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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA “ESTUDO FITOQUÍMICO E ATIVIDADES BIOLÓGICAS DE JATROPHA CURCAS L.” SÃO CRISTOVÃO - SERGIPE Abril/2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

“ESTUDO FITOQUÍMICO E ATIVIDADES BIOLÓGICAS DE JATROPHA CURCAS L.”

SÃO CRISTOVÃO - SERGIPE

Abril/2010

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“ESTUDO FITOQUÍMICO E ATIVIDADES BIOLÓGICAS DE JATROPHA CURCAS L.”

SANDRA SANTOS RIBEIRO

Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Sergipe como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Química.

Orientadora: Profa. Dra. Valéria Regina de Souza Moraes

Co-orientador: Prof. Dr. Paulo Cesar de Lima Nogueira

São Cristovão

2010

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Dedico este trabalho a Deus,

meus pais, José Eurique

Cardoso Ribeiro e Esmeralda

Santos Ribeiro, aos meus

irmãos, sobrinhos, e todos os

meus familiares.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Sergipe e ao Departamento de Química pela

oportunidade de execução deste trabalho.

Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudo.

À CAPES, através do projeto PROCAD 081/2007, pela concessão da

bolsa-auxílio quando em missão de estudos na Universidade Federal de São

Carlos.

À Profa Dra. Valéria Regina de Souza Moraes, pelo companheirismo,

amizade e orientação deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Paulo César de Lima Nogueira por sua colaboração no

desenvolvimento deste trabalho.

À Profa Dra Renata Mann pelo fornecimento dos acessos da espécie

Jatropha curcas L..

Ao pesquisador Dr. Hélio Wilson Lemos de Carvalho da Embrapa

Tabuleiros Costeiros pelo fornecimento do cultivar EPAMIG da espécie J. curcas

L, do Campo experimental da EMBRAPA de Umbaúba-SE.

À Profa Dra. Quézia Bezerra Cass do Departamento de Química da

UFSCar e ao Prof. Dr. João Batista Fernandes, pelas colaborações e pela

oportunidade de trabalhar em seus laboratórios durante minha passagem na

UFSCar.

Ao aluno de mestrado Vinicius Augusto Perasolo e Carvalho do

Departamento de Química da UFSCar, pela ajuda junto ao Laboratório de

Síntese Orgânica e CLAE para obtenção dos cromatogramas fingerprints.

Ao Prof. Dr. Edenir Rodrigues Pereira-Filho do Departamento de Química

da UFSCar, pelas análises quimiométricas dos cromatogramas fingerprints.

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À Profa Dra. Andréia Pereira Matos e o aluno de iniciação cientifica

Antônio Rogério Bernardo do Laboratório de Bioensaios do Departamento de

Química da UFSCar, pela colaboração nos ensaios com a Spodoptera frugiperda.

Ao Prof. Dr. Daniel Perreira Bezerra do Departamento de Fisiologia, do

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UFS, pela análise de citotoxicidade

in vitro e pelas valiosas discussões.

À Profa Dra. Lúcia Regina Rocha Martins pela ajuda na otimização dos

cromatogramas.

À minha amiga Grazi pela amizade e o carinho dedicado durante toda a

graduação e pós-graduação.

Aos meus amigos em especial do LABORGANICS, LCP e LEMON, pelas

horas de lazer e confraternizações.

E a todos os amigos e funcionários do Departamento de Química - UFS

que direta ou indiretamente, contribuíram para realização desse trabalho.

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CURRICULUM VITAE

1. DADOS PESSOAIS

Nome: Sandra Santos Ribeiro

Nome em citações bibliográficas: Ribeiro, S. S.

Naturalidade: Aracaju-SE

Data de Nascimento: 14/07/1982

2. FORMAÇÃO ACADÊMICA/TITULAÇÃO

Nível Superior: Química Licenciatura, Universidade Federal de Sergipe, UFS

Ano de Conclusão: 01/2007

3. ÁREA DE ATUAÇÃO

Química Orgânica, Química de Produtos Naturais

4. PRODUÇÃO CIENTÍFICA

1. Santos, A. D. C., Jesus, A. M.; Anjos, C. S.; Jesus, J. R.; Silva, T. B.; Santos,

D. S.; Ribeiro, S. S ; Gomes, W. F.; Bezerra, D. P.; Costa, E. V.; Moraes, V. R. S.;

Alves, P. B.; Pessoa, C.; Moraes, M. O.; Costa-Lotufo, L. V.; Carvalho, A. A.;

Nogueira, P. C. L. Avaliação da atividade citotóxica de plantas medicinais do

estado de Sergipe. 33ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química – SBQ,

2010.

2. Ribeiro, S. S ., Nogueira, P.C.L., Moraes, V. R. S., Silva-Mann, R., Pessoa, A.

M. S. Volatile Compounds From Leaves of Jatropha curcas L. In: 2º Brazilian

Conference on Natural Products and XXVIII Annual Meeting on Micromolecular

Evolution, Syztematics and Ecology (RESEM), 2009, São Pedro-SP. 2º Brazilian

Conference on Natural Products and XXVIII Annual Meeting on Micromolecular

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Evolution, Syztematics and Ecology (RESEM), 2009.

3. Carvalho, H. W. L. de, Fukuda, W. M. G., Ribeiro, F. E., Oliveira, I. R. de,

Moreira, M. A. B., Santos, V. S., Lima, N. R. S., Oliveira, V. D. de, Ribeiro, S. S.

Avaliação de Cultivares de Mandioca em Duas Microrregiões do Estado de

Sergipe. Agrotrópica 21(1): 15 - 24. 2009.

4. Carvalho, H. W. L. de, Cardoso, M. J., Guimarães, P. E. O., Pacheco, C. A. P.,

Lira, M. A., Tabosa, J. N., Ribeiro, S. S. , Oliveira, V. D. de. Adaptabilidade e

Estabilidade de Cultivares de Milho no Nordeste Brasileiro no Ano Agrícola de

2006. Agrotrópica 21(1): 25 - 32. 2008.

5. Carvalho, H. W. L. de, Faria, L. C. de, Del Peloso, M. J., Ribeiro, F. E., Melo, L.

C., Oliveira, V. D. de, Ribeiro, S. S. Adaptabilidade e Estabilidade de Cultivares

de Feijoeiro Comum na Zona Agreste do Nordeste Brasileiro. Agrotrópica 20: 21 -

24. 2008.

6. Oliveira, V. D. de, Carvalho, H. W. L. de, Cardoso, M. J., Lira, M. A.,

Cavalcante, M. H. B, Ribeiro, S. S. Adaptabilidade e Estabilidade de Cultivares

de Milho na Zona Agreste do Nordeste Brasileiro na Safra de 2006. Agrotrópica

19: 63 - 68. 2007.

7. Ribeiro, S. S ., Carvalho, H. W. L de, Fukuda, W. M. G, Oliveira, I. R. de,

Oliveira, V. D. de. Avaliação de cultivares de mandioca mansa na microrregião

homogênea de Nossa Senhora das Dores no Estado de Sergipe In: 4º Congresso

Brasileiro de Melhoramento de Plantas, 2007, São Lourenço. Congresso

Brasileiro de Melhoramento de Plantas. Lavras: UFLA, vol.1, 2007.

8. Oliveira, I. R. de, Carvalho, H. W. L de, Carvalho, B. C. L., Oliveira, V. D. de,

Ribeiro, S. S. Comportamento Produtivo da Mamoneira BRS Nordestina na

Bahia e Sergipe Quando Consorciada com Culturas Alimentares In: Congresso

Internacional de Agroenergia e Biocombustíveis - Energia de Resultados, 2007,

Teresina. Embrapa Meio-Norte, vol.1, 2007.

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9. Ramos, S. R. R., Carvalho, H. W. L de, Queiroz, M. A. de, Oliveira, I. R. de,

Oliveira, V. D. de, Ribeiro, S. S. Genótipos de abóbora selecionados pelos

agricultores: opção para o melhoramento de variedades locais In: 47º Congresso

Brasileiro de Olericultura, Porto Seguro-BA, vol.1, 2007.

10. Oliveira, I. R. de, Carvalho, H. W. L de, Lira, M. A., Carvalho, C. G. P. de,

Ribeiro, S. S. , Oliveira, V. D. de. Avaliação de Cultivares de Girassol na Zona

Agreste do Nordeste Brasileiro In: XVII Reunião Nacional de Pesquisa de

Girassol, 2007, Uberaba, MG. V Simpósio Nacional sobre a Cultura do Girassol.

Paraná: Embrapa Soja, vol.1. p.197 – 292, 2007.

11. Carvalho, H. W. L. de, Faria, L. C. de, Warwick, D. R. N., Albuquerque, M. M.

de, Del Peloso, M. J., Melo, L. C., Rodrigues, A. R. dos S., Ribeiro, S. S.,

Oliveira, V. D. de, Oliveira, V. D. de, Souza, E. M. de. Adaptabilidade e

Estabilidade de Genótipos de Feijoeiro Comum no Nordeste Brasileiro, no Ano

Agrícola de 2005. Agrotrópica 18: 83 - 88. 2006.

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SUMÁRIO

Páginas

LISTA DE FIGURAS xi

LISTA DE TABELAS xvi

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS xviii

RESUMO 1

ABSTRACT 2

1. INTRODUÇÃO 3

1.1 Compostos Voláteis 7

1.2 Comunicação entre Insetos 8

1.3 A Lagarta Spodoptera frugiperda (Smith) 11

1.4 Inseticidas de Origem Natural 13

1.5 Análise Multivariada 14

1.5.1 Análise de Componentes Principais 15

1.5.2 Análise de Agrupamentos Hierárquicos 18

1.6 Produtos Naturais como Agentes Antitumorais 21

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 24

2.1 A Família Euphorbiaceae 24

2.1.1 Ocorrência e Distribuição 24

2.1.2 Importância 24

2.2 O Gênero Jatropha 27

2.2.1 Compostos Isolados do Gênero Jatropha 34

3. OBJETIVOS 47

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 48

4.1 Coleta e Identificação do Material Vegetal 48

4.2 Obtenção dos Compostos Voláteis das Folhas 49

4.3 Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrometria de Massas

(CG/EM)

49

4.4 Determinação do Perfil Cromatográfico por CLAE dos Extratos de

Jatropha curcas L. 51

4.4.1 Equipamentos e Reagentes 51

4.4.2 Sistemas de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência 52

4.4.3 Preparação dos Extratos Vegetais 53

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4.5 Preparo das Amostras para CLAE 54

4.5.1 Extração em Fase Sólida (SPE- Solid Phase Extraction) 54

4.5.2 Condições Analíticas do Perfil Cromatográfico 55

4.6 Análise Quimiométrica 56

4.7 Atividade Frente à Spodoptera frugiperda 56

4.8 Ensaio de Citotoxicidade IN VITRO em Células Tumorais 58

4.8.1 Material 59

4.8.2 Princípio do Teste 60

4.8.3. Análise dos Dados 61

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 62

5.1 Composição Química dos Compostos Voláteis das Folhas 62

5.2. Desenvolvimento dos Cromatogramas Fingerprint 79

5.2.1 Otimização do Procedimento de Pré-tratamento (clean-up) 79

5.2.2 Otimização dos Cromatogramas Fingerprint das Folhas de J. curcas 83

5.3 Análise Quimiométrica 110

5.3.1 Análise Quimiométrica dos Cromatogramas Fingerprint das Folhas

Frescas 110

5.3.2 Análise Quimiométrica dos Cromatogramas Fingerprint das Folhas

Secas 118

5.3.3 Análise por Agrupamento Hierárquico (HCA) para as Folhas Frescas 125

5.3.4 Análise por Agrupamento Hierárquico (HCA) para as Folhas Secas 131

5.4 Efeito dos Extratos Metanólicos da J. curcas no Desenvolvimento da

Spodoptera frugiperda. 134

5.4.1 Avaliação da atividade inseticida de folhas frescas de J. curcas sobre

Spodoptera frugiperda. 134

5.4.2 Avaliação da Atividade Inseticida de Folhas Secas de J. curcas sobre

Spodoptera frugiperda. 136

5.5 Citotoxidade In Vitro 139

6. CONCLUSÔES 143

7. REFERÊNCIAS 145

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Classificação dos semioquímicos de acordo com sua classe..............10

Figura 2: Ciclo de vida da Spodoptera frugiperda...............................................12

Figura 3: Gráfico dos escores correspondentes à classificação de 34 amostras

de água de coco, entre processadas e naturais...................................................18

Figura 4: Dendrograma obtido da análise de agrupamento hierárquico utilizando

as sete variáveis: calorias, glicídios, proteínas, lipídios, cálcio, fósforo e ferro....19

Figura 5: Dendograma correspondente à classificação de 34 amostras de água

de coco, entre processadas e naturais, sendo 16 pertencentes à acp, 16 à acn e

2 à acn de Minas Gerais.......................................................................................20

Figura 6: Espécime de Jatropha curcas L. .........................................................27

Figura 7: Estrutura do ester de forbol (I) e tigliane (II) isoladas do óleo fixo das

sementes de J. curcas.........................................................................................31

Figura 8: Estruturas dos compostos isolados das raízes de J.

elliptica...................................................................................................................35

Figura 9: Estruturas de diterpenóides isolados das partes aéreas de J.

curcas....................................................................................................................36

Figura 10: Estruturas dos diterpenóides de origem das raízes de J.

weddelliana............................................................................................................38

Figura 11: Estruturas dos diterpenóides das raízes de J. podagrica.

...............................................................................................................................39

Figura 12: Estruturas de origem das raízes de J. podagrica.

...............................................................................................................................40

Figura 13: Estruturas dos diterpenóides de origem do caule de J.

multifida.................................................................................................................41

Figura 14: Estrutura da curcaciclina A ................................................................41

Figura 15: Estrutura da curcaciclina B.................................................................42

Figura 16: Estrutura da heudolotinona................................................................42

Figura 17: Estruturas das desoxipreussomerinas palmarumicina (40), (41) e (42)

de J. curcas...........................................................................................................43

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Figura 18: Compostos isolados do oleio da semente de J. curcas. Sendo (46) e

(47) epímeros no carbono 8..................................................................................44

Figura 19: Estruturas dos constituintes dos extratos das folhas de J. curcas por

extração com fluído supercrítico...........................................................................45

Figura 20: Sistema analítico para extração em fase sólida (SPE) (manifold a

vácuo de 12 portas) ..............................................................................................55

Figura 21: (a) Preparação da dieta artificial para realização do ensaio de

ingestão frente a S. frugiperda (b) Gaiola para acasalamanto dos insetos (c)

pupas após esterilização.......................................................................................58

Figura 22: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-2

de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde)............................................73

Figura 23: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-7

de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde)............................................73

Figura 24: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-10

de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde)............................................73

Figura 25: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-11

de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde)............................................74

Figura 26: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos acesso PM-12 de

J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde).................................................74

Figura 27: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-14

de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde)............................................74

Figura 28: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso EMB

de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde)...........................................75

Figura 29: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-10

de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde)............................................75

Figura 30: Principais compostos identificados na análise do óleo essencial das

folhas frescas de J. curcas....................................................................................76

Figura 31: Principais compostos identificados na análise do óleo essencial das

folhas secas de J. curcas......................................................................................77

Figura 32: Cromatogramas das frações (a) 5% MeOH:H2O, (b) 10% MeOH:H2O,

(c) 15% MeOH:H2O e (d) 20% MeOH, (e) 30% MeOH, (f) 50% MeOH, (g) 60%

MeOH, (h) 100% MeOH e (i) MeOHpuro, após tratamento por extração em fase

sólida (JT Baker®) da amostra PM-7-FF. Condições cromatográficas: gradiente

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exploratório linear de 5 a 100% ACN (B) em 60 min, vazão 1mL/min, volume de

injeção de 25 µL, λ = 254 nm................................................................................81

Figura 33: Cromatograma das frações (a) 5% MeOH:H2O, (b) 10% MeOH:H2O,

(c) 15% MeOH:H2O e (d) 20% MeOH, (e) 30% MeOH, (f) 50% MeOH, (g) 60%

MeOH, (h) 100% MeOH e (i) MeOHpuro, após tratamento por extração em fase

sólida (JT Baker®) da amostra PM-7-FF. Condições cromatográficas: gradiente

exploratório linear de 5 a 100% MeOH (B) em 60 min, vazão 1mL/min e λ= 254

nm..........................................................................................................................84

Figura 34: (a) Cromatograma de eluição gradiente linear da fração MeOHpuro

em ACN:água após tratamento por extração em fase sólida, (b) Cromatograma

de eluição gradiente linear da fração MeOHpuro da amostra PM-7-FF em

MeOH:água após tratamento por extração em fase sólida, λ= 254 nm................86

Figura 35: Cromatograma de eluição gradiente linear da fração MeOHpuro após

tratamento por extração em fase sólida da amostra PM-7-FF. Os números

correspondem às condições apresentadas na Tabela 9.......................................89

Figura 36: Cromatogramas de eluição gradiente linear das frações obtidas por

SPE da amostra PM-7-FF. Os números correspondem às condições

apresentadas na Tabela 10...................................................................................92

Figura 37: Cromatogramas obtidos segundo as condições apresentadas na

Tabela 11...............................................................................................................95

Figura 38: Cromatograma obtido nas condições sugeridas pela literatura de

Snyder & Dolan: coluna C18 em gradiente linear 5% a 100% de ACN (B) em um

tempo de 60 min utilizando um fluxo de 2 mL.min-1..............................................97

Figura 39: Cromatograma obtido com a condição de eluição isocrática: 21%

ACN:H2O por 38 min, coluna C18, vazão 2 mL.min-1, Vinj.25 µL e λ = 254 nm......99

Figura 40: Cromatogramas para seleção de condições para o método em CLAE.

Os números correspondem às condições apresentadas na Tabela 13..............101

Figura 41: Cromatogramas para seleção de condições para o método em CLAE.

Os números correspondem às condições apresentadas na Tabela 15..............104

Figura 42: (a) Cromatogramas fingerprint das folhas frescas das sete amostras

de J. curcas (b) Cromatogramas fingerprint das folhas secas das sete amostras

de J. curcas.........................................................................................................107

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Figura 43: (a) Cromatogramas fingerprint das folhas frescas do acesso PM-7 em

3D da espécie J. curcas (b) Cromatogramas sobrepostos em 3 comprimentos de

onda da amostra PM-7-FF da espécie J. curcas................................................107

Figura 44: Cromatogramas das folhas frescas e secas das sete amostras de J.

curcas em quintuplicata.......................................................................................108

Figura 45: Parte do cromatograma das folhas frescas: a) antes do alinhamento,

b) após alinhamento utilizando o algaritmo “Correlation Optimised Warping”

(COW).................................................................................................................111

Figura 46: Gráfico dos dados pré-processados centrados na média das folhas

frescas.................................................................................................................112

Figura 47: Variância explicada (%) para cada componente principal (PC’s).....114

Figura 48: Gráfico de escores (PC1 versus PC2)..............................................115

Figura 49: Gráfico de loading das folhas de J. curcas ......................................116

Figura 50: Cromatogramas fingerprint sobrepostos das folhas frescas das sete

amostras de J. curcas.........................................................................................117

Figura 51: Gráfico de pré-processamento centrado na média...........................119

Figura 52: Variância explicada (%) para cada componente principal (PC’s).....121

Figura 53: Gráfico de escores (PC1 versus PC2)..............................................122

Figura 54: Gráfico de loadings das folhas secas de J. curcas...........................123

Figura 55: Cromatogramas fingerprint sobrepostos das folhas secas das

amostras de J. curcas.........................................................................................124

Figura 56: Dendrograma dos fingerprints das 34 amostras de J. curcas...........126

Figura 57: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em

vermelho..............................................................................................................127

Figura 58: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em

verde....................................................................................................................128

Figura 59: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em

rosa......................................................................................................................129

Figura 60: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em

azul......................................................................................................................130

Figura 61: Dendrograma dos fingerprints das 35 amostras de J. curcas ..........131

Figura 62: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em azul

para as folhas secas...........................................................................................132

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Figura 63: Dendrograma fornecdo pela HCA para o grupo destacado

emvermelho para as folhas secas de J. curcas .................................................133

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Plantas que ocasionam intoxicações no Brasil e registradas pelos

Centros de Informação e Assistência Toxicológica...............................................25

Tabela 2: Dados dos acessos da espécie J. curcas.............................................48

Tabela 3: Rendimento dos extratos metanólicos das folhas frescas e

secas.....................................................................................................................54

Tabela 4: Células utilizadas nos ensaios de citotoxicidade..................................59

Tabela 5: Composição percentual relativa dos compostos voláteis das folhas

frescas de J. curcas pela técnica de hidrodestilação analisada por

CG/EM...................................................................................................................63

Tabela 6: Composição percentual relativa dos compostos voláteis das folhas

secas (ao ar por 5 dias) de seis diferentes genótipos de J. curcas analisada por

CG/EM...................................................................................................................65

Tabela 7: Composição percentual relativa dos compostos voláteis das folhas

secas do acesso PM-2 de J. curcas pela técnica de hidrodestilação analisada por

CG/EM de acordo com o tempo de secagem.......................................................69

Tabela 8: Média e desvio padrão do rendimento dos compostos voláteis das

folhas de seis diferentes acessos e da amostra cultivada na Embrapa de J.

curcas ...................................................................................................................78

Tabela 9. Condições cromatográficas avaliadas para separação dos compostos

químicos realizadas em cromatógrafo do sistema 1, com detecção em λ=254

nm..........................................................................................................................88

Tabela 10: Condições cromatográficas para obtenção do gradiente exploratório

linear para diferentes frações em SPE utilizando uma coluna hexil-fenil, com

detecção em λ=254 nm.........................................................................................91

Tabela 11: Condições cromatográficas testadas para três diferentes frações em

SPE utilizando uma coluna hexil-fenil, com detecção em λ=254 nm....................94

Tabela 12: Avaliação dos tempos de retenção obtidos no gradiente inicial.........98

Tabela 13: Estimativa da % de B para eluição isocrática, baseada no tempo de

retenção do último pico (trz ) do gradiente inicial...................................................98

Tabela 14: Condições cromatográficas avaliadas para separação dos compostos,

com detecção em λ=254 nm...............................................................................100

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xvii

Tabela 15: Condições cromatográficas avaliadas para separação dos compostos,

com detecção em λ=254 nm...............................................................................103

Tabela 16: Variância percentual das componentes principais calculadas para os

dados da matriz original centrados na média......................................................113

Tabela 17: Variância percentual das componentes principais calculadas para os

dados da matriz original centrados na média......................................................120

Tabela 18: Médias da duração das fases larval, pupal e peso pupal de S.

frugiperda alimentada com dieta artificial tratada com extratos metanólicos das

folhas frescas de J. curcas. Temp.: 25 ± 10º C; UR: 70 ± 5% e fotofase: 12h....134

Tabela 19: Mortalidade das fases larval e pupal de S. frugiperda alimentada com

dieta artificial tratada com extratos orgânicos metanólicos das folhas frescas de J.

curcas. Temp.: 25 ± 10º C; UR: 70 ± 5% e fotofase: 12 h...................................135

Tabela 20: Médias da duração das fases larval, pupal e peso pupal de S.

frugiperda alimentada com dieta artificial tratada com extratos metanólicos das

folhas secas de J. curcas. Temp.: 25 ± 10º C; UR: 70 ± 5% e fotofase: 12h......137

Tabela 21: Mortalidade das fases larval e pupal de S. frugiperda alimentada com

dieta artificial tratada com extratos orgânicos metanólicos das folhas secas de J.

curcas. Temp.: 25 ± 10º C; UR: 70 ± 5% e fotofase: 12 h...................................138

Tabela 22: Atividade citotóxica, em concentração única (50 µg/mL), dos extratos

de J. curcas em linhagens de células tumorais humana. A doxorrubicina foi usada

como controle positivo.........................................................................................140

Tabela 23: Determinação da CI50 dos extratos citotóxicos de J. curcas em

linhagens de células tumorais humana. A doxorrubicina foi usada como controle

positivo................................................................................................................141

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ACN Acetonitrila

CG Cromatografia Gasosa

CG-EM Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrômetro de Massas

CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

CLAE–UV Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada a um detector

Ultravioleta

CM Centrado na Média

Clean-up Limpeza

CI50 Concentração inibitória média capaz de provocar 50% do efeito

máximo

DPM Média ± desvio padrão da média

HCA Hierarchical Cluster Analysis (Análise de Agrupamentos

Hierárquicos)

IR Índice de retenção

IC Intervalo de confiança

ICP OES Inductively Coupled Plasma Atomic Emission Spectroscopy

(Espectrometria de emissão óptica em plasma com acoplamento

indutivo)

k Fator de retenção

MTT 3-(4,5-dimethyl-2-thiazolyl)-2,5-diphenyl-2H- tetrazolium bromide

NIST National Institute of Standards and Technology

PCA Principal Component Analysis (Análise dos Componentes

Principais)

PC Principal Component

p/v Peso/volume

RPMI-1640 Roswell Park Memorial Institute - instituto que padronizou este

meio de cultura de células

SPE Solid Phase Extraction (Extração em fase sólida)

UR Unidade Relativa

UV Ultravioleta

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1

RESUMO

No presente trabalho determinou-se, pela primeira vez, os compostos voláteis

das folhas frescas e secas de Jatropha curcas L. pela técnica de hidrodestilação,

para seis diferentes acessos (denominados de PM-2, PM-7, PM-10, PM-11, PM-

12 e PM-14) e uma cultivar (EPAMIG, denominada de EMB). As análises foram

realizadas através de CG/EM, obtendo-se o (Z)-3-hexen-1-ol (75,7±18,2%) como

composto majoritário nas folhas frescas, com percentuais superiores a 70% entre

os acessos. Nas folhas secas obteve-se como compostos majoritários o (Z)-2-

penten-1-ol (14,9±11,3%), (Z)-3-hexen-1-ol (9,6±9,1%) e o benzaldeído

(3,9±2,7%). Um experimento de secagem foi realizado para o acesso PM-2 com

intuito de verificar o efeito da secagem na composição dos voláteis das folhas de

J. curcas. Neste trabalho também foi desenvolvido um método por Cromatografia

Líquida de Alta Eficiência (CLAE) para diferenciação dos seis acessos e da

cultivar (EPAMIG) para folhas frescas e secas de J. curcas. Os extratos

metanólicos das folhas foram analisados por CLAE-DAD e após etapas de

otimizações, foram obtidos os cromatogramas fingerprints. Para uma análise

comparativa entre os acessos e a cultivar, aplicaram-se ferramentas

quimiométricas de Análise dos Componentes Principais (PCA) e Análise de

Agrupamentos Herarquicos (HCA), pelas quais foi possível diferenciar as

amostras das folhas secas de acordo com suas procedências. Os extratos

metanólicos também foram submetidos a ensaios de citotoxicidade in vitro para

04 linhagens de células tumorais humanas (HCT-8, HL-60, SF-295 e MDA-MB-

435), obtendo-se CI50 25,13 µg/mL, na linhagem HL-60 para a amostra da cultivar

(EPAMIG). Este resultado está dentro do intervalo proposto pelo NCI (National

Institute of Cancer, USA) para considerar extratos como promissores. A atividade

biológica destes extratos também foi avaliada sobre o desenvolvimento de

Spodoptera frugiperda, principal praga do milho, apresentando 60% de

mortalidade larval.

Palavras chaves: Jatropha curcas L., compostos voláteis, CLAE, análises

quimiométricas, Spodoptera frugiperda; citotoxicidade in vitro.

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2

ABSTRACT

In this work was determined, for the first time, the volatile composition from fresh

and dried leaves of six accessions (named PM-2, PM-7, PM-10, PM-11, PM-12 e

PM-14) and a cultivar (EPAMIG, named here EMB) of Jatropha curcas L. The

volatile compounds was extracted by hydrodistillation and then analyzed by GC-

MS. Thus, it was possible to observe that the (Z)-3-hexen-1-ol was the major

compound in the fresh leaves (>70% in all accessions). Alcohols also

predominated in the dried leaves, mainly (Z)-2-penten-1-ol and (Z)-3-hexen-1-ol,

but others constituents were identified in significant proportions included

benzenoid compounds such as benzaldehyde. The influence of drying on volatile

composition from leaves of J. curcas was evaluated on the PM-2 accession.

Besides, this work also describes the development of a High Performance Liquid

Chromatograpy (HPLC) method for the differentiation of six accessions and a

cultivar (EPAMIG) from fresh and dried leaves of J. curcas. The methanol extracts

of the leaves were analyzed by HPLC-DAD and after stages of optimizations, we

obtained the fingerprint chromatograms. For a comparative analysis of the

accessions and a cultivar, were applied chemometric tools of PCA and HCA,

which it was possible to discriminate the samples from dried leaves according to

their origins. The methanol extracts of the leaves were submitted to cytotoxicity

assay against four tumor cell lines (HCT-8, HL-60, SF-295 and MDA-MB435),

presenting IC50 values of 25.13 µg/ml, against HL-60 cell line for EMB sample

considered promising by NCI. The biological activity of this extracts was evaluated

on the development of Spodoptera frugiperda, considered as a primary pest in

corn crop. It was observed 60% larval mortality.

Keywords: Jatropha curcas L., volatile compounds, HPLC, chemometrics

analyses, Spodoptera frugiperda; cytotoxicity.

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3

1. INTRODUÇÃO

O uso de produtos naturais como matéria-prima para obtenção de

substâncias bioativas, especialmente fármacos, tem sido amplamente relatado ao

longo do tempo. As primitivas civilizações perceberam que as plantas eram

fontes de alimento e ao serem utilizados no combate à doença, revelaram,

embora empiricamente, o seu potencial curativo. Até o século XIX, o uso de

plantas e extratos vegetais com propriedades terapêuticas, constituía a maioria

dos medicamentos utilizados na medicina popular [1, 2].

No entanto, a utilização de plantas como fonte de novos medicamentos é

ainda pouco explorado. De um total estimado entre 350.000 e 550.000 espécies

de plantas existentes, apenas 15 a 17% foram estudadas quanto ao seu potencial

medicinal [3]. Um exemplo disso é o Brasil que, apesar de possuir cerca de 10%

de toda a flora mundial, continua a ser um país com muitas potencialidades neste

campo, mesmo considerando que menos de 1% das espécies vegetais

brasileiras foram analisadas sob ponto de vista químico e/ou farmacológico [2].

Ainda hoje, as plantas representam um forte manancial para a

investigação nos mais variados campos de atividade humana. Nos países

desenvolvidos, no campo da farmacologia, interessa, sobretudo, descobrir novas

moléculas químicas com potencial aplicação clínica e aos países em

desenvolvimento interessa conhecer todas as potencialidades dos seus recursos

naturais [4].

Atualmente, o mercado mundial de fármacos de origem vegetal é

estimado em US$ 12,4 bilhões, sendo a Europa responsável pelo consumo de

aproximadamente 50% deste mercado. Os fitoterápicos e fitofármacos são

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4

responsáveis por 25% dos medicamentos prescritos nos países desenvolvidos e

cerca de 80% nos países em desenvolvimento [5].

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o tratamento base de

plantas continua a ter um papel essencial no cuidado à saúde, aproximadamente

80% da população mundial confiam na medicina tradicional para cuidado primário

de sua saúde e grande parte desta medicina tradicional envolve o uso de plantas

medicinais, seus extratos vegetais ou seus princípios ativos [6].

No Brasil, as plantas medicinais são consideradas “remédios de baixo

custo”, o que no país é encarado como sinônimo de má-qualidade. Grande parte

das espécies vegetais utilizadas pela população do Brasil não possui ação

farmacológica comprovada, estudo químico realizado e nem mesmo estudos

toxicológicos. O mercado brasileiro ainda se encontra seriamente restrito devido

à falta de pesquisa e desenvolvimento, bem como de investimentos na área de

controle de qualidade de produtos padronizados [7].

O controle de qualidade depende, em muito, de técnicas instrumentais e

não-instrumentais de análise que sejam seguras, rápidas, baratas e

operacionalmente simples. Essas técnicas visam identificar e quantificar

compostos de interesse, quer sejam eles substâncias ativas ou mesmo outros

elementos presentes no produto acabado como coadjuvantes e contaminantes.

Para quantificar ou identificar substâncias de qualquer natureza é

necessário, na maioria dos casos, separar o composto de interesse dos demais

elementos constituintes da amostra. Quanto mais pura e homogênea a

substância a ser analisada menores serão as probabilidades de erro na sua

identificação e quantificação [8].

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5

Dentre as principais técnicas de separação utilizadas, a cromatografia

ocupa um lugar de destaque devido à facilidade com que efetua a separação,

identificação e quantificação das espécies químicas, por si mesma, utilizando um

padrão ou em conjunto com outras técnicas instrumentais de análise, como a

espectrofotometria ou espectrometria de massas [9].

A Cromatografia Gasosa (CG) é, atualmente, uma das técnicas analíticas

mais utilizadas para separação e quantificação de produtos diversos, podendo

ser também usada como técnica de identificação, quando acoplada a um

espectrômetro de massas ou outro detector qualitativo. A grande limitação deste

método é a necessidade de que a amostra seja volátil ou estável termicamente,

embora amostras não voláteis ou instáveis possam ser derivatizados

quimicamente [9, 10].

Um outro importante membro de todo um conjunto de técnicas de

separação é a cromatografia liquida de alta eficiência (CLAE), uma vez que se

consegue separar misturas que contém um grande número de compostos

similares. Diferente da cromatografia gasosa, esta técnica requer somente que a

amostra seja solúvel na fase móvel, sendo assim um método ideal para

separação de espécies iônicas ou macromoléculas de interesse biológico e de

produtos naturais lábeis, bem como da imensa variedade de outros compostos de

massa molar alta e/ou estabilidade térmica baixa [9].

Na última década a CLAE tem sido uma das técnicas analíticas mais

utilizadas para determinação da “impressão digital” ou “fingerprint” de plantas

devido à facilidade de manuseio e por não estar limitada à volatilidade ou

estabilidade dos compostos da amostra. Embora as condições de otimização

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6

envolver fatores não triviais como fase móvel, ajuste de pH, pressão de bombas e

tantos outros [11].

O uso de análises cromatográficas, utilizando o cromatograma como a

“impressão digital” de uma determinada amostra, pode ajudar na identificação de

amostras autênticas e auxiliar na identificação de possíveis compostos utilizados

em uma adulteração da mesma [12].

Muitos dos componentes usados como “marcadores” no controle de

qualidade de uma planta medicinal são aquelas moléculas que possuem uma

característica particular, como, por exemplo, absorção de luz no ultravioleta (que

viabiliza a análise por CLAE–UV) ou são voláteis (o que possibilita a análise por

técnicas de cromatografia gasosa acoplada a detectores de ionização de chama

ou detectores de massas).

Por outro, é amplamente reconhecido que a atividade biológica de uma

espécie vegetal muitas vezes não depende apenas de uma substância, mas está

baseada na interação sinergística entre os diversos componentes nela presentes.

Por esse motivo muitas vezes o perfil cromatográfico de uma planta, e não

apenas o uso do marcador químico, pode ser uma opção mais adequada para o

controle químico e qualidade de fitopreparados [7].

Também não se pode deixar de destacar a importância da união de

técnicas modernas de separação (CLAE) com bioensaios biológicos simplificados

(realizados em bancadas de laboratórios) para direcionar na seleção de extratos,

frações e substâncias a serem isoladas de interesse farmacológico na detecção

de atividade biológica [13].

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7

1.1 Compostos Voláteis

Desde a antiguidade, o homen utilizava compostos extraídos de plantas

com o objetivo de curar doenças e até mesmo como aromatizantes e

flavorizantes em especiarias culinárias. Essas misturas aromáticas complexas de

substâncias voláteis ficaram conhecidas como óleos essenciais [14].

Os óleos essenciais, segundo definição da ANVISA (Brasil, 1999), “são

produtos voláteis de origem vegetal obtidos por processo físico e podem se

apresentar isoladamente ou misturados entre si, retificados, desterpenados ou

concentrados”. Podem ser encontrados em todas as estruturas vegetais, sendo

mais frequentes em folhas, flores e frutos, ocorrendo em diversos gêneros de

plantas superiores, inferiores, além de microorganismos [15].

Esses compostos voláteis podem ser extraídos de material vegetal fresco

ou seco por diferentes métodos de extração que variam conforme a localização

do óleo volátil na planta e com a proposta de utilização do mesmo. Os mais

comuns são: enfloração, arraste por vapor d`água, hidrodestilação, extração com

solventes orgânicos, prensagem (ou expressão), extração por CO2 supercrítico

[16].

Os óleos essenciais são constituídos por substâncias de baixo peso

molecular, principalmente misturas de fenilpropanóides e terpenóides,

especificamente monoterpenos (C10) e sesquiterpenos (C15), embora diterpenos

(C20) também possam estar presentes. Além destes, uma variedade de

hidrocarbonetos alifáticos (lineares, ramificados, saturados ou insaturados),

ácidos, álcoois, cetonas, aldeídos, ésteres acíclicos ou lactonas e compostos

com nitrogênio e enxofre também foram identificados em óleos voláteis [15].

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8

O óleo essencial é produzido principalmente pelas folhas, durante o

desenvolvimento da planta em resposta, ou não, de algum tipo de estresse

ambiental. Dependendo do ambiente no qual o vegetal se desenvolve e do tipo

de cultivo, fatores extrínsecos como temperatura, umidade relativa, duração total

de exposição ao sol e o regime de ventos exercem uma influência direta sobre a

composição química dos óleos voláteis da planta [16]. Assim, a produção desses

metabólitos secundários depende não só de estímulos externos, mas também da

constituição genética da planta [17].

Atualmente, os óleos essenciais são empregados nas indústrias

alimentícias farmacêuticas, tanto para uso humano quanto veterinário. Também

são empregados como cosméticos e produtos domissanitários, além de utilizados

na aromaterapia. É estimado que cerca de 3000 óleos essenciais sejam

conhecidos, dos quais, aproximadamente 300 são comercialmente importantes,

destinados, principalmente, para o mercado de fragrâncias [15].

1.2 Comunicação entre Insetos

Até onde se conhece, os insetos são os seres vivos que mais utilizam os

odores para desempenhar suas atividades durante sua existência através de

sinais químicos. Desse modo, o olfato é fundamental, bem como o são os

diversos odores presentes na localização de presas, na defesa e na

agressividade, na seleção de plantas hospedeiras, na escolha de locais para

oviposição, na corte e no acasalamento, na organização das atividades sociais e

em outros comportamentos [18].

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Parte integrante da comunicação entre organismos vivos é realizada

através do uso de sinais táteis visuais, sonoros e químicos. Dentre esses meios,

a comunicação química denominada semioquímicos ocorre por todos os reinos

animal e vegetal. Em insetos, particularmente, esta forma de comunicação é

altamente desenvolvida sendo largamente responsável pela maioria das

interações intraespecíficas, interespecíficas e sociais observadas para essa

classe [19].

Os semioquímicos são definidos como qualquer substância química

liberada por um determinado organismo que provoque uma mudança fisiológica

e/ou comportamental em outro organismo. Dependendo dos interlocutores e

também do resultado dessa comunicação química os semioquímicos recebem

denominações diferentes. Quando a comunicação química é efetuada entre

indivíduos de espécies diferentes tem-se uma ação interespecífica e o

intermediador químico é denominado de aleloquímico. No entanto, quando a

comunicação ocorre entre organismos de mesma espécie (ação intraespecífica)

este intermediador é denominado de feromônio [20].

Segundo Vilela e Della Lucia (2001), os feromônios podem ser definidos,

como infoquímicos mediadores de interações entre organismos de uma mesma

espécie, produzindo uma resposta comportamental ou fisiológica

adaptativamente favorável ao receptor, ao emissor, ou a ambos os organismos

da interação. Segundo Nogueira Neto (1984), os feromônios que agem na

fisiologia do organismo receptor, exercendo efeito mais lento e prolongado, são

denominados de predadores. Por outro lado, aqueles que provocam uma

mudança imediata no comportamento do emissor são designados

desencadeadores [21].

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10

Os feromônios desencadeadores são classificados de acordo com o tipo

de comportamento que provocam, podendo agir como atraentes sexuais,

marcadores de trilhas, propiciar comportamentos de agregação, alarme,

dispersão, entre outros [18].

Os aleloquímicos , por sua vez, diferenciam-se de acordo com o tipo de

organismo que está sendo beneficiado na comunicação. Neste contexto, quatro

diferentes classes de aleloquímicos foram definidas: os cairomônios que são

sinais químicos liberados em benefício somente do agente receptor; os

alomônios que favorecem somente o agente emissor; e os sinomônios que

favorecem tanto o agente emissor quanto receptor do sinal e o apneumônio que

são aleloquímicos liberados por material em decomposição que atraem insetos

[18] (Figura 1) .

Figura 1: Classificação dos semioquímicos de acordo com sua classe.

SEMIOQUÍMICO

FEROMÔNIO ALELOQUÍMICO

Predador Desencadeador Cairomônio

Alomônio Apneumônio

Sinomônio

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1.3 A Lagarta Spodoptera frugiperda (Smith)

As perdas na produção da agricultura mundial, devido ao ataque de

pragas e doenças chegam a 37%, sendo 13% dessa perda causada por insetos

[22]. A lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (Smith) (Lepidoptera:

Noctuidae), encontra-se presente por todo o continente Americano, desde

América do Sul até os estados da Flórida e da Carolina do Sul nos Estados

Unidos. É considerada uma das principais pragas do milho podendo ocorrer

durante todo o ciclo de crescimento da cultura, reduzindo a produtividade a

valores superiores a 34%. No Brasil, o milho em grão é cultivado em 95,6% dos

municípios brasileiros e em 2008, alcançou a produção 39,8 milhões de

toneladas [23 - 25].

A Spodoptera frugiperda quando adulta é uma mariposa com

aproximadamente 35 mm de envergadura, de coloração pardo-escura nas asas

anteriores e branco-acinzentada nas posteriores [25]. Depois do acasalamento

dos insetos, elas depositam uma média de 150 ovos por postura, sendo o

período de incubação dos ovos de aproximadamente três dias. As lagartas

recém-eclodidas alimentam-se da própria casca do ovo. Após essa primeira

alimentação, permanecem em repouso por um período variável de duas a dez

horas. É durante esse período que as lagartas encontram um hospedeiro e se

alimentam dos tecidos verdes podendo fazer orifícios nas folhas causando

enormes prejuízos.

A lagarta quando completamente desenvolvida pode medir

aproximadamente 40 mm, com coloração variável de pardo-escura, verde ou até

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12

preta. O período larval da S. frugiperda irá depender das condições de

temperatura, podendo durar em torno de 15 dias [26].

Ao término do período larval, as lagartas penetram no solo, onde se

transformam em pupas de coloração avermelhadas medindo cerca de 10 mm de

comprimento, sendo que a duração da fase pupal varia de 7 a 27 dias até a sua

eclosão (Figura 2) [25].

Figura 2: Ciclo de vida da Spodoptera frugiperda. 1: ovoposição, 2: larvas do inseto nos primeiros ínstares 3: larvas do inseto nos últimos ínstares 4: fase

larval, 5: fase pupal 6: inseto adulto

1

2 3

4

5 6

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1.4 Inseticidas de Origem Natural

Atualmente, um dos principais incentivos à busca de novos inseticidas de

origem natural tem sido a percepção da opinião pública de que os produtos

naturais são mais seguros que os sintéticos. Apesar desta afirmação não ser

cientificamente comprovada, o mercado permite preços especiais para produtos

certificados “orgânicos” ou “naturalmente produzidos” [18].

Com intuito de diminuir os efeitos negativos causados pelo uso

indiscriminado dos inseticidas organoclorados e fosforados sintéticos, os

produtos de origem natural têm se mostrando uma alternativa viável e bastante

promissora para o controle de pragas, além de se enquadrarem em programas

de Manejo Integrado de Pragas (MIP) [27].

Os inseticidas naturais devem apresentar características desejáveis,

como por exemplo, ser comercialmente viáveis, serem eficazes, apresentarem

especificidade, baixa toxicidade ambiental, biodegrabilidade e ausência de

fitotoxicidade [18].

Nesta perspectiva, vem se praticando o manejo integrado de plantas que

é a cuidadosa integração de um número de técnicas disponíveis de controle de

pragas que dificultam o crescimento da população da praga e mantêm os

pesticidas e outras intervenções em níveis que são economicamente justificados

e, principalmente, seguros para saúde humana e o ambiente [21].

Os extratos brutos de plantas, por consistirem de misturas complexas de

compostos que apresentam, muitas vezes, bioatividade comparada aos seus

constituintes individuais, vêm sendo apresentados como uma boa alternativa para

obtenção de inseticidas de origem natural, uma vez que eles manifestam de

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14

diferentes maneiras os efeitos sobre os insetos incluindo toxicidade e inibição

alimentar.

Dentre as famílias de plantas que tem apresentado atividade inseticida

promissora pode-se citar particularmente as espécies da família Meliaceae,

Rutaceae, Asteraceae, Lebiateae, Piperaceaea e Annonaceae [28].

1.5 Análise Multivariada

A análise multivariada é, a rigor, qualquer abordagem analítica que

considere o comportamento de duas ou mais variáveis simultaneamente, no

vasto campo do conhecimento que envolve uma grande multiplicidade de

conceitos estatísticos e matemáticos [29]. Essa área da quimiometria desenvolve

ferramentas computacionais que permitem explorar os resultados obtidos por

meio de análises químicas, a fim de verificar a existência de similaridades entre

as amostras que, por sua vez, correspondem às semelhanças na composição

[30].

A quimiometria teve seu início na primeira metade da década de 70, mas

somente nas últimas décadas, a análise multivariada foi introduzida no

tratamento de dados químicos, ganhando rapidamente popularidade [31, 32].

O modelo estatístico dos métodos multivariados considera a correlação

entre muitas variáveis analisadas simultaneamente, permitindo a obtenção de

uma quantidade muito maior de informação de um conjunto de dados ou imagens

[32, 33].

Um conjunto de dados químicos consiste em certo número de objetos,

descritos por um determinado número de variáveis. Tipicamente, os objetos

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15

químicos são compostos, amostras analíticas, espectros ou cromatogramas. As

variáveis são características ou propriedades dos objetos, muitas vezes

associadas à sua composição, como, por exemplo, concentrações dos elementos

mais importantes, alturas de picos em perfis cromatográficos, ou intensidades e

absorbâncias em diferentes comprimentos de onda.

A análise exploratória é usada para se tentar detectar padrões de

associação no conjunto de dados, a partir dos quais se pode estabelecer

relações entre objetos e variáveis, descobrir objetos anômalos ou agrupar

objetos. Os dois métodos de análise exploratória mais usados são a Análise de

Componentes Principais (PCA-Principal Component Analysis) e a Análise de

Agrupamentos Hierárquica (HCA- Hierarchical Cluster Analysis) [31].

Estes métodos possibilitam encontrar e/ou prognosticar uma propriedade

de um conjunto de amostras, a qual não é diretamente mensurável, mas que se

relaciona com as medidas analíticas que são obtidas [34].

1.5.1 Análise de Componentes Principais

A Análise de Componentes Principais (PCA- Principal Component

Analysis) é uma ferramenta quimiométrica que permite extrair, de um

determinado conjunto de dados, informações relevantes para o seu

entendimento, tendo como finalidade básica a redução dos dados a partir de

combinações lineares das variáveis originais [33,35].

A PCA decompõe uma matriz de dados X (onde as m linhas são as

amostras e as n colunas são as variáveis independentes) de posto (“rank”) h, em

uma soma de h matrizes de posto igual a 1, como na equação 1:

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X = M1 + M2 + M3 +... + Mh (1)

onde o posto expressa o número de vetores linearmente independentes de uma

matriz. Essas novas matrizes de posto um, são produtos de vetores chamados

“scores”, th, e “loadings”, ph . Estes “scores” e “loadings” podem ser calculados

por um ajuste de mínimos quadrados. A operação é equivalente ao cálculo de

autovetores e autovalores de uma matriz pela Decomposição em Valores

Singulares (SVD, “Singular Value Decomposition”). A equação pode ser

representada na forma vetorial,

X = t1 p’ 1 + t2 p’ 2 + .....+ th p’h (2)

na forma matricial,

X = TP’ (3)

Em que X é a matriz original dos dados, T é a matriz de escores que

contêm as coordenadas das amostras no novo sistema e P` é a dos pesos

(loadings) onde os elementos de cada coluna correspondem aos coeficientes das

combinações lineares das variáveis originais, ou graficamente como na figura

abaixo [32,11].

A primeira componente principal, PC1, é a combinação linear de máxima

variância (isto é, de máxima informação). A segunda componente, PC2, também

é de máxima variância, porém ortogonal a PC1. A terceira é de máxima variância

e ortogonal às duas primeiras PCs, e assim por diante. Como esses eixos são

calculados em ordem decrescente de importância, muitas vezes a informação

x th =

m m

n n 1

p`1

t1

m

n 1

1 1 t2

m

n 1

1

p`2 p`h

+ + ...

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relevante fica concentrada nas duas ou três primeiras PCs, que podem ser,

então, examinadas à procura de padrões [31].

A utilização de métodos quimiométricos de análise exploratória de dados,

classificação e planejamento experimental foram aplicados com êxito na

identificação, caracterização e busca da impressão digital cromatográfica de

espécies trialadas do gênero Baccharis. Quando feitas de forma tradicional, a

diferenciação entre as espécies e gêneros nem sempre é conclusiva, devido à

grande semelhança e sinonímia [31].

Em nosso grupo de pesquisa, Gomes e colaboradores utilizaram

análises quimiométricas de PCA para diferenciar os cromatogramas fingerprint de

7 genótipos (folhas e caules) da espécie Lippia gracilis Schauer [11].

Em outro trabalho, Sousa e colaboradores estudaram a classificação de

água de coco natural (acn) e processada (acp), avaliando os teores de íons

metálicos como: Ca, Mg, Mn, Fe, Zn, Cu, Al, Se, Cd e Pb, utilizando técnicas de

análise multielementares, como a espectrometria de emissão óptica em plasma

com acoplamento indutivo (ICP OES) que viabiliza procedimentos rápidos e

simples para monitorar macro e micronutrientes minerais nessa bebida. A figura

3 mostra o gráfico dos escores das amostras acn e acp [34].

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Figura 3: Gráfico dos escores correspondentes à classificação de 34 amostras de água de coco, entre processadas e naturais

Esse trabalho mostrou que a técnica analítica de ICP OES e a análise

exploratória podem ser utilizadas para avaliar a composição inorgânica de

amostras de água de coco, com possível aplicação em procedimentos de

controle de qualidade.

1.5.2 Análise de Agrupamentos Hierárquicos

A técnica de agrupamento hierárquico (HCA- Hierarchical Cluster

Analysis) é uma ferramenta excelente para análise preliminar de dados, sendo

útil para determinar a semelhança entre objetos e identificar amostras anômalas.

O foco da análise de agrupamento é a comparação de objetos com base na

variável estatística e não na estimação da variável estatística em si, tornando a

definição da variável estatística um passo crítico na análise [36].

A técnica de agrupamento hierárquico interliga as amostras por suas

associações, produzindo um dendrograma onde as amostras semelhantes,

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segundo as variáveis escolhidas, são agrupadas entre si. A superposição básica

de sua interpretação é que quanto menor a distância entre os pontos, maior a

semelhança entre as amostras. Os dendrogramas são especialmente úteis na

visualização de semelhanças entre amostras ou objetos representados por

pontos em espaço com dimensão maior do que três, onde a representação de

gráficos convencionais não é possível [35].

O dendrograma hierarquiza esta similaridade de modo que se pode ter

uma visão bidimensional da similaridade ou dissimilaridade de todo o conjunto de

amostras utilizado no estudo. Quando o dendrograma construído é das variáveis,

a similaridade entre duas variáveis aponta forte correlação entre estas variáveis

do conjunto de dados estudado [36].

Para ilustrar a aplicação desta técnica de estatística multivariada, Moita

Neto (1998), utilizou uma tabela de composição de alimentos, que traz os teores

de calorias, glicídios, proteínas, lipídios, cálcio, fósforo e ferro para 20 frutas, e

obteve um dendrograma, onde a matriz de dados é representada por 7 variáveis

e 20 amostras (Figura 4) [35].

Figura 4: Dendrograma obtido da análise de agrupamento hierárquico utilizando as sete variáveis: calorias, glicídios, proteínas, lipídios, cálcio, fósforo e ferro.

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Neste trabalho os autores puderam diferenciar e agrupar as frutas de

acordo com as variáveis estudadas, auxiliadas pela classificação botânica.

Correia e Ferreira (2007) também mostraram a utilidade da técnica de

agrupamento hierárquico para o tratamento de dados analíticos obtidos através

da técnica de ICP OES para determinar as concentrações de Na, K e Mg em 37

amostras de água mineral [29].

Em outro trabalho, Sousa e colaboradores (2006), utilizando a mesma

técnica de ICP OES para determinar íons metálicos em água de coco natural acn

e processada acp , também recorreram a técnica de HCA como tratamento

estatístico para os dados obtidos. A figura 5 mostra o dendrograma construído

das amostras acn e acp .

Figura 5: Dendograma correspondente à classificação de 34 amostras de água de coco, entre processadas e naturais, sendo 16 pertencentes à acp , 16 à acn e

2 à acn de Minas Gerais.

O dendrograma confirmou a existência de 3 classes distintas de águas de

coco já evidenciado pelo gráfico de escores mostrado na Figura 3 [34].

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1.6 Produtos Naturais como Agentes Antitumorais

As plantas superiores, por constituírem uma das fontes mais importantes

de novas substâncias utilizadas diretamente como agentes medicinais, têm

fornecido inspiração para os químicos orgânicos na síntese de novas estruturas

moleculares [37].

A cada momento são relatadas na literatura novas moléculas, algumas

de relevante ação farmacológica, como por exemplo o taxol, a forscolina, a

artemisinina. Neste contexto é importante mencionar que as plantas, além de seu

uso na medicina popular com finalidades terapêuticas, têm contribuído, ao longo

dos anos, para a obtenção de vários fármacos até hoje amplamente utilizados na

clínica [38].

O câncer é uma das doenças que mais causa temor na sociedade, por

ter se tornado um estigma de mortalidade e dor. Na maioria dos países

desenvolvidos, se constitui na segunda causa de morte, superado somente pelas

doenças do sistema cardiovascular. Segundo estimativas da Organização

Mundial de Saúde (OMS) surgem a cada ano nove milhões de novos casos e

cinco milhões de pessoas vão a óbito em decorrência do câncer. No entanto

esses índices estão subestimados pelas dificuldades de notificação e registro

dessa patologia em muitos países subdesenvolvidos [39, 40].

As pesquisas realizadas atualmente têm demonstrado que algumas

plantas apresentam substâncias naturais com atividade anticâncer. Entre essas

substâncias pode-se citar: o taxol isolado de Taxus brevifolia (família Taxaceae),

a lasiodiplodina de Euphorbia splendus (família Euphorbiaceae) e de Annona

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dioica (família Anonaceae) e jatrofona de Jatropha gossypholia (família

Euphorbiaceae) [41].

O NH

OH

O

O

OO

O

O

O

O

OH O

O

OH

Taxol

O

O

OH

O

Lasiodiplodina

O

O

O

Jatrofona Quase 60% dos fármacos aprovadas para o tratamento contra o câncer

são de origem natural, por exemplo a vincristina, o irinotecan, o etoposideo, os

taxanos e os camptotecinas e seus derivados [41].

Entre os medicamentos antitumorais de origem vegetal, destacam-se os

derivados e os correspondentes produtos naturais bioproduzidos pelas espécies

Catharanthus roseus ou Vinca rosea, família Apocynaceae, Camptotheca

acumata, família Nyssaceae, Podophyllum peltatum e P. emodi da família

Berberidaceae. Estas substâncias naturais e seus derivados sintéticos atuam em

diferentes tipos de câncer, revelando espectro de atividade e toxicidade

diferentes o que favorece a sua utilidade medicinal [37, 42].

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Desde 1960, estudos de toxicidade in vitro têm demonstrado que testes

com culturas celulares são métodos rápidos, sensíveis, reprodutíveis e de baixo

custo quando utilizados para avaliação de biomateriais.

Estes ensaios têm a vantagem de utilizar tanto células humanas como

animais, de diferentes tecidos, podendo ter a mesma origem das células ou

tecidos atingidos pelos produtos quando testados in vivo [43].

De acordo com o Órgão Internacional de Padronização (International

Standard Organization), ISO 10993, o ensaio de citotoxicidade in vitro é o

primeiro teste para avaliar a biocompatibilidade de qualquer material para uso em

dispositivos biomédicos. Depois de comprovada a sua atoxicidade é que o estudo

da biocompatibilidade do produto pode ter continuidade realizando-se os ensaios

necessários em animais de laboratório [44].

Com o objetivo de testar os extratos metanólicos brutos das folhas

frescas e secas de Jatropha curcas L. foi realizado o teste de citotoxicidade in

vitro em 4 linhagens de células tumorais com intuito de verificar o potencial

antitumoral dos extratos desta espécie.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A Família Euphorbiaceae

2.1.1 Ocorrência e Distribuição

A família Euphorbiaceae, pertencente à ordem Malpighiles, apresenta

como uma das principais características botânicas a produção de plantas tóxicas

latescente. Esta família compreende 307 gêneros e 6.900 espécies de ervas,

subarbustos, trepadeiras e árvores, distribuídas principalmente nos trópicos e

subtrópicos. É a segunda família mais representativa da Caatinga em número de

espécie, superada apenas por Leguminosae. Os gêneros mais representativos

em número de espécie são: Acalypha, Croton, Euphorbia, Macaranga, Jatropha,

Phyllanthus e Mallotus [45 - 47].

2.1.2 Importância

Atualmente, o interesse no estudo de plantas tóxicas está relacionado

com os prejuízos causados à saúde pública e à pecuária, devido intoxicações de

seres humanos e animais. Em um levantamento realizado junto ao Centro de

Informação Toxicológica do Estado de Santa Catarina demonstrou que espécies

da família Euphorbiaceae são o segundo maior grupo de plantas mais

frequentemente envolvidas em intoxicações, sendo as espécies Euphorbia milii

Des Moul., Euphorbia cotinifolia L., Ricinus communis L., Manihot esculenta

Crantz, Aleurites fordii Hemsl. e a Jatropha curcas L. responsáveis por cerca de

30% dos casos [48].

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Cruz e Pardal [49] também relataram alguns dados do Centro de

Informações Toxicológicas de Belém de plantas da família Euphorbiaceae

envolvidas em acidentes com envenenamento, sendo as espécies citadas

Jatropha curcas, Euphorbia milii, Manihot esculenta e Euphorbia tirucali. Na

Tabela 1 estão listadas as plantas que ocasionam maior número de intoxicação

no Brasil, segundo dados fornecidos pelo Centro de Informação e Assistência

Toxicológica.

Tabela 1 . Plantas que ocasionam intoxicações no Brasil e registradas pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica.

CIAT Estado Período da notificação

Plantas tóxicas por ordem de freqüência

CIT-Belém PA 1998-2005 Pinhão-branco/roxo, mandioca, comigo-ninguém-pode, ioioca,

avelós.

CIT-Manaus AM 2004-2005 Pinhão-roxo, comigo-ninguém-pode, taioba, avelós.

CIT-RS RS 1998-2000 Comigo-ninguém-pode, costela-

de-adão, coroa-de-cristo, buchinha-do-norte, aroeira.

CIVITOX-MS MS Não informado Pinhão, comigo-ninguém-pode, coroa-de-cristo, mamona.

CCI-Santos SP 2003-2004 Comigo-ninguém-pode, buchinha-

do-norte, coroa-de-cristo, saia-branca.

CCI-Ribeirão Preto

SP 2003-2005 Comigo-ninguém-pode, beladona, antúrio, coroa-de-cristo.

TOXCEN ES 2002-2005 Comigo-ninguém-pode, pinhão, bucha-paulista, mamona

[fonte: http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mXI.intro.htm]

As plantas tóxicas também exercem um importante papel como fonte de

substâncias ativas capazes de propiciar modelos moleculares para o

desenvolvimento de fármacos. Diferentes atividades farmacológicas incluindo

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antibacteriana, antitumoral e inseticida tem sido relatadas para algumas espécies

[48, 50].

O gênero Phyllanthus é empregado na “medicina alternativa” para o

tratamento de cálculos renais e urinários, infecções intestinais, diabetes e

hepatite. Alguns dos constituintes isolados deste gênero, como flavonóides,

taninos, alcalóides, cumarinas, ligninas e terpenos parecem ser os principais

responsáveis pelas ações analgésica, antiinflamatória, antiviral, hipoglicemiante,

antiespasmódica e antialérgica [51].

Aiyelaagbe e colaboradores [50] isolaram seis diterpenóides da raiz de

Jatropha podagrica, planta usualmente utilizada na “medicina aternativa” para o

tratamento de doenças como infecções da pele, e doenças sexualmente

transmitidas, como a gonorréia.

Além disso, espécies da família Euphorbiaceae tem se destacado como

fonte alternativa no desenvolvimento de novos insumos de caráter renovável para

a produção de biocombustíveis. O gênero Jatropha, em especial a espécie J.

curcas, por ser perene e adaptar-se muito bem em regiões semi-áridas tem sido

apontada como ideal para a produção de óleos no Nordeste Brasileiro, podendo

ser utilizada como fonte de renda na agricultura familiar [52].

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2.2 O GÊNERO JATROPHA

O gênero Jatropha, pertencente à subfamília Crotonoideae, tribo

Jatropheae, encontra-se representado por 165 a 175 espécies, com distribuição

nas regiões semi-áridas tropicais da África e das Américas [53]. A este gênero

pertencem as espécies J. gossypiifolia, J. curcas, J. podagrica, J. elliptica, J.

multifida e a J. glandulifera, usadas na “medicina alternativa” no tratamento de

doenças [54]. A figura 6 mostra uma foto do espécime Jatropha curcas L.

cultivada no Departamento de Agronomia da UFS - São Cristovão/SE.

Figura 6: Espécime de Jatropha curcas L.

As plantas do gênero Jatropha possuem grande importância econômica,

principalmente pela presença de várias espécies referidas por seus usos

medicinais e/ou ornamentais, também empregadas como cercas-vivas,

especialmente na África [53]. Além disso, diversos trabalhos científicos relatam

sobre os diferentes compostos biologicamente ativos já isolados desse gênero,

principalmente da presença de diterpenóides macrocíclicos nas raízes das

plantas, que apresentam comprovada atividade antileucêmica, antineoplásica e

antitumoral [55].

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A espécie J. curcas, conhecida popularmente como pinhão manso,

pinhão-de-purga ou pinhão-paraguaio, trata-se de um arbusto com altura

variando entre 3 e 5 m de aspecto rústico. Seus frutos são cápsulas que contêm

em seu interior sementes, que quando maduras são escuras, onde se encontra

um albúmen branco rico em óleo, em torno de 60,8% composto basicamente por

41,3% ácido palmítico; 5,1% de ácido esteárico; 41,1% de ácido oléico e 38,1%

de ácido linoléico [56, 57].

Jatropha curcas é uma planta perene e de fácil cultivo, que apresenta

boa conservação da semente colhida, podendo se tornar grande produtora de

matéria prima como fonte opcional de combustível [58]. Vários produtos do seu

óleo já estão sendo empregados na indústria, como lubrificante em motores a

diesel e na fabricação de sabão e tinta. Apresenta origem tropical bem adaptada

a diversas regiões do Brasil, sendo pouco suscetível a pragas e doenças. Além

disso, pode ser cultivada em áreas de solos pouco férteis e de clima desfavorável

à maioria das culturas alimentares tradicionais [59].

Por ser uma espécie resistente à seca, tem sido destacada, no Brasil, a

possibilidade de cultivos comerciais no Nordeste. Sendo assim, pode ser utilizada

em programas de produção de biodiesel, ampliando as perspectivas para o

crescimento das áreas de plantio com esta cultura no Semi-Árido Nordestino [60].

Segundo Beltrão [61] ainda hoje não se conhece quase nada da

bioquímica e fisiologia desta planta, e até alguns aspectos agronômicos devem

ser melhor investigados, pois esta possui elevada variabilidade natural,

possuindo grande diversidade genética com polinização preferencialmente

entomófila, podendo ter possivelmente elevada alogamia.

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Alguns estudos estão sendo feitos para avaliar a toxicidade dos extratos

aquosos das folhas e sementes de J. curcas como inseticida natural contra

diversos predadores como Podisus nigrispinus DALLAS e em Tenebrio molitor. O

controle de insetos por meio de produtos naturais extraídos de plantas, por terem

baixa toxicidade para o homem e animais e por apresentarem eficiência contra

várias espécies de insetos-praga, são compatíveis com os programas de Manejo

Integrado de Pragas (MIP). Até o momento poucos estudos foram realizados para

avaliar o impacto desses inseticidas naturais sobre os insetos-pragas e insetos

úteis [62].

A solução para o controle de insetos-pragas está vinculada ao uso de

vários métodos compatíveis de controle. O MIP é a integração desse número de

técnicas de controle de pragas que dificulta o crescimento da população da praga

e mantêm os pesticidas e outras intervenções em níveis que são

economicamente justificados e, principalmente, seguros para a saúde humana e

o ambiente, não pondo em risco a plantação e o lucro do agricultor [21, 63].

A toxidade e as propriedades inseticidas, moluscicidas, fungicidas e

nematicidas de J. curcas já foram consideradas um impedimento suficiente para

os insetos que causam danos econômicos nas plantações. No entanto, já existem

alguns relatos de pragas para essa espécie como: cigarrinha, ácaro branco e

vermelho, tripes, broca, percevejo e cupins e também de diversos ataques por

doenças como: virose, oídio nas folhas, caules e flores, fusariose e podridão do

sistema radicular, principalmente em plantas jovens [64].

Um estudo realizado por Ungaro [64] descreve que a J. curcas vem

apresentando maiores problemas com pragas que com doenças, havendo a

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necessidade de desenvolvimento de formas de controle de insetos,

principalmente alternativos.

Sabendo-se da importância econômica de J. curcas para a região

Nordeste e diante dos problemas que podem ser causados pelo uso sequencial e

indiscriminado de inseticidas no controle aos insetos-pragas, esta espécie torna-

se uma alternativa interessante no controle biológico para proteção de plantas

motivadas pela preservação ambiental e desenvolvimento sustentável [65].

Entre as alternativas para contornar estes problemas estão o controle

biológico e o uso de variedades resistentes, que podem ser melhoradas

utilizando técnicas de biologia molecular permitindo a manipulação de genes de

interesse, aliadas às metodologias de transformação genética de plantas [65].

Estudos comportamentais de populações de insetos revelaram que, na

maioria dos casos, as interações pragas-alvo e de seus inimigos naturais se dão

principalmente através de sinais químicos, ou seja, através dos semioquímicos

podendo estas ter ação intraespecífica (feromônio) ou interespecífica

(aleloquímico) [66].

A comunicação química inter- e intraespecífica é mediada por diversos

fatores bióticos e abióticos. Para se obter uma resposta comportamental induzida

de um determinado organismo frente a um estímulo químico, é necessário

observar as interações existentes entre esses fatores, os quais, uma vez

definidos, servem de base para estudos a respeito dos aspectos envolvidos tanto

na percepção olfativa de odores, como na atividade comportamental das

espécies em estudo, quando expostas aos mesmos [67].

Sendo assim, para uma possível identificação da atividade química de

um extrato, mistura de substâncias conhecidas ou uma substância isolada, bem

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como a função desses odores na comunicação química de insetos, é necessário

o uso de métodos laboratoriais, os quais fornecem informações a respeito das

percepções motoras (bioensaios comportamentais) e eletroantenográficas

(bioensaios eletrofisiológicos), destes insetos frente a um determinado estímulo

químico [67].

O uso de feromônio para o manejo de pragas agrícolas é uma técnica

inovadora que surge para otimizar de forma racional o controle de insetos em

monoculturas [68].

As sementes de J. curcas são tóxicas aos seres humanos e aos animais

e, por essa razão, sua utilização como fontes nutritivas não são possíveis [69]. A

toxicidade das sementes é atribuída principalmente a um grupo de ésteres

diterpênicos denominados ésteres de forbol (I) os quais estão contidos em

concentrações relativamente elevadas. Estas substâncias estão distribuídas nas

espécies das plantas da família Euphorbiaceae e Thymelaceae e sua estrutura é

baseada em um esqueleto tetracíclico de carbono conhecido como tigliane (II)

(Figura 7) [70].

HO

H

O

CH2OH

H

OCO(CH2)12CH3OCOCH3

H

OH

(I)

ba

c d

(II)

Figura 7: Estrutura do ester de forbol (I) e tigliane (II) isoladas do óleo fixo das sementes de J. curcas

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32

A atividade moluscicida dos extratos das sementes, assim como uso

difundido das sementes na medicina tradicional pode ser igualmente associada a

presença destas substâncias [71].

Segundo Lorenzi e Matos [55] a toxidade das sementes está relacionada

com a presença da substância curcina e toxalbulmina, presentes em algumas

espécies de Jatropha.

Gubitz e Mittelbach [72] descrevem uma revisão sobre os mais recentes

métodos para o cultivo e melhoria genética desta planta. O processo de trans-

esterificação do óleo da semente como biocombustivel foi avaliado em uma

escala industrial (1500 t/ano). As várias substâncias biologicamente ativas

isoladas e caracterizadas de todas as partes da planta, além de seus

mecanismos de ação, foram estudadas com relação a um grande número de

aplicações na “medicina alternativa”. O autor relata, ainda, sobre as substâncias

responsáveis pela toxicidade de J. curcas (os ésteres de forbol) aos animais e

aos seres humanos, e de suas propriedades moluscicida, inseticidas e fungicidas

foram demonstradas em experiências de escala laboratorial e experimentações

de campo.

Adebowale e Adedire [73] investigaram a composição química das

sementes de J. curcas, na qual foram identificados na fração insaponificável do

óleo dez esteróides e treze álcoois triterpênicos. A atividade inseticida foi testada

frente aos ovos do besouro Callosobruchus maculatu, no qual foi observada uma

redução no número de ovos, sendo o óleo fixo de J. curcas considerado

promissor para incorporação no programa de controle do inseto-praga de

leguminosas.

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33

Em um estudo realizado por Makkar e colaboradores [74] com quatro

variedades de J. curcas, duas originárias da Nicarágua, uma da Nigéria e outra

do México, foram avaliados o peso médio das sementes, a porcentagem de fibra

que compõem a semente e a quantidade de proteína crua em cada espécie além

dos níveis de aminoácidos essenciais. As concentrações de ésteres de forbol nas

sementes de variedades de Cabo Verde, da Nicarágua, e da Nigéria eram muito

mais elevadas do que as sementes da variedade não tóxica mexicana. Assim,

percebeu-se que a toxicidade de J. curcas está relacionada com os níveis de

éster de forbol na planta.

Goel e colaboradores [71] fizeram uma revisão sobre a estrutura, o

isolamento e detecção dos ésteres de forbol e de suas atividades biológicas. Os

limites de toxicidade destas substâncias em algumas espécies de Jatropha

também foram avaliados na dieta alimentar em diferentes animais.

Em outro estudo, foram avaliados e caracterizados os teores de ésteres

de forbol das sementes de J. curcas de três localidades diferentes: Malásia,

Indonésia e Índia. Verificou-se uma variação nos teores de óleo e de ésteres de

forbol, bem como foi estudado o efeito de refino do óleo no teor de ésteres de

forbol utilizando a técnica de CLAE. Segundo esses autores a concentração dos

ésteres de forbol na planta também depende do solo e das circunstâncias

climáticas da região [69].

Em um estudo realizado por Mujumdar e Misar [75] os extratos

metanólicos da raiz de J. curcas exibiu a atividade antiinflamatória sistemática

significativa em edemas induzidos nas patas de ratos. Osoniyi e Onajobi [76],

também avaliaram a atividade coagulante e anticoagulante do látex de J. curcas

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34

comprovando que foi reduzido significativamente o tempo de coagulação do

sangue em humanos.

2.2.1 Compostos Isolados do Gênero Jatropha

Goulart e colaboradores [77] isolaram, a partir do extrato etanólico das

raízes de J. elliptica, os diterpenóides jatrofona (1) e jatrofolanas A (2) e B (3),

juntamente com o éster ferulato de pentatriacontanila (4), a cumarina fraxetina

(5), a cumarinalignóide propacina (6), o triterpenóide ácido 3-O-acetilaleuritólico

(7), taraxetol (7a) e uma mistura dos esteróides β-sitosterol (8) e estigmasterol

(9).

É importante mencionar que a jatrofona (1) foi isolada com um

rendimento de 1% em relação ao peso bruto da raiz, sendo uma importante fonte

comercial anti-câncer. Os diterpenóides 1, 2 e 3 já haviam sido encontrados em

J. gossypiifolia, enquanto 2 e 3 também foram encontrados de J. curcas. Os

compostos 2, 5 e 6 foram encontrados em J. glandulifera (Figura 8) .

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35

O

O

O (1) jatrofona

OR

O

(2) 2β-Me, R = H (3) 2α-Me, R = H

O(CH2)34O

OH

O

(4) éster ferulato de pentatriacontanila

O

O

OH

OH

O

(5) fraxetina

O

O

O

O

OOH

O

(6) propacina

R1

RO

(7) R =Ac, R1 =COOH, ácido 3-O-

acetilaleuritólico (7a) R = H, R1 = Me, taraxetol

OH (8) 22,23-diidro, ββββ-sitosterol

(9) ∆22, estigmasterol Figura 8: Estruturas dos compostos isolados das raízes da J. elliptica.

Os compostos de 5 a 8 também já haviam sido isolados por Schmeda-

Hirschmann e colaboradores [78], das raízes de J. grossidentata.

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36

Ravindranath e colaboradores [79] isolaram do extrato hexânico das

partes aéreas secas de J. curcas, vinte diferentes componentes, entre eles quatro

diterpenóides, até então, desconhecidos (10-13) e seis destes compostos ainda

não relatados nesta espécie: o ferrulato de (E)- tetradecila (14), oleanolato de 3-

O-(Z)-cumaroíla (15), heudelotinona (16), epi-isojatrogrossidiona (17), 2a-hidroxi-

epi-isojatrogrossidiona (18) e 2-metilantraquinona (19) (Figura 9) .

O

O

AcO

OH

H

HH

(10)

O

H

OAc HH

O

(11)

HOAc

O

O

(12)

HH

OH

OH

(13)

COO-[CH2]13-CH3

OH

O

(14)

O

O O

H

H

O O

(15)

Figura 9: Estruturas de diterpenóides isolados das partes aéreas de J. curcas

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37

O

H

O

(16)

O

O

O

O

(17)

O

O

O

O

(18)

O

O

(19)

Figura 9: Continuação

Brum e colaboradores [80] isolaram a partir do caule de J. weddelliana,

os diterpenóides 4Z-jatrogrossidentadiona (20), 15-epi-4Z-jatrogrossidentadiona

(21), 2-hidroxiisojatrogrossidiona (22), 2-epi-hidroxiisojatrogrossidiona (23), 4E-

jatrogrossidentadiona (24), 15-epi-4E-jatrogrossidentadiona (25), jatrogrossidiona

(26) e jatrowediol (27) (Figura 10) .

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38

O

OH

O

H

OH

H

15

(20) 15 β-OH (21) 15 α-OH

OH

O

H

H

O

O (22) 2 α-OH (23) 2 β-OH

O

OH

OH

H

H

O

(24) 15 β-OH (25) 15 α-OH

O

H

H

O

OH

OH

H

(26)

O

OH

OH

H

H

O

H

(27)

Figura 10: Estruturas dos diterpenóides de origem das raízes de J. weddelliana.

Aiyelaagbe e colaboradores [50] relata o isolamento de seis

diterpenóides das raízes de J. podagrica Hook, sendo elas a 4-Z-

jatrogrossidentadiona (20), 15-epi-4-Z-jatrogrossidentadiona (21), 2-

hidroxiisojatrogrossidiona (22) e a 2-epi-hidroxiisojatrogrossidiona (23), já

isoladas de J. weddelliana por Brum e colaboradores (Figura 10), juntamente

com a japodagrina (28) e japodagrona (29) (Figura 11) . Todos os diterpenóides

foram ativos frente a Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis, excetuando a

japodagrona (29), que mostrou-se ativa somente frente a B. subtilis. Estes

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39

compostos podem ser os responsáveis por algumas das atividades bacterianas

apresentadas pelos extratos desta planta.

O

O

OH

OH

OH

(28)

O H

O

OH

O (29)

Figura 11: Estruturas dos diterpenóides das raízes de J. podagrica.

Em outro trabalho mais recente (2008), Aiyelaagbe e Gloer [81] isolaram

da raiz de J. podagrica um novo ácido alifático 2-metil-4,5–dimetilmetileno-8-oxo-

nonanóico (ácido japodica) (30), octacosanil-3-(3-hidróxi-4-metoxifenil)-2-(E)-

propenoato (erythrinasinato) (31) e 8-hidróxi-6,7-dimetóxi cumarina (fraxidina)

(32) (Figura 12) , sendo estes três compostos avaliados frente as bactérias

Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, Escherichia coli e Pseudomonas

aeruginosa e frente as larvas do inseto Helicoverpa zea. O composto (30)

apresentou-se inativo para os testes antibacteriano e ativo frente as larvas do

inseto. Já os outros dois compostos indicaram atividade moderada somente

frente as bactérias.

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40

OH

O O

HH

(30)

CH3

CH3

OO (CH2)26 CH3

(31)

O

H3CO

H3CO

OH

CH2

(32)

Figura 12: Estruturas de origem das raízes de J. podagrica.

Dois diterpenóides foram isolados do caule de J. multifida, a multifolona

(33) e acetato de (4E)-jatrogrossidentadiona (34) (Figura 13) , juntamente com

outros compostos conhecidos, a jatrofona (1), 15-epi-(4E)-jatrogrossidentadiona

(19), (4E)-jatrogrossidentadiona (24), a citlalitriona (35) e cleomiscosina A

(cumarino lignana) (36). Esta planta tem reconhecida propriedade antibacteriana

[82].

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41

O

OH

OR2

H

R1 H

(33) R1 = H, β-OH; R2 =H

(34) R1 = O; R2 = Ac

H

O

O

H

O

O

(35)

O O

O

O

O

O

O

O

(36)

Figura 13: Estruturas dos diterpenóides de origem do caule de J. multifida.

Em outro estudo realizado por Van den Berg e colaboradores [83], foi

isolado do látex de J. curcas, o octapeptídeo cíclico curcaciclina A (37), cuja

sequência foi determinada como sendo Gly1-Leu2-Leu3-Gly4-Thr5-Val6-Leu7-Leu8-

Gly1 (Figura 14) . Este peptídeo apresenta uma moderada inibição dose-

dependente da proliferação da célula T-humana.

Figura 14: C urcaciclina A (37)

Auvin e colaboradores [84] também descreveram o isolamento da

Curcaciclina B (38) (Figura 15) , um nonapetídeo cíclico, juntamente com a

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Curcaciclina A (37). Esses peptídeos cíclicos apresentam atividade

imunomodulatória [84].

Figura 15: Curcaciclina B (38)

Em seu trabalho, Staubmanna e colaboradores [85] citam o isolamento, a

partir das folhas de J. curcas, de 5-hidroxipirrolidin-2-ona e pirimidin-2,4-diona

(uracila). Das partes aéreas de J. curcas, foi também isolado um dinorditerpeno

raro denominado heudolotinona (39) (Figura 16) [86].

OH

H

O

Figura 16: Heudolotinona (39)

Em outro trabalho realizado por Ravindranath e colaboradores [87] foram

isolados três compostos bioativos a partir do caule de J. curcas. Os três

compostos isolados fazem parte de um grupo novo e raro de produtos naturais

conhecidos como preussomerinas e desoxipreussomerinas, denominadas de

palmarumicina CP1 (40), palmarumicina JC1 (41) e palmarumicina JC2 (42)

(Figura 17) . Derivados de preussomerinas e desoxipreussomerinas possuem um

grande número de atividades biológicas, tais como propriedades antibacteriana,

antifúngica, herbicida, antibiótica e antitumoral.

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43

OO

O OH

(40)

OO

OH OH

O

(41)

OO

O OH

OH

(42)

Figura 17: Estruturas das desoxipreussomerinas (40), (41) e (42) isoladas de J. curcas

Do óleo fixo da semente de J. curcas foram isolados seis ésteres

diterpênicos (44-49) instáveis, todos possuindo a mesma porção diterpênica, a

12-desoxi-16-hidroxiforbol (43) (Figura 18 ) [88].

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44

OH

O OH

H

OH

OHHHOH

(43)

CH2

O(C13)

O

O

O(C16)

(44)

CH3

O

O(C16)

O

O

(C13)

(45)

O

O

(C16)

O

O(C13)

(46), (47)

O

O(C16)

O

O(C13)

(48)

O

O(C16)

O

O

(C13)

(49)

Figura 18: Compostos isolados do óleo da semente de J. curcas. Sendo (46) e

(47) epimeros na posição do carbono 8.

Wang Zhao-yu e colaboradores [89] obtiveram os componentes bioativos

dos extratos das folhas de J. curcas, utilizando a técnica de extração com fluído

supercrítico (CO2), sendo o 22,23-diidro-estigmasterol (16,14%) (50), α-tocoferol

(15,18%) (51), β-amirina (7,73%) (52) e dotriacontanol (7,02%) (53) identificados

como os compostos mais abundantes (Figura 19 ).

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45

O

H

H

H

H

(50)

O

O

(51)

H

H

H

O

(52)

HO-(CH2)31-CH3

(53)

Figura 19: Estruturas dos constituintes dos extratos das folhas de J. curcas por extração com fluído supercrítico

Em outro trabalho sobre a técnica de extração por fluído supercrítico de

compostos de J. curcas, os autores relatam a identificação de diterpenos,

hidroxibenzenos e cetonas [90].

Rodrigues e colaboradores [91] realizaram um estudo fitoquímico das

raízes e folhas de Jatropha sp., conhecida popularmente como “minâncora do

campo”, com o intuito de determinar a atividade antioxidante das frações e

substâncias isoladas. Esta planta é utilizada pela “medicina alternativa” em forma

de extratos para a desobstrução das vias aéreas. Foi realizado um teste

qualitativo para sua atividade antioxidante com β-caroteno o que permitiu

selecionar uma das frações das raízes para o teste quantitativo com DPPH (1,1-

diphenyl-2-picrylhydrazyl), tendo a rutina como padrão antioxidante. O melhor

resultado da capacidade antioxidante da fração, ocorreu na concentração de 1

mg/mL com 91,51% contra 89,45% para a rutina na mesma concentração. À

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partir deste estudo, foi possível verificar a presença de substâncias com bom

potencial antioxidante nas raízes de Jatropha sp.

Diante do exposto, nos tornamos interessados pelo estudo químico e

biológico de acessos de J. curcas cultivados no Banco de Germoplasma do

Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Sergipe. Este trabalho

contribuirá com a caracterização e identificação genética dos acessos. Prof. ver

com Renata Mann

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3. OBJETIVOS

1. Identificar os componentes voláteis de seis acessos e de uma cultivar

EPAMIG (EMB) de Jatropha curcas L. e verificar se há diferenciação entre

a composição química das folhas frescas e secas;

2. Determinar o perfil cromatográfico do extrato metanólico das folhas dos

seis acessos e da cultivar EPAMIG (EMB) de J. curcas por CLAE;

3. Realizar análises quimiométricas (PCA e HCA) dos cromatogramas

fingerprint obtidos;

4. Avaliar a atividade inseticida dos extratos metanólicos das folhas (frescas

e secas) de J. curcas, utilizando um ensaio de ingestão sobre a

Spodoptera frugiperda.

5. Realizar teste de citotoxicidade in vitro com extratos metanólicos de J.

curcas para 4 linhagens de células tumorais com intuito de verificar o

potencial antitumoral dos extratos desta espécie

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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1 Coleta e Identificação do Material Vegetal

As folhas dos seis acessos da espécie J. curcas (nomeados de PM-2, PM-

7, PM-10, PM-11, PM-12 e PM-14) foram coletadas no mês de janeiro de 2009

(frescas) e no mês de março de 2009 (secas ao ar por 05 dias). Os acessos são

provenientes dos Estados de Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo, cultivados no

Banco de Germoplasma do Departamento de Agronomia do Campus da

Universidade Federal de Sergipe em São Cristóvão-SE. Em outubro de 2008,

foram coletadas as folhas de espécimes de uma cultivar (EPAMIG) de J. curcas

(nomeada EMB) cultivadas no campo experimental da Embrapa Tabuleiros

Costeiros, no município de Umbaúba–SE (Tabela 2).

Tabela 2: Dados dos acessos da espécie J. curcas L. Acesso Código Estado

PM-2 JCUFLA001(02) Minas Gerais PM-7 JCUFLA001(07) Minas Gerais

PM-10 JC016URVSHGO Goiás PM-11 JC011URVGO Goiás PM-12 JC012URVMG Minas Gerais PM-14 JC014URVES Espírito Santo EMB ---- Minas Gerais

Para verificar o efeito da secagem na composição dos voláteis das folhas

de J. curcas, foi realizado no mês de maio de 2009, um experimento de secagem

com o acesso PM-2, o qual foi selecionado devido a maior disponibilidade de

material vegetal. Parte das folhas desse acesso foi seca ao ar durante 11 dias,

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49

enquanto uma outra parte foi colocada para secar em estufa com circulação de ar

durante um período de 3 dias a uma temperatura constante de 37ºC.

4.2 Obtenção dos Compostos Voláteis das Folhas

Os compostos voláteis das folhas frescas e secas de J. curcas foram

obtidos em triplicata através da técnica de hidrodestilação, utilizando

aparelhagem do tipo Clevenger. Sendo assim, as folhas frescas (83,4 - 271,8 g) e

secas (123,7 - 242,1 g) dos seis acessos e da cultivar EMB foram trituradas

separadamente em liquidificador e, em seguida, transferidas para um balão de

fundo redondo (capacidade 2000 mL), onde se adicionou aproximadamente 1250

mL de água destilada.

Em seguida aqueceu-se o sistema em manta aquecedora por 3 horas. Os

compostos voláteis foram arrastados juntamente com o vapor de água e

posteriormente condensados. Os componentes voláteis foram separados da fase

aquosa através de extração líquido-líquido usando CH2Cl2 (3 x 15mL). A fase

orgânica foi seca com Na2SO4 anidro e o volume de solvente foi reduzido em

rotaevaporador. Em seguida, a amostra foi cuidadosamente concentrada em

fluxo de gás N2 até o volume final de aproximadamente 0,5 mL, ficando

armazenada em frascos âmbar em freezer até a realização das análises por CG.

4.3 Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrômetria de Massas (CG/EM)

As amostras contendo os componentes voláteis das folhas de J. curcas

foram analisadas em Cromatógrafo gasoso acoplado a um Espectrômetro de

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50

Massas marca Shimadzu modelo QP5050A, equipado com uma coluna capilar de

sílica fundida marca Phenomenex® Zebron ZB-5MS (30 m de comprimento x

0,25 mm de diâmetro interno x 0,25 µm de espessura do filme). O gás de arraste

utilizado foi o Hélio (1,2 mL.min-1) e o volume injetado foi de 0,5 µL. A

temperatura do forno inicial foi de 40ºC mantidos por 4 min e em seguida foi

programada para aumentar 4ºC.min-1 até 220ºC e depois 20ºC.min-1 até 240ºC,

perfazendo 50 min de análise. As temperaturas do injetor e detector foram 250ºC

e 280ºC, respectivamente. O espectrômetro de massas operou no modo scam

com intervalos de varredura de 0,5 fragmentos por segundo e energia de impacto

de 70 eV, na faixa de m/z 40-350 Da.

Os índices de retenção foram obtidos co-injetando a amostra dos voláteis

com uma mistura de hidrocarbonetos lineares (C9-C18). Os índices de retenção

entre 700 a 899 e acima de 1800 foram obtidos por extrapolação. A percentagem

de cada componente foi determinada pela área do componente dividida pela área

total de todos os componentes presentes na mistura.

A identificação dos compostos foi feita com base nos índices de retenção

[92] e na comparação computadorizada dos espectros de massas adquiridos com

aqueles armazenados no banco de dados de espectros de massas do sistema

CG/EM (NIST107 e NIST21; WILEY), juntamente com espectros de massas da

literatura [93].

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51

4.4 Determinação do Perfil Cromatográfico por CLAE dos Extratos de

Jatropha curcas L.

4.4.1 Equipamentos e Reagentes

O metanol utilizado para preparação dos extratos metanólicos das folhas

frescas e secas foram de grau P.A. da marca Synth (LabSynth Produtos para

Lab. LTda, Diadema, SP, Brasil) e Quimex (F. Maia Industria e Com. Ltda,

comercializada pela Merck S.A).

A acetonitrila utilizada nas análises cromatográficas de alta eficiência foi

de pureza analítica e grau CLAE (JT Baker, Philipsburg, PA, EUA; Carlo Erba,

Duque de Caxias, RJ, Brasil).

O metanol utilizado na preparação das amostras para extração em fase

sólida (SPE) foi de pureza analítica e grau CLAE (Carlo Erba, Duque de Caxias,

RJ, Brasil).

Foi preparada uma solução de ácido fosfórico (85,1%) de grau analítico

(JT. Baker, Philipsburg, PA, EUA) em pH 3.

A água deionizada utilizada na composição da fase móvel e no preparo

das amostras para a extração em fase sólida (SPE) foi obtida em um sistema

MILLI-Q (Millipore, São Paulo, SP, Brasil).

As pesagens foram realizadas em balança analítica modelo APX 200 da

marca Denver Instrumet Company.

Os extratos metanólicos foram concentrados em evaporador rotatório da

marca Heidolph®

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52

Os solventes utilizados nas análises cromatográficas de alta eficiência

foram previamente filtrados utilizando membrana filtrante da marca MFS de nylon

de 47 mm (diâmetro da membrana) e 0,45 µm (diâmetro do poro), e sonicados

em aparelho Ultra Cleaner Modelo USC-1600A da (Unique Ind. E Com. Prod.

Eletr. Ltda, Brasil).

Foi utilizado um cartucho de SPE C18 com volume de 1 mL e coluna de

100 mg, da marca J.T. Baker (40 µm APD, 60A).

Para realização da SPE foi utilizada uma bomba a vácuo DIAPUMP®

(FANEM, SP, Brasil) acoplada a um manifold a vácuo de 12 portas

(Phenomenex).

A coluna cromatográfica utilizada nas análises por CLAE foi C18 LUNA®

(5 µm, 250 x 4.60 mm, Phenomenex), coluna hexil-fenil Luna® (10µm, 150 x 4,6

mm, Phenomenex).

O liquidificador utilizado para triturar as folhas frescas e secas na

preparação do extrato metanólico foi da marca Black&Decker (uso doméstico).

4.4.2 Sistemas de Cromatografia Líquida de Alta Efi ciência

Sistema 1: Cromatógrafo líquido da marca SHIMADZU (Kyoto, Japão), modelo

Prominence, para eluição gradiente, composto de duas bombas LC-6A,

degaseificador DGU-20A3, auto injetor SIL-10A, detector UV com arranjo de

diodos SPD-M20Avp conectado a uma interface CBM 20A. O equipamento foi

gerenciado pelo software LC Solution. Aparelho pertencente ao Departamento de

Química da UFS.

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53

Sistema 2: Cromatógrafo líquido da marca SHIMADZU (Kyoto, Japão), modelo

Prominence, para eluição gradiente, composto de uma bomba LC-20AT, com

válvula solenóide de quatro linhas, degaseificador DGU-20A5, auto injetor SIL-

10A, detector UV com arranjo de diodos SPD-M10Avp ligado a uma interface

CBM-20A. O equipamento foi gerenciado pelo software LC Solution. Aparelho

pertencente ao Laboratório de Síntese Orgânica e CLAE do Departamento de

Química da UFSCar.

4.4.3 Preparação dos Extratos Vegetais

As folhas frescas dos seis acessos de J. curcas coletadas no mês de

outubro de 2008 e a cultivar EMB foram trituradas em um liquidificador, sendo,

posteriormente, submetidas ao processo de extração por maceração em metanol

(1:4 p/v) durante cinco dias. Em seguida, a mistura foi filtrada, o solvente foi

concentrado em evaporador rotatório sob pressão reduzida e temperatura de 50º

C, até a remoção completa do solvente. Este procedimento de extração foi

repetido por mais uma vez, resultando nos respectivos extratos metanólicos

brutos (Tabela 3 ).

As folhas dos seis acessos de J. curcas coletadas no mês de maio de

2009 e a cultivar EMB foram separadamente secas a temperatura ambiente

durante onze dias. Após este período, o material foi triturado em um liquidificador,

sendo, posteriormente, submetidas a uma extração por maceração em metanol

(1:4 p/v) de forma semelhante ao procedimento de extração com as folhas

frescas (Tabela 3 ).

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Tabela 3: Rendimento dos extratos metanólicos das folhas frescas e secas Acessos Folha Fresca Folha Seca

Massa da

planta (g)

Massa do

extrato(g)

Massa da

planta (g)

Massa do

extrato(g)

PM-2 227,7 10,7 123,8 10,9

PM-7 87,7 4,6 123,7 4,6

PM-10 179,0 5,1 242,1 12,6

PM-11 271,8 8,7 149,3 9,4

PM-12 249,2 7,8 134,3 9,4

PM-14 233,0 3,7 185,7 9,8

EMB 83,4 2,6 127,5 6,3

4.5 Preparo das Amostras para CLAE

4.5.1 Extração em Fase Sólida (SPE- Solid Phase Ext raction)

Com o objetivo de obter o perfil cromatográfico, livre de interferentes, dos

extratos brutos das folhas de seis diferentes acessos e da cultivar EMB de J.

curcas L. por CLAE, foi necessário realizar um pré-tratamento (clean-up) através

de SPE.

O extrato metanólico do acesso PM-7 folhas frescas (PM-7-FF) foi

escolhido para a otimização das condições de análise por SPE e CLAE por

apresentar-se em maior quantidade disponível. Para isso, foi preparado uma

solução de 30 mg do extrato em 1 mL de metanol. Dois procedimentos de clean-

up da amostra foram testados, sendo as frações obtidas analisadas

separadamente por CLAE:

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1º Método: O cartucho foi condicionado com 3 mL de metanol, seguido de 1 mL

de água. Posteriormente, foi aplicado 100µL da solução (30mg/mL) a qual foi

eluída sequencialmente com 1 mL das soluções: 5%, 10%, 15%, 20%, 30%,

50%, 60% MeOH:H2O e 100% MeOH, gerando oito frações.

2º Método: O cartucho foi condicionado com 3 mL de metanol, seguido de 1 mL

de água. Posteriormente, foi aplicado 100µL da solução (30mg/mL) a qual foi

eluída somente com 1 mL de metanol puro, gerando apenas uma única fração

denominada MeOHpuro.

Figura 20: Sistema analítico para extração em fase sólida (SPE) (manifold a vácuo de 12 portas)

4.5.2 Condições Analíticas do Perfil Cromatográfico

As frações 100% MeOHpuro dos seis acessos e da cultivar EMB de J.

curcas foram analisadas em quintuplicata no Sistema 2 de Cromatografia Líquida

de Alta Eficiência. Na análise foi empregado um sistema de eluição gradiente no

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modo reverso, no qual a porcentagem de ACN (B) e H2O(A) variaram da seguinte

forma:

- tempo de análise: 10% (B) em 3 min, de 10% a 18% em 3 min, 18% (B)

em 29 min;

- tempo de limpeza: de 18% a 80% (B) em 1 min e mantida constante em

80% (B) por 15 min;

Ao término da corrida cromatográfica foi empregado um gradiente de

volta de 80% a 10% (B) em 2 min e o tempo de espera para recondicionamento

da coluna foi de 10 min. A vazão empregada foi de 1 mL/min e em cada análise

foram injetadas 25 µL da amostra utilizando a coluna C18 LUNA® (5 µm, 250 x 4,6

mm, Phenomenex).

4.6 Análise Quimiométrica

As análises quimiométricas foram realizadas pelo Prof. Dr. Edenir

Rodrigues Pereira Filho, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

empregando o software Pirouette®, versão 4.0 (Informetrix)

4.7 Atividade Frente à Spodoptera frugiperda

Os ensaios biológicos com os extratos brutos de J. curcas foram

realizados no Laboratório de Bioensaios do Departamento de Química da

UFSCar sob a supervisão do Prof. Dr. João Batista Fernandes e da Profa Dra.

Andréia Pereira Matos.

Para a realização do ensaio, o laboratório era mantido a uma

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temperatura de 25 ± 1oC, UR de 70 ± 5 % e fotofase de 12h.

Uma dieta artificial [95] contendo água destilada (600 mL), ágar (10,3 g),

extrato de levedura (25,3 g), gérmem de trigo (39,6 g), ácido sórbico (0,8 g),

ácido ascórbico (2,6 g), formaldeído 40% (6,3 mL), tetraciclina (50 mg), nipagin

(1,1 g) e feijão carioquinha (82,5 g) foi utilizada para a realização dos ensaios

biológicos.

Para a realização dos bioensaios, os extratos metanólicos de J. curcas

foram solubilizadas em uma pequena quantidade de solvente e misturados ao

ácido ascórbico contido na dieta artificial [94]. Posteriormente a evaporação do

solvente, a mistura (ácido ascórbico e extrato) foi incorporada à dieta quando

esta atingiu uma temperatura de 50oC [95-97].

Foram utilizadas trinta lagartas para cada tratamento. Cada fração foi

incorporada à dieta artificial para S. frugiperda na proporção de 100 mg de

extrato para 100 g de dieta (1000 mg Kg-1). Além das dietas correspondentes a

cada extrato, também foi preparada uma dieta testemunha, sem extrato,

utilizando o solvente (metanol) em que foi solubilizado os extratos.

Depois da preparação, as dietas foram vertidas em tubos de vidro (8,5 ×

2,5 cm), previamente esterilizados, em estufa a 170oC por 1 h e em seguida

tampados com algodão hidrófugo. Após a colocação da dieta, os tubos foram

mantidos por 24 h em grades de arame para eliminação do excesso de umidade

(gotículas de água) de suas paredes. A seguir, foi feita a inoculação das lagartas

recém-eclodidas de S. frugiperda, utilizando-se uma lagarta por tubo de vidro.

As pupas obtidas foram pesadas um dia após a pupação, e transferidas

para copos plásticos de 50 mL de capacidade, onde permaneceram até a

emergência dos adultos.

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Os parâmetros avaliados foram a duração das fases larval e pupal, peso

das pupas e porcentagem de insetos mortos (mortalidade) ao final de cada fase.

Para cada tratamento foram utilizadas 30 lagartas, distribuídas em triplicatas de

dez lagartas cada, em delineamento completamente casualizado. Os dados

foram submetidos à análise de variância (ANOVA). A comparação entre médias

dos tratamentos foi feita através do Teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade de erro.

Figura 21: (a) preparação da dieta artificial para realização do ensaio de ingestão frente à S. frugiperda (b) gaiola para acasalamanto dos insetos (c) pupas após

esterilização

4.8 Ensaio de Citotoxicidade IN VITRO em Células Tumorais

Foi realizado um teste de citotoxidade in vitro em parceria com o Prof. Dr.

Daniel Pereira Bezerra do Departamento de Farmácia da UFS. Amostras dos

extratos metanólicos das folhas frescas e secas dos seis acessos (PM-2, PM-7,

PM-10, PM-11, PM-12, PM-14) e da cultivar EMB de J. curcas foram enviados ao

Laboratório de Oncologia Experimental da Universidade Federal do Ceará sob

responsabilidade dos professores Drs. Claúdia do Ó Pessoa, Manoel Odorico de

Moraes e Letícia Veras Lotufo e da Msc. Adriana Andrade Carvalho.

(a)

(b) (c)

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4.8.1 Material

Células:

As células utilizadas nos ensaios de citotoxicidade estão listadas quanto

ao tipo histológico, origem e fonte na tabela 4 .

Tabela 4: Células utilizadas nos ensaios de citotoxicidade.

Linhagens* Tipo Histológico Origem Fonte

HL-60 Leucemia promielocítica

Humana Children’s Mercy Hospital- EUA

HCT-8 Carcinoma de cólon Humana Children’s Mercy Hospital- EUA

SF-295 Glioblastoma Humana Instituto Nacional do Câncer- EUA

MDA-MB-435 Melanoma Humana Instituto Nacional do Câncer- EUA

*Linhagens pertencentes ao Laboratório de Oncologia Experimental da Universidade Federal do Ceará.

Manutenção das Células em Cultura:

As linhagens celulares foram cultivadas em garrafas para cultura de

células (75 cm3, volume de 250 mL), o meio utilizado foi o RPMI 1640

suplementado com 10% de soro bovino fetal e 1% de antibióticos

(penicilina/estreptomicina). As células foram mantidas em incubadoras com

atmosfera de 5 % de CO2 a 37 ºC. Diariamente acompanhava-se o crescimento

celular com a utilização de microscópio de inversão. O meio foi trocado sempre

que o crescimento celular atingia confluência necessária para renovação de

nutrientes. Para a manutenção de células aderidas utilizou-se tripsina (0,25%)

para que as células despregassem-se das paredes das garrafas [98].

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Amostras: Os extratos metanólicos dos seis acessos (PM-2, PM-7, PM-

10, PM-11, PM-12 e PM-14) e da cultivar (EPAMIG) EMB foram diluídas em

DMSO puro estéril. Estes foram testados na concentração de 50 µg/mL. Para

determinação da CI50, e também foram avaliados em concentrações crescentes

em diluição seriada.

4.8.2 Princípio do Teste

A avaliação do potencial citotóxico das substâncias testes foram

realizadas em células tumorais humanas (HL-60, HCT-8, SF-295 e MDA-MB-435)

através do método do MTT após 72 horas de incubação.

Metodologia

As células em suspensão ou monocamadas foram distribuídas em

multiplacas de 96 cavidades numa densidade de 0,3 x 106 células/mL, para

células em suspensão (HL-60) e 0,7 x 105 células/mL para as células aderidas

(MDA-MB-435, SF-295 e HCT-8). Após 24 horas de incubação, as substâncias

testes (concentração única ou diluições seriadas) dissolvidos em DMSO foram

adicionadas em cada poço, utilizando o HTS (high-throughput screening), e

encubadas por 72 horas. A doxorrubicina foi utilizada como controle positivo. O

controle negativo recebeu a mesma quantidade de DMSO. Após o período de

incubação, as placas foram centrifugadas (15 G/15 min), e o sobrenadante foi

descartado. Cada cavidade recebeu 200 µL da solução de MTT (0,5 mg/mL em

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meio RPMI 1640) e foi reincubada durante 3 horas, em estufa a 37 ºC e a 5%

CO2. Após esse período, as placas foram novamente centrifugadas (30 G/10

min), o sobrenadante foi desprezado, e o precipitado foi ressuspenso em 150 µL

de DMSO. Para a quantificação do sal reduzido nas células vivas, as

absorbâncias foram lidas com o auxílio do espectrofotômetro de placa, no

comprimento de onda de 595 nm [99].

4.8.3. Análise dos Dados

Os extratos foram testadas em concentração única ou diluições seriadas,

em duplicata ou triplicata. Os experimentos foram analisados segundo a média ±

desvio padrão da média (DPM) da porcentagem de inibição do crescimento

celular ou registrada a percentagem de inibição x log da concentração e

determinado suas CI50 (concentração inibitória média capaz de provocar 50% do

efeito máximo) e seus respectivos intervalos de confiança (IC 95%) realizado a

partir de regressão não-linear utilizando o programa Prisma versão 5.0

(GraphPad Software).

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Composição Química dos Compostos Voláteis das F olhas

Os compostos voláteis das folhas frescas e secas dos seis acessos e mais

a cultivar (EPAMIG) de Jatropha curcas foram obtidos pela técnica de

hidrodestilação em triplicata e analisados por CG/EM (Figuras 23-29, Tabelas 5-

6). Para as folhas da cultivar EPAMIG (EMB), foi realizada apenas uma extração,

enquanto as extrações realizadas para o teste de secagem utilizando o acesso

PM-2 foram realizadas em duplicata (secagem em estufa e ao ar durante 11 dias)

(Figura 30, Tabela 7) . Nestas análises, foi possível identificar 28 compostos nas

folhas frescas (Tabela 5 ) e 52 compostos nas folhas secas (secas ao ar por 5

dias) (Tabela 6 ). Para o experimento de secagem com o acesso PM-2 (secas ao

ar por 11 dias e em estufa) foram identificados 53 compostos (Tabela 7 ).

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Tabela 5: Composição percentual relativa dos compostos voláteis das folhas frescas de J. curcas pela técnica de hidrodestilação

analisada por CG/EM.

Área do pico (%)

Folhas Frescas

Compostos IRC IR L

PM-2 PM-7 PM-10 PM-11 PM-12 PM-14 EMB

1 Pentanol 772 762 0,18 ± 0,25 0,24 ± 0,33 0,24 ± 0,33 - 0,20 ± 0,04 - 1,42

2 (Z)-2-Penten-1-ol 773 765 4,17 ± 0,97 4,63 ± 0,53 5,85 ± 0,51 4,70 ± 0,71 4,20 ± 0,20 4,93 ± 3,82 22,99

3 Hexanal 802 801 - - 0,80 ± 0,37 - - - 2,92

4 (E)-3-Hexen-1-ol 849 844 0,83 ± 0,059 0,27 ± 0,37 0,71 ± 0,32 0,53 ± 0,57 0,40 ± 0,11 - 1,55

5 (E)-2-Hexanal 851 846 0,96 ± 1,35 0,78 ± 0,25 2,48 ± 1,29 - 1,58 ± 0,31 - 0,90

6 (Z)-3-Hexen-1-ol 854 850 86,50 ± 3,81 74,6 ± 2,90 72,16 ± 9,2 85,50 ± 1,9 86,61 ± 1,36 87,65 ± 1,56 39,11

7 (E)-2-Hexen-1-ol 865 854 0,29 ± 0,40 - - - 0,45 ± 0,22 - 3,14

8 (Z)-2-Hexen-1-ol 865 859 - - 1,53 ± 0,15 0,57 ± 0,00 - - -

9 n-Hexanol 869 863 1,35 ± 0,82 1,12 ± 0,14 2,15 ± 0,00 1,71 ± 0,41 1,73 ±0,36 - 5,36

10 N.I 887 - 0,44 ± 0,62 1,25 ± 1,77 1,26 ± 0,14 - 0,92 ± 0,23 - 0,35

11 2-Heptanona 889 889 - - - - - - 0,32

12 2-Heptanol 902 894 0,30 ± 0,42 1,03 ± 1,45 1,16 ± 0,01 1,09 ± 0,26 0,17 ± 0,07 - 0,34

13 6-Metil-5-Hepten-2-ona 984 981 - - - - - - 0,33

14 Acetato de 2-hexen-1-ila 1016 1010 0,28 ± 0,39 - - - - - -

15 N.I 1017 - 0,63 ± 0,89 2,11 ± 0,42 1,76 ± 0,38 1,26 ± 0,45 0,98 ± 0,32 1,40 ± 0,79 -

16 N.I 1018 - - - - - - - 0,30

17 N.I 1033 - - - - - - - 0,37

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Tabela 5: Continuação

18 N.I 1085 - - - - - - - 2,95

19 Linalol 1099 1095 1,69 ± 2,39 4,07 ± 5,75 4,57 ± 0,90 1,55 ± 0,83 1,62 ± 0,89 2,49 ± 2,00 8,64

20 Feniletanol 1110 1106 - - - - - - 1,61

21 Isoforona 1119 1118 - - - - - 0,54

22 Formiato de octila 1131 1127 - - - - - - 2,12

23 N.I 1143 - - - 0,16 ± 0,21 - - - -

24 Butanoato de (Z)-3-hexenila 1185 1184 0,31 ± 0,44 - 0,44 ± 0,61 0,75 ± 1,06 0,36 ± 0,50 0,56 ± 0,79 -

25 Safranal 1196 1197 - - 0,16 ± 0,22 - - - 0,40

26 β-Ciclocital 1216 1217 - - 0,18 ± 0,24 - - - 0,36

27 Nerol 1223 1227 - - 0,17 ± 0,24 - - - -

28 Butanoato de 2-metil-(Z)-3-hexenila 1230 1229 - - 0,41 ± 0,58 - - - 0,79

29 Butanoato de 3-metil-(Z)-3-hexenila 1235 1232 - 0,93 ± 1,31 - - - - -

30 Indol 1288 1290 - - 0,40 ± 0,56 - - - -

31 Tiglato de (Z)-3-hexenila 1321 1319 - - 0,11 ± 0,15 - - - 1,22

32 (E)-Jasmona 1390 1390 0,76 ± 0,50 2,31 ± 0,99 1,17 ± 0,75 0,58 ± 0,02 0,19 ± 0,26 - 0,79

33 (E)-β-Ionona 1477 1487 - - 0,24 ± 0,33 - - - 0,66

34 Benzoato de (Z)-3-hexenila 1571 1565 - - 1,16 ± 1,64 - - - 0,35

Total 98,69 93,34 99,27 98,24 99,41 97,03 99,83

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Tabela 6: Composição percentual relativa dos compostos voláteis das folhas secas (ao ar por 5 dias) de seis diferentes genótipos de J. curcas analisada por CG/EM.

Área do pico (%)

Folhas Secas

Composto IRc IRL

PM-2 PM-7 PM-10 PM-11 PM-12 PM-14 EMB

1 3-Metil-2-buten-1-ol 729 765 - - 0,11 ± 0,19 - - - -

2 1-Pentanol 772 762 1,38 ± 1,19 0,92 ± 1,06 2,65 ± 3,7 - 1,45 ± 2,51 - 0,80

3 (Z)-2-Penten-1-ol 773 765 18,83 ± 5,4 10,84 ± 5,97 34,07 ± 11,5 22,1 ± 5,8 29,2 ± 7,6 18,44 -

4 (Z)-3-Hexenal 768 797 - - 0,12 ± 0,20 - - - -

5 Hexanal 802 801 3,58 ± 2,29 3,40 ± 5,89 2,63 ± 3,30 2,66 ± 3,59 1,51 ± 1,5 5,34 6,49

6 Furfural 804 828 - 0,38 ± 0,33 0,36 ± 0,30 1,08 ± 1,48 0,24 ± 0,42 - -

7 4-Metil pentanol 845 830 - - - 3,85 ± 6,66 - - -

8 (E)-3-Hexen-1-ol 849 844 4,26 ± 3,80 2,69 ± 2,78 0,33 ± 0,28 1,12 ±1,18 1,60 ± 0,22 3,54

9 (E)-2-Hexenal 851 846 1,36 ± 2,35 0,21± 0,36 - 0,43 ± 0,75 3,55 ± 5,26 14,53 -

10 (Z)-3-Hexen-1-ol 854 850 1,42 ± 2,4 25,30 ± 43,8 8,98 ± 2,34 16,71 ±10,0 21,84 ± 2,85 17,45 0,64

11 N.I 830 - - 0,66 ± 1,14 - - - - -

12 (E)-2-Hexen-1-ol 865 854 0,40 ± 0,68 0,28 ± 0,47 3,14 ± 0,71 3,30 ± 3,34 5,64 ± 0,38 - -

13 n-Hexanol 869 863 2,43 ± 1,02 1,67 ± 1,38 3,83 ± 3,55 2,66 ± 4,60 6,86 ± 0,10 - 5,90

14 Acetato de 2-metil butan-1-ila 879 875 - - - 0,51 ± 0,88 - - -

15 2-Heptanona 889 889 - - - - - - 0,49

16 Heptan-2-ol 904 894 - 0,99 ± 1,14 1,787 ± 0,19 0,98 ± 1,22 1,83 ± 0,48 - -

17 3-Metiltio propan-1-al 911 901 - 0,24 ± 0,41 - 0,19 ± 0,32 0,33 ± 0,57 - 1,64

18 Benzaldeído 964 952 7,76 ± 4,87 3,21 ± 5,55 2,36 ±1,52 1,10 ± 1,89 1,94 ± 0,41 3,36 7,66

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Tabela 6: Continuação

19 2-Metil-6-oxo-2-hepteno 985 981 0,31 ± 0,54 0,18 ± 0,32 - - - - 2,14

20 N.I 987 - 1,14 ± 0,16 - - - - - 0,48

21 1,8-desidro Cineol 991 988 - - 0,18 ± 0,30 - - - -

22 N.I 1018 - - 0,86 ± 1,48 - - - - 1,61

23 N.I 1021 - - - 2,01 ± 0,60 0,63 ± 1,09 2,03 ± 0,53 2,58 -

24 N.I 1022 - 1,80 ± 0,55 0,21 ± 0,36 0,12 ± 0,20 0,26 ± 0,44 - - -

25 2,2,6-trimetil ciclohexanona 1033 1036a - - - - - - 0,67

26 N.I 1044 - - - - - - - 5,18

27 Benzenoacetaldeído 1042 1036 2,43 ± 3,27 0,67 ± 1,16 2,18 ± 3,43 4,06 ± 2,98 1,30 ± 1,53 7,57 -

28 2-Metil fenol 1050 1050 - - 0,11 ± 0,19 - - - -

29 Acetofenona 1063 1059 - - - - - - 0,92

30 N.I 1072 - 1,01 ± 0,23 0,25 ± 0,43 0,56 ± 0,48 1,23 ± 2,13 0,47 ± 0,41 - -

31 N.I 1085 - - 2,22 ± 3,84 - - - - 2,47

32 1-Metiltio-3-pentanona 1089 1080b 5,18 ± 0,50 0,99 ± 1,71 2,39 ± 2,30 1,16 ± 2,01 3,23 ± 0,69 - -

33 Linalol 1101 1095 - 0,34 ± 0,59 0,48 ± 0,43 - - - 3,40

34 N.I 1101 - - - 0,44 ± 0,42 - - - 0,84

35 trans-Sabineno hidrato 1103 1098 2,16 ± 0,38 - 1,34 ± 0,96 - - - -

36 N.I 1105 - 0,87 ± 0,76 - - - - - -

37 2,6-Dimetil ciclohexanol 1107 1110c - - - - - - 1,14

38 N.I 1110 - - - 0,15 ± 0,26 - - - -

39 Feniletanol 1110 1106 1,74 ± 0,81 1,83 ± 1,59 0,78 ± 0,70 2,50 ± 3,28 0,66 ± 0,60 0,46

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Tabela 6: Continuação

40 N.I 1114 - - 2,56 ± 4,43 2,00 ± 3,4 - - 4,15 3,54

41 trans-Pireno hidrato 1121 1119 - - 1,21 ± 0,12 2,31 ± 3,41 1,05 ± 0,94 - -

42 Isoforona 1124 1118 1,46 ± 0,28 1,05 ± 0,92 0,82 ± 0,82 1,44 ± 1,50 0,64 ± 0,55 - 2,55

43 desidro Sabina cetona 1126 1117 3,29 ± 0,42 - 0,40 ± 0,68 - 0,33 ± 0,57 - -

44 trans-desidro-β-Terpineol 1136 1134 1,89 ± 0,28 1,47 ± 1,05 0,34 ± 0,59 1,48 ± 2,56 0,21 ± 0,44 - -

45 (Z)-2-Nonenal 1136 1144 0,48 ± 0,83 0,13 ± 0,22 - 2,03 ± 2,54 1,41 ± 0,68 6,23 1,77

46 3-neo-Thujanol 1145 1149 - 0,58 ± 1,00 0,73 ± 1,26 0,31 ± 0,53 1,04 ± 0,45 - -

47 4-Ceto isoforona 1149 1140 1,11 ± 0,18 0,20 ± 0,34 0,11 ± 0,19 0,13 ± 0,23 - - 0,89

48 N.I 1168 - - - 0,56 ± 0,97 - - - -

49 trans-Óxido de linalol (piranóide) 1177 1173 0,60 ± 0,54 - 0,19 ± 0,33 - 0,23 ± 0,39 - -

50 α-Terpineol 1198 1186 0,65 ± 0,57 - 0,27 ± 0,46 - - - 0,59

51 Safranal 1202 1197 - - - 0,23 ± 0,39 - - 1,00

52 N.I 1202 - - 0,35 ± 0,60 - 0,11 ± 0,19 - - 18,29

53 Verbenona 1203 1204 - 0,26 ± 0,45 0,18 ± 0,31 1,28 ± 2,21 - - -

54 β-Ciclocitral 1217 1217 - 0,22 ± 0,38 - 0,24 ± 0,41 - - 1,18

55 Citronelol 1227 1223 0,29 ± 0,49 - 0,24 ± 0,42 - 0,20 ± 0,34 - -

56 Geraniol 1253 1249 2,15 ± 0,42 14,5 ± 25,61 8,85 ± 15,32 - - - -

57 2-Fenil-2-butanal 1273 1273d 0,76 ± 0,67 1,10 ± 1,018 0,70 ± 0,63 2,25 ± 2,86 0,29 ± 0,49 - -

58 Indol 1289 1290 - 0,62 ± 0,54 0,14 ± 0,24 - - - 1,92

59 N.I 1290 - - - - - - - 1,81

60 Tiglato de (Z)-3-hexenila 1321 1319 - - - - - - 0,37

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Tabela 6: Continuação

61 N.I 1343 - 0,78 ± 0,67 0,21 ± 0,36 0,10 ± 0,16 - - - 0,31

62 N.I 1355 - - 0,85 ± 1,46 - - - - 0,67

63 Neril acetona 1446 1434 - 0,20 ± 0,34 - - 0,21 ± 0,36 - 1,49

64 N.I 1453 - - - - - - - 0,98

65 (E)-β-Ionona 1481 1487 2,81 ± 1,49 1,73 ± 2,29 1,40 ± 1,75 1,14 ± 1,27 1,08 ± 1,30 2,72 4,47

66 (E)-β-Ionona-5,6-epóxido 1485 1488c 1,39 ± 0,29 0,99 ± 0,91 0,24 ± 0,41 1,50 ± 2,59 0,51 ± 0,45 - -

67 N.I 1495 - - - - - - - 1,05

68 N.I 1521 - - 0,22 ± 0,38 - - - - -

69 Angelato de bornila 1554 1564 3,77 ± 0,39 2,34 ± 2,20 0,65 ± 0,56 1,22 ± 2,10 1,60 ± 0,02 2,14 6,45

70 Benzoato de (Z)-3-hexen-1-ila 1575 1565 1,76 ± 1,67 0,82 ± 1,42 - - - - 0,46

71 N.I 1691 - - - - 0,81±1,40 - - -

72 7-Etil-1,4-dimetil azuleno 1731 1730 - - 0,34 ± 0,59 - 0,30 ± 0,52 - -

73 Octanoato de feniletila 1865 1846 - 0,22 ± 0,38 - - - - -

Total 81,25 88,96 90,57 83,01 92,78 84,51 96,26 a Índice de acordo com a referência [100], b Índice de acordo com a referência [101], c Índice de acordo com a referência [102] , d

Índice de acordo com a referência [103].

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Tabela 7: Composição percentual relativa dos compostos voláteis das folhas secas do acesso PM-2 de J. curcas pela técnica de hidrodestilação analisada por CG/EM de acordo com o tempo de secagem.

Área do pico (%)

Compostos

IRC

IR L 5 dias ao ar 11 dias ao ar 3 dias em estufa

1 1-Pentanol 772 762 1,38 ± 1,19 - -

2 (Z)-2-Penten-1-ol 773 765 18,83 ± 5,4 - 6,23 ± 4,04

3 (Z)-3-Hexan-1-al 814 797 - - 0,30 ± 0,35

4 Hexanal 802 801 3,58 ± 2,29 - -

5 (E)-3-Hexen-1-ol 849 844 4,26 ± 3,80 - -

6 (E)-2-Hexenal 851 846 1,36 ± 2,35 - -

7 (Z)-3-Hexen-1-ol 854 850 1,42 ± 2,4 15,41 ± 3,69

8 (E)-2-Hexen-1-ol 865 854 0,40 ± 0,68 - -

9 n-Hexanol 869 863 2,43 ± 1,02 - 1,58 ± 0,55

10 Benzaldeído 964 952 7,76 ± 4,87 - -

11 6-Metil-5-hepten-2-ona 985 981 0,31 ± 0,54 - -

12 N.I 987 - 1,14 ± 0,16 - -

13 N.I 1022 - 1,80 ± 0,55 - -

14 Acetofenona 1063 1059 - 0,21 ± 0,29 -

15 Óxido de cis-linalol (furanóide) 1059 1067 - 0,43 ± 0,61 1,93 ± 1,12

16 Benzenoacetaldeído 1042 1036 2,43 ± 3,27 1,01 ± 0,15 -

17 N.I 1072 - 1,01 ± 0,23 - -

18 1-Metiltio-3-pentanona 1089 1080b 5,18 ± 0,50 - -

19 Linalol 1100 1095 - - 6,85 ± 4,22

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Tabela 7: Continuação

20 trans-Sabineno hidrato 1103 1098 2,16 ± 0,38 - -

21 N.I 1105 - 0,87 ± 0,76 - -

22 2,6-Dimetil ciclohexanol 1107 1112e - 0,62 ± 0,72

23 Feniletanol 1110 1106 1,74 ± 0,81 - -

24 N.I 1117 - - - 1,02 ± 1,18

25 Isoforona 1124 1118 1,46 ± 0,28 0,55 ± 0,77 0,68 ± 0,39

26 Desidro sabina cetona 1126 1117 3,29 ± 0,42 - -

27 trans-dihidro-β-Terpineol 1136 1134 1,89 ± 0,28 - -

28 (Z)-2-Nonenal 1136 1144 0,48 ± 0,83 - -

29 4-ceto Isoforona 1149 1140 1,11 ± 0,18 0,48 ± 0,08 -

30 trans-Óxido de Linalol (piranóide) 1177 1173 0,60 ± 0,54 - -

31 N.I 1196 - - 0,82 ± 0,14 2,10 ± 1,30

32 α-Terpineol 1198 1186 0,65 ± 0,57 - -

33 Citronelol 1227 1223 0,29 ± 0,49 - -

34 Butanoato de 3-metil-(Z)-3-hexenila 1235 1232 - - 0,44 ± 0,51

35 Carvenona 1248 1252f - 0,28 ± 0,39 -

36 Geraniol 1253 1249 2,15 ± 0,42 - -

37 2-Fenil-2-butanal 1273 1273d 0,76 ± 0,67 0,76 ± 0,24 -

38 N.I 1277 - - 0,22 ± 0,30 1,35 ± 1,55

39 Timol 1286 1289 - - 1,90 ± 1,28

40 n-Tridecane 1300 1300 - 0,60 ± 0,05 -

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Tabela 7: Continuação

41 Tiglato de (Z)-3-hexenila 1321 1319 - - 1,97 ± 1,05

42 N.I 1343 - - - 1,20 ± 0,16

43 (E)-Jasmona 1390 1390 0,78 ± 0,67 - -

44 n-Tetradecano 1400 1400 - 1,52 ± 0,31 -

45 Geranilacetona 1448 1453 - 0,85 ± 0,01 -

46 N.I 1480 - - - 0,48 ± 0,55

47 (E)-β-Ionona 1481 1487 2,81 ± 1,49 0,46 ± 0,01 5,59 ± 3,07

48 (E)-β-Ionona-5,6-epóxido 1485 1488d 1,39 ± 0,29 0,61 ± 0,18 -

49 n-pentadecano 1500 1500 - 1,37 ± 1,93 0,52 ± 1,27

50 N.I 1509 - - 3,85 ± 0,94 -

51 N.I 1506 - - 1,81 ± 2,56 -

52 N.I 1517 - - 0,47 ± 0,03 -

53 (Z)-Nerolidol 1533 1531 - - 1,01 ± 0,63

54 Angelato de bornila 1554 1564 3,77 ± 0,39 - -

55 Benzoato de (Z)-3-hexenila 1569 1565 1,76 ± 1,67 - 20,03 ± 10,57

56 Desidro-(E)-Apofarnesol 1583 1590 - 0,61 ± 0,09 -

57 n-Hexadecano 1603 1600 - 3,56 ± 0,25 -

58 1-epi-Cubenol 1624 1627 - 5,68 ± 2,31

59 n-tetradecanol 1680 1671 - 0,74 ± 0,01 -

60 Acorenona 1692 1692 - 4,13 ± 1,47

61 Heptadecano 1700 1700 - 3,18 ± 0,53 -

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Tabela 7: Continuação

62 N.I 1710 - - 2,18 ± 0,64

63 Benzoato de Benzila 1764 1759 - - 0,37 ± 0,37

64 Hexahidrofarnesil acetona 1825 1824g - 29,00 ± 2,50 -

65 (Z,Z)-Farnesil acetona 1865 1860 - 5,70 ± 1,24 1,19 ± 0,14

66 N.I. 1879 - - - 3,07 ± 1,79

67 Fitol 1999 1942 22,05 ± 3,18 16,04 ± 9,28

Total (%) 81,25 93,13 91,88 e Índice de acordo com a referência [104],f Índice de acordo com a referência [105], g Índice de acordo com a referência [106].

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Figura 22: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-2 de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde).

Figura 23: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-7 de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde).

Figura 24: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-10 de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde).

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Figura 25: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-11 de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde).

Figura 26: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos acesso PM-12 de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde).

Figura 27: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-14 de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde).

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Figura 28: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso EMB de J. curcas: folha fresca (azul) e folha seca (verde).

Figura 29: Cromatogramas de íons totais (TIC) representativos do acesso PM-2 de J. curcas: secagem ao ar por 11 dias (azul) e seca em estufa por 3 dias

(verde).

Os compostos voláteis obtidos a partir das folhas frescas variaram

significativamente quanto à composição química dos componentes entre os

acessos. O acesso PM-10 e a cultivar EMB foram os que se mostraram mais

semelhantes quanto os componentes voláteis, apesar de terem sido coletadas

em solo e épocas do ano diferentes. O composto (Z)-3-hexen-1-ol (54) é o

composto majoritário em todos os acessos, com percentuais acima de

75,7±18,2%; além deste composto, pode-se destacar a presença de (Z)-2-

penten-1-ol (55) (7,3±6,9%), linalol (56) (3,5±2,5%) e n-hexanol (57) (1,9±1,7%),

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o que demonstra a predominância dos álcoois de cadeia curta, exceto pela

presença de linalol (monoterpeno oxigenado) (Figura 30 ).

OH

(54) (Z)-3-hexen-1-ol

OH

(55) (Z)-2-penten-1-ol

O H

(56) linalol

OH

(57) n-hexanol

Figura 30: Principais compostos identificados na análise do óleo essencial das folhas frescas de J. curcas

Já as análises dos compostos voláteis das folhas secas revelaram que

alcoóis de cadeia curta também foram majoritários, tais como: (Z)-2-penten-1-ol

(55) (14,9±11,37%) (E)-3-hexen-1-ol (58) (5,17±9,0%), (Z)-3-hexen-1-ol (54)

(9,6±9,1%), (E)-2-hexen-1-ol (59) (2,5±2,2%), n-hexanol (57) (3,3±2,4%) e 1-

pentanol (60) (1,26±0,7%). Além dos alcoóis pode-se destacar a presença de

hexanal (61) (3,6±1,71%), benzaldeído (62) (3,9±2,7%), bezeneacetaldeído (63)

(3,03±2,5%), 1-metiltio-3-pentanona (64) (2,59±1,88%), álcool feniletílico (65)

(1,3±0,9%), isoforona (66) (1,46±0,89%), 2-fenil-2-butanal (67) (1,0±0,8%), (E)-β-

Ionona (68) (2,2±1,2%) e geraniol (69) (8,6±6,3%) (Figura 31) .

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OH

(57) n-hexanol

OHE

(58) (E)-3-hexen-1-ol

OHE

(59) (E)-2-hexen-1-ol

OH

(60) 1-pentanol

O

(63) benzenoacetaldeído

H

O

(61) hexanal

H O

(62) benzaldeído

S

O

(64) 1-metiltio-3-pentanona

OH

(65) álcool feniletil O

(66) isoforona

H

O

(67) 2-fenil-2-butanal

O

E

(68) (E)-β-ionona

OH

(69) geraniol

Figura 31: Principais compostos identificados na análise do óleo essencial das folhas secas de J. curcas

A análise dos compostos voláteis das folhas variando-se o tempo de

secagem ao ar (5 e 11 dias) e em estufa, permitiu verificar que há uma grande

variação da composição química dos componentes voláteis (Tabela 7 ). A partir

destas análises, verificou-se que nas folhas secas ao ar por 5 dias, álcoois de

cadeia curta são os compostos majoritários, mas em percentual menor que o

observado para as folhas frescas. Por outro lado, nas análises das folhas secas

ao ar durante 11 dias, não foi possível detectar a presença dos álcoois de cadeia

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curta (componentes majoritários observados para as folhas frescas e secas ao ar

durante 5 dias). Com 11 dias de secagem, observou-se uma predominância do

diterpeno fitol e da hexahidrofarnesilacetona, além da presença de ésteres e de

alguns sesquiterpenos oxigenados como constituintes majoritários. Já nas

análises das folhas secas em estufa, observou-se que o percentual de alguns

álcoois de cadeia curta diminuiu quando comparado às análises das folhas secas

ao ar por 5 dias, no entanto o éster benzoato de (Z)-3-Hexen-1-ila e o diterpeno

fitol são os componentes majoritários (Tabela 7 ). Abaixo encontra-se na tabela 8

com os valores das médias e desvio padrão do rendimento dos compostos

voláteis das amostras estudadas de J. curcas.

Tabela 8 . Média e desvio padrão do rendimento dos compostos voláteis das folhas de seis diferentes acessos e da amostra cultivada na Embrapa de J. curcas Genótipos Folha Fresca Folha Seca

Rendimento (%) Rendimento (%) PM -2 0,65 ± 0,17 0,32 ± 0,09 PM-2 (Estufa) - 0,54 ± 0,03

PM-2 (11 dias) - 0,79 ± 0,04

PM -7 0,53 ± 0,12 0,47 ± 0,32

PM -10 0,59 ± 0,06 0,48 ± 0,33

PM -11 0,82 ± 0,05 0,44 ± 0,33

PM -12 0,40 ± 0,22 0,41 ± 0,11

PM -14 0,68 ± 0,02 0,21 ± 0,12

EMB 0,75 0,39

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5.2. Desenvolvimento dos Cromatogramas FINGERPRINT

5.2.1 Otimização do Procedimento de Pré-tratamento (Clean-up)

A maioria das análises que envolvem amostras reais requer várias

etapas além da medida da concentração do analito de interesse em um

instrumento (UV, CLAE, CG etc.). Dentre as várias etapas envolvidas na

análise de amostras complexas, as mais comuns são extração, “clean-up”

(eliminação de impurezas) e concentração. Até recentemente a técnica mais

utilizada no preparo de amostras era a extração líquido-líquido, mas esta

técnica requer grandes volumes de solventes orgânicos, apresentando custo

elevado, difícil automação e geralmente pequena

repetibilidade/reprodutibilidade em decorrência das várias etapas envolvendo o

analito de interesse. Assim, visando eliminar esses problemas, utilizamos a

técnica de Extração em Fase Sólida (SPE). Esta técnica permite não só a

extração eficiente dos analitos de interesse, mas também possibilita sua

concentração e pré-purificação, tornando possível obter uma separação

cromatográfica livre de interferentes.

A extração em fase sólida comporta-se como uma cromatografia

líquida empregando-se uma pequena coluna aberta, usualmente denominada

cartucho de extração, a qual contém a fase sólida [107].

Devido à alta concentração de clorofila nos extratos brutos de J.

curcas, inviabilizando as análises por cromatografia líquida, foi necessário

realizar um pré-tratamento por SPE nos extratos para posterior análise

cromatográfica.

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80

Desta forma, foram testados dois métodos de extração em fase sólida.

No primeiro método coletou-se oito frações denominadas por 5%, 10%, 15%,

20%, 30%, 50%, 60% MeOH/H2O e 100% MeOH. No segundo método

obteve-se uma fração denominada MeOHpuro.

As nove frações, oriundas do extrato metanólico do acesso PM-7-FF,

foram analisadas, separadamente, no cromatógrafo líquido de alta eficiência

(CLAE) (Sistema 1) , utilizando um gradiente exploratório linear utilizando ACN

(B) e H2O (A), nas condições de 5% a 100% (B) por 60 min, em uma coluna

analítica C18 Luna® (5 µm, 250 x 4,60 mm, Phenomenex). Os cromatogramas

foram registrados nos comprimentos de onda: 254, 280, 335 e 365 nm, sendo a

melhor detecção encontrada em 254 nm.

A escolha inicial desse gradiente exploratório permitiu verificar a

complexidade da amostra e identificar a fase móvel mais eficiente para esta

separação. Os cromatogramas obtidos encontram-se na Figura 32.

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81

0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0

-2

0

2

4

6

8

1 0

mA

U

T e m p o (m in )

(a)

0 1 0 20 3 0 4 0 50 6 0-3

-2

-1

0

1

2

mA

U

T em p o (m in )

(b)

0 10 20 30 40 50 60-3

-2

-1

0

1

2

mA

U

Tem po (m in)

(c)

0 10 20 30 40 50 60

-2

-1

0

1

2

mA

U

Tempo (m in)

(d)

0 10 20 30 40 50 60-5

0

5

10

15

20

25

mA

U

Tem po (m in)

(e)

0 10 20 30 40 50 60-20

0

20

40

60

80

100

120

140

mA

U

Tem po (m in)

(f)

Figura 32: Cromatogramas das frações (a) 5% MeOH:H2O, (b) 10% MeOH:H2O, (c) 15% MeOH:H2O e (d) 20% MeOH, (e) 30% MeOH, (f) 50% MeOH, (g) 60% MeOH, (h) 100% MeOH e (i) MeOHpuro, após tratamento por extração em fase sólida (JT Baker®) da amostra PM-7-FF. Condições cromatográficas: gradiente exploratório linear de 5 a 100% ACN (B) em 60 min, vazão 1mL/min, volume de injeção de 25 µL, λ = 254 nm.

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82

0 10 20 30 40 50 60

0

5

10

15

mA

U

Tempo (min)

(g)

0 10 20 30 40 50 60-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

mA

U

Tempo (min)

(h)

0 10 20 30 40 50 600

20

40

60

80

100

mA

U

Tempo (min)

(i)

Figura 32: Continuação

Dentre os cromatogramas obtidos acima, o da fração 50% MeOH:H2O

(f), obtida pelo primeiro método de extração, e o da fração denominada

MeOHpuro (i), obtida através do segundo método de extração, foram os

cromatogramas que apresentaram bandas com maiores absorções neste

comprimento de onda, além de se apresentarem perfis similares.

A análise visual permitiu constatar que para as duas frações acima

citada a eliminação dos interferentes utilizando a extração em fase sólida (SPE)

foi bastante eficiente, pois foi observado claramente a retenção da clorofila nos

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83

cartuchos utilizados. Pode-se observar também que os cromatogramas destas

frações apresentaram uma linha de base ideal, o que facilitaria na otimização

dos cromatogramas fingerprint da planta.

Com isso, definiu-se que o segundo método de extração seria o mais

viável, uma vez que eliminaria algumas etapas no preparo da amostra,

diminuindo os riscos de contaminação e perda da amostra durante o seu pré-

tratamento.

5.2.2 Otimização dos Cromatogramas Fingerprint das Folhas de J. curcas

L.

Para otimização das condições de análise foram avaliados os

seguintes fatores: natureza do modificador orgânico (ACN ou MeOH), fase

estacionária (C18 ou hexil-fenil) e as condições de eluição gradiente.

Para avaliar o efeito do modificador orgânico e para uma confirmação

da melhor condição de extração por SPE, decidiu-se submeter as nove frações

(5%, 10%, 15%, 20%, 30%, 50%, 60% MeOH/H2O, 100% MeOH e MeOHpuro),

obtidas nos dois métodos de extração, às análises por CLAE utilizando um

gradiente exploratório linear utilizando MeOH (B) e H2O (A), nas condições de

5% a 100% (B) por 60 min, em uma coluna analítica C18 Luna® (5 µm, 250 x

4,60 mm, Phenomenex). Os cromatogramas foram registrados nos

comprimentos de onda: 254, 280, 335 e 365 nm, sendo a melhor detecção

encontrada em 254 nm.

Os cromatogramas obtidos encontram-se na Figura 33 .

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84

0 10 20 30 40 50 60-4-202468

10121416

mA

U

Tem po (m in)

(a)

0 10 20 30 40 50 60-2-1012345678

mA

U

Tempo (min)

(b)

0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0

-101234567

mA

U

T e m p o (m in )

(c)

0 10 20 30 40 50 60-4-3-2-10123456

mA

U

Tempo (m in)

(d)

0 10 20 30 40 50 60

0

5

10

15

20

mA

U

Tem po (m in)

(e)

0 10 20 30 40 50 60-10

0

10

20

30

40

50

60

mA

U

Tempo (min)

(f)

Figura 33: Cromatograma das frações (a) 5% MeOH:H2O, (b) 10% MeOH:H2O, (c) 15% MeOH:H2O e (d) 20% MeOH, (e) 30% MeOH, (f) 50% MeOH, (g) 60% MeOH, (h) 100% MeOH e (i) MeOHpuro, após tratamento por extração em fase sólida (JT Baker®) da amostra PM-7-FF. Condições cromatográficas: gradiente exploratório linear de 5 a 100% MeOH (B) em 60 min, vazão 1mL/min e λ= 254 nm

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0 10 20 30 40 50 60-10123456789

mA

U

Tempo (min)

(g)

0 10 20 30 40 50 60-1012345678

mA

U

Tempo (min)

(h)

0 10 20 30 40 50 60

0

10

20

30

40

50

mA

U

Tempo (min)

(i)

Figura 33: Continuação

Ao analisar os cromatogramas (Figuras 32 e 33) , observou-se que

dependendo do tipo de pré-tratamento utilizado tem-se compostos de baixa,

média e alta polaridade com maior ou menor absorção dos compostos no

detector DAD. Desta forma, torna-se difícil a análise de todos estes compostos

em um mesmo procedimento de eluição. Assim, optou-se por analisar apenas

os compostos de média polaridade, os quais apresentaram maior absorção nas

frações 50% MeOH:H2O e MeOHpuro.

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Para minimizar os erros da extração em fase sólida, diminuindo o

tempo de análise e de gastos com solvente, optou-se por otimizar as condições

cromatográficas apenas da fração MeOHpuro, confirmando o que já havia sido

observado nas análises por CLAE utilizando a ACN como modificador orgânico.

A partir destas observações, optou-se pela utilização do metanol como

modificador orgânico, para futuras tentativas de otimização.

Ao comparar os cromatogramas obtidos da fração MeOHpuro em um

gradiente exploratório linear em ACN:H2O(a) e MeOH:H2O(b) (Figura 34) ,

percebeu-se que as bandas do cromatograma (b) apresentam-se em maior

número e com melhor separação quando comparadas as bandas do

cromatograma (a).

0 10 20 30 40 50 600

20

40

60

80

100

mA

U

Tempo (min)

0 10 20 30 40 50 60

0

20

40

60

80

mA

U

Tempo (min)

(a) (b)

Figura 34: (a) Cromatograma de eluição gradiente linear da fração MeOHpuro em ACN:água após tratamento por extração em fase sólida, (b) Cromatograma de eluição gradiente linear da fração MeOHpuro da amostra PM-7-FF em MeOH:água após tratamento por extração em fase sólida, λ= 254 nm

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Vale a pena mencionar que, embora no cromatograma (b) as bandas

estejam em maior número elas apresentam-se com menor absorção no

detector do que as bandas presentes no cromatograma (a). Tendo em vista

que o objetivo é um cromatograma fingerprint, a obtenção de um

cromatograma com um maior número de bandas torna-se importante.

Após obtenção deste cromatograma (Figura 34-b), foi possível

determinar a inclinação do gradiente (%B/min) e correlacionar à afinidade dos

constituintes da amostra com a fase móvel e a fase estacionária.

% B/min = %B = 1,58%B/min

tg min

%B/min = variação do solvente B por tempo (inclinação do gradiente)

%B = diferença entre a % final de B e a % inicial

tg = tempo de gradiente

Desta forma, diferentes condições de eluição gradiente foram testadas

com o intuito de melhorar a separação dos compostos da fração MeOHpuro.

Estas diferentes condições estão descritas na Tabela 9 e seus respectivos

perfis cromatográficos mostrados na Figura 35 . Durante as nove tentativas de

otimizações a fase móvel e estacionária não foram alteradas.

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Tabela 9. Condições cromatográficas avaliadas para separação dos compostos químicos realizadas em cromatógrafo do sistema 1, com detecção em λ=254 nm

Condição Eluição gradiente

(B)

Solventes Fase estacionária

Vazão (mL/min)

Vol. de injeção

(µL)

%B/min

1 1) 20-75% por 55 min; 2) 75-100% por 2 min

MeOH:H2O C18 1,0 25,0 1) 1,0 2) 12,5

2 1) 25-73% por 55 min; 2) 73-100% por 2 min

MeOH:H2O C18 1,0 25,0 1) 0,87 2) 12,5

3 1) 30-52% por 45 min; 2) 52-100% por 5 min

MeOH:H2O C18 1,0 25,0 1) 0,5 2) 9,6

4 1) 30-50% por 20 min 2) 50-100% por 5 min

MeOH:H2O C18 1,0 25,0 1) 1,00 2) 10,0

5 1) 20 – 45% por 20 min; 2) 45-100% por 5 min

MeOH:H2O C18 1,0 25,0 1) 1,25 2) 11,0

6 1) 40 – 58% por 20 min; 2) 58-100% por 5 min

MeOH:H2O C18 1,0 25,0 1) 0,9 2) 8,4

7 1) 15 – 50% por 20 min; 2) 50-100% por 5 min

MeOH:H2O C18 1,0 25,0 1) 1,75 2) 10,0

8

1) 25-37% por 25 min; 2) 37-44% por 9 min; 3) 44-60% por 16 min; 4) 60-100% por 5 min

MeOH:H2O C18 1,0 25,0

1) 0,48 2) 0,78 3) 1,0 4) 8,0

9 1) 30 – 40% - 16 min; 2) 40 – 50% por 10 min; 3) 50-100% por 5 min

MeOH:H2O C18 1,0 25,0 1) 0,62 2) 1,0 3) 10,0

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0 10 20 30 40 500

20

40

60

80

100

mA

U

Tempo (min)

(1)

0 10 20 30 40 50

0

10

20

30

40

50

60

mA

U

Tempo (min)

(2)

0 10 20 30 40 50

0

10

20

30

40

50

60

mA

U

Tempo (min)

(3)

0 5 10 15 20 25

0

20

40

60

80

100

mA

U

Tempo (min)

(4)

0 5 10 15 20 25

0

20

40

60

80

100

120

mA

U

Tempo (min)

(5)

0 5 10 15 20 25

020406080

100120140160

mA

U

Tempo (min)

(6)

Figura 35: Cromatograma de eluição gradiente linear da fração MeOHpuro após tratamento por extração em fase sólida da amostra PM-7-FF. Os números correspondem às condições apresentadas na Tabela 9 .

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90

0 10 20

0

20

40

60

80

100

mA

U

Tempo (min)

(7)

0 10 20 30 40 50

0

20

40

60

80

100

120

mA

U

Tempo (min)

(8)

0 5 10 15 20 25 30-10

0102030405060708090

100

mA

U

Tempo (min)

(9)

Figura 35: Continuação.

Observando os cromatogramas da Figura 35 , percebe-se que houve

coeluição das primeiras bandas para todas as condições testadas, não

ocorrendo, assim, uma boa separação cromatográfica nessas condições de

análise. Também foi possível observar uma ótima seletividade para as três

últimas bandas na maioria das condições cromatográficas testadas (1, 2, 4, 8 e

9).

Posteriormente, foram realizadas diversas tentativas de melhoria do

perfil cromatográfico variando-se a inclinação do gradiente no início da análise

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e/ou diminuição da força da fase móvel. Mesmo assim, não foi possível obter

um perfil cromatográfico adequado.

Desta forma, decidiu-se efetuar a mudança da fase estacionária C18

para uma fase hexil-fenil, testando, novamente, o comportamento de todas as

frações coletadas nos dois métodos de extração por SPE mencionadas

anteriormente. Primeiramente utilizou-se uma análise em gradiente exploratório

linear tendo como fase móvel a mistura MeOH(B) e H2O(A) (Tabela 10).

Sabendo-se que a seletividade pode ser alterada por troca da fase

estacionária, levando-se em consideração as interações específicas,

resultantes de cada tipo de fase, pode-se, assim, obter melhores

cromatogramas [108].

Tabela 10. Condições cromatográficas para obtenção do gradiente exploratório linear para diferentes frações em SPE utilizando uma coluna hexil-fenil, com detecção em λ=254 nm

Condição Eluição gradiente

(B)

Solventes Fase estacionária

Vazão (mL/min)

Vol. de injeção

(µL)

Fração SPE (%)

1 5 – 100% - 60 min

MeOH:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 5 %

2 5 – 100% - 60 min

MeOH:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 10 %

3 5 – 100% - 60 min

MeOH:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 15 %

4 5 – 100% - 60 min

MeOH:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 20%

5 5 – 100% - 60 min

MeOH:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 30%

6 5 – 100% - 60 min

MeOH:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 50%

7 5 – 100% - 60 min

MeOH:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 60%

8 5 – 100% - 60 min

MeOH:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 100%

9 5 – 100% - 60 min

MeOH:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 MeOHpuro

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92

0 10 20 30 40 50 60-10

01020304050607080

mA

U

Tempo (min)

(1)

0 20 40 60-2-10123456789

1011

mA

U

Tempo (min)

(2)

0 20 40 60

-202468

101214

mA

U

Tempo (min)

(3)

0 20 40 60-202468

10121416

mA

U

Tempo (min)

(4)

0 20 40 60-202468

10121416

mA

U

Tempo (min)

(5)

0 10 20 30 40 50 60

020406080

100120140160

mA

U

Tempo (min)

(6)

Figura 36: Cromatogramas de eluição gradiente linear das frações obtidas por SPE da amostra PM-7-FF. Os números correspondem às condições apresentadas na Tabela 10 .

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0 10 20 30 40 50 60-2

0

2

4

6

8

10

12

mA

U

Tempo (min)

(7)

0 10 20 30 40 50 60-2

0

2

4

6

8

10

12

14

mA

U

Tempo (min)

(8)

0 10 20 30 40 50 60

0

20

40

60

80

100

120

mA

U

Tempo (min)

(9)

Figura 36: Continuação.

Observou-se que os cromatogramas da Figura 36 apresentaram-se

muito diferentes daqueles mencionados na Figura 32 , onde se tem como única

alteração das condições de análise a fase estacionária.

Embora não seja visualizado nos cromatogramas da Figura 36 , a

maioria dos compostos de algumas frações foram detectáveis somente durante

a limpeza da coluna (100% de (B) por 20 minutos). Isto demonstra que a

maioria dos compostos presentes nestas frações possuíram maior interação

com a fase estacionária.

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Após estes resultados, decidiu-se avaliar os cromatogramas apenas

das frações 50% MeOH/H2O, 100% MeOH (1º método de SPE) e MeOHpuro

(2º método de SPE) mudando a fase móvel para ACN (B) em H2O(A). Assim,

realizou-se uma nova análise em gradiente exploratório linear de 5 a 100%

ACN (B) por 60 min.

Outras tentativas de otimização utilizando essa mesma coluna também

foram testadas somente para a fração MeOHpuro (Tabela 11).

Tabela 11: Condições cromatográficas testadas para três diferentes frações em SPE utilizando uma coluna hexil-fenil, com detecção em λ=254 nm

Condição Eluição gradiente

(B)

Solventes Fase estacionária

Vazão (mL/min)

Vol. de injeção

(µL)

%B/min Fração SPE (%)

1 5 – 100% 60 min

ACN:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 1,58 50

2 5 – 100% 60 min

ACN:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 1,58 100

3 5 – 100% 60 min

ACN:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 1,58 MeOHpuro

4 1)50–80% 30 min; 2)80-100% por 5 min

ACN:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 1) 1,0 2) 6,0

MeOHpuro

5 1) 0 – 50% 25 min; 2)25-100% por 5 min

ACN:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 1) 0,8 2) 15,0

MeOHpuro

6 1)20 – 36% 16 min; 2) 36-100% por 5 min

ACN:H2O Hexil-Fenil 1,0 25,0 1) 1,0 2) 12,8

MeOHpuro

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95

0 10 20 30 40 50 60

0

50

100

150

200

mA

U

Tempo (min)

(1)

0 10 20 30 40 50 60

0

20

40

60

80

100

120

mA

U

Tempo (min)

(2)

0 10 20 30 40 50 60

0

50

100

150

200

250

mA

U

Tempo (min)

(3)

0 5 10 15 20 25 30 35

0

100

200

300

400

500

mA

U

Tempo (min)

(4)

0 5 10 15 20 25 300

100

200

300

400

500

mA

U

Tempo (min)

(5)

0 3 6 9 12 15 18 21

0

30

60

90

120

150

mA

U

Tempo (min)

(6) Figura 37: Cromatogramas obtidos segundo as condições apresentadas na

Tabela 11 .

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96

A mudança da coluna de fase estacionária C18 para uma fase hexil-

fenil não permitiu uma melhor separação das bandas cromatográficas

(condições 1,2 e 3) tanto utilizando como fase móvel a mistura MeOH:H2O e

ACN:H2O. Além disso, observou-se, ainda, sobreposições de bandas e um

aumento no tempo de retenção dos compostos presentes nas frações, o que

acarretaria um aumento no tempo de análise.

Como observado na Figura 37 , o cromatograma da fração MeOHpuro

(condição 3) foi a que apresentou maior absorção dos compostos presentes.

Desta forma, realizou-se tentativas para melhorar a separação destas bandas

mudando a inclinação da rampa do gradiente durante as análises. Das três

condições testadas, a condição 6 foi a que apresentou o melhor perfil

cromatográfico, mas houve um alargamento das bandas, o que significa má

eficiência [9].

Diante disto, após várias tentativas de otimização, optou-se por

retornar a literatura para melhor entender o desenvolvimento do método.

Snyder e Dolan (1996), desenvolveram uma metodologia para o uso de

gradiente de ampla faixa para servir como guia no desenvolvimento de

métodos por CLAE. Para isso, algumas condições básicas são recomendadas,

tais como: o uso de colunas C18, um gradiente de 5% a 100% de acetonitrila

por 60 min e fluxo de 2 mL.min-1 [108-111].

Assim, a fração MeOHpuro foi submetida a essas condições obtendo-

se o cromatograma da Figura 38 .

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0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 00

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

mA

U

T e m p o ( m in )

Figura 38: Cromatograma obtido nas condições sugeridas pela literatura de Snyder & Dolan: coluna C18 em gradiente linear 5% a 100% de ACN (B) em um tempo de 60 min utilizando um fluxo de 2 mL/min, para amostra PM-7-FF.

A partir deste cromatograma pode-se determinar se a eluição poderia

ser feita no modo isocrático ou gradiente. Assim, calculou-se a diferença de

tempos de retenção pela fórmula ∆tr = trz – tra, onde, através da razão ∆tr/tg é

permitido dizer se a eluição isocrática será possível, pois para valores menores

que 0,40 a faixa de retenção dos seus compostos é menor do que 40% do

tempo do gradiente.

Os cálculos efetuados para a Figura 38 são mostrados abaixo:

trz = 21 min; tra =15 min e tg = 60 min

∆tr = trz – tra = 0,1 tg tg

trz = tempo de retenção do último pico

tra = tempo de retenção do primeiro pico

∆tr = variação entre o tempo final menos o inicial

tg = tempo do gradiente

Avaliando-se o tempo de retenção do primeiro pico, tra, é possível

determinar qual o valor aceitável para o tempo de retenção do último pico, trz,

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98

para uma eluição isocrática. Usando a Tabela 12 observa-se que o trz máximo

permitido para 0,5<k<20 é de 38. Assim, pode-se desenvolver a separação em

eluição isocrática com 21% de ACN (B) (Tabela 13) por 38 minutos.

Tabela 12: Avaliação dos tempos de retenção obtidos no gradiente inicial tra (min) Valores aceitáveis de t rz (min) para

1<k<10 0,5<k<20 <1,5 a a

2 8 17 3 12 21 4 14 24 5 16 26 7 19 29

10 23 33 15 29 38 20 35 44 25 40 49 30 45 54 35 50 59 40 55 64

>40 b b Incerteza ± 3 min ± 5 min

Tabela 13: Estimativa da % de B para eluição isocrática, baseada no tempo de retenção do último pico (trz ) do gradiente inicial.

trz (min) % de B estimada K = 5

(% ACN) K = 10

(% ACN) K = 20

(% ACN) 5 6 0 - 10 19 12 5 15 29 22 14 20 37 30 22 25 45 38 30 30 53 46 38 35 61 54 46 40 69 62 54 45 77 70 62 50 85 78 70 55 93 86 78 60 100 94 86 65 - 100 94

Sendo assim, a fração MeOHpuro foi analisada nestas condições

fornecendo o cromatograma da Figura 39 .

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0 5 10 15 20 25 30 350

50

100

150

200

mA

U

Tempo (min)

Figura 39: Cromatograma obtido com a condição de eluição isocrática: 21% ACN:H2O por 38 min, coluna C18, vazão 2 mL/min, Vinj.25 µL e λ = 254 nm.

Observamos, por este cromatograma, que houve uma boa seletividade

entre as bandas, mas a força da fase móvel utilizada no início da corrida

provocou uma menor retenção destes compostos com a fase estacionária,

fazendo com que eles saíssem no início da análise.

Assim sendo, diferentes otimizações de condições de separação foram

testadas para a fração MeOHpuro, variando-se a vazão e o modo de eluição.

Estas diferentes condições estão descritas na Tabela 14 e seus respectivos

perfis cromatográficos encontram-se na Figura 40 .

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Tabela 14. Condições cromatográficas avaliadas para separação dos compostos, com detecção em λ=254 nm.

Condição Eluição gradiente

(B)

Solventes Fase estacionária

Vazão (mL/min)

Vol. de injeção

(µL)

% B/min

1 1) 21– 39% 19 min; 2) 39-100% por 5 min

ACN:H2O C18 2,0 25,0 1) 0,94

2) 12,2

2 1) 21– 39% por 19 min 2) 39-100% por 5 min

ACN:H2O C18 1,0 25,0 1) 0,94

2) 12,2

3

1) 21–26% por 5 min; 2) 26% por 2 min; 3) 26–28% por 3 min; 4) 28-39% por 9 min 5) 39-100% por 6 min

ACN:H2O C18 1,0 25,0

1) 1,0

2) 0,0

3) 0,7

4) 1,2

5) 10,1

4

1) 21–24% - 10 min; 2) 24-26% - 8 min; 3) 26– 39% - 8 min 4) 39-100% - 5 min

ACN:H2O C18 1,0 25,0

1) 0,3

2) 0,2

3) 1,6

4) 12,2

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101

0 5 10 15 20 250

50

100

150

200

250

mA

U

Tempo (min)

(1)

0 5 10 15 20 250

50

100

150

200

250

300

350

mA

U

Tempo (min)

(2)

0 5 10 15 20 250

50

100

150

200

mA

U

Tempo (min)

(3)

0 5 10 15 20 250

100

200

300

400

500

mA

U

Tempo (min)

(4) Figura 40: Cromatogramas para seleção de condições para o método em CLAE. Os números correspondem às condições apresentadas na Tabela 13.

Dentre as condições cromatográficas testadas, a condição 1 foi a que

apresentou a melhor resolução dos constituintes entre 3 e 10 min,

necessitando, apenas, melhorar o início da corrida. Com o intuito de resolver

este problema no início do cromatograma, realizou-se uma nova análise nas

mesmas condições, mudando apenas a vazão para 1mL/min (condição 2). O

cromatograma obtido nesta condição mostra um alargamento e assimetria da

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102

maioria das bandas cromatográficas, que podem ter sido ocasionadas pela

mistura dos mecanismos de retenção, incompatibilidade da amostra com a fase

móvel e/ou estacionária. Nesta condição percebe-se, ainda, um aumento na

intensidade da banda em 12 min com relação às outras bandas. Isto pode ter

sido provocado pela coeluição com outra banda.

Após a realização destas análises, houve a oportunidade da realização

de uma missão de estudos junto ao Departamento de Química da Universidade

Federal de São Carlos, em uma parceria do projeto PROCAD. Nesta

oportunidade foi possível a realização de um ensaio biológico frente a

Spodoptera frugiperda de extratos de J. curcas. Além disso, pode-se interagir

com pesquisadores do Laboratório de Síntese Orgânica e CLAE do

Departamento de Química da UFSCar para discutir e realizar novas tentativas

de otimização que pudessem resultar em um cromatograma fingerprint

apropriado.

Assim, as próximas análises foram realizadas no Cromatógrafo líquido

denominado Sistema 2 pertencente à Universidade Federal de São Carlos. As

condições realizadas encontram-se na Tabela 15 e os cromatogramas obtidos

são mostrados na Figura 41 .

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Tabela 15. Condições cromatográficas avaliadas para separação dos compostos, com detecção em λ=254 nm.

Condição Eluição

gradiente (B)

Solventes Fase

estacionária

Vazão (mL/min)

Vol. de injeção

(µL) %B/min

1

1) 18% por 7,5 min; 2) 18– 33% por 15 min; 3) 33-40% 12,5 min

ACN:Tampão fosfato 0,01 molar pH=3

C18 1,0 25,0 1) 0,0 2) 1,0

3) 0,56

2

1) 21-26% por 5 min; 2) 26% por 5 min; 3) 26-28% por 2 min 4) 28–39% - 7 min; 5) 39-100%- 3 min

ACN:Tampão fosfato 0,01 molar pH=3

C18 1,0 25,0

1) 1,0

2) 0,0

3) 1,0

4) 1,6

5) 20,3

3 18% por 20 min

ACN:Tampão fosfato 0,01 molar pH=3

C18 1,0 25,0 0,0

4

1) 21-26% - 5 min; 2) 26% por 7 min; 3) 26-100% por 5 min

ACN:Tampão fosfato 0,01 molar pH=3

C18 1,0 25,0

1) 1,0

2) 0,0

3) 14,8

5 21% por 45 min ACN:H2O C18 1,0 25,0 0,0

6 21%

Isocrático por 30 min

ACN:H2O C18 0,5 25,0 0,0

7 18% por 30 min ACN:H2O C18 1,0 25,0 0,0

8

1) 10% por 3 min 2) 10–18% - 3 min; 3) 18% por 29 min; 4) 18-80% por 5 min

ACN:H2O C18 1,0 25,0

1) 0,0

2) 2,7

3) 0,0

4) 12

9

1) 10% por 3 min; 2) 10-18% - 3 min; 3) 18% por 29 min; 4) 18-80%- 5 min

ACN:H2O C18

0,5 25,0

1) 0,0

2) 2,7

3) 0,0

4) 12

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104

Tabela 15: Continuação

10

1) 10% por 3 min 2) 10–18% - 3 min; 3) 18% por 29 min; 4) 18-80% por 1 min

ACN:H2O C18 1,0 25,0

1) 0,0

2) 2,7

3) 0,0

4) 62

0 5 10 15 20 25 30 35-20

0

20

40

60

80

100

120

140

mA

U

Tempo (min)

(1)

0 5 10 15 20 25

0

50

100

150

200

250

mA

U

Tempo (min)

(2)

0 5 10 15 20

0

20

40

60

80

100

mAU

T em po (m in )

(3)

0 5 10 15

0

50

100

150

200

250

mA

U

Tempo (min)

(4)

Figura 41: Cromatogramas para seleção de condições para o método em CLAE. Os números correspondem às condições apresentadas na Tabela 15 .

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105

0 10 20 30 40

0

50

100

150

mA

U

Tem po (m in)

(5)

0 5 10 15 20 25 30

0

50

100

150

mA

U

Tempo (min)

(6)

0 5 10 15 20 25 30-20

0

20

40

60

80

100

120

mAU

Tempo (min)

(7)

0 10 20 30 40-20

0

20

40

60

80

100

120

mA

U

Tempo (min)

(8)

0 10 20 30 40-20

020406080

100120140

mA

U

Tempo (min)

(9)

0 5 10 15 20 25 30 35

0

20

40

60

80

100

120

mA

U

Tempo (min)

(10)

Figura 41: Continuação.

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106

A utilização da solução de ácido fosfórico 0,01 molar, pH=3, e modo de

eluição gradiente (condições 1, 2 e 4), proporcionaram uma excelente

resolução das bandas mas, ao observar cuidadosamente o perfil

cromatográfico, percebeu-se que a maioria dos constituintes da amostra

eluíram no início da corrida juntamente com a inflexão do solvente, dando a

impressão de se ter um maior número compostos.

À partir da condição 8 , diminuiu-se a força do gradiente na tentativa

de retirar os compostos da região inicial instável do cromatograma onde se

observa a inflexão do solvente. Esse procedimento levou a uma melhora no

perfil cromatográfico.

Posteriormente, avaliou-se a diminuição da vazão no intuito de

melhorar ainda mais a separação das bandas (condição 9) . No entanto, ao

observar o cromatograma obtido, viu-se que a última banda eluiu fora do

gradiente de análise.

Assim, voltou-se à condição 8 mas diminui-se o tempo do gradiente,

uma vez que a última banda elui antes de 35 minutos (condição 10) ,

diminuindo o tempo de corrida e o gasto desnecessário de solventes.

Sendo esta a melhor condição de análise para a obtenção de um

cromatograma fingerprint desta planta, realizou-se a análise cromatográfica nas

mesmas condições com a fração MeOHpuro (obtida por SPE) dos extratos

metanólicos das folhas (frescas e secas) em quintuplicata, dos seis acessos

(PM-2, PM-7, PM-10, PM-11, PM-12, PM-14) e da amostra EMB de J. curca.

As condições utilizadas foram: coluna C18, vazão 1 mL/min, volume de injeção

25 µL e detecção de 254 nm. Os cromatogramas podem ser visualizados na

Figura 42 .

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107

0 5 10 15 20 25 30 35-20

0

20

40

60

80

100

120

140

mA

U

Tempo (min)

EMB PM-2 PM-7 PM-10 PM-11 PM-12 PM-14

(a)

0 5 10 15 20 25 30 35

0

20

40

60

80

mA

U

Tempo (min)

EMB PM-2 PM-7 PM-10 PM-11 PM-12 PM-14

(b)

Figura 42 : (a) Cromatogramas fingerprint das folhas frescas das sete amostras (PM-2, PM-7, PM-10, PM-11, PM-12, PM-14 e EMB) de J. curcas. (b) Cromatogramas fingerprint das folhas secas das sete amostras de J. curcas.

Após as análises, fez-se a seleção do comprimento de onda através

da projeção tridimensional obtido por CLAE-DAD da amostra do acesso PM-7-

FF de J. curcas, conforme apresentado na Figura 43a .

(a)

0 5 10 15 20 25 30 35

-50

0

50

100

150

200

200 nm 230 nm 254 nm

mA

U

Tempo (min)

(b)

Figura 43 : (a) Cromatogramas fingerprint das folhas frescas do acesso PM-7-FF em 3D da espécie J. curcas. (b) Cromatogramas sobrepostos em 3 comprimentos de onda da amostra PM-7-FF da espécie J. curcas.

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108

Embora os compostos presentes em nossa amostra absorvam mais

intensamente no comprimento de onda próximo de 200 nm, escolheu-se

visualizar os cromatogramas em 254 nm, pois neste comprimento de onda o

cromatograma apresentou uma melhor linha de base e uma maior absorção

dos compostos em relação a inflexão do solvente (Figura 43b) [108].

Na Figura 44 estão apresentados os cromatogramas das folhas

(frescas e secas) das sete amostras de J. curcas L. realizados em

quintuplicata, os quais foram utilizados, posteriormente, nas análises

quimiométricas.

0 5 10 15 20 25 30 35

0

20

40

60

80

100

mA

U

Tempo (min)

PM-2 Folha Fresca

0 5 10 15 20 25 30 35

0

20

40

60

80

100

mA

U

Tempo (min)

PM-2 Folha Seca

0 5 10 15 20 25 30 35-20

020406080

100120140

mA

U

Tempo (min)

PM-7 Folha Fresca

0 5 10 15 20 25 30 35

0

5

10

15

20

25

mA

U

Tempo (min)

PM-7 Folha Seca

Figura 44: Cromatogramas das folhas frescas e secas das sete amostras de J. curcas em quintuplicata.

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109

0 5 10 15 20 25 30 35

0

50

100

150

mA

U

Tempo (min)

PM-10 Folha Fresca

0 5 10 15 20 25 30 35

0

5

10

15

20

mAU

Tempo (min)

PM-10 Folha Seca

0 5 10 15 20 25 30 35

0

50

100

150

mA

U

Tempo (min)

PM-11 Folha Fresca

0 5 10 15 20 25 30 35-202468

1012141618

mAU

Tempo (min)

PM-11 Folha Seca

0 5 10 15 20 25 30 35

0

15

30

45

60

75

90

mA

U

Tempo (min)

PM-12 Folha Fresca

0 5 10 15 20 25 30 35

0

5

10

15

mA

U

Tempo (min)

PM-12 Folha Seca

Figura 44: Continuação.

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110

0 5 10 15 20 25 30 35

0

50

100

150

mA

U

Tempo (min)

PM-14 Folha Fresca

0 5 10 15 20 25 30 35-5

0

5

10

15

20

25

30

mA

U

Tempo (min)

PM-14 Folha Seca

0 5 10 15 20 25 30 35

0

50

100

mA

U

Tempo (min)

EMB I - Folha Fresca

0 5 10 15 20 25 30 35

0

10

20

30

40

50

60

mA

U

Tempo (min)

EMB II - Folha Seca

Figura 44: Continuação.

5.3 Análise Quimiométrica

5.3.1 Análise Quimiométrica dos Cromatogramas Fingerprint das Folhas

Frescas

Os cromatogramas obtidos foram organizados em uma matriz de

dados, contendo 34 linhas (amostras) e 3376 variáveis (tempos de retenção),

que foram alinhadas utilizando o algoritmo “Correlation Optimised Warping”

(COW) [112]. A figura 45 mostra uma parte do cromatograma antes e ápos o

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111

alinhamento, podendo-se perceber a grande necessidade de se realizar tal pré-

tratamento dos dados antes da aplicação da análise quimiométrica.

Figura 45: Parte do cromatograma das folhas frescas: a) antes do alinhamento, b) após alinhamento utilizando o algaritmo “Correlation Optimised Warping” (COW)

Os cromatogramas obtidos foram tratados por ferramentas

computacionais de análise multivariada, utilizando-se a Análise por

Componentes Principais (PCA, Principal Component Analysis) e Análise de

Agrupamentos Hierárquico (HCA, Hierarchical Cluster Analysis), através do

programa computacional PIROUETTE®, versão 4.0 (Informetrix), visando

verificar o comportamento das sete amostras de J. curcas L.

Antes de empregar a PCA foi necessário um pré-processamento dos

dados originais. Os métodos de pré-processamento mais utilizados consistem

basicamente em centrar na média ou auto-escalar os dados. Neste caso, os

dados foram centrados na média, isto é, calculou-se a média dos valores

experimentais para cada variável e subtraiu-se cada valor experimental do

respectivo valor médio, o que está representado no gráfico dos dados pré-

processados na figura 46 .

Sem PM7FF1

11.722670 12.256000 12.789330 13.322670 13.856000

Variable

0

40

80

120

Res

pons

e (E

+03

)

Sem PM7FF1

11.722670 12.256000 12.789330 13.322670 13.856000

Variable

0

50

100

150

Res

pons

e (E

+03

)

(a) (b)

11,7 12,3 12,8 13,3 13,8 11,7 12,3 12,8 13,3 13,8

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112

Sem PM7FF1:PCA:X Preprocessed

10.656000 21.322670 31.989330

Variable

-5

0

5

X P

repr

oces

sed

(E +

04)

Variáveis

Pré

-pro

cess

amen

to

Sem PM7FF1:PCA:X Preprocessed

10.656000 21.322670 31.989330

Variable

-5

0

5

X P

repr

oces

sed

(E +

04)

Sem PM7FF1:PCA:X Preprocessed

10.656000 21.322670 31.989330

Variable

-5

0

5

X P

repr

oces

sed

(E +

04)

Variáveis

Pré

-pro

cess

amen

to

Figura 46: Gráfico dos dados pré-processados centrados na média das folhas frescas

Pela Análise dos Componentes Principais observou-se que 79,2% da

variância total dos dados foram explicados nas duas primeiras componentes

principais, tabela 16 . As PC1 e PC2 correspondem a 53,4% e 25,7% da

variância dos dados originais, respectivamente. As demais PC’s (de 3 a 10)

não foram consideradas para a interpretação de tendências dos dados.

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113

Tabela 16: Variância percentual das Componentes Principais calculadas para os dados da matriz original centrados na média Componentes Principal % de Variância % de Variância Acumulada

PC1 53,4 53,4 PC2 25,7 79,2 PC3 11,2 90,4 PC4 4,77 95,1 PC5 1,28 96,4 PC6 0,90 97,3 PC7 0,75 98,1 PC8 0,44 98,5 PC9 0,26 98,8

PC10 0,19 98,9

A figura 47 , mostra um gráfico da variância explicada em cada PC.

Pode-se observar que a partir da PC2 até a PC5 ainda ocorre uma pequena

variação da variância explicada, mas ao recorrer aos valores da tabela 16

percebeu-se que essa variação foi menor que 20% do total das PC’s, ou seja,

ao se aplicar a PCA, foi possível reduzir a dimensão dos dados de 3376 para 2

(2PC’s).

Pode-se observar que a PC1 descreve o máximo de variabilidade das

amostras, mais que qualquer uma das variáveis originais, como apresentado

na tabela 16 e na figura 47 .

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114

2 4 6 8 10

# of Factors

0.000

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

Var

ianc

e (E

+10

)

Componentes principais

Var

iânc

ia E

xplic

ada

(%)

Figura 47: Variância explicada (%) para cada componente principal (PC’s)

Na figura 48 é apresentado o gráfico de escores de PC1 versus PC2

para folhas frescas. O gráfico de escores traz informações sobre as amostras.

Nesta figura é possível notar que a PC1 separa as amostras PM-7; PM-10; PM-

14 e PM-11 em valores de escores positivos, da amostra PM-12 obteve-se

valores de escores negativos e as amostras EMB; PM-2 valores próximos de

zero. PC2 por sua vez consegue separar as amostras PM-7; PM-10; PM-11 em

valores de escores negativos e amostra PM-14 em valores de escores positivos

e as amostras EMB, PM-12 e PM-2 em valores próximos de zero. Percebe-se

que a amostra PM-12 apresenta valor próximo de zero tanto no eixo da PC1

como PC2.

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115

-4.000 -2.000 0.000 2.000 4.000

Factor1 (E +05)

-2.000

0.000

2.000

Fac

tor2

(E +

05)

PM-2 F. F 1PM-2 F. F 2

PM-2 F. F 3PM-2 F. F 4PM-2 F. F 5

PM-7 F. F 2

PM-7 F. F 3PM-7 F. F 4

PM-7 F. F 5

PM-10 F. F 1

PM-10 F. F 2

PM-10 F. F 3PM-10 F. F 4PM-10 F. F 5

PM-11 F. F 1PM-11 F. F 2PM-11 F. F 3 PM-11 F. F 4PM-11 F. F 5

PM-12 F. F 1PM-12 F. F 2

PM-12 F. F 3PM-12 F. F 4

PM-12 F. F 5

PM-14 F. F 1PM-14 F. F 2

PM-14 F. F 3

PM-14 F. F 4

PM-14 F. F 5

EMB I-1EMB I- 2

EMB I- 3

EMB I- 4

EMB I - 5

PC1 (53,4%)

PC

2 (2

5,7%

)Folha Fresca

Figura 48: Gráfico de escores (PC1 versus PC2)

É possível observar a nítida separação das amostras e formação de

grupos coesos para os subtipos PM-2, PM-7, PM-10, PM-12 e PM-14; as

amostras PM-11 e EMB apresentaram distinção entre si apesar de apresentar

comportamento parecido no gráfico de escores. As amostras PM-10 e PM-11

não apresentaram distinção entre si.

A diferenciação entre as amostras pode ser explicada observando o

gráfico de loadings (Figura 49) que demonstra a importância (peso) que cada

variável teve na construção de cada componente principal e,

consequentemente, na projeção das amostras pelos escores.

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116

Sem PM7FF1:PCA:Loadings

10.656000 21.322670 31.989330

Variable

-0.2

-0.1

-0.0

0.1

0.2Lo

adin

gsPC1

PC2

Figura 49: Gráfico de loading das folhas de J. curcas

No gráfico de loading (Figura 50) a PC1 está representada pela cor

vermelha e a PC2 pela cor verde. É possível perceber, no gráfico da Figura 45,

que na PC1 e PC2 algumas bandas cromatográficas se destacam com valores

de loadings positivos e outras com valores de loadings negativos. Somente a

PC2 apresenta valores de loadings positivos e negativos, a PC1 só tem valores

positivos.

Os loadings da PC1 apresentaram as bandas cromatográficas que

contém maior peso/influência na projeção das amostras, e só contém variáveis

com valores positivos. Sendo assim, as amostras PM-7, PM-10, PM-11 e PM-

14 que apresentaram valores positivos para PC1, estão correlacionadas com

tempos de retenção que apresentam valores positivos na PC1 no gráfico de

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117

loadings (Figura 49). Os tempos de retenção, então, característicos destas

amostras correspondem 12,7; 13,4; 14,6; 17,9; 30,0 minutos (Figura 50) .

0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 3 5- 2 0

02 04 06 08 0

1 0 01 2 01 4 01 6 0

mA

U

T e m p o ( m i n )

Figura 50: Cromatogramas fingerprint sobrepostos das folhas frescas das sete amostras de J. curcas

Os loadings da PC2 contêm variáveis com valores positivos e

negativos. Sendo assim, as amostras PM-7, PM-10, PM-11 e PM-12 que

apresentaram valores negativos para PC2, estão correlacionadas com tempos

de retenção que apresentam valores negativos na PC2 no gráfico de loadings

(Figura 50). Os tempos de retenção, então, característicos destas amostras

correspondem à 13,4 e 14,6 minutos (Figura 50) .

Os valores positivos de escores da PC2 estão relacionados aos

tempos de retenção que apresentam valores positivos na PC2 no gráfico de

loadings (Figura 50). A amostra PM-14, que possui valores de escores

positivos para PC2 (Figura 49), apresenta como tempos de retenção

característicos 12,7; 17,9 e 30,0 minutos (Figura 50) .

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118

As amostras EMB e PM-2 apresentaram variáveis com pesos próximos

a zero em PC2, significando que as mesmas apresentam bandas

cromatográficas com intensidades parecidas e inferiores as outras amostras.

Desta forma, através da análise quimiométrica foi possível diferenciar

os cromatogramas fingerprint dos extratos das folhas frescas dos acessos de J.

curcas, observando a dissimilaridades entre as mesmas. Pode-se observar

que, para as folhas frescas, não foi possível demonstrar a influência dos fatores

extrínsecos, uma vez, que a amostra EMB apresentou comportamento

semelhante aos outros acessos.

5.3.2 Análise Quimiométrica dos Cromatogramas Fingerprint das Folhas

Secas

Os cromatogramas obtidos foram transformados em uma matriz

numérica de dados, contendo 35 linhas (amostras) e 3376 variáveis (tempos de

retenção), que foram alinhadas utilizando o algoritmo “Correlation Optimised

Warping” (COW) [112], conforme realizado para as folhas frescas.

Em seguida, os valores foram submetidos a um pré-processamento.

Como apresentado na figura 51 , os dados originais foram centrados na média.

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119

Full Data:PCA:Loadings

10.656000 21.322670 31.989330

Variable

-0.2

-0.1

-0.0

0.1

0.2

Load

ings

Variáveis

Pré

-pro

cess

amen

to

Figura 51: Gráfico de pré-processamento centrado na média

Pela Análise dos Componentes Principais (PCA) observou-se que 96%

da variância total dos dados foram explicados nas duas primeiras componentes

principais (Tabela 17) . A PC1 contém 84,8% e a PC2 contém 11,2% da

variância dos dados originais. As demais PC’s (de 3 a 15) não foram

consideradas para a interpretação de tendências dos dados.

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Tabela 17: Variância percentual das Componentes Principais calculadas para os dados da matriz original centrados na média.

Componentes Principal % de Variância % de Variância Acumulada

PC1 84,8 84,8 PC2 11,2 96,1 PC3 2,40 98,6 PC4 0,46 99,0 PC5 0,30 99,3 PC6 0,16 99,5 PC7 0,14 99,6 PC8 0,07 99,7 PC9 0,05 99,8

PC10 0,04 99,8 PC11 0,02 99,8 PC12 0,02 99,9 PC13 0,01 99,9 PC14 0,01 99,9 PC15 0,01 99,9

A figura 52 , mostra um gráfico da variância explicada em cada PC.

Nesta figura pode-se observar que, a partir da PC2, não há uma variação muito

grande da variância explicada.

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121

Var

iânc

ia E

xplic

ada

(%)

Componentes principais

Figura 52: Variância explicada (%) para cada componente principal (PC’s)

Os resultados referentes aos escores PC1 versus PC2 estão

apresentados na figura 53 , o qual apresenta três grandes grupos, formados

pelas diferentes amostras (seis acessos e a amostra EMB). Nesta figura pode-

se destacar o grupo circulado em vermelho, no qual estão presentes todas as

amostras provenientes de São Cristóvão-SE. Estas amostram demonstraram

muita similaridade entre si, obtendo valores próximos de zero para as duas

PC’s.

A amostra PM-2, circulada em marrom, foi a única amostra oriunda de

São Cristóvão que apresentou valores positivos para PC1 e valores negativos

para PC2, diferenciando-se, também do terceiro grupo, circulado em cinza,

formado pela amostra EMB, que é proveniente de Umbaúba-SE. Este grupo

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122

apresentou valores positivos para PC1 e para PC2. Através desse gráfico, foi

possível observar que os acessos PM-7, PM-10, PM-11, PM-12 e PM-14

mostraram-se bastante similares e homogêneas entre si. Vale mencionar que

este resultado é bem distinto daquele obtido pela análise das folhas frescas.

-2.000 2.000

Factor1 (E +05)

-2.000

-1.000

0.000

1.000

2.000

Fac

tor2

(E +

05)

PM-2 F. S 1PM-2 F. S 2

PM-2 F. S 3

PM-2 F. S 4

PM-2 F. S 5

PM-7 F. S 1PM-7 F. S 2PM-7 F. S 3PM-7 F. S 4PM-7 F. S 5

PM-10 F. S 1PM-10 F. S 2PM-10 F. S 3PM-10 F. S 4PM-10 F. S 5PM-11 F. S 1PM-11 F. S 2PM-11 F. S 3PM-11 F. S 4PM-11 F. S 5PM-12 F. S 1PM-12 F. S 2PM-12 F. S 3PM-12 F. S 4

PM-12 F. S 5PM-14 F. S 1

PM-14 F. S 2PM-14 F. S 3PM-14 F. S 4PM-14 F. S 5

EMB II-1

EMB II- 2EMB II- 3

EMB II- 4EMB II - 5

PC1 (84,8%)

PC

2 (1

1,2%

)

Folha Seca

Figura 53: Gráfico de escores (PC1 versus PC2)

O gráfico de loading mostra a importância de cada banda

cromatográfica na projeção e diferenciação das amostras. No gráfico da figura

54, a PC1 está representada pela cor vermelha e a PC2 pela cor verde. É

possível perceber, na figura 54 , que a PC1 só apresenta valores de loadings

positivos, enquanto a PC2 apresenta valores de loadings positivos e negativos.

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123

Full Data:PCA:Loadings

10.656000 21.322670 31.989330

Variable

-0.2

-0.1

-0.0

0.1

0.2

Load

ings

PC1

PC2

Figura 54: Gráfico de loadings das folhas secas de J. curcas

Os loadings da PC1 representam as bandas cromatográficas de maior

peso/influência na projeção das amostras e contêm variáveis apenas com

valores positivos. Sendo assim, as amostras PM-2 e EMB que mostraram

valores positivos para PC1, se correlacionam com tempos de retenção que

apresentam valores positivos na PC1 no gráfico de loadings (Figura 54) . Os

tempos de retenção, então, característicos destas amostras correspondem

11,9; 12,6; 14,0; 14,5 e 17,7 minutos (Figura 55) .

Os loadings da PC2 contêm variáveis com valores positivos e

negativos. Sendo assim, a amostra EMB que apresenta valores positivos para

PC2, está correlacionada com tempos de retenção que apresentam valores

positivos na PC2 no gráfico de loadings (Figura 54) . Os tempos de retenção,

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124

então, característicos desta amostra correspondem 11,4; 12,5; 12,7; 13,4 e

29,8 minutos (Figura 55) .

Os valores negativos de escores da PC2 estão relacionados aos

tempos de retenção que apresentam valores negativos na PC2 no gráfico de

loadings (Figura 54) . A amostra PM-2, que possui valores de escores

negativos para PC2 (Figura 55) , apresenta como tempos de retenção

característicos 10,6; 11,9; 14,0 e 17,7 minutos, conforme apresentado na

Figura 55 .

Excetuando a PM-2, todos os outros acessos provenientes de São

Cristóvão apresentaram valores de loadings para PC2 próximos de zero,

sugerindo assim, bandas cromatográficas com baixa intensidade.

0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 3 5- 1 0 0 0 0

0

1 0 0 0 0

2 0 0 0 0

3 0 0 0 0

4 0 0 0 0

5 0 0 0 0

6 0 0 0 0

7 0 0 0 0

8 0 0 0 0

mA

U

T e m p o ( m i n )

Figura 55: Cromatogramas fingerprint sobrepostos das folhas secas das amostras de J. curcas.

Sendo assim, a maioria das amostras provenientes de São Cristóvão

(grupo circulado em vermelho na Figura 53 ), apresentam bandas com baixa

intensidade, obtendo valores de escores e loadings próximos de zero.

É importante mencionar que, as análises dos resultados obtidos pelas

folhas secas possibilitaram a diferenciação dos acessos de J. curcas pelas

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125

suas procedências mostrando, entretanto, que o acesso PM-2 foi o único a não

apresentar similaridade com acessos de mesma procedência.

Desta forma, através da análise quimiométrica foi possível diferenciar

os cromatogramas fingerprint dos extratos das folhas secas dos seis acessos

de J. curcas e da amostra EMB, comprovando a diferença existente entre os

componentes presentes nos extratos das folhas frescas e secas. Esta diferença

foi também observada na composição dos componentes voláteis presentes nas

duas amostras, quando analisadas por CG/EM.

5.3.3 Análise por Agrupamento Hierárquico (HCA) par a as Folhas Frescas

Na figura 56 é apresentado o dendrograma obtido para o conjunto de

fingerprints analisados em CLAE-DAD. Este dendrograma permitiu a

identificação de quatro grandes grupos constituídos das 34 amostras de J.

curcas.

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126

EMB I - 5

EMB I- 3

EMB I- 2

EMB I-1

PM-2 F. F 5

PM-2 F. F 2

PM-2 F. F 1

PM-11 F. F 5

PM-10 F. F 5

PM-11 F. F 4

PM-11 F. F 3

PM-11 F. F 1

PM-11 F. F 2

PM-10 F. F 3PM-10 F. F 1

PM-10 F. F 4

PM-10 F. F 2

PM-7 F. F 5

PM-7 F. F 4

PM-7 F. F 3

PM-7 F. F 2PM-14 F. F 5

PM-14 F. F 2

PM-14 F. F 1

PM-14 F. F 4

PM-14 F. F 3

EMB I- 4

PM-2 F. F 4

PM-2 F. F 3

PM-12 F. F 5

PM-12 F. F 2

PM-12 F. F 1

PM-12 F. F 4

PM-12 F. F 3

0.00.20.40.60.81.0

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODESimilarity: 0.000Distance: 1129133.625Descendants: 34

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

Similaridade

Figura 56: Dendrograma dos fingerprints das 34 amostras de J. curcas

O primeiro grupo, correspondente a faixa vermelha da figura 56, é

formado pelas amostras EMB, PM-2, PM-11 e PM-10. Este dendrograma gerou

12 descendentes com 0,692 de similaridade. Se realizar uma separação dentro

desse mesmo grupo, percebe-se que o mesmo se encontra dividido em mais

dois diferentes grupos: o primeiro, formado pelas amostras EMB e PM-2 com

sete descendentes e 0,711 de similaridade; e o segundo, formado pelas

amostras PM-11 e apenas uma das PM-10 com cinco descendentes e 0,780 de

similaridade, conforme destacado na figura 57 .

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127

EMB I - 5

EMB I- 3

EMB I- 2

EMB I-1

PM-2 F. F 5

PM-2 F. F 2

PM-2 F. F 1

PM-11 F. F 5

PM-10 F. F 5

PM-11 F. F 4

PM-11 F. F 3

PM-11 F. F 1

0.70.80.91.0

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODESimilarity: 0.692Distance: 347629.375Descendants: 12

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

Similaridade

Figura 57: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em vermelho

O segundo grupo, que corresponde a faixa verde da figura 56 , gerou

nove descendentes com 0,561 de similaridade. Este grupo é formado pelo

grupo das amostras PM-10 e PM-11, gerando 5 descendentes e 0,888 de

similaridade, e outro grupo formado pela amostra PM-7, gerando 4

descendentes e 0,733 de similaridade, conforme destacado na figura 58 .

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128

PM-11 F. F 2

PM-10 F. F 3

PM-10 F. F 1

PM-10 F. F 4

PM-10 F. F 2

PM-7 F. F 5

PM-7 F. F 4

PM-7 F. F 3

PM-7 F. F 2

0.60.70.80.91.0

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODESimilarity: 0.561Distance: 495733.344Descendants: 9

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

Similaridade

Figura 58: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em verde

O terceiro grupo, correspondente a faixa rosa da figura 56 , é formado

somente pelas amostras do acesso PM-14, com formação de cinco

descendentes com 0,71 de similaridade, como mostrado na figura 59 .

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129

PM-14 F. F 5

PM-14 F. F 2

PM-14 F. F 1

PM-14 F. F 4

PM-14 F. F 3

0.80.91.0

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODESimilarity: 0.710Distance: 326986.469Descendants: 5

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

Similaridade

Figura 59: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em rosa

Finalmente, o quarto grupo, que corresponde a faixa azul da figura 56 ,

é formado por um grupo das amostras PM-12, gerando 5 descendentes e 0,798

de similaridade, e um segundo grupo das amostras EMB e PM-2, gerando 3

descendentes e 0,834 de similaridade, conforme visualizado na figura 60 .

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130

EMB I- 4

PM-2 F. F 4

PM-2 F. F 3

PM-12 F. F 5

PM-12 F. F 2

PM-12 F. F 1

PM-12 F. F 4

PM-12 F. F 3

0.70.80.91.0

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODESimilarity: 0.681Distance: 360192.625Descendants: 8

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

Similaridade

Figura 60: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em azul

Com esses dendrogramas pode-se perceber que esses acessos

apresentam muita similaridade entre si. Embora coletadas em locais diferentes,

as amostras EMB e PM-2 se apresentaram bastante semelhantes para as

folhas frescas. Vale mencionar que, dentre os grupos formados, a amostra PM-

14 foi a que se apresentou mais homogênea.

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131

5.3.4 Análise por Agrupamento Hierárquico (HCA) par a as Folhas Secas

Na figura 61 é apresentado o dendrograma obtido para o conjunto de

fingerprints analisados em CLAE-DAD. Este dendrograma permitiu a

identificação de dois grandes grupos constituídos das 35 amostras de J.

curcas.

EMB II - 5EMB II- 3EMB II- 2

EMB II- 4EMB II-1PM-2 F. S 5PM-2 F. S 3

PM-2 F. S 4PM-2 F. S 2

PM-2 F. S 1

PM-14 F. S 5PM-14 F. S 4

PM-14 F. S 3PM-14 F. S 1

PM-14 F. S 2PM-10 F. S 5

PM-10 F. S 4

PM-10 F. S 1PM-10 F. S 3

PM-10 F. S 2PM-12 F. S 5PM-12 F. S 1PM-12 F. S 3

PM-12 F. S 4PM-12 F. S 2PM-11 F. S 5

PM-11 F. S 2PM-11 F. S 4PM-11 F. S 1PM-11 F. S 3

PM-7 F. S 5PM-7 F. S 4PM-7 F. S 3PM-7 F. S 2

PM-7 F. S 1

0.00.20.40.60.81.0

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODESimilarity: 0.000Distance: 1563495.250Descendants: 35

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

Similaridade

Figura 61: Dendrograma dos fingerprints das 35 amostras de J. curcas.

O primeiro grupo, ao qual corresponde a faixa azul da figura 61, é

formado apenas pelas amostras EMB e PM-2. Este dendrograma gerou 10

descendentes com 0,639 de similaridade. Se realizar uma separação dentro

desse mesmo grupo, percebe-se que o mesmo se encontra dividido em mais

dois diferentes grupos: o primeiro formado pelas amostras EMB com 5

descendentes e 0,885 de similaridade, e o segundo grupo com cinco

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descendentes e 0,818 de similaridade, formado pelas amostras PM-2 (Figura

62).

EMB II - 5

EMB II- 3

EMB II- 2

EMB II- 4

EMB II-1

PM-2 F. S 5

PM-2 F. S 3

PM-2 F. S 4

PM-2 F. S 2

PM-2 F. S 1

0.70.80.91.0

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODESimilarity: 0.639Distance: 564920.000Descendants: 10

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

Similaridade

Figura 62: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em azul

para as folhas secas

O segundo grande grupo, representado pela cor vermelha na figura

61, é formado pela maioria dos acessos de J. curcas oriundas de São

Cristóvão-SE, excetuando o acesso PM-2, que apresentou uma maior

similaridade com a amostra EMB de Umbaúba-SE (Figura 63) . Este segundo

grupo apresentou vinte e cinco descendentes com 0,906 de similaridade entre

as amostras. Ao separar este enorme grupo em subgrupos observa-se a

existência de cinco subgrupos formados por cada um dos acessos

provenientes de São Cristóvão.

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133

A grande similaridade entre estas amostras do segundo grupo foi

facilmente observada pelo gráfico de escores das folhas secas de J. curcas,

anteriormente mostrado na figura 53.

PM-14 F. S 5

PM-14 F. S 4

PM-14 F. S 3

PM-14 F. S 1

PM-14 F. S 2

PM-10 F. S 5

PM-10 F. S 4

PM-10 F. S 1

PM-10 F. S 3

PM-10 F. S 2

PM-12 F. S 5

PM-12 F. S 1

PM-12 F. S 3

PM-12 F. S 4

PM-12 F. S 2

PM-11 F. S 5

PM-11 F. S 2

PM-11 F. S 4

PM-11 F. S 1

PM-11 F. S 3

PM-7 F. S 5

PM-7 F. S 4

PM-7 F. S 3

PM-7 F. S 2

PM-7 F. S 1

0.920.940.960.981.00

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODESimilarity: 0.906Distance: 147246.609Descendants: 25

IncrementalCURSORSimilarity: 0.000

NODE

Similaridade

Figura 63: Dendrograma fornecido pela HCA para o grupo destacado em vermelho para as folhas secas de J. curcas

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134

5.4 Efeito dos Extratos Metanólicos de J. curcas no Desenvolvimento da

Spodoptera frugiperda.

5.4.1 Avaliação da Atividade Inseticida de Folhas F rescas de J. curcas

sobre Spodoptera frugiperda.

Dentre os acessos testados, o PM-12 foi único que se apresentou uma

diferença estatística significativa com relação ao controle, ocorrendo um

encurtamento da fase larval de 2,8 dias. Durante a fase pupal o acesso PM-14

apresentou encurtamento de 1,06 dias em relação ao controle (Tabela 18) .

Tabela 18: Médias da duração das fases larval, pupal e peso pupal de S. frugiperda alimentada com dieta artificial tratada com extratos metanólicos das folhas frescas de J. curcas. Temp.: 25 ± 10º C; UR: 70 ± 5% e fotofase: 12h.

Tratamento Duração (dias) (%)( ±±±±EP)1 Peso Pupal

Fase Larval Fase Pupal (mg) (±±±±EP)1

Controle 21,70 ± 2,15 ab 11,77 ± 0,99 a 253,20 ± 29,54 a

PM-2 20,00 ± 1,95 bc 11,70 ± 1,03 ab 247,41 ± 36,51 a

PM-7 19,00 ± 0,91 bc 11,54 ± 1,14 ab 260,15 ± 20,54 a

PM-10 20,38 ± 2,80 b 11,64 ± 0,90 ab 240,35 ± 36,43 a

PM-11 19,33 ± 1,04 bc 11,62 ± 1,13 ab 251,07 ± 32,68 a

PM-12 18,90 ± 1,01 c 11,04 ± 1,14 ab 264,45 ± 23,63 a

PM-14 20,00 ± 1,19 bc 10,71 ± 1,40 b 256,48 ± 22,89 a

EMB 22,58 ± 2,54 a 11,91 ± 1,22 ab 253,25 ± 24,83 a

1 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).

Segundo Rodríguez e Vendramim (1996) o encurtamento no

desenvolvimento larval pode ser conseqüência da inadequação nutricional do

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substrato alimentar ou da menor eficiência de conversão do alimento ingerido e

digerido, resultado do desvio de parte da energia para a degradação de

substâncias tóxicas presentes no referido substrato [113]. A presença dessas

substâncias tóxicas pode interferir na metamorfose, não apenas causando a

mortalidade como dificultando o desenvolvimento das lagartas sobreviventes

[114].

O peso da pupa também foi avaliado, obtendo-se uma variação de 240

a 264 mg, lagartas alimentadas com a dieta artificial tratada com os extratos

metanólicos de J. curcas não apresentaram variação no peso pupal quando

comparadas ao controle. As lagartas alimentadas com a dieta artificial tratada

com o extrato EMB, apresentaram uma mortalidade larval moderada de 60%

(Tabela 19) .

Tabela 19: Mortalidade das fases larval e pupal de S. frugiperda alimentada com dieta artificial tratada com extratos orgânicos metanólicos das folhas frescas de J. curcas. Temp.: 25 ± 10º C; UR: 70 ± 5% e fotofase: 12 h.

Mortalidade(%)( ±±±±EP)1 Tratamento Fase Larval Fase Pupal

Controle 0,00 ± 0 b 13,3 ± 5,77 a

PM-2 3,33 ± 5,77 b 7,03 ± 6,12 a

PM-7 10,00 ± 10 b 15,33 ± 13,70 a

PM-10 13,33 ± 5,77 b 18,97 ± 13,70 a

PM-11 10,00 ± 10 b 3,33 ± 5,77 a

PM-12 3,33 ± 5,77 b 13,70 ± 5,48 a

PM-14 16,67 ± 15,28 b 3,33 ± 5,77 a

EMB 60,00 ± 20 a 5,57 ± 9,64 a

1 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).

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136

5.4.2 Avaliação da Atividade Inseticida de Folhas S ecas de J. curcas

sobre Spodoptera frugiperda.

Com o intuito de observar quais dos extratos metanólicos dos acessos

apresentavam atividade inseticida, foram realizados ensaios de ingestão sobre

à Spodoptera frugiperda.

O tempo de duração da fase larval para os extratos metanólicos das

folhas secas de J. curcas variou de 19,2 a 22,1 dias, e para o controle uma

variação de 21,7 dias. Nesse período os acessos PM-2, PM-7, PM-11 e EMB

apresentaram resultados significativos apresentando um encurtamento durante

a fase larval (Tabela 20) .

Durante a fase pupal ocorreu uma variação de 10,9 a 12,2 dias, e para

o controle 11,7 dias. O peso da pupa também foi avaliado, obtendo-se uma

variação de 245 a 265 mg, não ocorrendo diferença significativa entre os

acessos testados para os dois parâmetros analisados (Tabela 20).

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Tabela 20: Médias da duração das fases larval, pupal e peso pupal de S. frugiperda alimentada com dieta artificial tratada com extratos metanólicos das folhas secas de J. curcas.Temp.: 25 ± 10º C; UR: 70 ± 5% e fotofase: 12h.

Tratamento Duração (dias) (%)( ±±±±EP)1 Peso Pupal

Fase Larval Fase Pupal (mg) (±±±±EP)1

Controle 21,70 ± 2,15 a 11,77 ± 0,99 ab 253,20 ± 29,54 a

PM-2 19,26 ± 2,28 b 10,96 ± 1,10 b 258,57 ± 23,66 a

PM-7 19,52 ± 1,47 b 11,71 ± 2,15 ab 245,54 ± 31,04 a

PM-10 19,26 ± 1,13 b 12,27 ± 1,23 a 246,81 ± 31,40 a

PM-11 19,21 ± 1,64 b 11,81 ± 1,33 ab 251,12 ± 24,11 a

PM-12 20,33 ± 1,15 ab 11,15 ± 1,29 ab 254,07 ± 26,30 a

PM-14 22,15 ± 2,03 a 11,12 ± 1,25 ab 265,17 ± 24,31 a

EMB 19,52 ± 1,47 b 11,36 ± 1,21 a 252,61 ± 25,02 a

1 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).

Dentre as amostras testadas a PM-14 e EMB apresentou atividade

inseticida moderada com aproximadamente 60% de mortalidade na fase larval

para as lagartas da Spodoptera frugiperda alimentadas com essa dieta artificial.

Durante a fase pupal não houve diferença significativa na mortalidade entre o

controle e os acessos testados (Tabela 21) .

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Tabela 21: Mortalidade das fases larval e pupal de S. frugiperda alimentada com dieta artificial tratada com extratos orgânicos metanólicos das folhas secas de J. curcas. Temp.: 25 ± 10º C; UR: 70 ± 5% e fotofase: 12 h.

Mortalidade(%)( ±±±±EP)1 Tratamento Fase Larval Fase Pupal

Controle 0,00 ± 0 c 13,33 ± 5,77 a

PM-2 10,00 ± 10 bc 6,67 ± 11,55 a

PM 7 13,33 ± 15,27 b 17,03 ± 20,65 a

PM 10 30,00 ± 0 b 28,57 ± 28,58 a

PM-11 10,00 ± 0 bc 22,20 ± 11,1 a

PM-12 6,67 ± 5,77 c 3,70 ± 6,41 a

PM-14 60,00 ± 10 a 35,57 ± 33,57 a

EMB 56,67 ± 5,77 a 16,67 ± 14,43 a

1 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo Teste de Tukey (P<0,05).

Devanand e Rani testaram os extratos cetônicos das folhas de J.

curcas, e de outras espécies das famílias Euforbiaceae, Mirtaceae e Rutaceae.

Nesse estudo ficou comprovado que a espécie J. curcas possui uma

significativa atividade anti-alimentar com valores superiores a 90% de atividade

sobre a Spodoptera litura Fab. e Achaea janata L [115]. Logo, pode-se perceber

que esta planta é uma excelente alternativa para o manejo integrado de pragas

por possibilitar a partir de suas propriedades tóxicas o impedimento da

alimentação sobre determinadas espécies de pragas.

Assim, através deste trabalho foi possível avaliar o potencial inseticida

dessa planta sobre a lagarta do cartucho, a principal praga do milho. Foi obtido

percentuais com 60% de mortalidade, o que se torna extremamente importante

para a redução desse inseto-praga no meio ambiente.

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139

5.5 Citotoxidade In Vitro

A análise de citotoxicidade pelo método do MTT vem sendo utilizada

no programa de screening do National Cancer Institute dos Estados Unidos

(NCI), que testa mais de 10.000 amostras a cada ano [116]. É um método

rápido, sensível e barato. Este é um ensaio quantitativo in vitro que foi

desenvolvido por Mossman em 1983 [99] para estimação de proliferação e

sobrevivência celular. Este método é definido na literatura como apropriado

para estimativa de citotoxicidade [117-120] e baseia-se na capacidade da

succinato desidrogenase, uma enzima do Ciclo de Krebs ativa em mitocôndrias

de células viáveis, em converter o sal de tetrazolium (brometo de 3-(4,5-

dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazolio ou MTT), que é hidrossolúvel e de cor

amarelada, em cristais de formazan, que são de cor azul escura. Essa técnica

tem a capacidade de analisar a viabilidade e o estado metabólico da célula,

sendo assim, bastante útil para avaliar a citotoxicidade.

O estudo citotóxico pelo método do MTT permite definir facilmente a

citotoxicidade, mas não o mecanismo de ação [121].

O teste de citoxicidade in vitro foi realizado com intuito de avaliar o

percentual de inibição do crescimento celular em 4 linhagens de células

tumorais (MDA-MB435, SF-295, HL-60 e HCT-8) , utilizando os extratos

metanólicos de J. curcas.

Para o screening inicial foram testadas quatorze amostras, entre as

quais, apenas as amostras de folhas frescas dos acessos PM-12-FF, PM-14-

FF e a variedade EMB-FF e as amostras de folhas secas dos acessos PM-2-

FS e PM-10-FS apresentaram atividade citotóxica superior 80% para pelo

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140

menos uma das linhagens de células tumorais testadas (Tabela 22) . Isso

mostra uma grande heterogeneidade, quanto a atividade citotóxica, entre os

extratos testados. Provavelmente, o(s) composto(s) responsável(is) pela

atividade citotóxica tem sua(s) concentração(ões) alterada(s) tanto pelo acesso

em que a planta se encontra quanto pela forma em que as folhas são

processadas.

Tabela 22: Atividade citotóxica, em concentração única (50 µg/mL), dos extratos de J. curcas em linhagens de células tumorais humana. A doxorrubicina foi usada como controle positivo.

Linhagem celular Amostras

HL-60 HCT-8 SF-295 MDA-MB-435

Folhas frescas

PM-2-FF -18,23 ± 4,97 34,49 ± 6,05 Nd 23,75 ± 5,98

PM-7-FF Nd 20,32 ± 0,11 19,65 ± 5,56 27,36 ± 2,48

PM-10-FF Nd 8,44 ± 3,85 14,37 ± 1,36 8,66 ± 5,96

PM-11-FF -8,09 ± 1,47 40,65 ± 8,44 Nd 18,71 ± 3,14

PM-12-FF Nd 90,77 ± 1,50 13,75 ± 0,20 38,64 ± 0,85

PM-14-FF Nd 88,32 ± 0,32 54,98 ± 6,58 80,65 ± 27,37

EMB-FF Nd 104,92 ± 0,32 37,24 ± 3,19 41,25 ± 2,27

Folhas secas

PM-2-FS 20,67 ± 30,62 61,65 ± 3,05 Nd 81,18 ± 5,29

PM-7-FS Nd 11,01 ± 0,64 -1,02 ± 4,41 41,30 ± 5,74

PM-10-FS 101,34 ± 0,18 37,00 ± 3,16 Nd 36,39 ± 2,38

PM-11-FS -13,84 ± 17,51 45,44 ± 1,33 Nd 47,67 ± 5,29

PM-12-FS -89,18 ± 19,43 33,27 ± 0,11 Nd 46,15 ± 5,45

PM-14-FS -62,49 ± 10,85 40,38 ± 5,83 Nd 48,32 ± 1,92

EMB-FS Nd 24,63 ± 0,64 11,16 ± 7,66 15,08 ± 2,27

Doxorrubicina 99,36 ± 0,97 101,90 ± 0,22 102,04 ± 0,11 99,13 ± 0,37 Nd: Não determinado. A tabela apresenta os valores da média ± desvio padrão da média (DPM) da porcentagem de inibição (%) do crescimento celular de dois experimentos independentes realizados em duplicata pelo método do MTT após 72 horas de

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141

exposição com as células HL-60 (leucemia promielocítica), HCT-8 (cólon), SF-295 (glioblastoma) e MDA-MB-435 (melanoma) obtidos através do programa GraphPad Prisma versão 5.0.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer dos EUA (NCI), o screening

inicial para extratos brutos é realizado numa concentração de 50 µg/mL para

selecionar os extratos que apresentam substancial efeito antiproliferativo, com

inibição de pelo menos 85% de proliferação da célula tumoral [122].

Após obtenção dos resultados parciais do screening inicial, as

amostras PM-14-FF e EMB-FF foram selecionadas para serem avaliados na

curva de dose dependente CI50 para as quatro diferentes linhagens em

concentrações inferiores a 50 µg/mL.

Os valores de CI50 obtidos variaram de 30,78 a 63,67 µg/ml, nas

linhagens de células HL-60 e MDAMB-435, para a amostra PM-14-FF e de

25,13 a 53,42 µg/ml, nas linhagens HL-60 e MDAMB-435, para a amostra

EMB-FF, respectivamente (Tabela 23) .

Tabela 23: Determinação da CI50 dos extratos citotóxicos de J. curcas em linhagens de células tumorais humana. A doxorrubicina foi usada como controle positivo.

Linhagem celular Amostras

HL-60 HCT-8 SF-295 MDA-MB-435

PM-14-FF 30,78

(24,98 - 37,94)

48,15

(49,44 - 55,72) >50

63,67

(53,72 - 72,73)

EMB-FF 25,13

(23,42 - 27,54)

48,32

(44,78 - 49,34) >50

53,42

(42,31 - 54,78)

Doxorrubicina 0,02

0,01 – 0,03

0,01

0,01 – 0,02

0,24

0,17 – 0,36

0,48

0,34 – 0,66

A tabela apresenta os valores de CI50 (µg/mL) e o intervalo de confiança de 95% de três experimentos independentes realizados em duplicata pelo método do MTT após 72 horas de exposição com as células HL-60 (leucemia

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promielocítica), HCT-8 (cólon), SF-295 (glioblastoma) e MDA-MB-435 (melanoma) obtidos por regressão não-linear através do programa GraphPad Prisma versão 5.0.

Dentre as duas amostras testadas nesta segunda análise, apenas a

amostra EMB-FF apresentou significativa atividade inibitória do crescimento

celular para célula tumoral HL-60, uma vez, que para o NCI um extrato é

considerado promissor quando apresenta valores de CI50 inferior a 30µg/mL

[123].

Balaji e colaboradores também testaram a atividade citotóxica e

antimetastática da fração metanólica das folhas da espécie de J. curcas

encontrada na Índia, frente à linhagem de célula tumoral melanoma B16F10.

Foi obtendo um valor de CI50 de 24,8 µg/mL, o qual corrobora com os dados

encontrados aqui para o acesso EMB-FF frente à linhagem HL60. Neste

trabalho, os autores atribuem esta atividade antiproliferativa e antimetastática à

presença de flavonóides [124].

Muanza e colaboradores avaliaram a atividade anticâncer e anti-HIV

de nove extratos de plantas medicinais junto ao NCI. Nesses testes o extrato

metanólico de J. curcas apresentou moderado efeito citoprotetor frente à

linhagem humana de célula linfoblastóide CEM-SS infectada com o vírus HIV

[125].

A escolha desse tipo de teste também poderá trazer outros benefícios,

tais como: a redução no uso de testes que envolvam o sacrifício de animais; e

a obtenção de informações que permitem determinar quais amostras podem

ser desconsideradas e quais merecem investigações mais aprofundadas com

outros tipos de testes [126].

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6. CONCLUSÕES

Este trabalho permitiu, pela primeira vez, determinar a composição dos

voláteis das folhas frescas e secas de seis acessos, cultivados no Campus de

São Cristovão da UFS, e da cultivar da EPAMIG, plantada no Campo

Experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros no município de Umbaúba-SE,

de Jatropha curcas L.

Os experimentos de secagem das folhas permitiram verificar que há

variações significativas (qualitativa e quantitativa) na composição química dos

voláteis de acordo com o modo e o tempo de secagem. Os principais

componentes identificados nas folhas frescas foram alcoóis tais como o (Z)-3-

hexen-1-ol (75,7 ± 18,2%) e (Z)-2-penten-1-ol (7,3 ± 6,9%). Os alcoóis também

predominaram nas folhas secas, principalmente o (Z)-2-penten-1-ol (14,9 ±

11,37%) e o (Z)-3-hexen-1-ol (9,6 ± 9,1%), mas outros constituintes foram

identificados em proporções significativas incluindo o benzaldeído (3,9 ± 2,7%)

e o 1-metiltio-3-pentanona (2,59 ± 1,88%).

Análises por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada a um

detector por arranjo de diodos (CLAE-DAD) permitiu, pela primeira vez, a

obtenção dos cromatogramas fingerprints dos extratos metanólicos das folhas

frescas e secas de seis acessos e da cultivar da EPAMIG de J. curcas.

As análises quimiométricas de PCA permitiram avaliar as semelhanças

e as diferenças entre as amostras das folhas frescas e secas. Para as folhas

secas foi possível observar a formação de três grupos bem coesos, separados

de acordo com suas procedências, excetuando o acesso PM-2. As análises de

HCA corroboraram com os resultados de PCA, comprovando que a amostra

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PM-2 é mais similar a amostra EMB (cultivar EPAMIG), proveniente de

Umbaúba. Além disso, estes resultados sugerem que o teor dos metabólitos

secundários presentes nos extratos das folhas frescas e secas diferem entre si.

Através do ensaio de ingestão frente a Spodoptera frugiperda, principal

praga do milho, foi possível avaliar o potencial inseticida da espécie J. curcas.

Os extratos testados desta planta, reduziram a fase larval e pupal do inseto e

apresentaram atividade moderada com percentuais de 60% de mortalidade

larval para os extratos EMB-FF, EMB-FS e PM-14, que se apresentaram como

os mais promissores para uso no controle de S. frugiperda. As altas taxas de

mortalidade provocadas por estes extratos devem estar relacionadas às

substâncias que ainda não foram avaliadas e que deverão ser alvo de futuros

estudos.

Os testes de citotoxicidade in vitro em células tumorais puderam

mostrar a atividade antiproliferativa da espécie J. curcas, uma vez que a

amostra EMB-FF apresentou valor de CI50 igual a 25,13 µg/mL, dentro do

intervalo recomendado pelo NCI para extratos de plantas.

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