UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · ii maria josÉ de britto costa fernandes tuberculose...
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · ii maria josÉ de britto costa fernandes tuberculose...
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE NÍVEL: DOUTORADO
MARIA JOSÉ DE BRITTO COSTA FERNANDES
TUBERCULOSE ASSOCIADA À AIDS:
ANÁLISE ESPACIAL E TEMPORAL DOS COINFECTADOS, NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL (2001-2011)
NATAL/RN 2017
ii
MARIA JOSÉ DE BRITTO COSTA FERNANDES
TUBERCULOSE ASSOCIADA À AIDS: ANÁLISE ESPACIAL E TEMPORAL DOS COINFECTADOS, NO
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL (2001-2011).
Tese apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências da
Saúde da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como requisito
para a obtenção do título de Doutor
em Ciências da Saúde.
Orientadora: Profa. Drª. Iris do Céu Clara Costa
Co-orientadora: Profa. Drª. Eveline Pípolo Milan
NATAL/RN
2017
iii
iv
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
NÍVEL: DOUTORADO
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Profo. Dr. Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito.
MARIA JOSÉ DE BRITTO COSTA FERNANDES
v
TUBERCULOSE ASSOCIADA À AIDS:
INCIDÊNCIA E PERFIL DOS CO-INFECTADOS, NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL (2001-2011).
Presidente da Banca: Profa. Dra. Iris do Céu Clara Costa
BANCA EXAMINADORA
______________________________________ Profa. Drª. Iris do Céu Clara Costa
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde/UFRN Orientadora
_____________________________________________ Prof. Dr. Dyego Leandro Bezerra de Souza
Departamento de de Saúde Coletiva/UFRN – Membro Interno à Instituição
________________________________________________________ Profa. Dra. Flávia Christiane de Azevedo Machado
Departamento de Saúde Coletiva/UFRN – Membro Interno à Instituição
___________________________________________ Profa. Dra. Maria do Carmo Eulálio
Departamento de Psicologia/UEPB – Membro Externo à Instituição
__________________________________________________ Profa. Dra. Daniela Mendes da Veiga Pessoa
Departamento de Odontologia/UERN – Membro Externo à Instituição
vi
DEDICATÓRIA
Ao todo criador, DEUS, que está acima de todas as coisas deste mundo.
Concebendo sempre os nossos desejos e vontades, mesmo quando de forma
oculta. Nossa força maior. Nossa perseverança ainda que nos momentos mais
difíceis.
Ao Mestre dos Mestres, “JESUS”, único Mestre cujos discípulos nunca
saem de sua presença.
Autor desconhecido.
vii
EPÍGRAFE
“Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria,
nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se
gloriar, glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor e faço
misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz o
Senhor”.
(Jer. 9:23-24)
viii
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora Professora Dra. Iris do Céu Clara Costa todo o meu
reconhecimento pela confiança, carinho, amizade e abertura em me acolher.
Ao Monsenhor Pedro Ferreira da Costa, pela solicitude na correção desse
trabalho, meu muito obrigada.
A todos que fazem o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde,
especialmente ao Coordenador Profo. Dr. Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito,
pelo apoio, ajuda e compreensão em todo o desenrolar deste trabalho.
Às colegas, Fábia Barbosa de Andrade, Isabelle Ribeiro Barbosa e Carla
Rodrigues de Lima Silva pelo apoio, muito obrigada.
A todos que fazem a Secretaria de Saúde Publica do Estado do Rio Grande do
Norte, Natal, em especial Aparecida (Cida), pelo acolhimento e prontidão no
acesso aos dados utilizados nesse trabalho.
Aos meus pais Francisco Alves da Costa “in memoriam” e Ana de Britto Costa
“in memoriam” pelos exemplos de Fé, honestidade, apoio, perseverança e
incentivo, durante todas as etapas de minha vida.
Aos meus filhos Izolda de Britto Costa Fernandes, Izabelita de Britto Costa
Fernandes, Haroldo Costa Fernandes Filho e aos meus netos Heitor Lobato
Fernandes e Luiza Fernandes Bezerra, cuja existência é fonte constante de
aprendizagem, de inspiração e amor. Ao meu genro Júnior Lobato e à minha
nora Annallú Guilherme por me concederem tão belos netos.
ix
Ao meu esposo, Haroldo Costa Fernandes, pela paciência, compreensão,
carinho na caminhada e nas horas difíceis, com seu apoio e sua incondicional
ajuda.
Às minhas irmães Terezinha, Ana Maria (Bibi), Rita e Maria Lúcia pelas
orações.
À minha sobrinha Ana Mônica pelo apoio durante a minha qualificação.
Ao Hospital Giselda Trigueiro (HGT) e à Profa. Eveline Pipolo Milan quando
dos passos iniciais na construção desse trabalho.
À colega Maria Celeste Nunes de Melo, com quem divido sala no
Departamento de Microbiologia e Parasitologia/UFRN, pela leitura do meu
trabalho de qualificação mesmo não sendo sua área de formação.
A todos os meus alunos bolsistas, voluntários, que cooperaram com este
trabalho.
A todos que, de alguma maneira, contribuíram para a elaboração desse
trabalho.
Muito obrigada!
x
RESUMO
A sinergia entre a tuberculose e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) vem
causando grande impacto na epidemiologia da tuberculose nas Américas, seja
em países desenvolvidos ou naqueles em desenvolvimento, configurando um
problema emergente em todo o continente. A coinfecção pelo Micobacterium
tuberculosis e o HIV vem sendo estuda em vários países, onde as duas
infecções representam importantes problemas de saúde pública. A infecção
pelo HIV pode ser considerada, um dos principais fatores de risco que faz com
que um indivíduo com tuberculose latente (TBL) desenvolva a tuberculose
ativa. Este trabalho teve como objetivo analisar o padrão da variação espacial
da incidência de tuberculose (TB) e sua coinfecção com HIV no estado do Rio
Grande do Norte (RN), no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2011. A
população de estudo constitui-se de todos os casos de TB e da co-infecção
TB/HIV ocorridos no Estado do Rio Grande do Norte, notificados no banco de
dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-MS) no
perído analisado. Para uma análise temporal mais consistente, foram
construídos mapas considerando o triênio 2001 – 2003 e os quadriênios 2004 –
2007 e 2008 – 2011. Informações sócio demográficas foram obtidas com base
no censo 2010 – IBGE em nível de município. Com relação a análise
estatística, utilizou-se ferramentas SIG usando o software QGIS versão 2.0.1
Dufour (www.qgis.org), técnicas de análise estatística espacial para dados de
áreas usando o software R-System, versão 2.15.0 (www.r-project.gov), além do
SPSS, versão 18. A forma padrão de apresentação de dados de área foi feita
por meio de mapas temáticos referentes à taxa de incidência (TI), permitindo
observar o padrão de variação espacial. Constatou-se uma variação temporal
com tendência ascendente da coinfecção TB/HIV, com uma maior incidência
na faixa etária de 20 a 49 anos, seguida da faixa etária ≥ 50 anos, a forma
pulmonar a mais frequente, com predominância no sexo masculino. Espera-se,
que esse estudo possa contribuir com indicadores que ajudem melhorar o
direcionamento dos recursos na rotina do tratamento dos coinfectados no
Estado do Rio Grande do Norte, Brasil.
PALAVRAS CHAVE: Epidemiologia; Incidência; Tuberculose; AIDS;
Coinfecção.
xi
ABSTRACT
The synergy between tuberculosis and human immunodeficiency virus (HIV)
has been causing great impact on the epidemiology of tuberculosis in the
Americas, whether in developed countries or those in development, setting up
an emerging problem across the continent. The co-infection by the Micobacterium
tuberculosis and HIV has been studied in several countries, where the two
infections represent important problem of public health. HIV infection can be
considered one of the main risk factors that makes a person with latent
tuberculosis (TBL) develop active tuberculosis. This work had as objective
analyze the pattern of spatial variation in the incidence of tuberculosis (TB) and
HIV co-infection your in the State of Rio Grande do Norte (RN), from January
2001 to December 2011. The study population consists of all cases of TB and
TB/HIV co-infection occurred in the State of Rio Grande do Norte, reported in
the database of the information system of reportable diseases (SINAN-MS) in
the period analyzed. For a more consistent temporal analysis, maps were
constructed considering the triennium 2001-2003 and 2004-2007 quadrennium
and 2008-2011. Social and demographic information were obtained based on
the 2010 census – IBGE municipality level. With respect to statistical analysis,
we used GIS tools using QGIS version 2.0.1 software Dufour (www.qgis.org),
spatial statistical analysis techniques to data of areas using the R-System
software, version 2.15.0 (www.r-project.gov ), in addition to the SPSS, version
18. The standard way of presenting data from the area was made by using
thematic maps concerning the incidence rate (TI), allowing you to see the
pattern of spatial variation. It has a temporal variation with upward trend of co-
infection TB/HIV, with a higher incidence in the age group of 20 to 49 years,
followed by the age group 50 years ≥, the most frequent pulmonary, with
predominance in males. It is expected, that this study can contribute to
indicators, which help improve the targeting of resources in the routine
treatment of Coinfected in the State of Rio Grande do Norte, Brazil.
KEY WORDS: Epidemiology; Incidence; Tuberculosis; AIDS; Coinfection.
xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIDS
CIC
Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida
Congresso de Iniciação Científica
CCS Centro de Ciências da Saúde
CD4+ Célula T CD4
+. Efetora
CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças
DNA Àcido desoxirribonucleico
H Isoniazida
HGT Hospital Giselda Trigueiro
HIV
IBGE
Virus da Imunodeficiência Humana
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH Indice de Desenvolvimento Humano
MDR Multidroga Resistente
MR Multiresistente
MS Ministério da Saúde
NAN Núcleo de Agravos Notificáveis
NTSS Sistema Nacional de Vigilância da Tuberculose
OMS Organização Mundial de Saúde
PDS Plano de Desenvolvimento Social
PDS-MS Plano de Desenvolvimento Sanitário – Ministério da Saúde
R Rifampicina
RN Rio Grande do Norte
SAR
SESAP
Espacial auto-regressivo
Secretária Estadual de Saúde Pública
SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SMS Secretária Municipal de Saúde
SUS Sistema Único de Saúde
TB Tuberculose
TB XDR Tuberculose Extensamente Resistente
TBL Tuberculose Latente
TBMR
TCC
Tuberculose Multirresistente
Trabalho de Conclusão de Curso
TI Taxa de incidência
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
US$ Dólar
xiii
LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS
Quadro 1. Estatísticas da Incidência TB e TB x Aids no RN no período
2001 a 2011
54
Quadro 2. Os 5% dos municípios do RN com maior taxa de incidência
de TB por 100.000, segundo o período observado.
54
Quadro 3. Os 5% dos municípios do RN com maior taxa de incidência
de co-infecção TBxAIDS por 100.000, segundo o período
observado.
55
Quadro 4. Modelos lineares espaciais tendo como resposta a
incidência de Tuberculose no período 2001 - 2011 e como
explicativa variáveis sócio-econômicas (Censo 2010 –
IBGE)
56
Tabela 1. Correlação espacial (I-Moran) segundo o período e a
doença.
57
Tabela 2. Ajuste de modelos lineares espaciais tendo como resposta
a incidência de co-infecção TBxAIDS e como explicativa a
incidência de TB, segundo o período analisado.
57
Figura 1. Distribuição Espacial da incidência de tuberculose (TB) por
100.000 hab. no RN. (a) Índice global no período 2001 a
2011; (b) Índice no triênio 2001 a 2003; (c) Índice no
quadriênio 2004 a 2007; (d) Índice no quadriênio 2008 a
2011.
58
Figura 2. Distribuição Espacial da incidência de co-infecção TB e
AIDS por 100.000 hab.no RN. (a) Índice global no período
2001 a 2011; (b) Índice no triênio 2001 a 2003; (c) Índice no
quadriênio 2004 a 2007; (d) Índice no quadriênio 2008 a
2011.
58
xiv
Sumário
Páginas
Dedicatória vi
Epígrafe vii
Agradecimentos viii
Resumo x
Abstract xi
Lista de Abreviaturas e siglas xii
Lista de Figuras, quadros e tabelas xiv
1 Introdução 17
2 Justificativa 22
3 Objetivos 24
3.1 Objetivo Geral 24
3.2 Objetivos Especificos 24
4 Métodos 25
4.1 Tipos de estudo 25
4.2 Área e população de estudo 25
4.3 Análise estatística 26
4.4 Mapas temáticos 27
4.5 Estimador bayesiano empírico local 27
4.6 Matrizes de proximidade espacial 27
4.7 Associação espacial global 27
4.8 Correlograma 28
4.9 Diagramas de dispersão de Moran 28
4.10 Modelos espacial auto-regressivo misto (Spatial Autoregressive
– SAR)
29
5 Artigos Produzidos 31
5.1 Artigo1 - Coinfecção tuberculose-HIV no Estado do Rio Grande do
Norte: análise da tendência temporal no período de 2001 a 2011.
31
5.2 Artigo 2 - Agregação Espacial da coinfecção TBXAIDS no Estado do
Rio Grande do Norte, Brasil – entre 2001 a 2011.
45
5.3 Artigo 3 – Associação entre co-infecção (TB/AIDS) e a incidência de
tuberculose nos municípios do estado do RN, 2001 a 2011.
45
xv
6 Comentários, Criticas e Sugestões 46
7 Referências 48
8 Apêndice 53
9 Anexos 60
1 INTRODUÇÃO
A tuberculose (TB) é uma das patologias mais conhecida da
humanidade, sempre esperando condições favoráveis para florescer1.
Conhecida há milhares de anos, a tuberculose é uma das doenças infecciosas
que mais mortes tem causado em todo o mundo e representa hoje um grande
desafio em várias regiões2. Esta infecção apresenta uma taxa de incidência
global de cerca de 0,4% ao ano. Estima-se que 1/3 da população mundial
esteja infectada pelo Mycobacterium tuberculosis, e, que cerca de 95% dos
casos e 98% dos óbitos por TB ocorram em países em desenvolvimento3. Nas
Américas, a disseminação iniciou após a colonização, com a vinda de
imigrantes europeus4,5.
Nos dias atuais é considerada um grave problema de saúde pública,
sendo a principal causa mundial de morte por um único agente infeccioso6. A
TB é, também, exemplo clássico de produção social de enfermidade. Está
associada a determinantes socioeconômicos como desnutrição e deficiência de
micronutrientes7; aumento dos casos de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência
Humana Adquirida); má distribuição de renda e pobreza; precárias condições
de vida, trabalho, transporte e habitação; difícil acesso a serviços de saúde e
processo de urbanização acelerado8,9. Apresenta ainda como fatores de
vulnerabilidade, o alcoolismo e o baixo índice de desenvolvimento humano
(IDH)10,11.
Segundo dados divulgados pela OMS, em 2010 foram diagnosticados e
notificados 6,2 milhões de casos de tuberculose no mundo, sendo 5,4 milhões
de casos novos, equivalentes a 65% dos casos estimados para o mesmo ano.
A Índia e a China representam 40% dos casos notificados, e o Brasil está entre
os 22 países que concentram 82% dos casos de tuberculose no mundo. Em
2001, a incidência no Brasil foi de 42,8 casos para cada grupo de 100 mil
habitantes e caiu para 36,0 no ano de 2011, o que significa uma queda de 15,9
pontos percentuais na última década. A taxa de mortalidade que era 3,1 (2001)
óbitos para cada grupo de 100mil habitantes foi reduzida para 2,4 em 2010,
uma queda de 22,6% nos últimos 10 anos. Observou-se também, em 2010,
uma evolução positiva nas taxas de sucesso terapêutico (77,8%) e de
abandono (12%) que, em 2005, eram respectivamente 65% e 17,8%12. Já o
18
Estado do Rio Grande do Norte notificou 1270 casos de tuberculose com 53
óbitos, em 2011, tendo uma taxa de incidência de 33,7/100 mil habitantes. Para
o Ministério da Saúde, a situação do Rio Grande do Norte é relativamente
confortável. No mundo inteiro, as taxas de mortalidade (excluindo-se as mortes
em portadores do vírus HIV) caíram para cerca de um terço dos níveis de 20
anos atrás, e as previsões atuais sugerem que a meta de 50% de redução (na
incidência da doença) até 2050 seja cumprida nos países que concentram o
maior número de casos, diz a OMS. No entanto, ressalta que é necessário
mais US$ 1 bilhão para enfrentar a doença, além de esforços para financiar o
combate as variações resistentes a medicamentos. No caso brasileiro, ainda de
acordo com relatório, o declínio da doença tem sido significativo e sustentado
nos últimos 20 anos. Em 1990, o país registrava mais de 80 casos a cada 100
mil habitantes, esse número caiu para cerca de 40 em 2010, devido em parte,
aos avanços em países como, Brasil e China12.
Aproximadamente, 66% dos casos de tuberculose notificados são do
sexo masculino. Para os homens, a doença é mais frequente na faixa etária
entre 25 a 34 anos e a maior taxa de incidência ocorre na faixa entre 45 a 54
anos de idade. Para o sexo feminino, tanto o volume de casos quanto a taxa de
incidência são maiores entre os 25 e 34 anos de idade. Embora a taxa de
incidência seja pequena nos menores de um ano de idade, ela ainda é maior
do que na faixa etária entre um a quatro anos13.
O surgimento da epidemia pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana)
teve um grande impacto sobre a tuberculose, tanto em países
subdesenvolvidos quanto em países do primeiro mundo. O HIV é um retrovírus
humano, pertencente à família Retroviridae do gênero Lentivírus14. São
conhecidos dois tipos do HIV: o HIV-1 que é prevalente no Brasil e no mundo, e
o HIV-2 com maior prevalência na África. Tal vírus penetra no organismo do
hospedeiro e por características muito particulares incorpora-se ao seu DNA.
Ele infecta particularmente linfócitos T auxiliares, os quais expressam em suas
células a molécula CD4+
que atua como molécula receptora15 e outros co-
receptores como a molécula CCR5 e CXCR416. Por intermédio destes
receptores de superfície, o HIV infecta também macrófagos, células
dendríticas, células do aparelho respiratório, sistema nervoso central e células
epiteliais entre outras17, perpetuando, dessa forma, seu ciclo biológico.
19
Segue a esse evento, um longo e silencioso período em que ocorre
depleção de linfócitos CD4+
que, em indivíduos normais ou recém infectados,
estão em torno de 800-1.000 células/mm3. A diminuição efetiva destas células
é um marcador de progressão da infecção18. Esse declínio de linfócitos ao
longo dos anos determina estágios imunologicamente distintos nos indivíduos
com infecção pelo HIV, até o desenvolvimento da AIDS, situação que pode
levar um maior tempo para ocorrer nos indivíduos classificados como
progressores lentos19. No momento em que o sistema imunológico começa a
ficar comprometido, surgem as doenças oportunistas, entre as quais está a
tuberculose, como a mais importante entre os pacientes com AIDS20.
Segundo Garcia et al., (1994)21, por sua característica de alta
patogenicidade, o Mycobacterium tuberculosis se ativa antes de outros agentes
oportunistas. A infecção pelo HIV modificou não apenas a tendência
epidemiológica da tuberculose, mas também sua apresentação clínica, a
duração do tratamento, a tolerância aos tuberculostáticos, a resistência às
drogas disponíveis e, possivelmente, a suscetibilidade dos comunicantes
envolvidos20.
As formas pulmonares não cavitárias, formas associadas, e as extra-
pulmonares são mais freqüentes entre os portadores do HIV22,23. O tratamento
padrão recomendado pelo MS com duração de 6 meses é prolongado para 9
meses na vigência da infecção pelo HIV24. Pacientes com AIDS apresentam
mais frequentemente intolerância medicamentosa25,26. Estudos demonstram
que o indivíduo HIV+ uma vez infectado pelo M. tuberculosis tem risco de
adoecer muito maior que a população geral23,27, com chance de desenvolver
tuberculose ativa em tornno de 5 a 10% ao ano, sendo maior do que, nos
soronegativos que é de 5 a 10% durante toda a sua vida23. As altas taxas de
positividade para o HIV entre os indivíduos com tuberculose, obtidas em
diversos inquéritos sorológicos foram de 20 a 67% na África28, 46%, em Nova
York29, 14%, na Tailândia e 15%, na Índia30 reforçam estas considerações.
No caso brasileiro os estudos realizados em diversos estados
demonstraram que a prevalência da co-infecção TB/HIV variou de 6,2% a
44,3%31,32,33. De acordo com a OMS, houve no mundo 1,4 milhões de novos
casos de Tuberculose entre os infectados pelo HIV, levando à mortalidade 456
000 pessoas34. Estimativas atuais indicam a existência de cerca de cinco
20
milhões de indivíduos co-infectados pelo HIV e TB nos países
subdesenvolvidos, principalmente na África, abaixo do Saara (3,8 milhões), e
na Ásia (1,15 milhão). Os peritos em políticas públicas de saúde mantêm-se
em alerta, pelo potencial negativo, no controle dessas duas infecções. As
baixas taxas de efeitos adversos às drogas anti-TB observadas no tratamento
da tuberculose não se observam em pacientes infectados pelo HIV,
principalmente, quando em fase avançada da doença. O aumento da
ocorrência de efeitos adversos, atribuído à interação farmacológica com outras
drogas ou pela própria situação clínica do paciente, pode propiciar o abandono
do tratamento35.
Entre os problemas da tuberculose recrudescente nos países
avançados, e agravada nos países em desenvolvimento, está o fenômeno da
multirresistência (MR)36. A tuberculose multirresistente (TBMR), que vem sendo
definida na literatura internacional como uma doença provocada por cepas do
Mycobacterium tuberculosis resistentes a mais de uma droga, em especial à
rifampicina (R) e à isoniazida (H), dupla de maior potencial bactericida usadas
no tratamento. O aumento do número de linhagens de TBMR tem causado
enorme preocupação, pois a disseminação dessas cepas, contribui para
aumentar o numero de mortes por TB, dificultando ainda mais o
estabelecimento de esquemas terapêuticos eficazes e efetivos37. Pacientes
infectados com cepas TBMR têm menor probabilidade de se curar,
particularmente os que estão infectados pelo HIV ou que sofrem de outra
imunopatia36,38-40.
Surtos de tuberculose multi-droga resistente (MDR) foram
documentados envolvendo instituições que abrigavam soropositivos para o
HIV41. Em março de 2006, o mundo foi alertado para uma situação ainda mais
grave, a TB extensivamente resistente (TB XDR) um tipo raro de tuberculose
multirresistente, que é resistente à isoniazida e à rifampicina, além de qualquer
fluoroquinolona e a, pelo menos, um dos três medicamentos de segunda linha
injetáveis (amicacina, canamicina, ou capreomicina). De acordo com o Sistema
Nacional de Vigilância da Tuberculose (NTSS), dos Estados Unidos, 63 casos
de TB XDR foram relatados entre 1993 a 2011. A co-infecção TB/HIV e a
tuberculose multi-resistente apresentam a seguinte situação: Onze países
desenvolvem epidemias de TB/HIV generalizadas, destacando-se a República
21
Dominicana, Guatemala, Guiana, Haiti e Honduras, que também têm uma alta
incidência de TB42. Em todo o mundo 650.000 pessoas sofrem de tuberculose
multirresistente, um número com expectativa de aumento. No Brasil no ano de
2010, foram diagnosticados 611 casos de TB MDR, comparados a 334, em
2001, um crescimento de 82% entre os anos analisados13. O aumento da
incidência de TBMR e TBXDR no mundo exige uma abordagem
multidisciplinar. Essas formas de resistência são consequência de um
programa inadequado de controle de TB, diagnóstico tardio e recursos
insuficientes para controle da infecção43. Na dinâmica da associação M.
tuberculosis/HIV alguns aspectos importantes são observados: o diagnóstico e
tratamento especifico para TB tornam-se mais complexo, a recidiva da TB é 13
vezes mais frequente entre os indivíduos HIV positivos quando comparada com
os indivíduos imunocompetentes e, finalmente, é comum portadores do HIV,
anteriormente tratados de TB causadas por cepas sensíveis, apresentarem
reinfecção por cepas multirresistentes21.
A tuberculose (TB) é também considerada uma condição crônica
transmissível de tratamento longo, tendo como principais dificuldades para a
obtenção da cura, a não adesão ou abandono do tratamento1, sendo o controle
da doença considerado responsabilidade dos municípios e competência da
Atenção Básica (AB).
Nessa perspectiva, a adesão ao tratamento compreende não apenas a
adesão à ingestão medicamentosa, mas um processo dinâmico e
multidimensional que envolve aspectos comportamentais, psíquicos e sociais, e
requer decisões e responsabilidades compartilhadas entre usuário, equipe de
saúde e rede social de apoio, com abordagem que atenda às singularidades
dos indivíduos4,5, de tal forma que alia as orientações e adequações dos
esquemas terapêuticos ao estilo de vida do doente, bem como ao suporte que
este tem, seja no âmbito familiar, social e até mesmo emocional6.
Diante dessa problemática são importantes estratégias do Programa
Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) a busca de sintomáticos
respiratórios, a adesão ao tratamento e o controle dos contatos, sendo este, o
principal método para prevenir precocemente o adoecimento ou mesmo
diagnosticar e tratar um novo caso de TB.
22
Para evitar a transmissão do HIV, recomenda-se o uso de preservativo
durante as relações sexuais, a utilização de seringas e agulhas descartáveis e
o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais, bem
como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão. Além
disso, as mães infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais
durante a gestação para prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar
seus filhos.
No Brasil, a região responsável pela maior notificação de tuberculose é a
Sudeste, seguida pela região Nordeste. O Rio Grande do Norte (RN) é um
Estado localizado na região Nordeste do Brasil e apontado como um dos que
possui seis municípios considerados prioritários para o controle da tuberculose,
através dos critérios definidos pelo MS, que leva em consideração: tratar-se de
capitais; relação entre o número de habitantes e o coeficiente de incidência da
doença; coeficiente de incidência de HIV maior que a média nacional, bem
como elevado número de óbitos por tuberculose 57.
A tuberculose no RN não destoa do cenário nacional e se mostra como
uma doença preocupante que exige a união de esforços dos profissionais de
saúde, gestores e da população em geral para atingir as metas nacionais e
internacionais, contribuindo com o controle da doença no pais 58.
Diante de tamanho desafio, epidemia do HIV, agravamento da
resistência às drogas, a resposta mais adequada está na intensificação e no
aperfeiçoamento dos métodos e técnicas consolidados, com abrangência
mundial, nas medidas de controle da TB e da co-infecção44. A grande
dificuldade está em executá-los em sua completude. A magnitude dessa
associação, apesar de sua importância epidemiológica, ainda é pouco
dimensionada no Estado do Rio Grande do Norte.
2 JUSTIFICATIVA
Um fator peculiar da co-infecção TB/HIV é o perfil do doente de AIDS,
cujo tratamento para as infecções virais e oportunistas demanda grande
quantidade de medicamentos. Esses dois fatores são suficientes para a
compreensão da elevada taxa do abandono de tratamento ou do uso irregular
23
das drogas. Sabe-se, ainda, que mudanças do esquema terapêutico por efeitos
adversos aos tuberculostáticos vêm ocorrendo com maior freqüência em
pacientes co-infectados21.
Um outro fator é a dificuldade, sentida nos grupos de indivíduos
infectados pelo HIV, no cumprimento do esquema terapêutico da TB, que
apresenta uma demanda de seis messes45.
Além disso, as deficiências técnico-administrativas formam obstáculos à
regularidade do tratamento, contribuindo para altos índices de abandono,
reingressos repetidos, falências e recidivas ao esquema de curta duração,
fazendo com que indivíduos bacíliferos acumulem-se nos Centros de
Tratamento45.
A associação desses fatores contribui para a ocorrência da resistência
micobacteriana aos agentes antituberculínicos e as co-infecções TB/AIDS
resistentes a medicamentos (TB-MDR/HIV) representam, hoje, um desafio para
o controle da tuberculose as quais estão presentes em todos os países.
Os pacientes infectados pelo HIV são submetidos com maior freqüência
a internamentos hospitalares, ocasiões em que se torna maior o risco da
transmissão pelo Micobacterium tuberculosis, resistente ou não às drogas, de
paciente para paciente. Em razão disso, é esperada uma seleção de cepas de
M. tuberculosis resistentes e, conseqüentemente, a ocorrência de elevadas
taxas de resistência primária ou adquirida em pacientes infectados pelo HIV
nesses locais46.
Como conseqüência deste processo o tratamento, para esses pacientes,
torna-se mais oneroso e, nos casos da co-infecção, o tratamento é mais tóxico
e 700 vezes mais caro que o tratamento de pacientes com bacilos sensíveis47-
50.
Embora o tratamento supervisionado venha sendo recomendado no
Brasil, o mesmo ainda se encontra restrito em termos de cobertura51. A
realidade dessas duas patologias reforça a necessidade de se estudar por
meio da Epidemiologia Descritiva a taxa de incidência, o perfil demográfico e a
faixa etária dos co-infectados TB/HIV no Estado do Rio Grande do Norte, para
que se possa estimar e avaliar a magnitude do impacto da co-infecção em
nosso meio e direcionar os escassos recursos existentes para grupos ou
segmentos da população que necessitam de atenção especial.
24
.
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
3.1.1. Verificar o padrão de variação espacial e temporal da incidência da
tuberculose (TB) e sua coinfecção com o HIV no Estado do Rio Grande do
Norte (RN) - Brasil, no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2011,
explorando possíveis relações com características sociodemográficas da
população e apontando áreas de maior risco da doença.
3.2 ESPECÍFICOS
3.2.1 Determinar a taxa de incidência (TI) da co-infecção TB/HIV no Estado do
Rio Grande do Norte - segmento de 11 anos;
3.2.2 Relatar a forma clínica mais frequente na coinfecção TB/HIV, incluindo
sexo e faixa etária mais atingida;
3.2.3 Identificar o padrão de distribuição espacial da TB e da coinfecção
TB/HIV;
3.2.4 Verificar a existência de agrupamentos (clusters) em áreas com padrões
diferenciados;
3.2.5 Determinar a associação espacial no padrão de agregação com os
fatores socioeconômicos.
25
4 MÉTODOS
4.1Tipo de estudo
Trata-se de um estudo ecológico, cujo principal objetivo é analisar o
padrão da variação espacial da incidência de tuberculose (TB) e sua
coinfecção com HIV no estado do Rio Grande do Norte (RN), no período de
janeiro de 2001 a dezembro de 2011, explorando possíveis relações com
características sociodemográficas da população e apontando áreas de maior
risco da doença.
Entende-se por estudo ecológico um estudo observacional com a
informação obtida e analisada no nível agregado, onde as medidas usadas
representam características de grupos populacionais. Portanto a unidade de
análise é a população e não o indivíduo.
Neste estudo, o coeficiente de incidência da confecção TB/HIV por
100.000 habitantes foi considerado como variável dependente, e os anos de
estudo; faixa etária (0-9 anos, 10-19 anos, 20-49 anos e ≥ 50 anos); sexo e
forma clínica da doença (pulmonar, extra-pulmonar e pulmonar mais extra-
pulmonar), como variáveis independentes.
Foram utilizados dados secundários e públicos do SINAN
disponibilizadas pela Secretária Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte
(SESAP/RN). Desta forma, e como não houve acesso e manipulação de dados
de identificação de seres humanos, o estudo não foi submetido ao Comitê de
Ética, sendo autorizado pelo gestor estadual.
4.2 Área e população de estudo
O estudo abrangeu todos os municípios do Estado do Rio Grande do
Norte, o qual está localizado na Região Nordeste e tem por limites o Oceano
Atlântico a norte e a leste, a Paraíba a sul e o Ceará a oeste. O Estado é uma
das 27 unidades federativas do Brasil. Composto por 167 municípios numa
área total de 52 796,791 km², o que equivale a 3,42% da área do Nordeste e
26
0,62% da superfície do Brasil. Segundo o censo brasileiro-2010, a sua
população era de 3 168 027 habitantes, sendo a décima sexta unidade da
federação mais populosa do país, concentrando cerca de 1,7% da população
brasileira52 com uma densidade demográfica de 59,99 habitantes
por quilômetro quadrado53.
De acordo com o mesmo censo demográfico, 77,81% de habitantes
viviam na zona urbana e 22,19% na zona rural. Ao mesmo tempo, 48,89%
pessoas eram do sexo masculino e 51,11% do sexo feminino54. Sua capital,
Natal, concentrava 25,4% da população estadual55, e possuía a maior
densidade demográfica do Estado56.
Devido à sua localização geográfica, que forma um vértice a nordeste
da América do Sul, o Rio Grande do Norte é tido como "uma das esquinas do
continente", posição que também lhe confere uma grande projeção para o
Atlântico. Seu litoral, com uma extensão aproximada de quatrocentos
quilômetros, é um dos mais famosos do Brasil.
4.3 Análise estatística
A análise espacial foi feita baseando-se em dados de área produzindo-
se mapas de incidência por 100.000 habitantes, em nível de municípios do
Estado, com base no número de casos fornecidos pelo Sistema de Informação
de Agravos de Notificação – SINAN, e por estimativa anual da população
municipal fornecidas pelo DataSus-IBGE.
A hipótese nula a ser primordialmente avaliada é a de que “o processo
de propagação espacial da doença ocorre de forma puramente aleatória
seguindo um modelo de Poisson heterogêneo”, ou seja, a taxa de incidência
em uma área do espaço é proporcional à densidade demográfica neste espaço.
A hipótese alternativa é a de que existe uma autocorrelação espacial, ou seja,
a ocorrência de eventos em determinada área está fortemente correlacionada
com a ocorrência em áreas vizinhas, fato este, freqüentemente causador da
existência de conglomerados (clusters) e áreas de alto ou menor risco.
A população de estudo constitui-se de todos os casos de TB e da co-
infecção com TB/HIV, ocorridos no RN, notificados no banco de dados do
SINAN - MS, no período de 2001 a 2011. Para uma análise temporal mais
27
consistente, foram construídos mapas considerando o triênio 2001 – 2003 e os
quadriênios 2004 – 2007 e 2008 – 2011. Informações sócio-demográficas
foram obtidas com base no censo 2010 – IBGE em nível de município.
Para a análise estatística, utilizaram-se ferramentas SIG usando o
software QGIS versão 2.0.1 Dufour (www.qgis.org), técnicas de análise
estatística espacial para dados de áreas usando o software R-System versão
2.15.0 (www.r-project.gov), além do SPSS versão 18. A forma padrão de
apresentação de dados de área foi feita por meio de mapas temáticos
referentes a TI, permitindo observar o padrão de variação espacial.
A análise buscou contemplar:
a) identificação do padrão de distribuição espacial (puramente aleatório ou
com agregação marcante);
b) existência de agrupamentos (clusters) de áreas com padrões diferenciados e
c) associação espacial do padrão de agregação com os fatores
socioeconômicos.
As ferramentas utilizadas foram:
4.4. Mapas temáticos – mapas divididos em períodos de tempo, coloridos em
função do valor da TI, contendo legenda com cinco categorias definidas com
base em intervalos de amplitude constante. Para efeito de comparação
temporal, o limite superior da quinta categoria corresponde ao maior valor de TI
encontrado nos quatro períodos de tempo considerados.
4.5 Estimadores bayesiano empírico local - A estimativa bayesiana empírica
local é um método para alisamento ou suavização do mapa, baseado na
ponderação da TI de cada município envolvendo a média e a variância de seus
municípios vizinhos com os quais se tem alguma fronteira em comum, Este
método evita que a simples ocorrência de um único caso em uma região com
uma pequena população exposta dê a falsa idéia de se tratar de um
conglomerado de alto risco.
4.6 Matrizes de proximidade espacial – a qual define a estrutura de
dependência entre as regiões do mapa, estabelecendo pesos aplicados nas
28
fórmulas de Moran, de tal forma que quanto mais próximas são duas regiões,
maior o seu peso.
4.7 Associações “espacial global” - Avaliada pelo coeficiente de
autocorrelação de Moran o qual tem uma semelhança com o coeficiente de
correlação de Pearson usado na Estatística clássica. A diferença é que este
mede o grau de relação linear existente entre duas variáveis estudadas e o
coeficiente de Moran avalia o grau de associação entre uma medida em uma
área e as medidas em áreas vizinhas, permitindo distinguir entre a associação
espacial na distribuição da doença e sua variação puramente aleatória no
espaço, já que municípios vizinhos tendem a ter um padrão mais similar que
municípios distantes, formando possíveis clusters, ou seja, regiões formadas
por conjuntos de municípios com padrão similar no que se refere à
característica estudada. O índice é calculado pela fórmula:
k
i
k
j
ij
k
i
i
k
i
k
j
jiij
wYY
YYYYwk
I
1 11
2
1 1
onde Yi é a TI no município i e os wij são pesos pertencentes à matriz de
proximidade W. Quanto mais próximas são os municípios Ai e Aj, maior o peso
wij.
4.8 Correlograma - Um correlograma é uma ferramenta auxiliar bastante
importante na análise de autocorrelação espacial. Consiste no cálculo de um
índice global, como I - Moran, em diferentes lags, ou seja, considerando uma
matriz de proximidade WK, k=1,2,...,q. Para lag 1 ele mede a similaridade entre
o vizinho mais próximo, para lag 2, mede a similaridade entre o segundo
vizinho mais próximo (vizinho do vizinho) e assim por diante. Deve-se ter muito
cuidado na avaliação de dependência espacial, ou efeito de segunda ordem,
através da utilização de índices globais de autocorrelação visto que estes
podem ser influenciados por não estacionariedade do processo, como
tendência no nível esperado de contagens de áreas e taxas ou
heterogeneidade de variância ou tamanho da população nas diferentes regiões.
29
Uma forma de averiguar não estacionariedade é através da análise do
correlograma. Quando esses mantem altos valores ao longo de inúmeros lags
caracteriza não estacionariedade do processo, invalidando diagnósticos sobre
a existência de conglomerados através do índice global. Por outro lado, quando
o correlograma apresenta índices significativos nos primeiros lags e decresce
acentuadamente em seguida, então, este padrão caracteriza estacionariedade,
consequentemente, os altos índices nos primeiros lags indicam similaridades
entre vizinhos ou a existência de conglomerados.
4.9 Diagrama de dispersão de Moran - consiste em um diagrama de
dispersão (scatterplot) bidimensional, tendo no eixo horizontal os valores da TI
referentes aos municípios e no eixo vertical à média da TI de seus municípios
vizinhos. É uma ferramenta alternativa para mostrar a associação espacial do
fenômeno estudado. Os pontos correspondentes aos municípios ficam
distribuídos em quatro quadrantes, numerados no sentido horário,
representando agrupamentos (clusters) dos tipos high-high (quadrante 1), high-
low (quadrante 2), low-low (quadrante 3) e low-high (quadrante 4). Pontos
muito afastados da origem são considerados discrepantes (outliers).
4.10 Modelos “espacial auto-regressivo misto” (Spatial Autoregressive –
SAR) –utilizado para avaliar o grau de associação entre os fatores
socioeconômicos e a TI da TB, em nível de municípios. O ajuste de um modelo
espacial auto-regressivo misto (SAR) pressupõe a possibilidade de capturar a
estrutura de autocorrelação espacial através de um único parâmetro adicionado
ao modelo de regressão clássico, através de um termo auto-regressivo. As
variáveis socioeconômicas foram agrupadas em três fatores. No Fator 1,
denominado educação, renda e densidade demográfica, foram incluídas as
variáveis: percentual de domicílios próprios, alugados, e população
alfabetizada, além de tempo de estudo e renda média do responsável e
número de moradores por domicílio. O Fator 2, denominado saneamento,
esteve composto pelas variáveis percentuais de domicílios ligados à rede de
esgotos e domicílios com sanitário. No Fator 3, relativo a condições sanitárias e
coleta de lixo, foram incluídas as variáveis de percentual de domicílios com
30
fossa séptica e com coleta de lixo. Duas foram as hipóteses nulas e se
referiram aos dois coeficientes: um testou a associação espacial (ρ = 0) e a
outra admitiu não existir efeito do fator i sobre a TI (βl = 0).
31
5 ARTIGOS PRODUZIDOS
5.1 Artigo 1: O artigo “Tuberculosis/HIV co-infection in Rio Grande do Norte
state: temporal trend analysis in the period from 2001 to 2011” foi submetido e
já aceito para publicação na revista HEALTH (Irvine), que possui Qualis B2 da
CAPES para área Medicina II.
Tuberculosis/HIV co-infection in Rio Grande do Norte state: temporal
trend analysis in the period from 2001 to 2011
Authors:
Maria José de Britto Costa Fernandes1, Eveline Pipolo Milan2, Fábia Barbosa
de Andrade3, Isabelle Ribeiro Barbosa4, Carla Rodrigues de Lima Silva5, Iris do
Céu Clara Costa6
1Department of Microbiology and Parasitology, Biosciences Center, Federal University of Rio Grande do Norte. [email protected] 2 Department of Infectology, Health Sciences Center, Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN). [email protected] 3Researcher of the Graduate Program in Collective Health, Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN). [email protected] 4 Professor of the Faculty of Health Sciences of Trairi (FACISA). Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN). [email protected] 5Master student of the Graduate Program in Public Health. Federal University of Rio Grande do Norte (UFRN). [email protected] 6 Professor of the Graduate Program in Health Sciences of the University of Rio Grande do Norte (UFRN). [email protected]
32
Abstract
Objective: to analyze of the temporal trend of the prevalence of
tuberculosis/HIV co-infection in the state of Rio Grande do Norte. Method:
ecological study including all patients diagnosed from January 2001 to
December 2011 obtained from the National Health Information System (SINAN)
database. The Newey-West standard-error regression model was applied by
using the non-parametric Tukey’s filter (3RSSH). Results: it was observed a
temporal variation with an upward trend of TB/HIV co-infection (β1 = 0.1675; p
<0.0001), being more expressive in the age range of 20 to 49 years (β1 =
2.3119; p <0.0001); there was a significant decrease of the extra-pulmonary
form in relation to the pulmonary (β2 = -0.6265; p <0.0001), as well as a
decrease of the combined pulmonary + extra-pulmonary form in relation to the
first one (β3 = -0.8735; p <0.0001). There is a trend of reduction in females (β1
= -1.0167, p <0.0086). Conclusion: in view of the growing trend in the
prevalence of TB/HIV co-infection in the years analyzed, the Rio Grande do
Norte state can be considered an important endemic area for this co-infection,
which points out the need to organize the services for its control.
Keywords: Tuberculosis; co-infection; HIV infections; time series studies;
trends.
Introduction
The first cases of human immunodeficiency virus (HIV) infection since
1981 have changed the epidemiological profile of tuberculosis worldwide. The
statistics predicted that tuberculosis would be eradicated in developed
countries, but the occurrence of HIV co-infection caused a significant change in
the epidemiological trend and distribution of this disease.1 HIV has not only
contributed to an increasing number of cases of tuberculosis but has also been
one of the main factors responsible for increased mortality among co-infected
patients2, so that people living with HIV/AIDS (PLHA) are 21 to 34 times more
likely to develop active TB when compared to the general population.3
Besides the magnitude, this disease has an important social component
and tends to affect more fragile populations. If tuberculosis (TB) was already
33
considered a public health problem in underdeveloped countries, TB/HIV co-
infection has led to a worsening of this situation, making TB a major issue in
recent years in the global context.4,5
According to the World Health Organization (WHO), in 2011, 9 million
new cases of tuberculosis and 1.4 million deaths occurred worldwide. Currently,
Brazil occupies the 17th place among the 22 countries responsible for 82% of
the total cases of tuberculosis in the world.6
Of the 14 million HIV-infected people in the world today, 5.6 million may
be co-infected with HIV/tuberculosis, mostly in the underdeveloped countries,
mainly in sub-Saharan Africa (3.8 million) and Asia (1.15 million million).7 In
Brazil, with 400,000 people infected with HIV, more than 120 thousand people
(30%) also have tuberculosis-causing bacilli infection.8
The estimated lifetime risk of reactivation among TB/HIV co-infected
patients is 30%, whereas HIV-negative adults have a lifetime risk of 5-10%.1,9,10
High rates of TB/HIV co-infection determine challenges that prevent the
reduction of the prevalence of both infections, and these challenges have been
well documented over the past few years.
Tuberculosis and AIDS are diseases of such magnitude that they
overcome biological barriers and constitute a serious social problem. Individuals
become vulnerable by not perceiving themselves at risk, reducing the practice
of self-care, in addition to having a greater difficulty in accessing health
services.
In Brazil, studies conducted in several Brazilian states have shown that
the prevalence of tuberculosis/HIV co-infection varies from 6.2% to 44.3%5,11,
especially those states in the Northeast Region because of their favorable
conditions for high prevalence rates of HIV infection and Mycobacterium
tuberculosis due to the large numbers of impoverished populations and the
disruption of public services in these geographical areas.12
The epidemiological aspects of the association between tuberculosis and
AIDS represent a great challenge. Considering the difficulties in organizing
control actions for these two diseases, executed by distinct programs and with
control policies at different levels of care, knowledge of this local and national
reality may contribute to the orientation of policies for controlling co-infection.
34
Due to this sanitary framework, the Ministry of Health has adopted the
evaluation process of tuberculosis control strategies in Brazil. The analysis of
trends in tuberculosis morbidity and the association between tuberculosis and
HIV are among the strategic themes for the evaluation of the National Program
for Tuberculosis Control (PNCT in Portuguese).
Thus, the purpose of this study was to analyze the temporal trend of
TB/HIV co-infection in the State of Rio Grande do Norte, Brazil.
Methods
This is an ecological time-series study that analyzed the confirmed cases
of tuberculosis in patients co-infected with HIV registered in the Notifiable
Diseases Information System (SINAN in Portuguese) from 2001 to 2011.
The population of this study was all cases of residents in the State of Rio
Grande do Norte diagnosed from January 1, 2001 to December 31, 2011. The
study area covered all the 167 municipalities of the state, which has an
estimated population of 3,168,027 inhabitants.13
Patients with a confirmed diagnosis of tuberculosis and HIV were
included, excluding those whose variable "HIV" was completed as negative, not
performed, in progress, or left blank.
Time trend analysis was performed considering the following variables:
year of notification, age range, gender, and clinical form of the disease.
For the trend analysis, we applied methods of analysis of time series on
the prevalence of co-infection per 100,000 inhabitants. The population data
used in the study was obtained from the Brazilian Institute of Geography and
Statistics.13
The series were categorized by age, gender and clinical form. The
correlogram of each series was calculated and a serial autocorrelation was
detected. The trend was evaluated through time regression models with Newey-
West standard error, due to the presence of autocorrelation and possible
heteroscedasticity. The effect of categorization was estimated through the
inclusion of Dummy variables in the model and the T-student test was applied to
evaluate the significance of the model parameters using a significance level α =
5%. The visualization of the temporal trend and the effect of the categorization
35
was allowed through line graphs under each series by applying the non-
parametric Tukey filter (3RSSH), which softens the noise of the series and
highlights its trend component 14
Analyzes were done using Stata/IC 10.0 software for Windows.
The present study uses secondary data available on official websites of
the Brazilian Ministry of Health and it is this exempted from evaluation in a
research ethics committee, in accordance with Resolution 466/2012 of the
National Health Council.
Results
Figure 1 shows an upward trend in the total incidence of TB/HIV co-
infection in the State of Rio Grande do Norte. After estimating the
autocorrelation function of the series, a significant autocorrelation (r1 = 0.6459)
of lag 1 was observed, that is, the values observed in adjacent years are
correlated.
Figure 1 - Total and filtered incidence (3RSSH) of TB/HIV co-infection (100,000
inhabitants) in Rio Grande do Norte from 2001 to 2011. Source: Notifiable Diseases Information System (SINAN).
36
In order to evaluate the significance of the trend taking into account the
existing autocorrelation and possible heteroscedasticity, a Newey-West
standard error regression model was adjusted. The result can be seen in Table
1 in which the regression was significant (β1 = 0.1675; p <0.0001), showing an
upward trend, with an average increase of 0.1675 in the annual prevalence rate
of co-infection.
Table 1 - Estimation of the linear trend of growth of incidence of TB/HIV co-infection
in Rio Grande do Norte, according to categorization variables. Rio Grande do Norte,
2017.
Categorization Model Parameters Beta
estimate
Standard
deviation p-value(*)
Total(1) Intercept (β0) -334.5531 52.1476 <0.0001
Year (β1) 0.1675 0.0260 <0.0001
Age Group (2)
Intercept (β0) -245.0873 37.8869 < 0.0001
Year (β1) 0.1223 0.0189 < 0.0001
10 – 19 years (0 – 9) (β2) 0.0778 0.1689 0.6480
20 – 49 years (0 – 9) (β3) 2.3119 0.1689 < 0.0001
≥ 50 years (0 – 9) (β4) 0.9876 0.1689 < 0.0001
Gender(3)
Intercept (β0) -151.9000 110.0603 0.1836
Year (β1) 0.0767 0.0549 0.1782
Female gender (β2) -1.0167 0.3470 0.0086
Clinical Form (4)
Intercept (β0) -111.0226 25.0107 < 0.0001
Year (β1) 0.0558 0.0125 < 0.0001
Extra-pulmonary form (β2) -0.6265 0.0966 < 0.0001
Pulmonary + Extra-
pulmonary form (β3)
-0.8735 0.0966 < 0.0001
(*)Student-t test on the parameters (H0:β=0 versus β≠0)
(1) Newey-West regression for total prevalence
(2) Reference range: 0 to 19 years. R2 = 0.88
(3) Reference: male gender. R2 = 0.36
(4) Reference category: pulmonary form. R2 = 0.79
Source: Notifiable Diseases Information System (SINAN).
The data on Figure 2 and Table 1 showed the temporal evolution of
incidence according to gender. The trend, although positive (β1 = 0.0767, p =
0.1782), is not significant at α = 5% level, however, the female differential (β2 =
-1.0167; p = 0.0086) is significant, that is, the prevalence is higher in males,
whose growth has occurred since the year 2006.
37
As for the clinical form of the infection, there has been a growing linear
trend (β1 = 0.0558; p <0.0001), a significant decrease of the extra-pulmonary
form in relation to the pulmonary form (β2 = -0.6265; p <0, 0001), as well as a
decrease in the combined pulmonary + extra-pulmonary form in relation to the
first one (β3 = -0.8735; p <0.0001). The model explains 79% of the total
variation of the series (R² = 0.79) (Table 1).
Regarding the age group, incidence series were calculated, a linear
model with Dummy variables was adjusted and the 3RSSH filter for trend
visualization was applied. Figure 3 and Table 2 show the evolution of the
respective series, highlighting in all of them an upward tendency with higher
intensity of the higher age groups, especially in the range of 20-49 years, whose
prevalence presented mean and standard deviation of 2.46 ± 0.89, while in the
range 0-9 years the mean and standard deviation were 0.15 ± 0.16. The
mathematical model also showed the differential of the average incidence of the
last two rangess in relation to the first one: β3 = 2.3111; p <0.0001 and β4 =
0.9876; p <0.0001. The model explains 88% of the total variation of the series
(R² = 0.88).
Figure 2 - Total filtered incidence (3RSSH) of TB/HIV co-infection per 100,000
inhabitants according to gender in Rio Grande do Norte, from 2001 to 2011.
Source: Notifiable Diseases Information System (SINAN).
38
Figure 3 - Filtered total incidence (3RSSH) of TB/HIV co-infection per 100,000
inhabitants according to age group in Rio Grande do Norte, from 2001 to 2011.
Source: Notifiable Diseases Information System (SINAN).
Table 2 - Statistics of the total incidence of TB/HIV co-infection per 100,000
inhabitants in Rio Grande do Norte, according to the age group, from 2001 to
2011.
Source: Notifiable Diseases Information System (SINAN).
Age range Mean Standard deviation Minimum Maximum
< 10 years 0.1499 0.1616 0.0000 0.4023
10 to 19 years 0.2276 0.2185 0.0000 0.5179
20 to 49 years 2.4618 0.8969 0.8462 3.9456
50 years or more 1.1375 0.6257 0.4324 2.1327
Total 1.3570 0.6013 0.4557 2.4073
39
Discussion
The results of the present study show that TB/HIV co-infection in Rio
Grande do Norte shows a general increase trend, especially for the age groups
of young male individuals and for the pulmonary clinical form.
These findings are corroborated by the results of a study on the TB/HIV
co-infection trend in Brazil from 2002 to 2012.15 The said study reported that
there was a 27.51% increase in the ratio of TB/HIV co-infection in the years
studied, reinforcing the magnitude of this co-infection for the adequate control of
tuberculosis.
In 2011, the Ministry of Health acknowledged that TB/HIV co-infection
needs to be controlled given its high prevalence and the increase in death rates
due to tuberculosis in seropositive patients. However, by the year 2012,
notification of tuberculosis/HIV co-infection has increased significantly in Brazil,
which strengthens the need for more actions to prevent the spread of HIV and
to treat and follow co-infected patients more closely.9
According to the new Manual of Recommendations for TB Control in
Brazil, the integration between Tuberculosis Control Programs and STD/AIDS
Programs is crucial for therapeutic success, that is, for cure. Thus, the control of
TB/HIV co-infection requires the implementation of a program aimed at reducing
the burden of both diseases with articulated actions, forming a comprehensive,
agile and resolute care network. To this end, the following objectives are
proposed: guaranteeing TB patients early access to the diagnosis of HIV
infection through the provision of tests and access to antiretroviral treatment
when necessary.16
The incidence of co-infection in males has been widely reported in the
literature, as shown in the studies of Serra & Ross (2012)17 in the state of
Maranhão, as well as in the study of Sousa et al. (2012)18 in the State of Piauí
and the study carried out in Porto Alegre (RS) by Rodrigues et al. (2010)8.
Because of their greater social exposure, men continue to be more affected
than women. In Brazil, TB has reached mainly the male gender (65% of the
cases), leading this group to a relative risk of two times more chances of getting
sick when compared to the female gender. When it comes to co-infection, the
40
proportion of cases reaching males is even greater (about 69% in men).5 The
determinants of men being most frequently affected by tuberculosis have not
yet been clarified, but may be related to several conditions, both biological and
regarding self-care to health and even due to underdiagnosis in women.7 These
data can be justified by the fact that men have greater sexual freedom and
social interaction outside home, carry out more migrations and constitute a
majority in penitentiary populations. However, we cannot disregard the fact that
such gender disparity in the prevalence of co-infection may also be the result of
confounding factors stemming from social stigma and accessibility to
treatment.19
In relation to the most affected age groups, this was a similar finding to
several other studies carried out in Brazil.8,17,18,20 It should be emphasized that
the age group affected is predominantly of young adults, which may represent a
deadlock factor for the state's economy due to the involvement of an important
portion of the economically active population. TB/HIV co-infection in this group
may be related to increased exposure to Mycobacterium tuberculosis in work
activities, and to increased exposure to HIV through unsafe sex and use of illicit
drugs, practices most frequently performed in individuals at this stage of life.21,22
Also, the occurrence of TB in the elderly can be related to the high proportion of
individuals with latent infection and also to increased life expectancy since, with
senescence, immune mechanisms are naturally reduced and favor the
establishment of this disease.16
In this study, the percentage of individuals who presented the pulmonary
form of the disease was similar to those observed in other studies in Brazil.4,5,10-
12 The high levels of oxygen present in these structures explain the greater
predilection of the pathogen in causing pleural and lymph node disease in
detriment to the other extra-pulmonary forms.23,24
Each year, numerous patients with active tuberculosis are not identified
until death. These cases represent failures of the health care system to detect,
diagnose and treat a curable disease in a timely manner. The greatest
difficulties associated with diagnosis are present in people infected with HIV and
in elderly patients.25 The current challenges of policies are to facilitate
adherence to treatment, to promote clinical information, to improve
socioeconomic and educational conditions, to involve family members and
41
health professionals in the process, and to offer comprehensive care to patients
with TB/AIDS co-infection with a view to adherence and non-abandonment of
treatment.26
The evaluation of secondary data such as those used in this study, filled
by different professionals with different knowledge about the diseases and
coming from different places, is important to improve data quality and
implement interventions in parallel to the organization and maintenance of an
agile and resilient surveillance system capable of providing fundamental data
for preventive actions and, at the same time, it is important for assessing the co-
infection situation and trend.
A limitation of this study is the use of secondary data, subject to
underreporting or duplication of records, and therefore to the possibility of not
representing the actual prevalence of co-infection in the state.
Conclusion
The results of this research contributed to the knowledge of the trend of
incidence of co-infection in the State of Rio Grande do Norte, emphasizing that
the state can be considered an important endemic area for TB/HIV co-infection
considering its growing trend in the analyzed years.
The existence of a close and strong interaction in the distribution of these
two diseases, with one reverberating on the occurrence of the other, demands
that there is interaction of control actions by the two programs, TB and
HIV/AIDS. The articulated work of these two areas will allow a better
management of the resources directed to personnel training to diagnose the two
infections/diseases and to control the respective treatments. In this sense, the
planning of actions must occur in parallel with the incentive to developing new
diagnostic and therapeutic options.
42
References
1. World Health Organization. Global Tuberculosis Control. 2011.
2. Guimarães RM, Lobo ADP, Siqueira EA, Borges TFF, Melo SCC.
Tuberculosis, HIV, and poverty: temporal trends in Brazil, the Americas,
and worldwide. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 2012; 38(4): 511-517.
3. Magnabosco GT, Lopes LM, de Paula Andrade RL, Brunello MEF,
Monroe AA, Villa TCS. Tuberculosis control in people living with
HIV/AIDS. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2016; 24: 1-8.
4. Mendonça SA, Franco SC. Evaluation of epidemiologic risk and
Tuberculosis Control Program performance by health regions, State of
Santa Catarina, Brazil, 2003-2010. Epidemiologia e Serviços de Saúde,
2015; 24(1): 59-70.
5. Barbosa IR, Costa ICC. The emergence of tuberculosis/HIV co-infection
in Brazil. Hygeia: Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde,
2012; 8(15): 232-244.
6. World Health Organization. Global tuberculosis report 2013. Geneva:
World Health Organization, 2013.
7. Barbosa IR, Costa ICC. Epidemiological Study of Tuberculosis/HIV co-
infection in the Northeast of Brazil. Rev Patol Trop, 2014; 43(1): 27-38.
8. Rodrigues JLC, Fiegenbaum M, Martins AF. Prevalence of
tuberculosis/HIV co-infection in patients of the Model Health Center of
Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Scientia Medica, 2010; 20(3): 212-217.
9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretariat of Health Surveillance.
Department of Epidemiological Surveillance. Manual of
recommendations for the control of tuberculosis in Brazil. Brasília:
Ministry of Health, 2011.
10. Piller RVB. Epidemiology of tuberculosis. Pulmao RJ, 2012; 21(1):4-9.
11. Saita NM, Oliveira HB. Tuberculosis, AIDS and tuberculosis/AIDS co-
infection in a large city. Rev Latino-Am Enfermagem, 2012; 20(4): [08
telas].
12. Alcântara CCS, Kritski AL, Ferreira VG, Façanha MC, Pontes RS, Mota
RS, Leitão TMJS. Factors associated with pulmonary tuberculosis in
43
patients seeking referral health services for tuberculosis. J Bras
Pneumol, 2012; 38(5): 622-629.
13. Brazilian Institute of Geography and Statistics. Percentage distribution of
the population in the Demographic Censuses according to the Major
Regions and the Federation Units - 1872/2010.
14. Wooldridge JM. Introduction to Econometrics - A Modern Approach. 4ª
Ed: Thomson Pioneira. 2011.
15. Gaspar RS, Nunes N, Nunes M, Rodrigues VP. Temporal analysis of
reported cases of tuberculosis and tuberculosis/HIV co-infection in the
Brazilian population between 2002 and 2012. Jornal Brasileiro de
Pneumologia, 2016; 42(6): 416-422.
16. Hino P, Takahashi RF, Bertolozzi MR, Egry EY. TB/HIV co-infection in an
administrative district of the city of São Paulo. Acta Paulista de
Enfermagem, 2012; 25(5): 755-61.
17. Serra LC, Ross JR. Clinical-epidemiological study of tuberculosis/HIV co-
infection in a city in the interior of Maranhão state. J Manag Prim Health
Care, 2012; 3: 122-125.
18. Sousa KAA, Silva KCO, Julião JRN, Araújo LM, Araújo TME, Oliveira
FBM. Profile of patients with tuberculosis/AIDS co-infection notified in
Piauí between 2001 and 2007. Rev Enferm UFPI, 2012; 1(3): 188-193.
19. Filgueiras PL, Freitas CHSM, Oliveira ABM. Epidemiological
characteristics of notified cases of tuberculosis/HIV treated at a reference
hospital in Paraíba, 2005-2011. Revista Brasileira de Ciências da
Saúde, 2014; 18(Sup.1): 13-20.
20. Silva HO, Gonçalves MLC. Prevalence of HIV infection in patients with
tuberculosis in primary care in Fortaleza, Ceará. J Bras Pneumol, 2012;
38(3): 382-385.
21. Muniz JN, Ruffino-Netto A, Villa TC, Yamamura M, Arcencio R, Cardozo-
Gonzales RI. Epidemiological aspects of human immunodeficiency
virus/tuberculosis co-infection in Ribeirão Preto, Brazil from 1998 to
2003. J Bras Pneumol. 2006; 32(6): 529-34.
44
22. Neto RJP, Gadelha RRM, Herzer TL, Peres DA, Leitão TMJS, Façanha
MC, et al. Clinical-epidemiological characteristics of patients with
HIV/tuberculosis co-infection followed at HIV/AIDS referral services in
Fortaleza, Ceará between 2004 and 2008. Cad. Saúde Colet., 2012;
20(2): 249-9.
23. Coutinho LASA, Oliveira DS, Souza GF, Fernandes Filho GMC, Saraiva
MG. Epidemiological profile of tuberculosis in the municipality of João
Pessoa-PB between 2007 and 2010. Revista Brasileira de Ciências da
Saúde, 2012; 16(1): 35-42.
24. Campos HS. Etiopathogenesis of tuberculosis and clinical forms. Pulmão
RJ, 2006; 15(1): 29-35.
25. Oliveira HB, Marín-León L, Cardoso JC. Differences in mortality profile of
tuberculosis patients related to tuberculosis/AIDS co-infection. Rev
Saude Publica. 2004; 38(4): 503-10.
1. Sousa Filho MP, Luna IT, Silva KL, Pinheiro PNC. Patients living with
HIV/AIDS and tuberculosis co-infection, difficulties associated with
treatment adherence or discontinuation. Rev. Gaúcha Enferm., 2012;
33(2): 139-145.
45
5.2 Artigo 2
Agregação Espacial da co-infecção TBXAIDS no Estado do Rio Grande do
Norte, Brasil – entre 2001 a 2011.
Status: em elaboração
5.3 Artigo 3:
Associação entre co-infecção (TB/HIV) e a incidência da tuberculose nos
municípios do estado do RN, 2001 a 2011.
Status: em elaboração
46
6 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES
O anteprojeto inicial fôra intitulado Tuberculose associada à AIDS
prevalência e perfil dos coinfectados, no Estado do Rio Grande do Norte,
Brasil e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN, sob o protocolo
143784/2011. As dificuldades com as quais nos deparamos no projeto inicial
foram relacionadas à coleta de dados. O acesso ao local dos prontuários foi
suspenso em alguns momentos por vários motivos, dentre os quais: greve de
funcionários até a indisponibilidade do próprio espaço físico, por questões de
segurança.
Passados os obstáculos, conseguimos acessar os prontuários e estes
se mostraram insuficientes, ou seja, não havia completitude dos dados neles
contidos. Teríamos então que partir para entrevistar cada paciente e no caso
deste ter ido a óbito, deverímos entrevistar seu familiar mais próximo. Como
nossa pesquisa incluía duas doenças (tuberculose e AIDS) de natureza
compulsória e estigmatizante com alto nível de preconceito, isso não nos era
permitido, por normas estabelecidas pelo hospital, com base na legislação.
Além disso, em muitos casos a própria família desconhece o “estado de
portador” de seu ente. Assim, a pesquisa seguia seu curso com aqueles
pacientes que aparecessem naquele hospital e aceitassem fazer parte dela.
Em função dessa limitação decidimos trabalhar com o Banco de Dados do
Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde
(SINAN-RN) junto à secretaria de saúde do Estado do Rio Grande do Norte.
A doutoranda é professora adjunto IV do Departamento de
Microbiologia e Parasitologia da UFRN com alguns cursos na área de
micobacterias, entre eles o Curso Nacional de Bacteriologia da Tuberculose e
Hanseníase no Centro de Referência Professor Hélio Fraga – Rio de Janeiro.
Durante o exercício da profissão, como professora da disciplina de
Microbiologia, teve a oportunidade de realizar alguns projetos na área, entre
eles um Projeto de Pesquisa submetido ao MS/CNPq/FAPERN (edital n°
01/2007), com apoio financeiro do Programa de Pesquisa para o SUS, Projeto
de Extensão aprovado pela Pro Reitoria de Extensão – PROEX (2014) com
47
recursos, Mini-Cursos apresentado na CIENTEC 2013 e três trabalhos de Final
de Curso (TCC).
Os dados obtidos no desenrolar da pesquisa foram apresentados
(Comunicação Oral) no I Congresso FAPERN de Ciência, Tecnologia e
Inovação do Rio Grande do Norte (2011), 27° Congresso Brasileiro de
Microbiologia (2013), I Jornada Nordestina de Tuberculose: desafios do
controle e assistência do SUS. (2008), CIENTEC – 2013.
Uma parte dos resultados obtidos foi ainda usada em uma Monografia
de Graduação (TCC) intitulada: "TB/AIDS: Um estudo retrospectivo da
coinfecção no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil (2001-2006)”.
Houve ainda participação efetiva de alunos de graduação no projeto de
pesquisa do doutorado, fortalecendo o seu papel também como orientadora
durante esse processo de formação. Vale salientar que há interesse em
continuar a desenvolver estudos nas áreas de Microbiologia e Epidemiologia
descritiva, como forma de fortalecer o conhecimento nessa área.
A execução do projeto foi, de fundamental importância, pela
aprendizagem, pelo contato com outros Instituições e também pela
possibilidade de a partir dos nossos dados outros trabalhos possam ser
realizados com investigações mais amplas. Nesse contexto, a pesquisa
ressalta a importância de trabalhos dessa envergadura, assim como melhorias
nos sistemas de informação de dados.
Apesar das dificuldades descritas acima, a pesquisa atingiu seu
principal objetivo: mostrar, através de um levantamento epidemiológico, dados
do Estado do Rio Grande do Norte com enfoque à Tuberculose e à sua
coinfecção TB/AIDS.
Os nossos achados serão apresentados ao Programa de Controle da
Tuberculose (PNCT) e a DST/AIDS junto a Secretaria Estadual de Saúde
Pública do Estado do Rio Grande do Norte.
Dessa forma, esperamos contribuir para que se possa estimar e avaliar
a magnitude do impacto da coinfecção em nosso meio e direcionar os
escassos recursos existentes para grupos ou segmentos da população que
necessitam de atenção especial.
48
7 REFERÊNCIAS 1.Zapata P, Arbeola M, Aznar J. Evaluation of Mycobacteria Growth Indicator Tube for drug susceptibility testing of Mycobacterium tuberculosis from clinical specimens. Clin Microbiol Infect 1999; 5(4): 227-30. 2. Dye C, Scheele S, Dolin P, Pathania V, Raviglione MC. Consensus statement. Global burden of tuberculosis: estimated incidence, prevalence, and mortality by country. WHO Global Surveillance and Monitoring Project. Jama 1999; 282(7):677-86. 3. Brito RS, Gounder C, Lima DB, Siqueira H, Cavalcanti HR, Pereira MM, et al. Drug-resistant Mycobacterium tuberculosis strains isolated at an AIDS reference center general hospital in Rio de Janeiro. J Bras Pneumol 2004; 30(4): 425-32. 4. Rosen G. Uma história da Saúde Coletiva. 2ª ed. São Paulo. Editora UNESP, Hucitec/ Abrasco; 1994. 5. Leite CQF, Telarolli Junior R. Aspectos epidemiológicos e clínicos da tuberculose. Rev Ciênc Farm 1997; 18(1):17-28. 6. Horne DJ, Hubbard R, Narita M, Exarchos A, Park DR, Goss CH. Factors associated with mortality in patients with tuberculosis. BMC Infectious Diseases 2010; 10: 258. 7. Koyanagi A, Kuffó D,Gresely L, Shenkin A, Cuevas LE. Relationships between serum concentrations of C-reative protein and micronutrients, in patients with tuberculosis. Ann Trop Med Parasitol 2004; 98(4): 391-399. 8. Vendrami SHF, Gazetta CE, Neto FC, Cury MR, Meirelles EB, Kuyumjian FG, et al. Tuberculose em município de porte médio do sudeste do Brasil: indicadores de morbidade e mortalidade, de 1995 a 2003. J Bras Pneumol. 2005; 31(3): 237-43. 9. Santos MLSG, Vendramini SHF, Gazetta CE, Oliveira SAC, Villa TCS. Pobreza: caracterização socioeconômica da tuberculose. Rev Latino-Am Enferm 2007; 15: 762-67. 10. Severo NPF, Leite CQF, Capela MV, Simões MJS. Características clínico-demográficas de pacientes hospitalizados com tuberculose no Brasil, no período de 1994 a 2004. J Bras Pneumol 2007; 33(5): 565-71. 11. Lindoso JAL, Lindoso AABP. Neglected tropical diseases in Brazil. Rev Inst Med Trop Sao Paulo. 2009; 51(5): 247-53. 12. World Health Organization. Childhood tuberculosis neglected, despite available remedies. Geneva: World Health Organization; 2012. Disponível em:
49
http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2012/tb_20120321/en/index.ht. Acesso em: 11 jul 2011. 13. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. Especial tuberculose. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. 14. Clavel F, Guetard D, Brun-Vezinet F, Chamaret S, Rey MA, Santos-Ferreira
MO, et al. Isolation of a new human retrovirus from West African patients with AIDS. Science 1986; 233(4761): 343-346. DOI: 10.1126/science.2425430. 15. Pantaleo G, Graziosi C, Demarest JF, Butini L, Montroni M, Fox CH, et al.
HIV infection is active and progressive in lymphoid tissue during the clinically latent stage of disease. Nature 1993; 362(6418): 355-358. Doi:10.1038/362355a0. 16. Alkhatib G, Combadiere C, Broder CC, Feng Y, Kennedy PP, Murphy PM, et al. CC CKR5: A Rantes, MIP-1, MIP-1 Receptor as a Fusion Cofactor for Macrophage-Tropic HIV-1. Science 1996; 272(5270): 1955-1958.
DOI: 10.1126/science.272.5270.1955. 17. Agostini C, Trentin L, Zambello R, Semenzato, G. HIV-1 and the Lung: Infectivity, Pathogenic Mechanisms, and Cellular Immune Responses Taking Place in the Lower Respiratory Tract. Am Rev Respir Dis 1993; 147:1038–1049.
18. Rosenberg, Z.F. and Fauci, A.S. Immunopathogenesis of HIV infection. In: DEVITA, VT., Jr.; Hellman, S. and. Rosenberg, AS. eds., AIDS: Etiology, Diagnosis, Treatment and Prevention, 3rd ed., J. B. Lippincott Company, Philadelphia, pp. 61–76, (1992).
19. Ward JW, Bush TJ, Perkins HA, Lieb LE, Allen JR, Goldfinger D, Samson SM, Pepkowitz SH, et al. The Natural History of Transfusion-associated Infection with Human Immunodeficiency Vírus. N Engl J Med 1989; 321: 947-952. 20. Lima MM, Belluomini M, Almeida MMMB, Arantes GR. Co-infecção HIV/tuberculose: necessidade de uma vigilância mais efetiva. Rev Saúde Pública 1997; 31(3): 217-20. 21. Garcia ML, Valdespino Gomes JL, García Sancho MC, Solcedo Alvarez RA, Zacarias F, Sepúlveda Amor J. Epidemiologia da SIDA e tuberculose. Bol Oficina Sanit Panam 1994; 116(6): 546-565. 22 Belluomini M, Almeida MMMB, Lima MM, Arantes GR, Nogueira NA. Associação tuberculose/HIV/AIDS na Grande São Paulo, Brasil, 1993. Bol Pneum Sanit. 1995; 3(1):35-51. 23. Lucas S, Nelson AM. Pathogenesis of tuberculosis in human immunodeficiency virus-infected people. In: Bloom BR, editor. Tuberculosis: pathogenesis, protection, control. Washington: American Society of Microbiol; 1994. p. 503-13.
50
24. Brasil. Ministério da Saúde. Centro Nacional de Epidemiologia. Coordenação de Pneumologia Sanitária. Manual de normas para o controle da tuberculose. 4ª ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde; 1995. (Série A: Normas e manuais técnicos, 13). 25. Small PM, Schecter GF, Goodman PC, Sande MA, Chaisson RE, Hopewell PC. Treatment of tuberculosis in patients with advanced Human Immunodeficiency Virus infection. N Engl J Med 1991; 324(5): 289-94. 26. Small PM, Shafer RW, Hopewell PC, Singh SP, Murphy MJ, Desmond E, et al. Exogenous reinfection with Multidrug-Resistant Mycobacterium tuberculosis in patients with advanced HIV infection. N Engl J Med 1993;
328(16):1137-44. 27. Selwyn PA, Hartel D, Lewis VA, Schoenbaum EE, Vermund SH, Klein RS, et al. A prospective study of the risk of tuberculosis among intravenous drug users with human immunodeficiency virus infection. N Engl J Med 1989; 320(9): 545-50.
28. Porter JDH, McAdam KP. The re-emergence of tuberculosis. Annu. Rev. Public Health, 1994; 15: 303-23. 29. Onorato IM, McCray E, Branch FS. Prevalence of human immunodeficiency virus infection among patients attending tuberculosis clinics in the United States. J Infect Dis 1992; 165(1): 87-92. 30. Snider DE, La Montagne JR. The neglected global tuberculosis problem: a report of the 1992 World Congress on Tuberculosis. J Infect Dis 1994; 169(6): 1189-96.
31. Morimoto AA, Bonametti AM, Morimoto HK, Matsuo T. Soro prevalência da infecção pelo vírus da Imunodeficiência humana em pacientes com tuberculose, em Londrina, Paraná. J Bras Pneumol 2005; 31(4): 325-331. 32. Hino P, Takahashi RF, Bertolozzi MR, Egry EY. Coinfecção de Tb/HIV em um distrito administrativo do Município de São Paulo. Acta Paul Enferm 2012; 25(5): 755-61. 33. Guimarães RM, Lobo AP, Siqueira EA, Borges TFF, Melo SCC. Tuberculose, HIV e pobreza: tendência temporal no Brasil, Américas e mundo. J Bras Pneumol 2012; 38(4): 511-517. 34. Santos, JS, Beck, ST. A coinfecção tuberculose e HIV: um importante desafio Artigo de revisão. RBAC, 2009; 41(3): 209-215. 35. Center For Disease Control. Nosocomial transmission of multidrug resistant tuberculosis among HIV-infected patients. MMWR, 1992; 40: 585-91.
51
36. Melo FAF, Afiune JB, Ide Neto J, Almeida EA, Spada DTA, Antelmo ANL, et al. Epidemiological features of multidrug-resistant tuberculosis in a reference service in São Paulo city. Rev Soc Bras Med Trop 2003; 36(1): 788-94. 37. Seiscento M, Melo FA, Ide Neto J, Noronha AM, Afiune JB, Inomat T, et al. Tuberculose multirresistente (TBMR): aspectos clínico-laboratoriais, epidemiológicos e terapêuticos. J Pneumol 1997; 23(5): 237-44. 38. Melo FA, Netto JI, Seiscento M, Pinto JA, Afiune JB. Tuberculose multirresistente. J Pneumol 1993; 19(1): 73-81. 39. Melo FA, Afiune JB, Ribeiro LH, Felice EA, Castelo A. Resistência primária do M. tuberculosis num serviço ambulatorial de referência em São Paulo: evolução por três décadas e comparação com outros estudos nacionais. J Pneumol 1996; 22(1): 3-8. 40. Dalcolmo MP, Fortes A, Melo FA, Motta R, Neto JI, Cardoso N, et al. Estudo de efetividade de esquemas alternativos para tratamento da tuberculose multirresistente no Brasil. J Pneumol 1999; 25(2): 70-7. 41. Gomes C, Rovaris DB, Severino JL, Gruner MF. M. tuberculosis resistance profile in HIV/AIDS patients in a reference hospital. J Pneumol 2000; 26 (1): 122-27. 42. World Health Organization. Global tuberculosis control: surveillance, planning, financing. Genebra: WHO report; 2005. 43.Revista de Saúde Pública. Desafios da tuberculose diante da resistência microbiana [periódico na Internet]. 2011 Out [citado 2014 Jan 21] ; 45( 5 ): 997-1000.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102011000500025&lng=pt.http://dx.doi.org/10.1590/S0034- 44. Teixeira GM. XDR-TB - a serious and emerging public health threat. Rev Bras Pneumol Sanit 2007; 15(1): 3-6. 45. Oliveira HB, Moreira Filho DC. Retreatment of tuberculosis: aspects of previous episodes, Brazil, 1993-1994. Rev. Saúde Pública 2000; 34(5): 121-29. 46. Kritski AL, Silva JR, Conde MB. Tuberculosis and HIV: renewed challenge. Mem Inst Oswaldo Cruz 1998; 93(3): 417- 22. 47. Rao SN, Mookerjee AL, Obasanjo OO, Chaisson RE. Errors in the treatment of tuberculosis in Baltimore. Chest 2000; 117(3): 734-7. 48. Heymann SJ, Brewer TF, Wilson ME, Fineberg HV. The need of global action against multidrug-resistant tuberculosis. JAMA 1999; 281(1):2138-40. 49. Mahmoudi AM, Iseman MD. Pitfalls in the care of patients with tuberculosis: common errors and their association with the acquisition of drug resistance. JAMA 1993; 270(1): 65-8.
52
50. Humma LM. Prevention and treatment of drug-resistant tuberculosis. Am J Health Syst Pharm 1996; 53 (19):2291-8. 51. Natal S, Valente JG, Sánchez AR, Penna ML. Resistência a isoniazida e rifampicina e história de tratamento anterior para tuberculose. Caderno de Saúde Pública 2003; 19(5): 1277-81. 52. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Distribuição percentual da população nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 1872/2010. https://www.ibge.gov.br/estatisticas.../sociais/.../9662-censo-demografico-2010.html?. Acesso em 16 de janeiro de 2014. 53. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Densidade demográfica nos Censos Demográficos, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação - 1872/2010. https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/.Acesso em 16 de janeiro de 2014. 54. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População residente, por situação do domicílio e sexo, segundo as Grandes Regiões e as Unidades da Federação – 2010. https://biblioteca.ibge.gov.br/.../93/cd_2010_caracteristicas_populacao_domicilios.pdf. Acesso em 16 de janeiro de 2014. 55. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Proporção da população do município da capital em relação à da Unidade da Federação, nos Censos Demográficos, segundo os municípios das capitais - 1872/2010. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv49230.pdf. Acesso em 16 de janeiro de 2014.
56. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. População residente, total, urbana total e urbana na sede municipal, em números absolutos e relativos, com indicação da área total e densidade demográfica, segundo as Unidades da Federação e os municípios – 2010. https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/sinopse.../Censo2000sinopse.pdf. Acesso em 16 de janeiro de 2014. 57. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Séries Pactos pela Saúde, V. 4. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 58. Brasil. Ministerio da Saúde. Secretária de Vigilancia em Saúde. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2010b.
53
8 APÊNDICE
8.1 Apêndice A
Quadro 1 - Estatísticas da Incidência TB e TB x Aids no RN no período 2001 a 2011. Natal-RN, 2017
Variável Média DP Min Max I_TOT_TB 20.95 11.19 0.0 68.72
I_TB_01_03 24.32 17.50 0.0 106.383
I_TB_04_07 20.56 13.50 0.0 70.55
I_TB_08_11 19.08 11.56 0.0 54.77
I_TOT_TBAIDS 0.71 1.11 0.0 4.62
I_TBAIDS_01_03 0.32 1.46 0.0 12.80
I_TBAIDS_04_07 0.62 1.58 0.0 12.77
I_TBAIDS_08_11 1.07 2.27 0.0 11.51
Quadro 2 - Municípios do RN (5%) com maior taxa de incidência (*) de TB por 100.000, segundo o período observado. Natal-RN, 2017
Municípios do RN com maior taxa de incidência(*) de TB por 100.000
Período total 2001 - 2011 Período 2001 – 2003
MUNICÍPIO TI MUNICÍPIO TI
Pendências 68.72 Viçosa 106.38
Viçosa 60.22 Pendências 90.05
Macau 60.02 Galinhos 89.01
Natal 54.03 Macau 66.29
São Gonçalo do Amarante 43.55 Natal 59.01
Angicos 41.62 Tibau 57.98
Areia Branca 40.24 Serra Negra do Norte 57.42
Maca¡ba 39.96 Paraú 56.83
Tibau do Sul 39.55 Triunfo Potiguar 54.56
Período 2004 - 2007 Período 2008 – 2011
MUNICÍPIO TI MUNICÍPIO TI
Macau 70.55 Pendências 54.77
Pendências 68.81 Taboleiro Grande 53.25
Viçosa 60.23 Natal 50.83
Natal 53.83 Tibau do Sul 49.89
Pedro Avelino 52.18 Messias Targino 49.21
Paran á 47.10 Angicos 47.67
Ba¡a Formosa 45.65 Macau 46.38
Grossos 45.05 Lagoa d'Anta 44.39
Maca¡ba 44.09 São Gonçalo do Amarante 42.70 (*) Estimador bayesiano empírico
54
8.2 Apêndice B
Quadro 3 - Os 5% dos municípios do RN com maior taxa de incidência de co-
infecção TBxAIDS por 100.000, segundo o período observado.
Municípios do RN com maior taxa de incidência(*) de co-infecção TBxAIDS por 100.000,
Período total 2001 - 2011 Período 2001 – 2003
MUNICÍPIO TI MUNICÍPIO TI
Messias Targino 4.62 Maca¡ba 12.80
Maca¡ba 4.47 Major Sales 11.16
Galinhos 4.37 Lagoa Salgada 4.80
Rodolfo Fernandes 4.26 Bom Jesus 3.75
Olho-d'agua do Borges 4.12 Esp¡rito Santo 3.07
Frutuoso Gomes 4.06 Pendências 2.90
Coronel João Pessoa 3.82 Angicos 2.87
Macau 3.41 Macau 2.60
Vila Flor 3.37 Santo Antônio 1.64
Período 2004 - 2007 Período 2008 – 2011
MUNICÍPIO TI MUNICÍPIO TI
Messias Targino 12.77 Frutuoso Gomes 11.51
Rodolfo Fernandes 6.33 Olho-d'agua do Borges 11.28
Grossos 5.63 Galinhos 11.27
Coronel João Pessoa 5.32 Vila Flor 8.90 Encanto 5.16 Riacho da Cruz 7.90
Almino Afonso 5.14 Caraubas 7.50
Lajes 5.07 Rio do Fogo 7.43
Serra deS ão Bento 4.47 São José do Campestre 6.13
Antônio Martins 4.01 Macau 6.13 (*) Estimador bayesiano empírico
55
8.3 Apêndice C
Quadro 4 - Modelos lineares espaciais tendo como resposta a incidência de Tuberculose no período 2001 - 2011 e como explicativa variáveis sócio-econômicas (Censo 2010 – IBGE)
Modelos lineares espaciais tendo como resposta a incidência de TB no período 2001 - 2011
Modelo: y = ρW y + X β + e
Variável Independente
Beta (β) Rô (ρ)
Estimativa p-valor Estimativa p-valor
RENDMEDDO – Rendimento médio domiciliar 0.0141355 <0.0001 0.37054 <0.0001 RENDAMEDRE – Renda média do responsável
0.0222352 <0.0001 0.35866 <0.0001
PESSOAREND – Renda média das pessoas > 18
0.0392301 <0.0001 0.37751 <0.0001
ABASTAGUA - % de domicílios c/ abast. D´agua
0.068720 0.2498 0.43342 <0.0001
BANHUSOE - % de domic. com banheiro uso exclusivo
0.094725 0.2204 0.44056 <0.0001
SEMBANHE - % de domic. Sem banheiro -0.088909 0.2521 0.43946 <0.0001 COLELIXO - % de domic. Com coleta de lixo 0.206372 <0.0001 0.40057 <0.0001 MEDMORAD – Número médio de moradores no domic.
-1.6331 0.6804 0.42906 <0.0001
RESPONALFA - % de responsáveis alfabetizados
0.4545 <0.0001 0.39751 <0.0001
8.4 Apêndice D
Tabela 1 - Correlação espacial (I-Moran) segundo o período e a doença. Natal-
RN, 2017
Correlação espacial (I-Moran) segundo o período e a doença
Período Doença I-Moran p-valor
2001 - 2011 TB 0.3263 0.0099
TBxAIDS 0.0434 0.1782
2001 - 2003 TB 0.2184 0.0099
TBxAIDS 0.0457 0.0693
2004 - 2007 TB 0.2026 0.0099
TBxAIDS 0.0287 0.6139
2008 - 2011 TB 0.2478 0.0099
TBxAIDS 0.0493 0.0693
nsim=100. Hipóteses H0: I=0 versus H1: I>0
56
Tabela 2 - Ajuste de modelos lineares espaciais tendo como resposta a incidência de co-infecção TBxAIDS e como explicativa a incidência de TB, segundo o período analisado. Natal-RN, 2017
Ajuste de modelos lineares espaciais tendo como resposta a incidência de co-infecção TBxAIDS e como explicativa a incidência de TB
Período Parâmetros(*) Estimativa p-valor
2001 – 2011 b0 0.0394 0.8283
b1 0.0329 <0,0001
ro -0.0277 0.8122
2001 – 2003 b0 0.0277 0.8859
b1 0.0110 0.0846
ro 0.0748 0.5154
2004 – 2007 b0 0.1881 0.4077
b1 0.0233 0.0085
ro -0.0662 0.6158
2008 – 2011 b0 0.2422 0.4846
b1 0.0408 0.0062
ro 0.0455 0.7129
(*) b1 mede associação de TB com TBxAIDS e r0 mede a autocorrelação espacial
57
8.5 Apêndice E
Figura 1 - Distribuição Espacial da incidência de tuberculose (TB) por 100.000 hab. no RN. (a) Índice global no período 2001 a 2011; (b) Índice no triênio 2001 a 2003; (c) Índice no quadriênio 2004 a 2007; (d) Índice no quadriênio 2008 a 2011. Natal-RN, 2017.
under 21.28
21.28 - 42.56
42.56 - 63.84
63.84 - 85.12
over 85.12
(a)
under 21.28
21.28 - 42.56
42.56 - 63.84
63.84 - 85.12
over 85.12
(b)
under 21.28
21.28 - 42.56
42.56 - 63.84
63.84 - 85.12
over 85.12
(c)
under 21.28
21.28 - 42.56
42.56 - 63.84
63.84 - 85.12
over 85.12
(d)
58
8.5 Apêndice E
Figura 2 - Distribuição Espacial da incidência de co-infecção TB e AIDS por 100.000 hab.no RN. (a) Índice global no período 2001 a 2011; (b) Índice no triênio 2001 a 2003; (c) Índice no quadriênio 2004 a 2007; (d) Índice no quadriênio 2008 a 2011. Natal-RN, 2017.
under 2.56
2.56 - 5.12
5.12 - 7.68
7.68 - 10.24
over 10.24
(a)
under 2.56
2.56 - 5.12
5.12 - 7.68
7.68 - 10.24
over 10.24
(b)
under 2.56
2.56 - 5.12
5.12 - 7.68
7.68 - 10.24
over 10.24
(c)
under 2.56
2.56 - 5.12
5.12 - 7.68
7.68 - 10.24
over 10.24
(d)
59
8.6 Apêndice F
Mini-Curso Ministrado
60
9 ANEXOS
Anexo 1 - Declaração de Dados da SESAP/RN
61
9 Anexos
Anexo 2 – Carta de Anuência