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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE NÚCLEO DE GESTÃO ADMINISTRAÇÃO JONATHAN JULIAN DA SILVA BARROS ME DÊ SEU LÍDER, PÉGASO!”: UM ESTUDO DOS PERFIS DE LIDERANÇA PRESENTES NOS CAVALEIROS DO ZODÍACO CARUARU / PE 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE GESTÃO

ADMINISTRAÇÃO

JONATHAN JULIAN DA SILVA BARROS

“ME DÊ SEU LÍDER, PÉGASO!”:

UM ESTUDO DOS PERFIS DE LIDERANÇA PRESENTES NOS

CAVALEIROS DO ZODÍACO

CARUARU / PE

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE

NÚCLEO DE GESTÃO

ADMINISTRAÇÃO

JONATHAN JULIAN DA SILVA BARROS

“ME DÊ SEU LÍDER, PÉGASO!”:

UM ESTUDO DOS PERFIS DE LIDERANÇA PRESENTES NOS

CAVALEIROS DO ZODÍACO

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado à

Coordenação do Curso de Graduação em Administração, da

Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste,

como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em

Administração.

Orientador: Prof. Luiz Sebastião dos Santos Júnior, Mestre.

CARUARU / PE

2017

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JONATHAN JULIAN DA SILVA BARROS

“ME DÊ SEU LÍDER, PÉGASO!”: UM ESTUDO DOS PERFIS DE LIDERANÇA

PRESENTES NOS CAVALEIROS DO ZODÍACO.

Este trabalho foi julgado adequado e aprovado para a obtenção do título de graduação em

Administração da Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste

Caruaru, 13 de junho de 2017.

.

_____________________________________

Prof. Cláudio José Montenegro de Albuquerque

Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste

Coordenador do Curso de Administração

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________

Prof. Luiz Sebastião dos Santos Júnior

Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste

Orientador

_____________________________________

Prof. Lindenberg Julião Xavier Filho

Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste

Examinador Interno

_____________________________________

Prof. Elielson Oliveira Damascena

Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste

Examinador Interno

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AGRADECIMENTOS

Nunca fui religioso, mas agradeço em primeiro lugar a Deus por ter permitido que eu

chegasse até aqui onde estou hoje;

Agradeço a minha esposa Indianara, que me incentivou a prestar o vestibular que me

garantiu o acesso a esta instituição e ao meu filho Yuri que em sua inocência infantil me

alegrou quando estive triste e me serviu de inspiração para continuar lutando;

Ao meu orientador Luiz Sebastião, que acreditou no potencial que minhas ideias

poderiam ter e me auxiliou a trilhar o caminho que resultou na elaboração deste trabalho;

Agradeço a minha mãe que da maneira dela permitiu que eu chegasse até aqui e

também ao meu pai, que mesmo não estando mais presente ainda mora dentro de mim como

um exemplo de homem guerreiro que sempre seguiu atrás de seus sonhos sem se deixar abater

pelos obstáculos;

Agradeço a todos meus amigos e colegas que assim como eu são fãs de Cavaleiros do

Zodíaco e contribuíram para a elaboração deste trabalho;

E por fim, mas não menos importante, agradeço ao mestre Masami Kurumada que

com sua genialidade criou todo o universo apresentado em Saint Seiya; ao Eduardo Miranda

que atuou como diretor da Rede Manchete de Televisão, a pessoa responsável pela primeira

exibição dos Cavaleiros do Zodíaco na televisão brasileira e ao redator Sérgio Peixoto que

desde os primórdios da exibição da série trouxe informação não só sobre Os Cavaleiros do

Zodíaco, mas também tantos outros animes que marcaram a geração a qual fiz parte.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho e todo o empenho que realizei a fim de completá-lo ao meu filho

Yuri Rafael da Silva Barros, meu pequeno anjinho que me alegra sempre; a minha esposa

Indianara Rafaela Barros da Silva, minha linda que me acompanha em todos os meus

momentos; e ao meu pai, Anezindo Manoel do Prado, que sempre estará comigo.

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“[...] a vida do homem é tão breve e fugidia quanto um piscar de um olho...”

(Shaka de Virgem).

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RESUMO

Esta monografia é uma pesquisa exploratória sobre perfis de liderança presentes na série

japonesa "Os Cavaleiros do Zodíaco", criada por Masami Kurumada. O embasamento teórico

do estudo oferece a construção dos conceitos de liderança comportamental elaborados por

Blake e Mouton em sua teoria do Grid Gerencial. O estudo teve como objetivos traçar os

perfis de liderança dos principais personagens da série "Os Cavaleiros do Zodíaco" através da

caracterização destes junto ao Grid Gerencial. Os dados da pesquisa foram obtidos através de

questionário online junto aos fãs da série. Tais dados foram processados e analisados de forma

descritiva e demonstraram que dentre os personagens há aqueles com perfis de liderança

democrática e outros com perfil de liderança autocrática.

Palavras-chave: Liderança. Cavaleiros do Zodíaco. Perfis de Liderança. Grid Gerencial.

Liderança Comportamental.

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ABSTRACT

This monograph is an exploratory research on leadership profiles present in the Japanese

series "The Knights of the Zodiac", created by Masami Kurumada. The theoretical basis of

the study offers the construction of the concepts of behavioral leadership elaborated by Blake

and Mouton in his theory of the Managerial Grid. The objective of the study was to outline

the leadership profiles of the main characters in the series "The Knights of the Zodiac" by

characterizing them together with the Management Grid. The survey data was obtained

through an online questionnaire with fans of the series. These data were processed and

analyzed in a descriptive way and showed that among the characters there are those with

profiles of democratic leadership and others with an autocratic leadership profile.

Keywords: Leadership. Knights of the Zodiac. Leadership Profiles. Management Grid.

Behavioral Leadership.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1: Capa do primeiro mangá Tankōbon lançado pela editora Shonen Jump em

1986.

07

Figura 2.1: Evolução das Teorias da Liderança. 15

Figura 2.2: O Grid Gerencial 18

Figura 2.3: Liderança situacional de Hersey e Blanchard 21

Figura 2.4: Seiya de Pégaso 26

Figura 2.5: Shiryu de Dragão 27

Figura 2.6: Hyoga de Cisne 28

Figura 2.7: Shun de Andrômeda 29

Figura 2.8: Ikki de Fênix 30

Figura 3.1: O grupo Saint Seiya Forever Brasil 32

Figura 4.1: Distribuição dos respondentes quanto ao gênero. 34

Figura 4.2: Distribuição dos respondentes quanto à faixa etária 35

Figura 4.3: Seiya x Shiryu 39

Figura 4.4: Seiya cai no penhasco junto com Saori 40

Figura 4.5: Shiryu doa seu sangue para reviver as armaduras 43

Figura 4.6: Shiryu x Algol 44

Figura 4.7: Hyoga x Camus 46

Figura 4.8: Shun queima seu cosmo para salvar Hyoga 48

Figura 4.9: Ikki x Shaka 50

Figura 4.10: Ikki x Kasa 51

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 Liderança Comando e Liderança Servidora 24

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LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 Distribuição dos respondentes com relação à escolaridade 36

Tabela 4.2 Distribuição dos perfis de liderança: Seiya de Pégaso 38

Tabela 4.3 Distribuição dos perfis de liderança: Shiryu de Dragão 41

Tabela 4.4 Distribuição dos perfis de liderança: Hyoga de Cisne 45

Tabela 4.5 Distribuição dos perfis de liderança: Shun de Andrômeda 47

Tabela 4.6 Distribuição dos perfis de liderança: Ikki de Fênix 49

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Sumário

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .............................................................................................

LISTA DE QUADROS ......................................................................................................

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7

1.1 PREÂMBULO: OS CAVALEIROS DO ZODÍACO .............................................. 7

1.1.1 Origem e Trama ........................................................................................................ 7

1.1.2 Os Personagens Principais ........................................................................................ 8

1.2 LIDERANÇA ........................................................................................................... 9

1.3 ARQUÉTIPOS .......................................................................................................... 10

1.4 PERGUNTA DE PESQUISA ................................................................................... 11

1.5 OBJETIVOS DA PESQUISA ................................................................................... 11

1.5.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 11

1.5.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 11

1.6 JUSTIFICATIVAS .................................................................................................... 11

1.6.1 PRÁTICA ............................................................................................................... 11

1.6.2 TEÓRICA ............................................................................................................... 12

1.6.3 PESSOAL ............................................................................................................... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 14

2.1 LIDERANÇA ............................................................................................................ 14

2.2 ABORDAGENS CLÁSSICAS DA LIDERANÇA .................................................. 15

2.2.1 Teoria dos Traços ................................................................................................... 16

2.2.2 Teoria Comportamental .......................................................................................... 16

2.2.3 “Grid” Gerencial .................................................................................................... 17

2.2.4 Teoria Contingencial .............................................................................................. 20

2.3 ABORDAGENS DA NOVA LIDERANÇA ............................................................ 22

2.3.1 Liderança transformacional x Liderança transacional ............................................ 22

2.3.2 Liderança carismática ............................................................................................. 23

2.3.3 Liderança servidora ................................................................................................ 23

2.4 OS CAVALEIROS DO ZODÍACO .......................................................................... 25

2.4.1 Sobre a série ........................................................................................................... 25

2.4.2 Seiya de Pégaso ...................................................................................................... 26

2.4.3 Shiryu de Dragão .................................................................................................... 27

2.4.3 Hyoga de Cisne ....................................................................................................... 28

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2.4.4 Shun de Andrômeda ............................................................................................... 29

2.4.5 Ikki de Fênix ........................................................................................................... 30

3 METODOLOGIA DE PESQUISA .......................................................................... 31

3.1 NATUREZA E DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................... 31

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................... 31

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ........................................................ 32

3.4 A COLETA DE DADOS .......................................................................................... 33

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 34

4.1 DADOS DEMOGRÁFICOS DA AMOSTRA ......................................................... 34

4.2 DADOS ANALISADOS QUANTO AOS PERSONAGENS .................................. 37

4.2.1 Seiya de Pégaso ...................................................................................................... 37

4.2.2 Shiryu de Dragão .................................................................................................... 40

4.2.3 Hyoga de Cisne ....................................................................................................... 44

4.2.4 Shun de Andrômeda ............................................................................................... 46

4.2.5 Ikki de Fênix ........................................................................................................... 48

4.2.6 Do Meteoro de Pégaso à Ave Fênix: Desmistificando a liderança autocrática ...... 51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 52

5.1. CONCLUSÕES ........................................................................................................ 52

5.2 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................ 54

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 55

APÊNDICE – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ................................... 60

Líderes do Zodíaco .......................................................................................................... 60

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1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo serão apresentados: a contextualização do problema de pesquisa dividida

entre uma explanação sobre a série “Os Cavaleiros do Zodíaco” e sobre os conceitos de

Liderança; os objetivos; e as justificativas teóricas e práticas que fundamentam este trabalho.

Este é um estudo sobre os perfis de liderança apresentados na série “Os Cavaleiros do

Zodíaco” segundo a percepção de fãs da série.

1.1 PREÂMBULO: OS CAVALEIROS DO ZODÍACO

1.1.1 Origem e Trama

“Os Cavaleiros do Zodíaco” (SAINT SEIYA no original) é uma série de mangá

(quadrinhos japoneses) escrita e desenhada por Masami Kurumada. Foi publicado na revista

Shounen Jump no período de Janeiro/1986 a Janeiro/1991. Tendo gerado 28 volumes de 200

páginas cada, sendo dividido em três sagas (Santuário, Poseidon e Hades) e até hoje vendeu

25,3 milhões de exemplares em sua terra natal. Posteriormente o mangá foi adaptado na forma

de desenho animado (anime) com um total de 114 episódios produzidos pela Toei Animation

e exibidos entre Outrubro/1986 a Abril/1989 (SILVA, 2014).

Figura 1.1

Capa do primeiro mangá Tankōbon lançado pela editora Shonen Jump em 1986. Fonte: SSPerfil

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No Brasil a série fez sua estreia em 1° de Setembro de 1994 na extinta Rede Manchete

após aprovação do então chefe da divisão de cinema da Manchete, Eduardo Miranda. Na

época o direito de exibição da série foi cedido à Rede Manchete sem nenhum custo, em troca,

a empresa Samtoy, responsável pela distribuição dos bonecos da série fabricados pela Bandai,

veicularia propagandas dos bonecos durante os intervalos comerciais. Inicialmente Eduardo

Miranda esteve perto de recusar a proposta, mas o sucesso dos Cavaleiros do Zodíaco não se

refletiu apenas nos números absurdos de vendas de produtos ou picos de audiência, mas na

forma como Saint Seiya redefiniu a programação das emissoras além de influenciar, de certo

modo até os dias de hoje, o comportamento das pessoas (CARROLL, 2014).

A trama narra que nos antigos tempos mitológicos, o mundo era regido pelos deuses.

Atena, a deusa da guerra era a governante da terra; o regente do mundo inferior era o

imperador Hades; o céu era dominado pelo todo poderoso Zeus e nos mares, Poseidon era o

grande monarca. Dizem que estas divindades lutaram inúmeras vezes entre si pela soberania

do planeta e durante os combates entre os deuses, jovens arriscavam a própria vida lutando

para proteger Atena. Eles eram chamados de cavaleiros, os guerreiros da esperança. Nos

tempos atuais Atena reencarnou como Saori Kido e jovens de verdadeira força e coragem se

reuniram novamente para protegê-la (OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – EPISÓDIO

ZERO, 2005).

No final do século XX Mitsumasa Kido, dono da fundação Graad, ficou sabendo da

existência dos cavaleiros e das armaduras e planejou torna-los conhecidos através de um

torneio de luta. Para isso, enviou cem órfãos para vários lugares do mundo a fim de serem

treinados como cavaleiros. (KURUMADA, 2004)

A grande maioria das crianças que partiu não completou o treinamento. Somente dez

deles regressaram como cavaleiros. Entre eles, Shiryu trouxe a armadura de Dragão; Hyoga

retornou com a armadura de Cisne; Shun voltou com a armadura de Andrômeda; Ikki, o irmão

mais velho de Shun, trouxe a armadura de Fênix e Seiya voltou trazendo consigo a armadura

de Pégaso (OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – EPISÓDIO ZERO, 2005).

1.1.2 Os Personagens Principais

Seiya de Pégaso é caracterizado principalmente por nunca desistir de lutar em

qualquer situação, por mais impossível ou difícil que possa parecer. Seiya é um cavaleiro

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bastante hábil e consciente, sempre procurando uma melhor forma de combater seu oponente.

No entanto, sua maior força vem de seu interior, especialmente de sua autoconfiança, fé e

força de vontade. Através dessas três emoções, Seiya se torna capaz de renovar seu cosmo e

elevá-lo a níveis extraordinários, virando batalhas praticamente perdidas (SAINT SEIYA

WIKI, 2006).

Shiryu de Dragão é visto como o mais calmo e reservado entre os cinco personagens

principais. Shiryu é uma pessoa nobre, com forte senso de honra, sempre disposto a sacrificar-

se pelos seus amigos e assim lhes mostrar uma grande gratidão e lealdade. Shiryu também não

é uma pessoa que se deixa levar pela raiva e o ódio (SAINT SEIYA WIKI, 2006).

Shun de Andrômeda tem uma personalidade pacífica e odeia lutar, sendo sempre

ferido por medo de ferir seus inimigos. É o mais nobre entre os cavaleiros de Atena, tem um

grande e puro coração, tendo por isso, sido escolhido como receptáculo da alma de Hades

(SAINT SEIYA WIKI, 2006).

Hyoga de Cisne tenta manter-se racional diante de tudo, mas tem um lado emotivo que

não consegue abandonar. Hyoga tem uma personalidade menos definida entre os principais

cavaleiros de bronze, tendo um pouco de cada um de seus amigos. Também é mostrado como

arrogante e orgulhoso de sua força (SAINT SEIYA WIKI, 2006)

A personalidade de Ikki é drasticamente diferente de seus companheiros, é o oposto de

seu irmão mais novo Shun que é calmo, suave, carinhoso e muito emocional, Ikki é duro, frio,

agressivo e uma pessoa muito distante. Isso é porque Ikki foi treinado com dureza, com

ideologia que só o ódio proporciona poder. Assim como a lendária ave mitológica Fênix, Ikki

é um lobo solitário que odeia andar em grupos, e por isso muitas vezes permanece ausente,

mas sempre aparece nas horas mais cruciais para ajudar seus amigos (SAINT SEIYA WIKI,

2006).

1.2 LIDERANÇA

Blake e Mouton (2000) defendem que o gerente tem por função aperfeiçoar uma

cultura em equipe que promova e sustente desempenhos eficientes da mais alta qualidade e na

maior quantidade possível. A liderança forte e eficaz cria um profundo envolvimento e

empenho ativo, que estimula a superar obstáculos a fim de alcançarem-se os resultados

máximos, sendo um processo complexo, descrita por elementos como iniciativa, investigação,

posicionamento com relação a conflitos e tomadas de decisões, resultando no processo em

que as pessoas trabalham juntas visando alcançar os objetivos da organização.

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Smircich e Morgan (1982) afirmam que a liderança é realizada no processo pelo qual

um ou mais indivíduos tem êxito na tentativa de persuadir a realidade dos outros. Este

processo é mais evidente em grupos desestruturados onde a liderança surge de forma natural e

espontânea.

Hunter (2004) expressa que liderança é a habilidade de influenciar pessoas para

trabalharem com entusiasmo visando atingir os objetivos identificados como sendo para o

bem comum.

Liderança é a realização de um objetivo através da direção de colaboradores humanos.

O homem que guia com sucesso seus colaboradores para alcançar finalidades específicas é um

líder. Um grande líder é aquele que tem este poder dia após dia, ano após ano, em uma ampla

variedade de circunstâncias (PRENTICE, 2004).

Dois aspectos parecem ser comuns à grande maioria das definições de liderança

existentes na atualidade. Em primeiro lugar, elas conservam o denominador comum de que a

liderança esteja ligada a um fenômeno que envolva duas ou mais pessoas. Em segundo lugar,

trata-se de um processo de influência exercido de forma intencional por parte dos líderes

sobre seus seguidores, que envolve trocas sociais (BERGAMINI, 1994).

Isso permite dizer que a liderança tem sido investigada desde há muito e, como tal, é

justo que apresente as mais variadas interpretações (BERGAMINI, 1994).

1.3 ARQUÉTIPOS

Jung (2000, apud OLIVEIRA, 2013) diz que os arquétipos são imagens primordiais,

que representam ligação única e direta com o Inconsciente coletivo.

Não apenas a psicologia compreende o seu estudo, mas as religiões e a cultura em

geral têm utilizado o potencial da imagem para atrair e influenciar as motivações e aspirações

das pessoas (GOMBRISH, 1971 apud OLIVEIRA, 2013).

Segundo Pearson e Mark (2001) quando os arquétipos são ativos, evocam sentimentos

profundos porque transmitem um significado como se este fosse realmente vivo. Vários mitos

e arquétipos encontrados no mundo todo são basicamente expressões do drama íntimo do ser

humano e em alguma fase de nossas vidas são evocados.

Considerando então o exposto acima este trabalho tem por finalidade fazer uso dos

personagens protagonistas da série “Os Cavaleiros do Zodíaco” como valores arquetípicos e

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explorar através da percepção dos fãs os perfis de liderança apresentados pelos protagonistas

deste animê.

1.4 PERGUNTA DE PESQUISA

Desta forma tem-se o seguinte problema de pesquisa: Quais os perfis de liderança dos

protagonistas da série “Os Cavaleiros do Zodíaco” segundo os fãs?

1.5 OBJETIVOS DA PESQUISA

Nesta seção será apresentado o objetivo geral deste trabalho, juntamente com seus

objetivos específicos.

1.5.1 Objetivo Geral

Esta pesquisa tem por objetivo geral traçar os perfis de liderança dos principais

personagens da série “Os Cavaleiros do Zodíaco” segundo os fãs desta série.

1.5.2 Objetivos Específicos

§ Caracterizar os personagens principais da série “Os Cavaleiros do Zodíaco”;

§ Apresentar os estilos de liderança de cada personagem;

§ Determinar como cada personagem pode ajudar na compreensão dos papéis de um

líder.

1.6 JUSTIFICATIVAS

Nesta seção será apresentada a justificativa prática; teórica e pessoal deste trabalho.

1.6.1 PRÁTICA

Este estudo possibilitará que os administradores identifiquem seus perfis de liderança

com o dos personagens da série “Os Cavaleiros do Zodíaco”, permitindo ao líder adotar

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posturas similares aos dos personagens a fim de solucionar os problemas encontrados na

organização, buscando desta forma, tornar mais ágil a tomada de decisões.

1.6.2 TEÓRICA

Este estudo permitirá fazer um comparativo entre personagens fictícios e as teorias de

liderança comportamental. Possibilitando uma nova forma de abordar os perfis de liderança

na organização e assim tornar mais fácil a sua compreensão.

1.6.3 PESSOAL

Desde minha infância sempre acompanhei diversos desenhos e séries de super-heróis,

na época sem nem saber distinguir quando um desenho era japonês (animê) ou americano. A

primeira obra deste tipo que lembro ter assistido foi “Os Cavaleiros do Zodíaco”. Quando

comecei a ver eu não entendia ao certo o que eram signos, constelações nem nada do tipo, só

sabia que era um desenho incrível que todo dia fazia questão de assistir e comentar com os

amigos na escola.

Fui crescendo e junto meu apreço por este animê também aumentou, pude conhecer o

mangá que deu origem a obra que assisti em minha infância, pude me aprofundar mais nas

lições implícitas que a obra apresentava e comecei a enxergar todo este universo de outra

maneira. Cavaleiros para mim não era mais só um desenho de infância, mas era algo que me

cativou quando criança e que ainda tinha muito a me ensinar.

Foi pensando nisso, nesse sentimento que mistura a nostalgia de acompanhar a 20 anos

uma obra com a satisfação de ver que tal obra poderia ter muito mais a transmitir do que só

lutas entre personagens de olhos enormes e armaduras metalizadas que tive a ideia de utilizar

tal tema na conclusão do meu curso. Eu poderia bem ter estudado o marketing de produtos da

série, o mercado consumidor de tais produtos ou algo do tipo com foco em algum campo de

estudo financeiro ou voltado para produtos, porém pensei em ir além, busquei estudar de qual

maneira cada protagonista deste animê influenciava aos demais, como eles de fato atuavam ao

tomar a frente em momentos de tomadas de decisões, busquei saber o que os fazia serem

líderes.

Cavaleiros foi uma série que por toda uma geração liderou os assuntos entre crianças e

jovens, foi a série que fez renascer por um momento a extinta Rede Manchete e sem dúvidas

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foi a série que me acompanhou de criança até a idade adulta e por isto acredito que nada

melhor do que usar algo desta importância pessoal em meu trabalho de conclusão de curso,

podendo assim, mostrar aos meus colegas, mestres e estudiosos da administração que

podemos tomar de inspiração os valores presentes nesta série e não só sermos líderes

melhores, mas também pessoas melhores.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo apresenta-se um embasamento teórico sobre liderança, num propósito

de oferecer uma visão geral sobre o tema apresentando a contextualização da liderança,

juntamente com as abordagens clássicas importantes para o estudo do tema.

Numa segunda seção, observa-se a caracterização dos protagonistas da série

“Cavaleiros do Zodíaco”, buscando explanar quem são e os traços de personalidade

pertencentes a cada um.

Finalmente na última seção, são identificados os personagens com cada perfil de

liderança atrelado a ele e distribuído ao longo da grade gerencial.

2.1 LIDERANÇA

Lacombe e Heilborn (2008) escrevem que liderar é o ato de guiar, de conduzir, ou

seja, o papel do líder seria conduzir o grupo. Moisés, Júlio César, Jesus, Mao Tsé-Tung são

exemplos de líderes citados por estes autores. Segundo Bergamini (1994) o termo liderança

vem sendo usado há pelo menos duzentos anos na língua inglesa, mas seu surgimento é

apontado por alguns autores desde o ano 1300 da era cristã. Isso significa, segundo a autora,

que a liderança tem sido investigada há muito tempo, tendo, portanto, apresentado várias

interpretações.

Ao estudar o processo de liderança verifica-se a diversificada gama de formas com a

qual tema é abordado por diferentes autores. Yukl (2001) expõe que a liderança vem sendo

pesquisada de forma extensa desde 1950, mas que esta pesquisa pode ser dividida em três

áreas principais: liderança orientada para a tarefa, liderança orientada para a relação e

liderança participativa.

Segundo Pesca (2011) o líder efetivo é aquele que percebe o talento de seus

subordinados e distingue seu papel no desenvolvimento destes. Buscando identificar outros

possíveis líderes. Já para Goffee e Jones (2009) a liderança é uma relação com dois lados de

uma equação. Onde para ser um líder é necessário ter seguidores e um líder autêntico

permanece fiel a quem ele é ao mesmo tempo em que modifica o seu comportamento de

acordo com as necessidades dos seus seguidores e as situações com que se deparam.

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15

Hunter (2006) escreve que liderar significa conquistar as pessoas de forma que

coloquem seu coração, mente, espírito, criatividade e excelência a serviço de um objetivo. É

preciso fazer com que se empenhem ao máximo na missão, dando tudo pela equipe.

Bryman (2004) apud Dias (2015), diz que a presença do líder é indispensável para o

bom seguimento da organização, já que através da sua ação as pessoas cooperam para o

alcance das mesmas metas. Bergamini (1994) ainda escreve que o poder da influência nasce

da percepção e respeito às características individuais dos seguidores. Que a liderança guarda

dimensões que nascem das características próprias de cada um. Não existindo, portanto, uma

fórmula que forneça com precisão um modelo de liderança perfeito dentre todos os existentes.

2.2 ABORDAGENS CLÁSSICAS DA LIDERANÇA

Bergamini (1994) escreve que a sequência histórica do estudo da liderança mostra

várias etapas. Começando com a teoria dos traços originada em pesquisas de 1904-1948.

Passando pela teoria comportamental no início da década de 50. Em seguida surgiram os

estudos da motivação para a liderança na teoria contingencial até a década de 1980. E por fim

vieram as teorias da liderança situacional.

Figura 2.1 Evolução das Teorias da Liderança

Fonte: Elaborado pelo autor

.

A figura 2.1 mostra a evolução histórica das teorias da liderança, tais como as características

dos líderes em cada fase. As teorias serão apresentadas individualmente nas seções a seguir.

Até 1940

Teoria dos traços

Até 1960 Teoria comportamental

Até 1980 Teoria contingencial

A partir de 1980 Abordagem da nova liderança

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2.2.1 Teoria dos Traços

A teoria dos traços foi a primeira abordagem sobre a liderança a ser utilizada.

Determinando a liderança como resultado de uma combinação de traços pessoais do líder.

Enfatizando qualidades intrínsecas da pessoa, concluindo que os líderes já nascem como tal

(FACCIOLI, 2008).

Para Vergara (1999) apud Oliveira (2010), no perfil do líder existiriam quatro tipos de

traços de personalidade: físicos, intelectuais, sociais e relacionados com a tarefa. Nesta

perspectiva, a liderança era considerada como sendo simplesmente um somatório de

características pessoais, não se cogitando da interdependência que elas pudessem manter entre

si.

Esta teoria dos traços predominou até a década de quarenta, porém falhou em

identificar as características únicas que identificariam o líder, mas identificou traços

associados à liderança que diferenciam os líderes dos não líderes iniciando assim a teoria

comportamental (FACCIOLI, 2008)

2.2.2 Teoria Comportamental

Diferentemente da teoria dos traços, esta teoria buscou determinar o que os líderes

faziam e não quem eles eram. Defendendo que os comportamentos podem ser aprendidos,

assim, pessoas treinadas nos comportamentos apropriados, poderiam liderar eficazmente

(FACCIOLI, 2008)

Apesar de parecer um acréscimo da teoria dos traços, a abordagem comportamental

não oferece uma lista de estilos, mas uma lista de comportamentos. Assim, o estudo de

liderança deixa de investigar traços e passa a identificar padrões de comportamento assumidos

pelos líderes (TOLFO, 2000).

Segundo Peixoto (2015) os primeiros estudos que procuraram analisar os diferentes

estilos, cuja ênfase foi o comportamento autocrático-autoritário, foram desenvolvidos por

Tannenbaum e Schmid. Eles estabeleceram três estilos: autocrático, democrático e laissez-

faire.

A liderança autocrática centraliza totalmente a autoridade e as decisões nas mãos do

líder deixando os subordinados sem nenhuma liberdade de escolha. A liderança autocrática

enfatiza somente o líder. Os grupos sujeitos a esta liderança apresentam maior volume de

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trabalho produzido, com evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade (SEBRAE,

2015).

O líder liberal (laissez-faire) permite total liberdade para a tomada de decisões

individuais ou em grupo, participando apenas quando solicitado. Os grupos submetidos a esta

liderança apresentam déficits quanto à produtividade e qualidade do trabalho empregado

(SEBRAE, 2015).

O líder democrático atua como um mediador para orientar o grupo, apenas sugerindo

soluções para os problemas e ideias, mas deixando que o grupo tome as decisões. Os grupos

submetidos à liderança democrática apresentam boa quantidade e melhor qualidade de

trabalho, acompanhadas de um clima organizacional íntegro, responsável e comprometido

(SEBRAE, 2015).

2.2.3 “Grid” Gerencial

Robert R. Blake e Jane S. Mounton (1989) procuraram representar os vários modos de

usar autoridades ao exercer liderança através do Grid Gerencial. Essa teoria gerencial tem

como ponto de partida que a organização deve administrar eficazmente suas características

universais que são: os objetivos, as pessoas e a hierarquia (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013).

O Grid é representado por duas escalas de nove pontos indicando os graus de interesse

por estas duas dimensões. Totalizando 81 combinações possíveis entre orientações para

pessoas e para tarefas (BALSANELLI; CUNHA, 2004). Apresentando dentro de uma

estrutura sistemática os pontos fortes e fracos do líder e como chegar a conclusões quanto aos

maus e bons estilos de liderança (BLAKE; MOUTON, 2000).

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Figura 2.2: O Grid Gerencial

Fonte: Oficina de Gerência

Estilo (9.1): No canto inferior direito do Grid, apresenta a preocupação máxima com a

produção (9) combinada com a preocupação mínima com as pessoas (1). Um líder que siga a

orientação 9.1 se caracteriza como um chefe exigente, consciente de sua capacidade

profissional e cujas ações e preocupações se concentram no único pensamento de alcançar

resultados. Este padrão de liderança não costuma pedir sugestões, recomendações, conselhos

ou orientações, faze-lo implicaria em admitir uma necessidade que indicaria uma fraqueza ou

incompetência. Em curto prazo a orientação 9.1 terá um resultado favorável à produtividade,

em longo prazo tal orientação lançará as sementes de suas próprias dificuldades já que

provavelmente o ânimo e a coesão se deteriorem à medida que os subordinados se tornem

presas de ressentimento e reajam contra os empurrões que recebem (BLAKE; MOUNTON,

2000).

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Estilo (1.9): Encontra-se no canto superior esquerdo. Combina a preocupação mínima

com a produção (1) junto à preocupação máxima com as pessoas (9), resultando em um líder

que prioriza a harmonia entre colegas e subordinados, mesmo à custa dos resultados. O modo

de pensar do líder 1.9 é que “as pessoas não são mercadorias humanas a serem medidas numa

balança de valores; suas atitudes e seus sentimentos são de importância primordial”. Um líder

do tipo 1.9 busca promover a amizade e a camaradagem, mas, talvez sem o querer,

desvaloriza a produtividade. Este líder evita impor sua vontade aos outros preferindo induzir a

obrigar. Este líder tende a ser muito sensível ao que os outros pensam e sentem a seu respeito,

e por isto está sempre pronto a aceitar sinais de apreciação. Em contrapartida o lado negativo

da motivação 1.9 é o medo da censura ou da rejeição. A reação típica a este temor é a fuga, o

retraimento, que resulta no afastamento daqueles de que se procura aprovação buscando evitar

o conflito a todo custo. A produção poderá sofrer com este tipo de atmosfera já que os

problemas que precisam ser solucionados são sempre deixados “para amanhã” (BLAKE;

MOUNTON, 2000).

Estilo (1.1): Encontra-se no canto inferior esquerdo, resultando da combinação entre a

mínima preocupação com as pessoas (1) e a mínima preocupação com as tarefas (1). O líder

que segue este modelo realiza apenas o mínimo necessário para sua permanência na

organização. O líder 1.1 caracteriza-se por fazer apenas o necessário para a realização das

tarefas e relacionamentos sem que precise chamar a atenção. Aceita os fatos, crenças e

posições que lhe forem fornecidas e guarda suas opiniões para si mesmo, respondendo apenas

quando solicitado. Tal líder evita tomar partido, não revelando suas opiniões, atitudes ou

ideias. Em resumo, deixa os outros tomarem suas decisões ou se conforma com o que quer

que aconteça com o intuito de evitar críticas (BLAKE; MOUNTON, 2000).

Estilo (5.5): Localizado no centro do Grid este estilo retrata a teoria do “meio-termo”,

sendo o estilo do líder mediano. O líder 5.5 tenta manter um ritmo constante. Aceita os fatos

mais ou menos pela aparência e investiga os fatos, crenças e posições quando surgem

discrepâncias. Expressa suas opiniões, atitudes e ideias de forma a chegar a uma concordância

por meio de concessões mútuas. Quando surge um conflito tende a encontrar uma posição

razoável que seja conveniente a todos (BLAKE; MOUNTON, 2000).

Estilo (9.9): Encontra-se no canto superior direito do Grid, este estilo integra as

preocupações máximas com pessoas e tarefas. É uma abordagem de equipe, centrada nas

metas, que procura obter o máximo dos resultados, empenho profissional e solucionamento de

conflitos por todos da organização. O líder do tipo 9.9 deseja contribuir para o sucesso da

organização envolvendo os outros, a fim de que estes também possam dar sua contribuição.

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Tal espírito é contagioso e envolve aos demais com entusiasmo, voluntariado, espontaneidade

e sinceridade. O líder 9.9 procura e confirma as informações que utiliza na tomada de

decisões. Solicita e da atenção a opiniões, atitudes e ideias diferentes das suas, reavaliando

constantemente seus dados e informações. Reage a ideias melhores que as suas mudando seu

modo de pensar. Além de dar grande valor ao “feedback” de mão-dupla a fim de fortalecer a

operacionalidade (BLAKE; MOUNTON, 2000)

Além disto, esta teoria prevê cinco estilos de conduta na administração do conflito

sendo estes a confrontação, conciliação, facilitação, repressão e retirada (FRANCISCO et al,

1997).

Para Blake e Mounton (2000) o Grid identifica as principais teorias sobre os modos de

exercer a liderança, através de uma abordagem auto convincente em que um gerente pode

conhecer as consequências e os resultados do exercício da liderança em vários estilos

distintos, decidindo pessoalmente qual modelo mais se adapta a sua necessidade atual. Os

autores reforçam ainda que este modelo de liderança torna-se um poderoso instrumento

gerencial quando os membros da organização sabem como utiliza-lo.

2.2.4 Teoria Contingencial

Numa etapa subsequente surgem as teorias situacionais que deixam de abordar

unicamente o líder e passam a integrar no estudo os papéis dos liderados e do ambiente

organizacional. Os enfoques contingenciais indicaram que as organizações poderiam contar

com bons líderes, desde que lhes dispensassem treinamento adequado e houvesse um

ambiente favorável onde pudessem agir com eficácia. Criando assim a visão de que com

preparo qualquer um poderia ser um bom líder (BERGAMINI, 1994)

Para Perillo (2009) a liderança contingencial dá a liderança um atributo psicossocial

complexo, onde o líder não tem mais um modelo de liderança, sendo este ditado pelos seus

seguidores e conforme a necessidade da situação.

Hersey e Blanchard (1986) apud Benevides (2010) utilizaram as dimensões da tarefa e

do indivíduo para fundamentar sua teoria batizada como “Liderança Situacional”, na década

de 70. Baseando-se numa inter-relação entre: o direcionamento oferecido pelo líder, a

quantidade de apoio emocional e o nível de maturidade dos subordinados em relação à tarefa.

Entendendo-se por maturidade a prontidão, disposição para assumir responsabilidades, desejo

para desempenhar tarefas e dirigir seu próprio comportamento. Ficando implícita a ideia de

que não existe um único modo melhor de influenciar as pessoas já que o comportamento a ser

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adotado pelo líder deverá ser em função do nível de maturidade das pessoas que deseja

influenciar. Sendo assim, cabe ao líder ajudar seus subordinados a amadurecer, até o ponto em

que sejam capazes e estejam dispostos a fazê-lo. Indicados por uma curva prescritiva, em

forma de sino, esses estilos de liderança passam pelos quatro quadrantes: relacionamento alto

e tarefa baixa; relacionamento baixo e tarefa alta; tarefa alta e relacionamento alto; tarefa alta

e relacionamento baixo.

Figura 2.3: Liderança situacional de Hersey e Blanchard

Fonte: Hersey e Blanchard (1986) apud Montanari; et al (2011)

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Já para Fiedler (1965) apud Cruz et al (2010) o desempenho do grupo é contingencial

na medida em que depende da interação dos estilos de liderança e das situações favoráveis

para o líder. A orientação pra a tarefa e a orientação para o relacionamento traduzem

prioridades motivacionais dos líderes e uma não é melhor que a outra.

Faciolli (2008) complementa ao afirmar que a eficácia do líder reside na sua

capacidade de responder ou ajustar-se a determinada situação. Tendo em vista que o líder já

nasce com algumas características importantes que, se bem trabalhadas e somadas a uma

equipe de liderados que busque os mesmos objetivos e a capacidade de flexibilizar a tomada

de decisões resultará na eficácia da liderança.

2.3 ABORDAGENS DA NOVA LIDERANÇA

A partir dos anos de 1980 surge a abordagem da Nova Liderança que organiza e

descreve uma série de novas teorias, onde o líder passa a ser visto como alguém que por meio

da articulação de uma visão define a realidade organizacional. Existe uma variedade de

termos que descrevem a nova liderança, os autores a definem como transformadora,

carismática, visionária e apenas liderança (BRYMAN, 1992) apud (DIAS, 2015).

2.3.1 Liderança transformacional x Liderança transacional

O líder é a personalidade que dita o tom para os demais membros da empresa. De

acordo com a personalidade de cada líder, podemos mensurar qual é o estilo de liderança mais

adequado para este. Os estilos de liderança podem ser classificados em liderança transacional

ou liderança transformacional, onde muitas vezes esses conceitos de perfis são esquecidos no

mercado (SILVA, 2015).

O estilo transformacional de liderança se refere aos comportamentos do líder que

inspiram seus seguidores a ir além das expectativas, transcendendo o interesse pessoal pelo

bem da organização (Avolio; Cols., 2009 apud Fonseca; Porto, 2013).

Segundo Bass (1999 apud Fonseca; Porto, 2013) em um líder transformacional

podemos identificar quatro comportamentos típicos:

1. Influência idealizada, capaz de influenciar os seguidores por meio de um ideal

ou valor socialmente compartilhado;

2. A motivação inspiradora está relacionada à criação de significado e de desafios

para o trabalho do liderado e ao estímulo ao trabalho em equipe;

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3. Estimulação intelectual a fim de provocar o liderado a ir além da sua própria

visão das coisas;

4. Consideração individualizada junto aos liderados buscando identificar desejos

e necessidades pessoais.

Na liderança transacional, existe uma troca (seja política, econômica, psicológica)

entre o líder e o seguidor, enquanto ambos acreditarem que isso irá beneficiá-los.

É uma transação, pura e simples (FACCIOLI, 2008)

Existe um contrato social implícito indicando que se concordar com o que o líder

deseja fazer, o seguidor terá certos benefícios, tais como remuneração melhorada ou a não

demissão. É o tipo de liderança mais comumente exercido nas organizações. O interesse dos

liderados é o foco do líder transacional, que busca, através da necessidade de cada liderado,

motivar sua equipe através de recompensas (AUGUSTO, 2013)

2.3.2 Liderança carismática

Uma das primeiras tentativas de estruturar os dados acerca da liderança carismática em

um único modelo foi efetuada por House (1977), tendo foco em analisar os comportamentos

que tornavam o líder adaptável a diversas situações (GOMES; CRUZ, 2007).

Sendo o carisma um atributo que confere prestígio individual, todos os líderes aspiram

a serem considerados carismáticos, sugerindo que esta qualidade contribui para a forma como

os líderes preveem, autorizam e motivam o desempenho dos seus seguidores (ROUCCO,

2012).

Para Robbins (2004) apud Dias (2015) a liderança carismática faz parte da liderança

transformacional, ou seja, a transformacional englobaria no seu conceito o carisma.

2.3.3 Liderança servidora

A Liderança Servidora tem por disposição servir as pessoas atendendo suas

necessidades. Essa atividade consiste em determinar um propósito, compartilhar o

aprendizado, elevar os obstáculos, priorizar a confiança para fortalecer o relacionamento e

desenvolver as pessoas. Assim, o líder vem a ser chamado de servidor por perceber seus

liderados como fonte prioritária para conseguir chegar algo grandioso que será compartilhado

por todos (LINO, 2011).

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Para se tornar um líder servidor é necessário se ver como instrumento de apoio aos

outros. Valorizando os feitos dos outros, se colocando em posição de servidor, concentrado

em fortalecer e proporcionar o crescimento de todos (LINO, 2011).

Para Page e Wong (2000) um líder servidor pode ser definido como um líder cuja

finalidade principal ao liderar é servir aos outros. Ainda assim os autores enfatizam que a

liderança servidora não deve ser vista como um modelo de “líder fraco”, tendo em vista que

quando necessário o líder servidor deve tomar atitudes sérias e duras. A influência do líder

aos seguidores é manifestada na atitude do serviço, o que diferencia dos líderes preocupados

com as tarefas, que acabam sem a sensibilidade de servir os outros.

O quadro 2.1 apresenta as diferenças entre a liderança comando e a liderança

servidora. E facilitará na identificação das características do modelo estudado.

Quadro 2.1 Liderança Comando e Liderança Servidora

LIDERANÇA COMANDO LIDERANÇA SERVIDORA

O objetivo do líder é ser servido. O objetivo do líder é servir a outros.

Interesse principal na imagem do líder e no seu

avanço. Procura habilitar os subordinados no avanço

do seu potencial, desqualificando a autopromoção e

exaltando outros.

A autopreservação e a imagem pessoal estão na

vanguarda da maioria das decisões. Todos os

membros da equipe são considerados e aprovados

antes de si próprios.

Direito de posição é mais importante que suas

responsabilidades.

As responsabilidades são mais importantes do que

vantagens do direito de posição.

Colaboradores são vistos e tratados com inferioridade

e não usualmente convidados a participar.

Colaboradores são tratados com respeito, como parte

do time, no qual se trabalha junto para conquistar os

objetivos e tarefas.

As decisões são tomadas baseadas em informações

importantes oferecidas.

As decisões são tomadas com informações

compartilhadas

Facilmente acessível apenas para pessoas com cargos

mais altos.

Frequentemente visto interagindo com outros,

mantendo uma atmosfera de portas abertas.

Cria uma atmosfera de dependência usando o poder da

posição para influenciar.

Cria uma atmosfera na qual outros enxergam o

potencial deles sendo encorajado e desenvolvido. O

poder é usado para servir a outros.

O líder dever ser ouvido primeiro. Quer ouvir as pessoas antes de tomar decisão.

Procura primeiro ser compreendido que compreender. Procura primeiro compreender que ser compreendido.

Condena outros pelos erros e relutantemente assume a

responsabilidade como um sinal de fraqueza.

Valoriza os trabalhadores e aprende com os erros.

Rejeita as críticas construtivas e assume o crédito pelas

realizações

Incentiva entradas e comentários sobre os resultados.

O processo é tão importante quanto às realizações.

Não treina outros para a função efetivamente. Equipa e investe em outros com vistas ao avanço.

Seguidores baseiam-se na personalidade. Seguidores baseiam-se no caráter.

Discernimento é o principal critério na tomada de

decisão em segredo.

Princípios é o principal critério para que as decisões

sejam tomadas abertamente

Usa a intimidação para silenciar críticas. Defensivo

por natureza.

Congratula-se com uma discussão aberta para

melhoria e está aberto para aprender com qualquer

pessoa.

Ganha apoio a ideias através do engano, jogos de

poder ou manipulação. As pessoas respondem por

medo.

Ganha apoio a ideias através da lógica e persuasão.

As pessoas respondem por respeito e um senso de

serem corretas

Promove aqueles que não questionam ou são flexíveis. Promovem aqueles que demostram uma contribuição

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de sucesso.

Autoridade baseada em controles externos em forma

de regras, restrições e regulamentos mantidos pela

força.

Autoridade baseada na influência interior através do

encorajamento, inspiração, motivação e persuasão.

Responsável apenas aos superiores. Evita avaliações

pessoais como interferência.

Responsável por toda organização. Congratula-se

com avaliações pessoais como um meio para avaliar

desempenho.

Apega-se ao poder e a posição. Estão dispostos a abdicar a favor de alguém mais

qualificado.

Pequeno interesse em desenvolver sucessores

competentes.

O desenvolvimento de liderança visa alta prioridade e

possui o foco em servir a outros.

Fonte: Page; Wong (2000, p.4)

2.4 OS CAVALEIROS DO ZODÍACO

Nesta seção será abordada a história da série “Os Cavaleiros do Zodíaco” junto com a

caracterização de cada um dos cinco protagonistas da série. Em seguida será feito um

comparativo dos perfis dos personagens com os estilos de liderança apresentados na teoria da

liderança de Blake e Mounton.

2.4.1 Sobre a série

A série “Os Cavaleiros do Zodíaco”, nomeada por Saint Seiya no original, foi

idealizado pelo mangáka japonês Masami Kurumada. Teve sua primeira aparição em 26 de

Novembro de 1985 ao ser anunciada a sua publicação na revista Weekly Shonen Jump, tal

anúncio feito na edição número 52 de 1985, mas o primeiro capítulo foi lançado em 3 de

Dezembro do mesmo ano, na edição 01/86, sendo publicado até 1990.

Saint Seiya foi um sucesso tendo sido lançado no formato tankobon (mangá em que

apenas uma série é publicada, diferente da revista Shonen Jump onde vários autores publicam

seus mangás ao mesmo tempo) com 28 edições e também foi adaptado para o formato de

animê com uma produção inicial de 114 episódios.

Posteriormente a série ganhou diversos outros mangás e animês focados em diversos

personagens distintos tendo produtos lançados e licenciados desde o ano de 2002 até este ano

presente (2016) (CAVZODIACO, 2016).

Nas seções a seguir será feita a caracterização dos personagens protagonistas do

mangá original criado por Masami Kurumada.

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2.4.2 Seiya de Pégaso

“Seu cosmo inflamado acende a chama dos milagres do cavaleiro de Pégaso!”

(OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – ENCICLOPÉDIA, 2004).

Seiya é o personagem principal do mangá/animê Saint Seiya. É pertencente a patente

de cavaleiro de bronze e traja a armadura representante da constelação de Pégaso. É um

cavaleiro impulsivo, generoso, de coração ardente e sincero. Muitas vezes também sendo

atrevido e insolente. Possui enorme senso de justiça e amor aos amigos e uma piedade e

preocupação que se estende até aos inimigos, reflexo de seu caráter e lealdade. Como

cavaleiro é bastante hábil e consciente, sempre procurando a melhor forma de combater seu

oponente. Suas maiores forças, entretanto são a sua autoconfiança, fé e força de vontade já

que através destas três emoções, Seiya se torna capaz de renovar suas forças e elevar seu

poder a níveis considerados inigualáveis superando as piores adversidades. Seu nome

significa Flecha Estelar (SAINT SEIYA WIKI, 2006).

Figura 2.4 Seiya de Pégaso

Fonte: Saint Seiya Wiki

Suas habilidades de luta e sua agilidade tornam Seiya capaz de golpear o adversário

com sucessivos socos. Em alguns momentos costuma utilizar técnicas de lançamentos contra

o oponente, mas seu ponto mais forte é lutar batendo de frente com o inimigo. Seu golpe

principal é o Meteoro de Pégaso, golpe com o qual Seiya é capaz de desferir 100 socos na

velocidade do som. A velocidade e a potência deste golpe aumentam proporcionalmente ao

crescimento do cosmo de Seiya (SAINT SEIYA WIKI, 2006).

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2.4.3 Shiryu de Dragão

“Pela justiça e pela amizade... Um cavaleiro invencível que supera todos os obstáculos”

(OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – ENCICLOPÉDIA, 2004).

Entre os cinco personagens principais da série, Shiryu é visto como o mais calmo e

reservado perante os outros. Foi treinado nos Cinco Picos de Rozan, na China, onde recebeu a

armadura de bronze da constelação do Dragão. De personalidade séria, não teme dar sua vida

por uma justa causa. É considerado o mais sábio e o mais maduro do quinteto que acompanha

a deusa Atena. Shiryu é uma pessoa nobre, com um forte senso de honra, conhecido por estar

sempre disposto a sacrificar-se pelos seus amigos se assim for necessário. Também não é uma

pessoa que se deixa levar pela raiva e ódio. Seu nome significa dragão roxo (SAINT SEIYA

WIKI, 2006).

Figura 2.5 Shiryu de Dragão

Fonte: Saint Seiya Wiki

Em combate Shiryu possui o punho e escudo mais poderoso, porém em situações

delicadas é normal que ele abandone sua armadura para que assim possa elevar seu cosmo ao

máximo. Seu golpe principal é o Cólera do Dragão, um soco direto concentrado de cosmo que

assume a imagem de um dragão e é capaz de reverter o fluxo de uma cachoeira. Diferente das

técnicas dos outros cavaleiros, esta tem um ponto fraco: ao usar o Cólera do Dragão Shiryu

deixa seu coração vulnerável para um ataque durante um milésimo de segundo, tempo

suficiente para Shiryu ser atingido por um oponente mais poderoso (SAINT SEIYA WIKI,

2006).

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2.4.3 Hyoga de Cisne

“Dance Cisne! Leve o frio do zero absoluto sobre suas asas.”

(OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – ENCICLOPÉDIA, 2004).

Portador da armadura representante da constelação de Cisne, Hyoga tem a

personalidade menos definida entre os cinco principais, tendo um pouco de cada um de seus

quatro irmãos (a agressividade de Ikki, a ternura de Shun, a inteligência de Shiryu e o

dinamismo de Seiya), ainda assim é o que se mostra mais frio dentre os heróis. No começo da

série é apresentado como um personagem arrogante e orgulhoso de sua força. Durante a série

possui como característica de destaque ser o único personagem católico entre os cinco

principais e o único cuja mãe foi conhecida, tendo esta falecido no naufrágio de um navio na

Sibéria. Seu nome significa Rio de Gelo (SAINT SEIYA WIKI, 2006).

Figura 2.6 Hyoga de Cisne

Fonte: Saint Seiya Wiki

Como pertence à patente mais baixa do exército de Atena, Hyoga inicia a série com o

controle básico da essência do cosmo, tendo força sobre-humana e velocidade máxima de

mach um. Conforme a saga se desenrola seu poder se eleva tornando-o capaz de alcançar um

nível de poder similar ao dos cavaleiros de ouro. O cavaleiro de cisne é capaz de criar flocos

de neve e congelar objetos e adversários. Ele também é um bom estrategista e conhecedor da

mitologia, o que lhe proporciona vantagens competitivas em determinadas batalhas. Com seu

ar frio é capaz de utilizar o Pó de Diamante, golpe básico que herdou de seu mestre Camus de

Aquário e que consiste em disparar com seu punho uma rajada de cristais de gelo que atacam

o inimigo de frente, congelando-o ou paralisando-o (SAINT SEIYA WIKI, 2006).

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29

2.4.4 Shun de Andrômeda

“Um pacífico cavaleiro de Atena escondendo um poderoso Cosmo.”

(OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – ENCICLOPÉDIA, 2004).

Shun tem uma personalidade pacífica e odeia lutar, sempre ferido por medo de ferir

seus inimigos. É o mais nobre dentre os cavaleiros de bronze, tem um grande e puro coração.

Seu coração é tão puro que foi escolhido como hospedeiro da alma do deus Hades. Em

combate Shun prefere só se defender, se possível, e está sempre disposto a abrir mão de sua

vida, assim como sua constelação protetora Andrômeda. Seu nome significa “Flash” sendo

segundo o autor do mangá uma referência ao fraco brilho das estrelas (SAINT SEIYA WIKI,

2006).

Figura 2.7 Shun de Andrômeda

Fonte: Saint Seiya Wiki

Em combate Shun possui um dos maiores cosmos entre os cavaleiros, embora prefira

evitar o combate. Sua técnica de luta consiste em manipular as Correntes de Andrômeda

presentes em sua armadura. A ponta circular da corrente esquerda serve para defesa e a ponta

triangular da mão direita para ataque. A corrente é famosa por sempre apontar na direção do

inimigo e segundo Shun a mesma pode alcançar o inimigo mesmo que tenha que percorrer o

tempo e o espaço. Conforme as batalhas foram sendo realizadas, Shun criou variações de

golpes com suas correntes, adaptando-as conforme suas necessidades. (SAINT SEIYA WIKI,

2006).

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30

2.4.5 Ikki de Fênix

“O solitário pássaro imortal que abandonou suas lágrimas e sua bondade no inferno!”

(OS CAVALEIROS DO ZODÍACO – ENCICLOPÉDIA, 2004).

Ikki é o portador da armadura de bronze de Fênix, cuja personalidade é drasticamente

diferente de seus companheiros. É o oposto de seu irmão mais novo Shun que é calmo, suave,

carinhoso e emotivo, Ikki é duro, frio, agressivo e uma pessoa muito distante. Isso é porque

Ikki foi treinado com a ideologia que só o ódio proporciona poder. Assim como a mitológica

Fênix, Ikki é um lobo solitário que odeia andar em grupos, por isso permanece ausente

aparecendo nos momentos cruciais para ajudar seus amigos. Seu nome possui diversos

significados, embora o mais atribuído seja Faísca, referindo-se a faísca que inicia um incêndio

(SAINT SEIYA WIKI, 2006).

Figura 2.8 Ikki de Fênix

Fonte: Saint Seiya Wiki

Ikki tem um cosmo muito além da capacidade de um cavaleiro de bronze. Pode

manipular o fogo bem como a mente de seus adversários. Sua técnica mais poderosa é o Ave

Fênix, um golpe em que Ikki cria um sopro de ar em chamas capaz de jogar o inimigo pelos

ares, em seguida desferindo um golpe com a forma da Fênix flamejante na direção do

adversário (SAINT SEIYA WIKI, 2006).

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3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Nesta seção serão abordados os procedimentos metodológicos utilizados para

construção e realização da pesquisa, as informações sobre a natureza e delineamento da

pesquisa, o detalhamento da população e amostra, a construção do instrumento de coleta de

dados e a coleta de dados.

3.1 NATUREZA E DELINEAMENTO DA PESQUISA

Tal pesquisa caracteriza-se como exploratória, pois visa oferecer informações sobre

determinado assunto e orientar na formulação de uma hipótese (CASTILHO; BORGES;

PEREIRA, 2014).

É descritiva, pois promove uma análise, registro e interpretação dos dados coletados

junto aos entrevistados sem a interferência do pesquisador (CASTILHO; BORGES;

PEREIRA, 2014).

Creswell (2010) defende que uma pesquisa quantitativa caracteriza-se por medir as

variáveis de um modelo teórico, através de instrumentos que possibilitem a análise dos dados

por procedimentos estatísticos. Enquanto uma pesquisa qualitativa caracteriza-se em coletas

de dados abertos em conjunto com análises de textos e imagens através de interpretação

pessoal. A combinação de ambas características resulta no método misto, o qual foi utilizado

para esta pesquisa.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

O grupo Saint Seiya Forever Brasil foi fundado há 5 anos, em 27 de Junho de 2012 por

Anne Iannuzzi. Sua criação buscou proporcionar um local onde os fãs dos cavaleiros do

zodíaco pudessem interagir trocando informações, tirando dúvidas e debatendo sobre a série

no Facebook. Atualmente o SSFB é um dos maiores grupos relacionados à série Cavaleiros

do Zodíaco no Facebook contando com pouco mais de 23mil membros.

Diariamente dezenas de membros interagem no grupo através de postagens com

informações sobre a série, curiosidades, brincadeiras e conteúdo diversos. Para evitar

desentendimentos entre os membros o grupo possui um conjunto de regras de convivência

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que visam proibir certas atitudes e também um grupo de 9 moderadores que buscam vistoriar

as postagens, advertir e se necessário banir os membros que venham a cometer alguma

infração.

O ingresso no grupo se dá por convite simples através do Facebook, onde o

interessado pode ser adicionado por algum membro pré-existente ou ele próprio pode enviar a

solicitação para ingressar no grupo. Em ambos os casos a solicitação é avaliada por um dos

moderadores e em caso do perfil ingressante ser “Fake” a solicitação é recusada.

Figura 3.1: O grupo Saint Seiya Forever Brasil

Fonte: Facebook.com

A pesquisa foi realizada através de um questionário online postado no dia 28 de Abril

de 2017 e que ficou ativo até o dia 15 de Maio de 2017. Do total de 23.151 membros

levantou-se uma amostragem simples de 72 membros.

A seguir apresentam-se os instrumentos de coleta de dados utilizados nesta pesquisa.

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

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Para este trabalho utilizou-se de uma pesquisa do tipo survey. A escolha deste método

se deu devido ao seu foco quantitativo em grande escala, tendo por objetivo primordial a

descrição das características de determinado fenômeno, ou o estabelecimento de relações

variáveis. (BABBIE, 1999 apud MACEDO; FRANCO, 2013). Nesta pesquisa fez-se uso da

escala Likert visando conhecer o grau de conformidade dos entrevistados com as afirmativas

propostas (LLAURADÓ, 2015).

A respeito dos instrumentos de coleta de dados lançou-se mão do uso de questionário,

por se tratar de uma lista ordenada de perguntas dirigidas aos respondentes apresentando um

conjunto de afirmações das quais a pessoa que responde o questionário elege o grau de sua

concordância com a frase, numa escala que pode variar, geralmente, entre cinco e sete pontos

(MARTINS, 2006 apud SOUZA, 2014). O questionário utilizado foi adaptado do original

elaborado por SANTOS (sem data), onde para cada variável existe um conjunto de afirmações

que servem para de mediação para a análise dos resultados. Tais afirmações foram divididas

em cinco grupos: Decisão, Convicção, Entusiasmo/Energia, Conflito, Temperamento e

Humor. Optou-se também por adaptar o questionário de maneira que o público entrevistado

pudesse opinar sobre os cinco protagonistas da série de maneira simultânea.

Como citado anteriormente fez-se uso de uma pesquisa Likert, com uma escala de

valores de 1 a 5 onde o entrevistado foi orientado a dar notas para cada afirmativa de acordo

com o grau em que se considerou que a mesma era relacionada ao personagem analisado.

Onde (1) foi atribuído para afirmativas que nada tinham haver com o cavaleiro; (2) para

afirmativas que pouco tinha haver com o cavaleiro; (3) para afirmativas que estavam

relacionadas de forma mediana à personalidade do cavaleiro; (4) para afirmativas que tinham

muito haver com o cavaleiro e (5) para afirmativas que tinham totalmente haver com o

cavaleiro.

3.4 A COLETA DE DADOS

Como citado anteriormente o ambiente analisado foi o grupo Saint Seiya Forever

Brasil no Facebook. O questionário foi hospedado no site Jotform visando tornar acessível a

todos que desejassem contribuir com a pesquisa. Ficando ativo entre o período de 28 de Abril

de 2017 e 15 de Maio de 2017. Após a divulgação do link com o questionário foram dadas

algumas instruções a fim de evitar influências na amostra.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados da pesquisa pela indicação dos objetivos

específicos deste estudo, analisando: os perfis de liderança apresentados por cada protagonista

da série Cavaleiros do Zodíaco.

Os dados foram analisados a partir da utilização da estatística descritiva, com cálculos

das médias e desvios padrão de cada variável do modelo. Nos cálculos realizados foram

verificadas a tendência central e o desvio-padrão dos resultados. Quanto aos dados

demográficos, os mesmos foram analisados a partir da estimativa descritiva.

4.1 DADOS DEMOGRÁFICOS DA AMOSTRA

A amostra corresponde a 72 respondentes presentes no grupo Saint Seiya Forever

Brasil.

Desta amostra, são reproduzidas na figura 4.1 as distribuições do gênero dos

respondentes, onde 26% são mulheres e 74% são homens.

Figura 4.1 Distribuição dos respondentes quanto ao gênero.

Fonte: Dados de pesquisa.

Tais valores demonstram que a obra “Os Cavaleiros do Zodíaco” foi capaz de atingir

uma expressiva parcela de mulheres dentre a sua totalidade de fãs, mesmo tendo como alvo o

público masculino. Isso se mostrou possível devido o carisma dos personagens que

demonstram emoções e sentimentos em variados momentos, não tornando a obra uma simples

representação de lutas entre vilões e herói. Além disso, o papel da figura feminina na obra é

de grande importância, variando entre a típica princesa que necessita ser salva, Saori Kido;

74%

26%

Distribuição de gênero

Homens: 53

Mulheres: 19

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uma sábia instrutora, sendo esta Marin de Águia, a mestra de Seiya; uma guerreira forte e

agressiva, Shina de Ofiúco ou até mesmo uma vilã, Pandora. Tais representações serviram

para atrair o público feminino que se viu representado nestas personagens e também se

identificou com os trejeitos dos protagonistas masculinos.

A distribuição dos respondentes por faixa etária é apresentada na figura 4.3. Para

melhor observação, as idades foram divididas da seguinte forma: até 20 anos (17%); de 21 a

30 anos (36%); de 31 a 40 anos (47%).

Figura 4.2 Distribuição dos respondentes quanto à faixa etária

Fonte: Dados de pesquisa

Ao analisarmos de maneira individual os três grupos, percebemos que a maior

porcentagem de respondentes encontrou-se no grupo cujas idades variaram de 31 a 40 anos,

tal grupo é composto por fãs que tiveram a oportunidade de assistir à série em sua primeira

exibição no ano de 1994, pela extinta Rede Manchete de Televisão, e que ainda guardam um

sentimento de carinho e nostalgia pela obra que para muitos foi a porta de entrada no mundo

das animações e super-heróis. Mas ao analisarmos os dados como um todo se verificou que os

fãs com idades até 30 anos equivalem juntos a pouco mais da metade do público geral,

indicando que embora “Os Cavaleiros do Zodíaco” seja uma obra que marcou uma geração

passada ela é atrativa para o público mais jovem.

Tal atração é fruto da influência de pais, irmãos, parentes e amigos mais velhos que

acompanharam a série anteriormente e a repassaram aos fãs mais novos visando proporcionar-

lhes a experiência de conhecer este rico universo. Somado a isso é possível considerar o fator

curiosidade, seja em saber como era uma animação exibida na época de seus pais ou irmãos,

17%

36%

47%

Distribuição com relação à idade

Até 20 anos: 12

De 21 a 30 anos: 26

De 31 a 40 anos: 34

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ou até mesmo a curiosidade que a própria série desperta no público jovem ao abordar temas

como constelações e mitologia, proporcionando assim interesse em estudos astronômicos e

históricos.

Na tabela 4.1 estão distribuídos os respondentes de acordo com sua escolaridade.

Estão divididos em: Fundamental incompleto (0%), Fundamental completo (0%); Ensino

médio incompleto (1,4%); Ensino médio completo (15,28%); Ensino superior incompleto

(44,44%) e Ensino superior completo (38,88%).

Tabela 4.1 – Distribuição dos respondentes com relação à escolaridade

Escolaridade

Quantidade % %Acum.

Fundamental incompleto 0 0% 0%

Fundamental completo 0 0% 0%

Médio incompleto 1 1,40% 1,40%

Médio completo 11 15,28% 16,68%

Superior incompleto 32 44,44% 61,12%

Superior completo 28 38,88% 100%

Fonte: Dados de pesquisa

Pelas informações da tabela 4.1 pode-se perceber que mais de 80% dos fãs abordados

já cursaram ou estão cursando o nível superior. Isso é interessante tendo em vista que ao

estimular os fãs a aprenderem mais sobre temas como astronomia e mitologia, a série

incentivou nestes o hábito de estudar, pesquisar e aprender sobre temas variados. Servindo

assim de estímulo para que não se permitissem ter o conhecimento estagnado, mas ao

contrário, fossem sempre buscando aprender mais. Desta maneira, a série “Os Cavaleiros do

Zodíaco” serviu de alicerce para que a maior parte de seus fãs tivesse vontade de elevar seus

conhecimentos, assim, ingressando em instituições de nível superior e em alguns casos até

mesmo em pós-graduações.

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4.2 DADOS ANALISADOS QUANTO AOS PERSONAGENS

Os participantes responderam questões referentes aos cinco protagonistas da série

Cavaleiros do Zodíaco através de afirmativas divididas em seis grupos: Decisão; Convicção;

Entusiasmo/Energia; Conflito; Temperamento e Humor. Tais afirmativas visaram definir o

perfil de liderança atribuído a cada protagonista de acordo com os estilos de liderança

definidos no Grid Gerencial de Blake e Mounton (1989). A seguir serão abordados os dados

obtidos em cada personagem.

4.2.1 Seiya de Pégaso

Na tabela 4.2 estão distribuídos os dados dos questionários referentes ao personagem

Seiya de Pégaso.

Tabela 4.2 - Distribuição dos perfis de liderança: Seiya de Pégaso

Seiya de Pégaso

Quantidade % %Acum.

Perfil 1.1 1 1,4% 1,4%

Perfil 1.9 19 26,4% 27,8%

Perfil 5.5 2 2,8% 30,6%

Perfil 9.1 34 47,2% 77,8%

Perfil 9.9 7 9,7% 87,5%

Outros 9 12,5% 100%

Fonte: O Autor

Percebe-se que quase metade dos entrevistados classificou Seiya como um líder do

tipo 9.1, caracterizando-o como um líder cujo foco principal é no cumprimento de seus

objetivos em oposto ao foco nas pessoas.

Na obra o papel de Seiya é ser um cavaleiro protetor da deusa Atena e como tal deve

sempre enfrentar as ameaças de inimigos que ambicionam eliminar Atena e assim dominar o

mundo. Nos seus momentos de destaque Seiya sempre se mostrou decidido e valente,

enfrentando quem ou o quê precisasse para alcançar seus objetivos.

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Em um primeiro momento; como demonstrado no capítulo 7 do mangá, equivalente ao

episódio 5 do animê; Seiya se joga de cabeça contra o escudo de Shiryu de Dragão visando

destruir o escudo e o punho de seu adversário e assim eliminar os pontos fortes de seu

oponente. Tal atitude era necessária, pois Seiya precisava vencer de qualquer maneira o

torneio da Guerra Galáctica para que assim pudesse reencontrar sua irmã desaparecida.

Figura 4.3 Seiya x Shiryu

Fonte: Mangá Cavaleiros do Zodíaco Vol. 02, Editora JBC

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Em outro ponto da história; no capítulo 24 do mangá, equivalente ao episódio 30 do

animê; Seiya pula de um penhasco com Saori em seus braços sem se importar com a altura de

onde cairiam. Tal atitude foi tomada visando proteger Saori dos cavaleiros de prata enviados

para sequestra-la já que a mesma é a reencarnação da deusa Atena e deveria ser protegida a

qualquer custo.

Figura 4.4 Seiya cai no penhasco junto com Saori

Fonte: Mangá Cavaleiros do Zodíaco Vol. 06, Editora JBC

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Tais momentos demonstram que de fato Seiya é um personagem caracterizado pelo

estilo de liderança 9.1, sendo que neste caso Seiya caracteriza-se por ter grande preocupação

com seus objetivos e nenhuma preocupação consigo mesmo. Em uma analogia com a vida

real Seiya poderia ser identificado como um líder que anseia atingir um status elevado em sua

organização e não se importa se para isto tenha que correr riscos pessoais.

4.2.2 Shiryu de Dragão

Na tabela 4.3 estão distribuídos os dados dos questionários referentes ao personagem

Shiryu de Dragão.

Tabela 4.3 - Distribuição dos perfis de liderança: Shiryu de Dragão

Shiryu de Dragão

Quantidade % %Acum.

Perfil 1.1 2 2,8 % 2,8%

Perfil 1.9 28 38,9 % 41,7%

Perfil 5.5 3 4,2% 45,9%

Perfil 9.1 12 16,7% 62,6%

Perfil 9.9 11 15,3% 87,5%

Outros 16 22,1% 100%

Fonte: O Autor

Nesta análise podemos perceber que a maior parte dos respondentes classificou Shiryu

de Dragão com o perfil de liderança 1.9, desta maneira classificando-o como um líder focado

mais nas pessoas do que na realização das tarefas. Este perfil de liderança fica evidenciado em

Shiryu em diversos momentos ao longo da série.

No capítulo 15 do mangá; equivalente ao episódio 13 do animê; Shiryu abre mão de

2/3 de seu sangue para reviver as armaduras de Pégaso e Dragão que haviam sido destruídas

durante sua luta com Seiya. Esta atitude foi tomada para que tanto Seiya quanto o próprio

Shiryu pudessem enfrentar os cavaleiros negros, entretanto a opção do Dragão foi de primeiro

reviver a armadura de seu companheiro, só posteriormente tendo a sua própria restaurada já

que segundo Shiryu ele próprio já estaria morto se Seiya não tivesse poupado sua vida, assim

o mínimo que ele poderia fazer era garantir que seu amigo tivesse condições de lutar.

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Mais adiante; no capítulo 24 do mangá, episódio 28 do anime; Shiryu realiza outro

gesto de sacrifício em benefício dos outros durante sua luta contra o cavaleiro de prata Algol

de Perseu. No decorrer desta luta Shun e Seiya (no mangá Shun e Hyoga) são transformados

em pedra pelo poder do Escudo da Medusa pertencente a Algol. Shiryu então enfrenta o

oponente sozinho, mas não consegue atacar diretamente sem o risco de também ser

transformado em pedra. Em um último momento então Shiryu fura os próprios olhos para não

visualizar mais o escudo de seu oponente, assim alcançando a vitória e salvando as vidas de

seus amigos.

Em uma comparação com a vida real Shiryu seria visto como um líder que busca o

bem estar de seus liderados acima do seu próprio e que está disposto a abrir mão de benefícios

próprios em troca de algo que seja favorável aos demais membros da organização.

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Figura 4.5 Shiryu doa seu sangue para reviver as armaduras

Fonte: Mangá Cavaleiros do Zodíaco Vol. 04, Editora JBC

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Figura 4.6 Shiryu x Algol

Fonte: Mangá Cavaleiros do Zodíaco Vol. 06, Editora JBC

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4.2.3 Hyoga de Cisne

Na tabela 4.4 estão distribuídos os dados dos questionários referentes ao personagem

Hyoga de Cisne.

Tabela 4.4 - Distribuição dos perfis de liderança: Hyoga de Cisne

Hyoga de Cisne

Quantidade % %Acum.

Perfil 1.1 6 8,4 % 8,4%

Perfil 1.9 23 32% 40,4%

Perfil 5.5 7 9,7% 50,1%

Perfil 9.1 12 16,7% 66,8%

Perfil 9.9 10 13,9% 80,7%

Outros 14 19,3% 100%

Fonte: O Autor

Segundo os dados obtidos Hyoga foi classificado como um líder de perfil 1.9, da

mesma maneira que Shiryu de Dragão.

Ao longo da série Hyoga tem poucos momentos em que de fato assume a postura de

um líder, ainda assim o perfil que lhe foi atribuído pode ser verificado em especial no seu

primeiro embate contra seu mestre, Camus de Aquário realizado no capítulo 32 do mangá,

equivalente ao episódio 47 do animê.

Na ocasião Hyoga precisava derrotar seu mestre para que assim pudesse atravessar a

casa zodiacal de Libra e seguir adiante com a missão de salvar Atena que se encontrava à

beira da morte. Entretanto Hyoga recusa-se a lutar contra a pessoa que lhe treinou para ser um

cavaleiro devido o respeito que tinha por seu mestre, e mesmo após saber que Camus fora o

responsável por lançar dentro de uma fenda submarina o navio em que a sua finada mãe

repousava o cisne não foi capaz de erguer os punhos. Neste caso seu perfil de liderança foi

marcado não pela preocupação em si, mas pelo respeito que tinha para com seu mestre em

oposição ao seu dever como cavaleiro. Ainda assim a atitude tomada pelo cavaleiro de Cisne

colocou em risco os objetivos que haviam sido traçados.

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Em uma análise o comportamento de Hyoga seria próximo ao de um gestor cuja

preocupação é para com as pessoas em detrimento da tarefa, deste que tais pessoas sejam de

seu ciclo pessoal de convivência.

Figura 4.7 Hyoga x Camus

Fonte: Mangá Cavaleiros do Zodíaco Vol. 09, Editora JBC

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4.2.4 Shun de Andrômeda

Na tabela 4.5 estão distribuídos os dados dos questionários referentes ao personagem

Shun de Andrômeda.

Tabela 4.5 - Distribuição dos perfis de liderança: Shun de Andrômeda

Shun de Andrômeda

Quantidade % %Acum.

Perfil 1.1 1 1,4% 1,4%

Perfil 1.9 38 52,8% 54,2%

Perfil 5.5 11 15,3% 69,5%

Perfil 9.1 2 2,8% 72,3%

Perfil 9.9 7 9,7% 82%

Outros 13 18% 100%

Fonte: O Autor

Mais da metade dos respondentes classificaram Shun de Andrômeda como um líder do

tipo 1.9. Esse perfil é perfeitamente associado ao personagem tendo em vista que dos cinco

protagonistas, Shun é o mais emotivo e sentimental, sendo aquele que primeiro busca

conversar para só então resolver os problemas com ações. Shun, assim como a princesa que

simboliza sua constelação, é constantemente retratado de maneira mais frágil que os demais,

ainda assim é aquele que sempre está disposto a abrir mão de sua vida para que os outros

alcancem seus objetivos mais a frente.

Em dado momento do capítulo 36 do mangá, equivalente ao episódio 60 do animê,

Shun, Seiya e Shiryu encontram o corpo de Hyoga preso em um caixão de gelo eterno feito

por Camus. Com a ajuda da espada da armadura de Libra os cavaleiros conseguem tirar

Hyoga de dentro do gelo, porém o corpo do Cisne encontra-se em estado de hipotermia e a

única forma de lhe salvar a vida é aquecendo seu corpo. Shun então fica cuidando de Hyoga

enquanto os demais passam para a casa seguinte e queimando seu cosmo junto de sua própria

vida ele consegue salvar a vida de seu companheiro.

Tal ação mostra o tão altruísta Shun é. Já que no momento ele sabia que deveria seguir

adiante com os demais cavaleiros para cumprir a missão de salvar Atena, mas o mesmo optou

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por ficar para trás e se sacrificar para salvar a vida de um amigo, mesmo que isto custasse a

sua. Desta forma Shun torna-se muito semelhante a Shiryu já que ambos pensam

primeiramente nos outros antes de si mesmos.

Figura 4.8 Shun queima seu cosmo para salvar Hyoga

Fonte: Mangá Cavaleiros do Zodíaco Vol. 10, Editora JBC

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4.2.5 Ikki de Fênix

Na tabela 4.6 estão distribuídos os dados dos questionários referentes ao personagem

Ikki de Fênix.

Tabela 4.6 - Distribuição dos perfis de liderança: Ikki de Fênix

Ikki de Fênix

Quantidade % %Acum.

Perfil 1.1 1 1,4% 1,4%

Perfil 1.9 1 1,4% 2,8%

Perfil 5.5 0 0 2,8%

Perfil 9.1 63 87,5% 90,3%

Perfil 9.9 4 5,6% 95,9%

Outros 3 4,1% 100%

Fonte: O Autor

A grande maioria dos respondentes, praticamente 90%, classificou Ikki como sendo

um líder do tipo 9.1. Esse perfil demonstra exatamente o modo de agir do cavaleiro de Fênix,

tendo em vista que Ikki busca agir de maneira separada aos demais cavaleiros, atuando apenas

em momentos de extrema necessidade, geralmente para enfrentar algum inimigo que seus

companheiros não puderam derrotar.

A postura de Ikki em combate é sempre agressiva mesclando golpes que atingem tanto

o corpo quanto o espírito de seus inimigos. E tal como Seiya, Ikki não mede esforços para

cumprir seu objetivo. Como exemplo de tal postura temos o capítulo 35 do mangá,

equivalente ao episódio 58 do animê.

Neste momento Ikki confronta o cavaleiro de ouro Shaka de Virgem, dito por muitos

como o homem mais próximo de deus. Nenhum dos golpes de Ikki surte efeito diante de

Shaka e o virginiano demonstra superioridade em todo o combate. Durante o combate Ikki

percebe que Shaka mantinha seus olhos fechados a fim de aumentar seu cosmo com a

privação de um de seus sentidos. Assim, Ikki recebe por vontade própria o golpe mais

poderoso de Shaka, o Tesouro do Céu, e com isto perde seus cinco sentidos e mais o seu sexto

sentido, a mente. Shaka acredita que tinha derrotado o Fênix, mas ao perder os sentidos o

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cosmo de Ikki elevou-se além do cosmo de Shaka, permitindo que este derrotasse o cavaleiro

de ouro.

Figura 4.9 Ikki x Shaka

Fonte: Mangá Cavaleiros do Zodíaco Vol. 10, Editora JBC

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Mais adiante, durante a Saga de Poseidon, Ikki confronta o general marina Kasa de

Lymnades. Tal luta dá-se no capítulo 57 do mangá, equivalente ao episódio 107 do animê.

Nesta luta Kasa havia derrotado Seiya, Shun e Hyoga ao se passar por pessoas queridas destes

cavaleiros. Porém, a estratégia de Kasa não surtiu efeito em Ikki, já que este não se importava

de ferir os amigos para alcançar o objetivo de derrotar Poseidon. Kasa assume a imagem de

Shun visando abalar Ikki psicologicamente, porém o cavaleiro de Fênix ignora a imagem de

seu próprio irmão e golpeia seu inimigo.

Tais momentos demonstram claramente a postura de Ikki como líder 9.1 não se

importando com as pessoas, seja ele ou os outros, desde que possa alcançar seus objetivos.

Figura 4.10 Ikki x Kasa

Fonte: Mangá Cavaleiros do Zodíaco Vol. 16, Editora JBC

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4.2.6 Do Meteoro de Pégaso à Ave Fênix: Desmistificando a liderança autocrática

Durante o levantamento de dados da pesquisa deste trabalho buscou-se saber de

maneira informal qual o personagem favorito de cada respondente e em grande parte os fãs

atribuíram preferência pelos personagens Seiya de Pégaso e Ikki de Fênix. Tal dado se mostra

interessante já que no dia-a-dia é comum às pessoas queixarem-se de líderes autoritários em

suas relações pessoais e isso leva a uma visão negativa do líder autocrático.

Entretanto a partir do momento que os personagens favoritos dos fãs apresentam tal

estilo de liderança é possível demonstrar na prática que nem todo líder autocrático ou

autoritário é ruim. Tanto Seiya quanto Ikki são líderes autocráticos de maneiras distintas: Ikki

busca ser o líder que age sozinho pois julga que sua maneira de agir é a melhor e não se

interessa pelos demais. Já Seiya possui um perfil de agir em busca de seus objetivos de

maneira que todos saibam o que deve ser feito e quando deve ser feito, realçando que se não

alcançarem aquele objetivo algo de ruim pode ocorrer com o grupo.

Ambos os personagens no decorrer da série tornam-se figuras referenciais a outros

personagens. Tornam-se a meta a ser alcançada, o perfil a ser copiado e isto é um reflexo da

vida real onde em muitas situações um líder é visto como objetivo a ser alcançado, mesmo

que tal líder tenha uma postura mais rígida e autoritária.

Tais personagens demonstram assim que o estilo autocrático pode ter uma visão

diferente da que estamos acostumados. Que um líder autocrático não precisa ser apenas

aquele que manda, mas sim aquele que está disposto a guiar o grupo independente da situação

a ser enfrentada.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo será dividido em duas seções: a primeira tem como objetivo apresentar as

conclusões desta pesquisa e a segunda indicar as recomendações a partir do presente estudo.

5.1. CONCLUSÕES

Historicamente o fenômeno da liderança foi estudado de muitas maneiras, variando

desde os traços que marcavam a personalidade do líder até chegar às análises referentes às

situações que favoreciam ou não um perfil de liderança.

Considerando-se tantas abordagens distintas ao longo das épocas foi considerado para

esta pesquisa utilizar o modelo de Grid Gerencial idealizado por Blake e Mounton em 1989.

Tal análise buscou caracterizar o líder em cinco perfis básicos de acordo com suas orientações

relacionadas às pessoas e às tarefas.

Diante dessa abordagem de liderança foi desenvolvida uma pesquisa a fim de

relacionar os perfis do Grid Gerencial com personagens da obra fictícia Cavaleiros do

Zodíaco. Tal intuito deu-se com a intenção de proporcionar um estudo lúdico da liderança

fazendo uso dos protagonistas desta série ao invés dos cinco perfis tradicionais estipulados

por Blake e Mouton e assim transformado tais personagens em modelos arquetípicos de

líderes.

Para consolidar esta ideia foram realizadas pesquisas junto a pessoas que puderam

conhecer a obra Cavaleira do Zodíaco, tanto através da sua versão em animê que foi exibida

em 1994 pela rede Manchete e posteriormente em 2004 pela Rede Bandeirantes e pelo canal

Cartoon Network, tanto pelo mangá que chegou ao Brasil durante os anos 2000.

Em um primeiro momento buscou-se saber com os fãs da série, de maneira indireta, o

que entendiam por liderança e qual dos personagens principais consideravam seus favoritos e

com o melhor perfil de líder. Dentre as respostas averiguou-se que os personagens favoritos

eram o Seiya de Pégaso, responsável por dar nome à série no original japonês e Ikki de Fênix,

aquele que foi o primeiro vilão da série e posteriormente tornou-se herói.

Tendo essas informações de maneira ainda crua e sem tanto embasamento foi aplicado

um questionário quantitativo para que os fãs pudessem atribuir valores a afirmativas de

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acordo com seu grau de relação com os personagens e assim pudesse ser traçado o perfil de

liderança predominante em cada um destes. Este questionário foi aplicado de maneira online a

uma amostra de 72 pessoas participantes de um grupo relacionado aos Cavaleiros do Zodíaco

no Facebook.

Com esta pesquisa verificou-se que quase metade dos fãs da série é composta por

pessoas com mais de 30 anos, entretanto a parcela de fãs mais jovens é expressivamente alta

quando se considera idades de 18 a 30 anos. Isto mostrou que embora a série tenha mais de 30

anos de lançada ainda assim consegue se sustentar no mercado e ser atrativa para gerações

mais novas.

Dentre os entrevistados a grande maioria foi homem, mas a quantidade de mulheres

participantes da pesquisa mostrou que a obra possui mais do que só sangue, lutas e violência,

mas que possui algo a mais que atraiu o público feminino independente de este não ser o

público-alvo da série.

Com os resultados da pesquisa encontrou-se que os personagens Shun de Andrômeda,

Shiryu de Dragão e Hyoga de Cisne possuem perfis de liderança orientados em sua maioria ao

bem estar das pessoas e em menor grau à realização das tarefas, sendo estes considerados

líderes democráticos.

Seiya de Pégaso e Ikki de Fênix foram identificados com perfis de liderança opostos

aos de seus companheiros, tendo estes dois perfis voltados para a realização dos objetivos e

menor grau de preocupação com as pessoas. Desta maneira estes personagens foram

identificados como líderes autocráticos.

Através deste resultado procurou-se desmistificar a imagem ruim que o líder

autocrático possui. Relacionando que se os personagens favoritos dos fãs possuíam tal perfil

de liderança era por que de alguma maneira este perfil era atrativo e visto de maneira positiva

por quem acompanhava e ainda acompanha os Cavaleiros do Zodíaco.

Por fim esta pesquisa serviu para demonstrar que nos lugares mais inusitados pode-se

encontrar o conhecimento que se busca. Que mesmo um produto desenvolvido para um nicho

de mercado composto por crianças e jovens pode se tornar um marco referencial de um estudo

acadêmico e mais que isso, pode se tornar um referencial de valores que são levados por toda

uma vida.

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5.2 RECOMENDAÇÕES

Como recomendações sugere-se realizar uma pesquisa mais aprofundada a respeito

deste tema. Desta vez utilizando-se das teorias da liderança situacional de Tannembaum e

Schmidt (1986) buscando aprofundar como se dão as relações de liderança entre os

personagens que apresentam o perfil autocrático e os que apresentam o perfil democrático.

Além de verificar se dentre eles haveria algum líder inclinado ao estilo liberal.

Em paralelo sugere-se uma análise dos personagens através das teorias de Fiedler

(1965) e Hersey e Blanchard (1986) buscando averiguar como o poder de cada personagem,

neste caso suas cosmo energias, a complexidade das tarefas que executam e seus

relacionamentos interpessoais interferem em seus estilos de liderança e como tais estilos estão

relacionados ao nível de maturidade de cada personagem.

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APÊNDICE – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Líderes do Zodíaco

Este questionário consiste em uma pesquisa de campo a fim de coletar dados para o trabalho

de conclusão de curso do estudante Jonathan Julian da Silva Barros, graduando do curso de

Administração pela Universidade Federal de Pernambuco - CAA.

Qual sua idade?

Qual seu gênero?

Masculino Feminino

Qual sua escolaridade? (escolha uma das opções) *

Fundamental incompleto Fundamental completo Médio incompleto Médio

completo Superior incompleto Superior completo

Sobre tomada de decisão (atribua a cada personagem notas de 1 a 5 de acordo com a afinidade

deste com a afirmativa apresentada) *

Seiya Shiryu Hyoga Shun Ikki

Aceita a decisão tomada pelos outros

Dá alto valor a manter boas relações

Busca tomar decisões passíveis.

Busca tomar decisões duradouras.

Busca obter decisões criativas que resultem em compreensão e acordo.

Sobre a convicção (atribua a cada personagem notas de 1 a 5 de acordo com a afinidade deste

com a afirmativa apresentada) *

Seiya Shiryu Hyoga Shun Ikki

Ou está de acordo com as opiniões dos outros, ou evita tomar qualquer partido

Prefere ouvir a opinião dos outros antes de impor as suas.

Quando surgem ideias diferentes das suas mantém uma postura intermediária.

Defende suas ideias, atitudes e decisões, mesmo que isso ofenda os outros.

Aceita mudar de posição se ouvir ideias melhores que as suas.

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Sobre conflitos (atribua a cada personagem notas de 1 a 5 de acordo com a afinidade deste

com a afirmativa apresentada) *

Seiya Shiryu Hyoga Shun Ikki

Quando surge um conflito procura manter-se neutro ou fora dele

Evita gerar um conflito, mas quando ele surge, busca acalmar e unir a todos.

Quando surge conflito, procura ser justo, mas firme

Tenta eliminar o conflito impondo sua opinião.

Procuro identificar as razões do conflito e dar solução subjacentes.

Sobre o temperamento (atribua a cada personagem notas de 1 a 5 de acordo com a afinidade

deste com a afirmativa apresentada) *

Seiya Shiryu Hyoga Shun Ikki

Ficando neutro sente-se provocado

Reage de modo amistoso às tensões que possam ocorrer.

Sob tensão sente-se inseguro sobre o que deve fazer.

Quando as coisas não vão bem resiste ou contra-ataca

Quando provocado contêm-se, embora a impaciência seja visível.

Sobre o humor (atribua a cada personagem notas de 1 a 5 de acordo com a afinidade deste

com a afirmativa apresentada) *

Seiya Shiryu Hyoga Shun Ikki

O humor é considerado sem graça

O humor visa manter as relações amistosas

O humor tem objetivo de buscar a aceitação dos outros.

O humor é impactante

Mantém o senso de humor mesmo sob pressão.