Universidade Federal do Rio Grande - SEDEaD FURG · 18h30min – mesa de diálogo: ... educaÇÃo a...

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Universidade Federal do Rio Grande FURG

Secretaria de Educao a Distncia SEaD

Sabrina Amaral Pereira Organizadora

Aline Freire de Souza Aguiar Organizadora

Joanalira Corpes Magalhes - Coordenadora

Anais do

II Seminrio Dilogos em Educao a Distncia

e XIII Encontro para aes em EaD na FURG

06, 07 e 08 de Junho de 2013

Realizao:

Apoio:

FURG - RIO GRANDE/RS

2013

Os trabalhos nos ANAIS DO II SEMINRIO DILOGOS EM EDUCAO A

DISTNCIA E XIII ENCONTRO PARA AES EM EAD NA FURG no que se refere a

contedo, correo lingustica e estilo so de inteira responsabilidade dos respectivos

autores e autoras.

FICHA TCNICA

Coordenao geral

Ivete Martins Pinto

Danbia Bueno Espndola

Comisso organizadora

Alex Cristiano de Sena Garcia

Aline Freire de Souza

Bruna Patzdorf Cadaval de Macedo

Denise de Sena Pinho

Fbio Alexandre Dziekaniak

Hibrahima Oliveira

Joanalira Corpes Magalhes

Joice Arajo Esperana

Karin Ritter Jelinek

Leandro da Silva Saggiomo

Maria Simone Martins Hornes

Rodrigo Nunes Feij

Sabrina Amaral Pereira

Valmir Heckler

Zlia Seibt do Couto

Comisso tecnolgica

Fabiano Ezequiel Barbosa

Marcelo Lopes de Barros

Rafael Simes de Castro

Comisso cientifica

Ana Laura Salcedo de Medeiros

Ana Luiza Chaffe Costa

Ana Paula Capuano Cruz

Andr Luis de Castro Freitas

Berenice Vahl Vaniel

Carmem Gessilda Burgert Schiavon

Carmo Thum

Danielle Monteiro Behrend

Danbia Bueno Espndola

Denise Maria Maciel Leo

Diana Francisca Adamatti

Fabio Alexandre Dziekaniak

Gabriela Medeiros Nogueira

Hibrahima Oliveira

Ivalina Porto

Joanalira Corpes Magalhes

Jnata Tyska Carvalho

Jlia Silveira Matos

Karin Ritter Jelinek

Lidiane Fonseca Dutra

Lcia Patrcia Pereira Dorneles

Marcio Vieira Oliveira

Maria Simone Martins Hornes

Narjara Mendes Garcia

Paulo Gomes de Sousa Filho

Raquel Pereira Quadrado

Rita De Cassia Grecco dos Santos

Rodrigo Nunes Feij

Sabrina Amaral Pereira

Sicero Miranda

Suzane Da Rocha Vieira

Tanise Paula Novello

Trcia Tamara Boeira do Amaral

Valmir Heckler

Zlia de Ftima Seibt do Couto

Designer grfico

Alex Cristiano de Sena Garcia

Editorao grfica

Sabrina Amaral Pereira

6

PROGRAMAO

06 de Junho - Quinta-feira

Tarde

13h30min - Credenciamento

14h Abertura do evento

14h30min Palestra de abertura: Desafios da Interatividade

Profa. Dra. Maria Luiza Belloni (UFSC)

16h45min Coffee break

- Sesso de Autgrafos Livro do Plo Santo Antnio da Patrulha

17h30 min Apresentao cultural

Noite

18h30min Mesa de dilogo: Os caminhos da EaD na FURG

Prof. Msc. Valmir Heckler e Prof. Dr. Paulo Gomes de Souza Filho

19h30min Palestra: Tecnologias na Educao e Ressignificao dos Processos de

Aprendizagem

Profa. Dra. Flvia Amaral Rezende (FAAT)

07 de Junho Sexta-feira

Manh

08h30min Oficinas

1. A Concepo de Materiais Educacionais Digitais para a EaD sob o

olhar do Design Thinking. Ministrantes: Nelson Luis Eufrsio Jr. e

Daniela da Graa Stieh

2. Construo e divulgao de Material Multimiditico, conceito

histrico-social: expressando personalidade, enriquecendo a

mensagem. Ministrante: Alexandre Silva da Silva

3. Mediao pedaggica: Discutindo as prticas de plgio no processo

de formao de EaD. Ministrantes: Joice Maurell e Csar Augusto da

Costa

7

4. Fruns na EaD: possibilidade de escrever, argumentar, ler e

aprender? Ministrantes: Ana Carolina O. S. de Moura, Dbora P.

Laurino e Berenice V. Vaniel

5. Artisteer 4: Software para desenvolvimento de temas para Moodle

e Joomla! Ministrantes: Karine O. Fonseca e Luis Fernando M.

Tusnski

6. HOT POTATOES: Ferramenta Virtual de Construo de

Questes. Ministrantes: Csar C. Machado, Cinara O. Nascimento e

Clriston R. Nascimento.

10h30min Coffee Break

10h45min Retorno para oficinas

12h Intervalo

Tarde

13h30min Mesa de discusso Convergncias entre Mdias e suas Linguagens

Prof. Dr. Vilson Leffa (UCPel) e Profa. Dra. Leda Maria Fiorentini (UnB)

15h45min Coffee Break

16h Apresentao de Psteres

08 de Junho Sbado

Manh

8h30min Comunicaes Orais

8

SUMRIO

Apresentao

TRABALHOS COMPLETOS

1. Teconologias de informao e comunicao no contexto educacional

AS REDES SOCIAIS NO ENSINO DE LNGUA ESPANHOLA 18

Milena Teixeira Rosa

A INCLUSO DIGITAL E SOCIAL COMO PRESSUPOSTO PARA A EDUCAO

DISTNCIA 29

Ivone Ascar Sauia Guimares, Luiz Sveres

A UTILIZAO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO - TICs

NA EDUCAO BSICA: A EXPERINCIA DO USO DA PLATAFORMA MOODLE

COMO RECURSO PEDAGGICO PARA O ENSINO DA FILOSOFIA 39

Eliane Fraga Ramos da Rosa

RELATO DA EDUCAO DIGITAL: CONCEPES PEDAGGICAS NO ENSINO-

APRENDIZAGEM 48

Everton Bedin, Artur de Medeiros Queiroz

A EDUCAO A DISTNCIA NA FORMAO CONTINUADA DE SERVIDORES

MUNICIPAIS, EM SANTO ANTNIO DA PATRULHA, RS 57

Ana Cristina Salazar

A CONTRIBUIO COGNITIVA DA ROBTICA EDUCACIONAL COMO

FERRAMENTA INTERDISCIPLINAR NO CONTEXTO DO ENSINO SUPERIOR 66

Dbora R. Stefanello, Jos A. B. Lopes Filho, Ivone A. S. Guimares, Srgio G.

Martins, Will R. M. Almeida

DAS RELAES DIALGICAS APOIADAS NA UTILIZAO DE TECNOLOGIAS

TOMADA DE CONSCINCIA 76

Andr Luis Castro de Freitas, Luciane Albernaz de Araujo Freitas

INTERATIVIDADE DO PROFESSOR NAS FERRAMENTAS RECURSOS E

ATIVIDADES DE ESTUDO NO MOODLE 86

Fabiane da Rosa Domingues, Elena Maria Mallmann, Iris Cristina Datsch Toebe,

Anna Helena S. Sonego, Juliana Jacques Sales, Daniele da Rocha Schneider

APRENDIZAGEM DE LNGUA ESTRANGEIRA AO ALCANCE DA SUA MO: AS

POTENCIALIDADES DO TELEFONE CELULAR NO CONTEXTO EDUCACIONAL 97

Luca Silveira Alda, Vanessa Doumid Damasceno

9

TWITTER NA SALA DE AULA: UMA INSERO DAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA

Renan Cardozo Gomes da Silva, Otvio Botelho Rosa, Vanessa Doumid Damasceno

RECURSOS TECNOLGICOS COMO APOIO NO ENSINO PRESENCIAL E A

DISTNCIA DA DISCIPLINA DE MATEMTICA 116

Zulma Elizabete de Freitas Madruga

UM OLHAR SOBRE AS TICS NO ENSINO MDIO 123

Vanessa Doumid Damasceno, Lucia Silveira Alda

EXPERINCIA DOCENTE NA EDUCAO A DISTNCIA NO INSTITUTO FEDERAL

DE EDUCAO CINCIA E TECNOLOGIA SUL-RIO-GRANDENSE: UMA

INVESTIGAO A PARTIR DE RELATOS DOS PROFESSORES ENVOLVIDOS NO

EDITAL N 015/2010/CAPES/DED 133

Csar Costa Machado, Mrcia Helena Sauaia Guimares Rostas, Dbora Pereira

Laurino

FOROS DE DISCUSSO EM AMBIENTE AVA : PERSPECTIVAS NO PROCESSO DE

ENSINO E APRENDIZAGEM 143

Mrcia Helena Sauaia Guimares Rostas, Guilherme Ribeiro Rostas

A UTILIZAO DAS TICS EM SALA DE AULA: UMA REFLEXO A PARTIR DO

CURTA DONA CRISTINA PERDEU A MEMRIA 148

Chli Nunes Meira, Mnica Maciel Vahl, Gabriela Nogueira Medeiros

O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO NAS AULAS DE

CINCIAS: LOUVA-A-DEUS, COMO FOCO DE ESTUDO 157

Noem de Arajo Bauer

GIBIBLIOTECA NAS ESCOLAS 167

Cssius Heron Rodrigues

LETRAMENTO DIGITAL E AS TIC COMO MEIO DE INSERIR PRTICAS DIGITAIS

COM UNIVERSITRIOS DE EAD 175

Jossemar de Matos Theisen, Camila Gonalves dos Santos

DESENVOLVENDO AS HABILIDADES DE LEITURA E ESCRITA EM ESPANHOL

POR MEIO DE FERRAMENTAS DIGITAIS E DE GNEROS ACADMICOS 186

Fabiana Soares da Silva, Valesca Brasil Irala

A UTILIZAO DE UM AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM NO ENSINO

PRESENCIAL DA EDUCAO PROFISSIONAL E TCNOLGICA 196

Clarissa Felkl Prevedello, Wagner Soares Rossi, Karla Marques da Rocha

O AMBIENTE MOODLE COMO POTENCIALIZADOR DA APRENDIZAGEM:

10

UMA EXPERINCIA VIVIDA 206

Jocly Peixoto Osrio da Rosa

O BLOG COMO INTERVENO DIDTICA NA FOMAO DO PROFESSOR DE

MATEMTICA 217

Crisna Daniela Krause Bierhalz

MDIAS E EDUCAO: PROBLEMATIZANDO SABERES E EXPERINCIAS SOBRE

AS PRTICAS EDUCATIVAS E A FORMAO DOCENTE NA

CONTEMPORANEIDADE 227

Aline de Freitas Eslabo, Juliana Silveira Oliveira, Joice Arajo Esperana

A CONSTRUO DO CONHECIMENTO ATRAVS DOS PROJETOS DE

APRENDIZAGEM ALIADOS S NOVAS TECNOLOGIAS 237

Lucineri Alves Pereira, Eloiza Velho da Silva, Rita de Cssia Grecco dos Santos

TENDNCIAS EM MOOCS (MASSIVE OPEN ONLINE COURSES): ANLISE A PARTIR

DO MOOC-LIST.COM 243

Thasa Antunes Gonalves

EXPERINCIA COM UNIDADE DE APRENDIZAGEM E TECNOLOGIAS DIGITAIS

Regina Neutzling Tessmann, Ana Carolina de Oliveira Salgueiro de Moura 253

MOOC: UM RECENTE PARADIGMA DE EAD 261

Andr Mendes da Rosa

MDIAS NA EDUCAO: CONCEPES EXPRESSAS E PRATICADAS EM

CONTEXTOS ESCOLARES 269

Neusiane Chaves de Souza, Vnia de Morais Teixeira Dias, Daniele Simes Borges

UM PROCESSO REFLEXIVO A PARTIR DO ESTGIO DOCENTE: A UTILIZAO

DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM (AVEA) NA FORMAO DO

FUTURO PROFESSOR 278

Luciana Patricia Schumacher Eidelwein, Trcia Tamara Boeira do Amaral

DESVELANDO ASPECTOS IDENTITRIOS ATRAVS DOS LETRAMENTOS NA EaD

Dani Rodrigues Moreira, Jossemar de Matos Theisen 287

PROVA PRESENCIAL: UM MOMENTO MPAR PARA A COMUNIDADE ESCOLAR

VISTO SOB A TICA LOGSTICA DO POLO PRESENCIAL 297

Leandro Salenave Gonalves

2. Materiais Educacionais Digitais e Design Pedaggico na EaD

DESENVOLVENDO MATERIAL DIGITAL PARA O ENSINO DE LNGUAS: UM

ESTUDO ACERCA DA UTILIZAO DE IMAGENS NO DESENVOLVIMENTO DE

WEBQUESTS 307

11

Camila Gonalves dos Santos, Jossemar de Matos Theisen

O PROCESSO DE CONCEPO DE MATERIAIS EDUCACIONAIS DIGITAIS PARA

EDUCAO A DISTNCIA NO SENAC RS 318

Nelson Luis Eufrasio Junior, Daniela da Graa Stieh

PRODUES DIDTICAS PARA A EDUCAO A DISTNCIA: COMUNICAO,

INSTRUO E ORGANIZAO 327

Dorcas Weber, Lia Raquel Oliveira

3. Aes de Formao em EaD

APROPRIAO DE MDIAS E TECNOLOGIAS E AS RELAES INTERPESSOAIS

EM UM CURSO DE FORMAO CONTINUADA DE PROFESSORES EM EAD 337

Lisiane Silva das Neves, Trcia Tamara Boeira do Amaral, Paulo Gomes de Sousa

Filho

AES DE EDUCAO A DISTNCIA: UMA POSSIBILIDADE DE FORMAO DE

PROFESSORES EM TRS DE MAIO 347

Sicero Agostinho Miranda, Elaine Corra Pereira, Zolde Iloni Lesses

FORMAO PEDAGGICA DO PROFESSOR NA EDUCAO A DISTNCIA:

REFLEXES A PARTIR DE DIFERENTES LEITURAS E OLHARES SOBRE A

PRTICA EDUCATIVA 357

Marislei da Silveira Ribeiro, Eliane Harter Pires, Sinval Martins Farina

4. Estratgias de Institucionalizao em EaD

A INSTITUCIONALIZAO DOS POLOS DE APOIO PRESENCIAL EM EDUCAO

A DISTNCIA NO RS 364

Dilce Eclai de Vargas Gil Vicente

ESCOLHA PROFISSIONAL E O PERFIL DOS ACADMICOS DE ADMINISTRAO

NA MODALIDADE DISTNCIA DA FURG: UM ESTUDO COMPARATIVO 376

Rogrio Piva da Silva, Mrcia Alonso Piva da Silva, Ricardo Gautrio Cruz

O PROFESSOR X TUTOR: O COTEJAR SOB UM NOVO PRISMA 387

Simone Gomes de Faria, Carlos Jos Borges Silveira

A REDE E-TEC BRASIL: EDUCAO PROFISSIONAL E TECNOLGICA A

DISTNCIA 398

Antonio Cardoso Oliveira, Maria de Ftima Cossio

CONTEXTOS DA EDUCAO A DISTNCIA: FASES E MODELOS 410

12

Marcus Freitas Neves, Janete Otte

, Fabiane Sarmento Oliveira Fruet

, Cludia Herter

Centeno Neves, Miguel Alfredo Orth

5. Ser estudante em EaD

O ALUNO EM EAD: DIFICULDADES E NECESSIDADES 416

Vnia Maria Mendes dos Santos

6. Mediao Pedaggica em EaD

ANLISES DA QUALIDADE E DA PERSPECTIVA FORMATIVA NA VOZ DE

ALUNOS FORMANDOS 424 Ariane Pickersgill Arana, Adriana Borges Lima Corra

POLIDOCNCIA: O QUE SER TUTOR NA EDUCAO A DISTNCIA? 434

Thas Philipsen Grtzmann

EDUCAO A DISTNCIA: A MODALIDADE E AS COMPETNCIAS

DESENVOLVIDAS NA FORMAO DO PROFESSOR 442

Leticia de Aguiar Bueno, Sidiane Barbosa Acosta, Gabriela Medeiros Nogueira

PRTICA PEDGOGICA: RELAES POSSVEIS ESTABELECIDAS ENTRE

TUTORES E PROFESSORES 450

Tanise Paula Novello, Dbora Pereira Laurino

COMPETNCIA INFORMACIONAL E EDUCAO A DISTNCIA: ANLISE A

PARTIR DO LIVRO ABC DA EAD DE CARMEM MAIA E JOO MATTAR 461

Cintia Kath Blank

COMPREENSES SOBRE AS NARRATIVAS EXPRESSAS PELOS ESTUDANTES EaD

EM SEU DIRIO DE BORDO 472

Daniele Simes Borges, Neusiane Chaves de Souza, Vnia de Morais Teixeira Dias

ESCRITA EPISTOLAR E EDUCAO: A CONSTITUIO DE REDES DE

SOCIABILIDADE A DISTNCIA 479

Denise Martins Pires, Rita de Cssia Grecco dos Santos

EDUCAO A DISTNCIA E O PERFIL DO TUTOR 486

Ester Vellar Krause, Ana Paula Batista Araujo

EDUACAO A DISTNCIA: UM PROCESSO DEMOCRTICO? 493

Elizane Pegoraro Bertineti, Mara Lcia Teixeira Brum, Rossana Daniela Cordeiro

Leiria

O DESENVOLVER METODOLGICO NA EXPERIMENTAO EM CINCIAS NA

PESQUISA-FORMAO DE PROFESSORES ONLINE 502

13

Valmir Heckler, Cezar Soares Motta, Aline Machado Dorneles, Maria do Carmo

Galiazzi

CONFLITOS, GERAES, E LETRAMENTO 513

Javier Luzardo

O TRABALHO COLABORATIVO NA EDUCAO A DISTNCIA: APROXIMAO

COM A PROPOSTA DA EDUCAO AMBIENTAL ECOMUNITARISTA 524

Raquel Alves Pereira Avila

PROBLEMATIZANDO A AVALIAO NA EaD: NOSSA EXPERINCIA NO CURSO

DE PEDAGOGIA - UAB/FURG 534

Janana Borges da Silveira, Rita de Cssia Grecco dos Santos, Luciana Barbosa da

Silva Vega, Vnia Dias Oliveira, ngela Cristina da Cruz

A EAD NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA: UM OLHAR SOBRE A PRXIS

PEDAGGICA, MEDIADA PELA INTERAO ENTRE PROFESSORES, TUTORES E

ALUNOS, ALIADA AO USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAO E

COMUNICAO 542

Biolange Oliveira Piegas

RESUMOS

1. Teconologias de informao e comunicao no contexto educacional

O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E COMUNICAO (TIC) NO

ENSINO A DISTNCIA DA FURG: UM OLHAR SOBRE O CURSO DE PEDAGOGIA

Rogrio Dias de Arruda, Susana Ins Molon 553

O UNIVERSO JUVENIL: ESTUDO DA INFLUNCIA DAS REDES SOCIAIS NO

AMBIENTE ESCOLAR 554

Sueli Aparecida Thomazine

AS TIC COMO FERRAMENTAS DE AUXLIO NO PROCESSO DE

ENSINO/APRENDIZAGEM 555

Gleice Meri Cunha Cupertino, Ingrid Cunha Ferreira, Rita Lima de Nbrega

A UTILIZAO DO BLOG E DO FACEBOOK COMO INSTRUMENTO DE

PROVOCAO AO DILOGO: UMA EXPERINCIA NA DISCIPLINA DE ENSINO

RELIGIOSO 556

Liana Barcelos Porto, Elizane Pegoraro Bertineti

OS OVA E A APRENDIZAGEM DE LNGUAS: UM RECURSO POTENCIALIZADOR

NA MEDIAO DE SABERES 557

Ingrid Cunha Ferreira, Gleice Meri Cunha Cupertino

14

AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAO E COMUNICAO NO ENSINO DE

HISTRIA 5 58

Beatriz Hellwig Neunfeld

A EXPERINCIA DA FERRAMENTA HANGOUT NO CPEAD PLO BALNERIO

PINHAL 559

Alexandra Domingues, Fabiana Celente Montiel, Juliana Carvalho de Aguiar, Ticiano

Duarte Pedroso

CONTRIBUIES DA FERRAMENTA SOBEK S PRTICAS DOCENTES DE

ACOMPANHAMENTO E AVALIAO DE PRODUES TEXTUAIS ESTUDANTIS:

UM ESTUDO DE CASO 560

Mrcia Regina Souza de Souza

ERA UMA VEZ...LIVROS E TECNOLOGIAS 561

Luciana Monteiro Almeida Juliano

2. Materiais Educacionais Digitais e Design Pedaggico na EaD

A ATUAO DE UMA ESTUDANTE DE BIBLIOTECONOMIA NA PRODUO DE

MATERIAL EDUCACIONAL DIGITAL DA SEAD FURG 562

Bruna Heller, Lidiane Fonseca Dutra, Zlia do Couto Seibt

MSICA COMO MATERIAL DIDTICO NA DISCIPLINA DE CINCIAS 563

Anelise Saraiva Maximilla

3. Aes de Formao em EaD

O ESTUDANTE DE EDUCAO DISTNCIA DE SO LUS: UM PERFIL

DIFERENCIADO 564

Ivone Ascar Sauia Guimares, Luiz Sveres

FORMAO DE TUTORES MEDIADORES NA EaD 565

Karin Ritter Jelinek, Aline Freire de Souza Aguiar, Hibrahima Nelia Oliveira

4. Estratgias de Institucionalizao em EaD

A CONTRIBUIO DO NCLEO DE POLOS/ SEAD PARA A EXPANSO DA EAD

NA FURG 566

Sandra Helena Santos Azevedo, Denise de Sena Pinho, Narjara Mendes Garcia

5. Ser Estudante em EaD

APROXIMANDO O ESTUDANTE EM EaD DAS BIBLIOTECAS DOS POLOS 567

15

Ctia Eugnia Maurente Cunha, Ana Laura Salcedo de Medeiros, Ana Paula Capuano

da Cruz, Denise de Sena Pinho, Narjara Mendes Garcia

NCLEO DE ESTUDANTES SEAD/FURG: NA BUSCA DO SENTIMENTO DE

PERTENCIMENTO 568

Dailin Andrades Gomes, Ana Laura Salcedo de Medeiros, Ana Paula Capuano da

Cruz

A EAD ATRAVS DO OLHAR DE SEUS ALUNOS 569

Marlise Buchweitz Klug,Jos Eduardo Vargas, Ester Vellar Krause, Jssica Cristina

Tedesco

AUTONOMIA: REFLEXES SOBRE A CONSTRUO DESTA PRTICA PELO

ALUNO DA EDUCAO DISTNCIA (EAD) 570

Las Amlia Ribeiro de Siqueira

PORTFLIO: UMA FERRAMENTA PARA CONSTRUO DA PRTICA

PEDAGGICA SIGNIFICATIVA EM CURSOS DE EAD 571

Rosngela Hainzenreder Guimares, Eduardo Rangel Ingrassia

6. Mediao Pedaggica em EaD

PERFIL DE ALUNOS INGRESSANTES NO CURSO PEDAGOGIA EaD/FURG 572

Adriana Borges Lima Corra, Ariane Pickersgill Arana, Carmo Thum

O CONHECIMENTO DO ENTORNO: UMA ANLISE DOS SUJEITOS NAS PRTICAS

PEDAGGICAS EM EAD NO POLO UAB DE BALNERIO PINHAL 573 Eduardo Rangel Ingrassia, Paula Fogaa Marques

COMUNIDADE VIRTUAL E A MEDIAO PEDAGGICA: A DIFERENA E O

ENTRELAAMENTO 574

Luciane Senna Ferreira, Adriane Rodrigues Corra, Jos Eduardo Nunes Vargas

A LINGUAGEM NO CONTEXTO DA EAD 575

Rita Lima de Nbrega, Christiane Furtado, Gleice Cupertino, Ingrid Ferreira, Luis

Oliveira, Micaeli Soares

16

APRESENTAO

Desde 2007 a Secretaria de Educao a Distncia SEaD da Universidade Federal do

Rio Grande FURG, dentre suas diversas aes, desenvolve semestralmente o Encontro para

aes em EaD na FURG. Este evento busca a integrao e formao de professores e tutores

que atuam nos programas de educao a distncia da Universidade.

Com a ampliao da EaD na FURG - dos polos de atuao, dos cursos ofertados e do

nmero de envolvidos no ano de 2012, juntamente com o XI Encontro para aes em EaD

na FURG ocorreu a primeira edio do Seminrio Dilogos em Educao a Distncia. O

Evento foi articulado no intuito de propiciar a discusso e socializao de pesquisas, trabalhos

e experincias docentes e discentes, de modo a integrar profissionais da Educao a Distncia,

bem como a comunidade acadmica que se interessa pela temtica, a fim de possibilitar o

compartilhar de conhecimentos entre os participantes.

Em sua primeria edio, o Seminrio contou com a presena de aproximadamente 250

participantes e com um total de 100 apresentaes de trabalhos, sendo 56 comunicaes de

artigos completos e 44 referentes a resumos.

Neste ano, em sua segunda edio, o Seminrio Dilogos em Educao a Distncia

tem como propsito possibilitar a continuidade dos dilogos, a fim de firmar o referido

Seminrio como um momento para compartilhar experincias vivenciadas na EaD. Nessa

edio, ser abordada a temtica Desafios da Interatividade: convergncias entre mdias e

suas linguagens.

Para tanto, alm do dilogo possibilitado pelas apresentaes de trabalhos realizadas

por participantes do Evento, o Seminrio conta tambm com o compartilhar de experincias

de pesquisadores que discutem temticas relacionadas a Educao a Distncia: Prof Dra.

Maria Luiza Belloni (UFSC); Profa. Dra. Flvia Amaral Rezende (FAAT); Prof. Dr. Vilson

Leffa (UCPel) e Profa. Dra. Leda Maria Fiorentini (UnB).

Dessa maneira o II Seminrio Dilogos em Educao a Distncia vem consolidando-se

como um espao de reconhecer a cultura de EaD, de fortalecer o desenvolvimento de

pesquisas em EaD na FURG e outras instituies; compartilhar diferentes possibilidades para

a produo de material didtico em EaD; ampliar as redes de relacionamento entre os

participantes, fortalecendo o elo entre o meio educacional, o cientfico e a prtica pedaggica,

17

bem como promover a discusso sobre a necessidade de uma cultura inclusiva dos estudantes

de EaD nas polticas estudantis, visando propiciar a igualdade dos direitos acadmicos,

profissionais e polticos, j ofertados aos estudantes de ensino presencial.

Este compartilhar de saberes, prticas pedaggicas e vivncias nessa modalidade de

ensino, acontece com dilogos articulados aos eixos temticos do Evento: Tecnologias de

informao e comunicao no contexto educacional; Materiais Educacionais Digitais e

Design Pedaggico na EaD; Aes de formao em EaD; Estratgias de institucionalizao

em EaD; Ser estudante em EaD; e Mediao Pedaggica em EaD.

Este e-book compila os artigos e resumos apresentados nas modalidades oral e pster.

Para sua organizao, dividimos os trabalhos conforme os eixos temticos do Evento.

Assim, com o intuito de promover processos de reflexo sobre nossas prticas na EaD,

seja como estudante, professor, tutor ou gestor e na busca por construir um processo de ensino

e aprendizagem colaborativo e cooperativo compartilhamos este e-book que retrata a

multiplicidade de olhares e fazeres da EaD.

Joanalira Corpes Magalhes

Coordenadora do Evento

18

AS REDES SOCIAIS NO ENSINO DE LNGUA ESPANHOLA

Milena Teixeira Rosa1

Palavras-chave: redes sociais, ensino, lngua espanhola.

Resumo: Atualmente, o ensino de espanhol, que tambm inclui a formao de professores,

tem passado por enormes transformaes em virtude das novas tecnologias existentes. Os

sites de relacionamentos, Facebook, Blogs, Twitter, Livemocha, entre tantos outros,

destacam-se pela facilidade de acesso e pela possibilidade de contato com novos contedos e

pessoas. Nesse sentido, professores e alunos esto descobrindo novas formas de ensinar e

aprender. Assim, o ensino de lngua espanhola pode ser abordado de modo que venha a

contribuir com o crescimento pessoal e profissional dos sujeitos envolvidos, ampliando as

possibilidades de aprendizado por meio da utilizao das redes sociais.

Introduo

Esta pesquisa apresenta como objeto de estudo a utilizao das redes sociais no ensino

de lngua espanhola, juntamente com a utilizao, criao e interao por meio de blogs, sites

de ensino e aprendizagem de lnguas estrangeiras, entre outras redes sociais.

As redes sociais podem possibilitar uma melhor formao de professores dentro dos

cursos de licenciaturas, pois une a teoria e a prtica em espaos de tempo diferentes, com

pessoas diferentes e atravs dos meios eletrnicos. Por outro lado no apenas os professores

em formao podem se beneficiar dessa nova ferramenta, mas tambm os alunos em

diferentes nveis de aprendizagem. Este novo modelo de formao facilita a insero de novas

prticas dentro da sala de aula e, permite que haja maior interao entre alunos e o contedo

estudado durante as aulas de lngua espanhola. Pois,

Professores e alunos, reunidos em equipes ou comunidades de

aprendizagem, partilhando informaes e saberes, pesquisando e aprendendo

juntos; dialogando com outras realidades, dentro e fora da escola, este o

1 Universidade Estadual de Londrina (UEL), e-mail: [email protected]

TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO NO CONTEXTO EDUCACIONAL

19

novo modelo educacional possibilitado pelas tecnologias digitais. (KENSKI,

2000 p.32).

De acordo com as perspectivas de KENSKI (2000), a aprendizagem pode acontecer a

qualquer momento e em qualquer lugar, quando alunos e professores esto dispostos a

aprender e ensinar, partilhando conhecimentos em benefcio de todo o grupo.

Os cursos de licenciatura visam a formao de professores cada vez mais dinmicos e

comprometidos com o ato de ensinar e, que estejam dispostos a ampliar e renovar seus os

conhecimentos. De acordo com MARIN (2002), a formao de professores deveria

transformar a escola em espao de troca e de reconstruo de novos conhecimentos, em um

ponto que formaliza a dimenso inicial, mas no um ponto que possa finalizar a continuidade

desse processo.

A escolha por este tema partiu do interesse pela questo da utilizao das redes sociais

aliadas informao digital por meio do uso de: Blogs, E-mails, MSN, Livemocha, sites de

pesquisas diversos, sites de relacionamentos, entre tantos outros. Pretende-se com esta

pesquisa contribuir para o processo de ensino e aprendizagem, retratando as redes sociais

como recurso facilitador de acesso aos conhecimentos existentes dentro da realidade

vivenciada por alunos e professores, o que pode resultar numa maneira eficiente e ao mesmo

tempo prazerosa de se adquirir e compartilhar conhecimentos.

Assim, um dos objetivos dessa pesquisa foi o de ampliar os conhecimentos adquiridos

durante o curso e renovar aqueles j existentes, pois atualmente a sala de aula necessita de

professores cada vez mais dinmicos e polivalentes. Ou seja, no basta apenas dominar os

contedos pr-estabelecidos pelo currculo da escola, mas precisa-se tambm descobrir novas

maneiras de ensinar e aprender os contedos propostos por meio da utilizao das novas

tecnologias como as redes sociais, uma vez que essas j fazem parte da realidade de muitos

desses alunos.

Com o acesso s redes, multiplicaram-se as possibilidades educativas.

Ampliam-se os espaos das escolas no apenas para acessar informaes,

mas tambm para comunicar, divulgar e oferecer informaes, servios e

atividades realizadas [...] (KENSKI, 2003 p.70).

20

Dessa maneira, a escola tem seus espaos de ensino e aprendizagem ampliados, sendo

que professores e acadmicos podem utilizar as redes sociais para complementar sua

formao, ampliando os horizontes e expectativas com relao aos conhecimentos

compartilhados.

A metodologia utilizada na presente pesquisa foi de natureza qualitativa. Mais do que

quantificar dados e resultados, buscou-se produzir dados qualitativos, ou seja, garantir o olhar

dos sujeitos envolvidos na pesquisa, de modo que os mesmos pudessem interagir com os

contedos ali disponibilizados, contribuindo para reflexes e aprendizados.

1. O Uso das Redes Sociais e o Ensino de Lngua Espanhola

O ensino de lngua espanhola aliado ao uso do computador e das redes sociais tem

aproximado alunos e professores, independentemente da distncia, horrios e, claro, da

presena fsica. Hoje em dia as pessoas podem comunicar-se de qualquer lugar, se tiverem

acesso a um computador e rede mundial de computadores (internet).

A aprendizagem de lngua espanhola, segundo os pressupostos da Abordagem

Comunicativa, precisa acontecer por meio da interao social, o que representa um fator

importante quando se aprende e/ou ensina lnguas. A Abordagem Comunicativa destaca-se

pela valorizao da interao entre alunos, professores e contedos, sendo que o papel do

professor o de mediador, enquanto os alunos desempenham a funo de responsveis por

aquilo que esto aprendendo.

A proposta de ensino prevista pela Abordagem Comunicativa incentiva atividades

diversificadas, que envolvam interaes entre dois ou mais alunos. Afinal, o objetivo desta

metodologia visa aprendizagem centrada em situaes reais ou prximas da realidade, em

que o professor desempenha a funo de facilitador e no mais o papel central dentro do

contexto de ensino e aprendizagem.

Com isso, os alunos desenvolvem habilidades de modo participativo e

contextualizado, o que contribui para uma melhor formao aprendiz. A Abordagem

Comunicativa defende a ideia de um ensino mais participativo. Nesse sentido, justifica-se a

relevncia de comunicao real no contexto como vem ocorrendo nos ltimos anos em virtude

da insero das redes sociais em nossa realidade.

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A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional) regulamentou o aprendizado

de lnguas estrangeiras como forma de tornar o conhecimento uma ponte de acesso entre os

alunos, professores e os contedos previstos. Para isso, os sujeitos envolvidos precisam

desenvolver atividades individuais e em equipes, com a colaborao do professor para auxiliar

na compreenso das normas que a lngua estrangeira estudada possui e conciliar este

aprendizado ao contexto em que se aplica determinada atividade.

por meio da interao social que as pessoas se comunicam e, no ambiente escolar,

isto no diferente. preciso que o professor possa aliar o emprego da Abordagem

Comunicativa em contextos reais que possam ser realizados no prprio contexto da sala de

aula e tambm fora dele. Para isso, propomos neste trabalho o uso das redes sociais, na qual a

maioria dos acadmicos j se encontra includo de alguma maneira, seja por meio do

Facebook, Orkut, Twitter, Blogs, entre outros. Assim, o professor precisa saber aliar os

contedos propostos aos interesses dos aprendizes e, dessa maneira, promover uma

aprendizagem mais participativa e colaborativa.

Segundo ALMEIDA FILHO (1998, p.08) a aprendizagem de uma nova lngua precisa

acontecer de forma comunicativa aliada a uma interao social. Dentro dessa concepo de

ensino que o professor pode ofertar aos aprendizes algumas oportunidades de interao com

falantes nativos da lngua estrangeira aprendida. Dessa forma, estar valorizando os

conhecimentos que os acadmicos j possuem e criando possibilidades de aprendizagem

lingustica e sociocultural. Dessa maneira, as contribuies do aprendizado de lngua

estrangeira podem ultrapassar os espaos fsicos da sala de aula, transportando os alunos e/ou

acadmicos a interaes reais e em tempo real com estrangeiros que esto em diversos pases,

por meio das redes sociais.

A partir do momento que o ensino de lngua espanhola passa a fazer parte de contextos

em que existam situaes reais, os acadmicos e professores passam a perceber a

aprendizagem de modo mais significativo e real. E, dentro dessa proposta que a Abordagem

Comunicativa se insere, ressaltando a teoria dentro de uma prtica em que possvel a

utilizao das redes sociais e, claro, de outras atividades e materiais diversificados, a

comunicao em lngua estrangeira ganha fora e sentido.

22

Contudo, ao aprendermos uma lngua estrangeira com o auxlio das redes sociais

estamos ampliando as competncias lingusticas, socioculturais, discursivas e estratgicas.

Para GARGALLO (1999):

Competncia Gramatical ou Lingustica referem-se ao domnio de elementos

estruturais da lngua, ou seja, vocabulrio, fonemas, estruturas gramaticais, sintaxe e

parte formal.

Competncia Sociocultural ou Sociolingustica - relacionada aos hbitos sociais e

culturais, em que se adequa o comportamento lingustico ao contexto sociocultural.

Competncia Discursiva refere-se a todos os tipos de discursos de forma oral ou

escrita, por meio da narrao, descrio e outros. Diz respeito coeso e coerncia na

produo de enunciados.

Competncia Estratgica permite que o aprendiz mesmo que no se comunique

bem em determinada lngua estrangeira possa desenvolver estratgias que venham a

compensar as possveis dificuldades encontradas no contexto em que se encontra.

Para TOMAL (2007) as redes sociais so ferramentas que permitem a interao e o

relacionamento entre indivduos ou grupos que possuem valores, crenas e/ou interesses

comuns. No que diz respeito s lnguas estrangeiras, os valores culturais, que incluem os

valores e crenas de cada um, geralmente so diferentes de um participante para o outro, o

que possibilita o intercmbio cultural, tendo em vista que a interculturalidade a palavra

chave no ensino de lnguas estrangeiras na atualidade.

A interculturalidade faz parte do processo de ensino e aprendizagem de uma lngua

estrangeira, envolvendo a comunicao atravs de dilogos, que acontecem entre uma pessoa

e outra e/ou um grupo de pessoas, que podem pertencer a diferentes pases, culturas, classes

sociais e etc., tendo em vista o respeito diversidade cultural, promovendo integrao do

aluno com a cultura de outros sujeitos, sem deixar de lado a sua prpria cultura. E, dessa

maneira as redes sociais podem facilitar estes momentos de interao, permitindo que os

sujeitos envolvidos tenham acesso a lngua espanhola por meio de diversos contextos, espaos

e tempos diferentes.

23

As vantagens para quem explora as redes sociais podem ser inmeras. Por exemplo,

dentro de um blog h um professor/administrador que posta diversos contedos que serviro

de base para diversos outros professores que buscam informaes sobre determinado

contedo.

Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espao-temporal,

pessoal e de grupo, menos contedos fixos e processos mais abertos de

pesquisa e de comunicao (MORAN, 2007 p.29).

Dentro dessa perspectiva os professores de lngua espanhola podem incentivar e

promover o uso de recursos disponveis nas redes sociais, como por exemplo, a utilizao do

site Livemocha, onde professores, acadmicos e outros sujeitos se cadastram para estudar e

aprender gratuitamente o idioma de sua preferncia, alm de tambm poder auxiliar na

correo de atividades postadas por diversos outros aprendizes de qualquer parte do mundo.

Por exemplo, se a pessoa brasileira pode corrigir os exerccios de um aprendiz mexicano

que est aprendendo o portugus.

Neste site os estudantes e professores tm a possibilidade de conversar em tempo real

com diversos outros aprendizes de idiomas devidamente cadastrados, independente do pas e

idioma ao qual estejam vinculados. Alm disso, possvel realizar uma interao com

nativos de outros pases por meio de mensagens escritas, o que aprimora o aprendizado da

lngua estrangeira, no apenas a competncia lingustica, mas tambm contribui para a troca

de informaes culturais de pessoas que no se conhecem, mas que possuem um interesse em

comum: o de aprender um novo idioma e conhecer uma nova cultura.

Outro site que tem contribudo para o aprendizado de diversos aprendizes e professores

de lngua estrangeira o Sharedtalk, que foca a troca de experincias entre estudante de

idiomas de vrios pases, sendo que, a diferena entre este site e o anterior, que neste os

aprendizes no tm atividades e nem blocos de contedos para aprender determinado idioma

estrangeiro, apenas podem conversar online (escrita ou oralmente) com pessoas de qualquer

parte do mundo, aprimorando a fluncia do idioma que aprenderam ou esto aprendendo.

O aprendizado pode ocorrer atravs de conversaes escritas ou faladas em tempo real

com nativos de diversos pases, e podem facilitar o aprendizado da lngua estrangeira. Porm,

h que se destacar que existem algumas desvantagens como, por exemplo, o fato de inmeros

24

aprendizes cadastrados em ambos os sites serem pessoas comuns com pouco ou muito

domnio do idioma nativo e/ou estrangeiro. Esse fato pode acarretar em informaes que nem

sempre so adequadas gramaticalmente e que podem gerar uma aprendizagem nem sempre

to eficaz. De acordo com um artigo publicado na Revista Veja (julho de 2011), os cursos de

idiomas online podem ser mais interativos, convenientes e at mais baratos, pois alm de

terem um horrio flexvel, o usurio cadastrado gasta pouco ou nenhum dinheiro, alm de ter

a oportunidade de estar em contato com nativos do idioma aprendido. Assim,

O problema, diante de tanta dificuldade identificar a melhor ferramenta de

estudo. A imensa maioria dos cursos virtuais oferece contedo gratuito no

incio. Portanto, esse no um diferencial. Na web, assim como em cursos

tradicionais, o que torna o aprendizado eficaz o acesso a professores

qualificados, uma oferta ampla e variada de material didtico e o contato

com pessoas cuja lngua nativa seja a que se pretende aprender. [...]

(BORGES, 2011).

Afinal, no basta apenas estar conectado s redes sociais por meio de um computador,

mas preciso que os usurios deste sistema, ou seja, os aprendizes de um determinado idioma

possam ter acesso a bons materiais e ao auxlio de professores capacitados. Porm, muitas

outras pessoas comuns podem usufruir deste mesmo servio e, por no estarem inseridos em

cursos de idiomas, podem optar por consegui-lo na prpria internet, com a diferena de ter

que pagar por esse tipo de servio, que por vezes pode ter um custo elevado, pois,

Um aluno que passe cinco horas por semana on-line, faa uso dos recursos

multimdia e conte com a ajuda de um professor pagar de 100 a 600 reais

por ms por um bom curso. Caso no haja professores disponveis, a

presena de mediadores pessoas com formao ou fluncia na lngua que

corrijam e faam observaes durante as sesses de bate papo

fundamental. [...] (BORGES, 2011).

Muitas vezes o que acontece nesse contexto uma conversa sem a mediao de um

profissional especializado, pois as pessoas que participam, em sua grande maioria so aquelas

interessadas em aprender um idioma ou mesmo aperfeioar o que j sabem. Porm, muitas

delas podem at saber falar, por exemplo, o portugus, mas na tentativa de ensin-lo a outros

aprendizes, acabam se esquecendo de atentar para regras gramaticais. Se um brasileiro (com

25

pouca escolaridade) tentar ensinar o portugus a um boliviano pode acabar cometendo alguns

erros gramaticais, como por exemplo:

Em lugar de escrever Ns fomos ao clube, pode escrever Nis fumo no crube.

Por sua vez o boliviano ir absorver essa informao e poder ser prejudicado no futuro.

Nesse momento importante o auxlio de um professor mediador para explicar o que est

acontecendo, pois se o boliviano por curiosidade buscar as palavras nis e crube no as

encontrar em um dicionrio, mas ao digitar, por exemplo, no site Google, o mesmo

perguntar se ele quis dizer: Ns e Clube. J se buscar a palavra fumo, encontrar no o

verbo ir, mas sim, que esta palavra significa uma espcie de planta. J se este boliviano for

investigar em uma lista de verbos conjugados, encontrar a palavra fumo, na primeira

pessoa do singular do tempo presente do indicativo, que indica eu fumo, ou seja,

possivelmente traduzir a sentena assim: Ns/Eu fumo no clube e no Ns fomos ao

clube, o que compromete a comunicao no nvel semntico tambm.

Dessa forma, constata-se que o verbo ir foi confundido com o verbo fumar, mudando

totalmente o contexto da sentena apresentada pelo brasileiro que tentou dizer uma coisa, mas

acabou dizendo outra, o que tornou o aprendizado em algo no to eficaz para ambos os

aprendizes.

Agora imaginemos essa mesma situao, porm o brasileiro agora representado por

um professor e/ou acadmico do curso de Letras Espanhol, com certa fluncia no idioma

espanhol e com o domnio da gramtica da Lngua Portuguesa. Certamente este iria escrever a

sentena de maneira correta, com base no conceito da gramaticalidade da lngua, podendo

at explicar o sujeito, verbo e complemento da sentena dependendo dos interesses do

interlocutor.

As redes sociais so importantes dentro do processo de ensino aprendizagem, pois

promovem momentos de trocas de experincias, permitem a interao com falantes nativos do

idioma aprendido, com questes reais e no com dilogos pr-estabelecidos como ocorrem

algumas vezes dentro das salas de aula, especialmente no livro didtico. Porm, importante

que se tenha pelo menos um conhecimento bsico do idioma que se pretende aprender, para

no acabar fossilizando2 erros como o que acabamos de ver.

2 Fossilizao: Refere-se cristalizao de dados de forma errnea, com base nos critrios da gramaticalidade da

lngua.

26

Na internet temos inmeras possibilidades de cursos, que vo desde blogs, sites de

escolas de idiomas e as redes sociais, que podem ou no cobrar taxas. Abaixo algumas

sugestes de sites que auxiliam e que podero auxiliar muitas pessoas na aprendizagem da

lngua espanhola e/ou estrangeira. So alguns deles:

Livemocha www.livemocha.com

http://www.sharedtalk.com/

Study Spanish - http://www.studyspanish.com/

Spanish Programs - http://www.spanishprograms.com/

Essas so apenas algumas opes de sites disponveis para quem quer aprender,

aperfeioar ou at mesmo ensinar a lngua espanhola, entre outras. As redes sociais, quando

bem utilizadas, podem facilitar a aprendizagem e, quando est inserida no meio acadmico,

pode ampliar o leque de informaes tanto lingusticas como socioculturais (insero de

ditados populares, grias, neologismos, entre outros). Quanto os aspectos culturais, as redes

sociais podem contribuir para a percepo das informaes culturais que acompanham e

marcam a linguagem. E, quando isso ocorre no ambiente da sala de aula, pode ser ampliado

com o esclarecimento do professor que complementar as informaes obtidas pelos

acadmicos durante o uso das redes sociais.

As redes sociais esto conquistando cada vez mais espao em nossa sociedade, sendo

que a maioria dos professores e acadmicos dos cursos de licenciaturas podem interagir com

essa ferramenta na faculdade, em casa, na local de trabalho ou em qualquer outro lugar, desde

que se tenha acesso a um computador e internet.

2. Consideraes Finais

Atravs deste trabalho foi possvel compreender melhor o contexto em que os

professores e alunos podem utilizar os recursos que a tecnologia oferece, como por exemplo,

o uso das redes sociais e dos blogs. Tambm evidenciamos como as redes sociais podem

colaborar para a formao dos professores e acadmicos dos cursos de licenciaturas,

contribuindo para um ensino mais participativo e eficaz.

27

Constatamos tambm que no basta apenas acessar as redes sociais, mas que preciso

ter uma noo do idioma que se pretende aprender e que a mediao de um professor

especfico da rea muito importante, pois como os usurios dos sites aqui referenciados so

em sua maioria pessoas comuns e alguns desses usurios podem ter pouca escolaridade, o

aprendizado mais efetivo da lngua espanhola pode ser comprometido.

Vimos tambm que para se ter acesso a materiais didticos virtuais e at mesmo o

acompanhamento de um professor especializado o usurio precisar pagar uma taxa por esses

servios. Por outro lado, se optar por ter apenas a companhia de um usurio comum,

geralmente interessado em aprender o idioma portugus, no precisa pagar nada, mas o

aprendizado poder no ser to eficiente.

Dessa forma, conclui-se que possvel aproximar o ensino de lngua espanhola da

realidade dos professores, acadmicos do curso de licenciaturas e de alunos, de modo que

esses possam utilizar os recursos disponveis atravs do uso das tecnologias educacionais a

favor do processo de ensino e aprendizagem, de forma mais focada, aproveitando-se das

possibilidades que as redes sociais e os blogs podem oferecer, enquanto ferramentas de

ensino.

Referncias

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curriculares nacionais, cdigos e suas tecnologias. Lngua estrangeira moderna. Braslia:

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GARGALLO, Isabel Santos. Lingustica aplicada a la enseanza-aprendijaze del espaol

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MORAN, J. M. A educao superior a distncia no Brasil (2002). Disponvel em:<

http://www.eca.usp.br/prof/moran/contrib.htm>. Acesso em: 15.jan.2013.

_________, J. M. Novas Tecnologias e mediao pedaggica/ Jos Manuel Moran, Marcos

T. Masetto, Marilda Aparecida Behrens. Campinas, SP: Papirus, 2000.

_________, J. M. Perspectivas (virtuais) para a educao (2004).Disponvel em:

. Acesso em: 18.jan.2013.

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TOMAL, M. I. Redes sociais, conhecimento e inovao localizada. Inf., Londrina, v. 12,

n. esp., 2007.

29

A INCLUSO DIGITAL E SOCIAL COMO PRESSUPOSTO PARA A EDUCAO

DISTNCIA

Prof. Msc. Ivone Ascar Sauia Guimares1

Prof. Dr. Luiz Sveres2

Palavras-chave: Educao a Distncia. Incluso Digital e Social. So Lus.

Resumo:

Este artigo busca analisar quanto o aluno da Educao a Distncia se encontra includo

digitalmente. Para tal partiu-se de uma anlise primeiramente bibliogrfica dos autores

referentes a rea, permitindo que se juntasse um aporte terico com a finalidade de garantir

uma anlise crtica dos dados que seriam levantados a posteriori. Deste modo, atravs do uso

de questionrios fez-se o levantamento em uma Universidade Particular da cidade de So

Lus, que atua tanto na Educao presencial quanto a distncia. Tais dados favoreceram,

ento, que se verificasse o nvel de incluso do educando, sendo este um dos aspectos

necessrios para o sucesso deste aprendente na modalidade.

Introduo

Dentre os aspectos que envolvem o mundo na atualidade, a Tecnologia e seus avanos

talvez sejam os que mais se destaquem, pela velocidade com que se transformam, assim como

as necessidades que o homem vem criando em torno dela.

No meio educacional, compreender como ela poder posicionar-se, favorecendo o

aprendizado, tem-se tornado uma necessidade, visto que a Tecnologia figura hoje como um

instrumento cultural e de difuso do conhecimento.

Na Educao Distncia (EAD) as Tecnologias foram adicionadas de modo frentico,

porm as pesquisas no acompanharam o processo e assim no se poder assegurar que elas

realmente consigam garantir uma melhoria ou uma facilitao no alcance dos objetivos que

norteiam a Educao. Provavelmente, isto se deve a diversos fatores, sendo eles o acesso

Tecnologia, criticidade que dever acompanhar alunos e professores em meio eletrnico e

ainda a adequao do material educativo ao momento da aprendizagem mediada por

computador, situaes em que se observa o quo dissociadas esto a Tecnologia da Educao.

1 Universidade Ceuma [email protected]

2 Universidade Catlica de Braslia [email protected]

30

Contudo, na denominada sociedade do conhecimento, a Educao e a Tecnologia

deveriam caminhar juntas, e cabe aqui conhecer e analisar se ainda latente a falta de

insero tecnolgica dos educandos que fazem uso da modalidade a distncia para que se

possa traar um parmetro de incluso tanto digital quanto tecnolgica que verifique o quo

inserido est o aluno de EAD de So Lus nos meios miditicos digitais.

1 A Excluso Social e sua relao com a excluso tecnolgica

A excluso social no uma condio cunhada luz da sociedade atual, de modo que,

note-se, alm dela ser antiga, tambm exerceu o papel durante muito tempo quanto a limitar a

transio do indivduo entre as camadas sociais, controlando e at impedindo essa mobilidade,

de modo a repetir os padres impostos por um grupo coletivo, o que ainda poderia acontecer a

partir da acomodao do pensamento do grupo, o que se estabeleceu por meio da privao das

necessidades bsicas que deveriam atender o ser humano.

Destarte, a excluso social se constitui de outras excluses que vo da dimenso

poltica econmica (STIVILL, 2003) espoliando o indivduo da cidadania, dos direitos

elementares do homem e da renda.

De todo modo, a excluso social uma mazela que aprisiona o ser em um ciclo que

lhe retira os direitos bsicos e o relega margem da sociedade, desvalorizando-o quanto

cidado. Entretanto, no somente a velha excluso que assola a sociedade. A nova excluso,

a que se debrua sobre o acesso s Tecnologias e Informao, e tem como fator ainda a

excluso social, se coloca, de acordo com Valente (2008), como elemento de privao e

excluso de alguns poucos em relao a um meio de comunicao cada vez mais popular e

aceito pelo coletivo.

Essa ausncia de direitos comea na questo social e econmica, e se expande para o

contexto educacional e tecnolgico, o que deixa de fornecer ao homem o conhecimento do

funcionamento e do uso das ferramentas miditicas presentes na sociedade como nos afirma

Souza e Coelho (2009).

A luta contra a situao de excluso digital dever passar tambm pelo letramento

digital que prepara o usurio de sistemas informatizados para um uso consciente e crtico dos

meios miditicos.

31

Segundo Silveira (2001) o indivduo includo tecnologicamente passar a gozar de

uma srie de benefcios que vo desde estmulos sensoriais at o acesso larga informao, o

que lhe garantir igualdade de direitos devido ao fato de passar a ter acesso a benefcios que

somente um grupo minoritrio tem.

Como afirma Sidericoudes (2008), se a incluso digital no resolver, ao menos

amenizar a excluso social, caso ela venha trazer benefcios ao cidado sob a forma de

igualdade, conhecimento e empregabilidade; porm ela no poder ser focalizada como o

nico meio em virtude de se colocarem todas as expectativas de uma ao em detrimento de

outras que incluem o que bsico para a cidadania.

Porm, o acesso Tecnologia no resolver completamente o problema da excluso

social e ainda ser capaz de gerar uma nova problemtica social, identificada por Cazeloto

(2008) como incluso subalterna. Nela se observa a incluso tecnolgica sem engajamento

com a incluso social, o que ocorre de modo precrio e sem que se desfaa a ideia da

marginalidade social, e uma vez que se distingue o valor de ser includo tecnologicamente,

deve-se reconhecer tambm a importncia e a necessidade da incluso social.

Seguindo os registros anteriores possvel afirmar que o acesso s Tecnologias no

resolvero diretamente a questo da excluso social, principalmente devido ao fato de se

possuir uma pseudo incluso digital que no acontece partindo da alfabetizao tecnolgica.

Caso esse fosse o ponto de partida, ela viria a fornecer ao cidado um potencial crtico que o

colocaria verdadeiramente como construtor de um conhecimento que usaria os meios digitais

apenas como caminho de disseminao.

2 A EAD em sua relao com a Tecnologia

H uma infinidade de aplicaes da Tecnologia na sociedade, e a Informtica

Educativa uma delas. Ela surgiu como uma rea do conhecimento cientfico que veio

permitir a utilizao ativa de equipamentos tecnolgicos aliando a telemtica Educao no

desenvolvimento da capacidade humana.

Sob esse fundamento, a Educao em si tem o potencial de acontecer muito alm do

ambiente fsico, sendo um processo totalmente relacionado ao ser humano e que est em

constante ao.

32

Justamente sob este aspecto que Formiga (2009) salienta que a Tecnologia na prtica

educacional poder atuar como ferramenta que favorecer a migrao da ao de ensinar para

a possibilidade da prtica ativa que est inserida na aprendizagem, fenmeno este que eleva a

Educao ao patamar do aprendido o que, por conseguinte, requer uma prtica ativa no ato de

aprender. Ademais, a viso confusa de que o ensino assistido por computador seja na verdade

um ensino por computador ainda real, apesar de se demonstrar que no passa apenas de

ferramental e sim uma mquina autnoma que se bastaria para o processo educacional

(NISKIER, 1993). A mediao humana continua sendo essencial para a prtica educativa

construtiva e consciente, independentemente de acontecer no meio virtual ou real.

Assim na viso atual da EAD, as Tecnologias de Informao e Comunicao exercem

papel importantssimo, por garantir dinamicidade, transformao e modernidade para uma

sociedade em movimento. Essa dinmica favorecer o estar junto virtual, onde professores e

alunos, que esto distantes fisicamente, se encontrem virtualmente, e acabem por

compreender que o modo autnomo do aluno no ato de aprender favorece o seu crescimento

quanto cidado.

Sob o ponto de vista de Niskier (1993), Tori (2010) e Pereira (2008), a Educao a

Distncia uma prtica educativa que dever levar educao de qualidade ao maior nmero

de alunos, fazendo-se uso de ferramentas tecnolgicas que separam e ao mesmo tempo, unem

aluno e professor, com vistas a permitir a comunicao em duas direes.

A Cincia e a Tecnologia assim caminham juntas para auxiliar a busca da construo

do conhecimento o que justifica sua aplicao no processo educacional, j que dar respaldo

formao de um cidado consciente no s de seu papel, mas tambm apto a lidar com as

ferramentas que surgem e que podem chegar a garantir a competitividade, aliando a

tecnologia ao contexto educacional de acordo com o momento pelo qual as pessoas se

encontram tanto no sentido histrico, quanto social.

Portanto, a Tecnologia aplicada Educao levar impreterivelmente a uma reviso

das prticas no ambiente educacional (COX, 2008; ROSINI, 2007; MILL, 2009), j que, ao

ser utilizada na metodologia de um-para-muitos, vem a funcionar como meio difusor de

informao e conhecimento, o que exige do educando uma prtica crtica efetiva que lhe

permita compreender e exercer sua ao individual sobre aquilo que lhe transmitido.

33

A Educao que faz uso de meios tecnolgicos dever primar pela formao do aluno

receptor-ativo, em lugar de uma Educao que acontece pela repetio inconsciente e fora do

real sentido daquilo que se julga ter ensinado. Sob esse fundamento, na EAD o aluno o

agente do seu aprendizado e o professor, um direcionador e motivador. o que afirma Niskier

(1993) e o que reafirmam Rostas e Rostas (2009), ao assegurarem que os ambientes

interativos tm o potencial de permitir o vislumbre de um caminho pleno de descobertas, que

abre as portas para a construo do conhecimento tanto pelo aluno individual, quanto pelo

coletivo.

3 A pesquisa e algumas constataes

Para a coleta dos dados presentes neste artigo aplicaram-se 70 questionrios, contendo

perguntas abertas e fechadas, englobando todos os perodos onde havia alunos regularmente

matriculados na modalidade distncia de uma Universidade Particular atuante na Cidade de

So Lus. Destes, somente 47 alunos aceitaram participar da pesquisa e devolveram os

instrumentos de coleta devidamente preenchidos.

A pesquisa foi proposta no ms de junho de 2011 aos alunos da referida instituio

que se encontra atuante na modalidade presencial h mais de 20 anos, sendo esta a maior no

mercado em que atua, o que por sua vez uma das razes de sua escolha.

A proposta inicial era de pesquisa somente para os alunos do primeiro perodo, mas,

em virtude do quantitativo pequeno no qual a amostra se reduziria, optou-se por convidar os

discentes dos demais perodos para que se alcanassem informaes mais coerentes e que

realmente gerassem a possibilidade de uma viso mais realista da modalidade em questo.

Assim, de acordo com a investigao, quando o assunto incluso digital a primeira

indagao feita foi quanto ao fato de o aluno possuir ou no computador em casa. A pesquisa

retornou que 94% deles possua sim computador na prpria residncia. Quanto a este fato,

colhe-se que o poder aquisitivo deste indivduo no to baixo, independendo do tipo de

dispositivo que possui.

A indagao seguinte completou a anterior, favorecendo que se desenhasse um perfil

digital deste discente, principalmente quando se trata da quantidade de computadores

existentes na casa dos mesmos. As quantidades informadas pelos alunos so bem balanceadas,

34

sendo que para o quantitativo de um computador a incidncia de 45% dos alunos. Para o

quantitativo de dois computadores verificou-se 30%. J para o quantitativo de trs

computadores registrou-se 10%, e, por fim, em se tratando de mais de trs mquinas, esse

valor cai para 9%.

Quando o assunto a conexo Internet, chegou-se s seguintes informaes: 100%

dos alunos de EAD possuem conexo com a Internet, e isto se estabelece diretamente sobre os

100% daqueles que se identificam como possuidores de computador na prpria residncia,

mostrando que se encontram includos.

Assim, partindo dessas primeiras indagaes, notou-se que os participantes se

encontram inseridos tanto no mundo digital, como na infovia que a Internet, pois, alm de

na maioria haver computador pessoais em suas residncias, boa parte dos mesmos tambm

conta com acesso ao meio eletrnico.

Tais declaraes ainda so confirmadas pelo nvel de conhecimento de informtica.

Mais da metade dos alunos (57%) se identificam como possuidores de conhecimentos

intermedirios em Informtica, sendo seguida na segunda colocao (26%) pelo

conhecimento bsico e, em terceiro, pelo conhecimento avanado (17%).

Partindo-se de tais dados, os discentes de EAD esto bem preparados para o uso da

Tecnologia, pois no houve respostas que indicassem conhecimento nulo do assunto para a

modalidade.

Pelo exposto, observa-se que, de acordo com Raia (2008), Moran (2008) e Valente

(2008), os alunos de EAD so includos digitalmente e ainda podem se considerar como

letrados digitais, uma vez que afirmam ter conhecimentos significativos de informtica. Com

base ainda em Mil (2009) e Souza e Coelho (2009), esses mesmos alunos no fazem parte do

grupo excludo. Eles se encontram aptos a lidar com as Tecnologias, que favorecem no

somente a atuao profissional, mas tambm a lida educacional.

A respeito desse conhecimento de informtica que Sorj (2003), Dowbor (2001),

Niskier (1993), Valente (2009) e Rostas e Rostas (2009) focam diretamente a necessidade de

um conhecimento tecnolgico no somente para garantir interao na sociedade atual, mas

tambm favorecer para que o alunado alcance a meta de efetivar o conhecimento transmitido

em meio eletrnico. A afirmao de que esses discentes so alfabetizados tecnologicamente j

os coloca em um patamar fora do processo de excluso social no tocante tecnologia.

35

Quanto ao tipo de conexo mais utilizada pelos alunos, chegou-se s seguintes

constataes: 45% dos alunos usam Modems GSM, 26% fazem conexo por telefone ou

Velox e 19% conexo a cabo. No houve casos de alunos que no possussem conexo de

internet. Quanto conexo por rdio, 4% dos alunos se identificaram como usurios.

Esse quantitativo considervel de alunos fazendo uso de conexes GSM, que tornam a

internet individual, um indicador bastante defendido na obra de Sorj (2003), ao apontar a

individualizao da Tecnologia a partir do uso da telefonia celular.

Com base em Valente (2008), Souza e Coelho (2009) e Silveira (2001), esses

educandos no passam pela falta de acesso tanto a Tecnologias quanto ao conhecimento de

uso e muito menos quanto ao acesso infraestrutura de trfego de dados. Provavelmente isso

se deva a fatores como os relacionados s questes econmicas, visto que os mesmos

trabalham, so responsveis pelo prprio sustento e, assim, possuem condies de investir na

aquisio de tais equipamentos ou, ainda, devido modalidade educacional em si, que ao

fazer uso de mdias digitais, requere que este aluno se posicione de modo a participar

ativamente de redes de aprendizagem que fazem uso do meio eletrnico.

Quando Niskier (1993) se posicionou quanto aplicao das Tecnologias para garantir

certa democratizao da Educao, ele certamente no vislumbrava ainda o nvel de insero,

que a sociedade, atualmente fazendo uso destas ferramentas, apresenta no mundo virtual.

Neste sentido, o modo de pensar da sociedade atual, o de uma sociedade que prima pela

velocidade de informao e pelo imediatismo, como afirmam Torres e Fialho (2009), de modo

que, a partir do momento em que as Tecnologias j fazem parte do cotidiano desses

educandos, aplic-las EAD trata-se somente da imerso da Educao no momento histrico

do grupo social no qual ela acontece, exercendo a tentativa de romper barreiras sociais,

difceis de ser transpostas como indica Castro (2008).

Concluso

A presente pesquisa debruou-se sobre a EAD, buscando, ao fazer uso de um

expressivo referencial terico e de uma pesquisa aplicada, descrita e analisada, responder

dvida referente ao nvel de incluso digital do aluno da modalidade.

36

Destarte, alm da sociedade da informao exigir que o indivduo esteja apto a lidar

com as Tecnologias, a Educao tambm passa a exercer a mesma presso, e, em decorrncia,

o aluno atende a ela, mostrando que as Tecnologias so ferramentas essenciais e que

favorecem claramente o crescimento do educando como aprendente.

O alunado de EAD encontra-se includo digitalmente devido ao fato de que a

modalidade o obriga a isso, ao fazer uso de ambientes virtuais de aprendizagem. Neste caso,

ele possui computadores nem que seja para uso prprio e individual, acesso internet banda

larga e/ou mvel, e conhecimento consistente de Informtica. Estes so aspectos que no o

coloca em inferioridade em relao aluno da modalidade presencial e expressa claramente o

quanto ser capaz de empreender em busca de um objetivo.

Assim, a partir do momento em que o aluno se encontra includo digitalmente, ele se

posiciona tambm como entendedor das Tecnologias digitais e de sua aplicabilidade.

Provavelmente, isto se deva ao fato de que a EAD atualmente faz uso dos meios miditicos

digitais para alcanar o seu alunado.

Outro aspecto relevante que a modalidade em questo cumpre seu papel de incluir

socialmente a partir do momento em que impulsiona o aluno insero digital.

Contudo, uma vida eletrnica sem interao e sem criticidade no denotar incluso

social.

Sob esses fundamentos, conclui-se que a incluso digital, desde que acontea de modo

a fornecer referencial crtico ao educando, tem o poder de lhe permitir ir busca de tudo o

mais que coloca o indivduo como inserido socialmente. Porm, se ela se colocar

simplesmente como meio de acesso, sem permitir ao usurio a interao e a possibilidade de

construir conhecimento por si, ela acabar exercendo apenas o papel de repetir os padres

estticos de uma sociedade que no permite a mobilidade social, o que, consequentemente,

poderia paralisar a sociedade no tempo e no espao, impedindo-lhe o progresso.

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39

A UTILIZAO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO -

TICs NA EDUCAO BSICA: A EXPERINCIA DO USO DA PLATAFORMA

MOODLE COMO RECURSO PEDAGGICO PARA O ENSINO DA FILOSOFIA.

Eliane Fraga Ramos da Rosa 3

Palavras-chave: Educao, Tecnologias de Informao e Comunicao - TICs, Moodle.

Resumo: Este artigo tem por objetivo socializar a experincia do uso do Ambiente Virtual de

Aprendizagem Moodle como apoio pedaggico no processo de ensino e aprendizagem do

componente curricular Filosofia na Educao Bsica. A prtica, desenvolvida em uma turma

do 3 ano do Ensino Mdio de uma escola pblica do municpio de Santo Antnio da

Patrulha/RS, fruto da participao do Curso Tutoria em Educao a Distncia realizado no

Polo Universitrio Santo Antnio. A experincia possibilitou reflexes no ensino presencial,

principalmente, no papel do professor como mediador do conhecimento e a importncia das

Tecnologias de Informao e Comunicao - TICs como recurso de aprendizagem coletiva.

Introduo

Os mltiplos efeitos das tecnologias tm provocado transformaes em nosso

cotidiano. Em virtude dessa realidade, tais transformaes tambm ocorrem no ambiente

escolar. Mudanas na forma de ensinar, estudar, aprender e no espao onde ocorre essa

interao afeta, efetivamente, o papel do professor e do aluno que passam a interagir no s

entre sujeitos, mas tambm com recursos tecnolgicos de informao e comunicao.

Esse ambiente de vivncias com as tecnologias permite discutir as prticas de ensino

na educao a fim de que possibilite uma aprendizagem crtica e reflexiva. Dessa forma,

considerando que esse processo de ensino e aprendizagem, apoiado nas tecnologias de

informao e comunicao, poder acentuar novos caminhos de construo do saber, esse

estudo tem o objetivo de socializar a experincia adquirida com o uso de um recurso

tecnolgico no ensino da Filosofia na Educao Bsica.

Este artigo est caracterizado pela construo de uma reflexo acerca do papel do

professor como mediador do conhecimento, da compreenso do aluno como sujeito aprendiz e

da avaliao quanto ao processo de ensino e aprendizagem apoiado nas Tecnologias de

Informao e Comunicao TICs.

3 Tutora Presencial Polo Universitrio Santo Antnio, [email protected].

40

Para o desenvolvimento da prtica que se constituiu num movimento dinmico em que

todos os participantes estavam envolvidos atravs de diferentes habilidades, competncias e

saberes, foi utilizado, como Tecnologia de Informao e Comunicao TICs, o Ambiente

Virtual de Aprendizagem Moodle.

As Tecnologias de Informao e Comunicao- TICs nas prticas docentes

A adequada utilizao das tecnologias na educao, conforme Pais (2002), gera

resultados positivos para as prticas de ensino, porque expande as oportunidades de acesso s

fontes de informao.

No entanto, o autor complementa que somente a disponibilidade fsica dos recursos

tecnolgicos, no ambiente escolar, no traz nenhuma garantia de ocorrer transformaes

significativas na educao. Ainda assim, Moran (2008) expe que, muitas vezes, as escolas

adotam as tecnologias, tm salas de aula e laboratrios de informtica providos de bons

equipamentos, mas no os utilizam como apoio para suas prticas de ensino, destacando mais

o papel do professor e do contedo, tornando difcil conhecer as possibilidades pedaggicas

das tecnologias.

Ponte (2000) corrobora ao afirmar que no basta integrar as tecnologias nas prticas

pedaggicas sem conhecer e compreender a respectiva funo pedaggica que esses recursos

exercem em todo processo educativo. Masetto (2006, 133-134), numa definio mais clssica,

diz que at hoje a educao escolar no valoriza, adequadamente, o uso das tecnologias e

aponta que essa desvalorizao tem a ver com a:

convico de que o papel da escola em todos os nveis o de educar seus

alunos entendendo por educao transmitir um conjunto organizado e

sistematizado de conhecimentos de diversas reas [...] exigindo do aluno a

memorizao das informaes que lhes so passadas e sua reproduo nas

provas e avaliaes.

O fato de a escola ainda ser vista como transmissora de conhecimento no caracteriza

que todos professores so autoridades incontestveis e, segundo Ponte (2000), h professores

41

que se esforam pedagogicamente, procurando utilizar novos mtodos de aprendizagem e que,

por isso, so considerados sujeitos exploradores, que esto sempre aprendendo, prximos de

seus alunos, e que tal situao no desvaloriza ou diminui seu papel como profissional da

educao.

Para ilustrar melhor as implicaes que o emprego das tecnologias exerce nas prticas

docentes, Moran (2008) coloca que algumas escolas no empregam as tecnologias porque

ficam desconfiadas de que elas possam complicar mais do que facilitar a organizao da

prtica docente.

Da mesma forma, Pais (2002, p.9) afirma que, quando as tecnologias so

potencializadas no uso educacional acabam por intervir na forma de organizao do trabalho

docente e condicionam uma nova ordem de exigncia profissional. Esclarece, ainda, o autor

que, mesmo percebendo que alguns professores tm certa expectativa quanto ao uso das

tecnologias como suporte didtico, muitas vezes esse desejo gera dvidas ou resistncia em

alterar a metodologia de trabalho.

Esse ponto de vista potencializa o entendimento de que todos aqueles envolvidos na

educao necessitam compreender que a escola faz parte de uma sociedade inserida na era da

tecnologia e informao e, principalmente, o domnio dos recursos digitais, por parte dos

professores, necessrio para aperfeioar sua prtica de ensino luz das inovaes

tecnolgicas.

No que concerne construo de diferentes mtodos de organizao do processo de

ensino e aprendizagem, Pais (2002) pontua que a educao caminha rapidamente para a

formao de sujeitos empreendedores e que, por isso, o apoio das tecnologias de

fundamental importncia para tornar a aprendizagem mais flexvel, inovadora e integradora.

compartilhando desse saber que Moran (2011) explica que a prtica docente est,

fundamentalmente, ligada s aes realizadas pelos alunos e aponta como vantagem do uso

dos recursos digitais o aumento da interatividade e a ampliao de atividades. Para esse

resultado, o autor elucida que, caso as aes de professores e alunos sejam redimensionadas

pelo uso dos recursos tecnolgicos como suporte didtico, certamente se definiro como uma

nova postura de envolvimento, distanciando-se das condies tradicionais de ensinar e

aprender. Sendo assim, tudo indica que, quanto mais interativa for essa relao entre aluno,

42

professor e tecnologia, melhores sero as condies de elaborao do conhecimento e maior

ser o significado desse saber para a aprendizagem do sujeito.

Para tal fato, Masetto (2006) diz que a insero das tecnologias como suporte s

prticas de ensino coloca em destaque o papel do aluno e o fortalece como autor de suas

produes, permitindo-lhe aprender, trabalhando com novos elementos que proporcionam a

autonomia na aprendizagem, alm das possibilidades de explorao de informaes, reflexo

e descoberta de novos saberes.

Trilhando esse mesmo percurso, o autor complementa que, assim como as tecnologias

cooperam para o processo de aprendizagem a distncia - virtual, tambm contribuem para o

desenvolvimento de aulas presenciais mais dinmicas, tornando-as mais interessantes,

participativas e mais vinculadas com a nova realidade de estudo, de pesquisa e de contato com

os conhecimentos produzidos, porque exploram diversos recursos como som e imagem, alm

de colocar professor e alunos num ambiente de dilogo, de investigao, de interatividade,

isto , em intensa comunicao e troca.

Socializando a prtica

A experincia o que nos passa ou o que nos acontece, ou o que nos toca.

No o que passa ou o que acontece, ou o que toca, mas o que nos passa, o

que nos acontece ou nos toca. (LARROSA, 2004, p.154).

A prtica aqui relatada constitui-se em uma experincia no sentido dado por Larrosa,

pois a utilizao de outros recursos na prtica pedaggica, diferentes do quadro, livro ou giz,

por exemplo, toca o modo de ser professor, no sentido de que o conduz a ser e a ver de

modo diferente do que, muitas vezes, o constituiu como professor em sua formao. Com

isso, a realizao da experincia descrita a seguir, partiu da realizao do Curso Tutoria em

Educao a Distncia, realizado no perodo de 21 de maio a 20 de novembro de 2012, no Polo

Universitrio Santo Antnio. Esse curso, direcionado aos tutores presenciais do Polo, que

tambm atuam como professores da rede pblica estadual e municipal, teve como objetivo

promover formao continuada sobre o exerccio da funo de tutoria.

De forma a complementar as atividades desenvolvidas no curso, foi proposta a

construo de um plano de ensino na Plataforma Virtual de Aprendizagem Moodle, o qual

permitiu o aprendizado da utilizao desse recurso na viso de professor. Segundo Franco

43

(2010), o Moodle um software livre utilizado na Educao a Distncia e que proporciona

um ambiente colaborativo de aprendizagem, possuindo diversos recursos, entre os quais:

fruns de discusso, chats e questionrios que so disponibilizados no ambiente de acordo

com as necessidades e, para manuse-los, preciso acesso internet.

Logo, a flexibilidade proporcionada pelo Software relativo ao acesso e, tambm, aos

recursos disponveis nele, serve como potencializador para outras formas de trabalho e

convvio em sala de aula, uma vez que possibilita ao professor ressignificar o espao escolar e

conduzir o aluno a outra postura de construo do conhecimento. Esse movimento no ensino e

aprendizagem alinha-se vontade de criar novos sentidos para as prticas desenvolvidas,

solta[ndo] o ar fresco das outras possibilidades (TADEU; CORAZZA; ZORDAN, 2004,

p.22) para, assim, potencializar diferentes formas de se pensar a educao.

Sob esse prisma, a experincia ocorreu no componente curricular Filosofia, numa

turma do 3 ano do ensino mdio de uma escola da rede pblica estadual, localizada no

interior do municpio de Santo Antnio da Patrulha. Os sujeitos participantes compem uma

turma de 15 alunos em que a maioria deles tem domnio de informtica bsica e acesso a

computador e internet fora da escola. Os encontros foram realizados, presencialmente, uma

vez por semana, durante 5 aulas, com durao de 50 minutos, em laboratrio de informtica

da escola. Cada aluno foi cadastrado no ambiente virtual e preencheu os dados para o acesso

aos materiais de estudos.

Na tentativa de contribuir para uma aprendizagem significativa, fez-se o uso corrente

da plataforma virtual de aprendizagem Moodle a fim de servir como resposta demanda por

atividades que exigem cooperao em trabalhos coletivos, a produo individual e, at

mesmo, prpria interao e comunicao entre os sujeitos envolvidos. Assim, os alunos

tiveram a oportunidade de desenvolver suas tarefas e de se comunicar com colegas e

professora no s em sala de aula, mas em outros momentos e espaos. Tal situao remete

experincia citada por Porto (2012, p. 3) ao descobrir o potencial social que as tecnologias

proporcionam:

As tecnologias so meios de interao entre as pessoas, que vo alm do seu

uso como ferramentas, pois propiciam interao e comunicao entre os

sujeitos, valendo-se, para tal. Das linguagens e aplicativos nelas presentes.

44

Nesse processo que leva reflexo, ao questionamento e construo e reconstruo

de saberes, a prtica de ensino teve como objetivo apresentar e propiciar a reflexo filosfica

de algumas temticas fundamentais na conduta humana. Partindo desse propsito, foram

abordados temas sobre cidadania e tica que contemplaram percepes sobre liberdade e

felicidade, possibilitando o estudo da relao entre o conceito de felicidade e a vivncia por

todos nas escolhas em que se realizam no curso da vida, bem como, dialogando sobre como

esses aspectos interferem no relacionamento entre os indivduos. Outro tema proposto, no

ambiente virtual, foram as concepes de tica, moral e filosofia e a anlise desses conceitos

no cotidiano. Alm desses, estudos sobre o papel do homem no trabalho, evidenciando o valor

deste no processo de transformao daquele e reflexo sobre a dimenso humana do trabalho

e, por fim, definies e importncia da poltica na sociedade e a ao cidad necessria para a

defesa de interesses comuns.

Com base nessa proposta, a inteno foi oportunizar atividades que levassem os alunos

a discusses sobre as temticas pertinentes ao componente curricular estudado. A partir disso,

cada temtica desenvolvida possua uma breve descrio a fim de situar os sujeitos

participantes nesse contexto e, em seguida, era realizada a apresentao do contedo atravs

de vdeos, textos e estudos de casos.

A forma como foram dispostos os assuntos serviu como referncia para que os alunos

pudessem intervir e inserir suas contribuies ao longo dos es