UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA … · medida preventiva ao seu surgimento tem sido...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS E DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA O EFEITO HIPOTENSOR DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO NÃO É DIFERENTE EM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO CONTÍNUO OU FRACIONADO EM INDIVÍDUOS NORMOTENSOS Nome dos autores: Joyce Aparecida Cunha Mayara Xavier Mendes Diamantina 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

O EFEITO HIPOTENSOR DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO NÃ O É DIFERENTE

EM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO CONTÍNUO OU FRACIONADO EM INDIVÍDUOS

NORMOTENSOS

Nome dos autores:

Joyce Aparecida Cunha

Mayara Xavier Mendes

Diamantina

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

O EFEITO HIPOTENSOR DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO NÃ O É DIFERENTE

EM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO CONTÍNUO OU FRACIONADO EM INDIVÍDUOS

NORMOTENSOS

Nome dos autores:

Joyce Aparecida Cunha

Mayara Xavier Mendes

Orientador:

Flávio de Castro Magalhães

Co-Orientador:

Marco Fabrício Dias Peixoto

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Educação Física, como parte dos

requisitos exigidos para a conclusão do curso.

Diamantina

2012

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O EFEITO HIPOTENSOR DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO NÃ O É DIFERENTE

EM PROTOCOLO DE EXERCÍCIO CONTÍNUO OU FRACIONADO EM INDIVÍDUOS

NORMOTENSOS

Joyce Aparecida da Cunha

Mayara Xavier Mendes

Flávio de Castro Magalhães

Marco Fabrício Dias Peixoto

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Educação Física, como parte dos

requisitos exigidos para a conclusão do curso.

APROVADO em 19/10/2012

Prof. M.e. Núbia Carelli Pereira de Avelar – UFVJM

Prof. M.e. Fernando Joaquim Gripp – UFVJM

Prof. Dr. Flávio de Castro Magalhães – UFVJM

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Dedicatória

Dedico este trabalho as pessoas que lutaram diariamente ao meu lado, transmitido fé, amor,

alegria, determinação, paciência e coragem, tornando os meus dias mais felizes e bonitos. À

minha mãe agradeço a dedicação e força transmitidas durante a vida, ao meu esposo agradeço

pelo companheirismo, paciência e compreensão na concretização desta etapa, a meu filho por ser

a minha maior inspiração e motivação na busca por novas conquistas, aos meus amigos do

sindicato pela compreensão e cooperação, em especial ao Sr. Valdemiro Simião da Costa (in

memória), a minha irmã e sobrinha agradeço pelo apoio e carinho. (Joyce Aparecida da Cunha)

Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou meu caminho durante esta caminhada e dedico

esta conquista ao meu esposo que de forma especial me deu força e apoio em todos os momentos,

aos meus filhos que, embora não tivessem conhecimento disso, iluminaram de maneira especial

meus pensamentos, aos meus pais pela dedicação e a todos que acreditaram na minha capacidade

de chegar até aqui. (Mayara Xavier Mendes)

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Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus por permitir a concretização desse trabalho. Agradecemos

também a todos os professores que nos acompanharam durante a graduação, em especial ao Prof.

Dr. Marco Fabrício Dias Peixoto, ao Prof. Dr, Flávio de Castro Magalhães e a Profª. Drª. Márcia

Maria Lima de Oliveira, os quais contribuíram imensamente para construção do conhecimento

por nós adquirido durante a realização desse trabalho, aos voluntários que se disponibilizaram a

participar dessa pesquisa, pois sem os quais não seria possível realizá-la, aos funcionários da

Universidade, em especial aos porteiros e técnicos administrativos da clínica de fisioterapia na

qual foram desenvolvidas as coletas e enfim agradecemos a todos aqueles que contribuíram de

alguma forma para que nosso objetivo fosse atingido.

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Resumo

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônico-degenerativa e como medida preventiva ao seu surgimento tem sido sugerida a realização de exercício físico aeróbico. Este tipo de exercício resulta em hipotensão tanto em indivíduos normotensos quanto hipertensos. Embora associações especializadas recomendem a realização de exercícios físicos de forma contínua ou fracionada em sessões curtas ao longo do dia, ainda não está bem documentado na literatura qual o tipo de exercício capaz de promover hipotensão de maior magnitude. Objetivo: Investigar e comparar a hipotensão pós-exercício (HPE) de uma única sessão de exercício físico aeróbico realizada de forma contínua versus fracionada em indivíduos normotensos. Métodos: Participaram deste estudo seis indivíduos normotensos do sexo masculino, fisicamente ativos (idade: 41,17 ± 4,74 anos; massa: 74,4±7,2 kg; estatura: 1,72±0,05 cm; IMC: 25,20±2,24 kg/m2; pressão arterial (PA) sistólica (PAS): 121±12 mmHg; PA diastólica (PAD): 77±8 mmHg; PA média (PAM): 92±9 mmHg). Cada indivíduo foi submetido a duas sessões de exercício aeróbico realizadas de forma aleatória e cruzada, com no mínimo 72 horas de intervalo entre elas. As sessões de exercício foram realizadas em esteira ergométrica e tiveram duração de 30 minutos de caminhada ou corrida a 60% da freqüência cardíaca de reserva (FCR) de cada indivíduo. Uma sessão foi realizada de forma contínuo (Cont) e a outra de fracionada (Frac), sendo esta última realizada em três séries de 10 minutos separadas por 10 minutos de repouso entre cada série. A aferição da PA se deu durante 90 minutos pós-exercício. Resultados: Não houve diferença significativa ( p>0,05) entre as situações contínua e fracionada na freqüência cardíaca (FC) (Cont: 133±7 bpm vs Frac: 131±7 bpm), no % FCR (Cont: 60±1% vs Frac: 60±1%), na velocidade do exercício (Cont: 8,0±1,1 km/h vs Frac: 8,0±1,0 km/h) e na distância total percorrida (Cont: 3,93±0,52 km vs Frac: 3,91±0,46 km), mostrando que o estímulo do exercício não foi diferente entre as situações. Em ambas as situações foi observado HPE (valores médios durante 90 min pós-exercício: Cont: PAS -13,2±7,6 mmHg; PAD: -5,2±4,2 mmHg; PAM: -8,2±4,5 mmHg vs Frac: PAS -14,8±6,9 mmHg; PAD -6,9±4,8 mmHg; PAM -9,5±4,7 mmHg), entretanto, não observou-se diferenças significativa na hipotensão desencadeada. Conclusão: A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa sugere-se que a realização de exercícios físicos aeróbicos à 60% da FCR, tanto contínuos como fracionados, são capazes de promover HPE quando se trata de indivíduos normotensos. No entanto, é preciso que se desenvolvam novas pesquisas a fim de sustentarem estes resultados.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica, Hipotensão pós-exercício, Exercício Aeróbico, Indivíduos Normotensos

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 8

2. OBJETIVO 10

3. JUSTIFICATIVA 11

4. REVISÃO DE LITERATURA 4.1 Pressão Arterial e a Hipertensão Arterial Sistêmica 4.2 O efeito hipotensor do exercício físico 4.3 Efeito hipotensor de diferentes tipos de exercícios 4.4 Recomendações de exercício físico para a saúde vs hipotensão pós-exercício

12 12 13 16 18

5. MATERIAIS E MÉTODOS 5.1 Cuidados Éticos 5.2 Critérios de inclusão 5.3 Caracterização da amostra 5.4 Sessão experimental

5.4.1 Exercício aeróbico contínuo ou fracionado 5.4.2 Medida da Pressão Arterial pós-exercício

5.5 Processamento e Análise dos Dados

20 20 20 21 21 23 23 24

6. RESULTADOS 25

7. DISCUSSÃO 28

8. IMPLICAÇÕES PRÁTICAS 33

9. CONCLUSÃO 34

REFERÊNCIAS 35

APÊNDICE

Apêndice I Recordatório alimentar

40

40

ANEXO

Anexo I Termo de consentimento livre e esclarecido

Anexo II Ficha de Anamnese

Anexo III Questionário Internacional de Atividade Física

41

41

43

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AUTORIZAÇÃO 47

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1. INTRODUÇÃO

Níveis elevados e sustentados de pressão arterial sistólica (PAS) iguais ou acima de

140 mmHg e/ou de pressão arterial diastólica (PAD) iguais ou acima de 90 mmHg caracterizam a

hipertensão arterial sistêmica (HAS) (DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO,

2010). A HAS é o principal fator de risco para morte precoce passível de prevenção em todo o

mundo (GIRALDEZ, 2012). A Organização Mundial da Saúde estima que 25% da população

mundial adulta (cerca de 2 bilhões de pessoas) vai apresentar HAS em 2025 à qual será

responsável por, aproximadamente, 13% da mortalidade global (GIRALDEZ, 2012). Segundo

dados das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010) é estimado que em cidades brasileiras nos

últimos 20 anos houve uma prevalência de HAS acima de 30% e quando comparado a

prevalência entre homens e mulheres estima-se que 35,8% dos homens têm HAS enquanto nas

mulheres este índice é de 30%. O Painel de Indicadores do SUS mostra que no Brasil, o diabetes

mellitus e a HAS constituem a primeira causa de hospitalizações no sistema público de saúde e

que a HAS tem se tornado o primeiro fator de risco para mortalidade, ficando à frente do

tabagismo e das dislipidemias.

O desenvolvimento de lesões em órgãos alvo e doenças cardiovasculares são algumas

das consequências da HAS. A HAS pode levar o desenvolvimento de hipertrofia do ventrículo

esquerdo, infarto agudo do miocárdio, revascularização miocárdica prévia, insuficiência cardíaca,

acidente vascular cerebral, isquemia cerebral transitória, nefropatia, doença vascular arterial de

extremidades e retinopatia hipertensiva (ORTEGA et al. 2006). Essas consequências, dentre

outras causadas pela HAS, são responsáveis pelos altos índices de mortalidade e morbidade

observados nos pacientes que apresentam essa doença.

Apesar do surgimento da HAS estar relacionada a fatores de risco não-modificáveis

como sexo, idade, etnia e histórico familiar, ela pode ser amenizada ou prevenida por meio do

uso de medicamentos e pelo controle de fatores de risco ambientais como o sobrepeso e

obesidade, hábitos alimentares e, de especial importância para o presente estudo, o abandono do

sedentarismo junto à adoção da prática de exercício físico regular (SANTOS, apud SANTOS,

2008).

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Associações especializadas, como o American College of Sports Medicine (ACSM) e

a American Heart Association, (AHA) defendem que a prática de atividade física como

caminhada, ciclismo, natação ou trabalho no jardim, com duração de pelo menos 30 minutos a

uma intensidade moderada, realizada de três a cinco vezes por semanas deve ser adotada como

forma de promoção e manutenção da saúde na população em geral (HASKELL et al. 2007).

Além disso, sabe-se que a prática regular de exercícios físicos pode reduzir a PA de indivíduos

hipertensos (REBELO et al. 2001) e pode prevenir o surgimento da HAS em indivíduos

normotensos (FRANCO et al. 2004) reduzindo assim os riscos de desenvolvimento de doenças

cardiovasculares (FRANCO et al. 2004). Nesse sentido, diversos estudos têm demonstrado que

após a realização de uma única sessão de exercício físico aeróbio a PA de indivíduos

normotensos e hipertensos pode apresentar valores inferiores àqueles de repouso por várias horas

pós-exercício, caracterizando assim a HPE (WALLACE et al. 1999; FORJAZ et al. 1998;

KERRY, 2002), sendo essa resposta um dos benefícios da prática de exercícios físicos no que

concerne a prevenção e tratamento da HAS.

Apesar de ser amplamente aceito que o exercício físico apresente efeitos benéficos

sobre a PA, ainda não há um consenso acerca do tipo mais efetivo na promoção da HPE e nem de

qual a melhor forma de realizá-lo. Além disso, associações especializadas defendem que para o

indivíduo manter-se saudável, este deve realizar exercício físico de forma contínua ou fracionada

em sessões curtas ao longo do dia (HASKELL et al. 2007). Entretanto, não se sabe se essas

formas de realizar o exercício físico (contínuo ou fracionado) levariam a HPE diferentes, o que

poderia impactar na prescrição de exercícios físicos para fins de prevenção da HAS, uma vez que

se sugere que o efeito do exercício físico na prevenção da HAS possa estar relacionado à HPE.

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2. OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo investigar e comparar o efeito hipotensor de uma

única sessão de exercício físico aeróbico realizado de forma contínua versus fracionada em

indivíduos normotensos saudáveis com idade entre 35 e 50 anos.

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3. JUSTIFICATIVA

Apesar da ampla prescrição de exercícios aeróbicos por profissionais da saúde para

tratamento e prevenção da HAS, poucos trabalhos compararam o efeito hipotensor do exercício

aeróbico realizado de forma contínua vs. fracionada em indivíduos normotensos. O ACSM e o

AHA defendem que ambas as formas de realização do exercício podem ser implementadas para

fins de promoção da saúde, ambas sendo efetivas na prevenção do surgimento de doenças

cardiovasculares (HASKELL et al. 2007).

Visto que atualmente o tempo livre da população para a prática de exercícios físicos é

cada vez mais escasso, a realização do exercício de forma fracionada seria uma opção de se

exercitar nos pequenos intervalos de tempo livre surgidos ao longo do dia. No entanto, poucos

estudos foram realizados comparando a HPE obtida em sessões realizadas de forma contínua vs.

fracionada e, nesse sentido, a compreensão destas possíveis diferenças será de grande relevância

para a prescrição do exercício físico aeróbico como forma de prevenção ao surgimento da HAS.

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4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1. Pressão Arterial e a Hipertensão Arterial Sistêmica

O sistema cardiovascular é responsável por promover a circulação do sangue pelo no

organismo a fim de transportar O2 e nutrientes para as células, ao mesmo tempo em que remove o

CO2 e os resíduos metabólicos dos tecidos para serem eliminados (McARDLE et al. 2003). Para

que esta tarefa seja efetuada com precisão este sistema conta uma bomba contrátil propulsora (o

coração) e com tubos coletores e distribuidores (artérias, arteríolas, capilares e veias)

(McARDLE et al. 2003). Com a contração do ventrículo esquerdo o coração lança sangue na

aorta, com grande velocidade, quando comparada a ejeção realizada pelo ventrículo direito

(McARDLE et al. 2003). Entretanto, os vasos periféricos não permitem a vazão deste sangue

para o sistema arterial com a mesma velocidade com que este foi ejetado, daí parte deste sangue

fica armazenado na aorta, o que gera uma onda de pressão dentro do sistema arterial que vai da

aorta até os ramos mais afastados da árvore arterial, este feito caracteriza a PA (McARDLE et al.

2003).

Durante a sístole é gerada uma pressão nas artérias que, em indivíduos normotensos

em situação de repouso, atinge em média 120 mmHg (GUYTON e HALL, 2007). Durante a

diástole a válvula aórtica se fecha e a PA reduz gradativamente até cerca de 70 a 80 mmHg no

indivíduo normotenso em repouso, permitindo assim um fluxo sanguíneo constante para a

periferia (GUYTON e HALL, 2007). A pressão arterial média (PAM) é ligeiramente mais baixa

que a simples média aritmética da PAS e PAD e é calculada a partir da fórmula PAM = PAD +

[(PAS-PAD) / 3], pois o coração permanece em diástole por mais tempo do que em sístole

(McARDLE et al. 2003).

Quando um indivíduo apresenta níveis pressóricos elevados e sustentados acima do

normal (≥140 mm Hg para PAS e/ou ≥90 mm Hg para PAD medida após o indivíduo permanecer

em repouso por 15 minutos em três dias consecutivos), este é considerado hipertenso

(DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO, 2010). Essa condição associa-se

freqüentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos alvo (coração, encéfalo, rins e

vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com conseqüente aumento do risco de eventos

cardiovasculares fatais e não fatais (DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO, 2010).

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Em cerca de 90% dos casos de HAS não se sabe a causa da doença, quadro esse

denominado hipertensão essencial (SEVER e POUTER, 1989), mas de uma maneira geral, a

doença está relacionada à hiperativação do sistema nervoso simpático, que leva a aumento na

resistência vascular periférica (RVP) sem aumento apreciável do débito cardíaco (DC), levando a

valores aumentos de PA (DIAS DA SILVA et al. 2009). Estima-se que apenas metade dos

portadores de HAS esteja ciente da condição, destes somente a metade recebe tratamento e,

destes, não mais do que a metade tem a hipertensão sobre controle (GIRALDEZ, 2012). Por esse

motivo é de extrema importância buscar formas de prevenção ao aparecimento da doença,

modificando os hábitos de vida.

A HAS também é considerada um dos principais fatores de risco modificáveis para

doenças cardiovasculares e um dos mais importantes problemas de saúde pública, acometendo

cerca de 30% da população brasileira (DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO,

2010). Dentre os principais fatores de risco da doença está a ingestão exagerada de sódio,

tabagismo, excesso de peso e obesidade, ingestão de álcool, idade, genética e sedentarismo

(DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO, 2010)

Com efeito, o exercício físico praticado de forma regular acarreta importantes

adaptações autonômicas e hemodinâmicas que influenciam sobremaneira o sistema

cardiovascular, atuando na prevenção e no tratamento de diversas patologias, dentre elas a HAS.

Estudos longitudinais (LEE et al. 1995; PAFFENBARGER et al. 1983) mostram que a

prevalência de HAS apresenta relação inversa com o nível de capacidade física e que o risco de

se tornar hipertenso é cerca de 50% maior em indivíduos com baixa capacidade física em

comparação a indivíduos com alta capacidade física (BLAIR et al. 1984). Dessa forma, o

exercício físico tem se mostrado um adjuvante na prevenção ao desenvolvimento da HAS.

4.2. O efeito hipotensor do exercício físico

Durante o exercício aeróbico ocorre aumento da descarga simpática que dentre outros

efeitos promove um aumento da FC e do volume sistólico (VS), o que resultam em elevação DC,

além disso, ocorre redistribuição do fluxo sanguíneo, onde os vasos dos tecidos inativos

encontram-se contraídos, enquanto os do tecido ativo estão dilatados. Isso leva ao aumento do

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fluxo sanguíneo para a musculatura que se encontra ativa durante o exercício (GUYTON e

HALL, 1998).

Para fins de aumento da perfusão no tecido ativo durante o exercício a PA é elevada

em valores acima dos registrados no repouso até o final do exercício, podendo atingir valores de

até 160 mmHg para homens e mulheres sadios dependendo de fatores como a intensidade do

exercício realizado e massa muscular envolvida (McARDLE et al. 2003). A PAS depende do DC,

que por sua vez depende da FC e do VS, ambos aumentados durante o exercício por influências

neurais e hormonais (McARDLE et al. 2003). A PAD está relacionada à resistência vascular

periférica (RVP), que varia de acordo com o estado de dilatação e constrição dos vasos da

periferia, uma vez que esse estado dita a resistência ao fluxo sanguíneo (McARDLE et al. 2003).

A PAD pode sofrer leve aumento ou redução durante o exercício, mas de forma geral não sofre

alterações (McARDLE et al. 2003).

Logo após o término do exercício é desencadeada uma resposta aguda tardia da PA

que, geralmente, é caracterizada por reduções tanto da PAS como da PAD para valores abaixo

daqueles registrados no repouso e este comportamento da PA pode durar até 24 horas após o

exercício e sua magnitude depende de vários fatores como valores de PA registrados no repouso,

duração e intensidade do exercício realizado. Esta resposta é conhecida como HPE e já é bem

documentada tanto em indivíduos normotensos (WILLIAMS et al. 2005; FORJAZ et al. 2000;

WILKINS et al. 2004; PRICHER et al. 2004; WALLACE et al. 1997) como em hipertensos

(HAGBERG et al. 1987; FORJAZ et al. 2000; WALLACE et al. 1997; PADILLA et al. 2005;

WALLACE et al. 1999).

Essa resposta aguda tardia do exercício físico sobre a PA foi observada originalmente

há mais de 100 anos por Hill em 1897 (CASONATO e POLITO, 2009), mas estudos voltados a

essa temática iniciaram na década de 80 (FITZGERALD, 1981) e desde então o entendimento e

relevância sobre a HPE tem crescido exponencialmente.

Do ponto de vista clínico, se a HPE for de magnitude suficiente para aproximar os

valores de PA de hipertensos aos valores dos normotensos e for de duração suficiente para manter

os valores de PA reduzidos por várias horas, ela será de enorme importância para o indivíduo

hipertenso, principalmente aqueles que não respondem bem ao tratamento medicamentoso. Já

para o indivíduo normotenso, a HPE pode estar relacionada à prevenção do surgimento da HAS

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(HECKSTEDEN et al. 2012

para a população de uma forma geral.

Os mecanismos que explicam essa redução

totalmente compreendidos, mas se relacionam provavelmente com o reajuste ce

barorreflexa para valores de operação mais baixos tanto de PA quanto de atividade simpática

como é trazido na figura 1 (

FIGURA 1 (adaptação da figura 2, pagina 67 de Halliwill (2001): Visão esquemática de cargas no controle neural da circulação relacionada à HPE. A queda sustentada na resistência vascular é promovida tanto por um componente neural como vascular. Os barorreflexos neurais são redefinidos para manter a PA e a atividadea produção de substâncias vasodilatadoras leva a uma queda adicional na resistência vascular, todos esses fatores contribuem para a redução da PA.

Esse reajuste leva a redução da PA em comparação aos valores de repouso por meio

de aumento da condutância vascular periférica

2001), mas não cutânea (WILKINS

2012) e é, portanto, uma resposta ao exercício de extrema importância

para a população de uma forma geral.

Os mecanismos que explicam essa redução da PA pós-

totalmente compreendidos, mas se relacionam provavelmente com o reajuste ce

para valores de operação mais baixos tanto de PA quanto de atividade simpática

(HALLIWILL, 2001).

FIGURA 1 (adaptação da figura 2, pagina 67 de Halliwill (2001): Visão esquemática de cargas controle neural da circulação relacionada à HPE. A queda sustentada na resistência vascular é

promovida tanto por um componente neural como vascular. Os barorreflexos neurais são ra manter a PA e a atividade nervosa simpática baixas. Finalme

a produção de substâncias vasodilatadoras leva a uma queda adicional na resistência vascular, todos esses fatores contribuem para a redução da PA.

Esse reajuste leva a redução da PA em comparação aos valores de repouso por meio

aumento da condutância vascular periférica de músculos ativos e não

WILKINS et al. 2004), renal e esplâncnica (

15

) e é, portanto, uma resposta ao exercício de extrema importância

-exercício ainda não são

totalmente compreendidos, mas se relacionam provavelmente com o reajuste central da resposta

para valores de operação mais baixos tanto de PA quanto de atividade simpática,

FIGURA 1 (adaptação da figura 2, pagina 67 de Halliwill (2001): Visão esquemática de cargas controle neural da circulação relacionada à HPE. A queda sustentada na resistência vascular é

promovida tanto por um componente neural como vascular. Os barorreflexos neurais são nervosa simpática baixas. Finalmente verifica-se que

a produção de substâncias vasodilatadoras leva a uma queda adicional na resistência vascular,

Esse reajuste leva a redução da PA em comparação aos valores de repouso por meio

de músculos ativos e não-ativos (HALLIWILL,

esplâncnica (PRICHER et al. 2004) e

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cerebral (WILLIAMSON et al. 2004). Esse aumento da condutância vascular pós-exercício se

relaciona à redução da atividade simpática (KULICS et al. 1999) ou redução da responsividade

da vasculatura às catecolaminas (HALLIWILL et al. 1996), ou ainda à produção de substâncias

vasodilatadoras no músculo por ocasião da contração muscular como potássio, adenosina, CO2,

H+, óxido nítrico, prostaglandinas e o calor (HALLIWILL, 2001; NOTARIOUS et al. 2006;

HALLIWILL et al. 2000; SHARMAN et al. 2008; LOCKWOOD et al. 2005). Além disso,

estudos mostraram que pode ocorrer redução do DC após o exercício que explicaria a queda da

PA (HAGBERG et al. 1987; BRANDÃO RONDON et al. 2002) ou ainda que uma combinação

de aumento na condutância vascular e redução do DC também sejam responsáveis por causar

HPE (RUECKERT et al. 1998). O mecanismo que explica a HPE parece ainda estar relacionado

à idade dos voluntários, à posição na qual os indivíduos permanecem durante a medida da PA

após o exercício e ao fato dos voluntários serem ou não hipertensos (HALLIWILL, 2001).

4.3. Efeito hipotensor de diferentes tipos de exercícios

A magnitude e duração da HPE sofre influência de vários fatores, tais como,

intensidade, duração e tipo de exercício realizado. Neste sentido diversos estudos têm sido

realizados com intuito de verificar quais destes fatores exercem influência sobre a hipotensão,

como é o caso de Forjaz et al. (1998) que avaliaram a HPE promovida por três sessões de

exercícios realizados em cicloergômetro, com duração de 45 minutos e intensidades de 30, 50 e

70% do VO2pico. Neste estudo, Forjaz et al. (1998) tiveram como amostra 24 indivíduos

normotensos, sendo que destes, 12 realizaram as três sessões de exercícios e 12 foram usados

como grupo controle. Os resultados obtidos mostraram que as três sessões de exercícios testadas

promoveram HPE durante os 90 minutos avaliados, mostrando que exercícios realizados entre

intensidades de 30 a 70% do VO2pico podem ser usados na promoção da HPE.

Em outro estudo, Forjaz et al. (1998) compararam exercícios com diferentes

durações, para isso utilizaram como amostra 22 indivíduos normotensos, destes 10 realizaram

duas sessões de exercícios em cicloergômetro em dias distintos, a 50% do VO2pico, sendo uma

sessão com duração de 25 minutos e a outra com duração de 45 minutos. Ao comparar as

respostas, Forjaz et al. (1998), obtiveram como resultado HPE de maior magnitude na sessão de

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exercício mais duradoura. Corroborando esse resultado, Rebelo et al. (2001) encontraram

resposta hipotensora maior após exercício realizado por 45 minutos em comparação àquele

realizado por 25 minutos em amostra composta por 23 indivíduos hipertensos que realizaram

duas sessões de exercício aeróbico a uma intensidade de 75% da FC máxima. Estes resultados

sugerem que a duração do exercício realizado influencia na HPE de tal forma que exercícios mais

longos promovem HPE de maior magnitude.

Outro foco de discussão na literatura diz respeito ao tipo de exercício aeróbico mais

eficiente em promover HPE, dentre eles podemos destacar alguns mais utilizados em pesquisas já

realizadas, como é o caso do exercício fracionado, que foi utilizado em pesquisa por Wallace et

al. (1999). Naquele trabalho, Wallace et al. (1999), submeteram 46 indivíduos, sendo 25

normotensos e 21 hipertensos, a realização de uma sessão de exercício aeróbico com intensidade

de 50% do VO2máx e duração de 50 minutos, fracionados em 5 tempos de 10 minutos, com

intervalo de recuperação de 3 minutos entre os tempos. Os resultados do estudo apontaram que

nos indivíduos normotensos esse tipo de exercício não foi capaz de promover HPE significativa

quando comparado ao dia controle sem realização de exercício, porém quando avaliado o grupo

de indivíduos hipertensos houve HPE significativa durante o período de 24 horas pós-exercício.

Taylor-Tolbert et al. (2000) também investigaram o efeito hipotensor do exercício fracionado em

um grupo composto por 11 indivíduos hipertensos, os quais foram submetidos a uma sessão de

exercício físico aeróbico com intensidade de 70% do VO2máx e duração de 45 minutos

fracionados em 3 tempos de 15 minutos e intervalo de 4 minutos de recuperação entre os tempos

e os resultados também mostraram HPE quando avaliado o período de 24 horas em relação ao dia

controle. Este resultado corrobora os resultados obtidos por Wallace et al. (1999) e, em conjunto,

sugerem que o exercício fracionado é efetivo em promover HPE, mas somente em indivíduos

hipertensos. Infelizmente, nos estudos citados não houve comparação da HPE entre exercícios

fracionados e contínuos, o que não nos permite, portanto, estabelecer comparações sobre a

efetividade na indução da HPE entre esses tipos de exercícios.

Cunha et al. (2006) se propuseram a comparar o efeito hipotensor do exercício

contínuo vs. intervalado, para isso, utilizaram como amostra um grupo composto por 11

indivíduos hipertensos que realizaram duas sessões de exercício aeróbico com duração de 45

minutos. A sessão de exercício intervalado consistiu de 5 minutos de aquecimento, seguidos de

45 minutos de exercício objetivando alternar a freqüência cardíaca de reserva (FCR) entre 50% e

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80% (2 minutos a 50% e 1 minuto a 80%). Esse procedimento é feito de forma a não permitir a

recuperação completa entre as séries de exercício realizadas a 80% da FCR. Já a sessão de

exercício contínuo consistiu de 5 minutos de aquecimento, seguidos de 45 minutos de exercício

objetivando manter 60% da FCR. Esse protocolo objetivou manter a distância total percorrida

semelhante entre os protocolos, mas alterando a intensidade entre eles. Esses autores não

observaram diferença significativa na HPE desencadeada nos protocolos contínuo vs intervalado.

Esse resultado sugere que para indivíduos hipertensos o exercício realizado tanto a uma

intensidade contínua quanto intervalada é capaz de induzir a HPE semelhante.

Portanto, podemos sugerir a partir da literatura revisada que a HPE ocorre após

exercícios realizados entre intensidades de 30 a 70% do VO2pico, é mais pronunciada em

exercício de maior duração (45 min. vs 25 min.) e é semelhante em protocolos de exercício

contínuos e protocolos de exercício fracionado ou em protocolos de exercício intervalado (45 min

a 60% FCR vs 45 min variando a intensidade: 1 min a 80% da FCR + 2 min a 50% da FCR), pelo

menos para indivíduos hipertensos. Entretanto, não encontramos na literatura estudos que tenham

comparado a HPE após realização de exercício fracionado (com recuperação completa entre as

séries de exercício) com outra sessão de exercício contínuo em indivíduos normotensos.

4.4. Recomendações de exercício físico para a saúde vs hipotensão pós-exercício

Associações especializadas, como o ACSM e o AHA afirmam que para a promoção e

manutenção da saúde indivíduos com idade entre 18 e 65 anos devem realizar exercícios físicos

aeróbicos de intensidade moderada por pelo menos 5 dias na semana, com duração de no mínimo

30 minutos diários ou exercícios aeróbicos de intensidade vigorosa com duração de 20 minutos,

numa freqüência de 3 vezes semanais, sendo que estes exercícios físicos podem ser realizados de

forma contínua ou fracionada em sessões curtas (10 minutos) ao longo do dia (HASKELL et al.

2007). Essas mesmas associações e outros estudos (CLÉROUX et al. 1999; FAGARD e

CORNELISSEN, 2007) defendem que para o tratamento e prevenção da HAS, a prática de

exercícios físicos é de fundamental importância, sendo recomendado pelo menos 30 minutos

diários de exercícios cíclicos que envolvam grandes grupamentos musculares e de intensidade

moderada.

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Entretanto, embora seja sugerido que a HPE possa ser uma das respostas benéficas do

exercício físico para tratamento e prevenção da HAS, não temos conhecimento de estudos que

tenham investigado se um exercício realizado de forma fracionada, seguindo as recomendações

de associações especializadas, seria capaz de induzir HPE da mesma forma que um exercício

realizado de forma contínua em indivíduos normotensos e, portanto, o presente estudo tem como

objetivo explorar essa temática testando o efeito hipotensor desses dois tipos de exercício em

indivíduos normotensos, já que nenhum estudo encontrado até o momento se propôs a investigar

tal efeito, afinal, esse conhecimento é de fundamental importância para prescrição de exercícios

físicos para fins de prevenção da HAS.

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5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1. Cuidados Éticos

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal dos

Vales do Jequitinhonha e Mucuri (protocolo 141/10). Todos os voluntários que aceitaram

participar foram informados dos riscos e benefícios do estudo e assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (ANEXO I). Os voluntários sabiam que a qualquer momento

poderiam retirar seu consentimento para participação no estudo sem prejuízo de qualquer

natureza para eles.

5.2. Critérios de inclusão

Após se voluntariarem a participar do estudo, foram incluídos indivíduos que

apresentassem as seguintes características:

• Ser do sexo masculino;

• Ter entre 35 e 50 anos;

• Não apresentar HAS (PAS iguais ou acima de 140 mmHg e/ou de PAD iguais ou acima

de 90 mmHg);

• Não possuir problemas ortopédicos, desordens crônicas cardiovasculares, pulmonares e

metabólicos que contra-indiquem a prática de exercício (ANEXO II);

• Ser fisicamente ativo, de acordo com questionário IPAQ versão curta (ANEXO III)

• Não ser fumante;

• Não ter realizado cirurgia nos últimos 12 (meses) e

• Não apresentar obesidade (IMC ≤ 29,9 kg/m²);

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5.3. Caracterização da amostra:

A partir desses critérios foram estudados 6 indivíduos que durante a primeira visita ao

laboratório foram submetidos a uma avaliação física conforme ficha anamnese estruturada

(ANEXO II) e avaliação física.

• Medida da massa corporal, estatura e IMC

A massa corporal e a estatura foram medidas através de uma balança digital portátil

(Tanita®) com estadiômetro adulto (Alturaexata®). O Índice de Massa Corporal (IMC) foi

calculado pela razão: peso / altura² (World Health Organization, 2000).

• Aferição da Pressão Arterial

A PA foi mensurada através de esfignomanômetro do tipo aneróide (BD) e

estetoscópio (BD) seguindo recomendações de medida conforme VI Diretrizes Brasileiras de

Hipertensão (2010) que estão descritas abaixo:

1. Explicar o procedimento ao voluntário e deixá-lo em repouso por no mínimo 5 min.

em ambiente calmo;

2. O voluntário deve estar na posição sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão,

dorso recostado na cadeira e relaxado;

3. O braço no qual será realizada a aferição da PA deve estar posicionado na altura do

coração, livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo

ligeiramente fletido;

5.4. Sessão experimental

Os voluntários receberam orientações com antecedência mínima de 24 horas ao teste,

conforme ACSM (2009), tais como se segue abaixo:

1. Os participantes devem abster-se de ingerir álcool, cafeína ou usar produtos derivados do

tabaco nas 24 horas que precedem os testes.

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2. Alimentar-se normalmente 2 horas antes dos testes.

3. Ingerir líquidos nas 24 horas que precedem os testes, a fim de se manterem hidratados.

4. Repousar para a avaliação evitando o esforço ou atividade física intensa nas 24 horas que

precedem os testes.

5. Usar vestimenta que permita a liberdade de movimento e incluir calçados adequados para

caminhada ou corrida.

Os indivíduos foram submetidos de forma randomizada e individual a dois tipos de

exercício aeróbico, sendo um exercício contínuo e outro fracionado. As sessões de exercícios

foram iniciadas de forma balanceada, ou seja, metade dos indivíduos realizou primeiramente a

sessão de exercício contínuo e a outra metade realizou o exercício fracionado. Para que cada

indivíduo realizasse a segunda sessão de exercício foi respeitado um intervalo mínimo de 72

horas, também foi respeitado o horário de realização da primeira sessão e as mesmas

recomendações pré teste anteriormente citadas. No entanto, o horário de realização das sessões

não foi igual para todos os indivíduos, sendo que cada um comparecia ao laboratório de acordo

com sua disponibilidade.

Ao chegar ao laboratório o indivíduo se sentava em cadeira confortável e com

encosto e nela permanecia por 20 minutos com os pés apoiados no chão, conforme

recomendações do ACSM (2009) e as mãos apoiadas sobre as coxas.

A FC de repouso e a FC mantida durante a realização de cada teste foi mensurada

através de um cardiofrequêncimetro (Polar modelo S810i).

A FC de repouso foi determinada a partir do valor mais baixo observado entre o 9º e

10º minuto dos 20 minutos em que o indivíduo permanecia sentado. A FC máxima foi estimada a

partir da equação 220-idade (ACSM, 2009). Os valores obtidos eram utilizados para

determinação da intensidade de realização do exercício que seria de 35% e 60% da FCR

utilizado, respectivamente, no aquecimento e na sessão de exercício. Para determinação dessas

intensidades foi utilizado o cálculo da FCR como descrito por Karvonen et al. (1957).

FC alvo = ((220-idade) - FC repouso) * intensidade alvo (%)) + FC de repouso

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A partir do 5º minuto de repouso, a PA era mensurada em ambos os braços em três

medidas consecutivas, com intervalo de 1 minuto entre elas. O braço que apresentasse os valores

mais elevados era adotado como o de referência para as demais aferições.

5.4.1. Exercício Aeróbico Contínuo ou Fracionado

Após o período de repouso (20 minutos) o indivíduo se dirigia até a esteira

ergométrica (ao lado da cadeira) e depois de realizar 5 minutos de exercício aeróbio a 35% da

FCR este era submetido a 30 minutos de exercício aeróbio contínuo (Cont) ou exercício aeróbico

fracionado (Frac) objetivando-se manter 60% da FCR obtida no cálculo. Na situação Cont o

indivíduo realizava 30 min ininterruptos de exercício e na situação Frac ele realizava 3 sessões de

10 minutos cada, com intervalos de 10 minutos entre as sessões, período durante o qual ele

permanecia sentado na mesma cadeira utilizada no período de repouso. A intensidade do

exercício foi ajustada durante os protocolos de forma a manter 60% da FCR. Ao final dos 30

minutos o indivíduo realizava mais 2 minutos de exercício a 35% da FCR.

Para evitar que a redução no volume plasmático interferisse nos resultados os

voluntários ingeriram água durante os protocolos, em volume equivalente a massa corporal

mensurada no dia do exercício multiplicada por 5 mL. O valor encontrado foi mensurado em uma

proveta e dividido em 3 porções e estas foram ingeridas pelos voluntários nos minutos 5, 15 e 25

do protocolo Cont e aos 5 minutos de cada sessão do protocolo Frac.

5.4.2. Medida da pressão arterial pós-exercício

Ao final de cada sessão de exercício o indivíduo permanecia sentado (conforme

descrito anteriormente) por um período de recuperação de 90 minutos. A aferição da PA após o

término de cada sessão experimental se deu nos minutos 5, 10, 15, 30, 45, 60, 75 e 90,

respeitando as recomendações do ACSM (2009).

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5.5. Processamento e análise dos dados

Foi realizada análise de normalidade dos dados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov.

Para comparação entre as médias de FC, percentual da FC de reserva, velocidade e distância total

percorrida durante os protocolos, foi utilizado o test t de Student. Para avaliação e comparação

dos valores na recuperação dos exercícios foi utilizada análise de variância para medidas

repetidas de duas vias e quando era observado um valor significativo no teste de Fisher, o teste de

Bonferroni foi utilizado como post-hoc. O software utilizado para os cálculos foi o SPSS 16.0 e o

nível de significância adotado foi de α < 0,05.

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6. RESULTADOS

As características biométricas e os valores da PAS, PAD e PAM de repouso dos

voluntários do estudo estão apresentados na tabela 1. A partir dos valores apresentados, pode-se

observar que os voluntários são classificados como de meia-idade, apresentam IMC dentro da

faixa de eutróficos e são normotensos.

Tabela 1 – Características físicas da amostra estudada (n=6)

Idade (anos) 41,17 ± 4,74

Estatura (cm) 1,72 ± 0,05

Massa corporal (kg) 74,4 ± 7,2

IMC (kg/m2) 25,20 ± 2,24

PAS (mmHg) 121 ± 12

PAD (mmHg) 77 ± 8

PAM (mmHg) 92 ± 9

IMC: índice de massa corporal; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica;

PAM: pressão arterial média. Valores mostrados em média ± DP.

A tabela 2 mostra os dados de FC, %FCR, velocidade de corrida e distância total

percorrida nos protocolos Cont e Frac. Pode-se obervar que não houve diferença em nenhum

desses parâmetros, mostrando que o exercício realizado foi se melhante no que concerne a

intensidade e o trabalho realizado.

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Tabela 2 – Freqüência cardíaca, percentual da freqüência cardíaca de reserva, velocidade e

distância percorrida nos protocolos contínuo e fracionado.

Contínuo Fracionado

FC (bpm) 133±7 131±7

% FC reserva 60±1 60±1

Velocidade (km/h) 8,0±1,1 8,0±1,0

Distância (km) 3,93±0,52 3,91±0,46

FC: freqüência cardíaca. Valores apresentados em média ± DP

A figura 2 mostra os valores de delta de PAS (figura 2A), PAD (figura 2B) e PAM

(figura 2C) no momento pré-exercício e no período de 90 minutos de recuperação pós-exercício

nos protocolos Cont e Frac. Como a análise estatística não mostrou diferença na PA entre os

minutos 5, 10 e 15 de recuperação pós-exercício, as figuras mostram apenas os valores de PA do

minuto 15 ao minuto 90 da recuperação pós-exercício. Para PAS (figura 2A) ambos os protocolos

induziram HPE de magnitude semelhante, com valores médios do período de 90 minutos de Cont

PAS -13,2 ± 7,6 mmHg e Frac PAS -14,8 ± 6,9 mmHg, não havendo diferença entre os

protocolos (p>0,05). Até 90 minutos pós-exercício os valores não haviam retornado para os

valores pré-exercício. A figura 2B mostra que ambos os protocolos induziram HPE para PAD

(valores médios dos 90 minutos pós-exercício Cont -5,2±4,2 mmHg e Frac -6,9±4,8 mmHg), não

havendo diferença entre os protocolos. O protocolo Cont induziu HPE para PAD do minuto 30 ao

minuto 60 pós-exercício enquanto o Frac induziu HPE para PAD do minuto 30 ao minuto 75. A

figura 2C apresenta resposta dos protocolos para PAM. Observa-se resposta semelhante à PAS,

não havendo diferença entre os protocolos e com a HPE durando por todo o período analisado

(valores médios dos 90 minutos pós-exercício Cont -8,2±4,5 mmHg e Frac-9,5±4,7 mmHg).

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0

-20

-10

0

15 30 45 60 75 90

ContFrac

Pré

* $

Tempo recuperação pós-exercício(min)

Del

ta P

AS

(mm

Hg)

A

0

-10

-5

0

15 30 45 60 75 90Pré

$*

Tempo recuperação pós-exercício(min)

Del

ta P

AD

(mm

Hg)

B

0

-15

-10

-5

0

15 30 45 60 75 90Pré

* $

Tempo recuperação pós-exercício(min)

Del

ta P

AM

(mm

Hg)

C

GRÁFICO 1: Delta de pressão arterial sistólica (PAS, painel A), diastólica (PAD, painel B) e média (PAM, painel C) durante 90 min de recuperação após os protocolos de exercício contínuo (Cont, círculo aberto) e fracionado (Frac, círculo fechado) em indivíduos normotensos. Valores apresentados em média e erro padrão. *p<0,05 vs Pré-exercício protocolo Cont; $ p<0,05 vs pré-exercício protocolo Frac.

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7. DISCUSSÃO

A HAS tem acometido cada vez mais pessoas no Brasil e no mundo, e uma das

causas do desenvolvimento de tal patologia está associada ao estilo de vida que muitos indivíduos

têm adotado, como é o caso do sedentarismo (DIRETRIZES DE REABILITAÇÃO CARDÍACA,

2005). Sabe-se que a realização regular de exercícios físicos pode auxiliar no tratamento da HAS

(CUNHA et al. 2006) e que os efeitos benéficos do exercício físico no âmbito da HAS podem

estar relacionados com a HPE (HALLIWILL, 2001). No entanto, a forma como esse exercício

deve ser realizado não está clara na literatura, embora seja recomendada a realização de

exercícios de forma contínua ou fracionada ao longo do dia. Nesse sentido, o presente estudo vem

contribuir para o entendimento das respostas pressóricas agudas tardias no que diz respeito a

esses dois tipos de exercícios físicos aeróbicos.

Duas das mais respeitadas associações internacionais sobre doenças cardiovasculares,

ACSM e a AHA (HASKELL et al. 2007), defendem que a recomendação primária para

promover ou manter a saúde de adultos com idade entre 18 e 65 anos é de que esses indivíduos

precisam realizar exercícios físicos aeróbicos de intensidade moderada por no mínimo 30

minutos diários em 5 dias na semana ou exercícios de intensidade vigorosa por pelo menos 20

minutos diários em 3 dias da semana, sendo que esta necessidade pode ser atendida por meio de

caminhada por 30 minutos diários realizada de forma contínua ou fracionada em sessões curtas

que durem 10 minutos ou mais (HASKELL et al. 2007). Embora essas recomendações venham

de associações especializadas, parece não haver muitos estudos na literatura que comprovem os

benefícios de exercícios realizados por meio de sessões curtas.

No que diz respeito aos efeitos dos diferentes tipos de exercícios (contínuo ou

fracionado) sobre a HPE, são escassos na literatura os estudos que avaliam esta resposta e, devido

a isso, uma comparação aprofundada se torna temerária, já que a magnitude e duração da HPE

também sofrem influência de outros fatores, como intensidade e duração do exercício realizado,

fatores esses diferentes entre os estudos.

Ao analisar os resultados obtidos por alguns autores que se propuseram a pesquisar o

efeito de diferentes tipos de exercícios sobre a PA foram observadas algumas semelhanças de

resultados ou protocolos utilizados. Por exemplo, Cunha et al. (2006) realizaram estudo com o

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objetivo de comparar se 45 min. de exercício contínuo de intensidade variada (1 minuto a 80%

FCR seguido de 2 minutos a 50% FCR) era mais efetivo em promover HPE do que 45 min. de

exercício contínuo de intensidade constante (60% FCR), os resultados mostraram que ambos os

exercícios realizados promovem HPE semelhantes. Ciolac et al. (2009) utilizaram metodologia

muito similar àquela utilizada por Cunha et al. (2006) (40 min de exercício aeróbico de

intensidade contínua a 60% da FCR e intervalado com intensidade variando entre 50% e 80% da

FCR em indivíduos hipertensos de meia-idade) e também não encontraram diferenças

significativas entre os protocolos utilizados, o que torna os resultados destes estudos similares aos

do nosso.

Outros estudos divergem do nosso com relação aos resultados encontrados, como foi

o caso de Wallace et al. (1997), que estudaram a HPE de 24h em homens e mulheres hipertensos

e normotensos de meia idade (média 47,4 anos) após realizarem exercício físico aeróbico a 50%

do VO2 max e duração de 50 minutos divididos em 5 sessões de 10 min. separadas por 3 minutos

de intervalo entre elas. Esses autores não observaram HPE nos normotensos, mas menor carga

pressórica (% de medidas de PAS/PAD <140/90 durante o dia e < 120/80 durante a noite durante

as 24 horas analisadas) nos hipertensos. Essa divergência nos resultados pode ter ocorrido devido

a diferença existente entre o protocolo de exercício utilizado por Wallace et al. (1997) e aquele

utilizado no presente estudo, visto que o intervalo entre as series de exercícios aqui utilizadas

foram de 10 min., o que pode ter permitido uma maior recuperação dos indivíduos. Já Park et al.

(2006) estudaram a HPE durante 12 horas em homens e mulheres pré-hipertensos com idade

média de 47,2 anos, após realizar uma sessão de exercício contínuo (40 min a 50% do VO2pico) e

uma sessão de exercício fracionado (10 min por hora, durante 4 horas a 50% VO2pico) e

observaram que havia maior duração da HPE após a realização do exercício fracionado quando

comparado ao contínuo tanto para PAS (11h vs 7h) quanto para PAD (10h vs 7h). Nesse estudo a

diferença na população estudada pode ajudar a explicar as diferenças nos resultados encontrados

em relação ao nosso estudo.

Quanto aos mecanismos responsáveis por promover HPE não é possível afirmarmos

quais exerceram maior influência, devido ao fato de que neste estudo não tínhamos como

objetivo investigá-los, sendo assim é possível apenas especular sobre as possíveis explicações

para a queda de PA atingida no período pós-exercício. Uma das possíveis explicações para essa

queda poderia ser o fato de que a realização de exercício físico estimula a perda de líquido

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através da transpiração, o que gera redução do volume plasmático (HALLIWILL, 2001), sendo

assim a HPE não estaria associada ao trabalho realizado. No entanto, essa explicação não se

aplica a presente pesquisa, visto que, durante a realização das sessões de exercício a temperatura

ambiente era controlada e mantida dentro dos valores que a caracteriza como temperatura

temperada, além disso, os indivíduos ingeriam 5 ml/kg de água durante a realização de cada

sessão de exercício, sendo assim a redução do volume plasmático pode ter sido anulada, já que ao

final de cada sessão de exercício cada indivíduo foi pesado e assim foi constatado que não houve

alteração no peso final em relação ao peso pré-exercício, o que sugere que os indivíduos se

mantiveram hidratados.

Outra possível explicação seria o fato de que durante a realização do exercício ocorre

aumento do fluxo sanguíneo e estresse na parede dos vasos sanguíneos, que é responsável por

estimular a liberação de óxido nítrico (HALLIWILL, 2001). Essa relação se dá devido ao óxido

nítrico ser uma das substâncias capaz de promover vasodilatação no músculo, que diminui a

resistência periférica total e causa HPE (McARDLE et al., 2003). No entanto, um estudo

recentemente realizado por Sharman et al. (2008) mostra que quando é avaliado um mesmo

protocolo de exercício aeróbico com infusão de substância inibidora da produção de óxido nítrico

durante o exercício (L-NMMA), ainda assim era registrada HPE semelhante à situação controle,

o que mostra que o óxido nítrico não exerce influência significativa sobre a queda da PA pós-

exercício.

A adenosina também é uma substância vasodilatadora que têm sua produção

aumentada durante a realização de exercícios físicos e esta parece exercer influência significativa

sobre a HPE, uma vez que, Notarius et al. (2006) observaram que quando a produção dessa

substância foi inibida através da infusão intravenosa de cafeína, a queda da PA não foi registrada

quando comparada a realização de outra sessão de exercício com infusão de placebo. Isso mostra

que a presença de cafeína no organismo prejudica a HPE. Este achado mostra a importância de se

seguir as orientações pré-exercício descritas pelo ACSM (2009) que recomenda a abstinência à

cafeína de no mínimo três horas antes da realização do exercício, como foi feito no presente

estudo. Sendo assim, podemos especular que o aumento na produção da adenosina naturalmente

ocorrida pela realização do exercício pode ter contribuído para a queda da PA registrada após os

protocolos realizados no presente estudo.

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A ação barorreflexa é outro mecanismo que pode estar relacionado com a HPE, visto

que durante o exercício há um aumento do DC e da FC para suprir as necessidades nutricionais e

energéticas do músculo (McARDLE et al. 2003), isso ocorre devido a ação barorreflexa ser

reajustada para um ponto mais alto de funcionamento, causando aumento da atividade simpática

(HALLIWILL, 2001) e da PA durante o exercício. No instante em que se encerra o exercício a

ação barorreflexa diminue para níveis abaixo daqueles registrados no pré-exercício, com isso a

vasodilatação no músculo ativo aumenta provocando a queda da RVP que faz com que a PA

fique abaixo dos valores de repouso (HALLIWILL, 2001). Corroborando com este estudo, Park

et al. (2006), que observaram que a HPE estava associada à modulação simpatovagal da

frequência cardíaca (medida por meio da variabilidade da freqüência cardíaca), sugerindo o

envolvimento do sistema nervoso autônomo na redução da PA após o exercício.

Devemos ressaltar algumas limitações do presente estudo, como o fato de que durante

seu desenvolvimento não ter sido realizado o teste de VO2 máximo para determinação da FC

máxima a ser utilizada no cálculo da FC de reserva que determinaria a intensidade a ser atingida

durante a realização das sessões de exercício. Com isso pode ter havido uma subestimação ou

superestimação da intensidade do exercício realizado pelos voluntários. No entanto, cada

voluntário era o próprio controle, pois realizava ambas as sessões de exercício, que eram

posteriormente comparadas entre si, isso faz com que o erro seja reduzido.

O fato de não ter havido a inclusão de um dia controle junto às coletas realizadas, no

qual o indivíduo permaneceria em repouso durante o mesmo período de tempo de realização da

sessão de exercício é outra limitação deste trabalho. Sendo assim os resultados obtidos não nos

permite afirmar com clareza que a hipotensão registrada foi verdadeiramente promovida pela

realização do exercício, porém estudos com utilização deste dia controle chegaram a resultados

semelhantes aos obtidos nesta pesquisa como foi o caso de REBELO et al. (2001), TAYLOR-

TOLBERT et al. (2000), Wallace et al. (1999), FORJAZ et al. (1998), o que nos permite afirmar

que a hipotensão foi promovida pela realização do exercício.

Outra limitação se refere ao monitoramento da PA pós-exercício, que neste caso foi

realizada durante 90 minutos e, já que, ao final deste período os níveis pressóricos ainda

permaneciam em valores abaixo daqueles registrados no pré-exercício não é possível afirmar qual

seria a duração dessa hipotensão e nem qual seria o período do dia em que ela apresentaria

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menores valores. Por isso, é preciso que outros estudos sejam realizados com o intuito de avaliar

as 24 horas pós-exercício para que se tenha clareza de qual seria a duração e a magnitude da HPE

nessa população.

No presente estudo não foram incluídas mulheres na amostra estudada, isso ocorreu

para evitar fatores de confusão na análise dos resultados, como a influência da fase do ciclo

menstrual sobre a PA ou sobre a HPE. Entretanto, é preciso destacar que as mulheres também são

acometidas com a HAS em proporções semelhantes aos homens (DIRETRIZES BRASILEIRAS

DE HIPERTENSÃO, 2010) e também respondem ao exercício com HPE (WALLACE et

al.,1997; PARK et al., 2006) e, portanto, poderiam se beneficiar dessa resposta tanto quanto seus

congêneres do sexo masculino. Por esses motivos, interpretamos a ausência de mulheres na nossa

amostra como uma limitação e que deve ser reavaliada para os próximos estudos.

Para desenvolvimento deste trabalho não foi possível atingir o número de indivíduos

indicado pelo cálculo amostral, sendo assim, não podemos afirmar que os resultados encontrados

seriam os mesmos obtidos quanto aplicados os protocolos utilizados neste estudo a uma amostra

maior. No entanto, estudos com utilização de amostras mais significativas chegaram a resultados

semelhantes (REBELO et al. (2001), TAYLOR-TOLBERT et al. (2000), WALLACE et al.

(1999), FORJAZ et al. (1998), CUNHA et al. (2006), LIZARDO et al. (2007), o que nos leva a

crer que os resultados obtidos poderiam ser os mesmos quando estudada uma amostra maior.

Por fim, devemos deixar bastante claro que, embora as recomendações das

associações especializadas (ACSM e AHA) defendam que para a promoção e manutenção da

saúde exercícios físicos possam ser realizados de forma contínua ou fracionada em sessões curtas

(10 minutos) ao longo do dia (HASKELL et al. 2007), no presente estudo nós não seguimos a

risca essa recomendação. As recomendações sugerem que as sessões de exercício sejam

realizadas ao longo do dia (de manhã, à tarde e à noite) e no presente estudo, essas ocorreram em

sessões com intervalos de 10 min. Entretanto, embora nosso protocolo não tenha seguido de

forma exata as recomendações, o intervalo de 10 min foi suficiente para recuperação da

freqüência cardíaca a valores abaixo de 100 bpm, ou uma recuperação quase completa, que é a

ideia por trás das recomendações. Não obstante, temos consciência que para melhor aplicarmos

os resultados encontrados no presente estudo às recomendações, um protocolo mais próximo às

sessões com maiores intervalos deve ser aplicado.

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33

8. IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

Nossos resultados corroboram as recomendações vigentes acerca de exercícios físicos

para a promoção da saúde e mostram que é possível que os indivíduos desprovidos de longos

períodos de tempo livre durante o dia para se exercitar possam encontrar no exercício fracionado

uma possibilidade para manterem hábitos de vida saudáveis a partir da inclusão da prática regular

de exercícios físicos nas frações de tempo livre surgidos ao longo do dia.

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9. CONCLUSÃO

Os resultados encontrados no presente estudo mostram que a realização de uma única

sessão de exercício aeróbico à 60% da FCR por 30 min, seja ele realizado de forma contínua ou

fracionada, é capaz de promover HPE em indivíduos normotensos de meia idade.

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35

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40

APÊNDICE I

Recordatório Alimentar

Refeição Local Alimento Quantidade Observação

Café da manhã

Hora:

Colação

Hora:

Almoço

Hora:

Lanche

Hora:

Jantar

Hora:

Ceia

Hora:

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41

ANEXO I

UNIVERSIDADE FEDERAL

DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

www.ufvjm.edu.br

Comitê de Ética em Pesquisa

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar de um estudo denominado EFEITO DE DOIS TIPOS DE EXERCÍCIOS AERÓBIOS DE INTENSIDADES DIFERENTES EM INDIVÍDUOS HIPERTENSOS E NORMOTENSOS, coordenado pelo professor Marco Fabrício Dias Peixoto. Sua participação não é obrigatória e a qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com coordenador ou com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

O objetivo deste estudo é investigar e comparar o comportamento da pressão arterial após uma sessão de exercício aeróbio de intensidade contínua e outro de intensidade variada.

Se aceitar o convite, sua participação nesta pesquisa consistirá em: 1) responder a questionários que avaliarão seu estado de saúde para realização de exercícios físicos; 2) avaliação física para avaliar seu peso e gordura corporal, 3) realizar um teste ergométrico em esteira que avaliará sua capacidade física; 4) um exercício aeróbio de 90 minutos de intensidade contínua em esteira, ou seja, do início ao final do exercício na esteira a velocidade será a mesma; 5) um exercício aeróbio de 90 minutos de intensidade variada, ou seja, você realizará o exercício variando a velocidade da esteira durante toda sessão do exercício.

Os riscos associados a sua participação nesse estudo são, algum constrangimento durante a aplicação dos questionários e durante as medidas para avaliar seu peso e a quantidade de gordura em seu corpo, e os riscos associados ao exercício físico (tonteira, aceleração dos batimentos do coração, aumento da pressão arterial, dor muscular após o exercício). Para minimizar estes riscos todos os testes, bem como aplicação dos questionários, serão realizados por pessoal treinado e utilizando-se ambiente e materiais adequados.

Você terá como benefícios uma avaliação detalhada da composição corporal, capacidade física aeróbia, valores de sua pressão arterial de repouso e após o exercício.

As informações obtidas através dessa pesquisa poderão ser divulgadas em encontros científicos como congressos, ou em revistas científicas, mas não possibilitarão sua identificação. Desta forma garantimos o sigilo sobre sua participação. Os resultados de sua avaliação serão confidenciais e só poderão ser tornados públicos com a sua permissão. Além disso, a análise das avaliações não é feita em termos do desempenho individual de cada voluntário e sim da média de todos os participantes, reforçando o caráter confidencial dos dados da pesquisa.

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Você receberá uma cópia deste termo onde constam o telefone e o endereço do pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento.

Professor Coordenador Marco Fabrício Dias Peixoto– (031)-88047085

Endereço: Laboratório de Fisiologia do Exercício da UFVJM localizada na BR-367, km-583, n° 5000. Telefone: (038) 35312543.

Declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar.

_________________________________________

Nome: ___________________________________

__________________________________________________________

Informações

Rua da Glória 187 - Centro - Caixa Postal 38

39.100-000 - Diamantina / MG

Telefax.: (38) 3532.6000 - ramal 6044 (Profa. Dra. Agnes Maria Gomes Murta ) ou

6060 (Dione de Paula)

[email protected]

[email protected]

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ANEXO II

Ficha Anamnese

Identificação Protocolo n°_____

Nome: ________________________________________________________________________

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado Civil:___________________________________________________________________

Data de nascimento:_____/_____/______ Idade:____________________

Profissão:__________________________

Nível de Escolaridade:_______________________________________

Etnia:______________________________

Telefone para contato: (___) ______________ Celular: (___)___________

Médico responsável: _______________________________________

Diagnóstico Clínico: ________________________________________

Anamnese

H.M.A:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

H.P.P:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Dados Gerais:

Tabagista: ( ) sim ( ) não Anos:____ Maços/dia:____________

Ex-Tabagista ( ) Há quanto tempo parou: _________________

Dislipidemia: ( ) sim ( ) não

Glicemia:

Diabetes: ( ) sim ( ) não Insulina ( ) sim ( ) não

Intolerância a glicose: ( ) sim ( ) não

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Sono:________________________________________________

Etilista: ( ) sim ( ) não

Alimentação:

Dieta:________________________________________________

Ingere Cafeína: ( ) sim ( ) não Chocolate/doces: ( ) sim ( ) não

Outros:_________________________________

Membros (Limitações motoras/ musculoesqueléticas):__________

_____________________________________________________

Cirurgias Prévias: ______________________________________

_____________________________________________________

Exame de imagem: _____________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

Marcha (Claudicação):__________________________________

Alergia: ( ) sim ( ) não Especifique_________________________

Medicamentos em uso/dosagem:_________

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Exames Complementares: _______________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Antecedentes familiares:

Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): _________________________

Morte súbita:__________________________________________

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS):______________________

Dislipidemia: __________________________________________

Outros:_______________________________________________________________________________________

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ANEXO III

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA –

VERSÃO CURTA

Nome:_______________________________________________________

Data: ______/ _______ / ______ Idade: ______ Sexo: F ( ) M ( )

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender que tão ativos nós somos em relação à pessoas de outros países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere que não seja ativo. Obrigado pela sua participação!

Para responder as questões lembre que:

• atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal.

• atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.

1.a). Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

1.b). Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou caminhando por dia?

horas: ______ Minutos: _____

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2.a). Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA)

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

2.b). Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

3.a). Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração.

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

3.b). Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia?

horas: ______ Minutos: _____

Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no trabalho, na

escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o tempo sentado estudando,

sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado

assistindo TV. Não inclua o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou

carro.

4.a). Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?

______horas ____minutos

4.b). Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de semana?

______horas ____minutos

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AUTORIZAÇÃO

Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial do presente trabalho, por qualquer meio

convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.

Joyce Aparecida da Cunha

[email protected]

Mayara Xavier Mendes

[email protected]

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Rua da Glória, nº187, Centro Diamantina-MG, 39100-000