UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE … · Sergipe, onde por um tempo fui bolsista...

105
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE ROSSANA MARIA CAHINO PEREIRA EFEITO DA IDADE NO FENÓTIPO EM HETEROZIGOSE PARA MUTAÇÃO NULA NO GENE DO RECEPTOR DO HORMÔNIO LIBERADOR DO GH ARACAJU 2014

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE … · Sergipe, onde por um tempo fui bolsista...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ROSSANA MARIA CAHINO PEREIRA

EFEITO DA IDADE NO FENÓTIPO EM HETEROZIGOSE

PARA MUTAÇÃO NULA NO GENE DO RECEPTOR DO

HORMÔNIO LIBERADOR DO GH

ARACAJU

2014

ROSSANA MARIA CAHINO PEREIRA

EFEITO DA IDADE NO FENÓTIPO EM

HETEROZIGOSE PARA MUTAÇÃO NULA NO GENE

DO RECEPTOR DO HORMÔNIO LIBERADOR DO GH

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Sergipe, como requisito parcial à obtenção do grau

de Doutor em Ciências da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Manuel Hermínio de Aguiar-Oliveira

ARACAJU

2014

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA SAÚDE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

P436e

Pereira, Rossana Maria Cahino Efeito da idade no fenótipo em heterozigose para mutação nula

no gene do receptor do hormônio liberador do GH / Rossana Maria Cahino Pereira; orientador Manuel Hermínio de Aguiar Oliveira. – Aracaju, 2014.

000 f. : il.

Tese (Doutorado em Ciências da Saúde - Núcleo de Pós-Graduação em Medicina), Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2014.

1. Nanismo hipofisário. 2. Glândula pituitária - Doenças. 3. Mutação (Biologia). 4. Fenótipo. 5. Endocrinologia. I. Oliveira, Manuel Hermínio de Aguiar, orient. II. Título.

CDU 616.432

ROSSANA MARIA CAHINO PEREIRA

EFEITO DA IDADE NO FENÓTIPO EM

HETEROZIGOSE PARA MUTAÇÃO NULA NO GENE

DO RECEPTOR DO HORMÔNIO LIBERADOR DO GH

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Sergipe, como requisito parcial à obtenção do grau

de Doutor em Ciências da Saúde.

APROVADA EM: ______ / ______ / _______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Manuel Hermínio Aguiar-Oliveira

_________________________________________________________________________

1º Examinador: Prof. Dr. Marco Antônio Prado Nunes

_________________________________________________________________________

2º Examinador: Prof. Dr. Joselina Luzia Menezes Oliveira

________________________________________________________________________

3º Examinador: Prof. Dr. Francisco de Assis Pereira

______________________________________________________________________

4ª Examinador: Prof. Dr. Carla Raquel Oliveira Simões

PARECER

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a DEUS e a TODA a ESPIRITUALIDADE que me

acompanha em todos os momentos de minha vida, pois sei que NUNCA ESTOU SÓ!

Aos meus pais de sangue Mário e Edna (sempre presentes), e meus pais do coração

Eustáquio (sempre presente) e Naniza, pois tive o privilégio de ter dois pais amorosos e duas

mães generosas exemplos a serem seguidos.

Aos meus irmãos: Thiago, Sandra, Antônio Henrique, Ana Cristina, Simone e Naná

obrigado por tudo!

Aos Cunhados um abraço pelo apoio e incentivo.

Aos meus pequenos sobrinhos: Júlia, Natália, Davi, Antônio Manuel, Sofia e

Leonardo um beijo muito especial.

Aos meus amigos, que estão sempre me apoiando e incentivando e sei que muito

torceram para que este momento chegasse.

Ao meu querido amigo Júnior Costa que está sempre disponível, apoiando e torcendo

em todos os momentos, bem como todos que fazem parte da nossa Casa Espiritual.

Aos colegas do Doutorado desejo que todos concluam sua caminhada.

A equipe da “Pesquisa do Prof. Hermínio” todo meu carinho, pois cada participante é

uma peça importante e todos juntos temos uma força que conseguimos romper barreiras e

seguir em frente.

Aos nossos “amigos e também pacientes” de Itabaianinha muito obrigada pela

presteza que sempre atendem ao chamado da ciência colaborando com todas as nossas

pesquisas mostrando que a confiança é recíproca.

Universidade Federal de Sergipe, ao Núcleo de Pós Graduação em Medicina, aos

Professores e amigos que lá fiz.

As instituições de apoio, todas elas incentivadoras da ciência. Meu agradecimento

especial a FAPITEC- Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de

Sergipe, onde por um tempo fui bolsista durante o doutorado.

Aos professsores que participaram de minha qualificação, Drª Joselina, Dr Francisco e

Drª Carla Raquel.

Ao Dr Evandro Portes agradeço pela disponibilidade e também as oportunas sugestões

que contribuiram para melhorar nosso trabalho.

Ao Dr Marco Prado Nunes pela presteza em aceitar em participar de minha Banca de

Doutorado quando houve a necessidade de substituição do Dr Evandro Portes. Meu muito

obrigada, pois sem a sua presença não seria possível a realização de minha Defesa.

Meu agradecimento especial vai para o Meu Orientador, o prof. Dr Manuel Hermínio,

que para mim foi mais que um orientador, ele foi irmão, amigo, companheiro nesta jornada,

que teve altos e baixos durante estes quatro anos. Sempre me incentivou mesmo quando eu

estava totalmente sem estímulo e forças para seguir em frente. Sempre tinha uma palavra,

algo que me acalmava e me fazia repensar tudo e assim seguir em frente. Se estou aqui neste

momento devo muito ao Meu Mestre e Amigo. Ele sempre me inspira, sempre generoso,

sempre atencioso, sempre positivo.

"Trago no coração alguns medos,

Uns quietos segredos,

Um tanto de dor...

Mas tanto de amor,

Que se cala que abraça...

Que delicadamente enlaça

Cada esperança, cada sonho, cada sentimento.

Que por todo momento me aninha...

Enquanto o tempo caminha...”

Cláudia Salles

INSTITUIÇÕES DE APOIO:

UFS- Universidade Federal de Sergipe

JHSM- Johns Hopkins School of Medicine, Baltimore – USA

NIH- National Institute of Health

CAPES- Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

FAPITEC- Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de

Sergipe

ASCRIN- Associação do Crescimento Físico e Humano de Itabaianinha

RESUMO

Pereira, R.M.C. Efeito da idade no fenótipo em heterozigose para mutação nula no gene do receptor do

hormônio liberador do GH. Tese de Doutorado em Ciências da Saúde. Núcleo de Pós-Graduação em

Medicina. Universidade Federal de Sergipe. Aracaju-Sergipe, 2013.

Várias doenças recessivas cursam com fenótipo em heterozigose. Em Itabaianinha, Sergipe,

reside uma grande coorte com a mutação homozigótica c.57 +1 G>A no gene do receptor do

GHRH (GHRHR) cursando com baixa estatura acentuada. Estudo prévio mostrou que os

indivíduos heterozigotos adultos (MUT/N) para esta mutação apresentam altura, fator de

crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-I) e percentual de massa gorda similares, mas

redução de peso, do índice de massa corpórea (IMC) e da massa muscular (MM). Contudo

apenas 10% destes tinham mais de 60 anos. Redução moderada na atividade do eixo GH-IGF-

I pode ter um impacto maior no período de envelhecimento, quando a atividade deste eixo

naturalmente diminui. Questionamos se a heterozigose para a referida mutação traduziria em

um fenótipo parcial nos indivíduos idosos dessa coorte. Realizamos um estudo transversal em

843 indivíduos divididos em dois grupos (jovens, 20-40anos de idade, e idosos, 60-80 anos

de idade) de indivíduos heterozigotos (MUT/N) e controles normais (N/N). A altura (cm),

peso (Kg), pressão arterial diastólica e sistólica (PAD e PAS mmHg) e o IMC (Kg/m2) foram

analizados. Os dados foram expressos em média, desvio padrão e escore desvio padrão

(EDP). O EDP do peso foi menor [0,13 (1,40) e -0,56 (1,80), p=0,03], e IMC apresentou uma

tendência de redução [0,08 (1,40) e 0,33 (1,40), p=0,060] no grupo MUT/N jovem em

comparação N/N jovem. O EDP da altura foi menor nos indivíduos MUT/N idosos em

comparação aos N/N idosos [-2,79 (1,10) e -2,37(1,00), p=0,04], correspondendo a uma

redução de 4,16 cm. Estes achados reforçam os dados anteriores de redução no peso e IMC

em adultos jovens MUT/N e mostram redução na estatura em indivíduos idosos, sugerindo

efeitos diferentes da heterozigose nos diferentes grupos etários. A redução da massa muscular

já presente em adultos jovens, agravada pelo envelhecimento, pode contribuir para esta

redução estatural. A mutação heterozigótica pode ser um fator contribuinte para fragilidade no

idoso.

Descritores: Receptor do GHRH; mutação; heterozigose; fenótipo.

ABSTRACT

Pereira, R.M.C. Effect of age on phenotype in heterozygous null mutation on in receptor gene in GH

hormone releasing receptor gene. Doctoral thesis in Health Sciences, Nucleus of post graduation in

Medicine. Federal University of Sergipe. Aracaju-Sergipe, 2013.

Several recessive diseases present heterozygous phenotype. In Itabaianinha, Brazil, there is a

big cohort with the homozygous mutation c.57 +1 G> A in the GHRH receptor (GHRHR)

gene, leading to severe short stature. Previous study shows that heterozygous individuals

(MUT/N) exhibit similar height, insulin like growth factor type 1 (IGF - I) and percentage of

fat mass, but reduced weight, body mass index (BMI) and muscle mass. However, only 10 %

of these were 60 or more years old. Moderate reduction in the GH/ IGF-I axis activity may

have a greater impact on the aging period, when the activity of this axis naturally decreases. We question whether the study of heterozygosity for the mutation would result in a partial

phenotype in the elderly cohort individuals. 843 individuals were analyzed in a cross sectional

study by height, weight, systolic and diastolic blood pressure and BMI in two groups (young,

20-40 years of age) and old (60-80 years) of MUT/N individuals, and compared to a large

number of individuals of normal genotype (N/N). SDS weight was lower [-0.13 (1.4) and -

0.56 (1.8), p=0.03], and BMI had a trend toward reduction [0.08 (1.40) and 0.33 (1.4),

p=0.060] in young MUT/N in comparison to young N/N. SDS height was lower in older

MUT/N individual vs. N/N [-2.79 (1.1) and -2.37(1.0), p=0.04], corresponding to a reduction

of 4.16 cm. We conclude the previous data reduction in weight and BMI in young and show

reduced stature in older MUT/N subjects, suggesting different effects of heterozygosis

through the ages. The reduction of muscle mass already present at young age, aggravated by

aging may contribute to this reduction in height. Heterozygous GHRHR mutations may be a

factor contributing to frailty in elderly.

Key words: GHRH receptor, mutation, heterozygosis, phenotype.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema da regulação intrínseca do eixo GH-IGF-I........................................ 19

Figura 2. Mutação homozigótica no sítio de “splicing” do íntron 1 no gene do receptor

do hormônio liberador do hormônio do crescimento, ocorrendo troca de bases,

Guanina (G) por Adenina (A) c.57+1G>A, WT (indivíduo normal – N/N), MUT

(indivíduo mutado – MUT/MUT)......................................................................................

21

Figura 3. Mapa da Região de Itabaianinha, Sergipe, Brasil............................................. 30

Figura 4. Equipe de alunos coletando dados..................................................................... 33

Figura 5. Apoio armado na Praça da Igreja Matriz para coleta de dados......................... 33

Figura 6. Professor Dr Manuel Hermínio solicitando a adesão da população durante a

missa católica na Igreja Matriz da Imaculada Conceição de Itabaianinha........................

34

Figura 7. Esquema representativo das bandas após DGGE (Denaturing Gradient Gel

Electrophoresis) em indivíduos de Itabaianinha-SE. Indivíduos Homozigóticos normais

(N/N) apresentaram uma única banda, indivíduos Homozigóticos afetados (MUT/MUT),

uma única banda mais lenta e os Heterozigóticos (MUT/N), quatro bandas, a do alelo

normal e a do alelo mutante e duas bandas mais lentas que representam heterodímeros

gerados pelo anelamento das fitas anterior e posterior dos alelos de G (Guanina) e A

(Adenina) durante amplificação do PCR.............................................................................

36

Figura 8. Representação gráfica da altura (cm), EDP da altura, peso (Kg) e EDP do

peso nos indivíduos jovens (A) e idosos (B).......................................................................

42

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Indicadores de Consumo de Álcool................................................................. 37

Tabela 2. Valores absolutos e escore desvio padrão (EDP) da altura, peso, índice de

massa corpórea (IMC). Valores absolutos da pressão arterial sistólica (PAS), pressão

arterial diastólica (PAD) média (Desvio padrão) por genótipo no grupo jovem (20 – 40

anos)...............................................................................................................................

38

Tabela 3. Frequências das categorias de tabagismo, uso e consumo de álcool e

diabetes por genótipo no grupo jovem (20 – 40 anos)...................................................

39

Tabela 4. Valores absolutos e Escore desvio padrão (EDP) da Altura, Peso, Índice de

Massa Corpórea (IMC). Valores absolutos da pressão arterial sistólica (PAS), pressão

arterial diastólica (PAD) média (Desvio padrão) por genótipo no grupo idoso (60 – 80

anos)..................................................................................................................................

40

Tabela 5. Frequências das categorias de tabagismo, uso e consumo de álcool e

diabetes por genótipo no grupo idoso (60 – 80 anos)......................................................

41

ABREVIATURAS

A Adenina

DGH Deficiência do Hormônio do Crescimento

DIGH Deficiência Isolada do Hormônio do Crescimento

DMO Densidade Mineral Óssea

DMOv Densidade Mineral Óssea Volumétrica

G Guanina

GH Hormônio do Crescimento

GH/IGF-I Eixo do Hormônio do Crescimento/Fator de Crescimento Semelhante à Insulina Tipo 1

GHRH Hormônio Liberador do GH

GHRHR Receptor do Hormônio Liberador do GH

GHRHR Gene do Receptor do Hormônio Liberador do GH

HDL Lipoproteína de alto peso molecular

HOMAIR Modelo Homeostático do Índice de Resistência a Insulina

IGFBPs Proteínas Carreadoras de IGF

IGF-I Fator de Crescimento Semelhante à Insulina Tipo 1

IGF-II Fator de Crescimento Semelhante à Insulina Tipo 2

IGF-IR Receptor de IGF-I

IGFs Fatores de Crescimento Semelhantes à Insulina

IMC Índice de Massa Corpórea

LDL Lipoproteína de Baixo Peso Molecular

MG Massa Gorda

% MG Percentagem de Massa Gorda

MM Massa Muscular

MUT/MUT Indivíduos Homozigóticos Afetados

MUT/N Indivíduos Heterozigóticos

N/N Indivíduos Homozigóticos Normais

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAS Pressão Arterial Sistólica

LISTA DE SÍMBOLOS

< menor do que

> maior do que

menor ou igual do que

maior ou igual do que

% porcentagem

micro

beta

cm centímetro

m metro

m2 metro quadrado

mg/dL miligrama/decilitro

mg/L miligrama/litro

mm milímetro

mmHg milímetro de Mercúrio

ng/mL nanograma/mililitro

p probabilidade de significância

Kg quilograma

Kg/m2 quilograma/metro quadrado

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 15

2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................... 18

2.1. Hormônio de crescimento (GH)........................................................................................ 18

2.2 Deficiência de GH.......................................................................................................... 19

2.3 Aspectos fenotípicos da mutação homozigótica no gene do GHRHR................................. 21

2.4 Relação entre GH, perfil ósseo, envelhecimento e longevidade......................................... 22

2.5 Fenótipo dos indivíduos heterozigotos............................................................................. 24

2.6 Envelhecimento e mudanças posturais no idoso.........................…..........………………….. 25

2.7 Justificativa................................................................................................................. 28

3 OBJETIVOS ................................................................................................................ 29

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS..................................................................................... 30

4.1 População do estudo...................................................................................................... 30

4.2 Critérios de inclusão...................................................................................................... 30

4.3 Tipo de estudo............................................................................................................... 31

4.4 Métodos ....................................................................................................................... 31

4.5 Análise Estatística....................................................................................................... 37

5 RESULTADOS............................................................................................................ 38

6 DISCUSSÃO................................................................................................................ 44

7 CONCLUSÕES............................................................................................................ 48

REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 49

ANEXO 1 Ofício ao TRE de Itabaianinha........................................................................... 57

ANEXO 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)......................................... 58

ANEXO 3 Entrevista ....................................................................................................... 66

ANEXO 4 Parecer do CEP e CONEP.................................................................................. 67

APÊNDICE 1 Artigo “Longevity in Untreated Congenital Growth Hormone

Deficiency Due to a Homozygous Mutation in the GHRH Receptor Gene” ...................

69

APÊNDICE 2 Artigo “Old heterozygous individuals for a null GH releasing

hormone receptor mutation loose more height that normal homozygous. Contribution

to frailt? ............................................................................................................................

77

APÊNDICE 3 Artigo “The consequences of growth hormone-releasing hormone

receptor haploinsufficiency for bone quality and insulin resistance ................................

91

APÊNDICE 4 Artigo “Lifetime congenital isolated GH deficiency does not protect

from the development of diabetes” ..................................................................................

97

15

1 INTRODUÇÃO

Por sua facilidade de medição a altura é um dos fenótipos mais estudados na infância

pelo retardo ou avanço estatural; na idade adulta pela estatura final de indivíduos ou grupos

populacionais; na senescência e pela redução estatural do envelhecimento. A definição da

altura em todas as idades guarda um sincronismo com a atividade do eixo do hormônio do

crescimento (GH)/Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-I), com ativação na

infância, pico no final da adolescência, e subsequente redução progressiva da atividade

durante a vida adulta (JULL, et al., 1994). No envelhecimento, a altura diminui devido ao

achatamento dos discos e dos corpos vertebrais e a acentuação da curvatura sagital da coluna

vertebral associados à redução da densidade mineral óssea (DMO), e da quantidade da massa

muscular (MM) do idoso (LÉGER, 1994). Em homens e mulheres entre 60 e 80 anos, a taxa

média de diminuição da estatura é de cerca de dois centímetros por década, podendo atingir

até 12 cm nos casos mais extremos de perda óssea total (GUCCIONE, 2002).

Muitas regiões genômicas têm sido associadas à variação na altura, mas poucos dados

foram confirmados em estudos populacionais (GUDBJARTSSON et al., 2008; LETTRE et

al., 2008; LIU et al., 2008; WEEDON et al., 2008). Variações haplotípicas no gene do

receptor do hormônio liberador do GH (GHRHR) constituem um fator importante para a

variação da altura em populações normais. Recentemente foi demonstrado redução na altura

de até 3,8 cm, em dois grupos populacionais independentes na Escandinávia (JOHANSSON

et al., 2009).

Mutações homozigóticas no GHRHR são importantes causas genéticas de baixa

estatura (MARTARI & SALVATORI, 2009), sendo a mutação homozigótica c.57+1G>A no

GHRHR que acomete cerca de 100 indivíduos na região de Itabaianinha, no nordeste do

Brasil, a mais prevalente (SALVATORI, et al., 1999). Além da baixa estatura acentuada,

quando adultos, os indivíduos homozigóticos afetados (MUT/MUT) apesentam aumento do

percentual de gordura de predomínio central, com redução acentuada da MM (OLIVEIRA et

al., 2010), porém com DMO volumétrica (DMOv) corrigida para o tamanho corporal, normal,

em indivíduos abaixo (EPITÁCIO-PEREIRA. et al., 2013) e acima de 60 anos de idade

(SOUZA, et al., 2013). Também o número de fraturas vertebrais por indivíduo acima de 60

anos foi menor nos indivíduos MUT/MUT que nos indivíduos normais, indicando um

fenótipo ósseo benéfico nos indivídiuos MUT/MUT (SOUZA, et al., 2013), adaptado ao

reduzido tamanho dos ossos e ao esforço muscular que desempenham, de acordo com a teoria

do mecanostato (SCHOENAU, 2007).

16

Devido a existência de um grande número de indivíduos heterozigóticos (MUT/N) é

relevante verificar se a falta de um alelo funcionante do GHRHR causa redução na altura,. Um

trabalho anterior abordou esta questão em familiares paquistaneses dos “Anões do Sindh”,

MUT/MUT para a mutação c.214 G>T no exon 3 do GHRHR. Neste trabalho foram

examinados 22 indivíduos MUT/N e cinco homozigóticos normais (N/N) e não foi encontrado

diferença na altura entre os dois grupos, sendo o escore de desvio padrão (EDP) da altura dos

adultos maior que o das crianças e adolescentes (MAHESHAWARI, et al., 1998), sugerindo

que a haploinsuficiência para o GHRHR pode causar atraso no crescimento ao invés de baixa

estatura na idade adulta.

A possível explicação para esse achado pode advir do efeito compensatório provocado

pela ativação tardia do eixo GH/IGF-I, aliado a um possível aumento do tempo de

crescimento, haja vista que indivíduos adultos MUT/N para a mutação c.57+1G>A no

GHRHR não apresentam redução significativa na altura, nem do nível sérico de IGF-I

(HAYASHIDA, et al., 2000; PEREIRA, et al., 2007). Neste último trabalho estudamos 76

indivíduos MUT/N entre 25 e 75 anos de idade para esta mutação e comparamos com 77

indivíduos N/N da mesma população. O modelo homeostático do índice de resistência à

insulina (HOMAIR) do grupo MUT/N foi menor em relação ao N/N.

O peso, o índice de massa corpórea (IMC), e massa muscular (MM), pregas cutâneas e

circunferência do quadril e abdômen estavam reduzidos no grupo de indivíduos MUT/N.

Enquanto a quantidade da massa gorda (MG) apresentou uma tendência de redução no grupo

MUT/N em relação ao N/N, a percentagem de MG (% MG) e a relação cintura/quadril foram

semelhantes entre os dois grupos (PEREIRA, R.M.C. et al, 2007).

Por outro lado não houve diferença nos valores da resistência óssea, medida por

ultrassonografia do calcâneo, entre os indivíduos MUT/MUT e N/N embora somente 10 %

destes indivíduos tivessem mais de 60 anos de idade (GÓIS-JÚNIOR, et al., 2012). É possível

que o efeito benéfico ósseo nos indivíduos MUT/MUT, se perca nos indivíduos MUT/N, que

apresentam estatura adulta normal, e MM diminuída, com ossos mais frágeis em relação aos

tamanhos corporais, e mais susceptíveis aos efeitos danosos do envelhecimento.

Nossa hipótese é que a redução do eixo GH/IGF-I no grupo MUT/N presente na fase

adulta pode se agravar na senescência contribuindo para redução de MM e ou alterações

posturais, conduzindo a maior redução da altura nestes indivíduos. Neste trabalho serão

estudados a estatura, o peso, índice de massa corpórea e pressão arterial e condições, como

alcoolismo, tabagismo e diabetes, que podem influenciar a redução estatural nos indivíduos

17

MUT/N com mais de 60 anos, comparando-os com indivíduos adultos jovens. A frequência

de heterozigose nos grupos jovens e idosos será comparada.

A presente tese é um desdobramento da dissertação de mestrado “Composição

corporal, perfil metabólico e inflamatório na heterozigose para uma mutação no gene do

receptor do GHRH” e apresenta quatro artigos elaborados durante o doutorado em Ciências

da Saúde. O primeiro artigo, “Longevity in untreated congenital growth hormone deficiency

due to a homozygous mutation in the GHRH receptor gene” (AGUIAR-OLIVEIRA et al.,

2010) mostra que a longevidade dos indivíduos homozigotos afetados (MUT/MUT) e MUT/N

é igual aos indivíduos normais (N/N) (Apêndice 1). O segundo “Old heterozygous individuals

heterozygous for a null GH releasing hormone receptor mutation loose more height that

normal subjects. Contribution to frailty?” (PEREIRA et al., 2014) foi submetido para

publicação na Revista Endocrine é o núcleo da presente tese (Apêndice 2). Dois outros

artigos completam o fenótipo dos MUT/N, “The consequences of growth hormone-releasing

hormone receptor haploinsufficiency for bone quality and insulin resistance” (GOIS JUNOR,

et al., 2012) mostra que mutações hetrozigóticas no GHRHR não tem impacto sobre

parâmetros ultrassonométricos ósseos em indivíduos adultos jovens, porém estes indivíduos

exibem um fenótipo magro e uma vantagem na sensibilidade à insulina, avaliada pelo

HOMAIR (Apêndice 3). O quarto artigo, “Lifetime congenital isolated GH deficiency does not

protect from the development of diabetes” (VICENTE, et al., 2013) mostra função da célula

beta e sensibilidade insulínica normais nos indivíduos MUT/N (Apêndice 4).

18

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HORMÔNIO DE CRESCIMENTO (GH)

O GH é secretado pelos somatotrofos e têm na sua estrutura molecular 191

aminoácidos com peso molecular de 22.000 daltons. Em uma hipófise normal

encontramos aproximadamente 3 a 5 mg de GH.

A secreção diária de GH fica em

torno de 400 a 700 μg, ocorre em pulsos, principalmente durante o sono. A sua meia-

vida é de aproximadamente 20 minutos. (GREENSPAN; GARDNER; SOBACK,

2007

O GH é produzido no lobo anterior da hipófise, ou seja, na adenohipófise e

tem como principal órgão alvo o fígado. A secreção hipofisária de GH é determinada

por um triplo controle hipotalâmico exercido pelo GHRH, secretado em pulsos com

ritmo circadiano, cuja amplitude e frequência aumentam, em crianças e adultos, uma

hora após o sono profundo (SALVATORI et al., 1999), pela somatostatina e pela

grelina (ROSICKA et al., 2002). A somatostatina participa da regulação da secreção

de GH controlando a frequência dos pulsos de GH sem afetar a biossíntese do GH,

enquanto o GHRH atua através de seu receptor específico (GHRHR), estimulando a

secreção de GH (GIUSTINA; VELDHUIS, 1998). A grelina, um peptídeo encontrado

nas células do estômago e no hipotálamo, dentre outros tecidos (ROSICKA et al.,

2002), também estimula diretamente a secreção de GH. Uma vez secretado, o GH age

através do seu receptor (GHR) estimulando a produção do IGF-I (AGUIAR-

OLIVEIRA et al., 1999) (CORONHO; PETROIANER; MATOS SANTANA, 2001).

(Figura 1).

O GH exerce sua ação principalmente através do estímulo da produção de

IGF-I. O IGF-I é produzido em diversos tecidos do organismo, principalmente no

fígado, condrócitos, músculos, hipófise e trato gastrointestinal. Ele tem papel

fundamental no desenvolvimento pré e pós-natal e exerce todos os seus efeitos

fisiológicos por ligação com os receptores IGF-IR (LE ROITH, 1997). A ligação do

GH com seu receptor hepático estimula a expressão e liberação do peptídeo IGF-I na

circulação (DELAFONTAINE, 1995; JONES et al., 1995, LE ROITH, 1997). Seus

efeitos são modulados por diversas proteínas carreadoras, as IGFBPs (JONES et al.,

19

1995). O IGF-I circulante é gerado pelo fígado sob o controle do GH. A grande

semelhança entre o IGF-I e a pró-insulina humana sugere a existência de um gene

ancestral comum, o que pode explicar o fato da insulina ter ação semelhante ao IGF-I,

desempenhando importante papel no crescimento fetal.

Figura 1 – Esquema da regulação intrínseca do eixo GH-IGF-I.

2.2 DEFICIÊNCIA DE GH

A deficiência do hormônio do crescimento (DGH) pode ser classificada

como esporádica (congênita, adquirida, variante e idiopática) ou familiar

(SALVATORI et al., 1999; 2001). A DGH familiar pode ser isolada (DIGH) ou

associada à deficiência de múltiplos hormônios hipofisários. A DIGH é pouco

frequente, ocorrendo em cerca de 1:4.000 a 1:10.000 nascidos vivos, e tem uma

ocorrência familial em 5 a 30 % dos casos. Vários modelos de herança têm sido

descritos, sendo o mais frequente o autossômico recessivo (MULLIS, 2005).

HIPOTÁLAMO

HIPÓFISE

GH

EFEITOS DIRETOSEFEITOS INDIRETOS

FÍGADO

IGF-I

MÚSCULO/OSSO/CORAÇÃO

TECIDO ADIPOSO

Receptor do GHRH

Receptor do IGF-I

Receptor do GH

(-)

(-)GHRH

(+)

Somatostatina

(-)

(+)

(+)

Grelina

20

No caso da DIGH genética, três diferentes tipos de herança são descritas

(PHILIPS et al., 1981):

Tipo I – Autossômica recessiva:

o Tipo Ia - com níveis séricos ausentes de GH

o Tipo Ib - com níveis séricos bastante reduzidos de GH

Tipo II - Autossômica dominante

Tipo III - Ligada ao cromossomo X

O tipo Ia ocorre por deleção do gene GH-1, sendo comum o aparecimento

de anticorpos anti-GH o que frustra a possibilidade de tratamento com GH. É a forma

mais severa de DIGH, com retardo do crescimento já aparente nos primeiros seis

meses de vida, algumas vezes associado com episódios de hipoglicemia. Já o tipo Ib é

a forma mais frequente, sendo causada por mutações no gene GH-1 ou mais

frequentemente por mutações homozigóticas ou heterozigóticas compostas do

GHRHR, na qual os pacientes têm níveis baixos de GH, mas detectáveis. Estes

pacientes não produzem anticorpos anti-GH em quantidades suficientes para impedir

a resposta terapêutica ao GH exógeno. (COGAN et al., 1994).

A primeira mutação no GHRHR, c.214 G>T no exon 3, levando a DIGH tipo

Ib, foi descrita em três famílias do subcontinente indiano, das quais a mais conhecida

é a dos “Anões de Sindh” (MAHESHAWARI et al., 1998 , NETCHINE et al., 1998).

O “nanismo de Sindh” representa o homólogo humano do “little mouse” descrito em

1976, em que a mutação no GHRHR abole o sítio de ligação para o GHRH, o que

leva a uma resistência à sua ação, hipoplasia pituitária e deficiência isolada de GH

(BAUMANN et al., 1997). O segundo tipo de mutação no GHRHR foi descrito em

105 indivíduos da região de Carretéis e arredores, em Itabaianinha-SE. Trata-se de

uma mutação homozigótica tipo “splice” no início do íntron I no sítio doador de

emendas, onde a G (Guanina) foi substituída pela A (Adenina) (c.57+1G>A), figura

2. Essa mutação impede a síntese de RNA mensageiro (RNAm) do receptor de

GHRH, resultando em um receptor de GHRH completamente truncado, o que conduz

a uma deficiência severa de GH (SALVATORI et al., 1999).

21

Figura 2. Mutação homozigótica no sítio de “splicing” do íntron 1 no gene do receptor do

hormônio liberador do hormônio do crescimento, ocorrendo troca de bases, Guanina (G) por

Adenina (A) c.57+1G>A, WT (indivíduo normal – N/N), MUT (indivíduo mutado –

MUT/MUT).

Os indivíduos DIGH tipo II apresentam níveis séricos de GH baixos, mas

detectáveis, geralmente com boa resposta ao tratamento com GH. A DIGH tipo III

apresenta manifestações clínicas distintas nas diferentes famílias. Alguns pacientes

podem apresentar agamaglobulinemia associada à deficiência de GH, sugerindo que o

tipo III de DIGH pode se dever a defeitos em genes contíguos ou a mutações em

múltiplos locus (BOGUSZEWSKI et al., 2001).

2.3 ASPECTOS FENOTÍPICOS DA MUTAÇÃO EM HOMOZIGOSE

NO GHRHR

Em Itabaianinha os indivíduos homozigóticos (MUT/MUT) para esta

mutação apresentam um aspecto fenotípico marcante, associado à redução acentuada

dos níveis de IGF-I, IGF-II, ALS e IGFBP-3 (AGUIAR-OLIVEIRA et al., 1999). As

características mais marcantes da DIGH foram: baixa estatura importante (escore de

desvio padrão da altura entre -4 e -8, altura final em homens foi entre 117 e 137

centímetros e em mulheres entre 107 e 126 centímetros), fronte proeminente, voz com

timbre alto e agudo (SOUZA et al., 2004), redução da massa muscular com aumento

do percentual de gordura abdominal, e aumento do LDL colesterol em crianças e

adultos (BARRETO et al., 1999; GLESSON et al., 2007>). Além disto, foi observado

aumento da pressão sistólica quando comparadas à adultos normais para mesma

idade e sexo (BARRETO-FILHO et al., 2002) porém sem evidências de aterosclerose

22

prematura (OLIVEIRA et al., 2006) ou resistência insulínica (BARRETO-FILHO et

al., 2002; OLIVEIRA et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2010) encontradas em outros

modelos de DGH de inicio na vida adulta (AMATO et al., 1993; GOLA et al., 2005).

Um estudo recente com indivíduos MUT/MUT mostrou longevidade normal

(AGUIAR-OLIVEIRA et al., 2010). A DMO volumétrica, corrigida para o tamanho

corporal foi normal nos indivíduos MUT/MUT, abaixo (EPITÁCIO-PEREIRA et al.,

2013) e acima de 60 anos de idade (SOUZA et al., 2013). Também o número de

fraturas vertebrais por indivíduos foi menor nos indivíduos MUT/MUT que nos

indivíduos normais, indicando um fenótipo ósseo benéfico nos indivídiuos

MUT/MUT (SOUZA et al., 2013), adaptado ao tamanho dos ossos e ao esforço

muscular, em acordo com a teoria do mecanostato ( SCHOENAU, 2007).

2.4 GH, PERFIL ÓSSEO, ENVELHECIMENTO E LONGEVIDADE.

A partir do começo da década de 80, houve um crescente número de estudos

envolvendo o fenótipo ósseo e o eixo GHRH-GH-IGF-I. Pesquisas in vitro

(OHLSSON et al., 1998), em ratos (KALU et al., 1984; WRIGHT et al., 1995) e em

macacos (SASS et al., 1997) foram realizadas com o objetivo de verificar os

possíveis efeitos do GH, IGF-I e GHRH na manutenção ou possível ganho de massa

óssea em indivíduos com DGH de início na idade adulta. Alguns estudos,

demonstraram que o eixo GH/IGF-I representa um importante papel no metabolismo

e na resistência óssea, e que a deficiência do GH predispõe a perda da massa óssea

(YAKAR et al., 2002; PETEL et al., 2005) e aumento do risco de fratura (ROSEN et

al., 1997; HOLMER et al., 2007). A queda do IGF-I observada no processo de

envelhecimento seria um mecanismo envolvido com a perda de massa óssea após a

sexta década de vida, passível de correção pela administração do GH exógeno

(KATZMANN et al., 1998; ROSEN & DONAHUE, 1998).

Em humanos, a DGH nos adultos causa mudanças que são similares ao

envelhecimento normal, incluindo aumento na massa de gorda, redução na massa e

força muscular, piora da qualidade de vida, redução da densidade mineral óssea,

aumento do colesterol total e LDL e o espessamento das paredes arteriais (MOLITCH

et al., 2006). A maioria destas mudanças é revertida com a terapia de substituição do

23

GH. Embora o aumento da mortalidade tenha sido observado em pacientes com

hipopituitarismo com terapia de substituição dos hormônios hipofisários sem o GH

(ROSEN et al., 1990), nenhum estudo mostrou claramente que aquela mortalidade é

causada pela falta de GH, ou que esta situação se inverteu com a terapia de

substituição com GH exógeno.

Desde que o envelhecimento normal foi associado com a redução progressiva

de secreção de GH (somatopausa), e algumas das mudanças do envelhecimento

podem ser revertidas com a terapia de GH (BLACKMAN et al., 2002), foi proposto

que a somatopausa seja pelo menos em parte responsável pelo processo de

envelhecimento. Por esta razão, a terapia de reposição com GH é defendida

frequentemente como um tratamento antienvelhecimento. Porém, a relação entre o

declínio na secreção de GH e envelhecimento em humanos ainda é controverso. De

forma interessante, a razão para o declínio da secreção do GH relacionado com a

idade não está em alterações de função das células somatotróficas, mas na alteração

do controle hipotalâmico da secreção de GH, possivelmente com uma combinação de

redução da secreção GHRH e aumento da secreção da somatostatina. Como

previamente demonstrado, nos idosos as células somatotróficas permanecem

normalmente responsivas ao GHRH (GHIGO et al., 1990).

A pergunta se o status de DGH tem um efeito positivo ou negativo no tempo

de vida dos seres humanos ainda não foi respondida. Besson e outros mostraram

recentemente que os 11 componentes de duas famílias da Suíça do século 19 com

DIGH (devido à deleção do gene GH1) viveram menos que seus irmãos. Entretanto,

este estudo retrospectivo é limitado pelo tamanho da amostra (BESSON et al., 2003).

No único estudo prospectivo publicado até o momento, foi relatada uma população

portadora de hipopituitarismo com a taxa de mortalidade aumentada e risco

cardiovascular de 1:8 comparados com a população geral (TOMLINSON et al.,

2001). Embora somente uma minoria destes pacientes tenha sido testada para DGH, é

provável que a maioria deles seja portadora de DGH, porque o GH é geralmente o

primeiro hormônio cuja produção é reduzida na presença de doença pituitária

(HARTMAN et al., 2002). Entretanto estes indivíduos eram altamente heterogêneos,

e uma grande porcentagem deles foi submetida a cirurgia ou radioterapia da região

hipotalâmica hipofisária, que por si só influencia a sobrevida (principalmente a

24

radioterapia) (BRADA et al., 2002). Outros autores não confirmaram um aumento da

mortalidade associado com o hipopituitarismo (BATES et al., 1999).

A maioria dos estudos humanos foi realizada em pacientes portadores de

panhipopituitarismo, com terapias múltiplas de substituição hormonal (glicorticóides,

L-tiroxina e esteroides sexuais) e sofreram cirurgia ou irradiação pituitária ou

hipotalâmica. Por isso, é possível que os efeitos sobre a mortalidade, sejam pelo

menos em parte, secundária a terapias anteriores ou imprecisão na substituição

terapêutica. Em adição, propôs-se que a mortalidade cerebrovascular nos pacientes

com tumores pituitários pode estar ligada a radioterapia, que pode causar danos

vasculares diretos (BRADA et al., 2002). Consequentemente, permanece obscuro se o

aumento da morbimortalidade cardiovascular esta associado com o tratamento de

panhipopituitarismo e de DGH não tratada, ou de fatores adicionais de confusão.

Desde que a DGH isolada (DIGH) é rara, é difícil estudar pacientes que tenham

deficiência exclusiva de GH.

Nossos dados demonstram que na DIGH congênita e grave, devido a uma

mutação no GHRHR, não apresenta evidência de aterosclerose prematura (MENEZES

OLIVEIRA et al., 2006) ou redução da longevidade (AGUIAR-OLIVEIRA et al.,

2010). A longevidade nessa família é normal apesar da presença de fatores de risco

óbvios para doença cardiovascular com pressão sanguínea aumentada, colesterol total

e LDL aumentado, proteína C reativa aumentada e adiposidade abdominal

(BARRETO-FILHO et al., 2002).

2.5 FENÓTIPO DOS INDIVÍDUOS HETEROZIGOTOS

O conceito de que uma doença recessiva requer um mau funcionamento de

ambos os alelos, paterno e materno, tem sido desafiado por alguns exemplos

mostrando que indivíduos MUT/N para a mutação recessiva exibem um fenótipo

intermediário entre os indivíduos MUT/MUT e N/N. Mutações inativadoras em

homozigose do gene do receptor da lipoproteína de baixa densidade (LDL) causam

hipercolesterolemia severa e doença arterial coronariana prematura, enquanto MUT/N

levam a hipercolesterolemia moderada e doença arterial coronariana em uma idade

mais tardia (JANSEN et al., 2002). Mutações em homozigose do gene do receptor

sensor do cálcio causam hiperparatiroidismo neonatal severo enquanto as mutações

25

em heterozigose causam hipercalcemia e hipocalciúrica familiar benigna (HENDY et

al., 2000). Mutação em homozigose do gene do receptor B do peptídeo atrial

natriurético causa displasia óssea severa (displasia acromesomélica) enquanto

indivíduos MUT/N apresentam apenas uma baixa estatura discreta (OLNEY et al.,

2006). Finalmente, a obesidade é mais acentuada em indivíduos MUT/MUT que em

indivíduos MUT/N portadores de mutações do gene do receptor da melanocortina

tipo quatro (FAROOQI et al., 2003).

Previamente estudamos 76 indivíduos portadores da mutação c.57+1G>A ,em

apenas um dos alelos, no GHRHR (MUT/N). Apesar de estatura normal e níveis

sanguíneos normais de IGF-I, eles mostraram redução significativa na massa

muscular. Semelhantemente aos indivíduos com DGH, eles apresentaram índice de

modelo homeostático de avaliação da resistência à insulina (HOMAIR) menor que os

indivíduos N/N, sugerindo que indivíduos MUT/N para a mutação GHRHR tenha

sensibilidade à insulina aumentada (PEREIRA et al., 2007). Outro aspecto de

heterozigose é a redução do volume da tireóide em valor absoluto e mesmo

corrigido para superfície corporal (ALCANTARA et al., 2006).

2.6 ENVELHECIMENTO E MUDANÇAS POSTURAIS NO IDOSO

O envelhecimento pode ser definido como um processo irreversível,

caracterizado por alterações funcionais e estruturais de diversos órgãos e sistemas que

variam de um indivíduo para outro. A senescência é o processo natural de

envelhecimento ao nível celular ou o conjunto de fenômenos associados a este

processo. Este conceito se opõe à senilidade, também denominado envelhecimento

patológico, e que é entendido como os danos à saúde associados com o tempo, porém

causados por doenças ou maus hábitos de saúde. O crescimento da população de

idosos é um fenômeno mundial e está sendo enfatizado, principalmente nas

implicações sociais e em termos de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde

(OMS) previu que, em 2025, a população mundial de pessoas com mais de 60 anos

será de, aproximadamente, 1,2 bilhões, sendo que os muitos idosos (com 80 anos ou

mais) constituem o grupo etário de maior crescimento (WHO, 2004). Segundo

estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em uma série de

projeções populacionais, baseada no Censo de 2010, a população com faixa etária

26

acima de 65 anos deve passar dos atuais 7,4% do total, para mais de 14% em 2025

(CENSO DEMOGRÁFICO, 2000. RIO DE JNANEIRO. INSTITUTO BRASILEIRO

DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), 2000). Nesta época o Brasil terá uma

proporção de idosos semelhante à que é hoje registrada em países desenvolvidos

(COELHO FILHO & RAMOS, 1999).

Dentre as alterações do envelhecimento, destaca-se a redução da massa óssea

devido a desproporção entre as funções dos osteoblastos e osteoclastos, a partir da

quarta década de vida, presente em ambos os sexos, porém com maior intensidade no

sexo feminino, principalmente nas pós-menopáusicas em virtude da redução nos

níveis estrogênicos (GALI, 2001; GUCCIONE, 2002).

Neste período, a reabsorção óssea começa a preponderar sobre o processo de

formação do osso, levando à diminuição da massa óssea. Esse desequilíbrio na

remodelagem óssea de forma mais intensa predispõe a osteoporose. A redução na

densidade dos ossos dá-se mais precocemente na coluna vertebral que nos membros.

A perda óssea em mulheres é mais prematura, a partir dos 35 anos de idade e

apresenta um índice de perda de aproximadamente 1% ao ano enquanto que em

homens acontece em uma taxa média de perda de 0,4% por ano, iniciando-se entre os

50 ou 55 anos de idade. Em homens e mulheres entre 60 e 80 anos, a taxa média de

diminuição na altura é de cerca de dois centímetros por década, podendo atingir até

12 cm nos casos mais extremos de perda óssea (GUCCIONE, 2002).

De acordo com CAROLYN KISNER (2000), a coluna, considerada pilar

anatômico, é constituída por corpos vertebrais e discos intervertebrais, é a porção

hidráulica, sustentadora de peso e absorvedora de choques. Os pilares posteriores,

constituídos pelos processos articulares e facetas articulares, são o mecanismo

deslizante para o movimento. Também, parte da unidade posterior é constituída de

arcos vertebrais, dois processos transversos e um processo espinhoso posterior

central. Os músculos inserem-se nos processos a partir de onde conduzem o

movimento.

Segundo GUCCIONE (2002), com o processo do envelhecimento, a

arquitetura óssea que compõe e sustenta o corpo humano sofre uma considerável

alteração, no que diz respeito tanto a densidade mineral quanto a microarquitetura

óssea, que altera as propriedades e a proporção relativa dos elementos do tecido

27

conjuntivo do disco intervertebral. A elastina torna-se menos distensível e pode sofrer

fragmentações sucessivas.

A diminuição de massa óssea está associada à diminuição ou aumento nas

concentrações de hormônios (estrogênio, hormonio tireoideano, dentre eles a

calcitonina, hormônio da paratireoide, corticosteroides e progesterona), a fatores

nutricionais (deficiência de vitamina D, e de cálcio), a imobilidade (fraturas,

sedentarismo), as doenças osteoarticulares (artrite reumatóide) e a fatores genéticos

relacionados a biótipo, raça e peso. (MAZO, LOPES E BENEDETTI, 2001;

MATSUDO, 2001) .

Segundo MAGEE (2002) “postura é um composto das posições das diferentes

articulações do corpo num dado momento. A postura correta é a posição na qual um

mínimo de estresse é aplicado em cada articulação”. Já para PALMER & APLER

(2002) “a postura correta consiste no alinhamento do corpo com eficiências

fisiológicas e biomecânicas máximas, o que minimiza os estresses e as sobrecargas

sofridas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade”, portando a postura é muito

particular para cada indivíduo e estão envolvidos diversos fatores como fraqueza

muscular, baixa autoimagem, tensão emocional ou psicossocial e também a imitação

dos hábitos dos pais . Tudo isso pode levar a má postura fazendo com que a pessoa

curve-se para diante (BARRIE PICKLES, 2000). As alterações posturais se iniciam

após os quarenta anos de idade que contribui para a posição inclinada e a redução da

estatura que caracteriza as pessoas idosas (BARRIE PICKLES, 2000).

Durante o processo natural de envelhecimento, ocorre diminuição das reservas

funcionais do organismo em todos os aparelhos e sistemas. A velocidade e extensão

desse declínio variam muito entre os diversos tecidos e funções, como variam

também entre indivíduo. As perdas observadas ao nível dos sistemas refletem a perda

de células em decorrência da idade, ou diminuição da capacidade de um grupo de

células no exercício de sua função especializada. Considera-se que o envelhecimento

traz modificações físicas que aparecem em um dado momento de forma quantificável.

A pessoa vê sua estatura diminuir. O tamanho do esqueleto diminui devido a um

duplo fenômeno: o achatamento dos discos e dos corpos vertebrais e a acentuação da

curvatura sagital da coluna vertebral. A largura dos ombros e os diâmetros

biacromiais se reduzem. O diâmetro ântero-posterior do tronco aumenta (LÉGER,

1994). A cifose torácica é a mais frequente entre as anomalias posturais que se

28

instalam com o avançar da idade. Este aumento da curvatura torácica acompanha-se

de alterações da lordose lombar, ampliação do ângulo de flexão do joelho; o

deslocamento da articulação coxofemoral para trás; e a inclinação do tronco para

diante, acima dos quadris. (BARRIE PICKLES, 2000).

A alteração da postura corporal é um dos problemas mais frequentes

relacionados ao envelhecimento, pois há uma dificuldade na execução dos

movimentos com rapidez. Desta forma, o equilíbrio corporal fica mais difícil, sendo

de extrema importância que se conheçam as transformações que ocorrem na postura

corporal com o processo de envelhecimento, de modo que possam ser adotadas

medidas preventivas e até corretivas desta postura, a fim de evitar dores,

deformidades, dificuldades de locomoção e equilíbrio, melhorando a qualidade de

vida desses indivíduos.

2.7 JUSTIFICATIVA

O estudo do efeito entre idade e fenótipo na heterozigose para a mutação de

Itabaianinha, pode ser ampliado para a compreensão da longevidade e do fenótipo na

senescência ou senilidade em indivíduos aparentemente normais, porém

heterozigóticos para a mutação c.57+1G>A no GHRHR.

29

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Estudar o efeito da idade no fenótipo em heterozigose (MUT/N) para a

mutação c.57+1G>A no gene do receptor do hormônio liberador do GH.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar o efeito da idade na altura dos indivíduos MUT/N

Analisar o efeito da idade no peso dos indivíduos MUT/N

Verificar o efeito da idade no IMC nos indivíduos MUT/N

Verificar o efeito da idade na pressão arterial nos indivíduos MUT/N

Avaliar a longevidade dos indivíduos MUT/N para a mutação c.57+1G>A

30

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS

4.1 POPULAÇÃO DO ESTUDO

A população estudada situa-se no município de Itabaianinha, região oeste do

centro-sul do estado de Sergipe. Possui, cerca de, 39 mil habitantes (IBGE, 2010) e

extensão territorial de 478 Km2, onde a agricultura prevalece como atividade

econômica para sustento das famílias (Figura 3). Nessa região, a DIGH é doença

autossômica recessiva com grau de consanguinidade alto (SALVATORI, et al., 1999;

SOUZA et al., 2004), cuja frequência fenotípica é bastante elevada, cerca de 1:279,

torna-se maior ainda se considerarmos Carretéis, berço dos anões, que é um

aglomerado rural a 14 km ao norte da sede do município (composto de treze

povoados), aonde chega a 1:32 (SOUZA, 1997).

Figura 3- Mapa da Região de Itabaianinha, Sergipe, Brasil.

4.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DO ESTUDO

Os critérios de inclusão foram:

- O indivíduo ser natural de Itabaianinha e arredores;

- Não ser parente de DIGH em primeiro, segundo e terceiro grau

(primeiro grau seriam os pais, filhos e irmãos; segundo grau os avós, netos, tios e

31

sobrinhos e o terceiro grau primos, bisavós e bisnetos), com objetivo de excluir

que outros genes para estatura ou longevidade posam estar hiper-representados na

amostra.

- Estar entre 20 e 40 anos (grupo jovem) e 60 a 80 anos (grupo idoso).

4.3 TIPO DE ESTUDO

Um estudo transversal foi realizado em 843 indivíduos para comparar a

frequência de MUT/N e N/N para a mutação c.57 + 1 G>A no GHRHR em dois

grupos aparentemente normais: um grupo jovem com idade entre 20-40 anos (500

jovens, sendo 245 homens e 255 mulheres), e outro idoso, com idade entre 60 a 80

anos (343 idosos, sendo 179 homens e 164 mulheres) residentes na cidade de

Itabaianinha.

4.4 MÉTODOS

Foram realizadas reuniões na “Associação do Crescimento Físico e Humano

de Itabaianinha - ASCRIM” e solicitados aos anões que divulgassem na comunidade

a necessidade de voluntários para este novo trabalho que iríamos realizar. As coletas

foram realizadas em duas etapas com viagens à Itabaianinha. Para sensibilizar a

população a aderirem como voluntários, contamos com anúncios em rádios da cidade

(AM e FM), faixas foram colocadas em pontos estratégicos da cidade (em praças

públicas: na Praça da Igreja Matriz e na feira) para que chamasse atenção da

população, a comparecerem nos dias das coletas divulgados previamente (Figura 4).

Em cada viagem contamos com uma equipe de alunos do curso de Medicina que

auxiliaram na coleta de dados, todos foram previamente treinados e estavam

uniformizados com camisetas identificadas com o nome da Universidade Federal de

Sergipe (Figura 4 e 5).

A amostra foi selecionada aleatoriamente durante a votação do processo

eleitoral de Outubro de 2008. Fizemos uma solicitação à Juíza Dra. Aline Cândido

Costa da 10ª Zona Eleitoral de Itabaianinha/SE, para fazermos uma coleta para nosso

estudo durante as Eleições de 2008 e a resposta foi positiva (ANEXO 1).

32

Foi montada um ponto de apoio na praça central de Itabaianinha próximo ao

supermercado G. Barbosa que foi identificada com faixa da Universidade Federal de

Sergipe. Nesta barraca, uma equipe de aproximadamente 21 pessoas, formando 7

grupos de três pessoas, identificadas com camisas da UFS, acolhia os indivíduos

interessados em participarem da pesquisa. As tendas continham todo material

necessário (mesas, cadeiras, formulários das entrevistas, balanças digitais portáteis,

estadiômetros portáteis afixados em paredes de madeira, material para coleta de DNA

com swabs bucais e aparelhos para aferir a pressão), todos participantes assinaram os

Termos de Consentimento Livre e Esclarecidos (TCLE) (ANEXO 2). A autora

armazenou e recolheu todo o material colhido acondicionando as entrevistas e os

Termos de Consentimento em caixas específicas e os swabs bucais em recipiente de

isopor apropriado. Ao mesmo tempo uma equipe volante convidava as pessoas nas

áreas próximas aos postos de coleta para participar do estudo.

O indivíduo era convidado a participar do estudo, caso concordasse, era

apresentado o TCLE e obtido sua assinatura. Em seguida começava o procedimento

da coleta de dados que consistia na resposta do participante a entrevista onde ele

respondia diversas perguntas, dentre elas: nome, endereço, data de nascimento, idade,

peso e altura (eram aferidos pelo pessoal treinado), diagnóstico de diabetes (auto

aferido com resposta de sim ou não), parentesco com DIGH, qual o tipo de

parentesco, se era fumante e indicadores de alcoolismo (ANEXO 3). Não foi

realizado a glicemia capilar, analizada em outro trabalho anterior (VICENTE et al.,

2013). Cada grupo de três participantes mediu a altura, o peso, a pressão arterial e

colheu o esfregaço bucal. Foram obtidos 793 indivíduos nesta etapa.

33

Figura 4: Equipe de alunos coletando dados.

Figura 5: Apoio armado na Praça da Igreja Matriz para coleta de dados.

Após a eleição, fizemos uma nova coleta, para aumentarmos o número de

indivíduos idosos, envolvemos as Igrejas Católica a 1ª Igreja Batista, após

consentimento dos respectivos responsáveis. Nesta etapa solicitamos apoio para

coleta dentro das igrejas (Figura 6). Fizemos coletas logo após os horários das missas

e cultos no sábado e domingo. Nesta etapa foram obtidos 50 indivíduos.

34

A medição da altura (cm) foi realizada em estadiômetro compacto vertical

portátil afixado em uma parede de madeira da marca Wiso-Brasil. Esta medida foi

realizada com o indivíduo descalço sobre a plataforma, calcanhares juntos, nádegas e

ombros em contato com o eixo vertical do instrumento e foi exercida leve pressão no

processo mastóide para cima com a média de três medidas consecutivas realizada pela

mesma pessoa (BARRETTO et al., 1999; BARRETO-FILHO et al., 2002). O

estadiômetro Wiso é um dispositivo para medição de altura fixo na parede, seu campo

de medição é de 0 a 210 cm. É um instrumento preciso, com resolução em

milímetros, de alta resistência, fácil de usar e de ser instalado o que foi de extrema

importância para nosso estudo. Ele é composto basicamente de três partes: o suporte

de fixação, a fita e a base com o visor. Para montá-lo escolhemos uma parede de

Figura 6: Professor Dr Manuel Hermínio solicitando a adesão da

população durante a missa católica na Igreja Matriz da Imaculada

Conceição de Itabaianinha.

35

madeira para fixação do aparelho, em seguida esticamos a fita até que a mesma

atingisse a marca "0" (zero). A base com o visor estava junto à parede, na parte de

baixo da mesma, encostando suas faces, no chão e na parede. Com o auxílio de uma

escada, encostamos o suporte de fixação, na parte superior da parede e deixamos a

fita totalmente esticada, de cima para baixo, e verificamos se o visor apontava

exatamente para a marca "0" (zero).

A pesagem (Kg) em balança digital (marca Tech Line-Brasil) com o indivíduo

descalço e uma média de três pesagens. A balança digital Tech Line-Brasil tem a

capacidade de pesar até 180 Kg, conta com visualização de modo digital de 100 em

100 g e funciona com uma bateria de lítio, é leve e de fácil transporte.

O índice de massa corpórea (IMC) foi calculado através da fórmula

Peso/(Altura)2 kg/m

2. O IMC foi expresso em valore absoluto.

A coleta do DNA foi realizada através de swab bucal da seguinte maneira: o

indivíduo era instruído para bochechar três vezes com água e em seguida, a pessoa,

treinada para coleta, introduzia na cavidade oral do indivíduo, um swab com borda

em escova e fazia uma fricção suave na face interna de cada bochecha por

aproximadamente 30 segundos. O esfregaço era colhido em duplicata sendo uma

amostra enviada para genotipagem na Universidade Jonhs Hopkins e outra guardada

em refrigerador. Assim que a genotipagem era concluída descartava-se a segunda

amostra. Ao ser acondicionado no invólucro o swab, que já deveria estar identificado

com o nome do indivíduo e data da coleta e só então era lacrado e acondicionado em

refrigeração.

A genotipagem através do produto de PCR para a mutação c.57 + 1 G>A no

GHRHR (rs2302022) foi realizada no Laboratório de Biologia Molecular de Dr

Roberto Salvatori na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore/EUA, utilizando o

sistema TaqMan® SNP Genotyping Assay C__15757069_10 (Applied Biosystems,

Foster City, CA). A PCR e a detecção da fluorescência final foram realizadas no

sequenciador Prism ABI 7900HT, com protocolos fornecidos pelos fabricantes. Nos

resultados observados, os indivíduos N/N apresentaram uma única banda, os

indivíduos MUT/MUT, também apresentaram uma única banda de migração, contudo

mais lenta que os indivíduos N/N. Os indivíduos MUT/N, apresentaram quatro

bandas: o alelo normal e o alelo afetado e duas bandas correspondentes a

36

heterodímeros gerados durante a amplificação por PCR (SALVATORI et al., 1999)

(Figura 7).

N/N MUT/MUT MUT/N

Figura 7 – Esquema representativo das bandas após DGGE (Denaturing Gradient

Gel Electrophoresis) em indivíduos de Itabaianinha-SE. Indivíduos Homozigóticos normais

(N/N) apresentaram uma única banda, indivíduos Homozigóticos afetados (MUT/MUT), uma

única banda mais lenta e os Heterozigóticos (MUT/N), quatro bandas, a do alelo normal e a

do alelo mutante e duas bandas mais lentas que representam heterodímeros gerados pelo

anelamento das fitas anterior e posterior dos alelos de G (Guanina) e A (Adenina) durante

amplificação do PCR. SALVATORI et al, J Clin Metab, v.84, n.3, p.917-923, 1999.

A aferição da pressão arterial (mmHg) foi realizada com a média de três

medidas obtidas no braço não dominante do indivíduo, depois de 10 minutos de

repouso na posição sentada por pessoal treinado previamente utilizando um

esfigmomanômetro de mercúrio composto pelo manômetro e manguito que deve ter

um tamanho adequado para o braço de um adulto e com a ajuda de um estetoscópio

descrita pela VI Diretriz Brasileira de Hipertensão (2010).

As variáveis estudadas foram: altura, peso, IMC, pressão arterial diastólica

(PAD) e pressão arterial sistólica (PAS). O EDP do peso, EDP da altura e EDP do

IMC de cada indivíduo de ambos os grupos, foi calculado usando o site

http://www.phsim.man.ac.uk/SDSCalculator/SDSCalculator.aspx.

Com referência aos indicadores de consumo de álcool por quantidade semanal

de uso foi perguntado aos entrevistados qual das opções abaixo ele responderia

(Tabela 1).

37

Tabela 1: Indicadores de Consumo de Álcool

Quantidade Semanal Classificação

Nada Não Consome

Até 3 doses (destilada) ou

garrafas (fermentadas) Consumo leve

De 3 a 7 doses (destilada) ou

garrafas (fermentadas) Consumo moderado

Acima de 7 doses (destilada) ou

garrafas (fermentadas) Consumo elevado

O atual trabalho faz parte do projeto de pesquisa “Consequências da

deficiência isolada e vitalícia do GH” e foi submetido aos Comitês de Ética e

Pesquisa, da Universidade Johns Hopkins e da Universidade Federal de Sergipe tendo

sido aprovado com o parecer número 043/204, e registro no CONEP sob o número

10212 (ANEXO 4).

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

As variáveis foram comparadas pelo teste T de student. O teste de qui

quadrado comparou a proporção de indivíduos MUT/N nos dois grupos. O teste de

Fisher foi usado para comparar os possíveis fatores que influenciam o fenótipo de

cada grupo, ou seja, o alcoolismo, tabagismo e diagnóstico auto-referido de diabetes.

Estimamos um p de 0,05 ou menos para ser considerado estatisticamente significante.

38

5 RESULTADOS

A tabela 2 mostra os valores absolutos e do EDP da altura, do peso, do IMC e

os valores absolutos da pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica

(PAD) por genótipo no grupo jovem.

Tabela 2: Valores absolutos e Escore desvio padrão (EDP) da altura, peso, índice de massa

corpórea (IMC). Valores absolutos da pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial

diastólica (PAD) por genótipo no grupo jovem (20 – 40 anos)

20 a 40 anos

N/N

N=461

MUT/N

N=39

p

Altura (cm) 163,1 (8,7) 160,8 (9,4) 0,16

EDP Altura -1,2 (1) -1,4 (1,2) 0,30

Peso (Kg) 65,3 (12,8) 62,5 (20,3) 0,49

EDP Peso -0,1 (1,4) -0,6 (1,8) 0,03

IMC (Kg/m2) 24,4 (4,4) 24,2 (6,5) 0,24

EDP IMC 0,3 (1,4) 0,1 (1,4) 0,06

PAS (mmHg) 122,5 (18) 122,2 (16,7) 0,75

PAD (mmHg) 79,6 (13,3) 78,5 (10,4) 0,49

39

A tabela 3 mostra as frequências referidas das categorias de tabagismo, uso e

consumo de álcool e diabetes mellitus por idade e por genótipo no grupo jovem.

Tabela 3: Frequências das categorias de tabagismo, uso e consumo de álcool e diabetes

por genótipo no grupo jovem (20 – 40 anos)

20 a 40 anos

N/N

N=461

MUT/N

N=39

p

Tabagismo – n (%)

Não Fumante 363 (84) 17 (85) 0,17

Fumante atual 66 (15) 2 (10)

Fumante anterior 3 (1) 1 (5)

Sem resposta 29 19

Consumo de Álcool – n (%)

Não consome álcool 188 (44) 13 (65) 0,15

Consumo leve 136 (32) 2 (10)

Consumo moderado 61 (14) 2 (10)

Consumo alto 40 (9) 3 (15)

Etilista anterior 5 (1) 0 (0)

Sem resposta 31 19

Diabetes Mellitus– n (%)

Não é diabético 441 (99) 34 (100) > 0,99

É diabético 5 (1) 0 (0)

Sem resposta 15 5

40

As tabelas 4 e 5 mostram os mesmos dados das tabelas 2 e 3 para o grupo

idoso. Observa-se redução do EDP do peso (p=0,03) , enquanto o IMC apresentou

uma tendência de redução (p=0,06) no grupo MUT/N jovem. Não houve diferença

entre alcoolismo, tabagismo e diagnóstico auto-referido de diabetes.

Tabela 4: Valores absolutos e escore desvio padrão (EDP) da altura, peso, índice de massa

corpórea (IMC). Valores absolutos da pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial

diastólica (PAD) por genótipo no grupo idoso (60 – 80 anos).

60 a 80 anos

N/N

N=319

MUT/N

N=24

p

Idade 68,3 (6,90) 68,0 (7,72) 0,84

Altura (cm) 155,9 (8,7) 151,8 (8,0) 0,02

EDP Altura -2,4 (1) -2,8 (1,1) 0,04

Peso (Kg) 62,8 (12,4) 59,8 (13,0) 0,25

EDP Peso -0,5 (1,6) -0,8 (1,9) 0,52

IMC (Kg/m2) 25,8 (4,5) 26,2 (6,1) 0,67

EDP IMC 0,7 (1,4) 0,7 (1,4) 0,96

PAS (mmHg) 143,9 (22,2) 147,1 (23,2) 0,65

PAD (mmHg) 84,8 (13,9) 86,5 (12,4) 0,46

41

Tabela 5: Frequências das categorias de tabagismo, uso e consumo de álcool e diabetes por

genótipo no grupo idoso (60 – 80 anos)

60 a 80 anos

N/N

N=319

MUT/N

N=24

p

Tabagismo – n (%)

Não Fumante 230 (74) 12 (75) 0,87

Fumante atual 68 (22) 4 (25)

Fumante anterior 11 (4) 0 (0)

Sem resposta 10 8

Consumo de Álcool – n (%)

Não consome álcool 233 (75) 11 (73) 0,15

Consumo leve 55 (18) 1 (7)

Consumo moderado 12 (4) 2 (13)

Consumo alto 5 (2) 1 (7)

Etilista anterior 5 (2) 0 (0)

Sem resposta 9 9

Diabetes – n (%)

Não é diabético 262 (85) 23 (96) 0,23

É diabético 48 (15) 1 (4)

Sem resposta 9 0

42

A figura 8 mostra a representação gráfica da altura e EDP da altura, peso e

EDP do peso, no grupo jovem e no grupo isoso.

Figura 8: Representação gráfica da altura (cm), EDP da altura, peso (Kg) e

EDP do peso nos indivíduos jovens (A) e idosos (B).

43

A diferença de altura encontrada entre o grupo N/N e MUT/N jovem; 2,35

cm menor nos indivíduos MUT/N que nos N/N; não apresentou estatística. O grupo

MUT/N idoso apresentou redução estatural sendo 4,16 cm menor que o N/N

(p=0,02). O EDP da altura também foi menor nos indivídos idosos MUT/N vs N/N, (-

2,79 ±1,1 e -2,37 ±1,0, p=0,04).

Não houve diferença na prevalência do genótipo MUT/N nos dois grupos:

jovem 39/500 (7,8%) e idoso 24/343 (7,0%) sugerindo efeito nulo da heterozigose da

mutação c.57 +1 G> A no GHRHR na longevidade. Demonstrou-se um fenótipo

diferenteda estatura na vida adulta a na senescência.

44

6 DISCUSSÃO

Enquanto as maiorias das doenças autossômicas recessivas manifestam

fenótipo apenas quando ambos os alelos são defeituosos, existem muitos exemplos de

fenótipo parcial causadas por um defeito de um único alelo ("efeito de dosagem de

gene"). Exemplos incluem, entre outros, as mutações nos genes que codificam o

receptor de sensor do cálcio (BROWN, 2007), do receptor do peptídeo atrial

natriurético (OLNEY et al., 2006), e do receptor de melanocortina tipo 4 (FAROOQI

et al., 2003).

Já foi relatado que indivíduos adultos que transportam um único alelo mutante

para o GHRHR têm baixo peso corporal devido a uma combinação de massa

muscular reduzida e uma tendência à redução da massa gorda (kg), mas apresentam

estatura adulta normal (PEREIRA et al., 2007).

Os presentes dados mostram um fenótipo diferente de altura na idade adulta e

senescência, durante o qual os indivíduos MUT/N são mais baixos do que os

controles pareados por idade. Esta descoberta sugere que fatores genéticos podem

contribuir para a perda de estatura com o envelhecimento, um fenômeno associado à

sarcopenia, osteoporose e fragilidade, condições que são muito prevalentes e

associados com os altos custos dos cuidados de saúde (GIOVANNINI et al., 2008).

Portanto, a compreensão dos mecanismos de perda de altura em idosos é muito

relevante em termos de saúde pública.

A redução da altura dos indivíduos MUT/N idosos pode ser mediada por

alterações em dois fatores interrelacionados, a composição corporal e a DMO.

Recentemente, mostramos que os indivíduos MUT/MUT abaixo (EPITÁCIO-

PEREIRA et al., 2013) e acima de 60 anos de idade (SOUZA et al., 2013) apresentam

DMO volumétrica, corrigida para o tamanho das vertebras e com o tamanho do fêmur

normal. Por outro lado, os indivíduos idosos com DIGH têm um número inferior de

fraturas vertebrais do que indivíduos homozigotos normais, indicando um efeito

benéfico sobre o fenótipo ósseo nos indivíduos MUT/MUT durante o

envelhecimento.

45

Uma possível explicação é que esses indivíduos têm ossos bem adaptados à

redução da massa muscular e força. A teoria mecanostática propõe que ossos se

adaptam a força para manter a tensão das cargas fisiológicas exercidas pelo músculo

próximo ao ponto de ação, dependendo da força necessária para suportar o estresse

causado por cargas fisiológicas a um nível próximo de um ponto de ajuste, levando a

uma relação entre a resistência óssea e, força muscular e o tamanho do osso

(SCHOENAU, 2007). Assim, os indivíduos afetados MUT/MUT, que vivem com GH

e IGF-I sérico muito baixo, podem ser bem adaptados ao tamanho do seu corpo,

deixando seus ossos adaptados ao seu tamanho e forças de carga ao longo da vida

(SOUZA et al., 2013).

Nossa hipótese é que os indivíduos MUT/N se comportam como deficiência

de GH de inicio na idade adulta, porque, tendo altura adulta normal e dimensões

ósseas normais, com a redução do eixo GH-IGF-I com a idade exibem músculos mais

fracos e declínio da função neuromusculoesquelética consequentemente maior

redução estatural. Futuros estudos serão necessários para confirmação destes dados.

A redução da altura encontrada no grupo jovem, 2,35 centímetros (não

significativo) e no grupo de idosos 4,16 centímetros (p = 0,02) foi semelhante ao

encontrado em duas coortes independentes na Escandinavia (Suécia e Finlândia) com

haplótipos GHRHR peculiares (1,2 - 3,8 cm) (JOHANSSON et al., 2009). Estes

indivíduos tinham variação da idade entre 15 e 87 anos, e a estratificação etária não

foi fornecida. É possível que eles tivessem encontrado uma diferença mais acentuada

se tivessem focado em indivíduos com idade maior que 60 anos.

A sinalização reduzida no eixo GH/IGF-I retarda o envelhecimento e o

aumento da longevidade em diferentes modelos animais, e muito recentemente, foi

relatado que ratos que envelhecem lentamente com knockout no gene do receptor de

hormônio de crescimento (GHR-KO) estão protegidos contra indução da fragilidade

neuromusculoesquelética induzida pela idade (ARUM et al., 2013), um achado

similar aos nossos indivíduos MUT/MUT com a mutação c.57 +1 G> A no GHRHR

(SOUZA et al., 2013; AGUIAR-OLIVEIRA et al., 2010).

No entanto, os indivíduos MUT/N parecem ser mais propensos a

consequencias incapacitantes do envelhecimento do que os indivíduos N/N, talvez

devido ao aparente agravamento da diminuição fisiológica do eixo GH/IGF-I, em

pessoas com estatura normal na idade adulta. Embora as evidências clínicas

46

disponíveis não recomendem o uso de terapia de GH recombinante como

antienvelhecimento, em muitos estudos sugerem o uso potencial da terapia de GH no

tratamento da sarcopenia e fragilidade em idosos (BARTKE, 2009; SCHOENAU,

2007). É possível que os indivíduos MUT/N possam se beneficiar desta terapia.

Por outro lado, o comportamento da pressão arterial foi semelhante em ambos

os grupos de jovens e idosos, com o aumento esperado na pressão sanguínea com o

envelhecimento em ambos os grupos, nos individuos MUT/N e nos N/N. O padrão de

pressão sanguínea normal, combinada com a função de células beta normal, e

aumento da sensibilidade à insulina (OLIVEIRA, et al., 2012) podem contribuir para

a longevidade normal dos indivíduos MUT/N. Não encontramos diferenças entre os

grupos MUT/N e N/N em nenhum dos grupos etários, na frequencia de fatores que

poderiam levar a maior redução estatural no idoso, como tabagismo, alcoolismo e

diabetes mellitus, todos autoreferenciados. A frequencia auto referida de diabetes no

grupo idoso normal (15%) foi similar a dados brasileiros de 60 a 69 anos (MALERBI

et al., 1992). Neste trabalho, infelizmente não realizamos a glicemia capilar.

Assim, a avaliação de indivíduos idosos MUT/N não inclui a extensão da

vida, mas a melhoria da sua qualidade de vida, se a redução da altura, de fato, puder

antecipar a sarcopenia e fragilidade do idoso. No futuro, um painel de outros

marcadores genéticos, incluindo haplótipos GHRHR ou mutações, pode ser útil para

estabelecer medidas de prevenção ou tratamenento de tais condições.

Uma limitação do nosso trabalho é que não avaliamos o estágio puberal,

lactação e idade da menopausa em mulheres. Nos indivíduos MUT/MUT com a

DIGH de Itabaianinha, a puberdade é atrasada, o início do climatério é precoce, o

número de gestações é diminuído e o período de lactação é normal (MENEZES et al.,

2008). Homens MUT/MUT apresentam aumento da testosterona total devido ao

aumento da proteína transportadora dos hormônios sexuais (SHBG) com testosterona

livre normal (MENEZES et al., 2013). O papel destes fatores na perda estatural dos

indivíduos MUT/N idosos merecem novos estudos. Uma limitação adicional é que

não utilizamos no questionário uso de drogas que possam interferir no metabolismo

ósseo, conforme foi utilizado na avaliação da DMO dos indivíduos MUT/MUT

jovens (EPITÁCIO-PEREIRA et al., 2013) e idosos (SOUZA et al., 2013) onde foi

demonstrado em ambos os grupos uma DMO volumétrica, corrigida pelo tamanho

ósseo, normal.

47

Finalmente, a redução estatural encontrada nos indivíduos idosos MUT/N

demonstra que a expressão do fenótipo de uma mutação no gene do GHRHR pode ser

manifesta mais obviamente nos estágios tardios da vida, o que pode traduzir a

redução da atividade do eixo GH-IGF-I com o envelhecimento. A diminuição da

massa muscular presente nos adultos jovens MUT/N, agravada pelo envelhecimento

pode contribuir para esta diminuição da estatura.

48

7 CONCLUSÕES

A heterozigose (MUT/N) para a mutação c.57+1G>A no GHRHR:

Foi associada a:

o redução da estatura em indivíduos idosos.

o redução do peso em indivíduos adultos jovens.

Não foi associada:

o com efeito da idade no IMC.

o com alterações da pressão arterial em nenhum dos grupos

etários.

o com alterações na longevidade.

49

REFERÊNCIAS

ABELLAN van KAN, G. et al. The assessment of frailty in older adults. Clin Geriatr

Med. v. 26, p.275-286, 2010.

AGUIAR-OLIVEIRA, M.H. et al. Effect of Severe Growth Hormone (GH)

Deficiency due to a a Mutation in the GH-Releasing Hormone receptor Insulin- Like

Factors (IGf-I), IGF-Bending Proteins and ternary Complex Formation Throughout

Life. J Clin Endocrinol Metab, v.84, p.4118-4125, 1999.

AGUIAR-OLIVEIRA M.H. et al. Baixa Estatura em: Endocrinologia e Diabetes.

Francisco Bandeira, Hans Graf, Luiz Griz, Manuel Faria e Marise Lazaretti-Castro,

Endocrinologia e Diabetes, 2 ed. Medbook- Editora Científica LTDA. p.579-593,

2009.

AGUIAR-OLIVEIRA, M.H. et al. Longevity in untreated congenital growth hormone

deficiency due to a homozygous mutation in the GHRH receptor gene. J Clin

Endocrinol Metab, v. 95, p. 4000-4008, 2010.

ALBA, M.; SALVATORI, R. Naturally-occurring missense mutations in the human

growth hormone-releasing hormone receptor alter ligand binding. J. Endocrinol,

v.186, p.512-521, 2005.

ALCÂNTARA, M.R.S. et al. Thyroid Morfology and Function in Adults with

Untreated Isolated Growth Hormone Deficiency. J Clin Endocrinol Metab, v.91,

n.3, p.860-864, 2006.

AMATO, G. et al. Body composition, bone metabolism, and heart structure and

function in growth-hormone deficient adults before and after GH replacement therapy

at low doses. J Clin Endocrinol Metab, v. 77, p. 1671-1676, 1993.

ARUM, O. et al. The slow-aging growth hormone receptor/binding protein gene-

disrupted (GHR-KO) mouse is protected from aging-resultant neuromusculoskeletal

frailty. Age (Dordr). [Epub ahead of print]. Jul 4. 2013.

ATTIE, K.M. Genetic studies in idiopathic short stature. Curr Opin Pediatr, v.12,

p.400-404, 2000.

BARRETO-FILHO, J.A.S. et al. Familial Isolated Growth Hormone Deficiency is

associated with increased systolic blood pressure, central obesity, and dyslipidemia. J

Clin Endocrinol Metab, v. 87, p. 2018-2023, 2002.

BARRETTO, E. S. A. et al. Serum leptin and body composition in children with

familial GH deficiency (GHD) due to a mutation in the growth hormone-releasing

hormone (GHRH) receptor. Clin Endocrinol, v. 51, n. 5, p. 559-564, 1999.

50

BARTKE A. The somatotropic axis and aging: mechanisms and persistent questions

about practical implications. Exp Gerontol, v.44, n 6-7, p. 372-4, 2009.

BATES, A. S. Life expectancy following surgery for pituitary tumours. Clin

Endocrinol (Oxf), v.50(3), p.315-319 1999.

BAUMANN, G.; MAHESHWARI, H. The dwarf of Sindh: severe growth hormone

(GH) deficiency caused by a mutation in the GH-releasing hormone receptor gene.

Acta Pediatr Suppl, v. 423, p. 33-38, 1997.

BESSON, A. et al. Reduced longevity in untreated patients with isolated growth

hormone deficiency. J Clin Endocrinol Metab, v.88(8), p.3664-3667, 2003.

BLACKMAN, M. R. et al. Growth hormone and sex steroid administration in healthy

aged women and men: a randomized controlled trial. JAMA, v.288(18), p.2282-2292,

2002.

BOGUSZEWSKI, C. L. Genética molecular do eixo GH–IGF-I. Arq Bras

Endocrinol Metabol, v. 45, n.1, p.5-14, 2001.

BRADA, M. et al. Cerebrovascular mortality in patients with pituitary adenoma. Clin

Endocrinol (Oxf), v.57(6), p.713-717, 2002.

BROWN, E. M. Clinical lessons from the calcium-sensing receptor. Nat Clin Pract

Endocrinol Metab, v.3, p.122-133, 2007

CLEMMONS, S. Roles of insulin-like growth factor I and growth hormone in

mediating insulin resistance in acromegaly. Pituitary, v. 5, p. 181-183, 2002.

COELHO FILHO, João M. & RAMOS, Luiz Roberto. Epidemiologia do

envelhecimento no Nordeste do Brasil: resultados de inquérito domiciliar. Revista de

Saúde Pública, v. 33, n. 5, p. 445-453, São Paulo, outubro, 1999.

COGAN, J.D.; PHILLIPS III, J.A. Genetic basis of endocrine disease. Molecular

basis of familial human growth hormone deficiency. J Clin Endocrinol Metab, v.

78, n.1, p.11-16, 1994.

CORONHO, V; PETROIANER, A.; MATOS SANTANA, E. Tratado de

Endocrinologia e Cirurgia Endócrina. Editora Guanabara Koogan, 2001. p.222-

235.

DAVIDSON, M. B. Effect of Growth Hormone on carbohydrate and lipid

metabolism. Endocr Ver, v. 8, p.115-131, 1987.

DELAFONTAINE, P. Insulin-like growth factor l and its binding proteins in the

cardiovascular system. Cardiovasc Res, v. 30, p. 825-834, 1995.

EPITÁCIO-PEREIRA, C.C. et al. Isolated GH Deficiency due to a GHRH Receptor

Mutation Causes Hip Joint Problems and Genu Valgum, and Reduces Size but not

Density of Trabecular and Mixed Bone. J Clin Endocrinol Metab, 98(11), E1710–

E1715 (2013). doi:10.1210/jc.2013-2349.

51

FAROOQI, I.S. et al. Clinical Spectrum of Obesity and mutations in the Melanocortin

4 Receptor Gene. N Engl J Med, v.348, p.1085-1095, 2003.

FAVA, C.. et al. Subjects heterozygous for genetic loss of function of the thiazide-

sensitive cotransporter have reduced blood pressure. Hum Mol Genet. v.17(3),

p.413-418, 2008.

GALI, J.C. Osteoporose. Acta Ortop Bras, v.9(2), p. 53-63, 2001.

GHIGO, E. et al. Growth hormone (GH) responsiveness to combined administration

of arginine and GH-releasing hormone does not vary with age in man. J Clin

Endocrinol Metab, v.71(6), p.1481-1485, 1990.

GIANNOULIS, M.G. et al. Hormone replacement therapy and physical function in

healthy older men. Time to talk hormones? Endocr Rev, v.33, p.314-377, 2012.

GIOVANNINI, S. et al. Modulation of GH/IGF-1 axis: potential strategies to

counteract sarcopenia in older adults. Mech Ageing Dev, v.10, p.593-601, 2008.

GIUSTINA, A.; VELDHUIS, J.D. Pathophisiology of the Neuroregulation of Growth

Hormone secretion in experimental animals and humans. Endocrinol Ver, v.19, n.6,

p. 787-797, 1998.

GLEENSON, H.K. et al. Metabolic effects of growth hormone (GH) replacement in

children and adolescents with severe isolated GH deficiency due to a GR. Receptor

mutation. Clin Endocrinol, v.66, p. 466-474, 2007.

GÓIS-JÚNIOR, M.B. et al. The consequences of growth hormone-releasing hormone

receptor haploinsufficiency for bone quality insulin resistance. Clin Endocrinol,

v.77, p. 379–384, 2012.

GOLA, M. et al. Clinical review; growth hormone and cardiovascular risk factor. J

Clin Endocrinol Metab, v. 90, p. 1864-1870, 2005.

GREENSPAN, F.S.; GARDNER, D.G.; SHOBACK, D. Basic & Clinical

Endocrinology. 8.ed. USA: McGraw-Hill, 2007.

GUCCIONE, A. A. Fisioterapia Geriátrica. 2ªed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2002.

GUDBJARTSSON, D. F. et al. Many sequence variants affecting diversity of adult

human height. Nat Genet, 40: 609–615, 2008.

HAYASHIDA, C.Y. et al. Familial growth Hormone deficiency with Mutated GHRH

receptor gene: clinical and hormonal findings in homozygous and heterozygous

individuals from Itabaianinha-SE. Eur J Endocrinol, v. 142, p. 557-563, 2000.

HARTMAN, M. L. et al. Which patients do not require a GH stimulation test for the

diagnosis of adult GH deficiency? J Clin Endocrinol Metab, v.87(2), p.477-485,

2002.

52

HENDY, G.N. et al. Mutations of the calcium-sensing receptor (CASR) in familial

hypocalciuric hypercalcemia, neonatal severe hyperparathyroidism, and autosomal

dominant hypocalcemia. Hum Mutat, v.16, p.281-296, 2000.

HO, P.J. et al. Beta-thalassaemia intermedia: is it possible consistently to predict

phenotype from genotype? Br J Haematol, v.100(1), p.70-78, 1998.

HOGLER, W.; SHAW, N. Childhood growth hormone deficiency, bone density,

structures and fractures: scrutinizing the evidence. Clinical Endocrinol, v.72, p. 281–

289, 2010.

HOLMER, H. et al. Fracture incidence in GH-deficient patients on complete hormone

replacement including GH. J Bone Miner Res, v. 22, p. 1842-1850, 2007.

HUANG, C. et al. Contributions of vertebral fractures to stature loss among elderly

Japanese-American women in Hawaii. J Bone Miner Res, v.11, p.408-411, 1996.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo

demográfico 2000. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,

2000.

JANSEN, A.C. et al. Phenotypic variability in familial hypercholesterolemia: an

update. Curr Opin Lipidol, v.13, p.165-171, 2002.

JOHANSSON A, JONASSON I, GYLLENSTEN U. Extended Haplotypes in the

Growth Hormone Releasing Hormone Receptor Gene (GHRHR) Are Associated with

Normal Variation in Height. PLoS ONE, www.plosone.org, vol 4, Issue 2, e4464,

2009.

JOHANSSON, J. O. et al. Cardiovascular risk factors in adults patients with growth

hormone deficiency. Acta Endocrinol, v.129, p.195-200, 1993.

JONES, J.I.; CLEMMONS, D.R. Insulin-like growth factors and their binding

proteins: biological actions. Endocr Ver, v.16, p.3-34, 1995.

JULL, A. et al. Serun insulin-like growth factor-I in 1030 healthy children,

adolescents , and adults: relation to age, sex, stage of puberty, testicular size, and

body mass index. J Clin Endocrinol Metab, v.78, p.744-752, 1994.

KALU, D.N. Evaluation of the patogenese of skeletal change in ovariectomized rats.

Clin Endocrinology, v. 115, p. 507-512, 1984.

KATZMAN, H. et al. Effect of long growth-hormone substitution therapy on bone

mineral density and parameters of bone metabolism in adult patient with growth

hormone deficiency. Calc Tissue Int, v. 62, p. 40-46, 1998.

KISNER, C. e COLBY, A. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3ªed.

São Paulo: Manole, 2000.

LATRONICO AC, ARNHOLD IJ. Inactivating mutations of LH and FSH receptors--

from genotype to phenotype. Pediatr Endocrinol Ver. v.4(1), p.28-31, 2006.

53

LE ROITH, D. Insulin-Like a Growth Factors. In: Seminars in Medicine of the Beth

Israel Deaconess Medical Center, v. 336, n. 9, p. 633-640, 1997.

LEE, E. J. et al. Absence of constitutively activating mutations in the GHRH receptor

in GH-producing pituitary tumors. J Clin Endocrinol Metab, v. 86(8), p.3989-3995,

2001.

LÉGER, J. M. Psicopatologia do Envelhecimento. 2ªed. Rio de Janeiro: Vozes,

1994.

LETTRE, G. et al. Identification of ten loci associated with height highlights new

biological pathways in human growth. Nat Genet 40: 584-591, 2008.

LIU, Y-Z. et al. Genetic linkage of human height is confirmed to 9q22 and Xq24.

Human Genetics 119: 295–304, 2006.

LORDA, C. R.; SANCHEZ, C. D. Recreação na terceira idade. Rio de Janeiro:

Sprint, 1995.

MAHESHAWARI, H.G. et al. Phenotype and genetic analysis of a syndrome caused

by an inactivating mutation in the growth hormone-releasing hormone receptor:

Dwarfism of Sindh. J Clin Endocrinol Metab, v.83, p.4065-4074, 1998.

MALERBI, D et al. the Brazilian Cooperative Group on the Study of Diabetes

Prevalence. Multicenter study of the prevalence of diabetes mellitus and impaired

glucose tolerance in the urban Brazilian population aged 30 a 69 years. Diabetes

Care. v.15(11), p.1509-1516, 1992.

MARTARI, M.; SALVATORI, R., Diseases associated with growth Hormone-

releasing receptor (GHRHR) mutations, Prog Mol Biol Transl Sci. v.88, p.57-84,

2009.

MATSUDO, S. M. M. Envelhecimento e atividade física. Londrina: Midiograf,

2001.

MAZO, G. Z.; LOPES, M. A.; BENEDETTI, T. B. Educação física e o idoso:

concepção gerontológica. Porto Alegre: Sulina, 2001.

MENEZES OLIVEIRA, J.L. et al. Lack of evidence of premature atherosclerosis in

untreated severe isolated growth hormone (GH) deficiency due to a GH-releasing

hormone receptor mutation. J Clin Endocrinol Metab, v. 91, p. 2093-2099, 2006.

MENEZES, M. et al., Climacteric in untreated isolated growth hormone deficiency.

Menopause, v.15, p.743–747, 2008.

MENEZES, M. et al. Prolactin and sex steroids levels in congenital lifetime isolated

GH deficiency. Endocrine (Basingstoke), v. 44, p. 207-211, 2013.

54

MOLITCH, M.E. et al. Evaluation and treatment of adult growth hormone deficiency:

an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab, v.91,

p.1621-1634, 2006.

NETCHINE, L. Extensive phenotypic analysis of a family with growth hormone

(GH) deficiency caused by a mutation in the GH-relase hormone recptor gene. J Clin

Endocrinol Metab, v. 83, p. 432-436, 1998.

NETTO, M.P. História da velhice no século XX: Histórico, definição do campo e

temas básicos. In E.V. Freitas., L. Py., A.L. Néri., F.A.X. Cançado., M.L. Gorzoni,

M.L e S.M. ROCHA (Eds.), Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, p.1-12, 2002.

O‟SULLIVAN, S. Fisioterapia, avaliação e tratamento. 2ªed. São Paulo: Manole,

1993.

OHLSSON, C. et al. Growth hormone and bone. Endocr Rev, v.19, p.55-79, 1998.

OLIVEIRA, C.R.P. et al. Adipokine profile and urunary albumin excretion in isolated

growth hormone deficiency. J Clin Endocrinol Metab, v. 95, p. 693-698, 2010.

OLIVEIRA, C.R.P. et al., Insulin sensitivity and cell function in adults with

lifetime, untreated isolated growth hormone deficiency. J Clin Endocrinol Metab, v.

97, n. 3, p. 1013-1019, 2012.

OLIVEIRA, H.A. et al. Magnetic resonance imaging study of pituitary morphology in

subjects homozygous and heterozygous for a null mutation of the GHRH receptor

gene. Eur J Endocrinol, v.148, p.427-432, 2003.

OLIVEIRA, J.L.M. et al. Lack of Evidence of Premature Atherosclerosis in Untreated

Severe Isolated Growth Hormone Deficiency Due to a GHRH Receptor Mutation. J

Clin Endocrin Metab, v.91, p.2093-2099, 2006.

OLNEY, R.C. et al. Heterozygous mutations in natriuretic peptide receptor-B (NPR2)

are associated with short stature. J Clin Endocrinol Metab, v.91, p.1229-1232, 2006.

OMIM - ONLINE MEDILINE INHERITRANCE IN MAN. 2006. Disponível em: <

http://www.pubmed.com > Acesso em: 10 Dez. 2010.

PAOLISSO, G. et al. Glucose tolerance and insulin action in healty centenarians. Am

J Physiol, v.270(5 Pt 1), p.E890-E894, 1996.

PATEL, M.B. et al. Investigating the role of the growth hormone–insulin-like growth

factor (GH–IGF) axis as a determinant of male bone mineral density (BMD). Bone, v.

37, p. 833-841, 2005.

PEREIRA, R.M.C. et al. Heterozygosity for a mutation in the growth hormone-

releasing hormone receptor gene does not influence adult stature, but affects body

composition. J Clin Endocrinol Metab, v. 92, p. 2353-2357, 2007.

55

PHILIPS, J.A. III et al. Molecular basis on familial isolated growth hormone

deficiency. Proc Natl Acad Sci, v. 78, p. 6372-6375, 1981.

PICKLES, B. Fisioterapia na terceira idade. 2ªed. São Paulo: Santos, 2000.

ROSEN, C.J.; DONAHUE, L.R. Insulin-like growth factor and bone: the

osteoporosis. Proc Soc Exp Biol Med, v. 219, p. 1-7, 1998.

ROSEN, T. et al. Increased fracture frequency in adult patients with hypopituitarism

and GH deficiency. Eur J Endocrinol, v. 137, p. 240-245, 1997.

ROSEN, T.; BENGTSSON, B.A. Premature mortality due to cardiovascular disease

in hypopituitarism. The Lancet, v. 336, p. 285-288, 1990.

ROSICKA, M. et al. Ghrelin – a new endogenous growth hormone secretagogue.

Physiol Rev, v.51, p.435-441, 2002.

SALVATORI R. Growth hormone and IGF-1. Rev Endocr Metab Disord, v.5(1),

p.15-23, 2004.

SALVATORI, R. et al. Familial Isolated Growth Hormone Deficiency Due to a

Novel Mutation in the Growth Hormone Releasing Hormone Receptor. J Clin

Endocrinol Metab, v.84, p.917-923, 1999.

SALVATORI, R. et al. Detection of a recurring mutation in the human growth

hormone-releasing hormone receptor gene. Clin Endocrinol (Oxf), v.57(1), p.77-80,

2002.

SALVATORI, R. et al. Serum GH response to pharmacological stimuli and physical

exercise in two new inactivating mutations in the GH-releasing hormone. Eur J

Endocrinol, v. 147, n. 5, p. 591-596, 2002.

SALVATORI, R. et al. Three new mutations in the gene for the growth hormone

(GH)-releasing hormone receptor in familial isolated GH deficiency type IB. J Clin

Endocrinol Metab, v. 86, p. 273-279, 2001.

SASS, D.A. et al. Short-term effects of growth hormone and insulin-like growth

factor I on cancell bone formation in Rhesus macaques monkeys. J Clin Endocrinol

Metab, v. 82, p. 1202-1209, 1997.

SAVAGE M.O et al. Growth hormone insensitivity: pathophysiology, diagnosis,

clinical variation and future perspectives. Horm Res, v.2, p. 32-35, 2001.

SCHNEIDER, M.R. et al. Transgenic mouse models for studying the functions of

insulin-like growth factor-binding proteins. FASEB J, v. 14, p. 629-640, 2000.

SCHOENAU, E. From mechanostat theory to development of the "Functional

Muscle-Bone-Unit". J Musculoskelet Neuronal Interact, v. 5, p. 232-238, 2007.

SOUZA, A.H.O et al. Hormônio do Crescimento ou Somatotrófico: Novas

perspectivas na Deficiência Isolada de GH a partir da descrição da mutação no gene

56

do receptor do GHRH nos indivíduos da cidade de Itabaianinha, Brasil. Arq Bras

Endocrinol Metabol, v. 48, p. 406-413, 2004.

SOUZA, A.H.O. et al. Lifetime, untreated isolated GH deficiency due to a GH-

releasing hormone receptor mutation has beneficial consequences on bone status in

older individuals, and does not influence their abdominal aorta calcification.

Endocrine (Epud ahead of print). 2013.

SOUZA, A.H.O. et al. Qualidade de vida de portadores da deficiência do

hormônio do crescimento em Itabaianinha-SE. Monografia. Especialização em

Endocrinologia Genética, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, 1999.

TOMLINSON, J.W. et al. Association between premature mortality and

hypopituitarism. West Midlands Prospective Hypopituitary Study Group. The

Lancet, v.357(9254), p.425-431, 2001.

UELAND, T. et al. Associction between body composition, circulatuing interleukin-1

receptor antagonist, osteocalcina and insulin metabolism in active acromegaly. J Clin

Endocrinol Metab, v. 95, p. 361-368, 2010.

VI DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA SOBRE

HIPERTENSÃO. Arq Bras Cardiol, v.95 (suplemento 1), p. 1-51, 2010.

VICENTE, T.A.R. et al. Lifetime congenital isolated GH deficiency does not protect

from the development of diabetes. Endocrine Conections, v. 2, p. 112–117, 2013.

WAJNRAJCH, M.P. et al. Nonsense mutation in the human growth hormone-

releasing hormone receptor causes growth failure analogous to the little (lit) mouse.

Nat Genet, v. 12, p.88-90, 1996.

WEEDON, M.N. et al.Genome-wide association analysis identifies 20 loci that

influence adult height. Nat Genet, 40: 575–583, 2008.

WOODS, R. A et al. Phenotype: genotype melatronships in growth hormone

insensitivy syndrome. J Clin Endocrinol Metab, v. 82, p. 3529-35, 1997.

WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Envelhecimento ativo: uma

política de saúde/World Health Organization. Tradução de Suzana Gontijo. Brasília:

Organização Pan-Americana da Saúde, 2005. 60p.

WRIGHT, N.M. et al. Effect of growth hormone on bone; bone mineral density,

trabecular bone volume and alkaline phosphatase improve or are restored in the dwarf

rat treated with growth hormone. J Bone Miner, v. 10, p. 127-131, 1995.

YAKAR, S. et al. Circulating levels of IGF-1 directly regulate bone growth and

density. J Clin Investigation, v. 110, p. 771-781, 2002.

57

ANEXO 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

SERVIÇO DE ENDOCRINOLOGIA

CAMPUS DA SAÚDE PROF. JOÃO CARDOSO NASCIMENTO JR

Rua Cláudio Batista S/N – Bairro Sanatório

CEP: 49060-100 Aracaju -SE – Fone: (79) 2105-1805 Fone/Fax: (79) 3215-2076

Projeto: “Consequências de deficiência isolada e vitalícia do GH”

Número da Ordem de Compra JHU: 8410-62955-7

Ofício nº 086-JHU Aracaju, 20 de agosto

de 2008.

Excelentíssima Senhora Juíza,

Após os contatos com Excelentíssimo Senhor Presidente do Tribunal Regional

Eleitoral de Sergipe, Des. Cláudio Dinart Deda Chagas, e suas Assessorias Jurídicas e

de Comunicação, estamos apresentando a Vossa Excelência o delineamento da

pesquisa “Longevidade nos indivíduos heterozigotos para a mutação de Itabaianinha”,

cujo objetivo é verificar se indivíduos de estatura normal de Itabaianinha, que

apresentam uma herança para o gene do nanismo (heterozigoto) são mais longevos

dos que não apresentam nenhuma herança para o nanismo:

1- Será montada uma tenda (barraca) na praça central de Itabaianinha próximo ao

Supermercado G. Barbosa que será identificada com faixa da Universidade

Federal de Sergipe. Nesta barraca, uma equipe de aproximadamente 21

pessoas, formando 7 grupos de 3 pessoas, identificadas com camisas da UFS,

acolherá os indivíduos interessados em participar da pesquisa, que são

indivíduos de estatura normal com idade entre 20 a 40 anos e indivíduos

maiores que 60 anos, num total aproximado de 700 indivíduos;

2- Cada grupo de três participantes irá medir altura, pesar, medir a pressão

arterial e colher um esfregaço bucal de 100 indivíduos estimado em um tempo

de 3 minutos para cada pessoa. O esfregaço bucal é indolor, será para verificar

quantas pessoas de estatura normal do grupo apresentam uma herança

(heterozigoto) ou nenhuma herança para a mutação que causa o nanismo em

Itabaianinha;

3- Será feita uma divulgação por rádio e carro de som pelas ruas da cidade,

bastante intensa, para explicar os objetivos da pesquisa e garantir o número de

pessoas necessárias para a mesma.

Caso Vossa Excelência concorde com esta pesquisa, solicitamos a fineza de

enviar por fax e correio a declaração correspondente para ser anexada ao processo de

submissão da pesquisa ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFS.

Aguardamos a autorização para que possamos tomar as providências da

logística, haja vista a proximidade das eleições.

Atenciosamente,

Prof. Dr. Manuel Hermínio de Aguiar Oliveira

Gestor do Projeto

Ex.ma Srª

Juíza Aline Cândido Costa

Juíza da 10ª Zona Eleitoral

58

ANEXO 2

TERMO DE CONSENTIMENTO

Local da pesquisa:

Universidade Federal de Sergipe,

Bairro Sanatório, S/N

Aracaju, SE/ Brasil-49.060-100

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título de projeto: Conseqüências de deficiência de hormônio de crescimento isolada

vitalícia parte II (Termo de Consentimento dos Heterozigotos/Normais)

Número da Aplicação: NA_00018533

Patrocinador: Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos da América

Investigador principal: Roberto Salvatori, MD.

Data: 26 de junho de 2008

1. O que você deve saber sobre este estudo:

Estão lhe pedindo que participe de um projeto de pesquisa.

Este termo de consentimento explica o projeto de pesquisa e sua participação

no projeto.

Por favor, leia cuidadosamente e leve o tempo que você achar necessário.

Por favor, faça perguntas qualquer hora a por qualquer coisa que você não

entenda.

Você é um voluntário. Se você participar do estudo, você pode mudar de

idéia depois. Você pode desistir a qualquer momento. Não haverá nenhuma

penalidade ou perda de benefícios se você decidir deixar o estudo.

Durante o estudo, nós lhe diremos qualquer informação nova que viermos a

aprender e que poderia alterar seu desejo de continuar no estudo.

Durante este estudo, você não terá acesso a certas informações médicas e

resultados de teste coletados para propósitos de estudo. Se uma emergência

acontecer enquanto você estiver no estudo, as informações médicas precisas

ou necessárias para seu tratamento serão disponíveis para seu médico.

Identificação do Paciente

59

Quando o estudo for completado, todas as informações em seu registro

médico estarão disponíveis para você.

2. Por que esta pesquisa está sendo realizada?

Esta pesquisa está sendo feita para determinar as conseqüências que a falta de

hormônio de crescimento por muitos anos pode causar além da baixa estatura. Além

disso, nós desejamos estudar se as pessoas de estatura normal, que portam o gene que

causa baixa estatura em Itabaianinha têm alterações no corpo delas, comparados com

pessoas que não portam este gene. Pessoas com baixa estatura devido à deficiência

de hormônio de crescimento, seus parentes de estatura normal, e as pessoas normais

que residem em

Itabaianinha e municípios vizinhos podem se unir a este estudo. Um total de cerca de

930 pessoas entrará no estudo, embora lhes possam participar de diferentes testes.

3. O que acontecerá se você participar deste estudo?

Se você concordar em participar deste estudo, nós lhe pediremos que faça uma ou

mais das seguintes coisas abaixo: (somente as indicadas e não aquelas cruzadas):

Para alguns voluntários só será pedido responder algumas perguntas sobre o estado de

saúde deles e se eles têm parentesco com uns anões. Você será medido e será pesado,

e se for selecionado para a pesquisa, nós coletaremos algumas células dentro de sua

boca esfregando um cotonete de algodão suavemente na sua bochecha por

aproximadamente 30 segundos. Isto nos permitirá obter seu DNA (material genético)

para determinar se você pode transmitir a sua descendência, o gene alterado que causa

a baixa estatura nos anões de Itabaianinha.

Baseado no resultado do teste genético nós podemos lhe pedir que leve adiante uma

segunda fase do estudo. Nós lhe pediremos que seja examinado em Itabaianinha ou na

Universidade Federal de Sergipe em Aracaju. Nós organizaremos um transporte de

carro à noite antes da prova ou mesmo no dia da prova para participantes serem

deslocados para Aracaju, e transporte de retorno ao término de teste. Se você passar a

noite, você ficará sem nenhum custo no Hospital Universitário da Universidade

Federal de Sergipe. Nós lhe pediremos que faça os testes indicados (nós colocaremos

um “x” nos testes você não será solicitado para fazer):

( )Será medida sua pressão sanguínea, estatura, dobras de pele

( )Colher seis colheres de chá de sangue

( )Nós lhe perguntaremos se você poderá estar grávida. Se você responder

que sim será pedido para você colher uma amostra de sua urina, onde

realizaremos um teste para saber se você está grávida

( )Medir a força de seus ossos e a distribuição da gordura em seu corpo por

um teste chamado “densitometria óssea por absorção de raios X de dupla

energia (DXA)”

( )Realize um teste para medir a quantidade de hormônio de crescimento que

você produz durante a noite enquanto você dorme. Você será transportado

para o Hospital Universitário em Aracaju, você receberá um jantar grátis.

60

Depois do jantar, uma veia será puncionada com um escalpe e uma agulha

será colocada no antebraço. Será tirado então sangue, à noite com intervalo de

vinte minutos a partir de 22:00 horas até às 8:00 horas da manhã seguinte,

enquanto você dorme em uma cama de hospital. Um máximo de 4 colheres de

sopa de sangue será coletado.

( )Realize um teste de Tolerância a glicose para medir o aumento no sangue

do nível de um hormônio chamado insulina, depois que nós injetarmos açúcar

em sua veia. De manhã cedo, você será transportado para o Hospital

Universitário em Aracaju. Você será solicitado para não comer nada antes da

meia-noite, até o fim do teste. Serão puncionadas duas veias e colocados dois

escalpes onde serão colocadas duas agulhas em seus antebraços. A metade de

colher de chá de sangue será tirada novamente através do escalpe nos tempos

15, 10 e 1 minuto antes da administração do açúcar, e 5, 10, 15, 30, 45, 60, 90,

120 e 180 minutos depois da administração do açúcar. O total de sangue

puncionado não será mais que 2 colheres de sopa. O único efeito negativo que

a água e açúcar podem causar é um aumento ou diminuição dos níveis de

açúcar no sangue.

( )Voce realizará uma ultrasonografia abdominal total para verificar o nível

de gordura na parede abdominal, através de um procedimento indolor próximo

ao seu umbigo.

Uma parte de seu sangue será armazenada para possível repetição das provas

ou estudos futuros.

Você só receberá os resultados do estudo se nós descobrirmos qualquer

problema médico que pode precisar de tratamento.

Quanto tempo você estará no estudo? Você estará neste estudo por um tempo

máximo de 24 horas.

4. Quais os riscos ou desconfortos do estudo?

A coleta do material bucal, o exame médico, medida das dobras da pele,

pressão sanguínea e a ultra-sonografia não levam a nenhum risco.

A coleta de sangue, só leva ao risco de um pequeno sangramento, mas este

procedimento será realizado por pessoal treinado, com material estéril para

minimizar riscos.

Se for realizado o DXA (Densitometria óssea), este estudo de pesquisa

incluirá exposição à radiação de radiografias ou raios gama. Esta exposição

de radiação só é para propósitos de pesquisa e não é parte de seu tratamento

médico. Radiografias e raios gama podem danificar células, mas em baixas

doses, o corpo pode normalmente reverter este quadro. A exposição de

radiação que você entrará em contato neste estudo de pesquisa é 0.02 rem (um

rem é uma unidade de radiação absorvida). Isto é menos que o 0.3 rem que a

pessoa comum nos Estados Unidos obtém cada ano de fontes naturais como o

sol, espaço exterior, ar, comida, e terra. O risco da exposição de radiação neste

estudo de pesquisa é muito pequeno. A exposição de radiação descrita aqui é

somente a que você obterá neste estudo de pesquisa. Não inclui nenhuma

exposição que você pode ter recebido ou receberá de outros testes médicos

fora deste estudo que é uma parte de seu tratamento médico. Se você tem

61

perguntas sobre o total de radiação que você estará recebendo, você deverá

perguntar para seu médico.

Se você realizar o teste de tolerância de glicose, há um risco pequeno que o

açúcar em seu sangue possa ficar muito baixo. Se isto acontecer, você pode

notar que as batidas do seu coração se tornarão mais rápida, você poderá

começar a suar muito e perder um pouco a concentração. Se isto acontecer,

você deverá nos informar imediatamente, e nós administraremos açúcar

(Glicose) em sua veia, e o teste será parado, voltando tudo ao normal.

Você pode se sentir cansado ou entediado enquanto nós estivermos lhe

fazendo perguntas ou você estiver completando questionários. Você não tem

que responder qualquer pergunta você não queira responder.

Pode haver efeitos colaterais e desconfortos que ainda não são conhecidos.

Durante este estudo, você será comunicado sobre qualquer fato novo que

poderia afetar a sua continuidade neste estudo.

5. Há riscos relacionados à gravidez?

Mulheres grávidas não podem fazer parte neste estudo. Se você for mulher e

desconfie que pode estar grávida, você tem que ter um teste de gravidez. Os

resultados deste teste deve ser negativos para que você continue no estudo. Se você

ficar grávida (ou tiver suspeita de gravidez) antes do estudo ser completado, você

tem que informar ao médico responsável pelo estudo. Porém, esta pesquisa pode

lesar um embrião ou feto de modo que nós não sabemos atualmente.

6. Há benefícios de estar no estudo?

Não há nenhum benefício direto a você de estar neste estudo.

Voce poderá ajudar a outros no futuro.

7. Quais as opções se você não quiser fazer parte neste estudo?

Você é livre para decidir se você quer participar deste estudo. Em nenhum momento

será negado cuidado médico futuro a você porque se recusou a entrar neste estudo.

Você não tem que participar deste estudo. Se você não participar, seu atendimento na

Johns Hopkins University ou Universidade Federal de Sergipe não será afetado.

8. Você teria alguma despesa para participar deste estudo?

Não.

9. Você será pago para participar deste estudo?

Você não será pago para participar deste estudo. Se lhe pedirem para ir à Aracaju,

serão providenciados transporte e alimentação gratuitamente. Voce poderá receber

diária pelo dia de trabalho perdido.

10. Você pode deixar o estudo mais cedo?

Você pode concordar estar no estudo agora e depois mudar de idéia.

Se você desejar parar, por favor, nos fale imediatamente.

62

Você deixando o estudo mais cedo não terá seu tratamento médico

interrompido.

Se você deixar o estudo mais cedo, o Johns Hopkins pode usar ou distribuir a

informação sobre sua saúde que já tem mesmo que você não dê seguimento ao

estudo.

11. O que nos levaria a retirá-lo mais cedo do estudo?

Você pode ser levado para sair do estudo se:

Ficar no estudo for prejudicial a sua saúde.

Você precisa de tratamento não permitido no estudo.

Você não seguir as instruções.

Você ficar grávida.

O estudo for cancelado.

Pode haver outras razões que nós não sabemos neste momento para retirá-lo

deste estudo.

12. Como sua privacidade será protegida?

Algumas informações de sua saúde coletadas neste estudo serão enviadas para os

Estados Unidos.

Há uma lei nos Estados Unidos que protegem esta informação. A lei diz que

informações médicas sobre você só podem ser usadas seguindo regras rígidas.

Estamos lhe pedindo que nos deixe usar e distribuir detalhes sobre sua saúde como

permitido por esta lei norte americana. Você não tem que concordar em permitir que

façamos isto. Se você não estiver de acordo, você não entrará neste estudo. Se você

concordar em nos deixar usar e distribuir informação sobre sua saúde você poderá

mudar de ideia a qualquer momento. Caso você mude de ideia, por favor, nos fale e

nos dê documento por escrito dizendo que mudou de ideia quanto a participar do

estudo. Desta data em diante nós não coletaremos mais novas informações sobre sua

saúde. Seu cancelamento não afetará as informações já coletadas anteriormente neste

estudo.

13. O estudo exigirá que outros provedores de assistência médica

compartilhem de suas informações de saúde com os pesquisadores deste estudo?

Como parte deste estudo, os pesquisadores podem pedir para ver seus registros

médicos de outros provedores de assistência médica. Nós pediremos para que este

outro provedor de assistência médica nos forneça qualquer informação sobre seu

estado de saúde e cuidados médicos.

14. Que custos de tratamento serão pagos se você ficar doente neste estudo?

O governo federal e Johns Hopkins não têm programas para pagar se você for lesado

ou tenha outras reações ruins por estar no estudo. Porém, os cuidados médicos no

Johns Hopkins e a Universidade Federal de Sergipe estarão abertos a você como é a

todas as pessoas doentes ou feridas.

63

- Se você tem plano médico de saúde: Serão faturados os custos para qualquer

tratamento ou cuidado hospitalar que você receba como o resultado de um dano

relacionado ao estudo. Qualquer valor que não for coberto pelo seu plano de saúde

será faturado em seu nome.

- Se você não tem plano médico de saúde: Será faturado em seu nome qualquer custo

para qualquer tratamento ou cuidado hospitalar que você receba como o resultado de

um dano relacionado ao estudo.

15. Que outras coisas você deveria saber sobre este estudo de pesquisa?

A) O que é o Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) e como o protege?

O CEP do Johns Hopkins Medicine e da Universidade Federal de Sergipe são

compostos de :

Médicos

Enfermeiras

Conselho de Ética

Não cientistas

E pessoas da comunidade local.

O CEP revisa estudos de pesquisa em seres humanos. Protege os direitos e bem-estar

das pessoas que participam nesses estudos. Você pode contatar o CEP se você tiver

perguntas sobre seus direitos como participante ou se você pensa que você não foi

tratado devidamente. O número do telefone do CEP da Universidade Federal de

Sergipe é (079) 2105-1805, falar com Maria do Carmo Queiroz Gouveia. Você

também pode ligar para este número para retirar outras dúvidas sobre a pesquisa.

B. O que você faz se tiver perguntas sobre o estudo?

Ligue para o investigador, Dr. Manuel H. Aguiar-Oliveira no número 079 - 3227-

3026. Se você não puder localizar o investigador principal pode falar com outra

pessoa, ligue para o Comitê de Ética em Pesquisa no Hospital Universitário da

Universidade Federal de Sergipe pelo telefone (79) 2105-1805.

C. O que deveria fazer você se você se sentir doente como resultado de estar

neste estudo?

Ligue para Dr. Manuel H. Aguiar-Oliveira, pelo telefone (079) 3227-3026 ou pelo

celular (79) 8803-9726, se você tiver um problema médico urgente relacionado à sua

participação neste estudo.

Ligue para o investigador local, Dr. Dr. Manuel Aguiar-Oliveira, ou telefone para

(079) 3227-3026 ou o celular (79) 8826.6335 se você pensa que você está doente por

causa deste estudo. O tratamento médico na Universidade Federal de Sergipe está

aberto a você como a qualquer pessoa doente.

D. O que acontece a Dados, Tecidos, Amostras de Sangue que são coletados no

estudo?

64

A Universidade Johns Hopkins e a Universidade Federal de Sergipe são dedicadas à

descoberta das causas e curas das doenças. As informações, tecidos, amostras de

sangue coletadas de seu corpo durante este estudo são importantes para o mesmo e

para pesquisas futuras.

16. O que significa sua assinatura neste termo de consentimento?

Sua assinatura neste termo significa que:

Você entende a informação contida neste termo de consentimento

Você aceita as condições deste termo de consentimento

Você concorda em participar do estudo

Você não desistirá de nenhum direito legal por assinar este termo de

consentimento.

NÓS LHE DAREMOS UMA CÓPIA DESTE TERMO DE CONSENTIMENTO

ASSINADA E DATADA.

Este Termo de Consentimento foi aprovado em: 15/07/2008 até 14/07/2009.

Não assine depois da data de vencimento de: 14/07/2009.

PARA ADULTOS CAPAZES DE DAR CONSENTIMENTO:

_______________________________________________________________

Assinatura do Participante Data

PARA ADULTOS NÃO CAPAZES DE DAR CONSENTIMENTO:

Assinatura do Representante/guardião/cuidador de saúde Data

ASSINATURA(S):

_______________________________________________________________

Assinatura de Pessoa que Obtém o Termo de Consentimento Data

(Investigador pó pessoas designada pelo CEP)

_______________________________________________________________

Assinatura de Testemunha para Consentir Procedimentos Data

NOTA: UMA CÓPIA DO TERMO DE CONSENTIMENTO ASSINADA DEVE

SER MANTIDA PELO INVESTIGADOR PRINCIPAL, UMA CÓPIA DEVE SER

DADA AO PACIENTE E SE APROPRIADO, UMA CÓPIA DO TERMO DE

65

CONSENTIMENTO PODE SER COLOCADA NO PRONTUÁRIO MÉDICO DO

PARTICIPANTE.

PARA USO DE ESCRITÓRIO SÓ: ESTUDO APROVADO PARA MATRÍCULA DE: ( x ) Só Adultos ( ) Adultos e Crianças ( ) Só Crianças

66

ANEXO 3

Entrevista

Nº ______________

Nome: ____________________________________________________________

Endereço:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Data de Nascimento: _______ / _______ / _____________

Idade: __________ anos

Parentesco com Anão:

Não ( ) Sim ( ) Qual: _____________________________

Fumante: Não ( ) Sim ( ) Quantos cigarros por dia: ________________

Diabético: Não ( ) Sim ( ) Não sabe: ( )

Indicadores do Consumo de Álcool:

QUANTIDADE (SEMANAL) CLASSIFICAÇÃO MARCAR

Nada Não Consome

Até 3 doses (destilada) ou garrafas

(fermentadas) Consumo leve

De 3 a 7 doses (destilada) ou garrafas

(fermentadas)

Consumo

moderado

Acima de 7 doses (destilada) ou garrafas

(fermentadas) Consumo elevado

Peso: 1._________ Kg 2._________ Kg 3._________ Kg

Altura: 1._________cm 2._________cm 3._________cm

Pressão Arterial: 1.______ X ______mm/Hg 2.______ X ______mm/Hg

3.______ X ______mm/Hg

Coleta do Swab Bucal: Sim ( ) Não ( ) Porque:_________________________

Entrevistado por: ____________________________

Equipe: ____________________________________

67

ANEXO 4

Parecer do CEP e CONEP

PARECER CONSUBSTANCIADO – CEP 043/2004

Título: Consequências da deficiência isolada e vitalícia do hormônio o crescimento.

Finalidade: Projeto em parceria UFS-Jonh Hopkins. Pesquisadores responsáveis: Prof Dr Manuel Hermínio de Aguiar Oliveira

(graduado em Medicina, Mestre e Doutor em Clínica Médica/Endocrinolog<a) e Prof Dr Roberto Salvatori, (graduado em Medicina, especialista em Medicina Interna e Endocrinologia, Diabete e Metabolismo, pós-graduado pela Cornell University Medicai College e pela Jonh Hopkins University, na qual é Professor Assistente).

Data de entrada no CEP: 29/04/04. Data de análise: 07/05/04.

1) Folha de Rosto: adequadamente preenchida. 2) Projeto: o Projeto de Pesquisa apresentado apresenta-se adequado nos seus

tópicos: Introdução, Objetivos, Revisão Bibliográfica, Metodologia e Referências Bibliográficas.

3) Consta do projeto a Previsão Orçamentaria, bem como o patrocinador (Jonh Hopkins University).

4) Consta Cronograma de Execução, segundo o qual a coleta de dados deve ter início no segundo semestre/2004.

5) Consta detalhado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de acordo com a Resolução CNS 196/96, bem como a aprovação pelo CEP da instituição parceira.

6) Todos os documentos originariamente em inglês foram traduzidos para a

Língua Portuguesa.

Conclusão: consideramos que o projeto acima deva ser aprovado por este CEP.

Rosana Cipolotti

68

MINISTÉRIO DA SAÚDE Conselho Nacional de Saúde Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP

PARECER N° 1361/2004

Registro CONEP : 10212 (Este nu deve ser citado nas correspondências referentes a este projeto)

Registro CEP: 043/2004 Processo n° 25000.064789/2004-90

Projeto de Pesquisa: "Consequências da deficiência isolada e vitalícia do hormônio

do crescimento". Pesquisador Responsável: Dr. Manuel Hermínio de Aguiar Oliveira. Instituição: Universidade Federal de Sergipe/SE

Área Temática Especial: Genética humana c/c cooperação estrangeira.

Ao se proceder à análise das respostas ao Parecer CONEP n° 112/2004, relativo

ao projeto em questão, considerou-se que:

a- Foram atendidas as solicitações do referido parecer. 1

b- O projeto preenche os requisitos fundamentais das Resoluções CNS 1S6/96 e

292/99, sobre Diretrizes. e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo

Seres Humanos:

c- O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição

supracitada.

Diante do exposto, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP, de acordo

com as atribuições definidas na Resolução CNS 196/96, manifesta-se pela

aprovação do projeto de pesquisa proposto.

Situação: Projeto aprovado .

Brasília, 15 de julho de 2004.

WILLIAM SAAD HOSSNE

Coordenador da CONEP/CNS/MS

69

APÊNDICE 1

70

71

72

73

74

75

76

77

APÊNDICE 2

From: [email protected]

[mailto:[email protected]] On Behalf Of

Endocrine (ENDO)

Sent: Wednesday, January 22, 2014 10:23 AM

To: Roberto Salvatori

Subject: ENDO - Submission Confirmation

Dear Dr. Roberto Salvatori,

Thank you for submitting your manuscript, Older individuals heterozygous for a null

GHRH receptor gene mutation loose more height that normal subjects. Contribution

to frailty?, to Endocrine.

During the review process, you can keep track of the status of your manuscript by

accessing the following web site:

http://endo.edmgr.com/

Should you require any further assistance please feel free to e-mail the Editorial

Office by clicking on "Contact Us" in the menu bar at the top of the screen.

With kind regards,

Springer Journal‟s Editorial Office

Endocrine

Now that your article will undergo the editorial and peer review process, it is the right

time to think about publishing your article as open access. With open access your

article will become freely available to anyone worldwide and you will easily comply

with open access mandates. Springer's open access offering for this journal is called

Open Choice (find more information on www.springer.com/openchoice). Once your

article is accepted, you will be offered the option to publish through open access. So

you might want to talk to your institution and funder now to see how payment could

be organized; for an overview of available open access funding please go to

www.springer.com/oafunding.

Although for now you don't have to do anything, we would like to let you know about

your upcoming options.

78

Older individuals heterozygous for a null GHRH receptor gene mutation loose

more height that normal subjects. Contribution to frailty?

Rossana M. C. Pereira, Roberto Salvatori, Carla R. P. Oliveira, Anita H. O. Souza,

Elenilde G. Santos, Viviane C. Campos, Eugênia H. O. Valença, Francielle T. de

Oliveira, Luiz A. Oliveira-Neto, Miburge B. Gois-Junior, Francisco A. Pereira and

Manuel H. Aguiar-Oliveira.

Department of Medicine, Federal University of Sergipe (R.M.C.P.,C.R.P.O.,

A.H.O.S., E.G.S., V.C.C., E.H.O.V., F.T.O., L.A.O.-N., M.B.G.-J., F.A.P.,M.H.A.-

O.), Aracaju, Sergipe, Brazil 49060-100; and the Division of Endocrinology,

Diabetes and Metabolism, Department of Medicine (R.S), The Johns Hopkins

University School of Medicine, Baltimore, Maryland 21287;

Corresponding author:

Roberto Salvatori, MD,

Division of Endocrinology,

Johns Hopkins University School of Medicine,

1830 East Monument street suite #333,

Baltimore, MD 21287

Fax (410) 955-3921 Phone (410) 955-3921

e-mail: [email protected]

Short title: Height in old heterozygous individuals

Key words: GHRH receptor, mutation, heterozygosis, frailty

Word count: 1510

79

Abstract

Purpose: When compared to normal subjects, adult individuals heterozygous for the

c.57+1G>A mutation in GHRH receptor gene (GHRHR) (MUT/N) have similar

height, but reduced weight and body mass index (BMI). However, only 10 % of the

previously studied individuals were older than 60 years of age. We study here

whether older MUT/N have an additional phenotype.

Methods: In a cross sectional study we studied height, weight, systolic and diastolic

blood pressure and BMI in two groups (young, 20-40 years of age) and old (60-80

years) of MUT/N individuals, and compared to a large number of individuals of

normal genotype (N/N). In order to compare both genders, data were expressed as

standard deviation scores (SDS).

Results: SDS weight was lower [-0.13 (1.4) and -0.56 (1.8), p=0.03], and BMI had a

trend toward reduction [0.08 (1.40) and 0.33 (1.4), p=0.060] in young MUT/N in

comparison to young N/N. SDS height was lower in older MUT/N individual vs. N/N

[-2.79 (1.1) and -2.37(1.0), p=0.04], corresponding to a reduction of 4.16 cm.

Conclusions: These data confirm reduction in weight and BMI in young and show

reduced stature in older MUT/N subjects, indicating different effects of heterozygosis

through the ages. The reduction of muscle mass already present at young age,

aggravated by aging may contribute to this reduction in height. Heterozygous

GHRHR mutations may be a factor contributing to frailty in elderly.

80

Introduction

Aging is associated with a progressive decline in muscle mass (MM) and

function, resulting in loss of autonomy and decreased morbidity. A better

understanding of the causes of MM decline and strategies to prevent it represents a

public health priority. The correlation between the age-dependent decline of growth

hormone (GH) and insulin-like growth factor-I (IGF-I) levels and changes in body

composition, bone status and physical function have suggested that the GH/IGF-I axis

decline may promote frailty by contributing to the reduction of MM and bone

mineral density (BMD) [1, 2, 3]. Aging-related height reduction is caused by

flattening of vertebral disks and bodies, and the accentuation of sagittal curvature of

the spinal column associated to the reduction of both MM and BMD. Between 60 and

80 years of age, height reduction is nearly two cm per decade 4. This predicts

disability, a late outcome of the frailty syndrome of the elderly 5.

Homozygous GHRHR mutations are an important genetic cause of GH

deficiency (GHD) resulting in short stature 6. Haplotype GHRHR variations are also

important genetic factors for the height variation in normal populations 7.

The c.57+1G>A GHRHR mutation, found in Itabaianinha, Brazil, is the one

with the highest number of affected (MUT/MUT) individuals 8. The untreated

adults present severe short stature, increase in fat mass percentage, and marked

reduction in MM 9, but normal volumetric BMD both in individuals below 10 and

above 60 years of age 11.

While the consequences of bi-allelic GHRHR mutations are obvious, the

heterozygous carriers do not appear readily distinguishable from homozygous normal

(N/N) subjects. In a previous study, we have shown that MUT/N subjects have

reduced weight, body mass index (BMI) and MM, but their adult stature is not

significantly shorter than matched local controls 12. However, only 10 % of these

individuals were ≥60 years of age. We hypothesized that the reduction of MM can

worsen during senescence, leading to bone and postural changes and eventually

height reduction. The main objective of this work was to assess the stature of older

MUT/N individuals. Secondary aims were to evaluate the consequences of

heterozygosity in the aging on weight, BMI and blood pressure.

81

Subjects and Methods

A transversal study was carried out to compare height, body weight, BMI and,

in two groups of genotyped normal-appearing subjects, young (20 to 40 yrs) and old

(60 to 80 yrs) residing in Itabaianinha County, Sergipe Brazil, where the c.57+1G>A

GHRHR mutation is highly prevalent. Advertising by broadcast and loud speakers,

we invited people to volunteer on the day of the October 2008 municipal elections. A

total of 843 normal appearing subjects volunteered, 500 young (255 females, 51%)

and 343 old (164 females, 48%). They were all genotyped from buccal swabs as

previously described 13.

Height (cm) and body weight (kg) were measured with a portable stadiometer

and a portable scale. Body mass index (BMI) was calculated using the formula:

weight in kg/height m2. BMI was expressed in absolute values and standard deviation

scores (SDS), calculated using the British 1990 Growth Reference Data, by using the

site http://www.phsim.man.ac.uk/SDSCalculator/SDSCalculator.aspx.

Blood pressure was the mean value of three measurements after 10 min in

seated position.

Data are expressed in mean (SD). Student‟s t test was used to compare the

groups, and Fisher test was used to compare possible factors influencing the

phenotype in each group, namely alcoholism, smoking and self-reported diagnosis of

diabetes. Institutional Review Boards of both the Johns Hopkins University and the

Federal University of Sergipe approved the protocol, and all subjects provided written

informed consent.

82

Results

Results are shown in table 1. There was no difference in the prevalence of the

MUT/N genotype in the two groups: young 39/500 (7.8%) and older 24/343 (7.0%).

SDS height was lower in older MUT/N individuals vs. N/N [-2.79 (1.1) and -2.37

(1.0), p=0.04] corresponding to a height reduction of 4.16 cm (p = 0.02). There was

no difference in SDS height in young MUT/N [-1.4 (1.2) and -1.2 (1) vs. N/N],

corresponding to 2.35 cm. Weight SDS was lower in younger (p = 0.03) MUT/N

while difference in BMI did not reach statistical significance (p = 0.06). No

difference was found in prevalence of alcoholism, smoking and self-reported

diagnosis of diabetes between MUT/N and N/N in any age group.

83

Discussion

While most autosomal recessive disease manifest a phenotype only when both

alleles are defective, there are many examples of partial phenotype caused by a single

allele defect “(“gene dosage effect”). Examples, among others, include mutations in

genes encoding the calcium-sensing receptor 14, the natriuretic peptide receptor-B

15, and the melanocortin 4 receptor 16. Accordingly, we have previously reported

that adult subjects carrying a single mutated GHRHR allele have low body weight due

to a combination of reduced muscle mass and a trend toward a reduction in fat mass

(Kg), but normal adult stature 12.

Age-related height loss is a phenomenon associated with sarcopenia,

osteoporosis and frailty, conditions that are very prevalent and of high health care

cost 1. Therefore, understanding the mechanisms of height loss in the elderly is very

relevant in terms of public health. These data of different height phenotype in young

adulthood and senescence (when the MUT/N subjects appear shorter than controls)

provides evidence that genetic factors may contribute to age-related loss of stature.

The height reduction of elderly MUT/N can be mediated by changes in two

interrelated factors, body composition and bone strength. We recently reported that

both young 10 and old [11] GHD individual with bi-allelic GHRHR mutation have

normal volumetric BMD, and the older GHD subjects actually have a lower number

of vertebral fractures than in normal homozygous subjects, suggesting a beneficial on

bone phenotype during aging. A possible explanation is that the GHD individuals

have bones well adapted to their reduced muscle mass and strength. The mechanostat

theory proposes that bones adapt depending on the strength required to withstand the

stress caused by physiological loads at a level close to a set point, leading to a

relationship between bone strength, and muscle strength and bone size 17. Thus, the

short GHD individuals may be well adjusted to the size of their body, with bones that

throughout life are well adapted to their reduced loading forces 11. We do not have

data on GH secretion in MUT/N, but we hypothesize that the MUT/N old phenotype

resembles adult onset GH deficiency, who have an increased risk of fractures 18. In

this condition, subjects with normal adult height and bone dimensions, and with

decline in the GH/ IGF-I axis, may have weaker muscles and neuro-muscular

function decline. As they cannot revert into a smaller size, their body and habitual

84

loading forces are excessive for their weakened musculoskeletal system [19].

Obviously, further studies need to confirm this hypothesis.

The height reductions found in the young group, 2.35 cm (not significant) and

in the elderly group 4.16 cm (p = 0.02) are of a degree similar to that found in two

independent Scandinavian cohorts with specific GHRHR haplotypes (1.2 to 3.8 cm)

7. The subjects in that study were of broad age (between 15 and 87 years), and no

age stratification was provided. It is possible that a more marked difference would

have been found if they had focused on individuals > 60 yrs. As several families have

been reported with GHD due to compound heterozygosity for two distinct GHRHR

mutations [6], it is conceivable that these defective GHRHR alleles are rather

common in the general population. It is therefore conceivable that in the future a

panel of genetic markers, including GHRHR haplotypes or mutations, may be useful

to stratify risk of height loss or other aging- associated phenomena.

Reduced signaling in the GH/IGF-I slows down the aging and increased

longevity in different animal models, and very recently it was reported that the GH

receptor gene-disrupted (GHR-KO) mouse is protected from age-induced

neuromusculoskeletal frailty [20], a finding similar to our MUT/MUT individuals

11, 13. However, MUT/N individuals seem to be more prone to the consequences of

aging than N/N, possibly due to more marked worsening of the physiological

decrease of GH/IGF–I. Although present clinical evidence does not recommend the

use of recombinant GH therapy as anti-aging, some investigators have suggested a

potential utility of GH therapy in the treatment of sarcopenia and frailty in the elderly

[2, 21]. It is possible that older MUT/N individuals could benefit from this therapy.

Contrarily to stature, blood pressure was similar in both young and elderly

groups, with the expected increase in blood pressure with aging in both MUT/N and

N/N group. The normal blood pressure pattern, combined with normal beta cell

function and increased insulin sensitivity [22, 23] may contribute to the normal

longevity of MUT/N individuals [13].

In conclusion, the reduced height found in the elderly MUT/N shows that the

phenotypic expression of heterozygosity for a GHRHR mutation can be seen more

clearly in later stages of life, possibly reflecting the reduced activity of the GH-IGF-I

axis in aging. The decreased muscle mass already present in young MUT/N adults,

exacerbated by aging may contribute to this decrease in height.

85

Acknowledgements

We thank the Tribunal Electoral de Sergipe and the Catholic Roman and First

Baptist churches in Itabaianinha for allowing us to perform this work.

Ethical standards

Institutional Review Boards of both the Johns Hopkins University and the

Federal University of Sergipe approved the protocol. Written informed consent was

obtained from all subjects. Experiments comply with the current laws of Brazil and

USA.

Conflict of interest

The authors declare that there is no conflict of interest that could be perceived

as prejudicing the impartiality of the research reported.

86

References

1. S. Giovannini, E. Marzetti, S. E. Borst, C. Leeuwenburgh, Modulation of GH/IGF-

1 axis: potential strategies to counteract sarcopenia in older adults. Mech Ageing Dev.

10, 593-601 (2008)

2. A. Bartke, The somatotropic axis and aging: mechanisms and persistent questions

about practical implications. Exp Gerontol. 44, 372-374 (2009)

3. M.B. Patel, N.K. Arden, L.M. Masterson, D.I. Phillips, R. Swaminathan, H.E.

Syddall, C.D. Byrne, P.J. Wood, C. Cooper, R.I. Holt, Hertford Cohort Study

Gruoup, Inves investigating the role of the growth hormoneinsulin-like growth factor

(GH-IGF) axis as a determinant of male bone mineral density (BMD). Bone. 37, 833–

41 (2005)

4. C. Huang, P.D. Ross, E. Lydick, J.W. Davis, R.D. Wasnich, Contributions of

vertebral fractures to stature loss among elderly Japanese-American women in

Hawaii. J Bone Miner Res. 11, 408-411 (1996)

5. G. Abellan van Kan, Y. Rolland, M. Houles, S. Gillette-Guyonnet, M. Soto, B.

Vellas, The assessment of frailty in older adults. Clin Geriatr Med. 26, 275-286

(2010)

6. M. Martari, R. Salvatori, Diseases associated with growth Hormone-releasing

receptor (GHRHR) mutations, Prog Mol Biol Transl Sci. 88, 57-84 (2009)

7. A. Johansson, I. Jonasson, U. Gyllensten, Extended Haplotypes in the Growth

Hormone Releasing Hormone Receptor Gene (GHRHR) Are Associated with Normal

Variation in Height. PLoS ONE, www.plosone.org. 4, e4464 (2009)

87

8. R. Salvatori, C.Y. Hayashida, M.H. Aguiar-Oliveira, J.A. 3rd Phillips, A.H. Souza,

R.G. Gondo, S.P. Toledo, M.M. Conceição, M. Prince, H.G. Maheshwari, G.

Baumann, M.A. Levine, Familial Isolated Growth Hormone Deficiency Due to a

Novel Mutation in the Growth Hormone Releasing Hormone Receptor. J Clin

Endocrinol Metab. 84, 917-923 (1999)

9. Oliveira CR, Salvatori R, Meneguz-Moreno RA, Aguiar-Oliveira MH, Pereira RM,

Valença EH, Araújo VP, Farias NT, Silveira DC, Vieira JG, Barreto-Filho JA

Adipokine profile and urunary albumin excretion in isolated growth hormone

deficiency. J Clin Endocrinol Metab. 95, 693-698 (2010)

10. C.C. Epitácio-Pereira, G.M. Silva, R. Salvatori, J.A. Santana, F.A. Pereira, M.B.

Gois-Junior, A.V. Britto, C.R. Oliveira, A.H. Souza, E.G. Santos, V.C. Campos, R.M.

Pereira, E.H. Valença, R.A. Barbosa, M.I. Farias, F.J. de Paula, T.V. Ribeiro, M.C.

Oliveira, M.H. Aguiar-Oliveira et al. Isolated GH deficiency due to a GHRH receptor

mutation causes hip joint problems and genu valgum, and reduces size, but not

density of trabecular and mixed bone. J. Clin. Endocrinol. Metab. 11, E1710-E1715.

doi:10.1210/jc.2013-2349 (2013)

11. A.H.O. Souza, M.I.T. Farias, R. Salvatori, G.M.F. Silva, J.A.M. Santana, F.A.

Pereira, F.A. de Paula, E.H.O. Valença, E.V. Melo, R.A.A. Barbosa, R.M.C. Pereira,

M.B.Gois-Junior, M.H. Aguiar-Oliveira, Lifetime, untreated isolated GH deficiency

due to a GH-releasing hormone receptor mutation has beneficial consequences on

bone status in older individuals, and does not influence their abdominal aorta

calcification. Endocrine (Epud ahead of print) (2013)

88

12. R.M.C. Pereira, M.H. Aguiar-Oliveira, A. Sagazio, C.R. Oliveira, F.T. Oliveira,

V.C. Campos, C.T. Farias, T.A. Vicente, M.B. Gois-Junior, J.L. Oliveira, C.

Marques-Santos, I.E. Rocha, J.A. Barreto-Filho, R. Salvatori, Heterozygosity for a

mutation in the growth hormone-releasing hormone receptor gene does not influence

adult stature, but affects body composition. J Clin Endocrinol Metab. 92, 2353-2357

(2007)

13. M.H. Aguiar-Oliveira, F.T. Oliveira, R.M.C. Pereira, C.R. Oliveira, A. Blackford,

E.H. Valença, E.G. Santos, M.B. Gois-Junior, R.A. Meneguz-Moreno, V.P. Araujo,

L.A. Oliveira-Neto, R.P. Almeida, M.A. Santos, N.T. Farias, D.C. Silveira, G.W.

Cabral, F.R. Calazans, J.D. Seabra, T.F. Lopes, E.O. Rodrigues, L.A. Porto, I.P.

Oliveira, E.V. Melo, M. Martari, R. Salvatori, Longevity in untreated congenital

growth hormone deficiency due to a homozygous mutation in the GHRH receptor

gene. J Clin Endocrinol Metab. 95, 4000-4008 (2010)

14. E.M Brown, Clinical lessons from the calcium-sensing receptor. Nat Clin Pract

Endocrinol Metab. 3, 122-133 (2007)

15. R.C. Olney, H. Bükülmez, C.F. Bartels, T.C. Prickett, E.A. Espiner, L.R. Potter,

M.L. Warman, Heterozygous mutations in natriuretic peptide receptor-B (NPR2) are

associated with short stature. J Clin Endocrinol Metab. 91, 1229-32 (2006)

16. I.S. Farooqi, J.M. Keogh, G.S. Yeo, E.J Lank, T. Cheetham, S. O'Rahilly, Clinical

spectrum of obesity and mutations in the melanocortin 4 receptor gene. N Engl J

Med. 348, 1085-1095 (2003)

17. E. Schoenau. From mechanostat theory to development of the „„Functional

Muscle-Bone-Unit‟‟. J. Musculoskelet. Neuronal.Interact. 5, 232–238 (2007)

89

18. A.Giustina, G.Maziotti, E.Canalis, Growth hormone, insulin like Growth factors

and the skeleton. Endocr. Rev. 29, 535-539 (2008)

19. W. Hogler, N. Shaw, Childhood growth hormone deficiency, bone density,

structures and fractures: scrutinizing the evidence. Clinical Endocrinology.72: 281–

289 (2010)

20. O. Arum, D.J. Rickman, J.J. Kopchick, A. Bartke, The slow-aging growth

hormone receptor/binding protein gene-disrupted (GHR-KO) mouse is protected from

aging-resultant neuromusculoskeletal frailty. Age (Dordr). 4, [Epub ahead of print],

2013

21. M.G. Giannoulis, F.C. Martin, K.S. Nair, A.M. Umpleby, P. Sonksen, Hormone

replacement therapy and physical function in healthy older men. Time to talk

hormones? Endocr Rev. 33, 314-377 (2012)

22. C.R.P. Oliveira, R. Salvatori, J.A. Barreto-Filho, I.E. Rocha, A. Mari, R.M.C.

Pereira, V.C. Campos, M. Menezes, E. Gomes, R.A. Meneguz-Moreno, V.P. Araújo,

N.T. Leite, A.C. Nascimento-Junior, M.I. Farias, T.A. Vicente, R.D. Araújo, E.V.

Melo, M.H. Aguiar-Oliveira, Insulin sensitivity and cell function in adults with

lifetime, untreated isolated growth hormone deficiency. J Clin Endocrinol Metab. 97,

1013-1019 (2012)

23. T.A.R. Vicente, I.E. Rocha, R. Salvatori, C.R. Oliveira, R.M.C. Pereira, A.H.O.

Souza, V.C. Campos, E.G. Santos, R.D. Diniz, E.H. Valença, C.C. Epitácio-Pereira,

M.C. Oliveira, A. Mari, M.H. Aguiar-Oliveira, Lifetime congenital isolated GH

deficiency does not protect from the development, Endocrine Conections. 2, 112-117,

(2013)

90

Table 1: Absolute and standard deviation score (SDS) of height, weight, body mass

index (BMI), absolute values of systolic blood pressure (SBP), diastolic blood

pressure (DBP), mean (standard deviation) and frequencies of categories of smoking,

alcohol use and diabetes by age and genotype.

Age 20 - 40 years Age 60 - 80 years

N/N

N=461

MUT/N

N=39

P value N/N

N=319

MUT/N

N=24

P value

Height (cm) 163.1 (8.7) 160.8 (9.4) 0.16 155.9 (8.7) 151.8 (8.0) 0.02

SDS Height -1.2 (1) -1.4 (1.2) 0.30 -2.4 (1) -2.8 (1.1) 0.04

Weight (Kg) 65.3 (12.8) 62.5 (20.3) 0.49 62.8 (12.4) 59.8 (13.0) 0.25

SDS Weight -0.1 (1.4) -0.5 (1.8) 0.03 -0.6 (1.6) -0.8 (1.9) 0.52

BMI (Kg/m2) 24.4 (4.4) 24.2 (6.5) 0.24 25.8 (4.5) 26.2 (6.1) 0.67

SDS BMI 0.3 (1.4) 0.1 (1.4) 0.06 0.7 (1.4) 0.7 (1.4) 0.96

SBP (mmHg) 122.5 (18) 122.2 (16.7) 0.75 143.9 (22.2) 147.1 (23.2) 0.65

DBP (mmHg) 79.6 (13.3) 78.5 (10.4) 0.49 84.8 (13.9) 86.5 (12.4) 0.46

Tobacco Use

no. (%)

Non-smoker 363 (84) 17 (85) 0.17 230 (74) 12 (75) 0.87

Current Smoker 66 (15) 2 (10) 68 (22) 4 (25)

Former Smoker 3 (1) 1 (5) 11 (4) 0 (0)

Unanswered 29 19 10 8

Alcohol Use –

no. (%)

No alcohol 188 (44) 13 (65) 0.15 233 (75) 11 (73) 0.15

Mild 136 (32) 2 (10) 55 (18) 1 (7)

Moderate 61 (14) 2 (10) 12 (4) 2 (13)

High 40 (9) 3 (15) 5 (2) 1 (7)

Former user 5 (1) 0 (0) 5 (2) 0 (0)

Unanswered 31 19 9 9

Diabetes –

no. (%)

Not diabetic 441 (99) 34 (100) > 0.99 262 (85) 23 (96) 0.23

Diabetic 5 (1) 0 (0) 48 (15) 1 (4)

Unanswered 15 5 9 0

91

APÊNDICE 3

92

93

94

95

96

97

APÊNCICE 4

98

99

100

101

102