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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA
CURSO DE ZOOTECNIA
RENATA APARECIDA MARTINS
ÓLEO DE SOJA E SEBO BOVINO NA RAÇÃO DE POEDEIRAS SEMIPESADAS CRIADAS EM CLIMA QUENTE
CUIABÁ 2016
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RENATA APARECIDA MARTINS
ÓLEO DE SOJA E SEBO BOVINO NA RAÇÃO DE POEDEIRAS SEMIPESADAS CRIADAS EM CLIMA QUENTE
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Heder José D’Avila
Lima
CUIABÁ 2016
A minha mãe Célia Aparecida Momesso Martins
Com carinho e amor
Dedico.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela proteção, saúde e por sempre me conduzir pelos melhores
caminhos.
Ao professor Heder José D’Avila Lima, pela oportunidade na realização deste
trabalho. Pela orientação, ensinamentos, atenção e, acima de tudo, pelo exemplo de
dedicação, responsabilidade e profissionalismo.
Ao meu namorado Andrey, pelo amor, amizade, cumplicidade, carinho e
companheirismo. Pelas risadas, ajuda e presença constante, o que tornou a
realização deste trabalho mais agradável.
A minha mãe Célia, pelo amor incondicional, carinho, educação, apoio,
incentivo e confiança. Pela força e compreensão nos momentos de cansaço,
dificuldades e fraqueza. Obrigada por ter acreditado em mim!
Ao meu pai João, pela confiança e por ter me proporcionado todas as
condições para que eu pudesse estudar e concluir o curso.
Aos meus sobrinhos Kauany, Érik e Letícia pela descontração nos momentos
de estudo.
A professora Alexandra Potença, pela amizade, confiança, apoio, incentivo,
conselhos e ensinamentos, que ajudaram substancialmente na minha formação ao
longo da graduação.
A amiga Ana Carolina Martins, pela disposição de sempre, parceria, esforço e
dedicação na condução do experimento.
Ao professor Nelcino Francisco de Paula, pelos conselhos valiosos.
Ao professor Marcio Aquio Hoshiba, por ter aceitado o convite para compor a
banca examinadora, dispondo de seu tempo e conhecimento para avaliar este
trabalho.
A todo o corpo docente do curso de Zootecnia pelos conhecimentos
adquiridos, especialmente aos professores Carlos, Felipe, Janessa, Joadil, Lisiane,
Lívia e Sânia.
Aos colegas e amigos da faculdade que deixaram o ambiente de estudo mais
leve: Ana Cláudia, Ana Luíza, Bianca, Danilo, Débora, Flávia, Georger, Jackeline
Carvalho, Jackeline Nerone, Kamila, Kellen, Ludimilla, Thuanny e Rafael Menegildo.
Aos funcionários da fazenda experimental, Antônio, Donato, Lourival, Luiz,
Manézinho, Miguel, Orlando e Sandro pelas conversas e risadas que deixavam os
dias de trabalho mais animados.
A empresa Sebo Jales, pelo fornecimento do sebo bovino.
A Universidade Federal de Mato Grosso, pela oportunidade de realização
deste curso.
MUITO OBRIGADA!
“Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito,
mas um hábito”.
Aristóteles
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição percentual e calculada das rações experimentais............... 14
Tabela 2 - Desempenho produtivo e qualidade de poedeiras semipesadas
alimentadas com rações contendo óleo de soja e sebo bovino .............. 18
LISTA DE ABREVIATURAS
Å = Angstrom
ABIOVE = Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais
ABPA = Associação Brasileira de Proteína Animal
C18:2 = Ácido linoleico
C18:3 = Ácido linolênico
C20:4 = Ácido araquidônico
FABP = Fatty acid binding protein – proteína ligadora dos ácidos graxos
HDL = Lipoproteínas de densidade alta
IBGE = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LDL = Lipoproteínas de densidade baixa
MUFA = Ácidos graxos monoinsaturados
NRC= National Research Council
PUFA = Ácidos graxos poli-insaturados
RIISPOA = Regulamentação da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de
Origem Animal
USDA = United States Departament of Agriculture
VLDL = Lipoproteínas de densidade muito baixa
ω-3 = Ômega-3
ω-6 = Ômega-6
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 1
2. OBJETIVO ............................................................................................................ 3
3. REVISÃO.............................................................................................................. 4
3.1 Lipídeos: características e funções ........................................................................... 4
3.2 Ácidos graxos essenciais ........................................................................................... 5
3.3 Digestão e absorção de lipídeos ............................................................................... 6
3.4 Óleos e gorduras nas rações ..................................................................................... 8
3.5 Óleo de soja ................................................................................................................ 10
3.6 Sebo bovino ................................................................................................................ 11
4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 13
4.1 Local e duração do experimento ............................................................................. 13
4.2 Aves e instalações ..................................................................................................... 13
4.3 Tratamentos e dietas experimentais ....................................................................... 14
4.4 Manejo ......................................................................................................................... 14
4.5 Parâmetros avaliados................................................................................................ 15
4.5.1 Produção de ovos .................................................................................................. 15
4.5.2 Consumo de ração ................................................................................................ 15
4.5.3 Peso do ovo ............................................................................................................ 15
4.5.4 Massa de ovos ....................................................................................................... 15
4.5.5 Conversão alimentar por massa de ovos .......................................................... 16
4.5.6 Conversão alimentar por dúzia de ovos ............................................................. 16
4.5.7 Variação do peso corporal.................................................................................... 16
4.5.8 Viabilidade das aves.............................................................................................. 16
4.5.9 Componentes dos ovos ........................................................................................ 16
4.5.10 Gravidade específica ............................................................................................. 17
4.6 Análise dos dados...................................................................................................... 17
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 18
6. CONCLUSÕES................................................................................................... 22
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 23
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 24
RESUMO
Objetivou-se com este estudo, avaliar os efeitos da inclusão do óleo de soja e sebo
bovino nas rações, sobre o desempenho produtivo e qualidade dos ovos de
poedeiras semipesadas após o pico de postura, criadas em clima quente. O período
experimental teve duração de 63 dias, sendo dividido em 3 ciclos de 21 dias cada.
Foram utilizadas 160 poedeiras semipesadas da linhagem Hisex Brown, com 50
semanas de idade e peso inicial de 1,755 ± 0,172 kg. As aves foram criadas em
sistema de piso, sendo alojadas em boxes. O delineamento utilizado foi o
inteiramente casualizado, composto por 2 tratamentos e 5 repetições, com 16 aves
por unidade experimental (boxe). Foram formuladas 2 dietas experimentais a base
de milho e farelo de soja, com a inclusão de óleo de soja e sebo bovino constituindo
os tratamentos 1 e 2 respectivamente. Os parâmetros avaliados foram: produção de
ovos (%), consumo de ração (g), massa de ovos (g), conversão alimentar por massa
de ovos (kg/kg), conversão alimentar por dúzia de ovos (kg/dúzia), peso dos ovos,
gema, albúmen e casca (g), porcentagem da gema, albúmen e casca (%), gravidade
específica (g/cm3) e variação do peso corporal (g). Não foram observadas diferenças
(P>0,05) em nenhum dos parâmetros avaliados. A adição de óleo de soja ou sebo
bovino nas rações, não influência o desempenho produtivo e a qualidade dos ovos
de poedeiras semipesadas, criadas em clima quente no final do primeiro ciclo de
postura. O sebo bovino pode ser utilizado nas rações de poedeiras como uma opção de
fonte lipídica de baixo custo.
Palavras-chaves: lipídeos, gordura animal, óleo vegetal, peso dos ovos.
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1. INTRODUÇÃO
A avicultura industrial, é um dos setores mais desenvolvidos do agronegócio
brasileiro. Este segmento, destaca-se pela alta produtividade de carne e ovos,
alcançada graças aos avanços observados em melhoramento genético, manejo,
sanidade e nutrição. No que se refere a avicultura de postura no Brasil, de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2016), a produção de
ovos em 2015 foi de 2,92 bilhões de dúzias, sendo registrado um aumento de 3,5%
comparado ao ano anterior. Conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal –
ABPA (2016), neste mesmo ano, o estado de Mato Grosso ocupou o 4º lugar em
produção (6,43%), ficando atrás do Espírito Santo (9,61%), Minas Gerais (11,50%),
e São Paulo (33,24%), maior estado produtor nacional.
Para que essa produção continue aumentando, é necessário que a atividade
seja economicamente viável, e esse fator está relacionado principalmente com a
alimentação das aves, que representa a maior fração do custo de produção, e
pequenas melhorias na eficiência de utilização dos nutrientes da ração, resultam em
grandes economias para o produtor (RODRIGUES et al., 2005).
Devido a altas temperaturas registradas no verão, observa-se uma queda
considerável no consumo de ração pelas aves, na tentativa de minimizar a produção
de calor metabólico e com isso reduzir o estresse causado pelo excesso de calor.
Porém, ao diminuir o consumo de alimento, as aves ingerem quantidades
insuficientes de nutrientes necessários para um ótimo desempenho produtivo
(CHURCH e POND, 1988).
Uma alternativa para estimular o consumo de ração em épocas quentes do
ano, consiste em formular dietas com óleos vegetais ou gorduras animais, pois
aumenta a palatabilidade das rações e garante a ingestão adequada de energia,
além de possuir menor incremento calórico que os carboidratos e proteínas,
diminuindo dessa forma os efeitos prejudiciais do calor sobre a produção (SILVA et
al., 2014).
Dentre as fontes lipídicas de origem vegetal, destacam-se os óleos extraídos
de oleaginosas como soja, girassol, canola, milho, linhaça, palma e algodão, e entre
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as de origem animal, encontram-se produtos como o sebo bovino, banha suína,
gordura de aves e óleo de peixe (OLIVEIRA, 2008).
O óleo de soja é rico em ácidos graxos insaturados como o oleico, linoleico e
linolênico, o que desperta grande interesse para uso em rações avícolas, porém
constitui um ingrediente caro e sua utilização poderá elevar os custos de produção
(DUARTE, 2007). O sebo bovino é um subproduto obtido do abate de bovinos,
sendo comumente utilizado pela indústria avícola nas formulações de rações
(Oliveira et al. 2011), constituindo uma fonte de energia de baixo custo quando
comparado ao óleo de soja.
Diante disso, torna-se importante o estudo do uso de diferentes fontes
lipídicas, disponíveis no mercado, nas rações de poedeiras, principalmente em
regiões onde as temperaturas são altas durante o ano inteiro, levando em
consideração os efeitos sobre o desempenho produtivo do animal e a qualidade dos
ovos.
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2. OBJETIVO
O objetivo com o presente estudo, foi avaliar o desempenho produtivo e
qualidade física dos ovos de poedeiras semipesadas criadas em clima quente,
alimentadas com rações contendo óleo de soja e sebo bovino.
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3. REVISÃO
3.1 Lipídeos: características e funções
Os lipídeos pertencem a um grupo de compostos quimicamente diferentes
entre si, e possuem como característica em comum a insolubilidade em água, sendo
solúveis em solventes orgânicos apolares, como clorofórmio, benzeno, éter, acetona
e octano (SILVA et al., 2014). Tais compostos incluem os fosfolipídios, triglicerídeos,
ceras, esteroides (colesterol), prostaglandinas e terpenos, que desempenham
diversas funções importantes no organismo (KLEIN, 2016).
De acordo com Nelson e Cox (2014), os fosfolipídios e os esteróis são
elementos estruturais fundamentais das membranas celulares. Os triglicerídeos que
constituem as gorduras e os óleos, são as principais fontes e formas de
armazenamento de energia, uma vez que, apresentam 2,25 vezes mais calorias no
processo de oxidação que os carboidratos (LANA, 2005; McDONALD et al., 2010).
Além disso, outros lipídeos mesmo presentes em quantidades relativamente
pequenas, desempenham papéis fundamentais como cofatores enzimáticos,
carreadores de elétrons, pigmentos fotossensíveis, âncoras hidrofóbicas para
proteínas, agentes emulsificantes no trato digestivo, hormônios e mensageiros
celulares (NELSON e COX, 2014).
Os triglicerídeos, representam o grupo mais expressivo de lipídeos do ponto
de vista do metabolismo energético dos animais (REECE, 2006). Estes compostos,
são formados por ácidos graxos esterificados com glicerol, e podem ser fornecidos
via dieta, ou sintetizados por meio de fontes não-lipídicas no fígado, tecido adiposo e
glândula mamária (FURLAN e MACARI, 2002; REECE, 2006).
Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos ramificados, com cadeias
hidrocarbonadas longas, contendo geralmente entre 12 e 20 carbonos, sendo
classificados em saturados, quando apresentam ligações simples, e insaturados,
com duas ou mais ligações duplas (KLEIN, 2016). Segundo Silva et al. (2014),
quando os ácidos graxos insaturados possuem apenas uma ligação dupla, são
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chamados de monoinsaturados (MUFA), e quando apresentam duas ou mais, são
conhecidos como poli-insaturados (PUFA).
Os ácidos graxos, normalmente são representados por um símbolo numérico
que especifica o comprimento da cadeia e o número de ligações duplas separados
por dois pontos. Por exemplo, a abreviação C16:0 simboliza o ácido palmítico, com
16 carbonos sem ligações duplas, enquanto C18:1 representa o ácido oleico com 18
carbonos e 1 ligação dupla (MOTTA, 2011; NELSON e COX, 2014).
As propriedades físicas de óleos e gorduras, estão relacionadas com grau de
insaturações e com o comprimento da cadeia de seus ácidos graxos, em que o
ponto de fusão diminui com o número de insaturações e aumenta com comprimento
da cadeia (MARZZOCO e TORRES, 1999). De acordo com Bertechini (2012), os
óleos vegetais são líquidos em temperatura ambiente, por serem basicamente
compostos por ácidos graxos insaturados, enquanto as gorduras de origem animal,
possuem característica sólida na mesma temperatura, devido a maior proporção de
ácidos graxos saturados.
As insaturações e o comprimento da cadeia também estão relacionados com
a digestibilidade dos lipídeos. Ácidos graxos insaturados, de cadeia curta e média
apresentam maiores valores de coeficientes de absorção que os ácidos graxos
saturados e de cadeia longa, devido a facilidade na formação de micelas, da
velocidade de hidrólise e pelo fato de não sofrerem reesterificação após a absorção
(GONZALES e SILVA, 2006; BERTECHINI, 2012).
3.2 Ácidos graxos essenciais
A exigência de lipídeos nas dietas das aves e outras espécies animais, está
relacionada com pequenas quantidades de ácidos graxos que não são sintetizados
pelo organismo, conhecidos como ácidos graxos essenciais, que são basicamente
poli-insaturados (FURLAN e MACARI, 2002).
Os ácidos graxos α-linolênico (C 18:3), linoléico (C 18:2) e araquidônico (C
20:4) são considerados essenciais para os animais, na qual o ácido α-linolênico
pertence à família da série ômega-3 (ω-3), ao passo que o ácido linoléico e
araquidônico pertencem à família da série ômega-6 (ω-6) (RUTZ, 2002). No entanto,
o ácido araquidônico pode ser considerado como metabolicamente essencial, pois o
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mesmo, é sintetizado no fígado a partir do ácido linoléico na presença de vitamina B6
(BERTENCHINI, 2012).
A definição ômega (ω), está associada a posição da dupla ligação, a partir da
extremidade da cadeia com o carbono do grupo metila (carbono ω), onde os ácidos
graxos com uma ligação dupla entre os carbonos 3 e 4 são chamados de ácidos
graxos ômega-3, e aqueles com a ligação dupla entre os carbonos 6 e 7 são
considerados ácidos graxos ômega-6 (NELSON e COX, 2014).
Segundo Rutz (2002), os ácidos graxos essenciais, especialmente o linoléico,
fazem parte de vários tecidos, como componentes de fosfolipídios e ésteres de
colesterol. No entanto, o autor esclarece, que sua principal função biológica, é atuar
como precursor de prostaglandinas e tromboxanos, que propiciam a contração
uterina, promovendo a expulsão do ovo, facilitando também a oviposição ao relaxar
a musculatura vaginal.
Além disso, o ácido linoleico encontrado em grandes quantidades nos óleos
vegetais, é importante para manter uma ótima produção, maximizar o tamanho dos
ovos e desempenho reprodutivo (BRAGG et al., 1973). De acordo com o NRC -
National Research Council (1994), o requerimento mínimo necessário de ácido
linoleico para aves adultas é de 1%, e níveis mais altos podem ser necessários pelas
poedeiras para proporcionar e manter maior peso dos ovos.
Caso as exigências dos ácidos graxos essenciais não sejam atendidas, as
aves podem apresentar atraso no crescimento, fígado gorduroso, redução na taxa
de postura e no peso dos ovos, aumento na mortalidade embrionária, e redução na
capacidade de eclosão dos ovos (JEROCH e FLACHOWSKY, 1978; BERTECHINI,
2012).
3.3 Digestão e absorção de lipídeos
A digestão de lipídeos pode ser dividida em emulsificação, hidrólise, formação
de micelas e absorção (CUNNINGHAM e KLEIN, 2008). Nas aves, a emulsificação
se inicia com a ação enzimática e mecânica do proventrículo e moela, ocorrendo a
destruição física dos glóbulos de gorduras em pequenas partículas de lipídeos,
transformando-as em uma fina emulsão, aumentando dessa maneira, a área de
superfície para ação das enzimas no lúmen intestinal (FURLAN e MACARI, 2002).
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Quando o alimento atinge o intestino delgado, ocorre a secreção do hormônio
colecistoquinina pela mucosa gastrointestinal, que diminui a motilidade gástrica,
estimulando a liberação da lipase pelo pâncreas, e dos sais biliares através da bile,
armazenada na vesícula biliar (SILVA et al., 2014). Conforme Nelson e Cox (2014),
os sais biliares produzidos pelo fígado a partir do colesterol, atuam como
detergentes biológicos, convertendo as gorduras da dieta em micelas mistas de sais
biliares e triglicerídeos.
A bile é composta por sais biliares, lecitina e colesterol, que em conjunto,
atuam reduzindo a tensão superficial dos lipídeos, permitindo que as gotículas se
dividam ainda mais, de forma que, a fração lipídica fique mais acessível à ação das
lipases hidrossolúveis no intestino (CUNNINGHAM e KLEIN, 2008; FURLAN E
MACARI, 2002; NELSON e COX, 2014).
Conforme Cunningham e Klein (2008), os triglicerídeos, que constituem o
principal componente lipídico da dieta, são hidrolisados por meio da ação combinada
das enzimas pancreáticas lipase e colipase. Segundo os autores, a função da
colipase, é facilitar o acesso da lipase ao triglicerídeo, pois a mesma não consegue
penetrar a camada de bile que recobre as gotículas de lipídeos. A lipase atua na
interface lipídio-água das gotículas emulsificadas, liberando um monoglicerídeo
(ácido graxo central), e dois ácidos graxos livres das posições 1 e 3 do triglicerídeo
(ARGENZIO, 2006).
Os produtos resultantes da hidrólise dos triglicerídeos, são solubilizados pelos
sais biliares, formando micelas de 40 a 60 Å (Angstrom) de diâmetro, favorecendo a
absorção pelas células epiteliais do intestino delgado (enterócitos) (SILVA et al.,
2014). Existe uma proteína citosólica chamada de FABP (Fatty acid binding protein –
proteína ligadora dos ácidos graxos), encontrada em grandes concentrações nos
locais de maior absorção de ácidos graxos, como jejuno proximal e íleo (FURLAN e
MACARI, 2002). Essa proteína seria a responsável pelo transporte dos ácidos
graxos da membrana da parede intestinal, para o citosol do enterócitos, possuindo
alta afinidade com ácidos graxos, principalmente para aqueles de cadeia longa e
insaturados (BERTECHINI, 2012).
Dentro dos enterócitos, os monoglicerídeos e os ácidos graxos livres são
reesterificados em triglicerídeos, e se combinam com o colesterol, fosfolipídios e
proteínas para formar as lipoproteínas, que nas aves são conhecidas como
portomícrons (GONZALES e SILVA, 2006). O termo portomícrons foi criado por
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Bensadoun e Rothfeld (1972), para descrever as lipoproteínas formadas nas aves,
que são semelhantes aos quilomícrons nos mamíferos, sendo compostas
principalmente por triglicerídeos (91%).
Segundo Baião e Lara (2005), como o sistema linfático nas aves não é bem
desenvolvido, a absorção dos portomícrons é realizada através do sistema porta-
hepático, onde posteriormente serão transportados para o tecido adiposo, músculos
e demais tecidos. Os ácidos graxos de cadeia curta e média não se ligam a proteína
FABP, sendo absorvidos diretamente pelo sistema porta sem sofrer reesterificação
(SILVA et al., 2014).
A combinação de lipídeos e proteínas formam lipoproteínas com composição
variável e densidades diferentes, sendo classificadas em: quilomícrons nos
mamíferos e portomícrons nas aves; lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL);
lipoproteínas de densidade baixa (LDL); e lipoproteínas de densidade alta (HDL)
(ALVARENGA et al., 2011; MOTTA, 2011).
As VLDL, são consideradas as mais importantes para aves, uma vez que
durante o período de postura, estas lipoproteínas são responsáveis pelo transporte
dos lipídeos do fígado para os tecidos extra-hepáticos, como o ovário, onde serão
utilizados para a síntese da gema do ovo (BAIÃO e LARA, 2005).
3.4 Óleos e gorduras nas rações
Em virtude das altas temperaturas registradas em muitas regiões brasileiras,
as poedeiras tendem a reduzir o consumo de ração e consequentemente de
nutrientes, em resposta ao estresse térmico causado pelo excesso de calor,
afetando diretamente a produção de ovos e o comportamento das aves (COTTA,
2002). Isto ocorre, porque as aves de postura consomem ração principalmente para
satisfazer suas necessidades energéticas, e quando a temperatura do ambiente se
eleva, menor será a exigência de energia para manutenção da temperatura corporal,
fazendo com que ocorra diminuição na ingestão de alimento. (DAGHIR, 2008;
LEESON e SUMMERS, 2005).
Segundo COTTA (2002), poedeiras alojadas em ambientes com temperaturas
entre 0 a 29°C, diminuem o consumo de ração em 4 kcal/dia a cada 1°C de aumento
na temperatura ambiental, sendo observado queda considerável na necessidade
energética, quando as aves são submetidas a temperaturas acima de 30°C. No
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entanto, a relação entre a produção de calor no organismo e a temperatura do
ambiente não é linear, e a partir de uma certa temperatura crítica, a demanda de
energia pelas aves aumentam, onde 80% da energia ingerida é desviada para
manutenção da homeotermia com o intuito de iniciar os mecanismos de resfriamento
do corpo, restando apenas 20% para produção (ABREU e ABREU, 2004; LEESON e
SUMMERS, 2005)
Sendo assim, essa maior exigência de energia para manutenção da
homeostase térmica, combinada com o menor consumo de ração, compromete o
desempenho das aves criadas em regiões de altas temperaturas (LAGANÁ, 2008).
Desta forma, para assegurar a ingestão adequada de ração em períodos de
estresse calórico, é necessário formular dietas com alta densidade energética por
meio da adição de óleos ou gorduras, pois estimula o consumo de alimentos nas
aves devido ao aumento da palatabilidade, melhorando assim, a produtividade e a
eficiência alimentar (NRC, 1994). Bertechini (2012) salienta que, ao elevar a
concentração de energia, simultaneamente deve-se aumentar os níveis de todos os
ingredientes da dieta, para garantir que as exigências dos nutrientes necessárias
para produção sejam atendidas.
Outra vantagem, é que os lipídeos possuem menor incremento calórico que as
proteínas e os carboidratos, reduzindo dessa forma, o aumento da temperatura
corporal ligada a processos metabólicos, como digestão e absorção, mantendo o
animal mais confortável (DOLZ, 1996; DAGHIR, 2008).
Além disso, os lipídeos de maneira geral, quando adicionado nas rações de
poedeiras, atuam como precursores de vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos
essenciais; participam na secreção de bile e síntese de prostaglandinas; favorece a
absorção e aproveitamento de cálcio e de substâncias lipossolúveis, como as
vitaminas, carotenos e ácidos graxos; estimulam a liberação da colecistoquinina,
hormônio que promove efeito no aumento da secreção do suco pancreático, rico em
enzimas, facilitando a digestão de proteínas, lipídeos e carboidratos; reduzem a
velocidade de passagem do conteúdo tratogastrointestinal melhorando a eficiência
de utilização de todos os nutrientes presentes na dieta; diminui a pulverulência das
rações, bem como a perda de nutrientes, além de facilitar a formação de pellets
(BAIÃO e LARA, 2005; LANA, 2005; BERTECHINI, 2012).
Existem diversas fontes de lipídeos que podem ser utilizadas nas formulações
de rações de poedeiras, sejam elas de origem vegetal (óleos de girassol, milho,
10
canola, soja) ou de origem animal (gordura de aves, banha suína, sebo bovino),
porém a escolha dependerá de sua disponibilidade e qualidade, do preço que o
mercado oferece e dos efeitos sobre o desempenho produtivo e a qualidade dos
ovos (TORRES e DREHER, 2015).
3.5 Óleo de soja
A soja (Glycine max (L.) Merrill) cultivada comercialmente no Brasil, trata-se
de uma planta herbácea, cujo os grãos são muito utilizados pela agroindústria na
fabricação de óleo vegetal e rações para animais, indústria química e de alimentos
(FREITAS, 2011; NEPOMUCENO et al., 2008). De acordo com LEESON e
SUMMERS (2005), a soja constitui uma excelente fonte de proteína e energia para
as aves, contendo cerca de 38% de proteína bruta e 20% de óleo em sua
composição.
Dentre os óleos vegetais, o óleo de soja ocupa o segundo lugar mundial tanto
para produção como para o consumo, ficando atrás apenas do óleo de palma
(UNITED STATES DEPARTAMENT OF AGRICULTURE - USDA, 2016). De acordo
com a Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais – ABIOVE (2016), a
produção de óleo de soja no Brasil no ano de 2015 foi de 8,074 milhões de
toneladas, sendo estimada para o ano de 2016, cerca de 8,050 toneladas. O
consumo doméstico absorveu 80% da produção em 2015, com previsão de 6,500
milhões de toneladas para o ano de 2016.
O óleo de soja é obtido através da prensagem mecânica dos grãos em
prensas contínuas ou “expelers”, seguido de uma extração com solvente químico
orgânico, passando posteriormente por um processo de refinação que consiste em
transformar o óleo bruto em óleo comestível, por meio da remoção de impurezas,
como fosfolipídios, polímeros, metais, ácidos graxos livres, pigmentos entre outros,
melhorando a aparência, odor e sabor (MANDARINO e ROESSING, 2001).
Este produto possui em sua composição, cerca de 61% de ácidos graxos poli-
insaturados, 24% de monoinsaturados e 15% de saturados, apresentando alto teor
de ácido linoleico (ω-6), além do ácido oleico (ω-9) e ácido linolênico (ω-3) (DOSSIÊ
ÓLEOS, 2014). Desta forma, sua inclusão nas rações para poedeiras torna-se mais
interessante que o uso de gordura de origem animal, devido ao maior coeficiente de
digestibilidade, graças a grande proporção de ácidos graxos insaturados, e pela
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presença de quantidades elevadas do ácido linoleico (52,78%), que parece estar
associado com o aumento do peso dos ovos (ROSTAGNO et al., 2011;
BERTECHINI, 2012).
No entanto, devido à grande concorrência com a indústria alimentar humana e
atualmente com a produção de biodiesel, este produto atinge preços elevados
tornando sua utilização nas rações animais, na maioria das vezes, inviável
economicamente (LEESON e SUMMERS, 2005).
3.6 Sebo bovino
De acordo com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos
de Origem Animal (RIISPOA) Art. 307, o sebo bovino constitui um “produto
gorduroso não comestível”, obtido por meio da fusão de partes ou tecidos que não
são destinados ao consumo humano, bem como de carcaças, parte de carcaças,
órgãos e vísceras que forem rejeitados pela Inspeção Federal.
Durante o processo de fabricação, o sebo bovino recebe tratamento especial,
onde são retiradas impurezas e umidade, para obtenção de um produto de
qualidade, tendo em vista a sua larga utilização como ingrediente energético na
nutrição animal (AMORIM et al., 2015). Este produto apresenta característica sólida
em temperatura ambiente, e coloração que pode variar de branca até amarelada,
devido a influência de fatores relacionados a alimentação, idade, raça do animal, e
também das condições de processamento (PEREIRA, 2009).
O sebo bovino contém em sua totalidade 52,1% de ácidos graxos saturados e
47,9% de ácidos graxos insaturados, sendo composto principalmente pelo ácido
oleico (36%), ácido palmítico (24,9%) e ácido esteárico (18,9%), possuindo
pequenas quantidades do ácido linoleico (3,1%) e linolênico (0,6%) (NRC, 1998).
Conforme Mateos et al. (1995), o ácido linoleico (C18:2) é mais digestível que
o ácido oleico (C18:1), e este por sua vez é mais digestível que o ácido esteárico
(C18:0). Já o ácido palmítico (C16:0) é mais digestível que o ácido esteárico (C18:0).
Assim, os ácidos graxos insaturados são mais digestíveis que os saturados, e
quando não possui ligações duplas, o que prevalecerá sobre a digestibilidade será o
menor número de carbonos. Portanto, os autores enfatizam que a digestão e
absorção do óleo de soja chega a ser 50% mais eficiente que o sebo bovino.
12
A grande vantagem do sebo bovino reside no preço, apresentando valores
relativamente inferiores quando comparado aos óleos vegetais. Porém, por ser uma
fonte rica em ácidos graxos saturados, sua eficiência e utilização nas rações pode
ser prejudicada, em razão da menor digestibilidade, resultando em baixo
desempenho das aves (FERREIRA, 2004).
13
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Local e duração do experimento
O experimento foi realizado no setor de avicultura da fazenda experimental da
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), localizada no município de Santo
Antônio do Leverger - MT, entre os meses de outubro e dezembro de 2015. O
período experimental teve duração de 63 dias, sendo dividido em 3 ciclos de 21 dias
cada. As análises da qualidade física dos ovos, foram realizadas no Laboratório de
Tecnologia de Produtos de Origem Animal (TPOA), da Faculdade de Agronomia e
Zootecnia da UFMT.
4.2 Aves e instalações
Foram utilizadas 160 poedeiras semipesadas, da linhagem Hisex Brown, com
idade inicial de 50 semanas, pesando 1,755 ± 0,172 kg. As aves foram criadas em
sistema de piso, sendo alojadas em um galpão experimental, medindo 8,33 metros
de largura e 23,13 metros de comprimento, coberto com telhas de cerâmica, e
laterais protegidas por tela metálica e cortinas de lona de ráfia, acionadas por
carretilha.
O galpão possui 10 boxes, cada um com área de 14,77 m2, com divisórias
teladas, e piso de concreto forrados com cama de maravalha, onde foram
distribuídas 16 poedeiras em cada boxe, na densidade de 1,08 aves/m2. Dentro de
cada boxe, havia um comedouro tubular, um bebedouro pendular, e um ninho
simples, composto de 1 bateria de 10 bocas (ninhos individuais), dispostas em 2
andares, com 5 bocas de ninho cada. Cada ninho individual, foi forrado com palha
de arroz, e possuía as seguintes dimensões: 30 cm de largura, 34 cm de
comprimento e 36 cm de profundidade.
14
4.3 Tratamentos e dietas experimentais
As aves foram distribuídas em delineamento inteiramente casualizado,
composto por 2 tratamentos e 5 repetições, com 16 aves por unidade experimental
(boxe). Foram formuladas 2 dietas experimentais, cada uma com uma fonte lipídica
diferente, óleo de soja (origem vegetal) e sebo bovino (origem animal), constituindo
os tratamentos 1 e 2 respectivamente (Tabela 1). As rações foram formuladas a
base de milho e farelo de soja, de acordo com as recomendações nutricionais de
Rostagno et al. (2011).
Tabela 1 – Composição percentual e calculada das rações experimentais
Ingredientes (%) Fonte lipídica
Óleo de soja Sebo bovino
Milho moído 61,46 61,46 Farelo de soja 25,00 25,00 Calcário 8,10 8,10 Fosfato bicálcico 1,10 1,10 Sal comum 0,50 0,50 Núcleo de postura1 1,80 1,80 Amido 0,52 0,05 Óleo de soja 1,52 0,00 Sebo bovino 0,00 1,99
Composição nutricional calculada
Energia metabolizável (kcal/kg) 2900,00 2900,00 Proteína bruta (%) 16,15 16,15 Lisina digestível (%) 0,77 0,77 Metionina+Cistina digestível (%) 0,70 0,70 Triptofano digestível (%) 0,18 0,18 Treonina digestível (%) 0,56 0,56 Cálcio (%) 3,90 3,90 Fósforo disponível (%) 0,30 0,30 Sódio (%) 0,21 0,21 Fibra bruta (%) 2,42 2,42
1Composição/kg de produto: Cálcio: 170g, Fósforo: 45g, Metionina: 10g, Vitamina A: 140.000 U.I., Vitamina D3: 35.000 U.I., Vitamina E: 140 U.I., Tiamina (B1): 10mg, Riboflavina (B2): 75mg, Piridoxina (B5): 20mg, Vitamina B12: 120mg, Vitamina K3: 30mg, Ácido Fólico: 6mg, Niacina: 300mg, Pantotenato de Cálcio: 120mg, Colina: 5000mg, Sódio: 30g, Manganês: 1600mg, Zinco: 1300mg, Cobre: 160 mg, Ferro: 630mg, Iodo: 20mg, Selênio: 6mg, Fitase: 10.000 FTU, e Bacitracina de Zinco: 500mg.
4.4 Manejo
As aves receberam água e ração à vontade, durante todo o período
experimental. O arraçoamento era realizado duas vezes ao dia, às 08h00 e 15h00. A
limpeza dos bebedouros, era feita no período da manhã e da tarde. As temperaturas
15
e umidade relativa do ar, foram registradas às 08h00 e 15h00, por meio de um
termo-higrômetro digital modelo INCOTERM, posicionado no meio do galpão.
Os ovos eram coletados diariamente no período da tarde às 16h00, sendo a
produção diária anotada em uma planilha de acordo com as unidades experimentais.
As aves foram submetidas a um programa de luz de 16 horas, sendo dividido em 12
e 4 horas de iluminação natural e artificial respectivamente.
4.5 Parâmetros avaliados
4.5.1 Produção de ovos
A produção média dos ovos, foi expressa em porcentagem sobre a média de
aves do período (ovo/ave/dia).
4.5.2 Consumo de ração
No final de cada ciclo, foi calculado o consumo de ração, através da diferença
entre a quantidade fornecida e as sobras de cada unidade experimental. O valor
obtido, foi dividido pelo número de aves e pelos dias que as aves consumiram a
ração, sendo o consumo expresso em g/ave/dia.
4.5.3 Peso do ovo
Nos 3 últimos dias de cada ciclo de 21 dias, foram coletados 4 ovos por
unidade experimental em cada dia, e posteriormente foram pesados individualmente
em balança analítica eletrônica de precisão de 0,0001g, e o peso total obtido foi
dividido pelo número de ovos pesados, resultando em peso médio dos ovos em
gramas (g).
4.5.4 Massa de ovos
O peso médio dos ovos foi multiplicado pelo número total de ovos produzidos
durante os 63 dias de experimento. O valor obtido foi dividido pelo número total de
aves por dia do período, obtendo-se dessa forma, a massa de ovos expressa em
gramas de ovo por ave por dia (g ovo/ave/dia).
16
4.5.5 Conversão alimentar por massa de ovos
A conversão alimentar por massa de ovos (kg de ração/kg de ovos), foi
calculada por meio do consumo diário de ração por ave em kg dividido pela massa
de ovos em kg.
4.5.6 Conversão alimentar por dúzia de ovos
A conversão alimentar por dúzia de ovos (kg de ração/dúzia de ovos), foi
calculada através do consumo total de ração em kg, dividido pelas dúzias de ovos
produzidos durante o experimento.
4.5.7 Variação do peso corporal
No primeiro e último dia do período experimental, as aves foram pesadas para
determinar a variação do peso corporal, que é obtida pela subtração do peso final
pelo peso inicial.
4.5.8 Viabilidade das aves
Para o cálculo de viabilidade, o número de aves ao final do experimento foi
dividido pelo número de aves alojadas no início, e o resultado multiplicado por 100.
4.5.9 Componentes dos ovos
Foram analisados o peso do albúmen, gema e casca de todos os ovos
íntegros produzidos nos 3 últimos dias de cada ciclo. Para isso, em cada dia, foram
coletados aleatoriamente 4 ovos por unidade experimental, sendo os mesmos
pesados, e posteriormente, foi realizada a quebra para separação do albúmen e da
gema. A gema de cada ovo foi pesada, e a respectiva casca foi lavada e seca ao ar,
por 72 horas, para obtenção do peso da casca. O peso do albúmen, foi obtido pela
diferença entre o peso do ovo, gema e casca.
Com os pesos dos componentes dos ovos, foi calculado a porcentagem do
albúmen, gema e casca em relação ao peso do ovo, dividindo o peso dos
componentes, pelo peso do ovo, e o resultado multiplicado por 100.
17
4.5.10 Gravidade específica
Todos os ovos íntegros coletados nos três últimos dias de cada ciclo, foram
imersos em soluções salinas (NaCl), de diferentes concentrações, com densidades
variando de 1,065 a 1,100 g/cm3, com intervalos de 0,005 g/cm3. Estas densidades
foram determinadas com o auxílio de um densímetro modelo INCOTERM – OM –
5565.
4.6 Análise dos dados
Os dados coletados foram submetidos a análise de variância ao nível 5% de
probabilidade, e as médias foram comparadas pelo teste F, pelo programa
ASSISTAT – Assistência Estatística (SILVA, 2016).
18
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o período experimental, as médias de temperatura máxima e mínima e
umidade relativa do ar registradas, foram de 35,1 e 25,8°C e 83,1 e 51,0%
respectivamente. Por estes valores, observa-se que as aves foram submetidas a
períodos de estresse por calor, pois a faixa de conforto térmico de aves adultas
situa-se entre 15-18°C e 22-25°C e umidade relativa do ar entre 50 a 70% (TINÔCO,
2001).
Não foi verificado efeito (P>0,05) da inclusão de óleo de soja e sebo bovino
sobre o desempenho produtivo e qualidade dos ovos (Tabela 1). Observa-se que a
adição de óleo de soja e sebo bovino nas rações não ocasionou mortalidade e perda
de peso nas aves.
Tabela 2 - Desempenho produtivo e qualidade de ovos poedeiras semipesadas alimentadas com rações contendo óleo de soja (OS) e sebo bovino (SB)
Parâmetros Fonte lipídica CV (%)
OS SB
Consumo de ração (g)NS 100,34 100,72 4,87
Produção de ovos (%)NS 75,18 74,93 4,87
Massa de ovos (g)NS 43,47 44,22 4,85
Conversão alimentar por massa de ovos (kg/kg)NS 2,30 2,27 2,93
Conversão alimentar por dúzia de ovos (kg/dz)NS 1,62 1,63 3,78
Gravidade específica (g/cm3)NS 1,088 1,089 0,15
Peso dos ovos (g)NS 59,71 60, 98 1,77
Peso de gema (g)NS 14,65 15,05 2,17
Peso de albúmen (g)NS 39,34 40,01 2,23
Peso de casca (g)NS 5,71 5,91 3,55
Porcentagem de gema (%)NS 24,54 24,69 2,26
Porcentagem de albúmen (%)NS 65,89 65,61 0,98
Porcentagem de casca (%)NS 9,56 9,70 2,5
Viabilidade (%)NS 100 100 0,00
Variação do peso corporal (g) 107 129 -
NS = não significativo (P>0,05); CV = coeficiente de variação
Grobas et al. (2001), não constataram diferenças no consumo de ração,
produção de ovos, conversão alimentar por massa e dúzia de ovos, variação do
peso corporal e peso de gema, em poedeiras que consumiram rações
suplementadas com óleo de soja e sebo bovino. Contudo, os autores verificaram
19
que as aves do tratamento óleo de soja, apresentaram, em valores absolutos, maior
peso de ovos, massa de ovos, peso de albúmen e casca em comparação ao sebo
bovino. Segundo os autores, o maior peso dos ovos foi atribuído ao maior peso do
albúmen proporcionado pelo ácido linoleico, que foi inferior a 1% no tratamento com
sebo bovino, o que tem sido demonstrado ser insuficiente para maximizar o tamanho
dos ovos.
De acordo com Whitehead et al. (1993), a síntese de triglicerídeos e
lipoproteínas de baixa densidade no fígado, assim como a síntese de albumina no
oviduto, ocorre sobre o controle do estradiol, que tem seus níveis aumentados no
plasma com a inclusão de ácidos graxos nas dietas, principalmente o ácido linoleico,
revelando a possível influência desse ácido graxo sobre o aumento de peso do
albúmen e da gema.
Nobakht et al. (2011), ao testarem a inclusão de sebo bovino, óleo de soja e a
mistura de ambos, nas rações de poedeiras da linhagem Hy-Line W36 com 50 a 62
semanas de idade, não observaram diferenças na produção de ovos, massa de
ovos, consumo de ração e conversão por massa de ovos. No entanto os autores
constataram que poedeiras alimentadas com sebo bovino apresentaram maior peso
dos ovos, do que aquelas alimentadas com óleo de soja, mas ao misturar óleo de
soja com óleo de girassol, foi verificado aumento no peso dos ovos em comparação
com as dietas contendo apenas sebo bovino. Para os autores, os ovos mais
pesados observados com a mistura dos dois óleos vegetais, se deve provavelmente
pelo melhor perfil de ácidos graxos insaturados, com grande proporção de ácido
linoleico.
Segundo Torres (1979), o ácido linoleico pode ser considerado
verdadeiramente essencial, uma vez que esse ácido graxo da série ômega 6 (ω-6),
é imprescindível para o crescimento e produção de ovos, além de promover
aumento no peso dos ovos. Desta forma, o uso do óleo de soja, pode ser mais
favorável do ponto de vista do tamanho dos ovos, pelo fato de possuir alto teor de
ácido linoleico, cerca de 52,78%, ao passo que o sebo bovino possui apenas 3,10%
(ROSTAGNO et al. 2011). Entretanto, nesta pesquisa, não foi observada influência
das proporções do ácido linoleico presentes no óleo de soja e sebo bovino sobre o
peso dos ovos.
Resultados similares foram encontrados por Pumrojana et al. (2015) em
poedeiras da mesma linhagem, com 42 semanas de idade, alimentadas com rações
20
contendo 10% de óleo de soja e sebo bovino, onde não verificaram diferenças
significativas no peso dos ovos, bem como, consumo de ração, produção de ovos,
massa de ovos, e peso corporal. Da mesma forma, Han et al. (1988), utilizando óleo
de soja e sebo bovino na ração de poedeiras Leghorn White, com 27 semanas de
idade, não observaram efeitos no peso dos ovos, consumo de ração, produção de
ovos e conversão alimentar por massa de ovos.
Em um estudo conduzido por Baucells et al. (2000), a mistura de sebo bovino,
óleo de peixe, colza, linhaça e girassol em diferentes proporções (75, 50, 25 e 0%),
não promoveram diferenças em relação a produção e peso dos ovos, consumo de
ração, conversão alimentar por massa de ovos e peso corporal de poedeiras
Leghorn White com 20 semanas de idade. Pereira (2009), ao formular dietas para
poedeiras Dekalb Brown com 27 semanas de idade, suplementadas com farinha de
carne e ossos, óleo de soja, sebo bovino e semente de girassol, não verificaram
influência das fontes lipídicas no peso dos ovos, gravidade específica, Unidade de
Haugh e porcentagens de gema, albúmen e casca.
Pesquisas realizadas por Celebe et al. (2009) e Buitendach et al. (2013),
comparando a inclusão de óleo de girassol e sebo bovino nas rações de poedeiras
das linhagens Isa Brown e Hy-Line Silver Brown com 67 e 20 semanas de idade
respectivamente, não demonstraram alterações significativas no peso dos ovos,
produção, consumo de ração e peso corporal.
Por outro lado, Bragg et al. (1973), avaliando 4 níveis de sebo bovino, óleo de
soja, girassol e colza, nas rações de poedeiras Leghorn White com 24 semanas de
idade, observaram maior produção de ovos, peso dos ovos e gema, e melhor
conversão alimentar por massa de ovos nas aves que consumiram ração contendo
1% de óleos vegetais em comparação ao sebo. Porém, ao aumentar os níveis das
fontes lipídicas, o nível de 2% de sebo bovino promoveu os mesmos efeitos que a
adição de 4% de óleo de soja sobre os parâmetros avaliados, exceto para peso da
gema que foi levemente superior com óleo de soja.
De acordo com os autores, o fato de aumentar a ingestão energética
independente das concentrações de ácido linoleico, melhora a conversão alimentar
e o peso dos ovos e gema. Os autores ainda apontam, que o melhor desempenho
produtivo verificado nos menores níveis dos óleos vegetais estudados, sugerem que
a energia foi utilizada de forma mais eficiente devido ao melhor equilíbrio entre os
ácidos graxos presentes na dieta.
21
Conforme Daghir (2008), o baixo consumo de proteína, assim como de
aminoácidos, e energia relacionada principalmente com a ingestão de ácido
linoleico, constitui um dos fatores nutricionais que promove efeitos negativos sobre o
tamanho dos ovos. Nesta pesquisa, as aves receberam dietas isonutritivas, que
possivelmente proporcionaram quantidades adequadas de nutrientes para manter o
peso dos ovos satisfatório.
Apesar do sebo bovino, apresentar baixo perfil de ácidos graxos insaturados,
especialmente o ácido linoleico, sua utilização é possível se for combinado com
ingredientes que possui alto conteúdo de ácidos graxos insaturados. O milho que é
utilizado em grandes quantidades nas rações de poedeiras, é vantajoso a esse
respeito, pois seus ácidos graxos são principalmente insaturados, além de conter
45% de ácido linoleico (NRC, 1994; BERTECHINI, 2012).
Segundo Bertechini (2012), a participação de 65% de milho nas rações,
corresponde a um nível de 1% de ácido linoleico, que segundo Leeson e Summers
(2005) atende as necessidades das aves na maioria das situações, podendo ser
uma possível explicação para os resultados encontrados no presente estudo.
Observa-se que ainda não existe um consenso entre os pesquisadores, em
relação ao uso de fontes lipídicas de diferentes composições de ácidos graxos,
sobre o desempenho e qualidade de ovos de poedeiras. De acordo com Grobas et
al. (1999), os resultados conflitantes encontrados na literatura, se deve
provavelmente aos diferentes protocolos experimentais utilizados, como linhagens,
peso e idade diferentes das poedeiras, criação e condições ambientais diversas,
além da composição e variedade de ingredientes utilizados na formulação das
dietas, bem como a qualidade dos mesmos. Porém não se pode desprezar os
efeitos positivos do uso da gordura suplementar, seja ela de origem animal ou
vegetal, sobre o desempenho produtivo de poedeiras criadas principalmente em
regiões de altas temperaturas.
Com os resultados desta pesquisa, foi observado que o sebo bovino pode ser
incluso nas rações de poedeiras para reduzir os custos de produção, pois apesar
dessa fonte ser de origem animal e possuir grandes quantidades de ácidos graxos
saturados, sua utilização promove o mesmo desempenho e qualidade dos ovos que
o óleo de soja.
22
6. CONCLUSÕES
A inclusão de óleo de soja ou sebo bovino nas rações de poedeiras
semipesadas criadas em clima quente, não influência o desempenho produtivo e a
qualidade física dos ovos. O sebo bovino pode ser utilizado nas rações de
poedeiras, como uma opção de fonte lipídica de baixo custo.
23
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o presente trabalho, foi possível adquirir experiência na realização de
uma pesquisa científica, e entender a importância que os resultados e
conhecimentos obtidos trazem para aplicação prática.
24
REFERÊNCIAS
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