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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO MARCELA PAULINO MOREIRA DA SILVA CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO E FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CARDIOVASCULAR EM ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NATAL/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSO EM ENFERMAGEM

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO

MARCELA PAULINO MOREIRA DA SILVA

CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO E FATORES DE RISCO PARA DOENÇA

CARDIOVASCULAR EM ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

NATAL/RN

2016

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MARCELA PAULINO MOREIRA DA SILVA

CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO E FATORES DE RISCO PARA DOENÇA

CARDIOVASCULAR EM ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Dissertação de mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Enfermagem. Área de Concentração: Enfermagem na atenção a saúde. Linha de Pesquisa: Desenvolvimento tecnológico em saúde e enfermagem. Orientadora: Profa. Dra. Bertha Cruz Enders

NATAL/RN

2016

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Silva, Marcela Paulino Moreira da.

Características de trabalho e fatores de risco para doença cardiovascular em

enfermeiros de um hospital universitário / Marcela Paulino Moreira da Silva. - 2016.

70 f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro

de Ciências da Saúde, Departamento de Enfermagem, Pós-Graduação em

Enfermagem. Natal, RN, 2016.

Orientadora: Profa. Dra. Bertha Cruz Enders.

1. Doenças cardiovasculares - Dissertação. 2. Fatores de risco - Dissertação. 3.

Saúde do trabalhador - Dissertação. I. Enders, Bertha Cruz. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 616.12

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MARCELA PAULINO MOREIRA DA SILVA

CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO E FATORES DE RISCO PARA DOENÇA

CARDIOVASCULAR EM ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre em

Enfermagem.

Aprovada em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________________

Profa. Dra. Bertha Cruz Enders

Professora Orientadora – Presidente da Banca Examinadora

_______________________________________________________

Prof. Dr. Marcos Venícios de Oliveira Lopes – Avaliador externo

Departamento de Enfermagem da UFC

_______________________________________________________

Profa. Dra. Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira – Avaliadora interna

Departamento de Enfermagem da UFRN

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Rosana Selma e José DIvanilton, e irmãos, João Vitor e Maria

Eduarda, por todo amor, carinho e apoio durante toda a minha vida, pelo incessante

estímulo em busca da concretização dos meus sonhos. Vocês que sempre

acreditaram em mim e são meu alicerce em todos os caminhos que percorri.

Obrigada por me ensinarem a lutar com coragem e determinação pelos meus

sonhos. Essa conquista também é de vocês. Amo vocês.

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, primeiramente, pela inspiração, força, determinação nos momentos de

dificuldade e por me conceder a serenidade para a concretização deste trabalho.

A minha querida avó Dulce que é o alicerce da minha família. Grata a Deus pelas

sua existência vovó. Obrigada por todo carinho e amor, te amo.

A toda minha família, tias(os), primos, afilhado, madrinha, padrinho, pelo afeto,

carinho, amor, incentivo em todos os momentos de minha vida.

Ao meu namorado Fábio, pelo companheirismo, incentivo, confiança, paciência,

sempre depositados em mim.

À Profa. Dra. Bertha Cruz Enders, que desde o meu primeiro ano da graduação

orientou meus passos nesta trajetória acadêmica de construção de conhecimento e

ciência, sempre com palavras sábias. Obrigada professora por todos os

ensinamentos que levarei comigo por toda a minha vida.

As minhas amigas Dândara e Fernanda, que compatilharam comigo momentos

ímpares e que foram fundamentais para a construção do meu trabalho. Sou

eternamente grata a Deus pela amizade de vocês minhas amigas.

A minha amiga Anne, companheira dessa árdua atividade em todos momentos

difíceis e alegres. Meu muito obrigada amiga, sua presença e irmandade foi

essencial na elaboração do meu trabalho.

Aos colaboradores Aylla, Cristiane e Cristiane Batista, que através de todo

empenho e dedicação me possibilitaram concluir a coleta de dados.

Aos meus colegas e amigos do grupo de pesquisa: Em especial a Déborah, a

qual compartilhei momentos maravilhosos desde o ingresso na graduação e grupo

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de pesquisa, meu muito obrigada. Aylla, Carol, Larissa, Gleyce, que me apoiaram

nessa longa caminhada e fizeram diferença nos momentos certos.

Aos Profs. Dra. Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira, Dr. Marcos Venícios e Dra.

Milva por terem aceito o convite para participar da banca e contribuírem com

a qualificação do estudo.

Aos Enfermeiros, que se dispuseram a colaborar com a pesquisa de forma

voluntária, e, sem os quais, não seria viável o desenvolvimento deste estudo.

Aos demais professores, pelos ensinamentos acadêmicos e compreensão do

momento pessoal que passei durante o mestrado, sempre me propondo alternativas

viáveis para consolidação das disciplinas.

As minhas amigas “POP`s”: Aninha, Dândara, Fernanda, Gabriela, Clarissa,

Luana, Patrícia, Quinidia, Rhayssa, Sabrina, um dos maiores presentes que a

Graduação de Enfermagem me deixou. Tenho carinho enorme por vocês.

Aos meus colegas de turma, que foram fundamentais ao meu crescimento

profissional e com os quais compartilhei momentos de aperreios e alegria.

Aos funcionários do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-

Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela disponibilidade e

auxílio durante esta trajetória acadêmica.

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“Tudo é do pai, toda honra e toda glória é dele a

vitória alcançada em minha vida”

Frederico Cruz.

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RESUMO

As doenças cardiovasculares se destacam como as principais causas de morte em todo o mundo, representando o problema de saúde pública mais relevante na atualidade. O estudo e a prevenção dessas doenças na população são de particular interesse da enfermagem, e em especial, para a vigilância da saúde do trabalhador na medida em que o contexto laboral e os fatores de risco cardiovascular presentes nos enfermeiros podem contribuir para o risco de desenvolvimento dessas doenças O objetivo deste estudo foi identificar as características de trabalho e os fatores pessoais de risco as doenças cardiovasculares em enfermeiros hospitalares. Estudo transversal com abordagem quantitativa desenvolvido no Hospital Universitário Onofre Lopes. A população do estudo foi de 256 enfermeiros que atuavam na instituição, com uma amostra dimensionada em 148 enfermeiros, selecionados de forma aleatória simples. Utilizou-se um questionário semi-estruturado para avaliação das variáveis sóciodemográficas, características de trabalho, fatores de risco cardiovascular e risco cardiovascular, além da escala de Bianchi de stress. A análise dos dados deu-se a partir de análises descritivas e bivariadas para associar as variáveis categóricas e contínuas. Os enfermeiros eram predominantemente do sexo feminino (85,1%); brancos (52%); com média de idade de 35,2 anos; tempo de formação entre 5 a 10 anos (42,6%); trabalhavam nas enfermarias (48,6%); no turno vespertino (36,5%); com carga horária de trabalho semanal de 36 horas (45,9%); a maioria possuia outro vinculo de trabalho (55,4%); com tempo de trabalho na instituição entre 1 a 3 anos (40,5%) e carga horária diária de trabalho média de 8 horas. Quanto a presença dos fatores de risco cardiovascular: 51,4% dos enfermeiros tinham sobrepeso e 51,4% eram sedentários. O risco cardiovascular pelo índice tornozelo-braquial foi estimado com média de 1,2, configurando-se como baixo. Os participantes com escore de Bianchi de Stress classificado como moderado apresentaram risco cardiovascular 3,27 vezes maior do que aqueles que apresentou escore de Bianchi de stress baixo. Os enfermeiros que trabalhavam mais de 40 horas semanais obtiveram risco cardiovascular maiores que os demais. Conclui-se que a maioria dos enfermeiros do estudo apresentaram risco cardiovascular baixo para as doenças cardiovasculares pelo índice tornozelo-braquial. A associação das características de trabalho e risco cardiovascular pelo ITB não obteve significância estatística, entretanto a relação foi significativa (p= 0.013) quando analisou-se a associação do fator de risco diabetes com o risco cardiovascular. Apesar da baixa associação encontrada, sugere-se que políticas a favor da saúde do trabalhador nos serviços de saúde devem ser rotineiramente planejadas e implementadas com vistas a proporcionar melhoria aos sujeitos estudados e demais profissionais de saúde. Palavras-Chave: Fatores de Risco; Doenças Cardiovasculares; Saúde do trabalhador; Enfermagem.

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ABSTRACT

Cardiovascular diseases stand out as the leading causes of death worldwide, representing the most relevant public health problem today. The study and prevention of these diseases in the population are of particular interest to nursing, and especially to the health surveillance of the worker to the extent that the work context and the cardiovascular risk factors present in nurses can contribute to the risk of development Of these diseases The objective of this study was to identify the work characteristics and personal risk factors for cardiovascular diseases in hospital nurses. Cross-sectional study with a quantitative approach developed at the University Hospital Onofre Lopes. The study population consisted of 256 nurses who worked at the institution, with a sample size of 148 nurses, selected in a simple randomized manner. A semi-structured questionnaire was used to evaluate the sociodemographic variables, work characteristics, cardiovascular risk factors and cardiovascular risk, in addition to the Bianchi stress scale. The analysis of the data was based on descriptive and bivariate analyzes to associate the categorical and continuous variables. The nurses were predominantly female (85.1%); Whites (52%); With an average age of 35.2 years; Training time between 5 and 10 years (42.6%); They worked in the wards (48.6%); In the evening shift (36.5%); With a weekly workload of 36 hours (45.9%); The majority had another work link (55.4%); With working time in the institution between 1 and 3 years (40.5%) and average daily workload of 8 hours. Regarding the presence of cardiovascular risk factors: 51.4% of the nurses were overweight and 51.4% were sedentary. The cardiovascular risk for the ankle-brachial index was estimated with an average of 1.2, being set as low. Participants with a Bianchi score for Stress rated as moderate presented a cardiovascular risk 3.27 times higher than those who presented Bianchi low stress score. Nurses who worked more than 40 hours per week had higher cardiovascular risk than the others. It is concluded that the majority of the nurses in the study presented low cardiovascular risk for cardiovascular diseases by the ankle-brachial index. The association of cardiovascular and cardiovascular risk factors with ABI was not statistically significant. However, the relationship was significant (p = 0.013) when the association between risk factor and cardiovascular risk was analyzed. Despite the low association found, it is suggested that policies in favor of worker health in health services should be routinely planned and implemented in order to provide improvement to the subjects studied and other health professionals. Keywords: Risk Factors; Cardiovascular Diseases; Occupational Health; Nursing.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Variáveis independentes do estudo.............................................. 30

Quadro 2 - Variáveis dependentes do estudo................................................. 31

Figura 1 - Média de estresse geral dos enfermeiros e dos domínios por

agrupamento.Natal/RN,2016. (n=148)..........................................

41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Frequência e percentual das variáveis

sociodemográficas. Natal/RN, Brasil, 2016. (n=148)..........

37

Tabela 2 Frequência e percentual das características de trabalho

dos enfermeiros. Natal/RN, Brasil, 2016. (n=148).............

38

Tabela 3 Frequência e percentual dos fatores de risco

cardiovascular dos enfermeiros.Natal/RN, 2016.

(n=148)...............................................................................

39

Tabela 4 Escore médio de estresse por domínio do instrumento de

Bianchi. Natal/RN, 2016 (n=148)........................................

41

Tabela 5 Média e desvio padrão dos itens da Escala de Bianchi

aplicada com os enfermeiros. Natal/RN, 2016.

(n=148)................................................................................

42

Tabela 6 Distribuição dos enfermeiros segundo a classificação do

ITB identificado e os valores de referência do método.

Natal/RN, 2016. (n=148).....................................................

44

Tabela 7 Associação entre as características de trabalho dos

enfermeiros segundo risco cardiovascular pelo ITB. Natal/

RN, 2016. (n=148).............................................................

44

Tabela 8 Associação dos fatores de risco cardiovascular dos

enfermeiros segundo ITB. Natal/RN, 2016.

(n=148)...............................................................................

45

Tabela 9 Fatores de riscos segundo o risco cardiovascular pelo

ITB. Natal/RN, 2016. (n=148).............................................

46

Tabela 10 Associação entre o nível de estresse segundo risco

cardiovascular pelo ITB. Natal/ RN, 2016. (n=148)............

46

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CA- Circunferência Abdominal

CEP- Comitê de Ética em Pesquisa

CEREST – Centro de Referência em Saúde do Trabalhador

CNS- Conselho Nacional de Saúde

COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

COREN - Conselho Regional de Enfermagem

DCVs- Doenças Cardiovasculares

EBS- Escala Bianchi de Stress

EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

HAS- Hipertensão Arterial Sistêmica

IMC- Índice de Massa Corporal

ITB – Índice de Tornozelo Braquial

PAS- Pressão Arterial Sistólica

PNST – Política de Saúde do Trabalhador

RENAST- Rede Nacional de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador

RN- Rio Grande do Norte

SUS – Sistema Único de Saúde

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 15

2 OBJETIVOS.............................................................................................

2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................

20

20

20

3 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................... 21

3.1 SAÚDE DO TRABALHADOR............................................................. 21

3.2 RISCO CARDIOVASCULAR.............................................................. 23

3.3 FATORES DE RISCO E A DOENÇA CARDIOVASCULAR.............. 24

3.4 TRABALHO DO ENFERMEIRO E O ESTRESSE............................. 26

4 MATERIAIS E MÉTODO......................................................................... 28

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO.................................................... 28

4.2 LOCAL DA PESQUISA...................................................................... 28

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................... 29

4.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO..................................................................

4.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS........................................

30

31

4.6 ASPECTOS ÉTICOS......................................................................... 32

4.7 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS..................................... 33

4.8 ANÁLISE DOS DADOS...................................................................... 34

5 RESULTADOS......................................................................................... 37

5.1 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA................................... 37

5.2 CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO DOS ENFERMEIROS........... 38

5.3 FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES.................................

5.3.1 Nível de estresse nos enfermeiros..................................................

39

40

5.4 RISCO CARDIOVASCULAR DOS ENFERMEIROS......................... 43

5.5 ASSOCIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO E

FATORES DE RISCO COM O ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL.........

44

6 DISCUSSÃO............................................................................................ 47

7 CONCLUSÃO.......................................................................................... 52

REFERÊNCIAS

APÊNDICE A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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APÊNDICE B: Carta de anuência

APÊNDICE C: Instrumento de coleta de dados

ANEXO: Escala de Bianchi de Stress

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15

1 INTRODUÇÃO

Nos serviços de saúde, as adversidades na organização e nas relações sociais

do ambiente laboral e o modo como ocorre o processo de trabalho expõe os

profissionais de enfermagem a riscos que podem comprometer a sua saúde. Esses

trabalhadores que se comprometem em assistir o indivíduo nas diferentes

dimensões do cuidado, não inserem na sua vida cotidiana ações de promoção e

prevenção a saúde em seu próprio benefício. Assim, requer uma maior vigilância a

saúde do trabalhador uma vez que suas condições de saúde precisam ser

assistidas.

É nessa perspectiva de vigilância a saúde do trabalhador que o presente

estudo objetiva analisar a associação das características de trabalho e fatores

pessoais de risco para doenças cardiovasculares (DCVs) em enfermeiros

hospitalares. Nesse objetivo insere-se a preocupação de avaliar o risco para DCV

em sua relação com o ambiente de trabalho e os fatores pessoais do trabalhador

enfermeiro na saúde e consequentemente na qualidade de vida do profissional

enfermeiro, haja vista que essa categoria representa um contingente elevado nas

instituições de saúde. Além disso, há de considerar que o trabalho faz parte da

identidade do trabalhador, onde o mesmo apresenta papel essencial na garantia da

saúde do indivíduo.

A representatividade dos profissionais de enfermagem, nos diversos países do

mundo, inclusive no Brasil, constitui-se como a maior força de trabalho dentre as

categorias de trabalhadores inseridos nos serviços de saúde. Atualmente, o setor da

saúde é composto por 3,5 milhões de profissionais, dos quais aproximadamente a

metade é de Enfermagem (IBGE, 2015), sendo destes, 80% são técnicos e

auxiliares de enfermagem e 20% enfermeiros (COFEN, 2015).

Na Áustria, ano de 2011, registrou-se 62.336 profissionais de enfermagem, no

Canadá, no mesmo período, o registro foi de 270.729 profissionais (CFMU, 2013).

No Brasil foram registrados 1.925.668 profissionais de enfermagem no ano 2014 e

no Estado do Rio Grande do Norte foram registrados 30.843 profissionais de

enfermagem no ano de 2013; destes, 7.437 profissionais eram do nível superior

(COFEN, 2015).

Deste modo, o enfemeiro como membro da equipe de enfermagem

desempenha ações de caráter contínuo e pautadas em um trabalho com

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características próprias que inclui um conjunto de saberes e práticas. Com o

propósito de efetuar intervenções sobre um determinado problema de saúde do

indíviduo e/ou coletividade, além de promover ações de prevenção, promoção e

reabilitação, com possibilidade de atuar em diferentes dimensões práticas que

envolvem seu processo de trabalho, como, gerenciar, educar e pesquisar (COFEN,

2015).

Neste sentido, diante dos diversos campos de atuação do enfermeiro, destaca-

se o contexto hospitalar como ambiente em que os profissionais convivem com uma

alta demanda de tarefas, enfrentam situações que exigem condutas rápidas durante

a prestação do cuidado e na maioria das vezes, desempenham atividades em

ambientes insalubres com desgaste físico e emocional. Esse processo de trabalho

se configura como progressivo e cumulativo que pode impactar negativamente na

sua saúde (CERON et al., 2015; PRESOTTO et al., 2014).

Por ser um local tipicamente insalutífero, na medida em que expõe o

trabalhador a inúmeros riscos, como os físicos, químicos, fisiológicos, psíquicos,

mecânicos e biológicos, peculiares ao desenvolvimento de suas atividades, o

espaço hospitalar torna-se um ambiente ocupacional que vulnerabiliza os

profissionais a aquisição de doenças e acidentes de trabalho (SILVA; PINTO, 2012).

Como consequência, isso resulta em taxas de absenteísmo elevadas, como

observado por Mantovani et al. (2015) em uma coorte desenvolvida em profissionais

de enfermagem de um hospital universitário do Sul do Brasil, em que 73,57% da

população estudada apresentou algum tipo de afastamento no período de um ano.

Semelhante constatação pode ser esclarecida pelo processo de organização

do trabalho na contemporaneidade, o qual, decorre de um modelo de produção

alicerçado na intensificação na rotina laboral, com controle rigoroso das atividades, e

demais consectários próprios desse ambiente, o que ocasiona profundos impactos

sobre a saúde do trabalhador, como elucida a teoria da psicodinâmica do trabalho

(MERLO; TRAESEL; BAIERLE, 2011).

A abordagem da Psicodinâmica investiga a saúde laboral, com intuito de

compreender como os sujeitos envolvidos nesse espaço mantem equilíbio psíquico

diante de desestruturantes condições funcionais, na tentativa de estabelecer um

olhar para os movimentos psicoafetivos provenientes da evolução dos conflitos inter

e intra-subjetivos, para aquele que a isto esta sujeito (DEJOURS, 2004).

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Na conjuntura do processo de trabalho do enfermeiro, a identificação das

cargas psíquicas e os desgastes decorrentes dessa exposição faz-se presentes

(MININEL; BAPTISTA; FELLI, 2011). Estudo (SANCHEZ; OLIVEIRA, 2016) aborda

que os enfermeiros sofrem rotineiramente as exigências do mercado para que seu

produto seja qualificado, estando, portanto, submetido a constantes estados de

tensão.

As características laborais, como, turno de trabalho, jornada semanal, setor de

trabalho, tipo de assistência prestada e quantidade de vínculos empregatícios aliado

a carga de responsabilidade e diminuição dos horários de descanso durante a

jornada de trabalho, podem contribuir para o desenvolvimento de problemas de

saúde e predispõe o profissional a riscos ocupacionais (DAIRI, et al., 2014;

SANCHEZ; OLIVEIRA, 2016).

Assim, à influência da organização e da dinâmica laboral do enfermeiro pode

corroborar para o surgimento de potenciais riscos de agravos à saúde decorrentes

dos fatores condicionantes do ambiente de trabalho, pelo ritmo intenso, permeado

por situações imprevistas e conflitantes, agilidade nas tomadas de decisão e um

cuidado livre de danos, que permeiam o dia a dia destes profissionais (COSTA;

MARTINS, 2011; SANTANA et al., 2016; CAMPOS et al., 2014).

Nessa ótica, os enfermeiros têm implementado ações e se comprometem com

o restabelecimento da saúde do indivíduo. Em contrapartida, essas ações, de

caráter preventivo, curativo e de reabilitação, não costumam fazer parte da sua

rotina e nem sempre têm sido aplicadas por esses profissionais a favor da sua

saúde (OLIVEIRA, 2011; AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO, 2015).

Autores como ASCARI et al. (2013); SILVA e RIBEIRO (2012) declaram que

pelas características peculiares da profissão, o enfermeiro têm adoecido pelas

condições e pelo ambiente desfavorável para o desenvolvimento das suas

atribuições, convivendo com inúmeros problemas de saúde, a exemplo dos

transtornos psíquicos e DVCs.

As DCVs são doenças crônicas que constituem problema mundial não apenas

para o trabalhador, mas para a população geral. As transformações históricas e

sociais, pelas quais a sociedade brasileira vem atravessando, têm ocasionado o

predomínio da morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis, liderado

pelas DCVs. Esse fato representa importante problema de saúde pública, elevando

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o custo social e a necessidade de planejamento estratégico para a efetiva prevenção

(ARAÚJO, 2012; SANTOS; PAES, 2014).

As DCVs são, atualmente, as causas mais comuns de morbimortalidade em

todo o mundo, sendo responsáveis por cerca de 20% de todas as mortes em

indivíduos acima de 30 anos (MANSUR; FAVARATO, 2012). Dados do Ministério da

Saúde apontaram que as DCVs foram as principais causas de mortalidade na faixa

etária de 20 a 59 anos de idade representando quase 30% dos óbitos. Essas

estatísticas reforçam a importância de adoção de medidas preventivas efetivas

(BRASIL, 2012).

Estas doenças estão relacionadas com a crescente industrialização e

urbanização, que vulnerabilizam a população, na maioria das vezes, a estilos de

vida que presdispõe o indivíduo a riscos para DCVs. Essa exposição decorre, em

grande parte, aos fatores de risco cardiovascular, como: consumo de produtos

nocivos à saúde, estimulado pela publicidade, em especial das drogas lícitas, entre

elas o tabaco e álcool, dieta inadequada, sedentarismo e aos estressores sociais da

vida moderna (RIBEIRO; COTTA, 2012).

Estudo (MARTIN et al, 2014.) aponta que o risco cardiovascular também

podem estar relacionados às questões socioeconômicas e ocupacionais, podendo

ser influenciadas pela estrutura da organização, ritmo de trabalho e ambiente no

qual o profissional está inserido. A exemplo dessa prerrogativa, Xavier (2015)

constatou que a ocorrência das DCVs nos profissionais de enfermagem tem uma

relação diretamente proporcional ao estresse oriundo das exigências no ambiente

ocupacional, que se configura como um dos fatores de risco para DVCs.

Sabe-se que o adoecimento em profissionais de enfermagem são estudadas

continuamente, porém observa-se quantitativo limitado de pesquisas que busquem

investigar as relações do trabalho e os fatores de risco para DVCs em enfermeiros

hospitalares, principalmente após a atual conjuntura que os hospitais universitários

veem passando, com a nova administração pela Empresa Brasileira de Serviços

Hospitalares (EBSERH). Presumi-se que a mudança de administração dos hospitais

repercute no processo de trabalho dos profissionais de saúde, inclusive do

enfermeiro.

A necessidade em desenvolver um estudo sobre a análise das características

de trabalho e dos fatores de risco para DCVs em enfermeiros surgiu à medida que

se tem averiguado que essa população está envolvida em atividades administrativas

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e assistenciais sujeita a uma alta carga horária de trabalho exaustiva e estressante.

Na maior parte do seu tempo permanecem nas dependências das instituições, e

estas, em sua maioria, com frágeis condições de trabalho. Essas circunstâncias

podem interferir na qualidade de vida da saúde do trabalhador, que agregadas aos

afazeres sociais potencializam o surgimento de agravo à saúde.

Acredita-se que essa proposta seja importante para um melhor entendimento

acerca dos riscos associados ao adoecimento do enfermeiro no ambiente de

trabalho, em população economicamente ativa, fornecendo subsídios para

discussões a respeito das ações de promoção da saúde do enfermeiro com o

fomento para o desenvolvimento de novas pesquisas que direcionem ao

autocuidado, a redução de absenteísmo e a vigilância a saúde do trabalhador.

Ressalta-se que o estímulo em realizar a pesquisa, especificamente com os

enfermeiros e não com totalidade da equipe de enfermagem, deve-se ao fato desses

sujeitos serem responsáveis pela direção do serviço de enfermagem, estarem

envolvidos em atividades de gestão e cuidados que requerem maior complexidade

durante a prestação da assistência. Soma-se ainda a contínua supervisão aos

demais membros da equipe, com atribuições específicas que podem favorecer o

aparecimento ou agravamento de doenças.

Em vista dessas considerações, definiu-se como questão de pesquisa: Quais

as características de trabalho e os fatores pessoais que contribuem para o risco da

doença cardiovascular em enfermeiros hospitalares?

Formulou-se como hipóteses do estudo:

H1: Existe associação entre as características de trabalho e o risco

cardiovascular dos enfermeiros;

H2: Existe associação entre os fatores pessoais de risco e o grau de risco

cardiovascular identificado nos enfermeiros.

Ademais, o estudo e a prevenção dessas doenças na população são de

particular interesse a enfermagem e em especial para a vigilância da saúde do

trabalhador na medida em que o contexto laboral e os fatores de risco

cardiovasculares presentes nos profissionais podem contribuir para o risco de

aparecimento de DCVs.

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20

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Identificar as características de trabalho e os fatores pessoais associados ao

risco da doença cardiovascular em enfermeiros hospitalares.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar as características de trabalho e os fatores pessoais dos

enfermeiros que constituem risco para doença cardiovascular;

Verificar o grau do risco cardiovascular de enfermeiros;

Analisar as associações entre características de trabalho e os fatores

pessoais com o risco cardiovascular dos enfermeiros.

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21

3 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico que orienta o estudo centra-se no conceito de risco para

DCVs em trabalhadores, especificamente enfermeiros, no âmbito hospitalar e sua

relação com o processo de trabalho e os fatores pessoais para DCVs vivenciado na

condução do processo laboral do enfermeiro. Esse referencial é apresentado em

quatro áreas conceituais: Saúde do trabalhador como grande área de estudo dessa

relação; risco cardiovascular; fatores de risco e a doença cardiovascular; processo

de trabalho do enfermeiro hospitalar.

3.1 SAÚDE DO TRABALHADOR

Trabalho e saúde sempre, desde os tempos mais remotos, apresentaram

algum tipo de relação, contudo com o passar do tempo e especialmente com o

advento da industrialização esta relação se mostrou mais estreita, mesmo diante da

compreensão de que os interesses, muitas vezes, estavam em garantir a

manutenção da força de trabalho e não necessariamente seu bem estar

(SELIGMANN-SILVA et al., 2010).

A saúde do trabalhador é considerada um campo do saber que busca entender

as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença a partir de um conjunto de

atividades que visam à prevenção, recuperação e reabilitação da saúde dos

trabalhadores tendo como ênfase os riscos encontrados nos ambientes de trabalho

(BRASIL, 2002; LOS, 1990). A Vigilância em Saúde do Trabalhador é um dos

componentes do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde do Sistema Único de

Saúde (SUS) juntamente com as ações de vigilância sanitária e epidemiológica.

Assim, destacam-se nesta área: as ações de assistência ao trabalhador; a

participação em estudos e pesquisas relacionadas à saúde; participação da

normatização, fiscalização e controle das condições que apresentam riscos à saúde

do trabalhador; avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;

informação ao trabalhador sobre os riscos ocupacionais; garantia do cumprimento

dos direitos e ainda a revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no

processo de trabalho (LOS, 1990).

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22

Com o objetivo de alcançar a integralidade na assistência ao trabalhador, em

2002 é criada a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador e os

Centros de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (CEREST).

A Rede Nacional de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador (RENAST)

compreende uma rede nacional, constituindo a principal estratégia de Saúde do

Trabalhador no Brasil, contando com o apoio dos CERESTs, com o objetivo de

fornecer suporte às ações do Sistema Único de Saúde no concernente à saúde do

trabalhador, através da integração dos serviços de saúde, propondo-se a qualificar a

assistência ao trabalhador no âmbito do SUS. O CEREST tem enquanto objetivo

constituir-se em uma retaguarda especializada em saúde do trabalhador, nas ações

de prevenção, promoção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e vigilância em saúde

do trabalhador, independente do vínculo (COSAT, 2006).

Contudo, de acordo com Leão e Vasconcellos (2011), o RENAST diante da

enfraquecida articulação com os CERESTs, mantem-se na lógica da fragmentação,

necessitando de mecanismos que fortaleçam esta articulação tão fundamental para

a instituição de fato de ações que visem promover a saúde ao trabalhador intervindo

de modo efetivo nos fatores determinantes e condicionantes da saúde do

trabalhador.

Com vistas a fortalecer a vigilância em saúde do trabalhador no âmbito da

saúde pública brasileira tem-se a Política Nacional de Saúde do trabalhador (PNST),

instituída através da portaria 1823, em 23 de agosto de 2012, com a finalidade de

definir os princípios, diretrizes e estratégias a serem desenvolvidas pelos entes

federativos para o alcance da integralidade na saúde do trabalhador com vistas e

promoção, proteção e a redução da morbimortalidade incluindo homens e mulheres

querem seja de área urbana ou rural e independente do vínculo empregatício,

priorizando os grupos de maior vulnerabilidade, adotando enquanto princípios e

diretrizes a universalidade, integralidade, descentralização e hierarquização,

equidade, participação social e precaução (BRASIL, 2012).

Karino, Martins e Bobroff (2013), ao refletir sobre a PNST destaca que apesar

dos avanços em políticas voltadas à proteção e promoção à saúde do trabalhador no

Brasil, incluir o próprio trabalhador nas ações de construção do processo saúde-

doença é um importante desafio, associado à crescente necessidade de humanizar

as práticas de saúde.

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3.2 RISCO CARDIOVASCULAR

O termo “risco” nos remete a imprevisibilidade, possibilidade de dano, de

incerteza de algo que não se pode determinar ou prever com total garantia e na

maioria das vezes esta vinculada a ocorrência de uma ameaça, impacto negativo,

que expõe o indivíduo a sofrer as consequências desse mesmo impacto (TAVEIRA,

2014).

No campo da epidemiologia, implica na probabilidade condicional de ocorrência

de eventos no processo saúde-doença (ALMEIDA-FILHO; COUTINHO, 2007; LUIZ,

2006). No entanto, essa ocorrência não acontece somente no âmbito do imediatismo

frente a um perigo, mas também a possibilidade de, num futuro próximo, ocorrer

uma perda de qualidade de vida pela ausência de ação preventiva (JANCZURA,

2012).

Dentro do contexto atual de prevenção cardiovascular o mais importante do

que simplesmente identificar o indivíduo só como hipertenso, hiperlipidêmico, obeso

ou diabético, é caracterizá-lo em termos de determinar seu risco cardiovascular total,

obtido pela presença e interação de todos os fatores de risco em um indivíduo.

(CAVAGIONI, 2012).

Apesar da existência de diversos escores de risco criados para a avaliação do

risco cardiovascular global, permitindo-se quantificar o risco de um determinado

indivíduo, a maioria deles considera informações como presença de tabagismo ou

diabetes, prática de atividade física, valor da pressão arterial, e perfil lipídico do

paciente. Sob esse enfoque, quanto maior o risco, maior o potencial benéfico de

uma intervenção terapêutica ou preventiva (PETTERLE; POLANCZYK, 2011).

Dentre os métodos de avaliação de risco mais conhecidos e usados na prática

clínica é o escore de Framingham, proveniente da coorte norte-americana de

Framingham, e o ITB, utilizado como marcador de doença arterial obstrutiva

periférica e DCVs. Ambos são válidos na promoção de saúde cardiovascular

embasando ações que possam retardar ou evitar danos no sistema cardiovascular

(MAGGI et al., 2014).

O ITB é obtido medindo-se a pressão arterial sistólica (PAS) da artéria braquial

e a PAS da artéria dorsal do pé ou artéria tibial posterior, em ambos os membros,

sendo considerado o valor de PAS mais alto entre os membros. O índice é

calculado por meio da razão entre as maiores pressões do tornozelo e do braço

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(PAS tornozelo/PAS braquial), aferido pelo detector ultra-sônico de fluxo, o doppler

vascular (MAGGI et al., 2014).

O método não-invasivo é uma ferramenta simples e de baixo custo que pode

ser utilizada como rastreamento da doença arterial periférica e sinaliza um pior

prognóstico cardiovascular quando o ITB é considerado alterado. A razão entre as

pressões tornozelo-braquial varia de 0,9 a 1,2 em indivíduos normais e menor que

0,9 e maior ou igual a 1,3 em indivíduos com doença arterial obstrutiva periférica,

estando associado ao elevado risco de doenças cardiovasculares, como a doença

arterial coronariana e cerebrovasculares (MAGGI et al., 2014; GALVÃO, 2012).

O indivíduo é considerado com risco alto para doenças cardiovasculares

quando o ITB encontra-se alterado, e risco baixo, quando o índice apresenta-se

dentro da faixa da normalidade (GALVÃO, 2012). A utilização do método como um

marcador sensível de aterosclerose e o aumento no risco de eventos

cardiovasculares torna-se fatores essenciais para a utilização do ITB prática clínica

(MAGGI et al., 2014).

Sendo assim, de acordo com as diretrizes da ACC/AHA (Guideline for

Assessment of Cardiovascular Risk in Asymptomatic Adults) o ITB pode ser

adicionado ao exame físico como um método útil (GALVÃO, 2012) e ser utilizado por

enfermeiros na prevenção de DCV, qualificando-o como um instrumento de grande

importância para a prática (MAGGI et al., 2014).

3.3 FATORES DE RISCO E A DOENÇA CARDIOVASCULAR

As doenças cardiovasculares constituem-se um dos mais importantes

problemas de saúde da atualidade, tanto em países desenvolvidos quanto em

países emergentes, incluindo um grupo vasto de patologias que afetam o coração e

vasos sanguíneos do organismo. Dentre estas, destacam-se a hipertensão arterial,

doenças isquêmicas do coração (infarto agudo do miocárdio, angina estável e

instável), insuficiência cardíaca, valvulopatias, doença cardíaca reumática, doenças

cerebrovasculares, doenças das artérias) (SPOSITO et al., 2007).

Relatório emitido pela Organização Mundial de Saúde registra a mortalidade

por DCV’s em 2008 com 17 milhões de mortes relacionadas aos eventos

cardiovasculares e projeta para 2030 um aumento para 25 milhões de mortes (OMS,

2012). Essa tendência gerará um expressivo impacto dessas patologias sobre a

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saúde pública, já que repercutirão socialmente, seja pela dimensão da sua

gravidade e frequência, como também pelos desafios de seu controle, sobretudo

pelas exigências orçamentárias exigidas.

Estudos apontam um fato preocupante nos dias de hoje afirmando que a

sociedade tem sido atingida por essas condições em faixas etárias cada vez mais

cedo. O que antes se caracterizava como doença de idosos, na contemporaneidade,

adultos jovens também estão sendo alvo dessas enfermidades cardiovasculares

(SILVA; RIBEIRO, 2012), por aquisição de hábitos e padrão comportamental que

corroboram para existência de fatores de risco associados às DVC na vida moderna

(RIBAS; SILVA, 2014; RIBEIRO, 2012).

Quando nos remetemos a expressão “fator de risco” para doenças crônicas,

como as DCVs, faz-se referência a aplicação de métodos epidemiológicos

inicialmente desenvolvidos para doenças infecciosas para identificar o fator ligado ao

desenvolvimento da doença avaliada. Tipicamente, em uma doença infecciosa, uma

causa única ou primária é identificada. No entanto, para DCVs, as causas são

normalmente de etiologia multifatoriais, que englobam fatores desde a

hereditariedade até o estilo de vida (GOMES, 2010).

Para melhor identificação e controle dos fatores de risco é fundamental o

entendimento das suas categorias, as quais compreendem: os fatores de risco

modificáveis, que são aqueles relacionados ao estilo de vida (sedentarismo,

tabagismo, estresse, ingestão de bebida alcoólica, excesso de peso, hipertensão,

diabetes) e fatores de risco não-modificáveis, como idade, histórico familiar, raça,

sexo, fatores hereditários (ITO et al., 2014).

Nesse contexto, estudo aponta à relação entre a exposição aos fatores de risco

para DCVs e as características de trabalho (ANGELIM; ROCHA, 2016). Estudo

realizado na universidade pública do estado de Minas Gerais com funcionários do

local, incluindo enfermeiros, verificou que os trabalhadores noturnos tiveram uma

prevalência de alto risco cardiovascular maior que aqueles que exerciam suas

atividades laborais no período diurno, tornando-os mais vulneráveis à ocorrência das

DCVs (PIMENTA et al., 2012).

Assim, percebe-se que a combinação destes fatores, ou até mesmo a

ocorrência em formas isoladas, contribui de alguma forma para o desenvolvimento

de eventos cardiovasculares e que o processo de trabalho pode favorecer ou

agravar esses eventos.

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3.4 PROCESSO DE TRABALHO DO ENFERMEIRO HOSPITALAR

O trabalho é uma atividade exclusivamente humana, obtido pela articulação

entre a atividade orientada para um determinado fim, os objetos de trabalho e os

meios ou instrumentos. O conceito de trabalho é baseado nessa relação de

constantes modificações entre o homem e a natureza, geradora de um produto ou

serviço (MARX, 1982). Este por sua vez é mais que apenas uma fonte para se

ganhar dinheiro em troca da prestação de serviços, mas representa a identidade do

indivíduo.

O trabalho possui um aspecto favorável, apesar dos resultados nocivos da

evolução contemporânea da organização do trabalho, este ainda pode ser fonte de

prazer e de estruturação do ser humano. Embora fonte de prazer, o ambiente de

trabalho apresenta-se também como uma causa de sofrimento, podendo levar ao

adoecimento devido à ações estressoras. Com o decorrer do tempo o processo de

trabalho gera fatores desgastantes e potencializadores, fatores favoráveis, os quais

são determinantes do processo saúde-doença vivenciados pelos trabalhadores

(ROCHA; FELLI, 2004).) Assim, no ambiente laboral os estressores estão presentes

continuamente e devido à sua relação com o trabalho, são chamados estressores

ocupacionais (GRAZZIANO; BIANCHI, 2010).

O estresse é uma resposta negativa do organismo, uma situação ou

experiência que ocasiona sentimentos de ansiedade, medo, tensão, sendo o

resultado da interação entre o indivíduo e o ambiente (LIMA; BIANCHI, 2010). Nesse

sentido, revela-se como uma situação resultante da percepção entre a discordância

das exigências de determinada tarefa e os recursos pessoais para cumpri-las

(MONTANHOLI, TAVARES; OLIVEIRA, 2006).

Concernente à enfermagem, pela sua própria natureza e características,

revela-se uma profissão especialmente suscetível ao fenômeno do estresse

ocupacional, que advém do cuidado constante com pessoas doentes, situações

imprevisíveis, dor, sofrimento, execução de tarefas, gerenciamento de pessoas.

Essa vivência cotidiana de situações de conflito e estresse, somadas às longas

jornadas, exaustivas, condições de trabalho insalubres, contribuem para o

surgimento do estresse ocupacional, especialmente na atuação em âmbito

hospitalar (MONTANHOLI; TAVARES; OLIVEIRA, 2006).

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Nesse direcionamento, o cotidiano de trabalho desses profissionais perpassa

por ações fundamentais que visam à promoção/recuperação da saúde, envolvendo

o gerenciamento, e a avaliação do desenvolvimento do trabalho em equipe e da

assistência prestada ao cliente (NASCIMENTO, 2013). Para isso o enfermeiro utiliza

as funções de gerencia, além da assistencial, de ensino e pesquisa, compondo

assim as esferas e campo de atuação em seu processo de trabalho.

Por essa vulnerabilidade inerente ao processo de trabalho do enfermeiro,

estudos vem sendo desenvolvidos na perspectiva de investigar a relação entre

trabalho e saúde, buscando-se compreender a interferência que o trabalho exerce

na vida dos trabalhadores, especialmente quanto ao surgimento de doenças

ocupacionais.

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4 MATERIAIS E MÉTODO

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa. A

pesquisa descritiva objetiva primordialmente a descrição das características de uma

determinada população ou fenômeno, ou ainda o estabelecimento de relações entre

variáveis. Também busca registrar e analisar os elementos da pesquisa,

correlacionando e consolidando os fenômenos para chegar ao resultado final de

acordo com a natureza do objeto da pesquisa (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011).

O estudo de corte transversal fornece uma descrição instantânea na

experiência do processo saúde/doença de populações bem definidas, pois a coleta

de dados processa-se num único instante de tempo. Possibilita estimar a dimensão,

magnitude ou extensão da situação de interesse, além de testar relações entre

variáveis preditoras e de desfecho (POLIK; BECK; HUNGLER, 2011).

O enfoque quantitativo permite a coleta sistemática de informação numérica,

mediante condições controladas, analisando as informações coletadas através de

estudos estatísticos. Nesse estudo, o pesquisador se baseia por parâmetros

mensuráveis, mostra em número as opiniões e informações referentes ao problema

para serem classificadas e analisadas, buscando estabelecer a relação entre causa

e efeito entre as variáveis (POLIK; BECK; HUNGLER, 2011).

4.2 LOCAL DA PESQUISA

O estudo foi realizado em um hospital universitário localizado no bairro de

Petrópolis, Distrito Sanitário Leste do Município de Natal, Rio Grande do Norte (RN).

Sua estrutura física é composta por 294 leitos de internação, com leitos de

Unidade de Terapia Intensiva, enfermarias, salas de cirurgias, serviços

ambulatoriais, centro de diagnóstico por imagem, sendo integrada a rede do Sistema

Único de Saúde (SUS). Pertence ao complexo de saúde da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (UFRN) e é caracterizado como instituição de ensino

universitário.

Este local foi escolhido em função de apresentar relevante função por abarcar

responsabilidade com o ensino, pesquisa e extensão, ao ensino aprendizagem e à

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formação de recursos humanos no campo da saúde pública. Outrossim, apresenta o

mais especializado nível de referência do Sistema Único de Saúde do Estado no

âmbito do nível terciário com um significativo quantitativo de profissionais de

enfermagem, como também a facilidade de acesso ao campo para produção de

dados junto aos profissionais.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população do estudo foi constituída pelos enfermeiros que atuavam nos

setores assistenciais e gerenciais da instituição, tendo assim uma população de 256

profissionais.

A amostra foi dimensionada em 148 participantes com base na seguinte

fórmula utilizado por Bolfarine, Bussab (2005):

Onde:

n = tamanho da amostra

N = população composta de 256 enfermeiros

D = Relação entre nível de confiança de 95% e o erro amostral de 5%

S2= Variância máxima (0,5)

Os parâmetros do nível de confiança de 95% e erro amostral de 5% por meio

da amostragem aleatória simples foram respeitados.

Os sujeitos foram identificados através de suas chefias de Enfermagem (chefia

dos setores e chefia geral de Enfermagem do Hospital, as quais forneceram uma

lista com nomes e setores dos enfermeiros, para obtenção das informações e

aplicação do estudo. Para compor a amostra, aplicou-se como critério de inclusão:

Enfermeiros(as) identificados pelas chefias de enfermagem como

profissionais que trabalham nos respectivos setores assistenciais e

administrativos nos turnos diurno e noturno, do Hospital, independente do

tempo de trabalho na instituição.

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Quanto ao critério de exclusão, não foram considerados:

Enfermeiros que encontravam-se de férias, licença maternidade, licença

médica ou em afastamento por qualquer outra motivo no período da coleta de

dados.

4.4 VARIÁVEIS INDEPENDENTES DO ESTUDO

As variáveis independentes analisadas no estudo corresponderam aos itens

referentes as características sociodemográficas, características de trabalho e fatores

de risco para doenças cardiovasculares, conforme quadro 1 a seguir:

Quadro 1- Variáveis independentes do estudo e sua operacionalização, Natal/RN,

2016.

Variável Operacionalização Tipo de Dado

Características sociodemográficas

Sexo, estado civil, titulação, raça, filhos, renda familiar mensal, tempo de formação Idade

Categórica Nominal Quantitativa Discreta

Características de trabalho

Setor de trabalho; Turno de trabalho, vínculo empregatício, tipo de atividade desenvolvida; Duração do turno de trabalho, carga de trabalho semanal, tempo de trabalho na instituição.

Qualitativa Categórica nominal Quantitativa discreta

Fatores de risco para doenças cardiovasculares

Antecedentes familiares de 1° grau (Hipertenso, diabético, excesso de peso, acidente vascular encefálico, dislipidemia, infarto agudo do miocárdio); Peso, altura, Índice de massa corporal, circunferência abdominal; Hipertenso, diabético, dislipidemia, fumante, ingestão de bebida alcoólica,

Categórica Nominal Quantitativa contínua Categórica

nominal

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atividade física. Nível de estresse

Categórica nominal

A variável dependente analisada no estudo correspondeu ao risco

cardiovascular, conforme quadro 2:

Quadro 2- Variável dependente do estudo e sua operacionalização. Natal/RN, 2016.

Variável dependete Operacionalização Tipo de Dado

Risco cardiovascular

Pressão arterial sistólica, Índice tornozelo-braquial

Quantitativa contínua Quantitativa contínua

4.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Foi utilizado um instrumento semi-estruturado com perguntas fechadas

(APÊNDICE C), preenchido pela pesquisadora. O instrumento foi subdividido em 5

módulos compostos dos itens relacionados às variáveis e suas operacioalizações:

Módulo I– Contem os dados sócio-demográficos (idade, sexo, estado civil,

titulação, raça, filhos, renda familiar mensal, tempo de formação);

Módulo II- Destina-se aos dados sobre fatores de risco cardiovascular dos

antecedentes familiares;

Módulo III- Etapa destinada à investigação dos fatores de risco cardiovascular

nos enfermeiros;

Módulo IV: Informações das características de trabalho

Módulo V- Risco cardiovascular pelo ITB

Para a avaliação do estresse no trabalho dos enfermeiros utilizou-se a Escala

Bianchi de Stress (EBS) (ANEXO A). A escala é uma ferramenta valiosa uma vez

que foi elaborada e validada por Bianchi para avaliar o nível de estresse do

enfermeiro hospitalar no desempenho de suas atividades laborais, assistenciais e

gerenciais, no seu cotidiano profissional na área hospitalar. Ela á auto-aplicável,

contempla 51 itens usando a escala tipo Likert, com variação de 1 a 7, sendo

determinando o valor 1 como pouco desgastante; o valor 4 como médio e o valor 7

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como altamente desgastante. O valor 0 foi reservado para quando o enfermeiro não

executa a atividade abordada (BIANCHI, 2009).

Os 51 itens são divididos em seis domínios sendo eles: 1- relacionamento com

outras unidades e supervisores; 2- atividades relacionadas ao funcionamento

adequado da unidade; 3- atividades relacionadas à administração de pessoal; 4-

assistência de enfermagem prestada ao paciente; 5- coordenação das atividades da

unidade; e 6- condições de trabalho para o desempenho das atividades do

enfermeiro. Com a sua utilização, pode-se verificar o domínio mais estressante para

o grupo de enfermeiros ou para cada indivíduo e também avaliar as atividades mais

estressantes naquela instituição (BIANCHI, 2009).

4.6 ASPECTOS ÉTICOS

Inicialmente foi encaminhado ao hospital um ofício (APÊNDICE B) solicitando a

realização da pesquisa. Após o termo de anuência emitido pela instituição

aprovando a execução da pesquisa junto aos profissionais, o projeto foi submetido

ao sistema on-line da Plataforma Brasil, em virtude do cumprimento da Resolução

CNS 466/2012 (Conselho Nacional de Saúde, 2012), principalmente no que se

refere aos itens: III – Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, IV –

Consentimento livre e esclarecido e V – Riscos e benefícios da referida Resolução.

É importante ressaltar que, ao iniciar a pesquisa, cada entrevistado foi

abordado com orientações acerca dos objetivos e finalidades do estudo. Nesse

momento, houve o esclarecimento que a participação no estudo era voluntária e que

ele poderia sair da pesquisa se assim julgasse oportuno.

O entrevistado leu e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE), em duas vias, sendo que uma cópia ficou com o entrevistado e a outra com

o entrevistador.

O local escolhido para a realização da entrevista foi o de maior conveniência

para o entrevistado. Todos os instrumentos foram guardados em lugar seguro e

confidencial, de acesso somente aos pesquisadores.

O presente estudo apresentou riscos mínimos para os sujeitos, pois o uso da

entrevista como técnica de acesso aos dados pode constranger os sujeitos de

pesquisa. Garantiu-se a privacidade e o anonimato dos mesmos.

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4.7 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS

Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do

hospital, a coleta de dados foi realizada de julho a setembro de 2016 pela

pesquisadora, por duas acadêmicos do curso de Graduação em Enfermagem e uma

Enfermeira. Estas foram devidamente treinadas para realização desta etapa da

pesquisa. A coleta ocorreu nos três turnos, manhã, tarde e noite.

Inicialmente realizou-se um contato prévio com a gerente de enfermagem do

hospital onde foi solicitado a escala dos enfermeiros que trabalhavam na instituição

para o acesso da pesquisadora e colaboradoras aos plantões para realização da

abordagem aos enfermeiros. Os nomes dos enfermeiros foram digitados em uma

planilha eletrônica Excel®, o qual por meio da amostragem por sorteio aleatório

simples selecionamos os profissionais para compor a amostra.

A pesquisadora e colaboradoras abordaram os enfermeiros do estudo no seu

ambiente de trabalho, solicitando a participação na pesquisa, comunicando-lhes

sobre os objetivos do estudo e informando que sua participação era voluntária e que

os mesmos poderiam desistir da pesquisa em qualquer fase. Foi-lhes apresentado o

TCLE e mediante aceitação em participar do estudo, iniciamos a coleta de dados.

A coleta de dados abrangeu a aplicação de um questionário (APÊNDICE C)

com itens referentes a características sociodemográficas (idade, sexo, raça, estado

civil, renda mensal); características de trabalho (setor de trabalho, turno de trabalho,

vínculo empregatício, tipo de atividade desenvolvida, duração do turno de trabalho,

carga de trabalho semanal, tempo de trabalho na instituição) e fatores de risco

cardiovascular (antecedentes familiares de primeiro grau, hipertenso, diabético,

fumante, ingestão de bebida alcoolica e atividade física). Os demais itens seguiram

com a verificação da pressão arterial sistólica, peso e circunferência abdominal.

Foram considerados tabagistas aqueles que referiram fazer uso de um ou mais

cigarros por dia há mais de um mês; etilistas aqueles que referiram ingerir bebida

alcóolica em dois ou mais dias da semana em quantidades que excediam 30g

diárias de álcool para homens (equivalente a uma garrafa de cerveja de 650ml ou

duas doses de aguardente de 50ml) e 15g para mulheres; sedentários todos os

indivíduos que não referiram prática de atividade física de lazer (caminhada, corrida,

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ginástica, musculação, outros) com duração ≥30 minutos numa frequência de 5 dias

por semana.

O peso foi medido por balança antropométrica digital, marca carrefour®,

graduada em quilogramas e gramas e a altura informada pela pesquisado. O Índice

de Massa Corporal (IMC) foi calculado de acordo com equação IMC=kg/m2. Para a

mensuração da Circunferência Abdominal (CA) utilizou-se uma fita métrica

considerando a medição no meio da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal

inferior, sendo recomendado parâmetros menor ou igual a 102 cm nos homens e

menor ou igual a 88cm nas mulheres (ABESO, 2016).

Para análise do risco cardiovascular pelo ITB foi realizado a aferição das PAS

nas artérias braquiais e pediosas direita e esquerda conforme VI Diretrizes

Brasileiras de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), com auxílio do aparelho Doppler

Vascular portátil DF-7001 VN Medpej® e o esfigmomanômetro Premium®. As

medidas foram realizadas com o pesquisado em decúbito dorsal, após cinco minutos

de descanso em repouso na sala de repouso dos setores do hospital no início do

plantão de cada turno ou horário mais conveniente para os pesquisados para que

não atrapalhesse a rotina de trabalho.

A obtenção do valor do ITB foi feita mediante a divisão da maior PAS obtida em

cada artéria dos membros inferiores pela maior PAS obtida nos membros superiores,

conforme a fórmula: ITB= PAS Tornozelo/PAS Braquial. Os valores de referência

são: índice tornozelo-braquial anormal < 0,90 e ≥ 1,30; índice tornozelo-braquial

normal = 0,9 a 1,2. Valores fora da margem do recomendado são importantes

sinalizadores da doença arterial obstrutiva e consequentemente de doenças

cardiovasculares (MAGGI et al., 2014).

O indivíduo é considerado com risco alto para doenças cardiovasculares

quando o ITB encontra-se alterado, e risco baixo, quando o índice apresenta-se

dentro da faixa da normalidade (GALVÃO, 2012).

O ITB é um método simples, não invasivo, de baixo custo e de grande

confiabilidade, sendo um preditor independente de risco cardiovascular.

Para aplicação do instrumento EBS, os enfermeiros preencheram a escala em

aproximadamente 15 minutos, após esclarecimento para tal finalidade.

4.8 ANÁLISE DOS DADOS

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35

Os dados foram tabulados no programa SPSS 20.0 onde foram realizadas

análises univariadas, segundo estatística descritiva por meio da distribuição de

frequência absoluta e percentual nas variáveis qualitativas, enquanto, para as

variáveis quantitativas, foram utilizadas as medidas descritivas de centralidade

(média) e de dispersão (desvio-padrão, valor mínimo e valor máximo).

As análises bivariadas para associar as variáveis categóricas e contínuas foi

utilizado o teste de variância (ANOVA), teste de tukey e teste t- student. Foram

estabelecidos valores aceitáveis de p de 0,05 para determinar a significância

estatística das associações. Na análise bivariada, utilizou-se o Teste t de Student

para as variáveis categóricas dicotômicas, análise de variância para as variáveis

com mais de duas categorias e correlação de Pearson para as variáveis

quantitativas.

Após a aplicação do instrumento de coleta de dados na amostra selecionada,

foi realizada a avaliação da confiabilidade interna do instrumento de Estresse de

Bianchi, pelo coeficiente alfa de Cronbach. Esse coeficiente analisa as correlações

entre os itens do instrumento. Com isso, quanto maior o alfa, maior a

homogeneidade dos itens analisados, indicando a acurácia da medida. Seu valor

pode variar entre zero e um, sendo que, quanto maior for o valor, maior a

consistência interna e a confiabilidade do instrumento, indicando a homogeneidade

na medida. Assim, sugere-se que o valor do Alfa de Cronbach seja acima de 0,70

(ZANEI, 2006).

O total de pontos assinalados na escala demonstra o nível de stress do

enfermeiro. Esse total tem uma variação de 51 (quando o enfermeiro assinalar

como pouco desgastante para todas as atividades) a 357 pontos (7 pontos para

todas as atividades) (BIANCHI, 2009);

Na análise de escore médio para o enfermeiro, para cada item e para cada

domínio, foi considerado o nível de stress com a seguinte pontuação de escore

padronizado:

• Igual ou abaixo de 3,0 – baixo nível de stress;

• Entre 3,1 a 5,9 – médio nível de stress;

• Igual ou acima de 6,0 – alto nível de stress;

Escore médio para cada item (estressor):

O escore médio de cada item pode ser útil para descrever a intensidade dos

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36

estressores para um grupo particular de enfermeiros.

Para se obter o escore médio, calcula-se a soma de todos os valores

assinalidados (que seriam de 1 a 7) e divide pelo número de respondentes. O valor

resultante será a média real para cada estressor (item). Essa média variará de 1,0 a

7,0, com valores traduzidos em decimais. Os escores médios dos 51 itens foram

comparados entre eles, obtendo-se o estressor de maior intensidade para o grupo

de interesse.

Escore para cada domínio:

Com a finalidade de comparar os diferentes estressores na atuação do

enfermeiro, os 51 itens foram divididos em seis domínios:

1: relacionamento com outras unidades e supervisores (itens 40, 41, 42, 43, 44, 45,

46, 50, 51);

2: atividades relacionadas ao funcionamento adequado da unidade (itens 1, 2, 3, 4,

5, 6);

3: atividades relacionadas à administração de pessoal (itens 7, 8, 9, 12, 13, 14);

4: assistência de enfermagem prestada ao paciente (itens 16, 17,18, 19, 20, 21,

22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30);

5: coordenação das atividades da unidade (itens 10, 11, 15, 31, 32, 38, 39, 47);

6: condições de trabalho para o desempenho das atividades do enfermeiro (itens 33,

34, 35, 36, 37, 48, 49).

Com a soma dos escores dos itens componentes de cada domínio e o

resultado dividido pelo número de itens, defini-se o escore médio de cada domínio. A

variação dos escores dos domínios também é de 1,0 a 7,0.

Para realização dos testes estatísticos, foi utilizado o software estatístico

SPSS versão 20.0, facilitando a organização dos dados em tabelas que permitiram

melhor visualização dos resultados e sua interpretação.

Depois de serem analisados, os dados foram apresentados através de tabelas

e discutidos com base na literatura científica.

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37

5 RESULTADOS

Neste capítulo encontram-se apresentados os resultados das análises das

variáveis contidas nos instrumentos respondidos pelos 148 enfermeiros que

participaram da pesquisa. Com o intuito de facilitar a compreensão das análises para

o alcance da cada objetivo, as descrições a seguir foram divididas em cinco partes:

1) caracterização sociodemográfica dos enfermeiros; 2) características de trabalho

dos enfermeiros; 3) fatores de risco cardiovasculares nos enfermeiros; 4) risco

cardiovascular dos enfermeiros e 4) associação das características de trabalho e os

fatores de risco com o risco cardiovascular dos enfermeiros.

5.1 CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA

A Tabela 1 mostra as características sociodemográficas dos enfermeiros

sujeitos do estudo.

Tabela 1: Frequência e percentual das características sociodemográficas dos

enfermeiros hospitalares. Natal/RN, 2016. (n=148).

Sociodemográfica Frequência (n) Percentual (%)

Sexo Feminino 126 85,1 Masculino 22 14,9 Faixa etária

20 a 30 anos 49 33,1 31 a 40 anos 67 45,3 41 a 50 anos 22 14,8 51 a 60 anos 10 6,7 Estado civil Casado 79 53,4 Solteiro 56 37,8 Divorciado 12 8,1 União estável 01 0,7 Viúvo 00 0,0 Titulação Especialização/Residência 113 76,4 Graduação 19 12,8 Mestrado 14 9,5 Doutorado 02 1,3 Raça Branca 77 52,0 Parda 56 37,8 Preta 12 8,1

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38

Amarela 03 2,0 Filhos Não 86 58,1 Sim 62 41,9 Tempo de formação profissional Menor que 5 anos 32 21,6 5 a 10 anos 63 42,6 Mais de 10 anos 53 35,8

Observa-se na Tabela 1 que, os enfermeiros eram predominantemente do sexo

feminino, brancos, casados, possuíam especialização, e não tinham filho. Quanto a

idade, tinham em média 35,22 anos (mín. 25; máx. 60; ± 7,9); todos os enfermeiros

indicaram que recebiam uma renda familiar mensal igual ou maior que 5 salários

mínimos. Quanto ao tempo de formação profissional houve predominância dos

enfermeiros que tinham entre 5 a 10 anos de formado 63 (42,6%).

5.2 CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO DOS ENFERMEIROS

O tipo de atividade mais desenvolvida pelos pesquisados do estudo foi a

assistencial 123 (83,1%), no setor de enfermaria 72 (48,6%), conforme tabela 2.

Tabela 2: Frequência e percentual das características de trabalho dos enfermeiros.

Natal/RN, 2016. (n=148).

Características de trabalho Frequência (n)

Percentual (%)

Tipo de Atividade Assistencial 123 83,1 Administrativo 25 16,9 Horário de Trabalho Manhã 45 30,4 Tarde 54 36,5 Noite 40 27,0 Diarista 09 6,1 Carga Horária de trabalho semanal 30 horas 14 9,5 36 horas 68 45,9 40 horas ou mais 66 44,6 Tempo de Trabalho na Instituição Menos de 1 ano 59 39,9 1 a 3 anos 60 40,5 4 6 anos 04 2,7 7 a 10 anos 01 0,7 Mais de 10 anos 24 16,2

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39

Total 148 100,0 Possui outro vínculo empregatício Sim 66 44,6 Não 82 55,4

A Tabela 2 mostra que a maioria dos enfermeiros eram novos na instituição,

haja vista que 39,9% registraram ter menos de um ano de trabalho e 40,5% de um a

três anos; a maioria (134 ou 90,5%) indicou ter uma carga semanal de trabalho igual

ou maior que 36 horas, sendo que 66 (44,6%) trabalhavam 40 horas ou mais; e

44,6% possuíam outro vínculo empregatício.

5.3 FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR

Os fatores de risco podem ser explicados por meio da história familiar, assim é

importante delinear este perfil, pois os FRCV podem ser influenciados tanto por

questões sócio-ambientais, culturais, quanto genéticas. Por meio da análise da

história familiar de fatores de risco e eventos cardiovasculares em parentes de 1°

grau (pais,irmãos,avós,tios) dos enfermeiros, pode-se observar uma alta prevalência

de hipertensão arterial sistêmica 123 (83,1%), diabetes 98 (66,2%), excesso de peso

100 (67,1%), dislipidemia 89 (60,1%) e Infarto agudo do miocárdio 76 ( 51,4%).

Na análise da CA dos enfermeiros, verificou-se que os profissionais do sexo

feminino apresentaram CA com medida superior ao ponto de corte, com uma média

de 89,8 e o sexo masculino, a média da CA foi 98,5.

Tabela 3: Frequência e percentual dos fatores de risco cardiovascular dos

enfermeiros. Natal/RN, 2016. (n=148).

Fatores de risco dos enfermeiros Frequência (n)

Percentual (%)

Índice de Massa Corporal (IMC) Peso normal 72 48,6 Sobrepeso 52 35,1 Obesidade 24 16,2 Hipertensão Arterial Sim 14 9,5 Não 132 89,2 Não sabe 02 1,4 Diabetes Sim 14 9,5 Não 127 85,8 Não sabe 07 4,7

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40

Total 148 100,0 Dislipidemia Sim 27 18,2 Não 115 77,7 Não sabe 06 4,1 Fumante Sim 05 3,4 Não 143 96,6 Ingere bebidas alcoólicas Sim 82 55,4 Não 66 44,6 Quantidade de consumo de bebidas alcoólicas semanal

Uma vez por semana 29 19,5 Uma a três vezes por semana 51 34,5 Quatro ou mais vezes por semana 02 1,4 Não se aplica 66 44,6 Prática de atividades físicas Sim 72 48,6 Não 76 51,4

Conforme os dados apresentados na tabela 3, a maioria dos enfermeiros

apresentava-se com excesso de peso (sobrepeso/obesidade) 76 (51,3%), relataram

não ser hipertensos 132 (89,2%), não ser diabéticos 127 (85,8%) e sem dislipidemia

115 (77,7%). Grande parte dos enfermeiros não fumavam 143 (96,6%) e ingeriam

bebida alcoólica 82 ( 55,4%) numa frequência de 1 a 3 vezes por semana. Quanto a

prática de atividade física, 76 (51,4%) eram sedentários.

5.3.1 Nível de estresse nos enfermeiros

Neste item apresentam-se o nível de estresse total e os níveis de estresse

obtidos para cada domínio da EBS.

Para garantir a confiabilidade dos dados, foi realizado o coeficiente Alfa de

Cronbach do instrumento todo e de todos os domínios. Na análise da consistência

do instrumento de Bianchi para aplicação na população estudada, o teste de

confiabilidade do coeficiente Alfa de Cronbach obteve valor de 0,925, considerado

muito alto, pois valores acima de 0,70 são confirmativos para este fim.

A análise de consistência interna dos domínios também foi calculada. Para o

domínio 1 (relacionamento com outras unidades e superiores) foram

considerados os 9 itens, obtendo o coeficiente Alfa de Cronbach de 0,814. No

domínio 2 (atividades relacionadas ao funcionamento adequado da unidade)

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41

foram considerados 6 itens, obtendo coeficiente de 0,837. O domínio 3

(atividades relacionadas à administração de pessoal) foi realizado com 6 itens,

tendo coeficiente de 0,833. O domínio 4 (assistência de enfermagem prestada

ao paciente) foram considerados os 15 itens e obteve valor de coeficiente de

0,930. Para o domínio 5 (coordenação das atividades da unidade) foram

considerados 8 itens, com valor de 0,588 e o último domínio, 6 (condições de

trabalho para desempenho das atividades do enfermeiro) foram considerados os

7 itens, obtendo Alfa de Cronbach de 0,568. Dessa forma, o domínio 4 tem uma

consistência interna muito alta, os domínios A,B e C classificados como alta, e os

domínio 5 e 6, como baixas, para a população estudada no presente estudo.

Figura 1: Média de estresse geral dos profissionais e dos domínios por

agrupamento, medidos pela escala Bianchi. Natal/RN, 2016.

D1=domínio de relacionamento; D2= domínio de funcionamento de unidade; D3= domínio de

administração de pessoal; D4= domímio de assistência; D5= domínio de coordenação; D6= domínio

de condições de trabalho; Mgeral= média geral.

A fim de verificar os níveis de estresse dos 148 enfermeiros, calculou-se a

média de estresse para cada domínio e geral dos profissionais participante do

estudo, as quais variaram de 2 a 4 sendo que 7 era o valor máximo da escala.

Desse modo, observou-se que a amostra estudada apresentou moderado nível de

estresse, conforme a figura 1.

Tabela 4: Escore médio de estresse por domínio do instrumento de Bianchi. Natal,

RN, 2016.

Domínios Média Desvio padrão

Máximo Máximo

1-Relacionamento com outras 3,2 1,2 0,3 6,0

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42

unidades e superiores 2-Atividades relacionada ao funcionamento adequado da atividade

3,0 1,6 0,0 7,7

3.Atividades relacionadas à administração pessoal

3,0 1,3 0,4 6,2

4.Assistência de enfermagem prestada ao paciente

3,0 1,3 0,0 5,3

5.Coordenação das atividades da unidade

2,7 1,2 0,6 9,2

6.Condições de trabalho para o desempenho de atividades do enfermeiro

3,0 1,0 0,8 5,7

Na análise do escore médio de estresse dos enfermeiros por domínio do

instrumento de Bianchi, observou-se que o domínio 1 ( relacionamento com outras

unidades e superiores) apresentou uma média de estresse de 3,2, conforme

apresentado na tabela 4.

Tabela 5 – Média e desvio padrão dos itens da Escala de Bianchi aplicada com os enfermeiros. Natal/RN, Brasil, 2016.

Variáveis

Média DP

Previsão de material a ser utilizado

2,46 1,81 Reposição de material 2,61 1,79 Controle de material usado 2,88 1,89 Controle de equipamentos 3,28 1,99 Solicitação de revisão e concertos de equipamento 3,58 1,89 Levantamento de quantidade de material existente 2,95 3,09 Controlar a equipe de enfermagem 4,27 2,01 Realizar a distribuição de funcionários 4,03 2,06 Supervisionar as atividades da equipe 4,14 1,79 Controlar a qualidade do cuidado 4,15 1,87

Coordenar as atividades da equipe 4,06 1,72 Realizar treinamento 2,38 1,98 Realizar o desempenho do funcionário 2,95 1,82

Elaborar escala mensal de funcionários 1,15 2,06 Elaborar relatório mensal da unidade 0,93 1,83 Admitir o paciente na unidade 2,75 1,94 Fazer exame físico do paciente 2,05 1,66

Prescrever os cuidados de enfermagem 2,20 1,74 Avaliar as condições do paciente 2,45 1,58 Atender as necessidades do paciente 2,97 1,68 Atender as necessidades dos familiars 3,64 1,93 Orientar o paciente para o auto cuidado 2,25 1,55 Orientar os familiares para cuidar do paciente 3,53 2,02 Supervisionar o cuidado de enfermagem prestado 3,43 1,96 Orientar para a alta do paciente 1,83 1,58 Prestar os cuidados de enfermagem 3,10 2,01

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43

Notou-se que grande parte das atividades desenvolvidas pelos enfermeiros

registraram escores de estresse médio, destacando-se que este nível de estresse

aumenta com as atividades que fazem parte do domínio 1 e 3, as quais são:

relacionamento com a farmácia (4,34); controlar a equipe de enfermagem (4,27);

realizar a distribuição de funcionários (4,03); supervisionar as atividades da equipe

(4,14), relacionamento com outras unidades (3,74). Outras atividades pertencentes

aos demais domínios do instrumento de Bianchi obtiveram escore de estresse

médio, como: controlar a qualidade do cuidado (4,15); coordenar as atividades da

equipe (4,06), realizar atividades burocráticas ( 4,30); atender as emergências na

unidade (4,37) e enfrentar a morte do paciente (4,20), conforme apresentado na

tabela 5.

5.4 RISCO CARDIOVASCULAR PELO ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL

A identificação do risco cardiovascular de acordo com as medidas do ITB

demonstrou que a maioria dos participantes, 89 (60,1%), apresentaram valores de

ITB dentro do parâmetro de normalidade, conforme os valores de referência do

Atender as emergências na unidade 4,37 2,19 Atender familiars de pacientes 3,53 1,81 Enfrentar a morte do paciente 4,20 2,53 Orientar familiares de pacientes críticos 3,53 2,02 Realizar discussão de caso com funcionários 2,16 1,97 Realizar discussão de caso com equipe multi 1,86 1,89 Participar de reuniões no Departamento de enferm. 1,44 1,83 Participar de comissões na instituição 1,21 1,80 Participar de eventos científicos 1,99 1,71 O ambiente físico da unidade 2,72 1,84 Nível de barulho na unidade 3,47 1,87 Elaborar rotinas, normas e procedimentos 3,07 1,86 Atualizar rotinas, normas e procedimentos 2,97 1,90 Relacionamento com outras unidades 3,74 1,80 Relacionamento com centro Cirúrgico 3,48 2,02 Relacionamento com central de material 3,15 1,93 Relacionamento com almoxarifado 2,64 2,02 Relacionamento com a farmácia 4,34 2,08 Relacionamento com a manutenção 3,70 1,92 Relacionamento com admissão/alta do paciente 2,49 1,83 Definição das funções do enfermeiro 3,09 1,75

Realizar atividades burocráticas

4,30 1,70 Realizar tarefas com tempo mínimo disponível 4,68 1,77 Comunicação com superiores de enfermagem 2,47 1,47 Comunicação com administração superior 2,78 1,78

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44

método (Tabela 6). Isso indica que a maioria dos enfermeiros encontrava-se em

risco baixo para doenças cardiovasculares.

Tabela 6- Distribuição dos enfermeiros segundo a classificação do índice tornozelo-braquial identificado e os valores de referência do método. Natal/RN, 2016.

Valores de referência Risco Frequência (n) Percentual (%)

≤ 0,90 e ≥ 1,30 Alto 59 39,9 0,90 a 1,2 Baixo 89 60,1 Total 148 100,0

5.5 ASSOCIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO E FATORES DE

RISCO COM O ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL

Neste tópico realizamos a associação das características de trabalho e

fatores de risco para doenças cardiovasculares com o risco cardiovascular pelo

ITB nos enfermeiros.

Tabela 7: Associação entre as características de trabalho dos enfermeiros segundo risco cardiovascular pelo índice tornozelo-braquial. Natal/RN, 2016. (n=148).

Fatores de risco n % Média Desvio padrão

Valor-p

Tipo de atividade Assistencial 123 83,1 1,2 0,2 0,4832 Administrativo 25 16,9 1,2 0,2

Horário de Trabalho Manhã 45 30,4 1,2 0,2 Tarde 54 36,5 1,2 0,2 Noite 40 27,0 1,1 0,2 0,4621 Plantonista rotativo 05 3,4 1,2 0,2 Diarista 04 2,7 1,3 0,2

Carga horária de trabalho semanal

20 horas 00 0,0 0,0 - 30 horas 14 9,5 1,2 0,2 36 horas 68 45,9 1,2 0,2 0,5991 40 horas 02 1,4 1,0 0,1 Mais de 40 horas 64 43,2 1,2 0,1

Tempo de trabalho na instituição

Menos de 1 ano 59 39,9 1,2 0,2 1 a 3 anos 60 40,5 1,2 0,2 4 a 6 anos 04 2,7 1,2 0,1 0,5551 7 a 10 anos 01 0,7 1,2 - Mais de 10 anos 24 16,2 1,3 0,2

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45

Possui outro vínculo Sim 66 44,6 1,2 0,2 Não 82 55,4 1,2 0,2 0,7422

1 análise de variância (ANOVA) e 2 teste t-student, ao nível de significância de 5%.

Conforme os dados apresentados na tabela 7, não observamos associação

significativa das características de trabalho com o risco cardiovascular pelo ITB.

Tabela 8: Associação dos fatores de risco cardiovascular dos enfermeiros segundo

índice tornozelo-braquial. Natal/RN, 2016. (n=148).

Fatores de risco n % Média Desvio padrão

Valor-p 1

Índice de massa corporal (IMC)

Peso normal 72 48,6 1,2 0,2 Sobrepeso 52 35,1 1,2 0,2 Obesidade 24 16,2 1,2 0,2 0,455

Hipertensão arterial Sim 14 9,5 1,2 0,2 Não 132 89,2 1,2 0,2 0,281 Não sabe 02 1,4 1,0 0,2

Diabetes Sim 14 9,5 1,0 0,1 Não 127 85,8 1,2 0,2 0,013 Não sabe 07 4,7 1,2 0,2

Dislipidemia Sim 27 18,2 1,2 0,2 Não 115 77,7 1,2 0,2 0,764 Não sabe 06 4,1 1,2 0,2

Fumante Sim 05 3,4 1,3 0,2 Não 143 96,6 1,2 0,2 0,4902

Álcool Sim 82 55,4 1,2 0,2 Não 66 44,6 1,2 0,2 0,9652

Atividade Física Sim 72 48,6 1,2 0,2 Não 76 51,4 1,2 0,2 0,9412

1 ANOVA e 2 Teste t-student

De acordo com a Tabela 8, com exceção do fator de risco Diabetes, nenhum

dos fatores apresentou associação estatisticamente significativa com o ITB. O fator

de risco Diabetes apresentou associação com o ITB, com nível de significância de

5%; portanto, rejeitou-se a hipótese de que os ITB dos enfermeiros são iguais em

relação ao fator de risco de diabetes.

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46

Tabela 9 - Fatores de riscos segundo o risco cardiovascular pelo índice tornozelo-

braquial. Natal/RN, 2016.

Fatores de risco Risco

cardiovascular

Coeficiente de

correlação* Valor –p

IMC 0,066 0,428 Peso ITB 0,033 0,692 CA 0,028 0,734

*Correlação de Pearson

Tabela 10: Associação entre o nível de estresse e o índice tornozelo-braquial.

Natal/RN, 2016. (n=148)

Nível de estresse

Risco cardiovascular

n % Média Desvio padrão

Valor-p

Baixo 50 33,8 1,2 0,2

Moderado ITB 75 50,7 1,3 0,1 0,281

Alto 23 15,5 1,2 0,2

* ANOVA ao nível de significância de 5%.

Na análise comparativa do nível de estresse dos enfermeiros com o risco

cardiovascular pelo ITB, não se observou associação em nível de significância de

5%. Dessa forma, aceita-se a hipótese nula de que o risco cardiovascular é igual

entre os enfermeiros em relação ao nível de estresse.

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47

6 DISCUSSÃO

Quanto às características sociodemográficas dos participantes verificou-se, em

outra investigação desenvolvida com enfermeiros, uma predominância de

profissionais que atuavam em serviços hospitalares do sexo feminino, casados,

brancos e sem filhos (SILVA, 2016), similar encontrado no estudo em questão. Estes

dados ainda são corroborados pelos resultados apresentados pelo conselho Federal

de Enfermagem (COFEN), que em 2015 contabilizou 320.000 enfermeiros, sendo

destes, 84,6% compostos por mulheres (COFEN, 2015).

No que tange a idade, um estudo realizado por Pozzebon et al. (2016) aponta

uma média de idade dos enfermeiros de 35 anos, ou seja, próxima à do encontrado

na pesquisa atual. Entretanto, os achados de um estudo (MENDES, 2010) realizado

no mesmo hospital universitário da presente pesquisa, com objetivo de analisar o

conhecimento dos enfermeiros sobre a Sistematização da Assistência de

Enfermagem (SAE), identificou a presença de grande quantidade de profissionais

acima de 40 anos na instituição. Esse fato pode ser justificado em virtude do acesso

admissional dos mesmos ocorrerem sob a forma em concurso público e, o último

disponibilizou poucas vagas, permanecendo assim enfermeiros com a idade

destacada, divergindo dos dados observados na presente investigação, o que

pressupõe o ingresso de enfermeiros recém- formados pelo concurso da EBSERH.

Quando nos remetemos ao perfil profissional dos enfermeiros, verificou-se que

os mesmos têm buscado cada vez mais qualificação. Pesquisa revela que

entrevistados possuem pós-graduação e que a qualificação profissional pode refletir

na melhoria do atendimento ao paciente e conferir visibilidade ao profissional e à

instituição (CAMELO et al., 2013). Concernente com essa afirmativa, os dados da

presente pesquisa revelaram que a grande maioria dos pesquisados tem formação a

nível de pós-graduação, com destaque para a modalidade lato sensu, com uma

parcela ínfima com formação na modalidade stricto sensu, constatado também em

outro estudo (OLIVEIRA, 2015).

A busca pela qualificação profissional intensificou-se nos últimos tempos com o

advento da globalização e o avanço da ciência e tecnologia, o que tem mobilizado

os profissionais cada vez mais a buscarem aperfeiçoamento nos seus campos de

atuação de uma forma constante. Alcançar patamares de formação mais altos em

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sua carreira com o fim de serem absorvidos no mercado de trabalho, ao qual se

apresenta cada vez mais competitivo, fazem os profissionais se dedicarem para

ingressar no mercado (RIBEIRO et al., 2014). Com isso, os profissionais de

enfermagem empenham-se na busca pela qualificação, realizando cursos de pós-

graduação imediatamente após conclusão do ensino de graduação (SCOCHI et al.,

2014).

Essa tendência de formação exigida pelo mercado e esforço para obtenção

de titulações, pode justificar a inserção de profissionais relativamente jovens nos

ambientes de trabalho, como observamos na atual pesquisa, onde o tempo de

formação da maioria dos enfermeiros foi de 10 anos. Em outra pesquisa, 70% dos

profissionais possuem mais de 10 anos de serviço divergindo da nossa amostra

onde profissionais com pouco tempo de formação ocupam a maioria dos cargos, isto

se deve talvez a entrada de um grande número de profissionais recém-formado

(SILVA, 2014).

Em se tratando das características do trabalho percebe-se que a maioria

trabalhavam em setores assistenciais, com carga horária semanal de 36 horas, o

que corrobora com achados da investigação de Martins et al. (2013), que encontrou

uma predominância de enfermeiros trabalhando 36 horas semanais (78,0%) e sem

outro vínculo empregatício (90,2%).

Com relação ao tempo de trabalho e vínculos institucionais, a maioria dos

enfermeiros pesquisados trabalhavam no hospital do estudo entre 1 e 3 anos e não

tinham outro vínculo de trabalho. Essa característica pode ser atribuída ao último

concurso público realizado na instituição hospitalar pela EBSERH no ano de 2014.

Entretanto, outra realidade foi encontrada na mesma instituição pública, no qual o

tempo de trabalho dos profissionais se situava entre 6 e 10 anos de serviço, fase

em que a gestão administrativa do hospital não era gerida pela EBSERH (MENDES,

2010).

Compreende-se que o atual modelo de administração dos hospitais

universitários pela EBSERH, no âmbito do SUS (SODRÉ et al., 2013; ANDREAZZI,

2013) vem oferecendo melhores condições salariais e menores jornadas de trabalho

semanal, no que pese ser necessário superar os entraves ainda nos serviços de

saúde para garantirem aos enfermeiros uma jornada de 30 horas semanais

(AMARAL; RIBEIRO; PAIXÃO, 2015).

Frente a esse panorama, pressupõe-se que diante da jornada de trabalho

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semanal reduzida na instituição e as melhores condições salariais favoreçam a

redução de níveis de estresse no ambiente ocupacional, pelo fato desses fatores,

interferirem na qualidade de vida dos profissionais. Entretanto, ao avaliar o nível de

estresse na população estudada, verificamos escore de níveis médios pela escala

de BIANCHI, realidade encontrada também em algumas literaturas (FEITOSA et al.,

2012; KIRHHOF et al., 2016).

Para Bianchi (2009) quando se analisa o trabalho com uma visão geral,

baseado no escore total de estresse, obtêm-se um parâmetro de como está o nível

de estresse do profissional perante seu ambiente e sua prática de trabalho, como

citamos anteriormente. Já ao analisar o nível de estresse segundo os domínios pré-

estabelecidos pela EBS, objetiva-se comparar os possíveis e diferentes estressores

que impactam no exercício profissional dos enfermeiros.

Nessa perspectiva da análise dos domínios da escala, as atividades que

identificamos com maiores níveis de estresse foram: “realizar atividades em tempo

mínimo” e “relacionamento com a farmácia”, pertencentes ao domínio 6 e 1,

respectivamente, com o domínio 1, “relacionamento com outras unidades e

supervisores”, apresentando média de estresse maior quando comparado aos

demais, realidade oposta ao estudo de Assis (2012), onde os enfermeiros mostrou-

se com baixo nível de estresse no domínio em questão e média do escore de

estresse mais alta no domínio 3. Tais diferenças podem estar relacionadas às

especificidades dos ambientes de trabalho em questão e ao porte dos hospitais

pesquisados.

Mediante esse contexto, Martins et al. (2014), aponta a associação do estresse

no ambiente de trabalho a alguns fatores desencadeantes, dentre eles, a carência

de um trabalho articulado que interfere na dinâmica do processo de trabalho e

dificulta as relações humanas. O alcance de um relacionamento interpessoal

harmonioso é pautado em um processo de comunicação terapêutica entre os

membros da equipe de trabalho, ferramenta importante para o alcance de uma boa

assistência a saúde prestada, pois quanto melhores forem as relações entre os

profissionais, maiores serão a colaboração, a produtividade e a qualidade do

trabalho.

A dificuldade apontada por Martins et al., (2014) de enfermeiros em relacionar-

se com outros profissionais do hospital pode ser decorrente da predominância do

sexo feminino, encontrada na profissão, que influencia as interações interpessoais

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existentes no ambiente de trabalho e contribui para geração de estressores.

Outrossim, fatores como, carência de recursos humanos e materiais, estrutura

inadequada, falta condições e conflitos no ambiente de trabalho, longas jornadas de

trabalho, presença de mais de um vínculo empregatício, falta de interesse para com

a assistência por parte dos funcionários e falta valorização do serviço por parte dos

superiores são assinalados como favoráveis ao estresse (RODRIGUES et al., 2015;

DALRI et al., 2014).

Resultado similar ao mencionado pôde ser observado na presente investigação

no que tange a relacionamento conflituoso no ambiente de trabalho, como mostrado

no resultado da atual pesquisa no tocante ao domínio “relacionamento com outras

unidades e supervisores” que obteve uma média na EBS maior que os demais.

Entretanto, quando associamos o estresse as característica de trabalho dos

enfermeiros do HUOL não observamos associação significativa, onde o turno de

trabalho, carga horária de trabalho semanal, vínculos empregatícios e tipo de

atividade prestada não teve relação com o nível de estresse dessa população

estudada.

O estresse as condições de trabalho mostrou-se como um fator fortemente

associado ao alto risco cardiovascular em um estudo realizado em Minas Gerais que

analisou os fatores associados ao alto risco cardiovascular em funcionários do

campus saúde de uma universidade pública (XAVIER, 2015). Os fatores de risco

para doenças cardiovasculares são fontes de inúmeras pesquisas na atualidade,

pela posição de destaque que tais enfermidades ocupam quando analisamos os

indicadores de morbimortalidade.

A presença de fatores de risco cardiovascular modificáveis continuam a ser

alvo de intervenções na medida em que o controle da hipertensão, diabetes,

sedentarismo, etilismo, tabagismo e dos demais fatores de risco modificáveis podem

minimizar ou excluir a ocorrência dessas doenças, especialmente no ambiente

ocupacional, local em que o indivíduo dedica grande parte do tempo de sua vida

(CHAVES et al., 2015).

Na presente análise, a maioria dos enfermeiros declararam não serem

hipertensos, diabéticos, dislipidêmicos e nem fumantes. No entanto, ao

mensurarmos as circunferências abdominais dos pesquisados, observamos índices

significativos de profissionais com sobrepeso/obesidade 76 (51,3%) e sedentários 76

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(51,3%), fato preocupante pela preponderância de enfermeiros com histórico familiar

de primeiro grau para as DCV, como mostrado nos resultados do atual estudo.

Semelhante ao constatado, no que se refere à presença de fatores de risco

cardiovasculares modificáveis, o sedentarismo e peso elevado foi identificado na

maioria dos profissionais de enfermagem de hospital público de nível terciário de

Fortaleza, Ceará, com o colesterol total elevado, triglicerídeo elevado, diagnóstico de

HAS, tabagistas, PA elevada e diagnóstico de DM, existentes em menor proporção

(MAGALHÃES et al., 2014).

A identificação do risco cardiovascular pode ser demonstrada pelo ITB que se

traduz em uma ferramenta que fornece informações importantes sobre o risco para a

DCV, auxiliando na detecção precoce de casos assintomático, além de ser um

instrumento de fácil utilização na avaliacão clínica (MAGGI et al., 2014), como foi

utilizado na presente pesquisa. Na maioria dos enfermeiros do HUOL 89 (60,1%),

verificou-se que o ITB estava dentro do parâmetro de normalidade, no entanto uma

parcela considerada dos pesquisados apresentou alteração o que sinaliza a

necessidade de intervenções.

Hodiernamente, estratégias de educação em saúde para as DCV em

enfermeiros tem sido aplicadas em enfermeiros no ambiente ocupacional, como

importantes para promoção e prevenção desses agravos. Abordagens como,

atividades educativas individual e coletiva, com sensibilização para os efeitos

nocivos do tabaco e etilismo; estímulo para a prática de exercício físico e aquisição

de hábitos saudáveis, técnicas de relaxamente no trabalho, mensuração do IMC,

dentre outras. (MAGALHÃES et al., 2014; GOMES et al., 2016).

Pressumi-se que a presença de poucos FRC na população estudada pode ser

atribuída ao suporte do departamento de assistência ao servidor da universidade

que tem como finalidade planejar e executar as ações voltadas para a assistência ao

servidor; além de orientar e promover o atendimento aos profissionais,

implementando ações de prevenção de agravos e de promoção a saúde.

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7 CONCLUSÃO

Conclui-se que a maioria dos enfermeiros do estudo apresentaram um risco

cardiovascular baixo para as DCVs segundo o ITB.

Ao analisarmos a associação das características de trabalho com o risco

cardiovascular pelo ITB foi possível observar que não existe associação significativa

entre eles. Da mesma forma, os resultados apontaram que ao associar os fatores de

risco para DCVs com o risco cardiovascular pelo ITB, tal relação existe apenas nos

profissionais com o fator de risco diabetes.

Pressupõe-se que esse fato tenha ocorrido em decorrência do suporte do

departamento de assistência a saúde ao servidor que periodicamente solicita

exames e promovem atividades que favorecem à promoção a saúde dos

profissionais, somado a participação de um grupo específico adulto jovem que fez

parte da amostra do estudo. Além disso, o novo modelo gerencial dos hospitais

universitários pela EBSERH, tem a preocupação de fomenta ações de promoção e

prevenção a saúde aos profissionais o que pode ter corroborado para o baixo risco

cardiovascular.

Quanto as características sociodemográficas, os enfermeiros são em sua

grande maioria do sexo feminino, com faixa etária entre 31 e 40 anos, casados,

brancos, com filhos, com renda familiar acima de cinco salaries mínimos. A maior

parte possui especialização/ residência e possuem 5 a 10 anos de formados.

No tocante as características de trabalho, houve preponderância dos

enfermeiros que assumem atividades assistenciais, no turno vespertino, com carga

horária semanal de 36 horas, um vínculo empregatício e tempo de trabalho na

instituição de 1 a 3 anos. Quanto ao nível de estresse, a população estudada

apresentou nível moderado, com destaque para o domínio da escala de Bianchi “

relacionamento com outras unidades” como favorecedor do estresse.

Observou-se que os fatores de risco para as DVCs na maioria dos enfermeiros

apresentavam IMC alterado (sobrepeso/obesidade), não praticavam atividade física

e ingeriam bebida alcoolica de 1 a 3 vezes por semana. No entanto não

apresentaram, hipertensão, diabetes, dislipidemias e não fumantes.

Como limitações do presente estudo destaca-se o fato da pesquisa ter sido

realizado apenas com uma parcela dos enfermeiros do hospital universitário, não

abrangendo a população. Ademais, a identificação dos fatores de risco

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cardiovasculares ocorreu pelos relatados dos enfermeiros e não por meio de

exames laboratoriais devido a entraves logísticos que invibiabilizaram a coleta

desses exames.

Apesar da baixa associação encontrada, sugere-se que as políticas a favor da

saúde do trabalhador nos serviços de saúde devem ser rotineiramente planejadas e

implementadas nos serviços de saúde com vistas a proporcionar melhoria da saúde

ao a população estudada e demais profissionais de saúde.

Portanto, a realização de estudos que envolvam a saúde do trabalhador nas

instituições de saúde devem ser o ponto focal de propostas intervencionistas para os

profissionais de saúde.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Características de

trabalho e fatores de risco para doença cardiovascular em enfermeiros de um

hospital universitário”, que tem como pesquisador responsável Marcela Paulino

Moreira da Silva.

O motivo que nos leva a fazer este estudo surgiu à medida que se tem

averiguado os enfermeiros estão envolvidos em atividades administrativas e

assistenciais sujeitas a uma alta carga horária de trabalho exaustiva e estressante.

Na maior parte do seu tempo permanecem nas dependências das instituições, e

estas, em sua maioria, com frágeis condições de trabalho. Essas circunstâncias

podem interferir na qualidade de suas vidas, que agregadas aos afazeres sociais

potencializam o surgimento de agravo à saúde.

Durante a realização haverá a coleta das informações por meio de uma

entrevista individual, aferição da pressão arterial, peso e circunferência abdominal.

Informamos que o estudo poderá ocasionar risco mínimo à seu conforto, pois o uso

da entrevista como técnica de acesso aos dados, a aferição da pressão arterial e a

medição da circunferência abdominal poderão constranger os sujeitos de pesquisa

que será minimizado com a manutenção da sua privacidade no momento da coleta

das informações. Essa proposta trará benefício para você na medida em que um

melhor entendimento acerca dos fatores associados ao risco cardiovascular fornece

subsídios para discussões a respeito das ações de promoção da sua saúde

explicitando a importância de possíveis mudanças de estilo de vida.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa,

você terá direito a assistência gratuita que será prestada para resolução do mesmo.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para

Marcela Paulino Moreira da Silva no telefone (84)99960-4345.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em

qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados

apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de

nenhum dado que possa lhe identificar.

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Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa

pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

________ (rúbrica do Participante) ___________ (rúbrica do Pesquisador)

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será

assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você

será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê

de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone

3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com

o pesquisador responsável Marcela Paulino Moreira da Silva.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os

dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e

benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,

concordo em participar da pesquisa “Associação entre características de trabalho,

nível de estresse e fatores de risco para doenças cardiovasculares em enfermeiros

hospitalares”, e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em

congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me

identificar.

Natal, _____,__________ de 2016.

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “Associação entre características

de trabalho, nível de estresse e fatores de risco para doenças cardiovasculares em

Impressão datiloscópica do

participante

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enfermeiros hospitalares”, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir

fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e

assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e

confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido

estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do

Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o

ser humano.

Natal _____,_____ de 2016.

Assinatura do pesquisador responsável

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APÊNDICE B – CARTA DE ANUÊNCIA

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APÊNDICE C – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

MÓDULO I: DADOS SOCIO-DEMOGRÁFICOS

Código do instrumento___________ Sexo: M F Idade: _____ anos Estado civil: Solteiro Casado Viúvo Divorciado União Estável Titulação: Graduação Especialização Residência Mestrado Doutorado Raça: Branca Preta Parda Amarela Indígena Filhos: Sim Não Renda mensal da família: Até 3 salários mínimo > 3 a < 5 salários mínimo 5 ou mais salários mínimo Tempo de formação: < que 5 anos 5 a 10 anos > 10 anos

MÓDULO II: ANTECEDENTES FAMILIARES DE PRIMEIRO GRAU PARA DOENÇA CARDIOVASCULAR

Existe alguém na sua família com diagnóstico médico de hipertensão? Sim Não Não sabe

Caso sim, quem? _________

Existe alguém na sua família com diagnóstico médico de diabetes? Sim Não Não sabe Caso sim, quem? __________ ______________________________________________________________________________ Existe alguém na sua família com excesso de peso? Sim Não Não sabe

Caso sim, quem? __________ _______________________________________________________________________________

Alguém na sua família que teve diagnóstico médico de AVC? Sim Não Não sabe

Caso sim, quem? __________ ______________________________________________________________________________ Alguém na sua família com diagnóstico médico de dislipidemia? Sim Não Não sabe Caso sim, quem? __________

Alguém na sua família teve diagnóstico médico de Infarto? Sim Não Não sabe Caso sim, quem? __________

MÓDULO III: FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR

Dados que serão mensurados pela pesquisadora: IMC: ____________ Peso: ____________ Circunferência adbominal:_________ Altura (informado pelo pesquisado): _________ Hipertensão arterial: Sim Não Não sabe Diabetes: Sim Não Não sabe Dislipidemia: Sim Não Não sabe Fumante? : Sim Não Se sim, quantos cigarros fuma por dia?____________________________ Convive com fumante? Sim Não

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Caso seja ex-fumante, quanto tempo faz que parou de fumar: < 6 mês 6 meses a 1 ano mais de 1 ano Ingere bebida alcoólica? Sim Não, se sim qual consumo semanal? _________ Pratica atividade física? Sim Não Caso sim quantas vezes e horas por semana? ___________

MÓDULO IV: CARACTERÍSTICAS DE TRABALHO

Setor de trabalho:________________________________ Horário de trabalho: Manhã Tarde Noite Plantonista rotativo Duração do turno de trabalho? ___________horas/dia Carga de trabalho semanal?___________________horas Tempo de trabalho na instituição? _______________ Tem outro vínculo empregatício? Sim Não Tipo de atividade que desenvolve no trabalho: Assistencial Administrativo

MÓDULO V: RISCO CARDIOVASCULAR- ÍNDICE TORNOZELO- BRAQUIAL

Dados que serão mensurados pela pesquisadora após o profissional ficar 5 minutos de repouso: Direito: PASb:__________mmhg PASt: ________mmHg Esquerdo: PASb: _________mmHg PASt: _________mmHg

Índice Tornozelo-Braquial: _____________ ≤ 0,90 e ≥ 1,30 (anormal) 0,90 a 1,2 (normal)

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ANEXOS

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ANEXO A – ESCALA DE BIANCHI DE ESTRESSE

Marque abaixo a intensidade de suas atividades no trabalho (Escala de Bianchi de estress – BIANCHI,2009):

0 1 2 3 4 5 6 7

Não se aplica/não faço

Pouco desgastante

médio Muito desgastante

1.Previsão de material a ser utilizado 0 1 2 3 4 5 6 7

2.Reposição de material 0 1 2 3 4 5 6 7

3.Controle de material usado 0 1 2 3 4 5 6 7

4.Controle de equipamento 0 1 2 3 4 5 6 7

5.Solicitação de revisão e consertos de equipamento 0 1 2 3 4 5 6 7

6. Levantamento de quantidade de material existente na unidade 0 1 2 3 4 5 6 7

7. Controlar a equipe de enfermagem 0 1 2 3 4 5 6 7

8. Realizar a distribuição de funcionários 0 1 2 3 4 5 6 7

9. Supervisionar as atividades da equipe 0 1 2 3 4 5 6 7

10. Controlar a qualidade do cuidado 0 1 2 3 4 5 6 7

11. Coordenar as atividades da equipe 0 1 2 3 4 5 6 7

12. Realizar treinamento 0 1 2 3 4 5 6 7

13. Realizar o desempenho do funcionário 0 1 2 3 4 5 6 7

14. Elaborar escala mensal de funcionários 0 1 2 3 4 5 6 7

15. Elaborar relatório mensal da unidade 0 1 2 3 4 5 6 7

16. Admitir o paciente na unidade 0 1 2 3 4 5 6 7

17.Fazer exame físico do paciente 0 1 2 3 4 5 6 7

18. Prescrever os cuidados de enfermagem 0 1 2 3 4 5 6 7

19. Avaliar as condições do paciente 0 1 2 3 4 5 6 7

20. Atender as necessidades do paciente 0 1 2 3 4 5 6 7

21. Atender as necessidades dos familiares 0 1 2 3 4 5 6 7

22.Orientar o paciente para o auto cuidado 0 1 2 3 4 5 6 7

23. Orientar os familiares para cuidar do paciente 0 1 2 3 4 5 6 7

24. Supervisionar o cuidado de enfermagem prestado 0 1 2 3 4 5 6 7

25. Orientar para a alta do paciente 0 1 2 3 4 5 6 7

26. Prestar os cuidados de enfermagem 0 1 2 3 4 5 6 7

27. Atender as emergências na unidade 0 1 2 3 4 5 6 7

28. Atender familiares de pacientes 0 1 2 3 4 5 6 7

29. Enfrentar a morte do paciente 0 1 2 3 4 5 6 7

30. Orientar familiares de pacientes críticos 0 1 2 3 4 5 6 7

31. Realizar discussão de caso com funcionários 0 1 2 3 4 5 6 7

32. Realizar discussão de caso com equipe multiprofissional 0 1 2 3 4 5 6 7

33. Participar de reuniões no Departamento de Enfermagem 0 1 2 3 4 5 6 7

34. Participar de comissões na instituição 0 1 2 3 4 5 6 7

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35. Participar de eventos científicos 0 1 2 3 4 5 6 7

36. O ambiente físico da unidade 0 1 2 3 4 5 6 7

37. Nível de barulho na unidade 0 1 2 3 4 5 6 7

38. Elaborar rotinas, normas e procedimentos 0 1 2 3 4 5 6 7

39. Atualizar rotinas, normas e procedimentos 0 1 2 3 4 5 6 7

40. Relacionamento com outras unidades 0 1 2 3 4 5 6 7

41. Relacionamento com Centro Cirúrgico 0 1 2 3 4 5 6 7

42. Relacionamento com centro de material 0 1 2 3 4 5 6 7

43. Relacionamento com almoxarifado 0 1 2 3 4 5 6 7

44. Relacionamento com a farmácia 0 1 2 3 4 5 6 7

45. Relacionamento com a manutenção 0 1 2 3 4 5 6 7

46. Relacionamento com admissão/alta do paciente 0 1 2 3 4 5 6 7

47. Definição das funções do enfermeiro 0 1 2 3 4 5 6 7

48. Realizar atividades burocráticas 0 1 2 3 4 5 6 7

49. Realizar tarefas com tempo mínimo disponível 0 1 2 3 4 5 6 7

50. Comunicação com superiores de enfermagem 0 1 2 3 4 5 6 7

51. Comunicação com administração superior 0 1 2 3 4 5 6 7