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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA MATEUS JOSÉ DOS SANTOS ANÁLISE DOS TRABALHOS RELACIONADOS AO ENSINO POR INVESTIGAÇÃO E AO USO DESSA ABORDAGEM NAS AULAS DE CIÊNCIAS/QUÍMICA: EM FOCO OS ANAIS DO ENEQ (2006-2016) VIÇOSA MG 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

MATEUS JOSÉ DOS SANTOS

ANÁLISE DOS TRABALHOS RELACIONADOS AO ENSINO POR

INVESTIGAÇÃO E AO USO DESSA ABORDAGEM NAS AULAS DE

CIÊNCIAS/QUÍMICA: EM FOCO OS ANAIS DO ENEQ (2006-2016)

VIÇOSA – MG

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

MATEUS JOSÉ DOS SANTOS

ANÁLISE DOS TRABALHOS RELACIONADOS AO ENSINO POR

INVESTIGAÇÃO E AO USO DESSA ABORDAGEM NAS AULAS DE

CIÊNCIAS/QUÍMICA: EM FOCO OS ANAIS DO ENEQ (2006-2016)

Monografia apresentada ao Departamento de Química

da Universidade Federal de Viçosa como parte das

exigências para a conclusão do curso de Licenciatura

em Química.

ORIENTADOR: Prof. Vinícius Catão de Assis Souza

CO-ORIENTADORA: Profa. Aparecida de Fátima

Andrade da Silva

VIÇOSA – MG

2017

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MATEUS JOSÉ DOS SANTOS

ANÁLISE DOS TRABALHOS RELACIONADOS AO ENSINO POR

INVESTIGAÇÃO E AO USO DESSA ABORDAGEM NAS AULAS DE

CIÊNCIAS/QUÍMICA: EM FOCO OS ANAIS DO ENEQ (2006-2016)

Monografia aprovada em 24 de Novembro de 2017.

_______________________________

Profa. Aparecida de Fátima A. Silva

Departamento de Química – UFV

(Co-orientadora da Monografia)

_______________________________

Profa. Leandra O. Cruz da Silva

Núcleo de Química – IFSudesteMG –

Campus Barbacena

(Avaliadora)

_______________________________

Prof. Vinícius Catão de Assis Souza

Departamento de Química – UFV

(Orientador da Monografia)

_______________________________

Profa. Poliana Flávia Maia

Universidade Federal de Viçosa – Campus

Florestal

(Avaliadora)

_______________________________

Profa. Regina Simplício Carvalho

Departamento de Química – UFV

(Coordenadora da Disciplina de Monografia)

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO........................................................................................................10

1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ..............................................................12

2 OBJETIVOS..............................................................................................................14

2.1 GERAIS......................................................................................................14

2.2 ESPECÍFICOS...........................................................................................14

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................15

3.1 ENSINO POR INVESTIGAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO

DE CIÊNCIAS.............................................................................................................15

3.2 IMPLEMENTAÇÃO DO ENCI NA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA...........19

3.3 POR QUE IMPLEMENTAR O ENCI NAS AULAS DE CIÊNCIAS/

QUÍMICA?...................................................................................................................23

3.4 ENSINO POR INVESTIGAÇÃO (ENCI) versus INVESTIGAÇÃO NO

ENSINO DE CIÊNCIAS (IENCI)...............................................................................26

3.5 A IMPORTÂNCIA DO ENEQ E SUA RELAÇÃO COM O ENCI.........27

4. METODOLOGIA....................................................................................................30

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................31

5.1 ANÁLISE INICIAL DO CORPUS DE ANÁLISE: O ENCI NO ENEQ

ENTRE 2006-2016.......................................................................................................32

5.2 DISCUTINDO O ENCI E IENCI NO ENCONTRO NACIONAL DE

ENSINO DE QUÍMICA..............................................................................................33

5.3 CARACTERIZAÇÃO DOS TRABALHOS QUE DIALOGAM COM O

ENCI NO ENEQ (2006-2016).....................................................................................35

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................37

7 IMPLICAÇÕES DO TRABALHO PARA O ENSINO DE

CIÊNCIAS/QUÍMICA.................................................................................................38

8 REFERÊNCIAS........................................................................................................39

9 APÊNDICE...............................................................................................................42

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Dedico este trabalho aos meus pais, Valdomiro e

Eva, pelo apoio incondicional, aos meus irmãos e

aos meus orientadores Vinícius Catão e Fátima

Andrade, pela dedicação e atenção durante todos

esses anos de graduação.

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AGRADECIMENTOS

À Deus por me ajudar a superar cada obstáculo durante esta longa caminhada e por ter

me dado forças para continuar.

Aos meus pais, Valdomiro e Eva, pelo apoio incondicional e por terem sido grandes

incentivadores nos momentos difíceis que enfrentei nesta jornada.

À minha Tia Lourdinha, pelo carinho e torcida e por sempre ter acreditado nos meus

sonhos.

Aos meus irmãos, Marcos e Márcio, pela parceria de todos os dias.

Aos meus orientadores, professor Vinícius Catão e professora Fátima Andrade, que

sempre foram grandes incentivadores e não pouparam esforços para me ajudar a

entender os desafios durante a minha trajetória.

À profa. Mayura Rubinger e à profa. Regina Simplício, pelas orientações e conselhos

durante a minha passagem pelo PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação

à Docência).

Ao meu primeiro orientador, Prof. Robson Simplício, por ter me incentivado a gostar

do Ensino de Química e me estimulado a continuar.

Aos meus colegas de graduação, pelas parcerias, conselhos, diálogos e trocas de

experiências ao longo do curso, em especial as minhas amigas Rosiane Keila e

Andreza Alves, que estiveram do meu lado desde o início do curso.

À equipe Rede CsF/Em Rede, o Núcleo Viçosa e à Diretoria de Relações

Internacionais, por ter confiado a mim a grande tarefa de trabalhar na UFV

divulgando a ONG, me dando a oportunidade de colocar inúmeros projetos em

prática. Foram diversos sonhos que se tornaram realidades. Especialmente à Elisa

Müller por me incentivar em todos os momentos a querer continuar e a ser audacioso

em meus projetos de vida.

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Aos meus amigos canadenses e aos aqueles que cruzaram por mim durante o

intercâmbio no Canadá, por meio do programa de Ciência sem Fronteiras. Foram

meses de aprendizado que me ajudaram a ser uma pessoa ainda melhor. Um

agradecimento especial ao Rafael Santos, que ouviu todos os meus “dramas”,

problemas e compartilhou comigo inúmeros momentos de alegria. Muito obrigado por

tudo e a parceria continua...

Aos meus amores do IF-Barbacena pelo carinho gigante. Nunca me esquecerei de

cada momento junto de vocês e dos grandes apertos que passamos. O apoio de vocês

foi essencial e não me fizeram desanimar durante esses anos de luta. Tenho muito

orgulho de todos(as) vocês!

Também não posso esquecer-me dos meus amigos de todos os dias que sempre me

incentivaram e me apoiaram nas minhas ideias malucas.

Agradeço também aos meus primeiros amigos de Viçosa, Altoé, Caio e Sâmio pelas

risadas e pelo companheirismo nos meus primeiros semestres de graduação.

Por fim, agradeço a todos(as) aqueles(as) que me ajudaram direta ou indiretamente na

conclusão de mais esta etapa em minha vida.

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“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela

se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre

dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para

que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de

caminhar.”

Eduardo Galeano

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RESUMO

SANTOS, Mateus José dos. Análise dos trabalhos relacionados ao ensino por

investigação e ao uso dessa abordagem nas aulas de Ciências/Química: em foco

os anais do ENEQ (2006-2016). Monografia de conclusão do Curso de Licenciatura

em Química. Universidade Federal de Viçosa, Novembro de 2017. Orientadores: Prof.

Vinícius Catão de Assis Souza e Profa. Aparecida de Fátima Andrade da Silva.

Nesta monografia foram analisados os trabalhos publicados nos anais dos Encontros

Nacionais de Ensino de Química (ENEQs) que apresentaram o radical “investig” no título

e/ou nas palavras chaves. O período delimitado para essa análise compreendeu as seis últimas

edições do evento (2006 a 2016). Após selecionar os trabalhos, eles foram separados em duas

categorias: ENCI (Ensino de Ciências por investigação) e IENCI (Investigação em Ensino de

Ciências). Em relação ao ENCI, entende-se que a investigação fomenta a aprendizagem,

sendo o estudante estimulado a pensar criticamente na situação problema inicial que lhe é

apresentada. Nesta perspectiva, ele busca elaborar suas próprias conclusões, construindo um

caminho argumentativo que se alicerça no conhecimento científico abordado nas aulas. Os

trabalhos analisados que dialogam com a IENCI, por sua vez, apresentaram o foco na

investigação de percepções dos diferentes conceitos e domínios que perpassam o ensino de

Química por distintos sujeitos (estudantes, professores, cidadãos em geral, dentre outros).

Assim, entende-se que a IENCI não demanda o estabelecimento de um processo investigativo

com o foco na construção do conhecimento, visto que tem como objetivo apenas investigar

diferentes situações relacionadas ao processo de ensino. Para chegar a esta categorização,

utilizou-se como metodologia a pesquisa qualitativa, possibilitando compreender o uso da

perspectiva do ENCI em sala de aula e as contribuições desta abordagem para o ensino de

Química. Após a análise dos dados, concluiu-se que há necessidade de desenvolver um

melhor entendimento do que venha a ser o ENCI e sobre como implementá-lo em sala de

aula. A partir dos trabalhos verificados, constatou-se que os referenciais sobre o ENCI

encontravam-se em consonância com os pressupostos teóricos da área. Entretanto, a parte

metodológica não mantinha esse diálogo, sobretudo quando era analisada a condução das

atividades pelos professores. Isto pode estar relacionado à falta de preparo dos professores

para mediarem essas atividades investigativas em suas aulas. Por fim, este trabalho

proporcionou relevantes reflexões sobre a importância do ENCI nas aulas de Ciências e

Química, tendo o potencial para favorecer o desenvolvimento do senso crítico junto aos

estudantes, preparando-os para uma formação cidadã e crítica no século XXI.

Palavras-chaves: Investigação no Ensino, ENEQ, Ensino de Química.

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ABSTRACT

SANTOS, Mateus José dos. Analysis of papers related to investigative teaching

strategies and the use of this approach in Science/Chemistry classes: focusing

annals of the ENEQ (2006-2016). Undergraduate Thesis Submitted to the

Department of Chemistry in Partial Fulfillment of the Requirements for the Degree of

Bachelor in Chemistry. Federal University of Viçosa, November 2017. Supervisors:

Dr. Vinícius Catão de Assis Souza and Dra. Aparecida de Fátima Andrade da Silva.

In this investigation, a group of papers published in the annals of the Brazilian Meetings of

Chemical Education (ENEQs) that had the radical "investig" in the title and/or keywords were

analyzed. The period covered for this analysis comprised the last six editions of the event,

from 2006 to 2016. After the selection of papers, they were separated into two categories:

ENCI (Research Teaching of Science Approach) and IENCI (Research about Science

Teaching). In relation to ENCI, research is what promotes the learning situation, and students

are encouraged to think critically about different problems situations proposed in the

classroom. In this perspective, students elaborate their own conclusions, constructing

argumentative structures that can use the scientific knowledge discussed in the classroom.

The approach in dialogue with IENCI focused on the investigation of conceptions/perceptions

of different concepts and domains related to Science/Chemical Education by students,

teachers, citizens in general etc. Thus, the IENCI does not demand the establishment of an

investigative process focused on social knowledge construction, since it aims to investigate

different situations in the teaching process. To reach this categorization, qualitative research

was used as methodology approach. This made it possible to understand the use of the ENCI

perspective in the classroom and the contributions of this approach to Science and Chemistry

Education. After analyzing the data, it was concluded that there is a need to develop a better

understanding of what the ENCI will become and how to implement it in the classroom. From

the analyzed papers, it was verified that the references on the ENCI were in agreement with

the theoretical of the Science Education field. However, the methodological part did not

maintain this dialogue, especially when it was analyzed the articulation and mediation of

these activities by the teachers. This may be related to teachers' lack of preparation to mediate

these investigative activities perspective in their classrooms. Finally, this research provided

relevant reflections related to the importance of ENCI in Science and Chemical Education,

with the potential to favor the development a critical sense among students, preparing them

for a critical and citizen formation in the 21st century.

Keywords: Research Science teaching, ENEQ, Chemical Education.

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1 INTRODUÇÃO

O ensino de Ciências/Química pautado na transmissão e recepção de

informações, que privilegia a memorização, ainda predomina na maioria dos

ambientes escolares. Os professores possuem inúmeros desafios a serem superados,

dentre eles, cargas horárias exaustivas, falta de reconhecimento profissional, falta de

recursos didáticos e de infraestrutura adequada, salas superlotadas, que perpassam sua

prática diária e acabam tornando o processo de ensino e aprendizagem pouco

motivador. Além disso, outro desafio docente é a superação de concepções restritas

acerca do processo de ensino e de aprendizagem pelos professores, a partir da tomada

de consciência de suas próprias concepções e crenças acerca do mesmo, as quais

influenciam significativamente a prática didático-pedagógica. Por outro lado, a sala de

aula é um ambiente heterogêneo que demanda diferentes estratégias didáticas,

possibilitando aos estudantes compreenderem os assuntos estudados e, poderem

construir novos significados/sentidos para o que foi proposto. No entanto, para a

compreensão do que se propõe, é necessário que o professor instigue o estudante a

refletir sobre a situação proposta, possibilitando que ele se situe dentro do processo de

construção do conhecimento.

Para que o estudante possa se apropriar do conhecimento, as aulas precisam

atraí-lo para a discussão, de modo que ele possa contribuir com suas concepções a

respeito da temática que está sendo discutida nas aulas. Nesse sentido, há na literatura

diferentes instrumentos que podem ajudar o professor a tornar o espaço educativo

mais interessante para o estudante, propiciando que a aprendizagem seja efetiva na

sala de aula e que os conceitos abordados façam sentido. Nessa perspectiva, Zuliani

(2006) ressalta que:

A aprendizagem é um processo de internalização, no qual o individuo deve desejar e,

consequentemente, buscar o conhecimento. Esta busca é compatível com o processo

de investigação orientada e deve ser capaz de proporcionar ao indivíduo segurança e

prazer em sua condução. É necessário, portanto, que o indivíduo tenha interesse e

necessidade de aprender para que se disponha a fazê-lo. Para que isto seja

possível, as atividades propostas aos sujeitos devem ser escolhidas, partindo do

pressuposto de serem contidas no universo de seus interesses, ou seja, atividades

relacionadas à aplicação dos conceitos científicos da disciplina ao seu cotidiano.

(ZULIANI, 2006, p.40, destaque nosso)

De acordo com Zuliani (2006), para que a aprendizagem seja internalizada, ou

seja, para que o estudante receba este novo conhecimento e o ressignifique, é

necessário que esse processo esteja concatenado a contextos que possuam

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significados, devendo ser claros durante a mediação do conhecimento em sala de aula.

Nesse sentido, antes da proposição de atividades de Ciências/Química nas aulas, o

professor precisa analisar a realidade local, os anseios e vivências dos estudantes e

propor, a partir desta busca inicial, atividades que emerjam deste processo reflexivo

de planejamento. Assim, temos de um lado a investigação docente na qual o

professor deve repensar sobre quais temas propor, como desenvolvê-los em suas aulas

e quais serão os objetivos para esse estudo. Do outro lado, o professor pode

implementar o ensino por investigação nas aulas, lançando mão de situações

problemas , possibilitando aos estudantes se sentirem instigados a querer opinar sobre

a temática abordada, propor hipóteses e resolver o problema oferecido a eles. Logo, a

inserção da investigação na prática pedagógica escolar pode constituir uma

metodologia adequada que, além de estimular o interesse dos estudantes, pode

proporcionar um diálogo mais profícuo entre a Ciência e o cotidiano, pois oportuniza

que o estudante crie uma relação de pertencimento com os conteúdos propostos nas

aulas.

Com relação aos documentos oficiais, podemos citar a Base Nacional Comum

Curricular – BNCC (BRASIL, 2017), que estabelece um currículo comum para ser

trabalhado no ciclo da Educação Básica brasileira. Atrelado a este currículo, é

elencado no documento oficial oito condições que, em consonância com o currículo

comum estabelecido no documento, pode favorecer o processo de ensino e de

aprendizagem nas aulas de diferentes componentes curriculares, a saber:

(i) Contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares; (ii) decidir sobre as

formas de organização interdisciplinar dos componentes curriculares e fortalecer a

competência pedagógica das equipes escolares; (iii) selecionar e aplicar metodologias

e estratégias didático-pedagógicas diversificadas; (iv) conceber e pôr em prática

situações e procedimentos para motivar e engajar os alunos nas aprendizagens; (v)

construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado

que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem; (vi) selecionar,

produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e tecnológicos para apoiar o processo de

ensinar e aprender; (vii) criar e disponibilizar materiais de orientação para os

professores; (viii) manter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão

pedagógica e curricular para os demais educadores. (BRASIL, 2017, p.13)

Neste documento oficial, constata-se que as condições supracitadas conduzem

à formação de um indivíduo com postura crítica frente aos conteúdos abordados

devido a contextualização, que pode ser realizada por meio da reconstrução de

importantes relações acerca de diferentes aspectos do problema abordado, tais como:

sociais, econômicos, históricos, políticos, ambientais dos temas discutidos nas aulas e

por associações com o cotidiano dos estudantes, ou seja, a BNCC incita a formação

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cidadã em que o estudante tenha compreensão dos assuntos estudados, com vistas a

construção de uma visão crítica de mundo. Neste último aspecto, vale ressaltar que

lançar mão de exemplos sem significados não é contextualizar e tal prática pode não

favorecer a aprendizagem dos estudantes (SANTOS et al., 2016). Além disso, outras

condições elencadas podem favorecer a formação cidadã do estudante, dentre elas a

interdisciplinaridade, que possibilita um intercâmbio entre diferentes componentes

curriculares de maneira a propiciar ao estudante uma formação mais consciente e mais

ampla, estimulando-o a tomar decisões frente a diferentes situações sociocientíficas

neste mundo globalizado (CARLOS, 2007).

Nesse sentido, o presente trabalho visa analisar os anais do principal evento na

área do Ensino de Química brasileiro, o Encontro Nacional de Ensino de Química

(ENEQ), que teve a sua primeira edição realizada em 1982 na UNICAMP

(Universidade Estadual de Campinas) e sua edição anterior realizada em 2016 na

UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). O ENEQ é um evento bianual que

congrega pesquisadores, professores, licenciados, pós-graduandos da área de Ciências

da Natureza e de Química. Para essa análise foram selecionados os eventos dos

últimos dez anos (2006-2016), no intuito de verificar como o ensino por investigação

está presente na prática didático-pedagógica dos professores e de estudantes

graduandos de licenciaturas e de pós-graduandos da área de Ensino de

Ciências/Química e de Educação e, ainda, de que forma tais trabalhos refletem a

formação que estes professores propiciam aos estudantes.

1.1 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

O Ensino de Ciências por Investigação e a formação de um professor-

investigador é uma temática que vem sendo cada vez mais discutida nos cursos de

formação de professores (PEREIRA, 1999; ALARCÃO, 2001; MESQUITA-PIRES,

2010; SUART, MARCONDES & LAMAS, 2010; KASSEBOEHMER &

FERREIRA, 2013; CARVALHO & SEDANO, 2017), sobretudo, quando se analisam

as implicações desta abordagem nas aulas de Ciências/Química. Nesse sentido,

analisar os trabalhos publicados que se pautam na descrição e implementação de

atividades investigativas possibilita um direcionamento sobre o quê está sendo

produzido no país e os possíveis impactos destas práticas na aprendizagem dos

estudantes. Entretanto, ainda existem muitos desencontros do que venha a ser o ensino

por investigação e de como propor atividades que dialogam com esta perspectiva

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metodológica. Logo, faz-se necessária a criação de ambientes de discussões que

possibilitem o debate sobre a implementação de tais propostas no ensino.

A formação do professor investigador também foi abordada por Paulo Freire

(1996), quando apontou a importância da pesquisa nas atividades docentes:

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Fala-se hoje, com insistência, no

professor pesquisador. No meu entender o que há de pesquisador no professor não é

uma qualidade ou uma forma de ser ou de atuar que se acrescente à de ensinar. Faz

parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa. O de que se

precisa é que, em sua formação permanente, o professor se perceba e se assuma, por

professor, como pesquisador. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro.

Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque

indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando,

intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não

conheço. E comunicar ou anunciar a novidade. (FREIRE, 1996, p. 32)

Na perspectiva da minha formação, o interesse pelo Ensino de

Ciências/Química começou em 2012, no qual, por meio das minhas atividades

construídas no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência

(PIBID), eu pude perceber os múltiplos desafios ainda existentes nas escolas em que

atuei, principalmente nas práticas pedagógicas inerentes as salas de aula. Ainda no

contexto do PIBID, tive a oportunidade de experienciar diferentes diálogos entre o

Ensino de Ciências e as práticas escolares, construindo materiais que associaram os

conhecimentos químicos com diferentes temáticas discutidas na formação de

professores, dentre eles, a Química e o Teatro (SANTOS et al., 2013), Química e

Língua Inglesa (SANTOS et al., 2016), projeto Água e Sustentabilidade (SANTOS et

al., 2013), a Química associada com questões socioambientais (SOUZA et al., 2013;

SOARES et al., 2013) e por último o ensino por investigação (COSTA et al., 2013;

LIMA & SANTOS, 2017). Todos discutiam propostas investigativas relacionadas ao

ensino de Ciências, em que o estudante foi o centro do processo educativo.

Com relação à formação inicial, as disciplinas pedagógicas, ofertadas no curso

de Licenciatura em Química da Universidade Federal de Viçosa, me ajudaram a

enxergar que o ambiente da sala de aula e o desenvolvimento das aulas vão muito

além da transmissão de informações, possibilitando que eu ressignificasse minha

prática didático-pedagógica constantemente. Assim, o diálogo sobre atitudes e valores

no ensino começaram a fazer parte do meu fazer docente, tanto nos estágios quanto

nas aulas, possibilitando que eu olhasse para aquele espaço com outros olhos e

compreendesse a importância do processo de construção do conhecimento nas aulas,

ao invés de propor atividades descontextualizadas da realidade dos estudantes que

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apenas promovam uma aprendizagem mecânica a partir de aulas que privilegiam a

memorização de informações, fórmulas e fatos isolados.

Diante destas premissas e após reflexões ao longo da minha trajetória

acadêmica e profissional, percebo que o ensino por investigação sempre esteve

presente na minha prática docente, o que me fez trazê-lo para discussão neste

trabalho. Acredito que ao atrelarmos a investigação em nossas aulas de

Ciências/Química podemos favorecer a aprendizagem dos estudantes, lançando mão

de situações-problemas e provocações que os levem a compreender melhor os

fenômenos estudados, bem como refletir e tomar consciência do seu papel na

sociedade atual enquanto cidadão. Assim, a partir destas problematizações, os

estudantes podem construir uma visão mais ampla do mundo, além de assumirem uma

tomada de decisão mais consciente e consistente ao resolverem situações-problemas

inerentes ao seu dia a dia, correlacionando com o conhecimento científico discutido

pelos professores nas aulas.

2 OBJETIVOS

2.1 GERAIS

Fazer o levantamento dos trabalhos publicados nos anais dos Encontros

Nacionais de Ensino de Química (ENEQs), no período de 2006 à 2016, de modo a

verificar aqueles que apresentaram o radical “investig” e, posteriormente, caracterizar

as propostas de ensino por investigação de tais publicações.

2.2 ESPECÍFICOS

Categorizar os trabalhos em Ensino por Investigação (ENCI) e Investigação no

Ensino de Ciências (IENCI) publicados nos anais dos ENEQs entre 2006 a

2016;

Analisar, qualitativamente, a relação dos trabalhos aprovados com os trabalhos

que apresentam a temática de Ensino de Ciências por Investigação e as

práticas investigativas implementadas nas aulas de Ciências/Química;

Estabelecer interconexões do Ensino por Investigação em Ciências/Química e

traçar conexões com o corpus de análise e com as pesquisas em Ensino de

Ciências/Química no Brasil.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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3.1 ENSINO POR INVESTIGAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO DE

CIÊNCIAS

O Ensino de Ciências vem passando por diversas discussões, tanto por

pesquisadores da área quanto por professores dos diferentes níveis da Educação. São

diversas as questões abordadas, seja no Brasil ou em países europeus e norte-

americanos, que visam entender melhor o que e como se ensina, assim como o que e

como se aprende nas salas de aulas e o perfil do professor frente a estas novas

tendências educacionais. Dentre estas discussões tem-se o Ensino por Investigação

(ENCI), que teve a influência do pedagogo e filósofo norte-americano John Dewey

(1859-1952). De acordo com Zompero e Laburú (2011, p.70), esta abordagem do

ensino tem o potencial para favorecer “o aprimoramento do raciocínio e das

habilidades cognitivas dos alunos, e também a cooperação entre eles, além de

possibilitar que compreendam a natureza no trabalho científico”. Conhecido pelo

termo “inquiry”, o ENCI ainda possui diversas terminologias que são utilizadas para

explicar sua definição, dentre elas a problematização e o ensino por descoberta,

ambos constituintes de práticas investigativas, mas que geram diversas dúvidas e

inquietações sobre sua compreensão e implementação no ensino pelos professores.

Pautada em um ensino tecnicista, a educação científica ainda, atualmente, está

centrada na transmissão de informações que desconsidera a natureza da Ciência.

Chiappetta (2008) ressalta que John Dewey foi quem começou a indagar sobre a

natureza da Ciência e associar problemas da sociedade com o conhecimento escolar

junto aos estudantes, tendo o objetivo de possibilitar uma reflexão mais consciente

com o que se estava apreendendo na época. Em meados da década de 1950, nos

Estados Unidos, observou-se que os estudantes não estavam seguindo carreira na área

da Matemática e das Ciências, quando foi notado que o ensino estava desatualizado e

fora do contexto dos estudantes. Necessitava-se, então, de uma reforma mais profunda

sobre o que e como ensinar destas áreas. Joseph Schwab (1909-1988) foi um dos

reformuladores do ensino nesta época, questionando o viés tecnicista. Ele reforçou

que “a Ciência não deve ser vista como dogma, ele disse, mas como revisionista e

fluida. Os professores deturpam a ciência quando apresentam-na como uma retórica

de conclusão ou como um produto acabado” (CHIAPPETTA, idem, p.25). Assim,

Schwab defendia um ensino em que o estudante fosse ativo no processo educativo,

especialmente nas atividades empíricas realizadas, de modo a desenvolver um

pensamento crítico frente ao conhecimento que lhe é apresentado.

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17

Ao mesmo tempo em que Schwab criticava o ensino tradicional, outros

pesquisadores também defendiam o ensino em que o estudante fosse o protagonista do

processo investigativo, dentre eles o psicólogo David Ausubel (1918-1963),

elaborador da aprendizagem significativa. Segundo esta teoria da aprendizagem

significativa de Ausubel, só se aprende algo novo a partir da ancoragem realizada

entre algo novo e algo que o indivíduo já conhece. Em outras palavras: “A

aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de aprendizagem implica

relacionar, de forma não arbitrária e substantiva (não literal), uma nova informação

a outras com as quais o aluno já esteja familiarizado e quando o aluno adota uma

estratégia correspondente para assim proceder” (AUSUBEL, 1980, p.34).

Por outro lado, Jerome Bruner (1915-1963), estava preocupado em entender a

importância do que os estudantes aprendem, ou seja, defendia que o principal objetivo

da educação era ensinar os estudantes a aprender. Diante destas premissas,

Vasconcelos, Praia & Almeida (2003), após estudarem as contribuições de Bruner

para o ensino de Ciências, destacaram que para este psicólogo “os professores devem

promover uma aprendizagem pela descoberta por meio de atividades exploratórias

por parte dos alunos. Nessa perspectiva, cabe ao professor a capacidade de lançar

perguntas que despertem a curiosidade, mantenham o interesse e provoquem e

desenvolvam o pensamento” (idem, p.14).

Logo, verifica-se a estreita relação entre a investigação fortemente defendida

por Dewey e Schwab como possibilidade de tornar o conhecimento mais significativo

e estimular o pensamento crítico dos estudantes com as ideias de Bruner, que defende

um ensino provocativo, centrado no estudante, deixando de lado a teoria de

transmissão de conhecimento que está conectada com a visão behaviorista do ensino.

Sobre este ensino centrado na transmissão de informações, é interessante frisar que:

Numa concepção behaviorista de aprendizagem, o aluno é passivo, acrítico e mero

reprodutor de informação e tarefas. O aluno não desenvolve a sua criatividade e,

embora se possam respeitar os ritmos individuais, não se dá suficiente relevo à sua

curiosidade e motivação intrínsecas. O aluno pode, inclusive, correr o risco de se

tornar apático, porque excessivamente dependente do professor. Por outro lado, não

há preocupação em ensinar a pensar. O ensino realça o saber fazer ou a aquisição e

manutenção de respostas. A aula deve ser centrada no professor, que controla todo o

processo, distribui as recompensas e, eventualmente, a punição. Pretende-se, acima

de tudo, que haja por parte do professor uma minuciosa exatidão na determinação do

que pretende ensinar, do tempo que necessita para o fazer e uma definição específica

dos objetivos comportamentais que pretende obter. (VASCONCELOS, PRAIA &

ALMEIDA 2003 p. 12, grifo nosso)

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Alicerçados neste ensino tecnicista que se fez muito presente no século

passado, diversos pesquisadores começaram a perceber que era preciso se preocupar

mais com o que estava aprendendo e ensinando nos espaços educativos, valorizando

as ideias prévias que os estudantes já possuíam e incorporando novos conhecimentos

a estas ideias iniciais. Deboer (2006) também valoriza uma formação cidadã com o

foco central na aprendizagem do estudante, realçando que na sala de aula é possível

promover situações de aprendizagem que investiguem a natureza do conhecimento

científico, possibilitando explicar os fenômenos naturais que giram em torno da

realidade em que o sujeito aprendente encontra-se inserido. Entretanto, o termo

“investigação” é apenas uma metáfora para o que se passa na sala de aula e não uma

reprodução fiel ao que os cientistas produzem em seus laboratórios.

Diante destas contribuições, Carvalho (2013) aponta dois fatores que alteraram

o processo de transmissão de conhecimento. O primeiro está ligado ao número de

publicações que vem sendo produzida e que nos leva a pensar que não é mais possível

ensinar tudo a todos e isto faz com que planejemos, após a uma análise do perfil

discente e dos documentos oficiais, o que deve ser ensinado nos dias atuais nas aulas

de Ciências considerando os contextos locais em que as escolas se inserem.

Logo, o importante passou a ser a qualidade e não a quantidade de conteúdos

transmitidos aos estudantes, rompendo-se a ligação com as ideias behavioristas

anteriormente supracitadas. O segundo fator se relaciona com as contribuições de

diferentes pesquisadores que valorizam as interações sociais no processo educativo.

Tais contribuições fizeram com que o conceito de investigação se tornasse um dos

termos a ganhar evidência no palco das discussões das últimas décadas, levando-nos a

repensar sobre “o que nós queremos que os estudantes sejam capazes de fazer e como

eles precisam agir para adquirir essas capacidades” (SÁ, 2009, p. 40). Logo, uma

das maneiras para responder tal indagação é lançar mão das atividades investigativas,

podendo proporcionar aos estudantes uma maior apropriação do que eles estão

aprendendo nos ambientes escolares.

Assim, as características marcantes da proposta de Ensino por Investigação

são apontadas por Carvalho (2011) a partir de importantes referenciais teóricos para o

ensino e a aprendizagem de Ciências considerando as ideias de Piaget para responder

como a pessoa constrói o conhecimento científico, a autora propõe quatro momentos

para as atividades investigativas, apresentados a seguir.

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1º. Momento: Proposição do problema pelo professor e distribuição do material

experimental. Nesta etapa, o professor organiza a classe em pequenos grupos e

distribui o material, para, em seguida, propor o problema. Além disso, o professor

confere se os alunos entenderam o problema a ser resolvido.

2º. Momento: Resolução do problema pelos estudantes. É importante nesta etapa,

privilegiar as ações manipulativas para que os alunos possam levantar hipóteses e os

testes dessas hipóteses. A busca pela resolução dos problemas deve ser feita em

pequenos grupos, favorecendo as discussões realizadas pelos alunos que possuem

desenvolvimentos intelectuais semelhantes. É importante valorizar o erro, para que os

estudantes tomem consciência de que algumas hipóteses não se confirmam.

3º. Momento: Sistematização dos conhecimentos elaborados nos grupos. Nesta

etapa, o professor recolhe o material utilizado logo após a resolução do problema

pelos estudantes para que, em seguida, todos eles, organizados em um grande círculo,

possam por meio de perguntas realizadas pelo professor sistematizar coletivamente o

conhecimento. Nesse sentido, “ao ouvir o outro, ao responder à professora, o aluno

não só relembra o que fez, como também colabora na construção do conhecimento

que está sendo sistematizado” (CARVALHO, 2011, p. 261).

O professor então busca a participação efetiva dos alunos, novamente,

orientando-os a tomar consciência de suas ações, favorecendo assim a passagem da

ação manipulativa à ação intelectual. A ação intelectual leva ao início do

desenvolvimento de atitudes científicas como o levantamento de dados e a construção

de evidências. Ao término do relato das ações realizadas pelos alunos, o professor

encaminhará nova discussão para que os mesmos busquem uma explicação causal,

desenvolvendo assim uma argumentação científica. Como aponta Lemke (2006), é o

início do aprender a falar ciência.

4º. Momento: Escrever e desenhar. É a etapa da sistematização individual do

conhecimento, quando o professor solicita que os alunos escrevam e desenhem sobre

o que aprenderam naquela aula (CARVALHO et al., 2013; CARVALHO, 2011).

3.2 IMPLEMENTAÇÃO DO ENCI NA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA

Uma das dificuldades elencadas pelos docentes no que tange o ENCI é a sua

implementação nas aulas de Ciências, especialmente as de Química. Nos primórdios

da utilização desta metodologia nas aulas, a visão de que era preciso formar cientistas

estava muito enraizada entre os profissionais da área (MUNFORD & LIMA, 2007), o

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que de fato não acontece majoritariamente nos dias atuais. É nítido que ainda existem

divergências de ideias sobre como implementar tal proposta no ensino, mas o ENCI

atual visa propiciar a compreensão do conceito científico em estudo, o

desenvolvimento de habilidades cognitivas, a realização de procedimentos, a

elaboração de hipóteses, a obtenção e discussão de dados, a construção de conclusões

e, por fim, e não menos importante estimular a argumentação (ZOMPERO &

LABURÚ, 2011).

Munford e Lima (2007) apresentam outra visão existente, pautadas em

pesquisadores europeus e norte-americanos, sobre o ENCI e a visão que se tem das

Ciências nos estabelecimentos escolares. Muitos docentes acabam abordando a

Ciência como verdade imutável e que não se pode problematizá-la não havendo um

dialogismo entre teorias e evidências. Logo, a aprendizagem é restrita aos dados

coletados, desconsiderando o contexto real do estudante e as relações escola e

cotidiano. Nesse sentido, o ENCI é implementado sem uma análise crítica e sem estar

contextualizado podendo não favorecer o processo de ensino e aprendizagem nas

escolas e gerando tensões e dilemas entre Ciência abordada nas escolas e a Ciência

praticada pelos cientistas.

No processo de implementação das atividades investigativas, é importante

tomar cuidado para que o ensino problematizador – que possibilita ao estudante uma

participação ativa, interagir efetivamente com as propostas das aulas, desenvolver o

pensamento crítico e propor solução mediante situações-problemas presentes na

sociedade – não seja substituído pelo ensino conteudista, sem interações sociais. Isto

deve ser entendido antes do planejamento de atividades investigativas, visto que, é

preciso compreender o que se quer propor antes de planejar as atividades para os

estudantes. Nesse sentido, Borges e Rodrigues (2004), apontam a importância de:

[...] distinguir as ações envolvidas na resolução de problemas bem estruturados e mal

estruturados. Os primeiros são mais parecidos com exercícios, pois apresentam aos

estudantes todos os elementos do problema, têm soluções conhecidas e processos de

solução preferenciais. Cada solução pode ser reconhecida como correta ou incorreta

pelo professor e colegas, requer a aplicação de um número limitado de princípios,

regras e procedimentos, envolve princípios e conceitos bem característicos de um

domínio do conhecimento. Já os problemas mal definidos são aqueles em que há

elementos não-especificados ou ausentes, não apresentam metas claramente

especificadas ou limitações não declaradas, possuem múltiplas soluções e caminhos

para se chegar a elas. Não é, neste caso, possível estabelecer métodos ou algoritmos

adequados para se chegar à solução; as situações mal definidas não oferecem regras

ou princípios que são aplicáveis e requerem julgamentos, interpretações e a tomada

de decisões sob condições de incerteza. (BORGES & RODRIGUES, 2004, p.3)

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Os autores chamam a atenção para um primeiro momento sobre a importância

de se escolher uma situação problema no ENCI. Este é o primeiro passo que poderá

nortear o professor na implementação de atividades desta natureza. Quando o

problema não está bem claro, considerado mal estruturado, ele pode promover

frustações no ensino, visto que, o estudante pode não conseguir apreender novos

conceitos a partir de situações mal organizadas. Assim, a problematização é um

elemento primordial na proposição do ENCI visando à construção de novos

conhecimentos pelos estudantes. Assim, conforme ressalta Capecchi (2003), para criar

um ambiente propício de problematização e para que os problemas sejam bem

estruturados antes de se serem implementados, é interessante a formulação de

“problemas diferentes daqueles que os alunos estão acostumados a elaborar, de

forma a propiciar oportunidades para que novos conhecimentos sejam construídos”

(CAPECCHI, 2003, p.25).

Diante dos inúmeros procedimentos existentes para explicar o ato de se

implementar o ENCI nas aulas, Zompero e Laburú (2011) apresentam diferentes

definições sobre este ensino na perspectiva de diferentes estudiosos da área.

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Quadro 1: Diferentes etapas na implementação do ENCI (ZOMPERO & LABURÚ, 2011, p.74).

ETAPAS DO

PROCESSO

DEL

CARMEN

(1988)

OLVERA

(1992)

ZABALA

(1992)

GIL

(1993)

GARCIA

(1993)

Escolha do objeto de

estudo e do

problema

Planejamento

e clarificação

do problema

Escolha do

objeto de

estudo

Explicitação

de perguntas

Situação

problemát

ica.

Precisar o

problema

Contato inicial,

formulação do

problema

Expressão das ideias

dos estudantes e

proposição de

hipóteses

Definição,

hipóteses de

trabalho

Definição das

hipóteses

Hipóteses,

respostas

intuitivas

Construçã

o de

modelos e

hipóteses

Interação com

as informações

dos estudantes

Planejamento da

investigação

Planejamento

da

investigação e

instrumentos

Planejamento

da

investigação

Fontes de

informações e

coleta de

dados

---

Elaboração de

estratégias para

incorporar

novas

informações

Nova informação

Aplicações de

instrumentos

de

investigação

Planejamento

da

investigação

Coleta de

dados

Realizaçã

o das

atividades

Interação da

informação com

a pré-existente

Interpretação dos

resultados e

conclusões

Comunicação,

discussão,

valoração

Comunicação

da

investigação,

publicação de

trabalhos

Seleção,

classificação

dos dados e

conclusão

Interpreta

ção dos

resultados,

relação de

hipóteses

e corpo

teórico

---

Expressão e

comunicação dos

resultados

Comunicação,

discussão,

valoração

Comunicação

da

investigação.

Publicação

dos trabalhos

Expressão/com

unicação

Comunica

ção/Interc

âmbio

entre as

equipes

Elaboração da

informação

existente.

Recapitulação

Recapituação e

síntese

Sínteses,

identificação,

modelos

explicativos

--- ---

Sínteses,

esquemas,

mapas

conceituai

s

---

Aplicação de novas

situações --- --- Generalização

Possibilid

ades de

aplicação

Aplicação/Gene

ralização

Metacognição --- --- --- --- Reflexão sobre

o processo

Atuação no meio ---

Proposta de

intervenção,

ações

--- --- ---

Com base nas definições apresentadas no Quadro 1, verifica-se que as

propostas de implementação para um ENCI estão em consonância, partindo de um

mesmo ponto central, que é a problematização do conteúdo.

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Ainda nesta perspectiva, no ENCI muitos autores consideram que atividades

investigativas não devem estar centradas no trabalho de laboratório, visto que não se

tem o objetivo de formar cientistas que creem que a Ciência é uma verdade imutável e

inquestionável. Logo, a maneira como a investigação é vista em aulas práticas

(laboratório) é diferente de como ela pode ser implementada nas aulas de Ciências,

conforme apresentado na Tabela 1 a seguir, proposta por Millar (1996).

Tabela 1: Diferenças entre investigação no ensino e atividades práticas de laboratório, de acordo com

Millar (1996, p.12)

ATIVIDADE EM LABORATÓRIO INVESTIGAÇÃO

Atividade/Questão Fechada Fechada ou Aberta

Método Fechada Aberta

Conclusão Aberta Aberta

Verificam-se na Tabela 1 as diferenças entre a atividade realizada

empiricamente sem a participação do estudante de uma maneira efetiva e o ENCI. No

processo investigativo, o estudante faz parte de toda a construção do conhecimento,

desde a problematização até as conclusões, o que não ocorre em atividades

laboratoriais que já possuem uma problemática principal e métodos que devem ser

seguidos, de modo que os estudantes possam chegar às suas próprias conclusões, ou

seja, tem-se uma receita pré-definida que deve ser seguida que direcionará para a

coleta de resultados que também já são esperados. Na tabela, o termo “fechado” se

refere a atividades em que o professor deve orientar ou participar do processo

construtivo do conhecimento. Já as atividades intituladas “abertas”, o estudante tem a

oportunidade de escolher, assumindo o professor uma postura de mediador na

facilitação deste processo de ensino e aprendizagem. Logo, o desenvolvimento da

autonomia neste processo é privilegiado e pode necessitar ou não da orientação do

professor em todas as etapas do processo investigativo.

Ainda com base na Tabela 1, verifica-se o importante papel que o estudante

desempenha no ENCI, se engajando no fazer científico com as atividades

investigativas que dão início por meio da problematização (SEDANO &

CARVALHO, 2007). Nessa perspectiva, é importante destacar que:

Um dos pontos que podemos salientar, e que torna claro nas entrevistas piagetianas, é

a importância de um problema para o início da construção do conhecimento Ao trazer

esse conhecimento para o ensino em sala de aula, esse fato – propor um problema

para que os alunos possam resolvê-lo – vai ser o divisor de águas entre o ensino

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expositivo feito pelo professor e o ensino que proporciona condições para que o aluno

possa raciocinar e construir seu conhecimento. No ensino expositivo toda a linha de

raciocínio está com o professor, o aluno só a segue e procura entendê-la, mas não é o

agente do pensamento. (CARVALHO, 2013, p.2)

No entanto, alguns autores não consideram as atividades “abertas” em que o

estudante é autônomo e responsável pelo processo de construção de conhecimento

como uma atividade de investigação. Consideramos essencial a função do professor

nas aulas, sobretudo, quando o estudante apresenta dúvidas sobre algum elemento que

venha a ser investigado ou alguma situação-problema exploratória. Concordamos com

Munford e Lima (2007) que é importante o professor favorecer o processo de

organização das situações de aprendizagem e que tal orientação pode sofrer

interferências de várias situações, dentre elas, o tempo, perfil discente, conceitos a

serem trabalhados, dentre outros. Porém, consideramos que uma aula pode ser sim

investigativa, quando ela incute no estudante o seu papel na metodologia investigativa

estimulando-o a pensar com criticidade, trabalhar aos pares e assumir novas posturas

frente às informações que serão expostas, indo ao desencontro do que é apresentado

pelos autores.

Sobre o aspecto empirista fortemente associado ao ENCI, Gil-Pérez e Valdes-

Castro (1996) reforçam que a atividade investigativa científica abarca muito mais do

que o trabalho experimental e este trabalho não se faz isoladamente. Logo, vale

salientar que as atividades investigativas devem ser realizadas em grupo ressaltando a

importância de um trabalho colaborativo (SEDANO & CARVALHO, 2017). Tais

estudos se desencontram mais uma vez com as ideias propostas por Munford e Lima

(2007) que não considera que os estudantes possam construir conhecimentos

científicos sem a necessidade de realizar atividades empíricas nas escolas,

considerando que a investigação promovida em sala de aula consiste em investigações

simplistas que não contribuem efetivamente para a construção de conhecimentos

científicos.

3.3 POR QUE IMPLEMENTAR O ENCI NAS AULAS DE CIÊNCIAS/

QUÍMICA?

Capecchi (2013) chama atenção para a falta de dialogicidade existente nas

aulas, visto que, o ensino está pautado no acúmulo de informações e considera a

Ciência uma verdade absoluta, acarretando na dificuldade de compreensão dos

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conceitos científicos pelos estudantes, sobretudo, no que tange à transposição

didática, dificultando a compreensão da linguagem científica pelos estudantes.

Considerando a complexidade conceitual da Química, se torna importante a utilização

de novas práticas pedagógicas visando estabelecer uma relação mais direta e profícua

com o estudante, de modo que ele compreenda a abrangência desta Ciência, que

ultrapassa os limites da sala de aula e do laboratório.

A partir dos estudos de teóricos sociointeracionistas, tendo como base as

contribuições de Vygotsky, Carvalho (2011) elenca alguns pontos primordiais que

podem nortear o trabalho do professor no desenvolvimento de atividades que

dialogam com a investigação no ensino de Ciências: (i) a participação ativa do

estudante; (ii) a importância da interação entre os estudantes no processo de

construção social do conhecimento; (iii) o papel do professor desafiador/provocador;

(iv) a criação de um ambiente encorajador; (v) a valorização do conhecimento prévio

dos estudantes; (vi) o fomento de situações-problemas e investigativas em sala de

aula; (vii) o estabelecimento da contextualização CTS (Ciência, Tecnologia e

Sociedade); e (viii) a transposição didática da linguagem cotidiana para a linguagem

científica. Todos estes fatores devem ser considerados ao se planejar atividades

investigativas, nas quais os estudantes são o centro da construção do conhecimento e

o professor desempenha uma importante função na condução/mediação destas

atividades nas aulas.

O ENCI pressupõe a participação ativa dos estudantes no processo de

construção social de conhecimento, sendo eles estimulados a pensarem criticamente e,

assim, romperem com a estrutura dogmática que ainda constitui a prática de muitos

professores (KASSEBOEHMER & FERREIRA, 2013). Nesse sentido, o ENCI

representa uma abordagem de ensino que possibilita mudar a dinâmica dos

professores nas aulas (MOREIRA, SOUZA & ALMASSY, 2014). Sobre a

implementação do ensino investigativo em sala de aula, Freire (2009) destaca que o

foco:

[...] incide naquilo que os alunos fazem e não somente naquilo que o professor faz ou

diz, o que exige uma mudança de um ensino mais tradicional para um ensino que

promova uma compreensão abrangente dos conceitos, o raciocínio crítico e o

desenvolvimento de competências de resolução de problemas. Os alunos são

envolvidos em tópicos científicos, colocando uma prioridade na evidência e na

avaliação de explicações alternativas. Um elemento essencial reside no significado

que os alunos atribuem aos dados que recolhem e na criação de explicações

científicas, o que permite aos alunos aprenderem a pensar. (FREIRE, 2009, p.105)

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Não é objetivo do ENCI a formação de cientistas na Educação Básica, mas a

possibilidade do desenvolvimento da enculturação científica ou alfabetização

científica, objetivo maior do ensino de Ciências no mundo atual, com vistas a

favorecer o fazer Ciência, o falar e o escrever da Ciência pelos estudantes, utilizando

assim da cultura científica para buscar explicações para os fenômenos e fatos do

cotidiano estudados bem como construir novos significados acerca dos mesmos

(LEMKE, 2006).

Neste contexto da Educação Científica, Pozo e Crespo (2009) apontam que os

estudantes precisam não tanto de mais informação, mas sim de desenvolver

capacidades de saber organizá-la e interpretá-la, para lhe dar sentido, ou seja,

capacidades para saber buscar, selecionar e interpretar a informação, com vistas a uma

assimilação crítica da mesma. Capacidades que o desenvolvimento do Ensino por

Investigação pode proporcionar aos estudantes.

Paralelamente a implementação do ENCI, indo ao encontro de uma formação

mais consciente e reflexiva, existem as dificuldades de superação do modelo

tradicional de ensino como um dos obstáculos que dificultam a mudança na dinâmica

da sala de aula, elencados periodicamente por inúmeros professores da área.

González, Estrada e Léon (2006) apontam alguns obstáculos que inibem a

desenvolvimento de um ENCI nas escolas, a saber: (i) a necessidade de aumento da

dedicação laboral; (ii) a falta de formação da prática investigadora; (iii) as

dificuldades de superação do modelo disciplinar; e (iv) a abertura ao uso dos

diferentes recursos mediacionais e estratégias de ensino para favorecer o processo de

ensino e aprendizagem. Todos os pontos elencados constituem desafios a serem

superados pelos docentes que desejam implementar uma prática investigativa nas

aulas de Ciências.

No entanto, é necessário que cada professor reflita e tome consciência de suas

próprias concepções acerca do ensino por investigação e busque condições para

desenvolvê-lo, com vistas a promover o seu próprio desenvolvimento profissional

aprimorando assim o seu perfil docente. Assim, os professores precisam buscar novos

cursos para o devido aprofundamento de conhecimentos científicos e pedagógicos,

para que assim possam lançar mão de novas dinâmicas para as salas de aula, o que

requer um profissional audacioso, que saia da sua zona de conforto, que planeje

atividades que promovam a construção de conhecimentos de uma maneira efetiva.

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3.4 ENSINO POR INVESTIGAÇÃO (ENCI) versus INVESTIGAÇÃO NO

ENSINO DE CIÊNCIAS (IENCI)

Além do ENCI discutido neste trabalho, existem alguns outros na literatura

voltados para a investigação sobre o Ensino de Ciências. Conforme Santos (2015)

salienta, é necessário um fortalecimento entre a pesquisa e o ensino e um espaço para

discussão dos elementos primordiais que caracterizam a construção de dados oriundos

das investigações nesta área do conhecimento. Com as novas vertentes de pesquisas

no Ensino de Ciências/Química, a revista Química Nova na Escola (QNEsc) criou no

final de 2014, a partir das discussões fomentadas no ENEQ, a sessão Cadernos de

Pesquisa (CP). Esta sessão visou difundir os câmbios entre a escola e a pesquisa,

possibilitando uma maior reflexão das metodologias e práticas que vem sendo

desenvolvidas junto aos estudantes da Educação Básica, constituindo um importante

espaço para a investigação do que vem sendo produzido nesta área.

Outro periódico importante na área de Ensino de Ciências é a revista

Investigações em Ensino de Ciências (IENCI), da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS), que teve a sua primeira publicação em 1996. Neste ponto,

vale frisar que a revista divulga trabalhos que se relacionam com o ensino e não,

necessariamente, com o ENCI. Assim, IENCI e ENCI constituem duas linhas que se

diferem no que tange às suas implementações. O primeiro tende a investigar práticas

didático-pedagógicas, tendências e estratégias de ensino, concepções alternativas de

professores e estudantes, dentre outras temáticas importantes para a área. Já o segundo

se relaciona diretamente com a proposta metodológica em que o estudante é o

protagonista da construção do conhecimento ao ser desafiado a resolver um problema

e visa romper com o viés tradicionalista no ensino, destacando a importância de

promover um ensino em que o estudante assuma o papel principal e esteja ciente das

transformações e informações que o cerca. Há mais de 15 anos a profa. Roseli

Schnetzler discutiu um dos principais motivos que justificava o surgimento de

inúmeros trabalhos associados às investigações na área do Ensino de

Ciências/Química, destacando que:

A identidade dessa nova área de investigação é marcada pela

especificidade do conhecimento científico, que está na raiz dos problemas

de ensino e de aprendizagem investigados, implicando pesquisas sobre

métodos didáticos mais adequados ao ensino daquele conhecimento e

investigações sobre processos que melhor deem conta de necessárias

reelaborações conceituais ou transposições didáticas para o ensino daquele

conhecimento em contextos escolares determinados. Isso significa que o

ensino de ciências/química implica a transformação do conhecimento

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científico/químico em conhecimento escolar, configurando a necessidade

de criação de um novo campo de estudo e investigação, no qual questões

centrais sobre o que, como e porque ensinar ciências/química constituem o

cerne das pesquisas. (SCHNETZLER, 2002, p.15)

Assim, fica claro que IENCI e ENCI constituem propostas divergentes e que

tais áreas não devem trazer dúvidas para quem implementa atividades investigativas

no ensino. O fato de investigar sobre temáticas no Ensino de Ciências fornece

importantes informações e conclusões que podem auxiliar no desenvolvimento e

fortalecimento de novas propostas no ensino, como foi o caso da proposta de ensino

por investigação e o desenvolvimento da alfabetização científica.

3.5 A IMPORTÂNCIA DO ENEQ E SUA RELAÇÃO COM O ENCI

O Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ) é um dos maiores

eventos da área de Ensino de Química no Brasil e recebe o apoio da Divisão de

Ensino da Sociedade Brasileira de Química (SBQ). O primeiro ENEQ foi organizado

pelo Instituto de Química da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) e

chega ao ano de 2018 com a décima nona edição, que acontecerá pela primeira vez na

região norte do país, sediado na Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio

Branco. Desde a sua origem, o ENEQ tem se fortalecido como um espaço profícuo de

debates, socialização de ideias e de construção de novos conhecimentos por

professores, licenciandos, pós-graduandos e pesquisadores da área de Ensino de

Ciências/Química. De periodicidade bianual, o ENEQ possibilita diferentes reflexões

que perpassam o ensino de Ciências/Química no Brasil proporcionando discussões

sobre avanços e limitações da Educação Química brasileira e a formação de

professores (UFAC, 2017)1.

Neste trabalho serão analisados os trabalhos publicados nas anais dos ENEQs

entre os anos de 2006 a 2016. O Quadro 2 apresenta o total de trabalhos do ENEQ

neste período.

1 Texto adaptado do site do ENEQ 2018, disponível no site do evento que acontecerá na UFAC:

http://www.eneq2018noacre.com.br/. Acesso em: 13 nov. 2017.

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29

Quadro 2: Levantamento dos trabalhos publicados nos anais do ENEQ (2006-2016).

ANO REALIZAÇÃO NÚMERO DE

TRABALHOS

2006

Universidade Estadual

de Campinas

(UNICAMP)

323

2008 Universidade Federal

do Paraná (UFPR) 462

2010 Universidade Federal

de Brasília (UnB) 573

2012 Universidade Federal

da Bahia (UFBA) 930

2014 Universidade Feral de

Ouro Preto (UFOP) 1400

2016

Universidade Federal

de Santa Catarina

(UFSC)

1602

No quadro anterior foi possível verificar o crescente número de trabalhos nos

últimos anos no ENEQ. Os anais anteriores a 2006 não foram analisados, pois os

mesmos não se encontram disponíveis na internet. O site do ENEQ que foi sediado na

UFPR em 2008 elenca os três principais objetivos desse encontro, a saber:

(i) Congregar professores, pesquisadores, estudantes e outras pessoas interessadas na

área de Educação Química, envolvidos na educação básica e na educação superior,

com o ensino e a formação em Química, promovendo interações, ações e construções

para participar de debates em torno dos avanços e dilemas vivenciados na área; (ii)

Socializar e discutir ideias e produções, na perspectiva da explicitação e reflexão

crítica sobre atuais tendências, concepções e práticas, na área, com vistas a contribuir

na construção de uma nova inserção da formação em Química na sociedade e na

tecnologia contemporâneas; (iii) Intensificar a interlocução de grupos de pesquisa e

desenvolvimento atuantes em linhas temáticas da área da Educação Química, inter-

relacionando e alimentando conhecimentos, ações e mudanças junto às comunidades

em âmbito local, regional e nacional, incrementando e articulando contatos

diversificados concernentes a produções científicas socialmente relevantes. (UFPR,

2008)2

Estes encontros favorecem a proposição de novas ideias que podem ser

levadas para a sala de aula, possibilitando a criação de novas situações de

aprendizagem nas aulas de Ciências/Química, as quais precisam ser conhecidas com

maior frequência pelos professores da Educação Básica. Além disso, durante esses

anos houve mudanças importantes nas áreas temáticas do evento, demonstrando a

importância do diálogo das Ciências com outras áreas que perpassam a sociedade

2 Texto adaptado do site do ENEQ 2008, disponível no site da UFPR, onde aconteceu o ENEQ em

2008: http://www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/. Acesso em: 13 nov. 2017.

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30

atual. O Quadro 3 apresenta as principais áreas temáticas presentes neste evento nos

últimos dez anos.

Quadro 3: Áreas Temáticas dos ENEQs (2006-2016)

ANO Áreas Temáticas

2006

1. Currículo e Avaliação – CA

2. Ensino e Aprendizagem – EA

3. Ensino e História da Ciência – HC

4. Espaços não-formais de Ensino – EF

5. Experimentação no Ensino – EX

6. Formação de Professores – FP

7. Linguagem e Cognição – LC

8. Materiais Didáticos - MD

9. Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC

2008

1. Currículo e Avaliação – CA

2. Ensino e Aprendizagem – EA

3. História e Filosofia da Ciência no Ensino – HC

4. Ensino em espaços não formais – EF

5. Experimentação no Ensino – EX

6. Formação de Professores – FP

7. Linguagem e Cognição – LC

8. Materiais Didáticos – MD

9. Tecnologia da Informação e Comunicação no Ensino – TIC

10. Ensino e Cultura – EC

2010

1. Currículo e Avaliação – CA

2. Ensino e Aprendizagem – EAP

3. História e Filosofia da Ciência no Ensino – HC

4. Ensino em Espaços Não-Formais – EF

5. Experimentação no Ensino – EX

6. Formação de Professores – FP

7. Linguagem e Cognição – LC

8. Materiais Didáticos – MD

9. Tecnologia da Informação e Comunicação no Ensino – TIC

10. Ensino e Cultura – EC

11. Ensino e Inclusão – EI

12. Educação Ambiental – EA

2012

1. Currículo e avaliação – CA

2. Ensino e aprendizagem – EAP

3. História e filosofia da ciência – HC

4. Ensino em espaços não formais – EF

5. Experimentação no ensino – EX

6. Formação de professores – FP

7. Linguagem e cognição – LC

8. Materiais didáticos – MD

9. Tecnologia da informação e comunicação – TIC

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31

10. Ensino e cultura – EC

11. Ensino e inclusão – EI

12. Educação ambiental - EA

2014

1. Ensino e aprendizagem – EAP

2. Formação de Professores – FP

3. Materiais Didáticos – MD

4. Linguagem e Cognição – LC

5. Experimentação no Ensino – EX

6. História, Filosofia e Sociologia da Ciência – HFS

7. Educação em espaços não-formais e divulgação científica – EFD

8. Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC

9. Educação ambiental – EA

10. Abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade – CTS

11. Currículo e Avaliação – CA

12. Inclusão e Políticas Educacionais – IPE

2016

1. Ciência, Tecnologia e Sociedade

2. Currículo e Avaliação

3. Educação Ambiental

4. Educação em espaços não formais e divulgação Científica

5. Ensino e Aprendizagem

6. Experimentação no Ensino

7. Formação de Professores

8. História, Filosofia e Sociologia da Ciência

9. Inclusão e Políticas Educacionais

10. Linguagem e Cognição

11. Materiais Didáticos

12. Tecnologias da Informação e Comunicação

Com base no Quadro 3, verificou-se a inserção de novas áreas temáticas para a

submissão de trabalhos representando a diversidade de diálogos existentes entre o

ensino e o mundo globalizado. Tais áreas representam os trabalhos dos professores,

pesquisadores e estudantes da área e os possíveis diálogos realizados entre as Ciências

com diferentes esferas do conhecimento que perpassam a sociedade moderna. Por

meio destes dados fica nítida a evolução do evento pautado nas áreas do

conhecimento que em 2016 que passou a considerar novas áreas importantes para o

Ensino de Ciências/Química, a saber: Educação Inclusiva, Políticas Públicas

Educacionais e Relação CTS (Ciências, Tecnologia e Sociedade) que não eram

privilegiadas pelo evento em 2006. Vale salientar que o ENCI não é uma área

temática abordada no evento, visto que, tal metodologia pode dialogar com as

diferentes temáticas apresentadas.

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4 METODOLOGIA

Para início da análise dos anais do ENEQ no período de 2006-2016,

pesquisou-se o radical “investig” em todos os títulos e palavras-chaves dos resumos e

trabalhos completos aprovados nas edições do evento. A escolha pelo radical da

palavra investigação deu-se pelo fato da variação existente do termo investigação, tais

como, investigando, investigativas, investigadoras e investigar. Nesse sentido, ao se

pesquisar pelo radical da palavra o campo de análise foi maior, propiciando catalogar

um maior número de trabalhos que se relacionam com o ENCI. Assim, os trabalhos

selecionados constituem o corpus de análise neste trabalho.

Neste trabalho, lança-se mão de uma pesquisa qualitativa exploratória visando

compreender em sua totalidade os dados da pesquisa. A falta de exploração de um

certo termo na literatura e a busca por uma melhor compreensão dos dados são

justificativas que apoiam a utilização desta metodologia, conforme salienta Neves

(1996). Nesta lógica, a pesquisa qualitativa busca uma abordagem na qual uma teoria

emergirá do corpus analisado, sendo as pessoas responsáveis pela construção dos

fenômenos sociais (DAL-FARRA & LOPES, 2013). Com base nestes pressupostos,

Neves (1996) reforça ainda que a pesquisa qualitativa em educação abarca quatro

princípios centrais que serão considerados neste trabalho: (i) fonte direta de dados e

pesquisador como suporte principal para interpretação destes dados; (ii) caráter

descritivo da pesquisa; (iii) Significado das pessoas frente ao corpus analisado

(fenômenos sociais); (iv) enfoque indutivo após análise dos dados. Logo, partindo

destas condições o trabalho em questão se pautará nas seguintes etapas: Construção

do corpus de análise, quando foram pesquisados todos os anais (resumos e trabalhos

completos) publicados nas edições do ENEQs de 2006 a 2016, constituindo estes

trabalhos o nosso objetivo de análise; Relação dos trabalhos aprovados com o

ENCI: Busca-se neste momento categorizar todo o corpus de análise inicial em dois

grandes grupos, a saber: Ensino de Ciências por Investigação (ENCI) e Investigação

em Ensino de Ciências (IENCI). Para esta análise serão considerados os títulos dos

trabalhos, palavras-chave e resumos dos anais visando classificá-los nas categorias

supracitadas; Evolução das publicações e relação com a pesquisa em Ensino de

Ciências/Química: A partir de gráficos e tabelas, pretende-se interpretar a relação do

ENCI com o número de trabalhos publicados dialogando com as pesquisas voltadas

para esta área no Ensino de Ciências/Química no Brasil; e Método indutivo: Após

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33

analisar os dados coletados, busca-se interpretar indutivamente o material levantado e

traçar relações com o ENCI nos dias atuais.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 ANÁLISE INICIAL DO CORPUS DE ANÁLISE: O ENCI NO ENEQ

ENTRE 2006-2016

Inicialmente, para melhor compreender os trabalhos que se relacionam com o

ENCI e IENCI no ENEQ, buscou-se levantar todos os trabalhos que se relacionam

com o tema, conforme apresentado no Gráfico 1.

Gráfico 1: Anais que possuem o radical “investig” no ENEQ (2006-2016).

De acordo com Gráfico 1, é perceptível a evolução dos trabalhos que dialogam

com o ENCI nas edições do ENEQ no período estudado. Tal evolução possibilita

inferir que as práticas dos profissionais da área começaram a adquirir um caráter

investigativo e isto pode estar relacionado com o aumento dos grupos de pesquisa na

área de Ensino de Ciências/Química no Brasil e com o advento do PIBID, programa

fomentado pelo Governo Federal que possibilita a inserção de professores em

formação inicial nos estabelecimentos escolares. Tal inserção pode propiciar uma

maior articulação entre professores-licenciandos-professores formadores estimulando

a produção de inúmeros trabalhos provenientes desta relação.

O gráfico 2 relaciona o número total de trabalhos aprovados no ENEQ com o

número de trabalhos em que o radical “investig” é mencionado.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

ENEQ2006

ENEQ2008

ENEQ2010

ENEQ2012

ENEQ2014

ENEQ2016

me

ro d

e t

rab

alh

os

apro

vad

os

Edições do evento

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Gráfico 2: Porcentagem dos trabalhos que dialogam com ENCI e IENCI nas edições do ENEQ.

No Gráfico 2, verificou-se uma queda no número de trabalhos correlacionados

com a temática investigação na transição do ENEQ 2010 para o ENEQ 2012. Tal fato

pode ser justificado pelo auge do PIBID em 2010, que possibilitou a divulgação de

inúmeros trabalhos nos espaços escolares. Já em 2011, foi comemorado o Ano

Internacional da Química (AIQ), que abriu espaço para discussões pautadas no

universo da divulgação científica, alfabetização e letramento científico que gerou a

inclusão desta área temática no ENEQ 2014. Assim, com a criação de outras áreas

temáticas, os trabalhos foram distribuídos o que pode ter sido responsável por uma

pequena queda do número de trabalhos que dialogam com a investigação.

5.2 DISCUTINDO O ENCI E IENCI NO ENCONTRO NACIONAL DE

ENSINO DE QUÍMICA.

Após a seleção de todos os trabalhos com o radical “investig”, eles foram

separados em duas grandes categorias para análise: ENCI e IENCI. Estas categorias

emergiram no início do trabalho, visto que nem todos os anais analisados dialogam

com a proposta investigativa de construção do conhecimento científico. O gráfico 3

ilustra as duas categorias apresentadas.

Gráfico 3: Distribuição das categorias ENCI e IENCI nos últimos seis ENEQs.

012345

ENEQ2006

ENEQ2008

ENEQ2010

ENEQ2012

ENEQ2014

ENEQ2016

% d

os

trab

alh

os

Edições do ENEQ

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6nú

me

ro d

e t

rab

alh

os

edições do ENEQ

ENCI

IENCI

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35

Conforme apresentado nos Gráficos 1 e 2, o ENEQ de 2006 não apresentou

nenhum trabalho que dialogasse com o ENCI. Após a consulta dos títulos e das

palavras-chaves, nenhum trabalho com o radical “investig” foi encontrado. Em 2008

estes trabalhos foram apresentados e o Gráfico 3, ilustra as duas colunas que surgiram

a partir do termo investigação. Neste gráfico, percebe-se que há uma pequena

oscilação no número de trabalhos que dialogam com o ENCI e com a IENCI ao longo

dos ENEQs. Esta transição é muito relativa, visto que, muitos profissionais ainda

possuem dificuldades de compreensão do processo investigativo e não sabem como

aplicá-lo nas aulas de Ciências/Química o que explica o pequeno número de trabalhos

que corroboram com o ENCI. Em contrapartida, os trabalhos relacionados com a

IENCI surgem da necessidade de investigar concepções prévias dos estudantes,

práticas formativas e concepções dos estudantes e professores em formação inicial.

Assim, neste caso, muitos trabalhos apresentam palavras com o radical “investig”

relacionados com tais propostas de análise que são importantes para o Ensino de

Química, mas que não possuem relação direta com o ENCI e não contribuem para o

processo de ensino e aprendizagem nas aulas.

O Apêndice I apresenta todos os títulos dos resumos categorizados que

apresentaram o radical “investig” nos ENEQs de 2006 a 2016. A Tabela 3 apresenta

os trabalhos classificados em ENCI e IENCI ao longo dos ENEQs.

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Tabela 2: Categorização dos trabalhos com o foco no ENCI e IENCI nos ENEQs 2006 a 2016.

CATEGORIAS ANO DO ENEQ TRABALHOS ANALISADOS

ENCI

ENEQ 2006 -

ENEQ 2008 1, 2, 3, 8, 9

ENEQ 2010 12, 17, 24, 30

ENEQ 2012 31, 35, 36, 42, 45, 46, 48, 49

ENEQ 2014

58, 59, 62, 63, 66, 71, 78, 79, 82,

83, 84, 86, 88, 89, 90, 92, 93, 96,

97, 99, 100, 105

ENEQ 2016

107, 108, 109, 110, 112, 113, 114,

115, 116, 117, 118, 120, 121, 122,

123, 126, 127, 130, 131, 132, 133,

134, 135, 137, 138, 140, 149, 152,

154, 155, 156, 158, 159, 160, 162,

163, 164, 166, 170, 171, 172, 173,

174, 175, 178

IENCI

ENEQ 2006 -

ENEQ 2008 4, 5, 6, 7

ENEQ 2010 10, 11, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20,

21, 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29

ENEQ 2012 32, 33, 34, 37, 38, 39, 40, 41, 43,

44, 47, 50, 51, 52, 53, 54, 55

ENEQ 2014

56, 57, 60, 61, 64, 65, 67, 68, 69,

70, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 80, 81,

85, 87, 91, 94, 95, 98, 101, 102,

103, 104, 106

ENEQ 2016

111, 119, 124, 125, 128, 129, 136,

139, 141, 142, 143, 144, 145, 146,

147, 148, 150, 151, 153, 157, 161,

165, 167, 168, 169, 176, 177.

5.3 CARACTERIZAÇÃO DOS TRABALHOS QUE DIALOGAM COM O

ENCI NO ENEQ (2006-2016)

Conforme já elucidado anteriormente, no ano de 2006 não houve trabalhos

aprovados na perspectiva do ENCI. Assim, após a análise dos anos posteriores e a

categorização dos trabalhos em ENCI e IENCI (Tabela 2), constatou-se que dos 177

trabalhos aprovados, apenas 85 (48%) dialogam diretamente com a proposta

investigativa de Ensino de Ciências. A Tabela 3 apresenta os níveis de ensino nos

quais foram implementados as atividades propostas.

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37

Gráfico 4: Níveis de Ensino relacionados aos trabalhos publicados nos anais dos ENEQs.

Com base no Gráfico 4, verificou-se que a maior parte dos trabalhos

publicados relacionam-se com o Ensino Médio, onde há uma maior oferta da

disciplina Química. No entanto, outros níveis de ensino foram contemplados em

menor escala, demonstrando uma carência de trabalhos desta natureza no Ensino de

Ciências/Química, sobretudo quando se tem o foco em certos níveis ou modalidades

de ensino. É interessante notar que existem poucos trabalhos que dialogam a

investigação com o Ensino de Ciências no Ensino Fundamental I e II. O ensino de

Ciências nos anos iniciais parece ainda estar pautado no modelo tradicional e

conteudista de ensino (relação de transmissão-recepção). Os estudantes não são

instigados a lançar mão de investigações e a construírem suas próprias conclusões,

pois na maior parte dos casos as respostas já estão prontas e não propicia o

pensamento crítico deles. Isto é evidenciado pela pesquisa realizada por Fernandes e

Neto (2012), destacando que na prática educacional há um distanciamento entre o que

é idealizado e o que é realizado quando se analisam as ações metodológicas nas aulas.

Essa carência de trabalhos voltados ao Ensino Fundamental I e II nos leva a

inferir que o ensino nestas séries se centra no ensino dogmático, sem uma maior

articulação com o meio social dos estudantes. No final dos anos 1990, Fumagalli

(1998) ressaltou que a Ciência escolar era constituída por um corpo de conteúdos,

procedimentos e atitudes de um conhecimento científico erudito. E que a enxurrada de

conteúdos existentes no currículo faz com que os docentes se preocupem em

quantidade ao invés da qualidade, podando as contribuições que as próprias crianças

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

1 2 3 4 5 6

me

ro d

e t

rab

alh

os

edições do ENEQ

ENCI

IENCI

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podem dar aos fenômenos estudados. Esta falta de valorização discente faz com que o

estudante prossiga seus estudos com dificuldades de compreender o seu real papel no

processo de construção do conhecimento científico, podendo desencadear em uma

série de tensões quanto à articulação do ENCI, que acaba sendo reduzido à mera

transmissão de informações durante o processo de ensino. Isso porque o professor não

consegue fazer com o que o estudante perceba a importância da sua participação nesta

construção, o que poderia ter sido iniciado ao longo da Educação Básica.

Um aspecto interessante foi o desenvolvimento de atividades investigativas em

espaços não formais de ensino, o que ocorre em apenas um caso, em um Museu de

Divulgação Científica (Trabalho 78). Desenvolver atividades de cunho investigativo

em locais não formais de ensino também pode propiciar a aprendizagem dos

estudantes que visitam tais ambientes para conhecer mais o universo da Ciência.

Ainda com base na Tabela 3, um dos trabalhos não pode ser analisado, pois o mesmo

encontra-se indisponível na página do ENEQ.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral deste trabalho foi analisar os anais do ENEQ que possuíam

relação direta com o ENCI. Após a análise dos trabalhos, emergiram-se duas grandes

categorias: o ENCI e o IENCI que possuem características distintas quanto à sua

implementação nas aulas de Ciências. O primeiro, conforme discutido ao longo deste

trabalho consiste em um processo investigativo que pode propiciar que o estudante

construa seu conhecimento ao longo do desenvolvimento desta metodologia nas aulas.

Já o segundo, consiste em investigar práticas inerentes ao Ensino de

Ciências/Química. Tais investigações consistem em analisar percepções/concepções

associadas ao ensino e a traçar melhorias para o ensino de forma abrangente.

Com base no recorte realizado (2006-2016) dos anais no ENEQ, percebeu-se

uma ascensão (Gráfico 2) do número de trabalhos que apresentam radical “investig”,

ou seja, de alguma forma ele está relacionado com o termo investigação. Entretanto, a

forma com a qual eles se relacionam com a investigação se dá por vias diferentes,

podendo contribuir para a construção do conhecimento científico (ENCI) ou

apresentar uma situação de ensino de forma generalista (IENCI). No Gráfico 2 ainda é

apresentado uma queda do número de trabalhos com radial “investig” entre os ENEQs

de 2010 e 2012. Tal decréscimo no número de trabalhos pode ser justificativo pelo

aumento do número de áreas temáticas presentes no ENEQ que fez com que os

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39

profissionais da educação desenvolvessem trabalhos associados a outras áreas do

Ensino de Ciências/Química.

Com base no ENCI, foco deste trabalho, podemos inferir que o aumento dos

trabalhos com foco nesta abordagem de ensino reflete o momento atual em que se

busca articular políticas públicas (BRASIL, 2017, p.13) e novas ações metodológicas

para favorecer o aprendizado de Ciências/Químicas conforme apontam diferentes

estudos apontados neste trabalho (PEREIRA, 1999; ALARCÃO, 2001; MESQUITA-

PIRES, 2010; SUART, MARCONDES & LAMAS, 2010; KASSEBOEHMER &

FERREIRA, 2013; CARVALHO & SEDANO, 2017). Além disso, os livros didáticos

aprovados no último PNLD começam a propor atividades que corroboram com as

propostas investigativas que podem ser desenvolvidas nas aulas, mesmo que de

maneira simplista. Entretanto, consideramos este movimento essencial, pois muitos

docentes ainda se apoiam nos livros didáticos e começam a incorporar aos poucos tais

atividades em suas práticas diárias começando a valorizar a construção de conceitos

nas aulas, ao invés de lançar respostas prontas e sem reflexões pautadas na cidadania,

cujos materiais buscam trazer um diálogo com essa perspectiva de ensino, além de

favorecer a contextualização e problematização do ensino de Ciências/Química.

Outro aspecto relevante apontado por este trabalho é o nível em que são

desenvolvidas as atividades que estão em consonância com o ENCI. Verificou-se que

o foco maior estava no Ensino Médio e poucos trabalhos foram direcionados para o

Ensino Fundamental I e II ou Ensino Superior. Isto parece demonstrar ainda mais uma

problemática para a articulação de tal proposta na Educação Básica, pois os

estudantes do Ensino Fundamental acabam tendo uma formação mais tecnicista,

dificultando o trabalho com propostas de caráter mais investigativo no Ensino Médio.

No que tange o Ensino Superior, constatou-se que há uma discussão ainda tímida

sobre tal proposta nas disciplinas didático-pedagógicas e que tais discussões estão

longe de ir ao encontro dos demais componentes curriculares presentes nos cursos de

formação inicial. Isto constitui um desafio que precisa ser superado pelo professor

ainda em formação, quando teria a possibilidade de vivenciar situações que o leve a

refletir sobre a importância de assumir uma postura investigativa em suas aulas,

buscando assim a promoção de um ensino que faça mais sentido para o estudante.

7 IMPLICAÇÕES DO TRABALHO PARA O ENSINO DE

CIÊNCIAS/QUÍMICA

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40

Tal como a literatura já aponta, urge a superação de desafios pelo professor,

desafios estes apontados por nós no início desse nosso estudo: cargas horárias

exaustivas, falta de reconhecimento profissional, falta de recursos didáticos e de

infraestrutura adequada, salas superlotadas, além de concepções restritas acerca do

processo de ensino e de aprendizagem pelos professores.

Assim, a formação inicial e continuada de professores deve promover um real

desenvolvimento profissional do professor, para que possam ter novos

posicionamentos frente a realidade escolar e, consequentemente, transformá-la,

visando efetivas melhorias no processo de ensino e de aprendizagem. A proposta do

Ensino por Investigação é uma das respostas eficazes que a comunidade científica da

área de Ensino de Ciências oferece para o desenvolvimento da alfabetização

científica.

8 REFERÊNCIAS

ALARCÃO, I. Professor investigador: Que sentido? Que formação? Cadernos de

Formação de professores, n.1, 2001.

AUSUBEL, D. P. Educational Psychology: A Cognitive View. New York: Holt,

Rinehart & Winston, 1980.

BORGES, A. T.; RODRIGUES, B. A. Aprendendo a planejar investigações. In:

Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, IX, 2004, Jaboticatubas. Atas...

Minas Gerais: SBF, 2004.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta

preliminar. Terceira versão revista. Brasília: MEC, 2017. Disponível em:

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44

9 APÊNDICE

Apêndice 1 – Trabalhos publicados nos anais do ENEQ (2006 a 2016) que apresentaram o radical

“INVESTIG” classificados em ENCI e IENCI1.

Número de

ordem do

trabalho

Título do trabalho Ano do ENEQ Classificação

1

As habilidades cognitivas manifestadas por alunos

do ensino médio de química em uma atividade

experimental investigativa

2008 ENCI

2

Atividades experimentais investigativas:

habilidades cognitivas manifestadas por alunos do

ensino médio

2008 ENCI

3

Construindo pilhas: relato de uma prática

investigativa no ensino de química envolvendo

alunos do ensino médio

2008 ENCI

4 Estequiometria: investigações em uma sala de aula

prática 2008 IENCI

5

Investigação sobre os trabalhos apresentados nas

RASBQS que relacionam a divulgação científica à

educação em química

2008 IENCI

6 Instrumentação para o ensino de química, formação

inicial de professores, ensino de química. 2008 IENCI

7 Investigando as crenças implícitas sobre ensino e

aprendizagem de futuros professores de química 2008 IENCI

8

Investigando os “espaços vazios” entre as

moléculas de água a partir da massa de latas de

refrigerante.

2008 ENCI

9

Uma abordagem investigativa nas aulas

experimentais de química: um estudo de caso na

rede pública em Itapecerica da Serra/SP.

2008 ENCI

10

A abordagem de questões ambientais no ensino de

química: uma investigação na formação inicial de

professores

2010 IENCI

11

A elaboração de minicursos temáticos: investigação

orientada e formação inicial de professores de

química.

2010 IENCI

12

A fotossíntese como tema de atividade investigativa

para o ensino de ciências em turmas de 3º ano do

ensino fundamental.

2010 ENCI

13

A importância da história da ciência na perspectiva

de alunos do ensino médio: a investigação em uma

escola no pontal do triângulo mineiro

2010 IENCI

14

A investigação da prática docente como experiência

problematizadora na formação de professores de

química.

2010 IENCI

15

A química e os alunos do ensino médio: uma

investigação realizada por estagiários

comprometidos com a melhoria do ensino-

aprendizagem.

2010 IENCI

16

A reconstrução histórica da cinética química:

elaboração e aplicação de um instrumento para

investigar as idéias dos alunos sobre esse tema.

2010 IENCI

17

Aquecimento global: uma investigação das

representações sociais e concepções de alunos da

escola básica

2010 ENCI

18 As analogias no ensino de química: uma 2010 IENCI

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45

investigação de sua abordagem nos livros didáticos

de química do ensino médio.

19

As atividades de experimentação investigativa em

ciência na sala de aula de escolas de ensino médio e

suas interações com o lúdico

2010 IENCI

20

Atividades experimentais de natureza investigativa

no ensino de química: perspectiva discursiva de um

grupo de professores

2010 IENCI

21

Contribuição para o despertamento da capacidade

investigativa em alunos do 3º ano do ensino

fundamental por meio de aula experimental

2010 IENCI

22

Formulação, aplicação e avaliação de exercícios

operatórios como procedimento para auxiliar no

aprendizado de conceitos

2010 IENCI

23 Investigação sobre a viabilidade do uso de materiais

alternativos para testes de chama 2010 IENCI

24

Investigando a cinza da casca do arroz como fase

estacionária em cromatografia: uma proposta para

aulas de química orgânica experimental na

graduação

2010 ENCI

25 Investigando as concepções de alunos licenciandos

em química sobre a atividade docente. 2010 IENCI

26

Investigando estratégias retóricas na escrita de

pesquisadores da área de química: subsídios para a

compreensão da linguagem da ciência

2010 IENCI

27 Investigando fontes de aquecimento de baixo custo

para o ensino de química 2010 IENCI

28 Que aroma é esse? - investigando as representações

de modelos produzidas por alunos do ensino médio. 2010 IENCI

29

Peer review no ensino superior de química:

investigando aspectos estruturais e retóricos da

linguagem científica valorizados pelos estudantes

2010 IENCI

30

Utilizando a metodologia investigativa para

diminuir as distâncias entre os alunos e a

eletroquímica

2010 ENCI

31 Desenvolvendo uma atividade investigativa com

estudantes do EM: A qualidade do leite em foco 2012 ENCI

32 Investigação da aula de química na rede pública do

espírito santo: o olhar do aluno do ensino médio 2012 IENCI

33

Educação Ambiental no Ensino de Química: Uma

Investigação na Educação de Jovens e Adultos –

EJA em uma Escola Pública de Santa Isabel do Pará

– PA.

2012 IENCI

34

Investigação da conscientização da Comunidade

acadêmica da UFU sobre o descarte adequado das

baterias de celulares usadas.

2012 IENCI

35

Ambiente Interativo de Química Forense:

aprendendo e divulgando a Química através da

Investigação Criminal

2012 ENCI

36 Gincana Tecnológica e Investigativa de Química:

uso das TICs no ensino e divulgação da Química 2012 ENCI

37

Identificando relações de ensino aprendizagem do

livro didático ao vestibular: as Propriedades

Periódicas como foco investigativo

2012 IENCI

38

Investigando a contribuição de experimentos

demonstrativos investigativos para o

desenvolvimento de conceitos relacionados à

temática ácidos e bases no ensino médio.

2012 IENCI

39 Investigando propriedades atômicas e moleculares 2012 IENCI

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46

de halometanos utilizando a química computacional

40 Os Professores de Química e o Modelo de Ensino

por Investigação no Sertão Pernambucano 2012 IENCI

41

Participação de estudantes em atividades

investigativas: a influência do ambiente escolar para

a motivação

2012 IENCI

42 Proposta de uso de atividade investigativa para o

aprendizado de reações endotérmicas e exotérmicas 2012 ENCI

43

Reflexões acerca da contextualização e das

situações investigativas no Ensino de Química com

base na Teoria dos Campos Conceituais (Completo)

2012 IENCI

44

Reflexões acerca da contextualização e das

situações investigativas no Ensino de Química com

base na Teoria dos Campos Conceituais. (Resumo)

2012 IENCI

45

Densidade e Reciclagem: Uma proposta

investigativa e interativa para o Ensino de Química

no Ensino Médio.

2012 ENCI

46 Densidade: uma proposta de aula investigativa 2012 ENCI

47

Experimentação investigativa no Ensino de

Química: uma análise dos livros didáticos

selecionados pelo PNLD 2012

2012 IENCI

48

Experimentação no ensino de ciências: PIBID-

Química e alunos do ensino médio investigam a

função do agasalho.

2012 ENCI

49

Experimentação no ensino de química: O

desenvolvimento da capacidade reflexiva e

investigativa do educando.

2012 ENCI

50 Documentário em Filme PIBID: Uma investigação

sobre Iniciação à Docência. 2012 IENCI

51

Investigação sobre a concepção de alunos do curso

de bacharelado e licenciatura em Química sobre o

PIBID.

2012 IENCI

52

Investigando a Compreensão de Alunos da

Licenciatura em Química da UEL sobre o Conceito

de Solução

2012 IENCI

53

Investigando o Conhecimento Pedagógico do

Conteúdo: da formação inicial a atuação

profissional

2012 IENCI

54

Os Modelos no Ensino de Química: Uma

Investigação na Formação Inicial de Professores

Química

2012 IENCI

55 Investigando as concepções de estudantes do ensino

fundamental sobre a equação química 2012 IENCI

56

As investigações acerca da avaliação nos primeiros

Grupos de Pesquisa em Educação Química do

Brasil.

2014 IENCI

57

Das falas significativas ao tema gerador:

contribuições da investigação temática para a

ressignificação dos conteúdos de Química

Radioatividade para Alunos da 2ª série do Ensino

Médio

2014 IENCI

58

80 Anos sem Marie Curie: Abordagem

Investigativa do Filme “Madame Curie” para

Contextualização Histórica no Ensino de

Radioatividade para Alunos da 2ª série do Ensino

Médio

2014 ENCI

59

A Química na investigação de crimes: uma

estratégia interdisciplinar para o ensino de química

no ensino médio.

2014 ENCI

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47

60

A utilização da atividade experimental Investigativa

no Ensino Fundamental I como elemento motivador

para o Ensino de Ciências.

2014 IENCI

61 Concepções de estudantes do Ensino Médio sobre

atividades experimentais investigativas. 2014 IENCI

62

Soluções Isotônicas: uma Pesquisa Escolar como

Proposta de Atividade Investigativa para a

Compreensão de Conceitos Relacionados ao Estudo

de Soluções para Alunos da EJA

2014 ENCI

63 Análise Química e Sensorial de alimentos através

de atividades experimentais de caráter investigativo 2014 ENCI

64

Atividades Experimentais e Ensino por

Investigação: Proposta de Formação Continuada

para professores de Química.

2014 IENCI

65 Escrita Narrativa da Experimentação Investigativa

na Formação de Professores de Química 2014 IENCI

66 Indicadores Naturais em Atividade Experimental

Investigativa no Ensino Superior. 2014 ENCI

67 Concepções docentes sobre ensino investigativo em

química em escolas do Pará 2014 IENCI

68

Formação Inicial de Professores de Química: Uma

Investigação acerca da Influência desta na Prática

Docente do Licenciando da UFRPE

2014 IENCI

69

Investigando o lugar das discussões curriculares em

cursos de Licenciatura em Química de instituições

estaduais baianas

2014 IENCI

70

O processo de reflexão orientada durante a

elaboração de planos didáticos por uma licencianda:

análises dos níveis investigativos, cognitivos, e de

alfabetização científica.

2014 IENCI

71

Promovendo a argumentação em alunos do Ensino

Médio de Química utilizando a experimentação:

Contribuição para a formação inicial docente.

2014 ENCI

72 A catálise na primeira metade do século XIX:

investigações e ideias iniciais. 2014 IENCI

73

Investigação sobre a presença do obstáculo do

Conhecimento unitário e pragmático em 365

pesquisadores na área de Química no Brasil

2014 IENCI

74

Investigação sobre ensino para alunos com

Deficiência cognitiva: proposta de atividade

Didática para ensino de química.

2014 IENCI

75 Análise de unidades didáticas como uma forma de

Desenvolver um ensino investigativo. 2014 IENCI

76

Jogos no ensino de ciências: uma análise

investigativa sobre os anais do ENPEC e uma

proposta classificatória dos jogos sob a luz da teoria

de Chateau

2014 IENCI

77

Investigando dificuldades de aprendizagem em

Química de alunos do ensino médio durante as

ações do PIBID/Química/UFS/São Cristóvão

2014 IENCI

78

Experimentação no Museu de Ciência: a percepção

do público do Centro de Divulgação Científica e

Cultural (CDCC).

2014 ENCI

79 A experimentação demonstrativa-investigativa

como recurso didático no Ensino de química 2014 ENCI

80 Análise de propostas de experimentos

investigativos feitas por Licenciandos 2014 IENCI

81 Concepções sobre solução e concentração de

solução investigadas em Ações do PIBID/Química 2014 IENCI

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48

da UFS/Campus de São Cristóvão

82

Conhecimentos prévios sobre processo de absorção

de radiação de Energia mobilizados via

experimentação investigativa

2014 ENCI

83 Culpado ou inocente? A perícia criminal como tema

gerador para trabalho no ensino médio. 2014 ENCI

84

Experimentação demonstrativo-investigativa: uma

metodologia aplicada ao ensino de Jovens e

Adultos.

2014 ENCI

85

Investigando a relação dos alunos da educação

básica com a Química, através das ações do

PIBID/QUÍMICA/UFS/São Cristóvão

2014 IENCI

86

O desenvolvimento conceitual de alunos da rede

estadual a partir da experimentação investigativa

experimentação investigativa

2014 ENCI

87

Os Tablets e a Inclusão Digital na Escola: Uma

investigação no Estágio Supervisionado sobre a

utilização de Tablets em Aulas de Química na

Educação Básica.

2014 IENCI

88 Química no dia-a-dia. Investigando curiosidades da

química com Crianças do ensino fundamental. 2014 ENCI

89

Uso de casos investigativos para o ensino de

técnicas Espectroscópicas: uma análise com

estudantes do curso de Química Ambiental

2014 ENCI

90

Biopesticidas a partir de plantas aromáticas, uma

proposta de atividade Investigativa integrada para o

ensino de Química e Biologia

2014 ENCI

91

Classificação dos resumos apresentados no XIV,

XV e XVI eneqs de acordo com os níveis de uma

experimentação investigativa

2014 IENCI

92

Estudo dos fatores que afetam as velocidades de

uma transformação Química: uma atividade

experimental investigativa

2014 ENCI

93

Investigação de potenciais indicadores ácido-base a

partir da flora Característica do Centro-Norte

Goiano

2014 ENCI

94 Investigando a química no Programa Mais

Educação 2014 IENCI

95 O PIBID e a Proposta de Atividade Experimental

Investigativa 2014 IENCI

96

Transformações químicas e energia: uma

abordagem investigativa a partir da queima de

alimentos

2014 ENCI

97 Vivenciando a profissão docente através de práticas

Experimentais investigativas. 2014 ENCI

98

Contribuições do PIBID para a formação inicial

docente: investigando Os materiais produzidos por

licenciadas de química.

2014 IENCI

99

Do Big Bang ao DNA: Uma atividade

interdisciplinar e Investigativa sob o tema central

“Evolução”

2014 ENCI

100

Inprameq: um grupo de investigação na área de

Ensino de Química Atuando no Sertão

Pernambucano

2014 ENCI

101 Investigando a prática docente de uma licencianda

em formação inicial a Partir da reflexão orientada 2014 IENCI

102

Investigando o conhecimento pedagógico do

conteúdo de Licenciandos em Química sobre

Cinética Química

2014 IENCI

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49

103 Interações interpartículas: investigando as

concepções de Estudantes do ensino médio. 2014 IENCI

104 Investigando o Jogo Didático no Ensino de Química

na EREM – José Joaquim da Silva Filho 2014 IENCI

105

O uso de cartões-pista como material didático para

o estudo Investigativo de ligações químicas no 9º

ano do ensino

2014 ENCI

106

Análise investigatória sobre as concepções dos

Professores de química sobre o uso das TIC na Sua

práxis docente

2014 IENCI

107 A abordagem da tensão superficial através da

experimentação investigativa 2016 ENCI

108

A construção de conceitos, procedimentos e

atitudes por meio de atividades investigativas em

aulas de Ciências

2016 ENCI

109 A química da motivação: metodologia investigativa. 2016 ENCI

110

As possibilidades geradas para mediar conceitos a

partir da investigação das evidências em

transformações e interações químicas

2016 ENCI

111 Aspectos do professor perito e o ensino

investigativo na integração de aulas de química 2016 IENCI

112 Atividades demonstrativas-investigativas no ensino

de química 2016 ENCI

113

Atividades investigativas em aulas de ciências um

ambiente de aprendizagem desenvolvida no clube

de ciência da UFPA

2016 ENCI

114 Atividades investigativas na disciplina

instrumentação 2016 ENCI

115 Aula investigativa sobre tema soluções e seus

desdobramentos 2016 ENCI

116 Educação química mediada por sequência de ensino

investigativo de produção de pão 2016 ENCI

117 Educação química na produção de pão: sequência

de ensino investigativo com enfoque CTSA 2016 ENCI

118

Ensino de ciências por investigação: a relação

teórico-prática da educação ambiental com a

construção de um forno solar

2016 ENCI

119 Estágio de docência na pós-graduação: um relato de

experiência sobre atividades investigativas 2016 IENCI

120

Etileno versus acetileno no processo de

amadurecimento de frutas: introduzindo a

investigação científica no ensino médio

2016 ENCI

121 Experiment@: guia didático com abordagem

investigativa para o ensino experimental de química 2016 ENCI

122 Habilidade argumentativa: contribuições a partir da

experimentação investigativa 2016 ENCI

123

Investigando a relação entre o nível cognitivo de

perguntas e respostas em questionários propostos

em uma sequência de aulas

2016 IENCI

124 Investigando o conceito densidade com estudantes

dos anos inicias do ensino fundamental 2016 IENCI

125

Minha bela tabela: uma proposta investigativa para

auxiliar a aprendizagem significativa acerca da

tabela periódica partindo de substâncias do

cotidiano

2016 ENCI

126

Modelo cinético molecular: desenvolvimento de

uma sequência didática em uma abordagem

investigativa

2016 ENCI

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50

127 A educação inclusiva nas investigações dos grupos

de pesquisa em educação química no brasil 2016 IENCI

128

A grandeza “quantidade de matéria” e sua unidade,

mol: uma investigação realizada com docentes das

universidades de minas gerais

2016 IENCI

129 Abordagens de experimentação investigativa no

ensino de química por alunos do PIBID 2016 ENCI

130 Aliando um jogo e um experimento investigativo

para o ensino de conceitos de separação de misturas 2016 ENCI

131

Aprendizagem significativa do conteúdo cinética

química a partir das atividades experimentais

investigativas

2016 ENCI

132

Atividades experimentais investigativas virtuais no

ensino de química: a construção do conhecimento

químico de alunos do ensino médio e a avaliação

por meio de mapas conceituais

2016 ENCI

133

Atividades investigativas de educação ambiental em

foco: percepção dos comerciantes da cidade de

Coxim- MS sobre o descarte de pilhas/baterias e

suas implicações para o ensino de química

2016 ENCI

134

Célula eletrolítica para eletrodeposição de prata e as

concepções dos alunos numa experimentação

investigativa

2016 ENCI

135

Conceitos de massa e volume – o PIBID na

investigação sobre a compreensão de tais conceitos

por estudantes do primeiro ano do ensino médio

2016 IENCI

136

Experimentação investigativa e educação CTS sob

o tema dos resíduos eletrônicos em aulas de

química.

2016 ENCI

137 Experimentação investigativa no ensino de química 2016 ENCI

138 História da ciência nos livros didáticos de química:

tabela periódica como objeto de investigação 2016 IENCI

139 Investigação da capacidade do extrato da casca do

abiu roxo em se comportar como indicador de pH 2016 ENCI

140 Investigação das concepções dos alunos do ensino

médio sobre o tema polímeros 2016 IENCI

141

Investigação de material didático que contempla a

abordagem ciência, tecnologia e sociedade - CTS

para ensinar química aos estudantes do ensino

médio

2016 IENCI

142

Investigação diagnóstica do conhecimento e

aplicação das teorias ácido-base de alunos de

licenciatura em química

2016 IENCI

143 Investigação e reflexão acerca do uso do saber

popular relacionado à química do dia a dia. 2016 IENCI

144 Investigação nas aulas de eletroquímica do ensino

superior 2016 IENCI

145

Investigação sobre ensino de cromatografia para

alunos com deficiência visual: perspectivas de

professores e proposta de atividade didática

2016 IENCI

146

Investigação sobre modelos mentais de alunos do

ensino médio sobre o efeito estufa: uso de

simulações computacionais como auxílio no

desenvolvimento

2016 IENCI

147

Investigando a formação contínua de professores:

reflexões sobre as etapas de construção de um

módulo instrucional

2016 IENCI

148 Investigando a verdura química de atividades

experimentais em disciplinas de graduação do curso 2016 ENCI

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51

de química da UFSC

149 Investigando as representações dos alunos do

ensino médio sobre alquimistas e cientistas 2016 IENCI

150

Investigando relações entre a teoria e a prática: em

foco a formação continuada de professores da área

de ciências naturais e a interdisciplinaridade

2016 IENCI

151

Leite adulterado: uma proposta investigativa

vivenciada por estudantes surdos na perspectiva

bilíngue

2016 ENCI

152

Metodologia de pesquisa para investigar o tema

formação de professores de química na produção

bibliográfica dos periódicos nacionais

2016 IENCI

153

Métodos de separação de misturas: uma proposta de

experimentação investigativa de química para

estudantes do ensino médio

2016 ENCI

154

Modelagem molecular computacional como objeto

didático interativo para a investigação dos estados

físicos da matéria

2016 ENCI

155 O ensino por investigação no conteúdo de ligações

químicas - um relato de experiência 2016 ENCI

156

O mundo está ficando ácido: os três momentos

pedagógicos e a experimentação investigativa na

formação inicial

2016 ENCI

157

Percepções dos professores de química sobre

educação ambiental e a investigação do tema

“agrotóxico” no livro didático

2016 IENCI

158 PIBID e feira de ciências na escola: incentivo à

investigação científica 2016 ENCI

159 Produtos de limpeza: uma abordagem investigativa

e contextualizada para o ensino de química 2016 ENCI

160

Projeto em educação, meio ambiente e polímeros:

investigação dos temas com alunos de escolas do

estado do Rio de Janeiro

2016 IENCI

161

Química e literatura na obra “a tabela periódica de

primo Levi” por meio de experimentos

investigativos

2016 ENCI

162

Resolução de problemas associada a um

experimento com enfoque investigativo para a

discussão dos conceitos de dissociação e dissolução

de compostos químicos

2016 ENCI

163 Uma abordagem sobre o conteúdo de “dispersões”

numa perspectiva investigativa 2016 ENCI

164

Uma investigação sobre conceitos da termoquímica:

contribuições para o ensino de química na educação

básica

2016 IENCI

165 Utilização do diário de bordo como avaliação

investigativa na educação de jovens e adultos 2016 ENCI

166

Agrotóxicos no ensino de química: concepções de

estudantes do campo segundo a educação dialógica

freireana

2016 IENCI

167 Alunos do ensino médio e o ensino de química na

feira livre 2016 IENCI

168 Condições de trabalho dos professores de química

da região de Capivari 2016 IENCI

169

Experimentação no ensino de química:

quantificação de ácido ascórbico em sucos

industrializados como explorador do pensamento

analítico

2016 ENCI

170 Identificação e caracterização de estratégias 2016 ENCI

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52

enunciativas entre estudantes de química em nível

superior

171 O ensino de alcanos através da pesquisa orientada 2016 ENCI

172 Proporções e combinações químicas uma atividade

realizada com crianças do município de Toledo/PR 2016 ENCI

173 Proposta de sequência didática para o estudo de

soluções na educação de jovens e adultos 2016 ENCI

174 Química e a arte: aula experimental de “laboratório

aberto” envolvendo a alquimia 2016 ENCI

175 Rede temática: uma construção colaborativa em

uma escola dos anos iniciais de Itabuna/BA 2016 IENCI

176

Reflexões sobre a aplicação de uma sequência

didática: problematizando a noção de representação

e modelo

2016 IENCI

177 Sequência didática para a abordagem do conteúdo

mudanças de fase 2016 ENCI

1Não foram encontrados trabalhos com radical “investig” no ENEQ de 2006.