UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE...
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE...
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
CURSO DE AGRONOMIA
Estágio supervisionado em Agronomia
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Dauto Pivetta Carpes
Santa Maria, RS, Brasil 2011
Estágio supervisionado em Agronomia
Por
Dauto Pivetta Carpes
Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria,
como parte das exigências da disciplina
EGR 1032 – Estágio Supervisionado em Agronomia
Orientador: Prof. Dr. Airton dos Santos Alonço Supervisor: Prof. Dr. Airton dos Santos Alonço
Santa Maria, RS, Brasil 2011
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais
Curso de Agronomia A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova o Relatório de Estágio.
Estágio supervisionado em agronomia.
elaborado por
Dauto Pivetta Carpes
Como parte das exigências da disciplina
EGR 1032 – Estágio Supervisionado em Agronomia, e como requisito parcial para obtenção do grau de
Engenheiro Agrônomo
COMISÃO EXAMINADORA:
__________________________________ Prof. Dr. Airton dos Santos Alonço
(Presidente/Orientador)
__________________________________
Mateus Potrich Bellé
Eng. Agrônomo - Mestrando PPGEA
__________________________________
Otávio Dias da Costa Machado
Eng. Agrônomo - Doutorando PPGEA
Santa Maria, 02 de dezembro de 2011.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pela presença constante e por proporcionar oportunidades na minha caminhada profissional, fortalecendo-me nos momentos que fui incapaz de caminhar sozinho. A minha mãe, Sarai Pivetta Carpes e ao meu pai Amâncio Dauto Flores Carpes por todo o esforço concebido para que o sonho de formação acadêmica se tornasse realidade, acreditando e me apoiando sempre, e deixando-me essa grande herança, a educação. A minha família pelo apoio, compreensão, carinho e conselhos nos momentos necessários, os quais foram fundamentais para o êxito nesta etapa. A minha namorada Juliana Parise pela compreensão, amor, carinho e apoio durante o decorrer da graduação. Ao professor Airton dos Santos Alonço pela dedicação em passar seus conhecimentos e pela paciência para compreender minhas limitações. Também por aceitar seu meu orientador e supervisor de estágio. A todos os amigos e colegas integrantes do LASERG que, direta ou indiretamente, contribuíram de forma positiva para o desenvolvimento desta etapa fundamental da minha vida.
APRESENTAÇÃO
O estágio foi realizado no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de
Máquinas Agrícolas da Universidade Federal de Santa Maria no período de
01/08/2011 a 30/11/2011 e teve como objetivo primeiro auxiliar as pesquisas e os
novos projetos dos Mestrandos e Doutorandos. Em segundo plano, manutenção e
organização da oficina de uma maneira geral, tanto na limpeza como no conserto
das máquinas e escrever e publicar trabalhos científicos, baseando-se em
pesquisas e novas descobertas.
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Contagem e digitação dos espaçamentos entre sementes na esteira.....................................................................................................................19
Figura 2. Contagem dos espaçamentos na esteira...............................................19
Figura 3. Bancada de dosadores de fertilizantes..................................................20
Figura 4. Bancada BANFERTI II montada com dosadores de fertilizantes .........21
Figura 5. Apresentação de trabalhos. 1º Congresso Sul Americano de Agricultura de Precisão e Máquinas Precisas. Não-me-Toque, RS.........................................22
Figura 6. Equipe de trabalho da pesquisa realizada na expointer........................23
Figura7. Avaliação de segurança e ergonomia de tratores...................................................................................................................23
Figura 8. Organização das grades e arados de forma a abrigá-los da chuva e do sol. ........................................................................................................................24
Figura 9. Organização dos arredores do Laboratório e melhorias no estacionamento.....................................................................................................24
Figura 10. Bancada equipada com dosador pneumático e suporte para tubo condutor.................................................................................................................26
Figura 11. Dosador mecânico de discos horizontais utilizado nos testes com tubos condutores....................................................................................................26
Figura 12. Tubos condutores utilizados nos testes...............................................27
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................7
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................8
2.REVISÃO DE LITERATURA................................................................................8
2.1. Ensaios com dosadores mecânicos e pneumáticos de sementes ..................8
2.2. Ensaios com dosadores de adubo sob diferentes inclinações ......................11
2.3. Pesquisa e elaboração do Índice de Segurança de Semeadoras em Linha.13
2.4. Pesquisa e desenvolvimento do Trabalho de Índice de Segurança e
Ergonomia de Tratores..........................................................................................14
2.5. Testes de adaptação de diferentes tubos condutores a dosadores mecanicos
e pneumáticos........................................................................................................15
3. Desenvolvimento do Estágio..............................................................................18
3.1 Ensaios com dosadores de sementes.............................................................18
3.2. Construção da bancada de ensaio de dosadores de fertilizantes. BANFERTI
II. ...........................................................................................................................19
3.3. Ensaios com dosadores de Fertilizantes........................................................20
3.4. Elaboração de Resumos e trabalhos para congressos................................ 22
3.5. Levantamento de dados para elaboração do Indice de semeadoras em linha e
avaliação de ergonomia e segurança de tratores..................................................23
3.6. Limpeza e manutenção e organização do local de trabalho...........................24
3.7. Testes de adaptação de diferentes tubos condutores de sementes a
dosadores mecânicos e pneumáticos....................................................................25
3.8. Aula Prática para turma do curso de Zootecnia na oficina, demonstração de
mecanismos dosadores de sementes.................................................................. 27
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................27
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................28
6. BIBLIOGRAFIA..................................................................................................29
RESUMO
No decorrer do período de estágio supervisionado foram desenvolvidas
atividades de pesquisa e também atividades de em geral como manutenção e
consertos nas instalações do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de
Máquinas Agrícolas da Universidade Federal de Santa Maria.
A primeira atividade desenvolvida no estágio foi o auxilio a equipe da
STARA em ensaios no Dosador Planting Precision na bancada de ensaios de
dosadores de sementes realizando regulagens e observação dos testes.
Posteriormente começamos a montagem da bancada de ensaios em dosadores
de fertilizantes desenvolvendo atividades como corte de peças, soldas,
regulagens, pintura e montagem da bancada. Aproveitando o surgimento de
congressos no período de estágio, foram apresentados resumos e banners para o
1º Congresso Sul Americano de Agricultura de Precisão e Máquinas Precisas em
Não-me-Toque, RS, também para Mostra de Produção Universitária em Rio
Grande na FURG e também da Jornada Acadêmica Integrada da UFSM.
No período de estágio também foram realizados ensaios com dosadores
mecânicos e pneumáticos de sementes sendo testados os dosadores mecânicos
de discos horizontais da STARA e SOCIDISCO, e os pneumáticos da JOHN
DEERE e MATERMACC, trabalhos estes referentes a coleta de dados para tese
de doutorado de Vilnei de Oliveira Dias. Em Setembro, nos dias 1 e 2, realizamos
a pesquisa de ergonomia e segurança de tratores, pulverizadores e semeadoras
na 34ª Expointer em Esteio fazendo a visualização e inspeção das máquinas em
exposição na feira, aplicando a metodologia de avaliação previamente feita do
laboratório.
Dentre as atividades gerais desenvolvidas estão a organização dos
arredores do laboratório estabelecendo um local adequado para os implementos
que ali se localizavam, limpeza, manutenção e organização do interior da oficina,
e demonstração e funcionamento de mecanismos de máquinas semeadoras em
aula prática para zootecnia.
O aprendizado ao longo do estágio supervisionado, acompanhando a
pesquisa e auxiliando na condução de ensaios e atividades em geral me
proporcionou obter conhecimentos em metodologias de pesquisa e também
adquirir mais experiência e responsabilidade para minha vida profissional.
1. Introdução
Na década de 1950 iniciou-se, no Brasil, o processo de modernização do
campo, que se acentuou a partir da década de 1960 principalmente nas regiões
Sul e Sudeste e expandiu para outras regiões sobretudo a partir da década de
1970. Assim, o espaço agrário brasileiro passou por significativas mudanças nas
últimas décadas.
A crescente tecnologia aplicada nas atividades agrícolas trouxe um
considerável aumento na produção agrícola, acentuando a exportação e
contribuindo para um crescimento da economia nacional. Através da
modernização da agricultura, os produtores buscam melhores condições de
enfrentar as dificuldades impostas pela natureza no que se refere à produção e
aperfeiçoar alguns fatores necessários.
Não podemos nos embasar apenas no crescimento do uso de
equipamentos e insumos modernos para considerarmos que o processo de
modernização atingiu a produção agrícola brasileira de uma forma positiva.
Outros fatores estão articulados nesse processo e devem ser analisados.
Com o avanço da tecnologia nos moldes produtivos da agricultura, os
produtores visam alcançar maior rentabilidade, visto que a mecanização permite
ampliar as áreas cultivadas ou a escala de produção.
Os trabalhos realizados em laboratórios de pesquisas e avaliação de
máquinas agrícolas contribuem de forma significativa com a agricultura auxiliando
a indústria no melhoramento de projetos das máquinas agrícolas tornando-as
cada vez mais eficientes.
2. REVISÃO DE LITERATURA.
2.1. Ensaios com dosadores mecânicos e pneumáticos de sementes.
O aumento do custo de aquisição das sementes, motivada pela seleção de
cultivares com maior potencial produtivo e pela adoção de outras tecnologias,
como sementes híbridas e a transgenia, torna necessário o desenvolvimento de
semeadoras que tenham controle mais efetivo sobre a população de plantas, o
que pode ser conseguido com a utilização de semeadoras de precisão.
Essas máquinas, comumente empregadas na semeadura de milho e soja,
por exemplo, possuem mecanismos dosadores que permitem a colocação de
sementes espaçadas umas das outras, dentro da linha de semeadura, com
distâncias previamente definidas, gerando, assim, potencial para a redução da
quantidade de sementes utilizadas por hectare.
Segundo REIS (2003), o desempenho das semeadoras de precisão é
afetado por erros de dosagem, deposição, profundidade e acondicionamento. Os
principais fatores que alteram a deposição de sementes na linha de semeadura
são as características das sementes, relação de tamanho e de forma entre as
células e as sementes, desempenho e desgaste de mecanismos auxiliares, e
velocidade tangencial do disco dosador, angulação de descarga da semente no
tubo condutor.
Conforme Tourino et al. (2002), com a variação da densidade de sementes
distribuídas por metro linear, pode ocorrer diminuição na produtividade da cultura
da soja. Portella (2001), afirma que a desuniformidade na operação de
semeadura pode determinar perdas de produtividade da ordem de 15% para o
milho, 35% para o girassol e 10% para a soja.
Realizando ensaios para verificação da porcentagem de enchimentos do
disco dosador da semeadora-adubadora, Santos et al. (2003) constataram que
com o aumento da velocidade de deslocamento de 5,0 para 9,0 km h-1, ocorreu
menor enchimento do disco e, conseqüentemente, menor número de sementes
distribuídas por metro, devido a alta rotação do disco dosador e ao não
preenchimento dos alvéolos do disco pelas sementes.
Mahl et al. (2004) não encontraram diferença na quantidade de sementes
depositadas em função das velocidades de deslocamento do conjunto trator-
semeadora (4,4; 6,1 e 8,1 km h-1), houve uma redução de 6% da quantidade de
sementes em relação à quantidade pré estabelecida por meio de regulagem da
máquina.
Também Camilo et al. (2004) verificaram que as velocidades de (3,5; 5,0 e
6,0 km h-1) não influenciaram a uniformidade de distribuição de sementes,
justificando que tal fato é devido ao mecanismo dosador estar localizado mais
próximo do solo, diminuindo a velocidade de queda da semente e evitando o
ricocheteio ou repique dentro do tubo condutor.
Anderson (2001) afirma que, com o aumento na densidade de semeadura,
o mecanismo dosador fica mais sujeito a erros, pois isto é feito aumentando-se a
rotação do disco dosador de sementes devido ao pouco tempo de exposição das
sementes aos alvéolos do disco.
Cortez et al. (2006), pesquisando a velocidade de deslocamento mais
adequada para um conjunto trator-semeadora, em função do tipo de mecanismo
dosador da máquina, encontraram velocidades com níveis aceitáveis de precisão
de até 8 km/h para dosadores mecânicos e até 11 km/h pneumático.
Pesquisas realizadas por Nielsen (1997), em Indiana (EUA), demostraram
que para cada 1,5 km/h de aumento de velocidade, as perdas na produtividade na
cultura do milho podem variar de 125 a 325 kg/ha.
Isto ocorre devido ao fato de que, conforme aumenta a velocidade diminui
o tempo para que ocorra o preenchimento dos alvéolos e também a capacidade
do dosador individualizar as sementes, aumentando o número de falhas e duplos,
e resultando em uma má distribuição espacial de plantas. Plantas distribuídas de
forma desuniforme implicam aproveitamento ineficiente dos recursos disponíveis,
causando uma competição por fatores como luz, água e nutrientes (PINHEIRO
NETO et al., 2008).
Os sistemas dosadores pneumáticos utilizam a pressão de ar como forma
de separação e retenção da semente até a abertura de saída. Uma corrente de
ar, que pode ser gerada por pressão positiva ou negativa (vácuo), dependendo do
projeto de cada máquina, atravessa os orifícios dosadores que estão dispostos
concentricamente em um disco dosador, causando a retenção de uma semente
por orifício. A corrente é, então, levada até a abertura de saída da semente, onde
a pressão do ar é neutralizada liberando a semente do orifício para o tubo
condutor realizando a deposição na linha de semeadura BALASTREIRE (2005).
Mello et al. (2003) verificaram que o sistema pneumático de distribuição de
sementes obteve maior precisão na deposição de sementes que o dosador de
discos alveolados, apresentando maior percentagem de espaçamentos
aceitáveis. Uma das principais vantagens dos dosadores pneumáticos são a
ausência de danos provocados as sementes durante o processo de dosagem.
Todavia, mesmo nos dosadores pneumáticos, há necessidade de escolha
do disco dosador correto com orifícios adequados devido à grande variação do
tamanho e forma das sementes (CASÃO JR & SIQUEIRA, 2006).
Tourino 1993, relata que uma característica importante é a velocidade
tangencial do disco, pois se esta for maior que 15 cm/s, as sementes não
conseguirão se depositar nos alvéolos do disco. Além do mais, com altas
velocidades dos discos dosadores, as sementes podem não ter tempo suficiente
para saírem dos alvéolos, devido a falhas no mecanismo exclusor de sementes
ocasionando assim falhas e danos.
Dodson (1998), relata que sob o ponto de vista agronômico, a qualidade
pode ser definida como a realização de operações agrícolas ou a obtenção de
produtos que se situam dentro de especificações ou de determinados padrões
agronômicos pré estabelecidos como a uniformidade e precisão na deposição de
sementes na linha de semeadura
2.2. Ensaios com dosadores de adubo sob diferentes inclinações
A precisão na dosagem de fertilizantes é um dos parâmetros mais
importantes da avaliação do desempenho de semeadoras-adubadoras. Diversos
trabalhos utilizaram a distribuição de fertilizantes como um indicador de
desempenho e classificação de semeadoras (PORTELLA et al., 1998; OLIVEIRA
et al., 2000; MAHL, 2002).
Desta forma, pode-se dizer que o funcionamento dos mecanismos
dosadores pode afetar a rentabilidade do empreendimento agrícola, além de ser
determinante para a qualidade do processo de semeadura e, por isso, seu
desempenho deve ser avaliado, em diferentes condições de trabalho. As
máquinas semeadoras-adubadoras possuem a finalidade de colocar no solo a
semente e o fertilizante simultaneamente (MACHADO et al., 1996).
Para isso possuem mecanismos distribuidores chamados de dosadores de
sementes e de fertilizantes. Para o fertilizante, os mecanismos diferem, entre si,
em sua construção, sendo oferecidas no mercado diferentes opções.
Entre estas opções tem-se o mecanismo dosador do tipo helicoidal,
também denominado de rosca sem fim, constituído de um parafuso sem-fim
colocado abaixo do depósito de adubo, na maioria das vezes longitudinalmente
ao sentido de deslocamento do conjunto trator-semeadora. Pesquisas
demonstram que o mecanismo dosador para fertilizante do tipo rosca sem-fim é
oferecido na maioria dos modelos disponíveis no mercado brasileiro,
aproximadamente 65,1% (SILVA, 2003). Dentre os modelos existentes no
mercado, podem ser observadas três formas de liberação do fertilizante.
Em grande parte dos modelos é feita por gravidade, ou seja, ao fim do
transporte realizado pelo helicóide o adubo é conduzido por gravidade no tubo
condutor de adubo para o sulcador. Outros modelos apresentam uma barreira no
tubo condutor do dosador, fazendo com que o fertilizante seja despejado somente
após passar esta barreira, Estes mecanismos podem ser chamados de dosadores
de transbordo SILVEIRA (1989).
O princípio de transporte utilizado nestes mecanismos dosadores baseia-se
no funcionamento de uma rosca sem-fim, onde o material a ser transportado
preenche o espaço entre as cristas da rosca. A forma da rosca e o modo de
fixação da mesma no eixo do dosador também variam de acordo com o fabricante
do dosador.
Os dosadores devem capturar o fertilizante, desestruturá-lo, conduzi-lo em
doses desejadas e liberá-lo na tubulação de descarga. Aletas rotativas ou rotores
dentados conduzem o adubo a uma comporta com abertura variável, liberando-o
ao tubo de descarga (CASÃO JR & SIQUEIRA, 2006).
Balastreire (1990), apresenta seis modelos de mecanismos dosadores de
fertilizantes: helicoidal; rotor dentado, disco horizontal rotativo, rotor vertical
impulsor, correias ou correntes e cilindros canelados .
Torna-se necessário conhecer o desempenho de tais mecanismos em
condições de laboratório, com condições pré-estabelecidas através de bancadas
de testes em que se podem simular condições reais de trabalho a campo como as
inclinações longitudinais e transversais. As avaliações e ensaios de semeadoras-
adubadoras podem ser realizados a campo ou em laboratório. Os trabalhos
realizados em bancadas permitem avaliar isoladamente mecanismos envolvidos
no processo de semeadura. (COELHO, 1998)
As bancadas apresentam variações quanto à estrutura, forma de
acionamento, em função dos propósitos do trabalho a ser realizado. Porém, em
síntese são compostas por uma estrutura de sustentação, um sistema de
acionamento e um sistema de coleta de dados (eletrônico ou mecânico).
Dentre os principais problemas relatados em avaliações de semeadoras
estão a elevada amplitude na razão de distribuição, com coeficientes de variação
de até 50%, alteração da vazão com o aumento ou variação da velocidade de
deslocamento da máquina e maiores coeficientes de variação para razões de
distribuição menores (PORTELLA et al., 1998, SATTLER et al.; 1999).
Segundo Bica & Souza (2009), a vazão mássica dos dosadores de
fertilizantes do tipo rotor helicoidal varia com a alteração da velocidade de rotação
e com o passo de rosca do helicóide. .
As inclinações longitudinais podem provocar variações significativas na
vazão dos dosadores de fertilizante, o que é preocupante considerando que
algumas áreas de lavouras, como as do planalto do Rio Grande do Sul, possuem
terreno ondulado (FERREIRA et al., 2010).
2.3. Pesquisa e elaboração do Índice de Segurança de Semeadoras em
Linha.
O uso adequado de semeadoras-adubadoras no Sistema Plantio Direto
(SPD) é fundamental para o sucesso do processo produtivo, porém muitas vezes,
por falta de informações, o agricultor tem dificuldades para escolher um modelo
que atenda às características inerentes ao seu sistema de produção (infra-
estrutura, potência disponível de trator, topografia, dimensões das áreas, tipo de
exploração).
Dallmeyer et al. (1998) elaboraram uma metodologia denominada relação
custo/coeficiente tecnológico de semeadoras adubadoras para semeadura direta.
Este método permitiu uma comparação entre semeadoras, por meio da relação do
custo de aquisição e o nível da tecnologia da máquina. As análises recaíram
sobre alguns itens, como mecanismos do sistema de acoplamento, rodados,
mecanismos sulcadores, mecanismos dosadores de sementes e fertilizantes,
recobrimento, além de itens de segurança, manutenção e acessórios.
De acordo com Mialhe (1996) em uma atividade econômica a
disponibilidade de informações é essencial, devido a importância que
desempenha no processo de tomada de decisão, de modo que deve-se fazer um
levantamento de todas as alternativas para se realizar uma escolha e para que
seja feito um processo de comparação, buscando-se a seleção mais indicada e
satisfatória ao produtor.
De uma forma geral, as semeadoras de plantio direto comercializadas no
Brasil apresentam, ainda, problemas quanto à segurança do operador e
regulagens. Quanto a segurança, destaca-se, em vários modelos, a posição
inapropriada do apoio para os pés na plataforma e a inexistência de apoio para as
mãos para o auxiliar que, geralmente, trabalha sobre a semeadora ARAÚJO et
al.(2001).
Os equipamentos agrícolas devem possuir elementos que proporcionem
condições seguras. As características sobre necessidades que o equipamento
deve atender com relação a segurança, através de seus próprios recursos, são
denominadas por Alonço (2004) como restrições de projeto, obrigatórias e
regulamentadas por normas e leis específicas.
Dallmeyer et al. (1998) afirmam que equipamentos com tecnologia mais
avançada, além de possuírem componentes mais modernos, adotam uma maior
qualidade, durabilidade e segurança do produto.
2.4. Pesquisa e desenvolvimento do Trabalho de Índice de Segurança e
Ergonomia de Tratores.
O estudo foi baseado na avaliação do nível de tecnologia disponível nos
componentes, por meio da análise de livros técnicos da área, artigos científicos,
normas, revistas, catálogos e manuais dos fabricantes, aliado ao conhecimento
prático e avaliação visual da equipe do laboratório. Os acidentes de trabalho com
máquinas agrícolas são o resultado de atos e condições inseguras (ZÓCCHIO,
1971; CUTULI et al., 1977; SCHLOSSER & DEBIASI, 2001). Considerando a
operação de tratores agrícolas, as condições inseguras referem-se ao conjunto
mecanizado (trator + implemento) e ao ambiente onde o trabalho está sendo
realizado.
Nesse sentido, pesquisas, como as realizadas por Suutarinen (1991),
Erikson (1996) e Schlosser & Debiasi (2001), têm mostrado que os tratores
agrícolas são os que mais colaboram para a geração de condições inseguras no
decorrer do trabalho com esse tipo de máquina. Estudos realizados na agricultura
e indústria apontam que cerca de 20% dos acidentes de trabalho, são
ocasionados por condições inseguras (Cutuli et al., 1977; Márquez, 1990;
Schlosser & Debiasi, 2001).
Além de se constituir em causa direta de acidentes de trabalho, um trator
agrícola ergonomicamente mal projetado aumenta o nível de estresse e cansaço
físico e mental ao qual o operador se encontra submetido, levando esse a
cometer erros que podem ocasionar acidentes (WITNEY, 1988; MÁRQUEZ, 1990;
PURCELL, 1996; YADAV & TEWARI, 1998).
Por outro lado, uma vez ocorrido o acidente, seja por atos ou por condições
inseguras, os danos físicos ao operador podem ser minimizados ou mesmo
eliminados se o trator apresentar dispositivos de segurança que, conforme
Cardella (1999), visem a proteger as pessoas por meio da eliminação, isolamento
e/ou sinalização daqueles componentes que podem causar lesões. Nas últimas
décadas, os tratores e implementos agrícolas fabricados no Brasil, tiveram um
significativo aumento em suas dimensões e potências, visando um maior
desempenho operacional.
Esse aumento no porte das máquinas agrícolas, não proporcionou o
acompanhamento do aumento de segurança do operador, podendo-se afirmar,
hoje, que o tratorista é um dos profissionais mais expostos a fatores que poem em
risco a saúde física.
Os principais riscos de exposição são: sol, chuva, frio, poeira, gases do
motor, ruído, deriva de defensivos agrícolas, vibrações, calor do motor, etc.
Quanto ao problema acústico, desde a década de 30 (Bunch, 1937) pesquisas
realizadas demosntram que os tratores emitem altos níveis de ruído, tornando
exaustivo e insalubre o ato de operá-los. Nos tratores nacionais, essa situação
também ocorre (Robin, 1987; Campana, 1988; Zamberlan et al., 1988; Fernandes
et al., 1990; Fernandes & Madureira, 1991), fazendo com que uma parcela dos
tratoristas sejam portadores de hipoacusia ocupacional.
2.5. Testes de adaptação de diferentes tubos condutores a dosadores
mecanicos e pneumáticos.
A baixa população de plântulas é decorrente de problemas relacionados
com a regulagem das semeadoras-adubadoras de precisão (Embrapa, 1996),
além do corte da palha, velocidade de deslocamento e a adequação em função
do orifício do disco dosador (Santos et. al., 1999). Conforme Kurachi et al. (1989),
a distribuição das plantas na linha deve ser uniforme e as distâncias entre elas
deve atender ao número agronomicamente recomendado de plantas por hectare
de forma a evitar a competição por água, luz e nutrientes.
Segundo a ABNT (1994), semeadora de precisão é uma máquina agrícola
que realiza a deposição de sementes em sulcos, de forma individual ou em
grupos, a distâncias regulares, seguindo uma densidade de semeadura pré-
estabelecida (SATTLE, 2000).
Delafosse (1986) relatou que a distribuição de sementes no sulco de semeadura
exerce influência direta sobre o rendimento da cultura, pela competição existente
entre as plantas por água, nutrientes, luz ou espaço vital. Pesquisas realizadas
por Nielsen (1997), em Indiana (EUA), mostram que para cada 1,5 km/h de
aumento de velocidade, as perdas na produtividade de milho podem variar de 125
a 325 kg/ha.
Isto ocorre devido ao fato de que, conforme aumenta a velocidade diminui
o tempo para que ocorra o preenchimento dos alvéolos e também a capacidade
do dosador individualizar as sementes, aumentando o número de falhas e duplos,
e resultando em uma má distribuição espacial de plantas.
Em avaliações realizadas pela Embrapa (1997/98), com diferentes
velocidades de plantio de milho, concluiu-se que o percentual de falhas passou de
7,1% para 24,9%, quando a velocidade passou de 4,5 km/h para 8,0 km/h. Já o
percentual de duplos passou de 8,2% para 14,1%, para a mesma variação de
velocidade. O percentual de “aceitáveis” caiu de 84,7%, na velocidade de 4,5
km/h, para 61,0%, quando a velocidade passou para 8,0 km/h.
O erro de deposição pode ser definido como resultado de variações na
trajetória da semente, desde sua liberação do dosador até atingir o solo, causado
pelo rolamento e ricocheteamento da semente dentro do tubo condutor, assim
como pelo seu rolamento após o chegar ao sulco de semeadura devido a alta
velocidade de descarga que a semente adquire pela elevada altura do mecanismo
dosador.
Com relação à velocidade de deslocamento, a ideal é aquela em que o
sulco abre e fecha com mínima remoção de solo e está associada à capacidade
da semeadora em distribuir as sementes nas quantidades desejadas e na
capacidade da máquina em manter a regularidade e precisão na distribuição
longitudinal das sementes, evitando ao máximo a ocorrência de “grãos duplos” e
“falhas”.
Conforme a ABNT, considera-se “duplo” quando a distância entre
sementes é menor que 0,5 vezes o espaçamento nominal; “falhas” quando a
distância entre sementes é maior que 1,5 vezes o espaçamento nominal e,
“aceitáveis” quando os espaçamentos estiverem entre 0,5 a 1,5 vezes o
espaçamento nominal. Copetti, (2003), descreve que os principais erros que
afetam a deposição de sementes são a altura do mecanismo dosador, forma de
deposição; velocidade da semente; configuração do tubo condutor. A eficiência de
qualquer sistema de distribuição de sementes será melhor quanto menor for a
altura entre o dosador de sementes e o sulco de semeadura.
A distância da porção terminal do tubo de descarga até o fundo do sulco
afeta a distribuição longitudinal das sementes. Os condutores, geralmente
corrugados, devem ter paredes internas lisas. Ao serem liberadas pelos
mecanismos dosadores, as sementes podem entrar em contato com as paredes
laterais do tubo de descarga, aumentando o tempo para a sua deposição no solo,
num processo denominado ricocheteamento podendo ocasionar espaçamentos
múltiplos ou falhos.
Segundo Jasper et al. (2006) tubos com maiores comprimentos oferecem
trajetórias mais longas, aumentando o ricocheteamento e, portanto, a distribuição
de sementes. Assim, tubos de perfil parabólico conduzem sementes até o sulco
de maneira mais suave, fazendo com que a semente escorra pela parede to tubo
não ocasionando repique. O desempenho de semeadoras é influenciado por
fatores tais como: variabilidade na dosagem, interações semente/tubo condutor,
ricochetes e rolamentos dentro do sulco e fechamento/compactação dos sulcos
(Kocher et al., 1998).
Dependendo do modelo e posição do dosador os fabricantes imprimem um
sentido de rotação inverso ao sentido de deslocamento da semeadora, como a
curvatura da saída do tubo condutor para o lado contrário ao deslocamento da
máquina. A intenção destas modificações é tornar as diferenças de velocidades
de deslocamento e rotação o mais próximo de zero, fazendo com que as
sementes não fujam tanto do ponto de queda do solo. A alternativa utilizada nas
semeadoras de linhas individuais é colocar o depósito o mais baixo possível em
relação ao solo, diminuindo a altura de queda das sementes.
O ajuste para obtenção do espaçamento entre os sulcadores deve ser
realizado de forma a evitar que o tubo condutor adquira inclinação muito
acentuada, dificultando passagem e retardando a queda das sementes. De
acordo com Rocha et al. (1998) a altura de queda das sementes também afeta o
desempenho dos mecanismos dosadores, durante o deslocamento dentro do tubo
condutor, devido às sementes sofrerem vibrações provocadas pela movimentação
da máquina.
Pacheco et al. (1996) avaliaram uma semeadora em laboratório na sua
forma comercial e com modificações no tubo condutor de sementes, observaram
que não houve diferença significativa de desempenho quanto à uniformidade de
distribuição longitudinal das sementes, e que, independentemente da modificação
efetuada, o aumento de velocidade de avanço foi o fator que interferiu no
desempenho da semeadora.
3. Desenvolvimento do Estágio.
3.1 Ensaios com dosadores de sementes.
A agricultura brasileira vem passando por enormes transformações em se
tratando de tecnologias empregadas para cultivar plantas. Os métodos
tradicionais utilizados caracterizavam-se pelo excessivo revolvimento do solo,
resultando em gravíssimos problemas de erosão hídrica e eólica, tornando as
áreas improdutivas e sem valor. Os novos e modernos sistemas produtivos, diga-
se Plantio Direto, passaram a exigir máquinas mais eficientes, precisas e com alto
grau tecnológico.
Neste aspecto, as semeadoras foram as máquinas que mais sofreram
alterações para a operação em Plantio Direto, tendo em vista, principalmente, a
necessidade de cortar a cobertura vegetal existente na superfície do solo. No
processo produtivo de qualquer cultura, a semeadura constitui-se em um dos
fatores fundamentais para o sucesso no estabelecimento e posteriormente na
produtividade da lavoura.
Em se tratando de plantio direto, acentua-se sobremaneira a importância
de uma semeadora que atenda alguns parâmetros básicos, tais como a
homogênea e precisa distribuição de sementes e fertilizantes, o corte eficiente da
cobertura existente e a deposição da semente e fertilizante em profundidades
constantes e adequadas, sendo, portanto, de extrema importância a realização de
ensaios com estes equipamentos como dosadores de sementes e fertilizantes.
As bancadas de ensaios em laboratório possibilitam condições
semelhantes às impostas no campo para semeadoras adubadoras possibilitando
a correção de erros e aperfeiçoamento dos sistemas.
Figura 1. Contagem e digitação dos
espaçamentos entre sementes na esteira
Figura 2. Contagem dos espaçamentos na esteira.
3.2. Construção da bancada de ensaio de dosadores de fertilizantes.
BANFERTI II.
A bancada de ensaio de dosadores de fertilizantes foi construída pela
equipe do LASERG, para sua construção foram desenvolvidas atividades como
dimensionamento e corte de peças, soldagem de estruturas montagem e pintura.
É constituída basicamente por: estrutura de sustentação, mesa de inclinação
transversal e longitudinal, gaveta de coleta e estrutura com motor de
acionamento.
A função da estrutura de sustentação é servir como apoio para a gaveta de
coleta e mesa de inclinação, que é presa a mesma através de articulações que
permitem o movimento da mesma, fazendo com que os dosadores fiquem
inclinados, positiva ou negativamente.
As inclinações longitudinais e transversais que podem ser utilizadas foram
estabelecidas com base no Projeto de Norma da ABNT 04:015.06-004, que
recomenda que os ensaios de dosadores de sementes sejam realizados com
inclinação longitudinal de -11º e 11º, já que não existe normas que estabeleçam
parâmetros para realização de dosadores de fertilizantes. Desta forma foram
estabelecidas duas inclinações próximas ao estabelecido pela norma, -10º e 10º e
duas inclinações intermediárias, -5º e 5º, além da inclinação 0º, posição na qual
os dosadores estavam nivelados longitudinalmente.
Figura 3. Bancada de dosadores
de fertilizantes.
Figura 4. Bancada BANFERTI II montada com
dosadores de fertilizantes.
3.3. Ensaios com dosadores de Fertilizantes.
Os ensaios em dosadores de fertilizantes são realizados através da
bancada de ensaio BANFERTI II, que possibilita a simulação da inclinação
transversal e longitudinal podendo-se expor estes mecanismos as mais diversas
situações encontradas no relevo de uma lavoura e o que estas situações
influenciam na distribuição e vazão de adubo.
Conforme os autores Menegatti & Barros (2007), os fertilizantes
correspondem cerca de 25% dos custos de uma lavoura de soja. Assim, pode-se
dizer que o funcionamento dos mecanismos dosadores pode afetar a
rentabilidade do empreendimento agrícola, além de ser determinante para a
qualidade do processo de semeadura e, por isso, seu desempenho deve ser
avaliado, em diferentes condições de trabalho.
As inclinações de trabalho podem provocar variações significativas na
vazão dos dosadores de fertilizante, o que é preocupante considerando que
algumas áreas de lavouras, como as do planalto do Rio Grande do Sul, possuem
grande parte das áreas com terrenos ondulados (FERREIRA et al., 2010).
3.4. Elaboração de Resumos e trabalhos para congressos.
Durante o período de estagio também foram desenvolvidos alguns
trabalhos para publicação em congressos, sendo uma forma de aumento e
enriquecimento do currículo acadêmico e também como forma de aprendizado
através da pesquisa e desenvolvimento dos trabalhos. Os trabalhos elaborados
foram:
Desempenho de dosadores de fertilizantes em função de
inclinações longitudinais.
Influência da pressão e da velocidade de deslocamento na
uniformidade de distribuição de um dosador de sementes
pneumático (a vácuo).
Banco de dados sobre tubos condutores de sementes: fase I –
identificação das especificações técnicas.
9iuhi
Figura 5. Apresentação de
trabalhos. 1º Congresso Sul
Americano de Agricultura de
Precisão e Máquinas Precisas.
Não-me-Toque, RS.
3.5. Levantamento de dados para elaboração do Indice de semeadoras em
linha e avaliação de ergonomia e segurança de tratores.
Durante a realização da 34ª expointer foi executada a pesquisa em
máquinas agrícolas como tratores, semeadoras. Este trabalho foi realizado para
que fosse possível elaborar um Índice de Segurança de Semeadoras em Linha,
conforme as normas de segurança vigentes no Brasil, NR 12, NR 31 e Decreto
1255 e também a avaliação de segurança e ergonomia de tratores, sendo alvo da
pesquisa os tratores importados de origem asiática.
Figura 6. Equipe de trabalho da pesquisa realizada
na expointer.
Figura 7. Avaliação de segurança e ergonomia de
tratores.
3.6. Limpeza e manutenção e organização do local de trabalho.
A limpeza e organização do local de trabalho é fundamental para que as
atividades tenham um bom andamento. Durante o período de estágio realizamos
constantes organizações da oficina em que trabalhamos mantendo sempre em
locais seguros e de fácil acesso ferramentas e equipamentos utilizados em
nossos trabalhos, também a pintura de mesas e bancadas para contribuir na
limpeza e boa apresentação do local.
Também foram feitas mudanças nos arredores das instalações do
laboratório, como a organização de arados e grades que estavam sujeitos a ação
da chuva e sol foram colocados protegidos na cobertura.
Figura 8. Organização das grades e arados
de forma a abrigá-los da chuva e do sol.
Figura 9. Organização dos arredores do
Laboratório e melhorias no estacionamento.
3.7. Testes de adaptação de diferentes tubos condutores de sementes a
dosadores mecânicos e pneumáticos.
Para uma perfeita deposição de sementes é necessário que haja um
correto funcionamento de todos os componentes da semeadora. Para isto, estes
componentes passam por testes em laboratório para que sejam corrigidos seus
erros antes de chegarem nos consumidores finais. Com este objetivo auxiliei a
equipe da empresa STARA nos testes com dosadores penumáticos e mecânicos
com diferentes tubos condutores, para avaliar a possivel influência destes
componentes na distribuição de sementes na linha de semeadura.
Foram testados quatro modelos de tubos condutores com dois dosadores
de sementes para verificação da melhor configuração dosador/tubo, utilizando-se
diferentes velocidades, sendo estas escolhidas conforme as mais utilizadas em
campo na semeadura de soja e milho. Para verificação dos resultados foram
feitas apenas observações nos espaçamentos que foram feitos na esteira.
O fator que diferiu entre os tubos condutores foi a presença ou ausência do
sensor de sementes e a localização deste no tubo. Observou-se que o modelo de
maior ângulo de curvatura do tubo porporcionou uma melhor distribuição das
sementes, estando estes resultados de acordo com trabalhos realizados por
Jasper et al. (2006) afirmando que tubos de perfil parabólico conduzem sementes
até o sulco de maneira mais suave, diminuindo o efeito de repique da semente
dentro do tubo condutor que pode ocasionar espaçamentos múltiplos ou falhos na
linha de semeadura.
Figura 10. Bancada equipada com
dosador pneumático e suporte para
tubo condutor
Figura 11. Dosador mecânico de discos
horizontais utilizado nos testes com tubos
condutores
Figura 12. Tubos condutores utilizados nos testes.
3.8. Aula Prática para turma do curso de Zootecnia na oficina, demonstração
de mecanismos dosadores de sementes.
A aula prática foi realizada na oficina do Laboratório de pesquisa e
desenvolvimento de máquinas agrícolas com o objetivo de complementar a aula
teórica. Nesta aula foram demonstrados componentes que equipam as
semeadoras bem como a regulagem dos mesmos, também foram realizados
ensaios demonstrativos em dosadores de sementes e fertilizantes nas bancadas
de ensaios e a regulagem da maquina semeadora LAVRALE. Foram feitas 4
estações demonstrativas onde os alunos do curso de Zootecnia puderam
observar os mecanismos e conhecer os trabalhos realizados pelos integrantes do
LASERG.
4. CONSIDERAÇÕES GERAIS.
Estágio supervisionado em agronomia, não è mais uma simples etapa para
receber o grau de engenheiro agrônomo, e sim a parte pela qual o aluno tem a
oportunidade de aplicar e principalmente ampliar o conhecimento que adquiriu ao
longo do curso, em uma situação prática.
Elaborar metodologias e aplicá-las, realizar ensaios, pesquisas para
elaboração de trabalhos, esta foi a forma que eu vivenciei meu estágio, sendo
estagiário do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas
da Universidade Federal de Santa Maria, sob a orientação e supervisão do
professor Airton dos Santos Alonço.
5. CONCLUSÃO.
Sem dúvidas a parte mais importante da graduação é a hora em que aplicamos o
que adquirimos ao longo do curso, e esta etapa é o estágio, que proporcionou-me
poder participar, aplicar, conhecer e principalmente aprender os importantes
passos de um processo de pesquisa, atribuindo-me responsabilidades as quais
me fizeram crescer tanto intelectualmente quanto profissionalmente, sendo uma
experiência única, atribuindo-me condições para minha carreira profissional ou até
mesmo seguir na área de pesquisa.
6. BIBLIOGRAFIA
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Projeto de norma 04: 015.06-004: Semeadora de precisão – ensaio de laboratório – método de ensaio. Rio de Janeiro, 1994.
ANDERSON, C. Avaliação técnica de semeadoras-adubadoras para plantio direto. Plantio Direto, Passo Fundo, n.66, p.28-32, 2001.
Alonço, A. dos S. Metodologia de projeto para a concepção de máquinas agrícolas seguras. 2004. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
BALASTREIRE, L. A. Máquinas agrícolas. São Paulo: Manole, 2005.
BALASTREIRE, L. A. Máquinas agrícolas. 2.ed. São Paulo: Manole, 1990. 307p.
BRANQUINHO, K.B.; FURLANI, C.E.A.; LOPES, A.; SILVA, R.P.; GROTTA, D.C.C.; BORSATTO, E.A. Desempenho de uma semeadora-adubadora direta, em função da velocidade de deslocamento e do tipo de manejo da biomassa da cultura de cobertura do solo. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v..24, n.2, p.374-380, maio/ago. 2004.
BUNCH, C.C. - Usable Hearing - Annals of Otolology, Rhinology and
Laryngology, 43 (june) : 367-376, 1937.
BICA, M. R. R.; SOUZA, E. A. C. Medição de vazão mássica para adubos
sólidos em sistemas de Adubação a taxas variáveis. In: III Seminário da Pós-
Graduação em Engenharia Mecânica da UNESP. Bauru, SP. 2009. Acessado em
23 Jun. 2010. Disponível em:
http://www2.feb.unesp.br/pos/seminario/IIISeminario/anais/AC-arcosBica.pdf.
CAMILO, A.J.; FERNANDES, H.C.; MODOLO, A.J.; RESENDE, R.C.; Influência
de mecanismos rompedores e velocidades de trabalho no desempenho de uma
semeadora-adubadora de plantio direto do feijão. Engenharia na Agricultura,
Viçosa, v.12, n.3, 203-211, jul/ago 2004.
CASÃO JR, R.& SIQUEIRA, R. Máquinas para manejo de vegetações e
semeadura em plantio direto. In: CASÃO JR, R.; SIQUEIRA, R.; MEHTA,
Y.R.(ed). Sistema plantio direto com qualidade. Iapar / Itaipu Binacional,
Londrina / Foz do Iguaçu, 2006. p.85-126.
COELHO, L. J. D. Avaliação de elementos sulcadores para semeadoras
adubadoras utilizadas em sistemas conservacionistas de manejo do solo.
Universidade Estadual de Campinas.Dissertação (Mestrado em Engenharia
Agrícola). Campinas, 1998, 96f.
COPETTI, E Plantadoras: Distribuição de sementes. Cultivar Máquinas, 18:14-
17. (2003)
Dallmeyer, A.U.; Ferreira, M.F.; Neujahr, E.B.; Schneider, V. Relação custo/coeficiente tecnológico de semeadoras-adubadoras para semeadura
direta. In: Encontro Nacional de Plantio Direto, 6, 1998, Brasília. Resumos... Brasília: APDC, 1998. p.72
DELAFOSSE, R.M. Máquinas semeadoras de grano grueso. Santiago: FAO,1986. 48p
DODSON, M.S. Avaliação da influência de indicadores de qualidade no custo operacional de um sistema de produção de milho Zea mays (L): estudo de caso de semeadura. 1998. 80p. Trabalho de Graduação em Agronomia. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, 1998. EMBRAPA-Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de
Pesquisa de Milho e Sorgo (Embrapa/CNPMS). Recomendações técnicas para
o cultivo de milho. 2. ed.. Brasília: Serviço de Produção e Informação. 1996. 48
p.
ERIKSON, G. Underlying causes of accidents in agriculture. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON AGRICULTURAL ENGINEERING, 1996,
Madrid. Paper…Madrid: CIGR, 1996. (AgEng Paper, 96G-033).
FERREIRA, M. F. P., et al. Uniformidade de vazão de fertilizantes por dosadores
helicoidais em função do nivelamento longitudinal. Rev. Engenharia Agrícola. No
prelo Araújo, A., G.; Casão, R., J.; Siqueira, R.; Maquinas para semear. Revista
Cultivar Maquinas. ed. 02, março/abril 2001.
FERNANDES, J.C.; SANTOS, J.E.G. ; ANDREATTA, J.A. - As Fontes de Ruído
em Tratores Agríco las - In : Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola, 20, -
Londrina, 1991
JASPER, R.; JANSZN, U.; JASPER, M.; GARCIA, L. Distribuição longitudinal e germinação de sementes de milho com emprego de tratamento fitossanitário e grafite. EngenhariaAgrícola, Jaboticabal, v.26, n.1, p. 292-9, 2006.
MACHADO, A. L. T.; REIS, Â. V. dos; MORAES, M. L. B. de; ALONÇO, A. dos S. Máquinas para preparo do solo, semeadura e adubação. Pelotas: Universitária UFPel, 1996. 228p.
MENEGATTI, A. L. A.; BARROS, A. L. M. Análise comparativa dos custos de produção entre soja transgênica e convencional: um estudo de caso para o Estado do Mato Grosso do Sul. R. Econ. Sociol. Rural, v. 45, n. 1, p. 163-183, 2007.
MAHL, D. Desempenho de semeadorasadubadoras de milho (Zea mays) em sistema de plantio direto. 2002. 160f. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade Estadual Paulista, Botucatu.
MELLO, L.M.M.; PINTO, E.R.; YANO, E. Distribuição de sementes e produtividade de grãos da cultura do milho em função da velocidade de semeadura e tipos de dosadores. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.23, n.3, p.563-7, 2003.
Mialhe, L.G. Máquinas agrícolas: Ensaios & certificação. Piracicaba: FEALQ, 1996. 722p.
OLIVEIRA, M.L. de; VIEIRA, L.B.; MANTOVANI, E.C. SOUZA, C.M. de; DIAS, G.P. Desempenho de uma semeadora-adubadora para plantio direto, em dois solos com diferentes tipos de cobertura vegetal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, n.7, p.1455-1463, 2000.
PACHECO, E. P.; MANTOVANI, E. C.; MARTYN, P. J.; OLIVEIRA, A. C. de.
Avaliação de uma semeadora-adubadora de precisão. Revista da Pesquisa
Agropecuária-PAB, Brasília, v. 31, n. 03, p. 209-214. 1996.
PINHEIRO NETO, R.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A.; BORTOLOTTO, V. C.; PINHEIRO, A. C. Desempenho de mecanismos dosadores de semente em diferentes velocidades e condições de cobertura do solo. Acta Scientiarum. Agronomy, v. 30, n. 5, p. 611-617, 2008.
PORTELLA, J. A.; SATTLER, A.; FAGANELLO, A. Regularidade da distribuição de sementes e de fertilizantes em semeadoras para plantio direto de trigo e soja. Engenharia Agrícola, v.17, n.4, p.57- 64, 1998.
PORTELLA, J.A. Semeadoras para plantio direto. Viçosa: Aprenda Fácil, 2001. 52p.
REIS, A.V. Desenvolvimento de concepções para a dosagem e deposição de precisão para sementes miúdas. 2003. 277 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003. ROBIN, P. - Segurança e Ergonomia em Maquinaria Agrícola. Monografia 2. FUNDACENTRO, São Paulo, 1987.
ROCHA, F. E. de C.; CUNHA, J. P. A. da; FRANZ, C. A. B.; FOLLE, S. M.
Avaliação de três mecanismos de distribuição de sementes. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.33, n. 3, p. 331-337, 1998.
SANTOS, S.R.; WEIRICH NETO, P.; FEY, E.; WOBETO, C. Variáveis dimensionais de sementes de soja que influenciam o processo de semeadura. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.7., n.1, p.177-181, 2003
SATTLER, A.; PORTELLA, J. A.; FAGANELLO, A. Estudo preliminar da vazão de um fertilizante sólido em semeadoras-adubadoras. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 27. 1999, Pelotas. Anais... Pelotas: UFPel/Sociedade Brasileira de Engenharia Agrícola –SBEA, 1999. Cd-rom
SCHLOSSER, J.F.; DEBIASI, H. Acidentes com tratores agrícolas: caracterização e prevenção. Santa Maria: UFSM, 2001. 86 p. (Caderno Didático, 8).
SILVA, M.R. da. Classificação de semeadoras adubadoras de precisão para o sistema plantio direto conforme o índice de adequação. 2003. 82f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
SILVEIRA, G.M. As Máquinas para Plantar: aplicadores, distribuidoras, semeadoras, plantadoras e cultivadoras. 1 ed. Rio de Janeiro: Globo, 1989.
SUUTARINEN, J. Tractor accidents in Finland, 1987. Henlsinki: University of Helsinki, Department of Agricultural Engineering and Household Technology, 1991. 50 p. (Research Bulletin, 62).
TOURINO, M.C.C.; REZENDE, P.M.; SALVADOR, N. Espaçamento, densidade e uniformidade de semeadura na produtividade e características agronômicas da soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.37, n.8, p.1071-1078, 2002. TOURINO, M.C.C. Influência da velocidade tangencial dos discos de distribuição e dos condutores de sementes de soja, na precisão de semeadura. Campinas: Faculdade de Engenharia Agrícola/ Unicamp, 1993. 96p. (Dissertação de Mestrado). TOURINO, M.C.; KLINGENSTEINER, P. Ensaio e avaliação de semeadoras-adubadoras. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 13, 1983. Rio de Janeiro. ANAIS Rio de Janeiro: UFRRJ, 1983. v.2, p.103-116. YADAV, R.; TEWARI, V.K. Tractor operator workplace design - a review. Journal of Terramechanics, Oxford, v.35, n.1, p.41-53, 1998.
.ZAMBERLAN, M.C.P.L.; FERREIRA, D.M.P. ; ALMEIDA, A.G. - Avaliação Ergonômica de Tratores Agrícolas - Instituto Nacional de Tecnologia - Unidade de Programas de Desenho Industrial - Rio de Janeiro, 1988.