UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · curso de graduaÇÃo em mÚsica – licenciatura...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) ESCOLA DE MÚSICA (EMUFRN) CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA LICENCIATURA PLENA AMÉLIA CATARINA DE JESUS SILVA NETA REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO ACADÊMICA NO CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFRN: Contribuições do estágio supervisionado e PIBID NATAL/ RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

ESCOLA DE MÚSICA (EMUFRN)

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA PLENA

AMÉLIA CATARINA DE JESUS SILVA NETA

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO ACADÊMICA NO CURSO DE

LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFRN: Contribuições do estágio supervisionado e

PIBID

NATAL/ RN

2013

2

AMÉLIA CATARINA DE JESUS SILVA NETA

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO ACADÊMICA NO CURSO DE

LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFRN

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura

em Música da Escola de Música da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como requisito

parcial para a obtenção do título de Licenciado em

Música.

Orientadora: Profª. MSc. Catarina Shin Lima de

Souza.

NATAL/ RN

2013

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AMÉLIA CATARINA DE JESUS SILVA NETA

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO ACADÊMICA NO CURSO DE

LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFRN

Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura

em Música da Escola de Música da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte como requisito

parcial para a obtenção do título de Licenciado em

Música.

Aprovada em ____/ ____/ 2013

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________

PROFª. MSC. CATARINA SHIN LIMA DE SOUZA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

(ORIENTADORA)

______________________________________________________________

PROFª. MSC. MARISTELA DE OLIVEIRA MOSCA

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA – NEI/UFRN

(1ª EXAMINADORA)

______________________________________________________________

PROFº. MSC. ISAAC SAMIR CORTEZ DE MELO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLIGIA DO RIO GRANDE

DO NORTE - IFRN

(2º EXAMINADOR)

5

Dedico esta monografia a Deus, por sua misericórdia em

minha vida, a minha mãe, Maria Cleuza que se orgulharia

em ver minha conclusão de curso, e a minha pequena e

preciosa filha, Laurenny Sofia, por existir em minha vida.

6

AGRADECIMENTOS

À Deus, por não me abandonar e me ajudar a chegar até aqui, mesmo sendo fraca e

falha, fortificou minha fé e não me deixou desanimar.

Aos meus Pais, Antônio e Cleuza, por todos os investimentos e sacrifícios, por terem

me ensinado a ser quem sou e no que acredito, e os dois me fazer enorme falta no meu dia a

dia, eu os amo.

Ao meu amado Irmão e minha cunhada Iris, lhes agradeço por sempre terem creditado

em meus sonhos e me ajudado desde o início desta caminhada, sem o incentivo de vocês não

teria chegado até aqui.

Aos professores que estudei desde o início e que cada um me acrescentou muito

conhecimento em minha formação, como Anne Saraiva, Márcia Pires, Faisal, Valéria, Amélia

Dias, Betânia, Luiz Gonzaga, Cleide Alves, Danilo Guanais, Catarina Aracelle, dentre tantos

outros, continuem plantando suas sementes nos futuros professores de música que viram por

aí.

À Jean Carlos, por sua infinita paciência e compreensão, e pelo presente lindo que me

deu, se não fosse por você, esta conclusão de curso não teria acontecido.

Ao professor Dr. Jean Joubert, por toda as vezes que acreditou em mim como

profissional e por tantas oportunidades, grande parte do que sou como profissional, aprendi

atenta aos seus conselhos e suas observações, obrigada por todas as orientações.

A professora Msc. Catarina Shin, que mesmo muito ocupada, me orientou neste

trabalho, e me acrescentou muito com textos, ideias, propostas, práticas e com toda a carga

que a faz uma excepcional professora. Muito obrigada.

Aos meus alunos Cíntia Valeria, Daniel, Wendell Guilherme, Judson, Thiago Pinto e

Matheus, que me orgulharam neste final de semestre, me oportunizaram acreditar em mim

mesma como educadora e que a música pode ser realmente um meio para se chegar em algum

lugar.

A todos os colegas atuais e os que já estiveram no Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação à Docência (PIBID) Música - UFRN, todas os trabalhos, as ações, as palestras, as

atividades em sala com os alunos, as propostas maiores, as construções de instrumentos e

atividades, e tantas outras coisas que nos fizeram crescer e trocar ideias e experiências que

trouxeram amadurecimento e uma postura profissional de educadores comprometidos com o

magistério.

7

A todos os colegas da escola de música da UFRN, que contribuímos uma na jornada

do outro, vamos em frente e com determinação.

8

“Enfim seja buscando novas formas de atuar na

escola, seja construindo propostas pedagógicas e

metodológicas adequadas para esse contexto

educacional, seja ainda repensando a formação do

professor, é preciso aprofundar cada vez mais o

compromisso com a educação básica, pois só

assim a educação musical pode de fato pretender o

reconhecimento de seu valor e de sua necessidade

na formação de todos os cidadãos. Este é,

portanto, o grande desafio”. (PENNA, 2002, p.

18).

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RESUMO

Refletir a formação docente tem sido cada vez mais necessário para buscarmos formas

efetivas para a melhoria da qualidade de ensino na Graduação e na educação básica. Devido

às transformações sociais verificadas nessas últimas décadas, ampliou-se o papel do professor,

e este se viu obrigado a desempenhar papéis cada vez mais complexos para atuar nas escolas.

Este artigo traz como tema a formação de professores de música, discutida por meio do

levantamento e reflexões sobre alguns referenciais que norteiam as pesquisas sobre formação

docente na Educação Musical e vários autores da área. Logo, este trabalho aborda conceitos e

características dos estudos sobre o magistério, apresentamos uma pequena sondagem feitas

com alguns alunos da licenciatura em música na UFRN, e expomos dúvidas e receios de

alunos em formação que não se sente com postura proativa para lidar com as possíveis

situações que possa encontrar com seus alunos e as possibilidades de recursos que pode

utilizar para fazer de sua aula além de interativa, também seja de conteúdos e conhecimentos

que acrescente na formação do indivíduo.

Palavras-chave: Educação Musical . Formação Inicial. Estágio Supervisionado. PIBID.

10

ABSTRACT

To reflect educational formation has been increasing necessary to find effective ways

to improve the quality of teaching on Undergraduate and basic education. Because of the

social transformations in the last decades, the teacher’s function has increased, and they saw

themselves obligated to carry out more complex roles to act in the schools. This monograph

discuss the subject of teacher training in music, developed through the survey and reflections

about some benchmarks that guide research on teacher training in music education and

various authors who talk about this topic. Therefore, this paper discusses the concepts and

characteristics of studies on teaching profession, we present a short survey made with some

degree students in music at UFRN and we showed doubts and fears that students in training

could get, in relate to not feel with proactive approach to deal possible situations that they

may find with their students and the possibilities of resources you can use to make their

tuition interactive and full of contents and knowledge, in addiction develop individual

increasing.

Keywords: Music Education. Initial Training. Supervised. PIBID.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 12

2 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CURSOS DE LICENCIATURA .......... 14

2.1 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA LICENCIATURA EM MÚSICA............................ 19

2.2 UMA ANÁLISE SOBRE A REALIDADE DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

OBRIGATÓRIO DA ESCOLA DE MÚSICA DA UFRN ...........................................................

24

2.4 TRAÇANDO UM PANORAMA DA EMUFRN....................................................... 28

3 PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA –

PIBID............................................................................................................................................. 32

3.1 O PIBID MÚSICA UFRN....................................................................................................... 32

4 QUESTIONÁRIO COM ALUNOS DA LICENCIATURA EM MÚSICA............................... 36

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................

REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 43

APÊNDICE A - Questionário.......................................................................................... 46

12

1 INTRODUÇÃO

Quando nos deparamos com situações que cobram de nós um conhecimento que ainda não

está firmado, ou seja, que se encontra em processo de formação, isso nos leva a refletir sobre

quem somos e quem queremos ser, que caminhos seguir. A questão da formação docente é

uma temática crescente, e quase sempre alvo de muitas discussões, e geralmente pensamos

que há um déficit na formação acadêmica dos professores. Muitas vezes nos questionamos: a

graduação apresenta aos alunos a realidade das escolas (públicas, privadas, contextos não

formais) e lhes fornece as ferramentas necessárias para atuarem em tais contextos?

Passei a refletir cada vez mais sobre essa questão principalmente durante a experiência

vivenciada no último ano de graduação, onde fui convidada a atuar em dois contextos de

ensino diferentes: educação infantil de uma escola privada e uma escola pública de uma

comunidade dita de periferia.

Ao começar as aulas na primeira instituição, tive meu primeiro choque: percebi que

não estava preparada para ensinar música a crianças tão pequenas. Não sabia o que e

como trabalhar. O que crianças de 1 a 3 anos de idade vão desenvolver com conteúdos de

música, e quais conteúdos são estes? Tive que perguntar a muitos colegas se algum já

havia tido esta experiência. A maioria dos colegas colocou não ter trabalhado com essa

faixa etária e outros, mesmo respondendo positivamente, não respondiam totalmente às

minhas questões. Um dos colegas que afirmou positivamente me deu uma resposta que

não esperava em relação aos conteúdos: “só cante com eles”. Como só cantar? É recreação

ou ensino de música?

Diante das poucas contribuições que me deixaram mais aflita, fiz várias pesquisas de

métodos, livros e vídeos. Na época, encontrei apenas um livro específico para a faixa

etária (Música para bebês de Josette Feres) e pesquisando na internet encontrei outros, só

que eram inviáveis para mim por serem muito caros. Não conseguindo material que

fundamentasse minha prática, passei a refletir se eu teria a capacidade de realmente ser

uma boa educadora ou se iria ter apenas que enrolar em sala de aula, cantar por cantar,

distrair os alunos, passar o tempo... algo que não julgava ser uma boa alternativa.

Conhecia sobre a importância do canto, mas sabia que cantar por cantar não caracterizava

que eu estaria fazendo educação musical. Dessa forma, procurei estratégias nos livros de

pedagogia e as coisas começaram a melhorar. Fiz várias adaptações de atividades para

musicalizar, mas ainda assim, em nenhum momento me senti segura se realmente estava

sendo coerente e se estava contribuindo para o desenvolvimento educacional daquelas

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crianças. Além do mais ainda passava por outras dificuldades: a de lidar com as cobranças

pedagógicas (não tinha base para realizar os planejamentos conforme solicitado nem como

trabalhar com o sistema de avaliação trimestral individual para cada aluno) e a falta de

apoio da escola (material didático). Toda essa experiência me fazia refletir para a minha

própria formação acadêmica, pois já me encontrava no último ano do Curso de

Licenciatura em Música.

Já na escola pública, me sentia com mais segurança dos conteúdos que iria ministrar

para aquela faixa etária. Conhecia diversas atividades que havia aprendido nas atividades

de estágio supervisionado que poderiam ser atrativas a eles e que faria de minha aula

bastante atrativa e construtiva. No entanto, não esperava me deparar com indisciplina,

violência, sexualidade descontrolada e desrespeito, e nem sabia como agir diante de tudo

isso. Minhas primeiras aulas não funcionaram. Tudo fugia do controle e, de repente, tinhas

duas crianças de 8 anos brigando diante de meus olhos, durante a minha aula, e eu

pensava: eu não faço a mínima ideia do que fazer? Isso é educar? Pensei tantas vezes em

desistir no primeiro mês, todos os dias voltava frustrada para casa, e pensava: como posso

fazer para ajuda-los? Será que posso conquistá-los? Enfim, foram muitas conversas com a

equipe pedagógica e coordenadores da própria escola, muitas pesquisas sobre indisciplina

e violência em sala de aula, muitas horas de reflexão e de diagnósticos, foi uma tarefa

muito difícil, precisei de muita paciência, perder a voz várias vezes, observar e ouvir os

alunos falarem até descobrir brechas que eu poderia aproveitar e parar um pouco para

entendê-los. No final de tudo, acredito ter tido algum sucesso junto aos alunos, mas não

foi nada fácil.

Diante de tudo o que foi colocado, diversas vezes refleti e me questionei por que

estava em sala de aula e se seria capaz de dar conta de tantas dificuldades. Percebendo que

não tinha visto nem 40% de tudo aquilo na graduação, me perguntava se eu realmente era

uma educadora? O que significa ser um bom educador?

Então comecei a pesquisar sobre formação acadêmica de professores tanto de música

com também das outras áreas, queria saber se está dificuldade era só minha, ou se outros

também sentiam tal despreparo.

Nesta pesquisa, propomos um exercício de reflexão sobre a formação docente e suas

ações, buscando compreender a relação entre o que se fala e o que se faz na educação

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básica. Neste sentido, esta reflexão problematiza os conhecimentos necessários ao

educador ao longo de seu exercício.

Para tanto, buscamos fundamentar nossa pesquisa tomando como base os autores

como Lima (2007), Pimenta (2006), Lima (2003), Bellochio (2007), Beineke (2007),

dentre outros, buscando respostas sobre o que seria uma boa formação docente? Quais as

habilidades o professor deve dominar? Quais devem ser seus anseios em sala de aula? E

quais suas reflexões acerca de sua própria formação?

Trazemos também algumas contribuições de duas propostas que complementam essa

formação como é o caso dos estágios supervisionados e o PIBID (Programa Institucional

de Bolsas de Iniciação à docência). Também aplicamos um questionário com alguns

alunos, de períodos diferentes, com questões objetivas e subjetivas contemplando a

formação, atuação nos estágios supervisionados, suas opiniões e objetivos, para que com

estas respostas, possamos fazer uma comparação com o que pesquisamos aqui, e se as

dificuldades aqui citadas, também são compartilhadas com outros alunos da graduação.

2 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CURSOS DE LICENCIATURA

O estágio supervisionado define-se por um momento, normalmente a partir do quatro

períodos do curso, em que o aluno da licenciatura saída Universidade para observar a sala de

aula de escolas regulares de quatro níveis diferentes de ensino, podendo ser em ONG´s e

espaços não formais, que tem por objetivo aproximar o licenciando de sua futura profissão,

como forma de ele conhecer o ambiente que irá trabalhar.

Ingressei na graduação em 2008, o curso de licenciatura em música, era novo, e teve

sua primeira turma em 2005, logo, um curso em construção, sendo assim, nossa formação foi

feita neste contexto, da primeira grade curricular, porém, o curso já possui uma nova grade,

onde ocorreram várias mudanças, e logo várias melhorias.

Nós estágios que cursei, foram de 50 horas aulas, sendo 40 observadas e 10

ministradas, contudo, senti nesta experiência que não pude conhecer bem os alunos e as

turmas, senti a necessidade de conhecer mais, mas talvez não seja um dos objetivos do

estágio, mas acreditava que estas horas poderiam ser mais bem aproveitadas, com uma

aproximação maior entre as IES e a escola que está recebendo do estagiário, para que ele

possa conhecer melhor o contexto da escola, as rotinas, o PPP, as reuniões e pra que servem

planejamentos, e tantas outras experiências que se pode aproveitar neste momento, para que o

licenciando ganhe conhecimento.

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No ano de 2001 o Parecer CNE/CP 009, contribuiu para a modificação também da

estrutura dos cursos de graduação, resolvendo:

O processo de elaboração das propostas de diretrizes curriculares para a

graduação, conduzido pela SESu1, consolidou a direção da formação [...]

Dessa forma, a Licenciatura ganhou, como determina a nova legislação,

terminalidade e integralidade própria em relação ao Bacharelado,

constituindo-se em um projeto específico. Isso exige a definição de

currículos próprios da Licenciatura que não se confundam com o

Bacharelado ou com a antiga formação de professores que ficou

caracterizada como modelo “3+1” 2 (BRASIL, 2010l).

Dessa maneira é possível fazer uma relação entre os cursos de Educação Artística

com habilitação específica nas áreas de Arte, e o surgimento posteriormente dos cursos de

Licenciatura Plena. A proposta também integra competências sobre o desenvolvimento

profissional e a formação de professores com sugestões de mudanças. Contém também,

importantes reflexões sobre o planejamento das atividades de Estágio, no qual é sugerido que

a avaliação não seja de responsabilidade exclusivamente do supervisor de Estágio.

Há de se convir que a estruturação da carga horária, adequada para a observação dos

locais de estágio, aparece no texto fazendo pensar sobre a idealização das atividades, assim

afirmando: “O planejamento e a execução das práticas no estágio devem estar apoiados nas

reflexões desenvolvidas nos cursos de formação” (BRASIL, 2010). De maneira a se fazer

pensar sobre o desenvolvimento de um plano que contenha uma estrutura base de etapas a

serem seguidas.

Em conformidade sobre a preocupação com o momento e o modo de aplicação das

fases do Estágio, o Parecer CNE/CP 009/2001, relata:

Outro problema refere-se à organização do tempo dos estágios, geralmente

curtos e pontuais: é muito diferente observar um dia de aula numa classe

uma vez por semana, por exemplo, e poder acompanhar a rotina do trabalho

pedagógico durante um período contínuo em que se pode ver o

desenvolvimento das propostas, a dinâmica do grupo e da própria escola e

outros aspectos não observáveis em estágios pontuais. Além disso, é

1 A Secretaria de Educação Superior (Sesu) é a unidade do Ministério da Educação responsável por planejar,

orientar, coordenar e supervisionar o processo de reformulação e implementação da Política Nacional de

Educação Superior. 2 Nas Licenciaturas segundo o modelo 3+1, as disciplinas de conteúdo comum às áreas de educação eram realizadas nos três primeiros anos do curso, sendo que no último ano eram acrescentadas juntamente às disciplinas de natureza pedagógica específica para cada especialidade. Assim fazendo, nos Cursos de Licenciaturas em Educação Artística, os três primeiros anos eram oferecidos disciplinas das áreas de Arte de modo geral e no último ano eram disponibilizados disciplinas para as

habilitações específicas: Música, Teatro, Dança e Artes Plásticas.

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completamente inadequado que a ida dos professores às escolas aconteça

somente na etapa final de sua formação, pois isso não possibilita que haja

tempo suficiente para abordar as diferentes dimensões do trabalho do

professor, nem permite um progresso progressivo de aprendizado (BRASIL,

2010).

Cabe lembrar que durante o texto, no que se refere à execução do Estágio, é sugerido

que ele não seja realizado apenas na fase final da graduação, por exemplo, no último período,

como nos cursos de Educação Artística com a habilitação específica, distanciando ainda mais

os conhecimentos teóricos específicos e a prática docente. A realização das fases durante o

Estágio é extremamente importante, pela aplicabilidade que é proporcionada ao estagiário

observar, compartilhar, desenvolver e avaliar os resultados obtidos. Outro fato importante é a

conscientização para a continuidade do processo metodológico das atividades, pois constitui a

formação docente.

Ainda nesse contexto no item 3.6, alínea “c” deste Parecer de 2001, o cumprimento:

do Estágio aparece de maneira bem específica, nos seguintes termos:

Nos estágios a serem feitos nas escolas de educação básica. O estágio

obrigatório deve ser vivenciado ao longo de todo o curso de formação e com

tempo suficiente para abordar as diferentes dimensões da atuação

profissional. Deve acontecer desde o primeiro ano, reservando um período

final para a docência compartilhada, sob a supervisão da escola de

formação, preferencialmente na condição de assistente de professores

experientes. Para tanto, é preciso que exista um projeto de estágio planejado

e avaliado conjuntamente pela escola de formação e as escolas campos de

estágio, com objetivos e tarefas claras e que as duas instituições assumam

responsabilidades e se auxiliem mutuamente, o que pressupõe relações

formais entre instituições de ensino e unidades dos sistemas de ensino. Esses

“tempos na escola” devem ser diferentes segundo os objetivos de cada

momento da formação. Sendo assim, o estágio não pode ficar sob a

responsabilidade de um único professor da escola de formação, mas envolve

necessariamente uma atuação coletiva dos formadores (BRASIL, 2010).

Torna-se evidente a preocupação com a formação dos estudantes no desempenho do

Estágio Obrigatório, no qual deveriam ser realizados na escola de educação básica, desde o

primeiro ano de curso, mediante o acompanhamento e orientação de professores da instituição

formadora. Porém, estes professores não devem se responsabilizar sozinhos pela orientação.

Fazendo-se necessária a formação de uma equipe entre as instituições envolvidas que acolha e

planeje cada momento. Assim sendo, pode-se perceber claramente a necessidade de

desenvolver uma orientação aos estagiários de maneira que auxiliem no desenvolvimento das

atividades, pois se tratam de estudantes em fase de desenvolvimento.

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É pertinente ressaltar, a importância da formação específica dos docentes, com um

preparo adequado para algumas áreas de conhecimento. Ainda destacando o Parecer CNE/CP

009/2001 no item 3.2.6, sobre o quadro curricular da educação básica, compreendendo:

Há ainda a necessidade de se discutir a formação de professores para

algumas áreas de conhecimento desenvolvidas no ensino fundamental, como

Ciências Naturais e Artes, que pressupõe uma abordagem equilibrada e

articulada de diferentes disciplinas [...] e diferentes linguagens (da Música,

da Dança, das Artes Visuais, do Teatro, no caso de Arte), que, atualmente,

são ministradas por professores preparados para ensinar apenas ema dessas

disciplinas ou linguagens. A questão a ser enfrentada é a da definição de

qual é a formação necessária para que os professores dessas áreas possam

efetivar as propostas contidas nas diretrizes curriculares (BRASIL, 2010l).

Considerando que a legislação dos cursos de licenciatura e do Estágio vai sendo

alterada, consequentemente a visão sobre o desenvolvimento do aluno futuro professor

também é questionada. No que se refere à formação do professor na área de Arte ainda como

polivalente3, demonstra-se o interesse em desenvolver uma formação abrangente que

contemple todas as disciplinas separadamente de forma especifica. A construção do

conhecimento deste futuro profissional se dá também pela troca de experiências, entre as

relações de professor regente e aluno observador, ressaltando a importância da construção da

personalidade deste educando.

Em conformidade com a formação de professores, o Parecer CNE/CP 9/2001, expõe:

Os indivíduos constroem seus conhecimentos em interação com a realidade,

com os demais indivíduos e colocando em uso suas capacidades pessoais. O

que uma pessoa pode aprender em determinado momento depende das

possibilidades delineadas pelas formas de pensamento de que dispõe

naquela fase de desenvolvimento, dos conhecimentos que já construiu

anteriormente e das situações de aprendizagem vivenciadas. É, portanto,

determinante o papel da interação que o indivíduo mantém com o meio

social e, particularmente, com a escola (BRASIL, 2010l).

De certo modo esta declaração é facilmente associada à realização do Estágio

supervisionado e a importância das fases de sua execução como a preparação, a observação

do ambiente ao qual se almeja trabalhar, o planejamento das atividades que serão

desenvolvidas, a aplicação na fase de regência, culminando assim na avaliação de sua

performance. A interação entre indivíduos e estes em ambientes diferentes, promove a

3 Refere-se à ideia de um profissional contemplar no Ensino de Artes todas as áreas (Música, Dança, Teatro e

Artes Visuais) na mesma disciplina, formação do extinto curso de Educação Artística.

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construção de novos conhecimentos, o amadurecimento de outros já existentes e a experiência

em desenvolver novas habilidades.

Ainda em 2001 o Conselho Nacional de Educação em 02 de outubro, no Parecer

CNE/CP 027, decidiu alterar a redação, do Parecer CNE/CP 9/2001, esclarecendo sobre o

Estágio nos seguintes termos:

No estágio curricular supervisionado a ser feito nas escolas de educação

básica. O estágio obrigatório definido por lei deve ser vivenciado durante o

curso de formação e com tempo suficiente para abordar as diferentes

dimensões da atuação profissional. Deve de acordo com o projeto

pedagógico próprio, se desenvolver a partir do início da segunda metade do

curso, reservando-se um período final para a docência compartilhada, sob a

supervisão da escola de formação, preferencialmente na condição de

assistente de professores experientes. Para tanto, é preciso que exista um

projeto de estágio planejado e avaliado conjuntamente pela escola de

formação e as escolas campos de estágio, com objetivos e tarefas claras e

que as duas instituições assumam responsabilidades e se auxiliem

mutuamente, o que pressupõe relações formais entre instituições de ensino e

unidades dos sistemas de ensino. Esses “tempos na escola” devem ser

diferentes segundo os objetivos de cada momento da formação. Sendo

assim, o estágio não pode ficar sob a responsabilidade de um único

professor da escola de formação, mas envolve necessariamente uma atuação

coletiva dos formadores. (BRASIL, 2010).

Como se pode observar, este Parecer possui algumas alterações no início do texto no qual

referia, “Nos estágios a serem feitos nas escolas de educação básica” (BRASIL, 2010),

generalizando os estágios. Porém a sua nomenclatura sofre alterações, passando a uma nova

redação que diz, “No estágio curricular supervisionado a ser feito nas escolas de educação

básica” (BRASIL, 2010).

O período para a realização desses Estágios foi transferido de “desde o primeiro ano”

(BRAIL, 2010) para o “início da segunda metade do curso” (BRASIL, 2010). No entanto, as

atividades compartilhadas e a supervisão da escola de formação se apresentam tão

importantes que não são alteradas. Reafirmando a necessidade de um planejamento e da

unidade entre as instituições a trabalhar de maneira integrada, de uma “atuação coletiva”

entre os formadores (BRASIL, 2010). Apesar das alterações ocorridas, a carga horária

novamente deixa de ser citada, dando ênfase ao modo como os Estágios devem ser

conduzidos e não mencionando o tempo necessário para sua aplicação.

Em busca de uma melhor adequação no ano de 2002 surgem novas resoluções com

diretrizes para os cursos e também sobre a carga horária para os cursos de licenciatura. No

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Parecer CNE/CP 1, de 18 de Fevereiro de 2002, foi Instituída Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de

licenciatura, de graduação plena.

Ainda em conformidade com o CNE/CP 27/2001, a Resolução CNE/CP 1/2002,

sobre o Estágio curricular supervisionado, promovendo a articulação entre os diversos

procedimentos, numa atuação contextualizada, onde no seu Art. 13º, § 3º, institui:

O estágio curricular supervisionado, definido por lei, a ser realizado

em escola de educação básica, e respeitando o regime de colaboração

entre os sistemas de ensino, deve ser desenvolvido a partir do início

da segunda metade do curso e ser avaliado conjuntamente pela escola

formadora e a escola campo de estágio (BRASIL, 2010).

Como se pode ver, a resolução reafirma a segunda metade do curso como período

para a realização das atividades, conjuntamente entre a instituição formadora e a escola

campo de estágio.

Em consequência disso, a Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002, é

direcionada exatamente a instituir a duração de carga horária dos cursos de licenciatura, de

graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior,

homologando assim em “400 (quatrocentas) horas de Estágio Curricular Supervisionado a

partir do início da segunda metade do curso” (BRASIL, 2010). Então, reafirmando o período

para a sua realização e acrescenta a quantidade total para o cumprimento, podendo ser

fracionado segundo a resolução e as normas da instituição formadora. É preciso ressaltar que

surge também a possibilidade de redução da carga horária do Estágio Curricular

Supervisionado em no máximo 200 (duzentas) horas em virtude do estudante já “exercer a

atividade docente regular” (BRASIL, 2010).

2.1 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA LICENCIATURA EM MÚSICA

Dada a importância dessas melhorias nos currículos dos cursos de formação de nível

superior, logo o CNE aprova diretrizes direcionadas diretamente para o curso de Graduação

em Música e resolve sobre a organização do projeto pedagógico, o currículo e o Estágio

curricular supervisionado além de outros aspectos. Devido à transição que o curso atravessava

no período, declara em seu Art. 1º, que “O Curso de graduação em Música observará as

Diretrizes Curriculares Nacionais aprovadas nos termos desta Resolução” (BRASIL, 2010).

Assim, o curso de Educação Artística com habilitação em música sofria alterações para dar

20

lugar a Graduação em Música, Licenciatura Plena, de acordo com as novas diretrizes

estabelecidas em anos anteriores.

A respeito dessas alterações a Resolução CNE/CES 2/2004, no Art. 2º descreve:

A organização do curso de que trata esta Resolução se expressa através do

seu projeto pedagógico, abrangendo o perfil do formando, as competências e

habilidades, os componentes curriculares, o estágio curricular

supervisionado, as atividades complementares, o sistema de avaliação, a

monografia, o projeto de iniciação científica ou o projeto de atividade, como

trabalho de conclusão de curso – TCC, componente opcional da instituição,

além do regime acadêmico de oferta e de outros aspectos que tornem

consistente o referido projeto pedagógico (BRASIL, 2010).

Fica demonstrado que esta resolução trata de todos os pormenores sobre o curso de

graduação em música, deixando clara a autonomia quanto aos procedimentos de execução das

atividades que fica a cargo do projeto político pedagógico da instituição, desde que sua

elaboração seja estabelecida segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais.

O Art. 7º o Estágio Supervisionado é componente curricular e cabe ao colegiado,

aprovar o regulamento de Estágio e as modalidades ao qual serão desenvolvidas as atividades,

visto que pode ser realizado dentro da própria instituição, congregando conhecimentos,

regência e outras atividades específicas de música (BRASIL, 2010).

Ainda em conformidade com a prática de Estágio o Art. 7º, § 2º, determina:

As atividades de estágio poderão ser reprogramadas e reorientadas de

acordo com os resultados teórico-práticos gradualmente revelados pelo

aluno, até que os responsáveis pelo acompanhamento, supervisão e

avaliação do estágio curricular possam considerá-lo concluído,

resguardando, como padrão de qualidade, os domínios indispensáveis ao

exercício da profissão (BRASIL, 2010).

Cabe frisar que além dos procedimentos para a realização de Estágio esta resolução,

também estabelece as normas específicas para condução do curso e os procedimentos que

regulamentam o funcionamento da instituição.

Em 2006 surge um novo Decreto nº 5.773 de 9 de maio, sobre as funções que

regulamentam, supervisionam e avaliam as instituições de educação superior do sistema

federal. Contendo informações e determinando dados para a elaboração do Plano de

desenvolvimento institucional, que deveria contemplar a preparação do projeto pedagógico, a

organização didático-pedagógica, informações da infraestrutura física e outros requisitos

administrativos, além de determinar as funções de cada órgão público. Foi considerado

21

também os procedimentos relacionados com a Educação Nacional, no qual determina,

incentiva e fiscaliza as atividades das instituições educacionais. Além disso, é fornecido

instruções para o desenvolvimento e funcionamento das atividades de todas as instituições de

educação superior do país, sendo ela pública ou privada.

O Estágio é apenas mencionado, incluso no plano de desenvolvimento institucional,

de maneira que segundo o Decreto nº 5.773/2006, Art. 16º, inciso IV, deveria conter os

seguintes elementos:

Organização didático-pedagógica da instituição, com a indicação de número

de turmas previstas por curso, número de alunos por turma, locais e turnos

de funcionamento e eventuais inovações consideradas significativas,

especialmente quanto à flexibilidade dos componentes curriculares,

oportunidades diferenciadas de integralização do curso, atividades práticas e

estágios, desenvolvimento de materiais pedagógicos e incorporação de

avanços tecnológicos (BRASIL, 2010).

Em consequência a todas as modificações ocorridas nessas últimas décadas ainda

assim, passa a existir a necessidade de um regulamento que condense os detalhes dos

procedimentos para a realização dos Estágios curriculares supervisionados, nota-se que as

alterações ocorridas foram de grande importância para a regulamentação dos formatos dos

cursos de graduação, licenciatura plena, bem como uma reforma estrutural curricular que

contemplasse as novas diretrizes estabelecidas pelos órgãos de educação nacional.

Ainda hoje os cursos de licenciatura sofrem transformações na estrutura curricular a

fim de melhor exercer as funções educacionais e adaptarem-se às novas vertentes do mercado

de trabalho, além de uma formação ampla e unificada, principalmente no que diz respeito aos

cursos de graduação em música.

Em função das inúmeras alterações ocorridas durantes este período, fez-se necessário

a disposição da Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008, no qual alterou a redação de leis

anteriores e deu outras providências a respeito do Estágio de estudantes. Embora em seu

enunciado não apresente a lei para os cursos, em seu Art. 1º define o Estágio em suas

modalidades, sancionando:

Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente

de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos

que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação

superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e

dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da

educação de jovens e adultos (BRASIL, 2010).

22

Esta Lei vem a reafirmar a presença do Estágio no projeto pedagógico do curso, a

importância da contextualização curricular, visando o aprendizado juntamente integrado à

atividade profissional. O Estágio Curricular Supervisionado é parte integrante da estrutura

curricular dos cursos de licenciatura plena e por isso é de grande estima sua execução, pois no

Art. 2º § 1º, além de ser “estágio obrigatório [...] definido como tal no projeto do curso, cuja

carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma” (BRASIL, 2010), também

faz parte da formação do perfil do estudante de graduação, futuro professor. Ainda no Art. 1º,

agora no § 3º, é mencionada a monitoria como atividade de extensão podendo também ser

nivelada ao Estágio desde que esteja prevista no projeto pedagógico do curso (BRASIL,

2010).

Em seguida no Capítulo II, Art. 7º, são designadas as obrigações da instituição de

ensino com relação ao Estágio e ao estudante estagiário, no qual no inciso III, estabelece que

é de competência da instituição de formação “indicar professor orientador, da área a ser

desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades

do estagiário” (BRASIL, 2010r), como elaborar normas, comunicar o calendário letivo,

avaliar as instalações do cedente do estágio, detalhando as funções a serem desempenhadas

para o período de sua realização.

Esta Lei também prevê as funções do estabelecimento concedente quanto a suas

obrigações para o recebimento dos estagiários, declarando no Art. 9º, que além de fornecer

ambiente adequado para o exercício das atividades, deve-se “indicar funcionário de seu

quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento

desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários

simultaneamente” (BRASIL, 2010), e entre outras providências enviar o relatório das

atividades.

O Capítulo trata sobre as funções dos estagiários, onde altera a carga horária, no caso

dos cursos de graduação, para até 06 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, bem

como dá outras providências que devem ser realizadas juntamente com os estabelecimentos

envolvidos. Esta Lei vem a consolidar a aplicação do Estágio das demais leis, resoluções,

decretos anteriormente sancionados. No que diz respeito à aplicação do Estágio, disponibiliza

a responsabilidade sobre o termo de compromisso, sobre a realização e ainda o acordo entre

as instituições e o estagiário e retrata a necessidade de um diálogo entre as partes

interessadas.

23

Diante dessas fundamentações, é pertinente citar a Resolução do Curso de

Graduação em Música da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Nº 02/2010 de 16 de agosto, que regulamenta os procedimentos para a realização dos

Estágios, licenciatura. Desse modo no item 2, institui a duração da carga horária com base na

Resolução CNE/CP 2/2002, onde no item 2.2, informa a carga horária:

2.1. Estrutura curricular (CÓDIGO 01A) – 400h divididas em Estágio

Supervisionado I (100h); II (100); III (100h) e IV (100h).

2.2. Estrutura curricular antiga (CÓDIGO 01) – 405h divididas em Estágio

Supervisionado I (90h); II (90); III (90h) e IV (135h). (CGM, 2010)

Ainda com base no CNE/CP 2/2002, a resolução do curso de música da UFRN, teria

como estruturação base para a conclusão do curso a duração de 08 (oito) semestres, no qual

foi determinado o início da prática do Estágio supervisionado obrigatório a partir do 5º

período. Porém deixa claro que o aluno tendo “cumprido todas as disciplinas obrigatórias

previstas nos 04 (quatro) primeiros períodos da sua estrutura curricular ele poderá iniciar o

cumprimento dos Estágios Supervisionados” (CGM, 2010), sendo possível sua realização

antes da segunda metade do curso.

Em seguida sugere os espaços bem como as modalidades de ensino para a

realização, permitindo uma ampliação da visão do futuro campo de atuação, visando uma

formação abrangente. Logo os Estágios Supervisionados ficam determinados:

Nesse sentido, independente da estrutura curricular a qual esteja vinculado o

aluno, os Estágios deverão acontecer nos seguintes níveis e espaços:

Estágio supervisionado I – Ensino Infantil

Estágio supervisionado II – Escola Especializada de Música

Estágio supervisionado III – Ensino Fundamental (preferencialmente o

fundamental II)

Estágio supervisionado IV – Ensino Médio (CGM, 2010)

Nota-se que em seguida, a possibilidade de aplicação do Estágio em espaços que

disponibilizem o ensino da música, embora não se trate de escola regular, seja considerada

unidade especializada, projetos sociais e ONG’s, desde que sejam devidamente registrados e

mediante o consentimento do coordenador do curso. Muito embora seja possível realizar os

Estágios em ambientes diferenciados a resolução não consente cumprir mais de um Estágio

na mesma modalidade ou público.

Com relação à orientação é de responsabilidade do coordenador do curso a indicação

de um profissional, um professor orientador da instituição, que seguirá as atividades do aluno

24

e também que seja “acompanhado por um Professor Supervisor que irá direcionar o

planejamento de suas atividades e sua atuação no ensino de música” (CGM, 2010). Nesse

sentido é atribuído ao professor orientador do Estágio, acompanhar o planejamento das

atividades e elaboração do relatório final. Como previsto na Lei nº 11.788/2008 (BRASIL,

2010) é de responsabilidade da instituição a designação de um profissional habilitado o

acompanhamento das fases do Estágio, auxiliando e direcionando o estudante para melhor

exercer sua função no campo de estágio.

A redução de carga horária também é citada em conformidade com Art. 1º da

Resolução CNE/CP Nº 2/2002, indicando que o estudante poderá ter a redução até o máximo

de 200 (duzentas) horas. A avaliação se dá a partir da apresentação do relatório associado ao

julgamento do professor orientado e do supervisor, baseado na pratica desenvolvida durante a

realização do Estágio.

Como foi demonstrada, a legislação brasileira visando estabelecer novas diretrizes e

o desenvolvimento da população através da educação, fez reformulações na tentativa de

adequar as modalidades de ensino à realidade atual do país. As Normas orientadas pelas

propostas de ensino e pelos planos de Educação permitem ações que desenvolvam na

sociedade brasileira em aspectos sociais, culturais e educacionais.

2.2 UMA ANÁLISE SOBRE A REALIDADE DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO

DA ESCOLA DE MÚSICA DA UFRN

E não está, esta hora, em vias de soar, quando tantos artistas isolados sentem

a necessidade de se agrupar para se conhecer, para o progresso e o triunfo do

bem? [E ele mesmo responde:] Sim, chegou a hora em que, pelo esforço das

vontades reunidas, impor-se-ão as ideias comuns. E o tempo necessário para

impô-las, nós o passaremos confiantes e felizes, pois marcharemos em

falange cerrada, os olhos fixos no mesmo ideal e os corações batendo dentro

do mesmo espírito. (DALCROZE apud FONTERRADA, 2005).

Até o ano de 2004, os Cursos de Graduação em Música da UFRN consistiam

habilitações: Bacharelado, na EMUFRN e em Educação Artística com Habilitação em Música

mantido pelo CCHLA4 e oferecido pelo Deart/UFRN5. Para a conclusão no Curso de

Educação Artística era necessário o cumprimento de dois Estágios Curriculares: Prática de

Ensino em Educação Artística e Prática de Ensino em Música, com aulas presenciais e com

4 Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFRN. 5 Deart – Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, atualmente oferece os cursos

de Dança, Artes Visuais, Design Teatro e atualmente é responsável pela última turma de Educação Artística

(2004.1) da Instituição.

25

atividades de observação e regência no local do Estágio. Em virtude da reformulação dos

cursos de licenciatura e, por conseguinte da extinção dos cursos de artes com a formação

polivalente, no ano de 2005 a Escola de Música agregou em sua estrutura o curso de

licenciatura, já que a instituição desenvolvia há anos o ensino de música em diferentes

modalidades. Assim sendo, foram oferecidas vinte vagas e estas totalmente preenchidas.

O contexto atual apresenta a Escola de Música como responsável pela formação de

seis turmas de licenciatura, com a oferta de cento e setenta e cinco6 vagas no período de 2005

a 2010. Hoje a escola acolhe todas as turmas desde 2005, tendo em vista que ainda possui um

aluno em processo de conclusão, parte da turma de 2006 e as demais até a de 2010.

2.3 APRESENTANDO O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA EMUFRN

O Projeto Político Pedagógico – PPP, do Curso de Música Licenciatura da UFRN,

entrou vigor em agosto de 2004, baseado nas sugestões das Diretrizes Curriculares

estabelecidas pelo Ministério da Educação, de acordo com este documento o Curso de

Licenciatura visa considerar no processo de construção do conhecimento o contexto de vida

dos alunos, “desse modo, pressupõe integrar ao processo de ensino- aprendizagem, tanto o

cotidiano dos alunos como a tradição do conhecimento musical, abrindo espaços para eclosão

de um contexto sócio-cultural mais rico e pleno” (PROJETO, 2004, p. 10).

explicando o conteúdo presente no PPP, um ponto importante é a necessidade de

articulação entre os níveis de ensino que viabilize a aprendizagem significativa também com

o Ensino Básico e a sua relação com a atividade de Prática de Ensino, em diferentes espaços

assumindo algumas tarefas, “participando de planejamentos, projetos de pesquisa

acompanhados de reflexões, seminários e leituras”. E durante a fase final com uma atuação

intensiva do estudante como regente de classe. Assim o aluno pode vivenciar espaços

diferenciados promovendo uma aprendizagem significante. (PROJETO, 2004, p. 10).

Os Estágios Curriculares do Curso de Música Licenciatura dos anos de 2005 a 2008

possuem uma carga horária diferenciada da atual e estão distribuídos segundo a área de

conhecimento Humanístico Pedagógico e Pesquisa, com status de disciplina obrigatória, nas

quais são articuladas com a seguinte estrutura: Estágio Supervisionado I – (90h/a), II –

6 Total de vagas para as respectivas turmas: 2005 (20), 2006 (20), 2007 (30), 2008 (30), 2009 (35) e 2010 (40).

26

(90h/a), III – (90h/a), IV– (135h/a), totalizando quatrocentas e cinco horas, designados

respectivamente um para cada semestre.

Nesse período ainda não possuía uma resolução específica para sua aplicação em

modalidades distintas. Dessa forma os Estágios poderiam ser cumpridos em qualquer campo e

até no mesmo nível de ensino. Todavia, ainda sem existir tal documento, as orientações

apresentadas pelo coordenador do curso, eram direcionadas para a aplicação em modalidades

de ensino diferenciadas. Assim, no primeiro Estágio, o estudante faria apenas uma observação

sem participação nas atividades, sendo designado preferencialmente na educação infantil ou

em um espaço voltado para esse público. Os Estágios posteriores seriam distribuídos em

outras modalidades de ensino em escola regular de educação básica, dentro da disciplina de

artes, ou em escolas especializadas de ensino de música, desde que existisse, naquele

contexto, um professor com graduação em música, sendo habilitado em Educação Artística

ou Licenciatura.

Em conformidade com a possibilidade de enriquecimento da aprendizagem do aluno

estagiário nas variadas modalidades de ensino da escola regular, Mateiro (2008, p. 24) diz:

Realizar o estágio nas diferentes etapas e modalidades da educação básica

não só implica a atividade em sala de aula como pressupõe ultrapassar essas

fronteiras buscando conhecer o contexto escolar e a comunidade local. A

questão do estágio na escola e na comunidade há muito é tema de debate,

dada a necessidade do futuro professor conhecer melhor a realidade de seus

alunos, muitas vezes com características culturais e valores diferentes aos

seus.

É de extrema importância à aproximação do licenciando em música nos diversos

espaços educacionais, visto que atualmente é vasto o campo de ensino da música, pois

contempla uma quantidade diversificada de públicos e de faixas etárias diferenciadas,

podendo ser considerado os conservatórios e escolas de educação básica, e os espaços

formais7 e não-formais8, reconhecendo as distintas realidades e variados níveis de ensino,

enriquecendo a aprendizagem.

Ainda sobre o ensino de música em diversos espaços, Mateiro (2008, p. 24), declara:

A heterogeneidade cultural tem provocado novas demandas e espaços de

ensino e aprendizagem. Nesse sentido, surgem outros campos de estágio,

7 Espaços formais são ambientes legítimos politicamente. 8 Espaços não-formais são aqueles que não têm reconhecimento político. 15

É um termo utilizado relacionado ao ensino de música.

27

além das instituições escolares. Especificamente, na área de educação

musical, ensinar música há muito não é uma tarefa somente da escola. O

aprender música vem acontecendo tanto em espaços formais como não-

formais. Essas constatações nos levam a refletir sobre a importância de estar

atuando nesses diversos locais onde os indivíduos de alguma maneira se

relacionam com música.

Mesmo que a resolução nº 02 do colegiado de música (CGM, 2010), tenha sido

estabelecida oficialmente apenas em 2010, regulamentando os procedimentos para a

realização do Estágio do curso de música, desde 2008, a sua aplicação, ainda que não-oficial,

vem sendo realizada em diferentes modalidades de ensino. Desta maneira, tornou-se possível

a aproximação com variados espaços para a prática da educação musical.

Este novo modelo viria a ampliar a visão para os diversos contextos de ensino da

música além das escolas especializadas, mas principalmente para as escolas regulares. Porém

pela falta de tradição do ensino da educação musical15 na escola, os alunos-estagiários

sentiram dificuldade em encontrar um campo de estágio no qual pudesse desenvolver este

trabalho e até mesmo certa resistência por parte dos professores das instituições concedentes

dos estágios, pois até há pouco tempo, não existia esta tradição e, portanto uma articulação

entre a universidade e os estabelecimentos da escola de educação básica que facilitasse esta

aproximação.

A respeito da dificuldade em encontrar um local adequado que permita a realização

do Estágio, Sobreira (2008, p. 3) declara:

Um ponto problemático na questão dos estágios diz respeito à falta de

contato que as instituições formadoras têm, na maioria das vezes, com as

escolas que atendem os graduandos. Caso a instituição não tenha um colégio

de aplicação, o que ocorre durante o estágio do licenciando, fica a cargo da

boa vontade do professor que atende o estagiário. [...] A parceria

estabelecida propicia que as especificidades e os objetivos da aula de música

sejam explicitadas à equipe escolar.

Sabe-se, porém que nem sempre as parcerias são fáceis ao desenvolver um programa

de cooperação entre as instituições. É possível trazer um melhoramento significativo e o

desenvolvimento de um trabalho aprofundado em conjunto com a universidade por meio da

escola de música, os professores orientadores, os estudantes-estagiários, os professores

regentes e os estabelecimentos de ensino concedentes do estágio.

Em função do estabelecimento da Lei nº 11.788/2008 em concordância com a

Resolução CNE/CP 02/2002, a grade curricular da turma de 2009, foi alterada no que diz

28

respeito à carga horária do Estágio Curricular Supervisionado e consequentemente a

quantidade total de horas, assumindo uma nova formatação, cujo Estágio deverá ser realizado

diante de uma estrutura igualitária: Estágio Supervisionado I - 100h/a, II – 100h/a, III –

100h/a, IV– 100h/a, com o total de quatrocentas horas.

Com referência à resolução do Conselho Nacional de Educação, sobre a distribuição

de carga horária, Mateiro (2008, p. 21-22) relata:

Não cabe dúvida que essa estrutura organizacional de currículo implica em

uma concepção para tratar os conteúdos que se consideram fundamentais à

formação de professores. Dessa maneira, as instituições formadoras têm

autonomia para decidir o perfil profissional desejado e elaborar a estrutura

curricular que atenda às exigências e às demandas sociais.

2.4 TRAÇANDO UM PANORAMA DA EMUFRN

A problemática deste cenário está principalmente na designação de tarefas junto ao

corpo docente, posto que a instituição atualmente recebe uma turma de licenciatura por ano,

acolhendo cerca de quarenta novos alunos, embora hoje grande parte dos alunos tenham

concluído ou está em fase final do curso, ainda assim a clientela é aproximadamente de cento

e trinta e seis alunos matriculados em disciplinas variadas.

O quadro de docentes da área de educação musical, que ministram aulas nas turmas

de licenciatura, soma o total de cinco educadores, entretanto a instituição faz o

remanejamento dos professores do curso de Bacharelado e Técnico que somam cinquenta e

quatro docentes. Sabe-se, porém que esta desproporcionalidade de professores se dá em

virtude do histórico da instituição que compreendia inicialmente os cursos: básico9 e

Técnico10 em instrumento, canto e regência; e o Bacharelado com as habilitações em canto e

instrumento. A instituição atualmente conta com o total de cinquenta e quatro docentes

efetivos no quadro geral de funcionários, embora apenas aproximadamente 10% sejam da

área de educação musical, ou seja, professores da licenciatura.

Em virtude da criação deste curso e ainda da necessidade de adaptação, existe uma

iniciativa de reestruturação curricular por parte da atual gestão e coordenações envolvidas.

9 O curso Básico em Música surgiu em 1999 direcionados ao estudo em música para público iniciante, sem

necessidade de conhecimento prévio. O curso possui duração de 04 semestres ou módulos, cada um com

duas disciplinas, conta-se com aulas de linguagem musical básica e prática instrumental/canto. 10 Curso com duração média de três anos, com seleção anual através de provas de conhecimentos específicos:

teoria musical e prática no instrumento/canto/regência.

29

Como foi demonstrado, trata-se de um curso recente que demonstra interesse em desenvolver

um trabalho voltado para a formação docente, tornando aparente o interesse em aprimorar o

trabalho educacional, mesmo porque durante esses cinco anos de existência do curso já houve

pequenos ajustes e em 2008 ocorreu uma reformulação na estrutura curricular a fim de

desenvolver uma atividade que proporcionasse de forma abrangente um aproveitamento dos

estudos na formação dos futuros educadores musicais.

Além das modificações curriculares, percebe-se a necessidade de mudanças para o

desenvolvimento apropriado do modelo de Estágio atual, sabendo-se que nem todas essas

transformações serão possíveis de imediato, pois é de conhecimento de todos que esta

unidade especializada, não é independente, ela está interligada a outros departamentos da

universidade. Com isso muitas das providências serão estabelecidas a médio e longo prazo.

Os dados mostram que a dificuldade está referente à preparação da prática de ensino,

ou seja, a elaboração das propostas para o cumprimento das etapas do Estágio, os processos

de planejamento didático-metodológico, o acompanhamento juntamente com a orientação e

avaliação da prática em sala de aula.

É preciso acentuar que independente da estruturação curricular, é fundamental um

trabalho integrado entre os membros do corpo docente, a fim de investir no acompanhamento

e aplicação das orientações. Podendo ser consideradas profundas mudanças na atuação dos

professores, de forma a fortalecer a participação dos alunos de licenciatura nas instituições,

reconhecendo a importância do Estágio Supervisionado na formação dos alunos futuros

professores.

Entre as inúmeras dificuldades encontradas para a implantação deste modelo,

descrito na resolução CGM, 02/2010, está a carência de professores, que por muitas vezes

para suprir a necessidade das funções existentes na instituição, alguns possuem cargos

acumulativos.

É importante destacar Fialho (2008, p. 54), revelando a importância nos aspectos da

integração do Estágio e a responsabilidade do orientador, ao estabelecer critérios de

encaminhamento dos estudantes aos estabelecimentos de ensino, sobre a estrutura e a

presença do professor regente durante as aulas do estagiário, além de estabelecer a autonomia

do estudante com relação ao planejamento das aulas, que deveriam ser abordados antes do

início do Estágio.

30

Contudo ocorre outra dificuldade, a insuficiência de locais para a realização dos

Estágios, com professores habilitados a desenvolver a supervisão. Atualmente a EMUFRN,

não possui uma intermediação entre os estabelecimentos de ensino, entre os concedentes do

Estágio Supervisionado e a universidade, como nos casos dos agentes de integração. Embora

a EMUFRN possua uma listagem com as escolas que possuem professores especialistas, a

relação entre eles é apenas por meio dos estudantes, através de sua carta de encaminhamento,

sem conexões que possibilitem uma relação de cooperação entre as instituições, entre os

estudantes e os professores regentes.

Ainda sobre a intermediação do orientador, Fialho (2008, p. 54) expõe:

É parte das atribuições do professor orientador compartilhar com o aluno

estagiário desde sua escolha e definição do campo de estágio, do projeto e

do plano de ensino a ser desenvolvido às relações político- pedagógicas

como o campo de estágio e o acompanhamento de toda a prática pedagógico

musical.

Nesse contexto as fases do Estágio ficam comprometidas, pois em alguns casos, pela

falta de acompanhamento, não há uma preparação e nem planejamento prévio. A

descontinuidade no desenvolvimento das atividades é outro ponto de extrema atenção, mesmo

que os licenciandos estejam frequentando a segunda metade do curso, ainda assim alguns têm

pouca ou quase nenhuma experiência no campo da educação musical. Visto que alguns deles

escolhem o curso pela oportunidade de emprego, ou por serem instrumentistas e em alguns

casos nunca trabalharam ou nunca obtiveram inclinação para a docência, tornando-se

inexperientes.

Buchmann e Bellochio (2007) relatam que o Estágio é extremamente importante

para a concepção da imagem do profissional, na formação e reflexão da responsabilidade do

educador, assim sendo o orientador11, é elemento-chave para o melhor aproveitamento,

aconselhamento e resolução de problemas ressaltando como tarefa do professor orientador:

“instruir, observar, voltar a instruir ou demonstrar”.

É importante ter em mente que é de responsabilidade do professor orientador

detectar os problemas relacionados com a prática docente do estagiário e desenvolver em

conjunto um diagnóstico, promovendo uma reflexão sobre o processo de ensino e suas

abordagens, contribuindo para o melhoramento do pensamento acadêmico. Buscando ampliar

11 Este termo segundo a autora é utilizado no sentido de acompanhamento.

31

nos estagiários uma visão acerca das possibilidades do trabalho com a música, relacionando

além do trabalho em escolas especializadas, também em escola de educação básica ao qual o

curso de licenciatura plena os habilita.

Sobre a preferência de atuação dos alunos formados em música em atuar nas escolas

especializadas em detrimento da escola regular Penna (2008, p.144), diz:

[...] indica certa preferência pela prática pedagógica e pelo exercício

profissional em estabelecimentos especializados em música, em detrimento

da atuação nas escolas regulares de educação básica, onde a educação

musical poderia ter um maior alcance social.

32

3 PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA – PIBID

É possível perceber que, entre as discussões frequentemente realizadas no ambiente

acadêmico, uma das questões sempre em pauta é a formação de professores, a qual

geralmente tem demonstrado ser insuficiente, uma vez que tem se percebido em estudos que

tem propiciado uma formação ainda não adequada aos futuros docentes e, logo, tem pouco

auxiliado no trato das peculiaridades inerentes ao ato de ensinar.

Preocupados então com a qualidade da formação que tem sido oferecida aos futuros

docentes, o que em maior ou menor grau, acaba por se refletir na eficácia do ensino que se

tem atualmente e, consequentemente, com a situação real da educação básica pública, surge o

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), o qual busca promover a

construção de uma articulação entre o ensino superior e o básico por meio da contemplação de

ações didáticas que levem em consideração essas instâncias. Em face desse projeto

institucional surge também o Subprojeto de Música na UFRN:

A inclusão da Música como parte do Programa Institucional de Bolsas de

Iniciação à Docência no Rio Grande do Norte representou um passo decisivo

em direção à consolidação dessa disciplina ao contexto atual de

obrigatoriedade de ensino nas escolas públicas. A prática da Música nas

escolas tem sido sistematicamente abandonada nas últimas décadas e

iniciativas como esta, neste momento crucial, surgem como demonstração

inequívoca do interesse das instituições brasileiras em resgatar o interessante

aspecto formativo que a vivência da Música proporciona. (GUANAIS;

ARACELLE et al,2009, p. 113).

3.1 O PIBID MÚSICA UFRN

Desde a implantação da lei federal nº 11.769/2008 (Brasil, 2008), O ensino de música

nas escolas está sendo muito discutido, pois ela traz a música como conteúdo obrigatório, mas

não exclusivo, do componente curricular de Artes na Educação Básica. Mas para que a

música realmente seja eficaz nesse papel educacional, é preciso muito mais que uma lei, é

necessário que haja profissionais capacitados, conscientes da realidade escolar que

encontramos hoje nas escolas públicas e motivados a encarar esse grande desafio educacional

e também o reconhecimento por parte das secretárias estaduais e municipais de educação do

nosso estado de todo o país. Foi pensando neste déficit e dificuldades que o PIBID Música foi

elaborado tendo como principal objetivo:

33

Estimular a prática da iniciação à docência aos alunos do curso de

Licenciatura em Música da UFRN, através do trabalho em equipe com

professores de escolas públicas do município de Natal (SUBPROJETO

PIBID MÚSICA, 2007, p.2).

De acordo com o Subprojeto PIBID Música (2007), o PIBID trata a questão da

valorização da docência, principalmente na área da educação musical, a superação de

problemas encontrados durante o processo de ensino-aprendizagem através de práticas

metodológicas musicais e educacionais, como também dá início a um processo de formação

continuada aos professores de música da educação básica. O PIBID Música na UFRN tem

ainda como desafio proporcionar uma melhor educação musical buscando novas estratégias e

despertando nos alunos a consciência que a música é uma área de conhecimento acessível a

todos. Além disso, o Programa vem afirmar a importância da presença do educador musical

no processo educacional proporcionando ações que abranjam os diversos contextos da

educação básica como fala o sub projeto:

Com o poder que a música tem de associar-se pedagogicamente a outras

áreas do pensamento, torna possível visualizá-la num processo

interdisciplinar efetivo, bem mais próximo dos anseios atuais dos educadores

mais bem preparados. Entretanto, é justamente neste processo de preparação

e formação do professor que se destina a atuar no ambiente escolar público

que se torna importante proporcionar experiências reais e efetivas de

docência ao corpo discente, preferencialmente em situações verdadeiras,

onde o ensino pode ser vivenciado de forma prática e controlado

(SUBPROJETO PIBID MÚSICA, 2007, p. 2).

Nota-se que a proposta do PIBID vem de encontro com as ideias de pensadores na

área de formação em música, como se observa na fala de Souza (2002), […] se queremos uma

formação do futuro profissional condizente com a realidade que ele vai encontrar nas escolas,

teremos, certamente, que ouvir mais os cotidianos das escolas em suas multiplicidades e

ampliar os modos de articulação entre teoria/prática e Universidade/escola. (SOUZA et al.,

2002, p. 121).

As equipes são formadas por: estudantes das licenciaturas (acadêmicos), professores

das escolas públicas conveniadas (supervisores) e professores das licenciaturas

(coordenadores). Para participar do programa, cada membro da equipe recebe uma bolsa

mensal.

As propostas se dão nas diversas áreas do conhecimento, sendo que o pré-requisito

para que se possa propor um projeto de iniciação à docência é: ser instituição federal ou

estadual de ensino superior, ou instituto federal de educação, ciência e tecnologia com cursos

34

de licenciatura que apresentem avaliação satisfatória no Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Superior (Sinaes49). Os proponentes devem também ter estabelecido convênio ou

acordo de cooperação com as redes municipais e estaduais de educação básica prevendo a

participação dos bolsistas do PIBID em atividades nas escolas públicas.

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais,

A música no contexto da educação [...] vem, ao longo de sua história,

atendendo a vários objetivos, alguns dos quais alheios às questões próprias

dessa linguagem. Tem sido em muitos casos, suporte para atender a vários

propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos [...]; a

realização de comemorações relativas ao calendário de eventos do ano letivo

[...]; a memorização de conteúdos [...] traduzidos em canções. Essas canções

costumam ser acompanhadas por gestos corporais, imitados pelas crianças

de forma mecânica e estereotipada (BRASIL, 1998, p.47).

O PIBID UFRN possui esta estrutura: coordenador institucional, coordenador de

subprojeto, professor-supervisor e bolsistas, onde todos recebem bolsas financiadas pela

CAPES:

Os estudantes dos cursos de Licenciatura das diversas áreas serão inseridos

nas escolas da rede pública, durante todo um ano, acompanhando assim

todos os diferentes processos que acontecem em uma classe, diferente do

estágio que em um pequeno período de acompanhamento, desenvolvem

práticas de planejamento e metodologias, apresentando um diálogo

interdisciplinar e buscando superar os problemas encontrados no processo de

ensino-aprendizagem (CAPES 2007).

No PIBID, acontecem reuniões de planejamentos semanais, quando são pensados em

conteúdos, recursos e métodos que ajudem na melhor aplicação do assunto. Através de suas

atividades, o PIBID vem contribuindo para que os futuros professores entendam que a

construção do conhecimento se dá de várias formas, ressaltando, por exemplo, a valorização

do próximo e as diferenças entre os indivíduos, através de atividades realizadas em equipe.

Nesta perspectiva, reconhecemos que o papel da educação não é apenas transmitir o

conhecimento científico, mas formar o indivíduo enquanto ser social. No intuito de uma

atuação com novas abordagens de ensino – aprendizagem, o PIBID tem estimulado os futuros

docentes a uma importante reflexão sobre a realidade escolar, despertando no licenciando o

anseio por educar, entendendo que a educação deve contribuir para a construção do

conhecimento e formação humana dos discentes. O projeto oportuniza:

Estar em contato direto com o trabalho que é realizado por um profissional

em sala de aula durante a formação universitária é de suma importância para

a preparação profissional deste futuro professor, pois este se torna um campo

35

vasto de pesquisa e aprendizado: A oportunidade que o PIBID Música/RN

proporciona tanto aos bolsistas (universitários) quanto ao supervisor

(professor da rede pública), como também aos alunos da rede pública, de

vivenciar experiências no campo musical e educacional vai além da sala de

aula. Ele constrói laços significativos que estarão presentes na vida de todos

os envolvidos nesse processo, constituindo-se como um campo rico de

pesquisas e prática música a partir de agora passa a ser vista com outros

olhos pelo educando, pois novos conceitos foram demonstrados e

construídos com os conteúdos (Scharnovski et al, 2011, p. 6).

O PIBID vem proporcionando oportunidades de atuação dos bolsistas na realidade

docente, inclusive na formulação de que possa ser realizados com materiais alternativos, o que

garante, por exemplo, aulas práticas em escolas que possuem poucos recursos, tendo como

foco correlacionar a teoria com o cotidiano a fim de facilitar a aprendizagem dos conteúdos.

Estar em contato direto com o trabalho que é realizado por um profissional em sala de

aula durante a formação universitária é de suma importância para a preparação profissional

deste futuro professor, pois este se torna um campo vasto de pesquisa e aprendizado

(NASCIMENTO. 2011).

Em vista que o PIBID objetiva contribuir com a formação dos futuros professores,

numa perspectiva de iniciação à docência, o mesmo vem dando subsídios necessários para

uma formação crítica e reflexiva sobre a atuação da profissão a fim de estimular novas

metodologias de ensino-aprendizagem. Então, reconhecemos que o PIBID propõe a nós

futuros professores uma nova visão sobre a escola, nos preparando para nos adaptar, recriar e

transformar diante das mudanças sócio-econômica-política-cultural impostas pela e na

sociedade no decorrer do tempo.

Participar de um projeto de iniciação à docência é uma oportunidade de, ao vivenciar a

dinâmica da escola pública, conhecer sua realidade e adquirir subsídios que deem apoio às

suas práticas. (MELSBACH et al, 2010, p. 4338).

A interação com o grupo proporcionou aos alunos a percepção de que suas

dificuldades não são exclusivas, o que os levou a compartilhar experiências com os colegas

resultando no desenvolvimento de sua reflexão, contextualização, iniciativa e autonomia. Os

alunos se tornaram mais responsáveis e solidários, percebendo que para o grupo o importante

é ter uma unidade.

No trabalho desenvolvido até o presente momento, observou-se um crescente

comprometimento dos licenciandos com a dinâmica da sala de aula, onde os mesmos

intervieram mediante planejamento e sistematização de atividades voltadas aos conteúdos

36

propostos. A cada nova aula, planejamento, reflexão e sistematização da prática se tornam

cada vez mais autônomos e assertivos, demonstrando crescimento, maturidade e

responsabilidade para com sua formação e qualidade da educação que ministram.

Percebe-se então que a possibilidade de estar presente numa sala de aula da educação

básica pública permitiu aos acadêmicos conhecer a realidade, interagir com a mesma, refletir

sobre a prática neste contexto permitindo-lhes fazer links com os preceitos teóricos estudados

na academia e a prática, proporcionando-lhes a possibilidade de desenvolver estratégias para

que pudessem oferecer um ensino de qualidade no contexto em que estavam inseridos.

Resumindo, pode-se afirmar que:

O PIBID se constitui num marco regulatório com forte característica de ação

estratégica criado para enfrentar a questão da melhoria do ensino nas escolas públicas,

especificamente nas que apresentam desempenho além do esperado;

O PIBID carreia uma marcante característica articuladora entre os envolvidos na

questão da qualidade da educação, ou seja, as secretarias de educação e as universidades;

Os princípios que regem o PIBID são o fortalecimento da escola pública e a crença de

que os problemas da qualidade da educação não podem ser resolvidos isoladamente,

mas só sob a égide da cooperação;

E a crença na capacidade das políticas públicas podem se constituir em forças

estratégicas ao encetarem ações indutoras no enfrentamento de problemas e questões

educacionais.

Incentivo na construção de artigos para publicações a partir da vivência em sala.

O PIBID é um construtor de conhecimento, no qual o futuro professor tem

oportunidades de aperfeiçoar e construir o seu “Eu” educador, uma realidade nova e podemos

dizer até renovadora, pois acreditamos que se quebra um vaso e outro é moldado.

4 QUESTIONÁRIO COM ALUNOS DA LICENCIATURA EM MÚSICA

Diante de minha auto avaliação, onde percebi meus principais despreparos, em relação

as experiências vividas neste ano, desenvolvi um questionário, com o objetivo de investigar se

mesmo com as mudanças ocorridas na estrutura curricular do nosso curso de licenciatura em

música, se meus colegas tem as mesmas dificuldades que eu tive, ou se estas deficiências que

percebi já estão sendo melhoradas, se meus colegas estão sendo melhor preparados, quais suas

dúvidas, seus anseios, suas auto avaliações, o que ainda precisa melhorar.

37

Neste capítulo apresentaremos os resultados obtidos nas entrevistas12 escrita feita com

vinte alunos da licenciatura em música da UFRN, de diversos períodos. Infelizmente várias

pessoas deixaram de responder; nele foi perguntado sobre expectativas, ingresso,

experiências, vivências, opiniões, entre outros pontos importantes que foram citados no

decorre deste artigo, vale frisar, que o intuito deste questionário é apenas de sondagem, sem

objetivos de conclusões maiores.

Na questão um, perguntamos da experiência de cada um antes do ingresso na

graduação, e todos os que responderam começaram o contato com música ainda na infância,

em bandas de música de suas cidades ou nos grupos musicais da Igreja que frequentavam o

que nos faz concluir que estes dois contextos, ainda são a nascente dos músicos que seguem

carreira musical, seja de instrumento ou educação musical.

Na segunda e a terceira questão, perguntamos se ouviram falar sobre a Lei 11.769

antes de ingressar na graduação, apenas uma pessoa respondeu que conheceu antes da

graduação, todas as outras responderam que ouviram sobre ela já na graduação, e o que

realmente ela iria mudar, 60 % dos pesquisados responderam que só souberam nas primeiras

disciplinas que cursaram, o que confirma as nossas pesquisas, que relata que os alunos da

licenciatura em música, em sua maioria só descobre sobre esta Lei, ao entrar na graduação.

Na quarta questão, uma pergunta objetiva, 90% afirmaram que ao ingressar na

licenciatura, objetivavam serem professores de música, e não mudou o objetivo no decorrer

do curso, só se confirmou, esta foi à pergunta da quinta questão.

Na questão seis, perguntamos se conheciam a realidade das escolas públicas

atualmente, a fim de saber se todos tem noção nos déficit e momentos delicados que

encontramos em um ambiente escolar da rede pública, as respostas se dividiram entre que

conhecem por ter estudado em escolas públicas e em terem tido já no estágio, o que nos faz

concluir que a maioria dos estudantes de licenciatura, realmente só tem contato com a sala de

aula da rede pública de ensino nos estágios, e que apenas esta experiência é pouca para formar

um bom profissional, ou pelo menos lhe dar noções de possíveis realidades que possa

encontrar e como pode trabalhar.

Na questão sete, perguntamos se sentem preparados pela graduação para atuar em

qualquer nível de ensino, desde a educação infantil até o ensino médio, a maioria respondeu

que sentem que conseguem, os outros se dividiram entre as outras respostas, inclusive

descreveram como nesta resposta: “Acredito estar preparado, mas, muito do que usarei lá será

12 Seguem nos apêndices

38

por esforço meu e resultado de minhas pesquisas (...)”. No que nos faz pensar que embora

sem muito conteúdo apresentado pela graduação, teremos profissionais que se sentem

capacitados a enfrentar desafios e atuar mesmo em meio a dificuldades, com isso, concluímos

que temos formados profissionais comprometidos com o magistério.

A questão oito, sendo esta objetiva na qual perguntamos se ao se formar se propunham

a atuar em que área especifica 60% responderam que gostariam de atuar na educação básica,

sendo esta pública ou privada, 20% apenas em escolas especificas de música e outros 20% em

ambos os contextos.

Nesta nona questão, sendo ela subjetivas, todos responderam com inúmeros receios e

dúvidas, mas de uma forma geral concluímos que não se sentem preparados pela graduação

para atuar em todas as áreas de ensino tradicionais, e as situações nelas existentes, e por isso

cabe ao profissional buscar soluções alternativas, e que a experiência em como lidar em tais

situações terá de ser adquirida na prática do dia a dia em sala de aula mesmo, uma das

preocupações que relatamos aqui neste artigo.

Na questão dez, perguntamos o que achavam sobre a carga horária dos estágios

supervisionados e das atividades orientadas, se dividiram entre a as letras a) Sim, acho

pertinentes, porém, acredito que deveria ter melhorias; b) Não acho pertinentes, pois acredito

que essas quantidades de horas poderiam ser transformadas em outras atividades de prática e

vivências. c) Não acho pertinentes, pois são muitas horas que nos dão uma experiência

superficial, porém, a maioria acredita que a são pertinentes, mas devem ser melhoradas.

A questão onze, de forma muito aberta, pedimos para citarem pontos em que a

licenciatura em música poderia ser melhorada, e nos surpreendemos com a quantidade de

pontos, sendo que quase todos citaram a melhoria nas práticas e vivência na sala de aula, a

carga horária dos estágios e atividades orientadas e também:

Harmonia

Construção de arranjos

Voz

Educação musical inclusiva

Especialidade no instrumento na licenciatura

Mais atenção da coordenação para a formação do professor de música

Incentivos à dedicação dos alunos e a pesquisas

Horário de ofertas de disciplinas

39

Com este pequeno levantamento, concluímos que muito do que falamos aqui, sobre a

junção de teoria e prática, e uma melhor formação deste profissional foi confirmado mesmo

com poucos entrevistados, necessitamos de mais vivências e trabalhos que dialoguem com o

presente da educação no nosso País e no nosso Estado, tentar entrar mais nas questões psico -

educacionais, buscar estratégias para que a nossa disciplina seja um diferencial na formação

dos alunos e acrescente valorosamente em seus conhecimentos, usando e abusando da

interdisciplinaridade que a música possibilita. Entretanto, pode se dizer que ainda é cedo para

se tomar conclusos maiores.

O que já podemos diagnosticar que o curso tem vários pontos interessantes para ser

melhorado, mas o ponto principal aqui é a formação de professores, e o que temos visto com

as respostas dos alunos é que o curso precisa de melhorias em conteúdos práticos, ou seja,

vivências, conteúdos diversos para diversos contextos, que os alunos possam saber as

possíveis realidades que irá encontrar em sala de aulas, nisso inclui saber como se organiza a

escola, é o que o apoio pedagógico, o coordenação, a direção, o grémio, coordenadora geral, a

psicopedagoga, para que serve o projeto político pedagógico da escola e porque ele deve

segui-lo, e porque tudo isso pode fazer o diferencial na sua atuação em sala de aula.

Tardif apresenta duas reflexões significativas sobre o saber do professor, o que

aproxima as ideias que estávamos falando com o resultado de nossas entrevistas Segundo ele:

[…] o saber não é uma coisa que flutua no espaço: o saber dos professores é

o saber deles e está relacionado com a pessoa e a identidade deles, com a sua

experiência de vida e com a sua história profissional, com as suas relações

com os alunos em sala de aula e com os outros atores na escola, etc.

(TARDIF, 2002, p.11).

E, mais adiante, continua o autor afirmando que:

[…] embora os professores utilizem diferentes saberes, essa utilização se dá

em função de seu trabalho e das situações, condicionamentos e recursos

ligados a esse trabalho […] as relações dos professores com os saberes

nunca são relações estritamente cognitivas: são relações mediadas pelo

trabalho que lhes fornece princípios para enfrentar e solucionar situações

cotidianas (TARDIF, 2002, p.17).

Então, concluímos em nossa pesquisa, que apenas quando estivermos em sala de

aula, com nossos alunos, é que realmente desenvolveremos a maturidade, e assim adquirirmos

nossa própria experiência, levando em consideração tudo que vimos aqui nesta monografia, a

Universidade nos das bases e ferramentas, mas que são poucas, pois a realidade da educação

40

no Brasil vai além dos livros, e passa pelo lado humano de cada um de nós. Ser um educador

exige os mais complexos dons: paciência, perseverança, audácia, coragem, paixão,

investigação, comprometimento, sonhos, e amor, amor à profissão, por poder construir e

acrescentar na vida dos outros. Sejamos comprometidos, busquemos sempre conhecer nossos

alunos, seu meio, suas dificuldades e agir a partir daí, pensando em sua evolução e

crescimento.

41

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tudo o que aqui foi visto, podemos refletir sobre a formação docente de

inúmeras maneiras, no entanto, neste presente trabalho apenas buscamos sondar sobre tal

assunto tão discutido. Pensamos que tomar um posicionamento a favor ou contra um ponto de

vista não nos ajudaria a entender melhor o que seria está melhor formação que tanto

buscamos, ou seja, com uma maior aproximação com a prática, do cotidiano escolar, da

realidade seja ela pública ou privada. Nosso objetivo aqui era que cada um pensasse em si

como um formador de pessoas, de cidadãos, e como a música poderia ser um bom meio para

isso.

Antes do ingresso na licenciatura, temos uma visão diferente do campo de atuação do

professor de música, só depois descobrimos que este é vasto e de inúmeras possibilidades.

Contudo, a expectativa do aluno ingressante é de atuar em escolas técnicas na formação de

instrumentistas, e descobre ao ingressar no curso outros caminhos de atuação e o principal é

na educação básica. E curiosamente só ficam sabendo da existência da Lei na graduação.

Atualmente, a boa formação de educadores é complexa. Na graduação ainda

percebemos alguma dicotomia entre a teoria e a prática, temos muitos debates, diálogos

temáticos, leituras e reflexão de texto e de pensadores e exposição de métodos e

metodologias. A parte prática é mínima e acontece no fim do curso nos estágios e ainda assim

não abrangemos uma boa prática, temos observações inconclusivas e ministrações com pouca

influência em caráter formativo, pois só colocando toda essa fundamentação na prática é que

teremos o diferencial para o êxito profissional.

O resgate do professor como pesquisador, tendo como aspecto positivo e produtivo a

partir das experiências de formação bem como o dar visibilidade a essas experiências, E a

possibilidade de uma formação com qualidade, a partir da produção e divulgação de

conhecimentos pela discussão das teorias de ensinar abrindo o espaço necessário para

invenção, desenvolvimento e teste de metodologias do ensino. O Estágio Supervisionado

juntamente com o PIBID, vem a contribuir de forma significativa em nossa formação

enquanto professores, pois ambos nos inserem no ambiente escolar das mais diversas

maneiras, um tende a completar o déficit do outro. Sejam elas a partir da observação das

aulas, a regência de sala, as oficinas, o convívio com alunos, professores, direção e

funcionários.

42

[...] que o licenciando perca o receio de atuar na educação básica, fazendo-se

necessária uma formação que lhe proporcione ferramentas para uma atuação

consciente e crítica neste contexto (MELSBACH et al, 2010, p. 4338).

O reconhecimento do trabalho dos professores tanto da perspectiva acadêmica quanto

financeira incentiva e contribui significativamente para a melhoria da qualidade da Educação

no Brasil, atendendo dessa forma, ao espírito que rege a legislação vigente. A luta pela

ampliação de vagas nesse Programa deve ser, pois, uma bandeira a ser desfraldada com uma

veemência cada vez maior enquanto batalha pela garantia de políticas públicas que melhorem

a formação dos professores. Então:

Posicionamo-nos em defesa da escola democrática que humanize e assegure

a aprendizagem. Uma escola que veja o estudante em seu desenvolvimento –

criança, adolescente e jovem em crescimento psicossocial; que considere

seus interesses e de seus pais, suas necessidades e suas potencialidades, seus

conhecimentos e sua cultura. Deste modo, necessitamos da construção de um

projeto social que não somente ofereça informações, mas que de fato,

construa conhecimentos, elabore conceitos e possibilite a todos o aprender,

descaracterizando, finamente os lugares perpetuados na educação brasileira

de êxito de uns e fracasso de muitos. (MEC, indagações sobre o currículo.)

Contudo, temos acreditado que se faz necessário assumir um compromisso com

melhorias na formação docente nos cursos de licenciatura, nos que diz respeito à aproximação

com a vivência da sala de aula regular através de uma construção coletiva entre todos.

Dinamizar os atuais projetos pedagógicos, para oferecer uma formação que responda

exigências e demandas atuais, a qual o PIBID possa ser um exemplo de campo de

conhecimento para o desenvolvimento profissional do professor.

Então, podemos concluir muitas coisas, mas queremos deixar esta provocação aos

nossos colegas, sem críticas e sem censurar ninguém, mas pensemos: que profissionais nós

somos, qual é a importância de nós, como educadores que chegamos à sala de aula com uma

tarefa absolutamente difícil: o que podemos ser ou fazer poderá ajudar mudar e transformar a

vida de alguém.

43

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45

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APÊNDICE A - Questionário

46

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM MÚSICA

ESCOLA DE MÚSICA

QUESTIONÁRIO REFERENTE A UMA PESQUISA SOBRE O CURSO DE

LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFRN

PERÍODO__________________

1) Em poucas palavras, fale um pouco sobre sua experiência na música até ingressar no

curso de licenciatura.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2) Ao ingressar no curso de licenciatura em música, já conhecia a Lei 11.769, que torna a

música conteúdo obrigatório mas não excludente no ensino regular?

a) Sim, tinha ouvido falar por amigos que já faziam graduação.

b) Sim, já atuava como professor de música e por esta em contato com o meio a

conheci.

c) Não, apenas na graduação.

d) Outros:____________________________________________________________

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3) Como e quando a conheceu e soube o que realmente ela iria mudar?

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4) Qual era seu objetivo ao ingressar na licenciatura em música?

a) Ser um(a) professor(a) de música

b) Fazer um curso superior.

c) Continuar estudando música.

d) Ser um bom musicista.

e) Fiz sem saber bem o que eu queria.

5) Seu objetivo mudou? Caso positivo, justifique.

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6) Você conhece a realidade das escolas públicas da educação básica?

a) Sim, já tive experiência no estágio supervisionado apenas.

b) Sim, já tive experiência de atuar em uma escola da rede pública de ensino.

c) Sim, de ouvir falar apenas.

d) Sim, estudei em escola pública.

e) Não conheço.

7) A educação básica, que vai desde a educação infantil e os dois níveis do ensino

fundamental e o ensino médio, hoje, na maioria dos contextos, principalmente o

privado, possui aulas de música, você acha que tem sido preparado para atuar com

êxito em qualquer series destes ensinos?

a) Sim, me sinto bem preparado pela graduação.

b) Sim, sinto que consigo atuar.

c) Não me acho preparado.

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d) Outros.

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8) Ao se formar, pretendente atuar em sala de aula do ensino básico ou em escolas

especificas de música? Por quê?

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9) A crescente violência no ambiente escolar, tem crescido em larga escala nos últimos

anos, e vários casos tem acontecendo no Brasil, e este é mais um motivo que tem

dificultado a atuação do educador em sala de aula, você acredita que como

profissional saberá lidar com esses índices entre outros de caráter social, apenas com

experiência adquirida na graduação? Justifique.

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10) Você acredita que tanto os quatro estágios, somando 400 horas quanto as quatro

atividades orientadas, somando 400 horas, todas essas horas são pertinentes, ou

poderia ser melhor pensada para melhorias de conteúdo em nossa estrutura curricular

na licenciatura em música?

a) Sim, acho pertinentes, e não devem ser alteradas.

b) Sim, acho pertinentes, porém, acredito que deveria ter melhorias.

c) Não acho pertinentes, pois acredito que essa quantidades de horas poderiam se

transformada em outras atividades de prática e vivências.

d) Não acho pertinentes pois são muitas horas que nos dão uma experiência

superficial.

11) Na sua opinião, o que acredita que poderia ser melhorado na licenciatura em música?

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