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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais USO DE ESPÉCIES FLORESTAIS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR ATIVIDADES MINERADORAS DE OURO FREDERICO DINIZ DANTAS CUIABÁ-MT 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e

Ambientais

USO DE ESPÉCIES FLORESTAIS PARA RECUPERAÇÃO

DE ÁREAS DEGRADADAS POR ATIVIDADES

MINERADORAS DE OURO

FREDERICO DINIZ DANTAS

CUIABÁ-MT 2016

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FREDERICO DINIZ DANTAS

UTILIZAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS E

EXÓTICAS PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS

DEGRADADAS POR ATIVIDADES MINERADORAS DE

OURO

Orientador: Prof.Dr. Antônio de Arruda Tsukamoto Filho

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências do Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, para obtenção do título de Mestre.

CUIABÁ-MT

2016

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Agradecimentos

Meus sinceros agradecimentos aos professores da UFMT em

especial ao prof. Tsukamoto, prof. Diego Tyszka, profa Dagma, prof.

Rubens, profa. Édila, prof. Alberto Durval. Ao Antônio João que me

incentivou a viver essa experiência, Letícia Lobo e Libério Amorin.

Agradeço a ajuda dos amigos da Coogavepe, Gilson Camboim, Emílio

Miguel, Flávio Borges, Gilberto Simão, Gaúcho manco, Geraldinho, e

também aos colegas da Metamat Guilherme, Alcemar, Cavalcante,

Lisboa, Pedro, Wilson Coutinho e Miúdo. Agradecimentos aos amigos

Mr.Been, Patrik, Cleiton e Zezé. A família Dantas que compartilharam os

momentos de reflexão: Carmen, Dantas, Emanuele, Miguel, Tairone,

Roberta, Maria e Josamar.

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SUMÁRIO

RESUMO...................................................................................................xi

ABSTRACT...............................................................................................xii

1.INTRODUÇÃO.........................................................................................1

2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................3

3. MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................17

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................40

4.1 Avaliação dos indivíduos plantados....................................................40

4.2 Altura e diamêtro das espécies...........................................................43

4.3 Cobertura de copa...............................................................................48

4.4 Aspectos fitossanitários.......................................................................50

4.5 Regeneração natural...........................................................................54

4.6 Banco de sementes do solo................................................................68

4.7 Gramíneas colonizadoras....................................................................69

4.8 Incremento médio anual e taxa de crescimento relativo.....................72

4.9 Qualidade do solo...............................................................................75

4.10 Análise do desempenho das espécies florestais..............................80

5. CONCLUSÕES.....................................................................................84

6. RECOMENDAÇÕES.............................................................................85

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 86

8. APÊNDICES........................................................................................101

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - MUDAS PLANTADAS NAS QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO - NI (Número de indivíduos plantados).........................30

TABELA 2 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS ÁREAS DE RECUPERAÇÃO, MATUPÁ - MT E PEIXOTO DE AZEVEDO - MT..42 TABELA 3 - VALORES MÉDIOS DE ALTURA TOTAL(m) E DIÂMETRO A ALTURA DO SOLO (cm) DOS INDIVÍDUOS ÁRBOREOS PLANTADOS EM QUATRO ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO DE OURO, EM PEIXOTO DE AZEVEDO E MATUPÁ-MT..........................................43 TABELA 4 - VALORES MÉDIOS DE ÁREA MÉDIA DE COPA (m2) E PORCENTAGEM DE COPA (%) DOS INDIVÍDUOS ARBÓREOS PLANTADOS EM QUATRO ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO DE OURO EM PEIXOTO DE AZEVEDO-MT E MATUPÁ-MT..................49 TABELA 5 - AVALIAÇÃO FITOSSANITÁRIA DAS ESPÉCIES PLANTADAS NA ÁREA 1 - MATUPÁ-MT.................................................50 TABELA 6 - AVALIAÇÃO DA FITOSSANIDADE DAS ESPÉCIES PLANTADAS NA ÁREA 2, PEIXOTO DE AZEVEDO - MT.......................52 TABELA 7 - AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA FITOSSANIDADE DAS ESPÉCIES. ÁREA 3, MATUPÁ - MT....................................................... 53 TABELA 8 - AVALIAÇÃO DA FITOSSANIDADE DAS ESPÉCIES PLANTADAS NA ÁREA 4, PEIXOTO DE AZEVEDO - MT.......................53 TABELA 9 - COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA REGENERAÇÃO NATURAL, PEIXOTO DE AZEVEDO-MT E MATUPÁ-MT......................55 TABELA 10 - PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS DA REGENERAÇÃO NATURAL ÁREA 1......................59 TABELA 11 - PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS DA REGENERAÇÃO NATURAL, ÁREA 2.....................61 TABELA 12 - PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS DA REGENERAÇÃO NATURAL, ÁREA 3.....................62

TABELA 13 - PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS DA REGENERAÇÃO NATURAL, ÁREA 4.....................63

TABELA 14 - RELAÇÃO DAS SEMENTES COLETADAS NAS QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO...................................................................69

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TABELA 15 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE GRAMINEAS ENCONTRADAS NAS QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO..............71 TABELA 16 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES QUANTO A TAXA DE CRESCIMENTO RELATIVO (TCR%) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) DO DIÂMETRO AO NÍVEL DO SOLO (DAS) E DA ALTURA TOTAL (ALT), EM QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO..................................74

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - PERFIL GEOLÓGICO DA ÁREA, MOSTRANDO A SEÇÃO ESQUEMÁTICA ONDE SE ENCONTRA O NÍVEL MINERALIZADO.......07

FIGURA 2 - VISTA DE OPERAÇÃO DE LAVRA GARIMPEIRA EM PEIXOTO DE AZEVEDO-MT....................................................................09 FIGURA 3 - ETAPAS DA LAVRA GARIMPEIRA......................................10

FIGURA 4 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO

ESTUDO....................................................................................................17

FIGURA 5 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 1................................22

FIGURA 6 - ÁREA DE RECUPERAÇÃO 1 - MATUPÁ-MT......................22 FIGURA 7 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 2................................24 FIGURA 8 - ÁREA DE RECUPERAÇÃO 2 - PEIXOTO DE AZEVEDO-MT.............................................................................................................25 FIGURA 9 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 3................................26

FIGURA 10 - ÁREA DE RECUPERAÇÃO 3 - MATUPÁ-MT....................27 FIGURA 11 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 4..............................28 FIGURA 12 - ÁREA DE RECUPERAÇÃO 4 - PEIXOTO DE AZEVEDO-MT.............................................................................................................29 FIGURA 13 - PARCELA PARA AVALIAÇÃO DE GRAMÍNEAS COLONIZADORAS...................................................................................37 FIGURA 14 - COLETA DE SOLO............................................................39 FIGURA 15 - CLASSES DE ALTURA DAS ESPÉCIES DAS QUATRO ÁREAS ESTUDADAS...............................................................................45 FIGURA 16 - ESTRUTURA DIAMÉTRICA DAS ESPÉCIES DAS QUATRO ÁREAS ESTUDADAS...............................................................48 FIGURA 17 - AVALIAÇÃO FITOSSANITÁRIA DAS ESPÉCIES PRESENTES NA ÁREA 1 - MATUPÁ-MT................................................51 FIGURA 18 - AVALIAÇÃO FITOSSANITÁRIA DAS ESPÉCIES PRESENTES NA ÁREA 2 - PEIXOTO DE AZEVEDO-MT.......................52 FIGURA 19 - AVALIAÇÃO FITOSSANITÁRIA DAS ESPÉCIES PRESENTES NA ÁREA 4 - PEIXOTO DE AZEVEDO-MT.......................54

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FIGURA 20 - ÍNDICE DE VALOR DE IMPORTÂNCIA (IVI) DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES AMOSTRADAS DO ESTRATO DE REGENERAÇÃO NATURAL.....................................................................64 FIGURA 21 - REGENERAÇÃO NATURAL...............................................67 FIGURA 22 - BANCO DE SEMENTES.....................................................68 FIGURA 23 - EIXOS DE ORDENAÇÃO PRODUZIDOS PELA ANÁLISE DOS COMPONENTES: ALTURA, DIÂMETRO (DAS), ÁREA DA COPA E NÚMERO DE INDIVÍDUOS (NI) NA ÁREA DE RECUPERAÇÃO 1. MATUPÁ-MT.............................................................................................81 FIGURA 24 - EIXOS DE ORDENAÇÃO PRODUZIDOS PELA ANÁLISE DOS COMPONENTES: ALTURA, DIÂMETRO (DAS), ÁREA DA COPA E NÚMERO DE INDIVÍDUOS (NI) NA ÁREA DE RECUPERAÇÃO 2. PEIXOTO DE AZEVEDO-MT.................................................................................82 FIGURA 25 - EIXOS DE ORDENAÇÃO PRODUZIDOS PELA ANÁLISE DOS COMPONENTES: ALTURA, DIÂMETRO(DAS), ÁREA DA COPA E NÚMERO DE INDIVÍDUOS (NI) NA ÁREA DE RECUPERAÇÃO 4. PEIXOTO DE AZEVEDO-MT......................................................................83

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - FITOSSANIDADE DAS ESPÉCIES VEGETAIS.................33

QUADRO 2 - AMOSTRAGEM DA REGENERAÇÃO NATURAL..............34

QUADRO 3 - CLASSFICAÇÃO DOS VALORES OBTIDOS PARA A TEXTURA DO SOLO. REGIÃO NORTE - MT..........................................76 QUADRO 4 - CLASSIFICAÇÃO DOS VALORES DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE SOLO DAS QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................79 QUADRO 5 - ANÁLISES QUÍMICAS DA AMOSTRAGEM DE SOLO EM QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO, REGIÃO NORTE DE MATO GROSSO, NA PROFUNDIDADE 0 - 20 CM.............................................79

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RESUMO

DANTAS, F.D. Utilização de espécies florestais nativas e exóticas para recuperação de áreas degradadas por atividades mineradoras de ouro. 2015. 91p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá - MT. Orientador: Prof. Dr.Antônio de Arruda Tsukamoto Filho. Este estudo objetivou avaliar os indicadores ambientais, a regeneração natural e as espécies florestais nativas e exóticas utilizadas em três áreas em processo de recuperação pós-mineração de ouro nos municípios de Peixoto de Azevedo-MT e Matupá-MT. As áreas 1, 2, 3 e 4 possuem respectivamente 1ha, 3ha e 3ha e 2ha, sendo reflorestadas com espécies nativas e exóticas, encontrando-se em processo de restauração desde de 2010. A área de estudo 3 possui 3 ha, reflorestada somente com a espécie Eucalyptus grandis, em processo de restauração desde o ano de 2011. Para a avaliação das espécies plantadas foram levantados os indicadores ambientais: CAP (circunferência a altura do peito), altura total (Ht), Taxa de sobrevivência (Ts%), área da cobertura de copa(m2); aspectos fitossanitários; incindência de gramíneas invasoras e avaliação da qualidade do solo. Foram coletadas duas amostras simples de solo por hectare de área de recuperação, de forma casualisada em parcelas de 5m x 5m totalizando 18 amostras de solo. Para a análise da regeneração natural foram alocadas de forma casualisada em cada área, parcelas de 5 x 5 m (25 m2) para cada hectare de área de recuperação, identificando todos indivíduos com altura superior a 0,30 m ,coletando-se a altura de todos os indivíduos regenerantes e CAS. Na área 01 a taxa de sobrevivência foi de 47,55%. As espécies exóticas Acacia mangium, Eucalyptus grandis e Ochroma pyramidale tiveram uma melhor adaptação e desenvolvimento sob as condições adversas encontradas na área. As espécies nativas Schizolobium amazonicum e Anacardium occidentale também alcançaram valores de crescimento em altura, diâmetro e área de copa consideradas favoráveis para utilização em plantios pós-mineração. Na área 2 obteve-se taxa de sobrevivência 19,2% as espécies exóticas Acacia mangium, Eucalyptus grandis e as nativas Byrsonima crassifolia e Anacardium occidentale desenvolveram-se satisfatoriamente. Na área 3 a taxa de sobrevivência foi de 67,3%. A espécie Eucalyptus grandis obteve médias superiores de altura e diâmetro em relação às demais espécies plantadas nas outras áreas. As quatro áreas analisadas encontram-se em processo inicial de recuperação, não apresentando a maior parte das funções ecológicas estruturadas existentes em áreas não degradadas. As espécies exóticas obtiveram desempenhos superiores quanto aos indicadores avaliados com relação as espécies nativas. As espécies Eucalyptus grandis e Acacia mangium alcançaram valores superiores quanto aos indicadores ambientais aplicados no estudo, apontando melhor adaptabilidade às condições adversas do ambiente degradado pela atividade de mineração. Palavras-chave: Restauração, indicador ambiental, impactos ambientais.

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ABSTRACT

DANTAS, F.D. Utilização de espécies florestais nativas e exóticas para recuperação de áreas degradadas por atividades mineradoras de ouro. 2015. 105p. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá - MT. Orientador: Prof. Dr.Antônio de Arruda Tsukamoto Filho.

This study aimed to evaluate the environmental, natural regeneration and native and exotic tree species used in three areas in the recovery process after the gold mining in the municipalities of Peixoto de Azevedo-MT and Matupá-MT. The areas 1, 2, 3 and 4 have respectively 1ha, 3ha, 3ha and 4ha and were reforested with native and exotic species, lying in process of restoration since the year 2010. The area 03 has 3 ha, being reforested only the species Eucalyptus grandis, and being in process of restoration since the year 2011. In the the evaluation of planted species were raised the following environmental indicators (CAS circumference to height from the ground ), total height (Ht) , survival rate (Ts%), crown cover area ( m2); plant health ; ground cover by invasive grasses; evaluation of soil quality : were collected two simple samples of soil per hectare recovery area, being collected from drawn Installments portions of 5m x 5m used in this study, a total of 18 soil samples. To do the analysis of natural regeneration were allocated to drawn way in each area, plots of 5 x 5 m ( 25 m2) for each hectare of the recovery area , identifying all individuals with superior height to 0,30 m, and taken the height of measures all regenerating and CAS individuals. In the area 1 the survival rate was 47.55%. Exotic species Acacia mangium, Eucalyptus grandis and Ochroma pyramidale had a better adaptation and development under adverse conditions encountered in the area. Native species Schizolobium amazonicum and Anacardium occidentale also achieved growth figures in height, diameter and crown area considered favorable for use in post- mining plantations. In the area 2 gave low survival rate 19.2% exotic species Acacia mangium, Eucalyptus grandis and native Byrsonima crassifolia and Anacardium occidentale satisfactorily developed. In the area 3 the survival rate was 67.3%. The species of Eucalyptus grandis obtained higher average height and diameter compared to other species planted in other areas. The four areas are analyzed in the initial recovery process, does not present the most structured ecological functions existing in non- damaged areas. Exotic species showed the best performance in the indicators evaluated in relation to native species. Species Eucalyptus grandis and Acacia mangium showed higher values to environmental indicators applied in the study, indicating a better adaptability to the harsh conditions of the degraded environment by mining activity.

Keywords: Restoration, environmental indicators, environmental impacts

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1. INTRODUÇÃO

Uma área degradada pode ser definida como um local onde após

um distúrbio causado por impacto direto no solo, teve comprometido ou

eliminados seus meios de regeneração natural apresentando assim uma

baixa resiliência Pimm (1986), ou seja, uma área que não tem a

capacidade de retornar ao seu estado original (KAGEYAMA et al., 1989).

O processo de recomposição florística de um ecossistema perturbado

naturalmente ou por ação antrópica, pode ser realizado utilizando-se

técnicas de restauração, recuperação ou reabilitação (HERRERA et al.,

1993).

A degradação do solo é caracterizada pela perda de seus

horizontes férteis e por alterações na sua estrutura (CAMPELLO, 1999),

como consequência desse processo ocorre o seu empobrecimento, com a

diminuição da capacidade produtiva e maiores gastos com a produção

agrícola ou com a recuperação. A degradação está associada também à

redução da cobertura vegetal, o que geralmente leva à intensificação da

erosão e o consequente assoreamento de rios, açudes e reservatórios.

Este fato causa a diminuição da profundidade dos leitos,

comprometimento da qualidade da água para usos diversos e o

entulhamento de depressões e várzeas, através do acúmulo de material

depositado fora do local de origem (NOFFS et al., 2000).

Dentre os diversos fatores causadores da degradação do solo, as

atividades industriais e bioindustriais, (incluindo as atividades de

mineração) são responsáveis por uma pequena porção das áreas

degradadas do território nacional (DIAS et al.,1998). No entanto, tais

áreas são geralmente aquelas com grau mais elevado de impacto ao

ecossistema e com dificuldade de recuperação proporcionalmente maior.

Em tais situações a recuperação só é possível a partir de intervenções

antrópicas (OLDEMAN,1994). De acordo com Griffith (1980), a mineração

contribui para alteração da superfície terrestre, impactando água, ar, solo,

subsolo e a paisagem como um todo.

A degradação pelas atividades de mineração se dá pelos

processos de desmatamento e pela geração de uma quantidade

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significativa de estéreis e rejeitos, subprodutos inerentes ao processo de

lavra e beneficiamento do minério, sendo que a disposição destes

materiais afeta de forma qualitativa e quantitativa o meio ambiente.

O processo contínuo de perturbação de uma área pode também

acarretar a diminuição e desaparecimento do banco de sementes, criando

restrições para a regeneração natural de uma determinada área

(KAGEYAMA et al., 1989). Atualmente, verifica-se que em fases iniciais

de recuperação de áreas degradadas, o objetivo prioritário é a reabilitação

da função e dos serviços do ecossistema. Isso significa que por vezes

torna-se impossível reabilitar a estrutura original de um ecossistema em

um primeiro momento, sendo desejável a amenização dos agentes

impactantes por meio da cobertura imediata do solo (ROVEDDER e

ELTZ, 2008).

Diversos autores demonstram a importância fundamental do

processo de regeneração natural para a recuperação florestal de áreas

degradadas, principalmente pelo recrutamento e estabelecimento de

espécies nativas e para a conservação da biodiversidade (CALEGARIO et

al.,1993), Durigan et al. (2004) e Viani (2005). Entretanto, o sucesso de

um projeto está condicionado pela escolha correta de espécies e pela

presença de fontes de propágulos, polinizadores e dispersores de

sementes necessárias para o avanço da sucessão natural da vegetação.

O objetivo da intervenção técnica é acelerar os processos naturais de

recuperação do ecossistema (CHAER et al., 2011).

Uma das ferramentas de grande utilização para análise dos dados

de estrutura e composição de uma população é o levantamento

fitossociológico, que gera as informações da composição florística e da

estrutura da regeneração natural em florestas, e é imprescindível para a

definição de estratégias de manejo e conservação desses ecossistemas

(HIGUCHI et al. 1985; BROWN e LUGO 1990). Além disso, a análise da

regeneração natural constitui importante indicador de avaliação e

monitoramento da restauração de áreas perturbadas (RODRIGUES &

GANDOLFI, 1998; RODRIGUES et al., 2004). O monitoramento e

avaliação de áreas em processo de restauração são etapas fundamentais

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em projetos de restauração ecológica, apesar de essas atividades não

terem prioridade em projetos de recuperação ambiental em andamento no

Brasil. O processo de avaliação dessas áreas permitirá a identificação e

correção de deficiências nas etapas de recuperação, sendo importante

para a readequação dos métodos atualmente utilizados.

Objetiva-se com este estudo a identificação de espécies que

possam se adaptar ao tipo de ambiente estudado contribuindo para

recuperação de suas funções ecológicas, criando opções de emprego de

espécies com uso potencial em áreas degradadas. Com este estudo

busca-se verificar a influência das características dos solos no

desenvolvimento das espécies florestais implantadas, realizar o

levantamento da regeneração natural utilizando-a como indicador do

processo de recuperação. Através do uso de indicadores de avaliação e

análise dos parâmetros de crescimento das espécies implantadas,

objetiva-se inferir sobre a capacidade de autorenovação das áreas de

estudo nos municípios de Peixoto de Azevedo e Matupá no Norte de Mato

Grosso, analisando a qualidade e o nível da recuperação de áreas

degradadas pela atividade mineradora de ouro.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Contexto histórico da região

A região norte do estado de Mato Grosso, que engloba os

municípios de Peixoto de Azevedo e Matupá apresenta um contexto

histórico importante com relação à exploração de ouro, sendo parte

integrante do II Ciclo do Ouro, ocorrido no país a partir do ano de 1958,

com sua descoberta nos afluentes do rio Tapajós no sul do Pará

(SALOMÃO, 1984). O início da ocupação desta região data de meados

da década de 70, quando houve a abertura da BR-163, que liga Cuiabá a

Santarém no Pará. Com o início das obras, a região foi “invadida” por

colonizadores espontâneos que se fixaram ao longo da rodovia. A política

governamental da época apresentava a visão de que a Amazônia era um

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imenso vazio demográfico, com recursos naturais inesgotáveis a

disposição da população (KAECHELE, 2007).

A descoberta do ouro no município de Peixoto de Azevedo se deu

em 1978, fazendo migrar para a região milhares de pessoas que

iniciavam a garimpagem em depósitos secundários e aluvionares ao

longo das drenagens da região (BARROS,1994). Inicialmente o método

de garimpagem era manual, evoluindo posteriormente para a utilização de

dragas e bombas para a sucção de cascalho. A partir do ano de 1981 o

uso de dragas e balsas já estava disseminado pelos aluviões das calhas

dos rios Peixoto de Azevedo, Braço Norte e Peixotinho. A partir destes

fatos a atividade expandiu-se para diversas regiões do estado, porém as

maiores produções de ouro concentraram-se na região norte, destacando-

se os municípios de Peixoto de Azevedo, Alta Floresta e Aripuanã.

Barbieri (2001) cita o município de Peixoto de Azevedo como exemplo da

estagnação dos garimpos da região norte do Mato Grosso ao final dos

anos 80, onde ocorre uma drástica redução do garimpo e o abandono de

extensas áreas com passivos ambientais.

2.2 A mineração aurífera no Norte do Mato Grosso

A problemática garimpeira no estado de Mato Grosso está

associada a um conjunto de variáveis de diversas naturezas, destacando-

se as sociais, econômicas, culturais, conjunturais, tecnológicas e de

impactos ao meio ambiente. A Reserva garimpeira de Peixoto de

Azevedo, criada através de portaria ministerial de 10/05/83, detém um

histórico de produção ouro considerável, oriundo principalmente de

depósitos secundários como: aluviões, colúvios, e porções mais

superficiais de filões.

O período entre os anos de 1981 a 1994 registrou um importante

ciclo exploratório do ouro, motivado por fortes demandas no mercado

internacional e valorização dos preços deste metal. Neste período a

atividade extrativa aurífera se inseriu de forma espontânea no processo

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de expansão de fronteiras e formação de novas cidades, avançando em

direção às planícies aluvionares de importantes rios que compõem a

bacia do rio Teles Pires, com destaque para os rios Peixoto de Azevedo,

Braço Norte, Peixotinho, Nhandu, Paranaíta, Apiacás, alcançando até o

rio Juruena. Após a criação da Reserva Garimpeira de Peixoto de

Azevedo, em 10/05/1983, não houve na região nenhuma ação concreta

direcionada à orientação técnica adequada para a extração destes

depósitos, fato que resultou em um atual cenário de degradação

ambiental e carência generalizada de suporte técnico. Para a manutenção

da continuidade dos processos de exploração mineral tem se exigido

cada vez mais garantias que não seja comprometida a integridade

ambiental de novos empreendimentos e dos que se encontram em

andamento (FERNANDES et al., 2007).

As áreas de estudo desta pesquisa, encontram-se localizadas na

região norte do estado de Mato Grosso, especificamente na bacia do rio

Peixoto de Azevedo, situadas nos municípios de Matupá e Peixoto de

Azevedo.

2.3 Impactos da mineração aurífera no meio ambiente

A atividade de mineração é geradora de uma série de impactos

ambientais que muitas vezes estão atrelados aos processos de

exploração mineral. Dentre as atividades de exploração de ouro

causadoras de grande impacto ao meio ambiente pode-se citar a abertura

de cavas, a implantação de bacias de contenção de rejeitos e a abertura

de áreas para estoque de materiais estéreis, que resultam em alterações

na topografia local, gerando superfícies com desníveis no terreno de

diferentes proporções. As alterações pontuais na topografia geram formas

altimetricamente mais elevadas no nível do solo, o que resulta na

intensificação dos processos erosivos (BRUM, 2000).

Na abertura das frentes de lavra, tem-se a necessidade de

remoção da cobertura vegetal e pedológica. Com a retirada da vegetação

nativa e das camadas superficiais de solo, a área fica exposta a

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processos erosivos. A movimentação de máquinas e caminhões nas

áreas de extração ocasiona a compactação do solo, dificultando a

regeneração natural bem como o processo de infiltração de água no solo.

Cahete (1998) cita que na atividade de extração aurífera, os

desmontes de barrancos e sucção dos leitos modificam os ecossistemas

aquáticos e ribeirinhos, desencadeando a liberação de grandes volumes

de silte e argila provocando alterações nas condições físico-químicas da

água. As atividades de mineração de acordo com Silva (2007) podem

causar de uma série de consequências ao meio ambiente tais como:

degradação da paisagem; impactos sobre a fauna e flora; impactos sobre

o solo; emissão de poeira; emissão de ruídos; contaminação das águas e

deposição de estéril e rejeitos oriundos da atividade. As alterações no

ambiente provocadas pela presença de óleos, graxas, combustíveis,

podem comprometer a qualidade do solo e das águas, durante a

operação de extração, causado pelo abastecimento e manutenção de

máquinas e equipamentos utilizados nas atividades produtivas. Outro

fator a ser considerado é o uso do mercúrio, na separação do ouro, que

através de ações físicas, químicas ou biológicas degrada a qualidade das

águas e afeta os organismos vivos nela existentes. A fauna também é

afetada pela pressão da caça e pesca, ruídos gerados pelas atividades e

movimentação de máquinas e supressão da vegetação nativa.

2.4 Metodologia de lavra na mineração aurífera

2.4.1 Garimpagem aluvionar

Grande parte das áreas de extração de ouro em baixadas de

corpos hídricos na região de estudo, os chamados “garimpos de aluvião”

se localizam próximos às margens do rio Peixoto de Azevedo e seus

afluentes, em terraços aluvionares. Normalmente, os aluviões encontram-

se encobertos por uma capa de solo rico em matéria orgânica com

espessura que pode chegar a 50 cm, próprio de regiões de alagamento

periódico ou próximas a drenagens. Esses pacotes de conglomerados

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7

auríferos são encontrados em antigos cursos de rio, denominados

“paleocanais” ou mesmo canais recentes que raramente ultrapassam 1,0

m de espessura (Figura 1).

FIGURA 1 - PERFIL GEOLÓGICO DA ÁREA, MOSTRANDO A SEÇÃO ESQUEMÁTICA ONDE SE ENCONTRA O NÍVEL MINERALIZADO.

Fonte: o autor

2.4.2 Operações de lavra

O processo utilizado na frente de lavra é conhecido como

“garimpagem a céu aberto”. Este método de exploração consiste na

produção de grande volume de material a ser manuseado, desmonte de

encostas da frente de lavra com o objetivo de atingir o nível de base dos

conglomerados mineralizados, exigindo a implantação de bota-fora e

alteração da topografia (MACEDO et al., 2001).

A abertura de lavra a céu aberto inicia-se com a retirada do

material estéril ou solo orgânico na superfície do solo, pela escavadeira

hidráulica, abrindo uma cava que corresponde à frente de lavra

alcançando dimensões de 10m x 20m e uma profundidade variando de 3

a 10 m. Após a abertura de lavra são montados os maquinários de

desmonte hidráulico, que são motores de 4 a 6 polegadas e acoplados a

mangueiras para transporte do subsolo desmontado até as calhas de

concentração, que transportam o material do desmonte e fazem a

concentração gravimétrica. O autor Silva (2007) cita que o método de

lavra utilizado na exploração mineral é um dos principais determinantes

do grau de impacto ao meio ambiente. Segundo o autor, grande parte dos

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8

minérios são lavrados ainda pelos métodos tradicionais: a céu aberto (na

superfície) e subterrâneo. Os minérios de aluviões resultantes de

intemperismos, e coluviões resultantes de carreamento de encostas, são

comumente minerados através de jateamento hidráulico (LINS e FARID,

1992).

De acordo com o descrito por (VEIGA et al., 2002) o jateamento

hidráulico transforma o minério em uma polpa de baixa densidade que é

bombeada para uma calha concentradora. Esta calha construída de

madeira apresenta canaletas inclinadas com aletas transversais para a

captura do ouro. Os autores Lins e Farid (1992) citam que a calha

utilizada para a captação do ouro de desmonte hidráulico, tem a

capacidade de concentrar partículas de material grosseiro de até 0,10mm.

Além disso, são utilizados na calha carpetes para a retenção das

partículas mais finas de ouro aumentando as chances de retenção do

minério. Localizado na parte superior da calha de madeira está o

chamado concentrador de ouro, onde é inserido o mercúrio para a

formação de uma amálgama que agrega as partículas de ouro. Parte do

mercúrio se perde no ambiente, e a parte combinada com o ouro é

retirada para o processo de queima. Os autores (CAMARA et al., 1992)

citam que para a queima o amálgama é colocado em um recipiente sob

uma fonte de calor, até que o mercúrio seja volatizado restando somente

o ouro.

Em uma área de extração aurífera, são realizados dois tipos de

desmontes: o desmonte mecânico, realizado pela escavadeira hidráulica

e o desmonte hidráulico, realizado por jatos d’água. O desmonte do solo

visa expor os minérios de valor econômico, para que possam ser

carreados para uma calha concentradora de ouro.

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9

FIGURA 2 - VISTA DE OPERAÇÃO DE LAVRA GARIMPEIRA EM PEIXOTO DE AZEVEDO-MT. Fonte: o autor

2.4.3 Desmonte mecânico

Nesta operação os materiais são retirados mecanicamente por

escavadeiras, pás-carregadeiras de forma direta. Os materiais

considerados estéreis (argilas, arenitos, siltitos etc.) são transportados por

caminhões para um bota-fora próximo do local de extração (SILVA, 2012).

Após a exaustão do aluvião, o material depositado no bota-fora deverá

ser retornado para o preenchimento das cavas abertas visando à

recuperação da área já lavrada.

2.4.4 Desmonte hidráulico

A execução do desmonte hidráulico se dá por jatos de água a alta

pressão e alta velocidade, que são acionados por um tanque elevado ou

um motor-bomba (Figura 2). A função do jato é de quebrar o material da

frente de lavra (polpa) para que seu desmonte escorra por gravidade para

uma depressão no fundo da área de lavra (QUARESMA, 2009). Neste

local é colocada uma mangueira ligada à bomba que succiona o cascalho

e o transporta para o equipamento de concentração. O objetivo

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10

primeiramente é separar a areia dos outros materiais, Pedras de grande

porte são retiradas e blocos de solo de maior diâmetro são desmontados

manualmente com o auxílio de picaretas (ALMEIDA, 2002). A água

utilizada mantém sempre um sistema fechado entre o desmonte,

beneficiamento e bacia de rejeito. A captação de água é feita a partir de

antigas cavas de garimpo abertas em nível do lençol freático aflorante. O

material desmontado hidraulicamente é armazenado em bacias de

contenção construídas na área de extração, sendo posteriormente

transportado para caixas de captação de ouro.

FIGURA 3 - ETAPAS DA LAVRA GARIMPEIRA – PEIXOTO DE AZEVEDO-MT. (A) Desmonte mecânico, (B) Desmonte hidráulico, (C) Captação do material lavrado. Fonte: o autor

A

B C

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11

2.5 Bases ecológicas dos reflorestamentos de restauração

A restauração ecológica é um processo que auxilia a recuperação

de um ambiente degradado, danificado ou destruído, e tem como objetivo

final criar um ecossistema autossustentável e resiliente às perturbações

(SER, 2004). Projetos de recuperação de áreas degradadas podem ser

vistos como laboratórios para estudos ecológicos, produzindo

informações para a compreensão de ecossistemas preservados. Na

avaliação de uma atividade de recuperação devem ser considerados

atributos como a diversidade e estrutura da comunidade em comparação

com áreas de referência, a presença de espécies nativas, a presença de

grupos funcionais necessários à estabilidade em longo prazo, a

capacidade do ambiente em sustentar populações reprodutivas, a

integração com a paisagem dentre outros (SER, 2004).

No caso de trabalhos de revegetação de áreas de mineração, é

importante considerar o grau de degradação do solo para a seleção das

espécies, buscando aquelas mais adaptadas às novas condições edáficas

(MORAES, 1994). Deve-se priorizar a utilização de espécies nativas, de

ocorrência regional, visto que o objetivo é obtenção de um ecossistema

similar ao anteriormente existente (ENGEL e PARROTA, 2003). A

utilização de espécies arbóreas pioneiras em plantios mistos com

diferentes espécies possibilita a criação de condições de sombreamento

para as espécies dos estágios posteriores da sucessão (KAGEYAMA e

GANDARA, 2001).

2.6 Monitoramento de projetos de recuperação

O estabelecimento de critérios que possam ser empregados na

avaliação de um projeto de recuperação de áreas degradadas é uma das

questões mais importantes a serem discutidas. Embora a avaliação e o

monitoramento sejam atividades fundamentais para todo e qualquer

projeto de recuperação ecológica, existem ainda lacunas a serem

superadas para que essas atividades possam ser incorporadas de forma

rotineira no planejamento das ações (BRANCALION et al., 2012).

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12

Para o estudo de avaliação de uma área em processo de

recuperação poderão ser utilizados como indicadores ambientais diversos

parâmetros propostos por autores como: características físico-químicas

do solo e seus microrganismos (BENTHAM et al., 1992); parâmetros

vegetacionais para avaliação de uma área (RODRIGUES e GANDOLFI,

1998); e ocorrência de formigas (ANDERSEN,1997). Apesar de existir

uma gama muito extensa de indicadores que possam ser utilizados, ainda

não há uma padronização de quais seriam os mais efetivos e indicados

para o uso em campo, assim sendo determinado indicador se adapta uma

situação específica.

Rodrigues e Gandolfi (2004) relatam que é pouco provável o

estabelecimento de critérios ou avaliações de uso universal, não existindo

ainda modelos fixos que possam ser empregados. Os autores ressaltam a

importância de se definir estágio que se pretende alcançar com a

implantação de uma comunidade, sendo este prioritário frente ao

indicador escolhido. De acordo com Young (2000) os processos de

restauração de ambientes se relacionam diretamente com a vegetação,

em razão disto vários trabalhos de avaliação de reflorestamento tem se

concentrado em estudos sobre a dinâmica de comunidades vegetais.

2.7 Espécies florestais utilizadas em projetos de recuperação

Para a obtenção de um resultado satisfatório em uma revegetação

de uma área degradada é importante fazer a seleção de espécies que

sejam aptas a se estabelecerem e crescerem em condições de déficit de

nutrientes no solo. O manejo das mudas utilizadas em projetos de

recuperação de áreas degradadas é discutido nos trabalhos de (MELO et

al., 1998) e Mundin (2004). Os autores (FELFILI et al., 2001)

recomendaram que mudas de espécies arbóreas fossem produzidas em

sacos plásticos de 15 x 25 cm ou maiores, com substrato adubado com

matéria orgânica ou fertilizante para serem utilizadas em áreas mineradas

no Cerrado. Diversos autores tem testado a eficiência de plantios de

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mudas em áreas de mineração: Corrêa e Melo Filho (1998); Souto (2013);

Rocha (2013); Silva (2013) dentre outros.

2.8 Avaliação de áreas em processo de recuperação

Esta avaliação abrange a utilização de parâmetros de análise

qualitativa e quantitativa, empregados em diversos trabalhos em áreas de

recuperação. Dentre os dados qualitativos comumente utilizados estão à

identificação taxonômica dos indivíduos; síndrome de dispersão

(anemocóricas, zoocóricas, autocóricas e barocóricas); síndrome de

origem (espécies nativas ou exóticas); a classificação das espécies

quanto aos grupos sucessionais; os aspectos fitossanitários e a

ocorrência de espécies colonizadoras (MARTINS, 2012).

Quanto aos dados quantitativos utilizados pode-se citar a taxa de

crescimento relativo; altura média das espécies; taxa de mortalidade dos

plantios; cobertura de copa dos indivíduos, a quantificação da

regeneração natural, a avaliação do banco de sementes do solo e a

análise química do solo. Os dados qualitativos são aqueles obtidos de

forma não mensurável, baseados principalmente na análise interpretativa

do pesquisador. Estes são categorizados em níveis de qualidade ou de

uma forma direta e com certa segurança como: processos erosivos

aparentes, ataques de pragas em escala hipotética de avaliação

(MARTINS, 2012).

As avaliações quantitativas se referem a dados coletados em áreas

com processo de recuperação que podem ser mensurados. Como

exemplo pode-se medir a altura média dos indivíduos, a riqueza e

diversidade de espécies, densidade de indivíduos, quantidade de

indivíduos regenerantes etc. Os dados coletados e medidos podem ser

comparados com valores de referência previamente estabelecidos. A

partir do nível de importância de um determinado indicador para a

efetividade da restauração, pode-se também atribuir diferentes pesos a

esses indicadores, criando grupos de indicadores com alta, média e baixa

importância para o sucesso da restauração (MARTINS, 2012).

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14

A análise de dados quantitativos proporciona uma idéia mais

concreta do nível de recuperação da área baseada em dados factíveis.

2.9 Cobertura de copa

As medições correspondentes ao nível de sombreamento do solo

dão a medida de cobertura de copa. De acordo com Lorenzo (1991) a

cobertura de uma espécie vegetal é a proporção do terreno ocupado pela

projeção perpendicular da parte aérea da espécie a ser considerada.

A utilização da cobertura de copa como indicador de

desenvolvimento estrutural de áreas em processo de recuperação é um

parâmetro relevante a ser avaliado, pois favorece a formação de um

microclima no sub-bosque da área, influenciando o crescimento e

desenvolvimento da regeneração (MELO et al., 2007).

2.10 Aspectos fitossanitários

O estado fitossanitário de uma população dá um diagnóstico da

sanidade do plantio e sua resiliência. A taxa de sobrevivência está

relacionada ao nível de adaptação da espécie ao sítio; ataque de pragas

e doenças e características específicas das espécies (MENESES FILHO

et al., 1995). A avaliação dos dados de fitossanidade é um indicador

importante para o monitoramento das espécies plantadas em uma área

pós-plantio, permitindo a obtenção de dados de resposta das espécies as

interferências bióticas e abióticas (MENDES et al., 1997).

As análises desses dados permitirão a formulação de estratégias

para a tomada de decisão quanto às intervenções necessárias para a

melhoria da resposta da comunidade vegetal que está sendo trabalhada.

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2.11 Regeneração natural

De acordo com Carvalho (1982) o processo de regeneração natural

representa o restabelecimento de um ecossistema florestal. O ciclo de

desenvolvimento de um ecossistema está relacionado às fases iniciais de

recrutamento, sobrevivência e crescimento de espécies integrantes da

dinâmica da vegetação. Os autores (GAMA et al., 2003) afirmam que a

regeneração natural está relacionada as fases iniciais do estabelecimento

e desenvolvimento das plantas. Para obtenção do conhecimento dos

processos de regeneração devem-se obter as informações básicas que

possam caracterizar uma vegetação.

O estudo dos fenômenos ocorrentes no banco de sementes do solo

e na regeneração natural possibilita a compreensão das relações

estabelecidas entre espécies, sua densidade e distribuição numa

comunidade vegetal (MARTINS, 2001). Podem-se obter ainda

informações importantes sobre o estado vegetacional como autoecologia,

estágio sucessional e efeitos da exploração florestal, através do estudo da

regeneração natural (HIGUCHI et al., 1985).

2.12 Avaliação do banco de sementes

A definição de Baker (1989) sobre o banco de sementes do solo

explica que o estoque de sementes não germinadas do solo apresenta o

potencial latente de germinar e substituir plantas adultas anuais ou

perenes que desapareceram em razão de doenças, distúrbios ou

consumo por animais. Souza et al. (2006) relatam que através da

avaliação da composição do banco de sementes pode-se predizer a

composição inicial de uma vegetação após um distúrbio. As informações

obtidas através do estudo do banco de sementes de uma área auxiliam

na investigação da vegetação sobre os aspectos da composição,

abundancia relativa e o potencial de distribuição das espécies (WELLING

et al., 1988). Considerando-se a florística e densidade de um banco de

sementes é possível a obtenção de um bom parâmetro indicador para a

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restauração de ecossistemas (RODRIGUES e GANDOLFI, 1998;

MARTINS, 2001), visto que seu levantamento relativamente rápido e de

baixo custo financeiro, sendo valido para a melhoria do o processo de

sucessão em áreas de restauração.

A coleta da camada superficial do solo (5 cm) tem sido comumente

usada por autores como (BRAGA et al., 2008 e MARTINS, S.V. et al.,

2008) por ser mais representativa em termos de densidade e riqueza de

sementes viáveis. A coleta de diversas amostras pequenas distribuídas

pela área amostral facilita a maximização do número de espécies

coletadas (BUTLER & CHAZDON, 1998), devido à distribuição das

sementes de determinadas espécies ocorrerem de forma agregada.

2.13 Cobertura do solo por gramíneas colonizadoras

A avaliação da cobertura do solo por gramíneas permite uma boa

indicação sobre o início do processo de regeneração das características

bióticas e abióticas do solo, as necessidades de intervenção nas áreas de

recuperação com relação as práticas de controle e manutenção de

plantas daninhas (BRANCALION et al., 2012) evitando prejuízos no

processo de regeneração natural.

2.14 Avaliação da qualidade do solo

O solo tem a propriedade de exercer a função de sustentação das

atividades microbiológicas e nutricionais, promovendo a saúde de plantas

e animais (Almeida, 2013). Com base na estreita relação existente entre

vegetação e solo, utiliza-se a avaliação da qualidade física e química do

solo para a análise do nível de recuperação de uma área em

recuperação. Os dados obtidos na análise de solo fornecem informações

sobre o pH; teor de matéria orgânica; capacidade de troca catiônica e

concentração de nutrientes exercendo a função de indicadores da

qualidade química do solo (DE ARAUJO, 2007).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização das áreas de estudo

As áreas de estudo encontram-se localizadas no extremo norte do

Estado de Mato Grosso, englobando os municípios de Peixoto de

Azevedo e Matupá, cidades limítrofes situadas às margens da rodovia

BR-163 (Figura 4). Estas áreas sofreram degradação pela atividade de

extração mineral de ouro, encontrando-se atualmente em processo de

recuperação, sendo trabalhadas junto aos garimpeiros filiados a

COOGAVEPE (Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do rio Peixoto de

Azevedo), e através de parcerias com a Prefeitura Municipal de Peixoto

de Azevedo e METAMAT (Companhia Matogrossense de Mineração).

FIGURA 4 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DE PEIXOTO DE AZEVEDO E MATUPÁ - MT. Fonte: o autor

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3.2 Cobertura vegetal nativa

A vegetação local está inserida, em termos fitogeográficos, na

região do bioma amazônico, correspondendo a uma área de transição

ecológica típica da borda da Bacia Amazônica. O quadro florístico

fundamentalmente é constituído pela Floresta Ombrófila Aberta e áreas

de tensão ecológica (FERREIRA, 2001). Este tipo de vegetação é

ocorrente sobre terrenos dissecados de superfície rebaixada. Isto se

explica pela influência marcante do seu clima quente e úmido e pela

compartimentalização do relevo, que fizeram com que essa região

desenvolvesse uma paisagem heterogênea, similar às áreas de tensão

ecológica, onde diversas fisionomias vegetais ocorrem lado a lado, quer

seja em forma de enclaves ou ecótonos. Em decorrência das ações

antrópicas como a atividade de exploração garimpeira e o

desenvolvimento da agropecuária, parte da vegetação original vem sendo

substituída pelo cultivo de pasto para o sustento do rebanho bovino,

restando algumas áreas fragmentadas de floresta nativa. Esta região,

portanto tem sido descaracterizada ao longo do tempo pelas atividades

pecuárias, madeireira e garimpeira provocando impacto nas áreas de

vegetação nativa ao longo das margens do rio Peixoto de Azevedo.

3.3 Clima

De acordo com a Classificação de Koppen (1948), o clima é Aw,

tropical quente e sub-úmido com nítida estação seca e com temperaturas

entre 20 e 38º C, tendo média de 36º C. Os municípios de Peixoto de

Azevedo e Matupá possuem clima úmido e com quatro meses secos, com

precipitação pluviométrica elevada (entre 2.500 a 2.750 mm) e duas

estações bem definidas (De Souza, 2008). A temperatura média do mês

mais quente aproxima-se de 26º C e a média das máximas (observadas

em setembro), podem alcançar 34º C, a média térmica verificada no

inverno (22 a 24º C) é pouco expressiva dada a ocorrência frequente de

altas temperaturas que se verificam nessa estação.

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3.4 Pedologia

Os solos ocorrentes na região são predominantemente os

Argissolos Vermelho-amarelo, com caráter alumínico na maior parte dos

primeiros 100 cm do horizonte B (EMBRAPA, 1999). Segundo Ferreira

(2001) são classificados como solos Podzólicos vermelhos a amarelos

distróficos de textura argilo-arenosa que foram desenvolvidos sobre

relevos ondulados. Os Podzólicos Vermelho-Amarelo são solos minerais,

não hidromórficos, com boa permeabilidade e boa porosidade, facilitando

a drenagem. A profundidade do solo é média apresentando

diferenciações marcantes entre seus horizontes, principalmente entre A e

B.

3.5 Geomorfologia

Melo e Franco (1980) descreveram a geomorfologia na Folha

Juruena (SC-21), e caracterizam a área de estudo como inserida na

Depressão Interplanáltica da Amazônia Meridional (RADAMBRASIL,

1980). Esta unidade é descrita como uma região de superfície rebaixada,

com variações altimétricas entre 200 e 300 m, dissecada em formas

convexas e instalada sobre os granitos e gnaisses do Complexo Xingu. A

drenagem é organizada segundo um padrão dendrítico e estruturada

especialmente sobre as rochas plutônicas denominadas complexo Xingu.

Localmente, observa-se um relevo suavemente ondulado, elaborado por

sucessivos ciclos erosivos, onde se sobressaem formas estruturais como

cristas sustentadas por diques de diabásios, veios de quartzo e rochas

cataclásticas (BARROS, 1994).

3.6 Hidrografia

Destaca-se na área de estudo o Rio Peixoto de Azevedo, que

corresponde ao principal elemento hidrográfico, atravessando a região de

leste para oeste. Em determinados locais, o canal do rio condiciona-se a

prováveis falhamentos de direção N-NE e W-NW. No final da estação

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chuvosa, o canal principal do rio apresenta-se bastante assoreado em

função da prática garimpeira. De acordo com Barros (1994) as drenagens

secundárias são representadas por um grande número de igarapés

perenes e/ou intermitentes que configuram um padrão dendrítico a sub-

retangulares, elaborados segundo vales suaves, configurando planícies

aluvionares com larguras de 100 a 300 m formando os chamados

baixões. Os demais corpos hídricos formadores da microbacia local são:

Pium, Peixotinho I, Peixotinho II e Piranha.

3.7 Caracterização das áreas de estudo

As quatro áreas selecionadas para a pesquisa passaram pelo

processo de degradação pelas atividades de garimpagem aurífera, tendo

a sua vegetação e solos alterados pelo processo de mineração. Após

finalizadas as etapas de exploração da lavra garimpeira, utilizou-se uma

escavadeira hidráulica e um trator de esteira objetivando-se a

recomposição topográfica das áreas. As áreas tiveram sua revegetação

realizada no período de Dezembro 2010. No caso da área 3 a

recuperação foi realiaza no período Dezembro de 2011, sendo utilizadas

para a revegetação, mudas nativas e exóticas produzidas no viveiro

municipal de Peixoto de Azevedo.

Para a confecção das mudas utilizou-se sacolas plásticas de

polietileno na seguinte dimensão: 17 X 15 cm. O substrato utilizado na

produção das mudas foi terra preta oriunda de uma área de empréstimo

próxima ao viveiro municipal de Peixoto de Azevedo. As covas abertas

para o plantio das mudas foram de 30 cm de diâmetro por 30 cm de

profundidade, sendo utilizada a adubação química com 30 g por cova de

NPK 4-14-8. Em média as mudas utilizadas possuíam 30 cm de altura

aproximadamente. O espaçamento de plantio foi de 3m x 3m,

intercalando diferentes espécies na linha de plantio. As áreas de

recuperação selecionadas com as referentes idades de plantio seguem

segundo o quadro abaixo:

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3.7.1 Área de estudo 1

A área de estudo 1 encontra-se na localidade denominada Gleba

liberdade, região de extração aurífera pertencente à zona rural do

município de Matupá-MT. Nesta região onde está localizada a área de

estudo, ocorreu uma garimpagem intensa que se inicia nos primeiros

anos da década de 80, estendendo-se até o início da década de 90.

O Rio Peixoto de Azevedo que situa-se próximo da área de estudo,

teve sua margem direita garimpada em seus leitos e meandros, sendo um

local de grande incidência de depósitos de minerais auríferos. Diversos

córregos e terrenos rebaixados que ainda nos dias de hoje são

garimpados, eram locais onde se produziram grandes quantidades de

ouro, atraindo grande quantidade de pessoas no auge da retirada do ouro

durante toda a década de 80. A região em que está inserida a área de

estudo 1 era coberta pela vegetação de Floresta Ombrófila Aberta, porém

o intenso fluxo de pessoas e máquinas pela região fragilizou e fragmentou

a vegetação florestal nativa, devido a atividade de mineração,

assentamentos de trabalhadores e abertura de frentes de serviço. Grande

parte do solo da região teve sua topografia alterada devido à

movimentação de terra ocorrida nos processos exploratórios do ouro. A

área em processo de recuperação tem 1,0 ha, estando situada na

fazenda Esperança, com sede nas coordenadas geográficas: 10°7'6.13"S

e 55°5'21.27”O (Figura 5).

Após o término das atividades de exploração mineral, a área

encontrava-se com as camadas do solo descaracterizadas pela

movimentação e o desmonte hidráulico realizados na etapa de retirada do

ouro. Havia também a presença de cavas originadas pelas atividades de

lavra, onde em seu interior ocorreu à movimentação de maquinário

pesado para a extração do ouro na profundidade média de 6 m e pilhas

de solo depositados resultantes da passagem do material nas caixas de

captação de ouro. No período chuvoso de Dezembro de 2010 iniciaram-

se as atividades visando à recomposição da área degradada pelo

garimpo.

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FIGURA 5 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 1.

FIGURA 6 - ÁREA DE RECUPERAÇÃO 1 - MATUPÁ-MT. (A) Área após recuperação do solo, (B) Revegetação com 2 anos, (C) e (D) Vista da área em Dez/2015.

C D

A B

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Inicialmente foi utilizado um trator de esteira para o espalhamento

das pilhas de solo depositado pela lavra garimpeira, visando a

conformação do nível topográfico da área. O solo mais arenoso que

sofreu o processo de lavagem nas caixas de captação de ouro foi

utilizado para o preenchimento das cavas existentes no local. Utilizou-se o

trator de esteira para se obter um nível topográfico aproximadamente

plano da área. Após esta etapa o trator de esteira distribuiu o solo

existente na área que apresentava uma porcentagem maior de matéria

orgânica, sobre a superfície da área reconformada, constituindo uma

camada de 5 cm de espessura. A área foi medida, demarcando-se os

seus vértices com estacas. A etapa seguinte foi a de revegetação com

mudas de espécies nativas.

3.7.2 Área de estudo 2

A área de estudo 2 encontra-se na localidade garimpeira conhecida

como “Cuamba”, região de extração aurífera pertencente à zona rural do

município de Peixoto de Azevedo-MT. Esta região localiza-se

aproximadamente 15 km do perímetro urbano, ao longo da margem

esquerda do Rio Peixoto de Azevedo, sendo bastante explorado na

década de 80, auge da mineração no município. A região em que está

inserida a área de estudo 2 possuía originalmente a vegetação de

Floresta Ombrófila Aberta e florestas ripárias ao longo do Rio Peixoto de

Azevedo. Durante o período de mineração de ouro, a vegetação foi

substituída por áreas abertas resultantes das atividades de lavra e

movimentação de homens e máquinas. Atualmente restam alguns

fragmentos de vegetação e faixas estreitas de mata ciliar na região. A

área em processo de recuperação está localizada na Fazenda Beira Rio

próxima ao Rio Peixoto de Azevedo, tendo como atividade principal a

extração de ouro. A área de recuperação possui 3,0 ha e está localizada

nas coordenadas geográficas: 10°10'17.32"S e 55°5'30.00”O (Figura 7).

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24

FIGURA 7 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 2

Durante as etapas de extração do minério, a área sofreu

degradação em nível de subsolo tendo sido alterados os seus horizontes

A e B do solo, ficando descaracterizados pela movimentação e o

desmonte hidráulico necessário para a retirada do ouro. Após a

exploração, a área apresentava grandes pilhas de rejeitos arenosos de

solo lavados lembrando uma paisagem desértica. O início das atividades

de recuperação se deu no período chuvoso de Dezembro de 2010. A

metodologia de recuperação seguiu o padrão da área 1, utilizando-se

para a revegetação mudas de espécies nativas (Figura 8).

A B

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25

FIGURA 8 - ÁREA DE RECUPERAÇÃO 2 - PEIXOTO DE AZEVEDO-MT. (A) Vista após exploração mineral, (B) Vista da área recomformada, (C) e (D) Vista da área em Dez/2015. 3.7.3 Área de estudo 3

A área de estudo 3 encontra-se na localizada na região garimpeira

conhecida como “Grota Rica”, região de extração aurífera pertencente à

zona rural do município de Matupá-MT. A região apresenta um histórico

de garimpagem intensa ao longo da década de 80, estendendo-se até o

início da década de 90. Situada a margem direita do Rio Peixoto de

Azevedo que cruza a região, esta área sofreu intensa exploração nos

locais de maior ocorrência de depósitos auríferos, geralmente localizados

nos meandros do Rio Peixoto de Azevedo, terrenos rebaixados e

pequenos corpos hídricos.

A vegetação nativa existente na região é a Floresta Ombrófila

Aberta, que foi se fragilizando e fragmentando devido às atividades de

mineração, que ocasionaram também a alteração da estrutura do solo

desta área. A área em processo de recuperação possui 3 ha, estando

localizada na Fazenda Tesouro, com sede situada nas coordenadas

geográficas 10° 7'41.11"S e 55°4'47.13"O (Figura 9).

C D

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26

FIGURA 9 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 3

Na etapa de extração do minério o solo teve sua estrutura alterada,

resultando em um solo bastante arenoso. A área começou a ser

trabalhada no período chuvoso de dezembro de 2011, tendo a topografia

do solo reconformada através do uso de maquinário pesado. As pilhas

com depósitos de rejeitos gerados pela mineração foram depositadas

dentro das cavas de garimpo, até se alcançar uma topografia

aproximadamente plana do terreno. O solo da área encontrava-se com

uma textura bastante arenosa, devido a proximidade da área ao rio

Peixoto de Azevedo. Na etapa de revegetação da área foram utilizadas

somente mudas da espécie Eucalyptus grandis, produzidas no viveiro

municipal de Peixoto de Azevedo.

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27

FIGURA 10 - ÁREA DE RECUPERAÇÃO 3 - MATUPÁ-MT. (A) Vista após exploração mineral, (B) Vista da área recomformada, (C) e (D) Vista da área em Dez/2015.

3.7.4 Área de estudo 04

A área de estudo 4 encontra-se localizada na região garimpeira

conhecida como “Cuamba”, local de extração aurífera pertencente à zona

rural do município de Peixoto de Azevedo-MT. Esta região localiza-se

aproximadamente 15 km do perímetro urbano, ao longo da margem

esquerda do Rio Peixoto de Azevedo, sendo bastante explorada na

década de 80 no auge da mineração no município. A vegetação nativa

existente no local era originalmente a Floresta Ombrófila Aberta, e

florestas ripárias ao longo do Rio Peixoto de Azevedo. Ao longo do

período de extração aurífera a vegetação nativa foi modificada,

acarretando a alteração da estrutura do solo, permanecendo fragmentos

dispersos de vegetação e um solo bastante arenoso. A área em processo

de recuperação pertence à Fazenda Baixão Velho com um total de 2,00

C D

A B

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28

ha, com ponto de amarração nas coordenadas 10°10'2.18"S 55°4'48.78"O e

atividade principal a extração de ouro (Figura 11). A área começou a ser

recuperada no período chuvoso de outubro de 2010, sendo a topografia

do solo reconformada através do uso de maquinário pesado. A

metodologia de recuperação seguiu o padrão das áreas 1 e 2, utilizando-

se para a revegetação mudas de espécies nativas (Tabela 1).

FIGURA 11 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 4

A B

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29

FIGURA 12 - ÁREA DE RECUPERAÇÃO 4-PEIXOTO DE AZEVEDO-MT. (A) Vista após exploração mineral, (B) Vista da área recomformada, (C) e (D) Vista da área em Dez/2015. 3.8 levantamento dos indivíduos plantados

Neste levantamento foi realizado o censo de todos os indivíduos

presentes nas áreas de recuperação. Foram coletados os valores das

alturas dos indivíduos plantados, circunferência a altura do solo (CAS) e

valores de cobertura de copa após quatro anos do plantio nas áreas 1,2 e

4 e três anos na área 3. Nas áreas de recuperação selecionadas para

este estudo foram demarcados os vértices com estacas de madeira e

referenciados geograficamente, padronizando-se a direção do

caminhamento para a coleta de dados do censo dos indivíduos

constantes nas áreas. As espécies foram classificadas como nativas ou

exóticas. Esta classificação foi realizada com relação a ocorrência das

espécies na região do estudo.

C D

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30

TABELA 1 - MUDAS PLANTADAS NAS QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO - NI (Número de indivíduos plantados)

Sendo: Grupo ecológico (GE): P=pioneira, Si=secundária inicial, St=secundária tardia, Cl=Clímax; Síndrome de dispersão (Disp.):Zoo=zoocórica, Ane=anemocórica, Auto=autocórica, Origem: E=exótica, N=nativa *A classificação das espécies em nativas e

exóticas é em relação as espécies existentes na região do estudo.

Área1 Área2 Área3 Área4

Anacardiaceae

Myracrodruon urundeuva Fr. Allem Aroeira St Nativa Auto 27 240 284

Anacardium occidentale L. Caju P Exótica Zoo 14 203 89

Spondias mombin L. Cajá P Nativa Zoo 257 45

Oenocarpus bacaba Mart. Bacaba P Nativa Zoo 55

Bignoniaceae

Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O.Grose Ipê-amarelo St Nativa Ane 150 271

Handroanthus impetiginosus (Mart.Ex DC.)

Mattos Ipê-roxo St Nativa Ane 229 520 233

Boraginaceae

Cordia glabrata (Mart.) DC. Louro Si Exótica Zoo 32

Caryocaraceae

Caryocar brasiliense Camb Pequi P Exótica Zoo 166 58 32

Fabaceae

Acacia mangium Willd Acácia Mangiun P Exótica Auto 22 200 80

Adenanthera pavonina L. Carolina P Exótica Auto 166 145

Hymenaea courbaril L. Jatobá CL Nativa Zoo 126 367 132

Ormosia arborea (Vell.) Harms. Olho-de-cabra Si Nativa Zoo 50 220

Bauhinia forficata Link. Pata-de-Vaca P Nativa Auto 45

Tamarindus indica L. Tamarindo CL Exótica Zoo 35

Inga edulis Martius Ingá-de-metro Si Nativa Zoo 30

Schizolobium parahyba (Vell.) Blake Pinho Cuiabano P Nativa Auto 78

Malpighiaceae

Byrsonima crassifolia (L.) Rich Murici Si Nativa Zoo 306 276

Malvaceae

Ochroma pyramidale (Cav. Ex Lam) Pau-de-balsa P Nativa Ane 29 455

Malvaceae

Theobroma cacao Aubl. Cacau CL Nativa Zoo 30

Pachira aquatica Aubl. Munguba Si Nativa Auto 66

Meliaceae

Cedrela fissilis Vell. Cedro Si Nativa Ane 129 337 121

Moraceae

Artocarpus heterophyllus Lam. Jaca P Exótica Zoo 32

Myrtaceae

Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden Eucalipto P Exótica Ane 162 388 3322 78

Psidium guajava L. Goiabeira Si Exótica Zoo 22 65

Rubiaceae

Genipa americana L. Jenipapo St Nativa Zoo 21

Total 1205 3418 3322 2495

Família/EspécieNome

PopularGE Origem Disp.

Número de indivíduos

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31

3.9 Síndrome de dispersão e origem

As espécies foram classificadas quanto a síndrome de dispersão,

sendo: zoocoria, dispersão realizada por diferentes grupos de animais

(GRAHAM et al., 1995); anemocoria, o agente dispersor é o vento

(GOTTSBERGER e SILBERBAUER–GOTTSBERGER, 1983); autocoria,

a dispersão se dá pelas próprias plantas na qual os frutos se abrem por

deiscência explosiva e lançam as sementes (HOWE e SMALLWOOD,

1982; VAN DER PIJL, 1982); barocoria, dispersão pelo peso do diásporo

e por ação da força gravitacional (VAN DER PIJL, 1982). Quanto à

origem, as espécies foram classificadas em nativas e exóticas.

3.10 Classificação das espécies em grupos sucessionais

Na classificação de espécies arbóreas em grupos sucessionais foi

considerada a espécie quanto à exigência de luz para seu

desenvolvimento. As várias classificações se baseiam na divisão das

espécies florestais entre aquelas de estágios iniciais e tardios da

sucessão (BUDOWSKI, 1965; LAMPRECHT, 1990). Dessa forma, as

espécies foram classificadas em pioneiras, secundárias iniciais,

secundárias tardias e climáceas.

3.11 Taxa de sobrevivência

Para a obtenção da taxa de sobrevivência das espécies

considerou-se a relação do número total de indivíduos plantados e o

número de mudas mortas presentes nas áreas em estudo. Foram

consideradas como mudas mortas aquelas ausentes do local determinado

da cova, o qual pode ser facilmente localizado pela projeção do

espaçamento de plantio, ou então aquelas que apresentaram o caule

seco e desprovido de folhas. Cabe ressaltar que algumas mudas podem

perder folhas devido aos estresses de plantio ou à deciduidade natural,

devendo o caule da muda ser criteriosamente analisado para saber se o

mesmo está seco ou ainda está vivo (coloração esverdeada sob a casca,

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32

após raspagem), pois as mudas podem rebrotar caso estejam vivas. Para

a determinação da taxa de sobrevivência das mudas em campo foi

adotada a seguinte fórmula:

Ts (%) = N – n x 100

N Sendo: Ts = Taxa de sobrevivência(%); N = Número total de mudas plantadas de cada espécie; N = Número total de indivíduos mortos de cada espécie.

3.12 Avaliação da altura total e circunferência à altura do solo

Na obtenção dos valores de crescimento das mudas foi medida a

altura da parte aérea da planta partindo-se do nível do solo até a gema

apical. Para auxílio na medição das árvores maiores foi utilizada a régua

graduada em centímetros utilizada em levantamentos topográficos Para

obtenção dos valores de diâmetro foi medido a circunferência ao nível do

solo (CAS) das plantas tomando-se a medida ao nível do solo. Os dados

de altura (m) e diâmetro (cm) foram coletados em dezembro de 2014.

3.13 Cobertura de copa Para a avaliação da porcentagem de sombreamento do solo pela

copa das árvores, foram consideradas as características arquiteturais das

espécies, realizando-se as medições relativas à projeção da copa das

espécies arbóreas sobre o solo. A cobertura de copa foi obtida através da

medição do diâmetro das copas dos indivíduos com trena (distância de

uma extremidade da copa à outra). A medição foi realizada no comprimento

maior e no comprimento menor da copa. De acordo com a fórmula adaptada

de Durigan e Silveira (1999), as áreas individuais das copas foram calculadas

considerando-se as copas como elípticas, somando-se o valor obtido para

cada indivíduo, aferindo a porcentagem total sombreada pela copa dos

indivíduos plantados em m2/ha segundo a fórmula (IEZZI et al, MOURA,

2008); em que:

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33

Ci = π x d1 x d2 / 4

Ci = Área da copa do indivíduo i;

π = 3,1415;

d1 = diâmetro 1 (>diâmetro) da copa do indivíduo i; d2 = diâmetro 2 (< diâmetro)da copa do indivíduo i.

3.14 Aspectos fitossanitários

Os indivíduos presentes nas áreas selecionadas para o estudo

foram classificados quanto ao seu estado fitossanitário atual, verificando-

se a ocorrência de doenças, ataques de pragas e danos diversos. As

partes analisadas foram as folhas, inflorescências, galhos e caules. Os

indivíduos foram analisados individualmente. Na avaliação dos aspectos

fitossanitários foi atribuída uma escala de 0 e 3 (SCHNEIDER et al.,1988),

para diferentes causas de danos para a planta (Tabela 2).

QUADRO 1 - FITOSSANIDADE DAS ESPÉCIES VEGETAIS.

CÓDIGO CAUSA CÓDIGO INTENSIDADE

1 Indivíduo saudável 0 Nenhuma

2 Danos abióticos

3 Danos por insetos/pragas 1 Baixa

4 Danos por fungos/doenças

5 Danos por animais 2 Média

6 Danos complexos

7 Árvore morta 3 Alta

Fonte: Schneider et al. (1988)

A intensidade do dano foi considerada (baixa) quando presente em

até 10% do indivíduo, média quando sua ocorrência for de 10-30% do

indivíduo e Alta quando estiver presente acima de 30%, considerando o

fuste e a copa do indivíduo como um todo.

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34

3.15 Levantamento da regeneração natural

Para o estudo da regeneração natural, foi aplicado o sistema de

amostragem casualizada. As parcelas utilizadas foram de 5 m x 5 m (25

m2) de acordo com as usadas por Carvalho (1980), sendo sorteadas

aleatoriamente nas áreas. Para cada hectare de área de recuperação

foram instaladas cinco parcelas de 25 m2, estando as áreas amostrais

divididas segundo o (Quadro 3).

QUADRO 2 - AMOSTRAGEM DA REGENERAÇÃO NATURAL.

Área de estudo Total (ha) Parcelas Área amostrada

(m2)

Fazenda Esperança 1 5 125

Fazenda Beira Rio 3 15 375

Fazenda Tesouro 3 15 375

Fazenda Baixão Velho 2 10 250

Para coleta dos dados da regeneração natural considerou-se como

nível de inclusão os indivíduos com altura total ≥ 30 cm (NAPPO et al.,

1999; NAPPO et al., 2004; NAPPO et al., 2005; MELO e DURIGAN,

2007), incluindo os indivíduos de porte arbustivos e arbóreos, sendo

tomadas as medidas de altura total (H) e DAS (diâmetro a altura do solo).

Para a medição da altura utilizou-se uma trena e a régua graduada

topográfica. Para a coleta do valor do DAS utilizou-se um paquímetro

digital. As espécies encontradas foram divididas em classes de tamanho

de regeneração natural, conforme metodologia recomendada por Finol

(1971), abrangendo três intervalos de altura com base no recomendado

pela FAO (1971): classe 1: abrange os indivíduos com altura total entre

0,30 e 1,50 m; classe 2: para os indivíduos com altura total entre 1,51 e

3,00 m; e classe 3: para indivíduos com altura total maior que 3,00 m.

A identificação taxonômica dos indivíduos foi realizada por meio de

consultas à especialistas e bibliografia especializada. Os materiais não

identificados foram coletados através de exsicatas para a devida

identificação. O sistema de classificação adotado foi o APG III

(ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP III, SOUZA, V. C.; LORENZI,

2012). Para a análise fitossociológica do estrato de regeneração natural,

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35

foram calculados os parâmetros descritos por (MUELLER-DOMBOIS e

ELLENBERG,1974).

3.16 Índices de diversidade e equabilidade

Para a obtenção do valor da diversidade da regeneração natural foi

calculado o índice de diversidade de Shannon-Weaver (MAGURRAN,

1988). Para o cálculo da equabilidade utilizou-se o índice de equabilidade

de Pielou (PIELOU, 1975). O índice de Shannon-Weaver considera igual

peso entre as espécies raras e abundantes, sendo representado por:

H’ = - Σ (pi. Ln. pi)

Sendo:

H’ = índice de diversidade de Shannon-Weaver pi = ni / N; ni = número de indivíduos da espécie i; N = número total de indivíduos.

O índice de equabilidade (J’) considera o intervalo de 0 até 1 sendo

que o valor máximo representa a máxima diversidade, situação em que

todas as espécies possuem a mesma abundância (MAGURRAN, 1988).

J = H’/ Ln (S)

Sendo:

J = índice de Equabilidade de Pielou;

S =número de espécies presentes; H’= índice de diversidade de Shannon-Weaver.

3.17 Avaliação do banco de sementes

Para a avaliação do banco de sementes do solo foram coletadas

cinco amostras de solo por hectare em cada área de recuperação,

retiradas com o auxílio de um gabarito de madeira de dimensões 0,5 x 0,5

m (0,25 m2) e até 5 cm de profundidade (MARTINS, et al., 2008). O

gabarito foi lançado de forma casualizada dentro das parcelas utilizadas

para o estudo da regeneração natural.

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36

Utilizaram-se pás e enxadas para a coleta do solo, sendo este

armazenado em sacos plásticos identificados com o nome das áreas e

parcelas e transportados para o viveiro da Universidade Federal de Mato

Grosso (UFMT). No viveiro, as amostras foram transferidas para um

canteiro com dimensões 0,5 x 0,5 m e 10 cm de altura sendo irrigadas

diariamente. Realizou-se o acompanhamento da germinação durante três

meses. As bandejas foram mantidas isoladas de possíveis contaminações

externas por propágulos, através de cobertura por sombrite com 50% de

sombreamento. Foi quantificada a quantidade de sementes encontradas a

olho nu e quantificado o número de diferentes espécies encontradas.

Durante a germinação as plântulas emergentes foram contadas,

identificadas e retiradas imediatamente após seu registro.

A identificação taxonômica dos indivíduos foi realizada por meio de

consultas a especialista e a bibliografia especializada (LORENZI, 2002,

2006, 2008). O sistema de classificação adotado foi o APG III

(ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP III, SOUZA, V. C.; LORENZI,

2012).

3.18 Cobertura do solo por gramíneas colonizadoras

A avaliação da cobertura do solo por gramíneas colonizadoras foi

realizada dentro das parcelas amostrais de 5 m x 5 m (25 m2) utilizadas

para o estudo da regeneração natural em cada área de estudo. Na

avaliação foi utilizada a escala de abundância-cobertura elaborada por

Braun-Blanquet (1979) considerando as porcentagens de cobertura do

solo pelas gramíneas, em uma escala visual situada de 0 a 24, 25 a 49,

50 a 74 e 75 a 100% de incidência. Os valores calculados foram a

estimativa do valor de cobertura Braun-Blanquet (1979) e a frequência

absoluta (MUELLER-DOMBOIS e ELLEMBERG, 1974). O valor de

cobertura de diferentes espécies na parcela se relaciona com a escala de

valores médios da área coberta pelas espécies. Para este cálculo utilizou-

se a seguinte expressão (RONDON NETO, 1999):

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37

𝑉𝑐𝑖 = ∑( 𝐶𝑖/

𝑛

𝑡=1

n)

Vci = Valor de cobertura da i-ésima espécie em %; Ci = porcentagem de cobertura da i-ésima espécie; n = número total de parcelas amostradas.

A frequência absoluta de cada espécie foi obtida pela expressão:

FAi =𝑈𝑖

𝑈𝑡𝑥 100

FAi = Frequência absoluta da i-ésima espécie, em %; Ui = Número de unidades amostrais em que a espécie i foi amostrada; Ut = Número total de unidades amostrais.

FIGURA 13 - PARCELA PARA AVALIAÇÃO DE GRAMÍNEAS COLONIZADORAS

3.19 Taxa de crescimento relativo

A Taxa de crescimento relativo (TCR) expressa o crescimento em

altura e em diâmetro das espécies ao longo de um determinado tempo.

Para o cálculo da taxa de crescimento relativo (TCR) foi realizada a

medição de todos os indivíduos vivos até o final dos experimentos de

campo. Os dados de altura(m) e diâmetro(cm), foram coletados em duas

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38

campanhas de coletas em dezembro/14 e dezembro/15, obtendo-se os

dados de crescimento. O cálculo da TCR para a altura foi obtido através

da fórmula descrita por Vanclay (1995):

TCR = {[(hf /hi )/∆t ] – 1} x 100

Sendo:

hf = medida da altura do segundo levantamento;

hi= medida da altura primeiro levantamento ;

∆t = Intervalo de tempo.

A TCR para o diâmetro foi obtida através da fórmula formula

algébrica de Breymann (Prodan et.al, 1997):

TCR = ( √𝑀___𝑚

𝑛

− 1) . 100

Sendo:

M = medida de diâmetro do segundo levantamento; m = medida de diâmetro do primeiro levantamento; n = intervalo de tempo entre as medições.

3.20 Avaliação da qualidade do solo

A coleta das amostras do solo foi realizada em Dezembro de 2014,

com a finalidade de analisar as propriedades físico-químicas do solo nas

áreas de mineração, e sua influência no crescimento e desenvolvimento

da vegetação implantada. Foram coletadas duas amostras simples de

solo por hectare de área de recuperação, de forma casualisada dentro

das parcelas sorteadas utilizadas neste estudo, totalizando 18 amostras

de solo. A coleta de solo foi realizada na profundidade de 20 cm, utilizou-

se o trado do tipo “holandês” armazenado as amostras em sacos plásticos

apropriados e transportando-as para a análise de laboratório. As amostras

coletadas foram de aproximadamente 500 g de solo. As análises físico-

químicas foram realizadas em laboratório privado em Cuiabá-MT.

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39

Determinou-se as propriedades físicas do solo (textura), as propriedades

(químicas) e matéria orgânica. Nas análises químicas realizadas em

laboratório foram mesurados seguintes parâmetros: N, P, K, pH, pH em

(CaCl2) Ca, Mg, H+Al, Al, CTC, S, B, Cu, Fe, Mn e Zn. Para a avaliação

física do solo foi analisada a textura, referente à proporção relativa das

frações granulométricas. Na análise de textura foram medidas as

proporções de areia, silte e argila total das amostras.

Os métodos utilizados nas análises foram os seguintes: o enxofre

(S) foi extraído em fosfato de cálcio Ca(H2PO4)2; o boro (B) extraído em

água quente; os micronutrientes Zn, Cu ,Fe e Mn obtidos pelo método de

Mehlich; o pH(H2O) em água na proporção 1:2,5 (solo: água); o pH(CaCl2)

em solução de cloreto 0,01M na proporção 1:2,5 (solo: CaCl2); Ca, Mg e

Al extraídos com solução de cloreto de potássio 1 N; o H extraído com

acetato de cálcio a pH7; a matéria orgânica (M.O.) obtida com a oxidação

com bicromato de potássio e determinação colorimétrica; na areia, silte e

argila foi utilizado o dispersante NaOH e determinação por densímetro.

A interpretação das análises de solo foi realizada com base nas

tabelas e bibliografias de Ribeiro et al. (1999), Sousa e Lobato (2004),

Tomé Jr (1997), EMBRAPA (1997) e EMBRAPA (1999).

FIGURA 14 – COLETA DE SOLO - (A) Amostras coletadas (B) Coleta de solo em campo

A B

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40

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Avaliação dos indivíduos plantados

Na área 1 foram registrados 573 indivíduos vivos, pertencentes a

13 espécies e 9 famílias em uma área de 1,0 ha (Tabela 2). A taxa de

sobrevivência total das espécies plantadas na área foi de 47%. As

espécies que apresentaram as maiores taxas de sobrevivência foram:

Acacia mangium (72,2%), Ochroma pyramidale (65,5%) e Anacardium

occidentale (64,2%). Dentre as espécies exóticas utilizadas, Acacia

mangium e Anacardium occidentale obtiveram maiores taxas de

sobrevivência. Dentre as espécies nativas Myracrodruon urundeuva e

Schizolobium amazonicum obtiveram as maiores taxas de sobrevivência.

Em um estudo de revegetação de área de mineração de areia no

município de São Paulo-SP, (ALMEIDA et al., 2005) obtiveram uma taxa

de mortalidade de plantio de mudas nativas de 38% em uma área com

espaçamento 3 x 3 m, aos 5 anos de idade. Almeida e Sánchez (2005) e

(PIÑA-RODRIGUES al., 1997) consideram que mortalidades de até 20%

em projetos de recuperação em áreas mineradas podem ser

consideradas normais, devido a alteração da estrutura do solo e da

disponibilidade de nutrientes.

As espécies Acacia mangium e Ochroma pyramidale são

espécies pioneiras que apresentaram rápido crescimento, cumprindo a

função de preparar a área para os próximos estágios de sucessão. Em

plantios experimentais de Acacia mangiun na Amazônia central Souza

(2004) obteve sobrevivências acima de 90% para a espécie. Os

pesquisadores (BARBOSA et al., 2003) utilizando Ochroma pyramidale

para a recuperação de áreas degradadas na Amazônia central,

alcançaram taxas de sobrevivência de até 92,5% para a espécie. A

variação da taxa de sobrevivência de algumas espécies pode estar

relacionada a fatores diversos como: o histórico do uso da área, grau de

degradação do solo e manutenção do plantio.

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41

As espécies pioneiras se adaptaram as condições da área, obtendo

as maiores taxas de sobrevivência. Por apresentarem um rápido

crescimento, são utilizadas com uma densidade maior em

reflorestamentos de restauração de áreas degradadas, possibilitando a

melhora das condições edafoclimáticas para o desenvolvimento das

espécies tardias. De acordo com (RODRIGUES et al., 2010) deve-se ter a

preocupação de dosar a quantidade de pioneiras em um plantio, visando

não prejudicar os processos ecológicos futuros da área em restauração.

Os indivíduos implantados nesta área são classificados quanto ao

tipo de dispersão em anemocóricos em sua maioria. De acordo com Howe

e Smalwood (1982) a anemocoria é favorecida em áreas mais abertas e

secas, sem a presença de um dossel contínuo. Justiniano et al. (2000)

citam que a frequência da síndrome anemocórica no componente arbóreo

de florestas sazonalmente secas atinge valores superiores a 50%. Apesar

pouca efetividade para a germinação em sítios específicos, a anemocoria

possibilita a colonização de novas áreas, por ter a capacidade de

abranger um espaço maior em relação às outras categorias de dispersão

(VANDER WALL e LONGLAND, 2004).

Na área 2 foram registrados 656 indivíduos vivos pertencentes a 12

espécies e 9 famílias em uma área de 3,0 ha (Tabela 3). A taxa de

sobrevivência total das espécies plantadas na área foi de 19,2%, sendo

que as espécies que apresentaram as maiores taxas de sobrevivência

foram: Byrsonima crassifolia (72,7%), Eucalyptus grandis (50,2%),

Caryocar brasiliense (43,1%) e Acacia Mangium (33%).

Dentre as espécies pioneiras Byrsonima crassifolia e Caryocar

brasiliense obtiveram as maiores taxas de sobrevivência. As espécies

secundárias Myracrodruon urundeuva, Tabebuia impetiginosa, Tabebuia

serratifolia e Cedrela fissilis apresentaram taxas de sobrevivência muito

baixas, não se adaptando as condições adversas da área. As espécies

pioneiras nesta área apresentaram as maiores taxas de sobrevivência,

com exceção da espécie Byrsonima crassifolia secundária inicial.

Na área 3 verificou-se taxa de sobrevivência total de 67,3%, sendo

registrados 2.237 indivíduos de Eucalyptus grandis, plantados uma área

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42

de 3,0 ha. Por ser uma espécie pioneira de rápido crescimento,

apresentar alta resistência ao déficit hídrico e baixa exigência nutricional o

Eucalipto é bastante indicado para reflorestamento (Schneider, 2003).

Autores como Silva Júnior et al. (1995) e Calegario et al. (1993);

estudando o sub-bosque de reflorestamentos de Eucalyptus grandis,

concluíram que a espécie pode atuar como catalizadora da regeneração

natural sendo indicada para a recuperação de ambientes degradados.

Na área 4 verificou-se taxa de sobrevivência total das espécies

plantadas na área de 23,5%, sendo registrados 587 indivíduos vivos,

pertencentes a 16 espécies e 11 famílias em uma área de 2,0 ha. As

espécies que apresentaram as maiores taxas de sobrevivência foram:

Caryocar brasiliense 75%, Acacia Mangium 60%, Byrsonima crassifolia

50% e Ormosia arborea 49%.

TABELA 2 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS NAS ÁREAS DE RECUPERAÇÃO, MATUPÁ - MT E PEIXOTO DE AZEVEDO - MT.

Espécie Número de indivíduos Taxa de sobrevivência

Área 1

Área 2

Área 3

Área 4

Área 1

Área 2

Área 3

Área 4

Adenanthera pavonina 2 12

1,2

8,2

Anacardium occidentale 9 42 27 64,2 20,6

30

Acacia mangium 16 66 48 72,7 66

60

Bauhinia forficata 2

4,4

Byrsonima crassifolia 221 138

72,2

50

Caryocar brasiliense 96 25 24 58 43,1

75

Cedrela fissilis 55 11 31 55 3,2

25,6

Cordia glabrata 12

37,5

Eucalyptus grandis 75 195 2237 11 75 50,2 67 14,1

Genipa americana 9 9

Handroanthus impetiginosus 70 20 30 30 3,8

12,8

Handroanthus serratifolius 64 26 42 9,5

Hymenaea courbaril 84 27 60 33 7,3

45,4

Myracrodruon urundeuva 17 6 52 63 2,5

18,6

Ochroma pyramidale 19 17 65,5

3,1

Ormosia arborea 15 108

30

49

Pachira aquatica 5

7,5

Psidium guajava 11 10 11

15,3

Schizolobium parayba 48 48

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43

4.2 Altura e diâmetro das espécies Na tabela 4 encontram-se os dados médios da altura total e

diâmetros dos indivíduos arbóreos plantados nas quatro áreas de estudo.

TABELA 3 - VALORES MÉDIOS DE ALTURA TOTAL(m) E DIÂMETRO A ALTURA DO SOLO (cm) DOS INDIVÍDUOS ÁRBOREOS PLANTADOS EM QUATRO ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO DE OURO, EM PEIXOTO DE AZEVEDO E MATUPÁ-MT.

Espécie

Área 1 Área 2 Área 3 Área 4

h(m) Das (cm)

h(m) Das (cm)

h(m) Das (cm)

h(m) Das (cm)

Adenanthera pavonina

2,22 11,98

1,73 3,85

Anacardium occidentale 3,03 11,55 1,57 7,5

2,05 4,72

Acacia mangium 7,3 19,07 4,22 9,63

5,99 14,01

Bauhinia forficata

0,55 1,27

Byrsonima crassifolia

1,61 4,6

2,17 5,5

Caryocar brasiliense 3,13 7,23 1,44 3,51

2,87 8,69

Cedrela fissilis 2,74 6,5 1,36 3,56

1,27 3,5

Cordia glabrata

1,13 2,86

Eucalyptus grandis 7,91 13,38 3,57 4,95 3,76 4,52 1,21 6,77

Genipa americana 4,27 10,06

Handroanthus impetiginosus 3,59 8,76 1,83 3,25

1,02 4,55

Handroanthus serratifolius 2,8 4,58 1,28 2,62

Hymenaea courbaril 1,57 2,96 1,44 2,58

1,57 3,91

Myracrodruon urundeuva 4,91 9,61 1,21 2,86

2,08 4,19

Ochroma pyramidale 4,52 10,87

4,32 16,96

Ormosia arborea

1,17 2,9

1,65 3,84

Pachira aquatica

1,02 3,12

Psidium guajava 2,19 4,66

1,18 2,75

Schizolobium parayba 6,21 8,99

h = Altura média (m), Das = Diâmetro médio a altura do solo (cm)

Na área 1 após quatro anos de revegetação, obteve-se a altura

média dos indivíduos de 4,01m. As espécies que mais se destacaram em

relação à média de altura foram: Eucalyptus grandis (7,91 m), Acacia

mangium (7,3 m) e Schizolobium amazonicum (6,2 m) (Tabela 6). Almeida

e Sánchez (2005) encontraram resultados similares de alturas médias

avaliando uma área de mineração restaurada pelo plantio de mudas no

município de São Paulo-SP, obtendo a altura média dos indivíduos

plantados aos 5 anos de idade variando de 0,70 a 5 m. A distribuição dos

indivíduos presentes na área 1 por classes de altura (Figura 13) apontou

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44

o intervalo de 4,5 - 6 m com a maior quantidade de representantes: 175

indivíduos (30% do total de indivíduos), seguido das classes 1,5 - 3 m

com 165 indivíduos (28%) e da classe de 3 - 4,5 m com 121 indivíduos

(21%).

Na área 2 após quatro anos de revegetação, obteve-se a altura

média total dos indivíduos de 2,40m, sendo considerada reduzida

considerando a idade do plantio. As espécies que mais se destacaram em

relação à média de altura foram: Acacia mangium (4,22m), Eucalyptus

grandis (3,57m) e Adenanthera pavonina (2,22m) (Tabela 7). Mandetta

(2007) em avaliação de um reflorestamento com dois anos e meio no

interior de São Paulo obteve alturas médias concentradas na classe de 4

m para os indivíduos plantados. Em estudo de avaliação da restauração

de uma área minerada no município de Descoberto-MG, Silva (2013)

obteve uma altura média das espécies plantadas aos dois anos e meio

variando de 0,40 - 3,90 m.

A distribuição dos indivíduos presentes na área 2 por classes de

altura (Figura 15) apontou o intervalo de 0 - 1,5 m com a maior

quantidade de representantes com 271 indivíduos (41%), seguido das

classes de 1,5 - 3 m com 199 indivíduos (30%) e 3 - 4,5 m 100 indivíduos

(15%). Na classe de maior altura poucos indivíduos superaram os valores

de 9 m. Os menores valores de altura encontrados na área 2 e a

concentração de um maior número de indivíduos nas menores classes de

diâmetro evidenciam alterações no desenvolvimento e crescimento das

espécies implantadas nesta área.

Na área 3 após três anos de revegetação, a altura média dos

indivíduos foi de 3,76 m (Tabela 8). Coelho et al. (1970) pesquisando

diferentes espécies de eucalipto no município de Itupeva/SP, encontraram

o valor de altura média para o Eucalyptus grandis de 15 m aos três anos

de idade. A distribuição dos indivíduos presentes na área por classes de

altura (Figura 17) apontou dois intervalos de altura se destacando: as

classes de 1,5 - 3 m englobando a maior quantidade de representantes

921 indivíduos (41%), seguido da classe 3 - 4,5m com 484 indivíduos

(21%). As demais classes tiveram menores quantidades de

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45

representantes. O valor das alturas do estrato vertical variou de 0 - 12 m

com 30 indivíduos superando a altura de 12 m.

Na área 4 após quatro anos de revegetação, obteve-se a altura

média dos indivíduos de 1,98m. As espécies que mais se destacaram em

relação à média de altura foram: Acacia mangium (5,9 m) Ochroma

pyramidale (4,32 m), e Caryocar brasiliense (2,87 m). A distribuição dos

indivíduos presentes na área 4 por classes de altura (Figura 19) apontou

o intervalo de 0 - 1,5 m com a maior quantidade de representantes com

244 indivíduos (41%), seguido das classes de 1,5 - 3 m com 226

indivíduos (38%) e 3 - 4,5 m com 56 indivíduos (9%).

AREA 1 AREA 2

AREA 3 AREA 4

FIGURA 15 - CLASSES DE ALTURA DAS ESPÉCIES DAS QUATRO ÁREAS ESTUDADAS.

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

de

in

div

ídu

os

Altura (m)

0-1,5 1,5-3 3- 4,5 4,5- 6 6- 7,5 7,5- 9 > 9

0

50

100

150

200

250

300n

°d

e in

div

ídu

os

Altura (m)

0-1,5 1,5-3 3-4,5 4,5- 6 6-7,5 7,5-9 > 9

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

de

in

div

ídu

os

Altura (m)0-1,5 1,5-3 3-4,5 4,5-6 6-7,5 7,5-9 9-10,510,5-12 >12

020406080

100120140160180200220240260

de

in

div

ídu

os

Altura (m)

0 - 1,5 1,5 - 3 3 - 4,5 4,5 - 6 6 - 7,5 7,5 - 9 > 9

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46

Quanto aos valores de diâmetros médios para a área 1

destacaram-se as espécies Acacia mangium (19,07 cm), Eucalyptus

grandis (13,38 cm) e Anacardium occidentale (11,55 cm). As duas

primeiras espécies apresentaram crescimento superiores as demais tanto

em diâmetro quanto em altura, já Anacardium occidentale obteve um

crescimento destacado em diâmetro. A classe de diâmetro de maior

ocorrência de indivíduos foi a de 0 - 5 cm com 225 indivíduos (39%),

seguida das classes 5 - 10 cm com 182 indivíduos (31%) e da classe 10 -

15 cm com 99 indivíduos (17%).

A divisão em classes diamétricas dos indivíduos constantes na

área 1 apontou um gráfico na forma de J invertido. De acordo com Martins

(1993), este padrão de distribuição indica que os indivíduos de uma

comunidade encontram-se em equilíbrio e em crescimento, evidenciando

a maioria dos indivíduos presentes nas menores classes de diâmetros.

Barros (1980) cita que a distribuição diamétrica em florestas tropicais

pode apresentar um grande número de indivíduos nas classes inferiores,

com progressiva diminuição à medida que o diâmetro aumenta. (SWAINE

et al., 1987) afirmam que dentro de um mesmo sítio, pode haver

alterações diamétricas resultantes das diferentes condições de radiação

recebida pelas copas, e de acordo com o grau de tolerância à luz pela

espécie. Assim sendo, as árvores expostas a maior quantidade de

radiação crescem mais, de acordo também com o grupo ecológico da

espécie.

Quanto aos valores de diâmetros médios para a área 2

destacaram-se as espécies: Adenanthera pavonina (11,98 cm), Acacia

mangium (9,63 cm) e Anacardium occidentale (7,5 cm) (Figura 16). A

classe de diâmetro de maior ocorrência de indivíduos foi a de 0 - 5 cm

com 431 indivíduos (65%), seguida das classes 5 - 10 cm com 134

indivíduos (20%) e da classe 10 - 15 cm com 65 indivíduos (10%).

O valor do diâmetro médio para a área 3 foi de 4,52 cm, sendo

considerado baixo em relação a outros plantios de recuperação. Em um

estudo do desempenho de quatro espécies de Eucalipto em uma área

degradada pela exploração de argila, Mendonça et al.(2008) obteve

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47

valores de 13 a 14 cm de diâmetro após 2 anos de plantio. Em outros

reflorestamentos do gênero Eucalyptus, Coelho et al. (1970) encontraram

o valor de diâmetro médio para o Eucalyptus grandis de 10,53 cm aos

três anos de idade e (BELLOTE et al., 1980) encontraram valores médios

de diâmetro para o Eucalyptus grandis de 12,0 cm aos três anos de idade

da idade em estudo realizado em Piracicaba/SP. A divisão em classes

diamétricas dos indivíduos presentes na área 3 (Figura 18) apontou uma

grande concentração dos indivíduos na classe de 0 - 5 cm com 1536

indivíduos (68%), seguida da classe 5 - 10 cm com 477 indivíduos (21%).

Observa-se pelos dados obtidos um crescimento deficitário em diâmetro,

por se tratar de uma área em recuperação que ainda não proporciona

condições favoráveis ao crescimento em diâmetro das espécies.

O diâmetro médio para a área 4 foi 5,65cm, destacando-se as

espécies: Ochroma pyramidale (16,96 cm), Acacia mangium (14,01 cm) e

Caryocar brasiliense (8,69 cm) (Tabela 10). As espécies Ochroma

pyramidale e Acacia mangium obtiveram crescimento em diâmetro e em

altura superiores as demais se destacando na área, a espécie Caryocar

brasiliense também se destaca das demais, porém com valores inferiores

as duas primeiras. A classe de diâmetro de maior ocorrência de

indivíduos foi a de 0 - 5 cm com 365 indivíduos, seguida das classes 5 -

10 cm com 144 indivíduos e da classe 10 - 15 cm com 46 indivíduos

(Figura 20). Grande parte dos indivíduos apresentaram diâmetros de até 5

cm, evidenciando um baixo crescimento diamétrico na área.

AREA 1 AREA 2

0

30

60

90

120

150

180

210

240

de

in

div

ídu

os

Classes de diâmetro (cm)

0-5 05-10 10-15 15-20 20-25 25-300

50

100

150

200

250

300

350

400

450

de

in

div

ídu

os

Classes de diâmetro (cm)

0-5 05-10 10-15 15-20 20-25 25-30

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48

AREA 3 AREA 4

FIGURA 16 - ESTRUTURA DIAMÉTRICA DAS ESPÉCIES DAS QUATRO ÁREAS ESTUDADAS. 4.3 Cobertura de copa

As espécies exóticas Acacia mangium, Eucalyptus grandis e

Ochroma pyramidale obtiveram as maiores médias de área de copa para

a área 1, com destaque para Caryocar brasiliense e Handroanthus

impetiginosus. Para a área 1 obteve-se a porcentagem total de cobertura

de copa de 35,12% representando o somatório das áreas de copa das

espécies. Após quatro anos do plantio, as espécies que apresentaram os

menores valores médios de área de copa foram: Hymenaea courbaril,

Handroanthus serratifolius, Genipa americana e Cedrela fissilis.

Hymenaea courbaril é uma espécie clímax exigente de luz, não

apresentando o desenvolvimento rápido da copa como as espécies

pioneiras. As espécies secundárias tardias Handroanthus serratifolius

e Genipa americana não desenvolveram um volume de copa como as

demais espécies ficando com áreas de copa reduzidas. A espécie

Cedrela fissilis teve uma área de copa reduzida com relação às demais

espécies. Na área 2 as espécies Acacia mangium, Byrsonima crassifolia e

Anacardium occidentale obtiveram as maiores médias de área de copa

(Tabela 11). As espécies com maiores porcentagens de cobertura de

copa nesta área foram: Byrsonima crassifolia, Acacia mangium e

Eucalyptus grandis. Para a área 2 obteve-se a porcentagem total de

cobertura de copa de 5,8% representando o somatório das áreas de copa

das espécies.

0100200300400500600700800900

1000110012001300140015001600

de

in

div

ídu

os

Classes de diâmetro (cm)

0-5 05-10 10-15 20-2515-200

306090

120150180210240270300330360390

de

in

div

ídu

os

Classes de diâmetro (cm)

0-5 05-10 10-15 15-20 20-25 25-30

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49

Na área 3 os indivíduos de Eucalyptus grandis representaram uma

área de copa média de 3,19 m², a soma da área de copa de todos os

indivíduos levantados representou a porcentagem de 23,8% de cobertura

da área. Na área 4 Acacia mangium, Ochroma pyramidale e Eucalyptus

grandis, obtiveram as maiores médias de área de copa (Tabela 13). As

espécies que mais contribuíram em termos de porcentagem para a

cobertura desta área foram: Byrsonima crassifolia, Acacia mangium e

Myracrodruon urundeuva. Através do somatório das áreas de copa das

espécies levantadas, obteve-se a porcentagem de cobertura de copa de

6,7%.

TABELA 4 - VALORES MÉDIOS DE ÁREA MÉDIA DE COPA (m2) E PORCENTAGEM DE COPA (%) DOS INDIVÍDUOS ARBÓREOS PLANTADOS EM QUATRO ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO DE OURO EM PEIXOTO DE AZEVEDO-MT E MATUPÁ-MT.

Espécie

Área 1 Área 2 Área 3 Área 4

Copa (m²)

Copa %

Copa (m²)

Copa %

Copa (m²)

Copa %

Copa (m²)

Copa %

Adenanthera pavonina

1,11 0,13

1,74 1,55

Anacardium occidentale 8,41 2,16 2,54 6,21

2,03 4,08

Acacia mangium 15,49 7,06 8,62 33,1

5,99 21,43

Bauhinia forficata

0,55 0,08

Byrsonima crassifolia

2,69 34,65

2,19 22,55

Caryocar brasiliense 5,33 14,56 0,93 1,35

2,87 5,14

Cedrela fissilis 3,85 6,03 0,57 0,37

1,27 2,94

Cordia glabrata

1,14 1,02

Eucalyptus grandis 11,69 24,97 1,56 17,71 3,19 100 4,21 3,45

Genipa americana 4,81 1,23

Handroanthus impetiginosus 5,61 11,18 1,59 1,85

1,03 2,3

Handroanthus serratifolius 3,26 5,94 1,39 2,1

Hymenaea courbaril 2,30 5,50 1,43 2,25

1,57 7,21

Myracrodruon urundeuva 7,25 3,51 0,26 0,09

2,09 8,09

Ochroma pyramidale 10,38 5,62

4,49 5,69

Ormosia arborea

0,22 0,19

1,63 13,1

Pachira aquatica

1,02 0,38

Psidium guajava 5,59 1,75

1,31 0,97

Schizolobium parayba 7,69 10,50

Ac méd = área média da copa (m²); % Copa =porcentagem da área da copa em relação a área de copa total.

Os valores de área de copa da área 1 encontram-se proporcionais

aos plantios de recuperação que vem sendo realizados. Souza (2000)

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50

estudando a recuperação em áreas de empréstimo de areia obteve após

dois anos de plantio valores médios de área de copa de até 3,73 m². Em

estudo do comportamento de espécies florestais em área degradada na

região sul de Minas Gerais, (FARIA et al., 1997) obtiveram valores médios

de área de copa atingindo 5,14 m² após 3 anos de plantio.

A cobertura de copa através da proteção que propicia ao solo dos

fatores abióticos como chuva e incidência de luz, contribuiu para a

estabilização de um ambiente favorável para o desenvolvimento das

espécies e ciclagem de nutrientes. Espécies presentes nas áreas como

Acacia mangium e Ochroma pyramidale possuem maior volume de área

foliar em relação às outras espécies, e tem contribuído com

sombreamento e produção de matéria orgânica pela queda de folhas.

4.4 Aspectos fitossanitários

Na área 1 somente as espécies Anacardium occidentale e Genipa

americana não apresentaram sintoma de dano fitossanitário. As espécies

com maiores porcentagens de indivíduos com danos foram:

Handroanthus serratifolius, Ochroma pyramidale e Hymenaea courbaril

(Tabela 6).

TABELA 5 - AVALIAÇÃO FITOSSANITÁRIA DAS ESPÉCIES PLANTADAS NA ÁREA 1 - MATUPÁ-MT.

Espécies TIPO DE DANO Ind.

Atacados (%) NI

A B C D E F G

Saud Abiot Ins Fun Anim Comp Mor

Acacia mangium 16 12

1

3 25

Anacardium occidentale 9 9

0,0

Caryocar brasiliense 96 70 9 17

27

Cedrela fissilis 55 45 4 6

18,1

Eucalyptus grandis 75 56 5 11 1

2

25,3

Genipa americana 9 9

0,0

Hymenaea courbaril 84 60 11 11 1

1

28,5

Myracrodruon urundeuva 17 16

1

5,8

Ochroma pyramidale 19 13 1 4

1

31,5

Psidium guajava 11 9

1

1

18,1

Schizolobium amazonicum 48 45

2

1

6,2

Handroanthus impetiginosus 70 58

11

1

17,1

Handroanthus serratifolius 64 39 1 24

39

NI -número de indivíduos; A- indivíduos saudáveis; B-danos abióticos; C danos por insetos; D-danos por fungos; E-danos por animais; F -danos complexos; G - morta em pé

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51

As espécies Handroanthus serratifolius e Caryocar brasiliense

foram as mais atacadas por insetos. Hymenaea courbaril sofreu os

maiores danos abióticos das espécies nesta área. Tanto indivíduos de

espécies nativas como de espécies exóticas sofreram danos na área 1

(Figura 21).

FIGURA 17 - AVALIAÇÃO FITOSSANITÁRIA DAS ESPÉCIES PRESENTES NA ÁREA 1 - MATUPÁ-MT.

As espécies nativas Anacardium occidentale, Genipa americana,

Myracrodruon urundeuva e Schizolobium amazonicum são as espécies

que melhor se adaptaram às condições da área 1 em relação aos

aspectos de fitossanidade, tendo uma baixa incidência de danos e

aparentando serem menos suscetíveis aos fatores bióticos e abióticos da

área estudada.

Na área 2 a espécie Adenanthera pavonina não teve nenhum

sintoma de dano fitossanitário. As espécies com maiores danos foram:

Myracrodruon urundeuva, Caryocar brasiliense Handroanthus

impetiginosus e Handroanthus serratifolius (Tabela 7). Byrsonima

crassifolia sofreu os maiores danos abióticos das espécies nesta área.

0,0 0,0

0,06

0,13

0,18 0,20

0,270,32

0,40 0,42 0,44 0,44 0,47

0.000.050.100.150.200.250.300.350.400.450.50

MÉD

IA D

E N

OTA

S

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52

TABELA 6 - AVALIAÇÃO DA FITOSSANIDADE DAS ESPÉCIES PLANTADAS NA ÁREA 2, PEIXOTO DE AZEVEDO - MT.

Espécies TIPO DE DANO Ind.

Atacados (%) NI

A B C D E F G

Saud Abiot Ins Fun Anim Comp Mor

Acacia mangium 66 49 11 3

1 2

25,7

Adenanthera pavonina 2 2

0,0

Anacardium occidentale 42 23 14

4 1

45,2

Byrsonima crassifolia 221 160 42 8

9 2

27,6

Caryocar brasiliense 25 9 10 3

2 1

64

Cedrela fissilis 11 9 2

18,1

Eucalyptus grandis 195 171 21 3

12,3

Hymenaea courbaril 27 17 9

1

37

Myracrodruon urundeuva 6

6

100

Ormosia arborea 15 11 3

1

26,6

Handroanthus impetiginosus 20 10 4 4

2

50

Handroanthus serratifolius 26 14 11 1

46

NI - Número de indivíduos; A- Indivíduo saudável; B- Danos abióticos; C- danos por insetos/pragas; D- danos por fungos; E - danos por animais; F - danos complexos; G - morta em pé

FIGURA 18 - AVALIAÇÃO FITOSSANITÁRIA DAS ESPÉCIES PRESENTES NA ÁREA 2 - PEIXOTO DE AZEVEDO-MT.

As espécies Adenanthera pavonina, Eucalyptus grandis, Acacia

mangium são as espécies que melhor se adaptaram às condições da área

2 em relação aos aspectos de fitossanidade, sendo as espécies menos

prejudicadas por danos. Os indivíduos da área 3, reflorestada somente

com Eucalyptus grandis, foram medianamente atacados sofrendo danos

em todas as categorias. Os principais foram os danos abióticos. Os

0,0

0,25

0,47 0,49 0,53 0,550,70 0,76 0,81

1,05

1,32

1,83

0.00.20.40.60.81.01.21.41.61.82.0

MÉD

IA D

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53

indivíduos que foram atingidos por danos abióticos na área 3 somaram

189. Dos 2237 indivíduos presentes na área 423 sofreram danos. Os

danos avaliados para a área 3 representaram 18,9% dos indivíduos.

TABELA 7 - AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA FITOSSANIDADE DAS ESPÉCIES. ÁREA 3, MATUPÁ - MT.

Espécies

TIPO DE DANO Ind. Atacados

(%) NI A B C D E F G

Saud Abiot Ins Fun Anim Comp Mor

Eucalyptus grandis 2.237 1.829 189 143 35 26 15 15 18,9

NI - Número de indivíduos; A- Indivíduos saudável; B- danos abióticos; C- danos por insetos; D- danos por fungos; E- danos por animais; F- danos complexos;G- morta em pé

Na área 4 as espécies mais atacadas e que apresentaram os

maiores danos em porcentagem foram: Bauhinia forficata, Cordia glabrata

e Tabebuia impetiginosa (Tabela 17). A espécie Byrsonima crassifolia

sofreu os maiores danos abióticos e por insetos em comparação as outras

espécies presentes nesta área, a espécie Psidium guajava não obteve

nenhum sintoma de dano fitossanitário.

TABELA 8 - AVALIAÇÃO DA FITOSSANIDADE DAS ESPÉCIES PLANTADAS NA ÁREA 4, PEIXOTO DE AZEVEDO - MT.

Espécies TIPO DE DANO Ind.

Atacados (%) NI

A B C D E F G

Saud Abiot Ins Fun Anim Comp Mor

Acacia mangium 48 38 1 6 1 2 21

Adenanthera pavonina 12 9 3 25

Anacardium occidentale 27 21 2 4 22

Bauhinia forficata 2 1 1 100

Byrsonima crassifolia 138 101 17 20 27

Caryocar brasiliense 24 15 6 3 38

Cedrela fissilis 31 25 2 3 1 19

Cordia glabrata 12 6 6 50

Eucalyptus grandis 11 7 2 1 1 36

Hymenaea courbaril 60 41 8 7 1 3 32

Myracrodruon urundeuva 52 41 3 4 2 2 21

Ochroma pyramidale 17 12 2 3 29

Ormosia arborea 108 82 16 10 24

Pachira aquatica 5 4 1 20

Psidium guajava 10 10 0

Handroanthus impetiginosus 30 18 6 3 2 1 40

NI- Núm. de indivíduos; A- Indivíduo saudável; B- Danos abióticos; C- danos por insetos; D- danos por fungos; E- danos por animais; F- danos complexos; G - morta em pé

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54

FIGURA 19 - AVALIAÇÃO FITOSSANITÁRIA DAS ESPÉCIES PRESENTES NA ÁREA 4 - PEIXOTO DE AZEVEDO-MT.

As espécies Psidium guajava, Cedrela fissilis, Ochroma pyramidale

são as espécies que melhor se adaptaram às condições da área 4 em

relação aos aspectos de fitossanidade, sendo as espécies menos

prejudicadas por danos.

4.5 Regeneração natural

Na coleta de dados da regeneração natural na área 1 foram

catalogados 183 indivíduos, pertencentes a 23 espécies e 10 famílias, em

uma área total de 125m² amostrada nas parcelas (Tabela 10). A riqueza

de espécies encontradas na área 1 em comparação a outros estudos

realizados através de plantio de mudas pode ser considerada mediana.

Em estudo da regeneração natural de uma área de restauração com 7

anos, Campos (2013) amostrou 22 espécies diferentes. Os autores Nappo

et al. (2004) estudando a regeneração natural em área minerada em

Poços de Caldas-MG amostraram 63 e 77 espécies em dois

levantamentos realizados na área após 7 anos.

0,0

0,19 0,24 0,27 0,330,36 0,37 0,37 0,38 0,43 0,46 0,50

0,57 0,60

1,17

1,50

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1.40

1.60

MÉD

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55

TABELA 9 - COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA REGENERAÇÃO NATURAL, PEIXOTO DE AZEVEDO-MT E MATUPÁ-MT.

Família/ Nome Científico

Nome Vulgar Hab CV CS

Área amostrada

1 2 3 4

Anacardiaceae

Astronium lecontei Ducke Muiracatiara Arb Pe St

X

Myracrodruon urundeuva Fr. Allem. Aroeira Arb Pe St

X

Annonaceae

Guateria sellowiana Schlecht. Embira-preta Arb Pe Si

Asteraceae

Bidens pilosa L. Voucher. Picão-preto Herb Pe Si X Chromolaena squalida (DC.) R.M King Mata-pasto Sba An P X X

X

Elephantopus angustifolius Sw. Suçaia Herb Pe P X X X X

Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. Arnica Herb An P X Pterocaulon lanatum Kuntze Barbasso Herb Pe P X Melampodium divaricatum (Rich.) DC. Flor-de-ouro Sba Pe P

X

Vernonia scabra Pers. Assa-peixe Sba Pe P X X X X

Vernonia scorpioides (Lam.) Pers Cambará-ussu Sba Pe P X Bignoniaceae

Handroanthus serratifolius S.O.Grose Ipe amarelo Arb Pe St

X

Clusiaceae

Vismia guianensis (Aubl.) Pers. Lacre Arb Pe P X X

X

Dileniaceae

Davilla nitida Vahl Lixeira Arbu Pe P

X

Euphorbiaceae

Alchornea discolor Poepp. Uva-brava Arb Pe Si X X X Croton glandulosus L. Gervão-branco Sba An P X

X X

Dalechampia stipulacea Mull.Arg. Caapucara Herb Pe P

X

Mimosa pudica L. Dorme-dorme Herb Pe P

X

Fabaceae

Bauhinia forficata Link. Pata-de-vaca Arb Pe P

X

Dalechampia stipulacea Mull.Arg. Capucara Herb Pe P

X

Desmodium incanum DC. Carrapicho Herb Pe P X

X

Indigofera hirsuta L. Anileiro Herb An P

X

Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit Leucena Arb Pe P X Mimosa pudica L. Dorme-dorme Herb Pe P X

Senna alata (L.)Roxb. Fedegoso-gigante

Arbu Pe P

X

Senna obtusifolia (L.) Irwin & Barneby Fedegoso Sba An P X

X X

Flacortiaceae

Casearia gossypiosperma Briq. Espeteiro Arb Pe Si X

X

Lamiaceae X

Hyptis suaveolens (L.) Poit. Alfazema-brava Herb An P X X

X

continua...

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56

TABELA 10, Cont. Lauraceae

Ocotea guianensis Aubl. Sassafrás Arb Pe P

X

Lythraceae Physocalymma scaberrimum Pohl Arica Arbu Pe P

X

Malvaceae

Sida carpinifolia L.f. Vassourinha Sba Pe P X

X

Triumfetta semitriloba Jacq. Carrapichao Sba Pe P X Urena lobata L. Malva-roxa Sba Pe P X

X X

Xanthium strumarium. L Silva. Carrapichao Sba Anu P

X

Melastomataceae

Clidemia bullosa DC. Pixirica Arbu Pe P

X

Myrtaceae

Psidium guajava L. Goiaba Arbu Pe Si

X

Psidium myrsinoides O.Berg Guariroba Sba Pe St X X X Rubiaceae

Spermacoce verticillata L. Vassourinha Herb Pe P

X

X

Palicourea marcgravii A.St.-Hil. Erva-de-rato Arbu Pe P

X

Rutaceae

Zantoxylum rhoifolium Lam.

Mamica de porca

Arb Pe Si

X

Solanaceae

Solanum grandiflorum Ruiz & Pav. Lobeira Arb Pe P

X

Solanum sisymbriifolium Lam. Juá Sba An P X Turneraceae

Turnera orientalis (urb.) Arbo Chanana Herb Pe P

X

Urticaceae

Cecropia pachystachya Trecul. Embauba Arbu Pe P

X

Verbenaceae

Lantana camara L. Camará Sba Pe P X X

X

Lantana trifolia L. Milho de grilo Arbu Pe P

X

Lippia alba (Mill.) N. E. Brown Erva cidreira Sba Pe P

X

Stachytarpheta cayennensis Rich.Vahl Guanxuma Sba Pe P X X

Hábito (Hab) - Arb:arbórea; Sba:subarbustiva; Herb:herbácea; Ciclo de vida (CV): perene=Pe, anual=An. Categoria sucessional (CS): pioneira=P; secundária inicial=Si; secundária tardia=St

A densidade estimada para a área 1 foi de 14.640 indivíduos/ha,

valor superior ao encontrado por Bastos (2010) que estimou 3.300 e 500

indivíduos/ha em áreas com 7 e 9 anos de restauração, e inferior ao

estudo de Nave (2005) que obteve a estimativa de 38.700 indivíduos/ha

para uma área de regeneração natural com 3,5 anos em Ribeirão Grande-

SP. Em outro estudo de regeneração natural em mineração por calcário,

Campos (2013) obteve uma densidade estimada de 10,125 indivíduos/ha.

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57

Comparando este estudo a outros realizados sem áreas de

regeneração natural em florestas maduras restauradas, a densidade

encontrada na área 1 é inferior, como nos estudos de Franco (2005) que

estimou 37.500 indivíduos/ha. Realizando um estudo em uma área com

quase 13 anos de recuperação, (FERREIRA et al., 2010) amostraram 64

espécies arbustivo-arbóreas pertencentes ao estrato de regeneração

natural.

As famílias amostradas com maior riqueza de espécies foram:

Asteraceae (7 espécies), Fabaceae (4 espécies) e Malvaceae (3

espécies) (Tabela 19). Das 23 espécies registradas nesta área, 4 são

arbóreas e 13 são subarbustivas. A família Asteraceae abrange grande

parte das espécies que surgem nos primeiros estágios de sucessão na

regeneração natural, tendo grande importância para a o sucesso da

regeneração natural pela facilidade de dispersão que geralmente

possuem as espécies pertencentes a esta família (HEIDEN et al., 2007).

Quanto à distribuição por categoria sucessional 82% das espécies

levantadas pertencem a categoria pioneira, apontando uma característica

do estágio inicial de sucessão, frequência reduzida de espécies arbóreas

e presença de espécies colonizadoras com dispersão muito eficiente.

Das 23 espécies encontradas na área 1, doze são subarbustivas e

sete são herbáceas, caracterizando um porte baixo do estrato

regenerativo. O autor Gubert-Filho (1993) cita que em áreas em fases

iniciais da sucessão secundária há grande ocorrência de espécies

herbáceas, sendo plantas pouco exigentes quanto às condições edáficas,

e resistentes à seca. Estas espécies tendem a apresentar uma rápida

regeneração e grande agressividade.

Comparando as espécies do plantio na área 1 com espécies

amostradas no levantamento de sua regeneração natural, não há

espécies em comum, evidenciando que as espécies plantadas ainda não

estão contribuindo com propágulos para a regeneração natural por não

terem atingido ainda sua idade reprodutiva. Outro fator que pode estar

contribuindo para esta situação é a camada de gramíneas colonizadoras

que se propaga dentro da área de recuperação. Uma das características

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58

das espécies de gramíneas encontradas no local é de serem plantas

extremamente competidoras, que se adaptam aos solos de baixa

diversidade dificultando o recrutamento de novas espécies oriundas da

regeneração natural.

As espécies com maiores índice de valor de importância na área 1

foram: Assa-peixe (Vernonia scabra), Camará (Lantana câmara), Malva-

roxa (Urena lobata) e Suçaia (Elephantopus angustifolius). A espécie

pioneira Vernonia scabra teve dominância relativa e maior número de

indivíduos. As espécies Vernonia scabra, Lantana camara e Urena lobata

foram também as mais frequentes na área 1. A espécie Vernonia scabra

obteve também o maior número de indivíduos no levantamento da

regeneração natural na área 1 com (32 indivíduos), a espécie é conhecida

popularmente como assa-peixe, sendo uma planta comumente

encontrada nos primeiros estágios de sucessão na região norte do Mato

Grosso. Outras espécies bastante ocorrentes na área foram Lantana

camara (27 indivíduos) e Urena lobata (20 indivíduos), ambas as espécies

ruderais invasoras de pastagem. Dentre as espécies arbóreas, Alchornea

discolor foi a mais representativa em número de indivíduos (19

indivíduos), já as espécies Vismia guianensis, Leucaena leucocephala e

Casearia gossypiosperma ocorreram com baixo número de indivíduos.

A família Asteraceae foi a mais representativa em quantidade de

indivíduos (62 indivíduos) seguida das famílias Verbenaceae (38

indivíduos) e Malvaceae (28 indivíduos). As famílias Asteraceae,

Verbenaceae e Malvaceae destacam-se com os maiores índices de valor

de importância em relação às outras famílias presentes na área.

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59

TABELA 10 - PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS DA REGENERAÇÃO NATURAL ÁREA 1.

Família Espécie NI DR (%)

FR (%)

DoR (%)

IVI (%)

Asteraceae Bidens pilosa 1 0,55 2,7 0,0 3,25

Chromolaena squalida 1 0,55 2,7 0,03 3,28

Elephantopus angustifolius 19 10,38 8,11 8,95 27,44

Porophyllum ruderale 3 1,64 2,7 0,26 4,6

Pterocaulon lanatum 5 2,73 2,7 0,42 5,85

Vernonia scabra 32 17,49 10,81 41,84 70,14

Vernonia scorpioides 1 0,55 2,7 0,0 3,25

Clusiaceae Vismia guianensis 1 0,55 2,7 0,02 3,27

Euphorbiaceae Alchornea discolor 19 10,38 2,7 4,94 18,03

Croton glandulosus 2 1,09 2,7 0,04 3,84

Fabaceae Desmodium incanum 1 0,55 2,7 0,0 3,25

Leucaena leucocephala 3 1,64 2,7 0,53 4,87

Mimosa pudica 2 1,09 2,7 0,03 3,82

Senna obtusifolia 1 0,55 2,7 0,01 3,26

Flacortiaceae Casearia gossypiosperma 2 1,09 2,7 0,03 3,83

Lamiaceae Hyptis suaveolens 6 3,28 2,7 0,62 6,6

Malvaceae Sida carpinifolia 7 3,83 2,7 0,39 6,92

Triumfetta semitriloba 1 0,55 2,7 0,02 3,27

Urena lobata 20 10,93 10,81 14,87 36,61

Myrtaceae Psidium myrsinoides 1 0,55 2,7 0,02 3,27

Solanaceae Solanum sisymbriifolium 17 9,29 5,41 12,36 27,06

Verbenaceae Lantana camara 27 14,75 10,81 13,38 38,94

Stachytarpheta cayennensis 11 6,01 8,11 1,24 15,35

Total 183 100 100 100 300

Número de indivíduos(NI), Densidade relativa(DR%), Frequência relativa (FR%), Dominância relativa (DoR%) e IVI = Índice de valor de importância

No levantamento da regeneração natural na área 2 foram

amostrados 125 indivíduos, pertencentes a 15 espécies e 11 famílias, em

uma área total amostrada de 375 m² (Tabela 20). Das 15 espécies

registradas nesta área, 6 são herbáceas e 4 são subarbustivas,

caracterizando a maioria dos indivíduos nos estratos inferiores da

regeneração. As famílias amostradas com maior riqueza de espécies são

Asteraceae e Euphorbiaceae (3 espécies cada).

As famílias com maiores quantidades de indivíduos foram:

Asteraceae (57 indivíduos), Lythraceae (19 indivíduos) e Euphorbiaceae

(11 indivíduos). A riqueza de espécies encontradas em comparação a

outros estudos realizados através de plantio de mudas pode ser

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60

considerada baixa. A densidade estimada na área 2 foi de 10.000

indivíduos/ha, valor inferior ao encontrado na área 1 e considerado baixo

em relação a outros estudos de regeneração natural em áreas mineradas.

Quanto à distribuição por categoria sucessional, treze das quinze

espécies foram classificadas como pioneiras, totalizando 86% das

espécies. Dos 125 indivíduos levantados, 92% pertencem a categoria

pioneira, plantas ocorrentes em áreas de dossel aberto, recebendo

radiação direta para seu desenvolvimento.

Comparando as espécies do plantio com as espécies amostradas

no levantamento da regeneração natural, não há espécies em comum,

evidenciando que as espécies plantadas ainda não estão contribuindo

com propágulos para a regeneração natural. As espécies com maiores

índice de valor de importância (IVI) na área 2 foram: Suçaia

(Elephantopus angustifolius), Aricá (Physocalymma scaberrimum), Assa-

peixe (Vernonia scabra) e Lacre (Vismia guianensis) (Figura 24).

A espécie Elephantopus angustifolius obteve o maior número de

indivíduos e dos valores relativos de densidade, frequência e dominância

(Tabela 21). A espécie é uma erva perene de 50 -150 cm de altura, sendo

uma planta de hábito invasor em ambientes degradados. A espécie

Physocalymma scaberrimum é uma planta pioneira com porte arbóreo de

5 a 10 m de altura, recomendada para reflorestamentos (LORENZI, 2002)

e encontrada em áreas de regeneração pós-mineração no norte do Mato

Grosso.

A espécie Vismia guianensis é uma planta arbustiva muito comum

em pastagens da região norte e noroeste de Mato Grosso (HORN, 2011).

Esta espécie apresenta rebrota vigorosa e dispersão de suas sementes

realizada por morcegos, que se alimentam de seus frutos transportando

assim as sementes para outros locais contribuindo para a disseminação

da espécie (CHARLES-DOMINIQUE, 1986).

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TABELA 11 - PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS DA REGENERAÇÃO NATURAL, ÁREA 2.

Família Espécie NI DR (%)

FR (%)

DoR (%)

IVI (%)

Asteraceae Chromolaena squalida 1 0,8 2,56 0,79 4,15

Elephantopus angustifolius 38 30,4 15,38 36,38 82,16

Vernonia scabra 18 14,4 12,82 12,12 39,34

Clusiaceae Vismia guianensis 10 8 5,13 16,03 29,16

Dileniaceae Davilla nitida 5 4 5,13 0,24 9,37

Euphorbiaceae Alchornea discolor 2 1,6 5,13 0,79 7,51

Dalechampia stipulacea 2 1,6 5,13 0,01 6,73

Mimosa pudica 7 5,6 7,69 0,48 13,78

Fabaceae Indigofera hirsuta 4 3,2 5,13 0,08 8,41

Lamiaceae Hyptis suaveolens 2 1,6 5,13 0,01 6,74

Lythraceae Physocalymma scaberrimum 19 15,2 7,69 27,11 50

Myrtaceae Psidium myrsinoides 5 4 5,13 3,61 12,73

Rubiaceae Spermacoce verticillata 5 4 7,69 0,38 12,07

Urticaceae Cecropia pachystachya 3 2,4 5,13 1,77 9,3

Verbenaceae Lantana camara 4 3,2 5,13 0,21 8,54

Total 125 100 100 100 300

Número de indivíduos (NI), Densidade relativa (DR%), Frequência relativa (FR%), Dominância relativa (DoR%) e IVI = Índice de valor de importância.

No levantamento da regeneração natural na área 3 foram

amostrados 176 indivíduos, pertencentes a 13 espécies e 8 famílias, em

uma área total amostrada de 375 m² (Tabela 13).

Das 13 espécies registradas neste estudo, 6 são subarbustivas, 3

arbóreas, 2 arbustivas e 2 herbáceas. As famílias com maior riqueza

foram: Asteraceae (85 indivíduos), Verbenaceae (38 indivíduos) e

Fabaceae (20 indivíduos). A família Asteraceae possui espécies com

características invasoras de pastagens e ambientes alterados.

Quanto a distribuição por categoria sucessional 61% das espécies

encontradas pertencem a categoria pioneira, totalizando 151 indivíduos

levantados. As espécies Myracrodruon urundeuva, Handroanthus

serratifolius e Alchornea discolor foram as únicas espécies arbóreas

encontradas nesta área. Não foram encontradas nas parcelas,

regeneração de Eucalipto em razão de a espécie estar ainda em fase de

desenvolvimento.

As espécies com maior valor de importância (IVI) na área 3 foram:

Elephantopus angustifolius, Lippia alba, Vernonia scabra e Senna

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62

obtusifolia (Figura 26). A espécie Elephantopus angustifolius obteve o

maior número de indivíduos e dos valores relativos de densidade,

frequência e dominância em relação as demais espécies (Tabela 23). A

espécie Lippia alba obteve também alta densidade e dominância relativa.

A densidade estimada para a área 3 foi de 4963 indivíduos/ha, valor

inferior ao encontrado nas demais áreas e considerado baixo em relação

a outros estudos de regeneração natural em áreas mineradas.

Estudos de Silva Junior et al.(1995), Haggar et al.(1997) e Camargo (1998) tem comprovado o favorecimento da cultura de Eucalipto

para o desenvolvimento da regeneração e formação do sub-bosque sob o

plantio desta espécie. Porém na área 3 a degradação do entorno da área

de recuperação e o sombreamento do solo pela cobertura de copa dos

indivíduos presentes, podem estar contribuindo para uma baixa

densidade de indivíduos.

TABELA 12 - PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS DA REGENERAÇÃO NATURAL, ÁREA 3.

Família Espécie NI DR (%)

FR (%)

DoR (%)

IVI (%)

Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva 2 1,14 2,86 2,49 6,48

Asteraceae Elephantopus angustifolius 63 35,80 28,57 70,22 134,59

Melampodium divaricatum 5 2.84 5,71 0,14 8,69

Vernonia scabra 17 9,66 14,29 8,14 32,08

Bignoniaceae Handroanthus serratifolius 3 1,70 2,86 0,87 5,43

Euphorbiaceae Alchornea discolor 4 2,27 5,71 1,38 9,37

Croton lundianus 4 2,27 5,71 0,17 8,16

Fabaceae Senna obtusifolia 20 11,36 11,43 3,11 25,90

Malvaceae Urena lobata 5 2,84 5,71 0,16 8,72

Waltheria indica 1 0,57 2,86 0,02 3,45

Myrtaceae Psidium guajava 13 7,39 8,57 2,62 18,58

Psidium myrsinoides 1 0,57 2.,6 0,03 3,45

Verbenaceae Lippia alba 38 21,59 2,86 10,64 35,09

Total 176 100,00 100,00 100,00 300,00

Número de indivíduos (NI), Densidade relativa (DR%), Frequência relativa (FR%), Dominância relativa (DoR%) e IVI = Índice de valor de importância.

No levantamento da regeneração natural na área 4 foram

amostrados 151 indivíduos, pertencentes a 27 espécies e 16 famílias, em

uma área total amostrada de 250 m² (Tabela 24). Das 27 espécies

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63

registradas neste estudo, 9 são subarbustivas e 8 são arbóreas. As

famílias com maior riqueza foram: Asteraceae (29 indivíduos), Fabaceae

(25 indivíduos) e Malvaceae (22 indivíduos). Na família Fabaceae

ocorreram cinco espécies diferentes, enquanto na família Asteraceae

ocorreram três espécies diferentes.

TABELA 13 - PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES AMOSTRADAS DA REGENERAÇÃO NATURAL, ÁREA 4.

Família Espécie NI DR (%) FR (%)

DoR (%)

IVI (%)

Anacardiaceae Astronium lecontei 2 1,32 1,59 0,17 3,09

Annonaceae Guateria sellowiana 1 0,66 1,59 0,01 2,26

Asteraceae Chromolaena squalida 9 5,96 1,59 0,86 8,41

Elephantopus angustifolius 16 10,6 12,7 7,41 30,7

Vernonia scabra 4 2,65 6,35 0,41 9,41

Clusiaceae Vismia guianensis 13 8,61 4,76 28,59 41,96

Euphorbiaceae Croton glandulosus 16 10,6 7,94 8,12 26,65

Fabaceae Bauhinia forficata 8 5,3 3,17 1,33 9,8

Dalechampia stipulacea 2 1,32 3,17 0,02 4,52

Desmodium incanum 8 5,3 1,59 0,33 7,22

Senna alata 2 1,32 1,59 0,08 2,99

Flacortiaceae Casearia gossypiosperma 1 0,66 1,59 0,10 2,35

Lamiaceae Hyptis suaveolens 3 1,99 3,17 0,15 5,31

Lauraceae Ocotea guianensis 14 9,27 6,35 31,75 47,37

Malvaceae Sida carpinifolia 20 13,25 9.52 13,68 36,44

Urena lobata 1 0,66 1,59 0,02 2,27

Xanthium strumarium 1 0,66 1,59 0,00 2,25

Melastomataceae Clidemia bullosa 1 0,66 1,59 0,01 2,26

Rubiaceae Palicourea marcgravii 2 1,32 1,59 0,12 3,04

Spermacoce verticillata 10 6,62 6,35 3,81 16,79

Rutaceae Zantoxylum rhoifolium 2 1,32 3,17 0,54 5,04

Solanaceae Solanum grandiflorum 2 1,32 1,59 0,01 2,92

Turneraceae Turnera orientalis 1 0,66 1,59 0,07 2,32

Verbenaceae Lantana camara 4 2,65 6,35 1,90 10,89

Lantana trifolia 1 0,66 1,59 0,10 2,35

Stachytarpheta cayennensis 2 1,32 3,17 0,04 4,54

Total 151 100 100 100 300

Número de indivíduos (NI), Densidade relativa (DR%), Frequência relativa (FR%), Dominância relativa (DoR%) e IVI = Índice de valor de importância.

Quanto a distribuição por categoria sucessional 81% das espécies

encontradas pertencem a categoria pioneira. A densidade estimada na

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64

área 4 foi de 5490 indivíduos/ha, valor considerado baixo em relação a

outros estudos de regeneração natural em áreas mineradas. Comparando

as espécies do plantio com as espécies amostradas no levantamento da

regeneração natural, não há espécies em comum, evidenciando que as

espécies plantadas ainda não estão contribuindo com propágulos para a

regeneração natural. As espécies com maiores índice de valor de

importância (IVI) na área 4 foram: Sassafrás (Ocotea guianensis), Lacre

(Vismia guianensis) e Vassourinha (Sida carpinifolia). A espécie Sida

carpinifolia obteve o maior número de indivíduos e valores relativos de

densidade e frequência e dominância (Tabela 14). A espécie é uma planta

perene, subarbustiva de 30 - 50 cm de altura, apresentando

características de plantas invasoras de culturas, tendo preferencia por

solos semi-arenosos e sombreados (BACCHI, 1984).

AREA 1 AREA 2

AREA 3 AREA 4

FIGURA 20 – ÍNDICE DE VALOR DE IMPORTÂNCIA (IVI) DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES AMOSTRADAS DO ESTRATO DE REGENERAÇÃO NATURAL. DR=Densidade Relativa; FR=Frequência

Relativa; DoR=Dominância Relativa.

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65

O índice de diversidade de Shannon-Weaver (H’) para o estrato de

regeneração da área 1 foi de 2,50 sendo considerado um valor de média

a baixa diversidade em comparação a outros estudos. Para a área 2 o

índice de diversidade de Shannon-Weaver (H’) foi de 2,21, uma

diversidade um pouco menor com relação a primeira área. Em estudo de

regeneração natural, Martins (1991) encontrou valores de H’ entre 3,7 a

4,7 para as florestas naturais de terra firme e 2,5 a 3,6 em florestas

naturais de várzea da Amazônia. Garcia et al.(2011) estudando um

fragmento florestal em Viçosa-MG obteve índice de H’=3,45. Outros

estudos de regeneração similares em áreas de mineração como o de

Silva (2013) e Campos (2013) encontraram valores próximos de

diversidade de 2,35 e 2,69 respectivamente. Na área 3 obteve-se o índice

(H') 1,91 valor inferior as outras áreas do estudo, evidenciando uma baixa

diversidade da regeneração nesta área. Na área 4 o índice diversidade de

Shannon-Weaver foi superior as demais áreas (H') 2,83 equiparando-se

aos valores encontrados em outros estudos de regeneração. O índice de

equabilidade de Pielou (J’) estima como se encontram representados as

diferentes espécies presentes com relação ao número de indivíduos para

a população. O valor encontrado para a área 1 foi de (J’=0,799) sendo um

valor que representa certa heterogeneidade para a regeneração natural.

Na área 2 o valor encontrado foi de (J’=0,810), similar a área 1. Silva

(2013) encontrou valores similares, (J’=0,786) para a regeneração em

áreas mineradas. Valores um pouco superiores foram encontrados por

Bastos (2010) em áreas de restauração com 7 anos (J’=0,860) e 9 anos

(J’=0,890), indicando uma equabilidade maior das espécies em relação ao

número de indivíduos. Para a área 3 obteve-se o índice de equabilidade

de (J’=0,746) inferior aos demais. Para a área 4 o índice foi um pouco

superior com o valor de (J’=0,861).

A análise dos dados referentes a regeneração natural da área 1,

indicou uma riqueza média, sendo registradas 23 espécies diferentes na

área, sendo doze espécies subarbustivas e sete herbáceas. A densidade

de 14.640 indivíduos/ha é inferior a outros estudos similares. A família

predominante foi Asteraceae apresentando sete espécies no

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66

levantamento, sendo uma família característica de plantas herbáceas e

subarbustivas. A quantidade de espécies e indivíduos encontrados indica

que o processo de regeneração está ocorrendo, porém ainda em estágios

iniciais, evidenciado pela quantidade de espécies pioneiras, anuais,

herbáceas e ruderais presentes na área.

A análise dos dados referentes a regeneração natural da área 2,

indicou uma baixa riqueza dos indivíduos presentes no levantamento,

sendo 15 espécies registradas. A densidade encontrada foi reduzida,

10.000 indivíduos/ha. A família Asteraceae teve maior destaque na área

com 57 indivíduos. A espécie arbustiva Physocalymma scaberrimum se

destacou na regeneração com o segundo maior valor de IVI, atrás da

espécie herbácea Elephantopus angustifolius que obteve o maior IVI.

As herbáceas tiveram uma maior representatividade na

regeneração da área com seis espécies, evidenciando o estágio inicial do

estrato regenerativo, composto de considerável quantidade de espécies

herbáceas, média ocorrência de espécies arbustivas, subarbustivas e

indivíduos arbóreos com menor frequência.

A regeneração natural na área 3 indicou uma riqueza baixa de indivíduos,

sendo registradas 13 espécies. A densidade encontrada de 4.963

indivíduos/ha também é considerada baixa comparada a estudos como os

de Silva (2013) e Campos (2013). Foram levantadas seis espécies

subarbustivas e três arbustivas duas subarbustivas e duas herbáceas. A

família Asteraceae predominou sobre as demais, caracterizando a maioria

dos indivíduos como espécies herbáceas invasoras ou daninhas. O

processo de regeneração nesta área encontra-se em estágios iniciais,

evidenciado pelas espécies encontradas e suas características.

O levantamento dos dados referentes a regeneração natural da

área 4, registrou 27 espécies presentes na área. A densidade de

indivíduos encontrada foi reduzida, sendo 5.490 indivíduos/ha. As famílias

Asteraceae, Fabaceae e Malvaceae obtiveram a maior parte dos

indivíduos registrados. As espécies arbóreas Ocotea guianenses e Vismia

guianensis se destacaram na regeneração com os maiores IVI. As

espécies subarbustivas e arbóreas tiveram uma maior representatividade

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67

na regeneração da área com dezessete espécies, demonstrando um

potencial desenvolvimento do estrato regenerativo na área.

FIGURA 21 – REGENERAÇÃO NATURAL (A) Parcela para medição da regeneração natural (B) medição da altura, (C) medição de diâmetro, (D) indivíduo regenerante. 4.6 Banco de sementes do solo

A avaliação das amostras de solo coletadas nas quatro áreas de

recuperação indicou a presença de 11 diferentes espécies pertencentes

ao banco de sementes do solo (Tabela 26). Nas áreas 1 e 2 foram

encontradas 5 espécies; na área 4 ocorreram quatro espécies e na área 3

C D

A B

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68

somente uma espécie. Verificou-se que alguns indivíduos presentes nas

áreas de recuperação estão contribuindo para a formação do banco de

sementes. Na área 1 das espécies plantadas presentes na área, foram

encontradas sementes de Acacia mangium e Psidium guajava. Na área 2

ocorreram nas amostras as espécies Anacardium occidentale e

Byrsonima crassifolia e na área 4 Acacia mangium; Anacardium

occidentale e Byrsonima crassifolia.

A densidade do banco de sementes presente nas quatro áreas de

estudo foi baixa, pelo baixo número de sementes e espécies encontradas,

evidenciando que a maioria dos indivíduos presentes nas áreas ainda não

estão contribuindo para a formação do banco de sementes do solo.

As amostras acondicionadas em viveiro apresentaram uma

germinação muito baixa, havendo a germinação de algumas sementes de

Byrsonima crassifolia e Acacia mangium, verificando-se a baixa

germinação da maior parte das sementes constantes nas amostras.

FIGURA 22 – BANCO DE SEMENTES (A) Gabarito utilizado para coleta (B) Coleta de solo do banco de sementes

A B

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69

TABELA 14 - RELAÇÃO DAS SEMENTES COLETADAS NAS QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO

Nome Popular Espécie n° de

sementes

Area 1 Acácia Mangium Acacia mangium Willd 18

Goiabeira Psidium guajava L. 14

Lacre Vismia guianensis (Aubl.) 29

Piriquiteira Trema micrantha (L.)Engler 11

Supiarana Alchornea discolor Poepp., Nov. 32

Area 2

Caju Anacardium occidentale L. 11

Bacaba Oenocarpus bacaba Mart. 3

Folha-branca Miconia albicans (Sw.) Steud 22

Lacre Vismia guianensis (Aubl.) 23

Murici Byrsonima crassifolia (L.) Rich 14

Area 3

Piriquiteira Trema micrantha (L.) Engler 15

Area 4

Acácia Mangium Acacia mangium Willd 17

Cajá Spondias mombin L. 4

Caju Anacardium occidentale L. 5

Murici Byrsonima crassifolia (L.) Rich 21

4.7 Gramíneas colonizadoras

A intensidade da cobertura do solo por gramíneas colonizadoras

podem comprometer fortemente a regeneração natural de uma área em

processo de recuperação, inibindo a germinação dos propágulos

existentes no banco de sementes e sufocando os indivíduos

regenerantes. Na avaliação das gramíneas presentes na da área 1 foram

encontradas duas espécies pertencentes a família Poaceae: Brachiaria

decumbens Stapf. e Andropogon bicornis L. A escala de abundância-

cobertura indicou um valor de cobertura (Vci) de 40% e uma frequência

absoluta (Fai) de 100% para a espécie Brachiaria decumbens e um valor

de cobertura (Vci) de 5% e frequência absoluta (Fai) de 40% para a

espécie Andropogon bicornis.

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70

Na área 1 foi encontrado o valor de cobertura médio de 45%,

evidenciando uma considerável porcentagem do solo coberto por

gramíneas. A espécie Brachiaria decumbens é caracterizada como uma

gramínea perene que forma touceiras de 50-80 cm de altura, sendo

resistente ao ambiente com estresse hídrico (LORENZI, 1994). A espécie

Andropogon bicornis conhecida como rabo-de-burro, é uma planta

ruderal, heliófita, que pode chegar a 170 cm altura e se desenvolve

positivamente em solos de baixa fertilidade. O autor Citadini-Zante (1992)

cita que a espécie tem características de uma planta daninha invasora,

possuindo a capacidade de dominar pastagens rapidamente. Os locais

que apresentaram um maior sombreamento pelas espécies plantadas

conseguiram inibir em parte a invasão das gramíneas, principalmente

Brachiaria decumbens, porém nas áreas mais abertas houve maior

incidência de colonização por gramíneas, o que dificulta o

desenvolvimento da regeneração natural na área.

No levantamento da cobertura do solo por gramíneas colonizadoras na

área 2,foram encontradas três espécies pertencentes a família Poaceae:

Andropogon bicornis; Eragrostis plana Nees e Brachiaria decumbens nas

parcelas amostrais. A escala de abundância-cobertura indicou um valor

de cobertura (Vci) de 19% e frequência absoluta (Fai) de 60% para a

espécie Eragrostis plana; o valor de cobertura (Vci) de 6% e frequência

absoluta (Fai) de 40% para a espécie Brachiaria decumbens e o valor de

cobertura (Vci) de 3% e uma frequência absoluta (Fai) de 26% para a

espécie Andropogon bicornis. O valor de cobertura médio da área 2 foi de

33% evidenciando uma porcentagem média do solo coberto por

gramíneas. A espécie Eragrostis plana é uma planta herbácea, com

aproximadamente 60-80 cm de altura densamente perfilhada e rústica. A

espécie caracteriza-se por ser uma invasora adaptada a solos pobres

possuindo grande capacidade de disseminação e rusticidade (BACCHI,

1984).

Na área 3, foram encontradas três espécies de gramíneas nas

parcelas amostrais.: Brachiaria decumbens, Rhychelytrum repens (Willd.)

C.E. Hubb. e Andropogon bicornis. A escala de abundância-cobertura

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71

indicou um valor de cobertura (Vci) de 25% e frequência absoluta (Fai) de

80% para a espécie Brachiaria decumbens; o valor de cobertura (Vci) de

15% e frequência absoluta (Fai) de 53% para a espécie Rhychelytrum

repens e o valor de cobertura (Vci) de 3% e a frequência absoluta (Fai) de

33,3% para a espécie Andropogon bicornis. A espécie Rhychelytrum

repens conhecida popularmente como capim-favorito, é uma planta

daninha que atinge até 0,80m de altura. O autor Filgueiras (1991) cita a

espécie como uma gramínea de alto grau de adaptação a solos com

baixa fertilidade. O valor de cobertura médio encontrado foi de 47%,

evidenciando grande incidência de colonização de gramíneas nesta área.

Na área 4 foram encontradas as espécies Andropogon bicornis e

Brachiaria decumbens e Eragrostis plana. A escala de abundância-

cobertura indicou um valor de cobertura (Vci) de 17% e uma frequência

absoluta (Fai) de 90% para a espécie Andropogon bicornis, o valor de

cobertura (Vci) de 4% e frequência absoluta (Fai) de 30% para a espécie

Brachiaria decumbens e o valor de cobertura (Vci) de 1% e frequência

absoluta (Fai) de 10% para a espécie Eragrostis plana. Nesta área

encontrou-se o valor de cobertura médio de 29% de porcentagem do solo

coberto por gramíneas.

TABELA 15 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE GRAMINEAS ENCONTRADAS NAS QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO

Espécies Nome popularValor de

cobertura (Vci )

Frequencia

absoluta (Fai )

Cobertura

média

Area 1

Brachiaria decumbens Brachiaria 40% 100%

Andropogon bicornis Capim-rabo-de-burro 5% 40%

Area 2

Brachiaria decumbens Brachiaria 6,33% 40%

Eragrostis plana Capim Annoni 19,4% 60%

Andropogon bicornis Capim-rabo-de-burro 3,67% 26,67%

Area 3

Brachiaria decumbens Brachiaria 25,6% 80%

Rhychelytrum repens Capim-favorito 15,3% 53%

Andropogon bicornis Capim-rabo-de-burro 3% 33,3%

Area 4

Brachiaria decumbens Brachiaria 4% 30%

Eragrostis plana Capim Annoni 1% 10%

Andropogon bicornis Capim-rabo-de-burro 17,5% 90%

29%

47%

33%

45%

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72

4.8 Incremento médio anual e Taxa de crescimento relativo

Foram calculadas as taxas de crescimento relativas (TCR) para o

diâmetro ao nível do solo (DAS) e altura (ALT) das espécies constantes

nas quatro áreas. Em posse dos valores iniciais e finais de crescimento,

obteve-se também o incremento médio anual (IMA) do diâmetro e da

altura das espécies.

4.8.1 Crescimento em diâmetro

O levantamento das espécies constantes na área 1 indicou

Hymenaea courbaril com a maior taxa de crescimento relativo de diâmetro

(33,8%), seguida de Ochroma pyramidale (26%) e Eucalyptus grandis

(24,4%). As espécies que se destacaram em relação às demais quanto ao

incremento médio anual do crescimento em diâmetro obtiveram os

seguintes valores: Acacia mangium (3,61 cm), Eucalyptus grandis (3,03

cm) e Schizolobium parayba (1,97 cm) (Tabela 27). Na área 2 quanto a

(TCR) as espécies nativas Handroanthus impetiginosus (27%), Hymenaea

courbaril (26%) e Caryocar brasiliense (25%) obtiveram as maiores taxas

de crescimento relativo para o diâmetro. Para o (IMA) a espécie Acacia

mangium obteve o maior valor de crescimento com (2,3 cm), seguida de

Anacardium occidentale (1,07 cm) e de Eucalyptus grandis com (1,05 cm).

Na área 3 registrou-se para o Eucalyptus grandis a TCR de 26% e

um incremento médio anual de 1,23 cm para o crescimento em diâmetro.

Na área 4 quanto aos valores da TCR destacaram-se as seguintes

espécies: Anacardium occidentale (40%), Psidium guajava (34%) e

Byrsonima crassifolia (34%). Quanto ao incremento médio anual as

espécies com maior destaque foram: Acacia mangium (3,6 cm), Ochroma

pyramidale (3,2 cm) e Caryocar brasiliense (2,5 cm).

De acordo com Salomão et al.(2014) estudos de crescimento em

diâmetro e em altura em áreas restauradas degradadas pela mineração

na Amazônia são bastante raros. Dados de relatórios produzidos por

Sudam (1974) concluíram que em média indivíduos pertencentes à classe

de diâmetro de 25-35 cm teriam incremento médio anual de 0,8 cm ano,

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73

na classe de diâmetro entre 25-155 cm um incremento médio de 0,5 cm

ano; e acima de 155 cm de DAP de 0,37 cm ano. Em estudo de

reflorestamentos heterogêneos na Amazônia Salomão et al.(2006)

obtiveram um incremento anual médio variando de 3,22 cm/ano a 0,16 cm

ano, média de 0,98 ± 0,74 cm/ano. Os pesquisadores Ferreira et al.(2007)

em avaliação do crescimento do estrato arbóreo de área degradada

revegetada em Camargos-MG, obtiveram incremento médio anual para o

diâmetro das espécies variando de 0,6 cm/ano a 2,7 cm/ano.

As espécies implantadas nas quatro áreas de recuperação

apresentaram incremento médio anual em diâmetro condizentes com os

valores encontrados em outros estudos similares, se enquadrando na

condição de crescimento ao longo do ciclo anual. As taxas de crescimento

relativo em diâmetro das espécies apresentaram variações de 40 a 7% ao

ano, se mantendo nas quatro áreas em valores médios de 20 a 28%,

confirmando o crescimento das espécies após um ano de aferição.

4.8.2 Crescimento em altura

Quanto a taxa de crescimento relativo em altura para a área 1

destacaram-se as espécies: Psidium guajava (34%), Hymenaea courbaril

(29%) e Eucalyptus grandis (25%). Para o incremento médio anual em

altura, as espécies com maiores valores foram: Eucalyptus grandis (1,6

m), Schizolobium amazonicum (1,5 m) e Acacia mangium (1,3 m).

Na área 2 foram encontrados os maiores valores de TCR de altura

para as espécies: Myracrodruon urundeuva (35%), Handroanthus

impetiginosus (31%) e Ormosia arbórea (30%). Quanto ao incremento

médio anual em altura destacaram-se as espécies exóticas Acacia

mangium (1,2 m), Eucalyptus grandis (1,1 m) e a nativa Caryocar

brasiliense (0,71 m). Na área 3 registrou-se para o Eucalyptus grandis a

TCR de 24% e um incremento médio anual de 0,93 cm para o

crescimento em altura. Os valores de TCR para as espécies que se

destacaram na área 4 foram: Anacardium occidentale (48%),

Handroanthus impetiginosus (47%) e Hymenaea courbaril (41%). Quanto

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74

ao incremento médio anual para a altura destacaram-se: Acacia mangium

(1,6 m), Ochroma pyramidale (1,45 m) e Eucalyptus grandis (1m).

TABELA 16 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES QUANTO A TAXA DE CRESCIMENTO RELATIVO (TCR%) E INCREMENTO MÉDIO ANUAL (IMA) DO DIÂMETRO AO NÍVEL DO SOLO (DAS) E DA ALTURA TOTAL (ALT), EM QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO

Espécie N° da

Área

IMA DAS (cm ano -1)

TCR DAS(%)

IMA ALT (m ano -1)

TCR ALT(%)

Anacardium occidentale 1 2,17 18,7 0,38 12,6

Myracrodruon urundeuva 1 1,97 20,5 1,06 21,0

Tabebuia impetiginosa 1 1,56 17,8 0,82 25,4

Tabebuia serratifolia 1 0,74 16,1 0,55 19,6

Caryocar brasiliense 1 1,7 22,9 0,73 23,0

Acacia mangium 1 3,61 18,9 1,33 18,9

Hymenaea courbaril 1 1,01 33,8 0,69 29,4

Schizolobium parayba 1 1,92 21,3 1,58 25,4

Ochroma pyramidale 1 2,82 3,0 1,06 23,4

Cedrela fissilis 1 1,05 16,0 0,39 14,2

Eucalyptus grandis 1 3,03 24,4 1,61 25,9

Psidium guajava 1 0,92 19,0 0,49 34,5

Genipa americana 1 1,52 15,1 1,00 23,4

Anacardium occidentale 2 1,07 14,4 0,37 23,5

Myracrodruon urundeuva 2 0,51 17,69 0,44 35,7

Handroanthus impetiginosus 2 0,88 27,0 0,46 25,6

Handroanthus serratifolius 2 0,66 25,1 0,42 31,8

Hymenaea courbaril 2 0,67 26,0 0,42 29,1

Caryocar brasiliense 2 0,89 25,4 0,71 50,0

Adenanthera pavonina 2 0,99 7,6 0,55 24,7

Acacia mangium 2 2,3 24,1 1,20 28,0

Ormosia arborea 2 0,52 17,6 0,52 30,3

Byrsonima crassifolia 2 1,02 22,1 0,37 24,3

Cedrela fissilis 2 0,7 19,1 0,7 24,6

Eucalyptus grandis 2 1,05 21,3 1,19 30,9

Eucalyptus grandis 3 1,23 26,9 0,93 24,8

Anacardium occidentale 4 1,93 40,1 0,84 48,7

Myracrodruon urundeuva 4 1,23 29,8 0,85 40.6

Tabebuia impetiginosa 4 0,46 27,8 0,58 47,2

Cordia glabrata 4 0,60 21,4 0,38 34,5

Caryocar brasiliense 4 2,50 29,1 0,96 33,4

Acacia mangium 4 3,60 25,2 1,66 30,6

Adenanthera pavonina 4 0,88 23,1 0,42 25,8

Bauhinia forficata 4 0,22 18,1 0,45 17,2

Hymenaea courbaril 4 1,21 31,2 0,67 41,7

Ormosia arborea 4 1,29 33,5 0,60 36,1

Byrsonima crassifolia 4 1,80 34,2 0,69 32,4

Ochroma pyramidale 4 3,20 26,8 1,45 27,2

Pachira aquatica 4 0,52 17,0 0,39 38.2

Cedrela fissilis 4 1,15 32,8 0,51 40,9

Eucalyptus grandis 4 1,90 28,0 1,09 36,2

Psidium guajava 4 0,95 34,5 0,41 32,3

(IMA DAS) - incremento médio anual do diâmetro ao nível do solo (IMA ALT) - incremento médio anual da altura total (TCR) - Taxa de crescimento relativa

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75

O incremento anual médio do crescimento em altura nas quatro

áreas estudadas apresentou a amplitude variando de 0,3 m/ano até

1,6m/ano. Os pesquisadores Salomão (2006), Rafael de Paiva et al.

(2006) em estudo de áreas degradadas por mineração na Amazônia

Setentrional, obteve incremento médio anual do crescimento em altura

das espécies próximo de 1,5 m/ano. Em outro estudo Ferreira et al.

(2007) avaliando o crescimento do estrato arbóreo de área degradada

revegetada em Camargos-MG, obtiveram valores de incremento médio

anual para a altura variando de 1,8m/ano a 0,3m/ano. As espécies

Eucalyptus grandis e Acacia mangium se destacaram nas quatro áreas

estudadas, obtendo valores de crescimento em altura superiores a

1m/ano, Ochroma pyramidale; Caryocar brasiliense e Schizolobium

parayba apresentaram resultados satisfatórios de crescimento em altura

com relação a outros estudos similares. Outras espécies como Psidium

guajava na área 1; Myracrodruon urundeuva na área 2 ; Eucalyptus

grandis na área 3 e Anacardium occidentale na área 4 obtiveram maiores

taxas de crescimento relativo em altura, superando as demais espécies.

4.9 Qualidade do solo A estrutura do solo original das áreas foi muito alterada pelas

etapas de lavra do metal aurífero que é extraído em profundidades de até

8 m, dependendo da localização do veio mineralizado.

Na área 1 os resultados indicaram porcentagens médias de argila,

silte e areia de 41,5%; 12,85% e 45,6%, respectivamente. O valor

encontrado para a argila foi de 415 (g/kg) indicando uma textura argilosa.

Segundo a determinação feita através do triângulo textural (LEMOS e

SANTOS,1996) a classificação da área 1 para o substrato amostrado foi a

franco argilo-arenosa (Tabela 18).

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76

QUADRO 3 - CLASSFICAÇÃO DOS VALORES OBTIDOS PARA A TEXTURA DO SOLO. REGIÃO NORTE - MT.

Para os resultados das análises químicas, os teores de

macronutrientes foram classificados como muito baixo para fósforo (P) e

baixos para potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), médio para enxofre

(S); quanto ao teor de matéria orgânica foi considerado médio. O valor do

teor de matéria orgânica está diretamente relacionado pelo material

vegetal produzido pelos indivíduos plantados na área.

A amostragem de solo da área 1 apresentou uma acidez

considerada média (pH em H2O=5,1) e uma saturação de alumínio

considerada prejudicial para as espécies plantadas na área. Os autores

Austrheim et al.(2005) relatam que altas concentrações de alumínio

afetam a disponibilização de alguns nutrientes, afetando o crescimento e

desenvolvimento de raiz das espécies vegetais. Quanto aos

micronutrientes se destacaram os valores altos para ferro (Fe) e

manganês (Mn); deficiência para os valores de Zinco (Zn), Cobre (Cu) e

Boro (B). Altas concentrações de manganês (Mn) assim como o alumínio

podem apresentar toxidade em condições de acidez do solo. Os autores

Pavan e Bingham (1981) relatam que a toxidez do manganês é um dos

fatores que afetam diretamente o crescimento das plantas, ocorrendo

comumente em conjunto com aquela causada pelo alumínio nos solos

ácidos.

Apesar dos resultados das análises indicarem valores de acidez e

matéria orgânica médios, e textura tendendo para a argilosa, a deficiência

de macro e micronutrientes indica que o solo encontra-se com uma baixa

disponibilidade de nutrientes para os indivíduos vegetais presentes na

área. A carência dos principais nutrientes induz a seleção de espécies

que necessitam de baixos níveis nutricionais e sistemas eficientes para

Textura Argila% Silte% Areia% Textura Classificação

Área 1 41,1 12,85 45,65 Argilosa Franco argilo-arenosa

Área 2 18,75 5,31 75,9 Média Franco arenosa

Área 3 13,9 3,18 82,85 Arenosa Arenosa

Área 4 33,3 56,9 9,8 Argilosa Franco argilo-arenosa

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77

absorver e utilizar os nutrientes disponíveis em pequena quantidade no

solo.

Na área 2 os resultados indicaram médias de argila, silte e areia

de 18,75%; 5,31% e 75,9% respectivamente. O valor encontrado para a

argila foi de 187 (g/kg) indicando a textura média do solo. A classificação

determinada pelo triângulo textural Lemos e Santos (1996) foi a Franco

arenosa. As análises químicas do solo na área 2 indicaram os teores de

macronutrientes muito baixos para fósforo (P) e baixos para cálcio (Ca) e

magnésio (Mg). O potássio (K) e o enxofre (S) ocorreram com teor médio.

O teor de matéria orgânica foi considerado baixo, bem como a (CTC). As

amostras indicaram acidez elevada, e presença de alumínio considerada

muito prejudicial. Para os micronutrientes a análise indicou valores

bastante altos de Boro (B) e valores altos para o ferro (Fe) e manganês

(Mn).Os micronutrientes Zinco (Zn) e Cobre (Cu) tiveram valores muito

reduzidos. Os elevados valores de acidez e saturação de alumínio

influenciam negativamente o desenvolvimento das espécies implantadas

na área, ocasionando deficiências no crescimento em altura, diâmetro e

suscetibilidade a fitopatologias. A baixa quantidade de matéria orgânica

indica uma lenta recuperação do solo e pouco aporte de matéria vegetal

produzido pelas espécies do plantio.

Na área 3 os resultados indicaram porcentagens médias de argila,

silte e areia de 13,9%; 3,18% e 82,85%, respectivamente. O valor

encontrado para a argila foi de 139 (g/kg) indicando uma textura arenosa

do solo. A classificação determinada pelo triângulo textural para esta área

foi também a arenosa. As análises químicas do solo na área 3,

apresentaram concentrações dos macronutrientes muito baixos para

fósforo (P) e baixos para cálcio (Ca) e magnésio (Mg). O potássio (K) e o

enxofre (S) obtiveram teores médios nas amostras. A concentração de

matéria orgânica foi considerada baixa, bem como a (CTC). A saturação

de alumínio foi considerada muito prejudicial. O elevado grau de

saturação de alumínio pode ocorrer também em profundidade afetando o

sistema radicular das plantas, restringindo a raiz ao local em que a planta

foi adubada criando enraizamentos superficiais. A análise química

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78

denotou um pH ácido (4,83).Nesta condição de acidez a atividade

biológica é reduzida, diminuindo a mineralização da matéria orgânica do

solo. A análise indicou valores de micronutrientes normais para o ferro

(Fe) e manganês (Mn). Os teores de Boro (B), Zinco (Zn) e Cobre (Cu)

ocorreram com valores muito reduzidos. Nesta área foram obtidos valores

de análise similares aos da área 2, com elevadas concentrações de

alumínio, acidez e teores de matéria orgânica reduzidos. A estrutura física

do solo desta área se apresentou como a mais arenosa, com alta

porcentagem de areia em sua composição.

Na área 4 os resultados indicaram médias de argila, silte e areia de

33,3%; 56,9% e 9,8% respectivamente. O valor encontrado para a argila

foi de 333 (g/kg) indicando uma textura tendendo para a argilosa. A

classificação determinada através do triângulo foi a Franco-arenosa

(LEMOS E SANTOS, 1996). As análises químicas do solo da área 4

indicaram os teores dos macronutrientes muito baixos para fósforo (P),

potássio (K) e baixos para cálcio (Ca) e magnésio (Mg). O enxofre (S)

ocorreu com teor médio. O teor de matéria orgânica foi considerado baixo

bem como a (CTC). A acidez das amostras foi elevada, e a presença de

alumínio considerada muito prejudicial. Para os micronutrientes a análise

indicou valores muito baixos de Boro (B) e Zinco (Zn), valores medianos

para o ferro (Fe) e baixos para o manganês (Mn) e Cobre (Cu). Como

verificado também na área 3, nesta área a acidez elevada somada a alta

saturação de alumínio podem prejudicar o crescimento das espécies, nos

fatores altura, diâmetro e sanidade. A quantidade deficitária de matéria

orgânica encontrada nas análises indica uma lenta recuperação do solo

nesta área.

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79

QUADRO 4 - CLASSIFICAÇÃO DOS VALORES DAS ANÁLISES QUÍMICAS DE SOLO DAS QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO.

Elemento AREA 1 AREA 2 AREA 3 AREA 4

pH acidez média acidez elevada acidez elevada acidez elevada

pH cacl2 acidez elevada acidez muito elevada acidez muito elevada acidez muito elevada

P muito baixo muito baixo muito baixo muito baixo

K baixo médio médio baixo

Ca baixo baixo baixo baixo

Mg baixo baixo baixo baixo

Al (m%) prejudicial muito prejudicial muito prejudicial muito prejudicial

H baixo baixo baixo baixo

M.O. media baixo baixo baixo

CTC media baixo baixo baixo

Sat. Base muito baixa muito baixa muito baixa muito baixa

Zn baixo muito baixo muito baixo muito baixo

Cu baixo muito baixo muito baixo baixo

Fe muito alto alto bom médio

Mn muito alto alto bom baixo

B baixo muito alto baixo muito baixo

S médio médio médio médio

QUADRO 5 - ANÁLISES QUÍMICAS DA AMOSTRAGEM DE SOLO EM QUATRO ÁREAS DE RECUPERAÇÃO, REGIÃO NORTE DE MATO GROSSO, NA PROFUNDIDADE 0 - 20 CM.

AREAS pH pH P K Ca Mg Al H M.O. CTC

H2O CaCl2 mg/dm3 ------------ cmol/dm3 -------- g/dm3 cmol/dm3

Area 01 5 4,4 2,3 24,5 0,82 0,39 0,65 2,75 1,5 4,95

Area 02 4,49 4,2 2,1 15,25 0,25 0,15 0,65 0,65 8,3 3,11

Area 03 4,83 4,08 1,5 17,98 0,28 0,11 0,83 1,73 6,68 2,91

Area 04 4,75 3,97 1,55 23 0,16 0,12 1,1 2,9 1,65 4,27

AREAS Zn Cu Fe Mn B S Areia Silte Argila Sat p

----------------- mg/dm3 ------------------ ------------- g/kg --------- Bases V

Area 01 0,5 0,65 132 33,7 0,35 7,05 456 128 415 24,55

Area 02 0,38 0,30 57,3 14,41 6,04 5,71 759 53 187 14,83

Area 03 0,18 0,18 33,66 9,71 0,26 5,33 828 31 139 12,9

Area 04 0,15 0,40 59,5 2,05 0,27 5,63 569 98 333 8,57

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80

4.10 Análise do desempenho das espécies florestais Foram analisados conjuntamente os resultados obtidos na coleta

de campo para as médias de altura (m), diâmetro ao nível do solo (DAS),

área de copa (m²) e número de indivíduos (NI). Para o processamento

dos dados e confecção dos gráficos foi utilizado o software R.

A análise conjunta das variáveis para a área 1 indicou três

espécies exóticas e duas espécies nativas se destacando no plantio de

recuperação (Figura 31). A espécie exótica Acacia mangiun destacou-se

como a espécie com os maiores valores de diâmetro, área de copa e a

segunda em altura, sendo a espécie com maior rendimento geral para

estas variáveis. Eucalyptus grandis se destaca no gráfico na variável

altura obtendo o maior valor, e o segundo maior em diâmetro e área de

copa, sendo a segunda espécie em rendimento para esta análise

conjunta. Ochroma pyramidale obteve valores relevantes para área de

copa e médias de altura e diâmetro. As espécies nativas que se

destacaram foram Schizolobium parayba e Myracrodruon urundeuva, com

valores médios das três variáveis, porém com valores inferiores aos

obtidos pelas espécies exóticas. Quanto ao número de indivíduos

Caryocar brasiliense tem o maior número de indivíduos vivos presentes

na área, mas com baixos valores para esta análise.

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81

FIGURA 23 - EIXOS DE ORDENAÇÃO PRODUZIDOS PELA ANÁLISE DOS COMPONENTES: ALTURA, DIÂMETRO (DAS), ÁREA DA COPA E NÚMERO DE INDIVÍDUOS (NI) NA ÁREA DE RECUPERAÇÃO 1. MATUPÁ-MT.

A análise conjunta das variáveis para a área 2 indicou duas

espécies exóticas e duas espécies nativas se destacando no plantio de

recuperação. A espécie exótica Acacia mangiun destaca-se na Figura 33,

com os maiores valores de altura, área de copa e a segunda em diâmetro,

sendo a espécie de maior destaque na área para estas variáveis. A

espécie Eucaliptus grandis apresenta o segundo maior valor em altura,

com um número considerável de indivíduos vivos em relação às demais

espécies, sendo a segunda espécie em rendimento para esta análise

conjunta. Anacardium occidentale apresentou os maiores valores

destacados sendo a terceira em importância para as variáveis na área 2.

-2 0 2 4 6 8

-20

24

6

PC1 (71.83%)

PC

2 (

22

.44

%)

Acacia_mangium

Anacardium_occidentale

Cary ocar_brasiliense

Cedrela_f issilis

Eucaly ptus_grandis

Genipa_americana

Hy menaea_courbaril

My racrod_urundeuv aOchroma_py ramidale

Psidium_guajav a

Schizol_amazonicumTabebuia_impetiginosa

Tabebuia_serratif olia

NI

Altura

DAScopa

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82

A espécie nativa Byrsonima crassifolia se destacou pelo número de

indivíduos vivos e também com relação a porcentagem de área de copa e

diâmetro.

FIGURA 24 - EIXOS DE ORDENAÇÃO PRODUZIDOS

PELA ANÁLISE DOS COMPONENTES: ALTURA, DIÂMETRO (DAS), ÁREA DA COPA E NÚMERO DE INDIVÍDUOS (NI) NA ÁREA DE RECUPERAÇÃO 2. PEIXOTO DE AZEVEDO-MT.

Na área 3 o Eucalyptus grandis obteve médias de altura, diâmetro e

área de copa inferiores as espécies mais destacadas das demais áreas

de recuperação, devido a desuniformidade de desempenho dos

indivíduos na área. Dentro da área de recuperação há indivíduos que se

se desenvolveram satisfatoriamente, e outros que apresentaram déficit de

crescimento. Os valores de altura e da área de copa dos indivíduos na

área 3 se aproximaram das demais áreas, o diâmetro médio, porém

-2 0 2 4 6 8

-4-2

02

46

PC1 (59.51%)

PC

2 (

24

.6%

)

Acacia_mangium

Adenanthera_pav onina

Anacardium_occidentale

By rsonima_crassif olia

Cary ocar_brasilienseCedrela_f issilis

Eucaly ptus_grandis

Hy menaea_courbarilMy racrodruon_urundeuv aOrmosia_arboreaTabebuia_impetiginosa

Tabebuia_serratif olia

ni

Altura

DAS

copa

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83

apresentou valores reduzidos. A análise conjunta das variáveis para a

área 4 indicou duas espécies exóticas e uma nativa se destacando no

plantio de recuperação. A espécie exótica Acacia mangiun destaca-se na

Figura 34, com os maiores valores de altura e área de copa. A espécie

Ochroma pyramidale obteu o maior valor de diâmetro e os segundos

maiores valores em altura e área de copa, sendo a segunda espécie em

rendimento para esta análise conjunta. A espécie Caryocar brasiliense

obteve os maiores valores dentre as nativas, sendo a terceira em

importância para estas variáveis na área 4. Outra espécie nativa com

destaque foi Myracrodruon urundeuva com médias de valores próximas

as mais altas.

FIGURA 25 - EIXOS DE ORDENAÇÃO PRODUZIDOS

PELA ANÁLISE DOS COMPONENTES: ALTURA, DIÂMETRO (DAS), ÁREA DA COPA E NÚMERO DE INDIVÍDUOS (NI) NA ÁREA DE RECUPERAÇÃO 4. PEIXOTO DE AZEVEDO-MT.

-2 0 2 4 6 8

-20

24

68

PC1 (69.55%)

PC

2 (

25

.04

%)

Acacia_mangium

Adenanthera_pav onina

Anacardium_occidentale

Bauhinia_f orf icata

By rsonima_crassif olia

Cary ocar_brasiliense

Cedrela_f issilis

Cordia_glabrata

Eucaly ptus_grandis

Hy menaea_courbarilMy racrodruon_urundeuv a

Ochroma_py ramidale

Ormosia_arborea

Pachira_aquaticaPsidium_guajav a

Tabebuia_impetiginosa

NI

Altura

DAScopa

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84

5. CONCLUSÕES

A taxa de sobrevivência foi mediana na área 1 e satisfatória na

área 3. Nas áreas 2 e 4 houve baixa adaptação as condições edáfo-

climáticas pelos indivíduos.

A regeneração natural nas quatro áreas de estudo indicou baixa

densidade e riqueza de indivíduos

A área da copa das espécies plantadas na área 1 alcançou 35%

de cobertura, contribuído para o início da formação de uma cobertura

protetora sobre o solo, as demais áreas tem a formação de copa ainda

em fase iniciais.

Foi observada uma grande quantidade de gramíneas colonizando

as áreas de estudo.

Houve uma grande incidência de indivíduos com danos

fitossanitários nas quatro áreas estudadas, em grande parte por insetos e

danos abióticos.

As análises de solo das quatro áreas revelaram deficiência de

macro e micro nutrientes e acidez elevada em todas as áreas

As espécies implantadas nas quatro áreas encontram-se em

processo de crescimento em altura e diâmetro, com destaque para as

espécies Acacia Mangium, Ochroma pyramidale, Eucalyptus grandis e

Caryocar brasiliense.

O banco de sementes verificado nas quatro áreas apresentou

poucos indivíduos, com baixa germinação das sementes encontradas.

As espécies exóticas Acacia Mangium, Ochroma pyramidale e

Eucalyptus grandis obtiveram desempenhos superiores as demais

espécies utilizadas e bastante próximos as observadas em outros estudos

em áreas degradadas mineradas.

As espécies nativas Byrsonima crassifolia, Anacardium occidentale

e Schizolobium parayba apresentaram desempenho positivo nos plantios

As quatro áreas analisadas encontram-se em processo inicial de

recuperação, não possuindo maior parte das funções ecológicas

estruturadas existentes em áreas não degradadas.

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85

6. RECOMENDAÇÕES

Recomenda-se a utilização de espécies nativas e exóticas

adaptadas as condições de baixa fertilidade do solo e estresse hídrico

que apresentem rápido crescimento e baixa exigência de nutrientes do

solo, para a atividade de recuperação de áreas mineradas. As espécies

Acacia mangium; Eucalyptus grandis; Ochroma pyramidale; Schizolobium

parayba; Anacardium occidentale e Byrsonima crassifolia utilizadas neste

estudo podem apresentar tolerância maior as condições adversas de um

ambiente minerado. O planejamento prévio das etapas de lavra deverá

contemplar o cuidado com a disposição e armazenamento da camada

orgânica existente no solo para seu uso posterior na etapa de

recuperação, visando o provimento e melhores condições nutricionais do

solo para a etapa de revegetação. A transposição de solo com maior

fertilidade de áreas próximas é uma opção que pode ser viabilizada. A

implementação de ações na etapa de manutenção pós-plantio como:

combate a gramíneas invasoras; coroamento das mudas, monitoramento

e combate de pragas é importante a quebra de barreiras que impeçam o

desenvolvimento normal das espécies, visando também o estímulo da

regeneração natural. A utilização de espécies exclusivamente arbóreas

para a recuperação de áreas pode formar uma comunidade com baixa

riqueza e déficit de funções ecológicas. Pesquisas com espécies de sub-

bosque serão importantes para que estas possam ser inseridas em

plantios de recuperação. A extensão da pesquisa para um número maior

espécies que possam adaptar-se a ambientes minerados, com tolerância

às condições adversas encontradas pós-mineração irá agregar mais

opções para o desenvolvimento da atividade e sua utilização em campo.

A implementação de pesquisa e experimentação de modalidades

de recuperação como: técnicas de nucleação; transposição de solo;

semeadura direta; transposição de banco de sementes e plantio de

leguminosas fixadoras de nitrogênio são caminhos para a melhora das

condições ecológicas de uma área, buscando resultados mais

satisfatórios para a atividade de recuperação de áreas degradadas.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ALMEIDA, Manoela Terra de. Estabelecimento de Indicadores da Qualidade da Água e do Solo: Uma Construção ao Nível de Agroecossistema Familiar e de Base Ecológica. 2013.

ALMEIDA, R.O.P.O; SÁNCHEZ,L.E. Revegetação de áreas de mineração: critérios de monitoramento e avaliação do desempenho. Revista Árvore, v.29, n.1, 2005.p17-54 ANDERSEN, A.N. Ants as indicators of restoration success: relationship with soil microbial biomass in the Autralian Seasonal Tropics. Restoration Ecology, v.5, n.2, p.109-14, 1997. ANTEZANA, F. L. Crescimento inicial de 15 espécies nativas do Bioma Cerrado sob diferentes condições de adubação e roçagem, em Planaltina DF. Brasília, DF, 2008. 84p. Dissertação (mestrado em Ciências Florestais). Universidade de Brasília, UnB. AUSTRHEIM, G.; EVJU, M.; MYSTERUD, A. Herb abundance and life-history traits in two contrasting alpine habitats in southern Norway. Plant Ecology, v. 179, p. 217-229, 2005. BACCHI, Osvaldo. Plantas invasoras de culturas. Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984. BAKER, H. G. Some aspects of the natural history of seed banks. In: LECK, M. A.; PARKER, V. T.; SIMPSON, R. L. (Eds.). Ecology of soil seed banks. London: Academic, 1989. cap. 1, p. 5-19. BARBOSA, A.P. et al. “O crescimento de duas espécies florestais pioneiras, pau-de-balsa (Ochroma lagopus Sw) e Caroba (jacarandá copaia D. Don), usadas para recuperação de áreas degradadas pela agricultura na Amazônia Central, Brasil.” Acta Amazonica, v. 33, n. 3, p. 477-482, 2003 BARROS, A.J.P. de. Contribuição à geologia e controle das mineralizações auríferas da região de Peixoto de Azevedo-MT. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. BARROS, PLC. Estudo das distribuições diamétricas da floresta do Planalto Tapajós-Pará. 1980. 123f. 1980. Tese de Doutorado. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)-Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1980.

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7. APÊNDICES

APÊNDICE A. MAPA DE LOCALIZAÇÃO GERAL DAS ÁREAS (EM VERMELHO) NOS MUNICÍPIOS DE PEIXOTO DE AZEVEDO E MATUPÁ – MT.2015

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APÊNDICE B. MATRIZ DE CORRELAÇÃO PEARSON ENTRE AS 15 VARIÁVEIS DE SOLO EM ÁREAS DE MINERAÇÃOPEIXOTO DE AZEVEDO E MATUPÁ MT, 2015. (Valores em negrito são altamente significativos [<0,001])

PH P K Ca Mg Al H MO V Zn Cu Fe Mn B S

PH 1,0 0.71 -0.12 0.86 0.87 -0.90 0.08 0.14 0.96 0.72 0.39 0.23 0.58 0.65 0.46

P 1,0 -0.32 0.66 0.65 -0.53 0.07 0.12 0.74 0.67 0.34 0.23 0.47 0.75 0.47

K 1,0 0.24 0.21 0.21 0.75 0.77 0.00 -0.01 0.58 0.58 0.21 0.11 0.50

Ca 1,0 0.99 -0.65 0.48 0.57 0.93 0.71 0.69 0.58 0.76 0.82 0.73

Mg 1,0 -0.69 0.47 0.55 0.94 0.72 0.68 0.55 0.75 0.77 0.70

Al 1,0 0.12 0.09 -0.85 -0.65 -0.23 -0.06 -0.51 -0.42 -0.24

H 1,0 0.96 0.24 0.32 0.84 0.70 0.24 0.35 0.63

MO 1,0 0.32 0.38 0.88 0.78 0.38 0.44 0.68

V 1,0 0.80 0.55 0.39 0.68 0.73 0.57

Zn 1,0 0.69 0.46 0.52 0.55 0.49

Cu 1,0 0.71 0.43 0.53 0.65

Fe 1,0 0.58 0.56 0.87

Mn 1,0 0.68 0.68

B 1,0 0.70

S 1,0

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APÊNDICE C. ELIPSE DE PREDIÇÃO COM CONFIANÇA DE 95% CONSTRUÍDA PELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS 15 VARIÁVEIS DE SOLO EM ÁREAS DE MINERAÇÃO - PEIXOTO DE AZEVEDO E MATUPÁ MT,2015

APÊNDICE D.TRIÂNGULO TEXTURAL PARA CLASSIFICAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE RECUPERAÇÃO - NORTE DE MT

A1 - área 1, A2 - área 2, A3 - área 3, A4 - área 04 Fonte:(LEMOS E SANTOS, 1996)

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APÊNDICE E. MATRIZ DE CORRELAÇÃO PEARSON ENTRE AS VARIÁVEIS DE TEXTURA DO SOLO EM ÁREAS DE MINERAÇÃOPEIXOTO DE AZEVEDO E MATUPÁ MT, 2015.

Matriz de Correlação

Areia Silte Argila

Areia 1,0 -0.982 -0.998

Silte - 1,0 0.969

Argila 1,0

APÊNDICE F. ELIPSE DE PREDIÇÃO COM CONFIANÇA DE 95% CONSTRUÍDAPELA ANÁLISE DE COMPONENTES PRINCIPAIS ENTRE AS VARIÁVEIS TEXTURA DO SOLO EM ÁREAS DE MINERAÇÃOPEIXOTO DE AZEVEDO E MATUPÁ-MT2015

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APÊNDICE G. ELIPSE DE PREDIÇÃO COM CONFIANÇA DE 95% CONSTRUÍDA PELA ANÁLISE DAS VARIÁVEIS ALTURA, DAS(DIÂMETRO AO NIVEL DO SOLO) E ÁREA DA COPA. ÁREA 1 - MATUPÁ MT,2015

APÊNDICE H. MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS VARIÁVEIS N( número de indivíduos), ALTURA(m) DAS(diâmetro a altura do solo- cm) e COPA(área de copam2) NA ÁREA DE MINERAÇÃO 1 - MATUPÁ MT, 2015.

(Valores em negrito são altamente significativos [<0,001])

Matriz de Correlação

NI Altura DAS copa

NI 1,000 -0.4534 -0.5261 -0.5487

Altura 1,000 0.575 0.3344

DAS 1,000 0.9116

copa 1,000

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APÊNDICE I. ELIPSE DE PREDIÇÃO COM CONFIANÇA DE 95% CONSTRUÍDA PELA ANÁLISE DAS VARIÁVEIS ALTURA, DAS(DIÂMETRO AO NIVEL DO SOLO) E ÁREA DA COPA. ÁREA 2 – PEIXOTO DE AZEVEDO.MT,2015

APÊNDICE J. MATRIZ DE CORRELAÇÃO DE PEARSON ENTRE AS VARIÁVEIS N( número de indivíduos), ALTURA(m) DAS(diâmetro a altura do solo- cm) e COPA(área de copam2) NA ÁREA DE MINERAÇÃO 2 - PEIXOTO DE AZEVEDO MT.2015.

Matriz de Correlação

NI Altura DAS copa

NI 1,000 0,417 0,028 0,2544

Altura 1,000 0,582 0,758

DAS 1,000 0,5268

copa 1,000

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APÊNDICE L. ELIPSE DE PREDIÇÃO COM CONFIANÇA DE 95% CONSTRUÍDA PELA ANÁLISE DAS VARIÁVEIS ALTURA, DAS(DIÂMETRO AO NIVEL DO SOLO) E ÁREA DA COPA. ÁREA 4 i PEIXOTO DE AZEVEDO.MT,2015

APÊNDICE M. MATRIZ DE CORRELAÇÃO PEARSON ENTRE AS 15 VARIÁVEIS DE SOLO EM ÁREAS DE MINERAÇÃO PEIXOTO DE AZEVEDO E MATUPÁ MT, 2015. (Valores em negrito são altamente significativos [<0,001])

Matriz de Correlação

NI Altura DAS copa

NI 1,000 0,168 0,0202 0,059

Altura 1,000 0,897 0,868

DAS 1,000 0,889

copa 1,000