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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL INFLUÊNCIA DE CONDIÇÕES DE SECAGEM, SOMBREAMENTO, HORÁRIO DE COLHEITA E PROCEDÊNCIA DAS PLANTAS SOBRE O TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE Cymbopogon citratus (D.C) Stapf VALDILENE COUTINHO MIRANDA Orientador: Prof. Dr. Tarcísio Castro Alves de Barros Leal. GURUPI TOCANTINS BRASIL 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

INFLUÊNCIA DE CONDIÇÕES DE SECAGEM, SOMBREAMENTO, HORÁRIO DE COLHEITA E PROCEDÊNCIA DAS PLANTAS SOBRE

O TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE Cymbopogon citratus (D.C) Stapf

VALDILENE COUTINHO MIRANDA

Orientador: Prof. Dr. Tarcísio Castro Alves de Barros Leal.

GURUPI TOCANTINS – BRASIL

2012

VALDILENE COUTINHO MIRANDA

INFLUÊNCIA DE CONDIÇÕES DE SECAGEM, SOMBREAMENTO, HORÁRIO DE COLHEITA E PROCEDÊNCIA DAS PLANTAS SOBRE

O TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE Cymbopogon citratus (D.C) Stapf

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Tocantins, como parte das exigências do Programa de Pós- Graduação em Produção Vegetal, para obtenção do título de Mestre.

GURUPI

TOCANTINS – BRASIL 2012

VALDILENE COUTINHO MIRANDA

INFLUÊNCIA DE CONDIÇÕES DE SECAGEM, SOMBREAMENTO, HORÁRIO DE COLHEITA E PROCEDÊNCIA DAS PLANTAS SOBRE O TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE CAPIM-SANTO (Cymbopogon

citratus (D.C) Stapf)

Dissertação aprovada em----de-----de 2012 na

Universidade Federal do Tocantins como

parte das exigências do Programa de Pós-

Graduação em Produção Vegetal para a

obtenção do título de Mestre em Produção

Vegetal. Área de Concentração: Fitotecnia.

Banca examinadora:

______________________________________

Dr. Tarcísio Castro Alves de Barros Leal (Orientador)

______________________________________

Dr. Raimundo Wagner de Souza Aguiar

Universidade Federal do Tocantins

(Examinador)

______________________________________

Dr. Luiz Gustavo de Lima Guimarães

Universidade Federal do Tocantins

(Examinador)

______________________________________

Dra. Dione Pereira Cardoso

Bolsista de Prodoc/Capes

(Examinadora)

A minha Mãe Luiza Coutinho Miranda.

Ao meu pai Janones Vasco de Miranda.

As minhas irmãs Valdirene, Vanda e Vanilza.

Ao meu esposo maravilhoso Luis Augusto Peixoto.

A minhas amigas e amigos que amo muito.

A toda minha família.

E todos aqueles que me ajudaram a concretizar esse trabalho, e ao meu bom Deus

o qual eu amo muito, que é o combustível da minha vida.

DEDICO.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar na minha e ser o combustível que me mantém

viva, que me protege e que me guia todos os dias, me dando saúde paz e felicidade,

amém.

À Universidade Federal do Tocantins que me deu a oportunidade de

realização do curso.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

pela concessão da bolsa de estudos.

Em especial ao meu orientador, professor Doutor Tarcisio Castro Alves de

Barros Leal, pela orientação compreensão e paciência.

A todos os professores do curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal,

que ministraram as disciplinas do mestrado, ao funcionário Valdere Martins pela

ajuda de campo. À Dione Cardoso pela imensa ajuda e carinho.

Ao professor Eduardo Erasmo por ter cedido o laboratório para o

desenvolvimento do trabalho.

A minha família, sempre me dando forças para continuar em frente, minha

mãe Luiza, meu pai Janones e minhas irmãs que tanto amo Valdirene,Vanda e

Vanilza.

Ao meu marido que tanto amo, que me ajudou muito durante o curso, Luis

Augusto Peixoto minha alma gêmea.

A minha grande amiga Antonia, sempre me ajudando com seus conselhos.

Obrigada a todos que me ajudaram nesta caminhada de dois anos.

MUITO OBRIGADA!!!!

Salmo 91

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.

Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele

confiarei.

Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa.

Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua

verdade será o teu escudo e broquel.

Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia,

Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia.

Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti.

Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.

Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação.

Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.

Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os

teus caminhos.

Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.

Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.

Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro

alto, porque conheceu o meu nome.

Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e

o glorificarei.

Fartá-lo-ei com lonjura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... i

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... ii

RESUMO.................................................................................................................... iii

ABSTRACT ................................................................................................................ iv

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 3

2.1 A importância das plantas medicinais .............................................................. 3

2.2 Metabólitos secundários ................................................................................. 5

2.3 Óleos essenciais .............................................................................................. 6

2.4 Influência do ambiente na composição dos óleos essenciais .......................... 8

2.4.1 Luz ............................................................................................................... 8

2.4.2 Procedência do material vegetal ................................................................ 10

2.4.3 Horário de corte ......................................................................................... 11

2.4.4 Temperatura de secagem .......................................................................... 11

2.5 Considerações sobre o capim-santo (Cymbopogon citratus) ......................... 13

2.6 O óleo essencial do capim-santo ................................................................... 15

3. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 18

3.1 Caracterização da área experimental ............................................................. 18

3.2 Material vegetal e preparação das mudas ...................................................... 19

3.3 Colheita e secagem ........................................................................................ 19

3.4 Extração do óleo essencial ............................................................................. 19

3.5 Descrição dos experimentos .......................................................................... 20

3.5.1 Experimento 1 - Avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o

teor do óleo essencial de capim-santo ............................................................... 20

3.5.2 Experimento 2 - Avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo

essencial de capim-santo ................................................................................... 20

3.5.3 Experimento 3 - Avaliação da procedência das plantas sobre o teor do óleo

essencial de capim-santo ................................................................................... 21

ii

3.5.4 Experimento 4 - Avaliação do efeito do horário de corte sobre o teor do

óleo essencial do capim-santo ............................................................................ 21

3.6 Delineamento experimental e análise estatística ........................................... 21

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 23

4.1. Avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o teor do óleo

essencial de capim-santo ........................................................................... 23

4.2 Avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo essencial de capim-santo 27

4.3 Avaliação do teor do óleo essencial de acessos de capim-santo...................28

4.4 Avaliação do efeito do horário de corte sobre o teor do óleo essencial do

capim-santo ................................................................................................ 30

5. CONCLUSÃO........................................................................................................33

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 34

i

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Estruturas químicas dos isômeros geranial e neral. . ................................ 16

Figura 2. Teor do óleo essencial de capim-santo (%) submetido a quatro diferentes

temperaturas de secagem. ....................................................................... 25

Figura 3. Teor do óleo essencial de capim-santo (%), com plantas cultivadas em

pleno sol e na sombra. ............................................................................. 27

Figura 4. Teor de óleo essencial (%) de folhas de acessos capim santo procedentes

de Gurupi – TO, Cariri – TO e Porangatu - GO. ....................................... 29

Figura 5. Teor do óleo essencial de capim-santo (%) em função do horário de corte.

.................................................................................................................. 31

ii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Análise química do solo, utilizado nos vasos para o crescimento das

plantas de capim-santo. ........................................................................... 18

Tabela 2. Médias mensais de precipitação pluviométrica (Prec.), umidade relativa do

ar (UR), temperatura do ar (Tar) nos meses de dezembro de 2011 a

março de 2012, em Gurupi-To (Estação Climatológica da UFT - Campus

de Gurupi). ................................................................................................ 18

Tabela 3. Análise de variância dos dados de peso de amostras de folhas de capim-

santo submetidas a diferentes temperaturas e tempos de secagem.

Fatorial 4 x 4. ............................................................................................ 23

Tabela 4. Médias de peso, em gramas, do material de capim-santo submetido a

quatro temperaturas e quatro tempos de secagem, com as respectivas

equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). ................ 23

Tabela 5. Análise de variância dos dados do teor do óleo essencial de capim-santo

(%) submetido a quatro diferentes temperaturas de secagem.................................25

Tabela 6. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de

plantas de capim-santo cultivadas a pleno sol e em ambiente sombreado.

................................................................................................................. 27

Tabela 7. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de

acessos capim santo procedentes de Gurupi – TO, Cariri – TO e

Porangatu - GO. ....................................................................................... 29

Tabela 8. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de

plantas de capim-santo colhidas em seis diferentes horários. ................. 31

iii

RESUMO

MIRANDA, Valdilene Coutinho. Efeito de condições de secagem, sombreamento, horário de colheita e procedência das plantas sobre o teor de óleo essencial de capim-santo (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf). 2012 Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi – TO. Orientador: Tarcisio Castro Alves de Barros Leal.

O óleo essencial do capim-santo é bastante procurado pela indústria de

cosméticos, perfumarias e de fármacos. O grande desafio para quem cultiva as plantas produtoras de óleos essenciais é conhecer os fatores, que interferem na qualidade do óleo. O capim-santo, apesar de ser bastante utilizado no Brasil, apresenta um numero limitado de trabalhos sobre a produção de seu óleo essencial. Diante disto, o presente trabalho teve como objetivo, avaliar a influência do sombreamento, a procedência do material genético, o horário de colheita e diferentes combinações de temperatura e tempo de secagem das folhas sobre o teor do óleo essencial de Cymbopogon citratus (D.C) Stapf. Com o intuito de enriquecer informações sobre o capim-santo no estado do Tocantins, foram realizados quatro experimentos nos quais estudou-se o teor do óleo essencial. O primeiro experimento foi a avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o teor do óleo essencial de capim-santo. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com três repetições. Foram avaliadas as temperaturas de 30,40,50 e 60°C. A temperatura de 40°C diferiu estatisticamente das demais apresentando o melhor teor do óleo essencial. O segundo experimento foi à avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo essencial de capim-santo. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com três repetições. Para as condições climáticas de Gurupi-To, o efeito da luz não afetou o conteúdo do óleo essencial das folhas de capim-santo. O terceiro experimento foi a avaliação da procedência das plantas sobre o teor do óleo essencial de capim-santo, o delineamento utilizado foi blocos ao acaso com três repetições, onde não houve diferença significativa no teor do óleo essencial entre as plantas dos municípios estudados que foram: Gurupi-TO,Cariri-TO e Porangatu-GO. No quarto experimento foi avaliado o efeito do horário de corte sobre o teor do óleo essencial do capim-santo,onde houve diferença significativa entre os horários, ressaltando que a colheita no horário do meio dia observou-se o menor valor sobre o teor do óleo essencial.

Palavras Chaves: Cymbopogon citratus, teor, óleo essencial.

iv

ABSTRACT

The essential oil of grass-saint is much sought after by the industry of cosmetics,

perfumes and pharmaceuticals. The challenge for those who cultivate the plants

producing essential oils is to know the factors that affect the quality of the oil. The

grass-saint, despite being widely used in Brazil, presents a limited number of studies

on the production of essential oil. Given this, the present study aimed to evaluate the

influence of shading, the origin of the genetic material, the harvest time and different

combinations of temperature and drying time of leaves on the content of essential oil

of Cymbopogon citratus (DC) Stapf. In order to enhance information on the grass-

saint in the state of Tocantins, four experiments were conducted in which we studied

the essential oil content. The first experiment was to evaluate temperatures and

drying times on the content of essential oil of grass-saint. The experimental design

was completely randomized with three replications. Temperatures were evaluated

30, 40, 50 and 60 ° C. The temperature of 40 °C was statistically different from the

others better showing the essential oil content. The second experiment was to

evaluate the shading on the content of essential oil of grass-saint. The experimental

design was randomized blocks with three replications. For the climatic conditions of

Gurupi-To, the effect of light did not affect the content of essential oil from leaves of

grass -saint. The third experiment was to evaluate the merits of the plants on the

essential oil content of grass-saint, the design was randomized blocks with three

replicates, no significant difference in the essential oil content among the plants of

the cities studied were : Gurupi-TO, and Porangatu Cariri-TO-GO. In the fourth

experiment evaluated the effect of cutting time on the content of essential oil of

grass-saint, where there was significant difference between the times, noting that the

harvest time in mid-day was observed on the lowest oil content essential.

Keywords: Cymbopogon citratus, content, essential oil.

1

1. INTRODUÇÃO

A utilização dos remédios à base de plantas (fitoterápicos) nos tratamentos

das afecções passíveis de acometer os seres humanos vem ganhando espaço e

impulso, devido, dentre outros fatores, ao alto custo dos medicamentos sintéticos e

menor possibilidade de efeitos colaterais. Isto justifica a crescente busca por

produtos naturais no mercado.

O Brasil possui grande número de espécies vegetais potencialmente

medicinais, as quais, na maioria encontram-se no seu estado silvestre, consistindo

em uma riqueza biológica de genes. Pesquisas voltadas para plantas medicinais

vêm crescendo buscando potencializar a produção das plantas medicinais e

aromáticas no sentido de maximizar a concentração dos princípios ativos.

Em termos mundiais, o interesse econômico das indústrias farmacêuticas e de

cosméticos por plantas medicinais tem crescido. Como exemplo, cita-se a produção

e extração de óleos essenciais, que são misturas complexas de substâncias

lipofílicas, de baixo peso molecular, geralmente odoríferas e líquidas, constituídos,

na maioria das vezes, por moléculas de natureza terpênica (Morais, 2006). Estes

óleos voláteis são produzidos por pêlos ou tricomas glandulares de diferentes

espécies, conhecidas genericamente como plantas aromáticas, os quais são

provenientes do seu metabolismo secundário (Silva e Casali, 2000), sendo utilizados

no ramo farmacêutico, na perfumaria, nas indústrias de alimentos, dentre outras

áreas afins. Também podem ser empregados no controle de doenças e pragas em

plantas cultivadas, possuindo ação repelente de insetos, ou mesmo, bactericida e

fungicida.

Segundo Martins et al. (1995) fatores como variabilidade genética, condições

ambientais, épocas de colheita, condições de cultivo, tipo de solo e parte da planta

analisada podem influenciar no teor e composição química dos óleos essenciais.

Além destes, diversos outros fatores, de pré ou pós-colheita, podem influenciar na

produção e composição dos óleos essenciais.

Os fatores genéticos e edafoclimaticos interferem na composição dos óleos

essenciais. Porém o ambiente o qual a planta se encontra reflete na biossíntese de

diferentes compostos, podendo, estes diversos fatores, atuarem sozinhos ou

interagirem entre si.

2

O capim-santo [Cymbopogon citratus (D.C) Stapf] pertence à família Poaceae,

sendo conhecido popularmente também como capim-cidreira e capim-limão. É uma

planta amplamente cultivada em países de clima tropical e subtropical, como planta

medicinal e aromática. Também serve para fixação de taludes nas ferrovias e curvas

de nível das lavouras. Apresenta, como constituintes de seu óleo essencial, o citral,

que é um composto antiespasmódico e antimicrobiano, e o mirceno, com ação

analgésica, dentre outros componentes. Na américa do sul, além do Brasil, é

cultivado no norte da Argentina e no Paraguai (Castro e Chemale,1995 apud Leal,

1998).

O óleo do capim-santo tem uma grande demanda pela indústria de

cosméticos, perfumes, fármacos, inseticidas, além de dar aroma aos detergentes e

desinfetantes. Seus constituintes majoritários são expressivos, o qual faz aumentar a

procura e interesse por eles (Nascimento, 2003).

O cultivo do capim-santo é extensamente estudado ao nível mundial, em

virtude do seu potencial industrial. O conteúdo e a composição química do óleo

essencial do capim-santo podem variar consideravelmente de variedade para

variedade, devido à diversidade genética o habitat e os tratos culturais fatores

climáticos, irrigação fase de desenvolvimento e dentre outros fatores internos e

externos afetam na qualidade e quantidade do óleo essencial.

Tendo em vista de enriquecer informações e pesquisas voltadas ao

Cymbopogon citratus, o presente trabalho foi desenvolvido com objetivo de avaliar a

influência do sombreamento, a procedência do material genético, o horário de

colheita e diferentes combinações de temperatura e tempo de secagem sobre o teor

do óleo essencial de Cymbopogon citratus (D.C) Stapf.

3

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A importância das plantas medicinais

Planta medicinal é aquela que contém um ou mais de um princípio ativo,

conferindo-lhe atividade terapêutica (Martins et al., 1995). A utilização de plantas

medicinais é muito antiga, sabendo-se que, desde 2300 a.C., os egípcios, assírios e

hebreus cultivavam diversas ervas e traziam de suas expedições tantas outras. As

plantas medicinais e as aromáticas são usadas como medicamentos desde a pré-

história como uma pratica muito antiga. Os primeiros habitantes da terra com suas

crenças queimavam estas plantas de odores agradáveis pra afastar os espíritos

maléficos e manter animais perigosos distantes (Cunha, 2012).

Segundo Martins et al. (1995), as plantas medicinais sempre estavam ligadas

a uma visão mística, já que no Brasil os índios as utilizavam pelas suas

propriedades entorpecentes para seus rituais, criando algum preconceito contra

estas plantas. Mas, com o passar do tempo, os estudos com as plantas medicinais

só avançaram, e a busca por formulações de medicamentos para cura de doenças

progrediu muito.

Os produtos naturais ganharam importância na composição e na formulação

dos medicamentos. Isto pode ser observado nos países industrializados, onde 45%

dos produtos farmacêuticos provêm de produtos naturais (Castro et al., 2004). Este

consumo tem aumentado consideravelmente nas últimas duas décadas, tanto nos

países desenvolvidos, como naqueles em desenvolvimento.

O crescimento atual do uso de plantas medicinais pela população tem sido

significativo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMG) mostram que 80% da

população do planeta usa alguma planta medicinal para o alívio de alguma dor ou

sintoma desagradável, sendo que 30% deste total ocorrem pela indicação de

profissional da medicina (Silva e Casali, 2000).

Apesar da importância desse mercado, não existem dados oficiais do

montante movimentado pela indústria brasileira de fitoterápicos, no entanto estima-

se algo em torno de 1 bilhão de reais por ano (Teles, 2010). Vários estados

brasileiros comercializam e produzem plantas medicinais e aromáticas, mas o

principal estado produtor é o Paraná, destacando-se os cultivos de camomila,

gengibre, espinheira santa e menta (Monteiro, 2009).

4

O Brasil tem grande potencial para o mercado dos fitoterápicos, já que a

biodiversidade vegetal do país é imensa, cuja grande maioria das espécies vegetais

ainda não foram estudadas. Vale ressaltar que o país possui cerca de 23% das

espécies vegetais existentes em todo o planeta, sendo considerado o de mais rica

biodiversidade do mundo. Acredita-se que, desse total, pelo menos a metade possa

ter alguma propriedade terapêutica ou aromática, útil à população (Teles, 2010).

As substâncias extraídas das plantas aromáticas têm sido utilizadas como

flavorizantes, aromatizantes e terapêuticos nas indústrias alimentícia, farmacêutica e

cosmética. (Verlet, 1992).

No Brasil, utilizam-se bastante as plantas medicinais, não só pelo baixo custo,

mais pela eficácia também no tratamento de doenças. Porém, na transformação de

um vegetal em medicamento, deve-se manter suas propriedades químicas e

farmacológicas, garantindo seu potencial terapêutico e ação biológica, com total

segurança no tratamento da enfermidade. Para que isso ocorra, é importante o

conhecimento da planta quanto aos aspectos botânicos, agronômicos, fotoquímicos

e farmacológicos (Rocha, 2011).

Além disto, outros fatores podem interferir na qualidade, eficácia e segurança

de um fitoterápico, tais como as formas de cultivo do vegetal, os fatores climáticos, o

armazenamento, a secagem e o transporte, dentre outros (Castro e Ferreira, 2001).

No Brasil, apesar da existência de legislação específica para os fitoterápicos,

estes são comercializados de forma precária, principalmente na etapa de pós-

colheita das plantas, considerando-se que servirão de matéria-prima para os

medicamentos, podendo afetar na composição final do produto (Melo et al., 2004)

O tema sobre plantas medicinais é extenso e envolve a atuação de vários

profissionais como químicos, biólogos, engenheiros agrônomos e agrícolas,

botânicos e agricultores, pois são eles os profissionais responsáveis pela garantia,

desde a produção da matéria-prima até o seu consumo final. (Silva e Casali, 2000).

5

2.2 Metabólitos secundários

Nos vegetais, os metabólitos primários são encontrados em todas as

espécies, enquanto que os metabólitos secundários são encontrados somente em

determinado grupo de plantas, apresentando concentrações pequenas, baixo peso

molecular, estruturas complexas conhecidas como micro moléculas e atividade

biológica marcante (Simões, 2003 apud Souza, 2010). Tais metabólitos não têm

função direta no crescimento e desenvolvimento das plantas, não apresentando

ação direta conhecida na fotossíntese, respiração, transporte de solutos,

translocação, síntese de proteínas, assimilação de nutrientes, diferenciação de

síntese de carboidratos, proteínas e lipídios (Taiz e Zeiger, 2009).

Suas características os definem bem, não sendo vitais para as plantas e

variam de espécie para espécie, na quantidade e qualidade (Martins et al., 1995). Os

óleos essenciais e os alcalóides, dentre outras substancias são provenientes do

metabolismo secundário de plantas. Os metabólitos secundários assumem

importante função na defesa das plantas, produzindo substancias tóxicas contra o

ataque de pragas e ocorrência de doenças como, por exemplo, os taninos que são

substâncias ligadas a outros compostos aromáticos, protegendo a planta contra

herbívoros (Martins et al., 1995). Outra possível função dos metabolitos secundários

é a de atrair polinizadores. Além disto, diversos casos de efeitos alelopáticos

exercidos pelos metabólitos secundários são conhecidos (Salisbury e Ross, 1992).

Geralmente as substâncias extraídas das plantas medicinais são metabolitos

secundários (Santos, 2004), os quais podem ser divididos em três grupos principais:

os terpenóides, compostos fenólicos e compostos nitrogenados (Taiz e Zeiger,

2004).

Os fatores do ambiente e o controle genético podem interferir na produção e

concentração de metabólitos secundários. A luz, água, nutrição, temperatura,

localização geográfica, influenciam tanto na quantidade (Turner et al., 2000). Outros

fatores, como sazonalidade, ritmo circadiano e desenvolvimento, radiação

ultravioleta, altitude, poluição atmosférica, indução para estímulos mecânicos ou

ataque de patógenos, bem como condição de colheita, estabilização e estocagem

afetam o conteúdo final de metabólitos secundários em plantas medicinais e,

consequentemente, seu valor terapêutico (Gobbo-Neto e Lopes, 2007).

6

Há uma grande diversidade estrutural no que se refere aos produtos

provenientes do metabolismo secundário, sendo provenientes de três rotas

biossintéticas: a do acetato, a do mevalonato e a do chiquimato. Os óleos essenciais

são compostos basicamente de terpenos, que constituem o maior grupo de produtos

secundários, os quais são derivados do mevolanato (Simon, 1993).

2.3 Óleos essenciais

Nos óleos essenciais encontram-se os monoterpenos e sesquiterpenos os

quais possuem esqueletos de 10 e 15 carbonos, respectivamente. A unidade

isoprênica é a característica principal dos terpenos, que é composta por cinco

carbonos. Em função do número de unidade de isopreno classificam os terpenos.

Como por exemplo, duas unidades (C10)-monoterpenos; com três unidades na

molécula (C15)- sesquiterpenos; com quatro unidades na molécula (C20) -

diterpenos (Martins, 2000).

Os óleos essenciais são misturas complexas, voláteis, com baixo peso

molecular, apresentando, geralmente, aroma agradável e marcante. Existente em

aproximadamente duas mil espécies de plantas distribuídas em 60 famílias,

normalmente é produzido nas folhas por células glandulares ou pêlos glandulares

(Bonner, 1961), sendo armazenados em espaços extracelulares, localizando-se

entre a cutícula e a parede celular (Taiz e Zeiger, 2004). Segundo Samuelsson

(1999), as plantas com maior concentração de óleos essenciais pertencem às

famílias Apiaceae, Lamiaceae, Lauraceae, Myrtaceae e Rutaceae.

Confome A ISO (International Standard Organization) descrito por Simões e

Spitzer (2003), define os óleos voláteis como produtos obtidos por processos de

extração das partes vegetais por arraste a vapor d’água, hidrodestilação ou os

produtos obtidos por expressão dos pericarpos de frutos cítricos, existindo outros

métodos, como a enfleurage ou enfloração, extração por CO2 utilizado na indústria.

Também outro método é a extração por solventes orgânicos apolares. Vale ressaltar

que o método mais utilizado frequente para a obtenção de óleos essenciais é a

destilação por arraste a vapor de água.

Os óleos essenciais apresentam característica de sabor às vezes acre (ácido)

e um pouco picante. É volátil, geralmente é incolor, alguns com toque levemente

amarelados. Pouco solúveis em água, são instáveis quando expostos ao ar, calor,

7

umidade, luz e a metais (Vitti e Brito, 2003). Podem estar em um só órgão do

vegetal, ou por toda a planta.

Na fitoterapia, os óleos voláteis possuem ampla ação farmacológica, sendo

utilizados pelo seu poder medicinal e destacam-se em virtude de suas propriedades

analgésicas, expectorantes, estomáquicas, antibacterianas, sedativas e

estimulantes, além de possuírem características como cicatrizante, relaxante,

vermífugo e antivirótico (Silva e Casali, 2000).

O óleo essencial na sua composição química varia muito, podendo ser

simples ou muito complexa. Os constituintes variam desde alcoóis simples e

terpênicos, ésteres, éteres, hidrocarbonetos terpênicos, aldeídos, fenóis, cetonas,

óxidos, peróxidos, furanos, aldeídos, lactonas, ácidos orgânicos, cumarinas, e até

compostos com enxofre. (Simões e Spitzer, 2003). Os fenilpropenos e os terpenos

são as classes mais encontradas nos óleos essenciais (Alonso, 1998; Simões e

Spitzer, 2003). O aroma dos óleos essenciais é formado por compostos oxigenados,

por aldeídos, os alcoóis, ésteres, cetonas, éteres. Para medir a qualidade do óleo

essencial é usada a quantidade total de aldeídos presentes no óleo (Silva et al.,

1997).

A cromatografia gasosa (CG) acoplada à espectrometria de massas (CG-EM)

é a técnica mais utilizada atualmente para fazer a análise destes compostos. A

análise separa grande número de terpenos, conferindo melhor qualidade, garantia e

definição de materiais naturais, assim como exatidão na sua formulação real

(Lockwood, 2001). As análises distinguem as principais substâncias encontradas

nos óleos essenciais. No capim-santo, o citral é o principal constituinte, o menthol na

hortelã, o timol e o carvacrol encontrados no tomilho e dentre outros.

Óleos essenciais são matérias-primas utilizadas pela indústria de perfumaria,

que ocupam 14% do mercado de cosméticos no Brasil, produtos de limpeza e pela

indústria de alimentos. São também utilizados pela indústria química e de

medicamentos. O volume de produção e consumo de óleos essenciais no Brasil é,

em grande parte, devido á eficácia da indústria brasileira de cosmético (Souza,

2010).

No Brasil, a biodiversidade das espécies é muito grande, possuindo uma

riqueza enorme de plantas nas quais se encontram produtos naturais, com

propriedades biologicamente ativas, para a formação de muitos fármacos (Simões,

8

2003 apud Souza, 2010). O cultivo de plantas aromáticas tem aumentado para

obtenção dos óleos essenciais que constitui uma atividade econômica rentável. Há

um interesse econômico relativo aos componentes aromáticos de plantas, a qual

direciona a atenção à seleção de espécies comercialmente cultivadas, considerando

quantidade e qualidade das substancias voláteis (Paviani, 2004).

2.4 Influência do ambiente na composição dos óleos essenciais

O ambiente no qual a planta se desenvolve pode influenciar a composição

química dos óleos essenciais. Os fatores abióticos referem-se a todas as influências

que as plantas possam receber em um ecossistema, derivadas de aspectos físicos,

químicos ou físico-químicos do meio ambiente, expressos em função do tipo de

cultivo, quantidade de luz recebida, umidade, temperatura, etc.

Estresse hídrico também pode aumentar a produção de óleo. Não só o óleo

essencial mais de outras substancias provenientes do metabolismo secundário pode

ser influenciado por meios físicos ou genéticos. Estádio de desenvolvimento também

influencia na produção dos metabolitos secundários, na época de floração algumas

plantas aromáticas apresentam maior concentração no seu óleo essencial (Simões e

Spitzer, 2003).

A presença de macro ou micronutrientes também pode influenciar na

composição dos óleos essenciais. Cada espécie reage de maneira distinta, não

havendo um padrão genérico de respostas para estas mudanças na composição

devido a tais fatores, os quais alteram a sua composição e qualidade (Simões et al.,

2000).

2.4.1 Luz

Fatores do meio ambiente como luz, temperatura, água influenciam

diretamente no desenvolvimento das plantas. A falta de alguns deles ocasiona a

perda de vigor e limita o desenvolvimento do vegetal. A luz e a temperatura são

fundamentais para o processo da fotossíntese e na produção de fitomassa nas

plantas. A disponibilidade de luz para as plantas influencia na fotossíntese

interferindo no desenvolvimento e crescimento e em outros fenômenos fisiológicos

(Oliveira et al., 2007).

9

A luz interfere diretamente no acúmulo de matéria seca nas plantas,

proporcionando melhor crescimento do vegetal. Boa iluminação influencia na síntese

de óleo essencial. Este fator atua de forma significativa e complexa no acúmulo e na

variedade dos componentes dos óleos essenciais (Oliveira et al., 2007). A área foliar

e o número de células produtoras de óleos diminuem tanto de tamanho quanto em

quantidade, causando alteração no teor do óleo essencial. Locais pouco iluminados

favorecem o tamanho das folhas, mas com menor quantidade de princípios ativos

(Rivas, 2003).

Cada espécie medicinal necessita de um nível mínimo de luz para atingir seu

pleno desenvolvimento e produção dos princípios ativos de interesse. Dessa forma,

modificações nos níveis de luminosidade ao qual uma espécie está adaptada podem

condicionar diferentes respostas fisiológicas em suas características bioquímicas,

anatômicas e de crescimento (Atroch et al., 2001). Como forma de adaptação às

condições adversas, as plantas têm como estratégia sua adaptação a diversas

condições luminosas, a qual é conhecida como plasticidade (Alvarenga, 2003).

Souza et al. (2007) trabalhando com Alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.)

constataram o favorecimento da produção de óleo essencial sob plena luz. Com

erva-cidreira (Lippia alba), plantas submetidas a um nível maior de irradiância (pleno

sol) tiveram elevação no teor de óleo essencial (Ventrela e Ming, 2000). Gomes et

al. (2009) avaliando 70%,50%,25% e pleno sol em cidrão (Lippia citriodora Lam.)

não observaram diferença no seu teor de óleo essencial.

A composição química dos óleos essenciais também varia conforme a

intensidade luminosa. Pegoraro et al. (2010) verificaram maior concentração relativa

de mentol em plantas de Mentha cultivadas sob luz plena quando comparado a

plantas sombreadas.

Além da intensidade, o metabolismo secundário também é influenciado pela

qualidade da luz e fotoperíodo, o qual exerce influência na determinação do ponto

de colheita, produção de sementes e escolha da época de plantio (Taiz e Zeiger,

2004).

Têm sido evidenciadas mudanças nas características anatômicas e

fisiológicas das plantas produtoras de óleo essencial em função da influência de

diferentes condições de níveis de luz. Muitas espécies medicinais vêm sendo

10

estudadas com objetivo de determinar a iluminação satisfatória para maximizar o

rendimento de óleo essencial (Souza, 2007).

2.4.2 Procedência do material vegetal

Plantas da mesma espécie, mas de regiões diferentes variam na sua

constituição genética e atividade fisiológica, podendo responder de modo muito

diferente a dado grau de tensão ambiental. Da mesma forma, plantas de origem

geográficas diferentes, mas cultivadas nas mesmas condições ambientais, podem

variar seus constituintes químicos e o rendimento do óleo essencial. A diversidade

genética envolve, portanto, o metabolismo dos organismos e seus produtos (Castro

et al., 2004).

Presume-se que a elaboração dos princípios ativos medicinais e aromáticos

das espécies vegetais seja regulada pela ação de genes específicos, os quais,

quando em atividade, atuam nas rotas biossintéticas destes compostos, definindo a

sua composição bioquímica, quanto aos metabolitos secundários (Leal, 1998).

Desta forma, a constituição genética das plantas medicinais influencia na

produção de determinados metabólitos secundários. Isso explica o fato de

variedades diferentes da mesma espécie de plantas medicinais conterem diferentes

teores de óleo essencial. A hortelã, por exemplo, possui variedades mais ricas em

óleo essencial do que outras, contendo alto teor de mentol (Castro et al., 2004).

Furlan et al. (2010) avaliando a variação no teor do óleo de capim-santo

provenientes de duas região do estado de São Paulo, verificou que O óleo essencial

extraído de uma população cultivada em Pindamonhangaba-SP apresentou uma

concentração alta de citral (aproximadamente 96,0%), enquanto que o óleo extraído

da população de Ibiúna-SP apresentou, além de citral,proporções elevadas de outro

monoterpeno, o geraniol.

Castro et al. (2004) avaliando o teor e composição do óleo essencial de cinco

acessos de mentrasto, constataram que um dos acessos se sobressaiu dos demais

quanto ao teor do óleo essencial, ocorrendo, também, variação no número de

compostos do óleo essencial presentes nestes acessos.

11

2.4.3 Horário de colheita

Ao longo do dia, existem horários em que a concentração dos princípios ativos

na planta é maior (Martins e Santos, 1995). Assim, o conhecimento da influência do

horário de colheita é de grande importância para o melhor aproveitamento da

espécie produtora de óleo essencial. Em plantas medicinais e aromáticas, a colheita

deve ser realizada momento em que os princípios ativos de interesse estejam

presentes em maior quantidade, com maior expressão, tornando-se, assim, uma

fase decisiva no processo produtivo. Ao longo do dia a temperatura varia bastante,

alterando a composição química e quantitativa do óleo essencial, estabelecendo

uma ligação entre a temperatura e a atividade metabólica das plantas (Morais,

2006).

Conforme Singh et al. (1982), recomenda-se a colheita do capim-santo no

horário entre oito e 13 horas, quando se observa maior concentração de citral, pois

as altas temperaturas influenciam na qualidade do óleo. Nascimento et al (2003),

avaliando o efeito do horário de corte sobre o teor do óleo essencial de capim-santo

e seus constituintes citral e mirceno, concluíram que os horários entre nove e onze

horas da manhã proporcionaram o maior teor de óleo essencial e máxima

concentração destes citados princípios ativos.

Gonçalves et al. (2009) estudando a influência do horário de corte no óleo

essencial em alfavaquinha e alecrim concluíram que o melhor horário para colheita

de alfavaquinha é no período da manhã, antes da 10:30 horas e para o alecrim é a

partir das 16:30 horas. Em ambas as espécies, o menor percentual de óleo

essencial foi obtido ás 12:30 horas, não sendo assim recomendado coleta neste

horário para extração de óleo essencial.

2.4.4 Temperatura de secagem

A secagem das plantas medicinais e aromáticas visa minimizar a perda de

princípios ativos e retardar a sua deterioração em decorrência da redução da

atividade enzimática, permitindo a conservação das plantas por maior período para a

sua posterior comercialização e uso. O processo de secagem faz com que

substâncias muito voláteis de plantas aromáticas não sejam degradadas ao longo do

tempo (Costa et al.,2005).

12

A secagem das plantas medicinais proporciona a manutenção dos princípios

ativos da mesma forma por um período maior, inativando as enzimas, fazendo com

que sua composição química seja a mesma do momento imediatamente antes da

sua vida (Martins et al., 1995). É uma fase para atendimento das necessidades da

indústria farmacêutica de fitoterápicos, demandando menor estrutura para utilização

das matérias primas (Lorenzi e Matos, 2002).

A perda de água dos tecidos colhidos das plantas diminui a velocidade das

reações bioquímicas, não proporcionando a degradação dos princípios ativos e o

desenvolvimento de microorganismos. Na secagem artificial, origina-se material de

melhor qualidade por aumentar a rapidez deste processo feito por meio de ar

aquecido em secadores ou estufa. A secagem em temperatura ambiente ou

secagem ao sol é muito usada por pequenos produtores. Quando a secagem é

realizada de forma inadequada, poderá haver a redução da qualidade comercial do

produto antes mesmo da armazenagem, acelerando o processo de deterioração

(Arruda, 2004).

As diferentes temperaturas de secagem interferem na quantidade e

composição dos óleos essenciais. Cada espécie possui uma temperatura ideal de

secagem. Martins (1998) relata que temperaturas superiores a 45ºC danificam, em

geral, os órgãos vegetais e seu conteúdo, pois causam a “cocção” das plantas e não

a secagem. Corrêa Junior et al. (1994) definem a faixa de temperatura ideal de

secagem para flores e flores entre 20 a 40°C e para cascas e raízes entre 60 a

70°C.

Rocha et al. (2000) avaliando o efeito de cinco temperaturas de secagem

(30,40,50,60 e 70°C) no rendimento e composição do óleo essencial de citronela

(Cymbopogon winterianus Jwitt), encontraram a temperatura de 60°C como a de

melhores resultados para o tempo de secagem de 48 horas para estabilização do

peso e rendimento do óleo essencial. A composição química do óleo apresentou

grande variação quantitativa em função dos tratamentos, sendo o composto mais

abundante o neral, exceto no tratamento realizado a 50°C, o qual apresentou como

composto majoritário o citronelal.

Em avaliação do efeito da secagem em quatro espécies do gênero

Cymbopogon sobre a composição dos seus óleos essenciais, Figueira et al. (2003)

constataram rendimento próximo a 1,0% em capim limão da Índia (Cymbopogon

13

flexuosus) e capim-santo (Cymbopogon citratus), e como constituintes majoritários,

neral e geranial em porcentagens muito próximas. O rendimento do capim citronela

(Cymbopogon winterianus) foi de aproximadamente 1,5%, apresentando como

constituinte majoritário o citronelal, e, finalmente, o palmarosa (Cymbopogon

martinii) apresentou o maior rendimento entre as espécies estudadas, ao redor de

2,0%, tendo como constituintes majoritários o trans-geraniol e o acetato de geranila.

Não houve variação na constituição química dos óleos das espécies estudadas em

função do processo de secagem.

Porém, no geral, ainda existem poucas informações referentes ao efeito da

secagem na qualidade do óleo essencial das espécies aromáticas, uma vez que os

compostos voláteis são muito sensíveis, podendo até ser até volatizados durante tal

processo. A escolha correta da temperatura ideal de secagem para cada espécie é

de grande importância, pois o principal objetivo do processo é manter a qualidade

química dos princípios ativos e sem a perda dos mesmos. (Melo et al.,2004)

2.5 Considerações sobre o capim-santo (Cymbopogon citratus)

Originário da Índia, o capim-santo é cultivado em todos os países tropicais.

Preferem regiões com climas quentes e úmidos, chuvas bem distribuídas ao longo

do ano e temperatura média elevada, não resistindo a regiões frias, sujeitas a

geadas. É cultivado a pleno sol, vegetando em qualquer solo, desde que bem

drenado e fértil (Corrêa Júnior et al., 1994). A planta já está perfeitamente

aclimatada e adaptada as condições do Brasil. (Negrelle e Gomes, 2007).

Agronomicamente ela usada para cercas vivas e na contenção de encostas

para evitar erosão.

As mudas são formadas por divisão de touceiras, podendo ser plantadas

durante todo o ano, no espaçamento de 0,5 x 1,0m, em covas adubadas

organicamente. É uma planta perene e a colheita pode ser feita após o sexto mês do

plantio, duas vezes ao ano. Pode ser plantado em curvas de nível, para ajudar a

conter a erosão (Martins et al., 1995).

Em razão de seu sistema radicular frágil e superficial, requer chuvas

frequentes, embora a posição vertical, pilosidade e cerosidade das folhas diminuam

as perdas de água (Leal, 1998). Em plantios comerciais de capim-santo, a colheita é

feita por roçadeiras, cortando-se as plantas a aproximadamente a 20 cm de altura.

14

Não têm sido constatadas pragas importantes, mas em lugares úmidos e

sombreados, geralmente há o aparecimento de ferrugens nas folhas (Castro e

Chemale, 1995). Na Índia as ferrugens podem ocasionar sérias perdas de produção

de biomassa e menores rendimentos de óleo (Boruah et al., 1995).

No Brasil, dependendo da região, a planta assume nomes diferentes, como

por exemplo: capim-cidreira (MG), capim-limão (RJ e ES), capim-santo (regiões

norte e nordeste), erva-cidreira (SP), e outros, como capim-catinga, capim-de-cheiro,

capim-cidrão, capim-cidrilho, capim-cidró, capim-ciri. (Costa et al, 2005).

O cultivo do capim-santo deve ser preferencialmente orgânico, sem aplicação

de agrotóxicos, fazendo o controle natural de pragas e doenças adubação orgânica

e praticas como rotação de cultura.

Possui ação fitoterápica como bactericida, antiespasmódico, calmante,

analgésico suave, carminativo, estomáquico, diurético, sudorífico, hipotensor e anti-

reumático. Também é utilizado em diarréias, dores estomacais e problemas renais

(Martins et al., 1995). Sua utilização no Brasil é por uso do chá das folhas, muito

utilizado para nervosismo, febre, tosse, dores diversas (dor de cabeça, abdominais,

reumáticas) e alterações digestivas, como dispepsia e flatulência. (Costa et al.,

2005).

Na indústria, o óleo essencial do capim-santo é utilizado na preparação de

sabonetes e colônias. Usado também como aromatizante na área da perfumaria e

cosmética. Na indústria química é utilizado para a obtenção do citral, o qual serve

como material de partida para a síntese de iononas que são precursoras da

vitamina A (Silva et al., 2003). Seu odor forte e marcante é devido ao citral,

constituinte majoritário e predominante na espécie, um aldeído monoterpênico com

forte odor de limão. Devido esta característica, o Cymbopogon citratus é conhecido

internacionalmente como lemon grass. No mundo todo, a cultura do capim-santo tem

sido estudada, mas no Brasil pouco se sabe sobre o seu manejo agronômico e seu

comportamento nas diferentes regiões do nosso país (Gomes e Negrelle, 2003).

O principal interesse é o óleo essencial da espécie, sendo útil na indústria

para fragrância de cosméticos e muito utilizado na aromaterapia, um ramo que

cresce muito no nosso país, além de fazer parte no aroma de detergentes, sabões

aromatizantes de ambientes e repelentes de insetos (Leal et al., 2001).

15

Quanto à comercialização do capim-santo, esta ainda é feita por métodos

ainda artesanais, pois, em sua maioria, é produzido pela agricultura familiar. Gomes

(2001) fez um levantamento no estado do Paraná por meio de pesquisa exploratório-

descritiva sobre etapas de colheita e pós-colheita, envolvendo o beneficiamento,

embalagem e armazenamento. Este autor concluiu que as maiores dificuldades

foram a colheita, realizada de forma artesanal, os instrumentos de corte usados são

inadequados e sem os devidos cuidados de higiene e o tempo entre a colheita e o

beneficiamento não é estabelecido. No beneficiamento, o processo de secagem é

problemático e variável, ocorrendo, em alguns casos, secagem ao sol, que é

totalmente inadequada. No armazenamento e controle de qualidade do produto, as

condições legais exigidas para ambos são desconhecidas por cerca de 70% dos

produtores.

Os órgãos de extensão rural mediante com iniciativas do governo devem

incentivar e orientar a produção do capim-santo quanto ao manejo adequado e o

beneficiamento, informando ao produtor a respeito da legislação nacional vigente e

repasse das informações por meio de manual do produtor, facilitando o trabalho

desde o plantio até o beneficiamento da espécie em questão (Gomes, 2001).

2.6 O óleo essencial do capim-santo

O óleo essencial de capim-santo é um dos mais importantes óleos essenciais

comercializados no mundo. Os países tradicionalmente produtores do óleo de

capim-santo são Índia, Guatemala, Haiti, Madagascar, Indochina e Brasil

(Nascimento et al., 2006).

O óleo essencial do capim-santo é uma substância com aparência liquida

brilhante, com cor que vai desde o amarelado claro ao marrom, pouco densa, odor

bem característico. Para o óleo ser um produto comercializável, o mesmo deve

apresentar, no mínimo, 75% de citral na sua composição (Almeida e Canecchio

Filho, 1973).

Comercialmente distinguem-se dois tipos de óleo essencial de capim-santo: o

East Indian e o West Indian. Plantas de diferentes regiões do país diferem quanto à

porcentagem de citral e mirceno, os principais constituintes do óleo. Conforme

resultados de pesquisas, o óleo da variedade cultivada em São Paulo mostrou

conter 47% de citral e 38% de mirceno como constituintes principais. Os exemplares

16

de Fortaleza apresentaram alto teor de citral (77%) e baixo teor de mirceno (16%),

sendo esta composição compatível com a do óleo do tipo West Indian (Souza, 1991

apud Nascimento, 2003). As variações na sua composição também podem estar

ligadas à influência do meio ambiente em que as plantas são cultivadas.

O citral, principal componente do óleo de capim-santo, é uma mistura dos

isômeros geranial (trans citral) e neral (cis citral), sendo separáveis por

cromatografia gás liquido (Leal, 1998). Além deste componente, destaca-se o

mirceno no óleo essencial de capim-santo. O citral também ocorre em outras

espécies de vegetais, taxonomicamente distintas como, por exemplo, Myrcia

poliantha, Lippia Alba, Pectis apodocephala, dentre outras, em proporções bastante

variáveis (Craveiro et al., 1981). O geranial e o neral podem ser transformados em

geraniol e nerol, tendo alto preço de mercado, possuindo odor de rosa e laranja,

usados na fabricação de perfumes finos (Leal, 1998).

As estruturas químicas destes isômeros estão apresentadas na figura 1.

Figura 1. Estruturas químicas dos isômeros geranial e neral.

Schuck et al. (2001), verificaram que o óleo volátil de C.citratus possui

acentuada atividade antifúngica frente a Candida albicans. Existem outros estudos

sobre o citral, nos quais se constata propriedades antibacterianas, larvicida e

repelente de insetos. O limoneno e o mirceno também são tóxicos para os mais

variados tipos de insetos (Taiz e Zeiger, 1991). Pesquisas realizadas no IAPAR

(Instituto Agronômico do Paraná) revelam a superior ação larvicida deste óleo

essencial no combate ao mosquito da dengue em comparação aos inseticidas

químicos utilizados (Maschio, 1998 apud Martins, 2000).

A maioria das análises do óleo essencial da espécie nos diferentes habitats

pelo mundo identifica o citral como o maior constituinte volátil presente. Ekundayo

(1985), em estudos com o material procedente da Etiópia, encontrou o geranial

H

O

Geranial

H O

Neral

17

como componente dominante do seu óleo. No Brasil, o óleo essencial de plantas

Cymbopogon citratus originárias de duas regiões diferentes do estado de São Paulo

apresentaram uma composição química diferente, onde o óleo essencial extraído de

uma população cultivada em Pindamonhangaba-SP apresentou uma concentração

alta de citral (aproximadamente 96,0%), enquanto que o óleo extraído da população

de Ibiúna-SP apresentou, além de citral, proporções elevadas de outro

monoterpeno, o geraniol (Furlan, 2010).

A procedência do material genético da espécie influencia no teor e

composição do óleo essencial do capim-santo, sendo seu rendimento avaliado com

base no seu peso da matéria seca, podendo ser muito variável, dependendo de

diversos fatores internos e externos. Para o capim-santo, os valores encontrados

situam-se em torno de 0,2 a 0,5%, excepcionalmente podendo a chegar 3,0%

(Nascimento, 2003).

18

3. MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado no período de 2011 e 2012, em quatro

experimentos, envolvendo a fase de campo, na qual as plantas de capim-santo

foram cultivadas e submetidas aos respectivos tratamentos, e na fase de laboratório

realizou-se a secagem das folhas e extração do seu óleo essencial.

3.1 Caracterização da área experimental

Os experimentos foram instalados e conduzidos na Estação Experimental de

Pesquisa (EEP) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus de Gurupi,

localizada a 11º43’S e 49°04’W, com altitude de 300m. O clima é do tipo B1wA’a’

úmido com moderada deficiência hídrica, segundo a classificação climática de

Köppen (1948). A temperatura média anual é de 26 ºC, variando de 22 ºC a 32 ºC.

O experimento foi instalado no campo, em vasos plásticos, com capacidade

de 5 kg de solo. O solo utilizado foi retirado da área de pesquisa da UFT,

pertencente à classe Latossolo amarelo com textura média, cuja análise química

(Tabela 1) foi realizada pelo Laboratório de Solos desta mesma Universidade. As

parcelas eram compostas por quatro plantas, uma planta em cada vaso. Os dados

de precipitação pluviométrica, de temperatura e de umidade relativa do ar estão

apresentados na Tabela 2.

Tabela 1. Análise química do solo, utilizado nos vasos para o crescimento das plantas de capim-santo.

pH P K+ Al

3+ H

+ + Al

3+ Ca

²+ Mg

²+ SB T V MO

H2O mg dm-³ -----------------cmolc dm

-³---------------------------- % g dm

5,96 5,85 35,61 0,00 1,40 2,10 0,86 3,05 4,45 68,51 17,62

Tabela 2. Médias mensais de precipitação pluviométrica (Prec.), umidade relativa do ar (UR), temperatura do ar (Tar) nos meses de dezembro de 2011 a março de 2012, em Gurupi-To (Estação Climatológica da UFT - Campus de Gurupi).

Mês/Ano Prec (mm) UR (%) Tar (°C)

Máxima Mínima Máxima Mínima

Dezembro/2011 151,6 94,0 59,3 31,1 22,0

Janeiro/2012 295,8 95,3 64,9 29,09 21,5

Fevereiro/2012 161,4 94,8 58,3 31,0 21,3

Março/2012 157,2 94,8 61,00 31,8 21,9

Fonte: Estação Climatológica da UFT - Campus de Gurupi.

19

3.2 Material vegetal e preparação das mudas

As mudas de capim santo utilizadas nesta pesquisa foram obtidas a partir de

plantas matrizes por meio da divisão de touceiras, as quais eram plantas sadias

livres de doenças e pragas. Foram plantadas em sacos para mudas de 1 kg,

contendo mistura de solo com esterco curtido para enraizarem e realizar a

multiplicação do material. As mudas foram, inicialmente, mantidas na casa de

vegetação, sendo irrigadas duas vezes ao dia (pela manhã e ao entardecer) com

ajuda de regadores manuais. As plantas daninhas dos vasos foram eliminadas

manualmente. Após a multiplicação do material as plantas foram conduzidas ao

campo.

3.3 Colheita e secagem

A colheita foi feita após 90 dias do transplantio no campo, sempre entre oito e

nove horas da manhã, com exceção do experimento 4, cujos horários de corte foram

pré-definidos em função dos tratamentos (de 4 em 4 horas em um período de 24

horas). Os cortes das folhas foram feitos dez centímetros acima do solo, sendo

acondicionadas em sacos plásticos identificados e transferidos para o Laboratório de

Ecofisiologia Vegetal da UFT - Campus de Gurupi. A massa fresca foi pesada,

padronizando todas as amostras com 70 gramas de material verde, as quais foram

guardadas em sacos de papel, para a realização da secagem em estufa com

temperaturas de 40°C, exceto o experimento 1, no qual foram avaliadas quatro

temperaturas diferentes de secagem. Após a secagem, pesava-se a biomassa das

folhas. Em seguida, as amostras eram conduzidas para o Laboratório de Plantas

Daninhas da UFT - Campus de Gurupi, para a extração do óleo essencial.

3.4 Extração do óleo essencial

As extrações do óleo essencial foram realizadas no Laboratório de Plantas

Daninhas da UFT - Campus de Gurupi. As folhas de cada amostra desidratadas

foram cortadas em tamanhos pequenos, colocadas em balão de vidro de 1000 ml,

adicionando 500 ml de água destilada, colocando-o sobre uma manta aquecedora

térmica elétrica com termostato, acoplado ao aparelho Clevenger graduados. Estes

eram acoplados aos balões de vidro, para o processo de hidrodestilação do óleo. O

processo de extração era conduzido por 45 minutos, contados a partir da

condensação da primeira gota, sendo verificado o volume de óleo extraído na coluna

20

graduada do aparelho Clevenger, anotando-se, então, o volume do óleo extraído

pelo processo. O cálculo do teor de óleo essencial em cada amostra foi feito pela

seguinte fórmula: Teor (%) = (Volume de óleo (mL)/peso de matéria seca da amostra

de folhas (g)) X 100, estando em acordo com a normativa proposta pela AMERICAN

OIL CHEMISTS SOCIETY (1994). Posteriormente o óleo foi acondicionado em

fracos etiquetados e armazenado em congelador comercial a 5°C para analise

química futura, na ausência de luz.

3.5 Descrição dos experimentos

3.5.1 Experimento 1 - Avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o teor

do óleo essencial de capim-santo

As plantas analisadas foram cultivadas em casa-de-vegetação, sendo as

mesmas provenientes do município de Gurupi – Tocantins. A colheita das folhas foi

realizada em dezembro de 2011. As folhas colhidas eram cortadas a dez

centímetros acima do solo e encaminhadas, de imediato, ao Laboratório de

Ecofisiologia Vegetal da UFT/Campus de Gurupi. Pesava-se, então, 70 gramas de

massa verde de folhas referentes a cada amostra. Após isto, as amostras eram

embaladas em sacos de papel, em três repetições para cada temperatura analisada,

conduzindo-as para a estufa de ventilação forçada.O modelo da estufa é da marca

Quimis, com a temperatura de interesse pré-definida.

Este foi um experimento fatorial, no qual as temperaturas de secagem

avaliadas foram 30°C, 40°C, 50°C e 60°C e os tempos de secagem foram 0, 24, 48 e

72 horas. Após isto, as amostras secas de folhas foram levadas para o Laboratório

de Plantas Daninhas da UFT - Campus de Gurupi para a extração do respectivo óleo

essencial.

3.5.2 Experimento 2 - Avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo essencial de

capim-santo

O plantio do experimento foi realizado no dia 10 de dezembro de 2011, em

vasos no campo, a partir de mudas de capim santo produzidas previamente em

vasos, em casa-de-vegetação. O material avaliado neste experimento (clones) era

proveniente de uma única planta-matriz, obtida em Gurupi. As mesmas eram

irrigadas duas vezes ao dia, quando não havia chuva. Os tratamentos foram plantas

21

cultivadas a pleno sol no campo e plantas cultivadas em telado, sob sombrite, o qual

proporcionava sombreamento de 50%. As plantas foram colhidas após 90 dias do

plantio, em torno das oito horas da manhã. Na sequência, realizou-se o processo de

secagem das folhas em estufa a 40°C, por 72 horas e depois procedeu-se a

extração do óleo essencial.

3.5.3 Experimento 3 - Avaliação da procedência das plantas sobre o teor do óleo

essencial de capim-santo

Foi avaliada a produção de óleo essencial de plantas provenientes de Gurupi -

TO, Cariri - TO e Porangatu - GO. A partir de plantas matrizes de cada procedência

foram preparadas mudas em casa-de-vegetação, em vasos contendo mistura de

solo e esterco para enraizarem e realizar a multiplicação do material. Depois de

multiplicado realizou-se o plantio no campo em vasos com capacidade de 5 kg de

solo. Os vasos eram irrigados duas vezes ao dia quando não chovia. O experimento

foi plantado no dia onze de dezembro de 2011 e colhido após 90 dias. A colheita foi

realizada no período da manhã, em torno das oito horas, sendo as folhas

submetidas ao processo de secagem, em estufa, na temperatura de 40°C, por 72

horas. Após a secagem foi realizada a extração do óleo essencial.

3.5.4 Experimento 4 - Avaliação do efeito do horário de colheita sobre o teor do óleo

essencial do capim-santo

As plantas eram provenientes da multiplicação de planta matriz coletada do

município de Gurupi - TO, as quais foram cultivadas em vasos, inicialmente, em

casa-de-vegetação, e conduzidas, posteriormente, ao campo, no dia 12 de

dezembro de 2011. Após 90 dias foram colhidas nos respectivos horários; às 0, 4, 8,

12, 16 e 20 horas. Dai se realizava os processos de secagem em estufa na

temperatura de 40°C, por 72 horas. Após a secagem foi realizada a extração do óleo

essencial.

3.6 Delineamento experimental e análise estatística

No experimento da temperatura de secagem, o delineamento experimental

utilizado foi o inteiramente casualizado, com três repetições,no esquema fatorial de

22

4x4. Nos demais experimentos, utilizou-se delineamento de blocos ao acaso, com

três repetições.

Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente, sendo as médias

comparadas por meio do teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foi utilizado o

programa estatístico Sisvar (Ferreira, 2000).

23

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o teor do óleo

essencial de capim-santo

A análise de variância dos dados e as médias de peso de amostras de folhas

de capim santo obtidos neste experimento são apresentadas nas Tabelas 3 e 4,

respectivamente.

Tabela 3. Análise de variância dos dados de peso de amostras de folhas de capim-santo submetidas a diferentes temperaturas e tempos de secagem. Fatorial 4 x 4.

FV GL SQ QM Fc Pr >Fc

Temperatura 3 550,93 183,64 76,41 0,00* Horários 3 17411,14 5803,71 2414,96 0,00*

Temperatura x Horários 9 385,11 42,79 17,80 0,00* Erro 31 74,50 2,40

Cv (%) 4,13

Média geral (g) 37,53

Tabela 4. Médias de peso, em gramas, do material de capim-santo submetido a quatro temperaturas e quatro tempos de secagem, com as respectivas equações de regressão e coeficientes de determinação (R2).

T (°C) Tempo de Secagem (Horas) Equações R²

0 24 48 72

30 70,04 Aa 44,71 Ba 30,69 Ca 23,68 Db Y = 0,008x²-1,210x+69,82 0,99 40 70,28 Aa 22,65 Ba 20,51 Ca 20,00 Da Y = 0,020x² - 2,109x + 68,08 0,95 50 70,00 Aa 34,00 Ba 28,00 Ca 25,66 Da Y = 0,014x² - 1,631x + 68,68 0,97 60 70,01 Aa 27,33 Ba 23,62 Ca 20,83 Da Y = 0,017x² - 1,876x + 68,10 0,96

Médias seguidas de letras maiúscula iguais na linha e mesmas letras minuscula na coluna não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o teste Tukey a 5% de probabilidade.

Os resultados apresentados na Tabela 4 evidenciam que o peso médio das

amostras das folhas diminui conforme aumenta o tempo de secagem, em todas as

temperaturas. Na menor temperatura avaliada (30°C), após 72 horas de secagem, a

redução do peso das amostras de folhas diferiu estatisticamente dos outros

tratamentos de secagem. Considerando ser uma temperatura próxima à do

ambiente, torna-se necessário se utilizar um período maior de horas no processo da

secagem em estufa, com esta temperatura. Este resultado está de acordo com o

trabalho realizado por Martinazzo et al. (2010) onde avaliando diferentes

temperaturas de secagem das folhas de capim-santo (30,40,50 e 60°C),concluíram

que a temperatura de 30°C necessita de um período maior de secagem em

estufa,devido esta temperatura ser próxima á do ambiente Buglle et al. (1999)

24

também avaliando diferentes temperaturas de secagem em capim-santo, notou-se o

desenvolvimento de fungos nas folhas na temperatura de 30°C.

Ainda conforme a Tabela 4 observa-se que não houve diferença significativa

das temperaturas dentro dos horários de secagem. Os resultados não foram estes

os esperados, o que se esperava é que conforme aumentasse a temperatura,

diminuía rapidamente o peso das amostras, em um menor tempo o que não

aconteceu. Isso pode ser explicado em virtude de que as folhas de capim-santo, na

sua constituição apresentam cutícula lisa constituída por grupos de células

lignificadas e tricomas tectores que revestem a epiderme, desempenham proteção

mecânica e evitam transpirações excessivas, dificultando a saída da água no

processo de secagem (Martinazzo et al.,2010).

Na Figura 2 encontram-se as médias dos teores do óleo essencial de

amostras de capim-santo em função das quatro temperaturas de secagem avaliadas

(30, 40, 50 e 60°C, respectivamente). Pode-se observar que o teor do óleo essencial

da temperatura de 40°C foi maior, estatisticamente, em relação às demais

temperaturas de secagem. O que pode ter favorecido evidentemente esta

temperatura diferir das demais, talvez ela mantivesse o óleo armazenado nos

tecidos, evaporando a água total, facilitando a passagem do óleo durante a extração.

Na temperatura 30°C o teor não diferiu estatisticamente de 50 e 60°C, mais

apresentou um valor superior a eles. Uma hipótese para o ocorrido é que o óleo

essencial é bastante volátil em altas temperaturas podem ter ocorrido perdas por

volatilização. Um dos motivos que a temperatura de 30°C apesar de ser baixa, não

diferiu estatisticamente de 50°C e 60°C já estas são consideradas temperaturas

altas, o que pode ter ocorrido foi perdas por volatilização. Possivelmente o que

ocorreu foi uma secagem ineficiente já que no presente trabalho conclui que nesta

temperatura precisa de um tempo maior para evaporação total da água, ao ponto de

ficar livre a saída do óleo das células do tecido, já que a secagem serve para facilitar

a extração do óleo em plantas aromáticas (Radünz et al., 2002).

Leal (1998), avaliando seis diferentes temperaturas de secagem (30, 40, 50,

60, 70 e 80°C) de folhas de capim-santo, em plantas cultivadas no Estado do Rio de

Janeiro, constatou que a temperatura de 40°C permitiu a obtenção do teor de óleo

mais elevado em relação às demais temperaturas analisadas. Nas temperaturas de

70°C e 80°C o rendimento foi mais baixo, ocorrendo volatilização do óleo essencial

25

nestas temperaturas elevadas. Abaixo encontra a Tabela 5 da análise de variância

do óleo submetido a quatro diferentes temperaturas de secagem.

Tabela 5. Análise de variância dos dados do teor do óleo essencial de capim-

santo (%) submetido a quatro diferentes temperaturas de secagem.

FV GL SQ QM Fc Pr >Fc

Tratamento 3 3,41 1,13 13,97 0,0015*

Erro 8 0,65 0,08

Total 11 4,06

CV % 8,99

Média (% de óleo) 3,17

Figura 2. Teor do óleo essencial de capim-santo (%) submetido a quatro diferentes temperaturas de secagem.

*Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de

Tukey a 5% de probabilidade.

Conforme Simões e Spitzer (2003), a principal característica dos óleos

essenciais é a volatilidade. Em geral, não são estáveis, principalmente na presença

de fatores como ar, luz, umidade, metais e calor. Martins et al ( 1995) recomenda

temperaturas do ar de secagem de 40 a 60ºC para as folhas de plantas, sem causar

alterações significativas na quantidade e qualidade dos constituintes químicos.

3,21b

4,02 a

2,59 b 2,87 b

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

30°C 40°C 50°C 60°C

Teo

r d

o ó

leo

(%

)

Temperatura de secagem

Médias do teor

26

David et al. (2006) avaliando a influência de temperaturas de secagem (40,

50, 60 e 70°C) no rendimento e composição química de Ocimum Selloi Benth

(alfavaquinha) verificaram que a temperatura de 40°C proporcionou o melhor

rendimento do óleo essencial,pois nas demais temperaturas houve volatilização.

Buglle et al. (1999) avaliando a influência de diferentes temperaturas de secagem

(30, 50, 70 e 90°C) em folhas de Cymbopogon citratus, observaram que o maior

rendimento do óleo essencial ocorreu nas temperaturas de 30 e 50°C, as quais não

apresentaram diferença significativa entre si. Porém, na secagem com temperatura

de 30ºC, notou-se o desenvolvimento de fungos. Nas temperaturas de 70 e 90°C,

houve decréscimo significativo na quantidade de óleo essencial, houve perdas por

volatilização.

De acordo com Hertwig (1991), temperaturas superiores a 40°C danificam os

órgãos vegetais (estruturas secretoras de óleos essenciais) induzindo, assim, a

maiores perdas do teor de óleo essencial do produto seco. Deans e Svoboda (1992)

ao secarem várias espécies vegetais aromáticas a temperaturas situadas entre 40 e

100°C, obtiveram sempre diminuição do teor de óleo essencial, com o aumento da

temperatura. Blanco et al (2000) em estudo cujo objetivo foi avaliar a influência de

três temperaturas de secagem (40°C, 60°C e 80°C) na produção do óleo essencial

de menta, também confirmou que a temperatura de 40°C é a mais recomendada

para a secagem de plantas desta espécie, sendo que temperaturas superiores são

altamente prejudiciais para o rendimento e manutenção da composição química do

seu óleo essencial.

Figueiredo et al. (1996) estudando capim-santo demonstraram a presença

dos óleos essenciais relacionados principalmente em células do parênquima

clorofiliano, associadas aos feixes vasculares e envoltos por bainhas de

esclerênquima. Tais estruturas são, portanto, bem protegidas no interior da

superfície foliar.

Talvez a temperatura de 40°C de alguma forma interfira na permeabilidade da

resistência físico-mecânica destes tecidos, o que ajudaria a reter os compostos

voláteis em suas estruturas de origem. Esta temperatura ocasionou a evaporação da

água livre dos tecidos e a menor perda do óleo essencial por volatilização.

27

4.2 Avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo essencial de capim-santo

A análise de variância dos dados de folhas de capim santo obtidos neste

experimento e os valores médios do teor de óleo essencial são apresentados na

Tabela 6 e Figura 3, respectivamente.

Tabela 6. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de plantas de capim-santo cultivadas a pleno sol e em ambiente sombreado.

FV GL SQ QM Fc Pr >Fc

Tratamento 1 4.13 4,13 1,76 0,25ns

Erro 4 9.34 2,33

Total 5 13,47

CV % 57,75

Média (% de óleo) 2,64

Figura 3. Teor do óleo essencial de capim-santo (%), de plantas cultivadas em pleno sol e na sombra.

*Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de

Tukey a 5% de probabilidade.

Os valores médios do teor de óleo essencial de plantas de capim santo

referentes ao efeito da luz (com sombreamento e sem sombreamento) não diferiram

estatisticamente entre si. Os resultados obtidos estão de acordo, com o mesmo que

foi observado no trabalho de Gonçalves et al. (2003), no qual o teor do óleo

essencial de alfavaquinha (Ocimum selloi Benth) não diferiu significativa entre

1,81a

3,47a

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

Pleno sol Sombra

teo

r d

o ó

leo

(%)

Pantas cultivadas em pleno sol e sombra.

Médias do teor

28

plantas crescidas nos dois níveis de radiação solar, tendo, as plantas sido

submetidas a pleno sol e ao sombreamento parcial de 50%.

Isto confirma a ideia de Rivas (2003), o qual observou que a síntese e

acumulação de óleo essencial podem ocorrer em sombreamento e alta iluminação.

Pinto et al. (2007) avaliando o conteúdo do óleo essencial de plantas de

alfazema-do-Brasil em função de níveis de sombreamento, foram eles analisados

40% e 80% de sombreamento e em pleno sol, concluíram que não houve efeito

significativo sobre o teor do óleo da espécie. Gomes et al. (2009) obtiveram o

mesmo resultado estudando a influência do sombreamento no teor do óleo de cidrão

(Lippia citriodora Lam) não houve diferença no teor do óleo essencial,nos testes com

25, 50, 70% de luz e a pleno sol.

Na literatura resultados diferentes são encontrados em relação à intensidade

da luz sobre o teor de óleo essencial. Com plantas de alecrim-pimenta (Lippia

sidoides Cham) o teor do óleo decresceu significamente com o sombreamento.

(Souza et al., 2007).Em carqueja (Baccharis trimera (Less) D.C] o nível mais elevado

de radiação 100% (pleno sol) aumentou o teor do óleo essencial. (Silva et al.,

2006).Também em hortelã-do-campo (Hyptis marrubroides Epl.), o rendimento do

óleo foi maior em plantas submetidas a pleno sol (Sales et al., 2009). Com erva-

cidreira (Lippia alba), plantas submetidas a um nível maior de irradiância (pleno sol)

tiveram elevação no teor de óleo essencial (Ventrela e Ming, 2000).

O capim-santo, apesar de ser uma planta de clima tropical, nos dados

avaliados no presente trabalho, não observou-se diferença significativa quanto ao

teor do óleo essencial. Uma justificativa para resultado encontrado é que o capim-

santo é uma planta rústica e resistente ela se adapta a qualquer ambiente. Então

houve uma adaptação da planta tanto no nível elevado de luz quanto no

sombreamento, não alterando assim o teor na espécie. Dependendo da espécie, a

intensidade de luz pode influenciar no teor do óleo essencial.

4.3 Avaliação do teor de óleo essencial de acessos de capim-santo

A análise de variância dos dados obtidos neste experimento e os valores

médios do teor de óleo essencial são apresentados na Tabela 6 e na Figura 4,

respectivamente.

29

Tabela 7. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial das folhas dos acessos capim-santo procedentes de Gurupi – TO, Cariri – TO e Porangatu - GO.

FV GL SQ QM Fc Pr > Fc

Tratamento 2 1,42 0,71 1,93 0,22ns

Erro 6 2,21 0,36

Total 8 3,63

CV (%) 24,17 Média (% de óleo) 2,51

Figura 4. Teor de óleo essencial (%) de folhas de acessos de capim santo procedentes de Gurupi – TO, Cariri – TO e Porangatu - GO.

*Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Conforme a Figura 4, os três acessos de capim santo não diferiram

estatisticamente entre si quanto ao teor de óleo essencial. Castro et al (2004)

avaliando o teor e composição do óleo essencial de cinco acessos de mentrasto

constataram que apenas um deles apresentou maior valor no teor do óleo essencial,

enquanto que os demais acessos não diferiram estatisticamente.

Leal (1998), comparando plantas de capim-santo provenientes de dois

estados diferentes, verificou que os acessos procedentes do Estado do Espírito

Santo produziram o dobro de óleo em relação aos acessos oriundos do Rio de

Janeiro. Januzzi (2005) avaliando o teor de dezesseis acessos de Lippia alba no

Distrito Federal, constataram diferentes respostas. Alguns produziram óleo além da

2,43a

3,03a

2,07a

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Gurupi Cariri Porangatu

teo

r d

o ó

leo

(%

)

Procedência do material.

Médias do teor

30

média enquanto que alguns não diferiram entre si. Foram evidenciadas diferenças

significativas no teor e composição do óleo de alecrim-pimenta (Lippia sidoides

Cham) de vários estados do nordeste do Brasil (Oliveira, 2008).

Presume-se que a elaboração dos princípios ativos medicinais e aromáticos

das espécies vegetais seja regulada pela ação de genes específicos, os quais,

quando em atividade, atuam nas rotas biossintéticas destes compostos, definindo a

sua composição bioquímica quanto aos metabólitos secundários (Leal, 1998).

O conteúdo do óleo essencial em uma planta pode variar em função da época

do ano e do seu estádio de desenvolvimento (Goralka et al., 1996; Dunlop et al.,

2000; Sousa et al., 2005; Carvalho-Filho et al., 2006). Fatores geográficos

(localização) e ecológicos (habitat) também devem ser considerados (Oliveira et al.,

2005). A variação química ocorre com predomínio de diferentes compostos no óleo

volátil obtido a partir de uma mesma espécie coletada em locais diferentes, o que é

frequente devido à alta complexidade química dos óleos voláteis. Os teores dos

óleos essenciais também diferem, devido às plantas medicinais não ter sofrido

melhoramento genético, e existir diversas variedades (Apel et al., 2006).

A constituição genética das plantas influencia a produção de determinados

metabólitos, e diferentes variedades de espécies de plantas medicinais podem

conter diferentes teores de óleo essencial. A hortelã, por exemplo, possui variedades

que são mais ricas em óleo essencial, contendo alto teor de mentol (Basso et al.,

1998; Sharma et al., 1992).

Existem inúmeras espécies de plantas medicinais e aromáticas estando em

seus estados ainda silvestres, possuindo uma grande variabilidade genética de

diferentes origens geográficas.

4.4 Avaliação do efeito do horário de corte sobre o teor do óleo essencial do

capim-santo

A análise de variância dos dados obtidos neste experimento e os valores

médios do teor de óleo essencial são apresentados na Tabela 7 e Figura 5,

respectivamente. Na Tabela 8 abaixo corresponde os resultados da análise de

variância do teor de óleos de plantas de capim-santo colhidas em seis horários

diferentes.

31

Tabela 8. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de plantas de capim-santo colhidas em seis diferentes horários.

FV GL SQ QM Fc Pr > Fc

Tratamento 5 2,26 0,45 5,23 0,008* Erro 12 1,03 0,08

Total 17 3,29

CV% 7,92

Média (% de óleo) 3,71

Figura 5. Teor do óleo essencial de capim-santo (%) em função do horário de corte. *Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey a 5%

de probabilidade.

De acordo com a Figura 5, o menor teor de óleo essencial de capim santo foi

obtido no horário de doze horas (meio dia), enquanto que os horários de oito, 16 e

zero hora apresentaram maior teor de óleo em relação a este horário. O teor de óleo

obtido nos horários de 20 horas e quatro horas foram simultaneamente iguais aos

horários de maior teor (oito, 16 e zero horas) e ao de menor teor (meio dia),

estatisticamente. Desta forma, com base nestes dados, para estas condições

experimentais, pode-se recomendar a colheita das folhas de capim santo nos

horários que apresentaram maior teor do óleo essencial de capim santo, desde que

a composição química dos mesmos seja desejável.

Provavelmente, o menor teor de óleo essencial obtido ao meio dia possa estar

relacionado à maior temperatura neste horário, causando a sua volatilização Evans

(1991) relacionou a produção dos óleos essenciais com a elevação da temperatura,

3,89 a

3,05 b

4,02a 3,6 ab

4,11 a 3,59 ab

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

08:00 12:00 16:00 20:00 00:00 04:00

teo

r d

o ó

leo

(%

)

Horario de corte

médias do teor

32

muito embora, possa haver uma perda excessiva nos dias muito quentes,

reafirmando, assim, a importância do ambiente em resposta ao metabolismo

secundário da planta.

Conclui-se, então, que o corte das folhas de capim santo para a produção do

óleo, nas condições experimentais, não deve ser realizada nos horários mais

quentes do dia.

Este resultado coincide com os de Nascimento et al. (2006) em Pentecoste-

CE, os quais concluíram que a colheita das folhas de capim- santo deve ser feita até

11 horas da manhã, pois após este período, ocorre uma redução no rendimento do

óleo, podendo ser reiniciada às 15 horas. Leal (1998) concluiu que o melhor horário

para a colheita do capim-santo no norte do Estado do Rio de Janeiro estaria entre 16

e 20 horas, em função do maior rendimento do óleo. Em melissa (Melissa officinalis

L.), no município de São Cristóvão - SE o horário de colheita influenciou na

composição e no teor do óleo, sendo que às 17 horas foi o horário com maior

rendimento (Blank et al, 2005). Em erva-cidreira-brasileira (Lippia alba), Nagao et al

(2004) no município de Pentecoste-CE constataram que o horário de maior

rendimento do óleo foi às 15 horas. Neste horário de colheita, o citral e o limoneno

encontravam-se bastante elevados.

Para o cultivo em escala comercial de uma determinada espécie medicinal

e/ou aromática, faz-se necessário conhecer o seu comportamento com relação aos

efeitos climáticos da região onde será efetuado o plantio, bem como dos tratos e

manejos culturais e conhecimento dos fatores bióticos. Desse modo, sem o domínio

tecnológico de todas as etapas de desenvolvimento da espécie, provavelmente se

obterá uma baixa qualidade do produto, seja na produção de biomassa, no

rendimento do óleo essencial e seus constituintes (Nagao et al., 2004).

Conforme o resultado do presente trabalho, em termos práticos para a região

de Gurupi – Tocantins, a colheita das folhas de capim-santo, visando à extração do

óleo essencial, poderá ser feita nos horários de menor temperatura pela manhã,

podendo retorná-la após as 16h00 horas.

33

5. CONCLUSÕES

Com base nos resultados da presente pesquisa, pode-se concluir que:

A) Na secagem artificial das folhas de capim-santo, o aumento do tempo de

secagem provoca a redução do conteúdo de água nas folhas, independentemente

da temperatura. A secagem sob temperatura de 40°C proporcionou o maior teor óleo

essencial.

B) Para as condições climáticas de Gurupi-To, o efeito da luz não afetou o

conteúdo do óleo essencial das folhas de capim-santo.

C) Os acessos de capim-santo procedentes de Gurupi-TO, Cariri-TO e

Porangatu-GO, não diferiram entre si, quanto ao teor do óleo essencial de capim-

santo, quando cultivados sob as mesmas condições.

D) A colheita das folhas de capim-santo, visando à extração do óleo essencial,

deve ser evitada nos horários mais quentes do dia, podendo realizá-la nos horários

de menor temperatura pela manhã, ou após as 16 horas.

34

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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