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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA ROSANE CAROLINE DE PAULA PREVALÊNCIA DO CÂNCER ORAL EM IDOSOS NO BRASIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA NATAL 2015

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

    DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

    GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

    ROSANE CAROLINE DE PAULA

    PREVALÊNCIA DO CÂNCER ORAL EM IDOSOS NO BRASIL: UMA

    REVISÃO SISTEMÁTICA

    NATAL

    2015

  • Rosane Caroline de Paula

    PREVALÊNCIA DO CÂNCER ORAL EM IDOSOS NO BRASIL: UMA REVISÃO

    SISTEMÁTICA

    Trabalho de Conclusão de Curso

    apresentado ao curso de odontologia da

    Universidade Federal do Rio Grande do

    Norte, para o título de Cirurgião

    Dentista.

    Orientador: Prof. Dr. Antonio De Lisboa

    Lopes Costa

    Natal

    2015

  • Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia

    Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.

    Paula, Rosane Caroline de.

    Prevalência do câncer oral em idosos no brasil: uma revisão sistemática / Rosane

    Caroline de Paula. – Natal, RN, 2015.

    24 f.

    Orientador: Prof. Dr. Antonio De Lisboa Lopes Costa.

    Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio

    Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia.

    1. Câncer bucal – Monografia. 2. Prevalência – Monografia. 3. Idosos –

    Monografia. 4. Brasil – Monografia. 5. Neoplasias bucais – Monografia. I. Costa,

    Antonio De Lisboa Lopes. II. Título.

    RN/UF/BSO Black D65

  • ROSANE CAROLINE DE PAULA

    PREVALÊNCIA DO CÂNCER ORAL EM IDOSOS: UMA REVISÃO

    SISTEMÁTICA

    Trabalho de conclusão de curso

    apresentado ao Curso de odontologia da

    Universidade Federal do Rio Grande do

    Norte.

    Aprovado em ---/---/-----

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Dr. Antonio de Lisboa Lopes Costa

    Orientador

    UFRN

    Profa. Dra. Lelia Maria Guedes Queiroz

    Membro

    UFRN

    Profa. Dra. Roseana de Almeida Freitas

    Membro

    UFRN

  • Dedico esse trabalho aos meus pais José

    Nilton Menezes de Paula e Rosana Carla

    Martins de Paula que jamais deixaram de

    incentivar, pelo apoio e compreensão nas

    horas em que estive ausente, pelas

    palavras de carinho e confiança

    depositada que me fizeram prosseguir

    até aqui. A eles declaro meu amor

    eterno, e todo o meu esforço a eles

    dedico.

  • AGRADECIMENTO

    Primeiramente a Deus, por ter concedido a chance de poder estar aqui, dando

    todas as condições e a força para sempre prosseguir em meus sonhos. Aos meus pais

    pela educação e pelo carinho sempre dispensado, incansáveis em sua nobre função

    sempre ensinando os valores indispensáveis a formação do meu caráter, meu eterno

    amor e gratidão. Ao meu esposo por sua paciência, pelo carinho, pelo incentivo e

    cuidado sempre presente, juntamente com nossa linda filha a qual me deu forças a

    continuar. Ao meu orientador Antonio de Lisboa Lopes Costa, pelo suporte no pouco

    tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos. E a todos que direta ou

    indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigada.

  • "Para começar algo, pare de falar e comece

    a fazer. Se podemos sonhar, também

    podemos tornar nossos sonhos realidade".

    (Walt Disney)

  • SUMÁRIO

    IDENTIFICAÇÃO............................................................................................................7

    INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 8

    METODOLOGIA ........................................................................................................... 10

    RESULTADOS .............................................................................................................. 11

    DISCUSSÃO .................................................................................................................. 12

    CONCLUSÃO ................................................................................................................ 15

    REFERÊNCIAS..............................................................................................................16

    ANEXOS.........................................................................................................................18

  • 7

    RESUMO

    O câncer bucal, no Brasil, ainda apresenta altos níveis de incidência e mortalidade, com

    diferentes características da doença nas diversas faixas etárias que são afetadas pela

    doença. Objetivo: Abordar a prevalência das neoplasias bucais em idosos no Brasil

    através de uma revisão sistemática da literatura, destacando as principais neoplasias, os

    sítios anatômicos prevalentes, o estadiamento da lesão e o tipo de tratamento das

    neoplasias bucais malignas. Material e Métodos: Foram utilizadas como fontes de

    pesquisa: artigos coletados das seguintes bases de dados eletrônicas: PubMed,

    MEDLINE , LILACS e Scopus, nos idiomas Inglês e Português, no período de 2005 até

    2015. Além de duas referências obtidas nos sites do Instituto Nacional de Câncer e o

    Cancer Incidence, Mortality and Prevalence Worldwide. IARC Cancer Base. O critério

    de inclusão definido foi artigos que relatam a prevalência do câncer oral em idosos no

    Brasil. O critério de exclusão definido foi artigos que relatavam aspectos relacionados a

    faixa etária menor que sessenta anos e que abordassem doenças que não fossem

    neoplasias. As estratégias de busca foram realizadas utilizando os seguintes descritores

    de assunto: “câncer bucal”, “prevalência”, “idosos”, “Brasil”, “Mouth Neoplasms”,

    “Prevalence”; “Aged” e “Brazil”. Resultados: Sendo utilizadas um total de 8

    referências, nas quais foram verificadas que a prevalência do câncer bucal em idosos é

    maior no sexo masculino e as neoplasias mais frequentes são o carcinoma espinocelular,

    seguido do carcinoma verrucoso oral, carcinoma adenoide cístico e o carcinoma de

    células acinares. Conclusão: Conclui-se, portanto, que a prevalência do câncer oral em

    idosos no Brasil é um problema de saúde crescente e a identificação dos fatores de risco

    aos quais estão submetidos os pacientes poderá viabilizar estratégias para a

    implementação de programas de prevenção para esta doença.

    Descritores: Câncer Bucal; Prevalência; Idosos, Brasil.

    ABSTRACT

    The oral cancer in Brazil remains high incidence and mortality, with different

    characteristics of the disease in different age groups that are affected by the disease.

    Objective: To approach the prevalence of oral cancer in the elderly in Brazil through a

    systematic review of the literature, highlighting the major cancers, the prevalent

  • 8

    anatomical sites, the staging of the lesion and the type of treatment of neoplasms.

    Methodology: Were used as research sources: articles collected the following electronic

    databases: PubMed, MEDLINE, LILACS, Scopus, in English and Portuguese, in the

    period 2005 to 2015. In addition to two references obtained on the website of the

    National Cancer Institute and Cancer Incidence , Mortality and Prevalence Worldwide.

    IARC Cancer Base. The defined inclusion criteria were articles reporting the prevalence

    of oral cancer in the elderly in Brazil. The exclusion criterion was defined articles that

    reported aspects related to lower age than sixty years and that addressed diseases that

    were not cancer. The search strategies were performed using the following subject

    descriptors: "oral cancer", "prevalence", "aged", "Brazil", "Mouth Neoplasms",

    "Prevalence"; "Aged" and "Brazil". Result: Being used a total of eight references, in

    which were found that the prevalence of oral cancer in the elderly is higher in males and

    the most frequent cancers are squamous cell carcinoma, followed by verrucous oral

    carcinoma, adenoid cystic carcinoma and acinar cell carcinoma. Conclusion: The

    prevalence of oral cancer in the elderly in Brazil is an issue of growing health and the

    identification of risk factors to which they are subjected patients may enable strategies

    for implementing prevention programs for this disease.

    Descriptors: Mouth Neoplasm; Prevalence; Aged; Brazil.

    INTRODUÇÃO

    A mortalidade por doenças crônico-degenerativas mostra uma ascensão

    progressiva, destacando-se as neoplasias malignas, que correspondem à segunda causa

    de morte no Brasil se excluídas as causas externas. O câncer é uma dessas doenças

    crônico-degenerativas que afeta a vida do individuo negativamente no que concerne aos

    fatores biopsicossociais. Câncer de cabeça e pescoço é um termo coletivo definido por

    bases anatômico-topográficas para descrever tumores malignos do trato aerodigestivo

    superior. Esta região anatômica inclui a cavidade oral, faringe e laringe. Um subgrupo

    maior dos carcinomas de cabeça e pescoço é referido como “câncer oral” surgindo nas

    mucosas da boca (lábios, base da língua, língua, assoalho bucal e palato duro) e faringe

    (compreende a orofaringe, a hipofaringe e a nasofaringe). Cerca de 40% dos cânceres de

    cabeça e pescoço ocorrem na cavidade oral, 15% na faringe, 25% na laringe e o restante

    nos demais sítios remanescentes (glândulas salivares, tireóide) (1) (2).

  • 9

    O câncer no Brasil é considerado, pelo Instituto Nacional de Câncer (INCa), um

    problema de saúde pública por ser uma das localizações que apresentam elevadas taxas

    de incidência e mortalidade na população. O carcinoma de células escamosas ou

    espinocelular consiste na neoplasia maligna mais comum da cavidade oral,

    representando 90% a 96% dos cânceres bucais, sendo constituído pela proliferação

    atípica de células espinhosas e podendo surgir em qualquer sítio da mucosa. A sua

    incidência varia de acordo com idade, sexo, hábitos, ocupação, grupos étnicos e

    localização geográfica. Embora possa ocorrer em qualquer parte da cavidade oral, certas

    áreas são mais freqüentemente afetadas do que outras, como lábio inferior, língua e

    assoalho bucal. O carcinoma de células escamosas oral é reconhecidamente a neoplasia

    que atinge preferencialmente os pacientes do sexo masculino e a faixa etária entre 60 e

    70 anos (3).

    Os fatores de risco conhecidos mais importantes para estas neoplasias são o

    tabagismo e o consumo de álcool, que apresentam efeitos sinérgicos no

    desenvolvimento do tumor. Outros fatores como irritação crônica mecânica (prótese

    dentária mal-adaptada, fraturas e ausência de elementos dentários) ou química (uso de

    enxaguatórios bucais), além da má higiene oral, também têm sido relatados como

    possíveis fatores de risco para o câncer de boca. (3)

    Segundo estatística do Instituto Nacional de Câncer, a incidência de câncer de

    boca ocupa o 5º lugar na população masculina e o 8º entre a feminina. Anualmente,

    estima-se que 127,459 mortes são causadas por câncer de cavidade oral em todo o

    mundo, as taxas de mortalidade nos países variam de acordo com as regiões do mundo e

    as regiões do próprio país. (4)

    A incidência do câncer bucal no Brasil representa 2% de todos os cânceres,

    sendo uma das mais altas do mundo e de importante expressividade na América Latina.

    A taxa de mortalidade é estimada em aproximadamente 12.300 mortes por ano, e a

    sobrevida é de apenas 40 a 50% para pacientes diagnosticados. Evidências

    epidemiológicas mostram que a incidência do câncer de cabeça e pescoço aumenta com

    a idade. Este tipo de tumor é raro em pacientes jovens. Embora essa neoplasia atinja

    preferencialmente os pacientes do sexo masculino, nos últimos anos houve um aumento

  • 10

    notável na incidência entre mulheres, o que deve refletir a mudança nos hábitos

    tabagistas e etilistas. (2)

    O tipo histológico mais freqüente é o carcinoma espinocelular, presente em mais

    de 90% dos casos de câncer bucal diagnosticados. Esta doença é responsável por uma

    grande incidência de óbitos no Brasil constituindo a sexta causa de morte por câncer.

    No Brasil, o câncer de boca representa o quinto tipo de câncer em incidência entre os

    homens e o sétimo entre as mulheres. Atualmente, estimam-se, para o Brasil, no ano de

    2014, 11.280 casos novos de câncer da cavidade oral em homens e 4.010 em mulheres.

    Tais valores correspondem a um risco estimado de 11,54 casos novos a cada 100 mil

    homens e 3,92 a cada 100 mil mulheres (5) (6)

    A maioria dos pacientes com câncer de boca só é diagnosticada em estágio

    avançado, talvez porque no estágio inicial a lesão maligna se apresente assintomática e

    com uma aparência inofensiva, não sendo valorizada pelo indivíduo e nem pelo

    profissional de saúde, sugerindo ainda uma deficiência no acesso e na qualidade dos

    serviços de saúde que são oferecidos a população. (3)

    O tratamento e o prognóstico do câncer bucal estão significativamente

    vinculados ao estágio clínico da doença, sendo que as lesões iniciais apresentam alto

    índice de sobrevida e cura. (6)

    O trabalho em questão tem como objetivo abordar a prevalência das neoplasias

    bucais através de uma revisão sistemática da literatura, destacando as principais

    neoplasias, os sítios anatômicos prevalentes, o estadiamento da lesão e o tipo de

    tratamento das neoplasias.

    METODOLOGIA

    O trabalho caracteriza-se como uma revisão sistemática da literatura, utilizando,

    como fontes de pesquisa, artigos coletados das seguintes bases de dados eletrônicas:

    PubMed, MEDLINE , LILACS e Scopus. Foram utilizados artigos nos idiomas Inglês e

    Português. Os estudos pesquisados corresponderam ao período de 2005 até 2015. Além

    disso, também foi utilizado como instrumento de pesquisa o site do Instituto Nacional

    de Câncer e o Cancer Incidence, Mortality and Prevalence Worldwide. IARC Cancer

  • 11

    Base. O critério de inclusão definido foi artigos que relatam a prevalência do câncer oral

    em idosos no Brasil. O critério de exclusão definido foi artigos que relatavam aspectos

    relacionados a faixa etária menor que sessenta anos e que abordassem doenças que não

    fossem neoplasias. As estratégias de busca foram realizadas utilizando os seguintes

    descritores de assunto: “câncer bucal”, “prevalência”, “idosos”, “Brasil”, “Mouth

    Neoplasms”, “Prevalence”; “Aged” e “Brazil”.

    RESULTADOS

    Na base de dados PubMed, foram encontrados 6 artigos, porém apenas 1 se

    enquadravam nos critérios de inclusão estabelecidos no trabalho. No LILACS, foram

    encontrados 2 artigos, sendo utilizados para esse trabalho 1 dos que foram encontrados.

    Na base de dados MEDLINE, foram encontrados 4 artigos, dos quais 1 foi selecionado

    como referência do trabalho, já que se encaixavam dentro da metodologia proposta. Na

    base de dados Scopus foram encontrados 23 artigos, porém apenas 3 se enquadravam

    nos critérios de inclusão. A baixa quantidade de estudos selecionados se da pelo fato de

    que os encontrados no método de pesquisa envolviam uma faixa etária abaixo de 60

    anos, não sendo aptos para a inclusão na revisão.

    No total, foram utilizadas 6 referências, das quais haviam 2 referências extraídas

    de sites (Instituto Nacional do Câncer e Cancer Incidence, Mortality and Prevalence

    Worldwide. IARC Cancer Base) e os 6 artigos científicos encontrados nas 4 bases de

    dados eletrônicas determinadas.

    Foi verificado que em 3 estudos (50%) relatou-se a prevalência do câncer no

    sexo masculino foi maior que no sexo feminino, devido ao fato de que certos hábitos

    masculinos provavelmente relacionados à etiologia da doença são relatados com maior

    intensidade. Em 5 estudos (83,3%) foram analisados as manifestações neoplásicas mais

    recorrente em idosos o carcinoma espinocelular, seguido do carcinoma verrucoso oral,

    carcinoma adenoide cístico e o carcinoma de células acinares.

    Em relação à localização do tumor, a língua foi o sítio anatômico mais

    prevalente, seguido por outras estruturas da mucosa bucal, incluindo o lábio inferior, o

  • 12

    palato duro, e a gengiva. Quanto às neoplasias de glândulas salivares acometeram mais

    frequentemente as glândulas salivares maiores, especialmente a glândula parótida. Em

    relação ao estadiamento das lesões, a maioria dos tumores foram classificados como

    estádio clínico inicial (I-II). O tratamento mais realizado foram a radioterapia, seguido

    pela cirurgia, pois são os tratamentos indicados para os estágios inicias.

    DISCUSSÃO

    No contexto mundial, bem como no Brasil, a proporção de câncer de boca vem

    aumentando a cada ano. Por apresentarem elevadas taxas de incidência e mortalidade,

    atualmente o câncer de boca vem sendo considerado um problema de saúde pública. (3)

    O câncer é uma falha no processo de controle da multiplicação celular e existe

    indicação que a evolução da doença pode variar segundo características clínicas ou

    patológicas. Assim, podemos constatar a existência da possibilidade de que a evolução

    dos indivíduos que desenvolvem câncer em idade mais avançada seja diferente dos que

    são acometidos pela doença quando mais jovens. (3)

    O grande número de casos em condições avançadas pode ter várias justificativas:

    as dificuldades de acesso aos serviços de saúde médico e odontológico; o medo por

    parte dos pacientes de descobrir que é portador de câncer e por conta disso, a protelação

    na busca por serviços; as dificuldades de diagnóstico das lesões por parte dos cirurgiões

    dentistas e dos médicos; a ausência de campanhas de esclarecimento eficientes capazes

    de sensibilizar a população, e os serviços de atenção básica e especializada para a

    doença em estágio inicial. (3)

    A literatura mostra uma frequência elevada de câncer de cabeça e pescoço em

    estágio avançado. Um estudo realizado no Brasil, país em desenvolvimento, revela

    diferenças estatisticamente significantes dessas características quando comparadas

    àquelas de pacientes provenientes de instituições de países desenvolvidos. (2)

    O carcinoma espinocelular foi o tipo histológico mais representativo é uma

    neoplasia maligna que se origina no epitélio de revestimento, sendo considerada a

    neoplasia maligna mais comum na região oral. Contudo, o carcinoma oral verrucoso é

  • 13

    uma variante rara de carcinoma das células escamosas com uma morfologia

    característica e comportamento específico. O tumor ocorre com frequência em cavidade

    oral e laringe, mas a sua etiopatogenia permanece incerta. Clinicamente, um dos os

    aspectos intrigantes deste tumor maligno é o seu crescimento lento e aspecto de couve-

    flor que pode tornar-se localmente agressiva se não tratada. (3) (5) (7)

    A etiologia desses carcinomas não estão completamente estabelecidas, mas foi

    sugerido que os fatores de risco, tais como a utilização do tabaco e do álcool, incluindo

    a atividade viral oportunista associada com o papilomavírus humano, pode desempenhar

    um papel importante na sua patogênese. Nos estudos analisados a maioria dos pacientes

    idosos são tabagistas e etilistas o que reforça a associação entre o consumo de álcool e

    fumo para o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço. Vários estudos têm

    mostrado uma relação consistente desses fatores de risco com o câncer na cavidade oral

    e a história positiva de tabaco e álcool nos estudos analisados estavam presentes em

    uma grande parcela dos pacientes diagnosticados com os carcinomas espinocelular e o

    verrucoso oral. (2) (7)

    Embora os carcinomas sejam frequentemente curáveis em fase inicial, essas

    neoplasias podem se tornar agressivas localmente se não tratados, e podem invadir o

    músculo, osso, glândula salivar, e cartilagem. O que não foi observado nas amostras

    analisadas nos estudos pois elas estavam livres de invasões nos tecidos adjacentes. (7)

    As neoplasias de tecido glandular salivar alterado é capaz de produzir expressões

    histopatológicas tão diversificadas, que causa grandes dificuldades para uma

    classificação universalmente aceita pelos estudiosos do assunto e, por vezes para o

    diagnóstico de algumas neoplasias. Constatou-se nos resultados deste trabalho que as

    neoplasias malignas nesse tecido raramente ocorreram nas primeiras décadas de vida,

    contudo foram diagnosticadas com maior intensidade na sexta década de vida. Dentre as

    neoplasias malignas das glândulas salivares o carcinoma adenóide cístico foi a lesão

    mais encontrada. (8)

    Em relação ao gênero é evidenciado uma maior incidência de neoplasia de

    cabeça e pescoço no sexo masculino. Particularmente em países em desenvolvimento,

    os homens são mais afetados que as mulheres, embora, nos últimos anos, tenha havido

  • 14

    um aumento notável na incidência entre mulheres, que deve ser resultante da mudança

    nos hábitos tabagistas e etilistas. Existe uma tendência à diminuição da diferença

    registrada na ocorrência do câncer de boca entre os dois sexos, principalmente devido

    ao fato de que certos hábitos masculinos provavelmente relacionados à etiologia da

    doença tenham sido adotados pelas mulheres, o que pode justificar, pelo menos em

    parte, uma crescente prevalência no gênero feminino, fato que foi observado no estudo

    de Cristina M et al 2009 o qual mostra que na faixa etária de 60 a 70 anos o carcinoma

    espinocelular foi mais prevalente no sexo feminino do que no masculino. (2) (6)

    Existem basicamente três modalidades de tratamento para as neoplasias

    malignas bucais: cirurgia, radioterapia, e quimioterapia A cirurgia aberta e a

    radioterapia externa são estratégias fundamentais no tratamento de carcinomas. Foi

    constatado nos estudos selecionados o predomínio da associação de radioterapia e

    cirurgia e também da utilização de somente radioterapia para o tratamento. (3,2)

    As neoplasias malignas em idosos caracterizam-se pela agressividade local e

    pelo alto índice de ocorrência de tumores secundários com uma alta taxa de

    mortalidade. Populações em alto risco deveriam ser alvos de programas educacionais e

    de rastreamento. Portanto, o estabelecimento destes programas e destas medidas pode

    atenuar o resultado em pacientes com câncer oral e diminuir os riscos de

    desenvolvimento de tumores secundários. (2)

  • 15

    CONCLUSÃO

    Em suma, no geral, os dados encontrados nos estudos nos leva a considerar que

    são poucas as diferenças evidenciadas já que encontram-se de acordo com as

    observadas em várias outras regiões do mundo. Conclui-se, portanto, que a prevalência

    do câncer oral em idosos no Brasil é um problema de saúde crescente o qual necessita

    de um maior estudo voltado para essa faixa etária já que existem poucos estudos

    abordando as neoplasias bucais nessa faixa etária, para que a identificação dos fatores

    de risco aos quais estão submetidos esses pacientes poderá viabilizar estratégias para a

    implementação de programas de prevenção para esta doença.

  • 16

    REFERÊNCIAS

    1. Döbróssy L. Epidemiology of head and neck cancer: Magnitude of the problem.

    Cancer Metastasis Rev. 2005;24:9–17.

    2. Alvarenga LDM, Ruiz MT, Pavarino-Bertelli EC, Ruback MJC, Maniglia JV,

    Goloni-Bertollo M. Epidemiologic evaluation of head and neck patients in a

    university hospital of Northwestern São Paulo State. Braz J Otorhinolaryngol.

    2008;74(1):68–73.

    3. Cristina M, Cangussu T. Câncer bucal: amostra populacional do estado de

    Alagoas em hospital de referência. Braz J Otorhinolaryngol. 2009;75(4):524–9.

    4. Ferlay J, Soerjomataram I, Ervik M, Dikshit R, Eser S, Mathers C, et al.

    GLOBOCAN 2012 v1.0, Cancer Incidence and Mortality Worldwide: IARC

    CancerBase. No. 11

    5. INCA. Estimativa Incidência de câncer no Brasil. Estimativa | 2014 Incidência de

    Câncer no Brasil. 2014. 124 p. Acessado em Outubro/2015.

    6. A implementação do Programa Saúde da Família em municípios do Estado de

    Mato Grosso , Brasil Family Health Program implementation in municipalities in

    Mato Grosso State , Brazil. Program. 2008;24(4):862–70.

    7. Oliveira DT, de Moraes RV, Fiamengui Filho JF, Fanton Neto J, Landman G,

    Kowalski LP. Oral verrucous carcinoma: a retrospective study in São Paulo

    Region, Brazil. Clin Oral Investig. 2006;10(3):205–9.

    8. Lima SS, Freitas RDA. Perfil epidemiológico das neoplasias de glândulas

  • 17

    salivares: análise de 245 casos. Rev Bras Otorrinolaringologia. 2005;71(3):335–

    40.

  • 18

    ANEXOS – NORMAS DA REVISTA ONDE O ARTIGO SERÁ PUBLICADO

    Escopo e política

    A política editorial da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia é voltada para a

    divulgação de trabalhos científicos de grande interesse da especialidade e de suas áreas

    de atuação, procurando privilegiar os trabalhos originais (sobretudo os ensaios clínicos

    e os estudos experimentais) e para dar vazão às pesquisas feitas no âmbito dos cursos de

    pós-graduação da área, obedecendo a ordem de submissão dos manuscritos. Relatos de

    caso que sejam de forte impacto para o conhecimento científico, bem como artigos de

    revisão também têm seus espaços. Além disso, cada fascículo contém um editorial que

    procura discutir temas de interesse científico, acadêmico ou profissional da

    especialidade.

    Todos os trabalhos submetidos são avaliados por dois ou mais revisores

    otorrinolaringologistas de reconhecida atividade científica em instituições públicas ou

    privadas ligadas ao ensino da otorrinolaringologia em programas de pós-graduação.

    A revista é dirigida a um público basicamente de otorrinolaringologistas de todo

    o mundo, visto que possui uma versão em inglês indexada, mas também aos

    profissionais de atividades correlatas (fonoaudiólogos, odontólogos, cirurgiões de

    cabeça e pescoço, cirurgiões plásticos, pediatras entre outros).

    A Revista Brasileira de Otorrinolaringologia apóia as políticas para registro de

    ensaios clínicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do International Committee

    of Medical Journal Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para

    o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso

    aberto. Sendo assim, somente são aceitos para publicação os artigos de pesquisas

    clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de

    Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos

    endereços estão disponíveis no site do ICMJE. O número de identificação deve ser

    registrado ao final do resumo.

    Forma e preparação de manuscritos

    Extensão e apresentação

  • 19

    O artigo completo não deve exceder 25 laudas de papel tamanho A4 (21cm x

    29,7cm), escritas em letra Times New Roman de tamanho 12, espaço duplo entre linhas

    e com margens laterais, superior e inferior de 3 cm. Se o revisor considerar pertinente

    poderá sugerir ao autor a supressão de gráficos e tabelas ou mesmo condensação de

    texto.

    Título e autores

    O título deverá se limitar ao máximo de dez palavras e seu conteúdo deve

    descrever de forma concisa e clara o tema do artigo.

    Devem ser citados como autores somente aqueles que participaram efetivamente

    do trabalho. Outras formas de citação podem vir ao final do artigo. Um trabalho com

    mais de 7 autores só deverá ser aceito se o tema for de abrangência multidisciplinar ou

    de ciências básicas.

    Se o indivíduo não se encaixar na figura de autor, mas tiver sua importância para

    o trabalho final, pode ser lembrado nos agradecimentos finais.

    Resumo e palavras-chave (descritores)

    Cada artigo DEVE ser acompanhado de um resumo em português e outro em

    inglês de cerca de 200 palavras, com seus tópicos devidamente salientados

    (estruturado), e indicando claramente:

    1) As premissas teóricas e justificativas do estudo (introdução);

    2) os objetivos do estudo (objetivo);

    3) método básico utilizado (material e método);

    4) desenho científico utilizado (estudo de caso, estudo de série, retrospectivo,

    prospectivo, clínico e experimental);

    5) resultados principais e sua interpretação estatística (resultados) e

    6) conclusões alcançadas (conclusão)

  • 20

    Em caso de ensaios clínicos, no final do resumo, deve ser colocado o número de

    protocolo do registro de ensaios clínicos em uma das bases aprovadas pelo ICMJE.

    Após o resumo devem estar descritos com três a cinco palavras, para fins de

    indexação, os descritores científicos baseados no DeCS (Descritores em Ciências da

    Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings), que pode ser a acessado na página

    eletrônica da BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), www.bireme.org, ou em

    outro local do site da RBORL.

    Corpo do artigo

    Os trabalhos que expõem investigações ou estudos devem estar no chamado

    formato IMRDC: introdução, material e método, resultados, discussão e conclusões.

    Na Introdução é onde estão a revisão da literatura, as premissas teóricas , a

    justificativa e o objetivo do trabalho.

    No Material e Método espera -se encontrar a descrição da amostra estudada e um

    detalhamento suficiente do instrumento de investigação.

    Nos estudos envolvendo seres humanos ou animais deve ser informado o

    número de protocolo de aprovação do estudo pela Comissão de Ética da instituição onde

    o mesmo foi realizado.

    A amostra deve ser bem definida e os critérios de inclusão e exclusão descritos

    claramente. Também a maneira de seleção e alocação em grupos deve ser esclarecida

    (pareamento, sorteio, sequenciamento, estratificação, etc)

    O método deve ter coerência com a questão apresentada e deve ser explicitado o

    desenho do estudo (coorte, caso-controle, experimental, contemporâneo, historio, estudo

    de prontuários, etc.)

    Os Resultados devem ser apresentados de forma sintética e clara. O uso de

    gráficos e tabelas deve ser estimulado, assim como análises estatísticas descritivas e

    comparativas.

  • 21

    Na Discussão esperamos que o autor apresente sua experiência pessoal no

    assunto, explore seus referenciais teóricos e discuta os resultados frente a estas

    premissas.

    As Conclusões devem ser sucintas e se ater ao objetivo proposto.

    Os TRABALHOS DE REVISÃO e ATUALIZAÇÃO devem ter uma boa

    introdução com o formato seguindo as necessidades do trabalho, assim como apresentar

    a sistemática de levantamento utilizada. Não deve ter caráter opinativo, reservando esta

    tarefa para os comentários finais.

    Os RELATOS DE CASO devem conter introdução com revisão pertinente que

    justifique sua importância, seja pela raridade ou impacto clínico, apresentação do caso

    com riqueza de detalhes visuais e de descrição e comentários finais, com discussão das

    nuanças que façam deste caso um artigo digno de publicação. Não há necessidade de

    envio de seu resumo.

    1) Título conciso e descritivo com no máximo 100 caracteres, não devendo constar as

    palavras relato de caso e revisão de literatura.

    2) Palavras chave no máximo 5 e em ordem alfabética.

    3) Os textos não poderão ter mais de 5 autores, No caso de mais, uma justificativa deve

    ser enviada.

    4) Corpo do texto estruturado em: introdução, apresentação do caso, discussão e

    comentários finais.

    5) O texto completo, excetuando título e referências não deverá ultrapassar 600

    palavras.

    6) Referência bibliográfica no máximo 6.

    7) Aceitaremos 1 tabela ou figura apenas.

    A CARTA AO EDITOR é utilizada para que os leitores da revista possam

    externar suas opiniões sobre os temas e artigos nela publicados. Sua submissão será

  • 22

    através do sistema da internet, assim como qualquer outro artigo, devendo adequar-se à

    seguinte estruturação:

    1) Quanto à formatação, deverão seguir as mesmas regras dos relatos de casos.

    2) A carta será enviada ao autor do artigo, que terá 6 semanas para respondê-la.

    3) A resposta deverá seguir a mesma formatação dos relatos de casos.

    4) A carta e a resposta serão publicadas no mesmo número da revista, e não haverá mais

    réplicas.

    5) As cartas não serão revisadas pelo corpo editorial. Contudo, se apresentarem caráter

    pessoal ou agressivo, a critério do Editor, poderão ter sua publicação negada.

    Referências bibliográficas

    São essenciais para identificar as fontes originais dos conceitos, métodos e

    técnicas a que se faz referência no texto e que provêm de investigações, estudos e

    experiências anteriores; apoiar os atos e opiniões expressados pelo autor; e proporcionar

    ao leitor a informação bibliográfica que necessita para consultar as fontes primárias.

    As referências devem ser pertinentes e atualizadas.

    Todas as referências devem ser citadas no texto com números consecutivos em

    forma de superíndices, segundo a ordem de sua aparição. No final do artigo estas

    citações farão parte das referências bibliográficas organizadas conforme as normas de

    Vancouver.

    Tabelas

    As Tabelas, cujo propósito é agrupar valores em linhas e colunas fáceis de

    assimilar, devem apresentar-se em uma forma compreensível para o leitor; devem

    explicar-se por si mesmas e complementar - não duplicar - o texto. Não devem conter

    demasiada informação estatística, pois acabam incompreensíveis e confusas.

  • 23

    Devem ter um título breve, mas completo, de maneira que o leitor possa

    determinar, sem dificuldade, o que se tabulou; indicar, além disso, lugar, data e fonte da

    informação.

    Figuras

    As ilustrações (gráficos, diagramas, mapas ou fotografias, entre outros) devem

    ser fáceis de compreender e agregar informação. Podem ser publicadas em cores

    dependendo da qualidade do material e da necessidade de identificação de cores, bem

    como da capacidade da revista.

    As figuras devem ser digitalizadas com pelo menos 300 dpi (em arquivo .TIFF

    ou . JPG não compactados).

    Qualquer material previamente publicado deve ter indicada a fonte original e

    uma permissão por escrito do proprietário dos direitos autorais.

    Fotografias de indivíduos não devem permitir a sua identificação ou devem ter o

    consentimento escrito dos mesmos para uso e publicação.

    Legendas para Ilustrações

    Em espaçamento duplo, numeradas conforme a ordem de aparecimento no texto.

    Unidades de Medida

    Medidas de comprimento como altura, peso e volume devem ser informadas em

    unidades métricas (metro, quilograma, ou litro) ou seus múltiplos decimais.

    As temperaturas devem ser informadas em graus centígrados. As pressões

    sanguíneas devem ser em milímetros de mercúrio.

    Os dados hematológicos e medidas de análise laboratoriais devem aparecer no

    sistema métrico em termos do Sistema Internacional de Unidades (SI).

    Abreviaturas e siglas

    Utilizar o menos possível. Na primeira vez que uma abreviatura ou sigla aparece

    no texto, deve-se escrever o termo completo a que se refere, seguido da sigla ou

  • 24

    abreviatura entre parênteses, como no exemplo, Programa Ampliado de

    Imunização (PAI). Devem ser expressas em português, por exemplo, DP (desvio

    padrão) e não SD (standard deviation), exceto quando correspondam a entidades de

    alcance nacional (FBI) ou conhecidas internacionalmente por suas siglas não

    portuguesas (UNICEF), ou a substâncias químicas cujas siglas inglesas estão

    estabelecidas como denominação internacional, como GH (hormônio do crescimento),

    não HC.