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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
SAMUEL DA SILVA CARVALHO
ANÁLISE VOLUMÉTRICA DOS COMPONENTES PASSIVOS DE CONVERSORES
BOOST E FORWARD
FORTALEZA
2015
SAMUEL DA SILVA CARVALHO
ANÁLISE VOLUMÉTRICA DOS COMPONENTES PASSIVOS DE CONVERSORES
BOOST E FORWARD
Monografia apresentada ao Departamento de
Engenharia Elétrica da Universidade Federal
do Ceará como parte dos requisitos para a
obtenção do título de bacharel em Engenharia
Elétrica.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Henrique Silva
Colado Barreto.
FOTALEZA
2015
SAMUEL DA SILVA CARVALHO
ANÁLISE VOLUMÉTRICA DOS COMPONENTES PASSIVOS DE CONVERSORES
BOOST E FORWARD
Monografia apresentada ao Departamento de
Engenharia Elétrica da Universidade Federal
do Ceará como parte dos requisitos para a
obtenção do título de bacharel em Engenharia
Elétrica.
Aprovada em: 15 / 06 / 2015.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. Luiz Henrique Silva Colado Barreto (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Prof. Dr. Fabrício Gonzalez Nogueira
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
MSc. Davi Rabelo Joca
Universidade Federal do Ceará (UFC)
À minha mãe Neide,
Ao meu pai Hamilton,
Ao meu irmão Bruno.
AGRADECIMENTO
À minha família por todo apoio durante esta longa jornada.
Aos amigos antigos, que nunca serão esquecidos, especialmente a: Davi, Ricardo,
André, Paulo César e Jesus.
A todos amigos que fiz na universidade, especialmente a: Tayná, Túlio, Indira,
Sylmara, João Paulo, Gabriel, Paulo Salim, Cláudio, Jady, Geovanni, Michel, Arthur, Obed,
Matheus, Igor, Emanuel, Lisonildo e Dimas.
Ao meu orientador Prof. Dr. Luiz Henrique Silva Colado Barreto.
A todos os professores do curso pelos conhecimentos transmitidos. Em especial
aos professores Dr. Fabrício Gonzalez Nogueira e Dr. José Carlos Teles Campos pelo apoio.
E a todas as outras pessoas que de uma forma ou de outra me ajudaram nessa
caminhada.
Obrigado!
“Por vezes é penoso cumprir o dever, mas
nunca é tão penoso como não cumpri-lo.”
(Alexandre Dumas)
RESUMO
A busca pela redução do volume ocupado por conversores de energia é um objetivo constante
em aplicações para sistemas portáteis. Em tais sistemas, normalmente os componentes ativos
dos conversores de potência são integrados juntamente com o sistema de controle em um
único chip de silício. Neste trabalho é proposta uma topologia de conversor tal que, apenas
uma parte da potência de saída do sistema é processada pelo conversor, e o restante é
conduzido diretamente à saída. Isto resulta em melhorias na eficiência de processamento da
energia e em diminuições no volume dos componentes passivos do conversor, que são fatores
determinantes do volume total ocupado pelo sistema. É feita análise da topologia proposta em
comparação com uma solução que faz uso de um conversor Boost, que é frequentemente
utilizada para a mesma aplicação. São apresentados os projetos de ambas as soluções,
considerando-se as mesmas especificações de entrada e saída, que são usados para a
montagem de dois protótipos para a coleta experimental das curvas de eficiência. Ao final, é
apresentada a análise comparativa do volume dos componentes passivos das duas topologias.
Palavras-chave: Conversão CC. Componentes passivos. Redução de volume. Forward.
ABSTRACT
The search for energy converters volume reduction is a constant goal for embedded systems
applications. In such systems, the active componentes of power converters are integrated in a
single silicon chip. This work presents a converter topology in which, only a small fraction of
the system’s output power is proccessed by the converter, and all the remaining power is
directly transferred from the input to the output. This results in improvements in the power
proccessing efficiency and reductions in the passive components volume of the converter,
which are bottlenecks for the final volume occupied by the system. The proposed topology is
analised in comparison with a classical solution composed by a Boost converter, which is
frequently used in such applications. The design for both solutions is presented, in which the
same input-output specification were used, and are used for the assembling of two
experimental prototypes used to plot both efficiency curves. In the end, the comparative
analysis of the passive components volume of both converters is presented.
Keywords: DC conversion. Passive components. Volume reduction. Forward.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.1 - TOPOLOGIA DO CONVERSOR BOOST A SER ANALISADA. ..................................................................... 16
FIGURA 2.2 – PRIMEIRA ETAPA DE OPERAÇÃO DO CONVERSOR BOOST. .................................................................. 17
FIGURA 2.3 – SEGUNDA ETAPA DE OPERAÇÃO DO CONVERSOR BOOST. .................................................................. 18
FIGURA 2.4 – PRINCIPAIS FORMAS DE ONDA DO CONVERSOR BOOST. ..................................................................... 19
FIGURA 2.5 – GANHO ESTÁTICO DO CONVERSOR BOOST EM RELAÇÃO A RAZÃO CÍCLICA. ...................................... 21
FIGURA 2.6 – INDUTÂNCIA NORMALIZADA EM FUNÇÃO DA RAZÃO CÍCLICA. .......................................................... 22
FIGURA 2.7 – DIAGRAMA DO SISTEMA DE CONTROLE DO CONVERSOR BOOST. ....................................................... 31
FIGURA 2.8 – MODELO DE PEQUENOS SINAIS DO CONVERSOR BOOST. .................................................................... 31
FIGURA 2.9 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO CONVERSOR BOOST. 32
FIGURA 2.10 – DIAGRAMA DE BODE DE FASE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO CONVERSOR BOOST. .......... 33
FIGURA 2.11 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO
SISTEMA. ....................................................................................................................................................... 34
FIGURA 2.12 – DIAGRAMA DE BODE DE FASE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO SISTEMA.
..................................................................................................................................................................... 35
FIGURA 2.13 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO
SISTEMA COMPENSADO. ................................................................................................................................ 37
FIGURA 2.14 – DIAGRAMA DE BODE DE FASE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO SISTEMA
COMPENSADO. .............................................................................................................................................. 37
FIGURA 2.15 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO
SISTEMA COM O COMPENSADOR DISCRETIZADO. ........................................................................................... 39
FIGURA 2.16 – DIAGRAMA DE BODE DE FASE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO SISTEMA
COM O COMPENSADOR DISCRETIZADO. ......................................................................................................... 40
FIGURA 2.17 – RESPOSTA AO DEGRAU DO SISTEMA EM MALHA FECHADA PARA O CONVERSOR BOOST. ................. 40
FIGURA 3.1 - TOPOLOGIA DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. ........................................................................... 43
FIGURA 3.2 – PRIMEIRA ETAPA DE OPERAÇÃO DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. ............................................ 45
FIGURA 3.3 – SEGUNDA ETAPA DE OPERAÇÃO DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. ............................................ 46
FIGURA 3.4 – TERCEIRA ETAPA DE OPERAÇÃO DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. ............................................ 47
FIGURA 3.5 – QUARTA ETAPA DE OPERAÇÃO DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. .............................................. 48
FIGURA 3.6 – QUINTA ETAPA DE OPERAÇÃO DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. ............................................... 49
FIGURA 3.7 – SEXTA ETAPA DE OPERAÇÃO DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. ................................................. 50
FIGURA 3.8 – PRINCIPAIS FORMAS DE ONDA DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO (PARTE 1). ............................... 52
FIGURA 3.9 – PRINCIPAIS FORMAS DE ONDA DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO (PARTE 2). ............................... 53
FIGURA 3.10 – GANHO ESTÁTICO DO CONVERSOR FORWARD EM RELAÇÃO A RAZÃO CÍCLICA, PARA VÁRIOS
VALORES DA RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO. .............................................................................................. 55
FIGURA 3.11 – INDUTÂNCIA NORMALIZADA EM FUNÇÃO DA RAZÃO CÍCLICA PARA VÁRIOS VALORES DE N. .......... 57
FIGURA 3.12 – DIAGRAMA DO SISTEMA DE CONTROLE DO CONVERSOR FORWARD. ................................................ 66
FIGURA 3.13 – MODELO DE PEQUENOS SINAIS DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. ............................................ 67
FIGURA 3.14 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO CONVERSOR
FORWARD. ..................................................................................................................................................... 68
FIGURA 3.15 – DIAGRAMA DE BODE DE FASE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO CONVERSOR FORWARD. ..... 69
FIGURA 3.16 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO
SISTEMA (FORWARD). .................................................................................................................................... 70
FIGURA 3.17 – DIAGRAMA DE BODE DE FASE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO SISTEMA
(FORWARD). .................................................................................................................................................. 70
FIGURA 3.18 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO
SISTEMA COMPENSADO (FORWARD). ............................................................................................................. 72
FIGURA 3.19 – DIAGRAMA DE BODE DE FASE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO SISTEMA
COMPENSADO (FORWARD). ........................................................................................................................... 73
FIGURA 3.20 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO
SISTEMA COM O COMPENSADOR DISCRETIZADO (FORWARD). ........................................................................ 75
FIGURA 3.21 – DIAGRAMA DE BODE DE FASE PARA A FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE LAÇO ABERTO DO SISTEMA
COM O COMPENSADOR DISCRETIZADO (FORWARD). ...................................................................................... 75
FIGURA 3.22 – RESPOSTA AO DEGRAU DO SISTEMA EM MALHA FECHADA PARA O CONVERSOR FORWARD. ............ 76
FIGURA 4.1 – FILTRO DE ENTRADA DO TIPO LC AMORTECIDO COM CAPACITOR DE BLOQUEIO. .............................. 77
FIGURA 4.2 – MODELO DO CONVERSOR BOOST COM O FILTRO DE ENTRADA. ......................................................... 78
FIGURA 4.3 – ANÁLISE DO PRIMEIRO FILTRO PARA O CONVERSOR FORWARD. ........................................................ 80
FIGURA 4.4 – ANÁLISE DO SEGUNDO FILTRO PARA O CONVERSOR FORWARD. ........................................................ 81
FIGURA 4.5 – CORRENTE DA FONTE DE ENTRADA PARA O CONVERSOR BOOST (CONDIÇÃO DE CORRENTE MÍNIMA).
..................................................................................................................................................................... 82
FIGURA 4.6 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE DAS IMPEDÂNCIAS CARACTERÍSTICAS E DO FILTRO (BOOST). . 83
FIGURA 4.7 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE DAS RAZÕES 𝑍𝐹𝑏𝑠/𝑍𝑁𝑏𝑠 E 𝑍𝐹𝑏𝑠/𝑍𝐷𝑏𝑠 (BOOST). ................ 83
FIGURA 4.8 – CORRENTE DA FONTE DE ENTRADA PARA O CONVERSOR FORWARD (CONDIÇÃO DE CORRENTE
MÍNIMA). ....................................................................................................................................................... 85
FIGURA 4.9 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE DAS IMPEDÂNCIAS CARACTERÍSTICAS E DO FILTRO (FORWARD).
..................................................................................................................................................................... 86
FIGURA 4.10 – DIAGRAMA DE BODE DE MAGNITUDE DAS RAZÕES 𝑍𝐹𝐹𝑠/𝑍𝑁𝐹1𝑠 E 𝑍𝐹𝐹𝑠/𝑍𝐷𝐹1𝑠 (FORWARD). .... 86
FIGURA 5.1 – CURVA DE EFICIÊNCIA FINAIS OBTIDAS PARA AMBAS AS TOPOLOGIAS. ............................................. 89
FIGURA 5.2 – FORMAS DE ONDA DO CONVERSOR BOOST NO CCM: TENSÃO DE SAÍDA (CANAL 1, 5V/DIV, 5µS/DIV)
E CORRENTE NO INDUTOR LB (CANAL 2, 1A/DIV, 5µS/DIV). ........................................................................... 90
FIGURA 5.3 – FORMAS DE ONDA DO CONVERSOR BOOST NO DCM: TENSÃO DE SAÍDA (CANAL 1, 5V/DIV, 2µS/DIV)
E CORRENTE NO INDUTOR LB (CANAL 2, 1A/DIV, 2µS/DIV). ........................................................................... 90
FIGURA 5.4 – FORMAS DE ONDA DO CONVERSOR FORWARD NO CCM: TENSÃO DE SAÍDA (CANAL 1, 10V/DIV,
2µS/DIV); CORRENTE NO INTERRUPTOR SF1 (CANAL 2, 5A/DIV, 2µS/DIV) E CORRENTE NO INTERRUPTOR SF3
(CANAL 3, 5A/DIV, 2µS/DIV). ........................................................................................................................ 91
FIGURA 5.5 – FORMAS DE ONDA DO CONVERSOR FORWARD NO DCM: TENSÃO DE SAÍDA (CANAL 1, 10V/DIV,
2µS/DIV); CORRENTE NO INTERRUPTOR SF1 (CANAL 2, 2A/DIV, 2µS/DIV) E CORRENTE NO INTERRUPTOR SF3
(CANAL 3, 2A/DIV, 2µS/DIV). ........................................................................................................................ 91
FIGURA 5.6 – PROTÓTIPO DO CONVERSOR FORWARD MONTADO. ........................................................................... 92
FIGURA 5.7 – VOLUMES NORMALIZADOS DE COMPONENTES PASSIVOS SEM OS FILTROS DE ENTRADA. .................. 96
FIGURA 5.8 – VOLUMES NORMALIZADOS DOS COMPONENTES PASSIVOS COM OS FILTROS DE ENTRADA. ............... 97
LISTA DE TABELAS
TABELA 2.1 – ESPECIFICAÇÕES DO CONVERSOR BOOST. ........................................................................................ 26
TABELA 2.2 – PARÂMETROS ADOTADOS PARA O CONVERSOR BOOST. .................................................................... 26
TABELA 2.3 – PROPRIEDADES DO INDUTOR LB SELECIONADO PARA O PROTÓTIPO. ................................................. 28
TABELA 2.4 – PROPRIEDADES DO CAPACITOR CB SELECIONADO PARA O PROTÓTIPO. ............................................ 28
TABELA 2.5 – PROPRIEDADES DO INTERRUPTOR SB1 SELECIONADO PARA O PROTÓTIPO. ........................................ 29
TABELA 2.6 – PROPRIEDADES DO DIODO DB1 SELECIONADO PARA O PROTÓTIPO. ................................................... 30
TABELA 3.1 – ESPECIFICAÇÕES DO CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. .................................................................. 60
TABELA 3.2 – PARÂMETROS ADOTADOS PARA O CONVERSOR FORWARD PROPOSTO. .............................................. 60
TABELA 3.3 – PROPRIEDADES DO INDUTOR LF SELECIONADO PARA O PROTÓTIPO. ................................................. 62
TABELA 3.4 – PROPRIEDADES DO CAPACITOR CF SELECIONADO PARA O PROTÓTIPO. ............................................. 63
TABELA 3.5 – PROPRIEDADES DOS INTERRUPTORES SF1, SF2, SF3 E SF4 SELECIONADOS PARA O PROTÓTIPO. ........... 63
TABELA 3.6 – PROPRIEDADES DO DIODO DF SELECIONADO PARA O PROTÓTIPO. .................................................... 64
TABELA 3.7 – PROPRIEDADES DO DIODO DFR SELECIONADO PARA O PROTÓTIPO.................................................... 65
TABELA 4.1 – FILTRO DE ENTRADA DO CONVERSOR BOOST. .................................................................................. 82
TABELA 4.2 – FILTRO DE ENTRADA DO CONVERSOR FORWARD. ............................................................................. 84
TABELA 5.1 – COMPONENTES PASSIVOS (BOOST X FORWARD)................................................................................ 95
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADC Conversor análogico-digital
CCM Modo de Condução Contínuo
DCM Modo de condução descontínuo
DPWM Modulação por largura de pulso digital
PID Proporcional-integral-derivativo (tipo de compensador)
MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor
SMD Surface Mount Device
SoC State of Charge (estado da carga)
LISTA DE SÍMBOLOS
Símbolo Significado Unidade
𝑎1𝑏 Termo do controlador discretizado do conversor Boost -
𝑎2𝑏 Termo do controlador discretizado do conversor Boost -
𝑎1𝐹 Termo do controlador discretizado do conversor Forward -
𝑎2𝐹 Termo do controlador discretizado do conversor Forward -
𝐴𝐹𝑐 Termo da equação de diferenças para controlar o Forward -
𝐴𝐵𝑐 Termo da equação de diferenças para controlar o Boost -
𝐴𝐷𝐶(𝑠) Função de transferência do ADC 1/V
𝐵𝐵𝑐 Termo da equação de diferenças para controlar o Boost -
𝐵𝐹𝑐 Termo da equação de diferenças para controlar o Forward -
Cb Capacitância de saída do conversor Boost F
CF Capacitância de saída do conversor Forward F
𝐶𝐵𝑐 Termo da equação de diferenças para controlar o Boost -
𝐶𝐹𝑐 Termo da equação de diferenças para controlar o Forward -
(𝑠) Variação de pequenos sinais razão cíclica -
𝐹(𝑠) Variação de pequenos sinais razão cíclica do conversor
Forward -
DB Razão cíclica do conversor Boost -
DB_min Razão cíclica mínima do conversor Boost -
DB_max Razão cíclica máxima do conversor Boost -
DB1 Diodo do conversor Boost -
DF Razão cíclica do conversor Forward -
DF_min Razão cíclica mínima do conversor Forward -
DF_max Razão cíclica máxima do conversor Forward -
𝐷𝑃𝑊𝑀(𝑠) Função de transferência do DPWM -
𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐵 Frequência de amostragem do compensador discretizado
para o Boost Hz
𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐹 Frequência de amostragem do compensador discretizado
para o Forward Hz
fSB Frequência de comutação do conversor Boost Hz
𝑓𝑆𝐹 Frequêcia de comutação do conversor Forward Hz
𝐺𝐵𝑣𝑑(𝑠) Função de transferência do conversor Boost V
𝐺𝐶𝐵𝑑(𝑧) Função de transferência discretizado do conversor Boost V
𝐺𝐶𝐹𝑑(𝑧) Função de transferência discretizado do conversor Forward V
𝐺𝐹𝑣𝑑(𝑠) Função de transferência do conversor Forward V
𝐻𝑉(𝑠) Função de transferência do sensor de tensão -
𝑖𝐿𝑏 Corrente no indutor Lb A
𝑖𝐿𝐹 Corrente no indutor LF A
IDb Corrente no diodo Db A
𝐼𝐷𝑏𝑒𝑓 Corrente eficaz do diodo Db A
𝐼𝐷𝑏𝑝𝑘 Corrente de pico do diodo Db A
IDF Corrente no diodo DF A
𝐼𝐷𝐹𝑒𝑓 Corrente eficaz do diodo DF A
𝐼𝐷𝐹𝑝𝑘 Corrente de pico do diodo DF A
𝐼𝐷𝐹𝑅𝑒𝑓 Corrente eficaz do diodo DFR A
𝐼𝐷𝐹𝑅𝑝𝑘 Corrente de pico do diodo DFR A
ILbm Corrente média do indutor Lb A
𝐼𝐿𝑏𝑝𝑘 Corrente de pico do indutor Lb A
𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑖𝑛 Corrente média mínima do indutor Lb A
𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑎𝑥 Corrente média máxima do indutor Lb A
ILFm Corrente média do indutor LF A
𝐼𝐿𝐹𝑝𝑘 Corrente de pico do indutor LF A
𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑖𝑛 Corrente média mínima do indutor LF A
𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑎𝑥 Corrente média máxima do indutor LF A
𝐼𝑂 Corrente de saída A
ISb Corrente no interruptor Sb A
𝐼𝑆𝑏𝑒𝑓 Corrente eficaz do interruptor Sb A
𝐼𝑆𝑏𝑝𝑘 Corrente de pico do interruptor Sb A
ISFX Corrente nos interruptores do conversor Forward A
𝐼𝑆𝐹𝑋𝑒𝑓 Corrente eficaz dos interruptores do conversor Forward A
𝐼𝑆𝐹𝑋𝑝𝑘 Corrente de pico dos interruptores do conversor Forward A
𝐾𝐵𝑣𝑑 Ganho DC da função de transf. do conversor Boost V
𝐾𝐶𝐵𝑑 Ganho DC do controlador discretizado do conversor Boost -
𝐾𝐶𝐹𝑑 Ganho DC do controlador discretizado do conversor
Forward -
𝐾𝐹𝑣𝑑 Ganho DC da função de transf. do conversor Forward V
Lb Indutância principal do conversor Boost H
LF Indutância principal do conversor Forward H
𝐿𝑢𝑏(𝑠) Função de transferência de laço aberto do sistema do
conversor Boost V
𝐿𝑢𝑏_𝑐𝑙(𝑠) Função de transferência de laço aberto do sistema do
conversor Boost compensador V
𝐿𝑢𝐹(𝑠) Função de transferência de laço aberto do sistema do
conversor Forward V
𝐿𝑢𝐹_𝑐𝑙(𝑠) Função de transferência de laço aberto do sistema do
conversor Forward com compensador V
𝑛 Relação de transformação do transformador TR -
𝑁𝐴𝐷𝐶 Resolução do ADC bits
𝑁𝐷𝑃𝑊𝑀 Resolução do DPWM bits
𝑃𝑂 Potência de saída do sistema W
𝑄𝑜𝑏 Fator de qualidade da função de transf. do conversor Boost -
𝑄𝑜𝐹 Fator de qualidade da função de transf. do conversor
Forward -
TSB Período de comutação do conversor Boost s
TSF Período de comutação dos interruptores do conversor
Foward -
𝑉𝐴𝐷𝐶 Fundo de escala do ADC V
𝑉𝐶𝑏𝑝𝑘 Tensão de pico do capacitor Cb V
𝑉𝐶𝐹𝑝𝑘 Tensão de pico do capacitor CF V
𝑉𝐷𝑏𝑝𝑘 Tensão máxima de bloqueio do diodo Db V
𝑉𝐷𝐹𝑝𝑘 Tensão máxima de bloqueio do diodo DF V
𝑉𝐷𝐹𝑅𝑝𝑘 Tensão máxima de bloqueio do diodo DFR V
Vgb Tensão de entrada do conversor Boost V
𝑉𝑔𝑏_𝑚𝑖𝑛 Tensão de entrada mínima do conversor Boost V
𝑉𝑔𝑏_𝑚𝑎𝑥 Tensão de entrada máxima do conversor Boost V
𝑉𝐺𝐹 Tensão de entrada do conversor Forward V
𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛 Tensão de entrada mínima do conversor Forward V
𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑎𝑥 Tensão de entrada máxima do conversor Forward V
VGSb Sinal de gatilho do interruptor Sb -
VGSF1 Sinal de gatilho dos interruptores SF1 e SF2 -
VGSF2 Sinal de gatilho dos interruptores SF3 e SF4 -
𝑣(𝑠) Variação de pequenos sinais na tensão de saída V
VO Tensão de saída dos conversores V
𝑉𝑆𝑏𝑝𝑘 Tensão máxima de bloqueio do interruptor Sb V
𝑉𝑆𝐹𝑋𝑝𝑘 Tensão máxima de bloqueio dos interruptores do conversor
Forward V
𝜔𝑜𝑏 Frequência dos polos complexos da função de transf. do
conversor Boost rad/s
𝜔𝑜𝐹 Frequência dos polos complexos da função de transf. do
conversor Forward rad/s
𝜔𝑧𝑏 Frequência do zero da função de transf. do conversor Boost rad/s
ILB Ondulação de corrente do indutor Lb A
ILF Ondulação de corrente do indutor LF A
𝑉𝐶𝑏 Ondulação de tensão do capacitor Cb V
𝑉𝐶𝐹 Ondulação de tensão do capacitor CF V
𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎𝑋 Variação de fluxo magnético em um indutor para a etapa X V.s
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 13
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................. 13
1.2 MOTIVAÇÃO ............................................................................................................... 13
1.3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 14
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 15
2 PROJETO DO CONVERSOR BOOST ................................................................. 16
2.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 16
2.2 ANÁLISE QUALITATIVA .............................................................................................. 16
2.2.1 Etapas de operação .................................................................................................... 16
2.2.2 Principais formas de onda ......................................................................................... 18
2.3 ANÁLISE QUANTITATIVA............................................................................................ 18
2.3.1 Parâmetros temporais ................................................................................................ 20
2.3.2 Determinação do ganho estático ............................................................................... 20
2.3.3 Determinação da ondulação da corrente e da indutância Lb .................................. 21
2.3.4 Determinação da ondulação de tensão e da capacitância Cb .................................. 23
2.3.5 Esforços no interruptor Sb1 ....................................................................................... 24
2.3.6 Esforços no diodo Db1 ................................................................................................ 25
2.4 PROJETO DO CONVERSOR .......................................................................................... 25
2.4.1 Especificações do conversor ...................................................................................... 25
2.4.2 Cálculos básicos ......................................................................................................... 26
2.4.3 Dimensionamento do indutor Lb ............................................................................... 27
2.4.4 Dimensionamento do capacitor Cb ........................................................................... 28
2.4.5 Dimensionamento do interruptor Sb1 ........................................................................ 29
2.4.6 Dimensionamento do diodo Db1 ................................................................................ 29
2.5 PROJETO DO SISTEMA DE CONTROLE ........................................................................ 30
2.5.1 Modelo do conversor Boost ....................................................................................... 30
2.5.2 Ganhos do sensor de tensão e do ADC ..................................................................... 33
2.5.3 Ganho do DPWM ...................................................................................................... 34
2.5.4 Projeto do compensador ............................................................................................ 34
2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 41
3 PROJETO DO CONVERSOR FORWARD ........................................................... 42
3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 42
3.2 ANÁLISE QUALITATIVA .............................................................................................. 42
3.2.1 Etapas de operação .................................................................................................... 44
3.2.2 Principais formas de onda ......................................................................................... 51
3.3 ANÁLISE QUANTITATIVA............................................................................................ 51
3.3.1 Parâmetros temporais ................................................................................................ 51
3.3.2 Determinação do ganho estático ............................................................................... 54
3.3.3 Determinação da relação de transformação do transformador TR ........................ 55
3.3.4 Determinação da ondulação da da corrente e da indutância LF ............................. 56
3.3.5 Determinação da ondulação de tensão e da capacitância CF .................................. 58
3.3.6 Esforços nos interruptores SF1, SF2, SF3 e SF4 .......................................................... 58
3.3.7 Esforços no diodo DF ................................................................................................. 59
3.3.8 Esforços no diodo DFR ............................................................................................... 59
3.4 PROJETO DO CONVERSOR .......................................................................................... 60
3.4.1 Especificações do conversor ...................................................................................... 60
3.4.2 Cálculos básicos ......................................................................................................... 60
3.4.3 Dimensionamento do indutor LF .............................................................................. 62
3.4.4 Dimensionamento do capacitor CF ........................................................................... 62
3.4.5 Dimensionamento dos interruptores SF1, SF2, SF3 e SF4 ........................................... 63
3.4.6 Dimensionamento do diodo DF ................................................................................. 64
3.4.7 Dimensionamento do diodo DFR ............................................................................... 64
3.5 PROJETO DO SISTEMA DE CONTROLE ........................................................................ 65
3.5.1 Modelo do conversor Forward proposto ................................................................... 65
3.5.2 Ganhos do sensor de tensão, do ADC e do DPWM ................................................. 69
3.5.3 Projeto do compensador ............................................................................................ 69
3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 76
4 PROJETO DOS FILTROS DE ENTRADA .......................................................... 77
4.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 77
4.2 FILTRO DE ENTRADA DO CONVERSOR BOOST ........................................................... 81
4.3 FILTROS DE ENTRADA DO CONVERSOR FORWARD .................................................... 84
4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 87
5 RESULTADOS E COMPARAÇÃO VOLUMÉTRICA ...................................... 88
5.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 88
5.2 CURVAS DE EFICIÊNCIA DOS CONVERSORES ............................................................. 88
5.3 COMPARAÇÃO VOLUMÉTRICA ................................................................................... 92
5.3.1 Volumes para o conversor Boost .............................................................................. 92
5.3.2 Volumes para o conversor Forward ......................................................................... 93
5.3.3 Síntese dos dados ....................................................................................................... 95
5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 97
6 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 99
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 101
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
Este trabalho tem como objetivo apresentar a análise comparativa do volume dos
componentes passivos de um conversor Forward de múltiplas entradas aplicado para o
gerenciamento de descarga de baterias em comparação com um conversor Boost clássico.
1.2 Motivação
A redução do volume total de conversores de energia é um objetivo muito comum
na maioria dos projetos em que visa-se aplicações em aparelhos portáteis. Segundo Erickson
(2001) para aplicações de alta potência, o fator limitante do volume mínimo do conversor é
dado pelo volume das perdas de energia a serem dissipadas para o ambiente de modo a
garantir uma boa temperatura de operação.
Já em aplicações de baixa potência como aparelhos eletrônicos, telas LCD de
aparelhos portáteis, etc, os esforços de tensão são baixos e os componentes ativos como
chaves, diodos, não apresentam perdas elevadas de potência e podem ser integrados junto com
o circuito de controle do conversor em um único circuito integrado, que tem volume
desprezível. Portanto, conforme Radic (2014), os componentes de maior volume nesses
conversores são os componentes passivos, como capacitores e indutores, que limitam o
volume mínimo que pode ser obtido no projeto.
Shousha (2014) apresenta uma técnica para redução do volume dos componentes
passivos de conversores elevadores de tensão que faz uso de um conversor isolado do tipo
Flyback, cuja enrolamento de saída é conectado em série com a entrada para compor a saída
do sistema. Desta forma apenas uma fração da potência a ser convertida é processada pelo
conversor e a outra parte é transferida diretamente das baterias para a saída do sistema. Isso
causa uma redução de até 9 vezes no volume do capacitor de saída, mantando-se o mesmo
volume para o indutor, em comparação com os componentes de um conversor Boost, que é a
opção mais simples quando se deseja elevar tensões.
Uma outra vantagem da topologia proposta por Shousha (2014) é a possibilidade
do uso de um conversor Flyback de múltiplas entradas, conectando-se uma entrada em cada
14
célula de íon-lítio, o que torna possível o balanceamento de carga do sistema de baterias, o
que segundo Krein (2002) pode aumentar sua vida útil.
Neste trabalho é proposta uma topologia similar à proposta por Shousha (2014),
desta vez fazendo uso de um conversor Forward de duas chaves, que devido a presença de um
indutor de saída possibilita uma redução do volume de componentes indutivos além de uma
redução ainda maior no volume dos componentes capacitivos.
Além disso, este trabalho também levará em conta o volume indutivo e capacitivo
do filtro de entrada que segundo Erickson (2001) é um componente necessário a quase todas
as topologias de conversores, cuja presença é desconsiderada na análise feita por Shousha
(2014).
1.3 Metodologia
A metodologia deste trabalho consiste em apresentar dois projetos de um
conversor CC-CC do tipo elevador de 12V de saída, de 20W de potência, com ondulação
máxima pico-a-pico da corrente de entrada de 10%, e ondulação máxima pico-a-pico da
tensão de saída de 1%. A entrada de tensão do conversor é composta por duas células de íon-
lítio, que para fins de projeto será considerada como duas fontes de tensão arranjadas em
série, cujas tensões individuais variam entre 3,3V e 4V.
O primeiro projeto será feito tomando como base um conversor do tipo Boost com
filtro de entrada, com uma frequência de chaveamento de 400kHz, que será utilizado como
referência de comparação para a topologia proposta. Após o projeto, coletou-se resultados
experimentais para o conversor e levantou-se sua curva de eficiência.
O segundo projeto tomará por base a topologia proposta com o uso de um
conversor Forward de duas entradas, com filtros de entrada. De forma iterativa com o projeto
foram coletados resultados experimentais, de forma a obter-se a frequência em que sua curva
de eficiência mais se aproximava da curva do conversor Boost.
Desta forma, foram obtidas as mesmas especificações de entrada e saída, bem
como eficiências similares para embos os conversores, podendo assim ser feita uma
comparação justa entre os volume de componetes passivos dos dois conversores.
Nas comparações de volume dos componentes passivos tomou-se como base a
razão entre as energias totais a serem armazenadas pelos indutores e capacitores de ambos os
conversores.
15
1.4 Estrutura do trabalho
No capítulo 1 são apresentados os objetivos do trabalho, bem como as motivações
e a metodologia para análise do sistema apresentado.
No capítulo 2 é apresentado o projeto completo do conversor Boost e da sua
malha de controle de tensão.
No capítulo 3 é apresentado o projeto completo do conversor Forward de duas
chaves e da sua malha de controle de tensão.
No capítulo 4 é apresentada a análise teórica dos filtros de entrada a serem
considerados para ambos os conversores Boost e Forward na comparação do volume teórico
de componentes passivos.
No capítulo 5 são apresentados os resultados e é feita a comparação entre os
volumes dos componentes passivos de ambas as topologias.
Ao final, serão realizadas a conclusões deste trabalho e as considerações para
trabalhos futuros.
16
2 PROJETO DO CONVERSOR BOOST
2.1 Introdução
Neste capitulo será apresentada a análise e o projeto do conversor Boost para fins
de comparação com o conversor proposto.
2.2 Análise qualitativa
A topologia do conversor é mostrada na Figura 2.1. O conversor Boost em estudo
é composto pelos seguintes componentes: indutor principal Lb, capacitor de saída Cb,
interruptor Sb1 e diodo Db1.
Figura 2.1 - Topologia do conversor Boost a ser analisada.
VCell1
-
+
VCell2
-
+
Sb1
Db1
Cb R
Lb
VOVgb
Fonte: Elaborada pelo Autor.
2.2.1 Etapas de operação
O conversor Boost em análise opera no modo de condução contínua (CCM) e as
seguintes considerações são feitas para simplificar sua análise:
a) O conversor opera em regime permanente;
b) Todos seus componentes são considerados ideais;
17
c) O interruptor opera com uma frequência de comutação constantes, e é
utilizada a modulação por largura de pulso (PWM).
Para um período de comutação, o conversor apresenta duas etapas de operação
distintas, descritas abaixo.
1ª Etapa (0 ≤ t ≤ DBTSB): O interruptor Sb1 é acionado com o sinal de comando
mostrado na Figura 2.4. A tensão de entrada Vgb é aplicada ao indutor Lb, e então a corrente
no mesmo começa a aumentar de forma linear. A carga resistiva R é alimentada
exclusivamente pelo capacitor Cb, que começa descarregar. A Figura 2.2 ilustra a 1ª etapa de
operação.
Figura 2.2 – Primeira etapa de operação do conversor Boost.
VCell1
-
+
VCell2
-
+
Sb
Db1
Cb R
Lb ILb
ICb
VOVgb
IO
Fonte: Elaborada pelo Autor.
2ª Etapa (DBTSB ≤ t ≤ TSB): A segunda etapa de operação inicia-se quando a
condução no interruptor Sb1 é interrompida pelo sinal de comando. O diodo Db1 então começa
a conduzir, e então a diferença entre as tensões Vgb e VO é aplicada no indutor Lb, fazendo
com que a sua corrente diminua linearmente. A corrente do indutor Lb é então distribuída
entre o resistor R, alimentando a carga, e o capacitor de saída Cb, recarregando-o. A Figura
2.3 ilustra a 2ª etapa de operação.
18
Figura 2.3 – Segunda etapa de operação do conversor Boost.
VCell1
-
+
VCell2
-
+
Sb1
Db1
Cb R
Lb
VOVgb
ILb
ICb IO
Fonte: Elaborada pelo Autor.
2.2.2 Principais formas de onda
As principais formas de onda do conversor Boost são apresentadas na Figura 2.4.
Todas as formas de onda estão alinhadas com o sinal de comando VGSb1 aplicado na chave
Sb1.
2.3 Análise quantitativa
Com base na Figura 2.4, faz-se então a análise quantitativa do conversor Boost,
que consiste em calcular-se os esforços de tensão e de corrente nos componentes passivos e
ativos do mesmo.
19
Figura 2.4 – Principais formas de onda do conversor Boost.
VGSb1
ILb
ILbm
VLb
Vgb
Vgb - VO
ILbm
ISb1
VO
VSb1
IDb1
VDb1
ILb
ILbm - IO
ICb
- IO
VCb
VCb
DBTSB
TSB
ILbm
VO
VO
Fonte: Elaborada pelo Autor.
20
2.3.1 Parâmetros temporais
Os parâmetros temporais definidos para o conversor Boost são: o ciclo de trabalho
DB e a frequência de chaveamento do fSB. Então tem-se:
𝐷𝐵 =𝑡𝑜𝑛𝐵
𝑇𝑆𝐵 , (2.1)
𝑓𝑆𝐵 =1
𝑇𝑆𝐵 , (2.2)
nas quais:
tonB: duração da largura de pulso no interruptor S1 do conversor Boost.
TSB: período de chaveamento do conversor Boost.
2.3.2 Determinação do ganho estático
Segundo Erickson (2001), se o conversor opera em regime permanente, a variação
média do fluxo magnético do conversor para um período de chaveamento é nula,
consequentemente, a variação média da corrente no indutor também é nula. Isso pode ser
exprimido pela equação (2.3):
∑𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎𝑋
𝑋
= 0 . (2.3)
A variação do fluxo em uma etapa de comutação pode ser computada através do
produto entre a tensão aplicada no indutor e o tempo durante o qual ela é aplicada:
𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎𝑋 = 𝑉𝐿𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎𝑋𝑇𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎𝑋 , (2.4)
𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎1 = 𝑉𝑔𝑏𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵 , (2.5)
𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎2 = (𝑉𝑔𝑏 − 𝑉𝑂)(𝑇𝑆𝐵 − 𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵) . (2.6)
Substituindo as equações (2.5) e (2.6) na equação (5.7), pode-se obter o ganho estático
do conversor Boost:
𝑉𝑔𝑏𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵 + (𝑉𝑔𝑏 − 𝑉𝑂)(𝑇𝑆𝐵 − 𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵) = 0 , (2.7)
𝑉𝑔𝑏𝐷𝐵 + (𝑉𝑔𝑏 − 𝑉𝑂)(1 − 𝐷𝐵) = 0 , (2.8)
21
𝑉𝑔𝑏𝐷𝐵 + 𝑉𝑔𝑏 − 𝑉𝑔𝑏𝐷𝐵 − 𝑉𝑂(1 − 𝐷𝐵) = 0 , (2.9)
𝑉𝑔𝑏 = 𝑉𝑂(1 − 𝐷𝐵) , (2.10)
𝑉𝑂 =𝑉𝑔𝑏
(1 − 𝐷𝐵) . (2.11)
A Figura 2.5 apresenta o comportamento do ganho estático do conversor Boost
com a variação da razão cíclica.
Figura 2.5 – Ganho estático do conversor Boost em relação a razão cíclica.
Fonte: Elaborada pelo Autor.
2.3.3 Determinação da ondulação da corrente e da indutância Lb
Analisando a primeira etapa de operação do conversor, ilustrada na Figura 2.2,
pode-se obter a seguinte equação:
𝐿𝑏
𝑑𝑖𝐿𝑏
𝑑𝑡= 𝑉𝑔𝑏 , (2.12)
𝐿𝑏
𝐼𝐿𝑏
𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵= 𝑉𝑔𝑏 .
(2.13)
22
Substituindo as equações (2.2) e (2.10) na equação (2.13), obtém-se então a
relação entre o valor de indutância e a ondulação na corrente do indutor:
𝐿𝑏
𝐼𝐿𝑏
𝐷𝐵𝑓
𝑆𝐵= 𝑉𝑂(1 − 𝐷𝐵) , (2.14)
𝐼𝐿𝑏 =𝑉𝑂𝐷𝐵(1 − 𝐷𝐵)
𝐿𝑏𝑓𝑆𝐵
. (2.15)
Rearranjando a equação (2.15) pode-se obter a equação a ser usada para cálculo
do valor de indutância a ser utilizado:
𝐿𝑏 =𝑉𝑂𝐷𝐵(1 − 𝐷𝐵)
𝐼𝐿𝑏𝑓𝑆𝐵
. (2.16)
Para se ter uma ideia de como varia o valor de indutância Lb pode-se traçar o
gráfico de seu valor normalizado dado pela equação (2.17)
𝐿𝑏 =
𝐼𝐿𝑏𝑓𝑆𝐵
𝑉𝑂𝐿𝑏 = 𝐷𝐵(1 − 𝐷𝐵) . (2.17)
A Figura 2.6 mostra a variação da indutância normalizada conforme a variação da
razão cíclica.
Figura 2.6 – Indutância normalizada em função da razão cíclica.
Fonte: Elaborada pelo Autor.
23
A partir da Figura 2.4 pode-se determinar que a corrente de pico que passa pelo
indutor Lb é:
𝐼𝐿𝑏𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝑏𝑚 +𝐼𝐿𝑏
2 . (2.18)
Já a corrente média no indutor pode ser determinada fazendo-se o balanço de
cargas do capacitor Cb, pois segundo Erickson (2001) em regime permanente, sabe-se que a
corrente média do mesmo em um período de comutação deve ser nula. Portanto, a partir da
Figura 2.4 obtém-se:
𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵(−𝐼𝑂) + (𝑇𝑆𝐵 − 𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵)(𝐼𝐿𝑏𝑚 − 𝐼𝑂) = 0 , (2.19)
−𝐷𝐵𝐼𝑂 + (1 − 𝐷𝐵)(𝐼𝐿𝑏𝑚 − 𝐼𝑂) = 0 , (2.20)
𝐼𝐿𝑏𝑚 =𝐼𝑂
(1 − 𝐷𝐵) .
(2.21)
2.3.4 Determinação da ondulação de tensão e da capacitância Cb
Ainda a partir da primeira etapa de operação do conversor, ilustrada na Figura 2.2,
pode-se obter a seguinte equação para o capacitor Cb:
𝑖𝐶𝑏 = 𝐶𝑏
𝑑𝑣𝐶𝑏
𝑑𝑡 , (2.22)
−𝐼𝑂 = 𝐶𝑏
−𝑉𝐶𝑏
𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵 , (2.23)
𝐼𝑂 = 𝐶𝑏
𝑉𝐶𝑏
𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵 . (2.24)
Substituindo a equação (2.2) na equação (2.24) e rearranjando, obtém-se então a
relação entre o valor da capacitância Cb e a ondulação de tensão:
𝐶𝑏 =𝐼𝑂𝐷𝐵
𝑉𝐶𝑏𝑓𝑆𝐵 . (2.25)
E finalmente, na equação (2.26) segue a expressão para a tensão máxima a qual o
capacitor Cb é submetido
𝑉𝐶𝑏𝑝𝑘 = 𝑉𝑂 +𝑉𝐶𝑏
2 . (2.26)
24
2.3.5 Esforços no interruptor Sb1
De acordo com as formas de onda da Figura 2.2, pode-se determinar também os
esforços de tensão e de corrente do interruptor Sb1.
A valor eficaz de uma grandeza, cuja forma de onda é periódica, pode ser
determinado a partir da expressão
𝐼𝑒𝑓 = √1
𝑇∫ 𝑖(𝑡)2𝑑𝑡
𝑇
0
, (2.27)
na qual:
𝐼𝑒𝑓: é o valor eficaz da grandeza;
𝑇: é o período da forma de onda;
𝑖(𝑡): é o valor instantâneo da grandeza.
Aplicando-se a equação (2.27) para a corrente que passa através do interruptor
Sb1, desconsiderando-se a ondulação da corrente, obtém-se
𝐼𝑆𝑏1𝑒𝑓 = √1
𝑇𝑆𝐵∫ 𝑖𝑆𝑏1(𝑡)2𝑑𝑡
𝑇𝑆𝐵
0
, (2.28)
𝐼𝑆𝑏1𝑒𝑓 = √1
𝑇𝑆𝐵𝐼𝐿𝑏𝑚
2𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵 , (2.29)
𝐼𝑆𝑏1𝑒𝑓 = 𝐼𝐿𝑏𝑚√𝐷𝐵 . (2.30)
A corrente de pico que passa através do interruptor Sb1 é dada por
𝐼𝑆𝑏1𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝑏𝑚 +𝐼𝐿𝑏
2 . (2.31)
E tensão máxima de bloqueio a que o interruptor é submetido, desconsiderando-se
a ondulação de tensão, é
𝑉𝑆𝑏𝑝𝑘 = 𝑉𝑂 . (2.32)
25
2.3.6 Esforços no diodo Db1
De forma similar ao cálculos feitos para os esforços do interruptor Sb1, pode-se
determinar os esforços do diodo Db1.
Sua corrente eficaz é calculada por
𝐼𝐷𝑏1𝑒𝑓 = √1
𝑇𝑆𝐵∫ 𝑖𝐷𝑏1(𝑡)2𝑑𝑡
𝑇𝑆𝐵
0
, (2.33)
𝐼𝐷𝑏1𝑒𝑓 = √1
𝑇𝑆𝐵𝐼𝐿𝑏𝑚
2(𝑇𝑆𝐵 − 𝐷𝐵𝑇𝑆𝐵) , (2.34)
𝐼𝐷𝑏1𝑒𝑓 = 𝐼𝐿𝑏𝑚√1 − 𝐷𝐵 . (2.35)
A corrente de pico que passa através do diodo Db1 é dada por
𝐼𝐷𝑏1𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝑏𝑚 +𝐼𝐿𝑏
2 . (2.36)
E a máxima tensão reversa a que o diodo é submetido, desconsiderando-se a
ondulação de tensão, é
𝑉𝐷𝑏𝑝𝑘 = 𝑉𝑂 . (2.37)
2.4 Projeto do conversor
Nesta seção é apresentado o projeto do conversor Boost que foi utilizado na
comparação.
2.4.1 Especificações do conversor
Para fins de projeto, considera-se que a tensão de cada bateria de íon-lítio pode
assumir qualquer valor entre 3,3 V e 4 V.
As especificações do conversor podem ser vistas na Tabela 2.1.
26
Tabela 2.1 – Especificações do conversor Boost.
Tensão de entrada mínima 𝑉𝑔𝑏_𝑚𝑖𝑛 = 6,6𝑉
Tensão de entrada máxima 𝑉𝑔𝑏_𝑚𝑎𝑥 = 8𝑉
Tensão de saída 𝑉𝑂 = 12𝑉
Potência de saída 𝑃𝑂 = 20𝑊
Fonte: Elaborada pelo Autor.
Além disso, para os cálculos do projeto, devem ser definidos alguns parâmetros
arbitrários que são apresentados na Tabela 2.2.
Tabela 2.2 – Parâmetros adotados para o conversor Boost.
Frequência de comutação 𝑓𝑆𝐵 = 400𝑘𝐻𝑧
Ondulação da tensão no capacitor 𝑉𝐶𝑏 = 0,01 ∙ 𝑉𝑂
Ondulação da corrente no indutor 𝐼𝐿𝑏 = 0,5 ∙ 𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑖𝑛
Fonte: Elaborada pelo Autor.
2.4.2 Cálculos básicos
Antes de tudo, deve-se determinar os valores da corrente de saída IO e do resistor
R.
𝐼𝑂 =𝑃𝑂
𝑉𝑂=
20𝑊
12𝑉= 1,67𝐴 , (2.38)
𝑅 =𝑉𝑂
2
𝑃𝑂=
12𝑉2
20𝑊= 7,2Ω . (2.39)
Rearranjando a equação (2.11), obtém-se
𝐷𝐵 = 1 −𝑉𝑔𝑏
𝑉𝑂 . (2.40)
A partir da equação (2.40) pode-se determinar os valores mínimo e máximo da
razão cíclica
𝐷𝐵_𝑚𝑖𝑛 = 1 −𝑉𝑔𝑏_𝑚𝑎𝑥
𝑉𝑂= 1 −
8𝑉
12𝑉= 0,333 , (2.41)
𝐷𝐵_𝑚𝑎𝑥 = 1 −𝑉𝑔𝑏_𝑚𝑖𝑛
𝑉𝑂= 1 −
6,6𝑉
12𝑉= 0,45 . (2.42)
27
A partir da equação (2.21) determina-se a corrente média mínima e máxima do
indutor Lb
𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑖𝑛 =𝐼𝑂
(1 − 𝐷𝐵_𝑚𝑖𝑛)=
1,67𝐴
(1 − 0,333)= 2,5𝐴 , (2.43)
𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑎𝑥 =𝐼𝑂
(1 − 𝐷𝐵_𝑚𝑎𝑥)=
1,67𝐴
(1 − 0,45)= 3,03𝐴 .
(2.44)
Finalmente, calcula-se os valores das ondulações de tensão e de corrente
consideradas
𝑉𝐶𝑏 = 0,01 ∙ 𝑉𝑂 = 0,01 ∙ 12𝑉 = 0,12𝑉 , (2.45)
𝐼𝐿𝑏 = 0,5 ∙ 𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑖𝑛 = 0,5 ∙ 2,5𝐴 = 1,25𝐴 . (2.46)
2.4.3 Dimensionamento do indutor Lb
Como pode ser visto na Figura 2.6, para valores de razão cíclica menores que 0,5
o valor da indutância Lb será tão maior, quanto maior for a razão cíclica. Portanto, para
garantir que as considerações serão atendidas em todas as condições de operação, calcula-se o
maior valor de indutância possível, que ocorre quando a razão cíclica está em seu valor
máximo. Deste modo, com base na equação (2.16) tem-se:
𝐿𝑏 =𝑉𝑂𝐷𝐵_𝑚𝑎𝑥(1 − 𝐷𝐵_𝑚𝑎𝑥)
𝐼𝐿𝑏𝑓𝑆𝐵
=12𝑉 ∙ 0,45 ∙ (1 − 0,45)
1,25𝐴 ∙ 400𝑘𝐻𝑧= 5,94µ𝐻 . (2.47)
A partir da equação (2.18) determina-se a corrente máxima que irá passar pelo
indutor Lb:
𝐼𝐿𝑏𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑎𝑥 +𝐼𝐿𝑏
2= 3,03𝐴 +
1,25𝐴
2= 3,655𝐴 . (2.48)
Dadas as especificações do conversor, e os esforços calculados acima, escolheu-se
para o protótipo um indutor comercial WE-1260 do tipo SMD do fabricante Würth Elektronik
(2014a), cujos dados são apresentados na Tabela 2.3.
28
Tabela 2.3 – Propriedades do indutor Lb selecionado para o protótipo.
Indutância 6,8 ± 20% µ𝐻
Corrente nominal 6,25 𝐴
Corrente de saturação 6,4 𝐴
Fonte: Würth Elektronik (2014a).
2.4.4 Dimensionamento do capacitor Cb
Para o capacitor Cb, calcula-se o valor mínimo de capacitância necessário de
acordo com a equação (2.25), tomando-se por base o valor máximo de razão cíclica de forma
a se obter um valor que satisfaça as especificações para todo as condições de operação. Então
𝐶𝑏 =𝐼𝑂𝐷𝐵_𝑚𝑎𝑥
𝑉𝐶𝑏𝑓𝑆𝐵=
1,67𝐴 ∙ 0,45
0,12𝑉 ∙ 400𝑘𝐻𝑧= 15,65µ𝐹 . (2.49)
A tensão máxima a que o capacitor é submetido pode ser calculada a partir da
equação (2.26):
𝑉𝐶𝑏𝑝𝑘 = 𝑉𝑂 +𝑉𝐶𝑏
2= 12𝑉 +
0,12𝑉
2= 12,06𝑉 . (2.50)
Para montagem do protótipo foi selecionado um capacitor SMD
EMK325F226ZN-T do fabricante Taiyo Yuden (2014a), cujas propriedades são ilustradas na
Tabela 2.4.
Tabela 2.4 – Propriedades do capacitor Cb selecionado para o protótipo.
Capacitância 22 µ𝐹
Tensão nominal 16 𝑉
Tolerância +80% / -20% −
Fonte: Taiyo Yuden (2014a).
29
2.4.5 Dimensionamento do interruptor Sb1
Para dimensionar o interruptor Sb1, primeiramente deve-se calcular sua corrente
eficaz conforme dado na equação (2.30), utilizando-se o máximo valor para a razão cíclica e
para a corrente média no indutor Lb:
𝐼𝑆𝑏1𝑒𝑓 = 𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑎𝑥√𝐷𝐵_𝑚𝑎𝑥 = 3,03𝐴√0,45 = 2,03𝐴 (2.51)
Então calcula-se a corrente de pico no interruptor conforme a equação (2.31):
𝐼𝑆𝑏1𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑎𝑥 +𝐼𝐿𝑏
2= 3,03𝐴 +
1,25𝐴
2= 3,655𝐴 (2.52)
Finalmente, a tensão máxima de bloqueio a que o interruptor é submetido, é
calculada conforme a equação (2.32):
𝑉𝑆𝑏1𝑝𝑘 = 𝑉𝑂 = 12𝑉 (2.53)
Para a montagem do protótipo experimental, o interruptor comercial do tipo
MOSFET IRF8788TRPBFCT-ND da International Rectifier (2014) foi selecionado. A Tabela
2.5 ilustra as principais propriedades do interruptor escolhido.
Tabela 2.5 – Propriedades do interruptor Sb1 selecionado para o protótipo.
Tensão máxima de bloqueio 30 𝑉
Máxima corrente contínua 19 𝐴
Máxima corrente de pico 190 𝐴
Fonte: International Rectifier (2014).
2.4.6 Dimensionamento do diodo Db1
Para dimensionar o diodo Db1, primeiramente deve-se calcular sua corrente eficaz
conforme dado na equação (2.35), utilizando-se o mínimo valor para a razão cíclica e o
máximo para a corrente média no indutor Lb:
𝐼𝐷𝑏1𝑒𝑓 = 𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑎𝑥√1 − 𝐷𝐵_𝑚𝑖𝑛 = 3,03𝐴√1 − 0,33 = 2,47𝐴 (2.54)
Então calcula-se a corrente médio no diodo é dada por:
𝐼𝐷𝑏1𝑚 = 𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑎𝑥(1 − 𝐷𝐵_𝑚𝑖𝑛) = 3,03𝐴(1 − 0,33) = 2,02𝐴 (2.55)
30
A tensão máxima de bloqueio a que o diodo é submetido, é calculada conforme a
equação (2.37):
𝑉𝐷𝑏1𝑝𝑘 = 𝑉𝑂 = 12𝑉 (2.56)
Para a montagem do protótipo experimental, selecionou-se o diodo comercial do
tipo Schottky PMEG6030EVP da NXP Semiconductors (2014). A Tabela 2.6 ilustra as
principais propriedades do interruptor escolhido.
Tabela 2.6 – Propriedades do diodo Db1 selecionado para o protótipo.
Tensão máxima de bloqueio reversa 60 𝑉
Máxima corrente média 3 𝐴
Queda de tensão máxima 0,475 𝑉
Fonte: NXP Semiconductor (2014).
2.5 Projeto do sistema de controle
Para o controle do conversor Boost utilizou-se um compensador do tipo PID
implementado de forma digital. A Figura 2.7 apresenta o diagrama do sistema de controle em
questão.
Para os cálculos de controle, primeiro deve-se determinar todas as funções de
transferência que compõem a malha de controle.
2.5.1 Modelo do conversor Boost
Seguindo o procedimento de modelagem descrito por Erickson (2001), pode-se
obter o modelo de pequenos sinais para o conversor Boost, ilustrado na Figura 2.8.
31
Figura 2.7 – Diagrama do sistema de controle do conversor Boost.
VCell1
-
+
VCell2
-
+
Sb
Db
Cb R
Lb
VOVgb
HV
HVVO
ADC
V[n]
VREF[n]e[n]CompensadorPID
DPWMd[n]
d
Altera DE2
Fonte: Elaborado pelo Autor.
Figura 2.8 – Modelo de pequenos sinais do conversor Boost.
Cb R
Lb
vOvgb
dVO
dVO
(1 – DB) : 1
(1 – DB)R
Fonte: Elaborado pelo Autor.
A partir da Figura 2.8, pode-se calcular a função de transferência do conversor
Boost, que é dada por:
𝐺𝐵𝑣𝑑(𝑠) =
𝑣(𝑠)
(𝑠)|
𝑣𝑔(𝑠)=0
= 𝐾𝐵𝑣𝑑∙
[1 −𝑠
𝜔𝑧𝑏]
[1 +𝑠
𝑄𝑏∙𝜔𝑜𝑏+ (
𝑠
𝜔𝑜𝑏)
2] , (2.57)
32
onde:
𝐾𝐵𝑣𝑑=
𝑉𝑂
(1 − 𝐷𝐵) , (2.58)
𝜔𝑧𝑏 =(1 − 𝐷𝐵)2𝑅
𝐿𝑏 ,
(2.59)
𝑄𝑜𝑏 = (1 − 𝐷𝐵)𝑅√𝐶𝑏
𝐿𝑏 ,
(2.60)
𝜔𝑜𝑏 =(1 − 𝐷𝐵)
√𝐿𝑏𝐶𝑏
. (2.61)
A Figura 2.9 e a Figura 2.10 mostram o diagrama de bode da magnitude e da fase,
respectivamente, da função de transferência do conversor Boost, dada pela equação (2.57).
Figura 2.9 – Diagrama de bode de magnitude para a função de transferência do conversor Boost.
Fonte: Software Mathcad.
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
40
20
0
20
40
60
(Hz)
(dB
)
Mag Gvd j 2 f( )
f
33
Figura 2.10 – Diagrama de bode de fase para a função de transferência do conversor Boost.
Fonte: Software Mathcad.
2.5.2 Ganhos do sensor de tensão e do ADC
O sensor HV é composto por um amplificador operacional que é utilizado para o
condicionamento do sinal de saída de tensão VO antes de este ser enviado para o ADC. Seu
ganho é:
𝐻𝑉(𝑠) = 0.255 . (2.62)
Utilizou-se o ADC AD9220 do fabricante Analog Devices.
Este possui 12 bits de resolução máxima, porém utilizou-se apenas os 8 bits mais
significativos. Logo:
𝑁𝐴𝐷𝐶 = 8 . (2.63)
Sua tensão máxima de escala é igual a:
𝑉𝐴𝐷𝐶 = 5𝑉 . (2.64)
Portanto, o ganho do ADC é dado por:
𝐴𝐷𝐶(𝑠) =2𝑁𝐴𝐷𝐶 − 1
𝑉𝐴𝐷𝐶=
28 − 1
5𝑉= 51 𝑉−1 . (2.65)
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
300
200
100
0
(Hz)
(gra
us)
Phase Gvd j 2 f( )
f
34
2.5.3 Ganho do DPWM
O DPWM foi projetado para ter uma resolução de 10 bits, logo:
𝑁𝐷𝑃𝑊𝑀 = 10 . (2.66)
O ganho do DPWM é dado por:
𝐷𝑃𝑊𝑀(𝑠) =1
2𝑁𝐷𝑃𝑊𝑀 − 1=
1
210 − 1=
1
1023= 9,77 ∙ 10−4 . (2.67)
2.5.4 Projeto do compensador
Para o projeto do compensador, primeiro deve-se definir a função de transferência
de laço aberto do sistema, dada pela equação (2.68).
𝐿𝑢𝑏(𝑠) = 𝐻𝑉(𝑠) ∙ 𝐴𝐷𝐶(𝑠) ∙ 𝐺𝐵𝑣𝑑(𝑠) ∙ 𝐷𝑃𝑊𝑀(𝑠) (2.68)
A Figura 2.11 e a Figura 2.12 mostram o diagrama de bode da magnitude e da
fase, respectivamente, da função de transferência de laço aberto do sistema.
Figura 2.11 – Diagrama de bode de magnitude para a função de transferência de laço aberto do sistema.
Fonte: Software Mathcad.
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
80
60
40
20
0
20
(Hz)
(dB
)
Mag Lu j 2 f( )
f
35
Figura 2.12 – Diagrama de bode de fase para a função de transferência de laço aberto do sistema.
Fonte: Software Mathcad.
O compensador PID, em sua versão contínua, pode ser escrito como:
𝐺𝐶𝐵(𝑠) =𝐾𝐶𝐵 [1 +
𝑠
𝑄𝑐𝑏∙𝜔𝑐𝑏+ (
𝑠
𝜔𝑐𝑏)
2]
𝑠 ,
(2.69)
onde: KCB é o ganho do controlador, Qcb e cb são o fator de qualidade e a frequência de seus
zeros complexos, respectivamente.
Os zeros complexos do compensador são projetados para cancelar os pólos
complexos da planta do sistema. Deste modo, pode-se escolher os parâmetros do
compensador da seguinte forma:
𝑄𝑐𝑏 = 𝑄𝑜𝑏=(1 − 𝐷𝐵)𝑅√𝐶𝑏
𝐿𝑏 , (2.70)
𝜔𝑐𝑏 = 0,9 ∙ 𝜔𝑜𝑏 = 0,9 ∙(1 − 𝐷𝐵)
√𝐿𝑏𝐶𝑏
. (2.71)
Substituindo nas equações (2.70) e (2.71) os valores dos parâmetros para a
condição de operação mais instável, que ocorre quando a razão cíclica é máxima, tem-se:
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
300
200
100
0
(Hz)
(gra
us)
Phase Lu j 2 f( )
f
36
𝑄𝑐𝑏 = (1 − 𝐷𝐵_𝑚𝑎𝑥)𝑅√𝐶𝑏
𝐿𝑏
= (1 − 0,45) ∙ 7,2Ω ∙ √15,65µ𝐹
5,94µ𝐻= 6,4 , (2.72)
𝜔𝑐𝑏 = 0,9 ∙(1 − 𝐷𝐵_𝑚𝑎𝑥)
√𝐿𝑏𝐶𝑏
= 0,9 ∙(1 − 0,45)
√5,94µ𝐻 ∙ 15,65µ𝐹= 51339
𝑟𝑎𝑑
𝑠 . (2.73)
A frequência de cruzamento por zero escolhida para o sistema em malha aberta é:
𝑓𝑏0 =𝑓𝑆𝐵
100=
400𝑘𝐻𝑧
100= 4𝑘𝐻𝑧 . (2.74)
Finalmente, determina-se a partir da equação (2.75) o ganho do compensador PID
para que seja atingida a frequência de cruzamento por zero desejada:
|𝐿𝑢𝑏(𝑗 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑓𝑏0)| ∙ |𝐺𝐶𝐵(𝑗 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑓𝑏0)| = 1 . (2.75)
Desenvolvendo-se a equação (2.75) obtém-se:
𝐾𝐶𝐵 =2𝜋 ∙ 𝑓𝑏0
|𝐿𝑢𝑏(𝑗 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑓𝑏0)| ∙ |1 − (2𝜋∙𝑓𝑏0
𝜔𝑐𝑏)
2+
𝑗∙2𝜋∙𝑓𝑏0
𝑄𝑐𝑏∙𝜔𝑐𝑏|
= 95504 . (2.76)
A função de transferência de laço aberto do sistema com o compensador é:
𝐿𝑢𝑏_𝑐𝑙(𝑠) = 𝐿𝑢𝑏(𝑠) ∙ 𝐺𝐶𝐵(𝑠) . (2.77)
A Figura 2.13 e a Figura 2.14 mostram o diagrama de bode da magnitude e da
fase, respectivamente, da função de transferência de laço aberto do sistema já com o
compensador PID incluso. A partir delas, é possível ver que o sistema é estável, com uma
margem de fase de 90º e com a magnitude fazendo o cruzamento por zero com uma
inclinação de -20dB/década na frequência de 4kHz.
37
Figura 2.13 – Diagrama de bode de magnitude para a função de transferência de laço aberto do sistema
compensado.
Fonte: Software Mathcad.
Figura 2.14 – Diagrama de bode de fase para a função de transferência de laço aberto do sistema compensado.
Fonte: Software Mathcad.
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
40
20
0
20
40
60
80
(Hz)
(dB
)
Mag Lcl j 2 f( )
f
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
200
150
100
50
0
(Hz)
(gra
us)
Phase Lcl j 2 f( )
f
38
A partir da versão contínua do compensador pode-se calcular os parâmetros do
controlador discretizado segundo a técnica de mapeamento de pólos e zeros descrita por
Mutambara (1999).
A frequência de amostragem do controlador discretizado é definida como sendo
igual a frequência de comutação do conversor Boost:
𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐵 = 𝑓𝑆𝐵 = 400𝑘𝐻𝑧 . (2.78)
A função de transferência do controlador discretizado é dada por:
𝐺𝐶𝐵𝑑(𝑧) =𝐾𝐶𝐵𝑑[1 + 𝑎1𝑏𝑧−1 + 𝑎2𝑏𝑧−2]
1 − 𝑧−1 , (2.79)
onde:
𝑘𝑏 = 𝑒−𝑗∙2𝜋∙𝑓𝑏0𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐵 ,
(2.80)
𝑟𝑏 = 𝑒−𝜔𝑐𝑏
2𝑄𝑐𝑏𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐵 , (2.81)
𝑎1𝑏 = −2 ∙ 𝑟𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝑐𝑏
𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐵√1 −
1
4𝑄𝑐𝑏) ,
(2.82)
𝑎2𝑏 = 𝑟𝑏2 , (2.83)
𝐾𝐶𝐵𝑑 = |𝐺𝐶𝐵(𝑗 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑓𝑏0)| ∙ |1 − 𝑘𝑏
1 + 𝑎1𝑏𝑘𝑏 + 𝑎2𝑏𝑘𝑏2| .
(2.84)
Substituindo-se todos os parâmetros obtidos anteriormente nas equações (2.81),
(2.82), (2.83) e (2.84), obtém-se:
𝑎1𝑏 = −1,964 , (2.85)
𝑎2𝑏 = 0,980 , (2.86)
𝐾𝐶𝐵𝑑 = 14,663 . (2.87)
Então, a equação de diferenças que representa o controlador discretizado a ser
implementada digitalmente é dada por:
𝑑𝐵[𝑛] = 𝑑𝐵[𝑛 − 1] + 𝐴𝐵𝑐 ∙ 𝑒[𝑛] + 𝐵𝐵𝑐 ∙ 𝑒[𝑛 − 1] + 𝐶𝐵𝑐 ∙ 𝑒[𝑛 − 2] , (2.88)
39
onde:
𝐴𝐵𝑐 = 𝐾𝐶𝐵𝑑 = 14,663 , (2.89)
𝐵𝐵𝑐 = 𝐾𝐶𝐵𝑑 ∙ 𝑎1𝑏 = 14,663 ∙ (−1,964) = −28,798 , (2.90)
𝐶𝐵𝑐 = 𝐾𝐶𝐵𝑑 ∙ 𝑎2𝑏 = 14,663 ∙ 0,980 = 14,369 . (2.91)
A Figura 2.15 e a Figura 2.16 mostram o diagrama de bode da magnitude e da
fase, respectivamente, da função de transferência de laço aberto do sistema com o
compensador discretizado. Pode-se ver que o controlador dicretizado diverge do controlador
contínuo para altas frequências, isso porém não prejudica a estabilidade do sistema, pois
ocorre apenas para frequências muito maiores que a frequência de cruzamento.
A Figura 2.17 mostra a resposta ao degrau esperada para o sistema de controle em
malha fechada projetado, juntamente com o respectivo esforço de controle.
Figura 2.15 – Diagrama de bode de magnitude para a função de transferência de laço aberto do sistema com o
compensador discretizado.
Fonte: Software Mathcad.
100 1 103
1 104
1 105
1 106
100
50
0
50
(Hz)
(dB
) Mag Lcld j 2 f( )
Mag Lcl j 2 f( )
f
40
Figura 2.16 – Diagrama de bode de fase para a função de transferência de laço aberto do sistema com o
compensador discretizado.
Fonte: Software Mathcad.
Figura 2.17 – Resposta ao degrau do sistema em malha fechada para o conversor Boost.
Fonte: Software MATLAB.
100 1 103
1 104
1 105
1 106
400
300
200
100
0
(Hz)
(gra
us) Phase Lcld j 2 f( )
Phase Lcl j 2 f( )
f
41
2.6 Considerações Finais
Neste capítulo foi apresentado o projeto de um conversor Boost clássico,
controlado digitalmente com um compensador PID discretizado.
Foram selecionados os componentes comerciais a serem utilizado na montagem
de um protótipo a ser utilizado para o levantamento de sua curva de eficiência experimental.
Esta análise prévia é importante pois será utilizada como base para se determinar a frequência
de comutação do conversor Forward proposto.
Além disso, os volumes dos componentes passivos do conversor Boost serão
utilizados como referência para a análise volumétrica dos componentes passivos do conversor
Forward.
42
3 PROJETO DO CONVERSOR FORWARD
3.1 Introdução
Neste capitulo será apresentada a análise e o projeto do conversor Forward de
duas chaves, com duas entradas de tensão, que terá seu volume de componentes passivos
analisado.
3.2 Análise qualitativa
A topologia do conversor Forward é mostrada na Figura 3.1. O conversor
proposto é composto pelos seguintes componentes: indutor principal LF, capacitor de saída
CF, transformador TR, interruptores SF1, SF2, SF3, SF4 e diodos DF, DFR, DF1, DF2, DF3, DF4.
Este conversor tem várias vantagens em relação ao conversor Boost clássico,
sendo algumas delas:
a) Apenas uma parte da potência de saída é processada pelo conversor, e a
outra parte é transferida diretamente da entrada para a saída, aumentando a
eficiência no processamento de energia;
b) Como existem duas entradas independentes, pode-se descarregar as células
de íon-lítio de forma desigual para balancear suas cargas, aumentando a
autonomia do sistema (não será abordado neste trabalho);
c) Pelo arranjo dos diodos DF1, DF2, DF3, DF4 em conjunto com os
interruptores SF1, SF2, SF3, SF4, não se faz necessário o uso de um circuito
snubber para as chaves de entrada, pois suas tensões são grapeadas
diretamente pelas entradas de tensão;
Como principal desvantagem há a necessidade do elevado numero de
interruptores, que para a aplicação em questão não se torna um grande problema.
43
Figura 3.1 - Topologia do conversor Forward proposto.
DF
CF
R
LF
VO
VGF
-
+
SF1
DF1
DF2
VGF
-
+
SF3
DF3
DF4
DFR LM
TR
1
1
n
SF2
SF4
Fonte: Elaborada pelo Autor.
44
3.2.1 Etapas de operação
O conversor Forward proposto opera no modo de condução contínua (CCM) e as
seguintes considerações são feitas para simplificar sua análise:
a) O conversor opera em regime permanente;
b) Todos seus componentes são considerados ideais;
c) As tensões nas fontes de entrada são consideradas iguais;
d) Os interruptores operam com uma frequência de comutação constantes, e é
utilizada a modulação por largura de pulso (PWM);
e) O transformador TR apresenta uma relação de transformação do tipo
1:1:n.
Para um período de comutação, o conversor apresenta seis etapas de operação
distintas, descritas abaixo.
1ª Etapa (0 ≤ t ≤ DF1TSF): Os interruptores SF1 e SF2 são acionados com o sinal de
comando mostrado na Figura 3.8. A tensão de entrada VGF é aplicada ao transformador TR, o
diodo DF conduz, fazendo que com que tensão (n+2)VGF - VO seja aplicada no indutor LF,
fazendo sua corrente aumentar de forma linear. A corrente do indutor LF alimenta a carga
resistiva R e recarrega o capacitor CF. A Figura 3.2 ilustra a 1ª etapa de operação.
2ª Etapa (DF1TSF ≤ t ≤ 2 DF1TSF): A segunda etapa de operação inicia-se quando
a condução nos interruptores SF1 e SF2 é interrompida pelos sinais de comando. O diodo DF
entra em bloqueio, o diodo DFR começa a conduzir, e então a tensão VO - 2VGF é aplicada no
indutor LF, fazendo com que a sua corrente diminua linearmente. A carga resistiva R é
alimentada pelo o indutor LF e pelo capacitor de saída CF, que descarrega. A Figura 3.3 ilustra
a 2ª etapa de operação. A corrente de magnetização do transformador TR polariza os diodos
DF1 e DF2, desmagnetizando o transformador através da fonte de entrada.
3ª Etapa (2 DF1TSF ≤ t ≤ TSF / 2): A terceira etapa de operação inicia-se quando o
transformador TR é completamente desmagnetizado e os diodos DF1 e DF2 entram em
bloqueio. Os demais estados se mantém. A Figura 3.4 ilustra a 3ª etapa de operação.
4ª Etapa (TSF / 2 ≤ t ≤ DF2TSF + TSF / 2): Os interruptores SF3 e SF4 são acionados
com o sinal de comando mostrado na Figura 3.8. Os demais componentes se comportam
como na primeira etapa. A Figura 3.5 ilustra a 4ª etapa de operação.
45
Figura 3.2 – Primeira etapa de operação do conversor Forward proposto.
DF
CF
R
LF
VO
VGF1
-
+
SF1
DF1
DF2
VGF2
-
+
SF3
DF3
DF4
DFR LM
TR
1
1
n
nILF
ILF
ILM
IO
IO
IGF1
IO
IGF2
SF2
SF4
Fonte: Elaborada pelo Autor.
46
Figura 3.3 – Segunda etapa de operação do conversor Forward proposto.
DF
CF
R
LF
VO
VGF1
-
+
SF1
DF1
DF2
VGF2
-
+
SF3
DF3
DF4
DFR LM
TR
1
1
n
nILM
ILF
ILM
IO
IO
IGF1
IO
IGF2
nILM
SF2
SF4
Fonte: Elaborada pelo Autor.
47
Figura 3.4 – Terceira etapa de operação do conversor Forward proposto.
DF
CF
R
LF
VO
VGF1
-
+
SF1
DF1
DF2
VGF2
-
+
SF3
DF3
DF4
DFR LM
TR
1
1
n
ILF
IO
IO
IGF1
IO
IGF2
SF2
SF4
Fonte: Elaborada pelo Autor.
48
Figura 3.5 – Quarta etapa de operação do conversor Forward proposto.
DF
CF
R
LF
VO
VGF1
-
+
SF1
DF1
DF2
VGF2
-
+
SF3
DF3
DF4
DFR LM
TR
1
1
n
nILF
ILF
ILM
IO
IO
IGF1
IO
IGF2
SF2
SF4
Fonte: Elaborada pelo Autor.
49
5ª Etapa (DF2TSF + TSF / 2 ≤ t ≤ 2 DF2TSF + TSF / 2): A segunda etapa de
operação inicia-se quando a condução nos interruptores SF3 e SF4 é interrompida pelos sinais
de comando. A corrente de magnetização do transformador TR polariza os diodos DF3 e DF4,
desmagnetizando o transformador através da fonte de entrada. Os demais componentes se
comportam como na primeira etapa. A Figura 3.6 ilustra a 5ª etapa de operação.
Figura 3.6 – Quinta etapa de operação do conversor Forward proposto.
DF
CF
R
LF
VO
VGF1
-
+
SF1
DF1
DF2
VGF2
-
+
SF3
DF3
DF4
DFR LM
TR
1
1
n
nILM
ILF
ILM
IO
IO
IGF1
IO
IGF2
nILM
SF2
SF4
Fonte: Elaborada pelo Autor.
50
6ª Etapa (2 DF2TSF + TSF / 2≤ t ≤ TSF): A terceira etapa de operação inicia-se
quando o transformador TR é completamente desmagnetizado e os diodos DF3 e DF4 entram
em bloqueio. Os componentes se comportam de forma idêntica à da terceira etapa. A Figura
3.7 ilustra a 6ª etapa de operação.
Figura 3.7 – Sexta etapa de operação do conversor Forward proposto.
DF
CF
R
LF
VO
VGF1
-
+
SF1
DF1
DF2
VGF2
-
+
SF3
DF3
DF4
DFR LM
TR
1
1
n
ILF
IO
IO
IGF1
IO
IGF2
SF2
SF4
Fonte: Elaborada pelo Autor.
51
3.2.2 Principais formas de onda
As principais formas de onda do conversor Forward proposto são apresentadas na
Figura 3.8 e na Figura 3.9. Todas as formas de onda estão alinhadas com os sinais de
comando VGSF1, VGSF2, VGSF3 e VGSF4 aplicados nos interruptores SF1, SF2, SF3 e SF4,
respectivamente.
3.3 Análise quantitativa
Com base na Figura 3.8 e na Figura 3.9, faz-se então a análise quantitativa do
conversor Forward proposto, que consiste em calcular-se os esforços de tensão e de corrente
nos componentes passivos e ativos do mesmo, bem como na obtenção de equações de projeto
para seus componentes.
3.3.1 Parâmetros temporais
Os parâmetros temporais definidos para o conversor Forward são: as razões
cíclicas DF1 e DF2, que para simplificar a análise serão ambos considerados iguais a DF, e a
frequência de chaveamento do fSF. Então tem-se:
𝐷𝐹1 = 𝐷𝐹 , (3.1)
𝐷𝐹1 = 𝐷𝐹 , (3.2)
𝐷𝐹 =𝑡𝑜𝑛𝐹
𝑇𝑆𝐹 , (3.3)
𝑓𝑆𝐹 =1
𝑇𝑆𝐹 , (3.4)
nas quais:
tonF: duração da largura de pulso nos interruptores do conversor Forward.
TSF: período de comutação de cada interruptor do conversor Forward.
52
Figura 3.8 – Principais formas de onda do conversor Forward proposto (parte 1).
ILF
ILFm
VLF (n+2)VGF - VO
2VGF - VO
n ILFmISF1,
ISF2
ILF
ICF
VCF
VCF
VCF
VGSF1,
VGSF2
VGSF3,
VGSF4
n ILFmISF3,
ISF4
VGF
VGF / 2
VSF1,VSF2,
VSF3,VSF4
ILF
DF
1TS
F
2 D
F1T
SF
TS
F / 2
0 TS
F / 2 +
DF
2TS
F
TS
F / 2 +
2 D
F2T
SF
TS
F
Fonte: Elaborada pelo Autor.
53
Figura 3.9 – Principais formas de onda do conversor Forward proposto (parte 2).
n VGF
VDF
IDF1,
IDF2
IDF3,
IDF4
VGFVDF1,VDF2,
VDF3,VDF4
n ILMpk
n ILMpk
IDF
ILFm
n VGF
VDFR
IDFR
ILFm
ILM
ILMpk
VLM
n VGF
- n VGF
DF
1TS
F
2 D
F1T
SF
TS
F / 2
0 TS
F / 2 +
DF
2TS
F
TS
F / 2 +
2 D
F2T
SF
TS
F
Fonte: Elaborada pelo Autor.
54
3.3.2 Determinação do ganho estático
Sirmilarmente ao que foi feito com o conversor Boost, tomando-se por base a
Figura 3.8 e a equação (2.4), tem-se:
𝐹𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎1 = ((𝑛 + 2)𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂)𝐷𝐹𝑇𝑆𝐹 , (3.5)
𝐹𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎2𝑒3 = (2𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂) (𝑇𝑆𝐹
2− 𝐷𝐹𝑇𝑆𝐹) , (3.6)
𝐹𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎4 = ((𝑛 + 2)𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂)𝐷𝐹𝑇𝑆𝐹 , (3.7)
𝐹𝑒𝑡𝑎𝑝𝑎5𝑒6 = (2𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂) (𝑇𝑆𝐹
2− 𝐷𝐹𝑇𝑆𝐹) . (3.8)
Substituindo as equações (3.5), (3.6), (3.7) e (3.8) na equação (5.7), pode-se obter
o ganho estático do conversor Forward proposto:
((𝑛 + 2)𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂)2𝐷𝐹𝑇𝑆𝐹 + (2𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂)(𝑇𝑆𝐹 − 2𝐷𝐹𝑇𝑆𝐹) = 0 , (3.9)
((𝑛 + 2)𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂)2𝐷𝐹 + (2𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂)(1 − 2𝐷𝐹) = 0 , (3.10)
(𝑛 + 2)𝑉𝐺𝐹2𝐷𝐹 − 𝑉𝑂2𝐷𝐹 + 2𝑉𝐺𝐹(1 − 2𝐷𝐹) − 𝑉𝑂(1 − 2𝐷𝐹) = 0 , (3.11)
2𝑉𝐺𝐹((𝑛 + 2)𝐷𝐹 + (1 − 2𝐷𝐹)) = 𝑉𝑂 , (3.12)
𝑉𝑂 = 2𝑉𝐺𝐹(𝑛𝐷𝐹 + 1) . (3.13)
A Figura 3.10 apresenta o comportamento do ganho estático do conversor Boost
com a variação da razão cíclica.
55
Figura 3.10 – Ganho estático do conversor Forward em relação a razão cíclica, para vários valores da relação de
transformação.
Fonte: Elaborada pelo Autor.
3.3.3 Determinação da relação de transformação do transformador TR
A partir da Figura 3.9, pode-se se ver pelo gráfico da corrente de magnetização
ILM, que para o correto funcionamento do transformador TR, a seguinte condição deve ser
obedecida:
2𝐷𝐹_𝑚𝑎𝑥𝑇𝑆𝐹 + 2𝐷𝐹_𝑚𝑎𝑥𝑇𝑆𝐹 < 𝑇𝑆𝐹 , (3.14)
𝐷𝐹 < 0,25 . (3.15)
Para a escolha do transformador, determina-se o valor máximo para a razão cíclica
respeitando-se a condição dada na equação (3.15). Então determina-se o valor mínimo de n
rearranjando-se a equação (3.16) para a condição de maior razão cíclica:
𝑛 ≥𝑉𝑂 − 2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛
2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛𝐷𝐹_𝑚𝑎𝑥 . (3.16)
56
3.3.4 Determinação da ondulação da da corrente e da indutância LF
Analisando a primeira etapa de operação do conversor, ilustrada na Figura 3.2, e a
Figura 3.8, pode-se obter a seguinte equação:
𝐿𝐹
𝑑𝑖𝐿𝐹
𝑑𝑡= (𝑛 + 2)𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂 , (3.17)
𝐿𝐹
𝐼𝐿𝐹
𝐷𝐹𝑇𝑆𝐹= (𝑛 + 2)𝑉𝐺𝐹 − 𝑉𝑂 .
(3.18)
Substituindo as equações (3.4) e (3.13) na equação (3.18), obtém-se então a
relação entre o valor de indutância e a ondulação na corrente do indutor:
𝐿𝐹
𝐼𝐿𝐹
𝐷𝐹𝑓
𝑆𝐹= (𝑛 + 2)
𝑉𝑂
2(𝑛𝐷𝐹 + 1)− 𝑉𝑂 , (3.19)
𝐿𝐹
𝐼𝐿𝐹
𝐷𝐹𝑓𝑆𝐹 =
𝑛𝑉𝑂(1 − 2𝐷𝐹)
2(𝑛𝐷𝐹 + 1) , (3.20)
𝐼𝐿𝐹 =𝑛𝑉𝑂𝐷𝐹(1 − 2𝐷𝐹)
2(𝑛𝐷𝐹 + 1)𝑓𝑆𝐹𝐿𝐹 . (3.21)
Rearranjando a equação (3.21) pode-se obter a equação a ser usada para cálculo
do valor de indutância a ser utilizado:
𝐿𝐹 =𝑛𝑉𝑂𝐷𝐹(1 − 2𝐷𝐹)
2(𝑛𝐷𝐹 + 1)𝑓𝑆𝐹𝐼𝐿𝐹 . (3.22)
Para termos uma ideia de como varia o valor de indutância LF pode-se traçar o
gráfico de seu valor normalizado dado pela equação (3.23).
𝐿𝐹 =
𝑓𝑆𝐹𝐼𝐿𝐹
𝑉𝑂𝐿𝐹 =
𝑛𝐷𝐹(1 − 2𝐷𝐹)
2(𝑛𝐷𝐹 + 1) . (3.23)
A Figura 3.11 mostra a variação da indutância normalizada conforme a variação
da razão cíclica para alguns valores de relação de transformação n.
57
Figura 3.11 – Indutância normalizada em função da razão cíclica para vários valores de n.
Fonte: Elaborada pelo Autor.
Derivando-se em relação a DF e igualando a zero a equação (3.23), obtém-se o
valor DFW em que o valor de indutância é máximo, para um dado valor de n:
𝐷𝐹𝑊 =√𝑛 + 2 − √2
𝑛√2 . (3.24)
Se o valor obtido para DFW estiver dentro da faixa de operação do conversor,
deve-se usá-lo no cálculo da indutância de modo a garantir a especificação em toda a faixa de
operação.
A partir da Figura 3.8 pode-se determinar que a corrente de pico que passa pelo
indutor LF é:
𝐼𝐿𝐹𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝐹𝑚 +𝐼𝐿𝐹
2 . (3.25)
Como o indutor LF está transferindo energia diretamente para a carga R, e segundo
Erickson (2001), sabe-se que em regime permanente a corrente média do capacitor CF é nula,
tem-se que:
58
𝐼𝐿𝐹𝑚 = 𝐼𝑂 . (3.26)
3.3.5 Determinação da ondulação de tensão e da capacitância CF
A partir da Figura 3.8, pode-se obter a seguinte equação para o capacitor CF:
𝑖𝐶𝐹 = 𝐶𝐹
𝑑𝑣𝐶𝐹
𝑑𝑡 , (3.27)
𝑖𝐶𝐹𝑑𝑡 = 𝐶𝐹𝑑𝑣𝐶𝐹 , (3.28)
𝑄𝐶𝐹 = 𝐶𝐹𝑉𝐶𝐹 , (3.29)
𝐼𝐿𝐹𝑇𝑆𝐹
16= 𝐶𝐹𝑉𝐶𝐹 .
(3.30)
Substituindo a equação (3.4) na equação (3.30) e rearranjando, obtém-se então a
relação entre o valor da capacitância CF e a ondulação de tensão:
𝐶𝐹 =𝐼𝐿𝐹
16𝑉𝐶𝐹𝑓𝑆𝐹 . (3.31)
E finalmente, na equação (3.32) segue a expressão para a tensão máxima a qual o
capacitor CF é submetido:
𝑉𝐶𝐹𝑝𝑘 = 𝑉𝑂 − 2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛 +𝑉𝐶𝐹
2 . (3.32)
3.3.6 Esforços nos interruptores SF1, SF2, SF3 e SF4
De acordo com as formas de onda da Figura 3.8, pode-se determinar os esforços
de tensão e de corrente dos interruptores SF1, SF2, SF3 e SF4.
Aplicando-se a equação (2.27) para a corrente que passa através dos interruptores
SF1, SF2, SF3 e SF4, desconsiderando-se a ondulação da corrente, obtém-se:
𝐼𝑆𝐹𝑋𝑒𝑓 = 𝑛𝐼𝐿𝐹𝑚√𝐷𝐹 . (3.33)
A corrente de pico que passa através dos interruptores SF1, SF2, SF3 e SF4 é dada
por:
𝐼𝑆𝐹𝑋𝑝𝑘 = 𝑛 (𝐼𝐿𝐹𝑚 +𝐼𝐿𝐹
2) . (3.34)
59
E tensão máxima de bloqueio a que o interruptor é submetido, desconsiderando-se
a ondulação de tensão, é:
𝑉𝑆𝐹𝑋𝑝𝑘 = 𝑉𝐺𝐹 . (3.35)
3.3.7 Esforços no diodo DF
De forma similar ao cálculos feitos para os esforços dos interruptores, pode-se
determinar os esforços do diodo DF.
Sua corrente eficaz é calculada dada por:
𝐼𝐷𝐹𝑒𝑓 = 𝐼𝐿𝐹𝑚√2𝐷𝐹 . (3.36)
A corrente de pico que passa através do diodo DF é dada por:
𝐼𝐷𝐹𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝐹𝑚 +𝐼𝐿𝐹
2 . (3.37)
E a máxima tensão reversa a que o diodo é submetido, desconsiderando-se a
ondulação de tensão, é:
𝑉𝐷𝐹𝑝𝑘 = 𝑛𝑉𝐺𝐹 . (3.38)
3.3.8 Esforços no diodo DFR
De forma similar ao cálculos feitos para os esforços do dioo DF, pode-se
determinar os esforços do diodo DFR.
Sua corrente eficaz é calculada dada por:
𝐼𝐷𝐹𝑅𝑒𝑓 = 𝐼𝐿𝐹𝑚√1 − 2𝐷𝐹 . (3.39)
A corrente de pico que passa através do diodo DFR é dada por:
𝐼𝐷𝐹𝑅𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝐹𝑚 +𝐼𝐿𝐹
2 . (3.40)
E a máxima tensão reversa a que o diodo é submetido, desconsiderando-se a
ondulação de tensão, é:
𝑉𝐷𝐹𝑅𝑝𝑘 = 𝑛𝑉𝐺𝐹 . (3.41)
60
3.4 Projeto do conversor
Nesta seção é apresentado o projeto do protótipo conversor Forward proposto.
3.4.1 Especificações do conversor
Para fins de projeto, considera-se que a tensão de cada bateria de íon-lítio pode
assumir qualquer valor entre 3,3 V e 4 V.
As especificações do conversor podem ser vistas na Tabela 3.1.
Tabela 3.1 – Especificações do conversor Forward proposto.
Tensão de entrada mínima 𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛 = 3,3𝑉
Tensão de entrada máxima 𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑎𝑥 = 4𝑉
Tensão de saída 𝑉𝑂 = 12𝑉
Potência de saída 𝑃𝑂 = 20𝑊
Fonte: Elaborada pelo Autor.
Além disso, para os cálculos do projeto, devem ser definidos alguns parâmetros
arbitrários que são apresentados na Tabela 3.2.
Tabela 3.2 – Parâmetros adotados para o conversor Forward proposto.
Frequência de comutação 𝑓𝑆𝐹 = 231,5𝑘𝐻𝑧
Ondulação da tensão no capacitor 𝑉𝐶𝐹 = 0,01 ∙ 𝑉𝑂
Ondulação da corrente no indutor 𝐼𝐿𝐹 = 0,5 ∙ 𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑖𝑛
Máxima razão cíclica 𝐷𝐹_𝑚𝑎𝑥 = 0,20
Fonte: Elaborada pelo Autor.
3.4.2 Cálculos básicos
Antes de tudo, deve-se determinar os valores da corrente de saída IO e do resistor
R. Então:
𝐼𝑂 =𝑃𝑂
𝑉𝑂=
20𝑊
12𝑉= 1,67𝐴 , (3.42)
𝑅 =𝑉𝑂
2
𝑃𝑂=
12𝑉2
20𝑊= 7,2Ω . (3.43)
61
A partir da equação (3.16) pode-se determinar o valor da relação de transformação
de TR:
𝑛 =𝑉𝑂 − 2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛
2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛𝐷𝐹_𝑚𝑎𝑥=
12𝑉 − 2 ∙ 3,3𝑉
2 ∙ 3,3𝑉 ∙ 0,20= 4,09 . (3.44)
Rearranjando a equação (3.13), obtém-se:
𝐷𝐹 =𝑉𝑂 − 2𝑉𝐺𝐹
2𝑉𝐺𝐹𝑛 . (3.45)
A partir da equação (3.45) pode-se determinar os valores mínimo e máximo da
razão cíclica:
𝐷𝐹_𝑚𝑖𝑛 =𝑉𝑂 − 2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑎𝑥
2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑎𝑥𝑛=
12𝑉 − 2 ∙ 4𝑉
2 ∙ 4𝑉 ∙ 4,09= 0,122 , (3.46)
𝐷𝐹_𝑚𝑎𝑥 =𝑉𝑂 − 2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛
2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛𝑛=
12𝑉 − 2 ∙ 3,3𝑉
2 ∙ 3,3𝑉 ∙ 4,09= 0,20 . (3.47)
A partir da equação (3.24) obtém-se o valor de razão cíclica para o qual a
indutância LF atinge seu valor máximo:
𝐷𝐹𝑊 =√𝑛 + 2 − √2
𝑛√2=
√4,09 + 2 − √2
4,09 ∙ √2= 0,182 . (3.48)
Como o valor de DFW se encontra dentro da faixa de operação delimitada por
DF_min e DF_max, este deve ser utilizado para o cálculo da indutância LF.
A partir da equação (3.26) determina-se a corrente média mínima e máxima do
indutor LF.
𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑖𝑛 = 𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑎𝑥 = 𝐼𝑂 = 1,67𝐴 . (3.49)
Finalmente, calcula-se os valores das ondulações de tensão e de corrente
consideradas:
𝑉𝐶𝐹 = 0,01 ∙ 𝑉𝑂 = 0,01 ∙ 12𝑉 = 0,12𝑉 , (3.50)
𝐼𝐿𝐹 = 0,5 ∙ 𝐼𝐿𝑏𝑚_𝑚𝑖𝑛 = 0,5 ∙ 1,67𝐴 = 0,835𝐴 . (3.51)
62
3.4.3 Dimensionamento do indutor LF
Com base na equação (3.22), substituindo-se os valores dos parâmetros e
utilizando-se a razão cíclica DFW obtida, tem-se:
𝐿𝐹 =𝑛𝑉𝑂𝐷𝐹𝑊(1 − 2𝐷𝐹𝑊)
2(𝑛𝐷𝐹𝑊 + 1)𝑓𝑆𝐹𝐼𝐿𝐹=
4,09 ∙ 12𝑉 ∙ 0,182 ∙ (1 − 2 ∙ 0,182)
2 ∙ (4,09 ∙ 0,182 + 1) ∙ 231,5𝑘𝐻𝑧 ∙ 0,835𝐴= 8,4µ𝐻 . (3.52)
A partir da equação (3.25) determina-se a corrente máxima que irá passar pelo
indutor LF:
𝐼𝐿𝐹𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝐹𝑚 +𝐼𝐿𝐹
2= 1,67𝐴 +
0,835𝐴
2= 2,09𝐴 . (3.53)
Dados os esforços calculados acima, escolheu-se para o protótipo um indutor
comercial WE-1210 do tipo SMD do fabricante Würth Elektronik (2014b), cujos dados são
apresentados na Tabela 3.3.
Tabela 3.3 – Propriedades do indutor LF selecionado para o protótipo.
Indutância 10 ± 20% µ𝐻
Corrente nominal 6,2 𝐴
Corrente de saturação 6,6 𝐴
Fonte: Würth Elektronik (2014b).
3.4.4 Dimensionamento do capacitor CF
Para o capacitor CF, calcula-se o valor mínimo de capacitância necessário de
acordo com a equação (3.31):
𝐶𝐹 =𝐼𝐿𝐹
16𝑉𝐶𝐹𝑓𝑆𝐹=
0,835𝐴
16 ∙ 0,12𝑉 ∙ 231,5𝑘𝐻𝑧= 1,88µ𝐹 . (3.54)
A tensão máxima a que o capacitor é submetido pode ser calculada a partir da
equação (3.32):
𝑉𝐶𝐹𝑝𝑘 = 𝑉𝑂 − 2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛 +𝑉𝐶𝐹
2= 12𝑉 − 2 ∙ 3,3𝑉 +
0,12𝑉
2= 5,46𝑉 . (3.55)
63
Para montagem do protótipo foi selecionado um capacitor JMK107BJ225KA-T
do tipo SMD do fabricante Taiyo Yuden (2014b), cujas propriedades são ilustradas na Tabela
3.4.
Tabela 3.4 – Propriedades do capacitor CF selecionado para o protótipo.
Capacitância 2,2 µ𝐹
Tensão nominal 6,3 𝑉
Tolerância +10% / -10% −
Fonte: Taiyo Yuden (2014b).
3.4.5 Dimensionamento dos interruptores SF1, SF2, SF3 e SF4
Para dimensionar os interruptores SF1, SF2, SF3 e SF4, primeiramente deve-se
calcular as corrente eficazes conforme dado na equação (3.33), utilizando-se o máximo valor
para a razão cíclica e para a corrente média no indutor LF:
𝐼𝑆𝐹𝑋𝑒𝑓 = 𝑛𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑎𝑥√𝐷𝐹_𝑚𝑎𝑥 = 4,09 ∙ 1,67𝐴 ∙ √0,2 = 3,05𝐴 . (3.56)
Então calcula-se a corrente de pico nos interruptores conforme a equação (3.34):
𝐼𝑆𝐹𝑋𝑝𝑘 = 𝑛 (𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑎𝑥 +𝐼𝐿𝐹
2) = 4,09 (1,67𝐴 +
0,835𝐴
2) = 8,54𝐴 . (3.57)
Finalmente, a tensão máxima de bloqueio a que os interruptores são submetidos, é
calculada conforme a equação (3.35):
𝑉𝑆𝐹𝑋𝑝𝑘 = 𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑎𝑥 = 4𝑉 . (3.58)
Para a montagem do protótipo experimental, foram selecionados quatro
interruptores comerciais IRF8788TRPBFCT-ND do tipo MOSFET da International Rectifier
(2014). A Tabela 3.5 ilustra as principais propriedades do interruptor escolhido.
Tabela 3.5 – Propriedades dos interruptores SF1, SF2, SF3 e SF4 selecionados para o protótipo.
Tensão máxima de bloqueio 30 𝑉
Máxima corrente contínua 19 𝐴
Máxima corrente de pico 190 𝐴
Fonte: International Rectifier (2014).
64
3.4.6 Dimensionamento do diodo DF
Para dimensionar o diodo DF, primeiramente deve-se calcular sua corrente eficaz
conforme dado na equação (3.36), utilizando-se o máximo valor para a razão cíclica e o
máximo para a corrente média no indutor LF:
𝐼𝐷𝐹𝑒𝑓 = 𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑎𝑥√2𝐷𝐹_𝑚𝑎𝑥 = 1,67𝐴√2 ∙ 0,20 = 1,05𝐴 . (3.59)
A corrente de pico no diodo DF é dada por:
𝐼𝐷𝐹𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑎𝑥 +𝐼𝐿𝐹
2= 1,67𝐴 +
0,835𝐴
2= 2,09𝐴 . (3.60)
A tensão máxima de bloqueio a que o diodo é submetido, é calculada conforme a
equação (3.38):
𝑉𝐷𝐹𝑝𝑘 = 𝑛𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑎𝑥 = 4,09 ∙ 4𝑉 = 16,36𝑉 . (3.61)
Para a montagem do protótipo experimental, selecionou-se o diodo comercial do
tipo Schottky PMEG6030EVP da NXP Semiconductors (2014). A Tabela 3.6 ilustra as
principais propriedades do interruptor escolhido.
Tabela 3.6 – Propriedades do diodo DF selecionado para o protótipo.
Tensão máxima de bloqueio reversa 60 𝑉
Máxima corrente média 3 𝐴
Queda de tensão máxima 0,475 𝑉
Fonte: NXP Semiconductor (2014).
3.4.7 Dimensionamento do diodo DFR
Para dimensionar o diodo DFR, primeiramente deve-se calcular sua corrente eficaz
conforme dado na equação (3.39), utilizando-se o mínimo valor para a razão cíclica e o
máximo para a corrente média no indutor LF:
𝐼𝐷𝐹𝑅𝑒𝑓 = 𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑎𝑥√1 − 2𝐷𝐹_𝑚𝑖𝑛 = 1,67𝐴√1 − 2 ∙ 0,122 = 1,45𝐴 . (3.62)
A corrente de pico no diodo DFR é dada por:
𝐼𝐷𝐹𝑅𝑝𝑘 = 𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑎𝑥 +𝐼𝐿𝐹
2= 1,67𝐴 +
0,835𝐴
2= 2,09𝐴 . (3.63)
65
A tensão máxima de bloqueio a que o diodo é submetido, é calculada conforme a
equação (3.48):
𝑉𝐷𝐹𝑅𝑝𝑘 = 𝑛𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑎𝑥 = 4,09 ∙ 4𝑉 = 16,36𝑉 . (3.64)
Para a montagem do protótipo experimental, selecionou-se o diodo comercial do
tipo Schottky PMEG6030EVP da NXP Semiconductors (2014). A Tabela 3.7 ilustra as
principais propriedades do interruptor escolhido.
Tabela 3.7 – Propriedades do diodo DFR selecionado para o protótipo.
Tensão máxima de bloqueio reversa 60 𝑉
Máxima corrente média 3 𝐴
Queda de tensão máxima 0,475 𝑉
Fonte: NXP Semiconductor (2014).
3.5 Projeto do sistema de controle
Para o controle do conversor Forward proposto, utilizou-se um compensador do
tipo PID implementado de forma digital similar ao implementado para o conversor Boost. A
Figura 3.12 apresenta o diagrama do sistema de controle em questão.
Para os cálculos de controle, primeiro deve-se determinar todas as funções de
transferência que compõem a malha de controle.
3.5.1 Modelo do conversor Forward proposto
Seguindo o procedimento de modelagem por valores médios descrito por Erickson
(2001), idêntico ao utilizado na obtenção do modelo do conversor Boost, para o sistema
apresentado na Figura 3.12 pode-se obter o modelo de pequenos sinais para o conversor
Forward, ilustrado na Figura 3.13.
66
Figura 3.12 – Diagrama do sistema de controle do conversor Forward.
HV
HVVO
ADC
V[n]
VREF[n] e[n] CompensadorPID
DPWM
d[n]
Altera DE2
DF
CF
R
LF
VGF1
-
+
SF1
DF1
DF2
VGF2
-
+
SF3
DF3
DF4
DFR LM
TR
1
1
n
VO
GSF1 ... GSF4
SF2
SF4
GSF1
GSF3
GSF2
GSF4
Fonte: Elaborado pelo Autor.
67
Figura 3.13 – Modelo de pequenos sinais do conversor Forward proposto.
R vGF1
1 : n DF
vGF2
1 : n DF
RdF
VOn
dFVO
Rn
CF
LF
n VGF dF
n VGF dF
vO
Fonte: Elaborado pelo Autor.
A partir do modelo ilustrado na Figura 3.13, calcula-se a função de transferência
do conversor Forward, que é dada por:
𝐺𝐹𝑣𝑑(𝑠) =
𝑣(𝑠)
𝑑(𝑠)|
𝑣𝐺𝐹1(𝑠),𝑣𝐺𝐹2(𝑠)=0
= 𝐾𝐹𝑣𝑑∙
1
[1 +𝑠
𝑄𝐹∙𝜔𝑜𝐹+ (
𝑠
𝜔𝑜𝐹)
2] ,
(3.65)
na qual:
𝐾𝐹𝑣𝑑= 2𝑉𝐺𝐹𝑛 , (3.66)
𝑄𝑜𝐹 = 𝑅√𝐶𝐹
𝐿𝐹 ,
(3.67)
68
𝜔𝑜𝐹 =1
√𝐿𝐹𝐶𝐹
. (3.68)
A Figura 3.14 e a Figura 3.15 mostram o diagrama de bode da magnitude e da
fase, respectivamente, da função de transferência do conversor Forward.
Figura 3.14 – Diagrama de bode de magnitude para a função de transferência do conversor Forward.
Fonte: Software Mathcad.
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
40
20
0
20
40
60
(Hz)
(dB
)
Mag Gvd j 2 f( )
f
69
Figura 3.15 – Diagrama de bode de fase para a função de transferência do conversor Forward.
Fonte: Software Mathcad.
3.5.2 Ganhos do sensor de tensão, do ADC e do DPWM
Os ganhos 𝐻𝑉(𝑠), 𝐴𝐷𝐶(𝑠) e 𝐷𝑃𝑊𝑀(𝑠) são idênticos ao determinados no
capítulo 2 para o conversor Boost.
3.5.3 Projeto do compensador
Para o projeto do compensador, primeiro deve-se definir a função de transferência
de laço aberto do sistema, dada por:
𝐿𝑢𝐹(𝑠) = 𝐻𝑉(𝑠) ∙ 𝐴𝐷𝐶(𝑠) ∙ 𝐺𝐹𝑣𝑑(𝑠) ∙ 𝐷𝑃𝑊𝑀(𝑠) . (3.69)
A Figura 3.16 e a Figura 3.17 mostram o diagrama de bode da magnitude e da
fase, respectivamente, da função de transferência de laço aberto do sistema.
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
200
150
100
50
0
(Hz)
(gra
us)
Phase Gvd j 2 f( )
f
70
Figura 3.16 – Diagrama de bode de magnitude para a função de transferência de laço aberto do sistema
(Forward).
Fonte: Software Mathcad.
Figura 3.17 – Diagrama de bode de fase para a função de transferência de laço aberto do sistema (Forward).
Fonte: Software Mathcad.
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
200
150
100
50
0
50
(Hz)
(dB
)
Mag Lu j 2 f( )
f
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
400
300
200
100
0
(Hz)
(gra
us)
Phase Lu j 2 f( )
f
71
O compensador PID, em sua versão contínua, pode ser escrito como:
𝐺𝐶𝐹(𝑠) =𝐾𝐶𝐹 [1 +
𝑠
𝑄𝑐𝐹∙𝜔𝑐𝐹+ (
𝑠
𝜔𝑐𝐹)
2]
𝑠 .
(3.70)
onde: KCF é o ganho do controlador, QcF e cF são o fator de qualidade e a frequência de seus
zeros complexos, respectivamente.
Os zeros complexos do compensador são projetados para cancelar os pólos
complexos da planta do sistema. Deste modo, pode-se escolher os parâmetros do
compensador da seguinte forma:
𝑄𝑐𝐹 = 𝑄𝑜𝐹 = 𝑅√𝐶𝐹
𝐿𝐹 , (3.71)
𝜔𝑐𝐹 = 0,9 ∙ 𝜔𝑜𝐹 = 0,9 ∙1
√𝐿𝐹𝐶𝐹
. (3.72)
Substituindo nas equações (3.71) e (3.72) os valores dos parâmetros para a
condição de operação mais instável, que ocorre quando a razão cíclica é máxima, tem-se:
𝑄𝑐𝐹 = 𝑅√𝐶𝐹
𝐿𝐹
= 7,2Ω ∙ √1,88µ𝐹
8,4µ𝐻= 3,4 , (3.73)
𝜔𝑐𝐹 = 0,9 ∙1
√𝐿𝐹𝐶𝐹
= 0,9 ∙1
√8,4µ𝐻 ∙ 1,88µ𝐹= 226477
𝑟𝑎𝑑
𝑠 . (3.74)
A frequência de cruzamento por zero escolhida para o sistema em malha aberta é:
𝑓𝐹0 =𝑓𝑆𝐹
50=
231,5𝑘𝐻𝑧
50= 4,63𝑘𝐻𝑧 . (3.75)
Finalmente, determina-se a partir da equação (3.76) o ganho do compensador PID
para que seja atingida a frequência de cruzamento por zero desejada:
|𝐿𝑢𝐹(𝑗 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑓𝐹0)| ∙ |𝐺𝐶𝐹(𝑗 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑓𝐹0)| = 1 . (3.76)
Desenvolvendo-se a equação (2.75) obtém-se:
𝐾𝐶𝐹 =2𝜋 ∙ 𝑓𝐹0
|𝐿𝑢𝐹(𝑗 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑓𝐹0)| ∙ |1 − (2𝜋∙𝑓𝐹0
𝜔𝑐𝐹)
2+
𝑗∙2𝜋∙𝑓𝐹0
𝑄𝑐𝐹∙𝜔𝑐𝐹|
= 70146 . (3.77)
72
A função de transferência de laço aberto do sistema com o compensador é:
𝐿𝑢𝐹_𝑐𝑙(𝑠) = 𝐿𝑢𝐹(𝑠) ∙ 𝐺𝐶𝐹(𝑠) . (3.78)
A Figura 3.18 e a Figura 3.19 mostram o diagrama de bode da magnitude e da
fase, respectivamente, da função de transferência de laço aberto do sistema já com o
compensador PID incluso. A partir delas, é possível ver que o sistema é estável, com uma
margem de fase de 90º e com a magnitude fazendo o cruzamento por zero com uma
inclinação de -20dB/década na frequência de 4kHz.
Figura 3.18 – Diagrama de bode de magnitude para a função de transferência de laço aberto do sistema
compensado (Forward).
Fonte: Software Mathcad.
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
200
100
0
100
(Hz)
(dB
)
Mag Lcl j 2 f( )
f
73
Figura 3.19 – Diagrama de bode de fase para a função de transferência de laço aberto do sistema compensado
(Forward).
Fonte: Software Mathcad.
A partir da versão contínua do compensador pode-se calcular os parâmetros do
controlador discretizado segundo a técnica de mapeamento de pólos e zeros descrita por
Mutambara (1999).
A frequência de amostragem do controlador discretizado é definida como sendo
igual a frequência de comutação do conversor Forward:
𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐹 = 𝑓𝑆𝐹 = 231,5𝑘𝐻𝑧 . (3.79)
A função de transferência do controlador discretizado é dada por:
𝐺𝐶𝐹𝑑(𝑧) =𝐾𝐶𝐹𝑑[1 + 𝑎1𝐹𝑧−1 + 𝑎2𝐹𝑧−2]
1 − 𝑧−1 , (3.80)
na qual:
𝑘𝐹 = 𝑒−𝑗∙2𝜋∙𝑓𝐹0𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐹 ,
(3.81)
𝑟𝐹 = 𝑒−𝜔𝑐𝐹
2𝑄𝑐𝐹𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐹 , (3.82)
1 10 100 1 103
1 104
1 105
1 106
400
300
200
100
0
(Hz)
(gra
us)
Phase Lcl j 2 f( )
f
74
𝑎1𝐹 = −2 ∙ 𝑟𝐹 ∙ 𝑐𝑜𝑠 (𝜔𝑐𝐹
𝑓𝑠𝑎𝑚𝑝𝐹√1 −
1
4𝑄𝑐𝐹) ,
(3.83)
𝑎2𝐹 = 𝑟𝐹2 , (3.84)
𝐾𝐶𝐹𝑑 = |𝐺𝐶𝐹(𝑗 ∙ 2𝜋 ∙ 𝑓𝐹0)| ∙ |1 − 𝑘𝐹
1 + 𝑎1𝐹𝑘𝐹 + 𝑎2𝐹𝑘𝐹2| .
(3.85)
Substituindo-se todos os parâmetros obtidos anteriormente nas equações (3.81),
(3.82), (3.83), (3.84) e (3.85), obtém-se:
𝑎1𝐹 = −0,984 , (3.86)
𝑎2𝐹 = 0,75 , (3.87)
𝐾𝐶𝐹𝑑 = 0,396 . (3.88)
Então, a equação de diferenças que representa o controlador discretizado a ser
implementada digitalmente é dada por:
𝑑𝐹[𝑛] = 𝑑𝐹[𝑛 − 1] + 𝐴𝐹𝑐 ∙ 𝑒[𝑛] + 𝐵𝐹𝑐 ∙ 𝑒[𝑛 − 1] + 𝐶𝐹𝑐 ∙ 𝑒[𝑛 − 2] , (3.89)
onde:
𝐴𝐹𝑐 = 𝐾𝐶𝐹𝑑 = 0,396 , (3.90)
𝐵𝐹𝑐 = 𝐾𝐶𝐹𝑑 ∙ 𝑎1𝐹 = 0,396 ∙ (−0,984) = −0,390 , (3.91)
𝐶𝐹𝑐 = 𝐾𝐶𝐹𝑑 ∙ 𝑎2𝐹 = 0,396 ∙ 0,75 = 0,297 . (3.92)
A Figura 3.20 e a Figura 3.21 mostram o diagrama de bode da magnitude e da
fase, respectivamente, da função de transferência de laço aberto do sistema com o
compensador discretizado. Pode-se ver que o controlador dicretizado diverge do controlador
contínuo para altas frequências, isso porém não prejudica a estabilidade do sistema, pois
ocorre apenas para frequências muito maiores que a frequência de cruzamento.
A Figura 3.22 mostra a resposta ao degrau esperada para o sistema de controle em
malha fechada projetado para o conversor Forward, juntamente com o respectivo esforço de
controle.
75
Figura 3.20 – Diagrama de bode de magnitude para a função de transferência de laço aberto do sistema com o
compensador discretizado (Forward).
Fonte: Software Mathcad.
Figura 3.21 – Diagrama de bode de fase para a função de transferência de laço aberto do sistema com o
compensador discretizado (Forward).
Fonte: Software Mathcad.
100 1 103
1 104
1 105
1 106
200
100
0
(Hz)
(dB
) Mag Lcld j 2 f( )
Mag Lcl j 2 f( )
f
100 1 103
1 104
1 105
1 106
400
300
200
100
0
(Hz)
(gra
us) Phase Lcld j 2 f( )
Phase Lcl j 2 f( )
f
76
Figura 3.22 – Resposta ao degrau do sistema em malha fechada para o conversor Forward.
Fonte: Software MATLAB.
3.6 Considerações Finais
Neste capítulo foi apresentado o projeto completo do conversor Forward proposto
por este trabalho, inclusive do compensador PID a ser utilizado no protótipo para coleta de
dados de eficiência de conversão.
Foram também selecionados os componentes comerciais a serem utilizados no
protótipo experimental.
Os valores teóricos dos componentes passivos aqui obtidos, serão utilizados
diretamente na determinação do volume dos componentes passivos do conversor proposto.
77
4 PROJETO DOS FILTROS DE ENTRADA
4.1 Introdução
Neste capítulo são apresentados a análise teórica dos filtros de entrada dos
conversores Boost e Forward que serão utilizados na comparação volumétrica do capítulo 5.
Todos os filtros a serem projetados serão do tipo LC com resistência de amortecimento e
capacitor de bloqueio em paralelo, ilustrado na Figura 4.1.
Figura 4.1 – Filtro de entrada do tipo LC amortecido com capacitor de bloqueio.
LFil
CFil
CBL
RAM
Filtro
Fonte: Elaborado pelo Autor.
Erickson (2001) descreve um método para se projetar o filtro de entrada de um
conversor chaveado, sem que este cause instabilidade no sistema de controle em malha
fechada.
A Figura 4.2 mostra o modelo de pequeno sinais do conversor Boost com o ponto
de conexão do filtro em destaque.
78
Figura 4.2 – Modelo do conversor Boost com o filtro de entrada.
Cb R
Lb
vO
dVO
dVO
(1 – DB) : 1
(1 – DB)R
Filtro ZF ZX
Fonte: Elaborado pelo Autor.
As duas impedâncias características do conversor definidas por Erickson (2001)
são dadas por:
𝑍𝐷(𝑠) = 𝑍𝑋(𝑠)|=0 , (4.1)
𝑍𝑁(𝑠) = 𝑍𝑋(𝑠)|𝑣→𝑛𝑢𝑙𝑜 . (4.2)
Onde ZX(s) é a impedância equivalente vista a partir do ponto de conexão do
filtro, ilustrado na Figura 4.2.
A impedância ZD(s) pode ser interpretada como a impedância de entrada do
conversor em malha aberta. Já a impedância ZN(s) é interpretada como a impedância do
sistema em malha fechada, pois para o seu cálculo, o valor de é determinado de modo a ter-
se um valor nulo de saída 𝑂, que é precisamente como o sistema em malha fechada deve se
comportar.
Tendo-se as duas impedâncias características, a função de transferência do
conversor com o filtro é determinada da seguinte forma:
𝐺𝐵𝑣𝑑_𝐹𝑖𝑙(𝑠) = 𝐺𝐵𝑣𝑑_𝐹𝑖𝑙(𝑠)(1 +
𝑍𝐹(𝑠)
𝑍𝑁(𝑠))
(1 +𝑍𝐹(𝑠)
𝑍𝐷(𝑠))
. (4.3)
Onde 𝑍𝐹(𝑠) é a impedância do filtro de entrada vista do ponto de conexão, como
ilustrado na Figura 4.2. Para o filtro em questão, ela é dada por:
𝑍𝐹(𝑠) =1
1
𝑠∙𝐿𝐹𝑖𝑙+ 𝑠𝐶𝐹𝑖𝑙 +
𝑠∙𝐶𝐵𝐿
𝑠∙𝐶𝐵𝐿∙𝑅𝐴𝑀+1
. (4.4)
79
A partir da equação (4.3) pode-se ver que, se as seguintes desigualdades
apresentadas nas equações (4.5) e (4.6) forem respeitadas, a influência do filtro de entrada na
função de transferência do sistema será mínima.
‖𝑍𝐹(𝑠)‖ ≪ ‖𝑍𝑁(𝑠)‖ , (4.5)
‖𝑍𝐹(𝑠)‖ ≪ ‖𝑍𝐷(𝑠)‖ . (4.6)
Neste trabalho, o seguinte critério será utilizado:
‖𝑍𝐹(𝑠)‖ ≤ 0,4‖𝑍𝑁(𝑠)‖ , (4.7)
‖𝑍𝐹(𝑠)‖ ≤ 0,4‖𝑍𝐷(𝑠)‖ . (4.8)
O procedimento para o conversor Forward é bastante similar, porém, como
existem duas entradas independentes, necessita-se de dois filtros, e o procedimento acima
deverá ser feito em duas etapas. Haverão quatro impedâncias características, duas para o
primeiro filtro, ignorando-se a presença do segundo filtro, e duas para o segundo filtro,
contando-se com a presença do primeiro no sistema. O seguinte critério terá de ser respeitado:
‖𝑍𝐹(𝑠)‖ ≤ 0,4‖𝑍𝑁1(𝑠)‖ , (4.9)
‖𝑍𝐹(𝑠)‖ ≤ 0,4‖𝑍𝐷1(𝑠)‖ , (4.10)
‖𝑍𝐹(𝑠)‖ ≤ 0,4‖𝑍𝑁1(𝑠)‖ , (4.11)
‖𝑍𝐹(𝑠)‖ ≤ 0,4‖𝑍𝐷1(𝑠)‖ . (4.12)
A Figura 4.3 e a Figura 4.4 ilustra os pontos em que as impedâncias características
devem ser obtidas para o conversor Forward proposto.
Os filtros de ambos os conversores devem fazer que com a ondulação de corrente
nas células de íon-lítio seja de no máximo 10%, para toda a faixa de operação.
80
Figura 4.3 – Análise do primeiro filtro para o conversor Forward.
R
1 : n DF
1 : n DF
RdF
VOn
dFVO
Rn
CF
LF
n VGF dF
n VGF dF
vO
ZX1
Fonte: Elaborado pelo Autor.
81
Figura 4.4 – Análise do segundo filtro para o conversor Forward.
R
1 : n DF
1 : n DF
RdF
VOn
dFVO
Rn
CF
LF
n VGF dF
n VGF dF
vO
ZF(s)
ZX2
Fonte: Elaborado pelo Autor.
4.2 Filtro de entrada do conversor Boost
A partir do modelo ilustrado na Figura 4.2 pode-se obter as duas impedâncias
características do conversor Boost, que são dadas por:
𝑍𝑁𝑏(𝑠) = −(1 − 𝐷𝐵)2𝑅 [1 −𝑠𝐿𝑏
(1 − 𝐷𝐵)2𝑅] , (4.13)
𝑍𝐷𝑏(𝑠) = (1 − 𝐷𝐵)2𝑅[1 +
𝑠𝐿𝑏
(1−𝐷𝐵)2𝑅+
𝑠2𝐿𝑏𝐶𝑏
(1−𝐷𝐵)2]
(1 + 𝑠𝑅𝐶𝑏) .
(4.14)
82
Os valores dos componentes do filtro foram então determinados de maneira
iterativa, com o auxilio do software de simulação numérica Plecs, de forma que a
especificação de 10% de ondulação da corrente de entrada fosse atingida, e ao mesmo tempo
as desigualdades (4.7) e (4.8) fossem satisfeitas.
A Tabela 4.1 mostra os valores obtidos para os componentes do filtro.
Tabela 4.1 – Filtro de entrada do conversor Boost.
Indutância 𝐿𝐹𝑖𝑙_𝑏 = 350𝑛𝐻
Capacitância 𝐶𝐹𝑖𝑙_𝑏 = 2µ𝐹
Capacitância de bloqueio 𝐶𝐵𝑙_𝑏 = 1µ𝐹
Resistência de amortecimento 𝑅𝐴𝑚_𝑏 = 1,03Ω
Fonte: Elaborada pelo Autor.
A Figura 4.5 mostra a corrente de entrada para a condição de operação onde a
corrente de entrada é mínima, que é o pior ponto de operação do ponto de vista da ondulação
percentual na corrente de entrada.
Figura 4.5 – Corrente da fonte de entrada para o conversor Boost (condição de corrente mínima).
Fonte: Software Plecs.
83
A Figura 4.6 mostra o diagrama de bode de magnitude das impedâncias
características, bem como da impedância do filtro. A Figura 4.7 mostra o diagrama de bode de
magnitude das razões ‖𝑍𝐹𝑏(𝑠)‖/‖𝑍𝑁𝑏(𝑠)‖ e ‖𝑍𝐹𝑏(𝑠)‖/‖𝑍𝐷𝑏(𝑠)‖.
Figura 4.6 – Diagrama de bode de magnitude das impedâncias características e do filtro (Boost).
Fonte: Software Plecs.
Figura 4.7 – Diagrama de bode de magnitude das razões ‖𝑍𝐹𝑏(𝑠)‖/‖𝑍𝑁𝑏(𝑠)‖ e ‖𝑍𝐹𝑏(𝑠)‖/‖𝑍𝐷𝑏(𝑠)‖ (Boost).
Fonte: Software Plecs.
100 1 103
1 104
1 105
1 106
1 104
1 103
0.01
0.1
1
10
100
1 103
ZD 2 f i( )
ZN 2 f i( )
ZF 2 f i( )
f
100 1 103
1 104
1 105
1 106
0
0.1
0.2
0.3
ZF 2 f i( )
ZD 2 f i( )
ZF 2 f i( )
ZN 2 f i( )
f
84
4.3 Filtros de entrada do conversor Forward
A partir do modelo ilustrado na Figura 4.3 e na Figura 4.4 pode-se obter as duas
impedâncias características do conversor Forward, que são dadas por:
𝑍𝑁𝐹1(𝑠) =−𝑅
𝑛𝐷𝐹(𝐷𝐹 + 1) , (4.15)
𝑍𝐷𝐹1(𝑠) =𝑅
(𝑛𝐷𝐹)2
[1 +𝑠𝐿𝐹
𝑅+ 𝑠2𝐿𝐹𝐶𝐹]
(1 + 𝑠𝑅𝐶𝐹) ,
(4.16)
𝑍𝑁𝐹2(𝑠) =−𝑅
𝑛𝐷𝐹(𝐷𝐹 + 1)− 𝑍𝐹𝐹(𝑠) ,
(4.17)
𝑍𝐷𝐹2(𝑠) =𝑅
(𝑛𝐷𝐹)2
[1 +(𝑛𝐷𝐹)2𝑍𝐹𝐹(𝑠)
𝑅+ 𝑠 [
𝐿𝐹
𝑅+ (𝑛𝐷𝐹)2𝑍𝐹𝐹(𝑠)𝐶𝐹] + 𝑠2𝐿𝐹𝐶𝐹]
(1 + 𝑠𝑅𝐶𝐹) .
(4.18)
Os valores dos componentes do filtro foram então determinados de maneira
iterativa, com o auxilio do software de simulação numérica Plecs, de forma que a
especificação de 10% de ondulação da corrente de entrada fosse atingida, e ao mesmo tempo
as desigualdades (4.7) e (4.8) fossem satisfeitas.
A Tabela 4.2 mostra os valores obtidos para os componentes de cada um dos dois
filtros de entrada.
Tabela 4.2 – Filtro de entrada do conversor Forward.
Indutância 𝐿𝐹𝑖𝑙_𝐹 = 430𝑛𝐻
Capacitância 𝐶𝐹𝑖𝑙_𝐹 = 16,5µ𝐹
Capacitância de bloqueio 𝐶𝐵𝑙_𝐹 = 9,9µ𝐹
Resistência de amortecimento 𝑅𝐴𝑚_𝐹 = 0,344Ω
Fonte: Elaborada pelo Autor.
A Figura 4.8 mostra a corrente de entrada para a condição de operação onde a
corrente de entrada é mínima, que é o pior ponto de operação do ponto de vista da ondulação
percentual na corrente de entrada.
85
Figura 4.8 – Corrente da fonte de entrada para o conversor Forward (condição de corrente mínima).
Fonte: Software Plecs.
A Figura 4.9 mostra o diagrama de bode de magnitude das impedâncias
características, bem como da impedância do filtro. Através da Figura 4.9 pode-se concluir que
as impedâncias das duas entradas são praticamente idênticas, portanto basta que seja analisado
um dos pares.
A Figura 4.10 mostra o diagrama de bode de magnitude das razões ‖𝑍𝐹𝐹(𝑠)‖/
‖𝑍𝑁𝐹1(𝑠)‖ e ‖𝑍𝐹𝐹(𝑠)‖/‖𝑍𝐷𝐹1(𝑠)‖.
86
Figura 4.9 – Diagrama de bode de magnitude das impedâncias características e do filtro (Forward).
Fonte: Software Plecs.
Figura 4.10 – Diagrama de bode de magnitude das razões ‖𝑍𝐹𝐹(𝑠)‖/‖𝑍𝑁𝐹1(𝑠)‖ e ‖𝑍𝐹𝐹(𝑠)‖/‖𝑍𝐷𝐹1(𝑠)‖
(Forward).
Fonte: Software Plecs.
100 1 103
1 104
1 105
1 106
1 104
1 103
0.01
0.1
1
10
100
1 103
ZD1 2 f i( )
ZN1 2 f i( )
ZD2 2 f i( )
ZN2 2 f i( )
ZF 2 f i( )
f
100 1 103
1 104
1 105
1 106
0
0.1
0.2
0.3
ZF 2 f i( )
ZD1 2 f i( )
ZF 2 f i( )
ZN1 2 f i( )
f
87
4.4 Considerações Finais
Neste capítulo foi apresentada a análise teórica dos filtros de entrada para a
topologia proposta e para o conversor Boost clássico.
Foram obtidos os valores teóricos dos componentes de cada filtro, que serão
utilizados na comparação volumétrica final entre os dois conversores.
Também foi possível observar que para o conversor Forward de duas entradas,
bastava serem obtidas as impedâncias características para uma das entradas, pois o outro par
de impedâncias apresentou magnitudes muito similares.
88
5 RESULTADOS E COMPARAÇÃO VOLUMÉTRICA
5.1 Introdução
Neste capítulo são apresentadas as curvas de eficiência para as topologias
projetadas nos capítulos 2 e 3 e a comparação entre o volume de seus componentes passivos,
com e sem os filtros de entrada projetados no capítulo 4. Além disso, são apresentados os
resultados experimentais para os protótipos do conversor Boost e do conversor Forward.
5.2 Curvas de eficiência dos conversores
Os conversores projetados nos capítulos 2 e 3 foram montados com os
componentes selecionados e com as malhas tensão projetadas.
Fixou-se a frequência de comutação do conversor Boost em 400kHz, e foi
levantada sua curva de eficiência.
Fez-se um processo iterativo, variando-se a frequência de comutação do conversor
Forward proposto, onde era traçada sua curva de eficiência que era comparada com a curva
de eficiência do conversor Boost. Deste modo, obteve-se uma frequência de comutação de
231,5kHz para o conversor proposto, onde a sua curva de eficiência mais se assemelhava à
curva de eficiência do convesor Boost.
Feito isso, a análise teórica do conversor Forward foi ajustada para a nova
frequência. Desta forma, pode-se comparar as duas topologias de forma mais justa, pois
ambas trabalham com a mesma eficiência, e tem as mesmas especificações de entrada e saída.
A Figura 5.1 mostra as curvas de eficiência de ambos os conversores obtidas ao
final de todo esse processo.
89
Figura 5.1 – Curva de eficiência finais obtidas para ambas as topologias.
Fonte: Elaborado pelo Autor.
A Figura 5.2 mostra as formas de onda experimentais da tensão de saída e da
corrente no indutor de armazenamento Lb do conversor Boost operando no modo contínuo de
condução. A Figura 5.3 mostra as mesmas formas de onda para conversor Boost operando no
modo descontínuo de condução.
A Figura 5.4 mostra as formas de onda experimentais da tensão de saída e das
correntes nos interruptores SF1 e SF2 do conversor Forward operando no modo contínuo de
condução. A Figura 5.5 mostra as mesmas formas de onda para conversor operando no modo
descontínuo de condução.
A partir da Figura 5.2 até a Figura 5.5, pode-se observar que a malha de controle
de ambos os conversores opera de maneira satisfatória, pois o valor da tensão de saída
especificada é mantido mesmo com a variação do modo de condução do conversor.
90
Figura 5.2 – Formas de onda do conversor Boost no CCM: Tensão de saída (canal 1, 5V/div, 5µs/div) e corrente
no indutor Lb (canal 2, 1A/div, 5µs/div).
Fonte: Coletadas pelo Autor.
Figura 5.3 – Formas de onda do conversor Boost no DCM: Tensão de saída (canal 1, 5V/div, 2µs/div) e corrente
no indutor Lb (canal 2, 1A/div, 2µs/div).
Fonte: Coletadas pelo Autor.
91
Figura 5.4 – Formas de onda do conversor Forward no CCM: Tensão de saída (canal 1, 10V/div, 2µs/div);
corrente no interruptor SF1 (canal 2, 5A/div, 2µs/div) e corrente no interruptor SF3 (canal 3, 5A/div, 2µs/div).
Fonte: Coletadas pelo Autor.
Figura 5.5 – Formas de onda do conversor Forward no DCM: Tensão de saída (canal 1, 10V/div, 2µs/div);
corrente no interruptor SF1 (canal 2, 2A/div, 2µs/div) e corrente no interruptor SF3 (canal 3, 2A/div, 2µs/div).
Fonte: Coletadas pelo Autor.
92
A Figura 5.6 apresenta uma foto do protótipo do conversor proposto montado, do
qual foram coletados os dados experimentais para o conversor Forward.
Figura 5.6 – Protótipo do conversor Forward montado.
Fonte: Fotografada pelo Autor.
5.3 Comparação volumétrica
A comparação volumétrica dos componentes passivos é feita levando em conta
que o volume de um componente passivo, como um indutor ou capacitor, é proporcional à
máxima energia armazenada pelo mesmo. Sendo assim, deve-se determinar a máxima energia
armazenada nos componentes passivos de cada uma das topologias em análise.
5.3.1 Volumes para o conversor Boost
A energia armazenada pelo indutor principal Lb é dada por:
93
𝐸𝐿_𝐵 =𝐿𝑏 ∙ 𝐼𝐿𝑏𝑝𝑘
2
2=
5,94µ𝐻 ∙ (3,655𝐴)2
2= 3,97 ∙ 10−5𝐽 . (5.1)
A energia armazenada pelo capacitor de saída Cb é dada por:
𝐸𝐶_𝐵 =𝐶𝑏 ∙ 𝑉𝐶𝑏𝑝𝑘
2
2=
15,65µ𝐹 ∙ (12,06𝑉)2
2= 1,14 ∙ 10−3𝐽 . (5.2)
A energia armazenada pelo indutor do filtro de entrada LFil_b é dada por:
𝐸𝐿𝐹_𝐵 =𝐿𝐹𝑖𝑙_𝑏 ∙ 𝐼𝐿𝑏𝑝𝑘
2
2=
350𝑛𝐻 ∙ (3,655𝐴)2
2= 2,34 ∙ 10−6𝐽 . (5.3)
A energia total armazenada pelos capacitores do filtro de entrada CFil_b e CBl_b é
dada por:
𝐸𝐶𝐹_𝐵 =(𝐶𝐹𝑖𝑙_𝑏 + 𝐶𝐵𝑙_𝑏) ∙ 𝑉𝑔𝑏_𝑚𝑎𝑥
2
2=
(2µ𝐹 + 1µ𝐹) ∙ (8𝑉)2
2= 9,6 ∙ 10−5𝐽 . (5.4)
5.3.2 Volumes para o conversor Forward
A energia armazenada pelo indutor principal LF é dada por:
𝐸𝐿_𝐹 =𝐿𝐹 ∙ 𝐼𝐿𝐹𝑝𝑘
2
2=
8,4µ𝐻 ∙ (2,09𝐴)2
2= 1,83 ∙ 10−5𝐽 . (5.5)
A energia armazenada pelo capacitor de saída CF é dada por:
𝐸𝐶_𝐹 =𝐶𝐹 ∙ 𝑉𝐶𝐹𝑝𝑘
2
2=
1,88µ𝐹 ∙ (5,46𝑉)2
2= 2,8 ∙ 10−5𝐽 . (5.6)
A corrente média que passa pelos indutores de cada filtro é igual a corrente média
nos interruptores SF1, SF2, SF3, SF4. Logo:
𝐼𝐹𝑖𝑙_𝐹𝑚 = 𝑛𝐼𝐿𝐹𝑚_𝑚𝑎𝑥𝐷𝐹_𝑚𝑎𝑥 = 4,09 ∙ 1,67𝐴 ∙ 0,2 = 1,366𝐴 . (5.7)
A corrente máxima que passa pelos indutores dos filtros do conversor proposto é
então:
𝐼𝐹𝑖𝑙_𝐹𝑝𝑘 = 𝐼𝐹𝑖𝑙_𝐹𝑚 +0,1 ∙ 𝑃𝑂
2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛= 1,366𝐴 +
0,1 ∙ 20𝑊
2 ∙ 3,3𝑉= 1,67𝐴 . (5.8)
94
A energia total armazenada pelos indutores dos filtros de entrada LFil_F1 e LFil_F2 é
dada por:
𝐸𝐿𝐹_𝐹 =(2𝐿𝐹𝑖𝑙_𝐹) ∙ 𝐼𝐹𝑖𝑙_𝐹𝑝𝑘
2
2=
(430𝑛𝐻 + 430𝑛𝐻) ∙ (1,67𝐴)2
2= 1,2 ∙ 10−6𝐽 . (5.9)
A energia total armazenada pelos capacitores dos filtros de entrada CFil_F1, CBl_F1,
CFil_F2 e CBl_F2 é dada por:
𝐸𝐶𝐹𝐹=
(2𝐶𝐹𝑖𝑙𝐹+ 2𝐶𝐵𝑙𝐹
) ∙ 𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑎𝑥2
2=
=(2 ∙ 16,5µ𝐹 + 2 ∙ 9,9µ𝐹) ∙ (4𝑉)2
2= 4,22 ∙ 10−4𝐽 .
(5.10)
Para estimar-se o volume do transformador TR pode-se calcular o produto das
áreas do núcleo magnético do mesmo e compará-lo com o produto das áreas para o indutor
principal, e considerar a energia equivalente que representa o volume de TR é igual a razão
entre os produtos das áreas multiplicada pela energia calculada para o indutor principal. Esta
estimativa é apresentada na seguinte equação:
𝐸𝑇𝑅 =𝑃𝐴𝑇𝑅
𝑃𝐴𝐿𝐹∙ 𝐸𝐿_𝐹 . (5.11)
Para o cálculo dos produtos das áreas do indutor principal LF e do transformador
TR utiliza-se a teoria dada por McLyman (2004). São estes:
𝑃𝐴𝐿𝐹 =2 ∙ 𝐸𝐿_𝐹
𝐵𝑚 ∙ 𝐽𝐶 ∙ 𝐾𝑢 , (5.12)
𝑃𝐴𝑇𝑅 =2√2 ∙ 𝑃𝑂
𝐵𝑚 ∙ (2𝑓𝑆𝐹) ∙ 𝐽𝐶 ∙ 𝐾𝑓 ∙ 𝐾𝑢 ,
(5.13)
nas quais:
𝐵𝑚 é a máxima densidade de fluxo magnético;
𝐽𝐶 é a máxima densidade de corrente considerada para os fios das espiras;
𝐾𝑓 é um fator que depende da forma de onda de tensão aplicada no transformador;
𝐾𝑢 é um fator de determina a máxima ocupação da janela do núcleo magnético pelos
fios das espiras.
95
Os valores de 𝐵𝑚 e 𝐽𝐶 utilizados nas equações (5.12) e (5.13) podem variar
dependendo do material do núcleo magnético, porém, para fins de simplificação, os mesmos
foram considerados iguais em ambas as equações. O mesma consideração foi feita para 𝐾𝑢.
Substituindo as equações (5.12) e (5.13) na equação (5.11), obtem-se:
𝐸𝑇𝑅 =√2 ∙ 𝑃𝑇𝑅
2 ∙ 𝑓𝑆𝐹 ∙ 𝐾𝑓 . (5.14)
Segundo McLyman (2004), para formas de onda quadradas faz-se:
𝐾𝑓 = 4 . (5.15)
A potência processada pelo transformador TR é dada por:
𝑃𝑇𝑅 = (1 −2𝑉𝐺𝐹_𝑚𝑖𝑛
𝑉𝑂) ∙ 𝑃𝑂 = (1 −
2 ∙ 3,3𝑉
12𝑉) ∙ 20𝑊 = 9𝑊 . (5.16)
Substituindo todos os parâmetros na equação (5.14), tem-se:
𝐸𝑇𝑅 =√2 ∙ 𝑃𝑇𝑅
2 ∙ 𝑓𝑆𝐹 ∙ 𝐾𝑓=
√2 ∙ 9𝑊
2 ∙ 231,5𝑘𝐻𝑧 ∙ 4= 6,87 ∙ 10−6𝐽 . (5.17)
5.3.3 Síntese dos dados
A Tabela 5.1 apresenta um resumo dos valores obtidos para os componentes
passivos de ambos os conversores.
Tabela 5.1 – Componentes passivos (Boost x Forward).
Boost Forward
Indutância principal 𝐸𝐿_𝐵 = 3,97 ∙ 10−5𝐽 𝐸𝐿_𝐹 = 1,83 ∙ 10−5𝐽
Capacitância de saída 𝐸𝐶_𝐵 = 1,14 ∙ 10−3𝐽 𝐸𝐶_𝐹 = 2,8 ∙ 10−5𝐽
Indutância de filtro 𝐸𝐿𝐹_𝐵 = 2,34 ∙ 10−6𝐽 𝐸𝐿𝐹_𝐹 = 1,2 ∙ 10−6𝐽
Capacitâncias de filtro 𝐸𝐶𝐹_𝐵 = 9,6 ∙ 10−5𝐽 𝐸𝐶𝐹𝐹= 4,22 ∙ 10−4𝐽
Transformador - 𝐸𝑇𝑅 = 6,87 ∙ 10−6𝐽
Fonte: Elaborada pelo Autor.
A Figura 5.7 ilustra os valores normalizados do volume de componentes passivos
dos dois conversores, sem a adição dos filtros de entrada. A partir dela pode-se observar que o
conversor Forward apresenta uma grande redução no volume dos componentes passivos,
principalmente para o volume capacitivo. Assim sendo, levando-se em conta que as
densidades de potência capacitiva e indutiva não são iguais e variam de material para
96
material, pode-se concluir que o volume total do conversor proposto seria, no pior caso, igual
a 63% do volume do conversor Boost.
A Figura 5.8 mostra os volumes normalizados dos componentes passivos de
ambas as topologias, levando em conta o volume dos filtros de entrada projetados.
Figura 5.7 – Volumes normalizados de componentes passivos sem os filtros de entrada.
Fonte: Elaborada pelo Autor.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Boost Forward
Volumes normalizados (sem filtros)
Indutivo Capacitivo
97
Figura 5.8 – Volumes normalizados dos componentes passivos com os filtros de entrada.
Fonte: Elaborada pelo Autor.
A partir da Figura 5.8, pode-se observar que a adição dos filtros de entrada eleva
significativamente o volume capacitivo relativo do conversor Forward, porém este ainda
continua menor que o volume indutivo estimado. Tal aumento, acarreta uma elevação do
volume total do conversor Forward em relação ao conversor Boost, principalmente se o
material utilizado na contrução dos capacitores apresentar uma baixa densidade de potência.
No entanto, a estimativa mais conservadora para o volume passivo do conversor Forward
continua sendo de 63% do volume passivo projetado para o conversor Boost.
5.4 Considerações Finais
Neste capítulo foram expostas as curvas de eficiência obtidas para ambos os
conversores, que apresentavam comportamente bastante próximo.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Boost Forward
Volumes normalizados (com filtros)
Indutivo Capacitivo
98
Foram apresentados os cálculos para determinar o volume dos componentes
passivos de ambas as topologias e apresentou-se a comparação entre os dois conversores.
A partir da comparação foi possível observar que o conversor Forward proposto
apresentou uma redução substancial no volume do componentes passivos, mesmo após a
adição dos filtros de entrada. A redução em volume indutivo dada pelo conversor Forward foi
de aproximadamente 37% em relação ao volume indutivo do conversor Boost, enquanto a
redução do volume capacitivo foi de aproximadamente 64%.
99
6 CONCLUSÃO
Neste trabalho foi apresentada a análise do volume de componentes passivos de
um conversor Forward de duas entradas. Foram feitos os cálculos de projeto tanto para o
conversor Forward proposto, como para um conversor Boost a ser utilizado como referência
de comparação.
A partir do protótipo de ambos os conversores obteve-se as frequência de
comutação em que os mesmos trabalhavam com eficiências similares.
No capítulo 2 obteve-se os valores teóricos de todos os componentes do conversor
Boost, bem como projetou-se um compensador PID para a a sua malha de controle de tensão
de saída. O mesmo foi feito para o conversor Forward no capítulo 3.
No capítulo 4, fez-se a análise teórica dos filtros de entrada de ambas as
topologias, e obteve-se valores para os componentes dos filtros de modo que as especificações
de entrada de ambos os conversores fossem idênticas.
Deste modo, a comparação foi feita a partir de dois conversores, que embora
operando com frequências e topologias diferentes, atendiam as mesmas especificações de
entrada e saída, também tendo eficiências similares.
Além disso, pelos resultados obtidos para eficiência é possível observar as
desvantagens descritas para a topologia proposta são mitigadas, pois a mesma obteve a
mesma eficiência de processamento de energia do conversor Boost, apesar de ter um numero
mais elevado de componentes ativos.
Este resultado é consequência direta do arranjo da topologia proposta, pois uma
fração da potência que é transmitida diretamente para a saída é processada com 100% de
eficiência, e como o conversor Forward não precisa processar toda a potência de saída, suas
perdas globais são bem menores em relação as do conversor Boost.
Esta vantagem na eficiência será tão melhor, quanto mais próximos forem os
valores das tensões de entrada e saída do conversor em questão, e é nesses casos que se torna
mais vantajoso adotar-se este arranjo.
A redução no volume dos componentes passivos do conversor Forward em
relação ao Boost foi substancial, possibilitando uma redução total de até 37% do seu volume
total, o que é bastante interessante para circuitos de potência integrados em aparelhos
portáteis, onde o espaço ocupado pelo estágio de potência é sempre um fator preocupante.
100
Para trabalhos futuros, sugere-se o projeto de uma malha de controle de corrente
para o conversor Forward, que possa controlar de forma independente as corrente em cada
uma de suas duas entradas, o que tornaria possível fazer o balanceamento nas cargas das
células de íon-lítio da entrada se esta fosse integrada com um sistema de monitoramento de
estado da carga (SoC).
101
REFERÊNCIAS
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