UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO...
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UNIVERSIDADE METODISTA DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE HUMANIDADES E DIREITO
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM EDUCACcedilAtildeO
LUIZ ANTONIO FERREIRA
BOLSA FAMIacuteLIA IMPORTANTE DETERMINANTE PARA A EDUCACcedilAtildeO E CRESCIMENTO
SOCIOECONOcircMICO DO BRASIL
SAtildeO BERNARDO DO CAMPO
2012
LUIZ ANTONIO FERREIRA
BOLSA FAMIacuteLIA IMPORTANTE DETERMINANTE PARA A EDUCACcedilAtildeO E CRESCIMENTO
SOCIOECONOcircMICO DO BRASIL
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Metodista do Estado de Satildeo Paulo Orientaccedilatildeo Prof ordf Drordf Rosel i Fischmann
SAtildeO BERNARDO DO CAMPO
2012
FICHA CATALOGRAacuteFICA
F
413b
Fe r re i ra Lu iz An ton io
Bo lsa Famiacute l ia impor tan te
de te rm inan te para a educaccedilatildeo e c resc imento
soc ioeconocircmico do B ras i l Lu iz An ton io
Fe r re i ra 2012
183 f
D isse r taccedilatildeo (mes t rado em
Educaccedilatildeo ) - -Facu ldade de Human idades e
D i re i to da Un ive rs idade Metod is ta de Satildeo
Pau lo
Satildeo Be rna rdo do Campo 2012
O r ien taccedilatildeo Rose l i F ischmann
1 P rograma Bo l sa Famiacute l i a 2
Desenvo lv imento humano 3
Desenvo lv imento soc io econocircmico 3
D is t r ibu iccedilatildeo de renda 4 Renda m iacuten ima
I T iacute tu lo
CDD 379
A dissertaccedilatildeo de mestrado sob o tiacutetulo ldquoBolsa Famiacutelia Importante Determinante
para a Educaccedilatildeo e Crescimento Socioeconocircmico do Brasilrdquo elaborada por Luiz
Antonio Ferreira foi apresentada e aprovada em 29 de marccedilo de 2012 perante
banca examinadora composta por Profordf Drordf Roseli Fischmann
(PresidenteUMESP) Prof Dr Romualdo Luiz Portela de Oliveira (TitularFEUSP) e
Profordf Drordf Maria Leila Alves (TitularUMESP)
__________________________________________
Profordf Drordf Roseli Fischmann
Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
___________________________________________
Profordf Drordf Roseli Fischmann
Coordenadora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Programa Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Metodista de Satildeo Paulo
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Educaccedilatildeo
Linha de Pesquisa Poliacuteticas e Gestotildees Educacionais
Agradecimentos
Meus s ince ros agradec imentos aos Pro fesso res Adaur i
B rezo l in e Rose l i F i schmann ao P ro fesso r Adaur i po r te r me
incen t i vado e agrave P ro fessora Rose l i po r te r con f iado e o r ien tado
sob re o tema que desenvo lv i
Aos Pro fesso res Dan i lo D iMano de A lme ida ( in memor iam)
Deacutec io Azevedo Marques de Saes Mar ia Le i la A lves e Ze i la de
B r i to Demar t in i agradeccedilo pe la pac iecircnc ia ded icaccedilatildeo e exce len tes
au las m in is t radas
Sucesso a todos
Lu iz An ton io Fe r re i ra
ldquoThe basic purpose of development is to enlarge peoples choices In principle these choices can be infinite and can change over time People often value
achievements that do not show up at all or not immediately in income or growth figures greater access to knowledge better nutrition and health services more
secure livelihoods security against crime and physical violence satisfying leisure hours political and cultural freedoms and sense of participation in community
activities The objective of development is to create an enabling environment for people to enjoy long healthy and creative lives
Mahbub ul Haq (1934-1998) Fundador do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano (PNUD)
Human development as an approach is concerned with what I take to be the basic development idea namely advancing the richness of human life rather than the
richness of the economy in which human beings live which is only a part of it
Prof Amartya Sen Professor de Economia da Universidade de Harvard
Precircmio Nobel de Economia de 1998
FONTE UNDP ndash(httphdrundporgenhumandev Acesso em 08112011)
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 11 PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA 11 METODOLOGIA 15 RENDA MIacuteNIMA 16 1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA FUNCIONAMENTO E SUSTENTABILIDADE
20
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES 20 11 Regulamentos Funcionais 20 112 Controles 28 113 Legislaccedilatildeo 32 114 Transferecircncia de Renda 34 12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA 39 121 Impacto na Economia 39 122 Acesso ao Creacutedito 42 2 QUALIDADE DE VIDA E DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 47 21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA 47 212 Porque El iminar as Desigualdades 47 213 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 54 214 Iacutendice de Gini 63 215 Capita l Humano 72 22 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 77 221 Desaf ios 77 222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo 81 223 Educaccedilatildeo Brasi le ira No Contexto Mundial 85 3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES REGIOtildeES BRASILEIRAS
91
31 REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA 91 32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMICO 102 321 Acesso agrave Escola 102 322 Desigualdade entre Regiotildees 104 323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho 107 33 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO 117 34 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011 -2020 DESTAQUES
124
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA REDUZIR A DESIGUALDADE
131
41 SAIacuteDA DO BOLSA FAMIacuteLIA 134 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
138
REFEREcircNCIAS 145 ANEXOS 152
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Frequecircncia de Alunos 24 Tabela 2 Trabalho Infantil 27 Tabela 3 Taxa de Analfabetismo da Populaccedilatildeo Acima de 15 anos 60 Tabela 4 Resultado do IDEB versus Metas Estabelecidas 83 Tabela 5 Crescimento Anual do IDH Regional 94 Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional 101 Tabela 7 Taxa de Escolarizaccedilatildeo Liacutequida por Regiatildeo 104 Tabela 8 Tendecircncia do Iacutendice de Gini por Regiatildeo 107 Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada 108 Tabela 10 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa por Regiatildeo 111 Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingressos 2001-2009 112 Tabela 12 Taxa de Fecundidade no Brasil 114 Tabela 13 Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total 116 Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos Familiares em Educaccedilatildeo 123 Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB 127 Tabela 16 Meacutedias Projetadas para as Provas PISA 128 Tabela 17 Meacutedias Alcanccediladas no Exame PISA 2009 128 Tabela 18 Multiplicador 1 de aumento no PIB por Tipo de Gasto 133 Tabela 19 Motivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutelia 2003-2011 136 LISTA DE GRAacuteFICOS Graacutefico 1 Taxa de Alfabetizaccedilatildeo 25 Graacutefico 2 Mortalidade Infantil 26 Graacutefico 3 Alocaccedilatildeo de Recursos para a Assistecircncia Social 38 Graacutefico 4 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 56 Graacutefico 5 Meacutedia de Escolaridade do Brasileiro 57 Graacutefico 6 Expectativa de Escolaridade das Crianccedilas Brasileiras 59 Graacutefico 7 Expectativa de Vida 61 Graacutefico 8 Renda Per Capita (US$ PPP Constante a Preccedilos de 2005) 62 Graacutefico 9 Iacutendice de Gini 64 Graacutefico 10 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Fundamental 84 Graacutefico 11 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Meacutedio 85 Graacutefico 12 Escolaridade Meacutedia ndash Austraacutelia Argentina e Brasil 87 Graacutefico 13 Expectativa de Escolaridade - Austraacutelia Argentina e
Brasil 88
Graacutefico 14 Recursos Federais Alocados agrave Educaccedilatildeo 90 Graacutefico 15 Expectativa de Vida por Regiatildeo 96 Graacutefico 16 Mortalidade Infantil por Regiatildeo ndash 2009 97 Graacutefico 17 Taxa de Analfabetismo 99 Graacutefico 18 Trajetoacuteria dos Fatores Utilizados na Nova Metodologia de
Caacutelculo da Dimensatildeo Educaccedilatildeo para o IDH 100
Graacutefico 19 Iacutendice de Gini por Regiatildeo 105 Graacutefico 20 Empregados com Carteira Assinada 113 Graacutefico 21 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo - do PIB 118 Graacutefico 22 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo 119 Graacutefico 23 Famiacutelias Beneficiadas pelo Programa Bolsa Famiacutelia 137
LISTA DE ABREVIATURAS
BCI ndash Banco Central do Brasil BIEN ndash Basic Income European Network BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social BVJ ndash Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente CadUacutenico - Cadastro Uacutenico para Programas Sociais CEF ndash Caixa Econocircmica Federal CGU ndash Controladoria Geral da Uniatildeo FEAUSPndash Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo FGV ndash Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas HDI ndash Human Development Index IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBMEC ndash Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aniacutesio Teixeira INSPER ndash Instituto de Ensino e Pesquisa IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Avanccedilada LOA ndash Lei Orccedilamentaacuteria Anual MDS - Ministeacuterio do Desenvolvimento Social e Combate agrave Fome MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MIT ndash Massachusetts Institute of Tecnology OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho PBF ndash Programa Bolsa Famiacutelia PISA - Programme for International Student Assessment ndash Programa Internacional de Avaliaccedilatildeo de Estudantes PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelio PNE ndash Plano Nacional de Educaccedilatildeo PNUD ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento POF ndash Pesquisa de Orccedilamentos Familiares PUC ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro UMESP ndash Universidade Metodista de Satildeo Paulo UNDP ndash United Nations Development Programmee USP ndash Universidade de Satildeo Paulo WIPO - World Intellectual Property Organization
SUMAacuteRIO DOS ANEXOS
Anexo A - Renda miacutenima Lei 10835 de 8 de janeiro de 2004--------------Pg 152
Anexo B- Investimentos em educaccedilatildeo -------------------------------------------Pg 153
Anexo C- Tudo pronto para a nova etapa ndash Entrevista com o economista Makhtar
Diop do Banco Mundial ---------------------------------------------------------------Pg 154
Anexo D- Noruega educaccedilatildeo preacute-escolar ---------------------------------------Pg 157
Anexo E- O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia -----------Pg 158
Anexo F - Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na economia----------------Pg 161
Anexo G - Um abismo chamado educaccedilatildeo -------------------------------------Pg 162
Anexo H - IDEB observado versus metas estabelecidas --------------------Pg 168
Anexo I ndash Reduz-se a migraccedilatildeo interna ------------------------------------------Pg 169
Anexo J - Vinod Khosla ndash Bilionaacuterio inovador fundador da Sks Microfinance -
Financiamento dirigido aos pequenos empresaacuterios --------------------------Pg 174
Anexo K ndash Efeito multiplicador ------------------------------------------------------Pg 178
Anexo Lndash Valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia---Pg181
RESUMO
Esta dissertaccedilatildeo trata de um tema relativamente novo com literatura escassa praticamente sem estudos teoacutericos que o abordem Referenciais satildeo encontrados em publicaccedilotildees feitas em seminaacuterios e palestras bem como em artigos e notas jornaliacutesticas Esta dissertaccedilatildeo se trata de trabalho exploratoacuterio analiacutetico descritivo com base documental O Programa Bolsa Famiacutelia tema central deste trabalho eacute uma ferramenta para distribuiccedilatildeo de renda que funciona de forma simples e tem sido efetiva para o atendimento de famiacutelias que vivem abaixo da linha de pobreza Ele eacute resultado da fusatildeo de vaacuterios outros programas dispersos e com efetividade questionaacutevel ndash Bolsa Escola Auxiacutelio Gaacutes e Cartatildeo Alimentaccedilatildeo O Programa Bolsa Famiacutelia beneficia famiacutelias em situaccedilatildeo de pobreza com renda mensal de R$ 70 a R$ 140 per capita e em extrema pobreza com renda mensal abaixo de R$ 70 reais per capita Tambeacutem estabelece condicionalidades de educaccedilatildeo e sauacutede Atualmente haacute cerca de 13 milhotildees de famiacutelias inscritas no Programa Bolsa Famiacutelia que cumprem as condiccedilotildees do ldquoCadastro Uacutenicordquo ndash esta eacute praticamente a totalidade das famiacutelias pobres segundo criteacuterios do PNAD 2006 (Pesquisa Nacional de Domiciacutelios) Na realidade houve substancial injeccedilatildeo de recursos em aacutereas outrora relegadas ao acaso criando novos consumidores bem como empreendedores aleacutem de atrair investimentos Quanto agrave educaccedilatildeo nota-se que haacute reduccedilatildeo do analfabetismo Haacute um crescimento vegetativo do Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) no qual o
Brasil situa-se em 84⁰ lugar dentre as 187 naccedilotildees controladas pelo PNUD
(Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) em 2011 As variaacuteveis que compotildeem o iacutendice crescem timidamente destaca-se queda no item ldquoexpectativa de escolaridade esperada das crianccedilas em idade de ingresso na escolardquo (no Brasil aos seis anos) que caiu no periacuteodo 2000-2011 esse fato pode indicar falha estrutural no ensino brasileiro Esse estudo indica que haacute desenvolvimento socioeconocircmico em aacutereas carentes particularmente na Regiatildeo Nordeste Observa-se tambeacutem a reversatildeo da migraccedilatildeo que historicamente era de nortenordeste a sudeste Tambeacutem nota-se reduccedilatildeo da taxa de fecundidade das brasileiras o que eacute vantajoso O Brasil tambeacutem estaacute com a vantagem do ldquoBocircnus demograacuteficordquo quando a populaccedilatildeo economicamente ativa supera a populaccedilatildeo dependente o que eacute um excelente fator de crescimento por atrair investimentos Apesar de melhorias observadas na deacutecada 2000-2010 elas ainda satildeo insuficientes Quanto ao ldquodesenvolvimento humanordquo o Brasil estaacute muito distante das naccedilotildees desenvolvidas com IDH de 0718 que cresceu na uacuteltima deacutecada agrave taxa de 0769 ao ano Nesse ritmo ateacute alcanccedilarmos o IDH norueguecircs -- primeiro colocado ou o australiano -- segundo colocado que eacute de 0943 seratildeo necessaacuterios 3536 anos Isso nos leva a pensar que a natildeo ser que o acaso nos ajude o sonho de nos juntarmos aos primeiros eacute questionaacutevel Com respeito ao Programa Bolsa Famiacutelia esse prova ser uma frente social para a eliminaccedilatildeo da desigualdade seus beneficiaacuterios eram classificados como pobres e extremamente pobres e foram resgatados Palavras chaves Bolsa Famiacutelia Desenvolvimento Humano Desenvolvimento Socioeconocircmico Distribuiccedilatildeo de Renda Educaccedilatildeo Ferramenta para crescimento IDH Programa Bolsa Famiacutelia Renda Miacutenima
ABSTRACT
This study approaches a new and unexplored subject the Brazilian Family Aid Program Bibliography practically does not exist and academic entities seldom discuss the subject because it is still under development References are found in lectures newspapers and magazine articles This is an exploratory and analytical search approaching evidence basis and sources The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo (PBF) is a Brazilian Family Aid Program granted under conditionality rules It can be considered a unique tool for income distribution working towards an effective solution for families surviving under extreme poverty The program started by the merger of three other poverty aid programs of dubious effectiveness ndash Scholarship Aid Cooking Gas Aid and Food Card The ldquoPBFrdquo benefits families surviving under poverty conditions with R$ 70 to R$ 140 monthly of per capita income and under extreme poverty conditions below R$ 70 monthly of per capita income Also the ldquoPBFrdquo establishes conditional participation rules associated to education and health prevention for children Presently the ldquoPBFrdquo supports 13 million families that fit rules and are enrolled in the ldquoCadastro Uacutenicordquo (Central Control Registration Roll) That registration roll practically covers the totality of the population under poverty situation line as defined by PNAD - 2006 (National Household Survey - 2006)The ldquoPBFrdquo control methodology allows income transfer to regions left under poverty conditions in past history The PBF formed a new consumer community new entrepreneurs moreover attracted investors In regard to education there is reduction in illiteracy The Human Development Index (HDI) shows vegetative growth Brazil is the 84th country ranked among the 187 nations controlled by the United Nations Development Programme (UNDP) in 2011 The dimensions that compose the index for Brazil had poor growth lately in particular the expected years of schooling for children at school enrollment age (in Brazil 6 years old) declined during the last decade (2000-2010) It is likely that there is a structural issue with the Brazilian education sector There is a socio-economic growth in regions where poverty has been endemic in particular Northeast Region The findings also reveal migration reversal that in past were NorthNortheast Regions to Southeast Region as well as fecundity rate reduction which are remarkable advantages Brazil entered into the ldquodemographic bonusrdquo a situation when the ldquoeconomically active populationrdquo exceeds the ldquodependent populationrdquo this is also an advantage because attracts investments and is a push towards economic growth Despite of positive improvements they appear to be insufficient the human development in Brazil is far from excellence presently a HDI of 0718 with a growth of 0769 annually (2000-2010) it will take 3536 years to meet the Australian HDI of 0943 Unless chances help us dreams to join the winners are unlikely The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo however proves to be a social front towards inequality the participants of the plan originally classified under poverty line were rescued Keywords Family Allowance Program Human Development Index HDI Socio-Economic Development Socio-Economic Growth Income Distribution Poverty Reduction Brazilian Family Grant Program Minimum Income Economic Growth Tool
INTRODUCcedilAtildeO
PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA
Sou economista de formaccedilatildeo segui carre i ra na aacuterea
f inancei ra da induacutest r ia automobi l iacutes t ica in ic ie i com o off ice -boy em
1961 v indo a me re t i rar em 1999 (u t i l izo o verbo ldquo re t i rarrdquo porque
nunca esteve em meus p lanos o verbo ldquoaposentarrdquo ) Durante minha
t ra jetoacuter ia prof iss iona l t ive a oportun idade de par t ic ipar de
t re inamento no exter ior Durante 1979-1980 a empresa onde eu
atuava me designou para um programa de t re in amento em Detro i t
Mich igan Part ic ipe i de cursos na Wayne State Univers i ty em 1990
par t ic ipe i de extensatildeo un ivers i taacuter ia em Bo ston Massachussetts
onde curse i o 1990 Senior Execut ive Program no MIT juntamente
com c inquenta execut ivos de d iversas par tes do mundo
Desde que de ixe i a induacutest r ia em 1999 t raba lhe i como
consu l tor independente mas como os cont ratos rarearam decid i por
novos rumos F iz vest ibu lar para Let ras Portuguecircs Inglecircs fu i
admit ido curse i do is semestres natildeo me entus iasmei natildeo era mi nha
seara dec id i que no semestre seguinte estar ia fora Discut i o
assunto com um de meus mestres d urante a conversa e le suger iu
que eu f izesse mestrado me agradou a i de ia Em sequecircncia fomos
1 2
ateacute a coordenaccedilatildeo do Mestrado passe i por uma breve ent revis ta
me fo i perguntado se eu t inha algum pro jeto em mente e eu
prontamente respondi ldquoBo lsa Famiacutel iardquo houve inte resse pe lo tema e
fu i encaminhado ao processo de se leccedilatildeo
Ao in ic iar o curso de mestrado confesso que f iquei
apreensivo perguntava a mim mesmo se conseguir ia seguir ad iante
a exper iecircnc ia nova e desaf iante me entus iasmava cada vez mais
Apesar de estar por longo tempo longe de contatos acadecircmicos
consegui acompanhar e par t ic ipar dos t raba lhos Sent i d i f icu ldades
af ina l estava em contado com pess oas d iametra lmente d i ferente s de
minha convivecircncia usual A co leccedilatildeo de a migos que adquir i me
mot ivou a qual idade dos professores me surpreendeu e os debates
que par t ic ipe i e cont inuo a part ic ipar me def in i ram novos hor izontes
Durante o pr imeiro semestre do curso de mestrado escrevi ao
Senador Supl icy a f im de conseguir subsiacuted ios para meu tema Fu i
prontamente a tendido recebi a lguns textos sobre Renda Miacuten ima e
um convi te para par t ic ipar do 13 ⁰ Congresso BIEN (Basic Income
European Network) No Congresso t ive oportun idade de t rocar
ide ias com pessoas de out ras partes do mundo Em part icu lar f iz
ent revis tas informais com o proacutepr io senador e com o Prof Guy
Standing escr i tor e professor de ldquoEc onomic Secur i tyrdquo da
Univers idade de Bath Reino Unido Tambeacutem converse i com Scott
1 3
Goldsmith c idadatildeo amer icano que d iscorreu sobre o ldquoA laska
Permanent Fund rdquo 1
Par t ic ipe i das I e I I Semanas de Educaccedilatildeo em Dire i tos
Humanos da UMESP in ic iadas em 2010 pro je to que considero de
ext rema re levacircncia para nossos d ias po is conheci expoentes do
assunto Tive a oportun idade de ass is t i r pa lest ras de conferencistas
de a l to coturno como Salomon Lerner Enr ique Dussel Lu iz Anton io
Cunha Edson Cardoso Roberto L iv ianu dent re outros Destaque
especia l do evento de 2011 cabe considerar as au las da d isc ip l ina
ldquoL i tera tura Educaccedilatildeo e Dire i tos Humanosrdquo min ist r adas durante o
evento pe la Professora Graccedila Grauacutena poet isa e escr i tora de e tn ia
pot iguar
Minha exper iecircnc ia com o curso de Mestrado t raz desaf ios que
considero importantes e ac ima de tudo me leva a rever e
sed imentar concei tos de forma que minha exper iecircnc ia da vida
prof iss iona l natildeo se perca
1 O e s t a d o n o r t e a m e r i c a n o d o A l a s k a t a x a e m a t eacute 2 5 d e t o d a a
r e c e i t a r e n d a d e c o r r e n t e d e m i n e r a ccedil atilde o q u e eacute d e s t i n a d a a u m f u n d o
p e r m a n e n t e g a r a n t i d o p e l a c o n s t i t u i ccedil atilde o e s t a d u a l O f u n d o p e r m a n e n t e eacute
i n v e s t i d o e m u m p o r t f oacute l i o d i v e r s i f i c a d o eacute u t i l i za d o p a r a a ccedil otilde e s d e
d e s e n v o l v im e n t o s o c i o e c o n ocirc m ic o D i v i d e n d o s s atilde o d i s t r i b u iacute d o s r e g u l a r m e n t e
a t o d o s o s r e s i d e n t e s d o e s t a d o d o A l a s k a
F o n t e h t t p w w w a p f c o r g h o m e C o n t e n t a b o u t F u n d a b o u t P e r m F u n d c f m -
A c e s s a d o em 2 3 1 1 2 0 1 1
1 4
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma in ic ia t iva que por muito
tempo quest ione i achava um tema popul ista natildeo percebia
sustentaccedilatildeo fu tura Com o passar do tempo ao observar e ler sobre
o assunto percebi os resu l tados posi t ivos do programa O que
chamou minha atenccedilatildeo foram os resu ltados econocircmicos e
pr inc ipa lmente s ign i f ica t ivos benef iacutec ios soc ia is
Esta d issertaccedilatildeo d iscute como um programa concei tua lmente
s imples se tornou ferramenta de cresc imento e mola mestre de um
processo econocircmico re lat ivamente estaacuteve l n i t idamente d i rec ionado
a reduccedilatildeo de desigualdades
Neste t raba lho anal iso os fundamentos e conceitos que
conduzem o programa como in ter ferem nos movimentos soc ia is
qua l sua capacidade em cr iar empregos e novas oportun idades com
ecircnfase ao toacutep ico Educaccedilatildeo
Noto in ib idores importantes quando se aborda o tema
Programa Bolsa Famiacutel ia rdquo haacute posiccedilotildees antagocircnicas e favoraacuteve is
mas quase sempre de caraacuteter par t idaacuter io sem mui ta fundamentaccedilatildeo
Ul t rapassei esses b loqueios e conclu iacute que o tema eacute importante e
faraacute esco la
Cabe enfat izar que esse t raba lho natildeo eacute uma pesquisa de
Economia Sendo eu economista por formaccedilatildeo acadecircmica u t i l izarei
concei tos p inccedilados da Teor ia Econocircmica a f im de melhor entender
os resu ltados rea is deste inst igante tema
1 5
METODOLOGIA
Por ser um tema novo para a Naccedilatildeo e prat icamente ineacuted i to
em termos mundiais a l i te ra tura eacute escassa poucos satildeo os autores
acadecircmicos que abordam o assunto referencia is satildeo encontrados
em publ icaccedilotildees fe i tas em seminaacuterios e pa lest ras bem como em
ar t igos e notas jorna l iacutes t icas Esta d issertaccedilatildeo t ra ta -se de um
t raba lho exp loratoacuter io ana l iacute t ico -descr i t ivo com base documenta l
Os referencia is deste t raba lho baseiam -se (a) na legis laccedilatildeo
que suporta o Programa Bolsa Famiacutel ia (b) na da anaacutel ise h istoacuter ica
de aprovaccedilatildeo do programa pe lo Congresso Nacional (c) no l ivro
ldquoRenda Miacuten ima de Cidadaniardquo do Se nador Eduardo Matarazzo
Supl icy (5ordf ed iccedilatildeo de 2008) (d) em ar t igos e notas jorna l iacutes t icas (e)
e na anaacutel ise de dados estat iacutes t icos consol idados pe lo IBGE MDS
IPEA e tc
Tambeacutem foram anal isados t raba lhos apresentados no 13ordm
Congresso BIEN 2010 (Basic Incom e Earth Network) rea l izado na
FEA USP Satildeo Paulo
1 6
RENDA MIacuteNIMA
Esse t raba lho anal isa desdobramentos do pro jeto do Senador
Eduardo Matarazzo Supl icy e tem como referecircncia pr inc ipa l o l ivro
ldquoRenda de Cidadaniardquo (2008) A tese a l i defendida pe lo Senador
Supl icy pode ser resumida na c i taccedilatildeo da paacutegina 41 de seu l ivro
Eacute p ropoacutes i to des te l i v ro a rgum en ta r em f avo r de o
Bras i l avanccedilar ace le radam en te d i r eccedilatildeo a
ga ran t i r que todos os b ras i le i r os ve nham a
receber um a renda baacutes ica incond ic iona l
f undam en tada no d i r e i t o ina l ien aacuteve l de t odas as
pessoas res iden tes em nosso pa iacutes de pa r t i l ha r a
r ique za da n accedilatildeo n atildeo im por tando a o r igem a
raccedila o sexo a idade a co nd iccedilatildeo c i v i l ou
soc ioeconocircm ica
O pro je to sobre renda de c idadania t ransformou -se na Lei
10835 de 8 de jane i ro de 2004 (SUPLICY 2004) A legis laccedilatildeo
aprovada consiste na garant ia i r rest r i ta de renda miacuten ima a todo
c idadatildeo res idente Segue o ar t igo pr imeiro da le i sancionada o qual
sumar iza o propoacutesi to
Eacute ins t i t u iacuteda a p a r t i r de 2005 a r enda b aacutes ica de
c idadan ia que se cons t i t u i r aacute no d i r e i t o de todos
1 7
os b ras i le i r os res ide n tes no Pa iacutes e es t range i ros
res iden tes haacute pe lo m enos 5 (c inco ) anos no
Bras i l natildeo im por tando sua cond iccedilatildeo
soc ioeconocircm ica a r eceberem anua lm ente um
bene f iacute c io m one taacute r io (Anexo A )
A Le i 1083504 inst i tu i a renda miacuten ima mas o in ib idor para a
implementaccedilatildeo p lena estaacute na a locaccedilatildeo de recursos para a ap l icaccedilatildeo
da le i Emblemat icamente a c idade de Santo Anton io do Pinhal SP
jaacute inst i tu iu le i munic ipa l prevendo renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo
res idente (pop 7000 habitantes em 2010) A l e i munic ipa l prevecirc
a locaccedilatildeo de 6 do orccedilamento munic ipa l para a tendimento e
d is t r ibu iccedilatildeo incondic iona l de renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo res idente
Haacute l i te ra tura var iada no que concerne ao tema ldquoRenda Miacuten ima
de Cidadaniardquo inclus ive um congresso anual que t rata do assunto o
Congresso Bien (Basic Income European Network) A 13ordf ed iccedilatildeo do
Congresso Bien ocorreu nos d ias 30 de junho a 02 de ju lho de 2010
no campus da Unive rs idade de Satildeo Paulo apesar de foca l izar o
tema Renda Miacuten ima houve abordagens ao Programa Bolsa Famiacutel ia
A preocupaccedilatildeo dos governantes em supr i r as necessidades
baacutesicas da populaccedilatildeo menos favorec ida eacute assunto recorrente
Confuacutec io f i loacutesofo ch inecircs 551 aC jaacute defendia a just iccedila soc ia l e
ass ina lava em suas doutr inas ldquoA inseguranccedila eacute p ior que a pobreza rdquo
af i rmaccedilotildees de Guy Standing d i re tor da Organizaccedilatildeo In ternacion al
1 8
do Trabalho (OIT) c i tado pe lo Senador Supl icy em seu l ivro ldquoRenda
da Cidadania a Saiacuteda eacute pe la Portardquo (SUPLICY 2008 p 49 )
A pr imeira proposta de Renda Miacuten ima no mundo moderno fo i
e laborada por Thomas More em sua obra Utop ia Escr i ta em 1516
Utop ia descreve um paiacutes imaginaacuter io uma sociedade onde os
c idadatildeos vivem em perfe i ta harmonia basicamente porque suas
necessidades satildeo tota lmente s at isfe i tas (SUPLICY 2008 p 51-53)
Baseando-se nos pensamentos de Thomas More em 1526
Juan Luiacutes Vovegraves enviado do Rei da Espanha aos Paiacuteses Baixos na
eacutepoca dominados pe la Espanha e laborou uma proposta de Renda
Miacuten ima para a c idade de Bruges Beacute lgica Uma f orma de ass istecircnc ia
aos pobres fora implementada em 1525 em Ipres Beacutelgica As ide ias
de Vovegraves inf luenciaram a adoccedilatildeo na Ingla terra e Europa de le is de
ass is tecircnc ia aos pobres (The Poor Laws) Essas le is in ic ia lmente em
1531 v isavam assis t i r aos idosos e def ic ientes permi t indo que estes
pudessem pedir esmolas junto agraves paroacutequias Mais tarde as
paroacutequias foram autor izadas a levantarem fundos a f im de atender
aos necessi tados (SUPLICY 2008 p53-56)
Houve d iversos atos iso lado s que antecederam o Programa
Bolsa Famiacutel ia Foram accedilotildees de t ransferecircncia de renda no Bras i l
conforme abaixo descr i tas
O p ione i r i sm o quando se t r a ta de p rog ram as de
t r ans f e recircnc ia de renda eacute a t r ibu iacutedo ao p r e f e i t o de
1 9
Cam p inas ndash SP Joseacute Rober t o Maga lhatilde es que f ez
o p r im e i ro pagam ento a u m a f am iacute l i a necess i tada
em 1995 Pos te r io rm en te no m esm o ano o en tatildeo
gove rnador do D i s t r i t o Federa l C r i s tovatildeo
Buarque e o p re f e i t o de R ibe i r atildeo Pre to SP
An ton io Pa locc i im p lan tam p rog ram a s im i la r Em
1996 o Pres iden te Fe rnando Henr ique Cardoso
lanccedilou o P rog ram a de Er rad icaccedilatildeo do T raba lho
In f an t i l cond ic ionad o agraves f am iacute l i as a m anu tenccedilatildeo
dos f i l hos na esco la Em 1997 o P res iden te
Fe rnando Henr ique Cardoso c r iou a Prog ram a
Nac iona l de R enda Miacuten im a e em 2001 lanccedilou o
Prog ram a Bo lsa Esco la Em 2003 p r im e i ro ano
do Pres iden te L u i z I gnaacutec io Lu la da S i l va c r iou -
se o M in is teacute r io Ex t rao rd inaacute r io de Se guranccedila
A l im en ta r e lanccedila o p rog ram a Fom e Zero Jaacute em
2004 f o i c r iado o M in is teacute r io do Desen vo l v im en to
Soc ia l e Com bate a Fom e quando f o ram
un i f i cados todos os p rog ram a s f ede ra is de
t r ans f e recircnc ia de renda no Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia (O Es tado de Satilde o Pau lo 18 4 2010 ldquoO
DNA da t r ans f e recircnc ia de rendardquo ) rdquo
2 0
1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA ndash FUNCIONAMENTO E
SUSTENTABILIDADE
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES
111 Regulamentos Funcionais
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute comentado e cr i t icado por
d iversas camadas da soc iedade bras i l e i ra contudo haacute que se
considerarem os benef iacutec ios e as vantagens que proporc iona agrave
Naccedilatildeo Soacute pa ra exempl i f i ca r tomemos duas cons ide raccedilotildees mu i to
comuns que satildeo ve icu ladas de fo rma i r responsaacuteve l mu lhe res que
engrav idam pa ra recebe r o benef iacutec io e t raba lhado res que p re fe rem
empregos in fo rma is para tomar van tagens dos benef iacutec ios Esse
t raba lho p rocu ra con t r ibu i r para que se des faccedilam esses m i tos
Quanto ao p r ime i ro m i t o ce r tamente have r ia uma exp losatildeo
demograacute f i ca o que natildeo oco r re mas ao con t raacute r io a taxa de
fecund idade b ras i le i ra d im inu iu s ign i f i ca t i vamente quan to ao
segundo mi to natildeo se comprova porque emprego com ca r te i ra
2 1
ass inada c resceu substanc ia l mente na uacute l t ima deacutecada Ambas as
s i tuaccedilotildees se ratildeo ana l isadas ma is ad ian te
Os benef iacutec ios satildeo ver i f icados e comprovados sob os mais
d i ferentes acircngulos de anaacutel ise O concei to baacutes ico do Programa Bolsa
Famiacutel ia eacute fazer com que as famiacutel ias sa iam do niacuteve l de ind igecircncia
poss ib i l i tando sob condic iona l idades a sat isfaccedilatildeo de suas
necessidades baacutesicas Evidecircncias seratildeo anal isadas em toacutep icos
ad iante as quais inc luem a permanecircncia das cr ianccedilas na esco la
melhor ia da sauacutede dos benef ic iaacuter ios desenvolvimento
soc ioeconocircmico proporc ionado pr inc ipa lmente pe lo efe i to
mult ip l icador proporc ionado pe la in jeccedilatildeo de recursos de cunho
soc ia l e tc
O Min is teacuter io do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome
(MDS) def ine o Programa Bolsa Famiacutel ia da seguin te forma
O Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia (PBF) eacute um prog ram a
de t r ans f e recircnc ia d i r e ta de ren da com
cond ic iona l idades que bene f i c ia f am iacute l i as em
s i t uaccedilatildeo de pobre za ( com renda m ensa l po r
pessoa de R$ 70 a R$ 140) e ex t rem a pobre za
( com renda m ensa l po r pessoa de a teacute R$ 70 ) de
aco rdo com a Le i 10 836 de 0 9 de j a ne i ro de
2004 e o Dec re to n ordm 5 209 de 17 de se te m bro de
2004
O PBF in teg ra a es t ra teacuteg ia FOME ZERO que tem
o ob je t i vo de assegura r o d i r e i t o hu m ano agrave
a l im en taccedilatildeo adequad a p rom ovendo a seguranccedila
2 2
a l im en ta r e nu t r i c iona l e con t r ib u ind o pa ra a
e r rad ic accedilatildeo da ex t rem a pobreza e pa ra a
conqu is ta da c id adan ia pe la p a rce la da
popu laccedilatildeo m a is vu ln e raacuteve l agrave f om e O Prog ram a
pau ta - se na a r t i cu laccedilatildeo de t r ecircs d im ensotildees
essenc ia is agrave su peraccedilatildeo da f om e e da pob re za
D o a l iacute v i o im e d i a t o d a p o b r e za p o r m e i o d o
d i r e i t o d e r e n d a agrave f a m iacute l i a
R e f o r ccedil o a o e x e r c iacute c i o d e d i r e i t o s s o c i a i s b aacute s i c o s
n a s aacute r e a s d e S a uacute d e e E d u c a ccedil atilde o p o r m e i o d o
c u m p r im e n t o d a s c o n d i c i o n a l i d a d e s o q u e
c o n t r i b u i p a r a f a m iacute l i a s c o n s i g a m r o m p e r o c i c l o
d a p o b r e za e n t r e g e r a ccedil otilde e s
C o o r d e n a ccedil atilde o d e p r o g r a m a s c o m p le m e n t a r e s
q u e t ecirc m p o r o b j e t i v o o d e s e n v o l v im e n t o d a s
f am iacute l i a s d e m o d o q u e o s b e n e f i c i aacute r i o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a c o n s i g a m s u p e r a r a
s i t u a ccedil atilde o d e v u l n e r a b i l i d a d e e p o b r e za
S atilde o e x e m p l o s d e p r o g r a m a s c o m p l e m e n t a r e s
p r o g r a m a s d e g e r a ccedil atilde o d e t r a b a l h o e r e n d a d e
a l f a b e t i za ccedil atilde o d e a d u l t o s d e f o r n e c im e n t o d e
r e g i s t r o c i v i l e d e m a i s d o c um e n t o s 2
As condiccedilotildees def in idas para o PBF descr i tas pe lo Min is teacuter io
do Desenvolvimento Socia l (MDS) satildeo re la t ivament e s imples e sem
burocrac ia a f im de fac i l i ta r o atend imento dos benef ic iaacuter ios Segue
descr iccedilatildeo estabelec ida no por ta l de MDS
2 h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f a m i l i a o -
q u e - e Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
2 3
As cond ic i ona l idades satildeo os com prom issos nas
aacute reas da Educaccedilatildeo da Sauacute de e Ass is tecircnc ia
Soc ia is assum idos pe las f am iacute l i as e que p rec isam
se r cum pr idos pa ra que e las con t inuem a receber
o bene f iacute c io d o P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a
As cond ic iona l idades v igen tes do P rograma Bo lsa Famiacute l ia
satildeo bas icamente assoc iadas agrave educaccedilatildeo sauacutede e ass is tecircnc ia
soc ia l
E d u c a ccedil atilde o f r e q u ecirc n c i a e s c o l a r m iacute n im a d e 8 5
p a r a c r i a n ccedil a s e a d o le s c e n t e s e n t r e 6 e 1 5 a n o s
e m iacute n im a d e 7 5 p a r a a d o l e s c e n t e s e n t r e 1 6 e
1 7 a n o s
Os con t ro les de f requecircnc ia esco la r ind icam resu l t ados
sa t is fa toacute r ios nesse ques i to aos benef i c iaacute r ios do Programa Bolsa
Famiacutel ia A aderecircncia em 2011 estaacute em 983 das cr ianccedilas com
idade ent re 6 e 15 anos o que s ign i f ica 238 de melhor ia desde
2006 cu jo va lor era de 794 Quanto aos estudantes com idade
ent re 16 e 17 anos o resu ltado tambeacutem eacute s ign i f ica t ivo at inge a
marca de 962 Conforme notada nas tabe las seguin tes podemos
conclu i r que o processo mostra-se estaacuteve l natildeo eacute notada var iaccedilatildeo
substancia l no iacutend ice a par t i r de 2009 Eacute cer to que quando um
processo se torna estaacuteve l eacute necessaacuter ia nova in terferecircncia a f im de
2 4
apr imoraacute- lo O melhor seraacute cr iar uma ldquodesestab i l idade for tu i tardquo que
apesar de t iacutemidos jaacute haacute movimentos nesse sent ido ta is como
melhor ia de qual idade na educaccedilatildeo Segue tabe la 1 ind icat iva da
f requecircncia esco lar dos benef ic iaacuter ios conforme publ icaccedilatildeo do MEC
FREQUEcircNCIA DE ALUNOS BENEFICIAacuteRIOS DO PROGRAMA BOLSA
FAMIacuteLIA
Ano 6 a 15 anos 16 a 17 anos
() ()
2006 79 44 N D
2007 96 97 N D
2008 98 06 95 62
2009 98 86 97 83
2010 98 57 97 06
2011 97 89 96 55
TABELA 1 F requecircnc ia de A lunos Benef i c iaacute r ios do P rograma Bo lsa
Famiacute l ia
Fon te MEC
h t tp pa ine l mecgovb r pa ine l phpmodu lo=p r inc ipa l de ta lhamen to
Ind icado rampacao=Aampdeta lhes=pa isamp ind id=442
Acesso em 14 11 2011
A taxa de a l fabet izaccedilatildeo tambeacutem apresenta s ign i f ica t iva
melhor ia no per iacuteodo poacutes- implementaccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia
Nesse quesito tambeacutem se nota estabi l idade do processo sendo que
os ind icadores se mostram estaacuteve is ao redor de 90 Eacute vaacute l ido
af i rmar para esse quesi to que uma ldquodesestab i l izaccedilatildeo for tu i ta
tambeacutem eacute bem-vindardquo
2 5
( ) es tab i l idade re la t i va ao redor de 90
Graacute f i co 1 Taxa de A l fabe t i zaccedilatildeo 15 anos ou ma is
Fon te IBGE Seacuter ies h is toacute r i cas - Acesso em 09 8 2011
S a uacute d e a c o m p a n h a m e n t o d o c a l e n d aacute r i o v a c i n a l
e d o c r e s c im e n t o d e s e n v o l v im e n t o p a r a
c r i a n ccedil a s m e n o r e s d e 7 a n o s e p r eacute - n a t a l d a s
g e s t a n t e s e a c o m p a n h a m e n t o d a s n u t r i ze s n a
f a i x a e t aacute r i a d e 1 4 a 4 4 a n o s
Conforme dados do IBGE a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ap resen ta resu l tados s ign i f i ca t i vo s na deacutecada 2000 -2009 com
queda de 35 7 A cond ic iona l idade assoc iada agrave sauacutede dos
benef i c iaacute r ios do P rograma pode te r con t r ibu iacutedo s ign i f i ca t i vamente
pa ra essa me lhor ia soc ia l A Reg iatildeo Nordes te fo i a que ma io r
reduccedilatildeo apresen tou ne s te ques i to com 47 8 de reduccedilatildeo O
2 6
graacute f i co segu in te nos ind ica a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ob t ida na uacute l t ima deacutecada (2000 -2009)
G raacute f i co 2 Mor ta l idade In fan t i l
Fon te
M in is teacute r io da Sauacutede
h tpp tabne t da tasus govb r cg i idb2010 c01bh tm
Acesso 10 4 2012
Soc ia l f r equecircnc ia m iacuten im a de 85 da ca rga
ho raacute r ia r e la t i va a o s se rv iccedilos soc ioeduca t i vos
pa ra c r ianccedilas e anos em r is co ou re t i r adas do
t r aba lho in f an t i l
No quesito t raba lho infant i l ob je t ivo da exis tecircnc ia da
condic iona l idade denominada ldquosoc ia l rdquo tambeacutem mostra resu l tados
pos i t ivos a melhor ia em termos nacionais eacute de 24 entre 2003 e
2008 (1261 para 9 56 por 100000 habi tantes) equ iva lente a
2 7
54 ao ano de reduccedilatildeo Provavelmente par te s igni f ica t iva dessa
queda pode ser at r ibuiacuteda a essa cond ic iona l idade denominada
soc ia l
TRABALHO INFANTIL
( da Pop de 10 a 15 anos t raba lhando ou procurando emprego)
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Regiatildeo
Norte 1079 1628 1565 1456 1286 1088 Nordeste 1865 1715 1903 1665 1559 1356 Sudeste 754 657 738 683 631 578 Sul 1539 1554 1361 1388 1329 1015 Centro-Oeste 933 1053 943 912 933 894 Total 1261 1231 128 1179 1101 956
Tabela 2 Trabalho Infant i l
Fonte
IBGE ndash Seacuter ies Histoacuter icas
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD329ampsv=
7ampt=taxa-de- t raba lho- infant i l Acesso em 118 2011
O MDS just i f ica a adoccedilatildeo de condic iona l id ades pe lo Programa
Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
As cond ic iona l ida des do Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
satildeo ao m esm o tem po r esponsab i l i da des das
f am iacute l i as e do pod e r puacuteb l i co O ob je t i vo das
cond ic iona l idades natilde o eacute pun i r as f a m iacute l i as m as
responsab i l i za r d e f o rm a con junta os
bene f i c iaacute r ios e o poder p uacuteb l i co q ue de ve
iden t i f i ca r os m o t i vos do natildeo cum pr im en to das
cond ic iona l idades e im p lem en ta r po l iacute t i cas
2 8
puacuteb l i cas de acom panham ento pa ra essas
f am iacute l i as3
A co locaccedilatildeo do MDS quando just i f ica a adoccedilatildeo de
condic iona l idades como parte das est rateacutegias que nor te iam o
Programa Bolsa Famiacutel ia ind i retamente impotildee ao benef ic iaacuter io
podemos considerar de forma justa a responsabi l idade de
ldquo remunerarrdquo o restante da soc iedade pe lo s benef iacutec ios f inancei ros
concedidos
1 12 Contro les
O MDS tambeacutem estabelece um rela toacuter io demonstrat ivo de
metas cumpr idas bem como de t ransparecircncia dos benef iacutec ios pagos
aos par t ic ipantes Os benef iacutec ios satildeo pagos e cont ro lados pe la Caixa
Econocircmica Federa l a qua l emite re la toacuter ios mensais ident i f icando
3F o n t e
h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f am i l i a b e n e f i c i o s - e -
c o n t r a p a r t i d a s Ac e s s o em 2 2 0 6 2 0 1 0
2 9
nominalmente os benef ic iaacuter ios Esses re latoacuter ios podem se obt idos
por estado e munic iacutep io 4
Os cont ro les estabelec idos parecem adequados para que os
cont r ibu in tes possam f isca l izar e denunciar possiacuteve is f raudes O
MDS estabelece processos de f isca l izaccedilatildeo para gar ant i r
cred ib i l idade e just iccedila ao programa A pr inc ipal ferramenta
contro ladora eacute o ldquoCadast ro Uacutenico rdquo 5
Segundo o MDS a f isca l izaccedilatildeo da gestatildeo do Cadast ro Uacutenico
e do Programa Bolsa Famiacutel ia pode ser fe i ta das seguintes formas
Accedilotildees in loco e agrave d is tacircnc ia r ea l i zad as pe lo
M in is teacute r io do Desenvo lv im en to Soc ia l e Com bate
agrave Fom e MDS po r m eio da Sec re ta r ia Nac iona l de
Renda de C ida da n ia con f o rm e c r i t eacute r ios e
pa racircm et ros es tabe lec idos na Por ta r ia Senarc n ordm
1 2004
Accedilotildees desenvo l v id as pe las Ins tacircnc ias de
Con t ro le Soc ia l q ue devem acom panhar as
a t i v i dades desenvo lv idas pe lo ges to r m un ic ipa l
do Prog ram a aux i l i a ndo na de f in i ccedilatildeo de f o rm as
pa ra m e lho r a tender agraves f am iacute l i as que se
enquadram nos c r i t eacute r ios do Prog ram a inc lus ive
no que d i z r espe i to agraves Aud i to r ias e accedilotildees de
f i sca l i zaccedilatildeo rea l i za das pe las ins t i t u i ccedilotildees de
4F o n t e h t t p s w w w b e n e f i c i o s s o c ia i s c a i x a g o v b r c o n s u l t a b e n e f i c i o 0 4 0 1 0
0 - 0 0 _ 0 0 a s p Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
5 F o i c r i a d o d u r a n t e o g o v e r n o d e F e r n a n d o H e n r i q u e C a r d o s o e m 2 4 d e
o u t u b r o d e 2 0 0 1 p o r D e c r e t o d a P r e s i d ecirc n c i a d a R e p uacute b l i c a
3 0
con t ro le in te rno e ex te rno do poder ex ecu t i vo a
m a io r pa r te de las ta m beacutem com ponen tes d a R e d e
P uacute b l i c a d e F i s c a l i za ccedil atilde o d o B o l s a F a m iacute l i a
Aud i t o r ias po r m e io de anaacute l i se das bases de
dados e s i s tem as em espec ia l aque las
rea l i za das na b ase do Cad as t ro Uacuten ico que
pe rm i tem iden t i f i ca r dup l i c ida des d i ve r gecircnc ias
de in f o rm accedilatildeo de renda quando com parada com
ou t ras bases de dados do Governo Federa l
den t re ou t ras d i spon ib i l i dade de se rv iccedilos
puacuteb l i cos de sauacutede e educaccedilatildeo que pe r m i tam o
cum pr im en to das cond ic iona l idades 6
A rede puacutebl ica de f isca l izaccedilatildeo fo i cr iada em jane i ro de 2005
envo lve o Min is teacuter io Puacutebl ico a Contro lador ia Gera l da Uniatildeo e o
Tr ibunal de Contas da Uniatildeo tendo como ob je t ivo moni torar o
Programa Bolsa Famiacutel ia Foram estabelec idas responsabi l idades
para cada uma das ent idades f isca l iza doras de forma ao apropr iado
andamento do Programa Bolsa Famiacutel ia
O MDS recebe denuacutencias referentes ao Programa Bolsa
Famiacutel ia pe los seguin tes canais
Pessoa l ou ca r ta endereccedilada agrave Ouv id o r ia do
M in is teacute r io
6F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o f o r m a s - d e -
f i s c a l i za c a o Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
3 1
E -m a i l s pa ra a aacute rea de a tend im en to do Bo lsa
Fam iacute l ia
Cen t ra l de a t end im en to do Fom e Zero I ns tacircnc ias
de Con t ro le Soc ia l
Denuacutenc ias encam in hadas pe los oacute rgatildeos de
con t ro le
A Coordenaccedilatildeo -Gera l de F isca l i zaccedil atildeo do
Depar tam en to de Operaccedilatildeo da Sec re ta r ia
Nac iona l de Re nda de C idada n ia exa m ina as
denuacutenc ias re ceb ida s e de aco rdo com a
g rav idad e dos f a tos ado ta m ed idas de
f i sca l i zaccedilatildeo po r m e io de v i s i t as aos m un ic iacutep ios
ou agrave d is tacircnc ia Na m a io r pa r te os casos o MDS
encam inha as den uacutenc ias receb idas p a ra os
ges to res m un ic ipa is do PBF so l i c i t a n do que
se j am ave r i guadas
Quando a CGU rea l i za aud i to r ias nos m un ic iacutep ios
esco lh idos po r m e io de so r te ios e encon t ra a lg um
ind iacutec io de i r r egu la r i dade na im p lem en taccedilatildeo do
PBF e la encam inha os resu l tados pa ra a Senarc
Es ta po r sua vez encam inha ped idos de
ave r iguaccedilatildeo aos g es to res m un ic ipa is do PBF dos
m un ic iacutep ios aud i tados ou pa ra a Ca ixa Econocircm ica
Federa l de aco rdo com o resu l tado da a ud i to r ia
da CGU
Apoacutes a conc lusatildeo do s p rocessos de apuraccedilatildeo das
denuacutenc ias receb idas o u das aud i to r ias d a CGU a
Sec re ta r ia im p lem en ta e ou recom enda aos
ges to res m un ic ipa is e ou ao agen te oper ador do
p rog ram a ndash CAIX A ECONOcircMICA FEDER AL - a
adoccedilatildeo de m ed ida s saneadoras pa ra cada
i r r egu la r idade cons t a tada Quando eacute o caso os
resu l tados das accedilotildees de apuraccedilatildeo de denuacutenc ias
3 2
satildeo encam inhados agraves ins t i t u i ccedilotildees i n teg ra n tes d a
Rede Puacuteb l i ca de F isca l i zaccedilatildeo do Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia pa ra im p lem en t accedilatildeo de p ro v idecircn c ias no
acircm b i to de suas com pe tecircnc ias
O MDS tam beacutem encam inha aos m un ic iacutep ios os
resu l tados de aud i to r ias rea l i za das nas bases d e
dados do Cadas t ro Uacuten ico com o r ien taccedilotildees pa ra
t r a ta r os p rob lem as encon t rados7
O MDS tambeacutem publ ica dados estat iacutes t icos apontando h is toacuter ico
de descumpr imento das condic iona l idades para o to ta l Bras i l e por
estado da Federaccedilatildeo apontando quant idade de advertecircnc ias
suspensotildees e cancelamentos 8
113 Legis laccedilatildeo
Segue resumo da legis laccedilatildeo 9 associada ao Programa Bolsa
Famiacutel ia
7F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o a p u r a c a o -
d e - d e n u n c i a s Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
8F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a c o n d i c i o n a l i d a d e s h i s t o r i
c o - d a s - r e p e r c u s s o e s - p o r - d e s c u m p r im e n t o - d e - c o n d i c i o n a l i d a d e s
A c e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
9A c r o n o l o g i a d e l e g i s l a ccedil atilde o q u e s e g u e f o i s e l e c i o n a d a p r i n c i p a lm e n t e n o
p o r t a l d o M D S a s e l e ccedil atilde o n atilde o p r e t e n d e s e r c o m p l e t a c o n t u d o v i s a
p r o p o r c i o n a r r a zo aacute v e l r e f e r e n c i a l l e g a l p a r a o t e m a
3 3
1 20 10 2003 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 1 32
DE 20 DE OUT UBRO 2003
(Conver t ida na L e i n ordm 10 836 de 2 004)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
2 09 01 2004 -L EI No 1 0 836 DE 9 D E
JANEIRO DE 2004
(Regu lam en to Conve rsatildeo da MPv n ordm 132 de
2003)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
3 17 9 2004 -DECR ET O Nordm 5 209 DE 17 DE
SET EMBRO DE 200 4
A Le i n ordm 10 836 de 9 de j ane i ro de 20 04 que
c r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
4 28 12 2007 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 4 11
DE 28 DE D EZEM BR O DE 2007
D ispotildee sob re o Pro g ram a Nac iona l de I nc lusatildeo
de Jovens - P roJovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no
11 129 de 30 d e j unho de 20 05 a l t e ra a Le i no
10 836 d e 9 d e j ane i ro de 2004 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
5 10 06 2008 -L EI Nordm 11 692 DE 10 JUNHO
DE 2008
Conversatildeo da MPv n ordm 411 d i spotildee sob re o
Prog ram a Nac iona l d e Inc lusatildeo de Joven s - P ro
j ovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no 11 12 9 de 30 de
j unho de 2005 a l t e r a a L e i no10 83 6 d e 9 d e
j ane i ro de 2004 r evoga d ispos i t i vos das Le is nos
9 608 de 18 d e f eve re i r o de 1998 10 7 4 8 de 22
de ou tub ro de 200 3 10 940 de 27 de ag os to de
2004 11 129 de 30 de j unho de 2005 e 11 180
3 4
de 23 de se tem bro de 2005 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
6 26 6 2008 -DECR ET O Nordm 6 491 DE 26 DE
JUNHO DE 2008
Daacute nova redaccedilatildeo ao a r t 19 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
7 16 4 2009 -DECR ET O Nordm 6 824 DE 16 DE
ABRIL DE 2009
A l te ra o capu t do a r t 18 do Dec re to n o 5 209 de
17 de se tem bro de 2004 a tua l i zando os va lo res
re f e renc ia is pa ra ca rac te r i zaccedilatildeo das s i t uaccedilotildees
de pobre za e ex t rem a pobreza no acircm b i to do
Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia p rev is t os no a r t 2o sectsect
2o e 3
o da Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de
2004
8 30 7 2009 -DECR ET O Nordm 6 917 DE 30 DE
JULHO DE 2009
A l te ra os a r t s 18 19 e 28 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
1 14 Transferecircncia de Renda
Podemos af i rmar que o Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma forma
ef ic iente de t ransfer i r renda dest ina -se a a tender famiacutel ias pobres e
3 5
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e baacutes ico garant i r a l imentaccedilatilde o e
oportun idade de acesso educaccedilatildeo e agrave sauacutede Podemos considerar
que sua ef ic iecircnc ia res ide no fato de cred i tar o recurso f inancei ro
em moeda corrente d i retamente ao benef ic iaacuter io sem qualquer
in termediaccedilatildeo e este por sua vez pode dest inar esse recurso para o
consumo de bens e serviccedilos que rea lmente necessi te No Programa
Bolsa Famiacutel ia a movimentaccedilatildeo de recursos eacute fe i ta d i retamente ao
carente sem qualquer t ipo de interferecircncia porque os benef ic iaacuter ios
tecircm que estar regis t rados no Cadast ro Uacutenico e devem cumpr i r as
condic iona l idades estabelec idas Os benef iacutec ios tem caraacuteter
temporaacuter io uma vez que o benef ic iaacuter io adquira condiccedilotildees saudaacuteveis
de sobrevivecircncia o benef iacutec io cessa haacute ferramentas cont ro la doras
para que isso aconteccedila
Transferecircncias de renda agraves camadas mais pobres visam
garant i r que os favorec idos tenham acesso a serviccedilo s baacutesicos e
essencia is Em outubro de 2011 o Min isteacuter io do Desenvolvimento
Socia l ind ica que haacute atendimento agrave 13171810 famiacutel ias o que
segundo o proacuteprio MDS s ign i f ica a tendimento a 10136 das
famiacutel ias consideradas pobres segundo perf i l do Programa Bolsa
Famiacutel ia (PNAD 2006) Sem sombra de duacutevida esses dados ind icam
que o Bras i l daacute um dos maiores passos em d i reccedilatildeo agrave e l iminaccedilatildeo da
desigualdade 10
10
F o n t e h t t p a p l i c a c o e s m d s g o v b r s a g i R I v 3 g e r a l i n d e x p h p A c e s s o e m 1 2 1 2 2 0 1 1
3 6
O Brasi l como membro da ONU f i rmou compromisso no ano
2000 a cumpr i r os ob je t ivos de desenvolvimento do mi lecircn io
comprometeu-se em cumpr i r as Metas do Mi lecircn io que dentre e les
inc lu i a reduccedilatildeo da ext rema pobreza e da fome ateacute 2015 Oi to satildeo
as chamadas ldquoMetas do Mi lecircn iordquo 11
Acabar com a f om e e a m iseacute r ia
Garan t i r educaccedilatildeo baacutes ica e de qua l i dade p a ra
todos
I gua ldad e en t re sexos e va lo r i zaccedilatildeo da m u lhe r
Redu z i r a m or ta l i dad e in f an t i l
Me lho ra r a sauacutede das ges tan tes
Com ba te r a A IDS a m a laacute r ia e ou t ras doenccedilas
Qua l idade de v ida e r espe i to ao m e io am b ien t e
T odo m undo t r aba lhando pe lo desenvo lv im en to
O Programa Bolsa Famiacutel ia estaacute em l inha com os ob je t ivos
ac ima e o invest imento maciccedilo em Assis tecircnc ia Socia l como um todo
eacute o esforccedilo para o cumpr imento das meta s Os dados cont idos na
Le i Orccedilamentaacuter ia Anual pub l icada no Porta l do Orccedilamento do
Senado demonstram efet ivo aumento na a locaccedilatildeo de r ecursos para
Assis tecircnc ia Socia l Nesse quesi to destacam-se massivos recursos
ao Programa Bolsa Famiacutel ia
11 h t t p d e s a f i o s 2 i p e a g o v b r s i t e s 0 0 0 1 7 e d i c o e s 3 8 p d f s r d 3 8 n o t 0 4 p d f A c e s s o e m
1 0 1 1 2 0 1 1
3 7
O graacutef ico seguin te nos daacute um quadro do montante dest inado agrave
ass is tecircnc ia soc ia l bem como os va lores designados ao Programa
Bolsa Famiacutel ia Os recursos dest inados agrave Assis tecircnc ia Socia l a
preccedilos de 2011 cresceram de R$ 213 b i lhotildees em 2004 para R$
419 b i lhotildees em 2011 um crescimento rea l de 106 ao ano
s ina l izando de forma contundente o empenho bras i le iro em e l iminar
as desigualdades O programa Bolsa Famiacutel ia que representa 33
do orccedilamento para Assis tecircnc ia Socia l em 2011 cresceu de 74
b i lhotildees em 2004 para cerca de 14 b i lhotildees em 2011 com
cresc imento rea l de 96 ao ano12
O graacutef ico 3 ad iante ind ica a tendecircncia dos va lores a locados agrave
ass is tecircnc ia soc ia l inc lu indo o Programa Bolsa Famiacutel ia
12 V a l o r e s a j u s t a d o s p e l o D e f l a t o r d o P r o d u t o I n t e r n o B r u t o
F o n t e I BG E httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto - Acesso em 1042011
3 8
Graacutef ico 3 A locaccedilatildeo de Recursos p Ass is tecircnc ia Socia l 13
Fonte LOA ndash Le i de Orccedilamento Anual ndash
h t tp www9senadogovbr porta l pagepor ta l orcamento_senado_Po
rta lOrcamento Acesso em 129 2011
13 Ajustado pelo deflator do PIB -
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-
interno-bruto Acesso em 13102011
3 9
12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
1 21 Impacto na Economia
O desenho do Programa Bolsa Famiacutel ia faz com que ha ja
benef iacutec ios econocircmicos geraccedilatildeo de r iqueza e auto sustentaccedilatildeo
a leacutem de progressos soc ia is importantes
Quanto agrave geraccedilatildeo de r iqueza e la ocorre pr inc ipa lmente
devido ao efe i to mul t ip l icador do Programa Bolsa Famiacutel ia que eacute a l to
porque haacute t ransferecircncia de renda para as camadas mais pobres da
populaccedilatildeo Boa par te da populaccedilatildeo que anter iormente ao Programa
Bolsa Famiacutel ia v iv iam na ind igecircncia e natildeo eram consumidores
passaram a secirc - lo apoacutes o recebimento dos benef iacutec ios f ina ncei ros O
c idadatildeo que prat icamente nada possuiacutea passou a s i tuaccedilatildeo de
consumidor cr iando uma procura de bens e serviccedilos e promovendo
o gi ro da economia pr inc ipa lmente nos munic iacutep ios mais carentes
Estudos ind icam que a expansatildeo dos benef iacutec ios pagos em 20 05 e
2006 R$ 18 b i lhatildeo resu l tou em cresc imento ad ic iona l do PIB de
R$ 431 b i lhotildees com rece i tas ad ic iona is de impostos de R$ 126
b i lhotildees 70 maior que os benef iacutec ios pagos em 2006 de R$ 75
b i lhotildees Essas est imat ivas constam de estudo dos economistas
4 0
Naeacuterc io Aquino Menezes Fi lho coordenador do Centro de Pol iacute t icas
Puacutebl icas (CPP) do Inst i tu to de Ensino e Pesquisa ( Insper) ant igo
Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henr ique Landim Junio r a luno da
graduaccedilatildeo do INSPER 14
O efe i to mul t ip l icador do PBF eacute a l to porq ue insere no
mercado uma populaccedilatildeo carente com poucas condiccedilotildees para poupar
v indo a u t i l izar como consumo prat icamente todo o seu benef iacutec io e
indo a leacutem po is adquire acesso ao creacuted i to o que poss ib i l i ta cons umir
mais do que recebeu O Precircmio Nobel de economia Paul A
Samuelson em seu l ivro ldquo In t roduccedilatildeo agrave Anaacutel ise Econocircmicardquo (p 314
tomo I 1966) exempl i f ica o ldquomult ip l icadorrdquo que just i f ica a
sustentab i l idade do Programa Bolsa Famiacutel ia (Anexo K)
O benef ic iaacuter io do Programa Bolsa Famiacutel ia sat isfaz suas
necessidades baacutesicas e tambeacutem se torna consumidor de bens e
serviccedilos part icu larmente aos associados agrave educaccedilatildeo e sauacutede
Ta lvez educaccedilatildeo e sauacutede natildeo fossem pr ior idades desse novo
c idadatildeo consumidor contudo as condic iona l idades do Programa
Bolsa Famiacutel ia pra t icamente o impulsionam a esse t ipo de consumo
Por out ro lado o aumento da demanda por educaccedilatildeo e sauacutede forccedila
a necessidade de aumento de invest imentos nessas aacutereas
14
F o n t e s O E S T A D O D E S Atilde O P A U L O 1 6 1 0 2 0 0 9 ndash E s t u d o O s E f e i t o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a s o b r e a E c o n o m i a d o s M u n i c iacute p i o s B r a s i l e i r o s ndash L a n d i m e
M e n e z e s ndash a g o s t o d e 2 0 0 9 ( A n e x o F )
4 1
pr inc ipa lmente por par te do poder puacutebl ico Na rea l idade isso estaacute
ocorrendo os invest imentos em educaccedilatildeo cresceram de 39 do
PIB em 2004 a 47 do PIB em 2008 Cerca de R$ 140 b i lhotildees
foram invest idos em 2008 va lor a inda considerado por mui tos
aqueacutem das necessidades Segundo not ic iaacuter io do jorna l O Globo a
recomendaccedilatildeo do UNICEF eacute 8 do PIB o que s ign i f ica a lgo em
torno de R$ 300 b i lhotildees 15 Esse assunto seraacute t ra tado mais ad iante
neste t raba lho
O ref lexo do aumento de invest imento em educaccedilatildeo tende a
repercut i r pos i t ivamente na taxa de analfabet ismo Nota -se que no
grupo de pessoas com 10 anos ou mais a taxa de analfabet ismo
ca iu de 106 em 2004 para 91 e m 2007 provavelmente uma
tendecircncia inerc ia l ta lvez com a lguma sustentaccedilatildeo das
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia
O quesi to sauacutede uma das condic iona l idades importantes do
Programa Bolsa famiacutel ia tambeacutem apresenta substancia l melhor ia por
exemplo a taxa de morta l idade infant i l ca iu de 226 mortes por 1000
nascidos vivos em 2004 para 176 mortes por 1000 nascidos vivos
em 2008 (Graacutef ico 2)
15 Fonte O Globo-1632010 agraves 1225-
httpogloboglobocomeducacaomat20100316investimento-em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-sociais-consideram-valor-baixo-916073723asp
4 2
122 Acesso ao Creacuted i to
Embora pareccedila uma d igressatildeo d ist inta do tema aqui em
anaacutel ise e em uma consideraccedilatildeo pre l iminar possa parecer que o
acesso ao creacutedi to em part icu lar at raveacutes do concei to de
microcreacuted ito se ja a lgo i r re levante para o tema Invest imento
Socia l va le anal isar a sua re laccedilatildeo com o Programa Bolsa Famiacutel ia
em termos de sustentab i l idade
Notor iamente o Programa Bolsa Famiacutel ia fomenta com seus
benef iacutec ios e condic iona l idades o desenvolvimento de
oportun idades de negoacutecios em gera l e como consequecircncia a
geraccedilatildeo de empregos Uma boa parce la dos benef ic iados d i re tos
do Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez natildeo se tornem empreendedores
provavelmente vi ratildeo a ser un icamente consumidores de bens e
serviccedilos Seus f i lhos por sua vez devido agrave oportun idade de
educaccedilatildeo teratildeo maiores chances de se tornarem prof iss iona is ou
mesmo empreendedores A demanda gerada fomentaraacute out ros
negoacutecios lanccedilados por pessoas ou ent idades da l ivre in ic iat iva que
natildeo se benef ic iam d i retamente do PBF detentore s de vocaccedilatildeo
empreendedora ou efe t ivamente empreendedores vecircm a demandar
creacuted i to As ent idades bancaacuter ias t rad ic iona is na sua maior ia natildeo
estatildeo apare lhadas para supr i r f inanciamento ao pequeno negoacutecio
4 3
o que t rad ic iona lmente forccedila aos in teressados a procura de fontes
a l ternat ivas com imensas e quase in t ransponiacuteve is d i f icu ldades
Um novo n icho de mercado que ve io a surgi r encontra -se em
p leno progresso e eacute amplamente incent ivado como parte das
po l iacute t icas puacutebl icas bras i le i ras eacute chamado de microcreacuted i to Este t ipo
de atendimento ao pequeno empreendedor natildeo eacute uma inovaccedilatildeo
bras i le i ra jaacute exis te a micro f inanciadora que supre microcreacuted i to agraves
pessoas carentes Esse esquema de f inanciamento in ic iou com
Organizaccedilotildees Natildeo Governamenta is (Ongs) e a lguns bancos como
Bank Rakyat ( Indoneacutesia) Grameen Bank (Ba ngladesh) Kenyan
Rura l In terpr ise Programme (Kenya) Banco Sol (Bo l iacutev ia) e out ros
Essas ent idades focaram seus negoacutecios em pequenos empreacutest imos
como miacuten ima ou mesmo sem garant ias ju ros de mercado
cur t iacutess imo prazo a empreendedores gera lmente pobres com d i f iacutec i l
ou nu la poss ib i l i dade de acesso aos f inanciamentos t rad ic iona is e
conclu iacuteram que essa at iv idade eacute rentaacuteve l e resu l ta em
s ign i f icat ivos benef iacutec ios soc ia is
A pr imeira ent idade f inancei ra a oferecer o microcreacuted ito fo i o
Grameen Bank O seu fundador fo i o Professor Muhammad Yunus
que recebeu o premio Nobel da Paz de 2006 por seus esforccedilos em
promover o desenvolvimento soc ia l das c lasses desfavorec idas No
Grameen Bank o microcreacuted ito eacute d i r ig ido ao atendimento exc lus ivo
do pequeno negoacutecio e eacute considerado inst rumento de inc lusatildeo
4 4
econocircmica e soc ia l Fomenta micro empreendimentos gera
ocupaccedilatildeo emprego e renda possu i burocrac ia reduzida o que
fac i l i ta sobremaneira o acesso por par te do pequeno invest idor
Haacute exemplos in teressantes e bem sucedidos como o
microcreacuted ito da Caixa Econocircmica Federa l d i rec ionado a
empreendedores formais bem como os informais para aquis iccedilatildeo de
equipamentos mateacuter ia -pr ima cap ita l de gi ro ou para a melhora da
inf raest ru tura do negoacutecio O va lo r miacuten imo eacute de R$ 250 e maacuteximo
de R$ 15 mi l o prazo estabelec ido para l iqu idaccedilatildeo do empreacutest imo
eacute de 24 meses sem oferta de carecircncia Em marccedilo de 2011 a taxa
de juros prat icada pe la CEF era de 39 ao mecircs mais encargos
( IOFtaxas para aprovaccedilatildeo de creacuted i to e tc )
Tambeacutem se destaca da mesma forma a oferta do BNDES que
d ispotildee creacuted ito ao microempreendedor v isando atende r pessoas
f iacutes icas e jur iacuted icas com empreendimentos de at iv idade produt iva de
pequeno porte Considera como ta l ent idades com rece ita bruta
infer ior a R$ 240 mi l O BNDES estabeleceu inf raest ru tura
especiacutef ica para essa oferta de creacuted i to cr iou agentes repassadores
d is t r ibuiacutedos pe lo paiacutes em marccedilo de 2011 o s i te do BNDES l is ta 39
ent idades repassadoras O va lor de f inanciamento l im ita -se a R$
15000 por c l iente Em marccedilo de 2011 o BNDES prat icava 4 de
juros mensais para o empreacutest imo inc lu indo encargos bancaacuter ios
4 5
O microcreacuted i to como po l iacute t ica puacutebl ica para a inc lusatildeo soc ia l
ao que se nota eacute a t rat ivo do ponto de vis ta f inancei ro po is tambeacutem
chama a a tenccedilatildeo natildeo soacute de ent idades nacionais mas tambeacutem de
ent idades f inancei ras in ternacionais Recentemente o Grameen
Bank (Bangladesh) anunciou que in ic iaraacute operaccedilotildees no Bras i l Na
rea l idade o grupo f inancei ro Grameen jaacute estaacute estudando as
a l ternat ivas haacute dois anos O p lano de negoacutecios do Grameen Group
pretende conceder empreacutest imos em meacutedia de US$ 200 a juros
anuais var iando ent re 20 a 25 16 Semanalmente o tomador de
empreacutest imo deve prestar contas de suas at iv idades pagar juros e
d i rec ionar out ro pedaccedilo para a poupanccedila (Va lor Econocircmico ndash
142 2011 ndash jo rna l is ta Ana Paula Ragazzi )
Em recente not ic iaacuter io (O Estado de Satildeo Paulo -152 2011)
consta que o Banco Santander f i rmou parcer ia com Banco Grameen
Trust de Bangladesh para lanccedilar programa de microcreacuted i to no
Bras i l em 2012 O Santander p lane ja invest i r US$ 6 m i lhotildees para a
chegada do Grameen ao Paiacutes Segundo o mesmo not ic iaacuter io o banco
Santander opera com microcreacuted i to no Bras i l haacute o i to anos A
operaccedilatildeo do banco comeccedilou com um programa p i lo to na comunidade
de Hel ioacutepo l is em Satildeo Paulo Desde entatildeo jaacute atendeu mai s de 200
mi l pequenos empreendedores O tota l de des embolsos a lcanccedila R$
16
S oacute pa r a n os s i t ua rm os i s t o s i g n i f i ca 1 5 a 1 9 m e nsa i s b em m en o re s qu e as
t a xa s p r a t i ca da s po r ba nc os dom eacutes t i co s em 20 1 1
4 6
800 mi lhotildees Segundo comunicado do banco a exper iecircnc ia eacute
considerada sat isfa toacuter ia po is o pagamento em d ia chega a 97 a
perda eacute de somente 05 e 65 dos c l ientes renovam os
empreacutest imos a f im de expandir seus negoacutecios (O Estado de Satildeo
Paulo - 152 2011- agecircncia Estado) 17
17 F o n t e s D e m o c r a t i z a ccedil atilde o d o c r eacute d i t o n o B r a s i l a t u a ccedil atilde o d o B a n c o C e n t r a l
ALVES Seacuterg io DS e SOARES Marden M - Banco Centra l do Bras i l Jornal Valor
Econocircmico ndash 1422011 ndash Jornal is ta Ana Paula Ragazzi
h t tp wwwvaloronl inecombr impresso f inancas 10438409 4grameen-o-banco-dos-
pobres- in ic iara-operacoes-no-bras i l Acesso em 1132011
O Estado de Satildeo Paulo - Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedi to no Bras i l ndash
1522011
h t tp economiaestadaocombr not ic ias not_55110htm Acesso em 1132011
h t t p w w w b n d e s g o v b r S i t e B N D E S b n d e s b n d e s _ p t N a v e g a c a o _ S u p l e m e n t a r P e r
f i l M i c r o _ P e q u e n a _ e _ M e d i a _ E m p r e s a _ e _ P e s s o a _ F i s i c a A c e s s o e m 0 7 0 9 2 0 1 1
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Acesso em 9 3 2011
4 7
2 QUALIDADE DE V IDA E DA EDUCACcedil AtildeO BRASILEIRA
21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA
2 12 Porque El iminar as Desigualdades
Sobre as desigualdades W il l iam F S chulz (2001) d i re tor
execut ivo da organizaccedilatildeo ldquoAnist ia In ternacional rdquo em seu l ivro ldquo In
our own best interest rdquo (Em nosso proacutepr io in teresse) logo na
in t roduccedilatildeo descreve resposta a um quest ionamento durante uma
entrevis ta para a ldquoKnoxvi l le Nat iona l Publ ic Radio Stat ionrdquo no
estado do Tennessee ndash Estados Unidos Schulz fa lava sobre suas
exper iecircnc ias em loca is com o Burma (Myanmar) Boacutesnia China
Chiapas (Meacutexico) campos de refugiados no Congo bruta l idade
po l ic ia l em Nova Iorque etc ateacute que o ent r evis tador argu iu o
ent revis tado nos seguintes termos
Eu tenh o ce r te za q ue todos noacutes concordam os que
es tes t i pos de v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos satildeo
m ora lm en te repugnan tes Mas se eu q ue m a l
posso m e m an te r v i vendo no les te do T ennessee
sem pre preocupado se hav e raacute d inhe i ro su f i c ien te
4 8
pa ra que m eus f i l hos tenham um a educaccedilatildeo
decen te ou se po dere i pagar p o r um a casa m a io r
que d i f e renccedila f az a m im aque les abusos
( v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos) oco r rendo em
luga res tatildeo d is tan tes de onde eu v i vo18
Resumindo o ent revis tador perguntou a W il l ian Schulz ldquoo que
eu tenho a ver com issordquo Segundo o autor este t ipo de
quest ionamento era in teressante e importante e permi t iu o
desenvolvimento de uma resposta ext remamente loacutegica seguindo a
mesma l inha do inter locutor
Quando o f i l ho de ssa pessoa (do les te do
Tennessee) eacute um mi l i ta r que pode raacute se rv i r no
Ha i t i o u na Boacutesn ia essa pessoa ce r tam en te tem
m u i to a cons ide ra r sob re respe i to aos d i r e i t os
hum anos Ou tem um pos to de t r aba lh o q ue pod e
se r e l im inado po rqu e as em presas am er icanas
satildeo a t ra iacutedas pe los ba ixos sa laacute r ios pa gos em
pa iacuteses que abu sam dos d i r e i t os dos
t r aba lhadores ce r tam en te tem m u i to a cons ide ra r
sob re o respe i to aos d i r e i t os hum anos Ou es taacute
p reocupada com o tem a das d rogas e d escobre
que as a rm as env ia das pa ra lu ta r na g uer ra do
na rco t raacute f i co co lom b iano satildeo desv iada s pa ra
m a ta r gen te inocen te essa pessoa pode s im
cons ide ra r se r iam ente sob re o respe i to aos
d i r e i t os hum anos Se vocecirc f az inves t im en to nas
18
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
4 9
bo lsas de accedilotildees in te rnac iona is ou se pe r tence a
um p lano de pensatilde o que o f a z eacute m e lho r que
ac red i te que os d i r e i t os hum anos tecircm m u i to a ve r
com vocecirc 19
A resposta dada por Schulz ao seu inter locutor certamente
um jorna l ista amer icano natildeo muito preocupado com prob lemas
soc ia is d istantes de seu campo de atuaccedilatildeo encontra certa analogia
na co locaccedilatildeo de Al Gore ex -vice-pres idente amer icano (2001 -2003)
e Precircmio Nobel da Paz (2007) no f i lme ldquoUma Verdade
Inconvenienterdquo (2007) sobre assuntos ambienta is af i rma que a
maneira mais ef ic iente de incent ivar e conseguir apoio no assunto
preservaccedilatildeo do meio ambiente eacute u t i l izar as m esmas armas do
cap ita l ismo Cita como exemplo o lanccedilamento dos cer t i f icados de
sequest ro de carbono os quais seratildeo ext remamente efe t ivos para a
qual idade ambienta l po is a t ingem d i retamente as f inanccedil as das
ent idades po lu idoras v indo a cont ro lar empreendimentos com
sustentab i l idade quest ionaacutevel
O Brasi l natildeo sof re o mart iacute r io imposto aos c idadatildeos por
governantes deacutespotas e sanguinaacuterios con tudo haacute uma s i tuaccedilatildeo
endecircmica de desigualdade soc ia l Um dos agravantes da
desigualdade eacute a migraccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutereas menos
favorec idas para as metroacutepoles onde exis te maior poss ib i l idade de
19
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
5 0
emprego Como a migraccedilatildeo ocorre de forma a leatoacuter ia haacute na
rea l idade uma dupl icaccedilatildeo de prob lemas a aacuterea pobre eacute
descapi ta l izada seus c idadatildeos ent ram em decadecircncia e as aacutereas
metropol i tanas recebem um f luxo maior do que suas necessidades
agravando as condiccedilotildees de sobrevivecircncia Na rea l idade nas aacutereas
metropol i tanas natildeo haacute lugar para todos os migrantes se acumulam
em fave las e cor t iccedilos gera lmente em condiccedilotildees subumanas
aumentando a inda mais a des igualdade
O cresc imento econocircmico observado no Bras i l nas uacutel t imas
deacutecadas e os invest imentos em programas soc ia is em part icu lar o
Programa Bolsa Famiacutel ia permit iu levar o desenvolvimento para
aacutereas carentes como Norte e Nordeste Recente ar t igo no Jorna l O
Estado de Satildeo Paulo (19102010) anal isa o estudo fe i to por F laacutevio
Romatildeo da LCA Consultores
Um dos aspec tos m a is r e levan te s do
desenvo l v im en to econocircm ico recen te do B ras i l eacute
a r educcedilatildeo do f l uxo m ig ra toacute r io do Nordes te pa ra
o Sudes te I s so em pa r te se deve a p rog ram as
soc ia is com o o Bo ls a Fam iacute l ia que sem duacutev id a
r e teacutem pessoas em seus m un ic iacutep ios de or igem
Mas o p r inc ipa l f a to r r esponsaacuteve l pe las
dec isotildees de m i lha res de pessoas de
pe rm anecer na reg iatildeo eacute a ge raccedilatildeo d e em pregos
no Nordes te com o m os t ra es tudo f e i t o pe lo
econom is ta Faacuteb io R om atildeo d a LC A Co nsu l to res
c resc im en to
5 1
O art igo enfat iza e just i f ica que o cresc imento eacute sustentaacuteve l
e perene e co loca os seguintes termos
A m ig raccedilatildeo do Nordes te pa ra o Sudes te
d im inu iu s ign i f i ca t i vam en te En t re 1992 e 2002
o Nordes te pe rdeu 1 5 de sua popu laccedilatilde o po r
ano pa ra o Sudes te Jaacute de 2002 a 2007 a taxa
anua l ca iu pa ra 0 98 e em 2008 e 200 9 natildeo
passou de 0 85 E natildeo satildeo pouc os os
no rdes t inos que m ig ra ram para os g randes
cen t ros do Pa iacutes e es tatildeo re to rnando a seus
Es tados na ta is Haacute razatilde o pa ra i s so um a ve z
que de aco rdo co m o Cadas t ro Gera l de
Em pregados e Desem pregados as uacuten icas
reg iotildees que reg is t r a ram aum en to do emprego
f o rm a l de 2008 pa ra 2009 f o ram a Nor te (40)
e a Nordes te (12)
Evidencia -se portanto que a expansatildeo econocircmica do paiacutes
natildeo eacute um fenocircmeno loca l izado mas vem se espra iando Essa
evo luccedilatildeo cont r ibu i cer tamente para a reduccedilatildeo de desequi l iacutebr ios
regionais de desenvolvimento ta lvez o mais grave prob lema
nacional Em c ic los anter iores de expansatildeo esse descompasso se
acentuou uma vez que os maiores po los indus t r ia is do paiacutes
loca l izam-se no Sudeste onde tambeacutem se s i tuam os maiores
mercados Programas dest inados a corr ig i r essa d istorccedilatildeo por meio
da concessatildeo de incent ivos f isca is t iveram a lgum efe i to mas mui to
menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia
5 2
nordest ina pe lo aumento da renda e pe los efe i tos mul t ip l icadores
de invest imentos na aacuterea de tur ismo e na inf raest r utura como os
que vecircm sendo fe i tos no Porto de Suape em Pernambuco e na
Ferrovia Transnordest ina 20
Como constatam os comerc iantes loca is e as empresas de
vare jo de massa que expandem suas redes pe la regiatildeo o mercado
consumidor do Nordeste teve um cresc imento ineacuted i to ldquoSegundo o
economista Romatildeo (2010) o cresc imento sustentado da economia
gerou aumento da formal izaccedilatildeo do emprego no Nordeste e ganho
rea l do sa laacuter io miacuten imo que indexa quase a metade dos sa laacuter ios
dos t raba lhadores bem como a desaceleraccedilatildeo do f luxo migratoacuter iordquo
(Anexo I )
Os empresaacuter ios provavelmente sem ter conhecimento das
co locaccedilotildees de Schulz jaacute perceberam que a desigualdade natildeo eacute
beneacutef ica e estatildeo se movimentando no sent ido de encontrar
so luccedilotildees a f im de min imizar ou mesmo e l iminar as desigualdades
Em recente reportagem (Anexo G) o jorna l ldquoThe New York Times rdquo
d iscorre sobre os negoacutecios do b i l ionaacuter io ind iano Vinod Khosla co -
fundador da Sun Mycrosystems Khosla eacute um dos homens mais
r icos do mundo
20
C o b r i r aacute 1 7 2 8 k m d e f e r r o v i a l i g a n d o E l i s e u M a r t i n s ( P I ) a o s p o r t o s d e S U A P E
( P E ) e P e c eacute m ( C E ) c o m p r e v i s atilde o d e e n t r a d a e m o p e r a ccedil atilde o e m 2 0 1 3
5 3
Khosla reso lveu invest i r n a SKS Microf inance uma empresa
f inancei ra que faz empreacutest imos agraves mulheres pobres na Iacutend ia
Segundo o ar t igo a SKS abr iu seu cap ita l e lanccedilou accedilotildees na Bolsa
de va lores de Bombaim O que ocorreu eacute que a for tuna de Khosla
aumentou em 117 mi lhotildees de doacute lares O empresaacuter io promete que
esse lucro todo seraacute ap l icado em out ros empreendimentos que
lu tam pela reduccedilatildeo da pobreza
O p lano do b i l ionaacuter io Khosla eacute in ic iar um fundo de cap ita l
com uma car te i ra de invest imentos que foca l ize accedilotildees dos pobres
da Iacutend ia Aacutef r ica e out ros loca is e promovam serviccedilos com sauacutede
energia e educaccedilatildeo
Khosla defende empreendimentos par t icu larmente
f inancei ros d i rec ionados agrave educaccedilatildeo ou d istr ibu iccedilatildeo de
equ ipamentos geradores de energia so lar para consumidores
pobres E le defende a ide ia de que a cr iaccedilatildeo de empreendimentos
sustentaacuteve is podem melhor a judar aos menos favorec idos do que a
maior ia das organizaccedilotildees f i lant roacutep icas natildeo lucrat ivas Para Khosla
natildeo haacute d inhe i ro suf ic iente para melhorar as condiccedilotildees de
desigualdade at raveacutes de accedilotildees humani taacuter ia s
Natildeo eacute soacute Khosla que estaacute seguindo esse caminho out ros
empreendedores do mesmo ca l ibre como Pierre Omidyar co -
fundador da E-bay e Stephen M Case co -fundador da
5 4
AmericaOnl ine jaacute in ic iaram fundos de invest imentos com os
mesmos ob je t ivos do idea l izado s por V Khosla
Khosla af i rma que pessoalmente eacute negat ivo sobre a maior ia
das ONGs natildeo no que d iz respei to agraves in tenccedilotildees mas s im no
aspecto efet iv idade Enfat iza que empreendimentos de cunho soc ia l
satildeo mais efet ivos porque cr iam novos postos de t raba lho e oferecem
condiccedilotildees de cresc imento (Anexo J)
2 13 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano - ( IDH)
Um dos pr inc ipa is termocircmetros ut i l izados atua lmente pe las
Naccedilotildees Unidas (PNUD em portuguecircs ou UNDP em inglecircs) eacute o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano O IDH (HD I em inglecircs) fo i idea l izado
pe los economistas Amartya Sen (Nobel de economia em 1998) e
Mahbub u l Haq (1934 -1998) e adotado a par t i r de 1993 como medida
do bem estar humano O IDH eacute ca lcu lado em funccedilatildeo de t recircs
importantes fa tores para o desenvolvimento do ser humano
longevidade educaccedilatildeo e renda nacional per cap i ta
5 5
A longevidade eacute def in ida tomando -se em conta a expectat iva
meacutedia de vida ao nascer a educaccedilatildeo 21 inc lu i a meacutedia de
esco lar idade em nuacutemero de anos de pessoas ac ima de 25 anos
somada agrave expectat iva de esco lar idade de estudantes ao a lcanccedilarem
a idade de ingresso na esco la a teacute f ina l de suas vidas a renda
nacional per cap i ta considera va lores a justados a f im de ref le t i rem
equal izaccedilatildeo de par idade de poder de compra ( PPP abreviaccedilatildeo em
inglecircs para ldquopar i ty power of purchase rdquo ) dos paiacuteses em US doacute lares ao
dos Estados Unidos
O PNUD contro la e publ ica o IDH para 187 paiacuteses sendo que
c lass i f ica os paiacuteses em quatro categor ias ldquocom desenvolvimento
humano mui to a l tordquo IDH ac ima de 090 ldquocom a l to desenvolviment o
humanordquo com IDH ac ima de 080 ldquomeacutedio desenvolvimento humanordquo
IDH ac ima de 050 e ldquoba ixo desenvolvimento humanordquo IDH abaixo
de 050 Segundo o re latoacuter io de 2011 o Bras i l ocupa a 84ordf pos iccedilatildeo
em 2011 com um iacutend ice de 0718 bem abaixo do pr imeiro co l ocado
a Noruega com 0929 A posiccedilatildeo bras i le i ra tambeacutem f ica abaixo da
meacutedia regional que eacute de 0731 para a Ameacuter ica Lat ina e Car ibe
21
E s t e c o n c e i t o c o n s i d e r a n d o e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e f o i a d o t a d o a p a r t i r d e
2 0 1 0 a m e t o d o l o g i a a n t e r i o r c o n s i d e r a v a t a x a s d e a n a l f a b e t i s m o t a m b eacute m a d o t o u -
s e m eacute d i a g e o m eacute t r i c a e m l u g a r d a m eacute d i a a r i t m eacute t i c a
5 6
0665
0692 0695 07 0705 07080715 0718
062
064
066
068
07
072
074
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
IDH DO BRASIL
Graacutef ico 4 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano
Fonte PNUD
ht tp hdrundporgenstat is t icshd i Acesso em 03112011
Prat icamente os paracircmetros que def inem o I DH bras i le i ro
pos ic ionam o Bras i l em desvantagem aos demais paiacuteses da regiatildeo
As anaacute l ises de cada componente do IDH ca lcu lado para o Bras i l
seguem adiante In ic ia lmente tomemos a d imensatildeo educaccedilatildeo
5 7
MEacuteDIA DE ESCOLARIDADE DO BRASILEIRO
(N ⁰ D E A N OS )
G raacute f i co 5 Meacuted ia de Esco la r idade do Bras i le i ro
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l
Acesso em 11 4 2012
O ind icador de esco lar idade meacutedia da populaccedilatildeo (graacutef ico 5)
most ra cresc imento mas o preocupante eacute que ta lvez o cresc imento
natildeo se sustente a est ru tura dos meios de ensino insta lados ta lvez
natildeo garantam o aumento de esco lar idade futura po is haacute queda no
quesi to expectat iva de esco lar idade das cr ianccedilas (graacutef ico 6) A
qual idade da educaccedilatildeo bras i le i ra seraacute abordada em toacutep ico exc lus ivo
mais ad iante
A me todo log ia ado tada em 2 010 mudou o caacute lcu lo da
d imensatildeo educaccedilatildeo v indo a ado ta r como pa racircmet ros a
esco la r idade dos c idadatildeos S egue anaacute l i se sob re o caacute lcu lo da
ldquoExpecta t i va de Esco la r idade rdquo
5 8
De aco rdo com no ta teacutecn ica de apo io ao lanccedilamento do
re la toacute r io de desenvo lv imento humano 2010 ldquoO Novo IDH rdquo 22 o
PNUD ca lcu la a expecta t i va de anos de esco la r idade em funccedilatildeo
das ma t r iacutecu las em todos os n iacuteve is de educaccedilatildeo fundamenta l
meacuted io e te rc iaacute r ia (poacutes -ens ino meacuted io ) Pa ra ca lcu la r a d imensatildeo
educaccedilatildeo que compotildee as va r iaacuteve is do IDH compara a expecta t i va
do pa iacutes com a ma io r esco la r idade obse rvada na l i s ta dos pa iacuteses
con t ro lados A expecta t i va de anos de esco la r idade nas
pub l icaccedilotildees eacute l im i tada a um maacutex imo de 18 anos
Uma anaacute l i se in forma l nos pe rmi te tes ta r a qua l idade do
dado apresen tado de 13 8 anos pa ra a expecta t i va esco la r
b ras i le i ra Cons ide rando uma taxa de repe tecircnc ia meacuted ia ao redo r
de 19 23 o dado b ru to ext rapo lado resu l ta raacute em 17 anos o que
es taacute bem p roacutex imo d a esco la r idade nom ina l o fe rec ida no B ras i l e
ma is p roacutex imo agrave esco la r idade o fe r ec ida pe los pa iacuteses de ten to res da
exce lecircnc ia em IDH
22 Nota Teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano 2010 ldquoA Verdadeira Riqueza das Naccedilotildeesrdquo h t tp hd rundpo rg en med ia HDR_2010_PT_TechNotes_ rep r in t pd f
acesso em 10 4 2012 23
Nota teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de desenvolvimento Humano 2010 paacutegina 8 indica que a repetecircncia meacutedia no Brasil foi de 187 em 2007
5 9
Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola Fundamenta l Meacutedio e Super ior
(N⁰ de anos)
141 141 141 141
145
142
14
138 138 138 138 138
134
136
138
14
142
144
146
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Graacutef ico 6 Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola ndash Fundamenta l Meacutedio e Super ior
Fonte PNUD
httphdrstatsundporgenindicators69706html Acesso em 1142012
Como podemos no ta r no g raacute f ico 6 haacute um p ico no ano 2000
quando fo i a t ing ido 14 5 anos con tudo natildeo houve sus ten taccedilatildeo e
a expecta t i va de esco la r idade ca iu e se es tab i l i zou em 13 8 anos
a pa r t i r de 2007
Dos ind icadores de educaccedilatildeo que apresentam s igni f ica t iva
melhor ia destaca-se o analfabet ismo para ind iviacuteduos com idade
super ior a 15 anos em 2002 era de 118 e fo i reduzido para 9 9
em 2007 As esta t iacutes t icas ind icam s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l contudo o
quest ionamento for te que surge versa sobre a qual idade da
a l fabet izaccedilatildeo dos que saiacuteram do mapa dos i let rados Segue tabe la
6 0
3 com dados publ icados pe lo IBGE cobr indo a taxa de
analfabet ismo
TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULACcedilAtildeO ACIMA DE 15
ANOS
Per iacuteodo ()
2002 11 83
2003 11 55
2004 11 22
2005 10 92
2006 10 24
2007 9 86
Tabe la 3 Taxa de Ana l fabe t ismo da Popu laccedilatildeo ac ima de 15 anos
Fonte IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD331amps
v=8ampt=taxa -de-ana l fabe t i smo -de -pessoas -de -15 -anos-ou -ma is -de -
idade
Acesso em 29 10 2011
A longevidade do bras i le i ro estaacute aumentando de forma
consis tente o cresc imento meacutedio considerando os uacute l t imos 10 anos
(2000-2010) eacute de 0 4 anuais o que s ign i f ica que as condiccedilotildees
gera is de vida e em especia l de sauacutede estatildeo melhorando
6 1
701
716718 721
725728
731 735
68
69
70
71
72
73
74
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
EXPECTATIVA DE VIDA (EM ANOS)
Graacutef ico 7 Expectat iva de Vida
FontePNUD
ht tp hdrstatsundporgen ind icators69206html
Acessado em 0311 2011
A renda per cap i ta bras i le i ra (PPP -- a justada a par idade de
poder de compra dos em US doacute lares nos Estados Unidos va lores
constantes a preccedilos de 2005) apresenta tendecircncia posi t iva
consis tente de cresc imento contudo natildeo parece ser robusta
suf ic iente para cap i ta l izar resu l ta dos s ign i f icat ivos no IDH Em 11
anos houve um cresc imento de 32 equiva lente a 2 5 ao ano o
que eacute re la t ivamente ba ixo quando comparado a out ros paiacuteses
emergentes Nota-se queda em 2009 devido agrave cr ise mundia l com
retomada em 2010 Cabe sa l ienta r que sem cresc imento econocircmico
torna-se cr iacute t ica a re tomada de invest imentos Desnecessaacuter io af i rmar
que invest imentos ad ic iona is em educaccedilatildeo sem cresc imento
6 2
econocircmico dependeratildeo da re locaccedilatildeo de recursos de out ras aacutereas o
que dependeraacute da ldquoqua l idade po l iacute t icardquo dos governantes
Eacute provaacutevel que a estagnaccedilatildeo do Bras i l no que tange ao IDH
possa ser a t r ibuiacuteda ao piacutef io cresc imento econocircmico que fata lmente
desace lera todos os demais componentes da equaccedilatildeo
Graacutef ico 8 Renda Nacional Per Capita (US$ PPP constante a preccedilos
de 2005)
Fonte PNUD
http hdrstatsundporgen ind icators100106html
Acesso em 041111
6 3
214 Iacutend ice de Gin i
Outro ind icador ut i l izado regularmente eacute o iacutend ice de Gin i
desenvolvido por Corrado Gin i (1884-1965) esta t iacutes t ico demoacutegrafo e
soc ioacute logo i ta l iano A def in iccedilatildeo oferec ida pe lo PNUD ao iacutend ice de
Gin i eacute a seguinte
Mede o g rau de des igua lda de ex is te n te na
d is t r i bu iccedilatildeo de ind iv iacuteduos segundo a renda
dom ic i l i a r pe r cap i ta Seu va l o r va r ia de 0
quando n atildeo haacute des igua ldad e (a renda d e todos
os ind iv iacutedu os tem o m esm o va lo r ) a 1 quando a
des igua lda de eacute m aacutex im a (apenas um ind iv iacuted uo
de teacutem toda a renda da soc iedade e a re nda de
todos os ou t ros ind iv iacuteduos eacute nu la )24
Ao tomarmos o iacutend ice de Gin i notamos que desde a
in t roduccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia em outubro d e 2003 (MP 132
de 20102003) houve melhor ia o iacutend ice d iminu iu de 055 em 2002
para 0 52 em 2007 54 em c inco anos ou 11 ao ano (v ide
graacutef ico 9 baseado em dados publ icados pe lo IBGE)
24
F o n t e h t t p w w w p n u d o r g b r p o p u p p o p p h p i d _ p o p = 9 7 A c e s s a d o e m
1 3 1 0 2 0 1 0
6 4
G raacute f i co 9 Iacutend ice de G in i
Fon te IBGE (ano 2000 ind ispon iacuteve l )
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=FED103amp
sv=16ampt= ind ice -de -g in i -da-d is t r ibu icao -do - rend imento -mensa l -dos -
dom ic i l i os -com- rend imento
Acesso em 29 10 2011
Apesar da melhoria pequena apresentada nos iacutend ices eacute voz
corrente que o Bras i l vem reduzindo a desigualdade Recentemente
a jorna l ista Pat r iacutec ia Campos Mel lo do Jo rna l ldquoO Estado de Satildeo
Paulordquo ent revis tou o economista Makhtar Diop (Anexo C) d i retor do
Banco Mundia l para o Bras i l desde jane i ro de 2009 que considera
que o Bras i l eacute referecircncia in ternacional em reduccedilatildeo de pobreza
Af i rma que com o amadurec imento do Programa Bolsa Famiacutel ia os
programas soc ia is prec i sam ent rar em uma nova fase est imular o
ingresso no mercado de t raba lho e ac ima de tudo est imular melhor
qua l idade na educaccedilatildeo e na sauacutede O d iagnoacutest ico pertence ao
6 5
economista Makhtar Diop a ent revis ta estaacute publ icada no encarte
ldquoDesaf iosrdquo de 27 de setemb ro de 2010 (Anexo C) 25
Sobre os ind icadores que visam medir o desempenho dos
p lanos soc ia is Makhtar Diop destaca
O Bras i l t eve um a reduccedilatildeo s ign i f ica t i va na
pobre za Em 2001 os pob res e ram 38 7 da
popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A c am ada m a is pob re da popu la ccedilatildeo ca iu
pe la m e tade - e ram 17 4 em 2001 e p assa ram
para 8 8 A leacutem d isso o coe f i c ien te de G in i q ue
m ede a des igua ldad e (quan to m a is p roacutex im o de 1
m a is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra
0 550 em 2010 O coe f i c ien te de G in i sem pre
leva m u i to tem po pa ra ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo
im press iona Em gera l a r enda pe r cap i ta
c resceu m as a renda dos 10 a 20 m a is
pob res c resceu m u i to m a is r ap idam en te que a
renda dos 10 m a is r i cos - r eduz indo a
des igua lda de O Br as i l a ind a eacute um pa iacutes m u i to
des igua l Mas o rum o e a tendecircnc ia tecircm s ido
m u i to bons O Pa iacutes e s taacute a cam inho de cum pr i r os
vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo l v im en to do M i lecircn io
com o e r rad ica r pob re za ex t rem a e a f om e a teacute
25 Fonte httpwwwestadaocombrnoticia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em15102010
6 6
2015 ed ucaccedilatildeo p r im aacuter ia un ive rsa l e i gua ldad e
de gecircnero26
As condic iona l idades estabelec idas pe lo Programa Bolsa
Famiacutel ia de certa forma forccedilam sobremaneira a melhor ia das
condiccedilotildees de educaccedilatildeo o benef ic iaacuter io para cont inuar como
part ic ipante tem que m anter seus f i lhos na esco la Ess a condiccedilatildeo
permi te agrave cr ianccedila ser educada de forma regular e por out ro lado
forccedila o Poder Puacutebl ico a invest i r na oferta de esco las e professores a
f im de atender aos novos ldquoconsumidores de educaccedilatildeordquo
Os ind icadores de analfabet ismo s i tuam -se na casa dos
1027 haacute que considerar que melhor ias conseguidas quando o
patamar eacute re lat ivamente ba ixo satildeo qu ase impercept iacuteveis e requerem
esforccedilo maior do poder puacutebl ico Na rea l idade o maior empenho
provavelmente deve ser quanto agrave ldquos in ton ia f ina do s is temardquo torna -
se necessaacuter io oferecer qua l idade cada vez maior ao processo
educacional Diop responde ao quest ionamento sobre o que poder ia
ser melhorado no Programa Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
26
D a d o s s o b r e o Iacute n d i c e d e G i n i s atilde o d i v e r g e n t e s o I B G E p u b l i c a 0 5 6 p a r a 2 0 0 1 e
e s t e n d e a t a b e l a s o m e n t e a t eacute 2 0 0 7 a p e s a r d a d i v e r g ecirc n c i a o c o m e n t aacute r i o eacute v aacute l i d o
A s p u b l i c a ccedil otilde e s d e M D S t a m b eacute m d i v e r g e m l i g e i r a m e n t e d o I B G E
27 R e f e r ecirc n c i a o s d a d o s a p a r t i r d e 2 0 0 6 a t a x a d e a n a l f a b e t i s m o s i t u a - s e a o r e d o r
d e 1 0 e s t a b i l i z a n d o - s e n e s t e p a t a m a r
6 7
Nossa p r inc ipa l p reocupaccedilatildeo pa ra o fu tu ro eacute
com o esses p rog ramas vatildeo a f e ta r a p rodu t i v id ade
da econom ia no lo ng o p ra zo se natildeo f o r l i gado ao
m ercado de t r aba lho
P rec isam os t r aba lha r essa t r ans iccedilatildeo pa ra
pessoas sa iacute rem do p rog ram a natildeo f i ca rem em
s i t uaccedilatildeo pe rm anen te de receber d inh e i ro do
gove rno O segund o desa f io se re lac iona agrave
in te r venccedilatildeo na p r im e i ra in f acircnc ia Es tudos
m os t ram que quando natildeo haacute educaccedilatildeo en t re as
idades de 1 a 5 anos f i ca m u i to m a is ca ro o
inves t im en to no cap i ta l hum ano Eacute p rec iso
t r aba lha r com o gove rno pa ra l i g a r m e lho r a
t r ans f e recircnc ia de renda a p rog ram as de p r im e i ra
in f acircnc ia
Para considerar a recomendaccedilatildeo de Diop eacute necessaacuter ia a
revisatildeo de po l iacute t icas puacutebl icas e e laboraccedilatildeo de um pro jeto est rateacutegico
novo de longo prazo Eacute notoacuter io que estamos longe de uma so luccedilatildeo
ou estabelec imento de uma est ra teacutegia a respei to deste assunto o
tema eacute cont roverso e necessi ta de discussotildees a respeito
O Bras i l eacute o 84ordm co locado no rank ing de desenvolvimento
humano tomemos como exemplo o pr imeiro co locado a Noruega
segundo o s i te of ic ia l da embaixada norueguesa do Bras i l (Anexo
D) aquele paiacutes es taacute prestes a at ingi r a abrangecircncia un iversa l da
educaccedilatildeo preacute -esco lar Segundo o informat ivo em 2008 87 de
todas as cr ianccedilas ent re 1 a 5 anos de idade f requentava o jard im de
infacircnc ia cont ra 69 em 2003 Na Noruega desde 2009 eacute previs to
6 8
em le i a educaccedilatildeo preacute -esco lar houve expansatildeo recorde em 2009 da
oferta de vagas a f im de garant i r qua l idade de oferta agraves cr ianccedilas
Atua lmente o foco estaacute sendo t ransfer ido da quant idade de vagas
para a qual idade da educaccedilatildeo preacute -esco lar Apesar dos esforccedilos do
poder puacutebl ico norueguecircs c i ta o informat ivo nem todos os pa is
ace itam que os f i lhos f requentem o jard im de infacircnc ia desde tenra
idade neste caso eacute oferec ido um subsiacuted io monetaacuter io aos pa is que
natildeo se ut i l izam da ofer ta de vagas preacute -esco lares visando cont r ibu ir
para uma part i lha justa das verbas estata is dest inadas agraves famiacutel ias
independente do que esco lhem para a ed ucaccedilatildeo de seus f i lhos 28
Devemos considerar que estamos inf in i tamente longe de uma
s i tuaccedilatildeo norueguesa soacute para just i f icar em 2010 o Produ to
Nacional Bruto (US$ PPP constante a 2005) per cap i ta norueguecircs fo i
US$ 47667 4 7 vezes o bras i le i ro de US$ 10 162 cer tamente este
fa tor eacute dec is ivo para o sucesso e para a exce lente posiccedilatildeo quanto
ao a l to iacutend ice de desenvolvimento humano
A Noruega desde 1980 eacute c lass i f icada como o p r imeiro no
rank ing dos paiacuteses de melho r IDH 0 943 em 2011 a Aust raacute l ia ho je
em segundo lugar com IDH de 0929 (2011) sa iu de 0 850 em 1980
quando era o deacutecimo co locado
28
F o n t e h t t p w w w n o r u e g a o r g b r A b o u t _ N o r w a y p o l i c y A s s i s t e n c i a -
S o c i a l d a y c a r e A c e s s o e m 1 5 1 0 2 0 1 0
6 9
Apesa r de o mode lo econocircmico b ras i le i ro se r d i f e ren te dos
pa iacuteses c lass i f i cados com a l to IDH va le a pena ana l isa r pon tos
re levan tes do p rocesso econocircmico po r e les ado tados Em art igo
publ icado no jorna l ldquoO Valor Econocircmicordquo sob o t iacute tu lo ldquoO Brasi l
prec isa esco lher ent re Argent ina e Aust raacute l ia rdquo Andreacute Sacconato e
Nathan Blanche 29 a t r ibuem o sucesso a uma ef ic iente gama de
reformas que inc lu iu desva lor izaccedilatildeo da moeda em 1983 l iberaccedilatildeo
do comeacuterc io in ternacional abertura dos mercados de cap ita is
desregulamentaccedilatildeo e pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest rutura e
reforma nas le is que regem o mercado de t raba lho Argumentam os
ar t icu l istas que tudo isso t rouxe um aumento no grau de conf ianccedila
no paiacutes a t ra indo um maior vo lume de cap i ta l est rangeiro eacute bem
provaacutevel que a s i tuaccedilatildeo saudaacutevel do desenvolvimento humano fo i
resu l tado do cresc imento econocircmico s ign i f ica t ivo a uma taxa meacutedia
anual de 3 6 nos uacute l t imos qu inze anos
Sacconato e B lanche autores do ar t igo consideram que o
Bras i l tem condiccedilotildees mais favoraacuteve is para t r i lhar caminho
semelhante tecem a seguin te anaacutel ise de como podemos vencer o
desaf io de melhorar no IDH
29 O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia por Andreacute Sacconato e Nathan Blanche 06052010 Jornal Valor Econocircmico - Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria e Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
7 0
Que l i ccedilotildees podem os t i r a r pa ra o Bras i l ap rove i ta r
o m om ento co r re to de im por tar poupanccedila ex te rna
e a t r ans f o rm ar em c resc im en to sus ten taacuteve l Em
te rm os de es tab i l i dade m ac roeconocircm ica j aacute
t em os um am b ien te saudaacuteve l em bora tenham os
um h is toacute r i co de m ora toacute r ias O s i s tem a de m e tas
de in f laccedilatildeo e o cacircm b io f l u tuan te f o ram
im p lan tados em 1999 e a le i d e responsab i l i d ade
f i sca l em 2000 Nossa d iacutev ida ex te rna eacute ba ixa
em bora a m a tur idade e a taxa de j u ros pa ra
ro lagem a inda natildeo se j am as idea is
Outro ponto que deve ser melhorado segundo Blanche e
Sacconato eacute a fa l ta de um arcabouccedilo mais moderno e l ibera l izante
no mercado de cacircmbio bras i le i ro jaacute que a d i f icu ldade de remessas e
saiacutedas a inda eacute mui to grande e baseada numa est ru turaccedilatildeo ant iga
quando as condiccedilotildees de mercado eram d iametra lmente d i ferentes da
atua l ( reso luccedilatildeo nordm 4131 de 1964)
Sobre contas externas a s i tuaccedilatildeo do Bras i l eacute ateacute mais
confor taacuteve l do que a da Aust raacute l ia e out ros paiacuteses exportadores de
commodi t ies Temos mais reservas in ternacio nais e menos diacutevida
externa
A leacutem d isso conseguimos nos uacute l t imos anos f inanciar todo o
deacutef ic i t em t ransaccedilotildees correntes 30 (quando e le exis t iu) com
30
Refletem as operaccedilotildees com o exterior incluindo receitas obtidas com exportaccedilotildees de mercadorias gastos com importaccedilatildeo pagamentos de juros da diacutevida externa seguros e fretes e transferecircncias unilaterais que incluem todas as doaccedilotildees e remessas de dinheiro para o paiacutes natildeo relacionado com operaccedilotildees comerciais como o dinheiro mandado por brasileiros que residem no exterior
7 1
invest imento externo d i reto que eacute o menos vo laacute t i l das ent radas do
lado do movimento de cap ita is a lgo que nem a proacutepr ia Aust raacute l ia
vem conseguindo O que fa l ta entatildeo As reformas que foram fe i tas
laacute como a t raba lhis ta a pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest ru tura e a
abertura comerc ia l estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado por aqu i A
l ibera l izaccedilatildeo cambia l tambeacutem tem avanccedilado mas pode ser
considerada aqueacutem do necessaacuter io
Os ar t icu l istas enfa t izam que e ste eacute o momento certo para
aprove itar o excesso de l iqu idez externo e t ransformar em
produt iv idade Seguir o exemplo de sucesso da Aust raacute l ia eacute o melhor
caminho As cr iacute t icas de quem tem medo dos deacutef ic i ts em t ransaccedilotildees
correntes satildeo anacrocircn icas e levar iam o Bras i l ao a t raso e agrave p iora de
posiccedilatildeo re lat iva no mundo Natildeo haacute nenhuma just i f ica t iva p lausiacuteve l
para re je i tar poupanccedila externa de ta l forma que devemos apenas
saber aprove i taacute - la bem
Ao f ina l Sacconato e B lache af i rmam que quando se
recomenda fechamento dos canais de ent rada de cap i ta is ou o
cont ro le destes a leacutem de medidas que faccedilam apologia ao
fechamento comerc ia l (o ind icador decorrente de comeacute rc io sobre o
PIB do Bras i l estaacute em torno de 23 cont ra 30 dos paiacuteses
emergentes) e f ixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por
um cenaacuter io de baixo cresc imento aumento do r isco e do custo de
7 2
f inanciamento e abr i r matildeo do mecanismo de a juste s agraves cr ises o
cacircmbio f lu tuante
2 15 Capita l Humano
Certamente dent re as d iversas condic iona l idades a serem
cumpr idas pe los benef ic iaacuter ios do Programa Bolsa Famiacutel ia sem
duacutevida a obr igator iedade de manter os f i lhos na esco la eacute um
caminho ef icaz do ponto de vis ta econocircmico em d i reccedilatildeo agrave
const ruccedilatildeo de uma ge raccedilatildeo produt iva e ef ic iente Ess a condiccedilatildeo
cr ia uma demanda por educaccedilatildeo e forccedila po l iacute t icas puacutebl ic as de
invest imento cont inuado na educaccedilatildeo isto s ign i f ica invest i r no ser
humano e por consequecircncia formar c idadatildeos mais compet i t ivos
Concei tua lmente o invest imento em educaccedilatildeo eacute sem sombra
de duacutevida fator importante para o desenvolvimento soc ia l e
cresc imento de um paiacutes Paiacuteses que prat icamente natildeo possuem
recursos natura is devem seu sucesso econocircmico porque investem
maciccedilamente na educaccedilatildeo de sua populaccedilatildeo Schultz (1973)
e lenca o Japatildeo Dinamarca e Suiacuteccedila paiacuteses com pujanccedila
econocircmica natildeo associada a recursos natura is mas
pr imord ia lmente agrave produt iv idade at r ibuiacuteda ao cap i ta l humano
7 3
O conceito de ldquoCapita l Humano rdquo fo i de l ineado por Theodore
W Schu l tz (1902-1998) professor da Univers idade de Chicago
premiado com o Nobel de Economia de 1979 Schul tz in ic iou sua
tese31 ao f im da deacutecada de 1940 quando lec ionava na
Univers idade de Chicago pesquisou exp l icaccedilotildees sobre o papel das
capacidades adquir idas pe los seres humanos nos ganhos de
produt iv idade
Em suas observaccedilotildees conclu iu que invest imentos
tecnoloacutegicos por s i soacute natildeo exp l icam tota lmente o desenvolvimento
econocircmico das naccedilotildees Observou que os acreacutesc imos agrave capacidade
insta lada ou se ja agraves maacutequinas e equipamentos agraves insta laccedilotildees agrave
terra em siacuten tese ao cap ita l f iacutes ico natildeo humano satildeo somente par te
das var iaacuteve is exp l icat ivas do cresc imento produt ivo Sustenta que
o resiacuteduo inexp l icaacuteve l natildeo deve ser s implesmente a t r ibuiacutedo ao
acaso mas s im pe lo menos uma boa par te de le ao invest imento
em capita l humano
Esse invest imento em capita l humano natildeo eacute contab i l izado
nas contas nacionais o tempo destacado pe lo t raba lhador agraves suas
proacutepr ias expensas para adquir i r conhecimentos novos a f im de
melhorar sua capacidade teacutecn ica apesar de ext ra contaacuteb i l eacute
determinante do cresc imento econocircmico e da pu janccedila das naccedilotildees
31
Con f o rm e cons ta de seu l i v ro ldquo I nves tm en t in Hum an Cap i ta l ndash T he Ro le o f
Educa t ion a nd o f Research rdquo ed i tado em 1971
7 4
Em sua obra Schultz sustenta que invest imentos em capi ta l
humano satildeo responsaacuteveis pe la maior par te do cresc imento dos
rendimentos rea is do t raba lhador que por consequecircncia os
t ransformam em consumidores sof is t icados Argumenta
enfat icamente que os economistas sempre consideraram que as
pessoas satildeo par te importante para a r iqueza das naccedilotildees que
medida em funccedilatildeo com que o t raba lho cont r ibu i para a produccedilatildeo a
capacidade produt iva dos seres humanos eacute mui to maior que as
demais formas de r iqueza tomadas em conjunto Tece cr iacute t icas aos
economistas por natildeo oferecerem a devida importacircncia ao fa to de
que as pessoas investem em s i mesmas e que estes invest imentos
satildeo substancia is
Numa anaacutel ise de paiacuteses com a l to iacutend ice de desenvolvimento
humano e com s ign i f ica t iva pu janccedila econocircmica destacamos um
fa tor comum entre e les o n iacuteve l de esco lar idade de seus c idadatildeos eacute
re la t ivamente a l to Se f icarmos atento s aos 20 paiacuteses c lass i f icados
com maior iacutend ice de desenvolvimento humano nota -se que a meacutedia
de esco lar idade de seus c idadatildeos s i tua -se ent re 10 a 13 anos Isso
s ign i f ica que esses mesmos c idadatildeos investem uma boa par te de
suas vidas produt ivas se educando Uma parte desse invest imento
sem duacutevida eacute custeada pe lo Estado contudo natildeo podemos negar
que tambeacutem outra par te s ign i f ica t iva eacute custeada pe lo proacutepr io
c idadatildeo como as despesas com l ivros e demais equipamentos
7 5
necessaacuter ios ao apr imoramento educacional Sch ul tz em sua obra
considera que o acuacutemulo de conhecimento dos c idadatildeos resu lta em
s ign i f icat ivo benef iacutec io para o cresc imento econocircmico e
modern izaccedilatildeo
A acumulaccedilatildeo de cap ita l humano resu lta em melhores
oportun idades de cresc imento ind iv idua l e co le t ivo a e levaccedilatildeo da
educaccedilatildeo dos c idadatildeos faz com que a naccedilatildeo consiga maior
ef icaacutec ia quanto ao seu desenvolvimento tecnoloacutegico e c ient iacute f ico e
evo luccedilatildeo como um todo
A esco lar idade do c idadatildeo bras i le i ro com idade de 25 anos
ou mais estaacute em 2010 em 72 anos bem abaixo dos paiacuteses que
ostentam a l to IDH ( Iacutend ice de Desenvolvimento Humano) A meacutedia
de esco lar idade dos c idadatildeos dos c inco pr imeiros co locados em
IDH Noruega Aust raacute l ia Nova Zelacircndia Estados Uni dos e I r landa
chega a 122 anos I sso impl ica em um longo caminho a percorrer
a teacute o Bras i l a lcanccedilar compet iv idade em termos de cap ita l humano
O estoque de cap ita l humano de uma naccedilatildeo fornece
vantagem adic iona l no que tange agrave recuperaccedilatildeo quando e la eacute
submet ida agraves advers idades O Brasi l estaacute ent re as naccedilotildees onde o
cap ita l humano provavelmente tenha se desenvolvido de forma
sat isfatoacuter ia As po l iacute t icas puacutebl icas d i r ig idas ao progresso
educacional jaacute demonstram s ina is pos i t ivos po is a esco lar idade
meacutedia do adul to bras i le i ro aumentou de sof r iacuteve is 26 anos em 1980
7 6
para 72 anos em 2011 32 O dado apesar de natildeo ser ext raord inaacuter io
e natildeo nos co locar ent re os paiacuteses mais desenvolvidos jaacute ind ica
cer ta robustez quanto ao tema capi ta l humano e nos daacute re lat iva
condiccedilatildeo compet i t iva Pode natildeo ser def in i t ivo mas o avanccedilo
notado da esco lar idade bras i le i ra pode exp l icar o cresc imento
s ign i f icat ivo nos regis t ros de patentes fe i to por res identes
bras i le i ros demonstrados nas esta t iacutes t icas da WIPO (Wor ld
In te l lectua l Property Organizat ion) Em 1995 os regis t ros somam
7448 enquanto que em 2007 at ingimos a s ign i f icat iva marca de
21825 regis t ros 33 Soacute para i lust rar a quant idade de regis t ros de
patentes bras i le i ras prat icamente co loca o Bras i l lad o a lado agrave
Aust raacute l ia (21825) Reino Unido (24999) e Franccedila (17109) estes
dados nos ind icam que haacute um movimento for tu i to em d i reccedilatildeo ao
enr iquecimento educacional da naccedilatildeo
Eacute d i f iacutec i l medir isoladamente resu lt ados especiacutef icos gerados
pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia mas o bom senso ind ica que
cont r ibu i para a melhor ia da qual idade de vida da populaccedilatildeo
porque quebra o c ic lo da miseacuter ia e faz com que invest imento em
qual idade educacional se viab i l ize
32
F o n t e h t t p h d r s t a t s u n d p o r g e n i n d i c a t o r s 6 9 6 0 6 h t m l - A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
33 F o n t e
h t t p w w w w i p o i n t e x p o r t s i t e s w w w i p s t a t s e n s t a t i s t i c s p a t e n t s x l s w i p o _ p a t _ a p p
l _ b y _ o f f i c e _ o r i g i n _ t a b l e x l s A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
7 7
2 2 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
221 Desaf ios
Um dos maiores desaf ios dos fu turos governos ta lvez natildeo se ja
mais cont ro lar ou reduzi r o ana lfabet ismo apesar de haver espaccedilo
para isso a proacutexima etapa certamente res ide na melhor ia de
qual idade este assunto eacute abordado pe lo jorna l is ta Fernando
Dantas34 em seu art igo ldquoUm Abismo Chamado Educaccedilatildeordquo 35 (Anexo
G)
No art igo Dantas (2010) enfa t iza que a par te mais
s ign i f icat iva e importante da po l iacute t ica soc ia l do fu turo proacuteximo pode
ser a educaccedilatildeo Quest iona como um paiacutes com qual idade sof r iacuteve l de
ensino na rede puacutebl ica consiga e l iminar as d i ferenccedilas soc ia is
34
F e r n a n d o D a n t a s eacute r e p oacute r t e r e s p e c i a l d e E c o n o m i a d o E s t a d o d e s d e 2 0 0 0
F o r m a d o e m J o r n a l i s m o p e l a P U C - R i o T r a b a l h o u n a G a z e t a M e r c a n t i l d e 1 9 9 0 a
2 0 0 0 G a n h o u o p r ecirc m i o C i t i - I m p r e n s a p a r a J o r n a l i s t a s E c o n ocirc m i c o s e m 1 9 9 1 e a
M e n ccedil atilde o E s p e c i a l d o P r ecirc m i o I c a t u d e J o r n a l i s m o E c o n ocirc m i c o e m 1 9 9 4 E m 1 9 8 8 - 8 9
f e z o e s t aacute g i o d e e x t e n s atilde o p r o f i s s i o n a l ldquo J o u r n a l i s t e s e n E u r o p e rdquo e m P a r i s
35 J o r na l O E s t ad o d e S atildeo P au lo ndash en ca r te ldquo De sa f i o s rdquo de 2 7 9 2 0 10 ndash
7 8
aproximando r icos e pobres Cita Naeacuterc io Menezes profess or e
coordenador do Insper
Quando co locam os quase todas as c r ia nccedilas no
f undam enta l um processo in i c iado na deacutecada de
90 - e e las com eccedilaram a chegar em m a ior
nuacutem ero ao ens ino m eacuted io e a se m a t r i cu la r no
ens ino super io r a d es igua ldad e com eccedilou a ca i r
I s so ocor reu m esmo sem m e lho ra e f e t i va da
qua l id ade da educaccedilatildeo soacute pe lo acesso
A esco lar izaccedilatildeo permi te reduzi r os d i ferencia is de renda
associados agrave educaccedilatildeo quando a qual i f icaccedilatildeo eacute insuf ic iente o seu
preccedilo sobe no Bras i l essas d i ferenccedilas satildeo enormes rev e lando o
ab ismo educacional segundo Menezes
Naeacuterc io Menezes af i rma que o ldquoprecircmiordquo sa lar ia l pe lo d ip loma
univers i taacuter io estaacute recuando desde 2005 enquanto que ao do ensino
meacutedio nota -se queda a par t i r de 2002 af i rma que atua lmente uacuten ico
d i ferencia l perceb ido que a inda cresce eacute o de poacutes -graduaccedilatildeo
O economista especia l ista em educaccedilatildeo pe lo IBMEC do Rio
Fernando Veloso c i tado no ar t igo de Fernando Dantas acred ita que
s imi larmente agrave po l iacute t ica econocircmica o pres idente Lu la deu
cont inu idade agrave po l iacute t ica educacional do pres idente Fernando
Henr ique const ru indo um amplo processo de ava l iaccedilatildeo das esco las
Segundo o ar t icu l is ta fo i o Min ist ro da Educaccedilatildeo Fernando
Haddad (empossado em ju lho de 2005) quem cr iou o Iacutend ice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica ( Ideb) i nd icador pub l icado a
7 9
cada do is anos que c lass i f ica todas as esco las puacutebl icas bras i le i ras
O Ideb eacute uma nota do ensino baacutesico que segue uma esca la de 1 a
10 sendo que o Min is teacuter io da Educaccedilatildeo f ixou a nota 6 como meta
nacional para 2022 36 As metas foram dete rminadas por
estabelec imento de ensino esco la por esco la e satildeo publ icados
regularmente Os resu ltados servem de ba l izadores a f im de t raccedilar
po l iacute t icas de a locaccedilatildeo de recursos agraves aacutereas com menores notas A
meta de nota 6 estabelece que o Bras i l em 2022 esta raacute em termos
de educaccedilatildeo em niacuteve l com os paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econocircmico (OCDE) que congrega
t r inta paiacuteses mais indust r ia l izados da economia do mercado A sede
eacute em Par is e os representantes se reuacutenem para t rocar inf ormaccedilotildees e
def in i r po l iacute t icas a f im de maximizar o cresc imento econocircmico e
desenvolvimento dos paiacuteses membros 37
Outro ponto abordado por Fernando Dantas e tambeacutem por
Makhtar Diop enfat iza garga los com a creche em especia l para
famiacutel ias carentes e a preacute -esco la sobre este tema Dantas co loca o
seguinte
Os espec ia l i s tas apon tam d ive rsos ou t ros
ga rga los e p rob lem as na t r a j e toacute r ia de me lho ra
36
E m 2 0 0 9 a s n o t a s a p u r a d a s f o r a m 4 6 p a r a o s a n o s i n i c i a i s d o f u n d a m e n t a l 4 0
p a r a o s a n o s f i n a i s d o f u n d a m e n t a l e 3 6 p a r a o e n s i n o m eacute d i o
37 F o n t e ( h t t p w w w c g u g o v b r o c d e s o b r e i n d e x a s p - 1 8 1 0 2 0 1 0 )
8 0
da qua l id ade da e ducaccedilatildeo no Bras i l Um a
ques tatildeo f undam enta l p r inc ipa lm en te pa ra os
a lunos das f am iacute l i as ca ren tes eacute a c r eche Ou t ro
a p reacute -esco la Jaacute es taacute am p lam en te com provado
pa r t i cu la rm en te pe lo t r aba lho de Jam es
Heckm an p recircm io Nobe l d e Econom ia que a
in te r venccedilatildeo pa ra redu z i r as de fasagens
educac iona is eacute t atildeo m a is e f i caz q uan t o m a is
p rem atu ra oco r re r
Em termos quant i tat ivos o Bras i l most ra progressos nessa
aacuterea O porcentual de cr ianccedilas de 4 e 5 anos na preacute -esco la sub iu de
40 para 75 desde a deacutecada de 90 Menezes nota que eacute an imador
o fato de que em Estados do Nordeste como Piauiacute e Cearaacute aquela
proporccedilatildeo chega a 90
Quanto a resu ltados concretos as esco las pr ivadas
prat icamente jaacute at ingi ram ou estatildeo bem proacuteximas das metas as
esco las puacutebl icas contudo tem um longo caminho a percorrer os
resu ltados obt idos em 2009 estatildeo mui to aqueacutem das metas def in idas
Apesar da posiccedilatildeo desfavoraacuteve l dos ind icadores o que haacute de
posi t ivo no processo eacute o compromisso assumido pe lo governo
bras i le i ro quando estabelece metas de longo prazo ta lvez pouco
ambic iosas no que tange a prazo poss ib i l i ta ao c idadatildeo cont ro lar e
ac ima de tudo cobrar resu l tados do poder puacutebl ico
8 1
222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo Bras i le i ra
O Bras i l s ina l iza t im idamente compromet imento com a
melhor ia de qual idade educacional de sua populaccedilatildeo Dentre os
d iversos movimentos neste sent ido podemos desta car
Programa Bolsa Famiacutel ia ndash destaca-se a condic iona l idade
sobre a f requecircncia esco lar miacuten ima determinada aos f i lhos dos
benef ic iados que devem atender as f requecircncias miacuten imas de 85
para cr ianccedilas e adolescentes ent re 6 e 15 anos e 75 para
adolescentes ent re 15 e 17 anos Como jaacute fo i abordada em paacuteginas
anter iores desse traba lho esta condic iona l idade cont r ibu i de forma
inc is iva para a manutenccedilatildeo das cr ianccedilas na esco la e para in ib iccedilatildeo
da praacutet ica do t raba lho infant i l
Programa Bras i l a l fabet izado ndash vo l tado para a l fabet izaccedilatildeo de
jovens adu l tos e idosos Esse programa func iona desde 2003 e
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e levar a esco lar idade da populaccedilatildeo O
programa eacute desenvolvido com atendimento pr ior i taacuter io a munic iacutep ios
que apresentem taxas de analfabet ismo sup er iores a 25
Destaca-se que 90 dos munic iacutep ios atendidos loca l izam -se na
Regiatildeo Nordeste Importante sa l ientar que haacute apoio teacutecn ico a f im
de garant i r cont inu idade de estudos aos a tendidos
8 2
A exis tecircnc ia de programas como o Programa Bolsa Famiacutel ia
que oferece recursos f inancei ros aos seus benef ic iaacuter ios por s i soacute
natildeo t rar iam resul tados se natildeo houvesse uma est ru tura com
processos auxi l ia res e mot ivadores O Min is teacuter io da Educaccedilatildeo e
Cul tura u t i l izando ferramentas da tecnologia moderna procura se
engajar na melhoria da qual idade da Educaccedilatildeo oferecendo em seu
porta l processos auxi l ia res uacute te i s e mot ivadores Destacamos
dentre muitas accedilotildees duas importantes ferramentas de faacutec i l acesso
d i rec ionadas agrave formaccedilatildeo cont inuada de professores dos anos
in ic ia is do ensino fundamenta l um que aborda Alfabet izaccedilatildeo e
L inguagem e out ro Matemaacutet ica Satildeo oferec idas mais de t rezentas
paacuteginas em cada uma das ferramentas com possib i l idade de
in teraccedilatildeo dos par t ic ipantes para sugestotildees e melhor ias
Ao anal isarmos ind icadores de ef ic iecircnc ia do s istema de
ensino tomando-se resu ltados da meacutedia nacional e Regiatildeo
Nordeste temos como ava l iar a efet iv idade das po l iacute t icas puacutebl icas
quanto agrave qual idade da educaccedilatildeo em part icu lar o Programa Bolsa
Famiacutel ia A regiatildeo Nordeste sempre fo i a mais care nte em termos
gera is e portanto nos daacute uma ide ia de como a educaccedilatildeo progr ide
em termos qual i tat ivos
Os ind icadores de qual idade demonstram progresso para o
ensino fundamenta l contudo haacute carecircncia de efe t iv idade para com
o ensino meacutedio Em out ra fonte quando comparamos os resu ltados
8 3
obt idos no IDEB (Iacutend ice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica)
comparados agraves metas assumidas pe lo governo notamos o mesmo
resu ltado o ens ino fundamenta l exibe progresso mas o ensino
meacutedio demonstra estagnaccedilatildeo Possive lmente ha ja uma premissa
que o ensino meacutedio se favoreceraacute de forma inerc ia l do progresso
do ensino fundamenta l o que eacute quest ionaacutevel N esse p lano haacute
necessidade de po l iacute t icas puacutebl icas mais robustas a f im de obter
resu l tados mais e fe t ivos ( tabe la 4 )
RESULTADOS DO IDEB VS METAS ESTABELECIDAS
FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS ANOS FINAIS MEacuteDIO
OBS META OBS META OBS META
2005 38
35
34
2007 42 39 38 35 35 34
2009 46 42 40 37 36 35
2021
60
55
52
Tabe la 4 Resu l tado do IDEB Vers us Metas
Es tabe lec idas
Fon te INEP httpsistemasidebinepgovbrresultado Acesso em 1682011
Outro i tem que nos a juda a ident i f icar melhor ias satildeo as
esta t iacutes t icas do IBGE quanto a a lunos com idade natildeo adequad a
para a seacuter ie a que f requentam Seguem anaacutel ises para este tema
8 4
461401
283
316
404
286 277221 233 236
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2006 2007 2008 2009 2010
NORDESTE BRASIL
Graacutef ico 10 Dis torccedilatildeo de Idade dos Alunos do Ensino Fundamenta l
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=M16ampsv=5
7ampt=dis torcao- idadeser ie -ensino-fundamenta l -de-8-e-9-anos-ser ie -
nova
Acesso em 168 2011
Os dados do graacutef ico 10 ind icam que as po l iacute t icas para
posic ionamento corre to de a lunos nas seacuter ies foram efe t ivas a teacute
2008 com reduccedilatildeo important iacutess ima em aacutereas carentes como o
nordeste bras i le i ro contudo fo i retomada a defasagem anulando
tota lmente o ganho obt ido Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de
melhor ia ocorreu ateacute 2008 quando nota -se estagnaccedilatildeo
O progresso notado no per iacuteodo 2006 -2008 quanto ao
posic ionamento dos a lunos agrave seacuter ie adequada no ensino meacutedio
pra t icamente segue um padratildeo inerc i a l com melhor ias mais
s ign i f icat ivas para o nordeste bras i le i ro A proporccedilatildeo de a lunos
8 5
com idade defasada no Bras i l ca iu de 449 para 37 8 42 ao
ano enquanto que para a Re giatildeo Nordeste a queda fo i mais
s ign i f icat iva de 656 para 494 68 ao ano Contrar iamente
aos dados do ensino fundamenta l natildeo houve re tomada das
def ic iecircnc ias na Regiatildeo Nordeste
G raacute f i co 11 D is to rccedilatildeo de Idade ndash Ens ino Meacuted io
Fon te IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=M17ampsv=
57ampt=D is to ru00e7u00e3o+ idade2fsu00e9r ie++ -
+Ens ino+Mu00e9d io+(+su00e9r ie+nova ) Acesso em 14 11 11
2 23 Educaccedilatildeo Bras i le i ra no Contexto Mundia l
Satildeo muito proacuteximos os iacutend ices da Noruega e Aust raacute l ia no
rank ing de IDH cont ro lado pe la PNUD (Programa das Naccedilotildees
8 6
Unidas para o Desenvolvimento) a Noruega eacute a pr imeira no
rank ing e a Aust raacute l ia f igura como segunda co locada Para essa
anaacutel ise podemos tomar a Aust raacute l ia e Argent ina como referecircncias
comparat ivas ao Bras i l nas var iaacuteveis da d imensatildeo educaccedilatildeo que o
PNUD ut i l iza para o caacute lcu lo do Iacutend ice de Desenvolvimen to Humano
( IDH)
A seguir vamos anal isar uma das var iaacuteve is de esco lar idade
que compotildee o quesito ldquoeducaccedilatildeordquo a esco lar idade meacutedia das
pessoas aos 25 anos de idade (graacutef ico 12) e a expectat iva das
cr ianccedilas ao ingressar na esco la em idade lega l para ingress o no
Bras i l aos 6 anos (graacutef ico 13)
8 7
Esco la r idade Meacuted ia das Pessoas com Idade de 25 anos ou
Ma is ndash Aus t raacute l ia A rgen t ina e Bras i l
(Em n ⁰ de Anos )
119 119 120 120 120 120 120 120
86 89 90 90 91 92 93 93
56
66 67 68 69 71 72 72
-
20
40
60
80
100
120
140
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Austraacutelia Argentina
Brasil
Graacutef i co 12 Esco la r idade Meacuted ia das pessoas com idade de 25
anos ou ma is ndash Aus t raacute l ia Argen t ina e B ras i l
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l Acesso em
04 11 11
A esco lar idade meacutedia dos b ras i le i ros em 2011 s i tua-se em
72 anos equ ivalente a 60 dos aust ra l ianos e a 77 dos
argent inos o cresc imento prat icamente eacute vegetat ivo agrave taxa de
27 anuais no per iacuteodo 2000 -2010
A segunda d imensatildeo para a var iaacuteve l educaccedilatildeo eacute a
Expectat iva de Escolar idade ao ingressar na esco la na idade
suf ic iente a qual eacute def in ida pe lo PNUD da seguin te forma
8 8
Re f le te o nuacutem ero de anos de esco la r idad e que
um a c r ianccedila com idade su f i c ien te pa ra e n t ra r agrave
esco la pode espera r r eceber se cons ide radas a
in f r aes t ru tu ra educac io na l ex is ten te d u ran te
sua v ida38
O graacutef ico 13 a seguir compara a expectat iva das cr ianccedilas
bras i le i ras ao das argent inas e aust ra l ianas
Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia Argent ina e
Bras i l (Em N⁰ de anos)
Graacutef ico 13 Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia
Argent ina e Bras i l
Fonte PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103706 h tm l
Acesso em 04 11 11
38
F o n t e h t t p h d r u n d p o r g e n s t a t i s t i c s h d i 2 3 8 2 0 1 1
8 9
Os paracircmetros ind icam que os aust ra l ianos estatildeo em uma
s i tuaccedilatildeo confor taacuteve l com expectat iva de 18 anos de esco lar idade
os argent inos com 158 anos prat icamente estatildeo estagnados por
uma deacutecada os bras i le i ros posic ionam -se com 138 anos s i tuaccedilatildeo
muito mais desfavoraacuteve l que os argent inos houve queda da
expectat iva de esco lar idade para os bras i le i ros na uacute l t ima deacutecada 39
A rea l idade dos ind icadores nos passa a ide ia de def ic iecircnc ia
est rutura l no quesi to educaccedilatildeo para o Bras i l contudo haacute
esperanccedila de mudar esse quadro o invest imento em educaccedilatildeo tem
s ido maciccedilo o orccedilamento federa l inc lu i va lores d irec ionados agrave
educaccedilatildeo da ordem de R$ 57 b i lhotildees para 2011 um aumento de
duas vezes e meia os va lores de 2004 a justados monetar iamente
Estes va lores apesar de s ign i f icat i vos natildeo parecem contr ibu i r para
a efet iv idade do s is tema educacional As autor idades a legam que
invest imento em educaccedilatildeo somente apresentaraacute efe t iv idade no
longo prazo o que podemos considerar como razoaacutevel O graacutef ico 14
a seguir most ra os montantes at r ibuiacutedos agrave educaccedilatildeo inc lu iacutedos no
orccedilamento federa l
39
O P N U D e s t a b e l e c e u m t e t o d e 1 8 a n o s p a r a a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e n a
r e a l i d a d e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e d a p o p u l a ccedil atilde o a u s t r a l i a n a eacute s u p e r i o r a 1 8 a n o s
s e g u n d o a N o t a T eacute c n i c a d e A p o i o a o s L a n ccedil a m e n t o d o R e l a t oacute r i o d e D e s e n v o l v i m e n t o
H u m a n o d e 2 0 1 0 e m 2 0 0 7 f o i 2 0 6 a n o s
9 0
22447 26165 25132
30005 34046
42238
49061
57315
22379 24581
26910
32636
-
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
RECURSOS ALOCADOS Agrave EDUCACcedilAtildeO NO ORCcedilAMENTO FEDERAL A
PRECcedilOS DE 2011
G raacute f i co 14 Recu rsos Fede ra is A locados agrave Educaccedilatildeo Va lo res
a jus tados pe lo de f la to r do P IB pub l i cado pe lo IBGE
Fon te LOA ndash (LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA AN UAL)
h t tp www9senado govb r por ta l page po r ta l o rcamento_senadoL
OAExecucaoEDFSp_ano=2010 Acesso em 14 11 2011
Obse rvaccedilatildeo os va lo res e fe t i vamente rea l i zados (dados em negr i to
no g raacute f i co ac ima ob t idos jun to ao INEP) s i tuam -se bem p roacutex imos
aos va lo res inc lu iacutedos no o rccedilamento os va lo res acumu lados 2004 -
2007 resu l tam em 1 5 de var iaccedilatildeo
9 1
3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES
REGIOtildeES BRASILEIRAS
3 1 A REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA
O Nordeste Brasi le i ro sempre fo i cast igado ao longo da
h is toacuter ia bras i le i ra Nos uacute l t imos anos nota -se um s ign i f ica t ivo avanccedilo
soc ioeconocircmico graccedilas agrave a tenccedilatildeo dos governantes e a f a l ta de
espaccedilo para as ol igarqu ias que sempre dominaram a regiatildeo Essa
fa l ta de espaccedilo possive lmente pode ser a t r ibuiacuteda agrave pressatildeo do
mundo moderno no sent ido da produt iv idade e ac ima de tudo
tambeacutem agrave into leracircncia ao desrespei to ao ser humano O mundo
moderno exige que as populaccedilotildees tenham bem estar e se jam
respei tados na p len i tude de seus d i re i tos humanos
O Bras i l estaacute invest indo e de forma cont inuada a f im de
min imizar a des igualdade Eacute de se apontar que a lguns avanccedilos
estatildeo ocorrendo de forma acanhada contudo face ao processo
cont inuado tudo ind ica que haacute sed imentaccedilatildeo para o necessaacuter io
progresso e bem estar
9 2
Como jaacute fo i abordado anter iormente nes se t raba lho o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano ndash IDH eacute adotado pe las Naccedilotildees Unidas
como ind icador da qual i dade de vida das d iversas regiotildees do globo
Trata-se de um conceito mais abrangente do que considerar
s implesmente a renda per cap i ta como no passado para def in i r o
desenvolvimento Atua lmente consideram-se cr i teacuter ios mais
abrangentes que def inem melhor o rea l bem estar das naccedilotildees
O Bole t im Regional do Banco Centra l do Bras i l de jane i ro de
2009 anal isa a evo luccedilatildeo do IDH para as d iversas regiotildees e para as
un idades da federaccedilatildeo 40 O Banco Centra l do Bras i l baseou -se nas
seacuter ies h istoacuter icas elaboradas pe lo Progra ma das Naccedilotildees Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) de 1991 a 1995 e em est imat ivas de
IDH fe i tas pe lo proacutepr io Banco Centra l para 2006 e 2007 seguindo
os cr i teacuter ios def in idos pe lo PNUD
A anaacutel ise do Banco Centra l do Brasi l consiste em determinar
o peso de cada var iaacuteve l que forma o IDH das c inco regiotildees
bras i le i ras O estudo em referecircncia por datar de 2009 considera
para a var iaacuteve l educaccedilatildeo a metodologia anter ior a 2010 is to eacute
iacutend ices de analfabet ismo e a taxa de matr iacutecu la em todos os n iacuteve is
de ensino41 o que natildeo o inva l ida em termos de tendecircncias
40
h t t p w w w b c b g o v b r p e c b o l e t i m r e g i o n a l p o r t 2 0 0 9 0 1 b r 2 0 0 9 0 1 b 1 p p d f A c e s s o
e m 2 0 9 1 1
41 V a l e a p e n a e n f a t i z a r q u e a m e t o d o l o g i a a d o t a d a a p a r t i r d e 2 0 1 0 c o n s i d e r a a
m eacute d i a d e e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e p a r a a c r i a n ccedil a
9 3
O Banco Centra l do Bras i l faz uma anaacutel ise da evo luccedilatildeo do
IDH das grandes regiotildees e un idades da federaccedilatildeo Quanto ao
per iacuteodo anal isado considera 1991 a 2007 sendo que ateacute 2005
ut i l iza dados das seacuter ies h is toacuter icas publ icadas pe lo PNUD e para
2006 e 2007 faz est imat iva seguindo a mesma metodologia adotada
por aquela ent idade
O estudo constata que houve melhor ia dos n iacuteve is de
desenvolvimento humano em todas as un idades da federaccedilatildeo
contudo a d ispar idade ent re as regiotildees cont inua O Dis t r i to Federa l
Santa Catar ina e Satildeo Paulo cont inuam a apresentar os melhores
IDH enquanto que estados do nordeste como Alagoas Maranhatildeo e
P iauiacute deteacutem os uacute l t imos lugares no rank ing
Conforme ref let ido na tabe la 5 de 1991 a 2007 a Regiatildeo
Nordeste fo i a que apresentou maior cresc imento em re laccedilatildeo agraves
demais regiotildees is to eacute s ign i f ica t ivo porque apesar da posiccedilatildeo
desfavoraacuteve l daquela regiatildeo em termos de desenvolv imento
humano a d ispar idade com as outras regiotildees encolheu ind icando
reduccedilatildeo das desigualdades A tabe la a seguir demonstra as
movimentaccedilotildees nas c inco regiotildees com niacutet ida ace leraccedilatildeo observada
na Regiatildeo Nordeste
e m i d a d e d e i n g r e s s o n a e s c o l a ( n o B r a s i l a o s s e i s a n o s ) p a r a o r e s t o d e s u a v i d a
S e m d uacute v i d a e s t a m e t o d o l o g i a eacute m a i s a b r a n g e n t e q u e o m eacute t o d o a n t e r i o r
p r i n c i p a l m e n t e p o r c o n t e m p l a r a q u a l i d a d e d o e n s i n o
9 4
CRESCIMENTO ANUAL DO IDH REGIONAL ndash 1991-200742
Regiotildees IDH 2007 Crescimento
19912007 () Crescimento Meacutedio
Anual 19912007 ()
Nordeste 0850 246 14
Norte 0847 167 10
Centro Oeste 0838 146 09
Sul 0786 130 08
Sudeste 0749 125 07
Tabela 5 Cresc imento Anual do IDH Regional -1991-2007
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l do Bras i l - Janei ro 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1p
Acesso em 2992011
O estudo def ine o IDH como um ind icador de natureza
est rutura l que deve produzi r a l teraccedilotildees no longo prazo devendo ser
observado e anal isado em funccedilatildeo de suas tendecircncias Nesse caso o
estudo evidencia a caminhada para a e l iminaccedilatildeo das desigualdades
regionais
42 Eacute i m p o r t a n t e c o n s i d e r a r m o s e s t a a n aacute l i s e c o m o a v a l i a ccedil atilde o d e t e n d ecirc n c i a p o r q u e d e v i d o agrave n o v a
m e t o d o l o g i a d e e l a b o r a ccedil atilde o d o s iacute n d i c e s d e I D H d o B r a s i l r e s u l t a e m 0 6 7 8 p a r a 2 0 0 5 0 6 8 1 p a r a 2 0 0 6 e
0 6 8 5 p a r a 2 0 0 7 N o e s t u d o d o B a n c o C e n t r a l d o B r a s i l c o n s i d e r a - s e a d i m e n s atilde o E d u c a ccedil atilde o f u n ccedil atilde o d o
iacute n d i c e d e a n a l f a b e t i s m o e c r i a n ccedil a s m a t r i c u l a d a s e n q u a n t o q u e a n o v a m e t o d o l o g i a c o n s i d e r a a
e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e q u e a s c r i a n ccedil a s e m i d a d e d e i n g r e s s o n a
e s c o l a n o B r a s i l a o s s e i s a n o s i r atilde o o b t e r p e l a s u a v i d a
9 5
O t rabalho e laborado pe lo Banco Centra l desvenda a reduccedilatilde o
das d i ferenccedilas de qual idade de vida nas grandes regiotildees
bras i le i ras Observa que ateacute 1996 as d ispar idades resid iam no tema
Educaccedilatildeo e que a par t i r de 1997 haacute uma mudanccedila para a d imensatildeo
econocircmica que apresenta menor reduccedilatildeo Enfat iza que no f im do
per iacuteodo anal isado (2007) haacute maior homogeneidade entre educaccedilatildeo e
longevidade do que para a d imensatildeo econocircmica No caso as cr ises
e so luccedilos da economia tendem a evidenciar -se com maior
contundecircncia nas tendecircncias Em Educaccedilatildeo e Longevidade (Sauacutede)
por serem i tens dependentes de invest imentos as tendecircncias se
def inem com maior regu lar idade eventua is cor tes ou desaceleraccedilatildeo
de invest imentos tendem a mater ia l izar -se a meacutedio e longo prazo
O estudo aponta a var iaacuteve l longevidade como a mais regu lar
com cresc imento estaacuteve l e de forma l inear em todas as regiotildees A
Regiatildeo Nordeste destaca -se tambeacutem nesta d imensatildeo com 18 de
cresc imento no per iacuteodo equ iva lente a 1 anual enquanto que as
demais regiotildees o cresc imento f icou ao redor de 11 ou 065
anual O t raba lho a t r ibu i ao maior cresc imento agrave grande def ic iecircnc ia
nesse i tem longevidade o que poss ib i l i ta oportun idade de ganhos
margina is
A expectat iva de vida da Regiatildeo Nor deste eacute a menor dentre
as Grandes Regiotildees o graacutef ico 15 que ref le te o ano de 2009 nos
permi te v isua l izar a d ispar idade ent re regiotildees e a meacutedia da
9 6
federaccedilatildeo A expectat iva de vida da Regiatildeo Nordeste eacute de 704
anos Certamente o que determina ess e va lor ba ixo para o nordeste
eacute pr inc ipa lmente a morta l idade infant i l que a inda eacute ext remamente
preocupante 33 2 por mi l nasc idos vivos ref le t ind o as condiccedilotildees
soc ia is desfavoraacuteve is O Programa Bolsa Famiacutel ia com sua
condic iona l idade sauacutede eacute ferramenta important iacutess ima para a
melhor ia dessa d imensatildeo do IDH
EXPECTATIVA DE VIDA POR REGIAtildeO EM ANOS (2009)
Graacutef ico 15 Expectat iva de Vida por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icadores Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso 14112011
9 7
MORTALIDADE INFANTIL
POR 1000 NASCIDOS VIVOS EM 2009
Graacutef ico 16 Morta l idade Infant i l por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icado res Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso em 14112011
No quesi to longevidade haacute que se considerar que a Regiatildeo
Nordeste apresentou s ign i f icat iva melhor ia o que ind ica progresso
soc ioeconocircmico Os dados apresentam ac e leraccedilatildeo da Regiatildeo
Nordeste nessa d imensatildeo em re laccedilatildeo agraves demais regiotildees o que nos
sugere melhor ia das condiccedilotildees humanas O Nordeste apresenta no
per iacuteodo 1999-2009 aumento de c inco anos e meio na expectat iva de
vida de sua populaccedilatildeo crescendo de 667 anos para 704 anos
s ign i f icat iva melhor ia de 3 7 anos
9 8
A anaacutel ise dos fa tores da composiccedilatildeo do IDH regional aponta
como pr inc ipa l fa tor a d imensatildeo Educaccedilatildeo como a de maior peso de
par t ic ipaccedilatildeo Ind ica que de 1991 -2003 houve expansatildeo dos IDH em
todas as regiotildees chegando a exp l icar mais da metade do
cresc imento do iacutend ice Desponta aqui como cont r ibu iccedilatildeo a
un iversa l izaccedilatildeo do acesso ao ensino fundamenta l e cresc imento da
oferta de vagas no ensino meacutedio e super ior Es sa co locaccedilatildeo
mencionada no estudo deve ser considerada com ressa lvas porque a
metodologia para o caacute lcu lo do IDH anter ior a 2010 considera a taxa
de analfabet ismo que rea lmente eacute favoraacuteve l em termos Bras i l
Contudo uma anaacutel ise da nova metodologia a qual considera
expectat iva de esco lar idade a tendecircncia natildeo se mostra an imadora A
meacutedia de esco lar idade aos 25 anos mostra cresc imento ent re 2000 e
2010 de 305 2 7 ao ano mas a expectat iva de esco lar idade
para as cr ianccedilas em idade de ingresso na esco la (Bras i l aos 6 anos)
natildeo se sustentou na uacute l t ima deacutecada o que ind ica que providecircncias
urgentes satildeo necessaacuter ias a f im de rever ter a tendecircncia A
metodo log ia a tua l do IDH con fo rme fo i ana l i sada no toacutep ico 2 1 3
con temp la a qua l idade do ens ino po rque se base ia nas mat r iacutecu las
po r idade nos d ive rsos n iacuteve is da educaccedilatildeo Houve c resc imento em
f ins da deacutecada de 199 0 e um p ico ao redo r do an o 2000 (v ide
g raacute f i co 6 ) mas o iacutend ice natildeo se sus ten tou e es taacute es tab i l i zado em
13 8 anos
9 9
Apesar da nova metodologia adotada no caacute lcu lo do IDH t razer
ef icaacutec ia ao iacutend ice vindo a c ontemplar a qual idade do ensino haacute que
se dar creacuted i to aos esforccedilos que resu l taram em importante reduccedilatildeo
do analfabet ismo no Bras i l Os graacutef icos a seguir nos oferecem uma
ide ia das tendecircncias
TAXA DE ANALFABETISMO
Graacutef ico 17 Taxa de Analfabet ismo
Fonte IBGE
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr l is ta_temaaspxop=0ampno=41
Acesso em 4102011
156147
114102 10 97
0
5
10
15
20
1995 1996 2004 2007 2008 2009
Taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade ()
1 0 0
Tra je toacute r ia dos fa to res u t i l i zados na nova me todo log ia de caacute lcu lo
da d imensatildeo Educaccedilatildeo do IDH
1450 1442 1457 1396 1426 1419 1398 1378 1378 1378 1378
550 572 594 617 639 661 672 684 695 706 718
000
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
EXPECTATIVA DE ESCOLARIDADE DASCRIANCcedilASESCOLARIDADE MEacuteDIA DOS ADULTOS 25 ANOSOU MAIS
G raacute f i co 18 D imensatildeo Educaccedilatildeo Fa to res da Nova Metodo log ia de
caacute lcu lo do IDH
Fon te h t tp hdrundporgendata t rends
Acesso em 2792011
A var iaacuteve l renda 43 apresentou forma i r regu lar ao longo do
per iacuteodo nesse ponto tambeacutem a Regiatildeo Nordeste fo i a que resu ltou
em maior cresc imento apresentou no per iacuteodo anal isado (1991 -
2007) 141 ou 08 ao ano Em sequecircncia a Regiatildeo Centro Oeste
com 105 ou 06 ao ano Su l com 104 ou 06 ao ano Norte
com 69 ou 04 ao ano e Sudeste com 67 ou 04 ao ano A
43
C a b e l e m b r a r q u e a d i m e n s atilde o r e n d a p e r c a p i t a eacute a j u s t a d a p a r a r e f l e t i r ldquo P P P rdquo -
P u r c h a s e P o w e r P a r i t y i n U S D o l l a r s ( p a r i d a d e d e p o d e r d e c o m p r a e m d oacute l a r e s
a m e r i c a n o s )
1 0 1
i r regu lar idade do cresc imento do fator renda pode ser a t r ibuiacuteda agraves
cr ises econocircmicas dos uacute l t imos tempos
A nova metodologia v isa enfat izar metas que contemplem a
melhor ia de qual idade da educaccedilatildeo e pr inc ipa lmente forccedilam os
paiacuteses a garant i r o fu turo de exce lecircncia em educaccedilatildeo
A anaacutel ise dos dados re lat ivos ao IDH no per iacuteodo 2006 e 2007
ind ica a melhor ia genera l izada com reduccedilatildeo gradual e s is temaacutet ica
das desigualdades At r ibu i agrave Educaccedilatildeo o fa tor mais importan te para
o IDH ateacute 2003 exceto na regiatildeo Centro Oeste conclu i que o fator
renda eacute o mais importante para com as d iscrepacircncias do IDH das
vaacuter ias regiotildees
Peso das Dimensotildees no IDH Regional
1991-2003 2004-2007
Regiotildees Educaccedilatildeo Longevidade Renda Educaccedilatildeo Longevidade Renda
() () () () () ()
Norte 668 268 64 551 186 263 Nordeste 606 29 104 45 183 367 Sudeste 515 379 106 502 193 305 Sul 546 271 183 401 198 401 Centro Oeste
565 321 114 356 186 458
Meacutedia 580 306 114 452 189 359
Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l ndash Janei ro de 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1
Acesso em 2992011)
1 0 2
32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMIC O
3 21 Acesso agrave Esco la
O acesso agrave esco la eacute fator pr imord ia l para o desenvolvimento
humano e pr inc ipa lmente para a el iminaccedilatildeo das desigualdades A
chave para a melhor ia educacional comeccedila pelo acesso da
populaccedilatildeo agrave esco la Os ind icadores educacionais b ras i le i ros
mostram o progresso cont inuado ness e campo o que sem duacutevida eacute
um passo decis ivo para reduccedilatildeo das desigualdades que nos
incomodam
O Bras i l obteve cresc imento s ign i f ica t ivo quanto ao acesso agrave
esco la cabe destacar a educaccedilatildeo infant i l Em 2009 a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domiciacute l ios - PNAD IBGE ndash demonstrou que
o grupo de cr ianccedilas de 0 a 5 anos de idade apresentava uma taxa
de esco lar izaccedilatildeo de 381 s ign i f ica t iva melhor ia em re laccedilatildeo a
1999 quando a proporccedilatildeo era de apenas 233
No segmento de 6 a 14 anos pode -se d izer que em meados
da deacutecada de 1990 prat icamente todas as cr ianccedilas bras i le i ras jaacute
estavam f requentando esco la Eacute importante mencionar que fo i
somente a par t i r de 2007 que o segmento populac iona l das cr ianccedilas
1 0 3
de 6 anos fo i incorporado agrave fa ixa de ensino obr igatoacuter ia que ateacute
entatildeo compreendia dos 7 aos 14 anos de idade
Quanto agrave fa ixa e taacuter ia de adolescentes de 15 a 17 anos
notamos s i tuaccedilatildeo menos favoraacuteve l em 2009 a taxa a lcanccedilou 852
daquele cont ingente Podemos conclu i r que infe l izmente a
esco lar izaccedilatildeo dos adolescentes dessa fa ixa e taacuter ia carece de
un iversa l izaccedilatildeo destaca -se que houve melhor ia em relaccedilatildeo a 1999
contudo pequena A Regiatildeo Nordeste em 2009 apresenta def ic iecircnc ia
s ign i f icat iva dos adolescentes ness a fa ixa e taacuter ia somente 392
estava no niacuteve l meacutedio bem abaixo dos 421 a lcanccedilados pe lo s da
Regiatildeo Sudeste em 1999 Isso pode ser exp l icado pe las pressotildees
soc ioeconocircmicas endecircmicas na Regiatildeo Nordeste fatores que mui to
afetam e a t rasam o desenvolvimento educacional
A tabe la 7 ind ica que haacute um enorme passo a ser dado apesar
do exce lente cresc imento conseguido na taxa de esco lar izaccedilatildeo de
adolescentes de 15 a 17 anos a Regiatildeo Nordeste tem muito espaccedilo
a crescer para posic ionar -se em niacuteve l equ iva lente agrave Regiatildeo
Sudeste O quadro abaixo nos d iz que haacute corre laccedilatildeo s ign i f icat iva
ent re s i tuaccedilatildeo soc ioeconocircmica no caso a Regiatildeo Sul e condiccedilatildeo
educacional Por tanto ta lvez sem progresso soc ioeconocircmico os
ind icadores de educaccedilatildeo estaratildeo compromet idos porque
infe l izmente a educaccedilatildeo natildeo estaacute ent re as pr ior idades por questatildeo
cu l tura l ou mais prec isamente de sobrevivecircncia
1 0 4
Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida Fa ixa Etaacuter ia 15 ndash 17 anos44
Grandes Regiotildees - 19992009
1999 2004 2009 Var
NORTE
244 276 391 602
NORDESTE 167 279 392 1347
SUDESTE 421 579 605 437
SUL
446 534 574 287
CENTRO-OESTE 327 449 547 673
BRASIL
327 442 509 557
Tabela 7 Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida por Regiatildeo
Fonte IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacute l ios
19992009 SINTESE DOS INDICADORES SOCIAIS -2010- IBGE
Acesso em 141111
3 22 Desigualdade ent re Regiotildees
Conforme jaacute fo i abordada no in iacutec io des se t raba lho o Iacutend ice
de Gin i desenvolvido por Corrado Gin i estat iacutes t ico i ta l iano eacute
u t i l izado para medir o grau de desigualdade N as def in iccedilotildees do
IBGE consta ldquoserve para medir a concentraccedilatildeo de uma d is t r ibu iccedilatildeo
mede o grau de desigualdade existente ent re ind iviacuteduos segundo
44
A t a x a d e e s c o l a r i z a ccedil atilde o l iacute q u i d a i n d i c a a p r o p o r ccedil atilde o d a p o p u l a ccedil atilde o e m
d e t e r m i n a d a f a i x a e t aacute r i a q u e s e e n c o n t r a f r e q u e n t a n d o e s c o l a n o n iacute v e l a d e q u a d o
agrave s u a i d a d e
1 0 5
diversos fa tores (qua l idade de vida educaccedilatildeo por exem plo) e
dent re e les o rendimentordquo 45
Tendecircncia do Iacutend ice de Gin i por Regiatildeo
Graacutef ico 19 Iacutend ice Gin i por Regiatildeo ndash Tendecircncias
Fonte IBGE ndash Seacuteries Esta t iacutes t icas
Obs ndash Vide va lores numeacuter icos na tabe la 8 a seguir
45
N o c aacute l c u l o d o s iacute n d i c e s d e G i n i d a s d i s t r i b u i ccedil otilde e s d e r e n d im e n t o f o r a m
l e v a d o s e m c o n t a o n uacute m e r o d e p e s s o a s d a a m o s t r a d a p e s q u i s a n a c i o n a l d e
d o m ic iacute l i o s ( P N A D ) e o r e n d im e n t o d a p e s s o a
O v a l o r d o iacute n d i c e v a r i a d e 0 a 1
0 = q u a n d o n atilde o h aacute d e s i g u a ld a d e a r e n d a d e t o d o s o s i n d i v iacute d u o s t e m o
m e s m o v a l o r
1 = q u a n d o a d e s i g u a l d a d e eacute m aacute x im a a p e n a s u m i n d i v iacute d u o d e t eacute m t o d a a
r e n d a d a s o c i e d a d e e a r e n d a d e t o d o s o s o u t r o s i n d i v iacute d u o s eacute n u l a
( h t t p s e r i e s e s t a t i s t i c a s i b g e g o v b r s e r i e s a s p x vc o d ig o = F D T 8 1 0 amps v = 1 8 amp t =
i n d i c e - d e - g i n i - p e s s o a s - d e - 1 0 - a n o s - o u - m a i s - d e - i d a d e - c o m - r e n d im e n t o -
m e n s a l ) Ac e s s a d o e m 0 4 1 0 2 0 1 1
1 0 6
A tendecircncia de reduccedilatildeo das desigu aldades de renda eacute
favoraacuteve l para todas as regiotildees com exceccedilatildeo da Regiatildeo Centro -
Oeste que apresentava s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l a teacute 2006 quando
rever teu a tendecircncia para uma maior concentraccedilatildeo de renda A
Regiatildeo Nordeste tambeacutem apresenta def lexatildeo em 2005 vindo a
re tomar a tendecircncia favoraacuteve l agrave desconcentraccedilatildeo de renda a part i r
de 2006 Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de desconcentraccedilatildeo de
renda segue favoraacuteve l no per iacuteodo apresentando reduccedilatildeo de 09 ao
ano
Apesar da melhor ia s ign i f ica t iva que se apresenta pe la
tendecircncia de reduccedilatildeo de desigualdade ind icado pe lo iacutend ice de Gin i
o Bras i l a inda estaacute longe da exce lecircncia atua lmente o iacutend ice de Gini
da Noruega o pr imeiro co locado no rank ing de IDH eacute 0255 (ano
2000) 46
46
I l u s t r a n d o n o r i t m o d e c r e s c i m e n t o a n u a l d o iacute n d i c e d e G i n i d o p e r iacute o d o 1 9 9 8 -
2 0 0 8 a t i n g i r a e x c e l ecirc n c i a p a r a o B r a s i l n o c a s o o iacute n d i c e d a N o r u e g a p o d e
s i g n i f i c a r 8 0 a n o s ( 0 5 3 1 ( 1 - 0 0 0 9 ) ^ 8 0 = 0 2 5 7 )
1 0 7
IacuteNDICE DE GINI POR REGIAtildeO (1998-2008) (1)
Regiatildeo 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Norte urbana 0569 0553 0543 0551 0534 0527 0512 0513 0504 0502 Nordeste 0581 0575 0566 0576 0570 0571 0551 0557 0540 0539 Sudeste 0561 0551 0554 0552 0543 0533 0534 0529 0510 0507 Sul 0558 0559 0543 0536 0535 0530 0519 0510 0505 0498 Centro-Oeste 0600 0591 0585 0591 0569 0571 0564 0558 0564 0567 Brasil 0584 0576 0572 0573 0566 0559 0552 0548 0535 0531 Tabela 8 Iacutendice Gini por Regiatildeo ndash Valores acima suportam o graacutefico 20
Fonte IBGE - Seacuteries Estatiacutesticas httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=FDT810ampsv=18ampt=indice-de-
gini-pessoas-de-10-anos-ou-mais-de-idade-com-rendimento-mensal Acesso em 141111
[1] Dados para o ano 2000 natildeo satildeo disponiacuteveis
323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho
Um dos fatores mais importantes que ind icam a melhor ia
soc ioeconocircmica de uma regiatildeo eacute sem sombra de duacutevida a oferta de
empregos formais Formal idades no emprego provecircm aos
t raba lhadores menor vu lnerab i l idade agrave s i tuaccedilatildeo de penuacuter ia porque
asseguram d i re i tos de c idadatildeo A informal idade assola o Bras i l e eacute
constantemente assunto de debates po l iacute t icos t rata -se de uma das
demandas soc ia is mais importantes da atua l idade brasi le i ra O IBGE
contro la o desenvolvimento dessa vu lnerab i l idade a boa not iacutec ia eacute
que estaacute havendo progresso ness e quesi to o nuacutemero de
1 0 8
empregados com car te i ra ass inada vem aumentando
consis tentemente No per iacuteodo 2001-2009 a Regiatildeo Norte fo i a que
maior cresc imento apresentou 86 seguida da Centro -Oeste com
58 Nordeste com 53 Sudeste com 40 e Sul com 37 Em
meacutedia o cresc imento anual de empregados com t raba lho formal no
Bras i l c resceu agrave taxa de 47 no per iacuteodo de 2001 -2009 e 4 8 no
per iacuteodo 2004-2009 per iacuteodo este de vigecircncia do Programa Bolsa
Famiacutel ia Ressal ta -se que a Regiatildeo Nordeste ent re 2004-2009 fo i a
maior em cresc imento anual apresentou 63 Ess es dados
cont r ibuem para desfazer o mi to de que o t raba lhador tende a
recusar regis t ro formal em car te i ra de t raba lho a f im de engajar -se
no Programa Bolsa Famiacutel ia
EMPREGADOS COM CARTEIRA ASSINADA NO BRASIL
CRESCIMENTO ANUAL
Regiatildeo
2001 2004 2009 2001-2009 2004-2009
() ()
Norte
826 1144 1537 81 61
Nordeste
3443 3886 5280 55 63
Sudeste
12359 13839 17365 43 46
Sul
4241 4922 5816 4 34
Centro-Oeste 1494 1768 2367 59 6
Brasil
22363 25558 32364 47 48
Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada
FONTE IBGE Seacuteries Estatiacutesticas
Seacuterie PD352 - Empregados com carteira de trabalho assinada total e por sexo Acesso em 09102011
1 0 9
O aumento de populaccedilatildeo economicamente a t iva tambeacutem pode
nos fornecer ind icaccedilotildees do desenvolvimento soc ioeconocircmico Os
levantamentos fe i tos pe lo IBGE considera m como populaccedilatildeo
economicamente a t iva pessoas que se encontram ocupadas e
desocupadas sob c i rcunstacircncias especiacutef icas Sendo as ocupadas as
que na semana em que fo i fe i ta a pesqu isa t inham traba lho mesmo
quando estavam de l icenccedila feacuter ias ou greve e as que estavam
desocupadas aquelas que tomaram a lguma providecircncia efet iva na
procura de t raba lho (def in iccedilotildees do IBGE)
Como podemos ver i f icar nos dados da tabe la a seguir a
populaccedilatildeo economicamente at iva cresceu de forma regular em todas
as Regiotildees
Um dos pontos de at raccedilatildeo de invest idores para o nosso paiacutes
t rata-se do fator chamado ldquobocircnus demograacutef icordquo esse fenocircmeno eacute
def in ido ou apresenta -se quando haacute um determinado per iacuteodo na
h is toacuter ia da naccedilatildeo onde a populaccedilatildeo economicamente a t iva supera agrave
de dependentes no caso de idosos e cr ianccedilas t rata -se de uma
posiccedilatildeo favoraacutevel ao desenvolvimento econocircmic o O chamado
ldquobocircnus demograacutef icordquo ao que tudo ind ica teve seu in iacutec io em 2004
quando a populaccedilatildeo economicamente at iva a t ingiu 51 da
populaccedilatildeo tota l
O demoacutegrafo Joseacute Eustaacutequio Din iz Alves professor da Escola
Nacional de Ciecircncias Estat iacutes t ica do IBGE anal i sta e pesquisado r do
1 1 0
assunto ldquobocircnus demograacutef ico rdquo ind ica que o Bras i l passa por um
momento uacuten ico neste in iacutec io do seacutecu lo XXI Af i rma que esta jane la da
h is toacuter ia t raz uma condiccedilatildeo propiacutec ia para o desenvolvimento
soc ioeconocircmico Defende que a combinaccedilatildeo ent re uma est rutura
demograacutef ica e uma est ru tura soc ia l que levam a uma proporccedilatildeo de
populaccedilatildeo em idade em que o re torno soc ioeconocircmico eacute maior 47 A
tabe la 10 a seguir com dados se lec ionados das seacuter ies esta t iacutes t icas
do IBGE atesta o cresc imento da Populaccedilatildeo Econo micamente At iva
por regiatildeo
47 B ocirc n u s d e m o g r aacute f i c o c r e s c i m e n t o e c o n ocirc m i c o e r e d u ccedil atilde o d a p o b r e z a n o B r a s i l
J o s eacute E u s t aacute q u i o D i n i z A l v e s - h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e
A P A R T E - I n c l u s atilde o S o c i a l e m D e b a t e
h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e p d f s b o n u s _ e c o n o m i a _ e _ p o b r e z a p d f
1 1 1
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA POR REGIAtildeO
Regiatildeo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
(000) (000) (000) (000) (000) (000) (000)
Norte 4918 6861 7073 7073 7145 7340 7536 Nordeste 24213 24911 25822 25880 26093 26546 26735 Sudeste 38666 39282 40863 41623 41860 42712 43452 Sul 14607 14893 15043 15290 15489 15437 15744 Centro-Oeste 6395 6712 6946 7007 7286 7466 7643
Brasil 88774 92660 95748 96874 97872 99500 101110
Tabe la 10 Popu laccedilatildeo Economicamente A t i va por Regiatildeo
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD292amps
v=19ampt=grupos -de- idade
Acesso em 13 11 11
Segundo Din iz A lves (2010) ent re 2003 e 2004 a renda per
cap ita pouco cresceu e a pobreza apresentou a lguma reduccedilatildeo mas
as condiccedilotildees demograacutef icas econocircmicas e soc ia is entraram em um
c i rcu lo v i r tuoso a part i r daiacute Houve po l iacute t icas puacutebl icas saudaacuteveis ou
favoraacuteve is po is a economia bras i le i ra most rou-se imune agraves cr ises
in ternacionais que asso lavam o pr imeiro mundo Poliacute t icas puacutebl icas
de recuperaccedilatildeo do sa laacuter io miacuten imo e incremento de programas
soc ia is em part icu lar Programa Bolsa Famiacutel ia impuls ionaram a
economia Houve incremento do t raba lho formal reduccedilatildeo das taxas
de desemprego e informal idade
Coloca Din iz A lves (2010) a ent rada maciccedila da mulher no
mercado de t rabalho como pr imord ia l para a reduccedilatildeo da pobreza
nesse ponto haacute que enfat izar o cresc imento da demanda de matildeo de
obra face ao impulso favoraacuteve l do cresc imento econocircmico
1 1 2
A tabela 11 a seguir conf i rma as af i rmaccedilotildees de Din iz A lves
em seu texto sobre o tema ent re 2001 e 2009 houve um incremento
de 171 mi lhotildees de pessoas na parce la da populaccedilatildeo denominada
ldquoeconomicamente a t ivardquo sendo 92 milhotildees de mulheres e 7 9
mi lhotildees de homens
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA
2001 2009 ACREacuteSCIMO
(000) (000)
HOMENS 48844 56710 7866
MULHERES 35174 44401 9227
TOTAL 84018 101111 17093
Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingresso 2001 a 2009
Fonte IBGE Seacuterie PD292 - Grupos de idade httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 121111
Segundo o ar t igo a ent rada da mulher com maior in tens idade
no mercado fo i importante para a reduccedilatildeo da pobreza e que a
reduccedilatildeo da informal idade para ambos os sexos produzi ram os
maiores ganhos apoacutes 2004 O graacutef ico 21 demonst ra o cresc imento
de empregados formais podemos notar def lexatildeo no ano de 2004
1 1 3
EMPREGADOS CARTEIRA ASSINADA
(MILHARES DE PESSOAS)
14608 14975 1542716535
17282 1786819105
20428 20609
7756 8160 84929023 9593 10173
10663 11454 11756
0
5000
10000
15000
20000
25000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
HOMENS
MULHERES
Graacutef ico 20 Empregados com Carte i ra Ass inada
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD352ampsv=
18ampt=empregados-com-carte i ra -de- traba lho-ass inada-to ta l -e-por-sex
Acesso em 10102011
A ent rada consistente da mulher no mercado de t raba lho
pr inc ipa lmente aquelas que possuem melhores n iacuteve is educacionais
soacute fo i possiacuteve l porque houve importante reduccedilatildeo nas taxas de
fecundidade Com a reduccedilatildeo do nuacutemero de f i lhos aumentam as
oportun idades para as mulheres invest i rem de forma ef ic iente em
sua proacutepr ia educaccedilatildeo e carre i ra O resu l tado eacute posi t ivo com
1 1 4
melhores sa laacuter ios e rend imentos que remunerem e incent ivem o
desenvolvimento de cap ita l humano 48
Na tabe la 12 a seguir podemos visua l izar a queda da taxa de
fecundidade no Bras i l a maior queda ocorreu na Regiatildeo Nordeste
aproximando-se das taxas das regiotildees mais desenvolvidas Isso
a testa a melhor ia da qual idade de vida e a tendecircncia fortu i ta na
reduccedilatildeo da desigualdade
TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL
TAXA DE FECUNDIDADE REDUCcedilAtildeO MEacuteDIA ANUAL
REGIAtildeO 2001 2009 2001-2009
()
NORTE 32 25 -30
NORDESTE 27 20 -34
SUDESTE 21 18 -23
SUL 22 19 -17 CENTRO-OESTE 23 19 -22
BRASIL 24 19 -26
Tabela 12 Taxa de Fecundidade Total FONTE IBGE
Seacuterie POP264 - Taxa de fecundidade total Acesso em 15112011
48
C a p i t a l H u m a n o j aacute a b o r d a d o n a p a r t e i n i c i a l d e s t e t r a b a l h o b a s i c a m e n t e
s i g n i f i c a o c a p i t a l a d q u i r i d o p e l a s p e s s o a s a t r a v eacute s d e i n v e s t i m e n t o s e m s i
p r oacute p r i a s
1 1 5
Famiacutel ias pequenas onde o casa l pode dedicar -se ao t raba lho
remunerado satildeo menos vu lneraacuteve is a prob lemas soc ia is a
par t ic ipaccedilatildeo da mulher no mercad o de t raba lho faz crescer a
economia e reduz a pobreza t rata -se de um s ina l cr is ta l ino de
melhor ia soc ioeconocircmica
Um exerciacutec io ca lcu lando a razatildeo ent re os dados de Populaccedilatildeo
Economicamente At iva e a Populaccedilatildeo afer ida pe lo Censo de 2010
ind ica que o bocircnus demograacutef ico eacute favoraacuteve l em todas as regiotildees
com exceccedilatildeo da Regiatildeo Norte que se encontra em 49 muito perto
de par t ic ipar do processo O ldquobocircnus demograacutef icordquo natildeo eacute o uacuten ico
fa tor determinante para o desenvolvimento soc ioeconocircmico
contudo sendo favoraacuteve l eacute como jaacute fo i co locado exce lente fator de
a t raccedilatildeo de invest imentos cabe ao Bras i l tomar prove i to desta
oportun idade como o f izeram paiacuteses ho je posic ionados como
parad igmas do desenvolvimento humano
1 1 6
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVAPO PULACcedilAtildeO TOTAL
(EM MILHARES DE PESSOAS)
POPULACcedilAtildeO
CENSO ECONOMICAMENTE ATIVA EM 2009
REGIAtildeO 2010 2009 POP TOTAL
NORTE 15485 7536 49
NORDESTE 51871 26735 52
SUDESTE 77657 43452 56
SUL 27022 15744 58
CENTRO-OESTE
13677 7643 56
BRASIL 185713 101110 54
Tabela 13 Populaccedil Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total
FONTE Dados do Censo 2010 publicados no Diaacuterio
Oficial da Uniatildeo do dia 04112010 Recenciamento feito ateacute 31 de outubro de 2010
Populaccedilatildeo Economicamente Ativa - IBGE
httpwwwcenso2010ibgegovbrdados_divulgadosindexphpuf=35
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 10102011
1 1 7
3 3 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO
Atua lmente eacute voz corrente que o Bras i l natildeo investe o
montante adequado na Educaccedilatildeo encontramos este t ipo de
comentaacuter io em jorna is programas de raacuted io exis tem extensas
reportagens sobre o assunto Haacute colocaccedilotildees e af i rmaccedilotildees dos mais
d iversos t ipos sempre com fundamentaccedilotildees empiacuter icas e
quest ionaacuteveis provavelmente o que leva a essas cr iacute t icas e anse ios
eacute a rea l idade dos ind icadores que demonstram a enorme d istacircnc ia
da exce lecircncia
Os graacutef icos 22 e 23 a seguir i lust ram os invest imentos
puacutebl icos em Educaccedilatildeo em termos de porcentagem do PIB houve
uma queda apoacutes 2003 com estagnaccedilatildeo no per iacuteodo 2003 -2005
re tomando cresc imento apoacutes 2006
1 1 8
Graacutef ico 21 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo - do PIB
Fonte IDB Inep
porta l inepgovbr estat is t icas -gastoseducacao-
ind icadores_f inancei ros -p t i _n ive l_ensinohtm
Acesso em 14102011
O montante de invest imentos puacutebl icos em educaccedilatildeo apres enta
ace leraccedilatildeo a part i r de 2004 sa indo de um patamar de R$ 107
b i lhotildees em 2004 at ingindo R$ 141 b i lhotildees em 2007 (a preccedilos de
2010) Essa tendecircncia nos ind ica a adoccedilatildeo de uma po l iacute t ica mais
consis tente em favor da melhor ia qual i ta t iva do processo
educacional
1 1 9
1071 1039 1065 1045 1075 1125 1266
1414
-
500
1000
1500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
INVESTIMENTOS PUacuteBLICOS EM EDUCACcedilAtildeO VALORES EM BILHOtildeES DE REAIS CONSTANTES
(2010)
Graacutef ico 22 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fontes
INEP httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-despesas_public a_paridadehtm Def lator u t i l izado L Seacute r ie SCN54 - Def lator do Produto In terno
Bruto
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
1 2 0
Graacutef ico 22A Invest imento Puacutebl ico Por A luno Est imado em
Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fonte INEP
h t tp po r ta l i nep ovb r es ta t i s t icas -gas toseducacao -despesas
pub l icas -p a par idade h tm
Acesso 142 2012
Em pronunciamentos agrave imprensa em f ins de setembro e in iacutec io
de outubro de 2011 o min is t ro Paulo Haddad ve io a se posic ionar
que o Bras i l p rec isa invest i r mais em educaccedilatildeo O proacutepr io min is t ro
admi te que a educaccedilatildeo bras i le i ra possua qual idade quest ionaacutevel
em 30 de setembro de 2011 conforme not ic iaacuter io 49 quando
par t ic ipava do 3ordm Exame Forum em debate que par t ic ipou em
companhia de Gustavo Ioschpe (economista e a r t icu l is ta de revista
49
R e v i s t a V e j a 3 0 9 2 0 1 1 ndash 1 4 3 9 h o r a s ndash J o r n a l i s t a N a t h a l i a G o u l a r t
1 2 1
Veja) Mar ia Helena Guimaratildees (Membro do Conselho Estadual de
Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo e da Academia Bras i le i ra de Educaccedilatildeo) e
Marce lo Odebrecht (empresaacuter io e pres idente da Odebrecht )
c lass i f icou o n iacuteve l atua l da educaccedilatildeo bras i le i ra com o ldquoregu larrdquo A
co locaccedilatildeo do min is t ro se apoia no fa to de que o Brasi l melhorou de
posiccedilatildeo na aval iaccedilatildeo internacional coordenada pe lo OCDE
(Organisat ion for Economic Co -operat ion and Development )
Na ocasiatildeo o min is t ro fo i contestado por Gustavo Ioschpe de
que o nosso paiacutes estava ent re os uacute l t imos co locados o prat icamente
condic iona agrave impossib i l idade de p iorar Cr i t ica af i rmaccedilotildees de que o
Bras i l p rec isa aumentar gastos com educaccedilatildeo a lega que o Bras i l
aumentou de forma ext raord inaacuter ia esses d ispecircndios sem t razer
cont rapart ida em termos de qual idade O economista Gustavo
Ioschpe natildeo de ixa de marcar um ponto os d ispecircndios puacutebl icos em
educaccedilatildeo aumentaram em termos re a is ent re 2003-2009 em 55
Natildeo temos como confer i r esses dados contudo se f izermos uma
ext rapolaccedilatildeo com os dados do graacutef ico 22 a af i rmaccedilatildeo parece
correta
Em out ra ocasiatildeo em 10 de outubro de 2011 o Min is t ro
Fernando Haddad em palest ra na Escola de Admin ist raccedilatildeo Puacutebl ica e
de Empresas da Fundaccedilatildeo Getuacute l io Vargas af i rmou que os recursos a
invest i r em educaccedilatildeo em 2011 representaratildeo 7 e 10 do PIB 50
50
R e v i s t a V e j a 1 0 1 0 2 0 1 1 ndash 1 8 5 4 ndash C a d e r n o E d u c a ccedil atilde o
1 2 2
Segundo o min is t ro a meacutedia invest ida pe los paiacuteses de OCDE eacute de
5 mas ressa lta que o PIB dos paiacuteses membros eacute de maior
montante e a d iacutev ida educacional eacute menor Ness e mesmo
pronunciamento o min ist ro s ina l iza planos de melhor ia de qual idade
defendeu a reforma educacional do ensino meacutedio com proposta
pr ior i taacuter ia para per iacuteodo in tegra l Menciona que o p lano prevecirc que as
au las se jam d iv id idas em dois turnos sendo que o pr imeir o deveraacute
ser ded icado agraves mateacuter ias baacutesicas e o segundo a formaccedilatildeo cu l tura l e
ens ino d ig i ta l
O quest ionamento do montante de invest imento no setor de
educaccedilatildeo eacute assunto recorrente m ui tos recomendam aumentar os
va lores invest idos mas poucos buscam a ra iz do prob lema os
pontos abordados nesse t raba lho sugerem a ocorrecircncia de
prob lemas de gestatildeo no setor de educaccedilatildeo a pergunta que f ica eacute
ldquoQuando esse prob lema de gestatildeo seraacute mapeado e reconhecidordquo
O exerciacutec io a seguir fo i e laborado para visua l izar o monta nte
que anualmente eacute in jetado no s istema ed ucacional bras i le i ro A
tabe la 14 nos ind ica os va lores invest idos pe lo setor puacuteb l ico mais os
gastos das famiacutel ias com educaccedilatildeo Cabe enfat izar que os va lores
invest idos pe las famiacutel ias natildeo inc luem o ldquocusto de oportunidaderdquo que
as estas de ixaram de obter por ap l icar na educaccedilatildeo tampouco o
custo f inancei ro associado a esses invest imentos que
1 2 3
part icu larmente no Bras i l satildeo ext remamente e levados Portanto o
va lor invest ido em educaccedilatildeo em termos rea is estaacute subest imado
GASTOS PUacuteBLICOS E GASTOS DAS FAMIacuteLIAS EM EDUCACcedilAtildeO
PESQUISAS DE ORCcedilAMENTOS
POF 20022003 POF 20082009
Estimativa de Gastos Familiares
N⁰ de Famiacutelias
48534638 57816604
de Gastos das Famiacutelias
410 300
Despesa Total Familiar
177803 262631
Gastos familiares c Educaccedilatildeo
Mensal
7290 7879
Anual
87479 94547
Montante de Gastos Familiares em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 425 547 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 677 563 a)
Gastos Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 665 1235 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1055 1414 a)
Somatoacuteria de Gastos Familiares e Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 1090
1782
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1732 1977
a) Reflete 2007 uacuteltimo montante publicado pelo INEP em abril de 2011
Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos das Famiacutelias em Educaccedilatildeo
Fonte INEPIBGE
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocondicaodevidapof2008_2009POFpublicacaopdf
httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-indicadores_financeiros-ptiniacutevel_ensinohtm
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
Acesso em 14102011
1 2 4
Como podemos visua l izar no exerciacutec io demonstrado na
tabe la 14 o d ispecircndio tota l em educaccedilatildeo considerando o s
invest imentos puacutebl icos e os gastos das famiacutel ia s tota l iza um
montante est imado em 1977 b i lhotildees de rea is (2007 a preccedilos de
2010) considerando o PIB bras i le i ro de 3 046 b i lhotildees de rea is
(2007 a preccedilos de 2010) o d ispecircndio tota l s ign i f ica 65 do PIB dos
quais 4 7 foram ofertados pe lo Estado e 18 bancados pe las
famiacutel ias
Outro fa to que se constata no exerciacutec io ac ima eacute a reduccedilatildeo do
va lor gasto pe las famiacutel ias em educaccedilatildeo de 4 1 para 3 dos
gastos fami l ia res isso pode ser resu l tado da ma ior oferta de
educaccedilatildeo prat icada pe lo Estado
3 4 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011-2020 RESUMO E
DESTAQUES
1 2 5
O pro je to de le i para o PNE 51 2011-2020 fo i enviado pelo MEC
ao Congresso Nacional em 15 de outubro de 2010 e encontra -se em
t rami taccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Federa is O pro je to de le i
estabelece dez di re t r izes com vis ta ao cumpr imento das normas
const i tuc iona is per t inentes agrave educaccedilatildeo conforme os toacutep icos abaixo
I - errad icaccedilatildeo do analfabet ismo
I I - un iversa l izaccedilatildeo do atendimento
esco lar
I I I -superaccedilatildeo das desigualdades
educacionais
IV- melhor ia da qual idade do ensino
V - formaccedilatildeo para o t raba lho
VI - promoccedilatildeo da sustentab i l idade
soc ioambienta l
VI I - promoccedilatildeo humaniacutest ica c ient iacute f ica e
tecnoloacutegica do Paiacutes
VI I I - estabelec imento de meta de
ap l icaccedilatildeo de recursos puacutebl icos em
educaccedilatildeo como o produto in terno bruto
51P l a n o N a c i o n a l d e E d u c a ccedil atilde o -
h t t p p o r t a l m e c g o v b r i n d e x p h p o p t i o n = c o m _ c o n t e n t amp v i e w = a r t i c l e amp i d = 1 6 4 7 8 amp I t e
m i d = 1 1 0 7 t o p _ b a r r a A c e s s o e m 2 5 1 0 2 0 1 1 )
1 2 6
IX- va lor izaccedilatildeo dos prof iss iona is da
educaccedilatildeo
X- d i fusatildeo dos pr inciacutep ios da equidade do
respei to agrave d ivers idade e a gestatildeo
democraacutet ica da educaccedilatildeo
O pro je to de le i tambeacutem conteacutem um anexo com vin te metas
com as respect ivas est ra teacutegias para o cumpr imento das d i ret r izes O
Art igo 3ordm do Proje to de Le i def ine que as metas e est rateacutegias
deveratildeo ser cumpridas no prazo de vigecircncia do PNE (2011 -2020)
No Art igo 6ordm estaacute estabelec ido que a cr iaccedilatildeo do ldquoFo rum
Nacional de Educaccedilatildeordquo deveraacute ar t icu lar e coordenar ldquoConferecircncias
Nacionais de Educaccedilatildeordquo
Os pontos inc lu iacutedos no PNE (2011 -2020) procuram atender
uma das mais importantes demandas para o setor da educaccedilatildeo a
melhor ia da qual idade da educaccedilatildeo nesse pon to o pro je to de le i
contempla muitas metas d i rec ionadas agrave melhor ia de qual idade do
ensino bem como estabelece est rateacutegias para at ingi - las
Ta lvez neste momento em que o PNE estaacute em processo de
aprovaccedilatildeo no Congresso Nacional natildeo parece importante uma
anaacutel ise mais profunda contudo va le a se leccedilatildeo de a lguns pontos
importantes que estatildeo contemplados nas metas do pro je to de le i
conforme segue
1 2 7
A terce i ra meta prevecirc a un iversa l izaccedilatildeo do acesso agrave rede
mundia l de computadores via banda larga de a l ta ve locidade
A sexta meta prevecirc a oferta de educaccedilatildeo com tempo in tegral
em 50 das esco las puacutebl icas de educaccedilatildeo baacutesica
A seacutet ima meta estabelece as meacutedias nacionais para o IDEB 52
esta meta se apresenta t iacutemida e eacute em gera l cr i t icada pe los anal istas
e formadores de op in iatildeo Seguem as metas inc lu iacutedas no pro je to de
le i
2
2011
2
2013
2
2015
2
2017
2
2019
2
2021
Anos in ic ia is do ensino
fundamenta l
4 6
4 9
5 2
5 5
5 7
6 0
Anos f ina is do ensino
fundamenta l
3 9
4 4
4 7
5 0
5 2
5 5
Ensino meacutedio
3 7
3 9
4 3
4 7
5 0
5 2
Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB
Fonte Pro jeto de Le i PNE 20112020
A seacutet ima meta do pro jeto de le i tambeacute m estabelece pro jeccedilotildees
para meacutedia de resu l tados em matemaacutet ica le i tura e c iecircnc ias obt idos
52
Iacute n d i c e d e D e s e n v o l v im e n t o d a E d u c a ccedil atilde o B aacute s i c a
1 2 8
nas provas do Programa Internacional de Aval iaccedilatildeo do ensino ndash
PISA ndash a f im de cont ro lar progresso de ava l iaccedilatildeo do INEP e
ava l iaccedilotildees in ternacionalmente reconhecidas A s pro jeccedilotildees conforme
cont idas no pro jeto de le i seguem abaixo
Meacutedia pro jetada para as provas PISA
PISA 2009 2012 2015 2018 2021
Meacutedia (1) 395 417 438 455 473
Tabela 16 Meacutedia Pro jetada para as Provas
PISA
(1) ciecircnciasleituramatemaacutetica
Em 2009 o Bras i l nas esta t iacutes t icas do OCDE (Organisat ion for
Economic Co-operat ion and Development ) se posic iona ent re os
uacute l t imos co locados dos paiacuteses par t ic ipantes as meacutedias publ icadas
por aquela organizaccedilatildeo em 2009 para o pr imeir o co locado foram as
seguintes
Meacutedias a lcanccediladas no exame PISA 2009
PRIMEIRO COLOCADO
BRASIL
Matemaacutet ica 600 316
Le i tura 556 412
Ciecircncias 575 405
Tabela 17 Meacutedia A lcanccedilada no Exame PISA 2009
Fonte OECD
ht tp wwwoecdorgdocument 0 3746en_2649_201185_46462759_1
_1_1_100html Acesso em 31102011
O Bras i l mais uma vez assume at i tude conservadora quando
estabelece metas considerando a meacutedia da ava l iaccedilatildeo PISA
1 2 9
estabelec ida para 2021 em 473 nosso paiacutes sa l tar ia para o 37ordm lugar
isso consistente com as condiccedilotildees atua is is to eacute os demais paiacuteses
ter iam que f icar estagnados o que im provaacutevel
A deacutecima e deacutecima pr imeira meta contemplam a oferta de
educaccedilatildeo prof issiona l izante As es t rateacutegias estabelec idas para
essas metas inc luem ofer ta de f inanciamento estudant i l fomento agrave
modal idade de educaccedilatildeo agrave d is tacircnc ia est iacutemulo a accedilotildees que
aumentem a esco lar idade do t raba lhador etc
A deacutecima seacutet ima meta vem atender uma demanda mui to atua l
po is t rata da va lor izaccedilatildeo do magis teacuter io puacuteb l ico da educaccedilatildeo baacutesica
Estabelece que aqueles prof iss iona is com mais de onze anos de
esco lar idade devem ter rend imento meacutedio dos demais prof iss iona is
com esco lar idade equiva lente Prevecirc a adoccedilatildeo de meios de
acompanhamento a f im de que as correccedilotildees ocorram rot ine i ramente
A deacutecima nona meta estabelece a garant ia mediante le i
especif ica em acircmbi tos federa l estadual e munic ipa l para nomeaccedilatildeo
comiss ionada de d i re tores de esco la v incu lada a cr i teacuter ios teacutecn icos
de meacuter i to e desempenho e agrave par t ic ipaccedilatildeo da comunidade esco lar
Esta meta ta lvez se ja a mais mot ivadora da melhor ia de qual idade
do s is tema de ensino
A vigeacutes ima meta def ine que os invest imentos puacutebl icos em
educaccedilatildeo devem ser ampl iados de forma progress iva a teacute a t ingi r o
patamar miacuten imo de 7 do PIB O aumento dos invest imentos em
1 3 0
educaccedilatildeo eacute re iv ind icaccedilatildeo recorrente contudo o grande en igma eacute a
fa l ta de cr i teacuter ios e estudos e laborados de qual ser ia um montante de
invest imento puacutebl ico em educaccedilatildeo que rea lmente t rouxesse
efet iv idade ao setor O fa to eacute que haacute c lamores dos mais d iversos
pontos da soc iedade no sent ido de aumentar o va lor dos
invest imentos em educaccedilatildeo
1 3 1
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA
REDUZIR A DESIGUALDADE
O Programa Bolsa Famiacutel ia conseguiu de forma s imples
ident i f icar e mapear o opr imido Hoje podemos af i rmar que o
Cadast ro Uacutenico inst i tu iacutedo com o advento do Programa Bolsa Famiacutel ia
poss ib i l i ta a ident i f icaccedilatildeo com nome endereccedilo e condiccedilatildeo soc ia l do
desfavorec ido tornando -se fer ramenta de pr imeira grandeza para a
def in iccedilatildeo de po l i t icas puacutebl icas de igua ldade
Os gastos soc ia is impuls ionam o progresso porque satildeo
d i rec ionados agraves camadas mais pobres que com a l ta p ropensatildeo a
consumir graccedilas ao efe i to mul t ip l icador (descr i to pe lo Economista
Paul Samuelson - 1966) 53 garante a e levaccedilatildeo do PIB e a renda das
famiacutel ias Neste sent ido as famiacutel ias tendem a consumir produtos de
or igem nacional o que impuls iona a economia como um todo Por
out ro lado quanto ao cresc imento do PIB haacute aumento da
arrecadaccedilatildeo proporc ionando ass im re torno substancia l e garant ido
O IPEA est ima que 56 dos valores dos gastos soc ia is
re tornam ao ca ixa do tesouro depois de percorr ido o processo de
mult ip l icaccedilatildeo justamente porque o gasto soc ia l benef ic ia mais a
53
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m i c a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 3 1 4 - -
e d i t o r a A G I R
1 3 2
renda dos pobres e setores meacutedios que pagam mais impostos em
proporccedilatildeo agrave renda 54
O IPEA em seu comunicado 75 de 3 de fevere i ro de 2011
e laborou uma matr iz os mul t ip l icadores decorrentes de aumento de
1 do PIB segundo o t ipo de gasto conclu iu que os gastos dent ro
da aacuterea soc ia l em part icu lar o gasto em educaccedilatildeo tem o maior
mult ip l icador dentre os agregados invest igados Soacute para i lust rar a
s imulaccedilatildeo ind ica que considerando tudo mais como constante R$ 1
invest ido em educaccedilatildeo aumentaraacute R$ 185 no PIB e R$ 167 na
renda das famiacutel ias o Programa Bolsa Famiacutel ia por seu turno resu l ta
para cada R$ 1 invest ido em R$ 144 no PIB e R$ 225 na renda das
famiacutel ias Sem duacutevida considerando o estudo de IPEA Bolsa Famiacutel ia
e Educaccedilatildeo satildeo campeotildees em termos de re torno
A tabe la 18 de e laboraccedilatildeo do IPEA ind ica os efe i tos
mult ip l icadores dos gastosdemanda se lec ionados Como
ver i f icamos recursos ap l icados em Programa Bolsa Famiacutel ia bem
como em Educaccedilatildeo apresentam a l to efe i to mult ip l icador por tando
d ispecircndios soc ia is a leacutem da nobre tarefa de reduzi r a des igualdade
benef ic ia a economia como um todo
54
F o n t e - I P E A G a s t o s c o m a P o l iacute t i c a S o c i a l a l a v a n c a p a r a o c r e s c i m e n t o c o m
d i s t r i b u i ccedil atilde o d e r e n d a ndash C o m u n i c a d o s d o I P E A N o 7 5 3 2 2 0 1 1
h t t p w w w i p e a g o v b r p o r t a l i m a g e s s t o r i e s P D F s c o m u n i c a d o 1 1 0 2 0 3 _ c o m u n i c a d
o i p e a 7 5 p d f A c e s s o e m 1 4 1 1 1 1
1 3 3
Segue matr iz de mult ip l icadores decorrentes de um aumento
de 1 do PIB segundo o t ipo dede gasto inc luiacutedo no estudo
e laborado pe lo IPEA
Multiplicadores Decorrentes de um Aumento de 1 do PIB Segundo o Tipo
de Gasto
Multiplicador
Tipo de GastoDemanda do PIB ()
Renda das
Famiacutelias ()
Demanda Agregada (Investimentos exportaccedilotildees e gastos do governo)
157
117
Educaccedilatildeo e Sauacutede 178
156
Educaccedilatildeo 185
167
Sauacutede 170
144
Investimento no Setor de Construccedilatildeo Civil 154
114
Exportaccedilatildeo de Commodities Agriacutecolas e Extrativas 140
104
Programa Bolsa Famiacutelia 144
225
Benefiacutecio de Prestaccedilatildeo Continuada 138
220
Regime Geral de Previdecircncia Social 123
210
Tabela 18 Multiplicadores 1 de aumento no PIB segundo tipo de gasto
Fonte IPEA httpwwwipeagovbrportalimagesstoriesPDFscomunicado110203_comunicado
ipea75pdf Acesso em 20112011
1 3 4
Os inves t imen tos soc ia i s no B ras i l to rna ram -se impor tan tes
conduto res de c resc imento todo o p rocesso se most ra
re la t i vamen te conso l idado e ap resen ta s ign i f i ca t i va robuste z jaacute
reconhec ida in te rnac iona lment e Os gas tos soc ia i s j aacute natildeo podem
ser cons ide rados como um ocircnus pa ra as f inanccedilas puacuteb l icas do
pa iacutes mas s im fa to r de c resc imento e des envo lv imento rac iona l e
pe rene
4 1 SAIacuteDA DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Hoje o Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez se ja um dos maiores
programas de t ransferecircncia de renda que jaacute e xis t i ram o Min isteacuter io
do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome informa o
a tendimento a 13 mi lhotildees de famiacutel ias A pergunta recorrente com
respei to ao programa eacute ldquoComo sa i r do Programa Bolsa Famiacutel iardquo
Tudo ind ica que o Programa Bolsa Famiacutel ia no longo prazo
tende a desaparecer se o progress ivo desenvolvimento da economia
bras i le i ra cont inuar na rea l idade o cresc imento do programa natildeo
ser ia um bom s inal porque ind icar ia aumento da desigualdade
1 3 5
Em recente reportagem o Jorna l Va lor Econocircmico 55 pub l ica
dados interessantes ana l isa as desis tecircnc ias de famiacutel ias
benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia e ind ica que desde a
cr iaccedilatildeo em 2003 ateacute setembro de 2011 5856 mi lhotildees de fa miacutel ias
saiacuteram do programa e de ixaram de receber as t ransferecircncias de
renda per t inentes
Dentre os mot ivos ident i f icados como just i f icat iva da saiacuteda
cerca de 40 pertencem a famiacutel ias que aumentaram a sua renda per
cap ita e portanto natildeo mais a tendem a reg ras de benef iacutec ios mensal
estabelec idas pe lo Cadast ro Uacutenico 56 Segundo a reportagem a
quant idade de famiacutel ias que t iveram os benef iacutec ios cancelados po r
aumento de renda fo i de 22 mi lhotildees ent re 2003 e 2011 (menciona
MDS como fonte) Obviamente esse aumento de renda das famiacutel ias
anter iormente benef ic iadas natildeo pode ser contab i l izado na sua
tota l idade como resu ltado do Programa Bolsa Famiacutel ia mas ao
con junto de accedilotildees de po l iacute t icas puacutebl icas em part icu lar as de cunho
soc ia l que tem como mola mestre a t ransferecircncia de renda Dentre
as po l iacute t icas impuls ionadoras a reportagem ind ica a va lor izaccedilatildeo do
sa laacuter io miacuten imo pequenos empreendedores que montaram negoacutecios
e o Benef iacutec io de Prestaccedilatildeo Cont inuada da Assis tecircnc ia Socia l que
55
E d i ccedil atilde o 2 8 6 3 ndash 1 7 1 0 2 0 1 1 ndash p o r L u c i a n o M aacute x i m o ndash S atilde o P a u l o
56 Q u e eacute a teacute R $ 7 0 p o r p es so a ou r en d i me n to i n d i v i d u a l me ns a l na f a i xa d e R $ 70 a
R $ 14 0
1 3 6
paga um sa laacuter io miacuten imo para ex - t raba lhadores ru ra is idosos e
def ic ientes
A tabe la 19 a seguir inc lu iacuteda na repo rtagem do jorna l Va lor
Econocircmico e lenca o ro l de mot ivos que os benef ic iaacuter ios foram
desl igados do Programa Bolsa Famiacutel ia
MOTIVOS DE CANCELAMENTO DO BOLSA FAMIacuteLIA
2003-2011
M i lha res
de Famiacute l ias
Aumen to de renda per cap i ta fami l ia r
2227
Venc imento do p razo de cadast ro e
Rev isatildeo cadas t ra l 1222
Descumpr imen to de cond ic iona l idades
117
Cadast ro Benef iacutec io exc lu iacutedo
550
Mu l t ip l i c idade Cadast ra l
85
Ped ido de cance lamento pe lo mun ic iacutep i o
148
Dec isatildeo jud ic ia l
20
Ou t ros
1485
To ta l
5854
Tabela 19 Mot ivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutel ia 20032011
Fonte
Jorna l Va lor Econocircmico - Ediccedilatildeo 2863 de 17102011
O graacutef ico 23 a seguir nos daacute uma boa ind icaccedilatildeo de como o
Programa Bolsa Famiacutel i a evo lu iu desde a implementaccedilatildeo Podemos
1 3 7
notar que haacute um cresc imento exponencia l nos pr imeiros anos e no
per iacuteodo mais recente re la t iva estabi l izaccedilatildeo A inda parece cedo p ara
fazermos um prognoacutest ico provavelmente no fu turo deparare mos
com tendecircncia decrescente de benef ic iados
Graacutef ico 23 Famiacutel ias Benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia
per iacuteodo 2003-2010
Fonte Jorna l Va lor Econocircmico - Ed iccedilatildeo 2863 de 17102011 - MDS
Cadast ro Uacutenico 102011
3615
6571
8942
1122911294
11353 12370 1277813172
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
FAMIacuteLIAS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA (MILHOtildeES)
1 3 8
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Pe lo que fo i ap resen tado nessa d isse r taccedilatildeo conc lu i - se que
a reduccedilatildeo das des igua ldades eacute ingred ien te impu l s ionador
ex t remamente impor tan te para o c resc imento soc ioeconocircmico e a
me lho r ia do bem es ta r do b ras i l e i ro O Programa Bo lsa Famiacute l ia eacute a
p rova v i va de que gas tos soc ia is possuem funccedilatildeo es t ra teacuteg ica
a leacutem de se rem ex t remamente uacute te is para suav iza r os e fe i tos de
c r i ses econocircmicas A rea l idade nos most ra que gas tos soc ia i s
tambeacutem resu l tam em impor tan tes benef iacutec ios soc ioeconocircmicos
O P rograma Bo lsa Famiacute l ia mate r ia l i za a t rans fe recircnc ia de
renda agraves camadas menos favo rec idas de fo rma e f i c ien te e
s i s temaacutet i ca Os con t ro les es tabe lec idos satildeo re la t i vamente s imp les
e pa r t icu la rmente e f i c ien tes u t i l i za a in f raes t ru tu ra adm in is t ra t i va
ex is ten te no caso o apo io teacutecn ico da Ca ixa Econocircmica Fede ra l
com to ta l t ranspa recircnc ia quan to ao des t ino dos recu rsos
Como fo i abordada no cap iacute tu lo 2 nos d ias a tua is a
des igua ldade natildeo in te ressa a n ingueacutem (SCHULZ 2001 ) as
v io laccedilotildees dos d i re i tos dos c idadatildeos bem como o ma l es ta r
resu l tan tes soacute servem agrave p romoccedilatilde o de ins tab i l idade Os ma le f iacutec ios
da des igua ldade re f le tem p r inc ipa lmente na qua l idade da sauacutede e
1 3 9
nos iacutend ices de v io lecircnc ia das popu laccedilotildees v indo por consequecircnc ia
a p romover eno rme drenagem de recursos
Ta lvez o ma io r f a to r de p romoccedilatildeo de des igua ldade
pa r t icu la rmente no B ras i l se ja a concent raccedilatildeo de renda con fo rme
ana l isado no cap iacute tu lo 2 podemos an tec ipa r uma lu ta hercuacute lea
pe la f ren te com o Iacutend ice de Gin i em 0 531 (2008 ) o B ras i l es taacute
em pos iccedilatildeo ex t remamente de l i cada nesse ques i to v is to que a
exce lecircn c ia de t ida pe la No ruega eacute de 0 255 (2000 )
Es taacute ma is do que segu ro que p rogramas de t rans fe recircnc ia de
renda satildeo dec is i vos pa ra a reduccedilatildeo da p ressatildeo exerc ida pe la maacute
d is t r ibu iccedilatildeo de renda O P rograma Bo lsa Famiacute l ia cumpre o pape l
soc ia l de re t i ra r da penuacute r ia ce rca de 13 m i lhotildees de famiacute l ias
caren tes O o rccedilamento Fede ra l con templa o va lo r de 14 b i lhotildees de
rea is 1 3 do to ta l des t inado agrave t rans fe recircnc ia de renda (Graacute f ico 3 )
t ra ta -se esse montan te p rovave lmente de um dos ma io res da
h is toacute r ia j aacute des t inados agrave e l im inaccedil atildeo desse ma l avassa lado r
Os ind icadores que permi tem ava l iar o Programa Bolsa
Famiacutel ia atestam como fo i ana l isado neste t raba lho o cumpr imento
dos ob je t ivos a que se propotildee que eacute garant i r agraves famiacutel ias pobres o
d i re i to agrave a l imentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo e agrave sauacutede c om vantagem
importante para o desenvolvimento humano O Programa pode ser
considerado como ferramenta e l iminadora de desigualdades e fator
favoraacuteve l para o cresc imento O desenho e a proacutepria natureza do
1 4 0
Programa Bolsa Famiacutel ia forccedila automat icamente a a locaccedil atildeo de
recursos agraves aacutereas carentes De que forma Com as normas para
inserccedilatildeo da famiacutel ia no Cadast ro Uacutenico o Programa Bolsa Famiacutel ia
promove progresso e desenvol tura soc ioeconocircmica agravequelas aacutereas
mais necessi tadas s implesmente porque eacute laacute o domiciacute l io das
populaccedilotildees carentes
Ou t ro fa to r impor tan t iacutess imo desve lado po r esse t raba lho
res ide na sus ten tab i l i dade econocircmico - f inance i ra do P rograma
Bo lsa Famiacute l ia os va lo res inves t idos g raccedilas do e fe i to mu l t ip l i cador
p ropo rc ionam re to rnos subs tanc ia is Confo rme demons t ram
es tudos economeacutet r icos e laborados pe lo IPEA gas tos soc ia is
p ropo rc ionam e fe i to mu l t ip l i cado r impor tan t iacutess imo pa ra a
qua l idade de bem es ta r dos b ras i le i ros Neste pormenor
des tacam -se os mu l t ip l i cado res do P rograma Bo lsa Famiacute l i a de
1 44 no P rodu to In te r no B ru to e 2 25 na renda das famiacute l ias o que
o to rna impor tan t iacutess imo p romoto r de r iqueza como pa r te de um
p rocesso conso l idado e reconhec ido in te rnac iona lmente Podemos
a f i rmar que os gas tos soc ia i s natildeo satildeo ma is satildeo ocircnus f inance i ros
mas impu ls ionadores de desenvo lv imento e bem es ta r pe rene
In fe l i zmente o b ras i le i ro ta l vez a inda natildeo se en tus iasme
com o tema educaccedilatildeo es te es taacute c lass i f i cado em seacute t imo luga r nas
p r io r idades puacuteb l i cas (NERI 2008 ) Qua is se r iam as causas des te
t ipo de en foque por par te da popu l accedilatildeo Segundo Ner i uma
1 4 1
pessoa ma is educada possu i ho r i zon tes re la t ivamente bem
de f in idos jaacute o ana l fabe to pode se da r ao luxo quanto ao
desconhec imento sem se sen t i r ma l com isso Ner i de fende que a
educaccedilatildeo ge ra educaccedilatildeo co loca como grande desa f io das
po l iacute t i cas educac iona is desvenda r ao homem comum o va lo r da
educaccedilatildeo
O Programa Bolsa Famiacutel ia com suas condic iona l idades eacute
uma ferramenta em favor da e l iminaccedilatildeo da desigualdade e da busca
da exce lecircncia seus benef ic iaacuter ios out rora c lass i f icados como pobres
e ext remamente pobres estatildeo sendo resgatados Esses
par t ic ipantes do programa agora conseguem oferecer agrave soc iedade a
sauacutede e a permanecircncia de seus f i lhos na esco la a leacutem de tornaram -
se consumidores que fazem gi rar a econom ia em favor do bem estar
perene
Va le destacar que o Programa Bolsa Famiacutel ia devido agrave
condic iona l idade per t inente agrave educaccedilatildeo forccedila po l iacute t icas puacutebl icas em
favor de invest imentos crescentes na aacuterea Este s i tuaccedilatildeo pode ser
evidenciada nos quadros 22 e 22A onde notamos cresc imento dos
va lores invest idos os quais ace leraram de forma importante a part i r
de 2004 poss ive lmente a f im de cumpr i r ob je t ivos do novo
programa
Apesar da mediacuteocre co locaccedilatildeo do Bras i l nos rank ings de
desenvolvimento humano natildeo podemos negar o progresso que se
1 4 2
aviz inha e a potencia l idade do paiacutes em termos de desenvolvimento
sustentaacuteve l Fatos posi t ivos cont r ibuem para acred itarmos em um
cresc imento soc ia l de meacutedio prazo Podemos enfat izar as vantagens
proporc ionadas pe lo bocircnus demograacutef ico fenocircmeno que ocorre
quando a popu laccedilatildeo economicamente at iva supera agrave dos
dependentes anal isadas no capiacutetu lo 3 dessa d issertaccedilatildeo at ingido
no ano de 2004 A s i tuaccedilatildeo descr i ta como bocircnus demograacutef ico serve
como a lavanca importante e de a t rat ivo de invest imentos porque haacute
mais matildeo de obra d i sponiacuteve l
Outro fator important iacutess imo a considerar eacute a reduccedilatildeo da taxa
de fecundidade que ca iu nos uacute l t imos anos (2001 -2009) de 2 4 para
1 9 f i lhos por mulher Va le observar que neste quesi to o destaque a
Regiatildeo Nordeste que passou para uma condiccedilatildeo de igu a ldade junto
agraves demais regiotildees A grande vantagem nesse sent ido eacute que a
reduccedilatildeo da taxa de fecundidade possib i l i tou a inc lusatildeo def in i t iva da
mulher em especia l aquela detentora de r ico cap ita l cu l tura l no
mercado de t raba lho
Em termos de cap ita l humano tema do capiacutetu lo 2 1 5 o Bras i l
pode comemorar melhor ias quanto agrave esco lar idade meacutedia da
populaccedilatildeo Os ind icadores mostram cresc imento da esco lar idade
meacutedia do bras i le iro de 5 6 anos para 72 anos na uacute l t ima deacutecada
Infe l izmente estamos abaixo da Argent ina (9 3 anos) e mui to aqueacutem
da exce lecircncia no caso a Noruega (126 anos) e Aust raacute l ia (12 anos)
1 4 3
O dado desalentador res ide na expectat iva de esco lar idade meacutedia
para cr ianccedilas em idade de ingresso esco lar no Bras i l aos se is anos
que sof reu queda importante na uacute l t ima deacutecada de 141 anos
ca lcu lados na deacutecada de 198090 para 138 anos Importante
sa l ientar que em termos de expectat iva de esco la r idade nota-se
estagnaccedilatildeo desde 2007 is to nos ind ica que haacute seacuter io prob lema
est rutura l no setor educacional e a lgo prec isa ser fe i to a f im de
melhorar e garant i r esco lar idade ao c idadatildeo bras i le i ro A
poss ib i l idade de aumento da expectat iva de esco lar idade parece ser
fact iacuteve l na rea l idade houve um p ico no ano 2000 quando se chegou
agrave taxa de 145 anos ent re tanto natildeo houve sustentaccedilatildeo e taxa ca iu
a patamares infer iores aos anos 1980-1990 O resu ltado a destacar
estaacute na reduccedilatildeo do analfabet ismo eacute tambeacutem no papel impar de
garant i r a permanecircncia dos a lunos na esco la Atua lmente a taxa de
analfabet ismo estaacute na casa dos 9 1 c om aparente processo
estaacuteve l jaacute haacute alguns anos o que impotildee agrave necessidade de
in terferecircncia draacutest ica a f im de caminhar -se para a completa
e l iminaccedilatildeo desse fator de desigualdade Eacute provaacutevel que as
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia despenhem o papel de
gat i lho para o aumento de invest ime ntos qual i ta t ivos em educaccedilatildeo
O maior desaf io do setor educacional bras i le i ro
provavelmente estaacute em mostrar coerecircncia ent re montantes
invest idos e resu l tados obt idos Considerando o s ign i f ica t ivo
1 4 4
dispecircndio em educaccedilatildeo (v ide tabe la 14) com va lor est imado de 198
b i lhotildees de rea is (governo mai s os gastos das famiacutel ias em 2007 a
preccedilos de 2010) equiva lente a 65 do PIB jaacute eacute tempo para uma
melhor c lass i f icaccedilatildeo nos rank ings de desenvolvimento humano
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute tema acadecircmico embr ionaacuter io a
produccedilatildeo de mater ia l acadecircmico eacute inc ip iente A metodologia
u t i l izada nessa d issertaccedilatildeo consis te bas icamente da exp loraccedilatildeo e
anaacutel ise de ar t igos publ icados em jorna is e revis tas bem como de
apanhados de dados esta t iacutes t ico s de ent idades detentoras de feacute
puacutebl ica Espera -se que no fu turo com a praacutet ica e resu ltados a
produccedilatildeo c ient iacute f ica sed imente os conceitos c ient iacute f icos per t inentes a
esse tema
1 4 5
REFEREcircNCIAS
AUTORES CONSULTADOS (ordem alfabeacutet ica)
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N⁰ 11-- p 179-194
SAMUELSON Paul A ndash Economista Precircmio Nobel de Economia de 1970 - Introduccedilatildeo agrave Anaacutel ise Econocircmica Tomos I e I I - Livrar ia Agir Editora Rio de Janeiro 6a Ediccedilatildeo 1966 Pont if iacutec ia Universidade Catoacutel ica do Rio de Janeiro Coleccedilatildeo do Inst i tuto de Estudos Poliacutet icos
e Socia is N⁰ 10
SCHULZ W il l iam F - Diretor Execut ivo da Amnesty Internat ional ndash ldquo In Our Own Best Interest ndash How Defending Human Rights Benef its Al l rdquo -Beacon Press Books - Boston Ma USA - 2001 SCHUTZ Theodore W O Capita l Humano Invest imentos em Educaccedilatildeo e Pesquisa Professor da Universidade de Chicago -- USA - Zahar Editores 1973 t raduccedilatildeo da 1 a ediccedilatildeo de 1971 por Free Press A Divis ion of the Macmil lan Company de Nova York USA SUPLICY Eduardo Matarazzo Renda de Cidadania a Saiacuteda eacute pela Porta Satildeo Paulo SP ndash 5a Ediccedilatildeo Cortez Editora 2008 CONGRESSOS BIEN 2010 13ordm Congresso BIEN 2010 (Basic Income Earth Network) real izado no FEA USP Satildeo Paulo 30 de junho a 2 de ju l ho de 2010 ht tp www3fgvbr ibrecpsnwkc505b_idhpdf Acesso em 692011
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O ESTADO DE SAtildeO PAULO Jornal Ediccedilatildeo de 16102009 ndash estudo Os Efei tos do Programa Bolsa Famiacutel ia sobre a Economia dos Municiacutep ios Bra si le iros ndash Landim e Menezes ndash (agosto de 2009) Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedito no Brasi l ndash1522011 ht tp economiaestadaocombrnot iciasnot_55110htm Acesso em 1132011 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 Ediccedilatildeo 2863 ndash 17102011 ndash por Luciano Maacuteximo ndash Satildeo Paulo O GLOBO Jornal O Globo-1632010 agraves 1225- ht tp ogloboglobocomeducacaomat20100316 invest imento -em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-socia is-consideram-valor-baixo-916073723asp Acesso 20102011 SCIELO http wwwscie lobrscie lophppid=S1415 -65552009000500005ampscript=sci_art text Acesso em 932011 UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME http hdrundporgenstat ist icshdi Acesso em 2382011 ht tp wwwpnudorgbrpopuppopphpid_pop=97 Acesso em 13102010 ht tp hdrstatsundporgen indicators69606html Acesso 0252011 VALOR ECONOcircMICO Jornal Jornal Valor Econocircmico ndash 1422011 ndash jornal ista Ana Paula Ragazzi ndash ht tp wwwvaloronl inecombr impress of inancas104384094grameen-o-banco-dos-pobres- in ic iara-operacoes-no-brasi l Acesso em 1132011
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VEJA Revista 3092011 ndash 14h39min horas ndash Jornal ista Nathal ia Goulart 10102011 ndash 1854 ndash Caderno Educaccedilatildeo WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION http wwwwipo intexport s i teswww ipstatsenstat ist icspatentsxlswipo_pat_appl_by_off ice_origin_tablexls Acesso em 025 2011
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Anexo A
LEI No 10835 DE 8 DE JANEIRO DE 2004
Institui a renda baacutesica de cidadania e daacute outras providecircncias
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Eacute instituiacuteda a partir de 2005 a renda baacutesica de cidadania que se constituiraacute no direito de todos
os brasileiros residentes no Paiacutes e estrangeiros residentes haacute pelo menos 5 (cinco) anos no Brasil natildeo importando sua condiccedilatildeo socioeconocircmica receberem anualmente um benefiacutecio monetaacuterio
sect 1o A abrangecircncia mencionada no caput deste artigo deveraacute ser alcanccedilada em etapas a criteacuterio do
Poder Executivo priorizando-se as camadas mais necessitadas da populaccedilatildeo
sect 2o O pagamento do benefiacutecio deveraacute ser de igual valor para todos e suficiente para atender agraves
despesas miacutenimas de cada pessoa com alimentaccedilatildeo educaccedilatildeo e sauacutede considerando para isso o grau de desenvolvimento do Paiacutes e as possibilidades orccedilamentaacuterias
sect 3o O pagamento deste benefiacutecio poderaacute ser feito em parcelas iguais e mensais
sect 4o O benefiacutecio monetaacuterio previsto no caput deste artigo seraacute considerado como renda natildeo-tributaacutevel
para fins de incidecircncia do Imposto sobre a Renda de Pessoas Fiacutesicas
Art 2o Caberaacute ao Poder Executivo definir o valor do benefiacutecio em estrita observacircncia ao disposto nos
arts 16 e 17 da Lei Complementar no 101 de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal
Art 3o O Poder Executivo consignaraacute no Orccedilamento-Geral da Uniatildeo para o exerciacutecio financeiro de
2005 dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria suficiente para implementar a primeira etapa do projeto observado o disposto no art 2
o desta Lei
Art 4o A partir do exerciacutecio financeiro de 2005 os projetos de lei relativos aos planos plurianuais e agraves
diretrizes orccedilamentaacuterias deveratildeo especificar os cancelamentos e as transferecircncias de despesas bem como outras medidas julgadas necessaacuterias agrave execuccedilatildeo do Programa
Art 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 8 de janeiro de 2004 183o da Independecircncia e 116
o da Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DA SILVA Antonio Palocci Filho Nelson Machado Ciro Ferreira Gomes
Este texto natildeo substitui o publicado no DOU de 912004
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Anexo B
Investimento em educaccedilatildeo chega a 47 do PIB mas movimentos sociais consideram valor baixo
( h t tp og lobo g lobo com educa cao ma t 2010 03 1 6 in ves t imen to -e m-educa cao - chega - 4 -7 -d o -p ib -mas -mo v imen tos -soc ia is -cons ide ram -va lo r -ba ixo -91 607372 3 a sp - Ac esso em 15 1 0 2010 )
Plantatildeo | Publicada em 16032010 agraves 12h25m
O G l o b o c o m i n f o r m a ccedil otilde e s d a A g ecirc n c i a B r a s i l
RIO - Em 2008 o investimento puacuteblico em educaccedilatildeo foi de 47 em relaccedilatildeo ao Produto Interno Bruto
(PIB) um crescimento de 02 em comparaccedilatildeo com o ano anterior Em valores foi algo em torno de R$
140 bilhotildees Mas para especialistas e entidades do setor o investimento precisa ser maior A
recomendaccedilatildeo do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (Unicef) por exemplo eacute que o Brasil aplique
8 do PIB em educaccedilatildeo O debate promete esquentar na Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo (Conae) que
ocorreraacute em abril e deve traccedilar as diretrizes para o proacuteximo Plano Nacional de Educaccedilatildeo (Leia mais
Aluno da educaccedilatildeo baacutesica custa R$ 2632 ao ano)
As propostas que seratildeo apresentadas no encontro formuladas em preacute-conferecircncias estaduais e municipais
recomendam que sejam investidos por lei entre 10 e 12
- O deacuteficit educacional brasileiro eacute muito grave para que se invista um percentual tatildeo pequeno como 6
A defesa que o ministro faz natildeo garante um patamar miacutenimo de qualidade como preconiza a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) e a Constituiccedilatildeo Federal eacute um valor insuficiente - defende o presidente da Campanha
Nacional pelo Direito agrave Educaccedilatildeo Daniel Cara que eacute membro da comissatildeo organizadora da conferecircncia
Um novo conceito que pode mudar a loacutegica do financiamento seraacute debatido e deve ser aprovado tambeacutem
na Conae o custo-qualidade aluno (CAQ) A ideia que estaacute sendo analisada tambeacutem pelo Conselho
Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) eacute estabelecer um valor miacutenimo de investimento por aluno em cada etapa
- Nesse caso o patamar miacutenimo de investimento seraacute de 8 soacute para a educaccedilatildeo baacutesica (da creche ao
ensino meacutedio) Para a perspectiva de expansatildeo do ensino superior 2 seriam razoaacuteveis com isso a gente
fecharia em 10 explica
Evoluccedilatildeo do investimento puacuteblico em educaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao PIB
2000 39 2001 40 2002 41 2003 39 2004 39 2005 39 2006 43
2007 45 2008 47
Fonte MECInep
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Anexo C
(Paacuteg ina 1 de 2 )
Tudo p ron to pa ra a nova e tapa
En t rev is ta com o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l
Tudo p ron to pa ra a nova e tap a
Pa ra o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l Bras i l e
Meacutex ico jaacute avanccedilaram o su f ic ien te pa ra l i ga r os benef i c iados da
t rans fe recircnc ia de renda ao mercado fo rma l No caso b ras i le i ro
c resc imento da renda po r t raba lho teve um peso c ruc ia l
27 de se tembro de 2010 | 0h 00
Pa t r iacutec ia Campos Me l lo - O Estado de S Pau lo
ENTREVISTA
O Bras i l eacute ho je uma re fe recircnc ia in te rnac iona l em reduccedilatildeo de
pob reza Ago ra com o Bo lsa Famiacute l ia jaacute maduro no Pa iacutes os
p rogramas p rec isam en t ra r em uma nova fase - es t imu la r a
en t rada d as pessoas no mercado de t raba lho aumenta r a
qua l idade da educaccedilatildeo e da sauacutede e o fe rece r acompanhamen to
pa ra c r ianccedilas de um a c inco anos Esse eacute o d iagnoacutest ico de
Makhta r D iop d i re to r do Banco Mund ia l pa ra o B ras i l O
senega lecircs D iop es taacute no B ras i l desde j ane i ro de 2009 An tes d i sso
e le fo i d i re to r do Banco Mund ia l no Quecircn ia e d i re to r de po l iacute t i cas
da en t idade para a Ameacuter ica La t ina e Ca r ibe com vas ta
expe r iecircnc ia em programas de reduccedilatildeo de pob reza
O B ras i l es taacute en t re as re fe recircnc ias mund ia is em p rogramas
an t ipobreza d i z D iop Ago ra vem o p roacutex imo desa f io ldquoB ras i l e
Meacutex ico jaacute es tatildeo maduros p ron tos pa ra uma nova e tapa rdquo Pa ra
comeccedilar a l i ga r os p rogramas de t rans fe recircnc ia de renda ao
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Anexo C
(Paacuteg ina 2 de 2 )
s i s tema de p rev idecircnc ia soc ia l inse r i r as pes soas no mercado de
t raba lho fo rma l Aba ixo t rechos da en t rev is ta
Como o senho r ava l ia o desempenho dos p rogramas de reduccedilatildeo
de pob reza no B ras i l
O Bras i l teve uma reduccedilatildeo s ign i f i ca t i va na pob reza Em 2001 os
pob res e ram 38 7 da popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A camada ma is pob re da popu laccedilatildeo ca iu pe la metade -
e ram 17 4 em 2001 e passa ram pa ra 8 8 A leacutem d isso o
coe f ic ien te de G in i que mede a des igua ldade (quanto ma is
p roacutex imo de 1 ma is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra 0 550
em 2010 O coe f i c ien te de G in i sempre leva mu i to tempo para
ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo impress iona Em ge ra l a renda per
cap i ta c resceu mas a renda dos 10 a 20 mais pob res c resceu
mu i to ma is rap idamen te que a renda dos 10 ma is r icos -
reduz indo a des ig ua ldade O B ras i l a inda eacute um pa iacutes mu i to
des igua l Mas o rumo e a tendecircnc ia tecircm s ido mu i to bons O Pa iacutes
es taacute a caminho de cumpr i r vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo lv imento
do M i lecircn io como e r rad ica r pobreza ex t rema e fome a teacute 2015
educaccedilatildeo p r imaacuter ia un ive rsa l i g ua ldade de gecircne ro
A que se pode c red i ta r ma is o sucesso de re t i ra r essas m i lhotildees de
pessoas da pob reza A p rogramas como o Bo lsa -Famiacute l ia ou ao
c resc imento da renda po r t raba lho e o aumento rea l do sa laacute r io
m iacuten imo
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Esse eacute um tema mu i to d i scu t ido en t re econ omis tas e haacute d i f e ren tes
mane i ras de med i r A g rosso modo d i zemos que 50 vecircm das
t rans fe recircnc ias do gove rno e 50 do c resc imen to
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Anexo D EDUCACcedilAtildeO PREacute -ESCOLAR NA NORUEGA
A | A | A
A Noruega estaacute prestes a atingir a cobertura universal da educaccedilatildeo preacute-escolar Uma boa
oferta no niacutevel preacute-escolar constitui preacute-requisito para que os pais de crianccedilas pequenas
possam participar no mercado de trabalho A oferta da educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem explica
porque a Noruega tem uma das taxas de natalidade mais altas da Europa
Aleacutem de ser um benefiacutecio social para os pais e matildees economicamente activos a educaccedilatildeo preacute-escolar oferece
boas possibilidades de desenvolvimento e actividade agraves crianccedilas abaixo da idade escolar obrigatoacuteria
Ainda se verifica que o jardim-de-infacircncia eacute um espaccedilo importante para a integraccedilatildeo de crianccedilas de diversas
origens eacutetnicas linguiacutesticas e culturais A educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem pode contribuir para a igualizaccedilatildeo
social
Cada vez mais
Em 2008 87 por cento de todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos de idade frequentavam o jardim-de-infacircncia
contra 69 por cento em 2003 Recentemente a percentagem subiu ainda mais
Um dos motivos importantes deste crescimento foi a introduccedilatildeo em 2004 dum limite maacuteximo para a
mensalidade paga pelos pais No periacuteodo de 2003 a 2009 a comparticipaccedilatildeo familiar nas instituiccedilotildees
municipais e particulares caiu em 20 e 28 por cento respectivamente
Houve um acreacutescimo especialmente grande entre as crianccedilas menores de trecircs anos e de minorias linguiacutesticas
Em 2009 o Governo norueguecircs deu mais um passo em frente conferindo a todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos
de idade o direito previsto pela lei a uma educaccedilatildeo preacute-escolar A fim de garantir um nuacutemero suficiente de
vagas a expansatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar atingiu um recorde no ano passado
Cada vez melhor
No debate puacuteblico houve manifestaccedilotildees de preocupaccedilatildeo de que a raacutepida expansatildeo poderia comprometer a
qualidade da oferta agraves crianccedilas Embora o nuacutemero de funcionaacuterios tenha aumentado agrave medida que mais
crianccedilas ingressam na educaccedilatildeo preacute-escolar apenas um em cada trecircs funcionaacuterios tem formaccedilatildeo como
educadores de infacircncia
Agora os poliacuteticos estatildeo dispostos a transferir o foco do nuacutemero de vagas para a qualidade do ensino preacute-
escolar e um relatoacuterio governamental sobre a qualidade da educaccedilatildeo preacute-escolar foi apresentado em 2009 no
intuito de lidar com esta questatildeo
Natildeo para todos
Mesmo assim nem todos os pais querem que os seus filhos frequentem o jardim-de-infacircncia Portanto o
Governo norueguecircs oferece um subsiacutedio mensal aos pais de crianccedilas pequenas que natildeo utilizam a oferta de
ensino preacute-escolar Este subsiacutedio visa contribuir para uma maior igualdade na partilha das verbas estatais
destinadas agraves famiacutelias independentemente do sistema escolhido para a educaccedilatildeo dos filhos
Fonte EMBAIXADA REAL DA NORUEGA
http wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -
Socia l daycare Acesso em 15102010
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Anexo E
(paacuteg ina 1 DE 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
P o r A n d r eacute S a c c o n a t o e N a t h a n B l a n c h e
0 6 0 5 2 0 1 0 J o r n a l V a l o r E c o n ocirc m i c o
Austraacutelia mostra que pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes
As liccedilotildees que vecircm da Oceania
A defesa da tese de que deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo um mal para o paiacutes tomou um caminho claramente
ideoloacutegico levando a acreditar que os deacuteficits satildeo insustentaacuteveis e podem direcionar o Brasil a uma crise no setor
externo Natildeo parece ter sido esse o destino da Austraacutelia um exemplo da convivecircncia saudaacutevel com deacuteficits em transaccedilotildees
correntes que nos uacuteltimos 50 anos teve apenas dois superaacutevits em conta corrente 1972 com 09 do PIB e 1973 com
06 do PIB e tem convivido com deacuteficits meacutedios de 55 do PIB nos uacuteltimos cinco anos e de 4 nos uacuteltimos quinze
anos
A questatildeo relevante eacute responder como a Austraacutelia conseguiu conviver com esse deacuteficit e tirar proveito do financiamento
externo que compensou as saiacutedas por transaccedilotildees correntes crescendo a uma taxa meacutedia de 36 nos uacuteltimos quinze anos
e que a levou para o segundo lugar do ranking do IDH em 2000 Eacute importante lembrar que a Austraacutelia proporciona essa
qualidade de vida a seus habitantes mesmo sendo considerada commodity-currency e com estrutura produtiva menos
diversificada que do Brasil
No iniacutecio dos anos 80 a Austraacutelia natildeo mostrava um bom panorama Inflaccedilatildeo alta deacuteficits em transaccedilotildees correntes e
cacircmbio fixo mostravam um quadro natildeo promissor para o paiacutes aleacutem de um inconstante resultado das contas puacuteblicas O
resultado foi o esperado a necessidade de desvalorizar a moeda em 1983 Mas o importante eacute notar que a desvalorizaccedilatildeo
natildeo foi implementada isoladamente e sim com uma seacuterie de reformas dentre as quais uma profunda liberalizaccedilatildeo de
comeacutercio internacional abertura dos mercados de capitais desregulamentaccedilatildeo e privatizaccedilatildeo do setor de infraestrutura e
reforma nas leis que regem o mercado de trabalho
O um aumento no grau de confianccedila no paiacutes trouxe um maior volume de capital estrangeiro Com isso todo o processo
de liberalizaccedilatildeo do cacircmbio e reformas intensificou o deacuteficit em transaccedilotildees correntes que jaacute era alto com o cacircmbio fixo
mas com aproveitamento das entradas de capital estrangeiro jaacute que a produtividade total dos fatores triplicou em 20
anos
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Anexo E
(Paacuteg ina 2 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE ANGENTINA E
AUTRAacuteLIA
Os estudos sobre os deacuteficits da Austraacutelia enumeram as causas da sua sustentabilidade considerando um arcabouccedilo bem
sucedido de poliacutetica econocircmica que levou o paiacutes do 15ordm lugar no ranking mundial de renda per capita para 8ordm lugar entre
1980 e 2000 aleacutem de ter um precircmio de CDS (pagamento de seguro contra default) de 36 pontos o mesmo dos Estados
Unidos e menos de um terccedilo do brasileiro (128) As principais causas podem ser resumidas em Sistema financeiro
robusto liacutequido e estaacutevel cacircmbio flutuante metas de Inflaccedilatildeo instituiccedilotildees financeiras fortes poliacuteticas macroeconocircmicas
estaacuteveis e pequena exposiccedilatildeo em diacutevida cambial
A Austraacutelia tem metas de inflaccedilatildeo desde 1993 entre 2 e 3 livre conversibilidade cambial os investidores
estrangeiros nunca sofreram default e os bancos tecircm carteiras internacionais de empreacutestimos diversificados boa parte em
moeda nacional
Portanto a Austraacutelia mostra que eacute sustentaacutevel e pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes desde que ele
esteja inserido em um contexto de poliacuteticas e reformas macro e microeconocircmicas utilizando a poupanccedila externa como
uma forma de alavancar produtividade e competitividade
Que liccedilotildees podemos tirar para o Brasil aproveitar o momento correto de importar poupanccedila externa e a transformar em
crescimento sustentaacutevel Em termos de estabilidade macroeconocircmica jaacute temos um ambiente saudaacutevel embora tenhamos
um histoacuterico de moratoacuterias O sistema de metas de inflaccedilatildeo e o cacircmbio flutuante foram implantados em 1999 e a lei de
responsabilidade fiscal em 2000 Nossa diacutevida externa eacute baixa embora a maturidade e a taxa de juros para rolagem ainda
natildeo sejam as ideais Outro ponto que deve ser melhorado eacute a falta de um arcabouccedilo mais moderno e liberalizante no
mercado de cacircmbio brasileiro jaacute que a dificuldade de remessas e saiacutedas ainda eacute muito grande e baseada numa
estruturaccedilatildeo arcaica (resoluccedilatildeo nordm 4131 de 1964) que gera inseguranccedila
Sobre contas externas a situaccedilatildeo do Brasil eacute ateacute mais confortaacutevel do que a da Austraacutelia e outros paiacuteses exportadores de
commodities Temos mais reservas internacionais e menos diacutevida externa
Aleacutem disso conseguimos nos uacuteltimos anos financiar todo o deacuteficit em transaccedilotildees correntes (quando ele existiu) com
investimento externo direto que eacute o menos volaacutetil das entradas do lado do movimento de capitais algo que nem a
proacutepria Austraacutelia vem conseguindo O que falta entatildeo As reformas que foram feitas laacute como a trabalhista a privatizaccedilatildeo
do setor de infraestrutura e a abertura comercial estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado aqui A liberalizaccedilatildeo cambial vem
avanccedilando mas ainda estaacute aqueacutem do necessaacuterio
Este eacute o momento certo para aproveitar o excesso de liquidez externo e transformar em produtividade Seguir o exemplo
de sucesso da Austraacutelia eacute o melhor caminho As criacuteticas de quem tem medo dos deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo
anacrocircnicas e levariam o Brasil ao atraso e agrave piora de posiccedilatildeo relativa no mundo Natildeo haacute nenhuma justificativa plausiacutevel
para rejeitar poupanccedila externa de tal forma que devemos apenas saber aproveitaacute-la bem
1 6 0
Anexo E
(Paacuteg ina 3 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
Quando se recomendam fechamento dos canais de entrada de capitais ou controle destes aleacutem de medidas que faccedilam
apologia ao fechamento comercial (o indicador de corrente de comercio sobre o PIB do Brasil esta em torno de 23
contra 30 dos paiacuteses emergentes) e fixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por um cenaacuterio de baixo
crescimento aumento do risco e do custo de financiamento e abrir matildeo do mecanismo de ajustes agraves crises o cacircmbio
flutuante
O Brasil precisa decidir se daacute ouvidos aos partidaacuterios do cacircmbio fixo do protecionismo dos controles de capitais e
caminha em direccedilatildeo ao que hoje eacute a Argentina ou se segue os passos da Austraacutelia e abre-se ao deacuteficit saudaacutevel em conta
corrente Satildeo as escolhas de hoje que vatildeo determinar o Brasil de amanhatilde
Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria
Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
1 6 1
Anexo F
Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na Economia
Bolsa-Famiacutelia elevou PIB em R$ 431 bi diz estudo
Ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo programa em 2006
AE - Agecircncia Estado 16102009
SAtildeO PAULO - A expansatildeo do valor total dos benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia entre 2005 e 2006 de R$ 18 bilhatildeo provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees e receitas adicionais de impostos de R$ 126 bilhotildees Esse ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia em 2006 que foi de R$ 75 bilhotildees
Essas estimativas estatildeo num estudo receacutem-concluiacutedo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper
O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Famiacutelia - que hoje atinge 129 milhotildees de famiacutelias - na economia dos municiacutepios Os pesquisadores investigaram 55 mil cidades nos anos de 2004 2005 e 2006 Os dados utilizados foram o PIB a populaccedilatildeo e a arrecadaccedilatildeo de tributos nos municiacutepios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) e os desembolsos do Bolsa-Famiacutelia do Ministeacuterio do Desenvolvimento Social (MDS)
A partir dessa base Menezes e Landim empregaram meacutetodos estatiacutesticos para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses do programa per capita - os repasses divididos pela populaccedilatildeo do municiacutepio (e natildeo pelo nuacutemero de beneficiaacuterios) A conclusatildeo foi de que um aumento de 10 no repasse meacutedio per capita do Bolsa-Famiacutelia leva a uma ampliaccedilatildeo de 06 no PIB municipal no ano em que ocorre a expansatildeo e no seguinte As informaccedilotildees satildeo do jornal O Estado de S Paulo
Fonte httpwwwestadaocombrnoticiasnacionalbolsa-familia-elevou-pib-em-r-431-bi-diz-estudo4515360htm - Acesso em 15102010
1 6 2
Anexo G (Paacutegina 1 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
O nome do jogo eacute qualidade A batalha do ensino que define o futuro dos meninos vai ser decidida dentro da sala de aula 27 de setembro de 2010 | 0h 00
Fernando DantasRIO - O Estado de SPaulo No proacuteximo governo a parte mais importante da poliacutetica social pode ser a que vai
tratar de educaccedilatildeo Uma das principais explicaccedilotildees sobre por que o crescimento
econocircmico nesta deacutecada tem sido tatildeo favoraacutevel aos pobres - a renda do trabalho
da base da piracircmide cresce muito mais raacutepido do que a do topo - eacute a reduccedilatildeo das
desigualdades educacionais no Brasil Que ainda assim permanecem
gigantescas
Para manter e acelerar essa melhora o novo presidente teraacute de investir bem mais
na qualidade da educaccedilatildeo no ensino baacutesico Ateacute agora o avanccedilo tem sido mais
na escolaridade meacutedia medida em anos de estudo e natildeo no niacutevel de
aprendizado dos alunos
Pode parecer surpreendente que um Paiacutes com qualidade sofriacutevel de ensino na
rede puacuteblica esteja reduzindo diferenccedilas educacionais ao ponto de estreitar a
diferenccedila de renda entre ricos e pobres Mas o especialista Naeacutercio Menezes
professor e coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas do Insper garante que eacute
isso mesmo
Quando colocamos quase todas as crianccedilas no fundamental - um processo
iniciado na deacutecada de 90 - e elas comeccedilaram a chegar em maior nuacutemero ao
ensino meacutedio e a se matricular no ensino superior a desigualdade comeccedilou a
cair Isso ocorreu mesmo sem melhora efetiva da qualidade da educaccedilatildeo soacute pelo
acesso
O efeito da escolarizaccedilatildeo no mercado de trabalho pode ser medido explica
Menezes pela reduccedilatildeo dos diferenciais de renda associados agrave educaccedilatildeo
Quando a qualificaccedilatildeo eacute escassa o seu preccedilo sobe No Brasil esses diferenciais
satildeo muito grandes revelando que ainda persiste um abismo de diferenccedilas
educacionais
1 6 3
Anexo G (Paacutegina 2 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
Ainda assim o precircmio salarial pelo diploma universitaacuterio comeccedilou a recuar a
partir de 2005 e o relativo ao ensino meacutedio jaacute encolhe desde 2002 - natildeo por
coincidecircncia momento muito proacuteximo do iniacutecio da reduccedilatildeo mais intensa da
desigualdade da renda do trabalho nos uacuteltimos anos Segundo Naeacutercio o uacutenico
diferencial educacional que ainda estaacute crescendo eacute o da poacutes-graduaccedilatildeo
O impulso educacional na reduccedilatildeo da desigualdade deve continuar nos proacuteximos
anos por ineacutercia agrave medida que sucessivas geraccedilotildees cheguem ao mercado de
trabalho com um niacutevel cada vez maior de anos meacutedios de estudo (hoje estaacute por
volta de 75 anos para a populaccedilatildeo de 15 ou mais de idade)
Esse eacute um efeito poreacutem que pode diminuir na proporccedilatildeo em que o Paiacutes vaacute
completando o trabalho de universalizar a educaccedilatildeo baacutesica Dessa forma o
ataque agrave maacute qualidade do ensino puacuteblico seraacute cada vez mais importante A boa
notiacutecia eacute que os especialistas jaacute comeccedilam a enxergar a luz no fim do tuacutenel
tambeacutem no front da qualidade embora os avanccedilos sejam muito tecircnues
O economista Fernando Veloso especialista em educaccedilatildeo do Ibmec no Rio
acha que como no caso da poliacutetica macroeconocircmica haacute uma linha de
continuidade na poliacutetica educacional de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz
Inaacutecio Lula da Silva Ela consiste basicamente na montagem de um amplo
sistema de avaliaccedilatildeo de escolas
O Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica (Saeb) um exame de
avaliaccedilatildeo de Portuguecircs e Matemaacutetica no ensino fundamental existe desde 1990
Foi em 1995 poreacutem que o Saeb passou por uma reformulaccedilatildeo metodoloacutegica que
o tornou comparaacutevel ano a ano - o que permite avaliar a melhora ao longo do
tempo
Foi uma mudanccedila fundamental diz Veloso Ainda no governo Fernando
Henrique foram criados o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (Enem)e o Provatildeo
para avaliar as universidades (descontinuado durante o governo Lula que
estabeleceu um outro sistema de avaliaccedilatildeo do ensino superior)
1 6 4
Anexo G (Paacutegina 3 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
No iniacutecio do primeiro mandato de Lula o enfoque na avaliaccedilatildeo pareceu
ameaccedilado mas ele foi retomado ainda em 2005 com Tarso Genro como
ministro da Educaccedilatildeo quando foi criada a Prova Brasil um exame censitaacuterio
(para todos os alunos) que avalia o ensino de Portuguecircs e Matemaacutetica na 4ordf e 8ordf
seacuteries do fundamental em todas as escolas puacuteblicas urbanas do Brasil (com mais
de 20 alunos nas seacuteries avaliadas)
Com a chegada de Fernando Haddad ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo em julho de
2005 a opccedilatildeo pela avaliaccedilatildeo como eixo da poliacutetica educacional cristalizou-se Em
2007 o sistema se sofisticou com a criaccedilatildeo do Iacutendice de Desenvolvimento da
Educaccedilatildeo Baacutesica (Ideb) um indicador divulgado a cada dois anos que classifica
todas as escolas puacuteblicas da Prova Brasil No caso combinando o resultado
neste exame com a taxa de rendimento escolar (que leva em conta a aprovaccedilatildeo
e a evasatildeo)
O Ideb tambeacutem estabeleceu metas anuais de melhora ateacute 2021 para cada
escola puacuteblica cada municiacutepio e cada unidade da Federaccedilatildeo O objetivo mais
geral eacute que o Brasil chegue em 2022 ao niacutevel meacutedio atual de qualidade de
educaccedilatildeo dos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento
Econocircmico (OCDE) a maioria dos quais eacute rica O Ideb prevecirc suporte federal para
as redes e escola com piores resultados
Todo esse arcabouccedilo de avaliaccedilatildeo de qualidade de ensino e mais o teste
internacional Pisa - no qual o Brasil eacute comparado com um grupo de paiacuteses
basicamente os da OCDE e tem ficado nas uacuteltimas colocaccedilotildees tiveram o
desagradaacutevel meacuterito de revelar em detalhes o quadro lamentaacutevel da educaccedilatildeo
brasileira Como explica Menezes as avaliaccedilotildees mostraram queda da qualidade
de ensino entre 1995 e 2001 mas que pode ser explicada basicamente pelo
ingresso no sistema educacional de contingentes que estavam fora Quando o
pessoal eacute absorvido comeccedila a haver um melhora adverte
1 6 5
Anexo G (Paacutegina 4 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
A partir de 2003 nota-se algum avanccedilo mas lento e concentrado nos niacuteveis
iniciais do fundamental refletindo-se nas avaliaccedilotildees da 4ordf seacuterie Mais
recentemente o Ideb tambeacutem mostrou sinais positivos na 8ordf seacuterie mas a melhora
da qualidade do ensino meacutedio tem sido miacutenima
O grande desafio para o proacuteximo governo segundo Veloso eacute aprender a utilizar o
mapa das avaliaccedilotildees para se chegar a uma qualidade superior de ensino Uma
dificuldade adicional para o governo federal eacute que devido agrave estrutura federativa
do Brasil a educaccedilatildeo baacutesica eacute atribuiccedilatildeo de Estados e municiacutepios e haacute muitos
limites ao que Brasiacutelia pode fazer de forma centralizada
Para o especialista o governo federal pode atuar incentivando e financiando
inovaccedilotildees avaliando e disseminando informaccedilotildees sobre experiecircncias de sucesso
e criando um arcabouccedilo institucional que permita maior autonomia na gestatildeo
escolar
A ideia eacute que o sistema de avaliaccedilotildees iraacute paulatinamente emitindo sinais sobre o
que daacute certo ou natildeo nas dezenas de milhares de escolas brasileiras A partir
dessa base de informaccedilotildees escolas cidades e Estados com o eventual apoio de
Brasiacutelia buscaratildeo copiar e adaptar para si as soluccedilotildees mais bem sucedidas
reveladas pelo sistema de avaliaccedilatildeo
Na verdade esse eacute um processo que jaacute comeccedila a acontecer A ideia de oferecer
bocircnus por desempenho de professores por exemplo espraiou-se pelos Estados
de Satildeo Paulo Pernambuco Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro
Um exemplo bem concreto de como um bom projeto pode replicar-se satildeo as
escolas de ensino meacutedio em tempo integral em Pernambuco uma iniciativa do
empresaacuterio Marcos Magalhatildees que se transformou em poliacutetica puacuteblica Agora a
secretaacuteria de Educaccedilatildeo do municiacutepio do Rio Claudia Costin resolveu adotar uma
iniciativa parecida a partir de 2011 o chamado Ginaacutesio Carioca para o segundo
segmento do fundamental que vai da 5ordf agrave 8ordf seacuterie
1 6 6
Anexo G
(Paacutegina 5 de 6) Um abismo chamado educaccedilatildeo
Tanto no caso de Pernambuco quanto no projeto do Ginaacutesio Carioca haacute
caracteriacutesticas como cargas horaacuterias de ensino elevadas e bocircnus por
desempenho a professores (combinados com maior cobranccedila de resultado) que
jaacute se provaram eficazes nos Estados Unidos em escolas voltadas a alunos de
famiacutelias carentes que jaacute chegam agrave sala de aula com uma imensa defasagem
criada pelo ambiente familiar Outra caracteriacutestica das duas experiecircncias
brasileiras eacute o trabalho em tempo integral dos professores raro no Paiacutes
Os especialistas apontam diversos outros gargalos e problemas na trajetoacuteria de
melhora da qualidade da educaccedilatildeo no Brasil Uma questatildeo fundamental
principalmente para os alunos das famiacutelias carentes eacute a creche Outro a preacute-
escola Jaacute estaacute amplamente comprovado particularmente pelo trabalho de James
Heckman precircmio Nobel de Economia que a intervenccedilatildeo para reduzir as
defasagens educacionais eacute tatildeo mais eficaz quanto mais prematura ocorrer
Em termos quantitativos o Brasil tem feito progressos nessa aacuterea O porcentual
de crianccedilas de 4 e 5 anos na preacute-escola subiu de 40 para 75 desde a deacutecada
de 90 Menezes nota que eacute animador o fato de que em Estados do Nordeste
como Piauiacute e Cearaacute aquela proporccedilatildeo chega a 90
Veloso observa entretanto que os estudos de Heckman indicam que natildeo basta
ter creches que muitas vezes natildeo passam de depoacutesitos de crianccedila Eacute preciso
uma intervenccedilatildeo bem planejada com professores treinados para estimular
crianccedilas pequenas
A lista de pendecircncias na educaccedilatildeo brasileira eacute grande e inclui questotildees como a
repetecircncia a qualidade dos professores os cursos de pedagogia
(excessivamente teoacutericos na visatildeo de Veloso e Menezes) e no ensino superior
uma definiccedilatildeo mais clara da estrateacutegia - Ricardo Paes de Barros do Instituto de
Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) nota que o Proacute-Uni que distribui bolsas
para pobres em universidades privadas e a expansatildeo da rede de universidades
1 6 7
Anexo G (Paacutegina 6 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
puacuteblicas onde ricos tecircm mais facilidade de ingressar satildeo iniciativas quase
contraditoacuterias
Existe ainda a questatildeo dos gastos totais em Educaccedilatildeo que atingiram 47 do
PIB em 2008 num grande avanccedilo em relaccedilatildeo aos 39 de 2005 Essa proporccedilatildeo
deve aumentar com a recente retirada dos gastos de educaccedilatildeo da esfera
remanejaacutevel pelo esquema da Desvinculaccedilatildeo de Recursos da Uniatildeo (DRU)
Apesar da extensa e difiacutecil agenda haacute um relativo otimismo quanto agraves
perspectivas da educaccedilatildeo no Brasil baseado exatamente na continuidade de
poliacuteticas pragmaacuteticas e orientadas por resultados que prevalece desde a deacutecada
de 90
Menezes nota poreacutem que ainda haacute muita gente na aacuterea de Educaccedilatildeo que eacute
contraacuteria agrave cultura de avaliaccedilatildeo de indicadores e de comparar escolas O maior
risco para ele eacute retroceder a uma poliacutetica exclusivamente de demandas faacuteceis
como aumentar gastos com educaccedilatildeo e salaacuterio de professores Isso natildeo significa
ser contra essas poliacuteticas mas sim ter claro que a melhora da qualidade da
educaccedilatildeo estaacute intimamente ligada agrave melhora da qualidade do gasto com
educaccedilatildeo
1 6 8
Anexo H
IDEB OBSERVADO VERSUS METAS ESTABELECIDAS
Anos In ic ia is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 8 4 2 4 6 3 9 4 2 6 0
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 6 4 0 4 4 3 6 4 0 5 8
Es tadual 3 9 4 3 4 9 4 0 4 3 6 1
Munic ipa l 3 4 4 0 4 4 3 5 3 8 5 7
Pr ivada 5 9 6 0 6 4 6 0 6 3 7 5
Anos Fina is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 5 3 8 4 0 3 5 3 7 5 5
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 2 3 5 3 7 3 3 3 4 5 2
Es tadual 3 3 3 6 3 8 3 3 3 5 5 3
Munic ipa l 3 1 3 4 3 6 3 1 3 3 5 1
Pr ivada 5 8 5 8 5 9 5 8 6 0 7 3
Ensino Meacutedio
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 4 3 5 3 6 3 4 3 5 5 2
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 1 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Es tadual 3 0 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Munic ipa l 2 9 3 2 - 3 0 3 1 4 8
Pr ivada 5 6 5 6 5 6 5 6 5 7 7 0
Fon te h t tp s is temas ideb inep govb r resu l tado 18 10 2010
1 6 9
Anexo I (Paacutegina 1 de 5)
REDUZ-SE A MIGRACcedilAtildeO INTERNA
httpwwwestadaocombrestadaodehoje20101019not_imp6266910php 19102010
Reduz-se a migraccedilatildeo interna
19 de ou tub ro de 2010 | 0h 00 - O Estado de S Pau lo
Um dos aspectos mais relevantes do crescimento econocircmico recente do Brasil eacute a reduccedilatildeo do fluxo migratoacuterio do Nordeste para o Sudeste Isso em parte se deve a programas sociais como o Bolsa-Famiacutelia que sem duacutevida retecircm pessoas em seus municiacutepios de origem Mas o principal fator responsaacutevel pelas decisotildees de milhares de pessoas de permanecer na regiatildeo eacute a geraccedilatildeo de empregos no Nordeste como mostra estudo feito pelo economista Faacutebio Romatildeo da LCA Consultores
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste diminuiu significativamente Entre 1992 e 2002 o Nordeste perdeu 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Jaacute de 2002 a 2007 a taxa anual caiu para 098 e em 2008 e 2009 natildeo passou de 085 E natildeo satildeo poucos os nordestinos que migraram para os grandes centros do Paiacutes e estatildeo retornando a seus Estados natais Haacute razatildeo para isso uma vez que de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados as uacutenicas regiotildees que registraram aumento do emprego formal de 2008 para 2009 foram a Norte (40) e a Nordeste (12)
Evidencia-se portanto que a expansatildeo econocircmica do Paiacutes natildeo eacute um fenocircmeno localizado mas vem se espraiando Essa evoluccedilatildeo contribui certamente para a reduccedilatildeo dos desequiliacutebrios regionais de desenvolvimento que constituem um dos mais graves problemas nacionais Em ciclos anteriores de expansatildeo esse descompasso se acentuou uma vez que os maiores polos industriais do Paiacutes estatildeo localizados no Sudeste onde tambeacutem se situam os maiores mercados Programas destinados a corrigir essa distorccedilatildeo por meio da concessatildeo de incentivos fiscais tiveram algum efeito mas muito menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia nordestina pelo aumento da renda e pelos efeitos multiplicadores de investimentos na aacuterea de turismo e na infraestrutura como os que vecircm sendo feitos no Porto de Suape em Pernambuco e na Ferrovia Transnordestina
Como constatam os comerciantes locais e as empresas de varejo de massa que expandem suas redes pela regiatildeo o mercado consumidor do Nordeste teve um
1 7 0
Anexo I (PAacuteGINA 2 DE 5)
crescimento ineacutedito Segundo o economista Faacutebio Romatildeo o crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase a metade dos salaacuterios dos trabalhadores explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio
Eacute no entanto a construccedilatildeo civil caracterizada pela grande absorccedilatildeo de matildeo de obra que tem atuado como a maior retentora de migrantes De acordo com o Sindicato da Construccedilatildeo Civil da Bahia de janeiro a agosto deste ano a construccedilatildeo civil contratou naquele Estado 25526 trabalhadores mais do que em todo o ano passado com a multiplicidade de preacutedios residenciais e comerciais shopping centers e obras ligadas agrave realizaccedilatildeo da Copa do Mundo de 2014 como mostrou o Estado (1010)
O mais raacutepido desenvolvimento do Nordeste eacute sem duacutevida beneacutefico para o Paiacutes como um todo e resulta em menor pressatildeo social na Regiatildeo Sudeste Mas natildeo deixa de causar problemas O fluxo contiacutenuo de nordestinos tem servido haacute deacutecadas como reserva de matildeo de obra de Satildeo Paulo e dos centros mais desenvolvidos do Paiacutes Com a diminuiccedilatildeo de migrantes haacute escassez de matildeo de obra no Sudeste na construccedilatildeo civil diretamente afetada pela menor migraccedilatildeo uma vez que 20 dos nordestinos vecircm para trabalhar nessa aacuterea Outro setor que natildeo estaacute conseguindo preencher novas vagas eacute o de supermercados onde tambeacutem eacute forte a presenccedila de trabalhadores migrantes
Essa situaccedilatildeo mostra a especial importacircncia que tem a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho de novos contingentes de trabalhadores que jaacute vivem na periferia dos grandes centros e que natildeo encontram emprego devido ao seu baixo niacutevel de escolaridade Ou seja o Brasil pode avanccedilar muito mais gerando mais empregos se for capaz de incorporar ao mercado de trabalho os milhotildees hoje marginalizados por falhas gritantes no ensino fundamental
h t tp wwwes tadaocomb r es tadaodeho je 20101010no t_ imp623016 0 php 19 10 2010
Com o crescimento econocircmico cai a migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste
A parcela de nordestinos que migra caiu pela metade em relaccedilatildeo ao pico da deacutecada de 90 alterando o perfil econocircmico das regiotildees 10 de ou tub ro de 2010 | 0h 00
Maacuterc ia De Ch ia ra - O Estado de S Pau lo
1 7 1
Anexo I (Paacutegina 3 de 5)
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste estaacute caindo Com o crescimento econocircmico dos uacuteltimos anos a saiacuteda de trabalhadores da regiatildeo quase caiu pela metade em relaccedilatildeo ao ecircxodo em massa dos anos 90
O caacutelculo feito pelo economista da LCA Consultores Faacutebio Romatildeo leva em conta o nuacutemero de migrantes em comparaccedilatildeo ao total da populaccedilatildeo
Entre os anos 1992 e 2002 o Nordeste perdeu o equivalente a 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Entre 2002 e 2007 a parcela dos migrantes que deixou a regiatildeo a cada ano recuou para 098 Em 2008 e 2009 a meacutedia caiu para 085
Para chegar a esse resultado Romatildeo considerou dados do estudo feito por Herton Arauacutejo economista do Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) que avaliou o fluxo meacutedio da migraccedilatildeo no Brasil entre 1992 e 2009 Romatildeo ponderou o resultado pela evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo em cada periacuteodo
O que chama a atenccedilatildeo eacute que a populaccedilatildeo do Nordeste aumentou e um nuacutemero menor de pessoas veio para o Sudeste afirma o economista da LCA Arauacutejo do Ipea observa que a grande diaacutespora do Nordeste para o Sudeste ocorreu nos anos 90 e foi provocada pela falta de emprego que diminuiu nos uacuteltimos anos
O fluxo do Nordeste para o Sudeste continua mas natildeo na mesma intensidade diz o demoacutegrafo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Fernando Albuquerque
Viagens do sertatildeo Empresas que lidam diretamente com esses migrantes confirmam a mudanccedila de tendecircncia A Viaccedilatildeo Itapemirim por exemplo registrou nos uacuteltimos cinco anos queda de 10 no nuacutemero de passageiros entre cidades do sertatildeo e Satildeo Paulo e Rio de Janeiro Joseacute Valmir Casagrande diretor comercial da empresa atribui parte dessa retraccedilatildeo agrave melhora do poder aquisitivo na regiatildeo
Albuquerque do IBGE observa que os programas sociais estatildeo segurando as pessoas nas cidades de origem em razatildeo dos benefiacutecios oferecidos Mas Romatildeo ressalta que a geraccedilatildeo de postos formais de trabalho no Nordeste eacute o principal responsaacutevel pela retenccedilatildeo da populaccedilatildeo
O crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase
1 7 2
Anexo I (Paacutegina 4 de 5)
a metade dos salaacuterios dos trabalhadores na regiatildeo explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio afirma Romatildeo
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) as uacutenicas regiotildees que registraram aumento da geraccedilatildeo liacutequida do emprego formal de 2008 para 2009 no auge da crise foram a Norte e a Nordeste com crescimento de 40 e 12 respectivamente No mesmo periacuteodo o saldo do emprego formal no Paiacutes recuou 315 No Sudeste a retraccedilatildeo foi de 434
Dados da Pnad de 2008 revelam que 49 dos trabalhadores formais do Nordeste tecircm seus rendimentos atrelados ao salaacuterio miacutenimo Romatildeo destaca que entre 2005 e 2010 o miacutenimo teve um ganho real de 497
Efeito no Sudeste O recuo na migraccedilatildeo provoca mudanccedila tambeacutem no mercado de trabalho no Sudeste Esse eacute um dos fatores que contribuiacuteram para a falta de matildeo obra no comeacutercio na construccedilatildeo civil e nos serviccedilos domeacutesticos A tendecircncia ainda eacute acentuada pela volta de muitos nordestinos que vivem no Sudeste e que retornam agrave terra natal como a diarista Nuacutebia Passos Couto (leia a histoacuteria de Nuacutebia e outros migrantes na paacutegina B3)
Um dos setores mais afetados pela queda do fluxo de migrantes eacute a construccedilatildeo Segundo estudo do Ipea 20 dos nordestinos que migram para o Sudeste vecircm para trabalhar no setor A matildeo de obra no Sudeste estaacute escassa e hoje estaacute mais faacutecil admitir nas obras do Nordeste porque a oferta de trabalhadores eacute maior laacute diz o vice-presidente de Relaccedilotildees Capital e Trabalho do Sinduscon-SP Haruo Ishikawa
A maior disponibilidade de matildeo de obra para a construccedilatildeo no Nordeste aparece nos nuacutemeros do Caged Nos uacuteltimos 12 meses ateacute agosto o Nordeste foi responsaacutevel por 35 da geraccedilatildeo liacutequida de postos de trabalho na construccedilatildeo Entre admissotildees e demissotildees o Nordeste teve um saldo positivo de 1161 mil vagas No Brasil o saldo foi de 3316 mil postos de trabalho
O quadro de falta de matildeo de obra afeta tambeacutem os supermercados De cada 100 novas vagas natildeo conseguimos preencher 20 conta o vice-presidente de economia da Associaccedilatildeo Paulista de Supermercados Martinho Paiva Moreira A queda no nuacutemero de migrantes afeta especialmente a contrataccedilatildeo de accedilougueiros padeiros e confeiteiros No passado a maioria dos trabalhadores dessas aacutereas vinha do Nordeste observa
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Anexo I (Paacutegina 5 de 5)
A proacutepria expansatildeo no Nordeste das redes nacionais afeta a contrataccedilatildeo dessas mesmas companhias no Sudeste O mercado estaacute aquecido em todas as regiotildees mas temos tido mais dificuldade de recrutar pessoal em Satildeo Paulo e no Rio conta a Magna Santos diretora de Recursos Humanos do Grupo Patildeo de Accediluacutecar
Ateacute 2005 cerca de 60 dos funcionaacuterios da empresa alocados no Sudeste vinham do Nordeste Hoje essa fatia eacute bem menor Nos uacuteltimos trecircs anos a rede abriu 2 mil vagas no Nordeste o que de certa forma drenou parte da matildeo de obra que em outras eacutepocas viria para o Sudeste em busca de emprego formal
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Anexo J (Paacuteg ina 1 de 4 ) V INOD KHOSLA ndash B IL IONAacuteRIO INOVADOR FUNDADOR DA SKS MICROFINANCE ndash F INANCIAMENTE DIRIG IDO AOS PEQUENOS EMPRESAacuteRIOS
Pub l ished Octobe r 5 2010 The New York Times Sun Co-Founder Uses Capi ta l ism to Help Poor MUMBAI Ind ia mdash V inod Khos la t he b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t and co - founder o f Sun Mic rosys tems was a l ready among the wor ld rsquos r i chest men when he inves ted a few yea rs ago in SKS Mic ro f inance a lende r to poor women in Ind ia V inod Khos la a b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t p romotes compan ies tha t p ro f i t the poor and s t i l l tu rn a p ro f i t themse lves But the roa r ing success o f SKS rsquos recen t in i t ia l pub l i c s tock of fe r ing in Mumba i has made h im r i che r by abou t $117 mi l l ion mdash money he says he p lans to p low back in to o ther ven tu res tha t a im to f i gh t pove r t y wh i le a lso t r y ing to tu rn a p ro f i t And he says he wants to cha l lenge o the r r i ch Ind ians to do more to he lp the i r coun t ry rsquos poo r An Ind ian t ransp lan t to S i l i con Va l ley Mr Khos la p lans to s ta r t a ven tu re cap i ta l f und to inves t in compan ies tha t f ocus on the poo r i n Ind ia A f r ica and e lsewhere by p rov id ing se rv ices l i ke hea l th ene rgy and educa t ion By back ing bus inesses tha t p rov ide educa t ion loans o r d i s t r ibu te so la r pane ls in v i l lages he says he wants to show tha t commerc ia l en t i t ies can be t te r he lp peop le in pover t y t han most nonp ro f i t cha r i tab le o rgan iza t ions ldquoThere needs to be more expe r iments in bu i ld ing sus ta inab le bus inesses go ing a f te r the marke t f o r the poo r rdquo he sa id in a te lephone in te rv iew f rom h is o f f i ce in Men lo Pa rk Ca l i f ldquo I t has to be done in a sus ta inab le way There is no t enough money to be g iven away in the wor ld to make the poo r we l l o f f rdquo Mr Khos la rsquos advocacy o f the boo ts t rap powers o f cap i ta l i sm is par t o f an inc reas ing ly popu la r schoo l o f thought bus inesses no t gove rnments o r nonp ro f i t g roups shou ld lead the e f fo r t to e rad ica te g loba l pove r t y Some nonp ro f i t expe r ts say commerc ia l soc ia l en te rp r ises have s ign i f i can t l im i ta t ions and pose con f l i c ts o f in te res t Bu t p roponents l i ke Mr Khos la d raw insp i ra t ion f rom the as tou nd ing g loba l g rowth o f m ic ro f inance mdash the bus iness o f g i v ing sma l l loans to poo r en t rep reneu rs o f wh ich SKS Mic ro f inance i s a no tab le p rac t i t ione r
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Anexo J (Paacuteg ina 2 de 4 ) Advoca tes a lso f ind in te l l ec tua l suppo r t f o r the idea f rom the work o f bus iness managemen t p ro fesso rs l i ke the la te C K Praha lad who have a rgued tha t la rge co rpo ra t ion s can do we l l and do good by a im ing a t peop le a t the so -ca l led bo t tom o f the pyram id Bes ides Mr Khos la en t repreneu rs l i ke P ie r re Omidya r a co -founde r o f eBay and Stephen M Case a co - founde r o f Amer ica On l ine have s ta r ted funds wi th s im i la r a ims Bu t Mr Khos la 55 who moved to the Un i ted Sta tes f rom Ind ia as a g raduate s tudent in 1976 has ano the r mot i ve too He wants to goad o the r r i ch Ind ians in to g i v ing away more o f the i r wea l th Ind ia rsquos to r r id g rowth ove r the las t decade has he lped enr i ch many here mdash Fo rbes es t imates tha t I nd ia now has 69 b i l l iona i res up f rom seven in 2000 mdash bu t on ly a few have se t up la rge char i t ies endowments o r ven tu re cap i ta l f unds ldquo I t su rp r i ses me tha t in Ind ia there i s no t a t rad i t ion o f la rge -sca le g i v ing and he lp ing to so lve soc ia l p rob lems and se t a soc ia l mode l rdquo Mr Khos la sa id Mr Khos la i s no t a lone in wo r ry ing about the s ta te o f Ind ian ph i lan th ropy B i l l Ga tes the M ic roso f t co - founde r who was in Ch ina las t week wi th the b i l l iona i re inves to r War ren E Bu ffe t t sa id Thu rsday tha t he and Mr Bu f fe t t m igh t go to Ind ia as par t o f the i r campa ign to ge t the ve ry r i ch to g i ve away ha l f the i r wea l th Cha r i tab le ac t i v i t i es and ven tu re cap i ta l inves t ing have been a ma ins tay fo r some Ind ian bus iness fami l ies l i ke the Ta tas and fo r techno logy en t repreneu rs l i ke Az iz P rem j i o f W ipro the Banga lo re ou tsou rc ing f i rm Bu t many o the rs have g iven very l i t t le A recen t Ba in amp Company s tudy es t imated tha t Ind ians g ive much l ess as a pe rcen tage o f the coun t ry rsquos g ross domest ic p roduct than Amer icans Moreove r i nd iv idua l and co rpo ra te donat ions account f o r jus t 10 pe rcen t o f the cha r i tab le g i v ing in I nd ia compared wi th 75 pe rcen t i n the Un i ted Sta tes and 34 pe rcen t in B r i ta in The ba lance comes f rom the gove rnment and fo re ign o rgan iza t ions Rich Ind ians ldquoa re more in to temp le bu i ld ing and th ings l i ke tha t rdquo sa id Sami t Ghosh the ch ie f execu t i ve o f U j j i van F inanc ia l a mic ro lende r based in Banga lo re ldquo ra the r t han pu t t ing the i r money i n to rea l p rograms wh ich w i l l have rea l impact on pove r t y a l lev ia t ion rdquo Mr Khos la sa id h is exper ience wi th m ic ro f inance had he lped shape h is v iews on the bes t way to tack le pove r t y He has
1 7 6
Anexo J (Paacuteg ina 3 de 4 ) i nves ted in commerc ia l m ic ro f inance lende rs and has dona ted to nonp ro f i t ones and he sa id tha t moneymak ing ve rs ions had g rown much fas te r and reached many more needy bo r rowers He sa id he wanted to he lp c rea te a new gene ra t ion o f compan ies l i ke SKS wh ich s ta r ted lend ing as a commerc ia l company in 2006 I t now has 6 8 m i l l ion cus tomers and a loan po r t f o l io o f 43 b i l l ion rupees ($940 mi l l ion ) By con t ras t CashPor a nonp ro f i t Ind ian lende r to wh ich Mr Khos la has a lso g i ven money has 417 000 bo r rowers and a po r t f o l io o f 2 7 b i l l ion rupees ($58 m i l l ion ) even though i t s ta r ted ope ra t ions in 1996 (h t t p wwwny t imescom201010 06 bus iness g loba l 06khos la h tm lpagewanted=1amp_r=2ampsq=pove r t y fundampst=cseampscp= 1 ) Acessado em 21 10 10 (Page 2 o f 2 ) Bes ides g rowing fas te r SKS Ind ia rsquos la rges t m ic ro f inance company has become a s tock marke t da r l ing The company f loa ted i ts sha res on Ind ia rsquos s tock exchanges in m id -August and they have r isen 40 pe rcen t s ince the n En la rge Th is Image
Ka inaz Amar ia fo r The New York Times Harness ing the power o f cap i ta l i sm i s inc reas ing ly popu la r a mong those seek ing to e rad ica te g loba l pove r t y Add to Po r t f o l io W ipro L td Mic roso f t Co rp eBay Inc Sun Mic rosys tems Inc At cu r ren t p r ices Mr Khos la rsquos 6 pe rcen t s take in SKS i s wo r th abou t $120 m i l l ion abou t 37 t imes what he inves ted in the f i rm in 2006 and 2007 (Sha res o f SKS fe l l 7 pe rcen t on Monday af te r the company sa id i t had f i red i ts ch ie f execu t i ve Suresh Guruman i An SKS spokesman A tu l Tak le dec l ined to answer ques t ions ) Mr Khos la sa id i t m igh t take a t leas t a year to se t up h is new ven tu re fund He in tends to f inance i t f rom h is SKS p ro f i t s and
1 7 7
Anexo J (Paacuteg ina 4 de 4 ) then re tu rn to the fund any p ro f i ts f rom subsequent ven tu res i t backs Mr Khos la has a l ready been inves t ing in compan ies tha t he says f i t h is mode l o f p ro f i tab le pove r t y a l lev ia t ion One is Moksha Yug Access wh ich se ts up m i lk co l lec t ion and ch i l l ing p lan ts in Ind ia to he lp da i ry f a rmers The company says i t he lps fa rmers reduce t ranspo r ta t ion cos ts and ge t h igher p r ices fo r the i r m i l k than they can wi th loca l d i s t r i bu to rs Ph i lan th ropy exper ts say commer c ia l compan ies p lay an impor tan t ro le in combat ing pove r t y by c rea t ing jobs Bu t they say these ldquo soc ia l en te rp r ises rdquo as they a re somet imes known canno t be so le l y re l ied upon to add ress the many en t renched causes o f pove r t y Moreove r as the fa l lou t f rom the g loba l f inanc ia l c r is i s has made c lea r the p ro f i t -max im iz ing tendenc ies o f bus inesses can hur t soc ie t y sa id Ph i l Buchanan p res iden t f o r the Cente r f o r E f fec t i ve Ph i lan th ropy a resea rch o rgan iza t ion based in Cambr idge Mass Nonp ro f i ts a re e f fec t i ve because they can ldquo take issue wi th the unb r id led pu rsu i t o f p ro f i t a t the expense o f peop le rsquos l i ves rdquo Mr Buchanan sa id ldquo I th ink some o f tha t ge ts los t in a l l o f the hype a round soc ia l en te rp r ise rdquo Mr Khos la says tha t he i s no t comp le te l y opposed to c ha r i t ies mdash tha t h is f und may even dona te to some nonp ro f i t en t i t ies Bu t he says he i s gene ra l l y skep t ica l t ha t nongove rnmenta l o rgan iza t ions can accomp l ish much because they tend to d r i f t away f rom what the i r dono rs wan ted them to do ldquo I am re la t i ve ly ne ga t i ve on mos t NGO rsquos and the i r e f f ec t i veness rdquo he sa id ldquo I am no t negat i ve on the i r in ten t ions rdquo
1 7 8
Anexo K (Paacutegina 1 de 3)
EFEITO MULTIPLICADOR Paul A Samuelson57 coloca o seguinte sobre o efeito multiplicador 58 ldquoUm aumento no investimento privado provocaraacute uma expansatildeo de renda e como uma reduccedilatildeo no investimento faraacute com que ela se contraiardquo ldquoUm aumento no investimento liacutequido iraacute aumentar a renda nacional de uma quantidade multiplicada ndash de uma quantidade maior do ela proacutepria Os doacutelares aplicados em investimento ndash como quaisquer deslocamentos independentes nas despesas governamentais estrangeiras ou familiares ndash satildeo uma forccedila de alta potecircncia doacutelares de rendimento duplo por assim dizerrdquo ldquoEsse efeito amplificado que o investimento exerce sobre a renda eacute chamado de doutrina do multiplicador O termo multiplicador eacute usado para indicar o coeficiente numeacuterico que indica o aumento de renda que resulta de cada aumento dessas despesas em investimentosrdquo Para exemplificar como funciona o efeito multiplicador Samuelson coloca o seguinte exemplo Accedilatildeo construccedilatildeo de uma nova garagem59
Valor dos recursos $1000 seratildeo pagos a carpinteiros e produtores de madeira
Todos teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($66667) que gastaratildeo em novos bens de consumo
Os produtores dos novos bens de consumo tambeacutem teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($44444)
O processo continuaraacute sendo cada nova etapa 23 da anterior A tabela I abaixo procura demonstrar como funciona o efeito multiplicador considerando-se a situaccedilatildeo acima a renda inicial eacute de $ 1000 mas face agrave propensatildeo a consumir dos beneficiaacuterios haacute um efeito multiplicado que vem a resultar em $2998 ao final portanto o multiplicador neste caso eacute 3 vezes o valor inicial O estudo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-
57
P r o f e s s o r d e Ec o n o m i a d o M I T ndash P r e m i o N o b e l d e Ec o n o m i a d e 1 9 7 0
58 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6
a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g
3 1 4 - - e d i t o r a AG I R -
59 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a ndash S a m u e l s o n 6 ordf E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0 ndash
e d i t o r a AG I R
1 7 9
Anexo K (Paacutegina 2 de 3) Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper concluiu que a expansatildeo de R$ 18 bilhatildeo de aumento no Programa Bolsa Famiacutelia entre 2005 e 2006 provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees A fim de comprovar o crescimento do PIB como resultados dos valores investidos pelo Programa Bolsa Famiacutelia construiacutemos a tabela II seguindo o esquema de Paul A Samuelson a fim de conseguimos projetar o efeito multiplicador aproximado das inversotildees Para tanto temos que considerar que a populaccedilatildeo beneficiaacuteria do Programa Bolsa Famiacutelia por ser carente possui uma propensatildeo a consumir maior do que a proacutepria recebida60
TABELA I
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Poupanccedila Consumir dos
Renda (13) Beneficiaacuterios (23)
RENDA INICIAL 1000 333 667
RENDA 2
667 222 444
RENDA 3 444 148 296
RENDA 4 296 99 198
RENDA 5 198 66 132
RENDA 6 132 44 88 RENDA 7 88 29 59 RENDA 8 59 19 39 RENDA 9 39 13 26 RENDA 10 26 9 17 RENDA 11 17 6 12 RENDA 12 12 4 8 RENDA 13 8 3 5 RENDA 14 5 2 3 RENDA 15 3 1 2 RENDA 16 2 1 2 RENDA 17 2 1 1
RENDA 18 1 0 -
TOTAL 2998
MULTIPLICADOR (K) 3
60
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0
- - e d i t o r a AG I R ndash n e s t e c a s o d e ve m o s c o n s i d e r a r o p o t e n c i a l d e
e n d i v i d a m e n t o p o r q u e e m h a v e n d o r e n d a h aacute m a i s a c e s s o a o c r eacute d i t o
1 8 0
Anexo K (Paacutegina 3 de 3) No exemplo acima o efeito multiplicador eacute 3 portanto um investimento inicial de $1000 resultaraacute ao final em $3000
TABELA II
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Endividamento Consumir dos
Renda - 2 Beneficiaacuterios 102
(Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$)
RENDA 1 1800 (59) 1859
RENDA 2 1859 (60) 1919
RENDA 3 1919 (62) 1981
RENDA 4 1981 (64) 2046
RENDA 5 2046 (66) 2112
RENDA 6 2112 (69) 2181
RENDA 7 2181 (71) 2252
RENDA 8 2252 (73) 2325
RENDA 9 2325 (76) 2400
RENDA 10 2400 (78) 2478
RENDA 11 2478 (81) 2559
RENDA 12 2559 (83) 2642
RENDA 13 2642 (86) 2728
RENDA 14 2728 (89) 2817
RENDA 15 2817 (92) 2908
RENDA 16 2908 (95) 3003
RENDA 17 3003 (98) 3100
RENDA 18 3100 (101) 3201
TOTAL 43109
MULTIPLICADOR (K) 239 Na simulaccedilatildeo acima o investimento de R$ 18 bilhotildees potencialmente poderaacute gerar R$ 431 bilhotildees ndash na ilustraccedilatildeo acima utilizamos 18 ldquogeraccedilotildeesrdquo de renda porque a tendecircncia geradora tende a infinito o que eacute utoacutepico
1 8 1
Anexo L (Paacutegina 1 de 3)
BENEFIacuteCIOS PAGOS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Valores dos Benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia61
Os valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia variam de R$ 32 a R$
242 de acordo com a renda mensal da famiacutelia por pessoa e com o nuacutemero de
crianccedilas e adolescentes de ateacute 17 anos O Programa tem quatro tipos de benefiacutecios
o baacutesico o variaacutevel o variaacutevel vinculado ao adolescente e o variaacutevel de caraacuteter
extraordinaacuterio
O Benefiacutecio Baacutesico de R$ 70 eacute pago agraves famiacutelias consideradas extremamente
pobres com renda mensal de ateacute R$ 70 por pessoa mesmo que elas natildeo tenham
crianccedilas adolescentes ou jovens
O Benefiacutecio Variaacutevel de R$ 32 eacute pago agraves famiacutelias pobres com renda mensal de ateacute
R$ 140 por pessoa desde que tenham crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Cada famiacutelia pode receber ateacute trecircs benefiacutecios variaacuteveis ou seja ateacute R$ 96
O Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente (BVJ) de R$ 38 eacute pago a todas as
famiacutelias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a
escola Cada famiacutelia pode receber ateacute dois benefiacutecios variaacuteveis vinculados ao
adolescente ou seja ateacute R$ 76
O Benefiacutecio Variaacutevel de Caraacuteter Extraordinaacuterio (BVCE) eacute pago agraves famiacutelias nos casos
em que a migraccedilatildeo dos Programas Auxiacutelio-Gaacutes Bolsa Escola Bolsa Alimentaccedilatildeo e
Cartatildeo Alimentaccedilatildeo para o Bolsa Famiacutelia cause perdas financeiras O valor do
benefiacutecio varia de caso a caso
Entenda como eacute calculado o valor do benefiacutecio do Bolsa Famiacutelia
61
F o n t e M D S - h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a v a l o r e s - d o s - b e n e f i c i o s
A c e s s o e m 2 3 1 1 2 0 1 1
1 8 2
Anexo L (Paacutegina 2 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de ateacute R$ 70 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Baacutesico R$ 7000
1 0 Baacutesico + 1 variaacutevel R$ 10200
2 0 Baacutesico + 2 variaacuteveis R$ 13400
3 0 Baacutesico + 3 variaacuteveis R$ 16600
0 1 Baacutesico + 1 BVJ R$ 10800
1 1 Baacutesico + 1 variaacutevel + 1
BVJ
R$ 14000
2 1 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 17200
3 1 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 20400
0 2 Baacutesico + 2 BVJ R$ 14600
1 2 Baacutesico + 1 variaacutevel + 2
BVJ
R$ 17800
2 2 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 21000
3 2 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 24200
1 8 3
Anexo L (Paacutegina 3 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de R$ 70 a R$ 140 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Natildeo recebe benefiacutecio
baacutesico
-
1 0 1 variaacutevel R$ 3200
2 0 2 variaacuteveis R$ 6400
3 0 3 variaacuteveis R$ 9600
0 1 1 BVJ R$ 3800
1 1 1 variaacutevel + 1 BVJ R$ 7000
2 1 2 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 10200
3 1 3 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 13400
0 2 2 BVJ R$ 7600
1 2 1 variaacutevel + 2 BVJ R$ 10800
2 2 2 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 14000
3 2 3 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 17200
LUIZ ANTONIO FERREIRA
BOLSA FAMIacuteLIA IMPORTANTE DETERMINANTE PARA A EDUCACcedilAtildeO E CRESCIMENTO
SOCIOECONOcircMICO DO BRASIL
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Metodista do Estado de Satildeo Paulo Orientaccedilatildeo Prof ordf Drordf Rosel i Fischmann
SAtildeO BERNARDO DO CAMPO
2012
FICHA CATALOGRAacuteFICA
F
413b
Fe r re i ra Lu iz An ton io
Bo lsa Famiacute l ia impor tan te
de te rm inan te para a educaccedilatildeo e c resc imento
soc ioeconocircmico do B ras i l Lu iz An ton io
Fe r re i ra 2012
183 f
D isse r taccedilatildeo (mes t rado em
Educaccedilatildeo ) - -Facu ldade de Human idades e
D i re i to da Un ive rs idade Metod is ta de Satildeo
Pau lo
Satildeo Be rna rdo do Campo 2012
O r ien taccedilatildeo Rose l i F ischmann
1 P rograma Bo l sa Famiacute l i a 2
Desenvo lv imento humano 3
Desenvo lv imento soc io econocircmico 3
D is t r ibu iccedilatildeo de renda 4 Renda m iacuten ima
I T iacute tu lo
CDD 379
A dissertaccedilatildeo de mestrado sob o tiacutetulo ldquoBolsa Famiacutelia Importante Determinante
para a Educaccedilatildeo e Crescimento Socioeconocircmico do Brasilrdquo elaborada por Luiz
Antonio Ferreira foi apresentada e aprovada em 29 de marccedilo de 2012 perante
banca examinadora composta por Profordf Drordf Roseli Fischmann
(PresidenteUMESP) Prof Dr Romualdo Luiz Portela de Oliveira (TitularFEUSP) e
Profordf Drordf Maria Leila Alves (TitularUMESP)
__________________________________________
Profordf Drordf Roseli Fischmann
Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
___________________________________________
Profordf Drordf Roseli Fischmann
Coordenadora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Programa Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Metodista de Satildeo Paulo
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Educaccedilatildeo
Linha de Pesquisa Poliacuteticas e Gestotildees Educacionais
Agradecimentos
Meus s ince ros agradec imentos aos Pro fesso res Adaur i
B rezo l in e Rose l i F i schmann ao P ro fesso r Adaur i po r te r me
incen t i vado e agrave P ro fessora Rose l i po r te r con f iado e o r ien tado
sob re o tema que desenvo lv i
Aos Pro fesso res Dan i lo D iMano de A lme ida ( in memor iam)
Deacutec io Azevedo Marques de Saes Mar ia Le i la A lves e Ze i la de
B r i to Demar t in i agradeccedilo pe la pac iecircnc ia ded icaccedilatildeo e exce len tes
au las m in is t radas
Sucesso a todos
Lu iz An ton io Fe r re i ra
ldquoThe basic purpose of development is to enlarge peoples choices In principle these choices can be infinite and can change over time People often value
achievements that do not show up at all or not immediately in income or growth figures greater access to knowledge better nutrition and health services more
secure livelihoods security against crime and physical violence satisfying leisure hours political and cultural freedoms and sense of participation in community
activities The objective of development is to create an enabling environment for people to enjoy long healthy and creative lives
Mahbub ul Haq (1934-1998) Fundador do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano (PNUD)
Human development as an approach is concerned with what I take to be the basic development idea namely advancing the richness of human life rather than the
richness of the economy in which human beings live which is only a part of it
Prof Amartya Sen Professor de Economia da Universidade de Harvard
Precircmio Nobel de Economia de 1998
FONTE UNDP ndash(httphdrundporgenhumandev Acesso em 08112011)
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 11 PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA 11 METODOLOGIA 15 RENDA MIacuteNIMA 16 1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA FUNCIONAMENTO E SUSTENTABILIDADE
20
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES 20 11 Regulamentos Funcionais 20 112 Controles 28 113 Legislaccedilatildeo 32 114 Transferecircncia de Renda 34 12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA 39 121 Impacto na Economia 39 122 Acesso ao Creacutedito 42 2 QUALIDADE DE VIDA E DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 47 21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA 47 212 Porque El iminar as Desigualdades 47 213 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 54 214 Iacutendice de Gini 63 215 Capita l Humano 72 22 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 77 221 Desaf ios 77 222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo 81 223 Educaccedilatildeo Brasi le ira No Contexto Mundial 85 3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES REGIOtildeES BRASILEIRAS
91
31 REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA 91 32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMICO 102 321 Acesso agrave Escola 102 322 Desigualdade entre Regiotildees 104 323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho 107 33 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO 117 34 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011 -2020 DESTAQUES
124
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA REDUZIR A DESIGUALDADE
131
41 SAIacuteDA DO BOLSA FAMIacuteLIA 134 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
138
REFEREcircNCIAS 145 ANEXOS 152
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Frequecircncia de Alunos 24 Tabela 2 Trabalho Infantil 27 Tabela 3 Taxa de Analfabetismo da Populaccedilatildeo Acima de 15 anos 60 Tabela 4 Resultado do IDEB versus Metas Estabelecidas 83 Tabela 5 Crescimento Anual do IDH Regional 94 Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional 101 Tabela 7 Taxa de Escolarizaccedilatildeo Liacutequida por Regiatildeo 104 Tabela 8 Tendecircncia do Iacutendice de Gini por Regiatildeo 107 Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada 108 Tabela 10 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa por Regiatildeo 111 Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingressos 2001-2009 112 Tabela 12 Taxa de Fecundidade no Brasil 114 Tabela 13 Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total 116 Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos Familiares em Educaccedilatildeo 123 Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB 127 Tabela 16 Meacutedias Projetadas para as Provas PISA 128 Tabela 17 Meacutedias Alcanccediladas no Exame PISA 2009 128 Tabela 18 Multiplicador 1 de aumento no PIB por Tipo de Gasto 133 Tabela 19 Motivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutelia 2003-2011 136 LISTA DE GRAacuteFICOS Graacutefico 1 Taxa de Alfabetizaccedilatildeo 25 Graacutefico 2 Mortalidade Infantil 26 Graacutefico 3 Alocaccedilatildeo de Recursos para a Assistecircncia Social 38 Graacutefico 4 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 56 Graacutefico 5 Meacutedia de Escolaridade do Brasileiro 57 Graacutefico 6 Expectativa de Escolaridade das Crianccedilas Brasileiras 59 Graacutefico 7 Expectativa de Vida 61 Graacutefico 8 Renda Per Capita (US$ PPP Constante a Preccedilos de 2005) 62 Graacutefico 9 Iacutendice de Gini 64 Graacutefico 10 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Fundamental 84 Graacutefico 11 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Meacutedio 85 Graacutefico 12 Escolaridade Meacutedia ndash Austraacutelia Argentina e Brasil 87 Graacutefico 13 Expectativa de Escolaridade - Austraacutelia Argentina e
Brasil 88
Graacutefico 14 Recursos Federais Alocados agrave Educaccedilatildeo 90 Graacutefico 15 Expectativa de Vida por Regiatildeo 96 Graacutefico 16 Mortalidade Infantil por Regiatildeo ndash 2009 97 Graacutefico 17 Taxa de Analfabetismo 99 Graacutefico 18 Trajetoacuteria dos Fatores Utilizados na Nova Metodologia de
Caacutelculo da Dimensatildeo Educaccedilatildeo para o IDH 100
Graacutefico 19 Iacutendice de Gini por Regiatildeo 105 Graacutefico 20 Empregados com Carteira Assinada 113 Graacutefico 21 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo - do PIB 118 Graacutefico 22 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo 119 Graacutefico 23 Famiacutelias Beneficiadas pelo Programa Bolsa Famiacutelia 137
LISTA DE ABREVIATURAS
BCI ndash Banco Central do Brasil BIEN ndash Basic Income European Network BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social BVJ ndash Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente CadUacutenico - Cadastro Uacutenico para Programas Sociais CEF ndash Caixa Econocircmica Federal CGU ndash Controladoria Geral da Uniatildeo FEAUSPndash Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo FGV ndash Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas HDI ndash Human Development Index IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBMEC ndash Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aniacutesio Teixeira INSPER ndash Instituto de Ensino e Pesquisa IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Avanccedilada LOA ndash Lei Orccedilamentaacuteria Anual MDS - Ministeacuterio do Desenvolvimento Social e Combate agrave Fome MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MIT ndash Massachusetts Institute of Tecnology OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho PBF ndash Programa Bolsa Famiacutelia PISA - Programme for International Student Assessment ndash Programa Internacional de Avaliaccedilatildeo de Estudantes PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelio PNE ndash Plano Nacional de Educaccedilatildeo PNUD ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento POF ndash Pesquisa de Orccedilamentos Familiares PUC ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro UMESP ndash Universidade Metodista de Satildeo Paulo UNDP ndash United Nations Development Programmee USP ndash Universidade de Satildeo Paulo WIPO - World Intellectual Property Organization
SUMAacuteRIO DOS ANEXOS
Anexo A - Renda miacutenima Lei 10835 de 8 de janeiro de 2004--------------Pg 152
Anexo B- Investimentos em educaccedilatildeo -------------------------------------------Pg 153
Anexo C- Tudo pronto para a nova etapa ndash Entrevista com o economista Makhtar
Diop do Banco Mundial ---------------------------------------------------------------Pg 154
Anexo D- Noruega educaccedilatildeo preacute-escolar ---------------------------------------Pg 157
Anexo E- O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia -----------Pg 158
Anexo F - Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na economia----------------Pg 161
Anexo G - Um abismo chamado educaccedilatildeo -------------------------------------Pg 162
Anexo H - IDEB observado versus metas estabelecidas --------------------Pg 168
Anexo I ndash Reduz-se a migraccedilatildeo interna ------------------------------------------Pg 169
Anexo J - Vinod Khosla ndash Bilionaacuterio inovador fundador da Sks Microfinance -
Financiamento dirigido aos pequenos empresaacuterios --------------------------Pg 174
Anexo K ndash Efeito multiplicador ------------------------------------------------------Pg 178
Anexo Lndash Valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia---Pg181
RESUMO
Esta dissertaccedilatildeo trata de um tema relativamente novo com literatura escassa praticamente sem estudos teoacutericos que o abordem Referenciais satildeo encontrados em publicaccedilotildees feitas em seminaacuterios e palestras bem como em artigos e notas jornaliacutesticas Esta dissertaccedilatildeo se trata de trabalho exploratoacuterio analiacutetico descritivo com base documental O Programa Bolsa Famiacutelia tema central deste trabalho eacute uma ferramenta para distribuiccedilatildeo de renda que funciona de forma simples e tem sido efetiva para o atendimento de famiacutelias que vivem abaixo da linha de pobreza Ele eacute resultado da fusatildeo de vaacuterios outros programas dispersos e com efetividade questionaacutevel ndash Bolsa Escola Auxiacutelio Gaacutes e Cartatildeo Alimentaccedilatildeo O Programa Bolsa Famiacutelia beneficia famiacutelias em situaccedilatildeo de pobreza com renda mensal de R$ 70 a R$ 140 per capita e em extrema pobreza com renda mensal abaixo de R$ 70 reais per capita Tambeacutem estabelece condicionalidades de educaccedilatildeo e sauacutede Atualmente haacute cerca de 13 milhotildees de famiacutelias inscritas no Programa Bolsa Famiacutelia que cumprem as condiccedilotildees do ldquoCadastro Uacutenicordquo ndash esta eacute praticamente a totalidade das famiacutelias pobres segundo criteacuterios do PNAD 2006 (Pesquisa Nacional de Domiciacutelios) Na realidade houve substancial injeccedilatildeo de recursos em aacutereas outrora relegadas ao acaso criando novos consumidores bem como empreendedores aleacutem de atrair investimentos Quanto agrave educaccedilatildeo nota-se que haacute reduccedilatildeo do analfabetismo Haacute um crescimento vegetativo do Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) no qual o
Brasil situa-se em 84⁰ lugar dentre as 187 naccedilotildees controladas pelo PNUD
(Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) em 2011 As variaacuteveis que compotildeem o iacutendice crescem timidamente destaca-se queda no item ldquoexpectativa de escolaridade esperada das crianccedilas em idade de ingresso na escolardquo (no Brasil aos seis anos) que caiu no periacuteodo 2000-2011 esse fato pode indicar falha estrutural no ensino brasileiro Esse estudo indica que haacute desenvolvimento socioeconocircmico em aacutereas carentes particularmente na Regiatildeo Nordeste Observa-se tambeacutem a reversatildeo da migraccedilatildeo que historicamente era de nortenordeste a sudeste Tambeacutem nota-se reduccedilatildeo da taxa de fecundidade das brasileiras o que eacute vantajoso O Brasil tambeacutem estaacute com a vantagem do ldquoBocircnus demograacuteficordquo quando a populaccedilatildeo economicamente ativa supera a populaccedilatildeo dependente o que eacute um excelente fator de crescimento por atrair investimentos Apesar de melhorias observadas na deacutecada 2000-2010 elas ainda satildeo insuficientes Quanto ao ldquodesenvolvimento humanordquo o Brasil estaacute muito distante das naccedilotildees desenvolvidas com IDH de 0718 que cresceu na uacuteltima deacutecada agrave taxa de 0769 ao ano Nesse ritmo ateacute alcanccedilarmos o IDH norueguecircs -- primeiro colocado ou o australiano -- segundo colocado que eacute de 0943 seratildeo necessaacuterios 3536 anos Isso nos leva a pensar que a natildeo ser que o acaso nos ajude o sonho de nos juntarmos aos primeiros eacute questionaacutevel Com respeito ao Programa Bolsa Famiacutelia esse prova ser uma frente social para a eliminaccedilatildeo da desigualdade seus beneficiaacuterios eram classificados como pobres e extremamente pobres e foram resgatados Palavras chaves Bolsa Famiacutelia Desenvolvimento Humano Desenvolvimento Socioeconocircmico Distribuiccedilatildeo de Renda Educaccedilatildeo Ferramenta para crescimento IDH Programa Bolsa Famiacutelia Renda Miacutenima
ABSTRACT
This study approaches a new and unexplored subject the Brazilian Family Aid Program Bibliography practically does not exist and academic entities seldom discuss the subject because it is still under development References are found in lectures newspapers and magazine articles This is an exploratory and analytical search approaching evidence basis and sources The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo (PBF) is a Brazilian Family Aid Program granted under conditionality rules It can be considered a unique tool for income distribution working towards an effective solution for families surviving under extreme poverty The program started by the merger of three other poverty aid programs of dubious effectiveness ndash Scholarship Aid Cooking Gas Aid and Food Card The ldquoPBFrdquo benefits families surviving under poverty conditions with R$ 70 to R$ 140 monthly of per capita income and under extreme poverty conditions below R$ 70 monthly of per capita income Also the ldquoPBFrdquo establishes conditional participation rules associated to education and health prevention for children Presently the ldquoPBFrdquo supports 13 million families that fit rules and are enrolled in the ldquoCadastro Uacutenicordquo (Central Control Registration Roll) That registration roll practically covers the totality of the population under poverty situation line as defined by PNAD - 2006 (National Household Survey - 2006)The ldquoPBFrdquo control methodology allows income transfer to regions left under poverty conditions in past history The PBF formed a new consumer community new entrepreneurs moreover attracted investors In regard to education there is reduction in illiteracy The Human Development Index (HDI) shows vegetative growth Brazil is the 84th country ranked among the 187 nations controlled by the United Nations Development Programme (UNDP) in 2011 The dimensions that compose the index for Brazil had poor growth lately in particular the expected years of schooling for children at school enrollment age (in Brazil 6 years old) declined during the last decade (2000-2010) It is likely that there is a structural issue with the Brazilian education sector There is a socio-economic growth in regions where poverty has been endemic in particular Northeast Region The findings also reveal migration reversal that in past were NorthNortheast Regions to Southeast Region as well as fecundity rate reduction which are remarkable advantages Brazil entered into the ldquodemographic bonusrdquo a situation when the ldquoeconomically active populationrdquo exceeds the ldquodependent populationrdquo this is also an advantage because attracts investments and is a push towards economic growth Despite of positive improvements they appear to be insufficient the human development in Brazil is far from excellence presently a HDI of 0718 with a growth of 0769 annually (2000-2010) it will take 3536 years to meet the Australian HDI of 0943 Unless chances help us dreams to join the winners are unlikely The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo however proves to be a social front towards inequality the participants of the plan originally classified under poverty line were rescued Keywords Family Allowance Program Human Development Index HDI Socio-Economic Development Socio-Economic Growth Income Distribution Poverty Reduction Brazilian Family Grant Program Minimum Income Economic Growth Tool
INTRODUCcedilAtildeO
PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA
Sou economista de formaccedilatildeo segui carre i ra na aacuterea
f inancei ra da induacutest r ia automobi l iacutes t ica in ic ie i com o off ice -boy em
1961 v indo a me re t i rar em 1999 (u t i l izo o verbo ldquo re t i rarrdquo porque
nunca esteve em meus p lanos o verbo ldquoaposentarrdquo ) Durante minha
t ra jetoacuter ia prof iss iona l t ive a oportun idade de par t ic ipar de
t re inamento no exter ior Durante 1979-1980 a empresa onde eu
atuava me designou para um programa de t re in amento em Detro i t
Mich igan Part ic ipe i de cursos na Wayne State Univers i ty em 1990
par t ic ipe i de extensatildeo un ivers i taacuter ia em Bo ston Massachussetts
onde curse i o 1990 Senior Execut ive Program no MIT juntamente
com c inquenta execut ivos de d iversas par tes do mundo
Desde que de ixe i a induacutest r ia em 1999 t raba lhe i como
consu l tor independente mas como os cont ratos rarearam decid i por
novos rumos F iz vest ibu lar para Let ras Portuguecircs Inglecircs fu i
admit ido curse i do is semestres natildeo me entus iasmei natildeo era mi nha
seara dec id i que no semestre seguinte estar ia fora Discut i o
assunto com um de meus mestres d urante a conversa e le suger iu
que eu f izesse mestrado me agradou a i de ia Em sequecircncia fomos
1 2
ateacute a coordenaccedilatildeo do Mestrado passe i por uma breve ent revis ta
me fo i perguntado se eu t inha algum pro jeto em mente e eu
prontamente respondi ldquoBo lsa Famiacutel iardquo houve inte resse pe lo tema e
fu i encaminhado ao processo de se leccedilatildeo
Ao in ic iar o curso de mestrado confesso que f iquei
apreensivo perguntava a mim mesmo se conseguir ia seguir ad iante
a exper iecircnc ia nova e desaf iante me entus iasmava cada vez mais
Apesar de estar por longo tempo longe de contatos acadecircmicos
consegui acompanhar e par t ic ipar dos t raba lhos Sent i d i f icu ldades
af ina l estava em contado com pess oas d iametra lmente d i ferente s de
minha convivecircncia usual A co leccedilatildeo de a migos que adquir i me
mot ivou a qual idade dos professores me surpreendeu e os debates
que par t ic ipe i e cont inuo a part ic ipar me def in i ram novos hor izontes
Durante o pr imeiro semestre do curso de mestrado escrevi ao
Senador Supl icy a f im de conseguir subsiacuted ios para meu tema Fu i
prontamente a tendido recebi a lguns textos sobre Renda Miacuten ima e
um convi te para par t ic ipar do 13 ⁰ Congresso BIEN (Basic Income
European Network) No Congresso t ive oportun idade de t rocar
ide ias com pessoas de out ras partes do mundo Em part icu lar f iz
ent revis tas informais com o proacutepr io senador e com o Prof Guy
Standing escr i tor e professor de ldquoEc onomic Secur i tyrdquo da
Univers idade de Bath Reino Unido Tambeacutem converse i com Scott
1 3
Goldsmith c idadatildeo amer icano que d iscorreu sobre o ldquoA laska
Permanent Fund rdquo 1
Par t ic ipe i das I e I I Semanas de Educaccedilatildeo em Dire i tos
Humanos da UMESP in ic iadas em 2010 pro je to que considero de
ext rema re levacircncia para nossos d ias po is conheci expoentes do
assunto Tive a oportun idade de ass is t i r pa lest ras de conferencistas
de a l to coturno como Salomon Lerner Enr ique Dussel Lu iz Anton io
Cunha Edson Cardoso Roberto L iv ianu dent re outros Destaque
especia l do evento de 2011 cabe considerar as au las da d isc ip l ina
ldquoL i tera tura Educaccedilatildeo e Dire i tos Humanosrdquo min ist r adas durante o
evento pe la Professora Graccedila Grauacutena poet isa e escr i tora de e tn ia
pot iguar
Minha exper iecircnc ia com o curso de Mestrado t raz desaf ios que
considero importantes e ac ima de tudo me leva a rever e
sed imentar concei tos de forma que minha exper iecircnc ia da vida
prof iss iona l natildeo se perca
1 O e s t a d o n o r t e a m e r i c a n o d o A l a s k a t a x a e m a t eacute 2 5 d e t o d a a
r e c e i t a r e n d a d e c o r r e n t e d e m i n e r a ccedil atilde o q u e eacute d e s t i n a d a a u m f u n d o
p e r m a n e n t e g a r a n t i d o p e l a c o n s t i t u i ccedil atilde o e s t a d u a l O f u n d o p e r m a n e n t e eacute
i n v e s t i d o e m u m p o r t f oacute l i o d i v e r s i f i c a d o eacute u t i l i za d o p a r a a ccedil otilde e s d e
d e s e n v o l v im e n t o s o c i o e c o n ocirc m ic o D i v i d e n d o s s atilde o d i s t r i b u iacute d o s r e g u l a r m e n t e
a t o d o s o s r e s i d e n t e s d o e s t a d o d o A l a s k a
F o n t e h t t p w w w a p f c o r g h o m e C o n t e n t a b o u t F u n d a b o u t P e r m F u n d c f m -
A c e s s a d o em 2 3 1 1 2 0 1 1
1 4
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma in ic ia t iva que por muito
tempo quest ione i achava um tema popul ista natildeo percebia
sustentaccedilatildeo fu tura Com o passar do tempo ao observar e ler sobre
o assunto percebi os resu l tados posi t ivos do programa O que
chamou minha atenccedilatildeo foram os resu ltados econocircmicos e
pr inc ipa lmente s ign i f ica t ivos benef iacutec ios soc ia is
Esta d issertaccedilatildeo d iscute como um programa concei tua lmente
s imples se tornou ferramenta de cresc imento e mola mestre de um
processo econocircmico re lat ivamente estaacuteve l n i t idamente d i rec ionado
a reduccedilatildeo de desigualdades
Neste t raba lho anal iso os fundamentos e conceitos que
conduzem o programa como in ter ferem nos movimentos soc ia is
qua l sua capacidade em cr iar empregos e novas oportun idades com
ecircnfase ao toacutep ico Educaccedilatildeo
Noto in ib idores importantes quando se aborda o tema
Programa Bolsa Famiacutel ia rdquo haacute posiccedilotildees antagocircnicas e favoraacuteve is
mas quase sempre de caraacuteter par t idaacuter io sem mui ta fundamentaccedilatildeo
Ul t rapassei esses b loqueios e conclu iacute que o tema eacute importante e
faraacute esco la
Cabe enfat izar que esse t raba lho natildeo eacute uma pesquisa de
Economia Sendo eu economista por formaccedilatildeo acadecircmica u t i l izarei
concei tos p inccedilados da Teor ia Econocircmica a f im de melhor entender
os resu ltados rea is deste inst igante tema
1 5
METODOLOGIA
Por ser um tema novo para a Naccedilatildeo e prat icamente ineacuted i to
em termos mundiais a l i te ra tura eacute escassa poucos satildeo os autores
acadecircmicos que abordam o assunto referencia is satildeo encontrados
em publ icaccedilotildees fe i tas em seminaacuterios e pa lest ras bem como em
ar t igos e notas jorna l iacutes t icas Esta d issertaccedilatildeo t ra ta -se de um
t raba lho exp loratoacuter io ana l iacute t ico -descr i t ivo com base documenta l
Os referencia is deste t raba lho baseiam -se (a) na legis laccedilatildeo
que suporta o Programa Bolsa Famiacutel ia (b) na da anaacutel ise h istoacuter ica
de aprovaccedilatildeo do programa pe lo Congresso Nacional (c) no l ivro
ldquoRenda Miacuten ima de Cidadaniardquo do Se nador Eduardo Matarazzo
Supl icy (5ordf ed iccedilatildeo de 2008) (d) em ar t igos e notas jorna l iacutes t icas (e)
e na anaacutel ise de dados estat iacutes t icos consol idados pe lo IBGE MDS
IPEA e tc
Tambeacutem foram anal isados t raba lhos apresentados no 13ordm
Congresso BIEN 2010 (Basic Incom e Earth Network) rea l izado na
FEA USP Satildeo Paulo
1 6
RENDA MIacuteNIMA
Esse t raba lho anal isa desdobramentos do pro jeto do Senador
Eduardo Matarazzo Supl icy e tem como referecircncia pr inc ipa l o l ivro
ldquoRenda de Cidadaniardquo (2008) A tese a l i defendida pe lo Senador
Supl icy pode ser resumida na c i taccedilatildeo da paacutegina 41 de seu l ivro
Eacute p ropoacutes i to des te l i v ro a rgum en ta r em f avo r de o
Bras i l avanccedilar ace le radam en te d i r eccedilatildeo a
ga ran t i r que todos os b ras i le i r os ve nham a
receber um a renda baacutes ica incond ic iona l
f undam en tada no d i r e i t o ina l ien aacuteve l de t odas as
pessoas res iden tes em nosso pa iacutes de pa r t i l ha r a
r ique za da n accedilatildeo n atildeo im por tando a o r igem a
raccedila o sexo a idade a co nd iccedilatildeo c i v i l ou
soc ioeconocircm ica
O pro je to sobre renda de c idadania t ransformou -se na Lei
10835 de 8 de jane i ro de 2004 (SUPLICY 2004) A legis laccedilatildeo
aprovada consiste na garant ia i r rest r i ta de renda miacuten ima a todo
c idadatildeo res idente Segue o ar t igo pr imeiro da le i sancionada o qual
sumar iza o propoacutesi to
Eacute ins t i t u iacuteda a p a r t i r de 2005 a r enda b aacutes ica de
c idadan ia que se cons t i t u i r aacute no d i r e i t o de todos
1 7
os b ras i le i r os res ide n tes no Pa iacutes e es t range i ros
res iden tes haacute pe lo m enos 5 (c inco ) anos no
Bras i l natildeo im por tando sua cond iccedilatildeo
soc ioeconocircm ica a r eceberem anua lm ente um
bene f iacute c io m one taacute r io (Anexo A )
A Le i 1083504 inst i tu i a renda miacuten ima mas o in ib idor para a
implementaccedilatildeo p lena estaacute na a locaccedilatildeo de recursos para a ap l icaccedilatildeo
da le i Emblemat icamente a c idade de Santo Anton io do Pinhal SP
jaacute inst i tu iu le i munic ipa l prevendo renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo
res idente (pop 7000 habitantes em 2010) A l e i munic ipa l prevecirc
a locaccedilatildeo de 6 do orccedilamento munic ipa l para a tendimento e
d is t r ibu iccedilatildeo incondic iona l de renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo res idente
Haacute l i te ra tura var iada no que concerne ao tema ldquoRenda Miacuten ima
de Cidadaniardquo inclus ive um congresso anual que t rata do assunto o
Congresso Bien (Basic Income European Network) A 13ordf ed iccedilatildeo do
Congresso Bien ocorreu nos d ias 30 de junho a 02 de ju lho de 2010
no campus da Unive rs idade de Satildeo Paulo apesar de foca l izar o
tema Renda Miacuten ima houve abordagens ao Programa Bolsa Famiacutel ia
A preocupaccedilatildeo dos governantes em supr i r as necessidades
baacutesicas da populaccedilatildeo menos favorec ida eacute assunto recorrente
Confuacutec io f i loacutesofo ch inecircs 551 aC jaacute defendia a just iccedila soc ia l e
ass ina lava em suas doutr inas ldquoA inseguranccedila eacute p ior que a pobreza rdquo
af i rmaccedilotildees de Guy Standing d i re tor da Organizaccedilatildeo In ternacion al
1 8
do Trabalho (OIT) c i tado pe lo Senador Supl icy em seu l ivro ldquoRenda
da Cidadania a Saiacuteda eacute pe la Portardquo (SUPLICY 2008 p 49 )
A pr imeira proposta de Renda Miacuten ima no mundo moderno fo i
e laborada por Thomas More em sua obra Utop ia Escr i ta em 1516
Utop ia descreve um paiacutes imaginaacuter io uma sociedade onde os
c idadatildeos vivem em perfe i ta harmonia basicamente porque suas
necessidades satildeo tota lmente s at isfe i tas (SUPLICY 2008 p 51-53)
Baseando-se nos pensamentos de Thomas More em 1526
Juan Luiacutes Vovegraves enviado do Rei da Espanha aos Paiacuteses Baixos na
eacutepoca dominados pe la Espanha e laborou uma proposta de Renda
Miacuten ima para a c idade de Bruges Beacute lgica Uma f orma de ass istecircnc ia
aos pobres fora implementada em 1525 em Ipres Beacutelgica As ide ias
de Vovegraves inf luenciaram a adoccedilatildeo na Ingla terra e Europa de le is de
ass is tecircnc ia aos pobres (The Poor Laws) Essas le is in ic ia lmente em
1531 v isavam assis t i r aos idosos e def ic ientes permi t indo que estes
pudessem pedir esmolas junto agraves paroacutequias Mais tarde as
paroacutequias foram autor izadas a levantarem fundos a f im de atender
aos necessi tados (SUPLICY 2008 p53-56)
Houve d iversos atos iso lado s que antecederam o Programa
Bolsa Famiacutel ia Foram accedilotildees de t ransferecircncia de renda no Bras i l
conforme abaixo descr i tas
O p ione i r i sm o quando se t r a ta de p rog ram as de
t r ans f e recircnc ia de renda eacute a t r ibu iacutedo ao p r e f e i t o de
1 9
Cam p inas ndash SP Joseacute Rober t o Maga lhatilde es que f ez
o p r im e i ro pagam ento a u m a f am iacute l i a necess i tada
em 1995 Pos te r io rm en te no m esm o ano o en tatildeo
gove rnador do D i s t r i t o Federa l C r i s tovatildeo
Buarque e o p re f e i t o de R ibe i r atildeo Pre to SP
An ton io Pa locc i im p lan tam p rog ram a s im i la r Em
1996 o Pres iden te Fe rnando Henr ique Cardoso
lanccedilou o P rog ram a de Er rad icaccedilatildeo do T raba lho
In f an t i l cond ic ionad o agraves f am iacute l i as a m anu tenccedilatildeo
dos f i l hos na esco la Em 1997 o P res iden te
Fe rnando Henr ique Cardoso c r iou a Prog ram a
Nac iona l de R enda Miacuten im a e em 2001 lanccedilou o
Prog ram a Bo lsa Esco la Em 2003 p r im e i ro ano
do Pres iden te L u i z I gnaacutec io Lu la da S i l va c r iou -
se o M in is teacute r io Ex t rao rd inaacute r io de Se guranccedila
A l im en ta r e lanccedila o p rog ram a Fom e Zero Jaacute em
2004 f o i c r iado o M in is teacute r io do Desen vo l v im en to
Soc ia l e Com bate a Fom e quando f o ram
un i f i cados todos os p rog ram a s f ede ra is de
t r ans f e recircnc ia de renda no Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia (O Es tado de Satilde o Pau lo 18 4 2010 ldquoO
DNA da t r ans f e recircnc ia de rendardquo ) rdquo
2 0
1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA ndash FUNCIONAMENTO E
SUSTENTABILIDADE
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES
111 Regulamentos Funcionais
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute comentado e cr i t icado por
d iversas camadas da soc iedade bras i l e i ra contudo haacute que se
considerarem os benef iacutec ios e as vantagens que proporc iona agrave
Naccedilatildeo Soacute pa ra exempl i f i ca r tomemos duas cons ide raccedilotildees mu i to
comuns que satildeo ve icu ladas de fo rma i r responsaacuteve l mu lhe res que
engrav idam pa ra recebe r o benef iacutec io e t raba lhado res que p re fe rem
empregos in fo rma is para tomar van tagens dos benef iacutec ios Esse
t raba lho p rocu ra con t r ibu i r para que se des faccedilam esses m i tos
Quanto ao p r ime i ro m i t o ce r tamente have r ia uma exp losatildeo
demograacute f i ca o que natildeo oco r re mas ao con t raacute r io a taxa de
fecund idade b ras i le i ra d im inu iu s ign i f i ca t i vamente quan to ao
segundo mi to natildeo se comprova porque emprego com ca r te i ra
2 1
ass inada c resceu substanc ia l mente na uacute l t ima deacutecada Ambas as
s i tuaccedilotildees se ratildeo ana l isadas ma is ad ian te
Os benef iacutec ios satildeo ver i f icados e comprovados sob os mais
d i ferentes acircngulos de anaacutel ise O concei to baacutes ico do Programa Bolsa
Famiacutel ia eacute fazer com que as famiacutel ias sa iam do niacuteve l de ind igecircncia
poss ib i l i tando sob condic iona l idades a sat isfaccedilatildeo de suas
necessidades baacutesicas Evidecircncias seratildeo anal isadas em toacutep icos
ad iante as quais inc luem a permanecircncia das cr ianccedilas na esco la
melhor ia da sauacutede dos benef ic iaacuter ios desenvolvimento
soc ioeconocircmico proporc ionado pr inc ipa lmente pe lo efe i to
mult ip l icador proporc ionado pe la in jeccedilatildeo de recursos de cunho
soc ia l e tc
O Min is teacuter io do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome
(MDS) def ine o Programa Bolsa Famiacutel ia da seguin te forma
O Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia (PBF) eacute um prog ram a
de t r ans f e recircnc ia d i r e ta de ren da com
cond ic iona l idades que bene f i c ia f am iacute l i as em
s i t uaccedilatildeo de pobre za ( com renda m ensa l po r
pessoa de R$ 70 a R$ 140) e ex t rem a pobre za
( com renda m ensa l po r pessoa de a teacute R$ 70 ) de
aco rdo com a Le i 10 836 de 0 9 de j a ne i ro de
2004 e o Dec re to n ordm 5 209 de 17 de se te m bro de
2004
O PBF in teg ra a es t ra teacuteg ia FOME ZERO que tem
o ob je t i vo de assegura r o d i r e i t o hu m ano agrave
a l im en taccedilatildeo adequad a p rom ovendo a seguranccedila
2 2
a l im en ta r e nu t r i c iona l e con t r ib u ind o pa ra a
e r rad ic accedilatildeo da ex t rem a pobreza e pa ra a
conqu is ta da c id adan ia pe la p a rce la da
popu laccedilatildeo m a is vu ln e raacuteve l agrave f om e O Prog ram a
pau ta - se na a r t i cu laccedilatildeo de t r ecircs d im ensotildees
essenc ia is agrave su peraccedilatildeo da f om e e da pob re za
D o a l iacute v i o im e d i a t o d a p o b r e za p o r m e i o d o
d i r e i t o d e r e n d a agrave f a m iacute l i a
R e f o r ccedil o a o e x e r c iacute c i o d e d i r e i t o s s o c i a i s b aacute s i c o s
n a s aacute r e a s d e S a uacute d e e E d u c a ccedil atilde o p o r m e i o d o
c u m p r im e n t o d a s c o n d i c i o n a l i d a d e s o q u e
c o n t r i b u i p a r a f a m iacute l i a s c o n s i g a m r o m p e r o c i c l o
d a p o b r e za e n t r e g e r a ccedil otilde e s
C o o r d e n a ccedil atilde o d e p r o g r a m a s c o m p le m e n t a r e s
q u e t ecirc m p o r o b j e t i v o o d e s e n v o l v im e n t o d a s
f am iacute l i a s d e m o d o q u e o s b e n e f i c i aacute r i o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a c o n s i g a m s u p e r a r a
s i t u a ccedil atilde o d e v u l n e r a b i l i d a d e e p o b r e za
S atilde o e x e m p l o s d e p r o g r a m a s c o m p l e m e n t a r e s
p r o g r a m a s d e g e r a ccedil atilde o d e t r a b a l h o e r e n d a d e
a l f a b e t i za ccedil atilde o d e a d u l t o s d e f o r n e c im e n t o d e
r e g i s t r o c i v i l e d e m a i s d o c um e n t o s 2
As condiccedilotildees def in idas para o PBF descr i tas pe lo Min is teacuter io
do Desenvolvimento Socia l (MDS) satildeo re la t ivament e s imples e sem
burocrac ia a f im de fac i l i ta r o atend imento dos benef ic iaacuter ios Segue
descr iccedilatildeo estabelec ida no por ta l de MDS
2 h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f a m i l i a o -
q u e - e Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
2 3
As cond ic i ona l idades satildeo os com prom issos nas
aacute reas da Educaccedilatildeo da Sauacute de e Ass is tecircnc ia
Soc ia is assum idos pe las f am iacute l i as e que p rec isam
se r cum pr idos pa ra que e las con t inuem a receber
o bene f iacute c io d o P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a
As cond ic iona l idades v igen tes do P rograma Bo lsa Famiacute l ia
satildeo bas icamente assoc iadas agrave educaccedilatildeo sauacutede e ass is tecircnc ia
soc ia l
E d u c a ccedil atilde o f r e q u ecirc n c i a e s c o l a r m iacute n im a d e 8 5
p a r a c r i a n ccedil a s e a d o le s c e n t e s e n t r e 6 e 1 5 a n o s
e m iacute n im a d e 7 5 p a r a a d o l e s c e n t e s e n t r e 1 6 e
1 7 a n o s
Os con t ro les de f requecircnc ia esco la r ind icam resu l t ados
sa t is fa toacute r ios nesse ques i to aos benef i c iaacute r ios do Programa Bolsa
Famiacutel ia A aderecircncia em 2011 estaacute em 983 das cr ianccedilas com
idade ent re 6 e 15 anos o que s ign i f ica 238 de melhor ia desde
2006 cu jo va lor era de 794 Quanto aos estudantes com idade
ent re 16 e 17 anos o resu ltado tambeacutem eacute s ign i f ica t ivo at inge a
marca de 962 Conforme notada nas tabe las seguin tes podemos
conclu i r que o processo mostra-se estaacuteve l natildeo eacute notada var iaccedilatildeo
substancia l no iacutend ice a par t i r de 2009 Eacute cer to que quando um
processo se torna estaacuteve l eacute necessaacuter ia nova in terferecircncia a f im de
2 4
apr imoraacute- lo O melhor seraacute cr iar uma ldquodesestab i l idade for tu i tardquo que
apesar de t iacutemidos jaacute haacute movimentos nesse sent ido ta is como
melhor ia de qual idade na educaccedilatildeo Segue tabe la 1 ind icat iva da
f requecircncia esco lar dos benef ic iaacuter ios conforme publ icaccedilatildeo do MEC
FREQUEcircNCIA DE ALUNOS BENEFICIAacuteRIOS DO PROGRAMA BOLSA
FAMIacuteLIA
Ano 6 a 15 anos 16 a 17 anos
() ()
2006 79 44 N D
2007 96 97 N D
2008 98 06 95 62
2009 98 86 97 83
2010 98 57 97 06
2011 97 89 96 55
TABELA 1 F requecircnc ia de A lunos Benef i c iaacute r ios do P rograma Bo lsa
Famiacute l ia
Fon te MEC
h t tp pa ine l mecgovb r pa ine l phpmodu lo=p r inc ipa l de ta lhamen to
Ind icado rampacao=Aampdeta lhes=pa isamp ind id=442
Acesso em 14 11 2011
A taxa de a l fabet izaccedilatildeo tambeacutem apresenta s ign i f ica t iva
melhor ia no per iacuteodo poacutes- implementaccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia
Nesse quesito tambeacutem se nota estabi l idade do processo sendo que
os ind icadores se mostram estaacuteve is ao redor de 90 Eacute vaacute l ido
af i rmar para esse quesi to que uma ldquodesestab i l izaccedilatildeo for tu i ta
tambeacutem eacute bem-vindardquo
2 5
( ) es tab i l idade re la t i va ao redor de 90
Graacute f i co 1 Taxa de A l fabe t i zaccedilatildeo 15 anos ou ma is
Fon te IBGE Seacuter ies h is toacute r i cas - Acesso em 09 8 2011
S a uacute d e a c o m p a n h a m e n t o d o c a l e n d aacute r i o v a c i n a l
e d o c r e s c im e n t o d e s e n v o l v im e n t o p a r a
c r i a n ccedil a s m e n o r e s d e 7 a n o s e p r eacute - n a t a l d a s
g e s t a n t e s e a c o m p a n h a m e n t o d a s n u t r i ze s n a
f a i x a e t aacute r i a d e 1 4 a 4 4 a n o s
Conforme dados do IBGE a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ap resen ta resu l tados s ign i f i ca t i vo s na deacutecada 2000 -2009 com
queda de 35 7 A cond ic iona l idade assoc iada agrave sauacutede dos
benef i c iaacute r ios do P rograma pode te r con t r ibu iacutedo s ign i f i ca t i vamente
pa ra essa me lhor ia soc ia l A Reg iatildeo Nordes te fo i a que ma io r
reduccedilatildeo apresen tou ne s te ques i to com 47 8 de reduccedilatildeo O
2 6
graacute f i co segu in te nos ind ica a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ob t ida na uacute l t ima deacutecada (2000 -2009)
G raacute f i co 2 Mor ta l idade In fan t i l
Fon te
M in is teacute r io da Sauacutede
h tpp tabne t da tasus govb r cg i idb2010 c01bh tm
Acesso 10 4 2012
Soc ia l f r equecircnc ia m iacuten im a de 85 da ca rga
ho raacute r ia r e la t i va a o s se rv iccedilos soc ioeduca t i vos
pa ra c r ianccedilas e anos em r is co ou re t i r adas do
t r aba lho in f an t i l
No quesito t raba lho infant i l ob je t ivo da exis tecircnc ia da
condic iona l idade denominada ldquosoc ia l rdquo tambeacutem mostra resu l tados
pos i t ivos a melhor ia em termos nacionais eacute de 24 entre 2003 e
2008 (1261 para 9 56 por 100000 habi tantes) equ iva lente a
2 7
54 ao ano de reduccedilatildeo Provavelmente par te s igni f ica t iva dessa
queda pode ser at r ibuiacuteda a essa cond ic iona l idade denominada
soc ia l
TRABALHO INFANTIL
( da Pop de 10 a 15 anos t raba lhando ou procurando emprego)
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Regiatildeo
Norte 1079 1628 1565 1456 1286 1088 Nordeste 1865 1715 1903 1665 1559 1356 Sudeste 754 657 738 683 631 578 Sul 1539 1554 1361 1388 1329 1015 Centro-Oeste 933 1053 943 912 933 894 Total 1261 1231 128 1179 1101 956
Tabela 2 Trabalho Infant i l
Fonte
IBGE ndash Seacuter ies Histoacuter icas
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD329ampsv=
7ampt=taxa-de- t raba lho- infant i l Acesso em 118 2011
O MDS just i f ica a adoccedilatildeo de condic iona l id ades pe lo Programa
Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
As cond ic iona l ida des do Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
satildeo ao m esm o tem po r esponsab i l i da des das
f am iacute l i as e do pod e r puacuteb l i co O ob je t i vo das
cond ic iona l idades natilde o eacute pun i r as f a m iacute l i as m as
responsab i l i za r d e f o rm a con junta os
bene f i c iaacute r ios e o poder p uacuteb l i co q ue de ve
iden t i f i ca r os m o t i vos do natildeo cum pr im en to das
cond ic iona l idades e im p lem en ta r po l iacute t i cas
2 8
puacuteb l i cas de acom panham ento pa ra essas
f am iacute l i as3
A co locaccedilatildeo do MDS quando just i f ica a adoccedilatildeo de
condic iona l idades como parte das est rateacutegias que nor te iam o
Programa Bolsa Famiacutel ia ind i retamente impotildee ao benef ic iaacuter io
podemos considerar de forma justa a responsabi l idade de
ldquo remunerarrdquo o restante da soc iedade pe lo s benef iacutec ios f inancei ros
concedidos
1 12 Contro les
O MDS tambeacutem estabelece um rela toacuter io demonstrat ivo de
metas cumpr idas bem como de t ransparecircncia dos benef iacutec ios pagos
aos par t ic ipantes Os benef iacutec ios satildeo pagos e cont ro lados pe la Caixa
Econocircmica Federa l a qua l emite re la toacuter ios mensais ident i f icando
3F o n t e
h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f am i l i a b e n e f i c i o s - e -
c o n t r a p a r t i d a s Ac e s s o em 2 2 0 6 2 0 1 0
2 9
nominalmente os benef ic iaacuter ios Esses re latoacuter ios podem se obt idos
por estado e munic iacutep io 4
Os cont ro les estabelec idos parecem adequados para que os
cont r ibu in tes possam f isca l izar e denunciar possiacuteve is f raudes O
MDS estabelece processos de f isca l izaccedilatildeo para gar ant i r
cred ib i l idade e just iccedila ao programa A pr inc ipal ferramenta
contro ladora eacute o ldquoCadast ro Uacutenico rdquo 5
Segundo o MDS a f isca l izaccedilatildeo da gestatildeo do Cadast ro Uacutenico
e do Programa Bolsa Famiacutel ia pode ser fe i ta das seguintes formas
Accedilotildees in loco e agrave d is tacircnc ia r ea l i zad as pe lo
M in is teacute r io do Desenvo lv im en to Soc ia l e Com bate
agrave Fom e MDS po r m eio da Sec re ta r ia Nac iona l de
Renda de C ida da n ia con f o rm e c r i t eacute r ios e
pa racircm et ros es tabe lec idos na Por ta r ia Senarc n ordm
1 2004
Accedilotildees desenvo l v id as pe las Ins tacircnc ias de
Con t ro le Soc ia l q ue devem acom panhar as
a t i v i dades desenvo lv idas pe lo ges to r m un ic ipa l
do Prog ram a aux i l i a ndo na de f in i ccedilatildeo de f o rm as
pa ra m e lho r a tender agraves f am iacute l i as que se
enquadram nos c r i t eacute r ios do Prog ram a inc lus ive
no que d i z r espe i to agraves Aud i to r ias e accedilotildees de
f i sca l i zaccedilatildeo rea l i za das pe las ins t i t u i ccedilotildees de
4F o n t e h t t p s w w w b e n e f i c i o s s o c ia i s c a i x a g o v b r c o n s u l t a b e n e f i c i o 0 4 0 1 0
0 - 0 0 _ 0 0 a s p Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
5 F o i c r i a d o d u r a n t e o g o v e r n o d e F e r n a n d o H e n r i q u e C a r d o s o e m 2 4 d e
o u t u b r o d e 2 0 0 1 p o r D e c r e t o d a P r e s i d ecirc n c i a d a R e p uacute b l i c a
3 0
con t ro le in te rno e ex te rno do poder ex ecu t i vo a
m a io r pa r te de las ta m beacutem com ponen tes d a R e d e
P uacute b l i c a d e F i s c a l i za ccedil atilde o d o B o l s a F a m iacute l i a
Aud i t o r ias po r m e io de anaacute l i se das bases de
dados e s i s tem as em espec ia l aque las
rea l i za das na b ase do Cad as t ro Uacuten ico que
pe rm i tem iden t i f i ca r dup l i c ida des d i ve r gecircnc ias
de in f o rm accedilatildeo de renda quando com parada com
ou t ras bases de dados do Governo Federa l
den t re ou t ras d i spon ib i l i dade de se rv iccedilos
puacuteb l i cos de sauacutede e educaccedilatildeo que pe r m i tam o
cum pr im en to das cond ic iona l idades 6
A rede puacutebl ica de f isca l izaccedilatildeo fo i cr iada em jane i ro de 2005
envo lve o Min is teacuter io Puacutebl ico a Contro lador ia Gera l da Uniatildeo e o
Tr ibunal de Contas da Uniatildeo tendo como ob je t ivo moni torar o
Programa Bolsa Famiacutel ia Foram estabelec idas responsabi l idades
para cada uma das ent idades f isca l iza doras de forma ao apropr iado
andamento do Programa Bolsa Famiacutel ia
O MDS recebe denuacutencias referentes ao Programa Bolsa
Famiacutel ia pe los seguin tes canais
Pessoa l ou ca r ta endereccedilada agrave Ouv id o r ia do
M in is teacute r io
6F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o f o r m a s - d e -
f i s c a l i za c a o Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
3 1
E -m a i l s pa ra a aacute rea de a tend im en to do Bo lsa
Fam iacute l ia
Cen t ra l de a t end im en to do Fom e Zero I ns tacircnc ias
de Con t ro le Soc ia l
Denuacutenc ias encam in hadas pe los oacute rgatildeos de
con t ro le
A Coordenaccedilatildeo -Gera l de F isca l i zaccedil atildeo do
Depar tam en to de Operaccedilatildeo da Sec re ta r ia
Nac iona l de Re nda de C idada n ia exa m ina as
denuacutenc ias re ceb ida s e de aco rdo com a
g rav idad e dos f a tos ado ta m ed idas de
f i sca l i zaccedilatildeo po r m e io de v i s i t as aos m un ic iacutep ios
ou agrave d is tacircnc ia Na m a io r pa r te os casos o MDS
encam inha as den uacutenc ias receb idas p a ra os
ges to res m un ic ipa is do PBF so l i c i t a n do que
se j am ave r i guadas
Quando a CGU rea l i za aud i to r ias nos m un ic iacutep ios
esco lh idos po r m e io de so r te ios e encon t ra a lg um
ind iacutec io de i r r egu la r i dade na im p lem en taccedilatildeo do
PBF e la encam inha os resu l tados pa ra a Senarc
Es ta po r sua vez encam inha ped idos de
ave r iguaccedilatildeo aos g es to res m un ic ipa is do PBF dos
m un ic iacutep ios aud i tados ou pa ra a Ca ixa Econocircm ica
Federa l de aco rdo com o resu l tado da a ud i to r ia
da CGU
Apoacutes a conc lusatildeo do s p rocessos de apuraccedilatildeo das
denuacutenc ias receb idas o u das aud i to r ias d a CGU a
Sec re ta r ia im p lem en ta e ou recom enda aos
ges to res m un ic ipa is e ou ao agen te oper ador do
p rog ram a ndash CAIX A ECONOcircMICA FEDER AL - a
adoccedilatildeo de m ed ida s saneadoras pa ra cada
i r r egu la r idade cons t a tada Quando eacute o caso os
resu l tados das accedilotildees de apuraccedilatildeo de denuacutenc ias
3 2
satildeo encam inhados agraves ins t i t u i ccedilotildees i n teg ra n tes d a
Rede Puacuteb l i ca de F isca l i zaccedilatildeo do Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia pa ra im p lem en t accedilatildeo de p ro v idecircn c ias no
acircm b i to de suas com pe tecircnc ias
O MDS tam beacutem encam inha aos m un ic iacutep ios os
resu l tados de aud i to r ias rea l i za das nas bases d e
dados do Cadas t ro Uacuten ico com o r ien taccedilotildees pa ra
t r a ta r os p rob lem as encon t rados7
O MDS tambeacutem publ ica dados estat iacutes t icos apontando h is toacuter ico
de descumpr imento das condic iona l idades para o to ta l Bras i l e por
estado da Federaccedilatildeo apontando quant idade de advertecircnc ias
suspensotildees e cancelamentos 8
113 Legis laccedilatildeo
Segue resumo da legis laccedilatildeo 9 associada ao Programa Bolsa
Famiacutel ia
7F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o a p u r a c a o -
d e - d e n u n c i a s Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
8F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a c o n d i c i o n a l i d a d e s h i s t o r i
c o - d a s - r e p e r c u s s o e s - p o r - d e s c u m p r im e n t o - d e - c o n d i c i o n a l i d a d e s
A c e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
9A c r o n o l o g i a d e l e g i s l a ccedil atilde o q u e s e g u e f o i s e l e c i o n a d a p r i n c i p a lm e n t e n o
p o r t a l d o M D S a s e l e ccedil atilde o n atilde o p r e t e n d e s e r c o m p l e t a c o n t u d o v i s a
p r o p o r c i o n a r r a zo aacute v e l r e f e r e n c i a l l e g a l p a r a o t e m a
3 3
1 20 10 2003 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 1 32
DE 20 DE OUT UBRO 2003
(Conver t ida na L e i n ordm 10 836 de 2 004)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
2 09 01 2004 -L EI No 1 0 836 DE 9 D E
JANEIRO DE 2004
(Regu lam en to Conve rsatildeo da MPv n ordm 132 de
2003)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
3 17 9 2004 -DECR ET O Nordm 5 209 DE 17 DE
SET EMBRO DE 200 4
A Le i n ordm 10 836 de 9 de j ane i ro de 20 04 que
c r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
4 28 12 2007 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 4 11
DE 28 DE D EZEM BR O DE 2007
D ispotildee sob re o Pro g ram a Nac iona l de I nc lusatildeo
de Jovens - P roJovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no
11 129 de 30 d e j unho de 20 05 a l t e ra a Le i no
10 836 d e 9 d e j ane i ro de 2004 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
5 10 06 2008 -L EI Nordm 11 692 DE 10 JUNHO
DE 2008
Conversatildeo da MPv n ordm 411 d i spotildee sob re o
Prog ram a Nac iona l d e Inc lusatildeo de Joven s - P ro
j ovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no 11 12 9 de 30 de
j unho de 2005 a l t e r a a L e i no10 83 6 d e 9 d e
j ane i ro de 2004 r evoga d ispos i t i vos das Le is nos
9 608 de 18 d e f eve re i r o de 1998 10 7 4 8 de 22
de ou tub ro de 200 3 10 940 de 27 de ag os to de
2004 11 129 de 30 de j unho de 2005 e 11 180
3 4
de 23 de se tem bro de 2005 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
6 26 6 2008 -DECR ET O Nordm 6 491 DE 26 DE
JUNHO DE 2008
Daacute nova redaccedilatildeo ao a r t 19 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
7 16 4 2009 -DECR ET O Nordm 6 824 DE 16 DE
ABRIL DE 2009
A l te ra o capu t do a r t 18 do Dec re to n o 5 209 de
17 de se tem bro de 2004 a tua l i zando os va lo res
re f e renc ia is pa ra ca rac te r i zaccedilatildeo das s i t uaccedilotildees
de pobre za e ex t rem a pobreza no acircm b i to do
Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia p rev is t os no a r t 2o sectsect
2o e 3
o da Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de
2004
8 30 7 2009 -DECR ET O Nordm 6 917 DE 30 DE
JULHO DE 2009
A l te ra os a r t s 18 19 e 28 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
1 14 Transferecircncia de Renda
Podemos af i rmar que o Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma forma
ef ic iente de t ransfer i r renda dest ina -se a a tender famiacutel ias pobres e
3 5
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e baacutes ico garant i r a l imentaccedilatilde o e
oportun idade de acesso educaccedilatildeo e agrave sauacutede Podemos considerar
que sua ef ic iecircnc ia res ide no fato de cred i tar o recurso f inancei ro
em moeda corrente d i retamente ao benef ic iaacuter io sem qualquer
in termediaccedilatildeo e este por sua vez pode dest inar esse recurso para o
consumo de bens e serviccedilos que rea lmente necessi te No Programa
Bolsa Famiacutel ia a movimentaccedilatildeo de recursos eacute fe i ta d i retamente ao
carente sem qualquer t ipo de interferecircncia porque os benef ic iaacuter ios
tecircm que estar regis t rados no Cadast ro Uacutenico e devem cumpr i r as
condic iona l idades estabelec idas Os benef iacutec ios tem caraacuteter
temporaacuter io uma vez que o benef ic iaacuter io adquira condiccedilotildees saudaacuteveis
de sobrevivecircncia o benef iacutec io cessa haacute ferramentas cont ro la doras
para que isso aconteccedila
Transferecircncias de renda agraves camadas mais pobres visam
garant i r que os favorec idos tenham acesso a serviccedilo s baacutesicos e
essencia is Em outubro de 2011 o Min isteacuter io do Desenvolvimento
Socia l ind ica que haacute atendimento agrave 13171810 famiacutel ias o que
segundo o proacuteprio MDS s ign i f ica a tendimento a 10136 das
famiacutel ias consideradas pobres segundo perf i l do Programa Bolsa
Famiacutel ia (PNAD 2006) Sem sombra de duacutevida esses dados ind icam
que o Bras i l daacute um dos maiores passos em d i reccedilatildeo agrave e l iminaccedilatildeo da
desigualdade 10
10
F o n t e h t t p a p l i c a c o e s m d s g o v b r s a g i R I v 3 g e r a l i n d e x p h p A c e s s o e m 1 2 1 2 2 0 1 1
3 6
O Brasi l como membro da ONU f i rmou compromisso no ano
2000 a cumpr i r os ob je t ivos de desenvolvimento do mi lecircn io
comprometeu-se em cumpr i r as Metas do Mi lecircn io que dentre e les
inc lu i a reduccedilatildeo da ext rema pobreza e da fome ateacute 2015 Oi to satildeo
as chamadas ldquoMetas do Mi lecircn iordquo 11
Acabar com a f om e e a m iseacute r ia
Garan t i r educaccedilatildeo baacutes ica e de qua l i dade p a ra
todos
I gua ldad e en t re sexos e va lo r i zaccedilatildeo da m u lhe r
Redu z i r a m or ta l i dad e in f an t i l
Me lho ra r a sauacutede das ges tan tes
Com ba te r a A IDS a m a laacute r ia e ou t ras doenccedilas
Qua l idade de v ida e r espe i to ao m e io am b ien t e
T odo m undo t r aba lhando pe lo desenvo lv im en to
O Programa Bolsa Famiacutel ia estaacute em l inha com os ob je t ivos
ac ima e o invest imento maciccedilo em Assis tecircnc ia Socia l como um todo
eacute o esforccedilo para o cumpr imento das meta s Os dados cont idos na
Le i Orccedilamentaacuter ia Anual pub l icada no Porta l do Orccedilamento do
Senado demonstram efet ivo aumento na a locaccedilatildeo de r ecursos para
Assis tecircnc ia Socia l Nesse quesi to destacam-se massivos recursos
ao Programa Bolsa Famiacutel ia
11 h t t p d e s a f i o s 2 i p e a g o v b r s i t e s 0 0 0 1 7 e d i c o e s 3 8 p d f s r d 3 8 n o t 0 4 p d f A c e s s o e m
1 0 1 1 2 0 1 1
3 7
O graacutef ico seguin te nos daacute um quadro do montante dest inado agrave
ass is tecircnc ia soc ia l bem como os va lores designados ao Programa
Bolsa Famiacutel ia Os recursos dest inados agrave Assis tecircnc ia Socia l a
preccedilos de 2011 cresceram de R$ 213 b i lhotildees em 2004 para R$
419 b i lhotildees em 2011 um crescimento rea l de 106 ao ano
s ina l izando de forma contundente o empenho bras i le iro em e l iminar
as desigualdades O programa Bolsa Famiacutel ia que representa 33
do orccedilamento para Assis tecircnc ia Socia l em 2011 cresceu de 74
b i lhotildees em 2004 para cerca de 14 b i lhotildees em 2011 com
cresc imento rea l de 96 ao ano12
O graacutef ico 3 ad iante ind ica a tendecircncia dos va lores a locados agrave
ass is tecircnc ia soc ia l inc lu indo o Programa Bolsa Famiacutel ia
12 V a l o r e s a j u s t a d o s p e l o D e f l a t o r d o P r o d u t o I n t e r n o B r u t o
F o n t e I BG E httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto - Acesso em 1042011
3 8
Graacutef ico 3 A locaccedilatildeo de Recursos p Ass is tecircnc ia Socia l 13
Fonte LOA ndash Le i de Orccedilamento Anual ndash
h t tp www9senadogovbr porta l pagepor ta l orcamento_senado_Po
rta lOrcamento Acesso em 129 2011
13 Ajustado pelo deflator do PIB -
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-
interno-bruto Acesso em 13102011
3 9
12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
1 21 Impacto na Economia
O desenho do Programa Bolsa Famiacutel ia faz com que ha ja
benef iacutec ios econocircmicos geraccedilatildeo de r iqueza e auto sustentaccedilatildeo
a leacutem de progressos soc ia is importantes
Quanto agrave geraccedilatildeo de r iqueza e la ocorre pr inc ipa lmente
devido ao efe i to mul t ip l icador do Programa Bolsa Famiacutel ia que eacute a l to
porque haacute t ransferecircncia de renda para as camadas mais pobres da
populaccedilatildeo Boa par te da populaccedilatildeo que anter iormente ao Programa
Bolsa Famiacutel ia v iv iam na ind igecircncia e natildeo eram consumidores
passaram a secirc - lo apoacutes o recebimento dos benef iacutec ios f ina ncei ros O
c idadatildeo que prat icamente nada possuiacutea passou a s i tuaccedilatildeo de
consumidor cr iando uma procura de bens e serviccedilos e promovendo
o gi ro da economia pr inc ipa lmente nos munic iacutep ios mais carentes
Estudos ind icam que a expansatildeo dos benef iacutec ios pagos em 20 05 e
2006 R$ 18 b i lhatildeo resu l tou em cresc imento ad ic iona l do PIB de
R$ 431 b i lhotildees com rece i tas ad ic iona is de impostos de R$ 126
b i lhotildees 70 maior que os benef iacutec ios pagos em 2006 de R$ 75
b i lhotildees Essas est imat ivas constam de estudo dos economistas
4 0
Naeacuterc io Aquino Menezes Fi lho coordenador do Centro de Pol iacute t icas
Puacutebl icas (CPP) do Inst i tu to de Ensino e Pesquisa ( Insper) ant igo
Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henr ique Landim Junio r a luno da
graduaccedilatildeo do INSPER 14
O efe i to mul t ip l icador do PBF eacute a l to porq ue insere no
mercado uma populaccedilatildeo carente com poucas condiccedilotildees para poupar
v indo a u t i l izar como consumo prat icamente todo o seu benef iacutec io e
indo a leacutem po is adquire acesso ao creacuted i to o que poss ib i l i ta cons umir
mais do que recebeu O Precircmio Nobel de economia Paul A
Samuelson em seu l ivro ldquo In t roduccedilatildeo agrave Anaacutel ise Econocircmicardquo (p 314
tomo I 1966) exempl i f ica o ldquomult ip l icadorrdquo que just i f ica a
sustentab i l idade do Programa Bolsa Famiacutel ia (Anexo K)
O benef ic iaacuter io do Programa Bolsa Famiacutel ia sat isfaz suas
necessidades baacutesicas e tambeacutem se torna consumidor de bens e
serviccedilos part icu larmente aos associados agrave educaccedilatildeo e sauacutede
Ta lvez educaccedilatildeo e sauacutede natildeo fossem pr ior idades desse novo
c idadatildeo consumidor contudo as condic iona l idades do Programa
Bolsa Famiacutel ia pra t icamente o impulsionam a esse t ipo de consumo
Por out ro lado o aumento da demanda por educaccedilatildeo e sauacutede forccedila
a necessidade de aumento de invest imentos nessas aacutereas
14
F o n t e s O E S T A D O D E S Atilde O P A U L O 1 6 1 0 2 0 0 9 ndash E s t u d o O s E f e i t o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a s o b r e a E c o n o m i a d o s M u n i c iacute p i o s B r a s i l e i r o s ndash L a n d i m e
M e n e z e s ndash a g o s t o d e 2 0 0 9 ( A n e x o F )
4 1
pr inc ipa lmente por par te do poder puacutebl ico Na rea l idade isso estaacute
ocorrendo os invest imentos em educaccedilatildeo cresceram de 39 do
PIB em 2004 a 47 do PIB em 2008 Cerca de R$ 140 b i lhotildees
foram invest idos em 2008 va lor a inda considerado por mui tos
aqueacutem das necessidades Segundo not ic iaacuter io do jorna l O Globo a
recomendaccedilatildeo do UNICEF eacute 8 do PIB o que s ign i f ica a lgo em
torno de R$ 300 b i lhotildees 15 Esse assunto seraacute t ra tado mais ad iante
neste t raba lho
O ref lexo do aumento de invest imento em educaccedilatildeo tende a
repercut i r pos i t ivamente na taxa de analfabet ismo Nota -se que no
grupo de pessoas com 10 anos ou mais a taxa de analfabet ismo
ca iu de 106 em 2004 para 91 e m 2007 provavelmente uma
tendecircncia inerc ia l ta lvez com a lguma sustentaccedilatildeo das
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia
O quesi to sauacutede uma das condic iona l idades importantes do
Programa Bolsa famiacutel ia tambeacutem apresenta substancia l melhor ia por
exemplo a taxa de morta l idade infant i l ca iu de 226 mortes por 1000
nascidos vivos em 2004 para 176 mortes por 1000 nascidos vivos
em 2008 (Graacutef ico 2)
15 Fonte O Globo-1632010 agraves 1225-
httpogloboglobocomeducacaomat20100316investimento-em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-sociais-consideram-valor-baixo-916073723asp
4 2
122 Acesso ao Creacuted i to
Embora pareccedila uma d igressatildeo d ist inta do tema aqui em
anaacutel ise e em uma consideraccedilatildeo pre l iminar possa parecer que o
acesso ao creacutedi to em part icu lar at raveacutes do concei to de
microcreacuted ito se ja a lgo i r re levante para o tema Invest imento
Socia l va le anal isar a sua re laccedilatildeo com o Programa Bolsa Famiacutel ia
em termos de sustentab i l idade
Notor iamente o Programa Bolsa Famiacutel ia fomenta com seus
benef iacutec ios e condic iona l idades o desenvolvimento de
oportun idades de negoacutecios em gera l e como consequecircncia a
geraccedilatildeo de empregos Uma boa parce la dos benef ic iados d i re tos
do Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez natildeo se tornem empreendedores
provavelmente vi ratildeo a ser un icamente consumidores de bens e
serviccedilos Seus f i lhos por sua vez devido agrave oportun idade de
educaccedilatildeo teratildeo maiores chances de se tornarem prof iss iona is ou
mesmo empreendedores A demanda gerada fomentaraacute out ros
negoacutecios lanccedilados por pessoas ou ent idades da l ivre in ic iat iva que
natildeo se benef ic iam d i retamente do PBF detentore s de vocaccedilatildeo
empreendedora ou efe t ivamente empreendedores vecircm a demandar
creacuted i to As ent idades bancaacuter ias t rad ic iona is na sua maior ia natildeo
estatildeo apare lhadas para supr i r f inanciamento ao pequeno negoacutecio
4 3
o que t rad ic iona lmente forccedila aos in teressados a procura de fontes
a l ternat ivas com imensas e quase in t ransponiacuteve is d i f icu ldades
Um novo n icho de mercado que ve io a surgi r encontra -se em
p leno progresso e eacute amplamente incent ivado como parte das
po l iacute t icas puacutebl icas bras i le i ras eacute chamado de microcreacuted i to Este t ipo
de atendimento ao pequeno empreendedor natildeo eacute uma inovaccedilatildeo
bras i le i ra jaacute exis te a micro f inanciadora que supre microcreacuted i to agraves
pessoas carentes Esse esquema de f inanciamento in ic iou com
Organizaccedilotildees Natildeo Governamenta is (Ongs) e a lguns bancos como
Bank Rakyat ( Indoneacutesia) Grameen Bank (Ba ngladesh) Kenyan
Rura l In terpr ise Programme (Kenya) Banco Sol (Bo l iacutev ia) e out ros
Essas ent idades focaram seus negoacutecios em pequenos empreacutest imos
como miacuten ima ou mesmo sem garant ias ju ros de mercado
cur t iacutess imo prazo a empreendedores gera lmente pobres com d i f iacutec i l
ou nu la poss ib i l i dade de acesso aos f inanciamentos t rad ic iona is e
conclu iacuteram que essa at iv idade eacute rentaacuteve l e resu l ta em
s ign i f icat ivos benef iacutec ios soc ia is
A pr imeira ent idade f inancei ra a oferecer o microcreacuted ito fo i o
Grameen Bank O seu fundador fo i o Professor Muhammad Yunus
que recebeu o premio Nobel da Paz de 2006 por seus esforccedilos em
promover o desenvolvimento soc ia l das c lasses desfavorec idas No
Grameen Bank o microcreacuted ito eacute d i r ig ido ao atendimento exc lus ivo
do pequeno negoacutecio e eacute considerado inst rumento de inc lusatildeo
4 4
econocircmica e soc ia l Fomenta micro empreendimentos gera
ocupaccedilatildeo emprego e renda possu i burocrac ia reduzida o que
fac i l i ta sobremaneira o acesso por par te do pequeno invest idor
Haacute exemplos in teressantes e bem sucedidos como o
microcreacuted ito da Caixa Econocircmica Federa l d i rec ionado a
empreendedores formais bem como os informais para aquis iccedilatildeo de
equipamentos mateacuter ia -pr ima cap ita l de gi ro ou para a melhora da
inf raest ru tura do negoacutecio O va lo r miacuten imo eacute de R$ 250 e maacuteximo
de R$ 15 mi l o prazo estabelec ido para l iqu idaccedilatildeo do empreacutest imo
eacute de 24 meses sem oferta de carecircncia Em marccedilo de 2011 a taxa
de juros prat icada pe la CEF era de 39 ao mecircs mais encargos
( IOFtaxas para aprovaccedilatildeo de creacuted i to e tc )
Tambeacutem se destaca da mesma forma a oferta do BNDES que
d ispotildee creacuted ito ao microempreendedor v isando atende r pessoas
f iacutes icas e jur iacuted icas com empreendimentos de at iv idade produt iva de
pequeno porte Considera como ta l ent idades com rece ita bruta
infer ior a R$ 240 mi l O BNDES estabeleceu inf raest ru tura
especiacutef ica para essa oferta de creacuted i to cr iou agentes repassadores
d is t r ibuiacutedos pe lo paiacutes em marccedilo de 2011 o s i te do BNDES l is ta 39
ent idades repassadoras O va lor de f inanciamento l im ita -se a R$
15000 por c l iente Em marccedilo de 2011 o BNDES prat icava 4 de
juros mensais para o empreacutest imo inc lu indo encargos bancaacuter ios
4 5
O microcreacuted i to como po l iacute t ica puacutebl ica para a inc lusatildeo soc ia l
ao que se nota eacute a t rat ivo do ponto de vis ta f inancei ro po is tambeacutem
chama a a tenccedilatildeo natildeo soacute de ent idades nacionais mas tambeacutem de
ent idades f inancei ras in ternacionais Recentemente o Grameen
Bank (Bangladesh) anunciou que in ic iaraacute operaccedilotildees no Bras i l Na
rea l idade o grupo f inancei ro Grameen jaacute estaacute estudando as
a l ternat ivas haacute dois anos O p lano de negoacutecios do Grameen Group
pretende conceder empreacutest imos em meacutedia de US$ 200 a juros
anuais var iando ent re 20 a 25 16 Semanalmente o tomador de
empreacutest imo deve prestar contas de suas at iv idades pagar juros e
d i rec ionar out ro pedaccedilo para a poupanccedila (Va lor Econocircmico ndash
142 2011 ndash jo rna l is ta Ana Paula Ragazzi )
Em recente not ic iaacuter io (O Estado de Satildeo Paulo -152 2011)
consta que o Banco Santander f i rmou parcer ia com Banco Grameen
Trust de Bangladesh para lanccedilar programa de microcreacuted i to no
Bras i l em 2012 O Santander p lane ja invest i r US$ 6 m i lhotildees para a
chegada do Grameen ao Paiacutes Segundo o mesmo not ic iaacuter io o banco
Santander opera com microcreacuted i to no Bras i l haacute o i to anos A
operaccedilatildeo do banco comeccedilou com um programa p i lo to na comunidade
de Hel ioacutepo l is em Satildeo Paulo Desde entatildeo jaacute atendeu mai s de 200
mi l pequenos empreendedores O tota l de des embolsos a lcanccedila R$
16
S oacute pa r a n os s i t ua rm os i s t o s i g n i f i ca 1 5 a 1 9 m e nsa i s b em m en o re s qu e as
t a xa s p r a t i ca da s po r ba nc os dom eacutes t i co s em 20 1 1
4 6
800 mi lhotildees Segundo comunicado do banco a exper iecircnc ia eacute
considerada sat isfa toacuter ia po is o pagamento em d ia chega a 97 a
perda eacute de somente 05 e 65 dos c l ientes renovam os
empreacutest imos a f im de expandir seus negoacutecios (O Estado de Satildeo
Paulo - 152 2011- agecircncia Estado) 17
17 F o n t e s D e m o c r a t i z a ccedil atilde o d o c r eacute d i t o n o B r a s i l a t u a ccedil atilde o d o B a n c o C e n t r a l
ALVES Seacuterg io DS e SOARES Marden M - Banco Centra l do Bras i l Jornal Valor
Econocircmico ndash 1422011 ndash Jornal is ta Ana Paula Ragazzi
h t tp wwwvaloronl inecombr impresso f inancas 10438409 4grameen-o-banco-dos-
pobres- in ic iara-operacoes-no-bras i l Acesso em 1132011
O Estado de Satildeo Paulo - Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedi to no Bras i l ndash
1522011
h t tp economiaestadaocombr not ic ias not_55110htm Acesso em 1132011
h t t p w w w b n d e s g o v b r S i t e B N D E S b n d e s b n d e s _ p t N a v e g a c a o _ S u p l e m e n t a r P e r
f i l M i c r o _ P e q u e n a _ e _ M e d i a _ E m p r e s a _ e _ P e s s o a _ F i s i c a A c e s s o e m 0 7 0 9 2 0 1 1
h t tp wwwsc ie lo br sc ie lo phppid=S1415 -65552009000500005ampscr ip t=sc i_ar t text
Acesso em 9 3 2011
4 7
2 QUALIDADE DE V IDA E DA EDUCACcedil AtildeO BRASILEIRA
21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA
2 12 Porque El iminar as Desigualdades
Sobre as desigualdades W il l iam F S chulz (2001) d i re tor
execut ivo da organizaccedilatildeo ldquoAnist ia In ternacional rdquo em seu l ivro ldquo In
our own best interest rdquo (Em nosso proacutepr io in teresse) logo na
in t roduccedilatildeo descreve resposta a um quest ionamento durante uma
entrevis ta para a ldquoKnoxvi l le Nat iona l Publ ic Radio Stat ionrdquo no
estado do Tennessee ndash Estados Unidos Schulz fa lava sobre suas
exper iecircnc ias em loca is com o Burma (Myanmar) Boacutesnia China
Chiapas (Meacutexico) campos de refugiados no Congo bruta l idade
po l ic ia l em Nova Iorque etc ateacute que o ent r evis tador argu iu o
ent revis tado nos seguintes termos
Eu tenh o ce r te za q ue todos noacutes concordam os que
es tes t i pos de v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos satildeo
m ora lm en te repugnan tes Mas se eu q ue m a l
posso m e m an te r v i vendo no les te do T ennessee
sem pre preocupado se hav e raacute d inhe i ro su f i c ien te
4 8
pa ra que m eus f i l hos tenham um a educaccedilatildeo
decen te ou se po dere i pagar p o r um a casa m a io r
que d i f e renccedila f az a m im aque les abusos
( v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos) oco r rendo em
luga res tatildeo d is tan tes de onde eu v i vo18
Resumindo o ent revis tador perguntou a W il l ian Schulz ldquoo que
eu tenho a ver com issordquo Segundo o autor este t ipo de
quest ionamento era in teressante e importante e permi t iu o
desenvolvimento de uma resposta ext remamente loacutegica seguindo a
mesma l inha do inter locutor
Quando o f i l ho de ssa pessoa (do les te do
Tennessee) eacute um mi l i ta r que pode raacute se rv i r no
Ha i t i o u na Boacutesn ia essa pessoa ce r tam en te tem
m u i to a cons ide ra r sob re respe i to aos d i r e i t os
hum anos Ou tem um pos to de t r aba lh o q ue pod e
se r e l im inado po rqu e as em presas am er icanas
satildeo a t ra iacutedas pe los ba ixos sa laacute r ios pa gos em
pa iacuteses que abu sam dos d i r e i t os dos
t r aba lhadores ce r tam en te tem m u i to a cons ide ra r
sob re o respe i to aos d i r e i t os hum anos Ou es taacute
p reocupada com o tem a das d rogas e d escobre
que as a rm as env ia das pa ra lu ta r na g uer ra do
na rco t raacute f i co co lom b iano satildeo desv iada s pa ra
m a ta r gen te inocen te essa pessoa pode s im
cons ide ra r se r iam ente sob re o respe i to aos
d i r e i t os hum anos Se vocecirc f az inves t im en to nas
18
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
4 9
bo lsas de accedilotildees in te rnac iona is ou se pe r tence a
um p lano de pensatilde o que o f a z eacute m e lho r que
ac red i te que os d i r e i t os hum anos tecircm m u i to a ve r
com vocecirc 19
A resposta dada por Schulz ao seu inter locutor certamente
um jorna l ista amer icano natildeo muito preocupado com prob lemas
soc ia is d istantes de seu campo de atuaccedilatildeo encontra certa analogia
na co locaccedilatildeo de Al Gore ex -vice-pres idente amer icano (2001 -2003)
e Precircmio Nobel da Paz (2007) no f i lme ldquoUma Verdade
Inconvenienterdquo (2007) sobre assuntos ambienta is af i rma que a
maneira mais ef ic iente de incent ivar e conseguir apoio no assunto
preservaccedilatildeo do meio ambiente eacute u t i l izar as m esmas armas do
cap ita l ismo Cita como exemplo o lanccedilamento dos cer t i f icados de
sequest ro de carbono os quais seratildeo ext remamente efe t ivos para a
qual idade ambienta l po is a t ingem d i retamente as f inanccedil as das
ent idades po lu idoras v indo a cont ro lar empreendimentos com
sustentab i l idade quest ionaacutevel
O Brasi l natildeo sof re o mart iacute r io imposto aos c idadatildeos por
governantes deacutespotas e sanguinaacuterios con tudo haacute uma s i tuaccedilatildeo
endecircmica de desigualdade soc ia l Um dos agravantes da
desigualdade eacute a migraccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutereas menos
favorec idas para as metroacutepoles onde exis te maior poss ib i l idade de
19
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
5 0
emprego Como a migraccedilatildeo ocorre de forma a leatoacuter ia haacute na
rea l idade uma dupl icaccedilatildeo de prob lemas a aacuterea pobre eacute
descapi ta l izada seus c idadatildeos ent ram em decadecircncia e as aacutereas
metropol i tanas recebem um f luxo maior do que suas necessidades
agravando as condiccedilotildees de sobrevivecircncia Na rea l idade nas aacutereas
metropol i tanas natildeo haacute lugar para todos os migrantes se acumulam
em fave las e cor t iccedilos gera lmente em condiccedilotildees subumanas
aumentando a inda mais a des igualdade
O cresc imento econocircmico observado no Bras i l nas uacutel t imas
deacutecadas e os invest imentos em programas soc ia is em part icu lar o
Programa Bolsa Famiacutel ia permit iu levar o desenvolvimento para
aacutereas carentes como Norte e Nordeste Recente ar t igo no Jorna l O
Estado de Satildeo Paulo (19102010) anal isa o estudo fe i to por F laacutevio
Romatildeo da LCA Consultores
Um dos aspec tos m a is r e levan te s do
desenvo l v im en to econocircm ico recen te do B ras i l eacute
a r educcedilatildeo do f l uxo m ig ra toacute r io do Nordes te pa ra
o Sudes te I s so em pa r te se deve a p rog ram as
soc ia is com o o Bo ls a Fam iacute l ia que sem duacutev id a
r e teacutem pessoas em seus m un ic iacutep ios de or igem
Mas o p r inc ipa l f a to r r esponsaacuteve l pe las
dec isotildees de m i lha res de pessoas de
pe rm anecer na reg iatildeo eacute a ge raccedilatildeo d e em pregos
no Nordes te com o m os t ra es tudo f e i t o pe lo
econom is ta Faacuteb io R om atildeo d a LC A Co nsu l to res
c resc im en to
5 1
O art igo enfat iza e just i f ica que o cresc imento eacute sustentaacuteve l
e perene e co loca os seguintes termos
A m ig raccedilatildeo do Nordes te pa ra o Sudes te
d im inu iu s ign i f i ca t i vam en te En t re 1992 e 2002
o Nordes te pe rdeu 1 5 de sua popu laccedilatilde o po r
ano pa ra o Sudes te Jaacute de 2002 a 2007 a taxa
anua l ca iu pa ra 0 98 e em 2008 e 200 9 natildeo
passou de 0 85 E natildeo satildeo pouc os os
no rdes t inos que m ig ra ram para os g randes
cen t ros do Pa iacutes e es tatildeo re to rnando a seus
Es tados na ta is Haacute razatilde o pa ra i s so um a ve z
que de aco rdo co m o Cadas t ro Gera l de
Em pregados e Desem pregados as uacuten icas
reg iotildees que reg is t r a ram aum en to do emprego
f o rm a l de 2008 pa ra 2009 f o ram a Nor te (40)
e a Nordes te (12)
Evidencia -se portanto que a expansatildeo econocircmica do paiacutes
natildeo eacute um fenocircmeno loca l izado mas vem se espra iando Essa
evo luccedilatildeo cont r ibu i cer tamente para a reduccedilatildeo de desequi l iacutebr ios
regionais de desenvolvimento ta lvez o mais grave prob lema
nacional Em c ic los anter iores de expansatildeo esse descompasso se
acentuou uma vez que os maiores po los indus t r ia is do paiacutes
loca l izam-se no Sudeste onde tambeacutem se s i tuam os maiores
mercados Programas dest inados a corr ig i r essa d istorccedilatildeo por meio
da concessatildeo de incent ivos f isca is t iveram a lgum efe i to mas mui to
menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia
5 2
nordest ina pe lo aumento da renda e pe los efe i tos mul t ip l icadores
de invest imentos na aacuterea de tur ismo e na inf raest r utura como os
que vecircm sendo fe i tos no Porto de Suape em Pernambuco e na
Ferrovia Transnordest ina 20
Como constatam os comerc iantes loca is e as empresas de
vare jo de massa que expandem suas redes pe la regiatildeo o mercado
consumidor do Nordeste teve um cresc imento ineacuted i to ldquoSegundo o
economista Romatildeo (2010) o cresc imento sustentado da economia
gerou aumento da formal izaccedilatildeo do emprego no Nordeste e ganho
rea l do sa laacuter io miacuten imo que indexa quase a metade dos sa laacuter ios
dos t raba lhadores bem como a desaceleraccedilatildeo do f luxo migratoacuter iordquo
(Anexo I )
Os empresaacuter ios provavelmente sem ter conhecimento das
co locaccedilotildees de Schulz jaacute perceberam que a desigualdade natildeo eacute
beneacutef ica e estatildeo se movimentando no sent ido de encontrar
so luccedilotildees a f im de min imizar ou mesmo e l iminar as desigualdades
Em recente reportagem (Anexo G) o jorna l ldquoThe New York Times rdquo
d iscorre sobre os negoacutecios do b i l ionaacuter io ind iano Vinod Khosla co -
fundador da Sun Mycrosystems Khosla eacute um dos homens mais
r icos do mundo
20
C o b r i r aacute 1 7 2 8 k m d e f e r r o v i a l i g a n d o E l i s e u M a r t i n s ( P I ) a o s p o r t o s d e S U A P E
( P E ) e P e c eacute m ( C E ) c o m p r e v i s atilde o d e e n t r a d a e m o p e r a ccedil atilde o e m 2 0 1 3
5 3
Khosla reso lveu invest i r n a SKS Microf inance uma empresa
f inancei ra que faz empreacutest imos agraves mulheres pobres na Iacutend ia
Segundo o ar t igo a SKS abr iu seu cap ita l e lanccedilou accedilotildees na Bolsa
de va lores de Bombaim O que ocorreu eacute que a for tuna de Khosla
aumentou em 117 mi lhotildees de doacute lares O empresaacuter io promete que
esse lucro todo seraacute ap l icado em out ros empreendimentos que
lu tam pela reduccedilatildeo da pobreza
O p lano do b i l ionaacuter io Khosla eacute in ic iar um fundo de cap ita l
com uma car te i ra de invest imentos que foca l ize accedilotildees dos pobres
da Iacutend ia Aacutef r ica e out ros loca is e promovam serviccedilos com sauacutede
energia e educaccedilatildeo
Khosla defende empreendimentos par t icu larmente
f inancei ros d i rec ionados agrave educaccedilatildeo ou d istr ibu iccedilatildeo de
equ ipamentos geradores de energia so lar para consumidores
pobres E le defende a ide ia de que a cr iaccedilatildeo de empreendimentos
sustentaacuteve is podem melhor a judar aos menos favorec idos do que a
maior ia das organizaccedilotildees f i lant roacutep icas natildeo lucrat ivas Para Khosla
natildeo haacute d inhe i ro suf ic iente para melhorar as condiccedilotildees de
desigualdade at raveacutes de accedilotildees humani taacuter ia s
Natildeo eacute soacute Khosla que estaacute seguindo esse caminho out ros
empreendedores do mesmo ca l ibre como Pierre Omidyar co -
fundador da E-bay e Stephen M Case co -fundador da
5 4
AmericaOnl ine jaacute in ic iaram fundos de invest imentos com os
mesmos ob je t ivos do idea l izado s por V Khosla
Khosla af i rma que pessoalmente eacute negat ivo sobre a maior ia
das ONGs natildeo no que d iz respei to agraves in tenccedilotildees mas s im no
aspecto efet iv idade Enfat iza que empreendimentos de cunho soc ia l
satildeo mais efet ivos porque cr iam novos postos de t raba lho e oferecem
condiccedilotildees de cresc imento (Anexo J)
2 13 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano - ( IDH)
Um dos pr inc ipa is termocircmetros ut i l izados atua lmente pe las
Naccedilotildees Unidas (PNUD em portuguecircs ou UNDP em inglecircs) eacute o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano O IDH (HD I em inglecircs) fo i idea l izado
pe los economistas Amartya Sen (Nobel de economia em 1998) e
Mahbub u l Haq (1934 -1998) e adotado a par t i r de 1993 como medida
do bem estar humano O IDH eacute ca lcu lado em funccedilatildeo de t recircs
importantes fa tores para o desenvolvimento do ser humano
longevidade educaccedilatildeo e renda nacional per cap i ta
5 5
A longevidade eacute def in ida tomando -se em conta a expectat iva
meacutedia de vida ao nascer a educaccedilatildeo 21 inc lu i a meacutedia de
esco lar idade em nuacutemero de anos de pessoas ac ima de 25 anos
somada agrave expectat iva de esco lar idade de estudantes ao a lcanccedilarem
a idade de ingresso na esco la a teacute f ina l de suas vidas a renda
nacional per cap i ta considera va lores a justados a f im de ref le t i rem
equal izaccedilatildeo de par idade de poder de compra ( PPP abreviaccedilatildeo em
inglecircs para ldquopar i ty power of purchase rdquo ) dos paiacuteses em US doacute lares ao
dos Estados Unidos
O PNUD contro la e publ ica o IDH para 187 paiacuteses sendo que
c lass i f ica os paiacuteses em quatro categor ias ldquocom desenvolvimento
humano mui to a l tordquo IDH ac ima de 090 ldquocom a l to desenvolviment o
humanordquo com IDH ac ima de 080 ldquomeacutedio desenvolvimento humanordquo
IDH ac ima de 050 e ldquoba ixo desenvolvimento humanordquo IDH abaixo
de 050 Segundo o re latoacuter io de 2011 o Bras i l ocupa a 84ordf pos iccedilatildeo
em 2011 com um iacutend ice de 0718 bem abaixo do pr imeiro co l ocado
a Noruega com 0929 A posiccedilatildeo bras i le i ra tambeacutem f ica abaixo da
meacutedia regional que eacute de 0731 para a Ameacuter ica Lat ina e Car ibe
21
E s t e c o n c e i t o c o n s i d e r a n d o e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e f o i a d o t a d o a p a r t i r d e
2 0 1 0 a m e t o d o l o g i a a n t e r i o r c o n s i d e r a v a t a x a s d e a n a l f a b e t i s m o t a m b eacute m a d o t o u -
s e m eacute d i a g e o m eacute t r i c a e m l u g a r d a m eacute d i a a r i t m eacute t i c a
5 6
0665
0692 0695 07 0705 07080715 0718
062
064
066
068
07
072
074
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
IDH DO BRASIL
Graacutef ico 4 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano
Fonte PNUD
ht tp hdrundporgenstat is t icshd i Acesso em 03112011
Prat icamente os paracircmetros que def inem o I DH bras i le i ro
pos ic ionam o Bras i l em desvantagem aos demais paiacuteses da regiatildeo
As anaacute l ises de cada componente do IDH ca lcu lado para o Bras i l
seguem adiante In ic ia lmente tomemos a d imensatildeo educaccedilatildeo
5 7
MEacuteDIA DE ESCOLARIDADE DO BRASILEIRO
(N ⁰ D E A N OS )
G raacute f i co 5 Meacuted ia de Esco la r idade do Bras i le i ro
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l
Acesso em 11 4 2012
O ind icador de esco lar idade meacutedia da populaccedilatildeo (graacutef ico 5)
most ra cresc imento mas o preocupante eacute que ta lvez o cresc imento
natildeo se sustente a est ru tura dos meios de ensino insta lados ta lvez
natildeo garantam o aumento de esco lar idade futura po is haacute queda no
quesi to expectat iva de esco lar idade das cr ianccedilas (graacutef ico 6) A
qual idade da educaccedilatildeo bras i le i ra seraacute abordada em toacutep ico exc lus ivo
mais ad iante
A me todo log ia ado tada em 2 010 mudou o caacute lcu lo da
d imensatildeo educaccedilatildeo v indo a ado ta r como pa racircmet ros a
esco la r idade dos c idadatildeos S egue anaacute l i se sob re o caacute lcu lo da
ldquoExpecta t i va de Esco la r idade rdquo
5 8
De aco rdo com no ta teacutecn ica de apo io ao lanccedilamento do
re la toacute r io de desenvo lv imento humano 2010 ldquoO Novo IDH rdquo 22 o
PNUD ca lcu la a expecta t i va de anos de esco la r idade em funccedilatildeo
das ma t r iacutecu las em todos os n iacuteve is de educaccedilatildeo fundamenta l
meacuted io e te rc iaacute r ia (poacutes -ens ino meacuted io ) Pa ra ca lcu la r a d imensatildeo
educaccedilatildeo que compotildee as va r iaacuteve is do IDH compara a expecta t i va
do pa iacutes com a ma io r esco la r idade obse rvada na l i s ta dos pa iacuteses
con t ro lados A expecta t i va de anos de esco la r idade nas
pub l icaccedilotildees eacute l im i tada a um maacutex imo de 18 anos
Uma anaacute l i se in forma l nos pe rmi te tes ta r a qua l idade do
dado apresen tado de 13 8 anos pa ra a expecta t i va esco la r
b ras i le i ra Cons ide rando uma taxa de repe tecircnc ia meacuted ia ao redo r
de 19 23 o dado b ru to ext rapo lado resu l ta raacute em 17 anos o que
es taacute bem p roacutex imo d a esco la r idade nom ina l o fe rec ida no B ras i l e
ma is p roacutex imo agrave esco la r idade o fe r ec ida pe los pa iacuteses de ten to res da
exce lecircnc ia em IDH
22 Nota Teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano 2010 ldquoA Verdadeira Riqueza das Naccedilotildeesrdquo h t tp hd rundpo rg en med ia HDR_2010_PT_TechNotes_ rep r in t pd f
acesso em 10 4 2012 23
Nota teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de desenvolvimento Humano 2010 paacutegina 8 indica que a repetecircncia meacutedia no Brasil foi de 187 em 2007
5 9
Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola Fundamenta l Meacutedio e Super ior
(N⁰ de anos)
141 141 141 141
145
142
14
138 138 138 138 138
134
136
138
14
142
144
146
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Graacutef ico 6 Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola ndash Fundamenta l Meacutedio e Super ior
Fonte PNUD
httphdrstatsundporgenindicators69706html Acesso em 1142012
Como podemos no ta r no g raacute f ico 6 haacute um p ico no ano 2000
quando fo i a t ing ido 14 5 anos con tudo natildeo houve sus ten taccedilatildeo e
a expecta t i va de esco la r idade ca iu e se es tab i l i zou em 13 8 anos
a pa r t i r de 2007
Dos ind icadores de educaccedilatildeo que apresentam s igni f ica t iva
melhor ia destaca-se o analfabet ismo para ind iviacuteduos com idade
super ior a 15 anos em 2002 era de 118 e fo i reduzido para 9 9
em 2007 As esta t iacutes t icas ind icam s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l contudo o
quest ionamento for te que surge versa sobre a qual idade da
a l fabet izaccedilatildeo dos que saiacuteram do mapa dos i let rados Segue tabe la
6 0
3 com dados publ icados pe lo IBGE cobr indo a taxa de
analfabet ismo
TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULACcedilAtildeO ACIMA DE 15
ANOS
Per iacuteodo ()
2002 11 83
2003 11 55
2004 11 22
2005 10 92
2006 10 24
2007 9 86
Tabe la 3 Taxa de Ana l fabe t ismo da Popu laccedilatildeo ac ima de 15 anos
Fonte IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD331amps
v=8ampt=taxa -de-ana l fabe t i smo -de -pessoas -de -15 -anos-ou -ma is -de -
idade
Acesso em 29 10 2011
A longevidade do bras i le i ro estaacute aumentando de forma
consis tente o cresc imento meacutedio considerando os uacute l t imos 10 anos
(2000-2010) eacute de 0 4 anuais o que s ign i f ica que as condiccedilotildees
gera is de vida e em especia l de sauacutede estatildeo melhorando
6 1
701
716718 721
725728
731 735
68
69
70
71
72
73
74
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
EXPECTATIVA DE VIDA (EM ANOS)
Graacutef ico 7 Expectat iva de Vida
FontePNUD
ht tp hdrstatsundporgen ind icators69206html
Acessado em 0311 2011
A renda per cap i ta bras i le i ra (PPP -- a justada a par idade de
poder de compra dos em US doacute lares nos Estados Unidos va lores
constantes a preccedilos de 2005) apresenta tendecircncia posi t iva
consis tente de cresc imento contudo natildeo parece ser robusta
suf ic iente para cap i ta l izar resu l ta dos s ign i f icat ivos no IDH Em 11
anos houve um cresc imento de 32 equiva lente a 2 5 ao ano o
que eacute re la t ivamente ba ixo quando comparado a out ros paiacuteses
emergentes Nota-se queda em 2009 devido agrave cr ise mundia l com
retomada em 2010 Cabe sa l ienta r que sem cresc imento econocircmico
torna-se cr iacute t ica a re tomada de invest imentos Desnecessaacuter io af i rmar
que invest imentos ad ic iona is em educaccedilatildeo sem cresc imento
6 2
econocircmico dependeratildeo da re locaccedilatildeo de recursos de out ras aacutereas o
que dependeraacute da ldquoqua l idade po l iacute t icardquo dos governantes
Eacute provaacutevel que a estagnaccedilatildeo do Bras i l no que tange ao IDH
possa ser a t r ibuiacuteda ao piacutef io cresc imento econocircmico que fata lmente
desace lera todos os demais componentes da equaccedilatildeo
Graacutef ico 8 Renda Nacional Per Capita (US$ PPP constante a preccedilos
de 2005)
Fonte PNUD
http hdrstatsundporgen ind icators100106html
Acesso em 041111
6 3
214 Iacutend ice de Gin i
Outro ind icador ut i l izado regularmente eacute o iacutend ice de Gin i
desenvolvido por Corrado Gin i (1884-1965) esta t iacutes t ico demoacutegrafo e
soc ioacute logo i ta l iano A def in iccedilatildeo oferec ida pe lo PNUD ao iacutend ice de
Gin i eacute a seguinte
Mede o g rau de des igua lda de ex is te n te na
d is t r i bu iccedilatildeo de ind iv iacuteduos segundo a renda
dom ic i l i a r pe r cap i ta Seu va l o r va r ia de 0
quando n atildeo haacute des igua ldad e (a renda d e todos
os ind iv iacutedu os tem o m esm o va lo r ) a 1 quando a
des igua lda de eacute m aacutex im a (apenas um ind iv iacuted uo
de teacutem toda a renda da soc iedade e a re nda de
todos os ou t ros ind iv iacuteduos eacute nu la )24
Ao tomarmos o iacutend ice de Gin i notamos que desde a
in t roduccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia em outubro d e 2003 (MP 132
de 20102003) houve melhor ia o iacutend ice d iminu iu de 055 em 2002
para 0 52 em 2007 54 em c inco anos ou 11 ao ano (v ide
graacutef ico 9 baseado em dados publ icados pe lo IBGE)
24
F o n t e h t t p w w w p n u d o r g b r p o p u p p o p p h p i d _ p o p = 9 7 A c e s s a d o e m
1 3 1 0 2 0 1 0
6 4
G raacute f i co 9 Iacutend ice de G in i
Fon te IBGE (ano 2000 ind ispon iacuteve l )
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=FED103amp
sv=16ampt= ind ice -de -g in i -da-d is t r ibu icao -do - rend imento -mensa l -dos -
dom ic i l i os -com- rend imento
Acesso em 29 10 2011
Apesar da melhoria pequena apresentada nos iacutend ices eacute voz
corrente que o Bras i l vem reduzindo a desigualdade Recentemente
a jorna l ista Pat r iacutec ia Campos Mel lo do Jo rna l ldquoO Estado de Satildeo
Paulordquo ent revis tou o economista Makhtar Diop (Anexo C) d i retor do
Banco Mundia l para o Bras i l desde jane i ro de 2009 que considera
que o Bras i l eacute referecircncia in ternacional em reduccedilatildeo de pobreza
Af i rma que com o amadurec imento do Programa Bolsa Famiacutel ia os
programas soc ia is prec i sam ent rar em uma nova fase est imular o
ingresso no mercado de t raba lho e ac ima de tudo est imular melhor
qua l idade na educaccedilatildeo e na sauacutede O d iagnoacutest ico pertence ao
6 5
economista Makhtar Diop a ent revis ta estaacute publ icada no encarte
ldquoDesaf iosrdquo de 27 de setemb ro de 2010 (Anexo C) 25
Sobre os ind icadores que visam medir o desempenho dos
p lanos soc ia is Makhtar Diop destaca
O Bras i l t eve um a reduccedilatildeo s ign i f ica t i va na
pobre za Em 2001 os pob res e ram 38 7 da
popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A c am ada m a is pob re da popu la ccedilatildeo ca iu
pe la m e tade - e ram 17 4 em 2001 e p assa ram
para 8 8 A leacutem d isso o coe f i c ien te de G in i q ue
m ede a des igua ldad e (quan to m a is p roacutex im o de 1
m a is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra
0 550 em 2010 O coe f i c ien te de G in i sem pre
leva m u i to tem po pa ra ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo
im press iona Em gera l a r enda pe r cap i ta
c resceu m as a renda dos 10 a 20 m a is
pob res c resceu m u i to m a is r ap idam en te que a
renda dos 10 m a is r i cos - r eduz indo a
des igua lda de O Br as i l a ind a eacute um pa iacutes m u i to
des igua l Mas o rum o e a tendecircnc ia tecircm s ido
m u i to bons O Pa iacutes e s taacute a cam inho de cum pr i r os
vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo l v im en to do M i lecircn io
com o e r rad ica r pob re za ex t rem a e a f om e a teacute
25 Fonte httpwwwestadaocombrnoticia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em15102010
6 6
2015 ed ucaccedilatildeo p r im aacuter ia un ive rsa l e i gua ldad e
de gecircnero26
As condic iona l idades estabelec idas pe lo Programa Bolsa
Famiacutel ia de certa forma forccedilam sobremaneira a melhor ia das
condiccedilotildees de educaccedilatildeo o benef ic iaacuter io para cont inuar como
part ic ipante tem que m anter seus f i lhos na esco la Ess a condiccedilatildeo
permi te agrave cr ianccedila ser educada de forma regular e por out ro lado
forccedila o Poder Puacutebl ico a invest i r na oferta de esco las e professores a
f im de atender aos novos ldquoconsumidores de educaccedilatildeordquo
Os ind icadores de analfabet ismo s i tuam -se na casa dos
1027 haacute que considerar que melhor ias conseguidas quando o
patamar eacute re lat ivamente ba ixo satildeo qu ase impercept iacuteveis e requerem
esforccedilo maior do poder puacutebl ico Na rea l idade o maior empenho
provavelmente deve ser quanto agrave ldquos in ton ia f ina do s is temardquo torna -
se necessaacuter io oferecer qua l idade cada vez maior ao processo
educacional Diop responde ao quest ionamento sobre o que poder ia
ser melhorado no Programa Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
26
D a d o s s o b r e o Iacute n d i c e d e G i n i s atilde o d i v e r g e n t e s o I B G E p u b l i c a 0 5 6 p a r a 2 0 0 1 e
e s t e n d e a t a b e l a s o m e n t e a t eacute 2 0 0 7 a p e s a r d a d i v e r g ecirc n c i a o c o m e n t aacute r i o eacute v aacute l i d o
A s p u b l i c a ccedil otilde e s d e M D S t a m b eacute m d i v e r g e m l i g e i r a m e n t e d o I B G E
27 R e f e r ecirc n c i a o s d a d o s a p a r t i r d e 2 0 0 6 a t a x a d e a n a l f a b e t i s m o s i t u a - s e a o r e d o r
d e 1 0 e s t a b i l i z a n d o - s e n e s t e p a t a m a r
6 7
Nossa p r inc ipa l p reocupaccedilatildeo pa ra o fu tu ro eacute
com o esses p rog ramas vatildeo a f e ta r a p rodu t i v id ade
da econom ia no lo ng o p ra zo se natildeo f o r l i gado ao
m ercado de t r aba lho
P rec isam os t r aba lha r essa t r ans iccedilatildeo pa ra
pessoas sa iacute rem do p rog ram a natildeo f i ca rem em
s i t uaccedilatildeo pe rm anen te de receber d inh e i ro do
gove rno O segund o desa f io se re lac iona agrave
in te r venccedilatildeo na p r im e i ra in f acircnc ia Es tudos
m os t ram que quando natildeo haacute educaccedilatildeo en t re as
idades de 1 a 5 anos f i ca m u i to m a is ca ro o
inves t im en to no cap i ta l hum ano Eacute p rec iso
t r aba lha r com o gove rno pa ra l i g a r m e lho r a
t r ans f e recircnc ia de renda a p rog ram as de p r im e i ra
in f acircnc ia
Para considerar a recomendaccedilatildeo de Diop eacute necessaacuter ia a
revisatildeo de po l iacute t icas puacutebl icas e e laboraccedilatildeo de um pro jeto est rateacutegico
novo de longo prazo Eacute notoacuter io que estamos longe de uma so luccedilatildeo
ou estabelec imento de uma est ra teacutegia a respei to deste assunto o
tema eacute cont roverso e necessi ta de discussotildees a respeito
O Bras i l eacute o 84ordm co locado no rank ing de desenvolvimento
humano tomemos como exemplo o pr imeiro co locado a Noruega
segundo o s i te of ic ia l da embaixada norueguesa do Bras i l (Anexo
D) aquele paiacutes es taacute prestes a at ingi r a abrangecircncia un iversa l da
educaccedilatildeo preacute -esco lar Segundo o informat ivo em 2008 87 de
todas as cr ianccedilas ent re 1 a 5 anos de idade f requentava o jard im de
infacircnc ia cont ra 69 em 2003 Na Noruega desde 2009 eacute previs to
6 8
em le i a educaccedilatildeo preacute -esco lar houve expansatildeo recorde em 2009 da
oferta de vagas a f im de garant i r qua l idade de oferta agraves cr ianccedilas
Atua lmente o foco estaacute sendo t ransfer ido da quant idade de vagas
para a qual idade da educaccedilatildeo preacute -esco lar Apesar dos esforccedilos do
poder puacutebl ico norueguecircs c i ta o informat ivo nem todos os pa is
ace itam que os f i lhos f requentem o jard im de infacircnc ia desde tenra
idade neste caso eacute oferec ido um subsiacuted io monetaacuter io aos pa is que
natildeo se ut i l izam da ofer ta de vagas preacute -esco lares visando cont r ibu ir
para uma part i lha justa das verbas estata is dest inadas agraves famiacutel ias
independente do que esco lhem para a ed ucaccedilatildeo de seus f i lhos 28
Devemos considerar que estamos inf in i tamente longe de uma
s i tuaccedilatildeo norueguesa soacute para just i f icar em 2010 o Produ to
Nacional Bruto (US$ PPP constante a 2005) per cap i ta norueguecircs fo i
US$ 47667 4 7 vezes o bras i le i ro de US$ 10 162 cer tamente este
fa tor eacute dec is ivo para o sucesso e para a exce lente posiccedilatildeo quanto
ao a l to iacutend ice de desenvolvimento humano
A Noruega desde 1980 eacute c lass i f icada como o p r imeiro no
rank ing dos paiacuteses de melho r IDH 0 943 em 2011 a Aust raacute l ia ho je
em segundo lugar com IDH de 0929 (2011) sa iu de 0 850 em 1980
quando era o deacutecimo co locado
28
F o n t e h t t p w w w n o r u e g a o r g b r A b o u t _ N o r w a y p o l i c y A s s i s t e n c i a -
S o c i a l d a y c a r e A c e s s o e m 1 5 1 0 2 0 1 0
6 9
Apesa r de o mode lo econocircmico b ras i le i ro se r d i f e ren te dos
pa iacuteses c lass i f i cados com a l to IDH va le a pena ana l isa r pon tos
re levan tes do p rocesso econocircmico po r e les ado tados Em art igo
publ icado no jorna l ldquoO Valor Econocircmicordquo sob o t iacute tu lo ldquoO Brasi l
prec isa esco lher ent re Argent ina e Aust raacute l ia rdquo Andreacute Sacconato e
Nathan Blanche 29 a t r ibuem o sucesso a uma ef ic iente gama de
reformas que inc lu iu desva lor izaccedilatildeo da moeda em 1983 l iberaccedilatildeo
do comeacuterc io in ternacional abertura dos mercados de cap ita is
desregulamentaccedilatildeo e pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest rutura e
reforma nas le is que regem o mercado de t raba lho Argumentam os
ar t icu l istas que tudo isso t rouxe um aumento no grau de conf ianccedila
no paiacutes a t ra indo um maior vo lume de cap i ta l est rangeiro eacute bem
provaacutevel que a s i tuaccedilatildeo saudaacutevel do desenvolvimento humano fo i
resu l tado do cresc imento econocircmico s ign i f ica t ivo a uma taxa meacutedia
anual de 3 6 nos uacute l t imos qu inze anos
Sacconato e B lanche autores do ar t igo consideram que o
Bras i l tem condiccedilotildees mais favoraacuteve is para t r i lhar caminho
semelhante tecem a seguin te anaacutel ise de como podemos vencer o
desaf io de melhorar no IDH
29 O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia por Andreacute Sacconato e Nathan Blanche 06052010 Jornal Valor Econocircmico - Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria e Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
7 0
Que l i ccedilotildees podem os t i r a r pa ra o Bras i l ap rove i ta r
o m om ento co r re to de im por tar poupanccedila ex te rna
e a t r ans f o rm ar em c resc im en to sus ten taacuteve l Em
te rm os de es tab i l i dade m ac roeconocircm ica j aacute
t em os um am b ien te saudaacuteve l em bora tenham os
um h is toacute r i co de m ora toacute r ias O s i s tem a de m e tas
de in f laccedilatildeo e o cacircm b io f l u tuan te f o ram
im p lan tados em 1999 e a le i d e responsab i l i d ade
f i sca l em 2000 Nossa d iacutev ida ex te rna eacute ba ixa
em bora a m a tur idade e a taxa de j u ros pa ra
ro lagem a inda natildeo se j am as idea is
Outro ponto que deve ser melhorado segundo Blanche e
Sacconato eacute a fa l ta de um arcabouccedilo mais moderno e l ibera l izante
no mercado de cacircmbio bras i le i ro jaacute que a d i f icu ldade de remessas e
saiacutedas a inda eacute mui to grande e baseada numa est ru turaccedilatildeo ant iga
quando as condiccedilotildees de mercado eram d iametra lmente d i ferentes da
atua l ( reso luccedilatildeo nordm 4131 de 1964)
Sobre contas externas a s i tuaccedilatildeo do Bras i l eacute ateacute mais
confor taacuteve l do que a da Aust raacute l ia e out ros paiacuteses exportadores de
commodi t ies Temos mais reservas in ternacio nais e menos diacutevida
externa
A leacutem d isso conseguimos nos uacute l t imos anos f inanciar todo o
deacutef ic i t em t ransaccedilotildees correntes 30 (quando e le exis t iu) com
30
Refletem as operaccedilotildees com o exterior incluindo receitas obtidas com exportaccedilotildees de mercadorias gastos com importaccedilatildeo pagamentos de juros da diacutevida externa seguros e fretes e transferecircncias unilaterais que incluem todas as doaccedilotildees e remessas de dinheiro para o paiacutes natildeo relacionado com operaccedilotildees comerciais como o dinheiro mandado por brasileiros que residem no exterior
7 1
invest imento externo d i reto que eacute o menos vo laacute t i l das ent radas do
lado do movimento de cap ita is a lgo que nem a proacutepr ia Aust raacute l ia
vem conseguindo O que fa l ta entatildeo As reformas que foram fe i tas
laacute como a t raba lhis ta a pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest ru tura e a
abertura comerc ia l estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado por aqu i A
l ibera l izaccedilatildeo cambia l tambeacutem tem avanccedilado mas pode ser
considerada aqueacutem do necessaacuter io
Os ar t icu l istas enfa t izam que e ste eacute o momento certo para
aprove itar o excesso de l iqu idez externo e t ransformar em
produt iv idade Seguir o exemplo de sucesso da Aust raacute l ia eacute o melhor
caminho As cr iacute t icas de quem tem medo dos deacutef ic i ts em t ransaccedilotildees
correntes satildeo anacrocircn icas e levar iam o Bras i l ao a t raso e agrave p iora de
posiccedilatildeo re lat iva no mundo Natildeo haacute nenhuma just i f ica t iva p lausiacuteve l
para re je i tar poupanccedila externa de ta l forma que devemos apenas
saber aprove i taacute - la bem
Ao f ina l Sacconato e B lache af i rmam que quando se
recomenda fechamento dos canais de ent rada de cap i ta is ou o
cont ro le destes a leacutem de medidas que faccedilam apologia ao
fechamento comerc ia l (o ind icador decorrente de comeacute rc io sobre o
PIB do Bras i l estaacute em torno de 23 cont ra 30 dos paiacuteses
emergentes) e f ixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por
um cenaacuter io de baixo cresc imento aumento do r isco e do custo de
7 2
f inanciamento e abr i r matildeo do mecanismo de a juste s agraves cr ises o
cacircmbio f lu tuante
2 15 Capita l Humano
Certamente dent re as d iversas condic iona l idades a serem
cumpr idas pe los benef ic iaacuter ios do Programa Bolsa Famiacutel ia sem
duacutevida a obr igator iedade de manter os f i lhos na esco la eacute um
caminho ef icaz do ponto de vis ta econocircmico em d i reccedilatildeo agrave
const ruccedilatildeo de uma ge raccedilatildeo produt iva e ef ic iente Ess a condiccedilatildeo
cr ia uma demanda por educaccedilatildeo e forccedila po l iacute t icas puacutebl ic as de
invest imento cont inuado na educaccedilatildeo isto s ign i f ica invest i r no ser
humano e por consequecircncia formar c idadatildeos mais compet i t ivos
Concei tua lmente o invest imento em educaccedilatildeo eacute sem sombra
de duacutevida fator importante para o desenvolvimento soc ia l e
cresc imento de um paiacutes Paiacuteses que prat icamente natildeo possuem
recursos natura is devem seu sucesso econocircmico porque investem
maciccedilamente na educaccedilatildeo de sua populaccedilatildeo Schultz (1973)
e lenca o Japatildeo Dinamarca e Suiacuteccedila paiacuteses com pujanccedila
econocircmica natildeo associada a recursos natura is mas
pr imord ia lmente agrave produt iv idade at r ibuiacuteda ao cap i ta l humano
7 3
O conceito de ldquoCapita l Humano rdquo fo i de l ineado por Theodore
W Schu l tz (1902-1998) professor da Univers idade de Chicago
premiado com o Nobel de Economia de 1979 Schul tz in ic iou sua
tese31 ao f im da deacutecada de 1940 quando lec ionava na
Univers idade de Chicago pesquisou exp l icaccedilotildees sobre o papel das
capacidades adquir idas pe los seres humanos nos ganhos de
produt iv idade
Em suas observaccedilotildees conclu iu que invest imentos
tecnoloacutegicos por s i soacute natildeo exp l icam tota lmente o desenvolvimento
econocircmico das naccedilotildees Observou que os acreacutesc imos agrave capacidade
insta lada ou se ja agraves maacutequinas e equipamentos agraves insta laccedilotildees agrave
terra em siacuten tese ao cap ita l f iacutes ico natildeo humano satildeo somente par te
das var iaacuteve is exp l icat ivas do cresc imento produt ivo Sustenta que
o resiacuteduo inexp l icaacuteve l natildeo deve ser s implesmente a t r ibuiacutedo ao
acaso mas s im pe lo menos uma boa par te de le ao invest imento
em capita l humano
Esse invest imento em capita l humano natildeo eacute contab i l izado
nas contas nacionais o tempo destacado pe lo t raba lhador agraves suas
proacutepr ias expensas para adquir i r conhecimentos novos a f im de
melhorar sua capacidade teacutecn ica apesar de ext ra contaacuteb i l eacute
determinante do cresc imento econocircmico e da pu janccedila das naccedilotildees
31
Con f o rm e cons ta de seu l i v ro ldquo I nves tm en t in Hum an Cap i ta l ndash T he Ro le o f
Educa t ion a nd o f Research rdquo ed i tado em 1971
7 4
Em sua obra Schultz sustenta que invest imentos em capi ta l
humano satildeo responsaacuteveis pe la maior par te do cresc imento dos
rendimentos rea is do t raba lhador que por consequecircncia os
t ransformam em consumidores sof is t icados Argumenta
enfat icamente que os economistas sempre consideraram que as
pessoas satildeo par te importante para a r iqueza das naccedilotildees que
medida em funccedilatildeo com que o t raba lho cont r ibu i para a produccedilatildeo a
capacidade produt iva dos seres humanos eacute mui to maior que as
demais formas de r iqueza tomadas em conjunto Tece cr iacute t icas aos
economistas por natildeo oferecerem a devida importacircncia ao fa to de
que as pessoas investem em s i mesmas e que estes invest imentos
satildeo substancia is
Numa anaacutel ise de paiacuteses com a l to iacutend ice de desenvolvimento
humano e com s ign i f ica t iva pu janccedila econocircmica destacamos um
fa tor comum entre e les o n iacuteve l de esco lar idade de seus c idadatildeos eacute
re la t ivamente a l to Se f icarmos atento s aos 20 paiacuteses c lass i f icados
com maior iacutend ice de desenvolvimento humano nota -se que a meacutedia
de esco lar idade de seus c idadatildeos s i tua -se ent re 10 a 13 anos Isso
s ign i f ica que esses mesmos c idadatildeos investem uma boa par te de
suas vidas produt ivas se educando Uma parte desse invest imento
sem duacutevida eacute custeada pe lo Estado contudo natildeo podemos negar
que tambeacutem outra par te s ign i f ica t iva eacute custeada pe lo proacutepr io
c idadatildeo como as despesas com l ivros e demais equipamentos
7 5
necessaacuter ios ao apr imoramento educacional Sch ul tz em sua obra
considera que o acuacutemulo de conhecimento dos c idadatildeos resu lta em
s ign i f icat ivo benef iacutec io para o cresc imento econocircmico e
modern izaccedilatildeo
A acumulaccedilatildeo de cap ita l humano resu lta em melhores
oportun idades de cresc imento ind iv idua l e co le t ivo a e levaccedilatildeo da
educaccedilatildeo dos c idadatildeos faz com que a naccedilatildeo consiga maior
ef icaacutec ia quanto ao seu desenvolvimento tecnoloacutegico e c ient iacute f ico e
evo luccedilatildeo como um todo
A esco lar idade do c idadatildeo bras i le i ro com idade de 25 anos
ou mais estaacute em 2010 em 72 anos bem abaixo dos paiacuteses que
ostentam a l to IDH ( Iacutend ice de Desenvolvimento Humano) A meacutedia
de esco lar idade dos c idadatildeos dos c inco pr imeiros co locados em
IDH Noruega Aust raacute l ia Nova Zelacircndia Estados Uni dos e I r landa
chega a 122 anos I sso impl ica em um longo caminho a percorrer
a teacute o Bras i l a lcanccedilar compet iv idade em termos de cap ita l humano
O estoque de cap ita l humano de uma naccedilatildeo fornece
vantagem adic iona l no que tange agrave recuperaccedilatildeo quando e la eacute
submet ida agraves advers idades O Brasi l estaacute ent re as naccedilotildees onde o
cap ita l humano provavelmente tenha se desenvolvido de forma
sat isfatoacuter ia As po l iacute t icas puacutebl icas d i r ig idas ao progresso
educacional jaacute demonstram s ina is pos i t ivos po is a esco lar idade
meacutedia do adul to bras i le i ro aumentou de sof r iacuteve is 26 anos em 1980
7 6
para 72 anos em 2011 32 O dado apesar de natildeo ser ext raord inaacuter io
e natildeo nos co locar ent re os paiacuteses mais desenvolvidos jaacute ind ica
cer ta robustez quanto ao tema capi ta l humano e nos daacute re lat iva
condiccedilatildeo compet i t iva Pode natildeo ser def in i t ivo mas o avanccedilo
notado da esco lar idade bras i le i ra pode exp l icar o cresc imento
s ign i f icat ivo nos regis t ros de patentes fe i to por res identes
bras i le i ros demonstrados nas esta t iacutes t icas da WIPO (Wor ld
In te l lectua l Property Organizat ion) Em 1995 os regis t ros somam
7448 enquanto que em 2007 at ingimos a s ign i f icat iva marca de
21825 regis t ros 33 Soacute para i lust rar a quant idade de regis t ros de
patentes bras i le i ras prat icamente co loca o Bras i l lad o a lado agrave
Aust raacute l ia (21825) Reino Unido (24999) e Franccedila (17109) estes
dados nos ind icam que haacute um movimento for tu i to em d i reccedilatildeo ao
enr iquecimento educacional da naccedilatildeo
Eacute d i f iacutec i l medir isoladamente resu lt ados especiacutef icos gerados
pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia mas o bom senso ind ica que
cont r ibu i para a melhor ia da qual idade de vida da populaccedilatildeo
porque quebra o c ic lo da miseacuter ia e faz com que invest imento em
qual idade educacional se viab i l ize
32
F o n t e h t t p h d r s t a t s u n d p o r g e n i n d i c a t o r s 6 9 6 0 6 h t m l - A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
33 F o n t e
h t t p w w w w i p o i n t e x p o r t s i t e s w w w i p s t a t s e n s t a t i s t i c s p a t e n t s x l s w i p o _ p a t _ a p p
l _ b y _ o f f i c e _ o r i g i n _ t a b l e x l s A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
7 7
2 2 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
221 Desaf ios
Um dos maiores desaf ios dos fu turos governos ta lvez natildeo se ja
mais cont ro lar ou reduzi r o ana lfabet ismo apesar de haver espaccedilo
para isso a proacutexima etapa certamente res ide na melhor ia de
qual idade este assunto eacute abordado pe lo jorna l is ta Fernando
Dantas34 em seu art igo ldquoUm Abismo Chamado Educaccedilatildeordquo 35 (Anexo
G)
No art igo Dantas (2010) enfa t iza que a par te mais
s ign i f icat iva e importante da po l iacute t ica soc ia l do fu turo proacuteximo pode
ser a educaccedilatildeo Quest iona como um paiacutes com qual idade sof r iacuteve l de
ensino na rede puacutebl ica consiga e l iminar as d i ferenccedilas soc ia is
34
F e r n a n d o D a n t a s eacute r e p oacute r t e r e s p e c i a l d e E c o n o m i a d o E s t a d o d e s d e 2 0 0 0
F o r m a d o e m J o r n a l i s m o p e l a P U C - R i o T r a b a l h o u n a G a z e t a M e r c a n t i l d e 1 9 9 0 a
2 0 0 0 G a n h o u o p r ecirc m i o C i t i - I m p r e n s a p a r a J o r n a l i s t a s E c o n ocirc m i c o s e m 1 9 9 1 e a
M e n ccedil atilde o E s p e c i a l d o P r ecirc m i o I c a t u d e J o r n a l i s m o E c o n ocirc m i c o e m 1 9 9 4 E m 1 9 8 8 - 8 9
f e z o e s t aacute g i o d e e x t e n s atilde o p r o f i s s i o n a l ldquo J o u r n a l i s t e s e n E u r o p e rdquo e m P a r i s
35 J o r na l O E s t ad o d e S atildeo P au lo ndash en ca r te ldquo De sa f i o s rdquo de 2 7 9 2 0 10 ndash
7 8
aproximando r icos e pobres Cita Naeacuterc io Menezes profess or e
coordenador do Insper
Quando co locam os quase todas as c r ia nccedilas no
f undam enta l um processo in i c iado na deacutecada de
90 - e e las com eccedilaram a chegar em m a ior
nuacutem ero ao ens ino m eacuted io e a se m a t r i cu la r no
ens ino super io r a d es igua ldad e com eccedilou a ca i r
I s so ocor reu m esmo sem m e lho ra e f e t i va da
qua l id ade da educaccedilatildeo soacute pe lo acesso
A esco lar izaccedilatildeo permi te reduzi r os d i ferencia is de renda
associados agrave educaccedilatildeo quando a qual i f icaccedilatildeo eacute insuf ic iente o seu
preccedilo sobe no Bras i l essas d i ferenccedilas satildeo enormes rev e lando o
ab ismo educacional segundo Menezes
Naeacuterc io Menezes af i rma que o ldquoprecircmiordquo sa lar ia l pe lo d ip loma
univers i taacuter io estaacute recuando desde 2005 enquanto que ao do ensino
meacutedio nota -se queda a par t i r de 2002 af i rma que atua lmente uacuten ico
d i ferencia l perceb ido que a inda cresce eacute o de poacutes -graduaccedilatildeo
O economista especia l ista em educaccedilatildeo pe lo IBMEC do Rio
Fernando Veloso c i tado no ar t igo de Fernando Dantas acred ita que
s imi larmente agrave po l iacute t ica econocircmica o pres idente Lu la deu
cont inu idade agrave po l iacute t ica educacional do pres idente Fernando
Henr ique const ru indo um amplo processo de ava l iaccedilatildeo das esco las
Segundo o ar t icu l is ta fo i o Min ist ro da Educaccedilatildeo Fernando
Haddad (empossado em ju lho de 2005) quem cr iou o Iacutend ice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica ( Ideb) i nd icador pub l icado a
7 9
cada do is anos que c lass i f ica todas as esco las puacutebl icas bras i le i ras
O Ideb eacute uma nota do ensino baacutesico que segue uma esca la de 1 a
10 sendo que o Min is teacuter io da Educaccedilatildeo f ixou a nota 6 como meta
nacional para 2022 36 As metas foram dete rminadas por
estabelec imento de ensino esco la por esco la e satildeo publ icados
regularmente Os resu ltados servem de ba l izadores a f im de t raccedilar
po l iacute t icas de a locaccedilatildeo de recursos agraves aacutereas com menores notas A
meta de nota 6 estabelece que o Bras i l em 2022 esta raacute em termos
de educaccedilatildeo em niacuteve l com os paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econocircmico (OCDE) que congrega
t r inta paiacuteses mais indust r ia l izados da economia do mercado A sede
eacute em Par is e os representantes se reuacutenem para t rocar inf ormaccedilotildees e
def in i r po l iacute t icas a f im de maximizar o cresc imento econocircmico e
desenvolvimento dos paiacuteses membros 37
Outro ponto abordado por Fernando Dantas e tambeacutem por
Makhtar Diop enfat iza garga los com a creche em especia l para
famiacutel ias carentes e a preacute -esco la sobre este tema Dantas co loca o
seguinte
Os espec ia l i s tas apon tam d ive rsos ou t ros
ga rga los e p rob lem as na t r a j e toacute r ia de me lho ra
36
E m 2 0 0 9 a s n o t a s a p u r a d a s f o r a m 4 6 p a r a o s a n o s i n i c i a i s d o f u n d a m e n t a l 4 0
p a r a o s a n o s f i n a i s d o f u n d a m e n t a l e 3 6 p a r a o e n s i n o m eacute d i o
37 F o n t e ( h t t p w w w c g u g o v b r o c d e s o b r e i n d e x a s p - 1 8 1 0 2 0 1 0 )
8 0
da qua l id ade da e ducaccedilatildeo no Bras i l Um a
ques tatildeo f undam enta l p r inc ipa lm en te pa ra os
a lunos das f am iacute l i as ca ren tes eacute a c r eche Ou t ro
a p reacute -esco la Jaacute es taacute am p lam en te com provado
pa r t i cu la rm en te pe lo t r aba lho de Jam es
Heckm an p recircm io Nobe l d e Econom ia que a
in te r venccedilatildeo pa ra redu z i r as de fasagens
educac iona is eacute t atildeo m a is e f i caz q uan t o m a is
p rem atu ra oco r re r
Em termos quant i tat ivos o Bras i l most ra progressos nessa
aacuterea O porcentual de cr ianccedilas de 4 e 5 anos na preacute -esco la sub iu de
40 para 75 desde a deacutecada de 90 Menezes nota que eacute an imador
o fato de que em Estados do Nordeste como Piauiacute e Cearaacute aquela
proporccedilatildeo chega a 90
Quanto a resu ltados concretos as esco las pr ivadas
prat icamente jaacute at ingi ram ou estatildeo bem proacuteximas das metas as
esco las puacutebl icas contudo tem um longo caminho a percorrer os
resu ltados obt idos em 2009 estatildeo mui to aqueacutem das metas def in idas
Apesar da posiccedilatildeo desfavoraacuteve l dos ind icadores o que haacute de
posi t ivo no processo eacute o compromisso assumido pe lo governo
bras i le i ro quando estabelece metas de longo prazo ta lvez pouco
ambic iosas no que tange a prazo poss ib i l i ta ao c idadatildeo cont ro lar e
ac ima de tudo cobrar resu l tados do poder puacutebl ico
8 1
222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo Bras i le i ra
O Bras i l s ina l iza t im idamente compromet imento com a
melhor ia de qual idade educacional de sua populaccedilatildeo Dentre os
d iversos movimentos neste sent ido podemos desta car
Programa Bolsa Famiacutel ia ndash destaca-se a condic iona l idade
sobre a f requecircncia esco lar miacuten ima determinada aos f i lhos dos
benef ic iados que devem atender as f requecircncias miacuten imas de 85
para cr ianccedilas e adolescentes ent re 6 e 15 anos e 75 para
adolescentes ent re 15 e 17 anos Como jaacute fo i abordada em paacuteginas
anter iores desse traba lho esta condic iona l idade cont r ibu i de forma
inc is iva para a manutenccedilatildeo das cr ianccedilas na esco la e para in ib iccedilatildeo
da praacutet ica do t raba lho infant i l
Programa Bras i l a l fabet izado ndash vo l tado para a l fabet izaccedilatildeo de
jovens adu l tos e idosos Esse programa func iona desde 2003 e
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e levar a esco lar idade da populaccedilatildeo O
programa eacute desenvolvido com atendimento pr ior i taacuter io a munic iacutep ios
que apresentem taxas de analfabet ismo sup er iores a 25
Destaca-se que 90 dos munic iacutep ios atendidos loca l izam -se na
Regiatildeo Nordeste Importante sa l ientar que haacute apoio teacutecn ico a f im
de garant i r cont inu idade de estudos aos a tendidos
8 2
A exis tecircnc ia de programas como o Programa Bolsa Famiacutel ia
que oferece recursos f inancei ros aos seus benef ic iaacuter ios por s i soacute
natildeo t rar iam resul tados se natildeo houvesse uma est ru tura com
processos auxi l ia res e mot ivadores O Min is teacuter io da Educaccedilatildeo e
Cul tura u t i l izando ferramentas da tecnologia moderna procura se
engajar na melhoria da qual idade da Educaccedilatildeo oferecendo em seu
porta l processos auxi l ia res uacute te i s e mot ivadores Destacamos
dentre muitas accedilotildees duas importantes ferramentas de faacutec i l acesso
d i rec ionadas agrave formaccedilatildeo cont inuada de professores dos anos
in ic ia is do ensino fundamenta l um que aborda Alfabet izaccedilatildeo e
L inguagem e out ro Matemaacutet ica Satildeo oferec idas mais de t rezentas
paacuteginas em cada uma das ferramentas com possib i l idade de
in teraccedilatildeo dos par t ic ipantes para sugestotildees e melhor ias
Ao anal isarmos ind icadores de ef ic iecircnc ia do s istema de
ensino tomando-se resu ltados da meacutedia nacional e Regiatildeo
Nordeste temos como ava l iar a efet iv idade das po l iacute t icas puacutebl icas
quanto agrave qual idade da educaccedilatildeo em part icu lar o Programa Bolsa
Famiacutel ia A regiatildeo Nordeste sempre fo i a mais care nte em termos
gera is e portanto nos daacute uma ide ia de como a educaccedilatildeo progr ide
em termos qual i tat ivos
Os ind icadores de qual idade demonstram progresso para o
ensino fundamenta l contudo haacute carecircncia de efe t iv idade para com
o ensino meacutedio Em out ra fonte quando comparamos os resu ltados
8 3
obt idos no IDEB (Iacutend ice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica)
comparados agraves metas assumidas pe lo governo notamos o mesmo
resu ltado o ens ino fundamenta l exibe progresso mas o ensino
meacutedio demonstra estagnaccedilatildeo Possive lmente ha ja uma premissa
que o ensino meacutedio se favoreceraacute de forma inerc ia l do progresso
do ensino fundamenta l o que eacute quest ionaacutevel N esse p lano haacute
necessidade de po l iacute t icas puacutebl icas mais robustas a f im de obter
resu l tados mais e fe t ivos ( tabe la 4 )
RESULTADOS DO IDEB VS METAS ESTABELECIDAS
FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS ANOS FINAIS MEacuteDIO
OBS META OBS META OBS META
2005 38
35
34
2007 42 39 38 35 35 34
2009 46 42 40 37 36 35
2021
60
55
52
Tabe la 4 Resu l tado do IDEB Vers us Metas
Es tabe lec idas
Fon te INEP httpsistemasidebinepgovbrresultado Acesso em 1682011
Outro i tem que nos a juda a ident i f icar melhor ias satildeo as
esta t iacutes t icas do IBGE quanto a a lunos com idade natildeo adequad a
para a seacuter ie a que f requentam Seguem anaacutel ises para este tema
8 4
461401
283
316
404
286 277221 233 236
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2006 2007 2008 2009 2010
NORDESTE BRASIL
Graacutef ico 10 Dis torccedilatildeo de Idade dos Alunos do Ensino Fundamenta l
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=M16ampsv=5
7ampt=dis torcao- idadeser ie -ensino-fundamenta l -de-8-e-9-anos-ser ie -
nova
Acesso em 168 2011
Os dados do graacutef ico 10 ind icam que as po l iacute t icas para
posic ionamento corre to de a lunos nas seacuter ies foram efe t ivas a teacute
2008 com reduccedilatildeo important iacutess ima em aacutereas carentes como o
nordeste bras i le i ro contudo fo i retomada a defasagem anulando
tota lmente o ganho obt ido Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de
melhor ia ocorreu ateacute 2008 quando nota -se estagnaccedilatildeo
O progresso notado no per iacuteodo 2006 -2008 quanto ao
posic ionamento dos a lunos agrave seacuter ie adequada no ensino meacutedio
pra t icamente segue um padratildeo inerc i a l com melhor ias mais
s ign i f icat ivas para o nordeste bras i le i ro A proporccedilatildeo de a lunos
8 5
com idade defasada no Bras i l ca iu de 449 para 37 8 42 ao
ano enquanto que para a Re giatildeo Nordeste a queda fo i mais
s ign i f icat iva de 656 para 494 68 ao ano Contrar iamente
aos dados do ensino fundamenta l natildeo houve re tomada das
def ic iecircnc ias na Regiatildeo Nordeste
G raacute f i co 11 D is to rccedilatildeo de Idade ndash Ens ino Meacuted io
Fon te IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=M17ampsv=
57ampt=D is to ru00e7u00e3o+ idade2fsu00e9r ie++ -
+Ens ino+Mu00e9d io+(+su00e9r ie+nova ) Acesso em 14 11 11
2 23 Educaccedilatildeo Bras i le i ra no Contexto Mundia l
Satildeo muito proacuteximos os iacutend ices da Noruega e Aust raacute l ia no
rank ing de IDH cont ro lado pe la PNUD (Programa das Naccedilotildees
8 6
Unidas para o Desenvolvimento) a Noruega eacute a pr imeira no
rank ing e a Aust raacute l ia f igura como segunda co locada Para essa
anaacutel ise podemos tomar a Aust raacute l ia e Argent ina como referecircncias
comparat ivas ao Bras i l nas var iaacuteveis da d imensatildeo educaccedilatildeo que o
PNUD ut i l iza para o caacute lcu lo do Iacutend ice de Desenvolvimen to Humano
( IDH)
A seguir vamos anal isar uma das var iaacuteve is de esco lar idade
que compotildee o quesito ldquoeducaccedilatildeordquo a esco lar idade meacutedia das
pessoas aos 25 anos de idade (graacutef ico 12) e a expectat iva das
cr ianccedilas ao ingressar na esco la em idade lega l para ingress o no
Bras i l aos 6 anos (graacutef ico 13)
8 7
Esco la r idade Meacuted ia das Pessoas com Idade de 25 anos ou
Ma is ndash Aus t raacute l ia A rgen t ina e Bras i l
(Em n ⁰ de Anos )
119 119 120 120 120 120 120 120
86 89 90 90 91 92 93 93
56
66 67 68 69 71 72 72
-
20
40
60
80
100
120
140
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Austraacutelia Argentina
Brasil
Graacutef i co 12 Esco la r idade Meacuted ia das pessoas com idade de 25
anos ou ma is ndash Aus t raacute l ia Argen t ina e B ras i l
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l Acesso em
04 11 11
A esco lar idade meacutedia dos b ras i le i ros em 2011 s i tua-se em
72 anos equ ivalente a 60 dos aust ra l ianos e a 77 dos
argent inos o cresc imento prat icamente eacute vegetat ivo agrave taxa de
27 anuais no per iacuteodo 2000 -2010
A segunda d imensatildeo para a var iaacuteve l educaccedilatildeo eacute a
Expectat iva de Escolar idade ao ingressar na esco la na idade
suf ic iente a qual eacute def in ida pe lo PNUD da seguin te forma
8 8
Re f le te o nuacutem ero de anos de esco la r idad e que
um a c r ianccedila com idade su f i c ien te pa ra e n t ra r agrave
esco la pode espera r r eceber se cons ide radas a
in f r aes t ru tu ra educac io na l ex is ten te d u ran te
sua v ida38
O graacutef ico 13 a seguir compara a expectat iva das cr ianccedilas
bras i le i ras ao das argent inas e aust ra l ianas
Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia Argent ina e
Bras i l (Em N⁰ de anos)
Graacutef ico 13 Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia
Argent ina e Bras i l
Fonte PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103706 h tm l
Acesso em 04 11 11
38
F o n t e h t t p h d r u n d p o r g e n s t a t i s t i c s h d i 2 3 8 2 0 1 1
8 9
Os paracircmetros ind icam que os aust ra l ianos estatildeo em uma
s i tuaccedilatildeo confor taacuteve l com expectat iva de 18 anos de esco lar idade
os argent inos com 158 anos prat icamente estatildeo estagnados por
uma deacutecada os bras i le i ros posic ionam -se com 138 anos s i tuaccedilatildeo
muito mais desfavoraacuteve l que os argent inos houve queda da
expectat iva de esco lar idade para os bras i le i ros na uacute l t ima deacutecada 39
A rea l idade dos ind icadores nos passa a ide ia de def ic iecircnc ia
est rutura l no quesi to educaccedilatildeo para o Bras i l contudo haacute
esperanccedila de mudar esse quadro o invest imento em educaccedilatildeo tem
s ido maciccedilo o orccedilamento federa l inc lu i va lores d irec ionados agrave
educaccedilatildeo da ordem de R$ 57 b i lhotildees para 2011 um aumento de
duas vezes e meia os va lores de 2004 a justados monetar iamente
Estes va lores apesar de s ign i f icat i vos natildeo parecem contr ibu i r para
a efet iv idade do s is tema educacional As autor idades a legam que
invest imento em educaccedilatildeo somente apresentaraacute efe t iv idade no
longo prazo o que podemos considerar como razoaacutevel O graacutef ico 14
a seguir most ra os montantes at r ibuiacutedos agrave educaccedilatildeo inc lu iacutedos no
orccedilamento federa l
39
O P N U D e s t a b e l e c e u m t e t o d e 1 8 a n o s p a r a a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e n a
r e a l i d a d e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e d a p o p u l a ccedil atilde o a u s t r a l i a n a eacute s u p e r i o r a 1 8 a n o s
s e g u n d o a N o t a T eacute c n i c a d e A p o i o a o s L a n ccedil a m e n t o d o R e l a t oacute r i o d e D e s e n v o l v i m e n t o
H u m a n o d e 2 0 1 0 e m 2 0 0 7 f o i 2 0 6 a n o s
9 0
22447 26165 25132
30005 34046
42238
49061
57315
22379 24581
26910
32636
-
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
RECURSOS ALOCADOS Agrave EDUCACcedilAtildeO NO ORCcedilAMENTO FEDERAL A
PRECcedilOS DE 2011
G raacute f i co 14 Recu rsos Fede ra is A locados agrave Educaccedilatildeo Va lo res
a jus tados pe lo de f la to r do P IB pub l i cado pe lo IBGE
Fon te LOA ndash (LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA AN UAL)
h t tp www9senado govb r por ta l page po r ta l o rcamento_senadoL
OAExecucaoEDFSp_ano=2010 Acesso em 14 11 2011
Obse rvaccedilatildeo os va lo res e fe t i vamente rea l i zados (dados em negr i to
no g raacute f i co ac ima ob t idos jun to ao INEP) s i tuam -se bem p roacutex imos
aos va lo res inc lu iacutedos no o rccedilamento os va lo res acumu lados 2004 -
2007 resu l tam em 1 5 de var iaccedilatildeo
9 1
3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES
REGIOtildeES BRASILEIRAS
3 1 A REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA
O Nordeste Brasi le i ro sempre fo i cast igado ao longo da
h is toacuter ia bras i le i ra Nos uacute l t imos anos nota -se um s ign i f ica t ivo avanccedilo
soc ioeconocircmico graccedilas agrave a tenccedilatildeo dos governantes e a f a l ta de
espaccedilo para as ol igarqu ias que sempre dominaram a regiatildeo Essa
fa l ta de espaccedilo possive lmente pode ser a t r ibuiacuteda agrave pressatildeo do
mundo moderno no sent ido da produt iv idade e ac ima de tudo
tambeacutem agrave into leracircncia ao desrespei to ao ser humano O mundo
moderno exige que as populaccedilotildees tenham bem estar e se jam
respei tados na p len i tude de seus d i re i tos humanos
O Bras i l estaacute invest indo e de forma cont inuada a f im de
min imizar a des igualdade Eacute de se apontar que a lguns avanccedilos
estatildeo ocorrendo de forma acanhada contudo face ao processo
cont inuado tudo ind ica que haacute sed imentaccedilatildeo para o necessaacuter io
progresso e bem estar
9 2
Como jaacute fo i abordado anter iormente nes se t raba lho o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano ndash IDH eacute adotado pe las Naccedilotildees Unidas
como ind icador da qual i dade de vida das d iversas regiotildees do globo
Trata-se de um conceito mais abrangente do que considerar
s implesmente a renda per cap i ta como no passado para def in i r o
desenvolvimento Atua lmente consideram-se cr i teacuter ios mais
abrangentes que def inem melhor o rea l bem estar das naccedilotildees
O Bole t im Regional do Banco Centra l do Bras i l de jane i ro de
2009 anal isa a evo luccedilatildeo do IDH para as d iversas regiotildees e para as
un idades da federaccedilatildeo 40 O Banco Centra l do Bras i l baseou -se nas
seacuter ies h istoacuter icas elaboradas pe lo Progra ma das Naccedilotildees Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) de 1991 a 1995 e em est imat ivas de
IDH fe i tas pe lo proacutepr io Banco Centra l para 2006 e 2007 seguindo
os cr i teacuter ios def in idos pe lo PNUD
A anaacutel ise do Banco Centra l do Brasi l consiste em determinar
o peso de cada var iaacuteve l que forma o IDH das c inco regiotildees
bras i le i ras O estudo em referecircncia por datar de 2009 considera
para a var iaacuteve l educaccedilatildeo a metodologia anter ior a 2010 is to eacute
iacutend ices de analfabet ismo e a taxa de matr iacutecu la em todos os n iacuteve is
de ensino41 o que natildeo o inva l ida em termos de tendecircncias
40
h t t p w w w b c b g o v b r p e c b o l e t i m r e g i o n a l p o r t 2 0 0 9 0 1 b r 2 0 0 9 0 1 b 1 p p d f A c e s s o
e m 2 0 9 1 1
41 V a l e a p e n a e n f a t i z a r q u e a m e t o d o l o g i a a d o t a d a a p a r t i r d e 2 0 1 0 c o n s i d e r a a
m eacute d i a d e e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e p a r a a c r i a n ccedil a
9 3
O Banco Centra l do Bras i l faz uma anaacutel ise da evo luccedilatildeo do
IDH das grandes regiotildees e un idades da federaccedilatildeo Quanto ao
per iacuteodo anal isado considera 1991 a 2007 sendo que ateacute 2005
ut i l iza dados das seacuter ies h is toacuter icas publ icadas pe lo PNUD e para
2006 e 2007 faz est imat iva seguindo a mesma metodologia adotada
por aquela ent idade
O estudo constata que houve melhor ia dos n iacuteve is de
desenvolvimento humano em todas as un idades da federaccedilatildeo
contudo a d ispar idade ent re as regiotildees cont inua O Dis t r i to Federa l
Santa Catar ina e Satildeo Paulo cont inuam a apresentar os melhores
IDH enquanto que estados do nordeste como Alagoas Maranhatildeo e
P iauiacute deteacutem os uacute l t imos lugares no rank ing
Conforme ref let ido na tabe la 5 de 1991 a 2007 a Regiatildeo
Nordeste fo i a que apresentou maior cresc imento em re laccedilatildeo agraves
demais regiotildees is to eacute s ign i f ica t ivo porque apesar da posiccedilatildeo
desfavoraacuteve l daquela regiatildeo em termos de desenvolv imento
humano a d ispar idade com as outras regiotildees encolheu ind icando
reduccedilatildeo das desigualdades A tabe la a seguir demonstra as
movimentaccedilotildees nas c inco regiotildees com niacutet ida ace leraccedilatildeo observada
na Regiatildeo Nordeste
e m i d a d e d e i n g r e s s o n a e s c o l a ( n o B r a s i l a o s s e i s a n o s ) p a r a o r e s t o d e s u a v i d a
S e m d uacute v i d a e s t a m e t o d o l o g i a eacute m a i s a b r a n g e n t e q u e o m eacute t o d o a n t e r i o r
p r i n c i p a l m e n t e p o r c o n t e m p l a r a q u a l i d a d e d o e n s i n o
9 4
CRESCIMENTO ANUAL DO IDH REGIONAL ndash 1991-200742
Regiotildees IDH 2007 Crescimento
19912007 () Crescimento Meacutedio
Anual 19912007 ()
Nordeste 0850 246 14
Norte 0847 167 10
Centro Oeste 0838 146 09
Sul 0786 130 08
Sudeste 0749 125 07
Tabela 5 Cresc imento Anual do IDH Regional -1991-2007
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l do Bras i l - Janei ro 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1p
Acesso em 2992011
O estudo def ine o IDH como um ind icador de natureza
est rutura l que deve produzi r a l teraccedilotildees no longo prazo devendo ser
observado e anal isado em funccedilatildeo de suas tendecircncias Nesse caso o
estudo evidencia a caminhada para a e l iminaccedilatildeo das desigualdades
regionais
42 Eacute i m p o r t a n t e c o n s i d e r a r m o s e s t a a n aacute l i s e c o m o a v a l i a ccedil atilde o d e t e n d ecirc n c i a p o r q u e d e v i d o agrave n o v a
m e t o d o l o g i a d e e l a b o r a ccedil atilde o d o s iacute n d i c e s d e I D H d o B r a s i l r e s u l t a e m 0 6 7 8 p a r a 2 0 0 5 0 6 8 1 p a r a 2 0 0 6 e
0 6 8 5 p a r a 2 0 0 7 N o e s t u d o d o B a n c o C e n t r a l d o B r a s i l c o n s i d e r a - s e a d i m e n s atilde o E d u c a ccedil atilde o f u n ccedil atilde o d o
iacute n d i c e d e a n a l f a b e t i s m o e c r i a n ccedil a s m a t r i c u l a d a s e n q u a n t o q u e a n o v a m e t o d o l o g i a c o n s i d e r a a
e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e q u e a s c r i a n ccedil a s e m i d a d e d e i n g r e s s o n a
e s c o l a n o B r a s i l a o s s e i s a n o s i r atilde o o b t e r p e l a s u a v i d a
9 5
O t rabalho e laborado pe lo Banco Centra l desvenda a reduccedilatilde o
das d i ferenccedilas de qual idade de vida nas grandes regiotildees
bras i le i ras Observa que ateacute 1996 as d ispar idades resid iam no tema
Educaccedilatildeo e que a par t i r de 1997 haacute uma mudanccedila para a d imensatildeo
econocircmica que apresenta menor reduccedilatildeo Enfat iza que no f im do
per iacuteodo anal isado (2007) haacute maior homogeneidade entre educaccedilatildeo e
longevidade do que para a d imensatildeo econocircmica No caso as cr ises
e so luccedilos da economia tendem a evidenciar -se com maior
contundecircncia nas tendecircncias Em Educaccedilatildeo e Longevidade (Sauacutede)
por serem i tens dependentes de invest imentos as tendecircncias se
def inem com maior regu lar idade eventua is cor tes ou desaceleraccedilatildeo
de invest imentos tendem a mater ia l izar -se a meacutedio e longo prazo
O estudo aponta a var iaacuteve l longevidade como a mais regu lar
com cresc imento estaacuteve l e de forma l inear em todas as regiotildees A
Regiatildeo Nordeste destaca -se tambeacutem nesta d imensatildeo com 18 de
cresc imento no per iacuteodo equ iva lente a 1 anual enquanto que as
demais regiotildees o cresc imento f icou ao redor de 11 ou 065
anual O t raba lho a t r ibu i ao maior cresc imento agrave grande def ic iecircnc ia
nesse i tem longevidade o que poss ib i l i ta oportun idade de ganhos
margina is
A expectat iva de vida da Regiatildeo Nor deste eacute a menor dentre
as Grandes Regiotildees o graacutef ico 15 que ref le te o ano de 2009 nos
permi te v isua l izar a d ispar idade ent re regiotildees e a meacutedia da
9 6
federaccedilatildeo A expectat iva de vida da Regiatildeo Nordeste eacute de 704
anos Certamente o que determina ess e va lor ba ixo para o nordeste
eacute pr inc ipa lmente a morta l idade infant i l que a inda eacute ext remamente
preocupante 33 2 por mi l nasc idos vivos ref le t ind o as condiccedilotildees
soc ia is desfavoraacuteve is O Programa Bolsa Famiacutel ia com sua
condic iona l idade sauacutede eacute ferramenta important iacutess ima para a
melhor ia dessa d imensatildeo do IDH
EXPECTATIVA DE VIDA POR REGIAtildeO EM ANOS (2009)
Graacutef ico 15 Expectat iva de Vida por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icadores Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso 14112011
9 7
MORTALIDADE INFANTIL
POR 1000 NASCIDOS VIVOS EM 2009
Graacutef ico 16 Morta l idade Infant i l por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icado res Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso em 14112011
No quesi to longevidade haacute que se considerar que a Regiatildeo
Nordeste apresentou s ign i f icat iva melhor ia o que ind ica progresso
soc ioeconocircmico Os dados apresentam ac e leraccedilatildeo da Regiatildeo
Nordeste nessa d imensatildeo em re laccedilatildeo agraves demais regiotildees o que nos
sugere melhor ia das condiccedilotildees humanas O Nordeste apresenta no
per iacuteodo 1999-2009 aumento de c inco anos e meio na expectat iva de
vida de sua populaccedilatildeo crescendo de 667 anos para 704 anos
s ign i f icat iva melhor ia de 3 7 anos
9 8
A anaacutel ise dos fa tores da composiccedilatildeo do IDH regional aponta
como pr inc ipa l fa tor a d imensatildeo Educaccedilatildeo como a de maior peso de
par t ic ipaccedilatildeo Ind ica que de 1991 -2003 houve expansatildeo dos IDH em
todas as regiotildees chegando a exp l icar mais da metade do
cresc imento do iacutend ice Desponta aqui como cont r ibu iccedilatildeo a
un iversa l izaccedilatildeo do acesso ao ensino fundamenta l e cresc imento da
oferta de vagas no ensino meacutedio e super ior Es sa co locaccedilatildeo
mencionada no estudo deve ser considerada com ressa lvas porque a
metodologia para o caacute lcu lo do IDH anter ior a 2010 considera a taxa
de analfabet ismo que rea lmente eacute favoraacuteve l em termos Bras i l
Contudo uma anaacutel ise da nova metodologia a qual considera
expectat iva de esco lar idade a tendecircncia natildeo se mostra an imadora A
meacutedia de esco lar idade aos 25 anos mostra cresc imento ent re 2000 e
2010 de 305 2 7 ao ano mas a expectat iva de esco lar idade
para as cr ianccedilas em idade de ingresso na esco la (Bras i l aos 6 anos)
natildeo se sustentou na uacute l t ima deacutecada o que ind ica que providecircncias
urgentes satildeo necessaacuter ias a f im de rever ter a tendecircncia A
metodo log ia a tua l do IDH con fo rme fo i ana l i sada no toacutep ico 2 1 3
con temp la a qua l idade do ens ino po rque se base ia nas mat r iacutecu las
po r idade nos d ive rsos n iacuteve is da educaccedilatildeo Houve c resc imento em
f ins da deacutecada de 199 0 e um p ico ao redo r do an o 2000 (v ide
g raacute f i co 6 ) mas o iacutend ice natildeo se sus ten tou e es taacute es tab i l i zado em
13 8 anos
9 9
Apesar da nova metodologia adotada no caacute lcu lo do IDH t razer
ef icaacutec ia ao iacutend ice vindo a c ontemplar a qual idade do ensino haacute que
se dar creacuted i to aos esforccedilos que resu l taram em importante reduccedilatildeo
do analfabet ismo no Bras i l Os graacutef icos a seguir nos oferecem uma
ide ia das tendecircncias
TAXA DE ANALFABETISMO
Graacutef ico 17 Taxa de Analfabet ismo
Fonte IBGE
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr l is ta_temaaspxop=0ampno=41
Acesso em 4102011
156147
114102 10 97
0
5
10
15
20
1995 1996 2004 2007 2008 2009
Taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade ()
1 0 0
Tra je toacute r ia dos fa to res u t i l i zados na nova me todo log ia de caacute lcu lo
da d imensatildeo Educaccedilatildeo do IDH
1450 1442 1457 1396 1426 1419 1398 1378 1378 1378 1378
550 572 594 617 639 661 672 684 695 706 718
000
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
EXPECTATIVA DE ESCOLARIDADE DASCRIANCcedilASESCOLARIDADE MEacuteDIA DOS ADULTOS 25 ANOSOU MAIS
G raacute f i co 18 D imensatildeo Educaccedilatildeo Fa to res da Nova Metodo log ia de
caacute lcu lo do IDH
Fon te h t tp hdrundporgendata t rends
Acesso em 2792011
A var iaacuteve l renda 43 apresentou forma i r regu lar ao longo do
per iacuteodo nesse ponto tambeacutem a Regiatildeo Nordeste fo i a que resu ltou
em maior cresc imento apresentou no per iacuteodo anal isado (1991 -
2007) 141 ou 08 ao ano Em sequecircncia a Regiatildeo Centro Oeste
com 105 ou 06 ao ano Su l com 104 ou 06 ao ano Norte
com 69 ou 04 ao ano e Sudeste com 67 ou 04 ao ano A
43
C a b e l e m b r a r q u e a d i m e n s atilde o r e n d a p e r c a p i t a eacute a j u s t a d a p a r a r e f l e t i r ldquo P P P rdquo -
P u r c h a s e P o w e r P a r i t y i n U S D o l l a r s ( p a r i d a d e d e p o d e r d e c o m p r a e m d oacute l a r e s
a m e r i c a n o s )
1 0 1
i r regu lar idade do cresc imento do fator renda pode ser a t r ibuiacuteda agraves
cr ises econocircmicas dos uacute l t imos tempos
A nova metodologia v isa enfat izar metas que contemplem a
melhor ia de qual idade da educaccedilatildeo e pr inc ipa lmente forccedilam os
paiacuteses a garant i r o fu turo de exce lecircncia em educaccedilatildeo
A anaacutel ise dos dados re lat ivos ao IDH no per iacuteodo 2006 e 2007
ind ica a melhor ia genera l izada com reduccedilatildeo gradual e s is temaacutet ica
das desigualdades At r ibu i agrave Educaccedilatildeo o fa tor mais importan te para
o IDH ateacute 2003 exceto na regiatildeo Centro Oeste conclu i que o fator
renda eacute o mais importante para com as d iscrepacircncias do IDH das
vaacuter ias regiotildees
Peso das Dimensotildees no IDH Regional
1991-2003 2004-2007
Regiotildees Educaccedilatildeo Longevidade Renda Educaccedilatildeo Longevidade Renda
() () () () () ()
Norte 668 268 64 551 186 263 Nordeste 606 29 104 45 183 367 Sudeste 515 379 106 502 193 305 Sul 546 271 183 401 198 401 Centro Oeste
565 321 114 356 186 458
Meacutedia 580 306 114 452 189 359
Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l ndash Janei ro de 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1
Acesso em 2992011)
1 0 2
32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMIC O
3 21 Acesso agrave Esco la
O acesso agrave esco la eacute fator pr imord ia l para o desenvolvimento
humano e pr inc ipa lmente para a el iminaccedilatildeo das desigualdades A
chave para a melhor ia educacional comeccedila pelo acesso da
populaccedilatildeo agrave esco la Os ind icadores educacionais b ras i le i ros
mostram o progresso cont inuado ness e campo o que sem duacutevida eacute
um passo decis ivo para reduccedilatildeo das desigualdades que nos
incomodam
O Bras i l obteve cresc imento s ign i f ica t ivo quanto ao acesso agrave
esco la cabe destacar a educaccedilatildeo infant i l Em 2009 a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domiciacute l ios - PNAD IBGE ndash demonstrou que
o grupo de cr ianccedilas de 0 a 5 anos de idade apresentava uma taxa
de esco lar izaccedilatildeo de 381 s ign i f ica t iva melhor ia em re laccedilatildeo a
1999 quando a proporccedilatildeo era de apenas 233
No segmento de 6 a 14 anos pode -se d izer que em meados
da deacutecada de 1990 prat icamente todas as cr ianccedilas bras i le i ras jaacute
estavam f requentando esco la Eacute importante mencionar que fo i
somente a par t i r de 2007 que o segmento populac iona l das cr ianccedilas
1 0 3
de 6 anos fo i incorporado agrave fa ixa de ensino obr igatoacuter ia que ateacute
entatildeo compreendia dos 7 aos 14 anos de idade
Quanto agrave fa ixa e taacuter ia de adolescentes de 15 a 17 anos
notamos s i tuaccedilatildeo menos favoraacuteve l em 2009 a taxa a lcanccedilou 852
daquele cont ingente Podemos conclu i r que infe l izmente a
esco lar izaccedilatildeo dos adolescentes dessa fa ixa e taacuter ia carece de
un iversa l izaccedilatildeo destaca -se que houve melhor ia em relaccedilatildeo a 1999
contudo pequena A Regiatildeo Nordeste em 2009 apresenta def ic iecircnc ia
s ign i f icat iva dos adolescentes ness a fa ixa e taacuter ia somente 392
estava no niacuteve l meacutedio bem abaixo dos 421 a lcanccedilados pe lo s da
Regiatildeo Sudeste em 1999 Isso pode ser exp l icado pe las pressotildees
soc ioeconocircmicas endecircmicas na Regiatildeo Nordeste fatores que mui to
afetam e a t rasam o desenvolvimento educacional
A tabe la 7 ind ica que haacute um enorme passo a ser dado apesar
do exce lente cresc imento conseguido na taxa de esco lar izaccedilatildeo de
adolescentes de 15 a 17 anos a Regiatildeo Nordeste tem muito espaccedilo
a crescer para posic ionar -se em niacuteve l equ iva lente agrave Regiatildeo
Sudeste O quadro abaixo nos d iz que haacute corre laccedilatildeo s ign i f icat iva
ent re s i tuaccedilatildeo soc ioeconocircmica no caso a Regiatildeo Sul e condiccedilatildeo
educacional Por tanto ta lvez sem progresso soc ioeconocircmico os
ind icadores de educaccedilatildeo estaratildeo compromet idos porque
infe l izmente a educaccedilatildeo natildeo estaacute ent re as pr ior idades por questatildeo
cu l tura l ou mais prec isamente de sobrevivecircncia
1 0 4
Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida Fa ixa Etaacuter ia 15 ndash 17 anos44
Grandes Regiotildees - 19992009
1999 2004 2009 Var
NORTE
244 276 391 602
NORDESTE 167 279 392 1347
SUDESTE 421 579 605 437
SUL
446 534 574 287
CENTRO-OESTE 327 449 547 673
BRASIL
327 442 509 557
Tabela 7 Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida por Regiatildeo
Fonte IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacute l ios
19992009 SINTESE DOS INDICADORES SOCIAIS -2010- IBGE
Acesso em 141111
3 22 Desigualdade ent re Regiotildees
Conforme jaacute fo i abordada no in iacutec io des se t raba lho o Iacutend ice
de Gin i desenvolvido por Corrado Gin i estat iacutes t ico i ta l iano eacute
u t i l izado para medir o grau de desigualdade N as def in iccedilotildees do
IBGE consta ldquoserve para medir a concentraccedilatildeo de uma d is t r ibu iccedilatildeo
mede o grau de desigualdade existente ent re ind iviacuteduos segundo
44
A t a x a d e e s c o l a r i z a ccedil atilde o l iacute q u i d a i n d i c a a p r o p o r ccedil atilde o d a p o p u l a ccedil atilde o e m
d e t e r m i n a d a f a i x a e t aacute r i a q u e s e e n c o n t r a f r e q u e n t a n d o e s c o l a n o n iacute v e l a d e q u a d o
agrave s u a i d a d e
1 0 5
diversos fa tores (qua l idade de vida educaccedilatildeo por exem plo) e
dent re e les o rendimentordquo 45
Tendecircncia do Iacutend ice de Gin i por Regiatildeo
Graacutef ico 19 Iacutend ice Gin i por Regiatildeo ndash Tendecircncias
Fonte IBGE ndash Seacuteries Esta t iacutes t icas
Obs ndash Vide va lores numeacuter icos na tabe la 8 a seguir
45
N o c aacute l c u l o d o s iacute n d i c e s d e G i n i d a s d i s t r i b u i ccedil otilde e s d e r e n d im e n t o f o r a m
l e v a d o s e m c o n t a o n uacute m e r o d e p e s s o a s d a a m o s t r a d a p e s q u i s a n a c i o n a l d e
d o m ic iacute l i o s ( P N A D ) e o r e n d im e n t o d a p e s s o a
O v a l o r d o iacute n d i c e v a r i a d e 0 a 1
0 = q u a n d o n atilde o h aacute d e s i g u a ld a d e a r e n d a d e t o d o s o s i n d i v iacute d u o s t e m o
m e s m o v a l o r
1 = q u a n d o a d e s i g u a l d a d e eacute m aacute x im a a p e n a s u m i n d i v iacute d u o d e t eacute m t o d a a
r e n d a d a s o c i e d a d e e a r e n d a d e t o d o s o s o u t r o s i n d i v iacute d u o s eacute n u l a
( h t t p s e r i e s e s t a t i s t i c a s i b g e g o v b r s e r i e s a s p x vc o d ig o = F D T 8 1 0 amps v = 1 8 amp t =
i n d i c e - d e - g i n i - p e s s o a s - d e - 1 0 - a n o s - o u - m a i s - d e - i d a d e - c o m - r e n d im e n t o -
m e n s a l ) Ac e s s a d o e m 0 4 1 0 2 0 1 1
1 0 6
A tendecircncia de reduccedilatildeo das desigu aldades de renda eacute
favoraacuteve l para todas as regiotildees com exceccedilatildeo da Regiatildeo Centro -
Oeste que apresentava s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l a teacute 2006 quando
rever teu a tendecircncia para uma maior concentraccedilatildeo de renda A
Regiatildeo Nordeste tambeacutem apresenta def lexatildeo em 2005 vindo a
re tomar a tendecircncia favoraacuteve l agrave desconcentraccedilatildeo de renda a part i r
de 2006 Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de desconcentraccedilatildeo de
renda segue favoraacuteve l no per iacuteodo apresentando reduccedilatildeo de 09 ao
ano
Apesar da melhor ia s ign i f ica t iva que se apresenta pe la
tendecircncia de reduccedilatildeo de desigualdade ind icado pe lo iacutend ice de Gin i
o Bras i l a inda estaacute longe da exce lecircncia atua lmente o iacutend ice de Gini
da Noruega o pr imeiro co locado no rank ing de IDH eacute 0255 (ano
2000) 46
46
I l u s t r a n d o n o r i t m o d e c r e s c i m e n t o a n u a l d o iacute n d i c e d e G i n i d o p e r iacute o d o 1 9 9 8 -
2 0 0 8 a t i n g i r a e x c e l ecirc n c i a p a r a o B r a s i l n o c a s o o iacute n d i c e d a N o r u e g a p o d e
s i g n i f i c a r 8 0 a n o s ( 0 5 3 1 ( 1 - 0 0 0 9 ) ^ 8 0 = 0 2 5 7 )
1 0 7
IacuteNDICE DE GINI POR REGIAtildeO (1998-2008) (1)
Regiatildeo 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Norte urbana 0569 0553 0543 0551 0534 0527 0512 0513 0504 0502 Nordeste 0581 0575 0566 0576 0570 0571 0551 0557 0540 0539 Sudeste 0561 0551 0554 0552 0543 0533 0534 0529 0510 0507 Sul 0558 0559 0543 0536 0535 0530 0519 0510 0505 0498 Centro-Oeste 0600 0591 0585 0591 0569 0571 0564 0558 0564 0567 Brasil 0584 0576 0572 0573 0566 0559 0552 0548 0535 0531 Tabela 8 Iacutendice Gini por Regiatildeo ndash Valores acima suportam o graacutefico 20
Fonte IBGE - Seacuteries Estatiacutesticas httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=FDT810ampsv=18ampt=indice-de-
gini-pessoas-de-10-anos-ou-mais-de-idade-com-rendimento-mensal Acesso em 141111
[1] Dados para o ano 2000 natildeo satildeo disponiacuteveis
323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho
Um dos fatores mais importantes que ind icam a melhor ia
soc ioeconocircmica de uma regiatildeo eacute sem sombra de duacutevida a oferta de
empregos formais Formal idades no emprego provecircm aos
t raba lhadores menor vu lnerab i l idade agrave s i tuaccedilatildeo de penuacuter ia porque
asseguram d i re i tos de c idadatildeo A informal idade assola o Bras i l e eacute
constantemente assunto de debates po l iacute t icos t rata -se de uma das
demandas soc ia is mais importantes da atua l idade brasi le i ra O IBGE
contro la o desenvolvimento dessa vu lnerab i l idade a boa not iacutec ia eacute
que estaacute havendo progresso ness e quesi to o nuacutemero de
1 0 8
empregados com car te i ra ass inada vem aumentando
consis tentemente No per iacuteodo 2001-2009 a Regiatildeo Norte fo i a que
maior cresc imento apresentou 86 seguida da Centro -Oeste com
58 Nordeste com 53 Sudeste com 40 e Sul com 37 Em
meacutedia o cresc imento anual de empregados com t raba lho formal no
Bras i l c resceu agrave taxa de 47 no per iacuteodo de 2001 -2009 e 4 8 no
per iacuteodo 2004-2009 per iacuteodo este de vigecircncia do Programa Bolsa
Famiacutel ia Ressal ta -se que a Regiatildeo Nordeste ent re 2004-2009 fo i a
maior em cresc imento anual apresentou 63 Ess es dados
cont r ibuem para desfazer o mi to de que o t raba lhador tende a
recusar regis t ro formal em car te i ra de t raba lho a f im de engajar -se
no Programa Bolsa Famiacutel ia
EMPREGADOS COM CARTEIRA ASSINADA NO BRASIL
CRESCIMENTO ANUAL
Regiatildeo
2001 2004 2009 2001-2009 2004-2009
() ()
Norte
826 1144 1537 81 61
Nordeste
3443 3886 5280 55 63
Sudeste
12359 13839 17365 43 46
Sul
4241 4922 5816 4 34
Centro-Oeste 1494 1768 2367 59 6
Brasil
22363 25558 32364 47 48
Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada
FONTE IBGE Seacuteries Estatiacutesticas
Seacuterie PD352 - Empregados com carteira de trabalho assinada total e por sexo Acesso em 09102011
1 0 9
O aumento de populaccedilatildeo economicamente a t iva tambeacutem pode
nos fornecer ind icaccedilotildees do desenvolvimento soc ioeconocircmico Os
levantamentos fe i tos pe lo IBGE considera m como populaccedilatildeo
economicamente a t iva pessoas que se encontram ocupadas e
desocupadas sob c i rcunstacircncias especiacutef icas Sendo as ocupadas as
que na semana em que fo i fe i ta a pesqu isa t inham traba lho mesmo
quando estavam de l icenccedila feacuter ias ou greve e as que estavam
desocupadas aquelas que tomaram a lguma providecircncia efet iva na
procura de t raba lho (def in iccedilotildees do IBGE)
Como podemos ver i f icar nos dados da tabe la a seguir a
populaccedilatildeo economicamente at iva cresceu de forma regular em todas
as Regiotildees
Um dos pontos de at raccedilatildeo de invest idores para o nosso paiacutes
t rata-se do fator chamado ldquobocircnus demograacutef icordquo esse fenocircmeno eacute
def in ido ou apresenta -se quando haacute um determinado per iacuteodo na
h is toacuter ia da naccedilatildeo onde a populaccedilatildeo economicamente a t iva supera agrave
de dependentes no caso de idosos e cr ianccedilas t rata -se de uma
posiccedilatildeo favoraacutevel ao desenvolvimento econocircmic o O chamado
ldquobocircnus demograacutef icordquo ao que tudo ind ica teve seu in iacutec io em 2004
quando a populaccedilatildeo economicamente at iva a t ingiu 51 da
populaccedilatildeo tota l
O demoacutegrafo Joseacute Eustaacutequio Din iz Alves professor da Escola
Nacional de Ciecircncias Estat iacutes t ica do IBGE anal i sta e pesquisado r do
1 1 0
assunto ldquobocircnus demograacutef ico rdquo ind ica que o Bras i l passa por um
momento uacuten ico neste in iacutec io do seacutecu lo XXI Af i rma que esta jane la da
h is toacuter ia t raz uma condiccedilatildeo propiacutec ia para o desenvolvimento
soc ioeconocircmico Defende que a combinaccedilatildeo ent re uma est rutura
demograacutef ica e uma est ru tura soc ia l que levam a uma proporccedilatildeo de
populaccedilatildeo em idade em que o re torno soc ioeconocircmico eacute maior 47 A
tabe la 10 a seguir com dados se lec ionados das seacuter ies esta t iacutes t icas
do IBGE atesta o cresc imento da Populaccedilatildeo Econo micamente At iva
por regiatildeo
47 B ocirc n u s d e m o g r aacute f i c o c r e s c i m e n t o e c o n ocirc m i c o e r e d u ccedil atilde o d a p o b r e z a n o B r a s i l
J o s eacute E u s t aacute q u i o D i n i z A l v e s - h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e
A P A R T E - I n c l u s atilde o S o c i a l e m D e b a t e
h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e p d f s b o n u s _ e c o n o m i a _ e _ p o b r e z a p d f
1 1 1
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA POR REGIAtildeO
Regiatildeo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
(000) (000) (000) (000) (000) (000) (000)
Norte 4918 6861 7073 7073 7145 7340 7536 Nordeste 24213 24911 25822 25880 26093 26546 26735 Sudeste 38666 39282 40863 41623 41860 42712 43452 Sul 14607 14893 15043 15290 15489 15437 15744 Centro-Oeste 6395 6712 6946 7007 7286 7466 7643
Brasil 88774 92660 95748 96874 97872 99500 101110
Tabe la 10 Popu laccedilatildeo Economicamente A t i va por Regiatildeo
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD292amps
v=19ampt=grupos -de- idade
Acesso em 13 11 11
Segundo Din iz A lves (2010) ent re 2003 e 2004 a renda per
cap ita pouco cresceu e a pobreza apresentou a lguma reduccedilatildeo mas
as condiccedilotildees demograacutef icas econocircmicas e soc ia is entraram em um
c i rcu lo v i r tuoso a part i r daiacute Houve po l iacute t icas puacutebl icas saudaacuteveis ou
favoraacuteve is po is a economia bras i le i ra most rou-se imune agraves cr ises
in ternacionais que asso lavam o pr imeiro mundo Poliacute t icas puacutebl icas
de recuperaccedilatildeo do sa laacuter io miacuten imo e incremento de programas
soc ia is em part icu lar Programa Bolsa Famiacutel ia impuls ionaram a
economia Houve incremento do t raba lho formal reduccedilatildeo das taxas
de desemprego e informal idade
Coloca Din iz A lves (2010) a ent rada maciccedila da mulher no
mercado de t rabalho como pr imord ia l para a reduccedilatildeo da pobreza
nesse ponto haacute que enfat izar o cresc imento da demanda de matildeo de
obra face ao impulso favoraacuteve l do cresc imento econocircmico
1 1 2
A tabela 11 a seguir conf i rma as af i rmaccedilotildees de Din iz A lves
em seu texto sobre o tema ent re 2001 e 2009 houve um incremento
de 171 mi lhotildees de pessoas na parce la da populaccedilatildeo denominada
ldquoeconomicamente a t ivardquo sendo 92 milhotildees de mulheres e 7 9
mi lhotildees de homens
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA
2001 2009 ACREacuteSCIMO
(000) (000)
HOMENS 48844 56710 7866
MULHERES 35174 44401 9227
TOTAL 84018 101111 17093
Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingresso 2001 a 2009
Fonte IBGE Seacuterie PD292 - Grupos de idade httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 121111
Segundo o ar t igo a ent rada da mulher com maior in tens idade
no mercado fo i importante para a reduccedilatildeo da pobreza e que a
reduccedilatildeo da informal idade para ambos os sexos produzi ram os
maiores ganhos apoacutes 2004 O graacutef ico 21 demonst ra o cresc imento
de empregados formais podemos notar def lexatildeo no ano de 2004
1 1 3
EMPREGADOS CARTEIRA ASSINADA
(MILHARES DE PESSOAS)
14608 14975 1542716535
17282 1786819105
20428 20609
7756 8160 84929023 9593 10173
10663 11454 11756
0
5000
10000
15000
20000
25000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
HOMENS
MULHERES
Graacutef ico 20 Empregados com Carte i ra Ass inada
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD352ampsv=
18ampt=empregados-com-carte i ra -de- traba lho-ass inada-to ta l -e-por-sex
Acesso em 10102011
A ent rada consistente da mulher no mercado de t raba lho
pr inc ipa lmente aquelas que possuem melhores n iacuteve is educacionais
soacute fo i possiacuteve l porque houve importante reduccedilatildeo nas taxas de
fecundidade Com a reduccedilatildeo do nuacutemero de f i lhos aumentam as
oportun idades para as mulheres invest i rem de forma ef ic iente em
sua proacutepr ia educaccedilatildeo e carre i ra O resu l tado eacute posi t ivo com
1 1 4
melhores sa laacuter ios e rend imentos que remunerem e incent ivem o
desenvolvimento de cap ita l humano 48
Na tabe la 12 a seguir podemos visua l izar a queda da taxa de
fecundidade no Bras i l a maior queda ocorreu na Regiatildeo Nordeste
aproximando-se das taxas das regiotildees mais desenvolvidas Isso
a testa a melhor ia da qual idade de vida e a tendecircncia fortu i ta na
reduccedilatildeo da desigualdade
TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL
TAXA DE FECUNDIDADE REDUCcedilAtildeO MEacuteDIA ANUAL
REGIAtildeO 2001 2009 2001-2009
()
NORTE 32 25 -30
NORDESTE 27 20 -34
SUDESTE 21 18 -23
SUL 22 19 -17 CENTRO-OESTE 23 19 -22
BRASIL 24 19 -26
Tabela 12 Taxa de Fecundidade Total FONTE IBGE
Seacuterie POP264 - Taxa de fecundidade total Acesso em 15112011
48
C a p i t a l H u m a n o j aacute a b o r d a d o n a p a r t e i n i c i a l d e s t e t r a b a l h o b a s i c a m e n t e
s i g n i f i c a o c a p i t a l a d q u i r i d o p e l a s p e s s o a s a t r a v eacute s d e i n v e s t i m e n t o s e m s i
p r oacute p r i a s
1 1 5
Famiacutel ias pequenas onde o casa l pode dedicar -se ao t raba lho
remunerado satildeo menos vu lneraacuteve is a prob lemas soc ia is a
par t ic ipaccedilatildeo da mulher no mercad o de t raba lho faz crescer a
economia e reduz a pobreza t rata -se de um s ina l cr is ta l ino de
melhor ia soc ioeconocircmica
Um exerciacutec io ca lcu lando a razatildeo ent re os dados de Populaccedilatildeo
Economicamente At iva e a Populaccedilatildeo afer ida pe lo Censo de 2010
ind ica que o bocircnus demograacutef ico eacute favoraacuteve l em todas as regiotildees
com exceccedilatildeo da Regiatildeo Norte que se encontra em 49 muito perto
de par t ic ipar do processo O ldquobocircnus demograacutef icordquo natildeo eacute o uacuten ico
fa tor determinante para o desenvolvimento soc ioeconocircmico
contudo sendo favoraacuteve l eacute como jaacute fo i co locado exce lente fator de
a t raccedilatildeo de invest imentos cabe ao Bras i l tomar prove i to desta
oportun idade como o f izeram paiacuteses ho je posic ionados como
parad igmas do desenvolvimento humano
1 1 6
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVAPO PULACcedilAtildeO TOTAL
(EM MILHARES DE PESSOAS)
POPULACcedilAtildeO
CENSO ECONOMICAMENTE ATIVA EM 2009
REGIAtildeO 2010 2009 POP TOTAL
NORTE 15485 7536 49
NORDESTE 51871 26735 52
SUDESTE 77657 43452 56
SUL 27022 15744 58
CENTRO-OESTE
13677 7643 56
BRASIL 185713 101110 54
Tabela 13 Populaccedil Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total
FONTE Dados do Censo 2010 publicados no Diaacuterio
Oficial da Uniatildeo do dia 04112010 Recenciamento feito ateacute 31 de outubro de 2010
Populaccedilatildeo Economicamente Ativa - IBGE
httpwwwcenso2010ibgegovbrdados_divulgadosindexphpuf=35
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 10102011
1 1 7
3 3 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO
Atua lmente eacute voz corrente que o Bras i l natildeo investe o
montante adequado na Educaccedilatildeo encontramos este t ipo de
comentaacuter io em jorna is programas de raacuted io exis tem extensas
reportagens sobre o assunto Haacute colocaccedilotildees e af i rmaccedilotildees dos mais
d iversos t ipos sempre com fundamentaccedilotildees empiacuter icas e
quest ionaacuteveis provavelmente o que leva a essas cr iacute t icas e anse ios
eacute a rea l idade dos ind icadores que demonstram a enorme d istacircnc ia
da exce lecircncia
Os graacutef icos 22 e 23 a seguir i lust ram os invest imentos
puacutebl icos em Educaccedilatildeo em termos de porcentagem do PIB houve
uma queda apoacutes 2003 com estagnaccedilatildeo no per iacuteodo 2003 -2005
re tomando cresc imento apoacutes 2006
1 1 8
Graacutef ico 21 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo - do PIB
Fonte IDB Inep
porta l inepgovbr estat is t icas -gastoseducacao-
ind icadores_f inancei ros -p t i _n ive l_ensinohtm
Acesso em 14102011
O montante de invest imentos puacutebl icos em educaccedilatildeo apres enta
ace leraccedilatildeo a part i r de 2004 sa indo de um patamar de R$ 107
b i lhotildees em 2004 at ingindo R$ 141 b i lhotildees em 2007 (a preccedilos de
2010) Essa tendecircncia nos ind ica a adoccedilatildeo de uma po l iacute t ica mais
consis tente em favor da melhor ia qual i ta t iva do processo
educacional
1 1 9
1071 1039 1065 1045 1075 1125 1266
1414
-
500
1000
1500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
INVESTIMENTOS PUacuteBLICOS EM EDUCACcedilAtildeO VALORES EM BILHOtildeES DE REAIS CONSTANTES
(2010)
Graacutef ico 22 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fontes
INEP httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-despesas_public a_paridadehtm Def lator u t i l izado L Seacute r ie SCN54 - Def lator do Produto In terno
Bruto
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
1 2 0
Graacutef ico 22A Invest imento Puacutebl ico Por A luno Est imado em
Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fonte INEP
h t tp po r ta l i nep ovb r es ta t i s t icas -gas toseducacao -despesas
pub l icas -p a par idade h tm
Acesso 142 2012
Em pronunciamentos agrave imprensa em f ins de setembro e in iacutec io
de outubro de 2011 o min is t ro Paulo Haddad ve io a se posic ionar
que o Bras i l p rec isa invest i r mais em educaccedilatildeo O proacutepr io min is t ro
admi te que a educaccedilatildeo bras i le i ra possua qual idade quest ionaacutevel
em 30 de setembro de 2011 conforme not ic iaacuter io 49 quando
par t ic ipava do 3ordm Exame Forum em debate que par t ic ipou em
companhia de Gustavo Ioschpe (economista e a r t icu l is ta de revista
49
R e v i s t a V e j a 3 0 9 2 0 1 1 ndash 1 4 3 9 h o r a s ndash J o r n a l i s t a N a t h a l i a G o u l a r t
1 2 1
Veja) Mar ia Helena Guimaratildees (Membro do Conselho Estadual de
Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo e da Academia Bras i le i ra de Educaccedilatildeo) e
Marce lo Odebrecht (empresaacuter io e pres idente da Odebrecht )
c lass i f icou o n iacuteve l atua l da educaccedilatildeo bras i le i ra com o ldquoregu larrdquo A
co locaccedilatildeo do min is t ro se apoia no fa to de que o Brasi l melhorou de
posiccedilatildeo na aval iaccedilatildeo internacional coordenada pe lo OCDE
(Organisat ion for Economic Co -operat ion and Development )
Na ocasiatildeo o min is t ro fo i contestado por Gustavo Ioschpe de
que o nosso paiacutes estava ent re os uacute l t imos co locados o prat icamente
condic iona agrave impossib i l idade de p iorar Cr i t ica af i rmaccedilotildees de que o
Bras i l p rec isa aumentar gastos com educaccedilatildeo a lega que o Bras i l
aumentou de forma ext raord inaacuter ia esses d ispecircndios sem t razer
cont rapart ida em termos de qual idade O economista Gustavo
Ioschpe natildeo de ixa de marcar um ponto os d ispecircndios puacutebl icos em
educaccedilatildeo aumentaram em termos re a is ent re 2003-2009 em 55
Natildeo temos como confer i r esses dados contudo se f izermos uma
ext rapolaccedilatildeo com os dados do graacutef ico 22 a af i rmaccedilatildeo parece
correta
Em out ra ocasiatildeo em 10 de outubro de 2011 o Min is t ro
Fernando Haddad em palest ra na Escola de Admin ist raccedilatildeo Puacutebl ica e
de Empresas da Fundaccedilatildeo Getuacute l io Vargas af i rmou que os recursos a
invest i r em educaccedilatildeo em 2011 representaratildeo 7 e 10 do PIB 50
50
R e v i s t a V e j a 1 0 1 0 2 0 1 1 ndash 1 8 5 4 ndash C a d e r n o E d u c a ccedil atilde o
1 2 2
Segundo o min is t ro a meacutedia invest ida pe los paiacuteses de OCDE eacute de
5 mas ressa lta que o PIB dos paiacuteses membros eacute de maior
montante e a d iacutev ida educacional eacute menor Ness e mesmo
pronunciamento o min ist ro s ina l iza planos de melhor ia de qual idade
defendeu a reforma educacional do ensino meacutedio com proposta
pr ior i taacuter ia para per iacuteodo in tegra l Menciona que o p lano prevecirc que as
au las se jam d iv id idas em dois turnos sendo que o pr imeir o deveraacute
ser ded icado agraves mateacuter ias baacutesicas e o segundo a formaccedilatildeo cu l tura l e
ens ino d ig i ta l
O quest ionamento do montante de invest imento no setor de
educaccedilatildeo eacute assunto recorrente m ui tos recomendam aumentar os
va lores invest idos mas poucos buscam a ra iz do prob lema os
pontos abordados nesse t raba lho sugerem a ocorrecircncia de
prob lemas de gestatildeo no setor de educaccedilatildeo a pergunta que f ica eacute
ldquoQuando esse prob lema de gestatildeo seraacute mapeado e reconhecidordquo
O exerciacutec io a seguir fo i e laborado para visua l izar o monta nte
que anualmente eacute in jetado no s istema ed ucacional bras i le i ro A
tabe la 14 nos ind ica os va lores invest idos pe lo setor puacuteb l ico mais os
gastos das famiacutel ias com educaccedilatildeo Cabe enfat izar que os va lores
invest idos pe las famiacutel ias natildeo inc luem o ldquocusto de oportunidaderdquo que
as estas de ixaram de obter por ap l icar na educaccedilatildeo tampouco o
custo f inancei ro associado a esses invest imentos que
1 2 3
part icu larmente no Bras i l satildeo ext remamente e levados Portanto o
va lor invest ido em educaccedilatildeo em termos rea is estaacute subest imado
GASTOS PUacuteBLICOS E GASTOS DAS FAMIacuteLIAS EM EDUCACcedilAtildeO
PESQUISAS DE ORCcedilAMENTOS
POF 20022003 POF 20082009
Estimativa de Gastos Familiares
N⁰ de Famiacutelias
48534638 57816604
de Gastos das Famiacutelias
410 300
Despesa Total Familiar
177803 262631
Gastos familiares c Educaccedilatildeo
Mensal
7290 7879
Anual
87479 94547
Montante de Gastos Familiares em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 425 547 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 677 563 a)
Gastos Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 665 1235 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1055 1414 a)
Somatoacuteria de Gastos Familiares e Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 1090
1782
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1732 1977
a) Reflete 2007 uacuteltimo montante publicado pelo INEP em abril de 2011
Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos das Famiacutelias em Educaccedilatildeo
Fonte INEPIBGE
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocondicaodevidapof2008_2009POFpublicacaopdf
httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-indicadores_financeiros-ptiniacutevel_ensinohtm
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
Acesso em 14102011
1 2 4
Como podemos visua l izar no exerciacutec io demonstrado na
tabe la 14 o d ispecircndio tota l em educaccedilatildeo considerando o s
invest imentos puacutebl icos e os gastos das famiacutel ia s tota l iza um
montante est imado em 1977 b i lhotildees de rea is (2007 a preccedilos de
2010) considerando o PIB bras i le i ro de 3 046 b i lhotildees de rea is
(2007 a preccedilos de 2010) o d ispecircndio tota l s ign i f ica 65 do PIB dos
quais 4 7 foram ofertados pe lo Estado e 18 bancados pe las
famiacutel ias
Outro fa to que se constata no exerciacutec io ac ima eacute a reduccedilatildeo do
va lor gasto pe las famiacutel ias em educaccedilatildeo de 4 1 para 3 dos
gastos fami l ia res isso pode ser resu l tado da ma ior oferta de
educaccedilatildeo prat icada pe lo Estado
3 4 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011-2020 RESUMO E
DESTAQUES
1 2 5
O pro je to de le i para o PNE 51 2011-2020 fo i enviado pelo MEC
ao Congresso Nacional em 15 de outubro de 2010 e encontra -se em
t rami taccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Federa is O pro je to de le i
estabelece dez di re t r izes com vis ta ao cumpr imento das normas
const i tuc iona is per t inentes agrave educaccedilatildeo conforme os toacutep icos abaixo
I - errad icaccedilatildeo do analfabet ismo
I I - un iversa l izaccedilatildeo do atendimento
esco lar
I I I -superaccedilatildeo das desigualdades
educacionais
IV- melhor ia da qual idade do ensino
V - formaccedilatildeo para o t raba lho
VI - promoccedilatildeo da sustentab i l idade
soc ioambienta l
VI I - promoccedilatildeo humaniacutest ica c ient iacute f ica e
tecnoloacutegica do Paiacutes
VI I I - estabelec imento de meta de
ap l icaccedilatildeo de recursos puacutebl icos em
educaccedilatildeo como o produto in terno bruto
51P l a n o N a c i o n a l d e E d u c a ccedil atilde o -
h t t p p o r t a l m e c g o v b r i n d e x p h p o p t i o n = c o m _ c o n t e n t amp v i e w = a r t i c l e amp i d = 1 6 4 7 8 amp I t e
m i d = 1 1 0 7 t o p _ b a r r a A c e s s o e m 2 5 1 0 2 0 1 1 )
1 2 6
IX- va lor izaccedilatildeo dos prof iss iona is da
educaccedilatildeo
X- d i fusatildeo dos pr inciacutep ios da equidade do
respei to agrave d ivers idade e a gestatildeo
democraacutet ica da educaccedilatildeo
O pro je to de le i tambeacutem conteacutem um anexo com vin te metas
com as respect ivas est ra teacutegias para o cumpr imento das d i ret r izes O
Art igo 3ordm do Proje to de Le i def ine que as metas e est rateacutegias
deveratildeo ser cumpridas no prazo de vigecircncia do PNE (2011 -2020)
No Art igo 6ordm estaacute estabelec ido que a cr iaccedilatildeo do ldquoFo rum
Nacional de Educaccedilatildeordquo deveraacute ar t icu lar e coordenar ldquoConferecircncias
Nacionais de Educaccedilatildeordquo
Os pontos inc lu iacutedos no PNE (2011 -2020) procuram atender
uma das mais importantes demandas para o setor da educaccedilatildeo a
melhor ia da qual idade da educaccedilatildeo nesse pon to o pro je to de le i
contempla muitas metas d i rec ionadas agrave melhor ia de qual idade do
ensino bem como estabelece est rateacutegias para at ingi - las
Ta lvez neste momento em que o PNE estaacute em processo de
aprovaccedilatildeo no Congresso Nacional natildeo parece importante uma
anaacutel ise mais profunda contudo va le a se leccedilatildeo de a lguns pontos
importantes que estatildeo contemplados nas metas do pro je to de le i
conforme segue
1 2 7
A terce i ra meta prevecirc a un iversa l izaccedilatildeo do acesso agrave rede
mundia l de computadores via banda larga de a l ta ve locidade
A sexta meta prevecirc a oferta de educaccedilatildeo com tempo in tegral
em 50 das esco las puacutebl icas de educaccedilatildeo baacutesica
A seacutet ima meta estabelece as meacutedias nacionais para o IDEB 52
esta meta se apresenta t iacutemida e eacute em gera l cr i t icada pe los anal istas
e formadores de op in iatildeo Seguem as metas inc lu iacutedas no pro je to de
le i
2
2011
2
2013
2
2015
2
2017
2
2019
2
2021
Anos in ic ia is do ensino
fundamenta l
4 6
4 9
5 2
5 5
5 7
6 0
Anos f ina is do ensino
fundamenta l
3 9
4 4
4 7
5 0
5 2
5 5
Ensino meacutedio
3 7
3 9
4 3
4 7
5 0
5 2
Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB
Fonte Pro jeto de Le i PNE 20112020
A seacutet ima meta do pro jeto de le i tambeacute m estabelece pro jeccedilotildees
para meacutedia de resu l tados em matemaacutet ica le i tura e c iecircnc ias obt idos
52
Iacute n d i c e d e D e s e n v o l v im e n t o d a E d u c a ccedil atilde o B aacute s i c a
1 2 8
nas provas do Programa Internacional de Aval iaccedilatildeo do ensino ndash
PISA ndash a f im de cont ro lar progresso de ava l iaccedilatildeo do INEP e
ava l iaccedilotildees in ternacionalmente reconhecidas A s pro jeccedilotildees conforme
cont idas no pro jeto de le i seguem abaixo
Meacutedia pro jetada para as provas PISA
PISA 2009 2012 2015 2018 2021
Meacutedia (1) 395 417 438 455 473
Tabela 16 Meacutedia Pro jetada para as Provas
PISA
(1) ciecircnciasleituramatemaacutetica
Em 2009 o Bras i l nas esta t iacutes t icas do OCDE (Organisat ion for
Economic Co-operat ion and Development ) se posic iona ent re os
uacute l t imos co locados dos paiacuteses par t ic ipantes as meacutedias publ icadas
por aquela organizaccedilatildeo em 2009 para o pr imeir o co locado foram as
seguintes
Meacutedias a lcanccediladas no exame PISA 2009
PRIMEIRO COLOCADO
BRASIL
Matemaacutet ica 600 316
Le i tura 556 412
Ciecircncias 575 405
Tabela 17 Meacutedia A lcanccedilada no Exame PISA 2009
Fonte OECD
ht tp wwwoecdorgdocument 0 3746en_2649_201185_46462759_1
_1_1_100html Acesso em 31102011
O Bras i l mais uma vez assume at i tude conservadora quando
estabelece metas considerando a meacutedia da ava l iaccedilatildeo PISA
1 2 9
estabelec ida para 2021 em 473 nosso paiacutes sa l tar ia para o 37ordm lugar
isso consistente com as condiccedilotildees atua is is to eacute os demais paiacuteses
ter iam que f icar estagnados o que im provaacutevel
A deacutecima e deacutecima pr imeira meta contemplam a oferta de
educaccedilatildeo prof issiona l izante As es t rateacutegias estabelec idas para
essas metas inc luem ofer ta de f inanciamento estudant i l fomento agrave
modal idade de educaccedilatildeo agrave d is tacircnc ia est iacutemulo a accedilotildees que
aumentem a esco lar idade do t raba lhador etc
A deacutecima seacutet ima meta vem atender uma demanda mui to atua l
po is t rata da va lor izaccedilatildeo do magis teacuter io puacuteb l ico da educaccedilatildeo baacutesica
Estabelece que aqueles prof iss iona is com mais de onze anos de
esco lar idade devem ter rend imento meacutedio dos demais prof iss iona is
com esco lar idade equiva lente Prevecirc a adoccedilatildeo de meios de
acompanhamento a f im de que as correccedilotildees ocorram rot ine i ramente
A deacutecima nona meta estabelece a garant ia mediante le i
especif ica em acircmbi tos federa l estadual e munic ipa l para nomeaccedilatildeo
comiss ionada de d i re tores de esco la v incu lada a cr i teacuter ios teacutecn icos
de meacuter i to e desempenho e agrave par t ic ipaccedilatildeo da comunidade esco lar
Esta meta ta lvez se ja a mais mot ivadora da melhor ia de qual idade
do s is tema de ensino
A vigeacutes ima meta def ine que os invest imentos puacutebl icos em
educaccedilatildeo devem ser ampl iados de forma progress iva a teacute a t ingi r o
patamar miacuten imo de 7 do PIB O aumento dos invest imentos em
1 3 0
educaccedilatildeo eacute re iv ind icaccedilatildeo recorrente contudo o grande en igma eacute a
fa l ta de cr i teacuter ios e estudos e laborados de qual ser ia um montante de
invest imento puacutebl ico em educaccedilatildeo que rea lmente t rouxesse
efet iv idade ao setor O fa to eacute que haacute c lamores dos mais d iversos
pontos da soc iedade no sent ido de aumentar o va lor dos
invest imentos em educaccedilatildeo
1 3 1
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA
REDUZIR A DESIGUALDADE
O Programa Bolsa Famiacutel ia conseguiu de forma s imples
ident i f icar e mapear o opr imido Hoje podemos af i rmar que o
Cadast ro Uacutenico inst i tu iacutedo com o advento do Programa Bolsa Famiacutel ia
poss ib i l i ta a ident i f icaccedilatildeo com nome endereccedilo e condiccedilatildeo soc ia l do
desfavorec ido tornando -se fer ramenta de pr imeira grandeza para a
def in iccedilatildeo de po l i t icas puacutebl icas de igua ldade
Os gastos soc ia is impuls ionam o progresso porque satildeo
d i rec ionados agraves camadas mais pobres que com a l ta p ropensatildeo a
consumir graccedilas ao efe i to mul t ip l icador (descr i to pe lo Economista
Paul Samuelson - 1966) 53 garante a e levaccedilatildeo do PIB e a renda das
famiacutel ias Neste sent ido as famiacutel ias tendem a consumir produtos de
or igem nacional o que impuls iona a economia como um todo Por
out ro lado quanto ao cresc imento do PIB haacute aumento da
arrecadaccedilatildeo proporc ionando ass im re torno substancia l e garant ido
O IPEA est ima que 56 dos valores dos gastos soc ia is
re tornam ao ca ixa do tesouro depois de percorr ido o processo de
mult ip l icaccedilatildeo justamente porque o gasto soc ia l benef ic ia mais a
53
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m i c a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 3 1 4 - -
e d i t o r a A G I R
1 3 2
renda dos pobres e setores meacutedios que pagam mais impostos em
proporccedilatildeo agrave renda 54
O IPEA em seu comunicado 75 de 3 de fevere i ro de 2011
e laborou uma matr iz os mul t ip l icadores decorrentes de aumento de
1 do PIB segundo o t ipo de gasto conclu iu que os gastos dent ro
da aacuterea soc ia l em part icu lar o gasto em educaccedilatildeo tem o maior
mult ip l icador dentre os agregados invest igados Soacute para i lust rar a
s imulaccedilatildeo ind ica que considerando tudo mais como constante R$ 1
invest ido em educaccedilatildeo aumentaraacute R$ 185 no PIB e R$ 167 na
renda das famiacutel ias o Programa Bolsa Famiacutel ia por seu turno resu l ta
para cada R$ 1 invest ido em R$ 144 no PIB e R$ 225 na renda das
famiacutel ias Sem duacutevida considerando o estudo de IPEA Bolsa Famiacutel ia
e Educaccedilatildeo satildeo campeotildees em termos de re torno
A tabe la 18 de e laboraccedilatildeo do IPEA ind ica os efe i tos
mult ip l icadores dos gastosdemanda se lec ionados Como
ver i f icamos recursos ap l icados em Programa Bolsa Famiacutel ia bem
como em Educaccedilatildeo apresentam a l to efe i to mult ip l icador por tando
d ispecircndios soc ia is a leacutem da nobre tarefa de reduzi r a des igualdade
benef ic ia a economia como um todo
54
F o n t e - I P E A G a s t o s c o m a P o l iacute t i c a S o c i a l a l a v a n c a p a r a o c r e s c i m e n t o c o m
d i s t r i b u i ccedil atilde o d e r e n d a ndash C o m u n i c a d o s d o I P E A N o 7 5 3 2 2 0 1 1
h t t p w w w i p e a g o v b r p o r t a l i m a g e s s t o r i e s P D F s c o m u n i c a d o 1 1 0 2 0 3 _ c o m u n i c a d
o i p e a 7 5 p d f A c e s s o e m 1 4 1 1 1 1
1 3 3
Segue matr iz de mult ip l icadores decorrentes de um aumento
de 1 do PIB segundo o t ipo dede gasto inc luiacutedo no estudo
e laborado pe lo IPEA
Multiplicadores Decorrentes de um Aumento de 1 do PIB Segundo o Tipo
de Gasto
Multiplicador
Tipo de GastoDemanda do PIB ()
Renda das
Famiacutelias ()
Demanda Agregada (Investimentos exportaccedilotildees e gastos do governo)
157
117
Educaccedilatildeo e Sauacutede 178
156
Educaccedilatildeo 185
167
Sauacutede 170
144
Investimento no Setor de Construccedilatildeo Civil 154
114
Exportaccedilatildeo de Commodities Agriacutecolas e Extrativas 140
104
Programa Bolsa Famiacutelia 144
225
Benefiacutecio de Prestaccedilatildeo Continuada 138
220
Regime Geral de Previdecircncia Social 123
210
Tabela 18 Multiplicadores 1 de aumento no PIB segundo tipo de gasto
Fonte IPEA httpwwwipeagovbrportalimagesstoriesPDFscomunicado110203_comunicado
ipea75pdf Acesso em 20112011
1 3 4
Os inves t imen tos soc ia i s no B ras i l to rna ram -se impor tan tes
conduto res de c resc imento todo o p rocesso se most ra
re la t i vamen te conso l idado e ap resen ta s ign i f i ca t i va robuste z jaacute
reconhec ida in te rnac iona lment e Os gas tos soc ia i s j aacute natildeo podem
ser cons ide rados como um ocircnus pa ra as f inanccedilas puacuteb l icas do
pa iacutes mas s im fa to r de c resc imento e des envo lv imento rac iona l e
pe rene
4 1 SAIacuteDA DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Hoje o Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez se ja um dos maiores
programas de t ransferecircncia de renda que jaacute e xis t i ram o Min isteacuter io
do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome informa o
a tendimento a 13 mi lhotildees de famiacutel ias A pergunta recorrente com
respei to ao programa eacute ldquoComo sa i r do Programa Bolsa Famiacutel iardquo
Tudo ind ica que o Programa Bolsa Famiacutel ia no longo prazo
tende a desaparecer se o progress ivo desenvolvimento da economia
bras i le i ra cont inuar na rea l idade o cresc imento do programa natildeo
ser ia um bom s inal porque ind icar ia aumento da desigualdade
1 3 5
Em recente reportagem o Jorna l Va lor Econocircmico 55 pub l ica
dados interessantes ana l isa as desis tecircnc ias de famiacutel ias
benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia e ind ica que desde a
cr iaccedilatildeo em 2003 ateacute setembro de 2011 5856 mi lhotildees de fa miacutel ias
saiacuteram do programa e de ixaram de receber as t ransferecircncias de
renda per t inentes
Dentre os mot ivos ident i f icados como just i f icat iva da saiacuteda
cerca de 40 pertencem a famiacutel ias que aumentaram a sua renda per
cap ita e portanto natildeo mais a tendem a reg ras de benef iacutec ios mensal
estabelec idas pe lo Cadast ro Uacutenico 56 Segundo a reportagem a
quant idade de famiacutel ias que t iveram os benef iacutec ios cancelados po r
aumento de renda fo i de 22 mi lhotildees ent re 2003 e 2011 (menciona
MDS como fonte) Obviamente esse aumento de renda das famiacutel ias
anter iormente benef ic iadas natildeo pode ser contab i l izado na sua
tota l idade como resu ltado do Programa Bolsa Famiacutel ia mas ao
con junto de accedilotildees de po l iacute t icas puacutebl icas em part icu lar as de cunho
soc ia l que tem como mola mestre a t ransferecircncia de renda Dentre
as po l iacute t icas impuls ionadoras a reportagem ind ica a va lor izaccedilatildeo do
sa laacuter io miacuten imo pequenos empreendedores que montaram negoacutecios
e o Benef iacutec io de Prestaccedilatildeo Cont inuada da Assis tecircnc ia Socia l que
55
E d i ccedil atilde o 2 8 6 3 ndash 1 7 1 0 2 0 1 1 ndash p o r L u c i a n o M aacute x i m o ndash S atilde o P a u l o
56 Q u e eacute a teacute R $ 7 0 p o r p es so a ou r en d i me n to i n d i v i d u a l me ns a l na f a i xa d e R $ 70 a
R $ 14 0
1 3 6
paga um sa laacuter io miacuten imo para ex - t raba lhadores ru ra is idosos e
def ic ientes
A tabe la 19 a seguir inc lu iacuteda na repo rtagem do jorna l Va lor
Econocircmico e lenca o ro l de mot ivos que os benef ic iaacuter ios foram
desl igados do Programa Bolsa Famiacutel ia
MOTIVOS DE CANCELAMENTO DO BOLSA FAMIacuteLIA
2003-2011
M i lha res
de Famiacute l ias
Aumen to de renda per cap i ta fami l ia r
2227
Venc imento do p razo de cadast ro e
Rev isatildeo cadas t ra l 1222
Descumpr imen to de cond ic iona l idades
117
Cadast ro Benef iacutec io exc lu iacutedo
550
Mu l t ip l i c idade Cadast ra l
85
Ped ido de cance lamento pe lo mun ic iacutep i o
148
Dec isatildeo jud ic ia l
20
Ou t ros
1485
To ta l
5854
Tabela 19 Mot ivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutel ia 20032011
Fonte
Jorna l Va lor Econocircmico - Ediccedilatildeo 2863 de 17102011
O graacutef ico 23 a seguir nos daacute uma boa ind icaccedilatildeo de como o
Programa Bolsa Famiacutel i a evo lu iu desde a implementaccedilatildeo Podemos
1 3 7
notar que haacute um cresc imento exponencia l nos pr imeiros anos e no
per iacuteodo mais recente re la t iva estabi l izaccedilatildeo A inda parece cedo p ara
fazermos um prognoacutest ico provavelmente no fu turo deparare mos
com tendecircncia decrescente de benef ic iados
Graacutef ico 23 Famiacutel ias Benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia
per iacuteodo 2003-2010
Fonte Jorna l Va lor Econocircmico - Ed iccedilatildeo 2863 de 17102011 - MDS
Cadast ro Uacutenico 102011
3615
6571
8942
1122911294
11353 12370 1277813172
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
FAMIacuteLIAS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA (MILHOtildeES)
1 3 8
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Pe lo que fo i ap resen tado nessa d isse r taccedilatildeo conc lu i - se que
a reduccedilatildeo das des igua ldades eacute ingred ien te impu l s ionador
ex t remamente impor tan te para o c resc imento soc ioeconocircmico e a
me lho r ia do bem es ta r do b ras i l e i ro O Programa Bo lsa Famiacute l ia eacute a
p rova v i va de que gas tos soc ia is possuem funccedilatildeo es t ra teacuteg ica
a leacutem de se rem ex t remamente uacute te is para suav iza r os e fe i tos de
c r i ses econocircmicas A rea l idade nos most ra que gas tos soc ia i s
tambeacutem resu l tam em impor tan tes benef iacutec ios soc ioeconocircmicos
O P rograma Bo lsa Famiacute l ia mate r ia l i za a t rans fe recircnc ia de
renda agraves camadas menos favo rec idas de fo rma e f i c ien te e
s i s temaacutet i ca Os con t ro les es tabe lec idos satildeo re la t i vamente s imp les
e pa r t icu la rmente e f i c ien tes u t i l i za a in f raes t ru tu ra adm in is t ra t i va
ex is ten te no caso o apo io teacutecn ico da Ca ixa Econocircmica Fede ra l
com to ta l t ranspa recircnc ia quan to ao des t ino dos recu rsos
Como fo i abordada no cap iacute tu lo 2 nos d ias a tua is a
des igua ldade natildeo in te ressa a n ingueacutem (SCHULZ 2001 ) as
v io laccedilotildees dos d i re i tos dos c idadatildeos bem como o ma l es ta r
resu l tan tes soacute servem agrave p romoccedilatilde o de ins tab i l idade Os ma le f iacutec ios
da des igua ldade re f le tem p r inc ipa lmente na qua l idade da sauacutede e
1 3 9
nos iacutend ices de v io lecircnc ia das popu laccedilotildees v indo por consequecircnc ia
a p romover eno rme drenagem de recursos
Ta lvez o ma io r f a to r de p romoccedilatildeo de des igua ldade
pa r t icu la rmente no B ras i l se ja a concent raccedilatildeo de renda con fo rme
ana l isado no cap iacute tu lo 2 podemos an tec ipa r uma lu ta hercuacute lea
pe la f ren te com o Iacutend ice de Gin i em 0 531 (2008 ) o B ras i l es taacute
em pos iccedilatildeo ex t remamente de l i cada nesse ques i to v is to que a
exce lecircn c ia de t ida pe la No ruega eacute de 0 255 (2000 )
Es taacute ma is do que segu ro que p rogramas de t rans fe recircnc ia de
renda satildeo dec is i vos pa ra a reduccedilatildeo da p ressatildeo exerc ida pe la maacute
d is t r ibu iccedilatildeo de renda O P rograma Bo lsa Famiacute l ia cumpre o pape l
soc ia l de re t i ra r da penuacute r ia ce rca de 13 m i lhotildees de famiacute l ias
caren tes O o rccedilamento Fede ra l con templa o va lo r de 14 b i lhotildees de
rea is 1 3 do to ta l des t inado agrave t rans fe recircnc ia de renda (Graacute f ico 3 )
t ra ta -se esse montan te p rovave lmente de um dos ma io res da
h is toacute r ia j aacute des t inados agrave e l im inaccedil atildeo desse ma l avassa lado r
Os ind icadores que permi tem ava l iar o Programa Bolsa
Famiacutel ia atestam como fo i ana l isado neste t raba lho o cumpr imento
dos ob je t ivos a que se propotildee que eacute garant i r agraves famiacutel ias pobres o
d i re i to agrave a l imentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo e agrave sauacutede c om vantagem
importante para o desenvolvimento humano O Programa pode ser
considerado como ferramenta e l iminadora de desigualdades e fator
favoraacuteve l para o cresc imento O desenho e a proacutepria natureza do
1 4 0
Programa Bolsa Famiacutel ia forccedila automat icamente a a locaccedil atildeo de
recursos agraves aacutereas carentes De que forma Com as normas para
inserccedilatildeo da famiacutel ia no Cadast ro Uacutenico o Programa Bolsa Famiacutel ia
promove progresso e desenvol tura soc ioeconocircmica agravequelas aacutereas
mais necessi tadas s implesmente porque eacute laacute o domiciacute l io das
populaccedilotildees carentes
Ou t ro fa to r impor tan t iacutess imo desve lado po r esse t raba lho
res ide na sus ten tab i l i dade econocircmico - f inance i ra do P rograma
Bo lsa Famiacute l ia os va lo res inves t idos g raccedilas do e fe i to mu l t ip l i cador
p ropo rc ionam re to rnos subs tanc ia is Confo rme demons t ram
es tudos economeacutet r icos e laborados pe lo IPEA gas tos soc ia is
p ropo rc ionam e fe i to mu l t ip l i cado r impor tan t iacutess imo pa ra a
qua l idade de bem es ta r dos b ras i le i ros Neste pormenor
des tacam -se os mu l t ip l i cado res do P rograma Bo lsa Famiacute l i a de
1 44 no P rodu to In te r no B ru to e 2 25 na renda das famiacute l ias o que
o to rna impor tan t iacutess imo p romoto r de r iqueza como pa r te de um
p rocesso conso l idado e reconhec ido in te rnac iona lmente Podemos
a f i rmar que os gas tos soc ia i s natildeo satildeo ma is satildeo ocircnus f inance i ros
mas impu ls ionadores de desenvo lv imento e bem es ta r pe rene
In fe l i zmente o b ras i le i ro ta l vez a inda natildeo se en tus iasme
com o tema educaccedilatildeo es te es taacute c lass i f i cado em seacute t imo luga r nas
p r io r idades puacuteb l i cas (NERI 2008 ) Qua is se r iam as causas des te
t ipo de en foque por par te da popu l accedilatildeo Segundo Ner i uma
1 4 1
pessoa ma is educada possu i ho r i zon tes re la t ivamente bem
de f in idos jaacute o ana l fabe to pode se da r ao luxo quanto ao
desconhec imento sem se sen t i r ma l com isso Ner i de fende que a
educaccedilatildeo ge ra educaccedilatildeo co loca como grande desa f io das
po l iacute t i cas educac iona is desvenda r ao homem comum o va lo r da
educaccedilatildeo
O Programa Bolsa Famiacutel ia com suas condic iona l idades eacute
uma ferramenta em favor da e l iminaccedilatildeo da desigualdade e da busca
da exce lecircncia seus benef ic iaacuter ios out rora c lass i f icados como pobres
e ext remamente pobres estatildeo sendo resgatados Esses
par t ic ipantes do programa agora conseguem oferecer agrave soc iedade a
sauacutede e a permanecircncia de seus f i lhos na esco la a leacutem de tornaram -
se consumidores que fazem gi rar a econom ia em favor do bem estar
perene
Va le destacar que o Programa Bolsa Famiacutel ia devido agrave
condic iona l idade per t inente agrave educaccedilatildeo forccedila po l iacute t icas puacutebl icas em
favor de invest imentos crescentes na aacuterea Este s i tuaccedilatildeo pode ser
evidenciada nos quadros 22 e 22A onde notamos cresc imento dos
va lores invest idos os quais ace leraram de forma importante a part i r
de 2004 poss ive lmente a f im de cumpr i r ob je t ivos do novo
programa
Apesar da mediacuteocre co locaccedilatildeo do Bras i l nos rank ings de
desenvolvimento humano natildeo podemos negar o progresso que se
1 4 2
aviz inha e a potencia l idade do paiacutes em termos de desenvolvimento
sustentaacuteve l Fatos posi t ivos cont r ibuem para acred itarmos em um
cresc imento soc ia l de meacutedio prazo Podemos enfat izar as vantagens
proporc ionadas pe lo bocircnus demograacutef ico fenocircmeno que ocorre
quando a popu laccedilatildeo economicamente at iva supera agrave dos
dependentes anal isadas no capiacutetu lo 3 dessa d issertaccedilatildeo at ingido
no ano de 2004 A s i tuaccedilatildeo descr i ta como bocircnus demograacutef ico serve
como a lavanca importante e de a t rat ivo de invest imentos porque haacute
mais matildeo de obra d i sponiacuteve l
Outro fator important iacutess imo a considerar eacute a reduccedilatildeo da taxa
de fecundidade que ca iu nos uacute l t imos anos (2001 -2009) de 2 4 para
1 9 f i lhos por mulher Va le observar que neste quesi to o destaque a
Regiatildeo Nordeste que passou para uma condiccedilatildeo de igu a ldade junto
agraves demais regiotildees A grande vantagem nesse sent ido eacute que a
reduccedilatildeo da taxa de fecundidade possib i l i tou a inc lusatildeo def in i t iva da
mulher em especia l aquela detentora de r ico cap ita l cu l tura l no
mercado de t raba lho
Em termos de cap ita l humano tema do capiacutetu lo 2 1 5 o Bras i l
pode comemorar melhor ias quanto agrave esco lar idade meacutedia da
populaccedilatildeo Os ind icadores mostram cresc imento da esco lar idade
meacutedia do bras i le iro de 5 6 anos para 72 anos na uacute l t ima deacutecada
Infe l izmente estamos abaixo da Argent ina (9 3 anos) e mui to aqueacutem
da exce lecircncia no caso a Noruega (126 anos) e Aust raacute l ia (12 anos)
1 4 3
O dado desalentador res ide na expectat iva de esco lar idade meacutedia
para cr ianccedilas em idade de ingresso esco lar no Bras i l aos se is anos
que sof reu queda importante na uacute l t ima deacutecada de 141 anos
ca lcu lados na deacutecada de 198090 para 138 anos Importante
sa l ientar que em termos de expectat iva de esco la r idade nota-se
estagnaccedilatildeo desde 2007 is to nos ind ica que haacute seacuter io prob lema
est rutura l no setor educacional e a lgo prec isa ser fe i to a f im de
melhorar e garant i r esco lar idade ao c idadatildeo bras i le i ro A
poss ib i l idade de aumento da expectat iva de esco lar idade parece ser
fact iacuteve l na rea l idade houve um p ico no ano 2000 quando se chegou
agrave taxa de 145 anos ent re tanto natildeo houve sustentaccedilatildeo e taxa ca iu
a patamares infer iores aos anos 1980-1990 O resu ltado a destacar
estaacute na reduccedilatildeo do analfabet ismo eacute tambeacutem no papel impar de
garant i r a permanecircncia dos a lunos na esco la Atua lmente a taxa de
analfabet ismo estaacute na casa dos 9 1 c om aparente processo
estaacuteve l jaacute haacute alguns anos o que impotildee agrave necessidade de
in terferecircncia draacutest ica a f im de caminhar -se para a completa
e l iminaccedilatildeo desse fator de desigualdade Eacute provaacutevel que as
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia despenhem o papel de
gat i lho para o aumento de invest ime ntos qual i ta t ivos em educaccedilatildeo
O maior desaf io do setor educacional bras i le i ro
provavelmente estaacute em mostrar coerecircncia ent re montantes
invest idos e resu l tados obt idos Considerando o s ign i f ica t ivo
1 4 4
dispecircndio em educaccedilatildeo (v ide tabe la 14) com va lor est imado de 198
b i lhotildees de rea is (governo mai s os gastos das famiacutel ias em 2007 a
preccedilos de 2010) equiva lente a 65 do PIB jaacute eacute tempo para uma
melhor c lass i f icaccedilatildeo nos rank ings de desenvolvimento humano
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute tema acadecircmico embr ionaacuter io a
produccedilatildeo de mater ia l acadecircmico eacute inc ip iente A metodologia
u t i l izada nessa d issertaccedilatildeo consis te bas icamente da exp loraccedilatildeo e
anaacutel ise de ar t igos publ icados em jorna is e revis tas bem como de
apanhados de dados esta t iacutes t ico s de ent idades detentoras de feacute
puacutebl ica Espera -se que no fu turo com a praacutet ica e resu ltados a
produccedilatildeo c ient iacute f ica sed imente os conceitos c ient iacute f icos per t inentes a
esse tema
1 4 5
REFEREcircNCIAS
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O ESTADO DE SAtildeO PAULO Jornal Ediccedilatildeo de 16102009 ndash estudo Os Efei tos do Programa Bolsa Famiacutel ia sobre a Economia dos Municiacutep ios Bra si le iros ndash Landim e Menezes ndash (agosto de 2009) Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedito no Brasi l ndash1522011 ht tp economiaestadaocombrnot iciasnot_55110htm Acesso em 1132011 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 Ediccedilatildeo 2863 ndash 17102011 ndash por Luciano Maacuteximo ndash Satildeo Paulo O GLOBO Jornal O Globo-1632010 agraves 1225- ht tp ogloboglobocomeducacaomat20100316 invest imento -em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-socia is-consideram-valor-baixo-916073723asp Acesso 20102011 SCIELO http wwwscie lobrscie lophppid=S1415 -65552009000500005ampscript=sci_art text Acesso em 932011 UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME http hdrundporgenstat ist icshdi Acesso em 2382011 ht tp wwwpnudorgbrpopuppopphpid_pop=97 Acesso em 13102010 ht tp hdrstatsundporgen indicators69606html Acesso 0252011 VALOR ECONOcircMICO Jornal Jornal Valor Econocircmico ndash 1422011 ndash jornal ista Ana Paula Ragazzi ndash ht tp wwwvaloronl inecombr impress of inancas104384094grameen-o-banco-dos-pobres- in ic iara-operacoes-no-brasi l Acesso em 1132011
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VEJA Revista 3092011 ndash 14h39min horas ndash Jornal ista Nathal ia Goulart 10102011 ndash 1854 ndash Caderno Educaccedilatildeo WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION http wwwwipo intexport s i teswww ipstatsenstat ist icspatentsxlswipo_pat_appl_by_off ice_origin_tablexls Acesso em 025 2011
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Anexo A
LEI No 10835 DE 8 DE JANEIRO DE 2004
Institui a renda baacutesica de cidadania e daacute outras providecircncias
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Eacute instituiacuteda a partir de 2005 a renda baacutesica de cidadania que se constituiraacute no direito de todos
os brasileiros residentes no Paiacutes e estrangeiros residentes haacute pelo menos 5 (cinco) anos no Brasil natildeo importando sua condiccedilatildeo socioeconocircmica receberem anualmente um benefiacutecio monetaacuterio
sect 1o A abrangecircncia mencionada no caput deste artigo deveraacute ser alcanccedilada em etapas a criteacuterio do
Poder Executivo priorizando-se as camadas mais necessitadas da populaccedilatildeo
sect 2o O pagamento do benefiacutecio deveraacute ser de igual valor para todos e suficiente para atender agraves
despesas miacutenimas de cada pessoa com alimentaccedilatildeo educaccedilatildeo e sauacutede considerando para isso o grau de desenvolvimento do Paiacutes e as possibilidades orccedilamentaacuterias
sect 3o O pagamento deste benefiacutecio poderaacute ser feito em parcelas iguais e mensais
sect 4o O benefiacutecio monetaacuterio previsto no caput deste artigo seraacute considerado como renda natildeo-tributaacutevel
para fins de incidecircncia do Imposto sobre a Renda de Pessoas Fiacutesicas
Art 2o Caberaacute ao Poder Executivo definir o valor do benefiacutecio em estrita observacircncia ao disposto nos
arts 16 e 17 da Lei Complementar no 101 de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal
Art 3o O Poder Executivo consignaraacute no Orccedilamento-Geral da Uniatildeo para o exerciacutecio financeiro de
2005 dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria suficiente para implementar a primeira etapa do projeto observado o disposto no art 2
o desta Lei
Art 4o A partir do exerciacutecio financeiro de 2005 os projetos de lei relativos aos planos plurianuais e agraves
diretrizes orccedilamentaacuterias deveratildeo especificar os cancelamentos e as transferecircncias de despesas bem como outras medidas julgadas necessaacuterias agrave execuccedilatildeo do Programa
Art 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 8 de janeiro de 2004 183o da Independecircncia e 116
o da Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DA SILVA Antonio Palocci Filho Nelson Machado Ciro Ferreira Gomes
Este texto natildeo substitui o publicado no DOU de 912004
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Anexo B
Investimento em educaccedilatildeo chega a 47 do PIB mas movimentos sociais consideram valor baixo
( h t tp og lobo g lobo com educa cao ma t 2010 03 1 6 in ves t imen to -e m-educa cao - chega - 4 -7 -d o -p ib -mas -mo v imen tos -soc ia is -cons ide ram -va lo r -ba ixo -91 607372 3 a sp - Ac esso em 15 1 0 2010 )
Plantatildeo | Publicada em 16032010 agraves 12h25m
O G l o b o c o m i n f o r m a ccedil otilde e s d a A g ecirc n c i a B r a s i l
RIO - Em 2008 o investimento puacuteblico em educaccedilatildeo foi de 47 em relaccedilatildeo ao Produto Interno Bruto
(PIB) um crescimento de 02 em comparaccedilatildeo com o ano anterior Em valores foi algo em torno de R$
140 bilhotildees Mas para especialistas e entidades do setor o investimento precisa ser maior A
recomendaccedilatildeo do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (Unicef) por exemplo eacute que o Brasil aplique
8 do PIB em educaccedilatildeo O debate promete esquentar na Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo (Conae) que
ocorreraacute em abril e deve traccedilar as diretrizes para o proacuteximo Plano Nacional de Educaccedilatildeo (Leia mais
Aluno da educaccedilatildeo baacutesica custa R$ 2632 ao ano)
As propostas que seratildeo apresentadas no encontro formuladas em preacute-conferecircncias estaduais e municipais
recomendam que sejam investidos por lei entre 10 e 12
- O deacuteficit educacional brasileiro eacute muito grave para que se invista um percentual tatildeo pequeno como 6
A defesa que o ministro faz natildeo garante um patamar miacutenimo de qualidade como preconiza a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) e a Constituiccedilatildeo Federal eacute um valor insuficiente - defende o presidente da Campanha
Nacional pelo Direito agrave Educaccedilatildeo Daniel Cara que eacute membro da comissatildeo organizadora da conferecircncia
Um novo conceito que pode mudar a loacutegica do financiamento seraacute debatido e deve ser aprovado tambeacutem
na Conae o custo-qualidade aluno (CAQ) A ideia que estaacute sendo analisada tambeacutem pelo Conselho
Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) eacute estabelecer um valor miacutenimo de investimento por aluno em cada etapa
- Nesse caso o patamar miacutenimo de investimento seraacute de 8 soacute para a educaccedilatildeo baacutesica (da creche ao
ensino meacutedio) Para a perspectiva de expansatildeo do ensino superior 2 seriam razoaacuteveis com isso a gente
fecharia em 10 explica
Evoluccedilatildeo do investimento puacuteblico em educaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao PIB
2000 39 2001 40 2002 41 2003 39 2004 39 2005 39 2006 43
2007 45 2008 47
Fonte MECInep
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Anexo C
(Paacuteg ina 1 de 2 )
Tudo p ron to pa ra a nova e tapa
En t rev is ta com o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l
Tudo p ron to pa ra a nova e tap a
Pa ra o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l Bras i l e
Meacutex ico jaacute avanccedilaram o su f ic ien te pa ra l i ga r os benef i c iados da
t rans fe recircnc ia de renda ao mercado fo rma l No caso b ras i le i ro
c resc imento da renda po r t raba lho teve um peso c ruc ia l
27 de se tembro de 2010 | 0h 00
Pa t r iacutec ia Campos Me l lo - O Estado de S Pau lo
ENTREVISTA
O Bras i l eacute ho je uma re fe recircnc ia in te rnac iona l em reduccedilatildeo de
pob reza Ago ra com o Bo lsa Famiacute l ia jaacute maduro no Pa iacutes os
p rogramas p rec isam en t ra r em uma nova fase - es t imu la r a
en t rada d as pessoas no mercado de t raba lho aumenta r a
qua l idade da educaccedilatildeo e da sauacutede e o fe rece r acompanhamen to
pa ra c r ianccedilas de um a c inco anos Esse eacute o d iagnoacutest ico de
Makhta r D iop d i re to r do Banco Mund ia l pa ra o B ras i l O
senega lecircs D iop es taacute no B ras i l desde j ane i ro de 2009 An tes d i sso
e le fo i d i re to r do Banco Mund ia l no Quecircn ia e d i re to r de po l iacute t i cas
da en t idade para a Ameacuter ica La t ina e Ca r ibe com vas ta
expe r iecircnc ia em programas de reduccedilatildeo de pob reza
O B ras i l es taacute en t re as re fe recircnc ias mund ia is em p rogramas
an t ipobreza d i z D iop Ago ra vem o p roacutex imo desa f io ldquoB ras i l e
Meacutex ico jaacute es tatildeo maduros p ron tos pa ra uma nova e tapa rdquo Pa ra
comeccedilar a l i ga r os p rogramas de t rans fe recircnc ia de renda ao
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Anexo C
(Paacuteg ina 2 de 2 )
s i s tema de p rev idecircnc ia soc ia l inse r i r as pes soas no mercado de
t raba lho fo rma l Aba ixo t rechos da en t rev is ta
Como o senho r ava l ia o desempenho dos p rogramas de reduccedilatildeo
de pob reza no B ras i l
O Bras i l teve uma reduccedilatildeo s ign i f i ca t i va na pob reza Em 2001 os
pob res e ram 38 7 da popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A camada ma is pob re da popu laccedilatildeo ca iu pe la metade -
e ram 17 4 em 2001 e passa ram pa ra 8 8 A leacutem d isso o
coe f ic ien te de G in i que mede a des igua ldade (quanto ma is
p roacutex imo de 1 ma is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra 0 550
em 2010 O coe f i c ien te de G in i sempre leva mu i to tempo para
ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo impress iona Em ge ra l a renda per
cap i ta c resceu mas a renda dos 10 a 20 mais pob res c resceu
mu i to ma is rap idamen te que a renda dos 10 ma is r icos -
reduz indo a des ig ua ldade O B ras i l a inda eacute um pa iacutes mu i to
des igua l Mas o rumo e a tendecircnc ia tecircm s ido mu i to bons O Pa iacutes
es taacute a caminho de cumpr i r vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo lv imento
do M i lecircn io como e r rad ica r pobreza ex t rema e fome a teacute 2015
educaccedilatildeo p r imaacuter ia un ive rsa l i g ua ldade de gecircne ro
A que se pode c red i ta r ma is o sucesso de re t i ra r essas m i lhotildees de
pessoas da pob reza A p rogramas como o Bo lsa -Famiacute l ia ou ao
c resc imento da renda po r t raba lho e o aumento rea l do sa laacute r io
m iacuten imo
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Esse eacute um tema mu i to d i scu t ido en t re econ omis tas e haacute d i f e ren tes
mane i ras de med i r A g rosso modo d i zemos que 50 vecircm das
t rans fe recircnc ias do gove rno e 50 do c resc imen to
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Anexo D EDUCACcedilAtildeO PREacute -ESCOLAR NA NORUEGA
A | A | A
A Noruega estaacute prestes a atingir a cobertura universal da educaccedilatildeo preacute-escolar Uma boa
oferta no niacutevel preacute-escolar constitui preacute-requisito para que os pais de crianccedilas pequenas
possam participar no mercado de trabalho A oferta da educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem explica
porque a Noruega tem uma das taxas de natalidade mais altas da Europa
Aleacutem de ser um benefiacutecio social para os pais e matildees economicamente activos a educaccedilatildeo preacute-escolar oferece
boas possibilidades de desenvolvimento e actividade agraves crianccedilas abaixo da idade escolar obrigatoacuteria
Ainda se verifica que o jardim-de-infacircncia eacute um espaccedilo importante para a integraccedilatildeo de crianccedilas de diversas
origens eacutetnicas linguiacutesticas e culturais A educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem pode contribuir para a igualizaccedilatildeo
social
Cada vez mais
Em 2008 87 por cento de todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos de idade frequentavam o jardim-de-infacircncia
contra 69 por cento em 2003 Recentemente a percentagem subiu ainda mais
Um dos motivos importantes deste crescimento foi a introduccedilatildeo em 2004 dum limite maacuteximo para a
mensalidade paga pelos pais No periacuteodo de 2003 a 2009 a comparticipaccedilatildeo familiar nas instituiccedilotildees
municipais e particulares caiu em 20 e 28 por cento respectivamente
Houve um acreacutescimo especialmente grande entre as crianccedilas menores de trecircs anos e de minorias linguiacutesticas
Em 2009 o Governo norueguecircs deu mais um passo em frente conferindo a todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos
de idade o direito previsto pela lei a uma educaccedilatildeo preacute-escolar A fim de garantir um nuacutemero suficiente de
vagas a expansatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar atingiu um recorde no ano passado
Cada vez melhor
No debate puacuteblico houve manifestaccedilotildees de preocupaccedilatildeo de que a raacutepida expansatildeo poderia comprometer a
qualidade da oferta agraves crianccedilas Embora o nuacutemero de funcionaacuterios tenha aumentado agrave medida que mais
crianccedilas ingressam na educaccedilatildeo preacute-escolar apenas um em cada trecircs funcionaacuterios tem formaccedilatildeo como
educadores de infacircncia
Agora os poliacuteticos estatildeo dispostos a transferir o foco do nuacutemero de vagas para a qualidade do ensino preacute-
escolar e um relatoacuterio governamental sobre a qualidade da educaccedilatildeo preacute-escolar foi apresentado em 2009 no
intuito de lidar com esta questatildeo
Natildeo para todos
Mesmo assim nem todos os pais querem que os seus filhos frequentem o jardim-de-infacircncia Portanto o
Governo norueguecircs oferece um subsiacutedio mensal aos pais de crianccedilas pequenas que natildeo utilizam a oferta de
ensino preacute-escolar Este subsiacutedio visa contribuir para uma maior igualdade na partilha das verbas estatais
destinadas agraves famiacutelias independentemente do sistema escolhido para a educaccedilatildeo dos filhos
Fonte EMBAIXADA REAL DA NORUEGA
http wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -
Socia l daycare Acesso em 15102010
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Anexo E
(paacuteg ina 1 DE 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
P o r A n d r eacute S a c c o n a t o e N a t h a n B l a n c h e
0 6 0 5 2 0 1 0 J o r n a l V a l o r E c o n ocirc m i c o
Austraacutelia mostra que pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes
As liccedilotildees que vecircm da Oceania
A defesa da tese de que deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo um mal para o paiacutes tomou um caminho claramente
ideoloacutegico levando a acreditar que os deacuteficits satildeo insustentaacuteveis e podem direcionar o Brasil a uma crise no setor
externo Natildeo parece ter sido esse o destino da Austraacutelia um exemplo da convivecircncia saudaacutevel com deacuteficits em transaccedilotildees
correntes que nos uacuteltimos 50 anos teve apenas dois superaacutevits em conta corrente 1972 com 09 do PIB e 1973 com
06 do PIB e tem convivido com deacuteficits meacutedios de 55 do PIB nos uacuteltimos cinco anos e de 4 nos uacuteltimos quinze
anos
A questatildeo relevante eacute responder como a Austraacutelia conseguiu conviver com esse deacuteficit e tirar proveito do financiamento
externo que compensou as saiacutedas por transaccedilotildees correntes crescendo a uma taxa meacutedia de 36 nos uacuteltimos quinze anos
e que a levou para o segundo lugar do ranking do IDH em 2000 Eacute importante lembrar que a Austraacutelia proporciona essa
qualidade de vida a seus habitantes mesmo sendo considerada commodity-currency e com estrutura produtiva menos
diversificada que do Brasil
No iniacutecio dos anos 80 a Austraacutelia natildeo mostrava um bom panorama Inflaccedilatildeo alta deacuteficits em transaccedilotildees correntes e
cacircmbio fixo mostravam um quadro natildeo promissor para o paiacutes aleacutem de um inconstante resultado das contas puacuteblicas O
resultado foi o esperado a necessidade de desvalorizar a moeda em 1983 Mas o importante eacute notar que a desvalorizaccedilatildeo
natildeo foi implementada isoladamente e sim com uma seacuterie de reformas dentre as quais uma profunda liberalizaccedilatildeo de
comeacutercio internacional abertura dos mercados de capitais desregulamentaccedilatildeo e privatizaccedilatildeo do setor de infraestrutura e
reforma nas leis que regem o mercado de trabalho
O um aumento no grau de confianccedila no paiacutes trouxe um maior volume de capital estrangeiro Com isso todo o processo
de liberalizaccedilatildeo do cacircmbio e reformas intensificou o deacuteficit em transaccedilotildees correntes que jaacute era alto com o cacircmbio fixo
mas com aproveitamento das entradas de capital estrangeiro jaacute que a produtividade total dos fatores triplicou em 20
anos
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Anexo E
(Paacuteg ina 2 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE ANGENTINA E
AUTRAacuteLIA
Os estudos sobre os deacuteficits da Austraacutelia enumeram as causas da sua sustentabilidade considerando um arcabouccedilo bem
sucedido de poliacutetica econocircmica que levou o paiacutes do 15ordm lugar no ranking mundial de renda per capita para 8ordm lugar entre
1980 e 2000 aleacutem de ter um precircmio de CDS (pagamento de seguro contra default) de 36 pontos o mesmo dos Estados
Unidos e menos de um terccedilo do brasileiro (128) As principais causas podem ser resumidas em Sistema financeiro
robusto liacutequido e estaacutevel cacircmbio flutuante metas de Inflaccedilatildeo instituiccedilotildees financeiras fortes poliacuteticas macroeconocircmicas
estaacuteveis e pequena exposiccedilatildeo em diacutevida cambial
A Austraacutelia tem metas de inflaccedilatildeo desde 1993 entre 2 e 3 livre conversibilidade cambial os investidores
estrangeiros nunca sofreram default e os bancos tecircm carteiras internacionais de empreacutestimos diversificados boa parte em
moeda nacional
Portanto a Austraacutelia mostra que eacute sustentaacutevel e pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes desde que ele
esteja inserido em um contexto de poliacuteticas e reformas macro e microeconocircmicas utilizando a poupanccedila externa como
uma forma de alavancar produtividade e competitividade
Que liccedilotildees podemos tirar para o Brasil aproveitar o momento correto de importar poupanccedila externa e a transformar em
crescimento sustentaacutevel Em termos de estabilidade macroeconocircmica jaacute temos um ambiente saudaacutevel embora tenhamos
um histoacuterico de moratoacuterias O sistema de metas de inflaccedilatildeo e o cacircmbio flutuante foram implantados em 1999 e a lei de
responsabilidade fiscal em 2000 Nossa diacutevida externa eacute baixa embora a maturidade e a taxa de juros para rolagem ainda
natildeo sejam as ideais Outro ponto que deve ser melhorado eacute a falta de um arcabouccedilo mais moderno e liberalizante no
mercado de cacircmbio brasileiro jaacute que a dificuldade de remessas e saiacutedas ainda eacute muito grande e baseada numa
estruturaccedilatildeo arcaica (resoluccedilatildeo nordm 4131 de 1964) que gera inseguranccedila
Sobre contas externas a situaccedilatildeo do Brasil eacute ateacute mais confortaacutevel do que a da Austraacutelia e outros paiacuteses exportadores de
commodities Temos mais reservas internacionais e menos diacutevida externa
Aleacutem disso conseguimos nos uacuteltimos anos financiar todo o deacuteficit em transaccedilotildees correntes (quando ele existiu) com
investimento externo direto que eacute o menos volaacutetil das entradas do lado do movimento de capitais algo que nem a
proacutepria Austraacutelia vem conseguindo O que falta entatildeo As reformas que foram feitas laacute como a trabalhista a privatizaccedilatildeo
do setor de infraestrutura e a abertura comercial estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado aqui A liberalizaccedilatildeo cambial vem
avanccedilando mas ainda estaacute aqueacutem do necessaacuterio
Este eacute o momento certo para aproveitar o excesso de liquidez externo e transformar em produtividade Seguir o exemplo
de sucesso da Austraacutelia eacute o melhor caminho As criacuteticas de quem tem medo dos deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo
anacrocircnicas e levariam o Brasil ao atraso e agrave piora de posiccedilatildeo relativa no mundo Natildeo haacute nenhuma justificativa plausiacutevel
para rejeitar poupanccedila externa de tal forma que devemos apenas saber aproveitaacute-la bem
1 6 0
Anexo E
(Paacuteg ina 3 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
Quando se recomendam fechamento dos canais de entrada de capitais ou controle destes aleacutem de medidas que faccedilam
apologia ao fechamento comercial (o indicador de corrente de comercio sobre o PIB do Brasil esta em torno de 23
contra 30 dos paiacuteses emergentes) e fixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por um cenaacuterio de baixo
crescimento aumento do risco e do custo de financiamento e abrir matildeo do mecanismo de ajustes agraves crises o cacircmbio
flutuante
O Brasil precisa decidir se daacute ouvidos aos partidaacuterios do cacircmbio fixo do protecionismo dos controles de capitais e
caminha em direccedilatildeo ao que hoje eacute a Argentina ou se segue os passos da Austraacutelia e abre-se ao deacuteficit saudaacutevel em conta
corrente Satildeo as escolhas de hoje que vatildeo determinar o Brasil de amanhatilde
Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria
Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
1 6 1
Anexo F
Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na Economia
Bolsa-Famiacutelia elevou PIB em R$ 431 bi diz estudo
Ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo programa em 2006
AE - Agecircncia Estado 16102009
SAtildeO PAULO - A expansatildeo do valor total dos benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia entre 2005 e 2006 de R$ 18 bilhatildeo provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees e receitas adicionais de impostos de R$ 126 bilhotildees Esse ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia em 2006 que foi de R$ 75 bilhotildees
Essas estimativas estatildeo num estudo receacutem-concluiacutedo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper
O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Famiacutelia - que hoje atinge 129 milhotildees de famiacutelias - na economia dos municiacutepios Os pesquisadores investigaram 55 mil cidades nos anos de 2004 2005 e 2006 Os dados utilizados foram o PIB a populaccedilatildeo e a arrecadaccedilatildeo de tributos nos municiacutepios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) e os desembolsos do Bolsa-Famiacutelia do Ministeacuterio do Desenvolvimento Social (MDS)
A partir dessa base Menezes e Landim empregaram meacutetodos estatiacutesticos para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses do programa per capita - os repasses divididos pela populaccedilatildeo do municiacutepio (e natildeo pelo nuacutemero de beneficiaacuterios) A conclusatildeo foi de que um aumento de 10 no repasse meacutedio per capita do Bolsa-Famiacutelia leva a uma ampliaccedilatildeo de 06 no PIB municipal no ano em que ocorre a expansatildeo e no seguinte As informaccedilotildees satildeo do jornal O Estado de S Paulo
Fonte httpwwwestadaocombrnoticiasnacionalbolsa-familia-elevou-pib-em-r-431-bi-diz-estudo4515360htm - Acesso em 15102010
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Anexo G (Paacutegina 1 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
O nome do jogo eacute qualidade A batalha do ensino que define o futuro dos meninos vai ser decidida dentro da sala de aula 27 de setembro de 2010 | 0h 00
Fernando DantasRIO - O Estado de SPaulo No proacuteximo governo a parte mais importante da poliacutetica social pode ser a que vai
tratar de educaccedilatildeo Uma das principais explicaccedilotildees sobre por que o crescimento
econocircmico nesta deacutecada tem sido tatildeo favoraacutevel aos pobres - a renda do trabalho
da base da piracircmide cresce muito mais raacutepido do que a do topo - eacute a reduccedilatildeo das
desigualdades educacionais no Brasil Que ainda assim permanecem
gigantescas
Para manter e acelerar essa melhora o novo presidente teraacute de investir bem mais
na qualidade da educaccedilatildeo no ensino baacutesico Ateacute agora o avanccedilo tem sido mais
na escolaridade meacutedia medida em anos de estudo e natildeo no niacutevel de
aprendizado dos alunos
Pode parecer surpreendente que um Paiacutes com qualidade sofriacutevel de ensino na
rede puacuteblica esteja reduzindo diferenccedilas educacionais ao ponto de estreitar a
diferenccedila de renda entre ricos e pobres Mas o especialista Naeacutercio Menezes
professor e coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas do Insper garante que eacute
isso mesmo
Quando colocamos quase todas as crianccedilas no fundamental - um processo
iniciado na deacutecada de 90 - e elas comeccedilaram a chegar em maior nuacutemero ao
ensino meacutedio e a se matricular no ensino superior a desigualdade comeccedilou a
cair Isso ocorreu mesmo sem melhora efetiva da qualidade da educaccedilatildeo soacute pelo
acesso
O efeito da escolarizaccedilatildeo no mercado de trabalho pode ser medido explica
Menezes pela reduccedilatildeo dos diferenciais de renda associados agrave educaccedilatildeo
Quando a qualificaccedilatildeo eacute escassa o seu preccedilo sobe No Brasil esses diferenciais
satildeo muito grandes revelando que ainda persiste um abismo de diferenccedilas
educacionais
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Anexo G (Paacutegina 2 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
Ainda assim o precircmio salarial pelo diploma universitaacuterio comeccedilou a recuar a
partir de 2005 e o relativo ao ensino meacutedio jaacute encolhe desde 2002 - natildeo por
coincidecircncia momento muito proacuteximo do iniacutecio da reduccedilatildeo mais intensa da
desigualdade da renda do trabalho nos uacuteltimos anos Segundo Naeacutercio o uacutenico
diferencial educacional que ainda estaacute crescendo eacute o da poacutes-graduaccedilatildeo
O impulso educacional na reduccedilatildeo da desigualdade deve continuar nos proacuteximos
anos por ineacutercia agrave medida que sucessivas geraccedilotildees cheguem ao mercado de
trabalho com um niacutevel cada vez maior de anos meacutedios de estudo (hoje estaacute por
volta de 75 anos para a populaccedilatildeo de 15 ou mais de idade)
Esse eacute um efeito poreacutem que pode diminuir na proporccedilatildeo em que o Paiacutes vaacute
completando o trabalho de universalizar a educaccedilatildeo baacutesica Dessa forma o
ataque agrave maacute qualidade do ensino puacuteblico seraacute cada vez mais importante A boa
notiacutecia eacute que os especialistas jaacute comeccedilam a enxergar a luz no fim do tuacutenel
tambeacutem no front da qualidade embora os avanccedilos sejam muito tecircnues
O economista Fernando Veloso especialista em educaccedilatildeo do Ibmec no Rio
acha que como no caso da poliacutetica macroeconocircmica haacute uma linha de
continuidade na poliacutetica educacional de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz
Inaacutecio Lula da Silva Ela consiste basicamente na montagem de um amplo
sistema de avaliaccedilatildeo de escolas
O Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica (Saeb) um exame de
avaliaccedilatildeo de Portuguecircs e Matemaacutetica no ensino fundamental existe desde 1990
Foi em 1995 poreacutem que o Saeb passou por uma reformulaccedilatildeo metodoloacutegica que
o tornou comparaacutevel ano a ano - o que permite avaliar a melhora ao longo do
tempo
Foi uma mudanccedila fundamental diz Veloso Ainda no governo Fernando
Henrique foram criados o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (Enem)e o Provatildeo
para avaliar as universidades (descontinuado durante o governo Lula que
estabeleceu um outro sistema de avaliaccedilatildeo do ensino superior)
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Anexo G (Paacutegina 3 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
No iniacutecio do primeiro mandato de Lula o enfoque na avaliaccedilatildeo pareceu
ameaccedilado mas ele foi retomado ainda em 2005 com Tarso Genro como
ministro da Educaccedilatildeo quando foi criada a Prova Brasil um exame censitaacuterio
(para todos os alunos) que avalia o ensino de Portuguecircs e Matemaacutetica na 4ordf e 8ordf
seacuteries do fundamental em todas as escolas puacuteblicas urbanas do Brasil (com mais
de 20 alunos nas seacuteries avaliadas)
Com a chegada de Fernando Haddad ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo em julho de
2005 a opccedilatildeo pela avaliaccedilatildeo como eixo da poliacutetica educacional cristalizou-se Em
2007 o sistema se sofisticou com a criaccedilatildeo do Iacutendice de Desenvolvimento da
Educaccedilatildeo Baacutesica (Ideb) um indicador divulgado a cada dois anos que classifica
todas as escolas puacuteblicas da Prova Brasil No caso combinando o resultado
neste exame com a taxa de rendimento escolar (que leva em conta a aprovaccedilatildeo
e a evasatildeo)
O Ideb tambeacutem estabeleceu metas anuais de melhora ateacute 2021 para cada
escola puacuteblica cada municiacutepio e cada unidade da Federaccedilatildeo O objetivo mais
geral eacute que o Brasil chegue em 2022 ao niacutevel meacutedio atual de qualidade de
educaccedilatildeo dos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento
Econocircmico (OCDE) a maioria dos quais eacute rica O Ideb prevecirc suporte federal para
as redes e escola com piores resultados
Todo esse arcabouccedilo de avaliaccedilatildeo de qualidade de ensino e mais o teste
internacional Pisa - no qual o Brasil eacute comparado com um grupo de paiacuteses
basicamente os da OCDE e tem ficado nas uacuteltimas colocaccedilotildees tiveram o
desagradaacutevel meacuterito de revelar em detalhes o quadro lamentaacutevel da educaccedilatildeo
brasileira Como explica Menezes as avaliaccedilotildees mostraram queda da qualidade
de ensino entre 1995 e 2001 mas que pode ser explicada basicamente pelo
ingresso no sistema educacional de contingentes que estavam fora Quando o
pessoal eacute absorvido comeccedila a haver um melhora adverte
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Anexo G (Paacutegina 4 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
A partir de 2003 nota-se algum avanccedilo mas lento e concentrado nos niacuteveis
iniciais do fundamental refletindo-se nas avaliaccedilotildees da 4ordf seacuterie Mais
recentemente o Ideb tambeacutem mostrou sinais positivos na 8ordf seacuterie mas a melhora
da qualidade do ensino meacutedio tem sido miacutenima
O grande desafio para o proacuteximo governo segundo Veloso eacute aprender a utilizar o
mapa das avaliaccedilotildees para se chegar a uma qualidade superior de ensino Uma
dificuldade adicional para o governo federal eacute que devido agrave estrutura federativa
do Brasil a educaccedilatildeo baacutesica eacute atribuiccedilatildeo de Estados e municiacutepios e haacute muitos
limites ao que Brasiacutelia pode fazer de forma centralizada
Para o especialista o governo federal pode atuar incentivando e financiando
inovaccedilotildees avaliando e disseminando informaccedilotildees sobre experiecircncias de sucesso
e criando um arcabouccedilo institucional que permita maior autonomia na gestatildeo
escolar
A ideia eacute que o sistema de avaliaccedilotildees iraacute paulatinamente emitindo sinais sobre o
que daacute certo ou natildeo nas dezenas de milhares de escolas brasileiras A partir
dessa base de informaccedilotildees escolas cidades e Estados com o eventual apoio de
Brasiacutelia buscaratildeo copiar e adaptar para si as soluccedilotildees mais bem sucedidas
reveladas pelo sistema de avaliaccedilatildeo
Na verdade esse eacute um processo que jaacute comeccedila a acontecer A ideia de oferecer
bocircnus por desempenho de professores por exemplo espraiou-se pelos Estados
de Satildeo Paulo Pernambuco Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro
Um exemplo bem concreto de como um bom projeto pode replicar-se satildeo as
escolas de ensino meacutedio em tempo integral em Pernambuco uma iniciativa do
empresaacuterio Marcos Magalhatildees que se transformou em poliacutetica puacuteblica Agora a
secretaacuteria de Educaccedilatildeo do municiacutepio do Rio Claudia Costin resolveu adotar uma
iniciativa parecida a partir de 2011 o chamado Ginaacutesio Carioca para o segundo
segmento do fundamental que vai da 5ordf agrave 8ordf seacuterie
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Anexo G
(Paacutegina 5 de 6) Um abismo chamado educaccedilatildeo
Tanto no caso de Pernambuco quanto no projeto do Ginaacutesio Carioca haacute
caracteriacutesticas como cargas horaacuterias de ensino elevadas e bocircnus por
desempenho a professores (combinados com maior cobranccedila de resultado) que
jaacute se provaram eficazes nos Estados Unidos em escolas voltadas a alunos de
famiacutelias carentes que jaacute chegam agrave sala de aula com uma imensa defasagem
criada pelo ambiente familiar Outra caracteriacutestica das duas experiecircncias
brasileiras eacute o trabalho em tempo integral dos professores raro no Paiacutes
Os especialistas apontam diversos outros gargalos e problemas na trajetoacuteria de
melhora da qualidade da educaccedilatildeo no Brasil Uma questatildeo fundamental
principalmente para os alunos das famiacutelias carentes eacute a creche Outro a preacute-
escola Jaacute estaacute amplamente comprovado particularmente pelo trabalho de James
Heckman precircmio Nobel de Economia que a intervenccedilatildeo para reduzir as
defasagens educacionais eacute tatildeo mais eficaz quanto mais prematura ocorrer
Em termos quantitativos o Brasil tem feito progressos nessa aacuterea O porcentual
de crianccedilas de 4 e 5 anos na preacute-escola subiu de 40 para 75 desde a deacutecada
de 90 Menezes nota que eacute animador o fato de que em Estados do Nordeste
como Piauiacute e Cearaacute aquela proporccedilatildeo chega a 90
Veloso observa entretanto que os estudos de Heckman indicam que natildeo basta
ter creches que muitas vezes natildeo passam de depoacutesitos de crianccedila Eacute preciso
uma intervenccedilatildeo bem planejada com professores treinados para estimular
crianccedilas pequenas
A lista de pendecircncias na educaccedilatildeo brasileira eacute grande e inclui questotildees como a
repetecircncia a qualidade dos professores os cursos de pedagogia
(excessivamente teoacutericos na visatildeo de Veloso e Menezes) e no ensino superior
uma definiccedilatildeo mais clara da estrateacutegia - Ricardo Paes de Barros do Instituto de
Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) nota que o Proacute-Uni que distribui bolsas
para pobres em universidades privadas e a expansatildeo da rede de universidades
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Anexo G (Paacutegina 6 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
puacuteblicas onde ricos tecircm mais facilidade de ingressar satildeo iniciativas quase
contraditoacuterias
Existe ainda a questatildeo dos gastos totais em Educaccedilatildeo que atingiram 47 do
PIB em 2008 num grande avanccedilo em relaccedilatildeo aos 39 de 2005 Essa proporccedilatildeo
deve aumentar com a recente retirada dos gastos de educaccedilatildeo da esfera
remanejaacutevel pelo esquema da Desvinculaccedilatildeo de Recursos da Uniatildeo (DRU)
Apesar da extensa e difiacutecil agenda haacute um relativo otimismo quanto agraves
perspectivas da educaccedilatildeo no Brasil baseado exatamente na continuidade de
poliacuteticas pragmaacuteticas e orientadas por resultados que prevalece desde a deacutecada
de 90
Menezes nota poreacutem que ainda haacute muita gente na aacuterea de Educaccedilatildeo que eacute
contraacuteria agrave cultura de avaliaccedilatildeo de indicadores e de comparar escolas O maior
risco para ele eacute retroceder a uma poliacutetica exclusivamente de demandas faacuteceis
como aumentar gastos com educaccedilatildeo e salaacuterio de professores Isso natildeo significa
ser contra essas poliacuteticas mas sim ter claro que a melhora da qualidade da
educaccedilatildeo estaacute intimamente ligada agrave melhora da qualidade do gasto com
educaccedilatildeo
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Anexo H
IDEB OBSERVADO VERSUS METAS ESTABELECIDAS
Anos In ic ia is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 8 4 2 4 6 3 9 4 2 6 0
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 6 4 0 4 4 3 6 4 0 5 8
Es tadual 3 9 4 3 4 9 4 0 4 3 6 1
Munic ipa l 3 4 4 0 4 4 3 5 3 8 5 7
Pr ivada 5 9 6 0 6 4 6 0 6 3 7 5
Anos Fina is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 5 3 8 4 0 3 5 3 7 5 5
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 2 3 5 3 7 3 3 3 4 5 2
Es tadual 3 3 3 6 3 8 3 3 3 5 5 3
Munic ipa l 3 1 3 4 3 6 3 1 3 3 5 1
Pr ivada 5 8 5 8 5 9 5 8 6 0 7 3
Ensino Meacutedio
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 4 3 5 3 6 3 4 3 5 5 2
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 1 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Es tadual 3 0 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Munic ipa l 2 9 3 2 - 3 0 3 1 4 8
Pr ivada 5 6 5 6 5 6 5 6 5 7 7 0
Fon te h t tp s is temas ideb inep govb r resu l tado 18 10 2010
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Anexo I (Paacutegina 1 de 5)
REDUZ-SE A MIGRACcedilAtildeO INTERNA
httpwwwestadaocombrestadaodehoje20101019not_imp6266910php 19102010
Reduz-se a migraccedilatildeo interna
19 de ou tub ro de 2010 | 0h 00 - O Estado de S Pau lo
Um dos aspectos mais relevantes do crescimento econocircmico recente do Brasil eacute a reduccedilatildeo do fluxo migratoacuterio do Nordeste para o Sudeste Isso em parte se deve a programas sociais como o Bolsa-Famiacutelia que sem duacutevida retecircm pessoas em seus municiacutepios de origem Mas o principal fator responsaacutevel pelas decisotildees de milhares de pessoas de permanecer na regiatildeo eacute a geraccedilatildeo de empregos no Nordeste como mostra estudo feito pelo economista Faacutebio Romatildeo da LCA Consultores
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste diminuiu significativamente Entre 1992 e 2002 o Nordeste perdeu 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Jaacute de 2002 a 2007 a taxa anual caiu para 098 e em 2008 e 2009 natildeo passou de 085 E natildeo satildeo poucos os nordestinos que migraram para os grandes centros do Paiacutes e estatildeo retornando a seus Estados natais Haacute razatildeo para isso uma vez que de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados as uacutenicas regiotildees que registraram aumento do emprego formal de 2008 para 2009 foram a Norte (40) e a Nordeste (12)
Evidencia-se portanto que a expansatildeo econocircmica do Paiacutes natildeo eacute um fenocircmeno localizado mas vem se espraiando Essa evoluccedilatildeo contribui certamente para a reduccedilatildeo dos desequiliacutebrios regionais de desenvolvimento que constituem um dos mais graves problemas nacionais Em ciclos anteriores de expansatildeo esse descompasso se acentuou uma vez que os maiores polos industriais do Paiacutes estatildeo localizados no Sudeste onde tambeacutem se situam os maiores mercados Programas destinados a corrigir essa distorccedilatildeo por meio da concessatildeo de incentivos fiscais tiveram algum efeito mas muito menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia nordestina pelo aumento da renda e pelos efeitos multiplicadores de investimentos na aacuterea de turismo e na infraestrutura como os que vecircm sendo feitos no Porto de Suape em Pernambuco e na Ferrovia Transnordestina
Como constatam os comerciantes locais e as empresas de varejo de massa que expandem suas redes pela regiatildeo o mercado consumidor do Nordeste teve um
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Anexo I (PAacuteGINA 2 DE 5)
crescimento ineacutedito Segundo o economista Faacutebio Romatildeo o crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase a metade dos salaacuterios dos trabalhadores explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio
Eacute no entanto a construccedilatildeo civil caracterizada pela grande absorccedilatildeo de matildeo de obra que tem atuado como a maior retentora de migrantes De acordo com o Sindicato da Construccedilatildeo Civil da Bahia de janeiro a agosto deste ano a construccedilatildeo civil contratou naquele Estado 25526 trabalhadores mais do que em todo o ano passado com a multiplicidade de preacutedios residenciais e comerciais shopping centers e obras ligadas agrave realizaccedilatildeo da Copa do Mundo de 2014 como mostrou o Estado (1010)
O mais raacutepido desenvolvimento do Nordeste eacute sem duacutevida beneacutefico para o Paiacutes como um todo e resulta em menor pressatildeo social na Regiatildeo Sudeste Mas natildeo deixa de causar problemas O fluxo contiacutenuo de nordestinos tem servido haacute deacutecadas como reserva de matildeo de obra de Satildeo Paulo e dos centros mais desenvolvidos do Paiacutes Com a diminuiccedilatildeo de migrantes haacute escassez de matildeo de obra no Sudeste na construccedilatildeo civil diretamente afetada pela menor migraccedilatildeo uma vez que 20 dos nordestinos vecircm para trabalhar nessa aacuterea Outro setor que natildeo estaacute conseguindo preencher novas vagas eacute o de supermercados onde tambeacutem eacute forte a presenccedila de trabalhadores migrantes
Essa situaccedilatildeo mostra a especial importacircncia que tem a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho de novos contingentes de trabalhadores que jaacute vivem na periferia dos grandes centros e que natildeo encontram emprego devido ao seu baixo niacutevel de escolaridade Ou seja o Brasil pode avanccedilar muito mais gerando mais empregos se for capaz de incorporar ao mercado de trabalho os milhotildees hoje marginalizados por falhas gritantes no ensino fundamental
h t tp wwwes tadaocomb r es tadaodeho je 20101010no t_ imp623016 0 php 19 10 2010
Com o crescimento econocircmico cai a migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste
A parcela de nordestinos que migra caiu pela metade em relaccedilatildeo ao pico da deacutecada de 90 alterando o perfil econocircmico das regiotildees 10 de ou tub ro de 2010 | 0h 00
Maacuterc ia De Ch ia ra - O Estado de S Pau lo
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Anexo I (Paacutegina 3 de 5)
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste estaacute caindo Com o crescimento econocircmico dos uacuteltimos anos a saiacuteda de trabalhadores da regiatildeo quase caiu pela metade em relaccedilatildeo ao ecircxodo em massa dos anos 90
O caacutelculo feito pelo economista da LCA Consultores Faacutebio Romatildeo leva em conta o nuacutemero de migrantes em comparaccedilatildeo ao total da populaccedilatildeo
Entre os anos 1992 e 2002 o Nordeste perdeu o equivalente a 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Entre 2002 e 2007 a parcela dos migrantes que deixou a regiatildeo a cada ano recuou para 098 Em 2008 e 2009 a meacutedia caiu para 085
Para chegar a esse resultado Romatildeo considerou dados do estudo feito por Herton Arauacutejo economista do Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) que avaliou o fluxo meacutedio da migraccedilatildeo no Brasil entre 1992 e 2009 Romatildeo ponderou o resultado pela evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo em cada periacuteodo
O que chama a atenccedilatildeo eacute que a populaccedilatildeo do Nordeste aumentou e um nuacutemero menor de pessoas veio para o Sudeste afirma o economista da LCA Arauacutejo do Ipea observa que a grande diaacutespora do Nordeste para o Sudeste ocorreu nos anos 90 e foi provocada pela falta de emprego que diminuiu nos uacuteltimos anos
O fluxo do Nordeste para o Sudeste continua mas natildeo na mesma intensidade diz o demoacutegrafo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Fernando Albuquerque
Viagens do sertatildeo Empresas que lidam diretamente com esses migrantes confirmam a mudanccedila de tendecircncia A Viaccedilatildeo Itapemirim por exemplo registrou nos uacuteltimos cinco anos queda de 10 no nuacutemero de passageiros entre cidades do sertatildeo e Satildeo Paulo e Rio de Janeiro Joseacute Valmir Casagrande diretor comercial da empresa atribui parte dessa retraccedilatildeo agrave melhora do poder aquisitivo na regiatildeo
Albuquerque do IBGE observa que os programas sociais estatildeo segurando as pessoas nas cidades de origem em razatildeo dos benefiacutecios oferecidos Mas Romatildeo ressalta que a geraccedilatildeo de postos formais de trabalho no Nordeste eacute o principal responsaacutevel pela retenccedilatildeo da populaccedilatildeo
O crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase
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Anexo I (Paacutegina 4 de 5)
a metade dos salaacuterios dos trabalhadores na regiatildeo explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio afirma Romatildeo
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) as uacutenicas regiotildees que registraram aumento da geraccedilatildeo liacutequida do emprego formal de 2008 para 2009 no auge da crise foram a Norte e a Nordeste com crescimento de 40 e 12 respectivamente No mesmo periacuteodo o saldo do emprego formal no Paiacutes recuou 315 No Sudeste a retraccedilatildeo foi de 434
Dados da Pnad de 2008 revelam que 49 dos trabalhadores formais do Nordeste tecircm seus rendimentos atrelados ao salaacuterio miacutenimo Romatildeo destaca que entre 2005 e 2010 o miacutenimo teve um ganho real de 497
Efeito no Sudeste O recuo na migraccedilatildeo provoca mudanccedila tambeacutem no mercado de trabalho no Sudeste Esse eacute um dos fatores que contribuiacuteram para a falta de matildeo obra no comeacutercio na construccedilatildeo civil e nos serviccedilos domeacutesticos A tendecircncia ainda eacute acentuada pela volta de muitos nordestinos que vivem no Sudeste e que retornam agrave terra natal como a diarista Nuacutebia Passos Couto (leia a histoacuteria de Nuacutebia e outros migrantes na paacutegina B3)
Um dos setores mais afetados pela queda do fluxo de migrantes eacute a construccedilatildeo Segundo estudo do Ipea 20 dos nordestinos que migram para o Sudeste vecircm para trabalhar no setor A matildeo de obra no Sudeste estaacute escassa e hoje estaacute mais faacutecil admitir nas obras do Nordeste porque a oferta de trabalhadores eacute maior laacute diz o vice-presidente de Relaccedilotildees Capital e Trabalho do Sinduscon-SP Haruo Ishikawa
A maior disponibilidade de matildeo de obra para a construccedilatildeo no Nordeste aparece nos nuacutemeros do Caged Nos uacuteltimos 12 meses ateacute agosto o Nordeste foi responsaacutevel por 35 da geraccedilatildeo liacutequida de postos de trabalho na construccedilatildeo Entre admissotildees e demissotildees o Nordeste teve um saldo positivo de 1161 mil vagas No Brasil o saldo foi de 3316 mil postos de trabalho
O quadro de falta de matildeo de obra afeta tambeacutem os supermercados De cada 100 novas vagas natildeo conseguimos preencher 20 conta o vice-presidente de economia da Associaccedilatildeo Paulista de Supermercados Martinho Paiva Moreira A queda no nuacutemero de migrantes afeta especialmente a contrataccedilatildeo de accedilougueiros padeiros e confeiteiros No passado a maioria dos trabalhadores dessas aacutereas vinha do Nordeste observa
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Anexo I (Paacutegina 5 de 5)
A proacutepria expansatildeo no Nordeste das redes nacionais afeta a contrataccedilatildeo dessas mesmas companhias no Sudeste O mercado estaacute aquecido em todas as regiotildees mas temos tido mais dificuldade de recrutar pessoal em Satildeo Paulo e no Rio conta a Magna Santos diretora de Recursos Humanos do Grupo Patildeo de Accediluacutecar
Ateacute 2005 cerca de 60 dos funcionaacuterios da empresa alocados no Sudeste vinham do Nordeste Hoje essa fatia eacute bem menor Nos uacuteltimos trecircs anos a rede abriu 2 mil vagas no Nordeste o que de certa forma drenou parte da matildeo de obra que em outras eacutepocas viria para o Sudeste em busca de emprego formal
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Anexo J (Paacuteg ina 1 de 4 ) V INOD KHOSLA ndash B IL IONAacuteRIO INOVADOR FUNDADOR DA SKS MICROFINANCE ndash F INANCIAMENTE DIRIG IDO AOS PEQUENOS EMPRESAacuteRIOS
Pub l ished Octobe r 5 2010 The New York Times Sun Co-Founder Uses Capi ta l ism to Help Poor MUMBAI Ind ia mdash V inod Khos la t he b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t and co - founder o f Sun Mic rosys tems was a l ready among the wor ld rsquos r i chest men when he inves ted a few yea rs ago in SKS Mic ro f inance a lende r to poor women in Ind ia V inod Khos la a b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t p romotes compan ies tha t p ro f i t the poor and s t i l l tu rn a p ro f i t themse lves But the roa r ing success o f SKS rsquos recen t in i t ia l pub l i c s tock of fe r ing in Mumba i has made h im r i che r by abou t $117 mi l l ion mdash money he says he p lans to p low back in to o ther ven tu res tha t a im to f i gh t pove r t y wh i le a lso t r y ing to tu rn a p ro f i t And he says he wants to cha l lenge o the r r i ch Ind ians to do more to he lp the i r coun t ry rsquos poo r An Ind ian t ransp lan t to S i l i con Va l ley Mr Khos la p lans to s ta r t a ven tu re cap i ta l f und to inves t in compan ies tha t f ocus on the poo r i n Ind ia A f r ica and e lsewhere by p rov id ing se rv ices l i ke hea l th ene rgy and educa t ion By back ing bus inesses tha t p rov ide educa t ion loans o r d i s t r ibu te so la r pane ls in v i l lages he says he wants to show tha t commerc ia l en t i t ies can be t te r he lp peop le in pover t y t han most nonp ro f i t cha r i tab le o rgan iza t ions ldquoThere needs to be more expe r iments in bu i ld ing sus ta inab le bus inesses go ing a f te r the marke t f o r the poo r rdquo he sa id in a te lephone in te rv iew f rom h is o f f i ce in Men lo Pa rk Ca l i f ldquo I t has to be done in a sus ta inab le way There is no t enough money to be g iven away in the wor ld to make the poo r we l l o f f rdquo Mr Khos la rsquos advocacy o f the boo ts t rap powers o f cap i ta l i sm is par t o f an inc reas ing ly popu la r schoo l o f thought bus inesses no t gove rnments o r nonp ro f i t g roups shou ld lead the e f fo r t to e rad ica te g loba l pove r t y Some nonp ro f i t expe r ts say commerc ia l soc ia l en te rp r ises have s ign i f i can t l im i ta t ions and pose con f l i c ts o f in te res t Bu t p roponents l i ke Mr Khos la d raw insp i ra t ion f rom the as tou nd ing g loba l g rowth o f m ic ro f inance mdash the bus iness o f g i v ing sma l l loans to poo r en t rep reneu rs o f wh ich SKS Mic ro f inance i s a no tab le p rac t i t ione r
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Anexo J (Paacuteg ina 2 de 4 ) Advoca tes a lso f ind in te l l ec tua l suppo r t f o r the idea f rom the work o f bus iness managemen t p ro fesso rs l i ke the la te C K Praha lad who have a rgued tha t la rge co rpo ra t ion s can do we l l and do good by a im ing a t peop le a t the so -ca l led bo t tom o f the pyram id Bes ides Mr Khos la en t repreneu rs l i ke P ie r re Omidya r a co -founde r o f eBay and Stephen M Case a co - founde r o f Amer ica On l ine have s ta r ted funds wi th s im i la r a ims Bu t Mr Khos la 55 who moved to the Un i ted Sta tes f rom Ind ia as a g raduate s tudent in 1976 has ano the r mot i ve too He wants to goad o the r r i ch Ind ians in to g i v ing away more o f the i r wea l th Ind ia rsquos to r r id g rowth ove r the las t decade has he lped enr i ch many here mdash Fo rbes es t imates tha t I nd ia now has 69 b i l l iona i res up f rom seven in 2000 mdash bu t on ly a few have se t up la rge char i t ies endowments o r ven tu re cap i ta l f unds ldquo I t su rp r i ses me tha t in Ind ia there i s no t a t rad i t ion o f la rge -sca le g i v ing and he lp ing to so lve soc ia l p rob lems and se t a soc ia l mode l rdquo Mr Khos la sa id Mr Khos la i s no t a lone in wo r ry ing about the s ta te o f Ind ian ph i lan th ropy B i l l Ga tes the M ic roso f t co - founde r who was in Ch ina las t week wi th the b i l l iona i re inves to r War ren E Bu ffe t t sa id Thu rsday tha t he and Mr Bu f fe t t m igh t go to Ind ia as par t o f the i r campa ign to ge t the ve ry r i ch to g i ve away ha l f the i r wea l th Cha r i tab le ac t i v i t i es and ven tu re cap i ta l inves t ing have been a ma ins tay fo r some Ind ian bus iness fami l ies l i ke the Ta tas and fo r techno logy en t repreneu rs l i ke Az iz P rem j i o f W ipro the Banga lo re ou tsou rc ing f i rm Bu t many o the rs have g iven very l i t t le A recen t Ba in amp Company s tudy es t imated tha t Ind ians g ive much l ess as a pe rcen tage o f the coun t ry rsquos g ross domest ic p roduct than Amer icans Moreove r i nd iv idua l and co rpo ra te donat ions account f o r jus t 10 pe rcen t o f the cha r i tab le g i v ing in I nd ia compared wi th 75 pe rcen t i n the Un i ted Sta tes and 34 pe rcen t in B r i ta in The ba lance comes f rom the gove rnment and fo re ign o rgan iza t ions Rich Ind ians ldquoa re more in to temp le bu i ld ing and th ings l i ke tha t rdquo sa id Sami t Ghosh the ch ie f execu t i ve o f U j j i van F inanc ia l a mic ro lende r based in Banga lo re ldquo ra the r t han pu t t ing the i r money i n to rea l p rograms wh ich w i l l have rea l impact on pove r t y a l lev ia t ion rdquo Mr Khos la sa id h is exper ience wi th m ic ro f inance had he lped shape h is v iews on the bes t way to tack le pove r t y He has
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Anexo J (Paacuteg ina 3 de 4 ) i nves ted in commerc ia l m ic ro f inance lende rs and has dona ted to nonp ro f i t ones and he sa id tha t moneymak ing ve rs ions had g rown much fas te r and reached many more needy bo r rowers He sa id he wanted to he lp c rea te a new gene ra t ion o f compan ies l i ke SKS wh ich s ta r ted lend ing as a commerc ia l company in 2006 I t now has 6 8 m i l l ion cus tomers and a loan po r t f o l io o f 43 b i l l ion rupees ($940 mi l l ion ) By con t ras t CashPor a nonp ro f i t Ind ian lende r to wh ich Mr Khos la has a lso g i ven money has 417 000 bo r rowers and a po r t f o l io o f 2 7 b i l l ion rupees ($58 m i l l ion ) even though i t s ta r ted ope ra t ions in 1996 (h t t p wwwny t imescom201010 06 bus iness g loba l 06khos la h tm lpagewanted=1amp_r=2ampsq=pove r t y fundampst=cseampscp= 1 ) Acessado em 21 10 10 (Page 2 o f 2 ) Bes ides g rowing fas te r SKS Ind ia rsquos la rges t m ic ro f inance company has become a s tock marke t da r l ing The company f loa ted i ts sha res on Ind ia rsquos s tock exchanges in m id -August and they have r isen 40 pe rcen t s ince the n En la rge Th is Image
Ka inaz Amar ia fo r The New York Times Harness ing the power o f cap i ta l i sm i s inc reas ing ly popu la r a mong those seek ing to e rad ica te g loba l pove r t y Add to Po r t f o l io W ipro L td Mic roso f t Co rp eBay Inc Sun Mic rosys tems Inc At cu r ren t p r ices Mr Khos la rsquos 6 pe rcen t s take in SKS i s wo r th abou t $120 m i l l ion abou t 37 t imes what he inves ted in the f i rm in 2006 and 2007 (Sha res o f SKS fe l l 7 pe rcen t on Monday af te r the company sa id i t had f i red i ts ch ie f execu t i ve Suresh Guruman i An SKS spokesman A tu l Tak le dec l ined to answer ques t ions ) Mr Khos la sa id i t m igh t take a t leas t a year to se t up h is new ven tu re fund He in tends to f inance i t f rom h is SKS p ro f i t s and
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Anexo J (Paacuteg ina 4 de 4 ) then re tu rn to the fund any p ro f i ts f rom subsequent ven tu res i t backs Mr Khos la has a l ready been inves t ing in compan ies tha t he says f i t h is mode l o f p ro f i tab le pove r t y a l lev ia t ion One is Moksha Yug Access wh ich se ts up m i lk co l lec t ion and ch i l l ing p lan ts in Ind ia to he lp da i ry f a rmers The company says i t he lps fa rmers reduce t ranspo r ta t ion cos ts and ge t h igher p r ices fo r the i r m i l k than they can wi th loca l d i s t r i bu to rs Ph i lan th ropy exper ts say commer c ia l compan ies p lay an impor tan t ro le in combat ing pove r t y by c rea t ing jobs Bu t they say these ldquo soc ia l en te rp r ises rdquo as they a re somet imes known canno t be so le l y re l ied upon to add ress the many en t renched causes o f pove r t y Moreove r as the fa l lou t f rom the g loba l f inanc ia l c r is i s has made c lea r the p ro f i t -max im iz ing tendenc ies o f bus inesses can hur t soc ie t y sa id Ph i l Buchanan p res iden t f o r the Cente r f o r E f fec t i ve Ph i lan th ropy a resea rch o rgan iza t ion based in Cambr idge Mass Nonp ro f i ts a re e f fec t i ve because they can ldquo take issue wi th the unb r id led pu rsu i t o f p ro f i t a t the expense o f peop le rsquos l i ves rdquo Mr Buchanan sa id ldquo I th ink some o f tha t ge ts los t in a l l o f the hype a round soc ia l en te rp r ise rdquo Mr Khos la says tha t he i s no t comp le te l y opposed to c ha r i t ies mdash tha t h is f und may even dona te to some nonp ro f i t en t i t ies Bu t he says he i s gene ra l l y skep t ica l t ha t nongove rnmenta l o rgan iza t ions can accomp l ish much because they tend to d r i f t away f rom what the i r dono rs wan ted them to do ldquo I am re la t i ve ly ne ga t i ve on mos t NGO rsquos and the i r e f f ec t i veness rdquo he sa id ldquo I am no t negat i ve on the i r in ten t ions rdquo
1 7 8
Anexo K (Paacutegina 1 de 3)
EFEITO MULTIPLICADOR Paul A Samuelson57 coloca o seguinte sobre o efeito multiplicador 58 ldquoUm aumento no investimento privado provocaraacute uma expansatildeo de renda e como uma reduccedilatildeo no investimento faraacute com que ela se contraiardquo ldquoUm aumento no investimento liacutequido iraacute aumentar a renda nacional de uma quantidade multiplicada ndash de uma quantidade maior do ela proacutepria Os doacutelares aplicados em investimento ndash como quaisquer deslocamentos independentes nas despesas governamentais estrangeiras ou familiares ndash satildeo uma forccedila de alta potecircncia doacutelares de rendimento duplo por assim dizerrdquo ldquoEsse efeito amplificado que o investimento exerce sobre a renda eacute chamado de doutrina do multiplicador O termo multiplicador eacute usado para indicar o coeficiente numeacuterico que indica o aumento de renda que resulta de cada aumento dessas despesas em investimentosrdquo Para exemplificar como funciona o efeito multiplicador Samuelson coloca o seguinte exemplo Accedilatildeo construccedilatildeo de uma nova garagem59
Valor dos recursos $1000 seratildeo pagos a carpinteiros e produtores de madeira
Todos teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($66667) que gastaratildeo em novos bens de consumo
Os produtores dos novos bens de consumo tambeacutem teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($44444)
O processo continuaraacute sendo cada nova etapa 23 da anterior A tabela I abaixo procura demonstrar como funciona o efeito multiplicador considerando-se a situaccedilatildeo acima a renda inicial eacute de $ 1000 mas face agrave propensatildeo a consumir dos beneficiaacuterios haacute um efeito multiplicado que vem a resultar em $2998 ao final portanto o multiplicador neste caso eacute 3 vezes o valor inicial O estudo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-
57
P r o f e s s o r d e Ec o n o m i a d o M I T ndash P r e m i o N o b e l d e Ec o n o m i a d e 1 9 7 0
58 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6
a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g
3 1 4 - - e d i t o r a AG I R -
59 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a ndash S a m u e l s o n 6 ordf E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0 ndash
e d i t o r a AG I R
1 7 9
Anexo K (Paacutegina 2 de 3) Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper concluiu que a expansatildeo de R$ 18 bilhatildeo de aumento no Programa Bolsa Famiacutelia entre 2005 e 2006 provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees A fim de comprovar o crescimento do PIB como resultados dos valores investidos pelo Programa Bolsa Famiacutelia construiacutemos a tabela II seguindo o esquema de Paul A Samuelson a fim de conseguimos projetar o efeito multiplicador aproximado das inversotildees Para tanto temos que considerar que a populaccedilatildeo beneficiaacuteria do Programa Bolsa Famiacutelia por ser carente possui uma propensatildeo a consumir maior do que a proacutepria recebida60
TABELA I
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Poupanccedila Consumir dos
Renda (13) Beneficiaacuterios (23)
RENDA INICIAL 1000 333 667
RENDA 2
667 222 444
RENDA 3 444 148 296
RENDA 4 296 99 198
RENDA 5 198 66 132
RENDA 6 132 44 88 RENDA 7 88 29 59 RENDA 8 59 19 39 RENDA 9 39 13 26 RENDA 10 26 9 17 RENDA 11 17 6 12 RENDA 12 12 4 8 RENDA 13 8 3 5 RENDA 14 5 2 3 RENDA 15 3 1 2 RENDA 16 2 1 2 RENDA 17 2 1 1
RENDA 18 1 0 -
TOTAL 2998
MULTIPLICADOR (K) 3
60
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0
- - e d i t o r a AG I R ndash n e s t e c a s o d e ve m o s c o n s i d e r a r o p o t e n c i a l d e
e n d i v i d a m e n t o p o r q u e e m h a v e n d o r e n d a h aacute m a i s a c e s s o a o c r eacute d i t o
1 8 0
Anexo K (Paacutegina 3 de 3) No exemplo acima o efeito multiplicador eacute 3 portanto um investimento inicial de $1000 resultaraacute ao final em $3000
TABELA II
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Endividamento Consumir dos
Renda - 2 Beneficiaacuterios 102
(Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$)
RENDA 1 1800 (59) 1859
RENDA 2 1859 (60) 1919
RENDA 3 1919 (62) 1981
RENDA 4 1981 (64) 2046
RENDA 5 2046 (66) 2112
RENDA 6 2112 (69) 2181
RENDA 7 2181 (71) 2252
RENDA 8 2252 (73) 2325
RENDA 9 2325 (76) 2400
RENDA 10 2400 (78) 2478
RENDA 11 2478 (81) 2559
RENDA 12 2559 (83) 2642
RENDA 13 2642 (86) 2728
RENDA 14 2728 (89) 2817
RENDA 15 2817 (92) 2908
RENDA 16 2908 (95) 3003
RENDA 17 3003 (98) 3100
RENDA 18 3100 (101) 3201
TOTAL 43109
MULTIPLICADOR (K) 239 Na simulaccedilatildeo acima o investimento de R$ 18 bilhotildees potencialmente poderaacute gerar R$ 431 bilhotildees ndash na ilustraccedilatildeo acima utilizamos 18 ldquogeraccedilotildeesrdquo de renda porque a tendecircncia geradora tende a infinito o que eacute utoacutepico
1 8 1
Anexo L (Paacutegina 1 de 3)
BENEFIacuteCIOS PAGOS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Valores dos Benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia61
Os valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia variam de R$ 32 a R$
242 de acordo com a renda mensal da famiacutelia por pessoa e com o nuacutemero de
crianccedilas e adolescentes de ateacute 17 anos O Programa tem quatro tipos de benefiacutecios
o baacutesico o variaacutevel o variaacutevel vinculado ao adolescente e o variaacutevel de caraacuteter
extraordinaacuterio
O Benefiacutecio Baacutesico de R$ 70 eacute pago agraves famiacutelias consideradas extremamente
pobres com renda mensal de ateacute R$ 70 por pessoa mesmo que elas natildeo tenham
crianccedilas adolescentes ou jovens
O Benefiacutecio Variaacutevel de R$ 32 eacute pago agraves famiacutelias pobres com renda mensal de ateacute
R$ 140 por pessoa desde que tenham crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Cada famiacutelia pode receber ateacute trecircs benefiacutecios variaacuteveis ou seja ateacute R$ 96
O Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente (BVJ) de R$ 38 eacute pago a todas as
famiacutelias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a
escola Cada famiacutelia pode receber ateacute dois benefiacutecios variaacuteveis vinculados ao
adolescente ou seja ateacute R$ 76
O Benefiacutecio Variaacutevel de Caraacuteter Extraordinaacuterio (BVCE) eacute pago agraves famiacutelias nos casos
em que a migraccedilatildeo dos Programas Auxiacutelio-Gaacutes Bolsa Escola Bolsa Alimentaccedilatildeo e
Cartatildeo Alimentaccedilatildeo para o Bolsa Famiacutelia cause perdas financeiras O valor do
benefiacutecio varia de caso a caso
Entenda como eacute calculado o valor do benefiacutecio do Bolsa Famiacutelia
61
F o n t e M D S - h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a v a l o r e s - d o s - b e n e f i c i o s
A c e s s o e m 2 3 1 1 2 0 1 1
1 8 2
Anexo L (Paacutegina 2 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de ateacute R$ 70 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Baacutesico R$ 7000
1 0 Baacutesico + 1 variaacutevel R$ 10200
2 0 Baacutesico + 2 variaacuteveis R$ 13400
3 0 Baacutesico + 3 variaacuteveis R$ 16600
0 1 Baacutesico + 1 BVJ R$ 10800
1 1 Baacutesico + 1 variaacutevel + 1
BVJ
R$ 14000
2 1 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 17200
3 1 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 20400
0 2 Baacutesico + 2 BVJ R$ 14600
1 2 Baacutesico + 1 variaacutevel + 2
BVJ
R$ 17800
2 2 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 21000
3 2 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 24200
1 8 3
Anexo L (Paacutegina 3 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de R$ 70 a R$ 140 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Natildeo recebe benefiacutecio
baacutesico
-
1 0 1 variaacutevel R$ 3200
2 0 2 variaacuteveis R$ 6400
3 0 3 variaacuteveis R$ 9600
0 1 1 BVJ R$ 3800
1 1 1 variaacutevel + 1 BVJ R$ 7000
2 1 2 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 10200
3 1 3 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 13400
0 2 2 BVJ R$ 7600
1 2 1 variaacutevel + 2 BVJ R$ 10800
2 2 2 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 14000
3 2 3 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 17200
FICHA CATALOGRAacuteFICA
F
413b
Fe r re i ra Lu iz An ton io
Bo lsa Famiacute l ia impor tan te
de te rm inan te para a educaccedilatildeo e c resc imento
soc ioeconocircmico do B ras i l Lu iz An ton io
Fe r re i ra 2012
183 f
D isse r taccedilatildeo (mes t rado em
Educaccedilatildeo ) - -Facu ldade de Human idades e
D i re i to da Un ive rs idade Metod is ta de Satildeo
Pau lo
Satildeo Be rna rdo do Campo 2012
O r ien taccedilatildeo Rose l i F ischmann
1 P rograma Bo l sa Famiacute l i a 2
Desenvo lv imento humano 3
Desenvo lv imento soc io econocircmico 3
D is t r ibu iccedilatildeo de renda 4 Renda m iacuten ima
I T iacute tu lo
CDD 379
A dissertaccedilatildeo de mestrado sob o tiacutetulo ldquoBolsa Famiacutelia Importante Determinante
para a Educaccedilatildeo e Crescimento Socioeconocircmico do Brasilrdquo elaborada por Luiz
Antonio Ferreira foi apresentada e aprovada em 29 de marccedilo de 2012 perante
banca examinadora composta por Profordf Drordf Roseli Fischmann
(PresidenteUMESP) Prof Dr Romualdo Luiz Portela de Oliveira (TitularFEUSP) e
Profordf Drordf Maria Leila Alves (TitularUMESP)
__________________________________________
Profordf Drordf Roseli Fischmann
Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
___________________________________________
Profordf Drordf Roseli Fischmann
Coordenadora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Programa Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Metodista de Satildeo Paulo
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Educaccedilatildeo
Linha de Pesquisa Poliacuteticas e Gestotildees Educacionais
Agradecimentos
Meus s ince ros agradec imentos aos Pro fesso res Adaur i
B rezo l in e Rose l i F i schmann ao P ro fesso r Adaur i po r te r me
incen t i vado e agrave P ro fessora Rose l i po r te r con f iado e o r ien tado
sob re o tema que desenvo lv i
Aos Pro fesso res Dan i lo D iMano de A lme ida ( in memor iam)
Deacutec io Azevedo Marques de Saes Mar ia Le i la A lves e Ze i la de
B r i to Demar t in i agradeccedilo pe la pac iecircnc ia ded icaccedilatildeo e exce len tes
au las m in is t radas
Sucesso a todos
Lu iz An ton io Fe r re i ra
ldquoThe basic purpose of development is to enlarge peoples choices In principle these choices can be infinite and can change over time People often value
achievements that do not show up at all or not immediately in income or growth figures greater access to knowledge better nutrition and health services more
secure livelihoods security against crime and physical violence satisfying leisure hours political and cultural freedoms and sense of participation in community
activities The objective of development is to create an enabling environment for people to enjoy long healthy and creative lives
Mahbub ul Haq (1934-1998) Fundador do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano (PNUD)
Human development as an approach is concerned with what I take to be the basic development idea namely advancing the richness of human life rather than the
richness of the economy in which human beings live which is only a part of it
Prof Amartya Sen Professor de Economia da Universidade de Harvard
Precircmio Nobel de Economia de 1998
FONTE UNDP ndash(httphdrundporgenhumandev Acesso em 08112011)
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 11 PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA 11 METODOLOGIA 15 RENDA MIacuteNIMA 16 1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA FUNCIONAMENTO E SUSTENTABILIDADE
20
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES 20 11 Regulamentos Funcionais 20 112 Controles 28 113 Legislaccedilatildeo 32 114 Transferecircncia de Renda 34 12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA 39 121 Impacto na Economia 39 122 Acesso ao Creacutedito 42 2 QUALIDADE DE VIDA E DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 47 21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA 47 212 Porque El iminar as Desigualdades 47 213 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 54 214 Iacutendice de Gini 63 215 Capita l Humano 72 22 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 77 221 Desaf ios 77 222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo 81 223 Educaccedilatildeo Brasi le ira No Contexto Mundial 85 3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES REGIOtildeES BRASILEIRAS
91
31 REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA 91 32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMICO 102 321 Acesso agrave Escola 102 322 Desigualdade entre Regiotildees 104 323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho 107 33 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO 117 34 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011 -2020 DESTAQUES
124
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA REDUZIR A DESIGUALDADE
131
41 SAIacuteDA DO BOLSA FAMIacuteLIA 134 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
138
REFEREcircNCIAS 145 ANEXOS 152
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Frequecircncia de Alunos 24 Tabela 2 Trabalho Infantil 27 Tabela 3 Taxa de Analfabetismo da Populaccedilatildeo Acima de 15 anos 60 Tabela 4 Resultado do IDEB versus Metas Estabelecidas 83 Tabela 5 Crescimento Anual do IDH Regional 94 Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional 101 Tabela 7 Taxa de Escolarizaccedilatildeo Liacutequida por Regiatildeo 104 Tabela 8 Tendecircncia do Iacutendice de Gini por Regiatildeo 107 Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada 108 Tabela 10 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa por Regiatildeo 111 Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingressos 2001-2009 112 Tabela 12 Taxa de Fecundidade no Brasil 114 Tabela 13 Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total 116 Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos Familiares em Educaccedilatildeo 123 Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB 127 Tabela 16 Meacutedias Projetadas para as Provas PISA 128 Tabela 17 Meacutedias Alcanccediladas no Exame PISA 2009 128 Tabela 18 Multiplicador 1 de aumento no PIB por Tipo de Gasto 133 Tabela 19 Motivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutelia 2003-2011 136 LISTA DE GRAacuteFICOS Graacutefico 1 Taxa de Alfabetizaccedilatildeo 25 Graacutefico 2 Mortalidade Infantil 26 Graacutefico 3 Alocaccedilatildeo de Recursos para a Assistecircncia Social 38 Graacutefico 4 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 56 Graacutefico 5 Meacutedia de Escolaridade do Brasileiro 57 Graacutefico 6 Expectativa de Escolaridade das Crianccedilas Brasileiras 59 Graacutefico 7 Expectativa de Vida 61 Graacutefico 8 Renda Per Capita (US$ PPP Constante a Preccedilos de 2005) 62 Graacutefico 9 Iacutendice de Gini 64 Graacutefico 10 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Fundamental 84 Graacutefico 11 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Meacutedio 85 Graacutefico 12 Escolaridade Meacutedia ndash Austraacutelia Argentina e Brasil 87 Graacutefico 13 Expectativa de Escolaridade - Austraacutelia Argentina e
Brasil 88
Graacutefico 14 Recursos Federais Alocados agrave Educaccedilatildeo 90 Graacutefico 15 Expectativa de Vida por Regiatildeo 96 Graacutefico 16 Mortalidade Infantil por Regiatildeo ndash 2009 97 Graacutefico 17 Taxa de Analfabetismo 99 Graacutefico 18 Trajetoacuteria dos Fatores Utilizados na Nova Metodologia de
Caacutelculo da Dimensatildeo Educaccedilatildeo para o IDH 100
Graacutefico 19 Iacutendice de Gini por Regiatildeo 105 Graacutefico 20 Empregados com Carteira Assinada 113 Graacutefico 21 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo - do PIB 118 Graacutefico 22 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo 119 Graacutefico 23 Famiacutelias Beneficiadas pelo Programa Bolsa Famiacutelia 137
LISTA DE ABREVIATURAS
BCI ndash Banco Central do Brasil BIEN ndash Basic Income European Network BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social BVJ ndash Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente CadUacutenico - Cadastro Uacutenico para Programas Sociais CEF ndash Caixa Econocircmica Federal CGU ndash Controladoria Geral da Uniatildeo FEAUSPndash Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo FGV ndash Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas HDI ndash Human Development Index IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBMEC ndash Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aniacutesio Teixeira INSPER ndash Instituto de Ensino e Pesquisa IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Avanccedilada LOA ndash Lei Orccedilamentaacuteria Anual MDS - Ministeacuterio do Desenvolvimento Social e Combate agrave Fome MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MIT ndash Massachusetts Institute of Tecnology OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho PBF ndash Programa Bolsa Famiacutelia PISA - Programme for International Student Assessment ndash Programa Internacional de Avaliaccedilatildeo de Estudantes PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelio PNE ndash Plano Nacional de Educaccedilatildeo PNUD ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento POF ndash Pesquisa de Orccedilamentos Familiares PUC ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro UMESP ndash Universidade Metodista de Satildeo Paulo UNDP ndash United Nations Development Programmee USP ndash Universidade de Satildeo Paulo WIPO - World Intellectual Property Organization
SUMAacuteRIO DOS ANEXOS
Anexo A - Renda miacutenima Lei 10835 de 8 de janeiro de 2004--------------Pg 152
Anexo B- Investimentos em educaccedilatildeo -------------------------------------------Pg 153
Anexo C- Tudo pronto para a nova etapa ndash Entrevista com o economista Makhtar
Diop do Banco Mundial ---------------------------------------------------------------Pg 154
Anexo D- Noruega educaccedilatildeo preacute-escolar ---------------------------------------Pg 157
Anexo E- O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia -----------Pg 158
Anexo F - Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na economia----------------Pg 161
Anexo G - Um abismo chamado educaccedilatildeo -------------------------------------Pg 162
Anexo H - IDEB observado versus metas estabelecidas --------------------Pg 168
Anexo I ndash Reduz-se a migraccedilatildeo interna ------------------------------------------Pg 169
Anexo J - Vinod Khosla ndash Bilionaacuterio inovador fundador da Sks Microfinance -
Financiamento dirigido aos pequenos empresaacuterios --------------------------Pg 174
Anexo K ndash Efeito multiplicador ------------------------------------------------------Pg 178
Anexo Lndash Valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia---Pg181
RESUMO
Esta dissertaccedilatildeo trata de um tema relativamente novo com literatura escassa praticamente sem estudos teoacutericos que o abordem Referenciais satildeo encontrados em publicaccedilotildees feitas em seminaacuterios e palestras bem como em artigos e notas jornaliacutesticas Esta dissertaccedilatildeo se trata de trabalho exploratoacuterio analiacutetico descritivo com base documental O Programa Bolsa Famiacutelia tema central deste trabalho eacute uma ferramenta para distribuiccedilatildeo de renda que funciona de forma simples e tem sido efetiva para o atendimento de famiacutelias que vivem abaixo da linha de pobreza Ele eacute resultado da fusatildeo de vaacuterios outros programas dispersos e com efetividade questionaacutevel ndash Bolsa Escola Auxiacutelio Gaacutes e Cartatildeo Alimentaccedilatildeo O Programa Bolsa Famiacutelia beneficia famiacutelias em situaccedilatildeo de pobreza com renda mensal de R$ 70 a R$ 140 per capita e em extrema pobreza com renda mensal abaixo de R$ 70 reais per capita Tambeacutem estabelece condicionalidades de educaccedilatildeo e sauacutede Atualmente haacute cerca de 13 milhotildees de famiacutelias inscritas no Programa Bolsa Famiacutelia que cumprem as condiccedilotildees do ldquoCadastro Uacutenicordquo ndash esta eacute praticamente a totalidade das famiacutelias pobres segundo criteacuterios do PNAD 2006 (Pesquisa Nacional de Domiciacutelios) Na realidade houve substancial injeccedilatildeo de recursos em aacutereas outrora relegadas ao acaso criando novos consumidores bem como empreendedores aleacutem de atrair investimentos Quanto agrave educaccedilatildeo nota-se que haacute reduccedilatildeo do analfabetismo Haacute um crescimento vegetativo do Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) no qual o
Brasil situa-se em 84⁰ lugar dentre as 187 naccedilotildees controladas pelo PNUD
(Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) em 2011 As variaacuteveis que compotildeem o iacutendice crescem timidamente destaca-se queda no item ldquoexpectativa de escolaridade esperada das crianccedilas em idade de ingresso na escolardquo (no Brasil aos seis anos) que caiu no periacuteodo 2000-2011 esse fato pode indicar falha estrutural no ensino brasileiro Esse estudo indica que haacute desenvolvimento socioeconocircmico em aacutereas carentes particularmente na Regiatildeo Nordeste Observa-se tambeacutem a reversatildeo da migraccedilatildeo que historicamente era de nortenordeste a sudeste Tambeacutem nota-se reduccedilatildeo da taxa de fecundidade das brasileiras o que eacute vantajoso O Brasil tambeacutem estaacute com a vantagem do ldquoBocircnus demograacuteficordquo quando a populaccedilatildeo economicamente ativa supera a populaccedilatildeo dependente o que eacute um excelente fator de crescimento por atrair investimentos Apesar de melhorias observadas na deacutecada 2000-2010 elas ainda satildeo insuficientes Quanto ao ldquodesenvolvimento humanordquo o Brasil estaacute muito distante das naccedilotildees desenvolvidas com IDH de 0718 que cresceu na uacuteltima deacutecada agrave taxa de 0769 ao ano Nesse ritmo ateacute alcanccedilarmos o IDH norueguecircs -- primeiro colocado ou o australiano -- segundo colocado que eacute de 0943 seratildeo necessaacuterios 3536 anos Isso nos leva a pensar que a natildeo ser que o acaso nos ajude o sonho de nos juntarmos aos primeiros eacute questionaacutevel Com respeito ao Programa Bolsa Famiacutelia esse prova ser uma frente social para a eliminaccedilatildeo da desigualdade seus beneficiaacuterios eram classificados como pobres e extremamente pobres e foram resgatados Palavras chaves Bolsa Famiacutelia Desenvolvimento Humano Desenvolvimento Socioeconocircmico Distribuiccedilatildeo de Renda Educaccedilatildeo Ferramenta para crescimento IDH Programa Bolsa Famiacutelia Renda Miacutenima
ABSTRACT
This study approaches a new and unexplored subject the Brazilian Family Aid Program Bibliography practically does not exist and academic entities seldom discuss the subject because it is still under development References are found in lectures newspapers and magazine articles This is an exploratory and analytical search approaching evidence basis and sources The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo (PBF) is a Brazilian Family Aid Program granted under conditionality rules It can be considered a unique tool for income distribution working towards an effective solution for families surviving under extreme poverty The program started by the merger of three other poverty aid programs of dubious effectiveness ndash Scholarship Aid Cooking Gas Aid and Food Card The ldquoPBFrdquo benefits families surviving under poverty conditions with R$ 70 to R$ 140 monthly of per capita income and under extreme poverty conditions below R$ 70 monthly of per capita income Also the ldquoPBFrdquo establishes conditional participation rules associated to education and health prevention for children Presently the ldquoPBFrdquo supports 13 million families that fit rules and are enrolled in the ldquoCadastro Uacutenicordquo (Central Control Registration Roll) That registration roll practically covers the totality of the population under poverty situation line as defined by PNAD - 2006 (National Household Survey - 2006)The ldquoPBFrdquo control methodology allows income transfer to regions left under poverty conditions in past history The PBF formed a new consumer community new entrepreneurs moreover attracted investors In regard to education there is reduction in illiteracy The Human Development Index (HDI) shows vegetative growth Brazil is the 84th country ranked among the 187 nations controlled by the United Nations Development Programme (UNDP) in 2011 The dimensions that compose the index for Brazil had poor growth lately in particular the expected years of schooling for children at school enrollment age (in Brazil 6 years old) declined during the last decade (2000-2010) It is likely that there is a structural issue with the Brazilian education sector There is a socio-economic growth in regions where poverty has been endemic in particular Northeast Region The findings also reveal migration reversal that in past were NorthNortheast Regions to Southeast Region as well as fecundity rate reduction which are remarkable advantages Brazil entered into the ldquodemographic bonusrdquo a situation when the ldquoeconomically active populationrdquo exceeds the ldquodependent populationrdquo this is also an advantage because attracts investments and is a push towards economic growth Despite of positive improvements they appear to be insufficient the human development in Brazil is far from excellence presently a HDI of 0718 with a growth of 0769 annually (2000-2010) it will take 3536 years to meet the Australian HDI of 0943 Unless chances help us dreams to join the winners are unlikely The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo however proves to be a social front towards inequality the participants of the plan originally classified under poverty line were rescued Keywords Family Allowance Program Human Development Index HDI Socio-Economic Development Socio-Economic Growth Income Distribution Poverty Reduction Brazilian Family Grant Program Minimum Income Economic Growth Tool
INTRODUCcedilAtildeO
PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA
Sou economista de formaccedilatildeo segui carre i ra na aacuterea
f inancei ra da induacutest r ia automobi l iacutes t ica in ic ie i com o off ice -boy em
1961 v indo a me re t i rar em 1999 (u t i l izo o verbo ldquo re t i rarrdquo porque
nunca esteve em meus p lanos o verbo ldquoaposentarrdquo ) Durante minha
t ra jetoacuter ia prof iss iona l t ive a oportun idade de par t ic ipar de
t re inamento no exter ior Durante 1979-1980 a empresa onde eu
atuava me designou para um programa de t re in amento em Detro i t
Mich igan Part ic ipe i de cursos na Wayne State Univers i ty em 1990
par t ic ipe i de extensatildeo un ivers i taacuter ia em Bo ston Massachussetts
onde curse i o 1990 Senior Execut ive Program no MIT juntamente
com c inquenta execut ivos de d iversas par tes do mundo
Desde que de ixe i a induacutest r ia em 1999 t raba lhe i como
consu l tor independente mas como os cont ratos rarearam decid i por
novos rumos F iz vest ibu lar para Let ras Portuguecircs Inglecircs fu i
admit ido curse i do is semestres natildeo me entus iasmei natildeo era mi nha
seara dec id i que no semestre seguinte estar ia fora Discut i o
assunto com um de meus mestres d urante a conversa e le suger iu
que eu f izesse mestrado me agradou a i de ia Em sequecircncia fomos
1 2
ateacute a coordenaccedilatildeo do Mestrado passe i por uma breve ent revis ta
me fo i perguntado se eu t inha algum pro jeto em mente e eu
prontamente respondi ldquoBo lsa Famiacutel iardquo houve inte resse pe lo tema e
fu i encaminhado ao processo de se leccedilatildeo
Ao in ic iar o curso de mestrado confesso que f iquei
apreensivo perguntava a mim mesmo se conseguir ia seguir ad iante
a exper iecircnc ia nova e desaf iante me entus iasmava cada vez mais
Apesar de estar por longo tempo longe de contatos acadecircmicos
consegui acompanhar e par t ic ipar dos t raba lhos Sent i d i f icu ldades
af ina l estava em contado com pess oas d iametra lmente d i ferente s de
minha convivecircncia usual A co leccedilatildeo de a migos que adquir i me
mot ivou a qual idade dos professores me surpreendeu e os debates
que par t ic ipe i e cont inuo a part ic ipar me def in i ram novos hor izontes
Durante o pr imeiro semestre do curso de mestrado escrevi ao
Senador Supl icy a f im de conseguir subsiacuted ios para meu tema Fu i
prontamente a tendido recebi a lguns textos sobre Renda Miacuten ima e
um convi te para par t ic ipar do 13 ⁰ Congresso BIEN (Basic Income
European Network) No Congresso t ive oportun idade de t rocar
ide ias com pessoas de out ras partes do mundo Em part icu lar f iz
ent revis tas informais com o proacutepr io senador e com o Prof Guy
Standing escr i tor e professor de ldquoEc onomic Secur i tyrdquo da
Univers idade de Bath Reino Unido Tambeacutem converse i com Scott
1 3
Goldsmith c idadatildeo amer icano que d iscorreu sobre o ldquoA laska
Permanent Fund rdquo 1
Par t ic ipe i das I e I I Semanas de Educaccedilatildeo em Dire i tos
Humanos da UMESP in ic iadas em 2010 pro je to que considero de
ext rema re levacircncia para nossos d ias po is conheci expoentes do
assunto Tive a oportun idade de ass is t i r pa lest ras de conferencistas
de a l to coturno como Salomon Lerner Enr ique Dussel Lu iz Anton io
Cunha Edson Cardoso Roberto L iv ianu dent re outros Destaque
especia l do evento de 2011 cabe considerar as au las da d isc ip l ina
ldquoL i tera tura Educaccedilatildeo e Dire i tos Humanosrdquo min ist r adas durante o
evento pe la Professora Graccedila Grauacutena poet isa e escr i tora de e tn ia
pot iguar
Minha exper iecircnc ia com o curso de Mestrado t raz desaf ios que
considero importantes e ac ima de tudo me leva a rever e
sed imentar concei tos de forma que minha exper iecircnc ia da vida
prof iss iona l natildeo se perca
1 O e s t a d o n o r t e a m e r i c a n o d o A l a s k a t a x a e m a t eacute 2 5 d e t o d a a
r e c e i t a r e n d a d e c o r r e n t e d e m i n e r a ccedil atilde o q u e eacute d e s t i n a d a a u m f u n d o
p e r m a n e n t e g a r a n t i d o p e l a c o n s t i t u i ccedil atilde o e s t a d u a l O f u n d o p e r m a n e n t e eacute
i n v e s t i d o e m u m p o r t f oacute l i o d i v e r s i f i c a d o eacute u t i l i za d o p a r a a ccedil otilde e s d e
d e s e n v o l v im e n t o s o c i o e c o n ocirc m ic o D i v i d e n d o s s atilde o d i s t r i b u iacute d o s r e g u l a r m e n t e
a t o d o s o s r e s i d e n t e s d o e s t a d o d o A l a s k a
F o n t e h t t p w w w a p f c o r g h o m e C o n t e n t a b o u t F u n d a b o u t P e r m F u n d c f m -
A c e s s a d o em 2 3 1 1 2 0 1 1
1 4
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma in ic ia t iva que por muito
tempo quest ione i achava um tema popul ista natildeo percebia
sustentaccedilatildeo fu tura Com o passar do tempo ao observar e ler sobre
o assunto percebi os resu l tados posi t ivos do programa O que
chamou minha atenccedilatildeo foram os resu ltados econocircmicos e
pr inc ipa lmente s ign i f ica t ivos benef iacutec ios soc ia is
Esta d issertaccedilatildeo d iscute como um programa concei tua lmente
s imples se tornou ferramenta de cresc imento e mola mestre de um
processo econocircmico re lat ivamente estaacuteve l n i t idamente d i rec ionado
a reduccedilatildeo de desigualdades
Neste t raba lho anal iso os fundamentos e conceitos que
conduzem o programa como in ter ferem nos movimentos soc ia is
qua l sua capacidade em cr iar empregos e novas oportun idades com
ecircnfase ao toacutep ico Educaccedilatildeo
Noto in ib idores importantes quando se aborda o tema
Programa Bolsa Famiacutel ia rdquo haacute posiccedilotildees antagocircnicas e favoraacuteve is
mas quase sempre de caraacuteter par t idaacuter io sem mui ta fundamentaccedilatildeo
Ul t rapassei esses b loqueios e conclu iacute que o tema eacute importante e
faraacute esco la
Cabe enfat izar que esse t raba lho natildeo eacute uma pesquisa de
Economia Sendo eu economista por formaccedilatildeo acadecircmica u t i l izarei
concei tos p inccedilados da Teor ia Econocircmica a f im de melhor entender
os resu ltados rea is deste inst igante tema
1 5
METODOLOGIA
Por ser um tema novo para a Naccedilatildeo e prat icamente ineacuted i to
em termos mundiais a l i te ra tura eacute escassa poucos satildeo os autores
acadecircmicos que abordam o assunto referencia is satildeo encontrados
em publ icaccedilotildees fe i tas em seminaacuterios e pa lest ras bem como em
ar t igos e notas jorna l iacutes t icas Esta d issertaccedilatildeo t ra ta -se de um
t raba lho exp loratoacuter io ana l iacute t ico -descr i t ivo com base documenta l
Os referencia is deste t raba lho baseiam -se (a) na legis laccedilatildeo
que suporta o Programa Bolsa Famiacutel ia (b) na da anaacutel ise h istoacuter ica
de aprovaccedilatildeo do programa pe lo Congresso Nacional (c) no l ivro
ldquoRenda Miacuten ima de Cidadaniardquo do Se nador Eduardo Matarazzo
Supl icy (5ordf ed iccedilatildeo de 2008) (d) em ar t igos e notas jorna l iacutes t icas (e)
e na anaacutel ise de dados estat iacutes t icos consol idados pe lo IBGE MDS
IPEA e tc
Tambeacutem foram anal isados t raba lhos apresentados no 13ordm
Congresso BIEN 2010 (Basic Incom e Earth Network) rea l izado na
FEA USP Satildeo Paulo
1 6
RENDA MIacuteNIMA
Esse t raba lho anal isa desdobramentos do pro jeto do Senador
Eduardo Matarazzo Supl icy e tem como referecircncia pr inc ipa l o l ivro
ldquoRenda de Cidadaniardquo (2008) A tese a l i defendida pe lo Senador
Supl icy pode ser resumida na c i taccedilatildeo da paacutegina 41 de seu l ivro
Eacute p ropoacutes i to des te l i v ro a rgum en ta r em f avo r de o
Bras i l avanccedilar ace le radam en te d i r eccedilatildeo a
ga ran t i r que todos os b ras i le i r os ve nham a
receber um a renda baacutes ica incond ic iona l
f undam en tada no d i r e i t o ina l ien aacuteve l de t odas as
pessoas res iden tes em nosso pa iacutes de pa r t i l ha r a
r ique za da n accedilatildeo n atildeo im por tando a o r igem a
raccedila o sexo a idade a co nd iccedilatildeo c i v i l ou
soc ioeconocircm ica
O pro je to sobre renda de c idadania t ransformou -se na Lei
10835 de 8 de jane i ro de 2004 (SUPLICY 2004) A legis laccedilatildeo
aprovada consiste na garant ia i r rest r i ta de renda miacuten ima a todo
c idadatildeo res idente Segue o ar t igo pr imeiro da le i sancionada o qual
sumar iza o propoacutesi to
Eacute ins t i t u iacuteda a p a r t i r de 2005 a r enda b aacutes ica de
c idadan ia que se cons t i t u i r aacute no d i r e i t o de todos
1 7
os b ras i le i r os res ide n tes no Pa iacutes e es t range i ros
res iden tes haacute pe lo m enos 5 (c inco ) anos no
Bras i l natildeo im por tando sua cond iccedilatildeo
soc ioeconocircm ica a r eceberem anua lm ente um
bene f iacute c io m one taacute r io (Anexo A )
A Le i 1083504 inst i tu i a renda miacuten ima mas o in ib idor para a
implementaccedilatildeo p lena estaacute na a locaccedilatildeo de recursos para a ap l icaccedilatildeo
da le i Emblemat icamente a c idade de Santo Anton io do Pinhal SP
jaacute inst i tu iu le i munic ipa l prevendo renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo
res idente (pop 7000 habitantes em 2010) A l e i munic ipa l prevecirc
a locaccedilatildeo de 6 do orccedilamento munic ipa l para a tendimento e
d is t r ibu iccedilatildeo incondic iona l de renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo res idente
Haacute l i te ra tura var iada no que concerne ao tema ldquoRenda Miacuten ima
de Cidadaniardquo inclus ive um congresso anual que t rata do assunto o
Congresso Bien (Basic Income European Network) A 13ordf ed iccedilatildeo do
Congresso Bien ocorreu nos d ias 30 de junho a 02 de ju lho de 2010
no campus da Unive rs idade de Satildeo Paulo apesar de foca l izar o
tema Renda Miacuten ima houve abordagens ao Programa Bolsa Famiacutel ia
A preocupaccedilatildeo dos governantes em supr i r as necessidades
baacutesicas da populaccedilatildeo menos favorec ida eacute assunto recorrente
Confuacutec io f i loacutesofo ch inecircs 551 aC jaacute defendia a just iccedila soc ia l e
ass ina lava em suas doutr inas ldquoA inseguranccedila eacute p ior que a pobreza rdquo
af i rmaccedilotildees de Guy Standing d i re tor da Organizaccedilatildeo In ternacion al
1 8
do Trabalho (OIT) c i tado pe lo Senador Supl icy em seu l ivro ldquoRenda
da Cidadania a Saiacuteda eacute pe la Portardquo (SUPLICY 2008 p 49 )
A pr imeira proposta de Renda Miacuten ima no mundo moderno fo i
e laborada por Thomas More em sua obra Utop ia Escr i ta em 1516
Utop ia descreve um paiacutes imaginaacuter io uma sociedade onde os
c idadatildeos vivem em perfe i ta harmonia basicamente porque suas
necessidades satildeo tota lmente s at isfe i tas (SUPLICY 2008 p 51-53)
Baseando-se nos pensamentos de Thomas More em 1526
Juan Luiacutes Vovegraves enviado do Rei da Espanha aos Paiacuteses Baixos na
eacutepoca dominados pe la Espanha e laborou uma proposta de Renda
Miacuten ima para a c idade de Bruges Beacute lgica Uma f orma de ass istecircnc ia
aos pobres fora implementada em 1525 em Ipres Beacutelgica As ide ias
de Vovegraves inf luenciaram a adoccedilatildeo na Ingla terra e Europa de le is de
ass is tecircnc ia aos pobres (The Poor Laws) Essas le is in ic ia lmente em
1531 v isavam assis t i r aos idosos e def ic ientes permi t indo que estes
pudessem pedir esmolas junto agraves paroacutequias Mais tarde as
paroacutequias foram autor izadas a levantarem fundos a f im de atender
aos necessi tados (SUPLICY 2008 p53-56)
Houve d iversos atos iso lado s que antecederam o Programa
Bolsa Famiacutel ia Foram accedilotildees de t ransferecircncia de renda no Bras i l
conforme abaixo descr i tas
O p ione i r i sm o quando se t r a ta de p rog ram as de
t r ans f e recircnc ia de renda eacute a t r ibu iacutedo ao p r e f e i t o de
1 9
Cam p inas ndash SP Joseacute Rober t o Maga lhatilde es que f ez
o p r im e i ro pagam ento a u m a f am iacute l i a necess i tada
em 1995 Pos te r io rm en te no m esm o ano o en tatildeo
gove rnador do D i s t r i t o Federa l C r i s tovatildeo
Buarque e o p re f e i t o de R ibe i r atildeo Pre to SP
An ton io Pa locc i im p lan tam p rog ram a s im i la r Em
1996 o Pres iden te Fe rnando Henr ique Cardoso
lanccedilou o P rog ram a de Er rad icaccedilatildeo do T raba lho
In f an t i l cond ic ionad o agraves f am iacute l i as a m anu tenccedilatildeo
dos f i l hos na esco la Em 1997 o P res iden te
Fe rnando Henr ique Cardoso c r iou a Prog ram a
Nac iona l de R enda Miacuten im a e em 2001 lanccedilou o
Prog ram a Bo lsa Esco la Em 2003 p r im e i ro ano
do Pres iden te L u i z I gnaacutec io Lu la da S i l va c r iou -
se o M in is teacute r io Ex t rao rd inaacute r io de Se guranccedila
A l im en ta r e lanccedila o p rog ram a Fom e Zero Jaacute em
2004 f o i c r iado o M in is teacute r io do Desen vo l v im en to
Soc ia l e Com bate a Fom e quando f o ram
un i f i cados todos os p rog ram a s f ede ra is de
t r ans f e recircnc ia de renda no Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia (O Es tado de Satilde o Pau lo 18 4 2010 ldquoO
DNA da t r ans f e recircnc ia de rendardquo ) rdquo
2 0
1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA ndash FUNCIONAMENTO E
SUSTENTABILIDADE
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES
111 Regulamentos Funcionais
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute comentado e cr i t icado por
d iversas camadas da soc iedade bras i l e i ra contudo haacute que se
considerarem os benef iacutec ios e as vantagens que proporc iona agrave
Naccedilatildeo Soacute pa ra exempl i f i ca r tomemos duas cons ide raccedilotildees mu i to
comuns que satildeo ve icu ladas de fo rma i r responsaacuteve l mu lhe res que
engrav idam pa ra recebe r o benef iacutec io e t raba lhado res que p re fe rem
empregos in fo rma is para tomar van tagens dos benef iacutec ios Esse
t raba lho p rocu ra con t r ibu i r para que se des faccedilam esses m i tos
Quanto ao p r ime i ro m i t o ce r tamente have r ia uma exp losatildeo
demograacute f i ca o que natildeo oco r re mas ao con t raacute r io a taxa de
fecund idade b ras i le i ra d im inu iu s ign i f i ca t i vamente quan to ao
segundo mi to natildeo se comprova porque emprego com ca r te i ra
2 1
ass inada c resceu substanc ia l mente na uacute l t ima deacutecada Ambas as
s i tuaccedilotildees se ratildeo ana l isadas ma is ad ian te
Os benef iacutec ios satildeo ver i f icados e comprovados sob os mais
d i ferentes acircngulos de anaacutel ise O concei to baacutes ico do Programa Bolsa
Famiacutel ia eacute fazer com que as famiacutel ias sa iam do niacuteve l de ind igecircncia
poss ib i l i tando sob condic iona l idades a sat isfaccedilatildeo de suas
necessidades baacutesicas Evidecircncias seratildeo anal isadas em toacutep icos
ad iante as quais inc luem a permanecircncia das cr ianccedilas na esco la
melhor ia da sauacutede dos benef ic iaacuter ios desenvolvimento
soc ioeconocircmico proporc ionado pr inc ipa lmente pe lo efe i to
mult ip l icador proporc ionado pe la in jeccedilatildeo de recursos de cunho
soc ia l e tc
O Min is teacuter io do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome
(MDS) def ine o Programa Bolsa Famiacutel ia da seguin te forma
O Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia (PBF) eacute um prog ram a
de t r ans f e recircnc ia d i r e ta de ren da com
cond ic iona l idades que bene f i c ia f am iacute l i as em
s i t uaccedilatildeo de pobre za ( com renda m ensa l po r
pessoa de R$ 70 a R$ 140) e ex t rem a pobre za
( com renda m ensa l po r pessoa de a teacute R$ 70 ) de
aco rdo com a Le i 10 836 de 0 9 de j a ne i ro de
2004 e o Dec re to n ordm 5 209 de 17 de se te m bro de
2004
O PBF in teg ra a es t ra teacuteg ia FOME ZERO que tem
o ob je t i vo de assegura r o d i r e i t o hu m ano agrave
a l im en taccedilatildeo adequad a p rom ovendo a seguranccedila
2 2
a l im en ta r e nu t r i c iona l e con t r ib u ind o pa ra a
e r rad ic accedilatildeo da ex t rem a pobreza e pa ra a
conqu is ta da c id adan ia pe la p a rce la da
popu laccedilatildeo m a is vu ln e raacuteve l agrave f om e O Prog ram a
pau ta - se na a r t i cu laccedilatildeo de t r ecircs d im ensotildees
essenc ia is agrave su peraccedilatildeo da f om e e da pob re za
D o a l iacute v i o im e d i a t o d a p o b r e za p o r m e i o d o
d i r e i t o d e r e n d a agrave f a m iacute l i a
R e f o r ccedil o a o e x e r c iacute c i o d e d i r e i t o s s o c i a i s b aacute s i c o s
n a s aacute r e a s d e S a uacute d e e E d u c a ccedil atilde o p o r m e i o d o
c u m p r im e n t o d a s c o n d i c i o n a l i d a d e s o q u e
c o n t r i b u i p a r a f a m iacute l i a s c o n s i g a m r o m p e r o c i c l o
d a p o b r e za e n t r e g e r a ccedil otilde e s
C o o r d e n a ccedil atilde o d e p r o g r a m a s c o m p le m e n t a r e s
q u e t ecirc m p o r o b j e t i v o o d e s e n v o l v im e n t o d a s
f am iacute l i a s d e m o d o q u e o s b e n e f i c i aacute r i o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a c o n s i g a m s u p e r a r a
s i t u a ccedil atilde o d e v u l n e r a b i l i d a d e e p o b r e za
S atilde o e x e m p l o s d e p r o g r a m a s c o m p l e m e n t a r e s
p r o g r a m a s d e g e r a ccedil atilde o d e t r a b a l h o e r e n d a d e
a l f a b e t i za ccedil atilde o d e a d u l t o s d e f o r n e c im e n t o d e
r e g i s t r o c i v i l e d e m a i s d o c um e n t o s 2
As condiccedilotildees def in idas para o PBF descr i tas pe lo Min is teacuter io
do Desenvolvimento Socia l (MDS) satildeo re la t ivament e s imples e sem
burocrac ia a f im de fac i l i ta r o atend imento dos benef ic iaacuter ios Segue
descr iccedilatildeo estabelec ida no por ta l de MDS
2 h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f a m i l i a o -
q u e - e Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
2 3
As cond ic i ona l idades satildeo os com prom issos nas
aacute reas da Educaccedilatildeo da Sauacute de e Ass is tecircnc ia
Soc ia is assum idos pe las f am iacute l i as e que p rec isam
se r cum pr idos pa ra que e las con t inuem a receber
o bene f iacute c io d o P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a
As cond ic iona l idades v igen tes do P rograma Bo lsa Famiacute l ia
satildeo bas icamente assoc iadas agrave educaccedilatildeo sauacutede e ass is tecircnc ia
soc ia l
E d u c a ccedil atilde o f r e q u ecirc n c i a e s c o l a r m iacute n im a d e 8 5
p a r a c r i a n ccedil a s e a d o le s c e n t e s e n t r e 6 e 1 5 a n o s
e m iacute n im a d e 7 5 p a r a a d o l e s c e n t e s e n t r e 1 6 e
1 7 a n o s
Os con t ro les de f requecircnc ia esco la r ind icam resu l t ados
sa t is fa toacute r ios nesse ques i to aos benef i c iaacute r ios do Programa Bolsa
Famiacutel ia A aderecircncia em 2011 estaacute em 983 das cr ianccedilas com
idade ent re 6 e 15 anos o que s ign i f ica 238 de melhor ia desde
2006 cu jo va lor era de 794 Quanto aos estudantes com idade
ent re 16 e 17 anos o resu ltado tambeacutem eacute s ign i f ica t ivo at inge a
marca de 962 Conforme notada nas tabe las seguin tes podemos
conclu i r que o processo mostra-se estaacuteve l natildeo eacute notada var iaccedilatildeo
substancia l no iacutend ice a par t i r de 2009 Eacute cer to que quando um
processo se torna estaacuteve l eacute necessaacuter ia nova in terferecircncia a f im de
2 4
apr imoraacute- lo O melhor seraacute cr iar uma ldquodesestab i l idade for tu i tardquo que
apesar de t iacutemidos jaacute haacute movimentos nesse sent ido ta is como
melhor ia de qual idade na educaccedilatildeo Segue tabe la 1 ind icat iva da
f requecircncia esco lar dos benef ic iaacuter ios conforme publ icaccedilatildeo do MEC
FREQUEcircNCIA DE ALUNOS BENEFICIAacuteRIOS DO PROGRAMA BOLSA
FAMIacuteLIA
Ano 6 a 15 anos 16 a 17 anos
() ()
2006 79 44 N D
2007 96 97 N D
2008 98 06 95 62
2009 98 86 97 83
2010 98 57 97 06
2011 97 89 96 55
TABELA 1 F requecircnc ia de A lunos Benef i c iaacute r ios do P rograma Bo lsa
Famiacute l ia
Fon te MEC
h t tp pa ine l mecgovb r pa ine l phpmodu lo=p r inc ipa l de ta lhamen to
Ind icado rampacao=Aampdeta lhes=pa isamp ind id=442
Acesso em 14 11 2011
A taxa de a l fabet izaccedilatildeo tambeacutem apresenta s ign i f ica t iva
melhor ia no per iacuteodo poacutes- implementaccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia
Nesse quesito tambeacutem se nota estabi l idade do processo sendo que
os ind icadores se mostram estaacuteve is ao redor de 90 Eacute vaacute l ido
af i rmar para esse quesi to que uma ldquodesestab i l izaccedilatildeo for tu i ta
tambeacutem eacute bem-vindardquo
2 5
( ) es tab i l idade re la t i va ao redor de 90
Graacute f i co 1 Taxa de A l fabe t i zaccedilatildeo 15 anos ou ma is
Fon te IBGE Seacuter ies h is toacute r i cas - Acesso em 09 8 2011
S a uacute d e a c o m p a n h a m e n t o d o c a l e n d aacute r i o v a c i n a l
e d o c r e s c im e n t o d e s e n v o l v im e n t o p a r a
c r i a n ccedil a s m e n o r e s d e 7 a n o s e p r eacute - n a t a l d a s
g e s t a n t e s e a c o m p a n h a m e n t o d a s n u t r i ze s n a
f a i x a e t aacute r i a d e 1 4 a 4 4 a n o s
Conforme dados do IBGE a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ap resen ta resu l tados s ign i f i ca t i vo s na deacutecada 2000 -2009 com
queda de 35 7 A cond ic iona l idade assoc iada agrave sauacutede dos
benef i c iaacute r ios do P rograma pode te r con t r ibu iacutedo s ign i f i ca t i vamente
pa ra essa me lhor ia soc ia l A Reg iatildeo Nordes te fo i a que ma io r
reduccedilatildeo apresen tou ne s te ques i to com 47 8 de reduccedilatildeo O
2 6
graacute f i co segu in te nos ind ica a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ob t ida na uacute l t ima deacutecada (2000 -2009)
G raacute f i co 2 Mor ta l idade In fan t i l
Fon te
M in is teacute r io da Sauacutede
h tpp tabne t da tasus govb r cg i idb2010 c01bh tm
Acesso 10 4 2012
Soc ia l f r equecircnc ia m iacuten im a de 85 da ca rga
ho raacute r ia r e la t i va a o s se rv iccedilos soc ioeduca t i vos
pa ra c r ianccedilas e anos em r is co ou re t i r adas do
t r aba lho in f an t i l
No quesito t raba lho infant i l ob je t ivo da exis tecircnc ia da
condic iona l idade denominada ldquosoc ia l rdquo tambeacutem mostra resu l tados
pos i t ivos a melhor ia em termos nacionais eacute de 24 entre 2003 e
2008 (1261 para 9 56 por 100000 habi tantes) equ iva lente a
2 7
54 ao ano de reduccedilatildeo Provavelmente par te s igni f ica t iva dessa
queda pode ser at r ibuiacuteda a essa cond ic iona l idade denominada
soc ia l
TRABALHO INFANTIL
( da Pop de 10 a 15 anos t raba lhando ou procurando emprego)
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Regiatildeo
Norte 1079 1628 1565 1456 1286 1088 Nordeste 1865 1715 1903 1665 1559 1356 Sudeste 754 657 738 683 631 578 Sul 1539 1554 1361 1388 1329 1015 Centro-Oeste 933 1053 943 912 933 894 Total 1261 1231 128 1179 1101 956
Tabela 2 Trabalho Infant i l
Fonte
IBGE ndash Seacuter ies Histoacuter icas
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD329ampsv=
7ampt=taxa-de- t raba lho- infant i l Acesso em 118 2011
O MDS just i f ica a adoccedilatildeo de condic iona l id ades pe lo Programa
Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
As cond ic iona l ida des do Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
satildeo ao m esm o tem po r esponsab i l i da des das
f am iacute l i as e do pod e r puacuteb l i co O ob je t i vo das
cond ic iona l idades natilde o eacute pun i r as f a m iacute l i as m as
responsab i l i za r d e f o rm a con junta os
bene f i c iaacute r ios e o poder p uacuteb l i co q ue de ve
iden t i f i ca r os m o t i vos do natildeo cum pr im en to das
cond ic iona l idades e im p lem en ta r po l iacute t i cas
2 8
puacuteb l i cas de acom panham ento pa ra essas
f am iacute l i as3
A co locaccedilatildeo do MDS quando just i f ica a adoccedilatildeo de
condic iona l idades como parte das est rateacutegias que nor te iam o
Programa Bolsa Famiacutel ia ind i retamente impotildee ao benef ic iaacuter io
podemos considerar de forma justa a responsabi l idade de
ldquo remunerarrdquo o restante da soc iedade pe lo s benef iacutec ios f inancei ros
concedidos
1 12 Contro les
O MDS tambeacutem estabelece um rela toacuter io demonstrat ivo de
metas cumpr idas bem como de t ransparecircncia dos benef iacutec ios pagos
aos par t ic ipantes Os benef iacutec ios satildeo pagos e cont ro lados pe la Caixa
Econocircmica Federa l a qua l emite re la toacuter ios mensais ident i f icando
3F o n t e
h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f am i l i a b e n e f i c i o s - e -
c o n t r a p a r t i d a s Ac e s s o em 2 2 0 6 2 0 1 0
2 9
nominalmente os benef ic iaacuter ios Esses re latoacuter ios podem se obt idos
por estado e munic iacutep io 4
Os cont ro les estabelec idos parecem adequados para que os
cont r ibu in tes possam f isca l izar e denunciar possiacuteve is f raudes O
MDS estabelece processos de f isca l izaccedilatildeo para gar ant i r
cred ib i l idade e just iccedila ao programa A pr inc ipal ferramenta
contro ladora eacute o ldquoCadast ro Uacutenico rdquo 5
Segundo o MDS a f isca l izaccedilatildeo da gestatildeo do Cadast ro Uacutenico
e do Programa Bolsa Famiacutel ia pode ser fe i ta das seguintes formas
Accedilotildees in loco e agrave d is tacircnc ia r ea l i zad as pe lo
M in is teacute r io do Desenvo lv im en to Soc ia l e Com bate
agrave Fom e MDS po r m eio da Sec re ta r ia Nac iona l de
Renda de C ida da n ia con f o rm e c r i t eacute r ios e
pa racircm et ros es tabe lec idos na Por ta r ia Senarc n ordm
1 2004
Accedilotildees desenvo l v id as pe las Ins tacircnc ias de
Con t ro le Soc ia l q ue devem acom panhar as
a t i v i dades desenvo lv idas pe lo ges to r m un ic ipa l
do Prog ram a aux i l i a ndo na de f in i ccedilatildeo de f o rm as
pa ra m e lho r a tender agraves f am iacute l i as que se
enquadram nos c r i t eacute r ios do Prog ram a inc lus ive
no que d i z r espe i to agraves Aud i to r ias e accedilotildees de
f i sca l i zaccedilatildeo rea l i za das pe las ins t i t u i ccedilotildees de
4F o n t e h t t p s w w w b e n e f i c i o s s o c ia i s c a i x a g o v b r c o n s u l t a b e n e f i c i o 0 4 0 1 0
0 - 0 0 _ 0 0 a s p Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
5 F o i c r i a d o d u r a n t e o g o v e r n o d e F e r n a n d o H e n r i q u e C a r d o s o e m 2 4 d e
o u t u b r o d e 2 0 0 1 p o r D e c r e t o d a P r e s i d ecirc n c i a d a R e p uacute b l i c a
3 0
con t ro le in te rno e ex te rno do poder ex ecu t i vo a
m a io r pa r te de las ta m beacutem com ponen tes d a R e d e
P uacute b l i c a d e F i s c a l i za ccedil atilde o d o B o l s a F a m iacute l i a
Aud i t o r ias po r m e io de anaacute l i se das bases de
dados e s i s tem as em espec ia l aque las
rea l i za das na b ase do Cad as t ro Uacuten ico que
pe rm i tem iden t i f i ca r dup l i c ida des d i ve r gecircnc ias
de in f o rm accedilatildeo de renda quando com parada com
ou t ras bases de dados do Governo Federa l
den t re ou t ras d i spon ib i l i dade de se rv iccedilos
puacuteb l i cos de sauacutede e educaccedilatildeo que pe r m i tam o
cum pr im en to das cond ic iona l idades 6
A rede puacutebl ica de f isca l izaccedilatildeo fo i cr iada em jane i ro de 2005
envo lve o Min is teacuter io Puacutebl ico a Contro lador ia Gera l da Uniatildeo e o
Tr ibunal de Contas da Uniatildeo tendo como ob je t ivo moni torar o
Programa Bolsa Famiacutel ia Foram estabelec idas responsabi l idades
para cada uma das ent idades f isca l iza doras de forma ao apropr iado
andamento do Programa Bolsa Famiacutel ia
O MDS recebe denuacutencias referentes ao Programa Bolsa
Famiacutel ia pe los seguin tes canais
Pessoa l ou ca r ta endereccedilada agrave Ouv id o r ia do
M in is teacute r io
6F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o f o r m a s - d e -
f i s c a l i za c a o Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
3 1
E -m a i l s pa ra a aacute rea de a tend im en to do Bo lsa
Fam iacute l ia
Cen t ra l de a t end im en to do Fom e Zero I ns tacircnc ias
de Con t ro le Soc ia l
Denuacutenc ias encam in hadas pe los oacute rgatildeos de
con t ro le
A Coordenaccedilatildeo -Gera l de F isca l i zaccedil atildeo do
Depar tam en to de Operaccedilatildeo da Sec re ta r ia
Nac iona l de Re nda de C idada n ia exa m ina as
denuacutenc ias re ceb ida s e de aco rdo com a
g rav idad e dos f a tos ado ta m ed idas de
f i sca l i zaccedilatildeo po r m e io de v i s i t as aos m un ic iacutep ios
ou agrave d is tacircnc ia Na m a io r pa r te os casos o MDS
encam inha as den uacutenc ias receb idas p a ra os
ges to res m un ic ipa is do PBF so l i c i t a n do que
se j am ave r i guadas
Quando a CGU rea l i za aud i to r ias nos m un ic iacutep ios
esco lh idos po r m e io de so r te ios e encon t ra a lg um
ind iacutec io de i r r egu la r i dade na im p lem en taccedilatildeo do
PBF e la encam inha os resu l tados pa ra a Senarc
Es ta po r sua vez encam inha ped idos de
ave r iguaccedilatildeo aos g es to res m un ic ipa is do PBF dos
m un ic iacutep ios aud i tados ou pa ra a Ca ixa Econocircm ica
Federa l de aco rdo com o resu l tado da a ud i to r ia
da CGU
Apoacutes a conc lusatildeo do s p rocessos de apuraccedilatildeo das
denuacutenc ias receb idas o u das aud i to r ias d a CGU a
Sec re ta r ia im p lem en ta e ou recom enda aos
ges to res m un ic ipa is e ou ao agen te oper ador do
p rog ram a ndash CAIX A ECONOcircMICA FEDER AL - a
adoccedilatildeo de m ed ida s saneadoras pa ra cada
i r r egu la r idade cons t a tada Quando eacute o caso os
resu l tados das accedilotildees de apuraccedilatildeo de denuacutenc ias
3 2
satildeo encam inhados agraves ins t i t u i ccedilotildees i n teg ra n tes d a
Rede Puacuteb l i ca de F isca l i zaccedilatildeo do Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia pa ra im p lem en t accedilatildeo de p ro v idecircn c ias no
acircm b i to de suas com pe tecircnc ias
O MDS tam beacutem encam inha aos m un ic iacutep ios os
resu l tados de aud i to r ias rea l i za das nas bases d e
dados do Cadas t ro Uacuten ico com o r ien taccedilotildees pa ra
t r a ta r os p rob lem as encon t rados7
O MDS tambeacutem publ ica dados estat iacutes t icos apontando h is toacuter ico
de descumpr imento das condic iona l idades para o to ta l Bras i l e por
estado da Federaccedilatildeo apontando quant idade de advertecircnc ias
suspensotildees e cancelamentos 8
113 Legis laccedilatildeo
Segue resumo da legis laccedilatildeo 9 associada ao Programa Bolsa
Famiacutel ia
7F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o a p u r a c a o -
d e - d e n u n c i a s Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
8F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a c o n d i c i o n a l i d a d e s h i s t o r i
c o - d a s - r e p e r c u s s o e s - p o r - d e s c u m p r im e n t o - d e - c o n d i c i o n a l i d a d e s
A c e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
9A c r o n o l o g i a d e l e g i s l a ccedil atilde o q u e s e g u e f o i s e l e c i o n a d a p r i n c i p a lm e n t e n o
p o r t a l d o M D S a s e l e ccedil atilde o n atilde o p r e t e n d e s e r c o m p l e t a c o n t u d o v i s a
p r o p o r c i o n a r r a zo aacute v e l r e f e r e n c i a l l e g a l p a r a o t e m a
3 3
1 20 10 2003 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 1 32
DE 20 DE OUT UBRO 2003
(Conver t ida na L e i n ordm 10 836 de 2 004)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
2 09 01 2004 -L EI No 1 0 836 DE 9 D E
JANEIRO DE 2004
(Regu lam en to Conve rsatildeo da MPv n ordm 132 de
2003)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
3 17 9 2004 -DECR ET O Nordm 5 209 DE 17 DE
SET EMBRO DE 200 4
A Le i n ordm 10 836 de 9 de j ane i ro de 20 04 que
c r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
4 28 12 2007 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 4 11
DE 28 DE D EZEM BR O DE 2007
D ispotildee sob re o Pro g ram a Nac iona l de I nc lusatildeo
de Jovens - P roJovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no
11 129 de 30 d e j unho de 20 05 a l t e ra a Le i no
10 836 d e 9 d e j ane i ro de 2004 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
5 10 06 2008 -L EI Nordm 11 692 DE 10 JUNHO
DE 2008
Conversatildeo da MPv n ordm 411 d i spotildee sob re o
Prog ram a Nac iona l d e Inc lusatildeo de Joven s - P ro
j ovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no 11 12 9 de 30 de
j unho de 2005 a l t e r a a L e i no10 83 6 d e 9 d e
j ane i ro de 2004 r evoga d ispos i t i vos das Le is nos
9 608 de 18 d e f eve re i r o de 1998 10 7 4 8 de 22
de ou tub ro de 200 3 10 940 de 27 de ag os to de
2004 11 129 de 30 de j unho de 2005 e 11 180
3 4
de 23 de se tem bro de 2005 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
6 26 6 2008 -DECR ET O Nordm 6 491 DE 26 DE
JUNHO DE 2008
Daacute nova redaccedilatildeo ao a r t 19 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
7 16 4 2009 -DECR ET O Nordm 6 824 DE 16 DE
ABRIL DE 2009
A l te ra o capu t do a r t 18 do Dec re to n o 5 209 de
17 de se tem bro de 2004 a tua l i zando os va lo res
re f e renc ia is pa ra ca rac te r i zaccedilatildeo das s i t uaccedilotildees
de pobre za e ex t rem a pobreza no acircm b i to do
Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia p rev is t os no a r t 2o sectsect
2o e 3
o da Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de
2004
8 30 7 2009 -DECR ET O Nordm 6 917 DE 30 DE
JULHO DE 2009
A l te ra os a r t s 18 19 e 28 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
1 14 Transferecircncia de Renda
Podemos af i rmar que o Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma forma
ef ic iente de t ransfer i r renda dest ina -se a a tender famiacutel ias pobres e
3 5
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e baacutes ico garant i r a l imentaccedilatilde o e
oportun idade de acesso educaccedilatildeo e agrave sauacutede Podemos considerar
que sua ef ic iecircnc ia res ide no fato de cred i tar o recurso f inancei ro
em moeda corrente d i retamente ao benef ic iaacuter io sem qualquer
in termediaccedilatildeo e este por sua vez pode dest inar esse recurso para o
consumo de bens e serviccedilos que rea lmente necessi te No Programa
Bolsa Famiacutel ia a movimentaccedilatildeo de recursos eacute fe i ta d i retamente ao
carente sem qualquer t ipo de interferecircncia porque os benef ic iaacuter ios
tecircm que estar regis t rados no Cadast ro Uacutenico e devem cumpr i r as
condic iona l idades estabelec idas Os benef iacutec ios tem caraacuteter
temporaacuter io uma vez que o benef ic iaacuter io adquira condiccedilotildees saudaacuteveis
de sobrevivecircncia o benef iacutec io cessa haacute ferramentas cont ro la doras
para que isso aconteccedila
Transferecircncias de renda agraves camadas mais pobres visam
garant i r que os favorec idos tenham acesso a serviccedilo s baacutesicos e
essencia is Em outubro de 2011 o Min isteacuter io do Desenvolvimento
Socia l ind ica que haacute atendimento agrave 13171810 famiacutel ias o que
segundo o proacuteprio MDS s ign i f ica a tendimento a 10136 das
famiacutel ias consideradas pobres segundo perf i l do Programa Bolsa
Famiacutel ia (PNAD 2006) Sem sombra de duacutevida esses dados ind icam
que o Bras i l daacute um dos maiores passos em d i reccedilatildeo agrave e l iminaccedilatildeo da
desigualdade 10
10
F o n t e h t t p a p l i c a c o e s m d s g o v b r s a g i R I v 3 g e r a l i n d e x p h p A c e s s o e m 1 2 1 2 2 0 1 1
3 6
O Brasi l como membro da ONU f i rmou compromisso no ano
2000 a cumpr i r os ob je t ivos de desenvolvimento do mi lecircn io
comprometeu-se em cumpr i r as Metas do Mi lecircn io que dentre e les
inc lu i a reduccedilatildeo da ext rema pobreza e da fome ateacute 2015 Oi to satildeo
as chamadas ldquoMetas do Mi lecircn iordquo 11
Acabar com a f om e e a m iseacute r ia
Garan t i r educaccedilatildeo baacutes ica e de qua l i dade p a ra
todos
I gua ldad e en t re sexos e va lo r i zaccedilatildeo da m u lhe r
Redu z i r a m or ta l i dad e in f an t i l
Me lho ra r a sauacutede das ges tan tes
Com ba te r a A IDS a m a laacute r ia e ou t ras doenccedilas
Qua l idade de v ida e r espe i to ao m e io am b ien t e
T odo m undo t r aba lhando pe lo desenvo lv im en to
O Programa Bolsa Famiacutel ia estaacute em l inha com os ob je t ivos
ac ima e o invest imento maciccedilo em Assis tecircnc ia Socia l como um todo
eacute o esforccedilo para o cumpr imento das meta s Os dados cont idos na
Le i Orccedilamentaacuter ia Anual pub l icada no Porta l do Orccedilamento do
Senado demonstram efet ivo aumento na a locaccedilatildeo de r ecursos para
Assis tecircnc ia Socia l Nesse quesi to destacam-se massivos recursos
ao Programa Bolsa Famiacutel ia
11 h t t p d e s a f i o s 2 i p e a g o v b r s i t e s 0 0 0 1 7 e d i c o e s 3 8 p d f s r d 3 8 n o t 0 4 p d f A c e s s o e m
1 0 1 1 2 0 1 1
3 7
O graacutef ico seguin te nos daacute um quadro do montante dest inado agrave
ass is tecircnc ia soc ia l bem como os va lores designados ao Programa
Bolsa Famiacutel ia Os recursos dest inados agrave Assis tecircnc ia Socia l a
preccedilos de 2011 cresceram de R$ 213 b i lhotildees em 2004 para R$
419 b i lhotildees em 2011 um crescimento rea l de 106 ao ano
s ina l izando de forma contundente o empenho bras i le iro em e l iminar
as desigualdades O programa Bolsa Famiacutel ia que representa 33
do orccedilamento para Assis tecircnc ia Socia l em 2011 cresceu de 74
b i lhotildees em 2004 para cerca de 14 b i lhotildees em 2011 com
cresc imento rea l de 96 ao ano12
O graacutef ico 3 ad iante ind ica a tendecircncia dos va lores a locados agrave
ass is tecircnc ia soc ia l inc lu indo o Programa Bolsa Famiacutel ia
12 V a l o r e s a j u s t a d o s p e l o D e f l a t o r d o P r o d u t o I n t e r n o B r u t o
F o n t e I BG E httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto - Acesso em 1042011
3 8
Graacutef ico 3 A locaccedilatildeo de Recursos p Ass is tecircnc ia Socia l 13
Fonte LOA ndash Le i de Orccedilamento Anual ndash
h t tp www9senadogovbr porta l pagepor ta l orcamento_senado_Po
rta lOrcamento Acesso em 129 2011
13 Ajustado pelo deflator do PIB -
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-
interno-bruto Acesso em 13102011
3 9
12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
1 21 Impacto na Economia
O desenho do Programa Bolsa Famiacutel ia faz com que ha ja
benef iacutec ios econocircmicos geraccedilatildeo de r iqueza e auto sustentaccedilatildeo
a leacutem de progressos soc ia is importantes
Quanto agrave geraccedilatildeo de r iqueza e la ocorre pr inc ipa lmente
devido ao efe i to mul t ip l icador do Programa Bolsa Famiacutel ia que eacute a l to
porque haacute t ransferecircncia de renda para as camadas mais pobres da
populaccedilatildeo Boa par te da populaccedilatildeo que anter iormente ao Programa
Bolsa Famiacutel ia v iv iam na ind igecircncia e natildeo eram consumidores
passaram a secirc - lo apoacutes o recebimento dos benef iacutec ios f ina ncei ros O
c idadatildeo que prat icamente nada possuiacutea passou a s i tuaccedilatildeo de
consumidor cr iando uma procura de bens e serviccedilos e promovendo
o gi ro da economia pr inc ipa lmente nos munic iacutep ios mais carentes
Estudos ind icam que a expansatildeo dos benef iacutec ios pagos em 20 05 e
2006 R$ 18 b i lhatildeo resu l tou em cresc imento ad ic iona l do PIB de
R$ 431 b i lhotildees com rece i tas ad ic iona is de impostos de R$ 126
b i lhotildees 70 maior que os benef iacutec ios pagos em 2006 de R$ 75
b i lhotildees Essas est imat ivas constam de estudo dos economistas
4 0
Naeacuterc io Aquino Menezes Fi lho coordenador do Centro de Pol iacute t icas
Puacutebl icas (CPP) do Inst i tu to de Ensino e Pesquisa ( Insper) ant igo
Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henr ique Landim Junio r a luno da
graduaccedilatildeo do INSPER 14
O efe i to mul t ip l icador do PBF eacute a l to porq ue insere no
mercado uma populaccedilatildeo carente com poucas condiccedilotildees para poupar
v indo a u t i l izar como consumo prat icamente todo o seu benef iacutec io e
indo a leacutem po is adquire acesso ao creacuted i to o que poss ib i l i ta cons umir
mais do que recebeu O Precircmio Nobel de economia Paul A
Samuelson em seu l ivro ldquo In t roduccedilatildeo agrave Anaacutel ise Econocircmicardquo (p 314
tomo I 1966) exempl i f ica o ldquomult ip l icadorrdquo que just i f ica a
sustentab i l idade do Programa Bolsa Famiacutel ia (Anexo K)
O benef ic iaacuter io do Programa Bolsa Famiacutel ia sat isfaz suas
necessidades baacutesicas e tambeacutem se torna consumidor de bens e
serviccedilos part icu larmente aos associados agrave educaccedilatildeo e sauacutede
Ta lvez educaccedilatildeo e sauacutede natildeo fossem pr ior idades desse novo
c idadatildeo consumidor contudo as condic iona l idades do Programa
Bolsa Famiacutel ia pra t icamente o impulsionam a esse t ipo de consumo
Por out ro lado o aumento da demanda por educaccedilatildeo e sauacutede forccedila
a necessidade de aumento de invest imentos nessas aacutereas
14
F o n t e s O E S T A D O D E S Atilde O P A U L O 1 6 1 0 2 0 0 9 ndash E s t u d o O s E f e i t o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a s o b r e a E c o n o m i a d o s M u n i c iacute p i o s B r a s i l e i r o s ndash L a n d i m e
M e n e z e s ndash a g o s t o d e 2 0 0 9 ( A n e x o F )
4 1
pr inc ipa lmente por par te do poder puacutebl ico Na rea l idade isso estaacute
ocorrendo os invest imentos em educaccedilatildeo cresceram de 39 do
PIB em 2004 a 47 do PIB em 2008 Cerca de R$ 140 b i lhotildees
foram invest idos em 2008 va lor a inda considerado por mui tos
aqueacutem das necessidades Segundo not ic iaacuter io do jorna l O Globo a
recomendaccedilatildeo do UNICEF eacute 8 do PIB o que s ign i f ica a lgo em
torno de R$ 300 b i lhotildees 15 Esse assunto seraacute t ra tado mais ad iante
neste t raba lho
O ref lexo do aumento de invest imento em educaccedilatildeo tende a
repercut i r pos i t ivamente na taxa de analfabet ismo Nota -se que no
grupo de pessoas com 10 anos ou mais a taxa de analfabet ismo
ca iu de 106 em 2004 para 91 e m 2007 provavelmente uma
tendecircncia inerc ia l ta lvez com a lguma sustentaccedilatildeo das
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia
O quesi to sauacutede uma das condic iona l idades importantes do
Programa Bolsa famiacutel ia tambeacutem apresenta substancia l melhor ia por
exemplo a taxa de morta l idade infant i l ca iu de 226 mortes por 1000
nascidos vivos em 2004 para 176 mortes por 1000 nascidos vivos
em 2008 (Graacutef ico 2)
15 Fonte O Globo-1632010 agraves 1225-
httpogloboglobocomeducacaomat20100316investimento-em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-sociais-consideram-valor-baixo-916073723asp
4 2
122 Acesso ao Creacuted i to
Embora pareccedila uma d igressatildeo d ist inta do tema aqui em
anaacutel ise e em uma consideraccedilatildeo pre l iminar possa parecer que o
acesso ao creacutedi to em part icu lar at raveacutes do concei to de
microcreacuted ito se ja a lgo i r re levante para o tema Invest imento
Socia l va le anal isar a sua re laccedilatildeo com o Programa Bolsa Famiacutel ia
em termos de sustentab i l idade
Notor iamente o Programa Bolsa Famiacutel ia fomenta com seus
benef iacutec ios e condic iona l idades o desenvolvimento de
oportun idades de negoacutecios em gera l e como consequecircncia a
geraccedilatildeo de empregos Uma boa parce la dos benef ic iados d i re tos
do Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez natildeo se tornem empreendedores
provavelmente vi ratildeo a ser un icamente consumidores de bens e
serviccedilos Seus f i lhos por sua vez devido agrave oportun idade de
educaccedilatildeo teratildeo maiores chances de se tornarem prof iss iona is ou
mesmo empreendedores A demanda gerada fomentaraacute out ros
negoacutecios lanccedilados por pessoas ou ent idades da l ivre in ic iat iva que
natildeo se benef ic iam d i retamente do PBF detentore s de vocaccedilatildeo
empreendedora ou efe t ivamente empreendedores vecircm a demandar
creacuted i to As ent idades bancaacuter ias t rad ic iona is na sua maior ia natildeo
estatildeo apare lhadas para supr i r f inanciamento ao pequeno negoacutecio
4 3
o que t rad ic iona lmente forccedila aos in teressados a procura de fontes
a l ternat ivas com imensas e quase in t ransponiacuteve is d i f icu ldades
Um novo n icho de mercado que ve io a surgi r encontra -se em
p leno progresso e eacute amplamente incent ivado como parte das
po l iacute t icas puacutebl icas bras i le i ras eacute chamado de microcreacuted i to Este t ipo
de atendimento ao pequeno empreendedor natildeo eacute uma inovaccedilatildeo
bras i le i ra jaacute exis te a micro f inanciadora que supre microcreacuted i to agraves
pessoas carentes Esse esquema de f inanciamento in ic iou com
Organizaccedilotildees Natildeo Governamenta is (Ongs) e a lguns bancos como
Bank Rakyat ( Indoneacutesia) Grameen Bank (Ba ngladesh) Kenyan
Rura l In terpr ise Programme (Kenya) Banco Sol (Bo l iacutev ia) e out ros
Essas ent idades focaram seus negoacutecios em pequenos empreacutest imos
como miacuten ima ou mesmo sem garant ias ju ros de mercado
cur t iacutess imo prazo a empreendedores gera lmente pobres com d i f iacutec i l
ou nu la poss ib i l i dade de acesso aos f inanciamentos t rad ic iona is e
conclu iacuteram que essa at iv idade eacute rentaacuteve l e resu l ta em
s ign i f icat ivos benef iacutec ios soc ia is
A pr imeira ent idade f inancei ra a oferecer o microcreacuted ito fo i o
Grameen Bank O seu fundador fo i o Professor Muhammad Yunus
que recebeu o premio Nobel da Paz de 2006 por seus esforccedilos em
promover o desenvolvimento soc ia l das c lasses desfavorec idas No
Grameen Bank o microcreacuted ito eacute d i r ig ido ao atendimento exc lus ivo
do pequeno negoacutecio e eacute considerado inst rumento de inc lusatildeo
4 4
econocircmica e soc ia l Fomenta micro empreendimentos gera
ocupaccedilatildeo emprego e renda possu i burocrac ia reduzida o que
fac i l i ta sobremaneira o acesso por par te do pequeno invest idor
Haacute exemplos in teressantes e bem sucedidos como o
microcreacuted ito da Caixa Econocircmica Federa l d i rec ionado a
empreendedores formais bem como os informais para aquis iccedilatildeo de
equipamentos mateacuter ia -pr ima cap ita l de gi ro ou para a melhora da
inf raest ru tura do negoacutecio O va lo r miacuten imo eacute de R$ 250 e maacuteximo
de R$ 15 mi l o prazo estabelec ido para l iqu idaccedilatildeo do empreacutest imo
eacute de 24 meses sem oferta de carecircncia Em marccedilo de 2011 a taxa
de juros prat icada pe la CEF era de 39 ao mecircs mais encargos
( IOFtaxas para aprovaccedilatildeo de creacuted i to e tc )
Tambeacutem se destaca da mesma forma a oferta do BNDES que
d ispotildee creacuted ito ao microempreendedor v isando atende r pessoas
f iacutes icas e jur iacuted icas com empreendimentos de at iv idade produt iva de
pequeno porte Considera como ta l ent idades com rece ita bruta
infer ior a R$ 240 mi l O BNDES estabeleceu inf raest ru tura
especiacutef ica para essa oferta de creacuted i to cr iou agentes repassadores
d is t r ibuiacutedos pe lo paiacutes em marccedilo de 2011 o s i te do BNDES l is ta 39
ent idades repassadoras O va lor de f inanciamento l im ita -se a R$
15000 por c l iente Em marccedilo de 2011 o BNDES prat icava 4 de
juros mensais para o empreacutest imo inc lu indo encargos bancaacuter ios
4 5
O microcreacuted i to como po l iacute t ica puacutebl ica para a inc lusatildeo soc ia l
ao que se nota eacute a t rat ivo do ponto de vis ta f inancei ro po is tambeacutem
chama a a tenccedilatildeo natildeo soacute de ent idades nacionais mas tambeacutem de
ent idades f inancei ras in ternacionais Recentemente o Grameen
Bank (Bangladesh) anunciou que in ic iaraacute operaccedilotildees no Bras i l Na
rea l idade o grupo f inancei ro Grameen jaacute estaacute estudando as
a l ternat ivas haacute dois anos O p lano de negoacutecios do Grameen Group
pretende conceder empreacutest imos em meacutedia de US$ 200 a juros
anuais var iando ent re 20 a 25 16 Semanalmente o tomador de
empreacutest imo deve prestar contas de suas at iv idades pagar juros e
d i rec ionar out ro pedaccedilo para a poupanccedila (Va lor Econocircmico ndash
142 2011 ndash jo rna l is ta Ana Paula Ragazzi )
Em recente not ic iaacuter io (O Estado de Satildeo Paulo -152 2011)
consta que o Banco Santander f i rmou parcer ia com Banco Grameen
Trust de Bangladesh para lanccedilar programa de microcreacuted i to no
Bras i l em 2012 O Santander p lane ja invest i r US$ 6 m i lhotildees para a
chegada do Grameen ao Paiacutes Segundo o mesmo not ic iaacuter io o banco
Santander opera com microcreacuted i to no Bras i l haacute o i to anos A
operaccedilatildeo do banco comeccedilou com um programa p i lo to na comunidade
de Hel ioacutepo l is em Satildeo Paulo Desde entatildeo jaacute atendeu mai s de 200
mi l pequenos empreendedores O tota l de des embolsos a lcanccedila R$
16
S oacute pa r a n os s i t ua rm os i s t o s i g n i f i ca 1 5 a 1 9 m e nsa i s b em m en o re s qu e as
t a xa s p r a t i ca da s po r ba nc os dom eacutes t i co s em 20 1 1
4 6
800 mi lhotildees Segundo comunicado do banco a exper iecircnc ia eacute
considerada sat isfa toacuter ia po is o pagamento em d ia chega a 97 a
perda eacute de somente 05 e 65 dos c l ientes renovam os
empreacutest imos a f im de expandir seus negoacutecios (O Estado de Satildeo
Paulo - 152 2011- agecircncia Estado) 17
17 F o n t e s D e m o c r a t i z a ccedil atilde o d o c r eacute d i t o n o B r a s i l a t u a ccedil atilde o d o B a n c o C e n t r a l
ALVES Seacuterg io DS e SOARES Marden M - Banco Centra l do Bras i l Jornal Valor
Econocircmico ndash 1422011 ndash Jornal is ta Ana Paula Ragazzi
h t tp wwwvaloronl inecombr impresso f inancas 10438409 4grameen-o-banco-dos-
pobres- in ic iara-operacoes-no-bras i l Acesso em 1132011
O Estado de Satildeo Paulo - Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedi to no Bras i l ndash
1522011
h t tp economiaestadaocombr not ic ias not_55110htm Acesso em 1132011
h t t p w w w b n d e s g o v b r S i t e B N D E S b n d e s b n d e s _ p t N a v e g a c a o _ S u p l e m e n t a r P e r
f i l M i c r o _ P e q u e n a _ e _ M e d i a _ E m p r e s a _ e _ P e s s o a _ F i s i c a A c e s s o e m 0 7 0 9 2 0 1 1
h t tp wwwsc ie lo br sc ie lo phppid=S1415 -65552009000500005ampscr ip t=sc i_ar t text
Acesso em 9 3 2011
4 7
2 QUALIDADE DE V IDA E DA EDUCACcedil AtildeO BRASILEIRA
21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA
2 12 Porque El iminar as Desigualdades
Sobre as desigualdades W il l iam F S chulz (2001) d i re tor
execut ivo da organizaccedilatildeo ldquoAnist ia In ternacional rdquo em seu l ivro ldquo In
our own best interest rdquo (Em nosso proacutepr io in teresse) logo na
in t roduccedilatildeo descreve resposta a um quest ionamento durante uma
entrevis ta para a ldquoKnoxvi l le Nat iona l Publ ic Radio Stat ionrdquo no
estado do Tennessee ndash Estados Unidos Schulz fa lava sobre suas
exper iecircnc ias em loca is com o Burma (Myanmar) Boacutesnia China
Chiapas (Meacutexico) campos de refugiados no Congo bruta l idade
po l ic ia l em Nova Iorque etc ateacute que o ent r evis tador argu iu o
ent revis tado nos seguintes termos
Eu tenh o ce r te za q ue todos noacutes concordam os que
es tes t i pos de v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos satildeo
m ora lm en te repugnan tes Mas se eu q ue m a l
posso m e m an te r v i vendo no les te do T ennessee
sem pre preocupado se hav e raacute d inhe i ro su f i c ien te
4 8
pa ra que m eus f i l hos tenham um a educaccedilatildeo
decen te ou se po dere i pagar p o r um a casa m a io r
que d i f e renccedila f az a m im aque les abusos
( v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos) oco r rendo em
luga res tatildeo d is tan tes de onde eu v i vo18
Resumindo o ent revis tador perguntou a W il l ian Schulz ldquoo que
eu tenho a ver com issordquo Segundo o autor este t ipo de
quest ionamento era in teressante e importante e permi t iu o
desenvolvimento de uma resposta ext remamente loacutegica seguindo a
mesma l inha do inter locutor
Quando o f i l ho de ssa pessoa (do les te do
Tennessee) eacute um mi l i ta r que pode raacute se rv i r no
Ha i t i o u na Boacutesn ia essa pessoa ce r tam en te tem
m u i to a cons ide ra r sob re respe i to aos d i r e i t os
hum anos Ou tem um pos to de t r aba lh o q ue pod e
se r e l im inado po rqu e as em presas am er icanas
satildeo a t ra iacutedas pe los ba ixos sa laacute r ios pa gos em
pa iacuteses que abu sam dos d i r e i t os dos
t r aba lhadores ce r tam en te tem m u i to a cons ide ra r
sob re o respe i to aos d i r e i t os hum anos Ou es taacute
p reocupada com o tem a das d rogas e d escobre
que as a rm as env ia das pa ra lu ta r na g uer ra do
na rco t raacute f i co co lom b iano satildeo desv iada s pa ra
m a ta r gen te inocen te essa pessoa pode s im
cons ide ra r se r iam ente sob re o respe i to aos
d i r e i t os hum anos Se vocecirc f az inves t im en to nas
18
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
4 9
bo lsas de accedilotildees in te rnac iona is ou se pe r tence a
um p lano de pensatilde o que o f a z eacute m e lho r que
ac red i te que os d i r e i t os hum anos tecircm m u i to a ve r
com vocecirc 19
A resposta dada por Schulz ao seu inter locutor certamente
um jorna l ista amer icano natildeo muito preocupado com prob lemas
soc ia is d istantes de seu campo de atuaccedilatildeo encontra certa analogia
na co locaccedilatildeo de Al Gore ex -vice-pres idente amer icano (2001 -2003)
e Precircmio Nobel da Paz (2007) no f i lme ldquoUma Verdade
Inconvenienterdquo (2007) sobre assuntos ambienta is af i rma que a
maneira mais ef ic iente de incent ivar e conseguir apoio no assunto
preservaccedilatildeo do meio ambiente eacute u t i l izar as m esmas armas do
cap ita l ismo Cita como exemplo o lanccedilamento dos cer t i f icados de
sequest ro de carbono os quais seratildeo ext remamente efe t ivos para a
qual idade ambienta l po is a t ingem d i retamente as f inanccedil as das
ent idades po lu idoras v indo a cont ro lar empreendimentos com
sustentab i l idade quest ionaacutevel
O Brasi l natildeo sof re o mart iacute r io imposto aos c idadatildeos por
governantes deacutespotas e sanguinaacuterios con tudo haacute uma s i tuaccedilatildeo
endecircmica de desigualdade soc ia l Um dos agravantes da
desigualdade eacute a migraccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutereas menos
favorec idas para as metroacutepoles onde exis te maior poss ib i l idade de
19
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
5 0
emprego Como a migraccedilatildeo ocorre de forma a leatoacuter ia haacute na
rea l idade uma dupl icaccedilatildeo de prob lemas a aacuterea pobre eacute
descapi ta l izada seus c idadatildeos ent ram em decadecircncia e as aacutereas
metropol i tanas recebem um f luxo maior do que suas necessidades
agravando as condiccedilotildees de sobrevivecircncia Na rea l idade nas aacutereas
metropol i tanas natildeo haacute lugar para todos os migrantes se acumulam
em fave las e cor t iccedilos gera lmente em condiccedilotildees subumanas
aumentando a inda mais a des igualdade
O cresc imento econocircmico observado no Bras i l nas uacutel t imas
deacutecadas e os invest imentos em programas soc ia is em part icu lar o
Programa Bolsa Famiacutel ia permit iu levar o desenvolvimento para
aacutereas carentes como Norte e Nordeste Recente ar t igo no Jorna l O
Estado de Satildeo Paulo (19102010) anal isa o estudo fe i to por F laacutevio
Romatildeo da LCA Consultores
Um dos aspec tos m a is r e levan te s do
desenvo l v im en to econocircm ico recen te do B ras i l eacute
a r educcedilatildeo do f l uxo m ig ra toacute r io do Nordes te pa ra
o Sudes te I s so em pa r te se deve a p rog ram as
soc ia is com o o Bo ls a Fam iacute l ia que sem duacutev id a
r e teacutem pessoas em seus m un ic iacutep ios de or igem
Mas o p r inc ipa l f a to r r esponsaacuteve l pe las
dec isotildees de m i lha res de pessoas de
pe rm anecer na reg iatildeo eacute a ge raccedilatildeo d e em pregos
no Nordes te com o m os t ra es tudo f e i t o pe lo
econom is ta Faacuteb io R om atildeo d a LC A Co nsu l to res
c resc im en to
5 1
O art igo enfat iza e just i f ica que o cresc imento eacute sustentaacuteve l
e perene e co loca os seguintes termos
A m ig raccedilatildeo do Nordes te pa ra o Sudes te
d im inu iu s ign i f i ca t i vam en te En t re 1992 e 2002
o Nordes te pe rdeu 1 5 de sua popu laccedilatilde o po r
ano pa ra o Sudes te Jaacute de 2002 a 2007 a taxa
anua l ca iu pa ra 0 98 e em 2008 e 200 9 natildeo
passou de 0 85 E natildeo satildeo pouc os os
no rdes t inos que m ig ra ram para os g randes
cen t ros do Pa iacutes e es tatildeo re to rnando a seus
Es tados na ta is Haacute razatilde o pa ra i s so um a ve z
que de aco rdo co m o Cadas t ro Gera l de
Em pregados e Desem pregados as uacuten icas
reg iotildees que reg is t r a ram aum en to do emprego
f o rm a l de 2008 pa ra 2009 f o ram a Nor te (40)
e a Nordes te (12)
Evidencia -se portanto que a expansatildeo econocircmica do paiacutes
natildeo eacute um fenocircmeno loca l izado mas vem se espra iando Essa
evo luccedilatildeo cont r ibu i cer tamente para a reduccedilatildeo de desequi l iacutebr ios
regionais de desenvolvimento ta lvez o mais grave prob lema
nacional Em c ic los anter iores de expansatildeo esse descompasso se
acentuou uma vez que os maiores po los indus t r ia is do paiacutes
loca l izam-se no Sudeste onde tambeacutem se s i tuam os maiores
mercados Programas dest inados a corr ig i r essa d istorccedilatildeo por meio
da concessatildeo de incent ivos f isca is t iveram a lgum efe i to mas mui to
menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia
5 2
nordest ina pe lo aumento da renda e pe los efe i tos mul t ip l icadores
de invest imentos na aacuterea de tur ismo e na inf raest r utura como os
que vecircm sendo fe i tos no Porto de Suape em Pernambuco e na
Ferrovia Transnordest ina 20
Como constatam os comerc iantes loca is e as empresas de
vare jo de massa que expandem suas redes pe la regiatildeo o mercado
consumidor do Nordeste teve um cresc imento ineacuted i to ldquoSegundo o
economista Romatildeo (2010) o cresc imento sustentado da economia
gerou aumento da formal izaccedilatildeo do emprego no Nordeste e ganho
rea l do sa laacuter io miacuten imo que indexa quase a metade dos sa laacuter ios
dos t raba lhadores bem como a desaceleraccedilatildeo do f luxo migratoacuter iordquo
(Anexo I )
Os empresaacuter ios provavelmente sem ter conhecimento das
co locaccedilotildees de Schulz jaacute perceberam que a desigualdade natildeo eacute
beneacutef ica e estatildeo se movimentando no sent ido de encontrar
so luccedilotildees a f im de min imizar ou mesmo e l iminar as desigualdades
Em recente reportagem (Anexo G) o jorna l ldquoThe New York Times rdquo
d iscorre sobre os negoacutecios do b i l ionaacuter io ind iano Vinod Khosla co -
fundador da Sun Mycrosystems Khosla eacute um dos homens mais
r icos do mundo
20
C o b r i r aacute 1 7 2 8 k m d e f e r r o v i a l i g a n d o E l i s e u M a r t i n s ( P I ) a o s p o r t o s d e S U A P E
( P E ) e P e c eacute m ( C E ) c o m p r e v i s atilde o d e e n t r a d a e m o p e r a ccedil atilde o e m 2 0 1 3
5 3
Khosla reso lveu invest i r n a SKS Microf inance uma empresa
f inancei ra que faz empreacutest imos agraves mulheres pobres na Iacutend ia
Segundo o ar t igo a SKS abr iu seu cap ita l e lanccedilou accedilotildees na Bolsa
de va lores de Bombaim O que ocorreu eacute que a for tuna de Khosla
aumentou em 117 mi lhotildees de doacute lares O empresaacuter io promete que
esse lucro todo seraacute ap l icado em out ros empreendimentos que
lu tam pela reduccedilatildeo da pobreza
O p lano do b i l ionaacuter io Khosla eacute in ic iar um fundo de cap ita l
com uma car te i ra de invest imentos que foca l ize accedilotildees dos pobres
da Iacutend ia Aacutef r ica e out ros loca is e promovam serviccedilos com sauacutede
energia e educaccedilatildeo
Khosla defende empreendimentos par t icu larmente
f inancei ros d i rec ionados agrave educaccedilatildeo ou d istr ibu iccedilatildeo de
equ ipamentos geradores de energia so lar para consumidores
pobres E le defende a ide ia de que a cr iaccedilatildeo de empreendimentos
sustentaacuteve is podem melhor a judar aos menos favorec idos do que a
maior ia das organizaccedilotildees f i lant roacutep icas natildeo lucrat ivas Para Khosla
natildeo haacute d inhe i ro suf ic iente para melhorar as condiccedilotildees de
desigualdade at raveacutes de accedilotildees humani taacuter ia s
Natildeo eacute soacute Khosla que estaacute seguindo esse caminho out ros
empreendedores do mesmo ca l ibre como Pierre Omidyar co -
fundador da E-bay e Stephen M Case co -fundador da
5 4
AmericaOnl ine jaacute in ic iaram fundos de invest imentos com os
mesmos ob je t ivos do idea l izado s por V Khosla
Khosla af i rma que pessoalmente eacute negat ivo sobre a maior ia
das ONGs natildeo no que d iz respei to agraves in tenccedilotildees mas s im no
aspecto efet iv idade Enfat iza que empreendimentos de cunho soc ia l
satildeo mais efet ivos porque cr iam novos postos de t raba lho e oferecem
condiccedilotildees de cresc imento (Anexo J)
2 13 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano - ( IDH)
Um dos pr inc ipa is termocircmetros ut i l izados atua lmente pe las
Naccedilotildees Unidas (PNUD em portuguecircs ou UNDP em inglecircs) eacute o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano O IDH (HD I em inglecircs) fo i idea l izado
pe los economistas Amartya Sen (Nobel de economia em 1998) e
Mahbub u l Haq (1934 -1998) e adotado a par t i r de 1993 como medida
do bem estar humano O IDH eacute ca lcu lado em funccedilatildeo de t recircs
importantes fa tores para o desenvolvimento do ser humano
longevidade educaccedilatildeo e renda nacional per cap i ta
5 5
A longevidade eacute def in ida tomando -se em conta a expectat iva
meacutedia de vida ao nascer a educaccedilatildeo 21 inc lu i a meacutedia de
esco lar idade em nuacutemero de anos de pessoas ac ima de 25 anos
somada agrave expectat iva de esco lar idade de estudantes ao a lcanccedilarem
a idade de ingresso na esco la a teacute f ina l de suas vidas a renda
nacional per cap i ta considera va lores a justados a f im de ref le t i rem
equal izaccedilatildeo de par idade de poder de compra ( PPP abreviaccedilatildeo em
inglecircs para ldquopar i ty power of purchase rdquo ) dos paiacuteses em US doacute lares ao
dos Estados Unidos
O PNUD contro la e publ ica o IDH para 187 paiacuteses sendo que
c lass i f ica os paiacuteses em quatro categor ias ldquocom desenvolvimento
humano mui to a l tordquo IDH ac ima de 090 ldquocom a l to desenvolviment o
humanordquo com IDH ac ima de 080 ldquomeacutedio desenvolvimento humanordquo
IDH ac ima de 050 e ldquoba ixo desenvolvimento humanordquo IDH abaixo
de 050 Segundo o re latoacuter io de 2011 o Bras i l ocupa a 84ordf pos iccedilatildeo
em 2011 com um iacutend ice de 0718 bem abaixo do pr imeiro co l ocado
a Noruega com 0929 A posiccedilatildeo bras i le i ra tambeacutem f ica abaixo da
meacutedia regional que eacute de 0731 para a Ameacuter ica Lat ina e Car ibe
21
E s t e c o n c e i t o c o n s i d e r a n d o e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e f o i a d o t a d o a p a r t i r d e
2 0 1 0 a m e t o d o l o g i a a n t e r i o r c o n s i d e r a v a t a x a s d e a n a l f a b e t i s m o t a m b eacute m a d o t o u -
s e m eacute d i a g e o m eacute t r i c a e m l u g a r d a m eacute d i a a r i t m eacute t i c a
5 6
0665
0692 0695 07 0705 07080715 0718
062
064
066
068
07
072
074
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
IDH DO BRASIL
Graacutef ico 4 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano
Fonte PNUD
ht tp hdrundporgenstat is t icshd i Acesso em 03112011
Prat icamente os paracircmetros que def inem o I DH bras i le i ro
pos ic ionam o Bras i l em desvantagem aos demais paiacuteses da regiatildeo
As anaacute l ises de cada componente do IDH ca lcu lado para o Bras i l
seguem adiante In ic ia lmente tomemos a d imensatildeo educaccedilatildeo
5 7
MEacuteDIA DE ESCOLARIDADE DO BRASILEIRO
(N ⁰ D E A N OS )
G raacute f i co 5 Meacuted ia de Esco la r idade do Bras i le i ro
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l
Acesso em 11 4 2012
O ind icador de esco lar idade meacutedia da populaccedilatildeo (graacutef ico 5)
most ra cresc imento mas o preocupante eacute que ta lvez o cresc imento
natildeo se sustente a est ru tura dos meios de ensino insta lados ta lvez
natildeo garantam o aumento de esco lar idade futura po is haacute queda no
quesi to expectat iva de esco lar idade das cr ianccedilas (graacutef ico 6) A
qual idade da educaccedilatildeo bras i le i ra seraacute abordada em toacutep ico exc lus ivo
mais ad iante
A me todo log ia ado tada em 2 010 mudou o caacute lcu lo da
d imensatildeo educaccedilatildeo v indo a ado ta r como pa racircmet ros a
esco la r idade dos c idadatildeos S egue anaacute l i se sob re o caacute lcu lo da
ldquoExpecta t i va de Esco la r idade rdquo
5 8
De aco rdo com no ta teacutecn ica de apo io ao lanccedilamento do
re la toacute r io de desenvo lv imento humano 2010 ldquoO Novo IDH rdquo 22 o
PNUD ca lcu la a expecta t i va de anos de esco la r idade em funccedilatildeo
das ma t r iacutecu las em todos os n iacuteve is de educaccedilatildeo fundamenta l
meacuted io e te rc iaacute r ia (poacutes -ens ino meacuted io ) Pa ra ca lcu la r a d imensatildeo
educaccedilatildeo que compotildee as va r iaacuteve is do IDH compara a expecta t i va
do pa iacutes com a ma io r esco la r idade obse rvada na l i s ta dos pa iacuteses
con t ro lados A expecta t i va de anos de esco la r idade nas
pub l icaccedilotildees eacute l im i tada a um maacutex imo de 18 anos
Uma anaacute l i se in forma l nos pe rmi te tes ta r a qua l idade do
dado apresen tado de 13 8 anos pa ra a expecta t i va esco la r
b ras i le i ra Cons ide rando uma taxa de repe tecircnc ia meacuted ia ao redo r
de 19 23 o dado b ru to ext rapo lado resu l ta raacute em 17 anos o que
es taacute bem p roacutex imo d a esco la r idade nom ina l o fe rec ida no B ras i l e
ma is p roacutex imo agrave esco la r idade o fe r ec ida pe los pa iacuteses de ten to res da
exce lecircnc ia em IDH
22 Nota Teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano 2010 ldquoA Verdadeira Riqueza das Naccedilotildeesrdquo h t tp hd rundpo rg en med ia HDR_2010_PT_TechNotes_ rep r in t pd f
acesso em 10 4 2012 23
Nota teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de desenvolvimento Humano 2010 paacutegina 8 indica que a repetecircncia meacutedia no Brasil foi de 187 em 2007
5 9
Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola Fundamenta l Meacutedio e Super ior
(N⁰ de anos)
141 141 141 141
145
142
14
138 138 138 138 138
134
136
138
14
142
144
146
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Graacutef ico 6 Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola ndash Fundamenta l Meacutedio e Super ior
Fonte PNUD
httphdrstatsundporgenindicators69706html Acesso em 1142012
Como podemos no ta r no g raacute f ico 6 haacute um p ico no ano 2000
quando fo i a t ing ido 14 5 anos con tudo natildeo houve sus ten taccedilatildeo e
a expecta t i va de esco la r idade ca iu e se es tab i l i zou em 13 8 anos
a pa r t i r de 2007
Dos ind icadores de educaccedilatildeo que apresentam s igni f ica t iva
melhor ia destaca-se o analfabet ismo para ind iviacuteduos com idade
super ior a 15 anos em 2002 era de 118 e fo i reduzido para 9 9
em 2007 As esta t iacutes t icas ind icam s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l contudo o
quest ionamento for te que surge versa sobre a qual idade da
a l fabet izaccedilatildeo dos que saiacuteram do mapa dos i let rados Segue tabe la
6 0
3 com dados publ icados pe lo IBGE cobr indo a taxa de
analfabet ismo
TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULACcedilAtildeO ACIMA DE 15
ANOS
Per iacuteodo ()
2002 11 83
2003 11 55
2004 11 22
2005 10 92
2006 10 24
2007 9 86
Tabe la 3 Taxa de Ana l fabe t ismo da Popu laccedilatildeo ac ima de 15 anos
Fonte IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD331amps
v=8ampt=taxa -de-ana l fabe t i smo -de -pessoas -de -15 -anos-ou -ma is -de -
idade
Acesso em 29 10 2011
A longevidade do bras i le i ro estaacute aumentando de forma
consis tente o cresc imento meacutedio considerando os uacute l t imos 10 anos
(2000-2010) eacute de 0 4 anuais o que s ign i f ica que as condiccedilotildees
gera is de vida e em especia l de sauacutede estatildeo melhorando
6 1
701
716718 721
725728
731 735
68
69
70
71
72
73
74
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
EXPECTATIVA DE VIDA (EM ANOS)
Graacutef ico 7 Expectat iva de Vida
FontePNUD
ht tp hdrstatsundporgen ind icators69206html
Acessado em 0311 2011
A renda per cap i ta bras i le i ra (PPP -- a justada a par idade de
poder de compra dos em US doacute lares nos Estados Unidos va lores
constantes a preccedilos de 2005) apresenta tendecircncia posi t iva
consis tente de cresc imento contudo natildeo parece ser robusta
suf ic iente para cap i ta l izar resu l ta dos s ign i f icat ivos no IDH Em 11
anos houve um cresc imento de 32 equiva lente a 2 5 ao ano o
que eacute re la t ivamente ba ixo quando comparado a out ros paiacuteses
emergentes Nota-se queda em 2009 devido agrave cr ise mundia l com
retomada em 2010 Cabe sa l ienta r que sem cresc imento econocircmico
torna-se cr iacute t ica a re tomada de invest imentos Desnecessaacuter io af i rmar
que invest imentos ad ic iona is em educaccedilatildeo sem cresc imento
6 2
econocircmico dependeratildeo da re locaccedilatildeo de recursos de out ras aacutereas o
que dependeraacute da ldquoqua l idade po l iacute t icardquo dos governantes
Eacute provaacutevel que a estagnaccedilatildeo do Bras i l no que tange ao IDH
possa ser a t r ibuiacuteda ao piacutef io cresc imento econocircmico que fata lmente
desace lera todos os demais componentes da equaccedilatildeo
Graacutef ico 8 Renda Nacional Per Capita (US$ PPP constante a preccedilos
de 2005)
Fonte PNUD
http hdrstatsundporgen ind icators100106html
Acesso em 041111
6 3
214 Iacutend ice de Gin i
Outro ind icador ut i l izado regularmente eacute o iacutend ice de Gin i
desenvolvido por Corrado Gin i (1884-1965) esta t iacutes t ico demoacutegrafo e
soc ioacute logo i ta l iano A def in iccedilatildeo oferec ida pe lo PNUD ao iacutend ice de
Gin i eacute a seguinte
Mede o g rau de des igua lda de ex is te n te na
d is t r i bu iccedilatildeo de ind iv iacuteduos segundo a renda
dom ic i l i a r pe r cap i ta Seu va l o r va r ia de 0
quando n atildeo haacute des igua ldad e (a renda d e todos
os ind iv iacutedu os tem o m esm o va lo r ) a 1 quando a
des igua lda de eacute m aacutex im a (apenas um ind iv iacuted uo
de teacutem toda a renda da soc iedade e a re nda de
todos os ou t ros ind iv iacuteduos eacute nu la )24
Ao tomarmos o iacutend ice de Gin i notamos que desde a
in t roduccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia em outubro d e 2003 (MP 132
de 20102003) houve melhor ia o iacutend ice d iminu iu de 055 em 2002
para 0 52 em 2007 54 em c inco anos ou 11 ao ano (v ide
graacutef ico 9 baseado em dados publ icados pe lo IBGE)
24
F o n t e h t t p w w w p n u d o r g b r p o p u p p o p p h p i d _ p o p = 9 7 A c e s s a d o e m
1 3 1 0 2 0 1 0
6 4
G raacute f i co 9 Iacutend ice de G in i
Fon te IBGE (ano 2000 ind ispon iacuteve l )
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=FED103amp
sv=16ampt= ind ice -de -g in i -da-d is t r ibu icao -do - rend imento -mensa l -dos -
dom ic i l i os -com- rend imento
Acesso em 29 10 2011
Apesar da melhoria pequena apresentada nos iacutend ices eacute voz
corrente que o Bras i l vem reduzindo a desigualdade Recentemente
a jorna l ista Pat r iacutec ia Campos Mel lo do Jo rna l ldquoO Estado de Satildeo
Paulordquo ent revis tou o economista Makhtar Diop (Anexo C) d i retor do
Banco Mundia l para o Bras i l desde jane i ro de 2009 que considera
que o Bras i l eacute referecircncia in ternacional em reduccedilatildeo de pobreza
Af i rma que com o amadurec imento do Programa Bolsa Famiacutel ia os
programas soc ia is prec i sam ent rar em uma nova fase est imular o
ingresso no mercado de t raba lho e ac ima de tudo est imular melhor
qua l idade na educaccedilatildeo e na sauacutede O d iagnoacutest ico pertence ao
6 5
economista Makhtar Diop a ent revis ta estaacute publ icada no encarte
ldquoDesaf iosrdquo de 27 de setemb ro de 2010 (Anexo C) 25
Sobre os ind icadores que visam medir o desempenho dos
p lanos soc ia is Makhtar Diop destaca
O Bras i l t eve um a reduccedilatildeo s ign i f ica t i va na
pobre za Em 2001 os pob res e ram 38 7 da
popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A c am ada m a is pob re da popu la ccedilatildeo ca iu
pe la m e tade - e ram 17 4 em 2001 e p assa ram
para 8 8 A leacutem d isso o coe f i c ien te de G in i q ue
m ede a des igua ldad e (quan to m a is p roacutex im o de 1
m a is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra
0 550 em 2010 O coe f i c ien te de G in i sem pre
leva m u i to tem po pa ra ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo
im press iona Em gera l a r enda pe r cap i ta
c resceu m as a renda dos 10 a 20 m a is
pob res c resceu m u i to m a is r ap idam en te que a
renda dos 10 m a is r i cos - r eduz indo a
des igua lda de O Br as i l a ind a eacute um pa iacutes m u i to
des igua l Mas o rum o e a tendecircnc ia tecircm s ido
m u i to bons O Pa iacutes e s taacute a cam inho de cum pr i r os
vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo l v im en to do M i lecircn io
com o e r rad ica r pob re za ex t rem a e a f om e a teacute
25 Fonte httpwwwestadaocombrnoticia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em15102010
6 6
2015 ed ucaccedilatildeo p r im aacuter ia un ive rsa l e i gua ldad e
de gecircnero26
As condic iona l idades estabelec idas pe lo Programa Bolsa
Famiacutel ia de certa forma forccedilam sobremaneira a melhor ia das
condiccedilotildees de educaccedilatildeo o benef ic iaacuter io para cont inuar como
part ic ipante tem que m anter seus f i lhos na esco la Ess a condiccedilatildeo
permi te agrave cr ianccedila ser educada de forma regular e por out ro lado
forccedila o Poder Puacutebl ico a invest i r na oferta de esco las e professores a
f im de atender aos novos ldquoconsumidores de educaccedilatildeordquo
Os ind icadores de analfabet ismo s i tuam -se na casa dos
1027 haacute que considerar que melhor ias conseguidas quando o
patamar eacute re lat ivamente ba ixo satildeo qu ase impercept iacuteveis e requerem
esforccedilo maior do poder puacutebl ico Na rea l idade o maior empenho
provavelmente deve ser quanto agrave ldquos in ton ia f ina do s is temardquo torna -
se necessaacuter io oferecer qua l idade cada vez maior ao processo
educacional Diop responde ao quest ionamento sobre o que poder ia
ser melhorado no Programa Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
26
D a d o s s o b r e o Iacute n d i c e d e G i n i s atilde o d i v e r g e n t e s o I B G E p u b l i c a 0 5 6 p a r a 2 0 0 1 e
e s t e n d e a t a b e l a s o m e n t e a t eacute 2 0 0 7 a p e s a r d a d i v e r g ecirc n c i a o c o m e n t aacute r i o eacute v aacute l i d o
A s p u b l i c a ccedil otilde e s d e M D S t a m b eacute m d i v e r g e m l i g e i r a m e n t e d o I B G E
27 R e f e r ecirc n c i a o s d a d o s a p a r t i r d e 2 0 0 6 a t a x a d e a n a l f a b e t i s m o s i t u a - s e a o r e d o r
d e 1 0 e s t a b i l i z a n d o - s e n e s t e p a t a m a r
6 7
Nossa p r inc ipa l p reocupaccedilatildeo pa ra o fu tu ro eacute
com o esses p rog ramas vatildeo a f e ta r a p rodu t i v id ade
da econom ia no lo ng o p ra zo se natildeo f o r l i gado ao
m ercado de t r aba lho
P rec isam os t r aba lha r essa t r ans iccedilatildeo pa ra
pessoas sa iacute rem do p rog ram a natildeo f i ca rem em
s i t uaccedilatildeo pe rm anen te de receber d inh e i ro do
gove rno O segund o desa f io se re lac iona agrave
in te r venccedilatildeo na p r im e i ra in f acircnc ia Es tudos
m os t ram que quando natildeo haacute educaccedilatildeo en t re as
idades de 1 a 5 anos f i ca m u i to m a is ca ro o
inves t im en to no cap i ta l hum ano Eacute p rec iso
t r aba lha r com o gove rno pa ra l i g a r m e lho r a
t r ans f e recircnc ia de renda a p rog ram as de p r im e i ra
in f acircnc ia
Para considerar a recomendaccedilatildeo de Diop eacute necessaacuter ia a
revisatildeo de po l iacute t icas puacutebl icas e e laboraccedilatildeo de um pro jeto est rateacutegico
novo de longo prazo Eacute notoacuter io que estamos longe de uma so luccedilatildeo
ou estabelec imento de uma est ra teacutegia a respei to deste assunto o
tema eacute cont roverso e necessi ta de discussotildees a respeito
O Bras i l eacute o 84ordm co locado no rank ing de desenvolvimento
humano tomemos como exemplo o pr imeiro co locado a Noruega
segundo o s i te of ic ia l da embaixada norueguesa do Bras i l (Anexo
D) aquele paiacutes es taacute prestes a at ingi r a abrangecircncia un iversa l da
educaccedilatildeo preacute -esco lar Segundo o informat ivo em 2008 87 de
todas as cr ianccedilas ent re 1 a 5 anos de idade f requentava o jard im de
infacircnc ia cont ra 69 em 2003 Na Noruega desde 2009 eacute previs to
6 8
em le i a educaccedilatildeo preacute -esco lar houve expansatildeo recorde em 2009 da
oferta de vagas a f im de garant i r qua l idade de oferta agraves cr ianccedilas
Atua lmente o foco estaacute sendo t ransfer ido da quant idade de vagas
para a qual idade da educaccedilatildeo preacute -esco lar Apesar dos esforccedilos do
poder puacutebl ico norueguecircs c i ta o informat ivo nem todos os pa is
ace itam que os f i lhos f requentem o jard im de infacircnc ia desde tenra
idade neste caso eacute oferec ido um subsiacuted io monetaacuter io aos pa is que
natildeo se ut i l izam da ofer ta de vagas preacute -esco lares visando cont r ibu ir
para uma part i lha justa das verbas estata is dest inadas agraves famiacutel ias
independente do que esco lhem para a ed ucaccedilatildeo de seus f i lhos 28
Devemos considerar que estamos inf in i tamente longe de uma
s i tuaccedilatildeo norueguesa soacute para just i f icar em 2010 o Produ to
Nacional Bruto (US$ PPP constante a 2005) per cap i ta norueguecircs fo i
US$ 47667 4 7 vezes o bras i le i ro de US$ 10 162 cer tamente este
fa tor eacute dec is ivo para o sucesso e para a exce lente posiccedilatildeo quanto
ao a l to iacutend ice de desenvolvimento humano
A Noruega desde 1980 eacute c lass i f icada como o p r imeiro no
rank ing dos paiacuteses de melho r IDH 0 943 em 2011 a Aust raacute l ia ho je
em segundo lugar com IDH de 0929 (2011) sa iu de 0 850 em 1980
quando era o deacutecimo co locado
28
F o n t e h t t p w w w n o r u e g a o r g b r A b o u t _ N o r w a y p o l i c y A s s i s t e n c i a -
S o c i a l d a y c a r e A c e s s o e m 1 5 1 0 2 0 1 0
6 9
Apesa r de o mode lo econocircmico b ras i le i ro se r d i f e ren te dos
pa iacuteses c lass i f i cados com a l to IDH va le a pena ana l isa r pon tos
re levan tes do p rocesso econocircmico po r e les ado tados Em art igo
publ icado no jorna l ldquoO Valor Econocircmicordquo sob o t iacute tu lo ldquoO Brasi l
prec isa esco lher ent re Argent ina e Aust raacute l ia rdquo Andreacute Sacconato e
Nathan Blanche 29 a t r ibuem o sucesso a uma ef ic iente gama de
reformas que inc lu iu desva lor izaccedilatildeo da moeda em 1983 l iberaccedilatildeo
do comeacuterc io in ternacional abertura dos mercados de cap ita is
desregulamentaccedilatildeo e pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest rutura e
reforma nas le is que regem o mercado de t raba lho Argumentam os
ar t icu l istas que tudo isso t rouxe um aumento no grau de conf ianccedila
no paiacutes a t ra indo um maior vo lume de cap i ta l est rangeiro eacute bem
provaacutevel que a s i tuaccedilatildeo saudaacutevel do desenvolvimento humano fo i
resu l tado do cresc imento econocircmico s ign i f ica t ivo a uma taxa meacutedia
anual de 3 6 nos uacute l t imos qu inze anos
Sacconato e B lanche autores do ar t igo consideram que o
Bras i l tem condiccedilotildees mais favoraacuteve is para t r i lhar caminho
semelhante tecem a seguin te anaacutel ise de como podemos vencer o
desaf io de melhorar no IDH
29 O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia por Andreacute Sacconato e Nathan Blanche 06052010 Jornal Valor Econocircmico - Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria e Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
7 0
Que l i ccedilotildees podem os t i r a r pa ra o Bras i l ap rove i ta r
o m om ento co r re to de im por tar poupanccedila ex te rna
e a t r ans f o rm ar em c resc im en to sus ten taacuteve l Em
te rm os de es tab i l i dade m ac roeconocircm ica j aacute
t em os um am b ien te saudaacuteve l em bora tenham os
um h is toacute r i co de m ora toacute r ias O s i s tem a de m e tas
de in f laccedilatildeo e o cacircm b io f l u tuan te f o ram
im p lan tados em 1999 e a le i d e responsab i l i d ade
f i sca l em 2000 Nossa d iacutev ida ex te rna eacute ba ixa
em bora a m a tur idade e a taxa de j u ros pa ra
ro lagem a inda natildeo se j am as idea is
Outro ponto que deve ser melhorado segundo Blanche e
Sacconato eacute a fa l ta de um arcabouccedilo mais moderno e l ibera l izante
no mercado de cacircmbio bras i le i ro jaacute que a d i f icu ldade de remessas e
saiacutedas a inda eacute mui to grande e baseada numa est ru turaccedilatildeo ant iga
quando as condiccedilotildees de mercado eram d iametra lmente d i ferentes da
atua l ( reso luccedilatildeo nordm 4131 de 1964)
Sobre contas externas a s i tuaccedilatildeo do Bras i l eacute ateacute mais
confor taacuteve l do que a da Aust raacute l ia e out ros paiacuteses exportadores de
commodi t ies Temos mais reservas in ternacio nais e menos diacutevida
externa
A leacutem d isso conseguimos nos uacute l t imos anos f inanciar todo o
deacutef ic i t em t ransaccedilotildees correntes 30 (quando e le exis t iu) com
30
Refletem as operaccedilotildees com o exterior incluindo receitas obtidas com exportaccedilotildees de mercadorias gastos com importaccedilatildeo pagamentos de juros da diacutevida externa seguros e fretes e transferecircncias unilaterais que incluem todas as doaccedilotildees e remessas de dinheiro para o paiacutes natildeo relacionado com operaccedilotildees comerciais como o dinheiro mandado por brasileiros que residem no exterior
7 1
invest imento externo d i reto que eacute o menos vo laacute t i l das ent radas do
lado do movimento de cap ita is a lgo que nem a proacutepr ia Aust raacute l ia
vem conseguindo O que fa l ta entatildeo As reformas que foram fe i tas
laacute como a t raba lhis ta a pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest ru tura e a
abertura comerc ia l estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado por aqu i A
l ibera l izaccedilatildeo cambia l tambeacutem tem avanccedilado mas pode ser
considerada aqueacutem do necessaacuter io
Os ar t icu l istas enfa t izam que e ste eacute o momento certo para
aprove itar o excesso de l iqu idez externo e t ransformar em
produt iv idade Seguir o exemplo de sucesso da Aust raacute l ia eacute o melhor
caminho As cr iacute t icas de quem tem medo dos deacutef ic i ts em t ransaccedilotildees
correntes satildeo anacrocircn icas e levar iam o Bras i l ao a t raso e agrave p iora de
posiccedilatildeo re lat iva no mundo Natildeo haacute nenhuma just i f ica t iva p lausiacuteve l
para re je i tar poupanccedila externa de ta l forma que devemos apenas
saber aprove i taacute - la bem
Ao f ina l Sacconato e B lache af i rmam que quando se
recomenda fechamento dos canais de ent rada de cap i ta is ou o
cont ro le destes a leacutem de medidas que faccedilam apologia ao
fechamento comerc ia l (o ind icador decorrente de comeacute rc io sobre o
PIB do Bras i l estaacute em torno de 23 cont ra 30 dos paiacuteses
emergentes) e f ixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por
um cenaacuter io de baixo cresc imento aumento do r isco e do custo de
7 2
f inanciamento e abr i r matildeo do mecanismo de a juste s agraves cr ises o
cacircmbio f lu tuante
2 15 Capita l Humano
Certamente dent re as d iversas condic iona l idades a serem
cumpr idas pe los benef ic iaacuter ios do Programa Bolsa Famiacutel ia sem
duacutevida a obr igator iedade de manter os f i lhos na esco la eacute um
caminho ef icaz do ponto de vis ta econocircmico em d i reccedilatildeo agrave
const ruccedilatildeo de uma ge raccedilatildeo produt iva e ef ic iente Ess a condiccedilatildeo
cr ia uma demanda por educaccedilatildeo e forccedila po l iacute t icas puacutebl ic as de
invest imento cont inuado na educaccedilatildeo isto s ign i f ica invest i r no ser
humano e por consequecircncia formar c idadatildeos mais compet i t ivos
Concei tua lmente o invest imento em educaccedilatildeo eacute sem sombra
de duacutevida fator importante para o desenvolvimento soc ia l e
cresc imento de um paiacutes Paiacuteses que prat icamente natildeo possuem
recursos natura is devem seu sucesso econocircmico porque investem
maciccedilamente na educaccedilatildeo de sua populaccedilatildeo Schultz (1973)
e lenca o Japatildeo Dinamarca e Suiacuteccedila paiacuteses com pujanccedila
econocircmica natildeo associada a recursos natura is mas
pr imord ia lmente agrave produt iv idade at r ibuiacuteda ao cap i ta l humano
7 3
O conceito de ldquoCapita l Humano rdquo fo i de l ineado por Theodore
W Schu l tz (1902-1998) professor da Univers idade de Chicago
premiado com o Nobel de Economia de 1979 Schul tz in ic iou sua
tese31 ao f im da deacutecada de 1940 quando lec ionava na
Univers idade de Chicago pesquisou exp l icaccedilotildees sobre o papel das
capacidades adquir idas pe los seres humanos nos ganhos de
produt iv idade
Em suas observaccedilotildees conclu iu que invest imentos
tecnoloacutegicos por s i soacute natildeo exp l icam tota lmente o desenvolvimento
econocircmico das naccedilotildees Observou que os acreacutesc imos agrave capacidade
insta lada ou se ja agraves maacutequinas e equipamentos agraves insta laccedilotildees agrave
terra em siacuten tese ao cap ita l f iacutes ico natildeo humano satildeo somente par te
das var iaacuteve is exp l icat ivas do cresc imento produt ivo Sustenta que
o resiacuteduo inexp l icaacuteve l natildeo deve ser s implesmente a t r ibuiacutedo ao
acaso mas s im pe lo menos uma boa par te de le ao invest imento
em capita l humano
Esse invest imento em capita l humano natildeo eacute contab i l izado
nas contas nacionais o tempo destacado pe lo t raba lhador agraves suas
proacutepr ias expensas para adquir i r conhecimentos novos a f im de
melhorar sua capacidade teacutecn ica apesar de ext ra contaacuteb i l eacute
determinante do cresc imento econocircmico e da pu janccedila das naccedilotildees
31
Con f o rm e cons ta de seu l i v ro ldquo I nves tm en t in Hum an Cap i ta l ndash T he Ro le o f
Educa t ion a nd o f Research rdquo ed i tado em 1971
7 4
Em sua obra Schultz sustenta que invest imentos em capi ta l
humano satildeo responsaacuteveis pe la maior par te do cresc imento dos
rendimentos rea is do t raba lhador que por consequecircncia os
t ransformam em consumidores sof is t icados Argumenta
enfat icamente que os economistas sempre consideraram que as
pessoas satildeo par te importante para a r iqueza das naccedilotildees que
medida em funccedilatildeo com que o t raba lho cont r ibu i para a produccedilatildeo a
capacidade produt iva dos seres humanos eacute mui to maior que as
demais formas de r iqueza tomadas em conjunto Tece cr iacute t icas aos
economistas por natildeo oferecerem a devida importacircncia ao fa to de
que as pessoas investem em s i mesmas e que estes invest imentos
satildeo substancia is
Numa anaacutel ise de paiacuteses com a l to iacutend ice de desenvolvimento
humano e com s ign i f ica t iva pu janccedila econocircmica destacamos um
fa tor comum entre e les o n iacuteve l de esco lar idade de seus c idadatildeos eacute
re la t ivamente a l to Se f icarmos atento s aos 20 paiacuteses c lass i f icados
com maior iacutend ice de desenvolvimento humano nota -se que a meacutedia
de esco lar idade de seus c idadatildeos s i tua -se ent re 10 a 13 anos Isso
s ign i f ica que esses mesmos c idadatildeos investem uma boa par te de
suas vidas produt ivas se educando Uma parte desse invest imento
sem duacutevida eacute custeada pe lo Estado contudo natildeo podemos negar
que tambeacutem outra par te s ign i f ica t iva eacute custeada pe lo proacutepr io
c idadatildeo como as despesas com l ivros e demais equipamentos
7 5
necessaacuter ios ao apr imoramento educacional Sch ul tz em sua obra
considera que o acuacutemulo de conhecimento dos c idadatildeos resu lta em
s ign i f icat ivo benef iacutec io para o cresc imento econocircmico e
modern izaccedilatildeo
A acumulaccedilatildeo de cap ita l humano resu lta em melhores
oportun idades de cresc imento ind iv idua l e co le t ivo a e levaccedilatildeo da
educaccedilatildeo dos c idadatildeos faz com que a naccedilatildeo consiga maior
ef icaacutec ia quanto ao seu desenvolvimento tecnoloacutegico e c ient iacute f ico e
evo luccedilatildeo como um todo
A esco lar idade do c idadatildeo bras i le i ro com idade de 25 anos
ou mais estaacute em 2010 em 72 anos bem abaixo dos paiacuteses que
ostentam a l to IDH ( Iacutend ice de Desenvolvimento Humano) A meacutedia
de esco lar idade dos c idadatildeos dos c inco pr imeiros co locados em
IDH Noruega Aust raacute l ia Nova Zelacircndia Estados Uni dos e I r landa
chega a 122 anos I sso impl ica em um longo caminho a percorrer
a teacute o Bras i l a lcanccedilar compet iv idade em termos de cap ita l humano
O estoque de cap ita l humano de uma naccedilatildeo fornece
vantagem adic iona l no que tange agrave recuperaccedilatildeo quando e la eacute
submet ida agraves advers idades O Brasi l estaacute ent re as naccedilotildees onde o
cap ita l humano provavelmente tenha se desenvolvido de forma
sat isfatoacuter ia As po l iacute t icas puacutebl icas d i r ig idas ao progresso
educacional jaacute demonstram s ina is pos i t ivos po is a esco lar idade
meacutedia do adul to bras i le i ro aumentou de sof r iacuteve is 26 anos em 1980
7 6
para 72 anos em 2011 32 O dado apesar de natildeo ser ext raord inaacuter io
e natildeo nos co locar ent re os paiacuteses mais desenvolvidos jaacute ind ica
cer ta robustez quanto ao tema capi ta l humano e nos daacute re lat iva
condiccedilatildeo compet i t iva Pode natildeo ser def in i t ivo mas o avanccedilo
notado da esco lar idade bras i le i ra pode exp l icar o cresc imento
s ign i f icat ivo nos regis t ros de patentes fe i to por res identes
bras i le i ros demonstrados nas esta t iacutes t icas da WIPO (Wor ld
In te l lectua l Property Organizat ion) Em 1995 os regis t ros somam
7448 enquanto que em 2007 at ingimos a s ign i f icat iva marca de
21825 regis t ros 33 Soacute para i lust rar a quant idade de regis t ros de
patentes bras i le i ras prat icamente co loca o Bras i l lad o a lado agrave
Aust raacute l ia (21825) Reino Unido (24999) e Franccedila (17109) estes
dados nos ind icam que haacute um movimento for tu i to em d i reccedilatildeo ao
enr iquecimento educacional da naccedilatildeo
Eacute d i f iacutec i l medir isoladamente resu lt ados especiacutef icos gerados
pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia mas o bom senso ind ica que
cont r ibu i para a melhor ia da qual idade de vida da populaccedilatildeo
porque quebra o c ic lo da miseacuter ia e faz com que invest imento em
qual idade educacional se viab i l ize
32
F o n t e h t t p h d r s t a t s u n d p o r g e n i n d i c a t o r s 6 9 6 0 6 h t m l - A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
33 F o n t e
h t t p w w w w i p o i n t e x p o r t s i t e s w w w i p s t a t s e n s t a t i s t i c s p a t e n t s x l s w i p o _ p a t _ a p p
l _ b y _ o f f i c e _ o r i g i n _ t a b l e x l s A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
7 7
2 2 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
221 Desaf ios
Um dos maiores desaf ios dos fu turos governos ta lvez natildeo se ja
mais cont ro lar ou reduzi r o ana lfabet ismo apesar de haver espaccedilo
para isso a proacutexima etapa certamente res ide na melhor ia de
qual idade este assunto eacute abordado pe lo jorna l is ta Fernando
Dantas34 em seu art igo ldquoUm Abismo Chamado Educaccedilatildeordquo 35 (Anexo
G)
No art igo Dantas (2010) enfa t iza que a par te mais
s ign i f icat iva e importante da po l iacute t ica soc ia l do fu turo proacuteximo pode
ser a educaccedilatildeo Quest iona como um paiacutes com qual idade sof r iacuteve l de
ensino na rede puacutebl ica consiga e l iminar as d i ferenccedilas soc ia is
34
F e r n a n d o D a n t a s eacute r e p oacute r t e r e s p e c i a l d e E c o n o m i a d o E s t a d o d e s d e 2 0 0 0
F o r m a d o e m J o r n a l i s m o p e l a P U C - R i o T r a b a l h o u n a G a z e t a M e r c a n t i l d e 1 9 9 0 a
2 0 0 0 G a n h o u o p r ecirc m i o C i t i - I m p r e n s a p a r a J o r n a l i s t a s E c o n ocirc m i c o s e m 1 9 9 1 e a
M e n ccedil atilde o E s p e c i a l d o P r ecirc m i o I c a t u d e J o r n a l i s m o E c o n ocirc m i c o e m 1 9 9 4 E m 1 9 8 8 - 8 9
f e z o e s t aacute g i o d e e x t e n s atilde o p r o f i s s i o n a l ldquo J o u r n a l i s t e s e n E u r o p e rdquo e m P a r i s
35 J o r na l O E s t ad o d e S atildeo P au lo ndash en ca r te ldquo De sa f i o s rdquo de 2 7 9 2 0 10 ndash
7 8
aproximando r icos e pobres Cita Naeacuterc io Menezes profess or e
coordenador do Insper
Quando co locam os quase todas as c r ia nccedilas no
f undam enta l um processo in i c iado na deacutecada de
90 - e e las com eccedilaram a chegar em m a ior
nuacutem ero ao ens ino m eacuted io e a se m a t r i cu la r no
ens ino super io r a d es igua ldad e com eccedilou a ca i r
I s so ocor reu m esmo sem m e lho ra e f e t i va da
qua l id ade da educaccedilatildeo soacute pe lo acesso
A esco lar izaccedilatildeo permi te reduzi r os d i ferencia is de renda
associados agrave educaccedilatildeo quando a qual i f icaccedilatildeo eacute insuf ic iente o seu
preccedilo sobe no Bras i l essas d i ferenccedilas satildeo enormes rev e lando o
ab ismo educacional segundo Menezes
Naeacuterc io Menezes af i rma que o ldquoprecircmiordquo sa lar ia l pe lo d ip loma
univers i taacuter io estaacute recuando desde 2005 enquanto que ao do ensino
meacutedio nota -se queda a par t i r de 2002 af i rma que atua lmente uacuten ico
d i ferencia l perceb ido que a inda cresce eacute o de poacutes -graduaccedilatildeo
O economista especia l ista em educaccedilatildeo pe lo IBMEC do Rio
Fernando Veloso c i tado no ar t igo de Fernando Dantas acred ita que
s imi larmente agrave po l iacute t ica econocircmica o pres idente Lu la deu
cont inu idade agrave po l iacute t ica educacional do pres idente Fernando
Henr ique const ru indo um amplo processo de ava l iaccedilatildeo das esco las
Segundo o ar t icu l is ta fo i o Min ist ro da Educaccedilatildeo Fernando
Haddad (empossado em ju lho de 2005) quem cr iou o Iacutend ice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica ( Ideb) i nd icador pub l icado a
7 9
cada do is anos que c lass i f ica todas as esco las puacutebl icas bras i le i ras
O Ideb eacute uma nota do ensino baacutesico que segue uma esca la de 1 a
10 sendo que o Min is teacuter io da Educaccedilatildeo f ixou a nota 6 como meta
nacional para 2022 36 As metas foram dete rminadas por
estabelec imento de ensino esco la por esco la e satildeo publ icados
regularmente Os resu ltados servem de ba l izadores a f im de t raccedilar
po l iacute t icas de a locaccedilatildeo de recursos agraves aacutereas com menores notas A
meta de nota 6 estabelece que o Bras i l em 2022 esta raacute em termos
de educaccedilatildeo em niacuteve l com os paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econocircmico (OCDE) que congrega
t r inta paiacuteses mais indust r ia l izados da economia do mercado A sede
eacute em Par is e os representantes se reuacutenem para t rocar inf ormaccedilotildees e
def in i r po l iacute t icas a f im de maximizar o cresc imento econocircmico e
desenvolvimento dos paiacuteses membros 37
Outro ponto abordado por Fernando Dantas e tambeacutem por
Makhtar Diop enfat iza garga los com a creche em especia l para
famiacutel ias carentes e a preacute -esco la sobre este tema Dantas co loca o
seguinte
Os espec ia l i s tas apon tam d ive rsos ou t ros
ga rga los e p rob lem as na t r a j e toacute r ia de me lho ra
36
E m 2 0 0 9 a s n o t a s a p u r a d a s f o r a m 4 6 p a r a o s a n o s i n i c i a i s d o f u n d a m e n t a l 4 0
p a r a o s a n o s f i n a i s d o f u n d a m e n t a l e 3 6 p a r a o e n s i n o m eacute d i o
37 F o n t e ( h t t p w w w c g u g o v b r o c d e s o b r e i n d e x a s p - 1 8 1 0 2 0 1 0 )
8 0
da qua l id ade da e ducaccedilatildeo no Bras i l Um a
ques tatildeo f undam enta l p r inc ipa lm en te pa ra os
a lunos das f am iacute l i as ca ren tes eacute a c r eche Ou t ro
a p reacute -esco la Jaacute es taacute am p lam en te com provado
pa r t i cu la rm en te pe lo t r aba lho de Jam es
Heckm an p recircm io Nobe l d e Econom ia que a
in te r venccedilatildeo pa ra redu z i r as de fasagens
educac iona is eacute t atildeo m a is e f i caz q uan t o m a is
p rem atu ra oco r re r
Em termos quant i tat ivos o Bras i l most ra progressos nessa
aacuterea O porcentual de cr ianccedilas de 4 e 5 anos na preacute -esco la sub iu de
40 para 75 desde a deacutecada de 90 Menezes nota que eacute an imador
o fato de que em Estados do Nordeste como Piauiacute e Cearaacute aquela
proporccedilatildeo chega a 90
Quanto a resu ltados concretos as esco las pr ivadas
prat icamente jaacute at ingi ram ou estatildeo bem proacuteximas das metas as
esco las puacutebl icas contudo tem um longo caminho a percorrer os
resu ltados obt idos em 2009 estatildeo mui to aqueacutem das metas def in idas
Apesar da posiccedilatildeo desfavoraacuteve l dos ind icadores o que haacute de
posi t ivo no processo eacute o compromisso assumido pe lo governo
bras i le i ro quando estabelece metas de longo prazo ta lvez pouco
ambic iosas no que tange a prazo poss ib i l i ta ao c idadatildeo cont ro lar e
ac ima de tudo cobrar resu l tados do poder puacutebl ico
8 1
222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo Bras i le i ra
O Bras i l s ina l iza t im idamente compromet imento com a
melhor ia de qual idade educacional de sua populaccedilatildeo Dentre os
d iversos movimentos neste sent ido podemos desta car
Programa Bolsa Famiacutel ia ndash destaca-se a condic iona l idade
sobre a f requecircncia esco lar miacuten ima determinada aos f i lhos dos
benef ic iados que devem atender as f requecircncias miacuten imas de 85
para cr ianccedilas e adolescentes ent re 6 e 15 anos e 75 para
adolescentes ent re 15 e 17 anos Como jaacute fo i abordada em paacuteginas
anter iores desse traba lho esta condic iona l idade cont r ibu i de forma
inc is iva para a manutenccedilatildeo das cr ianccedilas na esco la e para in ib iccedilatildeo
da praacutet ica do t raba lho infant i l
Programa Bras i l a l fabet izado ndash vo l tado para a l fabet izaccedilatildeo de
jovens adu l tos e idosos Esse programa func iona desde 2003 e
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e levar a esco lar idade da populaccedilatildeo O
programa eacute desenvolvido com atendimento pr ior i taacuter io a munic iacutep ios
que apresentem taxas de analfabet ismo sup er iores a 25
Destaca-se que 90 dos munic iacutep ios atendidos loca l izam -se na
Regiatildeo Nordeste Importante sa l ientar que haacute apoio teacutecn ico a f im
de garant i r cont inu idade de estudos aos a tendidos
8 2
A exis tecircnc ia de programas como o Programa Bolsa Famiacutel ia
que oferece recursos f inancei ros aos seus benef ic iaacuter ios por s i soacute
natildeo t rar iam resul tados se natildeo houvesse uma est ru tura com
processos auxi l ia res e mot ivadores O Min is teacuter io da Educaccedilatildeo e
Cul tura u t i l izando ferramentas da tecnologia moderna procura se
engajar na melhoria da qual idade da Educaccedilatildeo oferecendo em seu
porta l processos auxi l ia res uacute te i s e mot ivadores Destacamos
dentre muitas accedilotildees duas importantes ferramentas de faacutec i l acesso
d i rec ionadas agrave formaccedilatildeo cont inuada de professores dos anos
in ic ia is do ensino fundamenta l um que aborda Alfabet izaccedilatildeo e
L inguagem e out ro Matemaacutet ica Satildeo oferec idas mais de t rezentas
paacuteginas em cada uma das ferramentas com possib i l idade de
in teraccedilatildeo dos par t ic ipantes para sugestotildees e melhor ias
Ao anal isarmos ind icadores de ef ic iecircnc ia do s istema de
ensino tomando-se resu ltados da meacutedia nacional e Regiatildeo
Nordeste temos como ava l iar a efet iv idade das po l iacute t icas puacutebl icas
quanto agrave qual idade da educaccedilatildeo em part icu lar o Programa Bolsa
Famiacutel ia A regiatildeo Nordeste sempre fo i a mais care nte em termos
gera is e portanto nos daacute uma ide ia de como a educaccedilatildeo progr ide
em termos qual i tat ivos
Os ind icadores de qual idade demonstram progresso para o
ensino fundamenta l contudo haacute carecircncia de efe t iv idade para com
o ensino meacutedio Em out ra fonte quando comparamos os resu ltados
8 3
obt idos no IDEB (Iacutend ice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica)
comparados agraves metas assumidas pe lo governo notamos o mesmo
resu ltado o ens ino fundamenta l exibe progresso mas o ensino
meacutedio demonstra estagnaccedilatildeo Possive lmente ha ja uma premissa
que o ensino meacutedio se favoreceraacute de forma inerc ia l do progresso
do ensino fundamenta l o que eacute quest ionaacutevel N esse p lano haacute
necessidade de po l iacute t icas puacutebl icas mais robustas a f im de obter
resu l tados mais e fe t ivos ( tabe la 4 )
RESULTADOS DO IDEB VS METAS ESTABELECIDAS
FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS ANOS FINAIS MEacuteDIO
OBS META OBS META OBS META
2005 38
35
34
2007 42 39 38 35 35 34
2009 46 42 40 37 36 35
2021
60
55
52
Tabe la 4 Resu l tado do IDEB Vers us Metas
Es tabe lec idas
Fon te INEP httpsistemasidebinepgovbrresultado Acesso em 1682011
Outro i tem que nos a juda a ident i f icar melhor ias satildeo as
esta t iacutes t icas do IBGE quanto a a lunos com idade natildeo adequad a
para a seacuter ie a que f requentam Seguem anaacutel ises para este tema
8 4
461401
283
316
404
286 277221 233 236
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2006 2007 2008 2009 2010
NORDESTE BRASIL
Graacutef ico 10 Dis torccedilatildeo de Idade dos Alunos do Ensino Fundamenta l
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=M16ampsv=5
7ampt=dis torcao- idadeser ie -ensino-fundamenta l -de-8-e-9-anos-ser ie -
nova
Acesso em 168 2011
Os dados do graacutef ico 10 ind icam que as po l iacute t icas para
posic ionamento corre to de a lunos nas seacuter ies foram efe t ivas a teacute
2008 com reduccedilatildeo important iacutess ima em aacutereas carentes como o
nordeste bras i le i ro contudo fo i retomada a defasagem anulando
tota lmente o ganho obt ido Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de
melhor ia ocorreu ateacute 2008 quando nota -se estagnaccedilatildeo
O progresso notado no per iacuteodo 2006 -2008 quanto ao
posic ionamento dos a lunos agrave seacuter ie adequada no ensino meacutedio
pra t icamente segue um padratildeo inerc i a l com melhor ias mais
s ign i f icat ivas para o nordeste bras i le i ro A proporccedilatildeo de a lunos
8 5
com idade defasada no Bras i l ca iu de 449 para 37 8 42 ao
ano enquanto que para a Re giatildeo Nordeste a queda fo i mais
s ign i f icat iva de 656 para 494 68 ao ano Contrar iamente
aos dados do ensino fundamenta l natildeo houve re tomada das
def ic iecircnc ias na Regiatildeo Nordeste
G raacute f i co 11 D is to rccedilatildeo de Idade ndash Ens ino Meacuted io
Fon te IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=M17ampsv=
57ampt=D is to ru00e7u00e3o+ idade2fsu00e9r ie++ -
+Ens ino+Mu00e9d io+(+su00e9r ie+nova ) Acesso em 14 11 11
2 23 Educaccedilatildeo Bras i le i ra no Contexto Mundia l
Satildeo muito proacuteximos os iacutend ices da Noruega e Aust raacute l ia no
rank ing de IDH cont ro lado pe la PNUD (Programa das Naccedilotildees
8 6
Unidas para o Desenvolvimento) a Noruega eacute a pr imeira no
rank ing e a Aust raacute l ia f igura como segunda co locada Para essa
anaacutel ise podemos tomar a Aust raacute l ia e Argent ina como referecircncias
comparat ivas ao Bras i l nas var iaacuteveis da d imensatildeo educaccedilatildeo que o
PNUD ut i l iza para o caacute lcu lo do Iacutend ice de Desenvolvimen to Humano
( IDH)
A seguir vamos anal isar uma das var iaacuteve is de esco lar idade
que compotildee o quesito ldquoeducaccedilatildeordquo a esco lar idade meacutedia das
pessoas aos 25 anos de idade (graacutef ico 12) e a expectat iva das
cr ianccedilas ao ingressar na esco la em idade lega l para ingress o no
Bras i l aos 6 anos (graacutef ico 13)
8 7
Esco la r idade Meacuted ia das Pessoas com Idade de 25 anos ou
Ma is ndash Aus t raacute l ia A rgen t ina e Bras i l
(Em n ⁰ de Anos )
119 119 120 120 120 120 120 120
86 89 90 90 91 92 93 93
56
66 67 68 69 71 72 72
-
20
40
60
80
100
120
140
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Austraacutelia Argentina
Brasil
Graacutef i co 12 Esco la r idade Meacuted ia das pessoas com idade de 25
anos ou ma is ndash Aus t raacute l ia Argen t ina e B ras i l
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l Acesso em
04 11 11
A esco lar idade meacutedia dos b ras i le i ros em 2011 s i tua-se em
72 anos equ ivalente a 60 dos aust ra l ianos e a 77 dos
argent inos o cresc imento prat icamente eacute vegetat ivo agrave taxa de
27 anuais no per iacuteodo 2000 -2010
A segunda d imensatildeo para a var iaacuteve l educaccedilatildeo eacute a
Expectat iva de Escolar idade ao ingressar na esco la na idade
suf ic iente a qual eacute def in ida pe lo PNUD da seguin te forma
8 8
Re f le te o nuacutem ero de anos de esco la r idad e que
um a c r ianccedila com idade su f i c ien te pa ra e n t ra r agrave
esco la pode espera r r eceber se cons ide radas a
in f r aes t ru tu ra educac io na l ex is ten te d u ran te
sua v ida38
O graacutef ico 13 a seguir compara a expectat iva das cr ianccedilas
bras i le i ras ao das argent inas e aust ra l ianas
Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia Argent ina e
Bras i l (Em N⁰ de anos)
Graacutef ico 13 Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia
Argent ina e Bras i l
Fonte PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103706 h tm l
Acesso em 04 11 11
38
F o n t e h t t p h d r u n d p o r g e n s t a t i s t i c s h d i 2 3 8 2 0 1 1
8 9
Os paracircmetros ind icam que os aust ra l ianos estatildeo em uma
s i tuaccedilatildeo confor taacuteve l com expectat iva de 18 anos de esco lar idade
os argent inos com 158 anos prat icamente estatildeo estagnados por
uma deacutecada os bras i le i ros posic ionam -se com 138 anos s i tuaccedilatildeo
muito mais desfavoraacuteve l que os argent inos houve queda da
expectat iva de esco lar idade para os bras i le i ros na uacute l t ima deacutecada 39
A rea l idade dos ind icadores nos passa a ide ia de def ic iecircnc ia
est rutura l no quesi to educaccedilatildeo para o Bras i l contudo haacute
esperanccedila de mudar esse quadro o invest imento em educaccedilatildeo tem
s ido maciccedilo o orccedilamento federa l inc lu i va lores d irec ionados agrave
educaccedilatildeo da ordem de R$ 57 b i lhotildees para 2011 um aumento de
duas vezes e meia os va lores de 2004 a justados monetar iamente
Estes va lores apesar de s ign i f icat i vos natildeo parecem contr ibu i r para
a efet iv idade do s is tema educacional As autor idades a legam que
invest imento em educaccedilatildeo somente apresentaraacute efe t iv idade no
longo prazo o que podemos considerar como razoaacutevel O graacutef ico 14
a seguir most ra os montantes at r ibuiacutedos agrave educaccedilatildeo inc lu iacutedos no
orccedilamento federa l
39
O P N U D e s t a b e l e c e u m t e t o d e 1 8 a n o s p a r a a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e n a
r e a l i d a d e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e d a p o p u l a ccedil atilde o a u s t r a l i a n a eacute s u p e r i o r a 1 8 a n o s
s e g u n d o a N o t a T eacute c n i c a d e A p o i o a o s L a n ccedil a m e n t o d o R e l a t oacute r i o d e D e s e n v o l v i m e n t o
H u m a n o d e 2 0 1 0 e m 2 0 0 7 f o i 2 0 6 a n o s
9 0
22447 26165 25132
30005 34046
42238
49061
57315
22379 24581
26910
32636
-
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
RECURSOS ALOCADOS Agrave EDUCACcedilAtildeO NO ORCcedilAMENTO FEDERAL A
PRECcedilOS DE 2011
G raacute f i co 14 Recu rsos Fede ra is A locados agrave Educaccedilatildeo Va lo res
a jus tados pe lo de f la to r do P IB pub l i cado pe lo IBGE
Fon te LOA ndash (LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA AN UAL)
h t tp www9senado govb r por ta l page po r ta l o rcamento_senadoL
OAExecucaoEDFSp_ano=2010 Acesso em 14 11 2011
Obse rvaccedilatildeo os va lo res e fe t i vamente rea l i zados (dados em negr i to
no g raacute f i co ac ima ob t idos jun to ao INEP) s i tuam -se bem p roacutex imos
aos va lo res inc lu iacutedos no o rccedilamento os va lo res acumu lados 2004 -
2007 resu l tam em 1 5 de var iaccedilatildeo
9 1
3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES
REGIOtildeES BRASILEIRAS
3 1 A REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA
O Nordeste Brasi le i ro sempre fo i cast igado ao longo da
h is toacuter ia bras i le i ra Nos uacute l t imos anos nota -se um s ign i f ica t ivo avanccedilo
soc ioeconocircmico graccedilas agrave a tenccedilatildeo dos governantes e a f a l ta de
espaccedilo para as ol igarqu ias que sempre dominaram a regiatildeo Essa
fa l ta de espaccedilo possive lmente pode ser a t r ibuiacuteda agrave pressatildeo do
mundo moderno no sent ido da produt iv idade e ac ima de tudo
tambeacutem agrave into leracircncia ao desrespei to ao ser humano O mundo
moderno exige que as populaccedilotildees tenham bem estar e se jam
respei tados na p len i tude de seus d i re i tos humanos
O Bras i l estaacute invest indo e de forma cont inuada a f im de
min imizar a des igualdade Eacute de se apontar que a lguns avanccedilos
estatildeo ocorrendo de forma acanhada contudo face ao processo
cont inuado tudo ind ica que haacute sed imentaccedilatildeo para o necessaacuter io
progresso e bem estar
9 2
Como jaacute fo i abordado anter iormente nes se t raba lho o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano ndash IDH eacute adotado pe las Naccedilotildees Unidas
como ind icador da qual i dade de vida das d iversas regiotildees do globo
Trata-se de um conceito mais abrangente do que considerar
s implesmente a renda per cap i ta como no passado para def in i r o
desenvolvimento Atua lmente consideram-se cr i teacuter ios mais
abrangentes que def inem melhor o rea l bem estar das naccedilotildees
O Bole t im Regional do Banco Centra l do Bras i l de jane i ro de
2009 anal isa a evo luccedilatildeo do IDH para as d iversas regiotildees e para as
un idades da federaccedilatildeo 40 O Banco Centra l do Bras i l baseou -se nas
seacuter ies h istoacuter icas elaboradas pe lo Progra ma das Naccedilotildees Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) de 1991 a 1995 e em est imat ivas de
IDH fe i tas pe lo proacutepr io Banco Centra l para 2006 e 2007 seguindo
os cr i teacuter ios def in idos pe lo PNUD
A anaacutel ise do Banco Centra l do Brasi l consiste em determinar
o peso de cada var iaacuteve l que forma o IDH das c inco regiotildees
bras i le i ras O estudo em referecircncia por datar de 2009 considera
para a var iaacuteve l educaccedilatildeo a metodologia anter ior a 2010 is to eacute
iacutend ices de analfabet ismo e a taxa de matr iacutecu la em todos os n iacuteve is
de ensino41 o que natildeo o inva l ida em termos de tendecircncias
40
h t t p w w w b c b g o v b r p e c b o l e t i m r e g i o n a l p o r t 2 0 0 9 0 1 b r 2 0 0 9 0 1 b 1 p p d f A c e s s o
e m 2 0 9 1 1
41 V a l e a p e n a e n f a t i z a r q u e a m e t o d o l o g i a a d o t a d a a p a r t i r d e 2 0 1 0 c o n s i d e r a a
m eacute d i a d e e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e p a r a a c r i a n ccedil a
9 3
O Banco Centra l do Bras i l faz uma anaacutel ise da evo luccedilatildeo do
IDH das grandes regiotildees e un idades da federaccedilatildeo Quanto ao
per iacuteodo anal isado considera 1991 a 2007 sendo que ateacute 2005
ut i l iza dados das seacuter ies h is toacuter icas publ icadas pe lo PNUD e para
2006 e 2007 faz est imat iva seguindo a mesma metodologia adotada
por aquela ent idade
O estudo constata que houve melhor ia dos n iacuteve is de
desenvolvimento humano em todas as un idades da federaccedilatildeo
contudo a d ispar idade ent re as regiotildees cont inua O Dis t r i to Federa l
Santa Catar ina e Satildeo Paulo cont inuam a apresentar os melhores
IDH enquanto que estados do nordeste como Alagoas Maranhatildeo e
P iauiacute deteacutem os uacute l t imos lugares no rank ing
Conforme ref let ido na tabe la 5 de 1991 a 2007 a Regiatildeo
Nordeste fo i a que apresentou maior cresc imento em re laccedilatildeo agraves
demais regiotildees is to eacute s ign i f ica t ivo porque apesar da posiccedilatildeo
desfavoraacuteve l daquela regiatildeo em termos de desenvolv imento
humano a d ispar idade com as outras regiotildees encolheu ind icando
reduccedilatildeo das desigualdades A tabe la a seguir demonstra as
movimentaccedilotildees nas c inco regiotildees com niacutet ida ace leraccedilatildeo observada
na Regiatildeo Nordeste
e m i d a d e d e i n g r e s s o n a e s c o l a ( n o B r a s i l a o s s e i s a n o s ) p a r a o r e s t o d e s u a v i d a
S e m d uacute v i d a e s t a m e t o d o l o g i a eacute m a i s a b r a n g e n t e q u e o m eacute t o d o a n t e r i o r
p r i n c i p a l m e n t e p o r c o n t e m p l a r a q u a l i d a d e d o e n s i n o
9 4
CRESCIMENTO ANUAL DO IDH REGIONAL ndash 1991-200742
Regiotildees IDH 2007 Crescimento
19912007 () Crescimento Meacutedio
Anual 19912007 ()
Nordeste 0850 246 14
Norte 0847 167 10
Centro Oeste 0838 146 09
Sul 0786 130 08
Sudeste 0749 125 07
Tabela 5 Cresc imento Anual do IDH Regional -1991-2007
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l do Bras i l - Janei ro 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1p
Acesso em 2992011
O estudo def ine o IDH como um ind icador de natureza
est rutura l que deve produzi r a l teraccedilotildees no longo prazo devendo ser
observado e anal isado em funccedilatildeo de suas tendecircncias Nesse caso o
estudo evidencia a caminhada para a e l iminaccedilatildeo das desigualdades
regionais
42 Eacute i m p o r t a n t e c o n s i d e r a r m o s e s t a a n aacute l i s e c o m o a v a l i a ccedil atilde o d e t e n d ecirc n c i a p o r q u e d e v i d o agrave n o v a
m e t o d o l o g i a d e e l a b o r a ccedil atilde o d o s iacute n d i c e s d e I D H d o B r a s i l r e s u l t a e m 0 6 7 8 p a r a 2 0 0 5 0 6 8 1 p a r a 2 0 0 6 e
0 6 8 5 p a r a 2 0 0 7 N o e s t u d o d o B a n c o C e n t r a l d o B r a s i l c o n s i d e r a - s e a d i m e n s atilde o E d u c a ccedil atilde o f u n ccedil atilde o d o
iacute n d i c e d e a n a l f a b e t i s m o e c r i a n ccedil a s m a t r i c u l a d a s e n q u a n t o q u e a n o v a m e t o d o l o g i a c o n s i d e r a a
e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e q u e a s c r i a n ccedil a s e m i d a d e d e i n g r e s s o n a
e s c o l a n o B r a s i l a o s s e i s a n o s i r atilde o o b t e r p e l a s u a v i d a
9 5
O t rabalho e laborado pe lo Banco Centra l desvenda a reduccedilatilde o
das d i ferenccedilas de qual idade de vida nas grandes regiotildees
bras i le i ras Observa que ateacute 1996 as d ispar idades resid iam no tema
Educaccedilatildeo e que a par t i r de 1997 haacute uma mudanccedila para a d imensatildeo
econocircmica que apresenta menor reduccedilatildeo Enfat iza que no f im do
per iacuteodo anal isado (2007) haacute maior homogeneidade entre educaccedilatildeo e
longevidade do que para a d imensatildeo econocircmica No caso as cr ises
e so luccedilos da economia tendem a evidenciar -se com maior
contundecircncia nas tendecircncias Em Educaccedilatildeo e Longevidade (Sauacutede)
por serem i tens dependentes de invest imentos as tendecircncias se
def inem com maior regu lar idade eventua is cor tes ou desaceleraccedilatildeo
de invest imentos tendem a mater ia l izar -se a meacutedio e longo prazo
O estudo aponta a var iaacuteve l longevidade como a mais regu lar
com cresc imento estaacuteve l e de forma l inear em todas as regiotildees A
Regiatildeo Nordeste destaca -se tambeacutem nesta d imensatildeo com 18 de
cresc imento no per iacuteodo equ iva lente a 1 anual enquanto que as
demais regiotildees o cresc imento f icou ao redor de 11 ou 065
anual O t raba lho a t r ibu i ao maior cresc imento agrave grande def ic iecircnc ia
nesse i tem longevidade o que poss ib i l i ta oportun idade de ganhos
margina is
A expectat iva de vida da Regiatildeo Nor deste eacute a menor dentre
as Grandes Regiotildees o graacutef ico 15 que ref le te o ano de 2009 nos
permi te v isua l izar a d ispar idade ent re regiotildees e a meacutedia da
9 6
federaccedilatildeo A expectat iva de vida da Regiatildeo Nordeste eacute de 704
anos Certamente o que determina ess e va lor ba ixo para o nordeste
eacute pr inc ipa lmente a morta l idade infant i l que a inda eacute ext remamente
preocupante 33 2 por mi l nasc idos vivos ref le t ind o as condiccedilotildees
soc ia is desfavoraacuteve is O Programa Bolsa Famiacutel ia com sua
condic iona l idade sauacutede eacute ferramenta important iacutess ima para a
melhor ia dessa d imensatildeo do IDH
EXPECTATIVA DE VIDA POR REGIAtildeO EM ANOS (2009)
Graacutef ico 15 Expectat iva de Vida por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icadores Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso 14112011
9 7
MORTALIDADE INFANTIL
POR 1000 NASCIDOS VIVOS EM 2009
Graacutef ico 16 Morta l idade Infant i l por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icado res Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso em 14112011
No quesi to longevidade haacute que se considerar que a Regiatildeo
Nordeste apresentou s ign i f icat iva melhor ia o que ind ica progresso
soc ioeconocircmico Os dados apresentam ac e leraccedilatildeo da Regiatildeo
Nordeste nessa d imensatildeo em re laccedilatildeo agraves demais regiotildees o que nos
sugere melhor ia das condiccedilotildees humanas O Nordeste apresenta no
per iacuteodo 1999-2009 aumento de c inco anos e meio na expectat iva de
vida de sua populaccedilatildeo crescendo de 667 anos para 704 anos
s ign i f icat iva melhor ia de 3 7 anos
9 8
A anaacutel ise dos fa tores da composiccedilatildeo do IDH regional aponta
como pr inc ipa l fa tor a d imensatildeo Educaccedilatildeo como a de maior peso de
par t ic ipaccedilatildeo Ind ica que de 1991 -2003 houve expansatildeo dos IDH em
todas as regiotildees chegando a exp l icar mais da metade do
cresc imento do iacutend ice Desponta aqui como cont r ibu iccedilatildeo a
un iversa l izaccedilatildeo do acesso ao ensino fundamenta l e cresc imento da
oferta de vagas no ensino meacutedio e super ior Es sa co locaccedilatildeo
mencionada no estudo deve ser considerada com ressa lvas porque a
metodologia para o caacute lcu lo do IDH anter ior a 2010 considera a taxa
de analfabet ismo que rea lmente eacute favoraacuteve l em termos Bras i l
Contudo uma anaacutel ise da nova metodologia a qual considera
expectat iva de esco lar idade a tendecircncia natildeo se mostra an imadora A
meacutedia de esco lar idade aos 25 anos mostra cresc imento ent re 2000 e
2010 de 305 2 7 ao ano mas a expectat iva de esco lar idade
para as cr ianccedilas em idade de ingresso na esco la (Bras i l aos 6 anos)
natildeo se sustentou na uacute l t ima deacutecada o que ind ica que providecircncias
urgentes satildeo necessaacuter ias a f im de rever ter a tendecircncia A
metodo log ia a tua l do IDH con fo rme fo i ana l i sada no toacutep ico 2 1 3
con temp la a qua l idade do ens ino po rque se base ia nas mat r iacutecu las
po r idade nos d ive rsos n iacuteve is da educaccedilatildeo Houve c resc imento em
f ins da deacutecada de 199 0 e um p ico ao redo r do an o 2000 (v ide
g raacute f i co 6 ) mas o iacutend ice natildeo se sus ten tou e es taacute es tab i l i zado em
13 8 anos
9 9
Apesar da nova metodologia adotada no caacute lcu lo do IDH t razer
ef icaacutec ia ao iacutend ice vindo a c ontemplar a qual idade do ensino haacute que
se dar creacuted i to aos esforccedilos que resu l taram em importante reduccedilatildeo
do analfabet ismo no Bras i l Os graacutef icos a seguir nos oferecem uma
ide ia das tendecircncias
TAXA DE ANALFABETISMO
Graacutef ico 17 Taxa de Analfabet ismo
Fonte IBGE
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr l is ta_temaaspxop=0ampno=41
Acesso em 4102011
156147
114102 10 97
0
5
10
15
20
1995 1996 2004 2007 2008 2009
Taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade ()
1 0 0
Tra je toacute r ia dos fa to res u t i l i zados na nova me todo log ia de caacute lcu lo
da d imensatildeo Educaccedilatildeo do IDH
1450 1442 1457 1396 1426 1419 1398 1378 1378 1378 1378
550 572 594 617 639 661 672 684 695 706 718
000
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
EXPECTATIVA DE ESCOLARIDADE DASCRIANCcedilASESCOLARIDADE MEacuteDIA DOS ADULTOS 25 ANOSOU MAIS
G raacute f i co 18 D imensatildeo Educaccedilatildeo Fa to res da Nova Metodo log ia de
caacute lcu lo do IDH
Fon te h t tp hdrundporgendata t rends
Acesso em 2792011
A var iaacuteve l renda 43 apresentou forma i r regu lar ao longo do
per iacuteodo nesse ponto tambeacutem a Regiatildeo Nordeste fo i a que resu ltou
em maior cresc imento apresentou no per iacuteodo anal isado (1991 -
2007) 141 ou 08 ao ano Em sequecircncia a Regiatildeo Centro Oeste
com 105 ou 06 ao ano Su l com 104 ou 06 ao ano Norte
com 69 ou 04 ao ano e Sudeste com 67 ou 04 ao ano A
43
C a b e l e m b r a r q u e a d i m e n s atilde o r e n d a p e r c a p i t a eacute a j u s t a d a p a r a r e f l e t i r ldquo P P P rdquo -
P u r c h a s e P o w e r P a r i t y i n U S D o l l a r s ( p a r i d a d e d e p o d e r d e c o m p r a e m d oacute l a r e s
a m e r i c a n o s )
1 0 1
i r regu lar idade do cresc imento do fator renda pode ser a t r ibuiacuteda agraves
cr ises econocircmicas dos uacute l t imos tempos
A nova metodologia v isa enfat izar metas que contemplem a
melhor ia de qual idade da educaccedilatildeo e pr inc ipa lmente forccedilam os
paiacuteses a garant i r o fu turo de exce lecircncia em educaccedilatildeo
A anaacutel ise dos dados re lat ivos ao IDH no per iacuteodo 2006 e 2007
ind ica a melhor ia genera l izada com reduccedilatildeo gradual e s is temaacutet ica
das desigualdades At r ibu i agrave Educaccedilatildeo o fa tor mais importan te para
o IDH ateacute 2003 exceto na regiatildeo Centro Oeste conclu i que o fator
renda eacute o mais importante para com as d iscrepacircncias do IDH das
vaacuter ias regiotildees
Peso das Dimensotildees no IDH Regional
1991-2003 2004-2007
Regiotildees Educaccedilatildeo Longevidade Renda Educaccedilatildeo Longevidade Renda
() () () () () ()
Norte 668 268 64 551 186 263 Nordeste 606 29 104 45 183 367 Sudeste 515 379 106 502 193 305 Sul 546 271 183 401 198 401 Centro Oeste
565 321 114 356 186 458
Meacutedia 580 306 114 452 189 359
Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l ndash Janei ro de 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1
Acesso em 2992011)
1 0 2
32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMIC O
3 21 Acesso agrave Esco la
O acesso agrave esco la eacute fator pr imord ia l para o desenvolvimento
humano e pr inc ipa lmente para a el iminaccedilatildeo das desigualdades A
chave para a melhor ia educacional comeccedila pelo acesso da
populaccedilatildeo agrave esco la Os ind icadores educacionais b ras i le i ros
mostram o progresso cont inuado ness e campo o que sem duacutevida eacute
um passo decis ivo para reduccedilatildeo das desigualdades que nos
incomodam
O Bras i l obteve cresc imento s ign i f ica t ivo quanto ao acesso agrave
esco la cabe destacar a educaccedilatildeo infant i l Em 2009 a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domiciacute l ios - PNAD IBGE ndash demonstrou que
o grupo de cr ianccedilas de 0 a 5 anos de idade apresentava uma taxa
de esco lar izaccedilatildeo de 381 s ign i f ica t iva melhor ia em re laccedilatildeo a
1999 quando a proporccedilatildeo era de apenas 233
No segmento de 6 a 14 anos pode -se d izer que em meados
da deacutecada de 1990 prat icamente todas as cr ianccedilas bras i le i ras jaacute
estavam f requentando esco la Eacute importante mencionar que fo i
somente a par t i r de 2007 que o segmento populac iona l das cr ianccedilas
1 0 3
de 6 anos fo i incorporado agrave fa ixa de ensino obr igatoacuter ia que ateacute
entatildeo compreendia dos 7 aos 14 anos de idade
Quanto agrave fa ixa e taacuter ia de adolescentes de 15 a 17 anos
notamos s i tuaccedilatildeo menos favoraacuteve l em 2009 a taxa a lcanccedilou 852
daquele cont ingente Podemos conclu i r que infe l izmente a
esco lar izaccedilatildeo dos adolescentes dessa fa ixa e taacuter ia carece de
un iversa l izaccedilatildeo destaca -se que houve melhor ia em relaccedilatildeo a 1999
contudo pequena A Regiatildeo Nordeste em 2009 apresenta def ic iecircnc ia
s ign i f icat iva dos adolescentes ness a fa ixa e taacuter ia somente 392
estava no niacuteve l meacutedio bem abaixo dos 421 a lcanccedilados pe lo s da
Regiatildeo Sudeste em 1999 Isso pode ser exp l icado pe las pressotildees
soc ioeconocircmicas endecircmicas na Regiatildeo Nordeste fatores que mui to
afetam e a t rasam o desenvolvimento educacional
A tabe la 7 ind ica que haacute um enorme passo a ser dado apesar
do exce lente cresc imento conseguido na taxa de esco lar izaccedilatildeo de
adolescentes de 15 a 17 anos a Regiatildeo Nordeste tem muito espaccedilo
a crescer para posic ionar -se em niacuteve l equ iva lente agrave Regiatildeo
Sudeste O quadro abaixo nos d iz que haacute corre laccedilatildeo s ign i f icat iva
ent re s i tuaccedilatildeo soc ioeconocircmica no caso a Regiatildeo Sul e condiccedilatildeo
educacional Por tanto ta lvez sem progresso soc ioeconocircmico os
ind icadores de educaccedilatildeo estaratildeo compromet idos porque
infe l izmente a educaccedilatildeo natildeo estaacute ent re as pr ior idades por questatildeo
cu l tura l ou mais prec isamente de sobrevivecircncia
1 0 4
Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida Fa ixa Etaacuter ia 15 ndash 17 anos44
Grandes Regiotildees - 19992009
1999 2004 2009 Var
NORTE
244 276 391 602
NORDESTE 167 279 392 1347
SUDESTE 421 579 605 437
SUL
446 534 574 287
CENTRO-OESTE 327 449 547 673
BRASIL
327 442 509 557
Tabela 7 Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida por Regiatildeo
Fonte IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacute l ios
19992009 SINTESE DOS INDICADORES SOCIAIS -2010- IBGE
Acesso em 141111
3 22 Desigualdade ent re Regiotildees
Conforme jaacute fo i abordada no in iacutec io des se t raba lho o Iacutend ice
de Gin i desenvolvido por Corrado Gin i estat iacutes t ico i ta l iano eacute
u t i l izado para medir o grau de desigualdade N as def in iccedilotildees do
IBGE consta ldquoserve para medir a concentraccedilatildeo de uma d is t r ibu iccedilatildeo
mede o grau de desigualdade existente ent re ind iviacuteduos segundo
44
A t a x a d e e s c o l a r i z a ccedil atilde o l iacute q u i d a i n d i c a a p r o p o r ccedil atilde o d a p o p u l a ccedil atilde o e m
d e t e r m i n a d a f a i x a e t aacute r i a q u e s e e n c o n t r a f r e q u e n t a n d o e s c o l a n o n iacute v e l a d e q u a d o
agrave s u a i d a d e
1 0 5
diversos fa tores (qua l idade de vida educaccedilatildeo por exem plo) e
dent re e les o rendimentordquo 45
Tendecircncia do Iacutend ice de Gin i por Regiatildeo
Graacutef ico 19 Iacutend ice Gin i por Regiatildeo ndash Tendecircncias
Fonte IBGE ndash Seacuteries Esta t iacutes t icas
Obs ndash Vide va lores numeacuter icos na tabe la 8 a seguir
45
N o c aacute l c u l o d o s iacute n d i c e s d e G i n i d a s d i s t r i b u i ccedil otilde e s d e r e n d im e n t o f o r a m
l e v a d o s e m c o n t a o n uacute m e r o d e p e s s o a s d a a m o s t r a d a p e s q u i s a n a c i o n a l d e
d o m ic iacute l i o s ( P N A D ) e o r e n d im e n t o d a p e s s o a
O v a l o r d o iacute n d i c e v a r i a d e 0 a 1
0 = q u a n d o n atilde o h aacute d e s i g u a ld a d e a r e n d a d e t o d o s o s i n d i v iacute d u o s t e m o
m e s m o v a l o r
1 = q u a n d o a d e s i g u a l d a d e eacute m aacute x im a a p e n a s u m i n d i v iacute d u o d e t eacute m t o d a a
r e n d a d a s o c i e d a d e e a r e n d a d e t o d o s o s o u t r o s i n d i v iacute d u o s eacute n u l a
( h t t p s e r i e s e s t a t i s t i c a s i b g e g o v b r s e r i e s a s p x vc o d ig o = F D T 8 1 0 amps v = 1 8 amp t =
i n d i c e - d e - g i n i - p e s s o a s - d e - 1 0 - a n o s - o u - m a i s - d e - i d a d e - c o m - r e n d im e n t o -
m e n s a l ) Ac e s s a d o e m 0 4 1 0 2 0 1 1
1 0 6
A tendecircncia de reduccedilatildeo das desigu aldades de renda eacute
favoraacuteve l para todas as regiotildees com exceccedilatildeo da Regiatildeo Centro -
Oeste que apresentava s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l a teacute 2006 quando
rever teu a tendecircncia para uma maior concentraccedilatildeo de renda A
Regiatildeo Nordeste tambeacutem apresenta def lexatildeo em 2005 vindo a
re tomar a tendecircncia favoraacuteve l agrave desconcentraccedilatildeo de renda a part i r
de 2006 Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de desconcentraccedilatildeo de
renda segue favoraacuteve l no per iacuteodo apresentando reduccedilatildeo de 09 ao
ano
Apesar da melhor ia s ign i f ica t iva que se apresenta pe la
tendecircncia de reduccedilatildeo de desigualdade ind icado pe lo iacutend ice de Gin i
o Bras i l a inda estaacute longe da exce lecircncia atua lmente o iacutend ice de Gini
da Noruega o pr imeiro co locado no rank ing de IDH eacute 0255 (ano
2000) 46
46
I l u s t r a n d o n o r i t m o d e c r e s c i m e n t o a n u a l d o iacute n d i c e d e G i n i d o p e r iacute o d o 1 9 9 8 -
2 0 0 8 a t i n g i r a e x c e l ecirc n c i a p a r a o B r a s i l n o c a s o o iacute n d i c e d a N o r u e g a p o d e
s i g n i f i c a r 8 0 a n o s ( 0 5 3 1 ( 1 - 0 0 0 9 ) ^ 8 0 = 0 2 5 7 )
1 0 7
IacuteNDICE DE GINI POR REGIAtildeO (1998-2008) (1)
Regiatildeo 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Norte urbana 0569 0553 0543 0551 0534 0527 0512 0513 0504 0502 Nordeste 0581 0575 0566 0576 0570 0571 0551 0557 0540 0539 Sudeste 0561 0551 0554 0552 0543 0533 0534 0529 0510 0507 Sul 0558 0559 0543 0536 0535 0530 0519 0510 0505 0498 Centro-Oeste 0600 0591 0585 0591 0569 0571 0564 0558 0564 0567 Brasil 0584 0576 0572 0573 0566 0559 0552 0548 0535 0531 Tabela 8 Iacutendice Gini por Regiatildeo ndash Valores acima suportam o graacutefico 20
Fonte IBGE - Seacuteries Estatiacutesticas httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=FDT810ampsv=18ampt=indice-de-
gini-pessoas-de-10-anos-ou-mais-de-idade-com-rendimento-mensal Acesso em 141111
[1] Dados para o ano 2000 natildeo satildeo disponiacuteveis
323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho
Um dos fatores mais importantes que ind icam a melhor ia
soc ioeconocircmica de uma regiatildeo eacute sem sombra de duacutevida a oferta de
empregos formais Formal idades no emprego provecircm aos
t raba lhadores menor vu lnerab i l idade agrave s i tuaccedilatildeo de penuacuter ia porque
asseguram d i re i tos de c idadatildeo A informal idade assola o Bras i l e eacute
constantemente assunto de debates po l iacute t icos t rata -se de uma das
demandas soc ia is mais importantes da atua l idade brasi le i ra O IBGE
contro la o desenvolvimento dessa vu lnerab i l idade a boa not iacutec ia eacute
que estaacute havendo progresso ness e quesi to o nuacutemero de
1 0 8
empregados com car te i ra ass inada vem aumentando
consis tentemente No per iacuteodo 2001-2009 a Regiatildeo Norte fo i a que
maior cresc imento apresentou 86 seguida da Centro -Oeste com
58 Nordeste com 53 Sudeste com 40 e Sul com 37 Em
meacutedia o cresc imento anual de empregados com t raba lho formal no
Bras i l c resceu agrave taxa de 47 no per iacuteodo de 2001 -2009 e 4 8 no
per iacuteodo 2004-2009 per iacuteodo este de vigecircncia do Programa Bolsa
Famiacutel ia Ressal ta -se que a Regiatildeo Nordeste ent re 2004-2009 fo i a
maior em cresc imento anual apresentou 63 Ess es dados
cont r ibuem para desfazer o mi to de que o t raba lhador tende a
recusar regis t ro formal em car te i ra de t raba lho a f im de engajar -se
no Programa Bolsa Famiacutel ia
EMPREGADOS COM CARTEIRA ASSINADA NO BRASIL
CRESCIMENTO ANUAL
Regiatildeo
2001 2004 2009 2001-2009 2004-2009
() ()
Norte
826 1144 1537 81 61
Nordeste
3443 3886 5280 55 63
Sudeste
12359 13839 17365 43 46
Sul
4241 4922 5816 4 34
Centro-Oeste 1494 1768 2367 59 6
Brasil
22363 25558 32364 47 48
Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada
FONTE IBGE Seacuteries Estatiacutesticas
Seacuterie PD352 - Empregados com carteira de trabalho assinada total e por sexo Acesso em 09102011
1 0 9
O aumento de populaccedilatildeo economicamente a t iva tambeacutem pode
nos fornecer ind icaccedilotildees do desenvolvimento soc ioeconocircmico Os
levantamentos fe i tos pe lo IBGE considera m como populaccedilatildeo
economicamente a t iva pessoas que se encontram ocupadas e
desocupadas sob c i rcunstacircncias especiacutef icas Sendo as ocupadas as
que na semana em que fo i fe i ta a pesqu isa t inham traba lho mesmo
quando estavam de l icenccedila feacuter ias ou greve e as que estavam
desocupadas aquelas que tomaram a lguma providecircncia efet iva na
procura de t raba lho (def in iccedilotildees do IBGE)
Como podemos ver i f icar nos dados da tabe la a seguir a
populaccedilatildeo economicamente at iva cresceu de forma regular em todas
as Regiotildees
Um dos pontos de at raccedilatildeo de invest idores para o nosso paiacutes
t rata-se do fator chamado ldquobocircnus demograacutef icordquo esse fenocircmeno eacute
def in ido ou apresenta -se quando haacute um determinado per iacuteodo na
h is toacuter ia da naccedilatildeo onde a populaccedilatildeo economicamente a t iva supera agrave
de dependentes no caso de idosos e cr ianccedilas t rata -se de uma
posiccedilatildeo favoraacutevel ao desenvolvimento econocircmic o O chamado
ldquobocircnus demograacutef icordquo ao que tudo ind ica teve seu in iacutec io em 2004
quando a populaccedilatildeo economicamente at iva a t ingiu 51 da
populaccedilatildeo tota l
O demoacutegrafo Joseacute Eustaacutequio Din iz Alves professor da Escola
Nacional de Ciecircncias Estat iacutes t ica do IBGE anal i sta e pesquisado r do
1 1 0
assunto ldquobocircnus demograacutef ico rdquo ind ica que o Bras i l passa por um
momento uacuten ico neste in iacutec io do seacutecu lo XXI Af i rma que esta jane la da
h is toacuter ia t raz uma condiccedilatildeo propiacutec ia para o desenvolvimento
soc ioeconocircmico Defende que a combinaccedilatildeo ent re uma est rutura
demograacutef ica e uma est ru tura soc ia l que levam a uma proporccedilatildeo de
populaccedilatildeo em idade em que o re torno soc ioeconocircmico eacute maior 47 A
tabe la 10 a seguir com dados se lec ionados das seacuter ies esta t iacutes t icas
do IBGE atesta o cresc imento da Populaccedilatildeo Econo micamente At iva
por regiatildeo
47 B ocirc n u s d e m o g r aacute f i c o c r e s c i m e n t o e c o n ocirc m i c o e r e d u ccedil atilde o d a p o b r e z a n o B r a s i l
J o s eacute E u s t aacute q u i o D i n i z A l v e s - h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e
A P A R T E - I n c l u s atilde o S o c i a l e m D e b a t e
h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e p d f s b o n u s _ e c o n o m i a _ e _ p o b r e z a p d f
1 1 1
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA POR REGIAtildeO
Regiatildeo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
(000) (000) (000) (000) (000) (000) (000)
Norte 4918 6861 7073 7073 7145 7340 7536 Nordeste 24213 24911 25822 25880 26093 26546 26735 Sudeste 38666 39282 40863 41623 41860 42712 43452 Sul 14607 14893 15043 15290 15489 15437 15744 Centro-Oeste 6395 6712 6946 7007 7286 7466 7643
Brasil 88774 92660 95748 96874 97872 99500 101110
Tabe la 10 Popu laccedilatildeo Economicamente A t i va por Regiatildeo
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD292amps
v=19ampt=grupos -de- idade
Acesso em 13 11 11
Segundo Din iz A lves (2010) ent re 2003 e 2004 a renda per
cap ita pouco cresceu e a pobreza apresentou a lguma reduccedilatildeo mas
as condiccedilotildees demograacutef icas econocircmicas e soc ia is entraram em um
c i rcu lo v i r tuoso a part i r daiacute Houve po l iacute t icas puacutebl icas saudaacuteveis ou
favoraacuteve is po is a economia bras i le i ra most rou-se imune agraves cr ises
in ternacionais que asso lavam o pr imeiro mundo Poliacute t icas puacutebl icas
de recuperaccedilatildeo do sa laacuter io miacuten imo e incremento de programas
soc ia is em part icu lar Programa Bolsa Famiacutel ia impuls ionaram a
economia Houve incremento do t raba lho formal reduccedilatildeo das taxas
de desemprego e informal idade
Coloca Din iz A lves (2010) a ent rada maciccedila da mulher no
mercado de t rabalho como pr imord ia l para a reduccedilatildeo da pobreza
nesse ponto haacute que enfat izar o cresc imento da demanda de matildeo de
obra face ao impulso favoraacuteve l do cresc imento econocircmico
1 1 2
A tabela 11 a seguir conf i rma as af i rmaccedilotildees de Din iz A lves
em seu texto sobre o tema ent re 2001 e 2009 houve um incremento
de 171 mi lhotildees de pessoas na parce la da populaccedilatildeo denominada
ldquoeconomicamente a t ivardquo sendo 92 milhotildees de mulheres e 7 9
mi lhotildees de homens
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA
2001 2009 ACREacuteSCIMO
(000) (000)
HOMENS 48844 56710 7866
MULHERES 35174 44401 9227
TOTAL 84018 101111 17093
Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingresso 2001 a 2009
Fonte IBGE Seacuterie PD292 - Grupos de idade httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 121111
Segundo o ar t igo a ent rada da mulher com maior in tens idade
no mercado fo i importante para a reduccedilatildeo da pobreza e que a
reduccedilatildeo da informal idade para ambos os sexos produzi ram os
maiores ganhos apoacutes 2004 O graacutef ico 21 demonst ra o cresc imento
de empregados formais podemos notar def lexatildeo no ano de 2004
1 1 3
EMPREGADOS CARTEIRA ASSINADA
(MILHARES DE PESSOAS)
14608 14975 1542716535
17282 1786819105
20428 20609
7756 8160 84929023 9593 10173
10663 11454 11756
0
5000
10000
15000
20000
25000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
HOMENS
MULHERES
Graacutef ico 20 Empregados com Carte i ra Ass inada
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD352ampsv=
18ampt=empregados-com-carte i ra -de- traba lho-ass inada-to ta l -e-por-sex
Acesso em 10102011
A ent rada consistente da mulher no mercado de t raba lho
pr inc ipa lmente aquelas que possuem melhores n iacuteve is educacionais
soacute fo i possiacuteve l porque houve importante reduccedilatildeo nas taxas de
fecundidade Com a reduccedilatildeo do nuacutemero de f i lhos aumentam as
oportun idades para as mulheres invest i rem de forma ef ic iente em
sua proacutepr ia educaccedilatildeo e carre i ra O resu l tado eacute posi t ivo com
1 1 4
melhores sa laacuter ios e rend imentos que remunerem e incent ivem o
desenvolvimento de cap ita l humano 48
Na tabe la 12 a seguir podemos visua l izar a queda da taxa de
fecundidade no Bras i l a maior queda ocorreu na Regiatildeo Nordeste
aproximando-se das taxas das regiotildees mais desenvolvidas Isso
a testa a melhor ia da qual idade de vida e a tendecircncia fortu i ta na
reduccedilatildeo da desigualdade
TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL
TAXA DE FECUNDIDADE REDUCcedilAtildeO MEacuteDIA ANUAL
REGIAtildeO 2001 2009 2001-2009
()
NORTE 32 25 -30
NORDESTE 27 20 -34
SUDESTE 21 18 -23
SUL 22 19 -17 CENTRO-OESTE 23 19 -22
BRASIL 24 19 -26
Tabela 12 Taxa de Fecundidade Total FONTE IBGE
Seacuterie POP264 - Taxa de fecundidade total Acesso em 15112011
48
C a p i t a l H u m a n o j aacute a b o r d a d o n a p a r t e i n i c i a l d e s t e t r a b a l h o b a s i c a m e n t e
s i g n i f i c a o c a p i t a l a d q u i r i d o p e l a s p e s s o a s a t r a v eacute s d e i n v e s t i m e n t o s e m s i
p r oacute p r i a s
1 1 5
Famiacutel ias pequenas onde o casa l pode dedicar -se ao t raba lho
remunerado satildeo menos vu lneraacuteve is a prob lemas soc ia is a
par t ic ipaccedilatildeo da mulher no mercad o de t raba lho faz crescer a
economia e reduz a pobreza t rata -se de um s ina l cr is ta l ino de
melhor ia soc ioeconocircmica
Um exerciacutec io ca lcu lando a razatildeo ent re os dados de Populaccedilatildeo
Economicamente At iva e a Populaccedilatildeo afer ida pe lo Censo de 2010
ind ica que o bocircnus demograacutef ico eacute favoraacuteve l em todas as regiotildees
com exceccedilatildeo da Regiatildeo Norte que se encontra em 49 muito perto
de par t ic ipar do processo O ldquobocircnus demograacutef icordquo natildeo eacute o uacuten ico
fa tor determinante para o desenvolvimento soc ioeconocircmico
contudo sendo favoraacuteve l eacute como jaacute fo i co locado exce lente fator de
a t raccedilatildeo de invest imentos cabe ao Bras i l tomar prove i to desta
oportun idade como o f izeram paiacuteses ho je posic ionados como
parad igmas do desenvolvimento humano
1 1 6
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVAPO PULACcedilAtildeO TOTAL
(EM MILHARES DE PESSOAS)
POPULACcedilAtildeO
CENSO ECONOMICAMENTE ATIVA EM 2009
REGIAtildeO 2010 2009 POP TOTAL
NORTE 15485 7536 49
NORDESTE 51871 26735 52
SUDESTE 77657 43452 56
SUL 27022 15744 58
CENTRO-OESTE
13677 7643 56
BRASIL 185713 101110 54
Tabela 13 Populaccedil Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total
FONTE Dados do Censo 2010 publicados no Diaacuterio
Oficial da Uniatildeo do dia 04112010 Recenciamento feito ateacute 31 de outubro de 2010
Populaccedilatildeo Economicamente Ativa - IBGE
httpwwwcenso2010ibgegovbrdados_divulgadosindexphpuf=35
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 10102011
1 1 7
3 3 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO
Atua lmente eacute voz corrente que o Bras i l natildeo investe o
montante adequado na Educaccedilatildeo encontramos este t ipo de
comentaacuter io em jorna is programas de raacuted io exis tem extensas
reportagens sobre o assunto Haacute colocaccedilotildees e af i rmaccedilotildees dos mais
d iversos t ipos sempre com fundamentaccedilotildees empiacuter icas e
quest ionaacuteveis provavelmente o que leva a essas cr iacute t icas e anse ios
eacute a rea l idade dos ind icadores que demonstram a enorme d istacircnc ia
da exce lecircncia
Os graacutef icos 22 e 23 a seguir i lust ram os invest imentos
puacutebl icos em Educaccedilatildeo em termos de porcentagem do PIB houve
uma queda apoacutes 2003 com estagnaccedilatildeo no per iacuteodo 2003 -2005
re tomando cresc imento apoacutes 2006
1 1 8
Graacutef ico 21 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo - do PIB
Fonte IDB Inep
porta l inepgovbr estat is t icas -gastoseducacao-
ind icadores_f inancei ros -p t i _n ive l_ensinohtm
Acesso em 14102011
O montante de invest imentos puacutebl icos em educaccedilatildeo apres enta
ace leraccedilatildeo a part i r de 2004 sa indo de um patamar de R$ 107
b i lhotildees em 2004 at ingindo R$ 141 b i lhotildees em 2007 (a preccedilos de
2010) Essa tendecircncia nos ind ica a adoccedilatildeo de uma po l iacute t ica mais
consis tente em favor da melhor ia qual i ta t iva do processo
educacional
1 1 9
1071 1039 1065 1045 1075 1125 1266
1414
-
500
1000
1500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
INVESTIMENTOS PUacuteBLICOS EM EDUCACcedilAtildeO VALORES EM BILHOtildeES DE REAIS CONSTANTES
(2010)
Graacutef ico 22 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fontes
INEP httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-despesas_public a_paridadehtm Def lator u t i l izado L Seacute r ie SCN54 - Def lator do Produto In terno
Bruto
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
1 2 0
Graacutef ico 22A Invest imento Puacutebl ico Por A luno Est imado em
Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fonte INEP
h t tp po r ta l i nep ovb r es ta t i s t icas -gas toseducacao -despesas
pub l icas -p a par idade h tm
Acesso 142 2012
Em pronunciamentos agrave imprensa em f ins de setembro e in iacutec io
de outubro de 2011 o min is t ro Paulo Haddad ve io a se posic ionar
que o Bras i l p rec isa invest i r mais em educaccedilatildeo O proacutepr io min is t ro
admi te que a educaccedilatildeo bras i le i ra possua qual idade quest ionaacutevel
em 30 de setembro de 2011 conforme not ic iaacuter io 49 quando
par t ic ipava do 3ordm Exame Forum em debate que par t ic ipou em
companhia de Gustavo Ioschpe (economista e a r t icu l is ta de revista
49
R e v i s t a V e j a 3 0 9 2 0 1 1 ndash 1 4 3 9 h o r a s ndash J o r n a l i s t a N a t h a l i a G o u l a r t
1 2 1
Veja) Mar ia Helena Guimaratildees (Membro do Conselho Estadual de
Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo e da Academia Bras i le i ra de Educaccedilatildeo) e
Marce lo Odebrecht (empresaacuter io e pres idente da Odebrecht )
c lass i f icou o n iacuteve l atua l da educaccedilatildeo bras i le i ra com o ldquoregu larrdquo A
co locaccedilatildeo do min is t ro se apoia no fa to de que o Brasi l melhorou de
posiccedilatildeo na aval iaccedilatildeo internacional coordenada pe lo OCDE
(Organisat ion for Economic Co -operat ion and Development )
Na ocasiatildeo o min is t ro fo i contestado por Gustavo Ioschpe de
que o nosso paiacutes estava ent re os uacute l t imos co locados o prat icamente
condic iona agrave impossib i l idade de p iorar Cr i t ica af i rmaccedilotildees de que o
Bras i l p rec isa aumentar gastos com educaccedilatildeo a lega que o Bras i l
aumentou de forma ext raord inaacuter ia esses d ispecircndios sem t razer
cont rapart ida em termos de qual idade O economista Gustavo
Ioschpe natildeo de ixa de marcar um ponto os d ispecircndios puacutebl icos em
educaccedilatildeo aumentaram em termos re a is ent re 2003-2009 em 55
Natildeo temos como confer i r esses dados contudo se f izermos uma
ext rapolaccedilatildeo com os dados do graacutef ico 22 a af i rmaccedilatildeo parece
correta
Em out ra ocasiatildeo em 10 de outubro de 2011 o Min is t ro
Fernando Haddad em palest ra na Escola de Admin ist raccedilatildeo Puacutebl ica e
de Empresas da Fundaccedilatildeo Getuacute l io Vargas af i rmou que os recursos a
invest i r em educaccedilatildeo em 2011 representaratildeo 7 e 10 do PIB 50
50
R e v i s t a V e j a 1 0 1 0 2 0 1 1 ndash 1 8 5 4 ndash C a d e r n o E d u c a ccedil atilde o
1 2 2
Segundo o min is t ro a meacutedia invest ida pe los paiacuteses de OCDE eacute de
5 mas ressa lta que o PIB dos paiacuteses membros eacute de maior
montante e a d iacutev ida educacional eacute menor Ness e mesmo
pronunciamento o min ist ro s ina l iza planos de melhor ia de qual idade
defendeu a reforma educacional do ensino meacutedio com proposta
pr ior i taacuter ia para per iacuteodo in tegra l Menciona que o p lano prevecirc que as
au las se jam d iv id idas em dois turnos sendo que o pr imeir o deveraacute
ser ded icado agraves mateacuter ias baacutesicas e o segundo a formaccedilatildeo cu l tura l e
ens ino d ig i ta l
O quest ionamento do montante de invest imento no setor de
educaccedilatildeo eacute assunto recorrente m ui tos recomendam aumentar os
va lores invest idos mas poucos buscam a ra iz do prob lema os
pontos abordados nesse t raba lho sugerem a ocorrecircncia de
prob lemas de gestatildeo no setor de educaccedilatildeo a pergunta que f ica eacute
ldquoQuando esse prob lema de gestatildeo seraacute mapeado e reconhecidordquo
O exerciacutec io a seguir fo i e laborado para visua l izar o monta nte
que anualmente eacute in jetado no s istema ed ucacional bras i le i ro A
tabe la 14 nos ind ica os va lores invest idos pe lo setor puacuteb l ico mais os
gastos das famiacutel ias com educaccedilatildeo Cabe enfat izar que os va lores
invest idos pe las famiacutel ias natildeo inc luem o ldquocusto de oportunidaderdquo que
as estas de ixaram de obter por ap l icar na educaccedilatildeo tampouco o
custo f inancei ro associado a esses invest imentos que
1 2 3
part icu larmente no Bras i l satildeo ext remamente e levados Portanto o
va lor invest ido em educaccedilatildeo em termos rea is estaacute subest imado
GASTOS PUacuteBLICOS E GASTOS DAS FAMIacuteLIAS EM EDUCACcedilAtildeO
PESQUISAS DE ORCcedilAMENTOS
POF 20022003 POF 20082009
Estimativa de Gastos Familiares
N⁰ de Famiacutelias
48534638 57816604
de Gastos das Famiacutelias
410 300
Despesa Total Familiar
177803 262631
Gastos familiares c Educaccedilatildeo
Mensal
7290 7879
Anual
87479 94547
Montante de Gastos Familiares em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 425 547 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 677 563 a)
Gastos Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 665 1235 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1055 1414 a)
Somatoacuteria de Gastos Familiares e Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 1090
1782
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1732 1977
a) Reflete 2007 uacuteltimo montante publicado pelo INEP em abril de 2011
Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos das Famiacutelias em Educaccedilatildeo
Fonte INEPIBGE
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocondicaodevidapof2008_2009POFpublicacaopdf
httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-indicadores_financeiros-ptiniacutevel_ensinohtm
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
Acesso em 14102011
1 2 4
Como podemos visua l izar no exerciacutec io demonstrado na
tabe la 14 o d ispecircndio tota l em educaccedilatildeo considerando o s
invest imentos puacutebl icos e os gastos das famiacutel ia s tota l iza um
montante est imado em 1977 b i lhotildees de rea is (2007 a preccedilos de
2010) considerando o PIB bras i le i ro de 3 046 b i lhotildees de rea is
(2007 a preccedilos de 2010) o d ispecircndio tota l s ign i f ica 65 do PIB dos
quais 4 7 foram ofertados pe lo Estado e 18 bancados pe las
famiacutel ias
Outro fa to que se constata no exerciacutec io ac ima eacute a reduccedilatildeo do
va lor gasto pe las famiacutel ias em educaccedilatildeo de 4 1 para 3 dos
gastos fami l ia res isso pode ser resu l tado da ma ior oferta de
educaccedilatildeo prat icada pe lo Estado
3 4 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011-2020 RESUMO E
DESTAQUES
1 2 5
O pro je to de le i para o PNE 51 2011-2020 fo i enviado pelo MEC
ao Congresso Nacional em 15 de outubro de 2010 e encontra -se em
t rami taccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Federa is O pro je to de le i
estabelece dez di re t r izes com vis ta ao cumpr imento das normas
const i tuc iona is per t inentes agrave educaccedilatildeo conforme os toacutep icos abaixo
I - errad icaccedilatildeo do analfabet ismo
I I - un iversa l izaccedilatildeo do atendimento
esco lar
I I I -superaccedilatildeo das desigualdades
educacionais
IV- melhor ia da qual idade do ensino
V - formaccedilatildeo para o t raba lho
VI - promoccedilatildeo da sustentab i l idade
soc ioambienta l
VI I - promoccedilatildeo humaniacutest ica c ient iacute f ica e
tecnoloacutegica do Paiacutes
VI I I - estabelec imento de meta de
ap l icaccedilatildeo de recursos puacutebl icos em
educaccedilatildeo como o produto in terno bruto
51P l a n o N a c i o n a l d e E d u c a ccedil atilde o -
h t t p p o r t a l m e c g o v b r i n d e x p h p o p t i o n = c o m _ c o n t e n t amp v i e w = a r t i c l e amp i d = 1 6 4 7 8 amp I t e
m i d = 1 1 0 7 t o p _ b a r r a A c e s s o e m 2 5 1 0 2 0 1 1 )
1 2 6
IX- va lor izaccedilatildeo dos prof iss iona is da
educaccedilatildeo
X- d i fusatildeo dos pr inciacutep ios da equidade do
respei to agrave d ivers idade e a gestatildeo
democraacutet ica da educaccedilatildeo
O pro je to de le i tambeacutem conteacutem um anexo com vin te metas
com as respect ivas est ra teacutegias para o cumpr imento das d i ret r izes O
Art igo 3ordm do Proje to de Le i def ine que as metas e est rateacutegias
deveratildeo ser cumpridas no prazo de vigecircncia do PNE (2011 -2020)
No Art igo 6ordm estaacute estabelec ido que a cr iaccedilatildeo do ldquoFo rum
Nacional de Educaccedilatildeordquo deveraacute ar t icu lar e coordenar ldquoConferecircncias
Nacionais de Educaccedilatildeordquo
Os pontos inc lu iacutedos no PNE (2011 -2020) procuram atender
uma das mais importantes demandas para o setor da educaccedilatildeo a
melhor ia da qual idade da educaccedilatildeo nesse pon to o pro je to de le i
contempla muitas metas d i rec ionadas agrave melhor ia de qual idade do
ensino bem como estabelece est rateacutegias para at ingi - las
Ta lvez neste momento em que o PNE estaacute em processo de
aprovaccedilatildeo no Congresso Nacional natildeo parece importante uma
anaacutel ise mais profunda contudo va le a se leccedilatildeo de a lguns pontos
importantes que estatildeo contemplados nas metas do pro je to de le i
conforme segue
1 2 7
A terce i ra meta prevecirc a un iversa l izaccedilatildeo do acesso agrave rede
mundia l de computadores via banda larga de a l ta ve locidade
A sexta meta prevecirc a oferta de educaccedilatildeo com tempo in tegral
em 50 das esco las puacutebl icas de educaccedilatildeo baacutesica
A seacutet ima meta estabelece as meacutedias nacionais para o IDEB 52
esta meta se apresenta t iacutemida e eacute em gera l cr i t icada pe los anal istas
e formadores de op in iatildeo Seguem as metas inc lu iacutedas no pro je to de
le i
2
2011
2
2013
2
2015
2
2017
2
2019
2
2021
Anos in ic ia is do ensino
fundamenta l
4 6
4 9
5 2
5 5
5 7
6 0
Anos f ina is do ensino
fundamenta l
3 9
4 4
4 7
5 0
5 2
5 5
Ensino meacutedio
3 7
3 9
4 3
4 7
5 0
5 2
Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB
Fonte Pro jeto de Le i PNE 20112020
A seacutet ima meta do pro jeto de le i tambeacute m estabelece pro jeccedilotildees
para meacutedia de resu l tados em matemaacutet ica le i tura e c iecircnc ias obt idos
52
Iacute n d i c e d e D e s e n v o l v im e n t o d a E d u c a ccedil atilde o B aacute s i c a
1 2 8
nas provas do Programa Internacional de Aval iaccedilatildeo do ensino ndash
PISA ndash a f im de cont ro lar progresso de ava l iaccedilatildeo do INEP e
ava l iaccedilotildees in ternacionalmente reconhecidas A s pro jeccedilotildees conforme
cont idas no pro jeto de le i seguem abaixo
Meacutedia pro jetada para as provas PISA
PISA 2009 2012 2015 2018 2021
Meacutedia (1) 395 417 438 455 473
Tabela 16 Meacutedia Pro jetada para as Provas
PISA
(1) ciecircnciasleituramatemaacutetica
Em 2009 o Bras i l nas esta t iacutes t icas do OCDE (Organisat ion for
Economic Co-operat ion and Development ) se posic iona ent re os
uacute l t imos co locados dos paiacuteses par t ic ipantes as meacutedias publ icadas
por aquela organizaccedilatildeo em 2009 para o pr imeir o co locado foram as
seguintes
Meacutedias a lcanccediladas no exame PISA 2009
PRIMEIRO COLOCADO
BRASIL
Matemaacutet ica 600 316
Le i tura 556 412
Ciecircncias 575 405
Tabela 17 Meacutedia A lcanccedilada no Exame PISA 2009
Fonte OECD
ht tp wwwoecdorgdocument 0 3746en_2649_201185_46462759_1
_1_1_100html Acesso em 31102011
O Bras i l mais uma vez assume at i tude conservadora quando
estabelece metas considerando a meacutedia da ava l iaccedilatildeo PISA
1 2 9
estabelec ida para 2021 em 473 nosso paiacutes sa l tar ia para o 37ordm lugar
isso consistente com as condiccedilotildees atua is is to eacute os demais paiacuteses
ter iam que f icar estagnados o que im provaacutevel
A deacutecima e deacutecima pr imeira meta contemplam a oferta de
educaccedilatildeo prof issiona l izante As es t rateacutegias estabelec idas para
essas metas inc luem ofer ta de f inanciamento estudant i l fomento agrave
modal idade de educaccedilatildeo agrave d is tacircnc ia est iacutemulo a accedilotildees que
aumentem a esco lar idade do t raba lhador etc
A deacutecima seacutet ima meta vem atender uma demanda mui to atua l
po is t rata da va lor izaccedilatildeo do magis teacuter io puacuteb l ico da educaccedilatildeo baacutesica
Estabelece que aqueles prof iss iona is com mais de onze anos de
esco lar idade devem ter rend imento meacutedio dos demais prof iss iona is
com esco lar idade equiva lente Prevecirc a adoccedilatildeo de meios de
acompanhamento a f im de que as correccedilotildees ocorram rot ine i ramente
A deacutecima nona meta estabelece a garant ia mediante le i
especif ica em acircmbi tos federa l estadual e munic ipa l para nomeaccedilatildeo
comiss ionada de d i re tores de esco la v incu lada a cr i teacuter ios teacutecn icos
de meacuter i to e desempenho e agrave par t ic ipaccedilatildeo da comunidade esco lar
Esta meta ta lvez se ja a mais mot ivadora da melhor ia de qual idade
do s is tema de ensino
A vigeacutes ima meta def ine que os invest imentos puacutebl icos em
educaccedilatildeo devem ser ampl iados de forma progress iva a teacute a t ingi r o
patamar miacuten imo de 7 do PIB O aumento dos invest imentos em
1 3 0
educaccedilatildeo eacute re iv ind icaccedilatildeo recorrente contudo o grande en igma eacute a
fa l ta de cr i teacuter ios e estudos e laborados de qual ser ia um montante de
invest imento puacutebl ico em educaccedilatildeo que rea lmente t rouxesse
efet iv idade ao setor O fa to eacute que haacute c lamores dos mais d iversos
pontos da soc iedade no sent ido de aumentar o va lor dos
invest imentos em educaccedilatildeo
1 3 1
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA
REDUZIR A DESIGUALDADE
O Programa Bolsa Famiacutel ia conseguiu de forma s imples
ident i f icar e mapear o opr imido Hoje podemos af i rmar que o
Cadast ro Uacutenico inst i tu iacutedo com o advento do Programa Bolsa Famiacutel ia
poss ib i l i ta a ident i f icaccedilatildeo com nome endereccedilo e condiccedilatildeo soc ia l do
desfavorec ido tornando -se fer ramenta de pr imeira grandeza para a
def in iccedilatildeo de po l i t icas puacutebl icas de igua ldade
Os gastos soc ia is impuls ionam o progresso porque satildeo
d i rec ionados agraves camadas mais pobres que com a l ta p ropensatildeo a
consumir graccedilas ao efe i to mul t ip l icador (descr i to pe lo Economista
Paul Samuelson - 1966) 53 garante a e levaccedilatildeo do PIB e a renda das
famiacutel ias Neste sent ido as famiacutel ias tendem a consumir produtos de
or igem nacional o que impuls iona a economia como um todo Por
out ro lado quanto ao cresc imento do PIB haacute aumento da
arrecadaccedilatildeo proporc ionando ass im re torno substancia l e garant ido
O IPEA est ima que 56 dos valores dos gastos soc ia is
re tornam ao ca ixa do tesouro depois de percorr ido o processo de
mult ip l icaccedilatildeo justamente porque o gasto soc ia l benef ic ia mais a
53
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m i c a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 3 1 4 - -
e d i t o r a A G I R
1 3 2
renda dos pobres e setores meacutedios que pagam mais impostos em
proporccedilatildeo agrave renda 54
O IPEA em seu comunicado 75 de 3 de fevere i ro de 2011
e laborou uma matr iz os mul t ip l icadores decorrentes de aumento de
1 do PIB segundo o t ipo de gasto conclu iu que os gastos dent ro
da aacuterea soc ia l em part icu lar o gasto em educaccedilatildeo tem o maior
mult ip l icador dentre os agregados invest igados Soacute para i lust rar a
s imulaccedilatildeo ind ica que considerando tudo mais como constante R$ 1
invest ido em educaccedilatildeo aumentaraacute R$ 185 no PIB e R$ 167 na
renda das famiacutel ias o Programa Bolsa Famiacutel ia por seu turno resu l ta
para cada R$ 1 invest ido em R$ 144 no PIB e R$ 225 na renda das
famiacutel ias Sem duacutevida considerando o estudo de IPEA Bolsa Famiacutel ia
e Educaccedilatildeo satildeo campeotildees em termos de re torno
A tabe la 18 de e laboraccedilatildeo do IPEA ind ica os efe i tos
mult ip l icadores dos gastosdemanda se lec ionados Como
ver i f icamos recursos ap l icados em Programa Bolsa Famiacutel ia bem
como em Educaccedilatildeo apresentam a l to efe i to mult ip l icador por tando
d ispecircndios soc ia is a leacutem da nobre tarefa de reduzi r a des igualdade
benef ic ia a economia como um todo
54
F o n t e - I P E A G a s t o s c o m a P o l iacute t i c a S o c i a l a l a v a n c a p a r a o c r e s c i m e n t o c o m
d i s t r i b u i ccedil atilde o d e r e n d a ndash C o m u n i c a d o s d o I P E A N o 7 5 3 2 2 0 1 1
h t t p w w w i p e a g o v b r p o r t a l i m a g e s s t o r i e s P D F s c o m u n i c a d o 1 1 0 2 0 3 _ c o m u n i c a d
o i p e a 7 5 p d f A c e s s o e m 1 4 1 1 1 1
1 3 3
Segue matr iz de mult ip l icadores decorrentes de um aumento
de 1 do PIB segundo o t ipo dede gasto inc luiacutedo no estudo
e laborado pe lo IPEA
Multiplicadores Decorrentes de um Aumento de 1 do PIB Segundo o Tipo
de Gasto
Multiplicador
Tipo de GastoDemanda do PIB ()
Renda das
Famiacutelias ()
Demanda Agregada (Investimentos exportaccedilotildees e gastos do governo)
157
117
Educaccedilatildeo e Sauacutede 178
156
Educaccedilatildeo 185
167
Sauacutede 170
144
Investimento no Setor de Construccedilatildeo Civil 154
114
Exportaccedilatildeo de Commodities Agriacutecolas e Extrativas 140
104
Programa Bolsa Famiacutelia 144
225
Benefiacutecio de Prestaccedilatildeo Continuada 138
220
Regime Geral de Previdecircncia Social 123
210
Tabela 18 Multiplicadores 1 de aumento no PIB segundo tipo de gasto
Fonte IPEA httpwwwipeagovbrportalimagesstoriesPDFscomunicado110203_comunicado
ipea75pdf Acesso em 20112011
1 3 4
Os inves t imen tos soc ia i s no B ras i l to rna ram -se impor tan tes
conduto res de c resc imento todo o p rocesso se most ra
re la t i vamen te conso l idado e ap resen ta s ign i f i ca t i va robuste z jaacute
reconhec ida in te rnac iona lment e Os gas tos soc ia i s j aacute natildeo podem
ser cons ide rados como um ocircnus pa ra as f inanccedilas puacuteb l icas do
pa iacutes mas s im fa to r de c resc imento e des envo lv imento rac iona l e
pe rene
4 1 SAIacuteDA DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Hoje o Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez se ja um dos maiores
programas de t ransferecircncia de renda que jaacute e xis t i ram o Min isteacuter io
do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome informa o
a tendimento a 13 mi lhotildees de famiacutel ias A pergunta recorrente com
respei to ao programa eacute ldquoComo sa i r do Programa Bolsa Famiacutel iardquo
Tudo ind ica que o Programa Bolsa Famiacutel ia no longo prazo
tende a desaparecer se o progress ivo desenvolvimento da economia
bras i le i ra cont inuar na rea l idade o cresc imento do programa natildeo
ser ia um bom s inal porque ind icar ia aumento da desigualdade
1 3 5
Em recente reportagem o Jorna l Va lor Econocircmico 55 pub l ica
dados interessantes ana l isa as desis tecircnc ias de famiacutel ias
benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia e ind ica que desde a
cr iaccedilatildeo em 2003 ateacute setembro de 2011 5856 mi lhotildees de fa miacutel ias
saiacuteram do programa e de ixaram de receber as t ransferecircncias de
renda per t inentes
Dentre os mot ivos ident i f icados como just i f icat iva da saiacuteda
cerca de 40 pertencem a famiacutel ias que aumentaram a sua renda per
cap ita e portanto natildeo mais a tendem a reg ras de benef iacutec ios mensal
estabelec idas pe lo Cadast ro Uacutenico 56 Segundo a reportagem a
quant idade de famiacutel ias que t iveram os benef iacutec ios cancelados po r
aumento de renda fo i de 22 mi lhotildees ent re 2003 e 2011 (menciona
MDS como fonte) Obviamente esse aumento de renda das famiacutel ias
anter iormente benef ic iadas natildeo pode ser contab i l izado na sua
tota l idade como resu ltado do Programa Bolsa Famiacutel ia mas ao
con junto de accedilotildees de po l iacute t icas puacutebl icas em part icu lar as de cunho
soc ia l que tem como mola mestre a t ransferecircncia de renda Dentre
as po l iacute t icas impuls ionadoras a reportagem ind ica a va lor izaccedilatildeo do
sa laacuter io miacuten imo pequenos empreendedores que montaram negoacutecios
e o Benef iacutec io de Prestaccedilatildeo Cont inuada da Assis tecircnc ia Socia l que
55
E d i ccedil atilde o 2 8 6 3 ndash 1 7 1 0 2 0 1 1 ndash p o r L u c i a n o M aacute x i m o ndash S atilde o P a u l o
56 Q u e eacute a teacute R $ 7 0 p o r p es so a ou r en d i me n to i n d i v i d u a l me ns a l na f a i xa d e R $ 70 a
R $ 14 0
1 3 6
paga um sa laacuter io miacuten imo para ex - t raba lhadores ru ra is idosos e
def ic ientes
A tabe la 19 a seguir inc lu iacuteda na repo rtagem do jorna l Va lor
Econocircmico e lenca o ro l de mot ivos que os benef ic iaacuter ios foram
desl igados do Programa Bolsa Famiacutel ia
MOTIVOS DE CANCELAMENTO DO BOLSA FAMIacuteLIA
2003-2011
M i lha res
de Famiacute l ias
Aumen to de renda per cap i ta fami l ia r
2227
Venc imento do p razo de cadast ro e
Rev isatildeo cadas t ra l 1222
Descumpr imen to de cond ic iona l idades
117
Cadast ro Benef iacutec io exc lu iacutedo
550
Mu l t ip l i c idade Cadast ra l
85
Ped ido de cance lamento pe lo mun ic iacutep i o
148
Dec isatildeo jud ic ia l
20
Ou t ros
1485
To ta l
5854
Tabela 19 Mot ivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutel ia 20032011
Fonte
Jorna l Va lor Econocircmico - Ediccedilatildeo 2863 de 17102011
O graacutef ico 23 a seguir nos daacute uma boa ind icaccedilatildeo de como o
Programa Bolsa Famiacutel i a evo lu iu desde a implementaccedilatildeo Podemos
1 3 7
notar que haacute um cresc imento exponencia l nos pr imeiros anos e no
per iacuteodo mais recente re la t iva estabi l izaccedilatildeo A inda parece cedo p ara
fazermos um prognoacutest ico provavelmente no fu turo deparare mos
com tendecircncia decrescente de benef ic iados
Graacutef ico 23 Famiacutel ias Benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia
per iacuteodo 2003-2010
Fonte Jorna l Va lor Econocircmico - Ed iccedilatildeo 2863 de 17102011 - MDS
Cadast ro Uacutenico 102011
3615
6571
8942
1122911294
11353 12370 1277813172
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
FAMIacuteLIAS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA (MILHOtildeES)
1 3 8
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Pe lo que fo i ap resen tado nessa d isse r taccedilatildeo conc lu i - se que
a reduccedilatildeo das des igua ldades eacute ingred ien te impu l s ionador
ex t remamente impor tan te para o c resc imento soc ioeconocircmico e a
me lho r ia do bem es ta r do b ras i l e i ro O Programa Bo lsa Famiacute l ia eacute a
p rova v i va de que gas tos soc ia is possuem funccedilatildeo es t ra teacuteg ica
a leacutem de se rem ex t remamente uacute te is para suav iza r os e fe i tos de
c r i ses econocircmicas A rea l idade nos most ra que gas tos soc ia i s
tambeacutem resu l tam em impor tan tes benef iacutec ios soc ioeconocircmicos
O P rograma Bo lsa Famiacute l ia mate r ia l i za a t rans fe recircnc ia de
renda agraves camadas menos favo rec idas de fo rma e f i c ien te e
s i s temaacutet i ca Os con t ro les es tabe lec idos satildeo re la t i vamente s imp les
e pa r t icu la rmente e f i c ien tes u t i l i za a in f raes t ru tu ra adm in is t ra t i va
ex is ten te no caso o apo io teacutecn ico da Ca ixa Econocircmica Fede ra l
com to ta l t ranspa recircnc ia quan to ao des t ino dos recu rsos
Como fo i abordada no cap iacute tu lo 2 nos d ias a tua is a
des igua ldade natildeo in te ressa a n ingueacutem (SCHULZ 2001 ) as
v io laccedilotildees dos d i re i tos dos c idadatildeos bem como o ma l es ta r
resu l tan tes soacute servem agrave p romoccedilatilde o de ins tab i l idade Os ma le f iacutec ios
da des igua ldade re f le tem p r inc ipa lmente na qua l idade da sauacutede e
1 3 9
nos iacutend ices de v io lecircnc ia das popu laccedilotildees v indo por consequecircnc ia
a p romover eno rme drenagem de recursos
Ta lvez o ma io r f a to r de p romoccedilatildeo de des igua ldade
pa r t icu la rmente no B ras i l se ja a concent raccedilatildeo de renda con fo rme
ana l isado no cap iacute tu lo 2 podemos an tec ipa r uma lu ta hercuacute lea
pe la f ren te com o Iacutend ice de Gin i em 0 531 (2008 ) o B ras i l es taacute
em pos iccedilatildeo ex t remamente de l i cada nesse ques i to v is to que a
exce lecircn c ia de t ida pe la No ruega eacute de 0 255 (2000 )
Es taacute ma is do que segu ro que p rogramas de t rans fe recircnc ia de
renda satildeo dec is i vos pa ra a reduccedilatildeo da p ressatildeo exerc ida pe la maacute
d is t r ibu iccedilatildeo de renda O P rograma Bo lsa Famiacute l ia cumpre o pape l
soc ia l de re t i ra r da penuacute r ia ce rca de 13 m i lhotildees de famiacute l ias
caren tes O o rccedilamento Fede ra l con templa o va lo r de 14 b i lhotildees de
rea is 1 3 do to ta l des t inado agrave t rans fe recircnc ia de renda (Graacute f ico 3 )
t ra ta -se esse montan te p rovave lmente de um dos ma io res da
h is toacute r ia j aacute des t inados agrave e l im inaccedil atildeo desse ma l avassa lado r
Os ind icadores que permi tem ava l iar o Programa Bolsa
Famiacutel ia atestam como fo i ana l isado neste t raba lho o cumpr imento
dos ob je t ivos a que se propotildee que eacute garant i r agraves famiacutel ias pobres o
d i re i to agrave a l imentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo e agrave sauacutede c om vantagem
importante para o desenvolvimento humano O Programa pode ser
considerado como ferramenta e l iminadora de desigualdades e fator
favoraacuteve l para o cresc imento O desenho e a proacutepria natureza do
1 4 0
Programa Bolsa Famiacutel ia forccedila automat icamente a a locaccedil atildeo de
recursos agraves aacutereas carentes De que forma Com as normas para
inserccedilatildeo da famiacutel ia no Cadast ro Uacutenico o Programa Bolsa Famiacutel ia
promove progresso e desenvol tura soc ioeconocircmica agravequelas aacutereas
mais necessi tadas s implesmente porque eacute laacute o domiciacute l io das
populaccedilotildees carentes
Ou t ro fa to r impor tan t iacutess imo desve lado po r esse t raba lho
res ide na sus ten tab i l i dade econocircmico - f inance i ra do P rograma
Bo lsa Famiacute l ia os va lo res inves t idos g raccedilas do e fe i to mu l t ip l i cador
p ropo rc ionam re to rnos subs tanc ia is Confo rme demons t ram
es tudos economeacutet r icos e laborados pe lo IPEA gas tos soc ia is
p ropo rc ionam e fe i to mu l t ip l i cado r impor tan t iacutess imo pa ra a
qua l idade de bem es ta r dos b ras i le i ros Neste pormenor
des tacam -se os mu l t ip l i cado res do P rograma Bo lsa Famiacute l i a de
1 44 no P rodu to In te r no B ru to e 2 25 na renda das famiacute l ias o que
o to rna impor tan t iacutess imo p romoto r de r iqueza como pa r te de um
p rocesso conso l idado e reconhec ido in te rnac iona lmente Podemos
a f i rmar que os gas tos soc ia i s natildeo satildeo ma is satildeo ocircnus f inance i ros
mas impu ls ionadores de desenvo lv imento e bem es ta r pe rene
In fe l i zmente o b ras i le i ro ta l vez a inda natildeo se en tus iasme
com o tema educaccedilatildeo es te es taacute c lass i f i cado em seacute t imo luga r nas
p r io r idades puacuteb l i cas (NERI 2008 ) Qua is se r iam as causas des te
t ipo de en foque por par te da popu l accedilatildeo Segundo Ner i uma
1 4 1
pessoa ma is educada possu i ho r i zon tes re la t ivamente bem
de f in idos jaacute o ana l fabe to pode se da r ao luxo quanto ao
desconhec imento sem se sen t i r ma l com isso Ner i de fende que a
educaccedilatildeo ge ra educaccedilatildeo co loca como grande desa f io das
po l iacute t i cas educac iona is desvenda r ao homem comum o va lo r da
educaccedilatildeo
O Programa Bolsa Famiacutel ia com suas condic iona l idades eacute
uma ferramenta em favor da e l iminaccedilatildeo da desigualdade e da busca
da exce lecircncia seus benef ic iaacuter ios out rora c lass i f icados como pobres
e ext remamente pobres estatildeo sendo resgatados Esses
par t ic ipantes do programa agora conseguem oferecer agrave soc iedade a
sauacutede e a permanecircncia de seus f i lhos na esco la a leacutem de tornaram -
se consumidores que fazem gi rar a econom ia em favor do bem estar
perene
Va le destacar que o Programa Bolsa Famiacutel ia devido agrave
condic iona l idade per t inente agrave educaccedilatildeo forccedila po l iacute t icas puacutebl icas em
favor de invest imentos crescentes na aacuterea Este s i tuaccedilatildeo pode ser
evidenciada nos quadros 22 e 22A onde notamos cresc imento dos
va lores invest idos os quais ace leraram de forma importante a part i r
de 2004 poss ive lmente a f im de cumpr i r ob je t ivos do novo
programa
Apesar da mediacuteocre co locaccedilatildeo do Bras i l nos rank ings de
desenvolvimento humano natildeo podemos negar o progresso que se
1 4 2
aviz inha e a potencia l idade do paiacutes em termos de desenvolvimento
sustentaacuteve l Fatos posi t ivos cont r ibuem para acred itarmos em um
cresc imento soc ia l de meacutedio prazo Podemos enfat izar as vantagens
proporc ionadas pe lo bocircnus demograacutef ico fenocircmeno que ocorre
quando a popu laccedilatildeo economicamente at iva supera agrave dos
dependentes anal isadas no capiacutetu lo 3 dessa d issertaccedilatildeo at ingido
no ano de 2004 A s i tuaccedilatildeo descr i ta como bocircnus demograacutef ico serve
como a lavanca importante e de a t rat ivo de invest imentos porque haacute
mais matildeo de obra d i sponiacuteve l
Outro fator important iacutess imo a considerar eacute a reduccedilatildeo da taxa
de fecundidade que ca iu nos uacute l t imos anos (2001 -2009) de 2 4 para
1 9 f i lhos por mulher Va le observar que neste quesi to o destaque a
Regiatildeo Nordeste que passou para uma condiccedilatildeo de igu a ldade junto
agraves demais regiotildees A grande vantagem nesse sent ido eacute que a
reduccedilatildeo da taxa de fecundidade possib i l i tou a inc lusatildeo def in i t iva da
mulher em especia l aquela detentora de r ico cap ita l cu l tura l no
mercado de t raba lho
Em termos de cap ita l humano tema do capiacutetu lo 2 1 5 o Bras i l
pode comemorar melhor ias quanto agrave esco lar idade meacutedia da
populaccedilatildeo Os ind icadores mostram cresc imento da esco lar idade
meacutedia do bras i le iro de 5 6 anos para 72 anos na uacute l t ima deacutecada
Infe l izmente estamos abaixo da Argent ina (9 3 anos) e mui to aqueacutem
da exce lecircncia no caso a Noruega (126 anos) e Aust raacute l ia (12 anos)
1 4 3
O dado desalentador res ide na expectat iva de esco lar idade meacutedia
para cr ianccedilas em idade de ingresso esco lar no Bras i l aos se is anos
que sof reu queda importante na uacute l t ima deacutecada de 141 anos
ca lcu lados na deacutecada de 198090 para 138 anos Importante
sa l ientar que em termos de expectat iva de esco la r idade nota-se
estagnaccedilatildeo desde 2007 is to nos ind ica que haacute seacuter io prob lema
est rutura l no setor educacional e a lgo prec isa ser fe i to a f im de
melhorar e garant i r esco lar idade ao c idadatildeo bras i le i ro A
poss ib i l idade de aumento da expectat iva de esco lar idade parece ser
fact iacuteve l na rea l idade houve um p ico no ano 2000 quando se chegou
agrave taxa de 145 anos ent re tanto natildeo houve sustentaccedilatildeo e taxa ca iu
a patamares infer iores aos anos 1980-1990 O resu ltado a destacar
estaacute na reduccedilatildeo do analfabet ismo eacute tambeacutem no papel impar de
garant i r a permanecircncia dos a lunos na esco la Atua lmente a taxa de
analfabet ismo estaacute na casa dos 9 1 c om aparente processo
estaacuteve l jaacute haacute alguns anos o que impotildee agrave necessidade de
in terferecircncia draacutest ica a f im de caminhar -se para a completa
e l iminaccedilatildeo desse fator de desigualdade Eacute provaacutevel que as
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia despenhem o papel de
gat i lho para o aumento de invest ime ntos qual i ta t ivos em educaccedilatildeo
O maior desaf io do setor educacional bras i le i ro
provavelmente estaacute em mostrar coerecircncia ent re montantes
invest idos e resu l tados obt idos Considerando o s ign i f ica t ivo
1 4 4
dispecircndio em educaccedilatildeo (v ide tabe la 14) com va lor est imado de 198
b i lhotildees de rea is (governo mai s os gastos das famiacutel ias em 2007 a
preccedilos de 2010) equiva lente a 65 do PIB jaacute eacute tempo para uma
melhor c lass i f icaccedilatildeo nos rank ings de desenvolvimento humano
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute tema acadecircmico embr ionaacuter io a
produccedilatildeo de mater ia l acadecircmico eacute inc ip iente A metodologia
u t i l izada nessa d issertaccedilatildeo consis te bas icamente da exp loraccedilatildeo e
anaacutel ise de ar t igos publ icados em jorna is e revis tas bem como de
apanhados de dados esta t iacutes t ico s de ent idades detentoras de feacute
puacutebl ica Espera -se que no fu turo com a praacutet ica e resu ltados a
produccedilatildeo c ient iacute f ica sed imente os conceitos c ient iacute f icos per t inentes a
esse tema
1 4 5
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1 4 9
MDS http apl icacoesmdsgovbrsagiascomindexphpcut=aHR0cDovL2FwbGljYWNvZXMubWRzLmdvdi5ic i9zYWdpL2FzY29tL2dlcmFyL2luZGV4LnBocA==ampdef=v Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iaf iscal izacaoapuracao -de-denuncias Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iacondicional idadeshistor ico-das-repercussoes-por-descumprimento-de-condicional idades Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iaf iscal izacaoformas -de-f iscal izacao Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iao_programa_bolsa_famil iao-que-e Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrbolsafamil iao_programa_bolsa_famil iabenef icios-e-contrapart idas Acesso em 22062010 MEC http painel mecgovbrpainel phpmodulo=principal detalhamentoIndicadorampacao=Aampdetalhes=paisampindid=442 Acesso em 2662011 ht tp porta l mecgovbr indexphpopt ion=com_contentampview=art ic leampid=16478ampItemid=1107top_barra Acesso em 25102011 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE http porta l saudegovbrporta l apl icacoesnot ic iasdefault cfmpg=dspDetalheNot ic iaampid_area=124ampCO_NOTICIA=10818 Acesso em 2662010 NORUEGA EMBAIXADA REAL DA ht tp wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -Socia l daycare Acesso em 15102010
1 5 0
O ESTADO DE SAtildeO PAULO Jornal Ediccedilatildeo de 16102009 ndash estudo Os Efei tos do Programa Bolsa Famiacutel ia sobre a Economia dos Municiacutep ios Bra si le iros ndash Landim e Menezes ndash (agosto de 2009) Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedito no Brasi l ndash1522011 ht tp economiaestadaocombrnot iciasnot_55110htm Acesso em 1132011 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 Ediccedilatildeo 2863 ndash 17102011 ndash por Luciano Maacuteximo ndash Satildeo Paulo O GLOBO Jornal O Globo-1632010 agraves 1225- ht tp ogloboglobocomeducacaomat20100316 invest imento -em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-socia is-consideram-valor-baixo-916073723asp Acesso 20102011 SCIELO http wwwscie lobrscie lophppid=S1415 -65552009000500005ampscript=sci_art text Acesso em 932011 UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME http hdrundporgenstat ist icshdi Acesso em 2382011 ht tp wwwpnudorgbrpopuppopphpid_pop=97 Acesso em 13102010 ht tp hdrstatsundporgen indicators69606html Acesso 0252011 VALOR ECONOcircMICO Jornal Jornal Valor Econocircmico ndash 1422011 ndash jornal ista Ana Paula Ragazzi ndash ht tp wwwvaloronl inecombr impress of inancas104384094grameen-o-banco-dos-pobres- in ic iara-operacoes-no-brasi l Acesso em 1132011
1 5 1
VEJA Revista 3092011 ndash 14h39min horas ndash Jornal ista Nathal ia Goulart 10102011 ndash 1854 ndash Caderno Educaccedilatildeo WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION http wwwwipo intexport s i teswww ipstatsenstat ist icspatentsxlswipo_pat_appl_by_off ice_origin_tablexls Acesso em 025 2011
1 5 2
Anexo A
LEI No 10835 DE 8 DE JANEIRO DE 2004
Institui a renda baacutesica de cidadania e daacute outras providecircncias
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Eacute instituiacuteda a partir de 2005 a renda baacutesica de cidadania que se constituiraacute no direito de todos
os brasileiros residentes no Paiacutes e estrangeiros residentes haacute pelo menos 5 (cinco) anos no Brasil natildeo importando sua condiccedilatildeo socioeconocircmica receberem anualmente um benefiacutecio monetaacuterio
sect 1o A abrangecircncia mencionada no caput deste artigo deveraacute ser alcanccedilada em etapas a criteacuterio do
Poder Executivo priorizando-se as camadas mais necessitadas da populaccedilatildeo
sect 2o O pagamento do benefiacutecio deveraacute ser de igual valor para todos e suficiente para atender agraves
despesas miacutenimas de cada pessoa com alimentaccedilatildeo educaccedilatildeo e sauacutede considerando para isso o grau de desenvolvimento do Paiacutes e as possibilidades orccedilamentaacuterias
sect 3o O pagamento deste benefiacutecio poderaacute ser feito em parcelas iguais e mensais
sect 4o O benefiacutecio monetaacuterio previsto no caput deste artigo seraacute considerado como renda natildeo-tributaacutevel
para fins de incidecircncia do Imposto sobre a Renda de Pessoas Fiacutesicas
Art 2o Caberaacute ao Poder Executivo definir o valor do benefiacutecio em estrita observacircncia ao disposto nos
arts 16 e 17 da Lei Complementar no 101 de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal
Art 3o O Poder Executivo consignaraacute no Orccedilamento-Geral da Uniatildeo para o exerciacutecio financeiro de
2005 dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria suficiente para implementar a primeira etapa do projeto observado o disposto no art 2
o desta Lei
Art 4o A partir do exerciacutecio financeiro de 2005 os projetos de lei relativos aos planos plurianuais e agraves
diretrizes orccedilamentaacuterias deveratildeo especificar os cancelamentos e as transferecircncias de despesas bem como outras medidas julgadas necessaacuterias agrave execuccedilatildeo do Programa
Art 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 8 de janeiro de 2004 183o da Independecircncia e 116
o da Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DA SILVA Antonio Palocci Filho Nelson Machado Ciro Ferreira Gomes
Este texto natildeo substitui o publicado no DOU de 912004
1 5 3
Anexo B
Investimento em educaccedilatildeo chega a 47 do PIB mas movimentos sociais consideram valor baixo
( h t tp og lobo g lobo com educa cao ma t 2010 03 1 6 in ves t imen to -e m-educa cao - chega - 4 -7 -d o -p ib -mas -mo v imen tos -soc ia is -cons ide ram -va lo r -ba ixo -91 607372 3 a sp - Ac esso em 15 1 0 2010 )
Plantatildeo | Publicada em 16032010 agraves 12h25m
O G l o b o c o m i n f o r m a ccedil otilde e s d a A g ecirc n c i a B r a s i l
RIO - Em 2008 o investimento puacuteblico em educaccedilatildeo foi de 47 em relaccedilatildeo ao Produto Interno Bruto
(PIB) um crescimento de 02 em comparaccedilatildeo com o ano anterior Em valores foi algo em torno de R$
140 bilhotildees Mas para especialistas e entidades do setor o investimento precisa ser maior A
recomendaccedilatildeo do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (Unicef) por exemplo eacute que o Brasil aplique
8 do PIB em educaccedilatildeo O debate promete esquentar na Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo (Conae) que
ocorreraacute em abril e deve traccedilar as diretrizes para o proacuteximo Plano Nacional de Educaccedilatildeo (Leia mais
Aluno da educaccedilatildeo baacutesica custa R$ 2632 ao ano)
As propostas que seratildeo apresentadas no encontro formuladas em preacute-conferecircncias estaduais e municipais
recomendam que sejam investidos por lei entre 10 e 12
- O deacuteficit educacional brasileiro eacute muito grave para que se invista um percentual tatildeo pequeno como 6
A defesa que o ministro faz natildeo garante um patamar miacutenimo de qualidade como preconiza a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) e a Constituiccedilatildeo Federal eacute um valor insuficiente - defende o presidente da Campanha
Nacional pelo Direito agrave Educaccedilatildeo Daniel Cara que eacute membro da comissatildeo organizadora da conferecircncia
Um novo conceito que pode mudar a loacutegica do financiamento seraacute debatido e deve ser aprovado tambeacutem
na Conae o custo-qualidade aluno (CAQ) A ideia que estaacute sendo analisada tambeacutem pelo Conselho
Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) eacute estabelecer um valor miacutenimo de investimento por aluno em cada etapa
- Nesse caso o patamar miacutenimo de investimento seraacute de 8 soacute para a educaccedilatildeo baacutesica (da creche ao
ensino meacutedio) Para a perspectiva de expansatildeo do ensino superior 2 seriam razoaacuteveis com isso a gente
fecharia em 10 explica
Evoluccedilatildeo do investimento puacuteblico em educaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao PIB
2000 39 2001 40 2002 41 2003 39 2004 39 2005 39 2006 43
2007 45 2008 47
Fonte MECInep
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Anexo C
(Paacuteg ina 1 de 2 )
Tudo p ron to pa ra a nova e tapa
En t rev is ta com o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l
Tudo p ron to pa ra a nova e tap a
Pa ra o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l Bras i l e
Meacutex ico jaacute avanccedilaram o su f ic ien te pa ra l i ga r os benef i c iados da
t rans fe recircnc ia de renda ao mercado fo rma l No caso b ras i le i ro
c resc imento da renda po r t raba lho teve um peso c ruc ia l
27 de se tembro de 2010 | 0h 00
Pa t r iacutec ia Campos Me l lo - O Estado de S Pau lo
ENTREVISTA
O Bras i l eacute ho je uma re fe recircnc ia in te rnac iona l em reduccedilatildeo de
pob reza Ago ra com o Bo lsa Famiacute l ia jaacute maduro no Pa iacutes os
p rogramas p rec isam en t ra r em uma nova fase - es t imu la r a
en t rada d as pessoas no mercado de t raba lho aumenta r a
qua l idade da educaccedilatildeo e da sauacutede e o fe rece r acompanhamen to
pa ra c r ianccedilas de um a c inco anos Esse eacute o d iagnoacutest ico de
Makhta r D iop d i re to r do Banco Mund ia l pa ra o B ras i l O
senega lecircs D iop es taacute no B ras i l desde j ane i ro de 2009 An tes d i sso
e le fo i d i re to r do Banco Mund ia l no Quecircn ia e d i re to r de po l iacute t i cas
da en t idade para a Ameacuter ica La t ina e Ca r ibe com vas ta
expe r iecircnc ia em programas de reduccedilatildeo de pob reza
O B ras i l es taacute en t re as re fe recircnc ias mund ia is em p rogramas
an t ipobreza d i z D iop Ago ra vem o p roacutex imo desa f io ldquoB ras i l e
Meacutex ico jaacute es tatildeo maduros p ron tos pa ra uma nova e tapa rdquo Pa ra
comeccedilar a l i ga r os p rogramas de t rans fe recircnc ia de renda ao
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Anexo C
(Paacuteg ina 2 de 2 )
s i s tema de p rev idecircnc ia soc ia l inse r i r as pes soas no mercado de
t raba lho fo rma l Aba ixo t rechos da en t rev is ta
Como o senho r ava l ia o desempenho dos p rogramas de reduccedilatildeo
de pob reza no B ras i l
O Bras i l teve uma reduccedilatildeo s ign i f i ca t i va na pob reza Em 2001 os
pob res e ram 38 7 da popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A camada ma is pob re da popu laccedilatildeo ca iu pe la metade -
e ram 17 4 em 2001 e passa ram pa ra 8 8 A leacutem d isso o
coe f ic ien te de G in i que mede a des igua ldade (quanto ma is
p roacutex imo de 1 ma is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra 0 550
em 2010 O coe f i c ien te de G in i sempre leva mu i to tempo para
ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo impress iona Em ge ra l a renda per
cap i ta c resceu mas a renda dos 10 a 20 mais pob res c resceu
mu i to ma is rap idamen te que a renda dos 10 ma is r icos -
reduz indo a des ig ua ldade O B ras i l a inda eacute um pa iacutes mu i to
des igua l Mas o rumo e a tendecircnc ia tecircm s ido mu i to bons O Pa iacutes
es taacute a caminho de cumpr i r vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo lv imento
do M i lecircn io como e r rad ica r pobreza ex t rema e fome a teacute 2015
educaccedilatildeo p r imaacuter ia un ive rsa l i g ua ldade de gecircne ro
A que se pode c red i ta r ma is o sucesso de re t i ra r essas m i lhotildees de
pessoas da pob reza A p rogramas como o Bo lsa -Famiacute l ia ou ao
c resc imento da renda po r t raba lho e o aumento rea l do sa laacute r io
m iacuten imo
1 5 6
Esse eacute um tema mu i to d i scu t ido en t re econ omis tas e haacute d i f e ren tes
mane i ras de med i r A g rosso modo d i zemos que 50 vecircm das
t rans fe recircnc ias do gove rno e 50 do c resc imen to
1 5 7
Anexo D EDUCACcedilAtildeO PREacute -ESCOLAR NA NORUEGA
A | A | A
A Noruega estaacute prestes a atingir a cobertura universal da educaccedilatildeo preacute-escolar Uma boa
oferta no niacutevel preacute-escolar constitui preacute-requisito para que os pais de crianccedilas pequenas
possam participar no mercado de trabalho A oferta da educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem explica
porque a Noruega tem uma das taxas de natalidade mais altas da Europa
Aleacutem de ser um benefiacutecio social para os pais e matildees economicamente activos a educaccedilatildeo preacute-escolar oferece
boas possibilidades de desenvolvimento e actividade agraves crianccedilas abaixo da idade escolar obrigatoacuteria
Ainda se verifica que o jardim-de-infacircncia eacute um espaccedilo importante para a integraccedilatildeo de crianccedilas de diversas
origens eacutetnicas linguiacutesticas e culturais A educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem pode contribuir para a igualizaccedilatildeo
social
Cada vez mais
Em 2008 87 por cento de todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos de idade frequentavam o jardim-de-infacircncia
contra 69 por cento em 2003 Recentemente a percentagem subiu ainda mais
Um dos motivos importantes deste crescimento foi a introduccedilatildeo em 2004 dum limite maacuteximo para a
mensalidade paga pelos pais No periacuteodo de 2003 a 2009 a comparticipaccedilatildeo familiar nas instituiccedilotildees
municipais e particulares caiu em 20 e 28 por cento respectivamente
Houve um acreacutescimo especialmente grande entre as crianccedilas menores de trecircs anos e de minorias linguiacutesticas
Em 2009 o Governo norueguecircs deu mais um passo em frente conferindo a todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos
de idade o direito previsto pela lei a uma educaccedilatildeo preacute-escolar A fim de garantir um nuacutemero suficiente de
vagas a expansatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar atingiu um recorde no ano passado
Cada vez melhor
No debate puacuteblico houve manifestaccedilotildees de preocupaccedilatildeo de que a raacutepida expansatildeo poderia comprometer a
qualidade da oferta agraves crianccedilas Embora o nuacutemero de funcionaacuterios tenha aumentado agrave medida que mais
crianccedilas ingressam na educaccedilatildeo preacute-escolar apenas um em cada trecircs funcionaacuterios tem formaccedilatildeo como
educadores de infacircncia
Agora os poliacuteticos estatildeo dispostos a transferir o foco do nuacutemero de vagas para a qualidade do ensino preacute-
escolar e um relatoacuterio governamental sobre a qualidade da educaccedilatildeo preacute-escolar foi apresentado em 2009 no
intuito de lidar com esta questatildeo
Natildeo para todos
Mesmo assim nem todos os pais querem que os seus filhos frequentem o jardim-de-infacircncia Portanto o
Governo norueguecircs oferece um subsiacutedio mensal aos pais de crianccedilas pequenas que natildeo utilizam a oferta de
ensino preacute-escolar Este subsiacutedio visa contribuir para uma maior igualdade na partilha das verbas estatais
destinadas agraves famiacutelias independentemente do sistema escolhido para a educaccedilatildeo dos filhos
Fonte EMBAIXADA REAL DA NORUEGA
http wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -
Socia l daycare Acesso em 15102010
1 5 8
Anexo E
(paacuteg ina 1 DE 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
P o r A n d r eacute S a c c o n a t o e N a t h a n B l a n c h e
0 6 0 5 2 0 1 0 J o r n a l V a l o r E c o n ocirc m i c o
Austraacutelia mostra que pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes
As liccedilotildees que vecircm da Oceania
A defesa da tese de que deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo um mal para o paiacutes tomou um caminho claramente
ideoloacutegico levando a acreditar que os deacuteficits satildeo insustentaacuteveis e podem direcionar o Brasil a uma crise no setor
externo Natildeo parece ter sido esse o destino da Austraacutelia um exemplo da convivecircncia saudaacutevel com deacuteficits em transaccedilotildees
correntes que nos uacuteltimos 50 anos teve apenas dois superaacutevits em conta corrente 1972 com 09 do PIB e 1973 com
06 do PIB e tem convivido com deacuteficits meacutedios de 55 do PIB nos uacuteltimos cinco anos e de 4 nos uacuteltimos quinze
anos
A questatildeo relevante eacute responder como a Austraacutelia conseguiu conviver com esse deacuteficit e tirar proveito do financiamento
externo que compensou as saiacutedas por transaccedilotildees correntes crescendo a uma taxa meacutedia de 36 nos uacuteltimos quinze anos
e que a levou para o segundo lugar do ranking do IDH em 2000 Eacute importante lembrar que a Austraacutelia proporciona essa
qualidade de vida a seus habitantes mesmo sendo considerada commodity-currency e com estrutura produtiva menos
diversificada que do Brasil
No iniacutecio dos anos 80 a Austraacutelia natildeo mostrava um bom panorama Inflaccedilatildeo alta deacuteficits em transaccedilotildees correntes e
cacircmbio fixo mostravam um quadro natildeo promissor para o paiacutes aleacutem de um inconstante resultado das contas puacuteblicas O
resultado foi o esperado a necessidade de desvalorizar a moeda em 1983 Mas o importante eacute notar que a desvalorizaccedilatildeo
natildeo foi implementada isoladamente e sim com uma seacuterie de reformas dentre as quais uma profunda liberalizaccedilatildeo de
comeacutercio internacional abertura dos mercados de capitais desregulamentaccedilatildeo e privatizaccedilatildeo do setor de infraestrutura e
reforma nas leis que regem o mercado de trabalho
O um aumento no grau de confianccedila no paiacutes trouxe um maior volume de capital estrangeiro Com isso todo o processo
de liberalizaccedilatildeo do cacircmbio e reformas intensificou o deacuteficit em transaccedilotildees correntes que jaacute era alto com o cacircmbio fixo
mas com aproveitamento das entradas de capital estrangeiro jaacute que a produtividade total dos fatores triplicou em 20
anos
1 5 9
Anexo E
(Paacuteg ina 2 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE ANGENTINA E
AUTRAacuteLIA
Os estudos sobre os deacuteficits da Austraacutelia enumeram as causas da sua sustentabilidade considerando um arcabouccedilo bem
sucedido de poliacutetica econocircmica que levou o paiacutes do 15ordm lugar no ranking mundial de renda per capita para 8ordm lugar entre
1980 e 2000 aleacutem de ter um precircmio de CDS (pagamento de seguro contra default) de 36 pontos o mesmo dos Estados
Unidos e menos de um terccedilo do brasileiro (128) As principais causas podem ser resumidas em Sistema financeiro
robusto liacutequido e estaacutevel cacircmbio flutuante metas de Inflaccedilatildeo instituiccedilotildees financeiras fortes poliacuteticas macroeconocircmicas
estaacuteveis e pequena exposiccedilatildeo em diacutevida cambial
A Austraacutelia tem metas de inflaccedilatildeo desde 1993 entre 2 e 3 livre conversibilidade cambial os investidores
estrangeiros nunca sofreram default e os bancos tecircm carteiras internacionais de empreacutestimos diversificados boa parte em
moeda nacional
Portanto a Austraacutelia mostra que eacute sustentaacutevel e pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes desde que ele
esteja inserido em um contexto de poliacuteticas e reformas macro e microeconocircmicas utilizando a poupanccedila externa como
uma forma de alavancar produtividade e competitividade
Que liccedilotildees podemos tirar para o Brasil aproveitar o momento correto de importar poupanccedila externa e a transformar em
crescimento sustentaacutevel Em termos de estabilidade macroeconocircmica jaacute temos um ambiente saudaacutevel embora tenhamos
um histoacuterico de moratoacuterias O sistema de metas de inflaccedilatildeo e o cacircmbio flutuante foram implantados em 1999 e a lei de
responsabilidade fiscal em 2000 Nossa diacutevida externa eacute baixa embora a maturidade e a taxa de juros para rolagem ainda
natildeo sejam as ideais Outro ponto que deve ser melhorado eacute a falta de um arcabouccedilo mais moderno e liberalizante no
mercado de cacircmbio brasileiro jaacute que a dificuldade de remessas e saiacutedas ainda eacute muito grande e baseada numa
estruturaccedilatildeo arcaica (resoluccedilatildeo nordm 4131 de 1964) que gera inseguranccedila
Sobre contas externas a situaccedilatildeo do Brasil eacute ateacute mais confortaacutevel do que a da Austraacutelia e outros paiacuteses exportadores de
commodities Temos mais reservas internacionais e menos diacutevida externa
Aleacutem disso conseguimos nos uacuteltimos anos financiar todo o deacuteficit em transaccedilotildees correntes (quando ele existiu) com
investimento externo direto que eacute o menos volaacutetil das entradas do lado do movimento de capitais algo que nem a
proacutepria Austraacutelia vem conseguindo O que falta entatildeo As reformas que foram feitas laacute como a trabalhista a privatizaccedilatildeo
do setor de infraestrutura e a abertura comercial estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado aqui A liberalizaccedilatildeo cambial vem
avanccedilando mas ainda estaacute aqueacutem do necessaacuterio
Este eacute o momento certo para aproveitar o excesso de liquidez externo e transformar em produtividade Seguir o exemplo
de sucesso da Austraacutelia eacute o melhor caminho As criacuteticas de quem tem medo dos deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo
anacrocircnicas e levariam o Brasil ao atraso e agrave piora de posiccedilatildeo relativa no mundo Natildeo haacute nenhuma justificativa plausiacutevel
para rejeitar poupanccedila externa de tal forma que devemos apenas saber aproveitaacute-la bem
1 6 0
Anexo E
(Paacuteg ina 3 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
Quando se recomendam fechamento dos canais de entrada de capitais ou controle destes aleacutem de medidas que faccedilam
apologia ao fechamento comercial (o indicador de corrente de comercio sobre o PIB do Brasil esta em torno de 23
contra 30 dos paiacuteses emergentes) e fixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por um cenaacuterio de baixo
crescimento aumento do risco e do custo de financiamento e abrir matildeo do mecanismo de ajustes agraves crises o cacircmbio
flutuante
O Brasil precisa decidir se daacute ouvidos aos partidaacuterios do cacircmbio fixo do protecionismo dos controles de capitais e
caminha em direccedilatildeo ao que hoje eacute a Argentina ou se segue os passos da Austraacutelia e abre-se ao deacuteficit saudaacutevel em conta
corrente Satildeo as escolhas de hoje que vatildeo determinar o Brasil de amanhatilde
Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria
Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
1 6 1
Anexo F
Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na Economia
Bolsa-Famiacutelia elevou PIB em R$ 431 bi diz estudo
Ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo programa em 2006
AE - Agecircncia Estado 16102009
SAtildeO PAULO - A expansatildeo do valor total dos benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia entre 2005 e 2006 de R$ 18 bilhatildeo provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees e receitas adicionais de impostos de R$ 126 bilhotildees Esse ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia em 2006 que foi de R$ 75 bilhotildees
Essas estimativas estatildeo num estudo receacutem-concluiacutedo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper
O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Famiacutelia - que hoje atinge 129 milhotildees de famiacutelias - na economia dos municiacutepios Os pesquisadores investigaram 55 mil cidades nos anos de 2004 2005 e 2006 Os dados utilizados foram o PIB a populaccedilatildeo e a arrecadaccedilatildeo de tributos nos municiacutepios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) e os desembolsos do Bolsa-Famiacutelia do Ministeacuterio do Desenvolvimento Social (MDS)
A partir dessa base Menezes e Landim empregaram meacutetodos estatiacutesticos para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses do programa per capita - os repasses divididos pela populaccedilatildeo do municiacutepio (e natildeo pelo nuacutemero de beneficiaacuterios) A conclusatildeo foi de que um aumento de 10 no repasse meacutedio per capita do Bolsa-Famiacutelia leva a uma ampliaccedilatildeo de 06 no PIB municipal no ano em que ocorre a expansatildeo e no seguinte As informaccedilotildees satildeo do jornal O Estado de S Paulo
Fonte httpwwwestadaocombrnoticiasnacionalbolsa-familia-elevou-pib-em-r-431-bi-diz-estudo4515360htm - Acesso em 15102010
1 6 2
Anexo G (Paacutegina 1 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
O nome do jogo eacute qualidade A batalha do ensino que define o futuro dos meninos vai ser decidida dentro da sala de aula 27 de setembro de 2010 | 0h 00
Fernando DantasRIO - O Estado de SPaulo No proacuteximo governo a parte mais importante da poliacutetica social pode ser a que vai
tratar de educaccedilatildeo Uma das principais explicaccedilotildees sobre por que o crescimento
econocircmico nesta deacutecada tem sido tatildeo favoraacutevel aos pobres - a renda do trabalho
da base da piracircmide cresce muito mais raacutepido do que a do topo - eacute a reduccedilatildeo das
desigualdades educacionais no Brasil Que ainda assim permanecem
gigantescas
Para manter e acelerar essa melhora o novo presidente teraacute de investir bem mais
na qualidade da educaccedilatildeo no ensino baacutesico Ateacute agora o avanccedilo tem sido mais
na escolaridade meacutedia medida em anos de estudo e natildeo no niacutevel de
aprendizado dos alunos
Pode parecer surpreendente que um Paiacutes com qualidade sofriacutevel de ensino na
rede puacuteblica esteja reduzindo diferenccedilas educacionais ao ponto de estreitar a
diferenccedila de renda entre ricos e pobres Mas o especialista Naeacutercio Menezes
professor e coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas do Insper garante que eacute
isso mesmo
Quando colocamos quase todas as crianccedilas no fundamental - um processo
iniciado na deacutecada de 90 - e elas comeccedilaram a chegar em maior nuacutemero ao
ensino meacutedio e a se matricular no ensino superior a desigualdade comeccedilou a
cair Isso ocorreu mesmo sem melhora efetiva da qualidade da educaccedilatildeo soacute pelo
acesso
O efeito da escolarizaccedilatildeo no mercado de trabalho pode ser medido explica
Menezes pela reduccedilatildeo dos diferenciais de renda associados agrave educaccedilatildeo
Quando a qualificaccedilatildeo eacute escassa o seu preccedilo sobe No Brasil esses diferenciais
satildeo muito grandes revelando que ainda persiste um abismo de diferenccedilas
educacionais
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Anexo G (Paacutegina 2 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
Ainda assim o precircmio salarial pelo diploma universitaacuterio comeccedilou a recuar a
partir de 2005 e o relativo ao ensino meacutedio jaacute encolhe desde 2002 - natildeo por
coincidecircncia momento muito proacuteximo do iniacutecio da reduccedilatildeo mais intensa da
desigualdade da renda do trabalho nos uacuteltimos anos Segundo Naeacutercio o uacutenico
diferencial educacional que ainda estaacute crescendo eacute o da poacutes-graduaccedilatildeo
O impulso educacional na reduccedilatildeo da desigualdade deve continuar nos proacuteximos
anos por ineacutercia agrave medida que sucessivas geraccedilotildees cheguem ao mercado de
trabalho com um niacutevel cada vez maior de anos meacutedios de estudo (hoje estaacute por
volta de 75 anos para a populaccedilatildeo de 15 ou mais de idade)
Esse eacute um efeito poreacutem que pode diminuir na proporccedilatildeo em que o Paiacutes vaacute
completando o trabalho de universalizar a educaccedilatildeo baacutesica Dessa forma o
ataque agrave maacute qualidade do ensino puacuteblico seraacute cada vez mais importante A boa
notiacutecia eacute que os especialistas jaacute comeccedilam a enxergar a luz no fim do tuacutenel
tambeacutem no front da qualidade embora os avanccedilos sejam muito tecircnues
O economista Fernando Veloso especialista em educaccedilatildeo do Ibmec no Rio
acha que como no caso da poliacutetica macroeconocircmica haacute uma linha de
continuidade na poliacutetica educacional de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz
Inaacutecio Lula da Silva Ela consiste basicamente na montagem de um amplo
sistema de avaliaccedilatildeo de escolas
O Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica (Saeb) um exame de
avaliaccedilatildeo de Portuguecircs e Matemaacutetica no ensino fundamental existe desde 1990
Foi em 1995 poreacutem que o Saeb passou por uma reformulaccedilatildeo metodoloacutegica que
o tornou comparaacutevel ano a ano - o que permite avaliar a melhora ao longo do
tempo
Foi uma mudanccedila fundamental diz Veloso Ainda no governo Fernando
Henrique foram criados o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (Enem)e o Provatildeo
para avaliar as universidades (descontinuado durante o governo Lula que
estabeleceu um outro sistema de avaliaccedilatildeo do ensino superior)
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Anexo G (Paacutegina 3 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
No iniacutecio do primeiro mandato de Lula o enfoque na avaliaccedilatildeo pareceu
ameaccedilado mas ele foi retomado ainda em 2005 com Tarso Genro como
ministro da Educaccedilatildeo quando foi criada a Prova Brasil um exame censitaacuterio
(para todos os alunos) que avalia o ensino de Portuguecircs e Matemaacutetica na 4ordf e 8ordf
seacuteries do fundamental em todas as escolas puacuteblicas urbanas do Brasil (com mais
de 20 alunos nas seacuteries avaliadas)
Com a chegada de Fernando Haddad ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo em julho de
2005 a opccedilatildeo pela avaliaccedilatildeo como eixo da poliacutetica educacional cristalizou-se Em
2007 o sistema se sofisticou com a criaccedilatildeo do Iacutendice de Desenvolvimento da
Educaccedilatildeo Baacutesica (Ideb) um indicador divulgado a cada dois anos que classifica
todas as escolas puacuteblicas da Prova Brasil No caso combinando o resultado
neste exame com a taxa de rendimento escolar (que leva em conta a aprovaccedilatildeo
e a evasatildeo)
O Ideb tambeacutem estabeleceu metas anuais de melhora ateacute 2021 para cada
escola puacuteblica cada municiacutepio e cada unidade da Federaccedilatildeo O objetivo mais
geral eacute que o Brasil chegue em 2022 ao niacutevel meacutedio atual de qualidade de
educaccedilatildeo dos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento
Econocircmico (OCDE) a maioria dos quais eacute rica O Ideb prevecirc suporte federal para
as redes e escola com piores resultados
Todo esse arcabouccedilo de avaliaccedilatildeo de qualidade de ensino e mais o teste
internacional Pisa - no qual o Brasil eacute comparado com um grupo de paiacuteses
basicamente os da OCDE e tem ficado nas uacuteltimas colocaccedilotildees tiveram o
desagradaacutevel meacuterito de revelar em detalhes o quadro lamentaacutevel da educaccedilatildeo
brasileira Como explica Menezes as avaliaccedilotildees mostraram queda da qualidade
de ensino entre 1995 e 2001 mas que pode ser explicada basicamente pelo
ingresso no sistema educacional de contingentes que estavam fora Quando o
pessoal eacute absorvido comeccedila a haver um melhora adverte
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Anexo G (Paacutegina 4 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
A partir de 2003 nota-se algum avanccedilo mas lento e concentrado nos niacuteveis
iniciais do fundamental refletindo-se nas avaliaccedilotildees da 4ordf seacuterie Mais
recentemente o Ideb tambeacutem mostrou sinais positivos na 8ordf seacuterie mas a melhora
da qualidade do ensino meacutedio tem sido miacutenima
O grande desafio para o proacuteximo governo segundo Veloso eacute aprender a utilizar o
mapa das avaliaccedilotildees para se chegar a uma qualidade superior de ensino Uma
dificuldade adicional para o governo federal eacute que devido agrave estrutura federativa
do Brasil a educaccedilatildeo baacutesica eacute atribuiccedilatildeo de Estados e municiacutepios e haacute muitos
limites ao que Brasiacutelia pode fazer de forma centralizada
Para o especialista o governo federal pode atuar incentivando e financiando
inovaccedilotildees avaliando e disseminando informaccedilotildees sobre experiecircncias de sucesso
e criando um arcabouccedilo institucional que permita maior autonomia na gestatildeo
escolar
A ideia eacute que o sistema de avaliaccedilotildees iraacute paulatinamente emitindo sinais sobre o
que daacute certo ou natildeo nas dezenas de milhares de escolas brasileiras A partir
dessa base de informaccedilotildees escolas cidades e Estados com o eventual apoio de
Brasiacutelia buscaratildeo copiar e adaptar para si as soluccedilotildees mais bem sucedidas
reveladas pelo sistema de avaliaccedilatildeo
Na verdade esse eacute um processo que jaacute comeccedila a acontecer A ideia de oferecer
bocircnus por desempenho de professores por exemplo espraiou-se pelos Estados
de Satildeo Paulo Pernambuco Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro
Um exemplo bem concreto de como um bom projeto pode replicar-se satildeo as
escolas de ensino meacutedio em tempo integral em Pernambuco uma iniciativa do
empresaacuterio Marcos Magalhatildees que se transformou em poliacutetica puacuteblica Agora a
secretaacuteria de Educaccedilatildeo do municiacutepio do Rio Claudia Costin resolveu adotar uma
iniciativa parecida a partir de 2011 o chamado Ginaacutesio Carioca para o segundo
segmento do fundamental que vai da 5ordf agrave 8ordf seacuterie
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Anexo G
(Paacutegina 5 de 6) Um abismo chamado educaccedilatildeo
Tanto no caso de Pernambuco quanto no projeto do Ginaacutesio Carioca haacute
caracteriacutesticas como cargas horaacuterias de ensino elevadas e bocircnus por
desempenho a professores (combinados com maior cobranccedila de resultado) que
jaacute se provaram eficazes nos Estados Unidos em escolas voltadas a alunos de
famiacutelias carentes que jaacute chegam agrave sala de aula com uma imensa defasagem
criada pelo ambiente familiar Outra caracteriacutestica das duas experiecircncias
brasileiras eacute o trabalho em tempo integral dos professores raro no Paiacutes
Os especialistas apontam diversos outros gargalos e problemas na trajetoacuteria de
melhora da qualidade da educaccedilatildeo no Brasil Uma questatildeo fundamental
principalmente para os alunos das famiacutelias carentes eacute a creche Outro a preacute-
escola Jaacute estaacute amplamente comprovado particularmente pelo trabalho de James
Heckman precircmio Nobel de Economia que a intervenccedilatildeo para reduzir as
defasagens educacionais eacute tatildeo mais eficaz quanto mais prematura ocorrer
Em termos quantitativos o Brasil tem feito progressos nessa aacuterea O porcentual
de crianccedilas de 4 e 5 anos na preacute-escola subiu de 40 para 75 desde a deacutecada
de 90 Menezes nota que eacute animador o fato de que em Estados do Nordeste
como Piauiacute e Cearaacute aquela proporccedilatildeo chega a 90
Veloso observa entretanto que os estudos de Heckman indicam que natildeo basta
ter creches que muitas vezes natildeo passam de depoacutesitos de crianccedila Eacute preciso
uma intervenccedilatildeo bem planejada com professores treinados para estimular
crianccedilas pequenas
A lista de pendecircncias na educaccedilatildeo brasileira eacute grande e inclui questotildees como a
repetecircncia a qualidade dos professores os cursos de pedagogia
(excessivamente teoacutericos na visatildeo de Veloso e Menezes) e no ensino superior
uma definiccedilatildeo mais clara da estrateacutegia - Ricardo Paes de Barros do Instituto de
Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) nota que o Proacute-Uni que distribui bolsas
para pobres em universidades privadas e a expansatildeo da rede de universidades
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Anexo G (Paacutegina 6 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
puacuteblicas onde ricos tecircm mais facilidade de ingressar satildeo iniciativas quase
contraditoacuterias
Existe ainda a questatildeo dos gastos totais em Educaccedilatildeo que atingiram 47 do
PIB em 2008 num grande avanccedilo em relaccedilatildeo aos 39 de 2005 Essa proporccedilatildeo
deve aumentar com a recente retirada dos gastos de educaccedilatildeo da esfera
remanejaacutevel pelo esquema da Desvinculaccedilatildeo de Recursos da Uniatildeo (DRU)
Apesar da extensa e difiacutecil agenda haacute um relativo otimismo quanto agraves
perspectivas da educaccedilatildeo no Brasil baseado exatamente na continuidade de
poliacuteticas pragmaacuteticas e orientadas por resultados que prevalece desde a deacutecada
de 90
Menezes nota poreacutem que ainda haacute muita gente na aacuterea de Educaccedilatildeo que eacute
contraacuteria agrave cultura de avaliaccedilatildeo de indicadores e de comparar escolas O maior
risco para ele eacute retroceder a uma poliacutetica exclusivamente de demandas faacuteceis
como aumentar gastos com educaccedilatildeo e salaacuterio de professores Isso natildeo significa
ser contra essas poliacuteticas mas sim ter claro que a melhora da qualidade da
educaccedilatildeo estaacute intimamente ligada agrave melhora da qualidade do gasto com
educaccedilatildeo
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Anexo H
IDEB OBSERVADO VERSUS METAS ESTABELECIDAS
Anos In ic ia is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 8 4 2 4 6 3 9 4 2 6 0
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 6 4 0 4 4 3 6 4 0 5 8
Es tadual 3 9 4 3 4 9 4 0 4 3 6 1
Munic ipa l 3 4 4 0 4 4 3 5 3 8 5 7
Pr ivada 5 9 6 0 6 4 6 0 6 3 7 5
Anos Fina is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 5 3 8 4 0 3 5 3 7 5 5
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 2 3 5 3 7 3 3 3 4 5 2
Es tadual 3 3 3 6 3 8 3 3 3 5 5 3
Munic ipa l 3 1 3 4 3 6 3 1 3 3 5 1
Pr ivada 5 8 5 8 5 9 5 8 6 0 7 3
Ensino Meacutedio
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 4 3 5 3 6 3 4 3 5 5 2
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 1 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Es tadual 3 0 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Munic ipa l 2 9 3 2 - 3 0 3 1 4 8
Pr ivada 5 6 5 6 5 6 5 6 5 7 7 0
Fon te h t tp s is temas ideb inep govb r resu l tado 18 10 2010
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Anexo I (Paacutegina 1 de 5)
REDUZ-SE A MIGRACcedilAtildeO INTERNA
httpwwwestadaocombrestadaodehoje20101019not_imp6266910php 19102010
Reduz-se a migraccedilatildeo interna
19 de ou tub ro de 2010 | 0h 00 - O Estado de S Pau lo
Um dos aspectos mais relevantes do crescimento econocircmico recente do Brasil eacute a reduccedilatildeo do fluxo migratoacuterio do Nordeste para o Sudeste Isso em parte se deve a programas sociais como o Bolsa-Famiacutelia que sem duacutevida retecircm pessoas em seus municiacutepios de origem Mas o principal fator responsaacutevel pelas decisotildees de milhares de pessoas de permanecer na regiatildeo eacute a geraccedilatildeo de empregos no Nordeste como mostra estudo feito pelo economista Faacutebio Romatildeo da LCA Consultores
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste diminuiu significativamente Entre 1992 e 2002 o Nordeste perdeu 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Jaacute de 2002 a 2007 a taxa anual caiu para 098 e em 2008 e 2009 natildeo passou de 085 E natildeo satildeo poucos os nordestinos que migraram para os grandes centros do Paiacutes e estatildeo retornando a seus Estados natais Haacute razatildeo para isso uma vez que de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados as uacutenicas regiotildees que registraram aumento do emprego formal de 2008 para 2009 foram a Norte (40) e a Nordeste (12)
Evidencia-se portanto que a expansatildeo econocircmica do Paiacutes natildeo eacute um fenocircmeno localizado mas vem se espraiando Essa evoluccedilatildeo contribui certamente para a reduccedilatildeo dos desequiliacutebrios regionais de desenvolvimento que constituem um dos mais graves problemas nacionais Em ciclos anteriores de expansatildeo esse descompasso se acentuou uma vez que os maiores polos industriais do Paiacutes estatildeo localizados no Sudeste onde tambeacutem se situam os maiores mercados Programas destinados a corrigir essa distorccedilatildeo por meio da concessatildeo de incentivos fiscais tiveram algum efeito mas muito menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia nordestina pelo aumento da renda e pelos efeitos multiplicadores de investimentos na aacuterea de turismo e na infraestrutura como os que vecircm sendo feitos no Porto de Suape em Pernambuco e na Ferrovia Transnordestina
Como constatam os comerciantes locais e as empresas de varejo de massa que expandem suas redes pela regiatildeo o mercado consumidor do Nordeste teve um
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Anexo I (PAacuteGINA 2 DE 5)
crescimento ineacutedito Segundo o economista Faacutebio Romatildeo o crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase a metade dos salaacuterios dos trabalhadores explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio
Eacute no entanto a construccedilatildeo civil caracterizada pela grande absorccedilatildeo de matildeo de obra que tem atuado como a maior retentora de migrantes De acordo com o Sindicato da Construccedilatildeo Civil da Bahia de janeiro a agosto deste ano a construccedilatildeo civil contratou naquele Estado 25526 trabalhadores mais do que em todo o ano passado com a multiplicidade de preacutedios residenciais e comerciais shopping centers e obras ligadas agrave realizaccedilatildeo da Copa do Mundo de 2014 como mostrou o Estado (1010)
O mais raacutepido desenvolvimento do Nordeste eacute sem duacutevida beneacutefico para o Paiacutes como um todo e resulta em menor pressatildeo social na Regiatildeo Sudeste Mas natildeo deixa de causar problemas O fluxo contiacutenuo de nordestinos tem servido haacute deacutecadas como reserva de matildeo de obra de Satildeo Paulo e dos centros mais desenvolvidos do Paiacutes Com a diminuiccedilatildeo de migrantes haacute escassez de matildeo de obra no Sudeste na construccedilatildeo civil diretamente afetada pela menor migraccedilatildeo uma vez que 20 dos nordestinos vecircm para trabalhar nessa aacuterea Outro setor que natildeo estaacute conseguindo preencher novas vagas eacute o de supermercados onde tambeacutem eacute forte a presenccedila de trabalhadores migrantes
Essa situaccedilatildeo mostra a especial importacircncia que tem a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho de novos contingentes de trabalhadores que jaacute vivem na periferia dos grandes centros e que natildeo encontram emprego devido ao seu baixo niacutevel de escolaridade Ou seja o Brasil pode avanccedilar muito mais gerando mais empregos se for capaz de incorporar ao mercado de trabalho os milhotildees hoje marginalizados por falhas gritantes no ensino fundamental
h t tp wwwes tadaocomb r es tadaodeho je 20101010no t_ imp623016 0 php 19 10 2010
Com o crescimento econocircmico cai a migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste
A parcela de nordestinos que migra caiu pela metade em relaccedilatildeo ao pico da deacutecada de 90 alterando o perfil econocircmico das regiotildees 10 de ou tub ro de 2010 | 0h 00
Maacuterc ia De Ch ia ra - O Estado de S Pau lo
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Anexo I (Paacutegina 3 de 5)
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste estaacute caindo Com o crescimento econocircmico dos uacuteltimos anos a saiacuteda de trabalhadores da regiatildeo quase caiu pela metade em relaccedilatildeo ao ecircxodo em massa dos anos 90
O caacutelculo feito pelo economista da LCA Consultores Faacutebio Romatildeo leva em conta o nuacutemero de migrantes em comparaccedilatildeo ao total da populaccedilatildeo
Entre os anos 1992 e 2002 o Nordeste perdeu o equivalente a 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Entre 2002 e 2007 a parcela dos migrantes que deixou a regiatildeo a cada ano recuou para 098 Em 2008 e 2009 a meacutedia caiu para 085
Para chegar a esse resultado Romatildeo considerou dados do estudo feito por Herton Arauacutejo economista do Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) que avaliou o fluxo meacutedio da migraccedilatildeo no Brasil entre 1992 e 2009 Romatildeo ponderou o resultado pela evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo em cada periacuteodo
O que chama a atenccedilatildeo eacute que a populaccedilatildeo do Nordeste aumentou e um nuacutemero menor de pessoas veio para o Sudeste afirma o economista da LCA Arauacutejo do Ipea observa que a grande diaacutespora do Nordeste para o Sudeste ocorreu nos anos 90 e foi provocada pela falta de emprego que diminuiu nos uacuteltimos anos
O fluxo do Nordeste para o Sudeste continua mas natildeo na mesma intensidade diz o demoacutegrafo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Fernando Albuquerque
Viagens do sertatildeo Empresas que lidam diretamente com esses migrantes confirmam a mudanccedila de tendecircncia A Viaccedilatildeo Itapemirim por exemplo registrou nos uacuteltimos cinco anos queda de 10 no nuacutemero de passageiros entre cidades do sertatildeo e Satildeo Paulo e Rio de Janeiro Joseacute Valmir Casagrande diretor comercial da empresa atribui parte dessa retraccedilatildeo agrave melhora do poder aquisitivo na regiatildeo
Albuquerque do IBGE observa que os programas sociais estatildeo segurando as pessoas nas cidades de origem em razatildeo dos benefiacutecios oferecidos Mas Romatildeo ressalta que a geraccedilatildeo de postos formais de trabalho no Nordeste eacute o principal responsaacutevel pela retenccedilatildeo da populaccedilatildeo
O crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase
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Anexo I (Paacutegina 4 de 5)
a metade dos salaacuterios dos trabalhadores na regiatildeo explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio afirma Romatildeo
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) as uacutenicas regiotildees que registraram aumento da geraccedilatildeo liacutequida do emprego formal de 2008 para 2009 no auge da crise foram a Norte e a Nordeste com crescimento de 40 e 12 respectivamente No mesmo periacuteodo o saldo do emprego formal no Paiacutes recuou 315 No Sudeste a retraccedilatildeo foi de 434
Dados da Pnad de 2008 revelam que 49 dos trabalhadores formais do Nordeste tecircm seus rendimentos atrelados ao salaacuterio miacutenimo Romatildeo destaca que entre 2005 e 2010 o miacutenimo teve um ganho real de 497
Efeito no Sudeste O recuo na migraccedilatildeo provoca mudanccedila tambeacutem no mercado de trabalho no Sudeste Esse eacute um dos fatores que contribuiacuteram para a falta de matildeo obra no comeacutercio na construccedilatildeo civil e nos serviccedilos domeacutesticos A tendecircncia ainda eacute acentuada pela volta de muitos nordestinos que vivem no Sudeste e que retornam agrave terra natal como a diarista Nuacutebia Passos Couto (leia a histoacuteria de Nuacutebia e outros migrantes na paacutegina B3)
Um dos setores mais afetados pela queda do fluxo de migrantes eacute a construccedilatildeo Segundo estudo do Ipea 20 dos nordestinos que migram para o Sudeste vecircm para trabalhar no setor A matildeo de obra no Sudeste estaacute escassa e hoje estaacute mais faacutecil admitir nas obras do Nordeste porque a oferta de trabalhadores eacute maior laacute diz o vice-presidente de Relaccedilotildees Capital e Trabalho do Sinduscon-SP Haruo Ishikawa
A maior disponibilidade de matildeo de obra para a construccedilatildeo no Nordeste aparece nos nuacutemeros do Caged Nos uacuteltimos 12 meses ateacute agosto o Nordeste foi responsaacutevel por 35 da geraccedilatildeo liacutequida de postos de trabalho na construccedilatildeo Entre admissotildees e demissotildees o Nordeste teve um saldo positivo de 1161 mil vagas No Brasil o saldo foi de 3316 mil postos de trabalho
O quadro de falta de matildeo de obra afeta tambeacutem os supermercados De cada 100 novas vagas natildeo conseguimos preencher 20 conta o vice-presidente de economia da Associaccedilatildeo Paulista de Supermercados Martinho Paiva Moreira A queda no nuacutemero de migrantes afeta especialmente a contrataccedilatildeo de accedilougueiros padeiros e confeiteiros No passado a maioria dos trabalhadores dessas aacutereas vinha do Nordeste observa
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Anexo I (Paacutegina 5 de 5)
A proacutepria expansatildeo no Nordeste das redes nacionais afeta a contrataccedilatildeo dessas mesmas companhias no Sudeste O mercado estaacute aquecido em todas as regiotildees mas temos tido mais dificuldade de recrutar pessoal em Satildeo Paulo e no Rio conta a Magna Santos diretora de Recursos Humanos do Grupo Patildeo de Accediluacutecar
Ateacute 2005 cerca de 60 dos funcionaacuterios da empresa alocados no Sudeste vinham do Nordeste Hoje essa fatia eacute bem menor Nos uacuteltimos trecircs anos a rede abriu 2 mil vagas no Nordeste o que de certa forma drenou parte da matildeo de obra que em outras eacutepocas viria para o Sudeste em busca de emprego formal
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Anexo J (Paacuteg ina 1 de 4 ) V INOD KHOSLA ndash B IL IONAacuteRIO INOVADOR FUNDADOR DA SKS MICROFINANCE ndash F INANCIAMENTE DIRIG IDO AOS PEQUENOS EMPRESAacuteRIOS
Pub l ished Octobe r 5 2010 The New York Times Sun Co-Founder Uses Capi ta l ism to Help Poor MUMBAI Ind ia mdash V inod Khos la t he b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t and co - founder o f Sun Mic rosys tems was a l ready among the wor ld rsquos r i chest men when he inves ted a few yea rs ago in SKS Mic ro f inance a lende r to poor women in Ind ia V inod Khos la a b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t p romotes compan ies tha t p ro f i t the poor and s t i l l tu rn a p ro f i t themse lves But the roa r ing success o f SKS rsquos recen t in i t ia l pub l i c s tock of fe r ing in Mumba i has made h im r i che r by abou t $117 mi l l ion mdash money he says he p lans to p low back in to o ther ven tu res tha t a im to f i gh t pove r t y wh i le a lso t r y ing to tu rn a p ro f i t And he says he wants to cha l lenge o the r r i ch Ind ians to do more to he lp the i r coun t ry rsquos poo r An Ind ian t ransp lan t to S i l i con Va l ley Mr Khos la p lans to s ta r t a ven tu re cap i ta l f und to inves t in compan ies tha t f ocus on the poo r i n Ind ia A f r ica and e lsewhere by p rov id ing se rv ices l i ke hea l th ene rgy and educa t ion By back ing bus inesses tha t p rov ide educa t ion loans o r d i s t r ibu te so la r pane ls in v i l lages he says he wants to show tha t commerc ia l en t i t ies can be t te r he lp peop le in pover t y t han most nonp ro f i t cha r i tab le o rgan iza t ions ldquoThere needs to be more expe r iments in bu i ld ing sus ta inab le bus inesses go ing a f te r the marke t f o r the poo r rdquo he sa id in a te lephone in te rv iew f rom h is o f f i ce in Men lo Pa rk Ca l i f ldquo I t has to be done in a sus ta inab le way There is no t enough money to be g iven away in the wor ld to make the poo r we l l o f f rdquo Mr Khos la rsquos advocacy o f the boo ts t rap powers o f cap i ta l i sm is par t o f an inc reas ing ly popu la r schoo l o f thought bus inesses no t gove rnments o r nonp ro f i t g roups shou ld lead the e f fo r t to e rad ica te g loba l pove r t y Some nonp ro f i t expe r ts say commerc ia l soc ia l en te rp r ises have s ign i f i can t l im i ta t ions and pose con f l i c ts o f in te res t Bu t p roponents l i ke Mr Khos la d raw insp i ra t ion f rom the as tou nd ing g loba l g rowth o f m ic ro f inance mdash the bus iness o f g i v ing sma l l loans to poo r en t rep reneu rs o f wh ich SKS Mic ro f inance i s a no tab le p rac t i t ione r
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Anexo J (Paacuteg ina 2 de 4 ) Advoca tes a lso f ind in te l l ec tua l suppo r t f o r the idea f rom the work o f bus iness managemen t p ro fesso rs l i ke the la te C K Praha lad who have a rgued tha t la rge co rpo ra t ion s can do we l l and do good by a im ing a t peop le a t the so -ca l led bo t tom o f the pyram id Bes ides Mr Khos la en t repreneu rs l i ke P ie r re Omidya r a co -founde r o f eBay and Stephen M Case a co - founde r o f Amer ica On l ine have s ta r ted funds wi th s im i la r a ims Bu t Mr Khos la 55 who moved to the Un i ted Sta tes f rom Ind ia as a g raduate s tudent in 1976 has ano the r mot i ve too He wants to goad o the r r i ch Ind ians in to g i v ing away more o f the i r wea l th Ind ia rsquos to r r id g rowth ove r the las t decade has he lped enr i ch many here mdash Fo rbes es t imates tha t I nd ia now has 69 b i l l iona i res up f rom seven in 2000 mdash bu t on ly a few have se t up la rge char i t ies endowments o r ven tu re cap i ta l f unds ldquo I t su rp r i ses me tha t in Ind ia there i s no t a t rad i t ion o f la rge -sca le g i v ing and he lp ing to so lve soc ia l p rob lems and se t a soc ia l mode l rdquo Mr Khos la sa id Mr Khos la i s no t a lone in wo r ry ing about the s ta te o f Ind ian ph i lan th ropy B i l l Ga tes the M ic roso f t co - founde r who was in Ch ina las t week wi th the b i l l iona i re inves to r War ren E Bu ffe t t sa id Thu rsday tha t he and Mr Bu f fe t t m igh t go to Ind ia as par t o f the i r campa ign to ge t the ve ry r i ch to g i ve away ha l f the i r wea l th Cha r i tab le ac t i v i t i es and ven tu re cap i ta l inves t ing have been a ma ins tay fo r some Ind ian bus iness fami l ies l i ke the Ta tas and fo r techno logy en t repreneu rs l i ke Az iz P rem j i o f W ipro the Banga lo re ou tsou rc ing f i rm Bu t many o the rs have g iven very l i t t le A recen t Ba in amp Company s tudy es t imated tha t Ind ians g ive much l ess as a pe rcen tage o f the coun t ry rsquos g ross domest ic p roduct than Amer icans Moreove r i nd iv idua l and co rpo ra te donat ions account f o r jus t 10 pe rcen t o f the cha r i tab le g i v ing in I nd ia compared wi th 75 pe rcen t i n the Un i ted Sta tes and 34 pe rcen t in B r i ta in The ba lance comes f rom the gove rnment and fo re ign o rgan iza t ions Rich Ind ians ldquoa re more in to temp le bu i ld ing and th ings l i ke tha t rdquo sa id Sami t Ghosh the ch ie f execu t i ve o f U j j i van F inanc ia l a mic ro lende r based in Banga lo re ldquo ra the r t han pu t t ing the i r money i n to rea l p rograms wh ich w i l l have rea l impact on pove r t y a l lev ia t ion rdquo Mr Khos la sa id h is exper ience wi th m ic ro f inance had he lped shape h is v iews on the bes t way to tack le pove r t y He has
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Anexo J (Paacuteg ina 3 de 4 ) i nves ted in commerc ia l m ic ro f inance lende rs and has dona ted to nonp ro f i t ones and he sa id tha t moneymak ing ve rs ions had g rown much fas te r and reached many more needy bo r rowers He sa id he wanted to he lp c rea te a new gene ra t ion o f compan ies l i ke SKS wh ich s ta r ted lend ing as a commerc ia l company in 2006 I t now has 6 8 m i l l ion cus tomers and a loan po r t f o l io o f 43 b i l l ion rupees ($940 mi l l ion ) By con t ras t CashPor a nonp ro f i t Ind ian lende r to wh ich Mr Khos la has a lso g i ven money has 417 000 bo r rowers and a po r t f o l io o f 2 7 b i l l ion rupees ($58 m i l l ion ) even though i t s ta r ted ope ra t ions in 1996 (h t t p wwwny t imescom201010 06 bus iness g loba l 06khos la h tm lpagewanted=1amp_r=2ampsq=pove r t y fundampst=cseampscp= 1 ) Acessado em 21 10 10 (Page 2 o f 2 ) Bes ides g rowing fas te r SKS Ind ia rsquos la rges t m ic ro f inance company has become a s tock marke t da r l ing The company f loa ted i ts sha res on Ind ia rsquos s tock exchanges in m id -August and they have r isen 40 pe rcen t s ince the n En la rge Th is Image
Ka inaz Amar ia fo r The New York Times Harness ing the power o f cap i ta l i sm i s inc reas ing ly popu la r a mong those seek ing to e rad ica te g loba l pove r t y Add to Po r t f o l io W ipro L td Mic roso f t Co rp eBay Inc Sun Mic rosys tems Inc At cu r ren t p r ices Mr Khos la rsquos 6 pe rcen t s take in SKS i s wo r th abou t $120 m i l l ion abou t 37 t imes what he inves ted in the f i rm in 2006 and 2007 (Sha res o f SKS fe l l 7 pe rcen t on Monday af te r the company sa id i t had f i red i ts ch ie f execu t i ve Suresh Guruman i An SKS spokesman A tu l Tak le dec l ined to answer ques t ions ) Mr Khos la sa id i t m igh t take a t leas t a year to se t up h is new ven tu re fund He in tends to f inance i t f rom h is SKS p ro f i t s and
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Anexo J (Paacuteg ina 4 de 4 ) then re tu rn to the fund any p ro f i ts f rom subsequent ven tu res i t backs Mr Khos la has a l ready been inves t ing in compan ies tha t he says f i t h is mode l o f p ro f i tab le pove r t y a l lev ia t ion One is Moksha Yug Access wh ich se ts up m i lk co l lec t ion and ch i l l ing p lan ts in Ind ia to he lp da i ry f a rmers The company says i t he lps fa rmers reduce t ranspo r ta t ion cos ts and ge t h igher p r ices fo r the i r m i l k than they can wi th loca l d i s t r i bu to rs Ph i lan th ropy exper ts say commer c ia l compan ies p lay an impor tan t ro le in combat ing pove r t y by c rea t ing jobs Bu t they say these ldquo soc ia l en te rp r ises rdquo as they a re somet imes known canno t be so le l y re l ied upon to add ress the many en t renched causes o f pove r t y Moreove r as the fa l lou t f rom the g loba l f inanc ia l c r is i s has made c lea r the p ro f i t -max im iz ing tendenc ies o f bus inesses can hur t soc ie t y sa id Ph i l Buchanan p res iden t f o r the Cente r f o r E f fec t i ve Ph i lan th ropy a resea rch o rgan iza t ion based in Cambr idge Mass Nonp ro f i ts a re e f fec t i ve because they can ldquo take issue wi th the unb r id led pu rsu i t o f p ro f i t a t the expense o f peop le rsquos l i ves rdquo Mr Buchanan sa id ldquo I th ink some o f tha t ge ts los t in a l l o f the hype a round soc ia l en te rp r ise rdquo Mr Khos la says tha t he i s no t comp le te l y opposed to c ha r i t ies mdash tha t h is f und may even dona te to some nonp ro f i t en t i t ies Bu t he says he i s gene ra l l y skep t ica l t ha t nongove rnmenta l o rgan iza t ions can accomp l ish much because they tend to d r i f t away f rom what the i r dono rs wan ted them to do ldquo I am re la t i ve ly ne ga t i ve on mos t NGO rsquos and the i r e f f ec t i veness rdquo he sa id ldquo I am no t negat i ve on the i r in ten t ions rdquo
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Anexo K (Paacutegina 1 de 3)
EFEITO MULTIPLICADOR Paul A Samuelson57 coloca o seguinte sobre o efeito multiplicador 58 ldquoUm aumento no investimento privado provocaraacute uma expansatildeo de renda e como uma reduccedilatildeo no investimento faraacute com que ela se contraiardquo ldquoUm aumento no investimento liacutequido iraacute aumentar a renda nacional de uma quantidade multiplicada ndash de uma quantidade maior do ela proacutepria Os doacutelares aplicados em investimento ndash como quaisquer deslocamentos independentes nas despesas governamentais estrangeiras ou familiares ndash satildeo uma forccedila de alta potecircncia doacutelares de rendimento duplo por assim dizerrdquo ldquoEsse efeito amplificado que o investimento exerce sobre a renda eacute chamado de doutrina do multiplicador O termo multiplicador eacute usado para indicar o coeficiente numeacuterico que indica o aumento de renda que resulta de cada aumento dessas despesas em investimentosrdquo Para exemplificar como funciona o efeito multiplicador Samuelson coloca o seguinte exemplo Accedilatildeo construccedilatildeo de uma nova garagem59
Valor dos recursos $1000 seratildeo pagos a carpinteiros e produtores de madeira
Todos teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($66667) que gastaratildeo em novos bens de consumo
Os produtores dos novos bens de consumo tambeacutem teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($44444)
O processo continuaraacute sendo cada nova etapa 23 da anterior A tabela I abaixo procura demonstrar como funciona o efeito multiplicador considerando-se a situaccedilatildeo acima a renda inicial eacute de $ 1000 mas face agrave propensatildeo a consumir dos beneficiaacuterios haacute um efeito multiplicado que vem a resultar em $2998 ao final portanto o multiplicador neste caso eacute 3 vezes o valor inicial O estudo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-
57
P r o f e s s o r d e Ec o n o m i a d o M I T ndash P r e m i o N o b e l d e Ec o n o m i a d e 1 9 7 0
58 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6
a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g
3 1 4 - - e d i t o r a AG I R -
59 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a ndash S a m u e l s o n 6 ordf E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0 ndash
e d i t o r a AG I R
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Anexo K (Paacutegina 2 de 3) Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper concluiu que a expansatildeo de R$ 18 bilhatildeo de aumento no Programa Bolsa Famiacutelia entre 2005 e 2006 provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees A fim de comprovar o crescimento do PIB como resultados dos valores investidos pelo Programa Bolsa Famiacutelia construiacutemos a tabela II seguindo o esquema de Paul A Samuelson a fim de conseguimos projetar o efeito multiplicador aproximado das inversotildees Para tanto temos que considerar que a populaccedilatildeo beneficiaacuteria do Programa Bolsa Famiacutelia por ser carente possui uma propensatildeo a consumir maior do que a proacutepria recebida60
TABELA I
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Poupanccedila Consumir dos
Renda (13) Beneficiaacuterios (23)
RENDA INICIAL 1000 333 667
RENDA 2
667 222 444
RENDA 3 444 148 296
RENDA 4 296 99 198
RENDA 5 198 66 132
RENDA 6 132 44 88 RENDA 7 88 29 59 RENDA 8 59 19 39 RENDA 9 39 13 26 RENDA 10 26 9 17 RENDA 11 17 6 12 RENDA 12 12 4 8 RENDA 13 8 3 5 RENDA 14 5 2 3 RENDA 15 3 1 2 RENDA 16 2 1 2 RENDA 17 2 1 1
RENDA 18 1 0 -
TOTAL 2998
MULTIPLICADOR (K) 3
60
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0
- - e d i t o r a AG I R ndash n e s t e c a s o d e ve m o s c o n s i d e r a r o p o t e n c i a l d e
e n d i v i d a m e n t o p o r q u e e m h a v e n d o r e n d a h aacute m a i s a c e s s o a o c r eacute d i t o
1 8 0
Anexo K (Paacutegina 3 de 3) No exemplo acima o efeito multiplicador eacute 3 portanto um investimento inicial de $1000 resultaraacute ao final em $3000
TABELA II
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Endividamento Consumir dos
Renda - 2 Beneficiaacuterios 102
(Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$)
RENDA 1 1800 (59) 1859
RENDA 2 1859 (60) 1919
RENDA 3 1919 (62) 1981
RENDA 4 1981 (64) 2046
RENDA 5 2046 (66) 2112
RENDA 6 2112 (69) 2181
RENDA 7 2181 (71) 2252
RENDA 8 2252 (73) 2325
RENDA 9 2325 (76) 2400
RENDA 10 2400 (78) 2478
RENDA 11 2478 (81) 2559
RENDA 12 2559 (83) 2642
RENDA 13 2642 (86) 2728
RENDA 14 2728 (89) 2817
RENDA 15 2817 (92) 2908
RENDA 16 2908 (95) 3003
RENDA 17 3003 (98) 3100
RENDA 18 3100 (101) 3201
TOTAL 43109
MULTIPLICADOR (K) 239 Na simulaccedilatildeo acima o investimento de R$ 18 bilhotildees potencialmente poderaacute gerar R$ 431 bilhotildees ndash na ilustraccedilatildeo acima utilizamos 18 ldquogeraccedilotildeesrdquo de renda porque a tendecircncia geradora tende a infinito o que eacute utoacutepico
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Anexo L (Paacutegina 1 de 3)
BENEFIacuteCIOS PAGOS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Valores dos Benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia61
Os valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia variam de R$ 32 a R$
242 de acordo com a renda mensal da famiacutelia por pessoa e com o nuacutemero de
crianccedilas e adolescentes de ateacute 17 anos O Programa tem quatro tipos de benefiacutecios
o baacutesico o variaacutevel o variaacutevel vinculado ao adolescente e o variaacutevel de caraacuteter
extraordinaacuterio
O Benefiacutecio Baacutesico de R$ 70 eacute pago agraves famiacutelias consideradas extremamente
pobres com renda mensal de ateacute R$ 70 por pessoa mesmo que elas natildeo tenham
crianccedilas adolescentes ou jovens
O Benefiacutecio Variaacutevel de R$ 32 eacute pago agraves famiacutelias pobres com renda mensal de ateacute
R$ 140 por pessoa desde que tenham crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Cada famiacutelia pode receber ateacute trecircs benefiacutecios variaacuteveis ou seja ateacute R$ 96
O Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente (BVJ) de R$ 38 eacute pago a todas as
famiacutelias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a
escola Cada famiacutelia pode receber ateacute dois benefiacutecios variaacuteveis vinculados ao
adolescente ou seja ateacute R$ 76
O Benefiacutecio Variaacutevel de Caraacuteter Extraordinaacuterio (BVCE) eacute pago agraves famiacutelias nos casos
em que a migraccedilatildeo dos Programas Auxiacutelio-Gaacutes Bolsa Escola Bolsa Alimentaccedilatildeo e
Cartatildeo Alimentaccedilatildeo para o Bolsa Famiacutelia cause perdas financeiras O valor do
benefiacutecio varia de caso a caso
Entenda como eacute calculado o valor do benefiacutecio do Bolsa Famiacutelia
61
F o n t e M D S - h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a v a l o r e s - d o s - b e n e f i c i o s
A c e s s o e m 2 3 1 1 2 0 1 1
1 8 2
Anexo L (Paacutegina 2 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de ateacute R$ 70 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Baacutesico R$ 7000
1 0 Baacutesico + 1 variaacutevel R$ 10200
2 0 Baacutesico + 2 variaacuteveis R$ 13400
3 0 Baacutesico + 3 variaacuteveis R$ 16600
0 1 Baacutesico + 1 BVJ R$ 10800
1 1 Baacutesico + 1 variaacutevel + 1
BVJ
R$ 14000
2 1 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 17200
3 1 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 20400
0 2 Baacutesico + 2 BVJ R$ 14600
1 2 Baacutesico + 1 variaacutevel + 2
BVJ
R$ 17800
2 2 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 21000
3 2 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 24200
1 8 3
Anexo L (Paacutegina 3 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de R$ 70 a R$ 140 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Natildeo recebe benefiacutecio
baacutesico
-
1 0 1 variaacutevel R$ 3200
2 0 2 variaacuteveis R$ 6400
3 0 3 variaacuteveis R$ 9600
0 1 1 BVJ R$ 3800
1 1 1 variaacutevel + 1 BVJ R$ 7000
2 1 2 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 10200
3 1 3 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 13400
0 2 2 BVJ R$ 7600
1 2 1 variaacutevel + 2 BVJ R$ 10800
2 2 2 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 14000
3 2 3 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 17200
A dissertaccedilatildeo de mestrado sob o tiacutetulo ldquoBolsa Famiacutelia Importante Determinante
para a Educaccedilatildeo e Crescimento Socioeconocircmico do Brasilrdquo elaborada por Luiz
Antonio Ferreira foi apresentada e aprovada em 29 de marccedilo de 2012 perante
banca examinadora composta por Profordf Drordf Roseli Fischmann
(PresidenteUMESP) Prof Dr Romualdo Luiz Portela de Oliveira (TitularFEUSP) e
Profordf Drordf Maria Leila Alves (TitularUMESP)
__________________________________________
Profordf Drordf Roseli Fischmann
Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
___________________________________________
Profordf Drordf Roseli Fischmann
Coordenadora do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Programa Mestrado em Educaccedilatildeo da Universidade Metodista de Satildeo Paulo
Aacuterea de Concentraccedilatildeo Educaccedilatildeo
Linha de Pesquisa Poliacuteticas e Gestotildees Educacionais
Agradecimentos
Meus s ince ros agradec imentos aos Pro fesso res Adaur i
B rezo l in e Rose l i F i schmann ao P ro fesso r Adaur i po r te r me
incen t i vado e agrave P ro fessora Rose l i po r te r con f iado e o r ien tado
sob re o tema que desenvo lv i
Aos Pro fesso res Dan i lo D iMano de A lme ida ( in memor iam)
Deacutec io Azevedo Marques de Saes Mar ia Le i la A lves e Ze i la de
B r i to Demar t in i agradeccedilo pe la pac iecircnc ia ded icaccedilatildeo e exce len tes
au las m in is t radas
Sucesso a todos
Lu iz An ton io Fe r re i ra
ldquoThe basic purpose of development is to enlarge peoples choices In principle these choices can be infinite and can change over time People often value
achievements that do not show up at all or not immediately in income or growth figures greater access to knowledge better nutrition and health services more
secure livelihoods security against crime and physical violence satisfying leisure hours political and cultural freedoms and sense of participation in community
activities The objective of development is to create an enabling environment for people to enjoy long healthy and creative lives
Mahbub ul Haq (1934-1998) Fundador do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano (PNUD)
Human development as an approach is concerned with what I take to be the basic development idea namely advancing the richness of human life rather than the
richness of the economy in which human beings live which is only a part of it
Prof Amartya Sen Professor de Economia da Universidade de Harvard
Precircmio Nobel de Economia de 1998
FONTE UNDP ndash(httphdrundporgenhumandev Acesso em 08112011)
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 11 PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA 11 METODOLOGIA 15 RENDA MIacuteNIMA 16 1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA FUNCIONAMENTO E SUSTENTABILIDADE
20
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES 20 11 Regulamentos Funcionais 20 112 Controles 28 113 Legislaccedilatildeo 32 114 Transferecircncia de Renda 34 12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA 39 121 Impacto na Economia 39 122 Acesso ao Creacutedito 42 2 QUALIDADE DE VIDA E DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 47 21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA 47 212 Porque El iminar as Desigualdades 47 213 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 54 214 Iacutendice de Gini 63 215 Capita l Humano 72 22 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 77 221 Desaf ios 77 222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo 81 223 Educaccedilatildeo Brasi le ira No Contexto Mundial 85 3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES REGIOtildeES BRASILEIRAS
91
31 REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA 91 32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMICO 102 321 Acesso agrave Escola 102 322 Desigualdade entre Regiotildees 104 323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho 107 33 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO 117 34 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011 -2020 DESTAQUES
124
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA REDUZIR A DESIGUALDADE
131
41 SAIacuteDA DO BOLSA FAMIacuteLIA 134 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
138
REFEREcircNCIAS 145 ANEXOS 152
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Frequecircncia de Alunos 24 Tabela 2 Trabalho Infantil 27 Tabela 3 Taxa de Analfabetismo da Populaccedilatildeo Acima de 15 anos 60 Tabela 4 Resultado do IDEB versus Metas Estabelecidas 83 Tabela 5 Crescimento Anual do IDH Regional 94 Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional 101 Tabela 7 Taxa de Escolarizaccedilatildeo Liacutequida por Regiatildeo 104 Tabela 8 Tendecircncia do Iacutendice de Gini por Regiatildeo 107 Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada 108 Tabela 10 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa por Regiatildeo 111 Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingressos 2001-2009 112 Tabela 12 Taxa de Fecundidade no Brasil 114 Tabela 13 Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total 116 Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos Familiares em Educaccedilatildeo 123 Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB 127 Tabela 16 Meacutedias Projetadas para as Provas PISA 128 Tabela 17 Meacutedias Alcanccediladas no Exame PISA 2009 128 Tabela 18 Multiplicador 1 de aumento no PIB por Tipo de Gasto 133 Tabela 19 Motivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutelia 2003-2011 136 LISTA DE GRAacuteFICOS Graacutefico 1 Taxa de Alfabetizaccedilatildeo 25 Graacutefico 2 Mortalidade Infantil 26 Graacutefico 3 Alocaccedilatildeo de Recursos para a Assistecircncia Social 38 Graacutefico 4 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 56 Graacutefico 5 Meacutedia de Escolaridade do Brasileiro 57 Graacutefico 6 Expectativa de Escolaridade das Crianccedilas Brasileiras 59 Graacutefico 7 Expectativa de Vida 61 Graacutefico 8 Renda Per Capita (US$ PPP Constante a Preccedilos de 2005) 62 Graacutefico 9 Iacutendice de Gini 64 Graacutefico 10 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Fundamental 84 Graacutefico 11 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Meacutedio 85 Graacutefico 12 Escolaridade Meacutedia ndash Austraacutelia Argentina e Brasil 87 Graacutefico 13 Expectativa de Escolaridade - Austraacutelia Argentina e
Brasil 88
Graacutefico 14 Recursos Federais Alocados agrave Educaccedilatildeo 90 Graacutefico 15 Expectativa de Vida por Regiatildeo 96 Graacutefico 16 Mortalidade Infantil por Regiatildeo ndash 2009 97 Graacutefico 17 Taxa de Analfabetismo 99 Graacutefico 18 Trajetoacuteria dos Fatores Utilizados na Nova Metodologia de
Caacutelculo da Dimensatildeo Educaccedilatildeo para o IDH 100
Graacutefico 19 Iacutendice de Gini por Regiatildeo 105 Graacutefico 20 Empregados com Carteira Assinada 113 Graacutefico 21 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo - do PIB 118 Graacutefico 22 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo 119 Graacutefico 23 Famiacutelias Beneficiadas pelo Programa Bolsa Famiacutelia 137
LISTA DE ABREVIATURAS
BCI ndash Banco Central do Brasil BIEN ndash Basic Income European Network BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social BVJ ndash Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente CadUacutenico - Cadastro Uacutenico para Programas Sociais CEF ndash Caixa Econocircmica Federal CGU ndash Controladoria Geral da Uniatildeo FEAUSPndash Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo FGV ndash Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas HDI ndash Human Development Index IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBMEC ndash Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aniacutesio Teixeira INSPER ndash Instituto de Ensino e Pesquisa IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Avanccedilada LOA ndash Lei Orccedilamentaacuteria Anual MDS - Ministeacuterio do Desenvolvimento Social e Combate agrave Fome MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MIT ndash Massachusetts Institute of Tecnology OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho PBF ndash Programa Bolsa Famiacutelia PISA - Programme for International Student Assessment ndash Programa Internacional de Avaliaccedilatildeo de Estudantes PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelio PNE ndash Plano Nacional de Educaccedilatildeo PNUD ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento POF ndash Pesquisa de Orccedilamentos Familiares PUC ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro UMESP ndash Universidade Metodista de Satildeo Paulo UNDP ndash United Nations Development Programmee USP ndash Universidade de Satildeo Paulo WIPO - World Intellectual Property Organization
SUMAacuteRIO DOS ANEXOS
Anexo A - Renda miacutenima Lei 10835 de 8 de janeiro de 2004--------------Pg 152
Anexo B- Investimentos em educaccedilatildeo -------------------------------------------Pg 153
Anexo C- Tudo pronto para a nova etapa ndash Entrevista com o economista Makhtar
Diop do Banco Mundial ---------------------------------------------------------------Pg 154
Anexo D- Noruega educaccedilatildeo preacute-escolar ---------------------------------------Pg 157
Anexo E- O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia -----------Pg 158
Anexo F - Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na economia----------------Pg 161
Anexo G - Um abismo chamado educaccedilatildeo -------------------------------------Pg 162
Anexo H - IDEB observado versus metas estabelecidas --------------------Pg 168
Anexo I ndash Reduz-se a migraccedilatildeo interna ------------------------------------------Pg 169
Anexo J - Vinod Khosla ndash Bilionaacuterio inovador fundador da Sks Microfinance -
Financiamento dirigido aos pequenos empresaacuterios --------------------------Pg 174
Anexo K ndash Efeito multiplicador ------------------------------------------------------Pg 178
Anexo Lndash Valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia---Pg181
RESUMO
Esta dissertaccedilatildeo trata de um tema relativamente novo com literatura escassa praticamente sem estudos teoacutericos que o abordem Referenciais satildeo encontrados em publicaccedilotildees feitas em seminaacuterios e palestras bem como em artigos e notas jornaliacutesticas Esta dissertaccedilatildeo se trata de trabalho exploratoacuterio analiacutetico descritivo com base documental O Programa Bolsa Famiacutelia tema central deste trabalho eacute uma ferramenta para distribuiccedilatildeo de renda que funciona de forma simples e tem sido efetiva para o atendimento de famiacutelias que vivem abaixo da linha de pobreza Ele eacute resultado da fusatildeo de vaacuterios outros programas dispersos e com efetividade questionaacutevel ndash Bolsa Escola Auxiacutelio Gaacutes e Cartatildeo Alimentaccedilatildeo O Programa Bolsa Famiacutelia beneficia famiacutelias em situaccedilatildeo de pobreza com renda mensal de R$ 70 a R$ 140 per capita e em extrema pobreza com renda mensal abaixo de R$ 70 reais per capita Tambeacutem estabelece condicionalidades de educaccedilatildeo e sauacutede Atualmente haacute cerca de 13 milhotildees de famiacutelias inscritas no Programa Bolsa Famiacutelia que cumprem as condiccedilotildees do ldquoCadastro Uacutenicordquo ndash esta eacute praticamente a totalidade das famiacutelias pobres segundo criteacuterios do PNAD 2006 (Pesquisa Nacional de Domiciacutelios) Na realidade houve substancial injeccedilatildeo de recursos em aacutereas outrora relegadas ao acaso criando novos consumidores bem como empreendedores aleacutem de atrair investimentos Quanto agrave educaccedilatildeo nota-se que haacute reduccedilatildeo do analfabetismo Haacute um crescimento vegetativo do Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) no qual o
Brasil situa-se em 84⁰ lugar dentre as 187 naccedilotildees controladas pelo PNUD
(Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) em 2011 As variaacuteveis que compotildeem o iacutendice crescem timidamente destaca-se queda no item ldquoexpectativa de escolaridade esperada das crianccedilas em idade de ingresso na escolardquo (no Brasil aos seis anos) que caiu no periacuteodo 2000-2011 esse fato pode indicar falha estrutural no ensino brasileiro Esse estudo indica que haacute desenvolvimento socioeconocircmico em aacutereas carentes particularmente na Regiatildeo Nordeste Observa-se tambeacutem a reversatildeo da migraccedilatildeo que historicamente era de nortenordeste a sudeste Tambeacutem nota-se reduccedilatildeo da taxa de fecundidade das brasileiras o que eacute vantajoso O Brasil tambeacutem estaacute com a vantagem do ldquoBocircnus demograacuteficordquo quando a populaccedilatildeo economicamente ativa supera a populaccedilatildeo dependente o que eacute um excelente fator de crescimento por atrair investimentos Apesar de melhorias observadas na deacutecada 2000-2010 elas ainda satildeo insuficientes Quanto ao ldquodesenvolvimento humanordquo o Brasil estaacute muito distante das naccedilotildees desenvolvidas com IDH de 0718 que cresceu na uacuteltima deacutecada agrave taxa de 0769 ao ano Nesse ritmo ateacute alcanccedilarmos o IDH norueguecircs -- primeiro colocado ou o australiano -- segundo colocado que eacute de 0943 seratildeo necessaacuterios 3536 anos Isso nos leva a pensar que a natildeo ser que o acaso nos ajude o sonho de nos juntarmos aos primeiros eacute questionaacutevel Com respeito ao Programa Bolsa Famiacutelia esse prova ser uma frente social para a eliminaccedilatildeo da desigualdade seus beneficiaacuterios eram classificados como pobres e extremamente pobres e foram resgatados Palavras chaves Bolsa Famiacutelia Desenvolvimento Humano Desenvolvimento Socioeconocircmico Distribuiccedilatildeo de Renda Educaccedilatildeo Ferramenta para crescimento IDH Programa Bolsa Famiacutelia Renda Miacutenima
ABSTRACT
This study approaches a new and unexplored subject the Brazilian Family Aid Program Bibliography practically does not exist and academic entities seldom discuss the subject because it is still under development References are found in lectures newspapers and magazine articles This is an exploratory and analytical search approaching evidence basis and sources The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo (PBF) is a Brazilian Family Aid Program granted under conditionality rules It can be considered a unique tool for income distribution working towards an effective solution for families surviving under extreme poverty The program started by the merger of three other poverty aid programs of dubious effectiveness ndash Scholarship Aid Cooking Gas Aid and Food Card The ldquoPBFrdquo benefits families surviving under poverty conditions with R$ 70 to R$ 140 monthly of per capita income and under extreme poverty conditions below R$ 70 monthly of per capita income Also the ldquoPBFrdquo establishes conditional participation rules associated to education and health prevention for children Presently the ldquoPBFrdquo supports 13 million families that fit rules and are enrolled in the ldquoCadastro Uacutenicordquo (Central Control Registration Roll) That registration roll practically covers the totality of the population under poverty situation line as defined by PNAD - 2006 (National Household Survey - 2006)The ldquoPBFrdquo control methodology allows income transfer to regions left under poverty conditions in past history The PBF formed a new consumer community new entrepreneurs moreover attracted investors In regard to education there is reduction in illiteracy The Human Development Index (HDI) shows vegetative growth Brazil is the 84th country ranked among the 187 nations controlled by the United Nations Development Programme (UNDP) in 2011 The dimensions that compose the index for Brazil had poor growth lately in particular the expected years of schooling for children at school enrollment age (in Brazil 6 years old) declined during the last decade (2000-2010) It is likely that there is a structural issue with the Brazilian education sector There is a socio-economic growth in regions where poverty has been endemic in particular Northeast Region The findings also reveal migration reversal that in past were NorthNortheast Regions to Southeast Region as well as fecundity rate reduction which are remarkable advantages Brazil entered into the ldquodemographic bonusrdquo a situation when the ldquoeconomically active populationrdquo exceeds the ldquodependent populationrdquo this is also an advantage because attracts investments and is a push towards economic growth Despite of positive improvements they appear to be insufficient the human development in Brazil is far from excellence presently a HDI of 0718 with a growth of 0769 annually (2000-2010) it will take 3536 years to meet the Australian HDI of 0943 Unless chances help us dreams to join the winners are unlikely The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo however proves to be a social front towards inequality the participants of the plan originally classified under poverty line were rescued Keywords Family Allowance Program Human Development Index HDI Socio-Economic Development Socio-Economic Growth Income Distribution Poverty Reduction Brazilian Family Grant Program Minimum Income Economic Growth Tool
INTRODUCcedilAtildeO
PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA
Sou economista de formaccedilatildeo segui carre i ra na aacuterea
f inancei ra da induacutest r ia automobi l iacutes t ica in ic ie i com o off ice -boy em
1961 v indo a me re t i rar em 1999 (u t i l izo o verbo ldquo re t i rarrdquo porque
nunca esteve em meus p lanos o verbo ldquoaposentarrdquo ) Durante minha
t ra jetoacuter ia prof iss iona l t ive a oportun idade de par t ic ipar de
t re inamento no exter ior Durante 1979-1980 a empresa onde eu
atuava me designou para um programa de t re in amento em Detro i t
Mich igan Part ic ipe i de cursos na Wayne State Univers i ty em 1990
par t ic ipe i de extensatildeo un ivers i taacuter ia em Bo ston Massachussetts
onde curse i o 1990 Senior Execut ive Program no MIT juntamente
com c inquenta execut ivos de d iversas par tes do mundo
Desde que de ixe i a induacutest r ia em 1999 t raba lhe i como
consu l tor independente mas como os cont ratos rarearam decid i por
novos rumos F iz vest ibu lar para Let ras Portuguecircs Inglecircs fu i
admit ido curse i do is semestres natildeo me entus iasmei natildeo era mi nha
seara dec id i que no semestre seguinte estar ia fora Discut i o
assunto com um de meus mestres d urante a conversa e le suger iu
que eu f izesse mestrado me agradou a i de ia Em sequecircncia fomos
1 2
ateacute a coordenaccedilatildeo do Mestrado passe i por uma breve ent revis ta
me fo i perguntado se eu t inha algum pro jeto em mente e eu
prontamente respondi ldquoBo lsa Famiacutel iardquo houve inte resse pe lo tema e
fu i encaminhado ao processo de se leccedilatildeo
Ao in ic iar o curso de mestrado confesso que f iquei
apreensivo perguntava a mim mesmo se conseguir ia seguir ad iante
a exper iecircnc ia nova e desaf iante me entus iasmava cada vez mais
Apesar de estar por longo tempo longe de contatos acadecircmicos
consegui acompanhar e par t ic ipar dos t raba lhos Sent i d i f icu ldades
af ina l estava em contado com pess oas d iametra lmente d i ferente s de
minha convivecircncia usual A co leccedilatildeo de a migos que adquir i me
mot ivou a qual idade dos professores me surpreendeu e os debates
que par t ic ipe i e cont inuo a part ic ipar me def in i ram novos hor izontes
Durante o pr imeiro semestre do curso de mestrado escrevi ao
Senador Supl icy a f im de conseguir subsiacuted ios para meu tema Fu i
prontamente a tendido recebi a lguns textos sobre Renda Miacuten ima e
um convi te para par t ic ipar do 13 ⁰ Congresso BIEN (Basic Income
European Network) No Congresso t ive oportun idade de t rocar
ide ias com pessoas de out ras partes do mundo Em part icu lar f iz
ent revis tas informais com o proacutepr io senador e com o Prof Guy
Standing escr i tor e professor de ldquoEc onomic Secur i tyrdquo da
Univers idade de Bath Reino Unido Tambeacutem converse i com Scott
1 3
Goldsmith c idadatildeo amer icano que d iscorreu sobre o ldquoA laska
Permanent Fund rdquo 1
Par t ic ipe i das I e I I Semanas de Educaccedilatildeo em Dire i tos
Humanos da UMESP in ic iadas em 2010 pro je to que considero de
ext rema re levacircncia para nossos d ias po is conheci expoentes do
assunto Tive a oportun idade de ass is t i r pa lest ras de conferencistas
de a l to coturno como Salomon Lerner Enr ique Dussel Lu iz Anton io
Cunha Edson Cardoso Roberto L iv ianu dent re outros Destaque
especia l do evento de 2011 cabe considerar as au las da d isc ip l ina
ldquoL i tera tura Educaccedilatildeo e Dire i tos Humanosrdquo min ist r adas durante o
evento pe la Professora Graccedila Grauacutena poet isa e escr i tora de e tn ia
pot iguar
Minha exper iecircnc ia com o curso de Mestrado t raz desaf ios que
considero importantes e ac ima de tudo me leva a rever e
sed imentar concei tos de forma que minha exper iecircnc ia da vida
prof iss iona l natildeo se perca
1 O e s t a d o n o r t e a m e r i c a n o d o A l a s k a t a x a e m a t eacute 2 5 d e t o d a a
r e c e i t a r e n d a d e c o r r e n t e d e m i n e r a ccedil atilde o q u e eacute d e s t i n a d a a u m f u n d o
p e r m a n e n t e g a r a n t i d o p e l a c o n s t i t u i ccedil atilde o e s t a d u a l O f u n d o p e r m a n e n t e eacute
i n v e s t i d o e m u m p o r t f oacute l i o d i v e r s i f i c a d o eacute u t i l i za d o p a r a a ccedil otilde e s d e
d e s e n v o l v im e n t o s o c i o e c o n ocirc m ic o D i v i d e n d o s s atilde o d i s t r i b u iacute d o s r e g u l a r m e n t e
a t o d o s o s r e s i d e n t e s d o e s t a d o d o A l a s k a
F o n t e h t t p w w w a p f c o r g h o m e C o n t e n t a b o u t F u n d a b o u t P e r m F u n d c f m -
A c e s s a d o em 2 3 1 1 2 0 1 1
1 4
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma in ic ia t iva que por muito
tempo quest ione i achava um tema popul ista natildeo percebia
sustentaccedilatildeo fu tura Com o passar do tempo ao observar e ler sobre
o assunto percebi os resu l tados posi t ivos do programa O que
chamou minha atenccedilatildeo foram os resu ltados econocircmicos e
pr inc ipa lmente s ign i f ica t ivos benef iacutec ios soc ia is
Esta d issertaccedilatildeo d iscute como um programa concei tua lmente
s imples se tornou ferramenta de cresc imento e mola mestre de um
processo econocircmico re lat ivamente estaacuteve l n i t idamente d i rec ionado
a reduccedilatildeo de desigualdades
Neste t raba lho anal iso os fundamentos e conceitos que
conduzem o programa como in ter ferem nos movimentos soc ia is
qua l sua capacidade em cr iar empregos e novas oportun idades com
ecircnfase ao toacutep ico Educaccedilatildeo
Noto in ib idores importantes quando se aborda o tema
Programa Bolsa Famiacutel ia rdquo haacute posiccedilotildees antagocircnicas e favoraacuteve is
mas quase sempre de caraacuteter par t idaacuter io sem mui ta fundamentaccedilatildeo
Ul t rapassei esses b loqueios e conclu iacute que o tema eacute importante e
faraacute esco la
Cabe enfat izar que esse t raba lho natildeo eacute uma pesquisa de
Economia Sendo eu economista por formaccedilatildeo acadecircmica u t i l izarei
concei tos p inccedilados da Teor ia Econocircmica a f im de melhor entender
os resu ltados rea is deste inst igante tema
1 5
METODOLOGIA
Por ser um tema novo para a Naccedilatildeo e prat icamente ineacuted i to
em termos mundiais a l i te ra tura eacute escassa poucos satildeo os autores
acadecircmicos que abordam o assunto referencia is satildeo encontrados
em publ icaccedilotildees fe i tas em seminaacuterios e pa lest ras bem como em
ar t igos e notas jorna l iacutes t icas Esta d issertaccedilatildeo t ra ta -se de um
t raba lho exp loratoacuter io ana l iacute t ico -descr i t ivo com base documenta l
Os referencia is deste t raba lho baseiam -se (a) na legis laccedilatildeo
que suporta o Programa Bolsa Famiacutel ia (b) na da anaacutel ise h istoacuter ica
de aprovaccedilatildeo do programa pe lo Congresso Nacional (c) no l ivro
ldquoRenda Miacuten ima de Cidadaniardquo do Se nador Eduardo Matarazzo
Supl icy (5ordf ed iccedilatildeo de 2008) (d) em ar t igos e notas jorna l iacutes t icas (e)
e na anaacutel ise de dados estat iacutes t icos consol idados pe lo IBGE MDS
IPEA e tc
Tambeacutem foram anal isados t raba lhos apresentados no 13ordm
Congresso BIEN 2010 (Basic Incom e Earth Network) rea l izado na
FEA USP Satildeo Paulo
1 6
RENDA MIacuteNIMA
Esse t raba lho anal isa desdobramentos do pro jeto do Senador
Eduardo Matarazzo Supl icy e tem como referecircncia pr inc ipa l o l ivro
ldquoRenda de Cidadaniardquo (2008) A tese a l i defendida pe lo Senador
Supl icy pode ser resumida na c i taccedilatildeo da paacutegina 41 de seu l ivro
Eacute p ropoacutes i to des te l i v ro a rgum en ta r em f avo r de o
Bras i l avanccedilar ace le radam en te d i r eccedilatildeo a
ga ran t i r que todos os b ras i le i r os ve nham a
receber um a renda baacutes ica incond ic iona l
f undam en tada no d i r e i t o ina l ien aacuteve l de t odas as
pessoas res iden tes em nosso pa iacutes de pa r t i l ha r a
r ique za da n accedilatildeo n atildeo im por tando a o r igem a
raccedila o sexo a idade a co nd iccedilatildeo c i v i l ou
soc ioeconocircm ica
O pro je to sobre renda de c idadania t ransformou -se na Lei
10835 de 8 de jane i ro de 2004 (SUPLICY 2004) A legis laccedilatildeo
aprovada consiste na garant ia i r rest r i ta de renda miacuten ima a todo
c idadatildeo res idente Segue o ar t igo pr imeiro da le i sancionada o qual
sumar iza o propoacutesi to
Eacute ins t i t u iacuteda a p a r t i r de 2005 a r enda b aacutes ica de
c idadan ia que se cons t i t u i r aacute no d i r e i t o de todos
1 7
os b ras i le i r os res ide n tes no Pa iacutes e es t range i ros
res iden tes haacute pe lo m enos 5 (c inco ) anos no
Bras i l natildeo im por tando sua cond iccedilatildeo
soc ioeconocircm ica a r eceberem anua lm ente um
bene f iacute c io m one taacute r io (Anexo A )
A Le i 1083504 inst i tu i a renda miacuten ima mas o in ib idor para a
implementaccedilatildeo p lena estaacute na a locaccedilatildeo de recursos para a ap l icaccedilatildeo
da le i Emblemat icamente a c idade de Santo Anton io do Pinhal SP
jaacute inst i tu iu le i munic ipa l prevendo renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo
res idente (pop 7000 habitantes em 2010) A l e i munic ipa l prevecirc
a locaccedilatildeo de 6 do orccedilamento munic ipa l para a tendimento e
d is t r ibu iccedilatildeo incondic iona l de renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo res idente
Haacute l i te ra tura var iada no que concerne ao tema ldquoRenda Miacuten ima
de Cidadaniardquo inclus ive um congresso anual que t rata do assunto o
Congresso Bien (Basic Income European Network) A 13ordf ed iccedilatildeo do
Congresso Bien ocorreu nos d ias 30 de junho a 02 de ju lho de 2010
no campus da Unive rs idade de Satildeo Paulo apesar de foca l izar o
tema Renda Miacuten ima houve abordagens ao Programa Bolsa Famiacutel ia
A preocupaccedilatildeo dos governantes em supr i r as necessidades
baacutesicas da populaccedilatildeo menos favorec ida eacute assunto recorrente
Confuacutec io f i loacutesofo ch inecircs 551 aC jaacute defendia a just iccedila soc ia l e
ass ina lava em suas doutr inas ldquoA inseguranccedila eacute p ior que a pobreza rdquo
af i rmaccedilotildees de Guy Standing d i re tor da Organizaccedilatildeo In ternacion al
1 8
do Trabalho (OIT) c i tado pe lo Senador Supl icy em seu l ivro ldquoRenda
da Cidadania a Saiacuteda eacute pe la Portardquo (SUPLICY 2008 p 49 )
A pr imeira proposta de Renda Miacuten ima no mundo moderno fo i
e laborada por Thomas More em sua obra Utop ia Escr i ta em 1516
Utop ia descreve um paiacutes imaginaacuter io uma sociedade onde os
c idadatildeos vivem em perfe i ta harmonia basicamente porque suas
necessidades satildeo tota lmente s at isfe i tas (SUPLICY 2008 p 51-53)
Baseando-se nos pensamentos de Thomas More em 1526
Juan Luiacutes Vovegraves enviado do Rei da Espanha aos Paiacuteses Baixos na
eacutepoca dominados pe la Espanha e laborou uma proposta de Renda
Miacuten ima para a c idade de Bruges Beacute lgica Uma f orma de ass istecircnc ia
aos pobres fora implementada em 1525 em Ipres Beacutelgica As ide ias
de Vovegraves inf luenciaram a adoccedilatildeo na Ingla terra e Europa de le is de
ass is tecircnc ia aos pobres (The Poor Laws) Essas le is in ic ia lmente em
1531 v isavam assis t i r aos idosos e def ic ientes permi t indo que estes
pudessem pedir esmolas junto agraves paroacutequias Mais tarde as
paroacutequias foram autor izadas a levantarem fundos a f im de atender
aos necessi tados (SUPLICY 2008 p53-56)
Houve d iversos atos iso lado s que antecederam o Programa
Bolsa Famiacutel ia Foram accedilotildees de t ransferecircncia de renda no Bras i l
conforme abaixo descr i tas
O p ione i r i sm o quando se t r a ta de p rog ram as de
t r ans f e recircnc ia de renda eacute a t r ibu iacutedo ao p r e f e i t o de
1 9
Cam p inas ndash SP Joseacute Rober t o Maga lhatilde es que f ez
o p r im e i ro pagam ento a u m a f am iacute l i a necess i tada
em 1995 Pos te r io rm en te no m esm o ano o en tatildeo
gove rnador do D i s t r i t o Federa l C r i s tovatildeo
Buarque e o p re f e i t o de R ibe i r atildeo Pre to SP
An ton io Pa locc i im p lan tam p rog ram a s im i la r Em
1996 o Pres iden te Fe rnando Henr ique Cardoso
lanccedilou o P rog ram a de Er rad icaccedilatildeo do T raba lho
In f an t i l cond ic ionad o agraves f am iacute l i as a m anu tenccedilatildeo
dos f i l hos na esco la Em 1997 o P res iden te
Fe rnando Henr ique Cardoso c r iou a Prog ram a
Nac iona l de R enda Miacuten im a e em 2001 lanccedilou o
Prog ram a Bo lsa Esco la Em 2003 p r im e i ro ano
do Pres iden te L u i z I gnaacutec io Lu la da S i l va c r iou -
se o M in is teacute r io Ex t rao rd inaacute r io de Se guranccedila
A l im en ta r e lanccedila o p rog ram a Fom e Zero Jaacute em
2004 f o i c r iado o M in is teacute r io do Desen vo l v im en to
Soc ia l e Com bate a Fom e quando f o ram
un i f i cados todos os p rog ram a s f ede ra is de
t r ans f e recircnc ia de renda no Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia (O Es tado de Satilde o Pau lo 18 4 2010 ldquoO
DNA da t r ans f e recircnc ia de rendardquo ) rdquo
2 0
1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA ndash FUNCIONAMENTO E
SUSTENTABILIDADE
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES
111 Regulamentos Funcionais
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute comentado e cr i t icado por
d iversas camadas da soc iedade bras i l e i ra contudo haacute que se
considerarem os benef iacutec ios e as vantagens que proporc iona agrave
Naccedilatildeo Soacute pa ra exempl i f i ca r tomemos duas cons ide raccedilotildees mu i to
comuns que satildeo ve icu ladas de fo rma i r responsaacuteve l mu lhe res que
engrav idam pa ra recebe r o benef iacutec io e t raba lhado res que p re fe rem
empregos in fo rma is para tomar van tagens dos benef iacutec ios Esse
t raba lho p rocu ra con t r ibu i r para que se des faccedilam esses m i tos
Quanto ao p r ime i ro m i t o ce r tamente have r ia uma exp losatildeo
demograacute f i ca o que natildeo oco r re mas ao con t raacute r io a taxa de
fecund idade b ras i le i ra d im inu iu s ign i f i ca t i vamente quan to ao
segundo mi to natildeo se comprova porque emprego com ca r te i ra
2 1
ass inada c resceu substanc ia l mente na uacute l t ima deacutecada Ambas as
s i tuaccedilotildees se ratildeo ana l isadas ma is ad ian te
Os benef iacutec ios satildeo ver i f icados e comprovados sob os mais
d i ferentes acircngulos de anaacutel ise O concei to baacutes ico do Programa Bolsa
Famiacutel ia eacute fazer com que as famiacutel ias sa iam do niacuteve l de ind igecircncia
poss ib i l i tando sob condic iona l idades a sat isfaccedilatildeo de suas
necessidades baacutesicas Evidecircncias seratildeo anal isadas em toacutep icos
ad iante as quais inc luem a permanecircncia das cr ianccedilas na esco la
melhor ia da sauacutede dos benef ic iaacuter ios desenvolvimento
soc ioeconocircmico proporc ionado pr inc ipa lmente pe lo efe i to
mult ip l icador proporc ionado pe la in jeccedilatildeo de recursos de cunho
soc ia l e tc
O Min is teacuter io do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome
(MDS) def ine o Programa Bolsa Famiacutel ia da seguin te forma
O Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia (PBF) eacute um prog ram a
de t r ans f e recircnc ia d i r e ta de ren da com
cond ic iona l idades que bene f i c ia f am iacute l i as em
s i t uaccedilatildeo de pobre za ( com renda m ensa l po r
pessoa de R$ 70 a R$ 140) e ex t rem a pobre za
( com renda m ensa l po r pessoa de a teacute R$ 70 ) de
aco rdo com a Le i 10 836 de 0 9 de j a ne i ro de
2004 e o Dec re to n ordm 5 209 de 17 de se te m bro de
2004
O PBF in teg ra a es t ra teacuteg ia FOME ZERO que tem
o ob je t i vo de assegura r o d i r e i t o hu m ano agrave
a l im en taccedilatildeo adequad a p rom ovendo a seguranccedila
2 2
a l im en ta r e nu t r i c iona l e con t r ib u ind o pa ra a
e r rad ic accedilatildeo da ex t rem a pobreza e pa ra a
conqu is ta da c id adan ia pe la p a rce la da
popu laccedilatildeo m a is vu ln e raacuteve l agrave f om e O Prog ram a
pau ta - se na a r t i cu laccedilatildeo de t r ecircs d im ensotildees
essenc ia is agrave su peraccedilatildeo da f om e e da pob re za
D o a l iacute v i o im e d i a t o d a p o b r e za p o r m e i o d o
d i r e i t o d e r e n d a agrave f a m iacute l i a
R e f o r ccedil o a o e x e r c iacute c i o d e d i r e i t o s s o c i a i s b aacute s i c o s
n a s aacute r e a s d e S a uacute d e e E d u c a ccedil atilde o p o r m e i o d o
c u m p r im e n t o d a s c o n d i c i o n a l i d a d e s o q u e
c o n t r i b u i p a r a f a m iacute l i a s c o n s i g a m r o m p e r o c i c l o
d a p o b r e za e n t r e g e r a ccedil otilde e s
C o o r d e n a ccedil atilde o d e p r o g r a m a s c o m p le m e n t a r e s
q u e t ecirc m p o r o b j e t i v o o d e s e n v o l v im e n t o d a s
f am iacute l i a s d e m o d o q u e o s b e n e f i c i aacute r i o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a c o n s i g a m s u p e r a r a
s i t u a ccedil atilde o d e v u l n e r a b i l i d a d e e p o b r e za
S atilde o e x e m p l o s d e p r o g r a m a s c o m p l e m e n t a r e s
p r o g r a m a s d e g e r a ccedil atilde o d e t r a b a l h o e r e n d a d e
a l f a b e t i za ccedil atilde o d e a d u l t o s d e f o r n e c im e n t o d e
r e g i s t r o c i v i l e d e m a i s d o c um e n t o s 2
As condiccedilotildees def in idas para o PBF descr i tas pe lo Min is teacuter io
do Desenvolvimento Socia l (MDS) satildeo re la t ivament e s imples e sem
burocrac ia a f im de fac i l i ta r o atend imento dos benef ic iaacuter ios Segue
descr iccedilatildeo estabelec ida no por ta l de MDS
2 h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f a m i l i a o -
q u e - e Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
2 3
As cond ic i ona l idades satildeo os com prom issos nas
aacute reas da Educaccedilatildeo da Sauacute de e Ass is tecircnc ia
Soc ia is assum idos pe las f am iacute l i as e que p rec isam
se r cum pr idos pa ra que e las con t inuem a receber
o bene f iacute c io d o P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a
As cond ic iona l idades v igen tes do P rograma Bo lsa Famiacute l ia
satildeo bas icamente assoc iadas agrave educaccedilatildeo sauacutede e ass is tecircnc ia
soc ia l
E d u c a ccedil atilde o f r e q u ecirc n c i a e s c o l a r m iacute n im a d e 8 5
p a r a c r i a n ccedil a s e a d o le s c e n t e s e n t r e 6 e 1 5 a n o s
e m iacute n im a d e 7 5 p a r a a d o l e s c e n t e s e n t r e 1 6 e
1 7 a n o s
Os con t ro les de f requecircnc ia esco la r ind icam resu l t ados
sa t is fa toacute r ios nesse ques i to aos benef i c iaacute r ios do Programa Bolsa
Famiacutel ia A aderecircncia em 2011 estaacute em 983 das cr ianccedilas com
idade ent re 6 e 15 anos o que s ign i f ica 238 de melhor ia desde
2006 cu jo va lor era de 794 Quanto aos estudantes com idade
ent re 16 e 17 anos o resu ltado tambeacutem eacute s ign i f ica t ivo at inge a
marca de 962 Conforme notada nas tabe las seguin tes podemos
conclu i r que o processo mostra-se estaacuteve l natildeo eacute notada var iaccedilatildeo
substancia l no iacutend ice a par t i r de 2009 Eacute cer to que quando um
processo se torna estaacuteve l eacute necessaacuter ia nova in terferecircncia a f im de
2 4
apr imoraacute- lo O melhor seraacute cr iar uma ldquodesestab i l idade for tu i tardquo que
apesar de t iacutemidos jaacute haacute movimentos nesse sent ido ta is como
melhor ia de qual idade na educaccedilatildeo Segue tabe la 1 ind icat iva da
f requecircncia esco lar dos benef ic iaacuter ios conforme publ icaccedilatildeo do MEC
FREQUEcircNCIA DE ALUNOS BENEFICIAacuteRIOS DO PROGRAMA BOLSA
FAMIacuteLIA
Ano 6 a 15 anos 16 a 17 anos
() ()
2006 79 44 N D
2007 96 97 N D
2008 98 06 95 62
2009 98 86 97 83
2010 98 57 97 06
2011 97 89 96 55
TABELA 1 F requecircnc ia de A lunos Benef i c iaacute r ios do P rograma Bo lsa
Famiacute l ia
Fon te MEC
h t tp pa ine l mecgovb r pa ine l phpmodu lo=p r inc ipa l de ta lhamen to
Ind icado rampacao=Aampdeta lhes=pa isamp ind id=442
Acesso em 14 11 2011
A taxa de a l fabet izaccedilatildeo tambeacutem apresenta s ign i f ica t iva
melhor ia no per iacuteodo poacutes- implementaccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia
Nesse quesito tambeacutem se nota estabi l idade do processo sendo que
os ind icadores se mostram estaacuteve is ao redor de 90 Eacute vaacute l ido
af i rmar para esse quesi to que uma ldquodesestab i l izaccedilatildeo for tu i ta
tambeacutem eacute bem-vindardquo
2 5
( ) es tab i l idade re la t i va ao redor de 90
Graacute f i co 1 Taxa de A l fabe t i zaccedilatildeo 15 anos ou ma is
Fon te IBGE Seacuter ies h is toacute r i cas - Acesso em 09 8 2011
S a uacute d e a c o m p a n h a m e n t o d o c a l e n d aacute r i o v a c i n a l
e d o c r e s c im e n t o d e s e n v o l v im e n t o p a r a
c r i a n ccedil a s m e n o r e s d e 7 a n o s e p r eacute - n a t a l d a s
g e s t a n t e s e a c o m p a n h a m e n t o d a s n u t r i ze s n a
f a i x a e t aacute r i a d e 1 4 a 4 4 a n o s
Conforme dados do IBGE a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ap resen ta resu l tados s ign i f i ca t i vo s na deacutecada 2000 -2009 com
queda de 35 7 A cond ic iona l idade assoc iada agrave sauacutede dos
benef i c iaacute r ios do P rograma pode te r con t r ibu iacutedo s ign i f i ca t i vamente
pa ra essa me lhor ia soc ia l A Reg iatildeo Nordes te fo i a que ma io r
reduccedilatildeo apresen tou ne s te ques i to com 47 8 de reduccedilatildeo O
2 6
graacute f i co segu in te nos ind ica a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ob t ida na uacute l t ima deacutecada (2000 -2009)
G raacute f i co 2 Mor ta l idade In fan t i l
Fon te
M in is teacute r io da Sauacutede
h tpp tabne t da tasus govb r cg i idb2010 c01bh tm
Acesso 10 4 2012
Soc ia l f r equecircnc ia m iacuten im a de 85 da ca rga
ho raacute r ia r e la t i va a o s se rv iccedilos soc ioeduca t i vos
pa ra c r ianccedilas e anos em r is co ou re t i r adas do
t r aba lho in f an t i l
No quesito t raba lho infant i l ob je t ivo da exis tecircnc ia da
condic iona l idade denominada ldquosoc ia l rdquo tambeacutem mostra resu l tados
pos i t ivos a melhor ia em termos nacionais eacute de 24 entre 2003 e
2008 (1261 para 9 56 por 100000 habi tantes) equ iva lente a
2 7
54 ao ano de reduccedilatildeo Provavelmente par te s igni f ica t iva dessa
queda pode ser at r ibuiacuteda a essa cond ic iona l idade denominada
soc ia l
TRABALHO INFANTIL
( da Pop de 10 a 15 anos t raba lhando ou procurando emprego)
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Regiatildeo
Norte 1079 1628 1565 1456 1286 1088 Nordeste 1865 1715 1903 1665 1559 1356 Sudeste 754 657 738 683 631 578 Sul 1539 1554 1361 1388 1329 1015 Centro-Oeste 933 1053 943 912 933 894 Total 1261 1231 128 1179 1101 956
Tabela 2 Trabalho Infant i l
Fonte
IBGE ndash Seacuter ies Histoacuter icas
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD329ampsv=
7ampt=taxa-de- t raba lho- infant i l Acesso em 118 2011
O MDS just i f ica a adoccedilatildeo de condic iona l id ades pe lo Programa
Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
As cond ic iona l ida des do Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
satildeo ao m esm o tem po r esponsab i l i da des das
f am iacute l i as e do pod e r puacuteb l i co O ob je t i vo das
cond ic iona l idades natilde o eacute pun i r as f a m iacute l i as m as
responsab i l i za r d e f o rm a con junta os
bene f i c iaacute r ios e o poder p uacuteb l i co q ue de ve
iden t i f i ca r os m o t i vos do natildeo cum pr im en to das
cond ic iona l idades e im p lem en ta r po l iacute t i cas
2 8
puacuteb l i cas de acom panham ento pa ra essas
f am iacute l i as3
A co locaccedilatildeo do MDS quando just i f ica a adoccedilatildeo de
condic iona l idades como parte das est rateacutegias que nor te iam o
Programa Bolsa Famiacutel ia ind i retamente impotildee ao benef ic iaacuter io
podemos considerar de forma justa a responsabi l idade de
ldquo remunerarrdquo o restante da soc iedade pe lo s benef iacutec ios f inancei ros
concedidos
1 12 Contro les
O MDS tambeacutem estabelece um rela toacuter io demonstrat ivo de
metas cumpr idas bem como de t ransparecircncia dos benef iacutec ios pagos
aos par t ic ipantes Os benef iacutec ios satildeo pagos e cont ro lados pe la Caixa
Econocircmica Federa l a qua l emite re la toacuter ios mensais ident i f icando
3F o n t e
h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f am i l i a b e n e f i c i o s - e -
c o n t r a p a r t i d a s Ac e s s o em 2 2 0 6 2 0 1 0
2 9
nominalmente os benef ic iaacuter ios Esses re latoacuter ios podem se obt idos
por estado e munic iacutep io 4
Os cont ro les estabelec idos parecem adequados para que os
cont r ibu in tes possam f isca l izar e denunciar possiacuteve is f raudes O
MDS estabelece processos de f isca l izaccedilatildeo para gar ant i r
cred ib i l idade e just iccedila ao programa A pr inc ipal ferramenta
contro ladora eacute o ldquoCadast ro Uacutenico rdquo 5
Segundo o MDS a f isca l izaccedilatildeo da gestatildeo do Cadast ro Uacutenico
e do Programa Bolsa Famiacutel ia pode ser fe i ta das seguintes formas
Accedilotildees in loco e agrave d is tacircnc ia r ea l i zad as pe lo
M in is teacute r io do Desenvo lv im en to Soc ia l e Com bate
agrave Fom e MDS po r m eio da Sec re ta r ia Nac iona l de
Renda de C ida da n ia con f o rm e c r i t eacute r ios e
pa racircm et ros es tabe lec idos na Por ta r ia Senarc n ordm
1 2004
Accedilotildees desenvo l v id as pe las Ins tacircnc ias de
Con t ro le Soc ia l q ue devem acom panhar as
a t i v i dades desenvo lv idas pe lo ges to r m un ic ipa l
do Prog ram a aux i l i a ndo na de f in i ccedilatildeo de f o rm as
pa ra m e lho r a tender agraves f am iacute l i as que se
enquadram nos c r i t eacute r ios do Prog ram a inc lus ive
no que d i z r espe i to agraves Aud i to r ias e accedilotildees de
f i sca l i zaccedilatildeo rea l i za das pe las ins t i t u i ccedilotildees de
4F o n t e h t t p s w w w b e n e f i c i o s s o c ia i s c a i x a g o v b r c o n s u l t a b e n e f i c i o 0 4 0 1 0
0 - 0 0 _ 0 0 a s p Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
5 F o i c r i a d o d u r a n t e o g o v e r n o d e F e r n a n d o H e n r i q u e C a r d o s o e m 2 4 d e
o u t u b r o d e 2 0 0 1 p o r D e c r e t o d a P r e s i d ecirc n c i a d a R e p uacute b l i c a
3 0
con t ro le in te rno e ex te rno do poder ex ecu t i vo a
m a io r pa r te de las ta m beacutem com ponen tes d a R e d e
P uacute b l i c a d e F i s c a l i za ccedil atilde o d o B o l s a F a m iacute l i a
Aud i t o r ias po r m e io de anaacute l i se das bases de
dados e s i s tem as em espec ia l aque las
rea l i za das na b ase do Cad as t ro Uacuten ico que
pe rm i tem iden t i f i ca r dup l i c ida des d i ve r gecircnc ias
de in f o rm accedilatildeo de renda quando com parada com
ou t ras bases de dados do Governo Federa l
den t re ou t ras d i spon ib i l i dade de se rv iccedilos
puacuteb l i cos de sauacutede e educaccedilatildeo que pe r m i tam o
cum pr im en to das cond ic iona l idades 6
A rede puacutebl ica de f isca l izaccedilatildeo fo i cr iada em jane i ro de 2005
envo lve o Min is teacuter io Puacutebl ico a Contro lador ia Gera l da Uniatildeo e o
Tr ibunal de Contas da Uniatildeo tendo como ob je t ivo moni torar o
Programa Bolsa Famiacutel ia Foram estabelec idas responsabi l idades
para cada uma das ent idades f isca l iza doras de forma ao apropr iado
andamento do Programa Bolsa Famiacutel ia
O MDS recebe denuacutencias referentes ao Programa Bolsa
Famiacutel ia pe los seguin tes canais
Pessoa l ou ca r ta endereccedilada agrave Ouv id o r ia do
M in is teacute r io
6F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o f o r m a s - d e -
f i s c a l i za c a o Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
3 1
E -m a i l s pa ra a aacute rea de a tend im en to do Bo lsa
Fam iacute l ia
Cen t ra l de a t end im en to do Fom e Zero I ns tacircnc ias
de Con t ro le Soc ia l
Denuacutenc ias encam in hadas pe los oacute rgatildeos de
con t ro le
A Coordenaccedilatildeo -Gera l de F isca l i zaccedil atildeo do
Depar tam en to de Operaccedilatildeo da Sec re ta r ia
Nac iona l de Re nda de C idada n ia exa m ina as
denuacutenc ias re ceb ida s e de aco rdo com a
g rav idad e dos f a tos ado ta m ed idas de
f i sca l i zaccedilatildeo po r m e io de v i s i t as aos m un ic iacutep ios
ou agrave d is tacircnc ia Na m a io r pa r te os casos o MDS
encam inha as den uacutenc ias receb idas p a ra os
ges to res m un ic ipa is do PBF so l i c i t a n do que
se j am ave r i guadas
Quando a CGU rea l i za aud i to r ias nos m un ic iacutep ios
esco lh idos po r m e io de so r te ios e encon t ra a lg um
ind iacutec io de i r r egu la r i dade na im p lem en taccedilatildeo do
PBF e la encam inha os resu l tados pa ra a Senarc
Es ta po r sua vez encam inha ped idos de
ave r iguaccedilatildeo aos g es to res m un ic ipa is do PBF dos
m un ic iacutep ios aud i tados ou pa ra a Ca ixa Econocircm ica
Federa l de aco rdo com o resu l tado da a ud i to r ia
da CGU
Apoacutes a conc lusatildeo do s p rocessos de apuraccedilatildeo das
denuacutenc ias receb idas o u das aud i to r ias d a CGU a
Sec re ta r ia im p lem en ta e ou recom enda aos
ges to res m un ic ipa is e ou ao agen te oper ador do
p rog ram a ndash CAIX A ECONOcircMICA FEDER AL - a
adoccedilatildeo de m ed ida s saneadoras pa ra cada
i r r egu la r idade cons t a tada Quando eacute o caso os
resu l tados das accedilotildees de apuraccedilatildeo de denuacutenc ias
3 2
satildeo encam inhados agraves ins t i t u i ccedilotildees i n teg ra n tes d a
Rede Puacuteb l i ca de F isca l i zaccedilatildeo do Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia pa ra im p lem en t accedilatildeo de p ro v idecircn c ias no
acircm b i to de suas com pe tecircnc ias
O MDS tam beacutem encam inha aos m un ic iacutep ios os
resu l tados de aud i to r ias rea l i za das nas bases d e
dados do Cadas t ro Uacuten ico com o r ien taccedilotildees pa ra
t r a ta r os p rob lem as encon t rados7
O MDS tambeacutem publ ica dados estat iacutes t icos apontando h is toacuter ico
de descumpr imento das condic iona l idades para o to ta l Bras i l e por
estado da Federaccedilatildeo apontando quant idade de advertecircnc ias
suspensotildees e cancelamentos 8
113 Legis laccedilatildeo
Segue resumo da legis laccedilatildeo 9 associada ao Programa Bolsa
Famiacutel ia
7F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o a p u r a c a o -
d e - d e n u n c i a s Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
8F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a c o n d i c i o n a l i d a d e s h i s t o r i
c o - d a s - r e p e r c u s s o e s - p o r - d e s c u m p r im e n t o - d e - c o n d i c i o n a l i d a d e s
A c e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
9A c r o n o l o g i a d e l e g i s l a ccedil atilde o q u e s e g u e f o i s e l e c i o n a d a p r i n c i p a lm e n t e n o
p o r t a l d o M D S a s e l e ccedil atilde o n atilde o p r e t e n d e s e r c o m p l e t a c o n t u d o v i s a
p r o p o r c i o n a r r a zo aacute v e l r e f e r e n c i a l l e g a l p a r a o t e m a
3 3
1 20 10 2003 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 1 32
DE 20 DE OUT UBRO 2003
(Conver t ida na L e i n ordm 10 836 de 2 004)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
2 09 01 2004 -L EI No 1 0 836 DE 9 D E
JANEIRO DE 2004
(Regu lam en to Conve rsatildeo da MPv n ordm 132 de
2003)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
3 17 9 2004 -DECR ET O Nordm 5 209 DE 17 DE
SET EMBRO DE 200 4
A Le i n ordm 10 836 de 9 de j ane i ro de 20 04 que
c r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
4 28 12 2007 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 4 11
DE 28 DE D EZEM BR O DE 2007
D ispotildee sob re o Pro g ram a Nac iona l de I nc lusatildeo
de Jovens - P roJovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no
11 129 de 30 d e j unho de 20 05 a l t e ra a Le i no
10 836 d e 9 d e j ane i ro de 2004 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
5 10 06 2008 -L EI Nordm 11 692 DE 10 JUNHO
DE 2008
Conversatildeo da MPv n ordm 411 d i spotildee sob re o
Prog ram a Nac iona l d e Inc lusatildeo de Joven s - P ro
j ovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no 11 12 9 de 30 de
j unho de 2005 a l t e r a a L e i no10 83 6 d e 9 d e
j ane i ro de 2004 r evoga d ispos i t i vos das Le is nos
9 608 de 18 d e f eve re i r o de 1998 10 7 4 8 de 22
de ou tub ro de 200 3 10 940 de 27 de ag os to de
2004 11 129 de 30 de j unho de 2005 e 11 180
3 4
de 23 de se tem bro de 2005 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
6 26 6 2008 -DECR ET O Nordm 6 491 DE 26 DE
JUNHO DE 2008
Daacute nova redaccedilatildeo ao a r t 19 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
7 16 4 2009 -DECR ET O Nordm 6 824 DE 16 DE
ABRIL DE 2009
A l te ra o capu t do a r t 18 do Dec re to n o 5 209 de
17 de se tem bro de 2004 a tua l i zando os va lo res
re f e renc ia is pa ra ca rac te r i zaccedilatildeo das s i t uaccedilotildees
de pobre za e ex t rem a pobreza no acircm b i to do
Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia p rev is t os no a r t 2o sectsect
2o e 3
o da Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de
2004
8 30 7 2009 -DECR ET O Nordm 6 917 DE 30 DE
JULHO DE 2009
A l te ra os a r t s 18 19 e 28 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
1 14 Transferecircncia de Renda
Podemos af i rmar que o Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma forma
ef ic iente de t ransfer i r renda dest ina -se a a tender famiacutel ias pobres e
3 5
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e baacutes ico garant i r a l imentaccedilatilde o e
oportun idade de acesso educaccedilatildeo e agrave sauacutede Podemos considerar
que sua ef ic iecircnc ia res ide no fato de cred i tar o recurso f inancei ro
em moeda corrente d i retamente ao benef ic iaacuter io sem qualquer
in termediaccedilatildeo e este por sua vez pode dest inar esse recurso para o
consumo de bens e serviccedilos que rea lmente necessi te No Programa
Bolsa Famiacutel ia a movimentaccedilatildeo de recursos eacute fe i ta d i retamente ao
carente sem qualquer t ipo de interferecircncia porque os benef ic iaacuter ios
tecircm que estar regis t rados no Cadast ro Uacutenico e devem cumpr i r as
condic iona l idades estabelec idas Os benef iacutec ios tem caraacuteter
temporaacuter io uma vez que o benef ic iaacuter io adquira condiccedilotildees saudaacuteveis
de sobrevivecircncia o benef iacutec io cessa haacute ferramentas cont ro la doras
para que isso aconteccedila
Transferecircncias de renda agraves camadas mais pobres visam
garant i r que os favorec idos tenham acesso a serviccedilo s baacutesicos e
essencia is Em outubro de 2011 o Min isteacuter io do Desenvolvimento
Socia l ind ica que haacute atendimento agrave 13171810 famiacutel ias o que
segundo o proacuteprio MDS s ign i f ica a tendimento a 10136 das
famiacutel ias consideradas pobres segundo perf i l do Programa Bolsa
Famiacutel ia (PNAD 2006) Sem sombra de duacutevida esses dados ind icam
que o Bras i l daacute um dos maiores passos em d i reccedilatildeo agrave e l iminaccedilatildeo da
desigualdade 10
10
F o n t e h t t p a p l i c a c o e s m d s g o v b r s a g i R I v 3 g e r a l i n d e x p h p A c e s s o e m 1 2 1 2 2 0 1 1
3 6
O Brasi l como membro da ONU f i rmou compromisso no ano
2000 a cumpr i r os ob je t ivos de desenvolvimento do mi lecircn io
comprometeu-se em cumpr i r as Metas do Mi lecircn io que dentre e les
inc lu i a reduccedilatildeo da ext rema pobreza e da fome ateacute 2015 Oi to satildeo
as chamadas ldquoMetas do Mi lecircn iordquo 11
Acabar com a f om e e a m iseacute r ia
Garan t i r educaccedilatildeo baacutes ica e de qua l i dade p a ra
todos
I gua ldad e en t re sexos e va lo r i zaccedilatildeo da m u lhe r
Redu z i r a m or ta l i dad e in f an t i l
Me lho ra r a sauacutede das ges tan tes
Com ba te r a A IDS a m a laacute r ia e ou t ras doenccedilas
Qua l idade de v ida e r espe i to ao m e io am b ien t e
T odo m undo t r aba lhando pe lo desenvo lv im en to
O Programa Bolsa Famiacutel ia estaacute em l inha com os ob je t ivos
ac ima e o invest imento maciccedilo em Assis tecircnc ia Socia l como um todo
eacute o esforccedilo para o cumpr imento das meta s Os dados cont idos na
Le i Orccedilamentaacuter ia Anual pub l icada no Porta l do Orccedilamento do
Senado demonstram efet ivo aumento na a locaccedilatildeo de r ecursos para
Assis tecircnc ia Socia l Nesse quesi to destacam-se massivos recursos
ao Programa Bolsa Famiacutel ia
11 h t t p d e s a f i o s 2 i p e a g o v b r s i t e s 0 0 0 1 7 e d i c o e s 3 8 p d f s r d 3 8 n o t 0 4 p d f A c e s s o e m
1 0 1 1 2 0 1 1
3 7
O graacutef ico seguin te nos daacute um quadro do montante dest inado agrave
ass is tecircnc ia soc ia l bem como os va lores designados ao Programa
Bolsa Famiacutel ia Os recursos dest inados agrave Assis tecircnc ia Socia l a
preccedilos de 2011 cresceram de R$ 213 b i lhotildees em 2004 para R$
419 b i lhotildees em 2011 um crescimento rea l de 106 ao ano
s ina l izando de forma contundente o empenho bras i le iro em e l iminar
as desigualdades O programa Bolsa Famiacutel ia que representa 33
do orccedilamento para Assis tecircnc ia Socia l em 2011 cresceu de 74
b i lhotildees em 2004 para cerca de 14 b i lhotildees em 2011 com
cresc imento rea l de 96 ao ano12
O graacutef ico 3 ad iante ind ica a tendecircncia dos va lores a locados agrave
ass is tecircnc ia soc ia l inc lu indo o Programa Bolsa Famiacutel ia
12 V a l o r e s a j u s t a d o s p e l o D e f l a t o r d o P r o d u t o I n t e r n o B r u t o
F o n t e I BG E httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto - Acesso em 1042011
3 8
Graacutef ico 3 A locaccedilatildeo de Recursos p Ass is tecircnc ia Socia l 13
Fonte LOA ndash Le i de Orccedilamento Anual ndash
h t tp www9senadogovbr porta l pagepor ta l orcamento_senado_Po
rta lOrcamento Acesso em 129 2011
13 Ajustado pelo deflator do PIB -
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-
interno-bruto Acesso em 13102011
3 9
12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
1 21 Impacto na Economia
O desenho do Programa Bolsa Famiacutel ia faz com que ha ja
benef iacutec ios econocircmicos geraccedilatildeo de r iqueza e auto sustentaccedilatildeo
a leacutem de progressos soc ia is importantes
Quanto agrave geraccedilatildeo de r iqueza e la ocorre pr inc ipa lmente
devido ao efe i to mul t ip l icador do Programa Bolsa Famiacutel ia que eacute a l to
porque haacute t ransferecircncia de renda para as camadas mais pobres da
populaccedilatildeo Boa par te da populaccedilatildeo que anter iormente ao Programa
Bolsa Famiacutel ia v iv iam na ind igecircncia e natildeo eram consumidores
passaram a secirc - lo apoacutes o recebimento dos benef iacutec ios f ina ncei ros O
c idadatildeo que prat icamente nada possuiacutea passou a s i tuaccedilatildeo de
consumidor cr iando uma procura de bens e serviccedilos e promovendo
o gi ro da economia pr inc ipa lmente nos munic iacutep ios mais carentes
Estudos ind icam que a expansatildeo dos benef iacutec ios pagos em 20 05 e
2006 R$ 18 b i lhatildeo resu l tou em cresc imento ad ic iona l do PIB de
R$ 431 b i lhotildees com rece i tas ad ic iona is de impostos de R$ 126
b i lhotildees 70 maior que os benef iacutec ios pagos em 2006 de R$ 75
b i lhotildees Essas est imat ivas constam de estudo dos economistas
4 0
Naeacuterc io Aquino Menezes Fi lho coordenador do Centro de Pol iacute t icas
Puacutebl icas (CPP) do Inst i tu to de Ensino e Pesquisa ( Insper) ant igo
Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henr ique Landim Junio r a luno da
graduaccedilatildeo do INSPER 14
O efe i to mul t ip l icador do PBF eacute a l to porq ue insere no
mercado uma populaccedilatildeo carente com poucas condiccedilotildees para poupar
v indo a u t i l izar como consumo prat icamente todo o seu benef iacutec io e
indo a leacutem po is adquire acesso ao creacuted i to o que poss ib i l i ta cons umir
mais do que recebeu O Precircmio Nobel de economia Paul A
Samuelson em seu l ivro ldquo In t roduccedilatildeo agrave Anaacutel ise Econocircmicardquo (p 314
tomo I 1966) exempl i f ica o ldquomult ip l icadorrdquo que just i f ica a
sustentab i l idade do Programa Bolsa Famiacutel ia (Anexo K)
O benef ic iaacuter io do Programa Bolsa Famiacutel ia sat isfaz suas
necessidades baacutesicas e tambeacutem se torna consumidor de bens e
serviccedilos part icu larmente aos associados agrave educaccedilatildeo e sauacutede
Ta lvez educaccedilatildeo e sauacutede natildeo fossem pr ior idades desse novo
c idadatildeo consumidor contudo as condic iona l idades do Programa
Bolsa Famiacutel ia pra t icamente o impulsionam a esse t ipo de consumo
Por out ro lado o aumento da demanda por educaccedilatildeo e sauacutede forccedila
a necessidade de aumento de invest imentos nessas aacutereas
14
F o n t e s O E S T A D O D E S Atilde O P A U L O 1 6 1 0 2 0 0 9 ndash E s t u d o O s E f e i t o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a s o b r e a E c o n o m i a d o s M u n i c iacute p i o s B r a s i l e i r o s ndash L a n d i m e
M e n e z e s ndash a g o s t o d e 2 0 0 9 ( A n e x o F )
4 1
pr inc ipa lmente por par te do poder puacutebl ico Na rea l idade isso estaacute
ocorrendo os invest imentos em educaccedilatildeo cresceram de 39 do
PIB em 2004 a 47 do PIB em 2008 Cerca de R$ 140 b i lhotildees
foram invest idos em 2008 va lor a inda considerado por mui tos
aqueacutem das necessidades Segundo not ic iaacuter io do jorna l O Globo a
recomendaccedilatildeo do UNICEF eacute 8 do PIB o que s ign i f ica a lgo em
torno de R$ 300 b i lhotildees 15 Esse assunto seraacute t ra tado mais ad iante
neste t raba lho
O ref lexo do aumento de invest imento em educaccedilatildeo tende a
repercut i r pos i t ivamente na taxa de analfabet ismo Nota -se que no
grupo de pessoas com 10 anos ou mais a taxa de analfabet ismo
ca iu de 106 em 2004 para 91 e m 2007 provavelmente uma
tendecircncia inerc ia l ta lvez com a lguma sustentaccedilatildeo das
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia
O quesi to sauacutede uma das condic iona l idades importantes do
Programa Bolsa famiacutel ia tambeacutem apresenta substancia l melhor ia por
exemplo a taxa de morta l idade infant i l ca iu de 226 mortes por 1000
nascidos vivos em 2004 para 176 mortes por 1000 nascidos vivos
em 2008 (Graacutef ico 2)
15 Fonte O Globo-1632010 agraves 1225-
httpogloboglobocomeducacaomat20100316investimento-em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-sociais-consideram-valor-baixo-916073723asp
4 2
122 Acesso ao Creacuted i to
Embora pareccedila uma d igressatildeo d ist inta do tema aqui em
anaacutel ise e em uma consideraccedilatildeo pre l iminar possa parecer que o
acesso ao creacutedi to em part icu lar at raveacutes do concei to de
microcreacuted ito se ja a lgo i r re levante para o tema Invest imento
Socia l va le anal isar a sua re laccedilatildeo com o Programa Bolsa Famiacutel ia
em termos de sustentab i l idade
Notor iamente o Programa Bolsa Famiacutel ia fomenta com seus
benef iacutec ios e condic iona l idades o desenvolvimento de
oportun idades de negoacutecios em gera l e como consequecircncia a
geraccedilatildeo de empregos Uma boa parce la dos benef ic iados d i re tos
do Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez natildeo se tornem empreendedores
provavelmente vi ratildeo a ser un icamente consumidores de bens e
serviccedilos Seus f i lhos por sua vez devido agrave oportun idade de
educaccedilatildeo teratildeo maiores chances de se tornarem prof iss iona is ou
mesmo empreendedores A demanda gerada fomentaraacute out ros
negoacutecios lanccedilados por pessoas ou ent idades da l ivre in ic iat iva que
natildeo se benef ic iam d i retamente do PBF detentore s de vocaccedilatildeo
empreendedora ou efe t ivamente empreendedores vecircm a demandar
creacuted i to As ent idades bancaacuter ias t rad ic iona is na sua maior ia natildeo
estatildeo apare lhadas para supr i r f inanciamento ao pequeno negoacutecio
4 3
o que t rad ic iona lmente forccedila aos in teressados a procura de fontes
a l ternat ivas com imensas e quase in t ransponiacuteve is d i f icu ldades
Um novo n icho de mercado que ve io a surgi r encontra -se em
p leno progresso e eacute amplamente incent ivado como parte das
po l iacute t icas puacutebl icas bras i le i ras eacute chamado de microcreacuted i to Este t ipo
de atendimento ao pequeno empreendedor natildeo eacute uma inovaccedilatildeo
bras i le i ra jaacute exis te a micro f inanciadora que supre microcreacuted i to agraves
pessoas carentes Esse esquema de f inanciamento in ic iou com
Organizaccedilotildees Natildeo Governamenta is (Ongs) e a lguns bancos como
Bank Rakyat ( Indoneacutesia) Grameen Bank (Ba ngladesh) Kenyan
Rura l In terpr ise Programme (Kenya) Banco Sol (Bo l iacutev ia) e out ros
Essas ent idades focaram seus negoacutecios em pequenos empreacutest imos
como miacuten ima ou mesmo sem garant ias ju ros de mercado
cur t iacutess imo prazo a empreendedores gera lmente pobres com d i f iacutec i l
ou nu la poss ib i l i dade de acesso aos f inanciamentos t rad ic iona is e
conclu iacuteram que essa at iv idade eacute rentaacuteve l e resu l ta em
s ign i f icat ivos benef iacutec ios soc ia is
A pr imeira ent idade f inancei ra a oferecer o microcreacuted ito fo i o
Grameen Bank O seu fundador fo i o Professor Muhammad Yunus
que recebeu o premio Nobel da Paz de 2006 por seus esforccedilos em
promover o desenvolvimento soc ia l das c lasses desfavorec idas No
Grameen Bank o microcreacuted ito eacute d i r ig ido ao atendimento exc lus ivo
do pequeno negoacutecio e eacute considerado inst rumento de inc lusatildeo
4 4
econocircmica e soc ia l Fomenta micro empreendimentos gera
ocupaccedilatildeo emprego e renda possu i burocrac ia reduzida o que
fac i l i ta sobremaneira o acesso por par te do pequeno invest idor
Haacute exemplos in teressantes e bem sucedidos como o
microcreacuted ito da Caixa Econocircmica Federa l d i rec ionado a
empreendedores formais bem como os informais para aquis iccedilatildeo de
equipamentos mateacuter ia -pr ima cap ita l de gi ro ou para a melhora da
inf raest ru tura do negoacutecio O va lo r miacuten imo eacute de R$ 250 e maacuteximo
de R$ 15 mi l o prazo estabelec ido para l iqu idaccedilatildeo do empreacutest imo
eacute de 24 meses sem oferta de carecircncia Em marccedilo de 2011 a taxa
de juros prat icada pe la CEF era de 39 ao mecircs mais encargos
( IOFtaxas para aprovaccedilatildeo de creacuted i to e tc )
Tambeacutem se destaca da mesma forma a oferta do BNDES que
d ispotildee creacuted ito ao microempreendedor v isando atende r pessoas
f iacutes icas e jur iacuted icas com empreendimentos de at iv idade produt iva de
pequeno porte Considera como ta l ent idades com rece ita bruta
infer ior a R$ 240 mi l O BNDES estabeleceu inf raest ru tura
especiacutef ica para essa oferta de creacuted i to cr iou agentes repassadores
d is t r ibuiacutedos pe lo paiacutes em marccedilo de 2011 o s i te do BNDES l is ta 39
ent idades repassadoras O va lor de f inanciamento l im ita -se a R$
15000 por c l iente Em marccedilo de 2011 o BNDES prat icava 4 de
juros mensais para o empreacutest imo inc lu indo encargos bancaacuter ios
4 5
O microcreacuted i to como po l iacute t ica puacutebl ica para a inc lusatildeo soc ia l
ao que se nota eacute a t rat ivo do ponto de vis ta f inancei ro po is tambeacutem
chama a a tenccedilatildeo natildeo soacute de ent idades nacionais mas tambeacutem de
ent idades f inancei ras in ternacionais Recentemente o Grameen
Bank (Bangladesh) anunciou que in ic iaraacute operaccedilotildees no Bras i l Na
rea l idade o grupo f inancei ro Grameen jaacute estaacute estudando as
a l ternat ivas haacute dois anos O p lano de negoacutecios do Grameen Group
pretende conceder empreacutest imos em meacutedia de US$ 200 a juros
anuais var iando ent re 20 a 25 16 Semanalmente o tomador de
empreacutest imo deve prestar contas de suas at iv idades pagar juros e
d i rec ionar out ro pedaccedilo para a poupanccedila (Va lor Econocircmico ndash
142 2011 ndash jo rna l is ta Ana Paula Ragazzi )
Em recente not ic iaacuter io (O Estado de Satildeo Paulo -152 2011)
consta que o Banco Santander f i rmou parcer ia com Banco Grameen
Trust de Bangladesh para lanccedilar programa de microcreacuted i to no
Bras i l em 2012 O Santander p lane ja invest i r US$ 6 m i lhotildees para a
chegada do Grameen ao Paiacutes Segundo o mesmo not ic iaacuter io o banco
Santander opera com microcreacuted i to no Bras i l haacute o i to anos A
operaccedilatildeo do banco comeccedilou com um programa p i lo to na comunidade
de Hel ioacutepo l is em Satildeo Paulo Desde entatildeo jaacute atendeu mai s de 200
mi l pequenos empreendedores O tota l de des embolsos a lcanccedila R$
16
S oacute pa r a n os s i t ua rm os i s t o s i g n i f i ca 1 5 a 1 9 m e nsa i s b em m en o re s qu e as
t a xa s p r a t i ca da s po r ba nc os dom eacutes t i co s em 20 1 1
4 6
800 mi lhotildees Segundo comunicado do banco a exper iecircnc ia eacute
considerada sat isfa toacuter ia po is o pagamento em d ia chega a 97 a
perda eacute de somente 05 e 65 dos c l ientes renovam os
empreacutest imos a f im de expandir seus negoacutecios (O Estado de Satildeo
Paulo - 152 2011- agecircncia Estado) 17
17 F o n t e s D e m o c r a t i z a ccedil atilde o d o c r eacute d i t o n o B r a s i l a t u a ccedil atilde o d o B a n c o C e n t r a l
ALVES Seacuterg io DS e SOARES Marden M - Banco Centra l do Bras i l Jornal Valor
Econocircmico ndash 1422011 ndash Jornal is ta Ana Paula Ragazzi
h t tp wwwvaloronl inecombr impresso f inancas 10438409 4grameen-o-banco-dos-
pobres- in ic iara-operacoes-no-bras i l Acesso em 1132011
O Estado de Satildeo Paulo - Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedi to no Bras i l ndash
1522011
h t tp economiaestadaocombr not ic ias not_55110htm Acesso em 1132011
h t t p w w w b n d e s g o v b r S i t e B N D E S b n d e s b n d e s _ p t N a v e g a c a o _ S u p l e m e n t a r P e r
f i l M i c r o _ P e q u e n a _ e _ M e d i a _ E m p r e s a _ e _ P e s s o a _ F i s i c a A c e s s o e m 0 7 0 9 2 0 1 1
h t tp wwwsc ie lo br sc ie lo phppid=S1415 -65552009000500005ampscr ip t=sc i_ar t text
Acesso em 9 3 2011
4 7
2 QUALIDADE DE V IDA E DA EDUCACcedil AtildeO BRASILEIRA
21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA
2 12 Porque El iminar as Desigualdades
Sobre as desigualdades W il l iam F S chulz (2001) d i re tor
execut ivo da organizaccedilatildeo ldquoAnist ia In ternacional rdquo em seu l ivro ldquo In
our own best interest rdquo (Em nosso proacutepr io in teresse) logo na
in t roduccedilatildeo descreve resposta a um quest ionamento durante uma
entrevis ta para a ldquoKnoxvi l le Nat iona l Publ ic Radio Stat ionrdquo no
estado do Tennessee ndash Estados Unidos Schulz fa lava sobre suas
exper iecircnc ias em loca is com o Burma (Myanmar) Boacutesnia China
Chiapas (Meacutexico) campos de refugiados no Congo bruta l idade
po l ic ia l em Nova Iorque etc ateacute que o ent r evis tador argu iu o
ent revis tado nos seguintes termos
Eu tenh o ce r te za q ue todos noacutes concordam os que
es tes t i pos de v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos satildeo
m ora lm en te repugnan tes Mas se eu q ue m a l
posso m e m an te r v i vendo no les te do T ennessee
sem pre preocupado se hav e raacute d inhe i ro su f i c ien te
4 8
pa ra que m eus f i l hos tenham um a educaccedilatildeo
decen te ou se po dere i pagar p o r um a casa m a io r
que d i f e renccedila f az a m im aque les abusos
( v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos) oco r rendo em
luga res tatildeo d is tan tes de onde eu v i vo18
Resumindo o ent revis tador perguntou a W il l ian Schulz ldquoo que
eu tenho a ver com issordquo Segundo o autor este t ipo de
quest ionamento era in teressante e importante e permi t iu o
desenvolvimento de uma resposta ext remamente loacutegica seguindo a
mesma l inha do inter locutor
Quando o f i l ho de ssa pessoa (do les te do
Tennessee) eacute um mi l i ta r que pode raacute se rv i r no
Ha i t i o u na Boacutesn ia essa pessoa ce r tam en te tem
m u i to a cons ide ra r sob re respe i to aos d i r e i t os
hum anos Ou tem um pos to de t r aba lh o q ue pod e
se r e l im inado po rqu e as em presas am er icanas
satildeo a t ra iacutedas pe los ba ixos sa laacute r ios pa gos em
pa iacuteses que abu sam dos d i r e i t os dos
t r aba lhadores ce r tam en te tem m u i to a cons ide ra r
sob re o respe i to aos d i r e i t os hum anos Ou es taacute
p reocupada com o tem a das d rogas e d escobre
que as a rm as env ia das pa ra lu ta r na g uer ra do
na rco t raacute f i co co lom b iano satildeo desv iada s pa ra
m a ta r gen te inocen te essa pessoa pode s im
cons ide ra r se r iam ente sob re o respe i to aos
d i r e i t os hum anos Se vocecirc f az inves t im en to nas
18
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
4 9
bo lsas de accedilotildees in te rnac iona is ou se pe r tence a
um p lano de pensatilde o que o f a z eacute m e lho r que
ac red i te que os d i r e i t os hum anos tecircm m u i to a ve r
com vocecirc 19
A resposta dada por Schulz ao seu inter locutor certamente
um jorna l ista amer icano natildeo muito preocupado com prob lemas
soc ia is d istantes de seu campo de atuaccedilatildeo encontra certa analogia
na co locaccedilatildeo de Al Gore ex -vice-pres idente amer icano (2001 -2003)
e Precircmio Nobel da Paz (2007) no f i lme ldquoUma Verdade
Inconvenienterdquo (2007) sobre assuntos ambienta is af i rma que a
maneira mais ef ic iente de incent ivar e conseguir apoio no assunto
preservaccedilatildeo do meio ambiente eacute u t i l izar as m esmas armas do
cap ita l ismo Cita como exemplo o lanccedilamento dos cer t i f icados de
sequest ro de carbono os quais seratildeo ext remamente efe t ivos para a
qual idade ambienta l po is a t ingem d i retamente as f inanccedil as das
ent idades po lu idoras v indo a cont ro lar empreendimentos com
sustentab i l idade quest ionaacutevel
O Brasi l natildeo sof re o mart iacute r io imposto aos c idadatildeos por
governantes deacutespotas e sanguinaacuterios con tudo haacute uma s i tuaccedilatildeo
endecircmica de desigualdade soc ia l Um dos agravantes da
desigualdade eacute a migraccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutereas menos
favorec idas para as metroacutepoles onde exis te maior poss ib i l idade de
19
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
5 0
emprego Como a migraccedilatildeo ocorre de forma a leatoacuter ia haacute na
rea l idade uma dupl icaccedilatildeo de prob lemas a aacuterea pobre eacute
descapi ta l izada seus c idadatildeos ent ram em decadecircncia e as aacutereas
metropol i tanas recebem um f luxo maior do que suas necessidades
agravando as condiccedilotildees de sobrevivecircncia Na rea l idade nas aacutereas
metropol i tanas natildeo haacute lugar para todos os migrantes se acumulam
em fave las e cor t iccedilos gera lmente em condiccedilotildees subumanas
aumentando a inda mais a des igualdade
O cresc imento econocircmico observado no Bras i l nas uacutel t imas
deacutecadas e os invest imentos em programas soc ia is em part icu lar o
Programa Bolsa Famiacutel ia permit iu levar o desenvolvimento para
aacutereas carentes como Norte e Nordeste Recente ar t igo no Jorna l O
Estado de Satildeo Paulo (19102010) anal isa o estudo fe i to por F laacutevio
Romatildeo da LCA Consultores
Um dos aspec tos m a is r e levan te s do
desenvo l v im en to econocircm ico recen te do B ras i l eacute
a r educcedilatildeo do f l uxo m ig ra toacute r io do Nordes te pa ra
o Sudes te I s so em pa r te se deve a p rog ram as
soc ia is com o o Bo ls a Fam iacute l ia que sem duacutev id a
r e teacutem pessoas em seus m un ic iacutep ios de or igem
Mas o p r inc ipa l f a to r r esponsaacuteve l pe las
dec isotildees de m i lha res de pessoas de
pe rm anecer na reg iatildeo eacute a ge raccedilatildeo d e em pregos
no Nordes te com o m os t ra es tudo f e i t o pe lo
econom is ta Faacuteb io R om atildeo d a LC A Co nsu l to res
c resc im en to
5 1
O art igo enfat iza e just i f ica que o cresc imento eacute sustentaacuteve l
e perene e co loca os seguintes termos
A m ig raccedilatildeo do Nordes te pa ra o Sudes te
d im inu iu s ign i f i ca t i vam en te En t re 1992 e 2002
o Nordes te pe rdeu 1 5 de sua popu laccedilatilde o po r
ano pa ra o Sudes te Jaacute de 2002 a 2007 a taxa
anua l ca iu pa ra 0 98 e em 2008 e 200 9 natildeo
passou de 0 85 E natildeo satildeo pouc os os
no rdes t inos que m ig ra ram para os g randes
cen t ros do Pa iacutes e es tatildeo re to rnando a seus
Es tados na ta is Haacute razatilde o pa ra i s so um a ve z
que de aco rdo co m o Cadas t ro Gera l de
Em pregados e Desem pregados as uacuten icas
reg iotildees que reg is t r a ram aum en to do emprego
f o rm a l de 2008 pa ra 2009 f o ram a Nor te (40)
e a Nordes te (12)
Evidencia -se portanto que a expansatildeo econocircmica do paiacutes
natildeo eacute um fenocircmeno loca l izado mas vem se espra iando Essa
evo luccedilatildeo cont r ibu i cer tamente para a reduccedilatildeo de desequi l iacutebr ios
regionais de desenvolvimento ta lvez o mais grave prob lema
nacional Em c ic los anter iores de expansatildeo esse descompasso se
acentuou uma vez que os maiores po los indus t r ia is do paiacutes
loca l izam-se no Sudeste onde tambeacutem se s i tuam os maiores
mercados Programas dest inados a corr ig i r essa d istorccedilatildeo por meio
da concessatildeo de incent ivos f isca is t iveram a lgum efe i to mas mui to
menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia
5 2
nordest ina pe lo aumento da renda e pe los efe i tos mul t ip l icadores
de invest imentos na aacuterea de tur ismo e na inf raest r utura como os
que vecircm sendo fe i tos no Porto de Suape em Pernambuco e na
Ferrovia Transnordest ina 20
Como constatam os comerc iantes loca is e as empresas de
vare jo de massa que expandem suas redes pe la regiatildeo o mercado
consumidor do Nordeste teve um cresc imento ineacuted i to ldquoSegundo o
economista Romatildeo (2010) o cresc imento sustentado da economia
gerou aumento da formal izaccedilatildeo do emprego no Nordeste e ganho
rea l do sa laacuter io miacuten imo que indexa quase a metade dos sa laacuter ios
dos t raba lhadores bem como a desaceleraccedilatildeo do f luxo migratoacuter iordquo
(Anexo I )
Os empresaacuter ios provavelmente sem ter conhecimento das
co locaccedilotildees de Schulz jaacute perceberam que a desigualdade natildeo eacute
beneacutef ica e estatildeo se movimentando no sent ido de encontrar
so luccedilotildees a f im de min imizar ou mesmo e l iminar as desigualdades
Em recente reportagem (Anexo G) o jorna l ldquoThe New York Times rdquo
d iscorre sobre os negoacutecios do b i l ionaacuter io ind iano Vinod Khosla co -
fundador da Sun Mycrosystems Khosla eacute um dos homens mais
r icos do mundo
20
C o b r i r aacute 1 7 2 8 k m d e f e r r o v i a l i g a n d o E l i s e u M a r t i n s ( P I ) a o s p o r t o s d e S U A P E
( P E ) e P e c eacute m ( C E ) c o m p r e v i s atilde o d e e n t r a d a e m o p e r a ccedil atilde o e m 2 0 1 3
5 3
Khosla reso lveu invest i r n a SKS Microf inance uma empresa
f inancei ra que faz empreacutest imos agraves mulheres pobres na Iacutend ia
Segundo o ar t igo a SKS abr iu seu cap ita l e lanccedilou accedilotildees na Bolsa
de va lores de Bombaim O que ocorreu eacute que a for tuna de Khosla
aumentou em 117 mi lhotildees de doacute lares O empresaacuter io promete que
esse lucro todo seraacute ap l icado em out ros empreendimentos que
lu tam pela reduccedilatildeo da pobreza
O p lano do b i l ionaacuter io Khosla eacute in ic iar um fundo de cap ita l
com uma car te i ra de invest imentos que foca l ize accedilotildees dos pobres
da Iacutend ia Aacutef r ica e out ros loca is e promovam serviccedilos com sauacutede
energia e educaccedilatildeo
Khosla defende empreendimentos par t icu larmente
f inancei ros d i rec ionados agrave educaccedilatildeo ou d istr ibu iccedilatildeo de
equ ipamentos geradores de energia so lar para consumidores
pobres E le defende a ide ia de que a cr iaccedilatildeo de empreendimentos
sustentaacuteve is podem melhor a judar aos menos favorec idos do que a
maior ia das organizaccedilotildees f i lant roacutep icas natildeo lucrat ivas Para Khosla
natildeo haacute d inhe i ro suf ic iente para melhorar as condiccedilotildees de
desigualdade at raveacutes de accedilotildees humani taacuter ia s
Natildeo eacute soacute Khosla que estaacute seguindo esse caminho out ros
empreendedores do mesmo ca l ibre como Pierre Omidyar co -
fundador da E-bay e Stephen M Case co -fundador da
5 4
AmericaOnl ine jaacute in ic iaram fundos de invest imentos com os
mesmos ob je t ivos do idea l izado s por V Khosla
Khosla af i rma que pessoalmente eacute negat ivo sobre a maior ia
das ONGs natildeo no que d iz respei to agraves in tenccedilotildees mas s im no
aspecto efet iv idade Enfat iza que empreendimentos de cunho soc ia l
satildeo mais efet ivos porque cr iam novos postos de t raba lho e oferecem
condiccedilotildees de cresc imento (Anexo J)
2 13 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano - ( IDH)
Um dos pr inc ipa is termocircmetros ut i l izados atua lmente pe las
Naccedilotildees Unidas (PNUD em portuguecircs ou UNDP em inglecircs) eacute o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano O IDH (HD I em inglecircs) fo i idea l izado
pe los economistas Amartya Sen (Nobel de economia em 1998) e
Mahbub u l Haq (1934 -1998) e adotado a par t i r de 1993 como medida
do bem estar humano O IDH eacute ca lcu lado em funccedilatildeo de t recircs
importantes fa tores para o desenvolvimento do ser humano
longevidade educaccedilatildeo e renda nacional per cap i ta
5 5
A longevidade eacute def in ida tomando -se em conta a expectat iva
meacutedia de vida ao nascer a educaccedilatildeo 21 inc lu i a meacutedia de
esco lar idade em nuacutemero de anos de pessoas ac ima de 25 anos
somada agrave expectat iva de esco lar idade de estudantes ao a lcanccedilarem
a idade de ingresso na esco la a teacute f ina l de suas vidas a renda
nacional per cap i ta considera va lores a justados a f im de ref le t i rem
equal izaccedilatildeo de par idade de poder de compra ( PPP abreviaccedilatildeo em
inglecircs para ldquopar i ty power of purchase rdquo ) dos paiacuteses em US doacute lares ao
dos Estados Unidos
O PNUD contro la e publ ica o IDH para 187 paiacuteses sendo que
c lass i f ica os paiacuteses em quatro categor ias ldquocom desenvolvimento
humano mui to a l tordquo IDH ac ima de 090 ldquocom a l to desenvolviment o
humanordquo com IDH ac ima de 080 ldquomeacutedio desenvolvimento humanordquo
IDH ac ima de 050 e ldquoba ixo desenvolvimento humanordquo IDH abaixo
de 050 Segundo o re latoacuter io de 2011 o Bras i l ocupa a 84ordf pos iccedilatildeo
em 2011 com um iacutend ice de 0718 bem abaixo do pr imeiro co l ocado
a Noruega com 0929 A posiccedilatildeo bras i le i ra tambeacutem f ica abaixo da
meacutedia regional que eacute de 0731 para a Ameacuter ica Lat ina e Car ibe
21
E s t e c o n c e i t o c o n s i d e r a n d o e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e f o i a d o t a d o a p a r t i r d e
2 0 1 0 a m e t o d o l o g i a a n t e r i o r c o n s i d e r a v a t a x a s d e a n a l f a b e t i s m o t a m b eacute m a d o t o u -
s e m eacute d i a g e o m eacute t r i c a e m l u g a r d a m eacute d i a a r i t m eacute t i c a
5 6
0665
0692 0695 07 0705 07080715 0718
062
064
066
068
07
072
074
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
IDH DO BRASIL
Graacutef ico 4 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano
Fonte PNUD
ht tp hdrundporgenstat is t icshd i Acesso em 03112011
Prat icamente os paracircmetros que def inem o I DH bras i le i ro
pos ic ionam o Bras i l em desvantagem aos demais paiacuteses da regiatildeo
As anaacute l ises de cada componente do IDH ca lcu lado para o Bras i l
seguem adiante In ic ia lmente tomemos a d imensatildeo educaccedilatildeo
5 7
MEacuteDIA DE ESCOLARIDADE DO BRASILEIRO
(N ⁰ D E A N OS )
G raacute f i co 5 Meacuted ia de Esco la r idade do Bras i le i ro
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l
Acesso em 11 4 2012
O ind icador de esco lar idade meacutedia da populaccedilatildeo (graacutef ico 5)
most ra cresc imento mas o preocupante eacute que ta lvez o cresc imento
natildeo se sustente a est ru tura dos meios de ensino insta lados ta lvez
natildeo garantam o aumento de esco lar idade futura po is haacute queda no
quesi to expectat iva de esco lar idade das cr ianccedilas (graacutef ico 6) A
qual idade da educaccedilatildeo bras i le i ra seraacute abordada em toacutep ico exc lus ivo
mais ad iante
A me todo log ia ado tada em 2 010 mudou o caacute lcu lo da
d imensatildeo educaccedilatildeo v indo a ado ta r como pa racircmet ros a
esco la r idade dos c idadatildeos S egue anaacute l i se sob re o caacute lcu lo da
ldquoExpecta t i va de Esco la r idade rdquo
5 8
De aco rdo com no ta teacutecn ica de apo io ao lanccedilamento do
re la toacute r io de desenvo lv imento humano 2010 ldquoO Novo IDH rdquo 22 o
PNUD ca lcu la a expecta t i va de anos de esco la r idade em funccedilatildeo
das ma t r iacutecu las em todos os n iacuteve is de educaccedilatildeo fundamenta l
meacuted io e te rc iaacute r ia (poacutes -ens ino meacuted io ) Pa ra ca lcu la r a d imensatildeo
educaccedilatildeo que compotildee as va r iaacuteve is do IDH compara a expecta t i va
do pa iacutes com a ma io r esco la r idade obse rvada na l i s ta dos pa iacuteses
con t ro lados A expecta t i va de anos de esco la r idade nas
pub l icaccedilotildees eacute l im i tada a um maacutex imo de 18 anos
Uma anaacute l i se in forma l nos pe rmi te tes ta r a qua l idade do
dado apresen tado de 13 8 anos pa ra a expecta t i va esco la r
b ras i le i ra Cons ide rando uma taxa de repe tecircnc ia meacuted ia ao redo r
de 19 23 o dado b ru to ext rapo lado resu l ta raacute em 17 anos o que
es taacute bem p roacutex imo d a esco la r idade nom ina l o fe rec ida no B ras i l e
ma is p roacutex imo agrave esco la r idade o fe r ec ida pe los pa iacuteses de ten to res da
exce lecircnc ia em IDH
22 Nota Teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano 2010 ldquoA Verdadeira Riqueza das Naccedilotildeesrdquo h t tp hd rundpo rg en med ia HDR_2010_PT_TechNotes_ rep r in t pd f
acesso em 10 4 2012 23
Nota teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de desenvolvimento Humano 2010 paacutegina 8 indica que a repetecircncia meacutedia no Brasil foi de 187 em 2007
5 9
Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola Fundamenta l Meacutedio e Super ior
(N⁰ de anos)
141 141 141 141
145
142
14
138 138 138 138 138
134
136
138
14
142
144
146
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Graacutef ico 6 Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola ndash Fundamenta l Meacutedio e Super ior
Fonte PNUD
httphdrstatsundporgenindicators69706html Acesso em 1142012
Como podemos no ta r no g raacute f ico 6 haacute um p ico no ano 2000
quando fo i a t ing ido 14 5 anos con tudo natildeo houve sus ten taccedilatildeo e
a expecta t i va de esco la r idade ca iu e se es tab i l i zou em 13 8 anos
a pa r t i r de 2007
Dos ind icadores de educaccedilatildeo que apresentam s igni f ica t iva
melhor ia destaca-se o analfabet ismo para ind iviacuteduos com idade
super ior a 15 anos em 2002 era de 118 e fo i reduzido para 9 9
em 2007 As esta t iacutes t icas ind icam s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l contudo o
quest ionamento for te que surge versa sobre a qual idade da
a l fabet izaccedilatildeo dos que saiacuteram do mapa dos i let rados Segue tabe la
6 0
3 com dados publ icados pe lo IBGE cobr indo a taxa de
analfabet ismo
TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULACcedilAtildeO ACIMA DE 15
ANOS
Per iacuteodo ()
2002 11 83
2003 11 55
2004 11 22
2005 10 92
2006 10 24
2007 9 86
Tabe la 3 Taxa de Ana l fabe t ismo da Popu laccedilatildeo ac ima de 15 anos
Fonte IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD331amps
v=8ampt=taxa -de-ana l fabe t i smo -de -pessoas -de -15 -anos-ou -ma is -de -
idade
Acesso em 29 10 2011
A longevidade do bras i le i ro estaacute aumentando de forma
consis tente o cresc imento meacutedio considerando os uacute l t imos 10 anos
(2000-2010) eacute de 0 4 anuais o que s ign i f ica que as condiccedilotildees
gera is de vida e em especia l de sauacutede estatildeo melhorando
6 1
701
716718 721
725728
731 735
68
69
70
71
72
73
74
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
EXPECTATIVA DE VIDA (EM ANOS)
Graacutef ico 7 Expectat iva de Vida
FontePNUD
ht tp hdrstatsundporgen ind icators69206html
Acessado em 0311 2011
A renda per cap i ta bras i le i ra (PPP -- a justada a par idade de
poder de compra dos em US doacute lares nos Estados Unidos va lores
constantes a preccedilos de 2005) apresenta tendecircncia posi t iva
consis tente de cresc imento contudo natildeo parece ser robusta
suf ic iente para cap i ta l izar resu l ta dos s ign i f icat ivos no IDH Em 11
anos houve um cresc imento de 32 equiva lente a 2 5 ao ano o
que eacute re la t ivamente ba ixo quando comparado a out ros paiacuteses
emergentes Nota-se queda em 2009 devido agrave cr ise mundia l com
retomada em 2010 Cabe sa l ienta r que sem cresc imento econocircmico
torna-se cr iacute t ica a re tomada de invest imentos Desnecessaacuter io af i rmar
que invest imentos ad ic iona is em educaccedilatildeo sem cresc imento
6 2
econocircmico dependeratildeo da re locaccedilatildeo de recursos de out ras aacutereas o
que dependeraacute da ldquoqua l idade po l iacute t icardquo dos governantes
Eacute provaacutevel que a estagnaccedilatildeo do Bras i l no que tange ao IDH
possa ser a t r ibuiacuteda ao piacutef io cresc imento econocircmico que fata lmente
desace lera todos os demais componentes da equaccedilatildeo
Graacutef ico 8 Renda Nacional Per Capita (US$ PPP constante a preccedilos
de 2005)
Fonte PNUD
http hdrstatsundporgen ind icators100106html
Acesso em 041111
6 3
214 Iacutend ice de Gin i
Outro ind icador ut i l izado regularmente eacute o iacutend ice de Gin i
desenvolvido por Corrado Gin i (1884-1965) esta t iacutes t ico demoacutegrafo e
soc ioacute logo i ta l iano A def in iccedilatildeo oferec ida pe lo PNUD ao iacutend ice de
Gin i eacute a seguinte
Mede o g rau de des igua lda de ex is te n te na
d is t r i bu iccedilatildeo de ind iv iacuteduos segundo a renda
dom ic i l i a r pe r cap i ta Seu va l o r va r ia de 0
quando n atildeo haacute des igua ldad e (a renda d e todos
os ind iv iacutedu os tem o m esm o va lo r ) a 1 quando a
des igua lda de eacute m aacutex im a (apenas um ind iv iacuted uo
de teacutem toda a renda da soc iedade e a re nda de
todos os ou t ros ind iv iacuteduos eacute nu la )24
Ao tomarmos o iacutend ice de Gin i notamos que desde a
in t roduccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia em outubro d e 2003 (MP 132
de 20102003) houve melhor ia o iacutend ice d iminu iu de 055 em 2002
para 0 52 em 2007 54 em c inco anos ou 11 ao ano (v ide
graacutef ico 9 baseado em dados publ icados pe lo IBGE)
24
F o n t e h t t p w w w p n u d o r g b r p o p u p p o p p h p i d _ p o p = 9 7 A c e s s a d o e m
1 3 1 0 2 0 1 0
6 4
G raacute f i co 9 Iacutend ice de G in i
Fon te IBGE (ano 2000 ind ispon iacuteve l )
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=FED103amp
sv=16ampt= ind ice -de -g in i -da-d is t r ibu icao -do - rend imento -mensa l -dos -
dom ic i l i os -com- rend imento
Acesso em 29 10 2011
Apesar da melhoria pequena apresentada nos iacutend ices eacute voz
corrente que o Bras i l vem reduzindo a desigualdade Recentemente
a jorna l ista Pat r iacutec ia Campos Mel lo do Jo rna l ldquoO Estado de Satildeo
Paulordquo ent revis tou o economista Makhtar Diop (Anexo C) d i retor do
Banco Mundia l para o Bras i l desde jane i ro de 2009 que considera
que o Bras i l eacute referecircncia in ternacional em reduccedilatildeo de pobreza
Af i rma que com o amadurec imento do Programa Bolsa Famiacutel ia os
programas soc ia is prec i sam ent rar em uma nova fase est imular o
ingresso no mercado de t raba lho e ac ima de tudo est imular melhor
qua l idade na educaccedilatildeo e na sauacutede O d iagnoacutest ico pertence ao
6 5
economista Makhtar Diop a ent revis ta estaacute publ icada no encarte
ldquoDesaf iosrdquo de 27 de setemb ro de 2010 (Anexo C) 25
Sobre os ind icadores que visam medir o desempenho dos
p lanos soc ia is Makhtar Diop destaca
O Bras i l t eve um a reduccedilatildeo s ign i f ica t i va na
pobre za Em 2001 os pob res e ram 38 7 da
popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A c am ada m a is pob re da popu la ccedilatildeo ca iu
pe la m e tade - e ram 17 4 em 2001 e p assa ram
para 8 8 A leacutem d isso o coe f i c ien te de G in i q ue
m ede a des igua ldad e (quan to m a is p roacutex im o de 1
m a is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra
0 550 em 2010 O coe f i c ien te de G in i sem pre
leva m u i to tem po pa ra ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo
im press iona Em gera l a r enda pe r cap i ta
c resceu m as a renda dos 10 a 20 m a is
pob res c resceu m u i to m a is r ap idam en te que a
renda dos 10 m a is r i cos - r eduz indo a
des igua lda de O Br as i l a ind a eacute um pa iacutes m u i to
des igua l Mas o rum o e a tendecircnc ia tecircm s ido
m u i to bons O Pa iacutes e s taacute a cam inho de cum pr i r os
vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo l v im en to do M i lecircn io
com o e r rad ica r pob re za ex t rem a e a f om e a teacute
25 Fonte httpwwwestadaocombrnoticia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em15102010
6 6
2015 ed ucaccedilatildeo p r im aacuter ia un ive rsa l e i gua ldad e
de gecircnero26
As condic iona l idades estabelec idas pe lo Programa Bolsa
Famiacutel ia de certa forma forccedilam sobremaneira a melhor ia das
condiccedilotildees de educaccedilatildeo o benef ic iaacuter io para cont inuar como
part ic ipante tem que m anter seus f i lhos na esco la Ess a condiccedilatildeo
permi te agrave cr ianccedila ser educada de forma regular e por out ro lado
forccedila o Poder Puacutebl ico a invest i r na oferta de esco las e professores a
f im de atender aos novos ldquoconsumidores de educaccedilatildeordquo
Os ind icadores de analfabet ismo s i tuam -se na casa dos
1027 haacute que considerar que melhor ias conseguidas quando o
patamar eacute re lat ivamente ba ixo satildeo qu ase impercept iacuteveis e requerem
esforccedilo maior do poder puacutebl ico Na rea l idade o maior empenho
provavelmente deve ser quanto agrave ldquos in ton ia f ina do s is temardquo torna -
se necessaacuter io oferecer qua l idade cada vez maior ao processo
educacional Diop responde ao quest ionamento sobre o que poder ia
ser melhorado no Programa Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
26
D a d o s s o b r e o Iacute n d i c e d e G i n i s atilde o d i v e r g e n t e s o I B G E p u b l i c a 0 5 6 p a r a 2 0 0 1 e
e s t e n d e a t a b e l a s o m e n t e a t eacute 2 0 0 7 a p e s a r d a d i v e r g ecirc n c i a o c o m e n t aacute r i o eacute v aacute l i d o
A s p u b l i c a ccedil otilde e s d e M D S t a m b eacute m d i v e r g e m l i g e i r a m e n t e d o I B G E
27 R e f e r ecirc n c i a o s d a d o s a p a r t i r d e 2 0 0 6 a t a x a d e a n a l f a b e t i s m o s i t u a - s e a o r e d o r
d e 1 0 e s t a b i l i z a n d o - s e n e s t e p a t a m a r
6 7
Nossa p r inc ipa l p reocupaccedilatildeo pa ra o fu tu ro eacute
com o esses p rog ramas vatildeo a f e ta r a p rodu t i v id ade
da econom ia no lo ng o p ra zo se natildeo f o r l i gado ao
m ercado de t r aba lho
P rec isam os t r aba lha r essa t r ans iccedilatildeo pa ra
pessoas sa iacute rem do p rog ram a natildeo f i ca rem em
s i t uaccedilatildeo pe rm anen te de receber d inh e i ro do
gove rno O segund o desa f io se re lac iona agrave
in te r venccedilatildeo na p r im e i ra in f acircnc ia Es tudos
m os t ram que quando natildeo haacute educaccedilatildeo en t re as
idades de 1 a 5 anos f i ca m u i to m a is ca ro o
inves t im en to no cap i ta l hum ano Eacute p rec iso
t r aba lha r com o gove rno pa ra l i g a r m e lho r a
t r ans f e recircnc ia de renda a p rog ram as de p r im e i ra
in f acircnc ia
Para considerar a recomendaccedilatildeo de Diop eacute necessaacuter ia a
revisatildeo de po l iacute t icas puacutebl icas e e laboraccedilatildeo de um pro jeto est rateacutegico
novo de longo prazo Eacute notoacuter io que estamos longe de uma so luccedilatildeo
ou estabelec imento de uma est ra teacutegia a respei to deste assunto o
tema eacute cont roverso e necessi ta de discussotildees a respeito
O Bras i l eacute o 84ordm co locado no rank ing de desenvolvimento
humano tomemos como exemplo o pr imeiro co locado a Noruega
segundo o s i te of ic ia l da embaixada norueguesa do Bras i l (Anexo
D) aquele paiacutes es taacute prestes a at ingi r a abrangecircncia un iversa l da
educaccedilatildeo preacute -esco lar Segundo o informat ivo em 2008 87 de
todas as cr ianccedilas ent re 1 a 5 anos de idade f requentava o jard im de
infacircnc ia cont ra 69 em 2003 Na Noruega desde 2009 eacute previs to
6 8
em le i a educaccedilatildeo preacute -esco lar houve expansatildeo recorde em 2009 da
oferta de vagas a f im de garant i r qua l idade de oferta agraves cr ianccedilas
Atua lmente o foco estaacute sendo t ransfer ido da quant idade de vagas
para a qual idade da educaccedilatildeo preacute -esco lar Apesar dos esforccedilos do
poder puacutebl ico norueguecircs c i ta o informat ivo nem todos os pa is
ace itam que os f i lhos f requentem o jard im de infacircnc ia desde tenra
idade neste caso eacute oferec ido um subsiacuted io monetaacuter io aos pa is que
natildeo se ut i l izam da ofer ta de vagas preacute -esco lares visando cont r ibu ir
para uma part i lha justa das verbas estata is dest inadas agraves famiacutel ias
independente do que esco lhem para a ed ucaccedilatildeo de seus f i lhos 28
Devemos considerar que estamos inf in i tamente longe de uma
s i tuaccedilatildeo norueguesa soacute para just i f icar em 2010 o Produ to
Nacional Bruto (US$ PPP constante a 2005) per cap i ta norueguecircs fo i
US$ 47667 4 7 vezes o bras i le i ro de US$ 10 162 cer tamente este
fa tor eacute dec is ivo para o sucesso e para a exce lente posiccedilatildeo quanto
ao a l to iacutend ice de desenvolvimento humano
A Noruega desde 1980 eacute c lass i f icada como o p r imeiro no
rank ing dos paiacuteses de melho r IDH 0 943 em 2011 a Aust raacute l ia ho je
em segundo lugar com IDH de 0929 (2011) sa iu de 0 850 em 1980
quando era o deacutecimo co locado
28
F o n t e h t t p w w w n o r u e g a o r g b r A b o u t _ N o r w a y p o l i c y A s s i s t e n c i a -
S o c i a l d a y c a r e A c e s s o e m 1 5 1 0 2 0 1 0
6 9
Apesa r de o mode lo econocircmico b ras i le i ro se r d i f e ren te dos
pa iacuteses c lass i f i cados com a l to IDH va le a pena ana l isa r pon tos
re levan tes do p rocesso econocircmico po r e les ado tados Em art igo
publ icado no jorna l ldquoO Valor Econocircmicordquo sob o t iacute tu lo ldquoO Brasi l
prec isa esco lher ent re Argent ina e Aust raacute l ia rdquo Andreacute Sacconato e
Nathan Blanche 29 a t r ibuem o sucesso a uma ef ic iente gama de
reformas que inc lu iu desva lor izaccedilatildeo da moeda em 1983 l iberaccedilatildeo
do comeacuterc io in ternacional abertura dos mercados de cap ita is
desregulamentaccedilatildeo e pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest rutura e
reforma nas le is que regem o mercado de t raba lho Argumentam os
ar t icu l istas que tudo isso t rouxe um aumento no grau de conf ianccedila
no paiacutes a t ra indo um maior vo lume de cap i ta l est rangeiro eacute bem
provaacutevel que a s i tuaccedilatildeo saudaacutevel do desenvolvimento humano fo i
resu l tado do cresc imento econocircmico s ign i f ica t ivo a uma taxa meacutedia
anual de 3 6 nos uacute l t imos qu inze anos
Sacconato e B lanche autores do ar t igo consideram que o
Bras i l tem condiccedilotildees mais favoraacuteve is para t r i lhar caminho
semelhante tecem a seguin te anaacutel ise de como podemos vencer o
desaf io de melhorar no IDH
29 O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia por Andreacute Sacconato e Nathan Blanche 06052010 Jornal Valor Econocircmico - Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria e Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
7 0
Que l i ccedilotildees podem os t i r a r pa ra o Bras i l ap rove i ta r
o m om ento co r re to de im por tar poupanccedila ex te rna
e a t r ans f o rm ar em c resc im en to sus ten taacuteve l Em
te rm os de es tab i l i dade m ac roeconocircm ica j aacute
t em os um am b ien te saudaacuteve l em bora tenham os
um h is toacute r i co de m ora toacute r ias O s i s tem a de m e tas
de in f laccedilatildeo e o cacircm b io f l u tuan te f o ram
im p lan tados em 1999 e a le i d e responsab i l i d ade
f i sca l em 2000 Nossa d iacutev ida ex te rna eacute ba ixa
em bora a m a tur idade e a taxa de j u ros pa ra
ro lagem a inda natildeo se j am as idea is
Outro ponto que deve ser melhorado segundo Blanche e
Sacconato eacute a fa l ta de um arcabouccedilo mais moderno e l ibera l izante
no mercado de cacircmbio bras i le i ro jaacute que a d i f icu ldade de remessas e
saiacutedas a inda eacute mui to grande e baseada numa est ru turaccedilatildeo ant iga
quando as condiccedilotildees de mercado eram d iametra lmente d i ferentes da
atua l ( reso luccedilatildeo nordm 4131 de 1964)
Sobre contas externas a s i tuaccedilatildeo do Bras i l eacute ateacute mais
confor taacuteve l do que a da Aust raacute l ia e out ros paiacuteses exportadores de
commodi t ies Temos mais reservas in ternacio nais e menos diacutevida
externa
A leacutem d isso conseguimos nos uacute l t imos anos f inanciar todo o
deacutef ic i t em t ransaccedilotildees correntes 30 (quando e le exis t iu) com
30
Refletem as operaccedilotildees com o exterior incluindo receitas obtidas com exportaccedilotildees de mercadorias gastos com importaccedilatildeo pagamentos de juros da diacutevida externa seguros e fretes e transferecircncias unilaterais que incluem todas as doaccedilotildees e remessas de dinheiro para o paiacutes natildeo relacionado com operaccedilotildees comerciais como o dinheiro mandado por brasileiros que residem no exterior
7 1
invest imento externo d i reto que eacute o menos vo laacute t i l das ent radas do
lado do movimento de cap ita is a lgo que nem a proacutepr ia Aust raacute l ia
vem conseguindo O que fa l ta entatildeo As reformas que foram fe i tas
laacute como a t raba lhis ta a pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest ru tura e a
abertura comerc ia l estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado por aqu i A
l ibera l izaccedilatildeo cambia l tambeacutem tem avanccedilado mas pode ser
considerada aqueacutem do necessaacuter io
Os ar t icu l istas enfa t izam que e ste eacute o momento certo para
aprove itar o excesso de l iqu idez externo e t ransformar em
produt iv idade Seguir o exemplo de sucesso da Aust raacute l ia eacute o melhor
caminho As cr iacute t icas de quem tem medo dos deacutef ic i ts em t ransaccedilotildees
correntes satildeo anacrocircn icas e levar iam o Bras i l ao a t raso e agrave p iora de
posiccedilatildeo re lat iva no mundo Natildeo haacute nenhuma just i f ica t iva p lausiacuteve l
para re je i tar poupanccedila externa de ta l forma que devemos apenas
saber aprove i taacute - la bem
Ao f ina l Sacconato e B lache af i rmam que quando se
recomenda fechamento dos canais de ent rada de cap i ta is ou o
cont ro le destes a leacutem de medidas que faccedilam apologia ao
fechamento comerc ia l (o ind icador decorrente de comeacute rc io sobre o
PIB do Bras i l estaacute em torno de 23 cont ra 30 dos paiacuteses
emergentes) e f ixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por
um cenaacuter io de baixo cresc imento aumento do r isco e do custo de
7 2
f inanciamento e abr i r matildeo do mecanismo de a juste s agraves cr ises o
cacircmbio f lu tuante
2 15 Capita l Humano
Certamente dent re as d iversas condic iona l idades a serem
cumpr idas pe los benef ic iaacuter ios do Programa Bolsa Famiacutel ia sem
duacutevida a obr igator iedade de manter os f i lhos na esco la eacute um
caminho ef icaz do ponto de vis ta econocircmico em d i reccedilatildeo agrave
const ruccedilatildeo de uma ge raccedilatildeo produt iva e ef ic iente Ess a condiccedilatildeo
cr ia uma demanda por educaccedilatildeo e forccedila po l iacute t icas puacutebl ic as de
invest imento cont inuado na educaccedilatildeo isto s ign i f ica invest i r no ser
humano e por consequecircncia formar c idadatildeos mais compet i t ivos
Concei tua lmente o invest imento em educaccedilatildeo eacute sem sombra
de duacutevida fator importante para o desenvolvimento soc ia l e
cresc imento de um paiacutes Paiacuteses que prat icamente natildeo possuem
recursos natura is devem seu sucesso econocircmico porque investem
maciccedilamente na educaccedilatildeo de sua populaccedilatildeo Schultz (1973)
e lenca o Japatildeo Dinamarca e Suiacuteccedila paiacuteses com pujanccedila
econocircmica natildeo associada a recursos natura is mas
pr imord ia lmente agrave produt iv idade at r ibuiacuteda ao cap i ta l humano
7 3
O conceito de ldquoCapita l Humano rdquo fo i de l ineado por Theodore
W Schu l tz (1902-1998) professor da Univers idade de Chicago
premiado com o Nobel de Economia de 1979 Schul tz in ic iou sua
tese31 ao f im da deacutecada de 1940 quando lec ionava na
Univers idade de Chicago pesquisou exp l icaccedilotildees sobre o papel das
capacidades adquir idas pe los seres humanos nos ganhos de
produt iv idade
Em suas observaccedilotildees conclu iu que invest imentos
tecnoloacutegicos por s i soacute natildeo exp l icam tota lmente o desenvolvimento
econocircmico das naccedilotildees Observou que os acreacutesc imos agrave capacidade
insta lada ou se ja agraves maacutequinas e equipamentos agraves insta laccedilotildees agrave
terra em siacuten tese ao cap ita l f iacutes ico natildeo humano satildeo somente par te
das var iaacuteve is exp l icat ivas do cresc imento produt ivo Sustenta que
o resiacuteduo inexp l icaacuteve l natildeo deve ser s implesmente a t r ibuiacutedo ao
acaso mas s im pe lo menos uma boa par te de le ao invest imento
em capita l humano
Esse invest imento em capita l humano natildeo eacute contab i l izado
nas contas nacionais o tempo destacado pe lo t raba lhador agraves suas
proacutepr ias expensas para adquir i r conhecimentos novos a f im de
melhorar sua capacidade teacutecn ica apesar de ext ra contaacuteb i l eacute
determinante do cresc imento econocircmico e da pu janccedila das naccedilotildees
31
Con f o rm e cons ta de seu l i v ro ldquo I nves tm en t in Hum an Cap i ta l ndash T he Ro le o f
Educa t ion a nd o f Research rdquo ed i tado em 1971
7 4
Em sua obra Schultz sustenta que invest imentos em capi ta l
humano satildeo responsaacuteveis pe la maior par te do cresc imento dos
rendimentos rea is do t raba lhador que por consequecircncia os
t ransformam em consumidores sof is t icados Argumenta
enfat icamente que os economistas sempre consideraram que as
pessoas satildeo par te importante para a r iqueza das naccedilotildees que
medida em funccedilatildeo com que o t raba lho cont r ibu i para a produccedilatildeo a
capacidade produt iva dos seres humanos eacute mui to maior que as
demais formas de r iqueza tomadas em conjunto Tece cr iacute t icas aos
economistas por natildeo oferecerem a devida importacircncia ao fa to de
que as pessoas investem em s i mesmas e que estes invest imentos
satildeo substancia is
Numa anaacutel ise de paiacuteses com a l to iacutend ice de desenvolvimento
humano e com s ign i f ica t iva pu janccedila econocircmica destacamos um
fa tor comum entre e les o n iacuteve l de esco lar idade de seus c idadatildeos eacute
re la t ivamente a l to Se f icarmos atento s aos 20 paiacuteses c lass i f icados
com maior iacutend ice de desenvolvimento humano nota -se que a meacutedia
de esco lar idade de seus c idadatildeos s i tua -se ent re 10 a 13 anos Isso
s ign i f ica que esses mesmos c idadatildeos investem uma boa par te de
suas vidas produt ivas se educando Uma parte desse invest imento
sem duacutevida eacute custeada pe lo Estado contudo natildeo podemos negar
que tambeacutem outra par te s ign i f ica t iva eacute custeada pe lo proacutepr io
c idadatildeo como as despesas com l ivros e demais equipamentos
7 5
necessaacuter ios ao apr imoramento educacional Sch ul tz em sua obra
considera que o acuacutemulo de conhecimento dos c idadatildeos resu lta em
s ign i f icat ivo benef iacutec io para o cresc imento econocircmico e
modern izaccedilatildeo
A acumulaccedilatildeo de cap ita l humano resu lta em melhores
oportun idades de cresc imento ind iv idua l e co le t ivo a e levaccedilatildeo da
educaccedilatildeo dos c idadatildeos faz com que a naccedilatildeo consiga maior
ef icaacutec ia quanto ao seu desenvolvimento tecnoloacutegico e c ient iacute f ico e
evo luccedilatildeo como um todo
A esco lar idade do c idadatildeo bras i le i ro com idade de 25 anos
ou mais estaacute em 2010 em 72 anos bem abaixo dos paiacuteses que
ostentam a l to IDH ( Iacutend ice de Desenvolvimento Humano) A meacutedia
de esco lar idade dos c idadatildeos dos c inco pr imeiros co locados em
IDH Noruega Aust raacute l ia Nova Zelacircndia Estados Uni dos e I r landa
chega a 122 anos I sso impl ica em um longo caminho a percorrer
a teacute o Bras i l a lcanccedilar compet iv idade em termos de cap ita l humano
O estoque de cap ita l humano de uma naccedilatildeo fornece
vantagem adic iona l no que tange agrave recuperaccedilatildeo quando e la eacute
submet ida agraves advers idades O Brasi l estaacute ent re as naccedilotildees onde o
cap ita l humano provavelmente tenha se desenvolvido de forma
sat isfatoacuter ia As po l iacute t icas puacutebl icas d i r ig idas ao progresso
educacional jaacute demonstram s ina is pos i t ivos po is a esco lar idade
meacutedia do adul to bras i le i ro aumentou de sof r iacuteve is 26 anos em 1980
7 6
para 72 anos em 2011 32 O dado apesar de natildeo ser ext raord inaacuter io
e natildeo nos co locar ent re os paiacuteses mais desenvolvidos jaacute ind ica
cer ta robustez quanto ao tema capi ta l humano e nos daacute re lat iva
condiccedilatildeo compet i t iva Pode natildeo ser def in i t ivo mas o avanccedilo
notado da esco lar idade bras i le i ra pode exp l icar o cresc imento
s ign i f icat ivo nos regis t ros de patentes fe i to por res identes
bras i le i ros demonstrados nas esta t iacutes t icas da WIPO (Wor ld
In te l lectua l Property Organizat ion) Em 1995 os regis t ros somam
7448 enquanto que em 2007 at ingimos a s ign i f icat iva marca de
21825 regis t ros 33 Soacute para i lust rar a quant idade de regis t ros de
patentes bras i le i ras prat icamente co loca o Bras i l lad o a lado agrave
Aust raacute l ia (21825) Reino Unido (24999) e Franccedila (17109) estes
dados nos ind icam que haacute um movimento for tu i to em d i reccedilatildeo ao
enr iquecimento educacional da naccedilatildeo
Eacute d i f iacutec i l medir isoladamente resu lt ados especiacutef icos gerados
pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia mas o bom senso ind ica que
cont r ibu i para a melhor ia da qual idade de vida da populaccedilatildeo
porque quebra o c ic lo da miseacuter ia e faz com que invest imento em
qual idade educacional se viab i l ize
32
F o n t e h t t p h d r s t a t s u n d p o r g e n i n d i c a t o r s 6 9 6 0 6 h t m l - A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
33 F o n t e
h t t p w w w w i p o i n t e x p o r t s i t e s w w w i p s t a t s e n s t a t i s t i c s p a t e n t s x l s w i p o _ p a t _ a p p
l _ b y _ o f f i c e _ o r i g i n _ t a b l e x l s A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
7 7
2 2 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
221 Desaf ios
Um dos maiores desaf ios dos fu turos governos ta lvez natildeo se ja
mais cont ro lar ou reduzi r o ana lfabet ismo apesar de haver espaccedilo
para isso a proacutexima etapa certamente res ide na melhor ia de
qual idade este assunto eacute abordado pe lo jorna l is ta Fernando
Dantas34 em seu art igo ldquoUm Abismo Chamado Educaccedilatildeordquo 35 (Anexo
G)
No art igo Dantas (2010) enfa t iza que a par te mais
s ign i f icat iva e importante da po l iacute t ica soc ia l do fu turo proacuteximo pode
ser a educaccedilatildeo Quest iona como um paiacutes com qual idade sof r iacuteve l de
ensino na rede puacutebl ica consiga e l iminar as d i ferenccedilas soc ia is
34
F e r n a n d o D a n t a s eacute r e p oacute r t e r e s p e c i a l d e E c o n o m i a d o E s t a d o d e s d e 2 0 0 0
F o r m a d o e m J o r n a l i s m o p e l a P U C - R i o T r a b a l h o u n a G a z e t a M e r c a n t i l d e 1 9 9 0 a
2 0 0 0 G a n h o u o p r ecirc m i o C i t i - I m p r e n s a p a r a J o r n a l i s t a s E c o n ocirc m i c o s e m 1 9 9 1 e a
M e n ccedil atilde o E s p e c i a l d o P r ecirc m i o I c a t u d e J o r n a l i s m o E c o n ocirc m i c o e m 1 9 9 4 E m 1 9 8 8 - 8 9
f e z o e s t aacute g i o d e e x t e n s atilde o p r o f i s s i o n a l ldquo J o u r n a l i s t e s e n E u r o p e rdquo e m P a r i s
35 J o r na l O E s t ad o d e S atildeo P au lo ndash en ca r te ldquo De sa f i o s rdquo de 2 7 9 2 0 10 ndash
7 8
aproximando r icos e pobres Cita Naeacuterc io Menezes profess or e
coordenador do Insper
Quando co locam os quase todas as c r ia nccedilas no
f undam enta l um processo in i c iado na deacutecada de
90 - e e las com eccedilaram a chegar em m a ior
nuacutem ero ao ens ino m eacuted io e a se m a t r i cu la r no
ens ino super io r a d es igua ldad e com eccedilou a ca i r
I s so ocor reu m esmo sem m e lho ra e f e t i va da
qua l id ade da educaccedilatildeo soacute pe lo acesso
A esco lar izaccedilatildeo permi te reduzi r os d i ferencia is de renda
associados agrave educaccedilatildeo quando a qual i f icaccedilatildeo eacute insuf ic iente o seu
preccedilo sobe no Bras i l essas d i ferenccedilas satildeo enormes rev e lando o
ab ismo educacional segundo Menezes
Naeacuterc io Menezes af i rma que o ldquoprecircmiordquo sa lar ia l pe lo d ip loma
univers i taacuter io estaacute recuando desde 2005 enquanto que ao do ensino
meacutedio nota -se queda a par t i r de 2002 af i rma que atua lmente uacuten ico
d i ferencia l perceb ido que a inda cresce eacute o de poacutes -graduaccedilatildeo
O economista especia l ista em educaccedilatildeo pe lo IBMEC do Rio
Fernando Veloso c i tado no ar t igo de Fernando Dantas acred ita que
s imi larmente agrave po l iacute t ica econocircmica o pres idente Lu la deu
cont inu idade agrave po l iacute t ica educacional do pres idente Fernando
Henr ique const ru indo um amplo processo de ava l iaccedilatildeo das esco las
Segundo o ar t icu l is ta fo i o Min ist ro da Educaccedilatildeo Fernando
Haddad (empossado em ju lho de 2005) quem cr iou o Iacutend ice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica ( Ideb) i nd icador pub l icado a
7 9
cada do is anos que c lass i f ica todas as esco las puacutebl icas bras i le i ras
O Ideb eacute uma nota do ensino baacutesico que segue uma esca la de 1 a
10 sendo que o Min is teacuter io da Educaccedilatildeo f ixou a nota 6 como meta
nacional para 2022 36 As metas foram dete rminadas por
estabelec imento de ensino esco la por esco la e satildeo publ icados
regularmente Os resu ltados servem de ba l izadores a f im de t raccedilar
po l iacute t icas de a locaccedilatildeo de recursos agraves aacutereas com menores notas A
meta de nota 6 estabelece que o Bras i l em 2022 esta raacute em termos
de educaccedilatildeo em niacuteve l com os paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econocircmico (OCDE) que congrega
t r inta paiacuteses mais indust r ia l izados da economia do mercado A sede
eacute em Par is e os representantes se reuacutenem para t rocar inf ormaccedilotildees e
def in i r po l iacute t icas a f im de maximizar o cresc imento econocircmico e
desenvolvimento dos paiacuteses membros 37
Outro ponto abordado por Fernando Dantas e tambeacutem por
Makhtar Diop enfat iza garga los com a creche em especia l para
famiacutel ias carentes e a preacute -esco la sobre este tema Dantas co loca o
seguinte
Os espec ia l i s tas apon tam d ive rsos ou t ros
ga rga los e p rob lem as na t r a j e toacute r ia de me lho ra
36
E m 2 0 0 9 a s n o t a s a p u r a d a s f o r a m 4 6 p a r a o s a n o s i n i c i a i s d o f u n d a m e n t a l 4 0
p a r a o s a n o s f i n a i s d o f u n d a m e n t a l e 3 6 p a r a o e n s i n o m eacute d i o
37 F o n t e ( h t t p w w w c g u g o v b r o c d e s o b r e i n d e x a s p - 1 8 1 0 2 0 1 0 )
8 0
da qua l id ade da e ducaccedilatildeo no Bras i l Um a
ques tatildeo f undam enta l p r inc ipa lm en te pa ra os
a lunos das f am iacute l i as ca ren tes eacute a c r eche Ou t ro
a p reacute -esco la Jaacute es taacute am p lam en te com provado
pa r t i cu la rm en te pe lo t r aba lho de Jam es
Heckm an p recircm io Nobe l d e Econom ia que a
in te r venccedilatildeo pa ra redu z i r as de fasagens
educac iona is eacute t atildeo m a is e f i caz q uan t o m a is
p rem atu ra oco r re r
Em termos quant i tat ivos o Bras i l most ra progressos nessa
aacuterea O porcentual de cr ianccedilas de 4 e 5 anos na preacute -esco la sub iu de
40 para 75 desde a deacutecada de 90 Menezes nota que eacute an imador
o fato de que em Estados do Nordeste como Piauiacute e Cearaacute aquela
proporccedilatildeo chega a 90
Quanto a resu ltados concretos as esco las pr ivadas
prat icamente jaacute at ingi ram ou estatildeo bem proacuteximas das metas as
esco las puacutebl icas contudo tem um longo caminho a percorrer os
resu ltados obt idos em 2009 estatildeo mui to aqueacutem das metas def in idas
Apesar da posiccedilatildeo desfavoraacuteve l dos ind icadores o que haacute de
posi t ivo no processo eacute o compromisso assumido pe lo governo
bras i le i ro quando estabelece metas de longo prazo ta lvez pouco
ambic iosas no que tange a prazo poss ib i l i ta ao c idadatildeo cont ro lar e
ac ima de tudo cobrar resu l tados do poder puacutebl ico
8 1
222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo Bras i le i ra
O Bras i l s ina l iza t im idamente compromet imento com a
melhor ia de qual idade educacional de sua populaccedilatildeo Dentre os
d iversos movimentos neste sent ido podemos desta car
Programa Bolsa Famiacutel ia ndash destaca-se a condic iona l idade
sobre a f requecircncia esco lar miacuten ima determinada aos f i lhos dos
benef ic iados que devem atender as f requecircncias miacuten imas de 85
para cr ianccedilas e adolescentes ent re 6 e 15 anos e 75 para
adolescentes ent re 15 e 17 anos Como jaacute fo i abordada em paacuteginas
anter iores desse traba lho esta condic iona l idade cont r ibu i de forma
inc is iva para a manutenccedilatildeo das cr ianccedilas na esco la e para in ib iccedilatildeo
da praacutet ica do t raba lho infant i l
Programa Bras i l a l fabet izado ndash vo l tado para a l fabet izaccedilatildeo de
jovens adu l tos e idosos Esse programa func iona desde 2003 e
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e levar a esco lar idade da populaccedilatildeo O
programa eacute desenvolvido com atendimento pr ior i taacuter io a munic iacutep ios
que apresentem taxas de analfabet ismo sup er iores a 25
Destaca-se que 90 dos munic iacutep ios atendidos loca l izam -se na
Regiatildeo Nordeste Importante sa l ientar que haacute apoio teacutecn ico a f im
de garant i r cont inu idade de estudos aos a tendidos
8 2
A exis tecircnc ia de programas como o Programa Bolsa Famiacutel ia
que oferece recursos f inancei ros aos seus benef ic iaacuter ios por s i soacute
natildeo t rar iam resul tados se natildeo houvesse uma est ru tura com
processos auxi l ia res e mot ivadores O Min is teacuter io da Educaccedilatildeo e
Cul tura u t i l izando ferramentas da tecnologia moderna procura se
engajar na melhoria da qual idade da Educaccedilatildeo oferecendo em seu
porta l processos auxi l ia res uacute te i s e mot ivadores Destacamos
dentre muitas accedilotildees duas importantes ferramentas de faacutec i l acesso
d i rec ionadas agrave formaccedilatildeo cont inuada de professores dos anos
in ic ia is do ensino fundamenta l um que aborda Alfabet izaccedilatildeo e
L inguagem e out ro Matemaacutet ica Satildeo oferec idas mais de t rezentas
paacuteginas em cada uma das ferramentas com possib i l idade de
in teraccedilatildeo dos par t ic ipantes para sugestotildees e melhor ias
Ao anal isarmos ind icadores de ef ic iecircnc ia do s istema de
ensino tomando-se resu ltados da meacutedia nacional e Regiatildeo
Nordeste temos como ava l iar a efet iv idade das po l iacute t icas puacutebl icas
quanto agrave qual idade da educaccedilatildeo em part icu lar o Programa Bolsa
Famiacutel ia A regiatildeo Nordeste sempre fo i a mais care nte em termos
gera is e portanto nos daacute uma ide ia de como a educaccedilatildeo progr ide
em termos qual i tat ivos
Os ind icadores de qual idade demonstram progresso para o
ensino fundamenta l contudo haacute carecircncia de efe t iv idade para com
o ensino meacutedio Em out ra fonte quando comparamos os resu ltados
8 3
obt idos no IDEB (Iacutend ice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica)
comparados agraves metas assumidas pe lo governo notamos o mesmo
resu ltado o ens ino fundamenta l exibe progresso mas o ensino
meacutedio demonstra estagnaccedilatildeo Possive lmente ha ja uma premissa
que o ensino meacutedio se favoreceraacute de forma inerc ia l do progresso
do ensino fundamenta l o que eacute quest ionaacutevel N esse p lano haacute
necessidade de po l iacute t icas puacutebl icas mais robustas a f im de obter
resu l tados mais e fe t ivos ( tabe la 4 )
RESULTADOS DO IDEB VS METAS ESTABELECIDAS
FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS ANOS FINAIS MEacuteDIO
OBS META OBS META OBS META
2005 38
35
34
2007 42 39 38 35 35 34
2009 46 42 40 37 36 35
2021
60
55
52
Tabe la 4 Resu l tado do IDEB Vers us Metas
Es tabe lec idas
Fon te INEP httpsistemasidebinepgovbrresultado Acesso em 1682011
Outro i tem que nos a juda a ident i f icar melhor ias satildeo as
esta t iacutes t icas do IBGE quanto a a lunos com idade natildeo adequad a
para a seacuter ie a que f requentam Seguem anaacutel ises para este tema
8 4
461401
283
316
404
286 277221 233 236
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2006 2007 2008 2009 2010
NORDESTE BRASIL
Graacutef ico 10 Dis torccedilatildeo de Idade dos Alunos do Ensino Fundamenta l
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=M16ampsv=5
7ampt=dis torcao- idadeser ie -ensino-fundamenta l -de-8-e-9-anos-ser ie -
nova
Acesso em 168 2011
Os dados do graacutef ico 10 ind icam que as po l iacute t icas para
posic ionamento corre to de a lunos nas seacuter ies foram efe t ivas a teacute
2008 com reduccedilatildeo important iacutess ima em aacutereas carentes como o
nordeste bras i le i ro contudo fo i retomada a defasagem anulando
tota lmente o ganho obt ido Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de
melhor ia ocorreu ateacute 2008 quando nota -se estagnaccedilatildeo
O progresso notado no per iacuteodo 2006 -2008 quanto ao
posic ionamento dos a lunos agrave seacuter ie adequada no ensino meacutedio
pra t icamente segue um padratildeo inerc i a l com melhor ias mais
s ign i f icat ivas para o nordeste bras i le i ro A proporccedilatildeo de a lunos
8 5
com idade defasada no Bras i l ca iu de 449 para 37 8 42 ao
ano enquanto que para a Re giatildeo Nordeste a queda fo i mais
s ign i f icat iva de 656 para 494 68 ao ano Contrar iamente
aos dados do ensino fundamenta l natildeo houve re tomada das
def ic iecircnc ias na Regiatildeo Nordeste
G raacute f i co 11 D is to rccedilatildeo de Idade ndash Ens ino Meacuted io
Fon te IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=M17ampsv=
57ampt=D is to ru00e7u00e3o+ idade2fsu00e9r ie++ -
+Ens ino+Mu00e9d io+(+su00e9r ie+nova ) Acesso em 14 11 11
2 23 Educaccedilatildeo Bras i le i ra no Contexto Mundia l
Satildeo muito proacuteximos os iacutend ices da Noruega e Aust raacute l ia no
rank ing de IDH cont ro lado pe la PNUD (Programa das Naccedilotildees
8 6
Unidas para o Desenvolvimento) a Noruega eacute a pr imeira no
rank ing e a Aust raacute l ia f igura como segunda co locada Para essa
anaacutel ise podemos tomar a Aust raacute l ia e Argent ina como referecircncias
comparat ivas ao Bras i l nas var iaacuteveis da d imensatildeo educaccedilatildeo que o
PNUD ut i l iza para o caacute lcu lo do Iacutend ice de Desenvolvimen to Humano
( IDH)
A seguir vamos anal isar uma das var iaacuteve is de esco lar idade
que compotildee o quesito ldquoeducaccedilatildeordquo a esco lar idade meacutedia das
pessoas aos 25 anos de idade (graacutef ico 12) e a expectat iva das
cr ianccedilas ao ingressar na esco la em idade lega l para ingress o no
Bras i l aos 6 anos (graacutef ico 13)
8 7
Esco la r idade Meacuted ia das Pessoas com Idade de 25 anos ou
Ma is ndash Aus t raacute l ia A rgen t ina e Bras i l
(Em n ⁰ de Anos )
119 119 120 120 120 120 120 120
86 89 90 90 91 92 93 93
56
66 67 68 69 71 72 72
-
20
40
60
80
100
120
140
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Austraacutelia Argentina
Brasil
Graacutef i co 12 Esco la r idade Meacuted ia das pessoas com idade de 25
anos ou ma is ndash Aus t raacute l ia Argen t ina e B ras i l
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l Acesso em
04 11 11
A esco lar idade meacutedia dos b ras i le i ros em 2011 s i tua-se em
72 anos equ ivalente a 60 dos aust ra l ianos e a 77 dos
argent inos o cresc imento prat icamente eacute vegetat ivo agrave taxa de
27 anuais no per iacuteodo 2000 -2010
A segunda d imensatildeo para a var iaacuteve l educaccedilatildeo eacute a
Expectat iva de Escolar idade ao ingressar na esco la na idade
suf ic iente a qual eacute def in ida pe lo PNUD da seguin te forma
8 8
Re f le te o nuacutem ero de anos de esco la r idad e que
um a c r ianccedila com idade su f i c ien te pa ra e n t ra r agrave
esco la pode espera r r eceber se cons ide radas a
in f r aes t ru tu ra educac io na l ex is ten te d u ran te
sua v ida38
O graacutef ico 13 a seguir compara a expectat iva das cr ianccedilas
bras i le i ras ao das argent inas e aust ra l ianas
Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia Argent ina e
Bras i l (Em N⁰ de anos)
Graacutef ico 13 Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia
Argent ina e Bras i l
Fonte PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103706 h tm l
Acesso em 04 11 11
38
F o n t e h t t p h d r u n d p o r g e n s t a t i s t i c s h d i 2 3 8 2 0 1 1
8 9
Os paracircmetros ind icam que os aust ra l ianos estatildeo em uma
s i tuaccedilatildeo confor taacuteve l com expectat iva de 18 anos de esco lar idade
os argent inos com 158 anos prat icamente estatildeo estagnados por
uma deacutecada os bras i le i ros posic ionam -se com 138 anos s i tuaccedilatildeo
muito mais desfavoraacuteve l que os argent inos houve queda da
expectat iva de esco lar idade para os bras i le i ros na uacute l t ima deacutecada 39
A rea l idade dos ind icadores nos passa a ide ia de def ic iecircnc ia
est rutura l no quesi to educaccedilatildeo para o Bras i l contudo haacute
esperanccedila de mudar esse quadro o invest imento em educaccedilatildeo tem
s ido maciccedilo o orccedilamento federa l inc lu i va lores d irec ionados agrave
educaccedilatildeo da ordem de R$ 57 b i lhotildees para 2011 um aumento de
duas vezes e meia os va lores de 2004 a justados monetar iamente
Estes va lores apesar de s ign i f icat i vos natildeo parecem contr ibu i r para
a efet iv idade do s is tema educacional As autor idades a legam que
invest imento em educaccedilatildeo somente apresentaraacute efe t iv idade no
longo prazo o que podemos considerar como razoaacutevel O graacutef ico 14
a seguir most ra os montantes at r ibuiacutedos agrave educaccedilatildeo inc lu iacutedos no
orccedilamento federa l
39
O P N U D e s t a b e l e c e u m t e t o d e 1 8 a n o s p a r a a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e n a
r e a l i d a d e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e d a p o p u l a ccedil atilde o a u s t r a l i a n a eacute s u p e r i o r a 1 8 a n o s
s e g u n d o a N o t a T eacute c n i c a d e A p o i o a o s L a n ccedil a m e n t o d o R e l a t oacute r i o d e D e s e n v o l v i m e n t o
H u m a n o d e 2 0 1 0 e m 2 0 0 7 f o i 2 0 6 a n o s
9 0
22447 26165 25132
30005 34046
42238
49061
57315
22379 24581
26910
32636
-
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
RECURSOS ALOCADOS Agrave EDUCACcedilAtildeO NO ORCcedilAMENTO FEDERAL A
PRECcedilOS DE 2011
G raacute f i co 14 Recu rsos Fede ra is A locados agrave Educaccedilatildeo Va lo res
a jus tados pe lo de f la to r do P IB pub l i cado pe lo IBGE
Fon te LOA ndash (LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA AN UAL)
h t tp www9senado govb r por ta l page po r ta l o rcamento_senadoL
OAExecucaoEDFSp_ano=2010 Acesso em 14 11 2011
Obse rvaccedilatildeo os va lo res e fe t i vamente rea l i zados (dados em negr i to
no g raacute f i co ac ima ob t idos jun to ao INEP) s i tuam -se bem p roacutex imos
aos va lo res inc lu iacutedos no o rccedilamento os va lo res acumu lados 2004 -
2007 resu l tam em 1 5 de var iaccedilatildeo
9 1
3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES
REGIOtildeES BRASILEIRAS
3 1 A REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA
O Nordeste Brasi le i ro sempre fo i cast igado ao longo da
h is toacuter ia bras i le i ra Nos uacute l t imos anos nota -se um s ign i f ica t ivo avanccedilo
soc ioeconocircmico graccedilas agrave a tenccedilatildeo dos governantes e a f a l ta de
espaccedilo para as ol igarqu ias que sempre dominaram a regiatildeo Essa
fa l ta de espaccedilo possive lmente pode ser a t r ibuiacuteda agrave pressatildeo do
mundo moderno no sent ido da produt iv idade e ac ima de tudo
tambeacutem agrave into leracircncia ao desrespei to ao ser humano O mundo
moderno exige que as populaccedilotildees tenham bem estar e se jam
respei tados na p len i tude de seus d i re i tos humanos
O Bras i l estaacute invest indo e de forma cont inuada a f im de
min imizar a des igualdade Eacute de se apontar que a lguns avanccedilos
estatildeo ocorrendo de forma acanhada contudo face ao processo
cont inuado tudo ind ica que haacute sed imentaccedilatildeo para o necessaacuter io
progresso e bem estar
9 2
Como jaacute fo i abordado anter iormente nes se t raba lho o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano ndash IDH eacute adotado pe las Naccedilotildees Unidas
como ind icador da qual i dade de vida das d iversas regiotildees do globo
Trata-se de um conceito mais abrangente do que considerar
s implesmente a renda per cap i ta como no passado para def in i r o
desenvolvimento Atua lmente consideram-se cr i teacuter ios mais
abrangentes que def inem melhor o rea l bem estar das naccedilotildees
O Bole t im Regional do Banco Centra l do Bras i l de jane i ro de
2009 anal isa a evo luccedilatildeo do IDH para as d iversas regiotildees e para as
un idades da federaccedilatildeo 40 O Banco Centra l do Bras i l baseou -se nas
seacuter ies h istoacuter icas elaboradas pe lo Progra ma das Naccedilotildees Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) de 1991 a 1995 e em est imat ivas de
IDH fe i tas pe lo proacutepr io Banco Centra l para 2006 e 2007 seguindo
os cr i teacuter ios def in idos pe lo PNUD
A anaacutel ise do Banco Centra l do Brasi l consiste em determinar
o peso de cada var iaacuteve l que forma o IDH das c inco regiotildees
bras i le i ras O estudo em referecircncia por datar de 2009 considera
para a var iaacuteve l educaccedilatildeo a metodologia anter ior a 2010 is to eacute
iacutend ices de analfabet ismo e a taxa de matr iacutecu la em todos os n iacuteve is
de ensino41 o que natildeo o inva l ida em termos de tendecircncias
40
h t t p w w w b c b g o v b r p e c b o l e t i m r e g i o n a l p o r t 2 0 0 9 0 1 b r 2 0 0 9 0 1 b 1 p p d f A c e s s o
e m 2 0 9 1 1
41 V a l e a p e n a e n f a t i z a r q u e a m e t o d o l o g i a a d o t a d a a p a r t i r d e 2 0 1 0 c o n s i d e r a a
m eacute d i a d e e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e p a r a a c r i a n ccedil a
9 3
O Banco Centra l do Bras i l faz uma anaacutel ise da evo luccedilatildeo do
IDH das grandes regiotildees e un idades da federaccedilatildeo Quanto ao
per iacuteodo anal isado considera 1991 a 2007 sendo que ateacute 2005
ut i l iza dados das seacuter ies h is toacuter icas publ icadas pe lo PNUD e para
2006 e 2007 faz est imat iva seguindo a mesma metodologia adotada
por aquela ent idade
O estudo constata que houve melhor ia dos n iacuteve is de
desenvolvimento humano em todas as un idades da federaccedilatildeo
contudo a d ispar idade ent re as regiotildees cont inua O Dis t r i to Federa l
Santa Catar ina e Satildeo Paulo cont inuam a apresentar os melhores
IDH enquanto que estados do nordeste como Alagoas Maranhatildeo e
P iauiacute deteacutem os uacute l t imos lugares no rank ing
Conforme ref let ido na tabe la 5 de 1991 a 2007 a Regiatildeo
Nordeste fo i a que apresentou maior cresc imento em re laccedilatildeo agraves
demais regiotildees is to eacute s ign i f ica t ivo porque apesar da posiccedilatildeo
desfavoraacuteve l daquela regiatildeo em termos de desenvolv imento
humano a d ispar idade com as outras regiotildees encolheu ind icando
reduccedilatildeo das desigualdades A tabe la a seguir demonstra as
movimentaccedilotildees nas c inco regiotildees com niacutet ida ace leraccedilatildeo observada
na Regiatildeo Nordeste
e m i d a d e d e i n g r e s s o n a e s c o l a ( n o B r a s i l a o s s e i s a n o s ) p a r a o r e s t o d e s u a v i d a
S e m d uacute v i d a e s t a m e t o d o l o g i a eacute m a i s a b r a n g e n t e q u e o m eacute t o d o a n t e r i o r
p r i n c i p a l m e n t e p o r c o n t e m p l a r a q u a l i d a d e d o e n s i n o
9 4
CRESCIMENTO ANUAL DO IDH REGIONAL ndash 1991-200742
Regiotildees IDH 2007 Crescimento
19912007 () Crescimento Meacutedio
Anual 19912007 ()
Nordeste 0850 246 14
Norte 0847 167 10
Centro Oeste 0838 146 09
Sul 0786 130 08
Sudeste 0749 125 07
Tabela 5 Cresc imento Anual do IDH Regional -1991-2007
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l do Bras i l - Janei ro 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1p
Acesso em 2992011
O estudo def ine o IDH como um ind icador de natureza
est rutura l que deve produzi r a l teraccedilotildees no longo prazo devendo ser
observado e anal isado em funccedilatildeo de suas tendecircncias Nesse caso o
estudo evidencia a caminhada para a e l iminaccedilatildeo das desigualdades
regionais
42 Eacute i m p o r t a n t e c o n s i d e r a r m o s e s t a a n aacute l i s e c o m o a v a l i a ccedil atilde o d e t e n d ecirc n c i a p o r q u e d e v i d o agrave n o v a
m e t o d o l o g i a d e e l a b o r a ccedil atilde o d o s iacute n d i c e s d e I D H d o B r a s i l r e s u l t a e m 0 6 7 8 p a r a 2 0 0 5 0 6 8 1 p a r a 2 0 0 6 e
0 6 8 5 p a r a 2 0 0 7 N o e s t u d o d o B a n c o C e n t r a l d o B r a s i l c o n s i d e r a - s e a d i m e n s atilde o E d u c a ccedil atilde o f u n ccedil atilde o d o
iacute n d i c e d e a n a l f a b e t i s m o e c r i a n ccedil a s m a t r i c u l a d a s e n q u a n t o q u e a n o v a m e t o d o l o g i a c o n s i d e r a a
e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e q u e a s c r i a n ccedil a s e m i d a d e d e i n g r e s s o n a
e s c o l a n o B r a s i l a o s s e i s a n o s i r atilde o o b t e r p e l a s u a v i d a
9 5
O t rabalho e laborado pe lo Banco Centra l desvenda a reduccedilatilde o
das d i ferenccedilas de qual idade de vida nas grandes regiotildees
bras i le i ras Observa que ateacute 1996 as d ispar idades resid iam no tema
Educaccedilatildeo e que a par t i r de 1997 haacute uma mudanccedila para a d imensatildeo
econocircmica que apresenta menor reduccedilatildeo Enfat iza que no f im do
per iacuteodo anal isado (2007) haacute maior homogeneidade entre educaccedilatildeo e
longevidade do que para a d imensatildeo econocircmica No caso as cr ises
e so luccedilos da economia tendem a evidenciar -se com maior
contundecircncia nas tendecircncias Em Educaccedilatildeo e Longevidade (Sauacutede)
por serem i tens dependentes de invest imentos as tendecircncias se
def inem com maior regu lar idade eventua is cor tes ou desaceleraccedilatildeo
de invest imentos tendem a mater ia l izar -se a meacutedio e longo prazo
O estudo aponta a var iaacuteve l longevidade como a mais regu lar
com cresc imento estaacuteve l e de forma l inear em todas as regiotildees A
Regiatildeo Nordeste destaca -se tambeacutem nesta d imensatildeo com 18 de
cresc imento no per iacuteodo equ iva lente a 1 anual enquanto que as
demais regiotildees o cresc imento f icou ao redor de 11 ou 065
anual O t raba lho a t r ibu i ao maior cresc imento agrave grande def ic iecircnc ia
nesse i tem longevidade o que poss ib i l i ta oportun idade de ganhos
margina is
A expectat iva de vida da Regiatildeo Nor deste eacute a menor dentre
as Grandes Regiotildees o graacutef ico 15 que ref le te o ano de 2009 nos
permi te v isua l izar a d ispar idade ent re regiotildees e a meacutedia da
9 6
federaccedilatildeo A expectat iva de vida da Regiatildeo Nordeste eacute de 704
anos Certamente o que determina ess e va lor ba ixo para o nordeste
eacute pr inc ipa lmente a morta l idade infant i l que a inda eacute ext remamente
preocupante 33 2 por mi l nasc idos vivos ref le t ind o as condiccedilotildees
soc ia is desfavoraacuteve is O Programa Bolsa Famiacutel ia com sua
condic iona l idade sauacutede eacute ferramenta important iacutess ima para a
melhor ia dessa d imensatildeo do IDH
EXPECTATIVA DE VIDA POR REGIAtildeO EM ANOS (2009)
Graacutef ico 15 Expectat iva de Vida por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icadores Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso 14112011
9 7
MORTALIDADE INFANTIL
POR 1000 NASCIDOS VIVOS EM 2009
Graacutef ico 16 Morta l idade Infant i l por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icado res Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso em 14112011
No quesi to longevidade haacute que se considerar que a Regiatildeo
Nordeste apresentou s ign i f icat iva melhor ia o que ind ica progresso
soc ioeconocircmico Os dados apresentam ac e leraccedilatildeo da Regiatildeo
Nordeste nessa d imensatildeo em re laccedilatildeo agraves demais regiotildees o que nos
sugere melhor ia das condiccedilotildees humanas O Nordeste apresenta no
per iacuteodo 1999-2009 aumento de c inco anos e meio na expectat iva de
vida de sua populaccedilatildeo crescendo de 667 anos para 704 anos
s ign i f icat iva melhor ia de 3 7 anos
9 8
A anaacutel ise dos fa tores da composiccedilatildeo do IDH regional aponta
como pr inc ipa l fa tor a d imensatildeo Educaccedilatildeo como a de maior peso de
par t ic ipaccedilatildeo Ind ica que de 1991 -2003 houve expansatildeo dos IDH em
todas as regiotildees chegando a exp l icar mais da metade do
cresc imento do iacutend ice Desponta aqui como cont r ibu iccedilatildeo a
un iversa l izaccedilatildeo do acesso ao ensino fundamenta l e cresc imento da
oferta de vagas no ensino meacutedio e super ior Es sa co locaccedilatildeo
mencionada no estudo deve ser considerada com ressa lvas porque a
metodologia para o caacute lcu lo do IDH anter ior a 2010 considera a taxa
de analfabet ismo que rea lmente eacute favoraacuteve l em termos Bras i l
Contudo uma anaacutel ise da nova metodologia a qual considera
expectat iva de esco lar idade a tendecircncia natildeo se mostra an imadora A
meacutedia de esco lar idade aos 25 anos mostra cresc imento ent re 2000 e
2010 de 305 2 7 ao ano mas a expectat iva de esco lar idade
para as cr ianccedilas em idade de ingresso na esco la (Bras i l aos 6 anos)
natildeo se sustentou na uacute l t ima deacutecada o que ind ica que providecircncias
urgentes satildeo necessaacuter ias a f im de rever ter a tendecircncia A
metodo log ia a tua l do IDH con fo rme fo i ana l i sada no toacutep ico 2 1 3
con temp la a qua l idade do ens ino po rque se base ia nas mat r iacutecu las
po r idade nos d ive rsos n iacuteve is da educaccedilatildeo Houve c resc imento em
f ins da deacutecada de 199 0 e um p ico ao redo r do an o 2000 (v ide
g raacute f i co 6 ) mas o iacutend ice natildeo se sus ten tou e es taacute es tab i l i zado em
13 8 anos
9 9
Apesar da nova metodologia adotada no caacute lcu lo do IDH t razer
ef icaacutec ia ao iacutend ice vindo a c ontemplar a qual idade do ensino haacute que
se dar creacuted i to aos esforccedilos que resu l taram em importante reduccedilatildeo
do analfabet ismo no Bras i l Os graacutef icos a seguir nos oferecem uma
ide ia das tendecircncias
TAXA DE ANALFABETISMO
Graacutef ico 17 Taxa de Analfabet ismo
Fonte IBGE
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr l is ta_temaaspxop=0ampno=41
Acesso em 4102011
156147
114102 10 97
0
5
10
15
20
1995 1996 2004 2007 2008 2009
Taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade ()
1 0 0
Tra je toacute r ia dos fa to res u t i l i zados na nova me todo log ia de caacute lcu lo
da d imensatildeo Educaccedilatildeo do IDH
1450 1442 1457 1396 1426 1419 1398 1378 1378 1378 1378
550 572 594 617 639 661 672 684 695 706 718
000
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
EXPECTATIVA DE ESCOLARIDADE DASCRIANCcedilASESCOLARIDADE MEacuteDIA DOS ADULTOS 25 ANOSOU MAIS
G raacute f i co 18 D imensatildeo Educaccedilatildeo Fa to res da Nova Metodo log ia de
caacute lcu lo do IDH
Fon te h t tp hdrundporgendata t rends
Acesso em 2792011
A var iaacuteve l renda 43 apresentou forma i r regu lar ao longo do
per iacuteodo nesse ponto tambeacutem a Regiatildeo Nordeste fo i a que resu ltou
em maior cresc imento apresentou no per iacuteodo anal isado (1991 -
2007) 141 ou 08 ao ano Em sequecircncia a Regiatildeo Centro Oeste
com 105 ou 06 ao ano Su l com 104 ou 06 ao ano Norte
com 69 ou 04 ao ano e Sudeste com 67 ou 04 ao ano A
43
C a b e l e m b r a r q u e a d i m e n s atilde o r e n d a p e r c a p i t a eacute a j u s t a d a p a r a r e f l e t i r ldquo P P P rdquo -
P u r c h a s e P o w e r P a r i t y i n U S D o l l a r s ( p a r i d a d e d e p o d e r d e c o m p r a e m d oacute l a r e s
a m e r i c a n o s )
1 0 1
i r regu lar idade do cresc imento do fator renda pode ser a t r ibuiacuteda agraves
cr ises econocircmicas dos uacute l t imos tempos
A nova metodologia v isa enfat izar metas que contemplem a
melhor ia de qual idade da educaccedilatildeo e pr inc ipa lmente forccedilam os
paiacuteses a garant i r o fu turo de exce lecircncia em educaccedilatildeo
A anaacutel ise dos dados re lat ivos ao IDH no per iacuteodo 2006 e 2007
ind ica a melhor ia genera l izada com reduccedilatildeo gradual e s is temaacutet ica
das desigualdades At r ibu i agrave Educaccedilatildeo o fa tor mais importan te para
o IDH ateacute 2003 exceto na regiatildeo Centro Oeste conclu i que o fator
renda eacute o mais importante para com as d iscrepacircncias do IDH das
vaacuter ias regiotildees
Peso das Dimensotildees no IDH Regional
1991-2003 2004-2007
Regiotildees Educaccedilatildeo Longevidade Renda Educaccedilatildeo Longevidade Renda
() () () () () ()
Norte 668 268 64 551 186 263 Nordeste 606 29 104 45 183 367 Sudeste 515 379 106 502 193 305 Sul 546 271 183 401 198 401 Centro Oeste
565 321 114 356 186 458
Meacutedia 580 306 114 452 189 359
Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l ndash Janei ro de 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1
Acesso em 2992011)
1 0 2
32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMIC O
3 21 Acesso agrave Esco la
O acesso agrave esco la eacute fator pr imord ia l para o desenvolvimento
humano e pr inc ipa lmente para a el iminaccedilatildeo das desigualdades A
chave para a melhor ia educacional comeccedila pelo acesso da
populaccedilatildeo agrave esco la Os ind icadores educacionais b ras i le i ros
mostram o progresso cont inuado ness e campo o que sem duacutevida eacute
um passo decis ivo para reduccedilatildeo das desigualdades que nos
incomodam
O Bras i l obteve cresc imento s ign i f ica t ivo quanto ao acesso agrave
esco la cabe destacar a educaccedilatildeo infant i l Em 2009 a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domiciacute l ios - PNAD IBGE ndash demonstrou que
o grupo de cr ianccedilas de 0 a 5 anos de idade apresentava uma taxa
de esco lar izaccedilatildeo de 381 s ign i f ica t iva melhor ia em re laccedilatildeo a
1999 quando a proporccedilatildeo era de apenas 233
No segmento de 6 a 14 anos pode -se d izer que em meados
da deacutecada de 1990 prat icamente todas as cr ianccedilas bras i le i ras jaacute
estavam f requentando esco la Eacute importante mencionar que fo i
somente a par t i r de 2007 que o segmento populac iona l das cr ianccedilas
1 0 3
de 6 anos fo i incorporado agrave fa ixa de ensino obr igatoacuter ia que ateacute
entatildeo compreendia dos 7 aos 14 anos de idade
Quanto agrave fa ixa e taacuter ia de adolescentes de 15 a 17 anos
notamos s i tuaccedilatildeo menos favoraacuteve l em 2009 a taxa a lcanccedilou 852
daquele cont ingente Podemos conclu i r que infe l izmente a
esco lar izaccedilatildeo dos adolescentes dessa fa ixa e taacuter ia carece de
un iversa l izaccedilatildeo destaca -se que houve melhor ia em relaccedilatildeo a 1999
contudo pequena A Regiatildeo Nordeste em 2009 apresenta def ic iecircnc ia
s ign i f icat iva dos adolescentes ness a fa ixa e taacuter ia somente 392
estava no niacuteve l meacutedio bem abaixo dos 421 a lcanccedilados pe lo s da
Regiatildeo Sudeste em 1999 Isso pode ser exp l icado pe las pressotildees
soc ioeconocircmicas endecircmicas na Regiatildeo Nordeste fatores que mui to
afetam e a t rasam o desenvolvimento educacional
A tabe la 7 ind ica que haacute um enorme passo a ser dado apesar
do exce lente cresc imento conseguido na taxa de esco lar izaccedilatildeo de
adolescentes de 15 a 17 anos a Regiatildeo Nordeste tem muito espaccedilo
a crescer para posic ionar -se em niacuteve l equ iva lente agrave Regiatildeo
Sudeste O quadro abaixo nos d iz que haacute corre laccedilatildeo s ign i f icat iva
ent re s i tuaccedilatildeo soc ioeconocircmica no caso a Regiatildeo Sul e condiccedilatildeo
educacional Por tanto ta lvez sem progresso soc ioeconocircmico os
ind icadores de educaccedilatildeo estaratildeo compromet idos porque
infe l izmente a educaccedilatildeo natildeo estaacute ent re as pr ior idades por questatildeo
cu l tura l ou mais prec isamente de sobrevivecircncia
1 0 4
Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida Fa ixa Etaacuter ia 15 ndash 17 anos44
Grandes Regiotildees - 19992009
1999 2004 2009 Var
NORTE
244 276 391 602
NORDESTE 167 279 392 1347
SUDESTE 421 579 605 437
SUL
446 534 574 287
CENTRO-OESTE 327 449 547 673
BRASIL
327 442 509 557
Tabela 7 Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida por Regiatildeo
Fonte IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacute l ios
19992009 SINTESE DOS INDICADORES SOCIAIS -2010- IBGE
Acesso em 141111
3 22 Desigualdade ent re Regiotildees
Conforme jaacute fo i abordada no in iacutec io des se t raba lho o Iacutend ice
de Gin i desenvolvido por Corrado Gin i estat iacutes t ico i ta l iano eacute
u t i l izado para medir o grau de desigualdade N as def in iccedilotildees do
IBGE consta ldquoserve para medir a concentraccedilatildeo de uma d is t r ibu iccedilatildeo
mede o grau de desigualdade existente ent re ind iviacuteduos segundo
44
A t a x a d e e s c o l a r i z a ccedil atilde o l iacute q u i d a i n d i c a a p r o p o r ccedil atilde o d a p o p u l a ccedil atilde o e m
d e t e r m i n a d a f a i x a e t aacute r i a q u e s e e n c o n t r a f r e q u e n t a n d o e s c o l a n o n iacute v e l a d e q u a d o
agrave s u a i d a d e
1 0 5
diversos fa tores (qua l idade de vida educaccedilatildeo por exem plo) e
dent re e les o rendimentordquo 45
Tendecircncia do Iacutend ice de Gin i por Regiatildeo
Graacutef ico 19 Iacutend ice Gin i por Regiatildeo ndash Tendecircncias
Fonte IBGE ndash Seacuteries Esta t iacutes t icas
Obs ndash Vide va lores numeacuter icos na tabe la 8 a seguir
45
N o c aacute l c u l o d o s iacute n d i c e s d e G i n i d a s d i s t r i b u i ccedil otilde e s d e r e n d im e n t o f o r a m
l e v a d o s e m c o n t a o n uacute m e r o d e p e s s o a s d a a m o s t r a d a p e s q u i s a n a c i o n a l d e
d o m ic iacute l i o s ( P N A D ) e o r e n d im e n t o d a p e s s o a
O v a l o r d o iacute n d i c e v a r i a d e 0 a 1
0 = q u a n d o n atilde o h aacute d e s i g u a ld a d e a r e n d a d e t o d o s o s i n d i v iacute d u o s t e m o
m e s m o v a l o r
1 = q u a n d o a d e s i g u a l d a d e eacute m aacute x im a a p e n a s u m i n d i v iacute d u o d e t eacute m t o d a a
r e n d a d a s o c i e d a d e e a r e n d a d e t o d o s o s o u t r o s i n d i v iacute d u o s eacute n u l a
( h t t p s e r i e s e s t a t i s t i c a s i b g e g o v b r s e r i e s a s p x vc o d ig o = F D T 8 1 0 amps v = 1 8 amp t =
i n d i c e - d e - g i n i - p e s s o a s - d e - 1 0 - a n o s - o u - m a i s - d e - i d a d e - c o m - r e n d im e n t o -
m e n s a l ) Ac e s s a d o e m 0 4 1 0 2 0 1 1
1 0 6
A tendecircncia de reduccedilatildeo das desigu aldades de renda eacute
favoraacuteve l para todas as regiotildees com exceccedilatildeo da Regiatildeo Centro -
Oeste que apresentava s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l a teacute 2006 quando
rever teu a tendecircncia para uma maior concentraccedilatildeo de renda A
Regiatildeo Nordeste tambeacutem apresenta def lexatildeo em 2005 vindo a
re tomar a tendecircncia favoraacuteve l agrave desconcentraccedilatildeo de renda a part i r
de 2006 Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de desconcentraccedilatildeo de
renda segue favoraacuteve l no per iacuteodo apresentando reduccedilatildeo de 09 ao
ano
Apesar da melhor ia s ign i f ica t iva que se apresenta pe la
tendecircncia de reduccedilatildeo de desigualdade ind icado pe lo iacutend ice de Gin i
o Bras i l a inda estaacute longe da exce lecircncia atua lmente o iacutend ice de Gini
da Noruega o pr imeiro co locado no rank ing de IDH eacute 0255 (ano
2000) 46
46
I l u s t r a n d o n o r i t m o d e c r e s c i m e n t o a n u a l d o iacute n d i c e d e G i n i d o p e r iacute o d o 1 9 9 8 -
2 0 0 8 a t i n g i r a e x c e l ecirc n c i a p a r a o B r a s i l n o c a s o o iacute n d i c e d a N o r u e g a p o d e
s i g n i f i c a r 8 0 a n o s ( 0 5 3 1 ( 1 - 0 0 0 9 ) ^ 8 0 = 0 2 5 7 )
1 0 7
IacuteNDICE DE GINI POR REGIAtildeO (1998-2008) (1)
Regiatildeo 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Norte urbana 0569 0553 0543 0551 0534 0527 0512 0513 0504 0502 Nordeste 0581 0575 0566 0576 0570 0571 0551 0557 0540 0539 Sudeste 0561 0551 0554 0552 0543 0533 0534 0529 0510 0507 Sul 0558 0559 0543 0536 0535 0530 0519 0510 0505 0498 Centro-Oeste 0600 0591 0585 0591 0569 0571 0564 0558 0564 0567 Brasil 0584 0576 0572 0573 0566 0559 0552 0548 0535 0531 Tabela 8 Iacutendice Gini por Regiatildeo ndash Valores acima suportam o graacutefico 20
Fonte IBGE - Seacuteries Estatiacutesticas httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=FDT810ampsv=18ampt=indice-de-
gini-pessoas-de-10-anos-ou-mais-de-idade-com-rendimento-mensal Acesso em 141111
[1] Dados para o ano 2000 natildeo satildeo disponiacuteveis
323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho
Um dos fatores mais importantes que ind icam a melhor ia
soc ioeconocircmica de uma regiatildeo eacute sem sombra de duacutevida a oferta de
empregos formais Formal idades no emprego provecircm aos
t raba lhadores menor vu lnerab i l idade agrave s i tuaccedilatildeo de penuacuter ia porque
asseguram d i re i tos de c idadatildeo A informal idade assola o Bras i l e eacute
constantemente assunto de debates po l iacute t icos t rata -se de uma das
demandas soc ia is mais importantes da atua l idade brasi le i ra O IBGE
contro la o desenvolvimento dessa vu lnerab i l idade a boa not iacutec ia eacute
que estaacute havendo progresso ness e quesi to o nuacutemero de
1 0 8
empregados com car te i ra ass inada vem aumentando
consis tentemente No per iacuteodo 2001-2009 a Regiatildeo Norte fo i a que
maior cresc imento apresentou 86 seguida da Centro -Oeste com
58 Nordeste com 53 Sudeste com 40 e Sul com 37 Em
meacutedia o cresc imento anual de empregados com t raba lho formal no
Bras i l c resceu agrave taxa de 47 no per iacuteodo de 2001 -2009 e 4 8 no
per iacuteodo 2004-2009 per iacuteodo este de vigecircncia do Programa Bolsa
Famiacutel ia Ressal ta -se que a Regiatildeo Nordeste ent re 2004-2009 fo i a
maior em cresc imento anual apresentou 63 Ess es dados
cont r ibuem para desfazer o mi to de que o t raba lhador tende a
recusar regis t ro formal em car te i ra de t raba lho a f im de engajar -se
no Programa Bolsa Famiacutel ia
EMPREGADOS COM CARTEIRA ASSINADA NO BRASIL
CRESCIMENTO ANUAL
Regiatildeo
2001 2004 2009 2001-2009 2004-2009
() ()
Norte
826 1144 1537 81 61
Nordeste
3443 3886 5280 55 63
Sudeste
12359 13839 17365 43 46
Sul
4241 4922 5816 4 34
Centro-Oeste 1494 1768 2367 59 6
Brasil
22363 25558 32364 47 48
Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada
FONTE IBGE Seacuteries Estatiacutesticas
Seacuterie PD352 - Empregados com carteira de trabalho assinada total e por sexo Acesso em 09102011
1 0 9
O aumento de populaccedilatildeo economicamente a t iva tambeacutem pode
nos fornecer ind icaccedilotildees do desenvolvimento soc ioeconocircmico Os
levantamentos fe i tos pe lo IBGE considera m como populaccedilatildeo
economicamente a t iva pessoas que se encontram ocupadas e
desocupadas sob c i rcunstacircncias especiacutef icas Sendo as ocupadas as
que na semana em que fo i fe i ta a pesqu isa t inham traba lho mesmo
quando estavam de l icenccedila feacuter ias ou greve e as que estavam
desocupadas aquelas que tomaram a lguma providecircncia efet iva na
procura de t raba lho (def in iccedilotildees do IBGE)
Como podemos ver i f icar nos dados da tabe la a seguir a
populaccedilatildeo economicamente at iva cresceu de forma regular em todas
as Regiotildees
Um dos pontos de at raccedilatildeo de invest idores para o nosso paiacutes
t rata-se do fator chamado ldquobocircnus demograacutef icordquo esse fenocircmeno eacute
def in ido ou apresenta -se quando haacute um determinado per iacuteodo na
h is toacuter ia da naccedilatildeo onde a populaccedilatildeo economicamente a t iva supera agrave
de dependentes no caso de idosos e cr ianccedilas t rata -se de uma
posiccedilatildeo favoraacutevel ao desenvolvimento econocircmic o O chamado
ldquobocircnus demograacutef icordquo ao que tudo ind ica teve seu in iacutec io em 2004
quando a populaccedilatildeo economicamente at iva a t ingiu 51 da
populaccedilatildeo tota l
O demoacutegrafo Joseacute Eustaacutequio Din iz Alves professor da Escola
Nacional de Ciecircncias Estat iacutes t ica do IBGE anal i sta e pesquisado r do
1 1 0
assunto ldquobocircnus demograacutef ico rdquo ind ica que o Bras i l passa por um
momento uacuten ico neste in iacutec io do seacutecu lo XXI Af i rma que esta jane la da
h is toacuter ia t raz uma condiccedilatildeo propiacutec ia para o desenvolvimento
soc ioeconocircmico Defende que a combinaccedilatildeo ent re uma est rutura
demograacutef ica e uma est ru tura soc ia l que levam a uma proporccedilatildeo de
populaccedilatildeo em idade em que o re torno soc ioeconocircmico eacute maior 47 A
tabe la 10 a seguir com dados se lec ionados das seacuter ies esta t iacutes t icas
do IBGE atesta o cresc imento da Populaccedilatildeo Econo micamente At iva
por regiatildeo
47 B ocirc n u s d e m o g r aacute f i c o c r e s c i m e n t o e c o n ocirc m i c o e r e d u ccedil atilde o d a p o b r e z a n o B r a s i l
J o s eacute E u s t aacute q u i o D i n i z A l v e s - h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e
A P A R T E - I n c l u s atilde o S o c i a l e m D e b a t e
h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e p d f s b o n u s _ e c o n o m i a _ e _ p o b r e z a p d f
1 1 1
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA POR REGIAtildeO
Regiatildeo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
(000) (000) (000) (000) (000) (000) (000)
Norte 4918 6861 7073 7073 7145 7340 7536 Nordeste 24213 24911 25822 25880 26093 26546 26735 Sudeste 38666 39282 40863 41623 41860 42712 43452 Sul 14607 14893 15043 15290 15489 15437 15744 Centro-Oeste 6395 6712 6946 7007 7286 7466 7643
Brasil 88774 92660 95748 96874 97872 99500 101110
Tabe la 10 Popu laccedilatildeo Economicamente A t i va por Regiatildeo
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD292amps
v=19ampt=grupos -de- idade
Acesso em 13 11 11
Segundo Din iz A lves (2010) ent re 2003 e 2004 a renda per
cap ita pouco cresceu e a pobreza apresentou a lguma reduccedilatildeo mas
as condiccedilotildees demograacutef icas econocircmicas e soc ia is entraram em um
c i rcu lo v i r tuoso a part i r daiacute Houve po l iacute t icas puacutebl icas saudaacuteveis ou
favoraacuteve is po is a economia bras i le i ra most rou-se imune agraves cr ises
in ternacionais que asso lavam o pr imeiro mundo Poliacute t icas puacutebl icas
de recuperaccedilatildeo do sa laacuter io miacuten imo e incremento de programas
soc ia is em part icu lar Programa Bolsa Famiacutel ia impuls ionaram a
economia Houve incremento do t raba lho formal reduccedilatildeo das taxas
de desemprego e informal idade
Coloca Din iz A lves (2010) a ent rada maciccedila da mulher no
mercado de t rabalho como pr imord ia l para a reduccedilatildeo da pobreza
nesse ponto haacute que enfat izar o cresc imento da demanda de matildeo de
obra face ao impulso favoraacuteve l do cresc imento econocircmico
1 1 2
A tabela 11 a seguir conf i rma as af i rmaccedilotildees de Din iz A lves
em seu texto sobre o tema ent re 2001 e 2009 houve um incremento
de 171 mi lhotildees de pessoas na parce la da populaccedilatildeo denominada
ldquoeconomicamente a t ivardquo sendo 92 milhotildees de mulheres e 7 9
mi lhotildees de homens
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA
2001 2009 ACREacuteSCIMO
(000) (000)
HOMENS 48844 56710 7866
MULHERES 35174 44401 9227
TOTAL 84018 101111 17093
Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingresso 2001 a 2009
Fonte IBGE Seacuterie PD292 - Grupos de idade httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 121111
Segundo o ar t igo a ent rada da mulher com maior in tens idade
no mercado fo i importante para a reduccedilatildeo da pobreza e que a
reduccedilatildeo da informal idade para ambos os sexos produzi ram os
maiores ganhos apoacutes 2004 O graacutef ico 21 demonst ra o cresc imento
de empregados formais podemos notar def lexatildeo no ano de 2004
1 1 3
EMPREGADOS CARTEIRA ASSINADA
(MILHARES DE PESSOAS)
14608 14975 1542716535
17282 1786819105
20428 20609
7756 8160 84929023 9593 10173
10663 11454 11756
0
5000
10000
15000
20000
25000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
HOMENS
MULHERES
Graacutef ico 20 Empregados com Carte i ra Ass inada
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD352ampsv=
18ampt=empregados-com-carte i ra -de- traba lho-ass inada-to ta l -e-por-sex
Acesso em 10102011
A ent rada consistente da mulher no mercado de t raba lho
pr inc ipa lmente aquelas que possuem melhores n iacuteve is educacionais
soacute fo i possiacuteve l porque houve importante reduccedilatildeo nas taxas de
fecundidade Com a reduccedilatildeo do nuacutemero de f i lhos aumentam as
oportun idades para as mulheres invest i rem de forma ef ic iente em
sua proacutepr ia educaccedilatildeo e carre i ra O resu l tado eacute posi t ivo com
1 1 4
melhores sa laacuter ios e rend imentos que remunerem e incent ivem o
desenvolvimento de cap ita l humano 48
Na tabe la 12 a seguir podemos visua l izar a queda da taxa de
fecundidade no Bras i l a maior queda ocorreu na Regiatildeo Nordeste
aproximando-se das taxas das regiotildees mais desenvolvidas Isso
a testa a melhor ia da qual idade de vida e a tendecircncia fortu i ta na
reduccedilatildeo da desigualdade
TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL
TAXA DE FECUNDIDADE REDUCcedilAtildeO MEacuteDIA ANUAL
REGIAtildeO 2001 2009 2001-2009
()
NORTE 32 25 -30
NORDESTE 27 20 -34
SUDESTE 21 18 -23
SUL 22 19 -17 CENTRO-OESTE 23 19 -22
BRASIL 24 19 -26
Tabela 12 Taxa de Fecundidade Total FONTE IBGE
Seacuterie POP264 - Taxa de fecundidade total Acesso em 15112011
48
C a p i t a l H u m a n o j aacute a b o r d a d o n a p a r t e i n i c i a l d e s t e t r a b a l h o b a s i c a m e n t e
s i g n i f i c a o c a p i t a l a d q u i r i d o p e l a s p e s s o a s a t r a v eacute s d e i n v e s t i m e n t o s e m s i
p r oacute p r i a s
1 1 5
Famiacutel ias pequenas onde o casa l pode dedicar -se ao t raba lho
remunerado satildeo menos vu lneraacuteve is a prob lemas soc ia is a
par t ic ipaccedilatildeo da mulher no mercad o de t raba lho faz crescer a
economia e reduz a pobreza t rata -se de um s ina l cr is ta l ino de
melhor ia soc ioeconocircmica
Um exerciacutec io ca lcu lando a razatildeo ent re os dados de Populaccedilatildeo
Economicamente At iva e a Populaccedilatildeo afer ida pe lo Censo de 2010
ind ica que o bocircnus demograacutef ico eacute favoraacuteve l em todas as regiotildees
com exceccedilatildeo da Regiatildeo Norte que se encontra em 49 muito perto
de par t ic ipar do processo O ldquobocircnus demograacutef icordquo natildeo eacute o uacuten ico
fa tor determinante para o desenvolvimento soc ioeconocircmico
contudo sendo favoraacuteve l eacute como jaacute fo i co locado exce lente fator de
a t raccedilatildeo de invest imentos cabe ao Bras i l tomar prove i to desta
oportun idade como o f izeram paiacuteses ho je posic ionados como
parad igmas do desenvolvimento humano
1 1 6
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVAPO PULACcedilAtildeO TOTAL
(EM MILHARES DE PESSOAS)
POPULACcedilAtildeO
CENSO ECONOMICAMENTE ATIVA EM 2009
REGIAtildeO 2010 2009 POP TOTAL
NORTE 15485 7536 49
NORDESTE 51871 26735 52
SUDESTE 77657 43452 56
SUL 27022 15744 58
CENTRO-OESTE
13677 7643 56
BRASIL 185713 101110 54
Tabela 13 Populaccedil Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total
FONTE Dados do Censo 2010 publicados no Diaacuterio
Oficial da Uniatildeo do dia 04112010 Recenciamento feito ateacute 31 de outubro de 2010
Populaccedilatildeo Economicamente Ativa - IBGE
httpwwwcenso2010ibgegovbrdados_divulgadosindexphpuf=35
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 10102011
1 1 7
3 3 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO
Atua lmente eacute voz corrente que o Bras i l natildeo investe o
montante adequado na Educaccedilatildeo encontramos este t ipo de
comentaacuter io em jorna is programas de raacuted io exis tem extensas
reportagens sobre o assunto Haacute colocaccedilotildees e af i rmaccedilotildees dos mais
d iversos t ipos sempre com fundamentaccedilotildees empiacuter icas e
quest ionaacuteveis provavelmente o que leva a essas cr iacute t icas e anse ios
eacute a rea l idade dos ind icadores que demonstram a enorme d istacircnc ia
da exce lecircncia
Os graacutef icos 22 e 23 a seguir i lust ram os invest imentos
puacutebl icos em Educaccedilatildeo em termos de porcentagem do PIB houve
uma queda apoacutes 2003 com estagnaccedilatildeo no per iacuteodo 2003 -2005
re tomando cresc imento apoacutes 2006
1 1 8
Graacutef ico 21 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo - do PIB
Fonte IDB Inep
porta l inepgovbr estat is t icas -gastoseducacao-
ind icadores_f inancei ros -p t i _n ive l_ensinohtm
Acesso em 14102011
O montante de invest imentos puacutebl icos em educaccedilatildeo apres enta
ace leraccedilatildeo a part i r de 2004 sa indo de um patamar de R$ 107
b i lhotildees em 2004 at ingindo R$ 141 b i lhotildees em 2007 (a preccedilos de
2010) Essa tendecircncia nos ind ica a adoccedilatildeo de uma po l iacute t ica mais
consis tente em favor da melhor ia qual i ta t iva do processo
educacional
1 1 9
1071 1039 1065 1045 1075 1125 1266
1414
-
500
1000
1500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
INVESTIMENTOS PUacuteBLICOS EM EDUCACcedilAtildeO VALORES EM BILHOtildeES DE REAIS CONSTANTES
(2010)
Graacutef ico 22 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fontes
INEP httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-despesas_public a_paridadehtm Def lator u t i l izado L Seacute r ie SCN54 - Def lator do Produto In terno
Bruto
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
1 2 0
Graacutef ico 22A Invest imento Puacutebl ico Por A luno Est imado em
Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fonte INEP
h t tp po r ta l i nep ovb r es ta t i s t icas -gas toseducacao -despesas
pub l icas -p a par idade h tm
Acesso 142 2012
Em pronunciamentos agrave imprensa em f ins de setembro e in iacutec io
de outubro de 2011 o min is t ro Paulo Haddad ve io a se posic ionar
que o Bras i l p rec isa invest i r mais em educaccedilatildeo O proacutepr io min is t ro
admi te que a educaccedilatildeo bras i le i ra possua qual idade quest ionaacutevel
em 30 de setembro de 2011 conforme not ic iaacuter io 49 quando
par t ic ipava do 3ordm Exame Forum em debate que par t ic ipou em
companhia de Gustavo Ioschpe (economista e a r t icu l is ta de revista
49
R e v i s t a V e j a 3 0 9 2 0 1 1 ndash 1 4 3 9 h o r a s ndash J o r n a l i s t a N a t h a l i a G o u l a r t
1 2 1
Veja) Mar ia Helena Guimaratildees (Membro do Conselho Estadual de
Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo e da Academia Bras i le i ra de Educaccedilatildeo) e
Marce lo Odebrecht (empresaacuter io e pres idente da Odebrecht )
c lass i f icou o n iacuteve l atua l da educaccedilatildeo bras i le i ra com o ldquoregu larrdquo A
co locaccedilatildeo do min is t ro se apoia no fa to de que o Brasi l melhorou de
posiccedilatildeo na aval iaccedilatildeo internacional coordenada pe lo OCDE
(Organisat ion for Economic Co -operat ion and Development )
Na ocasiatildeo o min is t ro fo i contestado por Gustavo Ioschpe de
que o nosso paiacutes estava ent re os uacute l t imos co locados o prat icamente
condic iona agrave impossib i l idade de p iorar Cr i t ica af i rmaccedilotildees de que o
Bras i l p rec isa aumentar gastos com educaccedilatildeo a lega que o Bras i l
aumentou de forma ext raord inaacuter ia esses d ispecircndios sem t razer
cont rapart ida em termos de qual idade O economista Gustavo
Ioschpe natildeo de ixa de marcar um ponto os d ispecircndios puacutebl icos em
educaccedilatildeo aumentaram em termos re a is ent re 2003-2009 em 55
Natildeo temos como confer i r esses dados contudo se f izermos uma
ext rapolaccedilatildeo com os dados do graacutef ico 22 a af i rmaccedilatildeo parece
correta
Em out ra ocasiatildeo em 10 de outubro de 2011 o Min is t ro
Fernando Haddad em palest ra na Escola de Admin ist raccedilatildeo Puacutebl ica e
de Empresas da Fundaccedilatildeo Getuacute l io Vargas af i rmou que os recursos a
invest i r em educaccedilatildeo em 2011 representaratildeo 7 e 10 do PIB 50
50
R e v i s t a V e j a 1 0 1 0 2 0 1 1 ndash 1 8 5 4 ndash C a d e r n o E d u c a ccedil atilde o
1 2 2
Segundo o min is t ro a meacutedia invest ida pe los paiacuteses de OCDE eacute de
5 mas ressa lta que o PIB dos paiacuteses membros eacute de maior
montante e a d iacutev ida educacional eacute menor Ness e mesmo
pronunciamento o min ist ro s ina l iza planos de melhor ia de qual idade
defendeu a reforma educacional do ensino meacutedio com proposta
pr ior i taacuter ia para per iacuteodo in tegra l Menciona que o p lano prevecirc que as
au las se jam d iv id idas em dois turnos sendo que o pr imeir o deveraacute
ser ded icado agraves mateacuter ias baacutesicas e o segundo a formaccedilatildeo cu l tura l e
ens ino d ig i ta l
O quest ionamento do montante de invest imento no setor de
educaccedilatildeo eacute assunto recorrente m ui tos recomendam aumentar os
va lores invest idos mas poucos buscam a ra iz do prob lema os
pontos abordados nesse t raba lho sugerem a ocorrecircncia de
prob lemas de gestatildeo no setor de educaccedilatildeo a pergunta que f ica eacute
ldquoQuando esse prob lema de gestatildeo seraacute mapeado e reconhecidordquo
O exerciacutec io a seguir fo i e laborado para visua l izar o monta nte
que anualmente eacute in jetado no s istema ed ucacional bras i le i ro A
tabe la 14 nos ind ica os va lores invest idos pe lo setor puacuteb l ico mais os
gastos das famiacutel ias com educaccedilatildeo Cabe enfat izar que os va lores
invest idos pe las famiacutel ias natildeo inc luem o ldquocusto de oportunidaderdquo que
as estas de ixaram de obter por ap l icar na educaccedilatildeo tampouco o
custo f inancei ro associado a esses invest imentos que
1 2 3
part icu larmente no Bras i l satildeo ext remamente e levados Portanto o
va lor invest ido em educaccedilatildeo em termos rea is estaacute subest imado
GASTOS PUacuteBLICOS E GASTOS DAS FAMIacuteLIAS EM EDUCACcedilAtildeO
PESQUISAS DE ORCcedilAMENTOS
POF 20022003 POF 20082009
Estimativa de Gastos Familiares
N⁰ de Famiacutelias
48534638 57816604
de Gastos das Famiacutelias
410 300
Despesa Total Familiar
177803 262631
Gastos familiares c Educaccedilatildeo
Mensal
7290 7879
Anual
87479 94547
Montante de Gastos Familiares em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 425 547 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 677 563 a)
Gastos Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 665 1235 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1055 1414 a)
Somatoacuteria de Gastos Familiares e Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 1090
1782
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1732 1977
a) Reflete 2007 uacuteltimo montante publicado pelo INEP em abril de 2011
Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos das Famiacutelias em Educaccedilatildeo
Fonte INEPIBGE
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocondicaodevidapof2008_2009POFpublicacaopdf
httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-indicadores_financeiros-ptiniacutevel_ensinohtm
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
Acesso em 14102011
1 2 4
Como podemos visua l izar no exerciacutec io demonstrado na
tabe la 14 o d ispecircndio tota l em educaccedilatildeo considerando o s
invest imentos puacutebl icos e os gastos das famiacutel ia s tota l iza um
montante est imado em 1977 b i lhotildees de rea is (2007 a preccedilos de
2010) considerando o PIB bras i le i ro de 3 046 b i lhotildees de rea is
(2007 a preccedilos de 2010) o d ispecircndio tota l s ign i f ica 65 do PIB dos
quais 4 7 foram ofertados pe lo Estado e 18 bancados pe las
famiacutel ias
Outro fa to que se constata no exerciacutec io ac ima eacute a reduccedilatildeo do
va lor gasto pe las famiacutel ias em educaccedilatildeo de 4 1 para 3 dos
gastos fami l ia res isso pode ser resu l tado da ma ior oferta de
educaccedilatildeo prat icada pe lo Estado
3 4 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011-2020 RESUMO E
DESTAQUES
1 2 5
O pro je to de le i para o PNE 51 2011-2020 fo i enviado pelo MEC
ao Congresso Nacional em 15 de outubro de 2010 e encontra -se em
t rami taccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Federa is O pro je to de le i
estabelece dez di re t r izes com vis ta ao cumpr imento das normas
const i tuc iona is per t inentes agrave educaccedilatildeo conforme os toacutep icos abaixo
I - errad icaccedilatildeo do analfabet ismo
I I - un iversa l izaccedilatildeo do atendimento
esco lar
I I I -superaccedilatildeo das desigualdades
educacionais
IV- melhor ia da qual idade do ensino
V - formaccedilatildeo para o t raba lho
VI - promoccedilatildeo da sustentab i l idade
soc ioambienta l
VI I - promoccedilatildeo humaniacutest ica c ient iacute f ica e
tecnoloacutegica do Paiacutes
VI I I - estabelec imento de meta de
ap l icaccedilatildeo de recursos puacutebl icos em
educaccedilatildeo como o produto in terno bruto
51P l a n o N a c i o n a l d e E d u c a ccedil atilde o -
h t t p p o r t a l m e c g o v b r i n d e x p h p o p t i o n = c o m _ c o n t e n t amp v i e w = a r t i c l e amp i d = 1 6 4 7 8 amp I t e
m i d = 1 1 0 7 t o p _ b a r r a A c e s s o e m 2 5 1 0 2 0 1 1 )
1 2 6
IX- va lor izaccedilatildeo dos prof iss iona is da
educaccedilatildeo
X- d i fusatildeo dos pr inciacutep ios da equidade do
respei to agrave d ivers idade e a gestatildeo
democraacutet ica da educaccedilatildeo
O pro je to de le i tambeacutem conteacutem um anexo com vin te metas
com as respect ivas est ra teacutegias para o cumpr imento das d i ret r izes O
Art igo 3ordm do Proje to de Le i def ine que as metas e est rateacutegias
deveratildeo ser cumpridas no prazo de vigecircncia do PNE (2011 -2020)
No Art igo 6ordm estaacute estabelec ido que a cr iaccedilatildeo do ldquoFo rum
Nacional de Educaccedilatildeordquo deveraacute ar t icu lar e coordenar ldquoConferecircncias
Nacionais de Educaccedilatildeordquo
Os pontos inc lu iacutedos no PNE (2011 -2020) procuram atender
uma das mais importantes demandas para o setor da educaccedilatildeo a
melhor ia da qual idade da educaccedilatildeo nesse pon to o pro je to de le i
contempla muitas metas d i rec ionadas agrave melhor ia de qual idade do
ensino bem como estabelece est rateacutegias para at ingi - las
Ta lvez neste momento em que o PNE estaacute em processo de
aprovaccedilatildeo no Congresso Nacional natildeo parece importante uma
anaacutel ise mais profunda contudo va le a se leccedilatildeo de a lguns pontos
importantes que estatildeo contemplados nas metas do pro je to de le i
conforme segue
1 2 7
A terce i ra meta prevecirc a un iversa l izaccedilatildeo do acesso agrave rede
mundia l de computadores via banda larga de a l ta ve locidade
A sexta meta prevecirc a oferta de educaccedilatildeo com tempo in tegral
em 50 das esco las puacutebl icas de educaccedilatildeo baacutesica
A seacutet ima meta estabelece as meacutedias nacionais para o IDEB 52
esta meta se apresenta t iacutemida e eacute em gera l cr i t icada pe los anal istas
e formadores de op in iatildeo Seguem as metas inc lu iacutedas no pro je to de
le i
2
2011
2
2013
2
2015
2
2017
2
2019
2
2021
Anos in ic ia is do ensino
fundamenta l
4 6
4 9
5 2
5 5
5 7
6 0
Anos f ina is do ensino
fundamenta l
3 9
4 4
4 7
5 0
5 2
5 5
Ensino meacutedio
3 7
3 9
4 3
4 7
5 0
5 2
Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB
Fonte Pro jeto de Le i PNE 20112020
A seacutet ima meta do pro jeto de le i tambeacute m estabelece pro jeccedilotildees
para meacutedia de resu l tados em matemaacutet ica le i tura e c iecircnc ias obt idos
52
Iacute n d i c e d e D e s e n v o l v im e n t o d a E d u c a ccedil atilde o B aacute s i c a
1 2 8
nas provas do Programa Internacional de Aval iaccedilatildeo do ensino ndash
PISA ndash a f im de cont ro lar progresso de ava l iaccedilatildeo do INEP e
ava l iaccedilotildees in ternacionalmente reconhecidas A s pro jeccedilotildees conforme
cont idas no pro jeto de le i seguem abaixo
Meacutedia pro jetada para as provas PISA
PISA 2009 2012 2015 2018 2021
Meacutedia (1) 395 417 438 455 473
Tabela 16 Meacutedia Pro jetada para as Provas
PISA
(1) ciecircnciasleituramatemaacutetica
Em 2009 o Bras i l nas esta t iacutes t icas do OCDE (Organisat ion for
Economic Co-operat ion and Development ) se posic iona ent re os
uacute l t imos co locados dos paiacuteses par t ic ipantes as meacutedias publ icadas
por aquela organizaccedilatildeo em 2009 para o pr imeir o co locado foram as
seguintes
Meacutedias a lcanccediladas no exame PISA 2009
PRIMEIRO COLOCADO
BRASIL
Matemaacutet ica 600 316
Le i tura 556 412
Ciecircncias 575 405
Tabela 17 Meacutedia A lcanccedilada no Exame PISA 2009
Fonte OECD
ht tp wwwoecdorgdocument 0 3746en_2649_201185_46462759_1
_1_1_100html Acesso em 31102011
O Bras i l mais uma vez assume at i tude conservadora quando
estabelece metas considerando a meacutedia da ava l iaccedilatildeo PISA
1 2 9
estabelec ida para 2021 em 473 nosso paiacutes sa l tar ia para o 37ordm lugar
isso consistente com as condiccedilotildees atua is is to eacute os demais paiacuteses
ter iam que f icar estagnados o que im provaacutevel
A deacutecima e deacutecima pr imeira meta contemplam a oferta de
educaccedilatildeo prof issiona l izante As es t rateacutegias estabelec idas para
essas metas inc luem ofer ta de f inanciamento estudant i l fomento agrave
modal idade de educaccedilatildeo agrave d is tacircnc ia est iacutemulo a accedilotildees que
aumentem a esco lar idade do t raba lhador etc
A deacutecima seacutet ima meta vem atender uma demanda mui to atua l
po is t rata da va lor izaccedilatildeo do magis teacuter io puacuteb l ico da educaccedilatildeo baacutesica
Estabelece que aqueles prof iss iona is com mais de onze anos de
esco lar idade devem ter rend imento meacutedio dos demais prof iss iona is
com esco lar idade equiva lente Prevecirc a adoccedilatildeo de meios de
acompanhamento a f im de que as correccedilotildees ocorram rot ine i ramente
A deacutecima nona meta estabelece a garant ia mediante le i
especif ica em acircmbi tos federa l estadual e munic ipa l para nomeaccedilatildeo
comiss ionada de d i re tores de esco la v incu lada a cr i teacuter ios teacutecn icos
de meacuter i to e desempenho e agrave par t ic ipaccedilatildeo da comunidade esco lar
Esta meta ta lvez se ja a mais mot ivadora da melhor ia de qual idade
do s is tema de ensino
A vigeacutes ima meta def ine que os invest imentos puacutebl icos em
educaccedilatildeo devem ser ampl iados de forma progress iva a teacute a t ingi r o
patamar miacuten imo de 7 do PIB O aumento dos invest imentos em
1 3 0
educaccedilatildeo eacute re iv ind icaccedilatildeo recorrente contudo o grande en igma eacute a
fa l ta de cr i teacuter ios e estudos e laborados de qual ser ia um montante de
invest imento puacutebl ico em educaccedilatildeo que rea lmente t rouxesse
efet iv idade ao setor O fa to eacute que haacute c lamores dos mais d iversos
pontos da soc iedade no sent ido de aumentar o va lor dos
invest imentos em educaccedilatildeo
1 3 1
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA
REDUZIR A DESIGUALDADE
O Programa Bolsa Famiacutel ia conseguiu de forma s imples
ident i f icar e mapear o opr imido Hoje podemos af i rmar que o
Cadast ro Uacutenico inst i tu iacutedo com o advento do Programa Bolsa Famiacutel ia
poss ib i l i ta a ident i f icaccedilatildeo com nome endereccedilo e condiccedilatildeo soc ia l do
desfavorec ido tornando -se fer ramenta de pr imeira grandeza para a
def in iccedilatildeo de po l i t icas puacutebl icas de igua ldade
Os gastos soc ia is impuls ionam o progresso porque satildeo
d i rec ionados agraves camadas mais pobres que com a l ta p ropensatildeo a
consumir graccedilas ao efe i to mul t ip l icador (descr i to pe lo Economista
Paul Samuelson - 1966) 53 garante a e levaccedilatildeo do PIB e a renda das
famiacutel ias Neste sent ido as famiacutel ias tendem a consumir produtos de
or igem nacional o que impuls iona a economia como um todo Por
out ro lado quanto ao cresc imento do PIB haacute aumento da
arrecadaccedilatildeo proporc ionando ass im re torno substancia l e garant ido
O IPEA est ima que 56 dos valores dos gastos soc ia is
re tornam ao ca ixa do tesouro depois de percorr ido o processo de
mult ip l icaccedilatildeo justamente porque o gasto soc ia l benef ic ia mais a
53
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m i c a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 3 1 4 - -
e d i t o r a A G I R
1 3 2
renda dos pobres e setores meacutedios que pagam mais impostos em
proporccedilatildeo agrave renda 54
O IPEA em seu comunicado 75 de 3 de fevere i ro de 2011
e laborou uma matr iz os mul t ip l icadores decorrentes de aumento de
1 do PIB segundo o t ipo de gasto conclu iu que os gastos dent ro
da aacuterea soc ia l em part icu lar o gasto em educaccedilatildeo tem o maior
mult ip l icador dentre os agregados invest igados Soacute para i lust rar a
s imulaccedilatildeo ind ica que considerando tudo mais como constante R$ 1
invest ido em educaccedilatildeo aumentaraacute R$ 185 no PIB e R$ 167 na
renda das famiacutel ias o Programa Bolsa Famiacutel ia por seu turno resu l ta
para cada R$ 1 invest ido em R$ 144 no PIB e R$ 225 na renda das
famiacutel ias Sem duacutevida considerando o estudo de IPEA Bolsa Famiacutel ia
e Educaccedilatildeo satildeo campeotildees em termos de re torno
A tabe la 18 de e laboraccedilatildeo do IPEA ind ica os efe i tos
mult ip l icadores dos gastosdemanda se lec ionados Como
ver i f icamos recursos ap l icados em Programa Bolsa Famiacutel ia bem
como em Educaccedilatildeo apresentam a l to efe i to mult ip l icador por tando
d ispecircndios soc ia is a leacutem da nobre tarefa de reduzi r a des igualdade
benef ic ia a economia como um todo
54
F o n t e - I P E A G a s t o s c o m a P o l iacute t i c a S o c i a l a l a v a n c a p a r a o c r e s c i m e n t o c o m
d i s t r i b u i ccedil atilde o d e r e n d a ndash C o m u n i c a d o s d o I P E A N o 7 5 3 2 2 0 1 1
h t t p w w w i p e a g o v b r p o r t a l i m a g e s s t o r i e s P D F s c o m u n i c a d o 1 1 0 2 0 3 _ c o m u n i c a d
o i p e a 7 5 p d f A c e s s o e m 1 4 1 1 1 1
1 3 3
Segue matr iz de mult ip l icadores decorrentes de um aumento
de 1 do PIB segundo o t ipo dede gasto inc luiacutedo no estudo
e laborado pe lo IPEA
Multiplicadores Decorrentes de um Aumento de 1 do PIB Segundo o Tipo
de Gasto
Multiplicador
Tipo de GastoDemanda do PIB ()
Renda das
Famiacutelias ()
Demanda Agregada (Investimentos exportaccedilotildees e gastos do governo)
157
117
Educaccedilatildeo e Sauacutede 178
156
Educaccedilatildeo 185
167
Sauacutede 170
144
Investimento no Setor de Construccedilatildeo Civil 154
114
Exportaccedilatildeo de Commodities Agriacutecolas e Extrativas 140
104
Programa Bolsa Famiacutelia 144
225
Benefiacutecio de Prestaccedilatildeo Continuada 138
220
Regime Geral de Previdecircncia Social 123
210
Tabela 18 Multiplicadores 1 de aumento no PIB segundo tipo de gasto
Fonte IPEA httpwwwipeagovbrportalimagesstoriesPDFscomunicado110203_comunicado
ipea75pdf Acesso em 20112011
1 3 4
Os inves t imen tos soc ia i s no B ras i l to rna ram -se impor tan tes
conduto res de c resc imento todo o p rocesso se most ra
re la t i vamen te conso l idado e ap resen ta s ign i f i ca t i va robuste z jaacute
reconhec ida in te rnac iona lment e Os gas tos soc ia i s j aacute natildeo podem
ser cons ide rados como um ocircnus pa ra as f inanccedilas puacuteb l icas do
pa iacutes mas s im fa to r de c resc imento e des envo lv imento rac iona l e
pe rene
4 1 SAIacuteDA DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Hoje o Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez se ja um dos maiores
programas de t ransferecircncia de renda que jaacute e xis t i ram o Min isteacuter io
do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome informa o
a tendimento a 13 mi lhotildees de famiacutel ias A pergunta recorrente com
respei to ao programa eacute ldquoComo sa i r do Programa Bolsa Famiacutel iardquo
Tudo ind ica que o Programa Bolsa Famiacutel ia no longo prazo
tende a desaparecer se o progress ivo desenvolvimento da economia
bras i le i ra cont inuar na rea l idade o cresc imento do programa natildeo
ser ia um bom s inal porque ind icar ia aumento da desigualdade
1 3 5
Em recente reportagem o Jorna l Va lor Econocircmico 55 pub l ica
dados interessantes ana l isa as desis tecircnc ias de famiacutel ias
benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia e ind ica que desde a
cr iaccedilatildeo em 2003 ateacute setembro de 2011 5856 mi lhotildees de fa miacutel ias
saiacuteram do programa e de ixaram de receber as t ransferecircncias de
renda per t inentes
Dentre os mot ivos ident i f icados como just i f icat iva da saiacuteda
cerca de 40 pertencem a famiacutel ias que aumentaram a sua renda per
cap ita e portanto natildeo mais a tendem a reg ras de benef iacutec ios mensal
estabelec idas pe lo Cadast ro Uacutenico 56 Segundo a reportagem a
quant idade de famiacutel ias que t iveram os benef iacutec ios cancelados po r
aumento de renda fo i de 22 mi lhotildees ent re 2003 e 2011 (menciona
MDS como fonte) Obviamente esse aumento de renda das famiacutel ias
anter iormente benef ic iadas natildeo pode ser contab i l izado na sua
tota l idade como resu ltado do Programa Bolsa Famiacutel ia mas ao
con junto de accedilotildees de po l iacute t icas puacutebl icas em part icu lar as de cunho
soc ia l que tem como mola mestre a t ransferecircncia de renda Dentre
as po l iacute t icas impuls ionadoras a reportagem ind ica a va lor izaccedilatildeo do
sa laacuter io miacuten imo pequenos empreendedores que montaram negoacutecios
e o Benef iacutec io de Prestaccedilatildeo Cont inuada da Assis tecircnc ia Socia l que
55
E d i ccedil atilde o 2 8 6 3 ndash 1 7 1 0 2 0 1 1 ndash p o r L u c i a n o M aacute x i m o ndash S atilde o P a u l o
56 Q u e eacute a teacute R $ 7 0 p o r p es so a ou r en d i me n to i n d i v i d u a l me ns a l na f a i xa d e R $ 70 a
R $ 14 0
1 3 6
paga um sa laacuter io miacuten imo para ex - t raba lhadores ru ra is idosos e
def ic ientes
A tabe la 19 a seguir inc lu iacuteda na repo rtagem do jorna l Va lor
Econocircmico e lenca o ro l de mot ivos que os benef ic iaacuter ios foram
desl igados do Programa Bolsa Famiacutel ia
MOTIVOS DE CANCELAMENTO DO BOLSA FAMIacuteLIA
2003-2011
M i lha res
de Famiacute l ias
Aumen to de renda per cap i ta fami l ia r
2227
Venc imento do p razo de cadast ro e
Rev isatildeo cadas t ra l 1222
Descumpr imen to de cond ic iona l idades
117
Cadast ro Benef iacutec io exc lu iacutedo
550
Mu l t ip l i c idade Cadast ra l
85
Ped ido de cance lamento pe lo mun ic iacutep i o
148
Dec isatildeo jud ic ia l
20
Ou t ros
1485
To ta l
5854
Tabela 19 Mot ivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutel ia 20032011
Fonte
Jorna l Va lor Econocircmico - Ediccedilatildeo 2863 de 17102011
O graacutef ico 23 a seguir nos daacute uma boa ind icaccedilatildeo de como o
Programa Bolsa Famiacutel i a evo lu iu desde a implementaccedilatildeo Podemos
1 3 7
notar que haacute um cresc imento exponencia l nos pr imeiros anos e no
per iacuteodo mais recente re la t iva estabi l izaccedilatildeo A inda parece cedo p ara
fazermos um prognoacutest ico provavelmente no fu turo deparare mos
com tendecircncia decrescente de benef ic iados
Graacutef ico 23 Famiacutel ias Benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia
per iacuteodo 2003-2010
Fonte Jorna l Va lor Econocircmico - Ed iccedilatildeo 2863 de 17102011 - MDS
Cadast ro Uacutenico 102011
3615
6571
8942
1122911294
11353 12370 1277813172
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
FAMIacuteLIAS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA (MILHOtildeES)
1 3 8
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Pe lo que fo i ap resen tado nessa d isse r taccedilatildeo conc lu i - se que
a reduccedilatildeo das des igua ldades eacute ingred ien te impu l s ionador
ex t remamente impor tan te para o c resc imento soc ioeconocircmico e a
me lho r ia do bem es ta r do b ras i l e i ro O Programa Bo lsa Famiacute l ia eacute a
p rova v i va de que gas tos soc ia is possuem funccedilatildeo es t ra teacuteg ica
a leacutem de se rem ex t remamente uacute te is para suav iza r os e fe i tos de
c r i ses econocircmicas A rea l idade nos most ra que gas tos soc ia i s
tambeacutem resu l tam em impor tan tes benef iacutec ios soc ioeconocircmicos
O P rograma Bo lsa Famiacute l ia mate r ia l i za a t rans fe recircnc ia de
renda agraves camadas menos favo rec idas de fo rma e f i c ien te e
s i s temaacutet i ca Os con t ro les es tabe lec idos satildeo re la t i vamente s imp les
e pa r t icu la rmente e f i c ien tes u t i l i za a in f raes t ru tu ra adm in is t ra t i va
ex is ten te no caso o apo io teacutecn ico da Ca ixa Econocircmica Fede ra l
com to ta l t ranspa recircnc ia quan to ao des t ino dos recu rsos
Como fo i abordada no cap iacute tu lo 2 nos d ias a tua is a
des igua ldade natildeo in te ressa a n ingueacutem (SCHULZ 2001 ) as
v io laccedilotildees dos d i re i tos dos c idadatildeos bem como o ma l es ta r
resu l tan tes soacute servem agrave p romoccedilatilde o de ins tab i l idade Os ma le f iacutec ios
da des igua ldade re f le tem p r inc ipa lmente na qua l idade da sauacutede e
1 3 9
nos iacutend ices de v io lecircnc ia das popu laccedilotildees v indo por consequecircnc ia
a p romover eno rme drenagem de recursos
Ta lvez o ma io r f a to r de p romoccedilatildeo de des igua ldade
pa r t icu la rmente no B ras i l se ja a concent raccedilatildeo de renda con fo rme
ana l isado no cap iacute tu lo 2 podemos an tec ipa r uma lu ta hercuacute lea
pe la f ren te com o Iacutend ice de Gin i em 0 531 (2008 ) o B ras i l es taacute
em pos iccedilatildeo ex t remamente de l i cada nesse ques i to v is to que a
exce lecircn c ia de t ida pe la No ruega eacute de 0 255 (2000 )
Es taacute ma is do que segu ro que p rogramas de t rans fe recircnc ia de
renda satildeo dec is i vos pa ra a reduccedilatildeo da p ressatildeo exerc ida pe la maacute
d is t r ibu iccedilatildeo de renda O P rograma Bo lsa Famiacute l ia cumpre o pape l
soc ia l de re t i ra r da penuacute r ia ce rca de 13 m i lhotildees de famiacute l ias
caren tes O o rccedilamento Fede ra l con templa o va lo r de 14 b i lhotildees de
rea is 1 3 do to ta l des t inado agrave t rans fe recircnc ia de renda (Graacute f ico 3 )
t ra ta -se esse montan te p rovave lmente de um dos ma io res da
h is toacute r ia j aacute des t inados agrave e l im inaccedil atildeo desse ma l avassa lado r
Os ind icadores que permi tem ava l iar o Programa Bolsa
Famiacutel ia atestam como fo i ana l isado neste t raba lho o cumpr imento
dos ob je t ivos a que se propotildee que eacute garant i r agraves famiacutel ias pobres o
d i re i to agrave a l imentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo e agrave sauacutede c om vantagem
importante para o desenvolvimento humano O Programa pode ser
considerado como ferramenta e l iminadora de desigualdades e fator
favoraacuteve l para o cresc imento O desenho e a proacutepria natureza do
1 4 0
Programa Bolsa Famiacutel ia forccedila automat icamente a a locaccedil atildeo de
recursos agraves aacutereas carentes De que forma Com as normas para
inserccedilatildeo da famiacutel ia no Cadast ro Uacutenico o Programa Bolsa Famiacutel ia
promove progresso e desenvol tura soc ioeconocircmica agravequelas aacutereas
mais necessi tadas s implesmente porque eacute laacute o domiciacute l io das
populaccedilotildees carentes
Ou t ro fa to r impor tan t iacutess imo desve lado po r esse t raba lho
res ide na sus ten tab i l i dade econocircmico - f inance i ra do P rograma
Bo lsa Famiacute l ia os va lo res inves t idos g raccedilas do e fe i to mu l t ip l i cador
p ropo rc ionam re to rnos subs tanc ia is Confo rme demons t ram
es tudos economeacutet r icos e laborados pe lo IPEA gas tos soc ia is
p ropo rc ionam e fe i to mu l t ip l i cado r impor tan t iacutess imo pa ra a
qua l idade de bem es ta r dos b ras i le i ros Neste pormenor
des tacam -se os mu l t ip l i cado res do P rograma Bo lsa Famiacute l i a de
1 44 no P rodu to In te r no B ru to e 2 25 na renda das famiacute l ias o que
o to rna impor tan t iacutess imo p romoto r de r iqueza como pa r te de um
p rocesso conso l idado e reconhec ido in te rnac iona lmente Podemos
a f i rmar que os gas tos soc ia i s natildeo satildeo ma is satildeo ocircnus f inance i ros
mas impu ls ionadores de desenvo lv imento e bem es ta r pe rene
In fe l i zmente o b ras i le i ro ta l vez a inda natildeo se en tus iasme
com o tema educaccedilatildeo es te es taacute c lass i f i cado em seacute t imo luga r nas
p r io r idades puacuteb l i cas (NERI 2008 ) Qua is se r iam as causas des te
t ipo de en foque por par te da popu l accedilatildeo Segundo Ner i uma
1 4 1
pessoa ma is educada possu i ho r i zon tes re la t ivamente bem
de f in idos jaacute o ana l fabe to pode se da r ao luxo quanto ao
desconhec imento sem se sen t i r ma l com isso Ner i de fende que a
educaccedilatildeo ge ra educaccedilatildeo co loca como grande desa f io das
po l iacute t i cas educac iona is desvenda r ao homem comum o va lo r da
educaccedilatildeo
O Programa Bolsa Famiacutel ia com suas condic iona l idades eacute
uma ferramenta em favor da e l iminaccedilatildeo da desigualdade e da busca
da exce lecircncia seus benef ic iaacuter ios out rora c lass i f icados como pobres
e ext remamente pobres estatildeo sendo resgatados Esses
par t ic ipantes do programa agora conseguem oferecer agrave soc iedade a
sauacutede e a permanecircncia de seus f i lhos na esco la a leacutem de tornaram -
se consumidores que fazem gi rar a econom ia em favor do bem estar
perene
Va le destacar que o Programa Bolsa Famiacutel ia devido agrave
condic iona l idade per t inente agrave educaccedilatildeo forccedila po l iacute t icas puacutebl icas em
favor de invest imentos crescentes na aacuterea Este s i tuaccedilatildeo pode ser
evidenciada nos quadros 22 e 22A onde notamos cresc imento dos
va lores invest idos os quais ace leraram de forma importante a part i r
de 2004 poss ive lmente a f im de cumpr i r ob je t ivos do novo
programa
Apesar da mediacuteocre co locaccedilatildeo do Bras i l nos rank ings de
desenvolvimento humano natildeo podemos negar o progresso que se
1 4 2
aviz inha e a potencia l idade do paiacutes em termos de desenvolvimento
sustentaacuteve l Fatos posi t ivos cont r ibuem para acred itarmos em um
cresc imento soc ia l de meacutedio prazo Podemos enfat izar as vantagens
proporc ionadas pe lo bocircnus demograacutef ico fenocircmeno que ocorre
quando a popu laccedilatildeo economicamente at iva supera agrave dos
dependentes anal isadas no capiacutetu lo 3 dessa d issertaccedilatildeo at ingido
no ano de 2004 A s i tuaccedilatildeo descr i ta como bocircnus demograacutef ico serve
como a lavanca importante e de a t rat ivo de invest imentos porque haacute
mais matildeo de obra d i sponiacuteve l
Outro fator important iacutess imo a considerar eacute a reduccedilatildeo da taxa
de fecundidade que ca iu nos uacute l t imos anos (2001 -2009) de 2 4 para
1 9 f i lhos por mulher Va le observar que neste quesi to o destaque a
Regiatildeo Nordeste que passou para uma condiccedilatildeo de igu a ldade junto
agraves demais regiotildees A grande vantagem nesse sent ido eacute que a
reduccedilatildeo da taxa de fecundidade possib i l i tou a inc lusatildeo def in i t iva da
mulher em especia l aquela detentora de r ico cap ita l cu l tura l no
mercado de t raba lho
Em termos de cap ita l humano tema do capiacutetu lo 2 1 5 o Bras i l
pode comemorar melhor ias quanto agrave esco lar idade meacutedia da
populaccedilatildeo Os ind icadores mostram cresc imento da esco lar idade
meacutedia do bras i le iro de 5 6 anos para 72 anos na uacute l t ima deacutecada
Infe l izmente estamos abaixo da Argent ina (9 3 anos) e mui to aqueacutem
da exce lecircncia no caso a Noruega (126 anos) e Aust raacute l ia (12 anos)
1 4 3
O dado desalentador res ide na expectat iva de esco lar idade meacutedia
para cr ianccedilas em idade de ingresso esco lar no Bras i l aos se is anos
que sof reu queda importante na uacute l t ima deacutecada de 141 anos
ca lcu lados na deacutecada de 198090 para 138 anos Importante
sa l ientar que em termos de expectat iva de esco la r idade nota-se
estagnaccedilatildeo desde 2007 is to nos ind ica que haacute seacuter io prob lema
est rutura l no setor educacional e a lgo prec isa ser fe i to a f im de
melhorar e garant i r esco lar idade ao c idadatildeo bras i le i ro A
poss ib i l idade de aumento da expectat iva de esco lar idade parece ser
fact iacuteve l na rea l idade houve um p ico no ano 2000 quando se chegou
agrave taxa de 145 anos ent re tanto natildeo houve sustentaccedilatildeo e taxa ca iu
a patamares infer iores aos anos 1980-1990 O resu ltado a destacar
estaacute na reduccedilatildeo do analfabet ismo eacute tambeacutem no papel impar de
garant i r a permanecircncia dos a lunos na esco la Atua lmente a taxa de
analfabet ismo estaacute na casa dos 9 1 c om aparente processo
estaacuteve l jaacute haacute alguns anos o que impotildee agrave necessidade de
in terferecircncia draacutest ica a f im de caminhar -se para a completa
e l iminaccedilatildeo desse fator de desigualdade Eacute provaacutevel que as
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia despenhem o papel de
gat i lho para o aumento de invest ime ntos qual i ta t ivos em educaccedilatildeo
O maior desaf io do setor educacional bras i le i ro
provavelmente estaacute em mostrar coerecircncia ent re montantes
invest idos e resu l tados obt idos Considerando o s ign i f ica t ivo
1 4 4
dispecircndio em educaccedilatildeo (v ide tabe la 14) com va lor est imado de 198
b i lhotildees de rea is (governo mai s os gastos das famiacutel ias em 2007 a
preccedilos de 2010) equiva lente a 65 do PIB jaacute eacute tempo para uma
melhor c lass i f icaccedilatildeo nos rank ings de desenvolvimento humano
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute tema acadecircmico embr ionaacuter io a
produccedilatildeo de mater ia l acadecircmico eacute inc ip iente A metodologia
u t i l izada nessa d issertaccedilatildeo consis te bas icamente da exp loraccedilatildeo e
anaacutel ise de ar t igos publ icados em jorna is e revis tas bem como de
apanhados de dados esta t iacutes t ico s de ent idades detentoras de feacute
puacutebl ica Espera -se que no fu turo com a praacutet ica e resu ltados a
produccedilatildeo c ient iacute f ica sed imente os conceitos c ient iacute f icos per t inentes a
esse tema
1 4 5
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1 4 9
MDS http apl icacoesmdsgovbrsagiascomindexphpcut=aHR0cDovL2FwbGljYWNvZXMubWRzLmdvdi5ic i9zYWdpL2FzY29tL2dlcmFyL2luZGV4LnBocA==ampdef=v Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iaf iscal izacaoapuracao -de-denuncias Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iacondicional idadeshistor ico-das-repercussoes-por-descumprimento-de-condicional idades Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iaf iscal izacaoformas -de-f iscal izacao Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iao_programa_bolsa_famil iao-que-e Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrbolsafamil iao_programa_bolsa_famil iabenef icios-e-contrapart idas Acesso em 22062010 MEC http painel mecgovbrpainel phpmodulo=principal detalhamentoIndicadorampacao=Aampdetalhes=paisampindid=442 Acesso em 2662011 ht tp porta l mecgovbr indexphpopt ion=com_contentampview=art ic leampid=16478ampItemid=1107top_barra Acesso em 25102011 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE http porta l saudegovbrporta l apl icacoesnot ic iasdefault cfmpg=dspDetalheNot ic iaampid_area=124ampCO_NOTICIA=10818 Acesso em 2662010 NORUEGA EMBAIXADA REAL DA ht tp wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -Socia l daycare Acesso em 15102010
1 5 0
O ESTADO DE SAtildeO PAULO Jornal Ediccedilatildeo de 16102009 ndash estudo Os Efei tos do Programa Bolsa Famiacutel ia sobre a Economia dos Municiacutep ios Bra si le iros ndash Landim e Menezes ndash (agosto de 2009) Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedito no Brasi l ndash1522011 ht tp economiaestadaocombrnot iciasnot_55110htm Acesso em 1132011 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 Ediccedilatildeo 2863 ndash 17102011 ndash por Luciano Maacuteximo ndash Satildeo Paulo O GLOBO Jornal O Globo-1632010 agraves 1225- ht tp ogloboglobocomeducacaomat20100316 invest imento -em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-socia is-consideram-valor-baixo-916073723asp Acesso 20102011 SCIELO http wwwscie lobrscie lophppid=S1415 -65552009000500005ampscript=sci_art text Acesso em 932011 UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME http hdrundporgenstat ist icshdi Acesso em 2382011 ht tp wwwpnudorgbrpopuppopphpid_pop=97 Acesso em 13102010 ht tp hdrstatsundporgen indicators69606html Acesso 0252011 VALOR ECONOcircMICO Jornal Jornal Valor Econocircmico ndash 1422011 ndash jornal ista Ana Paula Ragazzi ndash ht tp wwwvaloronl inecombr impress of inancas104384094grameen-o-banco-dos-pobres- in ic iara-operacoes-no-brasi l Acesso em 1132011
1 5 1
VEJA Revista 3092011 ndash 14h39min horas ndash Jornal ista Nathal ia Goulart 10102011 ndash 1854 ndash Caderno Educaccedilatildeo WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION http wwwwipo intexport s i teswww ipstatsenstat ist icspatentsxlswipo_pat_appl_by_off ice_origin_tablexls Acesso em 025 2011
1 5 2
Anexo A
LEI No 10835 DE 8 DE JANEIRO DE 2004
Institui a renda baacutesica de cidadania e daacute outras providecircncias
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Eacute instituiacuteda a partir de 2005 a renda baacutesica de cidadania que se constituiraacute no direito de todos
os brasileiros residentes no Paiacutes e estrangeiros residentes haacute pelo menos 5 (cinco) anos no Brasil natildeo importando sua condiccedilatildeo socioeconocircmica receberem anualmente um benefiacutecio monetaacuterio
sect 1o A abrangecircncia mencionada no caput deste artigo deveraacute ser alcanccedilada em etapas a criteacuterio do
Poder Executivo priorizando-se as camadas mais necessitadas da populaccedilatildeo
sect 2o O pagamento do benefiacutecio deveraacute ser de igual valor para todos e suficiente para atender agraves
despesas miacutenimas de cada pessoa com alimentaccedilatildeo educaccedilatildeo e sauacutede considerando para isso o grau de desenvolvimento do Paiacutes e as possibilidades orccedilamentaacuterias
sect 3o O pagamento deste benefiacutecio poderaacute ser feito em parcelas iguais e mensais
sect 4o O benefiacutecio monetaacuterio previsto no caput deste artigo seraacute considerado como renda natildeo-tributaacutevel
para fins de incidecircncia do Imposto sobre a Renda de Pessoas Fiacutesicas
Art 2o Caberaacute ao Poder Executivo definir o valor do benefiacutecio em estrita observacircncia ao disposto nos
arts 16 e 17 da Lei Complementar no 101 de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal
Art 3o O Poder Executivo consignaraacute no Orccedilamento-Geral da Uniatildeo para o exerciacutecio financeiro de
2005 dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria suficiente para implementar a primeira etapa do projeto observado o disposto no art 2
o desta Lei
Art 4o A partir do exerciacutecio financeiro de 2005 os projetos de lei relativos aos planos plurianuais e agraves
diretrizes orccedilamentaacuterias deveratildeo especificar os cancelamentos e as transferecircncias de despesas bem como outras medidas julgadas necessaacuterias agrave execuccedilatildeo do Programa
Art 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 8 de janeiro de 2004 183o da Independecircncia e 116
o da Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DA SILVA Antonio Palocci Filho Nelson Machado Ciro Ferreira Gomes
Este texto natildeo substitui o publicado no DOU de 912004
1 5 3
Anexo B
Investimento em educaccedilatildeo chega a 47 do PIB mas movimentos sociais consideram valor baixo
( h t tp og lobo g lobo com educa cao ma t 2010 03 1 6 in ves t imen to -e m-educa cao - chega - 4 -7 -d o -p ib -mas -mo v imen tos -soc ia is -cons ide ram -va lo r -ba ixo -91 607372 3 a sp - Ac esso em 15 1 0 2010 )
Plantatildeo | Publicada em 16032010 agraves 12h25m
O G l o b o c o m i n f o r m a ccedil otilde e s d a A g ecirc n c i a B r a s i l
RIO - Em 2008 o investimento puacuteblico em educaccedilatildeo foi de 47 em relaccedilatildeo ao Produto Interno Bruto
(PIB) um crescimento de 02 em comparaccedilatildeo com o ano anterior Em valores foi algo em torno de R$
140 bilhotildees Mas para especialistas e entidades do setor o investimento precisa ser maior A
recomendaccedilatildeo do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (Unicef) por exemplo eacute que o Brasil aplique
8 do PIB em educaccedilatildeo O debate promete esquentar na Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo (Conae) que
ocorreraacute em abril e deve traccedilar as diretrizes para o proacuteximo Plano Nacional de Educaccedilatildeo (Leia mais
Aluno da educaccedilatildeo baacutesica custa R$ 2632 ao ano)
As propostas que seratildeo apresentadas no encontro formuladas em preacute-conferecircncias estaduais e municipais
recomendam que sejam investidos por lei entre 10 e 12
- O deacuteficit educacional brasileiro eacute muito grave para que se invista um percentual tatildeo pequeno como 6
A defesa que o ministro faz natildeo garante um patamar miacutenimo de qualidade como preconiza a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) e a Constituiccedilatildeo Federal eacute um valor insuficiente - defende o presidente da Campanha
Nacional pelo Direito agrave Educaccedilatildeo Daniel Cara que eacute membro da comissatildeo organizadora da conferecircncia
Um novo conceito que pode mudar a loacutegica do financiamento seraacute debatido e deve ser aprovado tambeacutem
na Conae o custo-qualidade aluno (CAQ) A ideia que estaacute sendo analisada tambeacutem pelo Conselho
Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) eacute estabelecer um valor miacutenimo de investimento por aluno em cada etapa
- Nesse caso o patamar miacutenimo de investimento seraacute de 8 soacute para a educaccedilatildeo baacutesica (da creche ao
ensino meacutedio) Para a perspectiva de expansatildeo do ensino superior 2 seriam razoaacuteveis com isso a gente
fecharia em 10 explica
Evoluccedilatildeo do investimento puacuteblico em educaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao PIB
2000 39 2001 40 2002 41 2003 39 2004 39 2005 39 2006 43
2007 45 2008 47
Fonte MECInep
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Anexo C
(Paacuteg ina 1 de 2 )
Tudo p ron to pa ra a nova e tapa
En t rev is ta com o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l
Tudo p ron to pa ra a nova e tap a
Pa ra o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l Bras i l e
Meacutex ico jaacute avanccedilaram o su f ic ien te pa ra l i ga r os benef i c iados da
t rans fe recircnc ia de renda ao mercado fo rma l No caso b ras i le i ro
c resc imento da renda po r t raba lho teve um peso c ruc ia l
27 de se tembro de 2010 | 0h 00
Pa t r iacutec ia Campos Me l lo - O Estado de S Pau lo
ENTREVISTA
O Bras i l eacute ho je uma re fe recircnc ia in te rnac iona l em reduccedilatildeo de
pob reza Ago ra com o Bo lsa Famiacute l ia jaacute maduro no Pa iacutes os
p rogramas p rec isam en t ra r em uma nova fase - es t imu la r a
en t rada d as pessoas no mercado de t raba lho aumenta r a
qua l idade da educaccedilatildeo e da sauacutede e o fe rece r acompanhamen to
pa ra c r ianccedilas de um a c inco anos Esse eacute o d iagnoacutest ico de
Makhta r D iop d i re to r do Banco Mund ia l pa ra o B ras i l O
senega lecircs D iop es taacute no B ras i l desde j ane i ro de 2009 An tes d i sso
e le fo i d i re to r do Banco Mund ia l no Quecircn ia e d i re to r de po l iacute t i cas
da en t idade para a Ameacuter ica La t ina e Ca r ibe com vas ta
expe r iecircnc ia em programas de reduccedilatildeo de pob reza
O B ras i l es taacute en t re as re fe recircnc ias mund ia is em p rogramas
an t ipobreza d i z D iop Ago ra vem o p roacutex imo desa f io ldquoB ras i l e
Meacutex ico jaacute es tatildeo maduros p ron tos pa ra uma nova e tapa rdquo Pa ra
comeccedilar a l i ga r os p rogramas de t rans fe recircnc ia de renda ao
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Anexo C
(Paacuteg ina 2 de 2 )
s i s tema de p rev idecircnc ia soc ia l inse r i r as pes soas no mercado de
t raba lho fo rma l Aba ixo t rechos da en t rev is ta
Como o senho r ava l ia o desempenho dos p rogramas de reduccedilatildeo
de pob reza no B ras i l
O Bras i l teve uma reduccedilatildeo s ign i f i ca t i va na pob reza Em 2001 os
pob res e ram 38 7 da popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A camada ma is pob re da popu laccedilatildeo ca iu pe la metade -
e ram 17 4 em 2001 e passa ram pa ra 8 8 A leacutem d isso o
coe f ic ien te de G in i que mede a des igua ldade (quanto ma is
p roacutex imo de 1 ma is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra 0 550
em 2010 O coe f i c ien te de G in i sempre leva mu i to tempo para
ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo impress iona Em ge ra l a renda per
cap i ta c resceu mas a renda dos 10 a 20 mais pob res c resceu
mu i to ma is rap idamen te que a renda dos 10 ma is r icos -
reduz indo a des ig ua ldade O B ras i l a inda eacute um pa iacutes mu i to
des igua l Mas o rumo e a tendecircnc ia tecircm s ido mu i to bons O Pa iacutes
es taacute a caminho de cumpr i r vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo lv imento
do M i lecircn io como e r rad ica r pobreza ex t rema e fome a teacute 2015
educaccedilatildeo p r imaacuter ia un ive rsa l i g ua ldade de gecircne ro
A que se pode c red i ta r ma is o sucesso de re t i ra r essas m i lhotildees de
pessoas da pob reza A p rogramas como o Bo lsa -Famiacute l ia ou ao
c resc imento da renda po r t raba lho e o aumento rea l do sa laacute r io
m iacuten imo
1 5 6
Esse eacute um tema mu i to d i scu t ido en t re econ omis tas e haacute d i f e ren tes
mane i ras de med i r A g rosso modo d i zemos que 50 vecircm das
t rans fe recircnc ias do gove rno e 50 do c resc imen to
1 5 7
Anexo D EDUCACcedilAtildeO PREacute -ESCOLAR NA NORUEGA
A | A | A
A Noruega estaacute prestes a atingir a cobertura universal da educaccedilatildeo preacute-escolar Uma boa
oferta no niacutevel preacute-escolar constitui preacute-requisito para que os pais de crianccedilas pequenas
possam participar no mercado de trabalho A oferta da educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem explica
porque a Noruega tem uma das taxas de natalidade mais altas da Europa
Aleacutem de ser um benefiacutecio social para os pais e matildees economicamente activos a educaccedilatildeo preacute-escolar oferece
boas possibilidades de desenvolvimento e actividade agraves crianccedilas abaixo da idade escolar obrigatoacuteria
Ainda se verifica que o jardim-de-infacircncia eacute um espaccedilo importante para a integraccedilatildeo de crianccedilas de diversas
origens eacutetnicas linguiacutesticas e culturais A educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem pode contribuir para a igualizaccedilatildeo
social
Cada vez mais
Em 2008 87 por cento de todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos de idade frequentavam o jardim-de-infacircncia
contra 69 por cento em 2003 Recentemente a percentagem subiu ainda mais
Um dos motivos importantes deste crescimento foi a introduccedilatildeo em 2004 dum limite maacuteximo para a
mensalidade paga pelos pais No periacuteodo de 2003 a 2009 a comparticipaccedilatildeo familiar nas instituiccedilotildees
municipais e particulares caiu em 20 e 28 por cento respectivamente
Houve um acreacutescimo especialmente grande entre as crianccedilas menores de trecircs anos e de minorias linguiacutesticas
Em 2009 o Governo norueguecircs deu mais um passo em frente conferindo a todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos
de idade o direito previsto pela lei a uma educaccedilatildeo preacute-escolar A fim de garantir um nuacutemero suficiente de
vagas a expansatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar atingiu um recorde no ano passado
Cada vez melhor
No debate puacuteblico houve manifestaccedilotildees de preocupaccedilatildeo de que a raacutepida expansatildeo poderia comprometer a
qualidade da oferta agraves crianccedilas Embora o nuacutemero de funcionaacuterios tenha aumentado agrave medida que mais
crianccedilas ingressam na educaccedilatildeo preacute-escolar apenas um em cada trecircs funcionaacuterios tem formaccedilatildeo como
educadores de infacircncia
Agora os poliacuteticos estatildeo dispostos a transferir o foco do nuacutemero de vagas para a qualidade do ensino preacute-
escolar e um relatoacuterio governamental sobre a qualidade da educaccedilatildeo preacute-escolar foi apresentado em 2009 no
intuito de lidar com esta questatildeo
Natildeo para todos
Mesmo assim nem todos os pais querem que os seus filhos frequentem o jardim-de-infacircncia Portanto o
Governo norueguecircs oferece um subsiacutedio mensal aos pais de crianccedilas pequenas que natildeo utilizam a oferta de
ensino preacute-escolar Este subsiacutedio visa contribuir para uma maior igualdade na partilha das verbas estatais
destinadas agraves famiacutelias independentemente do sistema escolhido para a educaccedilatildeo dos filhos
Fonte EMBAIXADA REAL DA NORUEGA
http wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -
Socia l daycare Acesso em 15102010
1 5 8
Anexo E
(paacuteg ina 1 DE 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
P o r A n d r eacute S a c c o n a t o e N a t h a n B l a n c h e
0 6 0 5 2 0 1 0 J o r n a l V a l o r E c o n ocirc m i c o
Austraacutelia mostra que pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes
As liccedilotildees que vecircm da Oceania
A defesa da tese de que deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo um mal para o paiacutes tomou um caminho claramente
ideoloacutegico levando a acreditar que os deacuteficits satildeo insustentaacuteveis e podem direcionar o Brasil a uma crise no setor
externo Natildeo parece ter sido esse o destino da Austraacutelia um exemplo da convivecircncia saudaacutevel com deacuteficits em transaccedilotildees
correntes que nos uacuteltimos 50 anos teve apenas dois superaacutevits em conta corrente 1972 com 09 do PIB e 1973 com
06 do PIB e tem convivido com deacuteficits meacutedios de 55 do PIB nos uacuteltimos cinco anos e de 4 nos uacuteltimos quinze
anos
A questatildeo relevante eacute responder como a Austraacutelia conseguiu conviver com esse deacuteficit e tirar proveito do financiamento
externo que compensou as saiacutedas por transaccedilotildees correntes crescendo a uma taxa meacutedia de 36 nos uacuteltimos quinze anos
e que a levou para o segundo lugar do ranking do IDH em 2000 Eacute importante lembrar que a Austraacutelia proporciona essa
qualidade de vida a seus habitantes mesmo sendo considerada commodity-currency e com estrutura produtiva menos
diversificada que do Brasil
No iniacutecio dos anos 80 a Austraacutelia natildeo mostrava um bom panorama Inflaccedilatildeo alta deacuteficits em transaccedilotildees correntes e
cacircmbio fixo mostravam um quadro natildeo promissor para o paiacutes aleacutem de um inconstante resultado das contas puacuteblicas O
resultado foi o esperado a necessidade de desvalorizar a moeda em 1983 Mas o importante eacute notar que a desvalorizaccedilatildeo
natildeo foi implementada isoladamente e sim com uma seacuterie de reformas dentre as quais uma profunda liberalizaccedilatildeo de
comeacutercio internacional abertura dos mercados de capitais desregulamentaccedilatildeo e privatizaccedilatildeo do setor de infraestrutura e
reforma nas leis que regem o mercado de trabalho
O um aumento no grau de confianccedila no paiacutes trouxe um maior volume de capital estrangeiro Com isso todo o processo
de liberalizaccedilatildeo do cacircmbio e reformas intensificou o deacuteficit em transaccedilotildees correntes que jaacute era alto com o cacircmbio fixo
mas com aproveitamento das entradas de capital estrangeiro jaacute que a produtividade total dos fatores triplicou em 20
anos
1 5 9
Anexo E
(Paacuteg ina 2 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE ANGENTINA E
AUTRAacuteLIA
Os estudos sobre os deacuteficits da Austraacutelia enumeram as causas da sua sustentabilidade considerando um arcabouccedilo bem
sucedido de poliacutetica econocircmica que levou o paiacutes do 15ordm lugar no ranking mundial de renda per capita para 8ordm lugar entre
1980 e 2000 aleacutem de ter um precircmio de CDS (pagamento de seguro contra default) de 36 pontos o mesmo dos Estados
Unidos e menos de um terccedilo do brasileiro (128) As principais causas podem ser resumidas em Sistema financeiro
robusto liacutequido e estaacutevel cacircmbio flutuante metas de Inflaccedilatildeo instituiccedilotildees financeiras fortes poliacuteticas macroeconocircmicas
estaacuteveis e pequena exposiccedilatildeo em diacutevida cambial
A Austraacutelia tem metas de inflaccedilatildeo desde 1993 entre 2 e 3 livre conversibilidade cambial os investidores
estrangeiros nunca sofreram default e os bancos tecircm carteiras internacionais de empreacutestimos diversificados boa parte em
moeda nacional
Portanto a Austraacutelia mostra que eacute sustentaacutevel e pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes desde que ele
esteja inserido em um contexto de poliacuteticas e reformas macro e microeconocircmicas utilizando a poupanccedila externa como
uma forma de alavancar produtividade e competitividade
Que liccedilotildees podemos tirar para o Brasil aproveitar o momento correto de importar poupanccedila externa e a transformar em
crescimento sustentaacutevel Em termos de estabilidade macroeconocircmica jaacute temos um ambiente saudaacutevel embora tenhamos
um histoacuterico de moratoacuterias O sistema de metas de inflaccedilatildeo e o cacircmbio flutuante foram implantados em 1999 e a lei de
responsabilidade fiscal em 2000 Nossa diacutevida externa eacute baixa embora a maturidade e a taxa de juros para rolagem ainda
natildeo sejam as ideais Outro ponto que deve ser melhorado eacute a falta de um arcabouccedilo mais moderno e liberalizante no
mercado de cacircmbio brasileiro jaacute que a dificuldade de remessas e saiacutedas ainda eacute muito grande e baseada numa
estruturaccedilatildeo arcaica (resoluccedilatildeo nordm 4131 de 1964) que gera inseguranccedila
Sobre contas externas a situaccedilatildeo do Brasil eacute ateacute mais confortaacutevel do que a da Austraacutelia e outros paiacuteses exportadores de
commodities Temos mais reservas internacionais e menos diacutevida externa
Aleacutem disso conseguimos nos uacuteltimos anos financiar todo o deacuteficit em transaccedilotildees correntes (quando ele existiu) com
investimento externo direto que eacute o menos volaacutetil das entradas do lado do movimento de capitais algo que nem a
proacutepria Austraacutelia vem conseguindo O que falta entatildeo As reformas que foram feitas laacute como a trabalhista a privatizaccedilatildeo
do setor de infraestrutura e a abertura comercial estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado aqui A liberalizaccedilatildeo cambial vem
avanccedilando mas ainda estaacute aqueacutem do necessaacuterio
Este eacute o momento certo para aproveitar o excesso de liquidez externo e transformar em produtividade Seguir o exemplo
de sucesso da Austraacutelia eacute o melhor caminho As criacuteticas de quem tem medo dos deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo
anacrocircnicas e levariam o Brasil ao atraso e agrave piora de posiccedilatildeo relativa no mundo Natildeo haacute nenhuma justificativa plausiacutevel
para rejeitar poupanccedila externa de tal forma que devemos apenas saber aproveitaacute-la bem
1 6 0
Anexo E
(Paacuteg ina 3 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
Quando se recomendam fechamento dos canais de entrada de capitais ou controle destes aleacutem de medidas que faccedilam
apologia ao fechamento comercial (o indicador de corrente de comercio sobre o PIB do Brasil esta em torno de 23
contra 30 dos paiacuteses emergentes) e fixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por um cenaacuterio de baixo
crescimento aumento do risco e do custo de financiamento e abrir matildeo do mecanismo de ajustes agraves crises o cacircmbio
flutuante
O Brasil precisa decidir se daacute ouvidos aos partidaacuterios do cacircmbio fixo do protecionismo dos controles de capitais e
caminha em direccedilatildeo ao que hoje eacute a Argentina ou se segue os passos da Austraacutelia e abre-se ao deacuteficit saudaacutevel em conta
corrente Satildeo as escolhas de hoje que vatildeo determinar o Brasil de amanhatilde
Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria
Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
1 6 1
Anexo F
Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na Economia
Bolsa-Famiacutelia elevou PIB em R$ 431 bi diz estudo
Ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo programa em 2006
AE - Agecircncia Estado 16102009
SAtildeO PAULO - A expansatildeo do valor total dos benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia entre 2005 e 2006 de R$ 18 bilhatildeo provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees e receitas adicionais de impostos de R$ 126 bilhotildees Esse ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia em 2006 que foi de R$ 75 bilhotildees
Essas estimativas estatildeo num estudo receacutem-concluiacutedo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper
O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Famiacutelia - que hoje atinge 129 milhotildees de famiacutelias - na economia dos municiacutepios Os pesquisadores investigaram 55 mil cidades nos anos de 2004 2005 e 2006 Os dados utilizados foram o PIB a populaccedilatildeo e a arrecadaccedilatildeo de tributos nos municiacutepios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) e os desembolsos do Bolsa-Famiacutelia do Ministeacuterio do Desenvolvimento Social (MDS)
A partir dessa base Menezes e Landim empregaram meacutetodos estatiacutesticos para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses do programa per capita - os repasses divididos pela populaccedilatildeo do municiacutepio (e natildeo pelo nuacutemero de beneficiaacuterios) A conclusatildeo foi de que um aumento de 10 no repasse meacutedio per capita do Bolsa-Famiacutelia leva a uma ampliaccedilatildeo de 06 no PIB municipal no ano em que ocorre a expansatildeo e no seguinte As informaccedilotildees satildeo do jornal O Estado de S Paulo
Fonte httpwwwestadaocombrnoticiasnacionalbolsa-familia-elevou-pib-em-r-431-bi-diz-estudo4515360htm - Acesso em 15102010
1 6 2
Anexo G (Paacutegina 1 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
O nome do jogo eacute qualidade A batalha do ensino que define o futuro dos meninos vai ser decidida dentro da sala de aula 27 de setembro de 2010 | 0h 00
Fernando DantasRIO - O Estado de SPaulo No proacuteximo governo a parte mais importante da poliacutetica social pode ser a que vai
tratar de educaccedilatildeo Uma das principais explicaccedilotildees sobre por que o crescimento
econocircmico nesta deacutecada tem sido tatildeo favoraacutevel aos pobres - a renda do trabalho
da base da piracircmide cresce muito mais raacutepido do que a do topo - eacute a reduccedilatildeo das
desigualdades educacionais no Brasil Que ainda assim permanecem
gigantescas
Para manter e acelerar essa melhora o novo presidente teraacute de investir bem mais
na qualidade da educaccedilatildeo no ensino baacutesico Ateacute agora o avanccedilo tem sido mais
na escolaridade meacutedia medida em anos de estudo e natildeo no niacutevel de
aprendizado dos alunos
Pode parecer surpreendente que um Paiacutes com qualidade sofriacutevel de ensino na
rede puacuteblica esteja reduzindo diferenccedilas educacionais ao ponto de estreitar a
diferenccedila de renda entre ricos e pobres Mas o especialista Naeacutercio Menezes
professor e coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas do Insper garante que eacute
isso mesmo
Quando colocamos quase todas as crianccedilas no fundamental - um processo
iniciado na deacutecada de 90 - e elas comeccedilaram a chegar em maior nuacutemero ao
ensino meacutedio e a se matricular no ensino superior a desigualdade comeccedilou a
cair Isso ocorreu mesmo sem melhora efetiva da qualidade da educaccedilatildeo soacute pelo
acesso
O efeito da escolarizaccedilatildeo no mercado de trabalho pode ser medido explica
Menezes pela reduccedilatildeo dos diferenciais de renda associados agrave educaccedilatildeo
Quando a qualificaccedilatildeo eacute escassa o seu preccedilo sobe No Brasil esses diferenciais
satildeo muito grandes revelando que ainda persiste um abismo de diferenccedilas
educacionais
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Anexo G (Paacutegina 2 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
Ainda assim o precircmio salarial pelo diploma universitaacuterio comeccedilou a recuar a
partir de 2005 e o relativo ao ensino meacutedio jaacute encolhe desde 2002 - natildeo por
coincidecircncia momento muito proacuteximo do iniacutecio da reduccedilatildeo mais intensa da
desigualdade da renda do trabalho nos uacuteltimos anos Segundo Naeacutercio o uacutenico
diferencial educacional que ainda estaacute crescendo eacute o da poacutes-graduaccedilatildeo
O impulso educacional na reduccedilatildeo da desigualdade deve continuar nos proacuteximos
anos por ineacutercia agrave medida que sucessivas geraccedilotildees cheguem ao mercado de
trabalho com um niacutevel cada vez maior de anos meacutedios de estudo (hoje estaacute por
volta de 75 anos para a populaccedilatildeo de 15 ou mais de idade)
Esse eacute um efeito poreacutem que pode diminuir na proporccedilatildeo em que o Paiacutes vaacute
completando o trabalho de universalizar a educaccedilatildeo baacutesica Dessa forma o
ataque agrave maacute qualidade do ensino puacuteblico seraacute cada vez mais importante A boa
notiacutecia eacute que os especialistas jaacute comeccedilam a enxergar a luz no fim do tuacutenel
tambeacutem no front da qualidade embora os avanccedilos sejam muito tecircnues
O economista Fernando Veloso especialista em educaccedilatildeo do Ibmec no Rio
acha que como no caso da poliacutetica macroeconocircmica haacute uma linha de
continuidade na poliacutetica educacional de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz
Inaacutecio Lula da Silva Ela consiste basicamente na montagem de um amplo
sistema de avaliaccedilatildeo de escolas
O Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica (Saeb) um exame de
avaliaccedilatildeo de Portuguecircs e Matemaacutetica no ensino fundamental existe desde 1990
Foi em 1995 poreacutem que o Saeb passou por uma reformulaccedilatildeo metodoloacutegica que
o tornou comparaacutevel ano a ano - o que permite avaliar a melhora ao longo do
tempo
Foi uma mudanccedila fundamental diz Veloso Ainda no governo Fernando
Henrique foram criados o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (Enem)e o Provatildeo
para avaliar as universidades (descontinuado durante o governo Lula que
estabeleceu um outro sistema de avaliaccedilatildeo do ensino superior)
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Anexo G (Paacutegina 3 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
No iniacutecio do primeiro mandato de Lula o enfoque na avaliaccedilatildeo pareceu
ameaccedilado mas ele foi retomado ainda em 2005 com Tarso Genro como
ministro da Educaccedilatildeo quando foi criada a Prova Brasil um exame censitaacuterio
(para todos os alunos) que avalia o ensino de Portuguecircs e Matemaacutetica na 4ordf e 8ordf
seacuteries do fundamental em todas as escolas puacuteblicas urbanas do Brasil (com mais
de 20 alunos nas seacuteries avaliadas)
Com a chegada de Fernando Haddad ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo em julho de
2005 a opccedilatildeo pela avaliaccedilatildeo como eixo da poliacutetica educacional cristalizou-se Em
2007 o sistema se sofisticou com a criaccedilatildeo do Iacutendice de Desenvolvimento da
Educaccedilatildeo Baacutesica (Ideb) um indicador divulgado a cada dois anos que classifica
todas as escolas puacuteblicas da Prova Brasil No caso combinando o resultado
neste exame com a taxa de rendimento escolar (que leva em conta a aprovaccedilatildeo
e a evasatildeo)
O Ideb tambeacutem estabeleceu metas anuais de melhora ateacute 2021 para cada
escola puacuteblica cada municiacutepio e cada unidade da Federaccedilatildeo O objetivo mais
geral eacute que o Brasil chegue em 2022 ao niacutevel meacutedio atual de qualidade de
educaccedilatildeo dos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento
Econocircmico (OCDE) a maioria dos quais eacute rica O Ideb prevecirc suporte federal para
as redes e escola com piores resultados
Todo esse arcabouccedilo de avaliaccedilatildeo de qualidade de ensino e mais o teste
internacional Pisa - no qual o Brasil eacute comparado com um grupo de paiacuteses
basicamente os da OCDE e tem ficado nas uacuteltimas colocaccedilotildees tiveram o
desagradaacutevel meacuterito de revelar em detalhes o quadro lamentaacutevel da educaccedilatildeo
brasileira Como explica Menezes as avaliaccedilotildees mostraram queda da qualidade
de ensino entre 1995 e 2001 mas que pode ser explicada basicamente pelo
ingresso no sistema educacional de contingentes que estavam fora Quando o
pessoal eacute absorvido comeccedila a haver um melhora adverte
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Anexo G (Paacutegina 4 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
A partir de 2003 nota-se algum avanccedilo mas lento e concentrado nos niacuteveis
iniciais do fundamental refletindo-se nas avaliaccedilotildees da 4ordf seacuterie Mais
recentemente o Ideb tambeacutem mostrou sinais positivos na 8ordf seacuterie mas a melhora
da qualidade do ensino meacutedio tem sido miacutenima
O grande desafio para o proacuteximo governo segundo Veloso eacute aprender a utilizar o
mapa das avaliaccedilotildees para se chegar a uma qualidade superior de ensino Uma
dificuldade adicional para o governo federal eacute que devido agrave estrutura federativa
do Brasil a educaccedilatildeo baacutesica eacute atribuiccedilatildeo de Estados e municiacutepios e haacute muitos
limites ao que Brasiacutelia pode fazer de forma centralizada
Para o especialista o governo federal pode atuar incentivando e financiando
inovaccedilotildees avaliando e disseminando informaccedilotildees sobre experiecircncias de sucesso
e criando um arcabouccedilo institucional que permita maior autonomia na gestatildeo
escolar
A ideia eacute que o sistema de avaliaccedilotildees iraacute paulatinamente emitindo sinais sobre o
que daacute certo ou natildeo nas dezenas de milhares de escolas brasileiras A partir
dessa base de informaccedilotildees escolas cidades e Estados com o eventual apoio de
Brasiacutelia buscaratildeo copiar e adaptar para si as soluccedilotildees mais bem sucedidas
reveladas pelo sistema de avaliaccedilatildeo
Na verdade esse eacute um processo que jaacute comeccedila a acontecer A ideia de oferecer
bocircnus por desempenho de professores por exemplo espraiou-se pelos Estados
de Satildeo Paulo Pernambuco Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro
Um exemplo bem concreto de como um bom projeto pode replicar-se satildeo as
escolas de ensino meacutedio em tempo integral em Pernambuco uma iniciativa do
empresaacuterio Marcos Magalhatildees que se transformou em poliacutetica puacuteblica Agora a
secretaacuteria de Educaccedilatildeo do municiacutepio do Rio Claudia Costin resolveu adotar uma
iniciativa parecida a partir de 2011 o chamado Ginaacutesio Carioca para o segundo
segmento do fundamental que vai da 5ordf agrave 8ordf seacuterie
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Anexo G
(Paacutegina 5 de 6) Um abismo chamado educaccedilatildeo
Tanto no caso de Pernambuco quanto no projeto do Ginaacutesio Carioca haacute
caracteriacutesticas como cargas horaacuterias de ensino elevadas e bocircnus por
desempenho a professores (combinados com maior cobranccedila de resultado) que
jaacute se provaram eficazes nos Estados Unidos em escolas voltadas a alunos de
famiacutelias carentes que jaacute chegam agrave sala de aula com uma imensa defasagem
criada pelo ambiente familiar Outra caracteriacutestica das duas experiecircncias
brasileiras eacute o trabalho em tempo integral dos professores raro no Paiacutes
Os especialistas apontam diversos outros gargalos e problemas na trajetoacuteria de
melhora da qualidade da educaccedilatildeo no Brasil Uma questatildeo fundamental
principalmente para os alunos das famiacutelias carentes eacute a creche Outro a preacute-
escola Jaacute estaacute amplamente comprovado particularmente pelo trabalho de James
Heckman precircmio Nobel de Economia que a intervenccedilatildeo para reduzir as
defasagens educacionais eacute tatildeo mais eficaz quanto mais prematura ocorrer
Em termos quantitativos o Brasil tem feito progressos nessa aacuterea O porcentual
de crianccedilas de 4 e 5 anos na preacute-escola subiu de 40 para 75 desde a deacutecada
de 90 Menezes nota que eacute animador o fato de que em Estados do Nordeste
como Piauiacute e Cearaacute aquela proporccedilatildeo chega a 90
Veloso observa entretanto que os estudos de Heckman indicam que natildeo basta
ter creches que muitas vezes natildeo passam de depoacutesitos de crianccedila Eacute preciso
uma intervenccedilatildeo bem planejada com professores treinados para estimular
crianccedilas pequenas
A lista de pendecircncias na educaccedilatildeo brasileira eacute grande e inclui questotildees como a
repetecircncia a qualidade dos professores os cursos de pedagogia
(excessivamente teoacutericos na visatildeo de Veloso e Menezes) e no ensino superior
uma definiccedilatildeo mais clara da estrateacutegia - Ricardo Paes de Barros do Instituto de
Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) nota que o Proacute-Uni que distribui bolsas
para pobres em universidades privadas e a expansatildeo da rede de universidades
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Anexo G (Paacutegina 6 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
puacuteblicas onde ricos tecircm mais facilidade de ingressar satildeo iniciativas quase
contraditoacuterias
Existe ainda a questatildeo dos gastos totais em Educaccedilatildeo que atingiram 47 do
PIB em 2008 num grande avanccedilo em relaccedilatildeo aos 39 de 2005 Essa proporccedilatildeo
deve aumentar com a recente retirada dos gastos de educaccedilatildeo da esfera
remanejaacutevel pelo esquema da Desvinculaccedilatildeo de Recursos da Uniatildeo (DRU)
Apesar da extensa e difiacutecil agenda haacute um relativo otimismo quanto agraves
perspectivas da educaccedilatildeo no Brasil baseado exatamente na continuidade de
poliacuteticas pragmaacuteticas e orientadas por resultados que prevalece desde a deacutecada
de 90
Menezes nota poreacutem que ainda haacute muita gente na aacuterea de Educaccedilatildeo que eacute
contraacuteria agrave cultura de avaliaccedilatildeo de indicadores e de comparar escolas O maior
risco para ele eacute retroceder a uma poliacutetica exclusivamente de demandas faacuteceis
como aumentar gastos com educaccedilatildeo e salaacuterio de professores Isso natildeo significa
ser contra essas poliacuteticas mas sim ter claro que a melhora da qualidade da
educaccedilatildeo estaacute intimamente ligada agrave melhora da qualidade do gasto com
educaccedilatildeo
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Anexo H
IDEB OBSERVADO VERSUS METAS ESTABELECIDAS
Anos In ic ia is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 8 4 2 4 6 3 9 4 2 6 0
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 6 4 0 4 4 3 6 4 0 5 8
Es tadual 3 9 4 3 4 9 4 0 4 3 6 1
Munic ipa l 3 4 4 0 4 4 3 5 3 8 5 7
Pr ivada 5 9 6 0 6 4 6 0 6 3 7 5
Anos Fina is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 5 3 8 4 0 3 5 3 7 5 5
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 2 3 5 3 7 3 3 3 4 5 2
Es tadual 3 3 3 6 3 8 3 3 3 5 5 3
Munic ipa l 3 1 3 4 3 6 3 1 3 3 5 1
Pr ivada 5 8 5 8 5 9 5 8 6 0 7 3
Ensino Meacutedio
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 4 3 5 3 6 3 4 3 5 5 2
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 1 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Es tadual 3 0 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Munic ipa l 2 9 3 2 - 3 0 3 1 4 8
Pr ivada 5 6 5 6 5 6 5 6 5 7 7 0
Fon te h t tp s is temas ideb inep govb r resu l tado 18 10 2010
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Anexo I (Paacutegina 1 de 5)
REDUZ-SE A MIGRACcedilAtildeO INTERNA
httpwwwestadaocombrestadaodehoje20101019not_imp6266910php 19102010
Reduz-se a migraccedilatildeo interna
19 de ou tub ro de 2010 | 0h 00 - O Estado de S Pau lo
Um dos aspectos mais relevantes do crescimento econocircmico recente do Brasil eacute a reduccedilatildeo do fluxo migratoacuterio do Nordeste para o Sudeste Isso em parte se deve a programas sociais como o Bolsa-Famiacutelia que sem duacutevida retecircm pessoas em seus municiacutepios de origem Mas o principal fator responsaacutevel pelas decisotildees de milhares de pessoas de permanecer na regiatildeo eacute a geraccedilatildeo de empregos no Nordeste como mostra estudo feito pelo economista Faacutebio Romatildeo da LCA Consultores
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste diminuiu significativamente Entre 1992 e 2002 o Nordeste perdeu 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Jaacute de 2002 a 2007 a taxa anual caiu para 098 e em 2008 e 2009 natildeo passou de 085 E natildeo satildeo poucos os nordestinos que migraram para os grandes centros do Paiacutes e estatildeo retornando a seus Estados natais Haacute razatildeo para isso uma vez que de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados as uacutenicas regiotildees que registraram aumento do emprego formal de 2008 para 2009 foram a Norte (40) e a Nordeste (12)
Evidencia-se portanto que a expansatildeo econocircmica do Paiacutes natildeo eacute um fenocircmeno localizado mas vem se espraiando Essa evoluccedilatildeo contribui certamente para a reduccedilatildeo dos desequiliacutebrios regionais de desenvolvimento que constituem um dos mais graves problemas nacionais Em ciclos anteriores de expansatildeo esse descompasso se acentuou uma vez que os maiores polos industriais do Paiacutes estatildeo localizados no Sudeste onde tambeacutem se situam os maiores mercados Programas destinados a corrigir essa distorccedilatildeo por meio da concessatildeo de incentivos fiscais tiveram algum efeito mas muito menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia nordestina pelo aumento da renda e pelos efeitos multiplicadores de investimentos na aacuterea de turismo e na infraestrutura como os que vecircm sendo feitos no Porto de Suape em Pernambuco e na Ferrovia Transnordestina
Como constatam os comerciantes locais e as empresas de varejo de massa que expandem suas redes pela regiatildeo o mercado consumidor do Nordeste teve um
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Anexo I (PAacuteGINA 2 DE 5)
crescimento ineacutedito Segundo o economista Faacutebio Romatildeo o crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase a metade dos salaacuterios dos trabalhadores explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio
Eacute no entanto a construccedilatildeo civil caracterizada pela grande absorccedilatildeo de matildeo de obra que tem atuado como a maior retentora de migrantes De acordo com o Sindicato da Construccedilatildeo Civil da Bahia de janeiro a agosto deste ano a construccedilatildeo civil contratou naquele Estado 25526 trabalhadores mais do que em todo o ano passado com a multiplicidade de preacutedios residenciais e comerciais shopping centers e obras ligadas agrave realizaccedilatildeo da Copa do Mundo de 2014 como mostrou o Estado (1010)
O mais raacutepido desenvolvimento do Nordeste eacute sem duacutevida beneacutefico para o Paiacutes como um todo e resulta em menor pressatildeo social na Regiatildeo Sudeste Mas natildeo deixa de causar problemas O fluxo contiacutenuo de nordestinos tem servido haacute deacutecadas como reserva de matildeo de obra de Satildeo Paulo e dos centros mais desenvolvidos do Paiacutes Com a diminuiccedilatildeo de migrantes haacute escassez de matildeo de obra no Sudeste na construccedilatildeo civil diretamente afetada pela menor migraccedilatildeo uma vez que 20 dos nordestinos vecircm para trabalhar nessa aacuterea Outro setor que natildeo estaacute conseguindo preencher novas vagas eacute o de supermercados onde tambeacutem eacute forte a presenccedila de trabalhadores migrantes
Essa situaccedilatildeo mostra a especial importacircncia que tem a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho de novos contingentes de trabalhadores que jaacute vivem na periferia dos grandes centros e que natildeo encontram emprego devido ao seu baixo niacutevel de escolaridade Ou seja o Brasil pode avanccedilar muito mais gerando mais empregos se for capaz de incorporar ao mercado de trabalho os milhotildees hoje marginalizados por falhas gritantes no ensino fundamental
h t tp wwwes tadaocomb r es tadaodeho je 20101010no t_ imp623016 0 php 19 10 2010
Com o crescimento econocircmico cai a migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste
A parcela de nordestinos que migra caiu pela metade em relaccedilatildeo ao pico da deacutecada de 90 alterando o perfil econocircmico das regiotildees 10 de ou tub ro de 2010 | 0h 00
Maacuterc ia De Ch ia ra - O Estado de S Pau lo
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Anexo I (Paacutegina 3 de 5)
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste estaacute caindo Com o crescimento econocircmico dos uacuteltimos anos a saiacuteda de trabalhadores da regiatildeo quase caiu pela metade em relaccedilatildeo ao ecircxodo em massa dos anos 90
O caacutelculo feito pelo economista da LCA Consultores Faacutebio Romatildeo leva em conta o nuacutemero de migrantes em comparaccedilatildeo ao total da populaccedilatildeo
Entre os anos 1992 e 2002 o Nordeste perdeu o equivalente a 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Entre 2002 e 2007 a parcela dos migrantes que deixou a regiatildeo a cada ano recuou para 098 Em 2008 e 2009 a meacutedia caiu para 085
Para chegar a esse resultado Romatildeo considerou dados do estudo feito por Herton Arauacutejo economista do Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) que avaliou o fluxo meacutedio da migraccedilatildeo no Brasil entre 1992 e 2009 Romatildeo ponderou o resultado pela evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo em cada periacuteodo
O que chama a atenccedilatildeo eacute que a populaccedilatildeo do Nordeste aumentou e um nuacutemero menor de pessoas veio para o Sudeste afirma o economista da LCA Arauacutejo do Ipea observa que a grande diaacutespora do Nordeste para o Sudeste ocorreu nos anos 90 e foi provocada pela falta de emprego que diminuiu nos uacuteltimos anos
O fluxo do Nordeste para o Sudeste continua mas natildeo na mesma intensidade diz o demoacutegrafo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Fernando Albuquerque
Viagens do sertatildeo Empresas que lidam diretamente com esses migrantes confirmam a mudanccedila de tendecircncia A Viaccedilatildeo Itapemirim por exemplo registrou nos uacuteltimos cinco anos queda de 10 no nuacutemero de passageiros entre cidades do sertatildeo e Satildeo Paulo e Rio de Janeiro Joseacute Valmir Casagrande diretor comercial da empresa atribui parte dessa retraccedilatildeo agrave melhora do poder aquisitivo na regiatildeo
Albuquerque do IBGE observa que os programas sociais estatildeo segurando as pessoas nas cidades de origem em razatildeo dos benefiacutecios oferecidos Mas Romatildeo ressalta que a geraccedilatildeo de postos formais de trabalho no Nordeste eacute o principal responsaacutevel pela retenccedilatildeo da populaccedilatildeo
O crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase
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Anexo I (Paacutegina 4 de 5)
a metade dos salaacuterios dos trabalhadores na regiatildeo explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio afirma Romatildeo
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) as uacutenicas regiotildees que registraram aumento da geraccedilatildeo liacutequida do emprego formal de 2008 para 2009 no auge da crise foram a Norte e a Nordeste com crescimento de 40 e 12 respectivamente No mesmo periacuteodo o saldo do emprego formal no Paiacutes recuou 315 No Sudeste a retraccedilatildeo foi de 434
Dados da Pnad de 2008 revelam que 49 dos trabalhadores formais do Nordeste tecircm seus rendimentos atrelados ao salaacuterio miacutenimo Romatildeo destaca que entre 2005 e 2010 o miacutenimo teve um ganho real de 497
Efeito no Sudeste O recuo na migraccedilatildeo provoca mudanccedila tambeacutem no mercado de trabalho no Sudeste Esse eacute um dos fatores que contribuiacuteram para a falta de matildeo obra no comeacutercio na construccedilatildeo civil e nos serviccedilos domeacutesticos A tendecircncia ainda eacute acentuada pela volta de muitos nordestinos que vivem no Sudeste e que retornam agrave terra natal como a diarista Nuacutebia Passos Couto (leia a histoacuteria de Nuacutebia e outros migrantes na paacutegina B3)
Um dos setores mais afetados pela queda do fluxo de migrantes eacute a construccedilatildeo Segundo estudo do Ipea 20 dos nordestinos que migram para o Sudeste vecircm para trabalhar no setor A matildeo de obra no Sudeste estaacute escassa e hoje estaacute mais faacutecil admitir nas obras do Nordeste porque a oferta de trabalhadores eacute maior laacute diz o vice-presidente de Relaccedilotildees Capital e Trabalho do Sinduscon-SP Haruo Ishikawa
A maior disponibilidade de matildeo de obra para a construccedilatildeo no Nordeste aparece nos nuacutemeros do Caged Nos uacuteltimos 12 meses ateacute agosto o Nordeste foi responsaacutevel por 35 da geraccedilatildeo liacutequida de postos de trabalho na construccedilatildeo Entre admissotildees e demissotildees o Nordeste teve um saldo positivo de 1161 mil vagas No Brasil o saldo foi de 3316 mil postos de trabalho
O quadro de falta de matildeo de obra afeta tambeacutem os supermercados De cada 100 novas vagas natildeo conseguimos preencher 20 conta o vice-presidente de economia da Associaccedilatildeo Paulista de Supermercados Martinho Paiva Moreira A queda no nuacutemero de migrantes afeta especialmente a contrataccedilatildeo de accedilougueiros padeiros e confeiteiros No passado a maioria dos trabalhadores dessas aacutereas vinha do Nordeste observa
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Anexo I (Paacutegina 5 de 5)
A proacutepria expansatildeo no Nordeste das redes nacionais afeta a contrataccedilatildeo dessas mesmas companhias no Sudeste O mercado estaacute aquecido em todas as regiotildees mas temos tido mais dificuldade de recrutar pessoal em Satildeo Paulo e no Rio conta a Magna Santos diretora de Recursos Humanos do Grupo Patildeo de Accediluacutecar
Ateacute 2005 cerca de 60 dos funcionaacuterios da empresa alocados no Sudeste vinham do Nordeste Hoje essa fatia eacute bem menor Nos uacuteltimos trecircs anos a rede abriu 2 mil vagas no Nordeste o que de certa forma drenou parte da matildeo de obra que em outras eacutepocas viria para o Sudeste em busca de emprego formal
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Anexo J (Paacuteg ina 1 de 4 ) V INOD KHOSLA ndash B IL IONAacuteRIO INOVADOR FUNDADOR DA SKS MICROFINANCE ndash F INANCIAMENTE DIRIG IDO AOS PEQUENOS EMPRESAacuteRIOS
Pub l ished Octobe r 5 2010 The New York Times Sun Co-Founder Uses Capi ta l ism to Help Poor MUMBAI Ind ia mdash V inod Khos la t he b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t and co - founder o f Sun Mic rosys tems was a l ready among the wor ld rsquos r i chest men when he inves ted a few yea rs ago in SKS Mic ro f inance a lende r to poor women in Ind ia V inod Khos la a b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t p romotes compan ies tha t p ro f i t the poor and s t i l l tu rn a p ro f i t themse lves But the roa r ing success o f SKS rsquos recen t in i t ia l pub l i c s tock of fe r ing in Mumba i has made h im r i che r by abou t $117 mi l l ion mdash money he says he p lans to p low back in to o ther ven tu res tha t a im to f i gh t pove r t y wh i le a lso t r y ing to tu rn a p ro f i t And he says he wants to cha l lenge o the r r i ch Ind ians to do more to he lp the i r coun t ry rsquos poo r An Ind ian t ransp lan t to S i l i con Va l ley Mr Khos la p lans to s ta r t a ven tu re cap i ta l f und to inves t in compan ies tha t f ocus on the poo r i n Ind ia A f r ica and e lsewhere by p rov id ing se rv ices l i ke hea l th ene rgy and educa t ion By back ing bus inesses tha t p rov ide educa t ion loans o r d i s t r ibu te so la r pane ls in v i l lages he says he wants to show tha t commerc ia l en t i t ies can be t te r he lp peop le in pover t y t han most nonp ro f i t cha r i tab le o rgan iza t ions ldquoThere needs to be more expe r iments in bu i ld ing sus ta inab le bus inesses go ing a f te r the marke t f o r the poo r rdquo he sa id in a te lephone in te rv iew f rom h is o f f i ce in Men lo Pa rk Ca l i f ldquo I t has to be done in a sus ta inab le way There is no t enough money to be g iven away in the wor ld to make the poo r we l l o f f rdquo Mr Khos la rsquos advocacy o f the boo ts t rap powers o f cap i ta l i sm is par t o f an inc reas ing ly popu la r schoo l o f thought bus inesses no t gove rnments o r nonp ro f i t g roups shou ld lead the e f fo r t to e rad ica te g loba l pove r t y Some nonp ro f i t expe r ts say commerc ia l soc ia l en te rp r ises have s ign i f i can t l im i ta t ions and pose con f l i c ts o f in te res t Bu t p roponents l i ke Mr Khos la d raw insp i ra t ion f rom the as tou nd ing g loba l g rowth o f m ic ro f inance mdash the bus iness o f g i v ing sma l l loans to poo r en t rep reneu rs o f wh ich SKS Mic ro f inance i s a no tab le p rac t i t ione r
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Anexo J (Paacuteg ina 2 de 4 ) Advoca tes a lso f ind in te l l ec tua l suppo r t f o r the idea f rom the work o f bus iness managemen t p ro fesso rs l i ke the la te C K Praha lad who have a rgued tha t la rge co rpo ra t ion s can do we l l and do good by a im ing a t peop le a t the so -ca l led bo t tom o f the pyram id Bes ides Mr Khos la en t repreneu rs l i ke P ie r re Omidya r a co -founde r o f eBay and Stephen M Case a co - founde r o f Amer ica On l ine have s ta r ted funds wi th s im i la r a ims Bu t Mr Khos la 55 who moved to the Un i ted Sta tes f rom Ind ia as a g raduate s tudent in 1976 has ano the r mot i ve too He wants to goad o the r r i ch Ind ians in to g i v ing away more o f the i r wea l th Ind ia rsquos to r r id g rowth ove r the las t decade has he lped enr i ch many here mdash Fo rbes es t imates tha t I nd ia now has 69 b i l l iona i res up f rom seven in 2000 mdash bu t on ly a few have se t up la rge char i t ies endowments o r ven tu re cap i ta l f unds ldquo I t su rp r i ses me tha t in Ind ia there i s no t a t rad i t ion o f la rge -sca le g i v ing and he lp ing to so lve soc ia l p rob lems and se t a soc ia l mode l rdquo Mr Khos la sa id Mr Khos la i s no t a lone in wo r ry ing about the s ta te o f Ind ian ph i lan th ropy B i l l Ga tes the M ic roso f t co - founde r who was in Ch ina las t week wi th the b i l l iona i re inves to r War ren E Bu ffe t t sa id Thu rsday tha t he and Mr Bu f fe t t m igh t go to Ind ia as par t o f the i r campa ign to ge t the ve ry r i ch to g i ve away ha l f the i r wea l th Cha r i tab le ac t i v i t i es and ven tu re cap i ta l inves t ing have been a ma ins tay fo r some Ind ian bus iness fami l ies l i ke the Ta tas and fo r techno logy en t repreneu rs l i ke Az iz P rem j i o f W ipro the Banga lo re ou tsou rc ing f i rm Bu t many o the rs have g iven very l i t t le A recen t Ba in amp Company s tudy es t imated tha t Ind ians g ive much l ess as a pe rcen tage o f the coun t ry rsquos g ross domest ic p roduct than Amer icans Moreove r i nd iv idua l and co rpo ra te donat ions account f o r jus t 10 pe rcen t o f the cha r i tab le g i v ing in I nd ia compared wi th 75 pe rcen t i n the Un i ted Sta tes and 34 pe rcen t in B r i ta in The ba lance comes f rom the gove rnment and fo re ign o rgan iza t ions Rich Ind ians ldquoa re more in to temp le bu i ld ing and th ings l i ke tha t rdquo sa id Sami t Ghosh the ch ie f execu t i ve o f U j j i van F inanc ia l a mic ro lende r based in Banga lo re ldquo ra the r t han pu t t ing the i r money i n to rea l p rograms wh ich w i l l have rea l impact on pove r t y a l lev ia t ion rdquo Mr Khos la sa id h is exper ience wi th m ic ro f inance had he lped shape h is v iews on the bes t way to tack le pove r t y He has
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Anexo J (Paacuteg ina 3 de 4 ) i nves ted in commerc ia l m ic ro f inance lende rs and has dona ted to nonp ro f i t ones and he sa id tha t moneymak ing ve rs ions had g rown much fas te r and reached many more needy bo r rowers He sa id he wanted to he lp c rea te a new gene ra t ion o f compan ies l i ke SKS wh ich s ta r ted lend ing as a commerc ia l company in 2006 I t now has 6 8 m i l l ion cus tomers and a loan po r t f o l io o f 43 b i l l ion rupees ($940 mi l l ion ) By con t ras t CashPor a nonp ro f i t Ind ian lende r to wh ich Mr Khos la has a lso g i ven money has 417 000 bo r rowers and a po r t f o l io o f 2 7 b i l l ion rupees ($58 m i l l ion ) even though i t s ta r ted ope ra t ions in 1996 (h t t p wwwny t imescom201010 06 bus iness g loba l 06khos la h tm lpagewanted=1amp_r=2ampsq=pove r t y fundampst=cseampscp= 1 ) Acessado em 21 10 10 (Page 2 o f 2 ) Bes ides g rowing fas te r SKS Ind ia rsquos la rges t m ic ro f inance company has become a s tock marke t da r l ing The company f loa ted i ts sha res on Ind ia rsquos s tock exchanges in m id -August and they have r isen 40 pe rcen t s ince the n En la rge Th is Image
Ka inaz Amar ia fo r The New York Times Harness ing the power o f cap i ta l i sm i s inc reas ing ly popu la r a mong those seek ing to e rad ica te g loba l pove r t y Add to Po r t f o l io W ipro L td Mic roso f t Co rp eBay Inc Sun Mic rosys tems Inc At cu r ren t p r ices Mr Khos la rsquos 6 pe rcen t s take in SKS i s wo r th abou t $120 m i l l ion abou t 37 t imes what he inves ted in the f i rm in 2006 and 2007 (Sha res o f SKS fe l l 7 pe rcen t on Monday af te r the company sa id i t had f i red i ts ch ie f execu t i ve Suresh Guruman i An SKS spokesman A tu l Tak le dec l ined to answer ques t ions ) Mr Khos la sa id i t m igh t take a t leas t a year to se t up h is new ven tu re fund He in tends to f inance i t f rom h is SKS p ro f i t s and
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Anexo J (Paacuteg ina 4 de 4 ) then re tu rn to the fund any p ro f i ts f rom subsequent ven tu res i t backs Mr Khos la has a l ready been inves t ing in compan ies tha t he says f i t h is mode l o f p ro f i tab le pove r t y a l lev ia t ion One is Moksha Yug Access wh ich se ts up m i lk co l lec t ion and ch i l l ing p lan ts in Ind ia to he lp da i ry f a rmers The company says i t he lps fa rmers reduce t ranspo r ta t ion cos ts and ge t h igher p r ices fo r the i r m i l k than they can wi th loca l d i s t r i bu to rs Ph i lan th ropy exper ts say commer c ia l compan ies p lay an impor tan t ro le in combat ing pove r t y by c rea t ing jobs Bu t they say these ldquo soc ia l en te rp r ises rdquo as they a re somet imes known canno t be so le l y re l ied upon to add ress the many en t renched causes o f pove r t y Moreove r as the fa l lou t f rom the g loba l f inanc ia l c r is i s has made c lea r the p ro f i t -max im iz ing tendenc ies o f bus inesses can hur t soc ie t y sa id Ph i l Buchanan p res iden t f o r the Cente r f o r E f fec t i ve Ph i lan th ropy a resea rch o rgan iza t ion based in Cambr idge Mass Nonp ro f i ts a re e f fec t i ve because they can ldquo take issue wi th the unb r id led pu rsu i t o f p ro f i t a t the expense o f peop le rsquos l i ves rdquo Mr Buchanan sa id ldquo I th ink some o f tha t ge ts los t in a l l o f the hype a round soc ia l en te rp r ise rdquo Mr Khos la says tha t he i s no t comp le te l y opposed to c ha r i t ies mdash tha t h is f und may even dona te to some nonp ro f i t en t i t ies Bu t he says he i s gene ra l l y skep t ica l t ha t nongove rnmenta l o rgan iza t ions can accomp l ish much because they tend to d r i f t away f rom what the i r dono rs wan ted them to do ldquo I am re la t i ve ly ne ga t i ve on mos t NGO rsquos and the i r e f f ec t i veness rdquo he sa id ldquo I am no t negat i ve on the i r in ten t ions rdquo
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Anexo K (Paacutegina 1 de 3)
EFEITO MULTIPLICADOR Paul A Samuelson57 coloca o seguinte sobre o efeito multiplicador 58 ldquoUm aumento no investimento privado provocaraacute uma expansatildeo de renda e como uma reduccedilatildeo no investimento faraacute com que ela se contraiardquo ldquoUm aumento no investimento liacutequido iraacute aumentar a renda nacional de uma quantidade multiplicada ndash de uma quantidade maior do ela proacutepria Os doacutelares aplicados em investimento ndash como quaisquer deslocamentos independentes nas despesas governamentais estrangeiras ou familiares ndash satildeo uma forccedila de alta potecircncia doacutelares de rendimento duplo por assim dizerrdquo ldquoEsse efeito amplificado que o investimento exerce sobre a renda eacute chamado de doutrina do multiplicador O termo multiplicador eacute usado para indicar o coeficiente numeacuterico que indica o aumento de renda que resulta de cada aumento dessas despesas em investimentosrdquo Para exemplificar como funciona o efeito multiplicador Samuelson coloca o seguinte exemplo Accedilatildeo construccedilatildeo de uma nova garagem59
Valor dos recursos $1000 seratildeo pagos a carpinteiros e produtores de madeira
Todos teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($66667) que gastaratildeo em novos bens de consumo
Os produtores dos novos bens de consumo tambeacutem teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($44444)
O processo continuaraacute sendo cada nova etapa 23 da anterior A tabela I abaixo procura demonstrar como funciona o efeito multiplicador considerando-se a situaccedilatildeo acima a renda inicial eacute de $ 1000 mas face agrave propensatildeo a consumir dos beneficiaacuterios haacute um efeito multiplicado que vem a resultar em $2998 ao final portanto o multiplicador neste caso eacute 3 vezes o valor inicial O estudo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-
57
P r o f e s s o r d e Ec o n o m i a d o M I T ndash P r e m i o N o b e l d e Ec o n o m i a d e 1 9 7 0
58 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6
a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g
3 1 4 - - e d i t o r a AG I R -
59 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a ndash S a m u e l s o n 6 ordf E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0 ndash
e d i t o r a AG I R
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Anexo K (Paacutegina 2 de 3) Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper concluiu que a expansatildeo de R$ 18 bilhatildeo de aumento no Programa Bolsa Famiacutelia entre 2005 e 2006 provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees A fim de comprovar o crescimento do PIB como resultados dos valores investidos pelo Programa Bolsa Famiacutelia construiacutemos a tabela II seguindo o esquema de Paul A Samuelson a fim de conseguimos projetar o efeito multiplicador aproximado das inversotildees Para tanto temos que considerar que a populaccedilatildeo beneficiaacuteria do Programa Bolsa Famiacutelia por ser carente possui uma propensatildeo a consumir maior do que a proacutepria recebida60
TABELA I
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Poupanccedila Consumir dos
Renda (13) Beneficiaacuterios (23)
RENDA INICIAL 1000 333 667
RENDA 2
667 222 444
RENDA 3 444 148 296
RENDA 4 296 99 198
RENDA 5 198 66 132
RENDA 6 132 44 88 RENDA 7 88 29 59 RENDA 8 59 19 39 RENDA 9 39 13 26 RENDA 10 26 9 17 RENDA 11 17 6 12 RENDA 12 12 4 8 RENDA 13 8 3 5 RENDA 14 5 2 3 RENDA 15 3 1 2 RENDA 16 2 1 2 RENDA 17 2 1 1
RENDA 18 1 0 -
TOTAL 2998
MULTIPLICADOR (K) 3
60
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0
- - e d i t o r a AG I R ndash n e s t e c a s o d e ve m o s c o n s i d e r a r o p o t e n c i a l d e
e n d i v i d a m e n t o p o r q u e e m h a v e n d o r e n d a h aacute m a i s a c e s s o a o c r eacute d i t o
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Anexo K (Paacutegina 3 de 3) No exemplo acima o efeito multiplicador eacute 3 portanto um investimento inicial de $1000 resultaraacute ao final em $3000
TABELA II
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Endividamento Consumir dos
Renda - 2 Beneficiaacuterios 102
(Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$)
RENDA 1 1800 (59) 1859
RENDA 2 1859 (60) 1919
RENDA 3 1919 (62) 1981
RENDA 4 1981 (64) 2046
RENDA 5 2046 (66) 2112
RENDA 6 2112 (69) 2181
RENDA 7 2181 (71) 2252
RENDA 8 2252 (73) 2325
RENDA 9 2325 (76) 2400
RENDA 10 2400 (78) 2478
RENDA 11 2478 (81) 2559
RENDA 12 2559 (83) 2642
RENDA 13 2642 (86) 2728
RENDA 14 2728 (89) 2817
RENDA 15 2817 (92) 2908
RENDA 16 2908 (95) 3003
RENDA 17 3003 (98) 3100
RENDA 18 3100 (101) 3201
TOTAL 43109
MULTIPLICADOR (K) 239 Na simulaccedilatildeo acima o investimento de R$ 18 bilhotildees potencialmente poderaacute gerar R$ 431 bilhotildees ndash na ilustraccedilatildeo acima utilizamos 18 ldquogeraccedilotildeesrdquo de renda porque a tendecircncia geradora tende a infinito o que eacute utoacutepico
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Anexo L (Paacutegina 1 de 3)
BENEFIacuteCIOS PAGOS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Valores dos Benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia61
Os valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia variam de R$ 32 a R$
242 de acordo com a renda mensal da famiacutelia por pessoa e com o nuacutemero de
crianccedilas e adolescentes de ateacute 17 anos O Programa tem quatro tipos de benefiacutecios
o baacutesico o variaacutevel o variaacutevel vinculado ao adolescente e o variaacutevel de caraacuteter
extraordinaacuterio
O Benefiacutecio Baacutesico de R$ 70 eacute pago agraves famiacutelias consideradas extremamente
pobres com renda mensal de ateacute R$ 70 por pessoa mesmo que elas natildeo tenham
crianccedilas adolescentes ou jovens
O Benefiacutecio Variaacutevel de R$ 32 eacute pago agraves famiacutelias pobres com renda mensal de ateacute
R$ 140 por pessoa desde que tenham crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Cada famiacutelia pode receber ateacute trecircs benefiacutecios variaacuteveis ou seja ateacute R$ 96
O Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente (BVJ) de R$ 38 eacute pago a todas as
famiacutelias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a
escola Cada famiacutelia pode receber ateacute dois benefiacutecios variaacuteveis vinculados ao
adolescente ou seja ateacute R$ 76
O Benefiacutecio Variaacutevel de Caraacuteter Extraordinaacuterio (BVCE) eacute pago agraves famiacutelias nos casos
em que a migraccedilatildeo dos Programas Auxiacutelio-Gaacutes Bolsa Escola Bolsa Alimentaccedilatildeo e
Cartatildeo Alimentaccedilatildeo para o Bolsa Famiacutelia cause perdas financeiras O valor do
benefiacutecio varia de caso a caso
Entenda como eacute calculado o valor do benefiacutecio do Bolsa Famiacutelia
61
F o n t e M D S - h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a v a l o r e s - d o s - b e n e f i c i o s
A c e s s o e m 2 3 1 1 2 0 1 1
1 8 2
Anexo L (Paacutegina 2 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de ateacute R$ 70 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Baacutesico R$ 7000
1 0 Baacutesico + 1 variaacutevel R$ 10200
2 0 Baacutesico + 2 variaacuteveis R$ 13400
3 0 Baacutesico + 3 variaacuteveis R$ 16600
0 1 Baacutesico + 1 BVJ R$ 10800
1 1 Baacutesico + 1 variaacutevel + 1
BVJ
R$ 14000
2 1 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 17200
3 1 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 20400
0 2 Baacutesico + 2 BVJ R$ 14600
1 2 Baacutesico + 1 variaacutevel + 2
BVJ
R$ 17800
2 2 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 21000
3 2 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 24200
1 8 3
Anexo L (Paacutegina 3 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de R$ 70 a R$ 140 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Natildeo recebe benefiacutecio
baacutesico
-
1 0 1 variaacutevel R$ 3200
2 0 2 variaacuteveis R$ 6400
3 0 3 variaacuteveis R$ 9600
0 1 1 BVJ R$ 3800
1 1 1 variaacutevel + 1 BVJ R$ 7000
2 1 2 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 10200
3 1 3 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 13400
0 2 2 BVJ R$ 7600
1 2 1 variaacutevel + 2 BVJ R$ 10800
2 2 2 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 14000
3 2 3 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 17200
Agradecimentos
Meus s ince ros agradec imentos aos Pro fesso res Adaur i
B rezo l in e Rose l i F i schmann ao P ro fesso r Adaur i po r te r me
incen t i vado e agrave P ro fessora Rose l i po r te r con f iado e o r ien tado
sob re o tema que desenvo lv i
Aos Pro fesso res Dan i lo D iMano de A lme ida ( in memor iam)
Deacutec io Azevedo Marques de Saes Mar ia Le i la A lves e Ze i la de
B r i to Demar t in i agradeccedilo pe la pac iecircnc ia ded icaccedilatildeo e exce len tes
au las m in is t radas
Sucesso a todos
Lu iz An ton io Fe r re i ra
ldquoThe basic purpose of development is to enlarge peoples choices In principle these choices can be infinite and can change over time People often value
achievements that do not show up at all or not immediately in income or growth figures greater access to knowledge better nutrition and health services more
secure livelihoods security against crime and physical violence satisfying leisure hours political and cultural freedoms and sense of participation in community
activities The objective of development is to create an enabling environment for people to enjoy long healthy and creative lives
Mahbub ul Haq (1934-1998) Fundador do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano (PNUD)
Human development as an approach is concerned with what I take to be the basic development idea namely advancing the richness of human life rather than the
richness of the economy in which human beings live which is only a part of it
Prof Amartya Sen Professor de Economia da Universidade de Harvard
Precircmio Nobel de Economia de 1998
FONTE UNDP ndash(httphdrundporgenhumandev Acesso em 08112011)
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 11 PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA 11 METODOLOGIA 15 RENDA MIacuteNIMA 16 1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA FUNCIONAMENTO E SUSTENTABILIDADE
20
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES 20 11 Regulamentos Funcionais 20 112 Controles 28 113 Legislaccedilatildeo 32 114 Transferecircncia de Renda 34 12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA 39 121 Impacto na Economia 39 122 Acesso ao Creacutedito 42 2 QUALIDADE DE VIDA E DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 47 21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA 47 212 Porque El iminar as Desigualdades 47 213 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 54 214 Iacutendice de Gini 63 215 Capita l Humano 72 22 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 77 221 Desaf ios 77 222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo 81 223 Educaccedilatildeo Brasi le ira No Contexto Mundial 85 3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES REGIOtildeES BRASILEIRAS
91
31 REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA 91 32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMICO 102 321 Acesso agrave Escola 102 322 Desigualdade entre Regiotildees 104 323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho 107 33 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO 117 34 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011 -2020 DESTAQUES
124
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA REDUZIR A DESIGUALDADE
131
41 SAIacuteDA DO BOLSA FAMIacuteLIA 134 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
138
REFEREcircNCIAS 145 ANEXOS 152
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Frequecircncia de Alunos 24 Tabela 2 Trabalho Infantil 27 Tabela 3 Taxa de Analfabetismo da Populaccedilatildeo Acima de 15 anos 60 Tabela 4 Resultado do IDEB versus Metas Estabelecidas 83 Tabela 5 Crescimento Anual do IDH Regional 94 Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional 101 Tabela 7 Taxa de Escolarizaccedilatildeo Liacutequida por Regiatildeo 104 Tabela 8 Tendecircncia do Iacutendice de Gini por Regiatildeo 107 Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada 108 Tabela 10 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa por Regiatildeo 111 Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingressos 2001-2009 112 Tabela 12 Taxa de Fecundidade no Brasil 114 Tabela 13 Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total 116 Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos Familiares em Educaccedilatildeo 123 Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB 127 Tabela 16 Meacutedias Projetadas para as Provas PISA 128 Tabela 17 Meacutedias Alcanccediladas no Exame PISA 2009 128 Tabela 18 Multiplicador 1 de aumento no PIB por Tipo de Gasto 133 Tabela 19 Motivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutelia 2003-2011 136 LISTA DE GRAacuteFICOS Graacutefico 1 Taxa de Alfabetizaccedilatildeo 25 Graacutefico 2 Mortalidade Infantil 26 Graacutefico 3 Alocaccedilatildeo de Recursos para a Assistecircncia Social 38 Graacutefico 4 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 56 Graacutefico 5 Meacutedia de Escolaridade do Brasileiro 57 Graacutefico 6 Expectativa de Escolaridade das Crianccedilas Brasileiras 59 Graacutefico 7 Expectativa de Vida 61 Graacutefico 8 Renda Per Capita (US$ PPP Constante a Preccedilos de 2005) 62 Graacutefico 9 Iacutendice de Gini 64 Graacutefico 10 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Fundamental 84 Graacutefico 11 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Meacutedio 85 Graacutefico 12 Escolaridade Meacutedia ndash Austraacutelia Argentina e Brasil 87 Graacutefico 13 Expectativa de Escolaridade - Austraacutelia Argentina e
Brasil 88
Graacutefico 14 Recursos Federais Alocados agrave Educaccedilatildeo 90 Graacutefico 15 Expectativa de Vida por Regiatildeo 96 Graacutefico 16 Mortalidade Infantil por Regiatildeo ndash 2009 97 Graacutefico 17 Taxa de Analfabetismo 99 Graacutefico 18 Trajetoacuteria dos Fatores Utilizados na Nova Metodologia de
Caacutelculo da Dimensatildeo Educaccedilatildeo para o IDH 100
Graacutefico 19 Iacutendice de Gini por Regiatildeo 105 Graacutefico 20 Empregados com Carteira Assinada 113 Graacutefico 21 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo - do PIB 118 Graacutefico 22 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo 119 Graacutefico 23 Famiacutelias Beneficiadas pelo Programa Bolsa Famiacutelia 137
LISTA DE ABREVIATURAS
BCI ndash Banco Central do Brasil BIEN ndash Basic Income European Network BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social BVJ ndash Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente CadUacutenico - Cadastro Uacutenico para Programas Sociais CEF ndash Caixa Econocircmica Federal CGU ndash Controladoria Geral da Uniatildeo FEAUSPndash Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo FGV ndash Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas HDI ndash Human Development Index IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBMEC ndash Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aniacutesio Teixeira INSPER ndash Instituto de Ensino e Pesquisa IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Avanccedilada LOA ndash Lei Orccedilamentaacuteria Anual MDS - Ministeacuterio do Desenvolvimento Social e Combate agrave Fome MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MIT ndash Massachusetts Institute of Tecnology OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho PBF ndash Programa Bolsa Famiacutelia PISA - Programme for International Student Assessment ndash Programa Internacional de Avaliaccedilatildeo de Estudantes PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelio PNE ndash Plano Nacional de Educaccedilatildeo PNUD ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento POF ndash Pesquisa de Orccedilamentos Familiares PUC ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro UMESP ndash Universidade Metodista de Satildeo Paulo UNDP ndash United Nations Development Programmee USP ndash Universidade de Satildeo Paulo WIPO - World Intellectual Property Organization
SUMAacuteRIO DOS ANEXOS
Anexo A - Renda miacutenima Lei 10835 de 8 de janeiro de 2004--------------Pg 152
Anexo B- Investimentos em educaccedilatildeo -------------------------------------------Pg 153
Anexo C- Tudo pronto para a nova etapa ndash Entrevista com o economista Makhtar
Diop do Banco Mundial ---------------------------------------------------------------Pg 154
Anexo D- Noruega educaccedilatildeo preacute-escolar ---------------------------------------Pg 157
Anexo E- O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia -----------Pg 158
Anexo F - Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na economia----------------Pg 161
Anexo G - Um abismo chamado educaccedilatildeo -------------------------------------Pg 162
Anexo H - IDEB observado versus metas estabelecidas --------------------Pg 168
Anexo I ndash Reduz-se a migraccedilatildeo interna ------------------------------------------Pg 169
Anexo J - Vinod Khosla ndash Bilionaacuterio inovador fundador da Sks Microfinance -
Financiamento dirigido aos pequenos empresaacuterios --------------------------Pg 174
Anexo K ndash Efeito multiplicador ------------------------------------------------------Pg 178
Anexo Lndash Valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia---Pg181
RESUMO
Esta dissertaccedilatildeo trata de um tema relativamente novo com literatura escassa praticamente sem estudos teoacutericos que o abordem Referenciais satildeo encontrados em publicaccedilotildees feitas em seminaacuterios e palestras bem como em artigos e notas jornaliacutesticas Esta dissertaccedilatildeo se trata de trabalho exploratoacuterio analiacutetico descritivo com base documental O Programa Bolsa Famiacutelia tema central deste trabalho eacute uma ferramenta para distribuiccedilatildeo de renda que funciona de forma simples e tem sido efetiva para o atendimento de famiacutelias que vivem abaixo da linha de pobreza Ele eacute resultado da fusatildeo de vaacuterios outros programas dispersos e com efetividade questionaacutevel ndash Bolsa Escola Auxiacutelio Gaacutes e Cartatildeo Alimentaccedilatildeo O Programa Bolsa Famiacutelia beneficia famiacutelias em situaccedilatildeo de pobreza com renda mensal de R$ 70 a R$ 140 per capita e em extrema pobreza com renda mensal abaixo de R$ 70 reais per capita Tambeacutem estabelece condicionalidades de educaccedilatildeo e sauacutede Atualmente haacute cerca de 13 milhotildees de famiacutelias inscritas no Programa Bolsa Famiacutelia que cumprem as condiccedilotildees do ldquoCadastro Uacutenicordquo ndash esta eacute praticamente a totalidade das famiacutelias pobres segundo criteacuterios do PNAD 2006 (Pesquisa Nacional de Domiciacutelios) Na realidade houve substancial injeccedilatildeo de recursos em aacutereas outrora relegadas ao acaso criando novos consumidores bem como empreendedores aleacutem de atrair investimentos Quanto agrave educaccedilatildeo nota-se que haacute reduccedilatildeo do analfabetismo Haacute um crescimento vegetativo do Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) no qual o
Brasil situa-se em 84⁰ lugar dentre as 187 naccedilotildees controladas pelo PNUD
(Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) em 2011 As variaacuteveis que compotildeem o iacutendice crescem timidamente destaca-se queda no item ldquoexpectativa de escolaridade esperada das crianccedilas em idade de ingresso na escolardquo (no Brasil aos seis anos) que caiu no periacuteodo 2000-2011 esse fato pode indicar falha estrutural no ensino brasileiro Esse estudo indica que haacute desenvolvimento socioeconocircmico em aacutereas carentes particularmente na Regiatildeo Nordeste Observa-se tambeacutem a reversatildeo da migraccedilatildeo que historicamente era de nortenordeste a sudeste Tambeacutem nota-se reduccedilatildeo da taxa de fecundidade das brasileiras o que eacute vantajoso O Brasil tambeacutem estaacute com a vantagem do ldquoBocircnus demograacuteficordquo quando a populaccedilatildeo economicamente ativa supera a populaccedilatildeo dependente o que eacute um excelente fator de crescimento por atrair investimentos Apesar de melhorias observadas na deacutecada 2000-2010 elas ainda satildeo insuficientes Quanto ao ldquodesenvolvimento humanordquo o Brasil estaacute muito distante das naccedilotildees desenvolvidas com IDH de 0718 que cresceu na uacuteltima deacutecada agrave taxa de 0769 ao ano Nesse ritmo ateacute alcanccedilarmos o IDH norueguecircs -- primeiro colocado ou o australiano -- segundo colocado que eacute de 0943 seratildeo necessaacuterios 3536 anos Isso nos leva a pensar que a natildeo ser que o acaso nos ajude o sonho de nos juntarmos aos primeiros eacute questionaacutevel Com respeito ao Programa Bolsa Famiacutelia esse prova ser uma frente social para a eliminaccedilatildeo da desigualdade seus beneficiaacuterios eram classificados como pobres e extremamente pobres e foram resgatados Palavras chaves Bolsa Famiacutelia Desenvolvimento Humano Desenvolvimento Socioeconocircmico Distribuiccedilatildeo de Renda Educaccedilatildeo Ferramenta para crescimento IDH Programa Bolsa Famiacutelia Renda Miacutenima
ABSTRACT
This study approaches a new and unexplored subject the Brazilian Family Aid Program Bibliography practically does not exist and academic entities seldom discuss the subject because it is still under development References are found in lectures newspapers and magazine articles This is an exploratory and analytical search approaching evidence basis and sources The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo (PBF) is a Brazilian Family Aid Program granted under conditionality rules It can be considered a unique tool for income distribution working towards an effective solution for families surviving under extreme poverty The program started by the merger of three other poverty aid programs of dubious effectiveness ndash Scholarship Aid Cooking Gas Aid and Food Card The ldquoPBFrdquo benefits families surviving under poverty conditions with R$ 70 to R$ 140 monthly of per capita income and under extreme poverty conditions below R$ 70 monthly of per capita income Also the ldquoPBFrdquo establishes conditional participation rules associated to education and health prevention for children Presently the ldquoPBFrdquo supports 13 million families that fit rules and are enrolled in the ldquoCadastro Uacutenicordquo (Central Control Registration Roll) That registration roll practically covers the totality of the population under poverty situation line as defined by PNAD - 2006 (National Household Survey - 2006)The ldquoPBFrdquo control methodology allows income transfer to regions left under poverty conditions in past history The PBF formed a new consumer community new entrepreneurs moreover attracted investors In regard to education there is reduction in illiteracy The Human Development Index (HDI) shows vegetative growth Brazil is the 84th country ranked among the 187 nations controlled by the United Nations Development Programme (UNDP) in 2011 The dimensions that compose the index for Brazil had poor growth lately in particular the expected years of schooling for children at school enrollment age (in Brazil 6 years old) declined during the last decade (2000-2010) It is likely that there is a structural issue with the Brazilian education sector There is a socio-economic growth in regions where poverty has been endemic in particular Northeast Region The findings also reveal migration reversal that in past were NorthNortheast Regions to Southeast Region as well as fecundity rate reduction which are remarkable advantages Brazil entered into the ldquodemographic bonusrdquo a situation when the ldquoeconomically active populationrdquo exceeds the ldquodependent populationrdquo this is also an advantage because attracts investments and is a push towards economic growth Despite of positive improvements they appear to be insufficient the human development in Brazil is far from excellence presently a HDI of 0718 with a growth of 0769 annually (2000-2010) it will take 3536 years to meet the Australian HDI of 0943 Unless chances help us dreams to join the winners are unlikely The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo however proves to be a social front towards inequality the participants of the plan originally classified under poverty line were rescued Keywords Family Allowance Program Human Development Index HDI Socio-Economic Development Socio-Economic Growth Income Distribution Poverty Reduction Brazilian Family Grant Program Minimum Income Economic Growth Tool
INTRODUCcedilAtildeO
PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA
Sou economista de formaccedilatildeo segui carre i ra na aacuterea
f inancei ra da induacutest r ia automobi l iacutes t ica in ic ie i com o off ice -boy em
1961 v indo a me re t i rar em 1999 (u t i l izo o verbo ldquo re t i rarrdquo porque
nunca esteve em meus p lanos o verbo ldquoaposentarrdquo ) Durante minha
t ra jetoacuter ia prof iss iona l t ive a oportun idade de par t ic ipar de
t re inamento no exter ior Durante 1979-1980 a empresa onde eu
atuava me designou para um programa de t re in amento em Detro i t
Mich igan Part ic ipe i de cursos na Wayne State Univers i ty em 1990
par t ic ipe i de extensatildeo un ivers i taacuter ia em Bo ston Massachussetts
onde curse i o 1990 Senior Execut ive Program no MIT juntamente
com c inquenta execut ivos de d iversas par tes do mundo
Desde que de ixe i a induacutest r ia em 1999 t raba lhe i como
consu l tor independente mas como os cont ratos rarearam decid i por
novos rumos F iz vest ibu lar para Let ras Portuguecircs Inglecircs fu i
admit ido curse i do is semestres natildeo me entus iasmei natildeo era mi nha
seara dec id i que no semestre seguinte estar ia fora Discut i o
assunto com um de meus mestres d urante a conversa e le suger iu
que eu f izesse mestrado me agradou a i de ia Em sequecircncia fomos
1 2
ateacute a coordenaccedilatildeo do Mestrado passe i por uma breve ent revis ta
me fo i perguntado se eu t inha algum pro jeto em mente e eu
prontamente respondi ldquoBo lsa Famiacutel iardquo houve inte resse pe lo tema e
fu i encaminhado ao processo de se leccedilatildeo
Ao in ic iar o curso de mestrado confesso que f iquei
apreensivo perguntava a mim mesmo se conseguir ia seguir ad iante
a exper iecircnc ia nova e desaf iante me entus iasmava cada vez mais
Apesar de estar por longo tempo longe de contatos acadecircmicos
consegui acompanhar e par t ic ipar dos t raba lhos Sent i d i f icu ldades
af ina l estava em contado com pess oas d iametra lmente d i ferente s de
minha convivecircncia usual A co leccedilatildeo de a migos que adquir i me
mot ivou a qual idade dos professores me surpreendeu e os debates
que par t ic ipe i e cont inuo a part ic ipar me def in i ram novos hor izontes
Durante o pr imeiro semestre do curso de mestrado escrevi ao
Senador Supl icy a f im de conseguir subsiacuted ios para meu tema Fu i
prontamente a tendido recebi a lguns textos sobre Renda Miacuten ima e
um convi te para par t ic ipar do 13 ⁰ Congresso BIEN (Basic Income
European Network) No Congresso t ive oportun idade de t rocar
ide ias com pessoas de out ras partes do mundo Em part icu lar f iz
ent revis tas informais com o proacutepr io senador e com o Prof Guy
Standing escr i tor e professor de ldquoEc onomic Secur i tyrdquo da
Univers idade de Bath Reino Unido Tambeacutem converse i com Scott
1 3
Goldsmith c idadatildeo amer icano que d iscorreu sobre o ldquoA laska
Permanent Fund rdquo 1
Par t ic ipe i das I e I I Semanas de Educaccedilatildeo em Dire i tos
Humanos da UMESP in ic iadas em 2010 pro je to que considero de
ext rema re levacircncia para nossos d ias po is conheci expoentes do
assunto Tive a oportun idade de ass is t i r pa lest ras de conferencistas
de a l to coturno como Salomon Lerner Enr ique Dussel Lu iz Anton io
Cunha Edson Cardoso Roberto L iv ianu dent re outros Destaque
especia l do evento de 2011 cabe considerar as au las da d isc ip l ina
ldquoL i tera tura Educaccedilatildeo e Dire i tos Humanosrdquo min ist r adas durante o
evento pe la Professora Graccedila Grauacutena poet isa e escr i tora de e tn ia
pot iguar
Minha exper iecircnc ia com o curso de Mestrado t raz desaf ios que
considero importantes e ac ima de tudo me leva a rever e
sed imentar concei tos de forma que minha exper iecircnc ia da vida
prof iss iona l natildeo se perca
1 O e s t a d o n o r t e a m e r i c a n o d o A l a s k a t a x a e m a t eacute 2 5 d e t o d a a
r e c e i t a r e n d a d e c o r r e n t e d e m i n e r a ccedil atilde o q u e eacute d e s t i n a d a a u m f u n d o
p e r m a n e n t e g a r a n t i d o p e l a c o n s t i t u i ccedil atilde o e s t a d u a l O f u n d o p e r m a n e n t e eacute
i n v e s t i d o e m u m p o r t f oacute l i o d i v e r s i f i c a d o eacute u t i l i za d o p a r a a ccedil otilde e s d e
d e s e n v o l v im e n t o s o c i o e c o n ocirc m ic o D i v i d e n d o s s atilde o d i s t r i b u iacute d o s r e g u l a r m e n t e
a t o d o s o s r e s i d e n t e s d o e s t a d o d o A l a s k a
F o n t e h t t p w w w a p f c o r g h o m e C o n t e n t a b o u t F u n d a b o u t P e r m F u n d c f m -
A c e s s a d o em 2 3 1 1 2 0 1 1
1 4
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma in ic ia t iva que por muito
tempo quest ione i achava um tema popul ista natildeo percebia
sustentaccedilatildeo fu tura Com o passar do tempo ao observar e ler sobre
o assunto percebi os resu l tados posi t ivos do programa O que
chamou minha atenccedilatildeo foram os resu ltados econocircmicos e
pr inc ipa lmente s ign i f ica t ivos benef iacutec ios soc ia is
Esta d issertaccedilatildeo d iscute como um programa concei tua lmente
s imples se tornou ferramenta de cresc imento e mola mestre de um
processo econocircmico re lat ivamente estaacuteve l n i t idamente d i rec ionado
a reduccedilatildeo de desigualdades
Neste t raba lho anal iso os fundamentos e conceitos que
conduzem o programa como in ter ferem nos movimentos soc ia is
qua l sua capacidade em cr iar empregos e novas oportun idades com
ecircnfase ao toacutep ico Educaccedilatildeo
Noto in ib idores importantes quando se aborda o tema
Programa Bolsa Famiacutel ia rdquo haacute posiccedilotildees antagocircnicas e favoraacuteve is
mas quase sempre de caraacuteter par t idaacuter io sem mui ta fundamentaccedilatildeo
Ul t rapassei esses b loqueios e conclu iacute que o tema eacute importante e
faraacute esco la
Cabe enfat izar que esse t raba lho natildeo eacute uma pesquisa de
Economia Sendo eu economista por formaccedilatildeo acadecircmica u t i l izarei
concei tos p inccedilados da Teor ia Econocircmica a f im de melhor entender
os resu ltados rea is deste inst igante tema
1 5
METODOLOGIA
Por ser um tema novo para a Naccedilatildeo e prat icamente ineacuted i to
em termos mundiais a l i te ra tura eacute escassa poucos satildeo os autores
acadecircmicos que abordam o assunto referencia is satildeo encontrados
em publ icaccedilotildees fe i tas em seminaacuterios e pa lest ras bem como em
ar t igos e notas jorna l iacutes t icas Esta d issertaccedilatildeo t ra ta -se de um
t raba lho exp loratoacuter io ana l iacute t ico -descr i t ivo com base documenta l
Os referencia is deste t raba lho baseiam -se (a) na legis laccedilatildeo
que suporta o Programa Bolsa Famiacutel ia (b) na da anaacutel ise h istoacuter ica
de aprovaccedilatildeo do programa pe lo Congresso Nacional (c) no l ivro
ldquoRenda Miacuten ima de Cidadaniardquo do Se nador Eduardo Matarazzo
Supl icy (5ordf ed iccedilatildeo de 2008) (d) em ar t igos e notas jorna l iacutes t icas (e)
e na anaacutel ise de dados estat iacutes t icos consol idados pe lo IBGE MDS
IPEA e tc
Tambeacutem foram anal isados t raba lhos apresentados no 13ordm
Congresso BIEN 2010 (Basic Incom e Earth Network) rea l izado na
FEA USP Satildeo Paulo
1 6
RENDA MIacuteNIMA
Esse t raba lho anal isa desdobramentos do pro jeto do Senador
Eduardo Matarazzo Supl icy e tem como referecircncia pr inc ipa l o l ivro
ldquoRenda de Cidadaniardquo (2008) A tese a l i defendida pe lo Senador
Supl icy pode ser resumida na c i taccedilatildeo da paacutegina 41 de seu l ivro
Eacute p ropoacutes i to des te l i v ro a rgum en ta r em f avo r de o
Bras i l avanccedilar ace le radam en te d i r eccedilatildeo a
ga ran t i r que todos os b ras i le i r os ve nham a
receber um a renda baacutes ica incond ic iona l
f undam en tada no d i r e i t o ina l ien aacuteve l de t odas as
pessoas res iden tes em nosso pa iacutes de pa r t i l ha r a
r ique za da n accedilatildeo n atildeo im por tando a o r igem a
raccedila o sexo a idade a co nd iccedilatildeo c i v i l ou
soc ioeconocircm ica
O pro je to sobre renda de c idadania t ransformou -se na Lei
10835 de 8 de jane i ro de 2004 (SUPLICY 2004) A legis laccedilatildeo
aprovada consiste na garant ia i r rest r i ta de renda miacuten ima a todo
c idadatildeo res idente Segue o ar t igo pr imeiro da le i sancionada o qual
sumar iza o propoacutesi to
Eacute ins t i t u iacuteda a p a r t i r de 2005 a r enda b aacutes ica de
c idadan ia que se cons t i t u i r aacute no d i r e i t o de todos
1 7
os b ras i le i r os res ide n tes no Pa iacutes e es t range i ros
res iden tes haacute pe lo m enos 5 (c inco ) anos no
Bras i l natildeo im por tando sua cond iccedilatildeo
soc ioeconocircm ica a r eceberem anua lm ente um
bene f iacute c io m one taacute r io (Anexo A )
A Le i 1083504 inst i tu i a renda miacuten ima mas o in ib idor para a
implementaccedilatildeo p lena estaacute na a locaccedilatildeo de recursos para a ap l icaccedilatildeo
da le i Emblemat icamente a c idade de Santo Anton io do Pinhal SP
jaacute inst i tu iu le i munic ipa l prevendo renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo
res idente (pop 7000 habitantes em 2010) A l e i munic ipa l prevecirc
a locaccedilatildeo de 6 do orccedilamento munic ipa l para a tendimento e
d is t r ibu iccedilatildeo incondic iona l de renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo res idente
Haacute l i te ra tura var iada no que concerne ao tema ldquoRenda Miacuten ima
de Cidadaniardquo inclus ive um congresso anual que t rata do assunto o
Congresso Bien (Basic Income European Network) A 13ordf ed iccedilatildeo do
Congresso Bien ocorreu nos d ias 30 de junho a 02 de ju lho de 2010
no campus da Unive rs idade de Satildeo Paulo apesar de foca l izar o
tema Renda Miacuten ima houve abordagens ao Programa Bolsa Famiacutel ia
A preocupaccedilatildeo dos governantes em supr i r as necessidades
baacutesicas da populaccedilatildeo menos favorec ida eacute assunto recorrente
Confuacutec io f i loacutesofo ch inecircs 551 aC jaacute defendia a just iccedila soc ia l e
ass ina lava em suas doutr inas ldquoA inseguranccedila eacute p ior que a pobreza rdquo
af i rmaccedilotildees de Guy Standing d i re tor da Organizaccedilatildeo In ternacion al
1 8
do Trabalho (OIT) c i tado pe lo Senador Supl icy em seu l ivro ldquoRenda
da Cidadania a Saiacuteda eacute pe la Portardquo (SUPLICY 2008 p 49 )
A pr imeira proposta de Renda Miacuten ima no mundo moderno fo i
e laborada por Thomas More em sua obra Utop ia Escr i ta em 1516
Utop ia descreve um paiacutes imaginaacuter io uma sociedade onde os
c idadatildeos vivem em perfe i ta harmonia basicamente porque suas
necessidades satildeo tota lmente s at isfe i tas (SUPLICY 2008 p 51-53)
Baseando-se nos pensamentos de Thomas More em 1526
Juan Luiacutes Vovegraves enviado do Rei da Espanha aos Paiacuteses Baixos na
eacutepoca dominados pe la Espanha e laborou uma proposta de Renda
Miacuten ima para a c idade de Bruges Beacute lgica Uma f orma de ass istecircnc ia
aos pobres fora implementada em 1525 em Ipres Beacutelgica As ide ias
de Vovegraves inf luenciaram a adoccedilatildeo na Ingla terra e Europa de le is de
ass is tecircnc ia aos pobres (The Poor Laws) Essas le is in ic ia lmente em
1531 v isavam assis t i r aos idosos e def ic ientes permi t indo que estes
pudessem pedir esmolas junto agraves paroacutequias Mais tarde as
paroacutequias foram autor izadas a levantarem fundos a f im de atender
aos necessi tados (SUPLICY 2008 p53-56)
Houve d iversos atos iso lado s que antecederam o Programa
Bolsa Famiacutel ia Foram accedilotildees de t ransferecircncia de renda no Bras i l
conforme abaixo descr i tas
O p ione i r i sm o quando se t r a ta de p rog ram as de
t r ans f e recircnc ia de renda eacute a t r ibu iacutedo ao p r e f e i t o de
1 9
Cam p inas ndash SP Joseacute Rober t o Maga lhatilde es que f ez
o p r im e i ro pagam ento a u m a f am iacute l i a necess i tada
em 1995 Pos te r io rm en te no m esm o ano o en tatildeo
gove rnador do D i s t r i t o Federa l C r i s tovatildeo
Buarque e o p re f e i t o de R ibe i r atildeo Pre to SP
An ton io Pa locc i im p lan tam p rog ram a s im i la r Em
1996 o Pres iden te Fe rnando Henr ique Cardoso
lanccedilou o P rog ram a de Er rad icaccedilatildeo do T raba lho
In f an t i l cond ic ionad o agraves f am iacute l i as a m anu tenccedilatildeo
dos f i l hos na esco la Em 1997 o P res iden te
Fe rnando Henr ique Cardoso c r iou a Prog ram a
Nac iona l de R enda Miacuten im a e em 2001 lanccedilou o
Prog ram a Bo lsa Esco la Em 2003 p r im e i ro ano
do Pres iden te L u i z I gnaacutec io Lu la da S i l va c r iou -
se o M in is teacute r io Ex t rao rd inaacute r io de Se guranccedila
A l im en ta r e lanccedila o p rog ram a Fom e Zero Jaacute em
2004 f o i c r iado o M in is teacute r io do Desen vo l v im en to
Soc ia l e Com bate a Fom e quando f o ram
un i f i cados todos os p rog ram a s f ede ra is de
t r ans f e recircnc ia de renda no Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia (O Es tado de Satilde o Pau lo 18 4 2010 ldquoO
DNA da t r ans f e recircnc ia de rendardquo ) rdquo
2 0
1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA ndash FUNCIONAMENTO E
SUSTENTABILIDADE
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES
111 Regulamentos Funcionais
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute comentado e cr i t icado por
d iversas camadas da soc iedade bras i l e i ra contudo haacute que se
considerarem os benef iacutec ios e as vantagens que proporc iona agrave
Naccedilatildeo Soacute pa ra exempl i f i ca r tomemos duas cons ide raccedilotildees mu i to
comuns que satildeo ve icu ladas de fo rma i r responsaacuteve l mu lhe res que
engrav idam pa ra recebe r o benef iacutec io e t raba lhado res que p re fe rem
empregos in fo rma is para tomar van tagens dos benef iacutec ios Esse
t raba lho p rocu ra con t r ibu i r para que se des faccedilam esses m i tos
Quanto ao p r ime i ro m i t o ce r tamente have r ia uma exp losatildeo
demograacute f i ca o que natildeo oco r re mas ao con t raacute r io a taxa de
fecund idade b ras i le i ra d im inu iu s ign i f i ca t i vamente quan to ao
segundo mi to natildeo se comprova porque emprego com ca r te i ra
2 1
ass inada c resceu substanc ia l mente na uacute l t ima deacutecada Ambas as
s i tuaccedilotildees se ratildeo ana l isadas ma is ad ian te
Os benef iacutec ios satildeo ver i f icados e comprovados sob os mais
d i ferentes acircngulos de anaacutel ise O concei to baacutes ico do Programa Bolsa
Famiacutel ia eacute fazer com que as famiacutel ias sa iam do niacuteve l de ind igecircncia
poss ib i l i tando sob condic iona l idades a sat isfaccedilatildeo de suas
necessidades baacutesicas Evidecircncias seratildeo anal isadas em toacutep icos
ad iante as quais inc luem a permanecircncia das cr ianccedilas na esco la
melhor ia da sauacutede dos benef ic iaacuter ios desenvolvimento
soc ioeconocircmico proporc ionado pr inc ipa lmente pe lo efe i to
mult ip l icador proporc ionado pe la in jeccedilatildeo de recursos de cunho
soc ia l e tc
O Min is teacuter io do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome
(MDS) def ine o Programa Bolsa Famiacutel ia da seguin te forma
O Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia (PBF) eacute um prog ram a
de t r ans f e recircnc ia d i r e ta de ren da com
cond ic iona l idades que bene f i c ia f am iacute l i as em
s i t uaccedilatildeo de pobre za ( com renda m ensa l po r
pessoa de R$ 70 a R$ 140) e ex t rem a pobre za
( com renda m ensa l po r pessoa de a teacute R$ 70 ) de
aco rdo com a Le i 10 836 de 0 9 de j a ne i ro de
2004 e o Dec re to n ordm 5 209 de 17 de se te m bro de
2004
O PBF in teg ra a es t ra teacuteg ia FOME ZERO que tem
o ob je t i vo de assegura r o d i r e i t o hu m ano agrave
a l im en taccedilatildeo adequad a p rom ovendo a seguranccedila
2 2
a l im en ta r e nu t r i c iona l e con t r ib u ind o pa ra a
e r rad ic accedilatildeo da ex t rem a pobreza e pa ra a
conqu is ta da c id adan ia pe la p a rce la da
popu laccedilatildeo m a is vu ln e raacuteve l agrave f om e O Prog ram a
pau ta - se na a r t i cu laccedilatildeo de t r ecircs d im ensotildees
essenc ia is agrave su peraccedilatildeo da f om e e da pob re za
D o a l iacute v i o im e d i a t o d a p o b r e za p o r m e i o d o
d i r e i t o d e r e n d a agrave f a m iacute l i a
R e f o r ccedil o a o e x e r c iacute c i o d e d i r e i t o s s o c i a i s b aacute s i c o s
n a s aacute r e a s d e S a uacute d e e E d u c a ccedil atilde o p o r m e i o d o
c u m p r im e n t o d a s c o n d i c i o n a l i d a d e s o q u e
c o n t r i b u i p a r a f a m iacute l i a s c o n s i g a m r o m p e r o c i c l o
d a p o b r e za e n t r e g e r a ccedil otilde e s
C o o r d e n a ccedil atilde o d e p r o g r a m a s c o m p le m e n t a r e s
q u e t ecirc m p o r o b j e t i v o o d e s e n v o l v im e n t o d a s
f am iacute l i a s d e m o d o q u e o s b e n e f i c i aacute r i o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a c o n s i g a m s u p e r a r a
s i t u a ccedil atilde o d e v u l n e r a b i l i d a d e e p o b r e za
S atilde o e x e m p l o s d e p r o g r a m a s c o m p l e m e n t a r e s
p r o g r a m a s d e g e r a ccedil atilde o d e t r a b a l h o e r e n d a d e
a l f a b e t i za ccedil atilde o d e a d u l t o s d e f o r n e c im e n t o d e
r e g i s t r o c i v i l e d e m a i s d o c um e n t o s 2
As condiccedilotildees def in idas para o PBF descr i tas pe lo Min is teacuter io
do Desenvolvimento Socia l (MDS) satildeo re la t ivament e s imples e sem
burocrac ia a f im de fac i l i ta r o atend imento dos benef ic iaacuter ios Segue
descr iccedilatildeo estabelec ida no por ta l de MDS
2 h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f a m i l i a o -
q u e - e Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
2 3
As cond ic i ona l idades satildeo os com prom issos nas
aacute reas da Educaccedilatildeo da Sauacute de e Ass is tecircnc ia
Soc ia is assum idos pe las f am iacute l i as e que p rec isam
se r cum pr idos pa ra que e las con t inuem a receber
o bene f iacute c io d o P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a
As cond ic iona l idades v igen tes do P rograma Bo lsa Famiacute l ia
satildeo bas icamente assoc iadas agrave educaccedilatildeo sauacutede e ass is tecircnc ia
soc ia l
E d u c a ccedil atilde o f r e q u ecirc n c i a e s c o l a r m iacute n im a d e 8 5
p a r a c r i a n ccedil a s e a d o le s c e n t e s e n t r e 6 e 1 5 a n o s
e m iacute n im a d e 7 5 p a r a a d o l e s c e n t e s e n t r e 1 6 e
1 7 a n o s
Os con t ro les de f requecircnc ia esco la r ind icam resu l t ados
sa t is fa toacute r ios nesse ques i to aos benef i c iaacute r ios do Programa Bolsa
Famiacutel ia A aderecircncia em 2011 estaacute em 983 das cr ianccedilas com
idade ent re 6 e 15 anos o que s ign i f ica 238 de melhor ia desde
2006 cu jo va lor era de 794 Quanto aos estudantes com idade
ent re 16 e 17 anos o resu ltado tambeacutem eacute s ign i f ica t ivo at inge a
marca de 962 Conforme notada nas tabe las seguin tes podemos
conclu i r que o processo mostra-se estaacuteve l natildeo eacute notada var iaccedilatildeo
substancia l no iacutend ice a par t i r de 2009 Eacute cer to que quando um
processo se torna estaacuteve l eacute necessaacuter ia nova in terferecircncia a f im de
2 4
apr imoraacute- lo O melhor seraacute cr iar uma ldquodesestab i l idade for tu i tardquo que
apesar de t iacutemidos jaacute haacute movimentos nesse sent ido ta is como
melhor ia de qual idade na educaccedilatildeo Segue tabe la 1 ind icat iva da
f requecircncia esco lar dos benef ic iaacuter ios conforme publ icaccedilatildeo do MEC
FREQUEcircNCIA DE ALUNOS BENEFICIAacuteRIOS DO PROGRAMA BOLSA
FAMIacuteLIA
Ano 6 a 15 anos 16 a 17 anos
() ()
2006 79 44 N D
2007 96 97 N D
2008 98 06 95 62
2009 98 86 97 83
2010 98 57 97 06
2011 97 89 96 55
TABELA 1 F requecircnc ia de A lunos Benef i c iaacute r ios do P rograma Bo lsa
Famiacute l ia
Fon te MEC
h t tp pa ine l mecgovb r pa ine l phpmodu lo=p r inc ipa l de ta lhamen to
Ind icado rampacao=Aampdeta lhes=pa isamp ind id=442
Acesso em 14 11 2011
A taxa de a l fabet izaccedilatildeo tambeacutem apresenta s ign i f ica t iva
melhor ia no per iacuteodo poacutes- implementaccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia
Nesse quesito tambeacutem se nota estabi l idade do processo sendo que
os ind icadores se mostram estaacuteve is ao redor de 90 Eacute vaacute l ido
af i rmar para esse quesi to que uma ldquodesestab i l izaccedilatildeo for tu i ta
tambeacutem eacute bem-vindardquo
2 5
( ) es tab i l idade re la t i va ao redor de 90
Graacute f i co 1 Taxa de A l fabe t i zaccedilatildeo 15 anos ou ma is
Fon te IBGE Seacuter ies h is toacute r i cas - Acesso em 09 8 2011
S a uacute d e a c o m p a n h a m e n t o d o c a l e n d aacute r i o v a c i n a l
e d o c r e s c im e n t o d e s e n v o l v im e n t o p a r a
c r i a n ccedil a s m e n o r e s d e 7 a n o s e p r eacute - n a t a l d a s
g e s t a n t e s e a c o m p a n h a m e n t o d a s n u t r i ze s n a
f a i x a e t aacute r i a d e 1 4 a 4 4 a n o s
Conforme dados do IBGE a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ap resen ta resu l tados s ign i f i ca t i vo s na deacutecada 2000 -2009 com
queda de 35 7 A cond ic iona l idade assoc iada agrave sauacutede dos
benef i c iaacute r ios do P rograma pode te r con t r ibu iacutedo s ign i f i ca t i vamente
pa ra essa me lhor ia soc ia l A Reg iatildeo Nordes te fo i a que ma io r
reduccedilatildeo apresen tou ne s te ques i to com 47 8 de reduccedilatildeo O
2 6
graacute f i co segu in te nos ind ica a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ob t ida na uacute l t ima deacutecada (2000 -2009)
G raacute f i co 2 Mor ta l idade In fan t i l
Fon te
M in is teacute r io da Sauacutede
h tpp tabne t da tasus govb r cg i idb2010 c01bh tm
Acesso 10 4 2012
Soc ia l f r equecircnc ia m iacuten im a de 85 da ca rga
ho raacute r ia r e la t i va a o s se rv iccedilos soc ioeduca t i vos
pa ra c r ianccedilas e anos em r is co ou re t i r adas do
t r aba lho in f an t i l
No quesito t raba lho infant i l ob je t ivo da exis tecircnc ia da
condic iona l idade denominada ldquosoc ia l rdquo tambeacutem mostra resu l tados
pos i t ivos a melhor ia em termos nacionais eacute de 24 entre 2003 e
2008 (1261 para 9 56 por 100000 habi tantes) equ iva lente a
2 7
54 ao ano de reduccedilatildeo Provavelmente par te s igni f ica t iva dessa
queda pode ser at r ibuiacuteda a essa cond ic iona l idade denominada
soc ia l
TRABALHO INFANTIL
( da Pop de 10 a 15 anos t raba lhando ou procurando emprego)
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Regiatildeo
Norte 1079 1628 1565 1456 1286 1088 Nordeste 1865 1715 1903 1665 1559 1356 Sudeste 754 657 738 683 631 578 Sul 1539 1554 1361 1388 1329 1015 Centro-Oeste 933 1053 943 912 933 894 Total 1261 1231 128 1179 1101 956
Tabela 2 Trabalho Infant i l
Fonte
IBGE ndash Seacuter ies Histoacuter icas
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD329ampsv=
7ampt=taxa-de- t raba lho- infant i l Acesso em 118 2011
O MDS just i f ica a adoccedilatildeo de condic iona l id ades pe lo Programa
Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
As cond ic iona l ida des do Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
satildeo ao m esm o tem po r esponsab i l i da des das
f am iacute l i as e do pod e r puacuteb l i co O ob je t i vo das
cond ic iona l idades natilde o eacute pun i r as f a m iacute l i as m as
responsab i l i za r d e f o rm a con junta os
bene f i c iaacute r ios e o poder p uacuteb l i co q ue de ve
iden t i f i ca r os m o t i vos do natildeo cum pr im en to das
cond ic iona l idades e im p lem en ta r po l iacute t i cas
2 8
puacuteb l i cas de acom panham ento pa ra essas
f am iacute l i as3
A co locaccedilatildeo do MDS quando just i f ica a adoccedilatildeo de
condic iona l idades como parte das est rateacutegias que nor te iam o
Programa Bolsa Famiacutel ia ind i retamente impotildee ao benef ic iaacuter io
podemos considerar de forma justa a responsabi l idade de
ldquo remunerarrdquo o restante da soc iedade pe lo s benef iacutec ios f inancei ros
concedidos
1 12 Contro les
O MDS tambeacutem estabelece um rela toacuter io demonstrat ivo de
metas cumpr idas bem como de t ransparecircncia dos benef iacutec ios pagos
aos par t ic ipantes Os benef iacutec ios satildeo pagos e cont ro lados pe la Caixa
Econocircmica Federa l a qua l emite re la toacuter ios mensais ident i f icando
3F o n t e
h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f am i l i a b e n e f i c i o s - e -
c o n t r a p a r t i d a s Ac e s s o em 2 2 0 6 2 0 1 0
2 9
nominalmente os benef ic iaacuter ios Esses re latoacuter ios podem se obt idos
por estado e munic iacutep io 4
Os cont ro les estabelec idos parecem adequados para que os
cont r ibu in tes possam f isca l izar e denunciar possiacuteve is f raudes O
MDS estabelece processos de f isca l izaccedilatildeo para gar ant i r
cred ib i l idade e just iccedila ao programa A pr inc ipal ferramenta
contro ladora eacute o ldquoCadast ro Uacutenico rdquo 5
Segundo o MDS a f isca l izaccedilatildeo da gestatildeo do Cadast ro Uacutenico
e do Programa Bolsa Famiacutel ia pode ser fe i ta das seguintes formas
Accedilotildees in loco e agrave d is tacircnc ia r ea l i zad as pe lo
M in is teacute r io do Desenvo lv im en to Soc ia l e Com bate
agrave Fom e MDS po r m eio da Sec re ta r ia Nac iona l de
Renda de C ida da n ia con f o rm e c r i t eacute r ios e
pa racircm et ros es tabe lec idos na Por ta r ia Senarc n ordm
1 2004
Accedilotildees desenvo l v id as pe las Ins tacircnc ias de
Con t ro le Soc ia l q ue devem acom panhar as
a t i v i dades desenvo lv idas pe lo ges to r m un ic ipa l
do Prog ram a aux i l i a ndo na de f in i ccedilatildeo de f o rm as
pa ra m e lho r a tender agraves f am iacute l i as que se
enquadram nos c r i t eacute r ios do Prog ram a inc lus ive
no que d i z r espe i to agraves Aud i to r ias e accedilotildees de
f i sca l i zaccedilatildeo rea l i za das pe las ins t i t u i ccedilotildees de
4F o n t e h t t p s w w w b e n e f i c i o s s o c ia i s c a i x a g o v b r c o n s u l t a b e n e f i c i o 0 4 0 1 0
0 - 0 0 _ 0 0 a s p Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
5 F o i c r i a d o d u r a n t e o g o v e r n o d e F e r n a n d o H e n r i q u e C a r d o s o e m 2 4 d e
o u t u b r o d e 2 0 0 1 p o r D e c r e t o d a P r e s i d ecirc n c i a d a R e p uacute b l i c a
3 0
con t ro le in te rno e ex te rno do poder ex ecu t i vo a
m a io r pa r te de las ta m beacutem com ponen tes d a R e d e
P uacute b l i c a d e F i s c a l i za ccedil atilde o d o B o l s a F a m iacute l i a
Aud i t o r ias po r m e io de anaacute l i se das bases de
dados e s i s tem as em espec ia l aque las
rea l i za das na b ase do Cad as t ro Uacuten ico que
pe rm i tem iden t i f i ca r dup l i c ida des d i ve r gecircnc ias
de in f o rm accedilatildeo de renda quando com parada com
ou t ras bases de dados do Governo Federa l
den t re ou t ras d i spon ib i l i dade de se rv iccedilos
puacuteb l i cos de sauacutede e educaccedilatildeo que pe r m i tam o
cum pr im en to das cond ic iona l idades 6
A rede puacutebl ica de f isca l izaccedilatildeo fo i cr iada em jane i ro de 2005
envo lve o Min is teacuter io Puacutebl ico a Contro lador ia Gera l da Uniatildeo e o
Tr ibunal de Contas da Uniatildeo tendo como ob je t ivo moni torar o
Programa Bolsa Famiacutel ia Foram estabelec idas responsabi l idades
para cada uma das ent idades f isca l iza doras de forma ao apropr iado
andamento do Programa Bolsa Famiacutel ia
O MDS recebe denuacutencias referentes ao Programa Bolsa
Famiacutel ia pe los seguin tes canais
Pessoa l ou ca r ta endereccedilada agrave Ouv id o r ia do
M in is teacute r io
6F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o f o r m a s - d e -
f i s c a l i za c a o Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
3 1
E -m a i l s pa ra a aacute rea de a tend im en to do Bo lsa
Fam iacute l ia
Cen t ra l de a t end im en to do Fom e Zero I ns tacircnc ias
de Con t ro le Soc ia l
Denuacutenc ias encam in hadas pe los oacute rgatildeos de
con t ro le
A Coordenaccedilatildeo -Gera l de F isca l i zaccedil atildeo do
Depar tam en to de Operaccedilatildeo da Sec re ta r ia
Nac iona l de Re nda de C idada n ia exa m ina as
denuacutenc ias re ceb ida s e de aco rdo com a
g rav idad e dos f a tos ado ta m ed idas de
f i sca l i zaccedilatildeo po r m e io de v i s i t as aos m un ic iacutep ios
ou agrave d is tacircnc ia Na m a io r pa r te os casos o MDS
encam inha as den uacutenc ias receb idas p a ra os
ges to res m un ic ipa is do PBF so l i c i t a n do que
se j am ave r i guadas
Quando a CGU rea l i za aud i to r ias nos m un ic iacutep ios
esco lh idos po r m e io de so r te ios e encon t ra a lg um
ind iacutec io de i r r egu la r i dade na im p lem en taccedilatildeo do
PBF e la encam inha os resu l tados pa ra a Senarc
Es ta po r sua vez encam inha ped idos de
ave r iguaccedilatildeo aos g es to res m un ic ipa is do PBF dos
m un ic iacutep ios aud i tados ou pa ra a Ca ixa Econocircm ica
Federa l de aco rdo com o resu l tado da a ud i to r ia
da CGU
Apoacutes a conc lusatildeo do s p rocessos de apuraccedilatildeo das
denuacutenc ias receb idas o u das aud i to r ias d a CGU a
Sec re ta r ia im p lem en ta e ou recom enda aos
ges to res m un ic ipa is e ou ao agen te oper ador do
p rog ram a ndash CAIX A ECONOcircMICA FEDER AL - a
adoccedilatildeo de m ed ida s saneadoras pa ra cada
i r r egu la r idade cons t a tada Quando eacute o caso os
resu l tados das accedilotildees de apuraccedilatildeo de denuacutenc ias
3 2
satildeo encam inhados agraves ins t i t u i ccedilotildees i n teg ra n tes d a
Rede Puacuteb l i ca de F isca l i zaccedilatildeo do Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia pa ra im p lem en t accedilatildeo de p ro v idecircn c ias no
acircm b i to de suas com pe tecircnc ias
O MDS tam beacutem encam inha aos m un ic iacutep ios os
resu l tados de aud i to r ias rea l i za das nas bases d e
dados do Cadas t ro Uacuten ico com o r ien taccedilotildees pa ra
t r a ta r os p rob lem as encon t rados7
O MDS tambeacutem publ ica dados estat iacutes t icos apontando h is toacuter ico
de descumpr imento das condic iona l idades para o to ta l Bras i l e por
estado da Federaccedilatildeo apontando quant idade de advertecircnc ias
suspensotildees e cancelamentos 8
113 Legis laccedilatildeo
Segue resumo da legis laccedilatildeo 9 associada ao Programa Bolsa
Famiacutel ia
7F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o a p u r a c a o -
d e - d e n u n c i a s Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
8F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a c o n d i c i o n a l i d a d e s h i s t o r i
c o - d a s - r e p e r c u s s o e s - p o r - d e s c u m p r im e n t o - d e - c o n d i c i o n a l i d a d e s
A c e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
9A c r o n o l o g i a d e l e g i s l a ccedil atilde o q u e s e g u e f o i s e l e c i o n a d a p r i n c i p a lm e n t e n o
p o r t a l d o M D S a s e l e ccedil atilde o n atilde o p r e t e n d e s e r c o m p l e t a c o n t u d o v i s a
p r o p o r c i o n a r r a zo aacute v e l r e f e r e n c i a l l e g a l p a r a o t e m a
3 3
1 20 10 2003 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 1 32
DE 20 DE OUT UBRO 2003
(Conver t ida na L e i n ordm 10 836 de 2 004)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
2 09 01 2004 -L EI No 1 0 836 DE 9 D E
JANEIRO DE 2004
(Regu lam en to Conve rsatildeo da MPv n ordm 132 de
2003)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
3 17 9 2004 -DECR ET O Nordm 5 209 DE 17 DE
SET EMBRO DE 200 4
A Le i n ordm 10 836 de 9 de j ane i ro de 20 04 que
c r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
4 28 12 2007 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 4 11
DE 28 DE D EZEM BR O DE 2007
D ispotildee sob re o Pro g ram a Nac iona l de I nc lusatildeo
de Jovens - P roJovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no
11 129 de 30 d e j unho de 20 05 a l t e ra a Le i no
10 836 d e 9 d e j ane i ro de 2004 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
5 10 06 2008 -L EI Nordm 11 692 DE 10 JUNHO
DE 2008
Conversatildeo da MPv n ordm 411 d i spotildee sob re o
Prog ram a Nac iona l d e Inc lusatildeo de Joven s - P ro
j ovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no 11 12 9 de 30 de
j unho de 2005 a l t e r a a L e i no10 83 6 d e 9 d e
j ane i ro de 2004 r evoga d ispos i t i vos das Le is nos
9 608 de 18 d e f eve re i r o de 1998 10 7 4 8 de 22
de ou tub ro de 200 3 10 940 de 27 de ag os to de
2004 11 129 de 30 de j unho de 2005 e 11 180
3 4
de 23 de se tem bro de 2005 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
6 26 6 2008 -DECR ET O Nordm 6 491 DE 26 DE
JUNHO DE 2008
Daacute nova redaccedilatildeo ao a r t 19 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
7 16 4 2009 -DECR ET O Nordm 6 824 DE 16 DE
ABRIL DE 2009
A l te ra o capu t do a r t 18 do Dec re to n o 5 209 de
17 de se tem bro de 2004 a tua l i zando os va lo res
re f e renc ia is pa ra ca rac te r i zaccedilatildeo das s i t uaccedilotildees
de pobre za e ex t rem a pobreza no acircm b i to do
Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia p rev is t os no a r t 2o sectsect
2o e 3
o da Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de
2004
8 30 7 2009 -DECR ET O Nordm 6 917 DE 30 DE
JULHO DE 2009
A l te ra os a r t s 18 19 e 28 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
1 14 Transferecircncia de Renda
Podemos af i rmar que o Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma forma
ef ic iente de t ransfer i r renda dest ina -se a a tender famiacutel ias pobres e
3 5
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e baacutes ico garant i r a l imentaccedilatilde o e
oportun idade de acesso educaccedilatildeo e agrave sauacutede Podemos considerar
que sua ef ic iecircnc ia res ide no fato de cred i tar o recurso f inancei ro
em moeda corrente d i retamente ao benef ic iaacuter io sem qualquer
in termediaccedilatildeo e este por sua vez pode dest inar esse recurso para o
consumo de bens e serviccedilos que rea lmente necessi te No Programa
Bolsa Famiacutel ia a movimentaccedilatildeo de recursos eacute fe i ta d i retamente ao
carente sem qualquer t ipo de interferecircncia porque os benef ic iaacuter ios
tecircm que estar regis t rados no Cadast ro Uacutenico e devem cumpr i r as
condic iona l idades estabelec idas Os benef iacutec ios tem caraacuteter
temporaacuter io uma vez que o benef ic iaacuter io adquira condiccedilotildees saudaacuteveis
de sobrevivecircncia o benef iacutec io cessa haacute ferramentas cont ro la doras
para que isso aconteccedila
Transferecircncias de renda agraves camadas mais pobres visam
garant i r que os favorec idos tenham acesso a serviccedilo s baacutesicos e
essencia is Em outubro de 2011 o Min isteacuter io do Desenvolvimento
Socia l ind ica que haacute atendimento agrave 13171810 famiacutel ias o que
segundo o proacuteprio MDS s ign i f ica a tendimento a 10136 das
famiacutel ias consideradas pobres segundo perf i l do Programa Bolsa
Famiacutel ia (PNAD 2006) Sem sombra de duacutevida esses dados ind icam
que o Bras i l daacute um dos maiores passos em d i reccedilatildeo agrave e l iminaccedilatildeo da
desigualdade 10
10
F o n t e h t t p a p l i c a c o e s m d s g o v b r s a g i R I v 3 g e r a l i n d e x p h p A c e s s o e m 1 2 1 2 2 0 1 1
3 6
O Brasi l como membro da ONU f i rmou compromisso no ano
2000 a cumpr i r os ob je t ivos de desenvolvimento do mi lecircn io
comprometeu-se em cumpr i r as Metas do Mi lecircn io que dentre e les
inc lu i a reduccedilatildeo da ext rema pobreza e da fome ateacute 2015 Oi to satildeo
as chamadas ldquoMetas do Mi lecircn iordquo 11
Acabar com a f om e e a m iseacute r ia
Garan t i r educaccedilatildeo baacutes ica e de qua l i dade p a ra
todos
I gua ldad e en t re sexos e va lo r i zaccedilatildeo da m u lhe r
Redu z i r a m or ta l i dad e in f an t i l
Me lho ra r a sauacutede das ges tan tes
Com ba te r a A IDS a m a laacute r ia e ou t ras doenccedilas
Qua l idade de v ida e r espe i to ao m e io am b ien t e
T odo m undo t r aba lhando pe lo desenvo lv im en to
O Programa Bolsa Famiacutel ia estaacute em l inha com os ob je t ivos
ac ima e o invest imento maciccedilo em Assis tecircnc ia Socia l como um todo
eacute o esforccedilo para o cumpr imento das meta s Os dados cont idos na
Le i Orccedilamentaacuter ia Anual pub l icada no Porta l do Orccedilamento do
Senado demonstram efet ivo aumento na a locaccedilatildeo de r ecursos para
Assis tecircnc ia Socia l Nesse quesi to destacam-se massivos recursos
ao Programa Bolsa Famiacutel ia
11 h t t p d e s a f i o s 2 i p e a g o v b r s i t e s 0 0 0 1 7 e d i c o e s 3 8 p d f s r d 3 8 n o t 0 4 p d f A c e s s o e m
1 0 1 1 2 0 1 1
3 7
O graacutef ico seguin te nos daacute um quadro do montante dest inado agrave
ass is tecircnc ia soc ia l bem como os va lores designados ao Programa
Bolsa Famiacutel ia Os recursos dest inados agrave Assis tecircnc ia Socia l a
preccedilos de 2011 cresceram de R$ 213 b i lhotildees em 2004 para R$
419 b i lhotildees em 2011 um crescimento rea l de 106 ao ano
s ina l izando de forma contundente o empenho bras i le iro em e l iminar
as desigualdades O programa Bolsa Famiacutel ia que representa 33
do orccedilamento para Assis tecircnc ia Socia l em 2011 cresceu de 74
b i lhotildees em 2004 para cerca de 14 b i lhotildees em 2011 com
cresc imento rea l de 96 ao ano12
O graacutef ico 3 ad iante ind ica a tendecircncia dos va lores a locados agrave
ass is tecircnc ia soc ia l inc lu indo o Programa Bolsa Famiacutel ia
12 V a l o r e s a j u s t a d o s p e l o D e f l a t o r d o P r o d u t o I n t e r n o B r u t o
F o n t e I BG E httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto - Acesso em 1042011
3 8
Graacutef ico 3 A locaccedilatildeo de Recursos p Ass is tecircnc ia Socia l 13
Fonte LOA ndash Le i de Orccedilamento Anual ndash
h t tp www9senadogovbr porta l pagepor ta l orcamento_senado_Po
rta lOrcamento Acesso em 129 2011
13 Ajustado pelo deflator do PIB -
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-
interno-bruto Acesso em 13102011
3 9
12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
1 21 Impacto na Economia
O desenho do Programa Bolsa Famiacutel ia faz com que ha ja
benef iacutec ios econocircmicos geraccedilatildeo de r iqueza e auto sustentaccedilatildeo
a leacutem de progressos soc ia is importantes
Quanto agrave geraccedilatildeo de r iqueza e la ocorre pr inc ipa lmente
devido ao efe i to mul t ip l icador do Programa Bolsa Famiacutel ia que eacute a l to
porque haacute t ransferecircncia de renda para as camadas mais pobres da
populaccedilatildeo Boa par te da populaccedilatildeo que anter iormente ao Programa
Bolsa Famiacutel ia v iv iam na ind igecircncia e natildeo eram consumidores
passaram a secirc - lo apoacutes o recebimento dos benef iacutec ios f ina ncei ros O
c idadatildeo que prat icamente nada possuiacutea passou a s i tuaccedilatildeo de
consumidor cr iando uma procura de bens e serviccedilos e promovendo
o gi ro da economia pr inc ipa lmente nos munic iacutep ios mais carentes
Estudos ind icam que a expansatildeo dos benef iacutec ios pagos em 20 05 e
2006 R$ 18 b i lhatildeo resu l tou em cresc imento ad ic iona l do PIB de
R$ 431 b i lhotildees com rece i tas ad ic iona is de impostos de R$ 126
b i lhotildees 70 maior que os benef iacutec ios pagos em 2006 de R$ 75
b i lhotildees Essas est imat ivas constam de estudo dos economistas
4 0
Naeacuterc io Aquino Menezes Fi lho coordenador do Centro de Pol iacute t icas
Puacutebl icas (CPP) do Inst i tu to de Ensino e Pesquisa ( Insper) ant igo
Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henr ique Landim Junio r a luno da
graduaccedilatildeo do INSPER 14
O efe i to mul t ip l icador do PBF eacute a l to porq ue insere no
mercado uma populaccedilatildeo carente com poucas condiccedilotildees para poupar
v indo a u t i l izar como consumo prat icamente todo o seu benef iacutec io e
indo a leacutem po is adquire acesso ao creacuted i to o que poss ib i l i ta cons umir
mais do que recebeu O Precircmio Nobel de economia Paul A
Samuelson em seu l ivro ldquo In t roduccedilatildeo agrave Anaacutel ise Econocircmicardquo (p 314
tomo I 1966) exempl i f ica o ldquomult ip l icadorrdquo que just i f ica a
sustentab i l idade do Programa Bolsa Famiacutel ia (Anexo K)
O benef ic iaacuter io do Programa Bolsa Famiacutel ia sat isfaz suas
necessidades baacutesicas e tambeacutem se torna consumidor de bens e
serviccedilos part icu larmente aos associados agrave educaccedilatildeo e sauacutede
Ta lvez educaccedilatildeo e sauacutede natildeo fossem pr ior idades desse novo
c idadatildeo consumidor contudo as condic iona l idades do Programa
Bolsa Famiacutel ia pra t icamente o impulsionam a esse t ipo de consumo
Por out ro lado o aumento da demanda por educaccedilatildeo e sauacutede forccedila
a necessidade de aumento de invest imentos nessas aacutereas
14
F o n t e s O E S T A D O D E S Atilde O P A U L O 1 6 1 0 2 0 0 9 ndash E s t u d o O s E f e i t o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a s o b r e a E c o n o m i a d o s M u n i c iacute p i o s B r a s i l e i r o s ndash L a n d i m e
M e n e z e s ndash a g o s t o d e 2 0 0 9 ( A n e x o F )
4 1
pr inc ipa lmente por par te do poder puacutebl ico Na rea l idade isso estaacute
ocorrendo os invest imentos em educaccedilatildeo cresceram de 39 do
PIB em 2004 a 47 do PIB em 2008 Cerca de R$ 140 b i lhotildees
foram invest idos em 2008 va lor a inda considerado por mui tos
aqueacutem das necessidades Segundo not ic iaacuter io do jorna l O Globo a
recomendaccedilatildeo do UNICEF eacute 8 do PIB o que s ign i f ica a lgo em
torno de R$ 300 b i lhotildees 15 Esse assunto seraacute t ra tado mais ad iante
neste t raba lho
O ref lexo do aumento de invest imento em educaccedilatildeo tende a
repercut i r pos i t ivamente na taxa de analfabet ismo Nota -se que no
grupo de pessoas com 10 anos ou mais a taxa de analfabet ismo
ca iu de 106 em 2004 para 91 e m 2007 provavelmente uma
tendecircncia inerc ia l ta lvez com a lguma sustentaccedilatildeo das
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia
O quesi to sauacutede uma das condic iona l idades importantes do
Programa Bolsa famiacutel ia tambeacutem apresenta substancia l melhor ia por
exemplo a taxa de morta l idade infant i l ca iu de 226 mortes por 1000
nascidos vivos em 2004 para 176 mortes por 1000 nascidos vivos
em 2008 (Graacutef ico 2)
15 Fonte O Globo-1632010 agraves 1225-
httpogloboglobocomeducacaomat20100316investimento-em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-sociais-consideram-valor-baixo-916073723asp
4 2
122 Acesso ao Creacuted i to
Embora pareccedila uma d igressatildeo d ist inta do tema aqui em
anaacutel ise e em uma consideraccedilatildeo pre l iminar possa parecer que o
acesso ao creacutedi to em part icu lar at raveacutes do concei to de
microcreacuted ito se ja a lgo i r re levante para o tema Invest imento
Socia l va le anal isar a sua re laccedilatildeo com o Programa Bolsa Famiacutel ia
em termos de sustentab i l idade
Notor iamente o Programa Bolsa Famiacutel ia fomenta com seus
benef iacutec ios e condic iona l idades o desenvolvimento de
oportun idades de negoacutecios em gera l e como consequecircncia a
geraccedilatildeo de empregos Uma boa parce la dos benef ic iados d i re tos
do Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez natildeo se tornem empreendedores
provavelmente vi ratildeo a ser un icamente consumidores de bens e
serviccedilos Seus f i lhos por sua vez devido agrave oportun idade de
educaccedilatildeo teratildeo maiores chances de se tornarem prof iss iona is ou
mesmo empreendedores A demanda gerada fomentaraacute out ros
negoacutecios lanccedilados por pessoas ou ent idades da l ivre in ic iat iva que
natildeo se benef ic iam d i retamente do PBF detentore s de vocaccedilatildeo
empreendedora ou efe t ivamente empreendedores vecircm a demandar
creacuted i to As ent idades bancaacuter ias t rad ic iona is na sua maior ia natildeo
estatildeo apare lhadas para supr i r f inanciamento ao pequeno negoacutecio
4 3
o que t rad ic iona lmente forccedila aos in teressados a procura de fontes
a l ternat ivas com imensas e quase in t ransponiacuteve is d i f icu ldades
Um novo n icho de mercado que ve io a surgi r encontra -se em
p leno progresso e eacute amplamente incent ivado como parte das
po l iacute t icas puacutebl icas bras i le i ras eacute chamado de microcreacuted i to Este t ipo
de atendimento ao pequeno empreendedor natildeo eacute uma inovaccedilatildeo
bras i le i ra jaacute exis te a micro f inanciadora que supre microcreacuted i to agraves
pessoas carentes Esse esquema de f inanciamento in ic iou com
Organizaccedilotildees Natildeo Governamenta is (Ongs) e a lguns bancos como
Bank Rakyat ( Indoneacutesia) Grameen Bank (Ba ngladesh) Kenyan
Rura l In terpr ise Programme (Kenya) Banco Sol (Bo l iacutev ia) e out ros
Essas ent idades focaram seus negoacutecios em pequenos empreacutest imos
como miacuten ima ou mesmo sem garant ias ju ros de mercado
cur t iacutess imo prazo a empreendedores gera lmente pobres com d i f iacutec i l
ou nu la poss ib i l i dade de acesso aos f inanciamentos t rad ic iona is e
conclu iacuteram que essa at iv idade eacute rentaacuteve l e resu l ta em
s ign i f icat ivos benef iacutec ios soc ia is
A pr imeira ent idade f inancei ra a oferecer o microcreacuted ito fo i o
Grameen Bank O seu fundador fo i o Professor Muhammad Yunus
que recebeu o premio Nobel da Paz de 2006 por seus esforccedilos em
promover o desenvolvimento soc ia l das c lasses desfavorec idas No
Grameen Bank o microcreacuted ito eacute d i r ig ido ao atendimento exc lus ivo
do pequeno negoacutecio e eacute considerado inst rumento de inc lusatildeo
4 4
econocircmica e soc ia l Fomenta micro empreendimentos gera
ocupaccedilatildeo emprego e renda possu i burocrac ia reduzida o que
fac i l i ta sobremaneira o acesso por par te do pequeno invest idor
Haacute exemplos in teressantes e bem sucedidos como o
microcreacuted ito da Caixa Econocircmica Federa l d i rec ionado a
empreendedores formais bem como os informais para aquis iccedilatildeo de
equipamentos mateacuter ia -pr ima cap ita l de gi ro ou para a melhora da
inf raest ru tura do negoacutecio O va lo r miacuten imo eacute de R$ 250 e maacuteximo
de R$ 15 mi l o prazo estabelec ido para l iqu idaccedilatildeo do empreacutest imo
eacute de 24 meses sem oferta de carecircncia Em marccedilo de 2011 a taxa
de juros prat icada pe la CEF era de 39 ao mecircs mais encargos
( IOFtaxas para aprovaccedilatildeo de creacuted i to e tc )
Tambeacutem se destaca da mesma forma a oferta do BNDES que
d ispotildee creacuted ito ao microempreendedor v isando atende r pessoas
f iacutes icas e jur iacuted icas com empreendimentos de at iv idade produt iva de
pequeno porte Considera como ta l ent idades com rece ita bruta
infer ior a R$ 240 mi l O BNDES estabeleceu inf raest ru tura
especiacutef ica para essa oferta de creacuted i to cr iou agentes repassadores
d is t r ibuiacutedos pe lo paiacutes em marccedilo de 2011 o s i te do BNDES l is ta 39
ent idades repassadoras O va lor de f inanciamento l im ita -se a R$
15000 por c l iente Em marccedilo de 2011 o BNDES prat icava 4 de
juros mensais para o empreacutest imo inc lu indo encargos bancaacuter ios
4 5
O microcreacuted i to como po l iacute t ica puacutebl ica para a inc lusatildeo soc ia l
ao que se nota eacute a t rat ivo do ponto de vis ta f inancei ro po is tambeacutem
chama a a tenccedilatildeo natildeo soacute de ent idades nacionais mas tambeacutem de
ent idades f inancei ras in ternacionais Recentemente o Grameen
Bank (Bangladesh) anunciou que in ic iaraacute operaccedilotildees no Bras i l Na
rea l idade o grupo f inancei ro Grameen jaacute estaacute estudando as
a l ternat ivas haacute dois anos O p lano de negoacutecios do Grameen Group
pretende conceder empreacutest imos em meacutedia de US$ 200 a juros
anuais var iando ent re 20 a 25 16 Semanalmente o tomador de
empreacutest imo deve prestar contas de suas at iv idades pagar juros e
d i rec ionar out ro pedaccedilo para a poupanccedila (Va lor Econocircmico ndash
142 2011 ndash jo rna l is ta Ana Paula Ragazzi )
Em recente not ic iaacuter io (O Estado de Satildeo Paulo -152 2011)
consta que o Banco Santander f i rmou parcer ia com Banco Grameen
Trust de Bangladesh para lanccedilar programa de microcreacuted i to no
Bras i l em 2012 O Santander p lane ja invest i r US$ 6 m i lhotildees para a
chegada do Grameen ao Paiacutes Segundo o mesmo not ic iaacuter io o banco
Santander opera com microcreacuted i to no Bras i l haacute o i to anos A
operaccedilatildeo do banco comeccedilou com um programa p i lo to na comunidade
de Hel ioacutepo l is em Satildeo Paulo Desde entatildeo jaacute atendeu mai s de 200
mi l pequenos empreendedores O tota l de des embolsos a lcanccedila R$
16
S oacute pa r a n os s i t ua rm os i s t o s i g n i f i ca 1 5 a 1 9 m e nsa i s b em m en o re s qu e as
t a xa s p r a t i ca da s po r ba nc os dom eacutes t i co s em 20 1 1
4 6
800 mi lhotildees Segundo comunicado do banco a exper iecircnc ia eacute
considerada sat isfa toacuter ia po is o pagamento em d ia chega a 97 a
perda eacute de somente 05 e 65 dos c l ientes renovam os
empreacutest imos a f im de expandir seus negoacutecios (O Estado de Satildeo
Paulo - 152 2011- agecircncia Estado) 17
17 F o n t e s D e m o c r a t i z a ccedil atilde o d o c r eacute d i t o n o B r a s i l a t u a ccedil atilde o d o B a n c o C e n t r a l
ALVES Seacuterg io DS e SOARES Marden M - Banco Centra l do Bras i l Jornal Valor
Econocircmico ndash 1422011 ndash Jornal is ta Ana Paula Ragazzi
h t tp wwwvaloronl inecombr impresso f inancas 10438409 4grameen-o-banco-dos-
pobres- in ic iara-operacoes-no-bras i l Acesso em 1132011
O Estado de Satildeo Paulo - Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedi to no Bras i l ndash
1522011
h t tp economiaestadaocombr not ic ias not_55110htm Acesso em 1132011
h t t p w w w b n d e s g o v b r S i t e B N D E S b n d e s b n d e s _ p t N a v e g a c a o _ S u p l e m e n t a r P e r
f i l M i c r o _ P e q u e n a _ e _ M e d i a _ E m p r e s a _ e _ P e s s o a _ F i s i c a A c e s s o e m 0 7 0 9 2 0 1 1
h t tp wwwsc ie lo br sc ie lo phppid=S1415 -65552009000500005ampscr ip t=sc i_ar t text
Acesso em 9 3 2011
4 7
2 QUALIDADE DE V IDA E DA EDUCACcedil AtildeO BRASILEIRA
21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA
2 12 Porque El iminar as Desigualdades
Sobre as desigualdades W il l iam F S chulz (2001) d i re tor
execut ivo da organizaccedilatildeo ldquoAnist ia In ternacional rdquo em seu l ivro ldquo In
our own best interest rdquo (Em nosso proacutepr io in teresse) logo na
in t roduccedilatildeo descreve resposta a um quest ionamento durante uma
entrevis ta para a ldquoKnoxvi l le Nat iona l Publ ic Radio Stat ionrdquo no
estado do Tennessee ndash Estados Unidos Schulz fa lava sobre suas
exper iecircnc ias em loca is com o Burma (Myanmar) Boacutesnia China
Chiapas (Meacutexico) campos de refugiados no Congo bruta l idade
po l ic ia l em Nova Iorque etc ateacute que o ent r evis tador argu iu o
ent revis tado nos seguintes termos
Eu tenh o ce r te za q ue todos noacutes concordam os que
es tes t i pos de v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos satildeo
m ora lm en te repugnan tes Mas se eu q ue m a l
posso m e m an te r v i vendo no les te do T ennessee
sem pre preocupado se hav e raacute d inhe i ro su f i c ien te
4 8
pa ra que m eus f i l hos tenham um a educaccedilatildeo
decen te ou se po dere i pagar p o r um a casa m a io r
que d i f e renccedila f az a m im aque les abusos
( v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos) oco r rendo em
luga res tatildeo d is tan tes de onde eu v i vo18
Resumindo o ent revis tador perguntou a W il l ian Schulz ldquoo que
eu tenho a ver com issordquo Segundo o autor este t ipo de
quest ionamento era in teressante e importante e permi t iu o
desenvolvimento de uma resposta ext remamente loacutegica seguindo a
mesma l inha do inter locutor
Quando o f i l ho de ssa pessoa (do les te do
Tennessee) eacute um mi l i ta r que pode raacute se rv i r no
Ha i t i o u na Boacutesn ia essa pessoa ce r tam en te tem
m u i to a cons ide ra r sob re respe i to aos d i r e i t os
hum anos Ou tem um pos to de t r aba lh o q ue pod e
se r e l im inado po rqu e as em presas am er icanas
satildeo a t ra iacutedas pe los ba ixos sa laacute r ios pa gos em
pa iacuteses que abu sam dos d i r e i t os dos
t r aba lhadores ce r tam en te tem m u i to a cons ide ra r
sob re o respe i to aos d i r e i t os hum anos Ou es taacute
p reocupada com o tem a das d rogas e d escobre
que as a rm as env ia das pa ra lu ta r na g uer ra do
na rco t raacute f i co co lom b iano satildeo desv iada s pa ra
m a ta r gen te inocen te essa pessoa pode s im
cons ide ra r se r iam ente sob re o respe i to aos
d i r e i t os hum anos Se vocecirc f az inves t im en to nas
18
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
4 9
bo lsas de accedilotildees in te rnac iona is ou se pe r tence a
um p lano de pensatilde o que o f a z eacute m e lho r que
ac red i te que os d i r e i t os hum anos tecircm m u i to a ve r
com vocecirc 19
A resposta dada por Schulz ao seu inter locutor certamente
um jorna l ista amer icano natildeo muito preocupado com prob lemas
soc ia is d istantes de seu campo de atuaccedilatildeo encontra certa analogia
na co locaccedilatildeo de Al Gore ex -vice-pres idente amer icano (2001 -2003)
e Precircmio Nobel da Paz (2007) no f i lme ldquoUma Verdade
Inconvenienterdquo (2007) sobre assuntos ambienta is af i rma que a
maneira mais ef ic iente de incent ivar e conseguir apoio no assunto
preservaccedilatildeo do meio ambiente eacute u t i l izar as m esmas armas do
cap ita l ismo Cita como exemplo o lanccedilamento dos cer t i f icados de
sequest ro de carbono os quais seratildeo ext remamente efe t ivos para a
qual idade ambienta l po is a t ingem d i retamente as f inanccedil as das
ent idades po lu idoras v indo a cont ro lar empreendimentos com
sustentab i l idade quest ionaacutevel
O Brasi l natildeo sof re o mart iacute r io imposto aos c idadatildeos por
governantes deacutespotas e sanguinaacuterios con tudo haacute uma s i tuaccedilatildeo
endecircmica de desigualdade soc ia l Um dos agravantes da
desigualdade eacute a migraccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutereas menos
favorec idas para as metroacutepoles onde exis te maior poss ib i l idade de
19
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
5 0
emprego Como a migraccedilatildeo ocorre de forma a leatoacuter ia haacute na
rea l idade uma dupl icaccedilatildeo de prob lemas a aacuterea pobre eacute
descapi ta l izada seus c idadatildeos ent ram em decadecircncia e as aacutereas
metropol i tanas recebem um f luxo maior do que suas necessidades
agravando as condiccedilotildees de sobrevivecircncia Na rea l idade nas aacutereas
metropol i tanas natildeo haacute lugar para todos os migrantes se acumulam
em fave las e cor t iccedilos gera lmente em condiccedilotildees subumanas
aumentando a inda mais a des igualdade
O cresc imento econocircmico observado no Bras i l nas uacutel t imas
deacutecadas e os invest imentos em programas soc ia is em part icu lar o
Programa Bolsa Famiacutel ia permit iu levar o desenvolvimento para
aacutereas carentes como Norte e Nordeste Recente ar t igo no Jorna l O
Estado de Satildeo Paulo (19102010) anal isa o estudo fe i to por F laacutevio
Romatildeo da LCA Consultores
Um dos aspec tos m a is r e levan te s do
desenvo l v im en to econocircm ico recen te do B ras i l eacute
a r educcedilatildeo do f l uxo m ig ra toacute r io do Nordes te pa ra
o Sudes te I s so em pa r te se deve a p rog ram as
soc ia is com o o Bo ls a Fam iacute l ia que sem duacutev id a
r e teacutem pessoas em seus m un ic iacutep ios de or igem
Mas o p r inc ipa l f a to r r esponsaacuteve l pe las
dec isotildees de m i lha res de pessoas de
pe rm anecer na reg iatildeo eacute a ge raccedilatildeo d e em pregos
no Nordes te com o m os t ra es tudo f e i t o pe lo
econom is ta Faacuteb io R om atildeo d a LC A Co nsu l to res
c resc im en to
5 1
O art igo enfat iza e just i f ica que o cresc imento eacute sustentaacuteve l
e perene e co loca os seguintes termos
A m ig raccedilatildeo do Nordes te pa ra o Sudes te
d im inu iu s ign i f i ca t i vam en te En t re 1992 e 2002
o Nordes te pe rdeu 1 5 de sua popu laccedilatilde o po r
ano pa ra o Sudes te Jaacute de 2002 a 2007 a taxa
anua l ca iu pa ra 0 98 e em 2008 e 200 9 natildeo
passou de 0 85 E natildeo satildeo pouc os os
no rdes t inos que m ig ra ram para os g randes
cen t ros do Pa iacutes e es tatildeo re to rnando a seus
Es tados na ta is Haacute razatilde o pa ra i s so um a ve z
que de aco rdo co m o Cadas t ro Gera l de
Em pregados e Desem pregados as uacuten icas
reg iotildees que reg is t r a ram aum en to do emprego
f o rm a l de 2008 pa ra 2009 f o ram a Nor te (40)
e a Nordes te (12)
Evidencia -se portanto que a expansatildeo econocircmica do paiacutes
natildeo eacute um fenocircmeno loca l izado mas vem se espra iando Essa
evo luccedilatildeo cont r ibu i cer tamente para a reduccedilatildeo de desequi l iacutebr ios
regionais de desenvolvimento ta lvez o mais grave prob lema
nacional Em c ic los anter iores de expansatildeo esse descompasso se
acentuou uma vez que os maiores po los indus t r ia is do paiacutes
loca l izam-se no Sudeste onde tambeacutem se s i tuam os maiores
mercados Programas dest inados a corr ig i r essa d istorccedilatildeo por meio
da concessatildeo de incent ivos f isca is t iveram a lgum efe i to mas mui to
menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia
5 2
nordest ina pe lo aumento da renda e pe los efe i tos mul t ip l icadores
de invest imentos na aacuterea de tur ismo e na inf raest r utura como os
que vecircm sendo fe i tos no Porto de Suape em Pernambuco e na
Ferrovia Transnordest ina 20
Como constatam os comerc iantes loca is e as empresas de
vare jo de massa que expandem suas redes pe la regiatildeo o mercado
consumidor do Nordeste teve um cresc imento ineacuted i to ldquoSegundo o
economista Romatildeo (2010) o cresc imento sustentado da economia
gerou aumento da formal izaccedilatildeo do emprego no Nordeste e ganho
rea l do sa laacuter io miacuten imo que indexa quase a metade dos sa laacuter ios
dos t raba lhadores bem como a desaceleraccedilatildeo do f luxo migratoacuter iordquo
(Anexo I )
Os empresaacuter ios provavelmente sem ter conhecimento das
co locaccedilotildees de Schulz jaacute perceberam que a desigualdade natildeo eacute
beneacutef ica e estatildeo se movimentando no sent ido de encontrar
so luccedilotildees a f im de min imizar ou mesmo e l iminar as desigualdades
Em recente reportagem (Anexo G) o jorna l ldquoThe New York Times rdquo
d iscorre sobre os negoacutecios do b i l ionaacuter io ind iano Vinod Khosla co -
fundador da Sun Mycrosystems Khosla eacute um dos homens mais
r icos do mundo
20
C o b r i r aacute 1 7 2 8 k m d e f e r r o v i a l i g a n d o E l i s e u M a r t i n s ( P I ) a o s p o r t o s d e S U A P E
( P E ) e P e c eacute m ( C E ) c o m p r e v i s atilde o d e e n t r a d a e m o p e r a ccedil atilde o e m 2 0 1 3
5 3
Khosla reso lveu invest i r n a SKS Microf inance uma empresa
f inancei ra que faz empreacutest imos agraves mulheres pobres na Iacutend ia
Segundo o ar t igo a SKS abr iu seu cap ita l e lanccedilou accedilotildees na Bolsa
de va lores de Bombaim O que ocorreu eacute que a for tuna de Khosla
aumentou em 117 mi lhotildees de doacute lares O empresaacuter io promete que
esse lucro todo seraacute ap l icado em out ros empreendimentos que
lu tam pela reduccedilatildeo da pobreza
O p lano do b i l ionaacuter io Khosla eacute in ic iar um fundo de cap ita l
com uma car te i ra de invest imentos que foca l ize accedilotildees dos pobres
da Iacutend ia Aacutef r ica e out ros loca is e promovam serviccedilos com sauacutede
energia e educaccedilatildeo
Khosla defende empreendimentos par t icu larmente
f inancei ros d i rec ionados agrave educaccedilatildeo ou d istr ibu iccedilatildeo de
equ ipamentos geradores de energia so lar para consumidores
pobres E le defende a ide ia de que a cr iaccedilatildeo de empreendimentos
sustentaacuteve is podem melhor a judar aos menos favorec idos do que a
maior ia das organizaccedilotildees f i lant roacutep icas natildeo lucrat ivas Para Khosla
natildeo haacute d inhe i ro suf ic iente para melhorar as condiccedilotildees de
desigualdade at raveacutes de accedilotildees humani taacuter ia s
Natildeo eacute soacute Khosla que estaacute seguindo esse caminho out ros
empreendedores do mesmo ca l ibre como Pierre Omidyar co -
fundador da E-bay e Stephen M Case co -fundador da
5 4
AmericaOnl ine jaacute in ic iaram fundos de invest imentos com os
mesmos ob je t ivos do idea l izado s por V Khosla
Khosla af i rma que pessoalmente eacute negat ivo sobre a maior ia
das ONGs natildeo no que d iz respei to agraves in tenccedilotildees mas s im no
aspecto efet iv idade Enfat iza que empreendimentos de cunho soc ia l
satildeo mais efet ivos porque cr iam novos postos de t raba lho e oferecem
condiccedilotildees de cresc imento (Anexo J)
2 13 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano - ( IDH)
Um dos pr inc ipa is termocircmetros ut i l izados atua lmente pe las
Naccedilotildees Unidas (PNUD em portuguecircs ou UNDP em inglecircs) eacute o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano O IDH (HD I em inglecircs) fo i idea l izado
pe los economistas Amartya Sen (Nobel de economia em 1998) e
Mahbub u l Haq (1934 -1998) e adotado a par t i r de 1993 como medida
do bem estar humano O IDH eacute ca lcu lado em funccedilatildeo de t recircs
importantes fa tores para o desenvolvimento do ser humano
longevidade educaccedilatildeo e renda nacional per cap i ta
5 5
A longevidade eacute def in ida tomando -se em conta a expectat iva
meacutedia de vida ao nascer a educaccedilatildeo 21 inc lu i a meacutedia de
esco lar idade em nuacutemero de anos de pessoas ac ima de 25 anos
somada agrave expectat iva de esco lar idade de estudantes ao a lcanccedilarem
a idade de ingresso na esco la a teacute f ina l de suas vidas a renda
nacional per cap i ta considera va lores a justados a f im de ref le t i rem
equal izaccedilatildeo de par idade de poder de compra ( PPP abreviaccedilatildeo em
inglecircs para ldquopar i ty power of purchase rdquo ) dos paiacuteses em US doacute lares ao
dos Estados Unidos
O PNUD contro la e publ ica o IDH para 187 paiacuteses sendo que
c lass i f ica os paiacuteses em quatro categor ias ldquocom desenvolvimento
humano mui to a l tordquo IDH ac ima de 090 ldquocom a l to desenvolviment o
humanordquo com IDH ac ima de 080 ldquomeacutedio desenvolvimento humanordquo
IDH ac ima de 050 e ldquoba ixo desenvolvimento humanordquo IDH abaixo
de 050 Segundo o re latoacuter io de 2011 o Bras i l ocupa a 84ordf pos iccedilatildeo
em 2011 com um iacutend ice de 0718 bem abaixo do pr imeiro co l ocado
a Noruega com 0929 A posiccedilatildeo bras i le i ra tambeacutem f ica abaixo da
meacutedia regional que eacute de 0731 para a Ameacuter ica Lat ina e Car ibe
21
E s t e c o n c e i t o c o n s i d e r a n d o e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e f o i a d o t a d o a p a r t i r d e
2 0 1 0 a m e t o d o l o g i a a n t e r i o r c o n s i d e r a v a t a x a s d e a n a l f a b e t i s m o t a m b eacute m a d o t o u -
s e m eacute d i a g e o m eacute t r i c a e m l u g a r d a m eacute d i a a r i t m eacute t i c a
5 6
0665
0692 0695 07 0705 07080715 0718
062
064
066
068
07
072
074
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
IDH DO BRASIL
Graacutef ico 4 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano
Fonte PNUD
ht tp hdrundporgenstat is t icshd i Acesso em 03112011
Prat icamente os paracircmetros que def inem o I DH bras i le i ro
pos ic ionam o Bras i l em desvantagem aos demais paiacuteses da regiatildeo
As anaacute l ises de cada componente do IDH ca lcu lado para o Bras i l
seguem adiante In ic ia lmente tomemos a d imensatildeo educaccedilatildeo
5 7
MEacuteDIA DE ESCOLARIDADE DO BRASILEIRO
(N ⁰ D E A N OS )
G raacute f i co 5 Meacuted ia de Esco la r idade do Bras i le i ro
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l
Acesso em 11 4 2012
O ind icador de esco lar idade meacutedia da populaccedilatildeo (graacutef ico 5)
most ra cresc imento mas o preocupante eacute que ta lvez o cresc imento
natildeo se sustente a est ru tura dos meios de ensino insta lados ta lvez
natildeo garantam o aumento de esco lar idade futura po is haacute queda no
quesi to expectat iva de esco lar idade das cr ianccedilas (graacutef ico 6) A
qual idade da educaccedilatildeo bras i le i ra seraacute abordada em toacutep ico exc lus ivo
mais ad iante
A me todo log ia ado tada em 2 010 mudou o caacute lcu lo da
d imensatildeo educaccedilatildeo v indo a ado ta r como pa racircmet ros a
esco la r idade dos c idadatildeos S egue anaacute l i se sob re o caacute lcu lo da
ldquoExpecta t i va de Esco la r idade rdquo
5 8
De aco rdo com no ta teacutecn ica de apo io ao lanccedilamento do
re la toacute r io de desenvo lv imento humano 2010 ldquoO Novo IDH rdquo 22 o
PNUD ca lcu la a expecta t i va de anos de esco la r idade em funccedilatildeo
das ma t r iacutecu las em todos os n iacuteve is de educaccedilatildeo fundamenta l
meacuted io e te rc iaacute r ia (poacutes -ens ino meacuted io ) Pa ra ca lcu la r a d imensatildeo
educaccedilatildeo que compotildee as va r iaacuteve is do IDH compara a expecta t i va
do pa iacutes com a ma io r esco la r idade obse rvada na l i s ta dos pa iacuteses
con t ro lados A expecta t i va de anos de esco la r idade nas
pub l icaccedilotildees eacute l im i tada a um maacutex imo de 18 anos
Uma anaacute l i se in forma l nos pe rmi te tes ta r a qua l idade do
dado apresen tado de 13 8 anos pa ra a expecta t i va esco la r
b ras i le i ra Cons ide rando uma taxa de repe tecircnc ia meacuted ia ao redo r
de 19 23 o dado b ru to ext rapo lado resu l ta raacute em 17 anos o que
es taacute bem p roacutex imo d a esco la r idade nom ina l o fe rec ida no B ras i l e
ma is p roacutex imo agrave esco la r idade o fe r ec ida pe los pa iacuteses de ten to res da
exce lecircnc ia em IDH
22 Nota Teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano 2010 ldquoA Verdadeira Riqueza das Naccedilotildeesrdquo h t tp hd rundpo rg en med ia HDR_2010_PT_TechNotes_ rep r in t pd f
acesso em 10 4 2012 23
Nota teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de desenvolvimento Humano 2010 paacutegina 8 indica que a repetecircncia meacutedia no Brasil foi de 187 em 2007
5 9
Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola Fundamenta l Meacutedio e Super ior
(N⁰ de anos)
141 141 141 141
145
142
14
138 138 138 138 138
134
136
138
14
142
144
146
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Graacutef ico 6 Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola ndash Fundamenta l Meacutedio e Super ior
Fonte PNUD
httphdrstatsundporgenindicators69706html Acesso em 1142012
Como podemos no ta r no g raacute f ico 6 haacute um p ico no ano 2000
quando fo i a t ing ido 14 5 anos con tudo natildeo houve sus ten taccedilatildeo e
a expecta t i va de esco la r idade ca iu e se es tab i l i zou em 13 8 anos
a pa r t i r de 2007
Dos ind icadores de educaccedilatildeo que apresentam s igni f ica t iva
melhor ia destaca-se o analfabet ismo para ind iviacuteduos com idade
super ior a 15 anos em 2002 era de 118 e fo i reduzido para 9 9
em 2007 As esta t iacutes t icas ind icam s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l contudo o
quest ionamento for te que surge versa sobre a qual idade da
a l fabet izaccedilatildeo dos que saiacuteram do mapa dos i let rados Segue tabe la
6 0
3 com dados publ icados pe lo IBGE cobr indo a taxa de
analfabet ismo
TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULACcedilAtildeO ACIMA DE 15
ANOS
Per iacuteodo ()
2002 11 83
2003 11 55
2004 11 22
2005 10 92
2006 10 24
2007 9 86
Tabe la 3 Taxa de Ana l fabe t ismo da Popu laccedilatildeo ac ima de 15 anos
Fonte IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD331amps
v=8ampt=taxa -de-ana l fabe t i smo -de -pessoas -de -15 -anos-ou -ma is -de -
idade
Acesso em 29 10 2011
A longevidade do bras i le i ro estaacute aumentando de forma
consis tente o cresc imento meacutedio considerando os uacute l t imos 10 anos
(2000-2010) eacute de 0 4 anuais o que s ign i f ica que as condiccedilotildees
gera is de vida e em especia l de sauacutede estatildeo melhorando
6 1
701
716718 721
725728
731 735
68
69
70
71
72
73
74
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
EXPECTATIVA DE VIDA (EM ANOS)
Graacutef ico 7 Expectat iva de Vida
FontePNUD
ht tp hdrstatsundporgen ind icators69206html
Acessado em 0311 2011
A renda per cap i ta bras i le i ra (PPP -- a justada a par idade de
poder de compra dos em US doacute lares nos Estados Unidos va lores
constantes a preccedilos de 2005) apresenta tendecircncia posi t iva
consis tente de cresc imento contudo natildeo parece ser robusta
suf ic iente para cap i ta l izar resu l ta dos s ign i f icat ivos no IDH Em 11
anos houve um cresc imento de 32 equiva lente a 2 5 ao ano o
que eacute re la t ivamente ba ixo quando comparado a out ros paiacuteses
emergentes Nota-se queda em 2009 devido agrave cr ise mundia l com
retomada em 2010 Cabe sa l ienta r que sem cresc imento econocircmico
torna-se cr iacute t ica a re tomada de invest imentos Desnecessaacuter io af i rmar
que invest imentos ad ic iona is em educaccedilatildeo sem cresc imento
6 2
econocircmico dependeratildeo da re locaccedilatildeo de recursos de out ras aacutereas o
que dependeraacute da ldquoqua l idade po l iacute t icardquo dos governantes
Eacute provaacutevel que a estagnaccedilatildeo do Bras i l no que tange ao IDH
possa ser a t r ibuiacuteda ao piacutef io cresc imento econocircmico que fata lmente
desace lera todos os demais componentes da equaccedilatildeo
Graacutef ico 8 Renda Nacional Per Capita (US$ PPP constante a preccedilos
de 2005)
Fonte PNUD
http hdrstatsundporgen ind icators100106html
Acesso em 041111
6 3
214 Iacutend ice de Gin i
Outro ind icador ut i l izado regularmente eacute o iacutend ice de Gin i
desenvolvido por Corrado Gin i (1884-1965) esta t iacutes t ico demoacutegrafo e
soc ioacute logo i ta l iano A def in iccedilatildeo oferec ida pe lo PNUD ao iacutend ice de
Gin i eacute a seguinte
Mede o g rau de des igua lda de ex is te n te na
d is t r i bu iccedilatildeo de ind iv iacuteduos segundo a renda
dom ic i l i a r pe r cap i ta Seu va l o r va r ia de 0
quando n atildeo haacute des igua ldad e (a renda d e todos
os ind iv iacutedu os tem o m esm o va lo r ) a 1 quando a
des igua lda de eacute m aacutex im a (apenas um ind iv iacuted uo
de teacutem toda a renda da soc iedade e a re nda de
todos os ou t ros ind iv iacuteduos eacute nu la )24
Ao tomarmos o iacutend ice de Gin i notamos que desde a
in t roduccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia em outubro d e 2003 (MP 132
de 20102003) houve melhor ia o iacutend ice d iminu iu de 055 em 2002
para 0 52 em 2007 54 em c inco anos ou 11 ao ano (v ide
graacutef ico 9 baseado em dados publ icados pe lo IBGE)
24
F o n t e h t t p w w w p n u d o r g b r p o p u p p o p p h p i d _ p o p = 9 7 A c e s s a d o e m
1 3 1 0 2 0 1 0
6 4
G raacute f i co 9 Iacutend ice de G in i
Fon te IBGE (ano 2000 ind ispon iacuteve l )
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=FED103amp
sv=16ampt= ind ice -de -g in i -da-d is t r ibu icao -do - rend imento -mensa l -dos -
dom ic i l i os -com- rend imento
Acesso em 29 10 2011
Apesar da melhoria pequena apresentada nos iacutend ices eacute voz
corrente que o Bras i l vem reduzindo a desigualdade Recentemente
a jorna l ista Pat r iacutec ia Campos Mel lo do Jo rna l ldquoO Estado de Satildeo
Paulordquo ent revis tou o economista Makhtar Diop (Anexo C) d i retor do
Banco Mundia l para o Bras i l desde jane i ro de 2009 que considera
que o Bras i l eacute referecircncia in ternacional em reduccedilatildeo de pobreza
Af i rma que com o amadurec imento do Programa Bolsa Famiacutel ia os
programas soc ia is prec i sam ent rar em uma nova fase est imular o
ingresso no mercado de t raba lho e ac ima de tudo est imular melhor
qua l idade na educaccedilatildeo e na sauacutede O d iagnoacutest ico pertence ao
6 5
economista Makhtar Diop a ent revis ta estaacute publ icada no encarte
ldquoDesaf iosrdquo de 27 de setemb ro de 2010 (Anexo C) 25
Sobre os ind icadores que visam medir o desempenho dos
p lanos soc ia is Makhtar Diop destaca
O Bras i l t eve um a reduccedilatildeo s ign i f ica t i va na
pobre za Em 2001 os pob res e ram 38 7 da
popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A c am ada m a is pob re da popu la ccedilatildeo ca iu
pe la m e tade - e ram 17 4 em 2001 e p assa ram
para 8 8 A leacutem d isso o coe f i c ien te de G in i q ue
m ede a des igua ldad e (quan to m a is p roacutex im o de 1
m a is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra
0 550 em 2010 O coe f i c ien te de G in i sem pre
leva m u i to tem po pa ra ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo
im press iona Em gera l a r enda pe r cap i ta
c resceu m as a renda dos 10 a 20 m a is
pob res c resceu m u i to m a is r ap idam en te que a
renda dos 10 m a is r i cos - r eduz indo a
des igua lda de O Br as i l a ind a eacute um pa iacutes m u i to
des igua l Mas o rum o e a tendecircnc ia tecircm s ido
m u i to bons O Pa iacutes e s taacute a cam inho de cum pr i r os
vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo l v im en to do M i lecircn io
com o e r rad ica r pob re za ex t rem a e a f om e a teacute
25 Fonte httpwwwestadaocombrnoticia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em15102010
6 6
2015 ed ucaccedilatildeo p r im aacuter ia un ive rsa l e i gua ldad e
de gecircnero26
As condic iona l idades estabelec idas pe lo Programa Bolsa
Famiacutel ia de certa forma forccedilam sobremaneira a melhor ia das
condiccedilotildees de educaccedilatildeo o benef ic iaacuter io para cont inuar como
part ic ipante tem que m anter seus f i lhos na esco la Ess a condiccedilatildeo
permi te agrave cr ianccedila ser educada de forma regular e por out ro lado
forccedila o Poder Puacutebl ico a invest i r na oferta de esco las e professores a
f im de atender aos novos ldquoconsumidores de educaccedilatildeordquo
Os ind icadores de analfabet ismo s i tuam -se na casa dos
1027 haacute que considerar que melhor ias conseguidas quando o
patamar eacute re lat ivamente ba ixo satildeo qu ase impercept iacuteveis e requerem
esforccedilo maior do poder puacutebl ico Na rea l idade o maior empenho
provavelmente deve ser quanto agrave ldquos in ton ia f ina do s is temardquo torna -
se necessaacuter io oferecer qua l idade cada vez maior ao processo
educacional Diop responde ao quest ionamento sobre o que poder ia
ser melhorado no Programa Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
26
D a d o s s o b r e o Iacute n d i c e d e G i n i s atilde o d i v e r g e n t e s o I B G E p u b l i c a 0 5 6 p a r a 2 0 0 1 e
e s t e n d e a t a b e l a s o m e n t e a t eacute 2 0 0 7 a p e s a r d a d i v e r g ecirc n c i a o c o m e n t aacute r i o eacute v aacute l i d o
A s p u b l i c a ccedil otilde e s d e M D S t a m b eacute m d i v e r g e m l i g e i r a m e n t e d o I B G E
27 R e f e r ecirc n c i a o s d a d o s a p a r t i r d e 2 0 0 6 a t a x a d e a n a l f a b e t i s m o s i t u a - s e a o r e d o r
d e 1 0 e s t a b i l i z a n d o - s e n e s t e p a t a m a r
6 7
Nossa p r inc ipa l p reocupaccedilatildeo pa ra o fu tu ro eacute
com o esses p rog ramas vatildeo a f e ta r a p rodu t i v id ade
da econom ia no lo ng o p ra zo se natildeo f o r l i gado ao
m ercado de t r aba lho
P rec isam os t r aba lha r essa t r ans iccedilatildeo pa ra
pessoas sa iacute rem do p rog ram a natildeo f i ca rem em
s i t uaccedilatildeo pe rm anen te de receber d inh e i ro do
gove rno O segund o desa f io se re lac iona agrave
in te r venccedilatildeo na p r im e i ra in f acircnc ia Es tudos
m os t ram que quando natildeo haacute educaccedilatildeo en t re as
idades de 1 a 5 anos f i ca m u i to m a is ca ro o
inves t im en to no cap i ta l hum ano Eacute p rec iso
t r aba lha r com o gove rno pa ra l i g a r m e lho r a
t r ans f e recircnc ia de renda a p rog ram as de p r im e i ra
in f acircnc ia
Para considerar a recomendaccedilatildeo de Diop eacute necessaacuter ia a
revisatildeo de po l iacute t icas puacutebl icas e e laboraccedilatildeo de um pro jeto est rateacutegico
novo de longo prazo Eacute notoacuter io que estamos longe de uma so luccedilatildeo
ou estabelec imento de uma est ra teacutegia a respei to deste assunto o
tema eacute cont roverso e necessi ta de discussotildees a respeito
O Bras i l eacute o 84ordm co locado no rank ing de desenvolvimento
humano tomemos como exemplo o pr imeiro co locado a Noruega
segundo o s i te of ic ia l da embaixada norueguesa do Bras i l (Anexo
D) aquele paiacutes es taacute prestes a at ingi r a abrangecircncia un iversa l da
educaccedilatildeo preacute -esco lar Segundo o informat ivo em 2008 87 de
todas as cr ianccedilas ent re 1 a 5 anos de idade f requentava o jard im de
infacircnc ia cont ra 69 em 2003 Na Noruega desde 2009 eacute previs to
6 8
em le i a educaccedilatildeo preacute -esco lar houve expansatildeo recorde em 2009 da
oferta de vagas a f im de garant i r qua l idade de oferta agraves cr ianccedilas
Atua lmente o foco estaacute sendo t ransfer ido da quant idade de vagas
para a qual idade da educaccedilatildeo preacute -esco lar Apesar dos esforccedilos do
poder puacutebl ico norueguecircs c i ta o informat ivo nem todos os pa is
ace itam que os f i lhos f requentem o jard im de infacircnc ia desde tenra
idade neste caso eacute oferec ido um subsiacuted io monetaacuter io aos pa is que
natildeo se ut i l izam da ofer ta de vagas preacute -esco lares visando cont r ibu ir
para uma part i lha justa das verbas estata is dest inadas agraves famiacutel ias
independente do que esco lhem para a ed ucaccedilatildeo de seus f i lhos 28
Devemos considerar que estamos inf in i tamente longe de uma
s i tuaccedilatildeo norueguesa soacute para just i f icar em 2010 o Produ to
Nacional Bruto (US$ PPP constante a 2005) per cap i ta norueguecircs fo i
US$ 47667 4 7 vezes o bras i le i ro de US$ 10 162 cer tamente este
fa tor eacute dec is ivo para o sucesso e para a exce lente posiccedilatildeo quanto
ao a l to iacutend ice de desenvolvimento humano
A Noruega desde 1980 eacute c lass i f icada como o p r imeiro no
rank ing dos paiacuteses de melho r IDH 0 943 em 2011 a Aust raacute l ia ho je
em segundo lugar com IDH de 0929 (2011) sa iu de 0 850 em 1980
quando era o deacutecimo co locado
28
F o n t e h t t p w w w n o r u e g a o r g b r A b o u t _ N o r w a y p o l i c y A s s i s t e n c i a -
S o c i a l d a y c a r e A c e s s o e m 1 5 1 0 2 0 1 0
6 9
Apesa r de o mode lo econocircmico b ras i le i ro se r d i f e ren te dos
pa iacuteses c lass i f i cados com a l to IDH va le a pena ana l isa r pon tos
re levan tes do p rocesso econocircmico po r e les ado tados Em art igo
publ icado no jorna l ldquoO Valor Econocircmicordquo sob o t iacute tu lo ldquoO Brasi l
prec isa esco lher ent re Argent ina e Aust raacute l ia rdquo Andreacute Sacconato e
Nathan Blanche 29 a t r ibuem o sucesso a uma ef ic iente gama de
reformas que inc lu iu desva lor izaccedilatildeo da moeda em 1983 l iberaccedilatildeo
do comeacuterc io in ternacional abertura dos mercados de cap ita is
desregulamentaccedilatildeo e pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest rutura e
reforma nas le is que regem o mercado de t raba lho Argumentam os
ar t icu l istas que tudo isso t rouxe um aumento no grau de conf ianccedila
no paiacutes a t ra indo um maior vo lume de cap i ta l est rangeiro eacute bem
provaacutevel que a s i tuaccedilatildeo saudaacutevel do desenvolvimento humano fo i
resu l tado do cresc imento econocircmico s ign i f ica t ivo a uma taxa meacutedia
anual de 3 6 nos uacute l t imos qu inze anos
Sacconato e B lanche autores do ar t igo consideram que o
Bras i l tem condiccedilotildees mais favoraacuteve is para t r i lhar caminho
semelhante tecem a seguin te anaacutel ise de como podemos vencer o
desaf io de melhorar no IDH
29 O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia por Andreacute Sacconato e Nathan Blanche 06052010 Jornal Valor Econocircmico - Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria e Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
7 0
Que l i ccedilotildees podem os t i r a r pa ra o Bras i l ap rove i ta r
o m om ento co r re to de im por tar poupanccedila ex te rna
e a t r ans f o rm ar em c resc im en to sus ten taacuteve l Em
te rm os de es tab i l i dade m ac roeconocircm ica j aacute
t em os um am b ien te saudaacuteve l em bora tenham os
um h is toacute r i co de m ora toacute r ias O s i s tem a de m e tas
de in f laccedilatildeo e o cacircm b io f l u tuan te f o ram
im p lan tados em 1999 e a le i d e responsab i l i d ade
f i sca l em 2000 Nossa d iacutev ida ex te rna eacute ba ixa
em bora a m a tur idade e a taxa de j u ros pa ra
ro lagem a inda natildeo se j am as idea is
Outro ponto que deve ser melhorado segundo Blanche e
Sacconato eacute a fa l ta de um arcabouccedilo mais moderno e l ibera l izante
no mercado de cacircmbio bras i le i ro jaacute que a d i f icu ldade de remessas e
saiacutedas a inda eacute mui to grande e baseada numa est ru turaccedilatildeo ant iga
quando as condiccedilotildees de mercado eram d iametra lmente d i ferentes da
atua l ( reso luccedilatildeo nordm 4131 de 1964)
Sobre contas externas a s i tuaccedilatildeo do Bras i l eacute ateacute mais
confor taacuteve l do que a da Aust raacute l ia e out ros paiacuteses exportadores de
commodi t ies Temos mais reservas in ternacio nais e menos diacutevida
externa
A leacutem d isso conseguimos nos uacute l t imos anos f inanciar todo o
deacutef ic i t em t ransaccedilotildees correntes 30 (quando e le exis t iu) com
30
Refletem as operaccedilotildees com o exterior incluindo receitas obtidas com exportaccedilotildees de mercadorias gastos com importaccedilatildeo pagamentos de juros da diacutevida externa seguros e fretes e transferecircncias unilaterais que incluem todas as doaccedilotildees e remessas de dinheiro para o paiacutes natildeo relacionado com operaccedilotildees comerciais como o dinheiro mandado por brasileiros que residem no exterior
7 1
invest imento externo d i reto que eacute o menos vo laacute t i l das ent radas do
lado do movimento de cap ita is a lgo que nem a proacutepr ia Aust raacute l ia
vem conseguindo O que fa l ta entatildeo As reformas que foram fe i tas
laacute como a t raba lhis ta a pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest ru tura e a
abertura comerc ia l estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado por aqu i A
l ibera l izaccedilatildeo cambia l tambeacutem tem avanccedilado mas pode ser
considerada aqueacutem do necessaacuter io
Os ar t icu l istas enfa t izam que e ste eacute o momento certo para
aprove itar o excesso de l iqu idez externo e t ransformar em
produt iv idade Seguir o exemplo de sucesso da Aust raacute l ia eacute o melhor
caminho As cr iacute t icas de quem tem medo dos deacutef ic i ts em t ransaccedilotildees
correntes satildeo anacrocircn icas e levar iam o Bras i l ao a t raso e agrave p iora de
posiccedilatildeo re lat iva no mundo Natildeo haacute nenhuma just i f ica t iva p lausiacuteve l
para re je i tar poupanccedila externa de ta l forma que devemos apenas
saber aprove i taacute - la bem
Ao f ina l Sacconato e B lache af i rmam que quando se
recomenda fechamento dos canais de ent rada de cap i ta is ou o
cont ro le destes a leacutem de medidas que faccedilam apologia ao
fechamento comerc ia l (o ind icador decorrente de comeacute rc io sobre o
PIB do Bras i l estaacute em torno de 23 cont ra 30 dos paiacuteses
emergentes) e f ixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por
um cenaacuter io de baixo cresc imento aumento do r isco e do custo de
7 2
f inanciamento e abr i r matildeo do mecanismo de a juste s agraves cr ises o
cacircmbio f lu tuante
2 15 Capita l Humano
Certamente dent re as d iversas condic iona l idades a serem
cumpr idas pe los benef ic iaacuter ios do Programa Bolsa Famiacutel ia sem
duacutevida a obr igator iedade de manter os f i lhos na esco la eacute um
caminho ef icaz do ponto de vis ta econocircmico em d i reccedilatildeo agrave
const ruccedilatildeo de uma ge raccedilatildeo produt iva e ef ic iente Ess a condiccedilatildeo
cr ia uma demanda por educaccedilatildeo e forccedila po l iacute t icas puacutebl ic as de
invest imento cont inuado na educaccedilatildeo isto s ign i f ica invest i r no ser
humano e por consequecircncia formar c idadatildeos mais compet i t ivos
Concei tua lmente o invest imento em educaccedilatildeo eacute sem sombra
de duacutevida fator importante para o desenvolvimento soc ia l e
cresc imento de um paiacutes Paiacuteses que prat icamente natildeo possuem
recursos natura is devem seu sucesso econocircmico porque investem
maciccedilamente na educaccedilatildeo de sua populaccedilatildeo Schultz (1973)
e lenca o Japatildeo Dinamarca e Suiacuteccedila paiacuteses com pujanccedila
econocircmica natildeo associada a recursos natura is mas
pr imord ia lmente agrave produt iv idade at r ibuiacuteda ao cap i ta l humano
7 3
O conceito de ldquoCapita l Humano rdquo fo i de l ineado por Theodore
W Schu l tz (1902-1998) professor da Univers idade de Chicago
premiado com o Nobel de Economia de 1979 Schul tz in ic iou sua
tese31 ao f im da deacutecada de 1940 quando lec ionava na
Univers idade de Chicago pesquisou exp l icaccedilotildees sobre o papel das
capacidades adquir idas pe los seres humanos nos ganhos de
produt iv idade
Em suas observaccedilotildees conclu iu que invest imentos
tecnoloacutegicos por s i soacute natildeo exp l icam tota lmente o desenvolvimento
econocircmico das naccedilotildees Observou que os acreacutesc imos agrave capacidade
insta lada ou se ja agraves maacutequinas e equipamentos agraves insta laccedilotildees agrave
terra em siacuten tese ao cap ita l f iacutes ico natildeo humano satildeo somente par te
das var iaacuteve is exp l icat ivas do cresc imento produt ivo Sustenta que
o resiacuteduo inexp l icaacuteve l natildeo deve ser s implesmente a t r ibuiacutedo ao
acaso mas s im pe lo menos uma boa par te de le ao invest imento
em capita l humano
Esse invest imento em capita l humano natildeo eacute contab i l izado
nas contas nacionais o tempo destacado pe lo t raba lhador agraves suas
proacutepr ias expensas para adquir i r conhecimentos novos a f im de
melhorar sua capacidade teacutecn ica apesar de ext ra contaacuteb i l eacute
determinante do cresc imento econocircmico e da pu janccedila das naccedilotildees
31
Con f o rm e cons ta de seu l i v ro ldquo I nves tm en t in Hum an Cap i ta l ndash T he Ro le o f
Educa t ion a nd o f Research rdquo ed i tado em 1971
7 4
Em sua obra Schultz sustenta que invest imentos em capi ta l
humano satildeo responsaacuteveis pe la maior par te do cresc imento dos
rendimentos rea is do t raba lhador que por consequecircncia os
t ransformam em consumidores sof is t icados Argumenta
enfat icamente que os economistas sempre consideraram que as
pessoas satildeo par te importante para a r iqueza das naccedilotildees que
medida em funccedilatildeo com que o t raba lho cont r ibu i para a produccedilatildeo a
capacidade produt iva dos seres humanos eacute mui to maior que as
demais formas de r iqueza tomadas em conjunto Tece cr iacute t icas aos
economistas por natildeo oferecerem a devida importacircncia ao fa to de
que as pessoas investem em s i mesmas e que estes invest imentos
satildeo substancia is
Numa anaacutel ise de paiacuteses com a l to iacutend ice de desenvolvimento
humano e com s ign i f ica t iva pu janccedila econocircmica destacamos um
fa tor comum entre e les o n iacuteve l de esco lar idade de seus c idadatildeos eacute
re la t ivamente a l to Se f icarmos atento s aos 20 paiacuteses c lass i f icados
com maior iacutend ice de desenvolvimento humano nota -se que a meacutedia
de esco lar idade de seus c idadatildeos s i tua -se ent re 10 a 13 anos Isso
s ign i f ica que esses mesmos c idadatildeos investem uma boa par te de
suas vidas produt ivas se educando Uma parte desse invest imento
sem duacutevida eacute custeada pe lo Estado contudo natildeo podemos negar
que tambeacutem outra par te s ign i f ica t iva eacute custeada pe lo proacutepr io
c idadatildeo como as despesas com l ivros e demais equipamentos
7 5
necessaacuter ios ao apr imoramento educacional Sch ul tz em sua obra
considera que o acuacutemulo de conhecimento dos c idadatildeos resu lta em
s ign i f icat ivo benef iacutec io para o cresc imento econocircmico e
modern izaccedilatildeo
A acumulaccedilatildeo de cap ita l humano resu lta em melhores
oportun idades de cresc imento ind iv idua l e co le t ivo a e levaccedilatildeo da
educaccedilatildeo dos c idadatildeos faz com que a naccedilatildeo consiga maior
ef icaacutec ia quanto ao seu desenvolvimento tecnoloacutegico e c ient iacute f ico e
evo luccedilatildeo como um todo
A esco lar idade do c idadatildeo bras i le i ro com idade de 25 anos
ou mais estaacute em 2010 em 72 anos bem abaixo dos paiacuteses que
ostentam a l to IDH ( Iacutend ice de Desenvolvimento Humano) A meacutedia
de esco lar idade dos c idadatildeos dos c inco pr imeiros co locados em
IDH Noruega Aust raacute l ia Nova Zelacircndia Estados Uni dos e I r landa
chega a 122 anos I sso impl ica em um longo caminho a percorrer
a teacute o Bras i l a lcanccedilar compet iv idade em termos de cap ita l humano
O estoque de cap ita l humano de uma naccedilatildeo fornece
vantagem adic iona l no que tange agrave recuperaccedilatildeo quando e la eacute
submet ida agraves advers idades O Brasi l estaacute ent re as naccedilotildees onde o
cap ita l humano provavelmente tenha se desenvolvido de forma
sat isfatoacuter ia As po l iacute t icas puacutebl icas d i r ig idas ao progresso
educacional jaacute demonstram s ina is pos i t ivos po is a esco lar idade
meacutedia do adul to bras i le i ro aumentou de sof r iacuteve is 26 anos em 1980
7 6
para 72 anos em 2011 32 O dado apesar de natildeo ser ext raord inaacuter io
e natildeo nos co locar ent re os paiacuteses mais desenvolvidos jaacute ind ica
cer ta robustez quanto ao tema capi ta l humano e nos daacute re lat iva
condiccedilatildeo compet i t iva Pode natildeo ser def in i t ivo mas o avanccedilo
notado da esco lar idade bras i le i ra pode exp l icar o cresc imento
s ign i f icat ivo nos regis t ros de patentes fe i to por res identes
bras i le i ros demonstrados nas esta t iacutes t icas da WIPO (Wor ld
In te l lectua l Property Organizat ion) Em 1995 os regis t ros somam
7448 enquanto que em 2007 at ingimos a s ign i f icat iva marca de
21825 regis t ros 33 Soacute para i lust rar a quant idade de regis t ros de
patentes bras i le i ras prat icamente co loca o Bras i l lad o a lado agrave
Aust raacute l ia (21825) Reino Unido (24999) e Franccedila (17109) estes
dados nos ind icam que haacute um movimento for tu i to em d i reccedilatildeo ao
enr iquecimento educacional da naccedilatildeo
Eacute d i f iacutec i l medir isoladamente resu lt ados especiacutef icos gerados
pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia mas o bom senso ind ica que
cont r ibu i para a melhor ia da qual idade de vida da populaccedilatildeo
porque quebra o c ic lo da miseacuter ia e faz com que invest imento em
qual idade educacional se viab i l ize
32
F o n t e h t t p h d r s t a t s u n d p o r g e n i n d i c a t o r s 6 9 6 0 6 h t m l - A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
33 F o n t e
h t t p w w w w i p o i n t e x p o r t s i t e s w w w i p s t a t s e n s t a t i s t i c s p a t e n t s x l s w i p o _ p a t _ a p p
l _ b y _ o f f i c e _ o r i g i n _ t a b l e x l s A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
7 7
2 2 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
221 Desaf ios
Um dos maiores desaf ios dos fu turos governos ta lvez natildeo se ja
mais cont ro lar ou reduzi r o ana lfabet ismo apesar de haver espaccedilo
para isso a proacutexima etapa certamente res ide na melhor ia de
qual idade este assunto eacute abordado pe lo jorna l is ta Fernando
Dantas34 em seu art igo ldquoUm Abismo Chamado Educaccedilatildeordquo 35 (Anexo
G)
No art igo Dantas (2010) enfa t iza que a par te mais
s ign i f icat iva e importante da po l iacute t ica soc ia l do fu turo proacuteximo pode
ser a educaccedilatildeo Quest iona como um paiacutes com qual idade sof r iacuteve l de
ensino na rede puacutebl ica consiga e l iminar as d i ferenccedilas soc ia is
34
F e r n a n d o D a n t a s eacute r e p oacute r t e r e s p e c i a l d e E c o n o m i a d o E s t a d o d e s d e 2 0 0 0
F o r m a d o e m J o r n a l i s m o p e l a P U C - R i o T r a b a l h o u n a G a z e t a M e r c a n t i l d e 1 9 9 0 a
2 0 0 0 G a n h o u o p r ecirc m i o C i t i - I m p r e n s a p a r a J o r n a l i s t a s E c o n ocirc m i c o s e m 1 9 9 1 e a
M e n ccedil atilde o E s p e c i a l d o P r ecirc m i o I c a t u d e J o r n a l i s m o E c o n ocirc m i c o e m 1 9 9 4 E m 1 9 8 8 - 8 9
f e z o e s t aacute g i o d e e x t e n s atilde o p r o f i s s i o n a l ldquo J o u r n a l i s t e s e n E u r o p e rdquo e m P a r i s
35 J o r na l O E s t ad o d e S atildeo P au lo ndash en ca r te ldquo De sa f i o s rdquo de 2 7 9 2 0 10 ndash
7 8
aproximando r icos e pobres Cita Naeacuterc io Menezes profess or e
coordenador do Insper
Quando co locam os quase todas as c r ia nccedilas no
f undam enta l um processo in i c iado na deacutecada de
90 - e e las com eccedilaram a chegar em m a ior
nuacutem ero ao ens ino m eacuted io e a se m a t r i cu la r no
ens ino super io r a d es igua ldad e com eccedilou a ca i r
I s so ocor reu m esmo sem m e lho ra e f e t i va da
qua l id ade da educaccedilatildeo soacute pe lo acesso
A esco lar izaccedilatildeo permi te reduzi r os d i ferencia is de renda
associados agrave educaccedilatildeo quando a qual i f icaccedilatildeo eacute insuf ic iente o seu
preccedilo sobe no Bras i l essas d i ferenccedilas satildeo enormes rev e lando o
ab ismo educacional segundo Menezes
Naeacuterc io Menezes af i rma que o ldquoprecircmiordquo sa lar ia l pe lo d ip loma
univers i taacuter io estaacute recuando desde 2005 enquanto que ao do ensino
meacutedio nota -se queda a par t i r de 2002 af i rma que atua lmente uacuten ico
d i ferencia l perceb ido que a inda cresce eacute o de poacutes -graduaccedilatildeo
O economista especia l ista em educaccedilatildeo pe lo IBMEC do Rio
Fernando Veloso c i tado no ar t igo de Fernando Dantas acred ita que
s imi larmente agrave po l iacute t ica econocircmica o pres idente Lu la deu
cont inu idade agrave po l iacute t ica educacional do pres idente Fernando
Henr ique const ru indo um amplo processo de ava l iaccedilatildeo das esco las
Segundo o ar t icu l is ta fo i o Min ist ro da Educaccedilatildeo Fernando
Haddad (empossado em ju lho de 2005) quem cr iou o Iacutend ice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica ( Ideb) i nd icador pub l icado a
7 9
cada do is anos que c lass i f ica todas as esco las puacutebl icas bras i le i ras
O Ideb eacute uma nota do ensino baacutesico que segue uma esca la de 1 a
10 sendo que o Min is teacuter io da Educaccedilatildeo f ixou a nota 6 como meta
nacional para 2022 36 As metas foram dete rminadas por
estabelec imento de ensino esco la por esco la e satildeo publ icados
regularmente Os resu ltados servem de ba l izadores a f im de t raccedilar
po l iacute t icas de a locaccedilatildeo de recursos agraves aacutereas com menores notas A
meta de nota 6 estabelece que o Bras i l em 2022 esta raacute em termos
de educaccedilatildeo em niacuteve l com os paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econocircmico (OCDE) que congrega
t r inta paiacuteses mais indust r ia l izados da economia do mercado A sede
eacute em Par is e os representantes se reuacutenem para t rocar inf ormaccedilotildees e
def in i r po l iacute t icas a f im de maximizar o cresc imento econocircmico e
desenvolvimento dos paiacuteses membros 37
Outro ponto abordado por Fernando Dantas e tambeacutem por
Makhtar Diop enfat iza garga los com a creche em especia l para
famiacutel ias carentes e a preacute -esco la sobre este tema Dantas co loca o
seguinte
Os espec ia l i s tas apon tam d ive rsos ou t ros
ga rga los e p rob lem as na t r a j e toacute r ia de me lho ra
36
E m 2 0 0 9 a s n o t a s a p u r a d a s f o r a m 4 6 p a r a o s a n o s i n i c i a i s d o f u n d a m e n t a l 4 0
p a r a o s a n o s f i n a i s d o f u n d a m e n t a l e 3 6 p a r a o e n s i n o m eacute d i o
37 F o n t e ( h t t p w w w c g u g o v b r o c d e s o b r e i n d e x a s p - 1 8 1 0 2 0 1 0 )
8 0
da qua l id ade da e ducaccedilatildeo no Bras i l Um a
ques tatildeo f undam enta l p r inc ipa lm en te pa ra os
a lunos das f am iacute l i as ca ren tes eacute a c r eche Ou t ro
a p reacute -esco la Jaacute es taacute am p lam en te com provado
pa r t i cu la rm en te pe lo t r aba lho de Jam es
Heckm an p recircm io Nobe l d e Econom ia que a
in te r venccedilatildeo pa ra redu z i r as de fasagens
educac iona is eacute t atildeo m a is e f i caz q uan t o m a is
p rem atu ra oco r re r
Em termos quant i tat ivos o Bras i l most ra progressos nessa
aacuterea O porcentual de cr ianccedilas de 4 e 5 anos na preacute -esco la sub iu de
40 para 75 desde a deacutecada de 90 Menezes nota que eacute an imador
o fato de que em Estados do Nordeste como Piauiacute e Cearaacute aquela
proporccedilatildeo chega a 90
Quanto a resu ltados concretos as esco las pr ivadas
prat icamente jaacute at ingi ram ou estatildeo bem proacuteximas das metas as
esco las puacutebl icas contudo tem um longo caminho a percorrer os
resu ltados obt idos em 2009 estatildeo mui to aqueacutem das metas def in idas
Apesar da posiccedilatildeo desfavoraacuteve l dos ind icadores o que haacute de
posi t ivo no processo eacute o compromisso assumido pe lo governo
bras i le i ro quando estabelece metas de longo prazo ta lvez pouco
ambic iosas no que tange a prazo poss ib i l i ta ao c idadatildeo cont ro lar e
ac ima de tudo cobrar resu l tados do poder puacutebl ico
8 1
222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo Bras i le i ra
O Bras i l s ina l iza t im idamente compromet imento com a
melhor ia de qual idade educacional de sua populaccedilatildeo Dentre os
d iversos movimentos neste sent ido podemos desta car
Programa Bolsa Famiacutel ia ndash destaca-se a condic iona l idade
sobre a f requecircncia esco lar miacuten ima determinada aos f i lhos dos
benef ic iados que devem atender as f requecircncias miacuten imas de 85
para cr ianccedilas e adolescentes ent re 6 e 15 anos e 75 para
adolescentes ent re 15 e 17 anos Como jaacute fo i abordada em paacuteginas
anter iores desse traba lho esta condic iona l idade cont r ibu i de forma
inc is iva para a manutenccedilatildeo das cr ianccedilas na esco la e para in ib iccedilatildeo
da praacutet ica do t raba lho infant i l
Programa Bras i l a l fabet izado ndash vo l tado para a l fabet izaccedilatildeo de
jovens adu l tos e idosos Esse programa func iona desde 2003 e
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e levar a esco lar idade da populaccedilatildeo O
programa eacute desenvolvido com atendimento pr ior i taacuter io a munic iacutep ios
que apresentem taxas de analfabet ismo sup er iores a 25
Destaca-se que 90 dos munic iacutep ios atendidos loca l izam -se na
Regiatildeo Nordeste Importante sa l ientar que haacute apoio teacutecn ico a f im
de garant i r cont inu idade de estudos aos a tendidos
8 2
A exis tecircnc ia de programas como o Programa Bolsa Famiacutel ia
que oferece recursos f inancei ros aos seus benef ic iaacuter ios por s i soacute
natildeo t rar iam resul tados se natildeo houvesse uma est ru tura com
processos auxi l ia res e mot ivadores O Min is teacuter io da Educaccedilatildeo e
Cul tura u t i l izando ferramentas da tecnologia moderna procura se
engajar na melhoria da qual idade da Educaccedilatildeo oferecendo em seu
porta l processos auxi l ia res uacute te i s e mot ivadores Destacamos
dentre muitas accedilotildees duas importantes ferramentas de faacutec i l acesso
d i rec ionadas agrave formaccedilatildeo cont inuada de professores dos anos
in ic ia is do ensino fundamenta l um que aborda Alfabet izaccedilatildeo e
L inguagem e out ro Matemaacutet ica Satildeo oferec idas mais de t rezentas
paacuteginas em cada uma das ferramentas com possib i l idade de
in teraccedilatildeo dos par t ic ipantes para sugestotildees e melhor ias
Ao anal isarmos ind icadores de ef ic iecircnc ia do s istema de
ensino tomando-se resu ltados da meacutedia nacional e Regiatildeo
Nordeste temos como ava l iar a efet iv idade das po l iacute t icas puacutebl icas
quanto agrave qual idade da educaccedilatildeo em part icu lar o Programa Bolsa
Famiacutel ia A regiatildeo Nordeste sempre fo i a mais care nte em termos
gera is e portanto nos daacute uma ide ia de como a educaccedilatildeo progr ide
em termos qual i tat ivos
Os ind icadores de qual idade demonstram progresso para o
ensino fundamenta l contudo haacute carecircncia de efe t iv idade para com
o ensino meacutedio Em out ra fonte quando comparamos os resu ltados
8 3
obt idos no IDEB (Iacutend ice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica)
comparados agraves metas assumidas pe lo governo notamos o mesmo
resu ltado o ens ino fundamenta l exibe progresso mas o ensino
meacutedio demonstra estagnaccedilatildeo Possive lmente ha ja uma premissa
que o ensino meacutedio se favoreceraacute de forma inerc ia l do progresso
do ensino fundamenta l o que eacute quest ionaacutevel N esse p lano haacute
necessidade de po l iacute t icas puacutebl icas mais robustas a f im de obter
resu l tados mais e fe t ivos ( tabe la 4 )
RESULTADOS DO IDEB VS METAS ESTABELECIDAS
FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS ANOS FINAIS MEacuteDIO
OBS META OBS META OBS META
2005 38
35
34
2007 42 39 38 35 35 34
2009 46 42 40 37 36 35
2021
60
55
52
Tabe la 4 Resu l tado do IDEB Vers us Metas
Es tabe lec idas
Fon te INEP httpsistemasidebinepgovbrresultado Acesso em 1682011
Outro i tem que nos a juda a ident i f icar melhor ias satildeo as
esta t iacutes t icas do IBGE quanto a a lunos com idade natildeo adequad a
para a seacuter ie a que f requentam Seguem anaacutel ises para este tema
8 4
461401
283
316
404
286 277221 233 236
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2006 2007 2008 2009 2010
NORDESTE BRASIL
Graacutef ico 10 Dis torccedilatildeo de Idade dos Alunos do Ensino Fundamenta l
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=M16ampsv=5
7ampt=dis torcao- idadeser ie -ensino-fundamenta l -de-8-e-9-anos-ser ie -
nova
Acesso em 168 2011
Os dados do graacutef ico 10 ind icam que as po l iacute t icas para
posic ionamento corre to de a lunos nas seacuter ies foram efe t ivas a teacute
2008 com reduccedilatildeo important iacutess ima em aacutereas carentes como o
nordeste bras i le i ro contudo fo i retomada a defasagem anulando
tota lmente o ganho obt ido Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de
melhor ia ocorreu ateacute 2008 quando nota -se estagnaccedilatildeo
O progresso notado no per iacuteodo 2006 -2008 quanto ao
posic ionamento dos a lunos agrave seacuter ie adequada no ensino meacutedio
pra t icamente segue um padratildeo inerc i a l com melhor ias mais
s ign i f icat ivas para o nordeste bras i le i ro A proporccedilatildeo de a lunos
8 5
com idade defasada no Bras i l ca iu de 449 para 37 8 42 ao
ano enquanto que para a Re giatildeo Nordeste a queda fo i mais
s ign i f icat iva de 656 para 494 68 ao ano Contrar iamente
aos dados do ensino fundamenta l natildeo houve re tomada das
def ic iecircnc ias na Regiatildeo Nordeste
G raacute f i co 11 D is to rccedilatildeo de Idade ndash Ens ino Meacuted io
Fon te IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=M17ampsv=
57ampt=D is to ru00e7u00e3o+ idade2fsu00e9r ie++ -
+Ens ino+Mu00e9d io+(+su00e9r ie+nova ) Acesso em 14 11 11
2 23 Educaccedilatildeo Bras i le i ra no Contexto Mundia l
Satildeo muito proacuteximos os iacutend ices da Noruega e Aust raacute l ia no
rank ing de IDH cont ro lado pe la PNUD (Programa das Naccedilotildees
8 6
Unidas para o Desenvolvimento) a Noruega eacute a pr imeira no
rank ing e a Aust raacute l ia f igura como segunda co locada Para essa
anaacutel ise podemos tomar a Aust raacute l ia e Argent ina como referecircncias
comparat ivas ao Bras i l nas var iaacuteveis da d imensatildeo educaccedilatildeo que o
PNUD ut i l iza para o caacute lcu lo do Iacutend ice de Desenvolvimen to Humano
( IDH)
A seguir vamos anal isar uma das var iaacuteve is de esco lar idade
que compotildee o quesito ldquoeducaccedilatildeordquo a esco lar idade meacutedia das
pessoas aos 25 anos de idade (graacutef ico 12) e a expectat iva das
cr ianccedilas ao ingressar na esco la em idade lega l para ingress o no
Bras i l aos 6 anos (graacutef ico 13)
8 7
Esco la r idade Meacuted ia das Pessoas com Idade de 25 anos ou
Ma is ndash Aus t raacute l ia A rgen t ina e Bras i l
(Em n ⁰ de Anos )
119 119 120 120 120 120 120 120
86 89 90 90 91 92 93 93
56
66 67 68 69 71 72 72
-
20
40
60
80
100
120
140
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Austraacutelia Argentina
Brasil
Graacutef i co 12 Esco la r idade Meacuted ia das pessoas com idade de 25
anos ou ma is ndash Aus t raacute l ia Argen t ina e B ras i l
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l Acesso em
04 11 11
A esco lar idade meacutedia dos b ras i le i ros em 2011 s i tua-se em
72 anos equ ivalente a 60 dos aust ra l ianos e a 77 dos
argent inos o cresc imento prat icamente eacute vegetat ivo agrave taxa de
27 anuais no per iacuteodo 2000 -2010
A segunda d imensatildeo para a var iaacuteve l educaccedilatildeo eacute a
Expectat iva de Escolar idade ao ingressar na esco la na idade
suf ic iente a qual eacute def in ida pe lo PNUD da seguin te forma
8 8
Re f le te o nuacutem ero de anos de esco la r idad e que
um a c r ianccedila com idade su f i c ien te pa ra e n t ra r agrave
esco la pode espera r r eceber se cons ide radas a
in f r aes t ru tu ra educac io na l ex is ten te d u ran te
sua v ida38
O graacutef ico 13 a seguir compara a expectat iva das cr ianccedilas
bras i le i ras ao das argent inas e aust ra l ianas
Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia Argent ina e
Bras i l (Em N⁰ de anos)
Graacutef ico 13 Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia
Argent ina e Bras i l
Fonte PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103706 h tm l
Acesso em 04 11 11
38
F o n t e h t t p h d r u n d p o r g e n s t a t i s t i c s h d i 2 3 8 2 0 1 1
8 9
Os paracircmetros ind icam que os aust ra l ianos estatildeo em uma
s i tuaccedilatildeo confor taacuteve l com expectat iva de 18 anos de esco lar idade
os argent inos com 158 anos prat icamente estatildeo estagnados por
uma deacutecada os bras i le i ros posic ionam -se com 138 anos s i tuaccedilatildeo
muito mais desfavoraacuteve l que os argent inos houve queda da
expectat iva de esco lar idade para os bras i le i ros na uacute l t ima deacutecada 39
A rea l idade dos ind icadores nos passa a ide ia de def ic iecircnc ia
est rutura l no quesi to educaccedilatildeo para o Bras i l contudo haacute
esperanccedila de mudar esse quadro o invest imento em educaccedilatildeo tem
s ido maciccedilo o orccedilamento federa l inc lu i va lores d irec ionados agrave
educaccedilatildeo da ordem de R$ 57 b i lhotildees para 2011 um aumento de
duas vezes e meia os va lores de 2004 a justados monetar iamente
Estes va lores apesar de s ign i f icat i vos natildeo parecem contr ibu i r para
a efet iv idade do s is tema educacional As autor idades a legam que
invest imento em educaccedilatildeo somente apresentaraacute efe t iv idade no
longo prazo o que podemos considerar como razoaacutevel O graacutef ico 14
a seguir most ra os montantes at r ibuiacutedos agrave educaccedilatildeo inc lu iacutedos no
orccedilamento federa l
39
O P N U D e s t a b e l e c e u m t e t o d e 1 8 a n o s p a r a a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e n a
r e a l i d a d e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e d a p o p u l a ccedil atilde o a u s t r a l i a n a eacute s u p e r i o r a 1 8 a n o s
s e g u n d o a N o t a T eacute c n i c a d e A p o i o a o s L a n ccedil a m e n t o d o R e l a t oacute r i o d e D e s e n v o l v i m e n t o
H u m a n o d e 2 0 1 0 e m 2 0 0 7 f o i 2 0 6 a n o s
9 0
22447 26165 25132
30005 34046
42238
49061
57315
22379 24581
26910
32636
-
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
RECURSOS ALOCADOS Agrave EDUCACcedilAtildeO NO ORCcedilAMENTO FEDERAL A
PRECcedilOS DE 2011
G raacute f i co 14 Recu rsos Fede ra is A locados agrave Educaccedilatildeo Va lo res
a jus tados pe lo de f la to r do P IB pub l i cado pe lo IBGE
Fon te LOA ndash (LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA AN UAL)
h t tp www9senado govb r por ta l page po r ta l o rcamento_senadoL
OAExecucaoEDFSp_ano=2010 Acesso em 14 11 2011
Obse rvaccedilatildeo os va lo res e fe t i vamente rea l i zados (dados em negr i to
no g raacute f i co ac ima ob t idos jun to ao INEP) s i tuam -se bem p roacutex imos
aos va lo res inc lu iacutedos no o rccedilamento os va lo res acumu lados 2004 -
2007 resu l tam em 1 5 de var iaccedilatildeo
9 1
3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES
REGIOtildeES BRASILEIRAS
3 1 A REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA
O Nordeste Brasi le i ro sempre fo i cast igado ao longo da
h is toacuter ia bras i le i ra Nos uacute l t imos anos nota -se um s ign i f ica t ivo avanccedilo
soc ioeconocircmico graccedilas agrave a tenccedilatildeo dos governantes e a f a l ta de
espaccedilo para as ol igarqu ias que sempre dominaram a regiatildeo Essa
fa l ta de espaccedilo possive lmente pode ser a t r ibuiacuteda agrave pressatildeo do
mundo moderno no sent ido da produt iv idade e ac ima de tudo
tambeacutem agrave into leracircncia ao desrespei to ao ser humano O mundo
moderno exige que as populaccedilotildees tenham bem estar e se jam
respei tados na p len i tude de seus d i re i tos humanos
O Bras i l estaacute invest indo e de forma cont inuada a f im de
min imizar a des igualdade Eacute de se apontar que a lguns avanccedilos
estatildeo ocorrendo de forma acanhada contudo face ao processo
cont inuado tudo ind ica que haacute sed imentaccedilatildeo para o necessaacuter io
progresso e bem estar
9 2
Como jaacute fo i abordado anter iormente nes se t raba lho o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano ndash IDH eacute adotado pe las Naccedilotildees Unidas
como ind icador da qual i dade de vida das d iversas regiotildees do globo
Trata-se de um conceito mais abrangente do que considerar
s implesmente a renda per cap i ta como no passado para def in i r o
desenvolvimento Atua lmente consideram-se cr i teacuter ios mais
abrangentes que def inem melhor o rea l bem estar das naccedilotildees
O Bole t im Regional do Banco Centra l do Bras i l de jane i ro de
2009 anal isa a evo luccedilatildeo do IDH para as d iversas regiotildees e para as
un idades da federaccedilatildeo 40 O Banco Centra l do Bras i l baseou -se nas
seacuter ies h istoacuter icas elaboradas pe lo Progra ma das Naccedilotildees Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) de 1991 a 1995 e em est imat ivas de
IDH fe i tas pe lo proacutepr io Banco Centra l para 2006 e 2007 seguindo
os cr i teacuter ios def in idos pe lo PNUD
A anaacutel ise do Banco Centra l do Brasi l consiste em determinar
o peso de cada var iaacuteve l que forma o IDH das c inco regiotildees
bras i le i ras O estudo em referecircncia por datar de 2009 considera
para a var iaacuteve l educaccedilatildeo a metodologia anter ior a 2010 is to eacute
iacutend ices de analfabet ismo e a taxa de matr iacutecu la em todos os n iacuteve is
de ensino41 o que natildeo o inva l ida em termos de tendecircncias
40
h t t p w w w b c b g o v b r p e c b o l e t i m r e g i o n a l p o r t 2 0 0 9 0 1 b r 2 0 0 9 0 1 b 1 p p d f A c e s s o
e m 2 0 9 1 1
41 V a l e a p e n a e n f a t i z a r q u e a m e t o d o l o g i a a d o t a d a a p a r t i r d e 2 0 1 0 c o n s i d e r a a
m eacute d i a d e e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e p a r a a c r i a n ccedil a
9 3
O Banco Centra l do Bras i l faz uma anaacutel ise da evo luccedilatildeo do
IDH das grandes regiotildees e un idades da federaccedilatildeo Quanto ao
per iacuteodo anal isado considera 1991 a 2007 sendo que ateacute 2005
ut i l iza dados das seacuter ies h is toacuter icas publ icadas pe lo PNUD e para
2006 e 2007 faz est imat iva seguindo a mesma metodologia adotada
por aquela ent idade
O estudo constata que houve melhor ia dos n iacuteve is de
desenvolvimento humano em todas as un idades da federaccedilatildeo
contudo a d ispar idade ent re as regiotildees cont inua O Dis t r i to Federa l
Santa Catar ina e Satildeo Paulo cont inuam a apresentar os melhores
IDH enquanto que estados do nordeste como Alagoas Maranhatildeo e
P iauiacute deteacutem os uacute l t imos lugares no rank ing
Conforme ref let ido na tabe la 5 de 1991 a 2007 a Regiatildeo
Nordeste fo i a que apresentou maior cresc imento em re laccedilatildeo agraves
demais regiotildees is to eacute s ign i f ica t ivo porque apesar da posiccedilatildeo
desfavoraacuteve l daquela regiatildeo em termos de desenvolv imento
humano a d ispar idade com as outras regiotildees encolheu ind icando
reduccedilatildeo das desigualdades A tabe la a seguir demonstra as
movimentaccedilotildees nas c inco regiotildees com niacutet ida ace leraccedilatildeo observada
na Regiatildeo Nordeste
e m i d a d e d e i n g r e s s o n a e s c o l a ( n o B r a s i l a o s s e i s a n o s ) p a r a o r e s t o d e s u a v i d a
S e m d uacute v i d a e s t a m e t o d o l o g i a eacute m a i s a b r a n g e n t e q u e o m eacute t o d o a n t e r i o r
p r i n c i p a l m e n t e p o r c o n t e m p l a r a q u a l i d a d e d o e n s i n o
9 4
CRESCIMENTO ANUAL DO IDH REGIONAL ndash 1991-200742
Regiotildees IDH 2007 Crescimento
19912007 () Crescimento Meacutedio
Anual 19912007 ()
Nordeste 0850 246 14
Norte 0847 167 10
Centro Oeste 0838 146 09
Sul 0786 130 08
Sudeste 0749 125 07
Tabela 5 Cresc imento Anual do IDH Regional -1991-2007
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l do Bras i l - Janei ro 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1p
Acesso em 2992011
O estudo def ine o IDH como um ind icador de natureza
est rutura l que deve produzi r a l teraccedilotildees no longo prazo devendo ser
observado e anal isado em funccedilatildeo de suas tendecircncias Nesse caso o
estudo evidencia a caminhada para a e l iminaccedilatildeo das desigualdades
regionais
42 Eacute i m p o r t a n t e c o n s i d e r a r m o s e s t a a n aacute l i s e c o m o a v a l i a ccedil atilde o d e t e n d ecirc n c i a p o r q u e d e v i d o agrave n o v a
m e t o d o l o g i a d e e l a b o r a ccedil atilde o d o s iacute n d i c e s d e I D H d o B r a s i l r e s u l t a e m 0 6 7 8 p a r a 2 0 0 5 0 6 8 1 p a r a 2 0 0 6 e
0 6 8 5 p a r a 2 0 0 7 N o e s t u d o d o B a n c o C e n t r a l d o B r a s i l c o n s i d e r a - s e a d i m e n s atilde o E d u c a ccedil atilde o f u n ccedil atilde o d o
iacute n d i c e d e a n a l f a b e t i s m o e c r i a n ccedil a s m a t r i c u l a d a s e n q u a n t o q u e a n o v a m e t o d o l o g i a c o n s i d e r a a
e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e q u e a s c r i a n ccedil a s e m i d a d e d e i n g r e s s o n a
e s c o l a n o B r a s i l a o s s e i s a n o s i r atilde o o b t e r p e l a s u a v i d a
9 5
O t rabalho e laborado pe lo Banco Centra l desvenda a reduccedilatilde o
das d i ferenccedilas de qual idade de vida nas grandes regiotildees
bras i le i ras Observa que ateacute 1996 as d ispar idades resid iam no tema
Educaccedilatildeo e que a par t i r de 1997 haacute uma mudanccedila para a d imensatildeo
econocircmica que apresenta menor reduccedilatildeo Enfat iza que no f im do
per iacuteodo anal isado (2007) haacute maior homogeneidade entre educaccedilatildeo e
longevidade do que para a d imensatildeo econocircmica No caso as cr ises
e so luccedilos da economia tendem a evidenciar -se com maior
contundecircncia nas tendecircncias Em Educaccedilatildeo e Longevidade (Sauacutede)
por serem i tens dependentes de invest imentos as tendecircncias se
def inem com maior regu lar idade eventua is cor tes ou desaceleraccedilatildeo
de invest imentos tendem a mater ia l izar -se a meacutedio e longo prazo
O estudo aponta a var iaacuteve l longevidade como a mais regu lar
com cresc imento estaacuteve l e de forma l inear em todas as regiotildees A
Regiatildeo Nordeste destaca -se tambeacutem nesta d imensatildeo com 18 de
cresc imento no per iacuteodo equ iva lente a 1 anual enquanto que as
demais regiotildees o cresc imento f icou ao redor de 11 ou 065
anual O t raba lho a t r ibu i ao maior cresc imento agrave grande def ic iecircnc ia
nesse i tem longevidade o que poss ib i l i ta oportun idade de ganhos
margina is
A expectat iva de vida da Regiatildeo Nor deste eacute a menor dentre
as Grandes Regiotildees o graacutef ico 15 que ref le te o ano de 2009 nos
permi te v isua l izar a d ispar idade ent re regiotildees e a meacutedia da
9 6
federaccedilatildeo A expectat iva de vida da Regiatildeo Nordeste eacute de 704
anos Certamente o que determina ess e va lor ba ixo para o nordeste
eacute pr inc ipa lmente a morta l idade infant i l que a inda eacute ext remamente
preocupante 33 2 por mi l nasc idos vivos ref le t ind o as condiccedilotildees
soc ia is desfavoraacuteve is O Programa Bolsa Famiacutel ia com sua
condic iona l idade sauacutede eacute ferramenta important iacutess ima para a
melhor ia dessa d imensatildeo do IDH
EXPECTATIVA DE VIDA POR REGIAtildeO EM ANOS (2009)
Graacutef ico 15 Expectat iva de Vida por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icadores Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso 14112011
9 7
MORTALIDADE INFANTIL
POR 1000 NASCIDOS VIVOS EM 2009
Graacutef ico 16 Morta l idade Infant i l por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icado res Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso em 14112011
No quesi to longevidade haacute que se considerar que a Regiatildeo
Nordeste apresentou s ign i f icat iva melhor ia o que ind ica progresso
soc ioeconocircmico Os dados apresentam ac e leraccedilatildeo da Regiatildeo
Nordeste nessa d imensatildeo em re laccedilatildeo agraves demais regiotildees o que nos
sugere melhor ia das condiccedilotildees humanas O Nordeste apresenta no
per iacuteodo 1999-2009 aumento de c inco anos e meio na expectat iva de
vida de sua populaccedilatildeo crescendo de 667 anos para 704 anos
s ign i f icat iva melhor ia de 3 7 anos
9 8
A anaacutel ise dos fa tores da composiccedilatildeo do IDH regional aponta
como pr inc ipa l fa tor a d imensatildeo Educaccedilatildeo como a de maior peso de
par t ic ipaccedilatildeo Ind ica que de 1991 -2003 houve expansatildeo dos IDH em
todas as regiotildees chegando a exp l icar mais da metade do
cresc imento do iacutend ice Desponta aqui como cont r ibu iccedilatildeo a
un iversa l izaccedilatildeo do acesso ao ensino fundamenta l e cresc imento da
oferta de vagas no ensino meacutedio e super ior Es sa co locaccedilatildeo
mencionada no estudo deve ser considerada com ressa lvas porque a
metodologia para o caacute lcu lo do IDH anter ior a 2010 considera a taxa
de analfabet ismo que rea lmente eacute favoraacuteve l em termos Bras i l
Contudo uma anaacutel ise da nova metodologia a qual considera
expectat iva de esco lar idade a tendecircncia natildeo se mostra an imadora A
meacutedia de esco lar idade aos 25 anos mostra cresc imento ent re 2000 e
2010 de 305 2 7 ao ano mas a expectat iva de esco lar idade
para as cr ianccedilas em idade de ingresso na esco la (Bras i l aos 6 anos)
natildeo se sustentou na uacute l t ima deacutecada o que ind ica que providecircncias
urgentes satildeo necessaacuter ias a f im de rever ter a tendecircncia A
metodo log ia a tua l do IDH con fo rme fo i ana l i sada no toacutep ico 2 1 3
con temp la a qua l idade do ens ino po rque se base ia nas mat r iacutecu las
po r idade nos d ive rsos n iacuteve is da educaccedilatildeo Houve c resc imento em
f ins da deacutecada de 199 0 e um p ico ao redo r do an o 2000 (v ide
g raacute f i co 6 ) mas o iacutend ice natildeo se sus ten tou e es taacute es tab i l i zado em
13 8 anos
9 9
Apesar da nova metodologia adotada no caacute lcu lo do IDH t razer
ef icaacutec ia ao iacutend ice vindo a c ontemplar a qual idade do ensino haacute que
se dar creacuted i to aos esforccedilos que resu l taram em importante reduccedilatildeo
do analfabet ismo no Bras i l Os graacutef icos a seguir nos oferecem uma
ide ia das tendecircncias
TAXA DE ANALFABETISMO
Graacutef ico 17 Taxa de Analfabet ismo
Fonte IBGE
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr l is ta_temaaspxop=0ampno=41
Acesso em 4102011
156147
114102 10 97
0
5
10
15
20
1995 1996 2004 2007 2008 2009
Taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade ()
1 0 0
Tra je toacute r ia dos fa to res u t i l i zados na nova me todo log ia de caacute lcu lo
da d imensatildeo Educaccedilatildeo do IDH
1450 1442 1457 1396 1426 1419 1398 1378 1378 1378 1378
550 572 594 617 639 661 672 684 695 706 718
000
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
EXPECTATIVA DE ESCOLARIDADE DASCRIANCcedilASESCOLARIDADE MEacuteDIA DOS ADULTOS 25 ANOSOU MAIS
G raacute f i co 18 D imensatildeo Educaccedilatildeo Fa to res da Nova Metodo log ia de
caacute lcu lo do IDH
Fon te h t tp hdrundporgendata t rends
Acesso em 2792011
A var iaacuteve l renda 43 apresentou forma i r regu lar ao longo do
per iacuteodo nesse ponto tambeacutem a Regiatildeo Nordeste fo i a que resu ltou
em maior cresc imento apresentou no per iacuteodo anal isado (1991 -
2007) 141 ou 08 ao ano Em sequecircncia a Regiatildeo Centro Oeste
com 105 ou 06 ao ano Su l com 104 ou 06 ao ano Norte
com 69 ou 04 ao ano e Sudeste com 67 ou 04 ao ano A
43
C a b e l e m b r a r q u e a d i m e n s atilde o r e n d a p e r c a p i t a eacute a j u s t a d a p a r a r e f l e t i r ldquo P P P rdquo -
P u r c h a s e P o w e r P a r i t y i n U S D o l l a r s ( p a r i d a d e d e p o d e r d e c o m p r a e m d oacute l a r e s
a m e r i c a n o s )
1 0 1
i r regu lar idade do cresc imento do fator renda pode ser a t r ibuiacuteda agraves
cr ises econocircmicas dos uacute l t imos tempos
A nova metodologia v isa enfat izar metas que contemplem a
melhor ia de qual idade da educaccedilatildeo e pr inc ipa lmente forccedilam os
paiacuteses a garant i r o fu turo de exce lecircncia em educaccedilatildeo
A anaacutel ise dos dados re lat ivos ao IDH no per iacuteodo 2006 e 2007
ind ica a melhor ia genera l izada com reduccedilatildeo gradual e s is temaacutet ica
das desigualdades At r ibu i agrave Educaccedilatildeo o fa tor mais importan te para
o IDH ateacute 2003 exceto na regiatildeo Centro Oeste conclu i que o fator
renda eacute o mais importante para com as d iscrepacircncias do IDH das
vaacuter ias regiotildees
Peso das Dimensotildees no IDH Regional
1991-2003 2004-2007
Regiotildees Educaccedilatildeo Longevidade Renda Educaccedilatildeo Longevidade Renda
() () () () () ()
Norte 668 268 64 551 186 263 Nordeste 606 29 104 45 183 367 Sudeste 515 379 106 502 193 305 Sul 546 271 183 401 198 401 Centro Oeste
565 321 114 356 186 458
Meacutedia 580 306 114 452 189 359
Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l ndash Janei ro de 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1
Acesso em 2992011)
1 0 2
32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMIC O
3 21 Acesso agrave Esco la
O acesso agrave esco la eacute fator pr imord ia l para o desenvolvimento
humano e pr inc ipa lmente para a el iminaccedilatildeo das desigualdades A
chave para a melhor ia educacional comeccedila pelo acesso da
populaccedilatildeo agrave esco la Os ind icadores educacionais b ras i le i ros
mostram o progresso cont inuado ness e campo o que sem duacutevida eacute
um passo decis ivo para reduccedilatildeo das desigualdades que nos
incomodam
O Bras i l obteve cresc imento s ign i f ica t ivo quanto ao acesso agrave
esco la cabe destacar a educaccedilatildeo infant i l Em 2009 a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domiciacute l ios - PNAD IBGE ndash demonstrou que
o grupo de cr ianccedilas de 0 a 5 anos de idade apresentava uma taxa
de esco lar izaccedilatildeo de 381 s ign i f ica t iva melhor ia em re laccedilatildeo a
1999 quando a proporccedilatildeo era de apenas 233
No segmento de 6 a 14 anos pode -se d izer que em meados
da deacutecada de 1990 prat icamente todas as cr ianccedilas bras i le i ras jaacute
estavam f requentando esco la Eacute importante mencionar que fo i
somente a par t i r de 2007 que o segmento populac iona l das cr ianccedilas
1 0 3
de 6 anos fo i incorporado agrave fa ixa de ensino obr igatoacuter ia que ateacute
entatildeo compreendia dos 7 aos 14 anos de idade
Quanto agrave fa ixa e taacuter ia de adolescentes de 15 a 17 anos
notamos s i tuaccedilatildeo menos favoraacuteve l em 2009 a taxa a lcanccedilou 852
daquele cont ingente Podemos conclu i r que infe l izmente a
esco lar izaccedilatildeo dos adolescentes dessa fa ixa e taacuter ia carece de
un iversa l izaccedilatildeo destaca -se que houve melhor ia em relaccedilatildeo a 1999
contudo pequena A Regiatildeo Nordeste em 2009 apresenta def ic iecircnc ia
s ign i f icat iva dos adolescentes ness a fa ixa e taacuter ia somente 392
estava no niacuteve l meacutedio bem abaixo dos 421 a lcanccedilados pe lo s da
Regiatildeo Sudeste em 1999 Isso pode ser exp l icado pe las pressotildees
soc ioeconocircmicas endecircmicas na Regiatildeo Nordeste fatores que mui to
afetam e a t rasam o desenvolvimento educacional
A tabe la 7 ind ica que haacute um enorme passo a ser dado apesar
do exce lente cresc imento conseguido na taxa de esco lar izaccedilatildeo de
adolescentes de 15 a 17 anos a Regiatildeo Nordeste tem muito espaccedilo
a crescer para posic ionar -se em niacuteve l equ iva lente agrave Regiatildeo
Sudeste O quadro abaixo nos d iz que haacute corre laccedilatildeo s ign i f icat iva
ent re s i tuaccedilatildeo soc ioeconocircmica no caso a Regiatildeo Sul e condiccedilatildeo
educacional Por tanto ta lvez sem progresso soc ioeconocircmico os
ind icadores de educaccedilatildeo estaratildeo compromet idos porque
infe l izmente a educaccedilatildeo natildeo estaacute ent re as pr ior idades por questatildeo
cu l tura l ou mais prec isamente de sobrevivecircncia
1 0 4
Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida Fa ixa Etaacuter ia 15 ndash 17 anos44
Grandes Regiotildees - 19992009
1999 2004 2009 Var
NORTE
244 276 391 602
NORDESTE 167 279 392 1347
SUDESTE 421 579 605 437
SUL
446 534 574 287
CENTRO-OESTE 327 449 547 673
BRASIL
327 442 509 557
Tabela 7 Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida por Regiatildeo
Fonte IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacute l ios
19992009 SINTESE DOS INDICADORES SOCIAIS -2010- IBGE
Acesso em 141111
3 22 Desigualdade ent re Regiotildees
Conforme jaacute fo i abordada no in iacutec io des se t raba lho o Iacutend ice
de Gin i desenvolvido por Corrado Gin i estat iacutes t ico i ta l iano eacute
u t i l izado para medir o grau de desigualdade N as def in iccedilotildees do
IBGE consta ldquoserve para medir a concentraccedilatildeo de uma d is t r ibu iccedilatildeo
mede o grau de desigualdade existente ent re ind iviacuteduos segundo
44
A t a x a d e e s c o l a r i z a ccedil atilde o l iacute q u i d a i n d i c a a p r o p o r ccedil atilde o d a p o p u l a ccedil atilde o e m
d e t e r m i n a d a f a i x a e t aacute r i a q u e s e e n c o n t r a f r e q u e n t a n d o e s c o l a n o n iacute v e l a d e q u a d o
agrave s u a i d a d e
1 0 5
diversos fa tores (qua l idade de vida educaccedilatildeo por exem plo) e
dent re e les o rendimentordquo 45
Tendecircncia do Iacutend ice de Gin i por Regiatildeo
Graacutef ico 19 Iacutend ice Gin i por Regiatildeo ndash Tendecircncias
Fonte IBGE ndash Seacuteries Esta t iacutes t icas
Obs ndash Vide va lores numeacuter icos na tabe la 8 a seguir
45
N o c aacute l c u l o d o s iacute n d i c e s d e G i n i d a s d i s t r i b u i ccedil otilde e s d e r e n d im e n t o f o r a m
l e v a d o s e m c o n t a o n uacute m e r o d e p e s s o a s d a a m o s t r a d a p e s q u i s a n a c i o n a l d e
d o m ic iacute l i o s ( P N A D ) e o r e n d im e n t o d a p e s s o a
O v a l o r d o iacute n d i c e v a r i a d e 0 a 1
0 = q u a n d o n atilde o h aacute d e s i g u a ld a d e a r e n d a d e t o d o s o s i n d i v iacute d u o s t e m o
m e s m o v a l o r
1 = q u a n d o a d e s i g u a l d a d e eacute m aacute x im a a p e n a s u m i n d i v iacute d u o d e t eacute m t o d a a
r e n d a d a s o c i e d a d e e a r e n d a d e t o d o s o s o u t r o s i n d i v iacute d u o s eacute n u l a
( h t t p s e r i e s e s t a t i s t i c a s i b g e g o v b r s e r i e s a s p x vc o d ig o = F D T 8 1 0 amps v = 1 8 amp t =
i n d i c e - d e - g i n i - p e s s o a s - d e - 1 0 - a n o s - o u - m a i s - d e - i d a d e - c o m - r e n d im e n t o -
m e n s a l ) Ac e s s a d o e m 0 4 1 0 2 0 1 1
1 0 6
A tendecircncia de reduccedilatildeo das desigu aldades de renda eacute
favoraacuteve l para todas as regiotildees com exceccedilatildeo da Regiatildeo Centro -
Oeste que apresentava s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l a teacute 2006 quando
rever teu a tendecircncia para uma maior concentraccedilatildeo de renda A
Regiatildeo Nordeste tambeacutem apresenta def lexatildeo em 2005 vindo a
re tomar a tendecircncia favoraacuteve l agrave desconcentraccedilatildeo de renda a part i r
de 2006 Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de desconcentraccedilatildeo de
renda segue favoraacuteve l no per iacuteodo apresentando reduccedilatildeo de 09 ao
ano
Apesar da melhor ia s ign i f ica t iva que se apresenta pe la
tendecircncia de reduccedilatildeo de desigualdade ind icado pe lo iacutend ice de Gin i
o Bras i l a inda estaacute longe da exce lecircncia atua lmente o iacutend ice de Gini
da Noruega o pr imeiro co locado no rank ing de IDH eacute 0255 (ano
2000) 46
46
I l u s t r a n d o n o r i t m o d e c r e s c i m e n t o a n u a l d o iacute n d i c e d e G i n i d o p e r iacute o d o 1 9 9 8 -
2 0 0 8 a t i n g i r a e x c e l ecirc n c i a p a r a o B r a s i l n o c a s o o iacute n d i c e d a N o r u e g a p o d e
s i g n i f i c a r 8 0 a n o s ( 0 5 3 1 ( 1 - 0 0 0 9 ) ^ 8 0 = 0 2 5 7 )
1 0 7
IacuteNDICE DE GINI POR REGIAtildeO (1998-2008) (1)
Regiatildeo 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Norte urbana 0569 0553 0543 0551 0534 0527 0512 0513 0504 0502 Nordeste 0581 0575 0566 0576 0570 0571 0551 0557 0540 0539 Sudeste 0561 0551 0554 0552 0543 0533 0534 0529 0510 0507 Sul 0558 0559 0543 0536 0535 0530 0519 0510 0505 0498 Centro-Oeste 0600 0591 0585 0591 0569 0571 0564 0558 0564 0567 Brasil 0584 0576 0572 0573 0566 0559 0552 0548 0535 0531 Tabela 8 Iacutendice Gini por Regiatildeo ndash Valores acima suportam o graacutefico 20
Fonte IBGE - Seacuteries Estatiacutesticas httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=FDT810ampsv=18ampt=indice-de-
gini-pessoas-de-10-anos-ou-mais-de-idade-com-rendimento-mensal Acesso em 141111
[1] Dados para o ano 2000 natildeo satildeo disponiacuteveis
323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho
Um dos fatores mais importantes que ind icam a melhor ia
soc ioeconocircmica de uma regiatildeo eacute sem sombra de duacutevida a oferta de
empregos formais Formal idades no emprego provecircm aos
t raba lhadores menor vu lnerab i l idade agrave s i tuaccedilatildeo de penuacuter ia porque
asseguram d i re i tos de c idadatildeo A informal idade assola o Bras i l e eacute
constantemente assunto de debates po l iacute t icos t rata -se de uma das
demandas soc ia is mais importantes da atua l idade brasi le i ra O IBGE
contro la o desenvolvimento dessa vu lnerab i l idade a boa not iacutec ia eacute
que estaacute havendo progresso ness e quesi to o nuacutemero de
1 0 8
empregados com car te i ra ass inada vem aumentando
consis tentemente No per iacuteodo 2001-2009 a Regiatildeo Norte fo i a que
maior cresc imento apresentou 86 seguida da Centro -Oeste com
58 Nordeste com 53 Sudeste com 40 e Sul com 37 Em
meacutedia o cresc imento anual de empregados com t raba lho formal no
Bras i l c resceu agrave taxa de 47 no per iacuteodo de 2001 -2009 e 4 8 no
per iacuteodo 2004-2009 per iacuteodo este de vigecircncia do Programa Bolsa
Famiacutel ia Ressal ta -se que a Regiatildeo Nordeste ent re 2004-2009 fo i a
maior em cresc imento anual apresentou 63 Ess es dados
cont r ibuem para desfazer o mi to de que o t raba lhador tende a
recusar regis t ro formal em car te i ra de t raba lho a f im de engajar -se
no Programa Bolsa Famiacutel ia
EMPREGADOS COM CARTEIRA ASSINADA NO BRASIL
CRESCIMENTO ANUAL
Regiatildeo
2001 2004 2009 2001-2009 2004-2009
() ()
Norte
826 1144 1537 81 61
Nordeste
3443 3886 5280 55 63
Sudeste
12359 13839 17365 43 46
Sul
4241 4922 5816 4 34
Centro-Oeste 1494 1768 2367 59 6
Brasil
22363 25558 32364 47 48
Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada
FONTE IBGE Seacuteries Estatiacutesticas
Seacuterie PD352 - Empregados com carteira de trabalho assinada total e por sexo Acesso em 09102011
1 0 9
O aumento de populaccedilatildeo economicamente a t iva tambeacutem pode
nos fornecer ind icaccedilotildees do desenvolvimento soc ioeconocircmico Os
levantamentos fe i tos pe lo IBGE considera m como populaccedilatildeo
economicamente a t iva pessoas que se encontram ocupadas e
desocupadas sob c i rcunstacircncias especiacutef icas Sendo as ocupadas as
que na semana em que fo i fe i ta a pesqu isa t inham traba lho mesmo
quando estavam de l icenccedila feacuter ias ou greve e as que estavam
desocupadas aquelas que tomaram a lguma providecircncia efet iva na
procura de t raba lho (def in iccedilotildees do IBGE)
Como podemos ver i f icar nos dados da tabe la a seguir a
populaccedilatildeo economicamente at iva cresceu de forma regular em todas
as Regiotildees
Um dos pontos de at raccedilatildeo de invest idores para o nosso paiacutes
t rata-se do fator chamado ldquobocircnus demograacutef icordquo esse fenocircmeno eacute
def in ido ou apresenta -se quando haacute um determinado per iacuteodo na
h is toacuter ia da naccedilatildeo onde a populaccedilatildeo economicamente a t iva supera agrave
de dependentes no caso de idosos e cr ianccedilas t rata -se de uma
posiccedilatildeo favoraacutevel ao desenvolvimento econocircmic o O chamado
ldquobocircnus demograacutef icordquo ao que tudo ind ica teve seu in iacutec io em 2004
quando a populaccedilatildeo economicamente at iva a t ingiu 51 da
populaccedilatildeo tota l
O demoacutegrafo Joseacute Eustaacutequio Din iz Alves professor da Escola
Nacional de Ciecircncias Estat iacutes t ica do IBGE anal i sta e pesquisado r do
1 1 0
assunto ldquobocircnus demograacutef ico rdquo ind ica que o Bras i l passa por um
momento uacuten ico neste in iacutec io do seacutecu lo XXI Af i rma que esta jane la da
h is toacuter ia t raz uma condiccedilatildeo propiacutec ia para o desenvolvimento
soc ioeconocircmico Defende que a combinaccedilatildeo ent re uma est rutura
demograacutef ica e uma est ru tura soc ia l que levam a uma proporccedilatildeo de
populaccedilatildeo em idade em que o re torno soc ioeconocircmico eacute maior 47 A
tabe la 10 a seguir com dados se lec ionados das seacuter ies esta t iacutes t icas
do IBGE atesta o cresc imento da Populaccedilatildeo Econo micamente At iva
por regiatildeo
47 B ocirc n u s d e m o g r aacute f i c o c r e s c i m e n t o e c o n ocirc m i c o e r e d u ccedil atilde o d a p o b r e z a n o B r a s i l
J o s eacute E u s t aacute q u i o D i n i z A l v e s - h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e
A P A R T E - I n c l u s atilde o S o c i a l e m D e b a t e
h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e p d f s b o n u s _ e c o n o m i a _ e _ p o b r e z a p d f
1 1 1
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA POR REGIAtildeO
Regiatildeo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
(000) (000) (000) (000) (000) (000) (000)
Norte 4918 6861 7073 7073 7145 7340 7536 Nordeste 24213 24911 25822 25880 26093 26546 26735 Sudeste 38666 39282 40863 41623 41860 42712 43452 Sul 14607 14893 15043 15290 15489 15437 15744 Centro-Oeste 6395 6712 6946 7007 7286 7466 7643
Brasil 88774 92660 95748 96874 97872 99500 101110
Tabe la 10 Popu laccedilatildeo Economicamente A t i va por Regiatildeo
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD292amps
v=19ampt=grupos -de- idade
Acesso em 13 11 11
Segundo Din iz A lves (2010) ent re 2003 e 2004 a renda per
cap ita pouco cresceu e a pobreza apresentou a lguma reduccedilatildeo mas
as condiccedilotildees demograacutef icas econocircmicas e soc ia is entraram em um
c i rcu lo v i r tuoso a part i r daiacute Houve po l iacute t icas puacutebl icas saudaacuteveis ou
favoraacuteve is po is a economia bras i le i ra most rou-se imune agraves cr ises
in ternacionais que asso lavam o pr imeiro mundo Poliacute t icas puacutebl icas
de recuperaccedilatildeo do sa laacuter io miacuten imo e incremento de programas
soc ia is em part icu lar Programa Bolsa Famiacutel ia impuls ionaram a
economia Houve incremento do t raba lho formal reduccedilatildeo das taxas
de desemprego e informal idade
Coloca Din iz A lves (2010) a ent rada maciccedila da mulher no
mercado de t rabalho como pr imord ia l para a reduccedilatildeo da pobreza
nesse ponto haacute que enfat izar o cresc imento da demanda de matildeo de
obra face ao impulso favoraacuteve l do cresc imento econocircmico
1 1 2
A tabela 11 a seguir conf i rma as af i rmaccedilotildees de Din iz A lves
em seu texto sobre o tema ent re 2001 e 2009 houve um incremento
de 171 mi lhotildees de pessoas na parce la da populaccedilatildeo denominada
ldquoeconomicamente a t ivardquo sendo 92 milhotildees de mulheres e 7 9
mi lhotildees de homens
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA
2001 2009 ACREacuteSCIMO
(000) (000)
HOMENS 48844 56710 7866
MULHERES 35174 44401 9227
TOTAL 84018 101111 17093
Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingresso 2001 a 2009
Fonte IBGE Seacuterie PD292 - Grupos de idade httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 121111
Segundo o ar t igo a ent rada da mulher com maior in tens idade
no mercado fo i importante para a reduccedilatildeo da pobreza e que a
reduccedilatildeo da informal idade para ambos os sexos produzi ram os
maiores ganhos apoacutes 2004 O graacutef ico 21 demonst ra o cresc imento
de empregados formais podemos notar def lexatildeo no ano de 2004
1 1 3
EMPREGADOS CARTEIRA ASSINADA
(MILHARES DE PESSOAS)
14608 14975 1542716535
17282 1786819105
20428 20609
7756 8160 84929023 9593 10173
10663 11454 11756
0
5000
10000
15000
20000
25000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
HOMENS
MULHERES
Graacutef ico 20 Empregados com Carte i ra Ass inada
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD352ampsv=
18ampt=empregados-com-carte i ra -de- traba lho-ass inada-to ta l -e-por-sex
Acesso em 10102011
A ent rada consistente da mulher no mercado de t raba lho
pr inc ipa lmente aquelas que possuem melhores n iacuteve is educacionais
soacute fo i possiacuteve l porque houve importante reduccedilatildeo nas taxas de
fecundidade Com a reduccedilatildeo do nuacutemero de f i lhos aumentam as
oportun idades para as mulheres invest i rem de forma ef ic iente em
sua proacutepr ia educaccedilatildeo e carre i ra O resu l tado eacute posi t ivo com
1 1 4
melhores sa laacuter ios e rend imentos que remunerem e incent ivem o
desenvolvimento de cap ita l humano 48
Na tabe la 12 a seguir podemos visua l izar a queda da taxa de
fecundidade no Bras i l a maior queda ocorreu na Regiatildeo Nordeste
aproximando-se das taxas das regiotildees mais desenvolvidas Isso
a testa a melhor ia da qual idade de vida e a tendecircncia fortu i ta na
reduccedilatildeo da desigualdade
TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL
TAXA DE FECUNDIDADE REDUCcedilAtildeO MEacuteDIA ANUAL
REGIAtildeO 2001 2009 2001-2009
()
NORTE 32 25 -30
NORDESTE 27 20 -34
SUDESTE 21 18 -23
SUL 22 19 -17 CENTRO-OESTE 23 19 -22
BRASIL 24 19 -26
Tabela 12 Taxa de Fecundidade Total FONTE IBGE
Seacuterie POP264 - Taxa de fecundidade total Acesso em 15112011
48
C a p i t a l H u m a n o j aacute a b o r d a d o n a p a r t e i n i c i a l d e s t e t r a b a l h o b a s i c a m e n t e
s i g n i f i c a o c a p i t a l a d q u i r i d o p e l a s p e s s o a s a t r a v eacute s d e i n v e s t i m e n t o s e m s i
p r oacute p r i a s
1 1 5
Famiacutel ias pequenas onde o casa l pode dedicar -se ao t raba lho
remunerado satildeo menos vu lneraacuteve is a prob lemas soc ia is a
par t ic ipaccedilatildeo da mulher no mercad o de t raba lho faz crescer a
economia e reduz a pobreza t rata -se de um s ina l cr is ta l ino de
melhor ia soc ioeconocircmica
Um exerciacutec io ca lcu lando a razatildeo ent re os dados de Populaccedilatildeo
Economicamente At iva e a Populaccedilatildeo afer ida pe lo Censo de 2010
ind ica que o bocircnus demograacutef ico eacute favoraacuteve l em todas as regiotildees
com exceccedilatildeo da Regiatildeo Norte que se encontra em 49 muito perto
de par t ic ipar do processo O ldquobocircnus demograacutef icordquo natildeo eacute o uacuten ico
fa tor determinante para o desenvolvimento soc ioeconocircmico
contudo sendo favoraacuteve l eacute como jaacute fo i co locado exce lente fator de
a t raccedilatildeo de invest imentos cabe ao Bras i l tomar prove i to desta
oportun idade como o f izeram paiacuteses ho je posic ionados como
parad igmas do desenvolvimento humano
1 1 6
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVAPO PULACcedilAtildeO TOTAL
(EM MILHARES DE PESSOAS)
POPULACcedilAtildeO
CENSO ECONOMICAMENTE ATIVA EM 2009
REGIAtildeO 2010 2009 POP TOTAL
NORTE 15485 7536 49
NORDESTE 51871 26735 52
SUDESTE 77657 43452 56
SUL 27022 15744 58
CENTRO-OESTE
13677 7643 56
BRASIL 185713 101110 54
Tabela 13 Populaccedil Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total
FONTE Dados do Censo 2010 publicados no Diaacuterio
Oficial da Uniatildeo do dia 04112010 Recenciamento feito ateacute 31 de outubro de 2010
Populaccedilatildeo Economicamente Ativa - IBGE
httpwwwcenso2010ibgegovbrdados_divulgadosindexphpuf=35
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 10102011
1 1 7
3 3 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO
Atua lmente eacute voz corrente que o Bras i l natildeo investe o
montante adequado na Educaccedilatildeo encontramos este t ipo de
comentaacuter io em jorna is programas de raacuted io exis tem extensas
reportagens sobre o assunto Haacute colocaccedilotildees e af i rmaccedilotildees dos mais
d iversos t ipos sempre com fundamentaccedilotildees empiacuter icas e
quest ionaacuteveis provavelmente o que leva a essas cr iacute t icas e anse ios
eacute a rea l idade dos ind icadores que demonstram a enorme d istacircnc ia
da exce lecircncia
Os graacutef icos 22 e 23 a seguir i lust ram os invest imentos
puacutebl icos em Educaccedilatildeo em termos de porcentagem do PIB houve
uma queda apoacutes 2003 com estagnaccedilatildeo no per iacuteodo 2003 -2005
re tomando cresc imento apoacutes 2006
1 1 8
Graacutef ico 21 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo - do PIB
Fonte IDB Inep
porta l inepgovbr estat is t icas -gastoseducacao-
ind icadores_f inancei ros -p t i _n ive l_ensinohtm
Acesso em 14102011
O montante de invest imentos puacutebl icos em educaccedilatildeo apres enta
ace leraccedilatildeo a part i r de 2004 sa indo de um patamar de R$ 107
b i lhotildees em 2004 at ingindo R$ 141 b i lhotildees em 2007 (a preccedilos de
2010) Essa tendecircncia nos ind ica a adoccedilatildeo de uma po l iacute t ica mais
consis tente em favor da melhor ia qual i ta t iva do processo
educacional
1 1 9
1071 1039 1065 1045 1075 1125 1266
1414
-
500
1000
1500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
INVESTIMENTOS PUacuteBLICOS EM EDUCACcedilAtildeO VALORES EM BILHOtildeES DE REAIS CONSTANTES
(2010)
Graacutef ico 22 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fontes
INEP httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-despesas_public a_paridadehtm Def lator u t i l izado L Seacute r ie SCN54 - Def lator do Produto In terno
Bruto
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
1 2 0
Graacutef ico 22A Invest imento Puacutebl ico Por A luno Est imado em
Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fonte INEP
h t tp po r ta l i nep ovb r es ta t i s t icas -gas toseducacao -despesas
pub l icas -p a par idade h tm
Acesso 142 2012
Em pronunciamentos agrave imprensa em f ins de setembro e in iacutec io
de outubro de 2011 o min is t ro Paulo Haddad ve io a se posic ionar
que o Bras i l p rec isa invest i r mais em educaccedilatildeo O proacutepr io min is t ro
admi te que a educaccedilatildeo bras i le i ra possua qual idade quest ionaacutevel
em 30 de setembro de 2011 conforme not ic iaacuter io 49 quando
par t ic ipava do 3ordm Exame Forum em debate que par t ic ipou em
companhia de Gustavo Ioschpe (economista e a r t icu l is ta de revista
49
R e v i s t a V e j a 3 0 9 2 0 1 1 ndash 1 4 3 9 h o r a s ndash J o r n a l i s t a N a t h a l i a G o u l a r t
1 2 1
Veja) Mar ia Helena Guimaratildees (Membro do Conselho Estadual de
Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo e da Academia Bras i le i ra de Educaccedilatildeo) e
Marce lo Odebrecht (empresaacuter io e pres idente da Odebrecht )
c lass i f icou o n iacuteve l atua l da educaccedilatildeo bras i le i ra com o ldquoregu larrdquo A
co locaccedilatildeo do min is t ro se apoia no fa to de que o Brasi l melhorou de
posiccedilatildeo na aval iaccedilatildeo internacional coordenada pe lo OCDE
(Organisat ion for Economic Co -operat ion and Development )
Na ocasiatildeo o min is t ro fo i contestado por Gustavo Ioschpe de
que o nosso paiacutes estava ent re os uacute l t imos co locados o prat icamente
condic iona agrave impossib i l idade de p iorar Cr i t ica af i rmaccedilotildees de que o
Bras i l p rec isa aumentar gastos com educaccedilatildeo a lega que o Bras i l
aumentou de forma ext raord inaacuter ia esses d ispecircndios sem t razer
cont rapart ida em termos de qual idade O economista Gustavo
Ioschpe natildeo de ixa de marcar um ponto os d ispecircndios puacutebl icos em
educaccedilatildeo aumentaram em termos re a is ent re 2003-2009 em 55
Natildeo temos como confer i r esses dados contudo se f izermos uma
ext rapolaccedilatildeo com os dados do graacutef ico 22 a af i rmaccedilatildeo parece
correta
Em out ra ocasiatildeo em 10 de outubro de 2011 o Min is t ro
Fernando Haddad em palest ra na Escola de Admin ist raccedilatildeo Puacutebl ica e
de Empresas da Fundaccedilatildeo Getuacute l io Vargas af i rmou que os recursos a
invest i r em educaccedilatildeo em 2011 representaratildeo 7 e 10 do PIB 50
50
R e v i s t a V e j a 1 0 1 0 2 0 1 1 ndash 1 8 5 4 ndash C a d e r n o E d u c a ccedil atilde o
1 2 2
Segundo o min is t ro a meacutedia invest ida pe los paiacuteses de OCDE eacute de
5 mas ressa lta que o PIB dos paiacuteses membros eacute de maior
montante e a d iacutev ida educacional eacute menor Ness e mesmo
pronunciamento o min ist ro s ina l iza planos de melhor ia de qual idade
defendeu a reforma educacional do ensino meacutedio com proposta
pr ior i taacuter ia para per iacuteodo in tegra l Menciona que o p lano prevecirc que as
au las se jam d iv id idas em dois turnos sendo que o pr imeir o deveraacute
ser ded icado agraves mateacuter ias baacutesicas e o segundo a formaccedilatildeo cu l tura l e
ens ino d ig i ta l
O quest ionamento do montante de invest imento no setor de
educaccedilatildeo eacute assunto recorrente m ui tos recomendam aumentar os
va lores invest idos mas poucos buscam a ra iz do prob lema os
pontos abordados nesse t raba lho sugerem a ocorrecircncia de
prob lemas de gestatildeo no setor de educaccedilatildeo a pergunta que f ica eacute
ldquoQuando esse prob lema de gestatildeo seraacute mapeado e reconhecidordquo
O exerciacutec io a seguir fo i e laborado para visua l izar o monta nte
que anualmente eacute in jetado no s istema ed ucacional bras i le i ro A
tabe la 14 nos ind ica os va lores invest idos pe lo setor puacuteb l ico mais os
gastos das famiacutel ias com educaccedilatildeo Cabe enfat izar que os va lores
invest idos pe las famiacutel ias natildeo inc luem o ldquocusto de oportunidaderdquo que
as estas de ixaram de obter por ap l icar na educaccedilatildeo tampouco o
custo f inancei ro associado a esses invest imentos que
1 2 3
part icu larmente no Bras i l satildeo ext remamente e levados Portanto o
va lor invest ido em educaccedilatildeo em termos rea is estaacute subest imado
GASTOS PUacuteBLICOS E GASTOS DAS FAMIacuteLIAS EM EDUCACcedilAtildeO
PESQUISAS DE ORCcedilAMENTOS
POF 20022003 POF 20082009
Estimativa de Gastos Familiares
N⁰ de Famiacutelias
48534638 57816604
de Gastos das Famiacutelias
410 300
Despesa Total Familiar
177803 262631
Gastos familiares c Educaccedilatildeo
Mensal
7290 7879
Anual
87479 94547
Montante de Gastos Familiares em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 425 547 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 677 563 a)
Gastos Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 665 1235 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1055 1414 a)
Somatoacuteria de Gastos Familiares e Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 1090
1782
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1732 1977
a) Reflete 2007 uacuteltimo montante publicado pelo INEP em abril de 2011
Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos das Famiacutelias em Educaccedilatildeo
Fonte INEPIBGE
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocondicaodevidapof2008_2009POFpublicacaopdf
httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-indicadores_financeiros-ptiniacutevel_ensinohtm
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
Acesso em 14102011
1 2 4
Como podemos visua l izar no exerciacutec io demonstrado na
tabe la 14 o d ispecircndio tota l em educaccedilatildeo considerando o s
invest imentos puacutebl icos e os gastos das famiacutel ia s tota l iza um
montante est imado em 1977 b i lhotildees de rea is (2007 a preccedilos de
2010) considerando o PIB bras i le i ro de 3 046 b i lhotildees de rea is
(2007 a preccedilos de 2010) o d ispecircndio tota l s ign i f ica 65 do PIB dos
quais 4 7 foram ofertados pe lo Estado e 18 bancados pe las
famiacutel ias
Outro fa to que se constata no exerciacutec io ac ima eacute a reduccedilatildeo do
va lor gasto pe las famiacutel ias em educaccedilatildeo de 4 1 para 3 dos
gastos fami l ia res isso pode ser resu l tado da ma ior oferta de
educaccedilatildeo prat icada pe lo Estado
3 4 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011-2020 RESUMO E
DESTAQUES
1 2 5
O pro je to de le i para o PNE 51 2011-2020 fo i enviado pelo MEC
ao Congresso Nacional em 15 de outubro de 2010 e encontra -se em
t rami taccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Federa is O pro je to de le i
estabelece dez di re t r izes com vis ta ao cumpr imento das normas
const i tuc iona is per t inentes agrave educaccedilatildeo conforme os toacutep icos abaixo
I - errad icaccedilatildeo do analfabet ismo
I I - un iversa l izaccedilatildeo do atendimento
esco lar
I I I -superaccedilatildeo das desigualdades
educacionais
IV- melhor ia da qual idade do ensino
V - formaccedilatildeo para o t raba lho
VI - promoccedilatildeo da sustentab i l idade
soc ioambienta l
VI I - promoccedilatildeo humaniacutest ica c ient iacute f ica e
tecnoloacutegica do Paiacutes
VI I I - estabelec imento de meta de
ap l icaccedilatildeo de recursos puacutebl icos em
educaccedilatildeo como o produto in terno bruto
51P l a n o N a c i o n a l d e E d u c a ccedil atilde o -
h t t p p o r t a l m e c g o v b r i n d e x p h p o p t i o n = c o m _ c o n t e n t amp v i e w = a r t i c l e amp i d = 1 6 4 7 8 amp I t e
m i d = 1 1 0 7 t o p _ b a r r a A c e s s o e m 2 5 1 0 2 0 1 1 )
1 2 6
IX- va lor izaccedilatildeo dos prof iss iona is da
educaccedilatildeo
X- d i fusatildeo dos pr inciacutep ios da equidade do
respei to agrave d ivers idade e a gestatildeo
democraacutet ica da educaccedilatildeo
O pro je to de le i tambeacutem conteacutem um anexo com vin te metas
com as respect ivas est ra teacutegias para o cumpr imento das d i ret r izes O
Art igo 3ordm do Proje to de Le i def ine que as metas e est rateacutegias
deveratildeo ser cumpridas no prazo de vigecircncia do PNE (2011 -2020)
No Art igo 6ordm estaacute estabelec ido que a cr iaccedilatildeo do ldquoFo rum
Nacional de Educaccedilatildeordquo deveraacute ar t icu lar e coordenar ldquoConferecircncias
Nacionais de Educaccedilatildeordquo
Os pontos inc lu iacutedos no PNE (2011 -2020) procuram atender
uma das mais importantes demandas para o setor da educaccedilatildeo a
melhor ia da qual idade da educaccedilatildeo nesse pon to o pro je to de le i
contempla muitas metas d i rec ionadas agrave melhor ia de qual idade do
ensino bem como estabelece est rateacutegias para at ingi - las
Ta lvez neste momento em que o PNE estaacute em processo de
aprovaccedilatildeo no Congresso Nacional natildeo parece importante uma
anaacutel ise mais profunda contudo va le a se leccedilatildeo de a lguns pontos
importantes que estatildeo contemplados nas metas do pro je to de le i
conforme segue
1 2 7
A terce i ra meta prevecirc a un iversa l izaccedilatildeo do acesso agrave rede
mundia l de computadores via banda larga de a l ta ve locidade
A sexta meta prevecirc a oferta de educaccedilatildeo com tempo in tegral
em 50 das esco las puacutebl icas de educaccedilatildeo baacutesica
A seacutet ima meta estabelece as meacutedias nacionais para o IDEB 52
esta meta se apresenta t iacutemida e eacute em gera l cr i t icada pe los anal istas
e formadores de op in iatildeo Seguem as metas inc lu iacutedas no pro je to de
le i
2
2011
2
2013
2
2015
2
2017
2
2019
2
2021
Anos in ic ia is do ensino
fundamenta l
4 6
4 9
5 2
5 5
5 7
6 0
Anos f ina is do ensino
fundamenta l
3 9
4 4
4 7
5 0
5 2
5 5
Ensino meacutedio
3 7
3 9
4 3
4 7
5 0
5 2
Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB
Fonte Pro jeto de Le i PNE 20112020
A seacutet ima meta do pro jeto de le i tambeacute m estabelece pro jeccedilotildees
para meacutedia de resu l tados em matemaacutet ica le i tura e c iecircnc ias obt idos
52
Iacute n d i c e d e D e s e n v o l v im e n t o d a E d u c a ccedil atilde o B aacute s i c a
1 2 8
nas provas do Programa Internacional de Aval iaccedilatildeo do ensino ndash
PISA ndash a f im de cont ro lar progresso de ava l iaccedilatildeo do INEP e
ava l iaccedilotildees in ternacionalmente reconhecidas A s pro jeccedilotildees conforme
cont idas no pro jeto de le i seguem abaixo
Meacutedia pro jetada para as provas PISA
PISA 2009 2012 2015 2018 2021
Meacutedia (1) 395 417 438 455 473
Tabela 16 Meacutedia Pro jetada para as Provas
PISA
(1) ciecircnciasleituramatemaacutetica
Em 2009 o Bras i l nas esta t iacutes t icas do OCDE (Organisat ion for
Economic Co-operat ion and Development ) se posic iona ent re os
uacute l t imos co locados dos paiacuteses par t ic ipantes as meacutedias publ icadas
por aquela organizaccedilatildeo em 2009 para o pr imeir o co locado foram as
seguintes
Meacutedias a lcanccediladas no exame PISA 2009
PRIMEIRO COLOCADO
BRASIL
Matemaacutet ica 600 316
Le i tura 556 412
Ciecircncias 575 405
Tabela 17 Meacutedia A lcanccedilada no Exame PISA 2009
Fonte OECD
ht tp wwwoecdorgdocument 0 3746en_2649_201185_46462759_1
_1_1_100html Acesso em 31102011
O Bras i l mais uma vez assume at i tude conservadora quando
estabelece metas considerando a meacutedia da ava l iaccedilatildeo PISA
1 2 9
estabelec ida para 2021 em 473 nosso paiacutes sa l tar ia para o 37ordm lugar
isso consistente com as condiccedilotildees atua is is to eacute os demais paiacuteses
ter iam que f icar estagnados o que im provaacutevel
A deacutecima e deacutecima pr imeira meta contemplam a oferta de
educaccedilatildeo prof issiona l izante As es t rateacutegias estabelec idas para
essas metas inc luem ofer ta de f inanciamento estudant i l fomento agrave
modal idade de educaccedilatildeo agrave d is tacircnc ia est iacutemulo a accedilotildees que
aumentem a esco lar idade do t raba lhador etc
A deacutecima seacutet ima meta vem atender uma demanda mui to atua l
po is t rata da va lor izaccedilatildeo do magis teacuter io puacuteb l ico da educaccedilatildeo baacutesica
Estabelece que aqueles prof iss iona is com mais de onze anos de
esco lar idade devem ter rend imento meacutedio dos demais prof iss iona is
com esco lar idade equiva lente Prevecirc a adoccedilatildeo de meios de
acompanhamento a f im de que as correccedilotildees ocorram rot ine i ramente
A deacutecima nona meta estabelece a garant ia mediante le i
especif ica em acircmbi tos federa l estadual e munic ipa l para nomeaccedilatildeo
comiss ionada de d i re tores de esco la v incu lada a cr i teacuter ios teacutecn icos
de meacuter i to e desempenho e agrave par t ic ipaccedilatildeo da comunidade esco lar
Esta meta ta lvez se ja a mais mot ivadora da melhor ia de qual idade
do s is tema de ensino
A vigeacutes ima meta def ine que os invest imentos puacutebl icos em
educaccedilatildeo devem ser ampl iados de forma progress iva a teacute a t ingi r o
patamar miacuten imo de 7 do PIB O aumento dos invest imentos em
1 3 0
educaccedilatildeo eacute re iv ind icaccedilatildeo recorrente contudo o grande en igma eacute a
fa l ta de cr i teacuter ios e estudos e laborados de qual ser ia um montante de
invest imento puacutebl ico em educaccedilatildeo que rea lmente t rouxesse
efet iv idade ao setor O fa to eacute que haacute c lamores dos mais d iversos
pontos da soc iedade no sent ido de aumentar o va lor dos
invest imentos em educaccedilatildeo
1 3 1
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA
REDUZIR A DESIGUALDADE
O Programa Bolsa Famiacutel ia conseguiu de forma s imples
ident i f icar e mapear o opr imido Hoje podemos af i rmar que o
Cadast ro Uacutenico inst i tu iacutedo com o advento do Programa Bolsa Famiacutel ia
poss ib i l i ta a ident i f icaccedilatildeo com nome endereccedilo e condiccedilatildeo soc ia l do
desfavorec ido tornando -se fer ramenta de pr imeira grandeza para a
def in iccedilatildeo de po l i t icas puacutebl icas de igua ldade
Os gastos soc ia is impuls ionam o progresso porque satildeo
d i rec ionados agraves camadas mais pobres que com a l ta p ropensatildeo a
consumir graccedilas ao efe i to mul t ip l icador (descr i to pe lo Economista
Paul Samuelson - 1966) 53 garante a e levaccedilatildeo do PIB e a renda das
famiacutel ias Neste sent ido as famiacutel ias tendem a consumir produtos de
or igem nacional o que impuls iona a economia como um todo Por
out ro lado quanto ao cresc imento do PIB haacute aumento da
arrecadaccedilatildeo proporc ionando ass im re torno substancia l e garant ido
O IPEA est ima que 56 dos valores dos gastos soc ia is
re tornam ao ca ixa do tesouro depois de percorr ido o processo de
mult ip l icaccedilatildeo justamente porque o gasto soc ia l benef ic ia mais a
53
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m i c a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 3 1 4 - -
e d i t o r a A G I R
1 3 2
renda dos pobres e setores meacutedios que pagam mais impostos em
proporccedilatildeo agrave renda 54
O IPEA em seu comunicado 75 de 3 de fevere i ro de 2011
e laborou uma matr iz os mul t ip l icadores decorrentes de aumento de
1 do PIB segundo o t ipo de gasto conclu iu que os gastos dent ro
da aacuterea soc ia l em part icu lar o gasto em educaccedilatildeo tem o maior
mult ip l icador dentre os agregados invest igados Soacute para i lust rar a
s imulaccedilatildeo ind ica que considerando tudo mais como constante R$ 1
invest ido em educaccedilatildeo aumentaraacute R$ 185 no PIB e R$ 167 na
renda das famiacutel ias o Programa Bolsa Famiacutel ia por seu turno resu l ta
para cada R$ 1 invest ido em R$ 144 no PIB e R$ 225 na renda das
famiacutel ias Sem duacutevida considerando o estudo de IPEA Bolsa Famiacutel ia
e Educaccedilatildeo satildeo campeotildees em termos de re torno
A tabe la 18 de e laboraccedilatildeo do IPEA ind ica os efe i tos
mult ip l icadores dos gastosdemanda se lec ionados Como
ver i f icamos recursos ap l icados em Programa Bolsa Famiacutel ia bem
como em Educaccedilatildeo apresentam a l to efe i to mult ip l icador por tando
d ispecircndios soc ia is a leacutem da nobre tarefa de reduzi r a des igualdade
benef ic ia a economia como um todo
54
F o n t e - I P E A G a s t o s c o m a P o l iacute t i c a S o c i a l a l a v a n c a p a r a o c r e s c i m e n t o c o m
d i s t r i b u i ccedil atilde o d e r e n d a ndash C o m u n i c a d o s d o I P E A N o 7 5 3 2 2 0 1 1
h t t p w w w i p e a g o v b r p o r t a l i m a g e s s t o r i e s P D F s c o m u n i c a d o 1 1 0 2 0 3 _ c o m u n i c a d
o i p e a 7 5 p d f A c e s s o e m 1 4 1 1 1 1
1 3 3
Segue matr iz de mult ip l icadores decorrentes de um aumento
de 1 do PIB segundo o t ipo dede gasto inc luiacutedo no estudo
e laborado pe lo IPEA
Multiplicadores Decorrentes de um Aumento de 1 do PIB Segundo o Tipo
de Gasto
Multiplicador
Tipo de GastoDemanda do PIB ()
Renda das
Famiacutelias ()
Demanda Agregada (Investimentos exportaccedilotildees e gastos do governo)
157
117
Educaccedilatildeo e Sauacutede 178
156
Educaccedilatildeo 185
167
Sauacutede 170
144
Investimento no Setor de Construccedilatildeo Civil 154
114
Exportaccedilatildeo de Commodities Agriacutecolas e Extrativas 140
104
Programa Bolsa Famiacutelia 144
225
Benefiacutecio de Prestaccedilatildeo Continuada 138
220
Regime Geral de Previdecircncia Social 123
210
Tabela 18 Multiplicadores 1 de aumento no PIB segundo tipo de gasto
Fonte IPEA httpwwwipeagovbrportalimagesstoriesPDFscomunicado110203_comunicado
ipea75pdf Acesso em 20112011
1 3 4
Os inves t imen tos soc ia i s no B ras i l to rna ram -se impor tan tes
conduto res de c resc imento todo o p rocesso se most ra
re la t i vamen te conso l idado e ap resen ta s ign i f i ca t i va robuste z jaacute
reconhec ida in te rnac iona lment e Os gas tos soc ia i s j aacute natildeo podem
ser cons ide rados como um ocircnus pa ra as f inanccedilas puacuteb l icas do
pa iacutes mas s im fa to r de c resc imento e des envo lv imento rac iona l e
pe rene
4 1 SAIacuteDA DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Hoje o Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez se ja um dos maiores
programas de t ransferecircncia de renda que jaacute e xis t i ram o Min isteacuter io
do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome informa o
a tendimento a 13 mi lhotildees de famiacutel ias A pergunta recorrente com
respei to ao programa eacute ldquoComo sa i r do Programa Bolsa Famiacutel iardquo
Tudo ind ica que o Programa Bolsa Famiacutel ia no longo prazo
tende a desaparecer se o progress ivo desenvolvimento da economia
bras i le i ra cont inuar na rea l idade o cresc imento do programa natildeo
ser ia um bom s inal porque ind icar ia aumento da desigualdade
1 3 5
Em recente reportagem o Jorna l Va lor Econocircmico 55 pub l ica
dados interessantes ana l isa as desis tecircnc ias de famiacutel ias
benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia e ind ica que desde a
cr iaccedilatildeo em 2003 ateacute setembro de 2011 5856 mi lhotildees de fa miacutel ias
saiacuteram do programa e de ixaram de receber as t ransferecircncias de
renda per t inentes
Dentre os mot ivos ident i f icados como just i f icat iva da saiacuteda
cerca de 40 pertencem a famiacutel ias que aumentaram a sua renda per
cap ita e portanto natildeo mais a tendem a reg ras de benef iacutec ios mensal
estabelec idas pe lo Cadast ro Uacutenico 56 Segundo a reportagem a
quant idade de famiacutel ias que t iveram os benef iacutec ios cancelados po r
aumento de renda fo i de 22 mi lhotildees ent re 2003 e 2011 (menciona
MDS como fonte) Obviamente esse aumento de renda das famiacutel ias
anter iormente benef ic iadas natildeo pode ser contab i l izado na sua
tota l idade como resu ltado do Programa Bolsa Famiacutel ia mas ao
con junto de accedilotildees de po l iacute t icas puacutebl icas em part icu lar as de cunho
soc ia l que tem como mola mestre a t ransferecircncia de renda Dentre
as po l iacute t icas impuls ionadoras a reportagem ind ica a va lor izaccedilatildeo do
sa laacuter io miacuten imo pequenos empreendedores que montaram negoacutecios
e o Benef iacutec io de Prestaccedilatildeo Cont inuada da Assis tecircnc ia Socia l que
55
E d i ccedil atilde o 2 8 6 3 ndash 1 7 1 0 2 0 1 1 ndash p o r L u c i a n o M aacute x i m o ndash S atilde o P a u l o
56 Q u e eacute a teacute R $ 7 0 p o r p es so a ou r en d i me n to i n d i v i d u a l me ns a l na f a i xa d e R $ 70 a
R $ 14 0
1 3 6
paga um sa laacuter io miacuten imo para ex - t raba lhadores ru ra is idosos e
def ic ientes
A tabe la 19 a seguir inc lu iacuteda na repo rtagem do jorna l Va lor
Econocircmico e lenca o ro l de mot ivos que os benef ic iaacuter ios foram
desl igados do Programa Bolsa Famiacutel ia
MOTIVOS DE CANCELAMENTO DO BOLSA FAMIacuteLIA
2003-2011
M i lha res
de Famiacute l ias
Aumen to de renda per cap i ta fami l ia r
2227
Venc imento do p razo de cadast ro e
Rev isatildeo cadas t ra l 1222
Descumpr imen to de cond ic iona l idades
117
Cadast ro Benef iacutec io exc lu iacutedo
550
Mu l t ip l i c idade Cadast ra l
85
Ped ido de cance lamento pe lo mun ic iacutep i o
148
Dec isatildeo jud ic ia l
20
Ou t ros
1485
To ta l
5854
Tabela 19 Mot ivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutel ia 20032011
Fonte
Jorna l Va lor Econocircmico - Ediccedilatildeo 2863 de 17102011
O graacutef ico 23 a seguir nos daacute uma boa ind icaccedilatildeo de como o
Programa Bolsa Famiacutel i a evo lu iu desde a implementaccedilatildeo Podemos
1 3 7
notar que haacute um cresc imento exponencia l nos pr imeiros anos e no
per iacuteodo mais recente re la t iva estabi l izaccedilatildeo A inda parece cedo p ara
fazermos um prognoacutest ico provavelmente no fu turo deparare mos
com tendecircncia decrescente de benef ic iados
Graacutef ico 23 Famiacutel ias Benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia
per iacuteodo 2003-2010
Fonte Jorna l Va lor Econocircmico - Ed iccedilatildeo 2863 de 17102011 - MDS
Cadast ro Uacutenico 102011
3615
6571
8942
1122911294
11353 12370 1277813172
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
FAMIacuteLIAS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA (MILHOtildeES)
1 3 8
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Pe lo que fo i ap resen tado nessa d isse r taccedilatildeo conc lu i - se que
a reduccedilatildeo das des igua ldades eacute ingred ien te impu l s ionador
ex t remamente impor tan te para o c resc imento soc ioeconocircmico e a
me lho r ia do bem es ta r do b ras i l e i ro O Programa Bo lsa Famiacute l ia eacute a
p rova v i va de que gas tos soc ia is possuem funccedilatildeo es t ra teacuteg ica
a leacutem de se rem ex t remamente uacute te is para suav iza r os e fe i tos de
c r i ses econocircmicas A rea l idade nos most ra que gas tos soc ia i s
tambeacutem resu l tam em impor tan tes benef iacutec ios soc ioeconocircmicos
O P rograma Bo lsa Famiacute l ia mate r ia l i za a t rans fe recircnc ia de
renda agraves camadas menos favo rec idas de fo rma e f i c ien te e
s i s temaacutet i ca Os con t ro les es tabe lec idos satildeo re la t i vamente s imp les
e pa r t icu la rmente e f i c ien tes u t i l i za a in f raes t ru tu ra adm in is t ra t i va
ex is ten te no caso o apo io teacutecn ico da Ca ixa Econocircmica Fede ra l
com to ta l t ranspa recircnc ia quan to ao des t ino dos recu rsos
Como fo i abordada no cap iacute tu lo 2 nos d ias a tua is a
des igua ldade natildeo in te ressa a n ingueacutem (SCHULZ 2001 ) as
v io laccedilotildees dos d i re i tos dos c idadatildeos bem como o ma l es ta r
resu l tan tes soacute servem agrave p romoccedilatilde o de ins tab i l idade Os ma le f iacutec ios
da des igua ldade re f le tem p r inc ipa lmente na qua l idade da sauacutede e
1 3 9
nos iacutend ices de v io lecircnc ia das popu laccedilotildees v indo por consequecircnc ia
a p romover eno rme drenagem de recursos
Ta lvez o ma io r f a to r de p romoccedilatildeo de des igua ldade
pa r t icu la rmente no B ras i l se ja a concent raccedilatildeo de renda con fo rme
ana l isado no cap iacute tu lo 2 podemos an tec ipa r uma lu ta hercuacute lea
pe la f ren te com o Iacutend ice de Gin i em 0 531 (2008 ) o B ras i l es taacute
em pos iccedilatildeo ex t remamente de l i cada nesse ques i to v is to que a
exce lecircn c ia de t ida pe la No ruega eacute de 0 255 (2000 )
Es taacute ma is do que segu ro que p rogramas de t rans fe recircnc ia de
renda satildeo dec is i vos pa ra a reduccedilatildeo da p ressatildeo exerc ida pe la maacute
d is t r ibu iccedilatildeo de renda O P rograma Bo lsa Famiacute l ia cumpre o pape l
soc ia l de re t i ra r da penuacute r ia ce rca de 13 m i lhotildees de famiacute l ias
caren tes O o rccedilamento Fede ra l con templa o va lo r de 14 b i lhotildees de
rea is 1 3 do to ta l des t inado agrave t rans fe recircnc ia de renda (Graacute f ico 3 )
t ra ta -se esse montan te p rovave lmente de um dos ma io res da
h is toacute r ia j aacute des t inados agrave e l im inaccedil atildeo desse ma l avassa lado r
Os ind icadores que permi tem ava l iar o Programa Bolsa
Famiacutel ia atestam como fo i ana l isado neste t raba lho o cumpr imento
dos ob je t ivos a que se propotildee que eacute garant i r agraves famiacutel ias pobres o
d i re i to agrave a l imentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo e agrave sauacutede c om vantagem
importante para o desenvolvimento humano O Programa pode ser
considerado como ferramenta e l iminadora de desigualdades e fator
favoraacuteve l para o cresc imento O desenho e a proacutepria natureza do
1 4 0
Programa Bolsa Famiacutel ia forccedila automat icamente a a locaccedil atildeo de
recursos agraves aacutereas carentes De que forma Com as normas para
inserccedilatildeo da famiacutel ia no Cadast ro Uacutenico o Programa Bolsa Famiacutel ia
promove progresso e desenvol tura soc ioeconocircmica agravequelas aacutereas
mais necessi tadas s implesmente porque eacute laacute o domiciacute l io das
populaccedilotildees carentes
Ou t ro fa to r impor tan t iacutess imo desve lado po r esse t raba lho
res ide na sus ten tab i l i dade econocircmico - f inance i ra do P rograma
Bo lsa Famiacute l ia os va lo res inves t idos g raccedilas do e fe i to mu l t ip l i cador
p ropo rc ionam re to rnos subs tanc ia is Confo rme demons t ram
es tudos economeacutet r icos e laborados pe lo IPEA gas tos soc ia is
p ropo rc ionam e fe i to mu l t ip l i cado r impor tan t iacutess imo pa ra a
qua l idade de bem es ta r dos b ras i le i ros Neste pormenor
des tacam -se os mu l t ip l i cado res do P rograma Bo lsa Famiacute l i a de
1 44 no P rodu to In te r no B ru to e 2 25 na renda das famiacute l ias o que
o to rna impor tan t iacutess imo p romoto r de r iqueza como pa r te de um
p rocesso conso l idado e reconhec ido in te rnac iona lmente Podemos
a f i rmar que os gas tos soc ia i s natildeo satildeo ma is satildeo ocircnus f inance i ros
mas impu ls ionadores de desenvo lv imento e bem es ta r pe rene
In fe l i zmente o b ras i le i ro ta l vez a inda natildeo se en tus iasme
com o tema educaccedilatildeo es te es taacute c lass i f i cado em seacute t imo luga r nas
p r io r idades puacuteb l i cas (NERI 2008 ) Qua is se r iam as causas des te
t ipo de en foque por par te da popu l accedilatildeo Segundo Ner i uma
1 4 1
pessoa ma is educada possu i ho r i zon tes re la t ivamente bem
de f in idos jaacute o ana l fabe to pode se da r ao luxo quanto ao
desconhec imento sem se sen t i r ma l com isso Ner i de fende que a
educaccedilatildeo ge ra educaccedilatildeo co loca como grande desa f io das
po l iacute t i cas educac iona is desvenda r ao homem comum o va lo r da
educaccedilatildeo
O Programa Bolsa Famiacutel ia com suas condic iona l idades eacute
uma ferramenta em favor da e l iminaccedilatildeo da desigualdade e da busca
da exce lecircncia seus benef ic iaacuter ios out rora c lass i f icados como pobres
e ext remamente pobres estatildeo sendo resgatados Esses
par t ic ipantes do programa agora conseguem oferecer agrave soc iedade a
sauacutede e a permanecircncia de seus f i lhos na esco la a leacutem de tornaram -
se consumidores que fazem gi rar a econom ia em favor do bem estar
perene
Va le destacar que o Programa Bolsa Famiacutel ia devido agrave
condic iona l idade per t inente agrave educaccedilatildeo forccedila po l iacute t icas puacutebl icas em
favor de invest imentos crescentes na aacuterea Este s i tuaccedilatildeo pode ser
evidenciada nos quadros 22 e 22A onde notamos cresc imento dos
va lores invest idos os quais ace leraram de forma importante a part i r
de 2004 poss ive lmente a f im de cumpr i r ob je t ivos do novo
programa
Apesar da mediacuteocre co locaccedilatildeo do Bras i l nos rank ings de
desenvolvimento humano natildeo podemos negar o progresso que se
1 4 2
aviz inha e a potencia l idade do paiacutes em termos de desenvolvimento
sustentaacuteve l Fatos posi t ivos cont r ibuem para acred itarmos em um
cresc imento soc ia l de meacutedio prazo Podemos enfat izar as vantagens
proporc ionadas pe lo bocircnus demograacutef ico fenocircmeno que ocorre
quando a popu laccedilatildeo economicamente at iva supera agrave dos
dependentes anal isadas no capiacutetu lo 3 dessa d issertaccedilatildeo at ingido
no ano de 2004 A s i tuaccedilatildeo descr i ta como bocircnus demograacutef ico serve
como a lavanca importante e de a t rat ivo de invest imentos porque haacute
mais matildeo de obra d i sponiacuteve l
Outro fator important iacutess imo a considerar eacute a reduccedilatildeo da taxa
de fecundidade que ca iu nos uacute l t imos anos (2001 -2009) de 2 4 para
1 9 f i lhos por mulher Va le observar que neste quesi to o destaque a
Regiatildeo Nordeste que passou para uma condiccedilatildeo de igu a ldade junto
agraves demais regiotildees A grande vantagem nesse sent ido eacute que a
reduccedilatildeo da taxa de fecundidade possib i l i tou a inc lusatildeo def in i t iva da
mulher em especia l aquela detentora de r ico cap ita l cu l tura l no
mercado de t raba lho
Em termos de cap ita l humano tema do capiacutetu lo 2 1 5 o Bras i l
pode comemorar melhor ias quanto agrave esco lar idade meacutedia da
populaccedilatildeo Os ind icadores mostram cresc imento da esco lar idade
meacutedia do bras i le iro de 5 6 anos para 72 anos na uacute l t ima deacutecada
Infe l izmente estamos abaixo da Argent ina (9 3 anos) e mui to aqueacutem
da exce lecircncia no caso a Noruega (126 anos) e Aust raacute l ia (12 anos)
1 4 3
O dado desalentador res ide na expectat iva de esco lar idade meacutedia
para cr ianccedilas em idade de ingresso esco lar no Bras i l aos se is anos
que sof reu queda importante na uacute l t ima deacutecada de 141 anos
ca lcu lados na deacutecada de 198090 para 138 anos Importante
sa l ientar que em termos de expectat iva de esco la r idade nota-se
estagnaccedilatildeo desde 2007 is to nos ind ica que haacute seacuter io prob lema
est rutura l no setor educacional e a lgo prec isa ser fe i to a f im de
melhorar e garant i r esco lar idade ao c idadatildeo bras i le i ro A
poss ib i l idade de aumento da expectat iva de esco lar idade parece ser
fact iacuteve l na rea l idade houve um p ico no ano 2000 quando se chegou
agrave taxa de 145 anos ent re tanto natildeo houve sustentaccedilatildeo e taxa ca iu
a patamares infer iores aos anos 1980-1990 O resu ltado a destacar
estaacute na reduccedilatildeo do analfabet ismo eacute tambeacutem no papel impar de
garant i r a permanecircncia dos a lunos na esco la Atua lmente a taxa de
analfabet ismo estaacute na casa dos 9 1 c om aparente processo
estaacuteve l jaacute haacute alguns anos o que impotildee agrave necessidade de
in terferecircncia draacutest ica a f im de caminhar -se para a completa
e l iminaccedilatildeo desse fator de desigualdade Eacute provaacutevel que as
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia despenhem o papel de
gat i lho para o aumento de invest ime ntos qual i ta t ivos em educaccedilatildeo
O maior desaf io do setor educacional bras i le i ro
provavelmente estaacute em mostrar coerecircncia ent re montantes
invest idos e resu l tados obt idos Considerando o s ign i f ica t ivo
1 4 4
dispecircndio em educaccedilatildeo (v ide tabe la 14) com va lor est imado de 198
b i lhotildees de rea is (governo mai s os gastos das famiacutel ias em 2007 a
preccedilos de 2010) equiva lente a 65 do PIB jaacute eacute tempo para uma
melhor c lass i f icaccedilatildeo nos rank ings de desenvolvimento humano
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute tema acadecircmico embr ionaacuter io a
produccedilatildeo de mater ia l acadecircmico eacute inc ip iente A metodologia
u t i l izada nessa d issertaccedilatildeo consis te bas icamente da exp loraccedilatildeo e
anaacutel ise de ar t igos publ icados em jorna is e revis tas bem como de
apanhados de dados esta t iacutes t ico s de ent idades detentoras de feacute
puacutebl ica Espera -se que no fu turo com a praacutet ica e resu ltados a
produccedilatildeo c ient iacute f ica sed imente os conceitos c ient iacute f icos per t inentes a
esse tema
1 4 5
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1 4 9
MDS http apl icacoesmdsgovbrsagiascomindexphpcut=aHR0cDovL2FwbGljYWNvZXMubWRzLmdvdi5ic i9zYWdpL2FzY29tL2dlcmFyL2luZGV4LnBocA==ampdef=v Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iaf iscal izacaoapuracao -de-denuncias Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iacondicional idadeshistor ico-das-repercussoes-por-descumprimento-de-condicional idades Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iaf iscal izacaoformas -de-f iscal izacao Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iao_programa_bolsa_famil iao-que-e Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrbolsafamil iao_programa_bolsa_famil iabenef icios-e-contrapart idas Acesso em 22062010 MEC http painel mecgovbrpainel phpmodulo=principal detalhamentoIndicadorampacao=Aampdetalhes=paisampindid=442 Acesso em 2662011 ht tp porta l mecgovbr indexphpopt ion=com_contentampview=art ic leampid=16478ampItemid=1107top_barra Acesso em 25102011 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE http porta l saudegovbrporta l apl icacoesnot ic iasdefault cfmpg=dspDetalheNot ic iaampid_area=124ampCO_NOTICIA=10818 Acesso em 2662010 NORUEGA EMBAIXADA REAL DA ht tp wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -Socia l daycare Acesso em 15102010
1 5 0
O ESTADO DE SAtildeO PAULO Jornal Ediccedilatildeo de 16102009 ndash estudo Os Efei tos do Programa Bolsa Famiacutel ia sobre a Economia dos Municiacutep ios Bra si le iros ndash Landim e Menezes ndash (agosto de 2009) Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedito no Brasi l ndash1522011 ht tp economiaestadaocombrnot iciasnot_55110htm Acesso em 1132011 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 Ediccedilatildeo 2863 ndash 17102011 ndash por Luciano Maacuteximo ndash Satildeo Paulo O GLOBO Jornal O Globo-1632010 agraves 1225- ht tp ogloboglobocomeducacaomat20100316 invest imento -em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-socia is-consideram-valor-baixo-916073723asp Acesso 20102011 SCIELO http wwwscie lobrscie lophppid=S1415 -65552009000500005ampscript=sci_art text Acesso em 932011 UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME http hdrundporgenstat ist icshdi Acesso em 2382011 ht tp wwwpnudorgbrpopuppopphpid_pop=97 Acesso em 13102010 ht tp hdrstatsundporgen indicators69606html Acesso 0252011 VALOR ECONOcircMICO Jornal Jornal Valor Econocircmico ndash 1422011 ndash jornal ista Ana Paula Ragazzi ndash ht tp wwwvaloronl inecombr impress of inancas104384094grameen-o-banco-dos-pobres- in ic iara-operacoes-no-brasi l Acesso em 1132011
1 5 1
VEJA Revista 3092011 ndash 14h39min horas ndash Jornal ista Nathal ia Goulart 10102011 ndash 1854 ndash Caderno Educaccedilatildeo WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION http wwwwipo intexport s i teswww ipstatsenstat ist icspatentsxlswipo_pat_appl_by_off ice_origin_tablexls Acesso em 025 2011
1 5 2
Anexo A
LEI No 10835 DE 8 DE JANEIRO DE 2004
Institui a renda baacutesica de cidadania e daacute outras providecircncias
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Eacute instituiacuteda a partir de 2005 a renda baacutesica de cidadania que se constituiraacute no direito de todos
os brasileiros residentes no Paiacutes e estrangeiros residentes haacute pelo menos 5 (cinco) anos no Brasil natildeo importando sua condiccedilatildeo socioeconocircmica receberem anualmente um benefiacutecio monetaacuterio
sect 1o A abrangecircncia mencionada no caput deste artigo deveraacute ser alcanccedilada em etapas a criteacuterio do
Poder Executivo priorizando-se as camadas mais necessitadas da populaccedilatildeo
sect 2o O pagamento do benefiacutecio deveraacute ser de igual valor para todos e suficiente para atender agraves
despesas miacutenimas de cada pessoa com alimentaccedilatildeo educaccedilatildeo e sauacutede considerando para isso o grau de desenvolvimento do Paiacutes e as possibilidades orccedilamentaacuterias
sect 3o O pagamento deste benefiacutecio poderaacute ser feito em parcelas iguais e mensais
sect 4o O benefiacutecio monetaacuterio previsto no caput deste artigo seraacute considerado como renda natildeo-tributaacutevel
para fins de incidecircncia do Imposto sobre a Renda de Pessoas Fiacutesicas
Art 2o Caberaacute ao Poder Executivo definir o valor do benefiacutecio em estrita observacircncia ao disposto nos
arts 16 e 17 da Lei Complementar no 101 de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal
Art 3o O Poder Executivo consignaraacute no Orccedilamento-Geral da Uniatildeo para o exerciacutecio financeiro de
2005 dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria suficiente para implementar a primeira etapa do projeto observado o disposto no art 2
o desta Lei
Art 4o A partir do exerciacutecio financeiro de 2005 os projetos de lei relativos aos planos plurianuais e agraves
diretrizes orccedilamentaacuterias deveratildeo especificar os cancelamentos e as transferecircncias de despesas bem como outras medidas julgadas necessaacuterias agrave execuccedilatildeo do Programa
Art 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 8 de janeiro de 2004 183o da Independecircncia e 116
o da Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DA SILVA Antonio Palocci Filho Nelson Machado Ciro Ferreira Gomes
Este texto natildeo substitui o publicado no DOU de 912004
1 5 3
Anexo B
Investimento em educaccedilatildeo chega a 47 do PIB mas movimentos sociais consideram valor baixo
( h t tp og lobo g lobo com educa cao ma t 2010 03 1 6 in ves t imen to -e m-educa cao - chega - 4 -7 -d o -p ib -mas -mo v imen tos -soc ia is -cons ide ram -va lo r -ba ixo -91 607372 3 a sp - Ac esso em 15 1 0 2010 )
Plantatildeo | Publicada em 16032010 agraves 12h25m
O G l o b o c o m i n f o r m a ccedil otilde e s d a A g ecirc n c i a B r a s i l
RIO - Em 2008 o investimento puacuteblico em educaccedilatildeo foi de 47 em relaccedilatildeo ao Produto Interno Bruto
(PIB) um crescimento de 02 em comparaccedilatildeo com o ano anterior Em valores foi algo em torno de R$
140 bilhotildees Mas para especialistas e entidades do setor o investimento precisa ser maior A
recomendaccedilatildeo do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (Unicef) por exemplo eacute que o Brasil aplique
8 do PIB em educaccedilatildeo O debate promete esquentar na Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo (Conae) que
ocorreraacute em abril e deve traccedilar as diretrizes para o proacuteximo Plano Nacional de Educaccedilatildeo (Leia mais
Aluno da educaccedilatildeo baacutesica custa R$ 2632 ao ano)
As propostas que seratildeo apresentadas no encontro formuladas em preacute-conferecircncias estaduais e municipais
recomendam que sejam investidos por lei entre 10 e 12
- O deacuteficit educacional brasileiro eacute muito grave para que se invista um percentual tatildeo pequeno como 6
A defesa que o ministro faz natildeo garante um patamar miacutenimo de qualidade como preconiza a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) e a Constituiccedilatildeo Federal eacute um valor insuficiente - defende o presidente da Campanha
Nacional pelo Direito agrave Educaccedilatildeo Daniel Cara que eacute membro da comissatildeo organizadora da conferecircncia
Um novo conceito que pode mudar a loacutegica do financiamento seraacute debatido e deve ser aprovado tambeacutem
na Conae o custo-qualidade aluno (CAQ) A ideia que estaacute sendo analisada tambeacutem pelo Conselho
Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) eacute estabelecer um valor miacutenimo de investimento por aluno em cada etapa
- Nesse caso o patamar miacutenimo de investimento seraacute de 8 soacute para a educaccedilatildeo baacutesica (da creche ao
ensino meacutedio) Para a perspectiva de expansatildeo do ensino superior 2 seriam razoaacuteveis com isso a gente
fecharia em 10 explica
Evoluccedilatildeo do investimento puacuteblico em educaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao PIB
2000 39 2001 40 2002 41 2003 39 2004 39 2005 39 2006 43
2007 45 2008 47
Fonte MECInep
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Anexo C
(Paacuteg ina 1 de 2 )
Tudo p ron to pa ra a nova e tapa
En t rev is ta com o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l
Tudo p ron to pa ra a nova e tap a
Pa ra o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l Bras i l e
Meacutex ico jaacute avanccedilaram o su f ic ien te pa ra l i ga r os benef i c iados da
t rans fe recircnc ia de renda ao mercado fo rma l No caso b ras i le i ro
c resc imento da renda po r t raba lho teve um peso c ruc ia l
27 de se tembro de 2010 | 0h 00
Pa t r iacutec ia Campos Me l lo - O Estado de S Pau lo
ENTREVISTA
O Bras i l eacute ho je uma re fe recircnc ia in te rnac iona l em reduccedilatildeo de
pob reza Ago ra com o Bo lsa Famiacute l ia jaacute maduro no Pa iacutes os
p rogramas p rec isam en t ra r em uma nova fase - es t imu la r a
en t rada d as pessoas no mercado de t raba lho aumenta r a
qua l idade da educaccedilatildeo e da sauacutede e o fe rece r acompanhamen to
pa ra c r ianccedilas de um a c inco anos Esse eacute o d iagnoacutest ico de
Makhta r D iop d i re to r do Banco Mund ia l pa ra o B ras i l O
senega lecircs D iop es taacute no B ras i l desde j ane i ro de 2009 An tes d i sso
e le fo i d i re to r do Banco Mund ia l no Quecircn ia e d i re to r de po l iacute t i cas
da en t idade para a Ameacuter ica La t ina e Ca r ibe com vas ta
expe r iecircnc ia em programas de reduccedilatildeo de pob reza
O B ras i l es taacute en t re as re fe recircnc ias mund ia is em p rogramas
an t ipobreza d i z D iop Ago ra vem o p roacutex imo desa f io ldquoB ras i l e
Meacutex ico jaacute es tatildeo maduros p ron tos pa ra uma nova e tapa rdquo Pa ra
comeccedilar a l i ga r os p rogramas de t rans fe recircnc ia de renda ao
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Anexo C
(Paacuteg ina 2 de 2 )
s i s tema de p rev idecircnc ia soc ia l inse r i r as pes soas no mercado de
t raba lho fo rma l Aba ixo t rechos da en t rev is ta
Como o senho r ava l ia o desempenho dos p rogramas de reduccedilatildeo
de pob reza no B ras i l
O Bras i l teve uma reduccedilatildeo s ign i f i ca t i va na pob reza Em 2001 os
pob res e ram 38 7 da popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A camada ma is pob re da popu laccedilatildeo ca iu pe la metade -
e ram 17 4 em 2001 e passa ram pa ra 8 8 A leacutem d isso o
coe f ic ien te de G in i que mede a des igua ldade (quanto ma is
p roacutex imo de 1 ma is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra 0 550
em 2010 O coe f i c ien te de G in i sempre leva mu i to tempo para
ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo impress iona Em ge ra l a renda per
cap i ta c resceu mas a renda dos 10 a 20 mais pob res c resceu
mu i to ma is rap idamen te que a renda dos 10 ma is r icos -
reduz indo a des ig ua ldade O B ras i l a inda eacute um pa iacutes mu i to
des igua l Mas o rumo e a tendecircnc ia tecircm s ido mu i to bons O Pa iacutes
es taacute a caminho de cumpr i r vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo lv imento
do M i lecircn io como e r rad ica r pobreza ex t rema e fome a teacute 2015
educaccedilatildeo p r imaacuter ia un ive rsa l i g ua ldade de gecircne ro
A que se pode c red i ta r ma is o sucesso de re t i ra r essas m i lhotildees de
pessoas da pob reza A p rogramas como o Bo lsa -Famiacute l ia ou ao
c resc imento da renda po r t raba lho e o aumento rea l do sa laacute r io
m iacuten imo
1 5 6
Esse eacute um tema mu i to d i scu t ido en t re econ omis tas e haacute d i f e ren tes
mane i ras de med i r A g rosso modo d i zemos que 50 vecircm das
t rans fe recircnc ias do gove rno e 50 do c resc imen to
1 5 7
Anexo D EDUCACcedilAtildeO PREacute -ESCOLAR NA NORUEGA
A | A | A
A Noruega estaacute prestes a atingir a cobertura universal da educaccedilatildeo preacute-escolar Uma boa
oferta no niacutevel preacute-escolar constitui preacute-requisito para que os pais de crianccedilas pequenas
possam participar no mercado de trabalho A oferta da educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem explica
porque a Noruega tem uma das taxas de natalidade mais altas da Europa
Aleacutem de ser um benefiacutecio social para os pais e matildees economicamente activos a educaccedilatildeo preacute-escolar oferece
boas possibilidades de desenvolvimento e actividade agraves crianccedilas abaixo da idade escolar obrigatoacuteria
Ainda se verifica que o jardim-de-infacircncia eacute um espaccedilo importante para a integraccedilatildeo de crianccedilas de diversas
origens eacutetnicas linguiacutesticas e culturais A educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem pode contribuir para a igualizaccedilatildeo
social
Cada vez mais
Em 2008 87 por cento de todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos de idade frequentavam o jardim-de-infacircncia
contra 69 por cento em 2003 Recentemente a percentagem subiu ainda mais
Um dos motivos importantes deste crescimento foi a introduccedilatildeo em 2004 dum limite maacuteximo para a
mensalidade paga pelos pais No periacuteodo de 2003 a 2009 a comparticipaccedilatildeo familiar nas instituiccedilotildees
municipais e particulares caiu em 20 e 28 por cento respectivamente
Houve um acreacutescimo especialmente grande entre as crianccedilas menores de trecircs anos e de minorias linguiacutesticas
Em 2009 o Governo norueguecircs deu mais um passo em frente conferindo a todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos
de idade o direito previsto pela lei a uma educaccedilatildeo preacute-escolar A fim de garantir um nuacutemero suficiente de
vagas a expansatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar atingiu um recorde no ano passado
Cada vez melhor
No debate puacuteblico houve manifestaccedilotildees de preocupaccedilatildeo de que a raacutepida expansatildeo poderia comprometer a
qualidade da oferta agraves crianccedilas Embora o nuacutemero de funcionaacuterios tenha aumentado agrave medida que mais
crianccedilas ingressam na educaccedilatildeo preacute-escolar apenas um em cada trecircs funcionaacuterios tem formaccedilatildeo como
educadores de infacircncia
Agora os poliacuteticos estatildeo dispostos a transferir o foco do nuacutemero de vagas para a qualidade do ensino preacute-
escolar e um relatoacuterio governamental sobre a qualidade da educaccedilatildeo preacute-escolar foi apresentado em 2009 no
intuito de lidar com esta questatildeo
Natildeo para todos
Mesmo assim nem todos os pais querem que os seus filhos frequentem o jardim-de-infacircncia Portanto o
Governo norueguecircs oferece um subsiacutedio mensal aos pais de crianccedilas pequenas que natildeo utilizam a oferta de
ensino preacute-escolar Este subsiacutedio visa contribuir para uma maior igualdade na partilha das verbas estatais
destinadas agraves famiacutelias independentemente do sistema escolhido para a educaccedilatildeo dos filhos
Fonte EMBAIXADA REAL DA NORUEGA
http wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -
Socia l daycare Acesso em 15102010
1 5 8
Anexo E
(paacuteg ina 1 DE 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
P o r A n d r eacute S a c c o n a t o e N a t h a n B l a n c h e
0 6 0 5 2 0 1 0 J o r n a l V a l o r E c o n ocirc m i c o
Austraacutelia mostra que pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes
As liccedilotildees que vecircm da Oceania
A defesa da tese de que deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo um mal para o paiacutes tomou um caminho claramente
ideoloacutegico levando a acreditar que os deacuteficits satildeo insustentaacuteveis e podem direcionar o Brasil a uma crise no setor
externo Natildeo parece ter sido esse o destino da Austraacutelia um exemplo da convivecircncia saudaacutevel com deacuteficits em transaccedilotildees
correntes que nos uacuteltimos 50 anos teve apenas dois superaacutevits em conta corrente 1972 com 09 do PIB e 1973 com
06 do PIB e tem convivido com deacuteficits meacutedios de 55 do PIB nos uacuteltimos cinco anos e de 4 nos uacuteltimos quinze
anos
A questatildeo relevante eacute responder como a Austraacutelia conseguiu conviver com esse deacuteficit e tirar proveito do financiamento
externo que compensou as saiacutedas por transaccedilotildees correntes crescendo a uma taxa meacutedia de 36 nos uacuteltimos quinze anos
e que a levou para o segundo lugar do ranking do IDH em 2000 Eacute importante lembrar que a Austraacutelia proporciona essa
qualidade de vida a seus habitantes mesmo sendo considerada commodity-currency e com estrutura produtiva menos
diversificada que do Brasil
No iniacutecio dos anos 80 a Austraacutelia natildeo mostrava um bom panorama Inflaccedilatildeo alta deacuteficits em transaccedilotildees correntes e
cacircmbio fixo mostravam um quadro natildeo promissor para o paiacutes aleacutem de um inconstante resultado das contas puacuteblicas O
resultado foi o esperado a necessidade de desvalorizar a moeda em 1983 Mas o importante eacute notar que a desvalorizaccedilatildeo
natildeo foi implementada isoladamente e sim com uma seacuterie de reformas dentre as quais uma profunda liberalizaccedilatildeo de
comeacutercio internacional abertura dos mercados de capitais desregulamentaccedilatildeo e privatizaccedilatildeo do setor de infraestrutura e
reforma nas leis que regem o mercado de trabalho
O um aumento no grau de confianccedila no paiacutes trouxe um maior volume de capital estrangeiro Com isso todo o processo
de liberalizaccedilatildeo do cacircmbio e reformas intensificou o deacuteficit em transaccedilotildees correntes que jaacute era alto com o cacircmbio fixo
mas com aproveitamento das entradas de capital estrangeiro jaacute que a produtividade total dos fatores triplicou em 20
anos
1 5 9
Anexo E
(Paacuteg ina 2 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE ANGENTINA E
AUTRAacuteLIA
Os estudos sobre os deacuteficits da Austraacutelia enumeram as causas da sua sustentabilidade considerando um arcabouccedilo bem
sucedido de poliacutetica econocircmica que levou o paiacutes do 15ordm lugar no ranking mundial de renda per capita para 8ordm lugar entre
1980 e 2000 aleacutem de ter um precircmio de CDS (pagamento de seguro contra default) de 36 pontos o mesmo dos Estados
Unidos e menos de um terccedilo do brasileiro (128) As principais causas podem ser resumidas em Sistema financeiro
robusto liacutequido e estaacutevel cacircmbio flutuante metas de Inflaccedilatildeo instituiccedilotildees financeiras fortes poliacuteticas macroeconocircmicas
estaacuteveis e pequena exposiccedilatildeo em diacutevida cambial
A Austraacutelia tem metas de inflaccedilatildeo desde 1993 entre 2 e 3 livre conversibilidade cambial os investidores
estrangeiros nunca sofreram default e os bancos tecircm carteiras internacionais de empreacutestimos diversificados boa parte em
moeda nacional
Portanto a Austraacutelia mostra que eacute sustentaacutevel e pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes desde que ele
esteja inserido em um contexto de poliacuteticas e reformas macro e microeconocircmicas utilizando a poupanccedila externa como
uma forma de alavancar produtividade e competitividade
Que liccedilotildees podemos tirar para o Brasil aproveitar o momento correto de importar poupanccedila externa e a transformar em
crescimento sustentaacutevel Em termos de estabilidade macroeconocircmica jaacute temos um ambiente saudaacutevel embora tenhamos
um histoacuterico de moratoacuterias O sistema de metas de inflaccedilatildeo e o cacircmbio flutuante foram implantados em 1999 e a lei de
responsabilidade fiscal em 2000 Nossa diacutevida externa eacute baixa embora a maturidade e a taxa de juros para rolagem ainda
natildeo sejam as ideais Outro ponto que deve ser melhorado eacute a falta de um arcabouccedilo mais moderno e liberalizante no
mercado de cacircmbio brasileiro jaacute que a dificuldade de remessas e saiacutedas ainda eacute muito grande e baseada numa
estruturaccedilatildeo arcaica (resoluccedilatildeo nordm 4131 de 1964) que gera inseguranccedila
Sobre contas externas a situaccedilatildeo do Brasil eacute ateacute mais confortaacutevel do que a da Austraacutelia e outros paiacuteses exportadores de
commodities Temos mais reservas internacionais e menos diacutevida externa
Aleacutem disso conseguimos nos uacuteltimos anos financiar todo o deacuteficit em transaccedilotildees correntes (quando ele existiu) com
investimento externo direto que eacute o menos volaacutetil das entradas do lado do movimento de capitais algo que nem a
proacutepria Austraacutelia vem conseguindo O que falta entatildeo As reformas que foram feitas laacute como a trabalhista a privatizaccedilatildeo
do setor de infraestrutura e a abertura comercial estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado aqui A liberalizaccedilatildeo cambial vem
avanccedilando mas ainda estaacute aqueacutem do necessaacuterio
Este eacute o momento certo para aproveitar o excesso de liquidez externo e transformar em produtividade Seguir o exemplo
de sucesso da Austraacutelia eacute o melhor caminho As criacuteticas de quem tem medo dos deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo
anacrocircnicas e levariam o Brasil ao atraso e agrave piora de posiccedilatildeo relativa no mundo Natildeo haacute nenhuma justificativa plausiacutevel
para rejeitar poupanccedila externa de tal forma que devemos apenas saber aproveitaacute-la bem
1 6 0
Anexo E
(Paacuteg ina 3 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
Quando se recomendam fechamento dos canais de entrada de capitais ou controle destes aleacutem de medidas que faccedilam
apologia ao fechamento comercial (o indicador de corrente de comercio sobre o PIB do Brasil esta em torno de 23
contra 30 dos paiacuteses emergentes) e fixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por um cenaacuterio de baixo
crescimento aumento do risco e do custo de financiamento e abrir matildeo do mecanismo de ajustes agraves crises o cacircmbio
flutuante
O Brasil precisa decidir se daacute ouvidos aos partidaacuterios do cacircmbio fixo do protecionismo dos controles de capitais e
caminha em direccedilatildeo ao que hoje eacute a Argentina ou se segue os passos da Austraacutelia e abre-se ao deacuteficit saudaacutevel em conta
corrente Satildeo as escolhas de hoje que vatildeo determinar o Brasil de amanhatilde
Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria
Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
1 6 1
Anexo F
Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na Economia
Bolsa-Famiacutelia elevou PIB em R$ 431 bi diz estudo
Ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo programa em 2006
AE - Agecircncia Estado 16102009
SAtildeO PAULO - A expansatildeo do valor total dos benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia entre 2005 e 2006 de R$ 18 bilhatildeo provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees e receitas adicionais de impostos de R$ 126 bilhotildees Esse ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia em 2006 que foi de R$ 75 bilhotildees
Essas estimativas estatildeo num estudo receacutem-concluiacutedo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper
O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Famiacutelia - que hoje atinge 129 milhotildees de famiacutelias - na economia dos municiacutepios Os pesquisadores investigaram 55 mil cidades nos anos de 2004 2005 e 2006 Os dados utilizados foram o PIB a populaccedilatildeo e a arrecadaccedilatildeo de tributos nos municiacutepios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) e os desembolsos do Bolsa-Famiacutelia do Ministeacuterio do Desenvolvimento Social (MDS)
A partir dessa base Menezes e Landim empregaram meacutetodos estatiacutesticos para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses do programa per capita - os repasses divididos pela populaccedilatildeo do municiacutepio (e natildeo pelo nuacutemero de beneficiaacuterios) A conclusatildeo foi de que um aumento de 10 no repasse meacutedio per capita do Bolsa-Famiacutelia leva a uma ampliaccedilatildeo de 06 no PIB municipal no ano em que ocorre a expansatildeo e no seguinte As informaccedilotildees satildeo do jornal O Estado de S Paulo
Fonte httpwwwestadaocombrnoticiasnacionalbolsa-familia-elevou-pib-em-r-431-bi-diz-estudo4515360htm - Acesso em 15102010
1 6 2
Anexo G (Paacutegina 1 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
O nome do jogo eacute qualidade A batalha do ensino que define o futuro dos meninos vai ser decidida dentro da sala de aula 27 de setembro de 2010 | 0h 00
Fernando DantasRIO - O Estado de SPaulo No proacuteximo governo a parte mais importante da poliacutetica social pode ser a que vai
tratar de educaccedilatildeo Uma das principais explicaccedilotildees sobre por que o crescimento
econocircmico nesta deacutecada tem sido tatildeo favoraacutevel aos pobres - a renda do trabalho
da base da piracircmide cresce muito mais raacutepido do que a do topo - eacute a reduccedilatildeo das
desigualdades educacionais no Brasil Que ainda assim permanecem
gigantescas
Para manter e acelerar essa melhora o novo presidente teraacute de investir bem mais
na qualidade da educaccedilatildeo no ensino baacutesico Ateacute agora o avanccedilo tem sido mais
na escolaridade meacutedia medida em anos de estudo e natildeo no niacutevel de
aprendizado dos alunos
Pode parecer surpreendente que um Paiacutes com qualidade sofriacutevel de ensino na
rede puacuteblica esteja reduzindo diferenccedilas educacionais ao ponto de estreitar a
diferenccedila de renda entre ricos e pobres Mas o especialista Naeacutercio Menezes
professor e coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas do Insper garante que eacute
isso mesmo
Quando colocamos quase todas as crianccedilas no fundamental - um processo
iniciado na deacutecada de 90 - e elas comeccedilaram a chegar em maior nuacutemero ao
ensino meacutedio e a se matricular no ensino superior a desigualdade comeccedilou a
cair Isso ocorreu mesmo sem melhora efetiva da qualidade da educaccedilatildeo soacute pelo
acesso
O efeito da escolarizaccedilatildeo no mercado de trabalho pode ser medido explica
Menezes pela reduccedilatildeo dos diferenciais de renda associados agrave educaccedilatildeo
Quando a qualificaccedilatildeo eacute escassa o seu preccedilo sobe No Brasil esses diferenciais
satildeo muito grandes revelando que ainda persiste um abismo de diferenccedilas
educacionais
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Anexo G (Paacutegina 2 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
Ainda assim o precircmio salarial pelo diploma universitaacuterio comeccedilou a recuar a
partir de 2005 e o relativo ao ensino meacutedio jaacute encolhe desde 2002 - natildeo por
coincidecircncia momento muito proacuteximo do iniacutecio da reduccedilatildeo mais intensa da
desigualdade da renda do trabalho nos uacuteltimos anos Segundo Naeacutercio o uacutenico
diferencial educacional que ainda estaacute crescendo eacute o da poacutes-graduaccedilatildeo
O impulso educacional na reduccedilatildeo da desigualdade deve continuar nos proacuteximos
anos por ineacutercia agrave medida que sucessivas geraccedilotildees cheguem ao mercado de
trabalho com um niacutevel cada vez maior de anos meacutedios de estudo (hoje estaacute por
volta de 75 anos para a populaccedilatildeo de 15 ou mais de idade)
Esse eacute um efeito poreacutem que pode diminuir na proporccedilatildeo em que o Paiacutes vaacute
completando o trabalho de universalizar a educaccedilatildeo baacutesica Dessa forma o
ataque agrave maacute qualidade do ensino puacuteblico seraacute cada vez mais importante A boa
notiacutecia eacute que os especialistas jaacute comeccedilam a enxergar a luz no fim do tuacutenel
tambeacutem no front da qualidade embora os avanccedilos sejam muito tecircnues
O economista Fernando Veloso especialista em educaccedilatildeo do Ibmec no Rio
acha que como no caso da poliacutetica macroeconocircmica haacute uma linha de
continuidade na poliacutetica educacional de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz
Inaacutecio Lula da Silva Ela consiste basicamente na montagem de um amplo
sistema de avaliaccedilatildeo de escolas
O Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica (Saeb) um exame de
avaliaccedilatildeo de Portuguecircs e Matemaacutetica no ensino fundamental existe desde 1990
Foi em 1995 poreacutem que o Saeb passou por uma reformulaccedilatildeo metodoloacutegica que
o tornou comparaacutevel ano a ano - o que permite avaliar a melhora ao longo do
tempo
Foi uma mudanccedila fundamental diz Veloso Ainda no governo Fernando
Henrique foram criados o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (Enem)e o Provatildeo
para avaliar as universidades (descontinuado durante o governo Lula que
estabeleceu um outro sistema de avaliaccedilatildeo do ensino superior)
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Anexo G (Paacutegina 3 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
No iniacutecio do primeiro mandato de Lula o enfoque na avaliaccedilatildeo pareceu
ameaccedilado mas ele foi retomado ainda em 2005 com Tarso Genro como
ministro da Educaccedilatildeo quando foi criada a Prova Brasil um exame censitaacuterio
(para todos os alunos) que avalia o ensino de Portuguecircs e Matemaacutetica na 4ordf e 8ordf
seacuteries do fundamental em todas as escolas puacuteblicas urbanas do Brasil (com mais
de 20 alunos nas seacuteries avaliadas)
Com a chegada de Fernando Haddad ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo em julho de
2005 a opccedilatildeo pela avaliaccedilatildeo como eixo da poliacutetica educacional cristalizou-se Em
2007 o sistema se sofisticou com a criaccedilatildeo do Iacutendice de Desenvolvimento da
Educaccedilatildeo Baacutesica (Ideb) um indicador divulgado a cada dois anos que classifica
todas as escolas puacuteblicas da Prova Brasil No caso combinando o resultado
neste exame com a taxa de rendimento escolar (que leva em conta a aprovaccedilatildeo
e a evasatildeo)
O Ideb tambeacutem estabeleceu metas anuais de melhora ateacute 2021 para cada
escola puacuteblica cada municiacutepio e cada unidade da Federaccedilatildeo O objetivo mais
geral eacute que o Brasil chegue em 2022 ao niacutevel meacutedio atual de qualidade de
educaccedilatildeo dos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento
Econocircmico (OCDE) a maioria dos quais eacute rica O Ideb prevecirc suporte federal para
as redes e escola com piores resultados
Todo esse arcabouccedilo de avaliaccedilatildeo de qualidade de ensino e mais o teste
internacional Pisa - no qual o Brasil eacute comparado com um grupo de paiacuteses
basicamente os da OCDE e tem ficado nas uacuteltimas colocaccedilotildees tiveram o
desagradaacutevel meacuterito de revelar em detalhes o quadro lamentaacutevel da educaccedilatildeo
brasileira Como explica Menezes as avaliaccedilotildees mostraram queda da qualidade
de ensino entre 1995 e 2001 mas que pode ser explicada basicamente pelo
ingresso no sistema educacional de contingentes que estavam fora Quando o
pessoal eacute absorvido comeccedila a haver um melhora adverte
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Anexo G (Paacutegina 4 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
A partir de 2003 nota-se algum avanccedilo mas lento e concentrado nos niacuteveis
iniciais do fundamental refletindo-se nas avaliaccedilotildees da 4ordf seacuterie Mais
recentemente o Ideb tambeacutem mostrou sinais positivos na 8ordf seacuterie mas a melhora
da qualidade do ensino meacutedio tem sido miacutenima
O grande desafio para o proacuteximo governo segundo Veloso eacute aprender a utilizar o
mapa das avaliaccedilotildees para se chegar a uma qualidade superior de ensino Uma
dificuldade adicional para o governo federal eacute que devido agrave estrutura federativa
do Brasil a educaccedilatildeo baacutesica eacute atribuiccedilatildeo de Estados e municiacutepios e haacute muitos
limites ao que Brasiacutelia pode fazer de forma centralizada
Para o especialista o governo federal pode atuar incentivando e financiando
inovaccedilotildees avaliando e disseminando informaccedilotildees sobre experiecircncias de sucesso
e criando um arcabouccedilo institucional que permita maior autonomia na gestatildeo
escolar
A ideia eacute que o sistema de avaliaccedilotildees iraacute paulatinamente emitindo sinais sobre o
que daacute certo ou natildeo nas dezenas de milhares de escolas brasileiras A partir
dessa base de informaccedilotildees escolas cidades e Estados com o eventual apoio de
Brasiacutelia buscaratildeo copiar e adaptar para si as soluccedilotildees mais bem sucedidas
reveladas pelo sistema de avaliaccedilatildeo
Na verdade esse eacute um processo que jaacute comeccedila a acontecer A ideia de oferecer
bocircnus por desempenho de professores por exemplo espraiou-se pelos Estados
de Satildeo Paulo Pernambuco Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro
Um exemplo bem concreto de como um bom projeto pode replicar-se satildeo as
escolas de ensino meacutedio em tempo integral em Pernambuco uma iniciativa do
empresaacuterio Marcos Magalhatildees que se transformou em poliacutetica puacuteblica Agora a
secretaacuteria de Educaccedilatildeo do municiacutepio do Rio Claudia Costin resolveu adotar uma
iniciativa parecida a partir de 2011 o chamado Ginaacutesio Carioca para o segundo
segmento do fundamental que vai da 5ordf agrave 8ordf seacuterie
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Anexo G
(Paacutegina 5 de 6) Um abismo chamado educaccedilatildeo
Tanto no caso de Pernambuco quanto no projeto do Ginaacutesio Carioca haacute
caracteriacutesticas como cargas horaacuterias de ensino elevadas e bocircnus por
desempenho a professores (combinados com maior cobranccedila de resultado) que
jaacute se provaram eficazes nos Estados Unidos em escolas voltadas a alunos de
famiacutelias carentes que jaacute chegam agrave sala de aula com uma imensa defasagem
criada pelo ambiente familiar Outra caracteriacutestica das duas experiecircncias
brasileiras eacute o trabalho em tempo integral dos professores raro no Paiacutes
Os especialistas apontam diversos outros gargalos e problemas na trajetoacuteria de
melhora da qualidade da educaccedilatildeo no Brasil Uma questatildeo fundamental
principalmente para os alunos das famiacutelias carentes eacute a creche Outro a preacute-
escola Jaacute estaacute amplamente comprovado particularmente pelo trabalho de James
Heckman precircmio Nobel de Economia que a intervenccedilatildeo para reduzir as
defasagens educacionais eacute tatildeo mais eficaz quanto mais prematura ocorrer
Em termos quantitativos o Brasil tem feito progressos nessa aacuterea O porcentual
de crianccedilas de 4 e 5 anos na preacute-escola subiu de 40 para 75 desde a deacutecada
de 90 Menezes nota que eacute animador o fato de que em Estados do Nordeste
como Piauiacute e Cearaacute aquela proporccedilatildeo chega a 90
Veloso observa entretanto que os estudos de Heckman indicam que natildeo basta
ter creches que muitas vezes natildeo passam de depoacutesitos de crianccedila Eacute preciso
uma intervenccedilatildeo bem planejada com professores treinados para estimular
crianccedilas pequenas
A lista de pendecircncias na educaccedilatildeo brasileira eacute grande e inclui questotildees como a
repetecircncia a qualidade dos professores os cursos de pedagogia
(excessivamente teoacutericos na visatildeo de Veloso e Menezes) e no ensino superior
uma definiccedilatildeo mais clara da estrateacutegia - Ricardo Paes de Barros do Instituto de
Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) nota que o Proacute-Uni que distribui bolsas
para pobres em universidades privadas e a expansatildeo da rede de universidades
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Anexo G (Paacutegina 6 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
puacuteblicas onde ricos tecircm mais facilidade de ingressar satildeo iniciativas quase
contraditoacuterias
Existe ainda a questatildeo dos gastos totais em Educaccedilatildeo que atingiram 47 do
PIB em 2008 num grande avanccedilo em relaccedilatildeo aos 39 de 2005 Essa proporccedilatildeo
deve aumentar com a recente retirada dos gastos de educaccedilatildeo da esfera
remanejaacutevel pelo esquema da Desvinculaccedilatildeo de Recursos da Uniatildeo (DRU)
Apesar da extensa e difiacutecil agenda haacute um relativo otimismo quanto agraves
perspectivas da educaccedilatildeo no Brasil baseado exatamente na continuidade de
poliacuteticas pragmaacuteticas e orientadas por resultados que prevalece desde a deacutecada
de 90
Menezes nota poreacutem que ainda haacute muita gente na aacuterea de Educaccedilatildeo que eacute
contraacuteria agrave cultura de avaliaccedilatildeo de indicadores e de comparar escolas O maior
risco para ele eacute retroceder a uma poliacutetica exclusivamente de demandas faacuteceis
como aumentar gastos com educaccedilatildeo e salaacuterio de professores Isso natildeo significa
ser contra essas poliacuteticas mas sim ter claro que a melhora da qualidade da
educaccedilatildeo estaacute intimamente ligada agrave melhora da qualidade do gasto com
educaccedilatildeo
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Anexo H
IDEB OBSERVADO VERSUS METAS ESTABELECIDAS
Anos In ic ia is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 8 4 2 4 6 3 9 4 2 6 0
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 6 4 0 4 4 3 6 4 0 5 8
Es tadual 3 9 4 3 4 9 4 0 4 3 6 1
Munic ipa l 3 4 4 0 4 4 3 5 3 8 5 7
Pr ivada 5 9 6 0 6 4 6 0 6 3 7 5
Anos Fina is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 5 3 8 4 0 3 5 3 7 5 5
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 2 3 5 3 7 3 3 3 4 5 2
Es tadual 3 3 3 6 3 8 3 3 3 5 5 3
Munic ipa l 3 1 3 4 3 6 3 1 3 3 5 1
Pr ivada 5 8 5 8 5 9 5 8 6 0 7 3
Ensino Meacutedio
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 4 3 5 3 6 3 4 3 5 5 2
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 1 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Es tadual 3 0 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Munic ipa l 2 9 3 2 - 3 0 3 1 4 8
Pr ivada 5 6 5 6 5 6 5 6 5 7 7 0
Fon te h t tp s is temas ideb inep govb r resu l tado 18 10 2010
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Anexo I (Paacutegina 1 de 5)
REDUZ-SE A MIGRACcedilAtildeO INTERNA
httpwwwestadaocombrestadaodehoje20101019not_imp6266910php 19102010
Reduz-se a migraccedilatildeo interna
19 de ou tub ro de 2010 | 0h 00 - O Estado de S Pau lo
Um dos aspectos mais relevantes do crescimento econocircmico recente do Brasil eacute a reduccedilatildeo do fluxo migratoacuterio do Nordeste para o Sudeste Isso em parte se deve a programas sociais como o Bolsa-Famiacutelia que sem duacutevida retecircm pessoas em seus municiacutepios de origem Mas o principal fator responsaacutevel pelas decisotildees de milhares de pessoas de permanecer na regiatildeo eacute a geraccedilatildeo de empregos no Nordeste como mostra estudo feito pelo economista Faacutebio Romatildeo da LCA Consultores
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste diminuiu significativamente Entre 1992 e 2002 o Nordeste perdeu 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Jaacute de 2002 a 2007 a taxa anual caiu para 098 e em 2008 e 2009 natildeo passou de 085 E natildeo satildeo poucos os nordestinos que migraram para os grandes centros do Paiacutes e estatildeo retornando a seus Estados natais Haacute razatildeo para isso uma vez que de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados as uacutenicas regiotildees que registraram aumento do emprego formal de 2008 para 2009 foram a Norte (40) e a Nordeste (12)
Evidencia-se portanto que a expansatildeo econocircmica do Paiacutes natildeo eacute um fenocircmeno localizado mas vem se espraiando Essa evoluccedilatildeo contribui certamente para a reduccedilatildeo dos desequiliacutebrios regionais de desenvolvimento que constituem um dos mais graves problemas nacionais Em ciclos anteriores de expansatildeo esse descompasso se acentuou uma vez que os maiores polos industriais do Paiacutes estatildeo localizados no Sudeste onde tambeacutem se situam os maiores mercados Programas destinados a corrigir essa distorccedilatildeo por meio da concessatildeo de incentivos fiscais tiveram algum efeito mas muito menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia nordestina pelo aumento da renda e pelos efeitos multiplicadores de investimentos na aacuterea de turismo e na infraestrutura como os que vecircm sendo feitos no Porto de Suape em Pernambuco e na Ferrovia Transnordestina
Como constatam os comerciantes locais e as empresas de varejo de massa que expandem suas redes pela regiatildeo o mercado consumidor do Nordeste teve um
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Anexo I (PAacuteGINA 2 DE 5)
crescimento ineacutedito Segundo o economista Faacutebio Romatildeo o crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase a metade dos salaacuterios dos trabalhadores explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio
Eacute no entanto a construccedilatildeo civil caracterizada pela grande absorccedilatildeo de matildeo de obra que tem atuado como a maior retentora de migrantes De acordo com o Sindicato da Construccedilatildeo Civil da Bahia de janeiro a agosto deste ano a construccedilatildeo civil contratou naquele Estado 25526 trabalhadores mais do que em todo o ano passado com a multiplicidade de preacutedios residenciais e comerciais shopping centers e obras ligadas agrave realizaccedilatildeo da Copa do Mundo de 2014 como mostrou o Estado (1010)
O mais raacutepido desenvolvimento do Nordeste eacute sem duacutevida beneacutefico para o Paiacutes como um todo e resulta em menor pressatildeo social na Regiatildeo Sudeste Mas natildeo deixa de causar problemas O fluxo contiacutenuo de nordestinos tem servido haacute deacutecadas como reserva de matildeo de obra de Satildeo Paulo e dos centros mais desenvolvidos do Paiacutes Com a diminuiccedilatildeo de migrantes haacute escassez de matildeo de obra no Sudeste na construccedilatildeo civil diretamente afetada pela menor migraccedilatildeo uma vez que 20 dos nordestinos vecircm para trabalhar nessa aacuterea Outro setor que natildeo estaacute conseguindo preencher novas vagas eacute o de supermercados onde tambeacutem eacute forte a presenccedila de trabalhadores migrantes
Essa situaccedilatildeo mostra a especial importacircncia que tem a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho de novos contingentes de trabalhadores que jaacute vivem na periferia dos grandes centros e que natildeo encontram emprego devido ao seu baixo niacutevel de escolaridade Ou seja o Brasil pode avanccedilar muito mais gerando mais empregos se for capaz de incorporar ao mercado de trabalho os milhotildees hoje marginalizados por falhas gritantes no ensino fundamental
h t tp wwwes tadaocomb r es tadaodeho je 20101010no t_ imp623016 0 php 19 10 2010
Com o crescimento econocircmico cai a migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste
A parcela de nordestinos que migra caiu pela metade em relaccedilatildeo ao pico da deacutecada de 90 alterando o perfil econocircmico das regiotildees 10 de ou tub ro de 2010 | 0h 00
Maacuterc ia De Ch ia ra - O Estado de S Pau lo
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Anexo I (Paacutegina 3 de 5)
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste estaacute caindo Com o crescimento econocircmico dos uacuteltimos anos a saiacuteda de trabalhadores da regiatildeo quase caiu pela metade em relaccedilatildeo ao ecircxodo em massa dos anos 90
O caacutelculo feito pelo economista da LCA Consultores Faacutebio Romatildeo leva em conta o nuacutemero de migrantes em comparaccedilatildeo ao total da populaccedilatildeo
Entre os anos 1992 e 2002 o Nordeste perdeu o equivalente a 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Entre 2002 e 2007 a parcela dos migrantes que deixou a regiatildeo a cada ano recuou para 098 Em 2008 e 2009 a meacutedia caiu para 085
Para chegar a esse resultado Romatildeo considerou dados do estudo feito por Herton Arauacutejo economista do Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) que avaliou o fluxo meacutedio da migraccedilatildeo no Brasil entre 1992 e 2009 Romatildeo ponderou o resultado pela evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo em cada periacuteodo
O que chama a atenccedilatildeo eacute que a populaccedilatildeo do Nordeste aumentou e um nuacutemero menor de pessoas veio para o Sudeste afirma o economista da LCA Arauacutejo do Ipea observa que a grande diaacutespora do Nordeste para o Sudeste ocorreu nos anos 90 e foi provocada pela falta de emprego que diminuiu nos uacuteltimos anos
O fluxo do Nordeste para o Sudeste continua mas natildeo na mesma intensidade diz o demoacutegrafo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Fernando Albuquerque
Viagens do sertatildeo Empresas que lidam diretamente com esses migrantes confirmam a mudanccedila de tendecircncia A Viaccedilatildeo Itapemirim por exemplo registrou nos uacuteltimos cinco anos queda de 10 no nuacutemero de passageiros entre cidades do sertatildeo e Satildeo Paulo e Rio de Janeiro Joseacute Valmir Casagrande diretor comercial da empresa atribui parte dessa retraccedilatildeo agrave melhora do poder aquisitivo na regiatildeo
Albuquerque do IBGE observa que os programas sociais estatildeo segurando as pessoas nas cidades de origem em razatildeo dos benefiacutecios oferecidos Mas Romatildeo ressalta que a geraccedilatildeo de postos formais de trabalho no Nordeste eacute o principal responsaacutevel pela retenccedilatildeo da populaccedilatildeo
O crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase
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Anexo I (Paacutegina 4 de 5)
a metade dos salaacuterios dos trabalhadores na regiatildeo explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio afirma Romatildeo
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) as uacutenicas regiotildees que registraram aumento da geraccedilatildeo liacutequida do emprego formal de 2008 para 2009 no auge da crise foram a Norte e a Nordeste com crescimento de 40 e 12 respectivamente No mesmo periacuteodo o saldo do emprego formal no Paiacutes recuou 315 No Sudeste a retraccedilatildeo foi de 434
Dados da Pnad de 2008 revelam que 49 dos trabalhadores formais do Nordeste tecircm seus rendimentos atrelados ao salaacuterio miacutenimo Romatildeo destaca que entre 2005 e 2010 o miacutenimo teve um ganho real de 497
Efeito no Sudeste O recuo na migraccedilatildeo provoca mudanccedila tambeacutem no mercado de trabalho no Sudeste Esse eacute um dos fatores que contribuiacuteram para a falta de matildeo obra no comeacutercio na construccedilatildeo civil e nos serviccedilos domeacutesticos A tendecircncia ainda eacute acentuada pela volta de muitos nordestinos que vivem no Sudeste e que retornam agrave terra natal como a diarista Nuacutebia Passos Couto (leia a histoacuteria de Nuacutebia e outros migrantes na paacutegina B3)
Um dos setores mais afetados pela queda do fluxo de migrantes eacute a construccedilatildeo Segundo estudo do Ipea 20 dos nordestinos que migram para o Sudeste vecircm para trabalhar no setor A matildeo de obra no Sudeste estaacute escassa e hoje estaacute mais faacutecil admitir nas obras do Nordeste porque a oferta de trabalhadores eacute maior laacute diz o vice-presidente de Relaccedilotildees Capital e Trabalho do Sinduscon-SP Haruo Ishikawa
A maior disponibilidade de matildeo de obra para a construccedilatildeo no Nordeste aparece nos nuacutemeros do Caged Nos uacuteltimos 12 meses ateacute agosto o Nordeste foi responsaacutevel por 35 da geraccedilatildeo liacutequida de postos de trabalho na construccedilatildeo Entre admissotildees e demissotildees o Nordeste teve um saldo positivo de 1161 mil vagas No Brasil o saldo foi de 3316 mil postos de trabalho
O quadro de falta de matildeo de obra afeta tambeacutem os supermercados De cada 100 novas vagas natildeo conseguimos preencher 20 conta o vice-presidente de economia da Associaccedilatildeo Paulista de Supermercados Martinho Paiva Moreira A queda no nuacutemero de migrantes afeta especialmente a contrataccedilatildeo de accedilougueiros padeiros e confeiteiros No passado a maioria dos trabalhadores dessas aacutereas vinha do Nordeste observa
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Anexo I (Paacutegina 5 de 5)
A proacutepria expansatildeo no Nordeste das redes nacionais afeta a contrataccedilatildeo dessas mesmas companhias no Sudeste O mercado estaacute aquecido em todas as regiotildees mas temos tido mais dificuldade de recrutar pessoal em Satildeo Paulo e no Rio conta a Magna Santos diretora de Recursos Humanos do Grupo Patildeo de Accediluacutecar
Ateacute 2005 cerca de 60 dos funcionaacuterios da empresa alocados no Sudeste vinham do Nordeste Hoje essa fatia eacute bem menor Nos uacuteltimos trecircs anos a rede abriu 2 mil vagas no Nordeste o que de certa forma drenou parte da matildeo de obra que em outras eacutepocas viria para o Sudeste em busca de emprego formal
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Anexo J (Paacuteg ina 1 de 4 ) V INOD KHOSLA ndash B IL IONAacuteRIO INOVADOR FUNDADOR DA SKS MICROFINANCE ndash F INANCIAMENTE DIRIG IDO AOS PEQUENOS EMPRESAacuteRIOS
Pub l ished Octobe r 5 2010 The New York Times Sun Co-Founder Uses Capi ta l ism to Help Poor MUMBAI Ind ia mdash V inod Khos la t he b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t and co - founder o f Sun Mic rosys tems was a l ready among the wor ld rsquos r i chest men when he inves ted a few yea rs ago in SKS Mic ro f inance a lende r to poor women in Ind ia V inod Khos la a b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t p romotes compan ies tha t p ro f i t the poor and s t i l l tu rn a p ro f i t themse lves But the roa r ing success o f SKS rsquos recen t in i t ia l pub l i c s tock of fe r ing in Mumba i has made h im r i che r by abou t $117 mi l l ion mdash money he says he p lans to p low back in to o ther ven tu res tha t a im to f i gh t pove r t y wh i le a lso t r y ing to tu rn a p ro f i t And he says he wants to cha l lenge o the r r i ch Ind ians to do more to he lp the i r coun t ry rsquos poo r An Ind ian t ransp lan t to S i l i con Va l ley Mr Khos la p lans to s ta r t a ven tu re cap i ta l f und to inves t in compan ies tha t f ocus on the poo r i n Ind ia A f r ica and e lsewhere by p rov id ing se rv ices l i ke hea l th ene rgy and educa t ion By back ing bus inesses tha t p rov ide educa t ion loans o r d i s t r ibu te so la r pane ls in v i l lages he says he wants to show tha t commerc ia l en t i t ies can be t te r he lp peop le in pover t y t han most nonp ro f i t cha r i tab le o rgan iza t ions ldquoThere needs to be more expe r iments in bu i ld ing sus ta inab le bus inesses go ing a f te r the marke t f o r the poo r rdquo he sa id in a te lephone in te rv iew f rom h is o f f i ce in Men lo Pa rk Ca l i f ldquo I t has to be done in a sus ta inab le way There is no t enough money to be g iven away in the wor ld to make the poo r we l l o f f rdquo Mr Khos la rsquos advocacy o f the boo ts t rap powers o f cap i ta l i sm is par t o f an inc reas ing ly popu la r schoo l o f thought bus inesses no t gove rnments o r nonp ro f i t g roups shou ld lead the e f fo r t to e rad ica te g loba l pove r t y Some nonp ro f i t expe r ts say commerc ia l soc ia l en te rp r ises have s ign i f i can t l im i ta t ions and pose con f l i c ts o f in te res t Bu t p roponents l i ke Mr Khos la d raw insp i ra t ion f rom the as tou nd ing g loba l g rowth o f m ic ro f inance mdash the bus iness o f g i v ing sma l l loans to poo r en t rep reneu rs o f wh ich SKS Mic ro f inance i s a no tab le p rac t i t ione r
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Anexo J (Paacuteg ina 2 de 4 ) Advoca tes a lso f ind in te l l ec tua l suppo r t f o r the idea f rom the work o f bus iness managemen t p ro fesso rs l i ke the la te C K Praha lad who have a rgued tha t la rge co rpo ra t ion s can do we l l and do good by a im ing a t peop le a t the so -ca l led bo t tom o f the pyram id Bes ides Mr Khos la en t repreneu rs l i ke P ie r re Omidya r a co -founde r o f eBay and Stephen M Case a co - founde r o f Amer ica On l ine have s ta r ted funds wi th s im i la r a ims Bu t Mr Khos la 55 who moved to the Un i ted Sta tes f rom Ind ia as a g raduate s tudent in 1976 has ano the r mot i ve too He wants to goad o the r r i ch Ind ians in to g i v ing away more o f the i r wea l th Ind ia rsquos to r r id g rowth ove r the las t decade has he lped enr i ch many here mdash Fo rbes es t imates tha t I nd ia now has 69 b i l l iona i res up f rom seven in 2000 mdash bu t on ly a few have se t up la rge char i t ies endowments o r ven tu re cap i ta l f unds ldquo I t su rp r i ses me tha t in Ind ia there i s no t a t rad i t ion o f la rge -sca le g i v ing and he lp ing to so lve soc ia l p rob lems and se t a soc ia l mode l rdquo Mr Khos la sa id Mr Khos la i s no t a lone in wo r ry ing about the s ta te o f Ind ian ph i lan th ropy B i l l Ga tes the M ic roso f t co - founde r who was in Ch ina las t week wi th the b i l l iona i re inves to r War ren E Bu ffe t t sa id Thu rsday tha t he and Mr Bu f fe t t m igh t go to Ind ia as par t o f the i r campa ign to ge t the ve ry r i ch to g i ve away ha l f the i r wea l th Cha r i tab le ac t i v i t i es and ven tu re cap i ta l inves t ing have been a ma ins tay fo r some Ind ian bus iness fami l ies l i ke the Ta tas and fo r techno logy en t repreneu rs l i ke Az iz P rem j i o f W ipro the Banga lo re ou tsou rc ing f i rm Bu t many o the rs have g iven very l i t t le A recen t Ba in amp Company s tudy es t imated tha t Ind ians g ive much l ess as a pe rcen tage o f the coun t ry rsquos g ross domest ic p roduct than Amer icans Moreove r i nd iv idua l and co rpo ra te donat ions account f o r jus t 10 pe rcen t o f the cha r i tab le g i v ing in I nd ia compared wi th 75 pe rcen t i n the Un i ted Sta tes and 34 pe rcen t in B r i ta in The ba lance comes f rom the gove rnment and fo re ign o rgan iza t ions Rich Ind ians ldquoa re more in to temp le bu i ld ing and th ings l i ke tha t rdquo sa id Sami t Ghosh the ch ie f execu t i ve o f U j j i van F inanc ia l a mic ro lende r based in Banga lo re ldquo ra the r t han pu t t ing the i r money i n to rea l p rograms wh ich w i l l have rea l impact on pove r t y a l lev ia t ion rdquo Mr Khos la sa id h is exper ience wi th m ic ro f inance had he lped shape h is v iews on the bes t way to tack le pove r t y He has
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Anexo J (Paacuteg ina 3 de 4 ) i nves ted in commerc ia l m ic ro f inance lende rs and has dona ted to nonp ro f i t ones and he sa id tha t moneymak ing ve rs ions had g rown much fas te r and reached many more needy bo r rowers He sa id he wanted to he lp c rea te a new gene ra t ion o f compan ies l i ke SKS wh ich s ta r ted lend ing as a commerc ia l company in 2006 I t now has 6 8 m i l l ion cus tomers and a loan po r t f o l io o f 43 b i l l ion rupees ($940 mi l l ion ) By con t ras t CashPor a nonp ro f i t Ind ian lende r to wh ich Mr Khos la has a lso g i ven money has 417 000 bo r rowers and a po r t f o l io o f 2 7 b i l l ion rupees ($58 m i l l ion ) even though i t s ta r ted ope ra t ions in 1996 (h t t p wwwny t imescom201010 06 bus iness g loba l 06khos la h tm lpagewanted=1amp_r=2ampsq=pove r t y fundampst=cseampscp= 1 ) Acessado em 21 10 10 (Page 2 o f 2 ) Bes ides g rowing fas te r SKS Ind ia rsquos la rges t m ic ro f inance company has become a s tock marke t da r l ing The company f loa ted i ts sha res on Ind ia rsquos s tock exchanges in m id -August and they have r isen 40 pe rcen t s ince the n En la rge Th is Image
Ka inaz Amar ia fo r The New York Times Harness ing the power o f cap i ta l i sm i s inc reas ing ly popu la r a mong those seek ing to e rad ica te g loba l pove r t y Add to Po r t f o l io W ipro L td Mic roso f t Co rp eBay Inc Sun Mic rosys tems Inc At cu r ren t p r ices Mr Khos la rsquos 6 pe rcen t s take in SKS i s wo r th abou t $120 m i l l ion abou t 37 t imes what he inves ted in the f i rm in 2006 and 2007 (Sha res o f SKS fe l l 7 pe rcen t on Monday af te r the company sa id i t had f i red i ts ch ie f execu t i ve Suresh Guruman i An SKS spokesman A tu l Tak le dec l ined to answer ques t ions ) Mr Khos la sa id i t m igh t take a t leas t a year to se t up h is new ven tu re fund He in tends to f inance i t f rom h is SKS p ro f i t s and
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Anexo J (Paacuteg ina 4 de 4 ) then re tu rn to the fund any p ro f i ts f rom subsequent ven tu res i t backs Mr Khos la has a l ready been inves t ing in compan ies tha t he says f i t h is mode l o f p ro f i tab le pove r t y a l lev ia t ion One is Moksha Yug Access wh ich se ts up m i lk co l lec t ion and ch i l l ing p lan ts in Ind ia to he lp da i ry f a rmers The company says i t he lps fa rmers reduce t ranspo r ta t ion cos ts and ge t h igher p r ices fo r the i r m i l k than they can wi th loca l d i s t r i bu to rs Ph i lan th ropy exper ts say commer c ia l compan ies p lay an impor tan t ro le in combat ing pove r t y by c rea t ing jobs Bu t they say these ldquo soc ia l en te rp r ises rdquo as they a re somet imes known canno t be so le l y re l ied upon to add ress the many en t renched causes o f pove r t y Moreove r as the fa l lou t f rom the g loba l f inanc ia l c r is i s has made c lea r the p ro f i t -max im iz ing tendenc ies o f bus inesses can hur t soc ie t y sa id Ph i l Buchanan p res iden t f o r the Cente r f o r E f fec t i ve Ph i lan th ropy a resea rch o rgan iza t ion based in Cambr idge Mass Nonp ro f i ts a re e f fec t i ve because they can ldquo take issue wi th the unb r id led pu rsu i t o f p ro f i t a t the expense o f peop le rsquos l i ves rdquo Mr Buchanan sa id ldquo I th ink some o f tha t ge ts los t in a l l o f the hype a round soc ia l en te rp r ise rdquo Mr Khos la says tha t he i s no t comp le te l y opposed to c ha r i t ies mdash tha t h is f und may even dona te to some nonp ro f i t en t i t ies Bu t he says he i s gene ra l l y skep t ica l t ha t nongove rnmenta l o rgan iza t ions can accomp l ish much because they tend to d r i f t away f rom what the i r dono rs wan ted them to do ldquo I am re la t i ve ly ne ga t i ve on mos t NGO rsquos and the i r e f f ec t i veness rdquo he sa id ldquo I am no t negat i ve on the i r in ten t ions rdquo
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Anexo K (Paacutegina 1 de 3)
EFEITO MULTIPLICADOR Paul A Samuelson57 coloca o seguinte sobre o efeito multiplicador 58 ldquoUm aumento no investimento privado provocaraacute uma expansatildeo de renda e como uma reduccedilatildeo no investimento faraacute com que ela se contraiardquo ldquoUm aumento no investimento liacutequido iraacute aumentar a renda nacional de uma quantidade multiplicada ndash de uma quantidade maior do ela proacutepria Os doacutelares aplicados em investimento ndash como quaisquer deslocamentos independentes nas despesas governamentais estrangeiras ou familiares ndash satildeo uma forccedila de alta potecircncia doacutelares de rendimento duplo por assim dizerrdquo ldquoEsse efeito amplificado que o investimento exerce sobre a renda eacute chamado de doutrina do multiplicador O termo multiplicador eacute usado para indicar o coeficiente numeacuterico que indica o aumento de renda que resulta de cada aumento dessas despesas em investimentosrdquo Para exemplificar como funciona o efeito multiplicador Samuelson coloca o seguinte exemplo Accedilatildeo construccedilatildeo de uma nova garagem59
Valor dos recursos $1000 seratildeo pagos a carpinteiros e produtores de madeira
Todos teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($66667) que gastaratildeo em novos bens de consumo
Os produtores dos novos bens de consumo tambeacutem teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($44444)
O processo continuaraacute sendo cada nova etapa 23 da anterior A tabela I abaixo procura demonstrar como funciona o efeito multiplicador considerando-se a situaccedilatildeo acima a renda inicial eacute de $ 1000 mas face agrave propensatildeo a consumir dos beneficiaacuterios haacute um efeito multiplicado que vem a resultar em $2998 ao final portanto o multiplicador neste caso eacute 3 vezes o valor inicial O estudo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-
57
P r o f e s s o r d e Ec o n o m i a d o M I T ndash P r e m i o N o b e l d e Ec o n o m i a d e 1 9 7 0
58 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6
a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g
3 1 4 - - e d i t o r a AG I R -
59 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a ndash S a m u e l s o n 6 ordf E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0 ndash
e d i t o r a AG I R
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Anexo K (Paacutegina 2 de 3) Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper concluiu que a expansatildeo de R$ 18 bilhatildeo de aumento no Programa Bolsa Famiacutelia entre 2005 e 2006 provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees A fim de comprovar o crescimento do PIB como resultados dos valores investidos pelo Programa Bolsa Famiacutelia construiacutemos a tabela II seguindo o esquema de Paul A Samuelson a fim de conseguimos projetar o efeito multiplicador aproximado das inversotildees Para tanto temos que considerar que a populaccedilatildeo beneficiaacuteria do Programa Bolsa Famiacutelia por ser carente possui uma propensatildeo a consumir maior do que a proacutepria recebida60
TABELA I
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Poupanccedila Consumir dos
Renda (13) Beneficiaacuterios (23)
RENDA INICIAL 1000 333 667
RENDA 2
667 222 444
RENDA 3 444 148 296
RENDA 4 296 99 198
RENDA 5 198 66 132
RENDA 6 132 44 88 RENDA 7 88 29 59 RENDA 8 59 19 39 RENDA 9 39 13 26 RENDA 10 26 9 17 RENDA 11 17 6 12 RENDA 12 12 4 8 RENDA 13 8 3 5 RENDA 14 5 2 3 RENDA 15 3 1 2 RENDA 16 2 1 2 RENDA 17 2 1 1
RENDA 18 1 0 -
TOTAL 2998
MULTIPLICADOR (K) 3
60
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0
- - e d i t o r a AG I R ndash n e s t e c a s o d e ve m o s c o n s i d e r a r o p o t e n c i a l d e
e n d i v i d a m e n t o p o r q u e e m h a v e n d o r e n d a h aacute m a i s a c e s s o a o c r eacute d i t o
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Anexo K (Paacutegina 3 de 3) No exemplo acima o efeito multiplicador eacute 3 portanto um investimento inicial de $1000 resultaraacute ao final em $3000
TABELA II
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Endividamento Consumir dos
Renda - 2 Beneficiaacuterios 102
(Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$)
RENDA 1 1800 (59) 1859
RENDA 2 1859 (60) 1919
RENDA 3 1919 (62) 1981
RENDA 4 1981 (64) 2046
RENDA 5 2046 (66) 2112
RENDA 6 2112 (69) 2181
RENDA 7 2181 (71) 2252
RENDA 8 2252 (73) 2325
RENDA 9 2325 (76) 2400
RENDA 10 2400 (78) 2478
RENDA 11 2478 (81) 2559
RENDA 12 2559 (83) 2642
RENDA 13 2642 (86) 2728
RENDA 14 2728 (89) 2817
RENDA 15 2817 (92) 2908
RENDA 16 2908 (95) 3003
RENDA 17 3003 (98) 3100
RENDA 18 3100 (101) 3201
TOTAL 43109
MULTIPLICADOR (K) 239 Na simulaccedilatildeo acima o investimento de R$ 18 bilhotildees potencialmente poderaacute gerar R$ 431 bilhotildees ndash na ilustraccedilatildeo acima utilizamos 18 ldquogeraccedilotildeesrdquo de renda porque a tendecircncia geradora tende a infinito o que eacute utoacutepico
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Anexo L (Paacutegina 1 de 3)
BENEFIacuteCIOS PAGOS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Valores dos Benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia61
Os valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia variam de R$ 32 a R$
242 de acordo com a renda mensal da famiacutelia por pessoa e com o nuacutemero de
crianccedilas e adolescentes de ateacute 17 anos O Programa tem quatro tipos de benefiacutecios
o baacutesico o variaacutevel o variaacutevel vinculado ao adolescente e o variaacutevel de caraacuteter
extraordinaacuterio
O Benefiacutecio Baacutesico de R$ 70 eacute pago agraves famiacutelias consideradas extremamente
pobres com renda mensal de ateacute R$ 70 por pessoa mesmo que elas natildeo tenham
crianccedilas adolescentes ou jovens
O Benefiacutecio Variaacutevel de R$ 32 eacute pago agraves famiacutelias pobres com renda mensal de ateacute
R$ 140 por pessoa desde que tenham crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Cada famiacutelia pode receber ateacute trecircs benefiacutecios variaacuteveis ou seja ateacute R$ 96
O Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente (BVJ) de R$ 38 eacute pago a todas as
famiacutelias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a
escola Cada famiacutelia pode receber ateacute dois benefiacutecios variaacuteveis vinculados ao
adolescente ou seja ateacute R$ 76
O Benefiacutecio Variaacutevel de Caraacuteter Extraordinaacuterio (BVCE) eacute pago agraves famiacutelias nos casos
em que a migraccedilatildeo dos Programas Auxiacutelio-Gaacutes Bolsa Escola Bolsa Alimentaccedilatildeo e
Cartatildeo Alimentaccedilatildeo para o Bolsa Famiacutelia cause perdas financeiras O valor do
benefiacutecio varia de caso a caso
Entenda como eacute calculado o valor do benefiacutecio do Bolsa Famiacutelia
61
F o n t e M D S - h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a v a l o r e s - d o s - b e n e f i c i o s
A c e s s o e m 2 3 1 1 2 0 1 1
1 8 2
Anexo L (Paacutegina 2 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de ateacute R$ 70 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Baacutesico R$ 7000
1 0 Baacutesico + 1 variaacutevel R$ 10200
2 0 Baacutesico + 2 variaacuteveis R$ 13400
3 0 Baacutesico + 3 variaacuteveis R$ 16600
0 1 Baacutesico + 1 BVJ R$ 10800
1 1 Baacutesico + 1 variaacutevel + 1
BVJ
R$ 14000
2 1 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 17200
3 1 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 20400
0 2 Baacutesico + 2 BVJ R$ 14600
1 2 Baacutesico + 1 variaacutevel + 2
BVJ
R$ 17800
2 2 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 21000
3 2 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 24200
1 8 3
Anexo L (Paacutegina 3 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de R$ 70 a R$ 140 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Natildeo recebe benefiacutecio
baacutesico
-
1 0 1 variaacutevel R$ 3200
2 0 2 variaacuteveis R$ 6400
3 0 3 variaacuteveis R$ 9600
0 1 1 BVJ R$ 3800
1 1 1 variaacutevel + 1 BVJ R$ 7000
2 1 2 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 10200
3 1 3 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 13400
0 2 2 BVJ R$ 7600
1 2 1 variaacutevel + 2 BVJ R$ 10800
2 2 2 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 14000
3 2 3 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 17200
ldquoThe basic purpose of development is to enlarge peoples choices In principle these choices can be infinite and can change over time People often value
achievements that do not show up at all or not immediately in income or growth figures greater access to knowledge better nutrition and health services more
secure livelihoods security against crime and physical violence satisfying leisure hours political and cultural freedoms and sense of participation in community
activities The objective of development is to create an enabling environment for people to enjoy long healthy and creative lives
Mahbub ul Haq (1934-1998) Fundador do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano (PNUD)
Human development as an approach is concerned with what I take to be the basic development idea namely advancing the richness of human life rather than the
richness of the economy in which human beings live which is only a part of it
Prof Amartya Sen Professor de Economia da Universidade de Harvard
Precircmio Nobel de Economia de 1998
FONTE UNDP ndash(httphdrundporgenhumandev Acesso em 08112011)
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 11 PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA 11 METODOLOGIA 15 RENDA MIacuteNIMA 16 1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA FUNCIONAMENTO E SUSTENTABILIDADE
20
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES 20 11 Regulamentos Funcionais 20 112 Controles 28 113 Legislaccedilatildeo 32 114 Transferecircncia de Renda 34 12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA 39 121 Impacto na Economia 39 122 Acesso ao Creacutedito 42 2 QUALIDADE DE VIDA E DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 47 21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA 47 212 Porque El iminar as Desigualdades 47 213 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 54 214 Iacutendice de Gini 63 215 Capita l Humano 72 22 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 77 221 Desaf ios 77 222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo 81 223 Educaccedilatildeo Brasi le ira No Contexto Mundial 85 3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES REGIOtildeES BRASILEIRAS
91
31 REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA 91 32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMICO 102 321 Acesso agrave Escola 102 322 Desigualdade entre Regiotildees 104 323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho 107 33 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO 117 34 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011 -2020 DESTAQUES
124
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA REDUZIR A DESIGUALDADE
131
41 SAIacuteDA DO BOLSA FAMIacuteLIA 134 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
138
REFEREcircNCIAS 145 ANEXOS 152
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Frequecircncia de Alunos 24 Tabela 2 Trabalho Infantil 27 Tabela 3 Taxa de Analfabetismo da Populaccedilatildeo Acima de 15 anos 60 Tabela 4 Resultado do IDEB versus Metas Estabelecidas 83 Tabela 5 Crescimento Anual do IDH Regional 94 Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional 101 Tabela 7 Taxa de Escolarizaccedilatildeo Liacutequida por Regiatildeo 104 Tabela 8 Tendecircncia do Iacutendice de Gini por Regiatildeo 107 Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada 108 Tabela 10 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa por Regiatildeo 111 Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingressos 2001-2009 112 Tabela 12 Taxa de Fecundidade no Brasil 114 Tabela 13 Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total 116 Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos Familiares em Educaccedilatildeo 123 Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB 127 Tabela 16 Meacutedias Projetadas para as Provas PISA 128 Tabela 17 Meacutedias Alcanccediladas no Exame PISA 2009 128 Tabela 18 Multiplicador 1 de aumento no PIB por Tipo de Gasto 133 Tabela 19 Motivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutelia 2003-2011 136 LISTA DE GRAacuteFICOS Graacutefico 1 Taxa de Alfabetizaccedilatildeo 25 Graacutefico 2 Mortalidade Infantil 26 Graacutefico 3 Alocaccedilatildeo de Recursos para a Assistecircncia Social 38 Graacutefico 4 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 56 Graacutefico 5 Meacutedia de Escolaridade do Brasileiro 57 Graacutefico 6 Expectativa de Escolaridade das Crianccedilas Brasileiras 59 Graacutefico 7 Expectativa de Vida 61 Graacutefico 8 Renda Per Capita (US$ PPP Constante a Preccedilos de 2005) 62 Graacutefico 9 Iacutendice de Gini 64 Graacutefico 10 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Fundamental 84 Graacutefico 11 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Meacutedio 85 Graacutefico 12 Escolaridade Meacutedia ndash Austraacutelia Argentina e Brasil 87 Graacutefico 13 Expectativa de Escolaridade - Austraacutelia Argentina e
Brasil 88
Graacutefico 14 Recursos Federais Alocados agrave Educaccedilatildeo 90 Graacutefico 15 Expectativa de Vida por Regiatildeo 96 Graacutefico 16 Mortalidade Infantil por Regiatildeo ndash 2009 97 Graacutefico 17 Taxa de Analfabetismo 99 Graacutefico 18 Trajetoacuteria dos Fatores Utilizados na Nova Metodologia de
Caacutelculo da Dimensatildeo Educaccedilatildeo para o IDH 100
Graacutefico 19 Iacutendice de Gini por Regiatildeo 105 Graacutefico 20 Empregados com Carteira Assinada 113 Graacutefico 21 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo - do PIB 118 Graacutefico 22 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo 119 Graacutefico 23 Famiacutelias Beneficiadas pelo Programa Bolsa Famiacutelia 137
LISTA DE ABREVIATURAS
BCI ndash Banco Central do Brasil BIEN ndash Basic Income European Network BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social BVJ ndash Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente CadUacutenico - Cadastro Uacutenico para Programas Sociais CEF ndash Caixa Econocircmica Federal CGU ndash Controladoria Geral da Uniatildeo FEAUSPndash Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo FGV ndash Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas HDI ndash Human Development Index IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBMEC ndash Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aniacutesio Teixeira INSPER ndash Instituto de Ensino e Pesquisa IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Avanccedilada LOA ndash Lei Orccedilamentaacuteria Anual MDS - Ministeacuterio do Desenvolvimento Social e Combate agrave Fome MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MIT ndash Massachusetts Institute of Tecnology OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho PBF ndash Programa Bolsa Famiacutelia PISA - Programme for International Student Assessment ndash Programa Internacional de Avaliaccedilatildeo de Estudantes PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelio PNE ndash Plano Nacional de Educaccedilatildeo PNUD ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento POF ndash Pesquisa de Orccedilamentos Familiares PUC ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro UMESP ndash Universidade Metodista de Satildeo Paulo UNDP ndash United Nations Development Programmee USP ndash Universidade de Satildeo Paulo WIPO - World Intellectual Property Organization
SUMAacuteRIO DOS ANEXOS
Anexo A - Renda miacutenima Lei 10835 de 8 de janeiro de 2004--------------Pg 152
Anexo B- Investimentos em educaccedilatildeo -------------------------------------------Pg 153
Anexo C- Tudo pronto para a nova etapa ndash Entrevista com o economista Makhtar
Diop do Banco Mundial ---------------------------------------------------------------Pg 154
Anexo D- Noruega educaccedilatildeo preacute-escolar ---------------------------------------Pg 157
Anexo E- O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia -----------Pg 158
Anexo F - Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na economia----------------Pg 161
Anexo G - Um abismo chamado educaccedilatildeo -------------------------------------Pg 162
Anexo H - IDEB observado versus metas estabelecidas --------------------Pg 168
Anexo I ndash Reduz-se a migraccedilatildeo interna ------------------------------------------Pg 169
Anexo J - Vinod Khosla ndash Bilionaacuterio inovador fundador da Sks Microfinance -
Financiamento dirigido aos pequenos empresaacuterios --------------------------Pg 174
Anexo K ndash Efeito multiplicador ------------------------------------------------------Pg 178
Anexo Lndash Valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia---Pg181
RESUMO
Esta dissertaccedilatildeo trata de um tema relativamente novo com literatura escassa praticamente sem estudos teoacutericos que o abordem Referenciais satildeo encontrados em publicaccedilotildees feitas em seminaacuterios e palestras bem como em artigos e notas jornaliacutesticas Esta dissertaccedilatildeo se trata de trabalho exploratoacuterio analiacutetico descritivo com base documental O Programa Bolsa Famiacutelia tema central deste trabalho eacute uma ferramenta para distribuiccedilatildeo de renda que funciona de forma simples e tem sido efetiva para o atendimento de famiacutelias que vivem abaixo da linha de pobreza Ele eacute resultado da fusatildeo de vaacuterios outros programas dispersos e com efetividade questionaacutevel ndash Bolsa Escola Auxiacutelio Gaacutes e Cartatildeo Alimentaccedilatildeo O Programa Bolsa Famiacutelia beneficia famiacutelias em situaccedilatildeo de pobreza com renda mensal de R$ 70 a R$ 140 per capita e em extrema pobreza com renda mensal abaixo de R$ 70 reais per capita Tambeacutem estabelece condicionalidades de educaccedilatildeo e sauacutede Atualmente haacute cerca de 13 milhotildees de famiacutelias inscritas no Programa Bolsa Famiacutelia que cumprem as condiccedilotildees do ldquoCadastro Uacutenicordquo ndash esta eacute praticamente a totalidade das famiacutelias pobres segundo criteacuterios do PNAD 2006 (Pesquisa Nacional de Domiciacutelios) Na realidade houve substancial injeccedilatildeo de recursos em aacutereas outrora relegadas ao acaso criando novos consumidores bem como empreendedores aleacutem de atrair investimentos Quanto agrave educaccedilatildeo nota-se que haacute reduccedilatildeo do analfabetismo Haacute um crescimento vegetativo do Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) no qual o
Brasil situa-se em 84⁰ lugar dentre as 187 naccedilotildees controladas pelo PNUD
(Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) em 2011 As variaacuteveis que compotildeem o iacutendice crescem timidamente destaca-se queda no item ldquoexpectativa de escolaridade esperada das crianccedilas em idade de ingresso na escolardquo (no Brasil aos seis anos) que caiu no periacuteodo 2000-2011 esse fato pode indicar falha estrutural no ensino brasileiro Esse estudo indica que haacute desenvolvimento socioeconocircmico em aacutereas carentes particularmente na Regiatildeo Nordeste Observa-se tambeacutem a reversatildeo da migraccedilatildeo que historicamente era de nortenordeste a sudeste Tambeacutem nota-se reduccedilatildeo da taxa de fecundidade das brasileiras o que eacute vantajoso O Brasil tambeacutem estaacute com a vantagem do ldquoBocircnus demograacuteficordquo quando a populaccedilatildeo economicamente ativa supera a populaccedilatildeo dependente o que eacute um excelente fator de crescimento por atrair investimentos Apesar de melhorias observadas na deacutecada 2000-2010 elas ainda satildeo insuficientes Quanto ao ldquodesenvolvimento humanordquo o Brasil estaacute muito distante das naccedilotildees desenvolvidas com IDH de 0718 que cresceu na uacuteltima deacutecada agrave taxa de 0769 ao ano Nesse ritmo ateacute alcanccedilarmos o IDH norueguecircs -- primeiro colocado ou o australiano -- segundo colocado que eacute de 0943 seratildeo necessaacuterios 3536 anos Isso nos leva a pensar que a natildeo ser que o acaso nos ajude o sonho de nos juntarmos aos primeiros eacute questionaacutevel Com respeito ao Programa Bolsa Famiacutelia esse prova ser uma frente social para a eliminaccedilatildeo da desigualdade seus beneficiaacuterios eram classificados como pobres e extremamente pobres e foram resgatados Palavras chaves Bolsa Famiacutelia Desenvolvimento Humano Desenvolvimento Socioeconocircmico Distribuiccedilatildeo de Renda Educaccedilatildeo Ferramenta para crescimento IDH Programa Bolsa Famiacutelia Renda Miacutenima
ABSTRACT
This study approaches a new and unexplored subject the Brazilian Family Aid Program Bibliography practically does not exist and academic entities seldom discuss the subject because it is still under development References are found in lectures newspapers and magazine articles This is an exploratory and analytical search approaching evidence basis and sources The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo (PBF) is a Brazilian Family Aid Program granted under conditionality rules It can be considered a unique tool for income distribution working towards an effective solution for families surviving under extreme poverty The program started by the merger of three other poverty aid programs of dubious effectiveness ndash Scholarship Aid Cooking Gas Aid and Food Card The ldquoPBFrdquo benefits families surviving under poverty conditions with R$ 70 to R$ 140 monthly of per capita income and under extreme poverty conditions below R$ 70 monthly of per capita income Also the ldquoPBFrdquo establishes conditional participation rules associated to education and health prevention for children Presently the ldquoPBFrdquo supports 13 million families that fit rules and are enrolled in the ldquoCadastro Uacutenicordquo (Central Control Registration Roll) That registration roll practically covers the totality of the population under poverty situation line as defined by PNAD - 2006 (National Household Survey - 2006)The ldquoPBFrdquo control methodology allows income transfer to regions left under poverty conditions in past history The PBF formed a new consumer community new entrepreneurs moreover attracted investors In regard to education there is reduction in illiteracy The Human Development Index (HDI) shows vegetative growth Brazil is the 84th country ranked among the 187 nations controlled by the United Nations Development Programme (UNDP) in 2011 The dimensions that compose the index for Brazil had poor growth lately in particular the expected years of schooling for children at school enrollment age (in Brazil 6 years old) declined during the last decade (2000-2010) It is likely that there is a structural issue with the Brazilian education sector There is a socio-economic growth in regions where poverty has been endemic in particular Northeast Region The findings also reveal migration reversal that in past were NorthNortheast Regions to Southeast Region as well as fecundity rate reduction which are remarkable advantages Brazil entered into the ldquodemographic bonusrdquo a situation when the ldquoeconomically active populationrdquo exceeds the ldquodependent populationrdquo this is also an advantage because attracts investments and is a push towards economic growth Despite of positive improvements they appear to be insufficient the human development in Brazil is far from excellence presently a HDI of 0718 with a growth of 0769 annually (2000-2010) it will take 3536 years to meet the Australian HDI of 0943 Unless chances help us dreams to join the winners are unlikely The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo however proves to be a social front towards inequality the participants of the plan originally classified under poverty line were rescued Keywords Family Allowance Program Human Development Index HDI Socio-Economic Development Socio-Economic Growth Income Distribution Poverty Reduction Brazilian Family Grant Program Minimum Income Economic Growth Tool
INTRODUCcedilAtildeO
PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA
Sou economista de formaccedilatildeo segui carre i ra na aacuterea
f inancei ra da induacutest r ia automobi l iacutes t ica in ic ie i com o off ice -boy em
1961 v indo a me re t i rar em 1999 (u t i l izo o verbo ldquo re t i rarrdquo porque
nunca esteve em meus p lanos o verbo ldquoaposentarrdquo ) Durante minha
t ra jetoacuter ia prof iss iona l t ive a oportun idade de par t ic ipar de
t re inamento no exter ior Durante 1979-1980 a empresa onde eu
atuava me designou para um programa de t re in amento em Detro i t
Mich igan Part ic ipe i de cursos na Wayne State Univers i ty em 1990
par t ic ipe i de extensatildeo un ivers i taacuter ia em Bo ston Massachussetts
onde curse i o 1990 Senior Execut ive Program no MIT juntamente
com c inquenta execut ivos de d iversas par tes do mundo
Desde que de ixe i a induacutest r ia em 1999 t raba lhe i como
consu l tor independente mas como os cont ratos rarearam decid i por
novos rumos F iz vest ibu lar para Let ras Portuguecircs Inglecircs fu i
admit ido curse i do is semestres natildeo me entus iasmei natildeo era mi nha
seara dec id i que no semestre seguinte estar ia fora Discut i o
assunto com um de meus mestres d urante a conversa e le suger iu
que eu f izesse mestrado me agradou a i de ia Em sequecircncia fomos
1 2
ateacute a coordenaccedilatildeo do Mestrado passe i por uma breve ent revis ta
me fo i perguntado se eu t inha algum pro jeto em mente e eu
prontamente respondi ldquoBo lsa Famiacutel iardquo houve inte resse pe lo tema e
fu i encaminhado ao processo de se leccedilatildeo
Ao in ic iar o curso de mestrado confesso que f iquei
apreensivo perguntava a mim mesmo se conseguir ia seguir ad iante
a exper iecircnc ia nova e desaf iante me entus iasmava cada vez mais
Apesar de estar por longo tempo longe de contatos acadecircmicos
consegui acompanhar e par t ic ipar dos t raba lhos Sent i d i f icu ldades
af ina l estava em contado com pess oas d iametra lmente d i ferente s de
minha convivecircncia usual A co leccedilatildeo de a migos que adquir i me
mot ivou a qual idade dos professores me surpreendeu e os debates
que par t ic ipe i e cont inuo a part ic ipar me def in i ram novos hor izontes
Durante o pr imeiro semestre do curso de mestrado escrevi ao
Senador Supl icy a f im de conseguir subsiacuted ios para meu tema Fu i
prontamente a tendido recebi a lguns textos sobre Renda Miacuten ima e
um convi te para par t ic ipar do 13 ⁰ Congresso BIEN (Basic Income
European Network) No Congresso t ive oportun idade de t rocar
ide ias com pessoas de out ras partes do mundo Em part icu lar f iz
ent revis tas informais com o proacutepr io senador e com o Prof Guy
Standing escr i tor e professor de ldquoEc onomic Secur i tyrdquo da
Univers idade de Bath Reino Unido Tambeacutem converse i com Scott
1 3
Goldsmith c idadatildeo amer icano que d iscorreu sobre o ldquoA laska
Permanent Fund rdquo 1
Par t ic ipe i das I e I I Semanas de Educaccedilatildeo em Dire i tos
Humanos da UMESP in ic iadas em 2010 pro je to que considero de
ext rema re levacircncia para nossos d ias po is conheci expoentes do
assunto Tive a oportun idade de ass is t i r pa lest ras de conferencistas
de a l to coturno como Salomon Lerner Enr ique Dussel Lu iz Anton io
Cunha Edson Cardoso Roberto L iv ianu dent re outros Destaque
especia l do evento de 2011 cabe considerar as au las da d isc ip l ina
ldquoL i tera tura Educaccedilatildeo e Dire i tos Humanosrdquo min ist r adas durante o
evento pe la Professora Graccedila Grauacutena poet isa e escr i tora de e tn ia
pot iguar
Minha exper iecircnc ia com o curso de Mestrado t raz desaf ios que
considero importantes e ac ima de tudo me leva a rever e
sed imentar concei tos de forma que minha exper iecircnc ia da vida
prof iss iona l natildeo se perca
1 O e s t a d o n o r t e a m e r i c a n o d o A l a s k a t a x a e m a t eacute 2 5 d e t o d a a
r e c e i t a r e n d a d e c o r r e n t e d e m i n e r a ccedil atilde o q u e eacute d e s t i n a d a a u m f u n d o
p e r m a n e n t e g a r a n t i d o p e l a c o n s t i t u i ccedil atilde o e s t a d u a l O f u n d o p e r m a n e n t e eacute
i n v e s t i d o e m u m p o r t f oacute l i o d i v e r s i f i c a d o eacute u t i l i za d o p a r a a ccedil otilde e s d e
d e s e n v o l v im e n t o s o c i o e c o n ocirc m ic o D i v i d e n d o s s atilde o d i s t r i b u iacute d o s r e g u l a r m e n t e
a t o d o s o s r e s i d e n t e s d o e s t a d o d o A l a s k a
F o n t e h t t p w w w a p f c o r g h o m e C o n t e n t a b o u t F u n d a b o u t P e r m F u n d c f m -
A c e s s a d o em 2 3 1 1 2 0 1 1
1 4
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma in ic ia t iva que por muito
tempo quest ione i achava um tema popul ista natildeo percebia
sustentaccedilatildeo fu tura Com o passar do tempo ao observar e ler sobre
o assunto percebi os resu l tados posi t ivos do programa O que
chamou minha atenccedilatildeo foram os resu ltados econocircmicos e
pr inc ipa lmente s ign i f ica t ivos benef iacutec ios soc ia is
Esta d issertaccedilatildeo d iscute como um programa concei tua lmente
s imples se tornou ferramenta de cresc imento e mola mestre de um
processo econocircmico re lat ivamente estaacuteve l n i t idamente d i rec ionado
a reduccedilatildeo de desigualdades
Neste t raba lho anal iso os fundamentos e conceitos que
conduzem o programa como in ter ferem nos movimentos soc ia is
qua l sua capacidade em cr iar empregos e novas oportun idades com
ecircnfase ao toacutep ico Educaccedilatildeo
Noto in ib idores importantes quando se aborda o tema
Programa Bolsa Famiacutel ia rdquo haacute posiccedilotildees antagocircnicas e favoraacuteve is
mas quase sempre de caraacuteter par t idaacuter io sem mui ta fundamentaccedilatildeo
Ul t rapassei esses b loqueios e conclu iacute que o tema eacute importante e
faraacute esco la
Cabe enfat izar que esse t raba lho natildeo eacute uma pesquisa de
Economia Sendo eu economista por formaccedilatildeo acadecircmica u t i l izarei
concei tos p inccedilados da Teor ia Econocircmica a f im de melhor entender
os resu ltados rea is deste inst igante tema
1 5
METODOLOGIA
Por ser um tema novo para a Naccedilatildeo e prat icamente ineacuted i to
em termos mundiais a l i te ra tura eacute escassa poucos satildeo os autores
acadecircmicos que abordam o assunto referencia is satildeo encontrados
em publ icaccedilotildees fe i tas em seminaacuterios e pa lest ras bem como em
ar t igos e notas jorna l iacutes t icas Esta d issertaccedilatildeo t ra ta -se de um
t raba lho exp loratoacuter io ana l iacute t ico -descr i t ivo com base documenta l
Os referencia is deste t raba lho baseiam -se (a) na legis laccedilatildeo
que suporta o Programa Bolsa Famiacutel ia (b) na da anaacutel ise h istoacuter ica
de aprovaccedilatildeo do programa pe lo Congresso Nacional (c) no l ivro
ldquoRenda Miacuten ima de Cidadaniardquo do Se nador Eduardo Matarazzo
Supl icy (5ordf ed iccedilatildeo de 2008) (d) em ar t igos e notas jorna l iacutes t icas (e)
e na anaacutel ise de dados estat iacutes t icos consol idados pe lo IBGE MDS
IPEA e tc
Tambeacutem foram anal isados t raba lhos apresentados no 13ordm
Congresso BIEN 2010 (Basic Incom e Earth Network) rea l izado na
FEA USP Satildeo Paulo
1 6
RENDA MIacuteNIMA
Esse t raba lho anal isa desdobramentos do pro jeto do Senador
Eduardo Matarazzo Supl icy e tem como referecircncia pr inc ipa l o l ivro
ldquoRenda de Cidadaniardquo (2008) A tese a l i defendida pe lo Senador
Supl icy pode ser resumida na c i taccedilatildeo da paacutegina 41 de seu l ivro
Eacute p ropoacutes i to des te l i v ro a rgum en ta r em f avo r de o
Bras i l avanccedilar ace le radam en te d i r eccedilatildeo a
ga ran t i r que todos os b ras i le i r os ve nham a
receber um a renda baacutes ica incond ic iona l
f undam en tada no d i r e i t o ina l ien aacuteve l de t odas as
pessoas res iden tes em nosso pa iacutes de pa r t i l ha r a
r ique za da n accedilatildeo n atildeo im por tando a o r igem a
raccedila o sexo a idade a co nd iccedilatildeo c i v i l ou
soc ioeconocircm ica
O pro je to sobre renda de c idadania t ransformou -se na Lei
10835 de 8 de jane i ro de 2004 (SUPLICY 2004) A legis laccedilatildeo
aprovada consiste na garant ia i r rest r i ta de renda miacuten ima a todo
c idadatildeo res idente Segue o ar t igo pr imeiro da le i sancionada o qual
sumar iza o propoacutesi to
Eacute ins t i t u iacuteda a p a r t i r de 2005 a r enda b aacutes ica de
c idadan ia que se cons t i t u i r aacute no d i r e i t o de todos
1 7
os b ras i le i r os res ide n tes no Pa iacutes e es t range i ros
res iden tes haacute pe lo m enos 5 (c inco ) anos no
Bras i l natildeo im por tando sua cond iccedilatildeo
soc ioeconocircm ica a r eceberem anua lm ente um
bene f iacute c io m one taacute r io (Anexo A )
A Le i 1083504 inst i tu i a renda miacuten ima mas o in ib idor para a
implementaccedilatildeo p lena estaacute na a locaccedilatildeo de recursos para a ap l icaccedilatildeo
da le i Emblemat icamente a c idade de Santo Anton io do Pinhal SP
jaacute inst i tu iu le i munic ipa l prevendo renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo
res idente (pop 7000 habitantes em 2010) A l e i munic ipa l prevecirc
a locaccedilatildeo de 6 do orccedilamento munic ipa l para a tendimento e
d is t r ibu iccedilatildeo incondic iona l de renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo res idente
Haacute l i te ra tura var iada no que concerne ao tema ldquoRenda Miacuten ima
de Cidadaniardquo inclus ive um congresso anual que t rata do assunto o
Congresso Bien (Basic Income European Network) A 13ordf ed iccedilatildeo do
Congresso Bien ocorreu nos d ias 30 de junho a 02 de ju lho de 2010
no campus da Unive rs idade de Satildeo Paulo apesar de foca l izar o
tema Renda Miacuten ima houve abordagens ao Programa Bolsa Famiacutel ia
A preocupaccedilatildeo dos governantes em supr i r as necessidades
baacutesicas da populaccedilatildeo menos favorec ida eacute assunto recorrente
Confuacutec io f i loacutesofo ch inecircs 551 aC jaacute defendia a just iccedila soc ia l e
ass ina lava em suas doutr inas ldquoA inseguranccedila eacute p ior que a pobreza rdquo
af i rmaccedilotildees de Guy Standing d i re tor da Organizaccedilatildeo In ternacion al
1 8
do Trabalho (OIT) c i tado pe lo Senador Supl icy em seu l ivro ldquoRenda
da Cidadania a Saiacuteda eacute pe la Portardquo (SUPLICY 2008 p 49 )
A pr imeira proposta de Renda Miacuten ima no mundo moderno fo i
e laborada por Thomas More em sua obra Utop ia Escr i ta em 1516
Utop ia descreve um paiacutes imaginaacuter io uma sociedade onde os
c idadatildeos vivem em perfe i ta harmonia basicamente porque suas
necessidades satildeo tota lmente s at isfe i tas (SUPLICY 2008 p 51-53)
Baseando-se nos pensamentos de Thomas More em 1526
Juan Luiacutes Vovegraves enviado do Rei da Espanha aos Paiacuteses Baixos na
eacutepoca dominados pe la Espanha e laborou uma proposta de Renda
Miacuten ima para a c idade de Bruges Beacute lgica Uma f orma de ass istecircnc ia
aos pobres fora implementada em 1525 em Ipres Beacutelgica As ide ias
de Vovegraves inf luenciaram a adoccedilatildeo na Ingla terra e Europa de le is de
ass is tecircnc ia aos pobres (The Poor Laws) Essas le is in ic ia lmente em
1531 v isavam assis t i r aos idosos e def ic ientes permi t indo que estes
pudessem pedir esmolas junto agraves paroacutequias Mais tarde as
paroacutequias foram autor izadas a levantarem fundos a f im de atender
aos necessi tados (SUPLICY 2008 p53-56)
Houve d iversos atos iso lado s que antecederam o Programa
Bolsa Famiacutel ia Foram accedilotildees de t ransferecircncia de renda no Bras i l
conforme abaixo descr i tas
O p ione i r i sm o quando se t r a ta de p rog ram as de
t r ans f e recircnc ia de renda eacute a t r ibu iacutedo ao p r e f e i t o de
1 9
Cam p inas ndash SP Joseacute Rober t o Maga lhatilde es que f ez
o p r im e i ro pagam ento a u m a f am iacute l i a necess i tada
em 1995 Pos te r io rm en te no m esm o ano o en tatildeo
gove rnador do D i s t r i t o Federa l C r i s tovatildeo
Buarque e o p re f e i t o de R ibe i r atildeo Pre to SP
An ton io Pa locc i im p lan tam p rog ram a s im i la r Em
1996 o Pres iden te Fe rnando Henr ique Cardoso
lanccedilou o P rog ram a de Er rad icaccedilatildeo do T raba lho
In f an t i l cond ic ionad o agraves f am iacute l i as a m anu tenccedilatildeo
dos f i l hos na esco la Em 1997 o P res iden te
Fe rnando Henr ique Cardoso c r iou a Prog ram a
Nac iona l de R enda Miacuten im a e em 2001 lanccedilou o
Prog ram a Bo lsa Esco la Em 2003 p r im e i ro ano
do Pres iden te L u i z I gnaacutec io Lu la da S i l va c r iou -
se o M in is teacute r io Ex t rao rd inaacute r io de Se guranccedila
A l im en ta r e lanccedila o p rog ram a Fom e Zero Jaacute em
2004 f o i c r iado o M in is teacute r io do Desen vo l v im en to
Soc ia l e Com bate a Fom e quando f o ram
un i f i cados todos os p rog ram a s f ede ra is de
t r ans f e recircnc ia de renda no Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia (O Es tado de Satilde o Pau lo 18 4 2010 ldquoO
DNA da t r ans f e recircnc ia de rendardquo ) rdquo
2 0
1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA ndash FUNCIONAMENTO E
SUSTENTABILIDADE
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES
111 Regulamentos Funcionais
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute comentado e cr i t icado por
d iversas camadas da soc iedade bras i l e i ra contudo haacute que se
considerarem os benef iacutec ios e as vantagens que proporc iona agrave
Naccedilatildeo Soacute pa ra exempl i f i ca r tomemos duas cons ide raccedilotildees mu i to
comuns que satildeo ve icu ladas de fo rma i r responsaacuteve l mu lhe res que
engrav idam pa ra recebe r o benef iacutec io e t raba lhado res que p re fe rem
empregos in fo rma is para tomar van tagens dos benef iacutec ios Esse
t raba lho p rocu ra con t r ibu i r para que se des faccedilam esses m i tos
Quanto ao p r ime i ro m i t o ce r tamente have r ia uma exp losatildeo
demograacute f i ca o que natildeo oco r re mas ao con t raacute r io a taxa de
fecund idade b ras i le i ra d im inu iu s ign i f i ca t i vamente quan to ao
segundo mi to natildeo se comprova porque emprego com ca r te i ra
2 1
ass inada c resceu substanc ia l mente na uacute l t ima deacutecada Ambas as
s i tuaccedilotildees se ratildeo ana l isadas ma is ad ian te
Os benef iacutec ios satildeo ver i f icados e comprovados sob os mais
d i ferentes acircngulos de anaacutel ise O concei to baacutes ico do Programa Bolsa
Famiacutel ia eacute fazer com que as famiacutel ias sa iam do niacuteve l de ind igecircncia
poss ib i l i tando sob condic iona l idades a sat isfaccedilatildeo de suas
necessidades baacutesicas Evidecircncias seratildeo anal isadas em toacutep icos
ad iante as quais inc luem a permanecircncia das cr ianccedilas na esco la
melhor ia da sauacutede dos benef ic iaacuter ios desenvolvimento
soc ioeconocircmico proporc ionado pr inc ipa lmente pe lo efe i to
mult ip l icador proporc ionado pe la in jeccedilatildeo de recursos de cunho
soc ia l e tc
O Min is teacuter io do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome
(MDS) def ine o Programa Bolsa Famiacutel ia da seguin te forma
O Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia (PBF) eacute um prog ram a
de t r ans f e recircnc ia d i r e ta de ren da com
cond ic iona l idades que bene f i c ia f am iacute l i as em
s i t uaccedilatildeo de pobre za ( com renda m ensa l po r
pessoa de R$ 70 a R$ 140) e ex t rem a pobre za
( com renda m ensa l po r pessoa de a teacute R$ 70 ) de
aco rdo com a Le i 10 836 de 0 9 de j a ne i ro de
2004 e o Dec re to n ordm 5 209 de 17 de se te m bro de
2004
O PBF in teg ra a es t ra teacuteg ia FOME ZERO que tem
o ob je t i vo de assegura r o d i r e i t o hu m ano agrave
a l im en taccedilatildeo adequad a p rom ovendo a seguranccedila
2 2
a l im en ta r e nu t r i c iona l e con t r ib u ind o pa ra a
e r rad ic accedilatildeo da ex t rem a pobreza e pa ra a
conqu is ta da c id adan ia pe la p a rce la da
popu laccedilatildeo m a is vu ln e raacuteve l agrave f om e O Prog ram a
pau ta - se na a r t i cu laccedilatildeo de t r ecircs d im ensotildees
essenc ia is agrave su peraccedilatildeo da f om e e da pob re za
D o a l iacute v i o im e d i a t o d a p o b r e za p o r m e i o d o
d i r e i t o d e r e n d a agrave f a m iacute l i a
R e f o r ccedil o a o e x e r c iacute c i o d e d i r e i t o s s o c i a i s b aacute s i c o s
n a s aacute r e a s d e S a uacute d e e E d u c a ccedil atilde o p o r m e i o d o
c u m p r im e n t o d a s c o n d i c i o n a l i d a d e s o q u e
c o n t r i b u i p a r a f a m iacute l i a s c o n s i g a m r o m p e r o c i c l o
d a p o b r e za e n t r e g e r a ccedil otilde e s
C o o r d e n a ccedil atilde o d e p r o g r a m a s c o m p le m e n t a r e s
q u e t ecirc m p o r o b j e t i v o o d e s e n v o l v im e n t o d a s
f am iacute l i a s d e m o d o q u e o s b e n e f i c i aacute r i o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a c o n s i g a m s u p e r a r a
s i t u a ccedil atilde o d e v u l n e r a b i l i d a d e e p o b r e za
S atilde o e x e m p l o s d e p r o g r a m a s c o m p l e m e n t a r e s
p r o g r a m a s d e g e r a ccedil atilde o d e t r a b a l h o e r e n d a d e
a l f a b e t i za ccedil atilde o d e a d u l t o s d e f o r n e c im e n t o d e
r e g i s t r o c i v i l e d e m a i s d o c um e n t o s 2
As condiccedilotildees def in idas para o PBF descr i tas pe lo Min is teacuter io
do Desenvolvimento Socia l (MDS) satildeo re la t ivament e s imples e sem
burocrac ia a f im de fac i l i ta r o atend imento dos benef ic iaacuter ios Segue
descr iccedilatildeo estabelec ida no por ta l de MDS
2 h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f a m i l i a o -
q u e - e Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
2 3
As cond ic i ona l idades satildeo os com prom issos nas
aacute reas da Educaccedilatildeo da Sauacute de e Ass is tecircnc ia
Soc ia is assum idos pe las f am iacute l i as e que p rec isam
se r cum pr idos pa ra que e las con t inuem a receber
o bene f iacute c io d o P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a
As cond ic iona l idades v igen tes do P rograma Bo lsa Famiacute l ia
satildeo bas icamente assoc iadas agrave educaccedilatildeo sauacutede e ass is tecircnc ia
soc ia l
E d u c a ccedil atilde o f r e q u ecirc n c i a e s c o l a r m iacute n im a d e 8 5
p a r a c r i a n ccedil a s e a d o le s c e n t e s e n t r e 6 e 1 5 a n o s
e m iacute n im a d e 7 5 p a r a a d o l e s c e n t e s e n t r e 1 6 e
1 7 a n o s
Os con t ro les de f requecircnc ia esco la r ind icam resu l t ados
sa t is fa toacute r ios nesse ques i to aos benef i c iaacute r ios do Programa Bolsa
Famiacutel ia A aderecircncia em 2011 estaacute em 983 das cr ianccedilas com
idade ent re 6 e 15 anos o que s ign i f ica 238 de melhor ia desde
2006 cu jo va lor era de 794 Quanto aos estudantes com idade
ent re 16 e 17 anos o resu ltado tambeacutem eacute s ign i f ica t ivo at inge a
marca de 962 Conforme notada nas tabe las seguin tes podemos
conclu i r que o processo mostra-se estaacuteve l natildeo eacute notada var iaccedilatildeo
substancia l no iacutend ice a par t i r de 2009 Eacute cer to que quando um
processo se torna estaacuteve l eacute necessaacuter ia nova in terferecircncia a f im de
2 4
apr imoraacute- lo O melhor seraacute cr iar uma ldquodesestab i l idade for tu i tardquo que
apesar de t iacutemidos jaacute haacute movimentos nesse sent ido ta is como
melhor ia de qual idade na educaccedilatildeo Segue tabe la 1 ind icat iva da
f requecircncia esco lar dos benef ic iaacuter ios conforme publ icaccedilatildeo do MEC
FREQUEcircNCIA DE ALUNOS BENEFICIAacuteRIOS DO PROGRAMA BOLSA
FAMIacuteLIA
Ano 6 a 15 anos 16 a 17 anos
() ()
2006 79 44 N D
2007 96 97 N D
2008 98 06 95 62
2009 98 86 97 83
2010 98 57 97 06
2011 97 89 96 55
TABELA 1 F requecircnc ia de A lunos Benef i c iaacute r ios do P rograma Bo lsa
Famiacute l ia
Fon te MEC
h t tp pa ine l mecgovb r pa ine l phpmodu lo=p r inc ipa l de ta lhamen to
Ind icado rampacao=Aampdeta lhes=pa isamp ind id=442
Acesso em 14 11 2011
A taxa de a l fabet izaccedilatildeo tambeacutem apresenta s ign i f ica t iva
melhor ia no per iacuteodo poacutes- implementaccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia
Nesse quesito tambeacutem se nota estabi l idade do processo sendo que
os ind icadores se mostram estaacuteve is ao redor de 90 Eacute vaacute l ido
af i rmar para esse quesi to que uma ldquodesestab i l izaccedilatildeo for tu i ta
tambeacutem eacute bem-vindardquo
2 5
( ) es tab i l idade re la t i va ao redor de 90
Graacute f i co 1 Taxa de A l fabe t i zaccedilatildeo 15 anos ou ma is
Fon te IBGE Seacuter ies h is toacute r i cas - Acesso em 09 8 2011
S a uacute d e a c o m p a n h a m e n t o d o c a l e n d aacute r i o v a c i n a l
e d o c r e s c im e n t o d e s e n v o l v im e n t o p a r a
c r i a n ccedil a s m e n o r e s d e 7 a n o s e p r eacute - n a t a l d a s
g e s t a n t e s e a c o m p a n h a m e n t o d a s n u t r i ze s n a
f a i x a e t aacute r i a d e 1 4 a 4 4 a n o s
Conforme dados do IBGE a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ap resen ta resu l tados s ign i f i ca t i vo s na deacutecada 2000 -2009 com
queda de 35 7 A cond ic iona l idade assoc iada agrave sauacutede dos
benef i c iaacute r ios do P rograma pode te r con t r ibu iacutedo s ign i f i ca t i vamente
pa ra essa me lhor ia soc ia l A Reg iatildeo Nordes te fo i a que ma io r
reduccedilatildeo apresen tou ne s te ques i to com 47 8 de reduccedilatildeo O
2 6
graacute f i co segu in te nos ind ica a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ob t ida na uacute l t ima deacutecada (2000 -2009)
G raacute f i co 2 Mor ta l idade In fan t i l
Fon te
M in is teacute r io da Sauacutede
h tpp tabne t da tasus govb r cg i idb2010 c01bh tm
Acesso 10 4 2012
Soc ia l f r equecircnc ia m iacuten im a de 85 da ca rga
ho raacute r ia r e la t i va a o s se rv iccedilos soc ioeduca t i vos
pa ra c r ianccedilas e anos em r is co ou re t i r adas do
t r aba lho in f an t i l
No quesito t raba lho infant i l ob je t ivo da exis tecircnc ia da
condic iona l idade denominada ldquosoc ia l rdquo tambeacutem mostra resu l tados
pos i t ivos a melhor ia em termos nacionais eacute de 24 entre 2003 e
2008 (1261 para 9 56 por 100000 habi tantes) equ iva lente a
2 7
54 ao ano de reduccedilatildeo Provavelmente par te s igni f ica t iva dessa
queda pode ser at r ibuiacuteda a essa cond ic iona l idade denominada
soc ia l
TRABALHO INFANTIL
( da Pop de 10 a 15 anos t raba lhando ou procurando emprego)
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Regiatildeo
Norte 1079 1628 1565 1456 1286 1088 Nordeste 1865 1715 1903 1665 1559 1356 Sudeste 754 657 738 683 631 578 Sul 1539 1554 1361 1388 1329 1015 Centro-Oeste 933 1053 943 912 933 894 Total 1261 1231 128 1179 1101 956
Tabela 2 Trabalho Infant i l
Fonte
IBGE ndash Seacuter ies Histoacuter icas
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD329ampsv=
7ampt=taxa-de- t raba lho- infant i l Acesso em 118 2011
O MDS just i f ica a adoccedilatildeo de condic iona l id ades pe lo Programa
Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
As cond ic iona l ida des do Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
satildeo ao m esm o tem po r esponsab i l i da des das
f am iacute l i as e do pod e r puacuteb l i co O ob je t i vo das
cond ic iona l idades natilde o eacute pun i r as f a m iacute l i as m as
responsab i l i za r d e f o rm a con junta os
bene f i c iaacute r ios e o poder p uacuteb l i co q ue de ve
iden t i f i ca r os m o t i vos do natildeo cum pr im en to das
cond ic iona l idades e im p lem en ta r po l iacute t i cas
2 8
puacuteb l i cas de acom panham ento pa ra essas
f am iacute l i as3
A co locaccedilatildeo do MDS quando just i f ica a adoccedilatildeo de
condic iona l idades como parte das est rateacutegias que nor te iam o
Programa Bolsa Famiacutel ia ind i retamente impotildee ao benef ic iaacuter io
podemos considerar de forma justa a responsabi l idade de
ldquo remunerarrdquo o restante da soc iedade pe lo s benef iacutec ios f inancei ros
concedidos
1 12 Contro les
O MDS tambeacutem estabelece um rela toacuter io demonstrat ivo de
metas cumpr idas bem como de t ransparecircncia dos benef iacutec ios pagos
aos par t ic ipantes Os benef iacutec ios satildeo pagos e cont ro lados pe la Caixa
Econocircmica Federa l a qua l emite re la toacuter ios mensais ident i f icando
3F o n t e
h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f am i l i a b e n e f i c i o s - e -
c o n t r a p a r t i d a s Ac e s s o em 2 2 0 6 2 0 1 0
2 9
nominalmente os benef ic iaacuter ios Esses re latoacuter ios podem se obt idos
por estado e munic iacutep io 4
Os cont ro les estabelec idos parecem adequados para que os
cont r ibu in tes possam f isca l izar e denunciar possiacuteve is f raudes O
MDS estabelece processos de f isca l izaccedilatildeo para gar ant i r
cred ib i l idade e just iccedila ao programa A pr inc ipal ferramenta
contro ladora eacute o ldquoCadast ro Uacutenico rdquo 5
Segundo o MDS a f isca l izaccedilatildeo da gestatildeo do Cadast ro Uacutenico
e do Programa Bolsa Famiacutel ia pode ser fe i ta das seguintes formas
Accedilotildees in loco e agrave d is tacircnc ia r ea l i zad as pe lo
M in is teacute r io do Desenvo lv im en to Soc ia l e Com bate
agrave Fom e MDS po r m eio da Sec re ta r ia Nac iona l de
Renda de C ida da n ia con f o rm e c r i t eacute r ios e
pa racircm et ros es tabe lec idos na Por ta r ia Senarc n ordm
1 2004
Accedilotildees desenvo l v id as pe las Ins tacircnc ias de
Con t ro le Soc ia l q ue devem acom panhar as
a t i v i dades desenvo lv idas pe lo ges to r m un ic ipa l
do Prog ram a aux i l i a ndo na de f in i ccedilatildeo de f o rm as
pa ra m e lho r a tender agraves f am iacute l i as que se
enquadram nos c r i t eacute r ios do Prog ram a inc lus ive
no que d i z r espe i to agraves Aud i to r ias e accedilotildees de
f i sca l i zaccedilatildeo rea l i za das pe las ins t i t u i ccedilotildees de
4F o n t e h t t p s w w w b e n e f i c i o s s o c ia i s c a i x a g o v b r c o n s u l t a b e n e f i c i o 0 4 0 1 0
0 - 0 0 _ 0 0 a s p Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
5 F o i c r i a d o d u r a n t e o g o v e r n o d e F e r n a n d o H e n r i q u e C a r d o s o e m 2 4 d e
o u t u b r o d e 2 0 0 1 p o r D e c r e t o d a P r e s i d ecirc n c i a d a R e p uacute b l i c a
3 0
con t ro le in te rno e ex te rno do poder ex ecu t i vo a
m a io r pa r te de las ta m beacutem com ponen tes d a R e d e
P uacute b l i c a d e F i s c a l i za ccedil atilde o d o B o l s a F a m iacute l i a
Aud i t o r ias po r m e io de anaacute l i se das bases de
dados e s i s tem as em espec ia l aque las
rea l i za das na b ase do Cad as t ro Uacuten ico que
pe rm i tem iden t i f i ca r dup l i c ida des d i ve r gecircnc ias
de in f o rm accedilatildeo de renda quando com parada com
ou t ras bases de dados do Governo Federa l
den t re ou t ras d i spon ib i l i dade de se rv iccedilos
puacuteb l i cos de sauacutede e educaccedilatildeo que pe r m i tam o
cum pr im en to das cond ic iona l idades 6
A rede puacutebl ica de f isca l izaccedilatildeo fo i cr iada em jane i ro de 2005
envo lve o Min is teacuter io Puacutebl ico a Contro lador ia Gera l da Uniatildeo e o
Tr ibunal de Contas da Uniatildeo tendo como ob je t ivo moni torar o
Programa Bolsa Famiacutel ia Foram estabelec idas responsabi l idades
para cada uma das ent idades f isca l iza doras de forma ao apropr iado
andamento do Programa Bolsa Famiacutel ia
O MDS recebe denuacutencias referentes ao Programa Bolsa
Famiacutel ia pe los seguin tes canais
Pessoa l ou ca r ta endereccedilada agrave Ouv id o r ia do
M in is teacute r io
6F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o f o r m a s - d e -
f i s c a l i za c a o Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
3 1
E -m a i l s pa ra a aacute rea de a tend im en to do Bo lsa
Fam iacute l ia
Cen t ra l de a t end im en to do Fom e Zero I ns tacircnc ias
de Con t ro le Soc ia l
Denuacutenc ias encam in hadas pe los oacute rgatildeos de
con t ro le
A Coordenaccedilatildeo -Gera l de F isca l i zaccedil atildeo do
Depar tam en to de Operaccedilatildeo da Sec re ta r ia
Nac iona l de Re nda de C idada n ia exa m ina as
denuacutenc ias re ceb ida s e de aco rdo com a
g rav idad e dos f a tos ado ta m ed idas de
f i sca l i zaccedilatildeo po r m e io de v i s i t as aos m un ic iacutep ios
ou agrave d is tacircnc ia Na m a io r pa r te os casos o MDS
encam inha as den uacutenc ias receb idas p a ra os
ges to res m un ic ipa is do PBF so l i c i t a n do que
se j am ave r i guadas
Quando a CGU rea l i za aud i to r ias nos m un ic iacutep ios
esco lh idos po r m e io de so r te ios e encon t ra a lg um
ind iacutec io de i r r egu la r i dade na im p lem en taccedilatildeo do
PBF e la encam inha os resu l tados pa ra a Senarc
Es ta po r sua vez encam inha ped idos de
ave r iguaccedilatildeo aos g es to res m un ic ipa is do PBF dos
m un ic iacutep ios aud i tados ou pa ra a Ca ixa Econocircm ica
Federa l de aco rdo com o resu l tado da a ud i to r ia
da CGU
Apoacutes a conc lusatildeo do s p rocessos de apuraccedilatildeo das
denuacutenc ias receb idas o u das aud i to r ias d a CGU a
Sec re ta r ia im p lem en ta e ou recom enda aos
ges to res m un ic ipa is e ou ao agen te oper ador do
p rog ram a ndash CAIX A ECONOcircMICA FEDER AL - a
adoccedilatildeo de m ed ida s saneadoras pa ra cada
i r r egu la r idade cons t a tada Quando eacute o caso os
resu l tados das accedilotildees de apuraccedilatildeo de denuacutenc ias
3 2
satildeo encam inhados agraves ins t i t u i ccedilotildees i n teg ra n tes d a
Rede Puacuteb l i ca de F isca l i zaccedilatildeo do Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia pa ra im p lem en t accedilatildeo de p ro v idecircn c ias no
acircm b i to de suas com pe tecircnc ias
O MDS tam beacutem encam inha aos m un ic iacutep ios os
resu l tados de aud i to r ias rea l i za das nas bases d e
dados do Cadas t ro Uacuten ico com o r ien taccedilotildees pa ra
t r a ta r os p rob lem as encon t rados7
O MDS tambeacutem publ ica dados estat iacutes t icos apontando h is toacuter ico
de descumpr imento das condic iona l idades para o to ta l Bras i l e por
estado da Federaccedilatildeo apontando quant idade de advertecircnc ias
suspensotildees e cancelamentos 8
113 Legis laccedilatildeo
Segue resumo da legis laccedilatildeo 9 associada ao Programa Bolsa
Famiacutel ia
7F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o a p u r a c a o -
d e - d e n u n c i a s Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
8F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a c o n d i c i o n a l i d a d e s h i s t o r i
c o - d a s - r e p e r c u s s o e s - p o r - d e s c u m p r im e n t o - d e - c o n d i c i o n a l i d a d e s
A c e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
9A c r o n o l o g i a d e l e g i s l a ccedil atilde o q u e s e g u e f o i s e l e c i o n a d a p r i n c i p a lm e n t e n o
p o r t a l d o M D S a s e l e ccedil atilde o n atilde o p r e t e n d e s e r c o m p l e t a c o n t u d o v i s a
p r o p o r c i o n a r r a zo aacute v e l r e f e r e n c i a l l e g a l p a r a o t e m a
3 3
1 20 10 2003 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 1 32
DE 20 DE OUT UBRO 2003
(Conver t ida na L e i n ordm 10 836 de 2 004)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
2 09 01 2004 -L EI No 1 0 836 DE 9 D E
JANEIRO DE 2004
(Regu lam en to Conve rsatildeo da MPv n ordm 132 de
2003)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
3 17 9 2004 -DECR ET O Nordm 5 209 DE 17 DE
SET EMBRO DE 200 4
A Le i n ordm 10 836 de 9 de j ane i ro de 20 04 que
c r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
4 28 12 2007 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 4 11
DE 28 DE D EZEM BR O DE 2007
D ispotildee sob re o Pro g ram a Nac iona l de I nc lusatildeo
de Jovens - P roJovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no
11 129 de 30 d e j unho de 20 05 a l t e ra a Le i no
10 836 d e 9 d e j ane i ro de 2004 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
5 10 06 2008 -L EI Nordm 11 692 DE 10 JUNHO
DE 2008
Conversatildeo da MPv n ordm 411 d i spotildee sob re o
Prog ram a Nac iona l d e Inc lusatildeo de Joven s - P ro
j ovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no 11 12 9 de 30 de
j unho de 2005 a l t e r a a L e i no10 83 6 d e 9 d e
j ane i ro de 2004 r evoga d ispos i t i vos das Le is nos
9 608 de 18 d e f eve re i r o de 1998 10 7 4 8 de 22
de ou tub ro de 200 3 10 940 de 27 de ag os to de
2004 11 129 de 30 de j unho de 2005 e 11 180
3 4
de 23 de se tem bro de 2005 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
6 26 6 2008 -DECR ET O Nordm 6 491 DE 26 DE
JUNHO DE 2008
Daacute nova redaccedilatildeo ao a r t 19 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
7 16 4 2009 -DECR ET O Nordm 6 824 DE 16 DE
ABRIL DE 2009
A l te ra o capu t do a r t 18 do Dec re to n o 5 209 de
17 de se tem bro de 2004 a tua l i zando os va lo res
re f e renc ia is pa ra ca rac te r i zaccedilatildeo das s i t uaccedilotildees
de pobre za e ex t rem a pobreza no acircm b i to do
Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia p rev is t os no a r t 2o sectsect
2o e 3
o da Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de
2004
8 30 7 2009 -DECR ET O Nordm 6 917 DE 30 DE
JULHO DE 2009
A l te ra os a r t s 18 19 e 28 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
1 14 Transferecircncia de Renda
Podemos af i rmar que o Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma forma
ef ic iente de t ransfer i r renda dest ina -se a a tender famiacutel ias pobres e
3 5
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e baacutes ico garant i r a l imentaccedilatilde o e
oportun idade de acesso educaccedilatildeo e agrave sauacutede Podemos considerar
que sua ef ic iecircnc ia res ide no fato de cred i tar o recurso f inancei ro
em moeda corrente d i retamente ao benef ic iaacuter io sem qualquer
in termediaccedilatildeo e este por sua vez pode dest inar esse recurso para o
consumo de bens e serviccedilos que rea lmente necessi te No Programa
Bolsa Famiacutel ia a movimentaccedilatildeo de recursos eacute fe i ta d i retamente ao
carente sem qualquer t ipo de interferecircncia porque os benef ic iaacuter ios
tecircm que estar regis t rados no Cadast ro Uacutenico e devem cumpr i r as
condic iona l idades estabelec idas Os benef iacutec ios tem caraacuteter
temporaacuter io uma vez que o benef ic iaacuter io adquira condiccedilotildees saudaacuteveis
de sobrevivecircncia o benef iacutec io cessa haacute ferramentas cont ro la doras
para que isso aconteccedila
Transferecircncias de renda agraves camadas mais pobres visam
garant i r que os favorec idos tenham acesso a serviccedilo s baacutesicos e
essencia is Em outubro de 2011 o Min isteacuter io do Desenvolvimento
Socia l ind ica que haacute atendimento agrave 13171810 famiacutel ias o que
segundo o proacuteprio MDS s ign i f ica a tendimento a 10136 das
famiacutel ias consideradas pobres segundo perf i l do Programa Bolsa
Famiacutel ia (PNAD 2006) Sem sombra de duacutevida esses dados ind icam
que o Bras i l daacute um dos maiores passos em d i reccedilatildeo agrave e l iminaccedilatildeo da
desigualdade 10
10
F o n t e h t t p a p l i c a c o e s m d s g o v b r s a g i R I v 3 g e r a l i n d e x p h p A c e s s o e m 1 2 1 2 2 0 1 1
3 6
O Brasi l como membro da ONU f i rmou compromisso no ano
2000 a cumpr i r os ob je t ivos de desenvolvimento do mi lecircn io
comprometeu-se em cumpr i r as Metas do Mi lecircn io que dentre e les
inc lu i a reduccedilatildeo da ext rema pobreza e da fome ateacute 2015 Oi to satildeo
as chamadas ldquoMetas do Mi lecircn iordquo 11
Acabar com a f om e e a m iseacute r ia
Garan t i r educaccedilatildeo baacutes ica e de qua l i dade p a ra
todos
I gua ldad e en t re sexos e va lo r i zaccedilatildeo da m u lhe r
Redu z i r a m or ta l i dad e in f an t i l
Me lho ra r a sauacutede das ges tan tes
Com ba te r a A IDS a m a laacute r ia e ou t ras doenccedilas
Qua l idade de v ida e r espe i to ao m e io am b ien t e
T odo m undo t r aba lhando pe lo desenvo lv im en to
O Programa Bolsa Famiacutel ia estaacute em l inha com os ob je t ivos
ac ima e o invest imento maciccedilo em Assis tecircnc ia Socia l como um todo
eacute o esforccedilo para o cumpr imento das meta s Os dados cont idos na
Le i Orccedilamentaacuter ia Anual pub l icada no Porta l do Orccedilamento do
Senado demonstram efet ivo aumento na a locaccedilatildeo de r ecursos para
Assis tecircnc ia Socia l Nesse quesi to destacam-se massivos recursos
ao Programa Bolsa Famiacutel ia
11 h t t p d e s a f i o s 2 i p e a g o v b r s i t e s 0 0 0 1 7 e d i c o e s 3 8 p d f s r d 3 8 n o t 0 4 p d f A c e s s o e m
1 0 1 1 2 0 1 1
3 7
O graacutef ico seguin te nos daacute um quadro do montante dest inado agrave
ass is tecircnc ia soc ia l bem como os va lores designados ao Programa
Bolsa Famiacutel ia Os recursos dest inados agrave Assis tecircnc ia Socia l a
preccedilos de 2011 cresceram de R$ 213 b i lhotildees em 2004 para R$
419 b i lhotildees em 2011 um crescimento rea l de 106 ao ano
s ina l izando de forma contundente o empenho bras i le iro em e l iminar
as desigualdades O programa Bolsa Famiacutel ia que representa 33
do orccedilamento para Assis tecircnc ia Socia l em 2011 cresceu de 74
b i lhotildees em 2004 para cerca de 14 b i lhotildees em 2011 com
cresc imento rea l de 96 ao ano12
O graacutef ico 3 ad iante ind ica a tendecircncia dos va lores a locados agrave
ass is tecircnc ia soc ia l inc lu indo o Programa Bolsa Famiacutel ia
12 V a l o r e s a j u s t a d o s p e l o D e f l a t o r d o P r o d u t o I n t e r n o B r u t o
F o n t e I BG E httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto - Acesso em 1042011
3 8
Graacutef ico 3 A locaccedilatildeo de Recursos p Ass is tecircnc ia Socia l 13
Fonte LOA ndash Le i de Orccedilamento Anual ndash
h t tp www9senadogovbr porta l pagepor ta l orcamento_senado_Po
rta lOrcamento Acesso em 129 2011
13 Ajustado pelo deflator do PIB -
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-
interno-bruto Acesso em 13102011
3 9
12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
1 21 Impacto na Economia
O desenho do Programa Bolsa Famiacutel ia faz com que ha ja
benef iacutec ios econocircmicos geraccedilatildeo de r iqueza e auto sustentaccedilatildeo
a leacutem de progressos soc ia is importantes
Quanto agrave geraccedilatildeo de r iqueza e la ocorre pr inc ipa lmente
devido ao efe i to mul t ip l icador do Programa Bolsa Famiacutel ia que eacute a l to
porque haacute t ransferecircncia de renda para as camadas mais pobres da
populaccedilatildeo Boa par te da populaccedilatildeo que anter iormente ao Programa
Bolsa Famiacutel ia v iv iam na ind igecircncia e natildeo eram consumidores
passaram a secirc - lo apoacutes o recebimento dos benef iacutec ios f ina ncei ros O
c idadatildeo que prat icamente nada possuiacutea passou a s i tuaccedilatildeo de
consumidor cr iando uma procura de bens e serviccedilos e promovendo
o gi ro da economia pr inc ipa lmente nos munic iacutep ios mais carentes
Estudos ind icam que a expansatildeo dos benef iacutec ios pagos em 20 05 e
2006 R$ 18 b i lhatildeo resu l tou em cresc imento ad ic iona l do PIB de
R$ 431 b i lhotildees com rece i tas ad ic iona is de impostos de R$ 126
b i lhotildees 70 maior que os benef iacutec ios pagos em 2006 de R$ 75
b i lhotildees Essas est imat ivas constam de estudo dos economistas
4 0
Naeacuterc io Aquino Menezes Fi lho coordenador do Centro de Pol iacute t icas
Puacutebl icas (CPP) do Inst i tu to de Ensino e Pesquisa ( Insper) ant igo
Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henr ique Landim Junio r a luno da
graduaccedilatildeo do INSPER 14
O efe i to mul t ip l icador do PBF eacute a l to porq ue insere no
mercado uma populaccedilatildeo carente com poucas condiccedilotildees para poupar
v indo a u t i l izar como consumo prat icamente todo o seu benef iacutec io e
indo a leacutem po is adquire acesso ao creacuted i to o que poss ib i l i ta cons umir
mais do que recebeu O Precircmio Nobel de economia Paul A
Samuelson em seu l ivro ldquo In t roduccedilatildeo agrave Anaacutel ise Econocircmicardquo (p 314
tomo I 1966) exempl i f ica o ldquomult ip l icadorrdquo que just i f ica a
sustentab i l idade do Programa Bolsa Famiacutel ia (Anexo K)
O benef ic iaacuter io do Programa Bolsa Famiacutel ia sat isfaz suas
necessidades baacutesicas e tambeacutem se torna consumidor de bens e
serviccedilos part icu larmente aos associados agrave educaccedilatildeo e sauacutede
Ta lvez educaccedilatildeo e sauacutede natildeo fossem pr ior idades desse novo
c idadatildeo consumidor contudo as condic iona l idades do Programa
Bolsa Famiacutel ia pra t icamente o impulsionam a esse t ipo de consumo
Por out ro lado o aumento da demanda por educaccedilatildeo e sauacutede forccedila
a necessidade de aumento de invest imentos nessas aacutereas
14
F o n t e s O E S T A D O D E S Atilde O P A U L O 1 6 1 0 2 0 0 9 ndash E s t u d o O s E f e i t o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a s o b r e a E c o n o m i a d o s M u n i c iacute p i o s B r a s i l e i r o s ndash L a n d i m e
M e n e z e s ndash a g o s t o d e 2 0 0 9 ( A n e x o F )
4 1
pr inc ipa lmente por par te do poder puacutebl ico Na rea l idade isso estaacute
ocorrendo os invest imentos em educaccedilatildeo cresceram de 39 do
PIB em 2004 a 47 do PIB em 2008 Cerca de R$ 140 b i lhotildees
foram invest idos em 2008 va lor a inda considerado por mui tos
aqueacutem das necessidades Segundo not ic iaacuter io do jorna l O Globo a
recomendaccedilatildeo do UNICEF eacute 8 do PIB o que s ign i f ica a lgo em
torno de R$ 300 b i lhotildees 15 Esse assunto seraacute t ra tado mais ad iante
neste t raba lho
O ref lexo do aumento de invest imento em educaccedilatildeo tende a
repercut i r pos i t ivamente na taxa de analfabet ismo Nota -se que no
grupo de pessoas com 10 anos ou mais a taxa de analfabet ismo
ca iu de 106 em 2004 para 91 e m 2007 provavelmente uma
tendecircncia inerc ia l ta lvez com a lguma sustentaccedilatildeo das
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia
O quesi to sauacutede uma das condic iona l idades importantes do
Programa Bolsa famiacutel ia tambeacutem apresenta substancia l melhor ia por
exemplo a taxa de morta l idade infant i l ca iu de 226 mortes por 1000
nascidos vivos em 2004 para 176 mortes por 1000 nascidos vivos
em 2008 (Graacutef ico 2)
15 Fonte O Globo-1632010 agraves 1225-
httpogloboglobocomeducacaomat20100316investimento-em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-sociais-consideram-valor-baixo-916073723asp
4 2
122 Acesso ao Creacuted i to
Embora pareccedila uma d igressatildeo d ist inta do tema aqui em
anaacutel ise e em uma consideraccedilatildeo pre l iminar possa parecer que o
acesso ao creacutedi to em part icu lar at raveacutes do concei to de
microcreacuted ito se ja a lgo i r re levante para o tema Invest imento
Socia l va le anal isar a sua re laccedilatildeo com o Programa Bolsa Famiacutel ia
em termos de sustentab i l idade
Notor iamente o Programa Bolsa Famiacutel ia fomenta com seus
benef iacutec ios e condic iona l idades o desenvolvimento de
oportun idades de negoacutecios em gera l e como consequecircncia a
geraccedilatildeo de empregos Uma boa parce la dos benef ic iados d i re tos
do Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez natildeo se tornem empreendedores
provavelmente vi ratildeo a ser un icamente consumidores de bens e
serviccedilos Seus f i lhos por sua vez devido agrave oportun idade de
educaccedilatildeo teratildeo maiores chances de se tornarem prof iss iona is ou
mesmo empreendedores A demanda gerada fomentaraacute out ros
negoacutecios lanccedilados por pessoas ou ent idades da l ivre in ic iat iva que
natildeo se benef ic iam d i retamente do PBF detentore s de vocaccedilatildeo
empreendedora ou efe t ivamente empreendedores vecircm a demandar
creacuted i to As ent idades bancaacuter ias t rad ic iona is na sua maior ia natildeo
estatildeo apare lhadas para supr i r f inanciamento ao pequeno negoacutecio
4 3
o que t rad ic iona lmente forccedila aos in teressados a procura de fontes
a l ternat ivas com imensas e quase in t ransponiacuteve is d i f icu ldades
Um novo n icho de mercado que ve io a surgi r encontra -se em
p leno progresso e eacute amplamente incent ivado como parte das
po l iacute t icas puacutebl icas bras i le i ras eacute chamado de microcreacuted i to Este t ipo
de atendimento ao pequeno empreendedor natildeo eacute uma inovaccedilatildeo
bras i le i ra jaacute exis te a micro f inanciadora que supre microcreacuted i to agraves
pessoas carentes Esse esquema de f inanciamento in ic iou com
Organizaccedilotildees Natildeo Governamenta is (Ongs) e a lguns bancos como
Bank Rakyat ( Indoneacutesia) Grameen Bank (Ba ngladesh) Kenyan
Rura l In terpr ise Programme (Kenya) Banco Sol (Bo l iacutev ia) e out ros
Essas ent idades focaram seus negoacutecios em pequenos empreacutest imos
como miacuten ima ou mesmo sem garant ias ju ros de mercado
cur t iacutess imo prazo a empreendedores gera lmente pobres com d i f iacutec i l
ou nu la poss ib i l i dade de acesso aos f inanciamentos t rad ic iona is e
conclu iacuteram que essa at iv idade eacute rentaacuteve l e resu l ta em
s ign i f icat ivos benef iacutec ios soc ia is
A pr imeira ent idade f inancei ra a oferecer o microcreacuted ito fo i o
Grameen Bank O seu fundador fo i o Professor Muhammad Yunus
que recebeu o premio Nobel da Paz de 2006 por seus esforccedilos em
promover o desenvolvimento soc ia l das c lasses desfavorec idas No
Grameen Bank o microcreacuted ito eacute d i r ig ido ao atendimento exc lus ivo
do pequeno negoacutecio e eacute considerado inst rumento de inc lusatildeo
4 4
econocircmica e soc ia l Fomenta micro empreendimentos gera
ocupaccedilatildeo emprego e renda possu i burocrac ia reduzida o que
fac i l i ta sobremaneira o acesso por par te do pequeno invest idor
Haacute exemplos in teressantes e bem sucedidos como o
microcreacuted ito da Caixa Econocircmica Federa l d i rec ionado a
empreendedores formais bem como os informais para aquis iccedilatildeo de
equipamentos mateacuter ia -pr ima cap ita l de gi ro ou para a melhora da
inf raest ru tura do negoacutecio O va lo r miacuten imo eacute de R$ 250 e maacuteximo
de R$ 15 mi l o prazo estabelec ido para l iqu idaccedilatildeo do empreacutest imo
eacute de 24 meses sem oferta de carecircncia Em marccedilo de 2011 a taxa
de juros prat icada pe la CEF era de 39 ao mecircs mais encargos
( IOFtaxas para aprovaccedilatildeo de creacuted i to e tc )
Tambeacutem se destaca da mesma forma a oferta do BNDES que
d ispotildee creacuted ito ao microempreendedor v isando atende r pessoas
f iacutes icas e jur iacuted icas com empreendimentos de at iv idade produt iva de
pequeno porte Considera como ta l ent idades com rece ita bruta
infer ior a R$ 240 mi l O BNDES estabeleceu inf raest ru tura
especiacutef ica para essa oferta de creacuted i to cr iou agentes repassadores
d is t r ibuiacutedos pe lo paiacutes em marccedilo de 2011 o s i te do BNDES l is ta 39
ent idades repassadoras O va lor de f inanciamento l im ita -se a R$
15000 por c l iente Em marccedilo de 2011 o BNDES prat icava 4 de
juros mensais para o empreacutest imo inc lu indo encargos bancaacuter ios
4 5
O microcreacuted i to como po l iacute t ica puacutebl ica para a inc lusatildeo soc ia l
ao que se nota eacute a t rat ivo do ponto de vis ta f inancei ro po is tambeacutem
chama a a tenccedilatildeo natildeo soacute de ent idades nacionais mas tambeacutem de
ent idades f inancei ras in ternacionais Recentemente o Grameen
Bank (Bangladesh) anunciou que in ic iaraacute operaccedilotildees no Bras i l Na
rea l idade o grupo f inancei ro Grameen jaacute estaacute estudando as
a l ternat ivas haacute dois anos O p lano de negoacutecios do Grameen Group
pretende conceder empreacutest imos em meacutedia de US$ 200 a juros
anuais var iando ent re 20 a 25 16 Semanalmente o tomador de
empreacutest imo deve prestar contas de suas at iv idades pagar juros e
d i rec ionar out ro pedaccedilo para a poupanccedila (Va lor Econocircmico ndash
142 2011 ndash jo rna l is ta Ana Paula Ragazzi )
Em recente not ic iaacuter io (O Estado de Satildeo Paulo -152 2011)
consta que o Banco Santander f i rmou parcer ia com Banco Grameen
Trust de Bangladesh para lanccedilar programa de microcreacuted i to no
Bras i l em 2012 O Santander p lane ja invest i r US$ 6 m i lhotildees para a
chegada do Grameen ao Paiacutes Segundo o mesmo not ic iaacuter io o banco
Santander opera com microcreacuted i to no Bras i l haacute o i to anos A
operaccedilatildeo do banco comeccedilou com um programa p i lo to na comunidade
de Hel ioacutepo l is em Satildeo Paulo Desde entatildeo jaacute atendeu mai s de 200
mi l pequenos empreendedores O tota l de des embolsos a lcanccedila R$
16
S oacute pa r a n os s i t ua rm os i s t o s i g n i f i ca 1 5 a 1 9 m e nsa i s b em m en o re s qu e as
t a xa s p r a t i ca da s po r ba nc os dom eacutes t i co s em 20 1 1
4 6
800 mi lhotildees Segundo comunicado do banco a exper iecircnc ia eacute
considerada sat isfa toacuter ia po is o pagamento em d ia chega a 97 a
perda eacute de somente 05 e 65 dos c l ientes renovam os
empreacutest imos a f im de expandir seus negoacutecios (O Estado de Satildeo
Paulo - 152 2011- agecircncia Estado) 17
17 F o n t e s D e m o c r a t i z a ccedil atilde o d o c r eacute d i t o n o B r a s i l a t u a ccedil atilde o d o B a n c o C e n t r a l
ALVES Seacuterg io DS e SOARES Marden M - Banco Centra l do Bras i l Jornal Valor
Econocircmico ndash 1422011 ndash Jornal is ta Ana Paula Ragazzi
h t tp wwwvaloronl inecombr impresso f inancas 10438409 4grameen-o-banco-dos-
pobres- in ic iara-operacoes-no-bras i l Acesso em 1132011
O Estado de Satildeo Paulo - Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedi to no Bras i l ndash
1522011
h t tp economiaestadaocombr not ic ias not_55110htm Acesso em 1132011
h t t p w w w b n d e s g o v b r S i t e B N D E S b n d e s b n d e s _ p t N a v e g a c a o _ S u p l e m e n t a r P e r
f i l M i c r o _ P e q u e n a _ e _ M e d i a _ E m p r e s a _ e _ P e s s o a _ F i s i c a A c e s s o e m 0 7 0 9 2 0 1 1
h t tp wwwsc ie lo br sc ie lo phppid=S1415 -65552009000500005ampscr ip t=sc i_ar t text
Acesso em 9 3 2011
4 7
2 QUALIDADE DE V IDA E DA EDUCACcedil AtildeO BRASILEIRA
21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA
2 12 Porque El iminar as Desigualdades
Sobre as desigualdades W il l iam F S chulz (2001) d i re tor
execut ivo da organizaccedilatildeo ldquoAnist ia In ternacional rdquo em seu l ivro ldquo In
our own best interest rdquo (Em nosso proacutepr io in teresse) logo na
in t roduccedilatildeo descreve resposta a um quest ionamento durante uma
entrevis ta para a ldquoKnoxvi l le Nat iona l Publ ic Radio Stat ionrdquo no
estado do Tennessee ndash Estados Unidos Schulz fa lava sobre suas
exper iecircnc ias em loca is com o Burma (Myanmar) Boacutesnia China
Chiapas (Meacutexico) campos de refugiados no Congo bruta l idade
po l ic ia l em Nova Iorque etc ateacute que o ent r evis tador argu iu o
ent revis tado nos seguintes termos
Eu tenh o ce r te za q ue todos noacutes concordam os que
es tes t i pos de v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos satildeo
m ora lm en te repugnan tes Mas se eu q ue m a l
posso m e m an te r v i vendo no les te do T ennessee
sem pre preocupado se hav e raacute d inhe i ro su f i c ien te
4 8
pa ra que m eus f i l hos tenham um a educaccedilatildeo
decen te ou se po dere i pagar p o r um a casa m a io r
que d i f e renccedila f az a m im aque les abusos
( v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos) oco r rendo em
luga res tatildeo d is tan tes de onde eu v i vo18
Resumindo o ent revis tador perguntou a W il l ian Schulz ldquoo que
eu tenho a ver com issordquo Segundo o autor este t ipo de
quest ionamento era in teressante e importante e permi t iu o
desenvolvimento de uma resposta ext remamente loacutegica seguindo a
mesma l inha do inter locutor
Quando o f i l ho de ssa pessoa (do les te do
Tennessee) eacute um mi l i ta r que pode raacute se rv i r no
Ha i t i o u na Boacutesn ia essa pessoa ce r tam en te tem
m u i to a cons ide ra r sob re respe i to aos d i r e i t os
hum anos Ou tem um pos to de t r aba lh o q ue pod e
se r e l im inado po rqu e as em presas am er icanas
satildeo a t ra iacutedas pe los ba ixos sa laacute r ios pa gos em
pa iacuteses que abu sam dos d i r e i t os dos
t r aba lhadores ce r tam en te tem m u i to a cons ide ra r
sob re o respe i to aos d i r e i t os hum anos Ou es taacute
p reocupada com o tem a das d rogas e d escobre
que as a rm as env ia das pa ra lu ta r na g uer ra do
na rco t raacute f i co co lom b iano satildeo desv iada s pa ra
m a ta r gen te inocen te essa pessoa pode s im
cons ide ra r se r iam ente sob re o respe i to aos
d i r e i t os hum anos Se vocecirc f az inves t im en to nas
18
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
4 9
bo lsas de accedilotildees in te rnac iona is ou se pe r tence a
um p lano de pensatilde o que o f a z eacute m e lho r que
ac red i te que os d i r e i t os hum anos tecircm m u i to a ve r
com vocecirc 19
A resposta dada por Schulz ao seu inter locutor certamente
um jorna l ista amer icano natildeo muito preocupado com prob lemas
soc ia is d istantes de seu campo de atuaccedilatildeo encontra certa analogia
na co locaccedilatildeo de Al Gore ex -vice-pres idente amer icano (2001 -2003)
e Precircmio Nobel da Paz (2007) no f i lme ldquoUma Verdade
Inconvenienterdquo (2007) sobre assuntos ambienta is af i rma que a
maneira mais ef ic iente de incent ivar e conseguir apoio no assunto
preservaccedilatildeo do meio ambiente eacute u t i l izar as m esmas armas do
cap ita l ismo Cita como exemplo o lanccedilamento dos cer t i f icados de
sequest ro de carbono os quais seratildeo ext remamente efe t ivos para a
qual idade ambienta l po is a t ingem d i retamente as f inanccedil as das
ent idades po lu idoras v indo a cont ro lar empreendimentos com
sustentab i l idade quest ionaacutevel
O Brasi l natildeo sof re o mart iacute r io imposto aos c idadatildeos por
governantes deacutespotas e sanguinaacuterios con tudo haacute uma s i tuaccedilatildeo
endecircmica de desigualdade soc ia l Um dos agravantes da
desigualdade eacute a migraccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutereas menos
favorec idas para as metroacutepoles onde exis te maior poss ib i l idade de
19
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
5 0
emprego Como a migraccedilatildeo ocorre de forma a leatoacuter ia haacute na
rea l idade uma dupl icaccedilatildeo de prob lemas a aacuterea pobre eacute
descapi ta l izada seus c idadatildeos ent ram em decadecircncia e as aacutereas
metropol i tanas recebem um f luxo maior do que suas necessidades
agravando as condiccedilotildees de sobrevivecircncia Na rea l idade nas aacutereas
metropol i tanas natildeo haacute lugar para todos os migrantes se acumulam
em fave las e cor t iccedilos gera lmente em condiccedilotildees subumanas
aumentando a inda mais a des igualdade
O cresc imento econocircmico observado no Bras i l nas uacutel t imas
deacutecadas e os invest imentos em programas soc ia is em part icu lar o
Programa Bolsa Famiacutel ia permit iu levar o desenvolvimento para
aacutereas carentes como Norte e Nordeste Recente ar t igo no Jorna l O
Estado de Satildeo Paulo (19102010) anal isa o estudo fe i to por F laacutevio
Romatildeo da LCA Consultores
Um dos aspec tos m a is r e levan te s do
desenvo l v im en to econocircm ico recen te do B ras i l eacute
a r educcedilatildeo do f l uxo m ig ra toacute r io do Nordes te pa ra
o Sudes te I s so em pa r te se deve a p rog ram as
soc ia is com o o Bo ls a Fam iacute l ia que sem duacutev id a
r e teacutem pessoas em seus m un ic iacutep ios de or igem
Mas o p r inc ipa l f a to r r esponsaacuteve l pe las
dec isotildees de m i lha res de pessoas de
pe rm anecer na reg iatildeo eacute a ge raccedilatildeo d e em pregos
no Nordes te com o m os t ra es tudo f e i t o pe lo
econom is ta Faacuteb io R om atildeo d a LC A Co nsu l to res
c resc im en to
5 1
O art igo enfat iza e just i f ica que o cresc imento eacute sustentaacuteve l
e perene e co loca os seguintes termos
A m ig raccedilatildeo do Nordes te pa ra o Sudes te
d im inu iu s ign i f i ca t i vam en te En t re 1992 e 2002
o Nordes te pe rdeu 1 5 de sua popu laccedilatilde o po r
ano pa ra o Sudes te Jaacute de 2002 a 2007 a taxa
anua l ca iu pa ra 0 98 e em 2008 e 200 9 natildeo
passou de 0 85 E natildeo satildeo pouc os os
no rdes t inos que m ig ra ram para os g randes
cen t ros do Pa iacutes e es tatildeo re to rnando a seus
Es tados na ta is Haacute razatilde o pa ra i s so um a ve z
que de aco rdo co m o Cadas t ro Gera l de
Em pregados e Desem pregados as uacuten icas
reg iotildees que reg is t r a ram aum en to do emprego
f o rm a l de 2008 pa ra 2009 f o ram a Nor te (40)
e a Nordes te (12)
Evidencia -se portanto que a expansatildeo econocircmica do paiacutes
natildeo eacute um fenocircmeno loca l izado mas vem se espra iando Essa
evo luccedilatildeo cont r ibu i cer tamente para a reduccedilatildeo de desequi l iacutebr ios
regionais de desenvolvimento ta lvez o mais grave prob lema
nacional Em c ic los anter iores de expansatildeo esse descompasso se
acentuou uma vez que os maiores po los indus t r ia is do paiacutes
loca l izam-se no Sudeste onde tambeacutem se s i tuam os maiores
mercados Programas dest inados a corr ig i r essa d istorccedilatildeo por meio
da concessatildeo de incent ivos f isca is t iveram a lgum efe i to mas mui to
menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia
5 2
nordest ina pe lo aumento da renda e pe los efe i tos mul t ip l icadores
de invest imentos na aacuterea de tur ismo e na inf raest r utura como os
que vecircm sendo fe i tos no Porto de Suape em Pernambuco e na
Ferrovia Transnordest ina 20
Como constatam os comerc iantes loca is e as empresas de
vare jo de massa que expandem suas redes pe la regiatildeo o mercado
consumidor do Nordeste teve um cresc imento ineacuted i to ldquoSegundo o
economista Romatildeo (2010) o cresc imento sustentado da economia
gerou aumento da formal izaccedilatildeo do emprego no Nordeste e ganho
rea l do sa laacuter io miacuten imo que indexa quase a metade dos sa laacuter ios
dos t raba lhadores bem como a desaceleraccedilatildeo do f luxo migratoacuter iordquo
(Anexo I )
Os empresaacuter ios provavelmente sem ter conhecimento das
co locaccedilotildees de Schulz jaacute perceberam que a desigualdade natildeo eacute
beneacutef ica e estatildeo se movimentando no sent ido de encontrar
so luccedilotildees a f im de min imizar ou mesmo e l iminar as desigualdades
Em recente reportagem (Anexo G) o jorna l ldquoThe New York Times rdquo
d iscorre sobre os negoacutecios do b i l ionaacuter io ind iano Vinod Khosla co -
fundador da Sun Mycrosystems Khosla eacute um dos homens mais
r icos do mundo
20
C o b r i r aacute 1 7 2 8 k m d e f e r r o v i a l i g a n d o E l i s e u M a r t i n s ( P I ) a o s p o r t o s d e S U A P E
( P E ) e P e c eacute m ( C E ) c o m p r e v i s atilde o d e e n t r a d a e m o p e r a ccedil atilde o e m 2 0 1 3
5 3
Khosla reso lveu invest i r n a SKS Microf inance uma empresa
f inancei ra que faz empreacutest imos agraves mulheres pobres na Iacutend ia
Segundo o ar t igo a SKS abr iu seu cap ita l e lanccedilou accedilotildees na Bolsa
de va lores de Bombaim O que ocorreu eacute que a for tuna de Khosla
aumentou em 117 mi lhotildees de doacute lares O empresaacuter io promete que
esse lucro todo seraacute ap l icado em out ros empreendimentos que
lu tam pela reduccedilatildeo da pobreza
O p lano do b i l ionaacuter io Khosla eacute in ic iar um fundo de cap ita l
com uma car te i ra de invest imentos que foca l ize accedilotildees dos pobres
da Iacutend ia Aacutef r ica e out ros loca is e promovam serviccedilos com sauacutede
energia e educaccedilatildeo
Khosla defende empreendimentos par t icu larmente
f inancei ros d i rec ionados agrave educaccedilatildeo ou d istr ibu iccedilatildeo de
equ ipamentos geradores de energia so lar para consumidores
pobres E le defende a ide ia de que a cr iaccedilatildeo de empreendimentos
sustentaacuteve is podem melhor a judar aos menos favorec idos do que a
maior ia das organizaccedilotildees f i lant roacutep icas natildeo lucrat ivas Para Khosla
natildeo haacute d inhe i ro suf ic iente para melhorar as condiccedilotildees de
desigualdade at raveacutes de accedilotildees humani taacuter ia s
Natildeo eacute soacute Khosla que estaacute seguindo esse caminho out ros
empreendedores do mesmo ca l ibre como Pierre Omidyar co -
fundador da E-bay e Stephen M Case co -fundador da
5 4
AmericaOnl ine jaacute in ic iaram fundos de invest imentos com os
mesmos ob je t ivos do idea l izado s por V Khosla
Khosla af i rma que pessoalmente eacute negat ivo sobre a maior ia
das ONGs natildeo no que d iz respei to agraves in tenccedilotildees mas s im no
aspecto efet iv idade Enfat iza que empreendimentos de cunho soc ia l
satildeo mais efet ivos porque cr iam novos postos de t raba lho e oferecem
condiccedilotildees de cresc imento (Anexo J)
2 13 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano - ( IDH)
Um dos pr inc ipa is termocircmetros ut i l izados atua lmente pe las
Naccedilotildees Unidas (PNUD em portuguecircs ou UNDP em inglecircs) eacute o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano O IDH (HD I em inglecircs) fo i idea l izado
pe los economistas Amartya Sen (Nobel de economia em 1998) e
Mahbub u l Haq (1934 -1998) e adotado a par t i r de 1993 como medida
do bem estar humano O IDH eacute ca lcu lado em funccedilatildeo de t recircs
importantes fa tores para o desenvolvimento do ser humano
longevidade educaccedilatildeo e renda nacional per cap i ta
5 5
A longevidade eacute def in ida tomando -se em conta a expectat iva
meacutedia de vida ao nascer a educaccedilatildeo 21 inc lu i a meacutedia de
esco lar idade em nuacutemero de anos de pessoas ac ima de 25 anos
somada agrave expectat iva de esco lar idade de estudantes ao a lcanccedilarem
a idade de ingresso na esco la a teacute f ina l de suas vidas a renda
nacional per cap i ta considera va lores a justados a f im de ref le t i rem
equal izaccedilatildeo de par idade de poder de compra ( PPP abreviaccedilatildeo em
inglecircs para ldquopar i ty power of purchase rdquo ) dos paiacuteses em US doacute lares ao
dos Estados Unidos
O PNUD contro la e publ ica o IDH para 187 paiacuteses sendo que
c lass i f ica os paiacuteses em quatro categor ias ldquocom desenvolvimento
humano mui to a l tordquo IDH ac ima de 090 ldquocom a l to desenvolviment o
humanordquo com IDH ac ima de 080 ldquomeacutedio desenvolvimento humanordquo
IDH ac ima de 050 e ldquoba ixo desenvolvimento humanordquo IDH abaixo
de 050 Segundo o re latoacuter io de 2011 o Bras i l ocupa a 84ordf pos iccedilatildeo
em 2011 com um iacutend ice de 0718 bem abaixo do pr imeiro co l ocado
a Noruega com 0929 A posiccedilatildeo bras i le i ra tambeacutem f ica abaixo da
meacutedia regional que eacute de 0731 para a Ameacuter ica Lat ina e Car ibe
21
E s t e c o n c e i t o c o n s i d e r a n d o e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e f o i a d o t a d o a p a r t i r d e
2 0 1 0 a m e t o d o l o g i a a n t e r i o r c o n s i d e r a v a t a x a s d e a n a l f a b e t i s m o t a m b eacute m a d o t o u -
s e m eacute d i a g e o m eacute t r i c a e m l u g a r d a m eacute d i a a r i t m eacute t i c a
5 6
0665
0692 0695 07 0705 07080715 0718
062
064
066
068
07
072
074
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
IDH DO BRASIL
Graacutef ico 4 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano
Fonte PNUD
ht tp hdrundporgenstat is t icshd i Acesso em 03112011
Prat icamente os paracircmetros que def inem o I DH bras i le i ro
pos ic ionam o Bras i l em desvantagem aos demais paiacuteses da regiatildeo
As anaacute l ises de cada componente do IDH ca lcu lado para o Bras i l
seguem adiante In ic ia lmente tomemos a d imensatildeo educaccedilatildeo
5 7
MEacuteDIA DE ESCOLARIDADE DO BRASILEIRO
(N ⁰ D E A N OS )
G raacute f i co 5 Meacuted ia de Esco la r idade do Bras i le i ro
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l
Acesso em 11 4 2012
O ind icador de esco lar idade meacutedia da populaccedilatildeo (graacutef ico 5)
most ra cresc imento mas o preocupante eacute que ta lvez o cresc imento
natildeo se sustente a est ru tura dos meios de ensino insta lados ta lvez
natildeo garantam o aumento de esco lar idade futura po is haacute queda no
quesi to expectat iva de esco lar idade das cr ianccedilas (graacutef ico 6) A
qual idade da educaccedilatildeo bras i le i ra seraacute abordada em toacutep ico exc lus ivo
mais ad iante
A me todo log ia ado tada em 2 010 mudou o caacute lcu lo da
d imensatildeo educaccedilatildeo v indo a ado ta r como pa racircmet ros a
esco la r idade dos c idadatildeos S egue anaacute l i se sob re o caacute lcu lo da
ldquoExpecta t i va de Esco la r idade rdquo
5 8
De aco rdo com no ta teacutecn ica de apo io ao lanccedilamento do
re la toacute r io de desenvo lv imento humano 2010 ldquoO Novo IDH rdquo 22 o
PNUD ca lcu la a expecta t i va de anos de esco la r idade em funccedilatildeo
das ma t r iacutecu las em todos os n iacuteve is de educaccedilatildeo fundamenta l
meacuted io e te rc iaacute r ia (poacutes -ens ino meacuted io ) Pa ra ca lcu la r a d imensatildeo
educaccedilatildeo que compotildee as va r iaacuteve is do IDH compara a expecta t i va
do pa iacutes com a ma io r esco la r idade obse rvada na l i s ta dos pa iacuteses
con t ro lados A expecta t i va de anos de esco la r idade nas
pub l icaccedilotildees eacute l im i tada a um maacutex imo de 18 anos
Uma anaacute l i se in forma l nos pe rmi te tes ta r a qua l idade do
dado apresen tado de 13 8 anos pa ra a expecta t i va esco la r
b ras i le i ra Cons ide rando uma taxa de repe tecircnc ia meacuted ia ao redo r
de 19 23 o dado b ru to ext rapo lado resu l ta raacute em 17 anos o que
es taacute bem p roacutex imo d a esco la r idade nom ina l o fe rec ida no B ras i l e
ma is p roacutex imo agrave esco la r idade o fe r ec ida pe los pa iacuteses de ten to res da
exce lecircnc ia em IDH
22 Nota Teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano 2010 ldquoA Verdadeira Riqueza das Naccedilotildeesrdquo h t tp hd rundpo rg en med ia HDR_2010_PT_TechNotes_ rep r in t pd f
acesso em 10 4 2012 23
Nota teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de desenvolvimento Humano 2010 paacutegina 8 indica que a repetecircncia meacutedia no Brasil foi de 187 em 2007
5 9
Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola Fundamenta l Meacutedio e Super ior
(N⁰ de anos)
141 141 141 141
145
142
14
138 138 138 138 138
134
136
138
14
142
144
146
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Graacutef ico 6 Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola ndash Fundamenta l Meacutedio e Super ior
Fonte PNUD
httphdrstatsundporgenindicators69706html Acesso em 1142012
Como podemos no ta r no g raacute f ico 6 haacute um p ico no ano 2000
quando fo i a t ing ido 14 5 anos con tudo natildeo houve sus ten taccedilatildeo e
a expecta t i va de esco la r idade ca iu e se es tab i l i zou em 13 8 anos
a pa r t i r de 2007
Dos ind icadores de educaccedilatildeo que apresentam s igni f ica t iva
melhor ia destaca-se o analfabet ismo para ind iviacuteduos com idade
super ior a 15 anos em 2002 era de 118 e fo i reduzido para 9 9
em 2007 As esta t iacutes t icas ind icam s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l contudo o
quest ionamento for te que surge versa sobre a qual idade da
a l fabet izaccedilatildeo dos que saiacuteram do mapa dos i let rados Segue tabe la
6 0
3 com dados publ icados pe lo IBGE cobr indo a taxa de
analfabet ismo
TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULACcedilAtildeO ACIMA DE 15
ANOS
Per iacuteodo ()
2002 11 83
2003 11 55
2004 11 22
2005 10 92
2006 10 24
2007 9 86
Tabe la 3 Taxa de Ana l fabe t ismo da Popu laccedilatildeo ac ima de 15 anos
Fonte IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD331amps
v=8ampt=taxa -de-ana l fabe t i smo -de -pessoas -de -15 -anos-ou -ma is -de -
idade
Acesso em 29 10 2011
A longevidade do bras i le i ro estaacute aumentando de forma
consis tente o cresc imento meacutedio considerando os uacute l t imos 10 anos
(2000-2010) eacute de 0 4 anuais o que s ign i f ica que as condiccedilotildees
gera is de vida e em especia l de sauacutede estatildeo melhorando
6 1
701
716718 721
725728
731 735
68
69
70
71
72
73
74
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
EXPECTATIVA DE VIDA (EM ANOS)
Graacutef ico 7 Expectat iva de Vida
FontePNUD
ht tp hdrstatsundporgen ind icators69206html
Acessado em 0311 2011
A renda per cap i ta bras i le i ra (PPP -- a justada a par idade de
poder de compra dos em US doacute lares nos Estados Unidos va lores
constantes a preccedilos de 2005) apresenta tendecircncia posi t iva
consis tente de cresc imento contudo natildeo parece ser robusta
suf ic iente para cap i ta l izar resu l ta dos s ign i f icat ivos no IDH Em 11
anos houve um cresc imento de 32 equiva lente a 2 5 ao ano o
que eacute re la t ivamente ba ixo quando comparado a out ros paiacuteses
emergentes Nota-se queda em 2009 devido agrave cr ise mundia l com
retomada em 2010 Cabe sa l ienta r que sem cresc imento econocircmico
torna-se cr iacute t ica a re tomada de invest imentos Desnecessaacuter io af i rmar
que invest imentos ad ic iona is em educaccedilatildeo sem cresc imento
6 2
econocircmico dependeratildeo da re locaccedilatildeo de recursos de out ras aacutereas o
que dependeraacute da ldquoqua l idade po l iacute t icardquo dos governantes
Eacute provaacutevel que a estagnaccedilatildeo do Bras i l no que tange ao IDH
possa ser a t r ibuiacuteda ao piacutef io cresc imento econocircmico que fata lmente
desace lera todos os demais componentes da equaccedilatildeo
Graacutef ico 8 Renda Nacional Per Capita (US$ PPP constante a preccedilos
de 2005)
Fonte PNUD
http hdrstatsundporgen ind icators100106html
Acesso em 041111
6 3
214 Iacutend ice de Gin i
Outro ind icador ut i l izado regularmente eacute o iacutend ice de Gin i
desenvolvido por Corrado Gin i (1884-1965) esta t iacutes t ico demoacutegrafo e
soc ioacute logo i ta l iano A def in iccedilatildeo oferec ida pe lo PNUD ao iacutend ice de
Gin i eacute a seguinte
Mede o g rau de des igua lda de ex is te n te na
d is t r i bu iccedilatildeo de ind iv iacuteduos segundo a renda
dom ic i l i a r pe r cap i ta Seu va l o r va r ia de 0
quando n atildeo haacute des igua ldad e (a renda d e todos
os ind iv iacutedu os tem o m esm o va lo r ) a 1 quando a
des igua lda de eacute m aacutex im a (apenas um ind iv iacuted uo
de teacutem toda a renda da soc iedade e a re nda de
todos os ou t ros ind iv iacuteduos eacute nu la )24
Ao tomarmos o iacutend ice de Gin i notamos que desde a
in t roduccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia em outubro d e 2003 (MP 132
de 20102003) houve melhor ia o iacutend ice d iminu iu de 055 em 2002
para 0 52 em 2007 54 em c inco anos ou 11 ao ano (v ide
graacutef ico 9 baseado em dados publ icados pe lo IBGE)
24
F o n t e h t t p w w w p n u d o r g b r p o p u p p o p p h p i d _ p o p = 9 7 A c e s s a d o e m
1 3 1 0 2 0 1 0
6 4
G raacute f i co 9 Iacutend ice de G in i
Fon te IBGE (ano 2000 ind ispon iacuteve l )
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=FED103amp
sv=16ampt= ind ice -de -g in i -da-d is t r ibu icao -do - rend imento -mensa l -dos -
dom ic i l i os -com- rend imento
Acesso em 29 10 2011
Apesar da melhoria pequena apresentada nos iacutend ices eacute voz
corrente que o Bras i l vem reduzindo a desigualdade Recentemente
a jorna l ista Pat r iacutec ia Campos Mel lo do Jo rna l ldquoO Estado de Satildeo
Paulordquo ent revis tou o economista Makhtar Diop (Anexo C) d i retor do
Banco Mundia l para o Bras i l desde jane i ro de 2009 que considera
que o Bras i l eacute referecircncia in ternacional em reduccedilatildeo de pobreza
Af i rma que com o amadurec imento do Programa Bolsa Famiacutel ia os
programas soc ia is prec i sam ent rar em uma nova fase est imular o
ingresso no mercado de t raba lho e ac ima de tudo est imular melhor
qua l idade na educaccedilatildeo e na sauacutede O d iagnoacutest ico pertence ao
6 5
economista Makhtar Diop a ent revis ta estaacute publ icada no encarte
ldquoDesaf iosrdquo de 27 de setemb ro de 2010 (Anexo C) 25
Sobre os ind icadores que visam medir o desempenho dos
p lanos soc ia is Makhtar Diop destaca
O Bras i l t eve um a reduccedilatildeo s ign i f ica t i va na
pobre za Em 2001 os pob res e ram 38 7 da
popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A c am ada m a is pob re da popu la ccedilatildeo ca iu
pe la m e tade - e ram 17 4 em 2001 e p assa ram
para 8 8 A leacutem d isso o coe f i c ien te de G in i q ue
m ede a des igua ldad e (quan to m a is p roacutex im o de 1
m a is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra
0 550 em 2010 O coe f i c ien te de G in i sem pre
leva m u i to tem po pa ra ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo
im press iona Em gera l a r enda pe r cap i ta
c resceu m as a renda dos 10 a 20 m a is
pob res c resceu m u i to m a is r ap idam en te que a
renda dos 10 m a is r i cos - r eduz indo a
des igua lda de O Br as i l a ind a eacute um pa iacutes m u i to
des igua l Mas o rum o e a tendecircnc ia tecircm s ido
m u i to bons O Pa iacutes e s taacute a cam inho de cum pr i r os
vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo l v im en to do M i lecircn io
com o e r rad ica r pob re za ex t rem a e a f om e a teacute
25 Fonte httpwwwestadaocombrnoticia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em15102010
6 6
2015 ed ucaccedilatildeo p r im aacuter ia un ive rsa l e i gua ldad e
de gecircnero26
As condic iona l idades estabelec idas pe lo Programa Bolsa
Famiacutel ia de certa forma forccedilam sobremaneira a melhor ia das
condiccedilotildees de educaccedilatildeo o benef ic iaacuter io para cont inuar como
part ic ipante tem que m anter seus f i lhos na esco la Ess a condiccedilatildeo
permi te agrave cr ianccedila ser educada de forma regular e por out ro lado
forccedila o Poder Puacutebl ico a invest i r na oferta de esco las e professores a
f im de atender aos novos ldquoconsumidores de educaccedilatildeordquo
Os ind icadores de analfabet ismo s i tuam -se na casa dos
1027 haacute que considerar que melhor ias conseguidas quando o
patamar eacute re lat ivamente ba ixo satildeo qu ase impercept iacuteveis e requerem
esforccedilo maior do poder puacutebl ico Na rea l idade o maior empenho
provavelmente deve ser quanto agrave ldquos in ton ia f ina do s is temardquo torna -
se necessaacuter io oferecer qua l idade cada vez maior ao processo
educacional Diop responde ao quest ionamento sobre o que poder ia
ser melhorado no Programa Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
26
D a d o s s o b r e o Iacute n d i c e d e G i n i s atilde o d i v e r g e n t e s o I B G E p u b l i c a 0 5 6 p a r a 2 0 0 1 e
e s t e n d e a t a b e l a s o m e n t e a t eacute 2 0 0 7 a p e s a r d a d i v e r g ecirc n c i a o c o m e n t aacute r i o eacute v aacute l i d o
A s p u b l i c a ccedil otilde e s d e M D S t a m b eacute m d i v e r g e m l i g e i r a m e n t e d o I B G E
27 R e f e r ecirc n c i a o s d a d o s a p a r t i r d e 2 0 0 6 a t a x a d e a n a l f a b e t i s m o s i t u a - s e a o r e d o r
d e 1 0 e s t a b i l i z a n d o - s e n e s t e p a t a m a r
6 7
Nossa p r inc ipa l p reocupaccedilatildeo pa ra o fu tu ro eacute
com o esses p rog ramas vatildeo a f e ta r a p rodu t i v id ade
da econom ia no lo ng o p ra zo se natildeo f o r l i gado ao
m ercado de t r aba lho
P rec isam os t r aba lha r essa t r ans iccedilatildeo pa ra
pessoas sa iacute rem do p rog ram a natildeo f i ca rem em
s i t uaccedilatildeo pe rm anen te de receber d inh e i ro do
gove rno O segund o desa f io se re lac iona agrave
in te r venccedilatildeo na p r im e i ra in f acircnc ia Es tudos
m os t ram que quando natildeo haacute educaccedilatildeo en t re as
idades de 1 a 5 anos f i ca m u i to m a is ca ro o
inves t im en to no cap i ta l hum ano Eacute p rec iso
t r aba lha r com o gove rno pa ra l i g a r m e lho r a
t r ans f e recircnc ia de renda a p rog ram as de p r im e i ra
in f acircnc ia
Para considerar a recomendaccedilatildeo de Diop eacute necessaacuter ia a
revisatildeo de po l iacute t icas puacutebl icas e e laboraccedilatildeo de um pro jeto est rateacutegico
novo de longo prazo Eacute notoacuter io que estamos longe de uma so luccedilatildeo
ou estabelec imento de uma est ra teacutegia a respei to deste assunto o
tema eacute cont roverso e necessi ta de discussotildees a respeito
O Bras i l eacute o 84ordm co locado no rank ing de desenvolvimento
humano tomemos como exemplo o pr imeiro co locado a Noruega
segundo o s i te of ic ia l da embaixada norueguesa do Bras i l (Anexo
D) aquele paiacutes es taacute prestes a at ingi r a abrangecircncia un iversa l da
educaccedilatildeo preacute -esco lar Segundo o informat ivo em 2008 87 de
todas as cr ianccedilas ent re 1 a 5 anos de idade f requentava o jard im de
infacircnc ia cont ra 69 em 2003 Na Noruega desde 2009 eacute previs to
6 8
em le i a educaccedilatildeo preacute -esco lar houve expansatildeo recorde em 2009 da
oferta de vagas a f im de garant i r qua l idade de oferta agraves cr ianccedilas
Atua lmente o foco estaacute sendo t ransfer ido da quant idade de vagas
para a qual idade da educaccedilatildeo preacute -esco lar Apesar dos esforccedilos do
poder puacutebl ico norueguecircs c i ta o informat ivo nem todos os pa is
ace itam que os f i lhos f requentem o jard im de infacircnc ia desde tenra
idade neste caso eacute oferec ido um subsiacuted io monetaacuter io aos pa is que
natildeo se ut i l izam da ofer ta de vagas preacute -esco lares visando cont r ibu ir
para uma part i lha justa das verbas estata is dest inadas agraves famiacutel ias
independente do que esco lhem para a ed ucaccedilatildeo de seus f i lhos 28
Devemos considerar que estamos inf in i tamente longe de uma
s i tuaccedilatildeo norueguesa soacute para just i f icar em 2010 o Produ to
Nacional Bruto (US$ PPP constante a 2005) per cap i ta norueguecircs fo i
US$ 47667 4 7 vezes o bras i le i ro de US$ 10 162 cer tamente este
fa tor eacute dec is ivo para o sucesso e para a exce lente posiccedilatildeo quanto
ao a l to iacutend ice de desenvolvimento humano
A Noruega desde 1980 eacute c lass i f icada como o p r imeiro no
rank ing dos paiacuteses de melho r IDH 0 943 em 2011 a Aust raacute l ia ho je
em segundo lugar com IDH de 0929 (2011) sa iu de 0 850 em 1980
quando era o deacutecimo co locado
28
F o n t e h t t p w w w n o r u e g a o r g b r A b o u t _ N o r w a y p o l i c y A s s i s t e n c i a -
S o c i a l d a y c a r e A c e s s o e m 1 5 1 0 2 0 1 0
6 9
Apesa r de o mode lo econocircmico b ras i le i ro se r d i f e ren te dos
pa iacuteses c lass i f i cados com a l to IDH va le a pena ana l isa r pon tos
re levan tes do p rocesso econocircmico po r e les ado tados Em art igo
publ icado no jorna l ldquoO Valor Econocircmicordquo sob o t iacute tu lo ldquoO Brasi l
prec isa esco lher ent re Argent ina e Aust raacute l ia rdquo Andreacute Sacconato e
Nathan Blanche 29 a t r ibuem o sucesso a uma ef ic iente gama de
reformas que inc lu iu desva lor izaccedilatildeo da moeda em 1983 l iberaccedilatildeo
do comeacuterc io in ternacional abertura dos mercados de cap ita is
desregulamentaccedilatildeo e pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest rutura e
reforma nas le is que regem o mercado de t raba lho Argumentam os
ar t icu l istas que tudo isso t rouxe um aumento no grau de conf ianccedila
no paiacutes a t ra indo um maior vo lume de cap i ta l est rangeiro eacute bem
provaacutevel que a s i tuaccedilatildeo saudaacutevel do desenvolvimento humano fo i
resu l tado do cresc imento econocircmico s ign i f ica t ivo a uma taxa meacutedia
anual de 3 6 nos uacute l t imos qu inze anos
Sacconato e B lanche autores do ar t igo consideram que o
Bras i l tem condiccedilotildees mais favoraacuteve is para t r i lhar caminho
semelhante tecem a seguin te anaacutel ise de como podemos vencer o
desaf io de melhorar no IDH
29 O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia por Andreacute Sacconato e Nathan Blanche 06052010 Jornal Valor Econocircmico - Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria e Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
7 0
Que l i ccedilotildees podem os t i r a r pa ra o Bras i l ap rove i ta r
o m om ento co r re to de im por tar poupanccedila ex te rna
e a t r ans f o rm ar em c resc im en to sus ten taacuteve l Em
te rm os de es tab i l i dade m ac roeconocircm ica j aacute
t em os um am b ien te saudaacuteve l em bora tenham os
um h is toacute r i co de m ora toacute r ias O s i s tem a de m e tas
de in f laccedilatildeo e o cacircm b io f l u tuan te f o ram
im p lan tados em 1999 e a le i d e responsab i l i d ade
f i sca l em 2000 Nossa d iacutev ida ex te rna eacute ba ixa
em bora a m a tur idade e a taxa de j u ros pa ra
ro lagem a inda natildeo se j am as idea is
Outro ponto que deve ser melhorado segundo Blanche e
Sacconato eacute a fa l ta de um arcabouccedilo mais moderno e l ibera l izante
no mercado de cacircmbio bras i le i ro jaacute que a d i f icu ldade de remessas e
saiacutedas a inda eacute mui to grande e baseada numa est ru turaccedilatildeo ant iga
quando as condiccedilotildees de mercado eram d iametra lmente d i ferentes da
atua l ( reso luccedilatildeo nordm 4131 de 1964)
Sobre contas externas a s i tuaccedilatildeo do Bras i l eacute ateacute mais
confor taacuteve l do que a da Aust raacute l ia e out ros paiacuteses exportadores de
commodi t ies Temos mais reservas in ternacio nais e menos diacutevida
externa
A leacutem d isso conseguimos nos uacute l t imos anos f inanciar todo o
deacutef ic i t em t ransaccedilotildees correntes 30 (quando e le exis t iu) com
30
Refletem as operaccedilotildees com o exterior incluindo receitas obtidas com exportaccedilotildees de mercadorias gastos com importaccedilatildeo pagamentos de juros da diacutevida externa seguros e fretes e transferecircncias unilaterais que incluem todas as doaccedilotildees e remessas de dinheiro para o paiacutes natildeo relacionado com operaccedilotildees comerciais como o dinheiro mandado por brasileiros que residem no exterior
7 1
invest imento externo d i reto que eacute o menos vo laacute t i l das ent radas do
lado do movimento de cap ita is a lgo que nem a proacutepr ia Aust raacute l ia
vem conseguindo O que fa l ta entatildeo As reformas que foram fe i tas
laacute como a t raba lhis ta a pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest ru tura e a
abertura comerc ia l estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado por aqu i A
l ibera l izaccedilatildeo cambia l tambeacutem tem avanccedilado mas pode ser
considerada aqueacutem do necessaacuter io
Os ar t icu l istas enfa t izam que e ste eacute o momento certo para
aprove itar o excesso de l iqu idez externo e t ransformar em
produt iv idade Seguir o exemplo de sucesso da Aust raacute l ia eacute o melhor
caminho As cr iacute t icas de quem tem medo dos deacutef ic i ts em t ransaccedilotildees
correntes satildeo anacrocircn icas e levar iam o Bras i l ao a t raso e agrave p iora de
posiccedilatildeo re lat iva no mundo Natildeo haacute nenhuma just i f ica t iva p lausiacuteve l
para re je i tar poupanccedila externa de ta l forma que devemos apenas
saber aprove i taacute - la bem
Ao f ina l Sacconato e B lache af i rmam que quando se
recomenda fechamento dos canais de ent rada de cap i ta is ou o
cont ro le destes a leacutem de medidas que faccedilam apologia ao
fechamento comerc ia l (o ind icador decorrente de comeacute rc io sobre o
PIB do Bras i l estaacute em torno de 23 cont ra 30 dos paiacuteses
emergentes) e f ixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por
um cenaacuter io de baixo cresc imento aumento do r isco e do custo de
7 2
f inanciamento e abr i r matildeo do mecanismo de a juste s agraves cr ises o
cacircmbio f lu tuante
2 15 Capita l Humano
Certamente dent re as d iversas condic iona l idades a serem
cumpr idas pe los benef ic iaacuter ios do Programa Bolsa Famiacutel ia sem
duacutevida a obr igator iedade de manter os f i lhos na esco la eacute um
caminho ef icaz do ponto de vis ta econocircmico em d i reccedilatildeo agrave
const ruccedilatildeo de uma ge raccedilatildeo produt iva e ef ic iente Ess a condiccedilatildeo
cr ia uma demanda por educaccedilatildeo e forccedila po l iacute t icas puacutebl ic as de
invest imento cont inuado na educaccedilatildeo isto s ign i f ica invest i r no ser
humano e por consequecircncia formar c idadatildeos mais compet i t ivos
Concei tua lmente o invest imento em educaccedilatildeo eacute sem sombra
de duacutevida fator importante para o desenvolvimento soc ia l e
cresc imento de um paiacutes Paiacuteses que prat icamente natildeo possuem
recursos natura is devem seu sucesso econocircmico porque investem
maciccedilamente na educaccedilatildeo de sua populaccedilatildeo Schultz (1973)
e lenca o Japatildeo Dinamarca e Suiacuteccedila paiacuteses com pujanccedila
econocircmica natildeo associada a recursos natura is mas
pr imord ia lmente agrave produt iv idade at r ibuiacuteda ao cap i ta l humano
7 3
O conceito de ldquoCapita l Humano rdquo fo i de l ineado por Theodore
W Schu l tz (1902-1998) professor da Univers idade de Chicago
premiado com o Nobel de Economia de 1979 Schul tz in ic iou sua
tese31 ao f im da deacutecada de 1940 quando lec ionava na
Univers idade de Chicago pesquisou exp l icaccedilotildees sobre o papel das
capacidades adquir idas pe los seres humanos nos ganhos de
produt iv idade
Em suas observaccedilotildees conclu iu que invest imentos
tecnoloacutegicos por s i soacute natildeo exp l icam tota lmente o desenvolvimento
econocircmico das naccedilotildees Observou que os acreacutesc imos agrave capacidade
insta lada ou se ja agraves maacutequinas e equipamentos agraves insta laccedilotildees agrave
terra em siacuten tese ao cap ita l f iacutes ico natildeo humano satildeo somente par te
das var iaacuteve is exp l icat ivas do cresc imento produt ivo Sustenta que
o resiacuteduo inexp l icaacuteve l natildeo deve ser s implesmente a t r ibuiacutedo ao
acaso mas s im pe lo menos uma boa par te de le ao invest imento
em capita l humano
Esse invest imento em capita l humano natildeo eacute contab i l izado
nas contas nacionais o tempo destacado pe lo t raba lhador agraves suas
proacutepr ias expensas para adquir i r conhecimentos novos a f im de
melhorar sua capacidade teacutecn ica apesar de ext ra contaacuteb i l eacute
determinante do cresc imento econocircmico e da pu janccedila das naccedilotildees
31
Con f o rm e cons ta de seu l i v ro ldquo I nves tm en t in Hum an Cap i ta l ndash T he Ro le o f
Educa t ion a nd o f Research rdquo ed i tado em 1971
7 4
Em sua obra Schultz sustenta que invest imentos em capi ta l
humano satildeo responsaacuteveis pe la maior par te do cresc imento dos
rendimentos rea is do t raba lhador que por consequecircncia os
t ransformam em consumidores sof is t icados Argumenta
enfat icamente que os economistas sempre consideraram que as
pessoas satildeo par te importante para a r iqueza das naccedilotildees que
medida em funccedilatildeo com que o t raba lho cont r ibu i para a produccedilatildeo a
capacidade produt iva dos seres humanos eacute mui to maior que as
demais formas de r iqueza tomadas em conjunto Tece cr iacute t icas aos
economistas por natildeo oferecerem a devida importacircncia ao fa to de
que as pessoas investem em s i mesmas e que estes invest imentos
satildeo substancia is
Numa anaacutel ise de paiacuteses com a l to iacutend ice de desenvolvimento
humano e com s ign i f ica t iva pu janccedila econocircmica destacamos um
fa tor comum entre e les o n iacuteve l de esco lar idade de seus c idadatildeos eacute
re la t ivamente a l to Se f icarmos atento s aos 20 paiacuteses c lass i f icados
com maior iacutend ice de desenvolvimento humano nota -se que a meacutedia
de esco lar idade de seus c idadatildeos s i tua -se ent re 10 a 13 anos Isso
s ign i f ica que esses mesmos c idadatildeos investem uma boa par te de
suas vidas produt ivas se educando Uma parte desse invest imento
sem duacutevida eacute custeada pe lo Estado contudo natildeo podemos negar
que tambeacutem outra par te s ign i f ica t iva eacute custeada pe lo proacutepr io
c idadatildeo como as despesas com l ivros e demais equipamentos
7 5
necessaacuter ios ao apr imoramento educacional Sch ul tz em sua obra
considera que o acuacutemulo de conhecimento dos c idadatildeos resu lta em
s ign i f icat ivo benef iacutec io para o cresc imento econocircmico e
modern izaccedilatildeo
A acumulaccedilatildeo de cap ita l humano resu lta em melhores
oportun idades de cresc imento ind iv idua l e co le t ivo a e levaccedilatildeo da
educaccedilatildeo dos c idadatildeos faz com que a naccedilatildeo consiga maior
ef icaacutec ia quanto ao seu desenvolvimento tecnoloacutegico e c ient iacute f ico e
evo luccedilatildeo como um todo
A esco lar idade do c idadatildeo bras i le i ro com idade de 25 anos
ou mais estaacute em 2010 em 72 anos bem abaixo dos paiacuteses que
ostentam a l to IDH ( Iacutend ice de Desenvolvimento Humano) A meacutedia
de esco lar idade dos c idadatildeos dos c inco pr imeiros co locados em
IDH Noruega Aust raacute l ia Nova Zelacircndia Estados Uni dos e I r landa
chega a 122 anos I sso impl ica em um longo caminho a percorrer
a teacute o Bras i l a lcanccedilar compet iv idade em termos de cap ita l humano
O estoque de cap ita l humano de uma naccedilatildeo fornece
vantagem adic iona l no que tange agrave recuperaccedilatildeo quando e la eacute
submet ida agraves advers idades O Brasi l estaacute ent re as naccedilotildees onde o
cap ita l humano provavelmente tenha se desenvolvido de forma
sat isfatoacuter ia As po l iacute t icas puacutebl icas d i r ig idas ao progresso
educacional jaacute demonstram s ina is pos i t ivos po is a esco lar idade
meacutedia do adul to bras i le i ro aumentou de sof r iacuteve is 26 anos em 1980
7 6
para 72 anos em 2011 32 O dado apesar de natildeo ser ext raord inaacuter io
e natildeo nos co locar ent re os paiacuteses mais desenvolvidos jaacute ind ica
cer ta robustez quanto ao tema capi ta l humano e nos daacute re lat iva
condiccedilatildeo compet i t iva Pode natildeo ser def in i t ivo mas o avanccedilo
notado da esco lar idade bras i le i ra pode exp l icar o cresc imento
s ign i f icat ivo nos regis t ros de patentes fe i to por res identes
bras i le i ros demonstrados nas esta t iacutes t icas da WIPO (Wor ld
In te l lectua l Property Organizat ion) Em 1995 os regis t ros somam
7448 enquanto que em 2007 at ingimos a s ign i f icat iva marca de
21825 regis t ros 33 Soacute para i lust rar a quant idade de regis t ros de
patentes bras i le i ras prat icamente co loca o Bras i l lad o a lado agrave
Aust raacute l ia (21825) Reino Unido (24999) e Franccedila (17109) estes
dados nos ind icam que haacute um movimento for tu i to em d i reccedilatildeo ao
enr iquecimento educacional da naccedilatildeo
Eacute d i f iacutec i l medir isoladamente resu lt ados especiacutef icos gerados
pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia mas o bom senso ind ica que
cont r ibu i para a melhor ia da qual idade de vida da populaccedilatildeo
porque quebra o c ic lo da miseacuter ia e faz com que invest imento em
qual idade educacional se viab i l ize
32
F o n t e h t t p h d r s t a t s u n d p o r g e n i n d i c a t o r s 6 9 6 0 6 h t m l - A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
33 F o n t e
h t t p w w w w i p o i n t e x p o r t s i t e s w w w i p s t a t s e n s t a t i s t i c s p a t e n t s x l s w i p o _ p a t _ a p p
l _ b y _ o f f i c e _ o r i g i n _ t a b l e x l s A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
7 7
2 2 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
221 Desaf ios
Um dos maiores desaf ios dos fu turos governos ta lvez natildeo se ja
mais cont ro lar ou reduzi r o ana lfabet ismo apesar de haver espaccedilo
para isso a proacutexima etapa certamente res ide na melhor ia de
qual idade este assunto eacute abordado pe lo jorna l is ta Fernando
Dantas34 em seu art igo ldquoUm Abismo Chamado Educaccedilatildeordquo 35 (Anexo
G)
No art igo Dantas (2010) enfa t iza que a par te mais
s ign i f icat iva e importante da po l iacute t ica soc ia l do fu turo proacuteximo pode
ser a educaccedilatildeo Quest iona como um paiacutes com qual idade sof r iacuteve l de
ensino na rede puacutebl ica consiga e l iminar as d i ferenccedilas soc ia is
34
F e r n a n d o D a n t a s eacute r e p oacute r t e r e s p e c i a l d e E c o n o m i a d o E s t a d o d e s d e 2 0 0 0
F o r m a d o e m J o r n a l i s m o p e l a P U C - R i o T r a b a l h o u n a G a z e t a M e r c a n t i l d e 1 9 9 0 a
2 0 0 0 G a n h o u o p r ecirc m i o C i t i - I m p r e n s a p a r a J o r n a l i s t a s E c o n ocirc m i c o s e m 1 9 9 1 e a
M e n ccedil atilde o E s p e c i a l d o P r ecirc m i o I c a t u d e J o r n a l i s m o E c o n ocirc m i c o e m 1 9 9 4 E m 1 9 8 8 - 8 9
f e z o e s t aacute g i o d e e x t e n s atilde o p r o f i s s i o n a l ldquo J o u r n a l i s t e s e n E u r o p e rdquo e m P a r i s
35 J o r na l O E s t ad o d e S atildeo P au lo ndash en ca r te ldquo De sa f i o s rdquo de 2 7 9 2 0 10 ndash
7 8
aproximando r icos e pobres Cita Naeacuterc io Menezes profess or e
coordenador do Insper
Quando co locam os quase todas as c r ia nccedilas no
f undam enta l um processo in i c iado na deacutecada de
90 - e e las com eccedilaram a chegar em m a ior
nuacutem ero ao ens ino m eacuted io e a se m a t r i cu la r no
ens ino super io r a d es igua ldad e com eccedilou a ca i r
I s so ocor reu m esmo sem m e lho ra e f e t i va da
qua l id ade da educaccedilatildeo soacute pe lo acesso
A esco lar izaccedilatildeo permi te reduzi r os d i ferencia is de renda
associados agrave educaccedilatildeo quando a qual i f icaccedilatildeo eacute insuf ic iente o seu
preccedilo sobe no Bras i l essas d i ferenccedilas satildeo enormes rev e lando o
ab ismo educacional segundo Menezes
Naeacuterc io Menezes af i rma que o ldquoprecircmiordquo sa lar ia l pe lo d ip loma
univers i taacuter io estaacute recuando desde 2005 enquanto que ao do ensino
meacutedio nota -se queda a par t i r de 2002 af i rma que atua lmente uacuten ico
d i ferencia l perceb ido que a inda cresce eacute o de poacutes -graduaccedilatildeo
O economista especia l ista em educaccedilatildeo pe lo IBMEC do Rio
Fernando Veloso c i tado no ar t igo de Fernando Dantas acred ita que
s imi larmente agrave po l iacute t ica econocircmica o pres idente Lu la deu
cont inu idade agrave po l iacute t ica educacional do pres idente Fernando
Henr ique const ru indo um amplo processo de ava l iaccedilatildeo das esco las
Segundo o ar t icu l is ta fo i o Min ist ro da Educaccedilatildeo Fernando
Haddad (empossado em ju lho de 2005) quem cr iou o Iacutend ice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica ( Ideb) i nd icador pub l icado a
7 9
cada do is anos que c lass i f ica todas as esco las puacutebl icas bras i le i ras
O Ideb eacute uma nota do ensino baacutesico que segue uma esca la de 1 a
10 sendo que o Min is teacuter io da Educaccedilatildeo f ixou a nota 6 como meta
nacional para 2022 36 As metas foram dete rminadas por
estabelec imento de ensino esco la por esco la e satildeo publ icados
regularmente Os resu ltados servem de ba l izadores a f im de t raccedilar
po l iacute t icas de a locaccedilatildeo de recursos agraves aacutereas com menores notas A
meta de nota 6 estabelece que o Bras i l em 2022 esta raacute em termos
de educaccedilatildeo em niacuteve l com os paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econocircmico (OCDE) que congrega
t r inta paiacuteses mais indust r ia l izados da economia do mercado A sede
eacute em Par is e os representantes se reuacutenem para t rocar inf ormaccedilotildees e
def in i r po l iacute t icas a f im de maximizar o cresc imento econocircmico e
desenvolvimento dos paiacuteses membros 37
Outro ponto abordado por Fernando Dantas e tambeacutem por
Makhtar Diop enfat iza garga los com a creche em especia l para
famiacutel ias carentes e a preacute -esco la sobre este tema Dantas co loca o
seguinte
Os espec ia l i s tas apon tam d ive rsos ou t ros
ga rga los e p rob lem as na t r a j e toacute r ia de me lho ra
36
E m 2 0 0 9 a s n o t a s a p u r a d a s f o r a m 4 6 p a r a o s a n o s i n i c i a i s d o f u n d a m e n t a l 4 0
p a r a o s a n o s f i n a i s d o f u n d a m e n t a l e 3 6 p a r a o e n s i n o m eacute d i o
37 F o n t e ( h t t p w w w c g u g o v b r o c d e s o b r e i n d e x a s p - 1 8 1 0 2 0 1 0 )
8 0
da qua l id ade da e ducaccedilatildeo no Bras i l Um a
ques tatildeo f undam enta l p r inc ipa lm en te pa ra os
a lunos das f am iacute l i as ca ren tes eacute a c r eche Ou t ro
a p reacute -esco la Jaacute es taacute am p lam en te com provado
pa r t i cu la rm en te pe lo t r aba lho de Jam es
Heckm an p recircm io Nobe l d e Econom ia que a
in te r venccedilatildeo pa ra redu z i r as de fasagens
educac iona is eacute t atildeo m a is e f i caz q uan t o m a is
p rem atu ra oco r re r
Em termos quant i tat ivos o Bras i l most ra progressos nessa
aacuterea O porcentual de cr ianccedilas de 4 e 5 anos na preacute -esco la sub iu de
40 para 75 desde a deacutecada de 90 Menezes nota que eacute an imador
o fato de que em Estados do Nordeste como Piauiacute e Cearaacute aquela
proporccedilatildeo chega a 90
Quanto a resu ltados concretos as esco las pr ivadas
prat icamente jaacute at ingi ram ou estatildeo bem proacuteximas das metas as
esco las puacutebl icas contudo tem um longo caminho a percorrer os
resu ltados obt idos em 2009 estatildeo mui to aqueacutem das metas def in idas
Apesar da posiccedilatildeo desfavoraacuteve l dos ind icadores o que haacute de
posi t ivo no processo eacute o compromisso assumido pe lo governo
bras i le i ro quando estabelece metas de longo prazo ta lvez pouco
ambic iosas no que tange a prazo poss ib i l i ta ao c idadatildeo cont ro lar e
ac ima de tudo cobrar resu l tados do poder puacutebl ico
8 1
222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo Bras i le i ra
O Bras i l s ina l iza t im idamente compromet imento com a
melhor ia de qual idade educacional de sua populaccedilatildeo Dentre os
d iversos movimentos neste sent ido podemos desta car
Programa Bolsa Famiacutel ia ndash destaca-se a condic iona l idade
sobre a f requecircncia esco lar miacuten ima determinada aos f i lhos dos
benef ic iados que devem atender as f requecircncias miacuten imas de 85
para cr ianccedilas e adolescentes ent re 6 e 15 anos e 75 para
adolescentes ent re 15 e 17 anos Como jaacute fo i abordada em paacuteginas
anter iores desse traba lho esta condic iona l idade cont r ibu i de forma
inc is iva para a manutenccedilatildeo das cr ianccedilas na esco la e para in ib iccedilatildeo
da praacutet ica do t raba lho infant i l
Programa Bras i l a l fabet izado ndash vo l tado para a l fabet izaccedilatildeo de
jovens adu l tos e idosos Esse programa func iona desde 2003 e
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e levar a esco lar idade da populaccedilatildeo O
programa eacute desenvolvido com atendimento pr ior i taacuter io a munic iacutep ios
que apresentem taxas de analfabet ismo sup er iores a 25
Destaca-se que 90 dos munic iacutep ios atendidos loca l izam -se na
Regiatildeo Nordeste Importante sa l ientar que haacute apoio teacutecn ico a f im
de garant i r cont inu idade de estudos aos a tendidos
8 2
A exis tecircnc ia de programas como o Programa Bolsa Famiacutel ia
que oferece recursos f inancei ros aos seus benef ic iaacuter ios por s i soacute
natildeo t rar iam resul tados se natildeo houvesse uma est ru tura com
processos auxi l ia res e mot ivadores O Min is teacuter io da Educaccedilatildeo e
Cul tura u t i l izando ferramentas da tecnologia moderna procura se
engajar na melhoria da qual idade da Educaccedilatildeo oferecendo em seu
porta l processos auxi l ia res uacute te i s e mot ivadores Destacamos
dentre muitas accedilotildees duas importantes ferramentas de faacutec i l acesso
d i rec ionadas agrave formaccedilatildeo cont inuada de professores dos anos
in ic ia is do ensino fundamenta l um que aborda Alfabet izaccedilatildeo e
L inguagem e out ro Matemaacutet ica Satildeo oferec idas mais de t rezentas
paacuteginas em cada uma das ferramentas com possib i l idade de
in teraccedilatildeo dos par t ic ipantes para sugestotildees e melhor ias
Ao anal isarmos ind icadores de ef ic iecircnc ia do s istema de
ensino tomando-se resu ltados da meacutedia nacional e Regiatildeo
Nordeste temos como ava l iar a efet iv idade das po l iacute t icas puacutebl icas
quanto agrave qual idade da educaccedilatildeo em part icu lar o Programa Bolsa
Famiacutel ia A regiatildeo Nordeste sempre fo i a mais care nte em termos
gera is e portanto nos daacute uma ide ia de como a educaccedilatildeo progr ide
em termos qual i tat ivos
Os ind icadores de qual idade demonstram progresso para o
ensino fundamenta l contudo haacute carecircncia de efe t iv idade para com
o ensino meacutedio Em out ra fonte quando comparamos os resu ltados
8 3
obt idos no IDEB (Iacutend ice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica)
comparados agraves metas assumidas pe lo governo notamos o mesmo
resu ltado o ens ino fundamenta l exibe progresso mas o ensino
meacutedio demonstra estagnaccedilatildeo Possive lmente ha ja uma premissa
que o ensino meacutedio se favoreceraacute de forma inerc ia l do progresso
do ensino fundamenta l o que eacute quest ionaacutevel N esse p lano haacute
necessidade de po l iacute t icas puacutebl icas mais robustas a f im de obter
resu l tados mais e fe t ivos ( tabe la 4 )
RESULTADOS DO IDEB VS METAS ESTABELECIDAS
FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS ANOS FINAIS MEacuteDIO
OBS META OBS META OBS META
2005 38
35
34
2007 42 39 38 35 35 34
2009 46 42 40 37 36 35
2021
60
55
52
Tabe la 4 Resu l tado do IDEB Vers us Metas
Es tabe lec idas
Fon te INEP httpsistemasidebinepgovbrresultado Acesso em 1682011
Outro i tem que nos a juda a ident i f icar melhor ias satildeo as
esta t iacutes t icas do IBGE quanto a a lunos com idade natildeo adequad a
para a seacuter ie a que f requentam Seguem anaacutel ises para este tema
8 4
461401
283
316
404
286 277221 233 236
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2006 2007 2008 2009 2010
NORDESTE BRASIL
Graacutef ico 10 Dis torccedilatildeo de Idade dos Alunos do Ensino Fundamenta l
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=M16ampsv=5
7ampt=dis torcao- idadeser ie -ensino-fundamenta l -de-8-e-9-anos-ser ie -
nova
Acesso em 168 2011
Os dados do graacutef ico 10 ind icam que as po l iacute t icas para
posic ionamento corre to de a lunos nas seacuter ies foram efe t ivas a teacute
2008 com reduccedilatildeo important iacutess ima em aacutereas carentes como o
nordeste bras i le i ro contudo fo i retomada a defasagem anulando
tota lmente o ganho obt ido Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de
melhor ia ocorreu ateacute 2008 quando nota -se estagnaccedilatildeo
O progresso notado no per iacuteodo 2006 -2008 quanto ao
posic ionamento dos a lunos agrave seacuter ie adequada no ensino meacutedio
pra t icamente segue um padratildeo inerc i a l com melhor ias mais
s ign i f icat ivas para o nordeste bras i le i ro A proporccedilatildeo de a lunos
8 5
com idade defasada no Bras i l ca iu de 449 para 37 8 42 ao
ano enquanto que para a Re giatildeo Nordeste a queda fo i mais
s ign i f icat iva de 656 para 494 68 ao ano Contrar iamente
aos dados do ensino fundamenta l natildeo houve re tomada das
def ic iecircnc ias na Regiatildeo Nordeste
G raacute f i co 11 D is to rccedilatildeo de Idade ndash Ens ino Meacuted io
Fon te IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=M17ampsv=
57ampt=D is to ru00e7u00e3o+ idade2fsu00e9r ie++ -
+Ens ino+Mu00e9d io+(+su00e9r ie+nova ) Acesso em 14 11 11
2 23 Educaccedilatildeo Bras i le i ra no Contexto Mundia l
Satildeo muito proacuteximos os iacutend ices da Noruega e Aust raacute l ia no
rank ing de IDH cont ro lado pe la PNUD (Programa das Naccedilotildees
8 6
Unidas para o Desenvolvimento) a Noruega eacute a pr imeira no
rank ing e a Aust raacute l ia f igura como segunda co locada Para essa
anaacutel ise podemos tomar a Aust raacute l ia e Argent ina como referecircncias
comparat ivas ao Bras i l nas var iaacuteveis da d imensatildeo educaccedilatildeo que o
PNUD ut i l iza para o caacute lcu lo do Iacutend ice de Desenvolvimen to Humano
( IDH)
A seguir vamos anal isar uma das var iaacuteve is de esco lar idade
que compotildee o quesito ldquoeducaccedilatildeordquo a esco lar idade meacutedia das
pessoas aos 25 anos de idade (graacutef ico 12) e a expectat iva das
cr ianccedilas ao ingressar na esco la em idade lega l para ingress o no
Bras i l aos 6 anos (graacutef ico 13)
8 7
Esco la r idade Meacuted ia das Pessoas com Idade de 25 anos ou
Ma is ndash Aus t raacute l ia A rgen t ina e Bras i l
(Em n ⁰ de Anos )
119 119 120 120 120 120 120 120
86 89 90 90 91 92 93 93
56
66 67 68 69 71 72 72
-
20
40
60
80
100
120
140
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Austraacutelia Argentina
Brasil
Graacutef i co 12 Esco la r idade Meacuted ia das pessoas com idade de 25
anos ou ma is ndash Aus t raacute l ia Argen t ina e B ras i l
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l Acesso em
04 11 11
A esco lar idade meacutedia dos b ras i le i ros em 2011 s i tua-se em
72 anos equ ivalente a 60 dos aust ra l ianos e a 77 dos
argent inos o cresc imento prat icamente eacute vegetat ivo agrave taxa de
27 anuais no per iacuteodo 2000 -2010
A segunda d imensatildeo para a var iaacuteve l educaccedilatildeo eacute a
Expectat iva de Escolar idade ao ingressar na esco la na idade
suf ic iente a qual eacute def in ida pe lo PNUD da seguin te forma
8 8
Re f le te o nuacutem ero de anos de esco la r idad e que
um a c r ianccedila com idade su f i c ien te pa ra e n t ra r agrave
esco la pode espera r r eceber se cons ide radas a
in f r aes t ru tu ra educac io na l ex is ten te d u ran te
sua v ida38
O graacutef ico 13 a seguir compara a expectat iva das cr ianccedilas
bras i le i ras ao das argent inas e aust ra l ianas
Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia Argent ina e
Bras i l (Em N⁰ de anos)
Graacutef ico 13 Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia
Argent ina e Bras i l
Fonte PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103706 h tm l
Acesso em 04 11 11
38
F o n t e h t t p h d r u n d p o r g e n s t a t i s t i c s h d i 2 3 8 2 0 1 1
8 9
Os paracircmetros ind icam que os aust ra l ianos estatildeo em uma
s i tuaccedilatildeo confor taacuteve l com expectat iva de 18 anos de esco lar idade
os argent inos com 158 anos prat icamente estatildeo estagnados por
uma deacutecada os bras i le i ros posic ionam -se com 138 anos s i tuaccedilatildeo
muito mais desfavoraacuteve l que os argent inos houve queda da
expectat iva de esco lar idade para os bras i le i ros na uacute l t ima deacutecada 39
A rea l idade dos ind icadores nos passa a ide ia de def ic iecircnc ia
est rutura l no quesi to educaccedilatildeo para o Bras i l contudo haacute
esperanccedila de mudar esse quadro o invest imento em educaccedilatildeo tem
s ido maciccedilo o orccedilamento federa l inc lu i va lores d irec ionados agrave
educaccedilatildeo da ordem de R$ 57 b i lhotildees para 2011 um aumento de
duas vezes e meia os va lores de 2004 a justados monetar iamente
Estes va lores apesar de s ign i f icat i vos natildeo parecem contr ibu i r para
a efet iv idade do s is tema educacional As autor idades a legam que
invest imento em educaccedilatildeo somente apresentaraacute efe t iv idade no
longo prazo o que podemos considerar como razoaacutevel O graacutef ico 14
a seguir most ra os montantes at r ibuiacutedos agrave educaccedilatildeo inc lu iacutedos no
orccedilamento federa l
39
O P N U D e s t a b e l e c e u m t e t o d e 1 8 a n o s p a r a a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e n a
r e a l i d a d e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e d a p o p u l a ccedil atilde o a u s t r a l i a n a eacute s u p e r i o r a 1 8 a n o s
s e g u n d o a N o t a T eacute c n i c a d e A p o i o a o s L a n ccedil a m e n t o d o R e l a t oacute r i o d e D e s e n v o l v i m e n t o
H u m a n o d e 2 0 1 0 e m 2 0 0 7 f o i 2 0 6 a n o s
9 0
22447 26165 25132
30005 34046
42238
49061
57315
22379 24581
26910
32636
-
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
RECURSOS ALOCADOS Agrave EDUCACcedilAtildeO NO ORCcedilAMENTO FEDERAL A
PRECcedilOS DE 2011
G raacute f i co 14 Recu rsos Fede ra is A locados agrave Educaccedilatildeo Va lo res
a jus tados pe lo de f la to r do P IB pub l i cado pe lo IBGE
Fon te LOA ndash (LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA AN UAL)
h t tp www9senado govb r por ta l page po r ta l o rcamento_senadoL
OAExecucaoEDFSp_ano=2010 Acesso em 14 11 2011
Obse rvaccedilatildeo os va lo res e fe t i vamente rea l i zados (dados em negr i to
no g raacute f i co ac ima ob t idos jun to ao INEP) s i tuam -se bem p roacutex imos
aos va lo res inc lu iacutedos no o rccedilamento os va lo res acumu lados 2004 -
2007 resu l tam em 1 5 de var iaccedilatildeo
9 1
3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES
REGIOtildeES BRASILEIRAS
3 1 A REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA
O Nordeste Brasi le i ro sempre fo i cast igado ao longo da
h is toacuter ia bras i le i ra Nos uacute l t imos anos nota -se um s ign i f ica t ivo avanccedilo
soc ioeconocircmico graccedilas agrave a tenccedilatildeo dos governantes e a f a l ta de
espaccedilo para as ol igarqu ias que sempre dominaram a regiatildeo Essa
fa l ta de espaccedilo possive lmente pode ser a t r ibuiacuteda agrave pressatildeo do
mundo moderno no sent ido da produt iv idade e ac ima de tudo
tambeacutem agrave into leracircncia ao desrespei to ao ser humano O mundo
moderno exige que as populaccedilotildees tenham bem estar e se jam
respei tados na p len i tude de seus d i re i tos humanos
O Bras i l estaacute invest indo e de forma cont inuada a f im de
min imizar a des igualdade Eacute de se apontar que a lguns avanccedilos
estatildeo ocorrendo de forma acanhada contudo face ao processo
cont inuado tudo ind ica que haacute sed imentaccedilatildeo para o necessaacuter io
progresso e bem estar
9 2
Como jaacute fo i abordado anter iormente nes se t raba lho o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano ndash IDH eacute adotado pe las Naccedilotildees Unidas
como ind icador da qual i dade de vida das d iversas regiotildees do globo
Trata-se de um conceito mais abrangente do que considerar
s implesmente a renda per cap i ta como no passado para def in i r o
desenvolvimento Atua lmente consideram-se cr i teacuter ios mais
abrangentes que def inem melhor o rea l bem estar das naccedilotildees
O Bole t im Regional do Banco Centra l do Bras i l de jane i ro de
2009 anal isa a evo luccedilatildeo do IDH para as d iversas regiotildees e para as
un idades da federaccedilatildeo 40 O Banco Centra l do Bras i l baseou -se nas
seacuter ies h istoacuter icas elaboradas pe lo Progra ma das Naccedilotildees Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) de 1991 a 1995 e em est imat ivas de
IDH fe i tas pe lo proacutepr io Banco Centra l para 2006 e 2007 seguindo
os cr i teacuter ios def in idos pe lo PNUD
A anaacutel ise do Banco Centra l do Brasi l consiste em determinar
o peso de cada var iaacuteve l que forma o IDH das c inco regiotildees
bras i le i ras O estudo em referecircncia por datar de 2009 considera
para a var iaacuteve l educaccedilatildeo a metodologia anter ior a 2010 is to eacute
iacutend ices de analfabet ismo e a taxa de matr iacutecu la em todos os n iacuteve is
de ensino41 o que natildeo o inva l ida em termos de tendecircncias
40
h t t p w w w b c b g o v b r p e c b o l e t i m r e g i o n a l p o r t 2 0 0 9 0 1 b r 2 0 0 9 0 1 b 1 p p d f A c e s s o
e m 2 0 9 1 1
41 V a l e a p e n a e n f a t i z a r q u e a m e t o d o l o g i a a d o t a d a a p a r t i r d e 2 0 1 0 c o n s i d e r a a
m eacute d i a d e e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e p a r a a c r i a n ccedil a
9 3
O Banco Centra l do Bras i l faz uma anaacutel ise da evo luccedilatildeo do
IDH das grandes regiotildees e un idades da federaccedilatildeo Quanto ao
per iacuteodo anal isado considera 1991 a 2007 sendo que ateacute 2005
ut i l iza dados das seacuter ies h is toacuter icas publ icadas pe lo PNUD e para
2006 e 2007 faz est imat iva seguindo a mesma metodologia adotada
por aquela ent idade
O estudo constata que houve melhor ia dos n iacuteve is de
desenvolvimento humano em todas as un idades da federaccedilatildeo
contudo a d ispar idade ent re as regiotildees cont inua O Dis t r i to Federa l
Santa Catar ina e Satildeo Paulo cont inuam a apresentar os melhores
IDH enquanto que estados do nordeste como Alagoas Maranhatildeo e
P iauiacute deteacutem os uacute l t imos lugares no rank ing
Conforme ref let ido na tabe la 5 de 1991 a 2007 a Regiatildeo
Nordeste fo i a que apresentou maior cresc imento em re laccedilatildeo agraves
demais regiotildees is to eacute s ign i f ica t ivo porque apesar da posiccedilatildeo
desfavoraacuteve l daquela regiatildeo em termos de desenvolv imento
humano a d ispar idade com as outras regiotildees encolheu ind icando
reduccedilatildeo das desigualdades A tabe la a seguir demonstra as
movimentaccedilotildees nas c inco regiotildees com niacutet ida ace leraccedilatildeo observada
na Regiatildeo Nordeste
e m i d a d e d e i n g r e s s o n a e s c o l a ( n o B r a s i l a o s s e i s a n o s ) p a r a o r e s t o d e s u a v i d a
S e m d uacute v i d a e s t a m e t o d o l o g i a eacute m a i s a b r a n g e n t e q u e o m eacute t o d o a n t e r i o r
p r i n c i p a l m e n t e p o r c o n t e m p l a r a q u a l i d a d e d o e n s i n o
9 4
CRESCIMENTO ANUAL DO IDH REGIONAL ndash 1991-200742
Regiotildees IDH 2007 Crescimento
19912007 () Crescimento Meacutedio
Anual 19912007 ()
Nordeste 0850 246 14
Norte 0847 167 10
Centro Oeste 0838 146 09
Sul 0786 130 08
Sudeste 0749 125 07
Tabela 5 Cresc imento Anual do IDH Regional -1991-2007
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l do Bras i l - Janei ro 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1p
Acesso em 2992011
O estudo def ine o IDH como um ind icador de natureza
est rutura l que deve produzi r a l teraccedilotildees no longo prazo devendo ser
observado e anal isado em funccedilatildeo de suas tendecircncias Nesse caso o
estudo evidencia a caminhada para a e l iminaccedilatildeo das desigualdades
regionais
42 Eacute i m p o r t a n t e c o n s i d e r a r m o s e s t a a n aacute l i s e c o m o a v a l i a ccedil atilde o d e t e n d ecirc n c i a p o r q u e d e v i d o agrave n o v a
m e t o d o l o g i a d e e l a b o r a ccedil atilde o d o s iacute n d i c e s d e I D H d o B r a s i l r e s u l t a e m 0 6 7 8 p a r a 2 0 0 5 0 6 8 1 p a r a 2 0 0 6 e
0 6 8 5 p a r a 2 0 0 7 N o e s t u d o d o B a n c o C e n t r a l d o B r a s i l c o n s i d e r a - s e a d i m e n s atilde o E d u c a ccedil atilde o f u n ccedil atilde o d o
iacute n d i c e d e a n a l f a b e t i s m o e c r i a n ccedil a s m a t r i c u l a d a s e n q u a n t o q u e a n o v a m e t o d o l o g i a c o n s i d e r a a
e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e q u e a s c r i a n ccedil a s e m i d a d e d e i n g r e s s o n a
e s c o l a n o B r a s i l a o s s e i s a n o s i r atilde o o b t e r p e l a s u a v i d a
9 5
O t rabalho e laborado pe lo Banco Centra l desvenda a reduccedilatilde o
das d i ferenccedilas de qual idade de vida nas grandes regiotildees
bras i le i ras Observa que ateacute 1996 as d ispar idades resid iam no tema
Educaccedilatildeo e que a par t i r de 1997 haacute uma mudanccedila para a d imensatildeo
econocircmica que apresenta menor reduccedilatildeo Enfat iza que no f im do
per iacuteodo anal isado (2007) haacute maior homogeneidade entre educaccedilatildeo e
longevidade do que para a d imensatildeo econocircmica No caso as cr ises
e so luccedilos da economia tendem a evidenciar -se com maior
contundecircncia nas tendecircncias Em Educaccedilatildeo e Longevidade (Sauacutede)
por serem i tens dependentes de invest imentos as tendecircncias se
def inem com maior regu lar idade eventua is cor tes ou desaceleraccedilatildeo
de invest imentos tendem a mater ia l izar -se a meacutedio e longo prazo
O estudo aponta a var iaacuteve l longevidade como a mais regu lar
com cresc imento estaacuteve l e de forma l inear em todas as regiotildees A
Regiatildeo Nordeste destaca -se tambeacutem nesta d imensatildeo com 18 de
cresc imento no per iacuteodo equ iva lente a 1 anual enquanto que as
demais regiotildees o cresc imento f icou ao redor de 11 ou 065
anual O t raba lho a t r ibu i ao maior cresc imento agrave grande def ic iecircnc ia
nesse i tem longevidade o que poss ib i l i ta oportun idade de ganhos
margina is
A expectat iva de vida da Regiatildeo Nor deste eacute a menor dentre
as Grandes Regiotildees o graacutef ico 15 que ref le te o ano de 2009 nos
permi te v isua l izar a d ispar idade ent re regiotildees e a meacutedia da
9 6
federaccedilatildeo A expectat iva de vida da Regiatildeo Nordeste eacute de 704
anos Certamente o que determina ess e va lor ba ixo para o nordeste
eacute pr inc ipa lmente a morta l idade infant i l que a inda eacute ext remamente
preocupante 33 2 por mi l nasc idos vivos ref le t ind o as condiccedilotildees
soc ia is desfavoraacuteve is O Programa Bolsa Famiacutel ia com sua
condic iona l idade sauacutede eacute ferramenta important iacutess ima para a
melhor ia dessa d imensatildeo do IDH
EXPECTATIVA DE VIDA POR REGIAtildeO EM ANOS (2009)
Graacutef ico 15 Expectat iva de Vida por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icadores Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso 14112011
9 7
MORTALIDADE INFANTIL
POR 1000 NASCIDOS VIVOS EM 2009
Graacutef ico 16 Morta l idade Infant i l por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icado res Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso em 14112011
No quesi to longevidade haacute que se considerar que a Regiatildeo
Nordeste apresentou s ign i f icat iva melhor ia o que ind ica progresso
soc ioeconocircmico Os dados apresentam ac e leraccedilatildeo da Regiatildeo
Nordeste nessa d imensatildeo em re laccedilatildeo agraves demais regiotildees o que nos
sugere melhor ia das condiccedilotildees humanas O Nordeste apresenta no
per iacuteodo 1999-2009 aumento de c inco anos e meio na expectat iva de
vida de sua populaccedilatildeo crescendo de 667 anos para 704 anos
s ign i f icat iva melhor ia de 3 7 anos
9 8
A anaacutel ise dos fa tores da composiccedilatildeo do IDH regional aponta
como pr inc ipa l fa tor a d imensatildeo Educaccedilatildeo como a de maior peso de
par t ic ipaccedilatildeo Ind ica que de 1991 -2003 houve expansatildeo dos IDH em
todas as regiotildees chegando a exp l icar mais da metade do
cresc imento do iacutend ice Desponta aqui como cont r ibu iccedilatildeo a
un iversa l izaccedilatildeo do acesso ao ensino fundamenta l e cresc imento da
oferta de vagas no ensino meacutedio e super ior Es sa co locaccedilatildeo
mencionada no estudo deve ser considerada com ressa lvas porque a
metodologia para o caacute lcu lo do IDH anter ior a 2010 considera a taxa
de analfabet ismo que rea lmente eacute favoraacuteve l em termos Bras i l
Contudo uma anaacutel ise da nova metodologia a qual considera
expectat iva de esco lar idade a tendecircncia natildeo se mostra an imadora A
meacutedia de esco lar idade aos 25 anos mostra cresc imento ent re 2000 e
2010 de 305 2 7 ao ano mas a expectat iva de esco lar idade
para as cr ianccedilas em idade de ingresso na esco la (Bras i l aos 6 anos)
natildeo se sustentou na uacute l t ima deacutecada o que ind ica que providecircncias
urgentes satildeo necessaacuter ias a f im de rever ter a tendecircncia A
metodo log ia a tua l do IDH con fo rme fo i ana l i sada no toacutep ico 2 1 3
con temp la a qua l idade do ens ino po rque se base ia nas mat r iacutecu las
po r idade nos d ive rsos n iacuteve is da educaccedilatildeo Houve c resc imento em
f ins da deacutecada de 199 0 e um p ico ao redo r do an o 2000 (v ide
g raacute f i co 6 ) mas o iacutend ice natildeo se sus ten tou e es taacute es tab i l i zado em
13 8 anos
9 9
Apesar da nova metodologia adotada no caacute lcu lo do IDH t razer
ef icaacutec ia ao iacutend ice vindo a c ontemplar a qual idade do ensino haacute que
se dar creacuted i to aos esforccedilos que resu l taram em importante reduccedilatildeo
do analfabet ismo no Bras i l Os graacutef icos a seguir nos oferecem uma
ide ia das tendecircncias
TAXA DE ANALFABETISMO
Graacutef ico 17 Taxa de Analfabet ismo
Fonte IBGE
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr l is ta_temaaspxop=0ampno=41
Acesso em 4102011
156147
114102 10 97
0
5
10
15
20
1995 1996 2004 2007 2008 2009
Taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade ()
1 0 0
Tra je toacute r ia dos fa to res u t i l i zados na nova me todo log ia de caacute lcu lo
da d imensatildeo Educaccedilatildeo do IDH
1450 1442 1457 1396 1426 1419 1398 1378 1378 1378 1378
550 572 594 617 639 661 672 684 695 706 718
000
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
EXPECTATIVA DE ESCOLARIDADE DASCRIANCcedilASESCOLARIDADE MEacuteDIA DOS ADULTOS 25 ANOSOU MAIS
G raacute f i co 18 D imensatildeo Educaccedilatildeo Fa to res da Nova Metodo log ia de
caacute lcu lo do IDH
Fon te h t tp hdrundporgendata t rends
Acesso em 2792011
A var iaacuteve l renda 43 apresentou forma i r regu lar ao longo do
per iacuteodo nesse ponto tambeacutem a Regiatildeo Nordeste fo i a que resu ltou
em maior cresc imento apresentou no per iacuteodo anal isado (1991 -
2007) 141 ou 08 ao ano Em sequecircncia a Regiatildeo Centro Oeste
com 105 ou 06 ao ano Su l com 104 ou 06 ao ano Norte
com 69 ou 04 ao ano e Sudeste com 67 ou 04 ao ano A
43
C a b e l e m b r a r q u e a d i m e n s atilde o r e n d a p e r c a p i t a eacute a j u s t a d a p a r a r e f l e t i r ldquo P P P rdquo -
P u r c h a s e P o w e r P a r i t y i n U S D o l l a r s ( p a r i d a d e d e p o d e r d e c o m p r a e m d oacute l a r e s
a m e r i c a n o s )
1 0 1
i r regu lar idade do cresc imento do fator renda pode ser a t r ibuiacuteda agraves
cr ises econocircmicas dos uacute l t imos tempos
A nova metodologia v isa enfat izar metas que contemplem a
melhor ia de qual idade da educaccedilatildeo e pr inc ipa lmente forccedilam os
paiacuteses a garant i r o fu turo de exce lecircncia em educaccedilatildeo
A anaacutel ise dos dados re lat ivos ao IDH no per iacuteodo 2006 e 2007
ind ica a melhor ia genera l izada com reduccedilatildeo gradual e s is temaacutet ica
das desigualdades At r ibu i agrave Educaccedilatildeo o fa tor mais importan te para
o IDH ateacute 2003 exceto na regiatildeo Centro Oeste conclu i que o fator
renda eacute o mais importante para com as d iscrepacircncias do IDH das
vaacuter ias regiotildees
Peso das Dimensotildees no IDH Regional
1991-2003 2004-2007
Regiotildees Educaccedilatildeo Longevidade Renda Educaccedilatildeo Longevidade Renda
() () () () () ()
Norte 668 268 64 551 186 263 Nordeste 606 29 104 45 183 367 Sudeste 515 379 106 502 193 305 Sul 546 271 183 401 198 401 Centro Oeste
565 321 114 356 186 458
Meacutedia 580 306 114 452 189 359
Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l ndash Janei ro de 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1
Acesso em 2992011)
1 0 2
32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMIC O
3 21 Acesso agrave Esco la
O acesso agrave esco la eacute fator pr imord ia l para o desenvolvimento
humano e pr inc ipa lmente para a el iminaccedilatildeo das desigualdades A
chave para a melhor ia educacional comeccedila pelo acesso da
populaccedilatildeo agrave esco la Os ind icadores educacionais b ras i le i ros
mostram o progresso cont inuado ness e campo o que sem duacutevida eacute
um passo decis ivo para reduccedilatildeo das desigualdades que nos
incomodam
O Bras i l obteve cresc imento s ign i f ica t ivo quanto ao acesso agrave
esco la cabe destacar a educaccedilatildeo infant i l Em 2009 a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domiciacute l ios - PNAD IBGE ndash demonstrou que
o grupo de cr ianccedilas de 0 a 5 anos de idade apresentava uma taxa
de esco lar izaccedilatildeo de 381 s ign i f ica t iva melhor ia em re laccedilatildeo a
1999 quando a proporccedilatildeo era de apenas 233
No segmento de 6 a 14 anos pode -se d izer que em meados
da deacutecada de 1990 prat icamente todas as cr ianccedilas bras i le i ras jaacute
estavam f requentando esco la Eacute importante mencionar que fo i
somente a par t i r de 2007 que o segmento populac iona l das cr ianccedilas
1 0 3
de 6 anos fo i incorporado agrave fa ixa de ensino obr igatoacuter ia que ateacute
entatildeo compreendia dos 7 aos 14 anos de idade
Quanto agrave fa ixa e taacuter ia de adolescentes de 15 a 17 anos
notamos s i tuaccedilatildeo menos favoraacuteve l em 2009 a taxa a lcanccedilou 852
daquele cont ingente Podemos conclu i r que infe l izmente a
esco lar izaccedilatildeo dos adolescentes dessa fa ixa e taacuter ia carece de
un iversa l izaccedilatildeo destaca -se que houve melhor ia em relaccedilatildeo a 1999
contudo pequena A Regiatildeo Nordeste em 2009 apresenta def ic iecircnc ia
s ign i f icat iva dos adolescentes ness a fa ixa e taacuter ia somente 392
estava no niacuteve l meacutedio bem abaixo dos 421 a lcanccedilados pe lo s da
Regiatildeo Sudeste em 1999 Isso pode ser exp l icado pe las pressotildees
soc ioeconocircmicas endecircmicas na Regiatildeo Nordeste fatores que mui to
afetam e a t rasam o desenvolvimento educacional
A tabe la 7 ind ica que haacute um enorme passo a ser dado apesar
do exce lente cresc imento conseguido na taxa de esco lar izaccedilatildeo de
adolescentes de 15 a 17 anos a Regiatildeo Nordeste tem muito espaccedilo
a crescer para posic ionar -se em niacuteve l equ iva lente agrave Regiatildeo
Sudeste O quadro abaixo nos d iz que haacute corre laccedilatildeo s ign i f icat iva
ent re s i tuaccedilatildeo soc ioeconocircmica no caso a Regiatildeo Sul e condiccedilatildeo
educacional Por tanto ta lvez sem progresso soc ioeconocircmico os
ind icadores de educaccedilatildeo estaratildeo compromet idos porque
infe l izmente a educaccedilatildeo natildeo estaacute ent re as pr ior idades por questatildeo
cu l tura l ou mais prec isamente de sobrevivecircncia
1 0 4
Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida Fa ixa Etaacuter ia 15 ndash 17 anos44
Grandes Regiotildees - 19992009
1999 2004 2009 Var
NORTE
244 276 391 602
NORDESTE 167 279 392 1347
SUDESTE 421 579 605 437
SUL
446 534 574 287
CENTRO-OESTE 327 449 547 673
BRASIL
327 442 509 557
Tabela 7 Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida por Regiatildeo
Fonte IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacute l ios
19992009 SINTESE DOS INDICADORES SOCIAIS -2010- IBGE
Acesso em 141111
3 22 Desigualdade ent re Regiotildees
Conforme jaacute fo i abordada no in iacutec io des se t raba lho o Iacutend ice
de Gin i desenvolvido por Corrado Gin i estat iacutes t ico i ta l iano eacute
u t i l izado para medir o grau de desigualdade N as def in iccedilotildees do
IBGE consta ldquoserve para medir a concentraccedilatildeo de uma d is t r ibu iccedilatildeo
mede o grau de desigualdade existente ent re ind iviacuteduos segundo
44
A t a x a d e e s c o l a r i z a ccedil atilde o l iacute q u i d a i n d i c a a p r o p o r ccedil atilde o d a p o p u l a ccedil atilde o e m
d e t e r m i n a d a f a i x a e t aacute r i a q u e s e e n c o n t r a f r e q u e n t a n d o e s c o l a n o n iacute v e l a d e q u a d o
agrave s u a i d a d e
1 0 5
diversos fa tores (qua l idade de vida educaccedilatildeo por exem plo) e
dent re e les o rendimentordquo 45
Tendecircncia do Iacutend ice de Gin i por Regiatildeo
Graacutef ico 19 Iacutend ice Gin i por Regiatildeo ndash Tendecircncias
Fonte IBGE ndash Seacuteries Esta t iacutes t icas
Obs ndash Vide va lores numeacuter icos na tabe la 8 a seguir
45
N o c aacute l c u l o d o s iacute n d i c e s d e G i n i d a s d i s t r i b u i ccedil otilde e s d e r e n d im e n t o f o r a m
l e v a d o s e m c o n t a o n uacute m e r o d e p e s s o a s d a a m o s t r a d a p e s q u i s a n a c i o n a l d e
d o m ic iacute l i o s ( P N A D ) e o r e n d im e n t o d a p e s s o a
O v a l o r d o iacute n d i c e v a r i a d e 0 a 1
0 = q u a n d o n atilde o h aacute d e s i g u a ld a d e a r e n d a d e t o d o s o s i n d i v iacute d u o s t e m o
m e s m o v a l o r
1 = q u a n d o a d e s i g u a l d a d e eacute m aacute x im a a p e n a s u m i n d i v iacute d u o d e t eacute m t o d a a
r e n d a d a s o c i e d a d e e a r e n d a d e t o d o s o s o u t r o s i n d i v iacute d u o s eacute n u l a
( h t t p s e r i e s e s t a t i s t i c a s i b g e g o v b r s e r i e s a s p x vc o d ig o = F D T 8 1 0 amps v = 1 8 amp t =
i n d i c e - d e - g i n i - p e s s o a s - d e - 1 0 - a n o s - o u - m a i s - d e - i d a d e - c o m - r e n d im e n t o -
m e n s a l ) Ac e s s a d o e m 0 4 1 0 2 0 1 1
1 0 6
A tendecircncia de reduccedilatildeo das desigu aldades de renda eacute
favoraacuteve l para todas as regiotildees com exceccedilatildeo da Regiatildeo Centro -
Oeste que apresentava s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l a teacute 2006 quando
rever teu a tendecircncia para uma maior concentraccedilatildeo de renda A
Regiatildeo Nordeste tambeacutem apresenta def lexatildeo em 2005 vindo a
re tomar a tendecircncia favoraacuteve l agrave desconcentraccedilatildeo de renda a part i r
de 2006 Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de desconcentraccedilatildeo de
renda segue favoraacuteve l no per iacuteodo apresentando reduccedilatildeo de 09 ao
ano
Apesar da melhor ia s ign i f ica t iva que se apresenta pe la
tendecircncia de reduccedilatildeo de desigualdade ind icado pe lo iacutend ice de Gin i
o Bras i l a inda estaacute longe da exce lecircncia atua lmente o iacutend ice de Gini
da Noruega o pr imeiro co locado no rank ing de IDH eacute 0255 (ano
2000) 46
46
I l u s t r a n d o n o r i t m o d e c r e s c i m e n t o a n u a l d o iacute n d i c e d e G i n i d o p e r iacute o d o 1 9 9 8 -
2 0 0 8 a t i n g i r a e x c e l ecirc n c i a p a r a o B r a s i l n o c a s o o iacute n d i c e d a N o r u e g a p o d e
s i g n i f i c a r 8 0 a n o s ( 0 5 3 1 ( 1 - 0 0 0 9 ) ^ 8 0 = 0 2 5 7 )
1 0 7
IacuteNDICE DE GINI POR REGIAtildeO (1998-2008) (1)
Regiatildeo 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Norte urbana 0569 0553 0543 0551 0534 0527 0512 0513 0504 0502 Nordeste 0581 0575 0566 0576 0570 0571 0551 0557 0540 0539 Sudeste 0561 0551 0554 0552 0543 0533 0534 0529 0510 0507 Sul 0558 0559 0543 0536 0535 0530 0519 0510 0505 0498 Centro-Oeste 0600 0591 0585 0591 0569 0571 0564 0558 0564 0567 Brasil 0584 0576 0572 0573 0566 0559 0552 0548 0535 0531 Tabela 8 Iacutendice Gini por Regiatildeo ndash Valores acima suportam o graacutefico 20
Fonte IBGE - Seacuteries Estatiacutesticas httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=FDT810ampsv=18ampt=indice-de-
gini-pessoas-de-10-anos-ou-mais-de-idade-com-rendimento-mensal Acesso em 141111
[1] Dados para o ano 2000 natildeo satildeo disponiacuteveis
323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho
Um dos fatores mais importantes que ind icam a melhor ia
soc ioeconocircmica de uma regiatildeo eacute sem sombra de duacutevida a oferta de
empregos formais Formal idades no emprego provecircm aos
t raba lhadores menor vu lnerab i l idade agrave s i tuaccedilatildeo de penuacuter ia porque
asseguram d i re i tos de c idadatildeo A informal idade assola o Bras i l e eacute
constantemente assunto de debates po l iacute t icos t rata -se de uma das
demandas soc ia is mais importantes da atua l idade brasi le i ra O IBGE
contro la o desenvolvimento dessa vu lnerab i l idade a boa not iacutec ia eacute
que estaacute havendo progresso ness e quesi to o nuacutemero de
1 0 8
empregados com car te i ra ass inada vem aumentando
consis tentemente No per iacuteodo 2001-2009 a Regiatildeo Norte fo i a que
maior cresc imento apresentou 86 seguida da Centro -Oeste com
58 Nordeste com 53 Sudeste com 40 e Sul com 37 Em
meacutedia o cresc imento anual de empregados com t raba lho formal no
Bras i l c resceu agrave taxa de 47 no per iacuteodo de 2001 -2009 e 4 8 no
per iacuteodo 2004-2009 per iacuteodo este de vigecircncia do Programa Bolsa
Famiacutel ia Ressal ta -se que a Regiatildeo Nordeste ent re 2004-2009 fo i a
maior em cresc imento anual apresentou 63 Ess es dados
cont r ibuem para desfazer o mi to de que o t raba lhador tende a
recusar regis t ro formal em car te i ra de t raba lho a f im de engajar -se
no Programa Bolsa Famiacutel ia
EMPREGADOS COM CARTEIRA ASSINADA NO BRASIL
CRESCIMENTO ANUAL
Regiatildeo
2001 2004 2009 2001-2009 2004-2009
() ()
Norte
826 1144 1537 81 61
Nordeste
3443 3886 5280 55 63
Sudeste
12359 13839 17365 43 46
Sul
4241 4922 5816 4 34
Centro-Oeste 1494 1768 2367 59 6
Brasil
22363 25558 32364 47 48
Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada
FONTE IBGE Seacuteries Estatiacutesticas
Seacuterie PD352 - Empregados com carteira de trabalho assinada total e por sexo Acesso em 09102011
1 0 9
O aumento de populaccedilatildeo economicamente a t iva tambeacutem pode
nos fornecer ind icaccedilotildees do desenvolvimento soc ioeconocircmico Os
levantamentos fe i tos pe lo IBGE considera m como populaccedilatildeo
economicamente a t iva pessoas que se encontram ocupadas e
desocupadas sob c i rcunstacircncias especiacutef icas Sendo as ocupadas as
que na semana em que fo i fe i ta a pesqu isa t inham traba lho mesmo
quando estavam de l icenccedila feacuter ias ou greve e as que estavam
desocupadas aquelas que tomaram a lguma providecircncia efet iva na
procura de t raba lho (def in iccedilotildees do IBGE)
Como podemos ver i f icar nos dados da tabe la a seguir a
populaccedilatildeo economicamente at iva cresceu de forma regular em todas
as Regiotildees
Um dos pontos de at raccedilatildeo de invest idores para o nosso paiacutes
t rata-se do fator chamado ldquobocircnus demograacutef icordquo esse fenocircmeno eacute
def in ido ou apresenta -se quando haacute um determinado per iacuteodo na
h is toacuter ia da naccedilatildeo onde a populaccedilatildeo economicamente a t iva supera agrave
de dependentes no caso de idosos e cr ianccedilas t rata -se de uma
posiccedilatildeo favoraacutevel ao desenvolvimento econocircmic o O chamado
ldquobocircnus demograacutef icordquo ao que tudo ind ica teve seu in iacutec io em 2004
quando a populaccedilatildeo economicamente at iva a t ingiu 51 da
populaccedilatildeo tota l
O demoacutegrafo Joseacute Eustaacutequio Din iz Alves professor da Escola
Nacional de Ciecircncias Estat iacutes t ica do IBGE anal i sta e pesquisado r do
1 1 0
assunto ldquobocircnus demograacutef ico rdquo ind ica que o Bras i l passa por um
momento uacuten ico neste in iacutec io do seacutecu lo XXI Af i rma que esta jane la da
h is toacuter ia t raz uma condiccedilatildeo propiacutec ia para o desenvolvimento
soc ioeconocircmico Defende que a combinaccedilatildeo ent re uma est rutura
demograacutef ica e uma est ru tura soc ia l que levam a uma proporccedilatildeo de
populaccedilatildeo em idade em que o re torno soc ioeconocircmico eacute maior 47 A
tabe la 10 a seguir com dados se lec ionados das seacuter ies esta t iacutes t icas
do IBGE atesta o cresc imento da Populaccedilatildeo Econo micamente At iva
por regiatildeo
47 B ocirc n u s d e m o g r aacute f i c o c r e s c i m e n t o e c o n ocirc m i c o e r e d u ccedil atilde o d a p o b r e z a n o B r a s i l
J o s eacute E u s t aacute q u i o D i n i z A l v e s - h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e
A P A R T E - I n c l u s atilde o S o c i a l e m D e b a t e
h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e p d f s b o n u s _ e c o n o m i a _ e _ p o b r e z a p d f
1 1 1
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA POR REGIAtildeO
Regiatildeo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
(000) (000) (000) (000) (000) (000) (000)
Norte 4918 6861 7073 7073 7145 7340 7536 Nordeste 24213 24911 25822 25880 26093 26546 26735 Sudeste 38666 39282 40863 41623 41860 42712 43452 Sul 14607 14893 15043 15290 15489 15437 15744 Centro-Oeste 6395 6712 6946 7007 7286 7466 7643
Brasil 88774 92660 95748 96874 97872 99500 101110
Tabe la 10 Popu laccedilatildeo Economicamente A t i va por Regiatildeo
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD292amps
v=19ampt=grupos -de- idade
Acesso em 13 11 11
Segundo Din iz A lves (2010) ent re 2003 e 2004 a renda per
cap ita pouco cresceu e a pobreza apresentou a lguma reduccedilatildeo mas
as condiccedilotildees demograacutef icas econocircmicas e soc ia is entraram em um
c i rcu lo v i r tuoso a part i r daiacute Houve po l iacute t icas puacutebl icas saudaacuteveis ou
favoraacuteve is po is a economia bras i le i ra most rou-se imune agraves cr ises
in ternacionais que asso lavam o pr imeiro mundo Poliacute t icas puacutebl icas
de recuperaccedilatildeo do sa laacuter io miacuten imo e incremento de programas
soc ia is em part icu lar Programa Bolsa Famiacutel ia impuls ionaram a
economia Houve incremento do t raba lho formal reduccedilatildeo das taxas
de desemprego e informal idade
Coloca Din iz A lves (2010) a ent rada maciccedila da mulher no
mercado de t rabalho como pr imord ia l para a reduccedilatildeo da pobreza
nesse ponto haacute que enfat izar o cresc imento da demanda de matildeo de
obra face ao impulso favoraacuteve l do cresc imento econocircmico
1 1 2
A tabela 11 a seguir conf i rma as af i rmaccedilotildees de Din iz A lves
em seu texto sobre o tema ent re 2001 e 2009 houve um incremento
de 171 mi lhotildees de pessoas na parce la da populaccedilatildeo denominada
ldquoeconomicamente a t ivardquo sendo 92 milhotildees de mulheres e 7 9
mi lhotildees de homens
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA
2001 2009 ACREacuteSCIMO
(000) (000)
HOMENS 48844 56710 7866
MULHERES 35174 44401 9227
TOTAL 84018 101111 17093
Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingresso 2001 a 2009
Fonte IBGE Seacuterie PD292 - Grupos de idade httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 121111
Segundo o ar t igo a ent rada da mulher com maior in tens idade
no mercado fo i importante para a reduccedilatildeo da pobreza e que a
reduccedilatildeo da informal idade para ambos os sexos produzi ram os
maiores ganhos apoacutes 2004 O graacutef ico 21 demonst ra o cresc imento
de empregados formais podemos notar def lexatildeo no ano de 2004
1 1 3
EMPREGADOS CARTEIRA ASSINADA
(MILHARES DE PESSOAS)
14608 14975 1542716535
17282 1786819105
20428 20609
7756 8160 84929023 9593 10173
10663 11454 11756
0
5000
10000
15000
20000
25000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
HOMENS
MULHERES
Graacutef ico 20 Empregados com Carte i ra Ass inada
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD352ampsv=
18ampt=empregados-com-carte i ra -de- traba lho-ass inada-to ta l -e-por-sex
Acesso em 10102011
A ent rada consistente da mulher no mercado de t raba lho
pr inc ipa lmente aquelas que possuem melhores n iacuteve is educacionais
soacute fo i possiacuteve l porque houve importante reduccedilatildeo nas taxas de
fecundidade Com a reduccedilatildeo do nuacutemero de f i lhos aumentam as
oportun idades para as mulheres invest i rem de forma ef ic iente em
sua proacutepr ia educaccedilatildeo e carre i ra O resu l tado eacute posi t ivo com
1 1 4
melhores sa laacuter ios e rend imentos que remunerem e incent ivem o
desenvolvimento de cap ita l humano 48
Na tabe la 12 a seguir podemos visua l izar a queda da taxa de
fecundidade no Bras i l a maior queda ocorreu na Regiatildeo Nordeste
aproximando-se das taxas das regiotildees mais desenvolvidas Isso
a testa a melhor ia da qual idade de vida e a tendecircncia fortu i ta na
reduccedilatildeo da desigualdade
TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL
TAXA DE FECUNDIDADE REDUCcedilAtildeO MEacuteDIA ANUAL
REGIAtildeO 2001 2009 2001-2009
()
NORTE 32 25 -30
NORDESTE 27 20 -34
SUDESTE 21 18 -23
SUL 22 19 -17 CENTRO-OESTE 23 19 -22
BRASIL 24 19 -26
Tabela 12 Taxa de Fecundidade Total FONTE IBGE
Seacuterie POP264 - Taxa de fecundidade total Acesso em 15112011
48
C a p i t a l H u m a n o j aacute a b o r d a d o n a p a r t e i n i c i a l d e s t e t r a b a l h o b a s i c a m e n t e
s i g n i f i c a o c a p i t a l a d q u i r i d o p e l a s p e s s o a s a t r a v eacute s d e i n v e s t i m e n t o s e m s i
p r oacute p r i a s
1 1 5
Famiacutel ias pequenas onde o casa l pode dedicar -se ao t raba lho
remunerado satildeo menos vu lneraacuteve is a prob lemas soc ia is a
par t ic ipaccedilatildeo da mulher no mercad o de t raba lho faz crescer a
economia e reduz a pobreza t rata -se de um s ina l cr is ta l ino de
melhor ia soc ioeconocircmica
Um exerciacutec io ca lcu lando a razatildeo ent re os dados de Populaccedilatildeo
Economicamente At iva e a Populaccedilatildeo afer ida pe lo Censo de 2010
ind ica que o bocircnus demograacutef ico eacute favoraacuteve l em todas as regiotildees
com exceccedilatildeo da Regiatildeo Norte que se encontra em 49 muito perto
de par t ic ipar do processo O ldquobocircnus demograacutef icordquo natildeo eacute o uacuten ico
fa tor determinante para o desenvolvimento soc ioeconocircmico
contudo sendo favoraacuteve l eacute como jaacute fo i co locado exce lente fator de
a t raccedilatildeo de invest imentos cabe ao Bras i l tomar prove i to desta
oportun idade como o f izeram paiacuteses ho je posic ionados como
parad igmas do desenvolvimento humano
1 1 6
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVAPO PULACcedilAtildeO TOTAL
(EM MILHARES DE PESSOAS)
POPULACcedilAtildeO
CENSO ECONOMICAMENTE ATIVA EM 2009
REGIAtildeO 2010 2009 POP TOTAL
NORTE 15485 7536 49
NORDESTE 51871 26735 52
SUDESTE 77657 43452 56
SUL 27022 15744 58
CENTRO-OESTE
13677 7643 56
BRASIL 185713 101110 54
Tabela 13 Populaccedil Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total
FONTE Dados do Censo 2010 publicados no Diaacuterio
Oficial da Uniatildeo do dia 04112010 Recenciamento feito ateacute 31 de outubro de 2010
Populaccedilatildeo Economicamente Ativa - IBGE
httpwwwcenso2010ibgegovbrdados_divulgadosindexphpuf=35
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 10102011
1 1 7
3 3 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO
Atua lmente eacute voz corrente que o Bras i l natildeo investe o
montante adequado na Educaccedilatildeo encontramos este t ipo de
comentaacuter io em jorna is programas de raacuted io exis tem extensas
reportagens sobre o assunto Haacute colocaccedilotildees e af i rmaccedilotildees dos mais
d iversos t ipos sempre com fundamentaccedilotildees empiacuter icas e
quest ionaacuteveis provavelmente o que leva a essas cr iacute t icas e anse ios
eacute a rea l idade dos ind icadores que demonstram a enorme d istacircnc ia
da exce lecircncia
Os graacutef icos 22 e 23 a seguir i lust ram os invest imentos
puacutebl icos em Educaccedilatildeo em termos de porcentagem do PIB houve
uma queda apoacutes 2003 com estagnaccedilatildeo no per iacuteodo 2003 -2005
re tomando cresc imento apoacutes 2006
1 1 8
Graacutef ico 21 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo - do PIB
Fonte IDB Inep
porta l inepgovbr estat is t icas -gastoseducacao-
ind icadores_f inancei ros -p t i _n ive l_ensinohtm
Acesso em 14102011
O montante de invest imentos puacutebl icos em educaccedilatildeo apres enta
ace leraccedilatildeo a part i r de 2004 sa indo de um patamar de R$ 107
b i lhotildees em 2004 at ingindo R$ 141 b i lhotildees em 2007 (a preccedilos de
2010) Essa tendecircncia nos ind ica a adoccedilatildeo de uma po l iacute t ica mais
consis tente em favor da melhor ia qual i ta t iva do processo
educacional
1 1 9
1071 1039 1065 1045 1075 1125 1266
1414
-
500
1000
1500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
INVESTIMENTOS PUacuteBLICOS EM EDUCACcedilAtildeO VALORES EM BILHOtildeES DE REAIS CONSTANTES
(2010)
Graacutef ico 22 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fontes
INEP httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-despesas_public a_paridadehtm Def lator u t i l izado L Seacute r ie SCN54 - Def lator do Produto In terno
Bruto
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
1 2 0
Graacutef ico 22A Invest imento Puacutebl ico Por A luno Est imado em
Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fonte INEP
h t tp po r ta l i nep ovb r es ta t i s t icas -gas toseducacao -despesas
pub l icas -p a par idade h tm
Acesso 142 2012
Em pronunciamentos agrave imprensa em f ins de setembro e in iacutec io
de outubro de 2011 o min is t ro Paulo Haddad ve io a se posic ionar
que o Bras i l p rec isa invest i r mais em educaccedilatildeo O proacutepr io min is t ro
admi te que a educaccedilatildeo bras i le i ra possua qual idade quest ionaacutevel
em 30 de setembro de 2011 conforme not ic iaacuter io 49 quando
par t ic ipava do 3ordm Exame Forum em debate que par t ic ipou em
companhia de Gustavo Ioschpe (economista e a r t icu l is ta de revista
49
R e v i s t a V e j a 3 0 9 2 0 1 1 ndash 1 4 3 9 h o r a s ndash J o r n a l i s t a N a t h a l i a G o u l a r t
1 2 1
Veja) Mar ia Helena Guimaratildees (Membro do Conselho Estadual de
Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo e da Academia Bras i le i ra de Educaccedilatildeo) e
Marce lo Odebrecht (empresaacuter io e pres idente da Odebrecht )
c lass i f icou o n iacuteve l atua l da educaccedilatildeo bras i le i ra com o ldquoregu larrdquo A
co locaccedilatildeo do min is t ro se apoia no fa to de que o Brasi l melhorou de
posiccedilatildeo na aval iaccedilatildeo internacional coordenada pe lo OCDE
(Organisat ion for Economic Co -operat ion and Development )
Na ocasiatildeo o min is t ro fo i contestado por Gustavo Ioschpe de
que o nosso paiacutes estava ent re os uacute l t imos co locados o prat icamente
condic iona agrave impossib i l idade de p iorar Cr i t ica af i rmaccedilotildees de que o
Bras i l p rec isa aumentar gastos com educaccedilatildeo a lega que o Bras i l
aumentou de forma ext raord inaacuter ia esses d ispecircndios sem t razer
cont rapart ida em termos de qual idade O economista Gustavo
Ioschpe natildeo de ixa de marcar um ponto os d ispecircndios puacutebl icos em
educaccedilatildeo aumentaram em termos re a is ent re 2003-2009 em 55
Natildeo temos como confer i r esses dados contudo se f izermos uma
ext rapolaccedilatildeo com os dados do graacutef ico 22 a af i rmaccedilatildeo parece
correta
Em out ra ocasiatildeo em 10 de outubro de 2011 o Min is t ro
Fernando Haddad em palest ra na Escola de Admin ist raccedilatildeo Puacutebl ica e
de Empresas da Fundaccedilatildeo Getuacute l io Vargas af i rmou que os recursos a
invest i r em educaccedilatildeo em 2011 representaratildeo 7 e 10 do PIB 50
50
R e v i s t a V e j a 1 0 1 0 2 0 1 1 ndash 1 8 5 4 ndash C a d e r n o E d u c a ccedil atilde o
1 2 2
Segundo o min is t ro a meacutedia invest ida pe los paiacuteses de OCDE eacute de
5 mas ressa lta que o PIB dos paiacuteses membros eacute de maior
montante e a d iacutev ida educacional eacute menor Ness e mesmo
pronunciamento o min ist ro s ina l iza planos de melhor ia de qual idade
defendeu a reforma educacional do ensino meacutedio com proposta
pr ior i taacuter ia para per iacuteodo in tegra l Menciona que o p lano prevecirc que as
au las se jam d iv id idas em dois turnos sendo que o pr imeir o deveraacute
ser ded icado agraves mateacuter ias baacutesicas e o segundo a formaccedilatildeo cu l tura l e
ens ino d ig i ta l
O quest ionamento do montante de invest imento no setor de
educaccedilatildeo eacute assunto recorrente m ui tos recomendam aumentar os
va lores invest idos mas poucos buscam a ra iz do prob lema os
pontos abordados nesse t raba lho sugerem a ocorrecircncia de
prob lemas de gestatildeo no setor de educaccedilatildeo a pergunta que f ica eacute
ldquoQuando esse prob lema de gestatildeo seraacute mapeado e reconhecidordquo
O exerciacutec io a seguir fo i e laborado para visua l izar o monta nte
que anualmente eacute in jetado no s istema ed ucacional bras i le i ro A
tabe la 14 nos ind ica os va lores invest idos pe lo setor puacuteb l ico mais os
gastos das famiacutel ias com educaccedilatildeo Cabe enfat izar que os va lores
invest idos pe las famiacutel ias natildeo inc luem o ldquocusto de oportunidaderdquo que
as estas de ixaram de obter por ap l icar na educaccedilatildeo tampouco o
custo f inancei ro associado a esses invest imentos que
1 2 3
part icu larmente no Bras i l satildeo ext remamente e levados Portanto o
va lor invest ido em educaccedilatildeo em termos rea is estaacute subest imado
GASTOS PUacuteBLICOS E GASTOS DAS FAMIacuteLIAS EM EDUCACcedilAtildeO
PESQUISAS DE ORCcedilAMENTOS
POF 20022003 POF 20082009
Estimativa de Gastos Familiares
N⁰ de Famiacutelias
48534638 57816604
de Gastos das Famiacutelias
410 300
Despesa Total Familiar
177803 262631
Gastos familiares c Educaccedilatildeo
Mensal
7290 7879
Anual
87479 94547
Montante de Gastos Familiares em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 425 547 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 677 563 a)
Gastos Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 665 1235 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1055 1414 a)
Somatoacuteria de Gastos Familiares e Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 1090
1782
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1732 1977
a) Reflete 2007 uacuteltimo montante publicado pelo INEP em abril de 2011
Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos das Famiacutelias em Educaccedilatildeo
Fonte INEPIBGE
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocondicaodevidapof2008_2009POFpublicacaopdf
httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-indicadores_financeiros-ptiniacutevel_ensinohtm
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
Acesso em 14102011
1 2 4
Como podemos visua l izar no exerciacutec io demonstrado na
tabe la 14 o d ispecircndio tota l em educaccedilatildeo considerando o s
invest imentos puacutebl icos e os gastos das famiacutel ia s tota l iza um
montante est imado em 1977 b i lhotildees de rea is (2007 a preccedilos de
2010) considerando o PIB bras i le i ro de 3 046 b i lhotildees de rea is
(2007 a preccedilos de 2010) o d ispecircndio tota l s ign i f ica 65 do PIB dos
quais 4 7 foram ofertados pe lo Estado e 18 bancados pe las
famiacutel ias
Outro fa to que se constata no exerciacutec io ac ima eacute a reduccedilatildeo do
va lor gasto pe las famiacutel ias em educaccedilatildeo de 4 1 para 3 dos
gastos fami l ia res isso pode ser resu l tado da ma ior oferta de
educaccedilatildeo prat icada pe lo Estado
3 4 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011-2020 RESUMO E
DESTAQUES
1 2 5
O pro je to de le i para o PNE 51 2011-2020 fo i enviado pelo MEC
ao Congresso Nacional em 15 de outubro de 2010 e encontra -se em
t rami taccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Federa is O pro je to de le i
estabelece dez di re t r izes com vis ta ao cumpr imento das normas
const i tuc iona is per t inentes agrave educaccedilatildeo conforme os toacutep icos abaixo
I - errad icaccedilatildeo do analfabet ismo
I I - un iversa l izaccedilatildeo do atendimento
esco lar
I I I -superaccedilatildeo das desigualdades
educacionais
IV- melhor ia da qual idade do ensino
V - formaccedilatildeo para o t raba lho
VI - promoccedilatildeo da sustentab i l idade
soc ioambienta l
VI I - promoccedilatildeo humaniacutest ica c ient iacute f ica e
tecnoloacutegica do Paiacutes
VI I I - estabelec imento de meta de
ap l icaccedilatildeo de recursos puacutebl icos em
educaccedilatildeo como o produto in terno bruto
51P l a n o N a c i o n a l d e E d u c a ccedil atilde o -
h t t p p o r t a l m e c g o v b r i n d e x p h p o p t i o n = c o m _ c o n t e n t amp v i e w = a r t i c l e amp i d = 1 6 4 7 8 amp I t e
m i d = 1 1 0 7 t o p _ b a r r a A c e s s o e m 2 5 1 0 2 0 1 1 )
1 2 6
IX- va lor izaccedilatildeo dos prof iss iona is da
educaccedilatildeo
X- d i fusatildeo dos pr inciacutep ios da equidade do
respei to agrave d ivers idade e a gestatildeo
democraacutet ica da educaccedilatildeo
O pro je to de le i tambeacutem conteacutem um anexo com vin te metas
com as respect ivas est ra teacutegias para o cumpr imento das d i ret r izes O
Art igo 3ordm do Proje to de Le i def ine que as metas e est rateacutegias
deveratildeo ser cumpridas no prazo de vigecircncia do PNE (2011 -2020)
No Art igo 6ordm estaacute estabelec ido que a cr iaccedilatildeo do ldquoFo rum
Nacional de Educaccedilatildeordquo deveraacute ar t icu lar e coordenar ldquoConferecircncias
Nacionais de Educaccedilatildeordquo
Os pontos inc lu iacutedos no PNE (2011 -2020) procuram atender
uma das mais importantes demandas para o setor da educaccedilatildeo a
melhor ia da qual idade da educaccedilatildeo nesse pon to o pro je to de le i
contempla muitas metas d i rec ionadas agrave melhor ia de qual idade do
ensino bem como estabelece est rateacutegias para at ingi - las
Ta lvez neste momento em que o PNE estaacute em processo de
aprovaccedilatildeo no Congresso Nacional natildeo parece importante uma
anaacutel ise mais profunda contudo va le a se leccedilatildeo de a lguns pontos
importantes que estatildeo contemplados nas metas do pro je to de le i
conforme segue
1 2 7
A terce i ra meta prevecirc a un iversa l izaccedilatildeo do acesso agrave rede
mundia l de computadores via banda larga de a l ta ve locidade
A sexta meta prevecirc a oferta de educaccedilatildeo com tempo in tegral
em 50 das esco las puacutebl icas de educaccedilatildeo baacutesica
A seacutet ima meta estabelece as meacutedias nacionais para o IDEB 52
esta meta se apresenta t iacutemida e eacute em gera l cr i t icada pe los anal istas
e formadores de op in iatildeo Seguem as metas inc lu iacutedas no pro je to de
le i
2
2011
2
2013
2
2015
2
2017
2
2019
2
2021
Anos in ic ia is do ensino
fundamenta l
4 6
4 9
5 2
5 5
5 7
6 0
Anos f ina is do ensino
fundamenta l
3 9
4 4
4 7
5 0
5 2
5 5
Ensino meacutedio
3 7
3 9
4 3
4 7
5 0
5 2
Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB
Fonte Pro jeto de Le i PNE 20112020
A seacutet ima meta do pro jeto de le i tambeacute m estabelece pro jeccedilotildees
para meacutedia de resu l tados em matemaacutet ica le i tura e c iecircnc ias obt idos
52
Iacute n d i c e d e D e s e n v o l v im e n t o d a E d u c a ccedil atilde o B aacute s i c a
1 2 8
nas provas do Programa Internacional de Aval iaccedilatildeo do ensino ndash
PISA ndash a f im de cont ro lar progresso de ava l iaccedilatildeo do INEP e
ava l iaccedilotildees in ternacionalmente reconhecidas A s pro jeccedilotildees conforme
cont idas no pro jeto de le i seguem abaixo
Meacutedia pro jetada para as provas PISA
PISA 2009 2012 2015 2018 2021
Meacutedia (1) 395 417 438 455 473
Tabela 16 Meacutedia Pro jetada para as Provas
PISA
(1) ciecircnciasleituramatemaacutetica
Em 2009 o Bras i l nas esta t iacutes t icas do OCDE (Organisat ion for
Economic Co-operat ion and Development ) se posic iona ent re os
uacute l t imos co locados dos paiacuteses par t ic ipantes as meacutedias publ icadas
por aquela organizaccedilatildeo em 2009 para o pr imeir o co locado foram as
seguintes
Meacutedias a lcanccediladas no exame PISA 2009
PRIMEIRO COLOCADO
BRASIL
Matemaacutet ica 600 316
Le i tura 556 412
Ciecircncias 575 405
Tabela 17 Meacutedia A lcanccedilada no Exame PISA 2009
Fonte OECD
ht tp wwwoecdorgdocument 0 3746en_2649_201185_46462759_1
_1_1_100html Acesso em 31102011
O Bras i l mais uma vez assume at i tude conservadora quando
estabelece metas considerando a meacutedia da ava l iaccedilatildeo PISA
1 2 9
estabelec ida para 2021 em 473 nosso paiacutes sa l tar ia para o 37ordm lugar
isso consistente com as condiccedilotildees atua is is to eacute os demais paiacuteses
ter iam que f icar estagnados o que im provaacutevel
A deacutecima e deacutecima pr imeira meta contemplam a oferta de
educaccedilatildeo prof issiona l izante As es t rateacutegias estabelec idas para
essas metas inc luem ofer ta de f inanciamento estudant i l fomento agrave
modal idade de educaccedilatildeo agrave d is tacircnc ia est iacutemulo a accedilotildees que
aumentem a esco lar idade do t raba lhador etc
A deacutecima seacutet ima meta vem atender uma demanda mui to atua l
po is t rata da va lor izaccedilatildeo do magis teacuter io puacuteb l ico da educaccedilatildeo baacutesica
Estabelece que aqueles prof iss iona is com mais de onze anos de
esco lar idade devem ter rend imento meacutedio dos demais prof iss iona is
com esco lar idade equiva lente Prevecirc a adoccedilatildeo de meios de
acompanhamento a f im de que as correccedilotildees ocorram rot ine i ramente
A deacutecima nona meta estabelece a garant ia mediante le i
especif ica em acircmbi tos federa l estadual e munic ipa l para nomeaccedilatildeo
comiss ionada de d i re tores de esco la v incu lada a cr i teacuter ios teacutecn icos
de meacuter i to e desempenho e agrave par t ic ipaccedilatildeo da comunidade esco lar
Esta meta ta lvez se ja a mais mot ivadora da melhor ia de qual idade
do s is tema de ensino
A vigeacutes ima meta def ine que os invest imentos puacutebl icos em
educaccedilatildeo devem ser ampl iados de forma progress iva a teacute a t ingi r o
patamar miacuten imo de 7 do PIB O aumento dos invest imentos em
1 3 0
educaccedilatildeo eacute re iv ind icaccedilatildeo recorrente contudo o grande en igma eacute a
fa l ta de cr i teacuter ios e estudos e laborados de qual ser ia um montante de
invest imento puacutebl ico em educaccedilatildeo que rea lmente t rouxesse
efet iv idade ao setor O fa to eacute que haacute c lamores dos mais d iversos
pontos da soc iedade no sent ido de aumentar o va lor dos
invest imentos em educaccedilatildeo
1 3 1
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA
REDUZIR A DESIGUALDADE
O Programa Bolsa Famiacutel ia conseguiu de forma s imples
ident i f icar e mapear o opr imido Hoje podemos af i rmar que o
Cadast ro Uacutenico inst i tu iacutedo com o advento do Programa Bolsa Famiacutel ia
poss ib i l i ta a ident i f icaccedilatildeo com nome endereccedilo e condiccedilatildeo soc ia l do
desfavorec ido tornando -se fer ramenta de pr imeira grandeza para a
def in iccedilatildeo de po l i t icas puacutebl icas de igua ldade
Os gastos soc ia is impuls ionam o progresso porque satildeo
d i rec ionados agraves camadas mais pobres que com a l ta p ropensatildeo a
consumir graccedilas ao efe i to mul t ip l icador (descr i to pe lo Economista
Paul Samuelson - 1966) 53 garante a e levaccedilatildeo do PIB e a renda das
famiacutel ias Neste sent ido as famiacutel ias tendem a consumir produtos de
or igem nacional o que impuls iona a economia como um todo Por
out ro lado quanto ao cresc imento do PIB haacute aumento da
arrecadaccedilatildeo proporc ionando ass im re torno substancia l e garant ido
O IPEA est ima que 56 dos valores dos gastos soc ia is
re tornam ao ca ixa do tesouro depois de percorr ido o processo de
mult ip l icaccedilatildeo justamente porque o gasto soc ia l benef ic ia mais a
53
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m i c a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 3 1 4 - -
e d i t o r a A G I R
1 3 2
renda dos pobres e setores meacutedios que pagam mais impostos em
proporccedilatildeo agrave renda 54
O IPEA em seu comunicado 75 de 3 de fevere i ro de 2011
e laborou uma matr iz os mul t ip l icadores decorrentes de aumento de
1 do PIB segundo o t ipo de gasto conclu iu que os gastos dent ro
da aacuterea soc ia l em part icu lar o gasto em educaccedilatildeo tem o maior
mult ip l icador dentre os agregados invest igados Soacute para i lust rar a
s imulaccedilatildeo ind ica que considerando tudo mais como constante R$ 1
invest ido em educaccedilatildeo aumentaraacute R$ 185 no PIB e R$ 167 na
renda das famiacutel ias o Programa Bolsa Famiacutel ia por seu turno resu l ta
para cada R$ 1 invest ido em R$ 144 no PIB e R$ 225 na renda das
famiacutel ias Sem duacutevida considerando o estudo de IPEA Bolsa Famiacutel ia
e Educaccedilatildeo satildeo campeotildees em termos de re torno
A tabe la 18 de e laboraccedilatildeo do IPEA ind ica os efe i tos
mult ip l icadores dos gastosdemanda se lec ionados Como
ver i f icamos recursos ap l icados em Programa Bolsa Famiacutel ia bem
como em Educaccedilatildeo apresentam a l to efe i to mult ip l icador por tando
d ispecircndios soc ia is a leacutem da nobre tarefa de reduzi r a des igualdade
benef ic ia a economia como um todo
54
F o n t e - I P E A G a s t o s c o m a P o l iacute t i c a S o c i a l a l a v a n c a p a r a o c r e s c i m e n t o c o m
d i s t r i b u i ccedil atilde o d e r e n d a ndash C o m u n i c a d o s d o I P E A N o 7 5 3 2 2 0 1 1
h t t p w w w i p e a g o v b r p o r t a l i m a g e s s t o r i e s P D F s c o m u n i c a d o 1 1 0 2 0 3 _ c o m u n i c a d
o i p e a 7 5 p d f A c e s s o e m 1 4 1 1 1 1
1 3 3
Segue matr iz de mult ip l icadores decorrentes de um aumento
de 1 do PIB segundo o t ipo dede gasto inc luiacutedo no estudo
e laborado pe lo IPEA
Multiplicadores Decorrentes de um Aumento de 1 do PIB Segundo o Tipo
de Gasto
Multiplicador
Tipo de GastoDemanda do PIB ()
Renda das
Famiacutelias ()
Demanda Agregada (Investimentos exportaccedilotildees e gastos do governo)
157
117
Educaccedilatildeo e Sauacutede 178
156
Educaccedilatildeo 185
167
Sauacutede 170
144
Investimento no Setor de Construccedilatildeo Civil 154
114
Exportaccedilatildeo de Commodities Agriacutecolas e Extrativas 140
104
Programa Bolsa Famiacutelia 144
225
Benefiacutecio de Prestaccedilatildeo Continuada 138
220
Regime Geral de Previdecircncia Social 123
210
Tabela 18 Multiplicadores 1 de aumento no PIB segundo tipo de gasto
Fonte IPEA httpwwwipeagovbrportalimagesstoriesPDFscomunicado110203_comunicado
ipea75pdf Acesso em 20112011
1 3 4
Os inves t imen tos soc ia i s no B ras i l to rna ram -se impor tan tes
conduto res de c resc imento todo o p rocesso se most ra
re la t i vamen te conso l idado e ap resen ta s ign i f i ca t i va robuste z jaacute
reconhec ida in te rnac iona lment e Os gas tos soc ia i s j aacute natildeo podem
ser cons ide rados como um ocircnus pa ra as f inanccedilas puacuteb l icas do
pa iacutes mas s im fa to r de c resc imento e des envo lv imento rac iona l e
pe rene
4 1 SAIacuteDA DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Hoje o Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez se ja um dos maiores
programas de t ransferecircncia de renda que jaacute e xis t i ram o Min isteacuter io
do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome informa o
a tendimento a 13 mi lhotildees de famiacutel ias A pergunta recorrente com
respei to ao programa eacute ldquoComo sa i r do Programa Bolsa Famiacutel iardquo
Tudo ind ica que o Programa Bolsa Famiacutel ia no longo prazo
tende a desaparecer se o progress ivo desenvolvimento da economia
bras i le i ra cont inuar na rea l idade o cresc imento do programa natildeo
ser ia um bom s inal porque ind icar ia aumento da desigualdade
1 3 5
Em recente reportagem o Jorna l Va lor Econocircmico 55 pub l ica
dados interessantes ana l isa as desis tecircnc ias de famiacutel ias
benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia e ind ica que desde a
cr iaccedilatildeo em 2003 ateacute setembro de 2011 5856 mi lhotildees de fa miacutel ias
saiacuteram do programa e de ixaram de receber as t ransferecircncias de
renda per t inentes
Dentre os mot ivos ident i f icados como just i f icat iva da saiacuteda
cerca de 40 pertencem a famiacutel ias que aumentaram a sua renda per
cap ita e portanto natildeo mais a tendem a reg ras de benef iacutec ios mensal
estabelec idas pe lo Cadast ro Uacutenico 56 Segundo a reportagem a
quant idade de famiacutel ias que t iveram os benef iacutec ios cancelados po r
aumento de renda fo i de 22 mi lhotildees ent re 2003 e 2011 (menciona
MDS como fonte) Obviamente esse aumento de renda das famiacutel ias
anter iormente benef ic iadas natildeo pode ser contab i l izado na sua
tota l idade como resu ltado do Programa Bolsa Famiacutel ia mas ao
con junto de accedilotildees de po l iacute t icas puacutebl icas em part icu lar as de cunho
soc ia l que tem como mola mestre a t ransferecircncia de renda Dentre
as po l iacute t icas impuls ionadoras a reportagem ind ica a va lor izaccedilatildeo do
sa laacuter io miacuten imo pequenos empreendedores que montaram negoacutecios
e o Benef iacutec io de Prestaccedilatildeo Cont inuada da Assis tecircnc ia Socia l que
55
E d i ccedil atilde o 2 8 6 3 ndash 1 7 1 0 2 0 1 1 ndash p o r L u c i a n o M aacute x i m o ndash S atilde o P a u l o
56 Q u e eacute a teacute R $ 7 0 p o r p es so a ou r en d i me n to i n d i v i d u a l me ns a l na f a i xa d e R $ 70 a
R $ 14 0
1 3 6
paga um sa laacuter io miacuten imo para ex - t raba lhadores ru ra is idosos e
def ic ientes
A tabe la 19 a seguir inc lu iacuteda na repo rtagem do jorna l Va lor
Econocircmico e lenca o ro l de mot ivos que os benef ic iaacuter ios foram
desl igados do Programa Bolsa Famiacutel ia
MOTIVOS DE CANCELAMENTO DO BOLSA FAMIacuteLIA
2003-2011
M i lha res
de Famiacute l ias
Aumen to de renda per cap i ta fami l ia r
2227
Venc imento do p razo de cadast ro e
Rev isatildeo cadas t ra l 1222
Descumpr imen to de cond ic iona l idades
117
Cadast ro Benef iacutec io exc lu iacutedo
550
Mu l t ip l i c idade Cadast ra l
85
Ped ido de cance lamento pe lo mun ic iacutep i o
148
Dec isatildeo jud ic ia l
20
Ou t ros
1485
To ta l
5854
Tabela 19 Mot ivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutel ia 20032011
Fonte
Jorna l Va lor Econocircmico - Ediccedilatildeo 2863 de 17102011
O graacutef ico 23 a seguir nos daacute uma boa ind icaccedilatildeo de como o
Programa Bolsa Famiacutel i a evo lu iu desde a implementaccedilatildeo Podemos
1 3 7
notar que haacute um cresc imento exponencia l nos pr imeiros anos e no
per iacuteodo mais recente re la t iva estabi l izaccedilatildeo A inda parece cedo p ara
fazermos um prognoacutest ico provavelmente no fu turo deparare mos
com tendecircncia decrescente de benef ic iados
Graacutef ico 23 Famiacutel ias Benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia
per iacuteodo 2003-2010
Fonte Jorna l Va lor Econocircmico - Ed iccedilatildeo 2863 de 17102011 - MDS
Cadast ro Uacutenico 102011
3615
6571
8942
1122911294
11353 12370 1277813172
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
FAMIacuteLIAS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA (MILHOtildeES)
1 3 8
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Pe lo que fo i ap resen tado nessa d isse r taccedilatildeo conc lu i - se que
a reduccedilatildeo das des igua ldades eacute ingred ien te impu l s ionador
ex t remamente impor tan te para o c resc imento soc ioeconocircmico e a
me lho r ia do bem es ta r do b ras i l e i ro O Programa Bo lsa Famiacute l ia eacute a
p rova v i va de que gas tos soc ia is possuem funccedilatildeo es t ra teacuteg ica
a leacutem de se rem ex t remamente uacute te is para suav iza r os e fe i tos de
c r i ses econocircmicas A rea l idade nos most ra que gas tos soc ia i s
tambeacutem resu l tam em impor tan tes benef iacutec ios soc ioeconocircmicos
O P rograma Bo lsa Famiacute l ia mate r ia l i za a t rans fe recircnc ia de
renda agraves camadas menos favo rec idas de fo rma e f i c ien te e
s i s temaacutet i ca Os con t ro les es tabe lec idos satildeo re la t i vamente s imp les
e pa r t icu la rmente e f i c ien tes u t i l i za a in f raes t ru tu ra adm in is t ra t i va
ex is ten te no caso o apo io teacutecn ico da Ca ixa Econocircmica Fede ra l
com to ta l t ranspa recircnc ia quan to ao des t ino dos recu rsos
Como fo i abordada no cap iacute tu lo 2 nos d ias a tua is a
des igua ldade natildeo in te ressa a n ingueacutem (SCHULZ 2001 ) as
v io laccedilotildees dos d i re i tos dos c idadatildeos bem como o ma l es ta r
resu l tan tes soacute servem agrave p romoccedilatilde o de ins tab i l idade Os ma le f iacutec ios
da des igua ldade re f le tem p r inc ipa lmente na qua l idade da sauacutede e
1 3 9
nos iacutend ices de v io lecircnc ia das popu laccedilotildees v indo por consequecircnc ia
a p romover eno rme drenagem de recursos
Ta lvez o ma io r f a to r de p romoccedilatildeo de des igua ldade
pa r t icu la rmente no B ras i l se ja a concent raccedilatildeo de renda con fo rme
ana l isado no cap iacute tu lo 2 podemos an tec ipa r uma lu ta hercuacute lea
pe la f ren te com o Iacutend ice de Gin i em 0 531 (2008 ) o B ras i l es taacute
em pos iccedilatildeo ex t remamente de l i cada nesse ques i to v is to que a
exce lecircn c ia de t ida pe la No ruega eacute de 0 255 (2000 )
Es taacute ma is do que segu ro que p rogramas de t rans fe recircnc ia de
renda satildeo dec is i vos pa ra a reduccedilatildeo da p ressatildeo exerc ida pe la maacute
d is t r ibu iccedilatildeo de renda O P rograma Bo lsa Famiacute l ia cumpre o pape l
soc ia l de re t i ra r da penuacute r ia ce rca de 13 m i lhotildees de famiacute l ias
caren tes O o rccedilamento Fede ra l con templa o va lo r de 14 b i lhotildees de
rea is 1 3 do to ta l des t inado agrave t rans fe recircnc ia de renda (Graacute f ico 3 )
t ra ta -se esse montan te p rovave lmente de um dos ma io res da
h is toacute r ia j aacute des t inados agrave e l im inaccedil atildeo desse ma l avassa lado r
Os ind icadores que permi tem ava l iar o Programa Bolsa
Famiacutel ia atestam como fo i ana l isado neste t raba lho o cumpr imento
dos ob je t ivos a que se propotildee que eacute garant i r agraves famiacutel ias pobres o
d i re i to agrave a l imentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo e agrave sauacutede c om vantagem
importante para o desenvolvimento humano O Programa pode ser
considerado como ferramenta e l iminadora de desigualdades e fator
favoraacuteve l para o cresc imento O desenho e a proacutepria natureza do
1 4 0
Programa Bolsa Famiacutel ia forccedila automat icamente a a locaccedil atildeo de
recursos agraves aacutereas carentes De que forma Com as normas para
inserccedilatildeo da famiacutel ia no Cadast ro Uacutenico o Programa Bolsa Famiacutel ia
promove progresso e desenvol tura soc ioeconocircmica agravequelas aacutereas
mais necessi tadas s implesmente porque eacute laacute o domiciacute l io das
populaccedilotildees carentes
Ou t ro fa to r impor tan t iacutess imo desve lado po r esse t raba lho
res ide na sus ten tab i l i dade econocircmico - f inance i ra do P rograma
Bo lsa Famiacute l ia os va lo res inves t idos g raccedilas do e fe i to mu l t ip l i cador
p ropo rc ionam re to rnos subs tanc ia is Confo rme demons t ram
es tudos economeacutet r icos e laborados pe lo IPEA gas tos soc ia is
p ropo rc ionam e fe i to mu l t ip l i cado r impor tan t iacutess imo pa ra a
qua l idade de bem es ta r dos b ras i le i ros Neste pormenor
des tacam -se os mu l t ip l i cado res do P rograma Bo lsa Famiacute l i a de
1 44 no P rodu to In te r no B ru to e 2 25 na renda das famiacute l ias o que
o to rna impor tan t iacutess imo p romoto r de r iqueza como pa r te de um
p rocesso conso l idado e reconhec ido in te rnac iona lmente Podemos
a f i rmar que os gas tos soc ia i s natildeo satildeo ma is satildeo ocircnus f inance i ros
mas impu ls ionadores de desenvo lv imento e bem es ta r pe rene
In fe l i zmente o b ras i le i ro ta l vez a inda natildeo se en tus iasme
com o tema educaccedilatildeo es te es taacute c lass i f i cado em seacute t imo luga r nas
p r io r idades puacuteb l i cas (NERI 2008 ) Qua is se r iam as causas des te
t ipo de en foque por par te da popu l accedilatildeo Segundo Ner i uma
1 4 1
pessoa ma is educada possu i ho r i zon tes re la t ivamente bem
de f in idos jaacute o ana l fabe to pode se da r ao luxo quanto ao
desconhec imento sem se sen t i r ma l com isso Ner i de fende que a
educaccedilatildeo ge ra educaccedilatildeo co loca como grande desa f io das
po l iacute t i cas educac iona is desvenda r ao homem comum o va lo r da
educaccedilatildeo
O Programa Bolsa Famiacutel ia com suas condic iona l idades eacute
uma ferramenta em favor da e l iminaccedilatildeo da desigualdade e da busca
da exce lecircncia seus benef ic iaacuter ios out rora c lass i f icados como pobres
e ext remamente pobres estatildeo sendo resgatados Esses
par t ic ipantes do programa agora conseguem oferecer agrave soc iedade a
sauacutede e a permanecircncia de seus f i lhos na esco la a leacutem de tornaram -
se consumidores que fazem gi rar a econom ia em favor do bem estar
perene
Va le destacar que o Programa Bolsa Famiacutel ia devido agrave
condic iona l idade per t inente agrave educaccedilatildeo forccedila po l iacute t icas puacutebl icas em
favor de invest imentos crescentes na aacuterea Este s i tuaccedilatildeo pode ser
evidenciada nos quadros 22 e 22A onde notamos cresc imento dos
va lores invest idos os quais ace leraram de forma importante a part i r
de 2004 poss ive lmente a f im de cumpr i r ob je t ivos do novo
programa
Apesar da mediacuteocre co locaccedilatildeo do Bras i l nos rank ings de
desenvolvimento humano natildeo podemos negar o progresso que se
1 4 2
aviz inha e a potencia l idade do paiacutes em termos de desenvolvimento
sustentaacuteve l Fatos posi t ivos cont r ibuem para acred itarmos em um
cresc imento soc ia l de meacutedio prazo Podemos enfat izar as vantagens
proporc ionadas pe lo bocircnus demograacutef ico fenocircmeno que ocorre
quando a popu laccedilatildeo economicamente at iva supera agrave dos
dependentes anal isadas no capiacutetu lo 3 dessa d issertaccedilatildeo at ingido
no ano de 2004 A s i tuaccedilatildeo descr i ta como bocircnus demograacutef ico serve
como a lavanca importante e de a t rat ivo de invest imentos porque haacute
mais matildeo de obra d i sponiacuteve l
Outro fator important iacutess imo a considerar eacute a reduccedilatildeo da taxa
de fecundidade que ca iu nos uacute l t imos anos (2001 -2009) de 2 4 para
1 9 f i lhos por mulher Va le observar que neste quesi to o destaque a
Regiatildeo Nordeste que passou para uma condiccedilatildeo de igu a ldade junto
agraves demais regiotildees A grande vantagem nesse sent ido eacute que a
reduccedilatildeo da taxa de fecundidade possib i l i tou a inc lusatildeo def in i t iva da
mulher em especia l aquela detentora de r ico cap ita l cu l tura l no
mercado de t raba lho
Em termos de cap ita l humano tema do capiacutetu lo 2 1 5 o Bras i l
pode comemorar melhor ias quanto agrave esco lar idade meacutedia da
populaccedilatildeo Os ind icadores mostram cresc imento da esco lar idade
meacutedia do bras i le iro de 5 6 anos para 72 anos na uacute l t ima deacutecada
Infe l izmente estamos abaixo da Argent ina (9 3 anos) e mui to aqueacutem
da exce lecircncia no caso a Noruega (126 anos) e Aust raacute l ia (12 anos)
1 4 3
O dado desalentador res ide na expectat iva de esco lar idade meacutedia
para cr ianccedilas em idade de ingresso esco lar no Bras i l aos se is anos
que sof reu queda importante na uacute l t ima deacutecada de 141 anos
ca lcu lados na deacutecada de 198090 para 138 anos Importante
sa l ientar que em termos de expectat iva de esco la r idade nota-se
estagnaccedilatildeo desde 2007 is to nos ind ica que haacute seacuter io prob lema
est rutura l no setor educacional e a lgo prec isa ser fe i to a f im de
melhorar e garant i r esco lar idade ao c idadatildeo bras i le i ro A
poss ib i l idade de aumento da expectat iva de esco lar idade parece ser
fact iacuteve l na rea l idade houve um p ico no ano 2000 quando se chegou
agrave taxa de 145 anos ent re tanto natildeo houve sustentaccedilatildeo e taxa ca iu
a patamares infer iores aos anos 1980-1990 O resu ltado a destacar
estaacute na reduccedilatildeo do analfabet ismo eacute tambeacutem no papel impar de
garant i r a permanecircncia dos a lunos na esco la Atua lmente a taxa de
analfabet ismo estaacute na casa dos 9 1 c om aparente processo
estaacuteve l jaacute haacute alguns anos o que impotildee agrave necessidade de
in terferecircncia draacutest ica a f im de caminhar -se para a completa
e l iminaccedilatildeo desse fator de desigualdade Eacute provaacutevel que as
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia despenhem o papel de
gat i lho para o aumento de invest ime ntos qual i ta t ivos em educaccedilatildeo
O maior desaf io do setor educacional bras i le i ro
provavelmente estaacute em mostrar coerecircncia ent re montantes
invest idos e resu l tados obt idos Considerando o s ign i f ica t ivo
1 4 4
dispecircndio em educaccedilatildeo (v ide tabe la 14) com va lor est imado de 198
b i lhotildees de rea is (governo mai s os gastos das famiacutel ias em 2007 a
preccedilos de 2010) equiva lente a 65 do PIB jaacute eacute tempo para uma
melhor c lass i f icaccedilatildeo nos rank ings de desenvolvimento humano
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute tema acadecircmico embr ionaacuter io a
produccedilatildeo de mater ia l acadecircmico eacute inc ip iente A metodologia
u t i l izada nessa d issertaccedilatildeo consis te bas icamente da exp loraccedilatildeo e
anaacutel ise de ar t igos publ icados em jorna is e revis tas bem como de
apanhados de dados esta t iacutes t ico s de ent idades detentoras de feacute
puacutebl ica Espera -se que no fu turo com a praacutet ica e resu ltados a
produccedilatildeo c ient iacute f ica sed imente os conceitos c ient iacute f icos per t inentes a
esse tema
1 4 5
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MDS http apl icacoesmdsgovbrsagiascomindexphpcut=aHR0cDovL2FwbGljYWNvZXMubWRzLmdvdi5ic i9zYWdpL2FzY29tL2dlcmFyL2luZGV4LnBocA==ampdef=v Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iaf iscal izacaoapuracao -de-denuncias Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iacondicional idadeshistor ico-das-repercussoes-por-descumprimento-de-condicional idades Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iaf iscal izacaoformas -de-f iscal izacao Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrprogramabolsafamil iao_programa_bolsa_famil iao-que-e Acesso em 22062010 ht tp wwwmdsgovbrbolsafamil iao_programa_bolsa_famil iabenef icios-e-contrapart idas Acesso em 22062010 MEC http painel mecgovbrpainel phpmodulo=principal detalhamentoIndicadorampacao=Aampdetalhes=paisampindid=442 Acesso em 2662011 ht tp porta l mecgovbr indexphpopt ion=com_contentampview=art ic leampid=16478ampItemid=1107top_barra Acesso em 25102011 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE http porta l saudegovbrporta l apl icacoesnot ic iasdefault cfmpg=dspDetalheNot ic iaampid_area=124ampCO_NOTICIA=10818 Acesso em 2662010 NORUEGA EMBAIXADA REAL DA ht tp wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -Socia l daycare Acesso em 15102010
1 5 0
O ESTADO DE SAtildeO PAULO Jornal Ediccedilatildeo de 16102009 ndash estudo Os Efei tos do Programa Bolsa Famiacutel ia sobre a Economia dos Municiacutep ios Bra si le iros ndash Landim e Menezes ndash (agosto de 2009) Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedito no Brasi l ndash1522011 ht tp economiaestadaocombrnot iciasnot_55110htm Acesso em 1132011 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 ht tp wwwestadaocombrnot ic ia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em 15102010 Ediccedilatildeo 2863 ndash 17102011 ndash por Luciano Maacuteximo ndash Satildeo Paulo O GLOBO Jornal O Globo-1632010 agraves 1225- ht tp ogloboglobocomeducacaomat20100316 invest imento -em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-socia is-consideram-valor-baixo-916073723asp Acesso 20102011 SCIELO http wwwscie lobrscie lophppid=S1415 -65552009000500005ampscript=sci_art text Acesso em 932011 UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME http hdrundporgenstat ist icshdi Acesso em 2382011 ht tp wwwpnudorgbrpopuppopphpid_pop=97 Acesso em 13102010 ht tp hdrstatsundporgen indicators69606html Acesso 0252011 VALOR ECONOcircMICO Jornal Jornal Valor Econocircmico ndash 1422011 ndash jornal ista Ana Paula Ragazzi ndash ht tp wwwvaloronl inecombr impress of inancas104384094grameen-o-banco-dos-pobres- in ic iara-operacoes-no-brasi l Acesso em 1132011
1 5 1
VEJA Revista 3092011 ndash 14h39min horas ndash Jornal ista Nathal ia Goulart 10102011 ndash 1854 ndash Caderno Educaccedilatildeo WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION http wwwwipo intexport s i teswww ipstatsenstat ist icspatentsxlswipo_pat_appl_by_off ice_origin_tablexls Acesso em 025 2011
1 5 2
Anexo A
LEI No 10835 DE 8 DE JANEIRO DE 2004
Institui a renda baacutesica de cidadania e daacute outras providecircncias
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Eacute instituiacuteda a partir de 2005 a renda baacutesica de cidadania que se constituiraacute no direito de todos
os brasileiros residentes no Paiacutes e estrangeiros residentes haacute pelo menos 5 (cinco) anos no Brasil natildeo importando sua condiccedilatildeo socioeconocircmica receberem anualmente um benefiacutecio monetaacuterio
sect 1o A abrangecircncia mencionada no caput deste artigo deveraacute ser alcanccedilada em etapas a criteacuterio do
Poder Executivo priorizando-se as camadas mais necessitadas da populaccedilatildeo
sect 2o O pagamento do benefiacutecio deveraacute ser de igual valor para todos e suficiente para atender agraves
despesas miacutenimas de cada pessoa com alimentaccedilatildeo educaccedilatildeo e sauacutede considerando para isso o grau de desenvolvimento do Paiacutes e as possibilidades orccedilamentaacuterias
sect 3o O pagamento deste benefiacutecio poderaacute ser feito em parcelas iguais e mensais
sect 4o O benefiacutecio monetaacuterio previsto no caput deste artigo seraacute considerado como renda natildeo-tributaacutevel
para fins de incidecircncia do Imposto sobre a Renda de Pessoas Fiacutesicas
Art 2o Caberaacute ao Poder Executivo definir o valor do benefiacutecio em estrita observacircncia ao disposto nos
arts 16 e 17 da Lei Complementar no 101 de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal
Art 3o O Poder Executivo consignaraacute no Orccedilamento-Geral da Uniatildeo para o exerciacutecio financeiro de
2005 dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria suficiente para implementar a primeira etapa do projeto observado o disposto no art 2
o desta Lei
Art 4o A partir do exerciacutecio financeiro de 2005 os projetos de lei relativos aos planos plurianuais e agraves
diretrizes orccedilamentaacuterias deveratildeo especificar os cancelamentos e as transferecircncias de despesas bem como outras medidas julgadas necessaacuterias agrave execuccedilatildeo do Programa
Art 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 8 de janeiro de 2004 183o da Independecircncia e 116
o da Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DA SILVA Antonio Palocci Filho Nelson Machado Ciro Ferreira Gomes
Este texto natildeo substitui o publicado no DOU de 912004
1 5 3
Anexo B
Investimento em educaccedilatildeo chega a 47 do PIB mas movimentos sociais consideram valor baixo
( h t tp og lobo g lobo com educa cao ma t 2010 03 1 6 in ves t imen to -e m-educa cao - chega - 4 -7 -d o -p ib -mas -mo v imen tos -soc ia is -cons ide ram -va lo r -ba ixo -91 607372 3 a sp - Ac esso em 15 1 0 2010 )
Plantatildeo | Publicada em 16032010 agraves 12h25m
O G l o b o c o m i n f o r m a ccedil otilde e s d a A g ecirc n c i a B r a s i l
RIO - Em 2008 o investimento puacuteblico em educaccedilatildeo foi de 47 em relaccedilatildeo ao Produto Interno Bruto
(PIB) um crescimento de 02 em comparaccedilatildeo com o ano anterior Em valores foi algo em torno de R$
140 bilhotildees Mas para especialistas e entidades do setor o investimento precisa ser maior A
recomendaccedilatildeo do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (Unicef) por exemplo eacute que o Brasil aplique
8 do PIB em educaccedilatildeo O debate promete esquentar na Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo (Conae) que
ocorreraacute em abril e deve traccedilar as diretrizes para o proacuteximo Plano Nacional de Educaccedilatildeo (Leia mais
Aluno da educaccedilatildeo baacutesica custa R$ 2632 ao ano)
As propostas que seratildeo apresentadas no encontro formuladas em preacute-conferecircncias estaduais e municipais
recomendam que sejam investidos por lei entre 10 e 12
- O deacuteficit educacional brasileiro eacute muito grave para que se invista um percentual tatildeo pequeno como 6
A defesa que o ministro faz natildeo garante um patamar miacutenimo de qualidade como preconiza a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) e a Constituiccedilatildeo Federal eacute um valor insuficiente - defende o presidente da Campanha
Nacional pelo Direito agrave Educaccedilatildeo Daniel Cara que eacute membro da comissatildeo organizadora da conferecircncia
Um novo conceito que pode mudar a loacutegica do financiamento seraacute debatido e deve ser aprovado tambeacutem
na Conae o custo-qualidade aluno (CAQ) A ideia que estaacute sendo analisada tambeacutem pelo Conselho
Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) eacute estabelecer um valor miacutenimo de investimento por aluno em cada etapa
- Nesse caso o patamar miacutenimo de investimento seraacute de 8 soacute para a educaccedilatildeo baacutesica (da creche ao
ensino meacutedio) Para a perspectiva de expansatildeo do ensino superior 2 seriam razoaacuteveis com isso a gente
fecharia em 10 explica
Evoluccedilatildeo do investimento puacuteblico em educaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao PIB
2000 39 2001 40 2002 41 2003 39 2004 39 2005 39 2006 43
2007 45 2008 47
Fonte MECInep
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Anexo C
(Paacuteg ina 1 de 2 )
Tudo p ron to pa ra a nova e tapa
En t rev is ta com o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l
Tudo p ron to pa ra a nova e tap a
Pa ra o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l Bras i l e
Meacutex ico jaacute avanccedilaram o su f ic ien te pa ra l i ga r os benef i c iados da
t rans fe recircnc ia de renda ao mercado fo rma l No caso b ras i le i ro
c resc imento da renda po r t raba lho teve um peso c ruc ia l
27 de se tembro de 2010 | 0h 00
Pa t r iacutec ia Campos Me l lo - O Estado de S Pau lo
ENTREVISTA
O Bras i l eacute ho je uma re fe recircnc ia in te rnac iona l em reduccedilatildeo de
pob reza Ago ra com o Bo lsa Famiacute l ia jaacute maduro no Pa iacutes os
p rogramas p rec isam en t ra r em uma nova fase - es t imu la r a
en t rada d as pessoas no mercado de t raba lho aumenta r a
qua l idade da educaccedilatildeo e da sauacutede e o fe rece r acompanhamen to
pa ra c r ianccedilas de um a c inco anos Esse eacute o d iagnoacutest ico de
Makhta r D iop d i re to r do Banco Mund ia l pa ra o B ras i l O
senega lecircs D iop es taacute no B ras i l desde j ane i ro de 2009 An tes d i sso
e le fo i d i re to r do Banco Mund ia l no Quecircn ia e d i re to r de po l iacute t i cas
da en t idade para a Ameacuter ica La t ina e Ca r ibe com vas ta
expe r iecircnc ia em programas de reduccedilatildeo de pob reza
O B ras i l es taacute en t re as re fe recircnc ias mund ia is em p rogramas
an t ipobreza d i z D iop Ago ra vem o p roacutex imo desa f io ldquoB ras i l e
Meacutex ico jaacute es tatildeo maduros p ron tos pa ra uma nova e tapa rdquo Pa ra
comeccedilar a l i ga r os p rogramas de t rans fe recircnc ia de renda ao
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Anexo C
(Paacuteg ina 2 de 2 )
s i s tema de p rev idecircnc ia soc ia l inse r i r as pes soas no mercado de
t raba lho fo rma l Aba ixo t rechos da en t rev is ta
Como o senho r ava l ia o desempenho dos p rogramas de reduccedilatildeo
de pob reza no B ras i l
O Bras i l teve uma reduccedilatildeo s ign i f i ca t i va na pob reza Em 2001 os
pob res e ram 38 7 da popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A camada ma is pob re da popu laccedilatildeo ca iu pe la metade -
e ram 17 4 em 2001 e passa ram pa ra 8 8 A leacutem d isso o
coe f ic ien te de G in i que mede a des igua ldade (quanto ma is
p roacutex imo de 1 ma is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra 0 550
em 2010 O coe f i c ien te de G in i sempre leva mu i to tempo para
ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo impress iona Em ge ra l a renda per
cap i ta c resceu mas a renda dos 10 a 20 mais pob res c resceu
mu i to ma is rap idamen te que a renda dos 10 ma is r icos -
reduz indo a des ig ua ldade O B ras i l a inda eacute um pa iacutes mu i to
des igua l Mas o rumo e a tendecircnc ia tecircm s ido mu i to bons O Pa iacutes
es taacute a caminho de cumpr i r vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo lv imento
do M i lecircn io como e r rad ica r pobreza ex t rema e fome a teacute 2015
educaccedilatildeo p r imaacuter ia un ive rsa l i g ua ldade de gecircne ro
A que se pode c red i ta r ma is o sucesso de re t i ra r essas m i lhotildees de
pessoas da pob reza A p rogramas como o Bo lsa -Famiacute l ia ou ao
c resc imento da renda po r t raba lho e o aumento rea l do sa laacute r io
m iacuten imo
1 5 6
Esse eacute um tema mu i to d i scu t ido en t re econ omis tas e haacute d i f e ren tes
mane i ras de med i r A g rosso modo d i zemos que 50 vecircm das
t rans fe recircnc ias do gove rno e 50 do c resc imen to
1 5 7
Anexo D EDUCACcedilAtildeO PREacute -ESCOLAR NA NORUEGA
A | A | A
A Noruega estaacute prestes a atingir a cobertura universal da educaccedilatildeo preacute-escolar Uma boa
oferta no niacutevel preacute-escolar constitui preacute-requisito para que os pais de crianccedilas pequenas
possam participar no mercado de trabalho A oferta da educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem explica
porque a Noruega tem uma das taxas de natalidade mais altas da Europa
Aleacutem de ser um benefiacutecio social para os pais e matildees economicamente activos a educaccedilatildeo preacute-escolar oferece
boas possibilidades de desenvolvimento e actividade agraves crianccedilas abaixo da idade escolar obrigatoacuteria
Ainda se verifica que o jardim-de-infacircncia eacute um espaccedilo importante para a integraccedilatildeo de crianccedilas de diversas
origens eacutetnicas linguiacutesticas e culturais A educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem pode contribuir para a igualizaccedilatildeo
social
Cada vez mais
Em 2008 87 por cento de todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos de idade frequentavam o jardim-de-infacircncia
contra 69 por cento em 2003 Recentemente a percentagem subiu ainda mais
Um dos motivos importantes deste crescimento foi a introduccedilatildeo em 2004 dum limite maacuteximo para a
mensalidade paga pelos pais No periacuteodo de 2003 a 2009 a comparticipaccedilatildeo familiar nas instituiccedilotildees
municipais e particulares caiu em 20 e 28 por cento respectivamente
Houve um acreacutescimo especialmente grande entre as crianccedilas menores de trecircs anos e de minorias linguiacutesticas
Em 2009 o Governo norueguecircs deu mais um passo em frente conferindo a todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos
de idade o direito previsto pela lei a uma educaccedilatildeo preacute-escolar A fim de garantir um nuacutemero suficiente de
vagas a expansatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar atingiu um recorde no ano passado
Cada vez melhor
No debate puacuteblico houve manifestaccedilotildees de preocupaccedilatildeo de que a raacutepida expansatildeo poderia comprometer a
qualidade da oferta agraves crianccedilas Embora o nuacutemero de funcionaacuterios tenha aumentado agrave medida que mais
crianccedilas ingressam na educaccedilatildeo preacute-escolar apenas um em cada trecircs funcionaacuterios tem formaccedilatildeo como
educadores de infacircncia
Agora os poliacuteticos estatildeo dispostos a transferir o foco do nuacutemero de vagas para a qualidade do ensino preacute-
escolar e um relatoacuterio governamental sobre a qualidade da educaccedilatildeo preacute-escolar foi apresentado em 2009 no
intuito de lidar com esta questatildeo
Natildeo para todos
Mesmo assim nem todos os pais querem que os seus filhos frequentem o jardim-de-infacircncia Portanto o
Governo norueguecircs oferece um subsiacutedio mensal aos pais de crianccedilas pequenas que natildeo utilizam a oferta de
ensino preacute-escolar Este subsiacutedio visa contribuir para uma maior igualdade na partilha das verbas estatais
destinadas agraves famiacutelias independentemente do sistema escolhido para a educaccedilatildeo dos filhos
Fonte EMBAIXADA REAL DA NORUEGA
http wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -
Socia l daycare Acesso em 15102010
1 5 8
Anexo E
(paacuteg ina 1 DE 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
P o r A n d r eacute S a c c o n a t o e N a t h a n B l a n c h e
0 6 0 5 2 0 1 0 J o r n a l V a l o r E c o n ocirc m i c o
Austraacutelia mostra que pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes
As liccedilotildees que vecircm da Oceania
A defesa da tese de que deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo um mal para o paiacutes tomou um caminho claramente
ideoloacutegico levando a acreditar que os deacuteficits satildeo insustentaacuteveis e podem direcionar o Brasil a uma crise no setor
externo Natildeo parece ter sido esse o destino da Austraacutelia um exemplo da convivecircncia saudaacutevel com deacuteficits em transaccedilotildees
correntes que nos uacuteltimos 50 anos teve apenas dois superaacutevits em conta corrente 1972 com 09 do PIB e 1973 com
06 do PIB e tem convivido com deacuteficits meacutedios de 55 do PIB nos uacuteltimos cinco anos e de 4 nos uacuteltimos quinze
anos
A questatildeo relevante eacute responder como a Austraacutelia conseguiu conviver com esse deacuteficit e tirar proveito do financiamento
externo que compensou as saiacutedas por transaccedilotildees correntes crescendo a uma taxa meacutedia de 36 nos uacuteltimos quinze anos
e que a levou para o segundo lugar do ranking do IDH em 2000 Eacute importante lembrar que a Austraacutelia proporciona essa
qualidade de vida a seus habitantes mesmo sendo considerada commodity-currency e com estrutura produtiva menos
diversificada que do Brasil
No iniacutecio dos anos 80 a Austraacutelia natildeo mostrava um bom panorama Inflaccedilatildeo alta deacuteficits em transaccedilotildees correntes e
cacircmbio fixo mostravam um quadro natildeo promissor para o paiacutes aleacutem de um inconstante resultado das contas puacuteblicas O
resultado foi o esperado a necessidade de desvalorizar a moeda em 1983 Mas o importante eacute notar que a desvalorizaccedilatildeo
natildeo foi implementada isoladamente e sim com uma seacuterie de reformas dentre as quais uma profunda liberalizaccedilatildeo de
comeacutercio internacional abertura dos mercados de capitais desregulamentaccedilatildeo e privatizaccedilatildeo do setor de infraestrutura e
reforma nas leis que regem o mercado de trabalho
O um aumento no grau de confianccedila no paiacutes trouxe um maior volume de capital estrangeiro Com isso todo o processo
de liberalizaccedilatildeo do cacircmbio e reformas intensificou o deacuteficit em transaccedilotildees correntes que jaacute era alto com o cacircmbio fixo
mas com aproveitamento das entradas de capital estrangeiro jaacute que a produtividade total dos fatores triplicou em 20
anos
1 5 9
Anexo E
(Paacuteg ina 2 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE ANGENTINA E
AUTRAacuteLIA
Os estudos sobre os deacuteficits da Austraacutelia enumeram as causas da sua sustentabilidade considerando um arcabouccedilo bem
sucedido de poliacutetica econocircmica que levou o paiacutes do 15ordm lugar no ranking mundial de renda per capita para 8ordm lugar entre
1980 e 2000 aleacutem de ter um precircmio de CDS (pagamento de seguro contra default) de 36 pontos o mesmo dos Estados
Unidos e menos de um terccedilo do brasileiro (128) As principais causas podem ser resumidas em Sistema financeiro
robusto liacutequido e estaacutevel cacircmbio flutuante metas de Inflaccedilatildeo instituiccedilotildees financeiras fortes poliacuteticas macroeconocircmicas
estaacuteveis e pequena exposiccedilatildeo em diacutevida cambial
A Austraacutelia tem metas de inflaccedilatildeo desde 1993 entre 2 e 3 livre conversibilidade cambial os investidores
estrangeiros nunca sofreram default e os bancos tecircm carteiras internacionais de empreacutestimos diversificados boa parte em
moeda nacional
Portanto a Austraacutelia mostra que eacute sustentaacutevel e pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes desde que ele
esteja inserido em um contexto de poliacuteticas e reformas macro e microeconocircmicas utilizando a poupanccedila externa como
uma forma de alavancar produtividade e competitividade
Que liccedilotildees podemos tirar para o Brasil aproveitar o momento correto de importar poupanccedila externa e a transformar em
crescimento sustentaacutevel Em termos de estabilidade macroeconocircmica jaacute temos um ambiente saudaacutevel embora tenhamos
um histoacuterico de moratoacuterias O sistema de metas de inflaccedilatildeo e o cacircmbio flutuante foram implantados em 1999 e a lei de
responsabilidade fiscal em 2000 Nossa diacutevida externa eacute baixa embora a maturidade e a taxa de juros para rolagem ainda
natildeo sejam as ideais Outro ponto que deve ser melhorado eacute a falta de um arcabouccedilo mais moderno e liberalizante no
mercado de cacircmbio brasileiro jaacute que a dificuldade de remessas e saiacutedas ainda eacute muito grande e baseada numa
estruturaccedilatildeo arcaica (resoluccedilatildeo nordm 4131 de 1964) que gera inseguranccedila
Sobre contas externas a situaccedilatildeo do Brasil eacute ateacute mais confortaacutevel do que a da Austraacutelia e outros paiacuteses exportadores de
commodities Temos mais reservas internacionais e menos diacutevida externa
Aleacutem disso conseguimos nos uacuteltimos anos financiar todo o deacuteficit em transaccedilotildees correntes (quando ele existiu) com
investimento externo direto que eacute o menos volaacutetil das entradas do lado do movimento de capitais algo que nem a
proacutepria Austraacutelia vem conseguindo O que falta entatildeo As reformas que foram feitas laacute como a trabalhista a privatizaccedilatildeo
do setor de infraestrutura e a abertura comercial estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado aqui A liberalizaccedilatildeo cambial vem
avanccedilando mas ainda estaacute aqueacutem do necessaacuterio
Este eacute o momento certo para aproveitar o excesso de liquidez externo e transformar em produtividade Seguir o exemplo
de sucesso da Austraacutelia eacute o melhor caminho As criacuteticas de quem tem medo dos deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo
anacrocircnicas e levariam o Brasil ao atraso e agrave piora de posiccedilatildeo relativa no mundo Natildeo haacute nenhuma justificativa plausiacutevel
para rejeitar poupanccedila externa de tal forma que devemos apenas saber aproveitaacute-la bem
1 6 0
Anexo E
(Paacuteg ina 3 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
Quando se recomendam fechamento dos canais de entrada de capitais ou controle destes aleacutem de medidas que faccedilam
apologia ao fechamento comercial (o indicador de corrente de comercio sobre o PIB do Brasil esta em torno de 23
contra 30 dos paiacuteses emergentes) e fixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por um cenaacuterio de baixo
crescimento aumento do risco e do custo de financiamento e abrir matildeo do mecanismo de ajustes agraves crises o cacircmbio
flutuante
O Brasil precisa decidir se daacute ouvidos aos partidaacuterios do cacircmbio fixo do protecionismo dos controles de capitais e
caminha em direccedilatildeo ao que hoje eacute a Argentina ou se segue os passos da Austraacutelia e abre-se ao deacuteficit saudaacutevel em conta
corrente Satildeo as escolhas de hoje que vatildeo determinar o Brasil de amanhatilde
Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria
Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
1 6 1
Anexo F
Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na Economia
Bolsa-Famiacutelia elevou PIB em R$ 431 bi diz estudo
Ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo programa em 2006
AE - Agecircncia Estado 16102009
SAtildeO PAULO - A expansatildeo do valor total dos benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia entre 2005 e 2006 de R$ 18 bilhatildeo provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees e receitas adicionais de impostos de R$ 126 bilhotildees Esse ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia em 2006 que foi de R$ 75 bilhotildees
Essas estimativas estatildeo num estudo receacutem-concluiacutedo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper
O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Famiacutelia - que hoje atinge 129 milhotildees de famiacutelias - na economia dos municiacutepios Os pesquisadores investigaram 55 mil cidades nos anos de 2004 2005 e 2006 Os dados utilizados foram o PIB a populaccedilatildeo e a arrecadaccedilatildeo de tributos nos municiacutepios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) e os desembolsos do Bolsa-Famiacutelia do Ministeacuterio do Desenvolvimento Social (MDS)
A partir dessa base Menezes e Landim empregaram meacutetodos estatiacutesticos para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses do programa per capita - os repasses divididos pela populaccedilatildeo do municiacutepio (e natildeo pelo nuacutemero de beneficiaacuterios) A conclusatildeo foi de que um aumento de 10 no repasse meacutedio per capita do Bolsa-Famiacutelia leva a uma ampliaccedilatildeo de 06 no PIB municipal no ano em que ocorre a expansatildeo e no seguinte As informaccedilotildees satildeo do jornal O Estado de S Paulo
Fonte httpwwwestadaocombrnoticiasnacionalbolsa-familia-elevou-pib-em-r-431-bi-diz-estudo4515360htm - Acesso em 15102010
1 6 2
Anexo G (Paacutegina 1 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
O nome do jogo eacute qualidade A batalha do ensino que define o futuro dos meninos vai ser decidida dentro da sala de aula 27 de setembro de 2010 | 0h 00
Fernando DantasRIO - O Estado de SPaulo No proacuteximo governo a parte mais importante da poliacutetica social pode ser a que vai
tratar de educaccedilatildeo Uma das principais explicaccedilotildees sobre por que o crescimento
econocircmico nesta deacutecada tem sido tatildeo favoraacutevel aos pobres - a renda do trabalho
da base da piracircmide cresce muito mais raacutepido do que a do topo - eacute a reduccedilatildeo das
desigualdades educacionais no Brasil Que ainda assim permanecem
gigantescas
Para manter e acelerar essa melhora o novo presidente teraacute de investir bem mais
na qualidade da educaccedilatildeo no ensino baacutesico Ateacute agora o avanccedilo tem sido mais
na escolaridade meacutedia medida em anos de estudo e natildeo no niacutevel de
aprendizado dos alunos
Pode parecer surpreendente que um Paiacutes com qualidade sofriacutevel de ensino na
rede puacuteblica esteja reduzindo diferenccedilas educacionais ao ponto de estreitar a
diferenccedila de renda entre ricos e pobres Mas o especialista Naeacutercio Menezes
professor e coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas do Insper garante que eacute
isso mesmo
Quando colocamos quase todas as crianccedilas no fundamental - um processo
iniciado na deacutecada de 90 - e elas comeccedilaram a chegar em maior nuacutemero ao
ensino meacutedio e a se matricular no ensino superior a desigualdade comeccedilou a
cair Isso ocorreu mesmo sem melhora efetiva da qualidade da educaccedilatildeo soacute pelo
acesso
O efeito da escolarizaccedilatildeo no mercado de trabalho pode ser medido explica
Menezes pela reduccedilatildeo dos diferenciais de renda associados agrave educaccedilatildeo
Quando a qualificaccedilatildeo eacute escassa o seu preccedilo sobe No Brasil esses diferenciais
satildeo muito grandes revelando que ainda persiste um abismo de diferenccedilas
educacionais
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Anexo G (Paacutegina 2 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
Ainda assim o precircmio salarial pelo diploma universitaacuterio comeccedilou a recuar a
partir de 2005 e o relativo ao ensino meacutedio jaacute encolhe desde 2002 - natildeo por
coincidecircncia momento muito proacuteximo do iniacutecio da reduccedilatildeo mais intensa da
desigualdade da renda do trabalho nos uacuteltimos anos Segundo Naeacutercio o uacutenico
diferencial educacional que ainda estaacute crescendo eacute o da poacutes-graduaccedilatildeo
O impulso educacional na reduccedilatildeo da desigualdade deve continuar nos proacuteximos
anos por ineacutercia agrave medida que sucessivas geraccedilotildees cheguem ao mercado de
trabalho com um niacutevel cada vez maior de anos meacutedios de estudo (hoje estaacute por
volta de 75 anos para a populaccedilatildeo de 15 ou mais de idade)
Esse eacute um efeito poreacutem que pode diminuir na proporccedilatildeo em que o Paiacutes vaacute
completando o trabalho de universalizar a educaccedilatildeo baacutesica Dessa forma o
ataque agrave maacute qualidade do ensino puacuteblico seraacute cada vez mais importante A boa
notiacutecia eacute que os especialistas jaacute comeccedilam a enxergar a luz no fim do tuacutenel
tambeacutem no front da qualidade embora os avanccedilos sejam muito tecircnues
O economista Fernando Veloso especialista em educaccedilatildeo do Ibmec no Rio
acha que como no caso da poliacutetica macroeconocircmica haacute uma linha de
continuidade na poliacutetica educacional de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz
Inaacutecio Lula da Silva Ela consiste basicamente na montagem de um amplo
sistema de avaliaccedilatildeo de escolas
O Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica (Saeb) um exame de
avaliaccedilatildeo de Portuguecircs e Matemaacutetica no ensino fundamental existe desde 1990
Foi em 1995 poreacutem que o Saeb passou por uma reformulaccedilatildeo metodoloacutegica que
o tornou comparaacutevel ano a ano - o que permite avaliar a melhora ao longo do
tempo
Foi uma mudanccedila fundamental diz Veloso Ainda no governo Fernando
Henrique foram criados o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (Enem)e o Provatildeo
para avaliar as universidades (descontinuado durante o governo Lula que
estabeleceu um outro sistema de avaliaccedilatildeo do ensino superior)
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Anexo G (Paacutegina 3 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
No iniacutecio do primeiro mandato de Lula o enfoque na avaliaccedilatildeo pareceu
ameaccedilado mas ele foi retomado ainda em 2005 com Tarso Genro como
ministro da Educaccedilatildeo quando foi criada a Prova Brasil um exame censitaacuterio
(para todos os alunos) que avalia o ensino de Portuguecircs e Matemaacutetica na 4ordf e 8ordf
seacuteries do fundamental em todas as escolas puacuteblicas urbanas do Brasil (com mais
de 20 alunos nas seacuteries avaliadas)
Com a chegada de Fernando Haddad ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo em julho de
2005 a opccedilatildeo pela avaliaccedilatildeo como eixo da poliacutetica educacional cristalizou-se Em
2007 o sistema se sofisticou com a criaccedilatildeo do Iacutendice de Desenvolvimento da
Educaccedilatildeo Baacutesica (Ideb) um indicador divulgado a cada dois anos que classifica
todas as escolas puacuteblicas da Prova Brasil No caso combinando o resultado
neste exame com a taxa de rendimento escolar (que leva em conta a aprovaccedilatildeo
e a evasatildeo)
O Ideb tambeacutem estabeleceu metas anuais de melhora ateacute 2021 para cada
escola puacuteblica cada municiacutepio e cada unidade da Federaccedilatildeo O objetivo mais
geral eacute que o Brasil chegue em 2022 ao niacutevel meacutedio atual de qualidade de
educaccedilatildeo dos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento
Econocircmico (OCDE) a maioria dos quais eacute rica O Ideb prevecirc suporte federal para
as redes e escola com piores resultados
Todo esse arcabouccedilo de avaliaccedilatildeo de qualidade de ensino e mais o teste
internacional Pisa - no qual o Brasil eacute comparado com um grupo de paiacuteses
basicamente os da OCDE e tem ficado nas uacuteltimas colocaccedilotildees tiveram o
desagradaacutevel meacuterito de revelar em detalhes o quadro lamentaacutevel da educaccedilatildeo
brasileira Como explica Menezes as avaliaccedilotildees mostraram queda da qualidade
de ensino entre 1995 e 2001 mas que pode ser explicada basicamente pelo
ingresso no sistema educacional de contingentes que estavam fora Quando o
pessoal eacute absorvido comeccedila a haver um melhora adverte
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Anexo G (Paacutegina 4 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
A partir de 2003 nota-se algum avanccedilo mas lento e concentrado nos niacuteveis
iniciais do fundamental refletindo-se nas avaliaccedilotildees da 4ordf seacuterie Mais
recentemente o Ideb tambeacutem mostrou sinais positivos na 8ordf seacuterie mas a melhora
da qualidade do ensino meacutedio tem sido miacutenima
O grande desafio para o proacuteximo governo segundo Veloso eacute aprender a utilizar o
mapa das avaliaccedilotildees para se chegar a uma qualidade superior de ensino Uma
dificuldade adicional para o governo federal eacute que devido agrave estrutura federativa
do Brasil a educaccedilatildeo baacutesica eacute atribuiccedilatildeo de Estados e municiacutepios e haacute muitos
limites ao que Brasiacutelia pode fazer de forma centralizada
Para o especialista o governo federal pode atuar incentivando e financiando
inovaccedilotildees avaliando e disseminando informaccedilotildees sobre experiecircncias de sucesso
e criando um arcabouccedilo institucional que permita maior autonomia na gestatildeo
escolar
A ideia eacute que o sistema de avaliaccedilotildees iraacute paulatinamente emitindo sinais sobre o
que daacute certo ou natildeo nas dezenas de milhares de escolas brasileiras A partir
dessa base de informaccedilotildees escolas cidades e Estados com o eventual apoio de
Brasiacutelia buscaratildeo copiar e adaptar para si as soluccedilotildees mais bem sucedidas
reveladas pelo sistema de avaliaccedilatildeo
Na verdade esse eacute um processo que jaacute comeccedila a acontecer A ideia de oferecer
bocircnus por desempenho de professores por exemplo espraiou-se pelos Estados
de Satildeo Paulo Pernambuco Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro
Um exemplo bem concreto de como um bom projeto pode replicar-se satildeo as
escolas de ensino meacutedio em tempo integral em Pernambuco uma iniciativa do
empresaacuterio Marcos Magalhatildees que se transformou em poliacutetica puacuteblica Agora a
secretaacuteria de Educaccedilatildeo do municiacutepio do Rio Claudia Costin resolveu adotar uma
iniciativa parecida a partir de 2011 o chamado Ginaacutesio Carioca para o segundo
segmento do fundamental que vai da 5ordf agrave 8ordf seacuterie
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Anexo G
(Paacutegina 5 de 6) Um abismo chamado educaccedilatildeo
Tanto no caso de Pernambuco quanto no projeto do Ginaacutesio Carioca haacute
caracteriacutesticas como cargas horaacuterias de ensino elevadas e bocircnus por
desempenho a professores (combinados com maior cobranccedila de resultado) que
jaacute se provaram eficazes nos Estados Unidos em escolas voltadas a alunos de
famiacutelias carentes que jaacute chegam agrave sala de aula com uma imensa defasagem
criada pelo ambiente familiar Outra caracteriacutestica das duas experiecircncias
brasileiras eacute o trabalho em tempo integral dos professores raro no Paiacutes
Os especialistas apontam diversos outros gargalos e problemas na trajetoacuteria de
melhora da qualidade da educaccedilatildeo no Brasil Uma questatildeo fundamental
principalmente para os alunos das famiacutelias carentes eacute a creche Outro a preacute-
escola Jaacute estaacute amplamente comprovado particularmente pelo trabalho de James
Heckman precircmio Nobel de Economia que a intervenccedilatildeo para reduzir as
defasagens educacionais eacute tatildeo mais eficaz quanto mais prematura ocorrer
Em termos quantitativos o Brasil tem feito progressos nessa aacuterea O porcentual
de crianccedilas de 4 e 5 anos na preacute-escola subiu de 40 para 75 desde a deacutecada
de 90 Menezes nota que eacute animador o fato de que em Estados do Nordeste
como Piauiacute e Cearaacute aquela proporccedilatildeo chega a 90
Veloso observa entretanto que os estudos de Heckman indicam que natildeo basta
ter creches que muitas vezes natildeo passam de depoacutesitos de crianccedila Eacute preciso
uma intervenccedilatildeo bem planejada com professores treinados para estimular
crianccedilas pequenas
A lista de pendecircncias na educaccedilatildeo brasileira eacute grande e inclui questotildees como a
repetecircncia a qualidade dos professores os cursos de pedagogia
(excessivamente teoacutericos na visatildeo de Veloso e Menezes) e no ensino superior
uma definiccedilatildeo mais clara da estrateacutegia - Ricardo Paes de Barros do Instituto de
Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) nota que o Proacute-Uni que distribui bolsas
para pobres em universidades privadas e a expansatildeo da rede de universidades
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Anexo G (Paacutegina 6 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
puacuteblicas onde ricos tecircm mais facilidade de ingressar satildeo iniciativas quase
contraditoacuterias
Existe ainda a questatildeo dos gastos totais em Educaccedilatildeo que atingiram 47 do
PIB em 2008 num grande avanccedilo em relaccedilatildeo aos 39 de 2005 Essa proporccedilatildeo
deve aumentar com a recente retirada dos gastos de educaccedilatildeo da esfera
remanejaacutevel pelo esquema da Desvinculaccedilatildeo de Recursos da Uniatildeo (DRU)
Apesar da extensa e difiacutecil agenda haacute um relativo otimismo quanto agraves
perspectivas da educaccedilatildeo no Brasil baseado exatamente na continuidade de
poliacuteticas pragmaacuteticas e orientadas por resultados que prevalece desde a deacutecada
de 90
Menezes nota poreacutem que ainda haacute muita gente na aacuterea de Educaccedilatildeo que eacute
contraacuteria agrave cultura de avaliaccedilatildeo de indicadores e de comparar escolas O maior
risco para ele eacute retroceder a uma poliacutetica exclusivamente de demandas faacuteceis
como aumentar gastos com educaccedilatildeo e salaacuterio de professores Isso natildeo significa
ser contra essas poliacuteticas mas sim ter claro que a melhora da qualidade da
educaccedilatildeo estaacute intimamente ligada agrave melhora da qualidade do gasto com
educaccedilatildeo
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Anexo H
IDEB OBSERVADO VERSUS METAS ESTABELECIDAS
Anos In ic ia is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 8 4 2 4 6 3 9 4 2 6 0
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 6 4 0 4 4 3 6 4 0 5 8
Es tadual 3 9 4 3 4 9 4 0 4 3 6 1
Munic ipa l 3 4 4 0 4 4 3 5 3 8 5 7
Pr ivada 5 9 6 0 6 4 6 0 6 3 7 5
Anos Fina is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 5 3 8 4 0 3 5 3 7 5 5
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 2 3 5 3 7 3 3 3 4 5 2
Es tadual 3 3 3 6 3 8 3 3 3 5 5 3
Munic ipa l 3 1 3 4 3 6 3 1 3 3 5 1
Pr ivada 5 8 5 8 5 9 5 8 6 0 7 3
Ensino Meacutedio
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 4 3 5 3 6 3 4 3 5 5 2
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 1 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Es tadual 3 0 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Munic ipa l 2 9 3 2 - 3 0 3 1 4 8
Pr ivada 5 6 5 6 5 6 5 6 5 7 7 0
Fon te h t tp s is temas ideb inep govb r resu l tado 18 10 2010
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Anexo I (Paacutegina 1 de 5)
REDUZ-SE A MIGRACcedilAtildeO INTERNA
httpwwwestadaocombrestadaodehoje20101019not_imp6266910php 19102010
Reduz-se a migraccedilatildeo interna
19 de ou tub ro de 2010 | 0h 00 - O Estado de S Pau lo
Um dos aspectos mais relevantes do crescimento econocircmico recente do Brasil eacute a reduccedilatildeo do fluxo migratoacuterio do Nordeste para o Sudeste Isso em parte se deve a programas sociais como o Bolsa-Famiacutelia que sem duacutevida retecircm pessoas em seus municiacutepios de origem Mas o principal fator responsaacutevel pelas decisotildees de milhares de pessoas de permanecer na regiatildeo eacute a geraccedilatildeo de empregos no Nordeste como mostra estudo feito pelo economista Faacutebio Romatildeo da LCA Consultores
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste diminuiu significativamente Entre 1992 e 2002 o Nordeste perdeu 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Jaacute de 2002 a 2007 a taxa anual caiu para 098 e em 2008 e 2009 natildeo passou de 085 E natildeo satildeo poucos os nordestinos que migraram para os grandes centros do Paiacutes e estatildeo retornando a seus Estados natais Haacute razatildeo para isso uma vez que de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados as uacutenicas regiotildees que registraram aumento do emprego formal de 2008 para 2009 foram a Norte (40) e a Nordeste (12)
Evidencia-se portanto que a expansatildeo econocircmica do Paiacutes natildeo eacute um fenocircmeno localizado mas vem se espraiando Essa evoluccedilatildeo contribui certamente para a reduccedilatildeo dos desequiliacutebrios regionais de desenvolvimento que constituem um dos mais graves problemas nacionais Em ciclos anteriores de expansatildeo esse descompasso se acentuou uma vez que os maiores polos industriais do Paiacutes estatildeo localizados no Sudeste onde tambeacutem se situam os maiores mercados Programas destinados a corrigir essa distorccedilatildeo por meio da concessatildeo de incentivos fiscais tiveram algum efeito mas muito menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia nordestina pelo aumento da renda e pelos efeitos multiplicadores de investimentos na aacuterea de turismo e na infraestrutura como os que vecircm sendo feitos no Porto de Suape em Pernambuco e na Ferrovia Transnordestina
Como constatam os comerciantes locais e as empresas de varejo de massa que expandem suas redes pela regiatildeo o mercado consumidor do Nordeste teve um
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Anexo I (PAacuteGINA 2 DE 5)
crescimento ineacutedito Segundo o economista Faacutebio Romatildeo o crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase a metade dos salaacuterios dos trabalhadores explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio
Eacute no entanto a construccedilatildeo civil caracterizada pela grande absorccedilatildeo de matildeo de obra que tem atuado como a maior retentora de migrantes De acordo com o Sindicato da Construccedilatildeo Civil da Bahia de janeiro a agosto deste ano a construccedilatildeo civil contratou naquele Estado 25526 trabalhadores mais do que em todo o ano passado com a multiplicidade de preacutedios residenciais e comerciais shopping centers e obras ligadas agrave realizaccedilatildeo da Copa do Mundo de 2014 como mostrou o Estado (1010)
O mais raacutepido desenvolvimento do Nordeste eacute sem duacutevida beneacutefico para o Paiacutes como um todo e resulta em menor pressatildeo social na Regiatildeo Sudeste Mas natildeo deixa de causar problemas O fluxo contiacutenuo de nordestinos tem servido haacute deacutecadas como reserva de matildeo de obra de Satildeo Paulo e dos centros mais desenvolvidos do Paiacutes Com a diminuiccedilatildeo de migrantes haacute escassez de matildeo de obra no Sudeste na construccedilatildeo civil diretamente afetada pela menor migraccedilatildeo uma vez que 20 dos nordestinos vecircm para trabalhar nessa aacuterea Outro setor que natildeo estaacute conseguindo preencher novas vagas eacute o de supermercados onde tambeacutem eacute forte a presenccedila de trabalhadores migrantes
Essa situaccedilatildeo mostra a especial importacircncia que tem a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho de novos contingentes de trabalhadores que jaacute vivem na periferia dos grandes centros e que natildeo encontram emprego devido ao seu baixo niacutevel de escolaridade Ou seja o Brasil pode avanccedilar muito mais gerando mais empregos se for capaz de incorporar ao mercado de trabalho os milhotildees hoje marginalizados por falhas gritantes no ensino fundamental
h t tp wwwes tadaocomb r es tadaodeho je 20101010no t_ imp623016 0 php 19 10 2010
Com o crescimento econocircmico cai a migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste
A parcela de nordestinos que migra caiu pela metade em relaccedilatildeo ao pico da deacutecada de 90 alterando o perfil econocircmico das regiotildees 10 de ou tub ro de 2010 | 0h 00
Maacuterc ia De Ch ia ra - O Estado de S Pau lo
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Anexo I (Paacutegina 3 de 5)
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste estaacute caindo Com o crescimento econocircmico dos uacuteltimos anos a saiacuteda de trabalhadores da regiatildeo quase caiu pela metade em relaccedilatildeo ao ecircxodo em massa dos anos 90
O caacutelculo feito pelo economista da LCA Consultores Faacutebio Romatildeo leva em conta o nuacutemero de migrantes em comparaccedilatildeo ao total da populaccedilatildeo
Entre os anos 1992 e 2002 o Nordeste perdeu o equivalente a 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Entre 2002 e 2007 a parcela dos migrantes que deixou a regiatildeo a cada ano recuou para 098 Em 2008 e 2009 a meacutedia caiu para 085
Para chegar a esse resultado Romatildeo considerou dados do estudo feito por Herton Arauacutejo economista do Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) que avaliou o fluxo meacutedio da migraccedilatildeo no Brasil entre 1992 e 2009 Romatildeo ponderou o resultado pela evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo em cada periacuteodo
O que chama a atenccedilatildeo eacute que a populaccedilatildeo do Nordeste aumentou e um nuacutemero menor de pessoas veio para o Sudeste afirma o economista da LCA Arauacutejo do Ipea observa que a grande diaacutespora do Nordeste para o Sudeste ocorreu nos anos 90 e foi provocada pela falta de emprego que diminuiu nos uacuteltimos anos
O fluxo do Nordeste para o Sudeste continua mas natildeo na mesma intensidade diz o demoacutegrafo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Fernando Albuquerque
Viagens do sertatildeo Empresas que lidam diretamente com esses migrantes confirmam a mudanccedila de tendecircncia A Viaccedilatildeo Itapemirim por exemplo registrou nos uacuteltimos cinco anos queda de 10 no nuacutemero de passageiros entre cidades do sertatildeo e Satildeo Paulo e Rio de Janeiro Joseacute Valmir Casagrande diretor comercial da empresa atribui parte dessa retraccedilatildeo agrave melhora do poder aquisitivo na regiatildeo
Albuquerque do IBGE observa que os programas sociais estatildeo segurando as pessoas nas cidades de origem em razatildeo dos benefiacutecios oferecidos Mas Romatildeo ressalta que a geraccedilatildeo de postos formais de trabalho no Nordeste eacute o principal responsaacutevel pela retenccedilatildeo da populaccedilatildeo
O crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase
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Anexo I (Paacutegina 4 de 5)
a metade dos salaacuterios dos trabalhadores na regiatildeo explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio afirma Romatildeo
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) as uacutenicas regiotildees que registraram aumento da geraccedilatildeo liacutequida do emprego formal de 2008 para 2009 no auge da crise foram a Norte e a Nordeste com crescimento de 40 e 12 respectivamente No mesmo periacuteodo o saldo do emprego formal no Paiacutes recuou 315 No Sudeste a retraccedilatildeo foi de 434
Dados da Pnad de 2008 revelam que 49 dos trabalhadores formais do Nordeste tecircm seus rendimentos atrelados ao salaacuterio miacutenimo Romatildeo destaca que entre 2005 e 2010 o miacutenimo teve um ganho real de 497
Efeito no Sudeste O recuo na migraccedilatildeo provoca mudanccedila tambeacutem no mercado de trabalho no Sudeste Esse eacute um dos fatores que contribuiacuteram para a falta de matildeo obra no comeacutercio na construccedilatildeo civil e nos serviccedilos domeacutesticos A tendecircncia ainda eacute acentuada pela volta de muitos nordestinos que vivem no Sudeste e que retornam agrave terra natal como a diarista Nuacutebia Passos Couto (leia a histoacuteria de Nuacutebia e outros migrantes na paacutegina B3)
Um dos setores mais afetados pela queda do fluxo de migrantes eacute a construccedilatildeo Segundo estudo do Ipea 20 dos nordestinos que migram para o Sudeste vecircm para trabalhar no setor A matildeo de obra no Sudeste estaacute escassa e hoje estaacute mais faacutecil admitir nas obras do Nordeste porque a oferta de trabalhadores eacute maior laacute diz o vice-presidente de Relaccedilotildees Capital e Trabalho do Sinduscon-SP Haruo Ishikawa
A maior disponibilidade de matildeo de obra para a construccedilatildeo no Nordeste aparece nos nuacutemeros do Caged Nos uacuteltimos 12 meses ateacute agosto o Nordeste foi responsaacutevel por 35 da geraccedilatildeo liacutequida de postos de trabalho na construccedilatildeo Entre admissotildees e demissotildees o Nordeste teve um saldo positivo de 1161 mil vagas No Brasil o saldo foi de 3316 mil postos de trabalho
O quadro de falta de matildeo de obra afeta tambeacutem os supermercados De cada 100 novas vagas natildeo conseguimos preencher 20 conta o vice-presidente de economia da Associaccedilatildeo Paulista de Supermercados Martinho Paiva Moreira A queda no nuacutemero de migrantes afeta especialmente a contrataccedilatildeo de accedilougueiros padeiros e confeiteiros No passado a maioria dos trabalhadores dessas aacutereas vinha do Nordeste observa
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Anexo I (Paacutegina 5 de 5)
A proacutepria expansatildeo no Nordeste das redes nacionais afeta a contrataccedilatildeo dessas mesmas companhias no Sudeste O mercado estaacute aquecido em todas as regiotildees mas temos tido mais dificuldade de recrutar pessoal em Satildeo Paulo e no Rio conta a Magna Santos diretora de Recursos Humanos do Grupo Patildeo de Accediluacutecar
Ateacute 2005 cerca de 60 dos funcionaacuterios da empresa alocados no Sudeste vinham do Nordeste Hoje essa fatia eacute bem menor Nos uacuteltimos trecircs anos a rede abriu 2 mil vagas no Nordeste o que de certa forma drenou parte da matildeo de obra que em outras eacutepocas viria para o Sudeste em busca de emprego formal
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Anexo J (Paacuteg ina 1 de 4 ) V INOD KHOSLA ndash B IL IONAacuteRIO INOVADOR FUNDADOR DA SKS MICROFINANCE ndash F INANCIAMENTE DIRIG IDO AOS PEQUENOS EMPRESAacuteRIOS
Pub l ished Octobe r 5 2010 The New York Times Sun Co-Founder Uses Capi ta l ism to Help Poor MUMBAI Ind ia mdash V inod Khos la t he b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t and co - founder o f Sun Mic rosys tems was a l ready among the wor ld rsquos r i chest men when he inves ted a few yea rs ago in SKS Mic ro f inance a lende r to poor women in Ind ia V inod Khos la a b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t p romotes compan ies tha t p ro f i t the poor and s t i l l tu rn a p ro f i t themse lves But the roa r ing success o f SKS rsquos recen t in i t ia l pub l i c s tock of fe r ing in Mumba i has made h im r i che r by abou t $117 mi l l ion mdash money he says he p lans to p low back in to o ther ven tu res tha t a im to f i gh t pove r t y wh i le a lso t r y ing to tu rn a p ro f i t And he says he wants to cha l lenge o the r r i ch Ind ians to do more to he lp the i r coun t ry rsquos poo r An Ind ian t ransp lan t to S i l i con Va l ley Mr Khos la p lans to s ta r t a ven tu re cap i ta l f und to inves t in compan ies tha t f ocus on the poo r i n Ind ia A f r ica and e lsewhere by p rov id ing se rv ices l i ke hea l th ene rgy and educa t ion By back ing bus inesses tha t p rov ide educa t ion loans o r d i s t r ibu te so la r pane ls in v i l lages he says he wants to show tha t commerc ia l en t i t ies can be t te r he lp peop le in pover t y t han most nonp ro f i t cha r i tab le o rgan iza t ions ldquoThere needs to be more expe r iments in bu i ld ing sus ta inab le bus inesses go ing a f te r the marke t f o r the poo r rdquo he sa id in a te lephone in te rv iew f rom h is o f f i ce in Men lo Pa rk Ca l i f ldquo I t has to be done in a sus ta inab le way There is no t enough money to be g iven away in the wor ld to make the poo r we l l o f f rdquo Mr Khos la rsquos advocacy o f the boo ts t rap powers o f cap i ta l i sm is par t o f an inc reas ing ly popu la r schoo l o f thought bus inesses no t gove rnments o r nonp ro f i t g roups shou ld lead the e f fo r t to e rad ica te g loba l pove r t y Some nonp ro f i t expe r ts say commerc ia l soc ia l en te rp r ises have s ign i f i can t l im i ta t ions and pose con f l i c ts o f in te res t Bu t p roponents l i ke Mr Khos la d raw insp i ra t ion f rom the as tou nd ing g loba l g rowth o f m ic ro f inance mdash the bus iness o f g i v ing sma l l loans to poo r en t rep reneu rs o f wh ich SKS Mic ro f inance i s a no tab le p rac t i t ione r
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Anexo J (Paacuteg ina 2 de 4 ) Advoca tes a lso f ind in te l l ec tua l suppo r t f o r the idea f rom the work o f bus iness managemen t p ro fesso rs l i ke the la te C K Praha lad who have a rgued tha t la rge co rpo ra t ion s can do we l l and do good by a im ing a t peop le a t the so -ca l led bo t tom o f the pyram id Bes ides Mr Khos la en t repreneu rs l i ke P ie r re Omidya r a co -founde r o f eBay and Stephen M Case a co - founde r o f Amer ica On l ine have s ta r ted funds wi th s im i la r a ims Bu t Mr Khos la 55 who moved to the Un i ted Sta tes f rom Ind ia as a g raduate s tudent in 1976 has ano the r mot i ve too He wants to goad o the r r i ch Ind ians in to g i v ing away more o f the i r wea l th Ind ia rsquos to r r id g rowth ove r the las t decade has he lped enr i ch many here mdash Fo rbes es t imates tha t I nd ia now has 69 b i l l iona i res up f rom seven in 2000 mdash bu t on ly a few have se t up la rge char i t ies endowments o r ven tu re cap i ta l f unds ldquo I t su rp r i ses me tha t in Ind ia there i s no t a t rad i t ion o f la rge -sca le g i v ing and he lp ing to so lve soc ia l p rob lems and se t a soc ia l mode l rdquo Mr Khos la sa id Mr Khos la i s no t a lone in wo r ry ing about the s ta te o f Ind ian ph i lan th ropy B i l l Ga tes the M ic roso f t co - founde r who was in Ch ina las t week wi th the b i l l iona i re inves to r War ren E Bu ffe t t sa id Thu rsday tha t he and Mr Bu f fe t t m igh t go to Ind ia as par t o f the i r campa ign to ge t the ve ry r i ch to g i ve away ha l f the i r wea l th Cha r i tab le ac t i v i t i es and ven tu re cap i ta l inves t ing have been a ma ins tay fo r some Ind ian bus iness fami l ies l i ke the Ta tas and fo r techno logy en t repreneu rs l i ke Az iz P rem j i o f W ipro the Banga lo re ou tsou rc ing f i rm Bu t many o the rs have g iven very l i t t le A recen t Ba in amp Company s tudy es t imated tha t Ind ians g ive much l ess as a pe rcen tage o f the coun t ry rsquos g ross domest ic p roduct than Amer icans Moreove r i nd iv idua l and co rpo ra te donat ions account f o r jus t 10 pe rcen t o f the cha r i tab le g i v ing in I nd ia compared wi th 75 pe rcen t i n the Un i ted Sta tes and 34 pe rcen t in B r i ta in The ba lance comes f rom the gove rnment and fo re ign o rgan iza t ions Rich Ind ians ldquoa re more in to temp le bu i ld ing and th ings l i ke tha t rdquo sa id Sami t Ghosh the ch ie f execu t i ve o f U j j i van F inanc ia l a mic ro lende r based in Banga lo re ldquo ra the r t han pu t t ing the i r money i n to rea l p rograms wh ich w i l l have rea l impact on pove r t y a l lev ia t ion rdquo Mr Khos la sa id h is exper ience wi th m ic ro f inance had he lped shape h is v iews on the bes t way to tack le pove r t y He has
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Anexo J (Paacuteg ina 3 de 4 ) i nves ted in commerc ia l m ic ro f inance lende rs and has dona ted to nonp ro f i t ones and he sa id tha t moneymak ing ve rs ions had g rown much fas te r and reached many more needy bo r rowers He sa id he wanted to he lp c rea te a new gene ra t ion o f compan ies l i ke SKS wh ich s ta r ted lend ing as a commerc ia l company in 2006 I t now has 6 8 m i l l ion cus tomers and a loan po r t f o l io o f 43 b i l l ion rupees ($940 mi l l ion ) By con t ras t CashPor a nonp ro f i t Ind ian lende r to wh ich Mr Khos la has a lso g i ven money has 417 000 bo r rowers and a po r t f o l io o f 2 7 b i l l ion rupees ($58 m i l l ion ) even though i t s ta r ted ope ra t ions in 1996 (h t t p wwwny t imescom201010 06 bus iness g loba l 06khos la h tm lpagewanted=1amp_r=2ampsq=pove r t y fundampst=cseampscp= 1 ) Acessado em 21 10 10 (Page 2 o f 2 ) Bes ides g rowing fas te r SKS Ind ia rsquos la rges t m ic ro f inance company has become a s tock marke t da r l ing The company f loa ted i ts sha res on Ind ia rsquos s tock exchanges in m id -August and they have r isen 40 pe rcen t s ince the n En la rge Th is Image
Ka inaz Amar ia fo r The New York Times Harness ing the power o f cap i ta l i sm i s inc reas ing ly popu la r a mong those seek ing to e rad ica te g loba l pove r t y Add to Po r t f o l io W ipro L td Mic roso f t Co rp eBay Inc Sun Mic rosys tems Inc At cu r ren t p r ices Mr Khos la rsquos 6 pe rcen t s take in SKS i s wo r th abou t $120 m i l l ion abou t 37 t imes what he inves ted in the f i rm in 2006 and 2007 (Sha res o f SKS fe l l 7 pe rcen t on Monday af te r the company sa id i t had f i red i ts ch ie f execu t i ve Suresh Guruman i An SKS spokesman A tu l Tak le dec l ined to answer ques t ions ) Mr Khos la sa id i t m igh t take a t leas t a year to se t up h is new ven tu re fund He in tends to f inance i t f rom h is SKS p ro f i t s and
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Anexo J (Paacuteg ina 4 de 4 ) then re tu rn to the fund any p ro f i ts f rom subsequent ven tu res i t backs Mr Khos la has a l ready been inves t ing in compan ies tha t he says f i t h is mode l o f p ro f i tab le pove r t y a l lev ia t ion One is Moksha Yug Access wh ich se ts up m i lk co l lec t ion and ch i l l ing p lan ts in Ind ia to he lp da i ry f a rmers The company says i t he lps fa rmers reduce t ranspo r ta t ion cos ts and ge t h igher p r ices fo r the i r m i l k than they can wi th loca l d i s t r i bu to rs Ph i lan th ropy exper ts say commer c ia l compan ies p lay an impor tan t ro le in combat ing pove r t y by c rea t ing jobs Bu t they say these ldquo soc ia l en te rp r ises rdquo as they a re somet imes known canno t be so le l y re l ied upon to add ress the many en t renched causes o f pove r t y Moreove r as the fa l lou t f rom the g loba l f inanc ia l c r is i s has made c lea r the p ro f i t -max im iz ing tendenc ies o f bus inesses can hur t soc ie t y sa id Ph i l Buchanan p res iden t f o r the Cente r f o r E f fec t i ve Ph i lan th ropy a resea rch o rgan iza t ion based in Cambr idge Mass Nonp ro f i ts a re e f fec t i ve because they can ldquo take issue wi th the unb r id led pu rsu i t o f p ro f i t a t the expense o f peop le rsquos l i ves rdquo Mr Buchanan sa id ldquo I th ink some o f tha t ge ts los t in a l l o f the hype a round soc ia l en te rp r ise rdquo Mr Khos la says tha t he i s no t comp le te l y opposed to c ha r i t ies mdash tha t h is f und may even dona te to some nonp ro f i t en t i t ies Bu t he says he i s gene ra l l y skep t ica l t ha t nongove rnmenta l o rgan iza t ions can accomp l ish much because they tend to d r i f t away f rom what the i r dono rs wan ted them to do ldquo I am re la t i ve ly ne ga t i ve on mos t NGO rsquos and the i r e f f ec t i veness rdquo he sa id ldquo I am no t negat i ve on the i r in ten t ions rdquo
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Anexo K (Paacutegina 1 de 3)
EFEITO MULTIPLICADOR Paul A Samuelson57 coloca o seguinte sobre o efeito multiplicador 58 ldquoUm aumento no investimento privado provocaraacute uma expansatildeo de renda e como uma reduccedilatildeo no investimento faraacute com que ela se contraiardquo ldquoUm aumento no investimento liacutequido iraacute aumentar a renda nacional de uma quantidade multiplicada ndash de uma quantidade maior do ela proacutepria Os doacutelares aplicados em investimento ndash como quaisquer deslocamentos independentes nas despesas governamentais estrangeiras ou familiares ndash satildeo uma forccedila de alta potecircncia doacutelares de rendimento duplo por assim dizerrdquo ldquoEsse efeito amplificado que o investimento exerce sobre a renda eacute chamado de doutrina do multiplicador O termo multiplicador eacute usado para indicar o coeficiente numeacuterico que indica o aumento de renda que resulta de cada aumento dessas despesas em investimentosrdquo Para exemplificar como funciona o efeito multiplicador Samuelson coloca o seguinte exemplo Accedilatildeo construccedilatildeo de uma nova garagem59
Valor dos recursos $1000 seratildeo pagos a carpinteiros e produtores de madeira
Todos teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($66667) que gastaratildeo em novos bens de consumo
Os produtores dos novos bens de consumo tambeacutem teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($44444)
O processo continuaraacute sendo cada nova etapa 23 da anterior A tabela I abaixo procura demonstrar como funciona o efeito multiplicador considerando-se a situaccedilatildeo acima a renda inicial eacute de $ 1000 mas face agrave propensatildeo a consumir dos beneficiaacuterios haacute um efeito multiplicado que vem a resultar em $2998 ao final portanto o multiplicador neste caso eacute 3 vezes o valor inicial O estudo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-
57
P r o f e s s o r d e Ec o n o m i a d o M I T ndash P r e m i o N o b e l d e Ec o n o m i a d e 1 9 7 0
58 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6
a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g
3 1 4 - - e d i t o r a AG I R -
59 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a ndash S a m u e l s o n 6 ordf E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0 ndash
e d i t o r a AG I R
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Anexo K (Paacutegina 2 de 3) Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper concluiu que a expansatildeo de R$ 18 bilhatildeo de aumento no Programa Bolsa Famiacutelia entre 2005 e 2006 provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees A fim de comprovar o crescimento do PIB como resultados dos valores investidos pelo Programa Bolsa Famiacutelia construiacutemos a tabela II seguindo o esquema de Paul A Samuelson a fim de conseguimos projetar o efeito multiplicador aproximado das inversotildees Para tanto temos que considerar que a populaccedilatildeo beneficiaacuteria do Programa Bolsa Famiacutelia por ser carente possui uma propensatildeo a consumir maior do que a proacutepria recebida60
TABELA I
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Poupanccedila Consumir dos
Renda (13) Beneficiaacuterios (23)
RENDA INICIAL 1000 333 667
RENDA 2
667 222 444
RENDA 3 444 148 296
RENDA 4 296 99 198
RENDA 5 198 66 132
RENDA 6 132 44 88 RENDA 7 88 29 59 RENDA 8 59 19 39 RENDA 9 39 13 26 RENDA 10 26 9 17 RENDA 11 17 6 12 RENDA 12 12 4 8 RENDA 13 8 3 5 RENDA 14 5 2 3 RENDA 15 3 1 2 RENDA 16 2 1 2 RENDA 17 2 1 1
RENDA 18 1 0 -
TOTAL 2998
MULTIPLICADOR (K) 3
60
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0
- - e d i t o r a AG I R ndash n e s t e c a s o d e ve m o s c o n s i d e r a r o p o t e n c i a l d e
e n d i v i d a m e n t o p o r q u e e m h a v e n d o r e n d a h aacute m a i s a c e s s o a o c r eacute d i t o
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Anexo K (Paacutegina 3 de 3) No exemplo acima o efeito multiplicador eacute 3 portanto um investimento inicial de $1000 resultaraacute ao final em $3000
TABELA II
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Endividamento Consumir dos
Renda - 2 Beneficiaacuterios 102
(Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$)
RENDA 1 1800 (59) 1859
RENDA 2 1859 (60) 1919
RENDA 3 1919 (62) 1981
RENDA 4 1981 (64) 2046
RENDA 5 2046 (66) 2112
RENDA 6 2112 (69) 2181
RENDA 7 2181 (71) 2252
RENDA 8 2252 (73) 2325
RENDA 9 2325 (76) 2400
RENDA 10 2400 (78) 2478
RENDA 11 2478 (81) 2559
RENDA 12 2559 (83) 2642
RENDA 13 2642 (86) 2728
RENDA 14 2728 (89) 2817
RENDA 15 2817 (92) 2908
RENDA 16 2908 (95) 3003
RENDA 17 3003 (98) 3100
RENDA 18 3100 (101) 3201
TOTAL 43109
MULTIPLICADOR (K) 239 Na simulaccedilatildeo acima o investimento de R$ 18 bilhotildees potencialmente poderaacute gerar R$ 431 bilhotildees ndash na ilustraccedilatildeo acima utilizamos 18 ldquogeraccedilotildeesrdquo de renda porque a tendecircncia geradora tende a infinito o que eacute utoacutepico
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Anexo L (Paacutegina 1 de 3)
BENEFIacuteCIOS PAGOS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Valores dos Benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia61
Os valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia variam de R$ 32 a R$
242 de acordo com a renda mensal da famiacutelia por pessoa e com o nuacutemero de
crianccedilas e adolescentes de ateacute 17 anos O Programa tem quatro tipos de benefiacutecios
o baacutesico o variaacutevel o variaacutevel vinculado ao adolescente e o variaacutevel de caraacuteter
extraordinaacuterio
O Benefiacutecio Baacutesico de R$ 70 eacute pago agraves famiacutelias consideradas extremamente
pobres com renda mensal de ateacute R$ 70 por pessoa mesmo que elas natildeo tenham
crianccedilas adolescentes ou jovens
O Benefiacutecio Variaacutevel de R$ 32 eacute pago agraves famiacutelias pobres com renda mensal de ateacute
R$ 140 por pessoa desde que tenham crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Cada famiacutelia pode receber ateacute trecircs benefiacutecios variaacuteveis ou seja ateacute R$ 96
O Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente (BVJ) de R$ 38 eacute pago a todas as
famiacutelias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a
escola Cada famiacutelia pode receber ateacute dois benefiacutecios variaacuteveis vinculados ao
adolescente ou seja ateacute R$ 76
O Benefiacutecio Variaacutevel de Caraacuteter Extraordinaacuterio (BVCE) eacute pago agraves famiacutelias nos casos
em que a migraccedilatildeo dos Programas Auxiacutelio-Gaacutes Bolsa Escola Bolsa Alimentaccedilatildeo e
Cartatildeo Alimentaccedilatildeo para o Bolsa Famiacutelia cause perdas financeiras O valor do
benefiacutecio varia de caso a caso
Entenda como eacute calculado o valor do benefiacutecio do Bolsa Famiacutelia
61
F o n t e M D S - h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a v a l o r e s - d o s - b e n e f i c i o s
A c e s s o e m 2 3 1 1 2 0 1 1
1 8 2
Anexo L (Paacutegina 2 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de ateacute R$ 70 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Baacutesico R$ 7000
1 0 Baacutesico + 1 variaacutevel R$ 10200
2 0 Baacutesico + 2 variaacuteveis R$ 13400
3 0 Baacutesico + 3 variaacuteveis R$ 16600
0 1 Baacutesico + 1 BVJ R$ 10800
1 1 Baacutesico + 1 variaacutevel + 1
BVJ
R$ 14000
2 1 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 17200
3 1 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 20400
0 2 Baacutesico + 2 BVJ R$ 14600
1 2 Baacutesico + 1 variaacutevel + 2
BVJ
R$ 17800
2 2 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 21000
3 2 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 24200
1 8 3
Anexo L (Paacutegina 3 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de R$ 70 a R$ 140 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Natildeo recebe benefiacutecio
baacutesico
-
1 0 1 variaacutevel R$ 3200
2 0 2 variaacuteveis R$ 6400
3 0 3 variaacuteveis R$ 9600
0 1 1 BVJ R$ 3800
1 1 1 variaacutevel + 1 BVJ R$ 7000
2 1 2 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 10200
3 1 3 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 13400
0 2 2 BVJ R$ 7600
1 2 1 variaacutevel + 2 BVJ R$ 10800
2 2 2 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 14000
3 2 3 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 17200
SUMAacuteRIO
INTRODUCcedilAtildeO 11 PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA 11 METODOLOGIA 15 RENDA MIacuteNIMA 16 1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA FUNCIONAMENTO E SUSTENTABILIDADE
20
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES 20 11 Regulamentos Funcionais 20 112 Controles 28 113 Legislaccedilatildeo 32 114 Transferecircncia de Renda 34 12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA 39 121 Impacto na Economia 39 122 Acesso ao Creacutedito 42 2 QUALIDADE DE VIDA E DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 47 21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA 47 212 Porque El iminar as Desigualdades 47 213 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 54 214 Iacutendice de Gini 63 215 Capita l Humano 72 22 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA 77 221 Desaf ios 77 222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo 81 223 Educaccedilatildeo Brasi le ira No Contexto Mundial 85 3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES REGIOtildeES BRASILEIRAS
91
31 REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA 91 32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMICO 102 321 Acesso agrave Escola 102 322 Desigualdade entre Regiotildees 104 323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho 107 33 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO 117 34 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011 -2020 DESTAQUES
124
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA REDUZIR A DESIGUALDADE
131
41 SAIacuteDA DO BOLSA FAMIacuteLIA 134 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
138
REFEREcircNCIAS 145 ANEXOS 152
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Frequecircncia de Alunos 24 Tabela 2 Trabalho Infantil 27 Tabela 3 Taxa de Analfabetismo da Populaccedilatildeo Acima de 15 anos 60 Tabela 4 Resultado do IDEB versus Metas Estabelecidas 83 Tabela 5 Crescimento Anual do IDH Regional 94 Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional 101 Tabela 7 Taxa de Escolarizaccedilatildeo Liacutequida por Regiatildeo 104 Tabela 8 Tendecircncia do Iacutendice de Gini por Regiatildeo 107 Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada 108 Tabela 10 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa por Regiatildeo 111 Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingressos 2001-2009 112 Tabela 12 Taxa de Fecundidade no Brasil 114 Tabela 13 Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total 116 Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos Familiares em Educaccedilatildeo 123 Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB 127 Tabela 16 Meacutedias Projetadas para as Provas PISA 128 Tabela 17 Meacutedias Alcanccediladas no Exame PISA 2009 128 Tabela 18 Multiplicador 1 de aumento no PIB por Tipo de Gasto 133 Tabela 19 Motivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutelia 2003-2011 136 LISTA DE GRAacuteFICOS Graacutefico 1 Taxa de Alfabetizaccedilatildeo 25 Graacutefico 2 Mortalidade Infantil 26 Graacutefico 3 Alocaccedilatildeo de Recursos para a Assistecircncia Social 38 Graacutefico 4 Iacutendice de Desenvolvimento Humano 56 Graacutefico 5 Meacutedia de Escolaridade do Brasileiro 57 Graacutefico 6 Expectativa de Escolaridade das Crianccedilas Brasileiras 59 Graacutefico 7 Expectativa de Vida 61 Graacutefico 8 Renda Per Capita (US$ PPP Constante a Preccedilos de 2005) 62 Graacutefico 9 Iacutendice de Gini 64 Graacutefico 10 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Fundamental 84 Graacutefico 11 Distorccedilatildeo de Idade ndash Ensino Meacutedio 85 Graacutefico 12 Escolaridade Meacutedia ndash Austraacutelia Argentina e Brasil 87 Graacutefico 13 Expectativa de Escolaridade - Austraacutelia Argentina e
Brasil 88
Graacutefico 14 Recursos Federais Alocados agrave Educaccedilatildeo 90 Graacutefico 15 Expectativa de Vida por Regiatildeo 96 Graacutefico 16 Mortalidade Infantil por Regiatildeo ndash 2009 97 Graacutefico 17 Taxa de Analfabetismo 99 Graacutefico 18 Trajetoacuteria dos Fatores Utilizados na Nova Metodologia de
Caacutelculo da Dimensatildeo Educaccedilatildeo para o IDH 100
Graacutefico 19 Iacutendice de Gini por Regiatildeo 105 Graacutefico 20 Empregados com Carteira Assinada 113 Graacutefico 21 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo - do PIB 118 Graacutefico 22 Investimento Puacuteblico em Educaccedilatildeo 119 Graacutefico 23 Famiacutelias Beneficiadas pelo Programa Bolsa Famiacutelia 137
LISTA DE ABREVIATURAS
BCI ndash Banco Central do Brasil BIEN ndash Basic Income European Network BNDES ndash Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social BVJ ndash Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente CadUacutenico - Cadastro Uacutenico para Programas Sociais CEF ndash Caixa Econocircmica Federal CGU ndash Controladoria Geral da Uniatildeo FEAUSPndash Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Contabilidade da Universidade de Satildeo Paulo FGV ndash Fundaccedilatildeo Getuacutelio Vargas HDI ndash Human Development Index IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica IBMEC ndash Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais IDEB - Iacutendice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica IDH ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aniacutesio Teixeira INSPER ndash Instituto de Ensino e Pesquisa IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Avanccedilada LOA ndash Lei Orccedilamentaacuteria Anual MDS - Ministeacuterio do Desenvolvimento Social e Combate agrave Fome MEC ndash Ministeacuterio da Educaccedilatildeo e Cultura MIT ndash Massachusetts Institute of Tecnology OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho PBF ndash Programa Bolsa Famiacutelia PISA - Programme for International Student Assessment ndash Programa Internacional de Avaliaccedilatildeo de Estudantes PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacutelio PNE ndash Plano Nacional de Educaccedilatildeo PNUD ndash Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento POF ndash Pesquisa de Orccedilamentos Familiares PUC ndash Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica UFRJ ndash Universidade Federal do Rio de Janeiro UMESP ndash Universidade Metodista de Satildeo Paulo UNDP ndash United Nations Development Programmee USP ndash Universidade de Satildeo Paulo WIPO - World Intellectual Property Organization
SUMAacuteRIO DOS ANEXOS
Anexo A - Renda miacutenima Lei 10835 de 8 de janeiro de 2004--------------Pg 152
Anexo B- Investimentos em educaccedilatildeo -------------------------------------------Pg 153
Anexo C- Tudo pronto para a nova etapa ndash Entrevista com o economista Makhtar
Diop do Banco Mundial ---------------------------------------------------------------Pg 154
Anexo D- Noruega educaccedilatildeo preacute-escolar ---------------------------------------Pg 157
Anexo E- O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia -----------Pg 158
Anexo F - Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na economia----------------Pg 161
Anexo G - Um abismo chamado educaccedilatildeo -------------------------------------Pg 162
Anexo H - IDEB observado versus metas estabelecidas --------------------Pg 168
Anexo I ndash Reduz-se a migraccedilatildeo interna ------------------------------------------Pg 169
Anexo J - Vinod Khosla ndash Bilionaacuterio inovador fundador da Sks Microfinance -
Financiamento dirigido aos pequenos empresaacuterios --------------------------Pg 174
Anexo K ndash Efeito multiplicador ------------------------------------------------------Pg 178
Anexo Lndash Valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia---Pg181
RESUMO
Esta dissertaccedilatildeo trata de um tema relativamente novo com literatura escassa praticamente sem estudos teoacutericos que o abordem Referenciais satildeo encontrados em publicaccedilotildees feitas em seminaacuterios e palestras bem como em artigos e notas jornaliacutesticas Esta dissertaccedilatildeo se trata de trabalho exploratoacuterio analiacutetico descritivo com base documental O Programa Bolsa Famiacutelia tema central deste trabalho eacute uma ferramenta para distribuiccedilatildeo de renda que funciona de forma simples e tem sido efetiva para o atendimento de famiacutelias que vivem abaixo da linha de pobreza Ele eacute resultado da fusatildeo de vaacuterios outros programas dispersos e com efetividade questionaacutevel ndash Bolsa Escola Auxiacutelio Gaacutes e Cartatildeo Alimentaccedilatildeo O Programa Bolsa Famiacutelia beneficia famiacutelias em situaccedilatildeo de pobreza com renda mensal de R$ 70 a R$ 140 per capita e em extrema pobreza com renda mensal abaixo de R$ 70 reais per capita Tambeacutem estabelece condicionalidades de educaccedilatildeo e sauacutede Atualmente haacute cerca de 13 milhotildees de famiacutelias inscritas no Programa Bolsa Famiacutelia que cumprem as condiccedilotildees do ldquoCadastro Uacutenicordquo ndash esta eacute praticamente a totalidade das famiacutelias pobres segundo criteacuterios do PNAD 2006 (Pesquisa Nacional de Domiciacutelios) Na realidade houve substancial injeccedilatildeo de recursos em aacutereas outrora relegadas ao acaso criando novos consumidores bem como empreendedores aleacutem de atrair investimentos Quanto agrave educaccedilatildeo nota-se que haacute reduccedilatildeo do analfabetismo Haacute um crescimento vegetativo do Iacutendice de Desenvolvimento Humano (IDH) no qual o
Brasil situa-se em 84⁰ lugar dentre as 187 naccedilotildees controladas pelo PNUD
(Programa das Naccedilotildees Unidas para o Desenvolvimento) em 2011 As variaacuteveis que compotildeem o iacutendice crescem timidamente destaca-se queda no item ldquoexpectativa de escolaridade esperada das crianccedilas em idade de ingresso na escolardquo (no Brasil aos seis anos) que caiu no periacuteodo 2000-2011 esse fato pode indicar falha estrutural no ensino brasileiro Esse estudo indica que haacute desenvolvimento socioeconocircmico em aacutereas carentes particularmente na Regiatildeo Nordeste Observa-se tambeacutem a reversatildeo da migraccedilatildeo que historicamente era de nortenordeste a sudeste Tambeacutem nota-se reduccedilatildeo da taxa de fecundidade das brasileiras o que eacute vantajoso O Brasil tambeacutem estaacute com a vantagem do ldquoBocircnus demograacuteficordquo quando a populaccedilatildeo economicamente ativa supera a populaccedilatildeo dependente o que eacute um excelente fator de crescimento por atrair investimentos Apesar de melhorias observadas na deacutecada 2000-2010 elas ainda satildeo insuficientes Quanto ao ldquodesenvolvimento humanordquo o Brasil estaacute muito distante das naccedilotildees desenvolvidas com IDH de 0718 que cresceu na uacuteltima deacutecada agrave taxa de 0769 ao ano Nesse ritmo ateacute alcanccedilarmos o IDH norueguecircs -- primeiro colocado ou o australiano -- segundo colocado que eacute de 0943 seratildeo necessaacuterios 3536 anos Isso nos leva a pensar que a natildeo ser que o acaso nos ajude o sonho de nos juntarmos aos primeiros eacute questionaacutevel Com respeito ao Programa Bolsa Famiacutelia esse prova ser uma frente social para a eliminaccedilatildeo da desigualdade seus beneficiaacuterios eram classificados como pobres e extremamente pobres e foram resgatados Palavras chaves Bolsa Famiacutelia Desenvolvimento Humano Desenvolvimento Socioeconocircmico Distribuiccedilatildeo de Renda Educaccedilatildeo Ferramenta para crescimento IDH Programa Bolsa Famiacutelia Renda Miacutenima
ABSTRACT
This study approaches a new and unexplored subject the Brazilian Family Aid Program Bibliography practically does not exist and academic entities seldom discuss the subject because it is still under development References are found in lectures newspapers and magazine articles This is an exploratory and analytical search approaching evidence basis and sources The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo (PBF) is a Brazilian Family Aid Program granted under conditionality rules It can be considered a unique tool for income distribution working towards an effective solution for families surviving under extreme poverty The program started by the merger of three other poverty aid programs of dubious effectiveness ndash Scholarship Aid Cooking Gas Aid and Food Card The ldquoPBFrdquo benefits families surviving under poverty conditions with R$ 70 to R$ 140 monthly of per capita income and under extreme poverty conditions below R$ 70 monthly of per capita income Also the ldquoPBFrdquo establishes conditional participation rules associated to education and health prevention for children Presently the ldquoPBFrdquo supports 13 million families that fit rules and are enrolled in the ldquoCadastro Uacutenicordquo (Central Control Registration Roll) That registration roll practically covers the totality of the population under poverty situation line as defined by PNAD - 2006 (National Household Survey - 2006)The ldquoPBFrdquo control methodology allows income transfer to regions left under poverty conditions in past history The PBF formed a new consumer community new entrepreneurs moreover attracted investors In regard to education there is reduction in illiteracy The Human Development Index (HDI) shows vegetative growth Brazil is the 84th country ranked among the 187 nations controlled by the United Nations Development Programme (UNDP) in 2011 The dimensions that compose the index for Brazil had poor growth lately in particular the expected years of schooling for children at school enrollment age (in Brazil 6 years old) declined during the last decade (2000-2010) It is likely that there is a structural issue with the Brazilian education sector There is a socio-economic growth in regions where poverty has been endemic in particular Northeast Region The findings also reveal migration reversal that in past were NorthNortheast Regions to Southeast Region as well as fecundity rate reduction which are remarkable advantages Brazil entered into the ldquodemographic bonusrdquo a situation when the ldquoeconomically active populationrdquo exceeds the ldquodependent populationrdquo this is also an advantage because attracts investments and is a push towards economic growth Despite of positive improvements they appear to be insufficient the human development in Brazil is far from excellence presently a HDI of 0718 with a growth of 0769 annually (2000-2010) it will take 3536 years to meet the Australian HDI of 0943 Unless chances help us dreams to join the winners are unlikely The ldquoPrograma Bolsa Famiacuteliardquo however proves to be a social front towards inequality the participants of the plan originally classified under poverty line were rescued Keywords Family Allowance Program Human Development Index HDI Socio-Economic Development Socio-Economic Growth Income Distribution Poverty Reduction Brazilian Family Grant Program Minimum Income Economic Growth Tool
INTRODUCcedilAtildeO
PORQUE ESCOLHI ESTE TEMA
Sou economista de formaccedilatildeo segui carre i ra na aacuterea
f inancei ra da induacutest r ia automobi l iacutes t ica in ic ie i com o off ice -boy em
1961 v indo a me re t i rar em 1999 (u t i l izo o verbo ldquo re t i rarrdquo porque
nunca esteve em meus p lanos o verbo ldquoaposentarrdquo ) Durante minha
t ra jetoacuter ia prof iss iona l t ive a oportun idade de par t ic ipar de
t re inamento no exter ior Durante 1979-1980 a empresa onde eu
atuava me designou para um programa de t re in amento em Detro i t
Mich igan Part ic ipe i de cursos na Wayne State Univers i ty em 1990
par t ic ipe i de extensatildeo un ivers i taacuter ia em Bo ston Massachussetts
onde curse i o 1990 Senior Execut ive Program no MIT juntamente
com c inquenta execut ivos de d iversas par tes do mundo
Desde que de ixe i a induacutest r ia em 1999 t raba lhe i como
consu l tor independente mas como os cont ratos rarearam decid i por
novos rumos F iz vest ibu lar para Let ras Portuguecircs Inglecircs fu i
admit ido curse i do is semestres natildeo me entus iasmei natildeo era mi nha
seara dec id i que no semestre seguinte estar ia fora Discut i o
assunto com um de meus mestres d urante a conversa e le suger iu
que eu f izesse mestrado me agradou a i de ia Em sequecircncia fomos
1 2
ateacute a coordenaccedilatildeo do Mestrado passe i por uma breve ent revis ta
me fo i perguntado se eu t inha algum pro jeto em mente e eu
prontamente respondi ldquoBo lsa Famiacutel iardquo houve inte resse pe lo tema e
fu i encaminhado ao processo de se leccedilatildeo
Ao in ic iar o curso de mestrado confesso que f iquei
apreensivo perguntava a mim mesmo se conseguir ia seguir ad iante
a exper iecircnc ia nova e desaf iante me entus iasmava cada vez mais
Apesar de estar por longo tempo longe de contatos acadecircmicos
consegui acompanhar e par t ic ipar dos t raba lhos Sent i d i f icu ldades
af ina l estava em contado com pess oas d iametra lmente d i ferente s de
minha convivecircncia usual A co leccedilatildeo de a migos que adquir i me
mot ivou a qual idade dos professores me surpreendeu e os debates
que par t ic ipe i e cont inuo a part ic ipar me def in i ram novos hor izontes
Durante o pr imeiro semestre do curso de mestrado escrevi ao
Senador Supl icy a f im de conseguir subsiacuted ios para meu tema Fu i
prontamente a tendido recebi a lguns textos sobre Renda Miacuten ima e
um convi te para par t ic ipar do 13 ⁰ Congresso BIEN (Basic Income
European Network) No Congresso t ive oportun idade de t rocar
ide ias com pessoas de out ras partes do mundo Em part icu lar f iz
ent revis tas informais com o proacutepr io senador e com o Prof Guy
Standing escr i tor e professor de ldquoEc onomic Secur i tyrdquo da
Univers idade de Bath Reino Unido Tambeacutem converse i com Scott
1 3
Goldsmith c idadatildeo amer icano que d iscorreu sobre o ldquoA laska
Permanent Fund rdquo 1
Par t ic ipe i das I e I I Semanas de Educaccedilatildeo em Dire i tos
Humanos da UMESP in ic iadas em 2010 pro je to que considero de
ext rema re levacircncia para nossos d ias po is conheci expoentes do
assunto Tive a oportun idade de ass is t i r pa lest ras de conferencistas
de a l to coturno como Salomon Lerner Enr ique Dussel Lu iz Anton io
Cunha Edson Cardoso Roberto L iv ianu dent re outros Destaque
especia l do evento de 2011 cabe considerar as au las da d isc ip l ina
ldquoL i tera tura Educaccedilatildeo e Dire i tos Humanosrdquo min ist r adas durante o
evento pe la Professora Graccedila Grauacutena poet isa e escr i tora de e tn ia
pot iguar
Minha exper iecircnc ia com o curso de Mestrado t raz desaf ios que
considero importantes e ac ima de tudo me leva a rever e
sed imentar concei tos de forma que minha exper iecircnc ia da vida
prof iss iona l natildeo se perca
1 O e s t a d o n o r t e a m e r i c a n o d o A l a s k a t a x a e m a t eacute 2 5 d e t o d a a
r e c e i t a r e n d a d e c o r r e n t e d e m i n e r a ccedil atilde o q u e eacute d e s t i n a d a a u m f u n d o
p e r m a n e n t e g a r a n t i d o p e l a c o n s t i t u i ccedil atilde o e s t a d u a l O f u n d o p e r m a n e n t e eacute
i n v e s t i d o e m u m p o r t f oacute l i o d i v e r s i f i c a d o eacute u t i l i za d o p a r a a ccedil otilde e s d e
d e s e n v o l v im e n t o s o c i o e c o n ocirc m ic o D i v i d e n d o s s atilde o d i s t r i b u iacute d o s r e g u l a r m e n t e
a t o d o s o s r e s i d e n t e s d o e s t a d o d o A l a s k a
F o n t e h t t p w w w a p f c o r g h o m e C o n t e n t a b o u t F u n d a b o u t P e r m F u n d c f m -
A c e s s a d o em 2 3 1 1 2 0 1 1
1 4
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma in ic ia t iva que por muito
tempo quest ione i achava um tema popul ista natildeo percebia
sustentaccedilatildeo fu tura Com o passar do tempo ao observar e ler sobre
o assunto percebi os resu l tados posi t ivos do programa O que
chamou minha atenccedilatildeo foram os resu ltados econocircmicos e
pr inc ipa lmente s ign i f ica t ivos benef iacutec ios soc ia is
Esta d issertaccedilatildeo d iscute como um programa concei tua lmente
s imples se tornou ferramenta de cresc imento e mola mestre de um
processo econocircmico re lat ivamente estaacuteve l n i t idamente d i rec ionado
a reduccedilatildeo de desigualdades
Neste t raba lho anal iso os fundamentos e conceitos que
conduzem o programa como in ter ferem nos movimentos soc ia is
qua l sua capacidade em cr iar empregos e novas oportun idades com
ecircnfase ao toacutep ico Educaccedilatildeo
Noto in ib idores importantes quando se aborda o tema
Programa Bolsa Famiacutel ia rdquo haacute posiccedilotildees antagocircnicas e favoraacuteve is
mas quase sempre de caraacuteter par t idaacuter io sem mui ta fundamentaccedilatildeo
Ul t rapassei esses b loqueios e conclu iacute que o tema eacute importante e
faraacute esco la
Cabe enfat izar que esse t raba lho natildeo eacute uma pesquisa de
Economia Sendo eu economista por formaccedilatildeo acadecircmica u t i l izarei
concei tos p inccedilados da Teor ia Econocircmica a f im de melhor entender
os resu ltados rea is deste inst igante tema
1 5
METODOLOGIA
Por ser um tema novo para a Naccedilatildeo e prat icamente ineacuted i to
em termos mundiais a l i te ra tura eacute escassa poucos satildeo os autores
acadecircmicos que abordam o assunto referencia is satildeo encontrados
em publ icaccedilotildees fe i tas em seminaacuterios e pa lest ras bem como em
ar t igos e notas jorna l iacutes t icas Esta d issertaccedilatildeo t ra ta -se de um
t raba lho exp loratoacuter io ana l iacute t ico -descr i t ivo com base documenta l
Os referencia is deste t raba lho baseiam -se (a) na legis laccedilatildeo
que suporta o Programa Bolsa Famiacutel ia (b) na da anaacutel ise h istoacuter ica
de aprovaccedilatildeo do programa pe lo Congresso Nacional (c) no l ivro
ldquoRenda Miacuten ima de Cidadaniardquo do Se nador Eduardo Matarazzo
Supl icy (5ordf ed iccedilatildeo de 2008) (d) em ar t igos e notas jorna l iacutes t icas (e)
e na anaacutel ise de dados estat iacutes t icos consol idados pe lo IBGE MDS
IPEA e tc
Tambeacutem foram anal isados t raba lhos apresentados no 13ordm
Congresso BIEN 2010 (Basic Incom e Earth Network) rea l izado na
FEA USP Satildeo Paulo
1 6
RENDA MIacuteNIMA
Esse t raba lho anal isa desdobramentos do pro jeto do Senador
Eduardo Matarazzo Supl icy e tem como referecircncia pr inc ipa l o l ivro
ldquoRenda de Cidadaniardquo (2008) A tese a l i defendida pe lo Senador
Supl icy pode ser resumida na c i taccedilatildeo da paacutegina 41 de seu l ivro
Eacute p ropoacutes i to des te l i v ro a rgum en ta r em f avo r de o
Bras i l avanccedilar ace le radam en te d i r eccedilatildeo a
ga ran t i r que todos os b ras i le i r os ve nham a
receber um a renda baacutes ica incond ic iona l
f undam en tada no d i r e i t o ina l ien aacuteve l de t odas as
pessoas res iden tes em nosso pa iacutes de pa r t i l ha r a
r ique za da n accedilatildeo n atildeo im por tando a o r igem a
raccedila o sexo a idade a co nd iccedilatildeo c i v i l ou
soc ioeconocircm ica
O pro je to sobre renda de c idadania t ransformou -se na Lei
10835 de 8 de jane i ro de 2004 (SUPLICY 2004) A legis laccedilatildeo
aprovada consiste na garant ia i r rest r i ta de renda miacuten ima a todo
c idadatildeo res idente Segue o ar t igo pr imeiro da le i sancionada o qual
sumar iza o propoacutesi to
Eacute ins t i t u iacuteda a p a r t i r de 2005 a r enda b aacutes ica de
c idadan ia que se cons t i t u i r aacute no d i r e i t o de todos
1 7
os b ras i le i r os res ide n tes no Pa iacutes e es t range i ros
res iden tes haacute pe lo m enos 5 (c inco ) anos no
Bras i l natildeo im por tando sua cond iccedilatildeo
soc ioeconocircm ica a r eceberem anua lm ente um
bene f iacute c io m one taacute r io (Anexo A )
A Le i 1083504 inst i tu i a renda miacuten ima mas o in ib idor para a
implementaccedilatildeo p lena estaacute na a locaccedilatildeo de recursos para a ap l icaccedilatildeo
da le i Emblemat icamente a c idade de Santo Anton io do Pinhal SP
jaacute inst i tu iu le i munic ipa l prevendo renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo
res idente (pop 7000 habitantes em 2010) A l e i munic ipa l prevecirc
a locaccedilatildeo de 6 do orccedilamento munic ipa l para a tendimento e
d is t r ibu iccedilatildeo incondic iona l de renda miacuten ima agrave populaccedilatildeo res idente
Haacute l i te ra tura var iada no que concerne ao tema ldquoRenda Miacuten ima
de Cidadaniardquo inclus ive um congresso anual que t rata do assunto o
Congresso Bien (Basic Income European Network) A 13ordf ed iccedilatildeo do
Congresso Bien ocorreu nos d ias 30 de junho a 02 de ju lho de 2010
no campus da Unive rs idade de Satildeo Paulo apesar de foca l izar o
tema Renda Miacuten ima houve abordagens ao Programa Bolsa Famiacutel ia
A preocupaccedilatildeo dos governantes em supr i r as necessidades
baacutesicas da populaccedilatildeo menos favorec ida eacute assunto recorrente
Confuacutec io f i loacutesofo ch inecircs 551 aC jaacute defendia a just iccedila soc ia l e
ass ina lava em suas doutr inas ldquoA inseguranccedila eacute p ior que a pobreza rdquo
af i rmaccedilotildees de Guy Standing d i re tor da Organizaccedilatildeo In ternacion al
1 8
do Trabalho (OIT) c i tado pe lo Senador Supl icy em seu l ivro ldquoRenda
da Cidadania a Saiacuteda eacute pe la Portardquo (SUPLICY 2008 p 49 )
A pr imeira proposta de Renda Miacuten ima no mundo moderno fo i
e laborada por Thomas More em sua obra Utop ia Escr i ta em 1516
Utop ia descreve um paiacutes imaginaacuter io uma sociedade onde os
c idadatildeos vivem em perfe i ta harmonia basicamente porque suas
necessidades satildeo tota lmente s at isfe i tas (SUPLICY 2008 p 51-53)
Baseando-se nos pensamentos de Thomas More em 1526
Juan Luiacutes Vovegraves enviado do Rei da Espanha aos Paiacuteses Baixos na
eacutepoca dominados pe la Espanha e laborou uma proposta de Renda
Miacuten ima para a c idade de Bruges Beacute lgica Uma f orma de ass istecircnc ia
aos pobres fora implementada em 1525 em Ipres Beacutelgica As ide ias
de Vovegraves inf luenciaram a adoccedilatildeo na Ingla terra e Europa de le is de
ass is tecircnc ia aos pobres (The Poor Laws) Essas le is in ic ia lmente em
1531 v isavam assis t i r aos idosos e def ic ientes permi t indo que estes
pudessem pedir esmolas junto agraves paroacutequias Mais tarde as
paroacutequias foram autor izadas a levantarem fundos a f im de atender
aos necessi tados (SUPLICY 2008 p53-56)
Houve d iversos atos iso lado s que antecederam o Programa
Bolsa Famiacutel ia Foram accedilotildees de t ransferecircncia de renda no Bras i l
conforme abaixo descr i tas
O p ione i r i sm o quando se t r a ta de p rog ram as de
t r ans f e recircnc ia de renda eacute a t r ibu iacutedo ao p r e f e i t o de
1 9
Cam p inas ndash SP Joseacute Rober t o Maga lhatilde es que f ez
o p r im e i ro pagam ento a u m a f am iacute l i a necess i tada
em 1995 Pos te r io rm en te no m esm o ano o en tatildeo
gove rnador do D i s t r i t o Federa l C r i s tovatildeo
Buarque e o p re f e i t o de R ibe i r atildeo Pre to SP
An ton io Pa locc i im p lan tam p rog ram a s im i la r Em
1996 o Pres iden te Fe rnando Henr ique Cardoso
lanccedilou o P rog ram a de Er rad icaccedilatildeo do T raba lho
In f an t i l cond ic ionad o agraves f am iacute l i as a m anu tenccedilatildeo
dos f i l hos na esco la Em 1997 o P res iden te
Fe rnando Henr ique Cardoso c r iou a Prog ram a
Nac iona l de R enda Miacuten im a e em 2001 lanccedilou o
Prog ram a Bo lsa Esco la Em 2003 p r im e i ro ano
do Pres iden te L u i z I gnaacutec io Lu la da S i l va c r iou -
se o M in is teacute r io Ex t rao rd inaacute r io de Se guranccedila
A l im en ta r e lanccedila o p rog ram a Fom e Zero Jaacute em
2004 f o i c r iado o M in is teacute r io do Desen vo l v im en to
Soc ia l e Com bate a Fom e quando f o ram
un i f i cados todos os p rog ram a s f ede ra is de
t r ans f e recircnc ia de renda no Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia (O Es tado de Satilde o Pau lo 18 4 2010 ldquoO
DNA da t r ans f e recircnc ia de rendardquo ) rdquo
2 0
1 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA ndash FUNCIONAMENTO E
SUSTENTABILIDADE
11 FUNCIONAMENTO E CONDICIONALIDADES
111 Regulamentos Funcionais
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute comentado e cr i t icado por
d iversas camadas da soc iedade bras i l e i ra contudo haacute que se
considerarem os benef iacutec ios e as vantagens que proporc iona agrave
Naccedilatildeo Soacute pa ra exempl i f i ca r tomemos duas cons ide raccedilotildees mu i to
comuns que satildeo ve icu ladas de fo rma i r responsaacuteve l mu lhe res que
engrav idam pa ra recebe r o benef iacutec io e t raba lhado res que p re fe rem
empregos in fo rma is para tomar van tagens dos benef iacutec ios Esse
t raba lho p rocu ra con t r ibu i r para que se des faccedilam esses m i tos
Quanto ao p r ime i ro m i t o ce r tamente have r ia uma exp losatildeo
demograacute f i ca o que natildeo oco r re mas ao con t raacute r io a taxa de
fecund idade b ras i le i ra d im inu iu s ign i f i ca t i vamente quan to ao
segundo mi to natildeo se comprova porque emprego com ca r te i ra
2 1
ass inada c resceu substanc ia l mente na uacute l t ima deacutecada Ambas as
s i tuaccedilotildees se ratildeo ana l isadas ma is ad ian te
Os benef iacutec ios satildeo ver i f icados e comprovados sob os mais
d i ferentes acircngulos de anaacutel ise O concei to baacutes ico do Programa Bolsa
Famiacutel ia eacute fazer com que as famiacutel ias sa iam do niacuteve l de ind igecircncia
poss ib i l i tando sob condic iona l idades a sat isfaccedilatildeo de suas
necessidades baacutesicas Evidecircncias seratildeo anal isadas em toacutep icos
ad iante as quais inc luem a permanecircncia das cr ianccedilas na esco la
melhor ia da sauacutede dos benef ic iaacuter ios desenvolvimento
soc ioeconocircmico proporc ionado pr inc ipa lmente pe lo efe i to
mult ip l icador proporc ionado pe la in jeccedilatildeo de recursos de cunho
soc ia l e tc
O Min is teacuter io do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome
(MDS) def ine o Programa Bolsa Famiacutel ia da seguin te forma
O Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia (PBF) eacute um prog ram a
de t r ans f e recircnc ia d i r e ta de ren da com
cond ic iona l idades que bene f i c ia f am iacute l i as em
s i t uaccedilatildeo de pobre za ( com renda m ensa l po r
pessoa de R$ 70 a R$ 140) e ex t rem a pobre za
( com renda m ensa l po r pessoa de a teacute R$ 70 ) de
aco rdo com a Le i 10 836 de 0 9 de j a ne i ro de
2004 e o Dec re to n ordm 5 209 de 17 de se te m bro de
2004
O PBF in teg ra a es t ra teacuteg ia FOME ZERO que tem
o ob je t i vo de assegura r o d i r e i t o hu m ano agrave
a l im en taccedilatildeo adequad a p rom ovendo a seguranccedila
2 2
a l im en ta r e nu t r i c iona l e con t r ib u ind o pa ra a
e r rad ic accedilatildeo da ex t rem a pobreza e pa ra a
conqu is ta da c id adan ia pe la p a rce la da
popu laccedilatildeo m a is vu ln e raacuteve l agrave f om e O Prog ram a
pau ta - se na a r t i cu laccedilatildeo de t r ecircs d im ensotildees
essenc ia is agrave su peraccedilatildeo da f om e e da pob re za
D o a l iacute v i o im e d i a t o d a p o b r e za p o r m e i o d o
d i r e i t o d e r e n d a agrave f a m iacute l i a
R e f o r ccedil o a o e x e r c iacute c i o d e d i r e i t o s s o c i a i s b aacute s i c o s
n a s aacute r e a s d e S a uacute d e e E d u c a ccedil atilde o p o r m e i o d o
c u m p r im e n t o d a s c o n d i c i o n a l i d a d e s o q u e
c o n t r i b u i p a r a f a m iacute l i a s c o n s i g a m r o m p e r o c i c l o
d a p o b r e za e n t r e g e r a ccedil otilde e s
C o o r d e n a ccedil atilde o d e p r o g r a m a s c o m p le m e n t a r e s
q u e t ecirc m p o r o b j e t i v o o d e s e n v o l v im e n t o d a s
f am iacute l i a s d e m o d o q u e o s b e n e f i c i aacute r i o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a c o n s i g a m s u p e r a r a
s i t u a ccedil atilde o d e v u l n e r a b i l i d a d e e p o b r e za
S atilde o e x e m p l o s d e p r o g r a m a s c o m p l e m e n t a r e s
p r o g r a m a s d e g e r a ccedil atilde o d e t r a b a l h o e r e n d a d e
a l f a b e t i za ccedil atilde o d e a d u l t o s d e f o r n e c im e n t o d e
r e g i s t r o c i v i l e d e m a i s d o c um e n t o s 2
As condiccedilotildees def in idas para o PBF descr i tas pe lo Min is teacuter io
do Desenvolvimento Socia l (MDS) satildeo re la t ivament e s imples e sem
burocrac ia a f im de fac i l i ta r o atend imento dos benef ic iaacuter ios Segue
descr iccedilatildeo estabelec ida no por ta l de MDS
2 h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f a m i l i a o -
q u e - e Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
2 3
As cond ic i ona l idades satildeo os com prom issos nas
aacute reas da Educaccedilatildeo da Sauacute de e Ass is tecircnc ia
Soc ia is assum idos pe las f am iacute l i as e que p rec isam
se r cum pr idos pa ra que e las con t inuem a receber
o bene f iacute c io d o P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a
As cond ic iona l idades v igen tes do P rograma Bo lsa Famiacute l ia
satildeo bas icamente assoc iadas agrave educaccedilatildeo sauacutede e ass is tecircnc ia
soc ia l
E d u c a ccedil atilde o f r e q u ecirc n c i a e s c o l a r m iacute n im a d e 8 5
p a r a c r i a n ccedil a s e a d o le s c e n t e s e n t r e 6 e 1 5 a n o s
e m iacute n im a d e 7 5 p a r a a d o l e s c e n t e s e n t r e 1 6 e
1 7 a n o s
Os con t ro les de f requecircnc ia esco la r ind icam resu l t ados
sa t is fa toacute r ios nesse ques i to aos benef i c iaacute r ios do Programa Bolsa
Famiacutel ia A aderecircncia em 2011 estaacute em 983 das cr ianccedilas com
idade ent re 6 e 15 anos o que s ign i f ica 238 de melhor ia desde
2006 cu jo va lor era de 794 Quanto aos estudantes com idade
ent re 16 e 17 anos o resu ltado tambeacutem eacute s ign i f ica t ivo at inge a
marca de 962 Conforme notada nas tabe las seguin tes podemos
conclu i r que o processo mostra-se estaacuteve l natildeo eacute notada var iaccedilatildeo
substancia l no iacutend ice a par t i r de 2009 Eacute cer to que quando um
processo se torna estaacuteve l eacute necessaacuter ia nova in terferecircncia a f im de
2 4
apr imoraacute- lo O melhor seraacute cr iar uma ldquodesestab i l idade for tu i tardquo que
apesar de t iacutemidos jaacute haacute movimentos nesse sent ido ta is como
melhor ia de qual idade na educaccedilatildeo Segue tabe la 1 ind icat iva da
f requecircncia esco lar dos benef ic iaacuter ios conforme publ icaccedilatildeo do MEC
FREQUEcircNCIA DE ALUNOS BENEFICIAacuteRIOS DO PROGRAMA BOLSA
FAMIacuteLIA
Ano 6 a 15 anos 16 a 17 anos
() ()
2006 79 44 N D
2007 96 97 N D
2008 98 06 95 62
2009 98 86 97 83
2010 98 57 97 06
2011 97 89 96 55
TABELA 1 F requecircnc ia de A lunos Benef i c iaacute r ios do P rograma Bo lsa
Famiacute l ia
Fon te MEC
h t tp pa ine l mecgovb r pa ine l phpmodu lo=p r inc ipa l de ta lhamen to
Ind icado rampacao=Aampdeta lhes=pa isamp ind id=442
Acesso em 14 11 2011
A taxa de a l fabet izaccedilatildeo tambeacutem apresenta s ign i f ica t iva
melhor ia no per iacuteodo poacutes- implementaccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia
Nesse quesito tambeacutem se nota estabi l idade do processo sendo que
os ind icadores se mostram estaacuteve is ao redor de 90 Eacute vaacute l ido
af i rmar para esse quesi to que uma ldquodesestab i l izaccedilatildeo for tu i ta
tambeacutem eacute bem-vindardquo
2 5
( ) es tab i l idade re la t i va ao redor de 90
Graacute f i co 1 Taxa de A l fabe t i zaccedilatildeo 15 anos ou ma is
Fon te IBGE Seacuter ies h is toacute r i cas - Acesso em 09 8 2011
S a uacute d e a c o m p a n h a m e n t o d o c a l e n d aacute r i o v a c i n a l
e d o c r e s c im e n t o d e s e n v o l v im e n t o p a r a
c r i a n ccedil a s m e n o r e s d e 7 a n o s e p r eacute - n a t a l d a s
g e s t a n t e s e a c o m p a n h a m e n t o d a s n u t r i ze s n a
f a i x a e t aacute r i a d e 1 4 a 4 4 a n o s
Conforme dados do IBGE a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ap resen ta resu l tados s ign i f i ca t i vo s na deacutecada 2000 -2009 com
queda de 35 7 A cond ic iona l idade assoc iada agrave sauacutede dos
benef i c iaacute r ios do P rograma pode te r con t r ibu iacutedo s ign i f i ca t i vamente
pa ra essa me lhor ia soc ia l A Reg iatildeo Nordes te fo i a que ma io r
reduccedilatildeo apresen tou ne s te ques i to com 47 8 de reduccedilatildeo O
2 6
graacute f i co segu in te nos ind ica a reduccedilatildeo da mor ta l idade in fan t i l
ob t ida na uacute l t ima deacutecada (2000 -2009)
G raacute f i co 2 Mor ta l idade In fan t i l
Fon te
M in is teacute r io da Sauacutede
h tpp tabne t da tasus govb r cg i idb2010 c01bh tm
Acesso 10 4 2012
Soc ia l f r equecircnc ia m iacuten im a de 85 da ca rga
ho raacute r ia r e la t i va a o s se rv iccedilos soc ioeduca t i vos
pa ra c r ianccedilas e anos em r is co ou re t i r adas do
t r aba lho in f an t i l
No quesito t raba lho infant i l ob je t ivo da exis tecircnc ia da
condic iona l idade denominada ldquosoc ia l rdquo tambeacutem mostra resu l tados
pos i t ivos a melhor ia em termos nacionais eacute de 24 entre 2003 e
2008 (1261 para 9 56 por 100000 habi tantes) equ iva lente a
2 7
54 ao ano de reduccedilatildeo Provavelmente par te s igni f ica t iva dessa
queda pode ser at r ibuiacuteda a essa cond ic iona l idade denominada
soc ia l
TRABALHO INFANTIL
( da Pop de 10 a 15 anos t raba lhando ou procurando emprego)
2003 2004 2005 2006 2007 2008
Regiatildeo
Norte 1079 1628 1565 1456 1286 1088 Nordeste 1865 1715 1903 1665 1559 1356 Sudeste 754 657 738 683 631 578 Sul 1539 1554 1361 1388 1329 1015 Centro-Oeste 933 1053 943 912 933 894 Total 1261 1231 128 1179 1101 956
Tabela 2 Trabalho Infant i l
Fonte
IBGE ndash Seacuter ies Histoacuter icas
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD329ampsv=
7ampt=taxa-de- t raba lho- infant i l Acesso em 118 2011
O MDS just i f ica a adoccedilatildeo de condic iona l id ades pe lo Programa
Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
As cond ic iona l ida des do Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
satildeo ao m esm o tem po r esponsab i l i da des das
f am iacute l i as e do pod e r puacuteb l i co O ob je t i vo das
cond ic iona l idades natilde o eacute pun i r as f a m iacute l i as m as
responsab i l i za r d e f o rm a con junta os
bene f i c iaacute r ios e o poder p uacuteb l i co q ue de ve
iden t i f i ca r os m o t i vos do natildeo cum pr im en to das
cond ic iona l idades e im p lem en ta r po l iacute t i cas
2 8
puacuteb l i cas de acom panham ento pa ra essas
f am iacute l i as3
A co locaccedilatildeo do MDS quando just i f ica a adoccedilatildeo de
condic iona l idades como parte das est rateacutegias que nor te iam o
Programa Bolsa Famiacutel ia ind i retamente impotildee ao benef ic iaacuter io
podemos considerar de forma justa a responsabi l idade de
ldquo remunerarrdquo o restante da soc iedade pe lo s benef iacutec ios f inancei ros
concedidos
1 12 Contro les
O MDS tambeacutem estabelece um rela toacuter io demonstrat ivo de
metas cumpr idas bem como de t ransparecircncia dos benef iacutec ios pagos
aos par t ic ipantes Os benef iacutec ios satildeo pagos e cont ro lados pe la Caixa
Econocircmica Federa l a qua l emite re la toacuter ios mensais ident i f icando
3F o n t e
h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a o _ p r o g r a m a _ b o l s a _ f am i l i a b e n e f i c i o s - e -
c o n t r a p a r t i d a s Ac e s s o em 2 2 0 6 2 0 1 0
2 9
nominalmente os benef ic iaacuter ios Esses re latoacuter ios podem se obt idos
por estado e munic iacutep io 4
Os cont ro les estabelec idos parecem adequados para que os
cont r ibu in tes possam f isca l izar e denunciar possiacuteve is f raudes O
MDS estabelece processos de f isca l izaccedilatildeo para gar ant i r
cred ib i l idade e just iccedila ao programa A pr inc ipal ferramenta
contro ladora eacute o ldquoCadast ro Uacutenico rdquo 5
Segundo o MDS a f isca l izaccedilatildeo da gestatildeo do Cadast ro Uacutenico
e do Programa Bolsa Famiacutel ia pode ser fe i ta das seguintes formas
Accedilotildees in loco e agrave d is tacircnc ia r ea l i zad as pe lo
M in is teacute r io do Desenvo lv im en to Soc ia l e Com bate
agrave Fom e MDS po r m eio da Sec re ta r ia Nac iona l de
Renda de C ida da n ia con f o rm e c r i t eacute r ios e
pa racircm et ros es tabe lec idos na Por ta r ia Senarc n ordm
1 2004
Accedilotildees desenvo l v id as pe las Ins tacircnc ias de
Con t ro le Soc ia l q ue devem acom panhar as
a t i v i dades desenvo lv idas pe lo ges to r m un ic ipa l
do Prog ram a aux i l i a ndo na de f in i ccedilatildeo de f o rm as
pa ra m e lho r a tender agraves f am iacute l i as que se
enquadram nos c r i t eacute r ios do Prog ram a inc lus ive
no que d i z r espe i to agraves Aud i to r ias e accedilotildees de
f i sca l i zaccedilatildeo rea l i za das pe las ins t i t u i ccedilotildees de
4F o n t e h t t p s w w w b e n e f i c i o s s o c ia i s c a i x a g o v b r c o n s u l t a b e n e f i c i o 0 4 0 1 0
0 - 0 0 _ 0 0 a s p Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
5 F o i c r i a d o d u r a n t e o g o v e r n o d e F e r n a n d o H e n r i q u e C a r d o s o e m 2 4 d e
o u t u b r o d e 2 0 0 1 p o r D e c r e t o d a P r e s i d ecirc n c i a d a R e p uacute b l i c a
3 0
con t ro le in te rno e ex te rno do poder ex ecu t i vo a
m a io r pa r te de las ta m beacutem com ponen tes d a R e d e
P uacute b l i c a d e F i s c a l i za ccedil atilde o d o B o l s a F a m iacute l i a
Aud i t o r ias po r m e io de anaacute l i se das bases de
dados e s i s tem as em espec ia l aque las
rea l i za das na b ase do Cad as t ro Uacuten ico que
pe rm i tem iden t i f i ca r dup l i c ida des d i ve r gecircnc ias
de in f o rm accedilatildeo de renda quando com parada com
ou t ras bases de dados do Governo Federa l
den t re ou t ras d i spon ib i l i dade de se rv iccedilos
puacuteb l i cos de sauacutede e educaccedilatildeo que pe r m i tam o
cum pr im en to das cond ic iona l idades 6
A rede puacutebl ica de f isca l izaccedilatildeo fo i cr iada em jane i ro de 2005
envo lve o Min is teacuter io Puacutebl ico a Contro lador ia Gera l da Uniatildeo e o
Tr ibunal de Contas da Uniatildeo tendo como ob je t ivo moni torar o
Programa Bolsa Famiacutel ia Foram estabelec idas responsabi l idades
para cada uma das ent idades f isca l iza doras de forma ao apropr iado
andamento do Programa Bolsa Famiacutel ia
O MDS recebe denuacutencias referentes ao Programa Bolsa
Famiacutel ia pe los seguin tes canais
Pessoa l ou ca r ta endereccedilada agrave Ouv id o r ia do
M in is teacute r io
6F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o f o r m a s - d e -
f i s c a l i za c a o Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
3 1
E -m a i l s pa ra a aacute rea de a tend im en to do Bo lsa
Fam iacute l ia
Cen t ra l de a t end im en to do Fom e Zero I ns tacircnc ias
de Con t ro le Soc ia l
Denuacutenc ias encam in hadas pe los oacute rgatildeos de
con t ro le
A Coordenaccedilatildeo -Gera l de F isca l i zaccedil atildeo do
Depar tam en to de Operaccedilatildeo da Sec re ta r ia
Nac iona l de Re nda de C idada n ia exa m ina as
denuacutenc ias re ceb ida s e de aco rdo com a
g rav idad e dos f a tos ado ta m ed idas de
f i sca l i zaccedilatildeo po r m e io de v i s i t as aos m un ic iacutep ios
ou agrave d is tacircnc ia Na m a io r pa r te os casos o MDS
encam inha as den uacutenc ias receb idas p a ra os
ges to res m un ic ipa is do PBF so l i c i t a n do que
se j am ave r i guadas
Quando a CGU rea l i za aud i to r ias nos m un ic iacutep ios
esco lh idos po r m e io de so r te ios e encon t ra a lg um
ind iacutec io de i r r egu la r i dade na im p lem en taccedilatildeo do
PBF e la encam inha os resu l tados pa ra a Senarc
Es ta po r sua vez encam inha ped idos de
ave r iguaccedilatildeo aos g es to res m un ic ipa is do PBF dos
m un ic iacutep ios aud i tados ou pa ra a Ca ixa Econocircm ica
Federa l de aco rdo com o resu l tado da a ud i to r ia
da CGU
Apoacutes a conc lusatildeo do s p rocessos de apuraccedilatildeo das
denuacutenc ias receb idas o u das aud i to r ias d a CGU a
Sec re ta r ia im p lem en ta e ou recom enda aos
ges to res m un ic ipa is e ou ao agen te oper ador do
p rog ram a ndash CAIX A ECONOcircMICA FEDER AL - a
adoccedilatildeo de m ed ida s saneadoras pa ra cada
i r r egu la r idade cons t a tada Quando eacute o caso os
resu l tados das accedilotildees de apuraccedilatildeo de denuacutenc ias
3 2
satildeo encam inhados agraves ins t i t u i ccedilotildees i n teg ra n tes d a
Rede Puacuteb l i ca de F isca l i zaccedilatildeo do Prog ram a Bo lsa
Fam iacute l ia pa ra im p lem en t accedilatildeo de p ro v idecircn c ias no
acircm b i to de suas com pe tecircnc ias
O MDS tam beacutem encam inha aos m un ic iacutep ios os
resu l tados de aud i to r ias rea l i za das nas bases d e
dados do Cadas t ro Uacuten ico com o r ien taccedilotildees pa ra
t r a ta r os p rob lem as encon t rados7
O MDS tambeacutem publ ica dados estat iacutes t icos apontando h is toacuter ico
de descumpr imento das condic iona l idades para o to ta l Bras i l e por
estado da Federaccedilatildeo apontando quant idade de advertecircnc ias
suspensotildees e cancelamentos 8
113 Legis laccedilatildeo
Segue resumo da legis laccedilatildeo 9 associada ao Programa Bolsa
Famiacutel ia
7F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a f i s c a l i za c a o a p u r a c a o -
d e - d e n u n c i a s Ac e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
8F o n t e h t t p w w w m d s g o v b r p r o g r a m a b o l s a f am i l i a c o n d i c i o n a l i d a d e s h i s t o r i
c o - d a s - r e p e r c u s s o e s - p o r - d e s c u m p r im e n t o - d e - c o n d i c i o n a l i d a d e s
A c e s s o e m 2 2 0 6 2 0 1 0
9A c r o n o l o g i a d e l e g i s l a ccedil atilde o q u e s e g u e f o i s e l e c i o n a d a p r i n c i p a lm e n t e n o
p o r t a l d o M D S a s e l e ccedil atilde o n atilde o p r e t e n d e s e r c o m p l e t a c o n t u d o v i s a
p r o p o r c i o n a r r a zo aacute v e l r e f e r e n c i a l l e g a l p a r a o t e m a
3 3
1 20 10 2003 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 1 32
DE 20 DE OUT UBRO 2003
(Conver t ida na L e i n ordm 10 836 de 2 004)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
2 09 01 2004 -L EI No 1 0 836 DE 9 D E
JANEIRO DE 2004
(Regu lam en to Conve rsatildeo da MPv n ordm 132 de
2003)
C r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
3 17 9 2004 -DECR ET O Nordm 5 209 DE 17 DE
SET EMBRO DE 200 4
A Le i n ordm 10 836 de 9 de j ane i ro de 20 04 que
c r ia o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia e daacute ou t ras
p rov idecircnc ias
4 28 12 2007 -M EDIDA PROVISOacuteRIA Nordm 4 11
DE 28 DE D EZEM BR O DE 2007
D ispotildee sob re o Pro g ram a Nac iona l de I nc lusatildeo
de Jovens - P roJovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no
11 129 de 30 d e j unho de 20 05 a l t e ra a Le i no
10 836 d e 9 d e j ane i ro de 2004 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
5 10 06 2008 -L EI Nordm 11 692 DE 10 JUNHO
DE 2008
Conversatildeo da MPv n ordm 411 d i spotildee sob re o
Prog ram a Nac iona l d e Inc lusatildeo de Joven s - P ro
j ovem ins t i t u iacutedo pe la Le i no 11 12 9 de 30 de
j unho de 2005 a l t e r a a L e i no10 83 6 d e 9 d e
j ane i ro de 2004 r evoga d ispos i t i vos das Le is nos
9 608 de 18 d e f eve re i r o de 1998 10 7 4 8 de 22
de ou tub ro de 200 3 10 940 de 27 de ag os to de
2004 11 129 de 30 de j unho de 2005 e 11 180
3 4
de 23 de se tem bro de 2005 e d aacute ou t ras
p rov idecircnc ias
6 26 6 2008 -DECR ET O Nordm 6 491 DE 26 DE
JUNHO DE 2008
Daacute nova redaccedilatildeo ao a r t 19 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
7 16 4 2009 -DECR ET O Nordm 6 824 DE 16 DE
ABRIL DE 2009
A l te ra o capu t do a r t 18 do Dec re to n o 5 209 de
17 de se tem bro de 2004 a tua l i zando os va lo res
re f e renc ia is pa ra ca rac te r i zaccedilatildeo das s i t uaccedilotildees
de pobre za e ex t rem a pobreza no acircm b i to do
Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia p rev is t os no a r t 2o sectsect
2o e 3
o da Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de
2004
8 30 7 2009 -DECR ET O Nordm 6 917 DE 30 DE
JULHO DE 2009
A l te ra os a r t s 18 19 e 28 do Dec re to no 5 209
de 17 de se tem bro de 2004 que regu la m en ta a
Le i no 10 836 de 9 de j ane i ro de 2004 que c r ia
o Prog ram a Bo lsa Fam iacute l ia
1 14 Transferecircncia de Renda
Podemos af i rmar que o Programa Bolsa Famiacutel ia eacute uma forma
ef ic iente de t ransfer i r renda dest ina -se a a tender famiacutel ias pobres e
3 5
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e baacutes ico garant i r a l imentaccedilatilde o e
oportun idade de acesso educaccedilatildeo e agrave sauacutede Podemos considerar
que sua ef ic iecircnc ia res ide no fato de cred i tar o recurso f inancei ro
em moeda corrente d i retamente ao benef ic iaacuter io sem qualquer
in termediaccedilatildeo e este por sua vez pode dest inar esse recurso para o
consumo de bens e serviccedilos que rea lmente necessi te No Programa
Bolsa Famiacutel ia a movimentaccedilatildeo de recursos eacute fe i ta d i retamente ao
carente sem qualquer t ipo de interferecircncia porque os benef ic iaacuter ios
tecircm que estar regis t rados no Cadast ro Uacutenico e devem cumpr i r as
condic iona l idades estabelec idas Os benef iacutec ios tem caraacuteter
temporaacuter io uma vez que o benef ic iaacuter io adquira condiccedilotildees saudaacuteveis
de sobrevivecircncia o benef iacutec io cessa haacute ferramentas cont ro la doras
para que isso aconteccedila
Transferecircncias de renda agraves camadas mais pobres visam
garant i r que os favorec idos tenham acesso a serviccedilo s baacutesicos e
essencia is Em outubro de 2011 o Min isteacuter io do Desenvolvimento
Socia l ind ica que haacute atendimento agrave 13171810 famiacutel ias o que
segundo o proacuteprio MDS s ign i f ica a tendimento a 10136 das
famiacutel ias consideradas pobres segundo perf i l do Programa Bolsa
Famiacutel ia (PNAD 2006) Sem sombra de duacutevida esses dados ind icam
que o Bras i l daacute um dos maiores passos em d i reccedilatildeo agrave e l iminaccedilatildeo da
desigualdade 10
10
F o n t e h t t p a p l i c a c o e s m d s g o v b r s a g i R I v 3 g e r a l i n d e x p h p A c e s s o e m 1 2 1 2 2 0 1 1
3 6
O Brasi l como membro da ONU f i rmou compromisso no ano
2000 a cumpr i r os ob je t ivos de desenvolvimento do mi lecircn io
comprometeu-se em cumpr i r as Metas do Mi lecircn io que dentre e les
inc lu i a reduccedilatildeo da ext rema pobreza e da fome ateacute 2015 Oi to satildeo
as chamadas ldquoMetas do Mi lecircn iordquo 11
Acabar com a f om e e a m iseacute r ia
Garan t i r educaccedilatildeo baacutes ica e de qua l i dade p a ra
todos
I gua ldad e en t re sexos e va lo r i zaccedilatildeo da m u lhe r
Redu z i r a m or ta l i dad e in f an t i l
Me lho ra r a sauacutede das ges tan tes
Com ba te r a A IDS a m a laacute r ia e ou t ras doenccedilas
Qua l idade de v ida e r espe i to ao m e io am b ien t e
T odo m undo t r aba lhando pe lo desenvo lv im en to
O Programa Bolsa Famiacutel ia estaacute em l inha com os ob je t ivos
ac ima e o invest imento maciccedilo em Assis tecircnc ia Socia l como um todo
eacute o esforccedilo para o cumpr imento das meta s Os dados cont idos na
Le i Orccedilamentaacuter ia Anual pub l icada no Porta l do Orccedilamento do
Senado demonstram efet ivo aumento na a locaccedilatildeo de r ecursos para
Assis tecircnc ia Socia l Nesse quesi to destacam-se massivos recursos
ao Programa Bolsa Famiacutel ia
11 h t t p d e s a f i o s 2 i p e a g o v b r s i t e s 0 0 0 1 7 e d i c o e s 3 8 p d f s r d 3 8 n o t 0 4 p d f A c e s s o e m
1 0 1 1 2 0 1 1
3 7
O graacutef ico seguin te nos daacute um quadro do montante dest inado agrave
ass is tecircnc ia soc ia l bem como os va lores designados ao Programa
Bolsa Famiacutel ia Os recursos dest inados agrave Assis tecircnc ia Socia l a
preccedilos de 2011 cresceram de R$ 213 b i lhotildees em 2004 para R$
419 b i lhotildees em 2011 um crescimento rea l de 106 ao ano
s ina l izando de forma contundente o empenho bras i le iro em e l iminar
as desigualdades O programa Bolsa Famiacutel ia que representa 33
do orccedilamento para Assis tecircnc ia Socia l em 2011 cresceu de 74
b i lhotildees em 2004 para cerca de 14 b i lhotildees em 2011 com
cresc imento rea l de 96 ao ano12
O graacutef ico 3 ad iante ind ica a tendecircncia dos va lores a locados agrave
ass is tecircnc ia soc ia l inc lu indo o Programa Bolsa Famiacutel ia
12 V a l o r e s a j u s t a d o s p e l o D e f l a t o r d o P r o d u t o I n t e r n o B r u t o
F o n t e I BG E httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto - Acesso em 1042011
3 8
Graacutef ico 3 A locaccedilatildeo de Recursos p Ass is tecircnc ia Socia l 13
Fonte LOA ndash Le i de Orccedilamento Anual ndash
h t tp www9senadogovbr porta l pagepor ta l orcamento_senado_Po
rta lOrcamento Acesso em 129 2011
13 Ajustado pelo deflator do PIB -
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-
interno-bruto Acesso em 13102011
3 9
12 SUSTENTABILIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
1 21 Impacto na Economia
O desenho do Programa Bolsa Famiacutel ia faz com que ha ja
benef iacutec ios econocircmicos geraccedilatildeo de r iqueza e auto sustentaccedilatildeo
a leacutem de progressos soc ia is importantes
Quanto agrave geraccedilatildeo de r iqueza e la ocorre pr inc ipa lmente
devido ao efe i to mul t ip l icador do Programa Bolsa Famiacutel ia que eacute a l to
porque haacute t ransferecircncia de renda para as camadas mais pobres da
populaccedilatildeo Boa par te da populaccedilatildeo que anter iormente ao Programa
Bolsa Famiacutel ia v iv iam na ind igecircncia e natildeo eram consumidores
passaram a secirc - lo apoacutes o recebimento dos benef iacutec ios f ina ncei ros O
c idadatildeo que prat icamente nada possuiacutea passou a s i tuaccedilatildeo de
consumidor cr iando uma procura de bens e serviccedilos e promovendo
o gi ro da economia pr inc ipa lmente nos munic iacutep ios mais carentes
Estudos ind icam que a expansatildeo dos benef iacutec ios pagos em 20 05 e
2006 R$ 18 b i lhatildeo resu l tou em cresc imento ad ic iona l do PIB de
R$ 431 b i lhotildees com rece i tas ad ic iona is de impostos de R$ 126
b i lhotildees 70 maior que os benef iacutec ios pagos em 2006 de R$ 75
b i lhotildees Essas est imat ivas constam de estudo dos economistas
4 0
Naeacuterc io Aquino Menezes Fi lho coordenador do Centro de Pol iacute t icas
Puacutebl icas (CPP) do Inst i tu to de Ensino e Pesquisa ( Insper) ant igo
Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henr ique Landim Junio r a luno da
graduaccedilatildeo do INSPER 14
O efe i to mul t ip l icador do PBF eacute a l to porq ue insere no
mercado uma populaccedilatildeo carente com poucas condiccedilotildees para poupar
v indo a u t i l izar como consumo prat icamente todo o seu benef iacutec io e
indo a leacutem po is adquire acesso ao creacuted i to o que poss ib i l i ta cons umir
mais do que recebeu O Precircmio Nobel de economia Paul A
Samuelson em seu l ivro ldquo In t roduccedilatildeo agrave Anaacutel ise Econocircmicardquo (p 314
tomo I 1966) exempl i f ica o ldquomult ip l icadorrdquo que just i f ica a
sustentab i l idade do Programa Bolsa Famiacutel ia (Anexo K)
O benef ic iaacuter io do Programa Bolsa Famiacutel ia sat isfaz suas
necessidades baacutesicas e tambeacutem se torna consumidor de bens e
serviccedilos part icu larmente aos associados agrave educaccedilatildeo e sauacutede
Ta lvez educaccedilatildeo e sauacutede natildeo fossem pr ior idades desse novo
c idadatildeo consumidor contudo as condic iona l idades do Programa
Bolsa Famiacutel ia pra t icamente o impulsionam a esse t ipo de consumo
Por out ro lado o aumento da demanda por educaccedilatildeo e sauacutede forccedila
a necessidade de aumento de invest imentos nessas aacutereas
14
F o n t e s O E S T A D O D E S Atilde O P A U L O 1 6 1 0 2 0 0 9 ndash E s t u d o O s E f e i t o s d o
P r o g r a m a B o l s a F a m iacute l i a s o b r e a E c o n o m i a d o s M u n i c iacute p i o s B r a s i l e i r o s ndash L a n d i m e
M e n e z e s ndash a g o s t o d e 2 0 0 9 ( A n e x o F )
4 1
pr inc ipa lmente por par te do poder puacutebl ico Na rea l idade isso estaacute
ocorrendo os invest imentos em educaccedilatildeo cresceram de 39 do
PIB em 2004 a 47 do PIB em 2008 Cerca de R$ 140 b i lhotildees
foram invest idos em 2008 va lor a inda considerado por mui tos
aqueacutem das necessidades Segundo not ic iaacuter io do jorna l O Globo a
recomendaccedilatildeo do UNICEF eacute 8 do PIB o que s ign i f ica a lgo em
torno de R$ 300 b i lhotildees 15 Esse assunto seraacute t ra tado mais ad iante
neste t raba lho
O ref lexo do aumento de invest imento em educaccedilatildeo tende a
repercut i r pos i t ivamente na taxa de analfabet ismo Nota -se que no
grupo de pessoas com 10 anos ou mais a taxa de analfabet ismo
ca iu de 106 em 2004 para 91 e m 2007 provavelmente uma
tendecircncia inerc ia l ta lvez com a lguma sustentaccedilatildeo das
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia
O quesi to sauacutede uma das condic iona l idades importantes do
Programa Bolsa famiacutel ia tambeacutem apresenta substancia l melhor ia por
exemplo a taxa de morta l idade infant i l ca iu de 226 mortes por 1000
nascidos vivos em 2004 para 176 mortes por 1000 nascidos vivos
em 2008 (Graacutef ico 2)
15 Fonte O Globo-1632010 agraves 1225-
httpogloboglobocomeducacaomat20100316investimento-em-educacao-chega-4-7-do-pib-mas-movimentos-sociais-consideram-valor-baixo-916073723asp
4 2
122 Acesso ao Creacuted i to
Embora pareccedila uma d igressatildeo d ist inta do tema aqui em
anaacutel ise e em uma consideraccedilatildeo pre l iminar possa parecer que o
acesso ao creacutedi to em part icu lar at raveacutes do concei to de
microcreacuted ito se ja a lgo i r re levante para o tema Invest imento
Socia l va le anal isar a sua re laccedilatildeo com o Programa Bolsa Famiacutel ia
em termos de sustentab i l idade
Notor iamente o Programa Bolsa Famiacutel ia fomenta com seus
benef iacutec ios e condic iona l idades o desenvolvimento de
oportun idades de negoacutecios em gera l e como consequecircncia a
geraccedilatildeo de empregos Uma boa parce la dos benef ic iados d i re tos
do Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez natildeo se tornem empreendedores
provavelmente vi ratildeo a ser un icamente consumidores de bens e
serviccedilos Seus f i lhos por sua vez devido agrave oportun idade de
educaccedilatildeo teratildeo maiores chances de se tornarem prof iss iona is ou
mesmo empreendedores A demanda gerada fomentaraacute out ros
negoacutecios lanccedilados por pessoas ou ent idades da l ivre in ic iat iva que
natildeo se benef ic iam d i retamente do PBF detentore s de vocaccedilatildeo
empreendedora ou efe t ivamente empreendedores vecircm a demandar
creacuted i to As ent idades bancaacuter ias t rad ic iona is na sua maior ia natildeo
estatildeo apare lhadas para supr i r f inanciamento ao pequeno negoacutecio
4 3
o que t rad ic iona lmente forccedila aos in teressados a procura de fontes
a l ternat ivas com imensas e quase in t ransponiacuteve is d i f icu ldades
Um novo n icho de mercado que ve io a surgi r encontra -se em
p leno progresso e eacute amplamente incent ivado como parte das
po l iacute t icas puacutebl icas bras i le i ras eacute chamado de microcreacuted i to Este t ipo
de atendimento ao pequeno empreendedor natildeo eacute uma inovaccedilatildeo
bras i le i ra jaacute exis te a micro f inanciadora que supre microcreacuted i to agraves
pessoas carentes Esse esquema de f inanciamento in ic iou com
Organizaccedilotildees Natildeo Governamenta is (Ongs) e a lguns bancos como
Bank Rakyat ( Indoneacutesia) Grameen Bank (Ba ngladesh) Kenyan
Rura l In terpr ise Programme (Kenya) Banco Sol (Bo l iacutev ia) e out ros
Essas ent idades focaram seus negoacutecios em pequenos empreacutest imos
como miacuten ima ou mesmo sem garant ias ju ros de mercado
cur t iacutess imo prazo a empreendedores gera lmente pobres com d i f iacutec i l
ou nu la poss ib i l i dade de acesso aos f inanciamentos t rad ic iona is e
conclu iacuteram que essa at iv idade eacute rentaacuteve l e resu l ta em
s ign i f icat ivos benef iacutec ios soc ia is
A pr imeira ent idade f inancei ra a oferecer o microcreacuted ito fo i o
Grameen Bank O seu fundador fo i o Professor Muhammad Yunus
que recebeu o premio Nobel da Paz de 2006 por seus esforccedilos em
promover o desenvolvimento soc ia l das c lasses desfavorec idas No
Grameen Bank o microcreacuted ito eacute d i r ig ido ao atendimento exc lus ivo
do pequeno negoacutecio e eacute considerado inst rumento de inc lusatildeo
4 4
econocircmica e soc ia l Fomenta micro empreendimentos gera
ocupaccedilatildeo emprego e renda possu i burocrac ia reduzida o que
fac i l i ta sobremaneira o acesso por par te do pequeno invest idor
Haacute exemplos in teressantes e bem sucedidos como o
microcreacuted ito da Caixa Econocircmica Federa l d i rec ionado a
empreendedores formais bem como os informais para aquis iccedilatildeo de
equipamentos mateacuter ia -pr ima cap ita l de gi ro ou para a melhora da
inf raest ru tura do negoacutecio O va lo r miacuten imo eacute de R$ 250 e maacuteximo
de R$ 15 mi l o prazo estabelec ido para l iqu idaccedilatildeo do empreacutest imo
eacute de 24 meses sem oferta de carecircncia Em marccedilo de 2011 a taxa
de juros prat icada pe la CEF era de 39 ao mecircs mais encargos
( IOFtaxas para aprovaccedilatildeo de creacuted i to e tc )
Tambeacutem se destaca da mesma forma a oferta do BNDES que
d ispotildee creacuted ito ao microempreendedor v isando atende r pessoas
f iacutes icas e jur iacuted icas com empreendimentos de at iv idade produt iva de
pequeno porte Considera como ta l ent idades com rece ita bruta
infer ior a R$ 240 mi l O BNDES estabeleceu inf raest ru tura
especiacutef ica para essa oferta de creacuted i to cr iou agentes repassadores
d is t r ibuiacutedos pe lo paiacutes em marccedilo de 2011 o s i te do BNDES l is ta 39
ent idades repassadoras O va lor de f inanciamento l im ita -se a R$
15000 por c l iente Em marccedilo de 2011 o BNDES prat icava 4 de
juros mensais para o empreacutest imo inc lu indo encargos bancaacuter ios
4 5
O microcreacuted i to como po l iacute t ica puacutebl ica para a inc lusatildeo soc ia l
ao que se nota eacute a t rat ivo do ponto de vis ta f inancei ro po is tambeacutem
chama a a tenccedilatildeo natildeo soacute de ent idades nacionais mas tambeacutem de
ent idades f inancei ras in ternacionais Recentemente o Grameen
Bank (Bangladesh) anunciou que in ic iaraacute operaccedilotildees no Bras i l Na
rea l idade o grupo f inancei ro Grameen jaacute estaacute estudando as
a l ternat ivas haacute dois anos O p lano de negoacutecios do Grameen Group
pretende conceder empreacutest imos em meacutedia de US$ 200 a juros
anuais var iando ent re 20 a 25 16 Semanalmente o tomador de
empreacutest imo deve prestar contas de suas at iv idades pagar juros e
d i rec ionar out ro pedaccedilo para a poupanccedila (Va lor Econocircmico ndash
142 2011 ndash jo rna l is ta Ana Paula Ragazzi )
Em recente not ic iaacuter io (O Estado de Satildeo Paulo -152 2011)
consta que o Banco Santander f i rmou parcer ia com Banco Grameen
Trust de Bangladesh para lanccedilar programa de microcreacuted i to no
Bras i l em 2012 O Santander p lane ja invest i r US$ 6 m i lhotildees para a
chegada do Grameen ao Paiacutes Segundo o mesmo not ic iaacuter io o banco
Santander opera com microcreacuted i to no Bras i l haacute o i to anos A
operaccedilatildeo do banco comeccedilou com um programa p i lo to na comunidade
de Hel ioacutepo l is em Satildeo Paulo Desde entatildeo jaacute atendeu mai s de 200
mi l pequenos empreendedores O tota l de des embolsos a lcanccedila R$
16
S oacute pa r a n os s i t ua rm os i s t o s i g n i f i ca 1 5 a 1 9 m e nsa i s b em m en o re s qu e as
t a xa s p r a t i ca da s po r ba nc os dom eacutes t i co s em 20 1 1
4 6
800 mi lhotildees Segundo comunicado do banco a exper iecircnc ia eacute
considerada sat isfa toacuter ia po is o pagamento em d ia chega a 97 a
perda eacute de somente 05 e 65 dos c l ientes renovam os
empreacutest imos a f im de expandir seus negoacutecios (O Estado de Satildeo
Paulo - 152 2011- agecircncia Estado) 17
17 F o n t e s D e m o c r a t i z a ccedil atilde o d o c r eacute d i t o n o B r a s i l a t u a ccedil atilde o d o B a n c o C e n t r a l
ALVES Seacuterg io DS e SOARES Marden M - Banco Centra l do Bras i l Jornal Valor
Econocircmico ndash 1422011 ndash Jornal is ta Ana Paula Ragazzi
h t tp wwwvaloronl inecombr impresso f inancas 10438409 4grameen-o-banco-dos-
pobres- in ic iara-operacoes-no-bras i l Acesso em 1132011
O Estado de Satildeo Paulo - Santander e Grameen lanccedilaratildeo microcreacutedi to no Bras i l ndash
1522011
h t tp economiaestadaocombr not ic ias not_55110htm Acesso em 1132011
h t t p w w w b n d e s g o v b r S i t e B N D E S b n d e s b n d e s _ p t N a v e g a c a o _ S u p l e m e n t a r P e r
f i l M i c r o _ P e q u e n a _ e _ M e d i a _ E m p r e s a _ e _ P e s s o a _ F i s i c a A c e s s o e m 0 7 0 9 2 0 1 1
h t tp wwwsc ie lo br sc ie lo phppid=S1415 -65552009000500005ampscr ip t=sc i_ar t text
Acesso em 9 3 2011
4 7
2 QUALIDADE DE V IDA E DA EDUCACcedil AtildeO BRASILEIRA
21 QUALIDADE DE VIDA BRASILEIRA
2 12 Porque El iminar as Desigualdades
Sobre as desigualdades W il l iam F S chulz (2001) d i re tor
execut ivo da organizaccedilatildeo ldquoAnist ia In ternacional rdquo em seu l ivro ldquo In
our own best interest rdquo (Em nosso proacutepr io in teresse) logo na
in t roduccedilatildeo descreve resposta a um quest ionamento durante uma
entrevis ta para a ldquoKnoxvi l le Nat iona l Publ ic Radio Stat ionrdquo no
estado do Tennessee ndash Estados Unidos Schulz fa lava sobre suas
exper iecircnc ias em loca is com o Burma (Myanmar) Boacutesnia China
Chiapas (Meacutexico) campos de refugiados no Congo bruta l idade
po l ic ia l em Nova Iorque etc ateacute que o ent r evis tador argu iu o
ent revis tado nos seguintes termos
Eu tenh o ce r te za q ue todos noacutes concordam os que
es tes t i pos de v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos satildeo
m ora lm en te repugnan tes Mas se eu q ue m a l
posso m e m an te r v i vendo no les te do T ennessee
sem pre preocupado se hav e raacute d inhe i ro su f i c ien te
4 8
pa ra que m eus f i l hos tenham um a educaccedilatildeo
decen te ou se po dere i pagar p o r um a casa m a io r
que d i f e renccedila f az a m im aque les abusos
( v io laccedilotildees de d i r e i t os hum anos) oco r rendo em
luga res tatildeo d is tan tes de onde eu v i vo18
Resumindo o ent revis tador perguntou a W il l ian Schulz ldquoo que
eu tenho a ver com issordquo Segundo o autor este t ipo de
quest ionamento era in teressante e importante e permi t iu o
desenvolvimento de uma resposta ext remamente loacutegica seguindo a
mesma l inha do inter locutor
Quando o f i l ho de ssa pessoa (do les te do
Tennessee) eacute um mi l i ta r que pode raacute se rv i r no
Ha i t i o u na Boacutesn ia essa pessoa ce r tam en te tem
m u i to a cons ide ra r sob re respe i to aos d i r e i t os
hum anos Ou tem um pos to de t r aba lh o q ue pod e
se r e l im inado po rqu e as em presas am er icanas
satildeo a t ra iacutedas pe los ba ixos sa laacute r ios pa gos em
pa iacuteses que abu sam dos d i r e i t os dos
t r aba lhadores ce r tam en te tem m u i to a cons ide ra r
sob re o respe i to aos d i r e i t os hum anos Ou es taacute
p reocupada com o tem a das d rogas e d escobre
que as a rm as env ia das pa ra lu ta r na g uer ra do
na rco t raacute f i co co lom b iano satildeo desv iada s pa ra
m a ta r gen te inocen te essa pessoa pode s im
cons ide ra r se r iam ente sob re o respe i to aos
d i r e i t os hum anos Se vocecirc f az inves t im en to nas
18
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
4 9
bo lsas de accedilotildees in te rnac iona is ou se pe r tence a
um p lano de pensatilde o que o f a z eacute m e lho r que
ac red i te que os d i r e i t os hum anos tecircm m u i to a ve r
com vocecirc 19
A resposta dada por Schulz ao seu inter locutor certamente
um jorna l ista amer icano natildeo muito preocupado com prob lemas
soc ia is d istantes de seu campo de atuaccedilatildeo encontra certa analogia
na co locaccedilatildeo de Al Gore ex -vice-pres idente amer icano (2001 -2003)
e Precircmio Nobel da Paz (2007) no f i lme ldquoUma Verdade
Inconvenienterdquo (2007) sobre assuntos ambienta is af i rma que a
maneira mais ef ic iente de incent ivar e conseguir apoio no assunto
preservaccedilatildeo do meio ambiente eacute u t i l izar as m esmas armas do
cap ita l ismo Cita como exemplo o lanccedilamento dos cer t i f icados de
sequest ro de carbono os quais seratildeo ext remamente efe t ivos para a
qual idade ambienta l po is a t ingem d i retamente as f inanccedil as das
ent idades po lu idoras v indo a cont ro lar empreendimentos com
sustentab i l idade quest ionaacutevel
O Brasi l natildeo sof re o mart iacute r io imposto aos c idadatildeos por
governantes deacutespotas e sanguinaacuterios con tudo haacute uma s i tuaccedilatildeo
endecircmica de desigualdade soc ia l Um dos agravantes da
desigualdade eacute a migraccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutereas menos
favorec idas para as metroacutepoles onde exis te maior poss ib i l idade de
19
T r a d u ccedil atilde o l i v r e f e i t a p e l o a u t o r
5 0
emprego Como a migraccedilatildeo ocorre de forma a leatoacuter ia haacute na
rea l idade uma dupl icaccedilatildeo de prob lemas a aacuterea pobre eacute
descapi ta l izada seus c idadatildeos ent ram em decadecircncia e as aacutereas
metropol i tanas recebem um f luxo maior do que suas necessidades
agravando as condiccedilotildees de sobrevivecircncia Na rea l idade nas aacutereas
metropol i tanas natildeo haacute lugar para todos os migrantes se acumulam
em fave las e cor t iccedilos gera lmente em condiccedilotildees subumanas
aumentando a inda mais a des igualdade
O cresc imento econocircmico observado no Bras i l nas uacutel t imas
deacutecadas e os invest imentos em programas soc ia is em part icu lar o
Programa Bolsa Famiacutel ia permit iu levar o desenvolvimento para
aacutereas carentes como Norte e Nordeste Recente ar t igo no Jorna l O
Estado de Satildeo Paulo (19102010) anal isa o estudo fe i to por F laacutevio
Romatildeo da LCA Consultores
Um dos aspec tos m a is r e levan te s do
desenvo l v im en to econocircm ico recen te do B ras i l eacute
a r educcedilatildeo do f l uxo m ig ra toacute r io do Nordes te pa ra
o Sudes te I s so em pa r te se deve a p rog ram as
soc ia is com o o Bo ls a Fam iacute l ia que sem duacutev id a
r e teacutem pessoas em seus m un ic iacutep ios de or igem
Mas o p r inc ipa l f a to r r esponsaacuteve l pe las
dec isotildees de m i lha res de pessoas de
pe rm anecer na reg iatildeo eacute a ge raccedilatildeo d e em pregos
no Nordes te com o m os t ra es tudo f e i t o pe lo
econom is ta Faacuteb io R om atildeo d a LC A Co nsu l to res
c resc im en to
5 1
O art igo enfat iza e just i f ica que o cresc imento eacute sustentaacuteve l
e perene e co loca os seguintes termos
A m ig raccedilatildeo do Nordes te pa ra o Sudes te
d im inu iu s ign i f i ca t i vam en te En t re 1992 e 2002
o Nordes te pe rdeu 1 5 de sua popu laccedilatilde o po r
ano pa ra o Sudes te Jaacute de 2002 a 2007 a taxa
anua l ca iu pa ra 0 98 e em 2008 e 200 9 natildeo
passou de 0 85 E natildeo satildeo pouc os os
no rdes t inos que m ig ra ram para os g randes
cen t ros do Pa iacutes e es tatildeo re to rnando a seus
Es tados na ta is Haacute razatilde o pa ra i s so um a ve z
que de aco rdo co m o Cadas t ro Gera l de
Em pregados e Desem pregados as uacuten icas
reg iotildees que reg is t r a ram aum en to do emprego
f o rm a l de 2008 pa ra 2009 f o ram a Nor te (40)
e a Nordes te (12)
Evidencia -se portanto que a expansatildeo econocircmica do paiacutes
natildeo eacute um fenocircmeno loca l izado mas vem se espra iando Essa
evo luccedilatildeo cont r ibu i cer tamente para a reduccedilatildeo de desequi l iacutebr ios
regionais de desenvolvimento ta lvez o mais grave prob lema
nacional Em c ic los anter iores de expansatildeo esse descompasso se
acentuou uma vez que os maiores po los indus t r ia is do paiacutes
loca l izam-se no Sudeste onde tambeacutem se s i tuam os maiores
mercados Programas dest inados a corr ig i r essa d istorccedilatildeo por meio
da concessatildeo de incent ivos f isca is t iveram a lgum efe i to mas mui to
menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia
5 2
nordest ina pe lo aumento da renda e pe los efe i tos mul t ip l icadores
de invest imentos na aacuterea de tur ismo e na inf raest r utura como os
que vecircm sendo fe i tos no Porto de Suape em Pernambuco e na
Ferrovia Transnordest ina 20
Como constatam os comerc iantes loca is e as empresas de
vare jo de massa que expandem suas redes pe la regiatildeo o mercado
consumidor do Nordeste teve um cresc imento ineacuted i to ldquoSegundo o
economista Romatildeo (2010) o cresc imento sustentado da economia
gerou aumento da formal izaccedilatildeo do emprego no Nordeste e ganho
rea l do sa laacuter io miacuten imo que indexa quase a metade dos sa laacuter ios
dos t raba lhadores bem como a desaceleraccedilatildeo do f luxo migratoacuter iordquo
(Anexo I )
Os empresaacuter ios provavelmente sem ter conhecimento das
co locaccedilotildees de Schulz jaacute perceberam que a desigualdade natildeo eacute
beneacutef ica e estatildeo se movimentando no sent ido de encontrar
so luccedilotildees a f im de min imizar ou mesmo e l iminar as desigualdades
Em recente reportagem (Anexo G) o jorna l ldquoThe New York Times rdquo
d iscorre sobre os negoacutecios do b i l ionaacuter io ind iano Vinod Khosla co -
fundador da Sun Mycrosystems Khosla eacute um dos homens mais
r icos do mundo
20
C o b r i r aacute 1 7 2 8 k m d e f e r r o v i a l i g a n d o E l i s e u M a r t i n s ( P I ) a o s p o r t o s d e S U A P E
( P E ) e P e c eacute m ( C E ) c o m p r e v i s atilde o d e e n t r a d a e m o p e r a ccedil atilde o e m 2 0 1 3
5 3
Khosla reso lveu invest i r n a SKS Microf inance uma empresa
f inancei ra que faz empreacutest imos agraves mulheres pobres na Iacutend ia
Segundo o ar t igo a SKS abr iu seu cap ita l e lanccedilou accedilotildees na Bolsa
de va lores de Bombaim O que ocorreu eacute que a for tuna de Khosla
aumentou em 117 mi lhotildees de doacute lares O empresaacuter io promete que
esse lucro todo seraacute ap l icado em out ros empreendimentos que
lu tam pela reduccedilatildeo da pobreza
O p lano do b i l ionaacuter io Khosla eacute in ic iar um fundo de cap ita l
com uma car te i ra de invest imentos que foca l ize accedilotildees dos pobres
da Iacutend ia Aacutef r ica e out ros loca is e promovam serviccedilos com sauacutede
energia e educaccedilatildeo
Khosla defende empreendimentos par t icu larmente
f inancei ros d i rec ionados agrave educaccedilatildeo ou d istr ibu iccedilatildeo de
equ ipamentos geradores de energia so lar para consumidores
pobres E le defende a ide ia de que a cr iaccedilatildeo de empreendimentos
sustentaacuteve is podem melhor a judar aos menos favorec idos do que a
maior ia das organizaccedilotildees f i lant roacutep icas natildeo lucrat ivas Para Khosla
natildeo haacute d inhe i ro suf ic iente para melhorar as condiccedilotildees de
desigualdade at raveacutes de accedilotildees humani taacuter ia s
Natildeo eacute soacute Khosla que estaacute seguindo esse caminho out ros
empreendedores do mesmo ca l ibre como Pierre Omidyar co -
fundador da E-bay e Stephen M Case co -fundador da
5 4
AmericaOnl ine jaacute in ic iaram fundos de invest imentos com os
mesmos ob je t ivos do idea l izado s por V Khosla
Khosla af i rma que pessoalmente eacute negat ivo sobre a maior ia
das ONGs natildeo no que d iz respei to agraves in tenccedilotildees mas s im no
aspecto efet iv idade Enfat iza que empreendimentos de cunho soc ia l
satildeo mais efet ivos porque cr iam novos postos de t raba lho e oferecem
condiccedilotildees de cresc imento (Anexo J)
2 13 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano - ( IDH)
Um dos pr inc ipa is termocircmetros ut i l izados atua lmente pe las
Naccedilotildees Unidas (PNUD em portuguecircs ou UNDP em inglecircs) eacute o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano O IDH (HD I em inglecircs) fo i idea l izado
pe los economistas Amartya Sen (Nobel de economia em 1998) e
Mahbub u l Haq (1934 -1998) e adotado a par t i r de 1993 como medida
do bem estar humano O IDH eacute ca lcu lado em funccedilatildeo de t recircs
importantes fa tores para o desenvolvimento do ser humano
longevidade educaccedilatildeo e renda nacional per cap i ta
5 5
A longevidade eacute def in ida tomando -se em conta a expectat iva
meacutedia de vida ao nascer a educaccedilatildeo 21 inc lu i a meacutedia de
esco lar idade em nuacutemero de anos de pessoas ac ima de 25 anos
somada agrave expectat iva de esco lar idade de estudantes ao a lcanccedilarem
a idade de ingresso na esco la a teacute f ina l de suas vidas a renda
nacional per cap i ta considera va lores a justados a f im de ref le t i rem
equal izaccedilatildeo de par idade de poder de compra ( PPP abreviaccedilatildeo em
inglecircs para ldquopar i ty power of purchase rdquo ) dos paiacuteses em US doacute lares ao
dos Estados Unidos
O PNUD contro la e publ ica o IDH para 187 paiacuteses sendo que
c lass i f ica os paiacuteses em quatro categor ias ldquocom desenvolvimento
humano mui to a l tordquo IDH ac ima de 090 ldquocom a l to desenvolviment o
humanordquo com IDH ac ima de 080 ldquomeacutedio desenvolvimento humanordquo
IDH ac ima de 050 e ldquoba ixo desenvolvimento humanordquo IDH abaixo
de 050 Segundo o re latoacuter io de 2011 o Bras i l ocupa a 84ordf pos iccedilatildeo
em 2011 com um iacutend ice de 0718 bem abaixo do pr imeiro co l ocado
a Noruega com 0929 A posiccedilatildeo bras i le i ra tambeacutem f ica abaixo da
meacutedia regional que eacute de 0731 para a Ameacuter ica Lat ina e Car ibe
21
E s t e c o n c e i t o c o n s i d e r a n d o e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e f o i a d o t a d o a p a r t i r d e
2 0 1 0 a m e t o d o l o g i a a n t e r i o r c o n s i d e r a v a t a x a s d e a n a l f a b e t i s m o t a m b eacute m a d o t o u -
s e m eacute d i a g e o m eacute t r i c a e m l u g a r d a m eacute d i a a r i t m eacute t i c a
5 6
0665
0692 0695 07 0705 07080715 0718
062
064
066
068
07
072
074
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
IDH DO BRASIL
Graacutef ico 4 Iacutend ice de Desenvolvimento Humano
Fonte PNUD
ht tp hdrundporgenstat is t icshd i Acesso em 03112011
Prat icamente os paracircmetros que def inem o I DH bras i le i ro
pos ic ionam o Bras i l em desvantagem aos demais paiacuteses da regiatildeo
As anaacute l ises de cada componente do IDH ca lcu lado para o Bras i l
seguem adiante In ic ia lmente tomemos a d imensatildeo educaccedilatildeo
5 7
MEacuteDIA DE ESCOLARIDADE DO BRASILEIRO
(N ⁰ D E A N OS )
G raacute f i co 5 Meacuted ia de Esco la r idade do Bras i le i ro
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l
Acesso em 11 4 2012
O ind icador de esco lar idade meacutedia da populaccedilatildeo (graacutef ico 5)
most ra cresc imento mas o preocupante eacute que ta lvez o cresc imento
natildeo se sustente a est ru tura dos meios de ensino insta lados ta lvez
natildeo garantam o aumento de esco lar idade futura po is haacute queda no
quesi to expectat iva de esco lar idade das cr ianccedilas (graacutef ico 6) A
qual idade da educaccedilatildeo bras i le i ra seraacute abordada em toacutep ico exc lus ivo
mais ad iante
A me todo log ia ado tada em 2 010 mudou o caacute lcu lo da
d imensatildeo educaccedilatildeo v indo a ado ta r como pa racircmet ros a
esco la r idade dos c idadatildeos S egue anaacute l i se sob re o caacute lcu lo da
ldquoExpecta t i va de Esco la r idade rdquo
5 8
De aco rdo com no ta teacutecn ica de apo io ao lanccedilamento do
re la toacute r io de desenvo lv imento humano 2010 ldquoO Novo IDH rdquo 22 o
PNUD ca lcu la a expecta t i va de anos de esco la r idade em funccedilatildeo
das ma t r iacutecu las em todos os n iacuteve is de educaccedilatildeo fundamenta l
meacuted io e te rc iaacute r ia (poacutes -ens ino meacuted io ) Pa ra ca lcu la r a d imensatildeo
educaccedilatildeo que compotildee as va r iaacuteve is do IDH compara a expecta t i va
do pa iacutes com a ma io r esco la r idade obse rvada na l i s ta dos pa iacuteses
con t ro lados A expecta t i va de anos de esco la r idade nas
pub l icaccedilotildees eacute l im i tada a um maacutex imo de 18 anos
Uma anaacute l i se in forma l nos pe rmi te tes ta r a qua l idade do
dado apresen tado de 13 8 anos pa ra a expecta t i va esco la r
b ras i le i ra Cons ide rando uma taxa de repe tecircnc ia meacuted ia ao redo r
de 19 23 o dado b ru to ext rapo lado resu l ta raacute em 17 anos o que
es taacute bem p roacutex imo d a esco la r idade nom ina l o fe rec ida no B ras i l e
ma is p roacutex imo agrave esco la r idade o fe r ec ida pe los pa iacuteses de ten to res da
exce lecircnc ia em IDH
22 Nota Teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de Desenvolvimento Humano 2010 ldquoA Verdadeira Riqueza das Naccedilotildeesrdquo h t tp hd rundpo rg en med ia HDR_2010_PT_TechNotes_ rep r in t pd f
acesso em 10 4 2012 23
Nota teacutecnica de Apoio ao Lanccedilamento do Relatoacuterio de desenvolvimento Humano 2010 paacutegina 8 indica que a repetecircncia meacutedia no Brasil foi de 187 em 2007
5 9
Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola Fundamenta l Meacutedio e Super ior
(N⁰ de anos)
141 141 141 141
145
142
14
138 138 138 138 138
134
136
138
14
142
144
146
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Graacutef ico 6 Expectat iva de Escolar idade dos Bras i le i ros em Idade de
Ingresso na Escola ndash Fundamenta l Meacutedio e Super ior
Fonte PNUD
httphdrstatsundporgenindicators69706html Acesso em 1142012
Como podemos no ta r no g raacute f ico 6 haacute um p ico no ano 2000
quando fo i a t ing ido 14 5 anos con tudo natildeo houve sus ten taccedilatildeo e
a expecta t i va de esco la r idade ca iu e se es tab i l i zou em 13 8 anos
a pa r t i r de 2007
Dos ind icadores de educaccedilatildeo que apresentam s igni f ica t iva
melhor ia destaca-se o analfabet ismo para ind iviacuteduos com idade
super ior a 15 anos em 2002 era de 118 e fo i reduzido para 9 9
em 2007 As esta t iacutes t icas ind icam s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l contudo o
quest ionamento for te que surge versa sobre a qual idade da
a l fabet izaccedilatildeo dos que saiacuteram do mapa dos i let rados Segue tabe la
6 0
3 com dados publ icados pe lo IBGE cobr indo a taxa de
analfabet ismo
TAXA DE ANALFABETISMO DA POPULACcedilAtildeO ACIMA DE 15
ANOS
Per iacuteodo ()
2002 11 83
2003 11 55
2004 11 22
2005 10 92
2006 10 24
2007 9 86
Tabe la 3 Taxa de Ana l fabe t ismo da Popu laccedilatildeo ac ima de 15 anos
Fonte IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD331amps
v=8ampt=taxa -de-ana l fabe t i smo -de -pessoas -de -15 -anos-ou -ma is -de -
idade
Acesso em 29 10 2011
A longevidade do bras i le i ro estaacute aumentando de forma
consis tente o cresc imento meacutedio considerando os uacute l t imos 10 anos
(2000-2010) eacute de 0 4 anuais o que s ign i f ica que as condiccedilotildees
gera is de vida e em especia l de sauacutede estatildeo melhorando
6 1
701
716718 721
725728
731 735
68
69
70
71
72
73
74
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
EXPECTATIVA DE VIDA (EM ANOS)
Graacutef ico 7 Expectat iva de Vida
FontePNUD
ht tp hdrstatsundporgen ind icators69206html
Acessado em 0311 2011
A renda per cap i ta bras i le i ra (PPP -- a justada a par idade de
poder de compra dos em US doacute lares nos Estados Unidos va lores
constantes a preccedilos de 2005) apresenta tendecircncia posi t iva
consis tente de cresc imento contudo natildeo parece ser robusta
suf ic iente para cap i ta l izar resu l ta dos s ign i f icat ivos no IDH Em 11
anos houve um cresc imento de 32 equiva lente a 2 5 ao ano o
que eacute re la t ivamente ba ixo quando comparado a out ros paiacuteses
emergentes Nota-se queda em 2009 devido agrave cr ise mundia l com
retomada em 2010 Cabe sa l ienta r que sem cresc imento econocircmico
torna-se cr iacute t ica a re tomada de invest imentos Desnecessaacuter io af i rmar
que invest imentos ad ic iona is em educaccedilatildeo sem cresc imento
6 2
econocircmico dependeratildeo da re locaccedilatildeo de recursos de out ras aacutereas o
que dependeraacute da ldquoqua l idade po l iacute t icardquo dos governantes
Eacute provaacutevel que a estagnaccedilatildeo do Bras i l no que tange ao IDH
possa ser a t r ibuiacuteda ao piacutef io cresc imento econocircmico que fata lmente
desace lera todos os demais componentes da equaccedilatildeo
Graacutef ico 8 Renda Nacional Per Capita (US$ PPP constante a preccedilos
de 2005)
Fonte PNUD
http hdrstatsundporgen ind icators100106html
Acesso em 041111
6 3
214 Iacutend ice de Gin i
Outro ind icador ut i l izado regularmente eacute o iacutend ice de Gin i
desenvolvido por Corrado Gin i (1884-1965) esta t iacutes t ico demoacutegrafo e
soc ioacute logo i ta l iano A def in iccedilatildeo oferec ida pe lo PNUD ao iacutend ice de
Gin i eacute a seguinte
Mede o g rau de des igua lda de ex is te n te na
d is t r i bu iccedilatildeo de ind iv iacuteduos segundo a renda
dom ic i l i a r pe r cap i ta Seu va l o r va r ia de 0
quando n atildeo haacute des igua ldad e (a renda d e todos
os ind iv iacutedu os tem o m esm o va lo r ) a 1 quando a
des igua lda de eacute m aacutex im a (apenas um ind iv iacuted uo
de teacutem toda a renda da soc iedade e a re nda de
todos os ou t ros ind iv iacuteduos eacute nu la )24
Ao tomarmos o iacutend ice de Gin i notamos que desde a
in t roduccedilatildeo do Programa Bolsa Famiacutel ia em outubro d e 2003 (MP 132
de 20102003) houve melhor ia o iacutend ice d iminu iu de 055 em 2002
para 0 52 em 2007 54 em c inco anos ou 11 ao ano (v ide
graacutef ico 9 baseado em dados publ icados pe lo IBGE)
24
F o n t e h t t p w w w p n u d o r g b r p o p u p p o p p h p i d _ p o p = 9 7 A c e s s a d o e m
1 3 1 0 2 0 1 0
6 4
G raacute f i co 9 Iacutend ice de G in i
Fon te IBGE (ano 2000 ind ispon iacuteve l )
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=FED103amp
sv=16ampt= ind ice -de -g in i -da-d is t r ibu icao -do - rend imento -mensa l -dos -
dom ic i l i os -com- rend imento
Acesso em 29 10 2011
Apesar da melhoria pequena apresentada nos iacutend ices eacute voz
corrente que o Bras i l vem reduzindo a desigualdade Recentemente
a jorna l ista Pat r iacutec ia Campos Mel lo do Jo rna l ldquoO Estado de Satildeo
Paulordquo ent revis tou o economista Makhtar Diop (Anexo C) d i retor do
Banco Mundia l para o Bras i l desde jane i ro de 2009 que considera
que o Bras i l eacute referecircncia in ternacional em reduccedilatildeo de pobreza
Af i rma que com o amadurec imento do Programa Bolsa Famiacutel ia os
programas soc ia is prec i sam ent rar em uma nova fase est imular o
ingresso no mercado de t raba lho e ac ima de tudo est imular melhor
qua l idade na educaccedilatildeo e na sauacutede O d iagnoacutest ico pertence ao
6 5
economista Makhtar Diop a ent revis ta estaacute publ icada no encarte
ldquoDesaf iosrdquo de 27 de setemb ro de 2010 (Anexo C) 25
Sobre os ind icadores que visam medir o desempenho dos
p lanos soc ia is Makhtar Diop destaca
O Bras i l t eve um a reduccedilatildeo s ign i f ica t i va na
pobre za Em 2001 os pob res e ram 38 7 da
popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A c am ada m a is pob re da popu la ccedilatildeo ca iu
pe la m e tade - e ram 17 4 em 2001 e p assa ram
para 8 8 A leacutem d isso o coe f i c ien te de G in i q ue
m ede a des igua ldad e (quan to m a is p roacutex im o de 1
m a is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra
0 550 em 2010 O coe f i c ien te de G in i sem pre
leva m u i to tem po pa ra ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo
im press iona Em gera l a r enda pe r cap i ta
c resceu m as a renda dos 10 a 20 m a is
pob res c resceu m u i to m a is r ap idam en te que a
renda dos 10 m a is r i cos - r eduz indo a
des igua lda de O Br as i l a ind a eacute um pa iacutes m u i to
des igua l Mas o rum o e a tendecircnc ia tecircm s ido
m u i to bons O Pa iacutes e s taacute a cam inho de cum pr i r os
vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo l v im en to do M i lecircn io
com o e r rad ica r pob re za ex t rem a e a f om e a teacute
25 Fonte httpwwwestadaocombrnoticia_impphpreq=not_imp6157880php Acesso em15102010
6 6
2015 ed ucaccedilatildeo p r im aacuter ia un ive rsa l e i gua ldad e
de gecircnero26
As condic iona l idades estabelec idas pe lo Programa Bolsa
Famiacutel ia de certa forma forccedilam sobremaneira a melhor ia das
condiccedilotildees de educaccedilatildeo o benef ic iaacuter io para cont inuar como
part ic ipante tem que m anter seus f i lhos na esco la Ess a condiccedilatildeo
permi te agrave cr ianccedila ser educada de forma regular e por out ro lado
forccedila o Poder Puacutebl ico a invest i r na oferta de esco las e professores a
f im de atender aos novos ldquoconsumidores de educaccedilatildeordquo
Os ind icadores de analfabet ismo s i tuam -se na casa dos
1027 haacute que considerar que melhor ias conseguidas quando o
patamar eacute re lat ivamente ba ixo satildeo qu ase impercept iacuteveis e requerem
esforccedilo maior do poder puacutebl ico Na rea l idade o maior empenho
provavelmente deve ser quanto agrave ldquos in ton ia f ina do s is temardquo torna -
se necessaacuter io oferecer qua l idade cada vez maior ao processo
educacional Diop responde ao quest ionamento sobre o que poder ia
ser melhorado no Programa Bolsa Famiacutel ia da seguinte forma
26
D a d o s s o b r e o Iacute n d i c e d e G i n i s atilde o d i v e r g e n t e s o I B G E p u b l i c a 0 5 6 p a r a 2 0 0 1 e
e s t e n d e a t a b e l a s o m e n t e a t eacute 2 0 0 7 a p e s a r d a d i v e r g ecirc n c i a o c o m e n t aacute r i o eacute v aacute l i d o
A s p u b l i c a ccedil otilde e s d e M D S t a m b eacute m d i v e r g e m l i g e i r a m e n t e d o I B G E
27 R e f e r ecirc n c i a o s d a d o s a p a r t i r d e 2 0 0 6 a t a x a d e a n a l f a b e t i s m o s i t u a - s e a o r e d o r
d e 1 0 e s t a b i l i z a n d o - s e n e s t e p a t a m a r
6 7
Nossa p r inc ipa l p reocupaccedilatildeo pa ra o fu tu ro eacute
com o esses p rog ramas vatildeo a f e ta r a p rodu t i v id ade
da econom ia no lo ng o p ra zo se natildeo f o r l i gado ao
m ercado de t r aba lho
P rec isam os t r aba lha r essa t r ans iccedilatildeo pa ra
pessoas sa iacute rem do p rog ram a natildeo f i ca rem em
s i t uaccedilatildeo pe rm anen te de receber d inh e i ro do
gove rno O segund o desa f io se re lac iona agrave
in te r venccedilatildeo na p r im e i ra in f acircnc ia Es tudos
m os t ram que quando natildeo haacute educaccedilatildeo en t re as
idades de 1 a 5 anos f i ca m u i to m a is ca ro o
inves t im en to no cap i ta l hum ano Eacute p rec iso
t r aba lha r com o gove rno pa ra l i g a r m e lho r a
t r ans f e recircnc ia de renda a p rog ram as de p r im e i ra
in f acircnc ia
Para considerar a recomendaccedilatildeo de Diop eacute necessaacuter ia a
revisatildeo de po l iacute t icas puacutebl icas e e laboraccedilatildeo de um pro jeto est rateacutegico
novo de longo prazo Eacute notoacuter io que estamos longe de uma so luccedilatildeo
ou estabelec imento de uma est ra teacutegia a respei to deste assunto o
tema eacute cont roverso e necessi ta de discussotildees a respeito
O Bras i l eacute o 84ordm co locado no rank ing de desenvolvimento
humano tomemos como exemplo o pr imeiro co locado a Noruega
segundo o s i te of ic ia l da embaixada norueguesa do Bras i l (Anexo
D) aquele paiacutes es taacute prestes a at ingi r a abrangecircncia un iversa l da
educaccedilatildeo preacute -esco lar Segundo o informat ivo em 2008 87 de
todas as cr ianccedilas ent re 1 a 5 anos de idade f requentava o jard im de
infacircnc ia cont ra 69 em 2003 Na Noruega desde 2009 eacute previs to
6 8
em le i a educaccedilatildeo preacute -esco lar houve expansatildeo recorde em 2009 da
oferta de vagas a f im de garant i r qua l idade de oferta agraves cr ianccedilas
Atua lmente o foco estaacute sendo t ransfer ido da quant idade de vagas
para a qual idade da educaccedilatildeo preacute -esco lar Apesar dos esforccedilos do
poder puacutebl ico norueguecircs c i ta o informat ivo nem todos os pa is
ace itam que os f i lhos f requentem o jard im de infacircnc ia desde tenra
idade neste caso eacute oferec ido um subsiacuted io monetaacuter io aos pa is que
natildeo se ut i l izam da ofer ta de vagas preacute -esco lares visando cont r ibu ir
para uma part i lha justa das verbas estata is dest inadas agraves famiacutel ias
independente do que esco lhem para a ed ucaccedilatildeo de seus f i lhos 28
Devemos considerar que estamos inf in i tamente longe de uma
s i tuaccedilatildeo norueguesa soacute para just i f icar em 2010 o Produ to
Nacional Bruto (US$ PPP constante a 2005) per cap i ta norueguecircs fo i
US$ 47667 4 7 vezes o bras i le i ro de US$ 10 162 cer tamente este
fa tor eacute dec is ivo para o sucesso e para a exce lente posiccedilatildeo quanto
ao a l to iacutend ice de desenvolvimento humano
A Noruega desde 1980 eacute c lass i f icada como o p r imeiro no
rank ing dos paiacuteses de melho r IDH 0 943 em 2011 a Aust raacute l ia ho je
em segundo lugar com IDH de 0929 (2011) sa iu de 0 850 em 1980
quando era o deacutecimo co locado
28
F o n t e h t t p w w w n o r u e g a o r g b r A b o u t _ N o r w a y p o l i c y A s s i s t e n c i a -
S o c i a l d a y c a r e A c e s s o e m 1 5 1 0 2 0 1 0
6 9
Apesa r de o mode lo econocircmico b ras i le i ro se r d i f e ren te dos
pa iacuteses c lass i f i cados com a l to IDH va le a pena ana l isa r pon tos
re levan tes do p rocesso econocircmico po r e les ado tados Em art igo
publ icado no jorna l ldquoO Valor Econocircmicordquo sob o t iacute tu lo ldquoO Brasi l
prec isa esco lher ent re Argent ina e Aust raacute l ia rdquo Andreacute Sacconato e
Nathan Blanche 29 a t r ibuem o sucesso a uma ef ic iente gama de
reformas que inc lu iu desva lor izaccedilatildeo da moeda em 1983 l iberaccedilatildeo
do comeacuterc io in ternacional abertura dos mercados de cap ita is
desregulamentaccedilatildeo e pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest rutura e
reforma nas le is que regem o mercado de t raba lho Argumentam os
ar t icu l istas que tudo isso t rouxe um aumento no grau de conf ianccedila
no paiacutes a t ra indo um maior vo lume de cap i ta l est rangeiro eacute bem
provaacutevel que a s i tuaccedilatildeo saudaacutevel do desenvolvimento humano fo i
resu l tado do cresc imento econocircmico s ign i f ica t ivo a uma taxa meacutedia
anual de 3 6 nos uacute l t imos qu inze anos
Sacconato e B lanche autores do ar t igo consideram que o
Bras i l tem condiccedilotildees mais favoraacuteve is para t r i lhar caminho
semelhante tecem a seguin te anaacutel ise de como podemos vencer o
desaf io de melhorar no IDH
29 O Brasil precisa escolher entre Argentina e Austraacutelia por Andreacute Sacconato e Nathan Blanche 06052010 Jornal Valor Econocircmico - Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria e Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
7 0
Que l i ccedilotildees podem os t i r a r pa ra o Bras i l ap rove i ta r
o m om ento co r re to de im por tar poupanccedila ex te rna
e a t r ans f o rm ar em c resc im en to sus ten taacuteve l Em
te rm os de es tab i l i dade m ac roeconocircm ica j aacute
t em os um am b ien te saudaacuteve l em bora tenham os
um h is toacute r i co de m ora toacute r ias O s i s tem a de m e tas
de in f laccedilatildeo e o cacircm b io f l u tuan te f o ram
im p lan tados em 1999 e a le i d e responsab i l i d ade
f i sca l em 2000 Nossa d iacutev ida ex te rna eacute ba ixa
em bora a m a tur idade e a taxa de j u ros pa ra
ro lagem a inda natildeo se j am as idea is
Outro ponto que deve ser melhorado segundo Blanche e
Sacconato eacute a fa l ta de um arcabouccedilo mais moderno e l ibera l izante
no mercado de cacircmbio bras i le i ro jaacute que a d i f icu ldade de remessas e
saiacutedas a inda eacute mui to grande e baseada numa est ru turaccedilatildeo ant iga
quando as condiccedilotildees de mercado eram d iametra lmente d i ferentes da
atua l ( reso luccedilatildeo nordm 4131 de 1964)
Sobre contas externas a s i tuaccedilatildeo do Bras i l eacute ateacute mais
confor taacuteve l do que a da Aust raacute l ia e out ros paiacuteses exportadores de
commodi t ies Temos mais reservas in ternacio nais e menos diacutevida
externa
A leacutem d isso conseguimos nos uacute l t imos anos f inanciar todo o
deacutef ic i t em t ransaccedilotildees correntes 30 (quando e le exis t iu) com
30
Refletem as operaccedilotildees com o exterior incluindo receitas obtidas com exportaccedilotildees de mercadorias gastos com importaccedilatildeo pagamentos de juros da diacutevida externa seguros e fretes e transferecircncias unilaterais que incluem todas as doaccedilotildees e remessas de dinheiro para o paiacutes natildeo relacionado com operaccedilotildees comerciais como o dinheiro mandado por brasileiros que residem no exterior
7 1
invest imento externo d i reto que eacute o menos vo laacute t i l das ent radas do
lado do movimento de cap ita is a lgo que nem a proacutepr ia Aust raacute l ia
vem conseguindo O que fa l ta entatildeo As reformas que foram fe i tas
laacute como a t raba lhis ta a pr ivat izaccedilatildeo do setor de inf raest ru tura e a
abertura comerc ia l estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado por aqu i A
l ibera l izaccedilatildeo cambia l tambeacutem tem avanccedilado mas pode ser
considerada aqueacutem do necessaacuter io
Os ar t icu l istas enfa t izam que e ste eacute o momento certo para
aprove itar o excesso de l iqu idez externo e t ransformar em
produt iv idade Seguir o exemplo de sucesso da Aust raacute l ia eacute o melhor
caminho As cr iacute t icas de quem tem medo dos deacutef ic i ts em t ransaccedilotildees
correntes satildeo anacrocircn icas e levar iam o Bras i l ao a t raso e agrave p iora de
posiccedilatildeo re lat iva no mundo Natildeo haacute nenhuma just i f ica t iva p lausiacuteve l
para re je i tar poupanccedila externa de ta l forma que devemos apenas
saber aprove i taacute - la bem
Ao f ina l Sacconato e B lache af i rmam que quando se
recomenda fechamento dos canais de ent rada de cap i ta is ou o
cont ro le destes a leacutem de medidas que faccedilam apologia ao
fechamento comerc ia l (o ind icador decorrente de comeacute rc io sobre o
PIB do Bras i l estaacute em torno de 23 cont ra 30 dos paiacuteses
emergentes) e f ixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por
um cenaacuter io de baixo cresc imento aumento do r isco e do custo de
7 2
f inanciamento e abr i r matildeo do mecanismo de a juste s agraves cr ises o
cacircmbio f lu tuante
2 15 Capita l Humano
Certamente dent re as d iversas condic iona l idades a serem
cumpr idas pe los benef ic iaacuter ios do Programa Bolsa Famiacutel ia sem
duacutevida a obr igator iedade de manter os f i lhos na esco la eacute um
caminho ef icaz do ponto de vis ta econocircmico em d i reccedilatildeo agrave
const ruccedilatildeo de uma ge raccedilatildeo produt iva e ef ic iente Ess a condiccedilatildeo
cr ia uma demanda por educaccedilatildeo e forccedila po l iacute t icas puacutebl ic as de
invest imento cont inuado na educaccedilatildeo isto s ign i f ica invest i r no ser
humano e por consequecircncia formar c idadatildeos mais compet i t ivos
Concei tua lmente o invest imento em educaccedilatildeo eacute sem sombra
de duacutevida fator importante para o desenvolvimento soc ia l e
cresc imento de um paiacutes Paiacuteses que prat icamente natildeo possuem
recursos natura is devem seu sucesso econocircmico porque investem
maciccedilamente na educaccedilatildeo de sua populaccedilatildeo Schultz (1973)
e lenca o Japatildeo Dinamarca e Suiacuteccedila paiacuteses com pujanccedila
econocircmica natildeo associada a recursos natura is mas
pr imord ia lmente agrave produt iv idade at r ibuiacuteda ao cap i ta l humano
7 3
O conceito de ldquoCapita l Humano rdquo fo i de l ineado por Theodore
W Schu l tz (1902-1998) professor da Univers idade de Chicago
premiado com o Nobel de Economia de 1979 Schul tz in ic iou sua
tese31 ao f im da deacutecada de 1940 quando lec ionava na
Univers idade de Chicago pesquisou exp l icaccedilotildees sobre o papel das
capacidades adquir idas pe los seres humanos nos ganhos de
produt iv idade
Em suas observaccedilotildees conclu iu que invest imentos
tecnoloacutegicos por s i soacute natildeo exp l icam tota lmente o desenvolvimento
econocircmico das naccedilotildees Observou que os acreacutesc imos agrave capacidade
insta lada ou se ja agraves maacutequinas e equipamentos agraves insta laccedilotildees agrave
terra em siacuten tese ao cap ita l f iacutes ico natildeo humano satildeo somente par te
das var iaacuteve is exp l icat ivas do cresc imento produt ivo Sustenta que
o resiacuteduo inexp l icaacuteve l natildeo deve ser s implesmente a t r ibuiacutedo ao
acaso mas s im pe lo menos uma boa par te de le ao invest imento
em capita l humano
Esse invest imento em capita l humano natildeo eacute contab i l izado
nas contas nacionais o tempo destacado pe lo t raba lhador agraves suas
proacutepr ias expensas para adquir i r conhecimentos novos a f im de
melhorar sua capacidade teacutecn ica apesar de ext ra contaacuteb i l eacute
determinante do cresc imento econocircmico e da pu janccedila das naccedilotildees
31
Con f o rm e cons ta de seu l i v ro ldquo I nves tm en t in Hum an Cap i ta l ndash T he Ro le o f
Educa t ion a nd o f Research rdquo ed i tado em 1971
7 4
Em sua obra Schultz sustenta que invest imentos em capi ta l
humano satildeo responsaacuteveis pe la maior par te do cresc imento dos
rendimentos rea is do t raba lhador que por consequecircncia os
t ransformam em consumidores sof is t icados Argumenta
enfat icamente que os economistas sempre consideraram que as
pessoas satildeo par te importante para a r iqueza das naccedilotildees que
medida em funccedilatildeo com que o t raba lho cont r ibu i para a produccedilatildeo a
capacidade produt iva dos seres humanos eacute mui to maior que as
demais formas de r iqueza tomadas em conjunto Tece cr iacute t icas aos
economistas por natildeo oferecerem a devida importacircncia ao fa to de
que as pessoas investem em s i mesmas e que estes invest imentos
satildeo substancia is
Numa anaacutel ise de paiacuteses com a l to iacutend ice de desenvolvimento
humano e com s ign i f ica t iva pu janccedila econocircmica destacamos um
fa tor comum entre e les o n iacuteve l de esco lar idade de seus c idadatildeos eacute
re la t ivamente a l to Se f icarmos atento s aos 20 paiacuteses c lass i f icados
com maior iacutend ice de desenvolvimento humano nota -se que a meacutedia
de esco lar idade de seus c idadatildeos s i tua -se ent re 10 a 13 anos Isso
s ign i f ica que esses mesmos c idadatildeos investem uma boa par te de
suas vidas produt ivas se educando Uma parte desse invest imento
sem duacutevida eacute custeada pe lo Estado contudo natildeo podemos negar
que tambeacutem outra par te s ign i f ica t iva eacute custeada pe lo proacutepr io
c idadatildeo como as despesas com l ivros e demais equipamentos
7 5
necessaacuter ios ao apr imoramento educacional Sch ul tz em sua obra
considera que o acuacutemulo de conhecimento dos c idadatildeos resu lta em
s ign i f icat ivo benef iacutec io para o cresc imento econocircmico e
modern izaccedilatildeo
A acumulaccedilatildeo de cap ita l humano resu lta em melhores
oportun idades de cresc imento ind iv idua l e co le t ivo a e levaccedilatildeo da
educaccedilatildeo dos c idadatildeos faz com que a naccedilatildeo consiga maior
ef icaacutec ia quanto ao seu desenvolvimento tecnoloacutegico e c ient iacute f ico e
evo luccedilatildeo como um todo
A esco lar idade do c idadatildeo bras i le i ro com idade de 25 anos
ou mais estaacute em 2010 em 72 anos bem abaixo dos paiacuteses que
ostentam a l to IDH ( Iacutend ice de Desenvolvimento Humano) A meacutedia
de esco lar idade dos c idadatildeos dos c inco pr imeiros co locados em
IDH Noruega Aust raacute l ia Nova Zelacircndia Estados Uni dos e I r landa
chega a 122 anos I sso impl ica em um longo caminho a percorrer
a teacute o Bras i l a lcanccedilar compet iv idade em termos de cap ita l humano
O estoque de cap ita l humano de uma naccedilatildeo fornece
vantagem adic iona l no que tange agrave recuperaccedilatildeo quando e la eacute
submet ida agraves advers idades O Brasi l estaacute ent re as naccedilotildees onde o
cap ita l humano provavelmente tenha se desenvolvido de forma
sat isfatoacuter ia As po l iacute t icas puacutebl icas d i r ig idas ao progresso
educacional jaacute demonstram s ina is pos i t ivos po is a esco lar idade
meacutedia do adul to bras i le i ro aumentou de sof r iacuteve is 26 anos em 1980
7 6
para 72 anos em 2011 32 O dado apesar de natildeo ser ext raord inaacuter io
e natildeo nos co locar ent re os paiacuteses mais desenvolvidos jaacute ind ica
cer ta robustez quanto ao tema capi ta l humano e nos daacute re lat iva
condiccedilatildeo compet i t iva Pode natildeo ser def in i t ivo mas o avanccedilo
notado da esco lar idade bras i le i ra pode exp l icar o cresc imento
s ign i f icat ivo nos regis t ros de patentes fe i to por res identes
bras i le i ros demonstrados nas esta t iacutes t icas da WIPO (Wor ld
In te l lectua l Property Organizat ion) Em 1995 os regis t ros somam
7448 enquanto que em 2007 at ingimos a s ign i f icat iva marca de
21825 regis t ros 33 Soacute para i lust rar a quant idade de regis t ros de
patentes bras i le i ras prat icamente co loca o Bras i l lad o a lado agrave
Aust raacute l ia (21825) Reino Unido (24999) e Franccedila (17109) estes
dados nos ind icam que haacute um movimento for tu i to em d i reccedilatildeo ao
enr iquecimento educacional da naccedilatildeo
Eacute d i f iacutec i l medir isoladamente resu lt ados especiacutef icos gerados
pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia mas o bom senso ind ica que
cont r ibu i para a melhor ia da qual idade de vida da populaccedilatildeo
porque quebra o c ic lo da miseacuter ia e faz com que invest imento em
qual idade educacional se viab i l ize
32
F o n t e h t t p h d r s t a t s u n d p o r g e n i n d i c a t o r s 6 9 6 0 6 h t m l - A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
33 F o n t e
h t t p w w w w i p o i n t e x p o r t s i t e s w w w i p s t a t s e n s t a t i s t i c s p a t e n t s x l s w i p o _ p a t _ a p p
l _ b y _ o f f i c e _ o r i g i n _ t a b l e x l s A c e s s o e m 0 2 5 2 0 1 1
7 7
2 2 QUALIDADE DA EDUCACcedilAtildeO BRASILEIRA
221 Desaf ios
Um dos maiores desaf ios dos fu turos governos ta lvez natildeo se ja
mais cont ro lar ou reduzi r o ana lfabet ismo apesar de haver espaccedilo
para isso a proacutexima etapa certamente res ide na melhor ia de
qual idade este assunto eacute abordado pe lo jorna l is ta Fernando
Dantas34 em seu art igo ldquoUm Abismo Chamado Educaccedilatildeordquo 35 (Anexo
G)
No art igo Dantas (2010) enfa t iza que a par te mais
s ign i f icat iva e importante da po l iacute t ica soc ia l do fu turo proacuteximo pode
ser a educaccedilatildeo Quest iona como um paiacutes com qual idade sof r iacuteve l de
ensino na rede puacutebl ica consiga e l iminar as d i ferenccedilas soc ia is
34
F e r n a n d o D a n t a s eacute r e p oacute r t e r e s p e c i a l d e E c o n o m i a d o E s t a d o d e s d e 2 0 0 0
F o r m a d o e m J o r n a l i s m o p e l a P U C - R i o T r a b a l h o u n a G a z e t a M e r c a n t i l d e 1 9 9 0 a
2 0 0 0 G a n h o u o p r ecirc m i o C i t i - I m p r e n s a p a r a J o r n a l i s t a s E c o n ocirc m i c o s e m 1 9 9 1 e a
M e n ccedil atilde o E s p e c i a l d o P r ecirc m i o I c a t u d e J o r n a l i s m o E c o n ocirc m i c o e m 1 9 9 4 E m 1 9 8 8 - 8 9
f e z o e s t aacute g i o d e e x t e n s atilde o p r o f i s s i o n a l ldquo J o u r n a l i s t e s e n E u r o p e rdquo e m P a r i s
35 J o r na l O E s t ad o d e S atildeo P au lo ndash en ca r te ldquo De sa f i o s rdquo de 2 7 9 2 0 10 ndash
7 8
aproximando r icos e pobres Cita Naeacuterc io Menezes profess or e
coordenador do Insper
Quando co locam os quase todas as c r ia nccedilas no
f undam enta l um processo in i c iado na deacutecada de
90 - e e las com eccedilaram a chegar em m a ior
nuacutem ero ao ens ino m eacuted io e a se m a t r i cu la r no
ens ino super io r a d es igua ldad e com eccedilou a ca i r
I s so ocor reu m esmo sem m e lho ra e f e t i va da
qua l id ade da educaccedilatildeo soacute pe lo acesso
A esco lar izaccedilatildeo permi te reduzi r os d i ferencia is de renda
associados agrave educaccedilatildeo quando a qual i f icaccedilatildeo eacute insuf ic iente o seu
preccedilo sobe no Bras i l essas d i ferenccedilas satildeo enormes rev e lando o
ab ismo educacional segundo Menezes
Naeacuterc io Menezes af i rma que o ldquoprecircmiordquo sa lar ia l pe lo d ip loma
univers i taacuter io estaacute recuando desde 2005 enquanto que ao do ensino
meacutedio nota -se queda a par t i r de 2002 af i rma que atua lmente uacuten ico
d i ferencia l perceb ido que a inda cresce eacute o de poacutes -graduaccedilatildeo
O economista especia l ista em educaccedilatildeo pe lo IBMEC do Rio
Fernando Veloso c i tado no ar t igo de Fernando Dantas acred ita que
s imi larmente agrave po l iacute t ica econocircmica o pres idente Lu la deu
cont inu idade agrave po l iacute t ica educacional do pres idente Fernando
Henr ique const ru indo um amplo processo de ava l iaccedilatildeo das esco las
Segundo o ar t icu l is ta fo i o Min ist ro da Educaccedilatildeo Fernando
Haddad (empossado em ju lho de 2005) quem cr iou o Iacutend ice de
Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica ( Ideb) i nd icador pub l icado a
7 9
cada do is anos que c lass i f ica todas as esco las puacutebl icas bras i le i ras
O Ideb eacute uma nota do ensino baacutesico que segue uma esca la de 1 a
10 sendo que o Min is teacuter io da Educaccedilatildeo f ixou a nota 6 como meta
nacional para 2022 36 As metas foram dete rminadas por
estabelec imento de ensino esco la por esco la e satildeo publ icados
regularmente Os resu ltados servem de ba l izadores a f im de t raccedilar
po l iacute t icas de a locaccedilatildeo de recursos agraves aacutereas com menores notas A
meta de nota 6 estabelece que o Bras i l em 2022 esta raacute em termos
de educaccedilatildeo em niacuteve l com os paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a
Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econocircmico (OCDE) que congrega
t r inta paiacuteses mais indust r ia l izados da economia do mercado A sede
eacute em Par is e os representantes se reuacutenem para t rocar inf ormaccedilotildees e
def in i r po l iacute t icas a f im de maximizar o cresc imento econocircmico e
desenvolvimento dos paiacuteses membros 37
Outro ponto abordado por Fernando Dantas e tambeacutem por
Makhtar Diop enfat iza garga los com a creche em especia l para
famiacutel ias carentes e a preacute -esco la sobre este tema Dantas co loca o
seguinte
Os espec ia l i s tas apon tam d ive rsos ou t ros
ga rga los e p rob lem as na t r a j e toacute r ia de me lho ra
36
E m 2 0 0 9 a s n o t a s a p u r a d a s f o r a m 4 6 p a r a o s a n o s i n i c i a i s d o f u n d a m e n t a l 4 0
p a r a o s a n o s f i n a i s d o f u n d a m e n t a l e 3 6 p a r a o e n s i n o m eacute d i o
37 F o n t e ( h t t p w w w c g u g o v b r o c d e s o b r e i n d e x a s p - 1 8 1 0 2 0 1 0 )
8 0
da qua l id ade da e ducaccedilatildeo no Bras i l Um a
ques tatildeo f undam enta l p r inc ipa lm en te pa ra os
a lunos das f am iacute l i as ca ren tes eacute a c r eche Ou t ro
a p reacute -esco la Jaacute es taacute am p lam en te com provado
pa r t i cu la rm en te pe lo t r aba lho de Jam es
Heckm an p recircm io Nobe l d e Econom ia que a
in te r venccedilatildeo pa ra redu z i r as de fasagens
educac iona is eacute t atildeo m a is e f i caz q uan t o m a is
p rem atu ra oco r re r
Em termos quant i tat ivos o Bras i l most ra progressos nessa
aacuterea O porcentual de cr ianccedilas de 4 e 5 anos na preacute -esco la sub iu de
40 para 75 desde a deacutecada de 90 Menezes nota que eacute an imador
o fato de que em Estados do Nordeste como Piauiacute e Cearaacute aquela
proporccedilatildeo chega a 90
Quanto a resu ltados concretos as esco las pr ivadas
prat icamente jaacute at ingi ram ou estatildeo bem proacuteximas das metas as
esco las puacutebl icas contudo tem um longo caminho a percorrer os
resu ltados obt idos em 2009 estatildeo mui to aqueacutem das metas def in idas
Apesar da posiccedilatildeo desfavoraacuteve l dos ind icadores o que haacute de
posi t ivo no processo eacute o compromisso assumido pe lo governo
bras i le i ro quando estabelece metas de longo prazo ta lvez pouco
ambic iosas no que tange a prazo poss ib i l i ta ao c idadatildeo cont ro lar e
ac ima de tudo cobrar resu l tados do poder puacutebl ico
8 1
222 Mediccedilotildees de Qual idade da Educaccedilatildeo Bras i le i ra
O Bras i l s ina l iza t im idamente compromet imento com a
melhor ia de qual idade educacional de sua populaccedilatildeo Dentre os
d iversos movimentos neste sent ido podemos desta car
Programa Bolsa Famiacutel ia ndash destaca-se a condic iona l idade
sobre a f requecircncia esco lar miacuten ima determinada aos f i lhos dos
benef ic iados que devem atender as f requecircncias miacuten imas de 85
para cr ianccedilas e adolescentes ent re 6 e 15 anos e 75 para
adolescentes ent re 15 e 17 anos Como jaacute fo i abordada em paacuteginas
anter iores desse traba lho esta condic iona l idade cont r ibu i de forma
inc is iva para a manutenccedilatildeo das cr ianccedilas na esco la e para in ib iccedilatildeo
da praacutet ica do t raba lho infant i l
Programa Bras i l a l fabet izado ndash vo l tado para a l fabet izaccedilatildeo de
jovens adu l tos e idosos Esse programa func iona desde 2003 e
tem como ob je t ivo pr inc ipa l e levar a esco lar idade da populaccedilatildeo O
programa eacute desenvolvido com atendimento pr ior i taacuter io a munic iacutep ios
que apresentem taxas de analfabet ismo sup er iores a 25
Destaca-se que 90 dos munic iacutep ios atendidos loca l izam -se na
Regiatildeo Nordeste Importante sa l ientar que haacute apoio teacutecn ico a f im
de garant i r cont inu idade de estudos aos a tendidos
8 2
A exis tecircnc ia de programas como o Programa Bolsa Famiacutel ia
que oferece recursos f inancei ros aos seus benef ic iaacuter ios por s i soacute
natildeo t rar iam resul tados se natildeo houvesse uma est ru tura com
processos auxi l ia res e mot ivadores O Min is teacuter io da Educaccedilatildeo e
Cul tura u t i l izando ferramentas da tecnologia moderna procura se
engajar na melhoria da qual idade da Educaccedilatildeo oferecendo em seu
porta l processos auxi l ia res uacute te i s e mot ivadores Destacamos
dentre muitas accedilotildees duas importantes ferramentas de faacutec i l acesso
d i rec ionadas agrave formaccedilatildeo cont inuada de professores dos anos
in ic ia is do ensino fundamenta l um que aborda Alfabet izaccedilatildeo e
L inguagem e out ro Matemaacutet ica Satildeo oferec idas mais de t rezentas
paacuteginas em cada uma das ferramentas com possib i l idade de
in teraccedilatildeo dos par t ic ipantes para sugestotildees e melhor ias
Ao anal isarmos ind icadores de ef ic iecircnc ia do s istema de
ensino tomando-se resu ltados da meacutedia nacional e Regiatildeo
Nordeste temos como ava l iar a efet iv idade das po l iacute t icas puacutebl icas
quanto agrave qual idade da educaccedilatildeo em part icu lar o Programa Bolsa
Famiacutel ia A regiatildeo Nordeste sempre fo i a mais care nte em termos
gera is e portanto nos daacute uma ide ia de como a educaccedilatildeo progr ide
em termos qual i tat ivos
Os ind icadores de qual idade demonstram progresso para o
ensino fundamenta l contudo haacute carecircncia de efe t iv idade para com
o ensino meacutedio Em out ra fonte quando comparamos os resu ltados
8 3
obt idos no IDEB (Iacutend ice de Desenvolvimento da Educaccedilatildeo Baacutesica)
comparados agraves metas assumidas pe lo governo notamos o mesmo
resu ltado o ens ino fundamenta l exibe progresso mas o ensino
meacutedio demonstra estagnaccedilatildeo Possive lmente ha ja uma premissa
que o ensino meacutedio se favoreceraacute de forma inerc ia l do progresso
do ensino fundamenta l o que eacute quest ionaacutevel N esse p lano haacute
necessidade de po l iacute t icas puacutebl icas mais robustas a f im de obter
resu l tados mais e fe t ivos ( tabe la 4 )
RESULTADOS DO IDEB VS METAS ESTABELECIDAS
FUNDAMENTAL
ANOS INICIAIS ANOS FINAIS MEacuteDIO
OBS META OBS META OBS META
2005 38
35
34
2007 42 39 38 35 35 34
2009 46 42 40 37 36 35
2021
60
55
52
Tabe la 4 Resu l tado do IDEB Vers us Metas
Es tabe lec idas
Fon te INEP httpsistemasidebinepgovbrresultado Acesso em 1682011
Outro i tem que nos a juda a ident i f icar melhor ias satildeo as
esta t iacutes t icas do IBGE quanto a a lunos com idade natildeo adequad a
para a seacuter ie a que f requentam Seguem anaacutel ises para este tema
8 4
461401
283
316
404
286 277221 233 236
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2006 2007 2008 2009 2010
NORDESTE BRASIL
Graacutef ico 10 Dis torccedilatildeo de Idade dos Alunos do Ensino Fundamenta l
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=M16ampsv=5
7ampt=dis torcao- idadeser ie -ensino-fundamenta l -de-8-e-9-anos-ser ie -
nova
Acesso em 168 2011
Os dados do graacutef ico 10 ind icam que as po l iacute t icas para
posic ionamento corre to de a lunos nas seacuter ies foram efe t ivas a teacute
2008 com reduccedilatildeo important iacutess ima em aacutereas carentes como o
nordeste bras i le i ro contudo fo i retomada a defasagem anulando
tota lmente o ganho obt ido Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de
melhor ia ocorreu ateacute 2008 quando nota -se estagnaccedilatildeo
O progresso notado no per iacuteodo 2006 -2008 quanto ao
posic ionamento dos a lunos agrave seacuter ie adequada no ensino meacutedio
pra t icamente segue um padratildeo inerc i a l com melhor ias mais
s ign i f icat ivas para o nordeste bras i le i ro A proporccedilatildeo de a lunos
8 5
com idade defasada no Bras i l ca iu de 449 para 37 8 42 ao
ano enquanto que para a Re giatildeo Nordeste a queda fo i mais
s ign i f icat iva de 656 para 494 68 ao ano Contrar iamente
aos dados do ensino fundamenta l natildeo houve re tomada das
def ic iecircnc ias na Regiatildeo Nordeste
G raacute f i co 11 D is to rccedilatildeo de Idade ndash Ens ino Meacuted io
Fon te IBGE
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=M17ampsv=
57ampt=D is to ru00e7u00e3o+ idade2fsu00e9r ie++ -
+Ens ino+Mu00e9d io+(+su00e9r ie+nova ) Acesso em 14 11 11
2 23 Educaccedilatildeo Bras i le i ra no Contexto Mundia l
Satildeo muito proacuteximos os iacutend ices da Noruega e Aust raacute l ia no
rank ing de IDH cont ro lado pe la PNUD (Programa das Naccedilotildees
8 6
Unidas para o Desenvolvimento) a Noruega eacute a pr imeira no
rank ing e a Aust raacute l ia f igura como segunda co locada Para essa
anaacutel ise podemos tomar a Aust raacute l ia e Argent ina como referecircncias
comparat ivas ao Bras i l nas var iaacuteveis da d imensatildeo educaccedilatildeo que o
PNUD ut i l iza para o caacute lcu lo do Iacutend ice de Desenvolvimen to Humano
( IDH)
A seguir vamos anal isar uma das var iaacuteve is de esco lar idade
que compotildee o quesito ldquoeducaccedilatildeordquo a esco lar idade meacutedia das
pessoas aos 25 anos de idade (graacutef ico 12) e a expectat iva das
cr ianccedilas ao ingressar na esco la em idade lega l para ingress o no
Bras i l aos 6 anos (graacutef ico 13)
8 7
Esco la r idade Meacuted ia das Pessoas com Idade de 25 anos ou
Ma is ndash Aus t raacute l ia A rgen t ina e Bras i l
(Em n ⁰ de Anos )
119 119 120 120 120 120 120 120
86 89 90 90 91 92 93 93
56
66 67 68 69 71 72 72
-
20
40
60
80
100
120
140
2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Austraacutelia Argentina
Brasil
Graacutef i co 12 Esco la r idade Meacuted ia das pessoas com idade de 25
anos ou ma is ndash Aus t raacute l ia Argen t ina e B ras i l
Fon te PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103006 h tm l Acesso em
04 11 11
A esco lar idade meacutedia dos b ras i le i ros em 2011 s i tua-se em
72 anos equ ivalente a 60 dos aust ra l ianos e a 77 dos
argent inos o cresc imento prat icamente eacute vegetat ivo agrave taxa de
27 anuais no per iacuteodo 2000 -2010
A segunda d imensatildeo para a var iaacuteve l educaccedilatildeo eacute a
Expectat iva de Escolar idade ao ingressar na esco la na idade
suf ic iente a qual eacute def in ida pe lo PNUD da seguin te forma
8 8
Re f le te o nuacutem ero de anos de esco la r idad e que
um a c r ianccedila com idade su f i c ien te pa ra e n t ra r agrave
esco la pode espera r r eceber se cons ide radas a
in f r aes t ru tu ra educac io na l ex is ten te d u ran te
sua v ida38
O graacutef ico 13 a seguir compara a expectat iva das cr ianccedilas
bras i le i ras ao das argent inas e aust ra l ianas
Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia Argent ina e
Bras i l (Em N⁰ de anos)
Graacutef ico 13 Expectat iva de Escolar idade das Cr ianccedilas ndash Aust raacute l ia
Argent ina e Bras i l
Fonte PNUD
h t tp hd rs ta ts undpo rgen ind ica to rs 103706 h tm l
Acesso em 04 11 11
38
F o n t e h t t p h d r u n d p o r g e n s t a t i s t i c s h d i 2 3 8 2 0 1 1
8 9
Os paracircmetros ind icam que os aust ra l ianos estatildeo em uma
s i tuaccedilatildeo confor taacuteve l com expectat iva de 18 anos de esco lar idade
os argent inos com 158 anos prat icamente estatildeo estagnados por
uma deacutecada os bras i le i ros posic ionam -se com 138 anos s i tuaccedilatildeo
muito mais desfavoraacuteve l que os argent inos houve queda da
expectat iva de esco lar idade para os bras i le i ros na uacute l t ima deacutecada 39
A rea l idade dos ind icadores nos passa a ide ia de def ic iecircnc ia
est rutura l no quesi to educaccedilatildeo para o Bras i l contudo haacute
esperanccedila de mudar esse quadro o invest imento em educaccedilatildeo tem
s ido maciccedilo o orccedilamento federa l inc lu i va lores d irec ionados agrave
educaccedilatildeo da ordem de R$ 57 b i lhotildees para 2011 um aumento de
duas vezes e meia os va lores de 2004 a justados monetar iamente
Estes va lores apesar de s ign i f icat i vos natildeo parecem contr ibu i r para
a efet iv idade do s is tema educacional As autor idades a legam que
invest imento em educaccedilatildeo somente apresentaraacute efe t iv idade no
longo prazo o que podemos considerar como razoaacutevel O graacutef ico 14
a seguir most ra os montantes at r ibuiacutedos agrave educaccedilatildeo inc lu iacutedos no
orccedilamento federa l
39
O P N U D e s t a b e l e c e u m t e t o d e 1 8 a n o s p a r a a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e n a
r e a l i d a d e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e d a p o p u l a ccedil atilde o a u s t r a l i a n a eacute s u p e r i o r a 1 8 a n o s
s e g u n d o a N o t a T eacute c n i c a d e A p o i o a o s L a n ccedil a m e n t o d o R e l a t oacute r i o d e D e s e n v o l v i m e n t o
H u m a n o d e 2 0 1 0 e m 2 0 0 7 f o i 2 0 6 a n o s
9 0
22447 26165 25132
30005 34046
42238
49061
57315
22379 24581
26910
32636
-
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
RECURSOS ALOCADOS Agrave EDUCACcedilAtildeO NO ORCcedilAMENTO FEDERAL A
PRECcedilOS DE 2011
G raacute f i co 14 Recu rsos Fede ra is A locados agrave Educaccedilatildeo Va lo res
a jus tados pe lo de f la to r do P IB pub l i cado pe lo IBGE
Fon te LOA ndash (LEI ORCcedilAMENTAacuteRIA AN UAL)
h t tp www9senado govb r por ta l page po r ta l o rcamento_senadoL
OAExecucaoEDFSp_ano=2010 Acesso em 14 11 2011
Obse rvaccedilatildeo os va lo res e fe t i vamente rea l i zados (dados em negr i to
no g raacute f i co ac ima ob t idos jun to ao INEP) s i tuam -se bem p roacutex imos
aos va lo res inc lu iacutedos no o rccedilamento os va lo res acumu lados 2004 -
2007 resu l tam em 1 5 de var iaccedilatildeo
9 1
3 IacuteNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DAS GRANDES
REGIOtildeES BRASILEIRAS
3 1 A REGIAtildeO NORDESTE SE DESTACA
O Nordeste Brasi le i ro sempre fo i cast igado ao longo da
h is toacuter ia bras i le i ra Nos uacute l t imos anos nota -se um s ign i f ica t ivo avanccedilo
soc ioeconocircmico graccedilas agrave a tenccedilatildeo dos governantes e a f a l ta de
espaccedilo para as ol igarqu ias que sempre dominaram a regiatildeo Essa
fa l ta de espaccedilo possive lmente pode ser a t r ibuiacuteda agrave pressatildeo do
mundo moderno no sent ido da produt iv idade e ac ima de tudo
tambeacutem agrave into leracircncia ao desrespei to ao ser humano O mundo
moderno exige que as populaccedilotildees tenham bem estar e se jam
respei tados na p len i tude de seus d i re i tos humanos
O Bras i l estaacute invest indo e de forma cont inuada a f im de
min imizar a des igualdade Eacute de se apontar que a lguns avanccedilos
estatildeo ocorrendo de forma acanhada contudo face ao processo
cont inuado tudo ind ica que haacute sed imentaccedilatildeo para o necessaacuter io
progresso e bem estar
9 2
Como jaacute fo i abordado anter iormente nes se t raba lho o Iacutend ice
de Desenvolvimento Humano ndash IDH eacute adotado pe las Naccedilotildees Unidas
como ind icador da qual i dade de vida das d iversas regiotildees do globo
Trata-se de um conceito mais abrangente do que considerar
s implesmente a renda per cap i ta como no passado para def in i r o
desenvolvimento Atua lmente consideram-se cr i teacuter ios mais
abrangentes que def inem melhor o rea l bem estar das naccedilotildees
O Bole t im Regional do Banco Centra l do Bras i l de jane i ro de
2009 anal isa a evo luccedilatildeo do IDH para as d iversas regiotildees e para as
un idades da federaccedilatildeo 40 O Banco Centra l do Bras i l baseou -se nas
seacuter ies h istoacuter icas elaboradas pe lo Progra ma das Naccedilotildees Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD) de 1991 a 1995 e em est imat ivas de
IDH fe i tas pe lo proacutepr io Banco Centra l para 2006 e 2007 seguindo
os cr i teacuter ios def in idos pe lo PNUD
A anaacutel ise do Banco Centra l do Brasi l consiste em determinar
o peso de cada var iaacuteve l que forma o IDH das c inco regiotildees
bras i le i ras O estudo em referecircncia por datar de 2009 considera
para a var iaacuteve l educaccedilatildeo a metodologia anter ior a 2010 is to eacute
iacutend ices de analfabet ismo e a taxa de matr iacutecu la em todos os n iacuteve is
de ensino41 o que natildeo o inva l ida em termos de tendecircncias
40
h t t p w w w b c b g o v b r p e c b o l e t i m r e g i o n a l p o r t 2 0 0 9 0 1 b r 2 0 0 9 0 1 b 1 p p d f A c e s s o
e m 2 0 9 1 1
41 V a l e a p e n a e n f a t i z a r q u e a m e t o d o l o g i a a d o t a d a a p a r t i r d e 2 0 1 0 c o n s i d e r a a
m eacute d i a d e e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e p a r a a c r i a n ccedil a
9 3
O Banco Centra l do Bras i l faz uma anaacutel ise da evo luccedilatildeo do
IDH das grandes regiotildees e un idades da federaccedilatildeo Quanto ao
per iacuteodo anal isado considera 1991 a 2007 sendo que ateacute 2005
ut i l iza dados das seacuter ies h is toacuter icas publ icadas pe lo PNUD e para
2006 e 2007 faz est imat iva seguindo a mesma metodologia adotada
por aquela ent idade
O estudo constata que houve melhor ia dos n iacuteve is de
desenvolvimento humano em todas as un idades da federaccedilatildeo
contudo a d ispar idade ent re as regiotildees cont inua O Dis t r i to Federa l
Santa Catar ina e Satildeo Paulo cont inuam a apresentar os melhores
IDH enquanto que estados do nordeste como Alagoas Maranhatildeo e
P iauiacute deteacutem os uacute l t imos lugares no rank ing
Conforme ref let ido na tabe la 5 de 1991 a 2007 a Regiatildeo
Nordeste fo i a que apresentou maior cresc imento em re laccedilatildeo agraves
demais regiotildees is to eacute s ign i f ica t ivo porque apesar da posiccedilatildeo
desfavoraacuteve l daquela regiatildeo em termos de desenvolv imento
humano a d ispar idade com as outras regiotildees encolheu ind icando
reduccedilatildeo das desigualdades A tabe la a seguir demonstra as
movimentaccedilotildees nas c inco regiotildees com niacutet ida ace leraccedilatildeo observada
na Regiatildeo Nordeste
e m i d a d e d e i n g r e s s o n a e s c o l a ( n o B r a s i l a o s s e i s a n o s ) p a r a o r e s t o d e s u a v i d a
S e m d uacute v i d a e s t a m e t o d o l o g i a eacute m a i s a b r a n g e n t e q u e o m eacute t o d o a n t e r i o r
p r i n c i p a l m e n t e p o r c o n t e m p l a r a q u a l i d a d e d o e n s i n o
9 4
CRESCIMENTO ANUAL DO IDH REGIONAL ndash 1991-200742
Regiotildees IDH 2007 Crescimento
19912007 () Crescimento Meacutedio
Anual 19912007 ()
Nordeste 0850 246 14
Norte 0847 167 10
Centro Oeste 0838 146 09
Sul 0786 130 08
Sudeste 0749 125 07
Tabela 5 Cresc imento Anual do IDH Regional -1991-2007
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l do Bras i l - Janei ro 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1p
Acesso em 2992011
O estudo def ine o IDH como um ind icador de natureza
est rutura l que deve produzi r a l teraccedilotildees no longo prazo devendo ser
observado e anal isado em funccedilatildeo de suas tendecircncias Nesse caso o
estudo evidencia a caminhada para a e l iminaccedilatildeo das desigualdades
regionais
42 Eacute i m p o r t a n t e c o n s i d e r a r m o s e s t a a n aacute l i s e c o m o a v a l i a ccedil atilde o d e t e n d ecirc n c i a p o r q u e d e v i d o agrave n o v a
m e t o d o l o g i a d e e l a b o r a ccedil atilde o d o s iacute n d i c e s d e I D H d o B r a s i l r e s u l t a e m 0 6 7 8 p a r a 2 0 0 5 0 6 8 1 p a r a 2 0 0 6 e
0 6 8 5 p a r a 2 0 0 7 N o e s t u d o d o B a n c o C e n t r a l d o B r a s i l c o n s i d e r a - s e a d i m e n s atilde o E d u c a ccedil atilde o f u n ccedil atilde o d o
iacute n d i c e d e a n a l f a b e t i s m o e c r i a n ccedil a s m a t r i c u l a d a s e n q u a n t o q u e a n o v a m e t o d o l o g i a c o n s i d e r a a
e s c o l a r i d a d e a o s 2 5 a n o s e a e x p e c t a t i v a d e e s c o l a r i d a d e q u e a s c r i a n ccedil a s e m i d a d e d e i n g r e s s o n a
e s c o l a n o B r a s i l a o s s e i s a n o s i r atilde o o b t e r p e l a s u a v i d a
9 5
O t rabalho e laborado pe lo Banco Centra l desvenda a reduccedilatilde o
das d i ferenccedilas de qual idade de vida nas grandes regiotildees
bras i le i ras Observa que ateacute 1996 as d ispar idades resid iam no tema
Educaccedilatildeo e que a par t i r de 1997 haacute uma mudanccedila para a d imensatildeo
econocircmica que apresenta menor reduccedilatildeo Enfat iza que no f im do
per iacuteodo anal isado (2007) haacute maior homogeneidade entre educaccedilatildeo e
longevidade do que para a d imensatildeo econocircmica No caso as cr ises
e so luccedilos da economia tendem a evidenciar -se com maior
contundecircncia nas tendecircncias Em Educaccedilatildeo e Longevidade (Sauacutede)
por serem i tens dependentes de invest imentos as tendecircncias se
def inem com maior regu lar idade eventua is cor tes ou desaceleraccedilatildeo
de invest imentos tendem a mater ia l izar -se a meacutedio e longo prazo
O estudo aponta a var iaacuteve l longevidade como a mais regu lar
com cresc imento estaacuteve l e de forma l inear em todas as regiotildees A
Regiatildeo Nordeste destaca -se tambeacutem nesta d imensatildeo com 18 de
cresc imento no per iacuteodo equ iva lente a 1 anual enquanto que as
demais regiotildees o cresc imento f icou ao redor de 11 ou 065
anual O t raba lho a t r ibu i ao maior cresc imento agrave grande def ic iecircnc ia
nesse i tem longevidade o que poss ib i l i ta oportun idade de ganhos
margina is
A expectat iva de vida da Regiatildeo Nor deste eacute a menor dentre
as Grandes Regiotildees o graacutef ico 15 que ref le te o ano de 2009 nos
permi te v isua l izar a d ispar idade ent re regiotildees e a meacutedia da
9 6
federaccedilatildeo A expectat iva de vida da Regiatildeo Nordeste eacute de 704
anos Certamente o que determina ess e va lor ba ixo para o nordeste
eacute pr inc ipa lmente a morta l idade infant i l que a inda eacute ext remamente
preocupante 33 2 por mi l nasc idos vivos ref le t ind o as condiccedilotildees
soc ia is desfavoraacuteve is O Programa Bolsa Famiacutel ia com sua
condic iona l idade sauacutede eacute ferramenta important iacutess ima para a
melhor ia dessa d imensatildeo do IDH
EXPECTATIVA DE VIDA POR REGIAtildeO EM ANOS (2009)
Graacutef ico 15 Expectat iva de Vida por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icadores Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso 14112011
9 7
MORTALIDADE INFANTIL
POR 1000 NASCIDOS VIVOS EM 2009
Graacutef ico 16 Morta l idade Infant i l por Regiatildeo
FONTE Siacutentese dos Ind icado res Socia is ndash 2010
ht tp www ibgegovbr homeesta t ist ica populacaocondicaodevida in
d icadoresmin imoss in tese ind icsocia is2010SIS_2010pdf
Acesso em 14112011
No quesi to longevidade haacute que se considerar que a Regiatildeo
Nordeste apresentou s ign i f icat iva melhor ia o que ind ica progresso
soc ioeconocircmico Os dados apresentam ac e leraccedilatildeo da Regiatildeo
Nordeste nessa d imensatildeo em re laccedilatildeo agraves demais regiotildees o que nos
sugere melhor ia das condiccedilotildees humanas O Nordeste apresenta no
per iacuteodo 1999-2009 aumento de c inco anos e meio na expectat iva de
vida de sua populaccedilatildeo crescendo de 667 anos para 704 anos
s ign i f icat iva melhor ia de 3 7 anos
9 8
A anaacutel ise dos fa tores da composiccedilatildeo do IDH regional aponta
como pr inc ipa l fa tor a d imensatildeo Educaccedilatildeo como a de maior peso de
par t ic ipaccedilatildeo Ind ica que de 1991 -2003 houve expansatildeo dos IDH em
todas as regiotildees chegando a exp l icar mais da metade do
cresc imento do iacutend ice Desponta aqui como cont r ibu iccedilatildeo a
un iversa l izaccedilatildeo do acesso ao ensino fundamenta l e cresc imento da
oferta de vagas no ensino meacutedio e super ior Es sa co locaccedilatildeo
mencionada no estudo deve ser considerada com ressa lvas porque a
metodologia para o caacute lcu lo do IDH anter ior a 2010 considera a taxa
de analfabet ismo que rea lmente eacute favoraacuteve l em termos Bras i l
Contudo uma anaacutel ise da nova metodologia a qual considera
expectat iva de esco lar idade a tendecircncia natildeo se mostra an imadora A
meacutedia de esco lar idade aos 25 anos mostra cresc imento ent re 2000 e
2010 de 305 2 7 ao ano mas a expectat iva de esco lar idade
para as cr ianccedilas em idade de ingresso na esco la (Bras i l aos 6 anos)
natildeo se sustentou na uacute l t ima deacutecada o que ind ica que providecircncias
urgentes satildeo necessaacuter ias a f im de rever ter a tendecircncia A
metodo log ia a tua l do IDH con fo rme fo i ana l i sada no toacutep ico 2 1 3
con temp la a qua l idade do ens ino po rque se base ia nas mat r iacutecu las
po r idade nos d ive rsos n iacuteve is da educaccedilatildeo Houve c resc imento em
f ins da deacutecada de 199 0 e um p ico ao redo r do an o 2000 (v ide
g raacute f i co 6 ) mas o iacutend ice natildeo se sus ten tou e es taacute es tab i l i zado em
13 8 anos
9 9
Apesar da nova metodologia adotada no caacute lcu lo do IDH t razer
ef icaacutec ia ao iacutend ice vindo a c ontemplar a qual idade do ensino haacute que
se dar creacuted i to aos esforccedilos que resu l taram em importante reduccedilatildeo
do analfabet ismo no Bras i l Os graacutef icos a seguir nos oferecem uma
ide ia das tendecircncias
TAXA DE ANALFABETISMO
Graacutef ico 17 Taxa de Analfabet ismo
Fonte IBGE
h t tp ser iesestat ist icas ibgegovbr l is ta_temaaspxop=0ampno=41
Acesso em 4102011
156147
114102 10 97
0
5
10
15
20
1995 1996 2004 2007 2008 2009
Taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade ()
1 0 0
Tra je toacute r ia dos fa to res u t i l i zados na nova me todo log ia de caacute lcu lo
da d imensatildeo Educaccedilatildeo do IDH
1450 1442 1457 1396 1426 1419 1398 1378 1378 1378 1378
550 572 594 617 639 661 672 684 695 706 718
000
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
EXPECTATIVA DE ESCOLARIDADE DASCRIANCcedilASESCOLARIDADE MEacuteDIA DOS ADULTOS 25 ANOSOU MAIS
G raacute f i co 18 D imensatildeo Educaccedilatildeo Fa to res da Nova Metodo log ia de
caacute lcu lo do IDH
Fon te h t tp hdrundporgendata t rends
Acesso em 2792011
A var iaacuteve l renda 43 apresentou forma i r regu lar ao longo do
per iacuteodo nesse ponto tambeacutem a Regiatildeo Nordeste fo i a que resu ltou
em maior cresc imento apresentou no per iacuteodo anal isado (1991 -
2007) 141 ou 08 ao ano Em sequecircncia a Regiatildeo Centro Oeste
com 105 ou 06 ao ano Su l com 104 ou 06 ao ano Norte
com 69 ou 04 ao ano e Sudeste com 67 ou 04 ao ano A
43
C a b e l e m b r a r q u e a d i m e n s atilde o r e n d a p e r c a p i t a eacute a j u s t a d a p a r a r e f l e t i r ldquo P P P rdquo -
P u r c h a s e P o w e r P a r i t y i n U S D o l l a r s ( p a r i d a d e d e p o d e r d e c o m p r a e m d oacute l a r e s
a m e r i c a n o s )
1 0 1
i r regu lar idade do cresc imento do fator renda pode ser a t r ibuiacuteda agraves
cr ises econocircmicas dos uacute l t imos tempos
A nova metodologia v isa enfat izar metas que contemplem a
melhor ia de qual idade da educaccedilatildeo e pr inc ipa lmente forccedilam os
paiacuteses a garant i r o fu turo de exce lecircncia em educaccedilatildeo
A anaacutel ise dos dados re lat ivos ao IDH no per iacuteodo 2006 e 2007
ind ica a melhor ia genera l izada com reduccedilatildeo gradual e s is temaacutet ica
das desigualdades At r ibu i agrave Educaccedilatildeo o fa tor mais importan te para
o IDH ateacute 2003 exceto na regiatildeo Centro Oeste conclu i que o fator
renda eacute o mais importante para com as d iscrepacircncias do IDH das
vaacuter ias regiotildees
Peso das Dimensotildees no IDH Regional
1991-2003 2004-2007
Regiotildees Educaccedilatildeo Longevidade Renda Educaccedilatildeo Longevidade Renda
() () () () () ()
Norte 668 268 64 551 186 263 Nordeste 606 29 104 45 183 367 Sudeste 515 379 106 502 193 305 Sul 546 271 183 401 198 401 Centro Oeste
565 321 114 356 186 458
Meacutedia 580 306 114 452 189 359
Tabela 6 Peso das Dimensotildees no IDH Regional
Fonte Bo let im Regional do Banco Centra l ndash Janei ro de 2009
h t tp wwwbcbgovbr pecbo le t imregional por t 200901br200901b1
Acesso em 2992011)
1 0 2
32 DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOcircMIC O
3 21 Acesso agrave Esco la
O acesso agrave esco la eacute fator pr imord ia l para o desenvolvimento
humano e pr inc ipa lmente para a el iminaccedilatildeo das desigualdades A
chave para a melhor ia educacional comeccedila pelo acesso da
populaccedilatildeo agrave esco la Os ind icadores educacionais b ras i le i ros
mostram o progresso cont inuado ness e campo o que sem duacutevida eacute
um passo decis ivo para reduccedilatildeo das desigualdades que nos
incomodam
O Bras i l obteve cresc imento s ign i f ica t ivo quanto ao acesso agrave
esco la cabe destacar a educaccedilatildeo infant i l Em 2009 a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domiciacute l ios - PNAD IBGE ndash demonstrou que
o grupo de cr ianccedilas de 0 a 5 anos de idade apresentava uma taxa
de esco lar izaccedilatildeo de 381 s ign i f ica t iva melhor ia em re laccedilatildeo a
1999 quando a proporccedilatildeo era de apenas 233
No segmento de 6 a 14 anos pode -se d izer que em meados
da deacutecada de 1990 prat icamente todas as cr ianccedilas bras i le i ras jaacute
estavam f requentando esco la Eacute importante mencionar que fo i
somente a par t i r de 2007 que o segmento populac iona l das cr ianccedilas
1 0 3
de 6 anos fo i incorporado agrave fa ixa de ensino obr igatoacuter ia que ateacute
entatildeo compreendia dos 7 aos 14 anos de idade
Quanto agrave fa ixa e taacuter ia de adolescentes de 15 a 17 anos
notamos s i tuaccedilatildeo menos favoraacuteve l em 2009 a taxa a lcanccedilou 852
daquele cont ingente Podemos conclu i r que infe l izmente a
esco lar izaccedilatildeo dos adolescentes dessa fa ixa e taacuter ia carece de
un iversa l izaccedilatildeo destaca -se que houve melhor ia em relaccedilatildeo a 1999
contudo pequena A Regiatildeo Nordeste em 2009 apresenta def ic iecircnc ia
s ign i f icat iva dos adolescentes ness a fa ixa e taacuter ia somente 392
estava no niacuteve l meacutedio bem abaixo dos 421 a lcanccedilados pe lo s da
Regiatildeo Sudeste em 1999 Isso pode ser exp l icado pe las pressotildees
soc ioeconocircmicas endecircmicas na Regiatildeo Nordeste fatores que mui to
afetam e a t rasam o desenvolvimento educacional
A tabe la 7 ind ica que haacute um enorme passo a ser dado apesar
do exce lente cresc imento conseguido na taxa de esco lar izaccedilatildeo de
adolescentes de 15 a 17 anos a Regiatildeo Nordeste tem muito espaccedilo
a crescer para posic ionar -se em niacuteve l equ iva lente agrave Regiatildeo
Sudeste O quadro abaixo nos d iz que haacute corre laccedilatildeo s ign i f icat iva
ent re s i tuaccedilatildeo soc ioeconocircmica no caso a Regiatildeo Sul e condiccedilatildeo
educacional Por tanto ta lvez sem progresso soc ioeconocircmico os
ind icadores de educaccedilatildeo estaratildeo compromet idos porque
infe l izmente a educaccedilatildeo natildeo estaacute ent re as pr ior idades por questatildeo
cu l tura l ou mais prec isamente de sobrevivecircncia
1 0 4
Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida Fa ixa Etaacuter ia 15 ndash 17 anos44
Grandes Regiotildees - 19992009
1999 2004 2009 Var
NORTE
244 276 391 602
NORDESTE 167 279 392 1347
SUDESTE 421 579 605 437
SUL
446 534 574 287
CENTRO-OESTE 327 449 547 673
BRASIL
327 442 509 557
Tabela 7 Taxa de Escolar izaccedilatildeo Liacutequ ida por Regiatildeo
Fonte IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domiciacute l ios
19992009 SINTESE DOS INDICADORES SOCIAIS -2010- IBGE
Acesso em 141111
3 22 Desigualdade ent re Regiotildees
Conforme jaacute fo i abordada no in iacutec io des se t raba lho o Iacutend ice
de Gin i desenvolvido por Corrado Gin i estat iacutes t ico i ta l iano eacute
u t i l izado para medir o grau de desigualdade N as def in iccedilotildees do
IBGE consta ldquoserve para medir a concentraccedilatildeo de uma d is t r ibu iccedilatildeo
mede o grau de desigualdade existente ent re ind iviacuteduos segundo
44
A t a x a d e e s c o l a r i z a ccedil atilde o l iacute q u i d a i n d i c a a p r o p o r ccedil atilde o d a p o p u l a ccedil atilde o e m
d e t e r m i n a d a f a i x a e t aacute r i a q u e s e e n c o n t r a f r e q u e n t a n d o e s c o l a n o n iacute v e l a d e q u a d o
agrave s u a i d a d e
1 0 5
diversos fa tores (qua l idade de vida educaccedilatildeo por exem plo) e
dent re e les o rendimentordquo 45
Tendecircncia do Iacutend ice de Gin i por Regiatildeo
Graacutef ico 19 Iacutend ice Gin i por Regiatildeo ndash Tendecircncias
Fonte IBGE ndash Seacuteries Esta t iacutes t icas
Obs ndash Vide va lores numeacuter icos na tabe la 8 a seguir
45
N o c aacute l c u l o d o s iacute n d i c e s d e G i n i d a s d i s t r i b u i ccedil otilde e s d e r e n d im e n t o f o r a m
l e v a d o s e m c o n t a o n uacute m e r o d e p e s s o a s d a a m o s t r a d a p e s q u i s a n a c i o n a l d e
d o m ic iacute l i o s ( P N A D ) e o r e n d im e n t o d a p e s s o a
O v a l o r d o iacute n d i c e v a r i a d e 0 a 1
0 = q u a n d o n atilde o h aacute d e s i g u a ld a d e a r e n d a d e t o d o s o s i n d i v iacute d u o s t e m o
m e s m o v a l o r
1 = q u a n d o a d e s i g u a l d a d e eacute m aacute x im a a p e n a s u m i n d i v iacute d u o d e t eacute m t o d a a
r e n d a d a s o c i e d a d e e a r e n d a d e t o d o s o s o u t r o s i n d i v iacute d u o s eacute n u l a
( h t t p s e r i e s e s t a t i s t i c a s i b g e g o v b r s e r i e s a s p x vc o d ig o = F D T 8 1 0 amps v = 1 8 amp t =
i n d i c e - d e - g i n i - p e s s o a s - d e - 1 0 - a n o s - o u - m a i s - d e - i d a d e - c o m - r e n d im e n t o -
m e n s a l ) Ac e s s a d o e m 0 4 1 0 2 0 1 1
1 0 6
A tendecircncia de reduccedilatildeo das desigu aldades de renda eacute
favoraacuteve l para todas as regiotildees com exceccedilatildeo da Regiatildeo Centro -
Oeste que apresentava s i tuaccedilatildeo favoraacuteve l a teacute 2006 quando
rever teu a tendecircncia para uma maior concentraccedilatildeo de renda A
Regiatildeo Nordeste tambeacutem apresenta def lexatildeo em 2005 vindo a
re tomar a tendecircncia favoraacuteve l agrave desconcentraccedilatildeo de renda a part i r
de 2006 Quanto ao tota l Bras i l a tendecircncia de desconcentraccedilatildeo de
renda segue favoraacuteve l no per iacuteodo apresentando reduccedilatildeo de 09 ao
ano
Apesar da melhor ia s ign i f ica t iva que se apresenta pe la
tendecircncia de reduccedilatildeo de desigualdade ind icado pe lo iacutend ice de Gin i
o Bras i l a inda estaacute longe da exce lecircncia atua lmente o iacutend ice de Gini
da Noruega o pr imeiro co locado no rank ing de IDH eacute 0255 (ano
2000) 46
46
I l u s t r a n d o n o r i t m o d e c r e s c i m e n t o a n u a l d o iacute n d i c e d e G i n i d o p e r iacute o d o 1 9 9 8 -
2 0 0 8 a t i n g i r a e x c e l ecirc n c i a p a r a o B r a s i l n o c a s o o iacute n d i c e d a N o r u e g a p o d e
s i g n i f i c a r 8 0 a n o s ( 0 5 3 1 ( 1 - 0 0 0 9 ) ^ 8 0 = 0 2 5 7 )
1 0 7
IacuteNDICE DE GINI POR REGIAtildeO (1998-2008) (1)
Regiatildeo 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Norte urbana 0569 0553 0543 0551 0534 0527 0512 0513 0504 0502 Nordeste 0581 0575 0566 0576 0570 0571 0551 0557 0540 0539 Sudeste 0561 0551 0554 0552 0543 0533 0534 0529 0510 0507 Sul 0558 0559 0543 0536 0535 0530 0519 0510 0505 0498 Centro-Oeste 0600 0591 0585 0591 0569 0571 0564 0558 0564 0567 Brasil 0584 0576 0572 0573 0566 0559 0552 0548 0535 0531 Tabela 8 Iacutendice Gini por Regiatildeo ndash Valores acima suportam o graacutefico 20
Fonte IBGE - Seacuteries Estatiacutesticas httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=FDT810ampsv=18ampt=indice-de-
gini-pessoas-de-10-anos-ou-mais-de-idade-com-rendimento-mensal Acesso em 141111
[1] Dados para o ano 2000 natildeo satildeo disponiacuteveis
323 Emprego Formal ndash Forccedila de Trabalho
Um dos fatores mais importantes que ind icam a melhor ia
soc ioeconocircmica de uma regiatildeo eacute sem sombra de duacutevida a oferta de
empregos formais Formal idades no emprego provecircm aos
t raba lhadores menor vu lnerab i l idade agrave s i tuaccedilatildeo de penuacuter ia porque
asseguram d i re i tos de c idadatildeo A informal idade assola o Bras i l e eacute
constantemente assunto de debates po l iacute t icos t rata -se de uma das
demandas soc ia is mais importantes da atua l idade brasi le i ra O IBGE
contro la o desenvolvimento dessa vu lnerab i l idade a boa not iacutec ia eacute
que estaacute havendo progresso ness e quesi to o nuacutemero de
1 0 8
empregados com car te i ra ass inada vem aumentando
consis tentemente No per iacuteodo 2001-2009 a Regiatildeo Norte fo i a que
maior cresc imento apresentou 86 seguida da Centro -Oeste com
58 Nordeste com 53 Sudeste com 40 e Sul com 37 Em
meacutedia o cresc imento anual de empregados com t raba lho formal no
Bras i l c resceu agrave taxa de 47 no per iacuteodo de 2001 -2009 e 4 8 no
per iacuteodo 2004-2009 per iacuteodo este de vigecircncia do Programa Bolsa
Famiacutel ia Ressal ta -se que a Regiatildeo Nordeste ent re 2004-2009 fo i a
maior em cresc imento anual apresentou 63 Ess es dados
cont r ibuem para desfazer o mi to de que o t raba lhador tende a
recusar regis t ro formal em car te i ra de t raba lho a f im de engajar -se
no Programa Bolsa Famiacutel ia
EMPREGADOS COM CARTEIRA ASSINADA NO BRASIL
CRESCIMENTO ANUAL
Regiatildeo
2001 2004 2009 2001-2009 2004-2009
() ()
Norte
826 1144 1537 81 61
Nordeste
3443 3886 5280 55 63
Sudeste
12359 13839 17365 43 46
Sul
4241 4922 5816 4 34
Centro-Oeste 1494 1768 2367 59 6
Brasil
22363 25558 32364 47 48
Tabela 9 Empregados com Carteira Assinada
FONTE IBGE Seacuteries Estatiacutesticas
Seacuterie PD352 - Empregados com carteira de trabalho assinada total e por sexo Acesso em 09102011
1 0 9
O aumento de populaccedilatildeo economicamente a t iva tambeacutem pode
nos fornecer ind icaccedilotildees do desenvolvimento soc ioeconocircmico Os
levantamentos fe i tos pe lo IBGE considera m como populaccedilatildeo
economicamente a t iva pessoas que se encontram ocupadas e
desocupadas sob c i rcunstacircncias especiacutef icas Sendo as ocupadas as
que na semana em que fo i fe i ta a pesqu isa t inham traba lho mesmo
quando estavam de l icenccedila feacuter ias ou greve e as que estavam
desocupadas aquelas que tomaram a lguma providecircncia efet iva na
procura de t raba lho (def in iccedilotildees do IBGE)
Como podemos ver i f icar nos dados da tabe la a seguir a
populaccedilatildeo economicamente at iva cresceu de forma regular em todas
as Regiotildees
Um dos pontos de at raccedilatildeo de invest idores para o nosso paiacutes
t rata-se do fator chamado ldquobocircnus demograacutef icordquo esse fenocircmeno eacute
def in ido ou apresenta -se quando haacute um determinado per iacuteodo na
h is toacuter ia da naccedilatildeo onde a populaccedilatildeo economicamente a t iva supera agrave
de dependentes no caso de idosos e cr ianccedilas t rata -se de uma
posiccedilatildeo favoraacutevel ao desenvolvimento econocircmic o O chamado
ldquobocircnus demograacutef icordquo ao que tudo ind ica teve seu in iacutec io em 2004
quando a populaccedilatildeo economicamente at iva a t ingiu 51 da
populaccedilatildeo tota l
O demoacutegrafo Joseacute Eustaacutequio Din iz Alves professor da Escola
Nacional de Ciecircncias Estat iacutes t ica do IBGE anal i sta e pesquisado r do
1 1 0
assunto ldquobocircnus demograacutef ico rdquo ind ica que o Bras i l passa por um
momento uacuten ico neste in iacutec io do seacutecu lo XXI Af i rma que esta jane la da
h is toacuter ia t raz uma condiccedilatildeo propiacutec ia para o desenvolvimento
soc ioeconocircmico Defende que a combinaccedilatildeo ent re uma est rutura
demograacutef ica e uma est ru tura soc ia l que levam a uma proporccedilatildeo de
populaccedilatildeo em idade em que o re torno soc ioeconocircmico eacute maior 47 A
tabe la 10 a seguir com dados se lec ionados das seacuter ies esta t iacutes t icas
do IBGE atesta o cresc imento da Populaccedilatildeo Econo micamente At iva
por regiatildeo
47 B ocirc n u s d e m o g r aacute f i c o c r e s c i m e n t o e c o n ocirc m i c o e r e d u ccedil atilde o d a p o b r e z a n o B r a s i l
J o s eacute E u s t aacute q u i o D i n i z A l v e s - h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e
A P A R T E - I n c l u s atilde o S o c i a l e m D e b a t e
h t t p w w w i e u f r j b r a p a r t e p d f s b o n u s _ e c o n o m i a _ e _ p o b r e z a p d f
1 1 1
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA POR REGIAtildeO
Regiatildeo 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
(000) (000) (000) (000) (000) (000) (000)
Norte 4918 6861 7073 7073 7145 7340 7536 Nordeste 24213 24911 25822 25880 26093 26546 26735 Sudeste 38666 39282 40863 41623 41860 42712 43452 Sul 14607 14893 15043 15290 15489 15437 15744 Centro-Oeste 6395 6712 6946 7007 7286 7466 7643
Brasil 88774 92660 95748 96874 97872 99500 101110
Tabe la 10 Popu laccedilatildeo Economicamente A t i va por Regiatildeo
h t tp se r ieses ta t is t icas ibge govb r se r ies aspxvcod igo=PD292amps
v=19ampt=grupos -de- idade
Acesso em 13 11 11
Segundo Din iz A lves (2010) ent re 2003 e 2004 a renda per
cap ita pouco cresceu e a pobreza apresentou a lguma reduccedilatildeo mas
as condiccedilotildees demograacutef icas econocircmicas e soc ia is entraram em um
c i rcu lo v i r tuoso a part i r daiacute Houve po l iacute t icas puacutebl icas saudaacuteveis ou
favoraacuteve is po is a economia bras i le i ra most rou-se imune agraves cr ises
in ternacionais que asso lavam o pr imeiro mundo Poliacute t icas puacutebl icas
de recuperaccedilatildeo do sa laacuter io miacuten imo e incremento de programas
soc ia is em part icu lar Programa Bolsa Famiacutel ia impuls ionaram a
economia Houve incremento do t raba lho formal reduccedilatildeo das taxas
de desemprego e informal idade
Coloca Din iz A lves (2010) a ent rada maciccedila da mulher no
mercado de t rabalho como pr imord ia l para a reduccedilatildeo da pobreza
nesse ponto haacute que enfat izar o cresc imento da demanda de matildeo de
obra face ao impulso favoraacuteve l do cresc imento econocircmico
1 1 2
A tabela 11 a seguir conf i rma as af i rmaccedilotildees de Din iz A lves
em seu texto sobre o tema ent re 2001 e 2009 houve um incremento
de 171 mi lhotildees de pessoas na parce la da populaccedilatildeo denominada
ldquoeconomicamente a t ivardquo sendo 92 milhotildees de mulheres e 7 9
mi lhotildees de homens
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVA
2001 2009 ACREacuteSCIMO
(000) (000)
HOMENS 48844 56710 7866
MULHERES 35174 44401 9227
TOTAL 84018 101111 17093
Tabela 11 Populaccedilatildeo Economicamente Ativa Ingresso 2001 a 2009
Fonte IBGE Seacuterie PD292 - Grupos de idade httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 121111
Segundo o ar t igo a ent rada da mulher com maior in tens idade
no mercado fo i importante para a reduccedilatildeo da pobreza e que a
reduccedilatildeo da informal idade para ambos os sexos produzi ram os
maiores ganhos apoacutes 2004 O graacutef ico 21 demonst ra o cresc imento
de empregados formais podemos notar def lexatildeo no ano de 2004
1 1 3
EMPREGADOS CARTEIRA ASSINADA
(MILHARES DE PESSOAS)
14608 14975 1542716535
17282 1786819105
20428 20609
7756 8160 84929023 9593 10173
10663 11454 11756
0
5000
10000
15000
20000
25000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
HOMENS
MULHERES
Graacutef ico 20 Empregados com Carte i ra Ass inada
Fonte IBGE
ht tp ser iesestat ist icas ibgegovbr ser iesaspxvcodigo=PD352ampsv=
18ampt=empregados-com-carte i ra -de- traba lho-ass inada-to ta l -e-por-sex
Acesso em 10102011
A ent rada consistente da mulher no mercado de t raba lho
pr inc ipa lmente aquelas que possuem melhores n iacuteve is educacionais
soacute fo i possiacuteve l porque houve importante reduccedilatildeo nas taxas de
fecundidade Com a reduccedilatildeo do nuacutemero de f i lhos aumentam as
oportun idades para as mulheres invest i rem de forma ef ic iente em
sua proacutepr ia educaccedilatildeo e carre i ra O resu l tado eacute posi t ivo com
1 1 4
melhores sa laacuter ios e rend imentos que remunerem e incent ivem o
desenvolvimento de cap ita l humano 48
Na tabe la 12 a seguir podemos visua l izar a queda da taxa de
fecundidade no Bras i l a maior queda ocorreu na Regiatildeo Nordeste
aproximando-se das taxas das regiotildees mais desenvolvidas Isso
a testa a melhor ia da qual idade de vida e a tendecircncia fortu i ta na
reduccedilatildeo da desigualdade
TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL
TAXA DE FECUNDIDADE REDUCcedilAtildeO MEacuteDIA ANUAL
REGIAtildeO 2001 2009 2001-2009
()
NORTE 32 25 -30
NORDESTE 27 20 -34
SUDESTE 21 18 -23
SUL 22 19 -17 CENTRO-OESTE 23 19 -22
BRASIL 24 19 -26
Tabela 12 Taxa de Fecundidade Total FONTE IBGE
Seacuterie POP264 - Taxa de fecundidade total Acesso em 15112011
48
C a p i t a l H u m a n o j aacute a b o r d a d o n a p a r t e i n i c i a l d e s t e t r a b a l h o b a s i c a m e n t e
s i g n i f i c a o c a p i t a l a d q u i r i d o p e l a s p e s s o a s a t r a v eacute s d e i n v e s t i m e n t o s e m s i
p r oacute p r i a s
1 1 5
Famiacutel ias pequenas onde o casa l pode dedicar -se ao t raba lho
remunerado satildeo menos vu lneraacuteve is a prob lemas soc ia is a
par t ic ipaccedilatildeo da mulher no mercad o de t raba lho faz crescer a
economia e reduz a pobreza t rata -se de um s ina l cr is ta l ino de
melhor ia soc ioeconocircmica
Um exerciacutec io ca lcu lando a razatildeo ent re os dados de Populaccedilatildeo
Economicamente At iva e a Populaccedilatildeo afer ida pe lo Censo de 2010
ind ica que o bocircnus demograacutef ico eacute favoraacuteve l em todas as regiotildees
com exceccedilatildeo da Regiatildeo Norte que se encontra em 49 muito perto
de par t ic ipar do processo O ldquobocircnus demograacutef icordquo natildeo eacute o uacuten ico
fa tor determinante para o desenvolvimento soc ioeconocircmico
contudo sendo favoraacuteve l eacute como jaacute fo i co locado exce lente fator de
a t raccedilatildeo de invest imentos cabe ao Bras i l tomar prove i to desta
oportun idade como o f izeram paiacuteses ho je posic ionados como
parad igmas do desenvolvimento humano
1 1 6
POPULACcedilAtildeO ECONOMICAMENTE ATIVAPO PULACcedilAtildeO TOTAL
(EM MILHARES DE PESSOAS)
POPULACcedilAtildeO
CENSO ECONOMICAMENTE ATIVA EM 2009
REGIAtildeO 2010 2009 POP TOTAL
NORTE 15485 7536 49
NORDESTE 51871 26735 52
SUDESTE 77657 43452 56
SUL 27022 15744 58
CENTRO-OESTE
13677 7643 56
BRASIL 185713 101110 54
Tabela 13 Populaccedil Populaccedilatildeo Economicamente AtivaPopulaccedilatildeo Total
FONTE Dados do Censo 2010 publicados no Diaacuterio
Oficial da Uniatildeo do dia 04112010 Recenciamento feito ateacute 31 de outubro de 2010
Populaccedilatildeo Economicamente Ativa - IBGE
httpwwwcenso2010ibgegovbrdados_divulgadosindexphpuf=35
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=PD292ampsv=19ampt=grupos-de-idade
Acesso em 10102011
1 1 7
3 3 GASTOS COM EDUCACcedilAtildeO
Atua lmente eacute voz corrente que o Bras i l natildeo investe o
montante adequado na Educaccedilatildeo encontramos este t ipo de
comentaacuter io em jorna is programas de raacuted io exis tem extensas
reportagens sobre o assunto Haacute colocaccedilotildees e af i rmaccedilotildees dos mais
d iversos t ipos sempre com fundamentaccedilotildees empiacuter icas e
quest ionaacuteveis provavelmente o que leva a essas cr iacute t icas e anse ios
eacute a rea l idade dos ind icadores que demonstram a enorme d istacircnc ia
da exce lecircncia
Os graacutef icos 22 e 23 a seguir i lust ram os invest imentos
puacutebl icos em Educaccedilatildeo em termos de porcentagem do PIB houve
uma queda apoacutes 2003 com estagnaccedilatildeo no per iacuteodo 2003 -2005
re tomando cresc imento apoacutes 2006
1 1 8
Graacutef ico 21 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo - do PIB
Fonte IDB Inep
porta l inepgovbr estat is t icas -gastoseducacao-
ind icadores_f inancei ros -p t i _n ive l_ensinohtm
Acesso em 14102011
O montante de invest imentos puacutebl icos em educaccedilatildeo apres enta
ace leraccedilatildeo a part i r de 2004 sa indo de um patamar de R$ 107
b i lhotildees em 2004 at ingindo R$ 141 b i lhotildees em 2007 (a preccedilos de
2010) Essa tendecircncia nos ind ica a adoccedilatildeo de uma po l iacute t ica mais
consis tente em favor da melhor ia qual i ta t iva do processo
educacional
1 1 9
1071 1039 1065 1045 1075 1125 1266
1414
-
500
1000
1500
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
INVESTIMENTOS PUacuteBLICOS EM EDUCACcedilAtildeO VALORES EM BILHOtildeES DE REAIS CONSTANTES
(2010)
Graacutef ico 22 Invest imento Puacutebl ico em Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fontes
INEP httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-despesas_public a_paridadehtm Def lator u t i l izado L Seacute r ie SCN54 - Def lator do Produto In terno
Bruto
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
1 2 0
Graacutef ico 22A Invest imento Puacutebl ico Por A luno Est imado em
Educaccedilatildeo (a preccedilos de 2010)
Fonte INEP
h t tp po r ta l i nep ovb r es ta t i s t icas -gas toseducacao -despesas
pub l icas -p a par idade h tm
Acesso 142 2012
Em pronunciamentos agrave imprensa em f ins de setembro e in iacutec io
de outubro de 2011 o min is t ro Paulo Haddad ve io a se posic ionar
que o Bras i l p rec isa invest i r mais em educaccedilatildeo O proacutepr io min is t ro
admi te que a educaccedilatildeo bras i le i ra possua qual idade quest ionaacutevel
em 30 de setembro de 2011 conforme not ic iaacuter io 49 quando
par t ic ipava do 3ordm Exame Forum em debate que par t ic ipou em
companhia de Gustavo Ioschpe (economista e a r t icu l is ta de revista
49
R e v i s t a V e j a 3 0 9 2 0 1 1 ndash 1 4 3 9 h o r a s ndash J o r n a l i s t a N a t h a l i a G o u l a r t
1 2 1
Veja) Mar ia Helena Guimaratildees (Membro do Conselho Estadual de
Educaccedilatildeo de Satildeo Paulo e da Academia Bras i le i ra de Educaccedilatildeo) e
Marce lo Odebrecht (empresaacuter io e pres idente da Odebrecht )
c lass i f icou o n iacuteve l atua l da educaccedilatildeo bras i le i ra com o ldquoregu larrdquo A
co locaccedilatildeo do min is t ro se apoia no fa to de que o Brasi l melhorou de
posiccedilatildeo na aval iaccedilatildeo internacional coordenada pe lo OCDE
(Organisat ion for Economic Co -operat ion and Development )
Na ocasiatildeo o min is t ro fo i contestado por Gustavo Ioschpe de
que o nosso paiacutes estava ent re os uacute l t imos co locados o prat icamente
condic iona agrave impossib i l idade de p iorar Cr i t ica af i rmaccedilotildees de que o
Bras i l p rec isa aumentar gastos com educaccedilatildeo a lega que o Bras i l
aumentou de forma ext raord inaacuter ia esses d ispecircndios sem t razer
cont rapart ida em termos de qual idade O economista Gustavo
Ioschpe natildeo de ixa de marcar um ponto os d ispecircndios puacutebl icos em
educaccedilatildeo aumentaram em termos re a is ent re 2003-2009 em 55
Natildeo temos como confer i r esses dados contudo se f izermos uma
ext rapolaccedilatildeo com os dados do graacutef ico 22 a af i rmaccedilatildeo parece
correta
Em out ra ocasiatildeo em 10 de outubro de 2011 o Min is t ro
Fernando Haddad em palest ra na Escola de Admin ist raccedilatildeo Puacutebl ica e
de Empresas da Fundaccedilatildeo Getuacute l io Vargas af i rmou que os recursos a
invest i r em educaccedilatildeo em 2011 representaratildeo 7 e 10 do PIB 50
50
R e v i s t a V e j a 1 0 1 0 2 0 1 1 ndash 1 8 5 4 ndash C a d e r n o E d u c a ccedil atilde o
1 2 2
Segundo o min is t ro a meacutedia invest ida pe los paiacuteses de OCDE eacute de
5 mas ressa lta que o PIB dos paiacuteses membros eacute de maior
montante e a d iacutev ida educacional eacute menor Ness e mesmo
pronunciamento o min ist ro s ina l iza planos de melhor ia de qual idade
defendeu a reforma educacional do ensino meacutedio com proposta
pr ior i taacuter ia para per iacuteodo in tegra l Menciona que o p lano prevecirc que as
au las se jam d iv id idas em dois turnos sendo que o pr imeir o deveraacute
ser ded icado agraves mateacuter ias baacutesicas e o segundo a formaccedilatildeo cu l tura l e
ens ino d ig i ta l
O quest ionamento do montante de invest imento no setor de
educaccedilatildeo eacute assunto recorrente m ui tos recomendam aumentar os
va lores invest idos mas poucos buscam a ra iz do prob lema os
pontos abordados nesse t raba lho sugerem a ocorrecircncia de
prob lemas de gestatildeo no setor de educaccedilatildeo a pergunta que f ica eacute
ldquoQuando esse prob lema de gestatildeo seraacute mapeado e reconhecidordquo
O exerciacutec io a seguir fo i e laborado para visua l izar o monta nte
que anualmente eacute in jetado no s istema ed ucacional bras i le i ro A
tabe la 14 nos ind ica os va lores invest idos pe lo setor puacuteb l ico mais os
gastos das famiacutel ias com educaccedilatildeo Cabe enfat izar que os va lores
invest idos pe las famiacutel ias natildeo inc luem o ldquocusto de oportunidaderdquo que
as estas de ixaram de obter por ap l icar na educaccedilatildeo tampouco o
custo f inancei ro associado a esses invest imentos que
1 2 3
part icu larmente no Bras i l satildeo ext remamente e levados Portanto o
va lor invest ido em educaccedilatildeo em termos rea is estaacute subest imado
GASTOS PUacuteBLICOS E GASTOS DAS FAMIacuteLIAS EM EDUCACcedilAtildeO
PESQUISAS DE ORCcedilAMENTOS
POF 20022003 POF 20082009
Estimativa de Gastos Familiares
N⁰ de Famiacutelias
48534638 57816604
de Gastos das Famiacutelias
410 300
Despesa Total Familiar
177803 262631
Gastos familiares c Educaccedilatildeo
Mensal
7290 7879
Anual
87479 94547
Montante de Gastos Familiares em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 425 547 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 677 563 a)
Gastos Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 665 1235 a)
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1055 1414 a)
Somatoacuteria de Gastos Familiares e Puacuteblicos em Educaccedilatildeo
Nominal
(bilhotildees) 1090
1782
Agrave Condiccedilatildeo de 2010 (bilhotildees) 1732 1977
a) Reflete 2007 uacuteltimo montante publicado pelo INEP em abril de 2011
Tabela 14 Gastos Puacuteblicos e Gastos das Famiacutelias em Educaccedilatildeo
Fonte INEPIBGE
httpwwwibgegovbrhomeestatisticapopulacaocondicaodevidapof2008_2009POFpublicacaopdf
httpportalinepgovbrestatisticas-gastoseducacao-indicadores_financeiros-ptiniacutevel_ensinohtm
httpseriesestatisticasibgegovbrseriesaspxvcodigo=SCN54ampsv=41ampt=deflator-do-produto-interno-bruto
Acesso em 14102011
1 2 4
Como podemos visua l izar no exerciacutec io demonstrado na
tabe la 14 o d ispecircndio tota l em educaccedilatildeo considerando o s
invest imentos puacutebl icos e os gastos das famiacutel ia s tota l iza um
montante est imado em 1977 b i lhotildees de rea is (2007 a preccedilos de
2010) considerando o PIB bras i le i ro de 3 046 b i lhotildees de rea is
(2007 a preccedilos de 2010) o d ispecircndio tota l s ign i f ica 65 do PIB dos
quais 4 7 foram ofertados pe lo Estado e 18 bancados pe las
famiacutel ias
Outro fa to que se constata no exerciacutec io ac ima eacute a reduccedilatildeo do
va lor gasto pe las famiacutel ias em educaccedilatildeo de 4 1 para 3 dos
gastos fami l ia res isso pode ser resu l tado da ma ior oferta de
educaccedilatildeo prat icada pe lo Estado
3 4 PLANO NACIONAL DE EDUCACcedilAtildeO 2011-2020 RESUMO E
DESTAQUES
1 2 5
O pro je to de le i para o PNE 51 2011-2020 fo i enviado pelo MEC
ao Congresso Nacional em 15 de outubro de 2010 e encontra -se em
t rami taccedilatildeo na Cacircmara dos Deputados Federa is O pro je to de le i
estabelece dez di re t r izes com vis ta ao cumpr imento das normas
const i tuc iona is per t inentes agrave educaccedilatildeo conforme os toacutep icos abaixo
I - errad icaccedilatildeo do analfabet ismo
I I - un iversa l izaccedilatildeo do atendimento
esco lar
I I I -superaccedilatildeo das desigualdades
educacionais
IV- melhor ia da qual idade do ensino
V - formaccedilatildeo para o t raba lho
VI - promoccedilatildeo da sustentab i l idade
soc ioambienta l
VI I - promoccedilatildeo humaniacutest ica c ient iacute f ica e
tecnoloacutegica do Paiacutes
VI I I - estabelec imento de meta de
ap l icaccedilatildeo de recursos puacutebl icos em
educaccedilatildeo como o produto in terno bruto
51P l a n o N a c i o n a l d e E d u c a ccedil atilde o -
h t t p p o r t a l m e c g o v b r i n d e x p h p o p t i o n = c o m _ c o n t e n t amp v i e w = a r t i c l e amp i d = 1 6 4 7 8 amp I t e
m i d = 1 1 0 7 t o p _ b a r r a A c e s s o e m 2 5 1 0 2 0 1 1 )
1 2 6
IX- va lor izaccedilatildeo dos prof iss iona is da
educaccedilatildeo
X- d i fusatildeo dos pr inciacutep ios da equidade do
respei to agrave d ivers idade e a gestatildeo
democraacutet ica da educaccedilatildeo
O pro je to de le i tambeacutem conteacutem um anexo com vin te metas
com as respect ivas est ra teacutegias para o cumpr imento das d i ret r izes O
Art igo 3ordm do Proje to de Le i def ine que as metas e est rateacutegias
deveratildeo ser cumpridas no prazo de vigecircncia do PNE (2011 -2020)
No Art igo 6ordm estaacute estabelec ido que a cr iaccedilatildeo do ldquoFo rum
Nacional de Educaccedilatildeordquo deveraacute ar t icu lar e coordenar ldquoConferecircncias
Nacionais de Educaccedilatildeordquo
Os pontos inc lu iacutedos no PNE (2011 -2020) procuram atender
uma das mais importantes demandas para o setor da educaccedilatildeo a
melhor ia da qual idade da educaccedilatildeo nesse pon to o pro je to de le i
contempla muitas metas d i rec ionadas agrave melhor ia de qual idade do
ensino bem como estabelece est rateacutegias para at ingi - las
Ta lvez neste momento em que o PNE estaacute em processo de
aprovaccedilatildeo no Congresso Nacional natildeo parece importante uma
anaacutel ise mais profunda contudo va le a se leccedilatildeo de a lguns pontos
importantes que estatildeo contemplados nas metas do pro je to de le i
conforme segue
1 2 7
A terce i ra meta prevecirc a un iversa l izaccedilatildeo do acesso agrave rede
mundia l de computadores via banda larga de a l ta ve locidade
A sexta meta prevecirc a oferta de educaccedilatildeo com tempo in tegral
em 50 das esco las puacutebl icas de educaccedilatildeo baacutesica
A seacutet ima meta estabelece as meacutedias nacionais para o IDEB 52
esta meta se apresenta t iacutemida e eacute em gera l cr i t icada pe los anal istas
e formadores de op in iatildeo Seguem as metas inc lu iacutedas no pro je to de
le i
2
2011
2
2013
2
2015
2
2017
2
2019
2
2021
Anos in ic ia is do ensino
fundamenta l
4 6
4 9
5 2
5 5
5 7
6 0
Anos f ina is do ensino
fundamenta l
3 9
4 4
4 7
5 0
5 2
5 5
Ensino meacutedio
3 7
3 9
4 3
4 7
5 0
5 2
Tabela 15 Metas de Meacutedia Nacional para o IDEB
Fonte Pro jeto de Le i PNE 20112020
A seacutet ima meta do pro jeto de le i tambeacute m estabelece pro jeccedilotildees
para meacutedia de resu l tados em matemaacutet ica le i tura e c iecircnc ias obt idos
52
Iacute n d i c e d e D e s e n v o l v im e n t o d a E d u c a ccedil atilde o B aacute s i c a
1 2 8
nas provas do Programa Internacional de Aval iaccedilatildeo do ensino ndash
PISA ndash a f im de cont ro lar progresso de ava l iaccedilatildeo do INEP e
ava l iaccedilotildees in ternacionalmente reconhecidas A s pro jeccedilotildees conforme
cont idas no pro jeto de le i seguem abaixo
Meacutedia pro jetada para as provas PISA
PISA 2009 2012 2015 2018 2021
Meacutedia (1) 395 417 438 455 473
Tabela 16 Meacutedia Pro jetada para as Provas
PISA
(1) ciecircnciasleituramatemaacutetica
Em 2009 o Bras i l nas esta t iacutes t icas do OCDE (Organisat ion for
Economic Co-operat ion and Development ) se posic iona ent re os
uacute l t imos co locados dos paiacuteses par t ic ipantes as meacutedias publ icadas
por aquela organizaccedilatildeo em 2009 para o pr imeir o co locado foram as
seguintes
Meacutedias a lcanccediladas no exame PISA 2009
PRIMEIRO COLOCADO
BRASIL
Matemaacutet ica 600 316
Le i tura 556 412
Ciecircncias 575 405
Tabela 17 Meacutedia A lcanccedilada no Exame PISA 2009
Fonte OECD
ht tp wwwoecdorgdocument 0 3746en_2649_201185_46462759_1
_1_1_100html Acesso em 31102011
O Bras i l mais uma vez assume at i tude conservadora quando
estabelece metas considerando a meacutedia da ava l iaccedilatildeo PISA
1 2 9
estabelec ida para 2021 em 473 nosso paiacutes sa l tar ia para o 37ordm lugar
isso consistente com as condiccedilotildees atua is is to eacute os demais paiacuteses
ter iam que f icar estagnados o que im provaacutevel
A deacutecima e deacutecima pr imeira meta contemplam a oferta de
educaccedilatildeo prof issiona l izante As es t rateacutegias estabelec idas para
essas metas inc luem ofer ta de f inanciamento estudant i l fomento agrave
modal idade de educaccedilatildeo agrave d is tacircnc ia est iacutemulo a accedilotildees que
aumentem a esco lar idade do t raba lhador etc
A deacutecima seacutet ima meta vem atender uma demanda mui to atua l
po is t rata da va lor izaccedilatildeo do magis teacuter io puacuteb l ico da educaccedilatildeo baacutesica
Estabelece que aqueles prof iss iona is com mais de onze anos de
esco lar idade devem ter rend imento meacutedio dos demais prof iss iona is
com esco lar idade equiva lente Prevecirc a adoccedilatildeo de meios de
acompanhamento a f im de que as correccedilotildees ocorram rot ine i ramente
A deacutecima nona meta estabelece a garant ia mediante le i
especif ica em acircmbi tos federa l estadual e munic ipa l para nomeaccedilatildeo
comiss ionada de d i re tores de esco la v incu lada a cr i teacuter ios teacutecn icos
de meacuter i to e desempenho e agrave par t ic ipaccedilatildeo da comunidade esco lar
Esta meta ta lvez se ja a mais mot ivadora da melhor ia de qual idade
do s is tema de ensino
A vigeacutes ima meta def ine que os invest imentos puacutebl icos em
educaccedilatildeo devem ser ampl iados de forma progress iva a teacute a t ingi r o
patamar miacuten imo de 7 do PIB O aumento dos invest imentos em
1 3 0
educaccedilatildeo eacute re iv ind icaccedilatildeo recorrente contudo o grande en igma eacute a
fa l ta de cr i teacuter ios e estudos e laborados de qual ser ia um montante de
invest imento puacutebl ico em educaccedilatildeo que rea lmente t rouxesse
efet iv idade ao setor O fa to eacute que haacute c lamores dos mais d iversos
pontos da soc iedade no sent ido de aumentar o va lor dos
invest imentos em educaccedilatildeo
1 3 1
4 PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA Eacute A GRANDE CARTADA PARA
REDUZIR A DESIGUALDADE
O Programa Bolsa Famiacutel ia conseguiu de forma s imples
ident i f icar e mapear o opr imido Hoje podemos af i rmar que o
Cadast ro Uacutenico inst i tu iacutedo com o advento do Programa Bolsa Famiacutel ia
poss ib i l i ta a ident i f icaccedilatildeo com nome endereccedilo e condiccedilatildeo soc ia l do
desfavorec ido tornando -se fer ramenta de pr imeira grandeza para a
def in iccedilatildeo de po l i t icas puacutebl icas de igua ldade
Os gastos soc ia is impuls ionam o progresso porque satildeo
d i rec ionados agraves camadas mais pobres que com a l ta p ropensatildeo a
consumir graccedilas ao efe i to mul t ip l icador (descr i to pe lo Economista
Paul Samuelson - 1966) 53 garante a e levaccedilatildeo do PIB e a renda das
famiacutel ias Neste sent ido as famiacutel ias tendem a consumir produtos de
or igem nacional o que impuls iona a economia como um todo Por
out ro lado quanto ao cresc imento do PIB haacute aumento da
arrecadaccedilatildeo proporc ionando ass im re torno substancia l e garant ido
O IPEA est ima que 56 dos valores dos gastos soc ia is
re tornam ao ca ixa do tesouro depois de percorr ido o processo de
mult ip l icaccedilatildeo justamente porque o gasto soc ia l benef ic ia mais a
53
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m i c a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 3 1 4 - -
e d i t o r a A G I R
1 3 2
renda dos pobres e setores meacutedios que pagam mais impostos em
proporccedilatildeo agrave renda 54
O IPEA em seu comunicado 75 de 3 de fevere i ro de 2011
e laborou uma matr iz os mul t ip l icadores decorrentes de aumento de
1 do PIB segundo o t ipo de gasto conclu iu que os gastos dent ro
da aacuterea soc ia l em part icu lar o gasto em educaccedilatildeo tem o maior
mult ip l icador dentre os agregados invest igados Soacute para i lust rar a
s imulaccedilatildeo ind ica que considerando tudo mais como constante R$ 1
invest ido em educaccedilatildeo aumentaraacute R$ 185 no PIB e R$ 167 na
renda das famiacutel ias o Programa Bolsa Famiacutel ia por seu turno resu l ta
para cada R$ 1 invest ido em R$ 144 no PIB e R$ 225 na renda das
famiacutel ias Sem duacutevida considerando o estudo de IPEA Bolsa Famiacutel ia
e Educaccedilatildeo satildeo campeotildees em termos de re torno
A tabe la 18 de e laboraccedilatildeo do IPEA ind ica os efe i tos
mult ip l icadores dos gastosdemanda se lec ionados Como
ver i f icamos recursos ap l icados em Programa Bolsa Famiacutel ia bem
como em Educaccedilatildeo apresentam a l to efe i to mult ip l icador por tando
d ispecircndios soc ia is a leacutem da nobre tarefa de reduzi r a des igualdade
benef ic ia a economia como um todo
54
F o n t e - I P E A G a s t o s c o m a P o l iacute t i c a S o c i a l a l a v a n c a p a r a o c r e s c i m e n t o c o m
d i s t r i b u i ccedil atilde o d e r e n d a ndash C o m u n i c a d o s d o I P E A N o 7 5 3 2 2 0 1 1
h t t p w w w i p e a g o v b r p o r t a l i m a g e s s t o r i e s P D F s c o m u n i c a d o 1 1 0 2 0 3 _ c o m u n i c a d
o i p e a 7 5 p d f A c e s s o e m 1 4 1 1 1 1
1 3 3
Segue matr iz de mult ip l icadores decorrentes de um aumento
de 1 do PIB segundo o t ipo dede gasto inc luiacutedo no estudo
e laborado pe lo IPEA
Multiplicadores Decorrentes de um Aumento de 1 do PIB Segundo o Tipo
de Gasto
Multiplicador
Tipo de GastoDemanda do PIB ()
Renda das
Famiacutelias ()
Demanda Agregada (Investimentos exportaccedilotildees e gastos do governo)
157
117
Educaccedilatildeo e Sauacutede 178
156
Educaccedilatildeo 185
167
Sauacutede 170
144
Investimento no Setor de Construccedilatildeo Civil 154
114
Exportaccedilatildeo de Commodities Agriacutecolas e Extrativas 140
104
Programa Bolsa Famiacutelia 144
225
Benefiacutecio de Prestaccedilatildeo Continuada 138
220
Regime Geral de Previdecircncia Social 123
210
Tabela 18 Multiplicadores 1 de aumento no PIB segundo tipo de gasto
Fonte IPEA httpwwwipeagovbrportalimagesstoriesPDFscomunicado110203_comunicado
ipea75pdf Acesso em 20112011
1 3 4
Os inves t imen tos soc ia i s no B ras i l to rna ram -se impor tan tes
conduto res de c resc imento todo o p rocesso se most ra
re la t i vamen te conso l idado e ap resen ta s ign i f i ca t i va robuste z jaacute
reconhec ida in te rnac iona lment e Os gas tos soc ia i s j aacute natildeo podem
ser cons ide rados como um ocircnus pa ra as f inanccedilas puacuteb l icas do
pa iacutes mas s im fa to r de c resc imento e des envo lv imento rac iona l e
pe rene
4 1 SAIacuteDA DO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Hoje o Programa Bolsa Famiacutel ia ta lvez se ja um dos maiores
programas de t ransferecircncia de renda que jaacute e xis t i ram o Min isteacuter io
do Desenvolvimento Socia l e Combate a Fome informa o
a tendimento a 13 mi lhotildees de famiacutel ias A pergunta recorrente com
respei to ao programa eacute ldquoComo sa i r do Programa Bolsa Famiacutel iardquo
Tudo ind ica que o Programa Bolsa Famiacutel ia no longo prazo
tende a desaparecer se o progress ivo desenvolvimento da economia
bras i le i ra cont inuar na rea l idade o cresc imento do programa natildeo
ser ia um bom s inal porque ind icar ia aumento da desigualdade
1 3 5
Em recente reportagem o Jorna l Va lor Econocircmico 55 pub l ica
dados interessantes ana l isa as desis tecircnc ias de famiacutel ias
benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia e ind ica que desde a
cr iaccedilatildeo em 2003 ateacute setembro de 2011 5856 mi lhotildees de fa miacutel ias
saiacuteram do programa e de ixaram de receber as t ransferecircncias de
renda per t inentes
Dentre os mot ivos ident i f icados como just i f icat iva da saiacuteda
cerca de 40 pertencem a famiacutel ias que aumentaram a sua renda per
cap ita e portanto natildeo mais a tendem a reg ras de benef iacutec ios mensal
estabelec idas pe lo Cadast ro Uacutenico 56 Segundo a reportagem a
quant idade de famiacutel ias que t iveram os benef iacutec ios cancelados po r
aumento de renda fo i de 22 mi lhotildees ent re 2003 e 2011 (menciona
MDS como fonte) Obviamente esse aumento de renda das famiacutel ias
anter iormente benef ic iadas natildeo pode ser contab i l izado na sua
tota l idade como resu ltado do Programa Bolsa Famiacutel ia mas ao
con junto de accedilotildees de po l iacute t icas puacutebl icas em part icu lar as de cunho
soc ia l que tem como mola mestre a t ransferecircncia de renda Dentre
as po l iacute t icas impuls ionadoras a reportagem ind ica a va lor izaccedilatildeo do
sa laacuter io miacuten imo pequenos empreendedores que montaram negoacutecios
e o Benef iacutec io de Prestaccedilatildeo Cont inuada da Assis tecircnc ia Socia l que
55
E d i ccedil atilde o 2 8 6 3 ndash 1 7 1 0 2 0 1 1 ndash p o r L u c i a n o M aacute x i m o ndash S atilde o P a u l o
56 Q u e eacute a teacute R $ 7 0 p o r p es so a ou r en d i me n to i n d i v i d u a l me ns a l na f a i xa d e R $ 70 a
R $ 14 0
1 3 6
paga um sa laacuter io miacuten imo para ex - t raba lhadores ru ra is idosos e
def ic ientes
A tabe la 19 a seguir inc lu iacuteda na repo rtagem do jorna l Va lor
Econocircmico e lenca o ro l de mot ivos que os benef ic iaacuter ios foram
desl igados do Programa Bolsa Famiacutel ia
MOTIVOS DE CANCELAMENTO DO BOLSA FAMIacuteLIA
2003-2011
M i lha res
de Famiacute l ias
Aumen to de renda per cap i ta fami l ia r
2227
Venc imento do p razo de cadast ro e
Rev isatildeo cadas t ra l 1222
Descumpr imen to de cond ic iona l idades
117
Cadast ro Benef iacutec io exc lu iacutedo
550
Mu l t ip l i c idade Cadast ra l
85
Ped ido de cance lamento pe lo mun ic iacutep i o
148
Dec isatildeo jud ic ia l
20
Ou t ros
1485
To ta l
5854
Tabela 19 Mot ivos de Cancelamento do Bolsa Famiacutel ia 20032011
Fonte
Jorna l Va lor Econocircmico - Ediccedilatildeo 2863 de 17102011
O graacutef ico 23 a seguir nos daacute uma boa ind icaccedilatildeo de como o
Programa Bolsa Famiacutel i a evo lu iu desde a implementaccedilatildeo Podemos
1 3 7
notar que haacute um cresc imento exponencia l nos pr imeiros anos e no
per iacuteodo mais recente re la t iva estabi l izaccedilatildeo A inda parece cedo p ara
fazermos um prognoacutest ico provavelmente no fu turo deparare mos
com tendecircncia decrescente de benef ic iados
Graacutef ico 23 Famiacutel ias Benef ic iadas pe lo Programa Bolsa Famiacutel ia
per iacuteodo 2003-2010
Fonte Jorna l Va lor Econocircmico - Ed iccedilatildeo 2863 de 17102011 - MDS
Cadast ro Uacutenico 102011
3615
6571
8942
1122911294
11353 12370 1277813172
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
FAMIacuteLIAS BENEFICIADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA (MILHOtildeES)
1 3 8
CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Pe lo que fo i ap resen tado nessa d isse r taccedilatildeo conc lu i - se que
a reduccedilatildeo das des igua ldades eacute ingred ien te impu l s ionador
ex t remamente impor tan te para o c resc imento soc ioeconocircmico e a
me lho r ia do bem es ta r do b ras i l e i ro O Programa Bo lsa Famiacute l ia eacute a
p rova v i va de que gas tos soc ia is possuem funccedilatildeo es t ra teacuteg ica
a leacutem de se rem ex t remamente uacute te is para suav iza r os e fe i tos de
c r i ses econocircmicas A rea l idade nos most ra que gas tos soc ia i s
tambeacutem resu l tam em impor tan tes benef iacutec ios soc ioeconocircmicos
O P rograma Bo lsa Famiacute l ia mate r ia l i za a t rans fe recircnc ia de
renda agraves camadas menos favo rec idas de fo rma e f i c ien te e
s i s temaacutet i ca Os con t ro les es tabe lec idos satildeo re la t i vamente s imp les
e pa r t icu la rmente e f i c ien tes u t i l i za a in f raes t ru tu ra adm in is t ra t i va
ex is ten te no caso o apo io teacutecn ico da Ca ixa Econocircmica Fede ra l
com to ta l t ranspa recircnc ia quan to ao des t ino dos recu rsos
Como fo i abordada no cap iacute tu lo 2 nos d ias a tua is a
des igua ldade natildeo in te ressa a n ingueacutem (SCHULZ 2001 ) as
v io laccedilotildees dos d i re i tos dos c idadatildeos bem como o ma l es ta r
resu l tan tes soacute servem agrave p romoccedilatilde o de ins tab i l idade Os ma le f iacutec ios
da des igua ldade re f le tem p r inc ipa lmente na qua l idade da sauacutede e
1 3 9
nos iacutend ices de v io lecircnc ia das popu laccedilotildees v indo por consequecircnc ia
a p romover eno rme drenagem de recursos
Ta lvez o ma io r f a to r de p romoccedilatildeo de des igua ldade
pa r t icu la rmente no B ras i l se ja a concent raccedilatildeo de renda con fo rme
ana l isado no cap iacute tu lo 2 podemos an tec ipa r uma lu ta hercuacute lea
pe la f ren te com o Iacutend ice de Gin i em 0 531 (2008 ) o B ras i l es taacute
em pos iccedilatildeo ex t remamente de l i cada nesse ques i to v is to que a
exce lecircn c ia de t ida pe la No ruega eacute de 0 255 (2000 )
Es taacute ma is do que segu ro que p rogramas de t rans fe recircnc ia de
renda satildeo dec is i vos pa ra a reduccedilatildeo da p ressatildeo exerc ida pe la maacute
d is t r ibu iccedilatildeo de renda O P rograma Bo lsa Famiacute l ia cumpre o pape l
soc ia l de re t i ra r da penuacute r ia ce rca de 13 m i lhotildees de famiacute l ias
caren tes O o rccedilamento Fede ra l con templa o va lo r de 14 b i lhotildees de
rea is 1 3 do to ta l des t inado agrave t rans fe recircnc ia de renda (Graacute f ico 3 )
t ra ta -se esse montan te p rovave lmente de um dos ma io res da
h is toacute r ia j aacute des t inados agrave e l im inaccedil atildeo desse ma l avassa lado r
Os ind icadores que permi tem ava l iar o Programa Bolsa
Famiacutel ia atestam como fo i ana l isado neste t raba lho o cumpr imento
dos ob je t ivos a que se propotildee que eacute garant i r agraves famiacutel ias pobres o
d i re i to agrave a l imentaccedilatildeo agrave educaccedilatildeo e agrave sauacutede c om vantagem
importante para o desenvolvimento humano O Programa pode ser
considerado como ferramenta e l iminadora de desigualdades e fator
favoraacuteve l para o cresc imento O desenho e a proacutepria natureza do
1 4 0
Programa Bolsa Famiacutel ia forccedila automat icamente a a locaccedil atildeo de
recursos agraves aacutereas carentes De que forma Com as normas para
inserccedilatildeo da famiacutel ia no Cadast ro Uacutenico o Programa Bolsa Famiacutel ia
promove progresso e desenvol tura soc ioeconocircmica agravequelas aacutereas
mais necessi tadas s implesmente porque eacute laacute o domiciacute l io das
populaccedilotildees carentes
Ou t ro fa to r impor tan t iacutess imo desve lado po r esse t raba lho
res ide na sus ten tab i l i dade econocircmico - f inance i ra do P rograma
Bo lsa Famiacute l ia os va lo res inves t idos g raccedilas do e fe i to mu l t ip l i cador
p ropo rc ionam re to rnos subs tanc ia is Confo rme demons t ram
es tudos economeacutet r icos e laborados pe lo IPEA gas tos soc ia is
p ropo rc ionam e fe i to mu l t ip l i cado r impor tan t iacutess imo pa ra a
qua l idade de bem es ta r dos b ras i le i ros Neste pormenor
des tacam -se os mu l t ip l i cado res do P rograma Bo lsa Famiacute l i a de
1 44 no P rodu to In te r no B ru to e 2 25 na renda das famiacute l ias o que
o to rna impor tan t iacutess imo p romoto r de r iqueza como pa r te de um
p rocesso conso l idado e reconhec ido in te rnac iona lmente Podemos
a f i rmar que os gas tos soc ia i s natildeo satildeo ma is satildeo ocircnus f inance i ros
mas impu ls ionadores de desenvo lv imento e bem es ta r pe rene
In fe l i zmente o b ras i le i ro ta l vez a inda natildeo se en tus iasme
com o tema educaccedilatildeo es te es taacute c lass i f i cado em seacute t imo luga r nas
p r io r idades puacuteb l i cas (NERI 2008 ) Qua is se r iam as causas des te
t ipo de en foque por par te da popu l accedilatildeo Segundo Ner i uma
1 4 1
pessoa ma is educada possu i ho r i zon tes re la t ivamente bem
de f in idos jaacute o ana l fabe to pode se da r ao luxo quanto ao
desconhec imento sem se sen t i r ma l com isso Ner i de fende que a
educaccedilatildeo ge ra educaccedilatildeo co loca como grande desa f io das
po l iacute t i cas educac iona is desvenda r ao homem comum o va lo r da
educaccedilatildeo
O Programa Bolsa Famiacutel ia com suas condic iona l idades eacute
uma ferramenta em favor da e l iminaccedilatildeo da desigualdade e da busca
da exce lecircncia seus benef ic iaacuter ios out rora c lass i f icados como pobres
e ext remamente pobres estatildeo sendo resgatados Esses
par t ic ipantes do programa agora conseguem oferecer agrave soc iedade a
sauacutede e a permanecircncia de seus f i lhos na esco la a leacutem de tornaram -
se consumidores que fazem gi rar a econom ia em favor do bem estar
perene
Va le destacar que o Programa Bolsa Famiacutel ia devido agrave
condic iona l idade per t inente agrave educaccedilatildeo forccedila po l iacute t icas puacutebl icas em
favor de invest imentos crescentes na aacuterea Este s i tuaccedilatildeo pode ser
evidenciada nos quadros 22 e 22A onde notamos cresc imento dos
va lores invest idos os quais ace leraram de forma importante a part i r
de 2004 poss ive lmente a f im de cumpr i r ob je t ivos do novo
programa
Apesar da mediacuteocre co locaccedilatildeo do Bras i l nos rank ings de
desenvolvimento humano natildeo podemos negar o progresso que se
1 4 2
aviz inha e a potencia l idade do paiacutes em termos de desenvolvimento
sustentaacuteve l Fatos posi t ivos cont r ibuem para acred itarmos em um
cresc imento soc ia l de meacutedio prazo Podemos enfat izar as vantagens
proporc ionadas pe lo bocircnus demograacutef ico fenocircmeno que ocorre
quando a popu laccedilatildeo economicamente at iva supera agrave dos
dependentes anal isadas no capiacutetu lo 3 dessa d issertaccedilatildeo at ingido
no ano de 2004 A s i tuaccedilatildeo descr i ta como bocircnus demograacutef ico serve
como a lavanca importante e de a t rat ivo de invest imentos porque haacute
mais matildeo de obra d i sponiacuteve l
Outro fator important iacutess imo a considerar eacute a reduccedilatildeo da taxa
de fecundidade que ca iu nos uacute l t imos anos (2001 -2009) de 2 4 para
1 9 f i lhos por mulher Va le observar que neste quesi to o destaque a
Regiatildeo Nordeste que passou para uma condiccedilatildeo de igu a ldade junto
agraves demais regiotildees A grande vantagem nesse sent ido eacute que a
reduccedilatildeo da taxa de fecundidade possib i l i tou a inc lusatildeo def in i t iva da
mulher em especia l aquela detentora de r ico cap ita l cu l tura l no
mercado de t raba lho
Em termos de cap ita l humano tema do capiacutetu lo 2 1 5 o Bras i l
pode comemorar melhor ias quanto agrave esco lar idade meacutedia da
populaccedilatildeo Os ind icadores mostram cresc imento da esco lar idade
meacutedia do bras i le iro de 5 6 anos para 72 anos na uacute l t ima deacutecada
Infe l izmente estamos abaixo da Argent ina (9 3 anos) e mui to aqueacutem
da exce lecircncia no caso a Noruega (126 anos) e Aust raacute l ia (12 anos)
1 4 3
O dado desalentador res ide na expectat iva de esco lar idade meacutedia
para cr ianccedilas em idade de ingresso esco lar no Bras i l aos se is anos
que sof reu queda importante na uacute l t ima deacutecada de 141 anos
ca lcu lados na deacutecada de 198090 para 138 anos Importante
sa l ientar que em termos de expectat iva de esco la r idade nota-se
estagnaccedilatildeo desde 2007 is to nos ind ica que haacute seacuter io prob lema
est rutura l no setor educacional e a lgo prec isa ser fe i to a f im de
melhorar e garant i r esco lar idade ao c idadatildeo bras i le i ro A
poss ib i l idade de aumento da expectat iva de esco lar idade parece ser
fact iacuteve l na rea l idade houve um p ico no ano 2000 quando se chegou
agrave taxa de 145 anos ent re tanto natildeo houve sustentaccedilatildeo e taxa ca iu
a patamares infer iores aos anos 1980-1990 O resu ltado a destacar
estaacute na reduccedilatildeo do analfabet ismo eacute tambeacutem no papel impar de
garant i r a permanecircncia dos a lunos na esco la Atua lmente a taxa de
analfabet ismo estaacute na casa dos 9 1 c om aparente processo
estaacuteve l jaacute haacute alguns anos o que impotildee agrave necessidade de
in terferecircncia draacutest ica a f im de caminhar -se para a completa
e l iminaccedilatildeo desse fator de desigualdade Eacute provaacutevel que as
condic iona l idades do Programa Bolsa Famiacutel ia despenhem o papel de
gat i lho para o aumento de invest ime ntos qual i ta t ivos em educaccedilatildeo
O maior desaf io do setor educacional bras i le i ro
provavelmente estaacute em mostrar coerecircncia ent re montantes
invest idos e resu l tados obt idos Considerando o s ign i f ica t ivo
1 4 4
dispecircndio em educaccedilatildeo (v ide tabe la 14) com va lor est imado de 198
b i lhotildees de rea is (governo mai s os gastos das famiacutel ias em 2007 a
preccedilos de 2010) equiva lente a 65 do PIB jaacute eacute tempo para uma
melhor c lass i f icaccedilatildeo nos rank ings de desenvolvimento humano
O Programa Bolsa Famiacutel ia eacute tema acadecircmico embr ionaacuter io a
produccedilatildeo de mater ia l acadecircmico eacute inc ip iente A metodologia
u t i l izada nessa d issertaccedilatildeo consis te bas icamente da exp loraccedilatildeo e
anaacutel ise de ar t igos publ icados em jorna is e revis tas bem como de
apanhados de dados esta t iacutes t ico s de ent idades detentoras de feacute
puacutebl ica Espera -se que no fu turo com a praacutet ica e resu ltados a
produccedilatildeo c ient iacute f ica sed imente os conceitos c ient iacute f icos per t inentes a
esse tema
1 4 5
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Anexo A
LEI No 10835 DE 8 DE JANEIRO DE 2004
Institui a renda baacutesica de cidadania e daacute outras providecircncias
O PRESIDENTE DA REPUacuteBLICA Faccedilo saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Art 1o Eacute instituiacuteda a partir de 2005 a renda baacutesica de cidadania que se constituiraacute no direito de todos
os brasileiros residentes no Paiacutes e estrangeiros residentes haacute pelo menos 5 (cinco) anos no Brasil natildeo importando sua condiccedilatildeo socioeconocircmica receberem anualmente um benefiacutecio monetaacuterio
sect 1o A abrangecircncia mencionada no caput deste artigo deveraacute ser alcanccedilada em etapas a criteacuterio do
Poder Executivo priorizando-se as camadas mais necessitadas da populaccedilatildeo
sect 2o O pagamento do benefiacutecio deveraacute ser de igual valor para todos e suficiente para atender agraves
despesas miacutenimas de cada pessoa com alimentaccedilatildeo educaccedilatildeo e sauacutede considerando para isso o grau de desenvolvimento do Paiacutes e as possibilidades orccedilamentaacuterias
sect 3o O pagamento deste benefiacutecio poderaacute ser feito em parcelas iguais e mensais
sect 4o O benefiacutecio monetaacuterio previsto no caput deste artigo seraacute considerado como renda natildeo-tributaacutevel
para fins de incidecircncia do Imposto sobre a Renda de Pessoas Fiacutesicas
Art 2o Caberaacute ao Poder Executivo definir o valor do benefiacutecio em estrita observacircncia ao disposto nos
arts 16 e 17 da Lei Complementar no 101 de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal
Art 3o O Poder Executivo consignaraacute no Orccedilamento-Geral da Uniatildeo para o exerciacutecio financeiro de
2005 dotaccedilatildeo orccedilamentaacuteria suficiente para implementar a primeira etapa do projeto observado o disposto no art 2
o desta Lei
Art 4o A partir do exerciacutecio financeiro de 2005 os projetos de lei relativos aos planos plurianuais e agraves
diretrizes orccedilamentaacuterias deveratildeo especificar os cancelamentos e as transferecircncias de despesas bem como outras medidas julgadas necessaacuterias agrave execuccedilatildeo do Programa
Art 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo
Brasiacutelia 8 de janeiro de 2004 183o da Independecircncia e 116
o da Repuacuteblica
LUIZ INAacuteCIO LULA DA SILVA Antonio Palocci Filho Nelson Machado Ciro Ferreira Gomes
Este texto natildeo substitui o publicado no DOU de 912004
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Anexo B
Investimento em educaccedilatildeo chega a 47 do PIB mas movimentos sociais consideram valor baixo
( h t tp og lobo g lobo com educa cao ma t 2010 03 1 6 in ves t imen to -e m-educa cao - chega - 4 -7 -d o -p ib -mas -mo v imen tos -soc ia is -cons ide ram -va lo r -ba ixo -91 607372 3 a sp - Ac esso em 15 1 0 2010 )
Plantatildeo | Publicada em 16032010 agraves 12h25m
O G l o b o c o m i n f o r m a ccedil otilde e s d a A g ecirc n c i a B r a s i l
RIO - Em 2008 o investimento puacuteblico em educaccedilatildeo foi de 47 em relaccedilatildeo ao Produto Interno Bruto
(PIB) um crescimento de 02 em comparaccedilatildeo com o ano anterior Em valores foi algo em torno de R$
140 bilhotildees Mas para especialistas e entidades do setor o investimento precisa ser maior A
recomendaccedilatildeo do Fundo das Naccedilotildees Unidas para a Infacircncia (Unicef) por exemplo eacute que o Brasil aplique
8 do PIB em educaccedilatildeo O debate promete esquentar na Conferecircncia Nacional de Educaccedilatildeo (Conae) que
ocorreraacute em abril e deve traccedilar as diretrizes para o proacuteximo Plano Nacional de Educaccedilatildeo (Leia mais
Aluno da educaccedilatildeo baacutesica custa R$ 2632 ao ano)
As propostas que seratildeo apresentadas no encontro formuladas em preacute-conferecircncias estaduais e municipais
recomendam que sejam investidos por lei entre 10 e 12
- O deacuteficit educacional brasileiro eacute muito grave para que se invista um percentual tatildeo pequeno como 6
A defesa que o ministro faz natildeo garante um patamar miacutenimo de qualidade como preconiza a LDB (Lei de
Diretrizes e Bases) e a Constituiccedilatildeo Federal eacute um valor insuficiente - defende o presidente da Campanha
Nacional pelo Direito agrave Educaccedilatildeo Daniel Cara que eacute membro da comissatildeo organizadora da conferecircncia
Um novo conceito que pode mudar a loacutegica do financiamento seraacute debatido e deve ser aprovado tambeacutem
na Conae o custo-qualidade aluno (CAQ) A ideia que estaacute sendo analisada tambeacutem pelo Conselho
Nacional de Educaccedilatildeo (CNE) eacute estabelecer um valor miacutenimo de investimento por aluno em cada etapa
- Nesse caso o patamar miacutenimo de investimento seraacute de 8 soacute para a educaccedilatildeo baacutesica (da creche ao
ensino meacutedio) Para a perspectiva de expansatildeo do ensino superior 2 seriam razoaacuteveis com isso a gente
fecharia em 10 explica
Evoluccedilatildeo do investimento puacuteblico em educaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao PIB
2000 39 2001 40 2002 41 2003 39 2004 39 2005 39 2006 43
2007 45 2008 47
Fonte MECInep
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Anexo C
(Paacuteg ina 1 de 2 )
Tudo p ron to pa ra a nova e tapa
En t rev is ta com o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l
Tudo p ron to pa ra a nova e tap a
Pa ra o economis ta Makhta r D iop do Banco Mund ia l Bras i l e
Meacutex ico jaacute avanccedilaram o su f ic ien te pa ra l i ga r os benef i c iados da
t rans fe recircnc ia de renda ao mercado fo rma l No caso b ras i le i ro
c resc imento da renda po r t raba lho teve um peso c ruc ia l
27 de se tembro de 2010 | 0h 00
Pa t r iacutec ia Campos Me l lo - O Estado de S Pau lo
ENTREVISTA
O Bras i l eacute ho je uma re fe recircnc ia in te rnac iona l em reduccedilatildeo de
pob reza Ago ra com o Bo lsa Famiacute l ia jaacute maduro no Pa iacutes os
p rogramas p rec isam en t ra r em uma nova fase - es t imu la r a
en t rada d as pessoas no mercado de t raba lho aumenta r a
qua l idade da educaccedilatildeo e da sauacutede e o fe rece r acompanhamen to
pa ra c r ianccedilas de um a c inco anos Esse eacute o d iagnoacutest ico de
Makhta r D iop d i re to r do Banco Mund ia l pa ra o B ras i l O
senega lecircs D iop es taacute no B ras i l desde j ane i ro de 2009 An tes d i sso
e le fo i d i re to r do Banco Mund ia l no Quecircn ia e d i re to r de po l iacute t i cas
da en t idade para a Ameacuter ica La t ina e Ca r ibe com vas ta
expe r iecircnc ia em programas de reduccedilatildeo de pob reza
O B ras i l es taacute en t re as re fe recircnc ias mund ia is em p rogramas
an t ipobreza d i z D iop Ago ra vem o p roacutex imo desa f io ldquoB ras i l e
Meacutex ico jaacute es tatildeo maduros p ron tos pa ra uma nova e tapa rdquo Pa ra
comeccedilar a l i ga r os p rogramas de t rans fe recircnc ia de renda ao
1 5 5
Anexo C
(Paacuteg ina 2 de 2 )
s i s tema de p rev idecircnc ia soc ia l inse r i r as pes soas no mercado de
t raba lho fo rma l Aba ixo t rechos da en t rev is ta
Como o senho r ava l ia o desempenho dos p rogramas de reduccedilatildeo
de pob reza no B ras i l
O Bras i l teve uma reduccedilatildeo s ign i f i ca t i va na pob reza Em 2001 os
pob res e ram 38 7 da popu laccedilatildeo - em 2009 esse iacutend ice ca iu pa ra
25 3 A camada ma is pob re da popu laccedilatildeo ca iu pe la metade -
e ram 17 4 em 2001 e passa ram pa ra 8 8 A leacutem d isso o
coe f ic ien te de G in i que mede a des igua ldade (quanto ma is
p roacutex imo de 1 ma is des igua l ) sa iu de 0 586 em 2001 pa ra 0 550
em 2010 O coe f i c ien te de G in i sempre leva mu i to tempo para
ca i r en tatildeo essa reduccedilatildeo impress iona Em ge ra l a renda per
cap i ta c resceu mas a renda dos 10 a 20 mais pob res c resceu
mu i to ma is rap idamen te que a renda dos 10 ma is r icos -
reduz indo a des ig ua ldade O B ras i l a inda eacute um pa iacutes mu i to
des igua l Mas o rumo e a tendecircnc ia tecircm s ido mu i to bons O Pa iacutes
es taacute a caminho de cumpr i r vaacute r ios Ob je t i vos de Desenvo lv imento
do M i lecircn io como e r rad ica r pobreza ex t rema e fome a teacute 2015
educaccedilatildeo p r imaacuter ia un ive rsa l i g ua ldade de gecircne ro
A que se pode c red i ta r ma is o sucesso de re t i ra r essas m i lhotildees de
pessoas da pob reza A p rogramas como o Bo lsa -Famiacute l ia ou ao
c resc imento da renda po r t raba lho e o aumento rea l do sa laacute r io
m iacuten imo
1 5 6
Esse eacute um tema mu i to d i scu t ido en t re econ omis tas e haacute d i f e ren tes
mane i ras de med i r A g rosso modo d i zemos que 50 vecircm das
t rans fe recircnc ias do gove rno e 50 do c resc imen to
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Anexo D EDUCACcedilAtildeO PREacute -ESCOLAR NA NORUEGA
A | A | A
A Noruega estaacute prestes a atingir a cobertura universal da educaccedilatildeo preacute-escolar Uma boa
oferta no niacutevel preacute-escolar constitui preacute-requisito para que os pais de crianccedilas pequenas
possam participar no mercado de trabalho A oferta da educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem explica
porque a Noruega tem uma das taxas de natalidade mais altas da Europa
Aleacutem de ser um benefiacutecio social para os pais e matildees economicamente activos a educaccedilatildeo preacute-escolar oferece
boas possibilidades de desenvolvimento e actividade agraves crianccedilas abaixo da idade escolar obrigatoacuteria
Ainda se verifica que o jardim-de-infacircncia eacute um espaccedilo importante para a integraccedilatildeo de crianccedilas de diversas
origens eacutetnicas linguiacutesticas e culturais A educaccedilatildeo preacute-escolar tambeacutem pode contribuir para a igualizaccedilatildeo
social
Cada vez mais
Em 2008 87 por cento de todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos de idade frequentavam o jardim-de-infacircncia
contra 69 por cento em 2003 Recentemente a percentagem subiu ainda mais
Um dos motivos importantes deste crescimento foi a introduccedilatildeo em 2004 dum limite maacuteximo para a
mensalidade paga pelos pais No periacuteodo de 2003 a 2009 a comparticipaccedilatildeo familiar nas instituiccedilotildees
municipais e particulares caiu em 20 e 28 por cento respectivamente
Houve um acreacutescimo especialmente grande entre as crianccedilas menores de trecircs anos e de minorias linguiacutesticas
Em 2009 o Governo norueguecircs deu mais um passo em frente conferindo a todas as crianccedilas entre 1 e 5 anos
de idade o direito previsto pela lei a uma educaccedilatildeo preacute-escolar A fim de garantir um nuacutemero suficiente de
vagas a expansatildeo da educaccedilatildeo preacute-escolar atingiu um recorde no ano passado
Cada vez melhor
No debate puacuteblico houve manifestaccedilotildees de preocupaccedilatildeo de que a raacutepida expansatildeo poderia comprometer a
qualidade da oferta agraves crianccedilas Embora o nuacutemero de funcionaacuterios tenha aumentado agrave medida que mais
crianccedilas ingressam na educaccedilatildeo preacute-escolar apenas um em cada trecircs funcionaacuterios tem formaccedilatildeo como
educadores de infacircncia
Agora os poliacuteticos estatildeo dispostos a transferir o foco do nuacutemero de vagas para a qualidade do ensino preacute-
escolar e um relatoacuterio governamental sobre a qualidade da educaccedilatildeo preacute-escolar foi apresentado em 2009 no
intuito de lidar com esta questatildeo
Natildeo para todos
Mesmo assim nem todos os pais querem que os seus filhos frequentem o jardim-de-infacircncia Portanto o
Governo norueguecircs oferece um subsiacutedio mensal aos pais de crianccedilas pequenas que natildeo utilizam a oferta de
ensino preacute-escolar Este subsiacutedio visa contribuir para uma maior igualdade na partilha das verbas estatais
destinadas agraves famiacutelias independentemente do sistema escolhido para a educaccedilatildeo dos filhos
Fonte EMBAIXADA REAL DA NORUEGA
http wwwnoruegaorgbrAbout_Norwaypol icyAssistencia -
Socia l daycare Acesso em 15102010
1 5 8
Anexo E
(paacuteg ina 1 DE 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
P o r A n d r eacute S a c c o n a t o e N a t h a n B l a n c h e
0 6 0 5 2 0 1 0 J o r n a l V a l o r E c o n ocirc m i c o
Austraacutelia mostra que pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes
As liccedilotildees que vecircm da Oceania
A defesa da tese de que deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo um mal para o paiacutes tomou um caminho claramente
ideoloacutegico levando a acreditar que os deacuteficits satildeo insustentaacuteveis e podem direcionar o Brasil a uma crise no setor
externo Natildeo parece ter sido esse o destino da Austraacutelia um exemplo da convivecircncia saudaacutevel com deacuteficits em transaccedilotildees
correntes que nos uacuteltimos 50 anos teve apenas dois superaacutevits em conta corrente 1972 com 09 do PIB e 1973 com
06 do PIB e tem convivido com deacuteficits meacutedios de 55 do PIB nos uacuteltimos cinco anos e de 4 nos uacuteltimos quinze
anos
A questatildeo relevante eacute responder como a Austraacutelia conseguiu conviver com esse deacuteficit e tirar proveito do financiamento
externo que compensou as saiacutedas por transaccedilotildees correntes crescendo a uma taxa meacutedia de 36 nos uacuteltimos quinze anos
e que a levou para o segundo lugar do ranking do IDH em 2000 Eacute importante lembrar que a Austraacutelia proporciona essa
qualidade de vida a seus habitantes mesmo sendo considerada commodity-currency e com estrutura produtiva menos
diversificada que do Brasil
No iniacutecio dos anos 80 a Austraacutelia natildeo mostrava um bom panorama Inflaccedilatildeo alta deacuteficits em transaccedilotildees correntes e
cacircmbio fixo mostravam um quadro natildeo promissor para o paiacutes aleacutem de um inconstante resultado das contas puacuteblicas O
resultado foi o esperado a necessidade de desvalorizar a moeda em 1983 Mas o importante eacute notar que a desvalorizaccedilatildeo
natildeo foi implementada isoladamente e sim com uma seacuterie de reformas dentre as quais uma profunda liberalizaccedilatildeo de
comeacutercio internacional abertura dos mercados de capitais desregulamentaccedilatildeo e privatizaccedilatildeo do setor de infraestrutura e
reforma nas leis que regem o mercado de trabalho
O um aumento no grau de confianccedila no paiacutes trouxe um maior volume de capital estrangeiro Com isso todo o processo
de liberalizaccedilatildeo do cacircmbio e reformas intensificou o deacuteficit em transaccedilotildees correntes que jaacute era alto com o cacircmbio fixo
mas com aproveitamento das entradas de capital estrangeiro jaacute que a produtividade total dos fatores triplicou em 20
anos
1 5 9
Anexo E
(Paacuteg ina 2 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE ANGENTINA E
AUTRAacuteLIA
Os estudos sobre os deacuteficits da Austraacutelia enumeram as causas da sua sustentabilidade considerando um arcabouccedilo bem
sucedido de poliacutetica econocircmica que levou o paiacutes do 15ordm lugar no ranking mundial de renda per capita para 8ordm lugar entre
1980 e 2000 aleacutem de ter um precircmio de CDS (pagamento de seguro contra default) de 36 pontos o mesmo dos Estados
Unidos e menos de um terccedilo do brasileiro (128) As principais causas podem ser resumidas em Sistema financeiro
robusto liacutequido e estaacutevel cacircmbio flutuante metas de Inflaccedilatildeo instituiccedilotildees financeiras fortes poliacuteticas macroeconocircmicas
estaacuteveis e pequena exposiccedilatildeo em diacutevida cambial
A Austraacutelia tem metas de inflaccedilatildeo desde 1993 entre 2 e 3 livre conversibilidade cambial os investidores
estrangeiros nunca sofreram default e os bancos tecircm carteiras internacionais de empreacutestimos diversificados boa parte em
moeda nacional
Portanto a Austraacutelia mostra que eacute sustentaacutevel e pode ser saudaacutevel ter um deacuteficit em transaccedilotildees correntes desde que ele
esteja inserido em um contexto de poliacuteticas e reformas macro e microeconocircmicas utilizando a poupanccedila externa como
uma forma de alavancar produtividade e competitividade
Que liccedilotildees podemos tirar para o Brasil aproveitar o momento correto de importar poupanccedila externa e a transformar em
crescimento sustentaacutevel Em termos de estabilidade macroeconocircmica jaacute temos um ambiente saudaacutevel embora tenhamos
um histoacuterico de moratoacuterias O sistema de metas de inflaccedilatildeo e o cacircmbio flutuante foram implantados em 1999 e a lei de
responsabilidade fiscal em 2000 Nossa diacutevida externa eacute baixa embora a maturidade e a taxa de juros para rolagem ainda
natildeo sejam as ideais Outro ponto que deve ser melhorado eacute a falta de um arcabouccedilo mais moderno e liberalizante no
mercado de cacircmbio brasileiro jaacute que a dificuldade de remessas e saiacutedas ainda eacute muito grande e baseada numa
estruturaccedilatildeo arcaica (resoluccedilatildeo nordm 4131 de 1964) que gera inseguranccedila
Sobre contas externas a situaccedilatildeo do Brasil eacute ateacute mais confortaacutevel do que a da Austraacutelia e outros paiacuteses exportadores de
commodities Temos mais reservas internacionais e menos diacutevida externa
Aleacutem disso conseguimos nos uacuteltimos anos financiar todo o deacuteficit em transaccedilotildees correntes (quando ele existiu) com
investimento externo direto que eacute o menos volaacutetil das entradas do lado do movimento de capitais algo que nem a
proacutepria Austraacutelia vem conseguindo O que falta entatildeo As reformas que foram feitas laacute como a trabalhista a privatizaccedilatildeo
do setor de infraestrutura e a abertura comercial estatildeo em estaacutegio pouco avanccedilado aqui A liberalizaccedilatildeo cambial vem
avanccedilando mas ainda estaacute aqueacutem do necessaacuterio
Este eacute o momento certo para aproveitar o excesso de liquidez externo e transformar em produtividade Seguir o exemplo
de sucesso da Austraacutelia eacute o melhor caminho As criacuteticas de quem tem medo dos deacuteficits em transaccedilotildees correntes satildeo
anacrocircnicas e levariam o Brasil ao atraso e agrave piora de posiccedilatildeo relativa no mundo Natildeo haacute nenhuma justificativa plausiacutevel
para rejeitar poupanccedila externa de tal forma que devemos apenas saber aproveitaacute-la bem
1 6 0
Anexo E
(Paacuteg ina 3 de 3 )
O BRASIL PRECISA ESCOLHER ENTRE AR GENTINA E
AUTRAacuteLIA
Quando se recomendam fechamento dos canais de entrada de capitais ou controle destes aleacutem de medidas que faccedilam
apologia ao fechamento comercial (o indicador de corrente de comercio sobre o PIB do Brasil esta em torno de 23
contra 30 dos paiacuteses emergentes) e fixaccedilatildeo da taxa de cacircmbio eacute o mesmo que optar por um cenaacuterio de baixo
crescimento aumento do risco e do custo de financiamento e abrir matildeo do mecanismo de ajustes agraves crises o cacircmbio
flutuante
O Brasil precisa decidir se daacute ouvidos aos partidaacuterios do cacircmbio fixo do protecionismo dos controles de capitais e
caminha em direccedilatildeo ao que hoje eacute a Argentina ou se segue os passos da Austraacutelia e abre-se ao deacuteficit saudaacutevel em conta
corrente Satildeo as escolhas de hoje que vatildeo determinar o Brasil de amanhatilde
Andreacute Sacconato eacute mestre e doutor em Teoria Econocircmica pelo IPE-USP e analista da Tendecircncias Consultoria
Nathan Blanche eacute soacutecio-diretor da Tendecircncias Consultoria
1 6 1
Anexo F
Efeitos do Programa Bolsa Famiacutelia na Economia
Bolsa-Famiacutelia elevou PIB em R$ 431 bi diz estudo
Ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo programa em 2006
AE - Agecircncia Estado 16102009
SAtildeO PAULO - A expansatildeo do valor total dos benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia entre 2005 e 2006 de R$ 18 bilhatildeo provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees e receitas adicionais de impostos de R$ 126 bilhotildees Esse ganho tributaacuterio eacute 70 maior do que o total de benefiacutecios pagos pelo Bolsa-Famiacutelia em 2006 que foi de R$ 75 bilhotildees
Essas estimativas estatildeo num estudo receacutem-concluiacutedo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper
O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Famiacutelia - que hoje atinge 129 milhotildees de famiacutelias - na economia dos municiacutepios Os pesquisadores investigaram 55 mil cidades nos anos de 2004 2005 e 2006 Os dados utilizados foram o PIB a populaccedilatildeo e a arrecadaccedilatildeo de tributos nos municiacutepios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) e os desembolsos do Bolsa-Famiacutelia do Ministeacuterio do Desenvolvimento Social (MDS)
A partir dessa base Menezes e Landim empregaram meacutetodos estatiacutesticos para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses do programa per capita - os repasses divididos pela populaccedilatildeo do municiacutepio (e natildeo pelo nuacutemero de beneficiaacuterios) A conclusatildeo foi de que um aumento de 10 no repasse meacutedio per capita do Bolsa-Famiacutelia leva a uma ampliaccedilatildeo de 06 no PIB municipal no ano em que ocorre a expansatildeo e no seguinte As informaccedilotildees satildeo do jornal O Estado de S Paulo
Fonte httpwwwestadaocombrnoticiasnacionalbolsa-familia-elevou-pib-em-r-431-bi-diz-estudo4515360htm - Acesso em 15102010
1 6 2
Anexo G (Paacutegina 1 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
O nome do jogo eacute qualidade A batalha do ensino que define o futuro dos meninos vai ser decidida dentro da sala de aula 27 de setembro de 2010 | 0h 00
Fernando DantasRIO - O Estado de SPaulo No proacuteximo governo a parte mais importante da poliacutetica social pode ser a que vai
tratar de educaccedilatildeo Uma das principais explicaccedilotildees sobre por que o crescimento
econocircmico nesta deacutecada tem sido tatildeo favoraacutevel aos pobres - a renda do trabalho
da base da piracircmide cresce muito mais raacutepido do que a do topo - eacute a reduccedilatildeo das
desigualdades educacionais no Brasil Que ainda assim permanecem
gigantescas
Para manter e acelerar essa melhora o novo presidente teraacute de investir bem mais
na qualidade da educaccedilatildeo no ensino baacutesico Ateacute agora o avanccedilo tem sido mais
na escolaridade meacutedia medida em anos de estudo e natildeo no niacutevel de
aprendizado dos alunos
Pode parecer surpreendente que um Paiacutes com qualidade sofriacutevel de ensino na
rede puacuteblica esteja reduzindo diferenccedilas educacionais ao ponto de estreitar a
diferenccedila de renda entre ricos e pobres Mas o especialista Naeacutercio Menezes
professor e coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas do Insper garante que eacute
isso mesmo
Quando colocamos quase todas as crianccedilas no fundamental - um processo
iniciado na deacutecada de 90 - e elas comeccedilaram a chegar em maior nuacutemero ao
ensino meacutedio e a se matricular no ensino superior a desigualdade comeccedilou a
cair Isso ocorreu mesmo sem melhora efetiva da qualidade da educaccedilatildeo soacute pelo
acesso
O efeito da escolarizaccedilatildeo no mercado de trabalho pode ser medido explica
Menezes pela reduccedilatildeo dos diferenciais de renda associados agrave educaccedilatildeo
Quando a qualificaccedilatildeo eacute escassa o seu preccedilo sobe No Brasil esses diferenciais
satildeo muito grandes revelando que ainda persiste um abismo de diferenccedilas
educacionais
1 6 3
Anexo G (Paacutegina 2 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
Ainda assim o precircmio salarial pelo diploma universitaacuterio comeccedilou a recuar a
partir de 2005 e o relativo ao ensino meacutedio jaacute encolhe desde 2002 - natildeo por
coincidecircncia momento muito proacuteximo do iniacutecio da reduccedilatildeo mais intensa da
desigualdade da renda do trabalho nos uacuteltimos anos Segundo Naeacutercio o uacutenico
diferencial educacional que ainda estaacute crescendo eacute o da poacutes-graduaccedilatildeo
O impulso educacional na reduccedilatildeo da desigualdade deve continuar nos proacuteximos
anos por ineacutercia agrave medida que sucessivas geraccedilotildees cheguem ao mercado de
trabalho com um niacutevel cada vez maior de anos meacutedios de estudo (hoje estaacute por
volta de 75 anos para a populaccedilatildeo de 15 ou mais de idade)
Esse eacute um efeito poreacutem que pode diminuir na proporccedilatildeo em que o Paiacutes vaacute
completando o trabalho de universalizar a educaccedilatildeo baacutesica Dessa forma o
ataque agrave maacute qualidade do ensino puacuteblico seraacute cada vez mais importante A boa
notiacutecia eacute que os especialistas jaacute comeccedilam a enxergar a luz no fim do tuacutenel
tambeacutem no front da qualidade embora os avanccedilos sejam muito tecircnues
O economista Fernando Veloso especialista em educaccedilatildeo do Ibmec no Rio
acha que como no caso da poliacutetica macroeconocircmica haacute uma linha de
continuidade na poliacutetica educacional de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz
Inaacutecio Lula da Silva Ela consiste basicamente na montagem de um amplo
sistema de avaliaccedilatildeo de escolas
O Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo Baacutesica (Saeb) um exame de
avaliaccedilatildeo de Portuguecircs e Matemaacutetica no ensino fundamental existe desde 1990
Foi em 1995 poreacutem que o Saeb passou por uma reformulaccedilatildeo metodoloacutegica que
o tornou comparaacutevel ano a ano - o que permite avaliar a melhora ao longo do
tempo
Foi uma mudanccedila fundamental diz Veloso Ainda no governo Fernando
Henrique foram criados o Exame Nacional do Ensino Meacutedio (Enem)e o Provatildeo
para avaliar as universidades (descontinuado durante o governo Lula que
estabeleceu um outro sistema de avaliaccedilatildeo do ensino superior)
1 6 4
Anexo G (Paacutegina 3 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
No iniacutecio do primeiro mandato de Lula o enfoque na avaliaccedilatildeo pareceu
ameaccedilado mas ele foi retomado ainda em 2005 com Tarso Genro como
ministro da Educaccedilatildeo quando foi criada a Prova Brasil um exame censitaacuterio
(para todos os alunos) que avalia o ensino de Portuguecircs e Matemaacutetica na 4ordf e 8ordf
seacuteries do fundamental em todas as escolas puacuteblicas urbanas do Brasil (com mais
de 20 alunos nas seacuteries avaliadas)
Com a chegada de Fernando Haddad ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo em julho de
2005 a opccedilatildeo pela avaliaccedilatildeo como eixo da poliacutetica educacional cristalizou-se Em
2007 o sistema se sofisticou com a criaccedilatildeo do Iacutendice de Desenvolvimento da
Educaccedilatildeo Baacutesica (Ideb) um indicador divulgado a cada dois anos que classifica
todas as escolas puacuteblicas da Prova Brasil No caso combinando o resultado
neste exame com a taxa de rendimento escolar (que leva em conta a aprovaccedilatildeo
e a evasatildeo)
O Ideb tambeacutem estabeleceu metas anuais de melhora ateacute 2021 para cada
escola puacuteblica cada municiacutepio e cada unidade da Federaccedilatildeo O objetivo mais
geral eacute que o Brasil chegue em 2022 ao niacutevel meacutedio atual de qualidade de
educaccedilatildeo dos paiacuteses da Organizaccedilatildeo para a Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento
Econocircmico (OCDE) a maioria dos quais eacute rica O Ideb prevecirc suporte federal para
as redes e escola com piores resultados
Todo esse arcabouccedilo de avaliaccedilatildeo de qualidade de ensino e mais o teste
internacional Pisa - no qual o Brasil eacute comparado com um grupo de paiacuteses
basicamente os da OCDE e tem ficado nas uacuteltimas colocaccedilotildees tiveram o
desagradaacutevel meacuterito de revelar em detalhes o quadro lamentaacutevel da educaccedilatildeo
brasileira Como explica Menezes as avaliaccedilotildees mostraram queda da qualidade
de ensino entre 1995 e 2001 mas que pode ser explicada basicamente pelo
ingresso no sistema educacional de contingentes que estavam fora Quando o
pessoal eacute absorvido comeccedila a haver um melhora adverte
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Anexo G (Paacutegina 4 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
A partir de 2003 nota-se algum avanccedilo mas lento e concentrado nos niacuteveis
iniciais do fundamental refletindo-se nas avaliaccedilotildees da 4ordf seacuterie Mais
recentemente o Ideb tambeacutem mostrou sinais positivos na 8ordf seacuterie mas a melhora
da qualidade do ensino meacutedio tem sido miacutenima
O grande desafio para o proacuteximo governo segundo Veloso eacute aprender a utilizar o
mapa das avaliaccedilotildees para se chegar a uma qualidade superior de ensino Uma
dificuldade adicional para o governo federal eacute que devido agrave estrutura federativa
do Brasil a educaccedilatildeo baacutesica eacute atribuiccedilatildeo de Estados e municiacutepios e haacute muitos
limites ao que Brasiacutelia pode fazer de forma centralizada
Para o especialista o governo federal pode atuar incentivando e financiando
inovaccedilotildees avaliando e disseminando informaccedilotildees sobre experiecircncias de sucesso
e criando um arcabouccedilo institucional que permita maior autonomia na gestatildeo
escolar
A ideia eacute que o sistema de avaliaccedilotildees iraacute paulatinamente emitindo sinais sobre o
que daacute certo ou natildeo nas dezenas de milhares de escolas brasileiras A partir
dessa base de informaccedilotildees escolas cidades e Estados com o eventual apoio de
Brasiacutelia buscaratildeo copiar e adaptar para si as soluccedilotildees mais bem sucedidas
reveladas pelo sistema de avaliaccedilatildeo
Na verdade esse eacute um processo que jaacute comeccedila a acontecer A ideia de oferecer
bocircnus por desempenho de professores por exemplo espraiou-se pelos Estados
de Satildeo Paulo Pernambuco Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro
Um exemplo bem concreto de como um bom projeto pode replicar-se satildeo as
escolas de ensino meacutedio em tempo integral em Pernambuco uma iniciativa do
empresaacuterio Marcos Magalhatildees que se transformou em poliacutetica puacuteblica Agora a
secretaacuteria de Educaccedilatildeo do municiacutepio do Rio Claudia Costin resolveu adotar uma
iniciativa parecida a partir de 2011 o chamado Ginaacutesio Carioca para o segundo
segmento do fundamental que vai da 5ordf agrave 8ordf seacuterie
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Anexo G
(Paacutegina 5 de 6) Um abismo chamado educaccedilatildeo
Tanto no caso de Pernambuco quanto no projeto do Ginaacutesio Carioca haacute
caracteriacutesticas como cargas horaacuterias de ensino elevadas e bocircnus por
desempenho a professores (combinados com maior cobranccedila de resultado) que
jaacute se provaram eficazes nos Estados Unidos em escolas voltadas a alunos de
famiacutelias carentes que jaacute chegam agrave sala de aula com uma imensa defasagem
criada pelo ambiente familiar Outra caracteriacutestica das duas experiecircncias
brasileiras eacute o trabalho em tempo integral dos professores raro no Paiacutes
Os especialistas apontam diversos outros gargalos e problemas na trajetoacuteria de
melhora da qualidade da educaccedilatildeo no Brasil Uma questatildeo fundamental
principalmente para os alunos das famiacutelias carentes eacute a creche Outro a preacute-
escola Jaacute estaacute amplamente comprovado particularmente pelo trabalho de James
Heckman precircmio Nobel de Economia que a intervenccedilatildeo para reduzir as
defasagens educacionais eacute tatildeo mais eficaz quanto mais prematura ocorrer
Em termos quantitativos o Brasil tem feito progressos nessa aacuterea O porcentual
de crianccedilas de 4 e 5 anos na preacute-escola subiu de 40 para 75 desde a deacutecada
de 90 Menezes nota que eacute animador o fato de que em Estados do Nordeste
como Piauiacute e Cearaacute aquela proporccedilatildeo chega a 90
Veloso observa entretanto que os estudos de Heckman indicam que natildeo basta
ter creches que muitas vezes natildeo passam de depoacutesitos de crianccedila Eacute preciso
uma intervenccedilatildeo bem planejada com professores treinados para estimular
crianccedilas pequenas
A lista de pendecircncias na educaccedilatildeo brasileira eacute grande e inclui questotildees como a
repetecircncia a qualidade dos professores os cursos de pedagogia
(excessivamente teoacutericos na visatildeo de Veloso e Menezes) e no ensino superior
uma definiccedilatildeo mais clara da estrateacutegia - Ricardo Paes de Barros do Instituto de
Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) nota que o Proacute-Uni que distribui bolsas
para pobres em universidades privadas e a expansatildeo da rede de universidades
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Anexo G (Paacutegina 6 de 6)
Um abismo chamado educaccedilatildeo
puacuteblicas onde ricos tecircm mais facilidade de ingressar satildeo iniciativas quase
contraditoacuterias
Existe ainda a questatildeo dos gastos totais em Educaccedilatildeo que atingiram 47 do
PIB em 2008 num grande avanccedilo em relaccedilatildeo aos 39 de 2005 Essa proporccedilatildeo
deve aumentar com a recente retirada dos gastos de educaccedilatildeo da esfera
remanejaacutevel pelo esquema da Desvinculaccedilatildeo de Recursos da Uniatildeo (DRU)
Apesar da extensa e difiacutecil agenda haacute um relativo otimismo quanto agraves
perspectivas da educaccedilatildeo no Brasil baseado exatamente na continuidade de
poliacuteticas pragmaacuteticas e orientadas por resultados que prevalece desde a deacutecada
de 90
Menezes nota poreacutem que ainda haacute muita gente na aacuterea de Educaccedilatildeo que eacute
contraacuteria agrave cultura de avaliaccedilatildeo de indicadores e de comparar escolas O maior
risco para ele eacute retroceder a uma poliacutetica exclusivamente de demandas faacuteceis
como aumentar gastos com educaccedilatildeo e salaacuterio de professores Isso natildeo significa
ser contra essas poliacuteticas mas sim ter claro que a melhora da qualidade da
educaccedilatildeo estaacute intimamente ligada agrave melhora da qualidade do gasto com
educaccedilatildeo
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Anexo H
IDEB OBSERVADO VERSUS METAS ESTABELECIDAS
Anos In ic ia is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 8 4 2 4 6 3 9 4 2 6 0
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 6 4 0 4 4 3 6 4 0 5 8
Es tadual 3 9 4 3 4 9 4 0 4 3 6 1
Munic ipa l 3 4 4 0 4 4 3 5 3 8 5 7
Pr ivada 5 9 6 0 6 4 6 0 6 3 7 5
Anos Fina is do Ensino Fundamenta l
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 5 3 8 4 0 3 5 3 7 5 5
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 2 3 5 3 7 3 3 3 4 5 2
Es tadual 3 3 3 6 3 8 3 3 3 5 5 3
Munic ipa l 3 1 3 4 3 6 3 1 3 3 5 1
Pr ivada 5 8 5 8 5 9 5 8 6 0 7 3
Ensino Meacutedio
IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3 4 3 5 3 6 3 4 3 5 5 2
Dependecircncia Admin is tra t iva
Puacutebl ica 3 1 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Es tadual 3 0 3 2 3 4 3 1 3 2 4 9
Munic ipa l 2 9 3 2 - 3 0 3 1 4 8
Pr ivada 5 6 5 6 5 6 5 6 5 7 7 0
Fon te h t tp s is temas ideb inep govb r resu l tado 18 10 2010
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Anexo I (Paacutegina 1 de 5)
REDUZ-SE A MIGRACcedilAtildeO INTERNA
httpwwwestadaocombrestadaodehoje20101019not_imp6266910php 19102010
Reduz-se a migraccedilatildeo interna
19 de ou tub ro de 2010 | 0h 00 - O Estado de S Pau lo
Um dos aspectos mais relevantes do crescimento econocircmico recente do Brasil eacute a reduccedilatildeo do fluxo migratoacuterio do Nordeste para o Sudeste Isso em parte se deve a programas sociais como o Bolsa-Famiacutelia que sem duacutevida retecircm pessoas em seus municiacutepios de origem Mas o principal fator responsaacutevel pelas decisotildees de milhares de pessoas de permanecer na regiatildeo eacute a geraccedilatildeo de empregos no Nordeste como mostra estudo feito pelo economista Faacutebio Romatildeo da LCA Consultores
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste diminuiu significativamente Entre 1992 e 2002 o Nordeste perdeu 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Jaacute de 2002 a 2007 a taxa anual caiu para 098 e em 2008 e 2009 natildeo passou de 085 E natildeo satildeo poucos os nordestinos que migraram para os grandes centros do Paiacutes e estatildeo retornando a seus Estados natais Haacute razatildeo para isso uma vez que de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados as uacutenicas regiotildees que registraram aumento do emprego formal de 2008 para 2009 foram a Norte (40) e a Nordeste (12)
Evidencia-se portanto que a expansatildeo econocircmica do Paiacutes natildeo eacute um fenocircmeno localizado mas vem se espraiando Essa evoluccedilatildeo contribui certamente para a reduccedilatildeo dos desequiliacutebrios regionais de desenvolvimento que constituem um dos mais graves problemas nacionais Em ciclos anteriores de expansatildeo esse descompasso se acentuou uma vez que os maiores polos industriais do Paiacutes estatildeo localizados no Sudeste onde tambeacutem se situam os maiores mercados Programas destinados a corrigir essa distorccedilatildeo por meio da concessatildeo de incentivos fiscais tiveram algum efeito mas muito menor do que o impulso que vem sendo dado agrave economia nordestina pelo aumento da renda e pelos efeitos multiplicadores de investimentos na aacuterea de turismo e na infraestrutura como os que vecircm sendo feitos no Porto de Suape em Pernambuco e na Ferrovia Transnordestina
Como constatam os comerciantes locais e as empresas de varejo de massa que expandem suas redes pela regiatildeo o mercado consumidor do Nordeste teve um
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Anexo I (PAacuteGINA 2 DE 5)
crescimento ineacutedito Segundo o economista Faacutebio Romatildeo o crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase a metade dos salaacuterios dos trabalhadores explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio
Eacute no entanto a construccedilatildeo civil caracterizada pela grande absorccedilatildeo de matildeo de obra que tem atuado como a maior retentora de migrantes De acordo com o Sindicato da Construccedilatildeo Civil da Bahia de janeiro a agosto deste ano a construccedilatildeo civil contratou naquele Estado 25526 trabalhadores mais do que em todo o ano passado com a multiplicidade de preacutedios residenciais e comerciais shopping centers e obras ligadas agrave realizaccedilatildeo da Copa do Mundo de 2014 como mostrou o Estado (1010)
O mais raacutepido desenvolvimento do Nordeste eacute sem duacutevida beneacutefico para o Paiacutes como um todo e resulta em menor pressatildeo social na Regiatildeo Sudeste Mas natildeo deixa de causar problemas O fluxo contiacutenuo de nordestinos tem servido haacute deacutecadas como reserva de matildeo de obra de Satildeo Paulo e dos centros mais desenvolvidos do Paiacutes Com a diminuiccedilatildeo de migrantes haacute escassez de matildeo de obra no Sudeste na construccedilatildeo civil diretamente afetada pela menor migraccedilatildeo uma vez que 20 dos nordestinos vecircm para trabalhar nessa aacuterea Outro setor que natildeo estaacute conseguindo preencher novas vagas eacute o de supermercados onde tambeacutem eacute forte a presenccedila de trabalhadores migrantes
Essa situaccedilatildeo mostra a especial importacircncia que tem a integraccedilatildeo ao mercado de trabalho de novos contingentes de trabalhadores que jaacute vivem na periferia dos grandes centros e que natildeo encontram emprego devido ao seu baixo niacutevel de escolaridade Ou seja o Brasil pode avanccedilar muito mais gerando mais empregos se for capaz de incorporar ao mercado de trabalho os milhotildees hoje marginalizados por falhas gritantes no ensino fundamental
h t tp wwwes tadaocomb r es tadaodeho je 20101010no t_ imp623016 0 php 19 10 2010
Com o crescimento econocircmico cai a migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste
A parcela de nordestinos que migra caiu pela metade em relaccedilatildeo ao pico da deacutecada de 90 alterando o perfil econocircmico das regiotildees 10 de ou tub ro de 2010 | 0h 00
Maacuterc ia De Ch ia ra - O Estado de S Pau lo
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Anexo I (Paacutegina 3 de 5)
A migraccedilatildeo do Nordeste para o Sudeste estaacute caindo Com o crescimento econocircmico dos uacuteltimos anos a saiacuteda de trabalhadores da regiatildeo quase caiu pela metade em relaccedilatildeo ao ecircxodo em massa dos anos 90
O caacutelculo feito pelo economista da LCA Consultores Faacutebio Romatildeo leva em conta o nuacutemero de migrantes em comparaccedilatildeo ao total da populaccedilatildeo
Entre os anos 1992 e 2002 o Nordeste perdeu o equivalente a 15 de sua populaccedilatildeo por ano para o Sudeste Entre 2002 e 2007 a parcela dos migrantes que deixou a regiatildeo a cada ano recuou para 098 Em 2008 e 2009 a meacutedia caiu para 085
Para chegar a esse resultado Romatildeo considerou dados do estudo feito por Herton Arauacutejo economista do Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada (Ipea) que avaliou o fluxo meacutedio da migraccedilatildeo no Brasil entre 1992 e 2009 Romatildeo ponderou o resultado pela evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo em cada periacuteodo
O que chama a atenccedilatildeo eacute que a populaccedilatildeo do Nordeste aumentou e um nuacutemero menor de pessoas veio para o Sudeste afirma o economista da LCA Arauacutejo do Ipea observa que a grande diaacutespora do Nordeste para o Sudeste ocorreu nos anos 90 e foi provocada pela falta de emprego que diminuiu nos uacuteltimos anos
O fluxo do Nordeste para o Sudeste continua mas natildeo na mesma intensidade diz o demoacutegrafo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Fernando Albuquerque
Viagens do sertatildeo Empresas que lidam diretamente com esses migrantes confirmam a mudanccedila de tendecircncia A Viaccedilatildeo Itapemirim por exemplo registrou nos uacuteltimos cinco anos queda de 10 no nuacutemero de passageiros entre cidades do sertatildeo e Satildeo Paulo e Rio de Janeiro Joseacute Valmir Casagrande diretor comercial da empresa atribui parte dessa retraccedilatildeo agrave melhora do poder aquisitivo na regiatildeo
Albuquerque do IBGE observa que os programas sociais estatildeo segurando as pessoas nas cidades de origem em razatildeo dos benefiacutecios oferecidos Mas Romatildeo ressalta que a geraccedilatildeo de postos formais de trabalho no Nordeste eacute o principal responsaacutevel pela retenccedilatildeo da populaccedilatildeo
O crescimento sustentado da economia que gerou aumento da formalizaccedilatildeo do emprego no Nordeste e o ganho real do salaacuterio miacutenimo que indexa quase
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Anexo I (Paacutegina 4 de 5)
a metade dos salaacuterios dos trabalhadores na regiatildeo explicam a desaceleraccedilatildeo do fluxo migratoacuterio afirma Romatildeo
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) as uacutenicas regiotildees que registraram aumento da geraccedilatildeo liacutequida do emprego formal de 2008 para 2009 no auge da crise foram a Norte e a Nordeste com crescimento de 40 e 12 respectivamente No mesmo periacuteodo o saldo do emprego formal no Paiacutes recuou 315 No Sudeste a retraccedilatildeo foi de 434
Dados da Pnad de 2008 revelam que 49 dos trabalhadores formais do Nordeste tecircm seus rendimentos atrelados ao salaacuterio miacutenimo Romatildeo destaca que entre 2005 e 2010 o miacutenimo teve um ganho real de 497
Efeito no Sudeste O recuo na migraccedilatildeo provoca mudanccedila tambeacutem no mercado de trabalho no Sudeste Esse eacute um dos fatores que contribuiacuteram para a falta de matildeo obra no comeacutercio na construccedilatildeo civil e nos serviccedilos domeacutesticos A tendecircncia ainda eacute acentuada pela volta de muitos nordestinos que vivem no Sudeste e que retornam agrave terra natal como a diarista Nuacutebia Passos Couto (leia a histoacuteria de Nuacutebia e outros migrantes na paacutegina B3)
Um dos setores mais afetados pela queda do fluxo de migrantes eacute a construccedilatildeo Segundo estudo do Ipea 20 dos nordestinos que migram para o Sudeste vecircm para trabalhar no setor A matildeo de obra no Sudeste estaacute escassa e hoje estaacute mais faacutecil admitir nas obras do Nordeste porque a oferta de trabalhadores eacute maior laacute diz o vice-presidente de Relaccedilotildees Capital e Trabalho do Sinduscon-SP Haruo Ishikawa
A maior disponibilidade de matildeo de obra para a construccedilatildeo no Nordeste aparece nos nuacutemeros do Caged Nos uacuteltimos 12 meses ateacute agosto o Nordeste foi responsaacutevel por 35 da geraccedilatildeo liacutequida de postos de trabalho na construccedilatildeo Entre admissotildees e demissotildees o Nordeste teve um saldo positivo de 1161 mil vagas No Brasil o saldo foi de 3316 mil postos de trabalho
O quadro de falta de matildeo de obra afeta tambeacutem os supermercados De cada 100 novas vagas natildeo conseguimos preencher 20 conta o vice-presidente de economia da Associaccedilatildeo Paulista de Supermercados Martinho Paiva Moreira A queda no nuacutemero de migrantes afeta especialmente a contrataccedilatildeo de accedilougueiros padeiros e confeiteiros No passado a maioria dos trabalhadores dessas aacutereas vinha do Nordeste observa
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Anexo I (Paacutegina 5 de 5)
A proacutepria expansatildeo no Nordeste das redes nacionais afeta a contrataccedilatildeo dessas mesmas companhias no Sudeste O mercado estaacute aquecido em todas as regiotildees mas temos tido mais dificuldade de recrutar pessoal em Satildeo Paulo e no Rio conta a Magna Santos diretora de Recursos Humanos do Grupo Patildeo de Accediluacutecar
Ateacute 2005 cerca de 60 dos funcionaacuterios da empresa alocados no Sudeste vinham do Nordeste Hoje essa fatia eacute bem menor Nos uacuteltimos trecircs anos a rede abriu 2 mil vagas no Nordeste o que de certa forma drenou parte da matildeo de obra que em outras eacutepocas viria para o Sudeste em busca de emprego formal
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Anexo J (Paacuteg ina 1 de 4 ) V INOD KHOSLA ndash B IL IONAacuteRIO INOVADOR FUNDADOR DA SKS MICROFINANCE ndash F INANCIAMENTE DIRIG IDO AOS PEQUENOS EMPRESAacuteRIOS
Pub l ished Octobe r 5 2010 The New York Times Sun Co-Founder Uses Capi ta l ism to Help Poor MUMBAI Ind ia mdash V inod Khos la t he b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t and co - founder o f Sun Mic rosys tems was a l ready among the wor ld rsquos r i chest men when he inves ted a few yea rs ago in SKS Mic ro f inance a lende r to poor women in Ind ia V inod Khos la a b i l l iona i re ven tu re cap i ta l i s t p romotes compan ies tha t p ro f i t the poor and s t i l l tu rn a p ro f i t themse lves But the roa r ing success o f SKS rsquos recen t in i t ia l pub l i c s tock of fe r ing in Mumba i has made h im r i che r by abou t $117 mi l l ion mdash money he says he p lans to p low back in to o ther ven tu res tha t a im to f i gh t pove r t y wh i le a lso t r y ing to tu rn a p ro f i t And he says he wants to cha l lenge o the r r i ch Ind ians to do more to he lp the i r coun t ry rsquos poo r An Ind ian t ransp lan t to S i l i con Va l ley Mr Khos la p lans to s ta r t a ven tu re cap i ta l f und to inves t in compan ies tha t f ocus on the poo r i n Ind ia A f r ica and e lsewhere by p rov id ing se rv ices l i ke hea l th ene rgy and educa t ion By back ing bus inesses tha t p rov ide educa t ion loans o r d i s t r ibu te so la r pane ls in v i l lages he says he wants to show tha t commerc ia l en t i t ies can be t te r he lp peop le in pover t y t han most nonp ro f i t cha r i tab le o rgan iza t ions ldquoThere needs to be more expe r iments in bu i ld ing sus ta inab le bus inesses go ing a f te r the marke t f o r the poo r rdquo he sa id in a te lephone in te rv iew f rom h is o f f i ce in Men lo Pa rk Ca l i f ldquo I t has to be done in a sus ta inab le way There is no t enough money to be g iven away in the wor ld to make the poo r we l l o f f rdquo Mr Khos la rsquos advocacy o f the boo ts t rap powers o f cap i ta l i sm is par t o f an inc reas ing ly popu la r schoo l o f thought bus inesses no t gove rnments o r nonp ro f i t g roups shou ld lead the e f fo r t to e rad ica te g loba l pove r t y Some nonp ro f i t expe r ts say commerc ia l soc ia l en te rp r ises have s ign i f i can t l im i ta t ions and pose con f l i c ts o f in te res t Bu t p roponents l i ke Mr Khos la d raw insp i ra t ion f rom the as tou nd ing g loba l g rowth o f m ic ro f inance mdash the bus iness o f g i v ing sma l l loans to poo r en t rep reneu rs o f wh ich SKS Mic ro f inance i s a no tab le p rac t i t ione r
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Anexo J (Paacuteg ina 2 de 4 ) Advoca tes a lso f ind in te l l ec tua l suppo r t f o r the idea f rom the work o f bus iness managemen t p ro fesso rs l i ke the la te C K Praha lad who have a rgued tha t la rge co rpo ra t ion s can do we l l and do good by a im ing a t peop le a t the so -ca l led bo t tom o f the pyram id Bes ides Mr Khos la en t repreneu rs l i ke P ie r re Omidya r a co -founde r o f eBay and Stephen M Case a co - founde r o f Amer ica On l ine have s ta r ted funds wi th s im i la r a ims Bu t Mr Khos la 55 who moved to the Un i ted Sta tes f rom Ind ia as a g raduate s tudent in 1976 has ano the r mot i ve too He wants to goad o the r r i ch Ind ians in to g i v ing away more o f the i r wea l th Ind ia rsquos to r r id g rowth ove r the las t decade has he lped enr i ch many here mdash Fo rbes es t imates tha t I nd ia now has 69 b i l l iona i res up f rom seven in 2000 mdash bu t on ly a few have se t up la rge char i t ies endowments o r ven tu re cap i ta l f unds ldquo I t su rp r i ses me tha t in Ind ia there i s no t a t rad i t ion o f la rge -sca le g i v ing and he lp ing to so lve soc ia l p rob lems and se t a soc ia l mode l rdquo Mr Khos la sa id Mr Khos la i s no t a lone in wo r ry ing about the s ta te o f Ind ian ph i lan th ropy B i l l Ga tes the M ic roso f t co - founde r who was in Ch ina las t week wi th the b i l l iona i re inves to r War ren E Bu ffe t t sa id Thu rsday tha t he and Mr Bu f fe t t m igh t go to Ind ia as par t o f the i r campa ign to ge t the ve ry r i ch to g i ve away ha l f the i r wea l th Cha r i tab le ac t i v i t i es and ven tu re cap i ta l inves t ing have been a ma ins tay fo r some Ind ian bus iness fami l ies l i ke the Ta tas and fo r techno logy en t repreneu rs l i ke Az iz P rem j i o f W ipro the Banga lo re ou tsou rc ing f i rm Bu t many o the rs have g iven very l i t t le A recen t Ba in amp Company s tudy es t imated tha t Ind ians g ive much l ess as a pe rcen tage o f the coun t ry rsquos g ross domest ic p roduct than Amer icans Moreove r i nd iv idua l and co rpo ra te donat ions account f o r jus t 10 pe rcen t o f the cha r i tab le g i v ing in I nd ia compared wi th 75 pe rcen t i n the Un i ted Sta tes and 34 pe rcen t in B r i ta in The ba lance comes f rom the gove rnment and fo re ign o rgan iza t ions Rich Ind ians ldquoa re more in to temp le bu i ld ing and th ings l i ke tha t rdquo sa id Sami t Ghosh the ch ie f execu t i ve o f U j j i van F inanc ia l a mic ro lende r based in Banga lo re ldquo ra the r t han pu t t ing the i r money i n to rea l p rograms wh ich w i l l have rea l impact on pove r t y a l lev ia t ion rdquo Mr Khos la sa id h is exper ience wi th m ic ro f inance had he lped shape h is v iews on the bes t way to tack le pove r t y He has
1 7 6
Anexo J (Paacuteg ina 3 de 4 ) i nves ted in commerc ia l m ic ro f inance lende rs and has dona ted to nonp ro f i t ones and he sa id tha t moneymak ing ve rs ions had g rown much fas te r and reached many more needy bo r rowers He sa id he wanted to he lp c rea te a new gene ra t ion o f compan ies l i ke SKS wh ich s ta r ted lend ing as a commerc ia l company in 2006 I t now has 6 8 m i l l ion cus tomers and a loan po r t f o l io o f 43 b i l l ion rupees ($940 mi l l ion ) By con t ras t CashPor a nonp ro f i t Ind ian lende r to wh ich Mr Khos la has a lso g i ven money has 417 000 bo r rowers and a po r t f o l io o f 2 7 b i l l ion rupees ($58 m i l l ion ) even though i t s ta r ted ope ra t ions in 1996 (h t t p wwwny t imescom201010 06 bus iness g loba l 06khos la h tm lpagewanted=1amp_r=2ampsq=pove r t y fundampst=cseampscp= 1 ) Acessado em 21 10 10 (Page 2 o f 2 ) Bes ides g rowing fas te r SKS Ind ia rsquos la rges t m ic ro f inance company has become a s tock marke t da r l ing The company f loa ted i ts sha res on Ind ia rsquos s tock exchanges in m id -August and they have r isen 40 pe rcen t s ince the n En la rge Th is Image
Ka inaz Amar ia fo r The New York Times Harness ing the power o f cap i ta l i sm i s inc reas ing ly popu la r a mong those seek ing to e rad ica te g loba l pove r t y Add to Po r t f o l io W ipro L td Mic roso f t Co rp eBay Inc Sun Mic rosys tems Inc At cu r ren t p r ices Mr Khos la rsquos 6 pe rcen t s take in SKS i s wo r th abou t $120 m i l l ion abou t 37 t imes what he inves ted in the f i rm in 2006 and 2007 (Sha res o f SKS fe l l 7 pe rcen t on Monday af te r the company sa id i t had f i red i ts ch ie f execu t i ve Suresh Guruman i An SKS spokesman A tu l Tak le dec l ined to answer ques t ions ) Mr Khos la sa id i t m igh t take a t leas t a year to se t up h is new ven tu re fund He in tends to f inance i t f rom h is SKS p ro f i t s and
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Anexo J (Paacuteg ina 4 de 4 ) then re tu rn to the fund any p ro f i ts f rom subsequent ven tu res i t backs Mr Khos la has a l ready been inves t ing in compan ies tha t he says f i t h is mode l o f p ro f i tab le pove r t y a l lev ia t ion One is Moksha Yug Access wh ich se ts up m i lk co l lec t ion and ch i l l ing p lan ts in Ind ia to he lp da i ry f a rmers The company says i t he lps fa rmers reduce t ranspo r ta t ion cos ts and ge t h igher p r ices fo r the i r m i l k than they can wi th loca l d i s t r i bu to rs Ph i lan th ropy exper ts say commer c ia l compan ies p lay an impor tan t ro le in combat ing pove r t y by c rea t ing jobs Bu t they say these ldquo soc ia l en te rp r ises rdquo as they a re somet imes known canno t be so le l y re l ied upon to add ress the many en t renched causes o f pove r t y Moreove r as the fa l lou t f rom the g loba l f inanc ia l c r is i s has made c lea r the p ro f i t -max im iz ing tendenc ies o f bus inesses can hur t soc ie t y sa id Ph i l Buchanan p res iden t f o r the Cente r f o r E f fec t i ve Ph i lan th ropy a resea rch o rgan iza t ion based in Cambr idge Mass Nonp ro f i ts a re e f fec t i ve because they can ldquo take issue wi th the unb r id led pu rsu i t o f p ro f i t a t the expense o f peop le rsquos l i ves rdquo Mr Buchanan sa id ldquo I th ink some o f tha t ge ts los t in a l l o f the hype a round soc ia l en te rp r ise rdquo Mr Khos la says tha t he i s no t comp le te l y opposed to c ha r i t ies mdash tha t h is f und may even dona te to some nonp ro f i t en t i t ies Bu t he says he i s gene ra l l y skep t ica l t ha t nongove rnmenta l o rgan iza t ions can accomp l ish much because they tend to d r i f t away f rom what the i r dono rs wan ted them to do ldquo I am re la t i ve ly ne ga t i ve on mos t NGO rsquos and the i r e f f ec t i veness rdquo he sa id ldquo I am no t negat i ve on the i r in ten t ions rdquo
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Anexo K (Paacutegina 1 de 3)
EFEITO MULTIPLICADOR Paul A Samuelson57 coloca o seguinte sobre o efeito multiplicador 58 ldquoUm aumento no investimento privado provocaraacute uma expansatildeo de renda e como uma reduccedilatildeo no investimento faraacute com que ela se contraiardquo ldquoUm aumento no investimento liacutequido iraacute aumentar a renda nacional de uma quantidade multiplicada ndash de uma quantidade maior do ela proacutepria Os doacutelares aplicados em investimento ndash como quaisquer deslocamentos independentes nas despesas governamentais estrangeiras ou familiares ndash satildeo uma forccedila de alta potecircncia doacutelares de rendimento duplo por assim dizerrdquo ldquoEsse efeito amplificado que o investimento exerce sobre a renda eacute chamado de doutrina do multiplicador O termo multiplicador eacute usado para indicar o coeficiente numeacuterico que indica o aumento de renda que resulta de cada aumento dessas despesas em investimentosrdquo Para exemplificar como funciona o efeito multiplicador Samuelson coloca o seguinte exemplo Accedilatildeo construccedilatildeo de uma nova garagem59
Valor dos recursos $1000 seratildeo pagos a carpinteiros e produtores de madeira
Todos teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($66667) que gastaratildeo em novos bens de consumo
Os produtores dos novos bens de consumo tambeacutem teratildeo uma propensatildeo marginal a consumir de 23 ($44444)
O processo continuaraacute sendo cada nova etapa 23 da anterior A tabela I abaixo procura demonstrar como funciona o efeito multiplicador considerando-se a situaccedilatildeo acima a renda inicial eacute de $ 1000 mas face agrave propensatildeo a consumir dos beneficiaacuterios haacute um efeito multiplicado que vem a resultar em $2998 ao final portanto o multiplicador neste caso eacute 3 vezes o valor inicial O estudo dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho coordenador do Centro de Poliacuteticas Puacuteblicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) antigo Ibmec-
57
P r o f e s s o r d e Ec o n o m i a d o M I T ndash P r e m i o N o b e l d e Ec o n o m i a d e 1 9 7 0
58 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6
a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g
3 1 4 - - e d i t o r a AG I R -
59 I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a ndash S a m u e l s o n 6 ordf E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0 ndash
e d i t o r a AG I R
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Anexo K (Paacutegina 2 de 3) Satildeo Paulo e de Paulo Henrique Landim Junior aluno da graduaccedilatildeo do Insper concluiu que a expansatildeo de R$ 18 bilhatildeo de aumento no Programa Bolsa Famiacutelia entre 2005 e 2006 provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 431 bilhotildees A fim de comprovar o crescimento do PIB como resultados dos valores investidos pelo Programa Bolsa Famiacutelia construiacutemos a tabela II seguindo o esquema de Paul A Samuelson a fim de conseguimos projetar o efeito multiplicador aproximado das inversotildees Para tanto temos que considerar que a populaccedilatildeo beneficiaacuteria do Programa Bolsa Famiacutelia por ser carente possui uma propensatildeo a consumir maior do que a proacutepria recebida60
TABELA I
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Poupanccedila Consumir dos
Renda (13) Beneficiaacuterios (23)
RENDA INICIAL 1000 333 667
RENDA 2
667 222 444
RENDA 3 444 148 296
RENDA 4 296 99 198
RENDA 5 198 66 132
RENDA 6 132 44 88 RENDA 7 88 29 59 RENDA 8 59 19 39 RENDA 9 39 13 26 RENDA 10 26 9 17 RENDA 11 17 6 12 RENDA 12 12 4 8 RENDA 13 8 3 5 RENDA 14 5 2 3 RENDA 15 3 1 2 RENDA 16 2 1 2 RENDA 17 2 1 1
RENDA 18 1 0 -
TOTAL 2998
MULTIPLICADOR (K) 3
60
I n t r o d u ccedil atilde o agrave A n aacute l i s e E c o n ocirc m ic a I ndash S a m u e l s o n ndash 6a E d i ccedil atilde o 1 9 6 6 ndash p g 2 9 0
- - e d i t o r a AG I R ndash n e s t e c a s o d e ve m o s c o n s i d e r a r o p o t e n c i a l d e
e n d i v i d a m e n t o p o r q u e e m h a v e n d o r e n d a h aacute m a i s a c e s s o a o c r eacute d i t o
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Anexo K (Paacutegina 3 de 3) No exemplo acima o efeito multiplicador eacute 3 portanto um investimento inicial de $1000 resultaraacute ao final em $3000
TABELA II
Propensatildeo a
Acreacutescimo de Endividamento Consumir dos
Renda - 2 Beneficiaacuterios 102
(Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$) (Milhotildees de R$)
RENDA 1 1800 (59) 1859
RENDA 2 1859 (60) 1919
RENDA 3 1919 (62) 1981
RENDA 4 1981 (64) 2046
RENDA 5 2046 (66) 2112
RENDA 6 2112 (69) 2181
RENDA 7 2181 (71) 2252
RENDA 8 2252 (73) 2325
RENDA 9 2325 (76) 2400
RENDA 10 2400 (78) 2478
RENDA 11 2478 (81) 2559
RENDA 12 2559 (83) 2642
RENDA 13 2642 (86) 2728
RENDA 14 2728 (89) 2817
RENDA 15 2817 (92) 2908
RENDA 16 2908 (95) 3003
RENDA 17 3003 (98) 3100
RENDA 18 3100 (101) 3201
TOTAL 43109
MULTIPLICADOR (K) 239 Na simulaccedilatildeo acima o investimento de R$ 18 bilhotildees potencialmente poderaacute gerar R$ 431 bilhotildees ndash na ilustraccedilatildeo acima utilizamos 18 ldquogeraccedilotildeesrdquo de renda porque a tendecircncia geradora tende a infinito o que eacute utoacutepico
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Anexo L (Paacutegina 1 de 3)
BENEFIacuteCIOS PAGOS PELO PROGRAMA BOLSA FAMIacuteLIA
Valores dos Benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia61
Os valores dos benefiacutecios pagos pelo Programa Bolsa Famiacutelia variam de R$ 32 a R$
242 de acordo com a renda mensal da famiacutelia por pessoa e com o nuacutemero de
crianccedilas e adolescentes de ateacute 17 anos O Programa tem quatro tipos de benefiacutecios
o baacutesico o variaacutevel o variaacutevel vinculado ao adolescente e o variaacutevel de caraacuteter
extraordinaacuterio
O Benefiacutecio Baacutesico de R$ 70 eacute pago agraves famiacutelias consideradas extremamente
pobres com renda mensal de ateacute R$ 70 por pessoa mesmo que elas natildeo tenham
crianccedilas adolescentes ou jovens
O Benefiacutecio Variaacutevel de R$ 32 eacute pago agraves famiacutelias pobres com renda mensal de ateacute
R$ 140 por pessoa desde que tenham crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Cada famiacutelia pode receber ateacute trecircs benefiacutecios variaacuteveis ou seja ateacute R$ 96
O Benefiacutecio Variaacutevel Vinculado ao Adolescente (BVJ) de R$ 38 eacute pago a todas as
famiacutelias do Programa que tenham adolescentes de 16 e 17 anos frequentando a
escola Cada famiacutelia pode receber ateacute dois benefiacutecios variaacuteveis vinculados ao
adolescente ou seja ateacute R$ 76
O Benefiacutecio Variaacutevel de Caraacuteter Extraordinaacuterio (BVCE) eacute pago agraves famiacutelias nos casos
em que a migraccedilatildeo dos Programas Auxiacutelio-Gaacutes Bolsa Escola Bolsa Alimentaccedilatildeo e
Cartatildeo Alimentaccedilatildeo para o Bolsa Famiacutelia cause perdas financeiras O valor do
benefiacutecio varia de caso a caso
Entenda como eacute calculado o valor do benefiacutecio do Bolsa Famiacutelia
61
F o n t e M D S - h t t p w w w m d s g o v b r b o l s a f a m i l i a v a l o r e s - d o s - b e n e f i c i o s
A c e s s o e m 2 3 1 1 2 0 1 1
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Anexo L (Paacutegina 2 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de ateacute R$ 70 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Baacutesico R$ 7000
1 0 Baacutesico + 1 variaacutevel R$ 10200
2 0 Baacutesico + 2 variaacuteveis R$ 13400
3 0 Baacutesico + 3 variaacuteveis R$ 16600
0 1 Baacutesico + 1 BVJ R$ 10800
1 1 Baacutesico + 1 variaacutevel + 1
BVJ
R$ 14000
2 1 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 17200
3 1 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
1 BVJ
R$ 20400
0 2 Baacutesico + 2 BVJ R$ 14600
1 2 Baacutesico + 1 variaacutevel + 2
BVJ
R$ 17800
2 2 Baacutesico + 2 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 21000
3 2 Baacutesico + 3 variaacuteveis +
2 BVJ
R$ 24200
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Anexo L (Paacutegina 3 de 3)
Famiacutelias com renda familiar mensal de R$ 70 a R$ 140 por pessoa
Nuacutemero de crianccedilas e adolescentes de ateacute 15 anos
Nuacutemero de
jovens de 16 e
17 anos
Tipo de benefiacutecio Valor do
benefiacutecio
0 0 Natildeo recebe benefiacutecio
baacutesico
-
1 0 1 variaacutevel R$ 3200
2 0 2 variaacuteveis R$ 6400
3 0 3 variaacuteveis R$ 9600
0 1 1 BVJ R$ 3800
1 1 1 variaacutevel + 1 BVJ R$ 7000
2 1 2 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 10200
3 1 3 variaacuteveis + 1 BVJ R$ 13400
0 2 2 BVJ R$ 7600
1 2 1 variaacutevel + 2 BVJ R$ 10800
2 2 2 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 14000
3 2 3 variaacuteveis + 2 BVJ R$ 17200