast bacilli in slit skin smear. A major concern in leprosy control efforts is that the number
of clinicians with sufficient expertise to recognize the early signs, and even late,
disseminated leprosy, or to provide a confident differential diagnosis, is declining.
Moreover, high quality skin smears are hardly available and are not routinely conducted
(ILEP 2001; WHO 2009). The differential diagnosis of leprosy from other skin diseases
with similar presentations can therefore be problematic.
The lack of expertise in the clinical diagnosis of leprosy contributes to
misdiagnosis, under diagnosis and failures in early and appropriate treatment (Siddiqui et
al. 2009; Geluk 2013; Raffe et al. 2013). In this context, adjunct laboratory tests to aid
diagnosis can strengthen leprosy control strategies by providing clinicians important
supplementary information to facilitate/ support their diagnosis. Given both the diverse
clinical presentations and high exposure/infection rate in endemic areas, however, even
the newer generation of M. leprae-specific serological and cellular-based tests have
limitations for diagnosis and none of the strategies can be considered 100% sensitive or
100% specific. Indeed, the dichotomous immune response to M. leprae implies that
immunological-based diagnosis requires the evaluation of both cellular and humoral
immune responses to confirm leprosy diagnosis in PB and MB patients, respectively. In
this study anti-LID-1 serology yielded 100% specificity as indicated by negative results
in all 108 non-leprosy participants from endemic areas (EC and other dermatoses) while
87% sensitivity was observed for MB leprosy. Our data are consistent with previous
reports that 60–80% PB leprosy patients are seronegative to PGL-I and LID-1, and among
the seropositives the antibody levels are low (Oskam et al. 2003; Duthie et al. 2008a;
Hungria et al. 2012; Fabri et al. 2015). Therefore, as with other serological tests for
leprosy, including anti PGL-I, the detection of serum anti-LID-1 responses is not sensitive
for PB leprosy.
CMI-based tests, such as WBA, appear more suitable for the detection of PB
patients since they present Th1 type M. leprae specific CMI instead of Th2 type immunity
seen in MB leprosy patients. Regarding CMI-based tests for PB leprosy, in this study we
confirmed our previous findings indicating that LID-1 induces IFN in untreated PB
patients while most MB leprosy patients are unresponsive (Oliveira et al. 2014; Freitas et
al. 2015). In addition, we found that, when stimulated with LID-1 fusion protein, patients
with other potentially confounding dermatoses produced lower levels of IFN than PB
patients. Our results show that in leprosy endemic areas WBA-LID-1 can effectively
79
discriminate PB leprosy patients from other skin diseases based on its sensitivity (72.5%),
specificity (61.5%), the AUC (0.75), the PPV (74%) and NPV (59%). These results
indicate that in addition to detailed clinical exams by trained physicians, simple and rapid
laboratory tests such as M. leprae-specific WBA- LID-1, that can be performed by general
health workers in the field to evaluate individuals with the slightest suspicion of leprosy,
could contribute to the diagnostic algorithm to aid accurate and early diagnosis and
treatment of PB leprosy patients.
Previous reports of PBMC-based tests with M. leprae peptides showed that EC
from two different leprosy endemic regions (Fortaleza/Brazil and Ethiopia), which have
different leprosy prevalence rates, presented distinct peptide recognition patterns/ IFN
production (Bobosha et al. 2012a, 2012b). In our study, based on IFN production in
WBA, a significant proportion of patients with other skin diseases and healthy endemic
controls responded to M. leprae cell sonicate (58% and 76% respectively). This response
probably reflects immunologic cross-reactivity of antigens contained in the MLCS crude
antigen mix with antigens from other mycobacteria including non-pathogenic
environmental mycobacteria. Thus, MLCS does not represent an adequate antigen to
measure M. leprae exposure or latent infection (Geluk 2013). On the other hand, the
frequency of WBA-IFN responses to LID-1 in patients with other skin diseases and
healthy endemic controls was lower compared to MLCS, but still significant (38% and
40% respectively) and probably indicate the percentage of individuals truly exposed and
infected by M. leprae in endemic areas. Nevertheless, the IFN responses of WBA-LID-
1 in EC and in patients with other skin diseases were still statistically lower compared to
PB leprosy patients.
IFN, the hallmark of Th1 immune response is often used as a biomarker for M.
leprae infection. Despite the M. leprae exposure/infection of a significant number of
healthy individuals and of patients with other skin diseases demonstrated by the high rate
of M. leprae specific CMI test positivity, the WBA-LID-1 was still able to discriminate
PB leprosy from other dermatoses. In endemic areas a laboratory test with reasonable
sensitivity and PPV values can help leprosy diagnosis and may represent an important
tool even with limitations in its specificity and NPV.
Since the decoding of M. leprae genome, more than 200 proteins have been
screened for diagnostic purposes by several research groups worldwide including ours.
80
Several studies have indicated that chimeric LID-1 protein can be recognized both by
antibodies of multibacillary patients and also by CMI of paucibacillary patients, therefore
representing an extremely promising candidate for diagnosis (Duthie et al. 2008a; Geluk
et al. 2008, 2009, 2011, 2012; Sampaio et al. 2011, 2012). Moreover, one study has shown
that in combination with other M. leprae antigens LID-1 can synergize IFN production
in PB patients and household contacts (HHC) without affecting the specificity of the
response observed in healthy endemic controls (EC) and tuberculosis patients (TB)
(Oliveira et al. 2014). Nevertheless, further studies are needed to identify other antigens
for use in CMI tests aiming to discriminate active disease from latent asymptomatic
infection while also minimizing the reported limitations on sensitivity and specificity.
The innate and adaptive immune responses to M. leprae involve complex
interactions between different cell networks that produce a numerous cytokines and
chemokines (Nath et al. 2015). Additional biomarkers of infection versus exposure/ latent
infection to M. leprae as IP-10/CXCL-10 have been suggested (Geluk et al. 2012;
Bobosha et al. 2014). However IFN remains the most used biomarker and a rapid
interferon gamma release assay (IGRA) has been commercially available for the
diagnosis of latent tuberculosis (QuantiFERON-TB-Gold-In-Tube® test) (Menzies et al.
2007; Pai et al. 2008; Chegou et al. 2009). Several groups, including ours, have pursued
the development of a rapid IGRA-like CMI based test for PB leprosy aiming to help both
clinicians in the differential diagnosis of PB leprosy and leprosy control programs
(Sampaio et al. 2011; Bobosha et al. 2014; Oliveira et al. 2014).
The serology to PGL-I has been widely used to help the classification of MB and
PB leprosy patients for treatment purposes, case monitoring, identification of the risk of
relapse and selection of household contacts with a higher risk of developing leprosy (Wu
et al. 2002; Bührer-Sékula et al. 2003; Douglas et al. 2004). More recently, studies have
shown the utility of M. leprae recombinant proteins to detect MB leprosy patients by
serology (Hungria et al. 2012; Cardoso et al. 2013). Considering the importance of a point
of care test for leprosy diagnosis in endemic areas, our group has worked on the
development of a new lateral flow rapid test for MB diagnosis (NDO-LID® test), which
detects simultaneously IgG and IgM to NDO-LID-1 (NDO PGL-I synthetic antigen and
LID-1 combination) (Cardoso et al. 2013). In the current study both M. leprae specific
PGL-I and LID-1 tests were able to discriminate MB leprosy patients from other
81
dermatoses, who were all seronegative for LID-1. These results indicate the high
specificity of the LID-1 serology demonstrated by its negativity in non-MB leprosy
individuals from endemic areas where high incidence of tuberculosis and high coverage
of neonatal BCG vaccination are reported. Positive responses in household contacts to
PGL-I and LID-1 have been demonstrated to predict the onset of MB leprosy in
experimental and clinical surveillance settings (Qiong-Hua et al. 2013). Among endemic
controls from our study, the absence of serological response to LID-1 together with
cellular response to LID-1 in 38% is compatible with exposure/infection and suggests that
if these individuals progress to clinical disease, they have a higher chance of PB leprosy
manifestation rather than MB leprosy.
The results of ROC analysis, PPV and NPV for LID-1 serology support its utility
for the differential diagnosis of MB leprosy from other dermatoses, since 100% of
specificity and 87% of sensitivity were observed. Anti-PGL-I serology in MB leprosy
patients showed good specificity, but lower sensitivity, but nevertheless discriminated
MB leprosy from other dermatoses. Although anti LID-1 and PGL-I serologic tests detect
specific antibodies to M. leprae, important methodological differences including the
isotype of antibody and the antigen used, limit comparisons. Serology offers several
advantages over the other laboratory methodologies currently used to aid leprosy
diagnosis like slit-skin smears or histology on skin biopsies which require invasive and
sometimes painful sample collection, labor intensive and time consuming methodologies
with subjective results which depend on the observer. Considering that leprosy endemic
areas often lack sophisticated laboratories, field and user-friendly diagnostic test such as
lateral flow test and a M. leprae specific cellular point of care WBA-LID-1 test can help
clinicians in the differential diagnosis of leprosy with a minimal amount of training and
laboratory infrastructure. These tests can also help leprosy control programs by
facilitating or promoting early and accurate leprosy diagnosis, appropriate treatment,
which is crucial to interrupt M. leprae transmission and deformities and incapacities seen
in late diagnosis.
5. Acknowledgments
The authors thank all the patients for donating their blood and information for these
studies and staff of the “Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica, CRDT,
Hospital de Doenças Tropicais Dr Anuar Auad HDT/HAA and Hospital das Clínicas da
82
UFG - HC/UFG” in Goiânia/GO and “Centro de Dermatologia Dona Libânia - CDERM”
in Fortaleza/CE for their cooperation and support during recruitment. This study was
supported by American Leprosy Missions, The Heiser Program for Research in Leprosy
and Tuberculosis of The New York Community. Dr Mariane M. A. Stefani is a recipient
of a fellowship from National Counsel of Technological and Scientific Development
(CNPq/ Brazil) (grant # 304869/2008-2) and MSc. Aline A. Freitas was supported by a
scholarship awarded by the Coordination of Improvement of Higher Education Personnel
(CAPES Brazil - grant#1054292). We are grateful to Greg Ireton, Jeff Guderian, Raodoh
Mohamath, Alex Picone and Ayesha Misquith for producing of high quality recombinant
proteins and Dr. Tsuyoshi Fujiwara (Nara University, Japan) for generously providing
the NT-P-BSA antigen.
6. References
Beck JR, Shultz EK. The use of relative operating characteristic (ROC) curves in test
performance evaluation. Arch Pathol Lab Med. 1986;110(1):13–20.
Bobosha K, Van Der Ploeg-Van Schip JJ, Esquenazi DA, Guimarães MM, Martins M V.,
Bekele Y, et al. Peptides derived from mycobacterium leprae ML1601c discriminate
between leprosy patients and healthy endemic controls. J Trop Med. 2012a: 1-11.
Bobosha K, Tang ST, van der Ploeg-van schip JJ, Bekele Y, Martins MVSB, Lund O, et
al. Mycobacterium leprae virulence-associated peptides are indicators of exposure to M.
leprae in Brazil, Ethiopia and Nepal. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2012b;107:112–23.
Bobosha K, Wilson L, van Meijgaarden KE, Bekele Y, Zewdie M, van der Ploeg-van
Schip JJ, et al. T-cell regulation in lepromatous leprosy. PLoS Negl Trop Dis [Internet].
2014;8(4):e2773.
Bührer-Sékula S, van Beers S, Oskam L, Lecco R, Madeira ES, Dutra MAL, et al. The
relation between seroprevalence of antibodies against phenolic glycolipid-I among school
children and leprosy endemicity in Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2008;41 Suppl
2(Suplemento II):81–8.
Bührer-Sékula S, Smits HL, Gussenhoven GC, van Leeuwen J, Amador S, Fujiwara T, et
al. Simple and fast lateral flow test for classification of leprosy patients and identification
of contacts with high risk of developing leprosy. J Clin Microbiol. 2003;41(5):1991–5.
Cardoso LP, Dias RF, Freitas AA, Hungria EM, Oliveira RM, Collovati M, et al.
Development of a quantitative rapid diagnostic test for multibacillary leprosy using smart
phone technology. BMC Infect Dis. 2013;13(1):497.
83
Chegou N, Black G, Kidd M, Helden P, Walzl G. Host markers in QuantiFERON
supernatants differentiate active TB from latent TB infection: Preliminary report. Int J
Tuberc Lung Dis. 2009;14(6 SUPPL. 1):1–12.
Douglas JT, Cellona R V, Fajardo TT, Abalos RM, Balagon MVF, Klatser PR.
Prospective Study of Serological Conversion as a Risk Factor for Development of
Leprosy among Household Contacts. Clin Diagn Lab Immunol. 2004;11(5):897–900.
Duthie MS, Goto W, Ireton GC, Reece ST, Cardoso LP V, Martelli CMT, et al. Use of
protein antigens for early serological diagnosis of leprosy. Clin vaccine Immunol.
2007;14(11):1400–8.
Duthie MS, Goto W, Ireton GC, Reece ST, Sampaio LH, Grassi AB, et al. Antigen-
specific T-cell responses of leprosy patients. Clin vaccine Immunol. 2008a;15(11):1659–
65.
Duthie MS, Ireton GC, Kanaujia G V, Goto W, Liang H, Bhatia A, et al. Selection of
antigens and development of prototype tests for point-of-care leprosy diagnosis. Clin
vaccine Immunol. 2008b;15(10):1590–7.
Fabri ADCOC, Carvalho APM, Araujo S, Goulart LR, de Mattos AMM, Teixeira HC, et
al. Antigen-specific assessment of the immunological status of various groups in a leprosy
endemic region. BMC Infect Dis 2015;15(1):1–9.
Freitas AA, Oliveira RM, Hungria EM, Cardoso LPV, Sousa ALOM, Costa MB, et al.
Alterations to antigen-specific immune responses before and after multidrug therapy of
leprosy. Diagn Microbiol Infect Dis. 2015;83(2):154–61.
Geluk A. Challenges in immunodiagnostic tests for leprosy. Expert Opin Med Diagn.
2013 7(3):265–74.
Geluk A, Bobosha K, van der Ploeg-van Schip JJ, Spencer JS, Banu S, Martins MVSB,
et al. New biomarkers with relevance to leprosy diagnosis applicable in areas
hyperendemic for leprosy. J Immunol. 2012;188(10):4782–91.
Geluk A, Duthie MS, Spencer JS. Postgenomic Mycobacterium leprae antigens for
cellular and serological diagnosis of M. leprae exposure, infection and leprosy disease.
Lepr Rev. 2011 Dec;82(4):402–21.
Geluk A, Spencer JS, Bobosha K, Pessolani MC V, Pereira GMB, Banu S, et al. From
genome-based in silico predictions to ex vivo verification of leprosy diagnosis. Clin
vaccine Immunol. 2009 Mar;16(3):352–9.
Geluk A, van der Ploeg J, Teles ROB, Franken KLMC, Prins C, Drijfhout JW, et al.
Rational combination of peptides derived from different Mycobacterium leprae proteins
improves sensitivity for immunodiagnosis of M. leprae infection. Clin Vaccine Immunol.
2008;15(3):522–33.
84
Hungria EM, Oliveira RM De, Souza ALOM De, Costa MB, Souza VNB De, Silva EA,
et al. Seroreactivity to new Mycobacterium leprae protein antigens in different leprosy-
endemic regions in Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2012;107:104–11.
ILEP. How to Diagnose and Treat Leprosy. 2001.
Lockwood DNJ, Sunnetha S. Hanseníase: uma doença muito complexa para um
paradigma simples de eliminaçao. Bol da Organ Mund da Saúde. 2005;3:1–10.
Menzies D, Pai M, Comstock G. Meta-analysis: new tests for the diagnosis of latent
tuberculosis infection: areas of uncertainty and recommendations for research. Ann Intern
Med. 2007;146(5):340–54.
Nath I, Saini C, Valluri VL. Immunology of leprosy and diagnostic challenges. Clin
Dermatol. 2015;33(1):90–8.
Oliveira RM, Hungria EM, de Araújo Freitas A, de Sousa a LOM, Costa MB, Reed SG,
et al. Synergistic antigen combinations for the development of interferon gamma release
assays for paucibacillary leprosy. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2014;1–10.
Oskam L, Slim E, Bührer-Sékula S. Serology: recent developments, strengths, limitations
and prospects: a state of the art overview. Lepr. Rev. 2003; 196–205.
Pai M, Zwerling A, Menzies D. Systematic review: T-cell-based assays for the diagnosis
of latent tuberculosis infection: An update. Ann Intern Med. 2008;149(3):177–84.
Qiong-Hua P, Zhong-yi Z, Jun Y, Yan W, Lian-chao Y, Huan-ying L, et al. Early
Revelation of Leprosy in China by Sequential Antibody Analyses with LID-1 and PGL-
I. J Trop Med. 2013;1–5.
Raffe SF, Thapa M, Khadge S, Tamang K, Hagge D, Lockwood DNJ. Diagnosis and
Treatment of Leprosy Reactions in Integrated Services - The Patients’ Perspective in
Nepal. PLoS Negl Trop Dis. 2013;7(3). e2089.
Sampaio LH, Sousa ALM, Barcelos MC, Reed SG, Stefani MMA, Duthie MS. Evaluation
of various cytokines elicited during antigen-specific recall as potential risk indicators for
the differential development of leprosy. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2012;31:1443–
51.
Sampaio LH, Stefani MMA, Oliveira RM, Sousa ALM, Ireton GC, Reed SG, et al.
Immunologically reactive M . leprae antigens with relevance to diagnosis and vaccine
development. BMC Infect Dis. 2011;11(1):26.
Scollard DM, Adams LB, Gillis TP, Krahenbuhl JL, Truman RW, Williams DL. The
Continuing Challenges of Leprosy. Clin Microbiol Rev. 2006;19(2):338–81.
Siddiqui MR, Velidi NR, Pati S, Rath N, Kanungo AK, Bhanjadeo AK, et al. Integration
of leprosy elimination into primary health care in Orissa, India. PLoS One. 2009: e8351.
85
Talhari S, Neves RG, Oliveira MLW, Andrade ARC, Ramos AMC, Penna GO, et al.
Manifestações cutâneas e diagnóstico diferencial. 4a ed. Talhari S, Neves RG, Penna GO,
Oliveira MLWR, editors. Manaus: Dermatologia Tropical; 2006.
WHO. Expert Committee on Leprosy. Seventh Report. World Heal Organ. 1998;874:1–
39.
WHO. Enhanced Global Strategy for Further Reducing the Disease Burden due to
Leprosy. World Heal Organ -2009. 2009;3:1–28.
WHO. Weekly epidemiological record: relevé épidémiologique hebdomadaire. Wkly
Epidemiol Rec 2015;90(36):461–76.
Wu Q, Yin Y, Zhang L, Chen X, Yu Y, Li Z, et al. A study on a possibility of predicting
early relapse in leprosy using a ND-O-BSA based ELISA. Int J Lepr Other Mycobact
Dis. 2002;70(1):1–8.
Yawalkar SJ. Leprosy: for medical practitioners and paramedical workers S. J. Yawalkar.
2009.
86
Figures and Table:
Table 1: Main features of study groups
Study Group (n) Age
(mean years, range)
Sex ratio
(male/female)
BI
(mean, range)
PB1 (60) 48 (19-87) 28/32 0 (0-0.2)
MB2 (48) 50 (21-79) 25/23 2.3 (0.2-5.6)
Other dermatoses (46) 44 (19-74) 14/32 NA3
EC (62) 41 (19-78) 19/43 NA
1PB paucibacillary leprosy patients 2 MB multibacillary leprosy patients 3NA: not
applicable.
87
Figure 1: Anti PGL-I and anti-LID-1 serologic reactivity of: newly diagnosed untreated
multibacillary (MB) and paucibacillary (PB) leprosy patients, patients with other
dermatoses and healthy endemic controls (EC). IgM antibodies to PGL-I (A) and IgG
antibodies to LID-1 (B) were detected by ELISA. Each point represents the mean optical
density (OD) of duplicates of an individual serum sample and the median OD value of
each group is represented by the horizontal line. The traced black horizontal line is the
cut-off (anti-PGL-I serology: OD > 0.150, anti-LID-1 serology: OD > 0.3). The number
above each data set is the percent positive responses. Receiver Operating Curve (ROC)
(C) anti-PGL-I IgM serology in MB patients versus patients with other dermatoses; (D)
anti-LID-1 IgG serology in MB patients versus other dermatoses.
88
Figure 2: IFNγ production in the WBA of paucibacillary (PB) and multibacillary leprosy
patients (MB), in patients with other dermatoses and in endemic controls (EC) upon
stimulation with (A) LID-1, (B) MLCS- M. leprae sonicate antigen, (C) PHA-
phytohemagglutinin and (D) PBS- phosphate buffered saline control. Heparinized whole
blood 24-h cultures were performed, individual IFN-γ results (pg/ml) were plotted and
the horizontal line represents the median IFN-γ value. The traced black horizontal line
represents the cut-off (50 pg/ ml). The number at the top of the graphs represents the
percentage of positive responses in each group for each of the antigenic stimulus.
Receiver Operating Curve (ROC) (E) cellular test (WBA-LID-1) based on IFN detection
evaluated in PB leprosy patients versus other dermatoses (area under the curve 0.75)
specificity: 61.5%; sensitivity: 72.5%.
89
6 DISCUSSÃO
A hanseníase tem afligido a humanidade há séculos e ainda acomete anualmente
mais de 200.000 pessoas em todo o mundo, inclusive no Brasil (WHO, 2014). O
diagnóstico precoce de todas as formas clínicas e subsequente prescrição imediata e
apropriada da MDT são vitais para a prevenção de sequelas e interrupção da cadeia de
transmissão (GELUK, 2013b). Contudo, apesar do M. leprae ter sido o primeiro patógeno
descrito associado à infecção humana (STEFANI 2008) o diagnóstico da hanseníase
ainda depende da “expertise” de médicos em reconhecer as manifestações dermato-
neurológicas clássicas da doença. Além disso, a grande semelhança clínica existente entre
as lesões de pele encontradas na hanseníase e em outras doenças cutâneas e neurológicas,
aliada a inexistência de um teste laboratorial capaz de diagnosticar todas as formas
clínicas da hanseníase, favorece o sub-diagnóstico ou induz a erros no diagnóstico.
Embora a MDT seja considerada eficaz, e o completo entendimento da resposta imune
durante o curso da hanseníase seja crucial para o desenvolvimento de métodos que
possam auxiliar no manejo de pacientes com hanseníase, pouco se sabe sobre a influência
do tratamento nas respostas imunes celular e humoral antígeno específicas de pacientes
com hanseníase PB e MB.
Devido à dicotomia da resposta imune observada em pacientes PB e MB, estudos
sobre o desenvolvimento de testes para fins de diagnóstico, prognóstico ou
monitoramento da MDT para hanseníase devem avaliar tanto a resposta imune humoral
quanto a resposta imune celular a novos antígenos. Neste contexto, este estudo descreve
o efeito da MDT nas respostas imune celular e humoral antígeno específicas avaliadas
paralelamente mediante o seguimento de pacientes PB e MB, bem como a utilidade do
ensaio de sangue total (EST) para LID-1 e da sorologia para LID-1 e PGL-I no
diagnóstico diferencial da hanseníase e outras dermatoses clinicamente semelhantes.
No presente estudo, pacientes MB não tratados apresentaram altos níveis de IgG
anti-rML e IgM anti-PGL-I, os quais declinaram após a conclusão da MDT. Baixa
sororeatividade para rML e para PGL-I foi observada em pacientes PB, antes e após a
MDT, porém, a comparação de amostras pareadas demonstrou que a produção de IFN
para a maioria das rMLs testadas declinou após a conclusão da MDT comparada a
magnitude desta resposta observada no momento do diagnóstico. Todavia, uma exceção
foi observada para LID-1, a qual induziu a secreção de maiores níveis de IFN quando
90
comparados aos níveis produzidos pelos mesmos pacientes PB no momento do
diagnóstico. Surpreendentemente, uma resposta de IFN para LID-1 também foi
observada para pacientes MB, 4 meses após a conclusão da MDT.
Ao diagnóstico, a maioria dos pacientes MB apresentou alta produção de
anticorpos anti-rML e anti-PGL-I (DUTHIE et al., 2007; HUNGRIA et al., 2012;
OSKAM et al., 2003; REECE et al., 2006; SAMPAIO et al., 2011). Assim como a
resposta de IgM anti-PGL-I, as respostas de IgG para cada rML testada correlacionou-se
com a carga bacilar no momento do diagnóstico (GELUK et al., 2011). O declínio nos
níveis de anticorpos anti-PGL-I e rML, incluindo LID-1, foi previamente demonstrado
(DUTHIE et al., 2011). Em nosso estudo, um significante declínio nos níveis de IgG entre
pacientes MB foi observado após a conclusão da MDT, porém, este declínio foi menos
acentuado para IgM anti-PGL-I. Estes resultados estão de acordo com outros estudos que
demonstraram uma diminuição nos níveis de IgM anti-PGL-I após o início do tratamento,
embora, este declínio seja amplamente variado entre os pacientes, podendo ser linear e
negativar rapidamente, ou permanecer positiva por muitos anos (PRAKASH et al., 1993;
ROCHE et al., 1993).
A detecção de IFN após EST em pacientes PB ao diagnóstico e sua ausência em
EST de pacientes MB antes do tratamento corrobora com os resultados de estudos prévios
(DUTHIE et al., 2008a; OLIVEIRA et al., 2014; SAMPAIO et al., 2011, 2012). Embora
pacientes MB sejam comumente considerados anérgicos devido a baixa ou ausente
resposta imune celular frente a frações do M. leprae bruto, uma resposta de IFN para
LID-1 foi também observada entre pacientes MB, 4 meses após a conclusão da MDT. O
motivo pelo qual pacientes MB passaram a apresentar resposta celular para LID-1 após a
MDT (fusão entre ML0405, uma proteína hipotética com função desconhecida, e
ML2331, a qual é provavelmente uma proteína secretada) é ainda incerta. Estudos in situ
de lesões de pele provenientes de ambos pacientes MB e avaliados uma semana após o
início da MDT mostraram um aumento na expressão de HLA-DR e citocinas
inflamatórias tais como IL-1β, TNFα e IFN (ARNOLDI et al., 1990; CREE et al., 1995;
TUNG et al., 1987).
Estudos experimentais demonstraram que uma única dose de rifampicina é capaz
de matar 99% dos bacilos e que isto promove a liberação de antígenos (CREE et al.,
1995). Neste sentido, estímulos in vitro com M. leprae vivo demonstraram tanto evasão
ou supressão da resposta imune quanto ativação da resposta imune por meio de estímulos
91
por componentes do bacilo fragmentado ou morto (LAHIRI et al., 2010; STEINHOFF et
al., 1991). Culturas de células dendríticas infectadas com M. leprae vivo demonstraram
que estas células diminuem a expressão de MHC de classe I e II e a apresentação de
antígenos a célula T (HASHIMOTO et al., 2002), enquanto, bacilos mortos ou
fragmentados aumentam a expressão de MHC de classe II, moléculas coestimulatórias
(CD86), aumentam a ativação de células T CD4 e induzem alta produção de IFN pelas
células T CD4 e CD8 (DEGANG et al., 2014; MAEDA et al., 2003). Portanto, sugere-se
neste estudo que a destruição do bacilo pela MDT possa resultar em um aumento na
apresentação antigênica devido a alta exposição aos antígenos incluindo novos antígenos,
os quais incluem epítopos presentes na proteína LID-1, já que é uma proteína modificada,
e que poderiam levar ao estímulo de células T de memória efetoras e subsequente
produção de IFN mesmo em pacientes MB previamente anérgicos.
A redução na produção de IFN observada em pacientes PB (e também MB) cerca
de 2 anos após a MDT poderia possivelmente ser explicada pela eliminação dos bacilos
e pela depuração de antígenos do organismo. Sabe-se que a MDT reduz efetivamente a
viabilidade do M. leprae, contudo, antígenos persistentes podem permanecer em tecidos
afetados anos após a conclusão da MDT, de modo que a apresentação de antígenos do M.
leprae ao sistema imune pode ocorrer variando individualmente entre os pacientes, a
depender da carga bacilar inicial, persistência em tecidos afetados durante ou após a MDT
e ou contínua presença antigênica no ambiente (SHETTY et al., 1994). Neste estudo os
intervalos de tempo em que foi realizada a análise da resposta imune após a introdução
da MDT foi semelhante para pacientes MB e PB (4-8 meses, respectivamente) e cerca de
dois anos após a conclusão da MDT (20 meses para PB e 22 meses para pacientes MB).
Mesmo sendo o período de tratamento, a partir do diagnóstico, diferente para pacientes
MB e PB, esta diferença aparentemente não influenciou as mudanças no padrão de
resposta imune observada após a MDT.
A redução nas respostas imunes patógeno-específicas após o tratamento bem
sucedido também foi demonstrada para outras doenças infecciosas, como a tuberculose
(AIKEN et al., 2006; CONNELL et al., 2010; PATHAN et al., 2001; RIBEIRO et al.,
2009). A maioria dos estudos demonstra uma diminuição na produção de IFN após o
tratamento para tuberculose, todavia, assim como em nosso estudo, o aumento na
produção de IFN durante o tratamento seguido de declínio no final do tratamento
também foi relatada (HERRMANN et al., 2009; NICOL et al., 2005). Enquanto, a
92
ativação inicial da resposta imune pelo patógeno induz a geração de células de memória
de vida longa que sobrevivem por anos (FARBER et al., 2014), a eliminação do patógeno
devido o tratamento eficaz promove mecanismos de feedback negativo na ativação da
resposta imune, o que resulta na morte de clones de células antígeno-específicas e restaura
a homeostase. É possível que isto ocorra durante a MDT para hanseníase.
O impacto da MDT na resposta imune celular específica para o M. leprae não foi
descrita previamente. Além disso, é desconhecido qual o impacto desta redução na
resposta celular específica ao M. leprae no prognóstico dos pacientes. Contudo, alguns
estudos em outras doenças infecciosas avaliaram as mudanças nas respostas imunes em
decorrência do tratamento e seu impacto no prognóstico. Um estudo recente demonstrou
que a maioria dos pacientes “curados” de leishmaniose tegumentar mediante o
tratamento, mesmo apresentando teste cutâneo positivo para leishmânia não
apresentavam produção de IFN in vitro em resposta ao antígeno de parasitos de
Leishmania braziliensis (CARVALHO et al., 2013). Além disso, a reinfecção não foi
observada em nenhum destes pacientes até 15 anos após o tratamento, indicando que
mesmo na ausência de imunidade celular detectável in vitro, estes indivíduos
permaneceram protegidos. Um estudo experimental com parasitos de Leishmania major
demonstrou que embora na ausência de infecção não se observa presença de células T
CD4 efetoras. As células T CD4 de memória central são mantidas e no caso de uma
segunda infecção, estas células tornam-se circulantes e diferenciam-se em células T
efetoras para mediar a proteção (ZAPH et al., 2004). Na esquistossomose, assim como na
hanseníase MB a doença é caracterizada por vigorosa resposta Th2 e o tratamento com
praziquantel pode alterar ou redirecionar a polarização das respostas imunes antígeno-
específicas para um fenótipo pró-inflamatório, o qual, pode prevenir a ocorrência de
reinfecção (BOURKE et al., 2013).
Reconhecemos que o tamanho da amostra utilizada neste estudo é relativamente
pequeno e que a perda de seguimento dos pacientes representa uma limitação deste.
Contudo, nossas análises sequenciais de imunidade específica trazem novos dados
demonstrando que ambas as respostas imune celular e humoral específicas ao M. leprae
declinam cerca de dois anos após a conclusão da MDT. É importante salientar que as
reduções não foram observadas em todos os intervalos de tempo, uma vez que a alta
produção de IFN para LID-1 foi observada em pacientes MB e PB avaliados 4-8 meses
após a conclusão da MDT. Portanto, a morte do M. leprae mediante a MDT, e a provável
93
liberação de antígenos durante este processo, podem diferencialmente impactar a resposta
imune após o tratamento. Estes resultados são importantes quando consideramos que em
áreas altamente endêmicas para hanseníase, recidivas ou reinfecções, embora sejam
eventos raros, podem eventualmente ocorrer, e nossos dados sugerem que a redução nas
respostas de IFN após a MDT aparentemente não influenciam na manutenção da
imunidade protetora.
Estudos multicêntricos, os quais avaliem a resposta imune celular mediante
detecção de IFN em pacientes provenientes de diferentes áreas endêmicas antes, durante
e após a MDT são necessários. O papel da resposta imune celular específica ao M. leprae
após a MDT em reinfecções ou intervenções imunoterapêuticas em áreas endêmicas para
hanseníase são incertas e deve ser melhor investigado.
O conhecimento da influência do tratamento nos mecanismos imunológicos
envolvidos no processo de cura da hanseníase ou persistência da doença, juntamente com
a execução de um diagnóstico acurado e precoce evitariam muitas sequelas, além de
interromper a cadeia de transmissão do M. leprae. Inicialmente é importante que o
diagnóstico seja feito de forma correta e que uma vez definido um caso de hanseníase, o
tratamento seja eficiente e que haja métodos que mensurem a sua eficácia. O diagnóstico
é imprescindível, porém, após o diagnóstico a cura e prevenção de incapacidades é o
objetivo final.
O diagnóstico da hanseníase é eminentemente clínico e depende da identificação
de pelo menos um dos seguintes sinais cardinais: (1) Perda de sensibilidade em mancha
de pele eritematosa ou hipopigmentada; (2) Presença de espessamento neural periférico
com perda de sensibilidade e ou fraqueza dos músculos inervados pelo segmento neural
espessado; (3) Presença de bacilo álcool-ácido resistente na linfa. Uma das principais
preocupações relativa ao controle da hanseníase é que o número de profissionais de saúde
com “expertise” para reconhecer sinais precoces ou mesmo a forma disseminada da
hanseníase, ou fornecer um diagnóstico diferencial confiável está se tornando escasso em
países endêmicos. Além disso, um exame de baciloscopia de alta qualidade é dificilmente
encontrado (ILEP, 2001; WHO, 2009).
Este cenário preocupante pode contribuir para diagnóstico errôneo ou sub-
diagnóstico além de falhas no tratamento precoce e adequado (GELUK, 2013a; RAFFE
et al., 2013; SIDDIQUI et al., 2009). Portanto, testes laboratoriais específicos e acurados
para auxiliar no diagnóstico podem ajudar nas estratégias de controle da hanseníase. Neste
94
sentido, este estudo também investigou a potencial aplicação do EST e da sorologia para
LID-1 no diagnóstico diferencial da hanseníase. Nossos resultados demonstraram que
ambos os testes podem contribuir para discriminar hanseníase de outras doenças de pele
clinicamente semelhantes quando avaliadas em duas regiões geográficas altamente
endêmicas do Brasil. A triagem de mais 100 proteínas recombinantes do M. leprae
durante mais de uma década, revelou que a proteína de fusão LID-1 é um dos mais
promissores antígenos apropriados para o diagnóstico laboratorial da hanseníase PB e
MB.
Mesmo a mais nova geração de testes sorológicos e de imunidade celular
específicos para M. leprae apresentam potenciais aplicações e limitações uma vez que
nenhuma das estratégias é 100% sensível ou 100% específica. Além disso, testes baseados
em mecanismos imunológicos requerem a avaliação de ambas as respostas imunes celular
e humoral para confirmar o diagnóstico de hanseníase PB e MB respectivamente.
Neste estudo, a sorologia anti-LID-1 demonstrou 100% de especificidade
fornecendo resultados negativos em todos os participantes que não apresentavam
hanseníase (controles endêmicos e outras dermatoses) e 87% de sensibilidade para
pacientes com hanseníase MB. Porém, como outros testes sorológicos para hanseníase,
este teste não é sensível para hanseníase PB, a qual requer testes baseados em imunidade
celular (BÜHRER- SÉKULA et al., 2008; CARDOSO et al., 2013). Cerca de 60-80% dos
pacientes PB não produzem anticorpos para PGL-I a níveis detectáveis e a positividade
anti-LID-1 também é baixa (DUTHIE et al., 2008b, FABRI et al., 2015; HUNGRIA et
al., 2012; OSKAM et al., 2003). Neste estudo confirmamos os resultados prévios de nosso
grupo de estudo demonstrando que LID-1 induz produção de IFN em pacientes PB não
tratados e baixa resposta em pacientes MB (OLIVEIRA et al., 2014, FREITAS et al.,
2015). Além disso, observamos que pacientes com outras dermatoses clinicamente
semelhantes produziram menores níveis de IFN comparados a pacientes PB quando
estimulados com a proteína de fusão LID-1. A sensibilidade e especialmente a
especificidade do EST usando LID-1 para diagnosticar hanseníase PB, foi menor
comparada a sorologia, porém ainda suficiente para discriminar hanseníase PB de outras
dermatoses. Além do exame clínico realizado por profissionais treinados, testes
laboratoriais rápidos e simples poderiam ser realizados no campo, por profissionais de
saúde em geral, para avaliar indivíduos com mínima suspeita de hanseníase contribuindo
para o tratamento precoce e preciso.
95
Estudos prévios de testes baseados em estímulo de PBMCs com peptídeos do M.
leprae demonstraram que controles endêmicos (EC) provenientes de duas diferentes
regiões geográficas do mundo (Fortaleza/Brasil e Etiópia), as quais possuem diferentes
taxas de prevalência, apresentaram diferente produção de IFN e padrões de
reconhecimento aos peptídeos (BOBOSHA et al., 2012a; BOBOSHA et al., 2012b). Em
nosso estudo, baseado na produção de IFN mediante EST, uma significante proporção
de pacientes com outras dermatoses e EC responderam ao antígeno sonicado do M. leprae
(58% e 76% respectivamente). A frequência das respostas para LID-1 foi menor, porém,
ainda expressiva (38% e 40% respectivamente). Contudo, as respostas de EC e outras
dermatoses foram ainda estatisticamente menores quando comparadas a pacientes com
hanseníase PB. O IFN, considerado como a citocina assinatura da resposta Th1, é
frequentemente utilizado como biomarcador para infecção pelo M. leprae. Todavia,
nossos resultados corroboram a utilidade do IFN como um bom marcador de exposição
ao invés de um marcador de infecção para hanseníase reforçando a limitação destes testes
baseados na detecção isolada de IFN para fins de diagnóstico.
No entanto, considerando as respostas de IFN na hanseníase PB versus outras
dermatoses, o valor de 0,75 obtido para a área sob a curva na análise curva ROC, pode
ser considerada aceitável, indicando que mesmo com limitações na sensibilidade e
especificidade, o EST é ainda capaz, em muitos casos, discriminar hanseníase PB de
outras dermatoses. As respostas imunes inatas e adaptativas ao M. leprae envolvem
complexas interações entre diferentes componentes celulares os quais produzem várias
citocinas e quimiocinas (NATH et al., 2015). Biomarcadores adicionais de infecção
versus exposição ao M. leprae são necessários e a quimiocina IP-10 tem sido indicada
como um potencial marcador de infecção (BOBOSHA et al., 2014). Tal marcador é
necessário para discriminar indivíduos expostos ao M. leprae de indivíduos infectados
(GELUK et al., 2012). Um teste rápido baseado na liberação de IFN (IGRA) está
comercialmente disponível para o diagnóstico de tuberculose latente (QuantiFERON-TB-
Gold-In-Tube®). Neste contexto, o desenvolvimento de um teste de imunidade celular
rápido para hanseníase PB semelhante ao IGRA para tuberculose e que incorpore um
marcador para infecção, tem sido almejado por vários grupos de estudo, o qual se bem
sucedido, pode auxiliar os médicos no diagnóstico diferencial da hanseníase PB na prática
clínica (BOBOSHA et al., 2014, OLIVEIRA et al., 2014).
96
A sorologia para o PGL-I tem sido amplamente utilizada para fins de tratamento
auxiliando na classificação dos pacientes em MB ou PB, monitoramento de casos,
identificação de risco de recidiva e seleção de contatos intradomiciliares com alto risco
de desenvolver a doença (BUHRER-SÉKULA et al., 2003; DOUGLAS et al., 2004; WU
et al., 2002). Recentemente muitos estudos demonstraram que a sorologia para proteínas
recombinantes do M. leprae podem detectar pacientes com hanseníase MB (CARDOSO
et al., 2013; HUNGRIA et al., 2012). Uma publicação recente do nosso grupo descreveu
o desenvolvimento de um novo teste rápido de fluxo lateral para diagnóstico MB. O teste
NDO-LID® detecta IgG e IgM simultaneamente para NDO-LID-1 (NDO antígeno
sintético do PGL-I combinado a proteína LID-1) e fornece leituras objetivas e
quantificáveis mediante uma plataforma de leitura de testes baseada em um celular
smartphone (“Smart Reader®”) (CARDOSO et al., 2013).
No presente estudo, ambos os testes foram capazes de discriminar pacientes com
hanseníase MB de pacientes com outras dermatoses, os quais todos foram soronegativos
para LID-1 e 6% apresentaram reatividade para PGL-I. Estes resultados refletem a alta
especificidade da sorologia pra LID-1, a qual não apresenta reação cruzada com
indivíduos proveniente destas áreas endêmicas que também reportam alta incidência de
tuberculose e alta cobertura vacinal para BCG. A soropositividade para PGL-I e LID-1
demonstrou ser hábil em predizer o início da hanseníase MB em estudos experimentais e
de vigilância clínica (QIONG-HUA et al., 2013). A ausência de resposta sorológica em
EC juntamente com a significante resposta imune celular para ambos antígeno do M.
leprae sonicado e LID-1 observada neste grupo de estudo, é compatível com a hipótese
de que se esses indivíduos desenvolverem sintomas existe uma maior chance de
desenvolverem a forma PB da doença ao invés da forma MB.
Os resultados da análise da curva ROC juntamente com o cálculo do VPP e VPN
apoia a utilidade da sorologia pra LID-1 para o diagnóstico diferencial da hanseníase MB
com outras dermatoses, uma vez que 100% de especificidade e 87% de sensibilidade foi
observada. Em relação a sorologia para PGL-I, a determinação de VPP e VPN para
hanseníase MB versus outras dermatoses revelaram boa especificidade e menor
sensibilidade, porém capaz de discriminar pacientes MB de outras dermatoses. Embora a
sorologia anti-LID-1 e PGL-I detectem anticorpos específicos para o M. leprae,
diferenças metodológicas importantes como o isótipo do anticorpo detectado e o antígeno
utilizado não permitem comparações.
97
A sorologia oferece várias vantagens em relação às metodologias laboratoriais
utilizadas atualmente para auxiliar o diagnóstico da hanseníase, como a baciloscopia ou
histopatológico a partir de biópsias de pele, cuja coleta é invasiva e em algumas vezes
dolorosa, requerem trabalho intenso e são metodologias prolongadas que fornecem
resultados subjetivos e dependem do observador. Levando-se em consideração que áreas
endêmicas frequentemente não possuem laboratórios sofisticados, um teste de
diagnóstico aplicável em situações de campo tal como para LID-1 e um teste de
imunidade celular específico para M. leprae do tipo “point of care” poderiam auxiliar os
clínicos no diagnóstico diferencial da hanseníase. Estes testes podem fornecer resultados
confiáveis, rápidos e objetivos com um mínimo necessário de infraestrutura e treinamento
laboratorial quando comparados com a biópsia e baciloscopia ou mesmo com a sorologia
convencional. Estes testes também podem auxiliar os programas de controles da
hanseníase facilitando ou promovendo diagnóstico precoce e acurado e tratamento
apropriado, o que é crucial para interromper a cadeia de transmissão do M. leprae.
98
7 CONCLUSÕES
A MDT reduz a produção de IFN em pacientes PB: Na primeira avaliação após
a MDT (8 meses) a produção foi mantida mas declinou dois anos após a MDT;
A soronegatividade predominante antes do tratamento (anti LID-1 e PGL-I) em
pacientes PB não foi modificada após a conclusão da MDT;
Inicialmente a MDT reverteu a anergia celular característica dos pacientes MB,
apenas para LID-1, mas posteriormente (2 anos após a MDT) não houve
produção de IFN para nenhuma rML;
A MDT causou declínio dos níveis de IgG anti-rML e IgM anti-PGL-I na maioria
dos pacientes MB.
O EST para LID-1 apresentou especificidade e sensibilidade consideradas
aceitáveis podendo contribuir para o diagnóstico diferencial da hanseníase PB e
outras dermatoses.
A sorologia para PGL-I e principalmente a sorologia anti-LID-1 discriminou
pacientes MB de pacientes com outras dermatoses com alta sensibilidade e
especificidade máxima para sorologia anti LID-1.
99
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADAMS, L. B.; FUKUTOMI, Y.; KRAHENBUHL, J. L. Regulation of murine
macrophage effector functions by lipoarabinomannan from mycobacterial strains with
different degrees of virulence. Infect Immun, v. 61, n. 10, p. 4173-4181, 1993.
ADAMS, L. B.; JOB, C. K.; KRAHENBUHL, J. L. Role of inducible nitric oxide
synthase in resistance to Mycobacterium leprae in mice. Infect Immun, v. 68, n. 9, p.
5462-5465, 2000.
AIKEN, A. M. et al. Reversion of the ELISPOT test after treatment in Gambian
tuberculosis cases. BMC Infect Dis, v. 30, n. 66, p. 1-6, 2006.
ALMEIDA-NETO, F. B. et al. TH17 cells, interleukin-17 and interferon-γ in patients and
households contacts of leprosy with multibacillary and paucibacillary forms before and
after the start of chemotherapy treatment. J Eur Acad Dermatol Venereol, v. 29, n. 7,
p. 1354-1361, 2015.
ARÁOZ, R. et al. Towards an immunodiagnostic test for leprosy. Microb Infect, v. 8, n.
8, p. 2270-2276, 2006a.
ARÁOZ, R. et al. Antigen discovery: a postgenomic approach to leprosy diagnosis.
Infect Immun, v. 74, n. 1, p. 175-182, 2006b.
ARAÚJO, M. G. Hanseníase no Brasil- Leprosy in Brazil. Rev Soc Bras Med Trop, v.
36, n. 3, p. 373-382, 2003.
ARNOLDI, J.; GERDES, J.; FLAD, H. D. Immunohistologic assessment of cytokine
production of infiltrating cells in various forms of leprosy. Am J Pathol, v. 137, n. 4, p.
749-753, 1990.
ATTIA, E. A. et al. Circulating CD4+ CD25 high FoxP3+ T cells vary in different clinical
forms of leprosy. Int J Dermatol, v. 49, n. 10, p. 1152-1158, 2010.
100
BAKKER, M. et al. Risk factors for developing leprosy-a population-based cohort study
in Indonesia. Lepr Rev, v. 77, n. 1, p. 48-61, 2006.
BOBOSHA, K. et al. Peptides Derived from Mycobacterium leprae ML1601c
Discriminate between Leprosy Patients and Healthy Endemic Controls. J Trop Med, v.
2012, n. 132049, p. 1-11, 2012a.
BOBOSHA, K. et al. Mycobacterium leprae virulence-associated peptides are indicators
of exposure to M. leprae in Brazil, Ethiopia and Nepal. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 107,
n. I, p. 112-123, 2012b.
BOBOSHA, K. et al. Field-Evaluation of a New Lateral Flow Assay for Detection of
Cellular and Humoral Immunity against Mycobacterium leprae. PLoS Negl Trop Dis, v.
8, n. 5, p. 1-12, 2014.
BOURKE, C. D. Integrated analysis of innate, Th1, Th2, Th17, and regulatory cytokines
identifies changes in immune polarisationfollowing treatment of human schistosomiasis.
J Infect Dis, v. 208, n. 1, p. 159-169, 2013.
BRASIL. Secretaria de Políticas da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle
Da Hanseníase Na Atenção Básica. Guia Prático Para Profissionais Da Equipe De Saúde
Da Família - Série A. Ministério da Saúde. Normas e Manuais Técnicos, n. 111.
Brasília. 2001.
BRASIL. Secretaria de Políticas da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle
Da Hanseníase Na Atenção Básica. Guia para o Controle da hanseníase. Série A.
Ministério da Saúde. Normas e Manuais Técnicos, n. 111. Brasília. 2002.
BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Controle da Hanseníase. Boletim
Epidemiológico, v. 44, n. 11. Brasília. 2013.
101
BRENNAN, P. J.; BARROW, W. W. Evidence for species-specific lipid antigens in
Mycobacterium leprae. Int J Lepr Other Mycobact Dis, v. 48, n. 4, p. 382-387, 1980.
BRETT, S. J. et al. Serological activity of characteristic phenolic glycolipid from
Mycobacterium leprae in sera from patients withleprosy and tuberculosis. Clin Exp
Immunol, v. 52, n. 2, p. 271-279, 1983.
BRIGHTBILL, H. D. et al. Host defense mechanisms triggered by microbial lipoproteins
through toll-like receptors. Science, v. 30, n. 285, p. 732-736. 1999.
BRITTON, W. J.; LOCKWOOD, D. N. J. Leprosy. The Lancet, v. 363, n. 9416, p. 1209-
19, 2004.
BROOKES, A. J. The essence of SNPs. Gene, v. 8; n. 234, p. 177-186, 1999.
BÜHRER- SÉKULA, S.; SMITS, H. L.; GUSSENHOVEN, G. Simple and Fast Lateral
Flow Test for Classification of Leprosy Patients and Identification of Contacts with High
Risk of Developing Leprosy. J Clin Microbiol, v. 41, n. 5, p. 1991-1995, 2003.
BÜHRER- SÉKULA, S. et al. The ML flow test as a point of care test for leprosy control
programmes: potential effects on classification of leprosy patients. Lepr Rev, v. 78, n. 1,
p. 70–79, 2007.
BÜHRER- SÉKULA, S. et al. The relation between seroprevalence of antibodies against
phenolic glycolipid-I among school children and leprosy endemicity in Brazil. Rev Soc
Bras Med Trop, v. 41, n. II, p. 81-88, 2008.
BURGESS, P. J. et al. Serological tests in leprosy. The sensitivity, specificity and
predictive value of ELISA tests based on phenolic glycolipid antigens, and the
implications for their use in epidemiological studies. Epidemiol Infect, v. 101, n. 1, p.
159-171, 1988.
102
CARDOSO, C. C. et al. Leprosy susceptibility: genetic variations regulate innate and
adaptive immunity, and disease outcome. Future Microbiol, v. 6, n. 5, p. 533-549, 2011.
CARDOSO, L. P. V. et al. Development of a quantitative rapid diagnostic test for
multibacillary leprosy using smart phone technology. BMC Infect Dis, v. 13, n. 1, p. 497-
506, 2013.
CARVALHO, A. M. et al.. Immunologic response and memory T cells in subjects cured
of tegumentary leishmaniasis. BMC Infect Dis, v. 13, n. 1, p. 529-538. 2013.
CELLONA, R. V. et al. Cross-sectional assessment of ELISA reactivity in leprosy
patients, contacts, and normal population using the semisynthetic antigen natural
disaccharide octyl bovine serum albumin (ND-O-BSA) in Cebu, The Philippines. Int J
Lepr Other Mycobact Dis, v. 61, n. 2, p. 192-198, 1993.
CHO, S. N. et al. Detection of phenolic glycolipid I of Mycobacterium leprae in sera from
leprosy patients before and after start of multidrug therapy. Clin Diag Lab Immun, v. 8,
n. 1, p. 138-142, 2001.
CHO, S. N. et al. Serological specificity of phenolic glycolipid I from Mycobacterium
leprae and use in serodiagnosis of leprosy. Infect Immun, v. 41, n. 3, p. 1077-1083, 1983.
CHO, S. N. et al. Prevalence of IgM antibodies to phenolic glycolipid I among household
contacts and controls in Korea and the Philippines. Lepr Rev, v. 63, n. 1, p. 12-20, 1992.
COLE, S. T. et al. Deciphering the biology of Mycobacterium tuberculosis from the
complete genome sequence. Nature, v. 393, n. 6685, p. 537-544, 1998.
COLE, S. T. et al. Massive gene decay in the leprosy bacillus. Nature, v. 409, n. 6823,
p. 1007-1011, 2001.
103
CONNELL, T. G. et al. Reversion and conversion of Mycobacterium tuberculosis IFN-
gamma ELISpot results during anti-tuberculous treatment in HIV-infected children.
BMC Infect Dis, v. 27, n. 10, p. 138-146, 2010.
CORSTJENS, P. L. et al. Lateral flow assay for simultaneous detection of cellular- and
humoral immune responses. Clin Biochem, v. 44, n. 14-15, p. 1241–1246, 2011.
CREE, I. A. et al. Effects of treatment on the histhopathology of leprosy. J Clin Pathol,
v. 48, n. 4, p. 304-307, 1995.
DEGANG, Y. et al. Leprosy as a model of immunity. Future Microbiol, v. 9, n. 1, p.
43–54, 2014.
DEMANGEL, C.; BRITTON, W. J. Interaction of dendritic cells with mycobacteria:
where the action starts. Immunol Cell Biol, v. 78, n. 4, p. 318-324, 2000.
DEPS, P. D. et al. Contact with armadillos increases the risk of leprosy in Brazil: a case
control study. Indian J Derm Vener Lepr, v. 74, n. 4, p. 338-342, 2008.
DESIKAN, K. V; SREEVATSA. Extended studies on the viability of Mycobacterium
leprae outside the human body. Lepr Rev, v. 66, n. 4, p. 287-295, 1995.
DOUGLAS, J. T. et al. Prospective Study of Serological Conversion as a Risk Factor for
Development of Leprosy among Household Contacts. Clin Diag Lab Immun, v. 11, n.
5, p. 897-900, 2004.
DUTHIE, M. S. et al. Use of protein antigens for early serological diagnosis of leprosy.
Clin Vaccine Immunol, v. 14, n. 11, p. 1400-1408, 2007.
DUTHIE, M. S. et al. Selection of antigens and development of prototype tests for point-
of-care leprosy diagnosis. Clin Vaccine Immunol, v. 15, n. 10, p. 1590-1597, 2008a.
104
DUTHIE, M. S. et al. Antigen-specific T-cell responses of leprosy patients. Clin Vaccine
Immunol, v. 15, n. 11, p. 1659-1665, 2008b.
DUTHIE, M. S. et al. Rational design and evaluation of a multiepitope chimeric fusion
protein with the potential for leprosy diagnosis. Clin Vaccine Immunol, v. 17, n. 2, p.
298-303, 2010.
DUTHIE, M. S. et al. Specific IgG antibody responses may be used to monitor leprosy
treatment efficacy and as recurrence prognostic markers. Eur J Clin Microbiol Infect
Dis, v. 30, n. 10, p. 1257-1265, 2011.
EHLERS, S.; SCHAIBLE, U. E. The granuloma in tuberculosis: dynamics of a host-
pathogen collusion. Front Immun, v. 7, n. 3, p. 411-419, 2012.
FABRI, M. et al. Vitamin D is required for IFN-gamma-mediated antimicrobial activity
of human macrophages. Sci Trans Med, v. 3, n. 104, p. 104-102, 2011.
FABRI, A. C. O. C. et al. Antigen-specific assessment of the immunological status of
various groups in a leprosy endemic region. BMC Infect Dis, v. 15, n. 218, p. 1-9, 2015.
FARBER, D. L. et al. Human memory T cells: generation, compartmentalization and
homeostasis. Nat Rev Immunol, v. 14, n. 1, p. 24–35. 2014.
FINE, P. E. et al. Household and dwelling contact as risk factors for leprosy in northern
Malawi. Am J Epidemiol, v. 146, n. 1, p. 91-102, 1997.
FINE, P. E. Global leprosy statistics: a cause for pride, or frustration? Lepr Rev, v. 77,
n. 4, p. 295-297, 2006.
FREITAS, A. A. et al. Alterations to antigen-specific immune responses before and after
multidrug therapy of leprosy. Diagn Microbiol Infect Dis, v. 2, n. 83, p. 154-161, 2015.
105
GELBER, R. H. et al. Serum antibodies to defined carbohydrate antigens during the
course of treated leprosy. Int J Lepr Other Mycobact Dis, v. 57, n. 4, p. 744-751, 1989.
GELUK, A. et al. From genome-based in silico predictions to ex vivo verification of
leprosy diagnosis. Clin Vaccine Immunol, v. 16, n. 3, p. 352-359, 2009.
GELUK, A. et al. Enhancing sensitivity of detection of immune responses to
Mycobacterium leprae peptides in whole-blood assays. Clin Vaccine Immunol, v. 17, n.
6, p. 993-1004, 2010.
GELUK, A. et al. New biomarkers with relevance to leprosy diagnosis applicable in areas
hyperendemic for leprosy. J Immunol, v. 188, n. 10, p. 4782-4791, 2012.
GELUK, A. Challenges in immunodiagnostic tests for leprosy. Expert Opin Med
Diagn, v. 7, n. 3, p. 265-274, 2013a.
GELUK, A. Biomarkers for leprosy: would you prefer T (cells)? Lepr Rev, v. 84, n. 1,
p. 3-12. 2013b.
GELUK, A. et al. Postgenomic approach to identify novel Mycobacterium leprae antigens
with potential to improveimmunodiagnosis of infection. Infect Immun, v. 73, n. 9, p.
5636-5644, 2005.
GELUK, A. et al. Rational combination of peptides derived from different
Mycobacterium leprae proteins improves sensitivity for immunodiagnosis of M. leprae
infection. Clin Vaccine Immunol, v. 15, n. 3, p. 522-533, 2008.
GODAL, T.; NEGASSI, K. Subclinical infection in leprosy. Br Med J, v. 3, n. 5880, p.
557-559, 1973.
GONÇALVES, H. S. et al. Brazilian clinical trial of uniform multidrug therapy
for leprosy patients: the correlation between clinical disease types and adverse effects.
Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 107, n. 1, p. 74-78. 2012.
106
GOULART, I. M. B.; PENNA, G. O.; CUNHA, G. Imunopatologia da hanseníase : a
complexidade dos mecanismos da resposta imune do hospedeiro ao Mycobacterium
leprae. Rev Soc Bras Med Trop, v. 35, n. 4, p. 365-375, 2002.
GREAVES, D. R.; GORDON, S. The macrophage scavenger receptor at 30 years of age:
current knowledge and future challenges. J Lipid Res, v. 50, n. l, p. 282-286, 2009.
GUINTO, Ricardo, et al. An Atlas of leprosy. In: Revised Edition ed. N.p.: Sasakawa
Memorial Health Foundation, 1990.
HAGGE, D. A. et al. An in vitro model for the lepromatous leprosy granuloma: fate of
Mycobacterium leprae from target macrophages after interaction with normal and
activated effector macrophages. Journal Immun, v. 172, n. 12, p. 7771-7779, 2004.
HASHIMOTO, K. et al. Mycobacterium leprae infection in monocyte-derived dendritic
cells and its influence on antigen-presenting function. Infect Immun, v. 70, n. 9, p. 5167-
5176, 2002.
HERRMANN, J. L. et al. Temporal dynamics of interferon gamma responses in children
evaluated for tuberculosis. PLoS ONE, v. 4, n. 1, p. 1-12, 2009.
HUNGRIA, E. M. et al. Seroreactivity to new Mycobacterium leprae protein antigens in
different leprosy-endemic regions in Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 107, n. 1, p.
104-111, 2012.
ILEP. How to Diagnose and Treat Leprosy - Learning Guide One. In: The
International Federation of Anti-Leprosy Associations (ILEP) 234 Blythe Road London
W14 OHJ Great Britain, 2001.
JACOBSON, R. R.; KRAHENBUHL, J. Leprosy. Lancet, v. 353, p. 655-660, 1999.
107
JOB, C. K. et al. Transmission of leprosy:study of skin and nasal secretions of household
contacts ofleprosy patients using PCR. Am J Trop Med Hyg, v. 78, n. 3, p. 518-521.
2008.
JOPLING, W. H. Leprosy. Practitioner, v. 207, p. 164-172, 1971.
KAHAWITA, I. P.; LOCKWOOD, D. N. J. Towards understanding the pathology of
erythema nodosum leprosum. Trans R Soc Trop Med Hyg, v.102, n. 4, p. 329-337,
2008.
KHANOLKAR-YOUNG, S. et al. Tumour necrosis factor-alpha (TNF-alpha) synthesis
is associated with the skin and peripheral nerve pathology of leprosy reversal reactions.
Clin Exp Immunol, v. 99, n. 2, p. 196-202, 1995.
KISZEWSKI, C. A. et al. Expression of transforming growth factor-beta isoforms and
their receptors in lepromatous and tuberculoid leprosy. Scand J Immunol, v. 57, n. 3, p.
279-285, 2003.
KRUTZIK, S. R. et al. Activation and regulation of Toll-like receptors 2 and 1 in human
leprosy. Nature Med, v. 9, n. 5, p. 525-532, 2003.
KRUTZIK, S. R. et al., 2008. IL-15 Links TLR2/1 induced macrophage differentiation
to the vitamin D-dependent antimicrobial pathway. J Immunol, v. 181, n. 10, p. 7115-
7120, 2008.
LAHIRI, R.; RANDHAWA, B.; KRAHENBUHL, J. L. Infection of mouse macrophages
with viable Mycobacterium leprae does not induce apoptosis. J Infect Dis, v. 201, n. 11,
p. 1736-1742, 2010.
LIU, P. T. et al. Toll-like receptor triggering of a vitamin D-mediated human
antimicrobial response. Science, v. 311, n. 5768, p. 1770-1773, 2006.
108
LOCKWOOD, D. N. J.; SUNNETHA, S. Hanseníase: uma doença muito complexa para
um paradigma simples de eliminaçao. Boletim da Organizaçao Mundial da Saúde, v.
3, n. 83, p. 1-10, 2005.
LOWY, L.; RIDLEY, D.S. The acid-fast staining properties of Mycobacterium leprae.
Trans R Soc Trop Med Hyg, v. 48, n. 5, p. 406-410, 1954.
MAEDA, Y. et al. Assessment of cell mediated immunogenicity of Mycobacterium
leprae-derived antigens. Cell Immunol, v. 222, n. 1, p. 69-77, 2003.
MARTINIUK, F. et al. Lessons of leprosy: The emergence of TH17 cytokines during
type II reactions (ENL) is teaching us about T-cell plasticity. J Drug Dermatol, v. 11, n.
5, p. 626-630, 2012.
MASAKI, T. et al. Reprogramming adult Schwann cells to stem cell-like cells by leprosy
bacilli promotes dissemination of infection. Cell, v. 152, n. 1-2, p. 51-67, 2013.
MASSONE, C. et al. T regulatory cells and plasmocytoid dentritic cells in hansen disease:
a new insight into pathogenesis? Am J Dermatopathol, v. 32, n. 3, p. 251-256, 2010.
MASTRANGELO, G. et al. How to prevent immunological reactions in leprosy patients
and interrupt transmission of Mycobacterium leprae to healthy subjects: two hypotheses.
Med Hypotheses, v. 71, n. 4, p. 551-563, 2008.
MIRA, M. T. et al. Susceptibility to leprosy is associated with PARK2 and PACRG.
Nature, v. 427, n. 6975, p. 636-640, 2004.
MISC, E. A. et al. Leprosy and the Human Genome. Microbiol Mol Biol Rev, v. 74, n.
4, p. 589-620, 2010.
MISRA, N. et al. Cytokine profile of circulating T cells of leprosy patients reflects both
indiscriminate and polarized T-helper subsets: T-helper phenotype is stable and
109
uninfluenced by related antigens of Mycobacterium leprae. Immunology, v. 86, n. 1, p.
97-103, 1995.
MODLIN, R. L. et al. T-lymphocyte clones from leprosy skin lesions. Lepr Rev, v. 57,
n. 2, p. 143-147, 1986.
MOET, F. J. et al. Risk factors for the development of clinical leprosy among contacts,
and their relevance for targeted interventions. Lepr Rev, v. 75, n. 4, p. 310-326, 2004.
MONOT, M. et al. Comparative genomic and phylogeographic analysis of
Mycobacterium leprae. Nature Genet, v. 41, n. 12, p. 1282-1289, 2009.
MONOT, M. et al. On the origin of leprosy. Science, v. 308, n. 5724, p. 1040-1042, 2005.
MONTOYA, D. et al. Divergence of macrophage phagocytic and antimicrobial programs
in leprosy. Cell Host and Microbe, v. 6, n. 4, p. 343-353, 2009.
MONTOYA, D.; MODLIN, R. L. Learning from Leprosy: insight into the Human Innate
Immune Response. Adv Immunol, v. 105, p. 1-24, 2010.
MORAES, M. O. et al. Cytokine mRNA expression in leprosy: a possible role for
interferon-gamma and interleukin-12 in reactions (RR and ENL). Scand J Immunoly, v.
50, n. 5, p. 541-549, 1999.
MORAES, M. O. et al. Tumor necrosis factor-alpha promoter polymorphism TNF2 is
associated with a stronger delayed-type hypersensitivity reaction in the skin of borderline
tuberculoid leprosy patients. Immunogenetics, v. 53, n. 1, p. 45-47, 2001.
MOSI, L. et al. Persistent association of Mycobacterium ulcerans with West African
predaceous insects of the family belostomatidae. Appl Environ Microbiol, v. 74, n. 22,
p. 7036-7042, 2008.
110
MOSSER, D. M.; EDWARDS, J. P. Exploring the full spectrum of macrophage
activation. Nature Ver Immunol, v. 8, n. 12, p. 958-969, 2008.
MOURA, R. S. et al. Sorologia da hanseníase utilizando PGL-I : revisão sistemática.
Leprosy serology using PGL-I : a systematic review. Rev Soc Bras Med Trop, v. 41, n.
II, p. 11-18, 2008.
NATH, I., SAINI, C., VALLURI, V. L. Immunology of leprosy and diagnostic
challenges. Clin Dermatol, v. 33, n. 1, p. 90-98, 2015.
NICOL, M. P. et al. Enzyme-linked immunospot assay responses to early secretory
antigenic target 6, culture filtrate protein 10, and purified protein derivative among
children with tuberculosis: implications for diagnosis and monitoring of therapy. Clin
Infect Dis, v. 40, n. 9, p. 1301-1308, 2005.
NOGUEIRA, W. et al. Brasil. Perspectivas de eliminação da hanseníase. Hansen
Internat, v. 20, n. 1, p. 19-28, 1995.
NOORDEEN, S. Multidrug therapy (MDT) and leprosy control. Indian J Lepr, v. 62, p.
448-458, 1990.
O’CONNELL, R. M. et al. Type I interferon production enhances susceptibility to
Listeria monocytogenes infection. J Exp Med, v. 200, n. 4, p. 437-445, 2004.
OLIVEIRA, R. M. et al. Synergistic antigen combinations for the development of
interferon gamma release assays for paucibacillary leprosy. Eur J Clin Microbiol Infect
Dis, v. 33, n. 8, p. 1415-1424, 2014.
OSKAM, L.; SLIM, E.; BÜHRER-SÉKULA, S. Serology: recent developments,
strengths, limitations and prospects: a state of the art overview. Lepr Rev, v. 74, n. 3, p.
196-205, 2003.
111
PALERMO, M. L. et al. Increased expression of regulatory T cells and down-regulatory
molecules in lepromatous leprosy. J Trop Med Hyg, v. 86, n. 5, p. 878-883, 2012.
PARENTE, J. N. et al. T regulatory cells (TREG) (TCD4+CD25+FOXP3+) distribution
in the different clinical forms of leprosy and reactional states. An Bras Dermatol, v. 90,
n. 1, p. 41-47, 2015.
PATHAN, A. A. et al. Direct ex vivo analysis of antigen-specific IFN-gamma-secreting
CD4 T cells in Mycobacterium tuberculosis-infected individuals: associations with
clinical disease state and effect of treatment. J Immunol, v. 167, n. 9, p. 5217-5225, 2001.
PEDLEY, J. C.The nasal mucus in leprosy. Lepr Ver, v. 44, n. 1, p. 33-35. 1973.
PENNA, M. L. et al. Primary results of clinical trial for uniform multidrug therapy for
leprosy patients in Brazil (U-MDT/CT-BR): reactions frequency in multibacillary
patients. Lepr Rev, v. 83, n. 3, p. 308-319, 2012.
PINHEIRO, R. O. et al. Mycobacterium leprae-host-cell interactions and genetic
determinants in leprosy: an overview. Future Microbiol, v. 6, n. 2, p. 217-230, 2011.
PRAKASH, K.; SEHGAL, V. N.; AGGARWAL, R. Evaluation of phenolic glycolipid-I
(PGL-I) antibody as a multidrug therapy (MDT) monitor. J Dermatol, v. 20, n. 1, p. 16-
20, 1993.
QIONG-HUA, P. et al. Early Revelation of Leprosy in China by Sequential Antibody
Analyses with LID-1 and PGL-I. J Trop Med, v. 2013, p. 1-5, 2013.
RAFFE, S. F. et al. Diagnosis and Treatment of Leprosy Reactions in Integrated Services
- The Patients’ Perspective in Nepal. PLoS Negl Trop Dis, v. 7, n. 3, p. 1-6, 2013.
RAMAKRISHNAN, L. Revisiting the role of the granuloma in tuberculosis. Nature Rev
Immun, v. 12, n. 5, p. 352–366, 2012.
112
REECE, S. T. et al. ML0405 and ML2331 Are Antigens of Mycobacterium leprae with
Potential for Diagnosis of Leprosy. Clin Vaccine Immunol, v. 13, n. 3, p. 333-340, 2006.
RIBEIRO, S. et al. T-SPOT.TB responses during treatment of pulmonary tuberculosis,
BMC Infect Dis, v. 9, n. 23, p. 1-9, 2009.
RIDLEY, D. S. The bacteriological interpretation of skin smears and biopsies in leprosy.
Trans R Soc Trop Med Hyg, v. 49, n. 5, p. 449-452, 1955.
RIDLEY, D. S.; JOPLING, W. H. Classification of leprosy according to immunity. A
five-group system. Int J Lepr Other Mycobact Dis, v. 34, n. 3, p. 255-273, 1966.
RIDLEY, M.; RIDLEY, D. The immunopathology of erythema nodosum leprosum: the
role of extravascular complexes. Lepr Rev, v. 54, p. 95-107, 1983.
ROACH, D. R. et al.TNF regulates chemokine induction essential for cell recruitment,
granuloma formation, and clearance of mycobacterial infection. Journal Immun, v. 168,
n. 9, p. 4620-4627, 2002.
ROCHE, P. W. et al. Serological monitoring of the response to chemotherapy in leprosy
patients. Int J Lepr Other Mycobact Dis, v. 61, n. 1, p. 35-43, 1993.
ROCHE, P. W.; THEUVENET, W. J.; BRITTON, W. J. Risk factors for type-1 reactions
in borderline leprosy patients. Lancet, v. 338, n. 8768, p. 654-657, 1991.
SAINI, C.; RAMESH, V.; NATH, I. CD4 + Th17 Cells Discriminate Clinical Types and
Constitute a Third Subset of Non Th1 , Non Th2 T Cells in Human Leprosy. PLoS
neglected tropical diseases, v. 9, n. 7, p. e2338, 2013.
SAINI, C.; RAMESH, V.; NATH, I. Increase in TGF-β secreting CD4+CD25+ FOXP3+
T regulatory cells in anergic lepromatous leprosy patients. PLoS Neglected Tropical Dis,
v. 8, n. 1, p. e2639, 2014.
113
SAMPAIO, L. H. et al. Evaluation of various cytokines elicited during antigen-specific
recall as potential risk indicators for the differential development of leprosy. Eur J Clin
Microbiol Infect Dis, v. 31, p. 1443-1451, 2012.
SAMPAIO, L. H. et al. Immunologically reactive M . leprae antigens with relevance to
diagnosis and vaccine development. BMC Infect Dis, v. 11, n. 1, p. 26, 2011.
SARNO, E. N. et al. Serum levels of tumour necrosis factor-alpha and interleukin-1 beta
during leprosy reactional states. Clin Exp Immunol, v. 84, n. 1, p. 103-108, 1991.
SCHENK, M. et al. NOD2 triggers an interleukin-32 – dependent human dendritic cell
program in leprosy. Nature Med, v. 18, n. 4, p. 555-563, 2012.
SCHLESINGER, L. S.; HORWITZ, M. A. Phenolic glycolipid-1 of Mycobacterium
leprae binds complement component C3 in serum and mediates phagocytosis by human
monocytes. J Exp Med, v. 174, n. 5, p. 1031-1038, 1991.
SCHUENEMANN, V. J. et al. Genome-Wide Comparison of Medieval and Modern
Mycobacterium leprae. Science, v. 341, n. 6142, p. 179-183, 2013.
SCHWERER, B. et al. IgM antibodies against phenolic glycolipid I from Mycobacterium
leprae in leprosy sera: relationship to bacterial index and erythema nodosum leprosum.
Acta Lepr J, v. 2, n. 2-4, p. 394-402, 1984.
SCOLLARD, D. M. The Continuing Challenges of Leprosy. Clin Microbiol Rev, v. 19,
n. 2, p. 338-381, 2006.
SEHGAL, V.; REGE, V.; REYS, M. Correlation between clinical and histopathologic
classification in leprosy. Int J Lepr Other Mycobact Dis, v. 45, p. 278-280, 1977.
SHEPARD, C. C. The experimental disease that follows the injection of human leprosy
bacilli into foot-pads of mice, J Exp Med, v. 112, n. 3, p. 445-454, 1960.
114
SHETTY, V. P.; UPLEKAR, M. W.; ANTIA, N. H. Immunohistological localization of
mycobacterial antigens within the preripheral nerves os treated leprosy patients and their
significance to nerve damage in leprosy. Acta Neuropathol, v. 88, p. 300-306, 1994.
SIDDIQUI, M. R. et al. Integration of leprosy elimination into primary health care in
Orissa, India. PLoS ONE, v. 4, n. 12, p. 1-8, 2009.
SIELING, P. A. et al. Immunosuppressive roles for IL-10 and IL-4 in human infection.
In vitro modulation of T cell responses in leprosy. J Immunol, v. 150, n. 12, p. 5501-
5510, 1993.
SIELING, P. A.; MODLIN, R. L. Cytokine patterns at the site of mycobacterial infection.
Immunobiology, v. 191, n. 4-5, p. 378-387, 1994.
SINGH A, R. V. Histopathological features in leprosy, post-kala-azar dermal
leishmaniasis, and cutaneous leishmaniasis. Indian J Derm Vener Lepr, v. 79, n. 3, p.
360, 2013.
SOBRINHO, R. A. DA S.; MATHIAS, T. A. D F. Perspectivas de eliminação da
hanseníase como problema de saúde pública no Estado do Paraná , Brasil. Caderno de
Saúde Pública, v. 24, n. 2, p. 303-314, 2008.
SOUSA, A. L. et al. Genetic and Immunological Evidence Implicates Interleukin 6 as a
Susceptibility Gene for Leprosy Type 2 Reaction. J Infec Dis, v. 205, n. 5, p. 1417-1424,
2012.
SPENCER, J. S. et al. Identification of specific proteins and peptides in mycobacterium
leprae suitable for the selective diagnosis of leprosy. J Immunol, v. 175, n. 12, p. 7930-
7938, 2005.
SPENCER, J. S.; BRENNAN, P. J. The Role of Mycobacterium leprae Phenolic
Glycolipid I ( PGL-I ) in Serodiagnosis and in the Pathogenesis of Leprosy. Lepr Rev, v.
82, p. 344-357, 2011.
115
STEFANI, M. M. A. Desafios na era pós genômica para o desenvolvimento de testes
laboratoriais para o diagnóstico da hanseníase Challenges in the post genomic era for the
development of tests for leprosy diagnosis. Rev Soc Bras Med Trop, v. 41, p. 1-6, 2008.
STEFANI, M. M. et al. Potential plasma markers of Type 1 and Type 2 leprosy reactions:
a preliminary report. BMC Infec Dis, v. 9, p. 75, 2009.
STEINHOFF, U. et al. Mycobacterium leprae renders Schwann cells and mononuclear
phagocytes susceptible or resistant to killer cells. Infect Immun, v. 59, n. 2, p. 684–688.
TALHARI, S.; NEVES, R. Hanseníase. In: 3a edição ed. Gráfica Tropical, 1997.
TAN, S.Y.; GRAHAM, C. Armauer Hansen (1841-1912): discoverer of the cause of
leprosy. Singapore Med J, v. 49, n. 7, p. 520-521, 2008
TELES, R. M. et al. Type I Interferon Suppresses Type II Interferon-Yriggered Human
Anti-Mycobacterial Responses. Science, v. 339, p. 1448-1453, 2013.
TRUMAN, R. et al. Probable Zoonotic Leprosy in the Southern United States. N Engl J
Med, v. 364, n. 17, p. 1626–33, 2011.
TRUMAN, R. Leprosy in wild armadillos. Lepr Rev, v. 76, n. 3, p. 198–208, 2005.
TRUMAN, R.; FINE, P. E. M. “ Environmental ” sources of Mycobacterium leprae :
Issues and evidence. Lepr Rev, v. 81, n. 2, p. 89–95, 2010.
TRUMAN, R.; KRAHENBUHL, J. Viable M. leprae as a research reagent. Int J Lepr
Other Mycobact Dis, v. 69, p. 1–12, 2001.
TUNG, K. S. K. et al. Soluble serum interleukin 2 receptor levels in leprosy patients. Clin
Exp Immunol, v. 69, n. 1, p. 10–15, 1987.
116
VAN BRAKEL, W. H.; KHAWAS, I. B. Nerve function impairment in leprosy: an
epidemiological and clinical study--Part 2: Results of steroid treatment. Lepr Rev, v. 67,
n. 2, p.104-118, 1996.
WALKER, S. L.; LOCKWOOD, D. N. J. The clinical and immunological features of
leprosy. Br Med Bull, v. 77-78, p. 103–121, 2006.
WALSH, G. P.; MEYERS, W. M.; BINFORD, C. H. Naturally Acquired Leprosy in the
Nine-Banded Armadillo: A decade of experience 1975-1985. J Leukoc Biol, v. 40, p.
645–656, 1986.
WEGNER, M. Mighty Bugs : Leprosy Bacteria Turn Schwann Cells into Stem Cells.
Cell, v. 152, n. 1-2, p. 15–16, 2013.
WHO. Multidrug therapy for leprosy 1991. Bull World Health Organ v. 69, p. 263-269,
1991.
WHO. Chemotherapy of leprosy. Report of a WHO Study Group. World Health Organ,
v. 847, p. 1-24, 1994.
WHO. Guide to Eliminate Leprosy as a Public Health Problem. World Health Organ,
v. 14, p. 5–38, 2000.
WHO. Enhanced Global Strategy for Further Reducing the Disease Burden due to
Leprosy. World Health Organ 2009, v. 3, p. 1–28, 2009.
WHO. Global leprosy situation. Wkly Epidemiol Rec , v. 85, n. 35, p. 337–348, 2010.
WHO. Global leprosy situation, 2012. Wkly Epidemiol Rec 2012, v. 87, n. 34, p. 317-
328, 2012.
WHO. Global leprosy update, 2013; reducing disease burden. Wkly Epidemiol Rec, v.
89, p. 389-400, 2014.
117
WHO. Global leprosy update, 2013; reducing disease burden. Wkly Epidemiol Rec, v.
89, p. 389-400. 2014.
WU, Q. et al. A study on a possibility of predicting early relapse in leprosy using a ND-
O-BSA based ELISA. Int J Lepr Other Mycobact Dis, v. 70, n. 1, p. 1–8, 2002.
YAMAMURA, M. et al. Cytokine patterns of immunologically mediated tissue damage.
J Immunol, v. 149, n. 4, p. 1470–1475, 1992.
YANG, S. et al. A case of Hansen Disease presenting as tinea versicolor. Dermatol
Online J, v. 19, n. 4, p. 1-3, 2013.
YAWALKAR, S. J. Leprosy: for medical practitioners and paramedical workers, In:
8ª ed. Editora Novartis, p-1-152, 2009.
YAWALKAR, S. Leprosy. In: 2a ed. Editora Novartis, 2002.
YOUNG, D. B.; BUCHANAN, T. M. A serological test for leprosy with a glycolipid
specific for Mycobacterium leprae. Science, v. 221, n. 4615, p. 1057–1059, 1983.
ZAPH, C. et al. Central memory T cells mediate long-term immunity to Leishmania major
in the absence of persistent parasites. Nat Med, v.10, n.10, p. 1104-1110, 2004.
ZHANG, F. R. et al. Genomewide association study of leprosy. N Engl J Med, v. 361,
n. 27, p. 2609-2618, 2009.
118
ANEXOS
Anexo 1. Parecer Comitê de Ética em Pesquisa – HC/UFG.
119
120
121
Anexo 2. Termos de consentimento livre e esclarecido - TCLE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – Pacientes com suspeita de Hanseníase
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma investigação sobre testes
diagnósticos para detectar infecção pela bactéria que causa a hanseníase que se chama Mycobacterium
leprae. Você será esclarecido(a) sobre as etapas da investigação a seguir. Caso você aceite participar da
investigação, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do
pesquisador responsável. Em caso de recusa você não terá nenhum prejuízo de qualquer forma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título do Projeto: Pesquisa de biomarcadores aplicada ao desenvolvimento de testes para o diagnóstico e
prognóstico da hanseníase.
Instituição: Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás.
Pesquisador Responsável: Dra Mariane Martins de Araújo Stefani, IPTSP (fone: 3209.6111) que estará
disponível para esclarecer suas dúvidas. Duração do estudo: três anos.
Você também poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa Humana do Hospital das Clínicas para
maiores esclarecimentos sobre seus direitos. Telefone Comitê de Ética: (62)-3269-8338 ou 3269-8426.
DESCRIÇÃO DA PESQUISA
Até o momento, não existe nenhum teste laboratorial ideal para o diagnóstico precoce da Hanseníase.
Os testes atualmente disponíveis ou apresentam pouca sensibilidade ou são muito sofisticados e caros para
o uso na rotina. Neste sentido, pesquisas, como esta, estão sendo desenvolvidas visando a descoberta de
novos reagentes/testes que possam ser aplicados para o diagnóstico da infecção recente / hanseníase. Você
está sendo convidado a participar deste estudo porque é muito importante testarmos o novo reagente/teste
em pessoas com suspeita clínica de hanseníase, como é o seu caso.
PROCEDIMENTO DA PESQUISA
Para todos os participantes faremos uma única coleta de sangue (10 ml) usando seringa e agulha estéreis
descartáveis. As amostras de sangue serão identificadas por códigos. Tudo que soubermos sobre você através
do estudo (exame clínico, resultados de exames laboratoriais) será confidencial, e você será informado dos
resultados de seus exames. Se publicarmos os resultados do estudo em revista científica ou livro, você não
será identificado de nenhuma maneira. Se você tem alguma dúvida relacionada ao estudo neste momento ou
no decorrer da investigação, você poderá contactar Dra Mariane M. A. Stefani, IPTSP que estará disponível
para esclarecer suas dúvidas. O material biológico será encaminhado e testado no Laboratório de Imunologia
da AIDS e da Hanseníase, IPTSP-UFG. Caso exista sobra deste material doado, lhe pedimos permissão para
U F G
122
armazenar essa sobra em nosso laboratório sob condições de refrigeração (-80oC) para utilização em estudos
futuros. Caso isso ocorra, você será contactado para esclarecimento sobre este novo estudo e para pedir sua
permissão para utilização do material. Você também pode assinar que dispensa este contato, autorizando
assim a utilização automática do material excedente num estudo futuro. Assinale abaixo sim, se você quer
ser contactado antes de permitir o uso das amostras ou não, caso prefira autorizar a utilização futura: Sim,
quero ser contactado antes da utilização. Não, dispenso o contato. Ressaltamos que em caso de utilização
de sobras de materiais em estudos futuros, o projeto será resubmetido para análise por um Comitê de Ética.
PARTICIPAÇÃO
Sua participação é voluntária, e você pode se recusar no momento da coleta de sangue ou retirar o
seu consentimento a qualquer tempo, sem nenhum tipo de prejuízo na realização de qualquer dos exames
de rotina, no tratamento, nem nas consultas médicas.
Riscos e benefícios: Existe um desconforto e risco mínimo para você que se submeter a coleta de material
para esta pesquisa, sendo que se justifica pelos benefícios que este exame lhe proporcionará. Se você aceitar
participar da pesquisa estará exposto a riscos inerentes a coleta de sangue e ao procedimento para realização
da biópsia. É possível que se forme um hematoma (acúmulo de sangue) no local da coleta do sangue e no
que diz respeito a realização da biópsia, você estará exposto a riscos de infecção, formação de quelóide
caso você seja predisposto e reações alérgicas ao anestésico local. A realização de exames complementares
tais como histopatológico e sorologia anti PGL-I te beneficiará no âmbito da possibilidade de realização de
um diagnóstico mais preciso e conclusivo pelo médico, o qual poderá correlacionar os achados clínicos e
laboratoriais.
Forma de acompanhamento e assistência: Em relação a coleta sanguínea, nossos coletadores são
treinados para realizarem o procedimento com segurança e usarão material descartável. Em caso de ocorrer
algum prejuízo a você decorrente da coleta venosa como, por exemplo, hematomas, você será acompanhado
e, caso necessário, receberá assistência médica adequada. O procedimento de coleta da biópsia será
executado em uma sala destinada apenas para realização deste procedimento e por profissionais médicos
qualificados e aptos para tal. Caso alguma intercorrência ocorra, como infecções, formação de quelóide ou
reações alérgicas ao anestésico local, você receberá toda a assistência médica e terapêutica necessária.
CONFIDENCIALIDADE
Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.Todos os resultados
da pesquisa serão confidenciais, somente usados pelos pesquisadores para fins científicos. Nenhum nome ou
resultado individual será divulgado, permanecendo, portanto em sigilo. O paciente terá acesso aos resultados
do exame clínico e dos exames laboratoriais a qualquer tempo. Benefícios: a pesquisa pretende contribuir
para identificar novos reagentes que possam ser usados em novos testes laboratoriais para o diagnóstico da
infecção/doença hanseníase. A análise comparativa entre os dados clínicos e laboratoriais poderão resultar
numa melhoria de qualidade no diagnóstico dos pacientes portadores de hanseníase.
123
CUSTO DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO POR EVENTUAIS
DANOS
A sua participação no estudo não acarretará custos para você e não será disponibilizada nenhuma
compensação financeira adicional, e caso existam gastos estes serão pagos pelo orçamento da pesquisa. No
caso de você sofrer algum dano, será guardado o direito de indenização legal por danos comprovadamente
decorrentes da pesquisa.
CONSENTIMENTO
Eu li as informações/ As informações do estudo foram lidas para mim e eu fui informado sobre este
estudo, estou ciente que minha participação no estudo é voluntária e pode ser interrompida a qualquer
momento. Em caso de desistência, isto não implicará em nenhuma penalidade ou prejuízo de atendimento
meu em qualquer centro de saúde ou hospital. Além disto, permito que eu seja fotografado para registro dos
sinais e sintomas clínicos, para posterior arquivo no laboratório de pesquisa. Estou também de acordo com
a possível publicação dos resultados dessa pesquisa em forma de resumos e/ou artigos científicos em revistas.
Informo que aceito participar do estudo.
___________________________________ _________________________________
Assinatura do participante/impressão digital Assinatura do pai, mãe ou responsável legal
__________________________________ Data: -------/--------/--------
Assinatura do entrevistador
124
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – Pacientes tratados para Hanseníase
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma investigação sobre testes
diagnósticos para detectar infecção pela bactéria que causa a hanseníase que se chama Mycobacterium
leprae. Você será esclarecido(a) sobre as etapas da investigação a seguir. Caso você aceite participar da
investigação, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do
pesquisador responsável. Em caso de recusa você não terá nenhum prejuízo de qualquer forma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título do Projeto: Pesquisa de biomarcadores aplicada ao desenvolvimento de testes para o diagnóstico e
prognóstico da hanseníase.
Instituição: Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás.
Pesquisador Responsável: Dra Mariane Martins de Araújo Stefani, IPTSP (fone: 3209.6111) que estará
disponível para esclarecer suas dúvidas. Duração do estudo: três anos.
Você também poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa Humana do Hospital das Clínicas para
maiores esclarecimentos sobre seus direitos. Telefone Comitê de Ética: (62)-3269-8338 ou 3269-8426.
DESCRIÇÃO DA PESQUISA
Até o momento, não existe nenhum teste laboratorial ideal para o diagnóstico precoce da Hanseníase.
Os testes atualmente disponíveis ou apresentam pouca sensibilidade ou são muito sofisticados e caros para
o uso na rotina. Neste sentido, pesquisas, como esta, estão sendo desenvolvidas visando a descoberta de
novos reagentes/testes que possam ser aplicados para o diagnóstico da infecção recente / hanseníase. Você
está sendo convidado a participar deste estudo porque é muito importante testarmos o novo reagente/teste
em pessoas que já finalizaram o tratamento para hanseníase, como é o seu caso.
PROCEDIMENTO DA PESQUISA
Para todos os participantes faremos uma única coleta de sangue (10 ml) usando seringa e agulha estéreis
descartáveis. As amostras de sangue serão identificadas por códigos. Tudo que soubermos sobre você através
do estudo (exame clínico, resultados de exames laboratoriais) será confidencial, e você será informado dos
resultados de seus exames. Se publicarmos os resultados do estudo em revista científica ou livro, você não
será identificado de nenhuma maneira. Se você tem alguma dúvida relacionada ao estudo neste momento ou
no decorrer da investigação, você poderá contactar Dra Mariane M. A. Stefani, IPTSP que estará disponível
para esclarecer suas dúvidas. O material biológico será encaminhado e testado no Laboratório de Imunologia
da AIDS e da Hanseníase, IPTSP-UFG. Caso exista sobra deste material doado, lhe pedimos permissão para
armazenar essa sobra em nosso laboratório sob condições de refrigeração (-80oC) para utilização em estudos
futuros. Caso isso ocorra, você será contactado para esclarecimento sobre este novo estudo e para pedir sua
permissão para utilização do material. Você também pode assinar que dispensa este contato, autorizando
assim a utilização automática do material excedente num estudo futuro. Assinale abaixo sim, se você quer
U F G
125
ser contactado antes de permitir o uso das amostras ou não, caso prefira autorizar a utilização futura: Sim,
quero ser contactado antes da utilização. Não, dispenso o contato. Ressaltamos que em caso de utilização
de sobras de materiais em estudos futuros, o projeto será resubmetido para análise por um Comitê de Ética.
PARTICIPAÇÃO
Sua participação é voluntária, e você pode se recusar no momento da coleta de sangue ou retirar o
seu consentimento a qualquer tempo, sem nenhum tipo de prejuízo na realização de qualquer dos exames
de rotina, no tratamento, nem nas consultas médicas.
Riscos e benefícios: Existe um desconforto e risco mínimo para você que se submeter a coleta de material
para esta pesquisa, sendo que se justifica pelos benefícios que este exame lhe proporcionará. Se você aceitar
participar da pesquisa estará exposto a riscos inerentes a coleta de sangue e ao procedimento para realização
da biópsia. É possível que se forme um hematoma (acúmulo de sangue) no local da coleta do sangue e no
que diz respeito a realização da biópsia, você estará exposto a riscos de infecção, formação de quelóide
caso você seja predisposto e reações alérgicas ao anestésico local. A realização de exames complementares
tais como histopatológico e sorologia anti PGL-I te beneficiará no âmbito da possibilidade de realização de
um diagnóstico mais preciso e conclusivo pelo médico, o qual poderá correlacionar os achados clínicos e
laboratoriais.
Forma de acompanhamento e assistência: Em relação a coleta sanguínea, nossos coletadores são
treinados para realizarem o procedimento com segurança e usarão material descartável. Em caso de ocorrer
algum prejuízo a você decorrente da coleta venosa como, por exemplo, hematomas, você será acompanhado
e, caso necessário, receberá assistência médica adequada. O procedimento de coleta da biópsia será
executado em uma sala destinada apenas para realização deste procedimento e por profissionais médicos
qualificados e aptos para tal. Caso alguma intercorrência ocorra, como infecções, formação de quelóide ou
reações alérgicas ao anestésico local, você receberá toda a assistência médica e terapêutica necessária.
CONFIDENCIALIDADE
Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.Todos os resultados
da pesquisa serão confidenciais, somente usados pelos pesquisadores para fins científicos. Nenhum nome ou
resultado individual será divulgado, permanecendo, portanto em sigilo. O paciente terá acesso aos resultados
do exame clínico e dos exames laboratoriais a qualquer tempo. Benefícios: a pesquisa pretende contribuir
para identificar novos reagentes que possam ser usados em novos testes laboratoriais para o diagnóstico da
infecção/doença hanseníase. A análise comparativa entre os dados clínicos e laboratoriais poderão resultar
numa melhoria de qualidade no diagnóstico dos pacientes portadores de hanseníase.
CUSTO DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO POR EVENTUAIS
DANOS
A sua participação no estudo não acarretará custos para você e não será disponibilizada nenhuma
compensação financeira adicional, e caso existam gastos estes serão pagos pelo orçamento da pesquisa. No
126
caso de você sofrer algum dano, será guardado o direito de indenização legal por danos comprovadamente
decorrentes da pesquisa.
CONSENTIMENTO
Eu li as informações/ As informações do estudo foram lidas para mim e eu fui informado sobre este
estudo, estou ciente que minha participação no estudo é voluntária e pode ser interrompida a qualquer
momento. Em caso de desistência, isto não implicará em nenhuma penalidade ou prejuízo de atendimento
meu em qualquer centro de saúde ou hospital. Além disto, permito que eu seja fotografado para registro dos
sinais e sintomas clínicos, para posterior arquivo no laboratório de pesquisa. Estou também de acordo com
a possível publicação dos resultados dessa pesquisa em forma de resumos e/ou artigos científicos em revistas.
Informo que aceito participar do estudo.
___________________________________ _________________________________
Assinatura do participante/impressão digital Assinatura do pai, mãe ou responsável legal
__________________________________ Data:-------/--------/--------
Assinatura do entrevistador
127
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – Indivíduos saudáveis
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma investigação sobre testes
diagnósticos para detectar infecção pela bactéria que causa a hanseníase que se chama Mycobacterium
leprae. Você será esclarecido(a) sobre as etapas da investigação a seguir. Caso você aceite participar da
investigação, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do
pesquisador responsável. Em caso de recusa você não terá nenhum prejuízo de qualquer forma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título do Projeto: Pesquisa de biomarcadores aplicada ao desenvolvimento de testes para o diagnóstico e
prognóstico da hanseníase.
Instituição: Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás.
Pesquisador Responsável: Dra Mariane Martins de Araújo Stefani, IPTSP (fone: 3209.6111) que estará
disponível para esclarecer suas dúvidas. Duração do estudo: três anos.
Você também poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa Humana do Hospital das Clínicas para
maiores esclarecimentos sobre seus direitos. Telefone Comitê de Ética: (62)-3269-8338 ou 3269-8426.
DESCRIÇÃO DA PESQUISA
Até o momento, não existe nenhum teste laboratorial ideal para o diagnóstico precoce da Hanseníase.
Os testes atualmente disponíveis ou apresentam pouca sensibilidade ou são muito sofisticados e caros para
o uso na rotina. Neste sentido, pesquisas, como esta, estão sendo desenvolvidas visando a descoberta de
novos reagentes/testes que possam ser aplicados para o diagnóstico da infecção recente / hanseníase. Você
está sendo convidado a participar deste estudo porque é muito importante testarmos o novo reagente/teste
em pessoas que não apresenta nenhum sinal ou sintoma de hanseníase ou tuberculose e que esteja saudável,
como é o seu caso.
PROCEDIMENTO DA PESQUISA
Para todos os participantes faremos uma única coleta de sangue (10 ml) usando seringa e agulha estéreis
descartáveis. As amostras de sangue serão identificadas por códigos. Tudo que soubermos sobre você através
do estudo (exame clínico, resultados de exames laboratoriais) será confidencial, e você será informado dos
resultados de seus exames. Se publicarmos os resultados do estudo em revista científica ou livro, você não
será identificado de nenhuma maneira. Se você tem alguma dúvida relacionada ao estudo neste momento ou
no decorrer da investigação, você poderá contactar Dra Mariane M. A. Stefani, IPTSP que estará disponível
para esclarecer suas dúvidas. O material biológico será encaminhado e testado no Laboratório de Imunologia
da AIDS e da Hanseníase, IPTSP-UFG. Caso exista sobra deste material doado, lhe pedimos permissão para
armazenar essa sobra em nosso laboratório sob condições de refrigeração (-80oC) para utilização em estudos
futuros. Caso isso ocorra, você será contactado para esclarecimento sobre este novo estudo e para pedir sua
permissão para utilização do material. Você também pode assinar que dispensa este contato, autorizando
assim a utilização automática do material excedente num estudo futuro. Assinale abaixo sim, se você quer
U F G
128
ser contactado antes de permitir o uso das amostras ou não, caso prefira autorizar a utilização futura: Sim,
quero ser contactado antes da utilização. Não, dispenso o contato. Ressaltamos que em caso de utilização
de sobras de materiais em estudos futuros, o projeto será resubmetido para análise por um Comitê de Ética.
PARTICIPAÇÃO
Sua participação é voluntária, e você pode se recusar no momento da coleta de sangue ou retirar o
seu consentimento a qualquer tempo, sem nenhum tipo de prejuízo na realização de qualquer dos exames
de rotina, no tratamento, nem nas consultas médicas.
Riscos e benefícios: Existe um desconforto e risco mínimo para você que se submeter a coleta de material
para esta pesquisa, sendo que se justifica pelos benefícios que este exame lhe proporcionará. Se você aceitar
participar da pesquisa estará exposto a riscos inerentes a coleta de sangue e ao procedimento para realização
da biópsia. É possível que se forme um hematoma (acúmulo de sangue) no local da coleta do sangue e no
que diz respeito a realização da biópsia, você estará exposto a riscos de infecção, formação de quelóide
caso você seja predisposto e reações alérgicas ao anestésico local. A realização de exames complementares
tais como histopatológico e sorologia anti PGL-I te beneficiará no âmbito da possibilidade de realização de
um diagnóstico mais preciso e conclusivo pelo médico, o qual poderá correlacionar os achados clínicos e
laboratoriais.
Forma de acompanhamento e assistência: Em relação a coleta sanguínea, nossos coletadores são
treinados para realizarem o procedimento com segurança e usarão material descartável. Em caso de ocorrer
algum prejuízo a você decorrente da coleta venosa como, por exemplo, hematomas, você será acompanhado
e, caso necessário, receberá assistência médica adequada. O procedimento de coleta da biópsia será
executado em uma sala destinada apenas para realização deste procedimento e por profissionais médicos
qualificados e aptos para tal. Caso alguma intercorrência ocorra, como infecções, formação de quelóide ou
reações alérgicas ao anestésico local, você receberá toda a assistência médica e terapêutica necessária.
CONFIDENCIALIDADE
Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.Todos os resultados
da pesquisa serão confidenciais, somente usados pelos pesquisadores para fins científicos. Nenhum nome ou
resultado individual será divulgado, permanecendo, portanto em sigilo. O paciente terá acesso aos resultados
do exame clínico e dos exames laboratoriais a qualquer tempo. Benefícios: a pesquisa pretende contribuir
para identificar novos reagentes que possam ser usados em novos testes laboratoriais para o diagnóstico da
infecção/doença hanseníase. A análise comparativa entre os dados clínicos e laboratoriais poderão resultar
numa melhoria de qualidade no diagnóstico dos pacientes portadores de hanseníase.
CUSTO DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO POR EVENTUAIS
DANOS
A sua participação no estudo não acarretará custos para você e não será disponibilizada nenhuma
compensação financeira adicional, e caso existam gastos estes serão pagos pelo orçamento da pesquisa. No
129
caso de você sofrer algum dano, será guardado o direito de indenização legal por danos comprovadamente
decorrentes da pesquisa.
CONSENTIMENTO
Eu li as informações/ As informações do estudo foram lidas para mim e eu fui informado sobre este
estudo, estou ciente que minha participação no estudo é voluntária e pode ser interrompida a qualquer
momento. Em caso de desistência, isto não implicará em nenhuma penalidade ou prejuízo de atendimento
meu em qualquer centro de saúde ou hospital. Além disto, permito que eu seja fotografado para registro dos
sinais e sintomas clínicos, para posterior arquivo no laboratório de pesquisa. Estou também de acordo com
a possível publicação dos resultados dessa pesquisa em forma de resumos e/ou artigos científicos em revistas.
Informo que aceito participar do estudo.
___________________________________ _________________________________
Assinatura do participante/impressão digital Assinatura do pai, mãe ou responsável legal
__________________________________ Data:-------/--------/--------
Assinatura do entrevistador
130
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – Pacientes com outras dermatoses
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma investigação sobre testes
diagnósticos para detectar infecção pela bactéria que causa a hanseníase que se chama Mycobacterium
leprae. Você será esclarecido(a) sobre as etapas da investigação a seguir. Caso você aceite participar da
investigação, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do
pesquisador responsável. Em caso de recusa você não terá nenhum prejuízo de qualquer forma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título do Projeto: Pesquisa de biomarcadores aplicada ao desenvolvimento de testes para o diagnóstico e
prognóstico da hanseníase.
Instituição: Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás.
Pesquisador Responsável: Dra Mariane Martins de Araújo Stefani, IPTSP (fone: 3209.6111) que estará
disponível para esclarecer suas dúvidas. Duração do estudo: três anos.
Você também poderá contactar o Comitê de Ética em Pesquisa Humana do Hospital das Clínicas para
maiores esclarecimentos sobre seus direitos. Telefone Comitê de Ética: (62)-3269-8338 ou 3269-8426.
DESCRIÇÃO DA PESQUISA
Até o momento, não existe nenhum teste laboratorial ideal para o diagnóstico precoce da Hanseníase.
Os testes atualmente disponíveis ou apresentam pouca sensibilidade ou são muito sofisticados e caros para
o uso na rotina. Neste sentido, pesquisas, como esta, estão sendo desenvolvidas visando a descoberta de
novos reagentes/testes que possam ser aplicados para o diagnóstico da infecção recente / hanseníase. Você
está sendo convidado a participar deste estudo porque é muito importante testarmos o novo reagente/teste
em pessoas que apresentam outras dermatoses que possuem semelhança com a hanseníase, como é o seu
caso.
PROCEDIMENTO DA PESQUISA
Para todos os participantes faremos uma única coleta de sangue (10 ml) usando seringa e agulha estéreis
descartáveis. As amostras de sangue serão identificadas por códigos. Tudo que soubermos sobre você através
do estudo (exame clínico, resultados de exames laboratoriais) será confidencial, e você será informado dos
resultados de seus exames. Se publicarmos os resultados do estudo em revista científica ou livro, você não
será identificado de nenhuma maneira. Se você tem alguma dúvida relacionada ao estudo neste momento ou
no decorrer da investigação, você poderá contactar Dra Mariane M. A. Stefani, IPTSP que estará disponível
para esclarecer suas dúvidas. O material biológico será encaminhado e testado no Laboratório de Imunologia
da AIDS e da Hanseníase, IPTSP-UFG. Caso exista sobra deste material doado, lhe pedimos permissão para
armazenar essa sobra em nosso laboratório sob condições de refrigeração (-80oC) para utilização em estudos
futuros. Caso isso ocorra, você será contactado para esclarecimento sobre este novo estudo e para pedir sua
permissão para utilização do material. Você também pode assinar que dispensa este contato, autorizando
U F G
131
assim a utilização automática do material excedente num estudo futuro. Assinale abaixo sim, se você quer
ser contactado antes de permitir o uso das amostras ou não, caso prefira autorizar a utilização futura: Sim,
quero ser contactado antes da utilização. Não, dispenso o contato. Ressaltamos que em caso de utilização
de sobras de materiais em estudos futuros, o projeto será resubmetido para análise por um Comitê de Ética.
PARTICIPAÇÃO
Sua participação é voluntária, e você pode se recusar no momento da coleta de sangue ou retirar o
seu consentimento a qualquer tempo, sem nenhum tipo de prejuízo na realização de qualquer dos exames
de rotina, no tratamento, nem nas consultas médicas.
Riscos e benefícios: Existe um desconforto e risco mínimo para você que se submeter a coleta de material
para esta pesquisa, sendo que se justifica pelos benefícios que este exame lhe proporcionará. Se você aceitar
participar da pesquisa estará exposto a riscos inerentes a coleta de sangue e ao procedimento para realização
da biópsia. É possível que se forme um hematoma (acúmulo de sangue) no local da coleta do sangue e no
que diz respeito a realização da biópsia, você estará exposto a riscos de infecção, formação de quelóide
caso você seja predisposto e reações alérgicas ao anestésico local. A realização de exames complementares
tais como histopatológico e sorologia anti PGL-I te beneficiará no âmbito da possibilidade de realização de
um diagnóstico mais preciso e conclusivo pelo médico, o qual poderá correlacionar os achados clínicos e
laboratoriais.
Forma de acompanhamento e assistência: Em relação a coleta sanguínea, nossos coletadores são
treinados para realizarem o procedimento com segurança e usarão material descartável. Em caso de ocorrer
algum prejuízo a você decorrente da coleta venosa como, por exemplo, hematomas, você será acompanhado
e, caso necessário, receberá assistência médica adequada. O procedimento de coleta da biópsia será
executado em uma sala destinada apenas para realização deste procedimento e por profissionais médicos
qualificados e aptos para tal. Caso alguma intercorrência ocorra, como infecções, formação de quelóide ou
reações alérgicas ao anestésico local, você receberá toda a assistência médica e terapêutica necessária.
CONFIDENCIALIDADE
Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.Todos os resultados
da pesquisa serão confidenciais, somente usados pelos pesquisadores para fins científicos. Nenhum nome ou
resultado individual será divulgado, permanecendo, portanto em sigilo. O paciente terá acesso aos resultados
do exame clínico e dos exames laboratoriais a qualquer tempo. Benefícios: a pesquisa pretende contribuir
para identificar novos reagentes que possam ser usados em novos testes laboratoriais para o diagnóstico da
infecção/doença hanseníase. A análise comparativa entre os dados clínicos e laboratoriais poderão resultar
numa melhoria de qualidade no diagnóstico dos pacientes portadores de hanseníase.
CUSTO DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO POR EVENTUAIS
DANOS
132
A sua participação no estudo não acarretará custos para você e não será disponibilizada nenhuma
compensação financeira adicional, e caso existam gastos estes serão pagos pelo orçamento da pesquisa. No
caso de você sofrer algum dano, será guardado o direito de indenização legal por danos comprovadamente
decorrentes da pesquisa.
CONSENTIMENTO
Eu li as informações/ As informações do estudo foram lidas para mim e eu fui informado sobre este
estudo, estou ciente que minha participação no estudo é voluntária e pode ser interrompida a qualquer
momento. Em caso de desistência, isto não implicará em nenhuma penalidade ou prejuízo de atendimento
meu em qualquer centro de saúde ou hospital. Além disto, permito que eu seja fotografado para registro dos
sinais e sintomas clínicos, para posterior arquivo no laboratório de pesquisa. Estou também de acordo com
a possível publicação dos resultados dessa pesquisa em forma de resumos e/ou artigos científicos em revistas.
Informo que aceito participar do estudo.
___________________________________ _________________________________
Assinatura do participante/impressão digital Assinatura do pai, mãe ou responsável legal
__________________________________ Data:-------/--------/--------
Assinatura do entrevistador
133
Anexo 3 . Questionários
QUESTIONÁRIO – HANSENÍASE
No DE PROTOCOLO DO PARTICIPANTE: ___ ___ ___ ____
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: __________________________________________________________
Data de nascimento: _____ / _____ / _____
Sexo: MASC ( ) FEM ( )
Endereço: _______________________________________________________
Bairro:___________________________________________________________
Cidade: ____________________ Estado: ____________________
Telefone residência: _____________________________
Telefone celular: ________________________________
Profissão: ______________________________________
Quantas pessoas moram na sua casa ?_________________________
2. ESCOLARIDADE:
____________________________________________________________
3. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO:
Alguém da família faz ou fez tratamento para hanseníase?___________________________
Há quanto tempo você tem estas lesões e/ou dormências? ___________________________
Conhece alguém que tenha hanseníase?
( ) Não ( ) Sim
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA, PARASITOLOGIA E PATOLOGIA
Rua Delenda Rezende de Melo s/n Setor Universitário 74 605-050 Goiânia – Goiás Fone
(0XX 62) 3209 6111 FAX (0XX 62) 3202 3066
134
Qual o grau de parentesco com esta pessoa?
_____________________________________________________________________
Presença de cicatriz de vacina BCG ?
( ) Não ( ) Sim
4. EXAME DERMATONEUROLÓGICO:
Nº de lesão(ões):______ + de 10 lesões( )
Tipo da lesão: (1) Mancha (2) Placa (3) Infiltrado (4)Nódulo
Cor: (1) Hipocrômica (2)Eritematosa (3) Hipercrômica
Borda: (1) Bem definida (2) Mal definida
Limites: (1) Regular (2) Irregular
Sensibilidade térmica e dolorosa: (1)
ausente (2) diminuída (3) normal (4)
duvidosa
Localização:
(1) face
(2) região dorsal
(3) região lombar
(4) braço
(5) coxa
(6) pescoço
(7) região torácica
(8) região abdominal
(9) antebraço e mão
(10) perna/pé
(11) região glútea
5: PALPAÇÃO DE NERVOS PERIFÉRICOS
Foi realizada a palpação dos nervos?_____________
Há espessamento de algum nervo?__________Qual?______________________
Qual o grau de incapacidade que o paciente apresenta?
( ) Grau 0
( ) Grau 1
( ) Grau 2
135
6: DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Diagnóstico Sugestivo de MH? __________
Qual forma clínica?
( ) I
( ) TT
( ) BT
( ) BB
( ) BL
( ) LL
( ) Duvidoso
Paciente encontra-se em reação? ________ Qual tipo?_______________
Data do diagnóstico:______________________________
Paciente fez baciloscopia?_______________Resultado (IB):_________________
Foi pedido o exame de baciloscopia?_________________
Data: __ __ / __ __ / __ __
Responsável:________________________________
136
QUESTIONÁRIO – Pacientes tratados para Hanseníase – Pós MDT
No DE PROTOCOLO DO PARTICIPANTE: ___ ___ ___ ____
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: __________________________________________________________
Data de nascimento: _____ / _____ / _____
Sexo: MASC ( ) FEM ( )
Endereço: _______________________________________________________
Bairro:_____________________ Ponto de referência: _________________________
Cidade: ____________________ Estado: ____________________
Telefone residência: _____________________________
Telefone celular: ________________________________
Profissão: ______________________________________
2. ESCOLARIDADE:
____________________________________________________________
3. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO:
Há quanto tempo você finalizou o tratamento para hanseníase (MDT)?
____________________________________________________________________
Você realizou o tratamento corretamente? Tomou todas as doses nos dias e horários prescritos?
( ) Não ( ) Sim
Você apresentou episódios reacionais antes, durante, ou após o tratamento?
( ) Não ( ) Sim
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA, PARASITOLOGIA E PATOLOGIA
Rua Delenda Rezende de Melo s/n Setor Universitário 74 605-050 Goiânia – Goiás
Fone (0XX 62) 3209 6111 FAX (0XX 62) 3202 3066
137
Você realizou tratamento para hanseníase durante quanto tempo?
__________________________
Ainda possui alguma mancha/lesão no corpo?
( ) Não ( ) Sim
Quantas lesões e em que região do
corpo?______________________________________________
Conhece alguém que tenha hanseníase?
( ) Não ( ) Sim
Você convive com esta pessoa?
( ) Não ( ) Sim
Presença de cicatriz de vacina BCG?
( ) Não ( ) Sim
Como você considera seu estado de saúde atual em relação a hanseníase?
( ) Considera-se curado
( ) Apresenta dores nas articulações
( ) Apresenta algum grau de incapacidade devido a hanseníase
( ) As manchas/lesões não desapareceram por completo
Outra:
_________________________________________________________________________
Data: __ __ / __ __ / __ __
Responsável:________________________________
138
QUESTIONÁRIO – Pacientes tratados para Hanseníase – Pós MDT – 2ª Coleta
No DE PROTOCOLO DO PARTICIPANTE: ___ ___ ___ ____
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: __________________________________________________________
Data de nascimento: _____ / _____ / _____
Sexo: MASC ( ) FEM ( )
Endereço: _______________________________________________________
Bairro:_____________________ Ponto de referência: _________________________
Cidade: ____________________ Estado: ____________________
Telefone residência: _____________________________
Telefone celular: ________________________________
Profissão: ______________________________________
2. ESCOLARIDADE:
____________________________________________________________
3. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO:
Há quanto tempo você finalizou o tratamento para hanseníase (MDT)? Há quanto tempo foi a
última coleta de sangue?
_____________________________________________________________________________
Você realizou o tratamento corretamente? Tomou todas as doses nos dias e horários prescritos?
( ) Não ( ) Sim
Você apresentou episódios reacionais após a última coleta de sangue, ou seja, após o
tratamento?
( ) Não ( ) Sim Quantos? __________________________
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA, PARASITOLOGIA E PATOLOGIA
Rua Delenda Rezende de Melo s/n Setor Universitário 74 605-050 Goiânia – Goiás
Fone (0XX 62) 3209 6111 FAX (0XX 62) 3202 3066
139
Qual foi o tratamento utilizado para reação?
_____________________________________________
Você esteve em alguma consulta médica recentemente? Por qual motivo?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Você realizou algum exame para hanseníase recentemente? Qua(l) (is)? E o resultado?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Ainda possui alguma mancha/lesão com dormência no corpo?
( ) Não ( ) Sim
Quantas lesões e em que região do
corpo?______________________________________________
Conhece alguém que tenha hanseníase?
( ) Não ( ) Sim
Você convive com esta pessoa?
( ) Não ( ) Sim
Presença de cicatriz de vacina BCG?
( ) Não ( ) Sim
Você ainda tem algum sintoma/sinal da doença mesmo após ter finalizado o tratamento e após a
última coleta de sangue?
( ) Não ( ) Sim
Que sinal/sintoma? ____________________________________________________
Data: __ __ / __ __ / __ __
Responsável:________________________________
140
QUESTIONÁRIO – Pacientes com dermatoses
No DE PROTOCOLO DO PARTICIPANTE: ___ ___ ___ ____
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: __________________________________________________________
Data de nascimento: _____ / _____ / _____
Sexo: MASC ( ) FEM ( )
Endereço: _______________________________________________________
Bairro:_____________________ Ponto de referência: _________________________
Cidade: ____________________ Estado: ____________________
Telefone residência: _____________________________
Telefone celular: ________________________________
Profissão:______________________________________
2. ESCOLARIDADE:
____________________________________________________________
3. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO:
Possui alguma mancha/lesão no corpo?
( ) Não ( ) Sim
O que você sente na região da mancha/lesão?
( ) Dormência
( ) Coceira/Prurido
( ) Dor
( ) Outro sintoma? Qual? ________________________________________________________
Há quanto tempo você possui estas lesões?__________________________________
Já utilizou algum medicamento para tratamento destas lesões?
( ) Não ( ) Sim
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA, PARASITOLOGIA E PATOLOGIA
Rua Delenda Rezende de Melo s/n Setor Universitário 74 605-050 Goiânia – Goiás
Fone (0XX 62) 3209 6111 FAX (0XX 62) 3202 3066
141
Conhece alguém que tenha hanseníase?
( ) Não ( ) Sim
Qual o grau de proximidade com esta pessoa?________________________________________
Alguém da família faz ou fez tratamento para hanseníase?
( ) Não ( ) Sim ( ) Não sabe
Possui alguma alergia?
( ) Não ( ) Sim A que? _____________________________________________________
4. EXAME DERMATONEUROLÓGICO:
No de lesões:____________
Tipo da lesão:
____________________________________________________________________________
Cor: ( ) Hipocrômica ( ) Eritematosa ( ) Hipercrômica ( ) Não há coloração
específica
Sensibilidade: ( ) Normal ( ) Diminuída ( ) Ausente ( ) Duvidosa
Localização:
( ) Face
( ) Região lombar
( ) Região dorsal
( ) Braço
( ) Coxa
( ) Pescoço
( ) Região torácica
( ) Região abdominal
( ) Antebraço e mão
( ) Perna/pé
( ) Região glútea
Possui algum grau de incapacidade?
( ) Não ( )Sim Qual? ____________________________________________
Diagnóstico sugestivo de: _______________________________________________
Data: __ __ / __ __ / __ __
Responsável: __________________________