UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de...

109
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos Tese Efeitos de misturas à base de arroz parboilizado e bagaço de uva em ratos alimentados com dieta hipercolesterolêmica Mônica Lourdes Palomino de los Santos Nutricionista, M. Sc. Pelotas/2014

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Tese

Efeitos de misturas à base de arroz parboilizado e bagaço de uva

em ratos alimentados com dieta hipercolesterolêmica

Mônica Lourdes Palomino de los Santos Nutricionista, M. Sc.

Pelotas/2014

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

Mônica Lourdes Palomino de los Santos Nutricionista, M. Sc.

Efeitos de misturas à base de arroz parboilizado e bagaço de uva

em ratos alimentados com dieta hipercolesterolêmica

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Pelotas, como requisito à obtenção do título de Doutor em Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Comitê de Orientação: Prof. Dr. William Peres

Prof. Dr. Moacir Cardoso Elias

Prof. Dr. Jander Luis Fernandes Monks.

Pelotas, 2014

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras
Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

Mônica Lourdes Palomino de los Santos Nutricionista, M. Sc.

Efeitos de misturas à base de arroz parboilizado e bagaço de uva em ratos

alimentados com dieta hipercolesterolêmica

Tese aprovada, como requisito parcial, para obtenção do grau de Doutor em

Ciência e Tecnologia de Alimentos, do Programa de Pós-Graduação em Ciência e

Tecnologia de Alimentos, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade

Federal de Pelotas.

Data da Defesa: 28 de março de 2014

Banca examinadora:

Prof. Dr. William Peres (Orientador) Doutor em Ciências pela Universidade de São

Paulo - USP

Prof. Dr. Moacir Cardoso Elias (Orientador) Doutor em Agronomia pela

Universidade Federal de Pelotas - UFPEL

Prof. Dr. Jander Luis Fernandes Monks (Orientador) Doutor em Ciência e

Tecnologia Agroindustrial pela Universidade Federal de Pelotas - UFPEL

Prof. Dra. Ana Paula Wally Vallim, Doutora em Ciência e Tecnologia

Agroindustrial pela Universidade Federal de Pelotas - UFPEL

Profa. Dra. Letícia Mascarenhas Pereira Barbosa, Doutora em Ciência e

Tecnologia Agroindustrial pela Universidade Federal de Pelotas - UFPEL

Prof. Dr Maurício Oliveira Doutor em Ciência e Tecnologia Agroindustrial pela

Universidade Federal de Pelotas - UFPEL

Profa. Dra. Roberta Nunes Horta, Doutora em Genética e Toxicologia Aplicada

pela Universidade Luterana do Brasil – ULBRA

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

A Deus e a Nossa Senhora Aparecida pela fé, força e coragem para concluir

esta pesquisa.

Ao meu querido e saudoso Pai Criseldo Palomino “in memoriam”, que embora

por poucos anos que estivestes junto de nós, deixastes teu exemplo de amor,

alegria e dedicação a tua família. A minha Mãe querida Zulma, pelo seu amor

incondicional, que me educou e me ensinou a valorizar as oportunidades da vida e

acreditar que é possível sonhar! Mãe maravilhosa, companheira, ajudando a cuidar

dos meus filhos e me apoiando em todos os momentos.

Aos meus amados Filhos Gabriel e Thiago, a razão da minha vida, por

entenderem a minha ausência e serem o estímulo nesta caminhada.

Ao meu Amor Cesar, pelo seu carinho, incentivo, apoio e companheirismo em

todos os momentos desta trajetória.

A minha Irmã Laura, Cunhado Bira, Sobrinhos Igor e Fabiana e Sobrinhos

Netos Henrique e Matheus, família querida… por estarem sempre torcendo por mim.

Dedico!!!

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof. Dr. William Peres pela sua amizade, estímulo e

excelentes sugestões e orientações.

Ao meu orientador Prof. Dr. Moacir Cardoso Elias, por acreditar na minha

capacidade, pela sua competência, orientações, apoio e amizade.

Ao meu orientador Prof. Dr. Jander Luis Fernandes Monks pela sua amizade,

estímulo e valiosas orientações em todos os momentos.

A minha grande amiga e parceira do doutorado Vera Bortolini, pelos

momentos difíceis e alegres que enfrentamos juntas, pela amizade, carinho e

incentivo mútuo.

Ao meu superamigo Guilherme Cassão e Bragança pela valiosa e efetiva

ajuda, incentivo e parceria no desenvolvimento dos experimentos e pesquisa de

artigos que me ajudaram a executar este doutorado.

As minhas queridas amigas Graciela Maldaner e Ana Colpo pelo incentivo,

ensinamentos e valiosa ajuda nos experimentos.

A minha sempre amiga Reni Rockenbach, pela sua amizade, colaboração no

biológico e incentivo em todos os momentos.

As minhas colegas do doutorado Angélica Markus Nicoletti e Magda dos

Santos pela amizade, experiência e companheirismo durante os experimentos e

todos os momentos desta conquista.

À Veterinária Luiza Osório e colegas pela importante ajuda e experiência na

eutanásia.

As minhas queridas colegas de trabalho, Carmem Vaz, Cintia Lima, Lídia

Guterres, Suzana Curi Jorge, Ana Paula Menezes, Eliane Tavares, Lucia Azambuja,

Gabriela Schirmann, Ana Carolina Zago, Cecília Azambuja, Jaqueline Almeida e Laci

Sarmento pela amizade, incentivo e apoio.

À Universidade Federal de Pelotas pela realização do Curso e ao

Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos - DCTA, Professores, Alunos e

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

Funcionários, pela amizade, apoio e suporte fornecidos para a realização

deste trabalho.

Aos membros da banca examinadora, Ana Paula Vallim, Letícia Barbosa,

Maurício de Oliveira e Roberta Horta pelas sugestões e comentários.

À equipe do Biotério da Universidade Federal de Pelotas, pelo experimento

biológico.

Ao Engenho Coradini, em nome do Sr. Antônio Coradini e à Vinícola Peruzzo,

em nome Sr. Lindonor Peruzzo pelo fornecimento das matérias-primas arroz

parboilizado e bagaço de uva, respectivamente.

Ao Laboratório Rouget Perez, Pelotas/RS, em nome da Dra. Margarida Moura

Umpierre, por permitir que fossem realizadas as análises hematológicas do meu

experimento.

Aos acadêmicos dos Cursos de Medicina, Nutrição, Veterinária da UFPEL e

Farmácia e Nutrição URCAMP, pela valiosa colaboração no ensaio biológico: Daiana

Canova; Jésica Paniz Sérgio Decker; Taíse de Carvalho; Rafael Vieira; Cristiele de

Leon; Carina Burkert da Silva; Guilherme Cassão Bragança; Carla Gonzales;

Bárbara Rodrigues, meus mais sinceros agradecimentos.

Aos professores Flavio Pavan e Valéria Crexi por terem permitido realizar

análises na Universidade Federal do Pampa e aos técnicos de laboratório Candice

Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos.

Às professoras Gladis Lemos e Cléia Siqueira pelas orientações nas análises

bromatológicas e às técnicas de laboratório Geneci Leite, Gizele Kömmling e

Albrantina Brião pelo apoio nos experimentos nos laboratórios da URCAMP.

À Administração Superior da Universidade da Região da Campanha -

URCAMP, ao Curso de Nutrição, por oportunizar o período necessário para realizar

atividades referentes ao doutorado.

A todos que direta ou indiretamente torceram, colaboraram e me

acompanharam nesta trajetória.

Muito Obrigada!!!

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

RESUMO

PALOMINO, Mônica Lourdes Palomino de los Santos. Efeitos de misturas à base de arroz parboilizado e bagaço de uva em ratos alimentados com dieta hipercolesterolêmica. 2014, 108 f. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2014.

Na atual sociedade evidencia-se uma transição nutricional na alimentação humana, onde maus hábitos no consumo dos alimentos são fatores de risco para doenças crônico-degenerativas. Diante das potencialidades funcionais do arroz e do bagaço de uva na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, o presente estudo teve por objetivo caracterizar quimicamente grãos de arroz parboilizado e bagaço de uva, investigando seus efeitos na resposta biológica de ratos Wistar, alimentados com dieta hipercolesterolêmica. O trabalho foi estruturado em dois estudos, que englobaram dois experimentos. No experimento I foi determinada a atividade antioxidante e avaliados parâmetros químicos e microbiológicos em grãos de arroz parboilizado, bagaço de uva e Mix de suas misturas (Mix 1- 40% de arroz parboilizado e 60% bagaço de uva e Mix 2 - 60% de arroz parboilizado e 40% bagaço de uva). No experimento II foram avaliadas as respostas biológicas de ratos Wistar machos adultos, cepa UFPEL, alimentados com dietas hipercolesterolêmicas contendo diferentes proporções de bagaço de uva e arroz parboilizado. Com os resultados é possível concluir que a adição de arroz parboilizado e bagaço de uva melhora os parâmetros de avaliação nutricional de dietas hipercolesterolêmicas, com aumento das concentrações de fatores de proteção. O aumento da proporção de bagaço de uva na dieta provoca aumento na disponibilidade de antioxidantes, reduz os níveis sanguíneos de colesterol e lipoproteína LDL, sem comprometer parâmetros relacionados à função renal. A presença de arroz parboilizado na dieta hipercolesterolêmica promove aumento nos níveis plasmáticos da lipoproteína HDL.

Palavras-chave: arroz; bagaço de uva; ratos Wistar; dietas; colesterol.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

ABSTRACT

PALOMINO, Monica Lourdes Palomino de Los Santos. Effects of mixtures with a

basis of parboiled rice and grape in biological response of Rats fed on

hypercholesterolemic diet. 2014, 108 f. Doctoral Thesis Post-Graduate Program in

Food Science and Technology. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas/RS.

In the current society it is evidenced a nutritional transition in food, where bad habits in food consumption are risk factors for chronic degenerative diseases. Before the functional potential of rice and grape bagasse in the prevention and treatment of cardiovascular diseases, this study aimed to characterize grains of parboiled rice and grape residue, investigating its effects on biological response of Wistar rats, fed on hypercholesterolemic diet. The work was structured in two studies, which encompassed two experiments. In experiment I was determined to oxidizing activity and chemical and microbiological parameters measured on grains of parboiled rice, grape Marc and Mix of their mixtures (Mix 1-40% of parboiled rice and 60% grape bagasse and Mix 2-60% of parboiled rice and 40% grape residue). In experiment II were evaluated the biological responses of adult male Wistar rats, cepa UFPEL, fed hypercholesterolemic diets containing different proportions of grape bagasse and parboiled rice. With our results is possible to concluded that the addition of parboiled rice and grape pomace improves parameters of nutritional assessment in hypercholesterolemic diets and there are increase of the protective factors concentrations. The elevation in the proportion of grape pomace in diet causes elevation in availability of the antioxidants, reduces blood levels of cholesterol and LDL lipoprotein without impairment of the renal function parameters. The presence of parboiled rice in hypercholesterolemic diet promotes increased of the HDL lipoprotein in plasma.

Keywords: rice; grape pomace; Wistar rats; diets; cholesterol.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

Lista de Figuras

Figura 1 Estrutura química do colesterol .............................................................. 24

Figura 2 Estrutura anatômica do grão de arroz. ................................................... 30

Figura 3 Foto de secção transversal de uma baga de uva tinta. .......................... 38

Figura 4 Estrutura química dos polifenóis. ............................................................ 39

Figura 5 Fluxograma do processamento do bagaço da uva. ................................ 46

Figura 6 Fluxograma da elaboração dos péletes. ................................................. 48

Figura 7 Fluxograma do ensaio biológico. ............................................................ 56

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

Lista de Tabelas

Tabela 1 Comparação entre arroz parboilizado, bagaço de uva, Mix 1 e Mix 2, quanto aos parâmetros químicos, atividade antioxidante e microbiológica ......................................................................................... 45

Tabela 2 Ensaio biológico para avaliar os efeitos de misturas à base de arroz parboilizado e bagaço de uva, na resposta biológica de ratos alimentados com dieta hipercolesterolêmica .......................................... 45

Tabela 3 Composição dos Mix de grãos de arroz parboilizado e bagaço de uva. ......................................................................................................... 47

Tabela 4 Quantidades em gramas de arroz parboilizado e bagaço de uva presentes em 100 g de dieta experimental utilizada no ensaio biológico ................................................................................................. 53

Tabela 5 Dieta experimental de manutenção AIN-93M, conforme Reeves et al. (1993), utilizada no ensaio biológico com ratos adultos machos Wistar/UFPel .......................................................................................... 53

Tabela 6 Dietas experimentais para avaliar os efeitos de misturas à base de arroz parboilizado e bagaço de uva na resposta biológica de ratos alimentados com dietas hipercolesterolêmicas ...................................... 54

Tabela 7 Composição centesimal do arroz parboilizado e bagaço de uva ............ 60

Tabela 8 Composição centesimal dos Mix à base de arroz parboilizado e bagaço de uva. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva .......... 62

Tabela 9 Teor de fenóis totais (mg EAG g-1) de arroz parboilizado e bagaço de uva e dos Mix 1 e Mix 2 .......................................................................... 64

Tabela 10 Teor de antocianinas totais (mg 100g-1) de arroz parboilizado, bagaço de uva e dos Mix 1 e Mix 2 ..................................................... 65

Tabela 11 Capacidade antioxidante dos extratos de arroz parboilizado, bagaço de uva e dos Mix 1 e Mix 2 para quelação de Fe (%) e varredura de Óxido Nítrico (%) ............................................................ 66

Tabela 12 Análise microbiológica de arroz parboilizado e bagaço de uva ........... 67

Tabela 13 Consumo de dieta (gramas), ganho de peso (gramas) e coeficiente de eficiência alimentar (CEA %) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva .............................................................. 68

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

Tabela 14 Correlação de Pearson e valor de p entre as dietas colesterol 1 %, Mix 1 10%, Mix 1 30% e Mix 2 10% com os parâmetros consumo, ganho de peso e CEA .......................................................................... 70

Tabela 15 Perfis de colesterol total, lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva .................................................................................. 71

Tabela 16 Massa da gordura epididimal (g) e relação da gordura epididimal de ratos machos da linhagem Wistar, alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva ............. 73

Tabela 17 Massa do fígado (gramas) e relação hepatossomática (%) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva. .............................................. 75

Tabela 18 Correlação de Pearson e valor de p entre as dietas colesterol 1%, Mix 1 10% e Mix 20% e Mix 2 20% e os parâmetros massa do fígado com colesterol, lipoproteína de alta densidade (HDL) e lipoproteína de baixa densidade (LDL) ................................................ 76

Tabela 19 Perfis de glicose e triacilgliceróis de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de grãos de arroz parboilizado e de bagaço de uva ................................................ 77

Tabela 20 Correlação de Pearson e valor de p entre as dietas colesterol 1%, Mix 1 10% e Mix 1 20% e Mix 2 20% com os parâmetros triacilgliceróis (TAG) com ganho de peso, consumo, relação da gordura epididimal e lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL)... 79

Tabela 21 Perfis de ureia e creatinina de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva .................................................................................. 80

Tabela 22 Atividades das enzimas transaminase glutâmico oxalacética (TGO), transaminase glutâmico pirúvica (TGP) e fosfatase alcalina (U L-1) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva .. 81

Tabela 23 Correlação de Pearson e valor de p entre as dietas Mix 1 10%, Mix 1 30%, Mix 2 20% e enzimas transaminase glutâmico oxalacética (TGO), transaminase glutâmico pirúvica (TGP) e fosfatase alcalina, coeficiente de eficiência alimentar (CEA), lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), triacilgliceróis (TAG), glicose e massa da gordura epididimal ............................................................................... 84

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

Lista de Anexo

Anexo A Aprovação do ensaio biológico pela Comissão de Ética e

Experimentação Animal (CEEA - UFPEL) ............................................ 107

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 17

2.1 Transição nutricional ........................................................................................... 17

2.2 Doenças cardiovasculares .................................................................................. 18

2.3 Colesterol ............................................................................................................ 24

2.4 Alimentos funcionais ........................................................................................... 26

2.5 Arroz (Oryza sativa) ............................................................................................ 28

2.5.1 Histórico, produção e consumo ........................................................................ 28

2.5.2 O grão de arroz e aspectos morfológicos ......................................................... 29

2.5.3 Compostos funcionais do arroz ........................................................................ 31

2.5.4 Parboilização do arroz ...................................................................................... 33

2.6 Uva (Vitis vinifera) ............................................................................................... 34

2.6.1 Histórico, produção e consumo ........................................................................ 34

2.6.2 Bagaço de uva ................................................................................................. 36

2.6.3 Compostos fenólicos ........................................................................................ 37

2.6.3.1 Antocianinas .................................................................................................. 40

2.7 Aproveitamento integral de alimentos ................................................................. 40

2.8 Controle microbiológico ....................................................................................... 41

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 43

3.1 Material................................................................................................................ 43

3.1.1 Matérias-primas ................................................................................................ 43

3.1.2 Animais para experimentação .......................................................................... 44

3.2 Métodos ............................................................................................................... 44

3.2.1 Delineamento experimental .............................................................................. 44

3.2.1.1 Experimento I - Atividade antioxidante e parâmetros químicos e microbiológicos em arroz parboilizado, bagaço de uva e Mix 1 e Mix 2. ....... 44

3.2.1.2 Experimento II - Ensaio biológico: efeitos das diferentes proporções em misturas de arroz parboilizado e bagaço de uva (Mix 1 e Mix 2), em dietas hipercolesterolêmicas, sobre a resposta biológica de ratos Wistar machos. ......................................................................................................... 45

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

3.2.2 Procedimentos e avaliações ............................................................................. 46

3.2.2.1 Preparo das amostras ................................................................................... 46

3.2.2.2 Composição química ..................................................................................... 49

3.2.2.2.1 Composição centesimal ............................................................................. 49

3.2.2.2.2 Fenóis totais ............................................................................................... 50

3.2.2.2.3 Antocianinas totais .................................................................................... 50

3.2.2.3 Atividade antioxidante ................................................................................... 51

3.2.2.4. Determinação microbiológica ....................................................................... 52

3.2.2.5. Dietas experimentais para o ensaio biológico .............................................. 52

3.2.2.6 Protocolo para a condução do ensaio biológico ........................................... 55

3.2.2.7 Ganho de peso .............................................................................................. 56

3.2.2.8 Consumo das dietas ...................................................................................... 56

3.2.2.9 Coeficiente de eficiência alimentar ................................................................ 57

3.2.2.10 Massa da gordura epididimal e fígado......................................................... 57

3.2.2.11 Relação da gordura epididimal .................................................................... 57

3.2.2.12 Relação hepatossomática ........................................................................... 57

3.2.2.13 Avaliações bioquímicas ............................................................................... 58

3.2.2.14 Determinação da lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) ............... 58

3.2.2.15 Determinação da lipoproteína de baixa densidade (LDL)............................ 58

3.2.3 Estatística ......................................................................................................... 58

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 60

4.1 Experimento I - Parâmetros químicos, antioxidantes e microbiológicos de arroz parboilizado, bagaço de uva, Mix 1 (60% de bagaço de uva e 40% de arroz) e Mix 2 (40% de bagaço de uva e 60% de arroz). .................................... 60

4.1.1 Composição centesimal do arroz parboilizado e bagaço de uva ...................... 60

4.1.2 Composição Centesimal dos Mix 1 e Mix 2 ...................................................... 61

4.1.3 Teor de fenóis totais (mg EAG 100g-1) de arroz parboilizado, bagaço de uvas tintas variedade “Cabernet Sauvignon” (Vitis vinifera) e dos Mix 1 e Mix 2 ................................................................................................................ 63

4.1.4 Análise microbiológica do arroz parboilizado e bagaço de uva ........................ 67

4.2 Experimento II - Ensaio biológico: efeitos dos Mix 1 e Mix 2 (compostos por diferentes concentrações de arroz parboilizado e bagaço de uva), em dietas hipercolesterolêmicas, sobre a resposta biológica de ratos machos Wistar-UFPel. ................................................................................................................. 68

4.2.1 Consumo de dieta, ganho de peso e coeficiente de eficiência alimentar de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva................................................... 68

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

4.2.2 Perfis de colesterol total, lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva ......................... 70

4.2.3 Massa da gordura epididimal (g) e relação da gordura epididimal de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base arroz parboilizado e bagaço de uva ................................................................. 73

4.2.4 Massa do fígado (g) e relação hepatossomática de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva .......................................................................... 74

4.2.5 Perfis de glicose e triacilgliceróis de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva .................................................................................................. 77

4.2.7 Perfis de ureia e creatinina de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva .................................................................................................. 80

4.2.8 Atividades das enzimas transaminase glutâmico oxalacética (TGO), transaminase glutâmico pirúvica (TGP) e fosfatase alcalina (U L-1) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva ............................................................ 81

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 85

6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 86

ANEXO ................................................................................................................... 106

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

15

1 INTRODUÇÃO

A alimentação é imprescindível à vida e à sobrevivência humana, sendo

considerada uma necessidade básica e um direito humano. A promoção de práticas

alimentares e estilo de vida saudável tem se tornado prioridade em políticas de

saúde em todo o mundo, principalmente diante do panorama de transição

demográfica, epidemiológica e nutricional. A transição nutricional evidenciada na

sociedade moderna, cujo padrão de consumo, com predomínio de carboidratos

simples em detrimento do consumo de frutas, legumes e hortaliças, sofre influência

de fatores socioeconômicos, demográficos e comportamentais. É importante

destacar, que as características qualitativas da dieta são importantes na definição do

estado de saúde de uma população, principalmente no que diz respeito às doenças

crônico-degenerativas da idade adulta.

Diante desta realidade, o desenvolvimento de novos produtos alimentícios,

torna-se cada vez mais desafiador, à medida que se procura atender a demanda dos

consumidores por produtos que, concomitantemente, sejam saudáveis, atrativos e

de qualidade. Os efeitos benéficos de determinados tipos de alimentos sobre a

saúde são conhecidos há muito tempo, como por exemplo, os alimentos funcionais,

são aqueles que, além de contribuírem com a nutrição, contêm substâncias que

podem ser consideradas biologicamente ativas, produtoras de benefícios clínicos ou

de saúde, como por exemplo, o controle da hipercolesterolemia.

Entre os alimentos funcionais, buscou-se pesquisar no arroz parboilizado

(Oryza sativa), as suas propriedades nutricionais e antioxidantes. Quanto ao valor

nutricional, o arroz oferece 20% do consumo mundial de energia dietética. Rico em

carboidratos, na sua forma natural, é um alimento essencialmente energético, mas

pode ser também uma importante fonte de proteínas de fácil digestão, sais minerais

(principalmente fósforo, ferro e cálcio) e vitaminas do complexo B, como a B1

(tiamina), B2 (riboflavina), B3 (niacina) e B9 (ácido fólico). Por ser um produto de

origem vegetal, o arroz é um alimento isento de colesterol, com baixo teor de

lipídios, se destacando o orizanol e o tocotrienol.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

16

Outro alimento funcional alvo da pesquisa, foi a uva (Vitis vinífera), fruta rica

em compostos fenólicos, os principais são os flavonoides (antocianinas, flavanóis e

flavonóis), os estilbenos (resveratrol), os ácidos fenólicos (derivados dos ácidos

cinâmicos e benzoicos) e ampla variedade de taninos. Alguns estudos focalizam o

potencial antioxidante no bagaço, composto de sementes e cascas. Os glicosídeos

de flavonóis e as antocianinas, grupo de pigmentos naturais com estruturas fenólicas

variadas, presentes em maior concentração nas cascas, estão entre os compostos

fenólicos mais determinados e estudados nas uvas, por sua destacada atividade

antioxidante e por suas propriedades anti-inflamatórias e anticancerígenas. Portanto,

há uma maior necessidade do efeito desses alimentos em estudos biológicos.

Desta forma, o presente estudo teve por objetivo investigar o efeito da adição

de uma mistura de arroz parboilizado e bagaço de uva na resposta biológica de

ratos Wistar, alimentados com uma dieta hipercolesterolêmica.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Transição nutricional

A transição nutricional evidenciada na sociedade moderna, cujo padrão de

consumo, com predomínio de carboidratos simples em detrimento do consumo de

frutas, legumes e hortaliças, sofre influência de fatores socioeconômicos,

demográficos e comportamentais (PINHO et al., 2012).

A mídia e a industrialização são responsáveis por mudanças no padrão de

vida e consequentemente nos hábitos alimentares da população (MARIATH et al.,

2007). No Brasil, existe um alto consumo de alimentos com elevado teor calórico,

ricos em sódio, gorduras saturadas, açúcar, bebidas açucaradas e lanches do tipo

fast-food, além de baixo consumo de frutas e hortaliças (LEAL et al., 2010), fatores

considerados de risco para a obesidade e co-morbidades (BRASIL, 2012d).

A obesidade, que é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como

o acúmulo excessivo ou anormal de gordura, pode resultar em danos à saúde do

indivíduo, sendo considerada um dos principais problemas de saúde pública da

atualidade, é uma doença complexa e multifatorial que envolve a interação de

influências metabólicas, fisiológicas, comportamentais e sociais (PEIXOTO et al.,

2006; OLIVEIRA et al., 2009).

Na obesidade, bem como no diabetes melito tipo 2 e na síndrome metabólica,

o hormônio adiponectina (adipoQ) encontra-se diminuído. Este hormônio é uma

proteína de produção específica pelos adipócitos e tem a função reguladora da

homeostase dos lipídeos e da glicose, potencializa a ação da insulina no fígado e

reduz a produção hepática de glicose (STEEMBURGO et al., 2009).

Uma co-morbidade do diabetes é a elevação da pressão arterial, que é um

sinal de manifestação de doença específica na hipertensão arterial (HAS)

secundária, que responde por 5% dos casos. Nos casos de HAS primária ou

essencial, é sinal de que um conjunto de fatores compromete o sistema

cardiovascular e responde pelos demais 95% dos casos de HAS. Nesses casos, sua

manifestação e severidade são influenciadas por fatores, como quantidade de sal na

dieta, padrão de atividade física e controle do peso corporal (WILLIAMS et al., 2004).

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

18

A última pesquisa sobre orçamento familiar realizada no Brasil confirma o

aumento do consumo de alimentos ricos em gorduras em detrimento àqueles típicos

da dieta nacional, como o arroz e o feijão, e de frutas, verduras e legumes. Quando

estratificado por renda, observa-se que os feijões, raízes e tubérculos são mais

consumidos pela população que tem rendimento de até ¼ do salário mínimo, cuja

dieta é predominantemente glicídica. Quando avaliada a qualidade da alimentação

da Região Sul do país, observa-se que esta apresenta menor consumo de feijão e

maior de gorduras saturadas dentre as cinco regiões (IBGE, 2010). No Brasil, tem-se

observado que a dieta vigente apresenta maior participação de alimentos com

excesso de calorias provenientes de açúcares livres e de gorduras saturadas e

menor presença de frutas, legumes e verduras (LEVY et al., 2012).

Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (2003), o consumo

insuficiente de frutas, legumes e verduras encontra-se entre os dez principais fatores

de risco para a carga global de doenças em todo o mundo. Aproximadamente 2,7

milhões de óbitos podem ser atribuídos a um baixo consumo de frutas e vegetais.

Tais alimentos são considerados componentes importantes de uma dieta saudável,

pois são fontes de fibras, micronutrientes e outros componentes com propriedades

funcionais. O maior consumo de fibra na dieta tem sido associado à redução na

pressão arterial, na concentração de colesterol total, colesterol LDL e triacilgliceróis,

e ao controle da glicose sanguínea (BEHALL et al., 2006), auxiliando na prevenção e

no controle de algumas doenças crônicas, como diabetes e doenças

cardiovasculares (WALTER et al., 2008).

2.2 Doenças cardiovasculares

As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no mundo.

Calcula-se que no ano de 2008, a mortalidade atingiu 17,3 milhões de pessoas,

representando 30% dos óbitos (WHO, 2011). Estima-se que em 2030 a mortalidade

por doenças cardiovasculares seja de 23,3 milhões, causadas por cardiopatia e

acidente vascular cerebral (MATHERS e LONCAR, 2006).

Embora a mortalidade cardiovascular continue elevada no Brasil, a

mortalidade por doença arterial coronariana diminuiu em 26% entre 1996 e 2007

(SCHMIDT et al., 2011). Porém, inquéritos em áreas metropolitanas brasileiras

indicam que, entre os anos 1970 e meados dos anos 2000, houve um aumento de

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

19

400% na aquisição de alimentos processados, incluindo alimentos com gorduras

trans, e a proporção de energia derivada de gordura nas compras de alimentos

aumentou de 25,8 para 30,5% (SCHERR e RIBEIRO, 2008). De acordo com essas

tendências de aquisição de alimentos, a prevalência de obesidade em adultos

aumentou de 11,4 para 13,9% entre 2006 e 2009 (SCHMIDT et al., 2011). Assim

sendo, parece que os hábitos alimentares da população brasileira estão na

contramão dos esforços para redução da mortalidade por doença arterial

coronariana (SCHERR e RIBEIRO, 2013).

Datam do século XX os primeiros estudos relativos à complexa transformação

dos padrões de saúde-doença no mundo e de sua interação com determinantes

demográficos, econômicos e sociais. A transição epidemiológica observada, é

decorrente de três principais mudanças: a queda da mortalidade, a mudança do

padrão de morbidade, com redução das doenças transmissíveis e aumento das

doenças não transmissíveis, e o deslocamento da morbimortalidade para os grupos

etários mais velhos (THEME-FILHA, SZWARCWALD e SOUZA-JÚNIOR, 2005).

Com o envelhecimento da população brasileira, as doenças crônicas passaram a

representar uma expressiva e crescente demanda aos serviços de saúde,

evidenciando a necessidade de combater a sua prevalência (ALMEIDA et al., 2002;

ISHIMOTO, 2008). O processo de industrialização, a expansão desordenada das

grandes cidades, juntamente com as mudanças nos hábitos de vida, tornou a

população mais susceptível às doenças crônico-degenerativas (BARBOSA et al.,

2006; ROY et al., 2012)

Entre os fatores ambientais, os destaques são para os hábitos alimentares

inadequados e o sedentarismo. Estudos estabelecem uma relação direta entre o

consumo qualitativo e quantitativo de gorduras e de colesterol com as doenças

coronarianas, indicando que a dieta pode contribuir de forma decisiva para a

etiologia das dislipidemias, obesidade e hipertensão (MA et al.; 2008, TOFT et al.,

2007). As doenças cardiovasculares estão associadas ao desenvolvimento de

diversas doenças crônicas não transmissíveis, como por exemplo, a hipertensão

arterial, hipercolesterolemia, hiperlipidemia, doenças coronarianas entre outras

(GUEDES et al., 2006).

Conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007), a aterosclerose é

uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

20

agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de

médio e grande calibre. A formação da placa aterosclerótica inicia-se com a

agressão ao endotélio vascular devido a diversos fatores de risco: elevação de

lipoproteínas aterogênicas lipoproteínas de baixa densidade - LDL, lipoproteínas de

muito baixa densidade - VLDL e remanescentes de quilomicrons, hipertensão arterial

ou tabagismo. As doenças cardiovasculares (DCV) representam uma das patologias

mais intimamente relacionadas com a dieta e são responsáveis pelas elevadas

morbidade e mortalidades.

Segundo Costa e Rosa (2010) o desenvolvimento das DCV sofre influência de

diferentes fatores relacionados com a fisiologia, a genética, as condições ambientais

e o estresse. Os principais fatores de risco são o fumo, a hipertensão, a

hipercolesterolemia, a obesidade, o diabetes e a hipertrigliceridemia, em sua

maioria, associados ao estilo de vida e aos hábitos alimentares. Estudos em países

desenvolvidos mostram que fatores de risco cardiovasculares tendem a coexistir em

certos grupos sociodemográficos (POORTINGA, 2006) e são mais prevalentes entre

homens, indivíduos mais jovens e com baixo nível econômico e educacional (MUNIZ

et al., 2012).

Radicais livres

Um radical livre (RL) é uma estrutura química que possui em elétron

desemparelhado, o que o torna muito instável, extraordinariamente reativo e com

uma enorme capacidade para combinar-se inespecificamente com as diversas

moléculas integrantes da estrutura celular e derivados de cada uma delas

(HALLIWELL e GUTTERIDGE, 2000).

O oxigênio molecular (O2) é birradical, pois tem dois elétrons

desemparelhados, tornando-se pouco reativo (PERÓN, 2001). Como a maioria das

moléculas não são birradicais, o oxigênio fica impedido de reagir com elas. No

entanto, o processo de transferência de elétrons, ou a absorção de energia, pode

levar o oxigênio a gerar as espécies reativas do oxigênio (ERO) (OGA, 2003), os

radicais livres de O2 , como por exemplo, o peróxido de hidrogênio (H2 O2) e o ácido

hipocloroso (HClO), entre outros (HALLIWELL e GUTTERIDGE, 2000).

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

21

Entre as principais espécies reativas o radical superóxido (O2 -) é o mais

comum e abundante na célula (BOVERIS, 1998). É formado no organismo através

da cadeia de transporte de elétrons ou por ação de células fagocitárias (DIAZ et

al.,1998). Esse radical pode ser gerado também por reações de autoxidação e

reações enzimáticas em diversas organelas celulares (GARCEZ et al., 2004). Entre

as substâncias de interesse biológico que se autoxidam gerando o radical

superóxido incluem-se a hemoglobina, a mioglobina e as catecolaminas.

O peróxido de hidrogênio também é importante por sua capacidade de gerar o

radical hidroxila (OH) em presença de metais como o ferro. O H2O2 é formado

principalmente na matriz mitocondrial, durante o processo de redução do oxigênio,

ou pela dismutação do radical superóxido pela enzima SOD (FRIDOVICH, 1998)

O radical hidroxila é extremamente reativo, ou seja, tem vida curta, reagindo

rápido com alvos celulares mais próximos, podendo lesar o ácido desoxirribonucleico

DNA, proteínas, carboidratos e lipídeos (FELIPE JR e PERCÁRIO, 1991). A

capacidade de lesar as células é superior aos demais EROS, pois o organismo não

dispõe de um sistema enzimático de defesa contra o radical hidroxila (HALLIWELL e

GUTTERIDGE, 2000). Os autores afirmam ainda que a formação de OH, a partir do

peróxido de hidrogênio pode ser catalisada pela presença de íons metais de

transição como mostrado na reação de Fenton:

Fe 2 + H2O2 → Fe3 + OH + OH-

A presença de íons de metais de transição funciona como um fator que

promove a formação de radicais livres. Esses íons podem perder ou ganhar um

elétron à medida que mudam de um estado de valência para outro. Os metais de

transição presentes no organismo em maior quantidade são o ferro e o cobre. Os

íons de ferro ligados à transferrina e lactoferrina, em pH fisiológico não participam da

geração do radical hidroxila, no entanto, o ferro contido na ferritina pode ser

mobilizado por agentes redutores como radical superóxido ou o ascorbato e catalisar

a formação do radical hidroxila (ARUOMA, 1994).

Outra ERO capaz de modificar o DNA é o oxigênio singlet, causa danos às

proteínas devido à oxidação de grupos essenciais de aminoácidos (HALLIWELL e

GUTTERIDGE, 2000)

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

22

O óxido nítrico (NO) é uma molécula paramagnética e um radical livre, pois

possui um elétron não pareado na sua camada de valência (GRÖGE, 2002). O NO é

sintetizado por um grupo de enzimas, as óxido nítrico sintases (NOS), que converte

o aminoácido L-arginina em radical NO e em L-citrulina (GARCEZ et al., 2004). No

organismo, são encontrados três tipos de NOS: a NOS neuronial, encontrada no

sistema nervoso central e periférico; a NOS endotelial, presente em danos no

endotélio vascular e a NOS induzida, que pode ocorrer no tecido pulmonar e em

inflamações (VOET et al., 2000).

O radical NO reage muito rápido com outras espécies radicalares para

produzir as espécies reativas de nitrogênio (ERN), que podem modificar muitas

macromoléculas, incluindo proteínas, lipídeos e ácidos nucléicos (DAVIS et al.,

2001)

O óxido Nítrico constitui um dos mais importantes mediadores de processos

intra e extracelulares. Em organismos humanos tem duplo papel, podendo produzir

benefícios ou provocar danos, sendo potencialmente tóxico em condições de

estresse oxidativo. NO pode inibir a ativação e expressão de certas moléculas, e

influenciar produção de anion superóxido tendo papel crítico na manutenção da

função endotelial e tônus vascular (VALLANCE e CHAN, 2001; DUSSE, VIEIRA e

CARVALHO, 2003; HALLIWELL e GUTTERIDE, 2007).

Estudos vêm sendo conduzidos com o intuito de verificar as propriedades

antioxidantes de uvas e do vinho tinto. Experimentos in vitro, em animais e em

humanos, vêm mostrando que o consumo desses produtos pode elevar a

capacidade antioxidante do plasma e reduzir a susceptilidade da LDL-c à oxidação

(SÉFORA-SOUSA e DE ANGELIS-PEREIRA, 2013).

Estudos apontam que os polifenóis (catequina, epicatequina, quercetina e

resveratrol) presentes no vinho tinto podem atuar diretamente contra as espécies

reativas de oxigênio (ERO) e nitrogênio (ERN) em macrófagos de murinos (CIZ et

al., 2008). Associada à atividade scavenger, polifenóis podem quelar metais, como

ferro e cobre, e assim inibir a formação de radicais livres (RODRIGO et al., 2011).

Atividade antioxidante

Hermann e Lerman (2001) sugerem que os vários fatores de risco para a

doença arterial coronariana (DAC) estão diretamente relacionados à disfunção

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

23

endotelial. A presença desses fatores de risco causa um grande número de

mudanças prejudiciais à biologia vascular, incluindo a diminuição da

biodisponibilidade de óxido nítrico, aumento da formação de radicais livres (RL) e

aumento da atividade endotelial. Essas mudanças podem levar a uma capacidade

vasodilatadora prejudicada (SINGH e JIALAL, 2006).

O endotélio é responsável pela síntese de fatores vasoconstritores e

vasodilatadores, sendo o óxido nítrico um dos fatores relaxantes de maior

importância (SAHA et al., 2006; RUSH e FORD, 2007). O controle da produção do

óxido nítrico está diretamente relacionado a diversas patologias, como hipertensão

arterial, aterosclerose e doença arterial coronária (ZANESCO e ANTUNES, 2005).

Em altas concentrações, o NO pode reagir com o ânion superóxido

produzindo o potencialmente danoso peroxinitrito (PELUFFO e RADI, 2007),

aumentando o estado de estresse oxidativo, induzindo peroxidação lipídica,

desestabilidade nas membranas, oxidação e nitração de proteínas e danos ao DNA

(YUAN et al., 2009).

Assim, substâncias que sequestrem o radical óxido nítrico podem

desempenhar um importante papel citoprotetor, agindo nos processos de toxidade

induzida por espécies reativas de nitrogênio (RNS), modulando os processos

inflamatórios, diminuindo o estado de estresse oxidativo e podendo apresentar- se

como alternativa terapêutica para algumas dessas desordens (SAHA et al., 2006).

A doença renal crônica (DRC) é uma das patologias considerada de alto risco

para as doenças cardiovasculares (DCV) (CANZIANI, 2004; KRUM et al., 2009). O

elevado risco cardiovascular na DRC poderia, em parte, ser explicado por um

sinergismo entre os fatores de risco tradicionais e os denominados emergentes,

derivados do estado urêmico, o qual predispõe aterosclerose acelerada e

mortalidade precoce. Além disso, existe o fato dos pacientes progredirem para a

DRC já com DCV avançada, pela concomitância dos fatores de risco como diabetes

e hipertensão arterial (causalidade epidemiológica) e a presença da síndrome má-

nutrição, inflamação e aterosclerose (MIA) que conjuntamente levariam a

aterosclerose acelerada (SUASSUNA e BASTOS, 2007; GAVINA, 2010).

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

24

2.3 Colesterol

O colesterol é um composto alicíclico com um núcleo ciclopentano-

peridrofenantreno hidroxilado no C3, uma ligação dupla no C5 e uma cadeia alifática

ramificada com 8 carbonos em C17 (Figura 1). Essa molécula é formada de 27

átomos de carbono e constitui o maior esterol dos tecidos animais (JANEIRO et al.,

2006; NELSON e COX, 2010).

Figura 1 - Estrutura química do colesterol Fonte: Saldaña (1997).

A produção desregulada de colesterol pode levar a doenças graves. Quando

a soma do colesterol endógeno (sintetizado) e o exógeno (dieta) excede à

quantidade necessária para satisfazer à síntese de membranas, sais biliares e

esteroides, pode ocorrer acúmulo de colesterol nas paredes de vasos sanguíneos

(placas de ateroma), resultando em obstrução desses vasos (aterosclerose) e

podendo causar sérios problemas cardíacos (MAHAN e SCOTT-STUMPP, 2010).

A relação entre os lipídeos e as doenças cardiovasculares tem sido estudada

desde 1847, quando Vogel detectou a presença de colesterol nas placas de ateroma

(LIMA et al., 2000). O desequilíbrio no metabolismo lipídico parece predispor ao

desenvolvimento da aterosclerose, e os fatores dietéticos, como dietas ricas em

gordura saturada, trans ou colesterol, desempenham um papel importante, pois

podem proporcionar a progressão da doença (BARÓ et al., 2003).

O desenvolvimento de hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia são fatores

de risco para doenças cardiovasculares (FENG et al., 2011). O colesterol (Figura 1)

desempenha várias funções essenciais no organismo, é componente de todas as

membranas celulares, é precursor de sais biliares, hormônios esteroides e da

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

25

vitamina D. Um complexo sistema de transporte, biossíntese e mecanismos

regulatórios estão envolvidos na manutenção de um suplemento contínuo de

colesterol (CHAMPE, 2009). O colesterol é lipídeo essencial ao organismo humano,

mas, em altas quantidades, torna-se prejudicial à saúde (ROCHA et al., 2012).

Assim sendo, considerando que 66,3% da carga da doença no Brasil

decorrem do grande impacto das doenças crônicas não transmissíveis - DCNT e

que, em várias regiões do mundo, as análises têm mostrado que a eliminação de

doenças crônicas poderia levar a ganhos em expectativa de vida livre da

incapacidade (CAMPOLINA et al., 2013). Neste caso, o enfoque prioritário deve ser,

o resgate de hábitos e práticas alimentares regionais, relacionadas ao consumo de

alimentos produzidos na região com elevado valor nutritivo, relacionando aos

padrões alimentares mais variados, nas diferentes fases do curso da vida

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Para tanto, é necessário sensibilizar a população,

de forma a possibilitar estratégias concretas que favoreçam a adoção e a

manutenção desses novos estilos de vida (BERNARDON et al., 2009). Nessa

perspectiva, os antioxidantes presentes na nossa dieta assumem uma grande

importância como possíveis agentes protetores que ajudam o corpo humano na

redução dos danos oxidativos (FERREIRA e ABREU, 2007).

A exemplo disso, destacam-se o arroz e o bagaço de uva (HELBIG, 2008;

ISHIMOTO, 2008), pois na fração lipídica do arroz existem importantes

antioxidantes, como os tocoferóis e os gama orizanol (HEINEMANN et al., 2006). No

farelo de arroz contém níveis elevados de vários fitoquímicos que possuem

atividades antioxidantes, bem como outras propriedades benéficas para a

saúde. Fitoquímicos, como a vitamina E, tocoferóis (TS), tocotrienóis (T3S) e a

fração γ-orizanol foi dada muita atenção em vários estudos (LOPES et al., 2012).

Observa-se na uva que os antioxidantes, como os polifenóis da fruta,

previnem o estresse oxidativo, protegem o LDL da oxidação e, em paralelo, reduzem

lesões ateroscleróticas (FUHRMAN e AVIRAM, 2001; KAMIYAMA et al., 2009),

causadas pela aterosclerose, a qual se caracteriza pelo estreitamento do calibre

interno dos vasos sanguíneos, que está relacionada com diversos fatores

etiológicos, entre eles a hipercolesterolemia, especialmente aumento da lipoproteína

de baixa densidade (LDL) (MEHTA et al., 2006). Associado a isso, pesquisas

demonstram que a oxidação da LDL e a secreção de mediadores inflamatórios são

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

26

responsáveis pela iniciação e progressão da aterosclerose (MCLAREN et al., 2010).

Portanto, os fitoquímicos presentes na uva, podem exercer função de bloqueadores

dos processos óxido-redutivo, desencadeados pelos radicais livres (RL) e espécies

reativas (ER) (HALLIWELL e GUTTERIDGE, 2007).

Quando ocorre aumento das espécies reativas e/ou decréscimo da atividade

antioxidante celular, diferentes moléculas podem ser lesadas pelo estresse oxidativo

(FRANZONI, 2005). A efetividade antioxidante de muitos compostos fenólicos é,

essencialmente, resultado da facilidade com a qual um átomo de hidrogênio de um

grupo hidroxil (OH) da sua estrutura aromática é doado para um radical livre, bem

como a habilidade da mesma em suportar um elétron não-emparelhado através do

deslocamento do mesmo ao redor de todo o sistema de elétrons da molécula

(DUTHIE, GARDNER e KYLE, 2003). Alimentos que possuem essas características

são denominados alimentos funcionais (GOFFMAN e BERGMAN, 2002).

2.4 Alimentos funcionais

A concepção de que alimentos poderiam prevenir doenças e serem usados

como tratamento surgiu há milênios. Hipócrates dizia: “Que o teu remédio seja o teu

alimento e o teu alimento seja o teu remédio” (CARVALHO e PEREIRA, 2008).

Porém o termo alimento funcional foi empregado só em meados de 80, introduzidos

pelos japoneses, que o definiram como “alimentos utilizados como parte de uma

dieta normal, e que demonstram benefícios fisiológicos e/ou reduzem o risco de

doenças crônicas, além de suas funções básicas nutricionais” (BRANDÃO, 2002).

Alimentos funcionais são aqueles que, além de contribuírem com a nutrição,

contêm substâncias que podem ser consideradas biologicamente ativas, produtoras

de benefícios clínicos ou de saúde (KOMATSU et al., 2008).

Na Resolução nº 19, de 30 de abril de 1999, a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária - ANVISA (a) aprovou a alegação de propriedade funcional num alimento,

como aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não

nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções

normais do organismo humano. A resolução também alega que propriedade de

saúde é aquela que afirma, sugere ou implica a existência da relação entre o

alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde. A partir daí,

inúmeras definições tem surgido. A mais usual, contida na resolução nº 2 de

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

27

07/01/2002 (ANVISA c), descreve ainda que alimento funcional é todo alimento ou

ingrediente que, além das funções nutricionais básicas, quando consumido na dieta

usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser

seguro para consumo sem supervisão médica (RAIZEL et al., 2011).

Segundo Anjo (2004), os alimentos funcionais à interferência na flora

intestinal, são divididos em três grupos: prebióticos, probióticos e simbióticos. De

acordo com Sanders (2003) os prebióticos são carboidratos complexos

(considerados fibras), resistentes às ações das enzimas salivares e intestinais. Eles

produzem efeitos benéficos à microflora colônia quando atingem o cólon. Os

probióticos são microrganismos vivos, administrados em quantidades adequadas,

que conferem benefícios à saúde do hospedeiro, pois são capazes de colonizar o

trato digestivo por aderência ao epitélio intestinal, produzindo substâncias

antimicrobianas, modulando a resposta imune e o metabolismo do hospedeiro

(ARCIERO et al., 2010; STENGER et al., 2011). Em um intestino adulto saudável, a

microflora predominante se compõe de micro-organismos promotores da saúde, em

sua maioria pertencente aos gêneros bifidobacterium e lactobacillus. Esses gêneros

estão presentes em iogurtes, produtos lácteos fermentados e suplementos

alimentares. Enquanto que os simbióticos são alimentos contendo simultaneamente

microrganismos probióticos e ingredientes prebióticos, resultando em produtos com

as características funcionais dos dois grupos, que em sinergia vão beneficiar a

saúde do consumidor (RAIZEL et al., 2011).

Diante disso, profissionais da saúde e de áreas correlatas buscam

alternativas alimentares capazes de melhorar o conteúdo qualitativo da dieta

habitualmente consumida, de forma a melhorar o estado nutricional da população. A

multimistura é um exemplo deste tipo de alternativa, pois faz parte de uma proposta

de alimentação alternativa no combate à desnutrição, podendo ser preparada a

partir de ingredientes de baixo custo e fácil acesso, geralmente farinhas e farelos de

cereais, sementes, pós de folhas verdes e de casca de ovos (OLIVEIRA et al.,

2006). No estudo de Kaminski et al. (2008), observou-se que a multimistura agregou

nutrientes de leguminosas e gramíneas, proporcionando maior ganho de peso,

consumo e coeficiente de eficiência alimentar que as demais complementações,

sobre a resposta biológica em ratos.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

28

Portanto, a crescente demanda do mercado consumidor por novos produtos,

melhorando o padrão alimentar da população, aliada aos conceitos de

produtividade e qualidade, vão ao encontro dos anseios da sociedade como um

todo, estimulando a utilização de matérias-primas regionais que não são

processadas, como é o caso da produção de uma farinha a base de arroz

parboilizado e de bagaço de uva. A utilização destas duas culturas nacionais pode

agregar valor econômico e nutricional ao produto (MOREIRA, 2012).

2.5 Arroz (Oryza sativa)

2.5.1 Histórico, produção e consumo

O Arroz surgiu no sudoeste Asiático em 5.000 a.C., tendo posteriormente se

expandido para a Índia e para a Europa por Alexandre Magno (FAO, 2006b). Em

meados do século XIII os espanhóis iniciaram seu cultivo nos países das Américas

do Sul e Central e, em 1685 chegou aos Estados Unidos da América (EUA). No

Brasil, essa cultura foi introduzida pelos portugueses nos primeiros anos após o

descobrimento (LEMOS e SOARES, 1999).

O arroz se destaca por ser o alimento básico da maioria da população em

várias regiões do planeta, é um dos cereais mais produzidos e consumidos no

mundo (WALTER et al., 2008). O arroz é considerado uma cultura extremamente

versátil, que se adapta a diferentes condições de solo e clima (LUZZARDI et al.,

2005).

A Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura - FAO,

estima que a produção de arroz mundial em 2013 aumentou em mais de 4 milhões

de toneladas, chegando a 729 milhões de toneladas por ano (FAO, 2013d). Segundo

o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011), o Brasil, no ano de 2012,

alcançou uma produção de arroz de aproximadamente 11,4 milhões de toneladas.

Sendo o maior produtor mundial do cereal, assim como é o maior consumidor, o que

mostra a grandeza do mercado brasileiro no cultivo do arroz (TAVARES et al.,

2012).

O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de arroz e sua participação

de 77% na produção nacional vem aumentando. Na safra de 2012/2013, houve um

incremento de 3,9% em relação ao ano anterior, as condições da lavoura foram

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

29

excelentes, o aumento da produção deu-se em função do uso de variedades com

alto potencial produtivo e em face de ocorrência de chuvas abaixo da média

favorecendo a cultura do arroz (CONAB, 2013b). Na região da campanha, Bagé é

um município de expressiva produção, a safra 2008/2009 foi de 91.815 toneladas

(CONAB, 2007a).

Quanto ao consumo, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e

Alimentação - FAO (2004a) calcula que o arroz é consumido por cerca de três

bilhões de pessoas, correspondendo à metade da população mundial e, segundo

estimativas oficiais no Brasil, até 2050 haverá uma demanda para atender ao dobro

desta população (EMBRAPA, 2006a). Embora afirme Barata (2005), que nos últimos

anos, o aumento da população brasileira vem sendo compensado por uma redução

no consumo per capita do cereal, consequência de uma série de modificações nos

padrões e hábitos de consumo da população.

De acordo com a Pesquisa do Orçamento Familiar realizada no Brasil em

2008 e 2009 a média de consumo per capita de arroz polido foi de 14,6 kg (IBGE,

2011). O arroz oferece 20% do consumo mundial de energia dietética, enquanto o

trigo fornece 19% e o milho 5% (FAO, 2004a). Na dieta dos brasileiros, o arroz na

forma de grão branco cozido é um dos alimentos mais presentes, mas a preferência

e o consumo de arroz parboilizado polido estão em ascensão, principalmente por

parte de pessoas que elegem consumir alimentos com propriedades funcionais

(ASSIS, 2009).

2.5.2 O grão de arroz e aspectos morfológicos

O grão inteiro é constituído por diversos tecidos (Figura 2), que apresentam

estrutura, composição química e funções diferenciadas. A casca constitui de 15 a

30% do peso do grão, dependendo da variedade, práticas culturais, localização

geográfica, estação do ano e temperatura. Minerais (sílica) e celulose são os

maiores componentes da casca (GUTOSKI e ELIAS, 1994).

O grão de arroz consiste da cariopse, endosperma e de uma camada

protetora, a casca, a mesma é composta de duas folhas modificadas, a pálea e a

lema. A cariopse é formada por diferentes camadas, sendo as mais externas o

pericarpo, tegumento e camada de aleurona, que representam 5-8% da massa do

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

30

arroz integral. A camada de aleurona apresenta duas estruturas de armazenamento

proeminentes, os grãos de aleurona (corpos proteicos) e os corpos lipídicos. O

embrião ou gérmen está localizado no lado ventral na base do grão, é rico em

proteínas e lipídios, e representa 2-3% do arroz integral. O endosperma forma a

maior parte do grão (89-94% do arroz integral) e consiste de células ricas em

grânulos de amido e com alguns corpos proteicos (JULIANO; BECHTEL, 1985). O

amido é um homopolissacarídeo composto por cadeias de amilose e amilopectina.

As proporções em que estas cadeias aparecem diferem entre genótipos, podendo-

se classificar os grãos como ceroso (1-2% de amilose), conteúdo de amilose muito

baixo (2-12%), baixo (12-20%), intermediário (20-25%) e alto (25-33%) (JULIANO,

1993). Além da sua importância nutricional, o amido apresenta importante papel

tecnológico em alimentos processados (SILVA e ASCHERI, 2009).

As camadas externas apresentam maiores concentrações de proteínas,

lipídios, fibra, minerais e vitaminas, enquanto o centro é rico em amido. Dessa forma,

o polimento resulta em redução no teor de nutrientes, exceto de amido, originando

as diferenças na composição entre o arroz integral e o polido.

Figura 2 - Estrutura anatômica do grão de arroz. Fonte: Hoseney (1994).

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

31

O grão de arroz, antes de estar na forma adequada para ser adquirido pelo

consumidor, passa por processos de beneficiamento. As três principais formas que o

arroz beneficiado é consumido, é branco, parboilizado e integral (FREITAS; SILVA e

GULARTE, 2009). Embora o arroz integral seja mais nutritivo, é menos consumido

devido ao seu sabor diferenciado e sua reduzida vida de prateleira (BARATA, 2005).

As formas de beneficiamento mais utilizadas pelas agroindústrias são a

convencional de arroz branco polido e a parboilização (AMATO e ELIAS, 2005).

Apesar de ser considerado um alimento importante na refeição do homem, o

arroz ainda é pouco reconhecido pelas suas características funcionais. Rico em

carboidratos, na sua forma natural, é um alimento essencialmente energético, mas

pode ser também uma importante fonte de proteínas, sais minerais (principalmente

fósforo, ferro e cálcio) e vitaminas do complexo B, como a B1 (tiamina), B2

(riboflavina), B3 (niacina) e B9 (ácido fólico) (MONKS, 2010).

2.5.3 Compostos funcionais do arroz

Os compostos funcionais do arroz começaram a ser estudados com

frequência ao final do século XX, estando esses diversos componentes presentes no

farelo e/ou no endosperma. As substâncias em questão estão relacionadas a

diferentes efeitos no organismo, função, relação estrutura química e efeito biológico:

proteína de baixo peso molecular, com efeito antialergênico; polissacarídeos ativos,

onde se incluem amido resistente e fibra; lipídeos funcionais, constituídos pelos

ácidos graxos insaturados; precursores vitamínicos como os carotenoides; minerais

essenciais como ferro, zinco e selênio; flavonas inativadoras de radicais livres,

aminoácidos essenciais e não constituintes de proteína, como o gama aminobutírico,

encontrado principalmente no farelo (HEINEMANN et al., 2005), o qual apresenta

uma ação anti-hipertensiva (SU et al., 2008; DORS et al., 2011).

Pesquisadores relatam efeitos benéficos à saúde no arroz, como auxílio no

controle da glicose sanguínea, redução dos lipídios séricos e da pressão arterial,

entre outros, auxiliando na prevenção e no controle de doenças crônicas, como

diabetes e doenças cardiovasculares (KOIDE et al., 1996).

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o

arroz fornece 20% da energia, devido a sua alta concentração de amido e 15% das

proteínas necessárias ao homem, destacando-se pela sua fácil digestão. A proteína

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

32

do arroz é considerada de boa qualidade, pois contém os oito aminoácidos

essenciais à alimentação humana, que associada ao feijão, possibilita uma mistura

proteica valiosa. As frações de proteína presentes no arroz são albumina, globulina,

prolamina e glutelina (ZHAI et al., 2001; ROSELL et al., 2007). Salienta-se ainda que

o arroz é rico em vitaminas do complexo B e vitamina E, em minerais (cálcio, fósforo

e ferro). Os principais ácidos graxos no arroz são os ácidos: palmítico, oleico e

linoleico, correspondendo a, aproximadamente, 95% dos ácidos graxos presentes

nos lipídios totais (MONKS, 2010), os quais se destacam os orizanóis e tocotrienóis

(HEINEMANN et al., 2006).

O γ-orizanol consiste numa complexa mistura de ésteres do ácido ferúlico

com alcóois triterpenos e esteróis. Mais de 23 ésteres dos ácidos ferúlico e caféico

já foram identificados no γ-orizanol, sendo os principais componentes (mais de 80%

da fração do γ-orizanol) o 24-metileno, cicloartenilferulato ou cicloartenol, β-

sistoterilferulato e campesterilferulato ou campesterol (KIM e GODBER, 2001;

FANG, YU e BADGER, 2003). Entre os fitoquímicos encontrados no grão existem

vários antioxidantes, fitoestrógenos e oligossacarídeos (SMITH et al., 2003). Nos

grãos também se encontram fatores antinutricionais, que atuam como inibidores de

enzimas digestivas (protease e amilase), ácido fítico, glutaminas, fenóis e taninos

(SLAVIN, 2004).

Apenas uma pequena quantidade de arroz é consumida como ingrediente em

produtos processados, sendo seu maior consumo na forma de grão (TORRES et al.,

1999). Para o aproveitamento dos grãos quebrados, que representam 14%, uma

solução seria a produção de farinha de arroz, aumentando o valor agregado desta

matéria-prima considerada subproduto do beneficiamento, uma vez que os grãos

quebrados têm menor valor comercial (ASSIS, 2009). A farinha apresenta

características desejáveis para panificação, tais como cor branca, sabor suave,

baixa alergenicidade de suas proteínas e carboidratos de fácil digestão

(SIVARAMAKRISHNAN et al., 2004), bem como baixos níveis de sódio (KADAN et

al., 2003).

Farinhas com arroz não contêm glúten, o que as torna interessantes para a

elaboração de produtos alternativos aos celíacos ou intolerantes à proteína do glúten

(SILVA e ASCHERI, 2009; STORCK et al., 2009).

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

33

Estudos com ratos demonstraram a associação entre o consumo de óleo de

farelo de arroz e a resposta hipolipidêmica, caracterizada por reduções nas

concentrações séricas de triacilgliceróis, colesterol total, lipoproteína de muito baixa

densidade (VLDL) e lipoproteínas de baixa densidade (LDL) (RUKMINI e

RAGHURAM, 1991).

Por isso, o aproveitamento de produtos com farinhas mistas com arroz na

alimentação humana, através da incorporação em produtos, é uma excelente

estratégia para aumentar o valor nutricional e conferir características funcionais, sem

agregar valores elevados no produto final (MARIANI, 2010).

2.5.4 Parboilização do arroz

O processo de parboilização do arroz, através do encharcamento, com a

migração de água para o interior do grão, seguida de autoclavagem, fornece o

aumento da retenção de vitaminas hidrossolúveis e sais minerais, evitando perdas

no polimento do grão (STORCK, 2004). Este processo proporciona a migração

destes compostos periféricos para o interior do grão, além da redução na retirada do

farelo, que é uma fração rica nestes compostos, assegurando com isso, um alimento

mais saudável (AMATO e ELIAS, 2005). As operações hidrotérmicas de

parboilização proporcionam ao arroz além do aumento de minerais e vitaminas,

fibras e substâncias com ação semelhante à das fibras, como o amido resistente,

que por não ser hidrolisado no trato gastrointestinal, atua na manutenção da

glicemia (AMATO e ELIAS, 2005; ASSIS, 2009). Pereira (2007) afirma que o amido

resistente é uma fibra funcional, possui cor branca, sabor neutro e pequeno tamanho

de partículas, possibilitando formular produtos com maior apelo e maior

palatabilidade. Por ser um alimento fermentado no intestino grosso, principalmente

pelas bifidobactérias, o amido resistente é considerado um agente prebiótico, pois

contribui para a saúde do cólon, devido à produção de ácidos graxos de cadeia curta

(AGCC), e também auxilia no controle do diabetes (SAJILATA et al., 2006).

O termo parboilizado, que pode se denominar também pré-cozimento,

sobreaquecimento ou tratamento hidrotérmico do arroz, abrange as operações às

quais é submetido o arroz em casca antes de ser beneficiado. Durante a maceração

efetuada com o arroz em casca, a água utilizada migra para o interior do grão

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

34

arrastando compostos hidrossolúveis e propicia também um meio adequado para a

gelatinização do amido, que deverá ocorrer durante o cozimento. Com a posterior

secagem, o grão do arroz torna-se mais resistente às tensões provocadas durante o

beneficiamento, aumentando assim, o rendimento em grãos inteiros. Isto resulta num

produto que, após o preparo para consumo, apresenta características sensoriais de

textura agradáveis e compatíveis com o perfil gastronômico do prato (GUTKOSKI e

ELIAS, 1994; AMATO e ELIAS, 2005).

No arroz parboilizado, o valor nutritivo é maior do que no branco polido pelo

processo convencional de industrialização, porque parte do conteúdo de vitaminas e

sais minerais se difundem no endosperma durante a parboilização, e também

porque há maior resistência à abrasão dos grãos parboilizados. As maiores

concentrações de vitaminas e minerais ocorrem nas camadas periféricas da cariopse

e no embrião, que são removidos por ocasião do polimento (ELIAS, OLIVEIRA e

SCHIAVON, 2010).

Os principais objetivos da parboilização são aumentar o rendimento industrial

em face da ocorrência de menor índice de quebrados, reduzir a perda de nutrientes

durante a operação de polimento, aumentar a resistência dos grãos a danos físicos

por insetos e resultar em um produto com melhores condições de conservação

(AMATO e ELIAS, 2005; IGATHINATHANE, CHATTOPADHYAY e PORDESIMO,

2005).

Amato e Elias (2005) afirmam que o Brasil detém a tecnologia de

parboilização mais avançada do mundo, o que proporcionou aumento significativo

na qualidade tecnológica e mercadológica do arroz parboilizado, conquistando cada

vez mais os diferentes nichos do mercado consumidor.

2.6 Uva (Vitis vinifera)

2.6.1 Histórico, produção e consumo

Originárias da Ásia, as primeiras variedades de uvas foram introduzidas no

Brasil pelos portugueses. Eram uvas finas (Vitis vinifera), cultivadas na Europa e

selecionadas com base em informações e experiência pessoal dos vitivinicultores

europeus (CAMARGO, MAIA e RITSCHEL, 2010).

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

35

A viticultura expandiu-se para várias regiões do país, sempre com cultivares

de Vitis vinifera procedentes de Portugal e da Espanha. Nas primeiras décadas do

século XIX, com a importação das uvas americanas procedentes da América do

Norte, foram introduzidas as doenças fúngicas que levaram a viticultura colonial à

decadência. Fatores étnicos e culturais fizeram com que a produção brasileira de

uvas se concentrasse inicialmente no estado do Rio Grande do Sul, onde se

encontra metade da produção brasileira, especialmente na região da serra gaúcha

(BRITO, 2011).

A cultivar Isabel passou a ser plantada nas diversas regiões do país,

tornando-se a base para o desenvolvimento da vitivinicultura comercial nos estados

do Rio Grande do Sul e de São Paulo. No início do século XX, no Rio Grande do

Sul, foi incentivado o cultivo de castas viníferas através de estímulos

governamentais. Nesse período a atividade vitivinícola expandiu-se para outras

regiões do sul e sudeste do país, na década de 70, com a chegada de algumas

empresas multinacionais na região da serra gaúcha e da fronteira oeste, verificou-se

um incremento significativo da área de parreirais com cultivares V. vinífera

(PROTAS, CAMARGO e MELO, 2001).

Conforme o Instituto Brasileiro do Vinho – IBRAVIN, o Rio Grande do Sul

sendo o maior produtor nacional de uva, é o responsável por 51,1% da produção

nacional, a qual vem aumentando nos municípios situados nas regiões da fronteira

oeste, como resultado do desenvolvimento da vitivinicultura nestas regiões.

(IBRAVIN, 2009). A metade sul do Rio Grande do Sul, outra importante área de

produção de uvas, está voltada à produção de vinhos finos, diferentemente da

exploração da vitivinicultura das regiões de Bento Gonçalves e Caxias, onde a

produção é caracterizada pela presença da agricultura familiar (BRITO, 2011).

Em 2012, a produção de uvas destinadas ao processamento (vinho, suco e

derivados) foi de 830,92 milhões de quilos, o que representa 57,07% da produção

nacional. O restante da produção (42,93%) foi destinado ao consumo in natura

(MELO, 2013).

Cabe destacar que os estados de Pernambuco e São Paulo, diferentemente

do Rio Grande do Sul, têm como objetivo principal a produção de uvas finas de

mesa, enquanto o Rio Grande do Sul responde por 90% da produção de vinhos e

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

36

mosto do País. Além desses, destacam-se na produção de uvas os Estados do

Paraná, Bahia e Santa Catarina (BRITO, 2011).

Quanto à exportação, a uva de mesa está entre as frutas de maior destaque,

pois, nas últimas duas décadas, enquanto a produção com finalidades para atender

demandas de consumo in natura tem crescido a taxas anuais próximas de 13%, as

exportações mundiais do produto foram incrementadas em cerca de 26% a.a. Diante

disso, atualmente, do total de uva de mesa produzida mundialmente, em torno de

19% é comercializado no mercado internacional; no início da década de 1990 o

volume desse comércio era de apenas 12% (FAO, 2012c).

Segundo Pötter et al. (2010) a zona da fronteira com o Uruguai e a Argentina

é apropriada ao cultivo de uvas viníferas, pois nessa região, o clima apresenta-se

mais seco e com maior luminosidade do que o da Serra Gaúcha, tradicional região

de produção de vinhos no Brasil. Essas condições climáticas propiciam um maior

acúmulo de açúcar nas bagas e maior produção de compostos fenólicos,

características que favorecem a propriedade antioxidante no bagaço das uvas.

A cultivar Cabernet Sauvignon é originária da região de Bordeaux, no

sudoeste da França, uva vinífera mais difundida no mundo, encontra-se em todas as

zonas temperadas e quentes. Foi introduzida no Brasil em 1921, mas somente

depois de 1980 verificou-se um incremento de seu plantio, no estado do Rio Grande

do Sul (ISHIMOTO, 2008).

Conforme o Instituto Brasileiro do Vinho, o consumo anual de vinho no Brasil

no período de 2004 a 2011, aumentou de 224,8 para 230 milhões de litros, já os

sucos de uva no mesmo período, aumentou de 19,2 para 34,9 milhões de quilos

(IBRAVIN, 2011).

2.6.2 Bagaço de uva

O bagaço de uva é formado, em média, por 58% de cascas, 20% de engaços

e 22% de sementes (Dantas et al., 2008). Para cada 100 litros de vinho produzido,

geram-se 31,7kg de resíduos, dos quais 20kg são de bagaço (CAMPOS, 2005),

constituído por fibras, proteínas, açúcares, minerais e ácidos graxos insaturados

(SASTRE et al., 1994; ORIOLS, 1994). Esse fato remete à importante questão de

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

37

aproveitar de forma racional esses resíduos A semente é composta

aproximadamente de: 40% fibra, 16% óleo, 11% proteínas, 7% compostos fenólicos

complexos (taninos), açúcares, sais minerais, entre outros. Ela é rica em óleo

essencial, o qual possui um alto valor agregado, sendo utilizado nas indústrias

químicas de cosméticos e farmacêuticos. A casca da uva representa cerca de 5 a

10% da baga, e seu conteúdo fenólico pode variar de 285 a 550 mg/kg de casca. É

uma fonte de antocianidinas e antocianinas, que são corantes naturais e possuem

propriedades antioxidantes, sendo inibidores de lipoperoxidação e também

apresentam atividades antimutagênicas, anti-inflamatórias e antiaterogênicas (Yi et

al., 2009). O engaço por sua vez é rico em compostos tânicos, os quais apresentam

alto potencial nutracêutico e farmacológico (MURGA et al., 2000; PINELO et al.,

2006).

2.6.3 Compostos fenólicos

Os compostos fenólicos correspondem a um grupo formado por moléculas

muito distintas entre si que estão divididas, em função da estrutura química, em duas

classes, flavonoides e não-flavonoides, e estas duas classes dividem-se em várias

subclasses em função do padrão de substituição e das estruturas químicas (CRUZ,

2008).

Os compostos fenólicos têm despertado grande interesse devido ao seu alto

teor nos vegetais e elevado poder antioxidante, capaz de remover radicais livres,

quelar íons metálicos com atividade redox, modular a expressão gênica e interagir

com mecanismos de sinalização celular; sendo atribuída grande parte de sua

bioatividade a estas características. Porém os mecanismos de absorção e

metabolismo e teores presentes na dieta podem afetar a eficiência da ação

antioxidante e estes aspectos não estão totalmente esclarecidos (SOOBRATTEE et

al., 2005).

A uva (Figura 3) além de ser uma excelente fonte nutricional, é rica em

compostos fenólicos, que se encontram principalmente na casca e sementes,

enquanto a polpa apresenta baixa concentração. A concentração desses compostos

na uva vai depender da variedade, clima, solo e sistema de cultivo (MARÍN et al.,

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

38

2012). Os compostos fenólicos podem ser classificados em flavonoides e não-

flavonoides. Do primeiro grupo, fazem parte os flavanóis (catequina, epicatequina e

epigalocatequina), flavonóis (caempferol, quercetina e miricetina) e antocianinas, e

ao segundo grupo pertencem os ácidos fenólicos, hidroxibenzóicos e

hidroxicinâmicos, como por exemplo, o resveratrol. As catequinas e epicatequinas,

presentes principalmente nas sementes, são os principais compostos fenólicos

responsáveis pelo sabor e adstringência de vinhos e sucos da fruta.

Figura 3 - Foto de secção transversal de uma baga de uva tinta. Fonte: adaptado de Ferreira (2010).

Os compostos fenólicos da uva agem como protetores nutricionais, atuando

na prevenção de desordens crônicas (CHIRA, SUH e TEISSEDRE, 2008). Os

polifenóis também podem exercer habilidades antioxidantes, através da proteção e

indução dos antioxidantes endógenos como glutationa S-transferase (GST), enzima

que protege células contra os danos oxidativos causados pelo peróxido de

hidrogênio (FIANDER e SCHNEIDER, 2000).

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

39

Os compostos fenólicos são classificados em diferentes grupos e funções a

partir do número de anéis fenólicos, além de seus elementos estruturais que unem

os anéis (Figura 4).

Figura 4 - Estrutura química dos polifenóis. Fonte: adaptado de Manach e Donovan (2004).

Dentre os compostos fenólicos das uvas, o resveratrol que é uma fitoalexina,

ou seja, um polifenol de defesa (SOLEAS et al.,1995), é sintetizado na videira em

resposta à infecção por fungos ou "stress" (desordem metabólica) abiótico

(JEANDET et al.,1995).

O resveratrol tem atraído atenção especial nas últimas décadas em

decorrência de estudos epidemiológicos que mostram correlação inversa entre o

consumo moderado de vinho e a incidência de doenças cardiovasculares. Os

estudos com esta fitoalexina tiveram início a partir de investigações relacionadas à

dieta francesa, que apesar de rica em gorduras de origem animal, parece associada

à baixa incidência de doenças cardiovasculares, fenômeno conhecido como

"Paradoxo Francês" (LANGCAKE, 1976). Estudos com ratos têm mostrado que o

resveratrol é um potente protetor contra alterações metabólicas associadas a dietas

hipercalóricas (SADRUDDIN e ARORA, 2009; RIVERA et al., 2009).

Na última década, estudos vêm sendo conduzidos com o intuito de verificar as

propriedades antioxidantes de uvas e do vinho tinto. Experimentos in vitro, em

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

40

animais e em humanos, vêm mostrando que o consumo desses produtos pode

elevar a capacidade antioxidante do plasma e reduzir a susceptilidade da LDL à

oxidação (SÉFORA-SOUSA e DE ANGELIS-PEREIRA, 2013).

2.6.3.1 Antocianinas

As antocianinas são flavonoides, ou seja, possuem o núcleo flavano como

estrutura básica e caracterizam-se por serem compostos hidrossolúveis

responsáveis pela coloração vermelha, azul, violeta e rosa de frutas, hortaliças e

flores. Sua biossíntese e acúmulo dependem de alguns fatores como luz,

temperatura, condição nutricional, hormônios, danos mecânicos e ataque de

patógenos (CABRITA et al., 2003; WROLSTAD et al., 2005; SILVA et al., 2010).

As indústrias que processam a uva no Brasil são na sua maioria vinícolas que

consideram o bagaço (cascas e sementes) de uva como subproduto. Esse

subproduto tem recebido grande atenção por causa da grande produção na região

sul do Brasil e por serem ricos em antocianinas (VALDUGA, 2008). O mesmo autor

afirma ainda que apesar de largamente disseminadas na natureza, são poucas as

fontes comercialmente utilizáveis de antocianinas. Entre essas fontes podem-se citar

o resíduo da fabricação do vinho e do suco de uva.

2.7 Aproveitamento integral de alimentos

A recuperação de compostos antioxidantes dos resíduos industriais do vinho

poderia representar um avanço significativo na manutenção do equilíbrio do meio

ambiente, visto que nas vinícolas as grandes quantidades de resíduos gerados

apresentam sérios problemas de armazenagem, de transformação, ou de eliminação,

em termos ecológicos e econômicos. Esta situação explica o interesse crescente em

explorar os subprodutos da vinificação. Pois estes resíduos são ricos em nutrientes e

compostos bioativos, com alto potencial de aplicação nutricional e tecnológica

(ALONSO et al., 2002).

A produção de quirera de arroz e bagaço de uva constitui um problema

econômico para a indústria, uma vez que tais subprodutos são rejeitados para

consumo humano e, portanto, possuem reduzido valor comercial (KADAN et al.,

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

41

2008; LIMBERGER et al., 2009) Tendo em vista que esses subprodutos possuem

propriedades nutricionais semelhantes aos grãos originais, uma das alternativas para

agregação de valor seria transformá-los em ingredientes para alimentos com maior

interesse comercial e industrial. Pesquisas com farinhas mistas são direcionadas para

a melhoria da qualidade nutricional de produtos alimentícios e para suprir a

necessidade dos consumidores por produtos diversificados (TIBURCIO, 2000).

Mudanças no processamento e a crescente exigência do consumidor por alimentos

com qualidade sensorial, nutricional e que tragam benefícios à saúde incentivam o

estudo de novos ingredientes para a indústria de alimentos (SILVA et al., 2009).

2.8 Controle microbiológico

A importância da dieta na saúde é indiscutível. A qualidade dos alimentos

consumidos tem sido uma preocupação diária em todo o mundo. A cada dia que

passa, a população entende que sua saúde está diretamente relacionada com o

alimento consumido (MATTOS et al., 2009).

Diante disso, todos os alimentos devem ser produzidos seguindo práticas que

resultem em produtos seguros para serem consumidos. Essa premissa é verdadeira

tanto para o sistema orgânico de cultivo, como para o convencional (ARBOS et al.,

2010).

Portanto, os produtos que se destinam aos mercados mais exigentes devem

obedecer a rígidos padrões de controle de contaminações, uma vez que entre os

vários parâmetros que determinam a qualidade de um alimento, os mais importantes

são aqueles que definem as suas características microbiológicas. A avaliação da

qualidade microbiológica de um produto fornece informações que permitem avaliá-lo

quanto às condições de processamento, armazenamento e distribuição para o

consumo, sua vida útil e o risco à saúde (CHISTÉ et al., 2007).

Pela grande participação do arroz na alimentação brasileira, a presença de

micotoxinas, pode causar sérios problemas à saúde, tornando-se necessária a

implantação de técnicas para detecção e eliminação das micotoxinas (GUIMARÃES

et al., 2010).

Para a fabricação da farinha de qualidade, o produtor precisa observar os

procedimentos recomendados para o processamento de alimentos: localização

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

42

adequada da unidade de processamento, utilização de medidas rigorosas de higiene

dos trabalhadores na atividade; limpeza diária das instalações e equipamentos;

matéria prima de boa qualidade; tecnologia de processamento, embalagem e

armazenagem adequada (PESSOA et al., 2006).

A presença de coliformes nos alimentos é de grande importância para a

indicação de contaminação durante o processo de fabricação ou mesmo pós-

processamento (MAGALHÃES et al., 2009). Segundo Franco (2005), os micro-

organismos indicadores são grupos ou espécies que, quando presentes em um

alimento, podem fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação fecal,

sobre a provável presença de patógenos ou sobre a deterioração potencial de um

alimento, além de poder indicar condições sanitárias inadequadas durante o

processamento, produção ou armazenamento. Coliformes constituem um grupo de

bactérias gram-negativas não-esporuadas, capazes de evidenciar uma maior

probabilidade que o alimento tenha entrado em contato com material de origem

fecal.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

43

3 MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no Laboratório de Pós-colheita, Industrialização e

Qualidade de Grãos (LABGRÃOS), do Departamento de Ciência e Tecnologia de

Alimentos (DCTA), da Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” (FAEM),

Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), bem como nos Laboratórios da

Universidade da Região da Campanha (URCAMP) e Universidade Federal do

Pampa (UNIPAMPA).

O ensaio biológico foi desenvolvido no Biotério Central da Universidade

Federal de Pelotas (UFPEL).

3.1 Material

3.1.1 Matérias-primas

Foram utilizados grãos de arroz (Oryza sativa), parboilizado polido, moído,

safra 2010. A parboilização foi realizada sob condições de encharcamento numa

temperatura entre 63 e 65ºC, autoclavagem com pressão de 0,300 a 0,500 Kgf cm-²,

durante o período de 10 a 20 minutos, utilizando o método de secagem intermitente.

O grau de polimento foi 4 a 7%, apresentando umidade aproximada de 13%. As

amostras foram mantidas sob temperatura controlada de 15ºC na câmara de

armazenamento de grãos do LABGRÃOS.

Também foram utilizados bagaços de uva, resultante da prensagem de uvas

tintas da espécie Vitis vinifera, variedade Cabernet Sauvignon, safra 2010,

fermentadas ao natural, utilizando uma temperatura de 25ºC, durante 14 dias sem

reator.

As amostras de bagaço foram transportadas em caixas de isopor, sob

temperatura média de 15ºC, e armazenadas a -18ºC no laboratório de Nutrição e

Dietética, do Curso de Nutrição da Universidade da Região da Campanha.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

44

3.1.2 Animais para experimentação

Foram utilizados 48 ratos adultos machos, da cepa Wistar-UFPel, idade de 60

dias, com peso médio de 247g, provenientes do Biotério Central da Universidade

Federal de Pelotas, RS.

3.2 Métodos

3.2.1 Delineamento experimental

O trabalho foi estruturado em dois experimentos, onde no experimento I foram

avaliados atividade oxidante, parâmetros químicos e microbiológicos em grãos de

arroz parboilizado, bagaço de uva (BU) e Mix de suas misturas e no experimento II

foi avaliada a resposta biológica de ratos Wistar machos adultos, cepa UFPEL,

alimentados com dietas hipercolesterolêmicas, contendo diferentes proporções de

bagaço de uva e de arroz parboilizado (Mix 1 e Mix 2).

3.2.1.1 Experimento I - Atividade antioxidante e parâmetros químicos e

microbiológicos em arroz parboilizado, bagaço de uva e Mix 1 e Mix 2.

Para determinação dos parâmetros de avaliação nutricional e microbiológica

e, o conteúdo dos compostos fenólicos, antocianinas e atividade antioxidante, foi

utilizado o delineamento experimental apresentado na tabela 1.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

45

Tabela 1 - Comparação entre arroz parboilizado, bagaço de uva, Mix 1 e Mix 2, quanto aos parâmetros químicos, atividade antioxidante e microbiológica

Tratamentos Variáveis independentes Variáveis dependentes

Amostras Avaliações

1 Arroz parboilizado 1.Composição Química

Umidade, proteína, extrato etéreo,

cinzas, fibras, carboidrato, fenóis totais

e antocianinas

2. Atividade Antioxidante

3. Composição Microbiologia (coliformes

totais e coliformes termotolerantes)

2 Bagaço de Uva

3 Mix 1

4 Mix 2

Mix 1 - 40% de arroz parboilizado e 60% bagaço de uva Mix 2 - 60% de arroz parboilizado e 40% bagaço de uva

3.2.1.2 Experimento II - Ensaio biológico: efeitos das diferentes proporções em

misturas de arroz parboilizado e bagaço de uva (Mix 1 e Mix 2), em dietas

hipercolesterolêmicas, sobre a resposta biológica de ratos Wistar machos.

Para avaliação da resposta biológica foi utilizado o delineamento experimental

apresentado na Tabela 2.

Tabela 2 - Ensaio biológico para avaliar os efeitos de misturas à base de arroz parboilizado e bagaço de uva, na resposta biológica de ratos alimentados com dieta hipercolesterolêmica

Tratamentos Variáveis independentes Variáveis dependentes

Amostras Avaliações

1 AIN-93M* Peso inicial e final, ganho de peso,

consumo de dieta, coeficiente de

eficiência alimentar, massa da

gordura epididimal, coração e

fígado, relação da gordura

epididimal, relação hepato-

somática, lipídeos totais hepáticos,

enzimas hepáticas, glicose,

colesterol, lipoproteínas,

triacilgliceróis, ureia e creatinina

plasmáticos.

2 AIN-93M + 1% Colesterol

3 AIN 93M + 1% Colesterol + 10% Mix 1

4 AIN 93M + 1% Colesterol + 20% Mix 1

5 AIN 93M + 1% Colesterol + 30% Mix 1

6 AIN 93M + 1% Colesterol + 10% Mix 2

7 AIN 93M + 1% Colesterol + 20% Mix 2

8 AIN 93M + 1% Colesterol + 30% Mix 2

* Dieta Controle: fonte de carboidratos: amido de milho e maltodextrina Mix 1 - 40% de arroz parboilizado e 60% bagaço de uva Mix 2 - 60% de arroz parboilizado e 40% bagaço de uva

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

46

3.2.2 Procedimentos e avaliações

3.2.2.1 Preparo das amostras

Os grãos de arroz parboilizado polido foram triturados e moídos à temperatura

ambiente no moinho de facas, marca (PERTEN), modelo Laboratory Mill 3100®. Para

homogeneizar o tamanho das partículas, os grãos de arroz moídos e o bagaço de

uva moído foram submetidos à tamisação e classificação granulométrica em

peneiras de números 14, 24, 60, 80, 100 e 200 (MESH/TYLER®). Os conteúdos

retidos em cada peneira foram pesados e expressos em porcentagens de retenção,

seguindo o procedimento padrão descrito por Germani, Benassi e Carvalho (1997),

encontrando um mesh de 80 na farinha do arroz e, na farinha do bagaço de uva um

mesh de 60. Até a realização das determinações químicas, o material obtido foi

armazenado em sacos de polietileno, a temperatura controlada entre 16 e 17ºC nas

dependências do LABGRÃOS.

O fluxograma do processamento do bagaço de uva, sem teor alcoólico, está

representado na figura 5. O bagaço de uva com umidade de 63% foi submetido à

desidratação em estufa de ar circulante, marca (MARCONI®), à temperatura de

40ºC, durante 16 horas. Posteriormente, foi triturado, tamisado e acondicionado em

sacos plásticos à temperatura de 4ºC. Esse procedimento foi realizado no

Laboratório de Vitivinicultura (URCAMP).

Figura 5 - Fluxograma do processamento do bagaço da uva.

Bagaço de Uva Cabernet Sauvignon

Secagem /umidade de 63%

Trituração

Tamisação

Acondicionamento em Sacos Plásticos

Bagaço Uva Armazenado em Temperatura Controlada

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

47

Os Mix utilizados foram preparados por meio de misturas dos grãos moídos e

peneirados de arroz parboilizado e bagaço de uva moídos, conforme as proporções

descritas na tabela 3. Posteriormente foram pesados e armazenadas em sacos de

polietileno, em temperatura de 2 a 5ºC no Laboratório de Nutrição e

Dietética/URCAMP.

Tabela 3 - Composição dos Mix de grãos arroz parboilizado e bagaço de uva.

Ingredientes Mix 1 Mix 2

Arroz parboilizado 40% 60%

Bagaço de uva 60% 40%

Durante a preparação dos péletes (Figura 6), quantidades específicas dos

ingredientes sólidos que compõem cada dieta experimental (tabelas 5 e 6), foram

peneirados e pesados em balanças digitais da marca URANO® e MARTE®, sendo

posteriormente misturados em batedeira elétrica BRITÂNIA®.

O óleo de soja foi adicionado logo em seguida dessa operação e para cada

1kg de dieta preparada, adicionou-se água em quantidade suficiente para

homogeneizar (q.s.p.). Nas dietas hipercolesterolêmicas, foi adicionado colesterol

comercial Purex (INLAB) 1%, a fim de induzir a hipercolesterolemia nos animais

(ROSSI et al., 2000).

Após a formatação dos péletes em máquina manual de fabricação de massas,

estes foram secos em estufa de circulação de ar forçado a 40ºC, durante 6 horas, e

armazenados em embalagens de polietileno em Freezer a -18ºC. No dia anterior a

sua utilização no ensaio biológico, os péletes foram descongelados até 4°C.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

48

Figura 6 - Fluxograma da elaboração dos péletes.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

49

3.2.2.2 Composição química

3.2.2.2.1 Composição centesimal

A composição nutricional foi realizada no Laboratório de Grãos na

Universidade Federal de Pelotas, e nos Laboratórios de Bromatologia dos Alimentos,

do Centro de Ciências Rurais da Universidade da Região da Campanha e da

Universidade Federal do Pampa.

O conteúdo de umidade do arroz parboilizado foi determinado em estufa a

105°C, por 24 horas (BRASIL, 2009).

A umidade do bagaço de uva foi determinada da seguinte forma: o bagaço de

uva foi descongelado, em refrigerador, na temperatura média de 8ºC, durante 24

horas. Foi utilizado o método gravimétrico, conforme as Normas Analíticas do

Instituto Adolfo Lutz (2008), os resultados foram expressos em percentual. Para

essa análise, foram utilizadas aproximadamente 5,0 g de bagaço de uva, pesadas

em cadinho previamente tarado e seco, em triplicata. As amostras foram levadas à

estufa a 105 ºC, por 4 horas, após, foram colocadas no dessecador até atingirem

massa constante.

O teor de lipídios foi determinado pelo método nº 30-20, em extrator tipo

Soxhlet, utilizando éter de petróleo como solvente, de acordo com a AOAC (1995).

O teor de nitrogênio total foi determinado pelo método n°46-13 da AACC

(1995) e o teor de proteína bruta obtida pelo uso do fator de conversão de nitrogênio

em proteína, utilizando 5,75%, para o arroz e 6,25% para o bagaço de uva.

O teor de cinzas foi determinado de acordo com a AACC (1995), pelo método

n°08-01.

O teor de fibra bruta foi determinado pelo método descrito por Angelucci et al.

(1987).

Os carboidratos foram calculados por meio do cálculo de diferença centesimal

dos constituintes da amostra: diminuindo de 100 o somatório dos percentuais de

proteínas, extrato etéreo, cinzas, umidade e fibra alimentar total, de acordo com a

RDC nº 360 de 23 de dezembro de 2003 (ANVISA, 2003).

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

50

3.2.2.2.2 Fenóis totais

A determinação do teor de fenóis totais foi realizada no Laboratório de

Química da UNIPAMPA, através de método colorimétrico desenvolvido por Singleton

e Rossi (1965). A cor azul produzida pela redução do reagente Folin-Ciocalteu pelos

fenólicos, foi medida espectrofotométricamente. Foi realizado um Scan da solução

em análise, para verificar o melhor comprimento de onda para absorbância, o qual

foi detectado como 640 nm.

Para a extração, pesou-se 1g de amostra triturada, diluiu-se em 50mL de

metanol, e homogeneizou-se, permanecendo em banho-maria com temperatura de

25ºC, durante 3 horas, após, filtrou-se para um balão de 50 mL, completando o

mesmo com metanol.

Para a quantificação dos fenóis, foi retirado 1mL do extrato obtido e

adicionado 10mL de água ultrapura e 0,5mL de Folin-Ciocalteau, deixou-se reagir

por 3 minutos, após, adicionou-se 1,5mL de carbonato de sódio 20%, deixou- se por

mais 2h. Realizou-se a leitura da absorbância em espectrofotômetro (VARIAN 50

BIO®) no comprimento de onda de 640nm, usando água ultrapura e o branco para

zerar o equipamento. Foi elaborada uma curva padrão de ácido gálico para realizar

a quantificação dos fenóis em 5 concentrações conhecidas (10, 20, 30, 40 e 50 µg

mL-1) a partir de um solução estoque de 1000 µg mL-1. Os resultados foram

expressos em mg de ácido gálico.100g -1).

3.2.2.2.3 Antocianinas totais

As análises de antocianinas do arroz parboilizado, bagaço de uva, Mix 1 e

Mix 2, foram realizadas no Laboratório de Farmácia da Universidade da Região da

Campanha, segundo Vanini et al. (2009).

Para a extração, pesou-se 1g de cada amostra. Deixou-se em repouso por 1

hora em béquer com 25 mL de etanol acidificado com HCl até pH 1,00.

Homogeneizou-se com Oscilltator KJ- 201 BS, durante uma hora, a cada ±5 minutos.

Após, foi filtrado e completado o volume com etanol, para 50 mL em balão

volumétrico.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

51

Para a quantificação foi realizada a leitura em espectrofotômetro

(BIOSPECTRO SP 220) a 520 nm (absorbância), zerado com o próprio etanol pH

1,0. Conforme Equação 1.

A= leitura da absorbância da amostra em 520 nm.

VD = volume de diluição da amostra

E1%1 cm = 98,2 coeficiente de extinção molecular Cianidina-3-glicosídio

3.2.2.3 Atividade antioxidante

A partir dos compostos utilizados no estudo (arroz parboilizado, bagaço de

uva, Mix 1 e Mix 2), foram obtidos extratos metanólicos (SINGLETON e ROSSI,

1965) e realizada a avaliação da atividade antioxidante por meio dos seguintes

protocolos:

a) Capacidade dos extratos de quelarem o íon ferroso

Para examinar a propriedade dos extratos quelarem ferro, foi usado o método

da o-fenantrolina. Uma mistura contendo Fe2+ (1µM) e 0,03 mL de extratos foi

preparada. Esta solução foi deixada em repouso por 10 minutos para formar um

complexo entre o Fe2+ e estes compostos. Após, uma solução de o-fenantrolina foi

adicionada para determinar a formação de um complexo de cor entre o-fenantrolina

e Fe2+ livre. A absorbância foi medida em 510 nm. Os testes foram desenvolvidos em

triplicata e os valores expressos em percentual do controle determinado na ausência

do extrato. A solução de FeSO4 foi feita somente antes de usar, com água destilada,

(BUCBER et al., 1983; MINOTTI, 1987; PUNTEL et al., 2005). Os extratos

metanólicos utilizados foram diluídos na proporção 1:10.

b) “Scavenger” de Óxido Nítrico (NO)

O ”Scavenger” de N.O. foi desenvolvido pela incubação de nitroprussiato de

sódio (1mM) com 0,02 mL de extratos em temperatura ambiente. Depois de 120

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

52

minutos, 0,25 mL da solução incubada foi misturada com 0,25 mL do reagente

Griess. A absorbância foi medida a 550 nm. Os valores foram comparados com o

controle para determinar o percentual de inibição da reação do nitrito com reagente

Griess. O método foi feito em triplicata e os valores expressos como percentual do

controle (GREEN et al., 1981; MARCOCCI et al., 1994; PUNTEL et al., 2008).

3.2.2.4. Determinação microbiológica

No Laboratório de Microbiologia do Curso de Nutrição (URCAMP), foi

realizada a determinação de coliformes totais e coliformes termotolerantes no arroz

parboilizado e no bagaço de uva, segundo método disposto na Instrução Normativa

SDA nº 62, de 26 de agosto de 2003, Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (BRASIL, 2003a).

3.2.2.5. Dietas experimentais para o ensaio biológico

As dietas experimentais foram formuladas segundo as recomendações do

American Institute of Nutrition (AIN-93M) (Tabela 5) (REEVES et al., 1993) para

ratos em manutenção de peso, sendo essas isocalóricas (360 kcal 100g-1) e

isoprotéicas (15,0%). Os grãos de arroz e o bagaço de uva moídos foram utilizados

como fonte de carboidratos em substituição parcial (10%, 20% e 30%) do amido de

milho.

Como fonte de fibras, foi utilizada celulose microcristalina MC-102, lote

1956/08 (MICROCEL®). O valor energético das dietas experimentais (Tabela 6) foi

calculado pelos equivalentes calóricos, por grama, utilizando-se 4,0Kcal para

proteínas e carboidratos e 9,0Kcal para lipídeos (MAHAN e SCOTT-STUMPP,

2010). A preparação das dietas foi realizada de acordo com as recomendações da

Association of Official Analytical Chemists (AOAC, 2006).

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

53

O ensaio biológico constou de oito (8) tratamentos:

a) Grupo 1: Ração Controle AIN 93M;

b) Grupo 2: Ração AIN 93M + Colesterol 1%;

c) Grupo 3: Ração AIN 93M + Colesterol 1% + Mix1 10% → M1-10 %;

d) Grupo 4: Ração AIN 93M + Colesterol 1% + Mix1 20% → M1-20 %;

e) Grupo 5: Ração AIN 93M + Colesterol 1% + Mix1 30% → M1-30 %;

f) Grupo 6: Ração AIN 93M + Colesterol 1% + Mix2 10% → M2-10 %;

g) Grupo 7: Ração AIN 93M + Colesterol 1% + Mix2 20% → M2-20 %;

h) Grupo 8: Ração AIN 93M + Colesterol 1% + Mix2 30% → M2-30 %

As quantidades de arroz parboilizado e bagaço de uva presentes nas dietas

do grupo 3 ao grupo 8 do ensaio biológico estão descritas na tabela 4.

Tabela 4 - Quantidades em gramas de arroz parboilizado e bagaço de uva presentes em 100 g de dieta experimental utilizada no ensaio biológico

Amostras (g) Dietas

G3 G4 G5 G6 G7 G8

Mix 1-10% Mix 1-20% Mix 1-30% Mix 2-10% Mix 2-20% Mix 2-30%

Arroz Parboilizado

04

08

12

06

12

18

Bagaço de Uva

06

12

18

04

08

12 Mix 1 - 40% de arroz parboilizado e 60% bagaço de uva Mix 2 - 60% de arroz parboilizado e 40% bagaço de uva G - grupo

Tabela 5 - Dieta experimental de manutenção AIN-93M, conforme Reeves et al. (1993), utilizada no ensaio biológico com ratos adultos machos Wistar/UFPel

Ingredientes AIN-93M

g kg-1 de dieta

Amido de milho 465.692

Caseína (>85% proteína) 140.000

Maltodextrina 155.000

Sacarose 100.000

Óleo de soja 40.000

Celulose 50.000

Mix Mineral (AIN-93G-MX) 35.000

Mix Vitamínico (AIN-93-VX) 10.000

L-Cistina 1.800

Bitartarato de colina (41.1% colina) 2.500

Tert-Butilhidroquinona (TBHQ) 0,008

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

54

Tabela 6 - Dietas experimentais para avaliar os efeitos de misturas à base de arroz parboilizado e bagaço de uva na resposta biológica de ratos alimentados com dietas hipercolesterolêmicas

Ingredientes g Kg-1 AIN-93M AIN-93M+1%

Colesterol M1 10% M1 20% M1 30% M2 10% M2 20% M2 30%

Amido de milho 465,692 465,692 419,123 372,554 325,984 419,123 372,554 325,984

Caseína 140,000 140,000 140,000 140,000 140,000 140,000 140,000 140,000

Maltodextrina 155,000 155,000 155,000 155,000 155,000 155,000 155,000 155,000

Sacarose 100,000 90,000 90,000 90,000 90,000 90,000 90,000 90,000

Óleo de soja 40,000 45,000 50,000 50,000 50,000 50,000 50,000 50,000

Colesterol 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000

Celulose 50,000 45,000 40,000 40,000 40,000 40,000 40,000 40,000

Mix Mineral 35,000 35,000 35,000 35,000 35,000 35,000 35,000 35,000

Mix Vitamínico 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000

L-Cistina 1,800 1,800 1,800 1,800 1,800 1,800 1,800 1,800

Bitartarato de colina 2,500 2,500 2,500 2,500 2,500 2,500 2,500 2,500

Tert-butil-hidroquinona 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008

Mix 1

46,569 93,138 139,708

Mix 2

46,569 93,138 139,708

Soma 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000

Proteínas (calorias) 571,177 571,177 573,222 575,267 577,313 573,222 575,267 577,313

Lipídeos (calorias) 368,382 503,382 575,760 603,136 630,515 575,759 603,136 630,514

Hidrato de Carbono (calorias) 2603,353 2563,353 2514,014 2464,670 2415,335 2514,011 2464,670 2415,331

Valor Calórico Total (calorias) 3542,912 3637,912 3662,996 3643,074 3623,163 3662,993 3643,074 3623,157

Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva. M1-10% - Ração AIN 93M + 1% Colesterol + 10% Mix1; M1-20% - Ração AIN 93M + 1% Colesterol + 20% Mix1; M1-30% - Ração AIN 93M + 1% Colesterol + 30% Mix1; M2-10% - Ração AIN 93M + 1% Colesterol + 10% Mix2; M2-20% - Ração AIN 93M + 1% Colesterol + 20% Mix2; M2-30% - Ração AIN 93M + 1% Colesterol + 30% Mix2. * Macronutrientes e valor calórico total das dietas, Mix 1 e Mix 2.

54

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

55

3.2.2.6 Protocolo para a condução do ensaio biológico

O ensaio biológico foi aprovado pela Comissão de Ética e Experimentação

Animal - CEEA, da Universidade Federal de Pelotas, em reunião realizada em

18/10/2012, sob o protocolo nº 23110.007731/2012-86 (Anexo A). O experimento foi

conduzido no Biotério Central da Universidade Federal de Pelotas, durante o período

de 29 de julho a 23 de setembro de 2013.

Foram utilizados 48 machos da classe Rodentia, espécie Rattus norvegicus,

variedade Albinus, classe Rodentia, da linhagem Wistar, machos, com idade média

de 2 meses (60 dias), pesando entre 233 e 319,5g provenientes do Biotério da

Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).

O experimento foi conduzido sob condições controladas de temperatura e

umidade relativa (231ºC e 50 a 60%, respectivamente) e fotoperíodo de 12 horas. A

sequência experimental foi dividida em dois períodos: adaptação e tratamento. Para

ambos os períodos, utilizou-se o delineamento experimental inteiramente

casualizado, em esquema unifatorial (Figura 7). O fator de tratamento utilizado foi

dieta, com oito níveis. Foram testadas dietas contendo arroz e bagaço de uva, em

diferentes concentrações. Para isso, os animais foram pesados e divididos em oito

grupos de seis animais cada, adotando-se como critério, o peso médio dos mesmos,

o que totalizou 48 animais. Esses grupos foram colocados em caixas plásticas (40 x

33 cm) com suportes para bebedouro e ração. Água e ração foram oferecidas “ad

libitum”.

O ensaio biológico teve duração de 57 dias, sendo os primeiros sete dias

correspondentes ao período de adaptação, no qual os animais receberam a dieta do

Biotério Central da UFPEL e os outros 50 dias, do tratamento. No final do

experimento, após jejum de 12 horas, os animais foram anestesiados com cloridrato

de dextrocetamina (KETAMINA®) e eutanasiados. O sangue foi coletado mediante

punção cardíaca, utilizando-se uma seringa heparinizada e colocado em tubos de

ensaio (numerados de acordo com cada animal) com ativador de coágulo e gel

separador, sendo centrifugado em centrífuga marca Fanem, modelo Excelsa Baby I

modelo 206 a 5.000 RPM, durante 5 minutos para a obtenção do soro e,

posteriormente, foi realizada a retirada do fígado e gordura epididimal, os quais

foram separados, pesados e estocados em ultra freezer a -60 °C.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

56

Para os procedimentos e métodos de eutanásia, o mesmo foi “rápido e sem

dor”, sendo orientado e acompanhado por técnico qualificado em eutanásia com

animais de pequeno porte, o qual se responsabilizou pelas normas e procedimentos

relativos à eutanásia em animais (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

VETERINÁRIA, 2012).

Figura 7 - Fluxograma do ensaio biológico.

3.2.2.7 Ganho de peso

Para monitoramento do ganho de peso, os animais participantes do estudo

foram pesados três vezes por semana em balança semi-analítica (URBAN®), em

dias alternados. O ganho de peso dos animais foi calculado por diferença entre os

pesos quantificados no início do tratamento (1º dia) e no final do experimento (50º

dia).

3.2.2.8 Consumo das dietas

Durante o experimento, o consumo de ração foi quantificado por meio de

balança semi-analítica (URBAN®), sendo repostos diariamente ou conforme a

necessidade e, registrados em planilha para controle da ingestão. Ao final do

experimento, foi realizado o somatório do consumo de cada caixa contendo 6

animais.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

57

3.2.2.9 Coeficiente de eficiência alimentar

O Coeficiente ou quociente de Eficiência Alimentar (CEA) foi calculado pela

razão entre o ganho de peso e a quantidade total de ração ingerida durante todo o

experimento, conforme a equação 2 (SGARBIERI, 1996).

3.2.2.10 Massa da gordura epididimal e fígado

A gordura epididimal e o fígado, foram removidos e lavados com solução

salina gelada 0,9%, secos em papel filtro e pesados em balança de precisão

(MARTE®), utilizando uma alíquota de 0,5 g para as quantificações e comparação

entre os grupos. Os fígados foram congelados a - 80°C até o momento das análises.

3.2.2.11 Relação da gordura epididimal

O índice de gordura epididimal (equação 3) foi realizada no término do

experimento, após a eutanásia, com a remoção e a pesagem da gordura epididimal

dos animais (MELO et al., 2007).

3.2.2.12 Relação hepatossomática

A relação hepatossomática (equação 4) foi realizada no término do

experimento, após a eutanásia, com a remoção e a pesagem dos fígados dos

animais.

O resultado foi expresso em g 100g-1 peso vivo.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

58

3.2.2.13 Avaliações bioquímicas

As avaliações plasmáticas de glicose, colesterol, lipoproteína de alta

densidade (HDL), triacilgliceróis, ureia, creatinina, enzimas transaminase glutâmico

oxalacética (TGO), transaminase glutâmico pirúvica (TGP), e fosfatase alcalina,

foram quantificadas pelos métodos enzimáticos da Labtest Diagnóstica® num

Laboratório de Análises Clínicas da cidade de Pelotas/RS.

3.2.2.14 Determinação da lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL)

A concentração de VLDL-c foi calculada pela equação de Friedewald (1972).

3.2.2.15 Determinação da lipoproteína de baixa densidade (LDL)

O LDL foi estimado pela fórmula de Friedewald (1972).

3.2.3 Estatística

Os dados obtidos foram analisados quanto à normalidade pelo teste de

Shapiro Wilk, à homocedasticidade pelo teste de Hartley e a independência dos

resíduos foi verificada graficamente. Posteriormente, os dados foram submetidos à

análise de variância através do teste F (p≤0,05). Constatando-se significância

estatística, os efeitos das dietas, em relação à testemunha (padrão) foram avaliados

pelo teste de Dunnett (p≤0,05) e, entre as dietas, pelo teste de Duncan (p≤0,05)

objetivando escolher a melhor dieta quanto aos parâmetros nutricionais.

A presença de correlações entre as variáveis dependentes do estudo como

consumo, ganho de peso, coeficiente de eficiência alimentar, massa do fígado,

triacilgliceróis, relação da gordura epididimal, transaminase glutâmico oxalacética

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

59

(TGO), transaminase glutâmico pirúvica (TGP) com glicose, colesterol e

lipoproteínas HDL, LDL E VLDL, as variáveis foram analisadas estatisticamente

através do coeficiente de correlação de Pearson de forma conjunta, considerando

cada dieta individualmente. As dietas apresentadas na correlação foram as que

apresentaram resultados significativos, comparando com a dieta colesterol 1%.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

60

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Experimento I - Parâmetros químicos, antioxidantes e microbiológicos de

arroz parboilizado, bagaço de uva, Mix 1 (60% de bagaço de uva e 40% de

arroz) e Mix 2 (40% de bagaço de uva e 60% de arroz).

4.1.1 Composição centesimal do arroz parboilizado e bagaço de uva

Observa-se na tabela 7 que a composição centesimal das matérias-primas

diferem significativamente, principalmente nos conteúdos de lipídios totais e cinzas.

Tabela 7 - Composição centesimal do arroz parboilizado e bagaço de uva

Composição (%)

Matéria Prima Média Geral

CV (%) Arroz Parboilizado

Bagaço de Uva

Umidade 10,45±0,24 A 1/ 7,79±0,042/ B 9,12 1,9

Lipídios 0,89±0,14 B 3,72±0,51 A 2,31 16,2

Proteínas 4,90±0,39 B 7,37±0,46 A 6,13 6,9

Cinzas 1,12±0,03 B 6,33±0,99 A 3,72 18,8

Fibras 1,34±0,11 B 18,33±0,11 A 9,83 1,9

Carboidratos 81,30±1,06 A 56,46±1,66 B 68,88 2,03 1/ Médias seguidas por mesma letra maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05). 2/ Média de três determinações ± desvio padrão. CV: coeficiente de variação.

Os resultados da composição centesimal das amostras de arroz,

apresentados na tabela 7, estão em concordância com os resultados reportados por

outros autores (STORCK, 2004; MONKS, 2010) demonstrando que o arroz é uma

importante fonte energética, com destaque para os carboidratos. A menor

concentração desse nutriente no bagaço de uva oriundo da produção do vinho deve-

se ao fato que no processo de vinificação, a glicose e frutose são convertidas em

etanol, durante a fermentação (RIZZON e MIELE, 2005).

Os teores de umidade encontrados no arroz parboilizado e no bagaço de uva,

foram de 10,45% e 7,79%, respectivamente, valores que se encontram dentro do

teor máximo estipulado pela legislação para farinhas (BRASIL, 2005b), que é de

15,0%. Também estão de acordo com os valores encontrados por Ferreira Neto et

al. (2003) e Aryee et al. (2006), que reportam um teor médio de umidade de 8,00 ±

0,33% e 8,19 ± 0,93%, respectivamente, ao estudarem as características físico-

químicas de farinhas produzidas no sul do estado de Santa Catarina e em Gana.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

61

A concentração de lipídios totais na farinha de arroz (0,89%) apresentado na

tabela 7 foi semelhante aos estudos de BARBOSA et al. (2006) e Helbig et al.

(2008), que determinaram teores de lipídios na farinha de arroz parboilizado de

0,73% e 0,72%, respectivamente. Quanto à concentração de lipídios no bagaço de

uva, observou-se 3,72%, valor inferior ao estudo de Ferreira (2010), que encontrou

7,25% de lipídios na farinha do bagaço de uva.

Quanto ao teor de proteínas totais no arroz parboilizado, os resultados de

4,9% estão em concordância com o estudo de Helbig et al. (2008) que encontrou

5,91% de proteínas no arroz parboilizado de média amilose. No presente estudo o

bagaço de uva, apresentou um percentual proteico de 7,37%, diferindo do estudo de

Ishimoto (2008), o qual encontrou 13,6% na farinha de bagaço de uva.

Quanto ao teor de cinzas do arroz parboilizado foi encontrada concentração

de 1,15%, diferente do estudo de Dors et al. (2006) que encontrou 0,42% de

minerais em farinha de arroz parboilizado polido. O bagaço de uva apresentou teor

de 6,33% em minerais, semelhante aos encontrados nos estudos de Ishimoto (2008)

e Ferreira (2010), no qual foram encontrados 6,6% e 7,36%, respectivamente, no

bagaço de uva.

Na determinação de fibras, foi observado que o arroz parboilizado apresentou

um teor de 1,34%. Resultado semelhante foi encontrado no estudo de Helbig (2007)

cuja concentração foi de 1,37%, diferindo de Dors (2006) que encontrou 0,17%. O

bagaço de uva apresentou 18,33% desse nutriente, confirmado no trabalho de

Ferreira (2010), o qual encontrou valor de 21,89% de fibras na farinha do bagaço de

uva analisado.

De acordo com os dados da tabela 7, infere-se que o arroz parboilizado e

bagaço de uva utilizados são importantes fontes nutricionais. Farinhas mistas

destes produtos têm boa qualidade proteica, lipídica, vitamínica, mineral, de fibras e

de carboidratos. Esta característica permite a indicação da sua utilização na

elaboração de produtos na prevenção e tratamento de doenças crônico

degenerativas.

4.1.2 Composição Centesimal dos Mix 1 e Mix 2

Observou-se na tabela 8 que ocorreu diferença significativa na maioria dos

nutrientes entre os Mix 1 e Mix 2.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

62

Tabela 8 - Composição centesimal dos Mix à base de arroz parboilizado e bagaço de uva. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva

Composição (%)

Amostras Média Geral

CV (%) Mix 1 Mix 2

Umidade 6,97±0,40 B 1/ 8,99±0,262/ A 7,98 4,3

Lipídios 6,47±0,05 A 4,42±0,10 B 5,44 1,4

Proteínas 7,15±0,14 NS 5,46±0,62 6,30 7,1

Cinzas 4,93±0,20 A 3,55±0,10 B 4,24 3,7

Fibras 9,77±0,60 A 8,15±0,04 B 8,96 4,7

Carboidratos 64,71±1,04 B 69,43±1,38 A 67,07 1,8

1/ Médias seguidas por mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05). 2/

Média de três determinações ± desvio padrão. CV: coeficiente de variação. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva. NS: não significativo pelo teste F (p≤0,05).

Observou-se na tabela 8 que os teores de umidade nos Mix 1 (6,97%) e Mix 2

(8,99%) estão de acordo com as exigências da legislação (BRASIL, 2005 b). No

estudo de Assis (2009) com farinhas mistas de trigo, arroz branco, parboilizado

polido e soja desengordurada, foram encontrados resultados superiores de umidade

(em média 12%).

O conteúdo de lipídios totais no Mix 1 (6,47%) foi maior em 32%, quando

comparado com o Mix 2 (4,42%). A maior concentração de bagaço de uva no Mix 1

justifica seu maior teor de lipídios, devido à presença das sementes, que

representam em torno de 15% do subproduto (GÖKTÜRK, BAYARD e AKKURT,

2001).

Para a variável proteína não ocorreu significância estatística para o fator de

tratamento matéria prima (Tabela 8).

A qualidade da proteína depende de seu conteúdo em aminoácidos

essenciais, e no arroz parboilizado a composição de aminoácidos é relativamente

melhor balanceada (HOSENEY, 1994). Embora o arroz seja deficiente em lisina (3,4-

4,2g/16,8g de N), é boa fonte de triptofano (1,3-1,8g/16,8g de N) e metionina (2,3-

3,0g/16,8g de N) (DENARDIN et al., 2009). Resultando em um balanço de

aminoácidos mais completo (JULIANO, 2009).

Observou-se na tabela 8 que o Mix 1 obteve maior concentração de cinzas

(4,93%) em relação ao Mix 2 (3,55%), atingindo um total de 23%, justificado pela

concentração do Mix 1 ser composta de 60% de bagaço de uva. Resultados

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

63

semelhantes foram encontrados por Helbig (2007) e por Storck, Silva e Comarella

(2005) com resultados de 0,57% de cinzas em arroz parboilizado. Entretanto, os

resultados diferiram do estudo de Ferreira (2010), o qual encontrou um maior

percentual (7,36) de cinzas em 100 g de farinha do bagaço de uva.

Em relação ao teor de fibras constatou-se que o Mix 1 (9,77%), apresentou

maior concentração que o Mix 2 (8,15%), num total de 17%. Os valores obtidos no

presente trabalho são semelhantes ao estudo de Ferreira (2010) no qual encontrou

22,89% de fibras na farinha do bagaço de uva. Mas os resultados deste estudo

diferiram dos encontrados por Baumgärtel et al. (2007) cujo resultado no bagaço de

uvas tintas foi de 31,2%.

O Mix 2 apresentou maior teor de carboidratos, pois excedeu o Mix 1 em

média de 7%. O arroz é composto majoritariamente de carboidratos, presentes na

maior parte sob a forma de amido (90%) (JULIANO, 1985). No estudo de Monks

(2010) o aumento da intensidade de polimento do arroz, aumentou a concentração

de carboidratos e não alterou o teor de amilose. Helbig (2007) na análise nutricional

do arroz parboilizado, encontrou a concentração de 8,16% em carboidratos. O teor

de carboidratos encontrado nos Mix esteve de acordo com os resultados das

análises de arroz e bagaço de uva.

Os Mix de arroz e bagaço de uva, como previsto, apresentaram todos os

constituintes referentes à composição centesimal com teores proporcionais às

matérias-primas de origem.

4.1.3 Teor de fenóis totais (mg EAG 100g-1) de arroz parboilizado, bagaço de

uvas tintas variedade “Cabernet Sauvignon” (Vitis vinifera) e dos Mix 1 e Mix 2

Na tabela 9 ocorreu diferença significativa (p≤ 0,05) de fenóis totais entre o

arroz parboilizado, o bagaço de uva e os Mix 1 e Mix 2.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

64

Tabela 9 - Teor de fenóis totais (mg EAG g-1) de arroz parboilizado e bagaço de uva e dos Mix 1 e Mix 2

Amostras

Fenóis Totais (mg EAG g-1)

Arroz Parboilizado 37,17±6,641/ d 2/

Bagaço de Uva 650,00±30,72 a

Mix 1 484,67±28,00 b

Mix 2 151,67±11,72 c

Média Geral 330,88

CV (%) 6,6 1/ Média de três determinações ± desvio padrão. 2/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05). CV: coeficiente de variação. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva.

Conforme se observa na tabela 9 houve diferença significativa (p≤ 0,05) de

fenóis totais entre as matérias-primas. O bagaço de uva apresentou 1.648,7% a

mais de fenóis totais que o arroz parboilizado. O conteúdo encontrado de fenóis

totais no arroz parboilizado (37,17 mg 100g-1) está em concordância com o estudo

de Mira et al. (2009) onde encontraram uma média de 47 mg 100g-1 em diferentes

genótipos de arroz pigmentados produzidos no Brasil e inferior ao estudo de Dors et

al. (2009), que encontraram 118,3 mg 100g-1 de fenólicos totais, em diferentes

tempos de maceração e autoclavagem, durante o processo de parboilização.

O Mix 1, com maior concentração de bagaço de uva, apresentou maior teor

(219,5%) de fenóis totais (484,67 mg EAG g-1) quando comparado com o Mix 2

(151,6 mg EAG g-1) no qual, possui maior concentração de arroz. Tais resultados

podem ser explicados pela uva ser uma das maiores fontes de compostos fenólicos

(MALACRIDA, 2005). Na pesquisa desenvolvida por Llobera e Cañellas (2007), o

bagaço de uvas tintas, variedade “Manto Negro” (Vitis vinifera), apresentou teores

médios de compostos fenólicos entre 26,30 e 116 mg GAE.100 g–1 em peso seco.

No estudo de Rockenbach et al. (2008) encontrou conteúdo fenólico para as duas

variedades de uva analisadas: 79,50 e 75,60 mg GAE.100 g–1 em peso seco para a

variedade Ancelota e 65,90 e 69,00 mg GAE.100 mg–1 em peso seco para a

variedade Tannat. As diferentes concentrações dos compostos fenólicos do extrato

de uva podem ser influenciadas pelo tipo de extração e procedimentos empregados

na produção do extrato de uva e pelas reações que ocorrem durante o seu

armazenamento (MARDIGAN et al., 2009).

Os flavonoides são compostos fenólicos que exercem uma potente ação

antioxidante. Têm um importante papel na prevenção e tratamento da aterosclerose,

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

65

pois atuam como agentes antiaterogênicos (GIEHL et al., 2007) Os compostos

fenólicos apresentam potenciais efeitos biológicos benéficos para a saúde humana,

devido às suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimutagênicas e

anticarcinogênicas, além da habilidade de modular algumas atividades enzimáticas

(CHUN et al., 2005). Em modelos animais, os compostos fenólicos da uva reduzem

os lipídios no plasma e aumentam a atividade de enzimas antioxidantes prevenindo

doenças coronarianas (ISHIMOTO, 2008).

Como se pôde observar na tabela 9, o bagaço de uva apresentou significativa

concentração de compostos fenólicos totais, em comparação com a presença do

arroz.

Na tabela 10 são apresentados os teores de antocianinas nas matérias

primas e os Mix 1 e Mix 2.

Tabela 10 - Teor de antocianinas totais (mg 100g-1) de arroz parboilizado, bagaço de uva e dos Mix 1 e Mix 2

Amostras Antocianinas Totais

(mg 100g-1)

Arroz Parboilizado 0,16±0,031/ c2/

Bagaço de Uva 9,44±0,29 a

Mix 1 8,26±0,87 ab

Mix 2 7,00±0,35 b

Média Geral 6,44

CV (%) 9,1 1/ Média de três determinações ± desvio padrão. 2/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05). CV: coeficiente de variação. Mix 1 - 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2 - 60% de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva.

Na tabela 10 observou-se que o teor de antocianinas totais (9,44 mg 100g-1)

no bagaço de uva foi superior às outras matérias primas, ou seja, o bagaço de uva

apresentou um concentração de 14,3% maior que o Mix 1 e, este apresentou

concentração de 18% a mais que o Mix 2. Dados similares à presente pesquisa

foram encontrados no estudo de Soares et al., (2008) em extrato de bagaço de uva

Isabel e Niágara, com teores de antocianinas entre 7,02 e 82,15 mg.100g-1 de peso

fresco, respectivamente. Os achados também estão em concordância com o estudo

de Rockenbach et al. (2008) no qual encontraram para os bagaços de uvas Tannat

antocianinas totais em torno de 0,77 g.100 g–1. Bem como na pesquisa de Ruberto

et al. (2007) encontraram valores de antocianinas para as uvas Nera d’Avola; Nerello

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

66

Mascalese: Nerello Cappuccio; Frappato; Cabernet Sauvignon foi de 3,75 a 28,7

mg/100-1 de massa seca. No estudo de Clemente e Galli (2011) foram encontradas

no bagaço de uva concentrações superiores (26,20 mg 100 g–1) às encontradas no

presente estudo. O mesmo ocorreu no estudo de Potter et al. (2010), analisando

cascas frescas da uva Cabernet Sauvignon encontrou teores de antocianinas totais

304,2 e 409,6 mg 100g-1, em manejo de produção sem poda e com poda das folhas

da videira, respectivamente. As antocianinas são consideradas potenciais substitutos

aos corantes sintéticos devido ao seu brilho, cor atrativa e solubilidade em água, que

permite sua incorporação em uma ampla variedade de matrizes alimentares

(BORDIGNON-LUIZ et al., 2007).

Na tabela 11 são apresentados os resultados dos métodos de capacidade

antioxidante de Ferro e Óxido Nítrico nas matérias primas e Mix 1 e Mix 2.

Tabela 11 - Capacidade antioxidante dos extratos de arroz parboilizado, bagaço de uva e dos Mix 1 e Mix 2 para quelação de Fe (%) e varredura de Óxido Nítrico (%)

Amostras Capacidade Antioxidante Fe

(%) Capacidade Antioxidante

Óxido Nítrico (%)

Arroz Parboilizado 43,94±2,09 b 3,33±0,33 c

Bagaço de Uva 44,05±0,34 b 10,10±0,45 a

Mix 1 49,22±2,34 a 9,38±0,84 ab

Mix 2 36,14±2,46 c 8,38±0,06 b

Média Geral 43,42 7,80

CV (%) 4,1 6,5 1/ Média de três determinações ± desvio padrão. 2/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05). CV: coeficiente de variação. Mix 1 - 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2 - 60% de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva.

Como pode se observar na tabela 11, foram apresentados dois métodos para

avaliar a capacidade antioxidante dos extratos das matérias primas referente à

capacidade antioxidante de quelação de ferro (Fe), no primeiro método e

scanvenger do óxido nítrico (NO), no segundo método.

Os extratos exibiram ação antioxidante em relação aos protocolos

desenvolvidos (atividade óxido nítrico ”scavenger” e capacidade de quelação de

ferro), porém houve variações relacionadas ao arroz, bagaço de uva e Mix 1 e Mix 2.

No primeiro método foi observado que os maiores valores de atividade

antioxidante foram encontrados no Mix 1 (49,22%) seguido do bagaço de uva

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

67

(44,05%) e do arroz (43,94%), salientando que no Mix 1 a capacidade antioxidante

superou o bagaço de uva em 11,7%, indicando a melhor proteção contra o processo

de oxidação. Tal resultado evidencia a presença de compostos fenólicos, que são

potentes antioxidantes e desempenham papel relevante na prevenção da oxidação

da LDL-c e na redução de mediadores inflamatórios, atenuando, assim, o processo

aterosclerótico (SÉFORA-SOUSA e DE ANGELIS-PEREIRA, 2013).

No segundo método, a maior atividade antioxidante para realizar a varredura

do óxido nítrico nos extratos foi evidenciada no bagaço de uva (10,10%), seguida do

Mix 1 (9,38%). A capacidade antioxidante do bagaço superou o Mix 1 em 7,7%,

enquanto que este foi maior que o Mix 2 em 11,9%. Diversos estudos têm mostrado

que mudanças na produção e/ou liberação de óxido nítrico (NO), um dos principais

fatores endoteliais envolvido na regulação do tônus (WIDLANSKY, 2004).

Tais resultados demonstraram que tanto o arroz como o bagaço de uva e as

misturas Mix 1 e Mix 2 são potentes antioxidantes. Dessa forma, compostos que

sejam capazes de sequestrar o NO podem ser alternativas para a prevenção e

terapia de patologias (MAIA et al., 2009).

4.1.4 Análise microbiológica do arroz parboilizado e bagaço de uva

A tabela 12 apresenta a análise microbiológica do arroz parboilizado e bagaço

de uva.

Tabela 12 - Análise microbiológica de arroz parboilizado e bagaço de uva

Micro-organismos

Arroz Parboilizado

Bagaço de Uva

RDC* nº12/2001 ANVISA b

Coliformes Termo Tolerantes 23 NMP** mL-1 <3 NMP**mL-1 102 NMP.mL-1

Coliformes Totais 23 NMP** mL-1 <3 NMP** mL-1 102 NMP.mL-1

*Resolução da Diretoria Colegiada ** NMP número mais provável

A análise microbiológica para a detecção de coliformes totais e coliformes

Termotolerantes (Tabela 12) nas matérias-primas, demonstra que, as amostras

apresentaram condições sanitárias satisfatórias de acordo com a resolução RDC nº

12 de 02 de janeiro de 2001, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, na qual

indica que a tolerância máxima de coliformes a 45ºC.g -1 de frutas e cereais seja de

102 NMP.mL-1 (ANVISA, 2001b). Portanto, as baixas contagens encontradas,

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

68

evidenciam uma boa condição higiênica no arroz parboilizado e no bagaço de uva,

para a elaboração dos Mix de forma segura. Resultados semelhantes foram

encontrados no estudo de Zanatta, Schlabitz e Ethur (2010) através da análise de

farinhas de beterraba, cenoura e espinafre, que ao estarem adequadas à legislação,

se tornam excelente fontes alternativas de nutrientes a serem inseridas na dieta de

humanos.

4.2 Experimento II - Ensaio biológico: efeitos dos Mix 1 e Mix 2 (compostos por

diferentes concentrações de arroz parboilizado e bagaço de uva), em dietas

hipercolesterolêmicas, sobre a resposta biológica de ratos machos Wistar-

UFPel.

4.2.1 Consumo de dieta, ganho de peso e coeficiente de eficiência alimentar de

ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à

base de arroz parboilizado e bagaço de uva

A tabela 13 apresenta o consumo da dieta, ganho de peso e índice de

coeficiência de eficiência alimentar entre os animais.

Tabela 13 - Consumo de dieta (gramas), ganho de peso (gramas) e coeficiente de eficiência alimentar (CEA %) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva

Dieta Consumo de Dieta

(gramas) Ganho de Peso

(gramas) Coeficiente de

Eficiência Alimentar

Dieta Padrão (AIN 93M) 1.137,97±0,91

94,30±12,57 2/

8,29±1,11

Dieta + Colesterol (1%) 1.253,60±15,09 ab 1/ * 118,38±12,97 ab ns 10,14±0,91 a ns

Dieta + Col. + Mix 1 10% 1.153,35±61,54 d ns 92,62±18,72 d ns 7,53±0,93 c ns

Dieta + Col. + Mix 1 20% 1.188,04±1,60 cd ns 97,10±15,32 cd ns 7,71±0,89 c ns

Dieta + Col. + Mix 1 30% 1.285,39±25,84 a * 124,00±14,81 ab * 8,37±0,96 bc ns

Dieta + Col. + Mix 2 10% 1.214,32±78,89 bc * 125,62±10,42 a * 9,37±0,18 ab ns

Dieta + Col. + Mix 2 20% 1.226,68±24,81 bc * 102,88±7,36 bcd ns 7,71±0,92 c ns

Dieta + Col. + Mix 2 30% 1.223,37±15,55 bc * 116,72±11,83 abc ns 9,31±0,91 ab ns

Média Geral 1.210,34 109,04 8,49

CV (%) 3,2 12,4 10,5

*, ns Significativo e não significativo, respectivamente, em relação à testemunha (dieta padrão) pelo teste de Dunnett (p≤0,05). 1/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05) comparando as dietas. 2/ Média de seis determinações ± desvio padrão. CV: coeficiente de variação. Col.: Colesterol. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva. Coeficiente de eficiência alimentar: ganho de peso/consumo da dieta x 100

Em relação ao consumo das dietas (Tabela 13) observou-se que a maioria

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

69

apresentou diferença significativa em comparação ao grupo controle, exceto nas

dietas Mix 1 10% e 20%, nas quais os animais não aumentaram o consumo em

proporção à dieta controle. No estudo de Klinger et al. (2013) a inclusão de bagaço

de uva na dieta de coelhos em crescimento, causou aumento linear no consumo

total de ração e no ganho de peso dos animais.

A dieta Mix 1 30% apresentou o maior consumo, mas não diferiu do grupo

colesterol (1%), logo, os animais do tratamento com dieta de maior concentração de

bagaço de uva apresentaram maior consumo (Tabela 13). Esse resultado,

observado nos tratamentos com bagaço de uva, provavelmente seja promovido pela

concentração de glicídios, lipídios e álcoois presente nesse ingrediente alternativo,

os quais têm efeito palatabilizante e aromatizante (FERREIRA et al., 2007). Os

tratamentos com maior concentração de arroz (Mix 2) apresentaram consumo

semelhante entre os animais.

Em relação ao ganho de peso dos animais, não houve diferença significativa

entre os tratamentos, devido ao fato das dietas serem isoproteicas, isolipídicas e

isocalóricas, com exceção nos tratamentos Mix 1 30% e Mix 2 10%. Na dieta Mix 1

30%, os ratos ganharam 31,5 % mais peso que a dieta padrão, justificado por ter

sido encontrado o maior consumo entre as dietas, na dieta Mix 2 10%, observou-se

um maior ganho de massa (31,3%) em proporção ao ganho de peso do tratamento

controle, não havendo diferença significativa entre estas dietas.

Ainda em relação ao ganho peso observou-se que as dietas Mix 1 10 e Mix 1

20% não apresentaram diferença significativa em relação à dieta controle,

entretanto, diferiram estatisticamente da dieta colesterol (Tabela 13).

O Coeficiente de Eficiência Alimentar (CEA) não diferiu significativamente

entre as dietas experimentais contendo arroz e bagaço de uva. Achados

semelhantes ocorreram no estudo de Ishimoto (2008), que analisou em hamsters

sadios e hipercolesterolêmicos, com extratos de bagaço e farinha de bagaço de uva

provenientes da vinificação e da produção de suco, 12,0% e 12,2%

respectivamente, não encontrando diferença significativa entre os grupos.

Comparando os resultados entre as dietas, observou-se que a dieta colesterol

(1%) apresentou um coeficiente de eficiência alimentar superior a 22,3%, em relação

à dieta padrão. As dietas Mix 1 10%, 20% e 30% e a dieta Mix 2 mostraram

diferença significativa em relação à dieta colesterol (1%), salientando que a melhor

resposta, ou seja, o menor índice entre consumo e ganho de peso, foi encontrado no

tratamento da dieta Mix 1 10%, enquanto que a maior média foi encontrada na dieta

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

70

Mix 2 10%, de forma coerente, este grupo também foi que apresentou maior ganho

de peso.

Diante dos resultados encontrados, buscou-se encontrar associação entre as

variáveis consumo, ganho de peso e coeficiente de eficiência alimentar com dietas

que apresentaram resultados significativos (Tabela 14).

Tabela 14 - Correlação de Pearson e valor de p entre as dietas colesterol 1 %, Mix 1 10%, Mix 1 30% e Mix 2 10% com os parâmetros consumo, ganho de peso e CEA

Parâmetros Tratamentos

Dieta Colesterol (1%)

Dieta Mix 1 10%

Dieta Mix 1 30%

Dieta Mix 2 10%

Consumo/Ganho de peso

C p

-0,081 0,897

0,042 0,947

-0,057 0,927

-0,684 0,202

Consumo /CEA

C p

0,222 0,720

-0,888* 0,044

0,843 0,073

0,379 0,530

Ganho de peso/CEA

C p

-0,652 0,233

0,275 0,654

0,029 0,963

0,748 0,146

C – Correlação linear de Pearson; p – nível de significância (p≤0,05); *Correlação estatisticamente significante ao nível 5%. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva.CEA: coeficiente de eficiência alimentar.

Observou-se na tabela 14, que ocorreu correlação negativa da dieta Mix 1

10% (r = - 0,888 e p ≤ 0,044 ), entre as variáveis consumo e CEA, ou seja, o

consumo da dieta não apresentou associação com o coeficiente de eficiência

alimentar, efeito comprovado na menor resposta quanto ao ganho de peso entre os

grupos estudados.

4.2.2 Perfis de colesterol total, lipoproteína de alta densidade (HDL),

lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de muito baixa densidade

(VLDL) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas

experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva

Na tabela 15 são apresentados os índices de colesterol total, lipoproteína de

alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de muito

baixa densidade (VLDL) nos animais.

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

71

Tabela 15 - Perfis de colesterol total, lipoproteína de alta densidade (HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva

Dietas Colesterol

Total (mg dL-1)

Lipoproteína de Alta Densidade -

HDL (mg dL-1)

Lipoproteína de Baixa

Densidade - LDL (mg dL-1)

Lipoproteína de Muito Baixa Densidade -

VLDL (mg dL-1)

Dieta Padrão (AIN 93M) 68,00±5,68 2/ 23,00±2,04 28,00±4,04 9,00±2,63

Dieta + Colesterol (1%) 83,50±7,09 a * 15,33±1,37 c * 50,00±4,73 a * 14,33±3,01 ab *

Dieta + Col. + Mix 1 10% 69,50±7,34 bc ns 16,00±1,67 bc * 41,60±6,81 b * 11,67±1,63 b ns

Dieta + Col. + Mix 1 20% 68,60±8,74 bc ns 18,00±1,67 abc* 40,50±3,02 b * 13,50±1,64 ab *

Dieta + Col. + Mix 1 30% 65,60±4,72 bc ns 18,75±3,40 ab * 35,50±3,83 bc ns 15,67±1,53 a *

Dieta + Col. + Mix 2 10% 61,80±8,53 c ns 17,83±2,23 abc* 32,00±5,15 c ns 12,00±2,00 b ns

Dieta + Col. + Mix 2 20% 72,00±4,60 bc ns 19,50±2,43 a * 40,67±4,63 b * 13,00±1,73 ab *

Dieta + Col. + Mix 2 30% 75,00±4,24 b ns 20,33±2,25 a ns 42,80±5,97 b * 13,75±0,96 ab *

Média Geral 70,39 71,73 18,61 12,79

CV (%) 10,0 9,9 11,4 15,9

*, ns Significativo e não significativo, respectivamente, em relação à testemunha (dieta padrão) pelo teste de Dunnett (p≤0,05). 1/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05) comparando as dietas. 2/ Média de seis determinações ± desvio padrão. CV: coeficiente de variação. Col.: Colesterol. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva.

Para o colesterol total a dieta adicionada de colesterol (1%) apresentou

diferença estatística, as outras dietas não apresentaram diferenças em relação à

testemunha (dieta padrão - AIN 93M)(Tabela 15). Resultados semelhantes foram

encontrados no estudo de Ishimoto (2008), no qual, o bagaço de uva proveniente do

vinho, testado nas dietas de hamsters hipercolesterolêmicos, não apresentou

diferença significativa nos níveis de colesterol sanguíneo. Também no estudo de

Molena-Fernandes et al. (2010) comparando efeitos da farinha de linhaça dourada e

farinha de linhaça marrom sobre o perfil lipídico e evolução ponderal em ratos

Wistar, os níveis médios de colesterol total também não diferiram significativamente

entre os grupos. O comportamento do colesterol também é condizente com o estudo

feito por Roberto (2012), avaliando o efeito de dietas elaboradas com resíduo da

goiaba (casca e semente) como fonte de fibras, sobre os parâmetros de resposta

biológica em ratos Wistar, .

Conforme observa-se na tabela 15, houve um aumento de 23,2% nos níveis

de colesterol total sanguíneo, devido à presença de 1% de colesterol sintético à

dieta AIN 93M. Salienta-se que as dietas Mix 1 30% e Mix 2 10%, em relação à

dieta colesterol (1%), promoveram menor concentração plasmática de colesterol em

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

72

21,4% e 26%, respectivamente. Como as dietas diferiram significativamente da dieta

padrão, infere-se que a presença dos nutrientes da uva e do arroz parboilizado

causaram redução do colesterol sanguíneo, induzindo a sua possível associação

inversa com o risco de doença cardiovascular.

Com relação à análise da lipoproteína HDL, observou-se que todas as dietas

apresentaram diferença estatística (p≤0,05) em relação à dieta padrão, exceto na

dieta Mix 2 30%. Conforme a tabela 15, ao induzir a hipercolesterolemia, observou-

se que ratos alimentados com a dieta colesterol (1%) diminuíram os níveis da HDL

sanguíneo em 33,3% em relação à dieta padrão. Portanto, as dietas Mix 1 30% e

Mix 2 20% e 30%, que também são hipercolesterolêmicas, apresentaram um

incremento da HDL no sangue dos ratos em 22,3%, 27,2% e 32,6%

respectivamente. No estudo de Soares Filho et al. (2011), ratos que consumiram

doses moderadas de vinho tinto apresentaram elevação de 6,63% nos níveis séricos

de HDL, quando comparados com ratos que consumiam dieta controle. No estudo

de Helbig (2007), foi encontrado um percentual de 38,29% nos níveis sanguíneos de

HDL, em ratos alimentados com arroz parboilizado.

Os resultados encontrados mostram que, aumentando a concentração dos

Mix 1 e 2, na dieta dos animais, ocorreu a elevação da HDL plasmática (Tabela 15).

Segundo Lerma-Garcia et al. (2009), o orizanol presente na fração lipídica do arroz

parboilizado pode elevar os índices da lipoproteína HDL. As lipoproteínas de alta

densidade (HDL) são de extrema importância, pois ajudam a remover o colesterol já

depositado, reduzindo o risco de aterosclerose e de infarto (ANDRADE, 2006).

Em relação às concentrações plasmáticas da lipoproteína LDL (Tabela 15), foi

observado que a maioria das dietas apresentou diferença significativa (p≤0,05) em

relação à dieta padrão, com exceção das dietas Mix 1 30% e Mix 2 10%. Referente à

dieta colesterol (1%), encontrou-se uma elevação de 78,6% nos níveis sanguíneos

de LDL, em comparação à dieta AIN 93M. Comparando os tratamentos, observou-se

que todas as dietas apresentaram diferença significativa (p≤0,05) com relação à

dieta colesterol (1%), destacando a redução da lipoproteína LDL em 29% e 36%, no

Mix 1 30% e Mix 2 10%, respectivamente.

Em humanos o estudo de Pérez-Jiménez et al. (2008) realizou a

suplementação com fibra antioxidante da uva, reduzindo o colesterol total, LDL e

triacilgliceróis em indivíduos hipercolesterolêmicos. A lipoproteína de baixa

densidade (LDL) tende a se depositar nas artérias e está associada ao início e à

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

73

aceleração do processo aterosclerótico. A modificação oxidativa do colesterol LDL é

um importante fator no desenvolvimento da lesão aterosclerótica (GIEHL, 2007).

Quanto aos índices da lipoproteína VLDL (Tabela 15), a maioria das dietas

apresentou diferenças significativas em relação à testemunha (dieta padrão - AIN

93M) exceto as dietas Mix 1 10% e Mix 2 10%, que não apresentaram diferença

significativa (p≤ 0,05) em relação à dieta padrão. Comparando as dietas, observou-

se que ratos alimentos com dieta e colesterol e dieta Mix 1 30% apresentaram os

maiores índices de colesterol VLDL; porém, essas dietas diferiram Mix 1 e Mix 2

concentração 10%, as quais foram responsáveis pelos menores índices de colesterol

VLDL nos ratos, diferindo da dieta colesterol (1%) (Tabela 15).

4.2.3 Massa da gordura epididimal (g) e relação da gordura epididimal de ratos

machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base

arroz parboilizado e bagaço de uva

A tabela 16 apresenta os índices de massa da gordura epididimal (g) e

relação da gordura epididimal nos diferentes tratamentos.

Tabela 16 - Massa da gordura epididimal (g) e relação da gordura epididimal de ratos machos da linhagem Wistar, alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva

Dieta Massa da Gordura Epididimal

(gramas) Relação da Gordura

Epididimal %

Dieta Padrão (AIN 93M) 5,14±0,87 2/ 1,43±0,22

Dieta + Colesterol (1%) 6,55±0,69 b ns 1,66±0,07 b ns

Dieta + Col. + Mix 1 10% 6,03±0,95 b ns 1,79±0,22 ab ns

Dieta + Col. + Mix 1 20% 6,79±1,02 b ns 1,87±0,19 ab *

Dieta + Col. + Mix 1 30% 9,49±1,54 a * 2,08±0,32 a *

Dieta + Col. + Mix 2 10% 6,61±1,57 b ns 1,74±0,25 b ns

Dieta + Col. + Mix 2 20% 6,76±1,27 b ns 1,75±0,18 b ns

Dieta + Col. + Mix 2 30% 6,45±1,19 b ns 1,81±0,19 ab *

Média Geral 6,66 1,74

CV (%) 17,4 11,9

*, ns Significativo e não significativo, respectivamente, em relação à testemunha (dieta padrão) pelo teste de Dunnett (p≤0,05). 1/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05) comparando as dietas. 2/ Média de seis determinações ± desvio padrão. CV: coeficiente de variação. Col.: Colesterol. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva. Relação da gordura epididimal: peso da gordura epididimal/peso corporal x 100.

Para a variável massa da gordura epididimal, observou-se na tabela 16 que

não houve diferença significativa entre os tratamentos com relação à dieta padrão,

exceto na dieta Mix 1 30%, resultado justificado pelo maior consumo da dieta, já

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

74

apresentado na Tabela 13.

Com a adição do colesterol (1%) à dieta AIN 93M, houve um incremento de

27,4% na gordura epididimal, com relação à dieta padrão. Comparando as dietas,

observou-se que os ratos que recebiam dieta Mix 1 30%, aumentaram a massa da

gordura epididimal em 84,6 %, quando comparada com a dieta padrão e 44,9%,

quando comparada à dieta colesterol (1%). Resultados diferentes foram encontrados

no estudo de Walter (2009), que ao avaliar o efeito fisiológico em ratos alimentados

com grãos de arroz com pericarpo marrom-claro, vermelho e preto, encontrou que os

animais que consumiam ração contendo grãos de arroz, apresentaram peso da

gordura epididimal significativamente menor do que o controle.

Na relação da gordura epididimal, grande parte das dietas não diferiu

estatisticamente (p≤0,05) em relação à dieta padrão, com exceção das dietas Mix 1

20 e Mix 1 30%, bem como na dieta Mix 2 30%. Entre as dietas, foi observado que

dieta colesterol (1%), aumentou em 16% o índice da gordura epididimal, com relação

à dieta padrão. Considerando a dieta colesterol (1%) não houve diferença

significativa entre as dietas, exceto a dieta Mix 1 30%, estando de acordo com o

resultado encontrado na análise da gordura epididimal. A dieta hipercolesterolêmica

usada neste estudo, foi suficiente para promover a obesidade nos ratos. Este estudo

mostrou que o índice de adiposidade dos animais estavam aumentados em

comparação com o respectivos controles. Dados semelhantes foram encontrados no

estudo de Denardin et al. (2009), os autores observaram que não houve efeito do

consumo de dieta com arroz sobre a gordura epididimal dos animais. No estudo de

Silva et al., (2014), os autores determinaram a influência do tempo de exposição à

obesidade induzida por dieta com alto teor de gordura no colágenos tipo I e III

miocárdico.

4.2.4 Massa do fígado (g) e relação hepatossomática de ratos machos da

linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz

parboilizado e bagaço de uva

Na tabela 17 são apresentados os pesos dos fígados dos animais e a relação

hepatossomática, nos diferentes tratamentos.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

75

Tabela 17 - Massa do fígado (gramas) e relação hepatossomática (%) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva.

Dieta Massa do

Fígado (gramas)

Relação Hepatossomática (%)

Dieta Padrão (AIN 93M) 9,15±1,47 2,45±0,15

Dieta + Colesterol (1%) 15,99±1,29 a1/ * 3,68±0,24 ab *

Dieta + Col. + Mix 1 10% 12,78±1,56 b * 3,81±0,22 ab *

Dieta + Col. + Mix 1 20% 14,25±1,49 ab * 3,91±0,21 ab *

Dieta + Col. + Mix 1 30% 15,84±2,85 a * 3,66±0,34 ab *

Dieta + Col. + Mix 2 10% 13,61±1,10 ab * 3,62±0,22 b *

Dieta + Col. + Mix 2 20% 14,85±1,87 ab * 3,97±0,18 a *

Dieta + Col. + Mix 2 30% 14,21±1,73 ab * 3,80±0,26 ab *

Média Geral 13,81 3,60

CV (%) 12,9 6,4

*, ns Significativo e não significativo, respectivamente, em relação à testemunha (dieta padrão) pelo teste de Dunnett (p≤0,05). 1/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05) comparando as dietas. 2/ Média de seis determinações ± desvio padrão. CV: coeficiente de variação. Col.: Colesterol. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva. Relação hepatossomática: massa do fígado/consumo de dieta no experimento x 100.

Conforme se observa na tabela 17, todos os tratamentos apresentaram

diferença significativa no peso do fígado em relação à dieta padrão.

Com a adição do colesterol sintético (1%) na dieta AIN 93 M, ocorreu uma

elevação de 75% no peso do órgão, o mesmo ocorreu com os outros tratamentos. O

aumento do peso do fígado, pode indicar aumento da atividade metabólica neste

órgão, acarretando uma sobrecarga hepática de colesterol (JAEKEL e RODRIGUES,

2011). Estes resultados estão de acordo com os dados encontrados por Macqueen

et al. (2007), que demonstraram aumento no peso deste órgão em ratos não obesos,

ao ingerirem dieta hiperlipídica. Dados contrários foram encontrados no estudo de

Moraes (2009), onde ratos alimentados com dieta hiperlipídica, não apresentaram

diferença significativa no peso do fígado.

Todas as dietas diferiram estatisticamente (p<0,05) na relação

hepato/somática com a dieta padrão. O acréscimo do colesterol à dieta padrão,

aumentou 50% na relação hepato/somática.

Não houve diferença significativa entre as dietas, com relação à dieta

colesterol (1%). Observou-se que a dieta Mix 2 20% apresentou maior percentual

(3,97) na relação hepatossomática, porém não diferiu com a dieta colesterol a 1%

(3,68 %), o valor médio entre os tratamentos foi de 3,77%. Os achados concordam

com o estudo de Monks (2010), que estudou os efeitos de diferentes graus de

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

76

polimento no arroz na relação percentual entre a massa dos fígados e o peso final

dos ratos, onde não encontrou diferenças significativas entre os grupos

experimentais.

Diante dos resultados encontrados, na tabela 18, buscou-se a correlação

entre as variáveis massa do fígado com o colesterol e lipoproteínas HDL e LDL nas

dietas que apresentaram resultados significativos.

Tabela 18 - Correlação de Pearson e valor de p entre as dietas colesterol 1%, Mix 1 10% e 20% e Mix 2 20% e os parâmetros massa do fígado com colesterol, lipoproteína de alta densidade (HDL) e lipoproteína de baixa densidade (LDL)

Parâmetros

Tratamentos

Dieta Col. (1%)

Dieta Mix 1 10% Dieta Mix 1 20%

Massa fígado/Colesterol

C p

0,870* 0,050

-0,940* 0.017

-0,793 0,109

Massa do fígado/HDL

C p

-0,670 0,216

-0,073 0,906

-0,567 0,319

Massa do fígado/LDL

C P

0,109 0,862

-0,894* 0,050

-0,908* 0,050

C – Correlação linear de Pearson; p – nível de significância (p≤0,05); *Correlação estatisticamente significante ao nível 5%. Mix 1: 40% arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva; HDL: lipoproteína de alta densidade; LDL: lipoproteína de baixa densidade..

Na tabela 18 observou-se que na dieta colesterol 1%, ocorreu associação

positiva entre as variáveis peso do fígado do animal e níveis de colesterol sanguíneo

(r= 0,870 e p ≤ 0,050). Já na dieta Mix 1 10%, além de apresentar diferença

significativa com a dieta colesterol 1%, apresentou correlação negativa entre os

parâmetros massa do fígado com colesterol sanguíneo (r= - 0,940 e p ≤ 0.017), LDL

(r= - 0,894 e p ≤ 0,050), ou seja, apesar do fígado dos ratos ter apresentado

aumento em relação aos fígados do tratamento controle, os níveis de colesterol e

lipoproteínas LDL reduziram no tratamento.

Observa-se ainda que ratos alimentados com dieta Mix 1 20% apresentaram

correlação negativa forte entre a massa do fígado e níveis da lipoproteína LDL

(r= - 0,908 e p ≤ 0,050). A redução dos níveis de LDL é importante em indivíduos

com hipercolesterolemia, já que as concentrações de LDL plasmáticas elevadas são

altamente associadas com a ocorrência de doenças arteriais coronarianas, como a

aterosclerose (VILELA, 2007).

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

77

4.2.5 Perfis de glicose e triacilgliceróis de ratos machos da linhagem Wistar

alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço

de uva

Na tabela 19, são apresentados os índices de glicose e triacilgliceróis nos

animais, nos diferentes tratamentos.

Tabela 19 - Perfis de glicose e triacilgliceróis de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de grãos de arroz parboilizado e de bagaço de uva

Dietas Glicose (mg dL-1)

Triacilgliceróis (g dL -1)

Dieta Padrão (AIN 93M) 118,00±14,88 47,00±10,69

Dieta + Colesterol (1%) 123,40±14,64 ab1/ ns 67,20±13,92 ab *

Dieta + Col. + Mix 1 10% 114,00±4,40 b ns 57,67±8,19 b ns

Dieta + Col. + Mix 1 20% 136,40±15,74 a ns 70,20±7,12 ab *

Dieta + Col. + Mix 1 30% 117,75±11,12 b ns 78,00±7,00 a *

Dieta + Col. + Mix 2 10% 128,17±16,67 ab ns 60,60±8,38 b ns

Dieta + Col. + Mix 2 20% 136,00±5,66 a ns 66,20±8,23 ab *

Dieta + Col. + Mix 2 30% 138,00±6,00 a ns 69,50±5,97 ab *

Média Geral 126,88 64,47

CV (%) 9,9 14

*, ns Significativo e não significativo, respectivamente, em relação à testemunha (dieta padrão) pelo teste de Dunnett (p≤0,05). 1/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05) comparando as dietas. 2/ Média de seis determinações ± desvio padrão. CV: coeficiente de variação. Col.: Colesterol. Mix 1: 40% arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60% de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva.

Conforme se observa na tabela 19, as concentrações séricas de glicose não

apresentaram diferenças entre os grupos estudados ao final do experimento.

Entre as dietas, observou-se que ratos alimentados com dieta colesterol (1%),

apresentaram um aumento de 4,5% na glicemia de jejum, em relação à AIN 93M. O

menor valor de glicose encontrado no tratamento Mix 1 10%, está associado ao

menor ganho de peso (Tabela 13) e consequentemente menor massa da gordura

epididimal entre os animais (Tabela 16), explicado pelo grupo Mix 1 10% ter

apresentado o menor coeficiente de eficiência alimentar, ou seja, mostra que a dieta

com bagaço apresentou menor eficiência no ganho de peso, ou seja, uma maior

quantidade de alimento precisou ser ingerida para ganho de 1g de peso corpóreo.

O controle da glicemia preserva a função endotelial e reduz o risco do

desenvolvimento de problemas cardiovasculares. Efeitos positivos sobre a

homeostase glicêmica com polifenóis e extratos vegetais ricos em polifenóis, in vitro

e em animais, vem sendo relatados (HANHINEVA et al., 2010). Em ratos que

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

78

receberam dieta hiperlipidica, a adição de resveratrol aumentou a sensibilidade à

insulina e o número de mitocôndrias no fígado (BAUR et al., 2006).

No estudo de Moura et al., (2012) ratos submetidos a uma dieta

hiperlipídica/hiperenergética semi purificada feita com 35% de gordura sendo que

31% de origem animal, 39% de gordura saturada e 4% de origem vegetal (óleo de

soja), as concentrações séricas de glicose não apresentaram diferenças entre os

grupos estudados ao final do experimento. Semelhante ao estudo de Denardin et al.

(2009) comparando o efeito do consumo de dietas elaboradas com arroz branco e

macarrão tipo espaguete sobre o desempenho e resposta metabólica em ratos,

observaram que as respostas glicêmicas aos 15 e 30 min não apresentaram

aumento significativo, em relação aos animais submetidos ao tratamento com arroz

de maior teor de amilose, o tratamento com macarrão apresentou maior

concentração plasmática pós-prandial de glicose nos demais pontos da curva,

mantendo a glicemia acima de 130mg/dl até o final do experimento, o que

demonstra que o arroz possui 9% mais amilose que o macarrão, comprovando a

digestibilidade mais lenta da amilose quando comparada à amilopectina. Conforme

Basso et al. (2011) a amilose por possuir cadeia essencialmente linear, apresenta-se

mais compacta no grânulo, dificultando o acesso das enzimas digestivas. Dessa

forma, sendo mais lentamente digerida e absorvida pelo organismo, resultando em

menor concentração plasmática de glicose o que é de extrema relevância

especialmente para indivíduos diabéticos, que necessitam manter regulares os

níveis de glicose no sangue.

Conforme Monks (2010) alimentos digeridos lentamente, ou que apresentam

baixo índice glicêmico, têm sido associados com melhora no controle do diabetes e

redução dos lipídios sanguíneos.

Quanto aos níveis de triacilgliceróis, a dieta com colesterol (1%) e as dietas

Mix 1 e Mix 2 20 e 30%, apresentaram diferença estatística em relação à dieta AIN

93M, enquanto que as demais não apresentaram diferenças.

Na comparação entre dietas, observou-se que ratos alimentos com as dietas

Mix 1 20 e Mix 1 30%, apresentaram os maiores índices de triacilgliceróis; porém,

essas dietas diferiram das dietas Mix 1 10% e Mix 2 10%, os quais foram

responsáveis pelos menores índices de triacilgliceróis nos ratos, pois apresentaram

os menores ganhos de peso em todo experimento (Tabela 13). Estas dietas

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

79

apresentaram uma redução de triacilgliceróis plasmáticos de 14% e 9,8%,

respectivamente, em comparação à dieta com colesterol (1%). No estudo de Walter

(2009) a concentração sanguínea em jejum de glicose, colesterol total, colesterol

HDL e triacilgliceróis não diferiu entre os tratamentos.

Resultados variados foram observados em outras pesquisas avaliando o

consumo de frações concentradas de arroz com pericarpo preto sobre esses

parâmetros. No trabalho desenvolvido por Chiang et al. (2006), não foi observada

diferença nos níveis plasmáticos de triacilgliceróis e colesterol total entre

camundongos consumindo ração controle ou contendo extrato de arroz com

pericarpo preto, mas os níveis de colesterol HDL foram significativamente maiores

para o último grupo.

Diante dos resultados obtidos, na tabela 20, apresentou-se as correlações

que ocorreram com a variável triacilgliceróis, com ganho de peso, relação da gordura

epididimal e lipoproteína VLDL.nas diferentes dietas.

Tabela 20 - Correlação de Pearson e valor de p entre as dietas colesterol 1%, Mix 1 10% e Mix 1 20% e Mix 2 20% e os parâmetros triacilgliceróis (TAG) com ganho de peso, consumo, relação da gordura epididimal e lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL)

Parâmetros

Tratamentos

Dieta Col. (1%)

Dieta Mix 1 10% Dieta Mix 1 20%

Dieta Mix 2 20%

TAG/Ganho de Peso C p

0,198 0,749

-0,953* 0,012

-0,597 0,287

-0,418 0,484

TAG/Relação da Gordura Epididimal

C p

0,291 0,634

-0,020 0,974

-0,977* 0,004

0,663 0,222

TAG/VLDL

C p

0,999* <,0001

-0,372 0,537

0,975* 0,005

0,999* 0,001

C – Correlação linear de Pearson; p – nível de significância (p≤0,05); *Correlação estatisticamente significante ao nível 5%. Mix 1: 40% arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva; Mix 2: 60% arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva; TAG: triacilgliceróis; VLDL: lipoproteína de muito baixa densidade.

Na tabela 20 observou-se que os animais alimentados com a dieta Colesterol

(1%), apresentaram forte correlação positiva forte entre os índices de triacilgliceróis

e a lipoproteína VLDL (r= 0,999 e p≤ 0,0001), no grupo alimentado com a dieta Mix 1

10% ocorreu correlação negativa entre os triacilgliceróis plasmáticos e ganho de

peso em todo o experimento (r= - 0,953 e p ≤ 0,012) da dieta Mix 1 10%, justificando

o menor ganho de peso entre os tratamentos (Tabela 13). Na dieta Mix 1 20%

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

80

ocorreu associação negativa forte entre os níveis de triacilgliceróis e a gordura

epididimal (p= - 0,977 e p ≤ 0,004) dos animais, ou seja, mesmo com o aumento de

peso, não ocorreu alteração nos níveis de triacilgliceróis plasmáticos, entretanto

ocorreu correlação positiva entre o aumento do TAG e a lipoproteína VLDL (r= 0,975

e p ≤ 0,005).

Na dieta Mix 2 20% observou-se que ocorreu correlação positiva dos TAG

com a lipoproteína VLDL (r= 0,999 e p ≤ 0,001), justificando o maior consumo

apresentado na tabela 13.

4.2.7 Perfis de ureia e creatinina de ratos machos da linhagem Wistar

alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço

de uva

Na tabela 21 são demonstrados os perfis de ureia e creatinina entre os diferentes tratamentos. Tabela 21 - Perfis de ureia e creatinina de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva

Dietas Ureia (mg dL-1)

Creatinina (mg dL-1)

Dieta Padrão (AIN 93M) 45,00±3,50 0,87±0,03 Dieta + Colesterol (1%) 44,40±4,33 ab ns 0,91±0,04 a ns Dieta + Col. + Mix 1 10% 44,00±6,98 ab ns 0,90±0,05 a ns Dieta + Col. + Mix 1 20% 45,40±3,65 a ns 0,78±0,07 b * Dieta + Col. + Mix 1 30% 29,00±3,56 d * 0,79±0,03 b ns Dieta + Col. + Mix 2 10% 37,80±3,19 c ns 0,85±0,05 ab ns Dieta + Col. + Mix 2 20% 39,20±3,49 bc ns 0,80±0,07 b ns Dieta + Col. + Mix 2 30% 37,80±4,02 c ns 0,81±0,04 b ns

Média Geral 40,59 0,84 CV (%) 10,2 5,8

*, ns Significativo e não significativo, respectivamente, em relação à testemunha (dieta padrão) pelo teste de Dunnett (p≤0,05). 1/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05) comparando as dietas. 2/ Média de seis determinações ± desvio padrão. CV: coeficiente de variação. Col.: Colesterol. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva.

Com relação à análise da ureia (Tabela 21), observou-se que a maioria das

dietas não apresentou diferença estatística em relação à dieta padrão - AIN 93M,

com exceção na dieta Mix 1 30%, com maior quantidade de bagaço de uva, os

animais apresentaram uma redução de 35% nos níveis sanguíneos de ureia.

Bezerra et al. (2008) realçaram o efeito protetor da Vitis vinifera na função renal de

ratos submetidos ao modelo de isquemia renal por clampeamento de 40 minutos.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

81

Comparando entre dietas (Tabela 21), observou-se que as dietas com maior

concentração de bagaço de uva apresentaram os melhores níveis plasmáticos de

ureia entre os ratos.

Quanto aos índices plasmáticos da creatinina, apresentados na tabela 21, não

ocorreu diferenciação das dietas em relação à testemunha (dieta padrão - AIN 93M),

exceto para a dieta M1 20%. Ao realizar a comparação entre dietas, observou-se

que ratos alimentos com Mix 1 20%, Mix 1 30% e Mix 2 20 e Mix 2 30%

apresentaram os menores índices de creatinina; entretanto as dietas com colesterol

e Mix 1 10% foram responsáveis pelos maiores índices de creatinina nos ratos.

4.2.8 Atividades das enzimas transaminase glutâmico oxalacética (TGO),

transaminase glutâmico pirúvica (TGP) e fosfatase alcalina (U L-1) de ratos

machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de

arroz parboilizado e bagaço de uva

Na tabela 22 são apresentadas as atividades das enzimas hepáticas, nas

diferentes dietas experimentais.

Tabela 22 - Atividades das enzimas transaminase glutâmico oxalacética (TGO), transaminase glutâmico pirúvica (TGP) e fosfatase alcalina (U L-1) de ratos machos da linhagem Wistar alimentados com dietas experimentais à base de arroz parboilizado e bagaço de uva

Dieta TGO

(U L-1) TGP

(U L-1) Fosfatase Alcalina

(U L-1)

Dieta Padrão (AIN 93M) 156,00±14,53 56,00±4,08 2/ 75,00±6,98

Dieta + Colesterol (1%) 221,20±10,92 bc 1/ * 60,00±0,82 bc ns 123,20±9,63 a *

Dieta + Col. + Mix 1 10% 232,50±11,90 ab * 64,00±3,03 abc ns 110,50±7,89 ab *

Dieta + Col. + Mix 1 20% 203,33±14,01 c * 64,33±6,81 abc ns 103,40±7,54 b *

Dieta + Col. + Mix 1 30% 246,33±9,71 a * 62,17±7,22 abc ns 114,80±10,73 ab *

Dieta + Col. + Mix 2 10% 213,00±19,08 bc * 58,00±5,79 c ns 108,60±12,05 ab *

Dieta + Col. + Mix 2 20% 210,00±20,98 bc * 67,25±3,59 ab * 111,00±22,82 ab *

Dieta + Col. + Mix 2 30% 214,33±9,71 bc * 69,75±6,40 a * 106,80±7,46 ab *

Média Geral 213,39 62,56 106,73

CV (%) 6,7 8,3 10,9

*, ns Significativo e não significativo, respectivamente, em relação à testemunha (dieta padrão) pelo teste de Dunnett (p≤0,05). 1/ Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Duncan (p≤0,05) comparando as dietas. 2/ Média de seis determinações ± desvio padrão. CV: coeficiente de variação. Col.: Colesterol. Mix 1: 40% de arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva. Mix 2: 60 % de arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva. TGO- enzima transaminase glutâmico oxalacética. TGP enzima transaminase glutâmico pirúvica.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

82

Em relação à variável resposta TGO apresentada na tabela 22, todas as

dietas apresentaram diferença significativa (p≤0,05) quando comparadas com a dieta

padrão (testemunha), ou seja, ocorreu aumento da atividade enzimática em todos

os grupos. Entretanto, os valores encontrados da enzima TGO, não diferiram dos

valores de referência (81 - 180,0 UL -1) encontrados no estudo de Melo et al., (2012).

Ao realizar a comparação entre dietas, observou-se que a dieta colesterol

(1%) mostrou um aumento de 42% da enzima TGO, com relação à dieta padrão.

Entre as dietas, observou-se que as dietas Mix 1 10 e 30% causaram acréscimo da

enzima em 5,1% e 11,4%, com relação à dieta colesterol (1%), caracterizando maior

atividade enzimática nesses tratamentos. A menor atividade enzimática foi

observada na dieta Mix 1 20%; entretanto, não diferiu das demais dietas (Tabela 22).

Os resultados diferiram do estudo de Monks (2010), analisando efeitos em ratos da

intensidade de polimento do arroz, sobre os níveis plasmáticos das enzimas

hepáticas fosfatase alcalina (ALP) e alanina aminotransferase (ALT), no referido

experimento foram encontrados valores de ALP entre 37,8 U/L a 39,8 U/L e de ALT

24,6 U/L-1 a 28,8,8 U/L-1.

Os resultados também diferiram do estudo de Melo et al. (2008) utilizando

folhas da mandioca na dieta de ratos adultos, os mesmos não apresentaram efeitos

sobre a atividade enzimática. Os autores relatam que a enzima transaminase

glutâmico-oxalacética (TGO), também denominada de AST é uma enzima

encontrada em maior quantidade nas mitocôndrias, cerca de 80%, e não é liberada

tão rápido como a enzima transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) também

denominada de ALT, que é uma enzima puramente sistólica. A TGO está presente

em altas concentrações em um grande número de tecidos, como coração, fígado,

músculo esquelético, rins e pâncreas (MELO et al., 2008).

Em relação à variável resposta TGP, a maioria não apresentou diferença

significativa quando comparada com a dieta padrão (testemunha). Os valores da

atividade enzimática da TGP, não diferiram dos valores de referência(36 - 58,0 UL -1)

encontrados no estudo de Melo et al., (2012).

O tratamento dieta colesterol (1%) demonstrou um aumento da atividade

enzimática em 7,1% em comparação à dieta AIN 93M.

Ao realizar a comparação entre dietas, observou-se que as dietas Mix 2 20 e

30% demonstraram maior atividade enzimática, entretanto a menor atividade

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

83

enzimática foi observada na dieta Mix 2 10% (58%). A enzima TGP é primariamente

limitada ao citosol dos hepatócitos, é considerada um indicador altamente sensível

de dano hepatocelular e, dentro de certos limites, pode fornecer uma taxa

quantitativa do grau de danificação sofrido pelo fígado (AL-HABORI e STAHMANN,

2002). Segundo Monks (2010) as enzimas TGO E TGP servem como indicadores

específicos para diagnosticar possíveis danos hepatocelulares e hepatobiliares, pois

são lançadas na corrente sanguínea quando há aumento na taxa metabólica do

fígado. No estudo de Melo et al. (2008), os autores testando os efeitos da farinha de

folhas de mandioca sobre a atividade das enzimas TGO, TGP e Fosfatase alcalina,

em ratos Wistar, alimentados com dietas hipercolesterolêmicas, adicionadas de 1%

de colesterol, observaram que a farinha provocou um aumento na atividade da

enzima TGP.

Em relação à variável resposta à enzima fosfatase alcalina, todas as dietas

apresentaram diferença quando comparadas com a dieta padrão (testemunha). Ao

realizar a comparação entre dietas, a dieta com colesterol (1%) caracterizou a maior

atividade enzimática em 64,3% em comparação à dieta AIN 93M - padrão, entretanto

não houve diferença significativa entre as dietas, os valores encontrados não

apresentaram alteração enzimática, pois, conforme o estudo de Melo et al., (2012), o

valor de referência máximo da atividade da enzima é de 79 - 196 UL -1.

Diante dos resultados encontrados, buscou-se na tabela 24, a correlação

entre as variáveis TGO e TGP com o CEA, lipoproteínas VLDL, glicose, massa da

gordura epididimal e triacilglicerol nas dietas que apresentaram resultados

significativos.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

84

Tabela 23 - Correlação de Pearson e valor de p entre as dietas Mix 1 10%, Mix 1 30%, Mix 2 20% e enzimas transaminase glutâmico oxalacética (TGO), transaminase glutâmico pirúvica (TGP) e fosfatase alcalina, coeficiente de eficiência alimentar (CEA), lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), triacilgliceróis (TAG), glicose e massa da gordura epididimal

Parâmetros Dietas

Dieta Colesterol (1%)

Dieta Mix 1 10% Dieta Mix 2 20%

TGO/CEA

C p

0,482 0,410

-0,939* 0,018

-0,139 0,824

TGO/VLDL C p

-0,878* 0,050

-0,574 0,311

-0,722 0,168

TGO/Glicose C p

-0,098 0,876

-0,747 0,147

-0,898* 0,038

TGP/Massa gordura epididimal

C p

-0,367 0,543

0,216 0,728

-0,924* 0,025

TGP/VLDL

C p

0,185 0,766

-0,316 0,604

-0,933* 0,021

TGP/TAG

C p

0,174 0,779

-0,679 0,207

-0,954* 0,012

C – Correlação linear de Pearson; p – nível de significância (p≤0,05); *Correlação estatisticamente significante ao nível 5%. Mix 1: 40% arroz parboilizado e 60% de bagaço de uva; Mix 2: 60% arroz parboilizado e 40% de bagaço de uva; TGO: enzima transaminase glutâmico oxalacética, TGP: transaminase glutâmico pirúvica; HDL: lipoproteína de alta densidade; TAG: triacilgliceróis; VLDL:lipoproteína de muito baixa densidade VLDL: lipoproteína de muito baixa densidade; CEA: Coeficiente de eficiência alimentar.

Na tabela 24 observou-se que o tratamento Mix 1 10% influenciou uma

correlação negativa entre a enzima transaminase glutâmico-oxalacética - TGO com

CEA (r= - 0,939 e p ≤ 0,018). Salienta-se que o tratamento com a dieta Mix 2 20%,

portanto, com maior concentração de arroz, apresentou uma correlação negativa

entre a enzima TGO e glicose (r= - 0,898 e p ≤ 0,038), bem como a enzima

transaminase glutâmico-pirúvica - TGP mostrou uma associação negativa com a

massa da gordura epididimal (r= - 0,924 e p ≤ 0,025), com a lipoproteína VLDL ( r= -

0,933 e p ≤ 0,021) e os triacilgliceróis (r= - 0,954 e p ≤ 0,012).

Entretanto no grupo de animais alimentados com dieta Mix 2, não apresentou

associação com o aumento da enzima hepática TGP e frações lipídicas.

Diante dos resultados encontrados, sugere-se que novos estudos possam ser

realizados com gordura dietética, a fim de comprovar os benefícios dos Mix na

saúde humana.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

85

5 CONCLUSÕES

A adição de arroz parboilizado e bagaço de uva melhora os parâmetros de

avaliação nutricional de dietas hipercolesterolêmicas, com aumento das

concentrações de fatores de proteção.

O aumento da proporção de bagaço de uva na dieta provoca aumento na

disponibilidade de antioxidantes, reduz os níveis sanguíneos de colesterol e

lipoproteína LDL, sem comprometer parâmetros relacionados à função renal .

A presença de arroz parboilizado na dieta hipercolesterolêmica promove

aumento nos níveis plasmáticos da lipoproteína HDL.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

86

6 REFERÊNCIAS

AACC - American Association of Cereal Chemists. Aproved methods of the American Association of Cereal Chemists. 9. ed. St. Paul, 1995.

AL-HABORI, M. et al. Toxicological evaluation of Catha edulis leaves: a long term feeding experiment in animals. Ethno-Pharmacology, v. 83, p. 209-217, 2002.

ALMEIDA, M.F; BARATA, R.B; MONTEIRO, C.V; SILVA, Z.P. Prevalência de doenças crônicas auto-referidas e utilização de serviços de saúde, PNAD/1998, Brasil. Revista Ciência & Saúde Coletiva, 7(4):743-56, 2002.

ALONSO, A.M. et al. Determination of antioxidant activity of wine byproducts and its correlation with polyphenolic content. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50, n. 21, p. 5832-5836, 2002.

AMATO, G.W.; ELIAS, M.C. A parboilização do arroz. Porto Alegre: Ed. Ricardo Lenz. 160p, 2005.

ANDRADE, A.C.M. Ação do vinho tinto sobre o sistema nervoso simpático e a função endotelial em pacientes hipertensos e hipercolesterolêmicos.Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

ANGELUCCI, E.; CARVALHO, C.R.L.; CARVALHO, P.R.N.; FIGUEIREDO, I.B.; MANTOVANI, D.M.B.; MORAES, R.M. Manual técnico de análises de alimentos. Campinas: Instituto de Tecnologia de alimentos. p. 52-53, 1987.

ANJO, D.C.F.; Alimentos funcionais em angiologia e cirurgia vascular. Jornal Vascular Brasileiro, v. 3, n.2.p.147-148, 2004.

ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003. Regulamento Técnico para Rotulagem Nutricional Obrigatória de Alimentos e Bebidas Embalados. Diário Oficial da União, 26 de dezembro de 2003.

ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 19, de 30 de abril de 1999. Regulamento de Procedimentos para Registro de Alimento com Alegação de Propriedades Funcionais e ou de Saúde em sua Rotulagem. Diário Oficial da União, 10 de dezembro de 1999.

ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 2, 02 de janeiro de 2002. Aprova o Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcional e ou de Saúde, Publicação no Diário Oficial da União, 09 de janeiro de 2002 e Republicação no D.O.U., 17 de janeiro de 2002.

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

87

ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 12, de 02 de janeiro de 2001. Regulamento Técnico sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos. Diário Oficial da União, de 2 de janeiro de 2001.

AOAC - Association of Official Analytical Chemists. Official Methods of Analysis the AOAC International. 16. ed. Washington D.C: Ed. CUNNIFF, P.A., v.2, 1995.

AOAC - Association of Official Analytical Chemists. Official methods of Analysis. 18 ed. Washington DC USA, 2006.

ARBOS, K.A., FREITAS, R.J.S.de, STERTZ, S.C., CARVALHO, L.A. Segurança alimentar de hortaliças orgânicas: aspectos sanitários e nutricionais. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 30(Supl.1): 215-220, maio 2010.

ARCIERO, J.C.; ERMENTROUT, G.B.; UPPERMAN, J.S.; VODOVOTZ, Y.; RUBIN, J.E. Using a mathematical model to analyze the role of probiotics and inflammation in necrotizing enterocolitis. PLoS One, 5: 10066, 2010.

ARYEE, F.N.A.; ODURO, I.; ELLIS, W.O.; AFUAKWA, J.J.. The physicochemical properties of flour samples from the roots of 31 varieties of cassava. Food Control, 17: 916-922, 2006.

ARUOMA O.I. Nutrition and health aspects of free radicals and antioxidants. Food Chemistry Toxicology, 32 (7):671-683, 1994.

ASSIS, L.M. de. Dissertação de Mestrado Efeitos da parboilização do arroz sobre características nutricionais e tecnológicas de farinhas mistas ternárias com trigo e soja. Pelotas, 2009.

IBRAVIM – Instituto Brasileiro do Vinho. Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, 2009. Disponível em: <sulhttp://www.scp.rs.gov.br/ATLAS/atlas.aspmenu=268>. Acesso em: 02 de novembro de 2010.

BARATA, T.S. Caracterização do consumo de arroz no Brasil: um estudo na Região Metropolitana de Porto Alegre. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre. UFRGS/CEPAN, p.93, 2005.

BARBOSA DA, GUNJI CK, BITTENCOURT ARC, BELASCO AGS, DICCINI S, VATTIMO F, et al. Co- morbidade e mortalidade de pacientes em início de diálise. Acta Paulista de Enfermagem, 19(3):304-9, 2006.

BARÓ, L.; FONOLLÁ, J.; PEÑA, J.L.; MARTINEZ-FÉREZ, A.; LUCENA, A.; JIMÉNEZ, J. et al. N-3 fatty acids plus oleic acid and vitamin supplemented milk consumption reduces total and LDL cholesterol, homocysteine and levels of endothelial adhesion molecules in healthy humans. Clinical Nutrition, 22(2):175-82, 2003.

BASSO, C. SILVA; BENDER, A.B.B., SILVEIRA, F. da. Elevação dos níveis de amido resistente: efeito sobre a glicemia e na aceitabilidade do alimento. Revista do Instituto Adolfo Lutz, 2011; 70(3):276-82.

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

88

BAUMGÄRTEL, T.; KLUTH, H.; EPPERLEIN, N.; RODEHUTSCORD, M.A. Note on digestibility and energy value for sheep of diferente grape pomace. Small Ruminant Research, v.6, p. 302-306, 2007.

BAUR JA, PEARSON KJ, PRICE NL, JAMIESON HA, LERIN C, KALRA A et al. Resveratrol improves health and survival of mice on a high-calorie diet. Nature, 444:337–42, 2006.

BEHALL, K.M. et al. Whole-grain diets reduce blood pressure in mildly hypercholesterolemic men and women. Journal of the American Dietetic Association, v.106, p.1445-1449, 2006.

BERNARDON, R. et al. Construção de metodologia de capacitação em alimentação e nutrição para educadores. Revista de Nutrição, Campinas, v. 22, n. 3, p. 389-398, 2009.

BEZERRA, J. DA S.; TEIXEIRA, W.; VATTIMO, M.F.F; Efeito Protetor da Vitis Vinifera na Lesão Renal Aguda Isquêmica em Ratos. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 30(2):99-104, 2008.

BLIGH, E.G.; DYER, W.J. A rapid method of total lipid extraction and purification. Canadian Journal of Biochem. and Physiology, v.37, p.911-917, 1959.

BORDIGNON-LUIZ, M.T.; GAUCHE, C.; GRIS, E.F.; FALCÃO, L.D. Colour stability of anthocyanins from Isabel grapes ( Vitis labrusca L.) in model systems. LWT – Food Science and Technology, v. 40, n. 4, p. 594-599, 2007.

BOVERIS, A. Biochemistry of free radicals: from electrons to tissues. Medicina. Buenos Aires, 58:350-356, 1998.

BRANDÃO, S.C.C. Novas Gerações de Produtos Lácteos Funcionais [artigo na internet]. Belo Horizonte; 2002. Disponível em <http://www.laticinio.net/inf_tecnicas .asp?cod=33> Acesso em: 10 de setembro de 2013.

BRASIL - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa SDA 62, de 26 de agosto de 2003: métodos microbiológicos para análise de alimentos de origem animal e água. Brasília, DF, 2003a. 265p. Disponível em: http://www.agricultura. gov.br. Acesso em: 08 de setembro, 2012.

BRASIL - Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução RDC nº 273, de 22 de setembro de 2005 Regulamento técnico para misturas para o preparo de alimentos e alimentos prontos para o consumo Diário Oficial da União 23 de setembro, 2005b.

BRASIL - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa nº 6, de 16 de fevereiro de 2009. Regulamento Técnico do Arroz, definindo o seu padrão oficial de classificação, com os requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação e a marcação ou rotulagem. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Seção 1, p.3, 17 de fevereiro, 2009c.

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

89

BRASIL - Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição - PNAN. Brasília: MS; 2012d.

BRITO F.A. DE. Uva e Vinho. Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina; 2010-2011.

BUCBER, J.R.; TIEN, M.; MOREHOUSE, L.A.; AUST, S.D. Redox cycling and lipid peroxidation: the central role of iron chelates. Fundamental and Applied Toxicology, 3, 222– 226, 1983.

CABRITA, M.J., RICARDO-DA-SILVA, J.; LAUREANO, O. Os compostos polifenólicos das uvas e dos vinhos. In: I Seminário Internacional de Vitivinicultura. Anais Ensenada, México, 2003.

CAMARGO, U.A.; MAIA, J.D.G.; RITSCHEL, P. EMBRAPA Uva e Vinho: novas cultivares brasileiras de uva. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho. 64 p. 2010.

CAMPOLINA, A.G. et al. A transição de saúde e as mudanças na expectativa de vida saudável da população idosa: possíveis impactos da prevenção de doenças crônicas. Cadernos de Saúde Pública, vol.29 n.6 Rio de Janeiro Junho, 2013.

CAMPOS, L. Obtenção de extratos de bagaço de uva Cabernet Sauvingnon (Vitis vinifera): parâmetros de processo e modelagem matemática. Dissertação (Mestrado em Engenharia d e Alimentos) - Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC. 121p., 2005.

CANZIANI ME. Doenças cardiovasculares na doença renal crônica. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 23:20-1, 2004.

CARVALHO, M.A, PEREIRA JUNIOR, A. Nutrição e estados de humor: da medicina chinesa antiga à neurociência. Revista Simbio-Logias [periódico na internet].(1):35-50. Maio de 2008. Disponível em: <http://www.ibb.unesp.br/servicos/publicacoes/simbiologias/documentos/v1n1/ARTIGO_03_FILO_nutricao_estados_ de_humor.pdf.>. Acesso em: 12 de outubro de 2012.

CHAMPE, P.C. Bioquímica Ilustrada. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

CHIRA, K, SUH JH; SAUCIER, C, TEISSEDRE, PL. Les polyphénols du raisin. Phytotherapie, 6(2): 75-82: 10.1007/s10298-008-0293-3, 2008.

CHISTÉ, R.C.; COHEN, K.O.; MATHIAS, E.A.; RAMOA JÚNIOR, A.G.A. Estudo das propriedades físico-químicas e microbiológicas no processamento da farinha de mandioca do grupo d’água. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 27, n. 2, p. 787- 792, abr./jul., 2007.

CHUN, O.K.; KIM, D.O.; SMITH, N.; SCHROEDER, D.; HAN, J.T.; LEE, C.Y. Daily consumption of phenolics and total antioxidant capacity from fruit and vegetables in the American diet. Journal of the Science of Food Agriculture, v.85, 1715-1724, 2005.

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

90

CIZ, M. et al. The Influence of Wine Polyphenols on Reactive Oxygen and Nitrogen Species Production by Murine Macrophages RAW 264.7. Physiological Research, v.57, p.393-402, 2008.

CLEMENTE, E.; GALLI, D. Stability of the anthocyanins extracted from residues of the wine industry. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 31(3): 765-768, jul.-set. 2011.

CONAB - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Cenário Mundial Favorece Exportações Brasileira de Arroz. 2007a. Disponível em: <www.conab.gov.br/conaweb>. Acesso em: 03 Novembro 2011.

CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2012/13. Sexto Levantamento - Março/2013.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA – CFMV. RESOLUÇÃO Nº 1000, DE 11 DE MAIO DE 2012 Procedimentos e métodos de eutanásia em animais e dá outras providências. Acesso 07 de setembro 2012.

COSTA N.M.B.; ROSA C.O.B.. Alimentos funcionais – componentes bioativos e efeitos fisiológicos. Editora Rubio. Rio de janeiro, 2010.

CRUZ A.P.G. Avaliação do Efeito da Extração e da Microfiltração do Açaí sobre sua Composição e Atividade Antioxidante. Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, Instituto de Química, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.

DANTAS, F.R.; ARAÚJO, G.G.L. de; SILVA, D.S. da; PEREIRA, L.G.R.; GONZAGA NETO, S.; TOSTO, M. da S.L. Composição química e características fermentativas de silagens de maniçoba (Manihot sp.) com porcentuais de co-produto de vitivinícolas desidratado. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.9, p.247-257, 2008.

DA SILVA D. C. T.; A. P LIMA-LEOPOLDO; LEOPOLDO A.S.; DE CAMPOS D.H.S;, DO NASCIMENTO A.F., JUNIOR S.A.O.; PADOVANI C.R.; CICOGNA A.C. Influência do Tempo de Exposição à Obesidade Induzida por Dieta Hiperlipídica sobre os Colágenos Tipo I e III. Arquivo Brasileiro de Cardiologia, 102(2):157-164, 2014.

DAVIS, K.L.; MARTIN, E.; TURKO, I.V. e MURAD, F. Novel effects of nitric oxide. Annual Review of Pharmacology and Toxicology, 41:203-236, 2001.

DENARDIN, C.C.; BOUFLEUR, N.; RECKZIEGEL, P.; SILVA, L.P. da Influência do consumo de arroz ou de macarrão no desempenho e resposta metabólica em ratos. Alimentos e Nutrição, Araraquara v.20, n.3, p. 441-449, jul./set., 2009.

DIAZ, J.; SERRANO, E.; ACOSTA, F. e CARBONELL, L.F.. References intervals for four biochemistry analyttes in plasma for evaluating oxidative stress and lipid peroxidation in human plasma. Clinical chemistry, 44 (10): 2215-2217, 1998.

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

91

DORS, G.C.; CASTIGLIONI, G.L.; AUGUSTO-RUIZ, W. Utilização da farinha de arroz na elaboração de sobremesa. Vetor, Rio Grande, 16(1/2): 63-67, 2006.

DORS, G.C.; FURLONG, E.B.;BIERHALS, V.S. Parbioled Rice: occurrence of mycotoxin and chemical composition. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.31, p. 177, 2011.

DORS, G.C.; PINTO, R.H.; BADIALE-FURLONG, E. Influência das condições de parboilização na composição química do arroz. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 29(1): 219-224, jan.-mar., 2009.

DUTHIE, G.G, GARDNER, PT; KYLE JA. Plant polyphenols: are they the new magic bullet? Prodeedings of the Nutrition Society, 62(3):599-603, 2003.

DUSSE, L.M.S.; VIEIRA, L.M.; CARVALHO, M.G. Revisão sobre óxido nítrico. Jornal Brasileiro de patologia e medicina laboratorial, 2003 ,39:4, 343-350.

ELIAS, M.C.; SCHIAVON, R.A. ; OLIVEIRA, M. Aspectos científicos e operacionais na industrialização de arroz. In: ELIAS, M.C.; OLIVEIRA, M. ; SCHIAVON, R.A. Qualidade de Arroz na Pós-Colheita: Ciência, Tecnologia e Normas. 1. ed. Pelotas: Santa Cruz, v. 1, p. 353-8, 2010.

EMBRAPA - Cultivo do Arroz Irrigado no Brasil. Importância Econômica, Agrícola e Alimentar do Arroz, 2006. Disponível em: <http://sistemasdeproducao. cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoBrasil/Cap01.htm>. Acesso em: 17 de março de, 2011.

FANG, N.; YU, S.; BADGER, T.M. Characterization of triterpene alcohol and sterol ferulates in rice bran using LC-MS/ MS. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.51, p. 3260-3267, 2003.

FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. Rice and human nutrition - international year of rice 2004a. Disponível em: <http://www.fao.org/ rice2004/index_en.htm>. Acesso em: 06 de maio de 2012.

FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. Rice information (volume 2). Rome Italy: Food and Agriculture Organizationof the United Nations; 2006b. Disponível em: <http://www.fao.org/docrep/010/a0869t/a0869t00.HTM>. Acesso em: 10 de outubro de 2013.

FAO - FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION. Faostat. Rome: FAO, 2012c. Disponível em: <http://faostat.fao.org/default.aspx>. Acesso em: 20 de fevereiro de 2012.

FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. Trade and Markets Division. Rice Marked Monitor, July 2013d. Volume XV – Issue nº3; Acesso 2013.

FELIPPE Jr. e PERCÁRIO,S.. Radicais livres em medicina intensive. Revista Brasileira Terapia Intensiva, 3(3):66-72, 1991.

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

92

FENG, L.J.; CHEN-HUAN, Y.U.; KE-JING YING; JIAN HUA; XIAO-YAN DAÍ. Hypolipidemic and antioxidant effects of total flavonoids of Perilla Frutescens leaves in hyperlipidemia rats induced by high-fat diet. Food Research International, 44. 404-409, 2011.

FENG, L.J.; YU, C.H.; YING, K.J.; HUA, J.; DAI, X.Y. Hypolipidemic and antioxidant effects of total flavonoids of Perilla Frutescens leaves in hyperlipidemia rats induced by high-fat diet. Food Research International, 44 404–409, 2011.

FERREIRA I.C.F.R.; ABREU R.M.V. Stress Oxidativo, Antioxidantes e Fitoquímicos. Bioanálise. Ano IV - N.º 2 • Jul/Dez, 2007.

FERREIRA NETO, C.;J.; FIGUEIREDO, R.M.F.; QUEIROZ, A.J.M. Avaliação físico-química de farinhas de mandioca durante o armazenamento. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, 5 (1): 25-31, 2003.

FERREIRA, L.F.D. Obtenção e Caracterização de Farinha de Bagaço de Uva e Sua Utilização em Cereais Matinais Expandidos. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa: 2010.

FERREIRA, W.M. et al. Digestibilidade aparente dos nutrientes de dietas simplificadas baseadas em forrageiras para coelhos em crescimento. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.59, n.2. p. 451-458, 2007. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-09352007000200027>. Acesso em: 13 de junho de 2013.

FIANDER, H; SCHNEIDER, H. Dietary ortho phenols that induce glutathione Stransferase and increase the resistance of cells to hydrogen peroxide are potential cancer chemopreventives that act by two mechanisms: the alleviation of oxidative stress and the detoxification of mutagenic xenobiotics. Cancer Letters, 156:17–24, 2000.

FRANZONI, M.P. Atividade antioxidante de extratos aquosos de sementes de variedades do gênero Vitis (uva) provenientes de resíduos de vinificação. Caxias do Sul: UCS,.51p. (Dissertação de Mestrado), 2005.

FREITAS, D.Z.; SILVA, P.M.; GULARTE, M.A. Influência da renda nas preferências de consumo de arroz. In: VI Simpósio de Alimentos para a região sul, 2009, Passo Fundo. Anais do VI Simpósio de Alimentos para a Região Sul. Passo Fundo, 2009.

FRIDOVICH,I.. Oxygen toxicity: a radical explanation. Journal of Experimental Biology, 201:1-15, 1998.

FRIEDEWALD, W.T, LEVY, R.I., Fredrickson DS. Estimation of the low density lipoprotein in plasma without use of the preparative ultracentrifuge. Clinical Chemistry, 18: 499-502, 1972.

FUHRMAN, B; AVIRAM, M. Flavonoids protect LDL from oxidation and attenuate atherosclerosis. Current Opinion in Lipidology, 12: 41-48, 2001.

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

93

GARCEZ, M.; BORDIN, D.;PERES, W.; SALVADOR, M.. Radicais livres e espécies reativas. Radicais livres e a resposta celular ao estresse oxidativo. Canoas: Ed. Ulbra. n. 1- vol.1: 13-33, 2004.

GAVINA C. Doença renal crônica e doença aterosclerótica cardiovascular: o risco cardiorenal. Revista Portuguesa de Cardiologia, 29(Suppl):19-25, 2010.

GERMANI, R.; BENASSI, V.T.; CARVALHO, J.L.V. Métodos de avaliação de grão e farinha de trigo. Rio de Janeiro: Embrapa, 84 p. (Documentos, n. 28), 1997.

GIEHL, M.R; DAL BOSCO, S.M.; LAFLOR, C.M.; WEBER, B. Eficácia dos flavonóides da uva, vinho tinto e suco de uva tinto na prevenção e no tratamento secundário da aterosclerose. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 17, n. 3, p. 145-155, jul./set., 2007.

GOFFMAN, F.D.; BERGMAN, C.J. Total phenolics and radical efficiency of rice bran extracts. In: RICE TECHNICAL WORKSHOP GROUP MEET, 29. Little Rock, AR, 2002.

GÖKTÜRK BAYDAR, N.; AKKURT, M. Oil contente oil quality properties of some grape seeds. Turkish Journal of Agriculture and Forestry , (25): 163-168, 2001.

GREEN, L.C.; WANGER, D.A.; GLOGOWSKI, J.; SKIPPER, P.L.; WISHNOK, J.S.; TANNENBAUM, S.R. Analysis of nitrate, nitrite, [15N] nitrate in biological Fluids. Analytical Biochemistry, 126, 131–138, 1981.

GUEDES, D.P. et al. Fatores de risco cardiovasculares em adolescentes: Indicadores biológicos e comportamentais. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 86, n.6, p. 439-50, 2006.

GUIMARÃES I.C.O.; SOUZA A.R.M.; CORNÉLIO V.M.O., PEREIRA J.; VILLELA V.A. Identificação de Aspergillus spp. toxigênico em arroz. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 30(Supl.1): 60-62, maio, 2010.

GUTOSKI, L.C.; ELIAS, M.C. Estudo da água de maceração de arroz a 60 °C em diferentes condições e manejo. Instituto Rio-Grandense de Arroz – IRGA: Lavoura Arrozeira, v. 47, n. 414, p. 6-10, 1994.

HALLIWELL,B; GUTTERIDGE, J.C. Free Radicals in Biology and Medicine. 3.ed. Oxford, New York, 2000.

HALLIWELL, B.; GUTTERIDGE, J.M.C. Free radicals in biology and medicine. Oxford University Press: Oxford, 851p., 2007.

HALLIWELL, B.; GUTTERIDE, J.M.C. Cellular responses to oxidative stress: adaptation, damage, repair, senescence and death. In Free radicals in biology and medicine, Ed. 4 , New York, 581pp., 2007.

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

94

HEINEMANN, R.J.B.; BEHRENS, J.H.; LANFERMARQUEZ, U.M. A study on the acceptability and consumer attitude towards parboiled rice. International Journal of Food and Science Technology, v. 41, n.6, p.627-634, 2006. HEINEMANN, R.J.B.; FAGUNDES, P.L.;PINTO, E.A.; PENTEADO, M.V.C.; LANFERMARQUEZ, U.M. Comparative study of nutrient composition of commercial brown, parboiled and milled rice from Brazil. Journal of Food Composition and Analysis, v.18, n.4, p.287-296, 2005.

HELBIG E. Efeitos do teor de amilose e da parboilização do arroz na formação de amido resistente e nos níveis glicêmico e lipêmico de ratos wistar. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial da Universidade Federal de Pelotas, 2007.

HELBIG, E.; DIAS, A.R.G; TAVARES, R.A.; SCHIRMER, M.A.; ELIAS, M.C. Arroz parboilizado efeito na glicemia de ratos Wistar Archivos Latinoamericanos de Nutricion, Organo Oficial de la Sociedad Latinoamericana de Nutrición. Vol. 58 Nº 2, 2008.

HERMANN, J.; LERMAN, A. The endothelium: dysfunction and beyond. Journal of Nuclear Cardiology, 8: 197-206, 2001.

HOSENEY, R.C. Principles of cereal science and technology. St. Paul: American Association of Cereal Chemists. 825p., 1994.

HSU, C.L.; YEN, G.C. Effects of flavonoids and phenolic acids on the inhibition of adipogenesis in 3T3-L1 adipocytes. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Easton, v. 55, n. 21, p.8404-8410, Oct., 2007.

IGATHINATHANE, C.; CHATTOPADHYAY, P.K.; PORDESIMO, L.O. Combination soaking procedure for rough rice parboiling. Transactions of the ASAE, v. 48, n. 2, p. 665-671, 2005.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisas de Orçamento Familiar (POF): 2008-2009. Avaliação Nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil. Rio de Janeiro, 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DO VINHO - IBRAVIN. Cadastro vinícola IBRAVIN/MAPA/SEAPA-RS. 2011. Disponível em: <www.ibravin.com.br/int_noti cias.php?id=343&tipo=N.>. Acesso em: 18 de janeiro de 2014.

ISHIMOTO, E.Y. Efeito Hipoglicemiante e antioxidante de Subprodutos da Uva em Hamsters. São Paulo. 2008. Tese. Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública. 2008.

JAEKEL L.Z.; RODRIGUES R.DAS.. The effect of a soybean and rice beverage on the lipid and glycemic metabolisms in hamsters. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p. 1211-1217, nov./dez., 2011.

JANEIRO, A. et al. Monografia do colesterol. Lisboa: Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 28p., 2006.

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

95

JEANDET, P.; BESSIS, R.; MAUME, B. F.; MEUNIER, P.; PEYRON, D.; TROLLAT, P. Effect of enological practices on the resveratrol isomer content of wine. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 43, p. 316-319, 1995.

JULIANO, B.O. Rice in human nutrition. Rome: FAO, 1993. Online. Disponível em: <http://www.fao.org.>. Acesso em: 28 de novembro, 2013.

JULIANO, B.O.; BECHTEL, D.B. The rice grain and its gross composition. In: JULIANO, B. O. (Ed.). Rice: chemistry and technology. Minnesota: American Association of Cereal Chemists. Cap. 2, p. 17-57, 1985.

KADAN, R.S. et al. Functional properties of extruded rice fl our. Journal of Food Science, v.68, n.5, p.1669- 1672, 2003.

KADAN, R.S.; BRYANT, R.J.; MILLER, J.A. Effects of milling on functional properties of rice flour. Journal of Food Science, Chicago, v. 73, n. 4, p. 151-154, 2008.

KAMINSKI, T. A.et al. Diferentes formulações de multimisturas sobre a resposta biológica em ratos. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.8, p.2327-2333, nov, 2008.

KAMIYAMA, M.; KISHIMOTO, Y.; TANI, M.; ANDOH, K.; UTSUNOMIYA, K.; KONDO, K. Inhibition of low-density lipoprotein oxidation by Nagano purple grape (Vitis vinifera x Vitis labrusca). Journal of nutritional Science and vitaminology, 55(6):471-8, 2009.

KIM, J.S.; GODBER, J.S. Oxidative stability and vitamin E levels increased in restructured beef roast with added rice bran oil. Journal of Food Technology, n. 24, p.17-26, 2001.

KLINGER A.C.K; TOLEDO G.S.P.DE; SILVA L.P.DA; CHIMAINSKI F.M.M.; SIQUEIRA L. Bagaço de uva como ingrediente alternativo no arraçoamento de coelhos em crescimento. Ciência Rural, v.43, n.9, set, 2013.

KOIDE, T. et al. Antitumor effect of hydrolyzed anthocyanin from grape rinds and red rice. Cancer Biotherapy and Radiopharmacology, v.11, n.4, p.273-277, 1996.

KOMATSU, T.R.; BURITI, F.C.A.; SAAD, S.M.I. Inovação, persistência e criatividade superando barreiras no desenvolvimento de alimentos probióticos Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol. 44 no.3 São Paulo July/Sept., 2008.

KRUM H, IYNGKARAN P, LEKAWANVIJIT S. Pharmacologic management of the cardiorenal syndrome in heart failure. Current Heart Failure Reports, 6:105-11, 2009.

LANGCAKE, P.; PRYCE, R.J. The production of resveratrol by Vitis vinifera and other members of the Vitaceae as a response to infection or injury.Journal of Physiology of Plant Pathology, v. 9, p. 77-86, 1976.

LEAL, G.V.S; PHILIPPI, S.T; MATSUDO, S.M.M; TOASSA, E.C. Food intake and meal patterns of adolescents, São Paulo, Brazil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 13(3):457-67, 2010.

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

96

LEMOS, M.R.B.; SOARES, L.A. de. Farelo de arroz: um subproduto em estudo. Óleos & Grãos, v. 7, n. 51, p.40-48, 1999.

LERMA-GARCIA, M.J.; HERRERO-MARTINEZ, J.M.; SIMÓ-ALONSO, E.F.; MENDONÇA, C.R.B.; RAMIS-RAMOS, G. Composition, industrial processing and applications of rice bran y-orizanol. Food Chemistry, v.115, p.389-404, 2009.

LEVY, R.B.; CLARO, R.M.; MONDINI, L.; SICHIERI, R.; MONTEIRO, C.A. Regional and socioeconomic distribution of household food availability in Brazil, in 2008- 2009. Revista de Saúde Pública, 46(1):6-15, 2012.

LIMA, F.E.L.; MENEZES, T.N.; TAVARES, M.P.; SZARFARC, S.C.; FISBERG, R.M. Ácidos graxos e doenças cardiovasculares: uma revisão. Revista de Nutrição, 13(2):73-80, 2000.

LIMBERGER, V.M.; COMARELA, C.G.; PATIAS, L.D.; BRUM, F.B.; SILVA, T.E.L.P. Produção de salgadinho extrusado de quirera de arroz para uso na indústria de alimentos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 39, n. 9, p. 2590-2594, 2009.

LLOBERA, A.; CAÑELLAS, J. Dietary fibre content and antioxidant activity of Manto Negro red grape (Vitis vinifera): pomace and stem. Food Chemistry, v. 101, n. 2, p. 659-666, 2007.

LOPES, M.M.A. et al. Bioactive compounds and total antioxidant capacity of cashew apples (Anacardium occidentale L.) during the ripening of early dwarf cashew clones. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.36, n.3, p.325-332, mai/jun., 2012.

LOWRY, O.H.; ROSEBOUGH, N. J.; FARR, A. L.; RANDALL, R. J. Protein measurement with the Folin phenol reagent. Journal of Biological Chemistry, v.193, p. 265–275, 1951;

LUZZARDI, R.; SARAIVA, C. T.; BOCK, F.; WEBER, L.; PASQUALLI, L. Avaliação preliminar da produtividade em campo e qualidade industrial de híbridos de arroz no Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARROZ IRRIGADO. Santa Maria: Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado, p. 70-72, 2005.

MA, Y.; LI, W.; OLENDZKI, B.C.; PAGOTO, S.L.; MERRIAM, P.A.; CHIRIBOGA, D.E.; GRIFFITH, J.A.; BODENLOS, J., WANG, Y.; OCKENE, I.S. Dietary quality I year after diagnosis of coronary heart disease. Journal American Dietetic Association, 108 (2):240-6, 2008.

MACQUEEN, H.A.; SADLER, D.A.; MOORE, S.A.; DAYA, S.; BROWN, J.Y.; SHUKER, D.E.G.; SEAMAN, M.;WASSIF, W.S. Deletterious effects of a cafeteria diet on the livers of nonobese rats. Nutrition Research, v.27, p. 38-47, 2007.

MAGALHÃES J.; VASCONCELOS L.; SILVA I.; GABRIELLA Y. Avaliação da qualidade microbiológica da salada de fruta comercializada no hipermercado em Sobral - CE. IV Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica. Belém - PA, 2009.

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

97

MAHAN, L.; ESCOTT-STUMP, S.; KRAUSE. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12º ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Lda., 2010.

MAIA R.M.; MOURA C.W.N.; BISPO V.S.; SANTOS J.L.A.; SANTANA R.S.; MATOS H.R.. Avaliação do sequestro do óxido nítrico (NO) pelo extrato metanólico da alga Bryothamnion triquetrum (Gmelin) Howe. Revista Brasileira de Farmacognosia, 20(4): 489-493, Ago./Set., 2010

MALACRIDA, C.R.; MOTTA, S. Compostos fenólicos totais e antocianinas em suco de uva. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 25(4):659-64, 2005.

MANACH, C.; DONOVAN, J.L. Pharmacokinetics and metabolism of dietary flavonoids in humans. Free Radical Researc, 38(8):771-85, 2004.

MARCOCCI, L.; MAGUIRE, J.J.; DROY-LEFAIX, M.T.; PACKER, L. The nitric oxide-scavenging properties of Ginkgo biloba extract EGb 761. Biochemical and Biophysical Research Communications, 201, 748–755, 1994.

MARDIGAN L.P; SCHER S.L.; SORA G.T.S.; FUCHS R.H.B. Compostos fenólicos totais de extrato de uva isabel e sua ação sobre bactérias ácido-láticas que causam limosidade em salsicha. V Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, 2009.

MARIANI, M.A. Análise físico-química e sensorial de biscoitos elaborados com farinha de arroz, farelo de arroz e farinha de soja como alternativa para pacientes celíacos. Trabalho de conclusão do Curso de Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2010.

MARIATH, A.B.; GRILLO, L.P.; SILVA, R.O.; SCHMITZ, P.; CAMPOS, I.C; MEDINA, J.R.P.; KRUGER, R.M. Obesidade e fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis entre usuários de unidade de alimentação e nutrição. Cadernos de Saúde Pública, 23(4):897-905, 2007.

MATHERS, C.D.; LONCAR, D. Projections of global mortality and burden of disease from 2002 to 2030. PLoS Med, 3(11): 442, 2006.

MATTOS, L.M.; MORETTI, C.L.; MOURA, M.A.D.E; MALDONADE, I.R.; SILVA, E.Y.Y.DA. Produção segura e rastreabilidade de hortaliças. Revista de Horticultura Brasileira, v. 27, n. 4, out.-dez., 2009

MCLAREN, J.E. et al. The TNF-Like Protein 1A-Death Receptor 3 pathway promotes macrophage foam cell formation in vitro. The Journal of Immunology, v.184, p. 5827-5834, 2010.

MEHTA, J.L. et al. Lectin-like, oxidized low-density lipoprotein receptor-1 (LOX-1): A critical player in the development of atherosclerosis and related disorders. Cardiovascular Research, v.69, p. 36-45, 2006.

MELLO, L.M.R. DE. Vitivinicultura Brasileira: Panorama 2012. EMBRAPA - Comunicado Técnico. Bento Gonçalves, RS. Junho, 2013.

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

98

MELO, D.S. de; CORRÊA, A.D.; MARCOS, F.C.A.; SOUSA. R.V. de; ABREU, C.M.P. de, SANTOS, C.D. dos. Efeitos da farinha de folhas de mandioca sobre a atividade das enzimas AST, ALT, FA e lipídios hepáticos de ratos Wistar. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 28(Supl.): 32-37, dez., 2008.

MELO, S.S. et al. Efeito Da Erva-Mate (Ilex Paraguariensis A. St. Hil.) Sobre O Perfil Metabólico Em Ratos Alimentados Com Dietas Hiperlipídicas. Alimentos e Nutrição, Araraquara. v.18, n.4, p. 439-447, out./dez. 2007.

MELO M. G. D.; DÓRIA G. A. A.; SERAFINI M. R.; ARAÚJO A. A. S. Valores de referência Hematológicos e Bioquímicos de Ratos (Rattus novergicus linhagem Wistar) provenientes do biotério central da Universidade Federal de Sergipe. Scientia Plena, vol. 8, num. 4, 2012

MINIM, V.P.R. Análise sensorial: estudos com consumidores. Viçosa, Ed. UFV, 225p. 2006.

MINISTÉRIO DA SAÚDE/ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Escolas promotoras da saúde: experiências do Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

MINOTTI, G.; AUST, S.D. An investigation into the mechanism of citrate- Fe2+ dependent lipid peroxidation. Free Radical Biology and Medicine, 3, 379- 387, 1987.

MIRA, N.V.M.; MASSARETTO, I.L.; PASCUAL, C.S.C.I.; LANFER-MARQUEZ, U.M. Comparative study of phenolic compounds in diferente Brazilian rice (Oryza sativa L.) gonotypes. Journal of Food Composition and Analysis, v.22, p.445-409, 2009.

MOLENA-FERNANDES, C.A.; SCHIMIDT, G.; NETO-OLIVEIRA, E.R.; BERSANI-AMADO, C.A.; CUMAN, R.K.N. Avaliação dos efeitos da suplementação com farinha de linhaça (Linum usitatissimum L.) marrom e dourada sobre o perfil lipídico e a evolução ponderal em ratos Wistar. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.12, n.2, p.201-207, 2010.

MONKS, J.L.F. Efeitos da intensidade do polimento sobre parâmetros de avaliação tecnológica e bioquímica, perfil lipídico e conteúdo de ácido fólico em grãos de arroz. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Pelotas, 2010.

MORAES, V.B. de. Efeito do resíduo da moagem a seco de milho micropulverizado no metabolismo lipídico, na glicemia e na composição corporal em ratos alimentados com dieta de cafeteria. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Viçosa. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Nutrição. Viçosa, 2009.

MOREIRA, M.M. Influências do gessamento sobre parâmetros de qualidade tecnológica e nas propriedades de consumo de arroz. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Agroindustrial. Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2012.

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

99

MOURA L.P.; DALIA R.A.; ARAÚJO M.B.de; SPONTON A.C.daS; PAULI J.R.; MOURA R.F.de; MELLO M.A.R.de. Alterações bioquímicas e hepáticas em ratos submetidos à uma dieta hiperlipídica/hiperenergética. Revista de Nutrição. Campinas, 25(6):685-693, nov./dez., 2012.

MOURA, F.A; LAMEIRO, M.G.S.; TAVARES, R.A.; DIAS, A.R.G.; HELBIG, E.; BUCHWEITZ, M.R.D. Consumo de ácidos graxos mono e poliinsaturados e suplementação com niacina e piridoxina sobre o perfil lipídico de ratos wistar adultos Alimentos e Nutrição, Araraquara v. 23, n. 1, p. 65-72, jan./mar., 2012.

MUNIZ L.C.; SCHNEIDER B.C.; SILVA I.C.M.DA; MATIJASEVICH A.; SANTOS I.S. Fatores de risco comportamentais acumulados para doenças cardiovasculares no sul do Brasil. Revista de Saúde Pública, 46(3):534-42, 2012.

MURGA, R.; RUIZ, R.; BELTRÁN, S.; CABEZAS, J. L. Extraction of natural complex phenols and tannins from grape seeds by using supercritical mixtures of carbon dioxide and alcohol. Journal of Agricultural and Food Chemistryg, v. 48, n.8, p3408-3412, 2000.

NELSON, D.L.; COX, M.M. Lehninger princípios de bioquímica. 5. ed. São Paulo: Sarvier, 2010. 1304p.

NEVES, G.G.; GIL, G.; FAVRE, G.; FERRER, M. Potencial polifenólico de la uva: índices propuestos y posibles aplicaciones. Comunicata Scientiae, 2(2): 57-69, 2011.

OGA, Z. Fundamentos de toxicología. 2 ed. Editora Atheneu, São Paulo, p. 39-44, 2003.

OLIVEIRA, L.P.M.; ASSIS, A.M.O.; SILVA, M.C.M.; SANTANA, M.L.P.; SANTOS, N.S.; PINHEIRO, S.M.C. et al. Fatores associados a excesso de peso e concentração de gordura abdominal em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Caderno de Saúde Pública, 25:570-82, 2009.

OLIVEIRA, S.M.S. et al. Impacto da multimistura no estado nutricional de pré-escolares matriculados em creches. Revista de Nutrição, Campinas, v.19, n.2, p.169-176, 2006.

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Doenças crônico degenerativas e obesidade: Estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília: OPAS; 2003.

ORIOLS, I. Tecnologia de la destilacion en las aguardientes de orujo. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE LA VITICULTURA ATLÂNTICA, 1994. Anais Isla de La Toja, Espanha. p.291-305, 1994.

PEIXOTO, M.R.G.; BENICIO, M.H.D.; LATORRE, M.R.D.O; JARDIM, P.C.B.V. Circunferência da cintura e índice de massa corporal como preditores da hipertensão arterial. Arq Bras Cardiol, 87:462-70, 2006.

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

100

PELUFFO G, RADI R. Biochemistry of protein tyrosine nitration in cardiovascular pathology. Cardiovascular Research, 5: 291-302, 2007.

PEREIRA, K.D. Amido resistente, a última geração no controle de energia e digestão saudável. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 27(supl):88-92, 2007.

PÉREZ-JIMÉNEZ, J.; SERRANO, J.; TABERNERO, M.; ARRANZ, S.; DÍAZ-RUBIO, E.; GARCIA-DIZ, L.; GOÑI, I.; SAURA-CALIXTO. Effects of grape antioxidant dietary fiber in cardiovascular disease risk factors. Nutrition, 24: 646-53, 2008.

PERÓN, J.M.R.; LÓPEZ,J.R.M. e LÓPEZ, Y.T. Radicales libres en la biomedicine y estrés oxidative. Revista Cubana de Medicina Militar, 30 (1): 15-20, 2001.

PINELO, M.; ARNOUS, A.; MEYER, A.S. Upgranding of grape skins: significance of plant cell-wall structural components and extration techniques for phenol release. Trends in Food Science & Technology, v.17, p. 579-590, 2006.

PINHO et al. Consumo de alimentos protetores e preditores do risco cardiovascular em adultos do estado de Pernambuco. Revista de Nutrição, vol.25 no.3, Campinas, May/June, 2012.

POORTINGA W. The prevalence and clustering of four major lifestyle risk factors in an English adult population. Journal of Preventive Medicine, 44(2):124-8, 2006.

PÖTTER, G. H.; DAUDT, C. E.; BRACKAMNN, A.; LEITE, T.T.; PENNA, N.G. Desfolha parcial em videiras e seus efeitos em uvas e vinhos Cabernet Sauvignon da região da Campanha do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural, v.40, n.9, set, 2010.

PROTAS J.F.S. DA; CAMARGO U.A.; MELO L.M.R. A vitivinicultura brasileira: realidade e perspectivas. Embrapa. 2001. Disponível em: <http://www.cnpuv. embrapa.br/publica/artigos/vitivinicultura/>. Acesso em: 18 de janeiro de 2014.

PUNTEL, G.O.; GUBERT, P.; PERES, G.L.; BRESOLIN, L.; ROCHA, J.B.T.; PEREIRA, M.E.; CARRATU, V.S.; SOARES, F.A.A. Antioxidant properties of oxime 3 (phenylhydrazono) butan-2-one. Archives of Toxicology, 82, 755-762, 2008.

PUNTEL, R.L.; NOGUEIRA, C.W.; ROCHA, J.B.T. Krebs Cycle Intermediates Modulate Thiobarbituric Acid Reactive Species (TBARS) Production in Rat Brain In Vitro. Neurochemical research, 30, 225-235, 2005.

RAIZEL, R.; SANTINI, E.; KOPPER, A.M.; FILHO, A.D.R. Efeitos do consumo de probióticos, prebióticos e simbióticos. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 66-74, jul./dez., 2011.

REEVES, P.G; NIELSEN, F.H.; FAHEY, G.C. AIN-93 purified diets for laboratory rodents; final report of the American Institute of Nutrition ad hoc writing committee and the reformulation of the AIN-76A rodent diet. Journal of Nutrition, 123(11):1939-1951, 1993.

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

101

RIVERA, L.; MORON, R.; ZARZUELO, A.; GALISTEO, M. Long-term resveratrol administration reduces metabolic disturbances and lowers blood pressure in obese Zucker rats. Biochemical Pharmacology, 77:1053 e 63, 2009.

RIZZON, L.A.; MIELE, A. Correção do mosto da uva Isabel com diferentes produtos na Serra Gaúcha. Ciência Rural, 35: 450-454, 2005.

ROBERTO, S.B. Resíduo de Goiaba: Metabolismo em Ratos e Aplicabilidade em Barras de Cereais. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil, 2012.

ROCHA, D.A.; ABREU, C.M.P.; SOUSA, R.V.; CORRÊA, A.D.; FONSECA, E.W.N. Avaliação preliminar in vivo do efeito hipocolesterolêmico do polvilho da fruta-de- lobo (Solanum lycocarpum A. St.-Hil.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.14, n.2, p.362-369, 2012.

ROCKENBACH, I.I. et al. Influência do solvente no conteúdo total de polifenóis, antocianinas e atividade antioxidante de extratos de bagaço de uva (Vitis vinifera) variedades Tannat e Ancelota. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 28(Supl.): 238-244, dez., 2008.

RODRIGO, R.; MIRANDA, A.; VERGARA, L. Modulation of endogenous antioxidant system by wine polyphenols in human disease. Clinica Chimica Acta, v. 412, p. 410–424, 2011.

ROSELL, C.M.; BRITES, C.M.; PÉREZ, E.; GULARTE, M. Arroz. In: LEÓN, A.E. De tales harinas, tales panes: granos, harinas y productos de panificación en iberoamérica. Córdoba: Hugo Baéz Editor, p.123-160, 2007.

ROSSI, E.A.; VENDRAMINI, R.C.; CARLOS, I.Z.; UEIJI, I.S.; SQUINZARI, M.M.; SILVA JUNIOR,.S.I.; VALDEZ, G.F. Effects of a novel fermented soy product on the serum lipis of hypercholesterolemic rabbits. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v.74, p. 213-15, 2000.

ROY GC, SUTRADHAR SR, BARUA UK, DATTA NC, DEBNATH CR, HOQUE MM, et al. Cardiovascular complications of chronic renal failure - an updated review. Mymensingh Medical Journal, 21(3):573-9, 2012.

RUBERTO.G.; RENDA, A.; DAQUINO, C.; AMICO, V.; SPATAFORA, C.; TRINGALI, C.; TOMAMASI, N.D. Polyphenol constituents and antioxidante activity of grape pomace extracts from five Sicilian red grape cultivars. Food Chemistry, v. 100, p.203-210, 2007.

RUKMINI, C.; RAGHURAM, T.C. Nutritional and biochemical aspects of the hypolipidemic action of rice bran oil: a review. Journal of the American College of Nutrition, v.10, n.6, p.593-601, 1991.

RUSH, J.W.; FORD, R.J. Nitric oxide, oxidative stress and vascular endothelium in health and hypertension. Clinical Hemorheology and Microcirculation, 37 (1-2): 185-92, 2007.

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

102

SADRUDDIN, S.; ARORA, R. Resveratrol: biologic and therapeutic implications. Journal of the cardiometabolic syndrome, 4:102 e 6, 2009.

SAHA, R.N. Signals for the induction of nitric oxide synthase in astrocytes. Neurochemistry International, 49:154-163, 2006.

SAJILATA, M. G.; SINGHAL, R. S.; KULKARNI, P. R.; Resistant Starch. A Review. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, 2006.

SALDAÑA, M.D.A; HOMEM, E.M.; MOHAMED, R.S. Extração do colesterol com misturas de dióxido de carbono e etano supercrítico. Ciência e Tecnologia de Alimentos, vol. 17 n. 4 Campinas, 1997.

SANDERS, M.E. Probiotics: considerations for human health. Journal of Nutrition, New York, v.61, n.3, p.91-99, 2003.

SASTRE et al. Los resíduos de la industria del vino. In: La utilization de los resíduos de la industria vitivinicola em Castilla y Léon. Salamanca, Espanha: Varona, p.15-20, 1994.

SCHERR C., RIBEIRO J.P. What the cardiologist should know about trans fats. Arquivo Brasileiro de Cardiologia, 90: 4–6, 2008.

SCHERR C; RIBEIRO J.P. Influência do modo de preparo de alimentos na prevencão da aterosclerose. Revista da Associação Médica Brasileira, 59(2):148–154, 2013.

SCHMIDT M.I., DUNCAN B.B., AZEVEDO E SILVA G., MENEZES A.M., MONTEIRO C.A., BARRETO S.M., et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Lancet, 377: 2042–53. 3, 2011.

SÉFORA-SOUSA, M.; DE ANGELIS-PEREIRA, M.C. Mecanismos moleculares de ação anti-inflamatória e antioxidante de polifenóis de uvas e vinho tinto na aterosclerose. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v.15, n.4, p.617-626, 2013.

SGARBIERI, V.C. Proteínas em alimentos protéicos: propriedades-degradações- modificações. Livraria Varela, São Paulo, 517 p., 1996.

SILVA, D. S.; MAIA, G. A. SOUSA, P. H. M.; FIGUEIREDO, R. W.;COSTA, J. M. C.; FONSECA, A. V. V. Estabilidade de componentes bioativos do suco tropical de goiaba não adoçado obtido pelos processos de enchimento a quente e asséptico. Ciência e Tecnologia de Alimentos. v. 30, n. 1, p. 237-43, 2010.

SILVA, R.F. da; ASCHERI, J.L.R.; PEREIRA, R.G.F.A.; MODESTA, R.C.D; Aceitabilidade de biscoitos e bolos à base de arroz com café extrusados. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 29(4): 815-819, out.-dez., 2009.

SINGH, U.; JIALAL, I. Oxidative stress and atherosclerosis. Pathophysiology, 13: 129-42, 2006.

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

103

SINGLETON, V.L.; ROSSI, J.A.Jr. Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagents. American Journal of Enology and Viticulture, v. 16, p. 144-158, 1965.

SIVARAMAKRISHNAN, H.P.; SENGE.B.; CHATTOPADHYAY, P.K. Rheological properties of rice dough for making rice bread. Journal of Food Engineering, 62(1):37-45, 2004.

SLAVIN, J. Whole grains and human health. Nutrition Research Reviews, 17(1): 99-110, 2004.

SMITH, A.T; KUZNESOF, S.; RICHARDSON, D.P.; SEAL, C.J. Behavioural, attitudinal and dietary responses to the consumption of wholegrain foods. Proceedings of the Nutrition Society, 62(2):455-467, 2003.

SOARES FILHO P.R., CASTRO I.; STAHLSCHMIDT A. Efeito do Vinho Tinto Associado ao Exercício Físico no Sistema Cardiovascular de Ratos Espontaneamente Hipertensos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 96 (4): 277-283, 2011.

SOARES, M.; WELTER, L.; KUSKOSKI, E. M.; GONZAGA, L.; FETT, R. Compostos fenólicos e atividade antioxidante da casca de uvas Niágara e Isabel. Revista Brasileira Fruticultura, v.30, n.1, p. 59-64, 2008.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. IV Diretrizes brasileiras sobre dislipidemias e diretrizes de prevenção da aterosclerose do departamento de aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 88, supl. 1, p. 2-19, 2007.

SOLEAS, G.J.; GOLDBERG, D.M.; DIAMANDIS, E.O.; KARUMANCHIRI, A.; YAN, J.; NG, E. A derivatized gas chromatographic-mass spectrometric method for the analysis of both isomers of resveratrol in juice and wine. American Journal of Enology and Viticulture, v. 46, n. 3, p. 346-352, 1995.

SOOBRATTEE, M.A.; NEERGHEEN, V.S.; LUXIMON-RAMMA, A.; ARUOMA, O.I.; BAHORUN, T. Phenolics as potencial antioxidant therapeutic agents: Mechanism and actions Mutation Resarch, v. 579, p. 200-213, 2005.

STEEMBURGO, T; AZEVEDO, M.J.; MARTINEZ, J.A. Interação entre gene e nutriente e sua associação à obesidade e ao diabetes melito. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 53(5): 497-508, 2009.

STENGER. M.R.; REBER, K.M., GIANNONE, P.J.; NANKERVIS, C.A. Probiotics and prebiotics for the prevention of necrotizing enterocolitis. Current Infectious

Disease Reports, 13:13-20, 2011.

STORCK C.R.; PEREIRA J.M.; PEREIRA G.W.; RODRIGUES A.O.; GULARTE M.A. Características tecnológicas de pães elaborados com farinha de arroz e transglutaminase. Brazilian Journal of Food Technology, II SSA, janeiro, 2009.

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

104

STORCK, C.R. Variação na composição química em grãos de arroz submetidos a diferentes beneficiamentos. 2004. Dissertação de mestrado. Santa Maria: dez., 2004.

STORCK, C.R.; SILVA, L.P.; COMARELLA, C.G. Influência do processamento na composição nutricional de grãos de arroz. Alimentos e Nutrição, v. 16, n. 3, p. 259-264, 2005.

SU, N; WAN, X.Y.; ZHAI, H.Q.; WAN, J.M. Progress and Prospecto f Functional Rice Researches. Agricultural Science in China, v.7, nº1, 1-2, 2008.

SUASSUNA, P.G.A.; BASTOS, M.G. Proteína C-reativa, aterosclerose e estatinas na DRCT: novas perspectivas. Jornal Brasileiro de Nefrologia, 29:171-81, 2007.

TAVARES J.S.; SOARES JÚNIOR M.S.; BECKER F.S.; COSTA E.E.DA. Mudanças funcionais de farinha de arroz torrada com micro-ondas em função do teor de umidade e do tempo de processamento. Ciência Rural, v.42, n.6, jun, 2012.

THEME-FILHA, M.M.; SZWARCWALD, C.L.; SOUZA-JÚNIOR, P.R.B. Socio- demographic characteristics, treatment coverage and self-rated health of individuals who reported six chronic diseases in Brazil, 2003. Cadernos de Saúde Pública, 21(Supl):S43-S53, 2005.

TIBURCIO, D.T.S. Enriquecimento protéico de farinha de mandioca com farinha de soja de sabor melhorado: desenvolvimento e avaliação nutricional de um novo produto. Viçosa, 67 p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal de Viçosa – UFV. 2000.

TOFT, U.; KRISTOFFERSEN, L.H.; LAU, C.; BORCH-JOHNSEN, K.; JORGENSEN, T. The Dietary Quality Score; validation and association with cardiovascular risk factors: the Inter 99 study. European Journal of Clinical Nutrition, 61 (2): 270-8, 2007.

TORRES, R.L.; GONZALEZ, R.J.; SANCHEZ, H.D.; OSELLA, C.A.; DE LA TORRE, M.A.G. Performance of rice varieties in making bread without gluten. Archivos Latinoamericanos de Nutrición, Caracas, v. 49, n. 2, p. 162-165, 1999.

VALDUGA, E. et al. Extração, secagem por atomização e microencapsulamento de antocianinas do bagaço da uva "Isabel" (Vitis labrusca) Ciência e Agrotecnologia, vol.32 no.5 Lavras Sept./Oct., 2008.

VALLANCE, P.; CHAN, N. Endothelial function and nitric oxide: clinical relevance. Education in heart, 84, 342-350, 2001.

VANINI, L.S. et al. Extraction and stability of anthocyanins from the Benitaka grape cultivar (Vitis vinifera L.). Brazilian Journal Food Technology, v. 12, n. 3, p. 213-219, 2009.

VÉLEZ-MARÍN, M.; HURTADO S.; ALEJANDROB; URIBE-VELÁSQUEZ, L.F.C. Plasma cortisol activity in rats under conditions of chronic stress supplemented with resveratrol. Colombia Médica, Vol. 43 Nº 3, 2012.

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

105

VILELA A.L.M. O Colesterol. Atividade Física Humana, São Paulo, v 1, n.1, 2007. VOET, D.; VOET J.G. E PRATT, C.W. Fundamentos de bioquímica. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, pp. 657, 2000.

WALTER, M. Composição química e propriedades antioxidantes de grãos de arroz com pericarpo marrom-claro, vermelho e preto. Centro de Ciências Rurais Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Tese de Doutorado. Santa Maria, RS, Brasil, 2009.

WALTER, M.; MARCHEZAN, E.; LUIS DE ÁVILA, L.A. Arroz: composição e características nutricionais Ciência Rural, Santa Maria. v. 38 n.4 p.1184-1192, jul., 2008.

WENDEL, A. Glutathione peroxidase. Methods in Enzymology, v. 77, p. 325–333, 1981.

WIDLANSKY ME, SESSO HD, REXRODE KM, MANSON JE, GAZIANO MJ. Body mass index and total and cardiovascular mortality in men with a history of cardiovascular disease. Archives of Internal Medicine, 2004;164(21):2326-32.

WILLIAMS, B.; POULTER, N.R.; BROWN, M.J.; DAVIS, M.; MCINNES, G.T.; POTTER, J.F. et al. Guidelines for management of hypertension: report of the fourth working party of the British Hypertension Society, 2004-BHS IV. Journal of Human Hypertension, 8(3):139-85, 2004. prevention and control. Genebra, 2011.

WROLSTAD, R.E.; DURST, R.W.; LEE, J. Tracking color and pigment changes in anthocyanin products. Trends in Food Science & Tecnology, v. 16, p. 423-428, 2005.

WU, H.; DWYER, K.M.; FAN, Z.; SHIRCORE, A.; FAN, J.; DWYER, J.H. Dietary fiber and progression of atherosclerosis: the Los Angeles Atherosclerosis Study. American Journal of Clinical Nutrition, New York, v.78, p.1085-1091, 2003.

YI, C.; SHI, J.; KRAMER, J.; XUE, S.; JIANG, Y.; ZHANG, M.; MA, Y.; POHORLY, J. Fatty acid composition and phenolic antioxidants of winemaking pomace powder. Food Chemistry, v.114, p.570-576, 2009.

Yuan Z MAPK and ERK promote nitric oxide production in cultured human retinal pigmented epithelial cells induced by high concentration glucose. Nitric Oxide, 20: 9-15. p38, 2009.

ZANATTA, C.L.; SCHLABITZ, C.; ETHUR, E.M. Physico-chemical and microbological evaluation of fl our obtained from vegetable not conforming to marketing. Alimentos e Nutrição, Araraquara, v. 21, n. 3, p. 459-468, jul./set., 2010.

ZANESCO, A; ANTUNES, E. Células endoteliais. In: Carvalho HF, Buzato CBC, editores. Células: uma abordagem multidisciplinar. Barueri: Manole, 2005.

ZHAI, C.K.; ZHANG, X.Q.; SUN, G.J; LORENZ, K.J. Comparative study on nutritional value of Chinese and North American wild rice. Journal of food composition and analysis, v.14. p.371-382, 2001.

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

106

ANEXO

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Faculdade de …dctaufpel.com.br/ppgcta/manager/uploads/documentos/teses/tese_de... · Dias e Rafael Matielo pela ajuda nos experimentos. Às professoras

107

Anexo A - Aprovação do ensaio biológico pela Comissão de Ética e

Experimentação Animal (CEEA - UFPEL)