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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ CURSO DE TURISMO BACHARELADO Danielson da Silva Oliveira TURISMO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM: O CASO DA ESCOLA ESTADUAL TRISTÃO DE BARROS CURRAIS NOVOS/RN CURRAIS NOVOS-RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CURSO DE TURISMO BACHARELADO

Danielson da Silva Oliveira

TURISMO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: O CASO DA ESCOLA ESTADUAL TRISTÃO DE

BARROS – CURRAIS NOVOS/RN

CURRAIS NOVOS-RN 2016

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Danielson da Silva Oliveira

TURISMO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: O CASO DA ESCOLA ESTADUAL TRISTÃO DE

BARROS – CURRAIS NOVOS/RN

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, campus Currais Novos, para obtenção do grau de bacharel em turismo. Orientadora: Profa. Dra. Carolina Todesco

CURRAIS NOVOS-RN

2016

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TURISMO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: O CASO DA ESCOLA ESTADUAL TRISTÃO DE

BARROS – CURRAIS NOVOS/RN O trabalho apresentado foi julgado e aprovado para a obtenção do grau de bacharel em Turismo, no curso de graduação em Turismo Bacharelado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN.

Currais Novos-RN, ____ de ________ de 2016.

______________________________ Profa Dra Carolina Todesco

Coordenador do Curso de Turismo

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________ Profa. Dra. Carolina Todesco

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Orientador

___________________________________________________

Prof. Dra. Paula Rejane Fernandes Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Examinador

___________________________________________________ Esp. Lamoniara Mendes Querino

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Examinador

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TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de Direito e que se fizerem necessários, que

assumo total responsabilidade pelo material aqui apresentado, isentando a

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, à Coordenação do

Curso, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer

responsabilidade acerca do aporte ideológico empregado ao mesmo.

Conforme estabelece o Código Penal Brasileiro, concernente aos crimes contra

a propriedade intelectual o artigo n.º 184 – afirma que: Violar direito autoral:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus

parágrafos 1º e 2º, consignam, respectivamente:

§1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, no todo ou em

parte, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, (...): Pena

– reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...).

§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à

venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em

depósito, com intuito de lucro, original ou cópia de obra intelectual, (...),

produzidos ou reproduzidos com violação de direito autoral.

Diante do que apresenta o artigo n.º 184 do Código Penal Brasileiro, estou

ciente que poderei responder civil, criminalmente e/ou administrativamente,

caso seja comprovado plágio integral ou parcial do trabalho,

Currais Novos-RN, 20 de maio de 2016.

________________________________

Danielson da Silva Oliveira

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Dedico este trabalho de conclusão primeiramente a Deus, que sempre me iluminou e nunca me deixou desistir em alguns momentos que achei que não iria conseguir; e em especial à minha família, que sempre me ajudou para que não abandonasse os meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, primeiramente, a Deus que me deu forças para que

nunca desistisse de correr atrás dos meus objetivos e dos meus sonhos.

Sempre me encaminhando para os bons caminhos a serem percorridos,

iluminando os meus pensamentos para que eu aprendesse sempre mais.

À minha família que me ajudou durante esta jornada, em especial, minha

mãe Dalvanise Ferreira da Silva Oliveira, meu pai Paulo Assis de Oliveira,

meus irmãos José Djair da Silva Oliveira e Pauliany Daniely da Silva Oliveira, a

minha futura esposa Franceise Moniza, aos meus tios Nazareno e Luzia que

sempre me acolheram, a Ir. Ananília e a todos da Instituição Casa do Pobre

onde passava a semana e que me receberam de braços abertos. A todos

vocês que todos os dias, durante esses quatro anos, todas às vezes que saí de

casa rumo à Universidade, sempre levei comigo. Então, minha família, esta

conquista não é só minha e sim, de todos vocês também. Muito obrigado por

aguentarem meus estresses, minha falta de tempo para falar com vocês,

momentos de impaciência, às vezes até sendo grosso e chato. Ficam aqui

meus sinceros agradecimentos, com uma imensa gratidão e amor, muito

obrigada família.

Quero agradecer a todos os professores que contribuíram de alguma

forma para minha formação acadêmica, tornando-me um profissional

capacitado na área que escolhi e possibilitando que eu alcance novos sonhos.

Deixo aqui meus sinceros agradecimentos.

Quero agradecer, em especial, a professora Carolina Todesco pela

dedicação, paciência e contribuições realizadas para construção deste

trabalho. Os conhecimentos compartilhados foram de grande valia para a

conclusão de uma das etapas mais importantes da minha vida acadêmica.

Faltam-me palavras para lhe agradecer, por isso, deixo aqui os meus sinceros

e singelos agradecimentos.

Que Deus possa sempre iluminar os nossos corações e os caminhos em

nossas vidas. Obrigado a todos que acreditaram que eu ia conseguir.

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Fracassar só é grave quando não se consegue identificar as causas do insucesso. Avaliar e apreciar as razões de nossa incapacidade momentânea já é uma vitória.

Célestin Freinet

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RESUMO

O presente trabalho foi elaborado a fim de compreender as práticas de Turismo

utilizadas no ensino da rede pública como método de ensino-aprendizagem

para professores e alunos, tendo como estudo de caso a escola Estadual

Tristão de Barros, localizada no município de Currais Novos/RN. Desta forma o

objetivo geral da pesquisa foi analisar as potencialidades e os fatores limitantes

do Turismo Pedagógico no processo ensino-aprendizagem na EETB, com a

pretensão de colaborar com o aperfeiçoamento de métodos de ensino-

aprendizagem, além de contribuir para novos estudos sobre a problemática. A

metodologia deste estudo consistiu no levantamento bibliográfico a respeito do

Turismo Pedagógico, para a construção do referencial teórico, que subsidiou a

elaboração dos instrumentos para a coleta de informações na Escola Estadual

Tristão de Barros, tais como a realização de entrevistas estruturada e

semiestruturadas com a gestão da escola, professores e alunos do 3° ano do

ensino médio. Dessa maneira, o conjunto de informações coletadas foi

analisado criteriosamente à luz do referencial teórico, o que permitiu identificar

as contribuições que o Turismo Pedagógico apresenta no processo ensino-

aprendizagem dos discentes, quando inserido no planejamento pedagógico da

escola, como também identificar os fatores limitantes para o desenvolvimento

do Turismo Pedagógico, sendo os mais significativos a baixa dotação

orçamentária da escola e a resistência dos pais em deixar seus filhos

participarem de atividades extraclasse.

Palavras-chave: Turismo Pedagógico. Ensino-Aprendizagem. Escola Estadual

Tristão de Barros- Currais Novos.

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ABSTRACT

This work was made to understand the practices of tourism used in the public school as a teaching method for teachers and students with the Tristão de Barros State School in Currais Novos/RN. So the general goal of this research was analyzed the potential and the limiting factors of educational tourism in the teaching-learning process at the EETB, with the intention of collaborating with the improvement of teaching and learning methods, and contribute to further research on the issue. The methodology of this study consisted of literature about the pedagogical tourism, for the construction of the theoretical framework, which supported the development of tools for collecting information in the Tristão de Barros State School, such as conducting structured interviews and semi structured interviews with the school management, teachers and students of the 3rd year of high school. So, the set of information collected was analyzed carefully in light of the theoretical framework, which identified the contributions that the pedagogical tourism presents the teaching-learning process of students when inserted in the school educational planning, as well as identify the limiting factors for the development of the Pedagogical Tourism, being the most significant low budget allocation of school and parental resistance to let their children participate in activities outside the school. Key-words: Pedagogical tourism. Teaching-learning. Tristão de Barros State School.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 10

2 O TURISMO COMO INSTRUMENTO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR ......... 14

2.1 A História do Turismo Pedagógico .......................................................... 15

2.2 Conceitos e Abordagens sobre o Turismo Pedagógico .......................... 17

2.3 Os Atuais Desafios da Escola na Formação dos Alunos ........................ 21

3 A EXPERIÊNCIA DO TURISMO PEDAGÓGICO NA ESCOLA ESTADUAL

TRISTÃO DE BARROS ................................................................................... 25

4 REFLEXÕES SOBRE AS POSSIBILIDADES E OS LIMITES DO

TURISMO PEDAGÓGICO ............................................................................... 31

4.1 O Turismo Pedagógico e a Gestão Escolar ............................................ 32

4.2 A Importância do Turismo Pedagógico na Visão dos Professores ......... 34

4.3 A Percepção dos Alunos em Relação ao Turismo Pedagógico .............. 37

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 45

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 48

APÊNDICE A ................................................................................................... 52

APÊNDICE B ................................................................................................... 53

APÊNDICE C ................................................................................................... 54

APÊNDICE D ................................................................................................... 55

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1 INTRODUÇÃO

A educação tem um papel importante na formação da sociedade, e a

escola é o locus da educação formal, onde os indivíduos por meio de métodos e

técnicas de ensino adquirem conhecimento, valores e ampliam sua capacidade

crítica. Para Silva (2011), a escola tem um papel fundamental no desenvolvimento

do educando, porque é nessa instituição social que se realizam os processos de

ensinar, aprender, informar, investigar e pesquisar e se faz necessário que esta seja

um espaço favorável para a aprendizagem e formação, bem como um ambiente que

oportunize aos alunos momentos para se expressar, formular ideias, ter atitude,

desenvolver conceitos, autonomia e curiosidade.

O turismo pedagógico tem sua importância, por ser um campo de ação

interdisciplinar, inserido nas inquietações pedagógicas e não pode ser dissociado

das discussões sobre o significado do ensino.

Acompanhando o raciocínio de Freire (2002, apud Fonseca, 2014, p. 8),

de que apenas com a educação não iremos mudar a sociedade, mas de que sem

ela não haverá mudanças, acreditamos que é necessário contribuir para inovar e

dinamizar o ensino.

Neste presente trabalho observamos a formação de ensino fundamental e

médio como uma das principais bases para a construção do conhecimento e da

sociabilidade do indivíduo. Dessa forma, o turismo pedagógico nas escolas deve

fazer parte do currículo dos alunos, tendo como propósito promover o conhecimento

por meio de atividades extraclasse, fazendo com que os educandos possam

vivenciar na prática o que é teorizado em sala de aula.

A importância do turismo pedagógico para uma escola é proporcionar o

olhar crítico e curioso dos educandos, a fim de facilitar o processo de aprendizagem,

gerando a satisfação e o interesse maior dos alunos em querer aprender. Segundo

Fonseca (2014), com as práticas de turismo pedagógico é possível proporcionar aos

alunos novos conhecimentos sobre diversas culturas, promovendo novas

experiências que ampliam a visão cultural.

Desta forma, acreditamos que o turismo pedagógico, além de ser

considerado uma importante atividade econômica, é uma atividade que pode

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contribuir no processo ensino-aprendizagem dos educandos e no desenvolvimento

sociocultural da sociedade contemporânea.

Sendo assim, torna-se relevante estudar a relação entre turismo e ensino,

a fim de contribuir para o aprimoramento do processo educacional, principalmente

nas escolas de ensino público que tem um papel extremamente importante num país

em desenvolvimento. Além de produzir novos estudos que apresentem significativas

análises a respeito do turismo pedagógico (FONSECA, 2014).

Diante disso temos a seguinte questão central de nossa pesquisa: quais

as potencialidades e os fatores limitantes do turismo pedagógico no processo

ensino-aprendizagem nas escolas de ensino público?

Para desenvolvermos a pesquisa, adotamos como estudo de caso a

Escola Estadual Tristão de Barros, por ser uma das principais escolas de ensino

fundamental e médio da cidade de Currais Novos/RN, com capacidade para atender

1080 alunos nos períodos matutino, vespertino e noturno. Também é destaque

municipal e regional com o projeto Ensino Inovador, que recebe recursos financeiros

do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para desenvolver um

ensino diferenciado.

Pela iniciativa da escola em desenvolver projetos para complementar,

aperfeiçoar e inovar na formação dos seus alunos, consideramos pertinente

identificar e analisar as atividades de turismo pedagógico que a mesma desenvolve,

compreendendo seu papel no processo ensino-aprendizagem.

Assim, este estudo tem como objetivo geral analisar as potencialidades e

os fatores limitantes do turismo pedagógico no processo de ensino-aprendizagem na

Escola Estadual Tristão de Barros, contribuindo para novos estudos sobre a

problemática.

Para desenvolver essa pesquisa, adotamos como procedimento

metodológico primeiramente o levantamento bibliográfico sobre Turismo

Pedagógico, Educação e Processo Ensino-Aprendizagem, para compor uma

reflexão teórica acerca do tema da pesquisa, pois de acordo com Schluter (2003, p.

25) “todo método precisa de uma teoria, isto é, de um corpo de proposição

logicamente interconectados que permitam uma visão adequada do fenômeno”.

Posteriormente, realizamos a seleção da escola investigada, por meio dos

seguintes critérios: pertencer à rede pública de ensino; ser reconhecida por sua

qualidade de ensino; e realizar atividades de turismo pedagógico. Além de ser

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acessível ao pesquisador. Por meio desses critérios, a escola selecionada, como já

mencionada, foi a Escola Estadual Tristão de Barros por preencher os requisitos

necessários.

Para o levantamento de informações sobre o estudo de caso, a pesquisa

adotou técnicas qualitativas e quantitativas de natureza descritiva e exploratória.

Primeiramente, foi necessário a aplicação de entrevistas semiestruturadas

(roteiro aberto) com uma amostra de alunos e professores do 3° ano do ensino

médio da Escola Estadual Tristão de Barros. Para o levantamento de dados

quantitativos, foram aplicadas entrevistas estruturadas (roteiro fechado) com todos

os alunos do 3° ano do ensino médio da referida escola.

Cabe destacar, segundo Gerhardt et al. (2009, p.31-32), que:

A pesquisa qualitativa não se preocupa com a representatividade numérica, mas sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social de uma organização [...] os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, [...]. As características da pesquisa qualitativa são: objetivação do fenômeno, hierarquização das ações de descrever, compreender e explicar, precisão das relações entre o global e o local em determinado fenômeno; observância das diferenças entre o mundo social e o natural.

Todo o esforço realizado em campo foi no sentido de identificar as

práticas de turismo pedagógico realizadas pela escola; observar a compreensão do

educando e do professor sobre as possibilidades do turismo pedagógico como um

instrumento do processo ensino-aprendizagem; e subsidiar nossa análise a respeito

das possibilidades e limites desse instrumento pedagógico.

Desta forma, o presente trabalho de conclusão de curso está divido em

quatro capítulos, contribuindo para uma melhor compreensão dos leitores a respeito

do conteúdo da pesquisa. O primeiro capítulo, consta a introdução do trabalho,

especificando os objetivos, a problemática do estudo, a justificativa e a relevância da

pesquisa e os procedimentos metodológicos utilizados.

No segundo capítulo, encontra-se o referencial teórico da pesquisa, onde

são apresentados e discutidos os conceitos relacionados com o turismo pedagógico.

No terceiro capítulo apresentamos uma contextualização do nosso estudo de caso, a

Escola Estadual Tristão de Barros, destacando seus projetos premiados.

A apresentação dos resultados de nossa pesquisa sobre o turismo

pedagógico na E. E. Tristão de Barros consta no quarto capítulo, onde analisamos

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os dados e as informações coletadas, tendo como base para a análise os conceitos

apresentados no referencial teórico.

Nas considerações finais fazemos uma breve retomada da discussão que

permeia toda a pesquisa, assim como, apresentamos as reflexões sobre os fatores

limitantes e as possibilidades do turismo pedagógico como instrumento do processo

ensino-aprendizagem.

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2 O TURISMO COMO INSTRUMENTO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR

O Turismo não é apenas um privilégio da sociedade contemporânea,

sendo que há muito tempo a humanidade já possuía características de viajantes,

conhecida por meio de viagens a novos cenários. Sua curiosidade o levava sempre

em busca do novo, do desconhecido, desbravando lugares em busca de satisfações

pessoais. De acordo com Santos (2010), vários estudiosos, inclusive o suíço Arthur

Haulot, apresentam a palavra Turismo como de origem hebraica, advinda da palavra

tur, constante na Bíblia – Êxodo, capítulo XII, versículo 17, quando “Moisés enviou

um grupo de representantes ao país de Canaã para visitá-lo e informar-se a respeito

de suas condições topográficas, demográficas e agrícolas”. Nessa forma, tur é

hebreu antigo e significa “viagem de descoberta, de exploração, de

reconhecimento”.

A princípio, esses deslocamentos eram motivados por fatores como: o

clima, a necessidade de víveres, localização de terrenos férteis, guerras com tribos

rivais, entre outros fatores que, por esses motivos acabaram naturalmente

ensinando o homem a se tornar um ser viajante (JALUSKA, 2012).

No século XIX, intensificaram-se as viagens em busca de cultura e

recreação. Nesse período houve um contínuo processo de massificação do turismo.

A evolução dos meios de transporte tornou as viagens mais acessíveis para outros

segmentos da população que não a nobreza (CNC, 2005).

Com o passar dos anos, o turismo se intensificou e se modificou a partir

de novas práticas sociais e de novas tecnologias, especialmente, de comunicação e

transporte. Nesse cenário, surgem vários segmentos de turismo, cada qual com

suas características, como o turismo pedagógico.

O turismo e a educação são relacionados pela troca de conhecimentos e

socialização entre as pessoas. Sendo o turismo pedagógico uma prática inserida nas

viagens realizadas no âmbito escolar e ferramenta de ensino no processo de

aprendizagem. De acordo com Souza et al. (2011), reconhecendo a necessidade

atual do sistema educacional em desenvolver novas práticas educativas, com

enfoque numa construção social do sujeito crítico, o turismo pedagógico se coloca

como uma alternativa importante, capaz de contribuir com as escolas,

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proporcionando uma interação entre o sujeito e o meio através das experiências de

viagem.

Para Beni (2002, p. 426), o turismo pedagógico não é novidade, mas sim

a:

Retomada de uma prática amplamente utilizada nos Estados Unidos por colégios e universidades particulares, e também adotada no Brasil por algumas escolas de elite, que consistia na organização de viagens culturais mediante o acompanhamento de professores especializados da própria instituição de ensino com programas de aulas e visitas a pontos históricos ou de interesse para o desenvolvimento educacional dos estudantes.

Para Silveira et al. (2008) o turismo pedagógico proporciona perspectivas

para que os alunos criem ideias inovadoras e permitam formar um cidadão crítico,

reflexivo e participativo. Esse processo de valorização e de troca possibilita a

geração e a produção de novos conhecimentos, buscando desenvolver aptidões

para tomar decisões e contribuir para o desenvolvimento das ações humanas, em

um processo contínuo de enriquecimento individual, coletivo e institucional.

Sêia et al. (2014) afirma que o turismo pedagógico pode ser vivenciado

junto à natureza, ao campo, à área urbana, às áreas históricas, onde os alunos

entram em contato com a comunidade local, sentem as dificuldades do cotidiano da

localidade e adquirem novos conhecimentos e informações sobre o espaço,

interagindo com os atrativos/recursos turísticos visitados. Sendo assim, o aluno por

meio de viagens educacionais pode obter uma maior capacidade de compreensão

do assunto estudado.

Segundo Freire (2006), é importante possibilitar sempre a participação do

educando, para que ele exponha sua experiência e comece a ser o construtor do

seu próprio conhecimento, a partir da possibilidade de autonomia que se deve

delegar a ele.

2.1 A História do Turismo Pedagógico

Para Matos (2012), o que chamamos turismo pedagógico na atualidade,

no passado resumia-se a uma atividade cuja motivação era o aprendizado e

formação integral do ser humano, de costume.

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De acordo com Jaluska e Junqueira (2012), a partir do século XVII,

começa a configurar-se um tipo de turismo que se assemelha muito ao chamado

turismo moderno: o Grand Tour, denominado assim por causa de sua duração, que

podia prolongar-se por aproximadamente três anos e percorria um longo percurso

dentro da Europa e da África.

Com o declínio da aristocracia e a ascensão da burguesia, a motivação de viagem passa a ser o privilégio da descoberta. Das viagens de Marco Polo até as grandes navegações, a curiosidade insaciável do homem fez com que o medo da viagem se tornasse superável em busca das descobertas que o mundo novo traria à tona. Assim, as explorações além-mar, que no início eram muito perigosas, permitiram que a tecnologia se desenvolvesse a ponto de tornar os transportes continentais tão seguros que permitissem a todos viajar e entrar em contato com outras culturas (JALUSKA; JUNQUEIRA, 2012, p. 29).

De acordo com Nakamura e Machado (2012), as principais evidências da

realização de viagem de cunho educativo aconteceram no período do século XVIII,

realizadas primeiramente por jovens aristocratas ingleses aos principais centros

culturais da Europa, com o objetivo de aprimorar seus estudos para seguir e

consolidar uma carreira profissional. Essas viagens recebiam o nome de “viagens de

estudo” e eram caracterizadas pela presença de tutores.

Já segundo Milan (2007, p. 64), “o Grand Tour realizado na época era

educacional, voltado para visitas a lugares culturais e históricos, observando ainda

maneiras e costumes das nações estrangeiras”. Viagens desse tipo era uma

maneira de adquirir conhecimentos de novas culturas e histórias diferentes, levando

a construção e formação de aprendizagem para jovens.

No entanto, de acordo com Barreto (1995, apud MILAN, 2007, p. 20):

Entre os filósofos havia os que diziam que as viagens não educavam e só traziam vícios, enquanto outros afirmavam que as escolas jamais conseguiriam o mesmo resultado pedagógico permitido pela observação direta dos usos e costumes, da política, do governo, da religião, da arte de outras nações.

De acordo com Milan (2007), começou-se a recomendar aos jovens da

nobreza e da classe média inglesa viajarem aos países de maior fonte cultural do

velho continente, a fim de complementar seus conhecimentos e ganhar experiência

profissional que a sociedade impunha na Idade Moderna.

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Para os ingleses, sobretudo, era uma prática comum e cultural enviar

seus parentes para escolas renomadas, já que indicava o fomento do poder e a

manutenção de uma classe social majoritária em termos de elite social (MATOS,

2012).

Conforme Jaluska e Junqueira (2014), Célestin Freinet, notando o

desinteresse dos seus alunos nas aulas dentro de sala, resolveu mudar seu método

de ensino e levá-los a lugares abertos, próximos da natureza, para verificar qual

seria a resposta dos alunos à mudança no aprendizado, surgindo, assim, o conceito

de aula-passeio.

A aula-passeio consistia em atividades extraclasse, organizadas coletivamente pelos alunos, onde o essencial era valorizar as necessidades vitais do ser humano – criar, se expressar, se comunicar, viver em grupo, ter sucesso, agir-descobrir, se organizar – tornando-os cidadãos autônomos e cooperativos (RAYKIL; RAYKIL, 2011, p. 7).

Para Sêia et al. (2014), os passeios demonstravam ser de qualidade e os

atrativos prazerosos. Antecedendo o turismo de lazer, o turismo pedagógico se

oficializou de forma organizada a partir da metade do século XIX.

Entretanto, de acordo com Jaluska (2012), somente a partir do século XXI

que o turismo educacional começa a ser explorado de maneira plena em escolas

que se utilizam dos benefícios do denominado turismo educacional ou turismo

pedagógico. Para Fonseca (2014), compreende-se que a atividade do turismo como

prática pedagógica, tem sido adotada pelas instituições de ensino como uma

estratégia inovadora para aprimorar a aprendizagem escolar.

2.2 Conceitos e Abordagens sobre o Turismo Pedagógico

Atualmente, segundo Bonfim (2010), ainda existem muitas escolas de

diferentes graus de ensino, que baseiam suas propostas pedagógicas em manuais

escolares que se intitulam como facilitadores da aprendizagem. Acredita-se que se o

aluno for capaz de reproduzir os conteúdos ensinados, ainda que de forma

automática e invariável, houve aprendizagem (LEÃO, 1999). Com isso,

desaproximam os estudantes das experiências adquiridas através da vivência

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causando neles, um sentimento de desapontamento por não conseguirem observar

o sentido do que é explicado em sala de aula.

A estrutura metodológica do ensino-aprendizagem cada vez mais está

sendo discutida pelos educadores, para obtenção de bons resultados na educação

de qualidade, almejada por todos (SÊIA et al., 2014).

Fonseca (2014, p. 16) afirma que “conceder aos alunos apenas o básico,

somente o essencial para a formação da educação básica de fato não é mais o

suficiente. É necessário ir além, com atividades e métodos que possibilitem uma

maior compreensão e envolvimento dos alunos”. Porém, não basta apenas deixar a

sala de aula e fazer novas tarefas, além disso, é preciso aliar as atividades aos

conteúdos elencados em classe, e os educandos ter o interesse de explorar de

forma crítica os lugares visitados.

Percebemos que mesmo com a inserção de atividades extracurriculares, ainda permanece o anseio dos alunos por novidades, e até mesmo a necessidade por inovações no âmbito escolar. Por isso, é importante aprimorar os métodos de ensino para que os alunos possam além de obter uma melhor compreensão do conteúdo das disciplinas, eles tenham a oportunidade de aprender com mais interesse e não apenas por obrigação ou necessidade. (FONSECA, 2014, p.16)

Com isso, é importante disponibilizar aos educandos momentos de

descontração e aprendizagem simultâneos, contendo a relação entre os assuntos

contidos nas disciplinas do currículo escolar e tarefas além da sala de aula, em que

sejam capazes de sair da prática habitual dividindo e inovando conhecimentos.

A atividade do turismo pedagógico aparece como uma oportunidade de

impulsionar o processo de ensino-aprendizagem de matérias tradicionais do

currículo escolar, possibilitando aos docentes, formas de inovação nas aulas,

gerando aos educandos outras oportunidades de aprendizagem. Para Rodrigues e

Alves (2014), os educadores vislumbram o turismo pedagógico como uma forma de

relacionar os conteúdos com a prática por meio de uma metodologia que permite a

experimentação, a vivência.

Segundo (MATOS, 2012, p.3):

Sabendo-se que atividade didático-pedagógica é toda atividade relacionada ao processo ensino-aprendizagem, ou seja, que tem como principal objetivo estimular o educando a aprender um determinado tipo de conhecimento em diversas áreas, considera-se turismo pedagógico toda atividade didática-pedagógica que acontece

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fora do ambiente físico escolar e que pode ser identificada por meio de uma excursão, viagem ou visita técnica.

De acordo com Perinotto (2008), o turismo pedagógico é uma prática

prazerosa que é dificilmente recusada pelos alunos, que apreciam participar de

viagens, sendo passeios pela cidade ou região. Para Souza et al. (2011), as aulas

passeio são uma ferramenta didática valorosa. Essa técnica de ensino aula passeio

criada por Freinet desconstrói o método de ensino tradicional centrado na figura do

professor como transmissor de conhecimentos e no ensino enciclopédico como

único meio de aprendizado.

Além das aulas se tornarem mais dinâmicas e menos maçantes, as

relações sociais entre professores e alunos ficam cada vez mais intensas e menos

formais, uma vez que quebra o paradigma existente em sala de aula, onde o

professor fala e o aluno somente escuta (BONFIM, 2010). Segundo Gonçalves

(2013), o turismo pedagógico tem uma grande importância não só no

desenvolvimento intelectual do aluno, como também contribuindo para aumentar o

senso crítico, trabalhando a conscientização e sensibilização com relação à

preservação dos monumentos históricos, culturais e naturais.

Para Martins e Alves Neto (2013), o turismo pedagógico é uma ferramenta

de educação ambiental que, na prática demonstra a teoria das salas de aula,

vivenciando assim junto à natureza ao campo e o meio rural um contato direto com

as comunidades locais, onde poderão observar a realidade se sensibilizar e interagir

com os atrativos turísticos visitados.

Segundo Vinha (2005), o turismo pedagógico pode ser planejado e

desenvolvido através de equipes multidisciplinares formadas por Bacharéis em

Turismo e por professores de diversas áreas, visando à elaboração de propostas de

atividades que incluam algum tipo de deslocamento do ambiente escolar, como por

exemplo, uma visita a um museu, a uma indústria, a um parque ou participação em

um acampamento.

Segundo a Organização Mundial de Turismo:

Certos roteiros turísticos podem ser considerados como Turismo Educacional, pois são voltados para locais históricos, culturais ou científicos importantes e muitas vezes são coordenados por um professor especializado. Ao contrário da simples visita a locais turísticos, os roteiros educacionais podem incluir livros, palestras e outros materiais complementares para criar uma experiência de aprendizagem mais formal (OMT, 2003 apud MILAN, 2007, p.26).

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A educação turística vem a somar, já que por meio desta apresentamos a

importância de se preservar valores referentes à cultura e ao meio ambiente natural

abordando assuntos como cidadania, alteridade, sociabilidade, cultura, educação

ambiental e patrimonial. Fonseca Filho (2007), sugere a inserção da educação

turística no ensino fundamental e médio seja como tema transversal ou como

disciplina, com possibilidades de contribuir positivamente no que se diz respeito a

oferecer conhecimentos relativos ao turismo, trazendo para a sala de aula assuntos

presentes na realidade vivida pelos educandos que residem num município turístico

e, ainda, relacioná-los com questões sobre economia, sociologia, antropologia,

ecologia e outras que são afetadas pelos impactos do turismo.

Outro termo utilizado é o Estudo do Meio, “método de ensino que

estabelece uma relação entre teoria e prática, utilizando um objeto de estudo para

que o aluno possa continuar o processo de aprendizado iniciado em sala de aula”

(GIARETTA, 2003, apud MILAN, 2007, p. 27).

De acordo com Milan (2007), o Estudo do Meio teve como precursora a

técnica do educador francês Celestin Freinet, denominada de aula passeio ou aula

das descobertas. Através do sensível contato com os alunos e por acreditar que o

interesse da criança não estava na escola e, sim, fora dela, Freinet idealizou essa

atividade com o objetivo de motivar os educandos, através da ação, tentando trazer

vida para dentro da escola.

A ideia de viagem como recurso para o ensino, aliás, encontra amparo dentro de correntes pedagógicas, principalmente as que sofrem influências dos princípios de Celestin Freinet. Vale ressaltar que as técnicas de Freinet, em especial a aula passeio, ou aula das descobertas, são identificadas como um elo entre a pedagogia e o turismo, sobretudo se essa ligação for interpretada sob o prisma da animação, conferindo ao turismo pedagógico o status de “aula com animação”. (SPÍNOLA DA HORA; CAVALCANTI, 2003, p.223)

Nesse sentido, os estudantes têm a oportunidade de saírem da sala de

aula e ampliarem seus conhecimentos mediante a visitação aos locais conhecidos

somente em livros ou outros meios de comunicação e divulgação (SÊIA et al. 2014).

Segundo Bonfim (2010), a proposta dessa atividade busca proporcionar

situações favoráveis à produção de conhecimentos, dentro de uma estrutura ampla

de reflexão, na qual o aluno seja capaz de perceber que os conteúdos abordados,

são antes de qualquer coisa, temas relativos à valorização da participação, da vida e

da cidadania. Com isso, o educando não apenas sai do cotidiano escolar, ou realiza

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uma atividade extraclasse, mas também encontra uma forma de aprimorar sua

compreensão das teorias apresentadas em sala de aula, com a realização de

atividades de turismo pedagógico, como viagens de estudo, visitas culturais e aulas-

passeio.

Segundo Souza et al. (2011), as principais características do turismo

pedagógico é que sua estruturação deve estar vinculada ao currículo escolar,

devendo atingir objetivos presentes no processo pedagógico. Sendo assim, o

turismo pedagógico ajuda na construção de um ensino diferenciado nas escolas,

buscando contribuir no método de aprendizagem, dando para os alunos e

professores uma nova visão do conteúdo estudado.

Portanto, se a escola visa a atingir um ensino mais democrático, inclusivo e plural, deverá estimular os alunos a explorarem o seu entorno, e, mais que um simples passeio, converter o olhar do aluno em um olhar turístico, fornecendo-lhe informações, possibilitando novas experiências, contribuindo para o fortalecimento do espírito crítico e ciente do ambiente onde vive, para que, no futuro, o aluno possa contribuir para o desenvolvimento local e tenha um maior comprometimento com a sociedade. (JALUSKA; JUNQUEIRA, 2012, p. 31).

Para Souza et al. (2011), estabelece-se, portanto, uma ligação entre a

atividade de turismo e a pedagogia, entendendo esta última, como responsável

pelos instrumentos utilizados no processo de ensino-aprendizagem, objetivando

mais qualidade na educação.

2.3 Os Atuais Desafios da Escola na Formação dos Alunos

A educação tem um papel importante na sociedade, e na formação dos

estudantes, nos dias atuais são vários fatores que interferem no ensino. Segundo

Fonseca (2014), as escolas passam por muitos desafios, tanto pedagógicos como

de estrutura ou problemas sociais. Algumas pela sua localização geográfica, por

estarem em zonas de periferias que são afetadas pela violência, tráfico e

criminalidade. Neste caso, torna-se difícil inserir alguma atividade de turismo

pedagógico, já que os educandos travam uma batalha no dia a dia em marcar

presença nas aulas.

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Demo (1999, apud BONFIM, 2010, p. 116-117) ressalta que:

a) A escola, sobretudo a pública, restringe-se ao mero repasse copiado, deixando o aluno na posição de objeto de ensino, cujo resultado é simples aprendizagem; b) Nesta aprendizagem, tudo tende a ser mal feito, acrescentando-se vazios cumulativos nos espaços ditos modernos; c) O aluno, a par de saber pouco, o que sabe é inadequado para instrumentá-lo como sujeito de processo de mudança; d) Não temos ainda sedimentada a necessidade vital de atualização constante, nem nos professores, o que repercute no envelhecimento inevitável em termos de domínio do saber estratégico.

Como apontado, a escola enfrenta várias dificuldades, como falta de

estrutura, desinteresse por parte dos alunos, poucos recursos. Para Fonseca (2014),

com os diferentes obstáculos que uma escola tem de ultrapassar, percebe-se que

não é uma tarefa simples e muito menos fácil elaborar novos projetos pedagógicos,

entretanto, cada escola possui suas estratégias.

As frequentes mudanças que ocorre no corpo social, como avanço da

ciência e da tecnologia, ampliação das informações, valorização da economia e

alterações nas políticas sociais, entre outras, refletem de alguma forma no âmbito

escolar, em razão de influenciar nas convicções implantadas pela escola, no papel

dos professores, nas tendências pedagógicas, na metodologia, no currículo e no que

se refere ao papel do aluno em sala de aula, exigindo diferentes posturas e atitudes

em relação à forma de aprender para que se tornem sujeitos atuantes no processo e

não simples reprodutores do conhecimento (SILVA, 2011).

O professor tem um papel importante para estimular a aprendizagem dos

alunos, mas para isso, o educador precisa nos dias atuais inovar em sua aula,

levando novas práticas educativas. Para Bonfim (2010), merece destaque também, a

participação dos educadores no processo de mudança de olhar, pois a qualidade do

professor é o condicionante principal da qualidade educativa da escola. Dessa

forma, torna-se necessário o desenvolvimento de capacidade de elaboração própria,

de teorização das práticas, juntamente com a habilidade de estimular nos alunos

atitudes críticas e criativas.

Por muito tempo o conhecimento educativo era centralizado no docente,

que introduzia as matérias e os educandos assimilavam ou captavam sem qualquer

reflexão ou questionamento. Por fim, o assunto era exigido como prova. Esse tipo de

informação oferecida e memorizada desvia plenamente da sugestão de um novo

ensino na procura da criação do conhecimento.

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educador é aquele que, tendo adquirido o nível de cultura necessário para o desempenho de sua atividade, dá direção ao ensino e aprendizagem. Ele assume o papel de mediador entre a cultura elaborada, acumulada e em processo de acumulação da humanidade. (LUCKESI, 1993, apud SILVA, 2011, p. 9)

Com relação ao discente, Luckesi (1993, apud SILVA, 2011, p. 9) afirma

que “o educando é aquele que, participando do processo, aprende e se desenvolve,

formando-se como sujeito ativo de sua história pessoal quanto como da história

humana”. Por isso, entende-se que o educando é um indivíduo capaz de

compreender, questionar, debater e produzir conhecimento (SILVA, 2011). Dessa

maneira, é necessário que o aluno tenha participação ativa na classe, isto é, que ele

possua uma atitude engajada, sendo que um mero espectador no método de ensino.

Seguindo esse pensamento para Silva (2011) são várias as propostas

que apresentam diferentes perspectivas e propósitos da educação e o papel que o

aluno deve assumir no contexto educativo e social, entendendo que a escola ajuda a

formar um tipo de homem para atender as necessidades e exigências da sociedade.

A lei de diretrizes e bases da educação trata do direito da sociedade à

formação básica para a cidadania e circunstâncias de aprendizagem. Desde meados

dos anos 90 aponta-se para a necessidade de um parâmetro que indique

possibilidades de avanços como vemos na Lei de Diretrizes e Bases que trata-se de

um, instrumentos/documentos que tem como propósito apontar metas de qualidade

que ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e

autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres. (BRASIL, 2007)

Assim, a qualidade do ensino torna-se o principal desafio a ser superado

no Brasil, pois ainda se configura um atraso do sistema educacional atual, no que

tange a valorização do educador, montagem de modelos alternativos de formação,

dentre outros.

No processo de ensino humano, a relação social e a intermediação do

outro é de grande relevância. Podemos falar que na instituição ocorre a relação do

professor com o aluno a qual é necessária para que ocorra o êxito da passagem de

ensino-aprendizagem. Célestin Freinet foi um dos primeiros educadores a defender

a ampliação dos olhares das crianças para fora do espaço escolar. Suas ideias

foram consideradas revolucionárias num momento onde o ensino estava sob a égide

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da escolástica, sendo que seus trabalhos foram desenvolvidos na França, num

período compreendido entre 1920 e 1966, ano em que faleceu (VINHA, 2005).

Para Silva (2011), compreende-se que a tendência educacional que se

faz presente em um dado momento histórico não se extingue quando se forja outra

proposta educacional, o que diferencia é a maneira de pensar o tipo de homem que

se quer formar e o papel que o aluno assume em sala de aula para que tais

propósitos sejam colocados em prática.

Com isso, é importante para o aluno a qualidade do ensino ofertado pelo

professor que deve usar de outros métodos de ensino além do tradicional, como o

turismo pedagógico que segundo Pecatiello (2005, apud SÊIA, 2014, p. 4):

Sendo uma estratégia de ensino-aprendizagem que utiliza o ambiente como material didático, o Turismo Pedagógico tem a capacidade de promover a abordagem de conteúdos de diversificadas disciplinas simultaneamente, ou seja, promove a interdisciplinaridade. Esta característica compreende a inter-relação entre as disciplinas e também a interação entre ciência e ser humano, confluindo para a formação de pessoas mais críticas, com condições para, ao invés de reproduzir, produzir conhecimento e, por conseguinte, capazes de desenvolver a ciência e não, simplesmente, absorvê-la.

Ao contrário do tradicional passeio escolar, que geralmente visa apenas

lazer, o turismo pedagógico se caracteriza por viagens programadas dentro do

calendário escolar, além de ser objeto de notas e provas (BRAGA, 2014).

Esta proposta de mudança de sair de sala de aula em busca de

conhecimento de campo entende-se como mais importante do que a forma

mecânica de aprendizagem do saber elaborado pela humanidade, é a descoberta de

novos mecanismos do processo de construção do saber (SILVA, 2011). Com a

realização de viagens de cunho pedagógico, o aluno participa mais das aulas e

entende-se que ele passa a ser visto como ativo, participativo, autônomo,

independente e construtor de censo crítico, formando um pensamento através das

experiências adquiridas ao longo da trajetória escolar.

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3 A EXPERIÊNCIA DO TURISMO PEDAGÓGICO NA ESCOLA ESTADUAL

TRISTÃO DE BARROS

A Escola Estadual Tristão de Barros (EETB), fundada em 1978, está

localizada no Centro do município de Currais Novos, e pertence à rede estadual de

ensino, mantida pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC/RN).

A escola tem uma atuação expressiva na cidade e região por acolher

desde sua fundação alunos com necessidades especiais e por ser referência pelo

seu projeto pedagógico e pela grande quantidade de alunos aprovados no Exame

Nacional de Ensino Médio (ENEM).

Atualmente possui 60 funcionários e tem uma capacidade de atender

1.080 alunos do ensino fundamental e médio nos turnos matutino, vespertino e

noturno.

No referido ano, em 2016, possui turmas do 6° ao 9° ano do ensino

fundamental com cerca de 341 alunos, no período matutino. E do 1° ao 3° ano do

ensino médio totaliza cerca de 347 alunos no período vespertino. Além disso atende

dois programas de ensino integral: Mais Educação e Ensino Médio Inovador.

O programa Mais Educação compreende alunos do 6° ao 9° ano, que

segundo o Ministério da Educação (2007):

O programa, instituído pela Portaria Interministerial nº 17/2007 e regulamentado pelo Decreto 7.083/10, constitui-se como estratégia do Ministério da Educação para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral.

As escolas das redes públicas de ensino estaduais, municipais fazem a

adesão ao Programa e, de acordo com o projeto educativo em curso, optam por

desenvolver atividades de acompanhamento pedagógico; educação ambiental;

esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e artes; cultura digital;

promoção da saúde; comunicação e uso de mídias; investigação no campo das

ciências da natureza e educação econômica.

O programa Ensino Médio Inovador atende os alunos do 1° ao 3° ano do

ensino médio, também para a ampliação do tempo do aluno na escola. As escolas

que aderem ao programa passam a oferecer uma carga horária de 1.200 horas/ano,

200 a mais que no ensino médio convencional (regular).

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O programa conta com recursos do Ministério da Educação com

contrapartida do Governo do Estado através da cessão e remuneração dos

professores. No programa, os professores envolvidos têm uma carga hora com 10

horas a mais por semana – 05 horas atuando diretamente com os alunos, e 05

utilizadas em planejamento.

De acordo com o Ministério da Educação (2009):

O Programa Ensino Médio Inovador- ProEMI, instituído pela Portaria nº 971, de 9 de outubro de 2009, integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, como estratégia do Governo Federal para induzir a reestruturação dos currículos do Ensino Médio.

O objetivo do ProEMI é apoiar e fortalecer o desenvolvimento de

propostas curriculares inovadoras nas escolas de ensino médio, ampliando o tempo

dos estudantes na escola e buscando garantir a formação integral com a inserção de

atividades que tornem o currículo mais dinâmico, atendendo também as

expectativas dos estudantes do ensino médio e às demandas da sociedade

contemporânea.

Os projetos de reestruturação curricular possibilitam o desenvolvimento

de atividades integradoras que articulam as dimensões do trabalho, da ciência, da

cultura e da tecnologia, e contempla as diversas áreas do conhecimento a partir de 8

macro campos: acompanhamento pedagógico; iniciação científica e pesquisa;

cultura corporal; cultura e artes; comunicação e uso de mídias; cultura digital;

participação estudantil e leitura e letramento.

De acordo com Fonseca (2011), ao criar projetos que ampliem o

conhecimento geral dos alunos, não apenas colaboram com a formação acadêmica

dos alunos, mas também atuam no desenvolvimento de pensamento mais crítico,

pois dão a oportunidade de interagir com a sociedade, aprender a desenvolver

habilidade crítica e a compreender o meio em que estão inseridos.

A Escola Estadual Tristão de Barros é referência na região e no estado

pelos seus projetos e prêmios conquistados. A EETB representou o Rio Grande do

Norte, em 2015, na 7º Jornada de Foguetes, evento que foi organizado pela 9ª

Mostra Brasileira de Foguetes em Barra do Piraí (RJ), e ficou em 2º lugar nacional

utilizando garrafas pet.

Unindo tecnologia, sustentabilidade e inclusão social, alunos da EETB

também foram premiados, em 2014, num concurso promovido pela empresa de

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tecnologia Samsung, que presenteou a escola com uma sala interativa com TV 60’,

mesas moduladas para melhor interação dos alunos e 50 tablets com internet banda

larga.

O projeto é chamado de “Equilíbrio – para uma inclusão sustentável e um

meio ambiente melhor” e vem sendo realizado há alguns anos na disciplina de física

com alunos do ensino médio, que adotaram o hábito de recolher lixo eletrônico e,

através dele, estudar os fenômenos físicos e criar materiais reutilizando os

equipamentos que iriam para o lixo. Desenvolveram protótipos que beneficiam

colegas de sala, portadores de necessidades especiais como o desenvolvimento do

protótipo de uma bengala para deficientes visuais.

O objeto foi construído com os mesmos dispositivos que faz um celular

comum vibrar. Ao se aproximar de algum obstáculo, a bengala dispara um sensor

que vibra e o deficiente visual pode desviar, chegando a ser destaque na condição

de referência em educação de qualidade e voltada para a vida real, no programa

“Esquenta” da apresentadora Regina Casé na Rede Globo, em 2015.

Nesse sentido, é importante destacar a afirmação de Pires (2007, p.31):

A educação crítica leva a uma vida digna e justa, isto é, prepara-se para a vida, através da busca de resoluções de problemas do dia a dia, da troca de experiências, construindo e reconstruindo novos conhecimentos através dessa interatividade. A escola dever estar vinculada à realidade de seus alunos estabelecendo a relação entre teoria e prática, de formas flexíveis, inovadoras e críticas. Além dessa relação, a escola deve ter a práxis em seu meio, ou seja, momentos de ação-reflexão-ação, onde seus profissionais devem estar em constante processo de atualização acompanhando a demanda que hoje a sociedade exige.

A EETB também inclui em seu planejamento o turismo pedagógico,

utilizando aulas de campo, viagens educacionais e estudo do meio para uma maior

aprendizagem dos alunos do conteúdo estudado1.

Como exemplo de prática de turismo pedagógico na EETB se destaca a

viagem realizada no dia 29 de abril de 2014 para Natal e Ceará-Mirim. É importante

mencionar que em 2015 não foi possível ser realizado viagem com essa proporção

por fatores financeiros, dentro do planejamento anual da Escola Estadual Tristão de

Barros.

1 Estamos adotando nesse estudo, como turismo pedagógico viagens, visitas técnicas, aulas de campo e estudo

do meio, com ou sem pernoite no destino, com fins pedagógicos, envolvendo alunos, professores e gestão escolar.

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A viagem pedagógica, direcionada a Natal-RN e Ceará-Mirim-RN de

acordo com o professor de Língua Inglesa, foi realizada com as turmas do 1º ano do

Ensino Médio Inovador, onde os alunos puderam vivenciar atividades que numa sala

de aula jamais seriam possíveis.

De acordo com o professor, foram visitados o Parque da Ciência, com

visitas aos blocos de Química, Física e Biologia, onde os alunos puderam ampliar

seus conhecimentos acerca das referidas áreas, tirando dúvidas, interagindo,

vivenciando práticas (figura 1).

Figura 1. Alunos vivenciando a viagem de estudo no Parque da Ciência Natal/RN.

Fonte: Professor Cassildo, 2014.

Experiências desse tipo para o educando é de suma importância em sua

formação, pois através desses experimentos permite a vivência do aluno, e observar

a relação teoria e prática.

Na segunda parte da aula de campo, os alunos realizaram um passeio de

trem de Natal a Ceará-Mirim (figura 2), posteriormente, visitaram o antigo Palácio do

Governo (figura 3), também, conheceram o Engenho Mucuripe (figura 4), registro de

um importante período econômico do Estado do Rio Grande do Norte.

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Figura 2. Alunos na Viagem de Trem.

Fonte: Professor Cassildo, 2014.

Figura 3. Alunos visitando o antigo palácio do Governo.

] Fonte: Professor Cassildo, 2014.

Figura 4. Visita ao Engenho Mucuripe.

Fonte: Professor Cassildo, 2014.

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Na última parte da viagem, os alunos realizaram uma visita à Matriz de

Nossa Senhora da Conceição, a maior igreja do Estado do Rio Grande, na época

em que foi construída (figura 5).

Figura 5. Alunos na Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

Fonte: Professor Cassildo, 2014.

Muitas outras viagens são realizadas na EETB, como visitas a Pedra do

Cruzeiro, Cânion dos Apertados e Mina Brejuí entre outras todas localizadas em

Currais Novos-RN. Isso mostra que a escola inova em desenvolver atividades

pedagógicas extraclasse, auxiliando os alunos no processo ensino-aprendizagem

dos conteúdos estudados em sala de aula, despertando o censo crítico e curioso

dos discentes.

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4 REFLEXÕES SOBRE AS POSSIBILIDADES E OS LIMITES DO TURISMO

PEDAGÓGICO

Para a análise sobre o turismo pedagógico realizado na EETB,

primeiramente definimos o público a ser entrevistado. A diretora representando a

gestão da escola, cinco professores que se puseram a colaborar com a pesquisa e

discentes do 3° ano do ensino médio compuseram a amostra da pesquisa, pois é o

período em que se encontram os alunos mais antigos da escola, que

acompanharam várias experiências pedagógicas implementadas e que poderiam

contribuir para revelar os limites e as possibilidades do turismo pedagógico na

referida escola.

Desta forma, foram aplicados questionários (roteiro fechado – apêndice A)

com 52 alunos do 3º ano do ensino médio presentes no dia da pesquisa, dos 84

matriculados, representando 61% do total de alunos. Os questionários foram

aplicados no dia 25 de abril de 2016 no auditório da escola no momento do intervalo,

pois a diretora informou que os professores estavam discutindo o resultado de

simulados na hora da aula e a aplicação de questionário poderia atrapalhar os

professores.

Além disso, para uma análise qualitativa, aplicamos entrevistas

semiestruturadas (apêndice B), no dia 3 de maio de 2016, com 9 alunos do 3° ano,

que se voluntariaram para responder as questões no intervalo da aula.

Com entrevista semiestruturada (apêndice C), também entrevistamos, no

dia 3 de maio de 2016, 5 professores das disciplinas de história, geografia,

português, inglês e matemática, os quais se propuseram a participar da pesquisa.

Representando a gestão da escola, entrevistamos a diretora da EETB

(apêndice D) para assim compor o volume de informações necessárias para as

nossas reflexões sobre o planejamento do turismo pedagógico na EETB.

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4.1 O Turismo Pedagógico e a Gestão Escolar

A Escola Estadual Tristão de Barros é gerida pela diretora Profa Elba

Alves, graduada em Letras (1998) e especialista em Linguística e Ensino da Língua

Materna (2001) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Além de ser

professora de língua portuguesa e gestora da Escola Estadual Tristão de Barros, é

tutora presencial do curso de Letras EAD da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte.

A entrevista foi realizada no dia 25 de abril de 2016 com perguntas

estruturadas a respeito do turismo pedagógico e suas contribuições para a escola. A

diretora ao ser questionada pelo seu entendimento sobre o que é o turismo

pedagógico afirma que:

O turismo pedagógico é quando se consegue articular a teoria e os conhecimentos curriculares vivenciados na prática, então geralmente se aproxima esse conhecimento teórico da vivência, onde os alunos vão a lugares ou outras cidades ou até mesmo outros estados, para vivenciar e adquirir experiências, para discutir antes, durante e depois com o conteúdo que tiveram acesso em sala de aula.

Isso mostra que a diretora tem consciência de fato do que significa o

turismo pedagógico, seguindo os conceitos dos autores apresentados no referencial

teórico. Segundo Gomes et al. (2012), através do turismo pedagógico ou turismo

educativo, as instituições de ensino podem proporcionar aos alunos aprender na

prática o que foi visto teoricamente na sala de aula, utilizando as viagens de estudo

como eficaz mecanismo facilitador do processo educacional.

Considera-se que a utilização de métodos de ensino que permitam ao

discente vivenciar algum tipo de prática, amplia a eficiência da aprendizagem. Na

opinião da diretora o turismo pedagógico é uma ferramenta de aprendizagem, pois

acredita “na vivência, quando os alunos têm a oportunidade de assimilar o

conhecimento teórico com a prática cotidiana da vida real, eles aprendem com mais

facilidade”.

A diretora ao ser questionada sobre a frequência que a EETB realiza as

viagens pedagógicas revela que:

A escola tem um planejamento anual de turismo pedagógico, mas que não consegue executar todos os anos, pois depende de recursos financeiros disponibilizados pelo FNDE através de convênios que se têm com o estado já que são uma escola estadual, e também

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convênios com os programas federais, no caso da escola o Ensino Médio Inovador, onde são destinado recursos para serem utilizados na prorrogação do tempo do aluno na escola, tendo os recursos é selecionado os locais para as viagens no planejamento pedagógico.

O recurso financeiro para as viagens é essencial, pois a maioria dos

alunos não teria como pagar pelas viagens realizadas. Tendo em vista isso, segundo

a diretora:

A dificuldade de realizar o turismo pedagógico na instituição é o fator financeiro, tomada de preço e orçamento das viagens, envolvendo transporte, alimentação e ingressos para entrada de locais de visita pagos, que geralmente o dinheiro planejado não cobre as despesas da viagem precisando sempre de uma complementação da família do aluno, impedindo às vezes a realização ou a presença do aluno na viagem.

Para que o turismo pedagógico seja colocado de maneira que auxilie o

ensino, é importante que faça parte do planejamento pedagógico da escola, ou seja,

que esta atividade esteja incluída nos planos de atividades da escola ao longo do

ano e não apenas como uma atividade isolada. Segundo Veiga (1995, apud

FONSECA 2014, p. 34), o projeto político pedagógico busca organizar o trabalho

pedagógico de uma escola de forma integral, para que assim seja possível visualizar

a ação educativa que a escola desenvolve, de forma que compreenda suas

finalidades e objetivos.

Sobre os atores que tomam a iniciativa pelas viagens pedagógicas, de

acordo com a diretora:

O interesse pelas viagens pedagógicas parte do professor, por que o

currículo é um indicativo das viagens, é através das discussões dos

conteúdos em sala de aula que surgem interesse do professor em se

aprofundar mais, é realizado também o planejamento coletivo com

todos os professores, além disso, os alunos podem indicar, sugerir e

fazer relação com vivencias realizadas pessoalmente e trazer para o

planejamento pedagógico para serem avaliadas e realizadas com as

turmas.

As viagens realizadas pela escola são interdisciplinares, onde todos os

professores estão inseridos, não contendo uma disciplina específica, todos os

projetos de viagem abordam questões nas áreas sociais e naturais, onde todos se

reúnem para articular e discutir as possibilidades existentes na aula de campo.

Por fim, em relação às possiblidades de ampliação de viagens

educacionais dos alunos da escola a diretora afirma que vem ampliando e vendo

possibilidades do turismo pedagógico pelas proximidades do Seridó, como visitas

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aos museus existentes na região, patrimônios históricos, sítios arqueológicos,

pontos turísticos, entre outros.

Desta forma, podemos observar que um fator limitante do turismo

pedagógico é o custo das viagens e uma das alternativas possíveis que já estão

sendo estudadas pela direção é desenvolver atividades pedagógicas próximas da

escola, na própria região, tornando a visita mais barata e possibilitando aos alunos

aprender sobre e contemplar a região em que estão inseridos.

4.2 A Importância do Turismo Pedagógico na Visão dos Professores

As questões dos questionários foram baseadas nos objetivos desta

pesquisa e abordavam a percepção dos professores a respeito do entendimento

sobre turismo pedagógico, atividades realizadas fora da rotina escolar, que são

organizadas pela escola e, ainda, sobre a possível contribuição das atividades para

o processo ensino-aprendizagem.

As informações obtidas por meio das entrevistas com cinco professores

estão identificadas pelas disciplinas que ministram na Escola Estadual Tristão de

Barros, tais como História, Geografia, Língua Portuguesa, Língua Inglesa e

Matemática, buscando garantir a privacidade dos docentes.

Como vimos anteriormente, o turismo pedagógico é utilizado por

professores para promover o conhecimento teórico com a prática realizado fora do

ambiente da escola, fazendo com que os alunos adquiram experiências que não são

disponíveis em sala de aula. Nessa direção, as viagens de campo podem ser

utilizadas como eficiente recurso metodológico, podendo auxiliar o aluno na

compreensão dos conceitos e práticas dos conteúdos das disciplinas. Essa é a visão

dos professores a respeito do que eles entendem por turismo pedagógico, como

podemos observar em suas falas:

A maneira pela qual podemos quebrar as barreiras da teoria e levá-las ao mundo encantado da prática. (PROFESSOR DE GEOGRAFIA)

Uma modalidade do turismo na qual há aprendizagem sobre diversos âmbitos do conhecimento relacionados aos locais de visitação. (PROFESSOR DE HISTÓRIA, 2016)

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Um dos nossos professores colaboradores alertou para o fato de que o

turismo pedagógico amplia o aprendizado dos alunos:

Entendo que viabiliza o conhecimento adquirido pelos alunos a ampliarem o nível de aprendizado, havendo as aplicações desse método de conhecimento. (PROFESSOR DE MATEMÁTICA, 2016)

Seguindo esse pensamento a Professora de Língua Portuguesa (2016)

afirma que “é um tipo de turismo que realiza atividades, passeios, viagens, etc.,

envolvendo professores e alunos com o objetivo de favorecer a aprendizagem”. Já o

professor de Língua Inglesa diz que “são viagens com fins educacionais, podendo

ser intermunicipais, interestaduais e internacionais”.

Analisando as respostas a respeito do que os professores entendem por

turismo pedagógico é possível constatar o conhecimento dos docentes da escola, do

que de fato seja o turismo pedagógico.

Sobre a relevância para a aprendizagem dos alunos utilizando a atividade

de turismo pedagógico todos os professores afirmam ser de grande relevância, pois

permite aos alunos experimentar e vivenciar atividades diversas, permitindo ao aluno

conhecer in loco muito do que é referido em sala de aula, proporcionando

experiências empíricas necessárias a uma formação robusta e consistente.

Questionados sobre se tinham realizado ou promovido viagem de campo,

o professor de Língua Inglesa, Geografia e Língua Portuguesa mencionaram a

viagem realizada em 2014, a Natal-RN e Ceará-Mirim-RN (citado no capítulo 3).

O professor de História assegura que também realizou viagens com os

alunos para o Museu Mineral Mina Brejuí (Currais Novos/RN), e ao Sítio

Arqueológico Xique-Xique 2 (Carnaúba dos Dantas/RN). A partir desse último relato,

é possível observar que o professor não precisou levar os alunos em um lugar muito

distante para fazer sua aula de campo, que acabou por se realizar na cidade

próxima onde a escola está localizada.

Já o professor de Matemática justificou que entrou esse ano na escola e

não fez nenhuma viagem com os alunos nesse período.

Sobre a frequência das viagens, os docentes das matérias de Língua

Inglesa, História e Geografia afirmam que são realizadas geralmente uma vez por

ano, já a professora de Língua Portuguesa assegura que sempre que possível a

escola organiza viagens pedagógicas.

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Além disso, todos responderam que o turismo pedagógico é uma

ferramenta importante no processo ensino-aprendizagem dos alunos.

O professor de Geografia (2016) diz que “através das viagens de estudo

os alunos podem unir a teoria com a prática abordando alguns temas trabalhados

em sala”. Como também, o professor de Língua Inglesa (2016) fala que “é uma

ferramenta que auxilia a aprendizagem, pois reforça os conteúdos teóricos”.

Os professores deixam claro a importância de trazer o conteúdo

trabalhado na sclasse para a aula de campo realizada com o aluno, podendo

possibilitar assim um maior interesse e índice de aprendizagem, já que através

desse contato com o meio ele consegue identificar, mesmo que em parte, o que está

sendo estudado.

Todos os professores ao serem questionados sobre as dificuldades para

a realização das viagens pedagógicas na EETB falam da falta de recursos

financeiros, já que nem todos os alunos podem bancar com as despesas.

Porém, pensar somente nas dificuldades financeiras pode ser um

empecilho para que o professor desenvolva um trabalho de aula de campo na

escola. Facilidades também existem, como a diretora da escola revelou das

possibilidades de exploração dos atrativos pedagógicos da região nas proximidades

para driblar as dificuldades financeiras, basta que o professor se organize, planeje e

busque realizar um trabalho em conjunto com a equipe pedagógica do local de

trabalho.

Por fim, ao ser perguntado aos professores se a prática interfere na vida

do professor, de acordo com o docente de Língua Inglesa interfere de maneira

positiva, pois acredita que o professor também cresce ao vivenciar experiência

práticas. A docente de Língua Portuguesa afirma que “sim de forma positiva, porque

permite ao docente diversificar suas experiências e ampliar as possibilidades em

sala de aula”. O professor de História diz que “interfere de maneira positiva, pois

permite repensar sua prática, refletir na importância do turismo pedagógico em seu

conteúdo didático, na metodologia”. O professor de Matemática afirma que “interfere

de forma positiva, pois o professor pode viabilizar uma nova forma de passar

conhecimentos”.

Por último, o professor de Geografia também fala que interfere sim de

maneira positiva, pois essa prática mostra um novo horizonte diferenciado vindo a

complementar as informações teóricas.

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Portanto, foi detectado a importância da prática do turismo pedagógico na

concepção dos professores, como forma de aprendizado do aluno, uma vez que

através das aulas de campo o mesmo pode observar na prática todo aquele

conteúdo que lhe foi dado em sala de aula, motivando, então, seu próprio raciocínio

crítico.

4.3 A Percepção dos Alunos em Relação ao Turismo Pedagógico

A análise a seguir sobre a percepção dos alunos em relação ao turismo

pedagógico, por meio de dados quantitativos e qualitativos foram obtidos através de

questionário aplicado com 52 alunos, e entrevista semi-estruturada realizada com 9

alunos do 3° ano do ensino médio da Escola Estadual Tristão de Barros.

Dos 52 alunos pesquisados, 52% têm 17 anos, 31% 16 anos, 11% 18

anos e 6% 19 anos, como apresenta o gráfico 1 a seguir:

Gráfico 1. Faixa etária de idade dos alunos do 3° ano da EETB.

Fonte: elaboração própria

Os alunos do 3º ano do ensino médio foram entrevistados justamente por

serem os alunos que já passaram o maior tempo na escola, no mínimo 11 anos, e

podem contribuir com a pesquisa revelando suas experiências com o turismo

pedagógico durante sua trajetória escolar.

31%

52%

11%

6%

16 anos

17 anos

18 anos

19 anos

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Da amostra de 52 alunos, 81% já participaram de viagens pedagógicas

organizadas pela Escola Estadual Tristão de Barros, e 19% não participaram (gráfico

2).

Gráfico 2. Alunos que participaram de viagens pedagógicas pela EETB.

Fonte: elaboração própria.

Isso revela um número expressivo de alunos que não se envolveram em

viagens pedagógicas organizadas pela escola. Os motivos apontados pela maioria

deles foram por questões “familiares ou pessoais”, entendidas como preocupação

dos responsáveis em permitir a participação do aluno em atividades extraclasse e

também pela falta de recurso financeiro.

A pesquisa também mostra que a maioria dos alunos participou de

viagens pedagógicas realizadas pelos professores e promovidas pela escola, tais

como viagem a Natal/RN, com visitas aos Museus, Parque da Ciência e Aquário da

cidade, ao Cânion dos Apertados e Pedra do Cruzeiro em Currais Novos/RN,

revelando que a escola proporciona viagens pedagógicas.

Os dados confirmam a afirmação de Vinha (2005, p. 6):

Dificilmente um estudante recusaria participar de uma viagem ou de um passeio nos arredores da escola e pela cidade. Facilmente um professor encontraria objetivos pedagógicos que poderiam ser atingidos através de uma viagem ou de passeios, pois se tem nessas atividades, espaço para o entretenimento e também para o conhecimento. Além do mais, professores em geral, têm buscado formas de tornar a atividade de ensinar e de aprender, mais prazerosa e mais significativa.

Essas viagens, como mostra o gráfico 3, colaboram com a aprendizagem

do conteúdo dado em sala de aula, como afirmam 61% dos alunos entrevistados.

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Para 24% as viagens colaboram muito para o aprendizado. Evidenciando a

importância do turismo pedagógico como instrumento do processo ensino-

aprendizagem.

Entretanto, para 15% as viagens colaboram pouco para o aprendizado.

Mas cabe ressaltar que nenhum aluno respondeu que as viagens não colaboram

com o aprendizado do conteúdo dado em sala de aula.

Gráfico 3. Colaboração das viagens/visitas com a aprendizagem do conteúdo dado em sala de aula para o discente.

Fonte: elaboração própria.

Assim, podemos afirmar que o turismo pedagógico colabora de maneira

expressiva com o aprendizado dos assuntos das disciplinas que se envolvem em

viagens pedagógicas, mostrando que ele auxilia os discentes na associação da

teoria com a prática, facilitando a aprendizagem e reforçando o que foi abordado em

sala de aula. As viagens culturais, como visita a museus e a lugares históricos,

ampliam a visão de mundo e de conhecimento do aluno ajudando, entre outras

coisas, na visualização e aplicação de conceitos teóricos.

Sobre as viagens pedagógicas, os alunos entrevistados afirmam que foi

uma experiência divertida, que uniu a turma, aprendendo muita coisa a respeito da

matéria estudada em sala, sendo produtiva para sua aprendizagem.

Outro dado importante revelado pelos alunos é que para 47,6% os

professores sempre conseguem relacionar o conteúdo teórico dado em sala de aula

com a prática vivenciada nas viagens pedagógicas. Para 45,2% apenas às vezes

isso acontece, e somente para 4,8% em poucos momentos os professores

24%

61%

15% Colaboraram Muito

Colaboraram

Colaboraram pouco

Não colaboraram

Não sei

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conseguem relacionar conteúdo-prática. Novamente cabe destacar que nenhum

aluno considerou que nunca o professor relaciona teoria e prática nas viagens

pedagógicas (gráfico 4).

Gráfico 4. Nas viagens/visitas realizadas pela escola, os professores conseguem relacionar o conteúdo teórico dado em sala de aula com a prática.

Fonte: elaboração própria.

O gráfico revela também que os professores nem sempre fazem

associação entre a teoria e a prática nas viagens executadas pela escola. Isto

significa que apesar de uma boa parcela responderem que sempre os professores

associam a matéria com a atividade de campo, relacionando os que responderam às

vezes e pouco, o número de porcentagem ultrapassa os que disseram sempre.

Isso significa, segundo os alunos, que os professores poderiam explorar

ainda mais o objeto de estudo nas aulas de campo, já que um dos objetivos das

viagens pedagógicas é o aprendizado de conteúdos dados em sala de aula.

Seguindo a linha de raciocínio, o gráfico 5 apresenta a avaliação dos

alunos sobre a importância das viagens interdisciplinares, ou seja, que relaciona as

diversas disciplinas numa mesma viagem. 71% dos alunos responderam ser muito

importante e 26% afirmaram ser importante. Mais uma vez, nenhum aluno

considerou pouco ou nada importante a realização de viagens interdisciplinares para

sua formação.

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Gráfico 5. A importância para o discente da escola realizar viagens/visitas interdisciplinares, ou seja, que relacionem o conteúdo das diversas disciplinas numa

mesma viagem/visita

Fonte: elaboração própria.

Este resultado mostra que os alunos que responderam o questionário

acham importante que os professores das disciplinas realizem o esforço de unir o

conhecimento, ao invés de compartimentalizá-lo, por meio das aulas de campo ou

das viagens pedagógicas. A aula de campo é uma importante ferramenta de ensino

para o professor, um suporte que contribui na direção das aulas, permitindo ao aluno

o convívio com a execução prática dos conteúdos aprendidos em classe.

A realização da interdisciplinaridade como forma de desenvolver uma

viagem de campo, contribui na integração dos conteúdos de uma disciplina com

outras áreas de conhecimento, sendo dessa maneira, uma das propostas eficientes

nas viagens pedagógicas, auxiliando para o aprendizado do aluno. Além disso,

existe a colaboração das disciplinas aparentemente distintas, esta interação é uma

forma importante que completa e possibilita a formulação da criticidade-reflexiva dos

alunos, interligando os assuntos estudados.

Sobre a importância para a formação do aluno participar de viagens com

o objetivo de conhecer melhor a cultura, a história, a geografia e a economia dos

lugares, 69% dos alunos responderam ser muito importante, seguido de 23,8% que

considera importante, contra apenas 4,8% que afirma ser pouco importante

(gráfico 6).

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Gráfico 6. A importância para formação do discente ao participar de viagens/visitas com o objetivo de conhecer melhor a cultura, a história, a geografia, a economia dos

lugares.

Fonte: elaboração própria.

Segundo os alunos entrevistados, é importante para a formação escolar

do discente participar de viagens pedagógicas em que os professores discutam os

fatores que integram o local visitado, a história, a economia, a cultura dos locais,

além de estudar os atrativos visitados em suas aulas. Servindo como estímulo para

os discentes na realização da pesquisa de campo executada nas viagens

educacionais.

Por fim, 54,8% dos alunos consideram que as viagens pedagógicas são

bem planejadas pela EETB, seguida de 38,1% que consideram muito bem

planejadas, contra apenas 4,8% dos alunos que apontam que são pouco

planejadas (gráfico 7).

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Gráfico 7. Avaliação do aluno sobre a organização e o planejamento das viagens/visitas realizadas pela escola.

Fonte: elaboração própria.

Para que o discente tenha a assimilação do conteúdo estudado com a

viagem, o planejamento é uma parte fundamental. Tudo precisa ser muito bem

preparado para que o aluno entenda o que vai ver no local, para que aquela

experiência tenha uma associação com a teoria.

Com isso, para uma maior identificação e interação sobre a percepção

dos discentes, foi verificado que os mesmos reconheciam o turismo pedagógico

como um importante instrumento de ensino-aprendizagem, e que as viagens

pedagógicas auxiliam nos estudos e na compreensão dos conteúdos estudados. No

entanto, muitos alunos revelaram que poderiam ser realizadas mais aulas de campo,

não sendo apenas uma vez ao ano.

Ao observar os dados obtidos, nota-se que de fato não é simples ou fácil

executar uma viagem pedagógica, mas apesar da falta de recursos financeiros a

gestão planeja com seus professores ao menos uma viagem ao ano para oferecer

aos seus alunos, no intuito de aprimorar a aprendizagem.

No caso da escola analisada, percebe-se que a iniciativa de promover as

viagens pedagógicas e atividades que diferem da rotina escolar obtém êxito, pois de

acordo com os alunos professores e gestão escolar as atividades organizadas pela

escola auxiliam na aprendizagem e na assimilação da teoria dada em sala de aula.

O turismo pedagógico se destaca por fornecer diversas oportunidades de

atividades de campo para o professor ser capaz de utilizá-las em seus métodos de

ensino, sendo seu roteiro de estudo, elaborado de acordo com o assunto trabalhado

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em sala, e em conjunto com as necessidades dos alunos e os objetivos que o

professor pretende alcançar.

Sendo assim, um diferencial desta atividade é que ela pode ser planejada

pela própria escola e professores de acordo com as suas necessidades. E

possibilitar, ainda, a participação e contribuição dos discentes em sua elaboração,

aproximando os discentes do diálogo com a escola, diminuindo os riscos de

insatisfação dos alunos, já que a viagem foi elaborada em comum acordo.

Ao analisar dados obtidos com o estudo realizado na Escola Estadual

Tristão de Barros com relação da teoria abordada no segundo capítulo, percebe-se

que a prática do turismo pedagógico não é uma atividade de fácil execução.

Apesar de existir projetos como o Ensino Médio Inovador que auxilia a

escola, e o interesse dos professores em realizar as viagens pedagógicas, usando

elas como ferramenta de ensino-aprendizagem, ainda são pouco utilizadas na

instituição, sendo planejadas pela gestão escolar uma vez ao ano.

A atividade de turismo pedagógico encontra limites na falta de recursos

financeiros para as viagens, como também na adesão de uma pequena parte dos

alunos por motivos “familiares ou pessoais”.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em concordância com o que foi visto neste trabalho, a educação é muito

importante para a formação dos alunos, pois possibilita ao discente conhecer o meio

e as práticas, podendo colaborar, assim, para o aumento de uma visão crítica dos

mesmos. Desta forma, ela contribui a transformarem em cidadãos não somente

preparados para o mercado de trabalho, mas também indivíduos com capacidade de

conhecer e exigir seus direitos, e não se deixarem levar por opiniões de outros,

como também podendo se opor contra exigências na qual discordem.

Diante do importante papel da escola e da educação na formação dos

discentes, revela-se a necessidade da busca por possibilidades que auxiliam o

progresso escolar, em que o aluno tenha a oportunidade de vivenciar uma educação

inovadora e de valor. Considera-se, portanto, a potencialidade do turismo

pedagógico como um método diferenciado na educação escolar, pois o turismo

pedagógico pode possibilitar uma experiência que relacione o ensino com a vivencia

dos alunos nas viagens de estudo realizadas.

Nessa direção, o turismo pedagógico aparece como uma alternativa

metodológica para o ensino-aprendizagem dos alunos na escola, podendo tornar as

aulas mais atraentes, interessantes e estimulantes para os alunos. A aula de campo

utilizada na escola possibilita ao aluno ter uma maior participação em seu

aprendizado, tirando o foco central e único do professor e do livro didático.

Nessa pesquisa foi identificado que a maioria dos discentes tinha

realizado viagens pedagógicas e que eles acham importante para sua formação

vivenciar na prática o conteúdo abordado pelos docentes na classe.

Nota-se também que os professores entendem que o turismo pedagógico

é um importante método de ensino que pode ser utilizado em suas aulas

extraclasse. Além disso, o professor em conjunto com a escola é uma parte

relevante na formação do ser humano. Sendo assim, entende-se que para que o

aluno torne-se participativo, crítico e consciente de seu papel na sociedade, cabe à

escola e professores utilizarem métodos que colaborem com essa formação.

Contudo, é importante reconhecer que com esse estudo e a partir da

análise do caso da Escola Estadual Tristão de Barros, que as viagens pedagógicas

em uma escola pública não são fáceis de serem realizadas, pelos fatores

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financeiros, mas que podem acontecer caso haja interesse e dedicação da equipe

pedagógica e dos professores.

Portanto, este presente trabalho além de confirmar que o turismo

pedagógico auxilia à aprendizagem dos conteúdos das disciplinas do currículo

escolar, também expõe as diversas possibilidades e contribuições que o turismo

pode oferecer à educação. Principalmente, acredita-se no turismo como parte

integrante da sociedade, que pode colaborar com seu desenvolvimento sendo uma

atividade ao auxílio da educação.

O turismo pedagógico está em crescimento, e a Escola Estadual Tristão

de Barros pode se tornar uma referência de práticas de Turismo Pedagógico para as

demais escolas do município e da região, para isso precisa ultrapassar o seu

principal limitador: recurso financeiro, além da adesão por parte de alguns alunos

seja pela preocupação dos responsáveis ou pela falta de recursos financeiros.

Dessa maneira, é importante que se tenha outros estudos nessa área,

que apresentem outras possíveis contribuições do turismo para a educação e

promovam a prática de turismo pedagógico, de forma que estimule mais escolas e

professores a aderirem às viagens pedagógicas no planejamento escolar. Para isso,

é importante que as universidades na área de Turismo e Pedagogia incentivem os

seus discentes a pesquisar e compreender a relacionar as viagens pedagógicas com

a Educação a o Turismo.

Portanto, como proposta, destaco a relevância de obter colaboração da

Universidade com a Escola Pública. Com os discentes de Turismo auxiliando na

organização e planejamento das viagens pedagógicas, sendo que o Curso de

Bacharelado em Turismo da UFRN que existe na cidade de Currais Novos é capaz

de oferecer uma relevante contribuição do turismo pedagógico em escolas públicas.

A partir deste estudo, sugere-se que projetos de visitação aos atrativos

turísticos na região, voltados aos alunos de escola pública, sejam fomentados no

Curso de Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pois não tem

esse tipo de iniciativa no momento presente. E com um trabalho conjunto com

escolas públicas, em que se trabalhe o turismo pedagógico, os alunos do Curso de

Turismo teriam a oportunidade de adquirir experiência na prática do que foi ensinado

em sala de aula, além de contribuir com a realização desses projetos.

Sendo assim, acredita-se que as colaborações realizadas pela adoção do

turismo pedagógico como atividade de ensino-aprendizagem de conteúdo de várias

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disciplinas são importantes para o aluno de uma escola pública. E também para a

universidade, que pode ampliar o conhecimento sobre a relação de Turismo e

Ensino, com estudos e pesquisas em conjunto com a realização da atividade em

escolas públicas. E por fim, para toda a sociedade, na qual esses resultados irão

repercutir.

Sendo assim, o presente estudo abre portas para novas pesquisas na

área.

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APÊNDICE A

Roteiro de Entrevista Estruturada com os Alunos da E. E. Tristão de Barros

Currais Novos-RN

Pesquisador: Danielson da Silva Oliveira

Idade:____

Data da entrevista: ___/___/_____

Local da entrevista: ___________________________________

1. Você já participou de viagens/visitas realizadas pela escola E. E.? ( ) Sim ( ) Não

Se respondeu “Não”: Por que nunca participou?________________________________________

____________________________________________________________________________

Se respondeu “Sim”, continue a entrevista:

2. As viagens/visitas colaboraram com a aprendizagem do conteúdo dado em sala de aula? ( )Colaboraram Muito ( )Colaboraram ( )Colaboraram Pouco ( )Não Colaboraram

( )Não sei responder

3. Nas viagens/visitas realizadas pela escola, os professores conseguem relacionar o conteúdo teórico dado em sala de aula com a prática?

( )Sempre ( )Às vezes ( )Pouco ( )Nunca

( )Não sei responder

4. Você acha importante a escola realizar viagens/visitas interdisciplinares, ou seja, que relacionem o conteúdo das diversas disciplinas numa mesma viagem/visita?

( )Muito Importante ( )Importante ( )Pouco importante ( )Nada importante

( )Não sei responder

5. Você acha importante para sua formação você participar de viagens/visitas com o objetivo de conhecer melhor a cultura, a história, a geografia, a economia dos lugares?

( )Muito Importante ( )Importante ( )Pouco importante ( )Nada importante

( )Não sei responder

6. Como você avalia a organização e o planejamento das viagens/visitas realizadas pela escola:

( )Muito bem planejadas ( )Bem planejadas ( )Pouco planejadas

( )Mal planejadas ( )Não sei responder

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APÊNDICE B

Roteiro de Entrevista Semiestruturada com os Alunos da E. E. Tristão de Barros - Currais Novos-RN

Pesquisador: Danielson da Silva Oliveira

Nome do Entrevistado: ___________________________________

Idade: ____

Data da entrevista: ___/___/_____

1. Os seus professores realizam atividades no ambiente externo da escola?

2. Se sim, cite as atividades que os seus professores já fizeram fora da escola nos últimos 3 anos?

3. Quais disciplinas costumam promover atividades no ambiente externo da escola?

4. Você já participou de alguma viagem promovida pela escola? Como foi a experiência?

5. As viagens ou visitas realizadas pela escola colaboram para a aprendizagem dos conteúdos das disciplinas? Por quê?

6. Quando você visita um lugar proposto pelo professor, você consegue relacionar a teoria (dada em sala de aula) com a prática (vivenciada/observada no lugar)?

7. Você acha que as viagens/visitas realizadas pela escola são bem organizadas e planejadas? Explique.

8. Na sua opinião, quais são os pontos positivos para sua formação em participar de viagens/visitas organizadas pela escola/professor (es)?

9. Na sua opinião, quais são os pontos negativos para sua formação em participar de viagens/visitas organizadas pela escola/professor (es)?

10. Você saberia dizer o que a escola poderia fazer para melhorar as viagens/visitas

no ambiente externo da escola?

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APÊNDICE C

Roteiro de Entrevista Estruturada com os Professores da E. E. Tristão de Barros - Currais Novos-RN

Pesquisador: Danielson da Silva Oliveira

Nome: ________________________________________________

Contato:____________________________

Data da entrevista: ___/___/_____

1. Quais disciplinas você leciona na E. E. Tristão de Barros?

2. O que você entende por Turismo Pedagógico?

3. Você acha relevante para a aprendizagem do aluno a atividade de turismo

pedagógico? Por quê?

4. Você já realizou alguma viagem de campo com seus alunos nos últimos 3

anos?

5. Com que frequência anualmente são realizadas as viagens de campo?

6. Na sua opinião, o turismo pedagógico é uma ferramenta importante de

ensino-aprendizagem?

7. Quais são as dificuldades para realizar o turismo pedagógico na escola

Tristão de Barros?

8. Quando praticado, o Turismo Pedagógico interfere na vida do professor?

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APÊNDICE D

Roteiro de Entrevista Estruturada com a Gestão Pedagógica da E. E. Tristão de Barros - Currais Novos-RN

Pesquisador: Danielson da Silva Oliveira

Nome:________________________________________________

Contato:____________________________

Data da entrevista: ___/___/_____

Local da entrevista: _____________________________________

1. O que você entende por Turismo Pedagógico?

2. Na sua opinião, o turismo pedagógico é uma ferramenta importante de ensino-aprendizagem? Por quê?

3. A escola realiza com que frequência (anual) viagens de campo com seus alunos do ensino médio?

4. De quem parte a iniciativa de realizar viagens/visitas com os alunos da escola? E como são planejadas?

5. Quais professores/disciplinas normalmente se envolvem nas viagens e quais professores/disciplinas não se interessam em participar?

6. De onde vem o recurso financeiro para viagens/visitas realizadas pela escola Tristão de Barros?

7. Quais são as dificuldades para realizar o turismo pedagógico na escola Tristão de Barros?

8. Quais são as possibilidades de ampliar e aperfeiçoar as atividades de Turismo Pedagógico na escola Tristão de Barros?