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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E RADIOBIOLOGIA DAYSE DE AMORIM LINS E SILVA ESTIMULAÇÃO DIAFRAGMÁTICA ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA EM HUMANOS SADIOS: REPERCUSSÕES HEMODINÂMICAS RECIFE - PE 2003

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E RADIOBIOLOGIA

DAYSE DE AMORIM LINS E SILVA

ESTIMULAÇÃO DIAFRAGMÁTICA ELÉTRICA

TRANSCUTÂNEA EM HUMANOS SADIOS:

REPERCUSSÕES HEMODINÂMICAS

RECIFE - PE

2003

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DAYSE DE AMORIM LINS E SILVA

ESTIMULAÇÃO DIAFRAGMÁTICA ELÉTRICA

TRANSCUTÂNEA EM HUMANOS SADIOS: REPERCUSSÕES

HEMODINÂMICAS

RECIFE - PE

2003

Dissertação apresen tada à Univers idade

Federal de Perna mbuco, como requ is i to

parc ia l para a obtenção do grau de

Mestre em Biof ís ica e Radiobio logia.

Or ientador : Prof . Dr . Mi l ton Marcel ino

Fi lho

Co-or ientador: Profª . Drª . Si lv ia Regina

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DAYSE DE AMORIM LINS E SILVA

ESTIMULAÇÃO DIAFRAGMÁTICA ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA EM

HUMANOS SADIOS: REPERCUSSÕES HEMODINÂMICAS

Aprovado em: 03 de Setembro de 2003.

BANCA EXAMINADORA

Prof . Dr . CARLOS JOSÉ EDUARDO DAS DORES PERES DA COSTA

Univers idade Federal de Pernambuco – UFPE

Profª . Drª . DÊNIA PALMEIRA FITIPALDI DUARTE

Univers idade Federal de Pernambuco – UFPE

Prof . Dr . ALEXANDRE MOTTA BITTENCOURT

Univers idade Federal de Pernambuco – UFPE

Dissertação apresen tada à

Univers idade Federal de Pernambuco,

como requis i to para obtenção do g rau

de Mestre em Biof ís ica e Radiobio log ia.

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Dedico este t rabalho

Pr imei ramente a DEUS e, aos meus pais, Edésio e Dagmar, aos

meus i rmãos, Roberto, Stênio, James, Fernando e Dasiene, que

compart i lharam em presença ou em pensamento duran te toda essa

t ra je tór ia.

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AGRADECIMENTOS

Aos Professores Mi l ton Marcel ino F i lho e Professora Si lv ia Regina

Arruda de Moraes pela or ientação demonstrada na elaboração deste

t rabalho.

A todos os Professores do Mestrado que con tr ibuíram para minha

formação.

Aos volun tár ios da pesquisa, meu afeto e minha e terna grat idão.

A minha or ientanda e amiga , An ie l l y Cr ist ina de Ol ivei ra, meus

s inceros agradecimentos pelo incen t ivo, con f iança e plena dedicação

nesses meses de convivência.

As a migas Anna Myrna Jaguar ibe e Verônica Parrei ra pela força e

colaboração na real ização deste sonho.

Ao meu amigo Ricardo Al t ino pela sua constan te presença nes tes

meses de mui tos esforços.

Á Faculdade Integrada do Reci fe pela impor tante colaboração na

elaboração deste t rabalho.

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“Na v ida,

não vale tan to

o que temos

nem tanto impor ta

o que somos.

Vale o que real izamos

com aqui lo que possuímos

e, acima de tudo ,

importa

o que fazemos de nós” .

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RESUMO

A est imulação Diafragmát ica Elétr i ca Transcutânea (EDET) consiste

em est imular o pr inc ipal músculo inspi ratór io, o d iafragma, através de

est ímulos elétr i cos r í tmi cos de curta duração apl icados no nervo

f rênico ut i l i zando-se eletrodos de superf íc ie com a f inal idade de

produzi r uma respi ração ar t i f i c ia l . O presen te es tudo se propõe em

ver i f i car possíveis a l terações hemodinâmicas na f reqüência cardíaca

(FC), pressão a r ter ia l s is tó l i ca (PAS) , pressão ar te r ia l d iastó l i ca (PAD)

e saturação ar ter ia l de oxigênio (SaO2) durante e depois a apl icação

da EDET, em duas regiões dist intas do tórax e na base do pescoço ,

em humanos sadios . Part ic iparam do estudo 15 indivíduos voluntár ios,

do sexo feminino, com idade ent re 21 a 30 anos (60,7±9,6 Kg) . O

estudo consist iu na apl icação da EDET e m três regiões: base do

pescoço, região paraxi fó idea e entre o 6° e o 8° espaço intercostal

(EIC) na l inha axi lar média. A FC, PAS, PAD e a SaO 2 foram

mensuradas an tes , durante e depois a apl icação da EDET em cada

local de est imulação. Ao compararmos a FC nas fases antes e durante,

antes e depois e durante e depois a EDET, em cada local de

est imulação , ve r i f i camos que apenas as fases duran te e depois da

apl icação, tan to na base do pescoço como na região ent re o 6° e o 8°

EIC mostrou queda esta t is t i camente s igni f i cat iva (p < 0 ,05 , teste t -

Student pareado). A PAS apresen tou queda s igni f i cat iva (p < 0 ,05)

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durante e depois da EDET apenas na região da base do pescoço . No

entanto, não houve di ferença estat is t i camente s igni f i cat iva ao

anal isarmos a PAD nos locais est imulados. Em relação a SaO 2, houve

di ferença estat is t i camente s igni f i cat i va ao compararmos as fases antes

e depois da apl icação da EDET, nos t rês locais es t imulados, porém em

todos os locais est imulados, os níveis de SaO 2 f i caram super iores a

96%. Estes resul tados mostram que a EDET é uma técnica que

apresenta poucas repercussões hemodinâmicas podendo ser

empregada em pacien tes portadores de dis função muscular

d iafragmát ica, desde que se ja empregada adequadamente.

Consideramos o melhor local para a apl icação da EDET a região

paraxi fó idea .

Palavras-chave : Est imulação Diafragmát ica Elétr ica Transcu tânea ,

Freqüência Cardíaca, Pressão Arter ia l , Saturação de Oxigênio,

Respi ração Eletro frênica , Humanos Sadios .

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ABSTRACT

Transcu taneous Diaphragmat ic Elect r ical St imulat ion (TDES) consists

of st imulat ing the diaphragm – main inspi ratory muscle – wi th shor t

durat ion paced electr ical s t imul i appl ied to the phrenic nerve using

surface elect rodes to produce ar t i f i c ia l breathing. This s tudy is

intended to review possib le hemodynamic changes in heart ra te (HR),

sys to l i c b lood pressure (SBP) , d iasto l i c b lood pressure (DBP) and

oxygen sa turat ion (SaO 2) values, dur ing and a f ter TDES in two

di f ferent areas of the ches t and base of the neck in heal thy humans.

F i f teen voluntary females were studied, ages ranging f rom 21 to 30

years (60.7±9.6 kg). TDES was appl ied to three areas: the base of the

neck , the paraxi phoid area , and between the 6 t h and the 8 t h in tercostal

space ( IS) , in the midaxi l lary l ine. HR, DBP, SBP and SaO 2 values

were measured before, dur ing and af ter the TDES in each st imulated

s i te. W hen compar ing HR befo re and dur ing, be fore and af te r , and

dur ing and a f ter TDES, in each st imu lated s i te , resul ts have shown that

only dur ing and af ter the appl icat ion , both a t the base of the neck and

in the area between the 6 t h and the 8 t h IS, a stat is t i cal l y s igni f i cant

decl ine was found (p < 0.05 , pai red t -Student test) . SBP dropped

s igni f i cant ly (p < 0.05) dur ing and a f ter TDES only in the base o f the

neck . DBP was no t stat is t i cal l y d i f fe rent in the st imulated s i tes. SaO 2

was sta t ist i cal l y d i f ferent before and af ter TDES in the th ree s i tes, but

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in a l l of them SaO 2 levels were higher than 96%. This indicates that

TDES has l i t t le hemodynamic impact , and i t can be used in pat ients

wi th d iaphragmat ic muscular dysfunc t ion, provided i t i s correc t ly used .

The paraxi phoid area was chosen as TDES’ best appl icat ion s i te.

Keywords: Transcutaneous Diaphragmat ic Electr ical St imulat ion,

Heart Ra te, Blood Pressure , Oxygen Satura t ion, Electrophrenic

Respi rat ion , Heal thy Humans.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Caracter íst icas antropométr icas dos indivíduos

volun tár ios estudados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56

TABELA 2: Valores da f reqüência cardíaca (FC) antes,

duran te (média) e depois ( média) da EDET nos t rês

locais de es t imulação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57

TABELA 3: Valores da pressão ar ter ia l s is tó l i ca (PAS)

antes, duran te (média) e depois ( média) da EDET

nos t rês locais de est imulação .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63

TABELA 4: Valores da pressão ar ter ia l d iastó l i ca (PAD)

antes, durante (média) e depois (média) da EDET

nos t rês locais de est imu lação.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69

TABELA 5: Valores da SaO 2 antes, durante (média) e depois

(média) da EDET nos t rês locais de est imulação .. . . . . . 75

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Comparação dos valores indiv iduais da

FC antes , durante (média) e depois (média)

da apl icação da EDET na região da Base

do Pescoço.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58

GRÁFICO 2: Comparação dos valores indiv iduais da FC antes,

duran te (média) e depois ( média) da apl icação da

EDET na região Paraxi fó idea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59

GRÁFICO 3: Comparação dos valores indiv iduais da FC antes,

Durante (média) e depois (média) da apl icação da

EDET na região entre o 6º e o 8º EIC.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61

GRÁFICO 4: Comparação dos valores indiv iduais da PAS antes,

durante (média) e depois (média) da apl icação da

EDET na região da Base do Pescoço.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64

GRÁFICO 5: Comparação dos valores indiv iduais da PAS antes,

duran te (média) e depois ( média) da apl icação da

EDET na região Paraxi fó idea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .65

GRÁFICO 6: Comparação dos valores indiv iduais da PAS antes,

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GRÁFICO 8: Comparação dos valores indiv iduais da PAD antes ,

Durante (média) e depois (média) da apl icação

da EDET na região Paraxi fó idea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71

GRÁFICO 9: Comparação dos valores indiv iduais da PAD antes ,

duran te (média) e depois ( média) da apl icação da

EDET na região entre o 6º e o 8º EIC.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73

GRÁFICO 10 : Comparação dos valores indiv iduais da SaO 2 antes,

duran te (média) e depois ( média) da apl icação da

EDET na região da Base do Pescoço.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76

GRÁFICO 11 : Comparação dos valores indiv iduais da SaO 2 antes,

durante (média) e depois (média) da apl icação da

EDET na região Paraxi fó idea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77

GRÁFICO 12 : Comparação dos valores indiv iduais da SaO 2 antes,

durante (média) e depois (média) da apl icação da

EDET na região en tre o 6º e o 8º EIC.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79

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LISTA DE FIGURAS

F IGURA 1: Eletroes t imulador Dualpex 994 Phrenics. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34

FIGURA 2: Representação g ráf ica do pulso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35

FIGURA 3: Eletrodos auto-adesivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36

FIGURA 4: Nervo f rênico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37

FIGURA 5: A) Canetas est imuladoras

B) Região infer ior da caneta es t imuladora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38

FIGURA 6: Oxímetro de pulso (Ohmeda Biox 3700). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40

FIGURA 7: Plet ismograf ia de pulso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42

FIGURA 8: Caracte r ís t icas de absorção de luz pelos

d i ferentes t ipos de hemoglobina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43

FIGURA 9: Eletrodos colocados na região das f ibras

super iores dos músculos t rapézio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46

FIGURA 10: Ele trodos colocados na região paraxi fó idea. . . . . . . . . . . . . . . . .47

FIGURA 11: Ele trodos colocados ent re o 6° e o 8° EIC

na l inha axi lar média no hemi tó rax di re i to. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47

FIGURA 12: A) Ponto de es t imulação na base do pescoço

com a caneta es t imuladora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50

B) Colocação dos eletrodos auto-adesivos nas

Nas f ibras super iores do músculo t rapézio. . . . . . . . . . . . . .50

FIGURA 13: Ele trodos colocados na região paraxi fó idea. . . . . . . . . . . . . . . . .51

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ach Acet i l col ina

bpm Bat imentos por Minuto

CaO 2 Conteúdo Ar ter ia l de Oxigênio

cm Centímetro

cm2 Cent ímetro Quadrado

CO 2 Gás Carbônico

CvO 2 Con teúdo Venoso de Oxigênio

DC Débi to Card íaco

DP Desvio Padrão

EDET Est imulação Diaf ragmát ica Elétr ica Transcutânea

EIC Espaço In tercostal

FC Freqüência Cardíaca

g Grama

H+ Íon Hidrogênio

Hb He moglobina

Hz Hertz

ipm Incursões por minuto

mA Mi l iampè

min Minuto

ml Mi l i l i t ro

mm Mi l ímet ro

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mmHg Mi l ímetro de Mercúr io

ms Mi l i segundos

NOR Noradrenal ina

NTS Núcleo do Tracto Sol i tár io

O2 Oxigênio

p Nível de s igni f i cância

PA Pressão Arter ia l

PAS Pressão Arter ia l Sistó l i ca

PAD Pressão Arter ia l Dias tól i ca

pH Po tência do Hidrogênio

RVP Resistência Vascular Per i fér ica

SaO 2 Satu ração de Oxigênio

SN Sistema Nervoso

VC Volume Corrente

VO 2 Consumo de Oxigênio

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SUMÁRIO

1. - Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17

1.1- Es t imulação Diafragmát ica Elétr i ca Transcu tânea

(EDET). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17

1.2 - Est imulação Diafragmát ica Elé t r ica Transcutânea :

Repercussões na Freqüência Cardíaca, na Pressão

Ar ter ia l Sistêmica e na Saturação de Oxigênio. . . . . . . . . . . . . . . . . .22

1.3 – Músculos Respi ratór ios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23

1.4 - Con trole da Vent i lação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26

2 – Ob je t ivos e Just i f i ca t iva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29

2.1 – Ob jet ivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29

2.2 – Ob jet ivos Especí f i cos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29

2.3 – Just i f i cat iva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31

3 - Mater ia l e Métodos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32

3.1 - Amostra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32

3.2 - Mater ia is Ut i l i zados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

3.2 .1 – Ele troes t imulador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33

3.2 .2 – Ele trodos Auto -adesivo e Caneta Est imuladora . . . . . . .36

3.2 .3 – Oxímetro de Pulso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39

3.2 .4 – Esf igmomanômetro e Este toscópio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43

3.2.5 - Algodão, Álcool Et í l i co, Gel e F i ta Métr ica . . . . . . . . . . . . .44

3.3- Procedimento Exper imental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45

3.4- Anál ise Estat íst i ca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54

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4 - Resul tados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .55

4.1 - Repercussões na Freqüência Cardíaca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57

4.1.1 - Com a EDET na Base do Pescoço .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58

4.1.2 - Com a EDET na Região Paraxi fó idea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59

4.1 .3 - Com a EDET entre o 6° e o 8° EIC na

L inha Axi lar Média. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61

4.2 - Repercussões na Pressão Arter ia l Sistó l i ca. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63

4 .2.1 - Com a EDET na Base do Pescoço .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64

4 .2.2 – Com a EDET na Região Paraxi fó idea . . . . . . . . . . . . . . . . . .65

4 .2.3 – Com a EDET entre o 6° e o 8° EIC na

L inha Axi lar Média. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .67

4.3 – Repercussões na Pressão Arte r ia l Diastól i ca. . . . . . . . . . . . . . . .69

4 .3.1 – Com a EDET na Base do Pescoço .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70

4 .3.2 – Com a EDET na Região Paraxi fó idea . . . . . . . . . . . . . . . . .71

4 .3.3 – Com a EDET entre o 6° e o 8° EIC

na Linha Axi lar Média. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73

4.4 – Repercussões na Saturação de Oxigênio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75

4.4 .1 – Com a EDET na Base do Pescoço.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76

4.4.2 – Com a EDET na Região Paraxi fó idea. . . . . . . . . . . . . . . . .77

4.4.3 – Com a EDET entre o 6° e o 8° EIC na

L inha Axi lar Média. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79

5.- Discussão .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .81

6.- Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95

7.- Referências Bibl iográf icas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .96

8.- Apêndices. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103

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1. INTRODUÇÃO

Com o interesse em estudar as repercussões cardiopulmonares

da Est imulação Diafragmát ica Elétr i ca Transcu tânea (EDET) e por se r

esta técnica de grande importância na área da F is ioterapia

Respi ratór ia abordaremos, nes ta pr imei ra parte do es tudo , as

pesquisas real izadas sobre ela. I remos também fazer uma abordagem

dos estudos ut i l i zando EDET e as repercussões sobre a f reqüência

cardíaca (FC), pressão ar ter ia l (PA) e a sa turação de oxi gênio. Além

disso, i remos discut i r aspectos f i s io lógicos da mecânica vent i la tór ia e

da vent i lação pulmonar para uma melhor compreensão do tema

abordado.

1.1- Estimulação Diafragmática Elé trica Transcutânea (EDET)

A Est imulação Diafragmát ica Elétr i ca Transcutânea (EDET) ou

est imulação f rênica consiste em est imular o pr incipal músculo

inspi ratór io, o d iafragma, através da apl icação de est ímulos elétr icos

r í tmi cos de curta duração (duração do pulso entre 0,1 a 10 ms)

ut i l i zando-se eletrodos de superf íc ie, de forma a produzi r uma

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respi ração ar t i f i c ia l e f i s io lógica, promovendo uma pressão intrapleural

negat iva que pode inf luenciar tan to na vent i lação pulmonar quan to no

retorno venoso e no débi to cardíaco (MALONEY et a l . , 1951).

Este método tem sido usado desde o século passado, mas fo i

apenas em 1985 que Geddes denominou-o com o termo

Eletrovent i lação (GONÇALVES, 1991).

Foi a part i r do século passado que cresceu o interesse em

pesquisar a es t imulação elétr ica do músculo d iafragma com a

apl icação de est ímulos elétr icos no nervo f rênico , através de um

marcapasso f rênico implantado c i rurgicamente em pacien tes

portadores de disfunção muscular d iafragmát ica (GLENN et a l . , 1978,

1985, 1986) . Foi possível assim ob ter-se informações a respei to dos

parâmetros elétr icos para es t imular o nervo f rênico sem provocar sua

degeneração .

Sarno f f et a l . (1950) estudando a respi ração eletro frênica em

pacientes portadores de pol iomiel i te bulbar aguda, co m eletrodos

colocados externamente à pele, no ponto motor do nervo f rênico

(ponto que requer u ma mínima corrente para produzi r uma con tração

muscular) , observaram que todos os pacientes evoluíam com uma

melhora da ven t i lação pulmonar durante a apl icação da es t imulação.

Esta melhora da vent i lação pulmonar era possível de ser v isual izada

através de um pneumotacógra fo, o qual regist rava tan to o volume

corren te como a ven t i lação minu to dos pacientes submet idos à

respi ração eletro frênica .

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Estudos mor fo lógicos real izados através de mi croscopia de luz e

e letrônica de nervos f rênicos de cães adul tos , após implan tação de

eletrodos c i rurgicamente e est imulação elétr ica por um período que

var iou entre 273 a 986 dias, demonstraram que a est imulação, quando

apl icada adequadamente, não promovia qualquer degeneração do

nervo f rênico (KIM et a l . , 1983).

Com base nos estudos de Sarno f f et a l . (1950) e com as

informações obt idas através dos parâmetros e létr icos ut i l i zados co m o

adven to do marcapasso f rênico , Geddes et a l . (1985) dera m

cont inuidade aos estudos , na Univers idade de Indianópol is – Estados

Unidos da América, com a f inal idade de es tabelecer um protocolo para

est imular t ranscutaneamente o músculo d iafragma.

Na mesma época em que se desenvolv iam os estudos na

Univers idade de Indianópol is - E.U.A, no Brompton Hospi ta l de

Londres estava sendo real izado um es tudo sobre a es t imulação

elétr ica do diafragma em humanos que apresentavam disfunção

diafragmát ica de vár ias et io logias. Os locais de est imulação p ropostos

s i tuavam-se na base do pescoço de ambos os lados e os pulsos

ut i l i zados t inham freqüência de 1 Hz e duração de 0,1 ms. Este estudo

conclu iu que a técnica era bem to lerada e apresen tava ef icácia no

condic ionamento muscular d iafragmát ico de 95% dos pacien tes

submet idos a es ta est imulação (MIER et a l . , 1987) .

Com a cont inuação dos es tudos também se pode determinar que

a f reqüência de est imulação dever ia estar entre 25 e 30 Hz e a

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corren te ut i l i zada para est imular o d iafragma dever ia ter for ma de

onda quadrada e modulável quanto ao tempo de subida, te mpo de

sustentação e o tempo de re laxamento (GEDDES et a l . , 1990) .

Através dos es tudos real izados por Geddes et a l . (1990) fo i

estabelecido o protocolo da est imulação diafragmát ica elétr ica

t ranscutânea que consiste : f reqüênc ia do est ímulo en tre 25 e 30 Hz;

duração do pulso entre 0,1 e 10 ms; a intensidade do es t ímulo deve

ser a mínima para ob ter contração muscular ; tempo de est imulação de

20 minutos (GEDDES et a l . , 1991) .

Foi a part i r de estudos desenvolv idos com cães anes tesiados,

real izados por Risci l l i et a l (1989) que se tornou possível es tabelecer

a apl icação de pulsos de curta duração (0,1 ms–10 ms) na contração

dos músculos inspi ratór ios sem provocar a l terações hemodinâmicas ou

arr i tmias cardíacas.

Existem diversas s i tuações em que o suporte respi ratór io é

temporar iamente necessár io e a est imulação diafragmát ica e létr ica

t ranscutânea pode ser ut i l i zada. Algumas das indicações da EDET são:

portadores de insu f ic iência respi ratór ia crônica ( tetraplegia,

pol iomiel i te) , ressusci tação de pacientes apnéicos e como auxí l io no

processo de desmame em pacien tes submet idos à ven t i lação mecânica

ar t i f i c ia l (SARNOFF et a l . , 1950 ; GONÇALVES, 1991).

SARNOFF et a l . (1951) re latam que a est imulação elét r ica do

nervo f rênico em hu manos através de eletrodos de superf íc ie tem sido

demonstrada ser capaz de produzi r respi ração ar t i f i c ia l contro lada .

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Exper imentos em cães, gatos, macacos e seres humanos revelaram

que o volume corrente obt ido era proporc ional a intensidade de

corren te apl icada. Constatou-se também que em si tuações como

choque hemorrágico em cães e seres humanos, a est imulação f rênica

mant inha a c i rculação em n ível mai s sa t is fatór io do que a respi ração

com pressão posi t i va, provavelmente por ser s imi lar à respi ração

normal e promover uma respi ração por d iminuição da pressão

int rapleural . Também foi observado que toda a a t iv idade respi ratór ia

espon tânea cessava imediatamente ao ser in ic iada a respi ração

eletrofrênica e retornava quando a est imulação era inte rrompida.

GEDDES et a l . (1985) observaram em seus es tudos que o melhor

local de es t imulação f rênica em cães era a parede torácica super ior e

b i lateralmente. Também constatou que a EDET era capaz de manter a

saturação de oxi gênio (SaO 2) , em níveis normais , sem produzi r

arr i tmias cardíacas e que o volume i nspi rado durante a est imulação fo i

quatro vezes maior do que o volume corrente em respi ração

espontânea .

GEDDES et a l . (1988) observaram que, tanto e m humanos como

em babuínos e cães, os volumes correntes eram maiores quando se

ut i l i zava a est imulação elétr ica f rênica em relação a respi ração

espontânea . Neste estudo, ut i l i zou-se os e letrodos bi lateralmente nas

regiões da base do pescoço, paraxi fó ide e t rans torácico.

RISCILI et a l . (1988) comparando as repercussões do local de

posic ionamento dos eletrodos , nas regiões t ranstorácica e paraxi fó idea

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em babuínos , obt iveram como resul tado um volume cor rente maior com

os eletrodos t ranstorácicos em relação ao paraxi fó ideos , pois nestes

há uma probabi l idade de est imular a musculatura expi ratór ia

(abdominal ) d iminuindo a expansib i l idade da caixa torácica .

1.2.- Est imulação Diaf ragmática Elétrica Transcutânea:

Repercussões na Freqüência Card íaca, na Pressão

Arterial Sistêmica e na Saturação de Oxigên io

Duran te a respi ração espontânea, a con tração da musculatu ra

inspi ratór ia expande a cai xa torácica de modo que, na inspi ração as

pressões int rapleural e int rapulmonar (v ias aéreas) tornam-se

subatmosfér icas gerando um gradiente de pressão ambiente-alveolar

para que ocorra a inspi ração , de terminando o VC (PEREL & RIZOV,

1994).

Em condições f i s io lógicas normais, durante a inspi ração é gerada

uma pressão int ratorácica suba tmosfér ica de aproximadamente –3 a –5

cmH 2O, que por sua vez é t ransmi t ida para todas as estruturas no

inter ior da cai xa torácica. Conseqüentemente, haverá um aumento do

gradiente de pressão venosa en tre as veias extratorácicas e o átr io

d i re i to, faci l i tando o retorno venoso ao átr io d i re i to, p romovendo um

aumento do DC (DAVID, 1996 ; BERNE & LEVY, 2000).

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Sarno f f et a l . (1950) estudando a respi ração eletrofrênica em 8

pacientes com pol iomiel i te bulbar aguda, ver i f i caram que durante a

est imulação elétr ica na base do pescoço, todos os pacien tes

responderam com aumento do VC e da FC, e uma queda da PA, pois

os mesmos cursavam com quadros de hipertensão ar ter ia l decorrente

da doença de base (Pol iomiel i te) .

Gonçalves (1991) considera a e letrovent i lação como um método

especia l de ven t i lação, e que a ut i l i zação de cor rente e létr i ca apl icada

sobre a super f íc ie torácica produz VC maior em relação ao VC durante

a respi ração espontânea , a lém de possib i l i tar o r i sco de desencadear

arr i tmias cardíacas.

Em relação a SaO 2, Geddes et a l . (1985) demonst raram, em cães

anestesiados, que a sa turação poder ia ser mant ida em níveis de

normal idade quando apl icada a EDET com eletrodos de superf íc ie na

parede torácica super ior .

1.3 – Músculos Respiratórios

O s istema respi ratór io consiste das v ias aéreas respi ratór ias, dos

pulmões e da bomba vent i la tór ia, sendo es ta cons t i tuída da parede

torácica , dos músculos respi ratór ios , do s istema nervoso centra l e dos

nervos per i fér icos (ROUSSOS & MACKLEM, 1982). Des ta forma, a

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manutenção da ven t i lação alveolar depende de um bom funcionamento

desses componentes (CLANTON & DIAZ, 1995 ; McCOOL & TZELEPIS,

1995; RATTO & JARDIM, 1997 ; SCHILZ , 2000) e a l terações em

qualquer dessas estru turas cont r ibui para uma diminuição da

vent i lação alveolar (RATTO & JARDIM, 1997).

A parede torácica , em mamí feros, pode ser d iv id ida em dois

compart imentos : a cai xa torácica e o abdome, que são separados por

uma f ina estrutura musculotendinosa, o d iafrag ma (DE TROYER &

ESTENNE, 1988).

Os músculos respi ra tór ios têm como função pr imár ia deslocar a

parede torácica r i tmi camente, cu ja função é de bombear o ar para

dentro e para fora dos pulmões com a f inal idade de manter uma t roca

gasosa adequada. A ação mecânica desses músculos é de terminada

pela sua anatomia e pela carga a que são submet idos quando se

contraem (DE TROYER & ESTENNE, 1988) .

Mor fo lógica e funcionalmente os músculos respi ratór ios são

músculos esquelét icos estr iados que apresentam caracter íst icas

própr ias, co mo maior resistência à fadiga, f luxo sanguíneo elevado ,

maior capacidade oxidat iva e maior densidade capi lar , quando

comparados com os músculos esquelét icos per i fér icos. Além dessas

carac ter íst icas, os músculos respi ra tór ios d i ferem de outros músculos

esquelét icos por terem que vencer cargas elást icas e resist ivas em vez

de cargas inerc ia is, estando sob contro le volun tár io e involuntár io

contra indo-se com r i tmi cidade durante a v ida toda (TERZI, 1998).

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Duran te a inspi ração o tórax sof re a l terações t r id imencionais,

v is to que o diafragma é o pr incipal músculo da respi ração e por s i só

ele aumenta os t rês diâmetros de vol ume to rácico : vert i cal , t ransversal

e sagi ta l (KAPANDJI , 1990) . O aumento da tensão no diafragma

durante a inspi ração produz uma di ferença de pressão entre o tórax e

o abdome, forçando para bai xo o conteúdo abdominal quando aumenta

o volume torácico (LEFF & SCHUMACKER, 1996).

O diafragma é cons t i tuído por t rês grupos de f ibras musculares :

ver tebral , costal e esternal , sendo inervado bi lateralmente pelos

nervos f rênicos que são der ivados das ra ízes nervosas cervicais C3 a

C5 (DE TROYER & ESTENNE, 1988 ; SOUCHARD, 1989).

As f ibras vertebrais são formadas por dois fe i xes de f ibras de

comprimento desigual . O pi lar d i re i to parte dos discos intervertebrais

L1-L2 e L2-L3 descendo às vezes a té o d isco L3-L4, enquanto que o

pi lar esquerdo par te do disco L2-L3 . As f ibras costais partem da face

interna das seis ú l t imas cos telas e se interdig i tam com aquelas do

músculo t ransverso do abdome. As f ibras esternais partem da face

poster ior do apêndice xi fó ide. Todas as f ibras convergem para uma

região centra l tendinosa (SOUCHARD, 1989).

Estudos eletro miográf icos mostram que exi stem outros músculos

respi ratór ios pr imár ios que part i c ipam da inspi ração são eles:

escalenos, intercostais paraesterna is dos c inco pr imei ros espaços

costais e os intercostais externos (MIZUNO, 1991; TERZI, 1998).

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Os músculos esternocle idomastóideo, t rapézio, pei to ral maior e

menor e serrát i l também contr ibuem para a ven t i lação pulmonar

quando o t rabalho da respi ração aumenta . Além disso, os músculos

abdominais a judam a fac i l i tar a inspi ração por compr imi rem o con teúdo

abdominal durante os movimentos posturais , o que a juda a manter o

d iafragma com um comprimento ideal (LEFF & SCHUMACKER, 1996).

Em repouso, a expi ração normalmente é passiva, sendo real izada

pelo re laxamento dos músculos inspi ratór ios. Durante a expi ração

at iva, os músculos da parede abdominal comprimem internamente o

conteúdo abdominal , forçando o diaf ragma em di reção do tórax. Esses

músculos inc luem o re to abdomina l , o t ransverso do abdome e os

músculos obl íquos interno e externo (DE TROYER & ESTENNE, 1988 ;

LEFF & SCHUMACKER, 1996).

Os músculos intercostais internos também contr ibuem para a

expi ração t racionando infer iormente o gradi l costal e reduzindo os

d iâmetros antero-poster ior e lateral (LEFF & SCHUMACKER, 1996).

1.4- Contro le da Venti lação

A regulação da vent i lação pulmonar se faz através de

quimiorrecepto res, sens íveis aos níveis de CO 2, O 2 e pH no sangue

ar ter ia l , por ref lexos pulmonares e da cai xa torácica , como também,

por impulsos efe rentes do córtex cerebral (W EST, 2002) .

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Os quimiorreceptores , local izados na bi furcação das caró t idas

(corpúsculos caro t ídeos) e no arco aór t ico (corpúsculos aór t icos) ,

respondem ao aumento na PCO 2 sangüínea, est imulando ref lexamente

a vent i lação . Dessa forma, a e levação na PCO 2 aumenta o nú mero de

impulsos aferen tes a través dos nervos cranianos glossofa r íngeo e

vago, a lém de est imular a reg ião quimiossensível bulbar, os

quimiorrecepto res cen tra is (W EST,2002).

Quadros de hipoxemia e acidose (redução do oxigênio e do pH,

respect ivamente) também est imulam a vent i lação , por sua ação nos

quimiorrecepto res per i fér icos (W EST, 2002).

Quanto aos ref lexos dos pulmões e da cai xa torácica podemos

c i tar : ref lexos de insuf lação , ref lexo de desinsu f lação , ref lexos de

i r r i tação e s istema gama. O ref lexo de insuf lação é mediado por f ibras

aferen tes vagais e é conhecido como ref lexo de insuf lação de Henr ing-

Breuer cu jos receptores estão local izados nos brônquios e parênquima

pulmonar. Es te ref lexo era considerado um dos p r inc ipais para o

contro le da ven t i lação, no entan to, estudos recentes mostraram que

ele é quase inat ivo no adul to, exceto se o volume corrente u l t rapassar

um l i t ro (W EST, 2002) .

O ref lexo de desinsu f lação está re l acionado com o aumento do

esforço inspi ra tór io após esvaziamento dos pulmões. A compressão de

receptores local izados nas paredes alveolares t ransmi te impulsos ao

cérebro que in ibem a expi ração. Quanto ao re f lexo de i r r i tação, os

receptores local izados na t raquéia e grandes v ias aéreas são

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est imulados por inalação de poei ra, gases nocivos ou fumo,

promovendo broncoconstr icção ref lexa e conseqüentemente o aumento

da resistência das v ias aéreas (WEST, 2002) . Já o s istema gama

fornece infor mações sobre o es tado dos músculos respi ratór ios a través

de impulsos or ig inados nos fusos musculares e órgãos tendinosos. Os

músculos intercostais e abdominais são inervados tanto pelos fusos

musculares quan to pelos órgãos tendinosos , ao passo que o diafragma

é pobre de fusos musculares (CHERNIACK & PACK, 1992).

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2- OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA

2.1- Objetivo geral

Ver i f i car poss íveis a l terações nos parâmetros hemodinâmicos a

saber: f reqüência cardíaca , pressão ar ter ia l s is têmica e sa turação

de oxigênio durante e após a est imulação diaf ragmát ica e létr ica

t ranscutânea em humanos sadios.

2.2- Objet ivos específ icos

Veri f i car se ocorrem al terações da f reqüência card íaca

durante e após a est imulação diafragmát ica elétr ica t ranscutânea nos

t rês locais de es t imulação: base do pescoço, região paraxi fó idea e

entre o 6° e o 8° espaço intercostal na l inha axi lar média.

Veri f i car se ocor rem al terações da pressão ar ter ia l

s is têmica durante e após a es t imulação diafragmát ica elétr ica

t ranscutânea nos t rês locais de est imulação: base do pescoço, região

paraxi fó idea e en tre o 6° e o 8° espaço intercos tal na l inha axi lar

média .

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Veri f i car se ocor rem al terações na saturação percentual

de oxigênio duran te e após a est imulação diafragmát ica e létr ica

t ranscutânea nos t rês locais de est imulação: base do pescoço, região

paraxi fó idea e en tre o 6° e o 8° espaço intercos tal na l inha axi lar

média .

Comparar, caso ocorram, as al terações na f reqüência

cardíaca, na pressão ar ter ia l e na saturação de oxigênio nos t rês

locais de est imulação ob jet ivando determinar o melhor local de

posic ionamento dos eletrodos, i s to é, aquele que não produza

al terações hemodinâmicas s igni f i ca t ivas quando se pre tende ut i l i zar a

EDET.

Aval iar se ocorre m al terações na pele, no local de

colocação dos eletrodos, duran te a est imulação elétr ica.

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2.3 - Justi f icat iva

A part i r da pesquisa bib l iográf ica real izada sobre est imulação

diafragmát ica elétr ica t ranscutânea ver i f i cou-se que exi stem vár ios

estudos ob je t ivando anal isar os efei tos que a es t imulação

diafragmát ica exerce sobre o s is tema respi ratór io, se ja em animais ou

em humanos, com ênfase na al teração do volume pulmonar , mais

especi f i ca mente , no volume corrente em função do local de

est imulação na região do tórax. En tretanto , esta técnica também leva a

al terações no s is tema cardiovascular , pois produz uma pressão

int rapleural negat iva que tende a fac i l i tar o retorno venoso . Na

l i teratura há poucos re latos sobre os efe i tos da est imulação

diafragmát ica elétr i ca t ranscutânea sobre o s istema ci rculatór io. Desta

forma, just i f i ca-se invest igar se ocorrem al terações s igni f i cat ivas na

f reqüência cardíaca , na pressão ar ter ia l e na saturação de oxigênio

durante a est imulação diafragmát ica elétr ica t ranscutânea em

humanos.

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4. RESULTADOS

As caracter íst icas antropométr icas dos indiv íduos voluntár ios

inc luídos no presen te estudo estão apresentadas na tabela 1 e foram

obt idas por meio do preenchimento de uma f icha de aval iação

indiv idual (Apêndice A) .

A f reqüência cardíaca, a pressão ar ter ia l s is tó l i ca, a pressão

ar ter ia l d iastó l i ca e a saturação de oxigênio foram anal isadas an tes ,

durante (média do 1°, 5°, 10°, 15° e 20° minutos) e depois (média do

1°, 5° e 10° minutos) da apl icação da EDET nos t rês locais de

est imulação , como podemos observar nas tabelas e grá f icos

apresentados a segui r .

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33

T abela 1: Ca rac t er í s t i cas ant ropom ét r i cas dos i nd i v íduos v o luntá r i os

estudados ( n=15) .

Voluntár i o I dade A l tu r a Peso IM C (anos) ( cm ) (Kg) ( Kg/m 2 )

1 22 158 48 19, 28

2 24 161 59 22, 78

3 29 160 59, 2 23,12

4 22 163 55 20, 75

5 23 172 64 21, 62

6 21 172 67 22, 63

7 22 157 47 19, 10

8 22 173 58 19, 39

9 22 165 58 21, 32

10 22 167 64 22,94

11 25 173 78 26,10

12 25 173 82 27,42

13 21 164 53 19,70

14 22 172 61,8 20, 88

15 25 170 57 19,72

Médi a 23,13 166, 66 60, 73 21, 78

Desv io Padr ão 2 , 13 5 , 68 9 ,59 2 , 38

IMC: índ i ce de m assa c or pó rea ( peso/ a l tura 2 ) . Font e: V IEIRA, J .E . et a l . , 2002.

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34

4.1 – Repercussões na Freqüência Cardíaca

Na tabela 2 observamos os valores médios ± DP da FC antes,

durante e depois da apl icação da EDET nos t rês locais est imulados .

Tabela 2 : Valores da f reqüência cardíaca (FC) an tes , durante e

depois da EDET nos t rês locais de est imulação.

Loc al Base P esc oç o P arax i f ó i de 6 /8 º E I C FC (bpm ) (bpm ) ( bpm )

An tes 77,00± 8,45 75, 20± 10, 77 73, 26± 8, 34

Durante 77, 69± 8,51 78,14± 10,66 79,10± 11, 41 p 0 ,752 0 , 391 0 , 061

An tes 77,00± 8,45 75, 20± 10, 77 73, 26± 8, 34

Depois 73, 26 ± 9,32 74,02 ± 8 ,54 71,97± 7,75 p 0 ,058 0 , 457 0 , 191

Durante 77, 69± 8,51 78,14± 10,66 79,10± 11, 41

Depois 73, 26 ± 9,32 74,02 ± 8 ,54 71,97± 7 ,75 p 0 ,044 0 , 140 0 ,049

Os v a lores são em m édia ± DP.

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35

4.1.1 – Com a EDET na Base do Pescoço

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

N° do Voluntário

FC (b

pm)

FC - Antes FC - DuranteFC - Depois

Gráf ico 1 : Comparação dos valores indiv iduais da f reqüência

cardíaca (FC) antes, durante(média) e depois (média) da

apl icação da EDET na região da Base do Pescoço.

Anal isando-se cada resposta indiv idual no grá f ico 1, duran te a

EDET na região da base do pescoço, observa-se que a FC sofreu

redução ou aumento em relação ao contro le (antes) .

Ao compararmos a FC antes e durante (média) a apl icação da

EDET, na região da base do pescoço, observamos que não houve

di ferença s igni f i cat iva nos seus n íve is. A média e desvio padrão antes

fo i de 77 ,00±8,45 e durante de 77,69±8,51. Também foi observado, ao

comparar mos a FC antes e depois (média) a apl icação da EDET na

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36

região da base do pescoço, que não houve di ferença es tat is t i camente

s igni f i cat iva, a média e desvio padrão antes fo i de 77 ,00±8,45 e depois

73,26±9,32 (Tabela 2) .

Quando comparamos a FC durante (média) e depois (média) a

apl icação da EDET na região da base do pescoço, ver i f i camos que ela

sofreu uma redução s igni f i cat iva de 77,69±8,51 para 73 ,26±9,32

(Tabela 2) .

4.1.2 – Com a EDET na Reg ião Paraxi fó idea

0

20

40

60

80

100

120

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15N° do Voluntário

FC (b

pm)

FC - Antes

FC - Durante

FC - Depois

Gráf ico 2 : Comparação dos valores indiv iduais da f reqüência

cardíaca (FC) an tes, duran te (média) e depois ( média) da

apl icação da EDET na região Paraxi fó idea.

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37

Anal isando-se cada resposta indiv idual no grá f ico 2, duran te a

est imulação na região paraxi fó idea, observa-se que a FC apresentou

aumento ou redução em relação ao contro le (antes) .

Ao compararmos a FC antes e durante (média) a apl icação da

EDET na região paraxi fó idea, observou-se que não houve di ferença

s igni f i cat iva, a média e desvio padrão an tes fo i de 75 ,20±10,77 e

durante de 78 ,14±10,66. O mesmo fo i observado ao compararmos a FC

antes e depois (média) a apl icação da EDET na região paraxi fó idea,

onde não houve di ferença s igni f i cat iva, sendo a média e desvio padrão

antes de 75,20±10,77 e depois de 74,02±8,54. Ao anal isarmos a FC

durante (média) e depois ( média) a apl icação da EDET na região

paraxi fó idea , ver i f i camos que não houve al teração s igni f i ca t iva

(p=0,140), a média e desvio padrão durante fo i de 78,14±10,66 e

depois de 74 ,02±8,54 (Tabela 2) .

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38

4.1.3 - Com a EDET en tre o 6° e o 8° EIC na L inha Axi lar Méd ia

0

20

40

60

80

100

120

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15N° do Voluntário

FC (b

pm)

FC - Antes

FC -DuranteFC - Depois

Gráf ico 3 : Comparação dos valores indiv iduais da f reqüência cardíaca

(FC) antes, durante (média) e depois (média) da apl icação da EDET na

região en tre o 6° e o 8° EIC.

Anal isando-se cada resposta indiv idual no grá f ico 3, duran te a

est imulação na região entre o 6° e o 8° EIC, nota-se que a FC

permaneceu inal terada, aumentou ou reduziu em relação ao con tro le

(antes) .

Ao compararmos a FC antes e durante (média) a apl icação da

EDET entre o 6º e o 8º EIC, não houve di ferença s igni f i cat iva , a média

e desvio padrão an tes fo i de 73,26±8,34 e durante de 79,10±11,41 .

Quando comparamos a FC antes e depois (média) a apl icação da

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39

EDET ent re o 6º e o 8º EIC, també m não observa mos di ferença

s igni f i cat iva, sendo a média e desv io padrão an tes de 73,26±8,34 e

depois de 71 ,97±7,75.

Quando comparamos a FC durante (média) e depois (média) a

apl icação da EDET na região entre o 6º e o 8º EIC, ver i f i camos que

houve uma redução s igni f i cat iva de 79,10±11,41 para 71,97±7,75

(Tabela 2) .

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40

4.2 - Repercussões na Pressão Arterial Sistól ica

Na tabela 3 observamos os valores médios ± DP da PAS antes,

durante e depois da apl icação da EDET nos t rês locais est imulados .

Tabela 3 : Valores da pressão ar ter i a l s is tó l i ca (PAS) indiv idual antes,

durante e depois da EDET nos t rês locais de es t imulação.

Loc al Base P esc oç o P ar ax i f ó i de 6 / 8 º E IC

PAS (mmHg ) (m m Hg) (mm Hg)

An tes 111, 46 ± 7,11 112,40± 7,13 110, 53± 8,15

Durante 111, 53± 7, 99 112,28± 8,76 111, 76± 7,87 p 0 ,960 0 ,917 0 ,424

An tes 111, 46± 7,11 112,40± 7,13 110, 53± 8,15

Depois 109, 33± 8, 65 110,93± 7,10 110, 40± 8,36 p 0 ,123 0 ,200 0 ,930

Durante 111, 53± 7, 99 112,28± 8,76 111, 76± 7,87

Depois 109, 33± 8, 65 110,93± 7,10 110, 40± 8,36 p 0 ,035 0 ,131 0 ,066

Os v a lores são em m édia ± DP.

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41

4.2.1 -Com a EDET na Base do Pescoço

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

N° do Voluntário

PAS

(mm

Hg)

PAS - Antes

PAS - Durante

PAS - Depois

Gráf ico 4 : Comparação dos valo res indiv iduais da pressão

ar ter ia l s is tó l i ca (PAS) antes, duran te (média) e depois (média)

da apl icação da EDET na região da Base do Pescoço .

Anal isando-se cada resposta indiv idual no grá f ico 4, duran te a

est imulação na região da base do pescoço , ve r i f i ca-se que a PAS

apresentou redução , aumento ou permaneceu inal terada em relação ao

contro le (antes) .

Ao compararmos a PAS antes e durante (média) a apl icação da

EDET na base do pescoço, encon tramos que não houve di ferença

estat is t i camente s igni f i cat iva (p=0,960), a média e o desvio padrão

antes fo i de 111,46±7,11 e durante de 111 ,53 ± 7,99. Também não se

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42

observou di ferença es tat is t i camente s igni f i cat iva (p=0,123) ao

comparar mos a PAS antes e depois (média) a apl icação da EDET na

base do pescoço. A média e o desvi o padrão antes fo i de 111,46±7,11

e depois de 109,33±8,65.

Ao anal isarmos a PAS durante (média) e depois (média) a

apl icação da EDET na base do pescoço, observamos que houve

redução s igni f i can te de 111,53±7,99 para 109,33±8,65 (Tabela 3 ) .

4.2.2 – Com a EDET na Reg ião Paraxi fó idea

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

N° do Voluntário

PAS

(mm

Hg)

PAS - Antes

PAS - Durante

PAS - Depois

Gráf ico 5 : Comparação dos valores indiv iduais da pressão ar ter ia l

s is tó l i ca (PAS) antes, durante (méd ia) e depois (média) da apl icação

da EDET na região Paraxi fó idea .

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43

Anal isando-se cada resposta indiv idual no grá f ico 5, duran te a

est imulação na região paraxi fó i dea, observa-se que a PAS

prat icamente não se al te rou e m relação ao con tro le (an tes) .

Ao compararmos a PAS antes e durante (média) a apl icação da

EDET na região paraxi fó idea, observamos que não houve di ferença

estat is t i camente s igni f i cante (p=0 ,917), a média e o desvio padrão

antes fo i de 112 ,40±7,13 e duran te de 112 ,28±8,76. A anál ise da PAS

antes e depois (média) a apl icação da EDET na região paraxi fó idea,

não apresentou di ferença estat is t i camente s igni f i cante (p=0,200), a

média e o desvio padrão antes fo i de 112,40±7,13 e depois de

109,33±8,65 (Tabela 3 ) .

Ao anal isarmos a PAS durante (média) e depois (média) a

apl icação da EDET na região paraxi fó idea, observamos que não houve

di ferença s igni f i ca t iva (p=0 ,131) , a média e desvio padrão durante fo i

de 112 ,28±8,76 e depois de 109 ,33±8,65 (Tabela 3) .

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44

4.2.3 – Com a EDET na reg ião en tre o 6° e o 8° EIC na L inha

Axi la r Méd ia

0

20

40

60

80

100

120

140

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

N° do Voluntário

PAS

(mm

Hg)

PAS - Antes

PAS -DurantePAS - Depois

Gráf ico 6 : Comparação dos valores indiv iduais da pressão ar ter ia l

s is tó l i ca (PAS) antes, durante (média) e depois (média) da apl icação

da EDET na região entre o 6° e o 8° EIC.

Anal isando-se cada resposta indiv idual no grá f ico 6, duran te a

est imulação na região entre o 6° e o 8° EIC, ver i f i camos que a PAS

sofreu redução, aumento ou permaneceu inal terada em relação ao

contro le (antes) .

Ao compararmos a PAS antes e durante (média) a apl icação da

EDET entre o 6º e o 8º EIC, observamos que não houve di ferença

s igni f i cat iva (p=0,424), a média e desvio padrão antes fo i de

110,53±8,15 e durante de 111,76±7,87. Quando comparamos a PAS

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45

antes e depois (média) a apl icação da EDET entre o 6º e o 8º EIC,

também não houve di ferença es tat is t i camente s igni f i cat iva (p=0,930), a

média e o desvio padrão antes fo i de 110,53±8,15 e depois de

110,40±8,36 .

Ao anal isarmos a PAS durante (média) e depois (média) a

apl icação da EDET na região entre o 6º e o 8º EIC, observamos que

não houve di ferença s igni f i cat iva (p=0,066), a média e desvio padrão

durante fo i de 111,76±7,87 e depois de 110 ,40±8,36 (Tabela 3) .

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46

4.3 – Repercussões na Pressão Arterial Diastól ica

Na tabela 4 observamos os valores médios ± DP da PAD antes,

durante e depois da apl icação da EDET nos t rês locais est imulados .

Tabela 4 : Valores da pressão ar ter ia l d iastó l i ca (PAD) antes, durante e

depois da EDET nos t rês locais de est imulação.

Loc al Base P esc oç o P ar ax i f ó i de 6 / 8 º E IC

PAD (m m Hg) ( mm Hg) (m m Hg)

An tes 70,66± 7,69 70, 66± 7, 69 69, 20± 5, 79

Durante 71, 97± 6,14 71 ,97± 7, 82 70, 02± 5, 82 p 0 ,153 0 ,211 0 ,055

An tes 70,66± 7,69 70, 66± 7, 69 69, 20± 5, 79

Depois 70, 80± 5,79 70, 35± 5, 36 70, 48± 5, 82 p 0 ,860 0 , 898 0 , 085

Durante 71, 97± 6,14 71 ,97± 7, 82 70, 02± 5, 82

Depois 70, 80± 5,79 70, 35± 5, 36 70, 48± 5, 82 p 0 ,097 0 , 483 0 , 323

Os v a lores são em m édia ± DP.

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47

4.3.1 – Com a EDET na Base do Pescoço

0102030405060708090

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15N° do Voluntário

PAD

(mm

Hg)

PAD - Antes

PAD - DurantePAD - Depois

Gráf ico 7 : Comparação dos valores indiv iduais da pressão ar ter ia l

d iastó l i ca (PAD) an tes , durante (média) e depois (média) da apl icação

da EDET na região da Base do Pescoço.

Anal isando-se cada resposta indiv idual no grá f ico 7, duran te a

est imulação na região da base do pescoço, observa-se que a PAD

sofreu redução, aumentou ou permaneceu inal terada em relação ao

contro le (antes) .

Ao compararmos a PAD antes e durante (média) a apl icação da

EDET na região da base do pescoço, observamos que não houve

di ferença s igni f i cat iva (p=0,153), a média e desvio padrão antes fo i de

70,66±7,69 e durante de 71,97±6,14. No entan to, ao compararmos a

PAD antes e depois (média) a apl icação da EDET na região da base do

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48

pescoço, não houve di ferença s igni f i cat iva (p=0,860), a média e desvio

padrão antes fo i de 70,66±7,69 e depois de 70,80±5,79 .

Ao anal isarmos a PAD duran te (média) e depois (média) a

apl icação da EDET na região da base do pescoço, observamos também

que não houve di ferença s igni f i cat iva (p=0,097) , a média e desvio

padrão duran te fo i de 71,97±6,14 e depois de 70,80±5,79 (Tabela 4) .

4.3.2 – Com a EDET na reg ião Paraxi fó idea

0102030405060708090

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15N° do Voluntário

PAD

(m

mH

g)

PAD - AntesPAD - DurantePAD - Depois

Gráf ico 8 : Comparação dos valores indiv iduais da pressão ar ter ia l

d iastó l i ca (PAD) an tes , durante (média) e depois (média) da apl icação

da EDET na região Paraxi fó idea .

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49

Anal isando-se cada resposta indiv idual no grá f ico 8, duran te a

est imulação na região paraxi fó idea, ver i f i ca-se que a PAD sofreu

redução, aumentou ou permaneceu inal terada em relação ao contro le

(antes) .

Ao compararmos a PAD antes e durante (média) a apl icação da

EDET na região paraxi fó idea, observamos que não houve di ferença

s igni f i cat iva (p=0,211), a média e desvio padrão antes fo i de

70,66±7,69 e durante de 71 ,97±7,82. A anál ise da PAD antes e depois

(média) a apl icação da EDET na região paraxi fó idea , também não

apresentou di ferença s igni f i ca t iva (p=0,898), a média e desvio padrão

antes fo i de 70 ,66±7,69 e depois de 70,35±5,36.

Ao anal isarmos a PAD duran te (média) e depois (média) a

apl icação da EDET na região paraxi fó idea, não houve di ferença

s igni f i cat iva (p=0 ,483) , a média e desvio padrão durante fo i de

71,97±7,82 e depois de 70,35±5,36 (Tabela 4) .

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50

4.3.3 – Com a EDET na Reg ião ent re o 6° e o 8° EIC na L inha

Axi la r Méd ia

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

N° do Voluntário

PAD

(m

mH

g)

PAD - Antes

PAD - Durante

PAD - Depois

Gráf ico 9 : Comparação dos valores indiv iduais da pressão ar ter ia l

d iastó l i ca (PAD) an tes , durante (média) e depois (média) da apl icação

da EDET na região entre o 6° e o 8° EIC.

Anal isando-se cada resposta indiv idual no grá f ico 9, duran te a

est imulação na região entre o 6° e o 8° EIC, observa-se que a PAD

sofreu aumento ou permaneceu inal terada em relação ao contro le

(antes) .

Ao compararmos a PAD antes e durante (média) a apl icação da

EDET entre o 6º e o 8º EIC, observamos que não houve di ferença

s igni f i cat iva (p=0,055), a média e desvio padrão antes fo i de

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51

69,20±5,79 e durante de 70,02±5,82. O mesmo fo i observado ao

comparar mos a PAD antes e depois (média) a apl icação da EDET entre

o 6º e o 8º EIC, onde não houve di ferença s igni f i cat iva (p=0,085) e a

média e desvio padrão antes fo i de 69,20±5,79 e depois de

70,48±5,82.

Ao anal isarmos a PAD duran te (média) e depois (média) a

apl icação da EDET entre o 6º e o 8º EIC, também não houve di ferença

s igni f i cat iva (p=0 ,323) , a média e desvio padrão durante fo i de

70,02±5,82 e depois de 70,48±5,82 (Tabela 4) .

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52

4.4 – Repercussões na Saturação de Oxigênio

Na tabela 5 observamos os valores médios ± DP da SaO 2 antes,

durante e depois da apl icação da EDET nos t rês locais est imulados .

Tabela 5 : Valores da SaO 2 antes , durante e depois da EDET nos t rês

locais de est imulação.

Loc al Base P esc oç o Pa rax i f ó i de 6 /8 º E I C

SaO 2 ( %) (%) ( %)

An tes 97,80 ± 0 ,67 98 ,13 ± 0, 91 98, 06 ± 0 , 88

Durante 96, 66 ± 1 ,19 96,08 ± 0,81 96,10 ± 0 ,88 p 0 ,001 0 ,000 0 ,000

An tes 97,80 ± 0 ,67 98 ,13 ± 0, 91 98, 06 ± 0 , 88

Depois 98, 33± 0,73 97,93± 0,87 97,84± 0,88 p 0 ,062 0 ,443 0 ,106

Durante 96, 66± 1,19 96,08 ± 0,81 96,10 ± 0 ,88

Depois 98, 33± 0,73 97 ,93± 0, 87 97, 84 ± 0, 88 p 0 ,000 0 ,000 0 ,000

Os v a lores são em m édia ± DP.

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53

4.4.1 – Com a EDET na Base do Pescoço

92

93

94

95

96

97

98

99

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

N° do Voluntário

SaO

2 (%

)

SaO2 - Antes

SaO2 -DuranteSaO2 - Depois

Gráf ico 10 : Comparação dos valo res indiv iduais da sa turação de

oxigênio (SaO 2) antes, durante (méd ia) e depois (média) da apl icação

da EDET na região da Base do Pescoço.

Anal isando-se cada resposta indiv idual no gráf ico 10, durante a

est imulação na região da base do pescoço, ver i f i ca-se que a SaO 2

sofreu redução, aumentou ou permaneceu inal terada em relação ao

contro le (antes) .

Ao compararmos a SaO 2 antes e durante ( média) a apl icação da

EDET na região da base do pescoço, observa mos que houve redução

s igni f i cat iva de 97,80±0,67 para 96,66±1,19 (p=0,001). No en tanto, ao

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54

comparar mos a SaO 2 antes e depois (média) a apl icação da EDET na

região da base do pescoço, não houve di ferença s igni f i ca t iva

(p=0,062), a média e desvio padrão antes fo i de 97,80±0,67 e depois

de 98,33±0,73.

Ao anal isarmos a SaO 2 duran te (média) e depois (média) a

apl icação da EDET na região da base do pescoço, observamos também

que houve redução s igni f i cat iva de 96 ,66±1,19 para 98,33±0,73

(p=0,000) (Tabela 5) .

4.4.2 – Com a EDET na Reg ião Paraxi fó idea

9293949596979899

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15N° do Voluntário

SaO

2 (%

)

SaO2 - Antes

SaO2 - Durante

SaO2 - Depois

Gráf ico 11 : Comparação dos valo res indiv iduais da sa turação de

oxigênio (SaO 2) an tes , duran te (média) e depois (média) a apl icação

da EDET na região Paraxi fó idea .

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55

Anal isando-se cada resposta indiv idual no gráf ico 11, durante a

est imulação na região paraxi fó idea , observa-se que a SaO 2 sofreu

redução em relação ao con tro le (an tes) .

Ao compararmos a SaO 2 antes e durante ( média) a apl icação da

EDET na região paraxi fó idea , observamos que houve redução

s igni f i cat iva de 98,13±0,91 para 96,08±0,81 (p=0,000). No en tanto, ao

comparar mos a SaO 2 antes e depois (média) a apl icação da EDET na

região paraxi fó idea, não houve di ferença s igni f i cat iva (p=0,443), a

média e desvio padrão antes fo i de 98,13±0,91 e depois de

97,93±0,87.

Ao compararmos a SaO 2 duran te (média) e depois (média) a

apl icação da EDET na região paraxi fó idea, observamos que houve

aumento s igni f i cat ivo de 96,08±0,81 para 97 ,93±0,87 (p=0 ,000)

(Tabela 5) .

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4.4.3 – Com a EDET na reg ião en tre o 6° e o 8° EIC na L inha

Axi la r Méd ia

92

93

94

95

96

97

98

99

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15N° do Voluntário

SaO

2 (%

)

SaO2 - Antes

SaO2 - Durante

SaO2 - Depois

Gráf ico 12 : Comparação dos valo res indiv iduais da sa turação de

oxigênio (SaO 2) antes, durante (méd ia) e depois (média) da apl icação

da EDET na região entre o 6° e o 8° EIC.

Anal isando-se cada resposta indiv idual no gráf ico 12, durante a

est imulação na região entre o 6° e o 8° EIC, observa-se que a SaO 2

sofreu redução em relação ao contro le (antes) .

Ao compararmos a SaO 2 antes e durante ( média) a apl icação da

EDET entre o 6º e o 8º EIC, observamos que houve redução

s igni f i cat iva de 98,06±0,88 para 96 ,10±0,88 (p=0,000). Entretan to, ao

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comparar mos a SaO 2 antes e depo is (média) a apl icação da EDET

entre o 6º e o 8º EIC, não houve d i ferença s igni f i ca t iva (p=0,106), a

média e desvio padrão antes fo i de 98,06±0,88 e depois de

97,84±0,88.

Ao anal isarmos a SaO 2 duran te (média) e depois (média) a

apl icação da EDET entre o 6º e o 8º EIC, observamos que houve

aumento s igni f i cat ivo de 96,10±0,88 para 97 ,84±0,88 (p=0 ,000)

(Tabela 5) .

Obt ivemos também como resul tado , pouca reação cutânea nos

locais onde foram colocados os ele trodos auto-adesivos, como também

na região que fo i ut i l i zada as cane tas es t imuladoras .

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58

5. DISCUSSÃO

De acordo com os resul tados ob t idos, ao apl icarmos a técnica

EDET em 15 volun tár ias sadias, observamos que o comportamento da

FC antes e durante e antes e depoi s da est imulação em cada um dos

locais não sof reu al te rações s igni f i cat ivas, no entanto, comparando os

valores durante e depois da EDET, na região da base do pescoço e na

região entre o 6º e o 8º EIC, observamos que houve uma redução

estat is t i camente s igni f i cat iva na FC, conforme apresentado na tabela

2.

A FC sofre inf luências de al terações humorais, f ís icas e

pr incipalmente do s iste ma nervoso autônomo (SNA), a lém de so frer

redução nos seus níveis com a idade dos indivíduos. Em repouso,

indivíduos adul tos apresentam uma FC que var ia entre 60 a 100

bat imentos por minuto (bpm), mantendo uma média de

aproximadamente 70 bpm, sendo s igni f i cat ivamente maior em recém-

nascidos, em média, 140 bpm. Fa tores emocionais, at iv idade f ís ica,

posição do indivíduo , sexo e inf luências ambientais podem al terar a

FC. Durante o sono, a FC tende a d iminui r de 10 a 20 bpm, enquanto

que no exerc íc io f í s ico há uma elevação de for ma aguda, devido à

d iminuição da ação do s istema nervoso parassimpát ico (SNP) e ao

aumento da descarga do s istema nervoso s impát ico (SNS) (ALFIERI &

DUARTE, 1993; McARDLE et a l . , 1998; LIMA, 2000).

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Os fatores e mocionais , ta is co mo o medo e a ansiedade,

promovem um aumento da FC por est imulação do s is tema nervoso

s impát ico (SNS) . Ambientes com al tas temperaturas também

proporcionam uma elevação da FC, devido a um aumento do

metabol ismo. Quanto à posição adotada pelo indivíduo, a FC so fre

var iações, sendo menor na posição dei tada, e levando-se l igei ramente

na posição sen tada e sendo ainda maior na posição or tostát ica.

Também se observa, em seres humanos, que a FC tende a diminui r

progressivamente com o avançar da idade (ALFIERI & DUARTE, 1993 ;

BERNE & LEVY, 2000; LIMA, 2000).

O desempenho do miocárdio (contrat i l idade) pode ser regulado

por mecanismos intr ínsecos e extr ínsecos. Os mecanismos intr ínsecos

são: o mecanismo de Frank-Star l ing, que se baseia no pr incíp io que ,

dentro de l imi tes f i s io lógicos , quanto maior o volume de sangue

recebido pelo coração mais o músculo cardíaco se dis tende,

aumentando o comprimento de suas f ibras e conseqüentemente

contra indo-se co m mais força; e a regulação induzida pela f reqüência ,

que consiste em elevação progressi va da força de contração muscular

desenvolv ida, quando o intervalo entre os bat imentos diminui

abrupta mente . I sto se deve por aumento gradual da concen tração

int racelu lar de Ca + + (BERNE & LEVY, 2000) .

Os mecanismos extr ínsecos podem ser d iv id idos em nervoso e

quími co. O con tro le nervoso consiste da inf luência da at iv idade

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nervosa s impát ica e parassimpát ica, enquanto que o contro le quími co,

dos hormônios e dos gases sangüíneos (BERNE & LEVY, 2000).

A ação do SNA no coração resul ta das a t iv idades do SNS e do

SNP. O aumento da ação parassimpát ica (vagal ) sobre o coração

promove a l iberação de ace t i l col ina (Ach) nas ter minações vagais ,

d iminuindo a f reqüência do r i tmo do nodo s inusal , das f ibras juncionais

átr io-ven tr iculares e do nodo átr io-ventr icular , lent i f i cando, assim a

t ransmissão do impulso cardíaco para os ven tr ículos que tende a

d iminui r a FC (GUYTON, 1996).

Estudos real izados em cães anestes iados cons tataram que ao se

est imular o nervo vago (X par craniano) com freqüências cons tantes,

durante vár ios segundos, a FC diminui bruscamente, mantendo-se num

platô mais bai xo por a lgum tempo. Ao interromper-se a est imulação, os

valores da FC retornavam aos níve is basais (BERNE & LEVY, 2000 ;

LIMA, 2000).

A est imulação do SNS produz l iberação de noradrenal ina (NOR)

nas terminações nervosas s impát icas aumentando a f reqüência do

r i tmo do nodo s inusal e assim elevando a FC (KATZ, 1992; GUYTON,

1996; HOFFMAN & LEFKOW ITZ, 1996; GARCIA, 1998; CARVALHO et

a l . , 1999; L IMA, 2000). Ao con trár io do que se observa com a

est imulação vagal , o aumento da at iv idade do SNS apresenta uma

relação di reta com a FC, en tretanto, há um retardo na respos ta de

cerca de 5 segundos, e o p ico máximo é at ingido em 20 a 30

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segundos, enquanto que na resposta vagal , a e levação da FC é quase

que imediata (HAINSW ORTH, 1995; LIMA, 2000).

A FC também sofre a ação de mecanismos ref lexos or iundos de

estru turas sensíveis às var iações pressór icas, químicas e volumétr icas

que ocorrem no sangue, nos vasos ou no coração. Estas estruturas

sens íveis são c lassi f i cadas como: barorreceptores, quimio rreceptores

e receptores a tr ia is (MICHELINI , 1999; LIMA, 2000).

Os barorrecep tores são terminações nervosas presentes no seio

carot ídeo e no arco aórt ico responsáveis pela manutenção da pressão

ar ter ia l em níveis normais (CHAPLEAU et a l . , 1995). Em normotensos,

estes recep tores são est imulados durante a sísto le ven tr icular , mas,

quando há elevação dos níveis pressór icos, e les são es t imulados tanto

durante a s ísto le quanto durante a d iástole. Es tas informações são

enviadas ao s istema nervoso cen tra l (SNC), especi f i camente ao núcleo

do t racto sol i tár io (NTS) através dos nervos glossofar íngeo ( IX par

craniano) e vago . Desta forma, haverá uma at ivação do s iste ma

parassimpát ico card íaco associado à in ibição do s istema simpát ico

cardíaco e vascular . Como resu l tado há uma redução da FC

(FERRARI , 1993; SALGADO et a l . , 1998 ; MICHELINI , 1999 ; LIMA,

2000).

No caso de haver redução dos n íveis pressór icos, a regulação

ref lexa acontecerá de forma inversa, com aumento da est imulação

s impát ica para o coração e vasos, e redução da es t imulação

parassimpát ica para o coração, resul tando no aumento da FC

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62

(FERRARI , 1993; SALGADO et a l . , 1998 ; MICHELINI , 1999 ; LIMA,

2000).

Os quimio rreceptores estão local izados nos corpúsculos

carot ídeos e aor t ícos próximos aos barorrecep tores carot ídeo e

aórt ico, sendo estru turas al tamente vascular izadas e que são

sens íveis à d iminuição das concentrações de O 2 e do pH e à e levação

da concentração de CO 2 no sangue ar ter ia l . Por exemplo, no caso de

hipoxemia, acidemia ou hipercarbia haverá um aumento na vent i lação

pulmonar na ten tat iva de normal izar as concentrações de O 2, do pH e

do CO 2 sangüíneo. Caso ha ja uma leve diminuição nas concentrações

de O 2 e do pH e uma discreta e levação do CO 2 no sangue is to será

suf ic iente para aumentar d iscreta mente o t rabalho respi ratór io e que

está associado, normalmente , com uma diminuição da FC. Porém, se o

t rabalho respi ratór io est iver bas tante e levado a FC tenderá a aumentar

(BERNE & LEVY, 2000).

Os receptores atr ia is local izam-se na junção das veias cavas com

o átr io d i re i to e na junção das veias pulmonares com o át r io esquerdo

(BERNE & LEVY, 2000). Quando estes receptores são est imulados por

efe i to d i reto de u m aumento do vol ume atr ia l , d is tende di retamente o

nodo s inusal aumentando a FC. O re f lexo de Bainbr idge decorrente da

distensão promove a t ransmissão de s inais e létr i cos aferen tes pelos

nervos vagos para o núcleo do t rato sol i tár io (NTS) no bulbo cerebral .

Daí , são t ransmi t idos s inais e létr i cos eferen tes de re torno , tanto pelos

nervos vagos, para o coração , como pelos nervos s impát icos para o

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coração, vasos e r ins. Como a resposta da est imulação dos eferentes

s impát icos ocorre de forma lenta , o aumento da f reqüência cardíaca

observada leva cerca de 30 segundos para at ingi r níveis de

estabi l idade (SMITH & THAMES, 1994; LIMA, 2000).

Os fatores que podem ter con tr ibuído para a redução da FC após

a EDET, foram o decúbi to dorsal e ou a própr ia es t imulação f rênica ,

que poder iam levar a aumento do retorno venoso. Es te por sua vez

poder ia pro mover a est imulação dos barorreceptores ar ter ia is, por

aumento da pressão sangüínea ou de recep tores cardiopulmonares

pela var iação no retorno venoso , desencadeando diminuição da

at iv idade s impát ica e aumento da at iv idade parassimpát ica para o

coração (BERNE & LEVY, 2000).

No en tanto, como observamos que durante a EDET a pressão

ar ter ia l não sofreu al teração , a redução da FC após a EDET, parece

ter s ido resul tan te da est imulação de receptores cardiopulmonares, v ia

aumento do retorno venoso.

A pressão ar ter ia l (PA) é de f in ida como sendo a fo rça exerc ida

pelo sangue contra as paredes das ar tér ias e é determinada pela

quant idade de sangue e jetado a cada sísto le – volume sistó l i co (VS) e

pela resistência ao f luxo sangüíneo. Assim, a PA é o p roduto do débi to

cardíaco (DC) pela resis tência vascu lar per i fér ica (RVP) . Já o DC pode

ser expresso matemat icamente pelo produto da FC pelo VS. Em

si tuações em que há aumento do DC ou da RVP é observado o

aumento da PA (GUYTON, 1996 ; POWERS & HOW LEY, 2000).

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Existem vár ios fato res f i s io lógicos que inter ferem na PA sendo

eles: o DC, o volume sangüíneo, a resistência ao f luxo e a v iscosidade

sangüínea . A elevação ou diminuição de qualquer um desses fatores

acarre ta no aumento ou redução da PA, respect ivamente (GUYTON,

1996; POW ERS & HOW LEY, 2000) .

O s istema nervoso autônomo tem um papel mui to importante no

s istema cardiovascular que é a capacidade de aumentar rapidamente a

PA (GUYTON, 1996). I sto se faz a través da es t imulação do SNS que

proporc iona uma ação vasoconstr icto ra e cardioaceleradora , ao mesmo

tempo, que há uma in ib ição do SNP a nível cardíaco . Como

conseqüência, ocorrem três a l terações s imul tanea mente para que

auxi l iem no aumento da PA que são: todas as ar ter ío las do corpo se

contraem aumentando a RVP, as veias também se contrae m

deslocando o sangue em di reção ao coração fazendo com que eleve o

enchimento cardíaco e, por f im, o própr io coração é est imulado

di retamente pelo SNA aumentando ainda mais o bombeamento

cardíaco (GUYTON, 1996) .

Desta forma a regulação a cur to prazo da PA é real izada pelo

SNA, enquanto que a longo prazo é , sobre tudo , uma função dos r ins

(GUYTON, 1996; POW ER & HOW LEY, 2000).

Uma carac ter íst ica part icular do contro le nervoso da PA é a

rapidez de respos ta, chegando a aumentar a PA para o dobro do

normal dentro de 5 a 15 segundos. Já a in ib ição súbi ta da es t imulação

nervosa reduz a PA em até metade do normal em 10 a 40 segundos.

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Desta forma, o s istema nervoso (SN) no con tro le da PA é considerado

o mais rápido dos mecanismos de contro le (GUYTON, 1996).Dentre os

mecanismos neurais pode mos c i tar : os barorrecep tores ou

pressorreceptores, os quimior receptores e os recep tores

cardiopulmonares (GUYTON, 1996) .

O ref lexo barorrecep tor é o mais importante dos mecanismos

neurais para o contro le da PA. Esse ref lexo consiste no est i ramento de

receptores de pressão local izados nas grandes ar tér ias s istêmicas

(b i furcação carot ídea e a rco aórt ico ) (GUYTON, 1996). Quando há o

aumento da PA esses receptores são est imulados a través de seu

est i ramento e enviam impulsos elétr icos ao SNC fazendo com que ha ja

d iminuição da at iv idade s impát ica . Conseqüentemente, pode haver

d iminuição do DC e/ou da RVP, reduzindo a PA. Por outro lado, a

d iminuição da PA ocasiona uma redução da at iv idade dos

barorrecepto res ao s is tema nervoso. Is to faz com que o centro de

contro le cardiovascular responda est imulando o centro vasoconstr ictor

do bulbo e in ib indo o centro vagal , e levando a at iv idade s impát ica , o

qual aumenta a PA de vol ta ao n ível normal (POW ER & HOW LEY,

2000).

Já os quimiorreceptores que estão sempre e m conta to d i reto com

o sangue ar ter ia l são es t imulados sempre que a PA diminui a um n ível

cr í t i co , devido à redução do f luxo sangüíneo para eles. Esta redução

do f luxo sangüíneo faz com que ha ja uma diminuição na quant idade de

O2 e um acúmulo de CO 2 e íons H + não removidos pelo bai xo f luxo.

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Assim, os s inais o r iundos dos quimiorreceptores para o centro

vasomotor fazem com que este responda elevando a PA ao nível

normal (GUYTON, 1996).

Os ref lexos atr ia is e da ar tér ia pulmonar também a judam na

regulação da PA através de mecanor receptores presen tes nas paredes

dos átr ios e das ar tér ias pulmonares, denominados recepto res de

baixa pressão. Apesar de não detectar a PA sistêmica, são capazes de

detec tar aumentos da pressão em regiões de bai xa pressão da

c i rculação por aumento do volume sangüíneo. Jun tamente com os

ref lexos barorrecep tores torna m o s i stema re f lexo neural mais potente

no contro le da PA (GUYTON, 1996).

Quanto ao compor tamento da PAS, observamos que ela também

não sofreu al terações s igni f i cat ivas nos seus valores antes e duran te e

antes e depois a EDET nas t rês regiões est imuladas . Quando

comparamos os valores durante e depois a EDET, na região da base

do pescoço, observamos que houve uma redução es tat is t i ca mente

s igni f i cat iva da mesma, enquanto que na região paraxi fó idea e na

região entre o 6º e o 8º EIC, ver i f i camos que não houve di ferença

s igni f i cat iva, an tes , durante e depoi s a EDET, de acordo com a tabela

3.

A redução da PAS, cessada a EDET, pode ser a tr ibuída,

analogamente ao que ocorre com a FC, a um mecanismo ref lexo ,

devido o aumento do retorno venoso que levar ia a est imulação de

receptores cardiopulmonares cu jos aferentes alcançam o núcleo do

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trato sol i tár io (NTS) no bulbo, o qual in ibe os impulsos da at iv idade

s impát ica para o coração e vasos sangüíneos renais (BERNE & LEVY,

2000).

Maloney et a l . (1951) ver i f i caram que ao apl icar a es t imulação

elétr ica d iafragmát ica durante choque hemorrágico e m cães, o re torno

venoso aumentava promovendo um aumento do débi to cardíaco,

resul tando no aumento da pressão ar ter ia l s is têmica, d i ferentemente

do observado neste t rabalho.

Na tabela 4, podemos observar que a PAD não apresentou

di ferença estat is t i camente s igni f i ca t iva ao compararmos os valores

antes , durante e depois da EDET nos t rês locais est imulados: base do

pescoço, região paraxi fó idea e região entre o 6° e o 8° EIC. Desta

forma, a EDET no presen te es tudo não inf luenciou na PAD,

evidenciando que a resistência vascular per i fér ica não sofreu

al terações durante e após apl icação desta técnica.

Sarno f f et a l . (1950) ver i f i caram que durante a apl icação da

respi ração elétr ica d iafrag mát ica em pacientes com pol iomiel i te bulbar

aguda associada à hiper tensão, tanto a pressão ar ter ia l s is tó l i ca

quanto à p ressão ar ter ia l d iastó l i ca reduziam, chegando a n íveis

normais. Porém, não sabiam o mecanismo envolv ido.

Em relação ao comportamento da SaO 2, ver i f i camos que houve

queda s igni f i ca t iva nos t rês locais de est imulação entre os valores da

SaO 2 antes e duran te a es t imulação, porém a redução da SaO 2 não

f i cou abai xo de 96% o que assegura adequada oxigenação do sangue.

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A tabela 5 mostra uma tendência à queda da SaO 2 durante a

est imulação nos t rês locais est imulados. Quando se compara a SaO 2

durante e depois da EDET na região da base do pescoço, na região

paraxi fó idea e na região entre o 6° e o 8° EIC, observa-se que há um

aumento da SaO 2 quando fo i cessado o est ímulo , que se expressa de

manei ra es tat is t i camente s igni f i ca t iva.

O sangue que passa através dos capi lares s istêmicos carreia O 2 ,

sendo que , uma cer ta quant idade de O 2 dei xa os capi lares e pene tra

nos tecidos, enquanto que outra porção permanece no sangue e

retorna ao coração e aos pulmões (LEFF & SHUMACKER, 1996).

A quant idade tota l de O 2 t ransportado para os tecidos a cada

minuto é o produ to do DC pelo conteúdo de O 2 do sangue a r ter ia l

(CaO 2). A quant idade que permanece no sangue sem ser ut i l i zado a

cada minuto represen ta o produ to do DC pelo conteúdo de O 2 do

sangue venoso (CvO 2). Desta forma, o consumo de O 2 (VO 2) pelos

tecidos deve ser igual à d i ferença entre as taxas de fornecimento e de

retorno de O 2 (VO 2 = DC x (CaO 2 – CvO 2)) (LEFF & SHUMACKER,

1996).

O O 2 presente no sangue é t ransportado de duas fo rmas:

d issolv ido no plasma e no f lu ido int racelu lar dos er i t róci tos e

combinado com a hemoglobina (Hb), de forma reversível (ZIN &

ROCCO, 1999; CHERNIACK, 1995).

À medida que o O 2 se di funde pela membrana alvéolo-capi lar ,

uma grande quant idade combina-se à Hb no inter ior das hemácias,

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enquanto que u ma pequena porção permanece dissolv ida no plas ma e

no f lu ido int racelu lar dos er i t róci tos. Em indiv íduos normais e no

estado de repouso, cerca de 95% do O 2 fornecido aos tecidos estão

associados com a Hb (ZIN & ROCCO, 1999).

A Hb é cons t i tuída por quatro cadeias pol ipept íd icas (g lobina),

sendo que cada uma das cadeias l iga-se a um anel de por f i r ina que

contém ferro (heme). As cadeias pol ipept íd icas são mant idas unidas

por l igações de O 2 e atrações hidrofóbicas. Cada molécula de O 2 pode

l igar-se de manei ra reversível a cada grupo heme, conseqüentemente

uma molécula de Hb pode carrear, no máximo, quat ro moléculas de O 2.

Assim, se todos os locais de f i xação est ive rem ocupados a Hb

encon tra-se plenamente saturada (LEFF & SHUMACKER, 1996). Es ta

condição é chamada de capacidade de O 2 (W EST, 2002).

Teor icamente, cada gra ma de hemoglobina pode f i xa r 1,39 ml de

O2 quando a saturação é 100%, porém na prát ica cerca de 4% dos

locais de f i xação não funcionam como car readores de O 2, pois 1 a 2%

da hemoglobina está presente na forma de metemoglobina e os ou tros

1 a 2% dos locais de f i xação estão l igados ao monóxido de carbono.

Por essa razão, o valor de 1,34 ml /g é u t i l i zado em vez de 1,39 ml /g

para representar a capacidade de f i xação f i s io lógica do O 2. O número

de moléculas de O 2 l igadas à Hb depende da PO 2 no sangue (LEFF &

SHUMACKER, 1996).

No homem, em média, 15 g de Hb por 100 ml de sangue resul ta

em uma capacidade de O 2 de 20,85 ml de O 2 por 100 ml de sangue.

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Apesar do sangue apresentar essa capacidade , normalmente ele

satura entre 95 e 98%, dei xando o pulmão com um volume insaturado

(RATTO & JARDIM, 1997).

Na curva de dissociação de O 2 pode ser observado que a

quant idade de O 2 t ranspor tado pela Hb eleva-se rapidamente até uma

PO 2 aproximadamente de 50 mmHg, porém acima desse nível , a curva

tende a um platô (W EST, 2002) . Também pode ser observado um

aumento da tensão de O 2 maior do que 100 mmHg há pouca elevação

da sa turação no sangue (RATTO & JARDIM, 1997).

San facon et a l . (2002) estudando a ef icácia da est imulação do

nervo f rênico para quan t i f i car o co lapso da v ia aérea super ior , em

indivíduos normais e acordados, ver i f i caram que a es t imulação do

nervo f rênico pode induzi r o colapso das v ias aéreas super iores ,

predominantemente, ao nível da fa r inge devido à l imi tação do f luxo

inspi ratór io, da mesma forma, que pode ser observado na síndrome da

apnéia do sono.

O colapso das v ias aéreas super iores também pode te r ocorr ido

em nosso estudo, con tr ibuindo ass im, para redução dos n íveis da

SaO 2 duran te a EDET.

Segundo Mi l lman & Fishman (1992) a s índrome da apnéia do

sono por colapso das v ias aéreas super iores, favorece a

h ipovent i lação alveolar e, conseqüentemente, a h ipoxe mia ar ter ia l

associada com queda da SaO 2.

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Geddes et a l . (1985) observaram em seus estudos , com cães

anestesiados, que a est imulação el étr ica d iafragmát ica na região da

parede torácica super ior era capaz de manter a SaO 2 em níveis de

normal idade, sem produzi r arr i tmias cardíaca.

Desta forma, é importante sal ientar que duran te a apl icação da

EDET na região da base do pescoço, na região paraxi fó idea e na

região entre o 6° e o 8° EIC na l inha axi lar média, em indiv íduos

normais, não ocorreu al terações na FC, PAS e PAD e apesar da

redução na SaO 2, esta f i ca com os valores super iores a 96%,

podería mos indicar a ut i l i zação desta técnica à pacientes que

apresentem disfunções diafragmát ica de qualquer e t io logia, sendo que

a região paraxi fó idea é a mais indicada para colocação dos eletrodos

uma vez que , com exceção da SaO2, fo i o único local que não

apresentou al te rações hemodinâmicas s igni f i cat ivas duran te ou após a

EDET.

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6. CONCLUSÕES

A FC não se al terou duran te a apl icação da EDET nas t rês regiões

est imuladas , no en tanto, sofreu redução s igni f i ca t iva depois de

cessado o est ímulo , quando o mesmo fo i apl icado na região da base

do pescoço e na região entre o 6° e o 8° EIC na l inha axi lar média.

A PAS não apresentou al terações quando o est ímulo fo i apl icado

nas regiões paraxi fó idea e entre o 6° e o 8° EIC na l inha axi lar

média , porém, o mesmo não aconteceu quando o es t ímulo fo i

apl icado na região da base do pescoço, most rando que houve

redução s igni f i cat iva do seu valor durante e após ter cessado o

est ímulo .

A PAD não so freu al teração quando o est ímulo fo i apl icado nas

regiões da base do pescoço, paraxi fó idea e entre o 6 e o 8° EIC na

l inha axi lar média.

A SaO 2 sofreu redução s igni f i cat iva nos t rês locais de es t imulação,

porém, manteve-se em níveis super iores a 96%, o que assegura

uma adequada oxigenação dos tecidos.

Não fo i evidenciado s inais sugest ivos de sensib i l idade cutânea nos

locais de colocação dos eletrodos.

Pelos nossos resul tados , a menor repercussão hemodinâmica

observada durante e após a EDET fo i com o posic ionamento dos

eletrodos na região paraxi fó idea.

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8 – APÊNDICE

APÊNDICE A

Ficha de Avaliação Fisioterapêutica Respiratória

Identificação:

Nome: ______________________________________________ Idade: ________

Sexo: ______________Cor: ____________Peso: ________Altura: ____________

Índice de Massa Corpórea (IMC): _____________________________________

Profissão: ________________________________________________________

Endereço: ________________________________________________________

Cidade: __________ Estado: ________ CEP: __________ TEL: _____________

Data da Avaliação: ________________ Examinador: _______________________

História Clínica: Sim Não Observações:

Hipertensão Arterial ________________________________

Tabagista ________________________________

Cardiopatia ________________________________

Pneumopatia ________________________________

Alergia ________________________________

Doença Neuromuscular _______________________________

Exame Físico:

Padrão Respiratório: costal superior abdominal misto paradoxal

Expansibilidade Torácica: simétrica assimétrica

normal diminuída

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE … · 2019. 10. 25. · RESUMO A estimulação Diafragmática Elétrica Transcutânea (EDET) consiste em estimular o principal músculo

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Pressão Arterial Sistêmica:

Pressão arterial Sistólica (PAS) _____________ mmHg ( milímetro de mercúrio)

Pressão Arterial Diastólica (PAD) ___________ mmHg ( milímetro de mercúrio)

Freqüência Cardíaca (FC): ________________ bpm (batimentos por minuto)

Saturação de Oxigênio (SaO2): _______________________ % (percentual)

Monitorização:

Duran te

Tempo (minutos)

Após

Tempo

(minutos) Parâmetros Aval iação Antes

1 5

10

15

20

1

5

10

Pressão

Arter ia l

Sistó l i ca

(mmHg)

Pressão

Arter ia l

Diastól i ca

(mmHg)

Freqüência

Cardíaca

(bpm)

Saturação de

Oxigênio (%)