UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … · 227,28 mil toneladas de carne bovina in...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
MORGANA ZANCHETIN
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE - EMPRESA J.L. AGROPECUÁRIA, FAZENDA BAMA
CUIABÁ
2015
MORGANA ZANCHETIN
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE - EMPRESA J.L. AGROPECUÁRIA, FAZENDA BAMA
Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.
Orientadora: Prof. Dra. Rosemary Laís Galati
Orientador do Estágio Supervisionado: Zootec. Walber Mendonça Onorato
CUIABÁ
2015
Dedico meu trabalho de conclusão de curso à todos aqueles que fizeram do meu sonho uma realidade, em especial aos meus pais Joe e Elir Zanchetin.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus o qual permitiu quе tudo isso acontecesse, ао longo dе minha vida е nãо somente nestes anos como universitária, mаs еm todos оs momentos sendo o maior mestre quе alguém pode conhecer.
À Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia pelo ambiente criativo е amigável o qual proporciona especialmente à coordenação do curso de Zootecnia.
À empresa J.L. Agropecuária – Fazenda Bama e todos seus funcionários pela amizade, dedicação e excelente transmissão de conhecimento durante o decorrer do estágio final.
À minha orientadora Rosemary Laís Galati, pelo empenho dedicado à este trabalho, assim como em todos os anos de projetos de iniciação científica. Muito obrigada por tudo, pela paciência, pela amizade e pelos ensinamentos que levarei para sempre.
Agradeço à todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо apenas racional, mаs nа manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação profissional, pоr tanto qυе sе dedicaram а mim, nãо somente pоr ensinar, mаs por me fazerem compreender.
Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional. Amo muito vocês.
Obrigada meus irmãos е sobrinhos, que nоs momentos dе minha ausência dedicados ао estudo superior, sеmprе fizeram entender quе о futuro é feito а partir dа constante dedicação nо presente.
Agradeço à Camila Toyota e Sharmilla Godinho pela mais sincera amizade durante todo o decorrer de nossa graduação, onde vocês foram e sempre serão pessoas de importância única em minha vida.
Meus agradecimentos аоs amigos, companheiros dе trabalhos е irmãos nа amizade quе fizeram parte dа minha formação profissional e pessoal.
Enfim, à todos quе direta оu indiretamente fizeram parte de minha formação, о meu muito obrigada!
“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas graças a Deus, não sou o que era
antes”.
(Marthin Luther King)
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Figura 2. Figura 3. Figura 4. Figura 5. Figura 6. Figura 7. Figura 8. Figura 9. Figura 10. Figura 11. Figura 12. Figura 13. Figura 14. Figura 15. Figura 16. Figura 17. Figura 18. Figura 19. Figura 20. Figura 21.
Marcação de inseminação realizada através de corte de vassoura da cauda (meia cola) ........................................................................ Botijão de sêmen, descongelador de sêmen e aplicadores e bainhas ............................................................................................. Aparelho de ultrassonografia ........................................................... Implante intravaginal de progesterona ............................................. Implante auricular de progesterona .................................................. Inseminação artificial ........................................................................ Esquema de protocolo de sincronização de cio de oito dias ............ Esquema de protocolo de sincronização de cio de nove dias .......... Produtos (F1) dos cruzamentos Nelore x Senepol ou Nelore x Angus ................................................................................................ Touros de repasse de raça Senepol e Touro de raça Canchim ....... Produtos (F2) dos cruzamentos das fêmeas F1 (Nelore X Senepol ou Angus) com raças Canchim, Charolês, Simbrasil ou Senepol .... Galpão de armazenagem dos ingredientes ...................................... Silo de superfície de silagem de milho ............................................. Vagão forrageiro acoplado ao chassi de caminhão .......................... Aspiração dos oócitos ....................................................................... Filtro de colheita de oócitos .............................................................. Análise e seleção dos oócitos .......................................................... Transportador de oócitos .................................................................. Palhetas com embriões classificados quanto ao grau de desenvolvimento (Bx, Bl, Bi) ............................................................. Transferência do embrião à receptora .............................................. Inovulador montado com palheta contendo embrião, bainha estéril e camisa sanitária .............................................................................
32 33 33 34 34 35 36 36 37 37 38 41 42 43 54 55 55 56 57 57 58
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Tabela 2.
Composição das dietas inicial, intermediária e de acabamento e quantidades em quilogramas fornecidas por cabeça/dia no confinamento ........................................................................................ Percentagem de inclusão dos alimentos das dietas para desmama PO, novilhas/bois à pasto, protéico, tropa e vitrine touros ...............................................................................................................
43 44
LISTA DE ABREVIATURAS
% @ °C Cab/ha CH4 CO2 ECC EM Eq./kg F1 F2 FIV FSH g/dia GEE GMD GnRH IATF kg kg PC/cab/dia kg/cab/dia MAP mg/kg mL N2O NDT PB/kg PBS PC PC/dia PO POI R$
Percentagem Arroba Graus celsius Cabeças por hectare Metano Dióxido de carbono Escore de condição corporal Estação de Monta Equivalente por quilograma Primeira geração filial Segunda geração filial Fertilização in vitro Hormônio folículo-estimulante Gramas por dia Gases efeito estufa Ganho médio diário Hormônio liberador de gonadotrofina Inseminação artificial em tempo fixo Quilogramas Quilogramas de peso corporal por cabeça por dia Quilogramas por cabeça por dia Fosfato monoamônico Miligramas por quilogramas Mililitros Óxido Nitroso Nutrientes digestíveis totais Proteína bruta por quilograma Phosphate Buffered Saline – Tampão fosfato salino Puro por cruzamento Peso Corporal por dia Puro de origem Puro de origem importada Reais
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 3 REVISÃO ........................................................................................................... 3.1 Pecuária no Brasil ........................................................................................... 3.2 Solo e pastagem ............................................................................................. 3.3 Estratégias de intensificação na pecuária ....................................................... 3.3.1 Suplementação em pasto ............................................................................. 3.3.2 Confinamento ............................................................................................... 3.3.3 A reprodução como ferramenta na intensificação da produção de bovinos . 4 RELATÓRIO DE ESTÁGIO ............................................................................... a. Retiro Bama ....................................................................................................... b. Retiro Esquisito ................................................................................................. c. Retiro São Paulo ................................................................................................ d. Manejo das pastagens ...................................................................................... 5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ............................................ 5.1 Biotecnologias de reprodução ......................................................................... 5.1.1 Inseminação artificial em tempo fixo ............................................................ 5.1.2 Produção de embriões in vitro ...................................................................... 5.2 Avaliação dos rebanhos .................................................................................. 5.3 Manejo sanitário .............................................................................................. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ REFERÊNCIAS .....................................................................................................
11 13 14 14 15 18 19 24 25 29 31 45 48 49 50 50 50 53 59 61 63 64
RESUMO
O Brasil, com mais de 200 milhões de cabeças, e abate anual acima de 34,4 milhões de cabeças é o segundo maior rebanho do mundo. O estado de Mato Grosso, com pouco mais de 28 milhões de cabeças e cerca de 5,86 milhões de bovinos abatidos, no ano de 2013, ocupou a primeira colocação nacional como o maior estado produtor. Também se demonstrou responsável pela exportação de 227,28 mil toneladas de carne bovina in natura, contribuindo com 19,18% do total nacional exportado. Estes dados demonstram que o rebanho bovino brasileiro e matogrossense estão em plena evolução, com melhoria contínua dos seus índices zootécnicos, se tornando cada dia mais produtivo e eficiente. Isto se deve à adoção de estratégias para intensificação da pecuária, entre as quais estão as suplementações nas diferentes estações do ano, terminação dos bovinos em confinamento e implantação de biotecnologias reprodutivas, tendo como exemplo os manejos implantados na empresa J.L. Agropecuária Ltda. – Fazenda Bama. O estágio foi realizado com o objetivo de adquirir e aprimorar conhecimentos e habilidades técnicas e interpessoais essenciais ao exercício da Zootecnia. A experiência possibilitou o contato com problemas reais vivenciados no dia a dia de um Zootecnista, permitindo a análise crítica e ampla das diferentes demandas profissionais.
Palavras-chave: confinamento, pastagem, reprodução, suplementação
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1 INTRODUÇAO
O Brasil, com cerca de 212 milhões de bovinos, possuiu o segundo maior
rebanho do mundo com abate anual acima de 34,4 milhões de cabeça, o que
corresponde a aproximadamente 8,16 milhões de toneladas de equivalente carcaça.
Considerando o ano de 2013, o número de cabeças abatidas foi 10,6% maior que o
alcançado no ano anterior (31,1 milhões de cabeças), o que correspondeu ao
aumento de 11,1% no total de toneladas de carcaças produzidas quando comparado
ao ano anterior (7,35 milhões de toneladas). Distribuído por todo o território nacional,
o efetivo dessa espécie animal registrou maior participação nas Regiões Centro-
Oeste (33,6%), Norte (21,1%) e Sudeste (18,6%) (IBGE, 2013).
O estado de Mato Grosso, com pouco mais de 28 milhões de cabeças e cerca
de 5,86 milhões de bovinos abatidos em 2013, ocupa a primeira colocação nacional
como maior produtor e responsável pela exportação com mais de 227 mil toneladas
de carne bovina in natura, contribuindo com 19,18% do total nacional exportado no
ano de 2013 (IBGE, 2013).
Estes dados demonstram que o rebanho bovino brasileiro e matogrossense
estão em plena evolução, com melhoria contínua dos seus índices zootécnicos, se
tornando cada dia mais produtivo e eficiente. A maior e melhor produção por área
têm possibilitado que a pecuária brasileira se desenvolva objetivando à
sustentabilidade da atividade.
A produção de bovinos de corte nacional geralmente é realizada sob sistema
extensivo, tanto nas fases de cria e recria como na engorda, utilizando-se muitas
vezes somente a suplementação mineral na estação seca. Contudo, alguns
produtores vêm incorporando ao sistema de produção a terminação em
confinamento. Desta forma, consegue-se integrar sistemas dentro da mesma
atividade, com a vantagem de se conseguir a antecipação do abate devido ao tipo
da dieta, a obtenção de carcaças de qualidade, e sem que esta prática prejudique o
ambiente. Esta associação entre sistemas de criação caracteriza a pecuária como
uma atividade sustentável, com projeção de redução dos atuais 41 kg de dióxido de
carbono (CO2) equivalente por quilo de carne produzida para 33 kg de CO2 eq./kg
carne. Estes dados são provenientes de uma pesquisa realizada na Escola Superior
12
de Agricultura Luis de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, e representam
redução em 17% (USP, 2010).
Com a finalidade de se aumentar a eficiência e a produtividade da
bovinocultura de corte brasileira, algumas estratégias vêm sendo adotadas por
criadores de todo o país. A empresa J.L. Agropecuária – Fazenda Bama é um
destes exemplos adotando diferentes sistemas de criação dependendo da categoria
animal. Nas fases de cria e recria de machos e fêmeas o manejo é exclusivamente
em pasto com suplementação mineral no período das águas, e suplementação
protéica no período de seca. Na fase de engorda, os machos são destinados ao
confinamento para terminação, que ocorre quando estes atingem aproximadamente
20 meses de idade. Além das estratégias de manejo, a adoção da estação de monta
e a implantação da técnica de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) tem como
objetivo o crescimento do rebanho PO e ganho genético nos cruzamentos
industriais. No intuito de vivenciar na pratica estas estratégias que tem como objetivo
aumentar a produtividade, estabelecer genética e eficiência reprodutiva ao rebanho,
no período de setembro a novembro, tempo este estabelecido para a realização do
estágio supervisionado obrigatório, acompanhou-se as atividades desenvolvidas
pela propriedade citada anteriormente.
13
2 OBJETIVOS
O estágio foi realizado com o objetivo geral de adquirir e aprimorar
conhecimentos e habilidades técnicas e interpessoais essenciais ao exercício da
Zootecnia. A experiência possibilitou o contato com problemas reais vivenciados no
dia a dia de um Zootecnista, permitindo a análise crítica e ampla das diferentes
demandas profissionais.
Como objetivos específicos procurou-se integrar ao dia a dia os
conhecimentos teóricos/práticos e aqueles desenvolvidos nas atividades de
pesquisa durante o período da graduação; aprimorar hábitos e atitudes profissionais;
inserir-se no contexto do mercado de trabalho para conhecimento da realidade;
confrontar os conhecimentos teóricos e a realidade prática; oportunizar a solução de
problemas técnicos reais sob a orientação do supervisor; e estimular o
desenvolvimento do espírito crítico a partir do aperfeiçoamento profissional.
14
3 REVISÃO
3.1 Pecuária no Brasil
A bovinocultura é de extrema importância no cenário pecuário brasileiro,
representando 33,78% do total de carne produzida, considerando-se a produção de
carne bovina, suína e de aves (IBGE, 2013). Estimado em cerca de 211 milhões de
cabeças em 2013, os maiores rebanhos estão localizados nos estados do Mato
Grosso (28.395.205 cabeças), Minas Gerais (24.201.256 cabeças) e
Goiás (21.580.398 cabeças), correspondendo a 13,4; 11,4; 10,19% do efetivo
nacional, respectivamente.
Desenvolvida em todos os estados e ecossistemas do país, a pecuária de
corte caracteriza-se pela predominância do uso de pastagens, o que torna o Brasil
um dos produtores mundiais de menor custo de produção de carne
(MINERVA FOODS, 2014). Neste cenário, existem basicamente dois sistemas de
produção: o extensivo e intensivo. A pecuária extensiva caracteriza-se pelo uso de
pastagem nativa ou cultivada de baixa produtividade e pouco uso de insumos,
enquanto a pecuária intensiva explora melhor as opções tecnológicas fazendo o uso
de pastagens de alta produtividade, suplementação alimentar e/ou associação com
o confinamento.
Como consequencia da adoção de baixa tecnologia na produção de bovinos
em pasto, os animais caracterizam-se por serem abatidos com idade próxima ou
superior a três anos, e com carcaças leves podendo não se obter a devida qualidade
da carne desejada pelos consumidores. Contudo é possível diminuir o tempo de
abate e melhorar a qualidade da carcaça produzida mesmo que os animais sejam
criados em pasto. Para isso, além do uso de gramíneas mais produtivas e manejo
adequado, umas das estratégias seria a implementação de tecnologias na produção,
como é o caso das suplementações, e a terminação dos animais em confinamento,
momento em que dietas de alto valor nutricional serão oferecidas a fim de se obter
carcaças com qualidade. A possível desvantagem da terminação dos bovinos em
confinamento seria o impacto da dieta sobre o custo de produção, porém, segundo
15
Carvalho et al. (2008), este sistema está muito mais próximo de um ótimo econômico
(custo/benefício) na produção de carne bovina que os sistemas utilizados por
produtores de qualquer outro país. Uma importante característica presente no Brasil
e que reflete positivamente sobre os custos de produção, é a grandiosidade da
agricultura nacional, pois ela é responsável pela produção de grãos que além de
comporem a dieta dos bovinos, possibilitam a obtenção de diversos coprodutos de
valor nutricional pelas agroindústrias.
Pelo ritmo de crescimento do rebanho bovino brasileiro em função da
expansão da agricultura brasileira, e ao potencial de crescimento do rebanho, a
bovinocultura deverá se concentrar predominantemente nas regiões norte e centro-
oeste. Dessa forma, para os próximos 10 anos, são previstos aumentos
significativos com taxas de crescimento de 1,9% ao ano para a produção de carne
bovina e de 3,4% ao ano para as exportações (MAPA/AGE, 2014).
3.2 Solo e pastagem
A produção de ruminantes impacta profundamente o solo, pois devido ao
consumo da forragem pelos animais, há remoção de nutrientes de áreas
relativamente extensas. Apesar da contribuição atribuída a fezes e urina, a
devolução de nutrientes além de estar concentrada em pequenas áreas pastejadas,
está aquém das necessidades do solo e das plantas. Estas perdas, quando não são
compensadas pela aplicação periódica de fertilizantes, promovem queda da
produtividade do sistema, aumentando a probabilidade de ocorrer processos de
degradação. Assim, a capacidade das pastagens em sequestrar carbono do
ambiente é prejudicada, pois os estágios de degradação as tornam improdutivas ou
com baixa produtividade, refletindo negativamente sobre sua capacidade de
mitigação dos gases de efeito estufa.
Segundo Dias-Filho (2011), a degradação é um dos principais fatores
responsáveis pela diminuição do potencial produtivo dos solos, da forragem e da
produção animal, o que compromete a sustentabilidade de todo o sistema de
produção. Entre os fatores que contribuem para a degradação das pastagens está a
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má formação dos pastos, a falta de práticas conservacionistas ou práticas agrícolas
incorretas, o uso de espécies forrageiras inadequadas, a inaptidão do solo para a
cultura forrageira, a baixa fertilidade dos solos, a falta de reposição de nutrientes e,
principalmente o superpastejo contínuo. Assim, o manejo inadequado gera a
desintegração das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo.
Pesquisadores têm constatado que a estruturação física do solo é um dos
indicadores mais importantes relacionados à degradação das pastagens. Quando há
compactação ocasionada pelo pisoteio excessivo do rebanho observam-se reflexos
nos aumentos de densidade, micro porosidade e resistência do solo à penetração, e
ocorre aumento da susceptibilidade à erosão pela menor capacidade de infiltração
da água (LEONEL et. al., 2003; LANZANOVA et.al., 2007; MIGUEL et. al., 2009).
Segundo Correa e Reichardt (1995), o grau de compactação do solo
provocado pelo pisoteio do rebanho é influenciado pela textura do solo e também
pelo sistema de pastejo (LEÃO et al., 2004). Porém, também pode ser influenciado
pela altura de manejo do pasto (CASSOL, 2003), quantidade de resíduo vegetal
sobre o solo (BRAIDA et al., 2004) e umidade do solo. Este efeito sobre as
propriedades físicas do solo é limitado às suas camadas mais superficiais o que
afeta principalmente o sistema radicular e torna as plantas susceptíveis ao déficit
hídrico. Isso prejudicará a capacidade de absorver nutrientes em camadas sub
superficiais (LANZANOVA et al., 2007; MULLER, 2001) porém, este efeito pode ser
temporário e reversível (LANZANOVA et al., 2007; CASSOL, 2003).
Estimativas citadas por Dias‐Filho (2011) indicam que cerca de 70 milhões de
hectares de pastos nativos ou cultivados no Brasil estariam degradados ou em
processo de degradação, isto é, seriam improdutivos ou de muito baixa
produtividade. Considerando que os índices zootécnicos dessas áreas de pasto
estariam abaixo do seu real potencial produtivo, seria possível afirmar que com a
recuperação dessas áreas, a atual produção de carne e leite poderia ser aumentada
sem a necessidade de novos desmatamentos. Ademais, esse incremento de
produtividade, permitiria que parte das tais áreas fosse convertida para fins
agrícolas, florestais ou de preservação.
Em razão da perspectiva de crescimento do setor pecuário, é imprescindível
que os sistemas de produção de bovinos sejam eficientes e produtivos, praticando-
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se gestão predominantemente empresarial, com o objetivo de intensificar a produção
em pasto, ou produzir mais em menor área (DIAS‐FILHO et al., 2008). Para que
esse objetivo seja alcançado, grande parte do sistema extensivo deve aderir às
novas tecnologias de produção, recuperando áreas que se encontram improdutivas
ou com baixa produtividade. Estas ações reduzirão os desmatamentos, promoverão
o uso consciente da terra, aumentarão a produtividade e contribuirão para a
conquista de mercados novos e mais exigentes.
Outra questão bastante debatida com relação à pecuária extensiva é a sua
responsabilidade pela a emissão de gases de efeito estufa à atmosfera (GEE). A
emissão de metano (CH4), que é responsável por 20% da contribuição ao efeito
estufa (CETESP, 2015), está associada ao processo de fermentação dos alimentos
no rúmen. O óxido nitroso (N2O), um importante GEE, é advindo geralmente dos
processos químicos sofridos pela urina, principalmente nos solos compactados
susceptíveis ao encharcamento. Nesta situação, os solos passarão a ser emissores
potenciais de óxido nitroso. O N2O apresenta superioridade de 300 vezes o potencial
poluitivo do dióxido de carbono (CO2), correspondendo ao terceiro GEE mais
importante, atrás somente do CO2 e do CH4 (BORTOLI et al., 2012). Do total de N2O
emitido para atmosfera, de 65 a 80% é atribuído à aplicação de fertilizantes no solo
(IPCC, 2001). Por último e não menos importante, o CO2 que contribui em 60% com
as emissões dos GEE (CETESP, 2015), é originado das práticas de manejo que
diminuem a matéria orgânica do solo e a biomassa da pastagem, como é o caso do
revolvimento do solo, superpastejo e queimadas.
Em áreas degradadas ou em processo de degradação, a oferta de forragem
(crescimento da gramínea) é reduzida, e consequentemente diminui a taxa de
acúmulo de carbono no solo. Em situações como esta, eventualmente, as taxas de
decomposição da matéria orgânica excedem as de deposição, esgotando
progressivamente os estoques de carbono no solo (CONANT; PAUSTIAN, 2002;
FISCHER et al., 2007). Desta forma, as áreas de pastagens degradadas
normalmente teriam níveis de carbono no solo inferiores aos de áreas produtivas, as
quais são eficientes em acumular carbono, sendo ainda capazes de armazenar este
elemento no solo em quantidade superior àquelas presentes no solo de floresta
nativa (AMÉZQUITA et al., 2008). Faz-se importante o acúmulo de carbono no solo,
pois este elemento é formado pela decomposição da matéria orgânica, o qual
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promoverá a manutenção da produtividade do pasto, mantendo o sequestro de
carbono da atmosfera e a ciclagem de nutrientes no sistema.
Segundo Eckard et al. (2010) e Primavesi et al. (2004), além de terem
diminuídas suas capacidades de sequestrar carbono e de ofertar alimento para o
rebanho, áreas de pastagens degradadas apresentam forragem disponível
normalmente de baixa qualidade nutricional, as quais possuem menor digestibilidade
e valor protéico. Como consequencia, eleva-se o potencial de emissão de metano
por unidade de matéria seca ingerida pelos animais.
Práticas que estimulam o aumento na disponibilidade e digestibilidade da
forragem são estratégias que visam a mitigação desses gases, especificamente o
CH4. A lógica é que sob níveis maiores de ingestão de forragem, a proporção de
energia perdida como CH4 diminui à medida que a digestibilidade da dieta aumenta.
Diante do exposto, deve-se considerar que ao mesmo tempo em que o pasto
é fonte de emissão destes gases e responsável por grande parte das emissões
antrópicas de GEE, os mesmos possuem enorme potencial de contribuição na
mitigação desses gases, uma vez que as forragens são sequestradoras de CO2.
Assim, melhorias nas práticas de manejo como o ajuste da carga animal, fertilização
adequada, introdução de gramíneas e leguminosas forrageiras mais produtivas,
irrigação, utilização de modelos de integração, conservação do solo, entre outros,
são estratégias efetivamente capazes em recuperar áreas degradadas e melhorar o
balanço dos nutrientes no solo, disponibilizando áreas para o desenvolvimento da
pecuária, além de promover mitigações das emissões de GEE
(DIAS-FILHO, 2011; SOUSSANA et al., 2009).
3.3 Estratégias de intensificação na pecuária
Nos últimos anos a pecuária nacional vem passando por progresso
tecnológico, fato este que culminou no aumento na produtividade, rentabilidade e
competitividade das cadeias produtivas no mercado nacional e internacional
(MOUSQUER et al., 2014).
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A produção extensiva de carne bovina no Brasil divide-se em dois períodos:
primavera/verão, quando a alta produção forrageira resulta em elevado desempenho
animal e, o período de outono/inverno, quando a produção limitada de pasto retarda
o crescimento animal ou provoca até mesmo perdas de peso durante este período
(PRADO et al., 2003). Sendo assim, apesar das gramíneas tropicais serem a fonte
de energia mais barata aos ruminantes, estas são afetadas pelo efeito sazonal do
clima inerente a qualquer forrageira. Diante disso, deve-se adotar estratégias de
manejo que visem maximizar seu uso, e com isso converter, da forma mais eficiente
possível, este componente em produto de origem animal (PAULINO et al., 2008).
Segundo Reis et al. (2004; 2009) em sistemas de pastejo, os animais têm
disponibilidade de forragem de bom valor nutritivo somente por um curto espaço de
tempo, pois produção forrageira obedece a uma curva de distribuição sazonal,
sendo o período das águas responsável por 70 a 80% da forragem produzida.
Contudo, com a chegada da estação seca, o pasto perde valor nutricional através da
diminuição da digestibilidade e do nitrogênio (MOUSQUER et al., 2014). Com tais
limitações, o crescimento microbiano é prejudicado, levando assim à redução da
degradação da fibra, e consequentemente o declínio dos ganhos de peso diários dos
animais. Com isso, somando-se os efeitos provocados pelas características
climáticas, e o desenvolvimento fenológico das plantas forrageiras, os animais
criados nesse sistema estão sujeitos a variações na distribuição espacial e temporal
de nutrientes. Por estes motivos, faz-se necessário estabelecer o balanço entre as
necessidades nutricionais dos animais e o suprimento de alimentos, visando
acomodar desvios sazonais (flutuações na produção) e anuais da capacidade de
suporte média (PAULINO et al., 2008).
3.3.1 Suplementação em pasto
Para a estratégia de suplementação em pasto, uma gama de possibilidades
de diferentes características nutricionais podem ser utilizadas, como por exemplo, os
suplementos minerais, minerais protéico-energéticos e minerais protéicos que
poderão atender ao requerimento de categorias específicas de acordo com os níveis
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de ganho pré-estabelecidos. Porém a formulação do suplemento deve contemplar os
objetivos a serem alcançados em relação ao ganho de peso e considerar as
interações diretas com as características quantitativas e qualitativas da forragem
ainda disponível.
No sistema de produção de bovinos de corte estabelecidos extensivamente,
ou seja, tendo como alimento exclusivo o pasto e o baixo uso de tecnologias, faz-se
necessária a suplementação mineral, visto que muitas vezes esta fonte volumosa
encontra-se em déficit de alguns minerais importantes à manutenção das atividades
vitais do organismo.
Embora presentes em pequena proporção do corpo, aproximadamente 4% do
peso (NRC, 2001), os minerais são essenciais para o adequado crescimento dos
animais, assim como para manutenção das atividades de lactação e reprodução
(CABRAL, 2011). Os elementos minerais são essenciais e, como são inorgânicos
não podem ser sintetizados pelos animais, portanto quando negligenciados na dieta,
comprometem o crescimento e o metabolismo do animal.
Muitas vezes, as exigências de minerais são menos enfatizadas quando
comparadas à de outros nutrientes, pois as deficiências causadas pela proteína e
energia são mais rapidamente e visivelmente notadas que aquelas provocadas pelos
minerais (MOUSQUER et al., 2014).
O grupo dos minerais é normalmente dividido em macro e microminerais,
sendo os macrominerais aqueles que são requeridos em maiores quantidades
podendo ser expressos em g/kg de tecido animal, como: cálcio (Ca), fósforo (P),
magnésio (Mg), sódio (Na), potássio (K), enxofre (S) e cloro (Cl). Já os
microminerais, são aqueles minerais essenciais que normalmente encontram-se em
concentrações inferiores a 50 mg/kg de tecido animal, dentre os quais, os mais
estudados são: ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu), molibdênio (Mo), selênio (S), iodo
(I), manganês (Mn) e cobalto (Co) (GIONBELLI et al., 2010).
O fósforo é destacado como um dos elementos minerais mais requeridos
pelos animais e mais comum em deficiência nas condições tropicais, visto que os
solos destas regiões se apresentam em sua maioria com baixa concentração deste
elemento, elevados níveis de alumínio (Al3+) e elevada acidez, culminando na
redução da sua disponibilidade para as plantas (CABRAL, 2011). Atribui-se a este
21
elemento uma exigência de 0,12 a 0,20% na matéria seca da dieta (NRC, 1996). O
sódio consiste no segundo elemento inorgânico de mais provável deficiência em
ruminantes, pois a maioria dos solos no Brasil também se caracteriza como pobre
neste elemento. A exigência deste elemento é de 0,06 a 0,10%, na base seca da
dieta (NRC, 1996).
Quanto aos micronutrientes, a deficiência de cobre e cobalto tem sido
relatada na literatura como sendo uma das mais frequentes (TOKARNIA et al.,
2000). As necessidades de cobalto e cobre em bovinos permanecem ao redor de
0,07 a 0,11%, e 4 a 10%, na base seca da dieta, respectivamente (NRC, 1996).
A nutrição mineral de ruminantes é relativamente complexa, pois envolve
aspectos relacionados ao solo, forragem, animais e às interações entre os minerais.
Porém, estratégias como a suplementação mineral e a adubação de formação
e manutenção das pastagens podem ser práticas importantes para melhorar os
níveis destes elementos nos solos, e consequentemente, nas forrageiras (CABRAL,
2011).
Se por um lado a suplementação mineral traz como benefícios o fornecimento
de minerais importantes para o desenvolvimento e metabolismo animal, a
suplementação concentrada é uma pratica que possibilita a exploração do
desempenho animal reduzindo a idade de abate e melhorando outros índices
zootécnicos, como é o caso da idade à primeira cria. Neste caso, em função das
variações na composição da forragem, as quantidades de proteína e energia são
ajustadas a partir do uso de fontes concentradas, além da complementação das
necessidades nutricionais com minerais e vitaminas.
Normalmente, os animais respondem bem à suplementação protéica extra
durante a época das águas, uma vez que neste período a qualidade do pasto é
elevada, considerando-se a digestibilidade e proteína.
A suplementação com fontes de energia e/ou proteína pode ser estabelecida
com o intuito de aumentar o fornecimento de energia e/ou proteína metabolizáveis
(ELIZALDE et al., 1998). Para Moore et al. (1999) o fornecimento de energia
prontamente digestível pode ser benéfico, pois a adição de carboidratos altamente
fermentáveis melhora a utilização (MOUSQUER et al., 2014) e por conseqüência
acarreta aumento na síntese de proteína microbiana.
22
Outro tipo de suplementação que pode resultar em ganhos adicionais são as
misturas múltiplas, as quais são compostas por alimentos protéicos e energéticos,
sal branco, minerais e uréia. Este tipo de suplemento permite maiores ganhos de
peso, mas dependendo da quantidade fornecida, pode ocorrer a substituição do
pasto pelo suplemento. Esta substituição pode se tornar indesejável, pois aumenta o
custo do ganho de peso. Segundo Hoover (1986), isto ocorre porque as bactérias
ruminais degradam preferencialmente as fontes mais degradáveis, como é caso do
amido e proteína presentes nos grãos e coprodutos, enquanto que os componentes
menos digeríveis, são negligenciados. Porém, a substituição do pasto pelo
suplemento também pode caracterizar uma estratégia positiva para a estação seca,
pois supre a deficiência da quantidade de forragem disponível ao rebanho.
Nas condições tropicais, o período seco do ano é a fase mais critica do
sistema de produção de bovinos em pastejo. Nesta época o rebanho alimenta-se de
forragem de baixo valor nutritivo. Esta forragem disponível é remanescente do
crescimento durante o período de primavera/verão, sendo caracterizada pela
presença de fibra indigestível e teor de proteína bruta inferior a 6-7%, limitando
desta forma o seu consumo (REIS et al. 1997, 2005). Desta forma, se os animais
não receberem a suplementação indicada para o período e para o objetivo desejado,
haverá menores ganhos de peso que o esperado ou até mesmo desempenho
negativo, uma vez que o atendimento das necessidades de mantença é primordial.
Portanto, quando se procura investir na suplementação destes animais, mesmo que
isto implique em maior investimento, a compensação ocorrerá sob forma de
aumento de peso dos animais, resultando em aumento da produtividade em arrobas
(SILVA et al., 2014).
Segundo Reis et al. (2009), mesmo que no período seco exista
disponibilidade de fibra potencialmente digestível, a proteína torna-se o nutriente
mais limitante para o desempenho animal. Portanto, a suplementação tem o intuito
de suprir tal deficiência de forma que a degradação da fração fibrosa seja
potencializada, o que consequentemente reflete positivamente sobre a taxa de
passagem e consumo. Além disso, caracteriza-se como um manejo estratégico no
sistema extensivo permitindo-se, desta forma, a exploração mais eficiente da
capacidade de suporte do pasto.
23
O aporte de nutrientes por meio da suplementação em pasto, para a fase de
recria ou recuperação de escore de condição corporal (ECC) de matrizes e
reprodutores, pode atingir diferentes níveis de desempenho. Tal estratégia pode
atingir desde a simples mantença de peso, ganhos moderados de cerca de 200 a
300 g/dia por animal, ou até ganhos de 500-600 g/dia. Por outro lado, na fase de
terminação os suplementos devem proporcionar ganhos de cerca de 700 g/dia para
novilhas, e acima de 800 g/dia para machos em engorda (REIS et al., 2009).
Segundo Alves et al. (2012), a suplementação proteinada (ad libitum) e
concentrada sob nível de 0,8% (base na MN) do peso vivo, em pasto Brachiaria
brizantha cv. Marandu, permitiram incrementos diários de 600 e 670 g/dia no ganho
de peso, bem como em peso total durante o experimento realizado no período seco
do ano, da ordem de 16,53% e 14,89% do peso vivo inicial, respectivamente. Os
custos com os suplementos foram de R$ 83,88 para o concentrado e de R$ 29,02
para o protéico, além dos custos com pastagem de R$ 24,00, e de R$10,79 e R$
5,30 para a suplementação concentrada e protéica para outros custos envolvidos no
período do experimento.
Segundo Cabral et al. (2008), em experimento durante a época das águas em
pasto Panicum maximum cv. Tanzânia, ao comparar economicamente o tratamento
controle (suplemento mineral) ao suplemento protéico-energético com valores
crescentes de ingestão de 0,2%; 0,4% e 0,6% do PV obtiveram-se GMD de 1,02;
1,11; 1,07 kg/animal/dia, respectivamente. A suplementação foi economicamente
viável para todos os tratamentos, porém a maior margem bruta por animal foi para o
tratamento controle, sendo de R$ 142,58 cabeça/período, seguido de R$ 134,69;
127,71 e 100,10 cabeça/período para 0,2; 0,4 e 0,6% PV, respectivamente.
Diante do exposto, fica evidente que a suplementação é uma ferramenta
importante de incremento dos índices zootécnicos, pois de modo geral, tem por
função suprir os nutrientes para os animais, utilizar as pastagens de modo mais
adequado, evitar a subnutrição, melhorar a eficiência alimentar, auxiliar na desmama
precoce, reduzir a idade do primeiro parto, reduzir o intervalo entre partos, diminuir a
idade de abate, aumentar a taxa de lotação das pastagens e auxiliar na terminação
dos animais (LANA, 2002).
24
3.3.2 Confinamento
O sistema de confinamento de bovinos de corte é uma atividade que tem
crescido nas últimas décadas no Brasil. No país, as pesquisas com este sistema de
terminação iniciaram-se na década de 1980, e intensificaram-se no início de 1990,
propiciando o crescimento da atividade a partir das duas últimas décadas (GUABI,
2012).
A tendência dos confinamentos com maiores escalas de produção é de
implantação nas regiões Centro-Oeste e Norte do país, seguindo o deslocamento da
produção de grãos e rebanhos bovinos, onde os custos com animais de reposição e
ingredientes para a produção de volumosos e concentrados são mais baixos.
Em 2014, somente no estado de Mato Grosso foram confinadas 745,58 mil
cabeças, representando um aumento de 3,72% de cabeças confinadas quando
comparado ao ano anterior (717,83 mil cabeças) (IMEA, 2014). O confinamento de
bovinos na fase de terminação tem se destacado a cada dia mais como uma
alternativa tecnológica importante na intensificação de sistemas de produção de
bovinos de corte, buscando atender o exigente mercado consumidor interno, e
principalmente externo.
Dentre os sistemas de produção de bovinos, o confinamento é aquele com o
maior potencial para reduzir a idade de abate, embora o custo de produção possa
ser mais elevado que nas criações ocorridas totalmente em pasto. Outras vantagens
da técnica do confinamento podem ser ressaltadas como, por exemplo: o aumento
da taxa de desfrute; o retorno mais rápido do capital; a produção de carcaças mais
pesadas que nos sistemas em pasto; a liberação de áreas de pastagens para outras
categorias animais durante o período seco; e a maior produção de carne por
unidade de área, pressupondo que o retorno sobre o capital investido seja mais
elevado.
Faz-se importante promover o levantamento completo dos custos com o
confinamento, pois este sistema requer elevado investimento de recurso financeiro
em infra-estrutura e alimentação. Segundo
Barbosa et al. (2006, apud BARBOSA et al., 2011), a maior parte do custo
operacional total está relacionada à compra dos animais (72%) e à dieta (19%). Ao
25
omitirmos dos custos a compra de bois, as proporções se alteram e a dieta terá o
maior percentual (61%), seguida das depreciações (13%), mão de obra (7%),
combustível (5%), vacina e outros (2%). Sendo assim, o preço de compra dos
animais e dos alimentos, além do preço de venda, são de fundamental importância
para a viabilidade econômica do confinamento. Portanto, quando em regiões onde o
preço de compra do boi é superior a 20% da arroba de boi gordo; os preços de
grãos e coprodutos são maiores devido à distância da fábrica até na fazenda; e os
preços de comercialização do boi gordo não são elevados; a possibilidade de se
realizar o sistema de confinamento é descartada, pois poderá mostrar-se inviável
economicamente no decorrer dos anos. Por isso, o planejamento técnico aliado ao
financeiro mostra-se como uma ferramenta imprescindível para verificar a viabilidade
operacional e econômica das estratégias assumidas dentro do sistema e fornecer
com maior precisão as informações necessárias a cada tomada de decisão.
3.3.3 A reprodução como ferramenta na intensificação da produção de bovinos
Os diferentes sistemas de criação e as estratégias de manejo possibilitam a
melhoria nos índices zootécnicos, contudo, é preciso incorporar também as
biotecnologias aplicadas à reprodução animal, como inseminação artificial,
associadas a um manejo adequado do rebanho. A adoção de tais técnicas têm sido
implementadas com o objetivo de aumentar a qualidade e a quantidade de bezerros
genética e fenotipicamente superiores.
Para um rebanho comercial obter máximo desempenho reprodutivo, seria
desejável a produção de um bezerro/matriz/ano (ROCHA et al., 2007) e para tal, as
matrizes zebuínas deveriam conceber no máximo entre o 70º e o 75º dia do pós-
parto (MADUREIRA et al., 2004). Apesar dos esforços visando atingir essa meta, a
maioria das fêmeas bovinas produz somente um bezerro a cada dois anos,
apresentando um período de serviço próximo aos 300 dias (ROCHA et al., 2007),
sendo que a lactação e a subnutrição são os principais responsáveis pelo
prolongado intervalo entre partos (SHORT et al., 1990).
26
Devido à grande extensão territorial, no Brasil, há variações na época do ano
em que se estabelece a estação de monta. Na verdade, essas variações ocorrem na
tentativa de contemplar uma mesma finalidade de disponibilizar forragem no período
de maior necessidade tanto da vaca quanto do bezerro. Geralmente a estação de
monta é iniciada no período das primeiras chuvas, quando ocorre a rebrota dos
pastos (primavera) e normalmente há aumento no percentual de fêmeas
apresentando cio. Nas condições do estado de Mato Grosso, este período ocorre
entre outubro e dezembro, e os nascimentos se concentram de julho a setembro, ou
seja, no período seco do ano. Desta forma, nas propriedades que praticam o
desmame aos oito meses de idade, os bezerros são separados das mães nos
meses de março a maio, época de grande oferta de forragens. Esta prática favorece
o desempenho do bezerro no início da recria, bem como o da vaca, que estará sem
bezerro ao pé e poderá suportar melhor as restrições do período seco e melhorar
sua condição corporal até o parto (VALLE et al., 2000). Este manejo evita que o
desenvolvimento dos bezerros e a fertilidade das fêmeas sejam prejudicados, e que
o intervalo de partos se prolongue devido ao aumento do período de serviço
(TORRES-JÚNIOR et al., 2009).
A inseminação artificial consagrou-se mundialmente e provou ser viável
técnica e economicamente para acelerar o ganho genético e o retorno econômico da
pecuária. Dentre suas vantagens, destacam-se a padronização do rebanho, o
controle de doenças sexualmente transmissíveis, a organização do trabalho na
fazenda e a diminuição do custo de reposição de touros. Outra vantagem são os
programas de cruzamento industrial com touros de raças altamente precoces e com
alto ganho de peso, mas pouco adaptadas às condições tropicais e, ainda, o uso de
sêmen de touros mesmo após a sua morte. Mas o principal benefício desta técnica é
o melhoramento genético por meio do uso de touros provados para obtenção de
crias com maior potencial de produção e reprodução (ASBIA, 2008).
Com a evolução e o estabelecimento da técnica de inseminação artificial, os
problemas, como detecção de cios, baixo número de animais inseminados e
principalmente a necessidade de mão de obra em tempo integral, conduziram à
busca por alternativas de contorná-los, sem comprometer os índices reprodutivos.
Assim, surgiram as técnicas de sincronização de cios e da ovulação que permitem a
realização da inseminação artificial em tempo fixo e possibilitam inseminar um
27
grande número de animais no momento mais apropriado aos técnicos e produtores,
sem a necessidade de observação de cios (TORRES-JÚNIOR et al., 2009).
Alguns fatores de grande importância na implantação de biotecnologias de
reprodução devem ser considerados, tais como antecipação dos partos na eficiência
reprodutiva da estação de monta subseqüente, valorização e ganho genético das
novilhas de reposição, aumento do peso ao desmame dos bezerros, diminuição da
idade ao abate de novilhos, além do ganho no valor comercial dos bezerros por
comporem lotes altamente homogêneos e produzidos por inseminação artificial.
Essa decisão evita que prejuízos visíveis e fáceis de observar como o fato das
fêmeas não conseguirem emprenhar, ou quando existirem perdas no período
próximo ou imediato ao parto sejam contornados eficazmente (TORRES-JUNIOR et
al., 2009).
Algumas biotecnologias reprodutivas como a produção in vitro de embriões
tem sido utilizadas para acelerar e aprimorar a genética de rebanhos, favorecendo a
difusão de genes de animais de alto valor zootécnico e comercial. Por meio destas
biotecnologias que são aplicadas à propriedade pode-se então promover
intensificação da produção pecuária. Esta biotecnologia compreende-se em três
etapas desenvolvidas em laboratório: a maturação oocitária in vitro, a fecundação
dos oócitos in vitro e o cultivo embrionário in vitro até os estádios de mórula e
blastocisto, quando os embriões poderão ser transferidos ou criopreservados.
Segundo Rheingantz (2000), a técnica de fecundação in vitro (FIV) associada
à coleta de ovócitos a partir da punção folicular in vivo (ovum pick up - OPU) em
bovinos, pode servir como instrumento importante para o melhor aproveitamento do
potencial reprodutivo dos rebanhos, diminuindo o intervalo entre gerações e
acelerando o melhoramento genético animal. Aliada à técnica de transferência de
embriões, esta tecnologia torna possível aumentar a vida reprodutiva de animais de
alto valor genético, dos quais possam ser utilizados ovócitos normais, como fêmeas
que não respondem aos tratamentos de superovulação, fêmeas imaturas, idosas ou
aquelas que apresentam infertilidade adquirida devido a patologias no trato
reprodutivo, impossibilitando a fecundação e o desenvolvimento embrionário in vivo.
A produção in vitro de embriões apresenta inúmeras vantagens e aplicações,
como a determinação e controle do sexo dos produtos; o aumento da eficiência dos
programas núcleos de produção; às rápidas e melhores possibilidades para executar
28
programas de cruzamento; a estimação do efeito materno sobre a descendência; a
rápida multiplicação de raças; a facilidade de importação e exportação de material
genético da fêmea; formação de bancos de gametas congelados; o aumento da
eficiência do sêmen congelado de alto valor genético e estudos e desenvolvimento
de outras biotécnicas reprodutivas, a partir da micromanipulação de embriões
(RHEINGANTZ, 2000).
O sucesso da transferência de embriões e fertilização in vitro em se aumentar
o número de oócitos viáveis por aspiração, depende em grande parte, da resposta à
superovulação através da utilização de hormônios gonadotróficos para o
desenvolvimento folicular adequado.
A super estimulação hormonal aumenta o número de folículos de tamanho
adequado para a aspiração e, consequentemente o número de embriões que podem
ser produzidos, devido a maiores taxas de recuperação (RIBEIRO et al., 2011).
Entre as técnicas utilizadas para a coleta de oócitos, a aspiração transvaginal
guiada por ultrassonografia é a que apresenta maior número de embriões
produzidos in vitro por doadoras, devido sua alta repetibilidade, possibilitando
maiores recuperações de oócitos (RIBEIRO et al., 2011).
Ainda segundo alguns pesquisadores, a pré-estimulação ovariana com
hormônio folículo-estimulante (FSH), demonstra ser a alternativa mais consistente
para aumentar a qualidade dos oócitos recuperados de vacas zebuínas, sendo
relatado aumentos expressivos no número de folículos disponíveis para a aspiração
folicular e aumento da competência de desenvolvimento do oócito (MIYAUCHI,
2011)
A produção in vitro de embriões permite ainda além das vantagens já citadas,
o aumento do potencial de exploração zootécnico de fêmeas de genética superior
em um menor período de tempo, uma vez que as sessões de aspiração folicular
podem ser realizadas a cada 15 dias. Realizada nesta periodicidade, ou mesmo
mensalmente, com índices de produção de 40%, seu rendimento pode superar
aquela obtida pela transferência de embriões, e a relação custo/benefício pode se
tornar justificável (VARAGO et al., 2008).
29
4 RELATÓRIO DE ESTÁGIO
O estágio foi realizado em uma das propriedades da J.L. Agropecuária Ltda.,
no período de 15 de setembro a 28 de novembro de 2014, que correspondeu a 480
horas.
Localizada no município de Juara, estrada Juara/Tabaporã no km 63, a
história da Fazenda Bama inicia-se no ano 1954 quando foi fundada com o nome de
Fazenda São Paulo pelo então proprietário José Lonardoni Meneguetti, que adquiriu
terras do governo do Estado do Mato Grosso. Em 1980, começaram os trabalhos de
formação dos pastos e organização desta propriedade surgindo, após quatro anos, a
oportunidade de aquisição de terras vizinhas distantes apenas 6 km da propriedade.
Estas áreas, de pastagens formadas e infra-estrutura implantada desde 1970, com
rebanho de cerca de 1000 bovinos de raça Nelore, foram incorporadas à Fazenda
São Paulo, que passou a ser designada Fazenda Bama a partir do ano de 1984.
Assim, atualmente a propriedade acima referida, possui área total de 21341,70
hectares, dividida em quatro retiros principais, sendo eles: São Paulo, Bama,
Esquisito e Monte Belo, que juntamente com outras áreas (Fim da Picada, São
Francisco, Figueira, Piau e Vai Quem Qué) compõem a Fazenda Bama, totalizando
10325,10 hectares de pastagens. Pertence também à empresa J.L. Agropecuária
Ltda., a Fazenda Assahí possui área total de 2487,76 hectares e está localizada
próxima a cidade de Juara – MT. Nesta propriedade são desenvolvidas as fases de
recria e engorda em pasto de fêmeas tricross para abate.
Até o mês de outubro de 2014, o rebanho da Fazenda Bama era composto
por 24941 bovinos, sendo 4349 da raça Nelore PO, 1048 Senepol PO-PC, e o
restante constituído de animais de diversos cruzamentos e graus de sangue.
A Fazenda Bama, quase em sua totalidade, é destinada à produção de
bovinos em sistema extensivo com lotação contínua, porém está implementando o
pastejo rotacionado em algumas áreas. Também conta com o sistema de
confinamento, com período de ocupação de maio à dezembro, que possui
capacidade estática para 3.000 animais, porém em dois ciclos são confinados 4.500
bovinos.
30
Desde a aquisição da Fazenda São Paulo no ano de 1954, a empresa J.L.
Agropecuária tinha como projeto desenvolver rebanho PO da raça Nelore, visando,
posteriormente, disponibilizar touros e matrizes para a região norte do Mato Grosso.
Assim, objetivando a melhoria dos resultados econômicos na atividade de pecuária e
no desejo de agregar genética em todo o rebanho, no ano 2000, a J.L. Agropecuária
Ltda./Fazenda Bama aderiu ao Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de
Corte, denominado Geneplus– Embrapa, firmando então parceria com a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O sistema adotado inicialmente pela fazenda constava em divisão das
matrizes Nelore em dois grupos. Um primeiro grupo seria inseminado com touros
Nelore, e o outro grupo inseminado com touros Red Angus. As fêmeas inseminadas
com Nelore teriam repasse com Brangus, e as inseminadas com Red Angus, o
repasse seria com Nelore. As fêmeas cruzadas de diferentes composições raciais
seriam acasaladas com Canchim, tendo em vista que esta raça era a que vinha
sendo utilizada experimentalmente pela Embrapa e com bons resultados no ano de
2000. A raça Canchin foi escolhida para acasalamento com as fêmeas cruzadas
devido a sua adaptação às condições tropicais, podendo então acasalar a campo
sem maiores problemas. A escolha por esta raça também se deu em função da
participação do Charolês em sua formação, sendo destaque quanto à produção de
carne.
Com a adoção das estratégias de cruzamentos, os dois grupos de matrizes
de raça Nelore foram acasalados com intuito de produzir animais de reposição do
rebanho Nelore e rebanho F1 para reprodução. Os acasalamentos direcionados às
matrizes cruzadas tiveram por objetivo a produção de bezerros adaptados e com
bom desempenho para a produção de carne de qualidade. Desse cruzamento
originariam 25% de crias Nelore e 75% de crias cruzadas.
A empresa J.L. Agropecuária Ltda., no ano de 2006, introduziu em seu
Programa de Melhoramento Genético, a utilização da raça Senepol por meio de
inseminação artificial. Com os resultados obtidos a partir dessas aquisições, além de
buscar a produção de um rebanho Senepol por absorção, optou-se por importar
alguns lotes de embriões POI dessa raça da empresa PRR – Prime Rate Ranch
situada nos Estados Unidos da América em Miami - Flórida, ampliando assim o
núcleo do Senepol na propriedade. Desde então se tem usado o Senepol de duas
31
formas, sendo a partir da utilização de touro desta raça no repasse da inseminação
realizada com o sêmen de Angus na formação do F1; ou, usando-o como repasse
da inseminação com a raça Charolês. Paralelamente a isto, utilizando-se o Canchim
nas fêmeas F1, produzindo para a fazenda um cruzamento tricross destinado ao
abate, tanto de machos quanto de fêmeas.
Do rebanho PO desta raça, faz-se a seleção dos animais a serem utilizados
em seu uso próprio e também àqueles destinados à comercialização de uma
genética de alto valor, produção de sêmen, embriões, ou mesmo reprodutores para
o mercado interessado.
As atividades durante todo o decorrer do estágio foram desenvolvidas
principalmente nos retiros Bama, Esquisito e São Paulo, todos pertencentes à área
da Fazenda Bama. Foi acompanhado o manejo geral dos retiros com ênfase aos
manejos reprodutivo, sanitário, no confinamento e na realização de avaliações do
rebanho Nelore PO e comercial para abastecimento do Programa Embrapa de
Melhoramento de Gado de Corte (Geneplus – Embrapa). O mesmo
acompanhamento foi realizado para o rebanho Senepol PO no Núcleo Brasileiro de
Melhoramento do Senepol (NBM Senepol) e para a Prova de Avaliação de
Desempenho do Senepol em pasto (PADS) que atualmente está sendo realizada na
propriedade.
Os retiros possuem rebanhos e responsabilidades diferentes, portanto o retiro
Bama acomoda as matrizes e reprodutores de raça Senepol PO e suas crias, além
de manter a fase de cria do rebanho Nelore comercial e do rebanho cruzado. O
retiro Esquisito é responsável pela fase de cria do rebanho Nelore PO. Como
responsabilidade do retiro São Paulo tem-se as fases de cria do rebanho cruzado e
recria do rebanho Nelore comercial.
a. Retiro Bama
O retiro Bama é considerado como a sede da Fazenda Bama, pois dentre os
retiros que formam a fazenda, este é o de maior infra-estrutura possuindo casa dos
proprietários, escritório, farmácia, sala de estocagem de sêmen, refeitório, galpão de
32
máquinas, oficina, posto de combustível, lava jato, casa dos técnicos, casa de
hóspedes, alojamento para funcionários solteiros, casas de funcionários casados,
estábulo, galpão de armazenagem de venenos, reservatório de água, vitrines de
touros e tourinhos, campo de futebol e pista de laço. Fazendo parte da infra-
estrutura, este retiro possui curral em madeira e cordoalha, com três currais de
espera e sete de apartação com: seringa em forma de cunha, tronco coletivo, tronco
de parede móvel hidráulico com balança, tronco de madeira com balança mecânica,
embarcadouro e sala para depósito de materiais e medicamentos.
O Retiro Bama possui área de pastagens no total de 2591,64 hectares os
quais são utilizados como maternidade e fase de cria da raça Senepol, do rebanho
comercial e do rebanho cruzado, além dos touros e tourinhos destinados ao repasse
ou comercialização. Neste retiro encontram-se 321 matrizes PO-PC de raça
Senepol, sendo elas multíparas, primíparas e nulíparas, as quais são mantidas em
pasto e suplementadas com sal mineral. Para as matrizes desta raça, os grupos de
manejo se constituem de 65 animais cada, com objetivo de facilitar o trabalho
quando levadas ao curral. A propriedade também possui 100 hectares de cana-de-
açúcar plantados para o fornecimento como cana triturada aos animais do
confinamento, vacas leiteiras e vitrine dos touros e tourinhos.
Na estação de monta (setembro à janeiro), as matrizes passam por
inseminação artificial em tempo fixo, sendo os protocolo de sincronização de oito ou
nove dias, então inseminadas com sêmen de touros Senepol e recebem
imediatamente identificação de meia cola na vassoura da cauda (Figura 1).
Figura 1. Marcação de inseminação realizada através de corte de vassoura da cauda (meia cola)
Fonte: Arquivo pessoal
33
Alguns materiais foram necessários para a realização da inseminação artificial
tais como: botijão de sêmen, descongelador de sêmen, aplicador e bainhas (Figura
2).
Figura 2. Botijão de sêmen, descongelador de sêmen, bainhas e aplicadores
Fonte: Arquivo pessoal
Depois de passados 30 dias da inseminação, são feitos os diagnósticos de
gestação por meio de ultrassonografia (Figura 3) e/ou palpação retal realizado pelo
médico veterinário responsável.
Figura 3. Aparelho de ultrassonografia
Fonte: Arquivo pessoal
34
Se o diagnóstico for positivo para a prenhez, a matriz tem a vassoura da
cauda cortada por inteiro, e se negativo, permanecem com meia cola recebendo
imediatamente 2 mL de valerato de estradiol ou de benzoato de estradiol via
intramuscular além do implante intravaginal (Figura 4) ou implante auricular de
progesterona (Figura 5), iniciando assim uma nova sincronização.
Figura 4. Implante intravaginal de progesterona
Fonte: Arquivo pessoal
Figura 5. Implante auricular de progesterona
Fonte: Arquivo pessoal
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Após o cumprimento do protocolo utilizado, faz-se nova inseminação artificial
em tempo fixo (Figura 6), e após 30 dias, touros Senepol são colocados para fazer o
repasse naquelas matrizes que permaneceram vazias.
Figura 6. Inseminação artificial
Fonte: Arquivo pessoal
Os 132 touros que são utilizados para as atividades de repasse possuem em
sua grande maioria 24 meses, sendo que quando atingirem 36 meses são
disponibilizados à comercialização. Estes touros são preparados 40 dias antes do
início da estação de monta. Neste período passam por exame andrológico e
recebem ração balanceada composta por silagem de milho, cana-de-açúcar triturada
e ração (milho moído, farelo de soja, uréia, Fosbovi 20, enxofre, calcário e Taurotec),
distribuídas duas vezes ao dia.
Para o rebanho Nelore denominado de comercial, o qual é constituído por
4567 matrizes multíparas, primíparas ou nulíparas, quando em estação de monta
(setembro a dezembro), passam por inseminação artificial em tempo fixo por meio
de protocolos de oito ou nove dias. Os protocolos de primeira sincronização são
realizados de mesma forma tanto para o rebanho PO Nelore e Senepol, quanto para
os rebanhos comerciais e cruzados. Diferenciam-se, portanto, por não existir o
segundo protocolo de sincronização para o rebanho comercial e o rebanho cruzado,
utilizando-se somente o repasse através de monta natural.
36
O protocolo de oito dias (Figura 7) consiste em: no dia 0 (zero) – aplicação de
implante auricular de segundo ou terceiro uso, ou dispositivo intravaginal de
progesterona além de 2 mL de benzoato de estradiol (Gonadiol); no dia 8 – retirada
do implante de progesterona e aplicação de 0,5 mL de cipionato de estradiol (E.C.P -
Zoetis), 1,5 mL de eCG (Novormon – Zoetis) e 2 mL de prostaglandina (Croniben –
Biogénesis-Bagó ou Ciosin - Intervet); após dois dias (dia 10) deve ocorrer a
inseminação em tempo fixo.
Figura 7. Esquema de protocolo de sincronização de cio de oito dias
Dia 0 Dia 8 Dia 10
Implante Auricular (2° ou 3° uso) ou Dispositivo Intravaginal
+ 2 mL benzoato de estradiol
Retirada do implante + 0,5 mL cipionato de
estradiol + 1,5 mL eCG
+ 2 mL prostaglandina
Inseminação artificial em tempo fixo
O protocolo de nove dias (Figura 8) consiste em: no dia 0 (zero) - aplicação
do implante auricular de progesterona de primeiro uso e dose única (2 mL) de
valerato de estradiol (Crestar – Intervet); no dia 9 – retirada do implante auricular de
progesterona e aplicação de 1,5 mL de eCG (Novormon – Zoetis); após dois dias (no
dia 11) deve ocorrer a inseminação em tempo fixo.
Figura 8. Esquema de protocolo de sincronização de cio de nove dias
Dia 0 Dia 9 Dia 11
Implante Auricular (1° uso) + 2 mL valerato de estradiol
Retirada do implante + 1,5 mL eCG
Inseminação artificial em tempo fixo
Quando aptas à reprodução, as matrizes Nelore comerciais passam por uma
primeira sincronização e inseminação com sêmen de reprodutores Angus ou Nelore,
e na semana seguinte já são repassadas em monta natural com touros Senepol ou
Nelore. As fêmeas (F1) (Figura 9) originadas desses cruzamentos (Nelore x Angus
37
ou Nelore x Senepol), posteriormente quando aptas a se reproduzirem, são
acasaladas com touros de raças como Canchin, Charolês, Simbrasil ou novamente
com Senepol por meio de IATF. O repasse das matrizes não prenhes é realizado por
meio de monta natural com touros Canchin e Senepol (Figura 10) após uma semana
de ocorrida a inseminação.
Figura 9. Produtos (F1) dos cruzamentos Nelore X Senepol ou Nelore X Angus
Fonte: Arquivo pessoal
Figura 10. Touros de repasse de raça Senepol e Touro de raça Canchim
Fonte: Arquivo pessoal
Os produtos gerados (F2) (Figura 11) desses cruzamentos, tanto machos
quanto fêmeas, são somente destinados à engorda em confinamento ou em pasto.
38
Figura 11. Produtos (F2) dos cruzamentos das Fêmeas F1 (Nelore X Senepol ou Angus) com raças Canchim, Charolês, Simbrasil ou Senepol
Fonte: Arquivo pessoal
Os piquetes maternidade das matrizes Senepol PO e do rebanho comercial
recebem vistoria em dias alternados para observação de vacas com problemas de
parto, tratamento e secagem de umbigo dos bezerros, identificação do número da
mãe e designação do tamanho do bezerro em P (pequeno), M (médio) e G (grande).
Para a raça Senepol são classificados os pesos P = 30 kg, M = 33 kg e G = 36 kg de
peso corporal. A identificação da matriz e do bezerro ocorre por meio de tatuagem
nas orelhas, sendo somente realizada quando existir um número maior de animais
nascidos.
O diagnóstico de gestação por meio de ultrassonografia e/ou palpação retal
não é realizado neste grupo após o período de reprodução. Somente após 225 dias
do início do repasse com os touros é que estas fêmeas são submetidas ao
diagnóstico final, período este que coincide com a desmama do bezerro, otimizando
assim o manejo das matrizes e suas progênies no curral. No diagnóstico final, as
matrizes passam por pesagem e avaliação do escore de condição corporal, as quais
são informações relevantes do estado nutricional em que adentrarão no terço final
de gestação, pois neste período, muitos nutrientes são demandados para o
adequado crescimento fetal. O escore de condição corporal das matrizes é fornecido
39
por meio da atribuição de notas (1-5), as quais seguem as seguintes características
estipuladas pela Embrapa (2008):
1- Caquético ou emaciado: Os processos transversos e os processos
espinhosos estão proeminentes e visíveis. Há total visibilidade das
costelas, a cauda está totalmente inclusa dentro do coxal e os íleos e os
ísquios mostram-se expostos. Há atrofia muscular pronunciada e é como
se houvesse a visão direta do esqueleto do animal (aparência de "pele e
osso").
2- Magro: Os ossos estão bastante salientes, com certa proeminência dos
processos dorsais e dos íleos e dos ísquios. As costelas têm pouca
cobertura, os processos transversos permanecem visíveis e a cauda está
menos inclusa nos coxais (aparência mais alta). A pele está firmemente
aderida no corpo (pele esticada).
3- Médio ou ideal: Há suave cobertura muscular com grupos de músculos à
vista. Os processos dorsais estão pouco visíveis; as costelas, quase
cobertas; e os processos transversos, pouco aparentes. Ainda não há
camadas de gordura; a superfície do corpo está macia e a pele está
flexível (pode ser levantada com facilidade).
4- Gordo: Há boa cobertura muscular, com alguma deposição de gordura na
inserção da cauda. As costelas e os processos transversos estão
completamente cobertos. As regiões individuais do corpo ainda são bem
definidas, embora as partes angulares do esqueleto pareçam menos
identificáveis.
5- Obeso: Todos os ângulos do corpo estão cobertos, incluindo as partes
salientes do esqueleto, onde aparecem camadas de gordura (base da
cauda e maçã do peito). As partes individuais do corpo ficam mais difíceis
de ser distinguidas e o animal tem aparência arredondada. Este estado só
é aceitável para animais terminados, prontos para o abate.
Após serem avaliadas, as matrizes diagnosticadas como não prenhes
somente receberão nova chance de entrarem em período de reprodução se forem
primíparas. As demais matrizes serão destinadas ao abate.
40
Outras avaliações também são desenvolvidas tanto para o rebanho Senepol
PO quanto ao comercial. Na avaliação maternal, os bezerros são medidos em altura
e pesados aos 120 dias de vida; à desmama, são obtidos peso e altura aos 225 dias
de idade; e ao sobreano, com pesagem, medição de altura e circunferência escrotal
para os machos aos 480 dias de idade.
Como os bezerros de um mesmo grupo de manejo podem nascer em dias
diferentes, então a fórmula utilizada para obter o peso real aos dias das avaliações
deve ser ajustada de forma a não mascarar as informações desejadas.
Os pesos devem então ser obtidos pelas fórmulas assim corrigidas:
Peso ao maternal:
Maternal = 120 − Idade em dias x GMD + Peso Real
Sendo que,
Idade em dias = Dia da avaliação − Dia do nascimento
GMD =Peso real − Peso ao nascimento
Dias de vida (do nasc. ao dia da avaliação)
Peso à desmama:
Desmama = 225 − Idade em dias x GMD + Peso Real
Sendo que,
Idade em dias = Dia da avaliação − Dia do maternal
GMD =Peso real − Peso ao maternal
Dias de vida (do maternal ao dia da avaliação)
Peso ao sobreano:
Sobreano = 480 − Idade em dias x GMD + Peso Real
Sendo que,
Idade em dias = Dia da avaliação − Dia da desmama
41
GMD =Peso real − Peso a desmama
Dias de vida (da desmama ao dia da avaliação)
O Retiro Bama conta ainda com as instalações do confinamento constituído
por 22 baias, com lotação de aproximadamente 136 animais por baia, cercadas por
fios de arame liso, lascas e mourões de madeira, comedouros em cimento e também
bebedouros compartilhados com baias vizinhas. Anexas ao confinamento estão as
estruturas de galpão de armazenagem de alimentos (milho, torta de algodão, núcleo)
(Figura 12), fábrica de ração, silos de superfície para armazenagem de silagem de
milho (Figura 13) e cana-de-açúcar, e banheiros.
Figura 12. Galpão de armazenagem dos ingredientes
Fonte: Arquivo pessoal
42
Figura 13. Silo de superfície de silagem de milho
Fonte: Arquivo pessoal
O confinamento possui período de funcionamento que vai de maio a
dezembro, ou seja, 240 dias aproximadamente. Possui capacidade estática para
3000 animais, porém são terminados 4.500 animais durante todo o período.
Considerando-se necessário um período de 126 dias para a terminação dos animais,
novos lotes podem ser incorporados no sistema no período restante. Desse total,
4100 animais são machos (Nelore comercial e animais cruzados) sendo 60%
nascidos na propriedade e 40% oriundos de outros produtores da região. Os 400
animais restantes são vacas que saíram do rebanho devido à problemas
reprodutivos e então são destinadas ao abate.
Os animais entram no confinamento com idade entre 24 a 26 meses e peso
corporal médio de 340 kg, porém aqueles animais com peso acima de 290 kg e
nesta faixa de idade também podem ser confinados. Todos os animais antes de
adentrarem ao confinamento passam por vermifugação e aplicação de suplemento
contendo vitaminas, minerais e aminoácidos.
Três são as dietas utilizadas no confinamento, sendo elas denominadas na
propriedade como: inicial, intermediária e de acabamento. As dietas inicial (do 1º ao
43
30° dia) e intermediária (do 31º ao 60° dia), são fornecidas respeitando-se a relação
volumoso:concentrado de 60:40. A ração de acabamento possui relação de 46:54 e
é fornecida do 61° dia até o abate. Estas dietas são compostas por cana triturada,
silagem de milho, milho moído, torta de algodão e núcleo (milho, uréia, suplemento
mineral – Fosbovi 20, calcário e sal) nas quantidades apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1. Composição das dietas inicial, intermediária e de acabamento do confinamento e quantidades diárias dos ingredientes da ração fornecidos por animal
Dieta (kg MN/Cab/Dia)
Ingrediente Inicial Intermediária Acabamento
Cana-de-açúcar triturada ad libitum ad libitum ad libitum
Silagem de milho 8,55 10,20 7,58
Milho triturado 3,30 4,80 7,30
Torta de algodão 2,00 1,60 1,20
Núcleo1 0,40 0,40 0,40
1 Composição do Núcleo: Milho (12,5%), Uréia (25%), Fosbovi 20 (30%), Calcário (25%) e Sal Branco (7,5%).
Composição Fosbovi 20: Cloreto de sódio (sal comum) (32,31%); Enxofre ventilado (flor de enxofre); Fosfato
bicálcico; Transquelato de enxofre; Iodato de cálcio; Monóxido de manganês; Transquelato de cobalto;
Transquelato de cobre; Transquelato de manganês; Transquelato de selênio; Transquelato de zinco; Sulfato de
cobalto; Sulfato de cobre monohidratado; Sulfato de ferro; Sulfato de zinco; Caulim (máx. 7%).
A dieta era dividida em seis fornecimentos diários distribuído por vagão
forrageiro acoplado ao chassi de caminhão (Figura 14).
Figura 14. Vagão forrageiro acoplado ao chassi de caminhão
Fonte: Arquivo pessoal
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As rações utilizadas nos demais segmentos da fazenda são produzidas na
fábrica de ração por meio de misturador com capacidade para 1000 kg. A porção
concentrada das dietas são definidas de acordo com seu respectivo uso: Protéico
para Recria, Novilhas/Bois em Pasto, Vitrine Touros, Tropa (Animais usados para o
trabalho no campo) e Desmama PO.
Tabela 2. Composição percentual das rações concentradas utilizadas para desmama de animais PO, novilhas/bois em pasto, protéico para recria, tropa e vitrine touros
Ração (% de inclusão no concentrado)
Ingrediente Desmama PO Novilhas/bois em
pasto Protéico Tropa Vitrine Touros
Milho Triturado 79,70 79,72 19,35 71,5 71,44
Farelo de Soja 9,85 - - - 19,60
Torta de Algodão - 9,85 32,25 22,5 -
Uréia 2,46 2,46 - - 0,98
Fosbovi 20 (1)
7,38 7,39 - - 4,90
Calcário - - - 3 2,94
Sal Branco - - 6,45 3 -
Enxofre 0,49 0,49 - - 0,09
Taurotec (2)
0,09 0,07 - - 0,03
Nutrigold Núcleo(3)
- - 41,93 - -
TOTAL 99,97 99,98 99,98 100 99,98 (1)
Composição Fosbovi 20: Cloreto de sódio (sal comum) (32,31%); Enxofre ventilado (flor de enxofre); Fosfato bicálcico; Transquelato de enxofre; Iodato de cálcio; Monóxido de manganês; Transquelato de cobalto; Transquelato de cobre; Transquelato de manganês; Transquelato de selênio; Transquelato de zinco; Sulfato de cobalto; Sulfato de cobre monohidratado; Sulfato de ferro; Sulfato de zinco; Caulim (máx. 7%).
(2)Composição
Taurotec: Lasalocida de sódio (0,75%) e veículo q.s.p. (3)
Composição Nutrigold Núcleo: Cloreto de sódio (sal comum) (26%); Enxofre ventilado (flor de enxofre); Fosfato bicálcico; Milho integral moído; Oxido de magnésio; Transquelato de enxofre; Essência de canela; Iodato de cálcio; Monóxido de manganês; Sulfato de cobalto; Sulfato de cobre monohidratado; Sulfato de ferro; Sulfato de zinco; Transquelato de cobalto; Transquelato de cobre; Transquelato de manganês; Transquelato de selênio; Transquelato de zinco; Uréia pecuária; Caulim (máx. 6%).
O tempo de permanência dos animais em confinamento é variável e depende
do desempenho de cada categoria até o peso médio de 510 kg. Em uma das etapas
de confinamento na propriedade, os bovinos cruzados apresentam GMD de 1,500 kg
PC/dia, permanecendo 108 dias confinados, enquanto os animais da raça Nelore,
em função do menor ganho diário (1,284 kg/dia), demoram mais para atingir os 510
kg (126 dias). Atingido o peso estabelecido, os animais são encaminhados para
abate, que pode ocorrer em frigoríficos localizados nas cidades de Sinop, Tangará
da Serra ou Juara. Normalmente, a maior parte dos animais confinados é abatida
em Juara.
45
Pelo histórico de abates da propriedade, o rendimento de carcaça geralmente
obtido é de 52,5%. Considerando o preço médio da arroba comercializada no mês
de novembro (R$ 118,00), a receita de cada animal abatido com cerca de 17 arrobas
foi de aproximadamente R$ 2100,00. Segundo o planilhamento de custos atualizado
para os valores vigentes em novembro de 2014, os animais confinados e abatidos
custaram R$ 4,00/animal/dia, sendo R$ 0,70 atribuídos a custos operacionais, e R$
3,30 para a alimentação. Assim, os bovinos cruzados custaram R$ 432,00/animal ao
longo dos 108 dias de confinamento, enquanto que para os animais da raça Nelore
atingirem o mesmo peso (510 kg), o gasto foi de R$ 504,00/animal. Descontando-se
estes custos da receita, e desconsiderando o valor do animal desde seu nascimento
entre outras variáveis econômicas, o valor líquido de cada animal na fase de
terminação correspondeu a aproximadamente R$ 1600,00 reais. A finalidade do
cálculo foi apenas demonstrar que apesar das diferenças nos ganhos em peso de
animais cruzados e Nelore, considerando apenas a fase de terminação, o retorno
econômico seria semelhante. Mas, não se deve desconsiderar as fases anteriores,
pois o desempenho de cada categoria pode ser diferente e, com isso, refletir em
maior ou menor retorno.
b. Retiro Esquisito
A infra-estrutura deste retiro é menor quando comparada ao retiro Bama,
porém atende perfeitamente às necessidades de manejo do rebanho. Possui curral
em madeira e cordoalha sendo dividido em: dois currais de espera e cinco currais de
manejo, seringa dupla em forma de cunha, tronco coletivo, tronco pneumático,
apartador com quatro saídas, balança mecânica, embarcadouro e sala de
armazenagem de materiais e medicamentos. Possui também quatro casas, sendo
três em madeira e uma de alvenaria, estábulo e motor à diesel para geração de
energia elétrica. Existem dois funcionários fixos que residem com suas famílias,
porém na estação de reprodução mais três funcionários trabalham neste retiro.
O retiro é composto por 1122,76 hectares, os quais foram utilizados em sua
totalidade para a produção à pasto das matrizes Nelore PO da propriedade, sendo
46
suplementadas somente com sal mineral. Até o mês de outubro de 2014 a fazenda
Bama contava com 1461 matrizes Nelore PO neste retiro, dentre elas multíparas,
primíparas e nulíparas.
Durante o período de estação de monta do rebanho PO que se estende do
mês de setembro ao mês de janeiro, foram estabelecidos os procedimentos de
inseminação artificial em tempo fixo (IATF), com aplicação de dois protocolos de
sincronização de oito ou nove dias igualmente aos realizados nas matrizes do retiro
Bama, de acordo com as datas dos manejos a fim de evitar que coincidam com
domingos e feriados.
As matrizes formam grupos de manejo com 65 animais cada um, procurando-
se otimizar o tempo gasto no curral em dias de manejo e promover melhores
resultados. Estes grupos foram então submetidos à inseminação artificial em tempo
fixo 30 dias após o nascimento do último bezerro do grupo de manejo desejado,
respeitando assim o período de puerpério, ou seja, de involução uterina da matriz.
As matrizes inseminadas recebem a marcação por meio de corte da metade
vassoura da cauda, sendo assim chamada de meia cola.
Após a primeira inseminação artificial em tempo fixo, espera-se 30 dias para
então fazer o diagnóstico de gestação por meio de ultrassonografia e/ou palpação
retal, recebendo as prenhes corte total da vassoura da cauda. As matrizes com
diagnóstico negativo de prenhez recebem pintura com tinta à base de água no
dorso, além de aplicação de 2 mL de benzoato de estradiol ou 2 mL valerato de
estradiol e aplicação do implante intravaginal ou auricular de progesterona, iniciando
assim o segundo protocolo de IATF. Passados 25-30 dias da inseminação das
matrizes vazias ocorrem os repasses por meio de monta natural com touros PO da
propriedade, não passando novamente pelo diagnóstico de gestação.
O próximo diagnóstico de gestação somente será o diagnóstico final que é
realizado com 225 dias após o começo dos repasses, o qual coincide com o período
de desmama dos bezerros destas matrizes. O manejo de desmama dos bezerros
vinculado ao diagnóstico final de gestação visa minimizar o manejo do rebanho em
apenas uma vinda ao curral. No diagnóstico final também ocorre a pesagem e
definição do escore de condição corporal da matriz à desmama, visto que apresenta-
se com 5 a 6 meses de gestação e entrando no terço final onde ocorre grande
demanda de nutrientes para o crescimento fetal. Neste momento, o grupo de manejo
47
inicial se desfaz e forma-se um novo onde matrizes vazias são separadas das
prenhes.
Outras avaliações também foram procedidas na propriedade como: maternal,
a qual os bezerros são medidos em altura e pesados aos 120 dias de vida; à
desmama, onde são obtidos peso e altura aos 225 dias de idade; e ao sobreano,
com pesagem, medição de altura e circunferência escrotal para os machos aos 480
dias de idade.
Como os bezerros de um mesmo grupo de manejo podem nascer em dias
diferentes, as mesmas fórmulas utilizadas para avaliação do rebanho Senepol PO e
rebanho Nelore comercial (pág. 38 e 39) foram adotadas para obter o peso real ao
dia da avaliação a fim de não mascarar as informações desejadas.
Após o diagnóstico final, as matrizes prenhes foram submetidas a
acasalamento dirigido do Programa Geneplus – Embrapa e destinadas à
continuarem no rebanho PO, ou rebaixarem para descarte comercial devido à
problemas raciais, ou ainda serem descartadas para abate devido a históricos de
produzir bezerros guaxos.
Para as matrizes vazias ocorre avaliação no acasalamento, podendo estas
receber nova chance, devido ao seu histórico reprodutivo, e permanecer um ano
vazia na propriedade até entrarem na nova estação de reprodução, ou então serem
descartadas para o abate.
Os bezerros de raça Nelore PO nascidos na propriedade, como não passam
por pesagem nas vistorias dos piquetes maternidade, são classificados em
pequenos, médios e grandes de acordo com o peso corporal, sendo P até 27 kg, M
= 30 kg, G acima de 33 kg de peso corporal. Esta definição por meio de estimativa
do peso dependendo do conhecimento do funcionário responsável. As vistorias nos
piquetes maternidade ocorrem em dias intercalados e conforme vão nascendo
passam pela cura de umbigo, reconhecimento e identificação do número da mãe
para posteriormente receberem suas identificações pelo método de tatuagem na
orelha.
Na área anexa ao retiro Esquisito, denominada de Vai Quem Qué, também
são realizadas a recria dos animais PO das raças Nelore e Senepol, os quais foram
desmamados com sete meses. Estes animais recebem diariamente 700 g/cab/dia de
48
ração desmama PO, que vem com o intuito de minimizar o estresse ocasionado pelo
desmame. Após 45 dias deste manejo, machos e fêmeas são apartados em lotes
diferentes, onde as fêmeas receberão suplementação protéica até que se inicie o
período das águas, e os machos continuarão consumindo a ração desmama PO,
porém em maiores quantidades com consumo diário de 2 kg/cabeça até sua
comercialização com 36 meses de idade. As fêmeas somente entrarão em
reprodução quando completarem 24 meses.
c. Retiro São Paulo
Este retiro possui 2344,63 hectares em pastagens que são utilizados para as
fases de cria do restante dos animais do rebanho cruzado e recria de machos dos
rebanhos comercial e cruzado.
Este retiro conta com curral em madeira e cordoalha, dividido em cinco currais
de espera e seis de manejo. Conta ainda com seringa em formato de cunha, tronco
coletivo, tronco pneumático, embarcadouro e sala de medicamentos. Existem seis
casas para funcionários, sendo quatro funcionários fixos, além de estruturas como
estábulo, capril e galpão de máquinas.
Os manejos reprodutivos neste retiro descrevem-se os mesmos realizados no
retiro Bama, onde as matrizes foram submetidas a um protocolo de sincronização, à
inseminação artificial em tempo fixo com sêmen de touros de raça Canchim,
Charolês, Simbrasil e Senepol e repasse com touros Canchim e Senepol.
Também ocorrem as mesmas avaliações realizadas (pág. 38 e 39) nos
demais retiros para maternal, desmama, sobreano e diagnóstico final de gestação
das matrizes.
O desmame das fêmeas e machos advindos do rebanho comercial, ocorre
com oito meses de vida, onde durante a primeira seca receberão suplementação
protéica e no período das águas somente consumirão suplementação mineral e
forragens disponíveis. Durante a segunda seca do período de recria destes animais,
as fêmeas são destinadas à reprodução visto que atingiram 24 meses de idade,
49
recebendo ainda suplementação protéica até o início das chuvas. Os machos vão
para o confinamento permanecendo poucos dias a mais neste para compensar a
inexistência de suplementação energética no período das águas, devido à
problemática operacional.
d. Manejo das pastagens
A Fazenda Bama conta com diversas espécies de plantas forrageiras, como
os capins Marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu), Mombaça (Panicum
maximum cv. Mombaça), Massai (Panicum maximum cv. Massai), Piatã (Brachiaria
brizantha cv. BRS Piatã), MG-5 (Brachiaria brizantha cv. MG-5 Vitória) e a braquiária
híbrida Convert HD364 implantados conforme a fertilidade do solo exigida. Estas
forrageiras estão em sua grande maioria sob sistema de lotação contínua de
animais, porém vem sendo implantadas em algumas áreas para pastejo rotacionado.
Na propriedade ainda não são estabelecidos métodos de controle da
produtividade das forrageiras, sendo apenas executado parâmetro visual da
condição destas pastagens e altura de pastejo, porém quando necessário são
realizadas adubações de manutenção com fosfato monoamônico (MAP) e/ou
calcário somente em algumas áreas.
Quando necessário, faz-se reformados pastos de baixa produtividade de
matéria verde adotando-se uma sequência de ações. Inicialmente é realizada a
observação de toda a área a fim de diagnosticar o stand de plantas da forrageira
implantada e de plantas invasoras. Em seguida, são realizadas as coletas de
amostras de solo para análise completa em laboratório a qual descreve a fertilidade,
micronutrientes, matéria orgânica e granulometria ou textura de cada amostra. Após
a interpretação dos resultados, o engenheiro agrônomo responsável determina a
quantidade de nutrientes necessária para o correto estabelecimento das plantas,
calculando os requerimentos em calcário e adubo.
Após estes procedimentos iniciais, são definidos quais equipamentos e
maquinários serão necessários e quais métodos serão aplicados. Métodos como
calagem, gradagem ou subsolagem, adubação, gradagem niveladora, espécie
forrageira, semeadura e tipo de incorporação, ocorrem de acordo com cada
50
planejamento. Somente após aproximadamente 80 dias do plantio, ocorre a entrada
de animais leves para o pastejo inicial observando-se sempre a altura de entrada e
saída destes. Este corte inicial da forrageira estimula o perfilhamento da forrageira e
consequentemente promove o recobrimento do solo. Após a pastagem atingir sua
completa implantação, são realizadas adubações de manutenção com MAP (52% de
fósforo e 11% de nitrogênio), fosfato natural reativo (29% de fósforo) e/ou calcário. O
controle químico dessas áreas é realizado por meio de aplicação de herbicida foliar
seletivo e sistêmico para erradicação de plantas daninhas herbáceas à arbustivas,
ou através do uso de inseticida quando existir algumas pragas como lagartas ou
cigarrinha-das-pastagens.
5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO
Durante todo o período de permanência na empresa J.L. Agropecuária –
Fazenda Bama, que se deu do dia 15 de setembro a 28 de novembro do ano de
2014, as atividades foram desenvolvidas conforme o manejo geral da propriedade.
Durante as mais de 480 horas de estágio, demonstrou-se máxima atenção a
quaisquer tipos de aprendizagem, tanto de caráter profissional como pessoal. Os
ensinamentos, correções e disponibilidade em acatar os serviços práticos, foram
alcançados da melhor maneira possível, visando obter maiores informações dos
assuntos discutidos.
5.1 Biotecnologias de reprodução
5.1.1 Inseminação Artificial em Tempo Fixo
A empresa J.L. Agropecuária atualmente conta com modernos métodos de
reprodução que já são desenvolvidos nas propriedades do mundo inteiro. Estas
51
biotecnologias direcionadas à reprodução dos seus rebanhos são empregadas com
o intuito de elevar os índices zootécnicos. Sendo assim, por meio da sincronização
da ovulação na inseminação artificial em tempo fixo, as matrizes inseminadas se
tornam gestantes no início da estação de monta, o que consequentemente diminui o
período de serviço e aumenta a eficiência reprodutiva do rebanho.
Na propriedade são realizados dois tipos de protocolos de sincronização (oito
ou nove dias) durante o período da estação de monta, que para o rebanho PO
estende-se por cinco meses (setembro à janeiro) e para o rebanho comercial apenas
quatro meses (setembro à dezembro). São implantados dois tipos de protocolos
devido à necessidade de se planejar os dias dos manejos a fim de não coincidir com
feriados e finais de semana.
Somente dois grupos de manejo por dia são disponibilizados aos protocolos
de inseminação artificial em tempo fixo, devido ao tempo necessário para o
desenvolvimento eficiente da atividade. Estes grupos são direcionados ao curral,
apartados de suas crias, e então os protocolos são desenvolvidos.
O rebanho PO (Senepol e Nelore) passam por dois protocolos de
sincronização e repasse por meio de monta natural com touros PO destas raças. O
rebanho Nelore comercial e o rebanho cruzado passam apenas por um dos
protocolos de sincronização (oito ou nove dias), e tem repasse feito por meio de
monta natural de acordo com o planejamento do rebanho.
No protocolo de sincronização de oito dias as matrizes individualmente são
apartadas no tronco, onde inicialmente (Dia 0) recebem implante auricular por meio
de aplicador metálico, ou implante intravaginal por meio de aplicador de plástico,
ambos desinfetados em solução antisséptica após cada uso, evitando-se assim
possíveis infecções. Estes implantes promoverão o aumento de progesterona,
regressão do folículo dominante, aceleração da retroca da onda folicular e inibição
da secreção de estrógenos. As matrizes também recebem 2 mL de benzoato de
estradiol (Gonadiol), via intramuscular na região da garupa, o qual é responsável por
promover a liberação de hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) e
consequentemente as gonadotrofinas (LH e FSH) que promovem a maturação da
próxima onda folicular. No Dia 8, as matrizes voltam ao curral para a retirada do
implante de progesterona e também recebem 0,5 mL de cipionato de estradiol
(E.C.P - Zoetis), 1,5 mL de eCG (Novormon – Zoetis) e 2 mL de prostaglandina
52
(Croniben – Biogénesis-Bagó ou Ciosin - Intervet), via intramuscular na região da
garupa. Esse procedimento visou promover a correção de anestros,
desenvolvimento folicular, secreção de estrógenos para a manifestação do cio e
ovulação.
Após dois dias da retirada dos implantes (Dia 10) ocorre a inseminação
artificial no tempo determinado do protocolo, sendo esta atividade muitas vezes nos
permitida a prática.
Quanto ao protocolo de nove dias as matrizes no dia 0 (zero) recebiam o
implante auricular de progesterona e dose única (2 mL) de valerato de estradiol
(Crestar – Intervet) via intramuscular, com a função de bloquear a liberação dos
hormônios gonadotróficos pela hipófise. No dia 9 ocorre a retirada do implante
auricular de progesterona e aplicação de 1,5 mL de ECG (Novormon – Zoetis), via
intramuscular, para favorecer o desenvolvimento folicular e secreção de estrógenos
para a manifestação do cio e ovulação. Após dois dias (Dia 11) deve ocorrer a
inseminação no tempo programado.
Os protocolos de sincronização para IATF objetivam induzir a emergência de
uma nova onda de crescimento folicular, controlar a duração do crescimento folicular
até o estágio pré-ovulatório, sincronizar a inserção e a retirada da fonte de
progesterona exógena (implante auricular ou dispositivo intravaginal) e endógena
(prostaglandina) e induzir a ovulação sincronizada em todos os animais
simultaneamente.
Portanto, com a utilização dos programas de sincronização e aplicação do
método de inseminação artificial em tempo fixo pode-se: permitir maior quantidade
de matrizes inseminadas por dia sem a necessidade de observar seus cios; utilizar
matrizes em anestro e obter boas taxas de prenhez; regularização de cio de
matrizes que não emprenharam após os protocolos, melhorando assim as chances
de prenhez quando houver o repasse com touros; diminui a necessidade de compra
e manutenção de touros para repasse; diminui a necessidade de descarte das
matrizes que ficaram vazias no final da estação de monta; permite altas taxas de
prenhez já no início da estação de monta; diminui o intervalo de partos e aumenta
consequentemente a eficiência reprodutiva; permite a produção de crias melhoradas
geneticamente e concentra o nascimento dos bezerros num determinado período do
ano fazendo com que apresentem maior peso ao desmame.
53
A propriedade apresenta taxas de prenhez de 30-40% nos protocolos de
inseminação artificial em tempo fixo, porém ainda os considero baixos, sendo que de
acordo com Borges et al. (2008) a média nacional varia de 25 a 70% de prenhes.
5.1.2 Produção de embriões in vitro
Foi possível acompanhar o processo de produção in vitro de embriões de 12
doadoras de raça Senepol PO na propriedade, desde a preparação e aspiração dos
oócitos das doadoras até a transferência dos embriões às receptoras.
Inicialmente as doadoras foram submetidas à um protocolo hormonal sendo
realizado da seguinte forma: Dia 0 (zero) – implante de progesterona auricular +
2 mL de benzoato de estradiol (Gonadiol) para início de uma nova onda folicular +
aplicação de 2 mL de agente luteolítico (Croniben) para evitar a presença de corpo
lúteo na data da aspiração. Para melhores resultados deveriam ser implantados dois
implantes auriculares de progesterona, para que se tenha maior produção de oócitos
viáveis no momento da aspiração destes. No quarto dia (Dia 4) fez-se a aplicação de
1,5 mL de eCG (Novormon – Zoetis) para melhorar o crescimento da onda folicular
em recrutamento, pois ainda não ocorreu a divergência folicular. No Dia 5 ocorre a
aspiração dos oócitos (Figura 15), onde as doadoras foram inicialmente submetidas
à anestesia raquidiana e coleta por meio uma guia de biópsia com agulha conectada
a uma linha de aspiração e bomba de vácuo, sendo esta aliada a uma probe
ultrassonográfica especial que é projetada até o final da vagina.
54
Figura 15. Aspiração dos oócitos
Fonte: Internet (BIOTECNOLOGIAS NA REPRODUÇÃO BOVINA, 2009)
Durante e após a aspiração dos oócitos, o material coletado fica imerso em
um meio composto de PBS (Phosphate buffered saline – tampão fosfato salino),
heparina e soro fetal bovino, sendo este ultimo responsável por impedir que os
oócitos se fixem à parede do sistema de aspiração ou tenham maturação
embrionária, sendo finalmente depositados em um tubo coletor com o mesmo meio.
O material aspirado e depositado no tubo coletor é então transferido para um
filtro de colheita de oócitos (Figura 16) e lavado com a mesma solução utilizada na
aspiração para a separação das sujidades.
55
Figura 16. Filtro de colheita de oócitos
Fonte: Arquivo pessoal
O sedimento restante no filtro é depositado em placas de Petri para análise
(Fig. 17).
Figura 17. Análise e seleção dos oócitos
Fonte: Arquivo pessoal
56
Foram selecionados então os oócitos conforme a presença das células do
Cumulus e definidos em graus I, II e III possuindo os oócitos com grau I mais de três
camadas de células do cumulus; grau II três camadas de cumulus ou menos e grau
III com cumulus presente, porém expandido. Após as análises, as amostras foram
levadas ao laboratório por meio de um transportador adaptado (Figura 18), o qual
mantém sob temperatura controlada.
Figura 18. Transportador de oócitos
Fonte: Arquivo pessoal
Nos processos de maturação e fertilização não foi possível o
acompanhamento, mas a transferência dos embriões às receptoras de cruzamentos
industriais pôde ser assistido e auxiliado. Poucas horas antes do início do processo
de transferência, os embriões eram selecionados, classificados conforme seu grau
de desenvolvimento sendo: blastocisto expandido (Bx), blastocisto (Bl) e blastocisto
inicial (Bi) e são transferidos para palhetas separadamente (Figura 19).
57
Figura 19. Palhetas com embriões classificados quanto ao grau de desenvolvimento (Bx, Bl e Bi)
A transferência (Figura 20) ocorre por meio de inovulação, onde o embrião foi
depositado no corno em que havia a existência de corpo lúteo, pelo método
transcervical com auxílio do inovulador que contém a palheta com o embrião e
recoberta por bainha estéril e camisa sanitária (Figura 21) para que não se adquiram
contaminações.
Figura 20. Transferência do embrião à receptora
Fonte: Arquivo pessoal
58
Figura 21. Inovulador montado com palheta contendo embrião, bainha estéril e camisa sanitária
Fonte: Arquivo pessoal
As receptoras devem estar sincronizadas com os embriões por meio de
protocolo hormonal semelhante ao utilizado nas matrizes dos retiros para a técnica
de inseminação artificial em tempo fixo, objetivando melhores resultados a serem
obtidos.
Após 30 dias, o diagnóstico de gestação deve ser realizado por meio de
aparelho de ultrassonografia via retal, visando um diagnóstico da presença do
embrião mais rapidamente e menor manipulação do trato reprodutivo da fêmea
prenhe, reduzindo assim o risco de induzir morte embrionária.
O processo de produção de embriões in vitro, vem com o intuito de aumentar
o número de animais com qualidade genética superior àqueles oriundos dos demais
processos reprodutivos, que consequentemente possibilita à empresa J.L.
Agropecuária a composição de rebanho altamente melhorado pela introdução de
animais reconhecidos mundialmente pelo seu desempenho.
59
5.2 Avaliações dos rebanhos
As avaliações foram realizadas tanto para o rebanho Nelore e Senepol PO
quando para o rebanho comercial são destinadas ao controle dos índices
zootécnicos e ao abastecimento dos programas em que a propriedade participa.
No momento da realização do diagnóstico final de gestação as matrizes foram
avaliadas para o recolhimento de informações como peso atual e escore de
condição corporal.
A avaliação do peso ocorre por meio de balança digital e a descrição do
escore de condição corporal é realizada através de avaliação visual da quantidade
de reservas teciduais, especialmente gordura e músculos, pelo técnico responsável.
As regiões do corpo do animal analisadas foram: costelas, processos espinhosos e
transversos da coluna vertebral, vazio, ponta de íleo, base da cauda, sacro e
vértebras lombares, atribuindo-lhes notas (1-5). O problema questionado a esta
variedade de avaliação se dá pela veracidade das informações, pois a atribuição das
notas do escore de condição corporal depende muito do conhecimento técnico do
responsável, que muitas vezes não se encontra capacitado à esta operação. Porém,
a realização desta avaliação é considerada de extrema importância visto que, é um
método rápido, prático e barato onde as reservas energéticas dos animais são
refletidas, além de servirem de auxilio na tomada de decisões na implantação de
práticas para um manejo nutricional adequado do rebanho. Por meio dessas
avaliações foi possível ajustar as épocas de desmame das crias e definir quando e
quanto suplementar a dieta das matrizes, visando redução do período de anestro
pós-parto, até mesmo fazer a predição do desempenho produtivo e reprodutivo.
Os bezerros foram avaliados em três momentos: fase de maternal, à
desmama e ao sobreano. No maternal o bezerro é contido individualmente no
tronco, onde então são coletados dados de altura e peso corporal, assim como
foram designadas notas de seu escore de conformação (1-6). Esta avaliação tem
como objetivo avaliar o desenvolvimento do bezerro desde o momento de seu
nascimento até seus 120 dias de vida. Acredito que nos cuidados iniciais com o
bezerro, a identificação do peso ao nascer destes animais deveria ser realizada por
meio de balança, visto que muitas delas são fabricadas para este propósito. Desse
60
modo, pode-se evitar que a obtenção de informações errôneas subestime ou
superestime os dados das demais avaliações realizadas durante vida destes
animais.
Na avaliação feita à desmama, os bezerros foram pesados, tiveram suas
alturas medidas em tronco de contenção individual, e também passam por
determinação de notas de escore de conformação (1-6). Objetiva-se o
acompanhamento do desenvolvimento destes animais no período referente dos 120
dias de idade até o desmame com 225 dias de idade. Quando os animais atingirem
o sobreano (16 meses) passam por avaliação de peso, altura, escore de
conformação (1-6) e determinação da circunferência escrotal para os animais
machos. Estas avaliações visam o diagnosticar o desenvolvimento do animal
durante o período que se estende do desmame aos seus 480 dias de vida. Estas
avaliações também foram obtidas por demonstrarem herdabilidade moderada a alta
que se correlaciona ao ganho de peso (peso ao nascimento, peso ao desmame e
peso ao sobreano), às características reprodutivas das fêmeas (idade ao primeiro
parto, probabilidade de prenhez, número de dias para o parto e intervalo entre
partos) e às características reprodutivas dos machos (volume testicular, formato
testicular e defeitos espermáticos).
Estas três avaliações também objetivam determinar a precocidade de
crescimento que também é mediadora de maior ganho econômico anual do rebanho.
Por meio dela, pode-se aumentar a eficiência para ganho de peso, reduzir o tempo
de permanência dos animais a pasto e a quantidade de suplementos utilizados,
obter conversão alimentar mais eficiente e minimizar tanto os gastos quanto o tempo
até o abate.
Também foi acompanhada a seleção dos animais Nelore e Senepol PO na
fase de recria que por meio de análise do mapa genealógico dos animais, dos seus
respectivos desenvolvimentos nas avaliações do maternal e desmame, e da
conformação corporal, o zootecnista responsável do Programa de Melhoramento
Genético da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) toma as
decisões de destiná-los à comercialização, descarte ou permanecerem na fazenda
para reprodução. É por meio desta seleção, que são obtidos os melhores e mais
adaptados animais que poderão vir a ser grandes matrizes e reprodutores de suas
61
raças, fornecendo genética e possibilidades de melhores índices de produtividade à
bovinocultura de corte.
5.3 Manejo sanitário
O manejo sanitário realizado na fazenda pôde ser acompanhado no mês de
novembro, uma vez que pelo calendário de vacinações do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), o estado de Mato Grosso deve realizar as
vacinações contra a febre aftosa, carbúnculo e brucelose. Aliado a esse
procedimento, a propriedade procura também fornecer doses de vermífugos e
suplementação vitamínico-mineral a todo rebanho.
Os animais foram deslocados aos currais, contidos em troncos individuais e
então recebem a vacinação no local indicado buscando-se sempre a forma mais
adequada de aplicação.
Na vacinação, são obedecidas as dosagens indicadas por cada fabricante dos
produtos, sendo todos administrados via subcutânea, na tábua do pescoço e com
troca de agulha a cada 50 animais vacinados, porém a recomenda-se troca a cada
10 animais que passam pela vacinação. Assim sendo, foram aplicados 5 mL de
vacina contra a febre aftosa (Bovicel – Vallé), 5 mL contra carbúnculo (Excell 10 –
Vencofarma/ ou 2 mL de Vision – Intervet), 10 mL de suplementação vitamínico-
mineral (Bovitam – Dispec do Brasil) e 1 mL a cada 50 kg de peso corporal de
vermífugo à base de ivermectina 1% (Ivermic – Microsules).
Alguns cuidados no momento da aplicação das vacinas devem ser
considerados, como exemplos, a avaliação do local de aplicação quanto a higiene, a
forma correta de deposição da vacina e o acondicionamento dos frascos sob
temperatura adequada. A vacinação nunca deve ser realizada nos locais
contaminados por lama ou fezes, devendo-se promover a higienização antes do
início do procedimento. Quanto à forma correta de deposição, deve-se fazer uma
prega na pele do animal e então transferir a vacina para a camada subcutânea,
evitando o refluxo do produto ou a formação de abscesso nos animais. O
acondicionamento deve ser realizado da maneira que o fabricante informa, porém
62
muitas vezes não se tem os equipamentos adequados, devendo-se então mantê-los
próximos à temperatura adequada.
Estas medidas servem para evitar problemas maiores que possam ser
responsáveis por acometer o rendimento da produção, elevar as taxas de
mortalidade ou promover distúrbios reprodutivos.
63
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante todo o período de permanência na propriedade, que teve inicio no dia
15 de setembro e término dia 28 de novembro de 2014, transcorrendo-se 480 horas
de estágio, uma ampla variedade de conhecimentos foram adquiridos. Aprendizados
relacionados à simples convivência com funcionários e proprietários ou até mesmo
àqueles que exigiam maiores responsabilidades de execução.
Conhecimentos teóricos sobre manejo sanitário, nutricional, reprodutivo
puderam ser colocados em prática e ser complementados com novas informações
aplicadas a realidade da atividade pecuária.
O estágio realizado na empresa J.L. Agropecuária permitiu o contato entre as
diferentes realidades, proporcionando vivência e experiência para o
desenvolvimento de pensamento crítico e a capacidade de interferir sobre estas da
melhor maneira possível. Também foi possível a identificação de eventuais falhas,
que insistentemente vêm sendo corrigida pelos responsáveis a fim de aperfeiçoar a
atividade pecuária.
Os aspectos destacados para aprimoramento são de cunho reprodutivo e
sanitário, onde muitas vezes durante a graduação foram abordados com menor
importância, mas que demonstram notável diferença no sistema de produção.
Através do empenho em que os técnicos se propuseram em transferir
conhecimento, foi possível adequar os conceitos aprendidos durante a graduação e
aplicá-los à realidade, formando a base para as futuras ações como profissional.
Além de nos integrar ao ambiente profissional o estágio permite o início da
criação de redes de relacionamentos profissionais e também a comprovação dos
interesses na área de atuação escolhida. As experiências concebidas durante todo o
período de estágio tiveram grande influência para a decisão de maior
comprometimento com a produção de bovinos de corte. Por meio do estágio
realizado na Fazenda Bama – empresa J.L.Agropecuária, as intenções de seguir na
ramo da produção de ruminantes puderam ser concretizadas, fato este considerado
de grande importância pessoal e profissional.
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