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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA TIFFANY FLORIANO DE ANDRADE IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS NO CONTROLE DE QUALIDADE DE ALIMENTOS CONSUMIDOS EM SANTA CATARINA FLORIANÓPOLIS (SC) 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA

XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

TIFFANY FLORIANO DE ANDRADE

IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS NO CONTROLE DE

QUALIDADE DE ALIMENTOS CONSUMIDOS EM SANTA CATARINA

FLORIANÓPOLIS (SC)

2012

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TIFFANY FLORIANO DE ANDRADE

IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS NO CONTROLE DE

QUALIDADE DE ALIMENTOS CONSUMIDOS EM SANTA CATARINA

Monografia apresentada ao XIV Curso de

Especialização em Saúde Pública da

Universidade Federal de Santa Catarina,

como requisito parcial para obtenção do

título de Especialista em Saúde Pública.

Orientadora: Profª Dra. Jane Maria de

Souza Philippi.

FLORIANÓPOLIS (SC)

2012

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AGRADECIMENTOS

À Deus, causa primária de todas as coisas.

À Malu, minha mãe, sempre, por tudo, e mais um pouco.

Ao meu amor Célio, pela paciência incondicional e por me botar de castigo escrevendo

este trabalho.

Às minhas estimadas colegas do Setor de Físico-química de alimentos do LACEN/SC:

Marcella, Liane, Elisângela, Marilei, Cínthia e Patrícia, pelos ensinamentos, apoio e

carinho e pelos bons momentos que passamos juntas e que já deixam saudades.

Á Gerente Técnica da Divisão de Produtos do LACEN/SC, Eliane Bressa Dalcin, pelo

constante incentivo à realização de trabalhos na área de alimentos.

Ao Diretor do LACEN/SC Gilberto Alves pela atenção e por disponibilizar os dados

utilizados neste trabalho.

À minha orientadora Jane, por me indicar o caminho das pedras e responder rápido aos

meus e-mails.

Aos meus colegas do XIV Curso de Especialização em Saúde Pública que ampliaram o

meu olhar sobre as questões mais simples e mais complexas a respeito de saúde, em

especial às colegas Fernanda, Letícia, Elisa e Maíra que estiveram comigo nesta jornada

em quase todos os momentos.

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SUMÁRIO

RESUMO ...................................................................................................................... 05

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 07

2. METODOLOGIA .................................................................................................... 10

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 11

3.1 CQUALI – Leite ................................................................................... 12

3.2 PAMvet ................................................................................................ 16

3.3 PATEN .................................................................................................. 18

3.4 PEMQSA .............................................................................................. 19

3.5 PROMAC .............................................................................................. 21

3.6 PRÓ-Iodo .............................................................................................. 24

3.7 Denuncias .............................................................................................. 26

4. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 27

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 28

APÊNDICE A ............................................................................................................... 33

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TIFFANY FLORIANO DE ANDRADE. Importância das Análises Físico-Químicas no

Controle de Qualidade de Alimentos Consumidos em Santa Catarina. Trabalho de

Conclusão de Curso. (Especialista em Saúde Pública). Universidade Federal de Santa

Catarina. Florianópolis, 2012. 32 p.

RESUMO

A alimentação além da função primordial de nutrir tem um papel fundamental para a

qualidade de vida das pessoas em todas as etapas da vida. (CASARIO, 2005). A

responsabilidade de regular e fiscalizar a área de alimentos está dividida entre o Ministério

da Agricultura Pecuária e Abastecimento e o Ministério da Saúde, que através da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que compõe a nível federal o Sistema

Nacional de Vigilância Sanitária, coordena, supervisiona e controla as atividades de

registro, informações, inspeção, controle de riscos e estabelecimento de normas e padrões.

A nível estadual os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) de cada estado

auxiliam no controle de qualidade dos alimentos fornecendo dados analíticos dos produtos

fiscalizados pelas vigilâncias sanitárias. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a

importância das análises realizadas no setor de Físico-química de Alimentos do

LACEN/SC no controle sanitário dos alimentos consumidos no Estado de Santa Catarina,

durante o ano de 2010 através da análise dos laudos emitidos neste setor durante este

período. Durante o ano de 2010 foram analisadas 184 amostras de alimentos, 167

amostras para a realização dos programas de monitoramento das quais 23% foram

consideradas insatisfatórias em pelo menos uma análise e 17 amostras coletadas a partir de

denuncias feitas às vigilâncias, das quais 53% tiveram resultados insatisfatórios. Esses

resultados mostram a importância das análises de físico-químicas realizadas nos alimentos

e seu impacto na saúde pública, prevenindo doenças e retirando do mercado produtos que

poderão trazer problemas sérios de saúde para o consumidor.

Palavras-chave: Vigilância Sanitária, Controle de Qualidade, Físico-química de

alimentos.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA

XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

IMPORTÂNCIA DAS ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS NO CONTROLE DE

QUALIDADE DE ALIMENTOS CONSUMIDOS EM SANTA CATARINA

TIFFANY FLORIANO DE ANDRADE

Essa monografia foi analisada pelo professor orientador e aprovada para obtenção do grau

de Especialista em Saúde Pública no Departamento de Saúde Pública da Universidade

Federal de Santa Catarina

Florianópolis, abril de 2012.

Profª Dra. Jane Maria de Souza Philippi

Coordenadora do Curso

Profª Dra. Jane Maria de Souza Philippi

Orientadora

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1. INTRODUÇÃO

A alimentação além da função primordial de nutrir tem um papel fundamental

para a qualidade de vida das pessoas em todas as etapas da vida. (CASARIO, 2005)

Conforme definição do Ministério da Saúde no Glossário Temático: Alimentação e

Nutrição (2007), o alimento é a substância que fornece os elementos necessários ao

organismo humano para a sua formação, manutenção e desenvolvimento, e o alimento

seguro, neste mesmo glossário é definido por aquele que não causa dano à saúde quando

preparado ou consumido de acordo com seu propósito de uso.

A garantia de alimentos seguros traz benefícios não só à população que os

consome, mas também gera maiores divisas ao país, através do aumento da produção

competitividade e diminuição de gastos com tratamentos médicos de doenças de origem

alimentar (ALMEIDA-MURADIAN e PENTEADO, 2007).

A inocuidade dos alimentos inclui aspectos que vão desde o campo, onde são

produzidos os animais, o leite, os grãos e os demais vegetais, até chegar á mesa do

consumidor. Nessa cadeia, vários atores desempenham um papel fundamental: autoridades

governamentais, produtores agropecuários, transportadores de matéria-prima e produtos

industrializados, indústrias processadoras, atacadistas, varejistas, universidades, empresas

de comunicação social e o consumidor, somos todos responsáveis pela manutenção da

inocuidade dos alimentos, evitando que eles se transformem em fonte de doenças

(ALMEIDA, 1998).

A produção de alimentos constitui uma importante atividade econômica. Assim,

o controle da qualidade desses alimentos é fundamental para a redução dos custos

decorrentes de perdas e devoluções dos produtos acabados. Para proteger o consumidor,

tanto os produtores como as autoridades do setor alimentício têm responsabilidades, no

sentido de reduzir, de forma significativa, a incidência das enfermidades transmitidas por

alimentos (PINTO, 2004).

Segundo ALMEIDA-MURADIAN e PENTEADO, 2007, de uma maneira geral, a

responsabilidade dos órgãos reguladores e fiscalizadores na área de alimentos está

segregada da seguinte forma:

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA): fiscalização da

indústria de produtos de origem animal: carnes e produtos cárneos, leite e

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derivados, ovos, pescados, produtos apícolas e margarina; produtos de origem

vegetal in natura, bebidas alcoólicas e não-alcóolicas, e vinagres.

Ministério da Saúde (MS): alimentos industrializados em geral (com exceção dos

produtos de origem animal e bebidas), aditivos, coadjuvantes de tecnologia,

embalagens e materiais destinados a entrar em contato com os alimentos,

alimentos para fins especiais, e águas minerais potáveis de mesa nos seus aspectos

sanitários.

Cabe também ao MS a fiscalização do transporte de alimentos e o controle do

comércio atacadista e varejista incluindo bares, restaurantes, hotéis, de todos os alimentos,

incluindo os de origem animal (CASARIO, 2005).

O Ministério da Saúde através do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

(SNVS), definido pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, atua através de ações de

vigilância sanitária definidas pela Lei 8080, a saber:

“ Art. 6º §1º - Entende-se por vigilância sanitária

um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou

prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas

sanitários decorrentes do meio ambiente, da

produção e circulação de bens e da prestação de

serviços de interesse da saúde, abrangendo:

I – o controle de bens de consumo que, direta ou

indiretamente, se relacionem com a saúde,

compreendidas todas as etapas e processos, da

produção ao consumo; e

II – o controle da prestação de serviços que se

relacionam direta ou indiretamente com a saúde.”

O Sistema engloba unidades nos três níveis de governo – federal, estadual e

municipal – com responsabilidades compartilhadas. No nível federal, estão a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Nacional de Controle de

Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). No nível estadual, estão o órgão de vigilância

sanitária e o Laboratório Central (Lacen) de cada uma das 27 Unidades da Federação. No

nível municipal, estão os serviços de VISA dos 5.561 municípios brasileiros (ANVISA,

site). Na área de alimentos, a ANVISA coordena, supervisiona e controla as atividades de

registro, informações, inspeção, controle de riscos e estabelecimento de normas e padrões.

O objetivo é garantir as ações de vigilância sanitária de alimentos, bebidas, águas

envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares e coadjuvantes de

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tecnologia, limites de contaminantes e resíduos de medicamentos veterinários. Essa

atuação é compartilhada com outros ministérios, como o da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, e com os estados e municípios, que integram o Sistema Nacional de

Vigilância Sanitária. (BRASIL, 2009)

No Estado de Santa Catarina o LACEN-SC, Laboratório Central de Saúde Pública

do Estado de Santa Catarina, realiza suas atividades baseadas em dois eixos técnicos: a

Área de Biologia Médica e a Área de Produtos, Água e Meio Ambiente. A Gerência de

Produtos água e Meio Ambiente é composta de três divisões: Divisão de Meios Corantes e

Reagentes, onde se inserem o Setor de Produção de Meios e o Setor de Lavação e

Embalagens; a Divisão de Meio Ambiente do qual fazem parte o setores de Microbiologia

de Água, Físico-Química de Água e de Toxicologia; e a Divisão de Produtos que coordena

os setores de Microbiologia de Alimentos, Microscopia de Alimentos; Físico-Química de

Alimentos e Físico-Química de Medicamentos (LACEN, site).

O setor de físico-química de alimentos realiza análises com o objetivo de: avaliar

se as amostras estão de acordo com o Padrão de Identidade e Qualidade – PIQ e com a

rotulagem nutricional, pesquisar fraudes, adulterações, alterações físico-químicas e

organolépticas, resíduos de drogas veterinárias em leite e pesquisar e quantificar aditivos

alimentares.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a importância das análises

realizadas no setor de Físico-química de Alimentos do LACEN/SC no controle sanitário

dos alimentos consumidos no Estado de Santa Catarina, durante o ano de 2010.

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2. METODOLOGIA

Os dados utilizados neste trabalho tiveram como fonte os laudos emitidos no setor

de Físico-Química de alimentos do LACEN/SC durante o ano de 2010. Neste período

foram coletadas 184 amostras pelas Vigilâncias Municipais e Regionais do Estado de

Santa Catarina e encaminhadas ao setor de Físico-química do LACEN/SC, 167 amostras

para a realização dos programas de monitoramento e 17 amostras coletadas a partir de

denuncias feitas às Vigilâncias. Os tipos de produtos coletados e o número de amostras

constam da Tabela 1. As metodologias utilizadas nas análises e as legislações de

referência estão no Apêndice A.

TABELA 1 – Número de amostras, por tipo de alimento, analisadas no setor de

Físico-Química do LACEN/SC em 2010.

Alimento Nº de amostras

Água de coco 02

Bebida Mista 02

Biscoitos 03

Bolo 05

Charque 03

Doce 08

Farinha 09

Geleia 05

Leite em pó 18

Leite pasteurizado 21

Leite UHT 44

Linguiça 10

Mel 02

Melhorador de farinha 04

Néctar 02

Palmito 21

Pão 1

Queijo Mussarela 02

Sal 10

Salame 06

Sucos 06

Total 184

FONTE: Laudos de análises do LACEN/SC, 2010.

11

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Divisão de Produtos do LACEN/SC pactuou com as Vigilâncias Sanitárias Municipais e

Regionais do Estado de Santa Catarina no ano de 2010 a participação nos seguintes

Programas de Monitoramento e Verificação da Qualidade de Produtos Sujeitos a

Vigilância Sanitária (DALCIN, 2010):

CQUALI - Leite – Programa do Centro Integrado de Monitoramento da Qualidade

de Alimentos.

NBCAL – Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e

Crianças de Primeira Infância.

PAMvet – Programa de Análise de Resíduos de Medicamentos Veterinários em

Alimentos.

PATEN – Programa de Análise do Teor Nutricional

PEMQSA – Programa Estadual de Monitoramento da Qualidade Sanitária de

Alimentos.

PRO-IODO – Programa Nacional para a Prevenção e Controle dos Distúrbios por

Deficiência de Iodo.

PROMAC – Programa de Monitoramento de Aditivos e Contaminantes.

VEFOMP – Vegetais Folhosos Minimamente Processados.

O laboratório de físico-química realizou análises para os programas: CQUALI –

Leite, PAMvet, PATEN, PEMQSA, PRO-IODO e PROMAC para os quais foram

coletadas 167 amostras, 126 para Análises Fiscais, 17 para análises fiscais de amostra

única e 24 para análises de orientação. A análise fiscal “É a efetuada sobre o alimento

apreendido pela autoridade fiscalizadora competente e que servirá para verificar a sua

conformidade com os dispositivos deste decreto-lei” (BRASIL, 1969). A apreensão do

produto ou substância consistirá na colheita de amostra representativa do estoque

existente, a qual, dividida em três partes, será tornada inviolável, para que se assegurem as

características de conservação e autenticidade, sendo uma delas entregue ao detentor ou

responsável, a fim de servir como contraprova, e as duas outras imediatamente

encaminhadas ao laboratório oficial, para realização das análises indispensáveis (BRASIL,

1977). A análise fiscal de amostra única é realizada quando a quantidade ou natureza do

produto não permitir a colheita de amostras em triplicata, nestes casos o produto é

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encaminhado para análise fiscal no laboratório oficial, na presença do seu detentor ou do

representante legal da empresa e do perito pela mesma indicado, e no caso de ausência das

pessoas mencionadas, são convocadas duas testemunhas para presenciar a análise.

indispensáveis (BRASIL, 1977). A Análise de orientação não está prevista na legislação,

mas é realizada em acordado com os órgãos fiscalizadores e tem o objetivo de fornecer

subsídios às ações pertinentes aos programas de monitoramento. (DALCIN, 2009)

3.1 CQUALI – Leite

O Comitê Gestor de Monitoramento da Qualidade do Leite - CQUALI/Leite criado

pela Portaria Conjunta Nº- 46, de 17 de Junho de 2008 tem a finalidade de definir

estratégias e diretrizes e gerir ações integradas de monitoramento permanente do leite

produzido e comercializado no país, fortalecendo as medidas de prevenção e combate à

fraude e de proteção à saúde e segurança da população, bem como realizar intercâmbio de

informações para melhorar o desempenho da atividade fiscalizatória (BRASIL, 2008).

O programa contemplou a fiscalização de leite UHT, leite pasteurizado e leite em

pó. Nestes produtos foram realizadas as análises descritas no Quadro 1.

Quadro 1 – Análises realizadas no Programa CQUALI-Leite, LACEN/SC, 2010.

Leite UHT

Acidez em ácido lático, na amostra incubada e não incubada.

Características Organolépticas (aspecto, cor e odor), na amostra incubada e não incubada.

Diferença de acidez na amostra incubada e não incubada.

Estabilidade ao Etanol 68%, na amostra incubada e não incubada.

Extrato seco desengordurado (ESD)

Glicídios Redutores em Lactose

Índice Crioscópico

Matéria Gorda

Pesquisa de Amido

Pesquisa de Cloretos

Proteína

13

Leite Pasteurizado

Acidez em ácido lático

Características Organolépticas (aspecto, cor e odor)

Densidade

Extrato seco desengordurado (ESD)

Glicídios Redutores em Lactose

Índice Crioscópico

Matéria Gorda

Peroxidase

Pesquisa de Amido

Pesquisa de Cloretos

Proteína

Leite em pó

Acidez titulável (mL de NaOH 0,1 N/10g de Sólidos Não Gordurosos)

Glicídios Redutores em Lactose

Matéria Gorda

Pesquisa de Amido

Pesquisa de Cloretos

Proteína

Prova de Reconstituição

Umidade ou Substâncias voláteis a 85°C

FONTE: Laudos de análises do LACEN/SC, 2010.

Resumidamente a finalidade de cada ensaio realizado nos leites encontra-se descrita a

seguir:

Acidez titulável em ácido lático e Acidez titulável em NaOH: Indica o estado de

conservação do leite. A acidez aumenta à medida que o leite vai envelhecendo

devido à multiplicação das bactérias do leite que desdobram a lactose em ácidos,

principalmente no ácido lático (MORETTO et.al. 2002, ALMEIDA-MURADIAN

e PENTEADO, 2007). Este parâmetro pode apresentar-se aumentado quando da

adição fraudulenta de neutralizantes da acidez adicionados com o intuito de

mascarar o sabor ácido provocado pelo crescimento bacteriano (G-100).

Características Organolépticas (aspecto, cor e odor): Avalia se o produto

possui características sensoriais agradáveis ao consumo. Algumas alterações nas

características podem indicar deterioração ou contaminação (ALMEIDA-

MURADIAN e PENTEADO, 2007).

Densidade: Um valor de densidade abaixo do normal para o leite que é de 1.025 a

1,035, sugere adição de água ao leite (MORETTO et.al. 2002).

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Diferença de acidez na amostra incubada e não incubada: Uma amostra de

Leite UHT é incubada por sete dias a 36ºC, a acidez desta amostra é comparada a

acidez de uma amostra do mesmo lote que não foi incubada. A diferença de acidez

acima de 0,02 g/100mL de leite sugere crescimento bacteriano na amostra

incubada.

Estabilidade ao Etanol 68%, na amostra incubada e não incubada: Verifica a

estabilidade térmica do leite UHT por meio da reação com solução alcoólica 68%,

a coagulação ocorre quando a acidez está elevada ou quando há desequilíbrio

salino (ALMEIDA-MURADIAN e PENTEADO, 2007).

Extrato seco desengordurado (ESD): Informa o percentual dos componentes

sólidos do leite (açúcar, proteínas e sais minerais), menos a gordura. (LACEN-SC,

2010). Um valor abaixo do preconizado pode indicar um leite de baixa qualidade

ou adulteração do leite (G-100).

Glicídios Redutores em Lactose: Informa a quantidade de glicídios presentes no

leite. Esta informação auxilia na avaliação nutricional do produto (G-100).

Índice Crioscópico: A temperatura de congelamento do leite é de -0,55ºC. A

variação desta temperatura sugere que houve adição de água ou outras substâncias

fraudulentas ao leite (MORETTO et.al. 2002).

Matéria Gorda: Informa o teor de lipídeos presentes no leite. Esta informação

auxilia na avaliação nutricional do produto e se houve diluição do produto. Como a

indústria de laticínios utiliza a gordura do leite para a fabricação de outros

produtos lácteos como cremes, nata e manteiga, a legislação preconiza um mínimo

de 3% de gordura no leite integral, este valor deve ser respeitado para que o

consumidor não seja lesado.

Pesquisa de Cloretos e Pesquisa de Amidos: O resultado positivo para cloretos e

amidos indica fraude, pois estes podem ser usados como reconstituintes para

restabelecer a densidade normal do leite após a adição fraudulenta de água ou

“soro de queijo” (G-100).

Proteína: Informa a quantidade de proteína no leite. Esta informação auxilia na

avaliação nutricional do produto.

Peroxidase: Esta enzima só é destruída quando o leite é aquecido acima de 75ºC

por 20 segundos, devido a essa propriedade é um indicador de qualidade da

pasteurização - processo tecnológico que destrói os microrganismos patogênicos

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não esporulados e reduz a microbiota normal. No leite pasteurizado esta enzima

deve estar presente sugerindo que a pasteurização não ultrapassou a temperatura

preconizada e foi realizada sem modificar sensivelmente as propriedades físico-

químicas, características nutritivas e sensoriais do leite (ORDONEZ PEREDA,

2005; MORETTO et.al. 2002; ALMEIDA-MURADIAN e PENTEADO, 2007)

Prova de Reconstituição: Esta prova verifica se o leite em pó se mantém

homogêneo após 24 horas da reconstituição.

Umidade ou Substâncias voláteis a 85°C: Determina a quantidade de água livre

no leite em pó, é uma análise importante, pois a preservação do alimento está

relacionada com sua quantidade de água (MORETTO et.al. 2002).

Ao total 18 leites UHT, 17 pasteurizado e 17 em pó foram analisados e o percentual de

resultados satisfatórios e insatisfatórios podem ser vistos no Gráfico 1.

Gráfico 1 – Resultado das análises do Programa CQUALI-Leite, LACEN-SC, 2010.

Nos testes efetuados no Leite UHT foram reprovadas duas amostras para o teste de

extrato seco desengordurado, uma para características organolépticas e estabilidade ao

etanol 68% da amostra incubada e uma no teste de glicídios redutores em lactose. O leite

pasteurizado foi o que mostrou um maior número de amostras insatisfatórias 12, fazendo

parte deste total 5 reprovadas na análise de ESD, 1 em matéria gorda , 1 em ESD, acidez

em ácido lático e glicídios redutores em lactose, 2 na prova da peroxidase, 1 na prova da

peroxidase e glicídios redutores em lactose e 1 em ESD e índice crioscópico, 1 em ESD,

78

29

88

22

71

12

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Leite UHT Leite Pasteurizado Leite em Pó

Insatisfatório %

Satisfatório %

16

índice crioscópico e glicídios redutores em lactose. O Leite em pó teve apenas duas

amostras reprovadas uma na análise de umidade e outra na prova de reconstituição.

A adição fraudulenta de água realizada pelos produtores para aumentar seu

rendimento, além do prejuízo financeiro pode, devido à má qualidade da água adicionada,

por em risco a saúde do consumidor. Um estudo publicado por CRUZ e SANTOS em

2008 concluiu que, a determinação da densidade pode identificar a adulteração do leite só

acima de 10% de sua substituição por água, a de gordura acima de 12%, o extrato seco

total acima de 8% e o desengordurado acima de 4%, evidenciando que o procedimento

mais adequado deverá ser uma combinação destas análises. Além disso, para uma

avaliação mais completa da qualidade do leite se faz necessária à implementação de outras

análises como a pesquisa de conservantes que são substâncias adicionadas

fraudulentamente, com o objetivo de aumentar a vida útil do leite inibindo o crescimento

bacteriano (p.ex. formaldeído, água oxigenada, ácido bórico, ácido salicílico, carbonatos,

hipocloritos e cloraminas, ácido benzóico e bissulfitos) e de neutralizantes de acidez

adicionados para mascarar o sabor do leite em processo de degradação.

A verificação da qualidade do leite deve ser uma ação contínua, pois este alimento

é muito consumido no país principalmente por crianças e idosos e se não for produzido

adequadamente ou se sofrer adulterações pode causar doenças tanto de origem

microbiológica quanto química.

3.2 PAMvet

O Programa de Análise de Resíduos de Medicamentos Veterinários em Alimentos

de Origem Animal – PAMVet definido pela Resolução RDC nº. 253 de 16/09/03 foi

desenvolvido pela ANVISA com o objetivo de operacionalizar sua competência legal de

controlar e fiscalizar resíduos de medicamentos veterinários em alimentos, conforme

determina o inciso II do parágrafo 1º do Art. 8º da Lei nº. 9.782 de 26/01/1999.

Segundo o Relatório PAMVet 2004-2005 a meta global do programa é avaliar

gradualmente resíduos de medicamentos veterinários em outros alimentos de origem

animal além do leite, como carne de frango, carne bovina, carne suína, pescado, ovo de

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galinha e mel de abelha. O programa iniciou com a análise de leite devido a este ser o

alimento de origem animal mais consumido pelos brasileiros.

Neste programa está previsto as análises de triagem de tetraciclinas e β-lactâmicos;

análise de confirmação de tetraciclinas e de β-lactâmicos; análise de triagem de

neomicina, estreptomicina e cloranfenicol; análise de confirmação de neomicina,

estreptomicina, diidroestreptomicina e de cloranfenicol; Análise de sulfonamidas,

Macrolídeos e Antiparasitários. (ANVISA, 2009)

Conforme o último Relatório do PAMVet disponível referente aos anos de 2006 e

2007 a presença de resíduos de antibióticos β-Lactâmicos no leite resulta de sua aplicação

no gado leiteiro para prevenção ou tratamento de doenças, com destaque para infecções da

glândula mamária e doenças do trato reprodutivo. Os riscos à saúde do consumidor são

representados por reações alérgicas e podem desencadear choque anafilático em

indivíduos sensíveis a estas substâncias. As tetraciclinas por serem antimicrobianos de

amplo espectro tem sido usadas rotineiramente em vacas leiteiras saudáveis para prevenir

infecções, estes medicamentos podem ocasionar reações alérgicas em humanos e

comprometer o desenvolvimento ósseo de crianças, interferindo na reabsorção de cálcio

pelos ossos além de provocar alterações na dentição.

Devido à capacidade analítica do laboratório de físico-química foram realizadas no

LACEN-SC apenas a triagem de antimicrobianos β-lactâmicos (benzilpeniclina,

amoxicilina, ampicilina, cloxacilina, dicloxacilina, cefapirina e ceftiofur) e tetraciclinas

(tetraciclina, clortetraciclina e/ou oxitetraciclina) em 12 amostras de Leite UHT e quatro

amostras de leite em pó, em todos os leites os resultados foram satisfatórios, ou seja, não

foram detectados resíduos dos antimicrobianos pesquisados. As demais análises foram

realizadas em outros laboratórios participantes do programa, definidos previamente

conforme a capacidade analítica e operacional.

É importante que o Laboratório de Físico-química de alimentos do LACEN-SC

acompanhe a evolução deste programa melhorando a sua capacidade analítica e

operacional, podendo assim avaliar a presença de resíduos de mais tipos de

antimicrobianos e de antiparasitários em uma variedade maior de alimentos de origem

animal.

18

3.3 PATEN

O PATEN é um programa que tem como objetivo monitorar o perfil nutricional

alimentos comparando os valores analíticos com os valores informados na rotulagem

nutricional dos produtos e com os padrões de identidade e qualidade dos mesmos.

Segundo a resolução da ANVISA, RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003, é

obrigatório declarar no rótulo a quantidade do valor energético, e dos seguintes nutrientes:

carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans, fibra alimentar

e sódio. Também se faz obrigatória declaração da quantidade de qualquer outro nutriente

que se considere importante para manter um bom estado nutricional, segundo exijam os

Regulamentos Técnicos específicos do alimento, como é o caso do ferro e do ácido fólico

que desde 2002 devem ser adicionados às farinhas de trigo e milho como medida de

prevenção e controle das anemias e patologias do tubo neural.

No ano de 2010 o laboratório de físico-química de alimentos analisou os

parâmetros: valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, fibra alimentar em

biscoitos, linguiça e queijo muçarela e ferro em farinhas de trigo e milho. Os ensaios deste

programa são de alta complexidade tanto do ponto de vista de equipamentos e insumos de

alto custo, bem como de capacitação técnica especializada, o que motivou a coleta de um

número pequeno de amostra e impossibilitou a execução das análises de gorduras

saturadas, gorduras trans, sódio e ácido fólico.

Como pode ser visto na Tabela 2, apesar do número reduzido de amostras, há um

alto percentual de produtos insatisfatórios, indicando que a quantidade de nutrientes não

está de acordo com a quantidade declarada no rótulo e/ou com o padrão de identidade e

qualidade do produto. A amostra de Biscoito foi reprovada na análise de proteína, todas as

linguiças insatisfatórias foram reprovadas nas análises de carboidrato, gordura total,

proteína e valor energético; o queijo muçarela teve uma amostra reprovada na análise de

carboidrato e outra reprovada em carboidrato, gordura total e valor energético. A análise

de fibra alimentar foi realizada somente no biscoito, pois não se aplica a amostras de

linguiça e queijo. Nas farinhas de milho e trigo foi analisado a quantidade de ferro

presente. O alto percentual de amostras de farinhas insatisfatórias observado da Tabela 2,

pode ser devido a recente fiscalização deste produto, o que não estimulava os produtores a

adicionarem a quantidade de ferro preconizada na Resolução - RDC nº 344, de 13 de

dezembro de 2002.

19

Tabela 2 – Resultado das amostras realizadas no PATEN, 2010, LACEN-SC

Produto Nº de

Amostras

Amostras Satisfatórias Amostras Insatisfatórias

Nº % Nº %

Biscoitos 3 2 67 1 33

Lingüiça 4 0 0 4 100

Queijo Muçarela 2 0 0 2 100

Farinhas 9 2 22 7 78

Total 18 4 22 14 78

FONTE: Laudos de análises do LACEN/SC, 2010.

Com a alteração nos hábitos alimentares da população, ocasionada por

mudanças sociais, demográficas e econômicas, observa-se um aumento das doenças

crônicas não transmissíveis (obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos

de câncer), que nas últimas décadas, passaram a liderar as causas de óbito no Brasil,

ultrapassando as taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias. (ANVISA,

2009b)

O rótulo dos alimentos industrializados pode ser um grande aliado dos

consumidores para a tomada de decisões na aquisição de produtos alimentícios mais

saudáveis e seguros. É por meio da rotulagem de alimentos que se tem acesso a

informações como, quantidade, características nutricionais, composição, qualidade e

riscos que os produtos alimentícios podem apresentar. (CASARIO & PLEIN, 2005). Para

que a rotulagem exerça o papel que lhe é inerente, as informações disponibilizadas devem

ser fidedignas, legíveis e acessíveis a todos os segmentos sociais. (MARINS et. al.2008)

Pelos resultados dos ensaios e pelas razões acima expostas fica clara a importância

deste programa de monitoramento, e a importância de equipar e qualificar o laboratório

para possibilitar a realização de um número maior de amostras e dos ensaios de gorduras

saturadas, gorduras trans, sódio e ácido fólico.

3.4 PEMQSA

Programa Estadual de Monitoramento da Qualidade Sanitária de Alimentos –

PEMQSA engloba além dos programas de monitoramento nacionais (CQUALI, PAMVet,

PATEN, PROMAC e PRÓ-Iodo) a análise de outros produtos pactuados a nível estadual.

20

Para este programa o setor de Físico-Química analisou 19 amostras de palmito

quanto as características organolépticas para verificar alterações no aspecto, cor e odor e

quanto ao pH na amostra não incubada, pH na amostra incubada à 36ºC por dez dias e a

diferença entre o pH das amostras incubadas e não incubadas. De acordo com a Resolução

- RDC nº 17, de 19 de novembro de 1999 o palmito em conserva é definido como:

“produto preparado a partir da parte comestível de

palmeiras sadias de espécies próprias para consumo

humano, das quais tenham sido removidas as partes

fibrosas através de descascamento e corte, imerso em

água (líquido de cobertura), especiarias e outros

ingredientes, e processado (acidificado e

pasteurizado pelo calor), de maneira apropriada

para que o produto esteja isento de formas viáveis de

microrganismos capazes de se reproduzir no

alimento sob condições normais de armazenamento,

distribuição e comercialização, e embalado

hermeticamente, evitando a entrada de

microrganismos e garantindo a esterilidade do

produto.”

A acidificação do palmito em conserva visa a manutenção do pH em no máximo

4,5 o que inibe o crescimento de microrganismos principalmente da bactéria Clostridium

botulinum. Esta bactéria quando encontra condições favoráveis de multiplicação, como

ausência de oxigênio, pH acima de 4,5, alta atividade de água e temperatura na faixa de

3ºC a 45ºC, pode produzir uma toxina que mesmo em quantidades pequenas pode ter

efeito fatal (GAVA, 2008).

Conforme os resultados mostrados na Tabela 3 apenas uma amostra de palmito foi

condenada, pois apresentou um pH acima de 4,5, que é o valor máximo permitido pela

legislação, tanto na amostra incubada quanto na não incubada.

Tabela 3 – Resultado das amostras realizadas no PEMQSA, 2010, LACEN-SC

Produto Nº de

Amostras

Amostras Satisfatórias Amostras

Insatisfatórias

Nº % Nº %

Palmito 19 18 95 1 5

FONTE: Laudos de análises do LACEN/SC, 2010.

21

Devido à produção do palmito em algumas localidades ser feita artesanalmente, e

nem sempre em condições adequadas e a gravidade da doença, o botulismo, que este

alimento pode transmitir, é fundamental verificar se os produtos disponíveis no mercado

atentem aos fatores essenciais de qualidade previstos na legislação garantindo que o

consumidor tenha acesso a produtos que não causem riscos à sua saúde.

3.5 PROMAC

Este programa se constitui no monitoramento dos aditivos (Sulfitos, Corantes

Artificiais, Nitritos/Nitratos e Bromatos), dos contaminantes inorgânicos (arsênio,

estanho, chumbo, cádmio e mercúrio), e de contaminantes orgânicos (micotoxinas). É um

programa que inclui ensaios de alta complexidade, necessitando de equipamentos,

insumos de alto custo, assim como de capacitação técnica especializada, especialmente

para a análise dos contaminantes. (MARSIGLIA, 2010)

O Laboratório de Físico-química colaborou com esse programa a partir de junho de

2010 com a pesquisa qualitativa de corantes artificiais e bromatos e com a determinação

quantitativa de sulfitos, nitratos e nitritos.

Os corantes artificiais são uma classe de aditivos sem valor nutritivo, introduzidos

nos alimentos e bebidas com o único objetivo de conferir cor, tornando-os mais atrativos

(PRADO & GODOY, 2003). Os corantes artificiais são substâncias sintéticas de caráter

ácido e não encontrados em produtos naturais, apenas onze são permitidos pela legislação:

Tartrazina, Amarelo Crepúsculo, Amaranto, Ponceau 4R, Vermelho 40, Eritrosina, Azul

Indigotina e Azul Brilhante, Verde Rápido, Azul Patente V e Azorrubina (GAVA, 2008).

Sob o ponto de vista toxicológico, vários estudos têm sido realizados para verificar os

efeitos nocivos ao homem, já que esses aditivos não são totalmente inofensivos à saúde.

Os corantes artificiais estão sempre na mira das investigações científicas devido às reações

adversas que alguns consumidores podem apresentar (PRADO & GODOY, 2003).

A pesquisa de corantes artificiais foi realizada em duas amostras de bebida mista ,

cinco bolos, oito doces de fruta, cinco geleias, dois néctares, um pão e seis sucos. Foram

insatisfatórias as amostras de doce de goiaba por conter o corante Amaranto, doce de uva

e doce de uva com maçã por conterem os corantes Amaranto e Bourdeaux S. sendo que

nesses produtos não é permitida a presença de corantes artificiais. A bebida mista de

laranja e acerola apresentou os corantes Amarelo Crepúsculo, Amarelo Tartrazina e

22

Ponceau-4R, a bebida mista de laranja e tangerina apresentou Amarelo Crepúsculo e o

bolo de laranja apresentou Amarelo Tartrazina, nesses produtos é permitido o uso de

corantes artificiais dentro de limites especificados, como a análise foi apenas qualitativa

não foi possível avaliar se o teor de corantes estava satisfatório.

O bromato de potássio é utilizado desde o início do século XX, na indústria de

panificação para aumentar a capacidade da massa de reter gases, assim, aumentando o

volume, a umidade e melhorando a textura (DALLAGO et al., 2005). Estudos mostraram

que este aditivo é potencialmente cancerígeno para humanos e por isso o pedido de

emprego desta substância foi negado em qualquer quantidade em farinhas e em produtos

de panificação desde 1970, pela Resolução nº 15/70, da Comissão de Normas e Padrões de

Alimentos (CNNPA), do Ministério da Saúde, e em 2001 seu uso foi proibido em

qualquer quantidade em farinhas, no preparo de massas e nos produtos de panificação pela

Lei nº 10.273, constituindo o desrespeito a esta lei em infração sanitária, sujeitando-se o

infrator às penalidades previstas na Lei nº 6.437/77 (ANVISA, 2004).

No ano de 2010, foram analisados quatro marcas de preparado em pó para

produtos de panificação quanto à presença de bromato, que tem seu uso proibido nesses

produtos, não foi detectado bromato em nenhuma das marcas analisadas, apresentando

todas resultado satisfatório.

Os nitratos e nitritos nas formas de sais de sódio ou potássio são utilizados na

conservação de produtos cárneos com o objetivo de desenvolver e fixar a cor, desenvolver

sabores característicos, atuar como antioxidante e inibir o crescimento de microrganismos

anaeróbios, principalmente do gênero Clostridium (FENNEMA, 1993). Os nitratos são

reduzidos a nitritos, que é a substância mais efetiva, por microrganismos redutores

(ORDONEZ PEREDA, 2005). Pesquisas evidenciam que os nitritos reagem com certas

aminas, formando nitrosaminas, substâncias potencialmente cancerígenas. No organismo

infantil os nitritos interagem com a hemoglobina causando metamoglobinemia, que afeta o

transporte de oxigênio. Esses efeitos tóxicos não são observados se os limites de ingestão

forem obedecidos (ALMEIDA-MURADIAN e PENTEADO, 2007). Para a determinação

de nitratos e nitritos foram coletadas três amostras de charque, seis de linguiça e seis de

salame, apenas uma amostra de salame apresentou um teor de nitrato acima do permitido.

23

O dióxido de enxofre (SO2) pode ser usado na forma líquida, sob pressão ou em

soluções aquosas, ou, como é mais comercialmente usado, como derivados formadores de

SO2, dos quais os mais utilizados são: sulfito de sódio anidro (Na2SO3), sulfito de sódio

heptahidratado (Na2SO3.7H2O), bissulfito de sódio (NaHSO3), metabissulfito de sódio

(Na2S2O5) e metabissulfito de potássio (K2S2O5) (GAVA, 2003). Os sulfitos são utilizados

em diversos produtos vegetais, especialmente a base de frutas devido às suas propriedades

inibidoras de mofos, fungos e bactérias, além de inibirem o escurecimento enzimático e

não enzimático durante o processamento e estocagem. (SIMÃO, 1986; MULTON, 1988;

MACHADO, et al. 2006). O dióxido de enxofre não se acumula no organismo, sendo

reduzido no fígado para sulfito e excretado na urina (GAVA, 2003), por este motivo

quando são empregados dentro dos valores permitidos na legislação, não causam danos à

maioria das pessoas, mas para indivíduos asmáticos, sensíveis a estes compostos, pode

causar crises asmáticas e broncoespasmos (GAVA, 2003; MACHADO, et al. 2006;

POPOLIM, 2009).

Na determinação quantitativa de sulfitos foram avaliadas duas amostras de água de

coco, duas de bebida mista, duas de néctar e seis sucos de frutas, todas as amostras

apresentaram valores abaixo do permitido.

Com o aumento de produção e consumo de alimentos industrializados, o

consumidor está mais exposto à contaminação química tanto por substâncias reguladas,

usadas intencionalmente, como aditivos quanto por contaminações ambientais ou outras

fontes de exposição. Devido à dificuldade de correlação de intoxicação química com a

doença que ela causa, devido a esta ser na maioria das vezes de efeito crônico, há poucos

dados deste tipo de intoxicação ao se comparar com dados de intoxicação microbiológica,

que sempre predominaram na história da vigilância sanitária de alimentos (ANVISA,

2009b). O risco de agravos causados por intoxicação química por aditivos e

contaminantes, variam de acordo com o consumo e com a quantidade presente no

alimento, é importante que os níveis destes compostos estejam ausentes ou abaixo da

quantidade permitida para que o consumidor possa avaliar adequadamente o seu consumo.

O laboratório de físico-química do LACEN-SC não realizou as análises de contaminantes

devido à falta de um equipamento específico para estas análises.

24

3.6 PRÓ-Iodo

O monitoramento do teor de iodo do sal para o consumo humano é uma das linhas

de ação do Programa Nacional para Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência

de Iodo - Pró-Iodo, reestruturada por meio da Portaria n.º 2.362, publicada em 01 de

Dezembro de 2005 e visa verificar se a iodação do sal para consumo humano, está sendo

realizada de forma segura e controlada e avaliar se o sal oferecido à população é capaz de

fornecer a quantidade necessária de iodo para prevenir e controlar os Distúrbios por

Deficiência de Iodo (DDI) sem riscos de ocorrência de doenças associadas ao consumo

excessivo deste micronutriente (BRASIL, 2007b). A adição de iodato de potássio ao sal,

como forma de prevenir os DDI teve e tem eficácia universalmente comprovada (WHO,

2004).

O iodo é um componente essencial do hormônio da tireóide, porém um aporte

tanto alto quanto baixo pode resultar em doença. Para um adulto a necessidade diária de

iodo para a síntese dos hormônios da tireoide é de 150 µg (MOLINA, 2007). Os

Distúrbios por Deficiência de Iodo mostrados na Tabela 4 são um sério obstáculo ao

desenvolvimento social, econômico e mental da população que se encontra em risco,

representando problema de saúde pública (KNOBEL & MEDEIROS-NETO, 2004).

Tabela 4 – Distúrbios por Deficiência de Iodo por faixa etária.

Faixa etária Distúrbio

Fetos

Aborto frequente

Prematuridade

Anomalias congênitas

Mortalidade perinatal

Alterações neurológicas

Retardo mental (cretinismo)

Surdez congênita

Recém-nascidos

Pré-escolares

Adolescentes

Bócio congênito

Hipotireoidismo neonatal

Retardo pondo-estatural

Bócio difuso

Adultos

Bócio

Hipotireoidismo

Nódulos

Rebaixamento mental

Surdez

Fonte: KNOBEL & MEDEIROS-NETO, 2004

25

A ingesta excessiva de iodo, cronicamente, também é prejudicial, bloqueando as

características funcionais e/ou desencadeando alterações como aumento da incidência de

bócio, de casos de tireoidite crônica e de hipertireoidismo subclínico na população (ZHAO

et. al., 2000 Apud Alves, 2010).

Além do monitoramento do teor de iodo do sal para consumo humano, as outras

linhas de ação do Pró-iodo consistem: no monitoramento do impacto da iodação do sal na

saúde da população, atualização dos parâmetros legais dos teores de iodo do sal destinado

ao consumo humano e implementação contínua de estratégias de informação, educação,

comunicação e mobilização social (BRASIL, 2007b). Na década de 1990 a faixa de

iodação do sal estava entre 40 a 100 partes por milhão (ppm), mas a partir dos dados do

Thyromobil – um projeto realizado no ano 2000, apoiado pela UNICEF e pelo Conselho

Internacional para o Controle da Deficiência de Iodo (ICCIDD), com o objetivo de avaliar

ultra-sonograficamente o volume da tireóide e a excreção urinária de iodo de

aproximadamente 35.223 escolares na faixa etária de 6 a 14 anos de idade, em 378 regiões

do mundo e 28 países – notou-se um índice elevado de excreção urinária de iodo (> 300μg

Iodo/L de urina) na maioria (86%) dos escolares brasileiros das regiões pesquisadas (Pará,

Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Sul da

Bahia e Espírito Santo) ((BRASIL, 2007b; DUARTE et al. 2004). Atualmente a faixa

recomendada de iodo no sal estabelecida pela Resolução da ANVISA - RDC nº 130, de 26

de maio de 2003 é de 20 a 60 ppm, porém a OMS recomenda uma faixa de iodação de 20

a 40 ppm de sal em países com consumo de sal de 10g/dia, segundo a Pesquisa de

Orçamentos Familiares de 2003 o consumo médio dos brasileiros é de 9,6g/pessoa/dia,

demostrando que a faixa atual de iodação do sal deve ser revista (CIPCDDI, 2010).

Devido a estas informações a ANVISA disponibilizou em 07 de agosto de 2011 a proposta

de alteração da faixa de iodação do sal para 15 a 45 ppm através da Consulta Pública nº

35, permanecendo aberta por 60 dias.

Das 10 amostras analisadas duas apresentaram resultado insatisfatório, uma com

teor de iodo 78% acima do valor máximo permitido (60 ppm) e outra com teor 24%

abaixo do valor mínimo permitido (20 ppm). Do total de amostras analisadas (10), 75%

estão de acordo com a proposta da ANVISA de iodação na faixa de 15 a 45 ppm.

26

A iodação do sal é uma medida eficaz contra os distúrbios causados pela carência de iodo,

porém tanto a carência e quanto o excesso de consumo do iodo são prejudiciais a saúde, o

consumo de sal varia de acordo com os hábitos alimentares da população, e quanto ao

acesso a alimentos industrializados, a monitoração tanto da iodação do sal quanto do

impacto deste procedimento é imprescindível para a manutenção da qualidade da saúde da

população em geral.

3.7 Denuncias

As denúncias geram inspeções sanitárias em estabelecimentos que produzem e/ ou

comercializam alimentos e possibilitam a identificação dos serviços e produtos que podem

oferecer riscos à saúde pública (BRASIL, 2009).

No ano de 2010 foram coletadas 17 amostras de alimentos a partir de denuncias realizadas

pelos próprios consumidores diretamente às vigilâncias sanitárias, duas denuncias através

do Ministério Público, e uma amostra analisada a pedido da própria Vigilância Sanitária

Estadual (VISA), como mostra a Tabela 5. Dos produtos coletados, 14 (82%) foi de Leite

UHT, 2 (12%) de Palmito e 1 (6%) de Leite pasteurizado, destes 9 (53%) tiveram

resultados insatisfatório.

Tabela 5 – Produtos analisados no ano de 2010 a partir de denúncias, por origem da

denúncia, alimento e resultado da análise, LACEN-SC.

Origem da

Denuncia Alimento

Nº de Amostras

Satisfatório Insatisfatório

n % n %

Consumidor Leite UHT 13 6 46 7 54

Palmito 1 0 0 1 100

MP Leite Pasteurizado 1 1 100 0 0

Leite UHT 1 0 0 1 100

VISA Palmito 1 1 100 0 0

Total 17 8 47 9 53

FONTE: Laudos de análises do LACEN/SC, 2010.

Mais da metade dos produtos analisados tiveram o resulta do insatisfatório, estes

dados salientam o papel fundamental do consumidor no controle sanitário dos alimentos,

direcionando as ações da vigilância sanitária para produtos e/ou estabelecimentos que põe

em risco a saúde da população.

27

4. CONCLUSÃO

Das 184 análises realizadas durante o ano de 2010 no setor de Físico-química de

alimentos do LACEN/SC, nos seus vários programas pactuados com a ANVISA, pode-se

concluir que:

- das 34 amostras analisadas no programa CQUALI - Leite, 18 foram consideradas

insatisfatórias quanto ao seu padrão de identidade e qualidade, sendo em sua maioria (12)

amostras de leite pasteurizado, seguido pelo leite UHT (4) e por fim pelo leite em pó (2).

Nos leites fluidos a análise que mais reprovou foi o teor de extrato seco desengordurado,

que pode indicar má qualidade ou fraude do leite.

- das 16 amostras analisadas no PAMvet, quanto a presença de resíduos de

antimicrobianos β-lactâmicos e tetraciclinas em leite UHT (12 amostras) e leite em pó (4

amostras) todas apresentaram resultados satisfatórios, não sendo detectados resíduos dos

antimicrobianos pesquisados em nenhuma amostra.

- das 18 amostras analisadas no PATEN, quanto ao seu teor nutricional, dentre elas: três

biscoitos, quatro linguiças, dois queijos muçarela e nove farinhas; 14 estavam

insatisfatórias, destas, sete eram amostras de farinhas analisadas quanto ao teor de ferro.

- das 19 amostras de palmito analisadas no PEMQSA, apenas uma apresentou pH acima

do especificado na legislação e foi considerada insatisfatória.

- das 60 análises realizadas no PROMAC, sendo 15 quanto ao teor de nitrato e nitrito, 12

quanto ao teor de sulfitos, 29 quanto a presença de corantes artificiais e 4 quanto a

presença de bromato, foram consideradas insatisfatórias uma amostra de salame quanto ao

teor de nitrato e nitrito e três amostras quanto a presença de corantes artificiais.

- das 12 amostras de sal para consumo humano analisadas no Pró-iodo, duas

apresentaram-se insatisfatórias, uma por conter iodo acima e outra abaixo do especificado

na legislação.

- das 17 amostras analisadas a partir de denuncias, sendo quatorze de leite UHT, duas de

palmito e uma de leite pasteurizado, nove foram consideradas insatisfatórias.

Ainda é necessário a implementação de análises mais complexas que auxiliem a

avaliação da qualidade dos alimentos. Porém, apenas estes resultados já mostram a

importância das análises de físico-químicas realizadas nos alimentos e seu impacto na

saúde pública, prevenindo doenças e retirando do mercado produtos que poderão trazer

problemas sérios de saúde para o consumidor.

28

5. REFERÊNCIAS

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Motivos. Brasília, 2009b. Acessado em: 14 de março de 2012. Disponível em:

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Resíduos em Leite Exposto ao Consumo (5º e 6º anos de atividades). Brasília,

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