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2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES JOANA DARC PEREIRA DA SILVA NATAL-RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

JOANA DARC PEREIRA DA SILVA

NATAL-RN

2016

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JOANA DARC PEREIRA DA SILVA

ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Artigo Científico apresentado ao Curso

de Pedagogia, na modalidade a distância,

do Centro de Educação, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial para obtenção do título

de Licenciatura em Pedagogia, sob a

orientação da professora Dra. Carina

Pessoa Santos

NATAL-RN

2016

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ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Por

JOANA DARC PEREIRA DA SILVA

Artigo Científico apresentado ao Curso

de Pedagogia, na modalidade à distância,

do Centro de Educação, da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial para obtenção do título

de Licenciatura em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Dra Carina Pessoa Santos (Orientadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________________

Dra. Simone Patrícia da Silva

Faculdade Joaquim Nabuco

______________________________________________________

Ms. Ivoneide Mendes da Silva

Universidade Federal Rural de Pernambuco

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RESUMO:

Este trabalho tem por objetivo “ Enfocar a importância da alfabetização na idade certa

dos alunos dos três primeiros anos do ensino fundamental, ou seja até os oito anos de

idade.Realizado bibliográfica, descritiva e teoricamente baseado em artigos publicados por

grandes autores como; Luiz Carlos Cagliari, (2009), Gomes( 2013), Soares (2010),

Marques (2009), PCNS (2001).Trazendo contribuições relativas a alfabetização na

idade certa,tendo em vista que a realidade tem revelado grandes preocupações no

âmbito da nossa educação brasileira. Diante disto nesta pesquisa, ver-se posto à

educação um grande desafio na história da educação da contemporaneidade, que é o de

garantir a alfabetização plena dos alunos nos anos iniciais. Em suma, a educação possui

um papel fundamental nesse processo de desenvolvimento, sendo considerada a mola

propulsora para as transformações do nosso país.constatamos que, apesar das

contribuições desses grandes autores, e de outros que também nos trazem grandes

contribuições pertinentes a alfabetização na idade certa, ainda assim nos deparamos com

problemas de alfabetização em nossa educação. Detectamos que o processo de

alfabetização, ou seja “alfabetizar” é muito complexo principalmente no que concerne a

inserção da criança na cultura letrada com garantia do avanço dos processos sócios

educacionais, políticos e culturais, e com igualdade de direitos para a promoção efetiva

dos discentes, de maneira que os torne capazes de enfrentar os desafios da sociedade

que se encontra em constante transformação. Vimos que, a alfabetização plena parece

um tanto quanto distante das reflexões que culminam os princípios indissociáveis,

ficando aquém da compreensão e promoção do ideal almejado por todos os que fazem

parte da educação. Enfatizamos também, neste trabalho, a importância da formação

continuada dos professores alfabetizadores,principalmente os que estão nos autos do

Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade certa – PNAIC, política atual que vem se

destacando no processo de ensino e aprendizagem, na luta contra o fracasso escolar das

crianças dos anos iniciais .Damos ênfases ao ensino qualitativo em que as crianças

estejam plenamente alfabetizadas até o 3º ano do ensino fundamental, pois, se, as

crianças ao saírem do terceiro ano escolar, se não estiverem plenamente alfabetizadas,

não conseguirão acompanhar seu ciclo de alfabetização/formação.Em decorrência disto,

a formação continuada dos professores alfabetizadores é explicitamente essencial pois,

sem ela,estes,por sua vez, não conseguirão obter êxito frente ao grande desafio da

educação que é a plena alfabetização na idade certa.Levaremos para a vida tanto

pessoal, acadêmica quanto profissional o que aprendemos nesta pesquisa e buscaremos

futuras pesquisas para nos aprofundar mais sobre o tema em foco para que assim,

possamos desenvolver um trabalho com sentido e significado.

PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização na idade certa, Educação, PNAIC, formação

continuada.

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ABSTRACT:

This work aims to "focus the importance of literacy in the right age of the students of the first

three years of elementary school, ie until the eight years of literature age. Accomplished,

descriptive and theoretically based on articles published by major authors such as; Luiz Carlos

Cagliari (2009), Gomes (2013), Soares (2010), Marques (2009), PCNS (2001). Bringing

contributions for literacy at the right age, given that reality has revealed major concerns within

the our Brazilian education. Given this this research, see if put to education a major challenge in

the history of contemporary education, which is to ensure full literacy of students in the early

years. In short, education has a key role in this development process, and is considered the

driving force for the transformation of our país.constatamos that despite the contributions of

these great authors, and others who bring us great relevant contributions to literacy in age some

still faced with literacy problems in our education. We detected that the literacy process, that is

"literate" is very complex especially regarding the child's insertion into the literary culture

guaranteed the advancement of educational partners processes, political and cultural rights, and

equal rights for the effective promotion of students so as to make it capable of facing the

challenges of society that is constantly changing. We have seen that full literacy seems

somewhat distant reflections that culminate the inseparable principles, falling short of the

understanding and promotion of the desired ideal for all those who are part of education. It is

emphasized in this paper, the importance of continuing training of literacy teachers, especially

those in the records of the National Pact for Literacy at the right age - PNAIC, current policy

that has been highlighted in the process of teaching and learning in the fight against failure

school children in the early years. We emphasis to qualitative education in which children are

fully literate to the 3rd grade of elementary school, because if the children when they leave the

third school year, if not fully literate, they cannot track your cycle of literacy / formation .In

result, the continued training of literacy teachers is explicitly critical because, without it, these,

in turn, will be unable to succeed against the challenge of education is full literacy in

certa.Levaremos age for life both personal, academic and professional what we have learned in

this study and future research will seek to delve more on the subject in focus so that we can

develop a work with meaning and significance.

KEYWORDS: Literacy at the right age, education, PNAIC, continuing education.

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ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA: Desafios e Possibilidades

1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

Quando se propõe a trabalhar com crianças nos anos iniciais de formação, deve-

se ter como princípio conhecer seus interesses e necessidades. Isso implica em saber

primordialmente quem são conhecer sua cultura e família, fase de desenvolvimento em

que se encontram, além de considerar o tempo que permanecem no âmbito escolar.

Diante disso, pode se compreender quais são suas reais possibilidades de alcançar a

alfabetização plena até os oito anos de idade, ou seja, até o 3º ano do ensino

fundamental.

Ressaltamos aqui que, para as crianças, a escola é o passo inicial de entrada para

uma vida social mais ampla, em que necessariamente irão aprender a conhecer, aprender

a fazer aprender a conviver e aprender a ser, sendo estes considerados os quatro pilares

essenciais da educação que segundo documento da UNESCO publicado por DELORS

(2010, p. 31) define-os:

Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral,

suficientemente ampla, com a possibilidade de estudar, em

profundidade, um número reduzido de assuntos, ou seja: aprender a

aprender, para beneficiar-se das oportunidades oferecidas pela

educação ao longo da vida.

Aprender a fazer, a fim de adquirir não só uma qualificação

profissional, mas, de uma maneira mais abrangente, a competência

que torna a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar

em equipe. Além disso, aprender a fazer no âmbito das diversas

experiências sociais ou de trabalho, oferecidas aos jovens e

adolescentes, seja espontaneamente na seqüência do contexto local ou

nacional, seja formalmente, graças ao desenvolvimento do ensino

alternado com o trabalho.

Aprender a conviver, desenvolvendo a compreensão do outro e

a percepção das interdependências – realizar projetos comuns e

preparar-se para gerenciar conflitos – no respeito pelos valores do

pluralismo, da compreensão mútua e da paz.

Aprender a ser, para desenvolver, o melhor possível, a

personalidade e estar em condições de agir com uma capacidade cada

vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal.

Com essa finalidade, a educação deve levar em consideração todas as

potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido

estético, capacidades físicas, aptidão para comunicar-se.

Sabemos, ainda, que se há uma função primordial da educação, obviamente ela

passa pela formação de cidadãos leitores e escritores, visto que esses são dois elementos

indispensáveis na formação discente. Estes, por sua vez, se deparam com diferentes

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situações comunicativas de porte oral e escrito. Nessa perspectiva, o desafio às

propostas de alfabetização na idade certa, é desenvolver um trabalho pautado na

apropriação do sistema de escrita alfabético (SEA), que permita a inserção nas praticas

sociais, não só do sistema de escrita, mas também de leitura, considerando que estes são

elementos indissociáveis da alfabetização.

O trabalho está estruturado da seguinte forma: na primeira parte estão as

considerações iniciais, na qual discorremos sobre a importância da alfabetização na

idade certa; suas possibilidades e desafios, tema central desta pesquisa. Diante disto,

buscamos aqui nesta pesquisa, enfocar a importância da alfabetização na idade certa

dos alunos dos três primeiros anos do ensino fundamental e/ou até os oito anos de

idade/ 3º ano. Dando ênfase as contribuições da prática pedagógica dos professores

alfabetizadores na alfabetização dos alunos em consonância com os direitos de

aprendizagens em seus ciclos de alfabetização.

Desse pressuposto, O trabalho com “Alfabetização na idade certa” objetiva

investigar as ações que são desenvolvidas em prol da plena alfabetização dos alunos nos

ciclos de alfabetização do 1º ao 3º ano. Tendo em vista que a educação é a mola

propulsora para essa formação, reconhecemos que muitos estudos são realizados na

busca dos direitos de aprendizagem que são objetivados aos alunos em seus ciclos de

Alfabetização, sendo que até o final do 3º ano do ensino fundamental, deverão estar

plenamente alfabetizados, sendo estes capazes de exercer sua cidadania com capacidade

de intervir, criticamente e positivamente, demonstrando suas potencialidades como

elementos de auto-realização.

Na segunda parte estão as bases que fundamentaram teoricamente a metodologia

e perspectiva norteadoras do trabalho. Na terceira parte, está o desenvolvimento no qual

deferimos em três tópicos que consideramos de fundamental importância que são: 1.

Educação na idade certa, 2. Histórico das políticas de alfabetização no Brasil.3.

Desafios à educação na idade certa. Na quarta parte, deixamos nossas considerações

finais, o resultado atingido nessa pesquisa, pelo qual nos objetivou realizá-la. Bem

como as limitações que apareceram em torno de sua construção. Portanto, trata-se de

um estudo/pesquisa bibliográfica, descritiva e teórica cujo assunto será tratado de

acordo com pesquisas realizadas em artigos publicados de grandes autores, tais como:

Gomes (2013),Cagliari ( 2009), Soares ( 2010), Delors (1999), PCNS ( 2001), Marques

(2009) e outros em que buscaremos nos aprofundar ampliando nossos conhecimentos

em conteúdos publicados por profissionais que dão ênfase ao estudo em foco

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2.ABORDAGEM TEORICO- METODOLÓGICA:

Para o discorrer de nossas reflexões, tomamos como referenciais teóricos os

Parâmetros Curriculares Nacionais -, PCNs (BRASIL2001, p. 29), corroborando que

“mesmo os alunos que completam os oito anos do ensino fundamental, muitos deles

acabam sem os conhecimentos necessários a sua formação, aprenderam pouco e o

pouco que aprenderam não facilita sua inserção e atuação perante a sociedade em que

vivem”. Para tanto, o processo de ensino e aprendizagem até os oito anos de idade/3º

ano necessariamente deverá estar mais pautado em garantir os direitos de aprendizagem

dos educandos, para que assim, possam exercer sua autonomia na sociedade sentindo-se

parte integrante desta.

Ainda com base nas reflexões dos PCNs (BRASIL, 2001, p. 54), lê-se: “Mas

garantir experiências de sucesso não significa omitir nem disfarçar o fracasso; ao

contrário, significa conseguir realizar a tarefa a que se propôs. Relacionar-se, portanto,

com propostas e intervenções pedagógicas adequadas”. Nesse sentido, discussões acerca

da alfabetização na idade certa mostram-se fundamentais na prática e formação de

pedagogos.

Outros pensadores que muito contribuíram para o exercício reflexivo da

alfabetização na idade certa neste trabalho; O autor, Luiz Carlos Cagliari (2009), que

trata do processo de alfabetização e a consciência do professor em relação à

alfabetização plena dos alunos, a compreensão e a função indispensável a quem se

dedica, corroborando a cerca dos processos lingüísticos da alfabetização e sua

importância, bem como; as questões que levam o aluno a evasão escolar. Segundo o

autor, “É preciso que os professores que atuam nas escolas procurem aprofundar seus

conhecimentos teóricos, desenvolvam o hábito de refletir sobre seu trabalho, deixem de

ser menos aplicadores de pacotes educacionais e sejam de fato educadores, agentes

transformadores e facilitadores da aquisição de conhecimento por parte do educando.

(P.11). Deixando claro que a autonomia do professor faz-se necessária no

desenvolvimento da alfabetização plena dos alunos.

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Soares (2010) defendendo que a alfabetização até os oito anos de idade não é só

desejada, porém possível desde que, os diretos da criança em relação a alfabetização

sejam garantidos em seus ciclos de alfabetização, demonstrando sua indignação frente a

escolas que de certa forma produzem os chamados “ analfabetos funcionais”. A autora

afirma que; “ É relativamente freqüente no Brasil que jovens terminem o Ensino

Fundamental, após nove anos de estudo, com nível precário não só de letramento, mas

até mesmo de alfabetização, o que é uma injustiça social e um desrespeito com o

estudante, com sua família e com a própria sociedade. Ainda respalda; A escola não

tem o direito de produzir esses analfabetos funcionais. ( P. 36), refletir a postura da

autora nos deixa um tanto quanto apreensivos visto que como professores devemos estar

sempre em constante formação para que possamos ir a busca de soluções pertinentes a

alfabetização na idade certa.

Gomes (2013) relatando que a alfabetização na idade certa deve ser garantida já

no inicio do ensino fundamental, e que o Pacto Nacional pela Alfabetização na idade

certa veio para dar o ponto de partida nesse processo de desenvolvimento. Segundo a

autora “ A alfabetização precária de crianças é apontada por vários especialistas como

uma das questões cruciais a serem enfrentadas para melhorar a qualidade da educação.”

( p.4)Os autores acima dão ênfase a alfabetização na idade certa bem como a formação

continuada dos professores alfabetizadores como dois elementos de fundamental

importância no âmbito educacional.

3. EDUCAÇÃO NA IDADE CERTA

É urgente garantir que as crianças tenham o direito de se alfabetizar na idade

certa. Notoriamente, a alfabetização plena não depende apenas do aumento do tempo de

permanência da criança na escola; mas principalmente da eficiência desse tempo no

asseguramento do pleno desenvolvimento dos discentes, tanto em seus aspectos

cognitivos e intelectuais, quanto no que diz respeito a fatores físicos e psicológicos.

Refletir sobre alfabetização na idade certa, seus desafios e suas possibilidades, é

fundamental, tendo em vista que esse é o momento de repensar o processo de ensino e

aprendizagem, nesses três primeiros anos do ensino fundamental. Tal conceito se

fundamenta na importância de os alunos, até oito e/ou nove anos de idade, estarem

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plenamente alfabetizados, sendo capazes de ler, escrever, interpretar, compreender e

fazer o uso social desses saberes, para que tenham maiores condições de atuar como

cidadãos competentes em suas relações sociais, em um tempo-espaço que vai além dos

muros da escola. Nesse sentido, poderão fazer o uso desses saberes nas diferentes áreas

do conhecimento. Conforme Cagliari (2009, p. 06),

O processo de alfabetização inclui muitos fatores, e, quanto mais

ciente estiver o professor de como se dá o processo de aquisição de

conhecimento [...] mais condições terá esse professor de encaminhar

de forma agradável e produtiva o processo de aprendizagem, sem os

sofrimentos habituais.

Compreendemos que o aluno, no processo de educação formal, se depara com o

desafio de uma formação pautada no exercício pleno da cidadania e na autonomia, no

sentido de aprender para transformar a realidade, tornando-se sujeito de sua própria

aprendizagem/formação. Mas,para que isso aconteça, é relevante que a comunidade

escolar em geral - ou seja, educador, diretor, supervisor, orientador e demais atores que

fazem parte do corpo da escola- se sensibilizem diante das especificidades, dos limites e

dos saberes prévios das crianças. Logo, é necessário que estejam atentos às

possibilidades de aprendizagem que os discentes possuem, para que realmente o ensino

perpasse e seja absorvido em tempo hábil, levando em conta o aprender para

transformar e o educar para a vida.

Primordialmente, não se pode falar em alfabetização sem discorrer um pouco

sobre letramento. Nesse sentido, questiona-se: alfabetizar na perspectiva do letramento;

será que isso realmente acontece? Os professores que atuam nos anos iniciais, do 1º ao

3º ano,trabalham nessa perspectiva? É fato que a alfabetização é um assunto bastante

discutido nos últimos anos e, diante disso, temos observado que, apesar das políticas

implantadas até o momento, as dificuldades em relação à aprendizagem/alfabetização

no tempo apropriado estão sempre presentes.

Nesse sentido, alfabetizar na perspectiva do letramento consiste em incluir uma

dimensão de inserção e integração da criança nas práticas de leitura e escrita. Garantir

que as crianças consigam fazer o uso real da leitura e da escrita em seu cotidiano, nas

diferentes situações políticas e sociais. Não basta que o aluno domine tão somente a

tecnologia da escrita. Além de dominar o Sistema de Escrita Alfabético (SEA), é

primordial que tenha contato com a diversidade de gêneros e situações de leituras

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diversas, como também, com a produção de textos que ampliem a possibilidade de

construir seu próprio texto, como fonte de autoconhecimento.

Em suma, o grande desafio do professor é desenvolver práticas pedagógicas que

favoreçam a formação do discente, permitindo que este possa reconhecer o uso da

leitura e da escrita em práticas sociais e que seja possível a sua formação leitora e

escritora com competência. A discussão sobre alfabetização e letramento aqui

apresentada está em consonância com as concepções defendidas pelo documento de

orientações oficiais, produzido pelo MEC, que organiza a nova estrutura do Ensino

Fundamental, intitulado: Ensino Fundamental de : orientações para inclusão(BRASIL,

2007) que afirma:

[...] É preciso ainda que haja, de forma criteriosa, com base em

estudos, debates e entendimentos, a reorganização das propostas

pedagógicas das secretarias de educação e dos projetos pedagógicos

das escolas, de modo que assegurem o pleno desenvolvimento das

crianças em seus aspectos físico, psicológico, intelectual, social e

cognitivo, tendo em vista alcançar os objetivos do ensino

fundamental, sem restringir a aprendizagem das crianças tanto de seis

anos de idade à exclusividade de alfabetização da alfabetização no

primeiro ano do ensino fundamental de nove anos, mas sim ampliando

as possibilidades de aprendizagens (p. 9).

Nesse sentido, a escola precisa ser um ambiente comprometido com a

alfabetização do discente e deve ir à busca de respostas que ampliem o seu

relacionamento com o mundo e sua interação com o outro, possibilitando o

desenvolvimento de habilidades comunicativas nos primeiros anos do ensino

fundamental, por meio de um trabalho interdisciplinar em um universo rico de

possibilidades. Inserir a criança na cultura letrada significa focar na criança, sem perder

o compromisso com a sua inserção sociocultural. Logo, faz-se necessário estar aberto

para o novo, introduzir, aprofundar e consolidar o ensino de maneira significativa e

qualitativa, garantindo os direitos de aprendizagem necessários à sua alfabetização.

Portanto, é função da escola formar cidadãos leitores e escritores competentes,

direcionando a eles o contato com textos orais e escritos em diversas situações de

comunicação. O desafio é desenvolver um trabalho pautado na formação do aluno, de

maneira que a meta a eles direcionada esteja embasada na garantia dos direitos de

aprendizagem, apropriação do Sistema de Escrita Alfabético (SEA) e inserção nas

práticas sociais de leitura e escrita.

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De certa forma, muitos professores, diversas vezes, oscilam e esquecem o foco

da alfabetização, que é o aluno, trazendo consigo contradições em relação ao ensino.

Pensar nesse foco como ponto de partida obviamente requer, primeiramente, conhecer a

criança, sua cultura, diferenças, seus interesses, facilidades, dificuldades, seu grupo

familiar e social e seu convívio dentro da escola, no sentido de ter a sensibilidade para

observar e intervir, construindo respostas para questionamentos e abrindo caminho para

novas questões. Nesse contexto, seria o professor protagonista dessa formação

continuada, nesse período dos três anos de ensino e alfabetização prolongada,

garantindo o direito do aluno de aprender, enfatizando diversas áreas de conhecimento.

Logo, o letramento e a alfabetização demonstram ser imprescindíveis nos anos

inicias, devendo ser tomados como diretrizes das reorganizações curriculares e

constando na formação continuada de professores alfabetizadores e, até mesmo, nas

provinhas Brasil, avaliações que são realizadas no início do segundo ano e no final do

ano letivo para avaliar o rendimento escolar dos discentes.

Trata-se de um exame com aspecto quantitativo e qualitativo, envolvendo as

habilidades de língua portuguesa, que se utiliza de leituras a serem realizadas pelos

alunos para responder questões; e linguagem matemática, com questões de nível

cognitivo, raciocínio lógico já na Avaliação Nacional da Alfabetização – ANA. Além

dessas questões, a Provinha inclui uma produção textual. A ANA é realizada nas escolas

públicas com as turmas do 3º ano do ensino fundamental que fazem parte do Programa

Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa- PNAIC. ANA foi incorporada ao

Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) pela portaria de nº 482, de 7 de

junho de 2013, como fonte de Avaliação do processo de ensino e aprendizagem da

educação básica do nosso país, para assim contribuir com a melhoria da qualidade do

ensino, como também subsidiar a formulação e reformulação e monitoramento das

políticas voltadas a este nível de ensino.

Na procura de oferecer dados e indicadores para possibilitar maior compreensão

dos fatores que influenciam o desempenho dos discentes, a ANA tem como objetivo

explícito avaliar os níveis de alfabetização e letramento em língua portuguesa e

alfabetização matemática, segundo folheto do INEP- Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Anísio Teixeira.

O objetivo da educação, nesse processo, é o de inserir a criança de forma

qualitativa na cultura letrada, com acesso ao mundo da escrita, sem desconsiderar a sua

cultura de origem, como também, na organização escolar, garantindo a sua alfabetização

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plena em cada um dos componentes curriculares, contribuindo para o ensino e

aprendizado, incluindo os conhecimentos matemáticos nos três primeiros anos do

ensino fundamental. Para tanto, o Conselho Nacional de Educação, em sua resolução de

nº 7, de 14 de dezembro de 2010, (Art.§ 30, 1º) “estipulou o tempo escolar

correspondente a três anos; e os denominou de “anos da alfabetização” deixando claro

que, necessariamente, os três anos iniciais do (EF) são considerados como um bloco

pedagógico ou um ciclo seqüencial, pautado na ampliação, a todos os alunos, das

oportunidades de sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas,

imprescindíveis para o prosseguimento dos estudos.

No entanto, se assim for; se aos 8 anos as crianças estiverem plenamente

alfabetizadas, não chegarão a ter problemas de fracasso escolar quando ingressarem nos

anos conseguintes, assim nos corrobora Soares (2010,p. 36), “ A meta de que aos 8 anos

cada criança esteja plenamente alfabetizadas é não só desejável, mas inteiramente

possível” Partindo desse pressuposto, acreditamos que basta tão somente que as

orientações a elas repassadas estejam em conformidade com o ensino e aprendizado da

alfabetização na idade certa. Eis ai a questão: porque será que apesar de as políticas

apresentarem grandes possibilidades de alfabetização, apesar dos desafios, o índice de

desenvolvimento escolar em nosso país continua apresentando resultados

insatisfatórios?

Segundo os Parâmetros curriculares Nacionais – PCNs (BRASIL,

2001):“Mesmo os alunos que completam os oito anos do ensino fundamental, muitos

deles acabam sem os conhecimentos necessários a sua formação, aprenderam pouco e o

pouco que aprenderam não facilita a sua inserção e atuação perante a sociedade” (p.29) .

Isso se deve aos direitos de aprendizagem que não foram garantidos no seu ciclo de

alfabetização, e para que esses direitos estejam plenamente garantidos é necessário que

o professor alfabetizador faça uso desses direitos em seu planejamento diante dos

desafios a qual as crianças se deparam dia a dia em seu cotidiano e no ambiente escolar.

Assim, estará contribuindo tanto em sua formação continuada quanto no processo de

ensino e aprendizado do discente, pois é sabido que a alfabetização é uma das maiores

prioridades nacionais no contexto atual e que, nesse processo, o professor que atua nos

anos iniciais do Ensino Fundamental precisa ter clareza de como ensinar em função da

aprendizagem do aluno.

Em suma, é necessário ter clareza da concepção de alfabetização e letramento

presente nos documentos presentes nos documentos presentes nos documentos presentes

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nos documentos presentes nos documentos presentes nos documentos presentes nos

documentos presentes nos documentos nacionais/educacionais para que esta esteja

presente em sua prática. Assim, defendemos que é o momento de darmos um salto

qualitativo na educação de nosso país. Essa temática nos leva à reflexão de que

alfabetizar na perspectiva do letramento na idade apropriada não é uma tarefa fácil,

embora muito tenha sido feito nas últimas décadas em prol da reversão desse quadro de

baixo desempenho dos alunos do ensino fundamental do 1º ao 3º ano.

O desafio da alfabetização brasileira não é de hoje, já vem de muito tempo atrás.

É sabido que esse é um problema que tem perpassado gerações e que ainda há um longo

caminho a ser percorrido nessa busca incessante pela alfabetização na idade certa dos

alunos de nosso país. E essa busca só será concluída quando, de certa forma, for

realizado um trabalho eficaz e com seriedade, pautado em um ensino qualitativo que

perpasse essas barreiras.

3.1. HISTÓRICO DAS POLITICAS DE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL

Temos vivenciado, em nosso país, a dura realidade de nos deparar com crianças

que terminam o ciclo de alfabetização, ou seja, o 3º ano do ensino fundamental, sem

estar plenamente alfabetizadas.

Segundo o parecer do CNE/CEB Nº 11/ 2010 (BRASIL, 2010) – a Lei nº

11.274, de 6 de fevereiro de 2006, altera a redação da LDB, dispondo sobre a duração

de 9 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6

(seis) anos de idade, e concedendo aos sistemas de ensino o prazo de até 2009 para que

procedam às devidas adequações, de modo que, a partir de 2010, esse Ensino

Fundamental de 9(nove) anos seja assegurado a todos

Desse modo, encontra-se implantado, em nosso país, o ensino fundamental de 9

(nove) anos que,desde então,tem recebido um olhar mais significativo em prol da

alfabetização plena na idade certa. Em decorrência disso, muitas medidas vêm sendo

tomadas, em relação às políticas educacionais, no intuito de reorganizar as propostas de

ensino e aprendizagem destinadas a essa vasta faixa de escolarização. Partindo desse

princípio, a educação tem constituído uma luta incessante pelo direito de uma

alfabetização mais qualitativa, no que concerne ao ensino fundamental, tendo-o como

foco principal. Muitas mudanças vêm ocorrendo nos últimos anos com expectativas de

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melhoria na qualidade de ensino de nosso país. Segundo as Diretrizes Curriculares

Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos (BRASIL,2010, p. 103):

[...] Sua organização e seu funcionamento têm sido objeto de

mudanças que se refletem nas expectativas de melhoria de sua

qualidade e de ampliação de sua abrangência, consubstanciadas em

novas leis, normas, sistemas de financiamento, sistemas de avaliação e

monitoramento, programas de formação e aperfeiçoamento de

professores e, o mais importante, em preocupações cada vez mais

acentuadas quanto à necessidade de um currículo e de novos projetos

político-pedagógicos que sejam capazes de dar conta dos grandes

desafios educacionais da contemporaneidade. Entre as mudanças,

mais sistemas de financiamento, sistemas de avaliação e

monitoramento, programas de formação e aperfeiçoamento de

professores e, o mais importante, em preocupações cada vez mais

acentuadas quanto à necessidade de um currículo e de novos projetos

político-pedagógicos que sejam capazes de dar conta dos grandes

desafios educacionais da contemporaneidade.

São essas ações que estão dando ênfase ao ensino fundamental, com o objetivo

de, até o 3º ano, as crianças estarem plenamente alfabetizadas. A educação tem dado um

salto mais significativo em função deste objetivo maior, que é a alfabetização na idade

certa, com a implantação do Pacto nacional pela alfabetização na Idade Certa- PNAIC

política educacional atual.

O pacto é um programa a nível nacional que foi instituído pelo Ministério da

Educação por meio da Portaria de nº 867, de 4 de julho de 2012. No final deste mesmo

ano, o governo enviou ao Congresso Nacional a Medida Provisória nº 586, de 8 de

novembro de 2012, que dispõe sobre o apoio técnico e financeiro da União aos entes

federados no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Trata-se de

um acordo formal assumido pelo governo federal, estadual, municipal, e outras

entidades para que, no máximo até os oito anos, as crianças estejam plenamente

alfabetizadas. Esse, por sua vez, busca contribuir tanto na formação continuada do

professor alfabetizador auxiliando-o com formações concernentes ao programa, quanto

aos alunos, em seu processo de alfabetização.

Em relação ao professor, o MEC tem disponibilizado um conjunto de ações,

materiais, e referências que segundo Brasil (2012. p. 5) afirma que; as ações do pacto

apoiam-se em quatro eixos norteadores de atuação:

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1. Formação continuada presencial para os professores alfabetizadores e seus

orientadores de estudo;

2. Materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico, e tecnologias

educacionais;

3. Avaliações sistemáticas;

4. Gestão, controle social e mobilização.

Essas ações são para dar apoio para a qualificação do ensino, e para que, assim,

possam estar aptos a garantir a alfabetização plena dos alunos, relativa aos ciclos de

alfabetização nas diferentes áreas de conhecimentos; linguagens e códigos, ciências da

natureza e matemática, e ciências humanas, dando suporte e acesso à diversidade de

gênero que, segundo, BRASIL (2012) circulam em diferentes esferas sociais,

favorecendo o ingresso das crianças no mundo da escrita e na cultura letrada. Ainda

indagamos: porque será que apesar de muitas formações no intuito de um ensino mais

qualificado que dê ênfase à alfabetização na idade certa os problemas com a

alfabetização ainda assim repercutem na história da educação brasileira? Soares (2010

p.38) é de opinião que;

Talvez, o ideal fosse que tivéssemos professores formados

especialmente para alfabetizar e desenvolver o letramento — o que se

tem revelado praticamente impossível no sistema atual, em que se

forma para as séries iniciais do Ensino Fundamental, o professor

pluralista, que tem de dominar e ser capaz de ensinar conhecimentos e

habilidades das mais diversas áreas: matemática, história, geografia,

ciências... e alfabetizar.

Essencialmente, o compromisso do PNAIC- Pacto Nacional Pela Alfabetização

na Idade Certa, está intrinsecamente voltado para a alfabetização e letramento face à

exigência desde o momento de sua adesão. Segundo Gomes (2013), O PNAIC prevê a

adesão dos estados e municípios, cujo compromisso central está voltado para:

I – a alfabetização em língua portuguesa e em matemática;

II – a realização de avaliações anuais e universais, instituto nacional de estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), para concluintes do 3º ano do ensino

fundamental. Já mencionada no tópico 2.1 acima.

III - o apoio gerencial dos estados aos municípios que tenham aderido às ações do pacto.

18

O foco dessa perspectiva é a alfabetização plena na idade certa, o porquê não se

chega ao objetivo tão almejado por todos que fazem parte da educação brasileira. Isso

implica em uma série de reflexões realizadas por muitos pesquisadores até o momento

atual. Nessa perspectiva, os estudos teóricos estão sendo embasados em grandes

pensadores da atualidade como Soares ( 2010), Gomes(2013), Cagliari(2009) dentre

outros citados aqui neste trabalho, na busca de respostas que surgem ao longo deste.

Afirmamos que é preciso refletir a educação de nosso país, que ações são

necessárias frente a esse problema da alfabetização? O pacto nos deixa cinco princípios

centrais que orientam a proposta:

1. Currículo inclusivo, que defende os direitos de aprendizagem de todas as crianças,

fortalecendo as identidades sociais e individuais;

2. Integração entre os componentes curriculares;

3. Foco na organização do trabalho pedagógico;

4. Seleção e discussão de temáticas fundantes em cada área de conhecimento;

5. Ênfase na alfabetização e letramento das crianças.

A proposta do programa é riquíssima e até onde foi pesquisado, vimos a vasta

gama de possibilidades de alfabetização, no que concerne ao professor, que tem toda

uma formação pautada nos direitos de aprendizagem dos alunos, apesar dos desafios.

Mas o professor da atualidade tem que estar preparado para enfrentar os desafios que

estão por vir nessa luta em prol da alfabetização plena nos anos iniciais.

Notadamente, o processo de alfabetização é continuo e a avaliação realizada pelo

professor é diagnóstica, baseada nas competências dos alunos, com possibilidades para

que o professor elabore e reelabore seu planejamento, de acordo com os resultados que

apresentaram, atendendo às necessidades obtidas pela turma individualmente, pois

sabemos que cada aluno possui suas especificidades, pelas quais precisam de atenção.

Não é fácil atender a todos os alunos do ciclo de alfabetização, pois isso implica em um

grande desafio: provocar, confrontar e levá-lo a refletir sua autonomia. Isso é feito com

em leitura, oralidade, produção de textos, sistema de escrita alfabético (SEA) e

entendimentos acerca de suas produções, interpretando-as.

Nesse sentido, a alfabetização constitui-se em um desafio real em que se

caracteriza uma perspectiva interdisciplinar, articulada, centralmente, em: leitura,

19

escrita, fala e escuta. Isto é, assumem centralidade porque são atividades relevantes nas

quais os conhecimentos emergem em diferentes campos do saber e as crianças precisam

sentir-se ativas mediando e mobilizando interações sociais.

Segundo Soares (2010, p.35), “Uma pessoa está amplamente inserida em

sociedades letradas quando não só sabe ler e escrever, mas sabe fazer uso adequado e

bem sucedido da leitura e da escrita”. Logo, não basta apenas ler e escrever, é preciso

fazer o uso adequado desses dois elementos de alfabetização. Ainda nas palavras de

Soares (2010), ressalvo “A solução eficiente é, pois, alfabetizar na idade certa. Daí a

importância de os gestores públicos investirem vigorosamente na qualidade do ensino

nos primeiros anos do ciclo de alfabetização, de modo que, aos 8 anos, todas as crianças

estejam plenamente alfabetizadas (p.37) ”.

Desse modo, alfabetizar é uma tarefa complexa, que exige um olhar mais

atencioso, é um desafio que inclui inserir a criança na cultura letrada, “alfabetizar na

perspectiva de letramento” de inserção nas práticas sociais e culturais. É preciso,

portanto, recriar as metodologias de ensino, com objetivo de o mais cedo possível,

alfabetizar, de forma mais eficaz; dando continuidade, aprofundando e ampliando esse

debate tão rico e necessário que é a alfabetização plena de nossas crianças na idade certa.

Em resumo, vimos que o pacto tem possibilitado essa vasta priorização de

socialização da cultura, da construção e transformação de conhecimentos e valores.

Bem como; “ o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como princípios

básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo(BRASIL, 2010).

3.2. DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NA IDADE CERTA

Explicitamente, o desafio da educação é a alfabetização na idade certa. A

alfabetização tem sido o foco principal em debates, nos programas de TV, em projetos

educacionais, e agora é o ponto central das políticas públicas atuais. Em outras palavras,

essa temática tem causado grandes preocupações e, por isso, é o maior desafio já

encontrado pela educação, ou seja, é o desafio da atualidade.

Afirma o parecer CNE/CEB nº 7/ 2010 (BRASIL, 2010, p. 16) que; “isso inclui

em inserir a criança na cultura letrada articulados as políticas sociais e o acesso a

inclusão social e digital”.Partindo desse pressuposto, sabemos que a tecnologia é fator

altamente responsável pelo desenvolvimento em todos os segmentos e principalmente

20

na educação, em que se inclui não só os alunos, mas os próprios profissionais da nossa

educação. Precisamos estar aptos às novas tecnologias, tendo em vista que os meios de

comunicação vêm se multiplicando a cada dia, e que a comunicação e a informação

estão girando em nosso meio, tornando-se uma ferramenta indispensável e fundamental

no processo de capacitação e formação docente, sendo também um desafio, tanto para

os alunos quanto para os professores.

Assim, torna-se imprescindível tratar do desafio da educação nessa pesquisa,

uma vez que o Pacto nacional Pela Alfabetização na idade certa, em consonância com

os municípios, estados e entidades federadas, assumiu o desafio de realizar um pacto em

prol da alfabetização nos anos inicias da educação, deixando claro que os profissionais

que estiverem atuando nos anos iniciais devem buscar garantir os direitos de

aprendizagem disponíveis aos alunos nas diversas áreas do conhecimento.

Esses aspectos são discutidos conforme o manual de formação continuada do

professor alfabetizador (BRASIL, 2013), que nos afirma:

A entrada aos seis anos no ensino fundamental tem sido um desafio

para os educadores que precisam definir mais claramente o que se

espera da escola nos anos inicias de escolarização. E que também

provocou os gestores a explicitarem, de modo mais objetivo, as

estratégias para melhorar a qualidade da aprendizagem dos discentes

e, conseqüentemente, a qualidade do ensino (p. 06).

Gomes ( 2013 p. 4),em seu trabalho sobre alfabetização na idade certa, em busca

da garantia da aprendizagem no inicio do ensino fundamental corrobora que; “ trata-se

de evolução bem vinda, cuja trajetória, espera-se que seja mantida. Contudo, continua

sendo inaceitável que a sociedade brasileira conviva com uma realidade em que muito

mais que um terço dos seus estudantes apresenta um rendimento insuficiente nos anos

iniciais de sua vida.”

Em outras palavras, o Pacto Nacional Pela Alfabetização na idade certa tem

dado um salto qualitativo na alfabetização dos alunos dos anos iniciais, nesses últimos

anos de atuação, causando um grande impacto positivo diante dos profissionais da

educação, na medida em que dá ênfase à formação continuada dos professores

alfabetizadores, porque sem ela o ensino não se realiza de forma positiva, podendo

deixar de lado a alfabetização plena dos alunos. Desta forma, nas palavras de Cagliari

(2009): “essas condições são necessárias se se quiser entender porque nossas escolas são

como são e, sobretudo porque a alfabetização é um problema tão sério na educação (p.

21

8)”. Logo, precisamos repensar nosso ensino, refletir acerca dos problemas da

alfabetização frente a esse grande desafio do pleno desenvolvimento da alfabetização na

idade certa.

Desenvolver as habilidades de leitura e escrita de nossos alunos, bem como

inseri-lo nas práticas sociais faz-se necessário, visto que a alfabetização é, sem sombra

de dúvidas, o momento mais que importante na vida do ser humano. Se a escola não

desenvolver um ensino pautado na escrita e na fala de forma adequada, o aluno

encontrará problemas sérios para lidar com a leitura.

A leitura, segundo Cagliari (2009), é nada mais do que a realização do objetivo

de quem escreve. O autor relata que o fato de a escola, em geral, não saber fazer de seus

alunos bons leitores, traz conseqüências gravíssimas para o futuro e que estes terão

dificuldades enorme em continuar na escola, contexto onde a leitura se faz necessária a

todo instante. Estes, por sua vez, serão fortes candidatos à evasão escolar.

Logo, as crianças precisam ser alfabetizadas na idade certa. Porque, quando

chegarem no 4º ano do ensino fundamental,vão se deparar com avaliações quantitativas

e qualitativas, e precisarão demonstrar suas competências nas diversas áreas do

conhecimento. Terão que produzir e, em diversas instâncias, manter contato com

diversos gêneros textuais. Portanto, se a criança não tiver o pleno domínio da leitura e

do Sistema de Escrita Alfabético (SEA), será candidata à evasão escolar.

Primeiramente, por causa da vergonha de não saber ler, segundo, porque não

acompanha os demais alunos, e por fim esse aluno não terá condições de fazer uma

avaliação.

Segundo Cagliari (2009), a falta de visão de muitos, associada à ausência de

conhecimentos lingüísticos, tem levado a se atribuir o fracasso escolar ora ao aluno ora

ao professor. O autor ainda acrescenta:

Uma das causas desse fracasso é a incompetência técnica. o corre que

quem orienta a educação (escolas de formação, secretarias de

Educação, autores de livros didáticos, professores...) não sabe ensinar

devidamente , porque desconhece muitos aspectos básicos da fala e da

escrita e da leitura. Evidentemente não basta a formação técnica

lingüística para se ter automaticamente um procedimento didático.

Mas o fato é que sem, o conhecimento competente da realidade

lingüística compreendida no processo de alfabetização, é impossível

qualquer didática, metodologia ou solução de outra ordem(p.6).

22

Portanto, é necessário um olhar mais significativo para a alfabetização na idade

certa, pois a educação é ainda a mola mestra para o desenvolvimento desse processo.

Refletir criticamente e positivamente sobre o tema tão controverso das últimas décadas

e o porquê desse fracasso na alfabetização dos alunos de nosso país.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante desse trabalho e ciente de que os problemas relativos a alfabetização na

idade certa era um problema não só de nível municipal, mais também de nível

nacional, em que compreende a insatisfação com relação à alfabetização na idade certa,

e uma vez que optamos por dar um destaque especial ao tema em foco, presente neste

trabalho, resolvemos realizar um trabalho mais amplo tendo como objetivo principal,

“Enfocar a importância da alfabetização na idade certa dos alunos dos três primeiros

anos do ensino fundamental ou seja, até os oito anos de idade. Este trabalho levou-nos

a reflexão e embasado em Cagliari (2009) afirmo que:

“É preciso dizer que não basta “reformar” os professores de alfabetização; é

preciso, antes de tudo, reformar os órgãos encarregados da educação neste país” P. 162

Ou seja, refletindo a partir deste pressuposto, vimos que não basta somente a

reflexão dos profissionais da educação, é preciso que os órgãos encarregados da

educação chegue junto na busca desse objetivo maior que é a “alfabetização na idade

certa”, que tem sido o grande desafio educacional nacional, somente assim, os

problemas relativos à educação poderão ser extintos do meio educacional. Pois, segundo

os fins dessa pesquisa e autores citados aqui, tudo gira em torno de só objetivo que é,

portanto, o repensar a educação de nosso país e fazer acontecer.

Chegar a essa conclusão não foi difícil, difícil foi ver a dura realidade que

enfrentamos no meio educacional em relação à alfabetização na idade certa em meio à

construção desse trabalho. Trabalhar para construir uma sociedade com igualdade é

dever de todos, a alfabetização na idade certa é hoje um dos principais pilares da

educação, visto que as crianças tem direito de exercer com competência na sociedade,

sendo capaz de enfrentar os desafios que estão por vir. Nosso objetivo, ou seja, o

objetivo da educação como um todo tem que está pautado numa educação de qualidade

com direitos de aprendizagem iguais em que a criança até o final do 3º ano possa sem

exceção ser plenamente alfabetizadas, lendo, escrevendo, produzindo, interpretando e

23

tendo conhecimentos de cálculos matemáticos sabendo, dividir , multiplicar , somar e

subtrair.

4. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança

de seis anos/organização Brasília: Ministério da educação, Secretaria de educação

Básica, 2007

______. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: formação continuada do

professor alfabetizador: caderno de apresentação/ Ministério da Educação, secretaria

de Educação Básica, diretoria de apoio à Gestão Educacional. —Brasília: MEC, SEB,

2012.

DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Brasília: UNESCO, 2010

______. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Ministério

da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação

Integral.Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.

CAGLIARI, Luiz Carlos Alfabetização &lingüística/ Luiz Carlos Cagliari. São Paulo:

Scipcione, 2009. (coleção pensamento e ação na sala de aula)

GOMES, Ana Valeska Amaral. Alfabetização na idade certa: garantir a aprendizagem

no início do ensino fundamental. Brasília: Câmara dos deputados, 2013. Disponível em:

http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/estnottec/areas-da-

conle/tema11/cp13004.pdf.

MARQUES, Cláudio de Albuquerque; AGUIAR,Rui Rodrigues; CAMPOS, Márcia

Oliveira Cavalcante. Programa alfabetização na idade certa: concepções, primeiros

resultados e perspectivas. Est. Aval. Educ. , v. 20. n. 43, 2009.

SOARES, Magda Becker. Por uma alfabetização até os oito anos de idade. De olho nas

metas – meta 2. Todos pela educação, 2010, p. 35-38. Disponível em:

http://www.todospelaeducacao.org.br/arquivos/biblioteca/artigo_alfabetizacao.pdf.