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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL JATAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA ADUBAÇÃO FOSFATADA NO FEIJOEIRO CULTIVADO SOB PALHADA DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ João Vitor de Souza Silva Engenheiro Agrônomo JATAÍ - GOIÁS - BRASIL Março de 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL JATAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

ADUBAÇÃO FOSFATADA NO FEIJOEIRO CULTIVADO

SOB PALHADA DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

João Vitor de Souza Silva

Engenheiro Agrônomo

JATAÍ - GOIÁS - BRASIL

Março de 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL JATAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

ADUBAÇÃO FOSFATADA NO FEIJOEIRO CULTIVADO

SOB PALHADA DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

João Vitor de Souza Silva

Orientador: Prof. Dr. Simério Carlos Silva Cruz

Co-orientador: Prof. Dr. Edésio Fialho dos Reis

Dissertação apresentada à

Universidade Federal de Goiás,

Regional Jataí, para obtenção do título

de Mestre em Agronomia (Produção

Vegetal).

JATAÍ - GOIÁS - BRASIL

Março de 2015

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Carimbo
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JOÃOVITOR DE SOUZA SILVA

TÍTULO: " Adubação fosfatada no feijoeiro cultivado sob palhada de Brachiária brizantha cv. Marandú"

Dissertação DEFENDIDA e APROVADA em 05 de março de 2015, pela Banca Examinadora constituída pelos membros:

~~~~ rof. Dr. Simério Carlos Silva Cruz

Presidente - CAJ/UFG

rof. Dr. Jeander Oliveira Caetano Membro Externo- UNIRV

Jataí - Goiás Brasil

-

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

JOÃO VITOR DE SOUZA SILVA - nasceu em 03 de janeiro de 1990 em Olímpia

interior de São Paulo – Brasil, filho de Júlio César Nunes Silva e Janir Aparecida

Machado de Souza Silva. Em 2008 ingressou na Universidade Estadual de Mato

Grosso do Sul (UEMS), onde, em 2012, obteve o título de Engenheiro Agrônomo.

No período que esteve na universidade foi bolsista da Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (Embrapa – Agropecuária Oeste) no ano de 2011 e 2012,

onde trabalhou com marcha de acúmulo de nutrientes na cultura do Pinhão-

manso, e também com o uso de gesso e adubação no sistema de Integração

Lavoura - Pecuária (ILP). Em 2013 iniciou no programa de Pós-Graduação, nível

mestrado, pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí, Jataí - GO,

onde trabalhou com o uso de fósforo em sistema de plantio direto.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, irmã e meus avós.

Dedico e ofereço

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EPÍGRAFE

Pouco conhecimento faz com que as

pessoas se sintam orgulhosas. Muito

conhecimento, que se sintam humildes. É

assim que as espigas sem grãos erguem

desdenhosamente a cabeça para o céu,

enquanto que as cheias as baixam para a

terra, sua mãe.

Leonardo da Vinci

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ter me concedido saúde, força e determinação

para execução das atividades durante o curso. Em especial aos meus pais Júlio

Cesar Nunes Silva e Janir Aparecida Machado de Souza Silva, a minha irmã

Jaqueline de Souza Silva, meus avós maternos já falecidos Jaime Machado de

Souza e Eunice Zanovello de Souza, e aos meus avós paternos Cacildo Silva

Freitas e Genedícia Nunes de Freitas pela minha formação e educação, no qual

sem eles, não conseguiria ter chegado ao fim desta etapa.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Simério Carlos Silva Cruz, pela orientação,

apoio e ajuda incondicional, pela compreensão durante a minha jornada nessa

instituição, pelos conselhos e amizade nos momentos difíceis.

Ao meu co-orientador Prof. Dr. Edésio Fialho dos Reis pelas opiniões e

conselhos durante o curso e também pelas brincadeiras e momentos bons

durante algumas viagens.

Ao Pesquisador Dr. Carlos Hissao Kurihara pelo apoio, paciência,

companheirismo e dedicação durante a minha formação na graduação e pós-

graduação, com quem pude aprender inúmeras coisas que só fizeram somar

durante a minha vida.

A Profª Drª Alessandra Mayumi Tokura Alovisi pela orientação,

consideração e amizade, que mesmo à distância foi de fundamental importância

para o meu crescimento profissional. Agradeço também à parceria feita com a

Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) que me recebeu de portas

abertas, possibilitando a realização de algumas etapas do meu trabalho de

dissertação.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia,

pelos conhecimentos ministrados, em especial a pessoa do Prof. Dr. Helder

Paulino que contribuiu com críticas construtivas ao meu trabalho.

Ao programa de Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de estudos, na qual sem ela seria

impossível de realizar este sonho.

A todos os amigos que fiz durante o curso de mestrado, com os quais

dividi momentos de dificuldades, alegrias e diversões. Em especial aos amigos

Dieimisson, Udenys, Moçamba, Warless, Willian, Kaio, Fernando, Camila,

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Jucimar, Jerônimo, Conrrado e Madimbú com quem passei esses dois anos de

mestrado.

À Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí, representada pelo seu

corpo docente, técnicos administrativos e discentes, por toda contribuição na

minha formação acadêmica.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 6

2.1 Cultura do feijão ........................................................................................ 6

2.2 O Fósforo no solo ..................................................................................... 8

2.3 Dinâmica do fósforo em sistema plantio direto (SPD) ............................ 11

2.4 Fósforo inorgânico (Pi) e fósforo orgânico (Po) ...................................... 12

2.5 Reciclagem de nutrientes e produção de palhada pela Brachiaria spp. . 13

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 17

3.1 Localização do experimento ................................................................... 17

3.2 Descrição do clima ................................................................................. 17

3.3 Solo ........................................................................................................ 18

3.4 Tratamentos e delineamento experimental ............................................. 19

3.5 Aplicação de fósforo na área para caracterização dos tratamentos ....... 19

3.6 Instalação e condução do experimento .................................................. 19

3.6.1 Semeadura da Brachiaria brizantha cv. Marandú no ano agrícola de

2012/13 e aplicação de calcário ................................................................. 19

3.6.2 Semeadura do feijoeiro no ano agrícola de 2013/2014 ..................... 20

3.7 Adubações de cobertura ......................................................................... 21

3.8 Análise química do solo .......................................................................... 21

3.9 Fracionamento de fósforo pelo método de Hedley et al (1982) com

modificações propostas por Condron et al (1985). ....................................... 22

3.10 Condução do experimento e coleta de dados....................................... 25

3.10.1 Avaliações feitas no feijoeiro ........................................................... 25

3.10.1.1 Altura de plantas ........................................................................... 25

3.10.1.2 Número de vagens por planta ...................................................... 25

3.10.1.3 Massa seca de plantas ................................................................. 25

3.10.1.4 Massa de 100 grãos ..................................................................... 26

3.10.1.5 Produtividade ............................................................................... 26

3.11 Estatística ............................................................................................. 26

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 27 4.1 P-lábil, P-pouco lábil e P-não lábil aos 15 dias após semeadura (15 DAS)

...................................................................................................................... 27

4.2 P-lábil, P-pouco lábil e P-não lábil aos 30 dias após semeadura (30 DAS)

...................................................................................................................... 32

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4.3 P-lábil, P-pouco lábil e P-não lábil pós-colheita do feijoeiro (PC) ........... 36

4.4 Avaliações no feijoeiro ............................................................................ 40

5. CONCLUSÕES............................................................................................. 49

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 50

7. APÊNDICES ................................................................................................. 57

APÊNDICE A: FRACIONAMENTO DO FÓSFORO NO SOLO .................... 57

APÊNDICE B: SATURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE RESINAS

TROCADORAS DE ÂNIONS ........................................................................ 60

APÊNDICE C: DETERMINAÇÃO DE FÓSFORO EM EXTRATOS ÁCIDOS

DO SOLO (Murphy & Riley, 1977) ................................................................ 62

APÊNDICE D: DETERMINAÇÃO DE FÓSFORO INORGÂNICO EM

EXTRATOS ALCALINOS DO SOLO (Dick & Tabatabai, 1977) ................... 63

APÊNDICE E: DIGESTÃO DOS EXTRATOS ALCALINOS DO SOLO

(extraídos com NaOH e NaHCO3) PARA ANÁLISE DO FOSFORO TOTAL

...................................................................................................................... 64

APÊNDICE F: DIGESTÃO DO RESÍDUO DO SOLO PARA ANÁLISE DO

FÓSFORO TOTAL ....................................................................................... 65

8. ANEXOS ....................................................................................................... 66

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ADUBAÇÃO FOSFATADA NO FEIJOEIRO CULTIVADO SOB PALHADA DE

Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

Resumo: A aplicação de fertilizante fosfatado é indispensável para

obtenção de produções sustentáveis de feijão, sendo o P o nutriente necessário

praticamente em todo seu ciclo. Desta forma, alternativas de manejo cultural

estão sendo utilizadas visando o melhor aproveitamento deste nutriente, dentre

elas o uso da braquiária como planta de cobertura. Objetivou-se com esta

pesquisa avaliar a dinâmica do fósforo no solo com e sem a presença de

Brachiaria brizantha cv. Marandú como planta de cobertura, bem como a

resposta do feijoeiro à adubação fosfatada nestes dois sistemas. O experimento

foi conduzido em Latossolo vermelho distroférrico na Universidade Federal de

Goiás, Regional Jataí – GO, onde o delineamento utilizado foi o de em blocos ao

acaso (DBC), em arranjo de parcelas subdivididas, sendo que as parcelas foram

compostas por doses de P2O5 (0; 50; 100; 200 e 400 kg ha-1), e as subparcelas

foram compostas pela presença e ausência de braquiária como planta de

cobertura anterior ao cultivo do feijoeiro. Para distribuição do adubo foi utilizado

sulcador contendo 4 hastes de tração tratorizada, onde os sulcos foram feitos

aproximadamente 7 cm do solo e o adubo colocado manualmente. A semeadura

do feijoeiro ocorreu após adubação fosfatada, utilizando-se uma semeadora

pneumática com 7 linhas individuais espaçadas de 0,50 m, colocando-se 10

sementes por metro. Foram realizadas coletas de amostras de solo em 3 épocas,

sendo elas: 1) 15 dias após a semeadura do feijoeiro (15DAS); 2) 30 dias após

a semeadura do feijoeiro (30DAS) e 3) pós-colheita do feijoeiro (PC). Nas

amostras coletadas, efetuou-se o fracionamento de fósforo no solo pela técnica

de Hedley. Nas plantas de feijoeiro foram avaliados altura de plantas, número de

vagens por planta, teor de fósforo na folha, massa seca de plantas, massa de

100 grãos e produtividade. Os tratamentos, doses de P2O5 e presença de

Brachiaria brizantha cv. Marandú como planta de cobertura, proporcionam

alterações nos teores de P-lábil do solo aos 15 e 30DAS do feijoeiro, e P-plábil

do solo aos 15 DAS do feijoeiro. A presença da Brachiaria brizantha cv. Marandú

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como planta de cobertura aumentou o teor de P na folha do feijoeiro, refletindo

em aumento de produtividade.

Palavras-chave: Cobertura vegetal, Phaseolus vulgaris, Reciclagem de fósforo

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PHOSPHATE FERTILIZER ON BEANS GROWN WITH A Brachiaria

brizantha cv. MARANDU COVER CROP

Summary: The application of phosphate fertilizer is indispensable for

achieving sustainable bean production, with P the necessary nutrient virtually

throughout your cycle. Thus, cultural management alternatives are being used in

the best use of this nutrient, among them the use of brachiaria as plant coverage.

The objective of this research was to evaluate the dynamics of phosphorus in the

soil with and without the presence of Brachiaria brizantha cv. Marandú as cover

crop and common bean response to fertilization. We used the design in a

randomized block design with a split plot arrangement, and the plots had P2O5

doses (0, 50, 100, 200 and 400 kg ha-1), and subplots were composed by the

presence and absence of brachiaria as previous cover crop cultivation of beans.

For distribution of fertilizer was used trencher containing 4 by tractor pull rods,

where the grooves were made about 7 cm. The bean sowing occurred after

phosphorus fertilization, using a pneumatic drill with 7 individual lines spaced 0.50

m, putting up 10 seeds per meter. Soil samples were collected in three seasons,

namely: 1) fifteen days after sowing bean; 2) thirty daysof soil and compost

manually placed. after the sowing of bean and 3) post-harvest bean. In the

samples, we performed the phosphorus fractions in soil by Hedley technique. In

bean plants were evaluated plant height, number of pods per plant, phosphorus

content in the leaf, dry mass of plants, weight of 100 grains and productivity.

Treatments of P2O5 and presence Brachiaria brizantha cv. Marandú as cover

crop, provide changes in the levels of P-labile soil at 15 and 30DAS bean, and P-

plábil soil at 15 DAS bean. The presence of Brachiaria brizantha cv. Marandú as

cover crop increased the phosphorus content of the bean leaf, resulting in

increased productivity.

Keywords: Cover crop, Phaseolus vulgaris, phosphorus recycling

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1. INTRODUÇÃO

O feijão é uma das mais importantes fontes proteicas na dieta humana.

Segundo levantamento da Conab (2014), na safra 2013/2014, o país produziu

3,44 milhões de toneladas em 3,33 milhões de hectares, com produtividade

média de 1033 kg ha-1.

A região Centro-oeste possui cerca de 22,055 mil hectares, cultivados

com esta cultura, totalizando 81,636 mil toneladas de grãos de feijão, sendo o

estado de Goiás responsável por 18,333 mil toneladas deste total (Conab, 2014).

O avanço que vem ocorrendo ano após ano em relação ao aumento da

produtividade nos sistemas agrícolas, só foi possível graças ao desenvolvimento

de alternativas sustentáveis de manejo do solo, com destaque para o sistema

plantio direto.

A área total cultivada com plantio direto no Brasil é de aproximadamente

18 milhões de hectares, sendo 28% (5 milhões de hectares) localizados no

Cerrado. Os benefícios proporcionados por este sistema conservacionista

deve-se a alguns parâmetros como, manutenção de resíduos vegetais sobre o

solo, presença de diferentes espécies de plantas com sistemas radiculares

distintos, além do acúmulo de matéria orgânica (Carvalho, 2010). Esse sistema

tem proporcionado, alterações e melhorias nos atributos químicos e físicos do

solo, resultando em aumento de produtividade.

O conhecimento da dinâmica e disponibilidade de nutrientes, com

destaque para o fósforo (P), é de fundamental importância para o adequado

manejo da adubação. O fósforo é o elemento que mais limita a produção vegetal

no Brasil, sendo o cultivo dos solos na região do Cerrado possível principalmente

devido à correção da acidez e o manejo da adubação fosfatada (Sousa & Lobato,

2003). Segundo Coelho & Verlengia (1973), a explicação para esse fato

relaciona-se com a baixa disponibilidade de fósforo nos solos do Brasil,

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associada à rapidez com que é formado compostos de baixa solubilidade, por

meio da adsorção e fixação de nutriente nas cargas positivas dos minerais de

argila.

Para a cultura do feijoeiro, o P tem sido indicado como o nutriente mais

limitante para o seu crescimento e desenvolvimento, seguido de N e K (Fageria

et al., 1996). Fageria & Santos (1998) relatam que o acúmulo de fósforo aumenta

linearmente com a idade da planta, obtendo-se valor máximo no estádio de

maturação fisiológica.

Resultados de pesquisas tem demonstrado que o uso de plantas

forrageiras, como capim braquiária, milheto, entre outros, proporcionam

reciclagem de nutrientes com destaque para o fósforo, pois de acordo com

Merlin et al. (2013), estas plantas são capazes de absorver formas de P não-

lábeis e/ou não detectadas pelos métodos tradicionais de análise de solo.

Considerando a hipótese de que a Brachiaria brizantha cv. Marandú

conduzida como planta de cobertura, interfere na absorção e disponibilização de

P do solo, objetivou-se com esta pesquisa avaliar a dinâmica do fósforo no solo

com e sem a presença de Brachiaria brizantha cv. Marandú como planta de

cobertura, bem como a resposta do feijoeiro à adubação fosfatada nestes dois

sistemas.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Cultura do feijão

O feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris L.) é uma das principais culturas

produzidas no Brasil e no mundo. Sua importância extrapola o aspecto

econômico, por sua relevância enquanto fator de segurança alimentar e

nutricional e sua importância cultural na culinária de diversos países e culturas

(Barbosa & Gonzaga, 2012).

Em 2007, o maior consumo desse produto ocorria nas Américas (40,8%),

seguindo pela Ásia (37,8%), a África (17,8%), a Europa (3,3%) e a Oceania

(0,1%) (Barbosa & Gonzaga, 2012).

A primeira safra nacional produziu 1,252 milhões de toneladas em 1,163

milhões de hectares (858 kg ha-1), a segunda safra produziu 1,309 milhões de

toneladas em 1,491 milhões de hectares (878kg ha-1) e a terceira safra produziu

0,882 milhões de toneladas em 0,678 milhões de hectares (1300 kg ha-1). A

região centro-oeste possui cerca de 22,055 mil hectares, cultivados com esta

cultura, totalizando 81,636 mil toneladas de grãos de feijão, sendo o estado de

Goiás responsável por 18,333 mil toneladas deste total (Conab, 2014).

Dependendo da região, a semeadura do feijão pode ser feita em até três

épocas. A primeira, também conhecida como safra das águas ou simplesmente

safra, é feita entre agosto e dezembro e concentra-se mais nos estados da região

sul; a segunda safra, ou da seca ou ainda chamada de safrinha, abrange todos

os estados brasileiros e seu plantio ocorre entre janeiro e abril; a terceira safra,

ou de inverno, concentra-se na região tropical brasileira e é feita de maio a julho

ou agosto dependendo da região (Zabot, 2007).

Dentre os elementos climáticos que mais influenciam na produção de

feijão salientam-se a temperatura, a precipitação pluvial e a radiação solar. Em

relação ao fotoperíodo, a planta de feijão pode ser considerada fotoneutra. A

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temperatura é o elemento climático que mais exerce influência sobre a

porcentagem de pegamento de vagens e, de maneira geral, faz referência sobre

o efeito prejudicial das altas temperaturas sobre o florescimento e a frutificação

do feijoeiro. Temperaturas baixas reduzem os rendimentos de feijão, por

provocar abortamento de flores, que por sua vez pode, também, resultar em

falhas nos órgãos reprodutores masculino e feminino. Alta temperatura

acompanhada de baixa umidade relativa do ar e ventos fortes têm maior

influência no pegamento e retenção de vagens (Silva & Steinmetz, 2003).

O ciclo do feijoeiro pode variar de 70 a 100 dias dependendo da cultivar,

e das condições climáticas. Seu estádio fenológico vai desde o V0 (germinação)

até o R9 (maturação fisiológica) (Quintela 2001).

O feijoeiro é uma planta extremamente sensível à competição mediante

as plantas daninhas, as quais afetam não só a produção, mas também a

qualidade do produto final. Kozlowski et al. (2002), observaram que o período

crítico de prevenção da interferência de plantas daninhas ocorre principalmente

entre o estádios fenológicos V4 e R6, podendo reduzir em até 71% os

rendimentos de grãos.

O feijoeiro é considerado uma planta muito exigente em termos de

nutrientes, em função do seu ciclo curto, sistema radicular pequeno, pouco

profundo, tornando-se necessário que o nutriente seja colocado à disposição da

cultura em local e época adequados.

Embora encontrem-se disparidade na literatura com relação às

quantidades de nutrientes absorvidas pelo feijoeiro, normalmente, as

quantidades médias de nutrientes exportadas por 1000kg de grãos são: 35,5 kg

de N, 4,0 kg de P, 15,3 kg de K, 3,1 kg de Ca, 2,6 kg de Mg e 5,4 kg de S

(Rosolem & Marubayashi, 1994).

O P tem participação em vários processos fisiológicos e bioquímicos nas

plantas, porém, sua influência na cultura do feijoeiro está no aumento da

produção de matéria seca da parte aérea, no aumento do número de vagens e

da massa de grãos, que são os principais determinantes do aumento da

produtividade (Yamada & Abdalla, 2004).

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2.2 O Fósforo no solo

A principal fonte de P do solo em sistemas naturais são oriundas dos

minerais primários. Uma vez quebrado a sua estrutura cristalina, os constituintes

desses minerais primários são liberados para a solução do solo. Após o

rompimento, ocorre em primeiro instante o processo conhecido como

intemperismo físico, posteriormente o químico e biológico, que dependem dos

fatores de formação durante a pedogênese. O fósforo é então liberado para a

solução do solo, onde, parte é absorvida por microrganismos e plantas, e parte

é readsorvida aos colóides (Gatiboni, 2003).

Neste estágio de formação do solo, ocorre maior biodisponibilidade de

fósforo, já que os colóides inorgânicos são pouco intemperizados e a quantidade

de sítios adsorventes é pequena; por isso, ele é retido com baixa energia,

facilitando seu retorno à solução do solo. Em contrapartida, devido a utilização

de fósforo pelos organismos vivos na sua reprodução e desenvolvimento, e

também, na decomposição de resíduos vegetais, outra forma de fósforo é

acumulada nos solos, o fósforo orgânico (Po) (Gatiboni, 2003).

Com o avanço do intemperismo, os minerais fosfatados aumentam os

sítios de adsorção, mudando seu caráter quanto a disponibilidade de fósforo no

solo, antes fonte do nutriente posteriormente dreno, devido a formação de

complexos mais estáveis com alta energia de ligação, denominadas de ligações

covalentes (Novais & Smyth, 1999).

De acordo com Coelho & Verlengia (1973) a aplicação de fósforo em solos

brasileiros demanda muitos recursos para atingir um grau elevado de eficiência,

principalmente em solos de Cerrado, devido à baixa disponibilidade deste

nutriente e, também, a forte tendência do fósforo em formar compostos de baixa

solubilidade, sendo necessário uma fosfatagem corretiva para então suprir a

chamada “fome do solo”.

Segundo Rolim Neto et al. (2004), o fósforo possui três principais

problemas em relação à fertilidade do solo: o primeiro problema diz respeito ao

seu baixo teor nos solos, quando comparados com nitrogênio e potássio, não

mais do que 1/4 a 1/10 e 1/20, respectivamente; o segundo é em relação a sua

baixa solubilidade, tornando-o pouco disponível para as plantas e o terceiro diz

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respeito a formação de formas não-lábeis, tanto por precipitação quanto por

adsorção.

Em contato com o solo, o P oriundo dos fertilizantes, tendem a sofrer

solubilização. Uma vez liberado na solução do solo, precipita-se com alumínio

(Al), ferro (Fe) ou cálcio (Ca) ou ainda pode ser adsorvido à superfície de

partículas de argila e dos óxidos de Fe e Al (Resende & Neto, 2007). Em estudo

sobre a influência da granulometria e da mineralogia, sobre a retenção de fósforo

em Latossolos sob pastagens de diferentes graus de fertilidade química, em

duas regiões do bioma Cerrado, Eberhardt et al. (2008) concluíram ser os óxidos

de Fe e Al os componentes que exerceram maior influência sobre o P

remanescente.

A adsorção do P no solo ocorre em duas etapas bem distintas, sendo a

primeira bem rápida, ocorrendo em minutos ou horas; e uma segunda, que é

bem mais lenta, sendo esta etapa, responsável por uma grande energia de

ligação do P com o solo, deixando-o na forma não disponível (não-lábil) (Novais

& Smyth, 1999).

De acordo com Gonçalves et al. (1985) citado por Novais & Smith (1999)

ao aplicar uma fonte solúvel de P no solo, cerca de 75% da quantidade

adicionada pode ser adsorvida em menos de meia hora para solos com maior

capacidade máxima de adsorção de fósforo (CMAP) e menos de 12 horas para

solos mais arenosos, que apresentam menor CMAP.

Esta é uma particularidade do fósforo sendo o único nutriente que

“envelhece” no solo, cujas ligações tendem à especificidade, formando

compostos binucleados, ou ainda, a penetração do fosfato nas imperfeições do

mineral cristalizado, resultando assim em maior estabilidade e menor

capacidade de dessorção (Coelho & Verlengia, 1973; Santos et al., 2008). Sendo

assim, em solos desenvolvidos, a mineralização do Po passa a ser a principal

fonte de tamponamento do fósforo, já que os colóides inorgânicos atuam

principalmente como dreno e competem com as plantas pelo fósforo (Smeck,

1973; Sharpley et al., 1987).

O acúmulo de formas orgânicas de P nos solos, principalmente nos mais

ácidos e argilosos, com maior fator capacidade de fósforo (FCP), pode ser de

grande importância para a agricultura, principalmente para a agricultura de baixa

utilização de insumos. Esse acúmulo de modo geral, faz com que conteúdos de

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10

Po nos solos mais intemperizados varie em torno de 50%, sendo maior nos solos

mais argilosos, com maior teor de carbono orgânico (C-orgânico), menor pH e

sob temperaturas mais amenas (Turner et al., 2003).

Trabalhando com solos do Rio Grande do Sul, Rheinheimer et al. (2000)

observaram percentuais de 14,2 % do fósforo orgânico total (Pot) na forma de P

microbiano na camada de 0-2,5 cm, em solo argiloso, independente do sistema

de cultivo convencional ou direto. Para solos de textura média foram encontrados

9,2 e 16,5%, para os sistemas de cultivo convencional e sistema de plantio direto

e, em solo de textura arenosa os teores encontrados foram 15 e 23,3%

respectivamente.

Para Santos et al. (2008), a grande variedade desses compostos

orgânicos, faz com que mais da metade das formas de fósforo orgânico ainda

não tenham sido identificadas.

Para uma melhor compreensão sobre Po do solo, temos que ter

conhecimento no que diz respeito as enzimas fosfatases. Fosfatase é um termo

genérico atribuído a um conjunto de enzimas extracelulares de microorganismos

e/ou plantas que promovem a desvinculação do fósforo de compostos orgânicos

(Gatiboni, 2003). As fosfatases podem ser produzidas por raízes de plantas e

excretada para a rizosfera, onde pode estar presente e livre no solo ou associada

a parede celular das raízes, ou pode ser produzidas por diversos organismos

(Coelho & Verlengia, 1973).

Para Novais & Smyth (1999), ocorre uma maior contribuição das formas

orgânicas quando não se faz adubação fosfatada, este fato deve-se a atividade

das enzimas fosfatases, que são inversamente relacionadas com a

disponibilidade de fósforo inorgânico (Pi) do solo. Assim, quando se aplica

maiores quantidades de adubo fosfatado, as fosfatases produzidas por plantas

e micro-organismos, não catalisam a reação de hidrólise de Po para Pi (Kurihara

& Hernani, 2011).

Portanto, nota-se que o solo é compreendido entre dois grandes grupos,

o fósforo inorgânico e o fósforo orgânico, dependendo da natureza de ligação.

Dentro desses dois grupos, as diferentes formas de fósforo são de difícil

identificação, e não contabilizadas em análises de rotina, devido as diversas

reações que o elemento pode sofrer e seus compostos resultantes.

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11

Considerando a importância tanto da parte orgânica quanto inorgânica de

fósforo no solo, a metodologia descrita em Hedley et al. (1982) vem sendo muito

utilizada em pesquisas, pois consegue distinguir ambas as partes desde as

formas mais estáveis até as formas mais recalcitrantes, melhorando assim o

entendimento e compreensão da disponibilidade desse nutriente em relação ao

manejo e uso de fertilizantes.

2.3 Dinâmica do fósforo em sistema plantio direto (SPD)

O sistema plantio direto tem alguns princípios como o não revolvimento

do solo, a adição constante e manutenção de palhada através da qualidade e

quantidade da matéria seca produzida por resíduos culturais, e o cultivo

rotacionado. São muitos os benefícios químicos que este sistema pode trazer ao

solo (Rheinheimer et al., 1998).

O aumento de áreas com o sistema plantio direto tem sido bastante

expressivo nos últimos anos, porém os produtores não tem adotado as

recomendações técnicas corretas para a sua implantação, como por exemplo, a

correção da acidez e da deficiência de fósforo. O manejo desses parâmetros, em

sua totalidade, tem sido feito em superfície ou no sulco de plantio sem o

revolvimento do solo, ocorrendo assim uma camada fértil muito superficial

(Santos et al., 2008).

Estudando solo agrícola cultivado por 10 anos em sistema plantio direto

com calagem e adubações fosfatadas periódicas e solo adjacente sob vegetação

de cerrado nativo e doses de fósforo, Carneiro et al. (2011) relatam que a

adubação fosfatada aumentou as formas inorgânicas de P no solo, as quais

foram maiores nos solos com histórico de cultivo e adubação. Esses autores

também concluíram que a adubação fosfatada também aumentou as formas

orgânicas, as quais foram maiores nos solos adjacentes sem histórico de cultivo

e adubação, nas maiores doses de P.

Gatiboni et al. (2008), realizaram experimento em casa de vegetação,

onde avaliaram o conteúdo de fósforo na biomassa microbiana e atividade das

fosfatases ácidas durante a diminuição dos teores de fósforo disponível no solo,

nos quais realizaram 15 cultivos sucessivos com prévia adição de fosfatos

solúveis durante seis anos consecutivos em sistema de plantio direto. Os autores

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observaram que, conforme diminui a disponibilidade de fósforo no solo, diminui

também a quantidade armazenada na biomassa microbiana, em contrapartida,

houve um aumento na atividade de fosfatases ácidas.

O SPD altera a dinâmica de nutrientes, com destaque para o fósforo, pois

provoca aumento na concentração deste elemento na camada superficial,

inclusive na matéria orgânica, interferindo também nos processos de adsorção,

amenizados pela ausência de mobilização do solo e pela produção de ânions

orgânicos que competem pelos sítios de retenção (Rheinheimer, 2000). Afif &

Torrent (1995) citado por Eberhardt et al. (2008) verificaram correlação negativa

entre sorção de P e o teor de C orgânico, podendo esta, estar relacionada com

a ação bloqueadora da matéria orgânica sobre sítios de adsorção.

2.4 Fósforo inorgânico (Pi) e fósforo orgânico (Po)

Segundo Novais & Smyth (1999), o solo pode atuar como fonte ou dreno

de fósforo, a partir de suas formas orgânicas e inorgânicas para a solução do

solo, dependendo das condições ambientais, características mineralógicas,

formas de fertilização e o manejo do solo.

Araújo & Salcedo (1997) estudando solos com diferentes propriedades

físicas e químicas, cultivados com cana-de-açúcar, observaram que houve

correlação estreita de fósforo inorgânico extraído com hidróxido de sódio (Pi-hid)

e de argila, mostrando que as propriedades do solo foram determinantes na

distribuição de P entre as frações.

Santos et al. (2011) estudando a resposta do feijoeiro à adubação

fosfatada e solos com diferentes históricos de uso, concluíram que a

disponibilidade de P no solo foi mais dependente das características físicas,

químicas e mineralógicas do que do histórico de uso do solo.

Em solos altamente intemperizados, 80% do fósforo inorgânico residual

(Pi-res) foi tamponado pelo fósforo orgânico extraído com bicarbonato (Po-bic),

enquanto que em solos pouco intenperizados, 86% do Pi-res foi tamponado

pelas frações Pi-bic e Pi-hid, mostrando a importância da fração orgânica

(Tiessen et al., 1984).

Gatiboni et al. (2007) avaliando a biodisponibilidade das formas de P

acumuladas em um solo cultivado sob sistema de plantio direto durante 6 anos

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com diferentes quantidade de P adicionados, verificou que, a longo prazo, todas

as formas de P do solo atuam na sustentação do fósforo absorvido pelas plantas,

porém as formas consideradas recalcitrantes de maneira menos acentuada e

insuficiente para as plantas.

Segundo Rhaghothama (1999) citado por Gatiboni (2003), devido aos

baixos teores de fósforo disponível em solos intemperizados, os microrganismos

e plantas apresentam diversos mecanismos para tentar aumentar a eficiência de

absorção e uso do fósforo. Estas estratégias podem ser de caráter morfológico,

com o aumento da relação raiz/parte aérea, mudanças na morfologia das raízes

com o aumento de pelos radiculares e a associação com fungos micorrízicos,

quanto bioquímicos ou fisiológicos, como a redução do efluxo de fósforo,

mobilização do Pi vacuolar, secreção de ácidos orgânicos, aumento da produção

de fosfatases e RNases e ativação de genes para mudanças nos carregadores

de fósforo.

Ainda autores como Conte et al. (2000) e Rheinheimer et al. (2000)

relatam a importância das frações menos lábeis, principalmente do Pi-hid,

mostrando-se o principal tamponante do fator quantidade (Q), atuando como

fonte ou dreno do fósforo disponível, acumulando fósforo quando é aplicado e

tamponando-o na ausência ou supressão da adubação fosfatada. Como

relatado, a dinâmica do fósforo pode controlar o caráter fonte/dreno das frações

orgânicas e inorgânicas, dependendo do manejo e do uso de fertilizantes.

Quando o solo não é fertilizado e há adições de resíduos vegetais, a

fração orgânica tampona o fósforo da solução do solo. Por outro lado, quando

há fertilizações ocorre o acúmulo de fósforo nas formas inorgânicas, que

tamponam a solução. Quando da adição de fertilizantes fosfatados, ocorre a

redistribuição do fósforo em todas as frações do solo, porém o acúmulo é mais

pronunciado nas frações inorgânicas lábeis (Gatiboni, 2003).

2.5 Reciclagem de nutrientes e produção de palhada pela Brachiaria spp.

Segundo Alcântara (1986) o Capim-Marandú é um ecótipo de Brachiaria

brizantha que foi cultivada por vários anos em Ibirarema, Estado de São Paulo,

de onde foi distribuída a diversas regiões. Em 1977 esta gramínea foi fornecida

a Embrapa, tendo sido incluída em ensaios de avaliação de forrageiras. Em

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1984, o CNPGC e o CPAC, atual Embrapa Gado de Corte e Embrapa Cerrados,

lançaram este ecótipo como alternativa forrageira para cerrados de média e boa

fertilidade. O Capim-Marandú é atualmente a forrageira perene tropical com

maior volume de sementes comercializadas anualmente em todo o país, sendo

conhecida também pelo nome de Brizantão.

Conforme a descrição de Ghisi (1987), as características morfológicas do

Capim-Marandú são: Planta cespitosa, muito robusta, de 1,5 a 2,0 m de altura,

com colmos iniciais prostrados, mas produzindo afilhos predominantemente

eretos. Rizomas muito curtos e encurvados. Colmos floríferos eretos,

frequentemente com afilhamento nos nós superiores, que leva a proliferação de

inflorescências, especialmente sob regime de corte ou pastejo. Bainhas pilosas

e com cílios nas margens, geralmente mais longas que os entrenós, escondendo

os nós, o que confere a impressão de haver densa pilosidade nos colmos

vegetativos. Lâminas foliares lineares lanceoladas, esparsamente pilosas na

face abaxial e glabra na face adaxial. Inflorescência de até 40 cm de

comprimento, geralmente com 4 a 6 racemos, bastante eqüidistantes ao longo

do eixo, medindo de 7 a 10 cm de comprimento, mas podendo alcançar 20 cm

nas plantas muito vigorosas. Espiguetas unisseriadas ao longo da raque,

oblongas a elíptico-oblongas, com 5 a 5,5 mm de comprimento por 2 a 2,5 mm

de largura, esparsamente pilosas no ápice.

As braquiárias pelo seu perfil vegetativo, elevada produção de biomassa,

sistema radicular bem desenvolvido pode ser importante componente em

sistemas de produção. Nesse sentido, Fiorin (1999), comenta que a reciclagem

de nutrientes pode ser otimizada em função do cultivo de espécies vegetais

conhecidas como plantas de cobertura. A absorção de nutrientes pelas plantas

forrageiras causa interferência na ciclagem de nutrientes no sistema.

Por um período variável de tempo, parte dos nutrientes que estavam

disponíveis no solo permanecerá retida na forrageira, sendo daí transferidos

para os animais ou retornados ao solo via resíduos (Miranda, 2002).

O uso de espécies perenes como as Brachiaria brizantha e B. ruziziensis

que apresentam grande tolerância ao déficit hídrico tem sido indicadas para o

estabelecimento em safrinha, apesar de que estudos mostram um lento

crescimento inicial em relação as outras culturas, que somente após as chuvas

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em meados de setembro/outubro conseguem significativo acúmulo de matéria

seca e nutrientes (Pacheco et al., 2013).

A permanência de maior volume de palha das gramíneas está

condicionada a taxa de decomposição do material no campo, sendo que, na

época do florescimento a relação C/N e o teor de lignina apresentam-se maiores,

o que pode resultar em lenta mineralização ou disponibilidade de nutrientes da

palhada, com possibilidade de produzir efeitos benéficos a longo prazo

(Monegat, 1991).

Segundo Lal (1991) citado por Vilella et al. (2001), as gramíneas

forrageiras tropicais são eficientes em aproveitar os resíduos de fertilizantes

deixados pelos cultivos anuais. Incorporam também N, P e S na matéria orgânica

ativa do solo e aumentam a atividade biológica, especialmente no subsolo, em

razão da penetração profunda das raízes.

Trabalhando com diferentes plantas de cobertura de solo solteiras e

consorciadas, Pacheco et al. (2011) observaram que as espécies de Brachiaria

ruziziensis e Brachiaria ruziziensis + Cajanus cajan destacaram-se na produção

de matéria seca, taxa de cobertura do solo e acúmulo de nutrientes no final do

período de entressafra. Estudando diferentes plantas como cobertura de solo

Menezes & Leandro (2004) avaliaram a produção de fitomassa e o teor de

nutrientes nesta fitomassa, e concluíram que, a Brachiaria ruziziensis obteve

uma produção superior à 12 t ha-1 de massa seca, sendo a sua relação C/N

40,76, e foi a espécie que mais removeu fósforo do solo, em torno de 0,23 dag

kg-1.

De acordo com Foloni et al. (2008) a Brachiaria brizantha proporcionou

acumulo expressivo de P na sua fitomassa, em todas as doses de fosfato natural

fosforita alvorada em condições controladas.

Avaliando espécies forrageiras para formação de palhada para adoção do

sistema de plantio direto Timossi et al. (2007) concluiram que a Brachiaria

brizantha e Brachiaria decumbens foram eficientes na formação de palhada (11

t ha-1) e densa cobertura de solo, o que segundo os autores auxiliam na

supressão das plantas daninhas, sendo promissoras para o sistema plantio

direto.

Avaliando a produção de palhada e o efeito de diferentes plantas de

cobertura sobre as características do feijoeiro, Nunes et al. (2006) verificaram

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maiores pesos de 100 sementes e de produtividade nas parcelas com gramíneas

Panicum maximum cv. Mombaça, Brachiaria brizantha, Brachiaria decumbens e

Panicum maximum cv. Tanzânia, viabilizando assim o sistema plantio direto,

produzindo quantidade necessária de matéria seca.

Dessa forma, deve-se ressaltar a importância das braquiárias como

cobertura de solo para o sistema de plantio direto devido à sua proteção

fornecida ao solo, uso eficiente de nutrientes e consequentemente aumento da

produção de matéria orgânica do solo, refletindo em aumento de produtividade

pela cultura subsequente.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização do experimento

O experimento foi conduzido no município de Jataí, GO, no período de

outubro de 2013 a fevereiro de 2014, na área experimental da Universidade

Federal de Goiás, Regional Jataí, cujas coordenadas geográficas são 17º53´ S

e 52º43´ W e 680 m de altitude.

3.2 Descrição do clima

O clima de Jataí-GO, segundo a classificação de Köppen é do tipo Aw,

com dois períodos bem definidos, o chuvoso, que vai de novembro até março,

com maior índice pluviométrico nos meses de dezembro e janeiro, e o da seca,

que se estende de abril a outubro. A Figura 1 contém os dados climatológicos

relativos ao período experimental de novembro de 2013 a janeiro de 2014,

período o qual se deu o desenvolvimento da cultura do feijão, coletados na

estação meteorológica da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, GO.

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Figura 1. Precipitação pluvial (mm), colunas azuis, temperaturas (ºC)

máximas, linha vermelha e mínima, linha verde, durante a condução do experimento, UFG – Regional Jataí, safra 2013/14.

3.3 Solo

O solo da área é classificado como Latossolo Vermelho distroférrico de

textura argilosa (Embrapa, 2013). A área vinha sendo cultivada com soja nas

safras de 2010/2011 e 2011/2012 e na safra 2012/2013 foi estabelecido o cultivo

de Brachiaria brizantha cv. Marandú para estabelecimento das subparcelas em

parte da área experimental. As caracterizações químicas e textura do solo, de

acordo com as metodologias descritas em Embrapa (2009), encontram-se na

Tabela 1 e 2.

Tabela 1. Caracterização química da área experimental na camada de 0-20 cm antes da instalação do experimento

pH (H2O)

cmolc dm-3 mg dm-3 g kg-1 cmolc dm-3 V% H+Al Al Ca Mg K P* MO SB CTC

5,3 5,99 0,07 1,17 0,70 61 2,2 27 2,0 8,0 25 *Mehlich-1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

01/1

1/…

08/1

1/…

15/1

1/…

22/1

1/…

29/1

1/…

06/1

2/…

13/1

2/…

20/1

2/…

27/1

2/…

03/0

1/…

10/0

1/…

17/0

1/…

24/0

1/…

31/0

1/…

Dias

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19

Tabela 2. Granulometria do solo da área experimental na camada de 0-20 cm antes da instalação do experimento

%

Areia grossa Areia fina Silte Argila

8,10 16,97 30,14 44,80

3.4 Tratamentos e delineamento experimental

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualisados

(DBC) em arranjo de parcelas subdivididas com quatro repetições. Foram

avaliados cinco doses de fósforo (0, 50, 150, 200 e 400 kg ha-1 de P2O5) nas

parcelas (5 X 7m) e duas formas de manejo cultural (pousio e cultivo de

Brachiaria brizantha cv. Marandú como planta de cobertura) nas subparcelas (5

X 100m).

Foram utilizadas a cultivar de feijoeiro BRS Pérola e Brachiaria brizantha

cv. Marandú, esta última com valor cultural de 68%.

3.5 Aplicação de fósforo na área para caracterização dos tratamentos

Para aplicação das doses de P2O5 foi utilizado um sulcador contendo 4 hastes

de tração tratorizada, onde foram feitos os sulcos de aproximadamente 7 cm de

profundidade. O adubo, superfosfato triplo com 47% de P2O5, foi distribuído

manualmente no fundo do sulco. Em conjunto com a adubação fosfatada foram

fornecidos 20 kg ha-1 de N e 20 kg ha-1 de K2O, utilizando como fontes ureia e

cloreto de potássio, respectivamente segundo (Sousa & Lobato, 2004).

3.6 Instalação e condução do experimento

3.6.1 Semeadura da Brachiaria brizantha cv. Marandú no ano agrícola de 2012/13 e aplicação de calcário

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A semeadura da Brachiaria brizantha cv. Marandú foi realizada no dia

05/04/2013, utilizando-se semeadora pneumática de tração tratorizada, com

cinco linhas, em espaçamento de 0,50 m, com profundidade de 3 a 4 cm. Foram

utilizados 10 kg ha-1 de Brachiaria brizantha cv. Marandú com valor

cultural de 68%. A forrageira foi conduzida sem a realização de cortes até o

plantio de feijão, onde foi dessecada com 3 L ha-1 de Glyfosate com i.a 750g. No

dia 05/08/2013 foi realizada aplicação de calcário dolomítico com PRNT igual

66% em superfície, em toda área experimental, procurando atingir saturação por

bases igual a 60%.

3.6.2 Semeadura do feijoeiro no ano agrícola de 2013/2014

A semeadura do feijoeiro foi realizada no dia 22/11/2013 sem

revolvimento do solo, tanto na área com braquiária (C) quanto na área sem

braquiária (S), utilizando-se semeadora pneumática de tração tratorizada, com 7

linhas individuais espaçadas de 0,50 m, colocando-se 10 sementes por metro.

As Figuras 2A e B mostram as plantas de feijoeiro no estádio V3 de

desenvolvimento.

Figura 2. Plantas de feijoeiro no estádio V3 na área com a presença de braquiária (A) e sem a presença de braquiária (B) como planta de cobertura.

A B

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21

3.7 Adubações de cobertura

Toda a área experimental recebeu em cobertura 30 e 40 kg ha-1 de K2O

e N, respectivamente, na forma de cloreto de potássio e ureia de liberação lenta

(Poliblen) (Figura 3). Essa adubação foi realizada a lanço manualmente quando

as plantas se apresentavam no estádio V4.

Figura 3. Saquinhos utilizados em cada

subparcela, contendo N via ureia e K2O via cloreto de potássio.

3.8 Análise química do solo

Foram coletadas amostras para o fracionamento de fósforo em três

épocas de amostragens, no decorrer do desenvolvimento do feijão,

na camada de 0-10 cm de profundidade. A primeira amostragem foi

realizada aos quinze dias após a semeadura do feijão (15 DAS),

a segunda aos trinta dias após semeadura do feijão (30 DAS) e a terceira, após

a colheita do feijão (PC). Foram realizadas 2 amostragens por parcela, onde

cada amostragem foi composta por 6 pontos, sendo 2 pontos na linha de plantio

e 4 nas entrelinhas, utilizando-se um trado do tipo caneca (Figura 4).

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Figura 4. Coleta de solo caracterizando uma amostragem.

As amostras de cada ponto foram colocadas em balde e misturadas,

fazendo assim uma amostra composta por parcela. . As amostras de solo coletas

foram secas ao ar livre , moídas e peneiradas em malha de 2 mm, para posterior

fracionamento de fósforo em laboratório, segundo Hedley et al. (1982), com

modificações feitas por Condron et al. (1985) em parceria com o laboratório de

solos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFDG).

3.9 Fracionamento de fósforo pelo método de Hedley et al (1982) com modificações propostas por Condron et al (1985).

No método proposto por Hedley et al. (1982) são utilizados vários

extratores em uma sequência estabelecida capaz de distinguir desde as formas

mais lábeis até as consideradas não-lábeis, tanto inorgânica quanto orgânica,

em ordem crescente de estabilidade (Figura 5).

Foi efetuada extração de fósforo inorgânicoc com resina de troca

aniônica (Pi-resina), com bicarbonato de sódio (Pi-NaHCO3), hidróxido de sódio

a 0,1 mol L-1 (Pi-NaOH 0,1 mol L-1), hidróxido de sódio a 0,5 mol L-1

(Pi-NaOH 0,5 mol L-1) e ácido clorídrico a 1,0 mol L-1 (Pi- HCl). Foi extraido

também o fósforo residual (P-residual), através do procedimento de digestão

com H2SO4 + H2O2 + MgCl2 saturado (Brookes & Powlson, 1982). O fósforo

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orgânico obteve-se por diferença do inorgânico com o feito por digestão (Tiessen

et al., 1984; Condron et al., 1990).

Para a extração do P-resina, foram confeccionados saquinhos de

polietileno de 400um de malha, nos quais colocou-se 0,6 g de resina de troca

aniônica DOWAX2-X18 saturada com bicarbonato.

Para leitura do fósforo inorgânico dos extratos foi utilizado o

procedimento descrito em (Dick & Tabatabai, 1977). Nos extratos de NaHCO3 e

NaOH foram retiradas alíquotas para quantificação do fósforo total por digestão

ácida em autoclave (Usepa, 1971). O fósforo nos extratos ácidos foi determinado

segundo a metodologia descrita em Murphy & Riley (1962).

Sendo assim, as formas mais lábeis ou disponíveis (P-lábil) incluem a

soma ∑ [Pi-resina + Pi-NaHCO3 + Po-NaHCO3], enquanto que as pouco-lábeis

ou refratárias (P-plábil) incluem a soma ∑ [Pi-NaOH 0,5 + Po-NaOH 0,5 + Pi-

NaOH 0,1 + Po-NaOH 0,1] e as formas não-lábeis (P-nlábil) incluem

∑ [Pi-HCl + Pi-residual].

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Figura 5. Esquema do fracionamento de fósforo proposto por Hedley et al.

(1982) com modificações propostas por Condron et al. (1985).

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25

3.10 Condução do experimento e coleta de dados

O controle de pragas e doenças foram sendo feitos a medida que se

faziam necessários. As subparcelas receberam aplicações de produtos

fitossanitários de ingrediente ativo (Tiametoxam + Lambda-Cialotrina) para o

controle de mosca-branca sempre quando necessário. Foi feito aplicação de

fungicida à base de (Piraclostrobina + Epoxiconazol) para o controle de mosaico-

dourado. Também foi utilizado inseticidas à base de (Profenofós + Lufenuron)

para o controle de pragas, sempre seguindo a dose recomendada pela bula do

produto.

No período de florescimento da cultura do feijoeiro foram coletadas 15

folhas por parcela (3º trifólio completamente aberto) para posteriormente análise

do teor de fósforo na folha de acordo com a metodologia descrita em Embrapa

(2009).

3.10.1 Avaliações feitas no feijoeiro

3.10.1.1 Altura de plantas

A altura de plantas foi avaliada quando as plantas se encontravam em

pleno florescimento com o auxílio de uma régua devidamente graduada.

3.10.1.2 Número de vagens por planta

Para contagem do número de vagens por planta foram retiradas 10

plantas por subparcela para posterior contagem.

3.10.1.3 Massa seca de plantas

Para avaliar a massa seca de plantas foram coletadas 3 plantas por

subparcela e levadas à estufa a uma temperatura de 65º C até que as mesmas

obtivessem massa constante. Após este período as plantas foram pesadas em

balança de 5 Kg.

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26

3.10.1.4 Massa de 100 grãos

Nas mesmas plantas coletadas para o número de vagens por planta,

foram retirados os grãos e determinado a massa de 100 grãos com umidade

corrigida para 13% (RAS, 2009).

3.10.1.5 Produtividade

A produtividade foi estimada através da massa de grãos contida nas

plantas presentes em 2 m da linha central por subparcela e o resultado

extrapolado para kg ha-1, com massa de grãos corrigida para 13% de umidade.

3.11 Estatística

Todos os dados originais foram submetidos à análise de variância a 5 e

1 % de probabilidade pelo teste F, sendo as médias dos tratamentos de formas

de manejo cultural (pousio e cultivo de Brachiaria brizantha cv. Marandú como

planta de cobertura) comparadas pelo teste Tukey a 5 % de probabilidade.

O efeito das doses de fósforo sobre as variáveis analisadas foi avaliado

por meio de análise de regressão, ajustando-se modelos linear ou quadrático,

sendo escolhido aquele com menor significância no parâmetro estatístico, com

limite de até 5 % de probabilidade associado ao maior coeficiente de

determinação (R2).

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27

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 P-lábil, P-pouco lábil e P-não lábil aos 15 dias após semeadura (15 DAS)

De acordo com o resumo da análise de variância, pode-se observar que

houve interação significativa entre doses e palhada apenas para o P-lábil e

P-pouco lábil. Não foi possível ajustar equação de regressão, linear ou

quadrática, para o P- não lábil (Tabela 3).

Tabela 3. Resumo da análise de variância (valores de F) para o fósforo lábil (P-lábil), fósforo pouco lábil (P-plábil) e fósforo não lábil (P-nlábil) aos 15 dias após semeadura do feijoeiro (15DAS) em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa em Jataí -GO, safra 2013/14

Causas de Variação

Variáveis

P-lábil 15DAS P-plábil 15 DAS P-nlábil 15DAS

Bloco 1,3196ns 2,3675ns 1,0751ns

Doses 78,8719-- 4,6459-- 0,5098--

Palhada 22,6729** 3,4807ns 0,0803ns

Palhada*Doses 14,4075** 3,2677** 0,7968ns

Regressão Polinomial (doses)

Reg. Linear 210,7783** 10,0330** 0,1734ns

Reg. Quadrática 81,1043** 5,0314** 0,7570ns -- Os tratamentos (Doses) são quantitativos. O Teste F não se aplica. ** Significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * Significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p <0,05). ns Não significativo (p >= 0,05).

Analisando o desdobramento da interação para o P-lábil, percebe-se

que, tanto para o tratamento sem palha como para o tratamento com palha,

houve ajuste dos dados para regressão linear e quadrática, ou seja, os teores de

P-lábil aumentaram conforme o aumento das doses de P2O5. Observa-se

também que o aumento nos teores de P-lábil foi mais acentuado na área

anteriormente cultivada com capim Marandú, como pode ser observado por meio

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do coeficiente angular do modelo de regressão ajustado (0,30),em relação

áquele obtido no modelo de regressão ajustado para o cultivo de feijoeiro

antecedido por um pousio (0,21) (Tabela 4).

Tabela 4. Teores de fósforo lábil (P-lábil), pouco lábil (P-plábil) e não lábil (P-nlábil) aos 15 dias após semeadura do feijoeiro (15DAS) em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa, doses de fósforo e cobertura vegetal de braquiária em Jataí -GO, safra 2013/14

Fração de P(1)

C(3) Doses de P(2)

Modelos ajustados R2

0 50 100 200 400

---------- mg dm-3 ----------

P-lábil S 45 61 66 87 122 b y = 46,708 + 0,2177x -7E-05**x2 0,99

C 64 69 73 97 333 a y = 71,477 + 0,3042x -0,0024**x2 0,99

P-plábil

S 334 362 381 389 412 b y = 339,58 + 0,3917x -0,0005**x2 0,96

C 362 368 388 400 534 a y = 365,78 + 0,0067x + 0,001**x2 0,99

P-nlábil

S 300 376 327 468 384 ------------------------

C 417 359 437 383 326 ------------------------

Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade ** Significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * Significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p <0,05). (1) P-lábil = [∑P-resina + Pi-NaHCO3 + Po- NaHCO3]; P-plábil = [∑Pi-NaOH 0,1 + Po-NaOH 0,1 + Pi-NaOH 0,5 + Po-NaOH 0,5]; P-nlábil = [∑P-HCl + P-residual] (2) Fonte: superfosfato triplo. Doses em kg ha-1 de P2O5 (3) sem braquiária (S) e com braquiária (C)

Observando os valores presentes na Tabela 4 para o P-lábil, pode-se

notar que os incrementos verificados não são proporcionais ao aumento nas

doses de P aplicadas ao solo. No tratamento sem palha, nas menores doses de

P (50 e 100 kg ha-1 de P2O5), constatou-se um incremento de 35,5% e 46,6%

nos teores de P-lábil, respectivamente, contudo, para as maiores doses de P

(200 e 400 kg ha-1 de P2O5), este incremento foi de 93,3% e 171,11%,

respectivamente. Por outro lado, no tratamento com palha, verificou-se

incrementos menores, de 7,8%; 14,1 e 51,56 % para as doses de

50, 100 e 200 kg ha-1 de P2O5; salienta-se, contudo, que na dose de 400 kg ha-1

de P2O5 os teores de P-lábil foram aumentados em 420,31%, o que representa

um aumento de 236 mg dm-3 ou 294,5 kg ha-1 de P2O5 na camada de 0-10 cm

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em relação ao tratamento que recebeu adubação fosfatada de 200 kg ha-1 de

P2O5.

Desta forma verifica-se , que em condições de cultivo de feijoeiro sobre

palhada de capim Marandú, há aumento na disponibilidade de fósforo do solo

com aplicação da dose de 400 kg ha-1 de P2O5, sendo que este pode ser

aproveitado tanto pela cultura do feijoeiro quanto por culturas subsequêntes. Na

Tabela 4, observa-se, ainda, que a presença de cobertura vegetal no cultivo de

feijoeiro resultou em incrementos significativos nos teores de P-lábil, em relação

ao pousio, porém apenas para a dose de 400 kg ha-1 de P2O5. Estes resultados

concordam com Pavinato et al. (2009), que observaram que o aumento nos

teores de fósforo das frações lábeis, moderadamente lábeis e até as pouco

lábeis, como resultado da aplicação de P, apenas em condições de uso de altas

doses de fertilizantes fosfatados. Salienta-se, contudo, que este efeito não

depende da fonte de P utilizada, conforme Almeida (2014) que observou maiores

teores de fósforo extraído com resina trocadora de ânions (Pi-resina) no cultivo

de braquiária em relação a área em pousio, na camada de 0-5 cm, em todas as

fontes de nutriente avaliadas. No entanto, neste mesmo trabalho, este autor

verificou aumento nos teores de fósforo extraído com bicarbonato de sódio (Pi-

bic), na camada de 0-5 cm, quando houve adubação fosfatada com superfosfato

triplo.

Embora a fração lábil de P do solo seja muito importante no suprimento

para as culturas, ela representou uma fração pequena do P total do solo, sendo

esta participação de 7,54% e 13,18% na dose de 50 e 400 kg ha-1 de P2O5,

respectivamente, no tratamento sem palha e 8,67% e 24,88%, respectivamente,

na presença da cobertura vegetal de capim Marandú.

Conte et al. (2003), trabalhando em sistema de plantio direto por 5 anos

e com adubações acumuladas também verificaram uma contribuição muito

pequena do P-lábil, em torno de 6% do P total. Trabalhando em diferentes

amostras de solos de áreas cultivadas sob plantio direto e de áreas adjacentes

nunca cultivadas, Tokura et al. (2002) concluíram que as formas de fósforo resina

(P-res) e fósforo bicarbonato (Pi-bic) representaram muito pouco do P total,

variando de 0,16% à 4,40% e 0,04% à 1,49%, respectivamente.

. Almeida (2014) também encontrou maiores valores nos teores de P-lábil

até 10 cm de profundidade após cultivo de Brachiaria ruziziensis, em função da

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ciclagem de nutrientes feitas por esta planta de cobertura em Latossolo

Vermelho distroférrico.

Em relação ao P-plábil, os dados se ajustaram a regressão linear e

quadrática, tanto para o tratamento com palha quanto para o tratamento sem

palha (Tabela 3). Diferenças significativas foram encontradas apenas para a

dose de 400 kg ha-1 de P2O5, assim como para o P-lábil, onde o tratamento com

a presença de palha apresentou maiores valores (Tabela 4).

Na fração de P-plábil aos 15 DAS, verificou-se maiores valores de P em

relação a frações P-lábil, o que já era esperado, por se tratar de um Latossolo

Vermelho distroférrico de textura argilosa, pobre em bases trocáveis, baixo pH e

baixo teor de fósforo no solo (Tabela 1). Isso ocorre devido ao fato de que esta

fração está associada aos óxidos de Fe e Al, que nestes solos são compostos

encontrados em maiores quantidades.

De acordo com Fixen & Grove (1990) citado por Gatiboni (2003), a parte

inorgânica extraída pelos ânios OH- presentes no extrator de hidróxido de sódio

à 0,1 mol L-1 (NaOH 0,1) o qual compõe a fração de P-plábil, dissolvem uma

porção do fósforo ligado ao ferro e alumínio que estão nos colóides. Da mesma

forma o fósforo extraído por NaOH 0,5 mol L-1 extraí formas inorgânicas e

orgânicas similares ao NaOH 0,1 mol L-1, entretanto contabilizam as que estão

protegidas fisicamente no interior dos microagregados

(Cross & Schilesinger, 1995).

Resultado semelhante foi encontrado por Conte et al. (2003) trabalhando

em Latossolo Vermelho distroférrico típico argiloso em Santo Ângelo, RS. Em

solos altamente intemperizados, com baixo teor de bases trocáveis, a forma de

fósforo predominante são as ligadas ao ferro e ao alumínio presentes nos solos

(Pavinato et al., 2009).

Analisando os componentes orgânicos e inorgânicos da fração de P-plábil

através de seus diferentes extratores, nota-se que, na fração inorgânica o Pi-

NaOH 0,1 e Pi-NaOH 0,5 mol L-1 se ajustaram aos modelos quadráticos na área

com e sem a presença de palha como planta de cobertura (Tabela 5).

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Valores iguais foram encontrados nas duas frações inorgânicas na dose

de 400 kg ha-1 de P2O5. Nota-se que quando analisados separadamente as

frações de fósforo de acordo com os diferentes extratores, esses não

apresentaram diferença estatística (Tabela 5), uma vez que a diferença entre os

valores são muito pequenas, entretanto quando analisados em conjunto houve

diferença estatística desta fração na dose de 400 kg ha-1 de P2O5 (Tabela 4), daí

a necessidade de se avaliar os extratores separadamente e também em

conjunto.

Tabela 5. Teores de fósforo aos 15 dias após semeadura do feijoeiro (15DAS) extraído por hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 mol L-1 e 0,5 mol L-1 em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa em Jataí -GO, safra 2013/14

Fração C(2) Doses(1)

Modelos ajustados R2 0 50 100 200 400

------ mg dm-3 -----

Pi-NaOH 0,1 mol

L-1

S 116 145 158 150 160 y =124,77+0,2788x -0,0005x2 0,71

C 141 145 158 150 268 y =147,83 -0,1558x +0,0011x2 0,97

Po-NaOH 0,1 mol

L-1

S 60 60 54 66 66 ---------------------- ------

C 60 63 60 66 66 y = 60 + 0,031x + -4E-0,5x2 0,70

Pi-NaOH 0,5 mol

L-1

S 148 150 160 160 160 y =147,63 +0,1082x -0,0002x2 0,84

C 148 150 160 165 166 y =146,75 +0,1354x -0,0002x2 0,95

Po-NaOH 0,5 mol

L-1

S 10 7 9 13 26 y =8,8462 +0,0103x -0,0001x2 0,98

C 13 10 10 19 34 y =11,2 + 0,0039x – 0,0002x2 0,96

(1) Fonte: superfosfato triplo. Doses em kg ha-1 de P2O5 (2) sem braquiária (S) e com braquiária (C)

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Na fração orgânica, o Po-NaOH 0,5 mol L-1 se ajustou ao modelo

quadrático na área com e sem a presença de palha, enquanto o Po-NaOH 0,1

mol L-1 ajustou somente na presença de palha (Tabela 5).

Nota-se que o Po-NaOH 0,1 mol L-1 apresentou valores superiores ao Po-

NaOH 0,5 mol L-1, variando de 66,0% à 85,71% do fósforo orgânico total (Po-

total) no tratamento com a presença de palha, e 71,73% à 95,23% no tratamento

sem a presença de palha, portanto pode-se dizer que aos 15 DAS, em sistemas

onde o teor de fósforo do solo é considerado baixo (Tabela 1), a fração

predominante de fósforo orgânico (Po) é Po-NaOH 0,1 mol L-1 independente da

cobertura vegetal (Tabela 5).

Almeida (2014) observou maiores valores para o Po-NaOH 0,1 mol L-1 em

relação ao Po-NaOH 0,5 mol L-1, e diferenças significativas na presença da

braquiária para Po-NaOH 0,1 mol L-1 na camada de 0-5 cm e para

Po-NaOH 0,5 mol L-1 na camada de 20-40 cm. De acordo com Novais & Smyth

(1999) o fósforo orgânico pode atuar como fonte ou dreno de P para o solo,

dependendo da fertilização ou manejo de solo utilizado.

4.2 P-lábil, P-pouco lábil e P-não lábil aos 30 dias após semeadura (30 DAS)

Não houve interação entre as doses de fósforo e a palhada para o P-

lábil, P-pouco lábil e P-não lábil aos 30 DAS (Tabela 6). Analisando

separadamente as causas de variação, constatou-se diferença significativa para

a palhada apenas para o P-lábil, onde os dados também foram ajustados ao

modelo de regressão linear e quadrática.

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Tabela 6. Resumo da análise de variância (valores de F) para o fósforo lábil (P-lábil), fósforo pouco lábil (P-plábil) e fósforo não lábil (P-nlábil) aos 30 dias após semeadura do feijoeiro (30DAS) em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa em Jataí -GO, safra 2013/14

Causas de Variação

Variáveis

P-lábil 30DAS P-plábil 30 DAS P-nlábil 30 DAS

Bloco 0,6545ns 1,1065ns 4,0232*

Doses 25,5689-- 6,2408-- 0,0054--

Palhada 14,7203** 3,7466ns 1,1420ns

Palhada*Doses 0,9884ns 0,9204ns 0,8402ns

Regressão Polinomial (doses)

Reg. Linear 46,9633** 14,6187** 0,0001ns

Reg. Quadrática 35,6737** 8,1239* 0,0185ns -- Os tratamentos (Doses) são quantitativos. O Teste F não se aplica. ** Significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * Significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p <0,05). ns Não significativo (p >= 0,05).

Os valores médios de P-lábil, P-plábil e P-nlábil encontram-se na Tabela

7. Pode-se notar que o P-lábil na presença de cobertura vegetal foi superior ao

da área sem cobertura vegetal em torno de 40%, sendo esta diferença

significativa a 5% de probabilidade (Tabela 7).

Tabela 7. Valores médios de fósforo lábil (P-lábil), fósforo pouco lábil (P-plábil) e fósforo não lábil (P-nlábil) aos 30 dias após semeadura do feijoeiro (30DAS) em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa na presença e ausência de cobertura vegetal de braquiária em Jataí -GO, safra 2013/14

Tratamentos P-lábil 30DAS P-plábil 30 DAS P-nlábil 30 DAS

--------------------- mg dm-3 ---------------------

Sem palha 80,4 b 487,3 a 632,8 a

Com palha 128,9 a 530,7 a 656,4 a

D.M.S. 26,9 40,7 47,0

C.V. (%) 38,2 13,9 10,8

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

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Embora não apresentando diferença estatística para o P-plábil e P-nlábil

para o tratamento com e sem palha, é visto que houve um aumento expressivo

em torno de 43,4 mg dm-3 e 23,6 mg dm-3 onde havia a presença da braquiária

como planta de cobertura nas duas frações avaliadas, ou seja, falando em quilos

por hectare isso representa um aumento de 43,4 e 23,6 kg ha-1 de incremento

de fósforo na camada de 0-10cm proporcionado pela presença desta gramínea,

respectivamente.

Incrementos nas diversas formas de P no solo, principalmente nas mais

lábeis proporcionados pela braquiária foram abservados por Merlin (2008).

Nota-se que a braquiária como planta de cobertura proporciona um

aumento do teor de fósforo lábil, ou disponível no solo. Isto pode ser explicado

devido ao desenvolvido sistema radicular desta gramínea, que exploram grandes

volumes de solo, aumentando a absorção de fósforo em diferentes

profundidades, de maneira a proporcionar a reciclagem de nutrientes através da

decomposição de seus resíduos, diminuindo as perdas tanto por adsorção

quanto por precipitação. Diferenças morfológicas como aumento da relação

raiz/parte aérea, aumento de pelos radiculares e associação com fungos

micorrízicos são descritos por Rhaghothama (1999) como estratégias utilizadas

pelas plantas onde baixos teores de fósforo no solo são encontrados,

aumentando assim o processo de difusão deste nutriente (Barley, 1970).

A maior disponibilidade de P em condições de cultivo sobre palha de

braquiária também pode estar relacionada à liberação de ácidos húmicos

durante a mineralização da palha desta gramínea, os quais, segundo Shen et al.

(2011), contém grande número de cargas negativas, grupos carboxila e hidroxila,

que fortemente competem pelos sítios de adsorção do P no solo.

Estudando diferentes plantas como cobertura de solo Menezes & Leandro

(2004) concluíram que a Brachiaria ruziziensis foi a espécie que mais removeu

fósforo do solo, em torno de 0,23 dag kg-1 de massa seca. Silva et al. (1997)

estudando diferentes adubos verdes sob cerrado nativo e solo descoberto,

verificaram que a Brachiaria ruziziensis diminuiu significativamente a capacidade

máxima de adsorção de fósforo (CMAP), sendo apenas menor que o cerrado

nativo. Apesar de alguns trabalhos citarem que a Brachiaria ssp devido aos

maiores teores de lignina e sua alta relação C/N apresentada na época do

florescimento, resulta em uma lenta mineralização ou disponibilidade de

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nutrientes a longo prazo (Monegat, 1991; Pacheco et al., 2011; Leite et al., 2010).

No presente trabalho fica demonstrado que, mesmo com essa degradação lenta,

essa de alguma maneira disponibiliza fósforo para o sistema, como observado

aos 30 DAS.

Analisando os teores de P-lábil e P-plábil em relação as doses de P2O5,

percebe-se que os dados ajustaram-se ao modelo de regressão quadrático e

estão apresentados na Tabela 8.

Tabela 8. Valores médios de fósforo lábil (P-lábil) e fósforo pouco lábil (P-plábil) em função das doses de P2O5 aos 30 dias após semeadura do feijoeiro (30 DAS) em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa em Jataí -GO, safra 2013/14

Doses de P(1)

Fração de P(2)

P-lábil 30DAS P-plábil 30 DAS

------------------ mg dm-3 ------------------

0 73,23 476,54 50 88,35 485,87

100 69,36 445,61 200 72,78 525,79 400 219,43 611,83

Modelos ajustados

y=85,3 + 0,361x - 0,0017*x2 y=472,01 + 0,0191x + 0,0009*x2

R2 R2 = 0,97 R2 = 0,90 (2)P-lábil = [∑P-resina + Pi-NaHCO3 + Po- NaHCO3]; P-plábil = [∑Pi-NaOH 0,1 + Po-NaOH 0,1 + Pi-NaOH 0,5 + Po-NaOH 0,5] ** Significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * Significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p <0,05). (1) Fonte: superfosfato triplo. Doses em kg ha-1 de P2O5

Nota-se que os valores de P-lábil variaram de 69,36 mg dm-3 até 219,43

mg dm-3, sendo este aumento significativo apenas na dose de 400 kg ha-1. Para

o P-plábil aumentos significativos foram encontrados na dose de 200 e 400 kg

ha-1, onde os valores observado foram de 525,79 e 611,83 mg dm-3.

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4.3 P-lábil, P-pouco lábil e P-não lábil pós-colheita do feijoeiro (PC)

De acordo com o resumo da análise de variância, pode-se observar que

não houve interação significativa entre doses e palhada para o P-lábil, P-pouco

lábil e P-nlábil (Tabela 9).

Tabela 9. Resumo da análise de variância (valores de F) para o fósforo lábil (P-lábil), fósforo pouco lábil (P-plábil) e fósforo não lábil (P-nlábil) no período de pós-colheita do feijoeiro (PC) em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa em Jataí -GO, safra 2013/14

Causas de Variação Variáveis

P-lábil PC P-plábil PC P-nlábil PC

Bloco 0,4263ns 0,1796ns 1,3445ns

Doses 51,1356-- 6,6312-- 1,8369--

Palhada 0,1727ns 8,9504** 1,2360ns

Palhada*Doses 2,5202ns 1,8593ns 1,2162ns

Regressão Polinomial (doses)

Reg. Linear 112,0442** 21,5080** 4,1537ns

Reg. Quadrática 71,6889** 1,8960ns 1,4216ns

¨¨ Os tratamentos (Doses) são quantitativos. O Teste F não se aplica. ** Significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * Significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p <0,05). ns Não significativo (p >= 0,05).

Analisando separadamente o efeito de doses, os dados ajustaram-se aos

modelos quadrático e linear para o P-lábil, enquanto que para o P-plábil apenas

houve ajuste ao modelo linear (Tabela 9). Os maiores valores predominaram no

P-plábil (Tabela 10), corroborando com os dados encontrados na Tabela 8.

Nota-se que tanto para o P-lábil quanto para o P-plábil, ocorreu um aumento de

fósforo na dose de 50 kg ha-1 de P2O5 em relação a ausência de adubação,

seguido pela depleção na dose de 100 kg ha-1 de P2O5, voltando a aumentar na

dose de 150 kg ha-1 de P2O5 permanecendo até a dose de 400 kg ha-1 de P2O5

(Tabela 10).

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37

Tabela 10. Valores médios de fósforo lábil (P-lábil) e fósforo pouco lábil (P-plábil) em função das doses de P2O5 no período de pós-colheita do feijoeiro (PC) em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa em Jataí -GO, safra 2013/14

Doses de P(1)

Fração de P(2)

P-lábil PC P-plábil PC

------------------ mg dm-3 ------------------

0 67,30 350,75 50 71,22 367,53

100 62,82 361,87 200 68,67 373,98 400 192,04 400,48

Modelos ajustados

y = 73,78 + 0,2851x - 0,0014x2 y = 0,1136x + 353,88

R2 R² = 0,99 R² = 0,94 (2) P-lábil = [∑P-resina + Pi-NaHCO3 + Po- NaHCO3]; P-plábil = [∑Pi-NaOH 0,1 + Po-NaOH 0,1 + Pi-NaOH 0,5 + Po-NaOH 0,5]; (1) Fonte: superfosfato triplo. Doses em kg ha-1 de P2O5

Nota-se também que dos 30 DAS (Tabela 8) para o período de pós-

colheita (Tabela 10), as plantas utilizaram fósforo dessas duas frações, o que

pode ser comprovado pela depleção dos teores de P apresentados entre dois

períodos avaliados independentes das doses de P2O5. Apesar de serem

avaliadas as frações em épocas diferentes de coleta, as maiores extrações de

fósforo ocorreram juntamente com a maior dose empregada, ou seja,

400 kg ha-1 de P2O5.

Verifica-se que as maiores extrações ocorreram quando empregadas as

maiores adubações, 400 kg ha-1 para o P-lábil e 200 e 400 kg ha-1 para o P-

plábil. Resultados como esses podem estar relacionado com a atividade das

enzimas fosfatases, que segundo Kurihara & Hernani (2011), quando se aplica

maiores quantidades de adubo fosfatado, estas não catalisam a reações de

hidrólise necessária para a transformação do fósforo orgânico (Po) em fósforo

inorgânico (Pi), nas quais as plantas podem absorver. Novais & Smith

observaram que atividade das fosfatases ácidas é inversamente relacionada

com a disponibildiade de (Pi).

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38

Essas frações de fósforo (P-lábil e P-plábil) no solo são muito dinâmicas,

e de acordo com Gatiboni (2003) em um primeiro momento, a absorção de

fósforo pelas plantas é sustentada pelas frações de fósforo inorgânico lábeis (Pi-

RTA e Pi-bic) e de labilidade intermediária (principalmente Pi-NaOH 0,1) e após

este, pode ser tamponado por outras frações intermediárias ou até mesmo as

não-lábeis.

Ainda Gatiboni et al. (2007) reforçam que a longo prazo, todas as formas

de P do solo atuam na biodisponibilidade do P, porém a liberação pelas formas

recalcitrantes acontece em quantidades e velocidades insulficientes para

absorção pelas plantas.

Analisando o efeito de palhada separadamente, verificou-se efeito

somente para o P-plábil (Tabela 9). Os maiores valores foram encontrados no

tratamento sem a presença de palha (Tabela 11).

Tabela 11. Valores médios de fósforo lábil (P-lábil), fósforo pouco lábil (P-plábil) e fósforo não lábil (P-nlábil) no período de pós-colheita do feijoeiro (PC) em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa na presença e ausência de cobertura vegetal de braquiária em Jataí -GO, safra 2013/14

Tratamentos P-lábil PC P-plábil PC P-nlábil PC

------------ mg dm-3 ------------

Sem palha 96,44 a 420,81 a 631,57 a

Com palha 92,38 a 373,43 b 658,19 a

D.M.S. 20,82 16,43 50,96

C.V. (%) 32,77 6,58 11,74

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

Percebe-se que dos 30 DAS (Tabela 7) até o período de pós-colheita do

feijoeiro (Tabela 11) o teor de fósforo lábil (P-lábil) aumentou no tratamento sem

palha e diminuiu no tratamento com palha variando de 80,4 mg dm-3 para

96,44 mg dm-3 e 128 mg dm-3 para 92,38 mg dm-3, respectivamente. Na fração

de fósforo pouco lábil (P-plábil) ocorreu uma queda nos teores em ambos os

tratamentos, porém essa queda ocorreu de forma mais acentuada na presença

de palha, como se pode observar na diferença estatística apresentada

(Tabela 11).

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39

Isso pode ter ocorrido devido a presença da braquiária, que após sua

mineralização, proporcionou um aumento na disponibilidade de fósforo dentro do

sistema, fazendo com que as plantas de feijoeiro pudessem absorver mais

fósforo, ocorrendo assim uma depleção nos teores de P-lábil e P-plábil.

Onde o sistema permaneceu em pousio, ou seja, sem a presença de

palha, o teor de P-lábil aumentou e o teor de P-plábil diminuiu de forma menos

acentuada que na presença de palha. Portanto, neste sistema, o que tudo indica,

houve uma mineralização do P-plábil, disponibilizando fósforo para o sistema,

sendo que o que não foi absorvido pelas plantas de feijoeiro acumulou-se na

fração mais lábil.

Apesar de os dados de fósforo não lábil (p-nlábil) não terem se ajustado

as regressões em nenhuma época de coleta (Tabela 3, 6 e 9) os valores dos

tratamentos sem e com a presença de palha foram somados e posteriormente

feito as médias, e os dados são apresentados na Tabela 12.

Tabela 12. Valores médios de fósforo não lábil (P-nlábil) em função das doses de P2O5 e tempo de coleta, em amostras de Latossolo Vermelho distroférrico de textura argilosa em Jataí -GO, safra 2013/14

Doses de P(1)

Fração de P-nlábil(2)

P-nlábil 15 DAS P-nlábil 30 DAS P-nlábil pós-colheita

------------------------- mg dm-3 -------------------------

0 358 646 645 50 367 644 642

100 382 643 649 200 425 644 664 400 355 645 659

(1) Fonte: superfosfato triplo. Doses em kg ha-1 de P2O5

(2) P-nlábil = ∑[P-HCl + P-residual]

A fração de fósforo não lábil corresponde ao fósforo extraído por ácido

clorídrico 1,0 mol l-1 (P-HCl), que por sua vez extrai do solo o fósforo ligado ao

cálcio, e o fósforo extraído com a digestão em cloreto de magnésio (MgCl2) e

ácido sulfúrico (H2SO4) o qual se contabiliza o fósforo das formas recalcitrantes

as quais as plantas tem muito pouco acesso.

Analisando os componentes de P-nlábil conforme o tempo, verifica-se um

acúmulo muito rápido nesta fração de P dos 15 DAS para os 30 DAS, quase que

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40

dobrando os teores, e se mantendo constante até o período pós-colheita. Diante

deste aspecto, podemos dizer que uma adubação fosfatada, neste tipo de solo,

é melhor aproveitada se for feita no sulco de plantio, uma vez que em sulco a

superfície de contato do grânulo do fertilizante com o solo é menor, diminuindo

a retenção do mesmo pela fração P-nlábil, a qual as plantas tem muito pouco ou

nenhum acesso.

Segundo Novais & Smyth (1999) boa parte do fósforo adicionado aos

solos é retida com uma energia tal que seu equilíbrio com o P-solução

desaparece, passando para a forma não lábil e deixando de ser útil para a planta.

De acordo com Singh et al. (1983) e Gonçalves et al. (1985) quando se

aplica ao solo uma fonte de fósforo solúvel, como é o caso do trabalho,

frequentemente, mais de 90% do fósforo aplicado é adsorvido na primeira hora

de contato com o solo. Em estudos de cinética de adsorção Reis et al. (1995)

concluíram que essa adsorção de P em solos tem uma primeira fase rápida,

definida em horas, que é dependente da capacidade máxima de adsorção de

fósforo (CMAP).

Gonçalves et al. (1989) aplicaram doses crescentes de uma fonte solúvel

em cinco Latossolos de cerrado, incubadas em períodos diferentes (300, 240,

180, 120, 60, 30, 15 e 0 dias). O fósforo disponível foi avaliado por diferentes

procedimentos e cultivados com sorgo. Cerca de 79 a 95% dos 150 mg kg-1 de

fósforo extraído pela resina trocadora de ânions transformaram-se em P-nlábil

no final de 300 dias.

4.4 Avaliações no feijoeiro

Na Tabela 13 encontra-se o resumo da análise de variância para as

avaliações feitas no feijoeiro. De acordo com os dados apresentados, houve

interação significativa entre doses e palhada apenas para as variáveis altura de

plantas, número de vagens por planta, teor de fósforo na folha e massa seca de

plantas. Apenas para a massa de 100 grãos não houve ajuste dos dados para

equações de regressão. Para as demais variáveis avaliadas houve ajuste dos

dados para regressões lineares e/ou quadráticas.

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41

Tabela 13. Resumo da análise de variância (valores de F) para altura de plantas, número de vagens por planta, teor de fósforo na folha, massa seca de plantas, massa de 100 grãos e produtividade do feijoeiro em Jataí-GO, safra 2013/2014

Causas de

Variação

Variáveis

Altura de plantas

Nº vagens/ planta

Teor de P na folha

Massa seca de plantas

Massa de 100 grãos

Prod.

Bloco 19,7521* 0,4872ns 2,4047ns 1,1546ns 0,8357ns 1,0626ns

Doses 163,3899-- 2,8796-- 3,6618-- 18,0324-- 3,0464-- 4,5483--

Palhada 3,5277* 11,8283** 8,0090* 20,8878** 0,0002ns 5,2269*

Palhada*Doses

3,4332* 6,4980** 1,7554* 15,3595** 1,1376ns 2,4412ns

Regressão Polinomial (doses) Reg.

Linear 2,1829ns 10,0094** 6,5430* 58,0170** 2,6113ns 8,4365*

Reg. Quadr.

4,8365* 0,0941ns 0,0305ns 13,2096** 8,6649* 6,7828*

-- Os tratamentos (Doses) são quantitativos. O Teste F não se aplica. ** Significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01). * Significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 =< p <0,05). ns Não significativo (p >= 0,05).

Os efeitos dos tratamentos sobre os componentes morfológicos altura de

plantas e massa seca de plantas podem ser observados nas Figuras 6A e B.

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42

Figura 6. Desdobramento da interação para altura de plantas

(A) e massa seca de plantas de feijoeiro (B) em

função de doses de P2O5. Jataí-GO, safra

2013/2014. (A) Sem palha: y = 42,83 + 0,030*x -

0,00005*x2, R² = 0,61; Com palha: y = 49,91 +

0,0457*x – 0,0001*x2, R² = 0,52; (B) Sem palha: y =

42,06 + 0,2826**x -0,0005**x2, R²=0,92; Com palha:

y = 56,55 + 0,146**x -0,0003**x2, R² = 0,52. Letras

iguais em cada dose, significa que os tratamentos

com e sem palha, não diferem estatisticamente pelo

teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Conforme já mencionado, houve interação entre parcela e subparcela

para estas duas variáveis (Tabela 13). Os dados referentes à altura de plantas

40

45

50

55

60

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Alt

ura

de

Pla

nta

s (

cm

)

Doses de P2O5 (kg ha-1)

Sem palha

Com palha

aa

a

aa

bb b b a

(A)

40

50

60

70

80

90

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Ma

ss

a s

ec

a d

e P

lan

tas

(g

)

Doses de P2O5 (kg ha-1)

Sem palha

Com palha

a

b

a

a a

b

a

b

ba

(B)

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43

ajustaram-se a equação de regressão quadrática, onde as plantas cultivadas nas

subparcelas com presença de braquiária como planta de cobertura,

apresentaram valores mais elevados para todas as doses avaliadas, com

exceção para a dose de 400 kg ha-1 de P2O5, onde não houve diferença entre as

subparcelas (Figura 6A). A dose de máxima eficiência foi calculada e apresentou

os valores de 228,5 kg ha-1 e 300 kg ha-1 de P2O5 para as áreas com presença

de braquiária e sem, respectivamente.

A massa seca da parte aérea ajustou-se a equação de regressão linear e

quadrática, onde as plantas cultivadas sob palhada de braquiária apresentaram

maiores valores nas doses de 0, 100, e 400 kg ha-1 de P2O5 quando comparadas

as plantas cultivadas na área sem cobertura vegetal. Na dose de 50 kg ha-1 não

houve diferença significativa entre as subparcelas. Para a dose de

200 kg ha-1 de P2O5 as plantas cultivadas nas subparcelas onde não havia

cobertura vegetal, apresentaram maior massa seca (Figura 6B).

O número de vagens por planta e o teor de fósforo nas folhas foram

analisados e seus resultados podem ser observados nas Figuras 7A e B.

1,5

2,0

2,5

3,0

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Va

ge

ns

/ p

lan

ta-1

Doses de P2O5 (kg ha-1)

Sem palha

Com palha

a a aa

a

a a a b b

(A)

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44

Figura 7. Desdobramento da interação para número de vagens por planta (A) e teor de fósforo nas folhas de feijoeiro (B) em função das doses de P2O5 em Jataí-GO, safra 2013/2014. (A) Sem palha: y = 2,1104** + 0,0004**x, R²=0,79; Com palha: y = 2,1351** + 0,0006**x, R² = 0,89; (B) Sem palha: y = 1,9346* + 0,0005*x, R² = 0,89; Com palha: y = 2,1059* + 0,0008*x, R² = 0,76. Letras iguais em cada dose, significa que os tratamentos com e sem palha, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

O número de vagens aumentou em função das doses de P2O5, ajustando-

se ao modelo linear (Tabela 13), independente da presença ou ausência da

cobertura vegetal, sendo mais expressivo nas áreas com a presença da

braquiária nas doses de 200 e 400 kg ha-1 (Figura 7A).

Trabalhando com cultivares de feijão, Vidal & Neto (1982) também

observaram aumento no número de vagens por parcela em função do aumento

das doses de fósforo.

Em relação ao teor de fósforo nas folhas de feijoeiro (Figura 7B), os

valores se ajustaram a equação de regressão linear, variando de 1,93 nas

subparcelas sem braquiária até 2,40 g kg-1 nas subparcelas onde havia presença

de palhada. Os maiores valores foram observados na presença de braquiária

como cobertura vegetal, exceto na ausência de adubação fosfatada.

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Te

or

P n

a f

olh

a (

g k

g-1

)

Doses de P2O5 (kg ha-1)

Sem palha

Com palha

a

aa

a

a

ab

bb

b

(B)

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45

Este aumento nos teores de fósforo nas folhas de feijoeiro podem estar

relacionados com as melhorias provocadas pelo uso do sistema plantio direto,

os quais altera dinâmica de nutrientes, principalmente do P, pois provoca

aumento na concentração deste elemento na camada superficial,

proporcionando um melhor aproveitamento pelas plantas de feijoeiro

(Rheinheimer, 2000). No presente trabalho, a mineralização dos resíduos

vegetais proporcionados pelo uso da braquiária como planta de cobertura, em

conjunto com sitema plantio direto, auxilia no aumento da matéria orgânica na

camada superficial, que segundo o mesmo autor, interfere nos processos de

adsorção pela produção de ânions orgânicos que competem pelos sítios de

retenção. Andrade et al. (2003) estudando o efeito de ácidos húmicos e ácidos

orgânicos em Latossolo Vermelho textura muito argilosa e Latossolo Vermelho-

Amarelo textura franco-argilo-arenosa verificaram efeito dos ácidos

orgânicos/húmicos na redução da adsorção e precipitação de fosfato.

Carneiro et al. (2011) relatou o aumento no conteúdo de P da parte aérea

em plantas de feijoeiro em função das doses de P, independente do histórico de

uso. Merlin (2008) comparando a interação de fontes de fósforo (solúvel e

reativo), distriuição (lanço e sulco) e presença ou ausência de braquiária como

planta de cobertura, concluíram que o teor de P foliar em plantas de soja foi

maior com a aplicação de P a lanço, mas diferença significativa foi observada

somente onde havia a presença da braquiária.

Nunes et al. (2011) em 14 anos de experimento com as culturas de soja

e milho no verão e milheto como planta de cobertura nas seis últimas safras de

inverno, fornecendo a média de 80 kg ha-1 de P2O5 encontraram para o sistema

de plantio direto 3,0 g kg-1 e 2,3 g kg-1 para o sistema de plantio convencional.

Apesar da área com a presença de palha proporcionar maiores valores

em relação ao teor foliar das plantas de feijoeiro (Figura 7B), estes se encontram

abaixo do adequado para a cultura do feijoeiro, que segundo Rosolem &

Marubayashi (1994) variam de 4,0 a 7,0 g kg-1.

Apesar da massa de 100 grãos não ter apresentado significância em

relação a presença e ausência de palhada, o mesmo foi calculado juntamente

com a produtividade e os dados são apresentados na Tabela 14.

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46

Tabela 14. Valores médios de massa de 100 grãos e produtividade de feijoeiro na presença e ausência de cobertura vegetal de braquiária em Jataí-GO, safra 2013/2014.

Tratamentos 100 grãos (g) Produtividade (Kg ha-1)

Sem palha 18,52 a 1715,85 b

Com palha 18,51 a 2023,83 a

DMS(1) 1,62 28,6

C.V (%) 13,03 22,78

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

Em relação à massa de 100 grãos pode-se observar que não houve

diferença entre as subparcelas avaliadas (presença e ausência de palha),

entretanto quando calculado a produtividade de grãos em kg ha-1, nota-se a

superioridade da área onde havia a presença da braquiária como planta de

cobertura (Tabela 14).

A maior produtividade apresentada na área onde havia a presença de

braquiária como planta de cobertura pode ser explicada devido ao melhor

ambiente encontrado pelas plantas de feijoeiro para o seu desenvolvimento

durante o período vegetativo, como pode ser observado na variável altura de

plantas (Figura 6A), o que concerteza, proporcionou uma melhor absorção de

fósforo pelas plantas durante o florescimento (Figura 7B), refletindo em aumento

do número de vagens (Figura 7A) e consequentemente na produtividade final.

Merlin (2008) observou que apesar de a braquiária apresentar alguns

incrementos em diferentes formas de P no solo, estes não alteraram a

produtividade da soja.

Fazendo uma análise mais detalhada da produtividade, a diferença foi de

aproximadamente 308 kg ha-1, ou 5,1 sacas de feijão (60kg) por hectare

(Tabela 14). Economicamente, valores como esses para um produtor da região

de Jataí-GO, que possui propriedade com área de 1000 hectares, por exemplo,

considerando o preço atual (janeiro/2015) de R$130,00 reais a saca de 60 kg de

feijão, representa 5100 sacas a mais, totalizando algo em torno de

R$ 663.000,00 reais.

Para a causa de variação doses de P2O5, em relação à massa de 100

grãos e produtividade, os gráficos são apresentados nas Figuras 8A e B.

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47

Figura 8. Massa de 100 grãos (A) e produtividade grãos de feijão

(B) em função das doses de P2O5 em Jataí-GO, safra

2013/2014. (A) y = 16,887 + 0,0260x + -6E-05x2, R² =

0,95; (B) y = 1,4489 + 7,0844*x + -0,0151*x2, R² = 0,90.

Tanto a massa de 100 grãos quanto a produtividade ajustaram-se ao

modelo de regressão quadrática, onde obtiveram maior coeficiente de

determinação (R2), 0,95 e 0,90, respectivamente. A massa e a produtividade

16

17

18

19

20

21

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Ma

ss

a d

e 1

00

grã

os

(g

)

Doses de P2O5 (kg ha-1)(A)

1400

1600

1800

2000

2200

2400

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Pro

du

tivid

ad

e (

kg

ha

-1)

Doses de P2O5 (kg ha-1)(B)

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48

foram crescentes à medidade em que se aumentaram as doses de P2O5, até o

limite de 260 kg ha-1 de P2O5 para massa de 100 grãos e 234,58 kg ha-1 de P2O5

para produtividade de grãos.

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49

5. CONCLUSÕES

Os tratamentos, doses de P2O5 e presença de Brachiaria brizantha cv.

Marandú como planta de cobertura, proporcionam alterações nos teores de P-

lábil do solo aos 15 e 30DAS do feijoeiro, e P-plábil do solo aos 15 DAS do

feijoeiro.

A Brachiaria brizantha cv. Marandú contribui para o aumento nos teores

de P-lábil do solo aos 30 DAS do feijão.

O período em que esta pesquisa foi conduzida não foi suficiente para

proporcionar alterações significativas nos teores de P-nlábil, em função dos

tratamentos utilizados.

A presença da Brachiaria brizantha cv. Marandú como planta de

cobertura beneficia o desenvolvimento de plantas de feijão, resultando em

aumento nos teores de P na folha, com consequente ganho de produtividade de

grãos.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. APÊNDICES

APÊNDICE A: FRACIONAMENTO DO FÓSFORO NO SOLO (Hedley et al., 1982 com modificações de Condron et al., 1985)

SOLUÇÕES:

NaHCO3 0,5 mol L-1: Pesar 42,00 g de NaHCO3 para Becker de 1000 ml e

adicionar 900 ml de H2O destilada. Ajustar o pH a 8,5 com o uso de NaOH ou HCl.

Transferir para balão de 1000 ml e completar o volume. Preparar a solução

imediatamente antes do uso.

NaCl 0,5 mol L-1: Pesar 29,25 g de NaCl para Becker de 1000 ml e adicionar

900 ml de H2O destilada. Transferir para balão de 1000 ml e completar o volume.

NaOH 0,1 mol L-1: Pesar 4,00 g de NaOH para Becker de 1000 ml e adicionar

900 ml de H2O destilada. Transferir para balão de 1000 ml e completar o volume.

HCl 1 mol L-1: Adicionar 84 ml de HCl concentrado em Becker de 1000 ml

contendo 700 ml de H2O destilada. Transferir para balão de 1000 ml e completar o

volume.

NaOH 0,5 mol l-1: Pesar 20,00 g de NaOH para Becker de 1000 ml e adicionar

900 ml de H2O destilada. Transferir para balão de 1000 ml e completar o volume.

PROCEDIMENTO:

a) pesar 1,5 gramas de solo para tubo de centrífuga com tampa rosca;

b) adicionar 30 ml de água destilada;

c) adicionar 1 lamina de RTA preparada segundo apêndice B;

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d) agitar por 16 horas em agitador horizontal (rotação de 110 rpm);

e) retirar a RTA do tubo com auxílio de uma pinça;

f) lavar o excesso de solo da RTA com jato d'agua (pisceta);

g) colocar a RTA em recipiente com tampa contendo 50 ml de HCl 0,5 mol L-1;

h) deixar em repouso por 1h 30min (com a tampa aberta);

i) agitar por 30 min em agitador horizontal (rotação de 110 rpm);

j) retirar a RTA com auxílio de pinça e recuperá-la conforme Apêndice B;

k) centrifugar o solo + água + 1ml de NaCl 4 mol L-1 à 3000 rpm por 10 min e descartar

o sobrenadante;

l) determinar Pi no extrato de HCl 0,5 mol L-1 (Apêndice C);

m) adicionar 30 ml de NaHCO3 0,5 mol L-1;

n) agitar manualmente para soltar o solo do fundo do tubo;

o) agitar por 16 horas em agitador horizontal;

p) centrifugar à 3000 rpm por 20 min;

q) reservar o sobrenadante para análise de Pi (apêndice D) e Pt (Apêndice E);

r) adicionar 30 ml de NaCl 0,5 mol L-1 com cuidado para não mexer o solo;

s) centrifugar à 3000 rpm por 10 min e adicionar o sobrenadante ao extrato anterior;

t) adicionar 30 ml de NaOH 0,1 mol L-1;

u) agitar manualmente para soltar o solo do fundo do tubo;

v) agitar por 16 horas em agitador horizontal;

w) centrifugar à 3000 rpm por 20 min;

x) reservar o sobrenadante para análise de Pi (apêndice D) e Pt (Apêndice E);

y) adicionar 30 ml de NaCl 0,5 mol L-1 com cuidado para não mexer o solo;

z) centrifugar à 3000 rpm por 10 min e adicionar o sobrenadante ao extrato anterior;

aa) adicionar 30 ml de HCl 1,0 mol L-1;

bb) agitar manualmente para soltar o solo do fundo do tubo;

cc) agitar por 16 horas em agitador horizontal;

dd) centrifugar à 3000 rpm por 20 min;

ee) reservar o sobrenadante para análise de Pi (Apêndice C);

ff) adicionar 30 ml de NaCl 0,5 mol L-1 com cuidado para não mexer o solo;

gg) centrifugar à 3000 rpm por 10 min e adicionar o sobrenadante ao extrato anterior;

hh) adicionar 30 ml de NaOH 0,5 mol L-1;

ii) agitar manualmente para soltar o solo do fundo do tubo;

jj) agitar por 16 horas em agitador horizontal;

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kk) centrifugar à 3000 rpm por 20 min;

ll) reservar o sobrenadante para análise de Pi (apêndice D) e Pt (Apêndice E);

mm) adicionar 30 ml de NaCl 0,5 mol L-1 com cuidado para não mexer o solo;

nn) centrifugar à 3000 rpm por 10 min e adicionar o sobrenadante ao extrato anterior;

oo) secar o solo em estufa à 50o C e digerir o solo conforme Apêndice F.

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APÊNDICE B: SATURAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE RESINAS TROCADORAS DE

ÂNIONS (adaptado de Miola, 1995)

1) PREPARO DA RTA

a) Lavagem com HCl 0,5 mol L-1

- contato com 500 ml de HCl mol L-1 por 10 min, jogar fora o líquido;

- contato com 500 ml de HCl mol L-1 por 30 min (agitar de 10 em 10 min), jogar fora o

líquido;

- contato com 500 ml de HCl mol L-1 por 30 min (agitar de 10 em 10 min), jogar fora o

líquido;

b) Lavagem com água destilada

- lavar com bastante H2O destilada e descartar o líquido;

- contato com 500 ml de H2O destilada por 30 min (agitar de 10 em 10 min), jogar fora

o líquido;

- contato com 500 ml de H2O destilada por 30 min (agitar de 10 em 10 min), jogar fora

o líquido;

- contato com 500 ml de H2O destilada por 30 min (agitar de 10 em 10 min), jogar fora

o líquido;

c) Saturação com NaHCO3 0,5 mol L-1

- contato com 500 ml de NaHCO3 0,5 mol L-1 por 10 min, jogar fora o líquido;

- contato com 500 ml de NaHCO3 0,5 mol L-1por 30 min (agitar de 10 em 10 min), jogar

fora o líquido;

- contato com 500 ml de NaHCO3 0,5 mol L-1por 120 min (agitar de 10 em 10 min),

jogar fora o líquido;

d) Lavagem do excesso de NaHCO3 0,5 mol L-1 com água destilada

- lavar com bastante H2O destilada e descartar o líquido;

- contato com 500 ml de H2O destilada por 30 min (agitar de 10 em 10 min), jogar fora

o líquido;

- contato com 500 ml de H2O destilada por 30 min (agitar de 10 em 10 min), jogar fora

o líquido;

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- contato com 500 ml de H2O destilada por 30 min (agitar de 10 em 10 min), jogar fora

o líquido;

2) EXTRAÇÃO DO FÓSFORO DO SOLO

- Passos "a" a "k" do fracionamento de fósforo do solo (Apêndice A).

3) RECUPERAÇÃO DA RTA

- submeter a RTA aos passos 1a e 1b do preparo da RTA;

- estocar a RTA em água destilada

Observações: a) quando a RTA estocada passou pelo processo de recuperação no

dia anterior, no novo preparo da RTA, esses passos não precisam ser repetidos.

b) o NaHCO3 deve ser preparado na hora do uso e o pH deve ser regulado à 8,5 com

uso de NaOH ou HCl.

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APÊNDICE C: DETERMINAÇÃO DE FÓSFORO EM EXTRATOS ÁCIDOS DO SOLO (Murphy & Riley, 1977)

SOLUÇÕES:

Solução A: dissolver 15,35 g de (NH4)Mo7O24.4 H2O com 200 ml de H2O

destilada em Becker de 500 ml. Dissolver 0,3511 g de K(SbO)C4O6. ½ H2O com 100

ml de H2O destilada em Becker de 200 ml. Colocar 300 ml de H2O destilada em

becker de 1000 ml e adicionar lentamente 178 ml de ácido sulfúrico concentrado. Após

esfriar, transferir para balão volumétrico de 1000 ml, adicionar as soluções de

molibdato de amônio e antimoniato de potássio e ajustar o volume com H2O destilada.

Solução B: dissolver 1,356 g C6H8O6 (ácido ascórbico) com 100 ml de

solução A em balão volumétrico. Esta solução deve ser preparada no momento do

uso.

NaOH 10 mol l-1: dissolver 400 g de NaOH em 600 ml de H2O destilada em

Becker de 1000 ml. Após esfriar, transferir para balão volumétrico de 1000 ml e ajustar

o volume com H2O destilada. Armazenar em frasco plástico.

p-nitrofenol 0,25%: pesar 0,25 g de p-nitrofenol e dissolver em 100 ml de

H2O destilada em balão volumétrico. Armazenar em geladeira em frasco escuro.

PROCEDIMENTO:

a) pipetar uma alíquota do extrato para copo de cafezinho;

- P-resina: varia com as doses experimentais

- P-bic Autoclavado: 20 ml

- P-NaOH 0,1 Autoclavado: 25 ml

- P-NaOH 0,5 Autoclavado: 25 ml

- P-residual: 5ml

- P-HCl: 40 ml

b) adicionar 2 gotas de p-nitrofenol 0,25%;

c) neutralizar a solução com NaOH 10 mol L-1;

d) adicionar 0,5 ml de solução B;

e) adicionar H2O destilada até volume de 50 ml.

f) ler a absorbância em 882 nm após 30 minutos.

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APÊNDICE D: DETERMINAÇÃO DE FÓSFORO INORGÂNICO EM EXTRATOS ALCALINOS DO SOLO (Dick & Tabatabai, 1977)

SOLUÇÕES:

Solução A: dissolver 8,80 g de C6H8O6 (ácido ascórbico) e 41,00 g de ácido

tricloroacético com 400 ml de H2O destilada em Becker de 500 ml. Transferir para

balão volumétrico de 500 ml e ajustar o volume com H2O destilada. Esta solução

deve ser preparada no momento do uso devido ao poder de oxidação (solução se

perde rapidamente).

Solução B: dissolver 6,20 g de (NH4)Mo7O24 H2O com 400 ml de H2O

destilada em Becker de 500 ml. Trasferir para balão volumétrico de 500 ml e ajustar

o volume com H2O destilada.

Solução C: dissolver 29,40 g citrato de sódio e 26,00 g de arsenito de sódio

com 800 ml de H2O destilada em Becker de 1000 ml. Adicionar 50 ml de ácido

acético glacial (99%). Transferir para balão volumétrico de 1000 ml e ajustar o

volume com H2O destilada.

PROCEDIMENTO:

a) Adicionar 5 ml da solução A em copo de cafézinho (propietileno); b) Adicionar imediatamente uma alíquota de extrato alcalino

- P-bic: 2 ml - P-NaOH 0,5: 1 ml - P-NaOH 0,1: 1 ml

c) Adicionar imediatamente 2 ml da solução B;

d) Adicionar imediatamente 5 ml da solução C;

e) Adicionar gota a gota de NaOH 10 mol L-1 para neutralização total (mudança de cor)

f) Completar o volume até 25 ml; g) Ler absorbância no fotoclorímetro em 700 nm após 15 minutos.

Obs: A sequência de soluções deve ser seguida na ordem estipulada.

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APÊNDICE E: DIGESTÃO DOS EXTRATOS ALCALINOS DO SOLO (extraídos

com NaOH e NaHCO3) PARA ANÁLISE DO FOSFORO TOTAL (USEPA, 1971)

SOLUÇÕES:

H2SO4 1:1: Adicionar, vagarosamente, 500 ml de H2SO4 concentrado em

500 ml de H2O destilada. Esperar esfriar, transferir para o balão volumétrico de 1000

ml e completar o volume com H2O destilada.

PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE:

a) Pipetar uma alíquota (5 ml) do extrato alcalino para solo em tubo de digestão;

b) Adicionar 0,5g de persulfato de amônio 7,5%;

c) Adiconar 1,5 ml de H2SO4 v (1:1);

d) Cobrir o tubo com papel alumínio;

e) Colocar os tubos em recipientes maiores e cobri-lo com papel alumínio;

f) Autoclavar à 120 °C e 103 kPa por 1 hora;

g) Deixar esfriar e completar à 25 ml.

h) Determinar o fósforo conforme apêndice C.

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APÊNDICE F: DIGESTÃO DO RESÍDUO DO SOLO PARA ANÁLISE DO

FÓSFORO TOTAL (Brookes & Powlson, 1982)

SOLUÇÕES:

Solução MgCl2 saturado: adicionar MgCl2 em H2O destilada até a saturação

da solução.

H2SO4 concentrado.

PROCEDIMENTO DE ANÁLISE:

a) pesar 0,5 g de solo em tubo de digestão;

b) adicionar 1 ml de MgCl2 saturado;

c) adicionar 2 ml de H2O destilada;

c) adicionar 2 ml de H2SO4 concentrado (1:1);

d) colocar funil de refluxo no tubo de digestão;

e) aquecer por +- 1 hora ou até completa digestão no bloco digestor à 200 oC;

h) deixar esfriar e completar o volume à 50 ml com H2O destilada.

i) Determinar fósforo conforme Apêndice C.

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8. ANEXOS

Figura 9. Avaliações no feijoeiro: 1) Altura de plantas; 2) Número de vagens por

planta; 3) Massa seca de plantas da cultura do feijoeiro em Jataí-GO,

safra 2013/2014.

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Figura 10. Equipamentos utilizados para o fracionamento de fósforo: 1) Balança

para calibração dos tubos de centrífuga; 2) Agitador horizontal com

suporte de isopor; 3) Centrífuga com capacidade para 4 tubos; 4)

Aparelho Spectrofotômetro utilizado para leitura do fósforo 5) Aparelho

de Autoclave e 6) Agitador elétrico utilizado para retirar amostras após a

digestão em bloco.

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Figura 11. Diferentes etapas do fracionamento de fósforo: 1) Confecção dos

saquinhos de resina; 2) Substâncias químicas usadas no tratamento da

RTA; 3) Saquinhos de RTA em recipiente contendo 50 ml de HCl 0,5

mol l-1; 4) Amostras padrão para calibração do Spectrofotômetro; 5)

Preparo de amostras para leitura em Spectrofotômetro e 6) Amostras

prontas para serem autoclavadas.

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Figura 12. Área experimental: 1) Feijoeiro representando o tratamento sem a

presença da braquiária (S) como planta de cobertura; 2) Feijoeiro

representando o tratamento com a presença da braquiária (C) como

planta de cobertura e 3) Plantas de feijoeiro no período reprodutivo.

1

2

3