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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA/FITOTECNIA
DANIELLE FERNANDES DE ALMEIDA
EFEITOS DO EXTRATO DE Agrostemma githago L. NO CULTIVO DE PIMENTÃO
NO ESTADO DO AMAZONAS
FORTALEZA 2012
DANIELLE FERNANDES DE ALMEIDA
EFEITOS DO EXTRATO DE Agrostemma githago L. NO CULTIVO DE PIMENTÃO
NO ESTADO DO AMAZONAS
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Agronomia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Renato Innecco
FORTALEZA
2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Ciências e Tecnologia
A445e Almeida, Danielle Fernandes de.
Efeitos do extrato de Agrostemma githago L. no cultivo de pimentão no Estado do Amazonas. /
Danielle Fernandes de Almeida. – 2012. 78 f. : il. color., enc. ; 30 cm.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias,
Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia, 2012.
Área de Concentração: Fitotecnia.
Orientação: Prof. Dr. Renato Innecco.
1. Pimentão - Cultivo - Amazonas. 2. Alelopatia. 3. Adubos e Fertilizantes. I. Título.
CDD 632
DANIELLE FERNANDES DE ALMEIDA
EFEITOS DO EXTRATO DE Agrostemma githago L. NO CULTIVO DE PIMENTÃO
NO ESTADO DO AMAZONAS
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Agronomia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.
Aprovada em 30/08/2012
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________ Prof. Dr. Renato Innecco (Orientador) Universidade Federal do Ceará – UFC
__________________________________________ Prof. Dr. Sebastião Medeiros Filho (Conselheiro)
Universidade Federal do Ceará – UFC
__________________________________________
Dra. Aurilene Araújo Vasconcelos (Conselheiro) Bolsista PNPD-Institucional UFC
AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente a Deus pela força e por me guiar durante esse período do
mestrado, como em tudo na minha vida, pois em alguns momentos de dificuldades
durante essa fase, me mostrou que sem ele não sou nada e que posso tirar muitas pedras
do meu caminho e construir uma história de muitas vitórias.
Aos meus queridos e amados pais, que me mostram todos os dias o que
realmente é importante na vida: o amor, o respeito pelo próximo e o conhecimento. Se
eu disser um milhão de obrigado, seria pouco pra agradecer tanta dedicação que vocês
têm por mim e pelos meus irmãos.
Aos meus irmãos que estão perto de mim Athos e Janson, pelo apoio sempre e
ao meu querido irmão Jefersson, que mesmo longe está me iluminando com o seu
carinho.
Ao meu namorado e amigo Ricardo, pelo amor, carinho, compreensão e apoio.
Agradeço por me incentivar sempre.
À Universidade Federal do Ceará pela oportunidade oferecida à realização do
curso.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico - CNPq,
pela concessão da bolsa de estudos.
Ao Departamento de Fitotecnia e a todos os professores da pós-graduação, por
todo conhecimento passado.
Ao meu grande orientador Prof. Dr. Renato Innecco, pela orientação, amizade e
ensinamentos e pela confiança no meu trabalho.
Ao Coordenador da Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia Prof. Dr. Marcio
Cleber de Medeiros e Corrêa e ao secretário da Deocleciano Xavier por todas as
informações e ajuda prestadas.
Ao agricultor Sr. Galego e toda sua família que me cederam a área pra execução
de experimento e pela acolhida.
Aos trabalhadores da fazenda, Ricardo, Samuel, Renato, que mesmo não
entendendo a importância desse trabalho me ajudaram na execução do mesmo.
A minha amiga Wanderléia, que participou do começo ao fim na execução do
experimento, obrigada pela ajuda e pela sua amizade, pois foi através deste trabalho que
nasceu nossa amizade.
Ao Alexandre e Rafael pela colaboração durante o experimento.
Ao Professor Ferreira pelo apoio, ajuda e principalmente amizade.
As minha amigas de pós-graduação que vão ficar pra sempre no meu coração,
Rafaela, Selma, Tarliane e Alêssa e mesmo com a distância geográfica, nossa amizade é
pra vida toda.
Aos meus amigos de infância, de escola, de faculdade e do trabalho,
A todos, que de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO
A cultura do pimentão (Capsicum annum L.) apresenta elevado valor comercial no Brasil e a utilização de bioestimulantes favorece incrementos no desenvolvimento vegetal desta hortaliça. O Agrostemin® é um bioestimulante composto por 4% de extrato vegetal concentrado liofilizado de Agrostemma githago L. misturados com 96% de silicato de magnésio. O objetivo deste trabalho é avaliar a influência do extrato vegetal Agrostemma githago L. na cultivar de pimentão Dahra R Sakata. O experimento foi instalado em casa-de-vegetação na Fazenda Goiânia localizada no município de Iranduba – AM. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos por épocas de aplicação com o produto Agrostemin® (30g/ha-1), dose aplicada nas mudas dois dias antes do transplantio, e quatro tratamentos após o transplantio (5, 15, 30, 5 + 30 dias), além da testemunha, totalizando seis tratamentos. Para os componentes vegetativos foram avaliados altura média das plantas (cm), diâmetro das plantas (mm) e comprimento da raiz (cm) e matéria seca da raiz (g). Para as variáveis dos componentes de produção foram avaliados número de frutos e peso médio dos frutos, com isso sendo calculado a produtividade (kg/parcela), além da qualidade dos frutos, comprimento (CF), diâmetro (DF) e espessura da polpa. Os resultados indicaram que os efeitos da época de aplicação mostrou para variável número de frutos valores superiores na aplicação realizada com 5+30 (cinco + trinta) dias e para a produtividade os tratamentos com aplicação com 5 + 30 (cinco + trinta) dias e o tratamento com 5 (cinco) dias, mostraram-se os melhores resultados. Na variável peso dos frutos não houve diferença significativa na analise de variância, o mesmo resultado foi seguido pelas variáveis comprimento e espessura da polpa, foi observado diferença apenas no diâmetro, o tratamento com aplicação do bioestimulante com 5 + 30 (cinco + trinta) apresentou o melhor resultado. A altura das plantas, o tratamento com 15 (quinze) dias mostrou valores superiores, porém não diferindo estatisticamente dos outros tratamentos com a presença do extrato, já o diâmetro das plantas apresentou melhores desempenhos no tratamento com aplicação com 5 + 30 (cinco + trinta). Para as características da raiz, os tratamentos com 2 (dois), 15 (quinze), 5 + 30 (cinco + trinta), apresentaram os melhores desempenhos para o comprimento da raiz, sendo que a matéria-seca registrou os melhores valores para o tratamento com aplicação com 15 (quinze) dias. As épocas de aplicação do bioestimulante Agrostemin® apresentaram efeitos positivos no crescimento e desenvolvimento nas plantas de pimentão. Palavras-Chave: bioestimulante, Agrostemin®, cultivar, épocas de aplicação, produtividade.
ABSTRACT
The culture of pepper (Capsicum annum L.) has a high commercial value in Brazil and the use of biostimulation favors increases in plant development of this vegetable. The Agrostemin® is a bio-stimulant composed of 4% of plant extract concentrated lyophilized Agrostemma githago L. mixed with 96% magnesium silicate. The objective of this study is to evaluate the influence of plant extract Agrostemma githago L. in cultivating chili Dahra R Sakata. The experiment was set up inside a greenhouse in the farm in the municipality of Goiânia Iranduba - AM. The experimental design was a randomized block with four replications. The treatments consisted of application time with product Agrostemin® (30g/ha-1) dose applied to seedlings two days before the transplant, and four treatments after transplanting (5, 15, 30, 5 + 30 days), plus control, six treatments. For the vegetative components were evaluated average plant height (cm), diameter of plant (mm) and root length (cm) and root dry matter (g). For variables of yield components were evaluated fruit number and average fruit weight, it is calculated productivity (kg / plot), and fruit quality, length (FL), diameter (DF) and flesh thickness. The results indicated that the effects of application time showed variable number of fruits higher values in the application performed with 5 +30 (five + thirty) days and productivity treatments with application 5 + 30 (five + thirty) days and Treatment with five (5) days, showed the best results. In the variable weight of fruit was no significant difference in the analysis of variance, the same result was followed by variable length and thickness of the pulp was observed only difference in diameter, treatment with application of plant growth regulator with 5 + 30 (thirty five +) showed the best result. Plant height, treatment with 15 (fifteen) days showed values higher, but not statistically different from other treatments with the extract, since the diameter of the trees showed better performance in the application to treatment with 5 + 30 (thirty five + .) For root characteristics, treatments with two (2) fifteen (15) 5 + 30 (thirty five +), showed the best performance for root length, and dry-matter recorded the best values for the treatment application with fifteen (15) days. The application time biostimulating Agrostemin ® showed positive effects on growth and development in sweet pepper plants. Keywords: biostimulant, Agrostemin®, cultivar, application times, productivity.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Localização da Fazenda Goiânia, Iranduba – AM. ..................................... 34
Figura 2: Casa-de-vegetação preparada para receber as mudas de pimentão Dahra R.
Iranduba – AM, 2011. .................................................................................................. 36
Figura 3: Mudas de pimentão em bandejas de isopor com 14 dias de semeadura.
Iranduba – AM, 2011. .................................................................................................... 36
Figura 4. Planta unida ao fitilho por meio de alceamento. Iranduba – AM, 2011 ....... 37
Figura 5: Avaliação da altura de planta de pimentão por meio de trena, após 50 dias de
transplantio. Iranduba – AM, 2011 ................................................................................ 38
Figura 6: Coroamento das plantas de pimentão, com o objetivo de não danificar o
sistema radicular no momento da retirada das plantas. Iranduba–AM,
2011................................................................................................................................ 39
Figura 7: Colheita da produção de pimentão Dahra R. Iranduba – AM, 2011............. 40
Figura 8: Detalhe da planta e dos frutos da cultivar Dahra R. no ponto de colheita. Iranduba –
AM, 2011..................................................................................................................................... 40
Figura 9: Pesagem de fruto de pimentão em balança analógica (A) e avaliação da
espessura da polpa do fruto de pimentão com o auxílio de paquímetro digital (B).
Iranduba – AM, 2011. ................................................................................................... 41
Figura 10: Gráfico demonstrando a evolução do número de frutos para as quatro
colheitas realizadas. Iranduba – AM, 2011.................................................................... 43
Figura 11: Modelos de regressões quadráticas para o número de frutos. Testemunha
(T1) x Tratamento com cinco (2) dias antes transplantio (T2), sob quatro
avaliações........................................................................................................................ 44
Figura 12: Modelos de regressões quadráticas para o número de frutos. Testemunha
(T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob quatro
avaliações........................................................................................................................ 45
Figura 13: Modelos de regressões para o número de frutos do pimentão. A –
Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após o transplantio (T4); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5), sob quatro
avaliações........................................................................................................................ 46
Figura 14: Modelos de regressões quadráticas para o número de frutos. Testemunha
(T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6), sob quatro
avaliações........................................................................................................................ 46
Figura 15: Modelos de regressões para a produtividade. A – Testemunha (T1) x
Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B - Testemunha (T1) x
Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob quatro avaliações.
........................................................................................................................................ 47
Figura 16: Modelos de regressões para a produtividade. A – Testemunha (T1) x
Tratamento com quinze (15) dias após o transplantio (T4); B - Testemunha (T1) x
Tratamento trinta (30) dias após transplantio (T5), sob quatro
avaliações........................................................................................................................ 48
Figura 17: Modelos de regressões quadráticas para a produtividade. Testemunha (T1)
x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6), sob quatro
avaliações........................................................................................................................ 49
Figura 18: Modelos de regressões lineares para o peso dos frutos de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob três
valiações......................................................................................................................... 50
Figura 19: Modelos de regressões lineares para o peso dos frutos de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5), sob três
avaliações........................................................................................................................ 51
Figura 20: Modelos de regressões lineares para o peso dos frutos de pimentão.
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6),
sob três avaliações.......................................................................................................... 51
Figura 21: Modelos de regressões lineares para o comprimento dos frutos de pimentão,
A – Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (15) dias após transplantio (T3), sob três
avaliações........................................................................................................................ 52
Figura 22: Modelos de regressões lineares para o comprimento dos frutos de pimentão,
A – Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5), sob três
avaliações........................................................................................................................ 53
Figura 23: Modelos de regressões para o comprimento dos frutos de pimentão.
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6),
sob três avaliações.......................................................................................................... 54
Figura 24: Frutos de pimentão (CAPSICU ANNUM L.), oriundos de plantas
submetidas aos efeitos do Agrostemin® nos tratamentos com dois (2) dias antes do
transsplantio, cinco (5), quinze (15) e trinta (30) e e o tratamento com cinco (5) e trinta
(30), comparado ao tratamento sem aplicação do bioestimulante. Iranduba – AM.
2011................................................................................................................................ 54
Figura 25: Frutos de pimentão oriundos de plantas submetidas aos efeitos dos
tratamentos com aplicação do produto Agrostemin® com dois (2) dias antes do
transsplantio, cinco (5), quinze (15) e trinta (30) e e o tratamento com cinco (5) e trinta
(30), comparado ao tratamento sem aplicação do bioestimulante. Iranduba – AM. 2011.
........................................................................................................................................ 55
Figura 26: Modelos de regressões para o diâmetro dos frutos de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob três
avaliações........................................................................................................................ 56
Figura 27: Modelos de regressões para o diâmetro dos frutos de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5), sob três
avaliações........................................................................................................................ 57
Figura 28: Modelos de regressões para o diâmetro dos frutos de pimentão.
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6),
sob três avaliações.......................................................................................................... 57
Figura 29: Modelos de regressões para a espessura da polpa de frutos de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob três
avaliações.........................................................................................................................58
Figura 30: Modelos de regressões para a espessura da polpa dos frutos de pimentão.
Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4), sob três
avaliações........................................................................................................................ 59
Figura 31: Modelos de regressões para a espessura da polpa de frutos de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6),
sob três avaliações............................................................................................................... 60
Figura 32: Detalhe da espessura dos frutos de pimentão: A – Testemunha (T1); B -
Tratamento com aplicação do bioestimulante Agrostemin® com dois (2) dias antes do
transplantio (T2); C - Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3); D -
Tratamento com quinze (15) dias após o transplantio (T4). Iranduba – AM. 2011
........................................................................................................................................ 60
Figura 33: Detalhe da espessura dos frutos de pimentão : A – Testemunha (T1); B -
Tratamento com aplicação do bioestimulante Agrostemin® com trinta (30) dias após
transplantio (T4) ; C - Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio
(T5). Iranduba– AM. 2011 ............................................................................................ 61
Figura 34: Modelos de regressões quadrático para a altura das plantas de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob seis
avaliações........................................................................................................................ 63
Figura 35: Modelos de regressões quadráttico para a altura das plantas de pimentão,
Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4), sob seis
avaliações........................................................................................................................ 64
Figura 36: Modelos de regressões para a altura das plantas de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias antes do transplantio (T5); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6),
sob seis avaliações.......................................................................................................... 65
Figura 37: Modelos de regressões para o diâmetro das plantas de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob seis
avaliações....................................................................................................................... 66
Figura 38: Modelos de regressões quadrático para o diâmetro das plantas de pimentão,
Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4), sob seis
avaliações ....................................................................................................................... 67
Figura 39: Modelos de regressões para o diâmetro das plantas de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5); B -
Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias + trinta (30) após transplantio (T6),
sob seis avaliações.......................................................................................................... 68
Figura 40: Comprimento da raiz de plantas de pimentão em relação a diferentes épocas
de aplicação ................................................................................................................... 69
Figura 41: Massa seca da raiz de plantas de pimentão em relação a diferentes épocas de
aplicação......................................................................................................................... 70
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 : Atributos químicos do solo antes da instalação do experimento, Iranduba- AM,
2011 .................................................................................................................................... 34
Tabela 2: Tratamentos realizados na cultivar Dahra R. Iranduba - AM, 2011.................. 35
Tabela 3: Número médio dos frutos da cultivar de pimentão Dahra R. submetida a aplicação
do extrato Agrostemma githago L. Iranduba – AM, 2011 .......................................................... 44
Tabela 4 : Altura média das plantas de pimentão da cultivar Dahra R. submetida a aplicação
do extrato Agrostemma githago L. Iranduba – AM, 2011........................................................... 62
Tabela 5: Número médio dos frutos da cultivar de pimentão Dahra R. submetida a aplicação do
extrato Agrostemma githago L. Iranduba – AM, 2011................................................................. 66
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 18
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 20
2.1. Pimentão (Capsicum annum L) ............................................................ 20
2.1.1.Origem e dispersão ............................................................................. 20
2.1.2. Botânica ............................................................................................ 21
2.1.3. Importância Econômica ..................................................................... 21
2.1.4. Valor Nutricional ............................................................................... 22
2.1.5. Cultivares ........................................................................................... 23
2.2. Alelopatia ............................................................................................. 24
2.3. Hormônios ............................................................................................ 25
2.3.1. Auxinas .............................................................................................. 25
2.3.2. Citocininas ......................................................................................... 26
2.3.3. Giberilinas ......................................................................................... 27
2.4. Bioestimulantes .................................................................................... 29
2.5. Agrostemma githago L. ........................................................................ 31
3. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................... 34
3.1. Instalação do experimento em casa-de-vegetação ................................ 34
3.2. Avaliações realizadas ........................................................................... 38
3.2.1.Componentes vegetativos ................................................................... 38
3.2.2. Componentes de produção ................................................................ 39
3.3. Análise estatística ................................................................................. 41
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................ 42
4.1. Número de frutos .................................................................................. 42
4.2. Produtividade ........................................................................................ 47
4.3. Peso ...................................................................................................... 49
4.4. Características Agronômicas dos frutos de pimentão .......................... 52
4.4.1. Comprimento médio dos frutos de pimentão .................................... 52
4.4.2. Diâmetro médio dos frutos de pimentão ........................................... 55
4.4.3. Espessura da polpa dos frutos de pimentão ....................................... 58
4.5. Características das plantas de pimentão ............................................... 61
4.5.1. Altura das plantas de pimentão ......................................................... 62
4.5.2. Diâmetro do colo das plantas de pimentão ....................................... 65
4.6. Características da raiz ........................................................................... 68
4.6.1. Componentes da raiz ......................................................................... 68
4.7. Matéria Seca da raiz .............................................................................
CONCLUSÕES .........................................................................................
70*
71 5.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 72
18
1. INTRODUÇÃO
O pimentão (Capsicum annuum L.) destaca-se entre as solanáceas por ser
consumido em grande quantidade e está entre as cinco hortaliças mais consumida e com
maior área cultivada no Brasil e no mundo (HALFELD-VIEIRA et al., 2005), além de
possuir uma importância econômica, no Brasil e no exterior, principalmente nos Estados
Unidos, México, Itália, Japão e Índia (SILVA et al., 1999).
A produção da cultura do pimentão é influenciada pelos fatores ambientais
e suscetível ao ataque de várias pragas e doenças, que aumentam o custo de produção da
cultura (HALFELD-VIEIRA, B. de A. et al, 2005).
O alto rendimento das variedades e de seus híbridos é atribuído ao uso de
vários agentes químicos, tanto os fertilizantes minerais para a nutrição de plantas, como
os agentes químicos para a proteção de plantas em geral. A aplicação não-profissional
ou excessiva desses agentes, ao longo de muitos anos, resultou em várias desordens do
equilíbrio biológico (AGROSTEMIN, 2010).
Segundo Molisch, alelopatia é "a capacidade das plantas, superiores ou
inferiores, produzirem substâncias químicas que, liberadas no ambiente de outras,
influenciam de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento” (Soares, 2000).
Os recentes avanços na química de produtos naturais, por meio de métodos modernos
de extração, isolamento, purificação e identificação, têm contribuído bastante para um
maior conhecimento desses compostos secundários, os quais podem ser agrupados de
diversas formas (Ferreira, Áquila, 2000).
Os bioestimulantes são complexos que promovem o equilíbrio hormonal das
plantas, favorecendo a expressão do seu potencial genético, estimulando o
desenvolvimento do sistema radicular (ONO et al, 1999). O emprego de bioestimulante
como técnica agronômica para aperfeiçoar as produções de diversas culturas é cada vez
mais comum (Dourado Neto et al, 2004). Os órgãos vegetais das plantas são alterados
morfologicamente pela aplicação de bioestimulantes, de forma que o crescimento e o
desenvolvimento deles são promovidos ou inibidos, o que influência ou modifica os
processos fisiológicos e exerce controle da atividade meristemática.
A Agrostemma githago L. é uma erva daninha dos campos europeus
aparecendo principalmente nos campos de trigo e milho. Sua característica básica é que
19
na sua presença as plantas mais próximas morrem, porém, antes da morte há um
desenvolvimento nas plantas. O produto comercial Agrostemin® é composto por 4% de
extrato vegetal concentrado liofilizado de Agrostemma githago L. misturados com 96%
de silicato de magnésio. As substâncias do Agrostemin® simulam um ataque por ervas
daninhas e quando a planta percebe a presença das substâncias ativas são
desencadeadas, em seu interior, uma série de reações bioquímicas ainda não
completamente elucidadas. Estudos comprovam que o Agrostemin® atua no
metabolismo tanto a nível de órgãos e tecidos como a nível de células. Ele influencia
nos processos de crescimento, desenvolvimento e reprodução da planta. Todas as
reações provocadas pelo Agrostemin® produzem uma série de efeitos positivos na
planta, entre eles podemos listar: aumenta no teor de clorofila a e b e da taxa
fotossintética, maior desenvolvimento das raízes, maior desenvolvimento da parte aérea,
maior vigor de germinação das sementes, maior resistência a pragas e doenças e danos
climáticos (geada, seca e etc), melhoria na qualidade de frutos, grãos e outros órgãos
comestíveis em resumo aumento significativo da produtividade e qualidade.
No início do século XXI, de acordo com a avaliação dos peritos e cientistas
do mundo inteiro o aumento de rendimentos na produção de plantas, estará baseado nos
biorreguladores do crescimento de origem natural, na bioengenharia, nas novas
variedades de plantas e, principalmente, em uma fotossíntese mais eficiente.
(AGROSTEMIN, 2010).
A produção de olerícolas sem utilização de produtos químicos tem crescido
consideravelmente, principalmente devido à preocupação com a questão ambiental e o
fato de consumo de alimentos mais saudáveis. Contudo, a maioria dos estudos estão
voltados para a utilização de produtos químicos, sendo importante avaliar estimuladores
vegetais naturais, biofertilizantes, etc.
São inúmeras as pesquisas realizadas com a interferência de reguladores
vegetais na agricultura, onde apresenta ganhos na produtividade e qualidade,
destacando-se as áreas de floricultura, olericultura, e fruticultura (KLAHOLD, 2005),
no entanto os resultados são bastantes divergentes quanto ao efeito bioestimulante sobre
o cultivo dos produtos hortícolas, sendo necessárias mais pesquisas dos efeitos destes
produtos na cultura do pimentão.
Diante do exposto este trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos do
bioestimulante na cultura do pimentão e fornecer subsídios aos produtores sobre os
aspectos que o produto Agrostemin® pode causar na produção da cultura do pimentão.
20
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Pimentão (Capsicum annum L.)
2.1.1. Origem e dispersão
O centro de origem do pimentão, assim como das pimentas cultivadas e
silvestres é o continente americano. Depois do descobrimento das Américas, as
pimentas foram introduzidas em diferentes áreas e hoje encontram-se dispersas pelo
mundo. No entanto, há de se esclarecer que, depois de selecionadas nas áreas originais
(centros primários), estas plantas podem (e muitas vezes o foram) ser introduzidas em
áreas diferentes, onde, pelo processo de seleção, continuam gerando novos tipos
morfológicos. Por esse motivo, as novas áreas são consideradas centros secundários
(RIBEIRO, 2010)
Assim, o centro primário de diversidade de C. annuum var. annuum (a
forma domesticada mais variável e largamente cultivada, a qual pertence o pimentão)
inclui México e América Central; centros secundários existem no sudeste e centro da
Europa, África, Ásia e partes da América Latina. Foi substancial a contribuição
histórica brasileira na dispersão destas plantas pelo mundo, eficientemente feita pelos
portugueses e pelos povos que eram transportados em suas embarcações. As rotas de
navegação no período de 1492-1600 permitiram que as espécies picantes e doces de
pimentas viajassem o mundo. As pimentas foram então, introduzidas na África, Europa
e posteriormente na Ásia. A China e a Índia cultivam anualmente cerca de 1.000.000 ha
de pimenta (RIBEIRO, 2010).
21
2.1.2 Botânica
A espécie Capsicum annum é uma solanácea perene, porém cultivada como
cultura anual. A planta é arbustiva, com caule semilenhoso, que pode ultrapassar 1 m
de altura, com folhas de tamanho variável (1,5 – 12 x 0,5 - 7,5 cm) suporta uma carga
leve de frutos, mas exige tutoramento nos híbridos, devido à alta produtividade
(FILGUEIRA, 2008).
As flores são hermafroditas, solitárias, com corola branca, cálice sem
constrição na junção com o pedicelo, corola campanulada-rotada, profundamente 5 - 6
partida, com 6 estames inseridos perto da base corola, anteras azuladas, descente
longitudinalmente. O ovário é bilocular, podendo ser múltiplo, estilo simples, branco ou
púrpuro, estigma capitada. As flores permanecem abertas de 2 a 3 dias. São plantas de
auto fecundação, embora possa ocorrer uma certa porcentagem de polinização cruzada e
os frutos apresentam polpa firme e sementes de coloração palha (CASALI & COUTO
apud, FELIX, 2009). O fruto de pimentão tem forma de baga oca, alongada ou cúbica
de coloração verde, amarela vermelha ou roxa. Pela ausência do alcalóide capsicina não
apresenta o sabor picante característico das diversas pimentas do gênero Capsicum L
(FELIX, 2009).
No pimentão as raízes são axonomorfas da qual se ramificam um conjunto
de radicelas laterais, posteriormente, se forma uma densa borda de raízes. O peso do
sistema radicularvaria de 7 a 17% do peso total da planta, em função do tipo varietal e
das condições de cultivo. Nas plantas de pimentões jovens a proporção relativa do
sistema radicular em relação à biomassa total é maior que nas plantas adultas (SOMOS,
1984).
2.1.3. Importância econômica
O pimentão está entre as dez hortaliças mais consumidas e entre as cinco
hortaliças com maior área cultivada no Brasil e no mundo Nos grandes centros urbanos
do país o volume de comercialização é bastante expressivo (HALFELD-VIEIRA et al.,
2005).
A produção de pimentão existe em todos os estados da federação, mas
concentra-se nos estados de São Paulo e Minas gerais que plantam, em conjunto,
22
aproximadamente 5.000 ha, com considerável produção de 120 mil toneladas. Somente
o mercado nacional de sementes de pimentão movimenta US$ 1,5 milhão.
O cultivo de pimenta ocorre praticamente em todas as regiões do país e é
um dos melhores exemplos de agricultura familiar e de integração pequeno agricultor-
agroindústria. A área anual cultivada é de 2.000 ha e os principais estados produtores
são MG, GO, SP, CE e RS (RIBEIRO, 2010).
Estima-se que dos 13 mil ha de área cultivada no Brasil, 1.000 ha sejam
destinados ao cultivo protegido. (CNPH, 2001).
2.1.4. Valor nutricional
O fruto do pimentão é consumido em grande parte in natura, sendo também
utilizado na indústria de processamento de alimentos devido à presença de pigmentos
naturais na polpa, os quais são utilizados em corantes de sopas instantâneas e embutidos
de carnes (REIFSCHNEIDER, 2000).
Os frutos de Capsicum são fontes importantes de três antioxidantes naturais:
a vitamina C, os carotenóides e a vitamina E. Podem atingir cerca de 180 mg de ácido
ascórbico por cada 100g de fruto, sendo mais ricos em vitamina C que as frutas cítricas
(FILGUEIRA, 2003). Segundo Hornero-Méndez et al. (2000) os teores de carotenóides
em pimentão variam com relação a cultivar ou variedade avaliada. Há evidências de que
os antioxidantes previnem doenças degenerativas como o câncer, doenças
cardiovasculares, catarata, mal-de-Parkinson e mal-de- Alzheimer, por seqüestrarem
radicais livres.
As pimentas doces e os pimentões possuem alto teor de vitamina C;
algumas variedades de pimentão possuem até 340 miligramas por 100 gramas. Um fruto
de pimentão vermelho possui quantidade de vitamina C (180 miligramas por 100
gramas) suficiente para suprir as necessidades diárias de até seis pessoas. É importante
ressaltar que, na secagem, os frutos perdem praticamente toda a vitamina C, e no
cozimento a perda é de cerca de 60%.
Os frutos de Capsicum são também fontes de vitaminas do complexo B
(tiamina, riboflavina, niacina, B-6 e ácido fólico) e de vitamina A. O pimentão
vermelho contém 650 microgramas (µg) de retinol por 100 gramas de parte comestível,
quantidade próxima da necessidade diária de um adulto, que é estimada em 750
23
microgramas. Algumas variedades podem apresentar de 3 a 10 miligramas de vitamina
E por 100 gramas de parte comestível (as necessidades nutricionais de vitamina E foram
fixadas em 10 miligramas para pessoa adulta) (REIFSCHNEIDER, 2000).
Os frutos maduros de diferentes variedades de pimentas concentram altas
quantidades de carotenóides. As pimentas doces são amplamente usadas como corantes
naturais, na forma de extratos concentrados (oleorresinas) e de pó (colorau ou páprica).
A pimenta vermelha é uma das hortaliças mais ricas em betacaroteno e
betacriptoxantina, carotenóides com importante valor nutricional devido à provitamina
A.
Os frutos de Capsicum são, ainda, fontes importantes de fibras, elementos
essenciais no processo de digestão e que previnem problemas intestinais e reduzem o
desenvolvimento de divertículos e de câncer do intestino grosso ((REIFSCHNEIDER,
2000).
2.1.5. Cultivares
Existe uma grande variedade de pimentões disponíveis para os produtores e
consumidores de todas as regiões do país, com grandes variações quanto ao formato e
tamanho dos frutos e, principalmente, de cores. O pimentão verde continua sendo o
mais importante em volume comercializado, mas os pimentões vermelhos e amarelos,
com sabor mais suave e melhor digestibilidade, também tem mercado cativo.
No mercado brasileiro de sementes de pimentão existe um predomínio de
híbridos, que se caracterizam pela resistência múltipla a doenças, alto vigor,
produtividade, precocidade de produção e uniformidade. Além de cultivares de frutos
verdes (quadrados ou cônicos) e vermelhos quando maduros, existe no mercado um
grande número de híbridos de pimentões coloridos, em cores que variam do marfim à
cor púrpura, passando pelo creme, amarelo e laranja e podem também apresentar
resistência a diferentes doenças. A área cultivada com estes híbridos ainda é pequena, e
as sementes importadas correspondem a 1% do volume total de sementes de pimentão
comercializadas no Brasil, sendo normalmente cultivadas em estufas. O mercado
nacional de sementes de pimentão movimenta US$ 1,5 milhão (HENZ et al., 2007).
24
2.2. Alelopatia
A alelopatia pode ser definida como a interferência positiva e negativa que
composto do metabolismo secundário produzidos por uma planta exercem sobre os
outros organismos (plantas, fungos, insetos e algas) (LOVETT & RYUNTYU, 1992;
FERREIRA, 2004), ou alterando as propriedades físicas e químicas do solo no local
onde se encontra a planta alvo (AIRES apud INDERJIT, 2007).
As plantas têm capacidade de produzir aleloquímicos em todos os seus
órgãos, no entanto sua concentração depende de diversos fatores, como solo,
temperatura e pluviosidade, e essa produção tem fundamental importância no que diz
respeito à autodefesa (MACÍAS et al., 2007). A alelopatia está fortemente associada
com a competição existente entre os organismos por recursos naturais do meio, tais
como, água, luz e nutrientes. Os aleloquímicos produzidos por uma planta, por exemplo,
podem influenciar a vegetação de um local, a sucessão de plantas, a indução de
dormência e a preservação de sementes, a germinação de sementes e de esporos de
fungos, a produtividade de culturas etc (EINHELLIG, 1995).
De acordo com Miller (1996), os metabólitos de plantas e seus produtos são
importantes em todos os agroecossistemas. O autor ressalta os conceitos de
autotoxicidade e heterotoxicidade que são tipos de atuações alelopáticas. A
autotoxicidade ocorre quando a planta produz substâncias tóxicas, que inibem a
germinação e o crescimento de plantas da mesma espécie. Enquanto a heterotoxicidade
ocorre quando substâncias fitotóxicas são liberadas pela lixiviação e exsudação das
raízes e decomposição de resíduos de algum tipo de planta sobre a germinação de
sementes e o crescimento de outra planta.
Os efeitos benéficos de uma planta sobre outra não devem ser desvinculados
do conceito de alelopatia, uma vez que em um dado composto químico pode ter efeito
inibitório ou estimulante, dependendo da concentração do mesmo no ambiente
(GOLDFARB et al, 2009).
A atividade dos aleloquímicos tem sido usada como alternativa ao uso de
herbicidas, inseticidas e nematicidas (defensivos agrícolas). A maioria destas
substâncias provém do metabolismo secundário, porque na evolução das plantas
representaram alguma vantagem contra a ação de microrganismos, vírus, insetos, e
25
outros patógenos ou predadores, seja inibindo a ação destes ou estimulando o
crescimento ou desenvolvimento das plantas (WALLER et al, 1999).
2.3. Hormônios
Os hormônios são mensageiros químicos, produzidos em uma célula ou em
um tecido, que modulam os processos celulares em outra célula, interagindo com
proteínas específicos denominados receptores (TAIZ & ZAIGER, 2009). Outros
hormônios agem dentro do mesmo tecido onde são produzidos. Em ambos os casos,
esses sinais químicos carregam informações sobre o desenvolvimento ou estado
fisiológico das células, dos tecidos e, em alguns casos, de sistemas de órgãos
extensamente separados.
Salisbury e Ross (1969) esclarece que os hormônios vegetais, podem agir
sobre a regulação do crescimento e desenvolvimento das plantas, agindo através de
processo de natureza química, o qual deve ser reavaliada. Sendo que, à ação de um dado
hormônio não depende somente de sua estrutura química. Pois o mesmo pode ocasionar
várias respostas em partes da planta ou em diferentes fases do desenvolvimento.
O desenvolvimento vegetal é regulado por seis tipos principais de
hormônios: auxinas, giberilinas, citocininas, etileno, ácido abscísico e brassinosteróides
(TAIZ, 2009).
2.3.1. Auxinas
Segundo Castro, Kluge e Peres (2005), as auxinas exercem diversos efeitos
sobre o crescimento das plantas, os quais incluem alongação celular, fototropismo,
geotropismo, dominância apical, iniciação e alongação radicular, produção de etileno,
crescimento de frutos, abscisão e partenocarpia.
Ao nível celular, as auxinas promovem a expansão da célula, pois estão
envolvidas na incorporação de materiais na parede celular, afetando a expansão celular,
através do aumento da plasticidade da parede celular. Este efeito de estimular a
expansão celular se traduz num estímulo ao crescimento, na escala macroscópica. O
alongamento celular ocorre na presença de auxinas e aumenta quando a concentração de
26
auxina se eleva, dentro de uma gama de valores relativamente largos, desde que não se
verifiquem outros fatores limitantes. A gama de concentrações ótimas para o
alongamento celular varia bastante com o tipo de tecido vegetal, uma vez que diferentes
órgãos vegetais possuem diferentes sensibilidades a concentrações de auxina. Quando
se aplica auxina a órgãos isolados, ocorre um aumento de resposta paralelo ao aumento
da concentração até certo máximo, após o qual ocorre efeito inibitório (VALIO, 1985;
CASTRO; VIEIRA, 2001).
Os principais centros de síntese auxínica são os tecidos meristemáticos de
órgãos aéreos, tais como gemas em brotação, folhas jovens, extremidades de raízes,
flores ou inflorescências de ramos florais em crescimento e sementes em
desenvolvimento (RUIZ, 1998; MEYER et al., 1983; CASTRO; VIEIRA, 2001; COLL
et al., 2001). A concentração de auxina pode variar bastante de um tecido para outro; as
concentrações mais elevadas encontram-se geralmente nos tecidos onde a auxina é
sintetizada e armazenada (MEYER et al., 1983; COLL et al., 2001).
As auxinas sintéticas são bastante eficientes, pois não são metabolizadas
pelas plantas tão rapidamente quanto o IAA. Um grande número de auxinas sintéticas já
foi produzido em laboratório, como as substâncias indólicas, os derivados dos ácidos
fenoxiacéticos e ácido benzóico e os tiocarbamatos (TAIZ; ZEIGER, 2004), como por
exemplo o ácido naftalenacético (NAA), ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) e o
ácido indolilbutírico (IBA) (CASTRO; VIEIRA, 2001).
Neste grupo de reguladores vegetais é onde encontram-se as substâncias
mais eficazes no aumento do tamanho final dos frutos, as chamadas auxinas de síntese.
Várias evidências sugerem que a auxina está envolvida na regulação do
desenvolvimento dos frutos. A auxina é produzida no pólen, no endosperma e no
embrião de sementes em desenvolvimento e o estímulo inicial para o crescimento do
fruto pode resultar da polinização. Entre outras funções, as auxinas são utilizadas
objetivando promover o florescimento e o estabelecimento dos frutos (COLL et al.,
2001; TAIZ; ZEIGER, 2004).
2.3.2. Citocininas
As citocininas, de maneira geral as maiores concentrações são encontradas
em regiões meristemáticas, órgãos em crescimento como folhas jovens, sementes em
desenvolvimento, frutos e raízes. E dentre os processos regulados pela citocinina estão
27
divisão celular e formação de órgãos, germinação de sementes, iniciação de crescimento
radicular, desenvolvimento de gemas e brotações, retardamento da senescência e
estímulo da translocação de nutrientes e substâncias orgânicas e movimento estomático
(CASTRO; KLUGE; PERES, 2005).
A citocinina está ligada à abertura dos canais de cálcio da membrana
plasmática, promovendo o aumento da concentração de cálcio no citoplasma, o qual é
utilizado na síntese de pectatos de cálcio na parede celular, promovendo o alongamento
celular e atua como mensageiro secundário, promovendo a ativação de proteínas
quinase e a ligação com a calmodulina. Citocinina é responsável pela citocinese (divisão
do citoplasma) durante o processo de divisão celular. A concentração de citocinina nas
plantas pode variar em função do órgão, estado de desenvolvimento da planta e das
condições ambientais. De maneira geral, as maiores concentrações de citocininas são
encontradas em regiões meristemáticas ou em órgãos em crescimento com alta taxa de
divisão celular, como folhas jovens, sementes em desenvolvimento, frutos e raízes. O
meristema apical da raiz, no entanto, é o principal local de síntese de citocininas em
plantas e estas são translocadas via xilema para a parte aérea da planta; quando se
encontram nas folhas, são relativamente imóveis. Portanto, quando aplicadas em folhas,
exercem um efeito localizado (SRINIVASAN; MULLINS, 1980; CASTRO; VIEIRA,
2001; COLL et al., 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004).
A denominação de citocinina é devido à ação desta substância sobre a
citocinese (COLL et al., 2001). A zeatina foi a primeira citocinina natural identificada
em vegetais, em endosperma de milho, no ano de 1963. Anteriormente, em 1954, a
cinetina tinha sido isolada de esperma de arenque. A partir do isolamento da cinetina,
citocininas sintéticas foram produzidas em laboratório, pela modificação na cadeira
lateral na posição N-6 da base da adenina (METIVIER, 1979).
2.3.3. Giberilinas
Atualmente são conhecidos mais de cento e vinte giberelinas (ácidos
giberélicos), definidas de acordo com suas estruturas químicas, algumas das quais são
encontradas apenas no fungo Gibberella fujikuroi. Embora as giberelinas tenham se
tornado conhecidas pelos cientistas americanos e britânicos na década de 50, já haviam
sido descobertas muito antes pelos cientistas japoneses, quando rizicultores asiáticos
tomaram conhecimento de uma doença denominada bakanae que provocava o
28
estiolamento de plantas de arroz e estas não produziam sementes. Os fitopatologistas
descobriram que tal doença era induzida por uma substância química secretada pelo
fungo G. fujikuroi, que deu origem ao nome desse grupo de comiberilinas apostos
(METIVIER, 1979; COLL et al., 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004).
As giberilinas afetam vários aspectos do crescimento e desenvolvimento
vegetal, embora sejam mais conhecidas pelo seu efeito marcante no alongamento de
entrenós em alguns tipos de plantas, como em espécies anãs ou em roseta e gramíneas.
Outros efeitos fisiológicos das GAs incluem funções na determinação da sexualidade da
flor, na promoção do crescimento do fruto e na germinação de sementes. As giberilinas
possuem várias aplicações comerciais, sobretudo no aumento do tamanho de uvas sem
sementes e na maltagem da cevada para indústria de bebidas. Os inibidores da síntese de
GAs são usados como agentes de nanismo (TAIZ; ZEIGER, 2009).
Provavelmente são sintetizadas nas regiões de crescimento, sementes e
embriões em desenvolvimento, endosperma, frutos imaturos, folhas em
desenvolvimento e ápices de caules. Estão presentes por toda a planta, podendo ser
detectadas em folhas, caules, raízes, sementes, embriões e pólen. Em geral, os tecidos
reprodutivos contém maiores quantidades de giberelinas e nas raízes são encontradas
em menor concentração. Ao nível intracelular, no retículo endoplasmático e no
citoplasma, os plastídeos são os sítios de biossíntese (METIVIER, 1979; COLL et al.,
2001).
A translocação de giberelinas exógenas é realizada junto com os produtos
resultantes da fotossíntese, movendo-se em todas as direções no simplasto das plantas.
O movimento das giberelinas, tanto exógenas quanto endógenas, parece não ser
polarizado, podendo ocorrer tanto pelo floema como pelo xilema (METIVIER, 1979;
COLL et al., 2001). Essas substâncias são moléculas extremamente ativas podendo
incrementar tanto o alongamento como a divisão celular conforme evidenciado pelo
aumentos do comprimento e do número de células, em resposta à aplicação de
giberelinas.
Dentre as várias hipóteses sobre o mecanismo através do qual as giberelinas
estimulam a expansão celular, destaca-se a hipótese da hidrólise do amido. Elas podem
estimular a produção de α-amilase que hidrolisa o amido, incrementando a produção de
açúcares que ocasionam a diminuição do potencial osmótico no interior das células, o
29
que possibilita a entrada de água na célula, elevando assim a pressão osmótica no suco
celular, tendendo a expandi-la (PIRES, 1998; PIRES; BOTELHO, 2001).
Fatores como luz, temperatura e outros hormônios, influenciam nos níveis
de giberelina (COLL et al., 2001).
2.4. Bioestimulante
Os reguladores vegetais são definidos como substâncias naturais ou
sintéticas que podem ser aplicadas diretamente nas plantas para alterar seus processos
vitais e estruturais, com a finalidade de incrementar a produção, melhorar a qualidade e
facilitar a colheita (LACA- BUENDIA, 1989). Os efeitos dessas substâncias sobre as
plantas cultivadas têm sido pesquisados com o intuito de melhorar qualitativa e
quantitativamente a produtividade das culturas (ALEONI et al , 2000).
A mistura de dois ou mais reguladores vegetais ou a mistura destes com
outras substâncias de natureza bioquímica diferente (aminoácidos, nutrientes,
vitaminas), resulta em um terceiro produto designado de bioestimulante. Esse produto
químico pode, em função da sua composição, concentração e proporção das substâncias,
incrementar o crescimento e desenvolvimento vegetal estimulando a divisão celular,
diferenciação e o alongamento das células, podendo também, aumentar a absorção e a
utilização de água e nutrientes pelas plantas (CASTRO; VIEIRA, 2001; VIEIRA,
2001).
A aplicação dos reguladores pode ser diretamente nas plantas, (folhas,
semente, frutos, caules e raízes) interferindo em processos como germinação,
enraizamento, floração, frutificação e senescência (CASTRO; MELOTO, 1989,
MONTAS, 2007). Os bons resultados da aplicação dependem de uma série de fatores,
desde a região e espécie de planta, até situações como o processo de absorção do
produto, associado com a condição da planta, como também, equipamentos e métodos
de aplicação que podem ser influenciados pelas condições do ambiente (MONSELISE,
1979; GALAN, MENINI, 1987). Por serem produtos que atuam em concentrações
muito baixas, qualquer alteração pode modificar o resultado esperado.
Casillas et al. (1986) estudaram os efeitos dos bioestimulantes, Agrostemim,
Ergostim, Agrovitae e Vitamina C, na cultura de Raphanus sativus L. (rabanete).
Avaliaram a porcentagem, velocidade e energia de germinação, altura das plantas,
massa verde e seca e índice de colheita. Verificaram que nos tratamentos com
30
Agrovitae, Agrostemin e Ergostim, ocorreram aumentos na porcentagem e velocidade
de germinação das sementes. A massa verde e seca, tanto da parte aérea como da
radicular, foram incrementadas quando o solo foi fertilizado e procederam
aplicaçõesdos bioestimulantes. O maior índice de colheita foi obtido no tratamento com
Agrovitae, sem fertilização do solo.
Os reguladores de crescimento ácido naftaleno acético (ANA) e ácido
giberélico (AG3) foram os melhores estimulantes ao enraizamento de embriões de
Citrus sinensis, enquanto o ácido indol butiríco (IBA), essencial ao enraizamento,
apresentou efeitos nocivos aos embriões oriundos de calos nucelares (PASQUAL &
ANDO, 1991). Por outro lado, os ácidos indol acético (AIA), ANA e nitrato de prata em
concentrações crescentes, proporcionaram um aumento no número de vagens/planta,
peso seco de sementes/planta e peso seco de plantas, quando aplicados no florescimento
do feijoeiro (Vicia faba) (EL-ABD et al., 1989).
Vieira (2001) estudou o efeito de diferentes dosagens, produto a base de
reguladores vegetais (auxinas, giberelinas e citocininas), nas culturas da soja, feijão e
arroz, obtendo aumentos expressivos sobre a produtividade das plantas, quando o
produto foi aplicado diretamente sobre as sementes.
Oliveira et al. (1994) relataram que os reguladores de crescimento são
essenciais para a produção de calos a partir de anteras de flores de feijão, que são
importantes para o melhoramento genético e que as auxinas 2,4-D (ácido 2,4 –
diclorofenoxiacético) e ANA, foram mais favoráveis à produção de calos e as
citocininas BAP (6-benzillaminopurina) e cinetina (6-furfuridaminopurina),
proporcionaram o enraizamento deles.
Raghava & Raghava (1994) verificaram o efeito de diferentes reguladores
vegetais na produção de frutos de espécies selvagens de tomate, concluindo que IAA
200 mg/L aumentou-a notavelmente. Hathout et al. (1993) observaram que a
pulverização de IAA 10 mg/L induziu a floração e a frutificação em plantas de
tomateiro e aumentou o número e a massa dos frutos.
Segundo Martins & Castro (1997), a aplicação dos biorreguladores
giberelina (KGA 2%, Gibrel), também denominada de GA3e ; auxina (NAA 20%,
Nafusaku), reduziu o número de frutos em formação do tomateiro ‘Ângela Gigante’.
31
2.5. Agrostemma githago L.
O bioestimulador Agrostemin® foi preparado através de pesquisas feitas na
área de alelopatia positiva e através de experimentos chegou-se a várias categorias de
correlações entre espécies de plantas (culturas e ervas daninhas) quando vivem em
diferentes tipos de terra. Espécies ecologicamente parecidas (trigo – Agrostemma
githago L.) foram separadas para obter várias diferentes formas de relações
interespecíficas. Como forma mais importante, tendo em vista o proveito para o homem,
na produção de biomassa, foi a correlação onde foi obtida a estimulação (trigo –
Agrostemma githago L.) e inibição (Agrostemma githago L. -trigo). Como parte das
pesquisas mencionadas, foram estudadas também as relações de outras espécies de
culturas (milho, girassol, soja etc.) e Agrostemma githago L. a como também de outras
espécies de ervas daninhas das combinações características para os grupos de plantas –
fitocenose. Todas as pesquisas mostraram efeitos alelopáticos positivos para as culturas
e negativos para as ervas daninhas. As relações alelopáticas estabelecidas em
comunidade mista que são útil para as culturas e danosas para as ervas daninhas, foram
transformadas em forma abiótica em monoculturas de plantas cultivadas.
As relações fenológicas e bioquímicas da cultura pura em macro e micro
condições como também condições absolutamente controladas, realizadas com
fundamento no complexo de mediadores químicos de origem natural, são denotadas
como alelopatinas. Estas substâncias formam o preparado Agrostemin®.
(AGROSTEMIN, 2010).
O bioestimulador natural Agrostemin®, tem sido aplicado por muitos anos
no campo, em plantações de grãos, hortaliças, fruteiras e de vinhedos. Agrostemin®
responde estatisticamente por aumentos de rendimento por meio de melhorias
significativas da qualidade biológica das frutas. A aplicação deste produto provou ser
economicamente bastante justificável (AGROSTEMIN, 2010).
O produto não é tóxico para plantas, animais, seres humanos, abelhas e nem
para o meio ambiente; não deixando quaisquer efeitos residuais nos mesmos. (RUSOV,
1978).
Analisando os efeitos alcançados no período de crescimento, incluindo o
período de surgimento do fruto, determinou-se o seguinte: aumento da clorofila a,
clorofila b e clorofilas totais a+b (KALEZIC B., BOGDANOVIC M. 1983), aumento da
32
intensidade da fotossíntese e da respiração e aumento do conteúdo de nitrogênio nas
folhas de trigo (JOST, 1986).
Além de aumentar os rendimentos das plantas, também foi determinada uma
melhor qualidade biológica das frutas, a qual é significante em termos de nutrição
humana, já que fornece um alimento de mais saudável de melhor qualidade para as
pessoas e outros organismos vivos.
As investigações de bioteste em plantas da família Lemnaceae nas
condições de dias longos e curtos (KRANJCIC B. 1987) têm mostrado um efeito
favorável de Agrostemin® nas percentagens de florescimento, bem como rendimentos
de matéria seca em plantas de dias curtos e longos e em plantas neutras ao fotoperíodo.
Tudo isso leva à conclusão de que Agrostemin®, igualmente, tem um
impacto biostimulatório em outras plantas fotoperiodicamente neutras, tais como em
algumas variedades de trigo, de milho, de girassol, etc., e em plantas de dias curtos, tais
como o milho branco, a soja, o arroz e algumas outras variedades de milho.
Quando, sementes de cultivos variados são tratadas com Agrostemin®,
observa-se o seguinte: aumento da viabilidade de germinação e da germinação total,
brotamento mais acelerado, crescimento inicial mais rápido, um número maior de raízes
longas e aumento da matéria seca (JOST, 1986).
Com a analise química mostrou-se que além de outros componentes, estes
bioestimuladores naturais contêm dois complexos de componentes: Complexo ativo:
aminoácidos, ácidos orgânicos e seus derivados, complexo fitohormonal: giberelinas,
citocininas e auxinas (JANJIC, 1980).
Segundo GAJIC & VRBASKI (1972), relatarem que o estimulante vegetal
aumentou o crescimento, tanto da raiz, como da parte aérea de trigo.
Estudo realizado com pulverização de Agrostemin® na prefloração em soja
"Davis" verificou-se que a substância promoveu aumento na área foliar e na taxa
assimilatória líquida, revelando que o ganho em produtos da fotossíntese por unidade de
área foliar foi maior nestas plantas, mostrando o efeito estimulatório desse biorregulador
(CASTRO & VELLO, 1981).
Plantas de tabaco pulverizadas com Agrostemin® à 100g/ha, num estágio de
desenvolvimento onde apresentavam de 4 a 5 folhas, mostraram um aumento no peso
total da planta, na área foliar e no número de folhas em relação à testemunha
(GRINDBERG & AZIMA, 1986).
33
CASILLAS et al. (1986), tratando sementes de rabanete (Raphanus sativus
L. cv. Red Prince) com Agrostemin®, observaram que houve aumento significativo na
altura do vegetal.
FERNANDES et al (1993), avaliou o efeito do Agrostemin® sobre a altura
e o número de folhas de plantas de soja (Glycine Max (L.) MERRILL cv. IAC-8), as
plantas que receberam o produto via semente ou via foliar a 500 ppm, apresentaram
maiores valores para altura e número de folhas. No entanto quando aplicado via semente
mais via foliar a 500 ppm, promoveu decréscimo, tanto na altura como no número de
folhas.
34
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Instalação do experimento em casa-de-vegetação
O experimento foi desenvolvido no período de janeiro a julho de 2011, na
Fazenda Goiânia localizada no município de Iranduba - AM, com coordenadas
geográficas 03º 12' 49,13640'' (S) e 60º 10' 06,39120'' (W) (Figura 1).
Figura 1: Localização da Fazenda Goiânia, Iranduba – AM.
O solo foi classificado segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, como Latossolo Amarelo distrófico típico, A moderado, hipodistrófico,
álico, caulinítico. Antes da instalação do experimento foram coletados amostras de solo
da área experimental para determinar as características químicas, na camada de 0-0,20
m, de acordo com o método proposto por Raij et al. (2001). Os resultados da análise do
solo encontram-se na Tabela 1.
Tabela 1 - Atributos químicos do solo antes da instalação do experimento. Iranduba, AM, 2011.
M.O. pH P K Ca Mg Al H+Al SB CTC V
(g/kg) (H2O) (mg/dm3) ----------------- cmolc/dm3------------------ %
26,56 7,07 448 230 4,27 1,76 0,00 0,00 6,71 6,71 100,00
35
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro
repetições. Os tratamentos foram constituídos por seis épocas de aplicação listadas
abaixo, através da aplicação do bioestimulante composto por dois complexos de
componentes, complexo ativo (aminoácidos, ácidos orgânicos e seus derivados) e
complexos fitohormonal (giberilinas, citocininas e auxinas) e disponível com o nome
comercial de Agrostemin.
Tabela 2 - Tratamentos realizados na cultivar Dahra R. Iranduba (AM), 2011.
Tratamentos Épocas de
Aplicação
Estágio das plantas
(dias)
01. Testemunha - -
02. T2 02 dias antes do transplantio 22
03. T3 05 dias após transplantio 29
04. T4 15 dias após transplantio 39
05. T5 30 dias após transplantio 54
06. T6 05 e 30 dias após transplantio 29 e 54
O cultivar Dahra R é do tipo lamuyo, frutos de coloração verde/vermelho
escuro, de excelente qualidade devido às paredes lisas, além de ótimo peso em função
da espessura de parede. Os frutos são bem protegidos contra queimaduras de sol devido
ao alto vigor de planta (SAKATA, 2012).
O experimento conduziu-se em uma casa de vegetação com tamanho de
301 m2 (43x7m), com teto em forma de capela, coberta com filme de polietileno
transparente de 100 µm de espessura e pé direito de 2,8 m de altura (Figura 2).
As parcelas foram constituídas por 15 plantas, sendo utilizadas fileiras
simples espaçadas com 1,10 m entre fileiras e 0,40 m entre plantas, sendo considerada
como área útil as oito plantas centrais.
A área experimental foi previamente limpa com o auxílio de uma roçadeira
costal, já que existia no local infestação de plantas daninhas. Os sulcos foram formados
e a adubação de semeadura foi a mesma em todos os tratamentos, sendo incorporado
aos sulcos 25 Kg de adubo orgânico (esterco de gado e carneiro) quinze dias antes do
plantio e a adubação mineral aplicada 40Kg de adubo mineral da fórmula 04-18-12
antes do transplantio, 40 Kg de um condicionador de solo e 5 Kg de FTE BR 12.
36
Figura 2: Casa-de-vegetação preparada para receber as mudas de pimentão Dahra R. Iranduba –
AM, 2011.
As sementes do cultivar Dahra R foram semeadas em bandejas de
poliestireno expandido (isopor) com 128 células (Figura 3), contendo o substrato
comercial Tropstato HT à base de casca de pinus, turfa, vermiculita expandida,
enriquecido com macro e micronutrientes. A transferência das mudas para o local
definitivo de plantio ocorreu após 24 dias de semeadura.
Figura 3: Mudas de pimentão em bandejas de isopor com 14 dias de semeadura. Iranduba – AM, 2011.
O controle das plantas daninhas foi realizado mediante capina manual,
sempre que necessário, além de outros tratamentos culturais como a desbrota feita após
37
30 dias de transplantio, tutoramento com fitilhos (Figura 4) e a fertirrigação através do
sistema de gotejamento aplicando os seguintes macronutrientes [(fósforo (P), magnésio
(Mg) e cálcio (Ca)] e o micronutriente Boro (B). Os tratamentos fitossanitários foram
realizados empregando-se os produtos comerciais dos seguintes ingredientes ativos:
Abamectina, Deltametrina, Imidacloprido, Mancozeb, Metamil/Etanol e Óleo Mineral,
para o controle de ácaros, percevejo, vaquinha, broca, lagarta, tripes, pulga-verde e
mosca branca.
Figura 4. Planta unida ao fitilho por meio de alceamento. Iranduba – AM, 2011.
As aplicações do bioestimulante foram realizadas via foliar utilizando um
pulverizador costal com capacidade para 20L, dotado de um bico do tipo leque 8,0 m
3VK, sempre no final da tarde, sendo que o tratamento dois foi aplicado através de
béquer, pois o mesmo se encontrava na bandeja de isopor.
A quantidade utilizada em cada aplicação foi de 30 g.ha-1 do produto
comercial, preparou-se a solução prévia com 200 mL de água misturando o produto por
quinze minutos e em seguida acrescentou o restante da água até completar a solução
total, perfazendo um volume de calda em cada aplicação de 3 L ha-1.
38
3.2. Avaliações realizadas.
3.2.1. Componentes vegetativos:
As avaliações foram iniciadas após quinze dias de transplantio, sendo
medidas mensalmente:
� Altura média das planta: na área útil das parcelas, foram medidas as
plantas com o auxílio de uma trena (Figura 5), a partir do colo até o ápice (ponto de
inserção da última folha), exprimindo-se valores médios em cm.
� Diâmetro do caule: na área útil das parcelas, foram medidas diâmetro do
caule na altura do colo das plantas, com o auxílio de um paquímetro digital com
capacidade de 0 a 150 mm, exprimindo-se valores médios em mm.
Figura 5: Avaliação da altura de planta de pimentão por meio de trena, após 50 dias de transplantio. Iranduba – AM, 2011.
� Massa seca e comprimento das raízes: No final do ciclo de produção
foram removidas as plantas, sendo necessário fazer um coroamento para facilitar a
retirada das mesmas e diminuindo os danos causados no sistema radicular (Figura 6).
Todo o material foi levado para o Laboratório de Olericultura localizado no mini
39
campus da Universidade Federal do Amazonas e lavadas em água corrente e em seguida
foram feitas medidas de comprimento com o auxílio de uma régua. Para determinação
da massa seca, só foi possível realizar do sistema radicular, devido ao ataque da doença
Cercosporiose nas plantas, ocorreu queda acentuada de folhas mesmo com o tratamento
fitossanitário, mascarando assim os dados. As raízes foram secas em estufa, com
circulação de ar forçado, a 70ºC por um período de 72 horas em seguidas pesadas em
balança de precisão.
Figura 6: Coroamento das plantas de pimentão, com o objetivo de não danificar o sistema radicular no momento da retirada das plantas. Iranduba – AM, 2011.
3.2.2. Componente de produção:
A produção também foi avaliada em quatro colheitas realizadas entre os
meses de abril a junho (Figura 7 e 8). Os frutos foram retirados dos ramos, cortando
seus pedúnculos com a tesoura de poda e acondicionando cada parcela em sacos
plásticos e caixas plásticas para dar prosseguimento nas avaliações.
40
Figura 7: Colheita da produção de pimentão Dahra R. Iranduba – AM, 2011.
Figura 8: Detalhe da planta e dos frutos da cultivar Dahra R. no ponto de colheita. Iranduba – AM, 2011.
� Número de frutos e peso médio dos frutos: Após o termino de cada
colheita foram contados o número de frutos de cada parcela e realizado a pesagem total
com o auxílio de uma balança analógica (Figura 9) e a partir daí calculou-se a
produtividade (kg.ha-1).
41
� Qualidade dos frutos: Utilizaram-se técnicas de avaliação morfológicas
baseados em estudos de espécies vegetais da família Solanaceae. Os seguintes
caracteres dos frutos foram observados após o corte transversal nos frutos: comprimento
(CF), diâmetro (DF) e espessura da polpa (EP), sendo medidos através de paquímetro
digital, exprimindo-se os valores médios em mm (Figura 9).
Figura 9: Pesagem de fruto de pimentão em balança analógica (A) e avaliação da espessura da polpa do fruto de pimentão com o auxílio de paquímetro digital (B). Iranduba – AM, 2011. 3.2. Análise Estatística
As análises foram realizadas com o intuito da determinação da diferença
significativa entre as respostas as aplicações dos tratamentos para as diversas variáveis e
sua resposta polinomial através de curvas representativas.
A B
42
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Número de frutos
Os resultados para a variável estudada não mostrou diferenças significativas
(Tabela 1), no entanto o tratamento com aplicação do Agrostemin® cinco + trinta dias
após o transplantio apresentou desempenho superior com valor NF médio 47.2500 frutos
planta-1. O tratamento com aplicação do bioestimulante com dois antes do transplantio,
foi o único que apresenta diferença com o tratamento onde ocorreram duas aplicações
do produto, mostrando menor desempenho com valor médio 36.81 frutos parcela-1,
sendo que o único tratamento com aplicação realizada com as plantas em substrato, ou
seja, foram realizadas no colo da planta e não via foliar.
Tabela 3 – Número médio dos frutos da cultivar de pimentão Dahra R. submetida a aplicação do
extrato de Agrostemma githago L. Iranduba – AM, 2011.
Épocas de aplicação Descrição Dados Médias
5 + 30 cinco e trinta dias 16 47.2500 A
5 cinco dias 16 43.8750 AB
30 trinta dias 16 42.4375 AB
15 quinze dias 16 39.9375 AB
0 testemunha 16 38.4375 AB
2 dois dias 16 36.8125 B
Coeficiente de variação (CV%) 10.84
* Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Dados transformados: √X
Segundo Silva (2011), cujo estudo utilizou o Extrato de Alga (EA) em seis
cultivares da cultura do morango, no qual os tratamentos foram a aplicação via solo,
aplicação via foliar e de forma alternada, ou seja, via solo ou via foliar, proporcionaram
o maior número de frutos colhidos na cultivar Dover nos tratamentos com aplicação EA
via solo e EA via foliar, com valores de 40,00 frutos planta-1 e 45,00 frutos planta-1,
respectivamente, diferindo das demais cultivares avaliadas frente a estes tratamentos, no
entanto quando comparado a testemunha apresentou média de número de frutos
superiores (47,25 frutos planta-1).
43
Na Figura 10 estão apresentados os resultados das quatro avaliações
realizadas para o número de frutos, demonstrando a evolução de cada tratamento.
Observa-se que na primeira colheita o tratamento onde a aplicação do bioestimulante
Agrostemin® foi realizado dois antes do transplantio (T2), não houve diferença quando
comparado a testemunha, no entanto os outros tratamentos mostraram um bom
desempenho. Na segunda colheita o tratamento onde a aplicação do bioestimulante
aconteceu 15 dias após o transplantio, houve uma queda acentuada quando comparado
aos outros tratamentos. Na terceira colheita o tratamento que apresentou diferença
significativa foi a aplicação do bioestimulante após cinco dias de transplantio e na
quarta colheita o Tratamento 2 apresentou o número de frutos bem inferior quando
comparado a testemunha, já o tratamento 4 (15 dias de aplicação) mostrou o melhor
desempenho.
Para o número de frutos as colheitas que apresentaram em média uma
maior quantidade foram as colheitas 2 e 3.
Ép
Figura 10: Gráfico demonstrando a evolução do número de frutos para as quatro colheitas realizadas. Iranduba – AM, 2011.
Tratamentos
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
0 2 5 15 30 5+30
Avaliação 1
Avaliação 2
Avaliação 3
Avaliação 4
Épocas de aplicação
Núm
ero
de fr
utos
/par
cela
44
Resultados semelhantes foram encontrados no trabalho de Junglaus (2008),
quando testou doses diferentes do bioestimulante Stimulate® na cultura do pepino
enxertado e não enxertado, houve diferenças significativas nas concentrações 250 e 375
mL ha-1. Comparando-se as plantas enxertadas e não enxertadas, as plantas não
enxertadas apresentaram o maior número de frutos com a dose de 375 mL ha-1.
Figura 11: Modelos de regressões quadráticas para o número de frutos. Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes transplantio (T2), sob quatro avaliações.
Na Figura 11 observa-se o ponto máximo e o ponto mínimo estimado para o
número de frutos (NF) com a aplicação do bioestimulante dois (2) dias antes do
transplantio com dose de 0,078g por 3 L e para a testemunha. A segunda colheita
apresentou superioridade no tratamento com a presença do bioestimulante com média
de 44 frutos por parcela e na terceira colheita houve equiparidade na variável para os
dois tratamentos.
O modelo de regressão apresentado na Figura 12 mostra o desenvolvimento
da testemunha e o tratamento onde a aplicação do extrato de Agrostemma githago L. foi
realizada após cinco dias de transplantio. Pode-se observar que em todas as colheitas o
número de frutos (NF) do tratamento 3 foi superior ao da testemunha, no qual a média
mostrou quantidade de 60 frutos por parcela.
y = -7,5833x2 + 43,75x - 12,583
R² = 0,9969
y = -10x2 + 54,267x - 22,333
R² = 0,9786
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4
Núm
ero
de fr
utos
/par
cela
Épocas de avaliação
45
Figura 12: Modelos de regressões quadráticas para o número de frutos. Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob quatro avaliações.
No tratamento onde a aplicação do bioestimulante foi realizada quinze (15)
dias após o transplantio, mostra que houve um crescimento linear no decorrer das
avaliações (Figura 13 A). O mesmo crescimento ocorreu com o tratamento onde a
aplicação foi realizada trinta (30) dias após o transplantio (Figura 13 B), diferente da
testemunha apresentando uma função quadrática.
Nestes tratamentos aplicados via foliar mostraram que o produto
Agrostemin® foi absorvido e mostrou efeito benéfico sobre o número de frutos. Como
as raízes, as folhas das plantas têm a capacidade de absorver os nutrientes depositados
na forma de solução na superfície (TANAKA, 2003).
Na Figura 14 o modelo de regressão para a variável apresentado mostra que
a testemunha e o tratamento no qual a aplicação do bioestimulante foi realizada duas
vezes, cinco (5) + trinta (30) dias após o transplantio, mostrou média de 60 frutos por
parcela, superior a testemunha, a maior quantidade de frutos foi verificada na terceira
avaliação.
y = -7,5833x2 + 43,75x - 12,583
R² = 0,9969
y = -9,75x2 + 55,983x - 19,25
R² = 0,9688
0
10
20
30
40
50
60
70
1 2 3 4
Núm
ero
de fr
utos
/par
cela
Épocas de avaliação
46
Figura 13: Modelos de regressões para o número de frutos do pimentão. A – Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após o transplantio (T4); B - Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5), sob quatro avaliações.
Figura 14: Modelos de regressões quadráticas para o número de frutos. Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6), sob quatro avaliações.
y = -7,5833x2 + 43,75x - 12,583
R² = 0,9969
y = -8,5833x2 + 49,95x - 10,583
R² = 0,928
0
10
20
30
40
50
60
70
1 2 3 4
y = -7,5833x2 + 43,75x - 12,583
R² = 0,9969
y = 9,2667x + 19,167
R² = 0,9995
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4
y = -7,5833x2 + 43,75x - 12,583
R² = 0,9969
y = -2,75x2 + 20,917x + 13,75
R² = 0,8513
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4
Épocas de avaliação Épocas de avaliação
Núm
ero
de fr
utos
/par
cela
Núm
ero
de fr
utos
/par
cela
A B
Épocas de avaliação
Núm
ero
de fr
utos
/par
cela
47
4.2. Produtividade
Quanto aos resultados apresentados na Figura 15 A, pode ser observado que
a variável produtividade o modelo de regressão quadrático mostra a testemunha e o
tratamento onde a aplicação do bioestimulante foi efetuada dois (2) dias antes do
transplantio, apresentaram poucas diferenças, sendo o incremento para o tratamento
com a presença do extrato de Agrostemma githago L. favoravél nas avaliações dois e
três, com o pico de produção em média de 18,59 Kg/parcela, o mesmo resultado pode
ser observado comparando o tratamento com cinco (5) dias após o transplantio e a
testemunha (Figura 15B). Estes resultados concordam com Casillas et al. (1986) que
estudaram bioestimulante em aplicação sobre a cultura do rabanete (Raphanus sativa
L.), verificaram que nos tratamentos com Agrovitae®, Agrostemin® e Ergostim®,
favorecem o bom desempenho de processo vitais da planta, com o objetivo de aumento
na produção.
Figura 15: Modelos de regressões para a produtividade. A – Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B - Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob quatro avaliações.
y = -1,137x2 + 5,5827x - 0,5463
R² = 0,9295
y = -1,4686x2 + 7,1226x - 1,8256
R² = 0,9993
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1 2 3 4
y = -1,137x2 + 5,5827x - 0,5463
R² = 0,9295
y = -1,5567x2 + 7,7307x - 2,2483
R² = 0,9947
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1 2 3 4A B
Pro
dutiv
idad
e (K
g/pa
rcel
a)
Épocas de avaliação Épocas de avaliação
Pro
dutiv
idad
e (K
g/pa
rcel
a)
48
Através dos resultados obtidos, verificou-se que para dose de bioestimulante
aplicado quinze (15) dias após o transplantio (Figura 16 A), houve produtividade
contínua, chegando apresentar na segunda e terceira avaliação quantidades menores que
a testemunha. Na Figura 16 B o Tratamento 5 mostrou um incremento apenas na
primeira e última avaliação quando comparado a testemunha.
Figura 16: Modelos de regressões para a produtividade. A – Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após o transplantio (T4); B - Testemunha (T1) x Tratamento trinta (30) dias após transplantio (T5), sob quatro avaliações.
Na Figura 17 encontra-se o modelo de regressão para a variável
produtividade, o tratamento onde aplicou-se o bioestimulante com cinco (5) + trinta
(30) dias após o transplantio comparado a testemunha, mostrou resultados superiores
com pico na segunda colheita de 7 kg.ha-1, porém ambos tiveram o mesmo desempenho,
ou seja, a primeira e a última avaliação apresentaram menores valores, corroborando
com estudo feito por Bardiviesso (2011), onde foram testados cinco doses de extrato de
alga Ascophyllum nodosum, 0; 0,5; 1; 1,2 e 4 Lha-1, aplicado a cultura da batata, a
produtividade teve aumento de aproximadamente 6 t ha-1, onde a dose de 4L ha -1
proporcionou uma produtividade de tubérculos comerciais de 52 t ha-1.
O trabalho realizado por Júnior (2009) diferiu dos resultados, foram testatos
bioestimulante, pyraclostrobina e o inibidor de nitrificação na cultura do arroz, não
produzindo qualquer efeito sobre a produtividade dos grãos.
y = -1,137x2 + 5,5827x - 0,5463
R² = 0,9295
y = -0,1344x2 + 0,7301x + 4,2869
R² = 0,9628
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4
y = -1,137x2 + 5,5827x - 0,5463
R² = 0,9295
y = -0,5132x2 + 2,393x + 3,4365
R² = 0,8008
0
1
2
3
4
5
6
7
1 2 3 4A B
Épocas de avaliação Épocas de avaliação
Pro
dutiv
idad
e (g
/par
cela
)
Pro
dutiv
idad
e (g
/par
cela
)
49
Figura 17: Modelos de regressões quadráticas para a produtividade. Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6), sob quatro avaliações.
4.3. Peso
O peso médio dos frutos constitui uma das características de grande
importância agronômica, já que no mercado brasileiro a cultura do pimentão é
comercializada por peso, proporcionando maiores ganhos para o produtor. Na Figura
18 A o tratamento onde a aplicação do bioestimulante foi efetuada dois dias antes do
transplantio, mostrou superioridade a testemunha nas avaliações realizadas. Outro fator
importante é a queda do peso, conforme o envelhecimento das plantas, a primeira
colheita apresenta frutos com maior massa. No tratamento onde a aplicação foliar do
Agrostemin® ocorreu cinco dias após o transplantio houve superioridade no peso
comparado ao tratamento sem aplicação, no entanto pouca expressiva (Figura 18B).
y = -1,137x2 + 5,5827x - 0,5463
R² = 0,9295
y = -1,1048x2 + 5,1486x + 1,4915
R² = 0,8354
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1 2 3 4
Pro
dutiv
idad
e (K
g/pa
rcel
a)
Épocas de avaliação
50
Figura 18: Modelos de regressões lineares para o peso dos frutos de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B - Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob três avaliações.
Na Figura 19 AB os modelos de regressões também mostraram-se
superiores para os tratamentos com aplicação do bioestimulante com 15 dias e 30 dias
após o transplantio comparado a testemunha.
Junglaus (2008) mostrou resultados semelhantes quando testou doses
diferentes de bioestimulante Stimulate® na cultura do pepino enxertado e não
enxertado, no qual o ponto máximo estimado (500 mL), apresentou uma massa de 9,55
kg por m2, o que representou um incremento de 13,01% em relação à testemunha.
O tratamento onde a aplicação do bioestimulante foi realizada cinco (5) e
trinta (30) após o transplantio, apresentou resultados superiores ao da testemunha, na
primeira avaliação mostrou frutos com média de 180 g (Figura 20).
Todos os resultados apresentados para o peso dos frutos diferiram do
trabalho realizado por Palangana (2011), onde testou neste experimento doses ( 0, 75,
100, 125, 150, 175 mL p.c. 100 L H2O-1) do bioestimulante Stimulate® na cultura do
pimentão em plantas enxertada e não enxertadas e mostrou que as aplicalções não
influenciaram significativamente o peso médio dos frutos.
y = -40,667x + 210,78
R² = 1
y = -12x2 + 8x + 189,33
R² = 1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3
y = -40,667x + 210,78
R² = 1
y = -38,167x + 216,33
R² = 0,9986
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3
Pes
o do
s fr
utos
(g)
Pes
o do
s fr
utos
( g
)
Épocas de avaliação Épocas de avaliação A B
51
Figura 19: Modelos de regressões lineares para o peso dos frutos de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4); B - Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5), sob três avaliações.
Figura 20: Modelos de regressões lineares para o peso dos frutos de pimentão. Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6), sob três avaliações.
y = -40,667x + 210,78
R² = 1
y = -37,5x + 222,78
R² = 0,9959
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3
y = -40,667x + 210,78
R² = 1
y = -33,5x + 213,11
R² = 0,9921
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3
Pes
o do
s fr
utos
(g)
Pes
o do
s fr
utos
(g)
Épocas de avaliação Épocas de avalição
y = -40,667x + 210,78
R² = 1
y = -30,333x + 204,44
R² = 0,9974
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 2 3
Épocas de avaliação
Pes
o do
s fr
utos
( g
)
A B
52
4.4. Características agronômicas dos frutos de pimentão
Neste experimento, objetivou-se avaliar as características relacionadas com
a produção da cultura pimentão, sendo uma hortaliça a parte comercial é o fruto. Foram
estimados o comprimento, a diâmetro e a espessura da polpa.
4.4.1. Comprimento médio dos frutos do pimentão
As aplicações do bioestimulante não influenciaram no comprimento médio
dos frutos de pimentão para os tratamentos dois dias antes do transplantio e cinco dias
depois do transplantio (Figura 21 AB e 24). Nos modelos de regressão linear os
tratamentos que apresentavam o extrato de Agrostemma githago L., não produziram
frutos significativamente maiores (comprimento) em relação aos frutos oriundos de
plantas sem bioestimulante, considerando que a média dos três tratamentos ficou em
torno de 138 mm, maior medida para essa variáv
Figura 21: Modelos de regressões lineares para o comprimento dos frutos de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B - Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob três avaliações.
Épocas de avaliação
y = -14,282x + 145,3
R² = 0,9006
y = -11,017x + 141,47
R² = 0,9933
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1 2 3
Com
prim
ento
dos
frut
os (
mm
)
y = -14,282x + 145,3
R² = 0,9006
y = -13,555x + 143,44
R² = 0,9977
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1 2 3
Com
prim
ento
dos
frut
os (
mm
)
A B Épocas de avaliação
53
As aplicações do produto Agrostemin® nos tratamentos com 15 (dias) e o
outro com trinta (30) dias após o transplantio, não foram observados diferenças
significativas comparados ao tratamento sem aplicação do produto (Figura 22 e 24).
Estudo realizado por Silva (2011), testou nas cultivares de morango o extrato de alga
com a função de bioestimulante, apresentando resultados semelhantes, pois não houve
diferença nos tratamentos com aplicaçõa via foliar, via solo, ou alternados comparado a
testemunha.
Para a característica física avaliada foram comparados o tratamento com
aplicação do bioestimulante cinco (5) + trinta (30) dias após o transplantio e o
tratamento sem aplicação (Figura 23 e 24), as primeiras avaliações não apresentaram
diferença significativa, no entanto na última colheita sugeriu que o Agrostemin®
utilizado neste trabalho exerceu influência, mostrando uma superioridade na variável
analisada.
Figura 22: Modelos de regressões lineares para o comprimento dos frutos de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4); B - Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5), sob três avaliações.
y = -14,282x + 145,3
R² = 0,9006
y = -11,404x + 141,11
R² = 0,9958
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1 2 3
Épocas de avaliação
y = -14,282x + 145,3
R² = 0,9006
y = -12,913x + 146,08
R² = 0,9672
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1 2 3
Com
prim
ento
dos
frut
os (
mm
)
Com
prim
ento
dos
frut
os (
mm
)
Épocas de avaliação A B
54
Figura 23: Modelos de regressões para o comprimento dos frutos de pimentão. Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6), sob três avaliações.
Figura 24: Frutos de pimentão (CAPSICU ANNUM L.), oriundos de plantas submetidas aos efeitos do Agrostemin® nos tratamentos com dois (2) dias antes do transsplantio, cinco (5), quinze (15) e trinta (30) e e o tratamento com cinco (5) e trinta (30), comparado ao tratamento sem aplicação do bioestimulante. Iranduba – AM. 2011.
y = -14,282x + 145,3
R² = 0,9006
y = 24,3x2 - 91,599x + 205,69
R² = 1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1 2 3
Épocas de avaliação
Com
prim
ento
dos
frut
os (
mm
)
55
Figura 25: Frutos de pimentão oriundos de plantas submetidas aos efeitos dos tratamentos com aplicação do produto Agrostemin® com tratamento com cinco (5) + trinta (30), comparado ao tratamento sem aplicação do bioestimulante. Iranduba – AM. 2011.
4.4.2. Diâmetro média dos frutos do pimentão
Outra variável avaliada foi o diâmetro dos frutos do pimentão, onde
observa-se na Figura 26 que os tratamento no qual houve aplicação do bioestimulante,
dois (2) dias antes do transplantio e cinco (5) dias após o transplantio, tiveram uma
queda conforme foram realizados as avaliações, mostrando com isso que a primeira
colheita apresentou o número maior para esta variável nos dois tratamento quando
comparado a testemunha. O diâmetro médio na primeira avaliação para o tratamento 2
mostrou o valor de 70 mm e para o tratamento 3 o valor de 68 mm.
56
Figura 26: Modelos de regressões para o diâmetro dos frutos de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B - Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob três avaliações. Na Figura 27 os modelos de regressões mostraram que a testemunha
apresentou modelo lineares, sendo que os tratamentos onde foram aplicados os
bioestimulantes, quinze (15) e trinta (30) dias após o transplantio, a variável diâmetro
foi mantida constante, não havendo diferença significativa na primeira colheita quando
comparada a testemunha, sendo que nas outras duas avaliações os tratamentos com a
presença do Agrostemin® mostrou superioridade.
Para o tratamento onde a aplicação do Agrostemin® foi realizada durante os
cinco (5) + trinta (30) dias após o transplantio, houve um descrécimo a cada colheita
para o diâmetro, sendo que o tratamento apresentou diferença significativa quando
comparada à testemunha (Figura 28).
y = -4,4383x + 71,721
R² = 0,9976
y = -0,6302x2 + 0,5148x + 69,773
R² = 1
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
72
1 2 3
y = -4,4383x + 71,721
R² = 0,9976
y = -2,5015x + 70,522
R² = 1
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
1 2 3
Épocas de avaliação Épocas de avaliação
Larg
ura
dos
frut
os (m
m)
Lar
gura
dos
frut
os (m
m)
A B
57
Figura 27: Modelos de regressões para o diâmetro dos frutos de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4); B - Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5), sob três avaliações.
Figura 28: Modelos de regressões para o diâmetro dos frutos de pimentão. Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6), sob três avaliações.
y = -4,4383x + 71,721
R² = 0,9976
y = -1,3552x2 + 5,3508x + 62,476
R² = 1
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
1 2 3
y = -4,4383x + 71,721
R² = 0,9976
y = -1,6022x2 + 5,5925x + 62,898
R² = 1
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
1 2 3
Larg
ura
dos
frut
os m
m)
Épocas de
Larg
ura
dos
frut
os (
mm
)
y = -4,4383x + 71,721
R² = 0,9976
y = 1,1458x2 - 7,0138x + 76,828
R² = 1
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
72
1 2 3
Larg
ura
dos
Fru
tos
(mm
)
Épocas de avaliação
A B
Épocas de avaliação
58
4.4.3. Espessura da polpa dos frutos de pimentão
A espessura da parede dos frutos é considerado uma importante variável,
pois segundo Charlo et al. (2009) afirma que hoje o pimentão é amplamente consumido
no país e frutos que apresentam espessura da parede maior são mais resistentes ao
transporte, além de terem boa aceitação
A aplicação do bioestimulante em diversas épocas na cultura do pimentão,
não influenciou significativamente na espessura média da parede dos frutos. Essa
afirmação pode ser observada nos modelos quadráticos de regressões apresentandos na
Figura 29 e 32, onde mostram os tratamentos com aplicação do Agrostemin® com dois
(2) dias antes do transplantio e cinco (5) dias após o transplantio. Estudo realizado por
PALANGANA (2011) apresentou os mesmos resultados, onde testou-se diversas doses
do bioestimulante Stimulate® em plantas de pimentão enxertas e não enxertadas, no
quais não mostraram diferença significativa na espessura da polpa entre a testemunha e
os tratamentos com a aplicação do bioestimulante.
Figura 29: Modelos de regressões para a espessura da polpa de frutos de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B - Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob três avaliações.
y = 0,4267x2 - 2,2677x + 7,129
R² = 1
y = -0,562x + 5,8757
R² = 0,9924
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3
Épocas de avaliação Épocas de avaliação
y = 0,2755x2 - 1,6788x + 6,6107
R² = 1
y = 0,2755x2 - 1,6788x + 6,6107
R² = 1
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3
Esp
essu
ra d
os fr
utos
(m
m)
Esp
essu
ra d
os fr
utos
(m
m)
A B
59
O mesmo resultado pode ser observado com o tratamento onde o
bioestimulante foi aplicado 15 dias após o transplantio, sendo que a segunda avaliação
apresentou pequena superioridade comparado a testemunha com média de 4,5 mm
(Figura 30 e 32).
Na Figura 31 e 33 os tratamentos com aplicação do bioestimulante trinta
(30) dias após o transplantio e cinco (5) + trinta (30) dias após o transplantio não
tiveram diferença significativa quando comparado a testemunha, apenas uma
superioridade na segunda colheita.
Figura 30: Modelos de regressões para a espessura da polpa dos frutos de pimentão. Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4) ), sob três avaliações.
y = 0,4267x2 - 2,2677x + 7,129
R² = 1
y = -0,4773x + 5,529
R² = 0,9985
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3
Esp
essu
ra d
os fr
utos
(mm
)
Épocas de avaliação
60
A
Figura 31: Modelos de regressões para a espessura da polpa de frutos de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5); B - Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6), sob três avaliações.
Figura 32: Detalhe da espessura dos frutos de pimentão: A – Testemunha (T1); B - Tratamento com aplicação do bioestimulante Agrostemin® com dois (2) dias antes do transplantio (T2); C - Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3); D - Tratamento com quinze (15) dias após o transplantio (T4). Iranduba – AM. 2011.
A
C D
B
y = 0,4267x2 - 2,2677x + 7,129
R² = 1
y = -0,4687x + 5,65
R² = 0,9735
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3
y = 0,4267x2 - 2,2677x + 7,129
R² = 1
y = -0,6868x + 6,2342
R² = 0,9963
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3Ëpocas de avaliação
Épocas de avaliação
Esp
essu
ra d
os F
ruto
s (m
m)
Esp
essu
ra d
os F
ruto
s (mm
)
61
Figura 33: Detalhe da espessura dos frutos de pimentão : A – Testemunha (T1); B - Tratamento com aplicação do bioestimulante Agrostemin® com trinta (30) dias após transplantio (T4) ; C - Tratamento com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T5). Iranduba – AM. 2011.
4.5. Caracteristicas das plantas de pimentão
Como foi realizado a avaliação agrônomica dos frutos de pimentão, também
objetivou-se avaliar as características das plantas, como a altura e diâmetro.
A
B
C
62
4.5.1. Altura das plantas de pimentão
Para a altura das plantas de pimentão, os dados obtidos apresentaram
diferença significativa entre os tratamentos com aplicação do bioestimulante
Agrostemin® e a testemunha ( Tabela 4), o tratamento onde a aplicação foi realizada
quinze (15) dias após o transplantio mostrou um melhor desempenho com resultado
médio de 92.1666 cm. No entanto entre as épocas de aplicação não mostraram
diferenças significativas. Segundo Navarini (2010), onde testou bioestimulante
Booster® e Stimulate® na cultura de trigo, apresentando estatura média maior das
plantas tratadas com o primeiro produto citado .
Tabela 4 – Altura média das plantas de pimentão da cultivar Dahra R. submetida a aplicação do
extrato Agrostemma githago L. Iranduba – AM, 2011.
Épocas de Aplicação Descrição Dados Médias
15 quinze dias 24 92.1666 A
30 trinta dias 24 91.2421 AB
5 + 30 cinco e trinta dias 24 90.4505 AB
2 dois dias 24 89.7864 AB
5 cinco dias 24 88.8854 AB
0 testemunha 24 87.7500 B
Coeficiente de variação (CV%) 2.72 * Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,01). Dados transformados : √X
Os resultados apresentados na Figura 34 mostram superioridade para a
variável altura das plantas nos tratamentos com aplicação do bioestimulante, dois (2)
dias antes do transplatio e cinco (5) dias após o transplantio a partir da segunda
avaliação realizada.
63
Figura 34: Modelos de regressões quadrático para a altura das plantas de pimentão, A –
Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B - Testemunha
(T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob seis avaliações.
Resultados diferentes foram encontrados por Klahold (2009), onde testou
doses de bioestimulante Stimulate® de 0, 3 e 5 mL aplicadas por 0,5 Kg de semente na
cultura da soja, a variável altura das plantas não apresentou diferença significativa
analisadas 15 dias DAE, mesmo verificando a tendência de resposta positiva aaumentar
a dosagem. Outro resultado diferente obtido por Castro & Vieira (2003), onde,
trabalhando com aplicações foliares e via semente de Stimulate® aos 15 e 30 DAE, na
cultura do feijoeiro em vasos, constataram que houve uma redução na altura daplanta
em relação ao controle nas doses de 0,30% (300 mL ha-1) e 27 mL-1 5Kg de sementes
após uma semana da segunda aplicação de Stimulate®.
64
Figura 35: Modelos de regressões quadráttico para a altura das plantas de pimentão, Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplantio (T4), sob seis avaliações.
Na Figura 35 pode-se verificar o tratamento com aplicação do
bioestimulante quinze (15) dias após o transplantio, o mesmo apresentou superioridade
na segunda avaliação em relação a testemunha, mostrando pico de valor com 130 cm de
altura na última avaliação realizada.
Nota-se pela Figura 36 que os tratamentos onde foram aplicados o
Agrostemin® trinta (30) dias e cinco (5) trinta + (30) dias após o transplantio, resultou
em uma superioridade na altura, comparado ao tratamento sem aplicação do
bioestimulante. No entanto pode-se afirmar com os dados obtidos que não há
necessidade de fazer aplicação do bioestimulante duas vezes analisando a variável altura
de plantas, pois com uma única aplicação apresentou resultados superiores, havendo
uma economia nos gastos para o agricultor.
y = -4,7469x2 + 52,145x - 23,939
R² = 0,9821
y = -4,8318x2 + 54,776x - 22,942
R² = 0,9795
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1 2 3 4 5 6
Altu
ra d
as P
lant
as (
cm)
Épocas de avaliação
65
Figura 36: : Modelos de regressões para a altura das plantas de pimentão, A – Testemunha (T1)
x Tratamento com trinta (30) dias antes do transplantio (T5); B - Testemunha (T1) xTratamento
com cinco (5) + trinta (30) dias após transplantio (T6), sob seis avaliações.
. 4.5.2. Diâmetro do colo das plantas de pimentão
Os efeitos provocados pelo bioestimulante contendo o extrato vegetal de
Agrostemma githago L. apresentou diferenças significaticas (Tabela 5). O tratamento
com aplicação com cinco (5), trinta (30) dias após o transplantio mostrou resultados
superiores quanto a média do diâmetro das plantas com valores de 3.5872 mm. O
tratamento com aplicação de dois (2) dias antes do transplantio apresentou valores abaixo da
testemunha, no entanto não diferindo estatisticamente.
Nos modelos de regressões quadráticos observados na Figura 37, observa-se
que os tratamentos contendo o bioestimulante, dois (2) dias antes do transplantio e com
cinco (5), apresentam valores maiores que o tratamento sem aplicação. Na variável
analisada , observa-se que as épocas de aplicação do bioestimulante apresentaram
aumento significativo nos dois tratamentos, mostrando queda na última avaliação.
66
Tabela 5 – Número médio dos frutos da cultivar de pimentão Dahra R. submetida a aplicação do extrato Agrostemma githago L. Iranduba – AM, 2011. Épocas de Aplicação Descrição Dados Médias
5 + 30 cinco e trinta dias 24 3.5872 A
15 quinze dias 24 3.5650 AB
5 cinco dias 24 3.5370 ABC
30 trinta dias 24 3.5117 ABC
0 testemunha 24 3.4767 BC
2 dois dias 24 3.4604 C
Coeficiente de variação (CV%) 3.09
* Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Dados transformados em: √X
Figura 37: Modelos de regressões para o diâmetro das plantas de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com dois (2) dias antes do transplantio (T2); B - Testemunha (T1) x Tratamento com cinco (5) dias após transplantio (T3), sob seis avaliações.
y = -0,8063x2 + 7,7371x - 2,5715
R² = 0,9801
y = -0,8593x2 + 8,3531x - 2,7551
R² = 0,9779
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6
y = -0,8063x2 + 7,7371x - 2,5715
R² = 0,9801
y = -0,8317x2 + 7,9744x - 2,5132
R² = 0,9614
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 2 3 4 5 6
Épocas de avaliação Épocas de avaliação
Diâ
met
ro d
as p
lant
as (
mm)
Diâ
met
ro d
as p
lant
as (
mm
)
A B
67
O tratamento com a aplicação do bioestimulante com quinze (15) dias após o
transplantio, os valores mostraram-se superiores a partir da segunda avaliação
comparados a testemunha, com os maiores valores em média de 17 mm (Figura 38).
Os resultados apresentados na Figura 39 mostra que os tratamentos com
aplicação do bioestimulnate com trinta (30) dias e 5 (cinco) + 30 (trinta) dias após o
transplantio, apresentam um incremento maior quando comparado a testemunha, no
entanto essa superioridade para a variável estudada foi em pequena escala.
Figura 38 Modelos de regressões quadrático para o diâmetro das plantas de pimentão, Testemunha (T1) x Tratamento com quinze (15) dias após transplant transplantio (T4), sob seis avaliações.
y = -0,8063x2 + 7,7371x - 2,5715
R² = 0,9801
y = -0,6656x2 + 7,0986x - 1,1701
R² = 0,9704
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1 2 3 4 5 6
Diâ
met
ro d
as p
lant
as (
mm
)
Épocas de avaliação
68
Figura 39: Modelos de regressões para o diâmetro das plantas de pimentão, A – Testemunha (T1) x Tratamento com trinta (30) dias após transplantio (T5); B - Testemunha (T1) xTratamento com cinco (5) dias + trinta (30) após transplantio (T6), sob seis avaliações.
4.6. Característica da raiz
4.6.1. Comprimento da raiz
Verificou-se o efeito significativo da interação épocas de aplicação do
bioestimulante Agrostemin® na variável comprimento da raiz (Figura 40), revelando o
que os tratamentos com aplicação de dois (2) dias antes do transplantio, quinze (15),
trinta (30) e cinco + trinta (5+30) dias após o transplantio apresentaram resultados
positivos, mas não mostraram diferença estatística entre si, porém o último tratamento
apresentou média superior com valor 33,04 cm. O tratamento onde a aplicação do
bioestimulante foi efetuada cinco (5) dias após o transplantio, mostrou um desempenho
menor comparado a todos os outros tratamentos inclusive a testemunha, apresentando
uma média de 28,31 cm.
69
Figura 40: Comprimento da raiz de plantas de pimentão em relação a diferentes épocas de
aplicação.
A capacidade das plantas em se obter água e nutrientes se deve apresentar um
extenso sistema radicular. Segundo Belgrade (2011), o crescimento da raiz representa
um processo fisiológico integral e que sua dinâmica de crescimento pode ser
considerada como característica metodológica instrutiva, visto que é ligada para o
intercâmbio geral múltiplo de composições da planta com o substrato, com isso neste
trabalho pode ser considerado uma variável importante a ser analisada.
Apresentando o comprimento da raiz maior, vai existir maior capacidade de
absorção e com isso maior crescimento e desenvolvimento das plantas, isto se deve ao
efeito alelopático do produto e a presença de auxina, que estimula a iniciação de raízes
laterais (ramificadas) e raízes adventícias (TAIZ E ZEIGER, 2009).
Estudo realizado por Bezerra (2007) avaliou o efeito de bioestimulantes
(Fertiactyl GZ® e Rutter AA®) na produção de mudas de alface, mostrando também
resultados significativos para os tratamentos com aplicação do produto Ferticactyl GZ®,
apresentando comportamento linear, ou seja, a medida que se aumentou a concentração
do produto, houve um incremento no comprimento das raízes.
30,11b
32,11a
28,31c
31,20ab
32,20a
33,04a
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
0 2 5 15 30 5+30
Tratamentos
Co
mp
rim
ento
da
raiz
(cm
)
70
4.7. Matéria Seca da Raiz
A variável massa seca da raiz apresentou efeito significativo, o tratamento
com aplicação do bioestimulante Agrostemin® após quinze (15) dias de transplantio
registrou os maiores valores, com valor média de 6,89 g (Figura 41). Este resultado não
seguiu o que mostra a variável comprimento da raiz, que mostra os melhores resultados
para o tratamento com duas aplicações. Resultados semelhantes foram encontrados por
Costa et al (2008), onde testou o efeito de concentrações de bioestimulantes (Fertiactyl
GZ® e Rutter AA®) na qualidade de mudas de melancia, a resposta da concentração dos
bioestimulantes foi quadrática, no qual a concentração de 0,43%, teve o melhor
resultado (0,3 g/10 plântulas).
Segundo Libera (2010), onde foram testados quatro bioestimulantes (MAXI
ZINC® (100,0% Zn p/v, Bioestimulante BOOSTER® ZnMo (2,3% Mo + 3,5% Zn p/v
+ composto hormonal, SUPA SÍLICA (23,7% K2O + 10% Si p/v, MAXI ZINC® +
BOOSTER® + SUPRA SÍLICA) na cultura do milho, não mostrou diferença
significativa para variável massa seca da raiz, diferindo dos resultados.
Figura 41: Massa seca da raiz de plantas de pimentão em relação a diferentes épocas de
aplicação.
71
5. CONCLUSÃO
Após os resultados obtidos e analisados pode-se concluir que:
- As épocas com quinze dias e cinco (5) + trinta (30) dias de aplicação do
bioestimulantes Agrostemin® após o transplantio, foram os tratamentos que
apresentaram melhores resultados para a variável número de frutos, para as
características das plantas de pimentão e para as características da raiz;
- Em busca da produtividade e peso dos frutos, o mais indicado são as
épocas de aplicação com cinco (5) dias após o translantio e dois (2) dias antes do
transplantio respectivamente;
- As épocas de aplicação do bioestimulante testado não influenciaram as
características agrônomicas dos frutos.
72
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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