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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA EXATAS E NATURAIS CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA MICHAEL DE CARVALHO FONSECA CONFORTO TÉRMICO EM ESCRITÓRIOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO MOSSORÓ RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA EXATAS E NATURAIS

CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

MICHAEL DE CARVALHO FONSECA

CONFORTO TÉRMICO EM ESCRITÓRIOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL

RURAL DO SEMI-ÁRIDO

MOSSORÓ – RN

2013

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MICHAEL DE CARVALHO FONSECA

CONFORTO TÉRMICO EM ESCRITÓRIOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL

RURAL DO SEMI-ÁRIDO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a

Universidade Federal Rural do Semiárido –

UFERSA, Departamento de Ciências Exatas e

Naturais para obtenção do título de Bacharel

em Ciência e Tecnologia.

Orientadora: Prof.Esp. Rosana N. F. Queiroz

Co-orientador: Prof.Esp. Eriberto C. M. Silva

MOSSORÓ – RN

2013

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Sueldo e Magda, pelo amor incondicional, a Maria Alice por existir,

a minha família, a Preci Kelly pelo apoio constante, a todos meus amigos que contribuíram

direta e indiretamente por essa conquista e a Eriberto por toda ajuda dedicada a este trabalho.

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RESUMO

Desde os primórdios de nossa existência, o homem vem buscando se adaptar ao

ambiente em que convive, procurando sempre uma melhoria para o seu bem-estar. Devido

essa busca, entra a importância do conforto térmico. O conforto térmico é definido como um

estado de espírito que expressa satisfação com o ambiente que envolve uma pessoa, em outras

palavras, nem quente nem frio. Assim sendo, esse trabalho objetivou a verificação da

concordância entre os parâmetros ambientais de conforto térmico segundo legislações

aplicáveis e os índices pessoais de satisfação de conforto térmico em trabalhadores que atuam

em ambientes administrativos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, na cidade de

Mossoró – RN. O método utilizado consistiu numa pesquisa de campo, onde se obteve

medições ambientais por meio de equipamentos específicos e medições de parâmetros

pessoais por meio de questionários, em seguida o tratamento dos dados calculados através de

métodos explícitos na literatura. Com os dados obtidos, observou-se que alguns parâmetros

estão fora das faixas recomendadas pelas legislações, mas que uma grande porção dos

funcionários está satisfeito com a refrigeração dos escritórios. O que leva a concluir que as

normas generalizam suas faixas para todo o Brasil, não levando em consideração a

diversidade climática do país, nem tampouco os parâmetros pessoais.

Palavras-chave: Conforto térmico. Segurança e saúde no trabalho. Ergonomia.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 3.1 – PEI em função do PMV ....................................................................................... 20

Figura 3.2 – Escala de temperatura efetiva normal (para pessoas normalmente vestidas). ..... 22

Figura 4.1 – Planta baixa dos escritórios .................................................................................. 28

Figura 4.2 - Medidor de stress térmico ..................................................................................... 29

Figura 4.3 – Psicrômetro portátil .............................................................................................. 30

Figura 4.4 – Anemômetro e termômetro digital ....................................................................... 31

Gráfico 5.1 – Análise dos dados comparados com a NR 17 .................................................... 37

Gráfico 5.2 – Análise dos dados comparados com a RE nº 9 .................................................. 38

Gráfico 5.3 – Análise das sensações e preferências ................................................................. 40

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LISTA DE QUADROS

Quadro 3.1 – Isolamento térmico para peças de roupa ............................................................. 17

Quadro 3.2 – Escala de sensação térmica. ................................................................................ 18

Quadro 5.1 – Medição 01, de 26/03/2013 pela tarde (15:30 as 16:30), feita com onze

funcionários. ............................................................................................................................. 34

Quadro 5. 2 – Medição 02, de 27/03/2013 pela tarde (15h as 16h), feita com 5 funcionários. 34

Quadro 5.3 – Medição 03, de 03/04/2013 pela tarde (14:50 as 15h), feita com 4 funcionários.

.................................................................................................................................................. 35

Quadro 5.4 – Medição 04, de 03/04/2013 pela tarde (15:20 as 15:30), feita com 4

funcionários. ............................................................................................................................. 35

Quadro 5.5 – Medição 05, de 03/04/2013 pela tarde (15:40 as 16h), feita com 4 funcionários.

.................................................................................................................................................. 35

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 10

2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 10

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 10

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 11

3.1 CALOR ............................................................................................................................... 11

3.2 TRANSMISSÃO DE CALOR ........................................................................................... 12

3.2.1 Condução ........................................................................................................................ 12

3.2.2 Convecção ....................................................................................................................... 12

3.2.3 Radiação ......................................................................................................................... 13

3.3 REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL ........................................................ 13

3.4 METABOLISMO ............................................................................................................... 14

3.5 VARIÁVEIS FÍSICA OU AMBIENTAIS......................................................................... 14

3.5.1 Temperatura do Ar ....................................................................................................... 14

3.5.2 Temperatura Média Radiante ...................................................................................... 14

3.5.3 Umidade do Ar ............................................................................................................... 15

3.5.4 Velocidade Relativa do Ar ............................................................................................ 15

3.6 VARIÁVEIS PESSOAIS ................................................................................................... 16

3.6.1 Atividade desempenhada .............................................................................................. 16

3.6.2 Vestimenta ...................................................................................................................... 16

3.7 VOTO MÉDIO ESTIMADO (PMV) ................................................................................. 18

3.8 PORCENTAGEM ESTIMADA DE INSATISFEITOS (PEI) ........................................... 19

3.9 TEMPERATURA EFETIVA ............................................................................................. 21

3.10 DESCONFORTO TÉRMICO LOCAL ............................................................................ 23

3.10.1 Correntes de Ar Indesejáveis (Draught) ................................................................... 23

3.10.2 Diferenças Verticais na Temperatura do Ar ............................................................. 24

3.10.3 Contato com superfícies quentes ou frias .................................................................. 24

3.10.4 Assimetria de Radiação ............................................................................................... 24

3.11 NORMA REGULAMENTADORA 17 – ERGONOMIA ............................................... 25

3.12 RESOLUÇÃO – RE nº 9, DE 16 DE JANEIRO DE 2003 - ANVISA ............................ 26

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4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 27

4.1 PESQUISAS DE CAMPO ................................................................................................. 27

4.1.1 Delimitação do campo das pesquisas ........................................................................... 27

4.1.2 Escolha das ferramentas necessárias ........................................................................... 28

4.1.3 Medição e aplicação dos questionários ........................................................................ 32

4.2 OBTENÇÃO DOS ÍNDICES E TRATAMENTO DOS DADOS ..................................... 32

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 34

5.1 ANÁLISE DOS DADOS COMPARADOS COM A NR 17 ............................................. 36

5.2 ANÁLISE DOS DADOS COMPARADOS COM A RESOLUÇÃO 09/2003 ANVISA . 37

5.3 ANÁLISE DAS SENSAÇÕES E PREFERÊNCIAS ......................................................... 39

5.4 COMPARAÇÃO ENTRE A NR 17 E RESOLUÇÃO 09/2003-ANVISA ........................ 40

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 42

ANEXO A – MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO ............................................ 43

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1 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios de nossa existência, o homem vem buscando se adaptar ao

ambiente em que convive, procurando sempre uma melhoria para o seu bem-estar. E quanto

mais as sociedades foram evoluindo, maiores ficaram suas necessidades de conforto.

As pessoas buscam empregar em seus ambientes uma iluminação adequada para suas

tarefas e uma boa ventilação ou aquecimento para que se sintam confortáveis, por exemplo. O

conforto térmico é definido pela ISO 7730 (1994) como um estado de espírito que expressa

satisfação com o ambiente que envolve uma pessoa, em outras palavras, nem quente nem frio.

Porém não é algo tão simples, pelo contrário, é muito complexo, pois é determinado em

função de muitas variáveis.

O ser - humano possui um organismo sensível a variações de temperaturas, e trabalha

para de manter a temperatura praticamente constante. Então, um ambiente muito frio ou muito

quente causa um desequilíbrio e faz com que o nosso organismo trabalhe mais para deixar a

temperatura do corpo ideal, ocasionando desconfortos.

É de suma importante para empregadores oferecer um ambiente de trabalho que

proporcione conforto térmico aos seus trabalhadores, pois um ambiente desagradável gera

desconforto, interferindo no desempenho do empregado diminuindo sua eficiência, e até

causando doenças em casos extremos.

O Brasil é um país de clima bastante diversificado, onde praticamente cada região

possui características com necessidades diferentes, umas maiores outras menores, que

influenciam o projeto de um ambiente confortável. Contudo é observado que a maioria dos

projetos não leva em consideração este fato.

Ambientes de escritórios, em que se trabalha com leituras e demanda atividade do

intelecto das pessoas, devem ser projetados levando em conta uma maior atenção à questão de

conforto térmico, pois o mínimo de desconforto pode ocasionar a uma redução na eficiência.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar a concordância entre os parâmetros de conforto térmico segundo legislações

aplicáveis e os índices pessoais de satisfação de conforto térmico em trabalhadores que atuam

em ambientes administrativos similares à escritórios da Universidade Federal Rural do Semi –

Árido, na cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Medir os parâmetros necessários para avaliação da temperatura de conforto térmico

em ambientes de escritório utilizando: termômetro de bulbo úmido natural,

termômetro de mercúrio comum, e anemômetro;

Verificar se as temperaturas estão dentro dos padrões normativos de conforto (NR 17 e

Res 09/2003- ANVISA);

Entrevistar os trabalhadores utilizando o modelo do voto médio estimado (PMV:

Predicted Mean Vote), da ISO 7730;

Verificar se as temperaturas representam conforto térmico para os trabalhadores;

Comparar os índices de conforto das duas legislações aplicadas com os resultados dos

questionários e fazer considerações sobre os valores medidos;

Analisar uma solução para a melhoria do ambiente de trabalho.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A sensação térmica de um ser humano está essencialmente relacionada com o

equilíbrio térmico do seu corpo como um todo. Este equilíbrio é influenciado pela atividade

física e vestuário, bem como os parâmetros ambientais: ar temperatura, temperatura radiante

média, velocidade do ar e umidade do ar. (ISO 7730). A primeira condição para o conforto é o

equilíbrio, ou seja, a quantidade de calor ganho pelo organismo deve ser igual à quantidade de

calor cedido para o ambiente. Contudo, ela não é a suficiente para garantir o conforto térmico.

O sistema termorregulador do organismo é capaz de fazer várias combinações entre as

variáveis ambientais e individuais. (SILVA, 2007).

O conforto térmico é em função de seis variáveis, sendo elas quatro ambientais ou

físicas e duas individuais ou pessoais. As variáveis físicas são:

Temperatura do ar;

Temperatura média radiante;

Umidade do ar;

Velocidade relativa do ar.

As variáveis pessoais são:

Atividade desempenhada;

Vestimenta.

Fanger, (1970), define o conforto térmico, como sendo, uma condição da mente que

expressa satisfação com o ambiente térmico. Então é importante que haja uma pesquisa com

as pessoas que habitarão o local de trabalho, por exemplo, juntamente com o auxilio das

normas, para definir uma faixa de temperatura agradável para aquele tipo de serviço, em um

determinado local.

3.1 CALOR

O calor é definido como a troca de energia através da fronteira de um sistema

provocado pela diferença de temperatura, saindo dos sistemas de temperatura mais alta para

os de temperatura mais baixa. O calor é um fenômeno transitório.

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As unidades usuais de quantidade de calor são a caloria (cal), o Joule (J) que é a

unidade para a medida de calor no Sistema Internacional (SI), e a britsh thermal unit (btu).

3.2 TRANSMISSÃO DE CALOR

O calor é transmitido por meio de três mecanismos, condução, convecção e radiação,

sendo o ultimo o único que se dá em ausência do meio material. Esses fenômenos ocorrem

geralmente simultaneamente, podendo haver a predominância de um deles.

3.2.1 Condução

Entre dois corpos, sólidos ou fluidos sem movimento, com temperaturas diferentes o

calor tende a passar do corpo mais quente para o corpo mais frio até atingir o equilíbrio

térmico. A condução de calor através de uma substancia pode ser assumida como

transferência de energia de partículas de maior nível energético para partículas com nível

energético inferior. (COUTINHO, 1998, p. 20)

Um exemplo é que as moléculas da pele estão em constante movimento vibratório e a

energia cinética deste movimento pode ser transmitida ao ar, que se for mais frio, aumenta a

velocidade das moléculas presentes no ar até que seja atingido um estado de equilíbrio.

3.2.2 Convecção

Ocorre a transferência de calor por convecção sempre que há diferença de temperatura

entre um fluido e uma superfície sólida. (COUTINHO, 1998, p.26). O aquecimento do ar

provoca seu movimento ascensional. À medida que o ar quente sobe, o ar frio ocupa seu

lugar, completando-se, assim, o ciclo de convecção. (RUAS, 1999).

O vestuário das pessoas minimiza as perdas de calor por condução e convecção.

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3.2.3 Radiação

A radiação é propagada como resultado de uma diferença de temperatura, ocorrendo a

transferência de energia térmica na forma de ondas eletromagnéticas. A energia radiante é

transmitida da superfície quente para a mais fria, ao atingirem a superfície fria, transformam-

se em calor.

Todo corpo com temperatura superior a 0 K emite calor por radiação, seja através do

vácuo ou de materiais transparentes à referida radiação. (COUTINHO, 1998, p.46). Isso

significa que toda pessoa em qualquer ambiente está constantemente trocando calor por

radiação. E se a temperatura do corpo de um indivíduo for menor que a temperatura do meio

externo, ocorrerá um ganho de calor por parte do organismo.

3.3 REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL

O ser humano é um ser homeotérmico, ou seja, possui a capacidade de manter a

temperatura corporal dentro de certo intervalo pré-determinado de 37ºC, apesar das variações

térmicas do meio ambiente. Então, é necessário a permanente e imediata eliminação do

excesso de calor produzido para que a temperatura do corpo possa ser mantida constante. Ou

ainda durante o frio, o organismo irá acelerar o metabolismo para produzir mais calor.

O controle da temperatura corporal é realizado por um sistema chamado

termorregulador que comanda, por meio da vasodilatação e vasoconstrição, a quantidade de

sangue que circula na superfície do corpo, possibilitando, respectivamente, maior ou menor

troca de calor com o meio. (RUAS, 1999, p.14). Conclui ainda que esse sistema atua também

sobre as glândulas sudoríparas, aumentando ou diminuindo a produção de suor dependendo

da necessidade.

O conforto térmico e o controle da temperatura corporal estão intimamente ligados,

pois quanto maior for o trabalho para se manter a temperatura do corpo estável menor será o

conforto térmico. Em situações extremas ou de grande exposição pode ocasionar até

patologias.

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3.4 METABOLISMO

O metabolismo é a produção de energia interna a partir da transformação dos

alimentos, ocorre uma reação química entre o oxigênio e os alimentos. São fornecidos os

valores do metabolismo para diversas atividades numa tabela disponível na norma NR 15. O

metabolismo é representado pela unidade met, onde 1met corresponde a 58,2 W/m², é também

a energia produzida por unidade de área superficial do corpo por uma pessoa sentada em

descanso.

3.5 VARIÁVEIS FÍSICA OU AMBIENTAIS

3.5.1 Temperatura do Ar

É a temperatura do ar ao redor do corpo humano. Essa variável é levada em

consideração nos estudos de conforto térmico para determinar-se a troca de calor por

convecção entre as pessoas e o ambiente ao redor. (XAVIER, 1999). A temperatura do ar foi

medida utilizando o termômetro de mercúrio, mas podem ser utilizados também termômetros

de resistência ou termopares. A norma ISO 7726 (1998) sugere usar um equipamento com

precisão de pelo menos ± 0,5 ºC.

3.5.2 Temperatura Média Radiante

É a temperatura uniforme de um ambiente imaginário, no qual a transferência de calor

radiante do corpo humano é igual à transferência de calo radiante no ambiente real não

uniforme. (XAVIER, 1999). Essa temperatura é obtida por meio do termômetro de globo, que

indica a intensidade de radiação térmica existente num ambiente.

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3.5.3 Umidade do Ar

A umidade relativa é definida como a relação entre a massa de vapor d’água nas

condições reais e a massa de vapor d’água no estado de saturação, à mesma temperatura.

(COUTINHO, 1998, p.77). Ela pode ser obtida com o uso de um psicrômetro, um aparelho

que mede simultaneamente as temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido. Pode-se usar

também o higrômetro capacitivo e a carta psicrométrica.

A temperatura de bulbo seco é definida por Coutinho (1998) como sendo a

temperatura do ar úmido à sombra, podendo ser medida com um termômetro comum sem

qualquer acessório. E a temperatura de bulbo úmido a temperatura observada em um

termômetro comum, cujo bulbo está envolvido com uma mecha de algodão umedecido e

agitado no ar à sombra. (COUTINHO, 1998, p.76).

3.5.4 Velocidade Relativa do Ar

A ISO 7730 (1994) afirma velocidade do ar influencia na troca de calor por convecção

entre as pessoas e o ambiente, conseqüentemente influenciando no conforto térmico geral do

corpo, gerando uma perda de calor. Silva (2007) explica que a velocidade efetiva do ar é

resultante de duas componentes. A primeira considera o individuo parado, sendo a velocidade

do ar incidente sobre a pessoa. A outra leva em consideração o ar parado, sendo em razão do

movimento do corpo.

Ruas (1999) ressalta a dificuldade de obter uma velocidade relativa do ar

uniformemente distribuída no local a ser analisado, pois é comum a variação na velocidade do

ar, e sua magnitude depende do tipo e da distribuição do sistema de ventilação utilizado.

Os instrumentos utilizados na medição da velocidade do ar são os anemômetros de fio

quente, direcionais e os de esfera aquecida, onidirecionais. (XAVIER, 1999). A velocidade do

ar é medida no local onde está sendo desenvolvido o trabalho.

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3.6 VARIÁVEIS PESSOAIS

3.6.1 Atividade desempenhada

A atividade desempenhada está relacionada com a taxa de produção de energia do

corpo, o metabolismo. Quanto mais a atividade física exigir do trabalhador, tanto maior será o

calor gerado pelo metabolismo. No caso dos escritórios da UFERSA, de acordo com a ISO

7730 (1994), os trabalhadores executam uma atividade sedentária. A taxa de metabolismo

para essas atividades é tabelada com o valor de 70 W/m² ou 1,2 met.

A ISO 7730 (1994) informa que para maiores informações sobre as taxas metabólicas

deve-se consultar a norma ISO 8996. E que se deve levar em conta a diferença da taxa

metabólica entre jovens e idosos, pois os últimos podem possuir uma média mais baixa que os

jovens.

3.6.2 Vestimenta

As vestes se comportam como isolantes térmicos, reduzindo as trocas de calor entre a

pele e o meio ambiente, e acaba formando um conjunto complexo de resistências térmicas.

(COUTINHO, 1998, p. 115). Essa resistência oferecida pelas roupas é de grande importância

na sensação de conforto térmico, pois quanto maior a resistência, menor será a troca de calor

da pessoa com o meio. Então, por exemplo, num ambiente muito frio, as pessoas costumam

usar muitas roupas, ou uma veste que ofereça um bom isolamento térmico, para que não haja

troca de calor com o meio. Coutinho (1998) ainda cita as resistências oferecidas pelas roupas:

convectiva, sobre a pele, sem contato entre a pele e o tecido, na face interna do tecido e na

superfície externa do tecido; condutiva, através do ar e do tecido. A magnitude da resistência

térmica da roupa é em função do tecido e do modelo de fabricação da roupa. (RUAS, 1999, p.

21).

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A unidade adotada para medir o isolamento térmico das roupas é o clo, que vem da

palavra roupa em inglês, clothing. Onde:

A norma ISO 7730 (1994) disponibiliza uma tabela com os valores estimados de

isolamento térmico, em clo e m².K/W , para diversas combinações típicas de roupas, como

também uma outra tabela com os valores individuais de diversas peças de roupa. A norma

ainda afirma que para atividades sedentárias, a cadeira pode contribuir com um isolamento

adicional de 0 clo a 0,4 clo, disponibilizando uma tabela com o isolamento térmico para

cadeiras. Para maiores informações, deve-se consultar a norma ISO 9920.

Quadro 3.1 – Isolamento térmico para peças de roupa

Peças de roupas Isolamento térmico (clo)

Roupas de Baixo

Calcinha 0,03

Ceroula longa 0,10

Camiseta sem manga 0,04

Camiseta com manga curta 0,09

Camiseta com manga longa 0,12

Calcinha e sutiã 0,03

Camisa-Blusa

Mangas curtas 0,15

Leve, mangas longas 0,20

Normal, mangas longas 0,25

Camisa de flanela, mangas longas 0,30

Blusa leve, mangas longas 0,15

Calça

Leve 0,20

Normal 0,25

Shorts 0,06

Vestido-saia

Saia leve (verão) 0,15

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Saia pesada (inverno) 0,25

Vestido leve, mangas curtas 0,20

Vestido de inverno, mangas longas 0,40

Diversas

Meias 0,02

Meias grossas, altura tornozelo 0,05

Meias grossas, longas 0,10

Meias femininas de nylon 0,03

Sapatos (sola fina) 0,02

Sapatos (sola grossa) 0,04

botas 0,1

Fonte: ISO 7730 (1994).

3.7 VOTO MÉDIO ESTIMADO (PMV)

O voto médio estimado (PMV) é definido pela ISO 7730 (1994) como um índice que

prevê o valor médio de um grande número de pessoas na escala de sensação térmica de sete

pontos. Essa escala foi definida por Fanger, um dos principais pesquisadores na área do

conforto térmico.

Quadro 3.2 – Escala de sensação térmica.

-3 -2 -1 0 +1 +2 +3

Muito frio Frio Levemente

frio

Neutro

(confortável)

Levemente

quente

Quente Muito

quente

Fonte: ISO 7730 (1994).

O PMV pode ser calculado para diferentes combinações de taxa metabólica,

isolamento de roupas, e as quatro variáveis ambientais, temperatura do ar, temperatura média

radiante, umidade do ar e velocidade relativa do ar.

Segundo a ISO 7730 (1994) o PMV é derivado para condições de estado estacionário,

mas pode ser aplicado com uma boa aproximação, com pequenas

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flutuações de uma ou mais das variáveis, durante o período prévio de uma hora de sua

determinação. E também o índice PMV deve estar entre os valores de -2 e +2, e o seis

parâmetros devem estar nos seguintes intervalos:

M = 46 W/m² – 232 W/m² (0,8 met – 4 met);

ICL= 0 m².K/W – 0,310 m².K/W (0 clo – 2 clo);

tar = 10 ºC – 30 ºC;

trm = 10 ºC – 40 ºC;

var = 0 – 1 m/s;

pa = 0 – 2700 Pa.

A ISO 7730 (1994) disponibiliza alguns meios para a determinação do PMV, sendo

um deles a partir de uma equação bastante complexa em que é necessária a utilização de um

computador digital, onde o programa básico é apresentado nos anexos da norma. Outra

maneira é a utilização de uma tabela, onde fornece os valores do PMV para diferentes

combinações de atividades, temperatura efetiva, roupas e velocidade relativa do ar.

Segundo a ISO 7730 (1994), o PMV pode ser usado para verificar se um dado

ambiente térmico está em conformidade com os critérios de conforto, e estabelecer requisitos

para os diferentes níveis de aceitabilidade.

3.8 PORCENTAGEM ESTIMADA DE INSATISFEITOS (PEI)

A porcentagem estimada de insatisfeitos é um índice que estabelece uma previsão

quantitativa da porcentagem de pessoas insatisfeitas termicamente, que estão com muito frio

ou com muito calor. As pessoas termicamente insatisfeitas são aquelas que irão votar em

quente, muito quente, frio ou muito frio na escala de sensação térmica (+3,+2, -2 e -3). (ISO

7730, 1994).

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O PEI é calculado porque na prática é impossível obter uma combinação das variáveis

de conforto que satisfaça plenamente todos os integrantes, então é calculado o número de

pessoas insatisfeitas. Esse valor é calculado em função do PMV, através da equação 3.1 ou

pode ser obtido pelo gráfico disponibilizado pela ISO 7730 (1994).

– 3.1

Figura 3.1 – PEI em função do PMV

Fonte: ISO 7730 (1994).

Pode-se notar que para PMV = 0, existem 5% de pessoas insatisfeitas, e para mesmos

valores absolutos de PMV existem sensações equivalentes de calor e de frio. Para a ISO 7730

(1994), um ambiente só é considerado termicamente aceitável, quando ele satisfaça pelo

menos 80% de seus ocupantes, o que equivale a um PEI com um valor entre – 0,82 e + 0,82.

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3.9 TEMPERATURA EFETIVA

Criada em 1923 por Hougthen e Yaglow, atendendo a solicitação da ASHRAE

(American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning), a temperatura efetiva

considera apenas a temperatura de bulbo seco, a umidade e a velocidade do ar. (COUTINHO,

1998, p. 162).

Temperatura efetiva é aquela que produz sensação térmica equivalente a uma

temperatura medida com ar saturado e praticamente parado. Essa temperatura corresponde a

todas as demais combinações de temperaturas ambientais, umidades relativas do ar e de

velocidade do vento, que produzem a mesma sensação térmica. (IIDA, 2005 apud SILVA,

2007).

Plotando-se os valores da temperatura de bulbo seco (ºC), temperatura de bulbo úmido

(ºC) e velocidade do ar, no Ábaco de Temperatura Efetiva, é possível encontrar a temperatura

efetiva na qual o individuo está sendo exposto.

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Fonte: Szoklay, (1980), p. 278 apud SILVA (2007).

Esse método é aplicável nos ambientes a serem estudados, pois os trabalhadores de

escritórios não estão expostos a efeitos consideráveis de radiação.

Figura 3.2 – Escala de temperatura efetiva normal (para pessoas normalmente

vestidas).

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3.10 DESCONFORTO TÉRMICO LOCAL

Desconforto local é uma insatisfação térmica causada por um aquecimento indesejado

ou resfriamento de uma parte particular do corpo. (ISO 7730, 1994). Esse desconforto pode

ser causado pela assimetria de radiação, pelas diferenças verticais nas temperaturas, por

correntes de ar indesejáveis e pelo contato com superfícies quentes ou frias. (RUAS, 1999, p.

85).

Segundo a ISO 7730 (1994) as pessoas que executam atividades sedentárias estão mais

sensíveis ao desconforto local.

3.10.1 Correntes de Ar Indesejáveis (Draught)

O draugth é uma terminologia internacionalmente usada, sendo a causa mais comum

de desconforto local, causado pelo resfriamento devido ao movimento do ar em velocidade

inadequada. (SILVA, 2007). O draugth pode ser calculado através da equação disponibilizada

pela ISO 7730 (1994).

1.2

Onde:

ta = Temperatura Local

V = velocidade do ar

Tu = Intensidade da turbulência loca do ar

As correntes indesejadas de ar são causadas devido à dificuldade de manter a

velocidade do ar uniforme em um ambiente, provocando por muitas vezes que uma pessoa

seja exposta a altas velocidades do ar, causando desconforto localizado em uma ou mais

partes do corpo. Por isso algumas normas restringem a velocidade máxima do ar em

ambientes onde são desenvolvidas atividades leves. (RUAS, 1999, p. 87). Como por exemplo,

a NR 17 da Portaria 3214 que estabelece a velocidade máxima de 0,75 m/s e a Resolução

09/2003 – ANVISA que estabelece o valor máximo recomendável de operação de velocidade

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24

do ar, no nível de 1,5 m do piso, na região de influencia da distribuição do ar em menos de

0,25 m/s.

3.10.2 Diferenças Verticais na Temperatura do Ar

Geralmente a temperatura aumenta para cima e as pessoas são menos sensíveis a

temperaturas decrescentes. Uma alta diferença vertical na temperatura entre a cabeça e os

tornozelos pode causar desconforto térmico. (ISO 7730, 1994). Com isso a própria norma

estabelece um limite de 3 ºC, para atividades leves (M = 70 W/m²), a diferença entre as

temperaturas do ar medidas na altura da cabeça (1,10 m do solo para pessoas sentadas e 1,70

m para pessoas em pé) e na altura dos pés (0,10 m do solo).

3.10.3 Contato com superfícies quentes ou frias

Se o piso estiver quente ou muito frio, os ocupantes podem sentir desconfortável

devido à sensação térmica de seus pés, que trocam calor por condução com a sola dos

calçados e o piso. (ISO 7730, 1994). A temperatura do piso é muito influenciada por

características construtivas dos prédios, como o isolamento do piso, camada de contra-piso e

materiais de construção. (XAVIER, 1999).

Para evitar esse tipo de desconforto a ISO 7730 (1994) recomenda que as temperaturas

dos pisos devem ficar no intervalo entre 19 ºC e 29 ºC, considerando pessoas vestindo

calçados comuns. Para os espaços que as pessoas ocupam com os pés descalços recomenda-se

ver a norma ISO / TS 13732-2.

3.10.4 Assimetria de Radiação

A assimetria de radiação também pode causar desconforto térmico local, proveniente

de tetos quentes, janelas frias, superfícies isoladas, bocas de fornos, calor gerado por

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25

maquinas e outros. O individuo tem uma parte do corpo sujeita a ganho ou perda de calor por

radiação diferenciada das demais, e dessa forma quanto maior for esse diferencial a pessoa

sentirá maior desconforto. (XAVIER, 1999).

Pode haver uma assimetria da temperatura radiante na direção vertical e na direção

horizontal. Assimetria de radiação vertical é a diferença entre a temperatura radiante plana da

parte superior e da parte inferior de um ambiente em relação a um pequeno plano horizontal

situado a 0,60 m do solo para pessoas sentadas e 1,10 m para pessoas em pé. Na direção

horizontal, ela é a diferença entre as temperaturas radiantes planas nos lados opostos de um

pequeno plano vertical posicionado a 0,60 m do solo para pessoas sentadas e 1,10 m para

pessoas em pé. (RUAS, 1999, p. 86).

A ISO 7730 (1994) especifica que a assimetria da temperatura radiante, para

atividades leves, deve ser menor que 10 ºC na direção horizontal e menor que 5 ºC na direção

vertical.

3.11 NORMA REGULAMENTADORA 17 – ERGONOMIA

A NR 17 intitulada de ergonomia visa estabelecer parâmetros que permitam a

adaptação das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de

modo a proporcionar conforto, segurança e desempenho eficiente. Esta norma tem sua

existência jurídica assegurada, em nível de legislação ordinária, nos artigos 198 e 199 da

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Segundo o item 17.5.2 da NR 17 (1978), nos locais de trabalho onde são executadas

atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constante, tais como: salas de controle,

laboratórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são

recomendadas as seguintes condições de conforto:

b) Índice de temperatura efetiva entre 20 ºC e 23 ºC;

c) Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;

d) Umidade relativa ao ar não inferior a 40 por cento.

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26

3.12 RESOLUÇÃO – RE nº 9, DE 16 DE JANEIRO DE 2003 - ANVISA

O Grupo Técnico Assessor elaborou a seguinte Orientação Técnica sobre Padrões

Referenciais de Qualidade do Ar Interior em ambientes climatizados artificialmente de uso

público e coletivo, no que diz respeito a definição de valores máximos recomendáveis para

contaminação biológica, química e parâmetros físicos do ar interior, a identificação das fontes

poluentes de natureza biológica, química e física, métodos analíticos e as recomendações para

controle.

Recomendou que os padrões referenciais adotadas por esta Orientação Técnica sejam

aplicados aos ambientes climatizados de uso público e coletivo já existente e aqueles a serem

instalados. Para os ambientes climatizados de uso restrito, com exigências de filtros absolutos

ou instalações especiais, tais como os que atendem a processos produtivos, instalações

hospitalares e outros, sejam aplicadas as normas e regulamentos específicos.

A norma recomenda os seguintes padrões referenciais de qualidade do ar interior em

ambientes climatizados de uso público e coletivo:

a faixa recomendável de operação das temperaturas de bulbo seco, nas condições

internas para verão, deverá variar de 23 ºC a 26 ºC. A faixa máxima de operação

deverá variar de 26,5 ºC a 27 ºC, com exceção das áreas de acesso que poderão operar

até 28 ºC. Para condições internas de inverno, a faixa recomendável de operação

deverá variar de 20 ºC a 22 ºC;

a faixa recomendável de operação da umidade relativa, nas condições internas para

verão, deverá variar de 40 % a 65 %. O valor máximo de operação deverá ser de 65%.

Para condições internas para inverno, a faixa recomendável de operação deverá variar

de 35 % a 65%;

o valor máximo recomendável de operação da velocidade do ar, no nível de 1,5 m do

piso, na região de influência da distribuição do ar é de menos de 0,25 m/s.

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27

4 METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado, em duas etapas principais: pesquisas de campo,

incluindo medições ambientais e questionários, e obtenção dos índices e tratamento dos

dados.

4.1 PESQUISAS DE CAMPO

As pesquisas de campo compreenderam os seguintes passos:

Delimitação do campo das pesquisas;

Escolha das ferramentas necessárias;

Medições e aplicação dos questionários.

4.1.1 Delimitação do campo das pesquisas

O estudo foi realizado em cinco ambientes administrativos no prédio Rosadão, da

Universidade Federal Rural do Semi-Árido, localizada na cidade de Mossoró, Rio Grande do

Norte. Onde o clima é semi-árido com temperatura média anual de 27,4 ºC. Os ambientes

escolhidos foram:

Segurança do Trabalho - Superintendência de Infraestrutura (SIN);

Engenharia – Arquitetura – Superintendência de Infraestrutura (SIN);

Financeiro;

PROPLAD;

Setor de contratos (DIMASG).

Primeiramente foram feitas observações nos estabelecimentos para se ter uma noção

mínima de quantas pessoas seriam entrevistadas, como estava organizada as mesas e as

pessoas, e onde a central de ar-condicionado estava posicionada. Somados, continham em

torno de quarenta pessoas nos cinco ambientes. Porem, nas medições houve algumas faltas.

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28

Os escritórios onde foram feitas as medidas estão representados com mesas, na planta baixa

ilustrada na figura 5.1 abaixo.

Figura 4.1 – Planta baixa dos escritórios

Os outros ambientes não entraram nas pesquisas porque estavam efetuando mudanças.

4.1.2 Escolha das ferramentas necessárias

As ferramentas utilizadas nas pesquisas foram equipamentos para medições de

variáveis ambientais e questionários para as coletas das variáveis pessoais e alguns

parâmetros, como idade e roupas, por exemplo.

As variáveis físicas ou ambientais medidas foram a velocidade do ar, umidade relativa

do ar, e as temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido.

As temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido foram medidas utilizando-se o medidor

de stress térmico digital portátil (modelo TGD-200) ilustrado pela figura 5.2 abaixo. Ele faz

medições de três temperaturas (através do bulbo úmido, bulbo seco, e sensor de globo), e

calcula o valor de IBUTG. As principais características do equipamento são:

Resolução: 0,1 ºC;

Precisão: ± 0,1 ºC (± ultimo dígito significativo);

Temperatura de operação: 0 ºC a 50 ºC

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29

Figura 4.2 - Medidor de stress térmico

A umidade relativa do ar foi medida utilizando-se o psicrômetro modelo 8726 (Digital

sling psychrometer) ilustrado pela figura 5.3 abaixo. É um medidor portátil que obtém

medições de umidade, bulbo úmido, temperatura externa e diferencial. Suas características

com relação à umidade são:

Escala de umidade: 0 a 100 % UR;

Precisão: ± 3 % a 25 ºC, ± 5 % em outras temperaturas.

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30

Figura 4.3 – Psicrômetro portátil

Com o auxilio do equipamento anemômetro e termômetro digital medidor de

velocidade do vento ilustrado na figura 5.4, foram feitas as medições de velocidade do ar.

Suas principais características são:

Escala de medição de velocidade do vento: 0-30 m/s

Precisão de medição do vento: 95 %

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31

Figura 4.4 – Anemômetro e termômetro digital

A variável pessoal referente ao isolamento térmico das roupas utilizadas foi obtida

através do questionário do anexo 1, onde o entrevistado marcou cada peça de roupa que

estava usando no momento. Quanto à variável referente à atividade desempenhada, esta foi

considerada constante e igual a 70 W/m² ou 1,2 met.

Outros parâmetros, como sensação térmica e preferência térmica dos empregados,

foram obtidos através da escala de sete pontos estabelecidos pela ISO 7730 (1994), os quais

se encontram apresentados no questionário do anexo 1. Também foram coletados dados da

idade e sexo dos funcionários.

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32

4.1.3 Medição e aplicação dos questionários

Após o preparo dos equipamentos necessários e dos questionários, os dados foram

coletados em três dias, nas datas de 26 e 27 de março, e 03 de abril no ano de 2013, sempre

em horários da tarde.

As medições das variáveis físicas seguiram as recomendações da norma, dando um

destaque especial à obtenção da velocidade relativa do ar, que é uma resultante de duas

componentes. No caso de escritórios, onde as pessoas ficam paradas, deve-se considerar

apenas uma componente, que é a velocidade do ar incidente sobre o corpo do trabalhador.

A umidade relativa pode ser medida em qualquer ponto da área ocupada, pois ela é

praticamente igual em todo ambiente. Apenas em dois locais, o financeiro e PROPLAD, no

qual cada um possui uma sala especial com outra central de ar-condicionado, foi verificada

uma umidade diferenciada do ambiente que se encontra.

As temperaturas de bulbo seco e úmido foram medidas em cada mesa, próximo a cada

funcionário, enquanto os mesmos preenchiam os questionários. Dessa forma, a pesquisa

resultou nos seguintes dados obtidos:

28 conjuntos de dados a respeito das variáveis ambientais (velocidade relativa do ar,

temperatura de bulbo seco e úmido, temperatura efetiva e umidade);

28 questionários preenchidos pelos funcionários, contendo idade, sexo, roupas,

sensação e preferências térmicas.

4.2 OBTENÇÃO DOS ÍNDICES E TRATAMENTO DOS DADOS

O índice de temperatura efetiva (TE) foi determinado com o auxílio da escala de

temperatura efetiva normal da figura 4.2, onde é obtido plotando-se os valores da velocidade

relativa do ar, temperatura de bulbo seco e bulbo úmido, medidos na etapa em campo.

O isolamento térmico das roupas foi obtido após o preenchimento dos questionários,

onde os funcionários marcavam quais peças de roupas estavam usando no momento da

medição. Com o auxílio da tabela 4.1 é possível determinar o isolamento térmico de cada peça

de roupa, e somando cada valor encontram-se os valores equivalentes.

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33

Os dados obtidos foram colocados em tabelas, e então, comparados com a norma NR

17 e Resolução 09/2003 ANVISA, com o objetivo de verificar se os ambientes encontram-se

dentro dos padrões exigidos pelas mesmas, e qual o que mais se aproxima do conforto dos

funcionários entrevistados.

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34

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante o período de medições, foram realizadas 28 medições das variáveis

ambientais (velocidade relativa do ar, temperaturas de bulbo seco e úmido, temperatura

efetiva e umidade relativa do ar), englobando os cinco escritórios já mencionados, juntamente

com as variáveis pessoais coletadas de cada funcionário presente nos escritórios. Os

resultados obtidos estão apresentados nos quadros abaixo.

Quadro 5.1 – Medição 01, de 26/03/2013 pela tarde (15:30 as 16:30), feita com onze

funcionários.

Nº Roupas (clo) Var (m/s) TBS (ºC) TBU (ºC) TE (ºC) Hu % Sens. Pref.

1 0,47 0 23,5 17,6 21 45,6 -1 0

2 0,47 0 23,4 17,5 20,9 46 -1 0

3 0,48 0,1 23,1 17,3 20,5 44,9 0 0

4 0,45 0,1 23,2 17,5 20,9 44,5 -2 1

5 0,47 0 21,8 16,7 19,5 45,8 -1 0

6 0,48 0 21,7 16,7 19,5 45,7 0 0

7 0,47 0 22,1 17,1 20 47,6 0 0

8 0,49 0 22,3 17,3 20,1 46 0 0

9 0,47 0 22,3 17,4 20,1 45,6 0 0

10 0,49 0 22,9 17,6 20,7 46,3 1 -1

11 0,57 0 22,4 17,1 20,1 45,9 0 0

Quadro 5.2 – Medição 02, de 27/03/2013 pela tarde (15h as 16h), feita com 5

funcionários.

Nº Roupas (clo) Var (m/s) TBS (ºC) TBU (ºC) TE (ºC) Hu % Sens. Pref.

12 0,47 0 21,2 15,1 19 34,4 -1 -1

13 0,47 0,9 21,2 17,7 17,5 37,5 -1 1

14 0,49 0 23,2 18,5 21 36,8 0 0

15 0,45 0 22,6 16 20 36 0 0

16 0,49 0 22,9 16,4 20,1 34,5 0 -1

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35

Quadro 5.3 – Medição 03, de 03/04/2013 pela tarde (14:50 as 15h), feita com 4

funcionários.

Nº Roupas (clo) Var (m/s) TBS (ºC) TBU (ºC) TE (ºC) Hu % Sens. Pref.

17 0,47 0 21,2 15,5 19 39 0 -1

18 0,47 0,1 21,3 15,7 19,3 38 0 0

19 0,47 0,2 20,3 14,9 18,5 38,4 0 0

20 0,47 0 22,5 16,5 20 42,3 0 0

Quadro 5.4 – Medição 04, de 03/04/2013 pela tarde (15:20 as 15:30), feita com 4

funcionários.

Nº Roupas (clo) Var (m/s) TBS (ºC) TBU (ºC) TE (ºC) Hu % Sens. Pref.

21 0,48 0 22,9 16,4 20,5 38,3 0 0

22 0,47 0 23,3 16,8 20,8 38,6 0 0

23 0,52 0 24,7 17,5 21,5 41,6 0 0

24 0,47 0 23,1 17,1 20,5 38,6 0 -1

Quadro 5.5 – Medição 05, de 03/04/2013 pela tarde (15:40 as 16h), feita com 4

funcionários.

Nº Roupas (clo) Var (m/s) TBS (ºC) TBU (ºC) TE (ºC) Hu % Sens. Pref.

25 0,47 0 21,6 16,2 19,5 38,2 0 -1

26 0,47 0 21,7 15,7 19,2 37 0 -1

27 0,45 0 21,5 16,4 19,7 38,2 0 0

28 0,47 0 21,4 16,2 19,5 38,2 1 -1

Analisando os quadros, observa-se que o isolamento térmico das roupas segue certo

padrão, não variando muito de pessoa para pessoa. O que poderia influenciar nas sensações

térmicas dos funcionários.

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36

Os quadros são, respectivamente, referentes às medidas feitas na 01-

Engenharia/Arquitetura- SIN, 02-Segurança do Trabalho-SIN, 03-financeiro, 04-PROPLAD e

05-Setor de Contratos. E a nomenclatura utilizada nas mesmas possui a seguinte

representação:

Roupas: isolamento térmico médio das vestimentas utilizadas na medição, em clo;

Var: velocidade relativa do ar verificada em cada área de trabalho durante a medição,

em m/s;

TBS: temperatura de bulbo seco próximo a cada funcionário, em ºC;

TBU: temperatura de bulbo úmido, em ºC

TE: temperatura efetiva, em ºC

Hu: umidade relativa do ar (%);

Sens.: sensação térmica real, relatada pelos funcionários, adimensional;

Pref.: preferência térmica real, relatada pelos funcionários, adimensional.

5.1 ANÁLISE DOS DADOS COMPARADOS COM A NR 17

Analisando os dados obtidos, é possível concluir segundo a NR 17, para cada

parâmetro, o que segue:

a) Velocidade do ar

Apenas o posto de número 13 foi verificado uma velocidade acima da recomendada

pela NR 17 item 17.5.2 alínea c, que diz que a velocidade do vento deve ser inferior a 0,75

m/s. Isso acontece por causa da dificuldade de manter a velocidade do ar de um ambiente

totalmente uniforme, deixando pessoas expostas as correntes de ar indesejadas.

b) Umidade relativa

Apenas um ambiente, o escritório de Arquitetura, possui uma umidade relativa

aceitável de acordo com a NR 17, item 17.5.2 alínea d, que diz que a umidade deve ser

superior a 40%.

Page 38: universidade federal rural do semiárido departamento de ciência ...

37

c) Temperatura Efetiva

No setor de contratos todos os funcionários entrevistados estavam expostos a uma

temperatura efetiva abaixo da recomendada pela norma, que recomenda um índice de

temperatura efetiva entre 20 ºC e 23 ºC. Na PROPLAD todos estão expostos a índices

aceitáveis de temperatura efetiva. Em índices gerais, cerca de 40 % das pessoas estão expostas

a temperaturas efetivas inaceitáveis, de acordo com a NR 17.

Gráfico 5.1 – Análise dos dados comparados com a NR 17

5.2 ANÁLISE DOS DADOS COMPARADOS COM A RESOLUÇÃO 09/2003 ANVISA

Com os dados obtidos, é possível compará-los com a resolução 09/2003 da ANVISA,

que recomenda alguns padrões referentes à qualidade do ar no interior de ambientes

climatizados de uso público e coletivo. Diferente da NR 17, a resolução não estabelece padrão

mínimo para a temperatura efetiva, mas sim para a temperatura de bulbo seco. Comparando

cada parâmetro, segue:

97%

20%

60%

3%

80%

40%

Velocidade do ar

Umidade do ar

Temperatura Efetiva

Análise dos dados comparados com a

NR 17

Inaceitáveis Aceitáveis

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38

a) Temperatura de Bulbo seco

As temperaturas de bulbo seco estão dentro do padrão mínimo recomendado pela

resolução, que determina para condições internas de verão, uma variação de 23 ºC a 26 ºC e

para condições internas de inverno, uma variação de 20 ºC a 22 ºC. Como a região não possui

as quatro estações bem definidas, consideraram-se os dois casos.

b) Umidade relativa

A umidade relativa dos estabelecimentos está dentro dos padrões recomendados para

inverno, onde a faixa recomendável de operação deverá varia de 35% a 65%. Já para as

condições de verão, apenas o escritório de Engenharia/Arquitetura está dentro dos padrões,

que diz que devem variar de 40 % a 65 %.

c) Velocidade do ar

A velocidade do ar está aceitável, pois está abaixo do valor máximo recomendável,

que deve ser menor que 0,25 m/s. Apenas o posto de número 13, como foi dito anteriormente,

está recebendo uma forte corrente de ar.

Gráfico 5.2 – Análise dos dados comparados com a RE nº 9

97%

100%

100%

3%

0

0%

Velocidade do ar

umidade do ar

Temperatura de bulbo seco

Análise dos dados comparados

com a RE nº9

Inaceitáveis Aceitáveis

Page 40: universidade federal rural do semiárido departamento de ciência ...

39

5.3 ANÁLISE DAS SENSAÇÕES E PREFERÊNCIAS

Dos 28 funcionários entrevistados, cerca de 70 % disseram estar se sentindo

confortável, nem com calor e nem com frio. Dessas pessoas que estavam se sentindo bem, 25

% desejavam que o ambiente estivesse um pouco mais frio. O restante preferia o ambiente do

jeito que estava.

Os restantes 30 % que declararam algum tipo de leve desconforto, 62,5 % relataram

estar com um pouco de frio e 25 % estavam com um pouco de calor. Uma única pessoa disse

estar com frio.

O escritório de Engenharia/Arquitetura e o de Segurança do Trabalho são os que

possuíam mais pessoas com uma leve sensação de frio, com 36 % e 40% (respectivamente)

das pessoas no escritório que marcaram um pouco de frio. 50 % delas estavam operando em

uma temperatura efetiva abaixo de 20 ºC. Nos outros escritórios ninguém disse que estava

sentindo frio, mesmo no setor de Contratos, onde todas as pessoas estavam sob uma

temperatura efetiva abaixo dos 20 ºC, e ainda assim desejavam que o ambiente estivesse um

pouco mais frio.

De acordo com a ISO 7730 (1994), as pessoas termicamente desconfortáveis são

aquelas que vão votar em quente, muito quente, frio ou muito frio (+3, +2, -2 e -3) na escala

de sensação térmica. Com isso, nos casos avaliados cerca de 3 % dos funcionários estavam

termicamente desconfortáveis, o que é considerado um valor aceitável para esta norma, que

diz que pelo menos 80 % das pessoas estejam se sentindo confortável.

Page 41: universidade federal rural do semiárido departamento de ciência ...

40

Gráfico 5.3 – Análise das sensações e preferências

5.4 COMPARAÇÃO ENTRE A NR 17 E RESOLUÇÃO 09/2003-ANVISA

As duas normas não levam em consideração as variáveis pessoais para a análise do

conforto térmico. Nem também a diversidade climática do Brasil, o que influencia nos

parâmetros pessoais. A resolução da ANVISA é um pouco mais abrangente no que diz

respeito às estações de verão e inverno, dando variações de umidade e temperatura para cada

uma. Já a NR 17 estabelece uma faixa de temperatura e umidade única, independente de

qualquer estação.

Com relação à velocidade relativa do ar, a NR 17 permite ventos de até 0,75 m/s

enquanto a Resolução número 9 da ANVISA é mais restrita, permitindo ventos inferiores a

0,25 m/s.

Há uma divergência entre as duas, pois a resolução da ANVISA determina apenas uma

faixa recomendável de temperatura de bulbo seco, não levando em conta a temperatura de

bulbo úmido e temperatura efetiva, o que não é bom para a avaliação do conforto térmico. Já a

NR 17, determina uma faixa recomendável de temperatura efetiva entre 20 ºC a 23 ºC, porém

considera uma faixa para todas as regiões do país.

70%30%

65,50%25%Pessoas que votaram em

Leve Desconforto

Geral

Análise das sensações e preferências

Pouco de calor Pouco de frio

Leve Desconforto Confortável

Page 42: universidade federal rural do semiárido departamento de ciência ...

41

6 CONCLUSÃO

Este trabalho procurou verificar os parâmetros físicos necessários para avaliar as

condições de conforto térmico e compará-los com a Norma Regulamentadora 17 e Resolução

09/2003 da ANVISA, aplicado em funcionários administrativos de escritórios na

Universidade Federal Rural do Semi-Árido, localizada em Mossoró – RN. Para isso foi

embasado em pesquisas de campo, onde foram medidas todas as variáveis ambientais de

interesse, e as sensações e preferências térmicas dos funcionários.

Procurou-se na revisão de literatura, apresentar alguns tipos de estudos com relação ao

tema proposto. Enfocando nas principais definições e variáveis de influência sobre o conforto

térmico humano. Procurou-se também fontes de como realizar as medições desejadas.

Verificou-se que diversos autores questionam a respeito da falta de importância dada ao tema,

e algumas questões normativas, onde não se leva em consideração todos os parâmetros

devidos.

A metodologia aplicada no trabalho primeiramente foi feita em campo, seguindo

estritamente as normas vigentes com relação às medições de temperatura, velocidade do ar e

umidade relativa do ar, assim como para a coleta dos parâmetros pessoais. Em seguida a

obtenção de alguns dados através de métodos explícitos na literatura.

Os resultados obtidos mostram que alguns parâmetros estão fora da faixa recomendada

pelas normas, porém grande maioria dos funcionários se sente confortáveis termicamente em

relação aos parâmetros ambientais medidos. Uma minoria apresentou uma leve sensação de

frio ou de calor, o que não chega a ser considerado desconforto térmico. E nenhuma das

normas comparadas apresenta considerações no que diz respeito aos parâmetros pessoais e

considerações a respeito da diversidade climática do país.

Portanto, é necessário que as normas vigentes façam uma abordagem maior, no que

diz respeito às diversidades do Brasil, levando em conta os climas diferenciados, e uma

análise dos parâmetros pessoais da população nas regiões do país.

Page 43: universidade federal rural do semiárido departamento de ciência ...

42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE nº 9, de 16 de

janeiro de 2003. Orientação Técnica Elaborada por Grupo Técnico Assessor sobre Padrões

Referenciais de Qualidade do Ar Interior em Ambientes Climatizados Artificialmente de Uso

Público e Coletivo.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria nº. 3214 de 8 de junho de 1978; Normas

Regulamentadoras, Relativas a Segurança e Medicina do Trabalho, 59 edição. São Paulo:

Atlas, 2006. 672 p.

COUTINHO, Antonio Souto. Conforto e Insalubridade Térmica em Ambiente de

Trabalho. João Pessoa: Editora Universitária, 1998. 215 p.

ISO 7730, Moderate thermal environments - Determination of the PMV and PPD indices and

specification of the conditions for thermal comfort, International Standard, 1994.

LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando O. R.. Eficiência Energética

na Arquitetura. São Paulo: PW, 1997. 192 p.

RUAS, Álvaro César. Conforto Térmico nos Ambientes de Trabalho. São Paulo:

FUNDACENTRO, 1999. 94 p.

SILVA, Nerivaldo Rodrigues da. Avaliação do conforto térmico. 2007. 35 f. Trabalho de

conclusão de curso - Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Santa

Cecília, Santos, 2007.

VERSAGE, Rogério de Souza. A ventilação natural como estratégia visando

proporcionar conforto térmico e eficiência energética no ambiente interno. 2004. 20 f.

Dissertação (Mestrado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, UFMS, Campo Grande, 2004.

XAVIER, Antonio Augusto de Paula. Condições de conforto térmico para estudantes de 2º

grau na região de Florianópolis. 1999. 198 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia

Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999.

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43

ANEXO A – MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO

O senhor (a) está sendo convidado a participar de uma pesquisa científica, a respeito

das condições de conforto térmico em escritórios na UFERSA.

Esta pesquisa tem como objetivo geral a verificação do índice de temperatura efetiva

está de acordo com a NR -17 e a determinação de índices pessoais de conforto térmico de

empregados que atuam em ambientes administrativos similares à escritórios da Universidade

Federal Rural do Semi – Árido, na cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte.

Através da sua participação, teremos condições de determinar e estabelecer condições

e faixas termicamente apropriadas para o bom desempenho de seu serviço.

Solicitamos que responda aos itens abaixo, com a maior sinceridade possível.

Data: ___ /___/______

Hora: ____:____

Local: ________________

1. Qual a sua idade?

a) 20 – 25

b) 25 – 30

c) 30 – 35

d) 35 – 40

e) 40 – 45

f) Outra: _________

2. Qual o seu sexo?

a) M

b) F

3. Como você descreveria a maneira que está se sentindo nesse momento?

Com muito calor

Com calor

Com um pouco de calor

Bem, nem com calor nem com frio

Com um pouco de frio

Com frio

Com muito frio

4. Como você gostaria de estar se sentindo nesse momento?

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Bem mais quente

Mais quente

Um pouquinho mais quente

Assim mesmo, nem com calor nem com frio

Um pouquinho mais frio

Mais frio

Bem mais frio

5. Marque um X ao lado de cada peça de roupa que você estiver usando nesse

momento:

Sapato/tênis

Sandália/chinelo

Botina

Meia soquete

Meia ¾ até joelho

Meia calça

Cueca

Calcinha

Soutien

Ceroulas

Camiseta regata

Camiseta manga curta

Camiseta manga longa

Camisão manga curta

Camisão manga longa

Camisa manga curta

Camisa manga longa

Mini blusa

Blusa gola redonda

Moleton manga longa

Shorts

Bermuda

Caça de tecido fino

Calça jeans

Calça moleton

Macacão

Macacão por cima da roupa

Vestido curto sem manga

Vestido curto manga curta

Vestido até joelho manga curta

Vestido compr. Manga curta

Vestido compr. Manga longa

Vestido tipo jardineira

Saia curta de tecido fino

Saia curta de tecido grosso

Colete sem mangas fino

Colete sem mangas grosso

Suéter manga longa fino

Suéter manga longa grosso

Jaquetão/japona leve

Jaquetão/japona grosso

Obrigado pela participação.