UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · DEDICATÓRIA A Deus, por ter me dado...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO CINTIA GALVÃO QUEIROZ EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE ESTOMIZADOS INTESTINAIS A LUZ DO MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY NATAL 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO

CINTIA GALVÃO QUEIROZ

EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS NO

PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE ESTOMIZADOS INTESTINAIS A LUZ DO

MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY

NATAL

2017

CINTIA GALVÃO QUEIROZ

EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS NO

PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE ESTOMIZADOS INTESTINAIS A LUZ DO

MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte, para obtenção do grau de

mestre em enfermagem.

Área de concentração: Enfermagem na atenção à

saúde

Linha de pesquisa: Desenvolvimento tecnológico em

saúde e enfermagem

Orientador: Profª Drª Isabelle Katherinne Fernandes

Costa Assunção

NATAL

2017

Queiroz, Cintia Galvão. Evidências de validade de instrumento para coleta de dados nopré e pós-operatório de estomizados intestinais a luz do Modelode Adaptação de Roy / Cintia Galvão Queiroz. - 2018. 132 f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grandedo Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduaçãoem Enfermagem. Natal, RN, 2018. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Isabelle Katherinne Fernandes CostaAssunção.

1. Estomia - Dissertação. 2. Modelos de enfermagem -Dissertação. 3. Processo de enfermagem - Dissertação. 4. Coletade dados - Dissertação. 5. Estudos de validação - Dissertação.I. Assunção, Isabelle Katherinne Fernandes Costa. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 616.8-009.7

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

CINTIA GALVÃO QUEIROZ

EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS NO

PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE ESTOMIZADOS INTESTINAIS A LUZ DO

MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do Título de Mestre em Enfermagem.

Aprovada em: 19 de dezembro de 2017, pela banca examinadora.

PRESIDENTE DA BANCA

Profa. Dra. Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção

(Departamento de Enfermagem/UFRN)

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

Profa. Dra. Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________________________________

Profa. Dra. Gabriela de Sousa Martins Melo de Araújo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro interno

_________________________________________________________

Profa. Dra. Mirian Alves da Silva

Universidade Federal da Paraíba

Membro externo

DEDICATÓRIA

A Deus, por ter me dado forças, saúde e perseverança para prosseguir e concluir mais essa

etapa. E, por sempre me fazer lembrar que os sonhos dele são maiores que os meus. Vale a pena

acreditar!

A minha mãe, Aparecida, por nunca desistir de mim e compreender meus estresses e minha

ausência quando tudo era difícil. Obrigada, mãe, por ter me ensinado as primeiras letras, por

aquele chinelo ao lado da cadeira de estudos, por todo o esforço, abdicação e dedicação durante

todos esses anos. Essa conquista é nossa!

A minha família, em especial a minha tia Nazaré e meu primo Kaio Fillipe, por terem sido meu

apoio, minha base, quando tudo parecia muito difícil e a vida desabar nas minhas costas. Pela

milésima vez, muito obrigada!

Ao meu namorado, Geraldo, por me compreender e ajudar em toda essa caminhada, da

graduação ao mestrado, pelo incentivo diário quando eu digo que não vou conseguir. Aguentar

meus estresses e minhas longas conversas de como foi o dia, aflições, medos, angustias e por

fazer do meu sonho o seu sonho.

A todas as pessoas estomizadas, que me ensinaram com suas histórias de vida, exemplos de

perseverança, otimismo e fé.

AGRADECIMENTOS

A minha orientadora, professora Dra. Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção, por

galgar comigo essa caminhada, pela oportunidade de crescimento profissional desde a

graduação, por ter ido além da relação professor/aluno, me oferecendo, muitas vezes, um ombro

para chorar ou um ouvido para escutar. Agradeço todos os ensinamentos e confiança em mim

depositada.

Aos docentes e ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, pelo apoio e incentivo durante todo esse período.

Aos professores doutores Gilson de Vasconcelos Torres, Bertha Cruz Enders e Gabriela de

Sousa Martins Melo de Araújo, pela participação em meu exame de qualificação e valiosas

contribuições. Em especial a professora Gabriela, pela imensurável ajuda desde a graduação e

por ter me aceitado como docente assistida, sempre com seu jeito doce e encantador. Você é

inspiradora. Muito obrigada!

Às professoras doutoras Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção, Gabriela de Sousa

Martins Melo de Araújo e Mirian Alves da Silva, por ler esse material com tanto carinho e zelo,

pelo aceite em estar em minha defesa e todas as contribuições dadas.

Às minhas amigas da graduação e de vida, Jéssica Lyra, Dianny, Kadyjina, Luana, Yleanna,

Sueleide, Iasmim, Mônica, Jéssika Costa e Elizabethe, por serem minha segunda família, na

certeza de que sempre estarão ali para oferecer apoio em qualquer circunstância da vida.

A minha amiga Kadyjina, irmã de coração que a vida me deu. Obrigada, minha amiga, por esse

laço de cumplicidade e amizade tão forte que nos une desde a graduação, por cada momento

que compartilhamos, choramos, sorrimos... Estaremos sempre juntas, nos apoiando! Eu

acredito muito em você!

As minhas amigas de pós-graduação, Kadyjina e Romeika, pela caminhada mais leve durante

esses dois anos, pela ajuda de sempre, por dividir sonhos, alegrias, conquistas dificuldades e

obstáculos.

Aos componentes do meu grupo de pesquisa Lays, Marjorie, Amanda, Suênia, Julliana, Luana,

Silvia, Isabelle, Fernanda, Dannyele, Aline, Dayane, Breno, Lorena e Alexsandra, pelo

incentivo e disposição a ajudar durante toda essa caminhada. Vocês são especiais!

Aos juízes da pesquisa, pela disponibilidade em participar do estudo, por todas as sugestões e

contribuições.

A Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior (CAPES), pela bolsa

concedida durante parte do mestrado.

Aos funcionários do Departamento de Enfermagem e da Pós-Graduação da UFRN, pela

disponibilidade de sempre.

A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, ajudaram no desenvolvimento e realização de

mais um capítulo da minha história. Muito obrigada!

“Na corrida dessa vida é preciso entender que você vai rastejar, que vai

cair, vai sofrer. E a vida vai lhe ensinar que se aprende a caminhar e só

depois a correr! A vida… a vida é uma corrida que não se corre sozinho.

Que vencer não é chegar. É aproveitar o caminho. Sentindo o cheiro das

flores e aprendendo com as dores causadas por cada espinho. Aprenda

com cada dor, com cada decepção, com cada vez que alguém lhe partir o

coração. O futuro é obscuro e às vezes é no escuro que se enxerga a

direção. Sinta sua caminhada e dê sempre uma parada pelo caminho que

for. Pare! Não tenha pressa. Não “carece” acelerar. A vida já é tão curta.

É preciso aproveitar essa estranha corrida que a chegada é a partida e

ninguém pode evitar. Por isso que o caminho tem que ser aproveitado

deixando pela estrada algo bom para ser lembrado! Vivendo uma vida

plena, fazendo valer a pena cada passo que foi dado. Ai sim, lá na chegada

onde o fim é evidente é que a gente percebe que tudo foi de repente. E

aprende na despedida que o sentido dessa vida é sempre seguir em frente!”

Bráulio Bessa

RESUMO

Objetivou-se analisar a validade teórica de instrumento para a coleta de dados no pré e pós-

operatório de pessoas estomizadas intestinais à luz do Modelo de Adaptação de Roy. Estudo

metodológico, quantitativo desenvolvido em duas etapas: construção da versão preliminar de

um instrumento norteador de consulta de enfermagem fundamentado no Modelo de Adaptação

de Roy, com aplicabilidade para o pré e pós-operatório de estomia (1ª etapa), submissão do

instrumento para validação do seu conteúdo aos especialistas (2ª etapa). A amostra foi composta

por 11 juízes selecionados a partir dos critérios de inclusão: atuar na prática clínica na área de

estomaterapia e/ou discentes a nível de mestrado e doutorado com conhecimento teórico e de

pesquisa sobre estomias intestinais e/ou Modelo de Adaptação de Callista Roy e aceitar

participar voluntariamente assinando o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Para

embasar a construção e validação do instrumento foi utilizada a teoria da psicometria, a qual se

baseia em três polos: teórico, experimental e analítico. Para fins de validação de conteúdo, o

presente estudo deteve-se ao polo teórico. A avaliação dos itens do instrumento ocorreu a partir

da classificação em não tenho sugestões para esse item, tenho sugestões para melhoria do item

e o item deve ser retirado e a avaliação geral de cada instrumento a partir de 10 requisitos. Após

a avaliação foi realizada a validação de conteúdo com aplicação do Índice Kappa (K) e Índice

de Validade de Conteúdo (IVC), aceitando índices superiores a 0,81 e 0,80, respectivamente.

O projeto de pesquisa obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa/UFRN (CAAE

nº 65941517.8.0000.5537). Após serem codificados e tabulados, os dados foram analisados por

meio de estatística descritiva. Dos 11 juízes que avaliaram o instrumento, 100% eram do sexo

feminino, com média de idade de 34,4 (±9,1) anos, 88,9% possuíam mestrado acadêmico,

54,5% atuavam exclusivamente na assistência e 36,4% disseram assistir e/ou pesquisar

estomias devido oportunidade de emprego/necessidade institucional. Em relação ao Modelo,

100,0% dos juízes responderam que consideram importante que o enfermeiro conheça o

processo adaptativo da pessoa estomizada, entretanto, apenas 72,7% tinham conhecimento. Na

avaliação geral do instrumento, obteve-se índices de IVC e Kappa de 0,90 e 0,96,

respectivamente, acima do considerado aceitável. A maioria dos itens avaliados obtiveram

níveis de avaliação da validade de conteúdo dentro do estabelecido (IVC ≥0,80 e Kappa≥0,81)

sendo considerados adequados. Dez itens foram retirados, uma vez que não obtiveram nível de

concordância dentro dos índices estabelecidos. Foi levado em consideração também as

sugestões e justificativas individuais dos juízes para melhorar o item ou retira-lo. Algumas

sugestões foram dadas por apenas um juiz, sendo analisadas, acatadas ou rejeitadas em função

de sua pertinência. Por fim, o instrumento foi reformulado baseando-se nos níveis de

concordância entre os juízes e a versão final apresenta 126 itens, mostrando-se válidos quanto

ao seu conteúdo, permitindo sua aplicação prática, tanto pelos enfermeiros assistenciais como

também pelos graduandos de enfermagem a fim de identificar necessidades adaptativas das

pessoas estomizadas e subsidiar intervenções para promover a adaptação.

Palavras-chave: Estomia. Modelos de Enfermagem. Processo de Enfermagem. Coleta de

dados. Estudos de Validação.

ABSTRACT

The aim of this study was to analyze the theoretical validity of an instrument for the collection

of data in the pre and postoperative period of intestinal stomates in the light of Roy's Adaptation

Model. Methodological and quantitative study developed in two stages: construction of the

preliminary version of a nursing consultation guideline based on the Roy Adaptation Model,

with applicability for the pre and post-operative of the stommy (1st stage), submission of the

instrument for validation of its content to the experts (2nd stage). The sample consisted of 11

judges selected from the inclusion criteria: acting in the clinical practice in the area of

stomatherapy and/or students at master's and doctoral level with theoretical knowledge and

research on intestinal stomies and/or Callista's Adaptation Model Roy and agree to participate

voluntarily by signing the informed consent term. In order to base the construction and

validation of the instrument, the theory of psychometry was used, which is based on three poles:

theoretical, experimental and analytical. For purposes of content validation, the present study

was applied to the theoretical pole. The evaluation of the items of the instrument occurred from

the classification in I have no suggestions for this item, I have suggestions for improvement of

the item and the item should be withdrawn and the overall evaluation of each instrument from

10 requirements. After the evaluation, the content validation was applied with Kappa Index (K)

and Content Validity Index (IVC), accepting indexes above 0.81 and 0.80, respectively. The

research project obtained a favorable opinion from the Research Ethics Committee/UFRN

(CAAE nº 65941517.8.0000.5537). After being coded and tabulated, the data were analyzed by

means of descriptive statistics. Of the 11 judges who evaluated the instrument, 100% were

female, with a mean age of 34.4 (± 9.1) years, 88.9% had an academic master's degree, 54.5%

were exclusively on care and 36, 4% said attending and/or researching ostomies due to job

opportunity/institutional need. Regarding the Model, 100.0% of the judges answered that they

consider it important that the nurse knows the adaptive process of the stomized person,

however, only 72.7% were aware. In the general evaluation of the instrument, IVC and Kappa

indexes of 0.90 and 0.96, respectively, were obtained, above that considered acceptable. Most

of the evaluated items had levels of evaluation of the validity of content within the established

(IVC ≥0.80 and Kappa ≥0.81) being considered adequate. Ten items were withdrawn, since

they did not obtain level of agreement within the established indices. The judges' individual

suggestions and justifications were also taken into account to improve the item or to withdraw

it. Some suggestions were given by only one judge, being analyzed, accepted or rejected

according to their pertinence. Finally, the instrument was reformulated based on the levels of

concordance between the judges and the final version presents 126 items, proving valid as to

its content, allowing its practical application, both by nursing assistants as well as by

undergraduate nursing students to identify the adaptive needs of stommized people and to

support interventions to promote adaptation.

Keywords: Estomy. Nursing Models. Nursing Process. Data collect. Validation Studies.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRASO Associação Brasileira de Ostomizado

BDENF Base de dados de enfermagem

BVS Biblioteca Virtual em Saúde

CAAE Certificado de Apresentação para Apreciação Ética

CERHRN Centro Especializado em Reabilitação e Habilitação do Rio Grande do Norte

CEP Comissão de Ética em Pesquisa

CINAHL Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature

COFEN Conselho Federal de Enfermagem

DECS Descritores em Ciências da Saúde

IBECS Indice Bibliográfico Español de Ciencias de la Salud

INCA Instituto Nacional do câncer

IVC Índice de Validade de Conteúdo

K Índice Kappa

LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MAR Modelo de Adaptação de Roy

MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

MESH Medical Subject Headings

PE Processo de enfermagem

SAE Sistematização da assistência de enfermagem

TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UOAA United Ostomy Associations of América

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Definição constitutiva da adaptação da pessoa estomizada à luz do Modelo

de Adaptação de Roy. Natal/RN, 2017.............................................................................. 44

Quadro 2 - Distribuição dos problemas adaptativos e indicadores de adaptação positiva

das pessoas estomizadas conforme os modos adaptativos do Modelo de Adaptação de

Roy. Natal/RN, 2017......................................................................................................... 46

Quadro 3 – Variáveis de caracterização sociodemográfica e profissional. Natal/RN,

2017................................................................................................................................... 49

Quadro 4 – Variáveis sociodemográficas presentes no instrumento. Natal/RN, 2017...... 50

Quadro 5 – Variáveis de história clínica presentes no instrumento. Natal/RN, 2017....... 51

Quadro 6 – Variáveis de dados da cirurgia presentes no instrumento. Natal/RN,

2017................................................................................................................................... 51

Quadro 7 – Variáveis de anamnese e exame físico presentes no instrumento. Natal/RN,

2017................................................................................................................................... 52

Quadro 8 – Variáveis do parecer final do instrumento. Natal/RN, 2017........................... 55

Quadro 9 - Requisitos a serem analisados no instrumento. Natal/RN, 2017..................... 56

Quadro 10 - Distribuição do índice Kappa (K) e os níveis de interpretação de

concordância. Natal/RN, 2017........................................................................................... 57

Quadro 11 - Hipóteses teórica e estatística do estudo. Natal/RN, 2017............................ 58

Quadro 12– Sugestões dos juízes referente as variáveis sociodemográficas, aceite das

sugestões e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017........................................ 63

Quadro 13 – Sugestões dos juízes referente a história clínica, aceite das sugestões e

justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017........................................................... 65

Quadro 14– Sugestões dos juízes referente aos dados da cirurgia, aceite das sugestões e

justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017........................................................... 66

Quadro 15 – Sugestões dos juízes referentes aos modos adaptativos, aceite das sugestões

e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017.......................................................... 73

Quadro 16 – Sugestões dos juízes referentes aos dados pré-operatórios, aceite das

sugestões e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017........................................ 77

Quadro 17 - Parecer final dos juízes sobre o instrumento, de acordo com os requisitos

avaliados. Natal/RN, 2017................................................................................................. 78

LISTA DE TABELA

Tabela 1 - Quantitativo dos estudos localizados (L), estudos potencialmente relevantes

(R), estudos excluídos por estarem duplicados (D), selecionados para leitura na íntegra

(S) e amostra final (A). Natal/RN, 2017............................................................................ 34

Tabela 2 - Distribuição dos estudos quanto à base de dados, tipo de estudo/forma de

abordagem, população, nível de atenção, tipo de validação, referencial teórico e nível de

evidência. Natal/RN, 2017................................................................................................. 36

Tabela 3 - Caracterização sociodemográfica e profissional dos juízes participantes da

pesquisa. Natal/RN, 2017.................................................................................................. 60

Tabela 4 - Categorias de composição do instrumento. Natal/RN, 2017............................ 61

Tabela 5 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares dos dados de identificação.

Natal/RN, 2017.................................................................................................................. 62

Tabela 6 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares da história clínica.

Natal/RN, 2017.................................................................................................................. 64

Tabela 7 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares dos dados da cirurgia.

Natal/RN, 2017.................................................................................................................. 66

Tabela 8 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo

fisiológico. Natal/RN, 2017.............................................................................................. 67

Tabela 9 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo

autoconceito. Natal/RN, 2017........................................................................................... 70

Tabela 10 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo

função na vida real. Natal/RN, 2017................................................................................. 71

Tabela 11 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo

interdependência. Natal/RN, 2017.................................................................................... 72

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação gráfica da ativação de mecanismos de enfrentamento e

desencadeamento de respostas, segundo o MAR. Natal/RN, 2017.................................. 27

Figura 2 - Fluxograma das etapas metodológicas da revisão integrativa. Natal/RN,

2017.................................................................................................................................. 34

Figura 3 - Fluxograma das etapas metodológicas do estudo. Natal/RN, 2017................. 43

Figura 4 – Rede explicativa da utilização do instrumento para coleta de dados no pré e

pós-operatório de estomizados intestinais. Natal/RN, 2017............................................. 79

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 15

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO................................................................................. 20

1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 23

2 OBJETIVOS.................................................................................................. 25

2.1 GERAL........................................................................................................... 25

2.2 ESPECÍFICOS................................................................................................ 25

3 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................ 26

3.1 MODELO DE ADAPTAÇÃO DE SISTER CALLISTA ROY..................... 26

3.2 O PROCESSO DE ENFERMAGEM NA PERSPECTIVA DO MODELO

DE ADAPTAÇÃO DE ROY.......................................................................... 30

3.3 COLETA DE DADOS.................................................................................... 31

3.4 CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA PESSOAS ESTOMIZADAS..... 38

3.5 VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS........................................................... 40

4 METODO....................................................................................................... 42

4.1 TIPO DE ESTUDO......................................................................................... 42

4.2 ETAPAS DO ESTUDO.................................................................................. 42

4.2.1 Primeira etapa: definição dos constructos.................................................. 43

4.2.2 Segunda etapa: validação de conteúdo........................................................ 47

4.2.2.1 População e amostra....................................................................................... 47

4.4.2.2 Coleta de dados............................................................................................... 47

4.4.2.3 Variáveis do estudo......................................................................................... 48

4.4.2.4 Análise dos dados............................................................................................ 57

4.4.2.5 Aspectos éticos................................................................................................ 59

4 RESULTADOS.............................................................................................. 60

5 DISCUSSÃO.................................................................................................. 80

6 CONCLUSÃO............................................................................................... 90

REFERÊNCIAS

APÊNDICES

ANEXOS

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1 INTRODUÇÃO

Entre os procedimentos cirúrgicos do trato gastrointestinal, destacam-se as ileostomias

e colostomias que recebem essa denominação a depender do segmento a ser exteriorizado, de

caráter temporário ou definitivo (BARTLE, 2013). Esta abertura criada cirurgicamente desvia

as fezes diretamente do trato gastrintestinal para o exterior, quando não há a possibilidade de

restabelecer o trânsito intestinal, tornando-se necessária a utilização de uma bolsa coletora

externa ao corpo (ALMEIDA et al., 2010; BATISTA, 2011).

Diversos problemas podem levar à confecção de uma estomia. Dentre os mais comuns

encontram-se os traumas, doenças inflamatórias, diverticulite, tumores de cólon e de reto,

doenças congênitas, câncer de intestino e doenças de causas renais (OLIVEIRA et al., 2010). É

importante considerar que o câncer de cólon e reto está entre os principais diagnósticos que

levam a confecção do estoma (FERNANDES; MIGUIR; DONOSO, 2011).

Segundo dados do Instituto Nacional do câncer (INCA), a estimativa do ano 2016 para

casos novos de câncer do cólon e reto no Brasil foi de 16.660 casos em homens e 17.620 em

mulheres, o que corresponde a um risco estimado de 16,84 casos novos a cada 100 mil homens

e 17,10 a cada 100 mil mulheres (BRASIL, 2015).

O indivíduo ao ser informado do diagnóstico e da necessidade de uma intervenção

cirúrgica que resultará na confecção de uma estomia passa por um período de difícil aceitação,

que decorre durante todo o período perioperatório, colocando as pessoas perante uma ameaça

aos seus projetos de vida e às suas realidades, com grande risco de rotura da sua identidade.

Pacientes submetidos à confecção de estomas intestinais sofrem além dos estigmas,

dificuldades de aceitação às mudanças decorrentes de um processo continuamente adaptativo

(GOMES; BRANDÃO, 2012).

A pessoa depara-se não apenas com a perda de um segmento importante, mas com

alteração da sua imagem corporal, alterações fisiológicas - uma vez que deixa de ter controle

sobre suas excreções- de autoestima, sexualidade e atividades cotidianas. Estas mudanças

requerem competências adaptativas em todos os domínios da vida (MARTINS; ALVIN, 2011).

Observa-se que embora um indivíduo seja submetido a uma mesma situação, sua

resposta pode ser variada em relação ao outro, a depender de sua personalidade e vivência,

dando origem a diferentes respostas comportamentais. Assim, a capacidade adaptativa diante

dos enfrentamentos gerados pelas situações de saúde/doença varia entre os indivíduos

16

(SANTOS; TAVARES; REIS, 2012). Neste estudo, o período pré e pós-operatório de pacientes

estomizados foram as condições eleitas para avaliação de tais respostas.

Nesta perspectiva, o cuidado de enfermagem na assistência pré e pós-operatória é

imprescindível e se constitui em um contínuo aperfeiçoamento pelo fato desse paciente

cirúrgico apresentar um alto nível de estresse, bem como poder desenvolver sentimentos que

podem atuar negativamente em seu estado emocional, tornando-os vulneráveis e dependentes.

Observa-se que, muitas vezes, o estado de estresse tem relação com a ausência de informações

no que diz respeito aos procedimentos da cirurgia, da anestesia e dos cuidados a serem

realizados (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009).

O período pré-operatório mediato e imediato inicia-se no momento em que se decide a

realização da intervenção cirúrgica até o momento que precede o ato cirúrgico, quando o

paciente é encaminhado para a mesa cirúrgica (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009). Nesse

período a atenção dispensada ao paciente deve ocorrer de forma planejada, individualizada,

baseada em evidências científicas, e a equipe de enfermagem é responsável pelos cuidados

ofertados, com orientações sobre o que se constituirá o ato cirúrgico e como o paciente poderá

colaborar em sua recuperação, seguindo com cuidados específicos durante o período

transoperatório, pós-operatório até a alta hospitalar (SANTOS; HENCKMEIER; BENEDET,

2011).

O período pós-operatório tem início após o término do procedimento cirúrgico até a alta

do paciente, sendo dividido em dois momentos: o pós-operatório imediato, que compreende as

primeiras 24 horas após a cirurgia, e o mediato, que inicia-se após as 24 horas (MALAGUTTI;

BONFIM, 2011).

O enfermeiro, como parte integrante da equipe de saúde, é fundamental no processo de

orientação e adaptação do estomizado. Dessa forma, é imprescindível que ele se integre às

questões assistenciais com competência e capacidade, realizando um atendimento eficaz,

integral e resolutivo norteado pela sistematização da assistência de enfermagem (SAE), para

detectar todas as dificuldades de adaptação da pessoa à sua condição de estomizado, além de

traçar conjuntamente ações que visem à minimização e superação de tais dificuldades

(MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013).

A SAE, além de ser uma linguagem padronizada que alicerça a prática em

conhecimentos científicos, possibilita ao enfermeiro maior autonomia, respaldo seguro através

do registro, que garante a continuidade/complementaridade do cuidado, além de promover uma

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aproximação entre o enfermeiro e o paciente, e entre o enfermeiro e a equipe multiprofissional

(MOREIRA et al., 2013; SANTOS, 2014).

Dessa forma, torna-se imprescindível ao cuidado de enfermagem que se desenvolva um

pensamento crítico para a tomada de decisões seguras e fundamentadas em evidências

científicas. Neste sentido os modelos assistenciais de enfermagem são construídos a partir da

relação das teorias com a prática, os quais necessitam de um método, o Processo de

Enfermagem (PE) (GARCIA; NÓBREGA, 2009; GRITTEM; MEIER; PERES, 2009;

OLIVEIRA et al., 2012).

Este consiste em um instrumento metodológico e uma tecnologia aplicada à assistência

de enfermagem, que favorece e organiza as condições necessárias à realização do cuidado e

documenta a prática profissional. Está pautado na cientificidade, raciocínio clínico e aspectos

éticos, além de fornecer maior visibilidade, reconhecimento profissional e ser uma

possibilidade concreta de avaliação da prática de enfermagem (GARCIA; NÓBREGA, 2009;

GRITTEM; MEIER; PERES, 2009; OLIVEIRA et al., 2012).

O PE organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes:

coleta de dados de enfermagem (ou histórico de enfermagem), diagnóstico de enfermagem,

planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem (BRASIL, 2009).

Ressalta-se que o PE não apenas trata os problemas, mas também os previne (ALFARO-

LEFEVRE, 2010). Neste estudo, dar-se-á ênfase a primeira etapa do PE, a coleta de dados no

período pré e pós-operatório de estomizados intestinais de eliminação.

O processo de reabilitação dos estomizados, quando elaborado de forma holística e

sistematizado, mediante a primeira etapa do PE que consiste na coleta de dados, torna-se

ferramenta incentivadora à adaptação, pois é neste momento que iniciarão as orientações em

relação ao autocuidado com o estoma e pele periestomal, esclarecendo eventuais dúvidas,

mostrando que ele pode viver bem com sua estomia, além da possibilidade de diálogo para

expor seus medos e outros sentimentos decorrentes do processo cirúrgico como um todo.

Destaca-se que somente após a adaptação do estomizado à sua nova condição de vida é que ele

adquirirá confiança e segurança (MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013). O enfermeiro deverá

ser capaz de identificar o nível de adaptação e as necessidades de resistência, identificar

dificuldades e intervir para promover adaptação (ROY; ANDREWS, 2001).

Desta forma, fazem-se necessários profissionais cada vez mais capacitados para

identificar essas necessidades e utilizar o processo de enfermagem para aprimorar a sua tomada

18

de decisão, pautados na necessidade de cada paciente, planejar o cuidar, fazer prescrições de

enfermagem eficazes e avaliar o estado de saúde mediante evoluções. Essa assistência

envolveria, também, o preparo físico e psicológico do paciente para a cirurgia, procurando fazer

com que o paciente compreenda a assistência de enfermagem a ser realizada e esclarecendo

suas dúvidas (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009). Diante disso, reforça-se a importância

da organização dos cuidados dispensados a pacientes estomizados mediante a implementação

do PE fundamentado em uma teoria que atenda às necessidades dessa população.

À medida que a consulta de enfermagem é norteada por um referencial teórico e aplicada

por meio do processo de enfermagem, a equipe de enfermagem associam teoria e prática,

relacionando conhecimentos multidisciplinares, proporcionando maior visibilidade do

paciente, além de individualizar o cuidado prestado (MARQUES; NÓBREGA, 2009).

Os modelos de enfermagem são descrições da prática de enfermagem que se expressam

utilizando os designados metaparadigmas de enfermagem (COELHO; MENDES, 2011).

Dentre as teorias e modelos propostos para a enfermagem, Roy, em seu modelo de adaptação

considera: a pessoa, o ambiente, a saúde e meta de enfermagem. A pessoa, nesse modelo, é

considerada um sistema adaptável; o ambiente é compreendido como as condições externas e

internas que afetam o comportamento e o desenvolvimento da pessoa; a saúde é a capacidade

do indivíduo de tornar-se uma pessoa total e integrada; e a enfermagem é a ciência que manipula

e modifica os estímulos de modo a promover e facilitar a capacidade adaptativa do homem e a

adaptação é a meta desta teoria de enfermagem (ROY; ANDREWS, 2001).

Callista Roy, no seu Modelo de Adaptação, observou que o surgimento constante de

estímulos requer a necessidade de respostas adaptativas ou ineficazes por parte do indivíduo. A

coleta de dados do processo de enfermagem, a qual denomina avaliação do comportamento,

consiste no primeiro passo para a identificação dos comportamentos do beneficiário dos

cuidados de enfermagem, observando os quatro modos de adaptação, são eles: modo

fisiológico, modo de autoconceito, modo da função na vida real e o modo de interdependência

(COELHO; MENDES, 2011). Neste estudo, utilizar-se-á a denominação coleta de dados para

facilitar a compreensão.

Nesse contexto, pode-se estabelecer a relação entre o Modelo de Adaptação de Roy

(MAR) e as pessoas que irão submeter-se a cirurgia para confecção da estomia, uma vez que

apresentam necessidades de ordem física, social e psicológica, funcionando como estímulos

que promovem respostas adaptativas ou ineficientes.

19

O comportamento da pessoa estomizada em relação aos modos adaptativos citados e

descritos à seguir geram subsídios para que os profissionais possam identificar tais respostas.

Os enfermeiros, diante das dificuldades de enfrentamento, devem buscar trabalhar os modos

adaptativos: o fisiológico que está associado à forma como a pessoa responde como ser físico

aos estímulos do ambiente, sendo o comportamento a manifestação das atividades fisiológicas

do organismo; o autoconceito envolve especificamente os aspectos psicológicos e espirituais

do sistema humano (valores, crenças e emoções); a função do papel refere-se aos papéis que

cada pessoa desempenha na sociedade no sentido da preservação da integridade social (padrões

de interação social da pessoa); e interdependência (padrões de valor humano, afeição, amor e

afirmação) (COELHO; MENDES, 2011; SILVA; LIMA, 2014).

Neste sentido, considera-se que o ser humano é um sistema biopsicossocial com a

capacidade de ajustar-se ao ambiente, bem como modificá-lo. As estratégias adotadas pelos

enfermeiros estão relacionadas às demandas, ao considerarem, principalmente, as condições,

circunstâncias e influências que circundam e afetam o seu comportamento (GOMES;

BRANDÃO, 2012).

20

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

Segundo a United Ostomy Associations of América (UOAA) estima-se que em 2013

existiam aproximadamente 700 mil pessoas estomizadas nos Estados Unidos. No Brasil,

conforme a Associação Brasileira de Ostomizado (ABRASO) existem aproximadamente

33.864 pessoas estomizadas, sendo 4.176 no Nordeste e 697 no Rio Grande do Norte

(ABRASO, 2007; SENA et al., 2014; UOAA, 2013). Tal informação é importante, pois o

número de estomizados vem crescendo continuamente.

Desta forma, partindo da vivência enquanto bolsista de iniciação científica e mestranda,

atuando em projetos de pesquisa e extensão na área, e da assistência no pré e pós-operatório a

pessoa estomizada enquanto discente da graduação em enfermagem e docente assistida em um

setor cirúrgico, constatou-se a necessidade de um atendimento sistematizado para este público.

Pôde-se observar que ao serem questionados sobre seu tratamento, estes mostravam

dificuldades em compreender a cirurgia que iriam realizar, quais cuidados precisariam ter e as

dificuldades em aceitar sua nova condição quando observavam em seu abdome uma bolsa de

estomia.

Somado a isto, a maioria desses pacientes somente recebem orientações e cuidados

especializados quando entram em contato com o programa de estomizados. No entanto, ao

chegar nesse estágio, já no período pós-operatório, o paciente trilhou um caminho de sofrimento

por inabilidade no cuidado com o estoma, situações constrangedoras, que intensificaram sua

angústia e experiência negativa dificultando seu processo adaptativo em relação a sua condição.

Muitos pacientes estomizados são confrontados com a falta de conhecimento, as

informações pertinentes aos cuidados com o estoma são escassas e raramente fornecidas, o que

aumenta os conflitos psicossociais e limita o cuidado, ocasionando maior possibilidade de haver

complicações. O cuidado, quando observado de forma integral, baseado também em

orientações, minimiza e resguarda-o de possíveis complicações posteriores (GOMES;

BRANDÃO, 2012).

Entretanto, a prática profissional da Enfermagem, muitas vezes ocorre de forma

assistemática devido ao seu fazer cotidiano ainda ser fragmentado e pautado em técnicas e/ou

regras impostas pela instituição de saúde ou prescrita por médicos. O cuidado oferecido ocorre

sem planejamento, demonstrando pouca fundamentação teórica. Se faz necessário então, uma

reflexão mais profunda sobre a atuação fundamentada em conhecimentos científicos, ou seja,

21

refletindo-se sobre o plano de cuidados elaborado no sentido de observar sua especificidade

para aquele paciente, bem como para o procedimento cirúrgico ao qual o paciente vai ser

submetido, no intuito de assegurar uma prática assistencial que promova um cuidado de

enfermagem individual e integral (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009).

Partindo dessas considerações e embasado nos resultados de pesquisas desenvolvidas no

Brasil, constata-se que as pessoas estomizadas, no pós-operatório e alta hospitalar possuem

inúmeras barreiras que dificultam sua adaptação a seu novo estilo de vida, entre elas,

dificuldades para realizar troca e higiene do dispositivo, preocupações e dificuldade para lidar

com esta nova situação (BATISTA et al, 2011), complicações do estoma e pele periestoma

(AGUIAR et al, 2011), insatisfação pessoal com a nova conformação corporal, receio de não

ser aceito pelas pessoas após as mudanças físicas, alteração na função social, restrições de lazer

motivadas pela vergonha e insegurança na aderência da bolsa de estomia, vazamentos, odores

(CETOLIN et al, 2013; COELHO; SANTOS; POGETTO, 2013; GOMES; BRANDÃO, 2012;

FERREIRA, 2017; OLIVEIRA, 2010), medo de alimentar-se provocando a redução do prazer

da alimentação (NASCIMENTO et al, 2011), alteração na sexualidade (CARDOSO et al,

2015), entre outros.

Desta forma, fica clara a necessidade de se estabelecer um canal de comunicação e

empatia com o paciente, considerando as alterações físicas e emocionais consequentes à

cirurgia. A avaliação pré e pós-operatória de uma cirurgia geradora de estoma é imprescindível

para que se alcance uma reabilitação eficiente voltada para o processo adaptativo e

consequentemente, o autocuidado (MOTA et al., 2015).

Diante da importância da SAE, principalmente para um cuidado sistematizado e

individualizado para o paciente estomizado, é imprescindível a implantação desta nos serviços

de saúde. Para tanto, faz-se necessário a criação de instrumentos fundamentados em uma teoria

de enfermagem. O desenvolvimento destes, além de facilitar a coleta e a avaliação dos dados

obtidos, proporcionaria significativa melhora da qualidade do cuidado (ARAÚJO et al., 2015).

Destarte, como forma de aprimorar os conhecimentos de enfermagem na área e propor

novo direcionamento da assistência voltada para a adaptação do paciente, propõe-se validar um

instrumento para a coleta de dados no pré e pós-operatório de pessoas estomizadas à luz do

Modelo de Adaptação de Roy. Por meio desta investigação, busca-se resposta para as seguintes

questões de pesquisa: Quais os itens necessários para a composição de um instrumento para a

coleta de dados no pré e pós-operatório de pessoas estomizadas fundamentado no Modelo de

22

Adaptação de Roy? O conteúdo do instrumento para a coleta de dados no pré e pós-operatório

de pessoas estomizadas possui evidencias de validade?

Assim, evidencia-se a importância de construir um instrumento voltado para

operacionalização da primeira etapa do PE a pacientes estomizados, uma vez que esse processo

contribui para uma assistência adequada, segura e de qualidade favorecendo uma melhor

adaptação do paciente ao novo estilo de vida.

23

1.2 JUSTIFICATIVA

A construção de um instrumento para subsidiar a consulta de enfermagem ao paciente

no pré e pós-operatório de estomia justifica-se inicialmente pela colaboração que trará à ciência

da enfermagem, utilizando-se do Modelo de Adaptação de Roy, mediante a publicação e

propagação do conhecimento específico dessa disciplina, contribuindo para o aumento da

autonomia, avaliação de sua prática e formação da identidade profissional da Enfermagem,

tanto no campo teórico quanto prático, articulando a pesquisa à execução do cuidado.

A importância e necessidade de instrumentalizar os enfermeiros para o cuidado

direcionado a este público justifica a realização deste estudo. A proposta de construção e

validação de instrumentos eficientes quanto à forma e conteúdo possibilitam um olhar ampliado

do processo saúde-doença, facilitando-se, o agir profissional do enfermeiro e instiga a adoção

de condutas e atitudes que conduzem de maneira efetiva o cuidado prestado pela equipe ao

paciente no pré e pós-operatório de estomia, embasando sua conduta em princípios científicos

mediante o modelo de adaptação de Roy.

Pensar então em um modelo de coleta de dados para a assistência ao paciente no pré e

pós-operatório de cirurgia de estomia contribui para o desenvolvimento e aprimoramento da

assistência de enfermagem, além do resgate do cuidado de forma holística, mais científico e

direcionado a adaptação do estomizado. Em reflexo, têm-se uma maior satisfação do usuário, o

qual terá as suas necessidades atendidas de maneira satisfatória.

As teorias de enfermagem representam um dos elementos que compõem a linguagem

específica elaborada pelos profissionais, objetivando consolidar a Enfermagem como ciência.

O emprego de modelos conceituais proporciona visibilidade ao processo de trabalho da

Enfermagem e respalda cientificamente a prática clínica.

Os resultados poderão, ainda, acarretar repercussões no contexto de ensino, com ênfase

para o ambiente hospitalar, uma vez que possibilitará a obtenção de dados/comportamentos do

paciente, colaborando de maneira significativa, para guiar docentes e acadêmicos de

enfermagem na primeira etapa do processo de enfermagem (histórico de enfermagem). Trata-

se, portanto, de uma tecnologia educacional, pois o produto final, servirá de suporte para

discentes da graduação de enfermagem na prática assistencial em estomias, auxiliando na

execução da SAE.

24

Além disso, servirá para etapas futuras na pesquisa. As informações colhidas a partir

dessa ferramenta clínica favorecerão a identificação precoce de diagnósticos de enfermagem

que possam direcionar o planejamento de intervenções específicas e individualizadas para

alcançar o processo adaptativo, oportunizando melhores conhecimentos sobre as necessidades

e problemas de saúde desta população especificamente, subsidiando discussões científicas e

construtivas para o planejamento do cuidado, fomentando a necessidade de novas pesquisas na

assistência aos pacientes estomizados, com incremento científico à Enfermagem.

Por fim, proporciona o desenvolvimento tecnológico da enfermagem advindo da

construção de um instrumento à luz do Modelo de Adaptação de Roy, ratificando a

sistematização da assistência de enfermagem, podendo ser utilizado pelos profissionais de

enfermagem no processo de cuidar e ensinar em saúde.

Ressalta-se que dois instrumentos nesses moldes foram encontrados no acervo de teses

e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a

saber: Uma tese intitulada “Construção e validação de instrumentos para consulta de

enfermagem à pessoa idosa estomizada fundamentado na teoria do autocuidado”, de 2017

(ALEXANDRE, 2017) e uma dissertação intitulada “Consulta de enfermagem em situação de

estomia intestinal: construção de instrumento e validação de seu conteúdo” (SANTOS, 2013).

Ambas, fundamentadas na teoria do autocuidado de Dorothea Orem. Ademais, percebe-se uma

lacuna relacionada a aplicação de instrumentos validados durante o pré e pós-operatório.

A validação de um novo instrumento justifica-se inicialmente pela aplicabilidade já no

pré e pós-operatório, períodos importantes na aceitação, adaptação e reabilitação do paciente,

além de estar voltado para um novo foco, a adaptação da pessoa estomizada, mediante o Modelo

de Adaptação de Roy.

25

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Analisar a validade teórica de instrumento para a coleta de dados no pré e pós-

operatório de pessoas estomizadas intestinais à luz do Modelo de Adaptação de Roy.

2.2 ESPECÍFICOS

• Construir um instrumento para a coleta de dados no pré e pós-operatório de pessoas

estomizadas fundamentado no Modelo de Adaptação de Roy;

• Verificar as evidências de validade do conteúdo desse instrumento junto aos juízes

da pesquisa.

26

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Para o embasamento teórico desse estudo, foram abordados os seguintes tópicos:

Modelo de Adaptação de Sister Callista Roy; O processo de enfermagem segundo o Modelo de

Adaptação de Roy; Coleta de dados; Consulta de enfermagem para pessoas estomizadas e

validação de instrumentos.

3.1 MODELO DE ADAPTAÇÃO DE SISTER CALLISTA ROY

Sister Callista Roy, no seu Modelo de Adaptação, considera o objetivo da enfermagem

a promoção da adaptação dos indivíduos e grupos. Partindo da sua experiência como enfermeira

pediátrica, Roy considera o conceito de adaptação como um eixo orientador para a prática de

enfermagem, entendendo-o como ponto de mudança dependente das exigências da situação e

dos recursos interno do indivíduo representado pela capacidade da pessoa responder

positivamente numa determinada situação (ROY; ANDREWS, 2001).

No modelo, a pessoa é vista como sistema aberto, holístico, capaz de se adaptar, em

contínua interação com o ambiente, com mecanismos inatos e adquiridos, os quais lhe permitem

adaptar-se às mudanças que ocorrem e criar alterações no ambiente. Os indivíduos recebem

estímulos (entradas) constantemente, que exigem respostas/comportamentos (saídas), podendo

ter respostas adaptativas, contribuindo para a integridade da pessoa em termos dos objetivos

dos sistemas humanos como a sobrevivência, crescimento, reprodução, formação e a integração

da pessoa no meio ambiente, ou respostas ineficazes, dificultando essa integridade, como

elucida a figura 1 (ROY; ANDREWS, 2001).

27

Fisiológico

Interdependência

Função na vida real

Autoconceito

Figura 1 – Representação gráfica da ativação de mecanismos de enfrentamento e

desencadeamento de respostas, segundo o Modelo de Adaptação de Roy. Natal/RN, 2017.

Fonte: Adaptada de Roy (2001)

Neste modelo o termo estímulo é entendido como tudo que desencadeia uma resposta,

podendo ter origem do ambiente externo (meio ambiente) ou do ambiente interno (eu), sendo

descritas três classes de estímulos que interagem com as pessoas para criar o nível de adaptação:

focal (mudanças ou eventos que afetam diretamente à pessoa), contextual (todos os estímulos

presentes que influenciam a resposta ao estímulo focal, isto é, todos os fatores ambientais

internos ou externos que se apresentam à pessoa, que mesmo não sendo o centro da atenção,

podem influenciar a forma como a pessoa reage aos estímulos focais) e residual (características

inerentes a pessoa capazes de influenciar na situação, mas que não se encontram claros ou

simplesmente não podem ser avaliados) (ROY; ANDREWS, 2001).

A maneira como o indivíduo responde aos estímulos caracteriza seu comportamento, o

qual irá refletir o uso de mecanismos de enfrentamento. Os estímulos ativam mecanismos de

enfrentamento inatos ou adquiridos, para responder às mudanças do ambiente, os quais são

Pessoa

Meio ambiente

Respostas

adaptativas

ou ineficazes

Focal

Contextual

Residual

Mecanismos

de

enfrentamento

28

divididos em dois subsistemas: o regulador, que inclui os canais neuroquímicos e endócrinos

que a pessoa aciona mediante uma resposta automática e inconsciente; e o cognitivo, que recebe

estímulos e a eles responde por meio de quatro canais cognitivo-emocionais:

perceptual/processamento de informações; aprendizagem; julgamento; e emoção. Esses

mecanismos irão desencadear as respostas (ANDREWS, 2001; GEORGE, 2000; ROY;

OLIVEIRA; LOPES; ARAÚJO, 2006).

Na manutenção da integridade da pessoa, o subsistema regulador e o cognitivo agem

em conjunto, a partir dos quais os comportamentos resultantes podem ser observados em quatro

categorias ou modos adaptativos: fisiológico, autoconceito, função na vida real e

interdependência, sendo o nível de adaptação influenciado pelo desenvolvimento do indivíduo

e o uso desses mecanismos de enfrentamento (GEORGE, 2000; ROY; ANDREWS, 2001).

O modo de adaptação fisiológico está associado à forma como a pessoa responde como

ser físico aos estímulos ambientais, sendo as atividades fisiológicas do organismo o

comportamento a ser observado, estando associados a processos físicos e químicos em funções

e atividades de organismos. As cinco necessidades básicas de integridade fisiológica são

oxigenação, nutrição, eliminação, atividade e repouso e proteção. Além disso, esse modo inclui

quatro processos complexos que envolvem os sentidos, fluidos e eletrólitos, função neurológica

e função endócrina (ROY; ANDREWS, 2001; ÌSBIR; METE, 2013; OLIVEIRA; LOPES;

ARAUJO, 2006).

O autoconceito envolve especificamente os aspectos psicológicos e espirituais, sendo a

necessidade básica desse modo a integridade psíquica. Subdivide-se em duas categorias: o eu

físico, que envolve a sensação e imagem corporal; e o ser pessoal, que engloba a

autoconsciência, o autoideal e o ser ético, moral e espiritual (BRAGA; SILVA, 2011; ROY;

ANDREWS, 2001).

A sensação corporal é a capacidade para se sentir e experimentar a si próprio como ser

físico. A imagem corporal pode ser entendida como uma imagem tridimensional, envolvendo

aspectos psicológicos, sociológicos e fisiológicos que cada indivíduo tem de si mesmo. A

autoconsciência é a parte do componente pessoal do eu que resiste para manter auto-

organização consistente e, assim, evitar o desequilíbrio. O autoideal é representado pelo que a

pessoa gostaria de ser. E, por fim, o Eu moral-ético-espiritual trata do que a pessoa acredita, ou

seja, representa o sistema de crenças de uma pessoa e uma avaliação de quem é a pessoa

(BRAGA; SILVA, 2011; ROY; ANDREWS, 2001).

29

O modo função na vida real refere-se aos papéis que cada pessoa desempenha na

sociedade no sentido da preservação da integridade social, isto é, saber quem se é em relação

aos outros. A transição do papel pode ser definida como o processo de assumir e desenvolver

um novo papel. Constitui o crescimento em um sentido positivo e é incompatível com as tarefas

do papel primário do indivíduo (ROY; ANDREWS, 2001).

O conflito dentro do papel ocorre quando o indivíduo fracassa na demonstração dos

comportamentos adequados a um papel como resultado de expectativas incompatíveis, de uma

ou mais pessoas, no ambiente relacionado com o comportamento da pessoa. Por fim, no

fracasso do papel a pessoa apresenta uma ausência de comportamentos expressivos ou os

demonstram ineficazes para um determinado papel (ROY; ANDREWS, 2001).

O modo de interdependência centra-se nas relações interpessoais, ou seja, nas interações

relacionadas com dar e receber amor, respeito e valor através das relações com os outros

significativos e sistemas de apoio. A necessidade básica desse modo é a adequação afetiva, que

está associada com o sentimento de segurança em alimentar relações (ROY; ANDREWS, 2001;

ROY, 2011).

Sabe-se que os sistemas de apoio são todas as pessoas, grupos ou animais que

contribuem para a satisfação das necessidades de interdependência da pessoa, por exemplo, o

cônjuge e o profissional de enfermagem possuem grande importância durante o processo

adaptativo. Além disso, os grupos de apoio, por meio de intervenções educativas, a troca de

experiência e auxílio mútuo também promovem a adaptação psicossocial de diversas pessoas

(AKYIL; ERGÜNEY, 2012; ALTSCHULER et al., 2009; DENNIS; DOWSWELL, 2013).

Dessa forma, ao observar o comportamento das pessoas em relação aos modos

adaptativos, a enfermeira poderá identificar respostas adaptativas ou ineficientes em situações

de saúde e doença (FREITAS; OLIVEIRA, 2006).

O MAR será utilizado nessa pesquisa no intuito de direcionar os domínios que o

instrumento deve mensurar, uma vez que permite uma boa percepção das situações,

contribuindo para a elaboração de diagnósticos e implementação de intervenções de

enfermagem, fornecendo uma visão holística da pessoa. O MAR norteia a investigação no

sentido de fornecer uma perspectiva orientadora da investigação (COELHO; MENDES, 2011).

30

3.2 O PROCESSO DE ENFERMAGEM SEGUNDO O MODELO DE ADAPTAÇÃO DE

ROY

O Processo de Enfermagem como descrito por Roy em seu Modelo de Adaptação,

relaciona-se diretamente com a visão da pessoa como um sistema adaptável. É dividido em seis

etapas, a saber: avaliação do comportamento; avaliação do estímulo; diagnóstico de

enfermagem; estabelecimento do objetivo; intervenção; e avaliação. Todos ocorrem de maneira

contínua e simultânea (ROY; ANDREWS, 2001).

A primeira etapa engloba a investigação comportamental, a qual se baseia na coleta de

dados sobre os comportamentos em relação aos quatro modos adaptativos e o estado atual de

adaptação. As respostas da pessoa constituem o ponto principal dessa etapa. Estes poderão ou

não serem observados. A avaliação do paciente em cada um dos quatro modos adaptativos

fortalece uma abordagem sistemática e holística e a informação coletada inclui dados objetivos,

subjetivos e de mensuração (ROY; ANDREWS, 2001; GEORGE, 2000).

A segunda etapa é a investigação dos estímulos, a qual analisa os assuntos emergentes

e dos padrões de comportamento do paciente para identificar as respostas ineficientes ou

adaptativas que exigem seu apoio. Quando houver comportamentos ineficientes ou respostas

adaptativas exigindo apoio, o profissional enfermeiro faz uma investigação dos estímulos

externos e internos que podem estar afetando esses comportamentos (GEORGE, 2000).

Mediante a avaliação de comportamentos adaptáveis ou ineficazes, a partir do

julgamento crítico do nível de adaptação, o enfermeiro tem uma base para estabelecer as

preocupações prioritárias (diagnósticos de enfermagem) (ROY; ANDREWS, 2001).

Por conseguinte, os diagnósticos de enfermagem podem ser realizados a partir de três

métodos: usando os problemas adaptativos comumente recorrentes, relatando a resposta

observada de modo conjunto aos estímulos mais influentes ou resumindo as respostas em um

ou mais modos adaptativos relacionados com o mesmo estímulo (GEORGE, 2000). Estes, irão

subsidiar o estabelecimento de metas e planos para implementação.

A quarta etapa, o estabelecimento de metas, os comportamentos finais que as pessoas

devem atingir. Para tanto, são necessários planos para intervenção, que têm a finalidade de

alterar ou controlar os estímulos focais ou contextuais, buscando atingir os objetivos. Por fim,

a avaliação, etapa, na qual as metas de comportamento são comparadas com as respostas de

saída da pessoa e é determinado um movimento em direção ou afastamento da obtenção de

31

metas (GEORGE, 2000; ROY; ANDREWS, 2001). Tal avaliação deve ser dinâmica e flexível

às necessidades apresentadas no processo adaptativo.

3.3 COLETA DE DADOS

A SAE representa um modelo de processo de trabalho do enfermeiro, tendo em vista

que direciona para o cuidado seguro. Na perspectiva da autonomia, essa tecnologia da saúde

favorece a diferenciação da enfermagem à medida que disponibiliza para uso um recurso

exclusivo dessa categoria profissional, tanto no âmbito do conhecimento enquanto disciplina

de enfermagem, quanto na habilidade prática de manejo da SAE (FERREIRA et al., 2016).

O Histórico de Enfermagem (HE) ou coleta de dados é a primeira etapa do PE e tem

por finalidade a obtenção de dados objetivos e subjetivos do indivíduo, família e/ou

comunidade, objetivando a identificação de diagnósticos de enfermagem mediante uma

interpretação crítica dos dados coletados, e posterior construção de intervenções específicas e

individualizadas que atendam às necessidades dos indivíduos e contribuam para uma assistência

de qualidade (RAMALHO NETO, 2013). Contribui para uma maior aproximação,

comunicação e relacionamento entre enfermeiro e paciente, voltado para a identificação dos

problemas reais dos pacientes e a resolução das necessidades identificadas (BORDINHÃO,

2012).

Desta forma, é imprescindível que as informações sejam coletadas de forma adequada

e fidedigna, pois se esta etapa for conduzida de forma não estruturada, poderá comprometer o

atendimento às necessidades do paciente, ocasionando erros no julgamento clínico,

diagnósticos incorretos, planejamento e intervenções ineficientes, gerando resultados

indesejáveis (ALFARO-LEFEVRE, 2010; CLEIRES et al., 2015). Desta forma, durante o

desenvolvimento das etapas do PE, o profissional pode se valer de diferentes técnicas,

instrumentos e métodos de obtenção de dados, validados adequadamente a partir de

procedimentos recomendados (CARVALHO, 2009).

Para tanto, reforça-se a necessidade da execução da etapa de coleta de dados durante

a consulta de enfermagem mediante instrumentos validados, visando documentar e organizar

as informações de forma objetiva e científica, favorecendo a comunicação, raciocínio clínico e

oportunizando a construção de uma base de dados completa (RAMALHO NETO, 2013). Os

instrumentos consistem em roteiros organizados e direcionados para o levantamento de sinais

32

e sintomas do paciente ao qual será aplicado, de modo a proporcionar meios para o julgamento

clínico, fornecendo estruturas formalizadas para orientar os tipos específicos de dados a serem

coletados e processados, voltados ao contexto e circunstância que permite o estabelecimento de

diagnósticos, planejamento e resultados de enfermagem (CLEIRES et al., 2015; SILVA et al.,

2012).

Nesse sentido, a construção de instrumentos de coleta de dados vem conferir maior

visibilidade as ações de enfermagem, valorização da profissão e excelência no cuidado prestado

(RAMALHO NETO, 2013). Apesar disso, estudos evidenciam a carência de um atendimento

sistematizado ao paciente nos serviços de saúde, sobretudo do enfermeiro. Geralmente, ficando

sob sua responsabilidade deste profissional considerar o que deverá ser observado, avaliado ou

questionado, adquirindo assim, uma característica assistemática, focando apenas na doença do

indivíduo e não ao atendimento da pessoa de forma holística (MAZZO, 2016; SOUSA et al.,

2015).

E, quando presentes, os impressos que possibilitam a execução da SAE muitas vezes

não são preenchidos, devido a quantidade insuficiente de enfermeiros e o tempo limitado pelo

excesso de atividades, além dos inúmeros obstáculos que contribuem para não execução da

SAE (PENEDO, 2014).

Para tanto, fez-se necessário a realização de uma revisão integrativa da literatura que

objetivou identificar os instrumentos de coleta de dados validados que subsidiam a realização

da consulta de enfermagem nas populações. Desta forma, foi realizada entre os meses de

dezembro de 2016 a janeiro de 2017, mediante busca online de artigos que respondessem a

seguinte questão de pesquisa: quais os instrumentos validados de coleta de dados para a consulta

de enfermagem nas populações disponíveis na literatura?

O levantamento bibliográfico foi realizado em pares, de forma independente, com base

no protocolo de pesquisa, a partir da análise dos títulos e resumos dos periódicos indexados nas

seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

(LILACS), Indice Bibliográfico Español de Ciencias de la Salud (Ibecs), Medical Literature

Analysis and Retrieval System Online (Medline), Base de dados de enfermagem (BDENF) -

acessadas pela biblioteca Virtual em Saúde (BVS)-, SCOPUS, PubMed Central, Cumulative

Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Web Of Science.

Para a busca nas bases, foram utilizadas as palavras-chave: Consulta de enfermagem,

histórico de enfermagem, instrumento e enferm*. Com o objetivo de aumentar as

33

especificidades dos estudos, foi realizado cruzamentos dessas palavras, mediante utilização do

operador booleando AND. Para a busca nas bases SCOPUS, PubMed Central, CINAHL e Web

Of Science foram usados as palavras-chave: “Nursing Consultation”, “Instrument” e

“Nursing”, empregando-se também o operador booleano AND.

Deste modo, foram realizados dois cruzamentos nas bases de dados Lilacs, Ibecs,

Medline e BDENF, a saber: consulta de enfermagem AND instrumento AND enferm*, e

Histórico de enfermagem OR Coleta de dados AND instrumento AND enferm* representados

na figura 2 com o símbolo “#1” e “#2”, respectivamente. E, nas demais bases o cruzamento

Nursing Consultation AND Instrument AND Nursing representado na figura 2 com o símbolo

“#3”. Ressalta-se a utilização de palavras-chaves pela ausência de descritores disponíveis no

Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e Medical Subject Headings (MeSH) e por abarcar

um maior número de artigos que atingiam o objetivo desta revisão.

Para busca e seleção das publicações, realizou-se a leitura dos títulos e resumos com o

objetivo de refinar a amostra por meio de critérios de inclusão e exclusão. Foram incluídos

artigos disponíveis na íntegra nas bases de dados supracitadas, sem restrição temporal e idioma;

que abordassem a temática. Foram excluídos artigos no formato de editorial, cartas ao editor,

revisão de literatura e aqueles que não abordassem a temática para alcance do objetivo desta

revisão. O fluxograma da captação dos artigos nas bases de dados e da obtenção dos artigos

selecionados é apresentado na figura 2.

Figura 2 - Fluxograma das etapas metodológicas da revisão integrativa. Natal/RN, 2017.

34

Fonte: Própria da pesquisa.

No que concerne à etapa das buscas, a seleção dos artigos foi executada por dois

pesquisadores, de forma independente, com base no protocolo de pesquisa. Foram identificados

2.131 artigos, de acordo com estratégia de busca adotada. Desses, 2.101 foram excluídos por

informações contidas no título, após leitura do resumo e por duplicação nas bases de dados.

Dos 30 estudos selecionados para leitura na íntegra, foram selecionados 15 para amostra final,

como disposto na tabela 1.

Tabela 1 - Quantitativo dos estudos localizados (L), estudos potencialmente relevantes (R),

estudos excluídos por estarem duplicados (D), selecionados para leitura na íntegra (S) e amostra

final (A). Natal/RN, 2017.

BASE CRUZAMENTO L R D S A

LILACS

CONSULTA DE ENFERMAGEM AND

INSTRUMENTO AND ENFERM* 70 12 0 12 3

HISTORICO DE ENFERMAGEM OR

COLETA DE DADOS AND

INSTRUMENTO AND ENFERM*

32 11 3 11 7

MEDLINE

CONSULTA DE ENFERMAGEM AND

INSTRUMENTO AND ENFERM* 4 1 2 1 0

HISTORICO DE ENFERMAGEM OR

COLETA DE DADOS AND

INSTRUMENTO AND ENFERM*

0 0 0 0 0

35

BDENF

CONSULTA DE ENFERMAGEM AND

INSTRUMENTO AND ENFERM* 42 1 6 1 1

HISTORICO DE ENFERMAGEM OR

COLETA DE DADOS AND

INSTRUMENTO AND ENFERM*

29 0 5 0 0

IBECS

CONSULTA DE ENFERMAGEM AND

INSTRUMENTO AND ENFERM* 0 0 0 0 0

HISTORICO DE ENFERMAGEM OR

COLETA DE DADOS AND

INSTRUMENTO AND ENFERM*

1 0 0 0 0

CINAHL NURSING CONSULTATION AND

INSTRUMENT AND NURSING 539 2 2 2 2

PubMed NURSING CONSULTATION AND

INSTRUMENT AND NURSING 1091 0 0 0 0

Web of

Science

NURSING CONSULTATION AND

INSTRUMENT AND NURSING 145 1 3 1 1

SCOPUS NURSING CONSULTATION AND

INSTRUMENT AND NURSING 178 2 6 2 1

TOTAL NURSING CONSULTATION AND

INSTRUMENT AND NURSING 2131 30 27 30 15

Fonte: Própria da pesquisa.

Das 15 publicações selecionadas para este estudo, predominaram estudos do tipo

metodológico com abordagem quantitativa (80%), nacionais (100%), publicados entre os anos

de 2006 e 2016, voltados para a clientela adulta hospitalizada em unidades de terapia intensiva

(UTI) (26,6%), na atenção terciária (53,3%), tendo como principal técnica para evidenciar a

validade do instrumento, a de conteúdo (100%) e nível de evidência VI (100%). Em um estudo,

não foi possível identificar o nível de atenção para qual o instrumento foi desenvolvido, uma

vez que os autores não os definiram claramente (FEIJÃO et al, 2015).

Acrescenta-se que todos os instrumentos foram construídos a partir de um referencial

teórico (100%), sendo a principal teoria de enfermagem encontrada, a teoria das necessidades

humanas básicas (NHB) de Wanda Aguiar Horta (80%), seguido pela teoria do déficit de

autocuidado de Dorothea Orem (20%). Desta forma, ressalta-se que não foi encontrado nenhum

instrumento de coleta de dados voltado para a população estomizada, tampouco que aplicasse

o Modelo de Adaptação de Roy. Todos (100%) os instrumentos tinham seus itens no formato

check-list com perguntas de múltiplas escolhas e fechadas.

Tabela 2 - Distribuição dos estudos quanto à base de dados, tipo de estudo/forma de abordagem, população, nível de atenção, tipo de validação,

referencial teórico e nível de evidência. Natal/RN, 2017.

Base de dados

Tipo de

estudo/Forma

de abordagem

População Nível de atenção Tipo de validação Referencial

teórico

Nível de

evidência

LILACS

(DOMINGOS et al,

2015)

Metodológico/

Quantitativo

Indivíduos com

hipertensão

e diabetes

Atenção primária Validação de

conteúdo

Teoria do déficit

de autocuidado VI

LILACS

(MAZZO, 2016)

Metodológico/

Quantitativo Puérperas Atenção primária

Validação de

conteúdo

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

LILACS

(SANTANA, 2011)

Metodológico/

Quantitativo

Pacientes

hipertensos Atenção primária

Validação de

conteúdo e

aparência

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

LILACS

(LOPES, 2009)

Metodológico/

Quantitativo Idoso Atenção terciária

Validação de

conteúdo

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

LILACS

(SILVA et al, 2012)

Metodológico/

Quantitativo

Pacientes internados

em uma unidade de

UTI

Atenção terciária Validação de

conteúdo

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

LILACS

(RAMALHO, 2013)

Pesquisa-ação/

Quantitativo

Clientes adultos

hospitalizados em

UTI

Atenção terciária

Validação de

conteúdo e

aparência

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

LILACS

(MARQUES, 2009)

Metodológico/

Quantitativo Adolescentes Atenção terciária

Validação de

conteúdo

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

LILACS

(LIMA et al, 2006)

Metodológico/

Quantitativo

Clientes adultos

hospitalizados em

UTI

Atenção terciária

Validação de

conteúdo e

aparência

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

37

LILACS

(SOUZA et al, 2012)

Convergente

assistencial/

Quantitativo

Puérpera e recém-

nascido Atenção terciária

Validação de

conteúdo

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

LILACS

(BITTAR, 2006)

Metodológico/

Quantitativo

Clientes adultos

hospitalizados em

UTI

Atenção terciária

Validação de

conteúdo e

aparência

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

BDENF

(GALINDO et al, 2014)

Metodológico/

Quantitativo

Pacientes no pré e

pós transplante de

órgãos abdominais

Atenção terciária Validação de

conteúdo

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

CINAHL

(COURA, 2013)

Metodológico/

Quantitativo

Pessoas com lesão

medular Atenção primária

Validação de

conteúdo

Teoria do déficit

do autocuidado VI

CINAHL

(FULY, 2012)

Observacional/

Quantitativo Crianças Atenção primária

Validação de

conteúdo

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

WEB OF SCIENCE

(FEIJÃO et al, 2015)

Metodológico/

Quantitativo

Pessoas

com coinfecção

pelo vírus da

imunodeficiência

humana e

tuberculose

_ Validação de

conteúdo

Teoria do déficit

do autocuidado VI

SCOPUS

(PORTO, 2008)

Metodológico/

Quantitativo

Idosos Atenção primária

Validação de

conteúdo e

testagem clínica

Teoria das

necessidades

humanas básicas

VI

Fonte: Própria da pesquisa.

3.4 CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA PESSOAS ESTOMIZADAS

Ao serem confrontados com a nova condição, alguns estomizados tentam lidar com a

situação mediante estratégias diferenciadas, encarando-a como desafio e experimentando

sentimentos de autocontrole retomando as suas atividades de vida diária. Outros adotam

comportamentos de negação recorrendo à minimização do problema com o isolamento social

(SOUSA; BRITO; CASTELO BRANCO, 2012). Nesta transição adaptativa vão aprendendo

progressivamente a incorporar as alterações nas suas vidas, mediante mobilização de recursos

pessoais, suporte de familiares e principalmente de profissionais de saúde que influenciam

positivamente neste processo mediante ferramentas válidas (SUN et al., 2013).

Entretanto, um estudo realizado em Belém, no Pará, demonstrou que durante o processo

de internação hospitalar do estomizado não há nenhuma orientação ou ação educativa antes ou

após a cirurgia, não havendo diálogo entre paciente e profissional e desconhecimento dos

profissionais da real necessidade do paciente, gerando dificuldades de adaptação e

prolongamento do período de reabilitação. Estomizados referem à necessidade de um cuidado

individualizado, sistematizado e humanizado, além de melhor qualificação profissional

(CUNHA; BACKES; HEIDEMANN, 2012). Portanto, fica clara a necessidade da consulta de

enfermagem ao paciente no estomizado, considerando as alterações físicas e emocionais

consequentes à cirurgia.

Desta forma, ressalta-se a necessidade de profissionais cada vez mais capacitados para

identificar essas necessidades e utilizar o processo de enfermagem para aprimorar a sua tomada

de decisões pautadas na necessidade de cada paciente, planejando o cuidar, fazer prescrições

de enfermagem eficazes e avaliar o estado de saúde por meio de evoluções. Essa assistência

envolveria o preparo físico e psicológico do paciente para a cirurgia, procurando fazer com que

o paciente compreenda a assistência de enfermagem a ser realizada, esclarecendo suas dúvidas

(CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009).

O enfermeiro tem papel primordial no cuidado ao estomizado, uma vez que possui

competências e ferramentas assistenciais importantes para uma assistência adequada, segura e

de qualidade, de forma a contribuir para melhor adaptação do paciente ao novo estilo de vida,

planejando ações que visem a melhora da qualidade de vida do estomizado. Desta forma, o

enfermeiro deve considerar o indivíduo em todas as suas dimensões, e não somente a física

(MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013).

39

No tocante a formação do profissional, evidencia-se que não há a inserção da temática

referente ao cuidado às pessoas estomizadas, apenas prepara o profissional para uma assistência

generalizada, influenciando negativamente a realização da consulta de enfermagem (ARDIGO;

AMANTE, 2013). Faz-se necessário então, uma reflexão mais profunda sobre a atuação

fundamentada em conhecimentos científicos, ou seja, deve-se refletir sobre o plano de cuidados

elaborado no sentido de observar se ele é específico para aquele paciente, bem como para o

procedimento cirúrgico a que o paciente vai ser submetido no intuito de assegurar uma prática

assistencial que promova um cuidado de enfermagem individual e integral (CHRISTÓFORO;

CARVALHO, 2009).

Em uma avaliação dos Serviços de Atenção à Saúde das pessoas Ostomizadas

(SASPO) realizados em Minas Gerais/Brasil, verificou-se que em 46% dos serviços, o

enfermeiro não tem formação específica para o cuidado das estomias, e que estes têm se

ocupado mais em atividades administrativas e burocráticas, do que das atividades clínicas,

assistenciais e educativas que é parte processual desses serviços (MORAES et al., 2014).

A constatação desse déficit de conhecimento e consequentemente do cuidado de

enfermagem ocorre também devido à ausência de um instrumento adequadamente preparado

para ser utilizado durante as consultas de enfermagem direcionada por uma teoria, que

contemple as necessidades da pessoa no período operatório de estomia a fim de atender às

necessidades do paciente.

A consulta de enfermagem ao paciente no pré-operatório é um espaço para entender as

necessidades buscando a resolução de problemas destes pacientes. Posto isto, materializa-se

através de uma adequada avaliação inicial, orientação sobre todos os passos do internamento

em relação aos cuidados, esclarecendo suas dúvidas, para que, no dia da cirurgia, o paciente

possua conhecimento em relação aos cuidados exigidos, além da preparação para a adaptação

da pessoa a uma nova condição de saúde, considerando seu novo contexto de saúde

(CARVALHO; CRISTÃO, 2012; CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009).

Na fase do pós-operatório as intervenções da equipe devem estar direcionadas para a

realização do autocuidado, a fim de alcançar maior adaptação por meio da retomada das

atividades de vida diária, além de adequações particulares e participação em grupos de apoio,

onde geralmente ocorre a troca de experiências do convívio com o estoma e o processo

adaptativo (CESARETTI; SANTOS; VIANNA, 2010; GRANT et al., 2011).

40

No que concerne à dimensão biológica, psicológica e afetiva, durante a consulta de

enfermagem às pessoas estomizadas, deve-se considerar: características do estoma, cuidados

com o estoma e pele periestomal, cuidados com a bolsa coletora, possíveis complicações,

autoestima, segurança, autonomia, conforto, bem-estar, felicidade, atividade sexual satisfatória,

autoconceito, atividade de vida diária, entre outros (FIGUEIREDO, 2016).

No cenário domiciliar, os cuidados com a estomia, na maioria das vezes, são exercidos

por algum familiar, cuidador ou a pessoa mais próxima que esteja disposta a ajudar e a aprender

como realizar os cuidados. Mas, por vezes, a família do estomizado constitui-se também como

um entrave a consulta de enfermagem, uma vez que percebe-se a fragilidade familiar frente a

nova condição de vida do estomizado, surgindo sentimentos negativos, rejeição, medo e nojo

frente ao primeiro contato (ARDIGO; AMANTE, 2013; CETOLIN, 2013).

Este fato pode implicar na qualidade do cuidado de enfermagem, pois está permeado

de orientações, formando uma barreira entre o enfermeiro e a família que encontra-se fechada

ao diálogo e orientações. Além disso, a fragilidade da família afeta também o estomizado, que

passa a rejeitar sua condição, dificultando a adesão aos cuidados (ARDIGO; AMANTE, 2013;

CETOLIN et al., 2013).

Além disso, outro fator que dificulta a consulta de enfermagem às pessoas estomizadas

são as condições socioeconômicas desfavoráveis, pois alguns cuidados ficam prejudicados

diante da dificuldade na aquisição de alguns materiais (MENEZES, 2013).

3.5 VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS

O desenvolvimento e validação de um instrumento é uma tarefa complexa que, para

conferir utilidade e capacidade de apresentar resultados, devem demonstrar boas propriedades

psicométricas. Além disso, deve-se seguir uma metodologia adequada para que o novo

instrumento seja apropriado e confiável (COLUCI; ALEXANDRE; MILANI, 2015).

O processo de validação de instrumento envolve três etapas: o polo teórico,

experimental e analítico. A primeira engloba a elaboração da estrutura conceitual, representada

pelas definições constitutivas e operacionais responsável por definir o contexto do instrumento

e subsidiar o desenvolvimento dos itens nos seus respectivos domínios, seguido dos objetivos

do instrumento e população, construção, seleção e organização dos itens, estruturação do

instrumento, validade de conteúdo e pré-teste. As próximas etapas envolvem os polos empíricos

41

(experimentais) e analíticos que envolvem a avaliação das propriedades psicométricas,

mediante testes estatísticos (COLUCI; ALEXANDRE; MILANI, 2015; PASQUALI, 2010).

A validade é a capacidade de um instrumento medir com precisão o fenômeno a ser

estudado. Esse atributo do instrumento pode ser feito de várias maneiras, a saber: validade de

conteúdo, de constructo e de critério (COLUCI; ALEXANDRE; MILANI, 2015).

A validação de conteúdo indica em que medida o instrumento possui uma quantidade

adequada de itens para medir o construto específico e atingir adequadamente o seu domínio,

para a representatividade do instrumento. Tem como base um julgamento, sendo cada vez mais

comum a utilização de especialistas para avaliá-lo, que podem sugerir a retirada, acréscimo ou

alteração nos itens propostos (POLIT; BECK, 2011; PASQUALI, 2010).

Além disso, é necessário que possuam alguns critérios que dão subsídio para a validar

seu conteúdo, indicando se os itens são compreensíveis a população alvo, a saber: critério

comportamental, objetividade, simplicidade, clareza, relevância, precisão, variedade,

modalidade, tipicidade, credibilidade, amplitude e equilíbrio (PASQUALI, 2010).

Entretanto, a validade de conteúdo não é estática, estando vinculada a um determinado

contexto, podendo alterar-se no decorrer do tempo, em virtude das mudanças relacionadas ao

que o instrumento procura refletir. Assim, um teste possui validade de conteúdo em um

determinado momento, não sendo essa uma característica permanente (RAYMUNDO, 2009).

Para tanto, esta etapa é realizada por um comitê de juízes especialistas na área do

instrumento, podendo envolver procedimentos quantitativos e qualitativos nessa avaliação. Eles

receberão instruções específicas em cada estágio sobre como avaliar cada item, o instrumento

como um todo e o preenchimento do questionário que orienta a avaliação. Além disso, nessa

fase são feitas sugestões quanto à inclusão, remoção ou alteração dos itens. Quanto à análise

dessa etapa deve-se proceder com a taxa de concordância do comitê, Índice de Validade de

Conteúdo (IVC) e índice Kappa (K). Alguns estudos também utilizam a técnica Delphi para

obter consenso na opinião dos especialistas (PASQUALI, 2010; COLUCI; ALEXANDRE;

MILANI, 2015).

A validação de conteúdo por peritos é útil, na medida que permitem oferecer um

instrumento padronizado para a assistência, ensino e pesquisa em enfermagem, sendo

importante pois cada vez mais pesquisadores e enfermeiros estão preocupados em utilizar

medidas confiáveis e apropriadas para pesquisas e assistência (DALLA NOLA; ZOBOLI;

VIEIRA, 2017).

42

4 MÉTODO

4.1 TIPO DE ESTUDO

Tratou-se de um estudo do tipo metodológico com abordagem quantitativa de

tratamento e análise de dados. Esse tipo de estudo diz respeito às investigações dos métodos de

obtenção, organização e análise dos dados, abrangendo as etapas de elaboração, validação e

avaliação dos instrumentos e técnicas de pesquisa, tendo como objetivo a construção de um

instrumento que seja confiável, preciso e utilizável para que possa ser aplicado por outros

pesquisadores (POLIT; BECK, 2011).

Para embasar a construção e validação do instrumento foi realizada uma adaptação da

Teoria da Psicometria, a qual se baseia em três polos: teórico, experimental e analítico. O polo

teórico, cujo foco é a fundamentação prévia e validação do construto, conferindo-lhe qualidade

teórica, é bastante relevante para a realização de pesquisas voltadas para a construção e

validação de ferramentas (PASQUALI, 2010). Para fins de validação de conteúdo, o presente

estudo deteve-se ao polo teórico.

4.2 ETAPAS DO ESTUDO

Este estudo foi desenvolvido em duas etapas, a saber:

Primeira etapa: Nessa etapa foi efetivada a construção da versão preliminar do

instrumento norteador da consulta de enfermagem, com aplicabilidade para a primeira fase do

processo de enfermagem aos pacientes no pré e pós-operatório de estomia, a partir das

definições constitutivas e operacionais, mediante o Modelo de Adaptação de Roy.

Segunda etapa: Submissão do instrumento para validação do seu conteúdo perante os

especialistas. A figura 2 evidencia o fluxograma das etapas metodológicas do estudo.

43

Figura 3. Fluxograma das etapas metodológicas do estudo. Natal/RN, 2017.

Fonte: Própria da pesquisa.

4.2.1 Primeira etapa: versão preliminar do instrumento

Esta etapa foi desenvolvida no mês de agosto de 2017. Para seu desenvolvimento,

inicialmente seria necessária a definição dos constructos, ou seja, a conceituação clara e precisa

dos fatores para os quais se quer construir o instrumento de medida, tendo como resultado dois

produtos: as definições constitutivas e operacionais (PASQUALI, 2010). Ressalta-se que tais

definições foram previamente realizadas e adaptadas de uma dissertação de mestrado, intitulada

“Construção e validação de conteúdo da escala do nível de adaptação do estomizado” vinculado

ao grupo de pesquisa Incubadora de Procedimentos de Enfermagem da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (MEDEIROS, 2016).

A primeira fase da definição dos construtos é a definição constitutiva da adaptação da

pessoa estomizada, realizada à luz dos conceitos do MAR. Essa fase da pesquisa é basicamente

elucidada por “um construto definido por meio de outros construtos”, em outras palavras, o

Estabelecimento da estrutura conceitual:

Modelo de Adaptação de Roy

Construção dos itens

preliminares

Definição da população e objetivos do

instrumento

Validação de conteúdo

1ª etapa

2ª etapa

Remoção dos itens com

concordância Kappa ≤0,81 e

IVC<0,80

Literatura;

Instrumentos já existentes;

Validade do

instrumento

44

construto é definido em termos de conceitos próprios da teoria em que ele se insere. Tais

definições caracterizam o constructo, dando as dimensões que ele deve assumir no espaço

semântico, pondo limitações sobre o que explorar, não somente em termos de fronteiras que

não se pode ultrapassar, mas as fronteiras que devem ser atingidas (PASQUALI, 2010). Para

tanto, além das definições constitutivas previamente realizadas por Medeiros (2016), fez-se

necessário as definições constitutivas de processo de enfermagem e avaliação do

comportamento, como demonstra o quadro 1.

Quadro 1 – Definição constitutiva da adaptação da pessoa estomizada à luz do Modelo de

Adaptação de Roy. Natal/RN, 2017.

DEFINIÇÕES DO MODELO DE

ADAPTAÇÃO DE ROY (ROY, 2001) DEFINIÇÕES CONSTITUTIVAS

PROCESSO DE ENFERMAGEM

Abordagem para resolução de problemas na

coleta dos dados, identificando as

necessidades da pessoa, selecionando e

implementando os cuidados e avaliando os

resultados destes.

Operacionaliza os cuidados do enfermeiro,

mediante uma assistência com conhecimento,

possibilitando o planejamento e

implementação de cuidados individuais e

objetivos, que garantam as especificidades

das pessoas estomizadas, prevenindo

complicações e contribuindo para o sucesso

da terapia aplicada (DAVIM, 2012;

FIGUEIREDO, 2016).

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO

Recolha de dados sobre o comportamento da

pessoa e o estado atual de adaptação.

Trata da identificação dos problemas reais

dos pacientes estomizados e a resolução das

necessidades identificadas, sendo essencial

para o direcionamento das outras etapas

(BORDINHÃO, 2012).

Fonte: Própria da pesquisa.

Uma definição do construto torna-se operacional quando são definidos em termos de

operações concretas, ou seja, de comportamentos físicos por meio dos quais o construto se

expressa. Para tanto, a fim de garantir melhor cobertura do constructo, as definições

operacionais deverão especificar e elencar as categorias de comportamentos físicos que seriam

a representação do constructo (PASQUALI, 2010).

45

Desta forma, para complementar a definição dos construtos que formaram o

instrumento, fez-se necessário desenvolver a definição operacional, a qual ultrapassa a

abstração teórica das definições constitutivas e as representa em um instrumento de medida

concreto (PASQUALI, 2010).

Assim, as definições operacionais, extraídas de Medeiros (2016), foram elaboradas a

partir de duas revisões integrativas da literatura e uma etapa qualitativa, que elencaram as

respostas adaptativas das pessoas estomizadas (problemas adaptativos e indicadores de

adaptação positiva), as quais revelaram nos seguintes aspectos objetivos do MAR: 40

problemas adaptativos e 17 indicadores de adaptação positiva, distribuídos nos quatro modos

adaptativos (fisiológico, autoconceito, função na vida real e interdependência), conforme

quadro 2.

46

Quadro 2 - Distribuição dos problemas adaptativos e indicadores de adaptação positiva das pessoas estomizadas conforme os modos

adaptativos do Modelo de Adaptação de Roy, segundo Medeiros (2016).

Fonte: Adaptado de Medeiros (2016).

MODOS

ADAPTATIVOS PROBLEMAS ADAPTATIVOS

INDICADORES DE ADAPTAÇÃO

POSITIVA

Fisiológico

Integridade da pele perturbada; Disfunção sexual; Flatulência; Odor

desagradável; Mudança no padrão alimentar; Estresse; Intolerância à

atividade; Padrão inadequado de atividade e repouso; Perda da

capacidade de autocuidado; Problemas com vazamentos; Problemas

com complicações; Estratégias de enfrentamento ineficientes para

eliminação alterada; Diarreia; Constipação; Dor aguda

Proteção secundária adequada para as

modificações da integridade da pele e no sistema

imunológico; Não apresenta problemas físicos

relacionados à estomia

Autoconceito

Perturbação da imagem corporal; Baixa auto-estima;

Constrangimento; Isolamento social; Perda; Impotência; Dificuldade

em olhar para a estomia; Conhecimento insuficiente sobre a estomia;

Ansiedade; Culpa; Vontade de se livrar da estomia; Sentimento de que

nunca vai se acostumar; Pensamento suicida; Mudança no padrão de

vestimentas

Conhecimento suficiente sobre a estomia;

Independência nos cuidados com a estomia;

Estratégias de enfrentamento efetivas para o

estresse; Compensação adequada para as

modificações corporais; Autoestima funcional;

Processos efetivos de crescimento moral-ético-

espiritual; Aceitação da estomia; Otimismo;

Estratégias de enfrentamento efetivas para

eliminação alterada; Sente-se melhor após a

construção da estomia; Sentimento de gratidão

Interdependência

Padrão ineficiente de solidão e relacionamento; Isolamento social;

Não contar para as pessoas que tem uma estomia; Solidão; Transição

do papel; Interferência da estomia nas atividades laborais; Estigma

Padrão efetivo de solidão e relacionamento;

Interação social mantida; Participação em grupos

de apoio para pessoas estomizadas

Função de Papel Distância do papel; Conflito de papel; Encargos financeiros;

Interferência da estomia nas atividades laborais; _

47

4.2.2 Segunda etapa: validação do conteúdo

4.2.2.1 População e amostra

A pesquisa foi realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

e no Centro Especializado em Reabilitação e Habilitação do Rio Grande do Norte (CERHRN),

local referência no estado do Rio Grande do Norte na rede de atenção às pessoas estomizadas

para o atendimento multiprofissional às necessidades de saúde, bem como distribuição de

bolsas coletoras.

Os juízes da pesquisa foram selecionados a partir do contato via e-mail para que

pudessem atuar como avaliadores do instrumento. A amostra foi selecionada por

intencionalidade, a partir dos seguintes critérios de inclusão: atuar na prática clínica na área de

Estomaterapia e/ou acadêmicos a nível de mestrado e doutorado com conhecimento teórico e

de pesquisa sobre estomias intestinais e/ou Modelo de Adaptação de Callista Roy. Como

critério de exclusão, considerou-se não ter respondido ou completado o processo de coleta de

dados ou não realizá-lo dentro do período estabelecido.

Para tanto, esse grupo foi composto por enfermeiros do Grupo de Pesquisa Incubadora

dos Procedimentos de Enfermagem e profissionais do CERHRN. Além disso, utilizou-se a

técnica snowball ou “Bola de neve” em que a amostragem pode ser ampliada com cadeias de

referências ou cadeias de informantes.

Após identificação dos juízes, selecionou-se 8. Desses, 7 se disponibilizaram a

participar da pesquisa, mas um foi excluído por não ter respondido dentro do período

estabelecido. Ademais, a amostragem foi ampliada pela técnica snowball totalizando a amostra

final de 11 juízes.

4.2.2.2 Coleta de dados

O contato com os especialistas deu-se mediante e-mail, onde foi enviada uma carta

convite (APÊNDICE A) explicando a proposta, contendo os objetivos do estudo e solicitada a

participação na pesquisa.

Mediante o aceite dos juízes, o instrumento, o roteiro do processo de avaliação e o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram entregues pessoalmente

48

(APÊNDICE B). Nesta oportunidade, foi acordado que os juízes teriam um prazo de 15 dias

para devolverem o material já analisado e com o seu parecer final. O período de coleta de dados

junto aos juízes se deu de setembro a outubro de 2017.

A partir do conhecimento desse instrumento, os especialistas julgaram propondo

adequações ou aprovando os itens elencados avaliando a representatividade de cada item

segundo os critérios comportamental, objetividade, simplicidade, clareza, relevância, variedade

em relação à linguagem e em relação às escalas preferenciais.

4.2.2.3 Variáveis do estudo

A construção do instrumento “Instrumento de coleta de dados para o pré e pós-

operatório de estomia intestinal” (APÊNDICE C), teve como base as definições operacionais e

os itens foram alocados em domínios adaptativos definidos no Modelo de Adaptação de Callista

Roy. Cada categoria foi composta por um número de quesitos suficiente para contemplar as

necessidades de informação relativas a um determinado modo. Desta forma, o instrumento foi

desenvolvido e estruturado inicialmente por 113 itens divididos em quatro categorias:

Identificação (16 itens), história clínica (6 itens), dados da cirurgia (6 itens), anamnese e exame

físico, dividido em 4 modos adaptativos (85 itens).

• Identificação: contempla dados do paciente, incluindo características

sociodemográficas;

• História clínica: investigar antecedentes da pessoa estomizada referente a história da

doença atual, internações anteriores, uso de medicações, assim como os antecedentes

pessoais e hábitos de vida;

• Dados da cirurgia: consiste no registro do diagnóstico de base e tipo de estomia

realizada, incluindo seu critério de permanência;

• Anamnese e exame físico: optou-se em contemplar, neste bloco, todas as necessidades

adaptativas, conforme descritas no Modelo de Adaptação de Roy em 4 tópicos, os quais

foram organizados da seguinte forma: as necessidades referentes ao modo fisiológico,

que foram organizadas em nove tópicos: oxigenação, nutrição, eliminação, sono e

repouso, proteção, sentido, fluidos e eletrólitos, função neurológica e endócrina; modo

autoconceito, dividido em eu físico e eu pessoal; modo função de papel e, por fim, o

modo interdependência.

49

• Outras informações e/ou intercorrências: este bloco é um espaço para redação livre,

onde devem ser registrados os dados relevantes que não foram contemplados nos

tópicos anteriores, assim como as observações do enfermeiro.

Na segunda etapa do estudo, o instrumento foi entregue aos juízes com instruções para

o processo de avaliação. O “Instrumento de coleta de dados submetido aos juízes da pesquisa”

(APÊNDICE D) foi construído a partir do instrumento supracitado, e os quesitos que o compõe

foram avaliados separadamente. O questionário foi dividido em três partes: 1) caracterização

dos juízes da pesquisa; 2) julgamento dos itens quanto a concordância de sua permanência no

instrumento; 3) parecer final.

Desta forma, a primeira parte do instrumento foi direcionada às características

sociodemográficas dos juízes do estudo, que contemplava: idade, sexo, estado conjugal, maior

nível de formação profissional, natureza do vínculo na área de estomaterapia, tempo de

formação, tempo de atendimento a pessoa com estomias, motivo que levou a

assistir/pesquisar/trabalhar esses pacientes, importância do enfermeiro conhecer o processo

adaptativo da pessoa estomizada e conhecimento sobre o Modelo de Adaptação de Callista Roy,

conforme quadro 3.

Quadro 3 – Variáveis de caracterização sociodemográfica e profissional. Natal/RN, 2017.

VARIÁVEIS DE CARACTERIZAÇÃO

SOCIODEMOGRÁFICA E PROFISSIONAL CATEGORIAS

Sexo 1. Masculino; 2. Feminino

Idade Em anos

Estado conjugal

1. Casado/união consensual; 2.

Solteiro; 3. Separado; 4. Divorciado; 5.

Viúvo; 6. Outro

Maior nível de formação profissional

1. Graduação; 2. Especialização; 3.

Mestrado; 4. Doutorado; 5. Pós-

doutorado

Natureza do vínculo na área de estomaterapia 1. Assistencial; 2. Pesquisa

Tempo de formação Em anos

50

Fonte: Própria da pesquisa.

A segunda parte diz respeito aos itens do instrumento, a saber: 1 - aspectos referentes

aos dados sociodemográficos que deverão ser coletadas apenas uma vez com o paciente,

evidenciados no quadro 4; 2 - aspectos referentes a história clínica; 3 - aspectos referentes aos

dados da cirurgia; 4 – dados sobre os modos adaptativos de Roy. Os juízes da pesquisa

avaliaram cada um dos 113 itens do instrumento a partir da classificação de cada item em “não

tenho sugestões para esse item”, “tenho sugestões para esse item” e “o item deve ser retirado”.

Nesses dois últimos casos, os motivos deveriam ser explicitados e sugestões poderiam ser feitas

a fim de que os itens pudessem ser refeitos ou melhorados e, ainda, que novos pudessem ser

acrescentados.

Quadro 4 – Variáveis sociodemogáficas presentes no instrumento. Natal/RN, 2017.

VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS CATEGORIAS

Nome (Iniciais)

1. Não tenho sugestões para esse item;

2. Tenho sugestões para melhoria do item;

3. O item deve ser retirado

Idade

Sexo

Data de nascimento

Estado civil

Escolaridade

Profissão/ocupação

Situação empregatícia

Religião

Endereço

Moradia

Tempo de atendimento as pessoas com estomias Em anos

Motivo que o levou a assistir/pesquisar/trabalhar

com pessoas estomizadas

1. Afinidade; 2. Imposição; 3.

Especialização

Conhece o Modelo de Adaptação de Callista Roy? 1. Sim; 2. Não

Considera importante que o enfermeiro conheça o

processo adaptativo da pessoa estomizada?

1. Sim; 2. Não

51

Procedência

Data da admissão

Nº do registro

Enfermaria

Leito

Fonte: Própria da pesquisa.

O quadro 5 refere-se às variáveis de história clínica que deverão ser coletadas somente

uma vez com o paciente.

Quadro 5 – Variáveis de história clínica presentes no instrumento. Natal/RN, 2017.

HISTÓRIA CLÍNICA CATEGORIAS

História da doença atual

1. Não tenho sugestões para esse item;

2. Tenho sugestões para melhoria do item;

3. O item deve ser retirado

Internações anteriores

Antecedentes clínicos

Alergias

Tabagismo

Etilismo

Fonte: Própria da pesquisa.

O quadro 6 refere-se às variáveis de história clínica que deverão ser coletadas somente

uma vez, no período pós-operatório.

Quadro 6 – Variáveis de dados da cirurgia presentes no instrumento. Natal/RN, 2017.

DADOS DA CIRURGIA CATEGORIAS

Data

1. Não tenho sugestões para esse item;

2. Tenho sugestões para melhoria do item;

3. O item deve ser retirado

Hospital

Diagnóstico de base

CID 10

Tipo de estomia

Permanência

Fonte: Própria da pesquisa.

52

O quadro 7 abaixo apresenta os itens preliminares construídos a partir das definições

operacionais oriundas da literatura e dos comportamentos exibidos pelas pessoas estomizadas.

O instrumento está dividido em seções compostas por informações sobre o modo fisiológico,

abordando tópicos a respeito da oxigenação, nutrição, eliminação, atividade e repouso, dentre

outros; o modo autoconceito, evidenciando questões sobre a imagem corporal, sensação

corporal, autoconsciência, autoideal e o eu moral-ético-espiritual; o modo de função na vida

real, o qual será composto por aspectos referentes aos papéis exercidos na sociedade e a situação

deles no processo adaptativo; e o modo de interdependência, que trata das interações

relacionadas com dar e receber amor, respeito e valor através das relações com sistemas de

apoio (ROY; ANDREWS, 2001).

Quadro 7 – Variáveis de anamnese e exame físico presentes no instrumento. Natal/RN, 2017.

MODOS ADAPTATIVOS VARIÁVEIS CATEGORIAS

Fisiológico

Oxigenação

Ventilação

1. Não tenho

sugestões para esse

item;

2. Tenho sugestões

para melhoria do

item;

3. O item deve ser

retirado

Expansibilidade torácica

Alteração respiratória

Queixa

Alteração cardíaca

Pulsos periféricos

Acesso venoso

Nutrição

Dados antropométricos

Estado nutricional

Dieta

Aceitação da dieta

Apetite

Alergias a alimentos

Dor após ingestão de alimentos

Nº de refeições/dia

Ingestão hídrica/dia

Dentes

Abdome

53

Eliminação

Eliminação urinária

Frequência das micções

Período das micções

Característica da urina

Alterações na micção

Tipo de estomia

Derivação

Diâmetro (mm)

Forma do estoma

Protrusão

Integridade da mucosa

Umidade

Pele periestoma

Características das fezes

Alteração das fezes

Presença de dobras cutâneas

Complicações imediatas

Tipo de dispositivo coletor

Vazamento

Frequência de troca

Atividade e

repouso

Sono

Deambulação

Grau de dependência

Limitação para atividades de vida

diária (AVD)

Realização de atividade física

antes da internação

Proteção

Pele

Modificações disseminadas de cor

Umidade

Turgor

54

Edema

Incisão cirúrgica

Higiene corporal

Higiene oral

Sentidos Visão

Desconforto/dor atual

Fluidos e

eletrólitos

Sinais vitais

Exames laboratoriais

Função

neurológica

Orientação

Nível de consciência

Força muscular

Estado emocional

Comportamento

Glasgow

Função

endócrina

Controle glicêmico

Outros problemas

Autoconceito

Eu físico

Satisfação com a aparência

1. Não tenho

sugestões para esse

item;

2. Tenho sugestões

para melhoria do

item;

3. O item deve ser

retirado

Como se vê se sente em relação a

aparência

Desejo de mudar algo

Constrangido/diferente

Vida sexual ativa

Receio em voltar as relações

sexuais

Eu pessoal

Conhecimento dos cuidados que

terá que realizar

Sentimentos relacionados a

estomia

Preocupação no momento

Mudanças ocorridas após a

estomização

55

Perspectivas quanto a convivência

com a estomia

Crença religiosa

Contribuição da fé para enfrentar

os problemas

Função na vida

real _

Gerador de renda financeira 1. Não tenho

sugestões para esse

item;

2. Tenho sugestões

para melhoria do

item;

3. O item deve ser

retirado

Receio em retornar as AVD

Interdependência _

Pessoas mais importantes 1. Não tenho

sugestões para esse

item;

2. Tenho sugestões

para melhoria do

item;

3. O item deve ser

retirado

Com quem vive

Solidão

Dificuldades de interação familiar

Dificuldades de interação social

Ajuda de familiar/cuidador

Participação em grupo de apoio

Fonte: Própria da pesquisa.

O conteúdo do quadro foi submetido aos juízes e, além dos critérios já citados

anteriormente, uma coluna, contendo um questionamento se o item deveria permanecer naquele

modo a qual se refere, além de um espaço destinado a necessidade de acréscimo de algum item.

A terceira parte do instrumento constituiu-se de um parecer final em relação ao instrumento,

conforme evidencia o quadro 8.

Quadro 8 – Variáveis do parecer final do instrumento. Natal/RN, 2017.

PARECER FINAL DO INSTRUMENTO CATEGORIAS

Objetividade Escala de 1 a 10

56

Simplicidade

Clareza

Relevância

Modalidade

Consistência

Exequível

Atualização

Equilíbrio

Precisão

Sequência instrucional dos tópicos

Qual nota global atribuída ao instrumento? Escala de 1 a 10

Elegeu-se os critérios de análise dos requisitos para uma avaliação geral do instrumento

de acordo com o quadro 9 abaixo.

Quadro 9 - Requisitos a serem analisados no instrumento. Natal/RN, 2017.

REQUISITOS

DE

AVALIAÇÃO

CRITÉRIOS DE ANÁLISE

Objetividade O instrumento permite resposta pontual

Simplicidade Os itens expressam uma única ideia

Clareza O instrumento está explicitado de forma clara, simples e inequívoca

Relevância O instrumento é relevante e atende a finalidade proposta

Modalidade Os itens não apresentam expressões extremadas na redação do item

Consistência

O conteúdo apresenta profundidade suficiente para compreensão do

instrumento

Exequível O instrumento é aplicável

Atualização Os itens seguem as práticas baseada em evidências mais atuais

Equilíbrio O instrumento apresenta quantidade proporcional de itens em cada modo

Precisão Cada item é distinto dos demais, não se confundem

Sequência

instrucional

dos tópicos

A sequência dos modos e itens se mostra de forma coerente

Fonte: Adaptado de Pasquali (2010).

57

4.4.2.4 Análise dos dados

O processo de validação se deu por meio da aplicação do Índice Kappa (K), para

verificação no nível de concordância e nível de consistência (fidedignidade) dos especialistas

em relação à permanência ou não dos itens que compõem os instrumentos e do Índice de

Validade de Conteúdo (IVC).

O Índice Kappa é um indicador de concordância ajustado, pois considera, descontando

no cômputo final, a concordância devido ao fator chance. Ele informa a proporção de

concordância que varia de "menos 1" a "mais 1", quanto mais próximo de 1, melhor o nível de

concordância entre os observadores, conforme quadro 10 (PEREIRA, 1995). Neste estudo,

optou-se por utilizar o nível de consenso maior que 0,81 para o índice Kappa, sendo um nível

ótimo.

Quadro 10 - Distribuição do índice Kappa (K) e os níveis de interpretação de concordância.

ÍNDICE KAPPA NÍVEL DE CONCORDÂNCIA

<0,00 RUIM

0,00 a 0,20 FRACO

0,21 a 0,40 SOFRÍVEL

0,41 a 0,60 REGULAR

0,61 a 0,80 BOM

0,81 a 0,99 ÓTIMO

1,00 PERFEITO

O IVC avalia a concordância dos juízes quanto à representatividade da medida em

relação ao conteúdo abordado. Mede a proporção ou porcentagem de juízes que estão em

concordância sobre determinados aspectos do instrumento e de seus itens, permite analisar cada

item individualmente e depois o instrumento como um todo. (ALEXANDRE; COLUCI, 2011).

Para avaliar todo instrumento recomenda-se que os pesquisadores descrevam como

realizaram o cálculo (POLIT; BECK, 2011). Sendo assim, o cálculo utilizado neste estudo para

avaliação geral e categorias do instrumento é a média dos valores dos itens calculados

separadamente, isto é, soma-se todos os IVCs calculados separadamente e se divide pelo

número de itens considerados na avaliação.

58

Para cada item separadamente, ele é calculado dividindo-se o número de juízes que

julgaram o item com escore de extrema relevância ou relevante pelo total de juízes, conforme

fórmula abaixo, resultando na proporção de juízes que julgaram o item válido (RUBIO et al.,

2003). Como consenso considerar-se-á o IVC maior que 0,80 tanto para avaliação de cada item

como para avaliação geral do instrumento.

Os dados coletados foram organizados em uma planilha de dados eletrônica e,

posteriormente, exportados para um software estatístico. Após serem codificados e tabulados,

foram analisados através de leitura reflexiva, estatística descritiva com frequências absolutas e

relativas, média dos escores das variáveis e aplicação do Kappa por meio do Online Kappa

Calculator e do IVC (RANDOLPH, 2008). Após a codificação e análise, os dados serão

apresentados na forma de tabelas e quadros, integrando os resultados dessa pesquisa.

Nesse sentido, parte-se do pressuposto que é possível atingir a validade do instrumento

a partir do julgamento dos juízes e elegeu-se as seguintes hipóteses, conforme quadro 11.

Quadro 11 – Hipóteses teórica e estatística do estudo. Natal/RN, 2017.

DEFINIÇÃO DE HIPÓTESES

TIPOS TEÓRICA ESTATÍSTICA

Hipótese nula

(H0)

O instrumento de coleta de dados para

pré e pós-operatório de pessoas

estomizadas não apresenta evidência de

validação de conteúdo

H0 = µ K e IVC <0,81 e

0,80, respectivamente

Hipótese

alternativa (H1)

O instrumento de coleta de dados para

pré e pós-operatório de pessoas

estomizadas apresenta evidência de

validação de conteúdo

H1 = µ K e IVC ≥0,81 e

0,80, respectivamente

Em que, H0= hipótese nula; H1 = hipótese alternativa; µ K, IVC = Média do Kappa e IVC

Fonte: Própria da pesquisa.

59

4.4.2.5 Aspectos éticos

De acordo com a Resolução 466/12 (BRASIL, 2012), projetos de pesquisa

envolvendo seres humanos devem ser apreciados por Comissões de Ética em Pesquisa. O

projeto desta pesquisa foi apreciado pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (CEP/UFRN) sob o parecer de número 2.009.401 (CAAE:

65941517.8.0000.5537) (ANEXO A).

Os participantes da pesquisa foram esclarecidos quanto aos objetivos e importância

deste estudo e, aos que concordaram em participar da pesquisa, foi disponibilizado um

consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE B).

60

5 RESULTADOS

Após construção do instrumento foi realizada a validação de conteúdo. Neste processo,

participaram desta etapa 11 juízes, onde todos (100,0%) eram do sexo feminino e 6 (63,6%)

estavam casados/união consensual. Em relação a titulação, 8 (88,9%) possuíam o mestrado

como maior nível de formação profissional, 6 (54,5%) atuavam exclusivamente na assistência

da área de estomaterapia e 4 (36,4%) disseram assistir e/ou pesquisar estomias devido

oportunidade de emprego/necessidade institucional.

Em relação ao processo adaptativo da pessoa estomizada e o Modelo de Adaptação de

Roy, todos os 11 (100,0%) juízes responderam que consideram importante que o enfermeiro

conheça o processo adaptativo da pessoa estomizada, entretanto, apenas 8 (72,7%) conheciam

o Modelo de Adaptação de Roy, conforme evidencia a tabela 3.

A idade dos juízes variou do mínimo de 23 anos ao máximo de 51, com média de 34,4

(±9,1) anos. O tempo médio de formação foi de 9,3 (±7,5) anos. Quanto ao tempo de experiência

com os estomizados, variou de 1 a 14 anos, com média de 5,1 (± 3,6) anos.

Tabela 3 - Caracterização sociodemográfica e profissional dos juízes participantes da pesquisa.

Natal/RN, 2017.

Variáveis n %

Sexo Feminino 11 100,0

Estado conjugal

Casado/união consensual 6 63,6

Solteiro 4 36,4

Maior nível de formação profissional Mestrado 9 81,8

Graduação 1 9,1

Especialização 1 9,1

Região

Nordeste 10 90,9

Sudeste 1 9,1

Natureza do vínculo na área de estomaterapia

Assistencial 6 54,5

Pesquisa 5 45,5

Motivo que levou a assistir/pesquisar pessoas estomizadas

Oportunidade de emprego/interesse institucional 4 36,4

Linha de pesquisa 4 36,4

61

Afinidade 3 27,3

Conhece o Modelo de adaptação de Callista Roy?

Sim 8 72,7

Não 3 27,3

Considera importante que o enfermeiro conheça o processo

adaptativo da pessoa estomizada?

Sim 11 100,0

Não 0 0

TOTAL 11 100,0

Fonte: Própria da pesquisa.

Respondido a primeira parte componente do questionário referente as características

sociodemográficas dos juízes, esses passaram a avaliar os quesitos que compuseram cada seção

do instrumento. Na avaliação geral, o instrumento obteve IVC de 0,90 e Kappa de 0,96. Os

valores de Kappa e IVC obtidos nas categorias do instrumento estão dispostos na tabela 4.

Ressalta-se que a maioria dos itens permaneceram no modo inicialmente alocado, com exceção

dos itens “data da admissão”, “nº do registro”, “enfermaria” e “leito” que saíram das variáveis

de identificação para compor o início do instrumento, além da variável “dobras cutâneas”, que

saiu da necessidade básica “eliminações” para “nutrição”.

Tabela 4 – Categorias de composição do instrumento. Natal/RN, 2017.

Categoria do instrumento IVC Kappa

Identificação 0,93 0,92

História clínica 1,00 1,00

Dados da cirurgia 0,96 0,94

Modo fisiológico 0,97 0,95

Modo autoconceito 0,95 0,92

Modo função na vida real 1,00 1,00

Modo interdependência 1,00 1,00

Fonte: Própria da pesquisa.

Inicialmente, avaliaram-se os itens que compõem os dados de identificação. Em 6 itens

(37,5%) não haviam sugestões, 8 (50,0%) apresentavam sugestões para modificações e 5

(31,2%) apresentavam recomendações para a retirada do item. Ressalta-se que um mesmo item

pode tanto apresentar sugestão para melhoria, quanto para retirada. O item de menor

62

concordância foi a data de nascimento (k= 0,56; IVC= 0,72) e endereço (k= 0,67), sendo,

portanto, retirado do instrumento, conforme tabela 5.

Tabela 5 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares dos dados de identificação.

Natal/RN, 2017

Identificação

Não tenho

sugestões para

esse item

Tenho

sugestões

para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado IVC Kappa

n % n % n %

1. Nome (Iniciais) 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 0,81

2. Idade 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

3. Sexo 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

4. Data de Nascimento 8 72,7 - - 3 27,3 0,72 0,56

5. Estado civil 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

6. Escolaridade 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

7. Profissão/ocupação 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

8. Situação empregatícia 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

9. Religião 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

10. Endereço 9 81,8 - - 2 18,2 0,81 0,67

11. Moradia 7 63,6 3 27,3 1 9,1 0,90 1,00

12. Procedência 9 81,8 1 9,1 1 9,1 0,90 0,81

13. Data da admissão 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

14. Nº do registro 8 72,7 2 18,2 1 9,1 0,90 1,00

15. Enfermaria 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

16. Leito 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

Fonte: Própria da pesquisa.

Levou-se em consideração também, para todas as categorias do instrumento, as

sugestões e justificativas individuais dos juízes para melhorar o item ou retira-lo. Algumas

63

sugestões foram dadas por apenas um juiz, sendo analisadas, acatadas ou rejeitadas, em função

de sua pertinência.

Nesse sentido, das 13 sugestões para a categoria dos dados de identificação, entre

modificações e retiradas, 10 foram acatadas e 3 rejeitadas, a saber: 5 referem-se ao acréscimo

de itens (todas foram acatadas), 2 referem-se a alteração no vocabulário para facilitar

compreensão (1 rejeitado e 1 acatado), 2 à melhor especificação dos itens (acatados) e 4 a

mudança de local (acatado). Apresenta-se no quadro 12, as sugestões indicadas pelos juízes

referentes aos dados de identificação, sua aceitação pelos pesquisadores e a justificativa do

aceite ou recusa das mesmas.

Quadro 12– Sugestões dos juízes referente as variáveis sociodemográficas, aceite das

sugestões e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017.

CATEGORIA

DO

INSTRUMENTO

SUGESTÕES DOS

JUÍZES (n) ACEITAÇÃO JUSTIFICATIVA

Identificação

Nome: Inserir nome

completo (1) Não

Informação já está disponível

no prontuário.

Estado civil:

Especificar a

situação conjugal

(casado, solteiro,

viúvo, separado) (1)

Não

Independente da situação

conjugal, a presença de um

companheiro ou não é um

aspecto que influencia a

adaptação (ALTSCHULER,

2009).

Incluir o item renda

(1) Sim

O baixo poder aquisitivo está

associado a dificuldade em

adquirir os equipamentos e

adjuvantes quando não são

fornecidos pelos programas de

assistência ao ostomizado

(MENEZES et al., 2013)

Moradia: Incluir

presença de banheiro

(3), se é dentro ou

fora de casa (1),

acesso a água

encanada (1) e falta

Sim

Condições ambientais e de

habitação desequilibradas/

desajustadas são obstáculos a

adaptação do estomizado

(FIGUEIREDO; ALVIM,

2016).

64

de água

frequentemente (1)

Procedência:

Procedência é o

mesmo que

naturalidade. Deixar

naturalidade (1)

Não

Não são sinônimos. Saber se o

paciente vem do interior ou

capital é mais importante do

que saber o local de

nascimento. Essa variável

pode atuar negativamente,

pela dificuldade de transporte

e locomoção para centros de

assistência.

Nº do registro:

Mudar o termo

registro por

prontuário (1)

Sim O item será modificado,

facilitando o entendimento.

Data de admissão

(1), Nº do registro

(1), enfermaria (1)

e leito (1): deixar no

início do

instrumento

Sim

Normalmente, são os

primeiros a serem

preenchidos.

Fonte: Própria da pesquisa.

Em relação à história clínica, dos 6 itens que compõe esse domínio, apenas 1(16,6%)

apresentava sugestão para melhoria. Nesta seção, como evidenciado na tabela 6, todos os itens

apresentaram escores de avaliação perfeitos entre os juízes da pesquisa (k=1,00; IVC= 1,00).

Tabela 6 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares da história clínica. Natal/RN,

2017

História clínica

Não tenho

sugestões para

esse item

Tenho

sugestões

para melhoria

do item

O item

deve ser

retirado IVC Kappa

n % n % n %

1. História da doença atual 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

2. Internações anteriores 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

3. Antecedentes clínicos 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

65

4. Alergias 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

5. Tabagismo 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

6. Etilismo 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

Fonte: Própria da pesquisa.

Foram realizadas 4 sugestões, onde 2 referem-se ao acréscimo de itens (acatado) e 2 a

retirada (rejeitado), o quadro 13 apresenta esta informação.

Quadro 13 – Sugestões dos juízes referente a história clínica, aceite das sugestões e justificativa

para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017.

CATEGORIA

DO

INSTRUMENTO

SUGESTÕES DOS

JUÍZES (n) ACEITAÇÃO JUSTIFICATIVA

História clínica

História da doença

atual: Retirar o

termo história e

deixar apenas

doença atual (1)

Não Já existe um item referente à

doença de base.

Incluir

“medicamentos em

uso” (1) e “drogas

ilícitas” (1)

Sim

O conhecimento dos fármacos

utilizados faz-se importante

pois devem ser continuados

até o momento da cirurgia

sempre que possível

(FERNANDES et al., 2010).

Inserir o item

estadiamento da

doença (1)

Não

O instrumento não é

direcionado para uma causa

específica de confecção de

estomia.

Fonte: Própria da pesquisa.

No que se refere aos dados da cirurgia, apresentado na tabela 7, dos 6 itens que compõe

essa categoria, para 3 (50,0%) não haviam sugestões, 2 (33,3%) apresentavam sugestões para

modificações e 1 (16,6%) apresentava recomendações para a retirada do item. O item de menor

concordância foi o CID 10 (k= 0,67), sendo retirado.

66

Tabela 7– Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares dos dados da cirurgia. Natal/RN,

2017

Dados da cirurgia

Não tenho

sugestões para

esse item

Tenho

sugestões

para

melhoria do

item

O item deve

ser retirado IVC Kappa

n % n % n %

1. Data 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

2. Hospital 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

3. Diagnóstico de base 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

4. CID 10 9 81,8 - - 2 18,2 0,81 0,67

5. Tipo de estomia 9 81,8 2 18,2 - - 1,00 1,00

6. Permanência 9 81,8 2 18,2 - - 1,00 1,00

Fonte: Própria da pesquisa.

Foram realizadas 4 sugestões para melhoria, acréscimo ou retirada do item, e apenas

uma não foi acatada. Das 3 acatadas, 2 refere-se à inserção de mais opções ao item e 1 refere-

se ao acréscimo de um novo item, todos acatados, conforme exposto no quadro 14.

Quadro 14– Sugestões dos juízes referente aos dados da cirurgia, aceite das sugestões e

justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017.

CATEGORIA

DO

INSTRUMENTO

SUGESTÕES DOS

JUÍZES (n) ACEITAÇÃO JUSTIFICATIVA

Dados da cirurgia

Tipo de estomia:

Acrescentar as

opções “colostomia

úmida” e “fístula

mucosa” (2)

Sim

São estomias intestinais de

eliminação (SANTOS;

CESARETTI, 2015).

Inserir o item

“localização da

estomia” (1)

Sim

As estomias intestinais de

eliminação classificam-se de

acordo com o tempo de

67

Permanência:

Inserir a opção

“indefinido” (2)

Sim

permanência e localização

anatômica (SANTOS;

CESARETTI, 2015).

Fonte: Própria da pesquisa.

O primeiro modo adaptativo avaliado pelos juízes foi o fisiológico, no qual os 63

(100%) itens apresentaram IVC acima de 0,80. Entretanto, os itens “apetite”, “alergia a

alimentos”, “Nº de refeições/dia”, “dentes” e “glasgow” apresentaram Kappa baixo (k=0,67),

sendo excluídos.

Quanto as sugestões, apenas 13 (20,6%) apresentavam pontos para melhoria e 11

(26,8%) apresentavam recomendações para a retirada do item, como evidencia a tabela 8.

Levou-se em consideração as sugestões e justificativas individuais dos juízes para acrescentar,

melhorar ou retirar o item, conforme apresentado no quadro 15. Nesse sentido, das 26 sugestões,

19 foram acatadas e 8 rejeitadas, a saber: 5 referem-se ao acréscimo de novos (1 rejeitado e 4

acatados), 3 referem-se a melhor especificação (todas acatadas), 8 a inserção de mais opções ao

item (1 rejeitado e 7 acatados), 1 alteração no vocabulário (acatado), 1 a retirada de opções

(acatado) e 8 a retirada do próprio item (6 rejeitados e 1 acatado).

Tabela 8 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo fisiológico.

Natal/RN, 2017

Modo fisiológico

Não tenho

sugestões

para esse

item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado IVC Kappa

n % n % n %

1. Ventilação 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

2. Expansibilidade torácica 10 90,9 - - 1 9,1 0,90 0,81

3. Alteração respiratória 10 90,9 - - 1 9,1 0,90 0,81

4. Queixa 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

5. Alteração cardíaca 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

6. Pulsos periféricos 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

7. Acesso venoso 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

8. Dados antropométricos 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

68

9. Estado nutricional 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

10. Dieta 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

11. Aceitação da dieta 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

12. Apetite 9 81,8 - - 2 18,2 0,81 0,67

13. Alergias a alimentos 9 81,8 - - 2 18,2 0,81 0,67

14. Dor após ingestão de alimentos 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

15. Nº de refeições/dia 9 81,8 - - 2 18,2 0,81 0,67

16. Ingestão hídrica/dia 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

17. Dentes 9 81,8 - - 2 18,2 0,81 0,67

18. Abdome 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

19. Eliminação urinária 9 81,8 2 18,2 - - 1,00 1,00

20. Frequência das micções 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

21. Período das micções 10 90,9 - - 1 9,1 0,90 0,81

22. Característica da urina 9 81,8 1 9,1 1 9,1 0,90 0,81

23. Alterações na micção 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

24. Tipo de estoma 9 81,8 1 9,1 1 9,1 0,90 0,81

25. Derivação 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

26. Diâmetro (mm) 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

27. Forma do estoma 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

28. Protrusão 9 81,8 2 18,2 - - 1,00 1,00

29. Integridade da mucosa 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

30. Umidade 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

31. Pele periestoma 9 81,8 2 18,2 - - 1,00 1,00

32. Características das fezes 9 81,8 2 18,2 - - 1,00 1,00

33. Alteração das fezes 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

34. Presença de dobras cutâneas 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

69

35. Complicações imediatas 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

36. Tipo de dispositivo coletor 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

37. Vazamento 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

38. Frequência de troca 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

39. Sono 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

40. Deambulação 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

41. Grau de dependência 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

42. Limitação para atividades de

vida diária 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

43. Realização de atividade física

antes da internação 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

44. Pele 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

45. Modificações disseminadas de

cor 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

46. Umidade 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

47. Turgor 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

48. Edema 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

49. Incisão cirúrgica 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

50. Higiene corporal 10 90,9 1 9,1 - - 1,00 1,00

51. Higiene oral 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

52. Visão 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

53. Desconforto/dor atual 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

54. Sinais vitais 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

55. Exames laboratoriais 10 90,9 - - 1 9,1 0,90 0,81

56. Orientação 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

57. Nível de consciência 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

58. Força muscular 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

70

59. Estado emocional 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

60. Comportamento 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

61. Glasgow 9 81,8 - - 2 18,2 0,81 0,67

62. Controle glicêmico 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

63. Outros problemas 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

Fonte: Própria da pesquisa.

No que concerne o modo autoconceito, os itens “Como se vê se sente em relação a

aparência” (K=0,67; IVC=0,81) e “Mudanças ocorridas após a estomização” (k=0,56;

IVC=0,72) foram excluídos. Conforme dispostos na tabela 9, dos 13 itens, em 9 (69,2%) não

haviam sugestões, 2 (15,3%) apresentavam sugestões para melhoria e 3 (25,0%) apresentavam

recomendações para a retirada do item. A maioria deles apresentaram escores Kappa e IVC

excelentes entre os juízes da pesquisa (k=1,00; IVC= 1,00). Das 3 sugestões, todas foram

acatadas, a saber: 1 refere-se ao acréscimo, 1 ao desmembramento de um item em dois e 1 a

retirada, conforme apresentado no quadro 15.

Tabela 9 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo autoconceito.

Natal/RN, 2017

Modo autoconceito

Não tenho

sugestões

para esse item

Tenho

sugestões

para

melhoria do

item

O item deve

ser retirado IVC Kappa

n % n % n %

1. Satisfação com a aparência 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

2. Como se vê se sente em

relação a aparência 8 72,7 1 9,1 2 18,2 0,81 0,67

3. Desejo em mudar algo 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

4. Constrangido/diferente 10 90,9 1 9,1 0 0,0 1,00 1,00

5. Vida sexual ativa 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

6. Receio em voltar as relações

sexuais 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

71

7. Conhecimento dos cuidados

que terá que realizar 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

8. Sentimentos relacionados a

estomia 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

9. Preocupação no momento 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

10. Mudanças ocorridas após a

estomização 8 72,7 - - 3 27,3 0,72 0,56

11. Perspectivas quanto a

convivência com a estomia 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

12. Crença religiosa 10 90,9 - - 1 9,1 0,90 0,81

13. Contribuição da fé para

enfrentar os problemas 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

Fonte: Própria da pesquisa.

Por conseguinte, o próximo modo adaptativo avaliado foi função na vida real. Para os

2 itens, apenas 1 apresentou sugestão para modificações. Todos os itens apresentaram escores

Kappa e IVC excelentes entre os juízes da pesquisa (k=1,00; IVC= 1,00), conforme tabela 10.

Esse modo apresentou 2 sugestões, ambas referentes ao acréscimo de itens (acatados) conforme

demonstra o quadro 15.

Tabela 10 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo função na

vida real. Natal/RN, 2017.

Modo função na vida real

Não tenho

sugestões para

esse item

Tenho

sugestões

para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado IVC Kappa

n % n % n %

1. Gerador de renda

financeira 11 100,0

- - - - 1,00 1,00

2. Receio em retornar as

atividades de vida diária 10 90,9 1 9,1

- - 1,00 1,00

Fonte: Própria da pesquisa.

72

Por último os juízes avaliaram os sete itens do modo interdependência, dos quais

nenhum item foi retirado, tampouco apresentou sugestões. Todos apresentaram concordâncias

excelentes (k=1,00; IVC= 1,00), evidenciado pela tabela 11. Foi sugerido o acréscimo de um

item, que foi acatado, conforme elucida quadro 15.

Tabela 11 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo

interdependência. Natal/RN, 2017.

Modo interdependência

Não tenho

sugestões

para esse

item

Tenho

sugestões

para

melhoria do

item

O item deve

ser retirado IVC Kappa

n % n % n %

1. Pessoas mais importantes 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

2. Com quem vive 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

3. Solidão 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

4. Dificuldades de interação familiar 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

5. Dificuldades de interação social 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

6. Ajuda de familiar/cuidador 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

7. Participação em grupo de apoio 11 100,0 - - - - 1,00 1,00

Fonte: Própria da pesquisa.

O quadro 15 apresenta as sugestões indicadas pelos juízes, para cada modo do

instrumento, a aceitação ou não das sugestões por parte da pesquisadora e a justificativa para

aceite ou recusa das mesmas.

73

Quadro 15 – Sugestões dos juízes referentes aos modos adaptativos, aceite das sugestões e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN,

2017.

CATEGORIA DO

INSTRUMENTO

ITEM/SUGESTÕES DOS JUÍZES

(n) ACEITAÇÃO JUSTIFICATIVA

Modo

fisiológico

Oxigenação

Expansibilidade torácica: Retirar o

item (1) Não

Considerando o indivíduo como um ser holístico

é preciso atentar-se para todas suas

necessidades. Alteração respiratória: Retirar o item

(1) Não

Acesso venoso: Inserir a opção “sem

acesso” Sim

O paciente pode apresentar-se sem acesso

venoso.

Nutrição

Dor após ingestão de alimentos:

Inserir os itens “náuseas e/ou vômitos” Sim

Tratam-se de sintomas específicos presentes nos

pacientes estomizados (FERREIRA et al.,

2017).

Abdome: Inserir as opções distendido,

escavado, avental (1) Sim

Tipo de abdome, acidentes anatômicos e

alterações na parede abdominal devem ser

considerados no processo de demarcação pré-

operatór (SANTOS; CESARETTI, 2015).

Abdome: Incluir condições da parede

abdominal tais como “Hérnias”,

“cicatrizes”, “dobras cutâneas” e “lesão

na pele” (1)

Sim

Eliminação urinária: Acrescentar as

opções “nefrostomia”, “bricker” e

“colostomia úmida” (2)

Sim

São tipos de estomias que possibilitam a saída

de urina (SANTOS; CESARETTI, 2015).

Período das micções: Retirar o item

(1) Não

O enfermeiro deve ter esse conhecimento

objetivando proporcionar medidas de conforto

devido alterações nos hábitos miccionais.

74

Eliminação

Característica da urina: Deixar claro

o que se quer saber, acrescentando as

opções “cor’, “odor” e “aspecto” (1)

Retirar o item uma vez que se torna

repetitivo pela presença de itens que já

abordam esses aspectos (1)

Sim O item será modificado, facilitando o

entendimento.

Não

São abordados possíveis alterações na micção,

mas não características da urina

Tipo de estomia: Acrescentar as

opções “cecostomia”, “fístula mucosa”

e “colostomia úmida” (1)

Retirar esse item. Está repetido em

dados pós-operatórios. Condensar

todas as opções em uma categoria só

(1).

Sim

São estomias intestinais de eliminação

(SANTOS; CESARETTI, 2015).

Já existe essa variável.

Protrusão: substituir as opções por

plano, protruso e retraído (2) Sim

O item será modificado, facilitando o

entendimento.

Integridade da mucosa: Substituir

pela pergunta fechada “mucosa

íntegra” e adicionar as opções “sim” e

“não” especificando os principais tipos

de problemas na integridade:

“ulcerações”, “tumorações”,

“granulomas” e “lesão

pseudoverrucosa” (1)

Sim O item será modificado, facilitando o

entendimento.

Pele periestoma: retirar as opções

“hérnia periestoma”, “lesões

pseudoverrucosas” e “granuloma” (2)

Sim

Tratam-se de complicações tardias (SANTOS;

CESARETTI, 2015).

Característica das fezes: Mudar o

termo para “consistência das fezes” e Sim

O item será modificado, facilitando o

entendimento.

75

acrescentar as opções “líquida”, “semi-

líquida”, “pastosa”, “formada” e

“ausente” (2)

Inserir o item coloração do estoma e

suas opções “vermelho vivo”,

“vermelho pálido”, “rosa” e “cianótico”

(1)

Sim

É importante conhecer as características normais

do estoma para detectar complicações

(SANTOS; CESARETTI, 2015).

Sono e

repouso

Realização de atividade física antes

da internação: acrescentar atividades

de lazer (1)

Sim

A presença da ostomia pode restringir as

atividades de lazer, pelas alterações fisiológicas

que dificultam a higienização em certos locais

(COELHO, SANTOS, POGGETTO, 2013)

Acrescentar o item “sente fadiga,

fraqueza e/ou desânimo?” (1) Sim

Fadiga e fraqueza são sintomas presentes nos

pacientes estomizados (FERREIRA et al.,

2017). Além disso, sentimento de tristeza e

desânimo são comuns e contribuem para o

isolamento social (MOTA et al., 2013).

Proteção

Pele: Retirar a questão da pele íntegra e

não íntegra, pois o fato de ter sido

realizado um procedimento cirúrgico já

a compromete (1).

Não

O instrumento também está voltado para o pré-

operatório.

Higiene corporal: inserir a opção com

ou sem auxílio (1) Não

A variável “grau de dependência” já revela essa

informação

Sentidos Inserir o item audição (1) Sim

Presença de deficiências sensoriais é importante

no autocuidado (SANTOS; CESARETTI,

2015).

76

Fluidos e

eletrólitos

Exames laboratoriais: Retirar esse

item (1) Não

É necessário observar possíveis alterações

hidreletrolíticas nos casos de ileostomia

(SANTOS; CESARETTI, 2015).

Neurológico

Incluir a escala de Ramsay Não O instrumento não está voltado para o paciente

crítico

Inserir presença de movimentos

involuntários ou deformidade em mãos

(1)

Sim

As habilidades psicomotoras, incluindo destreza

manual facilitam a independência para o

autocuidado (SANTOS; CESARETTI, 2015).

Autoconceito

Eu físico

Sente-se constrangido/diferente:

Desmembrar o item (1) Sim

São coisas distintas

Acrescentar o item “Mudar as

vestimentas te incomoda?” Sim

A mudança nas vestimentas é apontada como

um entrave devido ao uso da bolsa coletora

(PEREIRA et al., 2015).

Eu pessoal Crença religiosa: Retirar esse item (1) Sim Já existe esse questionamento

Modo função na vida real

Acrescentar o item “A ostomia afetará

o papel que você representa na

família?” (1)

Sim

O paciente sente-se incapaz de continuar a

exercer o seu papel, principalmente no sustento

familiar (COELHO; SANTOS; POGETTO,

2013)

Sente receio em retornar a realizar

atividades de vida diária: Acrescentar

o trabalho e lazer ao item (2)

Sim

Conviver com uma estomia pode acarretar

dificuldades nas atividades de lazer e retorno ao

trabalho (NASCIMENTO et al., 2011)

Modo interdependência Acrescentar o item “A estomia afetará

sua relação com essas pessoas?” (1) Sim

A presença da ostomia ocasiona modificações

no relacionamento social, provocando o

isolamento quando o indivíduo se depara com

sua nova conformação corporal (COELHO,

SANTOS, POGGETTO, 2013)

Fonte: Própria da pesquisa.

77

Além disso, ressalta-se que em razão da pertinência da sugestão de um dos juízes, foi

incorporado ao instrumento mais uma seção, intitulada dados pré-operatório. Os itens

adicionados e que compõem essa categoria estão descritos no quadro 16.

Quadro 16 – Sugestões dos juízes referentes aos dados pré-operatórios, aceite das sugestões e

justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017.

CATEGORIA

DO

INSTRUMENTO

SUGESTÕES DOS

JUÍZES (n) ACEITAÇÃO JUSTIFICATIVA

Dados pré-

operatório

Cirurgia proposta (1)

Sim

Os significados que o

paciente e família

atribuem à doença, à

hospitalização e cirurgia,

além dos conhecimentos,

habilidades e motivação,

geram subsídios para

desenvolver uma

assistência

individualizada,

planejada e baseada nos

anseios e expectativas do

paciente (ASCARI et al.,

2013).

Conhecimento do

paciente/família sobre o

processo anestésico/

Cirúrgico (1)

Conhecimento do

paciente/família sobre a

cirurgia que vai realizar

(1)

Dúvidas do

paciente/família quanto o

pré e pós-operatório (1)

Interesse do paciente em

aprender (1)

Demarcação anatômica

(2) Sim

A maioria das

complicações pode ser

evitada com a

demarcação prévia da

localização do estoma

(SILVA et al., 2017;

AGUIAR et al., 2011)

78

Inserir imagem do

abdome para demarcação

da estomia (1) Sim

O item será adicionado

para facilitar o processo

de demarcação da

estomia.

Indicação para o preparo

colônico (1) Sim

Objetiva a prevenção de

infecção, que poderia

retardar o processo

reabilitatório (SANTOS;

CESARETTI, 2015).

Fonte: Própria da pesquisa.

Foram realizadas modificações, seja por exclusão, inclusão ou retificação de algum

item. Posteriormente foi realizada revisão da estrutura e organização das categorias,

distribuindo os itens de tal maneira que a visualização do instrumento ficasse harmonioso e

agradável. Após todos os ajustes realizados, segue a versão final dos itens após a etapa de

validação do conteúdo (APÊNDICE E).

No que concerne as médias dos requisitos de avaliação do instrumento verificou-se uma

variação de 8,0 a 9,4, com média geral de 9,1. O quadro 17 apresenta essas informações.

Quadro 17 - Parecer final dos juízes sobre o instrumento, de acordo com os requisitos

avaliados. Natal/RN, 2017.

REQUISITOS PARECER FINAL

Mínimo Máximo Média Desvio Padrão (DP)

Objetividade 5,0 10,0 8,0 1,3

Simplicidade 6,0 10,0 8,6 1,2

Clareza 6,0 10,0 8,6 1,3

Relevância 8,0 10,0 9,4 0,9

Modalidade 8,0 10,0 8,9 0,7

Consistência 7,0 10,0 8,9 1,0

Exequibilidade 7,0 10,0 8,0 1,8

Atualização 7,0 10,0 9,2 1,0

Equilíbrio 6,0 10,0 8,0 1,3

Precisão 7,0 10,0 8,6 0,9

Sequência instrucional dos tópicos 8,0 10,0 8,9 0,7

Avaliação global do instrumento 7,0 10,0 8,6 0,8

Fonte: Própria da pesquisa.

79

Diante dos resultados desse estudo elaborou-se a figura 3 para auxílio na aplicabilidade

do instrumento para coleta de dados no pré e pós-operatório de estomizados intestinais pelo

enfermeiro durante a etapa de validação clínica e implementação.

Figura 4 – Rede explicativa da utilização do instrumento para coleta de dados no pré e pós-

operatório de estomizados intestinais. Natal/RN, 2017.

Fonte: Própria da pesquisa.

Avaliar no pré-

operatório mediato ou

imediato

Dados de

identificação História clínica

Avaliar no pré-

operatório imediato Dados pré-operatórios

Avaliar no pós-

operatório imediato Dados da cirurgia

Instrumento para coleta de dados no pré e pós-operatório de estomizados intestinais

Avaliar no pré-operatório

imediato e pós-operatório

imediato e mediato

Modo fisiológico, autoconceito, função e papel e

interdependência

Quando necessário Outras informações e/ou intercorrências

80

6 DISCUSSÃO

A avaliação do conteúdo foi realizada por 11 juízes com experiência na assistência e

pesquisa a pessoas estomizadas. Todos os juízes eram do sexo feminino. Tal fato está ligado

ao caráter feminino da profissão, que permeia a enfermagem desde seus primórdios, devido a

função de cuidadora e domestica atribuído (ALMEIDA et al., 2016). Atualmente, uma pesquisa

realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) evidenciou que a enfermagem

brasileira é composta de 84,6% de mulheres (MACHADO et al., 2016).

Além disso, o maior nível de formação apresentado pela maioria foi o mestrado. É

crescente o número de profissionais que buscam se qualificar para os serviços, especializando-

se por meio de uma Pós-Graduação, seja latu sensu ou stricto sensu. Cada vez mais, esta

formação, especialmente no stricto sensu, se dá precocemente, logo no início da vida

profissional (MACHADO et al., 2016). Tal informação, corrobora tempo médio de formação

encontrada nessa pesquisa.

Em relação ao motivo que levou a assistir/pesquisar as pessoas estomizadas, ficou

evidenciado que a maioria foi devido uma oportunidade de emprego/interesse institucional. Tal

fato pode ser justificado pela recente criação de cursos de especialização em estomaterapia latu

sensu no ano de 1990, existindo atualmente apenas 19 cursos de especialização nessa área em

todo território nacional (BORGES, 2016).

Em relação ao Modelo de Adaptação de Roy, os juízes tinham conhecimento sobre ele

e consideram importante que o enfermeiro conheça o processo adaptativo da pessoa estomizada.

Apesar disso, Matos et al (2011) evidencia que o ensino das teorias ocorre de forma pontual e

no início do curso, não havendo relação entre teoria e prática, o que interfere na compreensão

do que vem a ser uma teoria de enfermagem. Ademais, percebem-se dificuldades por parte do

enfermeiro em apoiar seu fazer nas teorias, seja no âmbito da assistência, ensino ou pesquisa.

O instrumento para coleta de dados de enfermagem desenvolvido nessa pesquisa,

tendo em vista as particularidades da pessoa estomizada, destaca-se pela importância em

favorecer o processo de comunicação, o raciocínio clinico e a organização das informações em

dois momentos, o pré e pós-operatório, sendo uma base de dados completa para organização e

direcionamento das ações desenvolvidas, melhorando a qualidade do cuidado, ressaltando o

conhecimento cientifico envolvido na SAE, bem como oferecendo maior autonomia e

visibilidade a profissão (MEDEIROS; SANTOS; CABRAL, 2012).

81

Ao pensar na construção desse instrumento, levou-se em consideração o entendimento

de que ele deve se constituir de um roteiro organizado e direcionado para o levantamento de

sinais e sintomas do paciente ao qual será aplicado, de modo a proporcionar meios para o

julgamento clínico de forma precisa e confiável.

Trata-se, portanto, de uma tecnologia leve-dura do cuidado em enfermagem

(OLIVEIRA, 2012). Identifica-se saberes leves por pressupor um saber estruturado e na

maneira de organizar a atuação sobre eles, e dura na medida em que conforma um saber fazer

bem estruturado, organizado, protocolado, normalizável e normatizado. Resulta-se, então, em

um produto não material, relacionado à necessidade do cliente (MERHY, 2002).

Ressalta-se que a coleta de dados/histórico de enfermagem é apenas a primeira etapa

do PE, e as outras etapas devem ser, rigorosamente, contempladas. Implanta-las no processo de

cuidar é uma maneira de tornar a atuação da enfermagem mais científica, possibilitar melhores

prognósticos e oferecer uma assistência de enfermagem de excelência. Para tanto, a coleta de

dados é considerada de grande importância, pois se insuficiente ou incorreta pode levar ao

diagnóstico de enfermagem errôneo e, consequentemente, resultará em diagnóstico,

planejamento, implementação e avaliação equivocados (SANTOS; VEIGA; ANDRADE,

2011).

A partir da avaliação dos juízes, o instrumento apresentou escores de avaliação ótimos

(k=0,96; IVC= 0,90). Desta forma, considera-se que o instrumento contemplou dados

relevantes à avaliação das necessidades de adaptação de pessoas estomizadas nos períodos

operatórios. Deve-se considerar, ainda, que a construção dessa tecnologia objetiva auxiliar o

enfermeiro na condução de suas ações e não descarta os conhecimentos e competências dos

profissionais, sua capacidade de análise e julgamento clínico e a avaliação do contexto. O

profissional deve pensar criticamente, adequando e redirecionando a coleta de dados, de forma

a não estar limitado somente ao instrumento, mas também, as necessidades subjetivas do

paciente (DOMINGOS, 2015).

Ressalta-se, portanto, a importância da flexibilidade e criatividade no decorrer da

consulta na prática profissional do enfermeiro, promovendo, também, a escuta, acolhimento,

apoio, interação e vínculo entre o profissional e o paciente (MACEDO, 2013).

A construção deste instrumento de coleta de dados retratou elementos importantes. A

utilização do Modelo de Adaptação de Roy subsidiou a alocação de itens em domínios

adaptativos definidos na teoria fornecendo subsídios para planejar e intervir nas demandas

82

adaptativas individuais. Explicita-se a importância da utilização de um referencial teórico da

Enfermagem que fundamente o PE, conferindo sustentação e direcionamento à prática do

cuidado (SANTOS et al., 2016).

A teoria selecionada para este estudo se aplica as pessoas estomizadas, pois elas,

apesar de possuirem características comuns, diferem em suas necessidades e reações próprias

implícitas à sua identidade e subjetividade. Assim, o comportamento de cada pessoa submetida

a cirurgia de estomia tem relação direta com as condições pessoais de cada um, bem como de

estímulos externos, como suporte familiar, financeiro e assistencial recebidos em todas as fases

do tratamento cirúrgico (SOUZA et al., 2016).

Apesar do MAR ter sido baseado na prática da teórica Callista Roy, sendo, portanto,

capaz de representar a realidade, a utilização na prática clínica depende do nível de

compreensão dos enfermeiros. Entretanto, a proximidade semântica dos conceitos utilizados no

modelo e no PE pode ser um fator facilitador (COELHO; MENDES, 2011).

A primeira versão do instrumento possui 113 itens, divididos em categorias que

constam de: dados de identificação, história clínica, dados da cirurgia, anamnese e exame físico

baseado nos quatro modos adaptativos de Roy. Além destes, a versão final ficou constituída de

mais uma categoria, os dados pré-operatórios, com um total de 126 itens. Destaca-se a im-

portância do instrumento ser individual, contemplar as informações que possam conduzir o

enfermeiro na tomada de decisões e adotar o formato check-list por ser mais prático e fácil o

registro dos dados e largamente aceito pelos enfermeiros (SANTOS et al., 2016). A maior parte

das informações do referido instrumento estão no formato check-list, contudo, em alguns itens

foram reservados espaços livres para a descrição dos dados.

É importante disponibilizar espaços livres para informações adicionais como possíveis

intercorrências, observações ou dados relevantes, que deixaram de ser contemplados nos

demais itens do instrumento, que o enfermeiro considere essencial (SANTOS et al., 2016).

Além disso, faz-se necessário que o instrumento seja claro, conciso, objetivo, sem

repetições, utilize uma linguagem padronizada para facilitar a comunicação e que não seja

muito longo (SANTOS et al., 2016). Foram concentrados esforços para tornar o histórico claro,

objetivo e sem repetições de informações. Ressalta-se que são evidenciados não apenas itens

voltados especificamente para os cuidados na assistência ao paciente no pré e pós-operatório

de estomia, como também, aqueles amplamente fundamentados nas referências da área da

saúde. Ademais, a obtenção dos dados não se dá em um único momento, existem itens voltados

83

exclusivamente para o período pré-operatório e aqueles voltados para o pós-operatório, e itens

aplicáveis em ambos os períodos operatórios.

Um instrumento muito longo pode levar os enfermeiros a não usarem por considerarem

que exige muito tempo para ser aplicado e por relatarem desafios para efetivação da SAE,

incluindo: falta de conhecimento acerca do PE, dificuldades relacionadas a sobrecarga de

trabalho, déficit de pessoal para a demanda de pacientes e atividades e a falta de investimento

por parte do próprio hospital (MEDEIROS; SANTOS; CABRAL, 2013; CASTRO, 2016).

Entretanto, é fundamental destacar que na tentativa de não torna-lo longo, são construídos

instrumentos que não contemplam todas as necessidades definidas na teoria ou que deixa vazios

que comprometem a qualidade e a densidade das informações (SANTOS et al., 2016).

Para tanto, deve ser estruturado iniciando-se com informações genéricas como os

dados de identificação do paciente, seguida pela história clínica pregressa e história da doença

atual (SANTOS et al., 2016). O primeiro domínio do instrumento de coleta foi pontuado pelos

dados de identificação do paciente, depois da história clínica pregressa e atual, seguido dos

dados da cirurgia.

O primeiro domínio foi composto por itens relativos aos dados de identificação. O item

de menor concordância foi a data de nascimento, sendo, portanto, retirado do instrumento. Após

validação, foi acrescentado itens referentes as condições de moradia e renda. Condições

ambientais e de habitação desequilibradas/desajustadas são obstáculos a adaptação do

estomizado (FIGUEIREDO; ALVIM, 2016), ademais, os recursos necessários para a

manutenção da saúde do paciente durante o processo de reabilitação recai sobre o aspecto

financeiro, sendo imprescindível o fornecimento de equipamentos coletores e adjuvantes de

qualidade e em quantitativo suficiente que facilitem o processo de reabilitação (MAURÍCIO;

SOUZA; LISBOA, 2014).

Os itens referentes a história clínica do paciente apresentaram escores Kappa perfeitos

entre os juízes da pesquisa (k=1,00; IVC= 1,00), havendo o acréscimo dos itens “uso de

medicações” e “drogas ilícitas”. A literatura reforça a importância na realização de um

interrogatório sistematizado sobre os dados sociodemográficos do paciente, diagnóstico e tipo

de cirurgia a ser realizada (MENDONÇA et al., 2007), antecedentes mórbidos (alergias,

doenças sistêmicas, medicações em uso, etc.) e história social (drogas ilícitas, álcool e tabaco)

com a finalidade de avaliar os riscos do procedimento cirúrgico e adoção de medidas que

possam prevenir complicações associadas. O uso crônico de drogas pode aumentar a tolerância

84

aos anestésicos e analgésicos, sendo frequente a necessidade de empregar doses maiores nesses

indivíduos. O conhecimento dos fármacos utilizados faz-se importante pois devem ser

continuados até o momento da cirurgia sempre que possível (FERNANDES et al., 2010).

Posteriormente, o instrumento contemplou também dados do exame físico através de

uma avaliação minuciosa dos segmentos do corpo utilizando as técnicas propedêuticas:

inspeção, palpação, percussão e ausculta, incluindo sinais vitais, e, ainda, os dispositivos de

suporte terapêutico utilizados pelo indivíduo (SANTOS et al., 2016). A coleta de dados as

pessoas estomizadas, realizada mediante uma anamnese detalhada e exame físico facilita o

mapeamento dos problemas do paciente (MENDONÇA et al., 2007). Nesse estudo, a avaliação

das necessidades de adaptação de pessoas estomizadas (respostas) se baseia na investigação dos

quatro modos adaptativos.

A avaliação dessas necessidades precocemente, ainda no período pré-operatório,

possibilita a reabilitação do estomizado e minimiza seu sofrimento, impedindo que medos e

mitos se tornem ameaças a sua integridade física, social e psicológica. Uma pesquisa revelou

os medos e mitos mais citados entre as pessoas estomizadas, que incluíam: vida futura solitária,

sentimentos de nojo, discriminação e desprezo por parte das pessoas, além do medo de não

saber lidar com o estoma, morrer, não poder voltar a trabalhar, limitações na vida diária e medo

do sofrimento (SILVA; GAMA; DUTRA, 2008).

Durante a etapa com os juízes, julgou-se necessário incorporar ao instrumento um

novo domínio: os dados pré-operatórios. Foram incluídos itens referentes a cirurgia proposta,

conhecimento do paciente e família em relação a cirurgia que será realizada, processo

anestésico/cirúrgico, dúvidas quanto ao pré e pós-operatório, interesse em aprender,

demarcação anatômica e indicação para preparo colônico.

Um estudo evidenciou que ao serem questionados, os pacientes não sabiam explicar a

cirurgia que iriam realizar e que as poucas orientações recebidas, advinham da equipe médica.

Percebe-se a dificuldade/falha da enfermagem na comunicação com os pacientes. A

comunicação com a pessoa que vai se submeter à cirurgia de estomia é essencial para o alcance

dos objetivos reabilitatórios, pois este encontra-se abalado pelas informações acerca de sua

doença e da intervenção cirúrgica à qual será submetido. Mediante o diálogo, o enfermeiro

consegue identificar os significados que o paciente e família atribuem à doença, à hospitalização

e a cirurgia, além dos conhecimentos, habilidades e motivação do paciente, e, em posse dessas

85

informações, desenvolver uma assistência individualizada e planejada, baseada nos anseios e

expectativas do paciente frente ao procedimento cirúrgico (ASCARI et al., 2013).

Nessa perspectiva, faz-se importante o estabelecimento de um relacionamento

interpessoal com paciente e família, para que se sintam seguros, possuam sentimentos de

confiança e respeito e possam falar abertamente de seus sentimentos e impressões acerca da

estomia num ambiente agradável, tranquilo e confidencial (MENDONÇA et al., 2007; SOUZA

et al., 2016).

Pacientes candidatos a cirurgia de estomia percebem a necessidade de receber

informações ainda no pré-operatório sobre seu cuidado e as transformações no viver,

preparando-os para o que virá, capacitando-os para uma vida autônoma e independente (MOTA

et al., 2015). Assim, faz-se importante que os cuidados iniciem no momento do diagnóstico e

indicação de realização da estomia e perdure nos períodos pré e pós-operatório, a fim de

aumentar o entendimento sobre as condições e adaptações necessárias, importantes para o

processo de aceitação, adaptação e reabilitação do paciente (COQUEIRO; RODRIGUES;

FIGUEIREDO, 2015; MOTA et al., 2015).

Ademais, faz-se importante esclarecer o paciente e família sobre suas dúvidas em

relação a estomia (para que serve, como é e como cuidar), os dispositivos e acessórios utilizados

permitindo que paciente e família manipulem, como será a vida diária e social e a existência de

grupos de apoio, para que, após a cirurgia, o paciente não tenha surpresas e possua

conhecimento em relação aos cuidados que serão exigidos, promovendo a adaptação da pessoa

considerando seu novo contexto de saúde (CARVALHO; CRISTÃO, 2012; CHRISTÓFORO;

CARVALHO, 2009). Neste processo, o enfermeiro pode fazer uso de recursos didáticos, e

apresentar além das bolsas, algum material informativo/educativo, auxiliando-o para trabalhar

questões que facilitem sua adaptação a esta nova realidade (SOUSA et al., 2016).

O exame físico do estomizado intestinal deve ser completo, a fim de identificar qualquer

alteração que afete o cuidado do estoma (MENDONÇA et al., 2007). Diante disso, faz-se

necessário, durante o pré-operatório, uma avaliação física do estado nutricional, condições da

parede abdominal, habilidades físicas e sensoriais, além de cuidados específicos, como o teste

de sensibilidade a componentes do dispositivo caso o paciente tenha potencial para alergias,

seja imunodeprimido ou portador de doença dermatológica, preparo colônico e demarcação

cirúrgica. Deve-se atentar também para as necessidades verbalizadas por paciente e família e

cuidados gerais (MENDONÇA et al., 2007; SANTOS; CESARETTI, 2015).

86

O preparo colônico consiste em medidas utilizadas para remoção das fezes (preparo

mecânico) e supressão de bactérias (profilaxia ou terapia antimicrobiana) objetivando a

prevenção de infecção, que poderia retardar o processo reabilitatório. Recomenda-se, então,

após o procedimento, a monitorização dos sinais vitais, volume urinário, sinais de distúrbios

hidreletrolíticos, distensão abdominal, avaliação laboratorial de sódio, potássio, hemoglobina e

hematócrito (SANTOS; CESARETTI, 2015).

A maioria das complicações podem ser evitadas com a demarcação prévia da

localização do estoma e com o uso de técnica cirúrgica adequada. Dessa forma, é importante

demarcar o local de confecção do estoma no pré-operatório, atentando para os detalhes técnicos,

permitindo a adaptação dos dispositivos coletores, proporcionando conforto para o paciente e

facilitando a participação social e a realização de suas atividades de vida diária, além de

prevenir ou minimizar possíveis complicações no estoma e região periestomal (SILVA et al.,

2017; AGUIAR et al., 2011). Nos casos de cirurgias eletivas, pode ser realizada no dia anterior

a cirurgia ou algumas horas antes. Em caso de urgência/emergência, o procedimento pode ser

realizado na sala operatória (SILVA et al., 2017).

No que concerne ao modo fisiológico, definido como o modo da pessoa responder, como

um ser físico, aos incentivos ambientais (ROY; ANDREWS, 2001), estão inclusos dados gerais,

importantes a serem avaliados no pré-operatório, pela necessidade de monitorizar condições

clínicas específicas (FERNANDES et al., 2010). Além disso, especialistas sugeriram a inclusão

de itens importantes na avaliação da pessoa estomizada, tais como: sensação de fadiga, fraqueza

ou desânimo, condições da parede abdominal, coloração da estomia, movimentos involuntários,

deformidade em mãos e audição.

Um estudo evidenciou a presença de sintomas específicos presentes nos pacientes

estomizados, predominando a insônia, seguida pela fadiga, perda de apetite, dor, constipação,

diarreia, dispneia e náuseas e vômitos, fatores que dificultam a adaptação e contribuem para

pior qualidade de vida (FERREIRA et al., 2017).

No processo de demarcação pré-operatória, deve-se levar em consideração condições

da parede abdominal, tais como hérnias, cicatrizes, dobras cutâneas e lesão na pele, além de

condições especiais como pacientes obesos, emagrecidos ou em cadeira de rodas. Soma-se a

isto as habilidades psicomotoras, incluindo destreza manual e tremores, e a presença de

deficiências sensoriais, especialmente visão e audição. Avaliar tais condições facilitam a

independência para o autocuidado (SANTOS; CESARETTI, 2015).

87

Durante o pós-operatório imediato, procura-se centrar os cuidados no físico do

paciente, na manutenção de equilíbrio hemodinâmico e restauração das funções corporais

afetadas na cirurgia e na avaliação das características do estoma (cor, protrusão, umidade) para

detectar a ocorrência de complicações precoces e que exijam reintervenções de urgência. Além

disso, observa-se o efluente do estoma, atentando para possíveis alterações hidroeletrolíticas

(em casos de ileostomia), avalia-se a aderência da bolsa coletora, para evitar vazamentos ou

infiltração para ferida cirúrgica e realiza-se a primeira troca do coletor de 48 a 72 horas do

procedimento cirúrgico. Neste momento, faz-se necessário a utilização de um dispositivo

transparente que permita a avaliação de tais aspectos (SANTOS; CESARETTI, 2015).

No período pós-operatório mediato e na alta hospitalar, as orientações devem englobar

informações acerca de hábitos alimentares, higiene do estoma, troca do dispositivo coletor,

observação do estoma e pele periestomal, com vistas o desenvolvimento do processo de

adaptação ao estoma e prevenção de complicações, retorno do ensino pré-operatório e estimulo

do retorno gradual as atividades de vida diária (FIGUEIREDO, 2016).

Em relação a avaliação pré e pós-operatória descrita, dá-se não só o preparo físico,

como também o suporte emocional do paciente, realizado com base na identificação de

problemas. Tais dados são essenciais ao diagnóstico e planejamento da assistência. (AZEVEDO

et al., 2014).

Neste sentido, referente ao modo autoconceito, foram descritos itens que envolvem

aspectos psicológicos e espirituais (ROY; ANDREWS, 2001). A maioria dos itens

apresentaram escores Kappa excelente entre os juízes da pesquisa, entretanto, foi incluído um

novo item, a mudança nas vestimentas.

A mudança nas vestimentas é apontada como um entrave as pessoas estomizadas, pois

devido ao uso da bolsa coletora, elas têm a necessidade de modificar seu vestuário, passando a

usar roupas largas, ou camisas por fora da calça, para manter a bolsa coletora segura e ocultada

(PEREIRA et al., 2015). Às mudanças na aparência e o modo de vestir-se está intimamente

ligado a autoestima das pessoas estomizadas, principalmente as mulheres, podendo influenciar

de forma positiva ou negativa no processo de adaptação à sua nova condição de vida

(CARDOSO et al, 2015).

Ao tomarem conhecimento do diagnóstico e da necessidade de submeter-se a confecção

de uma ostomia existe no indivíduo uma fase inicial de crise, caracterizada pelo o surgimento

de desorganização emocional, preocupações e dificuldade para lidar com a nova situação.

88

Vergonha, constrangimento pela imagem corporal alterada e odores, mudança nas vestimentas,

medo diante da nova situação, sensação de limitação pela perda de controle sobre o corpo, vida

sexual perturbada e discriminação, estão entre os principais sentimentos e alterações causadas

pela confecção da ostomia (SOUZA et al., 2016). Há estágios emocionais de negação

responsáveis pela queda da autoestima, entretanto, com o passar do tempo, há um momento de

reconstrução, em que o indivíduo aceita a situação conforme adaptação da vivência com a

ostomia (BATISTA et al., 2011; COELHO, SANTOS, POGETTO, 2013).

Em contrapartida, para alguns o estoma não é visto como um problema, mas como uma

solução, possibilitando uma segunda chance frente a importância da vida. O estado de saúde é

encarado com confiança e otimismo. Apesar de limitar, pode-se viver bem com a ostomia,

porém dependerá do tempo, do apoio e da aceitação (LENZA et al., 2013; MENDES; LEITE;

BATISTA, 2014; MOTA; GOMES, 2013). O processo de adaptação leva à aceitação e

convivência harmônica com a nova situação (NASCIMENTO, 2011).

Há, portanto, a necessidade de avaliação do suporte da fé e religiosidade. A

espiritualidade faz com que a pessoa se lance à procura de recursos para o enfrentamento e

entendimento da situação. Aproximar-se de Deus têm ajudado a pessoa com estomia a se

conformar, enfrentar e encontrar a força que precisa para viver e lutar diante a nova condição,

favorecendo a superação da situação, alcance da reabilitação e possibilitando a resignificação

da vida (MOTA, 2015; SALES, 2010) A dimensão espiritual do paciente deve ser considerada

pela equipe de saúde (PEREIRA et al., 2015).

No que concerne ao modo função na vida real, ou seja, aos papéis que cada pessoa

desempenha na sociedade (ROY; ANDREWS, 2001), todos os itens apresentaram

concordância excelente. Foram adicionados itens relativos ao papel que a pessoa estomizada

representa na família e as atividades de lazer e trabalho.

Após a estomização, o paciente sente-se incapaz de continuar a exercer o seu papel,

principalmente no que diz respeito ao sustento familiar (COELHO; SANTOS; POGETTO,

2013). Muitas pessoas estomizadas possuíam vínculo empregatício antes da realização da

ostomia, mantinham seu lar e afastam-se do trabalho devido à perda do controle esfincteriano,

constrangimentos pelo extravasamento do efluente e por não possuírem condições, conforto e

privacidade para cuidar do estoma, logo, muitos preferem isolar-se. A volta ao trabalho faz com

que os estomizados sintam-se socialmente ativos e importantes, podendo contribuir ativamente

89

com o sustento financeiro de sua família, o que gera melhora de sua autoestima (MAURÍCIO;

SOUZA; LISBOA, 2013; MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2014).

O mesmo acontece com as atividades de lazer. Os enfermeiros devem fornecer

orientações, buscando juntamente com as pessoas estomizadas e seus familiares, alternativas

para superação das dificuldades biopsicossociais que serão encontradas no retorno às atividades

de vida diária e trabalho (MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013; MAURÍCIO; SOUZA;

LISBOA, 2014).

Em relação aos itens do modo interdependência, que centra-se nas relações

interpessoais (ROY; ANDREWS, 2001), todos apresentaram concordância excelente (k=1,00;

IVC= 1,00), sendo acrescentado um item relacionado a relação da pessoa estomizada com

outras pessoas. O apoio destas contribui para a adaptação ou não da pessoa estomizada. Esse

suporte deve ser dado pela família, amigos e, sobretudo pelo enfermeiro (PEREIRA et al., 2015;

SOUZA et al., 2016).

O apoio familiar durante o processo de estomização permite que a pessoa sinta-se segura

para encarar este processo, ofertando cuidado, carinho, apoio e ajuda para que ela realize seu

cuidado. Nesse processo, a garantia do apoio do companheiro tem sido descrito como aspecto

positivo e importante para enfrentamento, adaptação e reabilitação (MOTA, 2015).

Ademais, é fundamental que o enfermeiro leve em consideração o tempo necessário

para que o paciente compreenda a situação e se adapte à nova realidade. Neste sentido, deve

mostrar-se à disposição para ajudar, demonstrar para o paciente que ele não está sozinho e que

pode-se conviver com a ostomia (SOUZA et al., 2016).

Para além do apoio familiar e da equipe de enfermagem, ainda no ambiente hospitalar,

é valido o diálogo do paciente com outras pessoas estomizadas já adaptadas, pois com base

numa experiência real e vivenciada, mostra-se ao outro que é possível viver bem e de forma

autônoma com a estomia (MOTA, 2015).

A família é o núcleo central da interação social, entretanto, quando a pessoa é

referenciada para uma rede de apoio logo após sua alta hospitalar, contribui para adaptação e

alcance da autonomia, com oficinas educativas e grupos de troca de experiência, além de evitar

que ele realize um itinerário difícil em busca de cuidado, pela presença de uma equipe

multidisciplinar (MOTA, 2015).

90

7 CONCLUSÃO

Na avaliação geral do instrumento, obteve-se índices de IVC e Kappa de 0,90 e 0,96,

respectivamente, acima do considerado aceitável (0,80 e 0,81). A validação de conteúdo por

juízes contribuiu significativamente para adequar e estruturar o instrumento pautado no Modelo

de Adaptação de Roy, colaborando para a implementação da primeira etapa do processo de

enfermagem ao paciente com estomia. A maioria dos itens avaliados obtiveram níveis de

avaliação da validade de conteúdo dentro dos estabelecidos (IVC ≥0,80 e Kappa ≥0,81),

evidenciando que são válidos quanto ao conteúdo, sendo considerados satisfatórios e

adequados. Houve 10 itens que não atingiram esses níveis, sendo, portanto, excluídos. Assim,

aceita-se a hipótese alternativa e rejeita-se a nula.

Levou-se em consideração também, as sugestões e justificativas individuais dos juízes

para melhorar o item ou retira-lo. Alguns itens foram considerados pertinentes, mas

necessitavam de alterações. Foram feitas sugestões, a maioria relacionada a alterações no

vocabulário e especificação dos itens. Ademais, outras sugestões de inclusão foram acatadas

por serem pertinentes. As recomendações foram acatadas, buscando o aumento da clareza dos

itens, facilitando a leitura, entendimento e aplicabilidade dos instrumentos.

A primeira versão do instrumento possui 113 itens, divididos em categorias que constam

de: dados de identificação, história clínica, dados da cirurgia, anamnese e exame físico baseado

nos quatro modos adaptativos de Roy. Após incluir as sugestões e recomendações dos juízes,

reformulou-se o instrumento inicial. Destaca-se que a versão final ficou constituída de mais

uma categoria, os dados pré-operatórios, com um total de 126 itens.

O instrumento elaborado e validado neste estudo poderá facilitar a obtenção de dados

objetivos e subjetivos a pessoa no pré e pós-operatório de estomia instestinal, favorecendo a

identificação de diagnósticos de enfermagem, planejamento e implementação de intervenções

especificas e individualizadas, voltadas para a adaptação. Espera-se que o instrumento seja

disponibilizado, divulgado e utilizado por instituições de saúde para aprimorar o cuidado a este

público.

Entre as dificuldades e limitações deste estudo, destacam-se: o tempo prolongado para

envio da avaliação do instrumento pelos juízes, o fato de alguns não conhecerem o Modelo de

Adaptação de Roy e, portanto, avaliarem a necessidade de itens voltados apenas para a estomia

do paciente.

91

Ressalta-se que a validade de um instrumento demanda um processo contínuo. Esta é

apenas uma etapa inicial, e que não se encerra o polo teórico. Após validação do seu conteúdo

por especialistas faz-se necessário ainda que o instrumento seja submetido a análise semântica,

com sua aplicação no contexto clínico. A partir desta, será possível testar sua operacionalização

na pratica assistencial. Em etapas futuras, haverá o avanço nos polos experimental e analítico

buscando verificar a real validade desse instrumento.

92

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23 de outubro de 2017.

103

103

APÊNDICE A – Carta convite aos juízes da pesquisa

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

CARTA CONVITE AOS JUÍZES DA PESQUISA

Prezado(a),

Este estudo trata-se de uma pesquisa de Mestrado vinculada ao Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que

tem como objetivo validar um instrumento para a coleta de dados no pré e pós-operatório de

pessoas estomizadas intestinais à luz do Modelo de Adaptação de Roy.

Por reconhecermos ser um especialista no assunto, trabalhar na área de Estomaterapia

e/ou Modelo de Adaptação de Callista Roy ou por ensinar/publicar nessa temática, você poderá

julgar a representatividade e relevância das questões abordadas nesse instrumento, a fim de

torná-lo confiável, preciso e utilizável.

Para tanto, será necessário a avaliação dos itens que compõem este instrumento. Ele é

dividido em cinco sessões, sendo elas: 1) Caracterização dos especialistas participantes da

pesquisa; 2) Avaliação dos itens referentes ao Modo Adaptativo Fisiológico; 3) Avaliação dos

itens referentes ao Modo Adaptativo Autoconceito; 4) Avaliação dos itens referentes ao Modo

Adaptativo Função de Papel; 5) Avaliação dos itens referentes ao Modo Adaptativo

Interdependência.

Você poderá marcar, em cada item, todos os espaços destinados à sua análise bem como

acrescentar qualquer consideração e sugestão que achar pertinente sobre cada um deles, em

local exclusivo para este fim que estará disponível no instrumento.

Desta forma solicitamos a sua contribuição na validação desse instrumento que se

propõe a instrumentalizar os enfermeiros para o cuidado direcionado ao paciente no pré e pós-

operatório de estomia. Caso aceite participar desta pesquisa, peço-lhe que confirme por e-mail

sua participação para que possamos entregar-lhe pessoalmente o instrumento para avaliação.

Este material deverá ser avaliado em 15 dias a contar da data de recebimento do

instrumento. Estamos no aguardo de sua resposta. Agradeço, desde já, a sua participação e

disponibilidade em colaborar com esta pesquisa, certa de que será fundamental para o alcance

do objetivo.

104

104

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Validação de instrumento para sistematização da

consulta de enfermagem no perioperatório de pessoas estomizadas à luz do modelo de adaptação de Roy”, que tem

como pesquisador responsável a Profª Drª Isabelle Katherinne Fernandes Costa.

Esta pesquisa pretende validar um instrumento de consulta de enfermagem no perioperatório de pessoas

com estomias à luz do Modelo de Adaptação de Roy.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a importância e necessidade de instrumentalizar os

enfermeiros para o cuidado direcionado ao paciente no perioperatório de estomia, possibilitando um olhar

ampliado do processo saúde-doença, facilitando, assim, o agir deste profissional e a adoção de condutas e atitudes

que conduzem de maneira efetiva o cuidado prestado pela equipe ao paciente no perioperatório de estomia,

embasando sua conduta em princípios científicos mediante o modelo de adaptação de Roy.

Nesse sentido, trata-se de uma pesquisa relevante, por trazer benefícios diretos aos usuários do serviço,

contribuindo para uma assistência adequada, segura e de qualidade de forma a proporcionar melhor adaptação do

paciente ao novo estilo de vida.

Caso você decida participar, você deverá responder a uma entrevista estruturada e, para tanto, será

utilizado um instrumento específico de avaliação.

Os riscos associados à participação neste estudo são mínimos, uma vez que sua participação será apenas

no preenchimento do instrumento de coleta de dados e não serão realizados procedimentos invasivos. Para evitar

qualquer desconforto, será realizada, apenas, com o participante que tiver disponibilidade e vontade de colaborar

com a pesquisa, de modo que se sinta tranquilo e que seja respeitada sua privacidade. Há também chances de

exposição das informações, ou seja, os julgamentos expressos nos questionários e/ou entrevistas, a gravação de

sua voz e a confidencialidade sobre as informações coletadas correm o risco de ser violadas. Mas, todos os dados

que obtivermos serão guardados e manipulados em sigilo. Nós assumimos o compromisso de não

disponibilizarmos esses dados para terceiros. As medidas de proteção para minimizar possíveis riscos serão a

privacidade do profissional, o sigilo absoluto acerca das informações recebidas e da sua identidade por parte do

pesquisador, além disso, os dados dessa pesquisa serão arquivados em computadores pessoais, ficando seu uso

restrito apenas ao pesquisador responsável.

Em caso de algum problema que você possa ter relacionado com a pesquisa, você terá direito a assistência

gratuita que será prestada por meio de uma indenização, sendo a responsável a Profª Drª Isabelle Katherinne

Fernandes Costa.

________ (rubrica do Participante/Responsável legal) ___________________ (rubrica do Pesquisador)

1/3

105

105

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Isabelle Katherinne

Fernandes Costa através do telefone (84)99900-2305. Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu

consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou

publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local seguro e por um

período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo pesquisador e

reembolsado para você. Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será

indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador responsável

Isabelle Katherinne Fernandes Costa.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão coletados nessa

pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos

os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Validação de instrumento para sistematização da consulta

de enfermagem no perioperatório de pessoas estomizadas à luz do modelo de adaptação de Roy”, e autorizo a

divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum

dado possa me identificar.

Natal, _____ de ___________ de 2017.

_______________________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

_________ (rubrica do Participante/Responsável legal) ___________________ (rubrica do Pesquisador)

2/3

Impressão datiloscópica do

participante

106

106

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “Validação de instrumento para sistematização da consulta

de enfermagem no perioperatório de pessoas estomizadas à luz do modelo de adaptação de Roy”, declaro que

assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram

esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a

identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei infringindo as

normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as

pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal, _____ de ___________ de 2017.

_______________________________________________

Professora Dra. Isabelle Katherinne Fernandes Costa

____________ (rubrica do Participante/Responsável legal) ___________________ (rubrica do Pesquisador)

3/3

107

107

APÊNDICE C – Instrumento de coleta de dados para o pré e pós-operatório de pessoas com

estomias intestinais (1ª versão)

Instrumento de coleta de dados para pacientes no pré e pós-operatório de estomia intestinal Data da avaliação: / /____

Hora da entrevista:

IDENTIFICAÇÃO (Pré-operatório)

Nome (Iniciais): Idade: Sexo: ( )M ( )F Data de nascimento: / / Estado Civil: ( ) Com companheiro ( ) Sem companheiro Escolaridade:

Profissão/ocupação: Situação empregatícia: ( )Empregado ( )Desempregado ( )Afastado (

)Aposentado ( )Outro: Religião: Endereço: Moradia: ( )Própria ( )Alugada

Procedência: Data da admissão: / / Nº do registro: Enfermaria: Leito:

HISTÓRIA CLÍNICA (Pré-operatório)

História da doença atual:

Internações anteriores: ( )Não ( )Sim Motivo:

Antecedentes clínicos Alergias: ( ) Não ( ) Sim Especificar:

Tabagismo ( )Não ( )Sim Nº de cigarros/dia: ( )Hipertensão arterial ( )Dislipidemia

( )Cardiopatia ( )Diabetes Mellitus Etilismo

( )Não ( )Sim Frequência: ( )Nefropatias ( )Outra:

DADOS DA CIRURGIA (Pós-operatório)

Data: / / Hospital: Diagnóstico de base: CID 10:

Tipo de estomia: ( ) Colostomia ( ) Ileostomia Permanência: ( ) Temporária ( ) Definitiva

ANAMNESE E EXAME FÍSICO (Pré e pós-operatório)

MODO FISIOLÓGICO

Oxigenação

Ventilação: ( ) Espontânea ( ) Cânula nasal ( ) Máscara simples ( ) MV ( ) Máscara com reservatório ( ) Macronebulização ( ) VMI a L/min O2

( ) TQT Sat O2 (%):

Expansibilidade torácica:

( ) Simétrica ( ) Assimétrica

( ) Aumentada ( ) Diminuída

Alteração respiratória:

( )Não ( )Sim: __________________

Alteração cardíaca:

( )Não ( )Sim:

Acesso venoso:

( )Central ºdia

( )Periférico ºdia Queixa:

( )Tosse ( )Dispnéia ( )Outro:

Pulsos periféricos preservados:

( ) Sim ( )Não:

Nutrição

Dados antropométricos: Peso: Kg Altura: cm IMC: Kg/m² Aceitação da dieta: ( ) Total ( ) Parcial ( ) Nenhum

Estado nutricional:

( )Baixo peso – IMC <18,5

( )Normal – IMC 18,5-24,9

( )Sobrepeso – IMC ≥25

( ) Pré-obeso – IMC 25,0 a 29,9

( ) Obeso I – IMC 30,0 a 34,9

( ) Obeso II – IMC 35,0 a 39,9

( ) Obeso III – IMC ≥40,0

Dieta:

( )Zero

( )Oral

( )NPT a ml/h

( )Nutrição enteral a ml/h

por: ( )SNE ( ) SNG

( ) Gastrostomia

( ) Jejunostomia

Apetite: ( ) Aumentado ( ) Diminuído ( ) Conservado

Alergias a alimentos: ( ) Sim ( ) Não Especificar:

Dor após ingestão de alimentos: ( ) Não ( )Sim

Nº de refeições/dia: Ingestão hídrica/dia:

Dentes: ( ) Arcada dentária completa ( ) Arcada dentária incompleta

Abdome: ( ) Plano ( )Flácido ( ) globoso ( ) Timpânico ( ) Tenso ( ) Normotenso ( )

Dor à palpação

Eliminações

Eliminação urinária: ( ) Espontânea ( ) Retenção ( ) Incontinência ( )Cateterismo intermitente ( ) SVD ºdia ml/h ( ) Cistostomia

Frequência das micções: /dia Período das micções: ( ) Mais frequente dia ( ) Mais frequente noite

Características da urina: Alterações: ( ) Oligúria ( ) Anúria ( ) Poliúria ( ) Polaciúria ( ) Disúria ( ) Hematúria ( ) Colúria

Tipo de estoma:

( )Ileostomia ( )Colostomia ascendente

( )Transversostomia

( )Colostomia descendente

( ) Sigmoidostomia ( )NA

Derivação:

( ) Em alça

( ) Duas bocas

( )Terminal (uma boca)

( ) NA

Diâmetro (mm): Umidade: ( ) úmida ( )ressecada ( )NA

Forma do estoma: ( ) Regular ( ) Irregular ( )NA

Protrusão: ( ) Presente ( ) Ausente ( ) Retraída ( )NA

Integridade da mucosa:

Pele periestoma: ( )Íntegra ( )Alteração ( )NA Quais:

( ) Hérnia periestoma ( )Dermatite periestoma ( )Varizes periestoma ( )Lesões pseudo verrucosas ( )Neoplasia maligna periestoma ( )Granuloma ( )Fístula

Característica das fezes: Alteração: ( ) Diarreia ( ) Constipação

( ) Gases em excesso

Complicações imediatas: ( ) Não ( ) Sim ( ) Sangramento ( ) Necrose ( ) Retração ( )Descolamento mucocutâneo ( )Sepse periestoma ( ) Isquemia ( )

Edema ( ) Outro ( )NA

108

108

Presença de dobras cutâneas:

( )Não ( )Sim

Tipo de dispositivo coletor: ( ) Sistema 1 peça ( )

Sistema 2 peças ( ) Drenável ( ) Não drenável ( ) NA

Vazamento: ( ) Sim ( ) Não ( ) NA

Frequência de troca: ( ) NA

Atividade e repouso

Sono: ( ) Preservado ( ) Alterado

Motivo:

Deambulação:

( ) Deambula ( ) Claudica ( ) Não deambula ( ) Deambula com auxílio: ( ) Andador ( ) Bengala

Grau de dependência:

( )Total ( )Parcial ( )Independente

Limitação para Atividades de vida

diária: ( ) Não ( )Sim

Realizava alguma atividade física antes da internação:

( )Não ( )Sim

Proteção

Pele: ( ) Íntegra ( ) Não íntegra Umidade: ( ) Hidratada ( ) Desidratada ( ) Diaforese Modificações disseminadas da cor:

Turgor: ( ) Pele retorna prontamente ( ) Pele retorna lentamente ( )Normocorada ( )Palidez ( /4+)

Edema: ( )Sem edema ( ) +1 Cacifo discreto ( ) +2 Cacifo moderado ( )+3 Cacifo intenso ( )+4

Cacifo muito intenso ( )generalizado ( )localizado:

( )Cianose ( /4+) ( ) Icterícia ( /4+)

( ) Exantema ( )Eritema

Incisão cirúrgica: ( ) Não ( ) Sim ( ) NA. Aspecto (local e características): Localização:

Higiene corporal: ( ) Adequada ( ) Regular ( ) Precária Higiene oral: ( ) Adequada ( ) Regular ( ) Precária

Sentidos

Visão: ( ) Acuidade visual adequada ( ) Acuidade visual diminuída

Desconforto/dor atual: ( )Não ( )Sim Intensidade:

Fluidos e eletrólitos

Sinais vitais Exames laboratoriais

PA: mmHg Hora Hb Ht Na K Ca Plaquetas Proteínas Outros

Pulso: bpm

FR: irpm

T: ºC

Função neurológica

Orientação:

( ) crono-orientado

( ) alo-orientado

( ) auto-orientado

Nível de consciência: Força muscular: ( ) Preservada ( ) Simétrica ( ) Assimétrica ( ) Paresia ( ) Plegia

( ) consciente ( ) letárgico

( ) obnubilado ( ) torporoso

( ) comatoso

Estado emocional: ( ) Deprimido ( )Triste ( )Irritado ( )Alegre ( )Eufórico

( )Ansioso ( )Calmo ( )Evasivo ( )Impaciente ( )Retraído ( )Tranquilo ( )Outro:

Glasgow: Comportamento: ( )Cooperativo ( )Agressivo ( )Passivo

Função endócrina

Uso: ( )hipoglicemiante oral ( )insulina ( )controle dietético ( )NA

Outros problemas endócrinos: ( )NA

MODO AUTOCONCEITO

Eu físico

Está satisfeito com sua aparência?

( ) Não ( ) Sim

Como você se sente e se vê em relação a aparência? Gostaria de mudar algo? ( ) Não ( ) Sim Especificar:

Sente-se constrangido/diferente dos demais? ( ) Não ( ) Sim

Tem vida sexual ativa? ( ) Não ( ) Sim Frequência: Sente receio em voltar a ter relações sexuais? ( ) Não ( ) Sim ( )NA

Eu pessoal

Tem conhecimento sobre os cuidados que terá que realizar? ( ) Não ( ) Sim ( )NA

Quais os sentimentos relacionados a estomia? ( ) Otimismo ( )Aceitação ( ) Impotência ( )Negação ( )Raiva ( ) Perda ( ) Dificuldades em olhar a estomia

( )Desejo de livrar-se dela ( )Acredita que não se acostumará ( )Pensamento suicida

Tem alguma preocupação no momento?

Quais as perspectivas quanto à convivência com a estomia?

Possui alguma crença religiosa: ( ) Não ( ) Sim A fé contribui no enfrentamento dos problemas? ( ) Não ( ) Sim De que forma?

MODO FUNÇÃO NA VIDA REAL

Quem é o principal gerador da renda financeira da família?

Sente receio em retornar a realizar atividades de vida diária? ( ) Não ( ) Sim

MODO INTERDEPENDÊNCIA

Quem é(são) a(s) pessoa(s) mais importante da sua vida? Com quem vive? ( ) Sozinho ( ) Cônjuge ( ) Filhos ( ) Pais ( ) Irmãos ( ) Outros

109

109

Tem dificuldades na interação familiar? ( ) Não ( ) Sim Tem dificuldades na interação social? ( ) Não ( ) Sim

Tem/terá ajuda de algum familiar/cuidador? ( ) Não ( ) Sim Sente solidão? ( ) Não ( ) Sim Deseja participar de algum grupo de apoio para

estomizados? ( ) Não ( ) Sim

Outras informações e/ou intercorrências

Enfermeiro/COREN: Data: / /

110

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APÊNDICE D – Instrumento de coleta de dados submetido aos juízes da pesquisa

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

Prezado(a) juiz(a),

Leia atentamente as instruções a seguir para preenchimento do instrumento do presente estudo. O instrumento será dividido em três

partes: a primeira refere-se à caracterização dos juízes da pesquisa; a segunda diz respeito aos itens do instrumento em que os senhores

julgarão sua concordância quanto a sua permanência no instrumento; e a terceira parte refere-se ao parecer final.

PARTE 1 – CARACTERIZAÇÃO DOS JUÍZES

Esta primeira parte da pesquisa você deverá preencher com seus dados de identificação pessoal e profissional.

Avaliador: __________________________________ Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Idade (em anos): _____

Estado conjugal: ( ) Casado/união consensual ( ) Solteiro ( ) Separado ( ) Divorciado ( )Viúvo ( )Outro:_______________________

Maior nível de formação profissional: ( ) Graduação ( ) Especialização ( ) Mestrado ( )Doutorado ( )Pós-doutorado

Instituição de formação: ________

Há quantos anos trabalha como enfermeiro: Há quantos anos trabalha cuidando de pessoas estomizadas:

Natureza do vínculo na área de estomaterapia: ( )Assistencial ( )Pesquisa

Motivo que o levou a assistir/pesquisar/trabalhar com pessoas

estomizadas:___________________________________________________

Considera importante que o enfermeiro conheça o processo adaptativo da pessoa estomizada? ( )Sim ( )Não

Conhece o Modelo de Adaptação de Callista Roy? ( )Sim ( )Não

111

111

PARTE 2 – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Nesta etapa, você deverá julgar os itens quanto a sua permanência no instrumento, avaliando se o mesmo deve permanecer no tópico

em que foi alocado previamente. Caso considere que haja sugestões para melhoria do item ou pretenda retira-lo, você deverá justificar abaixo

no espaço abaixo intitulado “comentários”.

Instrumento de coleta de dados para pacientes no pré e pós-operatório de estomia intestinal

IDENTIFICAÇÃO

Nesta parte do instrumento estão os aspectos referentes aos dados

sociodemográficos que deverão ser coletadas apenas uma vez com o

paciente. ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Nome (iniciais)

Idade

Sexo (M; F)

Data de Nascimento

Estado civil: (Com companheiro; Sem companheiro)

Escolaridade

Profissão/Ocupação

Situação empregatícia: (Empregado; Desempregado; Afastado;

Aposentado; Outro)

Religião

Endereço

Moradia: (Própria; Alugada)

Procedência

Data da admissão

Nº do registro

Enfermaria

112

112

Leito

COMENTÁRIOS:

HISTÓRIA CLÍNICA

Nesta parte do instrumento estão os aspectos referentes a história

clínica que deverão ser coletados apenas uma vez com o paciente. ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

História da doença atual

Internações anteriores: (Não; Sim; Motivo)

Antecedentes clínicos: (Hipertensão arterial; Cardiopatia;

Nefropatias; Dislipidemia; Diabetes Mellitus; Outras)

Alergias: (Não; Sim; Especificar)

Tabagismo: (Não; Sim; Nº de cigarros/dia)

Etilismo: (Não; Sim; Frequência)

COMENTÁRIOS:

DADOS DA CIRURGIA

Nesta parte do instrumento estão os aspectos referentes aos dados da

cirurgia que deverão ser coletadas apenas uma vez. ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

113

113

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Data

Hospital

Diagnóstico de base

CID 10

Tipo de estomia: (Colostomia; Ileostomia)

Permanência: (Temporária; Definitiva)

COMENTÁRIOS:

MODO FISIOLÓGICO

O modo de adaptação fisiológico está associado à forma como a pessoa responde como ser físico aos estímulos ambientais,

sendo as atividades fisiológicas do organismo o comportamento a ser observado. As cinco necessidades básicas são oxigenação, nutrição,

eliminação, atividade e repouso e proteção. Além disso, quatro processos complexos que envolvem os sentidos, fluidos e eletrólitos,

função neurológica e função endócrina (ROY; ANDREWS, 2001).

Oxigenação

Definição: Refere-se aos processos através dos quais o fornecimento

do oxigênio celular é mantido no corpo (ROY; ANDREWS, 2001). ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

114

114

Ventilação: (Espontânea; Cânula nasal; Máscara simples; MV;

Máscara com reservatório; Macronebulização; VMI; TQT; Sat O2)

Expansibilidade torácica: (Simétrica; Assimétrica; Aumentada;

Diminuída)

Alteração respiratória: (Não; Sim; Qual)

Queixa: (Tosse; Dispnéia; Outro)

Alteração cardíaca: (Não; Sim; Qual)

Pulsos periféricos preservados: (Não; Sim; Qual)

Acesso venoso: (Central; Periférico)

COMENTÁRIOS:

Nutrição

Definição: Refere-se a uma série de processos através dos quais a

pessoa ingere e assimila o alimento necessário para a manutenção do

funcionamento orgânico, promoção do crescimento, e substituição

dos tecidos danificados (ROY; ANDREWS, 2001).

ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Dados antropométricos: (Peso; Altura; IMC)

Estado nutricional: (Baixo peso – IMC <18,5; Normal – IMC 18,5-

24,9; Sobrepeso – IMC ≥25; Pré-obeso – IMC 25,0 a 29,9; Obeso I –

IMC 30,0 a 34,9; Obeso II – IMC 35,0 a 39,9; Obeso III – IMC ≥40,0)

115

115

Dieta: (Zero; Oral; NPT; Nutrição enteral por SNE; SNG;

Gastrostomia; Jejunostomia)

Aceitação da dieta: (Total; Parcial; Nenhuma)

Apetite: (Aumentado; Diminuído; Conservado)

Alergias a alimentos: (Não; Sim; Especificar)

Dor após ingestão de alimentos: (Não; Sim)

Nº de refeições/dia

Ingestão hídrica/dia

Dentes: (Arcada dentária completa; Arcada dentária incompleta)

Abdome: (Plano; Globoso; Timpânico; Flácido; Tenso; Normotenso;

Dor à palpação)

COMENTÁRIOS:

Eliminação

Definição: Necessidade da pessoa eliminar os produtos residuais

metabólicos (ROY; ANDREWS, 2001). ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Eliminação urinária: (Espontânea; Retenção; Incontinência;

Cateterismo intermitente; SVD; Cistostomia)

116

116

Frequência das micções (dia)

Período das micções: (Mais frequente dia; Mais frequente noite)

Alterações: (Sem alterações; Oligúria; Anúria; Poliúria; Polaciúria;

Disúria; Hematúria; Colúria)

Característica da urina

Tipo de estoma: (Ileostomia; Colostomia ascendente;

Transversostomia; Colostomia descendente; Sigmoidostomia; NA)

Derivação: (Em alça; Duas bocas; Terminal (uma boca); NA)

Diâmetro (mm)

Forma do estoma: (Regular; Irregular; NA)

Protusão: (Presente; Ausente; Retraída; NA)

Integridade da mucosa

Umidade: (Úmida; Ressecada; NA)

Pele periestoma: (Íntegra; Alteração; Hérnia periestoma; Dermatite

periestoma; Varizes periestoma; Lesões pseudo verrucosas;

Neoplasia maligna periestoma; Granuloma; Fístula; NA)

Características das fezes

Alterações: (Diarreia; Constipação; Gases em excesso)

Presença de dobras cutâneas: (Não; Sim)

Complicações imediatas: (Não; Sim; Sangramento; Isquemia;

Necrose; Edema; Retração; Descolamento mucocutâneo; Sepse

periestoma; Outro; NA)

Tipo de dispositivo coletor: (Sistema 1 peça; Sistema 2 peças;

Drenável; Não drenável; NA)

Vazamento: (Sim; Não; NA)

117

117

Frequência de troca

COMENTÁRIOS:

Atividade e repouso

Definição: A atividade refere-se ao movimento corporal. O repouso

envolve as mudanças na atividade em que as necessidades de energias

são mínimas. Manter um equilíbrio apropriado é um dos desafios da

adaptação (ROY; ANDREWS, 2001).

ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Sono: (Preservado; Alterado; Motivo)

Deambulação: (Deambula; Claudica; Não deambula; Deambula com

auxílio: Andador; Bengala)

Grau de dependência: (Total; Parcial; Independente)

Limitação para AVD (Atividades de vida diária): (Não; Sim; Qual)

Realizava alguma atividade física antes da internação: (Não; Sim;

Qual)

COMENTÁRIOS:

Proteção

Definição: Constitui igualmente uma função principal da pele. As

estruturas envolvidas incluem: pele, cabelo, unha e sistema ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

118

118

imunológico, servindo para proteger a pessoas dos estímulos que

ameaçam o organismo (ROY; ANDREWS, 2001).

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Pele: (Íntegra; Não íntegra)

Modificações disseminadas da cor: (Normocorada; Palidez;

Cianose; Icterícia; Eritema; Exantema; Localização)

Umidade de pele/mucosas: (Hidratada; Desidratada; Diaforese)

Turgor: (Pele retorna prontamente; Pele retorna lentamente)

Edema: (Sem edema; +1 Cacifo discreto; +2 Cacifo moderado; +3

Cacifo intenso; +4 Cacifo muito intenso; Localização: MMSS;

MMII)

Incisão cirúrgica: (Não; Sim; Aspecto)

Higiene corporal: (Adequada; Regular; Precária)

Higiene oral: (Adequada; Regular; Precária)

COMENTÁRIOS:

Sentidos

Definição: São os canais da pessoa para a entrada necessária, a fim

da pessoa interagir com o ambiente em mudança (ROY;

ANDREWS, 2001). ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

119

119

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Visão: (Acuidade visual adequada; Acuidade visual diminuída)

Desconforto/dor atual: (Não; Sim; Intensidade)

COMENTÁRIOS:

Fluidos e eletrólitos

Definição: Refere-se ao equilíbrio entre fluidos e eletrólitos, sendo

vital para a integridade do indivíduo (ROY; ANDREWS, 2001). ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Sinais Vitais: (Pressão arterial; Pulso; Respiração; Temperatura)

Exames laboratoriais (quadro)

COMENTÁRIOS:

Função neurológica

Definição: (ROY; ANDREWS, 2001).

ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

120

120

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Nível de consciência: (consciente; letárgico; obnubilado; torporoso;

comatoso)

Orientação: (crono-orientado; alo-orientado; auto-orientado)

Força muscular: (Preservada; Simétrica; Assimétrica; Paresia;

Plegia)

Comportamento: (Cooperativo; Agressivo; Passivo)

Estado emocional: (Deprimido; Triste; Irritado; Alegre; Eufórico;

Ansioso; Calmo; Evasivo; Impaciente; Retraído; Tranquilo; Outro)

Glasgow

COMENTÁRIOS:

Função endócrina

Definição: Resposta fisiológica do corpo através das ações

desempenhadas pelas glândulas endócrinas. Tem relação direta com

o sistema nervoso para integração fisiológica (ROY; ANDREWS,

2001).

ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Uso: (hipoglicemiante oral; insulina; controle dietético; NA)

Outros problemas endócrinos:

121

121

COMENTÁRIOS:

MODO AUTOCONCEITO

O autoconceito envolve especificamente os aspectos psicológicos e espirituais. Subdivide-se em duas categorias: o eu físico,

que envolve a sensação e imagem corporal; e o ser pessoal, que engloba a autoconsciência, o autoideal e o ser ético, moral e espiritual

(ROY; ANDREWS, 2001).

EU FÍSICO

Sensação e imagem corporal

Definição: A sensação corporal é a capacidade para se sentir e

experimentar a si próprio como ser físico. A imagem corporal pode

ser entendida como uma imagem tridimensional, envolvendo

aspectos psicológicos, sociológicos e fisiológicos que cada indivíduo

tem de si mesmo (ROY; ANDREWS, 2001).

ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Está satisfeito com sua aparência? (Não; Sim)

Como você se sente e se vê em relação a sua aparência?

Sente-se constrangido/diferente dos demais?

Gostaria de mudar algo? (Não; Sim; Especificar)

Tem vida sexual ativa? (Não; Sim; Frequência)

Sente receio em voltar a ter relações sexuais? (Não; Sim; NA)

COMENTÁRIOS:

EU PESSOAL

Autoconsciência

122

122

Definição: É a parte do componente pessoal do eu que resiste para

manter auto-organização consistente e, assim, evitar o desequilíbrio

(ROY; ANDREWS, 2001). ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Tem conhecimento sobre os cuidados que terá que realizar?

Quais os sentimentos relacionados a estomia? (Otimismo;

Aceitação; Impotência; Negação; Raiva; Perda; Dificuldades em

olhar a estomia; Desejo de livrar-se dela; Acredita que não se

acostumará; Pensamento suicida)

Tem alguma preocupação no momento?

Quais as mudanças ocorridas na sua vida após a estomização?

Quais as perspectivas quanto à convivência com a estomia?

COMENTÁRIOS:

Eu moral-ético-espiritual

Definição: trata do que a pessoa acredita, ou seja, representa o

sistema de crenças de uma pessoa e uma avaliação de quem é a

pessoa (ROY; ANDREWS, 2001).

ADEQUAÇÃO Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

123

123

Possui alguma crença religiosa: (Não; Sim)

A fé contribui no enfrentamento dos problemas: (Não; Sim; De

que forma)

COMENTÁRIOS:

MODO FUNÇÃO NA VIDA REAL

Refere-se aos papéis que cada pessoa desempenha na sociedade no sentido da preservação da integridade social, isto é, saber quem se é

em relação aos outros (ROY; ANDREWS, 2001).

ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Quem é o principal gerador da renda financeira da família?

Sente receio em retornar a realizar atividades de vida diária?

(Não; Sim)

COMENTÁRIOS:

MODO INTERDEPENDÊNCIA

Centra-se nas relações interpessoais, ou seja, nas interações relacionadas com dar e receber amor, respeito e valor através das

relações com os outros significativos e sistemas de apoio. A necessidade básica desse modo é a adequação afetiva, que está associada

com o sentimento de segurança em alimentar relações (ROY; ANDREWS, 2001).

124

124

ADEQUAÇÃO

Deve

permanecer

alocado nesse

tópico?

Não tenho

sugestões

para este item

Tenho

sugestões para

melhoria do

item

O item

deve ser

retirado

Sim Não

Quem é(são) a(s) pessoa(s) mais importante da sua vida?

Com quem vive? (Sozinho; Cônjuge; Filhos; Pais; Irmãos; Outros)

Sente solidão? (Não; Sim)

Tem dificuldades na interação familiar? (Não; Sim)

Tem dificuldades na interação social? (Não; Sim)

Tem/terá ajuda de algum familiar/cuidador? (Não; Sim)

Deseja participar de algum grupo de apoio para estomizados?

(Não; Sim)

COMENTÁRIOS:

PARTE 3 – PARECER FINAL EM RELAÇÃO AO INSTRUMENTO

Avalie os itens segundo os requisitos do quadro abaixo, classificando de 0 a 10 conforme sua apreciação.

PARECER FINAL

Nesta etapa o juiz deverá dar seu

parecer final em relação ao

instrumento

DEFINIÇÃO

ADEQUAÇÃO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

125

125

Objetividade O instrumento permite resposta pontual

Simplicidade Os itens expressam uma única ideia

Clareza O instrumento está explicitado de forma clara, simples e

inequívoca

Relevância

O instrumento é relevante e atende a finalidade proposta

Modalidade Os itens não apresentam expressões extremadas na redação do

item

Consistência

O conteúdo apresenta profundidade suficiente para compreensão

do instrumento

Exequível O instrumento é aplicável

Atualização Os itens seguem as práticas baseada em evidências mais atuais

Equilíbrio O instrumento apresenta quantidade proporcional de itens em

cada modo

Precisão Cada item é distinto dos demais, não se confundem

Sequência instrucional dos

tópicos

A sequência dos modos e itens se mostra de forma coerente

Sugestão da forma de apresentação do instrumento:

( )Impresso ( )Eletrônico ( )Impresso/Eletrônico ( )Outro: ________________________________

Em sua avaliação, qual nota global você daria a este instrumento?

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

126

126

APÊNDICE E – Instrumento de coleta de dados para o pré e pós-operatório de pessoas com

estomias intestinais de eliminação (2ª versão)

Instrumento de coleta de dados para pacientes no pré e pós-operatório de estomia intestinal

Data de admissão: __/___/___ Nº do prontuário: Enfermaria: Leito: Data da avaliação: ___/___/___ Hora da entrevista:

IDENTIFICAÇÃO (Pré-operatório)

Nome (Iniciais): ______Idade: _______ Sexo: ( )M ( )F Estado Civil: ( ) Com companheiro ( ) Sem companheiro Escolaridade: ____________________

Profissão/ocupação: Situação empregatícia: ( )Empregado ( )Desempregado ( )Afastado ( )Aposentado ( )Outro:____________________

Renda (SM): Religião: Procedência: Moradia: ( )Própria ( )Alugada Tem banheiro: ( ) Não ( ) Sim

( ) dentro de casa ( ) fora de casa Acesso a água encanada: ( ) Não ( ) Sim Falta água frequentemente: ( ) Não ( ) Sim

HISTÓRIA CLÍNICA (Pré-operatório)

História da doença atual:

Internações anteriores: ( )Não ( )Sim Motivo:

Medicamentos em uso

( )Vasodilatador: ( )Corticóide: ( )Antibiótico:

() Hipoglicemiante: ()Anticoagulante: ( )Outro:

Antecedentes clínicos Alergias: ( ) Não ( ) Sim Especificar: _

Tabagismo ( )Não ( )Sim Nº de cigarros/dia:_ _ ( )Hipertensão arterial ( )Dislipidemia

( )Cardiopatia ( )Diabetes Mellitus Etilismo ( )Não ( )Sim Frequência:_ _

( )Nefropatias ( )Outra: ____________________ Drogas ilícitas ( )Não ( )Sim

Frequência:_ _

DADOS PRÉ- OPERATÓRIO (Pré-operatório)

Cirurgia proposta: Marque com um x o local da estomia e possíveis alterações na parede abdominal

Paciente/família sabe a cirurgia que vai realizar? ( ) Não ( ) Sim

Paciente/família conhece o processo anestésico/cirúrgico? ( ) Não ( ) Sim

Paciente/família têm dúvidas quanto ao pré e pós-operatório? ( )Não ( ) Sim

Paciente tem interesse em aprender? ( ) Não ( ) Sim

Realizado demarcação anatômica da estomia? ( ) Não ( ) Sim

Paciente tem indicação para o preparo colônico? ( ) Não ( ) Sim

DADOS DA CIRURGIA (Pós-operatório)

Data: _ /___/___ Hospital: _ Diagnóstico de base: Tipo de estomia: ( ) Ileostomia ( )

Colostomia ascendente ( )Transversostomia ( )Colostomia descendente ( ) Sigmoidostomia ( )Cecostomia ( ) Colostomia úmida ( ) Fístula mucosa

Permanência: ( ) Temporária ( ) Definitiva ( )Indefinido Localização: ( )QSE ( )QSD ( )QIE ( )QID

ANAMNESE E EXAME FÍSICO (Pré e pós-operatório)

MODO FISIOLÓGICO

Oxigenação

Ventilação: ( ) Espontânea ( ) Cânula nasal ( ) Máscara simples ( ) MV ( ) Máscara com reservatório ( ) Macronebulização ( ) VMI a _ L/min O2

( ) TQT Sat O2 (%): _

Expansibilidade torácica: (

) Simétrica ( ) Assimétrica (

) Aumentada ( ) Diminuída

Alteração respiratória:

( )Não ( )Sim: _

Alteração cardíaca:

( )Não ( )Sim: _

Acesso venoso:

( )Central_ _ºdia

( )Periférico_ _ºdia

( ) Sem acesso

Queixa:

( )Tosse ( )Dispnéia ( )Outro:

Pulsos periféricos preservados:

( ) Sim ( )Não:

Nutrição

Dados antropométricos: Peso: ____Kg Altura: cm IMC: Kg/m² Aceitação da dieta: ( ) Total ( ) Parcial ( ) Nenhum

Estado nutricional: ( )Baixo peso – IMC <18,5 ( )Normal – IMC 18,5-24,9 ( )Sobrepeso – IMC ≥25 ( ) Pré-obeso – IMC 25,0 a 29,9 ( ) Obeso I – IMC 30,0 a 34,9 ( ) Obeso II – IMC 35,0 a 39,9 ( ) Obeso III – IMC ≥40,0

Dieta: ( )Zero ( )Oral ( )NPT a ___ml/h

( )Nutrição enteral a ml/h por:

( )SNE ( )SNG ( ) Gastrostomia ( )

Jejunostomia

Ingestão hídrica/dia:

Dor, náuseas e/ou vômitos após ingestão de alimentos:

( ) Não ( )Sim

Abdome: ( ) Plano ( )Distendido ( )Escavado ( )Avental ( )Flácido ( ) globoso ( ) Timpânico ( ) Tenso ( )

Normotenso ( ) Dor à palpação

Presença: ( )Hérnias ( )Cicatrizes ( )Dobras cutâneas ( )Lesão na pele

Eliminações

127

127

Eliminação urinária: ( ) Espontânea ( ) Retenção ( ) Incontinência ( )Cateterismo intermitente ( ) SVD ºdia _ml/h ( ) Cistostomia ( )Nefrostomia

( ) Bricker ( ) Colostomia úmida

Frequência das micções: _/dia Alterações: ( ) Oligúria ( ) Anúria ( ) Poliúria ( ) Polaciúria ( ) Disúria ( ) Hematúria ( ) Colúria

Período das micções: ( ) Mais frequente dia ( ) Mais frequente noite

Características da urina: Cor: _ _ Odor: ( )Ausente ( )Fétido Aspecto:_ _

Eliminações: ( ) Banheiro ( ) Em fralda ( ) Estomia

Consistência das fezes: ( )Líquida ( )Semi-líquida ( )Pastosa ( )Formada ( )Ausente

Alterações: ( ) Diarreia ( ) Constipação ( ) Gases em excesso

Coloração do estoma: ( ) Vermelho vivo ( ) Vermelho pálido ( )Rosa ( )Cianótico Forma do estoma: ( ) Regular ( ) Irregular ( )NA

Derivação: ( ) Em alça ( ) Duas bocas ( )Terminal (uma boca) ( ) NA Diâmetro (mm): Protrusão: ( ) Plano ( ) Protruso ( ) Retraído ( )NA

Umidade: ( ) úmida ( )ressecada Mucosa íntegra: ( )Sim ( )Não ( )ulcerações ( )tumorações ()granulomas ( )lesão pseudoverrucosa

Pele periestoma: ( )Íntegra ( )Alteração ( )NA ( )Dermatite periestoma ( )Varizes periestoma ( )Neoplasia maligna periestoma ( )Fístula

Complicações imediatas: ( ) Não ( ) Sim

( ) Sangramento ( ) Necrose ( ) Retração ( )Descolamento mucocutâneo ( )Sepse periestoma ( ) Isquemia ( ) Edema ( ) Outro ( )NA

Tipo de dispositivo coletor: ( ) Sistema 1 peça ( ) Sistema 2 peças ( ) Drenável ( ) Não drenável ( ) NA

Vazamento: ( ) Sim ( ) Não ( ) NA Frequência de troca: ( ) NA

Atividade e repouso

Sono: ( ) Preservado ( ) Alterado Motivo:

_

Deambulação: ( ) Deambula ( ) Claudica ( ) Não deambula ( ) Deambula com auxílio: ( ) Andador ( )

Bengala

Grau de dependência:

( )Total ( )Parcial ( )Independente

Limitação para Atividades de vida

diária: ( ) Não ( )Sim ______________

Realizava alguma atividade física e/ou lazer antes da

internação: ( )Não ( )Sim____________________________

Sente fadiga, fraqueza e/ou desânimo ( ) Não ( )Sim

Proteção

Pele: ( ) Íntegra ( ) Não íntegra Umidade: ( ) Hidratada ( ) Desidratada ( )Diaforese Modificações disseminadas da cor:

Turgor: ( ) Pele retorna prontamente ( ) Pele retorna lentamente ( )Normocorada ( )Palidez (___/4)

Edema: ( )Sem edema ( ) 1 Cacifo discreto ( ) 2 Cacifo moderado ( )3 Cacifo intenso ( ) 4 Cacifo

muito intenso ( )generalizado ( ) localizado: ________________________

( )Cianose (__/4) ( ) Icterícia (__ /4)

( ) Exantema ( )Eritema

Incisão cir rgica: ( ) Não ( ) Sim ( ) NA Aspecto (local e características): Localização:

Higiene corporal: ( ) Adequada ( ) Regular ( ) Precária Higiene oral: ( ) Adequada ( ) Regular ( ) Precária

Sentidos

Visão: ( ) Acuidade visual adequada ( ) Acuidade visual diminuída Audição: ( ) Íntegra ( )Alterada

Desconforto/dor atual: ( )Não ( )Sim Intensidade:

Fluidos e eletrólitos

Sinais vitais Exames laboratoriais

PA: mmHg Hora Hb Ht Na K Ca Plaquetas Proteínas Outros

Pulso: bpm

FR: irpm

T: ºC

Função neurológica

Orientação:

( ) crono-orientado ( ) alo-

orientado

( ) auto-orientado

Nível de consciência: Força muscular: ( ) Preservada ( ) Simétrica ( ) Assimétrica ( ) Paresia ( ) Plegia

( )consciente ( ) letárgico ( ) obnubilado ( )torporoso ( ) comatoso

Estado emocional: ( ) Deprimido ( )Triste ( )Irritado ( )Alegre ( )Eufórico

( )Ansioso ( )Calmo ( )Evasivo ( )Impaciente ( )Retraído ( )Tranquilo ( )Outro:

Comportamento: ( )Cooperativo ( )Agressivo ( )Passivo

Movimentos involuntários ou deformidade em mãos: ( ) Não ( ) Sim

Função endócrina

Uso: ( )hipoglicemiante oral ( )insulina ( )controle dietético ( )NA

Outros problemas endócrinos: _ ( )NA

MODO AUTOCONCEITO

Eu físico

Está satisfeito com sua aparência? ( ) Não ( ) Sim Gostaria de mudar algo na aparência? ( ) Não ( ) Sim Especificar:

Sente-se constrangido? ( ) Não ( )

Sim

Sente-se diferente dos demais? ( ) Não ( ) Sim Mudar as vestimentas te incomoda? ( ) Não ( )

Sim

128

128

Tem vida sexual ativa? ( ) Não ( ) Sim Frequência: Sente receio em voltar a ter relações sexuais? ( ) Não ( ) Sim ( )NA

Eu pessoal

Tem conhecimento dos cuidados que vai realizar? ( ) Não ( ) Sim ( )NA

Quais os sentimentos relacionados a estomia? ( ) Otimismo ( )Aceitação ( ) Impotência ( )Negação ( )Raiva ( ) Perda ( ) Dificuldades em olhar a estomia

( )Desejo de livrar-se dela ( )Acredita que não se acostumará ( )Pensamento suicida

Tem alguma preocupação no momento?

Quais as perspectivas quanto à convivência com a estomia?

A fé contribui no enfrentamento dos problemas? ( ) Não ( ) Sim De que forma?

MODO FUNÇÃO NA VIDA REAL

Quem é o principal gerador da renda financeira da família? A ostomia afetará o papel que você representa na família? ( ) Não ( )

Sim

Sente receio em retornar a realizar atividades de vida diária, trabalho e lazer? ( ) Não ( ) Sim

MODO INTERDEPENDENCIA

Quem é(são) a(s) pessoa(s) mais importante da sua vida? Com quem vive? ( ) Sozinho ( ) Cônjuge ( ) Filhos ( ) Pais ( ) Irmãos ( )

Outros

Tem dificuldades na interação familiar?

( ) Não ( ) Sim

Tem dificuldades na interação social?

( ) Não ( ) Sim

A estomia afetará sua relação

com essas pessoas?

( ) Não ( ) Sim

Tem/terá ajuda de algum familiar/cuidador?

( ) Não ( ) Sim

Sente solidão? ( ) Não ( ) Sim Deseja participar de algum grupo

de apoio para estomizados?

( ) Não ( ) Sim

Outras informações e/ou intercorrências

ENFERMEIRO/COREN: Data: ___/___/____

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ANEXO A – Protocolo Comitê de Ética em Pesquisa

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