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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE AGRONOMIA Estágio supervisionado em Agronomia RELATÓRIO DE ESTÁGIO Dauto Pivetta Carpes Santa Maria, RS, Brasil 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

CURSO DE AGRONOMIA

Estágio supervisionado em Agronomia

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Dauto Pivetta Carpes

Santa Maria, RS, Brasil 2011

Estágio supervisionado em Agronomia

Por

Dauto Pivetta Carpes

Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria,

como parte das exigências da disciplina

EGR 1032 – Estágio Supervisionado em Agronomia

Orientador: Prof. Dr. Airton dos Santos Alonço Supervisor: Prof. Dr. Airton dos Santos Alonço

Santa Maria, RS, Brasil 2011

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais

Curso de Agronomia A Comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova o Relatório de Estágio.

Estágio supervisionado em agronomia.

elaborado por

Dauto Pivetta Carpes

Como parte das exigências da disciplina

EGR 1032 – Estágio Supervisionado em Agronomia, e como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Agrônomo

COMISÃO EXAMINADORA:

__________________________________ Prof. Dr. Airton dos Santos Alonço

(Presidente/Orientador)

__________________________________

Mateus Potrich Bellé

Eng. Agrônomo - Mestrando PPGEA

__________________________________

Otávio Dias da Costa Machado

Eng. Agrônomo - Doutorando PPGEA

Santa Maria, 02 de dezembro de 2011.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pela presença constante e por proporcionar oportunidades na minha caminhada profissional, fortalecendo-me nos momentos que fui incapaz de caminhar sozinho. A minha mãe, Sarai Pivetta Carpes e ao meu pai Amâncio Dauto Flores Carpes por todo o esforço concebido para que o sonho de formação acadêmica se tornasse realidade, acreditando e me apoiando sempre, e deixando-me essa grande herança, a educação. A minha família pelo apoio, compreensão, carinho e conselhos nos momentos necessários, os quais foram fundamentais para o êxito nesta etapa. A minha namorada Juliana Parise pela compreensão, amor, carinho e apoio durante o decorrer da graduação. Ao professor Airton dos Santos Alonço pela dedicação em passar seus conhecimentos e pela paciência para compreender minhas limitações. Também por aceitar seu meu orientador e supervisor de estágio. A todos os amigos e colegas integrantes do LASERG que, direta ou indiretamente, contribuíram de forma positiva para o desenvolvimento desta etapa fundamental da minha vida.

APRESENTAÇÃO

O estágio foi realizado no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de

Máquinas Agrícolas da Universidade Federal de Santa Maria no período de

01/08/2011 a 30/11/2011 e teve como objetivo primeiro auxiliar as pesquisas e os

novos projetos dos Mestrandos e Doutorandos. Em segundo plano, manutenção e

organização da oficina de uma maneira geral, tanto na limpeza como no conserto

das máquinas e escrever e publicar trabalhos científicos, baseando-se em

pesquisas e novas descobertas.

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Contagem e digitação dos espaçamentos entre sementes na esteira.....................................................................................................................19

Figura 2. Contagem dos espaçamentos na esteira...............................................19

Figura 3. Bancada de dosadores de fertilizantes..................................................20

Figura 4. Bancada BANFERTI II montada com dosadores de fertilizantes .........21

Figura 5. Apresentação de trabalhos. 1º Congresso Sul Americano de Agricultura de Precisão e Máquinas Precisas. Não-me-Toque, RS.........................................22

Figura 6. Equipe de trabalho da pesquisa realizada na expointer........................23

Figura7. Avaliação de segurança e ergonomia de tratores...................................................................................................................23

Figura 8. Organização das grades e arados de forma a abrigá-los da chuva e do sol. ........................................................................................................................24

Figura 9. Organização dos arredores do Laboratório e melhorias no estacionamento.....................................................................................................24

Figura 10. Bancada equipada com dosador pneumático e suporte para tubo condutor.................................................................................................................26

Figura 11. Dosador mecânico de discos horizontais utilizado nos testes com tubos condutores....................................................................................................26

Figura 12. Tubos condutores utilizados nos testes...............................................27

SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................................7

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................8

2.REVISÃO DE LITERATURA................................................................................8

2.1. Ensaios com dosadores mecânicos e pneumáticos de sementes ..................8

2.2. Ensaios com dosadores de adubo sob diferentes inclinações ......................11

2.3. Pesquisa e elaboração do Índice de Segurança de Semeadoras em Linha.13

2.4. Pesquisa e desenvolvimento do Trabalho de Índice de Segurança e

Ergonomia de Tratores..........................................................................................14

2.5. Testes de adaptação de diferentes tubos condutores a dosadores mecanicos

e pneumáticos........................................................................................................15

3. Desenvolvimento do Estágio..............................................................................18

3.1 Ensaios com dosadores de sementes.............................................................18

3.2. Construção da bancada de ensaio de dosadores de fertilizantes. BANFERTI

II. ...........................................................................................................................19

3.3. Ensaios com dosadores de Fertilizantes........................................................20

3.4. Elaboração de Resumos e trabalhos para congressos................................ 22

3.5. Levantamento de dados para elaboração do Indice de semeadoras em linha e

avaliação de ergonomia e segurança de tratores..................................................23

3.6. Limpeza e manutenção e organização do local de trabalho...........................24

3.7. Testes de adaptação de diferentes tubos condutores de sementes a

dosadores mecânicos e pneumáticos....................................................................25

3.8. Aula Prática para turma do curso de Zootecnia na oficina, demonstração de

mecanismos dosadores de sementes.................................................................. 27

4. CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................27

5. CONCLUSÃO.....................................................................................................28

6. BIBLIOGRAFIA..................................................................................................29

RESUMO

No decorrer do período de estágio supervisionado foram desenvolvidas

atividades de pesquisa e também atividades de em geral como manutenção e

consertos nas instalações do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de

Máquinas Agrícolas da Universidade Federal de Santa Maria.

A primeira atividade desenvolvida no estágio foi o auxilio a equipe da

STARA em ensaios no Dosador Planting Precision na bancada de ensaios de

dosadores de sementes realizando regulagens e observação dos testes.

Posteriormente começamos a montagem da bancada de ensaios em dosadores

de fertilizantes desenvolvendo atividades como corte de peças, soldas,

regulagens, pintura e montagem da bancada. Aproveitando o surgimento de

congressos no período de estágio, foram apresentados resumos e banners para o

1º Congresso Sul Americano de Agricultura de Precisão e Máquinas Precisas em

Não-me-Toque, RS, também para Mostra de Produção Universitária em Rio

Grande na FURG e também da Jornada Acadêmica Integrada da UFSM.

No período de estágio também foram realizados ensaios com dosadores

mecânicos e pneumáticos de sementes sendo testados os dosadores mecânicos

de discos horizontais da STARA e SOCIDISCO, e os pneumáticos da JOHN

DEERE e MATERMACC, trabalhos estes referentes a coleta de dados para tese

de doutorado de Vilnei de Oliveira Dias. Em Setembro, nos dias 1 e 2, realizamos

a pesquisa de ergonomia e segurança de tratores, pulverizadores e semeadoras

na 34ª Expointer em Esteio fazendo a visualização e inspeção das máquinas em

exposição na feira, aplicando a metodologia de avaliação previamente feita do

laboratório.

Dentre as atividades gerais desenvolvidas estão a organização dos

arredores do laboratório estabelecendo um local adequado para os implementos

que ali se localizavam, limpeza, manutenção e organização do interior da oficina,

e demonstração e funcionamento de mecanismos de máquinas semeadoras em

aula prática para zootecnia.

O aprendizado ao longo do estágio supervisionado, acompanhando a

pesquisa e auxiliando na condução de ensaios e atividades em geral me

proporcionou obter conhecimentos em metodologias de pesquisa e também

adquirir mais experiência e responsabilidade para minha vida profissional.

1. Introdução

Na década de 1950 iniciou-se, no Brasil, o processo de modernização do

campo, que se acentuou a partir da década de 1960 principalmente nas regiões

Sul e Sudeste e expandiu para outras regiões sobretudo a partir da década de

1970. Assim, o espaço agrário brasileiro passou por significativas mudanças nas

últimas décadas.

A crescente tecnologia aplicada nas atividades agrícolas trouxe um

considerável aumento na produção agrícola, acentuando a exportação e

contribuindo para um crescimento da economia nacional. Através da

modernização da agricultura, os produtores buscam melhores condições de

enfrentar as dificuldades impostas pela natureza no que se refere à produção e

aperfeiçoar alguns fatores necessários.

Não podemos nos embasar apenas no crescimento do uso de

equipamentos e insumos modernos para considerarmos que o processo de

modernização atingiu a produção agrícola brasileira de uma forma positiva.

Outros fatores estão articulados nesse processo e devem ser analisados.

Com o avanço da tecnologia nos moldes produtivos da agricultura, os

produtores visam alcançar maior rentabilidade, visto que a mecanização permite

ampliar as áreas cultivadas ou a escala de produção.

Os trabalhos realizados em laboratórios de pesquisas e avaliação de

máquinas agrícolas contribuem de forma significativa com a agricultura auxiliando

a indústria no melhoramento de projetos das máquinas agrícolas tornando-as

cada vez mais eficientes.

2. REVISÃO DE LITERATURA.

2.1. Ensaios com dosadores mecânicos e pneumáticos de sementes.

O aumento do custo de aquisição das sementes, motivada pela seleção de

cultivares com maior potencial produtivo e pela adoção de outras tecnologias,

como sementes híbridas e a transgenia, torna necessário o desenvolvimento de

semeadoras que tenham controle mais efetivo sobre a população de plantas, o

que pode ser conseguido com a utilização de semeadoras de precisão.

Essas máquinas, comumente empregadas na semeadura de milho e soja,

por exemplo, possuem mecanismos dosadores que permitem a colocação de

sementes espaçadas umas das outras, dentro da linha de semeadura, com

distâncias previamente definidas, gerando, assim, potencial para a redução da

quantidade de sementes utilizadas por hectare.

Segundo REIS (2003), o desempenho das semeadoras de precisão é

afetado por erros de dosagem, deposição, profundidade e acondicionamento. Os

principais fatores que alteram a deposição de sementes na linha de semeadura

são as características das sementes, relação de tamanho e de forma entre as

células e as sementes, desempenho e desgaste de mecanismos auxiliares, e

velocidade tangencial do disco dosador, angulação de descarga da semente no

tubo condutor.

Conforme Tourino et al. (2002), com a variação da densidade de sementes

distribuídas por metro linear, pode ocorrer diminuição na produtividade da cultura

da soja. Portella (2001), afirma que a desuniformidade na operação de

semeadura pode determinar perdas de produtividade da ordem de 15% para o

milho, 35% para o girassol e 10% para a soja.

Realizando ensaios para verificação da porcentagem de enchimentos do

disco dosador da semeadora-adubadora, Santos et al. (2003) constataram que

com o aumento da velocidade de deslocamento de 5,0 para 9,0 km h-1, ocorreu

menor enchimento do disco e, conseqüentemente, menor número de sementes

distribuídas por metro, devido a alta rotação do disco dosador e ao não

preenchimento dos alvéolos do disco pelas sementes.

Mahl et al. (2004) não encontraram diferença na quantidade de sementes

depositadas em função das velocidades de deslocamento do conjunto trator-

semeadora (4,4; 6,1 e 8,1 km h-1), houve uma redução de 6% da quantidade de

sementes em relação à quantidade pré estabelecida por meio de regulagem da

máquina.

Também Camilo et al. (2004) verificaram que as velocidades de (3,5; 5,0 e

6,0 km h-1) não influenciaram a uniformidade de distribuição de sementes,

justificando que tal fato é devido ao mecanismo dosador estar localizado mais

próximo do solo, diminuindo a velocidade de queda da semente e evitando o

ricocheteio ou repique dentro do tubo condutor.

Anderson (2001) afirma que, com o aumento na densidade de semeadura,

o mecanismo dosador fica mais sujeito a erros, pois isto é feito aumentando-se a

rotação do disco dosador de sementes devido ao pouco tempo de exposição das

sementes aos alvéolos do disco.

Cortez et al. (2006), pesquisando a velocidade de deslocamento mais

adequada para um conjunto trator-semeadora, em função do tipo de mecanismo

dosador da máquina, encontraram velocidades com níveis aceitáveis de precisão

de até 8 km/h para dosadores mecânicos e até 11 km/h pneumático.

Pesquisas realizadas por Nielsen (1997), em Indiana (EUA), demostraram

que para cada 1,5 km/h de aumento de velocidade, as perdas na produtividade na

cultura do milho podem variar de 125 a 325 kg/ha.

Isto ocorre devido ao fato de que, conforme aumenta a velocidade diminui

o tempo para que ocorra o preenchimento dos alvéolos e também a capacidade

do dosador individualizar as sementes, aumentando o número de falhas e duplos,

e resultando em uma má distribuição espacial de plantas. Plantas distribuídas de

forma desuniforme implicam aproveitamento ineficiente dos recursos disponíveis,

causando uma competição por fatores como luz, água e nutrientes (PINHEIRO

NETO et al., 2008).

Os sistemas dosadores pneumáticos utilizam a pressão de ar como forma

de separação e retenção da semente até a abertura de saída. Uma corrente de

ar, que pode ser gerada por pressão positiva ou negativa (vácuo), dependendo do

projeto de cada máquina, atravessa os orifícios dosadores que estão dispostos

concentricamente em um disco dosador, causando a retenção de uma semente

por orifício. A corrente é, então, levada até a abertura de saída da semente, onde

a pressão do ar é neutralizada liberando a semente do orifício para o tubo

condutor realizando a deposição na linha de semeadura BALASTREIRE (2005).

Mello et al. (2003) verificaram que o sistema pneumático de distribuição de

sementes obteve maior precisão na deposição de sementes que o dosador de

discos alveolados, apresentando maior percentagem de espaçamentos

aceitáveis. Uma das principais vantagens dos dosadores pneumáticos são a

ausência de danos provocados as sementes durante o processo de dosagem.

Todavia, mesmo nos dosadores pneumáticos, há necessidade de escolha

do disco dosador correto com orifícios adequados devido à grande variação do

tamanho e forma das sementes (CASÃO JR & SIQUEIRA, 2006).

Tourino 1993, relata que uma característica importante é a velocidade

tangencial do disco, pois se esta for maior que 15 cm/s, as sementes não

conseguirão se depositar nos alvéolos do disco. Além do mais, com altas

velocidades dos discos dosadores, as sementes podem não ter tempo suficiente

para saírem dos alvéolos, devido a falhas no mecanismo exclusor de sementes

ocasionando assim falhas e danos.

Dodson (1998), relata que sob o ponto de vista agronômico, a qualidade

pode ser definida como a realização de operações agrícolas ou a obtenção de

produtos que se situam dentro de especificações ou de determinados padrões

agronômicos pré estabelecidos como a uniformidade e precisão na deposição de

sementes na linha de semeadura

2.2. Ensaios com dosadores de adubo sob diferentes inclinações

A precisão na dosagem de fertilizantes é um dos parâmetros mais

importantes da avaliação do desempenho de semeadoras-adubadoras. Diversos

trabalhos utilizaram a distribuição de fertilizantes como um indicador de

desempenho e classificação de semeadoras (PORTELLA et al., 1998; OLIVEIRA

et al., 2000; MAHL, 2002).

Desta forma, pode-se dizer que o funcionamento dos mecanismos

dosadores pode afetar a rentabilidade do empreendimento agrícola, além de ser

determinante para a qualidade do processo de semeadura e, por isso, seu

desempenho deve ser avaliado, em diferentes condições de trabalho. As

máquinas semeadoras-adubadoras possuem a finalidade de colocar no solo a

semente e o fertilizante simultaneamente (MACHADO et al., 1996).

Para isso possuem mecanismos distribuidores chamados de dosadores de

sementes e de fertilizantes. Para o fertilizante, os mecanismos diferem, entre si,

em sua construção, sendo oferecidas no mercado diferentes opções.

Entre estas opções tem-se o mecanismo dosador do tipo helicoidal,

também denominado de rosca sem fim, constituído de um parafuso sem-fim

colocado abaixo do depósito de adubo, na maioria das vezes longitudinalmente

ao sentido de deslocamento do conjunto trator-semeadora. Pesquisas

demonstram que o mecanismo dosador para fertilizante do tipo rosca sem-fim é

oferecido na maioria dos modelos disponíveis no mercado brasileiro,

aproximadamente 65,1% (SILVA, 2003). Dentre os modelos existentes no

mercado, podem ser observadas três formas de liberação do fertilizante.

Em grande parte dos modelos é feita por gravidade, ou seja, ao fim do

transporte realizado pelo helicóide o adubo é conduzido por gravidade no tubo

condutor de adubo para o sulcador. Outros modelos apresentam uma barreira no

tubo condutor do dosador, fazendo com que o fertilizante seja despejado somente

após passar esta barreira, Estes mecanismos podem ser chamados de dosadores

de transbordo SILVEIRA (1989).

O princípio de transporte utilizado nestes mecanismos dosadores baseia-se

no funcionamento de uma rosca sem-fim, onde o material a ser transportado

preenche o espaço entre as cristas da rosca. A forma da rosca e o modo de

fixação da mesma no eixo do dosador também variam de acordo com o fabricante

do dosador.

Os dosadores devem capturar o fertilizante, desestruturá-lo, conduzi-lo em

doses desejadas e liberá-lo na tubulação de descarga. Aletas rotativas ou rotores

dentados conduzem o adubo a uma comporta com abertura variável, liberando-o

ao tubo de descarga (CASÃO JR & SIQUEIRA, 2006).

Balastreire (1990), apresenta seis modelos de mecanismos dosadores de

fertilizantes: helicoidal; rotor dentado, disco horizontal rotativo, rotor vertical

impulsor, correias ou correntes e cilindros canelados .

Torna-se necessário conhecer o desempenho de tais mecanismos em

condições de laboratório, com condições pré-estabelecidas através de bancadas

de testes em que se podem simular condições reais de trabalho a campo como as

inclinações longitudinais e transversais. As avaliações e ensaios de semeadoras-

adubadoras podem ser realizados a campo ou em laboratório. Os trabalhos

realizados em bancadas permitem avaliar isoladamente mecanismos envolvidos

no processo de semeadura. (COELHO, 1998)

As bancadas apresentam variações quanto à estrutura, forma de

acionamento, em função dos propósitos do trabalho a ser realizado. Porém, em

síntese são compostas por uma estrutura de sustentação, um sistema de

acionamento e um sistema de coleta de dados (eletrônico ou mecânico).

Dentre os principais problemas relatados em avaliações de semeadoras

estão a elevada amplitude na razão de distribuição, com coeficientes de variação

de até 50%, alteração da vazão com o aumento ou variação da velocidade de

deslocamento da máquina e maiores coeficientes de variação para razões de

distribuição menores (PORTELLA et al., 1998, SATTLER et al.; 1999).

Segundo Bica & Souza (2009), a vazão mássica dos dosadores de

fertilizantes do tipo rotor helicoidal varia com a alteração da velocidade de rotação

e com o passo de rosca do helicóide. .

As inclinações longitudinais podem provocar variações significativas na

vazão dos dosadores de fertilizante, o que é preocupante considerando que

algumas áreas de lavouras, como as do planalto do Rio Grande do Sul, possuem

terreno ondulado (FERREIRA et al., 2010).

2.3. Pesquisa e elaboração do Índice de Segurança de Semeadoras em

Linha.

O uso adequado de semeadoras-adubadoras no Sistema Plantio Direto

(SPD) é fundamental para o sucesso do processo produtivo, porém muitas vezes,

por falta de informações, o agricultor tem dificuldades para escolher um modelo

que atenda às características inerentes ao seu sistema de produção (infra-

estrutura, potência disponível de trator, topografia, dimensões das áreas, tipo de

exploração).

Dallmeyer et al. (1998) elaboraram uma metodologia denominada relação

custo/coeficiente tecnológico de semeadoras adubadoras para semeadura direta.

Este método permitiu uma comparação entre semeadoras, por meio da relação do

custo de aquisição e o nível da tecnologia da máquina. As análises recaíram

sobre alguns itens, como mecanismos do sistema de acoplamento, rodados,

mecanismos sulcadores, mecanismos dosadores de sementes e fertilizantes,

recobrimento, além de itens de segurança, manutenção e acessórios.

De acordo com Mialhe (1996) em uma atividade econômica a

disponibilidade de informações é essencial, devido a importância que

desempenha no processo de tomada de decisão, de modo que deve-se fazer um

levantamento de todas as alternativas para se realizar uma escolha e para que

seja feito um processo de comparação, buscando-se a seleção mais indicada e

satisfatória ao produtor.

De uma forma geral, as semeadoras de plantio direto comercializadas no

Brasil apresentam, ainda, problemas quanto à segurança do operador e

regulagens. Quanto a segurança, destaca-se, em vários modelos, a posição

inapropriada do apoio para os pés na plataforma e a inexistência de apoio para as

mãos para o auxiliar que, geralmente, trabalha sobre a semeadora ARAÚJO et

al.(2001).

Os equipamentos agrícolas devem possuir elementos que proporcionem

condições seguras. As características sobre necessidades que o equipamento

deve atender com relação a segurança, através de seus próprios recursos, são

denominadas por Alonço (2004) como restrições de projeto, obrigatórias e

regulamentadas por normas e leis específicas.

Dallmeyer et al. (1998) afirmam que equipamentos com tecnologia mais

avançada, além de possuírem componentes mais modernos, adotam uma maior

qualidade, durabilidade e segurança do produto.

2.4. Pesquisa e desenvolvimento do Trabalho de Índice de Segurança e

Ergonomia de Tratores.

O estudo foi baseado na avaliação do nível de tecnologia disponível nos

componentes, por meio da análise de livros técnicos da área, artigos científicos,

normas, revistas, catálogos e manuais dos fabricantes, aliado ao conhecimento

prático e avaliação visual da equipe do laboratório. Os acidentes de trabalho com

máquinas agrícolas são o resultado de atos e condições inseguras (ZÓCCHIO,

1971; CUTULI et al., 1977; SCHLOSSER & DEBIASI, 2001). Considerando a

operação de tratores agrícolas, as condições inseguras referem-se ao conjunto

mecanizado (trator + implemento) e ao ambiente onde o trabalho está sendo

realizado.

Nesse sentido, pesquisas, como as realizadas por Suutarinen (1991),

Erikson (1996) e Schlosser & Debiasi (2001), têm mostrado que os tratores

agrícolas são os que mais colaboram para a geração de condições inseguras no

decorrer do trabalho com esse tipo de máquina. Estudos realizados na agricultura

e indústria apontam que cerca de 20% dos acidentes de trabalho, são

ocasionados por condições inseguras (Cutuli et al., 1977; Márquez, 1990;

Schlosser & Debiasi, 2001).

Além de se constituir em causa direta de acidentes de trabalho, um trator

agrícola ergonomicamente mal projetado aumenta o nível de estresse e cansaço

físico e mental ao qual o operador se encontra submetido, levando esse a

cometer erros que podem ocasionar acidentes (WITNEY, 1988; MÁRQUEZ, 1990;

PURCELL, 1996; YADAV & TEWARI, 1998).

Por outro lado, uma vez ocorrido o acidente, seja por atos ou por condições

inseguras, os danos físicos ao operador podem ser minimizados ou mesmo

eliminados se o trator apresentar dispositivos de segurança que, conforme

Cardella (1999), visem a proteger as pessoas por meio da eliminação, isolamento

e/ou sinalização daqueles componentes que podem causar lesões. Nas últimas

décadas, os tratores e implementos agrícolas fabricados no Brasil, tiveram um

significativo aumento em suas dimensões e potências, visando um maior

desempenho operacional.

Esse aumento no porte das máquinas agrícolas, não proporcionou o

acompanhamento do aumento de segurança do operador, podendo-se afirmar,

hoje, que o tratorista é um dos profissionais mais expostos a fatores que poem em

risco a saúde física.

Os principais riscos de exposição são: sol, chuva, frio, poeira, gases do

motor, ruído, deriva de defensivos agrícolas, vibrações, calor do motor, etc.

Quanto ao problema acústico, desde a década de 30 (Bunch, 1937) pesquisas

realizadas demosntram que os tratores emitem altos níveis de ruído, tornando

exaustivo e insalubre o ato de operá-los. Nos tratores nacionais, essa situação

também ocorre (Robin, 1987; Campana, 1988; Zamberlan et al., 1988; Fernandes

et al., 1990; Fernandes & Madureira, 1991), fazendo com que uma parcela dos

tratoristas sejam portadores de hipoacusia ocupacional.

2.5. Testes de adaptação de diferentes tubos condutores a dosadores

mecanicos e pneumáticos.

A baixa população de plântulas é decorrente de problemas relacionados

com a regulagem das semeadoras-adubadoras de precisão (Embrapa, 1996),

além do corte da palha, velocidade de deslocamento e a adequação em função

do orifício do disco dosador (Santos et. al., 1999). Conforme Kurachi et al. (1989),

a distribuição das plantas na linha deve ser uniforme e as distâncias entre elas

deve atender ao número agronomicamente recomendado de plantas por hectare

de forma a evitar a competição por água, luz e nutrientes.

Segundo a ABNT (1994), semeadora de precisão é uma máquina agrícola

que realiza a deposição de sementes em sulcos, de forma individual ou em

grupos, a distâncias regulares, seguindo uma densidade de semeadura pré-

estabelecida (SATTLE, 2000).

Delafosse (1986) relatou que a distribuição de sementes no sulco de semeadura

exerce influência direta sobre o rendimento da cultura, pela competição existente

entre as plantas por água, nutrientes, luz ou espaço vital. Pesquisas realizadas

por Nielsen (1997), em Indiana (EUA), mostram que para cada 1,5 km/h de

aumento de velocidade, as perdas na produtividade de milho podem variar de 125

a 325 kg/ha.

Isto ocorre devido ao fato de que, conforme aumenta a velocidade diminui

o tempo para que ocorra o preenchimento dos alvéolos e também a capacidade

do dosador individualizar as sementes, aumentando o número de falhas e duplos,

e resultando em uma má distribuição espacial de plantas.

Em avaliações realizadas pela Embrapa (1997/98), com diferentes

velocidades de plantio de milho, concluiu-se que o percentual de falhas passou de

7,1% para 24,9%, quando a velocidade passou de 4,5 km/h para 8,0 km/h. Já o

percentual de duplos passou de 8,2% para 14,1%, para a mesma variação de

velocidade. O percentual de “aceitáveis” caiu de 84,7%, na velocidade de 4,5

km/h, para 61,0%, quando a velocidade passou para 8,0 km/h.

O erro de deposição pode ser definido como resultado de variações na

trajetória da semente, desde sua liberação do dosador até atingir o solo, causado

pelo rolamento e ricocheteamento da semente dentro do tubo condutor, assim

como pelo seu rolamento após o chegar ao sulco de semeadura devido a alta

velocidade de descarga que a semente adquire pela elevada altura do mecanismo

dosador.

Com relação à velocidade de deslocamento, a ideal é aquela em que o

sulco abre e fecha com mínima remoção de solo e está associada à capacidade

da semeadora em distribuir as sementes nas quantidades desejadas e na

capacidade da máquina em manter a regularidade e precisão na distribuição

longitudinal das sementes, evitando ao máximo a ocorrência de “grãos duplos” e

“falhas”.

Conforme a ABNT, considera-se “duplo” quando a distância entre

sementes é menor que 0,5 vezes o espaçamento nominal; “falhas” quando a

distância entre sementes é maior que 1,5 vezes o espaçamento nominal e,

“aceitáveis” quando os espaçamentos estiverem entre 0,5 a 1,5 vezes o

espaçamento nominal. Copetti, (2003), descreve que os principais erros que

afetam a deposição de sementes são a altura do mecanismo dosador, forma de

deposição; velocidade da semente; configuração do tubo condutor. A eficiência de

qualquer sistema de distribuição de sementes será melhor quanto menor for a

altura entre o dosador de sementes e o sulco de semeadura.

A distância da porção terminal do tubo de descarga até o fundo do sulco

afeta a distribuição longitudinal das sementes. Os condutores, geralmente

corrugados, devem ter paredes internas lisas. Ao serem liberadas pelos

mecanismos dosadores, as sementes podem entrar em contato com as paredes

laterais do tubo de descarga, aumentando o tempo para a sua deposição no solo,

num processo denominado ricocheteamento podendo ocasionar espaçamentos

múltiplos ou falhos.

Segundo Jasper et al. (2006) tubos com maiores comprimentos oferecem

trajetórias mais longas, aumentando o ricocheteamento e, portanto, a distribuição

de sementes. Assim, tubos de perfil parabólico conduzem sementes até o sulco

de maneira mais suave, fazendo com que a semente escorra pela parede to tubo

não ocasionando repique. O desempenho de semeadoras é influenciado por

fatores tais como: variabilidade na dosagem, interações semente/tubo condutor,

ricochetes e rolamentos dentro do sulco e fechamento/compactação dos sulcos

(Kocher et al., 1998).

Dependendo do modelo e posição do dosador os fabricantes imprimem um

sentido de rotação inverso ao sentido de deslocamento da semeadora, como a

curvatura da saída do tubo condutor para o lado contrário ao deslocamento da

máquina. A intenção destas modificações é tornar as diferenças de velocidades

de deslocamento e rotação o mais próximo de zero, fazendo com que as

sementes não fujam tanto do ponto de queda do solo. A alternativa utilizada nas

semeadoras de linhas individuais é colocar o depósito o mais baixo possível em

relação ao solo, diminuindo a altura de queda das sementes.

O ajuste para obtenção do espaçamento entre os sulcadores deve ser

realizado de forma a evitar que o tubo condutor adquira inclinação muito

acentuada, dificultando passagem e retardando a queda das sementes. De

acordo com Rocha et al. (1998) a altura de queda das sementes também afeta o

desempenho dos mecanismos dosadores, durante o deslocamento dentro do tubo

condutor, devido às sementes sofrerem vibrações provocadas pela movimentação

da máquina.

Pacheco et al. (1996) avaliaram uma semeadora em laboratório na sua

forma comercial e com modificações no tubo condutor de sementes, observaram

que não houve diferença significativa de desempenho quanto à uniformidade de

distribuição longitudinal das sementes, e que, independentemente da modificação

efetuada, o aumento de velocidade de avanço foi o fator que interferiu no

desempenho da semeadora.

3. Desenvolvimento do Estágio.

3.1 Ensaios com dosadores de sementes.

A agricultura brasileira vem passando por enormes transformações em se

tratando de tecnologias empregadas para cultivar plantas. Os métodos

tradicionais utilizados caracterizavam-se pelo excessivo revolvimento do solo,

resultando em gravíssimos problemas de erosão hídrica e eólica, tornando as

áreas improdutivas e sem valor. Os novos e modernos sistemas produtivos, diga-

se Plantio Direto, passaram a exigir máquinas mais eficientes, precisas e com alto

grau tecnológico.

Neste aspecto, as semeadoras foram as máquinas que mais sofreram

alterações para a operação em Plantio Direto, tendo em vista, principalmente, a

necessidade de cortar a cobertura vegetal existente na superfície do solo. No

processo produtivo de qualquer cultura, a semeadura constitui-se em um dos

fatores fundamentais para o sucesso no estabelecimento e posteriormente na

produtividade da lavoura.

Em se tratando de plantio direto, acentua-se sobremaneira a importância

de uma semeadora que atenda alguns parâmetros básicos, tais como a

homogênea e precisa distribuição de sementes e fertilizantes, o corte eficiente da

cobertura existente e a deposição da semente e fertilizante em profundidades

constantes e adequadas, sendo, portanto, de extrema importância a realização de

ensaios com estes equipamentos como dosadores de sementes e fertilizantes.

As bancadas de ensaios em laboratório possibilitam condições

semelhantes às impostas no campo para semeadoras adubadoras possibilitando

a correção de erros e aperfeiçoamento dos sistemas.

Figura 1. Contagem e digitação dos

espaçamentos entre sementes na esteira

Figura 2. Contagem dos espaçamentos na esteira.

3.2. Construção da bancada de ensaio de dosadores de fertilizantes.

BANFERTI II.

A bancada de ensaio de dosadores de fertilizantes foi construída pela

equipe do LASERG, para sua construção foram desenvolvidas atividades como

dimensionamento e corte de peças, soldagem de estruturas montagem e pintura.

É constituída basicamente por: estrutura de sustentação, mesa de inclinação

transversal e longitudinal, gaveta de coleta e estrutura com motor de

acionamento.

A função da estrutura de sustentação é servir como apoio para a gaveta de

coleta e mesa de inclinação, que é presa a mesma através de articulações que

permitem o movimento da mesma, fazendo com que os dosadores fiquem

inclinados, positiva ou negativamente.

As inclinações longitudinais e transversais que podem ser utilizadas foram

estabelecidas com base no Projeto de Norma da ABNT 04:015.06-004, que

recomenda que os ensaios de dosadores de sementes sejam realizados com

inclinação longitudinal de -11º e 11º, já que não existe normas que estabeleçam

parâmetros para realização de dosadores de fertilizantes. Desta forma foram

estabelecidas duas inclinações próximas ao estabelecido pela norma, -10º e 10º e

duas inclinações intermediárias, -5º e 5º, além da inclinação 0º, posição na qual

os dosadores estavam nivelados longitudinalmente.

Figura 3. Bancada de dosadores

de fertilizantes.

Figura 4. Bancada BANFERTI II montada com

dosadores de fertilizantes.

3.3. Ensaios com dosadores de Fertilizantes.

Os ensaios em dosadores de fertilizantes são realizados através da

bancada de ensaio BANFERTI II, que possibilita a simulação da inclinação

transversal e longitudinal podendo-se expor estes mecanismos as mais diversas

situações encontradas no relevo de uma lavoura e o que estas situações

influenciam na distribuição e vazão de adubo.

Conforme os autores Menegatti & Barros (2007), os fertilizantes

correspondem cerca de 25% dos custos de uma lavoura de soja. Assim, pode-se

dizer que o funcionamento dos mecanismos dosadores pode afetar a

rentabilidade do empreendimento agrícola, além de ser determinante para a

qualidade do processo de semeadura e, por isso, seu desempenho deve ser

avaliado, em diferentes condições de trabalho.

As inclinações de trabalho podem provocar variações significativas na

vazão dos dosadores de fertilizante, o que é preocupante considerando que

algumas áreas de lavouras, como as do planalto do Rio Grande do Sul, possuem

grande parte das áreas com terrenos ondulados (FERREIRA et al., 2010).

3.4. Elaboração de Resumos e trabalhos para congressos.

Durante o período de estagio também foram desenvolvidos alguns

trabalhos para publicação em congressos, sendo uma forma de aumento e

enriquecimento do currículo acadêmico e também como forma de aprendizado

através da pesquisa e desenvolvimento dos trabalhos. Os trabalhos elaborados

foram:

Desempenho de dosadores de fertilizantes em função de

inclinações longitudinais.

Influência da pressão e da velocidade de deslocamento na

uniformidade de distribuição de um dosador de sementes

pneumático (a vácuo).

Banco de dados sobre tubos condutores de sementes: fase I –

identificação das especificações técnicas.

9iuhi

Figura 5. Apresentação de

trabalhos. 1º Congresso Sul

Americano de Agricultura de

Precisão e Máquinas Precisas.

Não-me-Toque, RS.

3.5. Levantamento de dados para elaboração do Indice de semeadoras em

linha e avaliação de ergonomia e segurança de tratores.

Durante a realização da 34ª expointer foi executada a pesquisa em

máquinas agrícolas como tratores, semeadoras. Este trabalho foi realizado para

que fosse possível elaborar um Índice de Segurança de Semeadoras em Linha,

conforme as normas de segurança vigentes no Brasil, NR 12, NR 31 e Decreto

1255 e também a avaliação de segurança e ergonomia de tratores, sendo alvo da

pesquisa os tratores importados de origem asiática.

Figura 6. Equipe de trabalho da pesquisa realizada

na expointer.

Figura 7. Avaliação de segurança e ergonomia de

tratores.

3.6. Limpeza e manutenção e organização do local de trabalho.

A limpeza e organização do local de trabalho é fundamental para que as

atividades tenham um bom andamento. Durante o período de estágio realizamos

constantes organizações da oficina em que trabalhamos mantendo sempre em

locais seguros e de fácil acesso ferramentas e equipamentos utilizados em

nossos trabalhos, também a pintura de mesas e bancadas para contribuir na

limpeza e boa apresentação do local.

Também foram feitas mudanças nos arredores das instalações do

laboratório, como a organização de arados e grades que estavam sujeitos a ação

da chuva e sol foram colocados protegidos na cobertura.

Figura 8. Organização das grades e arados

de forma a abrigá-los da chuva e do sol.

Figura 9. Organização dos arredores do

Laboratório e melhorias no estacionamento.

3.7. Testes de adaptação de diferentes tubos condutores de sementes a

dosadores mecânicos e pneumáticos.

Para uma perfeita deposição de sementes é necessário que haja um

correto funcionamento de todos os componentes da semeadora. Para isto, estes

componentes passam por testes em laboratório para que sejam corrigidos seus

erros antes de chegarem nos consumidores finais. Com este objetivo auxiliei a

equipe da empresa STARA nos testes com dosadores penumáticos e mecânicos

com diferentes tubos condutores, para avaliar a possivel influência destes

componentes na distribuição de sementes na linha de semeadura.

Foram testados quatro modelos de tubos condutores com dois dosadores

de sementes para verificação da melhor configuração dosador/tubo, utilizando-se

diferentes velocidades, sendo estas escolhidas conforme as mais utilizadas em

campo na semeadura de soja e milho. Para verificação dos resultados foram

feitas apenas observações nos espaçamentos que foram feitos na esteira.

O fator que diferiu entre os tubos condutores foi a presença ou ausência do

sensor de sementes e a localização deste no tubo. Observou-se que o modelo de

maior ângulo de curvatura do tubo porporcionou uma melhor distribuição das

sementes, estando estes resultados de acordo com trabalhos realizados por

Jasper et al. (2006) afirmando que tubos de perfil parabólico conduzem sementes

até o sulco de maneira mais suave, diminuindo o efeito de repique da semente

dentro do tubo condutor que pode ocasionar espaçamentos múltiplos ou falhos na

linha de semeadura.

Figura 10. Bancada equipada com

dosador pneumático e suporte para

tubo condutor

Figura 11. Dosador mecânico de discos

horizontais utilizado nos testes com tubos

condutores

Figura 12. Tubos condutores utilizados nos testes.

3.8. Aula Prática para turma do curso de Zootecnia na oficina, demonstração

de mecanismos dosadores de sementes.

A aula prática foi realizada na oficina do Laboratório de pesquisa e

desenvolvimento de máquinas agrícolas com o objetivo de complementar a aula

teórica. Nesta aula foram demonstrados componentes que equipam as

semeadoras bem como a regulagem dos mesmos, também foram realizados

ensaios demonstrativos em dosadores de sementes e fertilizantes nas bancadas

de ensaios e a regulagem da maquina semeadora LAVRALE. Foram feitas 4

estações demonstrativas onde os alunos do curso de Zootecnia puderam

observar os mecanismos e conhecer os trabalhos realizados pelos integrantes do

LASERG.

4. CONSIDERAÇÕES GERAIS.

Estágio supervisionado em agronomia, não è mais uma simples etapa para

receber o grau de engenheiro agrônomo, e sim a parte pela qual o aluno tem a

oportunidade de aplicar e principalmente ampliar o conhecimento que adquiriu ao

longo do curso, em uma situação prática.

Elaborar metodologias e aplicá-las, realizar ensaios, pesquisas para

elaboração de trabalhos, esta foi a forma que eu vivenciei meu estágio, sendo

estagiário do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Máquinas Agrícolas

da Universidade Federal de Santa Maria, sob a orientação e supervisão do

professor Airton dos Santos Alonço.

5. CONCLUSÃO.

Sem dúvidas a parte mais importante da graduação é a hora em que aplicamos o

que adquirimos ao longo do curso, e esta etapa é o estágio, que proporcionou-me

poder participar, aplicar, conhecer e principalmente aprender os importantes

passos de um processo de pesquisa, atribuindo-me responsabilidades as quais

me fizeram crescer tanto intelectualmente quanto profissionalmente, sendo uma

experiência única, atribuindo-me condições para minha carreira profissional ou até

mesmo seguir na área de pesquisa.

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