UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO – USF CENTRO DE...

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO – USF CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA CIVIL GILBERTO GENEROSO GONÇALVES JÚNIOR O POLÍMERO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL: Comparativo entre a eficiência mecânica do material e os materiais convencionais de construção civil. Dezembro de 2006

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO – USF

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

ENGENHARIA CIVIL

GILBERTO GENEROSO GONÇALVES JÚNIOR

O POLÍMERO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL: Comparativo entre

a eficiência mecânica do material e os materiais convencionais de

construção civil.

Dezembro de 2006

GILBERTO GENEROSO GONÇALVES JÚNIOR

O POLÍMERO COMO ELEMENTO ESTRUTURAL: Comparativo entre

a eficiência mecânica do material e os materiais convencionais de

construção civil.

Monografia apresentada junto à Universidade

São Francisco – USF como parte dos requisitos

para a aprovação na disciplina Trabalho de

Conclusão de Curso.

Área de concentração: Estruturas

Orientador: Prof. André Bartholomeu.

Itatiba SP, Brasil

Dezembro de 2006

ii

“À medida que se conhece o erro, não existe mais erro.”

“Autor desconhecido”.

iii

AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos às empresas EMAC e PROTEC que contribuíram, fornecendo

amostras de seus produtos, catálogos e principalmente apoio à novas pesquisas, ao

orientador Prof. Dr. André Bartholomeu, ao Prof. Dr. Júlio Soriano, e aos demais que

contribuíram para realização deste trabalho.

iv

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS........................................................................................... ix

LISTA DE TABELAS.......................................................................................... xii

RESUMO............................................................................................................. xiii

PALAVRAS-CHAVE............................................................................................ xiii

1 INTRUDUÇÃO.................................................................................................. 1

1.1 Histórico........................................................................................................ 1

2 CONCEITOS.................................................................................................... 8

2.1 Fontes de matérias-primas............................................................................ 8

2.2 Estrutura molecular dos polímeros................................................................ 10

2.2.1 Reações químicas....................................................................................... 11

2.2.2 Arranjo molecular........................................................................................ 12

2.2.3 Combinação dos arranjos........................................................................... 13

2.2.4 Peso molecular........................................................................................... 14

2.2.5 Polímeros Cristalinos e Amorfos................................................................. 17

3 CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS............................................................. 19

3.1 Termoplásticos............................................................................................... 19

3.2 Termorrígidos ou Termofixos......................................................................... 20

3.3 Elastômeros................................................................................................... 21

4 ALGUNS POLÍMEROS DE IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL............................. 22

4.1 Polímeros de uso geral.................................................................................. 22

4.1.1 Polietileno (PE)........................................................................................... 22

4.1.2 Polipropileno (PP)....................................................................................... 23

4.1.3 Poliestireno (PS)......................................................................................... 24

4.1.4Policloreto de vinila (PVC)........................................................................... 25

4.2 Polímeros de engenharia............................................................................... 27

4.2.1 Politereftalato de etileno (PET)................................................................... 27

4.2.2 Policarbonato (PC)...................................................................................... 28

4.3 Propriedades e aplicações de alguns polímeros termorrígidos..................... 30

4.3.1 Poliftalato maleato de propileno (PPPM) ou Poliéster insaturado............. 30

4.3.2 Resina epoxídica (ER) ou Epóxi................................................................. 31

4.3.3Resina de fenol-formaldeído (PR) ou Baquelite.......................................... 33

4.4.4 Resina de uréia-formaldeído (UR) ou Resina uréica.................................. 33

v

5 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS POLÍMEROS.............................................. 35

5.1 Propriedades mecânicas................................................................................ 35

5.1.1Resistência à tração.................................................................................... 36

5.1.2 Módulo de elasticidade............................................................................... 37

5.1.3 Resistência à compressão.......................................................................... 39

5.1.4 Resistência à flexão.................................................................................... 40

5.2 Propriedades térmicas................................................................................... 40

5.3 Alterando as propriedades dos polímeros..................................................... 41

5.3.1 Aditivos – mudança de propriedades específicas....................................... 42

5.3.2 Reforços – mudança na resistência............................................................ 43

5.3.3 Corantes – mudança na aparência............................................................. 43

5.4 Efeitos ambientais sobre os materiais poliméricos........................................ 43

6 PROCESSAMENTO DOS POLÍMEROS.......................................................... 45

6.1 Injeção........................................................................................................... 45

6.2 Extrusão......................................................................................................... 46

6.3 Moldagem por sopro...................................................................................... 47

6.4 Termoconformação........................................................................................ 47

6.5 Pultrusão........................................................................................................ 48

6.6 Laminação..................................................................................................... 49

6.7 Moldagem...................................................................................................... 49

7 CUSTO DOS MATERIAIS................................................................................ 50

7.1 Classificação.................................................................................................. 50

8 MATERIAIS ANALISADOS.............................................................................. 53

8.1 Materiais convencionais................................................................................. 53

8.1.1 Madeira eucalipto citriodora........................................................................ 53

8.1.1.1Características gerais............................................................................... 53

8.1.1.2Propriedades físicas................................................................................. 55

8.1.1.3 Propriedades mecânicas.......................................................................... 55

8.1.1.4 Outras propriedades mecânicas.............................................................. 56

8.1.1.5 Usos em geral.......................................................................................... 56

8.1.1.6 Observações.......................................................................................... 56

8.1.2 Aço carbono SAE 1010 e SAE 1045........................................................... 56

8.2 Materiais alternativos..................................................................................... 58

vi

8.2.1 Poliéster Insaturado.................................................................................... 58

8.2.2 Resina Epóxi............................................................................................... 60

8.2.3 Fibra de vidro.............................................................................................. 62

9 OBJETIVO....................................................................................................... 64

10 ENSAIOS...................................................................................................... 65

10.1 Ensaio de tração.......................................................................................... 65

10.1.1 Propriedades do ensaio............................................................................ 65

10.2Ensaio de flexão........................................................................................... 67

10.3 Ensaio de Compressão................................................................................ 68

11 METODOLOGIA............................................................................................. 69

11.1 Procedimentos de ensaio à tração do aço SAE 1045.................................. 69

11.2 Procedimentos de ensaio à tração do eucalipto citriodora.......................... 74

11.2.1 Determinação do teor de umidade............................................................ 74

11.2.2 Ensaio...................................................................................................... 75

11.3 Procedimentos de ensaio à tração do poliéster reforçado........................... 78

11.3.3Ensaio do poliéster.................................................................................... 79

11.4 Ensaio à flexão do perfil metálico SAE 1010............................................... 84

11.5Ensaio à flexão do perfil epóxi reforçado com fibras de vidro...................... 88

11.6Ensaio à flexão do eucalipto citriodora através de um perfil “U”.................. 93

11.7 Ensaio à flexão do eucalipto citriodora de seção retangular cheia.............. 98

11.8 Ensaio à compressão do eucalipto citriodora.............................................. 104

12 RESULTADOS............................................................................................... 106

12.1 Ensaio à tração............................................................................................ 106

12.2Ensaio à flexão............................................................................................. 107

12.3 Ensaio à compressão................................................................................... 108

12.4 Relação entre densidade e resistência dos materiais analisados............... 109

13 CONCLUSÃO................................................................................................. 110

14 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 111

APÊNDICE A – Normas ASTM........................................................................... 114

APÊNDICE B – Siglas da literatura sobre plásticos......................................... 116

vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Morris Cohen................................................................................... 1

Figura 1.2 – Charles Goodyer.............................................................................. 2

Figura1.3 – Alexander Parkers............................................................................ 2

Figura 1.4 – John W. Hyatt.................................................................................. 2

Figura 1.5 – Leo H. Baekeland............................................................................ 3

Figura 1.6 – Adolf Von Bayer............................................................................... 3

Figura 1.7 – Hermann Staudinger........................................................................ 3

Figura 1.8 – Wallace H. arothers....................................................................... 3

Figura 1.9 – Paul Flory........................................................................................ 4

Figura 1.10 – Karl Ziegler.................................................................................... 4

Figura 1.11 – Giuglio Natta.................................................................................. 4

Figura 2.1 – Obtenção de alguns polímeros a partir do carvão mineral.............. 9

Figura 2.2 – Obtenção dos principais monômeros a partir do petróleo............... 10

Figura 2.3 – Formação de uma macromolécula.................................................. 10

Figura 2.4 – Formação de um polímero............................................................... 11

Figura 2.5 – Reação de polimerização por etapas.............................................. 11

Figura 2.6 – Reação de polimerização em cadeia............................................... 12

Figura 2.7 – Tipos de ramificações que as reações podem assumir................... 12

Figura 2.8 – Representação esquemática de polímeros..................................... 13

Figura 2.9 – Cadeia composta por moléculas de diferentes tamanhos............... 14

Figura 2.10 – Equipamento de GPC.................................................................... 15

Figura 2.11 – Esquema de funcionamento do equipamento GPC....................... 16

Figura 2.12 – Estrutura cristalina......................................................................... 18

Figura 2.13 – Estrutura Amorfa............................................................................ 18

Figura 3.1 – Garrafas de politereftalato de etileno (PET).................................... 19

Figura 3.2 – Utilização de polímeros na construção de aeronaves..................... 20

Figura 3.3 – Pneu composto por vários elastômeros........................................... 21

Figura 4.1 – Produção de polímeros no Brasil, em 1998..................................... 22

Figura 4.2 – Alguns exemplos de utilização do polietileno.................................. 23

Figura 4.3 – Alguns exemplos de utilização do polipropileno.............................. 24

Figura 4.4 – Alguns exemplos de utilização do poliestireno................................ 25

Figura 4.5 – Alguns exemplos de utilização do policloreto de vinila (PVC)......... 26

viii

Figura 4.6 – Aplicações do PVC, no Brasil em 1998........................................... 27

Figura 4.7 – Alguns exemplos de utilização do politereftalato de etileno (PET).. 28

Figura 4.8 – Alguns exemplos de utilização do policarbonato (PC).................... 29

Figura 4.9 – Distribuição do consumo de policarbonato...................................... 30

Figura 4.10 – Alguns exemplos de utilização do propileno (PPM)...................... 31

Figura 4.11 – Alguns exemplos de utilização da resina epoxídica (ER).............. 32

Figura 4.12 – Alguns exemplos de utilização da baquelite (PR)......................... 33

Figura 4.13 – Alguns exemplos de utilização da resina uréica (UR)................... 34

Figura 5.1 – Ilustração do comportamento não-linear dos plásticos................... 35

Figura 5.2 – Resistência à tração dos materiais ................................................. 37

Figura 5.3 – Módulo de elasticidade dos materiais............................................. 38

Figura 5.4 – Resistência à compressão dos materiais........................................ 39

Figura 5.5 – Resistência à flexão dos materiais.................................................. 40

Figura 6.1 – Aspecto de uma maquina injetora................................................... 45

Figura 6.2 – Esquema de funcionamento de uma máquina injetora.................... 46

Figura 6.3 – Moldagem por extrusão................................................................... 46

Figura 6.5 – Moldagem por sopro........................................................................ 47

Figura 6.6 – Moldagem por termoconformação................................................... 47

Figura 6.7 – Esquema do processo por pultrusão.............................................. 48

Figura 6.8 – Esquema do processo de laminação............................................... 49

Figura 8.1 – Aspectos macroscópicos da madeira.............................................. 53

Figura 8.2 – Aspectos microscópicos da madeira............................................... 54

Figura 8.3 – Aspectos microscópicos do aço SAE 1045..................................... 57

Figura 8.4 – Aspectos microscópicos do poliéster com fibras............................. 59

Figura 8.5 – Aspectos microscópicos da resina epoxídica com fibras................. 61

Figura 10.1 – Aplicação de uma carga de tração em um corpo-de-prova........... 65

Figura 10.2 – Diagrama tensão-deformação....................................................... 66

Figura 10.3 – Aplicação de uma carga de flexão em um corpo-de-prova............ 67

Figura 10.4 – Aplicação de uma carga de compressão em um corpo-de-prova.. 68

Figura 11.1 – Corpo-de-prova à tração................................................................ 69

Figura 11.2 – Medições iniciais do corpo-de-prova............................................. 69

Figura 11.3 – Ensaio à tração do aço SAE 1045................................................. 70

Figura 11.4 – Medição após o ensaio à tração.................................................... 70

ix

Figura 11.5 – Gráfico do ensaio à tração do aço SAE 1045................................ 71

Figura 11.6 – Corpo-de-prova de ensaio à tração do eucalipto citriodora.......... 74

Figura 11.7 – Corpo-de-prova para determinação da umidade........................... 74

Figura 11.8 – Adaptação nas cabeças do corpo-de-prova.................................. 75

Figura 11.9 – Ensaio à tração do eucalipto citriodora......................................... 75

Figura 11.10 – Gráfico força-deformação do eucalipto citriodora........................ 76

Figura 11.11 – Corpo-de-prova de ensaio à tração do poliéster......................... 79

Figura 11.12 – Ensaio à tração do poliéster........................................................ 79

Figura 11.13 – Corpo-de-prova com a secção reduzida...................................... 80

Figura 11.14 – Segundo ensaio à tração do poliéster reforçado......................... 80

Figura 11.15 – Gráfico força-deformação do poliéster........................................ 81

Figura 11.16 – Causa do rompimento do corpo-de-prova................................... 83

Figura 11.17 – Perfil de ensaio à flexão do aço SAE 1010................................. 84

Figura 11.18 – Ensaio à flexão do aço SAE 1010............................................... 84

Figura 11.19 – Gráfico resultante do ensaio à flexão do aço SAE 1010............. 86

Figura 11.20 – Deformação ocorrida no perfil metálico SAE 1010...................... 88

Figura 11.21 – Perfil de ensaio à flexão da resina epoxídica reforçada............. 89

Figura 11.22 – Início do ensaio à flexão do perfil epóxi...................................... 89

Figura 11.23 – Gráfico resultante do ensaio à flexão do epóxi reforçado........... 90

Figura 11.24 – Ensaio à flexão do epóxi reforçado............................................. 93

Figura 11.25 – Perfil “U” para ensaio à flexão do eucalipto citriodora................. 94

Figura 11.26 – Inicio do ensaio à flexão do eucalipto citriodora em “U”.............. 94

Figura 11.27 – Gráfico resultante do ensaio à flexão do eucalipto “U”................ 95

Figura 11.28 – Ensaio à flexão do eucalipto citriodora em “U”............................ 98

Figura 11.29 – Peça utilizada para ensaio à flexão do eucalipto “S. Cheia”....... 99

Figura 11.30 – Início do ensaio à flexão do eucalipto de “S. Cheia”................... 99

Figura 11.31 – Gráfico resultante do ensaio à flexão do eucalipto “S. Cheia”... 101

Figura 11.32 – Segundo ensaio à flexão do eucalipto citriodora......................... 103

Figura 11.33 – Ensaio à compressão do eucalipto citriodora.............................. 104

Figura 11.34 – Ruptura do corpo-de-prova à compressão.................................. 105

Figura 12.1 – Gráfico comparativo entre resistência à tração dos materiais....... 107

Figura 12.2 – Gráfico comparativo entre resistência à flexão dos materiais....... 108

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 – Síntese histórica dos desenvolvimentos em polímeros.................. ........................

5

Tabela 2.1– Faixas de pesos moleculares médios de alguns polímeros.......... 16

Tabela 7.1– Custo por quilo de produtos acabados......................................... 51

Tabela 7.2 – Preço de alguns materiais de engenharia...................................... 52

Tabela 11.1 – Resultados do ensaio à tração do aço SAE 1045........................ 72

Tabela 11.2– Resultados do ensaio à tração do eucalipto citriodora............... 7 7

Tabela 11.3 – Resultados do ensaio à tração do poliéster reforçado................. 8 2

Tabela 11.4– Valores obtidos no ensaio à flexão do aço SAE 1010................ 8 5

Tabela 11.5 –Valores obtidos do ensaio à flexão da viga epóxi reforçada....... 90

Tabela 11.6– Valores do ensaio à flexão do eucalipto citriodora “U”............... 95

Tabela 11.7– Valores do ensaio à flexão do eucalipto citriodora “S. Cheia”..... 100

Tabela 12.1 – Comparação entre a resistência dos materiais à tração............. 106

Tabela 12.2– Comparação entre a resistência dos materiais à flexão............. 107

Tabela 12.3 – Comparação entre a resistência dos materiais à compressão..... 108

Tabela 12.4 – Relação peso-resistência dos materiais..................................... 109

xi

RESUMO

O estudo de novos materiais na área de construção civil é de grande importância

para o desenvolvimento de novas tecnologias neste setor, visto que, muitas vezes

nos deparamos com problemas onde o uso dos materiais convencionais não satisfaz

as exigências. Este trabalho visa estudar as propriedades de novos materiais e

compará-las com a de outros comumente utilizados. Além de mostrar as diferenças

de comportamento mecânico dos materiais, este trabalho também tem como

finalidade levantar questões do tipo: “Até que ponto podemos avançar

tecnologicamente sem que o meio ambiente, e consequentemente nós, tenhamos

que pagar um alto preço por isso?” Sabemos que temos o dever de evoluir mas

ainda não aprendemos a achar o equilíbrio das coisas, e como prova disso, basta

olharmos para a grande poluição que afeta nosso planeta. Portanto, a descoberta e

utilização de novos materiais pode ser muito útil por um lado, mas por outro, também

pode ser muito desastrosa, se não soubermos utilizá-los de forma a garantir um

desenvolvimento sustentável. A metodologia deste trabalho consiste em ensaiar os

materiais de uso convencional como o aço e a madeira e materiais alternativos como

os polímeros poliéster e o epóxi, neste caso, ambos reforçados com fibra de vidro.

Pretende-se através dos ensaios a obtenção de resultados que permitam uma

análise comparativa entre as propriedades mecânicas dos materiais. A partir desta

análise concluir se é possível ou não a utilização dos materiais propostos como

elemento estrutural.

PALAVRAS-CHAVE: polímeros, materiais, desenvolvimento, planeta.

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Histórico

Segundo Morris Cohen, Fig. 1.1, conceituado cientista de materiais do não menos

conceituado Massachusets Institute of Tecnology (MIT), materiais são substâncias

com propriedades que as tornam úteis na construção de máquinas, estruturas,

dispositivos e produtos. Em outras palavras, os materiais do universo que o homem

utiliza para “fazer coisas”. (Padilha, 1997)

O primeiro elemento estrutural, isto é, o primeiro material de engenharia usado pelo

homem, foi a madeira, seguindo-se a pedra, depois os metais, a cerâmica, o vidro e

finalmente o polímero.

O primeiro contato do homem com esse material, na sua forma resinosa, deu-se na

Antigüidade, com os egípcios e os romanos, que os usaram para carimbar, colar

documentos e vedar vasilhames. (CANEVAROLO, 2004)

No século XVI, espanhóis e portugueses tiveram o primeiro contato com o produto

extraído de uma árvore natural da América (Seringueira). Esse extrato levado para

Europa, adquiriu o nome de borracha. Sua utilização foi bastante restrita até a

descoberta da vulcanização pelo americano Charles Goodyer, Fig. 1.2, em 1839.

Figura 1.1 Morris Cohen FONTE – Cohen

2

O surgimento do plástico ocorreu em 1840 quando o inglês Alexander Parkers Fig.

1.3, tratou resíduos de algodão com ácido nítrico e ácido sulfúrico na presença de

óleo de rícinio, obtendo, então, o primeiro polímero semi-sintético da história

batizado de nitrocelulose. Apesar da descoberta, a utilização deste material era

economicamente inviável devido ao alto custo de produção. O americano John W.

Hyatt, Fig. 1.4, em 1869, aprimorou este material substituindo o óleo de rícino pela

cânfora obtendo-se, então, o celulóide, um material economicamente viável. Foi

criado então o primeiro produto polimérico da história: as bolas de bilhar,

(MARCZAK, 2004).

O primeiro polímero totalmente sintético foi produzido nos Estados Unidos e

patenteado pelo belga, naturalizado americano, Leo H. Baekeland ,Fig. 1.5, em

1909, denominado baquelite. Este polímero é um derivado do aperfeiçoamento da

resina fenol-formaldeído descoberta em 1872 pelo alemão Adolf Von Bayer, Fig.

1.6.

Figura 1.2 Charles Goodyer FONTE – Goodyer

Figura 1.3 - Alexander Parkers FONTE – Parkers

Figura 1.4 – John W. Hyatt FONTE – Hyatt

3

A baquelite foi amplamente empregada na fabricação de carcaças de telefone até

meados dos anos 50, quando por razões estéticas foi substituída por outros

polímeros, já que a baquelite permitia pouca variação de cor.

Até o fim da I Grande Guerra Mundial, todas as descobertas nessa área foram por

acaso, através de regras empíricas. Somente em 1920 o alemão Hermann

Staudinger,Fig. 1.7, propõe a teoria da macromolécula que são compostos de

origem natural ou sintética com elevado peso molecular e estrutura química

complexa.

Em 1935 o americano Wallace H. Carothers, Fig. 1.8, químico, que trabalhando na

empresa Du Pont, descobre uma reação química gerando as poliamidas, o que

batizou de Nylon.

Wallace Carothers se suicida antes que o nylon seja apresentado ao público, o que

ocorreria entre 1938 e 1939, com a marca comercial Exton. O mais irônico é que

Carothers se matou por se achar um fracasso. (MARCZAK, 2004).

Figura 1.6 – Adolf Von Bayer FONTE – Bayer

Figura 1.5 – Leo H. Baekeland FONTE – Baekeland

Figura 1.7 – Hermann Staudinger FONTE – Staudinger

Figura 1.8 – Wallace H. Carothers FONTE – Carothers

4

A partir de 1937 até o final da década de 80, o professor americano Poul Flory,

Fig.1.9, trabalhou com a viscosidade e determinação da massa molecular dos

polímeros, dentre outros. Como reconhecimento a esse trabalho o Prof. Paul Flory

recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1974.

Após a II Grande Guerra Mundial surgem as resinas epoxídicas em 1947. No início

da década de 50 o alemão Karl Ziegler, Fig. 1.10, e o italiano Giuglio Natta, Fig.

1.11, descobrem o polímero Estereoespecífico que são reações químicas onde a

estrutura dos produtos adquire um arranjo espacial particular. Em conseqüência

surgem os polímeros como o polietileno, polipropileno, poliacetal e

policarbonato.

Nos anos 60 do século passado os plásticos deixam de substituir somente madeiras

e começam a ser utilizados em embalagens substituindo o papelão e o vidro,

enquanto que nos anos 70 do século passado os plásticos tomam lugar de algumas

ligas leves.

Figura 1.9 – Paul Flory FONTE – Flory

Figura 1.10 – Karl Ziegler FONTE – Ziegler

Figura 1.11 – Giuglio Natta FONTE – Natta

5

Nos anos 80 do século passado a produção de plásticos torna-se bastante intensa e

diversificada devido a crescente necessidade de novos materiais poliméricos.

A Tab. 1.1 mostra, de forma resumida, a evolução dos principais polímeros

comerciais:

Tabela 1.1 – Síntese histórica dos desenvolvimentos em polímeros DESCOBERTA ANO LOCAL

Vulcanização (Borracha) 1839 EUA

Poliestireno (PS) 1839 EUA

Parkesina (Resina Moldável) 1840 Inglaterra

Ebonite (Resina Dura) 1851 EUA

Goma-Laca (Resina Moldável) 1854 EUA

Celulóide 1869 EUA

Fenol-Formaldeído (Resina) 1872 Alemanha

Rayon (Fibra) 1884 França

Gelatita (Resina) 1897 Alemanha

Ebonite (Resina) 1899 Inglaterra

Silicone 1900 Inglaterra

Viscose (Seda Artificial) 1903 Inglaterra

Celofane 1908 Inglaterra

Baquelite 1909 EUA

Policloreto de Vinila (PVC) 1912 Rússia

Macromolécula 1920 Alemanha

Borracha Sintetizada (Descoberta) 1922 Alemanha

Borracha Sintetizada (Produção) 1929 Inglaterra

Polietileno de baixa densidade (PEBD) 1933 Inglaterra

Poli (metil metacrilato) – PMMA (Acrílico) 1933 Inglaterra

Nylon 1935 EUA

Tefton (PTFE) 1938 EUA

Policloropreno (Neoprene) 1939 EUA

Poliuretano (PUR) 1941 Alemanha

Poli(tereflalato de etileno) – (PET) 1941 EUA

6

DESCOBERTA ANO LOCAL

Epóxi (ER) 1947 EUA

Poliéster (PEPM) 1950 EUA

Acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS) 1948 EUA

Polietileno de alta densidade (PEAD) 1953 EUA

Polipropileno (PP) 1953 Itália

Policarbonato (PC) 1953 Alemanha

Poliacetais (POM) e Epóxi com Fibra de Vidro 1956 EUA

Poli(óxido de fenileno) – (PPO) 1964 EUA

Poli-sulfonas (PSF) 1965 EUA

Kevlar (Fibra Orgânica) 1965 EUA

Fibra Ótica Polimérica 1966 EUA

Kraton (Borracha modificada) 1966 EUA

Polietileno linear de baixa densidade (PELBD) 1968 EUA

Poli(tereflalato de butileno) - PBT 1970 Alemanha

Poli(éter-éter-cetona) - PEEK 1977 Inglaterra

Santoprene (Elastômero Oleofínico) 1981 EUA

Poli(éterimida) 1982 EUA

Policarbonato de Alta Trânsparência 1982 Alemanha

Termoplásticos de engenharia (PEED, PES e PPS) 1983 Ingl. / Alem.

Plásticos biodegradáveis (Novon) 1990 EUA

Plásticos biodegradáveis (Biopol) 1990 Inglaterra

Reciclagem do PET 1990 EUA

Reciclagem de Poliéster e PEAD 2000 EUA Fonte – Adaptado de Canevarolo (2004), Marczak (2004)

Atualmente, dentre os materiais de engenharia estão incluídos diversos polímeros.

Plásticos, borrachas, fibras, adesivos, são materiais poliméricos bem conhecidos e

indispensáveis ao nosso cotidiano.

O mundo moderno não é concebível sem a presença dos plásticos. Tendo em vista

esta tendência, faz-se importante um estudo visando sua utilização como elemento

7

estrutural, podendo ser empregado nas mais variadas necessidades como, por

exemplo, na construção de estruturas onde ocorre o ataque da maresia ao aço. Nas

estações de tratamento de água onde ocorre a deterioração pela presença do gás-

cloro e umidade afetando materiais, tais como o aço e a madeira.

O polímero como elemento estrutural, pode implicar numa diminuição significativa no

uso de outros materiais como, por exemplo, a madeira. Em relação a esta, existe

ainda um agravante que é a carga química utilizada no tratamento deste material.

Esses produtos são altamente prejudiciais ao homem e ao meio ambiente

(MORESCHI, 2006).

Através de um estudo de viabilidade econômica e performance estrutural poder-se-a

verificar se este material poderia ser empregado em estruturas convencionais, tais

como em telhado. Neste caso, faz-se necessário um estudo mais aprofundado

partindo-se para área de engenharia de materiais, onde pode-se estudar

quimicamente diferentes ligas de materiais poliméricos, com o objetivo de se

produzir perfis padronizados.

O objetivo deste trabalho não visa esses estudos onde envolve a estrutura química

do material, mas em outra ocasião seria interessante o estudo de novas ligas

poliméricas a partir de plásticos recicláveis na produção de perfis, com o propósito

de aliviar o meio ambiente dos resíduos desse material e, ao mesmo tempo, evoluir

tecnologicamente.

A cada dia, pode-se observar que peças inicialmente produzidas com outros

materiais, particularmente metal e madeira, têm sido substituídas por outras de

plástico. Estas peças quando devidamente projetadas, cumprem seu papel

apresentando, na maioria das vezes, um desempenho superior ao do material antes

utilizado. Isto se deve ao fato do plástico apresentar grande versatilidade.

Sua popularização deve-se ao seu baixo custo de produção, peso reduzido, elevada

resistência, bem como a possibilidade de se fabricar peças das mais variadas

formas, dimensões e cores.

8

2 CONCEITOS

Polímero é qualquer material orgânico ou inorgânico, sintético ou natural, que tenha

um alto peso molecular e com variedades estruturais repetitivas, sendo que

normalmente esta unidade que se repete é de baixo peso molecular.

A palavra POLÍMERO vem do grego poli, cujo significado é “muito”, e de mero, que

quer dizer “parte” ou “unidade” (que se repete).

2.1 Fontes de Matérias-Primas

As fontes de matéria prima para obtenção do monômero (explicado adiante) podem

ser divididas em três grupos: Petróleo e gás natural, Hulha e Produtos naturais.

(CANEVAROLO, 2004)

Produtos Naturais - Este grupo, o primeiro a fornecer ao homem matérias-primas,

encontra na natureza macromoléculas que com algumas modificações se prestam à

produção de polímeros comerciais.

A celulose, um carboidrato que está presente em quase todos os vegetais,

apresenta uma estrutura química constituída por unidades de glicose ligadas por

átomos de oxigênio, formando uma longa cadeia.

A borracha natural é outro produto natural. É encontrada no látex da seringueira

(Havea brasiliensis) como uma emulsão de borracha em água.

O amido, que também é um carboidrato de cadeia longa, pode ser obtido a partir de

produtos agrícolas como o milho.

Os açucares existentes nos vegetais como a cana de açúcar e a beterraba,

fornecem o álcool etílico, que desidratado obtém-se o etileno, matéria-prima do

polietileno.

Óleos e gorduras vegetais ou mesmo animais também se constituem em fonte

importante de matérias primas para materiais plásticos. Através do óleo de rícino ou

mamona obtém-se o Nylon 11 e poliuretano e a partir do óleo de soja o Nylon 9.

9

Hulha ou Carvão Mineral - Produto sólido encontrado no subsolo resultante da

fossilização de tecidos vegetais durante milhares de anos sob ação de elevadas

pressões e temperaturas na ausência de oxigênio.

Foi um dos primeiros materiais conhecidos como fonte de matéria-prima para a

preparação de polímeros sintéticos. Esse mineral, quando submetido a uma

destilação seca, pode produzir: gases de hulha, amônia, alcatrão da hulha e coque

(resíduo).

Do gás de hulha é possível se separar etileno e o metano, matéria-prima para

produção do Polietileno e Resinas fenólicas respectivamente.

A amônia é utilizada para a produção de uréia e aminas como agentes de cura para

resinas epóxi.

O alcatrão da hulha é uma mistura complexa, que por destilação produz benzeno

para produção de fenol, matéria-prima para produção do Poliuretano e do

Poliestireno.

Do coque obtém-se o acetileno, que por hidrogenação produz etileno, matéria-prima

na produção do Polietileno. Por reação com o ácido clorídrico, do coque, produz

cloreto de vinila, matéria-prima na produção de PVC. A Fig. 2.1 apresenta este

esquema.

HULHA(CARVÃO MINERAL)

GÁS DE HULHA

ETILENO

POLIETILENO

METANO

FORMALDEÍDO

RESÍNAS FENÓLICAS

AMÔNIA

URÉIA E AMINAS

AGENTE DE CURA NAPRODUÇÃO DO EPÓXI

ALCATRÃO

BENZENO

FENOL

POLIURETANO E OPOLIESTIRENO

COQUE

ACETILENO

ETILENO

POLIETILENO

CLORETO DE VINILA

POLICLORETO DE VINILA(PVC)

Figura 2.1 – Obtenção de alguns polímeros a partir do carvão mineral.

FONTE - Adaptado de Canevarolo (2004)

10

Petróleo – De todos os produtos naturais, o petróleo é a fonte mais importante.

Através da destilação fracionada do óleo cru, várias frações podem ser obtidas

(GLP, nafta, gasolina, querosene, óleo diesel, graxas parafínicas, óleos lubrificantes,

e por fim piche), sendo que a fração de interesse para os polímeros é o nafta. Este

após um craqueamento térmico apropriado, gera várias frações gasosas contendo

moléculas saturadas e insaturadas. As moléculas insaturadas (etileno, propileno,

butadieno, buteno, isobutileno, etc.) são separadas e aproveitadas para a síntese de

polímeros. A Fig. 2.2 mostra esta seqüência, característica da industria petroquímica

na obtenção dos monômeros.

2.2 Estrutura Molecular dos Polímeros

A estrutura molecular dos polímeros consiste na repetição de pequenas unidades,

chamadas meros que compõem as macromoléculas, Fig. 2.3. Os meros, para

formarem um polímero, são ligados entre sí através de ligações primárias, estáveis.

Figura 2.2 – Obtenção dos principais monômeros a partir do petróleo.

FONTE - Adaptado de Canevarolo (2004)

ÓLEO CRU

GLP NAFTA

ETANO ETILENO PROPANO PROPILENO BUTADIENO ISOBUTILENO

GASOLINA QUEROSENE ÓLEO DIESEL ASFALTO

Figura 2.3 – Formação de uma macromolécula

FONTE – Manrich (2005)

11

De acordo com Manrich (2005, p. 19), ao fazer uma comparação, “Se imaginarmos

um “anel” como sendo um mero, a formação de um polímero se dá quando muitos

deles (mil a cinco mil) são unidos, ou enganchados seqüencialmente” Fig. 2.4.

As macromoléculas chamadas de monômero vão, sucessivamente, se unindo as

outras, formando o dímero, trímero, tetrâmero ... até chegar ao polímero.

2.2.1 Reações Químicas

Essa união sucessiva dos monômeros dá-se o nome de Reação de Polimerização,

que consiste no encadeamento de 10.000 ou mais átomos de carbono formando

moléculas gigantescas originando os polímeros. Essa reação pode acontecer de

duas formas:

Polimerização por etapas – o monômero é consumido logo nos momentos iniciais,

formando dímeros, trímeros, etc. até que se obtêm cadeias poliméricas , Fig. 2.5.

Figura 2.4 – Formação de um polímero

FONTE – Manrich (2005)

Figura 2.5 – Reação de polimerização por etapas.

FONTE – Manrich (2005)

12

Polimerização em cadeia – há formação de longas cadeias logo nos instantes

iniciais. Ao longo do tempo o número de cadeias vai aumentando, porém o

monômero nunca chega ser completamente consumido, Fig. 2.6.

2.2.2 Arranjo molecular

Durante as reações de polimerização, formam-se então as cadeias de polímeros que

podem assumir quatro tipos de arranjos diferentes, conforme ilustra a Fig. 2.7.

Figura 2.6 – Reação de polimerização em cadeia.

FONTE – Manrich (2005)

Figura 2.7 – Tipos de ramificações que as reações de polimerização podem assumir. FONTE – Timmons (2006)

13

2.2.3 Combinação dos arranjos

Existem diversas formas de se construir uma cadeia de polímeros. A Fig. 2.8 ilustra

simbolicamente o uso de três monômeros A, B e C.

Dependendo da combinação dos arranjos, obtém-se diversos polímeros

denominados:

Homopolímeros – São do tipo: A-A-A-A-A..., ou seja, polímeros construídos a partir

de um único material, Fig. 2.8 a. Exemplos: Polietileno e alguns tipos de acetal.

Figura 2.8 – Representação esquemática de polímeros.

FONTE – Marczak (2004)

14

Copolímeros - São polímeros construídos a partir de dois materiais. Podem ser do

tipo alternado: A-B-A-B-A-B-A-B-A... ,Fig 2.8b, ou do tipo agrupado, Fig. 2.8c.

Exemplos: do primeiro são o acrílico-etileno e o etileno-etil acrilato. O estireno-

butadieno, o estireno-acrilonitrila e alguns tipos de acetal são exemplos de

copolímeros agrupados. A Fig. 2.8b pode ilustrar o caso da borracha sintética que é

formada pela repetição de dois meros: estireno e butadieno.

Termopolímeros – Se repetem da seguinte forma: A-B-C-A-B-C-A-B-C... São

polímeros construídos com diversos materiais, Fig. 2.8d, Exemplos: Estireno-

acrilonitrila-butadieno (conhecido por ABS).

2.2.4 Peso molecular

O peso molecular é o parâmetro que governa as propriedades de um polímero, é

através dele que se define a finalidade desses materiais, uma vez que de posse

desse conhecimento, podemos mudar suas propriedades finais e sua facilidade de

ser moldado quando fundido. (MANRICH, 2005)

O peso molecular de um polímero esta diretamente associado com a estrutura

química do mesmo, isto é, pode apresentar cadeias com comprimentos ou pesos

moleculares diferentes, podendo, em alguns casos, serem muito pequenas e outras

médias ou grandes, Fig. 2.9. Na prática utiliza-se o peso molecular médio de um

polímero, ou seja, a soma do peso de todas as moléculas do grupo dividido pelo

número de moléculas do mesmo grupo.

Figura 2.9 – Cadeia composta por moléculas de diferentes tamanhos

15

Os polímeros possuem uma unidade de repetição conforme exemplifica a Fig. 2.8

mostrada anteriormente. No caso do homopolímero da figura ela é A, no copolímero

a unidade de repetição é o grupo molecular A-B- e assim por diante. O número

dessas unidades em uma cadeia de polímero é chamado grau de polimerização. Por

exemplo, se a unidade de repetição tem um peso molecular médio de 80 e a cadeia

do polímero tem 1.000 unidades de repetição, então o polímero tem um peso

molecular de 80.000. O peso molecular médio fornece uma maneira de medir o

comprimento das cadeias poliméricas de um dado material. (Marczak, 2004)

Para determinação do peso molecular médio de um polímero é necessário, na

maioria dos casos, que o mesmo seja diluído em solvente próprio o que nem sempre

é possível, pois existem aqueles que são insolúveis. Um método relativo que

determina vários tipos de pesos moleculares é o GPC (Cromatografia de Permeação

Gel) Fig. 2.10.

As colunas porosas dificultam a passagem das cadeias moleculares diluídas em

solvente, enquanto as moléculas pequenas tentam passar por dentro dos poros e

são retardadas, e as cadeias maiores, pelo fato de passarem por fora dos poros,

adquirem maior velocidade e chegando ao final da coluna antes. As moléculas são

Figura 2.10 – Equipamento de GPC

FONTE - UCS

16

separadas, portanto, por tamanho possibilitando o cálculo do peso molecular através

de métodos específicos conforme a Fig. 2.11. (MANRICH, 2005)

O peso molecular da maioria dos polímeros encontra-se normalmente entre 104 e

106. À medida que o peso molecular do polímero aumenta, torna-se mais difícil

molda-lo com aplicação de pressão e calor. Um peso molecular de 2 x 105 é um

limite prático para um polímero ainda permitir uma processabilidade razoável. Alguns

polímeros apresentam peso molecular da ordem de 3 x 106 e 6 x 106, neste caso,

necessitam de processos especiais para conformá-los. A Tab. 2.1 mostra faixas de

pesos moleculares médios para alguns polímeros comerciais.

Polímeros Faixa de Pesos Moleculares Médios

Polietileno de baixa densidade 20.000 e 40.000

Polietileno de alta densidade 20.000 e 60.000

Polipropileno 30.000 e 50.000

Poliestireno 50.000 e 200.000

Policloreto de Vinila (PVC) 40.000 e 80.000

Policloreto de Vinila (PVC rígido) 30.000 e 50.000

Figura 2.11 – Esquema de funcionamento do equipamento GPC

FONTE – Adaptado de Manrich (2005)

Tabela 2.1 – Faixas de pesos moleculares médios de alguns polímeros

17

Polímeros Faixa de Pesos Moleculares Médios

Nylon 66 10.000 e 40.000

Poli(tereftalato de etileno) 15.000 e 50.000

Policarbonato 15.000 e 40.000

Poliacetal homopolímero 30.000 e 100.000

Poli(tetrafluor-etileno) 400.000 e 5.000.000

Borracha Natural 200.000 e 400.000

Borracha Natural (após mastigação) 60.000 e 100.000

Celulose Em torno de 300.000

Celulose regenerada (Celofane) Em torno de 150.000

Poli(ftalato-maleato de etileno) - Poliéster Imensurável (reticulado)*

Resina Epoxídica Imensurável (insolúvel)**

*Polímero reticulado: polímero em que cadeias adjacentes de um polímero

originalmente linear se unem em várias posições por ligações covalentes. Fig.. 2.7

**Polímero insolúvel: É aquele que não se dilui em solvente próprio. O sólido

insolúvel é chamado de precipitado.

2.2.5 Polímeros Cristalinos e Amorfos

O grau de cristalinidade de um polímero depende muito da distribuição geométrica

dos seus átomos no espaço. Conforme essa distribuição, os polímeros podem ser

denominados cristalinos, parcialmente cristalino ou amorfo. (PADILHA, 1997)

Depois de solidificados os polímeros cristalinos apresentam padrões estruturais

repetidos, isto é, obedecem a uma simetria quanto ao arranjo de seus átomos.

Segundo Marczak (2005), esses polímeros normalmente exibem um ponto de fusão

bem preciso, de modo que são classificados como materiais sólidos. Uma pequena

variação na temperatura em torno do ponto de fusão é suficiente para liquefazê-los

(a cera de vela é um exemplo de material com ponto de fusão preciso). Exemplos de

polímeros cristalinos são o nylon, o acetal, o polietileno e o polipropileno. Os

polímeros cristalinos são interessantes para a indústria por permitirem um controle

preciso da matéria prima durante o processo de fabricação. Além disso, estes

FONTE – Adaptado de Manrich (2005).

18

materiais possuem propriedades superiores aos demais, mas tendem a manifestar

uma contração significativa durante o resfriamento. A Fig. 2.12 mostra um exemplo

de estrutura cristalina

A maioria dos materiais de engenharia não apresenta estrutura cristalina, ou seja,

são amorfos. Isto é valido para a maioria dos polímeros, mas também para grupos

como metais e cerâmicas.

Os polímeros considerados amorfos apresentam um amolecimento gradual a medida

que a temperatura é aumentada. Como exemplo tem-se os policarbonatos, o ABS,

os acrílicos e as borrachas. Esses materiais não fluem tão facilmente quanto os

cristalinos durante a moldagem, isto porque é muito difícil manter uma temperatura

homogênea dentro dos equipamentos de processamento.

Outra diferença importante diz respeito ao comportamento viscoelástico dos

polímeros, que é linear para os amorfos, mas não-linear para os cristalinos. Se

aplicarmos duas tensões opostas em uma borracha, esta tende a formar um arranjo

cristalino ao contrário do nylon, por exemplo, que perde sua cristalinidade tornando-

se amorfo. A Fig. 2.13 mostra o aspecto de uma estrutura amorfa.

Figura 2.12 – Estrutura Cristalina

FONTE - INPE

Figura 2.13 – Estrutura Amorfa

FONTE - INPE

19

3 CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS

Os polímeros também podem ser classificados de acordo com suas características

mecânicas, deste modo para diferenciá-los empregaram-se os termos:

Termoplásticos, Termorrígidos ou Termofixos e Elastômeros (Borrachas).

3.1 Termoplásticos

Constituem a maior parte dos polímeros comerciais sendo comum ouvir-se chama-

los de simplesmente plástico. Esta categoria de polímeros possui a capacidade de

amolecer e fluir quando sujeito a um aumento de temperatura e pressão. Quando é

retirado desse processo, o polímero solidifica em um produto de forma definida.

Podem ser fundido e moldado inúmeras vezes, através de novas aplicações de

temperatura e pressão, que produzem o mesmo efeito de amolecimento e fluidez

adquiridos em fundições anteriores. Dependendo do tipo de polímero, também

podem dissolver-se em vários solventes.

Quanto às características mecânicas os termoplásticos podem ser maleáveis, rígidos

ou mesmo frágeis dependendo do polímero e dos aditivos utilizados.

Exemplos de polímeros termoplásticos são: Polietileno, Polipropileno, Policarbonato

Poliestireno, Nylon, Policloreto de Vinila, Acrílico etc. Outra característica importante

desses materiais é o fato de serem recicláveis, como as garrafas de Politereftalato

de etileno (PET), conforme a Fig. 3.1.

Figura 3.1 – Garrafas de Politereftalato de etileno (PET)

20

3.2 Termorrígidos ou Termofixos

Polímeros que com o aquecimento amolece uma vez sofrem o processo de cura

(transformação química irreversível), tornando-se rígido. É como gesso ou cimento:

têm-se apenas uma chance de fundí-los e moldá-los. Posteriores aquecimentos não

alteram mais seu estado físico (não amolece mais), mesmo em altas temperaturas, o

que leva o material a de decompor antes da fusão. Sua reciclagem é possível porem

a destinação desse material servirá para outras finalidades a e não a mesma que o

originou, além de requerer procedimentos especiais para tal.

Exemplo de Polímero Termorrígido: Baquelite, Kevlar, Resinas epoxídicas, Resinas

fenólicas, Melaminas etc. A Fig. 3.2 mostra um exemplo da utilização de polímeros

termorrígidos empregados na construção de uma aeronave militar.

Figura 3.2 – Utilização de polímeros termorrígidos na construção de aeronaves

21

3.3 Elastômeros

São polímeros, que na temperatura ambiente podem ser alongados até duas vezes

seu comprimento e retornam rapidamente ao seu comprimento original ao se retirar

a pressão. Possuem, portanto, a propriedade da elasticidade. Comumente são

conhecidos como borrachas. Um exemplo são os pneus que podem ser compostos

por mais de um tipo de elastômeros, conforme a Fig. 3.3

A estrutura molecular dos elastômeros é similar à dos termorrígidos, mas com

menos número de ligações entre os “cordões”. Ou seja, é como se fosse uma rede,

mas com malhas bem mais largas que os termorrígidos. Outros exemplos de

elastômeros: Borrachas de vedação, mangueiras etc. (MICHAELI, 1995)

A classificação de um polímero em termoplástico, termorrígido ou elastômero

determina também qual o processo mais adequado para moldar o material. Em

geral, os materiais termorrígidos possuem propriedades melhores como maior

resistência ao calor, menor suscetibilidade ao creep (Baixa Fluência), maior

resistência química etc., que suas contrapartidas termoplásticas. No entanto, eles

normalmente requerem processos de fabricação mais complexos para serem

produzidos na forma de chapas, tubos ou barras.

Figura 3.3 – Pneu composto por vários elastômeros: Banda, Costado, Cinto, Manta e Estrutura.

22

4 ALGUNS POLÍMEROS DE IMPORTÂNCIA INDUSTRIAL

Os polímeros também podem ser classificados de acordo com sua importância

industrial. Deste modo recebem as seguintes denominações: Polímeros de uso geral

e Polímeros de engenharia.

4.1 Polímeros de uso geral

Certos polímeros se destacam por seu baixo preço e grande facilidade de

processamento, o que incentiva seu uso em larga escala. São os chamados

polímeros ou resinas commodities, materiais baratos e usados em aplicações de

baixo custo. São o equivalente aos aços de baixo carbono na siderurgia.

Os principais polímeros commodities são: polietileno (PE), polipropileno (PP),

poliestireno (PS), policloreto de vinila (PVC). A distribuição da produção desses

plásticos no Brasil, em 1998, pode ser vista na Fig. 4.1. A seguir serão listadas as

principais propriedades e aplicações dos polímeros commodities.

4.1.1 Polietileno (PE)

Principais Propriedades: baixo custo; elevada resistência química e a solventes;

baixo coeficiente de atrito; flexível ou rígido (Depende da densidade); fácil

processamento; excelentes propriedades isolantes; baixa permeabilidade à água;

atóxico; inodoro.

Figura 4.1 – Produção de polímeros no Brasil, em 1998

FONTE – Marczak

23

Aplicações Típicas: bombonas; embalagens; material hospitalar; utensílios

domésticos; filmes; brinquedos; tanque de combustível; tubos para distribuição de

água e gás; engrenagens; componentes para líquidos corrosivos; implantes de

ossos artificiais; isolamento de fios e cabos; revestimentos; trilhos-guias; coletes

balísticos; caixas d’água, Fig. 4.2.

4.1.2 Polipropileno (PP)

Principais Propriedades: baixo custo; elevada resistência química e a solventes;

fácil moldagem; fácil coloração; alta resistência a fratura por flexão ou fadiga; boa

resistência ao impacto acima de 15°C; boa estabilidade térmica; maior sensibilidade

à luz UV e agentes de oxidação, sofrendo degradação com maior facilidade.

Aplicações Típicas: brinquedos; recipientes para alimentos; remédios; cadeiras;

tanques; fibras; sacarias; filmes orientados; tubos para cargas de canetas

esferográficas; carpetes; seringas; fitas adesivas; material hospitalar esterelizável;

Figura 4.2 – Alguns exemplos de utilização do polietileno

24

pára-choques; pedais; cones para alto falante; carcaças de baterias; lanternas;

hélices; peças para máquina de lavar; etc.

Atualmente há uma tendência no sentido de se utilizar exclusivamente o

polipropileno no interior dos automóveis. Isso facilitaria a reciclagem do material por

ocasião do sucateamento do veículo, pois se saberia com qual material se estaria

lidando, Fig. 4.3.

4.1.3 Poliestireno (PS)

Principais Propriedades: rigidez; fácil processamento; fácil coloração; baixo custo;

elevada resistência a ácidos e álcalis; semelhante ao vidro; baixa densidade e

absorção de umidade; baixa resistência a solventes orgânicos; calor e intempéries.

Apresenta-se também sob a forma celular ou expandida.

Aplicações Típicas: Artigos de baixo custo; peças de máquinas e automóveis;

gabinete de rádio e TV; grades de ar condicionado; peças internas e externas de

Figura 4.3 – Alguns exemplos de utilização do polipropileno

25

eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos; circuladores de ar; ventiladores e

exaustores; gavetas de geladeira; brinquedos; embalagens de proteção para

equipamentos; isolantes térmicos; pranchas para flutuação; geladeiras isotérmicas;

etc, Fig. 4.4.

4.1.4 Policloreto de vinila (PVC)

Principais Propriedades: Baixo custo; elevada resistência a chama, pela presença

do cloro; processamento demanda um pouco de cuidado; formação de peças tanto

rígidas quanto muito flexíveis, com plastificantes; excelentes propriedades térmicas e

elétricas; resistente a corrosão, oxidação e intempéries; pode se apresentar no

estado transparente, celular ou expandido.

Aplicações Típicas: Tubos rígidos para água e esgoto; conduites rígidos e flexíveis;

carcaças de utensílios domésticos; separadores de bateria; revestimento de fios e

cabos elétricos; composições de tintas; cortinas de banheiro; encerados de

caminhão; forração de poltronas e de estofamentos de automóveis; esquadrias para

Figura 4.4 – Alguns exemplos de utilização do poliestireno

26

janelas; embalagens rígidas e transparentes para bebidas e alimentos; toalhas de

mesa; bolsas e roupas de couro artificial; passadeiras; pisos; carteiras transparentes

para identificação; brinquedos; calçados; etc, Fig. 4.5.

O monômero é um potente cancerígeno, deve haver controle do teor residual que

permanece no polímero, particularmente em aplicações em que o polímero vai entrar

em contato com alimentos.

O plastificante a base de ftalatos, aditivo usado para tornar o polímero mais flexível,

também é cancerígeno. O Greenpeace vem promovendo ampla campanha para

banir o uso do PVC que contenha esse aditivo, particularmente em brinquedos e

produtos que entram em contato com alimentos. (MARCZAK, 2004)

O PVC é um polímero muito utilizado no Brasil em vários setores da indústria. A Fig.

4.6 mostra suas aplicações em porcentagem no ano de 1998 no Brasil.

Figura 4.5 – Alguns exemplos de utilização do policloreto de vinila (PVC)

27

4.2 Polímeros de engenharia

Segundo Mano (1991), há também os chamados polímeros de engenharia, que são

resinas que apresentam propriedades superiores aos polímeros de uso geral. Seu

preço, porém, é bem mais elevado. Seriam os equivalentes aos aços-ligas da

siderurgia. Os principais polímeros de engenharia são: politereftalato de etileno

(PET) e o policarbonato (PC)

4.2.1 Politereftalato de etileno (PET)

Principais Propriedades: Resistência Mecânica e ao amassamento, térmica e

química, possibilidade de se apresentar no estado transparente, parcialmente

transparente (Translúcido) ou altamente opaco.

Aplicações Típicas: Películas cinematográficas, fitas magnéticas para gravação;

mantas para filtros industriais; embalagem de alimentos; cosméticos e produtos

farmacêuticos; filmes e placas para radiografia, fotografia e reprografia,

impermeabilização de superfícies; frascos para refrigerantes gaseificados; fibras

têxteis de lavagem e secagem rápida; na indústria automobilística, em partes

Figura 4.6 – Aplicações do PVC, no Brasil em 1998.

FONTE – Marczak (2004)

28

estruturais grandes, carcaças de bomba, carburadores, limpadores de parabrisa;

componentes elétricos; interior de fornos de micro-ondas; em compósitos com fibra

de vidro, componentes de móveis de escritório; isolamento de capacitores, Fig. 4.7.

O grande crescimento na utilização de PET em garrafas descartáveis e a poluição

que isto tem gerado ao meio ambiente torna-o atualmente um dos polímeros mais

reciclados.

4.2.2 Policarbonato (PC)

Principais Propriedades: Semelhança ao vidro, porém altamente resistente ao

impacto; boa estabilidade dimensional e térmica; boas propriedades elétricas; boa

resistência ao escoamento sob cargas e às intempéries; resistente à chama;

Figura 4.7 – Alguns exemplos de utilização do politereftalato de etileno (PET)

29

excelente transparência; resistente aos raios ultravioleta; boa usinabilidade É um

dos mais importantes polímeros da engenharia.

Aplicações Típicas: Placas resistentes ao impacto, janelas de segurança, escudos

de proteção, painéis de instrumentos; lanternas de carros; partes do interior de

aeronaves; cabines de proteção; capacetes de proteção de motociclistas;

componentes elétricos e eletrônicos; discos compactos (CD’s); conectores,

luminárias para uso exterior; recipientes para uso em fornos de micro-ondas; tubos

de centrífuga para sistemas aquosos; anúncios em estradas; artigos esportivos;

aplicações em material de cozinha e refeitórios, como bandejas, jarros d’água,

talheres, mamadeiras; aplicações médicas em dialisadores renais; óculos de

segurança; escudos de polícia anti-choque; aquários, Fig. 4.8.

A Fig. 4.9, a seguir, ilustra a importância dos setores automobilísticos, eletro-

eletrônico e chapas, que no conjunto representaram 48% do mercado deste material

nos EUA e Europa Ocidental em 1996.

Figura 4.8 – Alguns exemplos de utilização do policarbonato (PC)

30

4.3 Propriedades e aplicações de alguns polímeros termorrígidos

Nos itens subsequentes será feita análises comparativas em relação as

propriedades mecânicas entre diversos polímeros. Entre eles os polímeros

classificados como termorrígidos de uso geral, utilizados em diversas áreas como na

construção civil, por exemplo, onde o epóxi está sendo cada vez mais utilizado.

Portanto, com o objetivo de complementar este trabalho, serão abordadas as

principais propriedades e aplicações dos seguintes polímeros: poliftalato maleato de

propileno (GRP), poliéster reforçado com fibras; resina epoxídica (ER); resina de

fenol-formaldeído (PR); e resina de uréia-formaldeído (UR).

4.3.1 Poliftalato maleato de propileno (PPPM) ou Poliéster Insaturado

Principais Propriedades: Resistência a intempéries; leveza; pode ser utilizado em

compósitos com fibra de vidro, neste caso denomina-se “glass reinforced polyester”

(GRP); possui grande facilidade de processamento; moldagem de peças de

pequenas ou grandes dimensões; resistência química a ácidos e bases; resistência

aos raios ultravioletas; pode se apresentar na forma translúcida.

Uso Médio4% Informática

9%Embalagens

3%

Chapas15%

Eletro-Eletronico16%Utensilios

6%

Automobilístico17%

Outros30%

Figura 4.9 – Distribuição do consumo de policarbonato nos EUA e Europa Ocidental - 1996

FONTE – Marczak (2004)

31

Aplicações Típicas: Cascos de barco; carrocerias de veículos leves e pesados;

luminárias decorativas; telhas corrugadas; tanques de armazenamento; piscinas;

caixas d’água; móveis; silos; dutos para saneamento; painéis de comunicação

visual; bandejas; spas; mármore sintético; fibras têxteis (neste caso saturado); peças

decorativas; bijuterias; massas plásticas; cabines; guaritas; torres de resfriamento;

resinas flexíveis; aviação; implementos agrícolas; peças ferroviárias e metroviárias;

assento sanitário; moldes; varas de pesca; cabos de raquetes; antenas de veículos;

componentes elétricos e eletrônicos, Fig. 4.10.

4.3.2 Resina epoxídica (ER) ou Epóxi

Principais Propriedades: Adesividade; resistência à abrasão; baixa contração após

cura; versátil; insolúvel; alta resistência à corrosão; boas propriedades térmicas e

mecânicas; excelente adesão para vários substratos; baixo encolhimento em cura;

flexibilidade; boas propriedades elétricas; pode ser processado em diferentes

condições.

Figura 4.10 – Alguns exemplos de utilização do poliftalato maleato de propileno (PPM)

32

Aplicações Típicas: Compósitos com fibra de vidro, de carbono ou de poliamida

aromática, para a indústria aeronáutica; pinturas; componentes de equipamentos

elétricos; circuitos impressos; encapsulamento de componentes eletrônicos;

revestimento de superfícies; adesivos para metal, cerâmica, vidro; moldes e matrizes

para ferramentas industriais, manequins de bocas e ossaturas; aplicações

estruturais na construção civil, Fig. 4.11.

Figura 4.11 – Alguns exemplos de utilização da resina epoxídica (ER)

33

4.3.3 Resina de fenol-formaldeído (PR) ou Baquelite

Principais Propriedades: Alta resistência mecânica e térmica; boa resistência

química; estabilidade dimensional; coloração limitada; menor custo.

Aplicações Típicas: Engrenagens; pastilhas de freio; telefones (antigos);

componentes do sistema de transmissão de carros; compensado naval; rodízios;

volantes de manobra; peças elétricas moldadas; laminados para revestimento de

mesas, balcões, divisórias, portas; tampas de rosca resistentes; cabos de talheres;

ferramentas, Fig. 4.12.

4.4.4 Resina de uréia-formaldeído (UR) ou Resina ureica

Principais Propriedades: Boa resistência mecânica e térmica, boa resistência

química, dureza; menor custo.

Figura 4.12 – Alguns exemplos de utilização da resina de fenol-formaldeído (PR)

34

Aplicações Típicas: Chapas de compensado para móveis, divisórias; acabamento

de tecido (botões); vernizes para revestimento de assoalho; adesivos para madeira;

moldados duros e resistentes à compressão e ao impacto, Fig. 4.13.

Figura 4.13 – Alguns exemplos de utilização da resina uréia-formaldeído (UR)

35

5 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS POLÍMEROS

Os polímeros possuem características que os diferenciam de outros materiais como

a madeira e o aço. Para que possamos utilizá-lo com segurança é necessário

conhecer suas propriedades para, a partir daí, avaliar seu comportamento em

serviço. Avaliar um polímero requer estudos complexos que visam quantificar essas

propriedades e destina-las à usos específicos.

O peso é uma diferenciação importante, já que os polímeros são sempre mais leves

que metais ou cerâmicas, o que os tornam particularmente atrativos para industria

de embalagens, equipamentos esportivos e na redução de custos de transporte.

5.1 Propriedades mecânicas

A maioria dos polímeros possui uma característica bem evidente quanto a suas

propriedades mecânicas. A primeira distinção que deve ser evidenciada é o

comportamento não-linear dos polímeros. Isto é, a relação carga x deslocamento

não é linear, embora o material ainda não tenha ultrapassado seu limite de

escoamento. Isto pode ocorrer com peças feitas com qualquer material, dependendo

da geometria, do carregamento e das condições de contorno. Ocorre que nos

polímeros isto é mais freqüente, mesmo para cargas supostamente pequenas. Os

polímeros possuem grande flexibilidade, conforme o tipo de polímero e os adtivos

utilizados na sua formulação.

A Fig. 5.1 compara esquematicamente o comportamento não linear de uma viga em

balanço fabricada em material polimérico e em aço.

Figura 5.1 – Ilustração do comportamento (geometricamente) não-linear dos plásticos

Fonte – Marczak

36

Portanto, não se deve assumir que uma peça polimérica responderá como uma mola

linear. Alterações de temperatura podem mudar este comportamento ainda mais.

Perguntas como:

- Que tipo de carga será aplicada (tração, compressão, impacto alternante, etc.)?

- Como e onde a carga será aplicada sobre componente?

- Por quanto tempo a carga será aplicada?

- Qual a variação de temperatura sobre o componente?

- Por quanto tempo a temperatura será aplicada?

- Quais as condições ambientais de operação (substâncias químicas, umidade

etc.)?

Devem ser respondidas pelo projetista antes de selecionar o material, porque suas

respostas determinarão à performance do componente. É neste ponto que os

polímeros diferem em comportamento de outros materiais como aço, madeira,

cerâmica, entre outros. Segundo Marczak (2004, p. 14), ao mencionar sobre erros

de projeto, “de uma maneira geral os erros mais comuns estão relacionados a

projetar componentes poliméricos com níveis de tensão e/ou módulos de

elasticidade muito altos ou que não levam em conta o efeito da temperatura”.

Portanto, como é de grande importância o conhecimento das propriedades

mecânicas dos polímeros, será abordado a seguir, de forma superficial, as seguintes

propriedades: resistência à tração, módulo de elasticidade, resistência à compressão

e resistência à flexão.

5.1.1 Resistência à tração

A resistência à tração, é avaliada pela carga aplicada ao material por unidade de

área, no momento da ruptura. No Fig. 5.2, encontra-se a resistência á tração dos

materiais poliméricos mais comuns, bem como alguns materiais de engenharia

clássicos.

37

Nota-se que os polímeros têm valores de resistência à tração todos muito baixos

(abaixo de 10kgf/mm²), bem maiores quando se trata de fibras; os metais

apresentam resistência muito elevada, até 100Kgf/mm². Esses resultados são

comumentes expressos, tanto na literatura como na indústria, em MPa, Pa, N/m²,

Kgf/mm². As normas ASTM D-412/99, D-638/99 e D-882/99 descrevem os ensaios.

5.1.2 Módulo de elasticidade

O módulo de elasticidade é medido pela razão entre a tensão e a deformação,

dentro do limite elástico, em que a deformação é totalmente reversível e proporcional

a tensão. (MANO, 1991).

Os polímeros de alta cristalinidade, ou aqueles, que apresentam estruturas rígidas,

ou ainda os polímeros reticulados, revelam módulo de elasticidade mais elevado. Os

módulos dos polímeros em geral estão entre 500 Kgf/mm² à 1500Kgf/mm². Já o aço

1045 este valor corresponde ã aproximadamente 21.000Kgf/mm² e para madeira de

Figura 5.2 – Resistência à tração de diversos materiais poliméricos e outros materiais clássicos

FONTE – Adaptado de Mano (1991)

RESISTÊNCIA À TRAÇÃO

0

15

30

45

60

75

90

105

MATERIAIS

RE

SIS

TE

NC

IA A

TR

ÃO

(K

gf/

mm

²)

TERMOPLÁSTICOS

PET

POLIPROPILENO

POLIESTIRENO

POLICLORETO DE VINILA

POLICARBONATO

TERMORRÍGIDOS

POLIÉSTER (GRP)

BAQUELITE

EPÓXI

RESINA URÉICA

OUTROS MATERIAIS

AÇO SAE 1045

MADEIRA (Eucalipto Citriodora)

38

eucalipto citriodora este valor é de aproximadamente 1842Kgf/mm² Os módulos de

elasticidade são ilustrados na Fig. 5.3.

No caso dos elastômeros vulcanizados, o alongamento atingido ainda na região

elástica é muito grande, e assim a palavra “módulo” é empregada com outro

significado: é a força calculada por unidade de área transversal inicial (tensão), e é

medida a determinadas deformações, que precisam ser explicitadas na informação.

Por exemplo, em borracha, módulo a 300% é a tensão correspondente à tração,

quando se atinge 300% de alongamento.

A recuperação representa o grau em que o material retorna às dimensões originais,

após a remoção da tensão. Depende tanto da intensidade desta força quanto do

tempo durante o qual foi aplicada. Pela atuação da força, as macromoléculas

tendem a escoar; removida, retornam parcialmente à situação primitiva. Se o

material é muito cristalino, é também rígido e resiste mais à deformação; no entanto,

sempre há uma perda de dimensão quando se ultrapassa o limite elástico de cada

material. Quando o polímero é pouco cristalino, ou está acima da sua temperatura

Figura 5.3 – Módulo de elasticidade de diversos materiais poliméricos e outros materiais clássicos

FONTE – Adaptado de Mano (1991)

MÓDULO DE ELASTICIDADE

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

MATERIAIS

DU

LO

DE

EL

AS

TIC

IDA

DE

(K

gf/

mm

²)

TERMOPLÁSTICOS

PET

POLIPROPILENO

POLIESTIRENO

POLICLORETO DE VINILA

POLICARBONATO

TERMORRÍGIDOS

POLIÉSTER (GRP)

BAQUELITE

EPÓXI

RESINA URÉICA

OUTROS MATERIAIS

AÇO SAE 1045

MADEIRA (Eucalipto Citriodora)

21

000

Kg

f/mm

²

39

de transição vítrea, há maior escoamento (“creep”) e as peças sofrem deformação

mais pronunciada, até mesmo por escoamento sob a ação de seu peso próprio.

5.1.3 Resistência à compressão

A resistência à compressão é expressa pela tensão máxima que um material rígido

suporta sob compressão longitudinal, antes que o material entre em colapso.

Encontram-se na Fig. 5.4 valores típicos informativos da resistência à compressão

de diversos materiais. Nota-se a superioridade da resistência das resinas

termorrígidas sobre as termoplásticas, porém ainda muito inferiores à dos materiais

de engenharia convencionais.

Figura 5.4 – Resistência à compressão de diversos materiais poliméricos e outros materiais clássicos

FONTE – Adaptado de Mano (1991)

RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

MATERIAIS

RE

SIS

NC

IA À

CO

MP

RE

SS

ÃO

(K

gf/

mm

²)

TERMOPLÁSTICOS

PET

POLIPROPILENO

POLIESTIRENO

POLICLORETO DE VINILA

POLICARBONATO

TERMORRÍGIDOS

POLIÉSTER (GRP)

BAQUELITE

EPÓXI

RESINA URÉICA

OUTROS MATERIAIS

AÇO SAE 1045

MADEIRA (Eucalipto Citriodora)

40

5.1.4 Resistência à flexão

A resistência à flexão representa a tensão máxima desenvolvida na superfície de

uma barra quando sujeita a dobramento. Aplica-se a materiais rígidos, isto é,

aqueles que não vergam excessivamente sob a ação da carga. A Fig. 5.5 apresenta

valores de resistência á flexão de diversos materiais e mostra a comparação dos

materiais plásticos à madeira e ao aço.

5.2 Propriedades térmicas

Segundo Marczak (2004), talvez a mais importante propriedade térmica dos

materiais poliméricos seja seu baixo ponto de fusão, que varia da temperatura

ambiente até 250°C, embora alguns polímeros especiais exijam até 400°C. Disso

decorre baixo consumo de energia para conformação, com reflexos óbvios nos

custos de produção.

Figura 5.5 – Resistência à flexão de diversos materiais poliméricos e outros materiais clássicos

FONTE – Adaptado de Mano (1991)

RESISTÊNCIA À FLEXÂO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

MATERIAIS

RE

SIS

NC

IA À

FL

EX

ÃO

(K

gf/

mm

²)

TERMOPLÁSTICOS

PET

POLIPROPILENO

POLIESTIRENO

POLICLORETO DE VINILA

POLICARBONATO

TERMORRÍGIDOS

POLIÉSTER (GRP)

BAQUELITE

EPÓXI

RESINA URÉICA

OUTROS MATERIAIS

VIDRO

CERÂMICA

41

As propriedades térmicas nos polímeros são observadas quando a energia térmica,

isto é o calor, é fornecido ou removido do material; são maus condutores de calor. A

capacidade de transferir calor, isto é, conduzir calor, é medida pela condutividade

térmica. A capacidade de armazenar calor é medida pelo chamado calor específico.

As alterações de dimensão, devidas às mudanças de temperatura, são estimadas

através da expansão térmica. Essas propriedades observadas nos materiais

poliméricos, quando sujeitos a variação de temperatura, são de grande importância

para escolha do material adequado na execução de um projeto.

O aumento da temperatura ambiente, pode alterar drasticamente as propriedades

dos materiais poliméricos alterando suas dimensões, reduzindo a resistência e

módulo de elasticidade. A caracterização precisa deste comportamento é complexa,

mas existe um ensaio, estabelecido pela norma americana ASTM D-648/99, que

fornece informações superficiais sobre o desempenho de um polímero sob carga e

efeito de temperatura. Este ensaio permite a obtenção da chamada temperatura de

distorção ao calor designada pela sigla HDT. Basicamente, este teste submete um

corpo-de-prova biapoiado à flexão simples com uma carga concentrada, e mede-se

o deslocamento central. A temperatura é então aumentada até que um certo valor de

deslocamento seja ultrapassado. Está é a temperatura de distorção.

5.3 Alterando as propriedades dos polímeros.

É fato que as propriedades das famílias de polímeros variam de uma para outra, ou

mesmo que as propriedades de um mesmo polímero podem variar dentro de uma

dada família. Isto se deve fundamentalmente às alterações na composição química

de cada polímero durante o processamento. Mas, além disso, as propriedades de

um certo polímero pode ser alterada com a mistura de aditivos, corantes, cargas e

reforços. Trata-se de um ajuste fino das propriedades do polímero, de acordo com a

aplicação desejada. Este processo é denominado de aditivação. Algumas

aditivações clássicas:

42

• Cargas inorgânicas minerais inertes, como o carbonato de cálcio (CaCO3),

permitem reduzir o custo da peça sem afetar as propriedades. Exemplo: pisos de

vinil e cadeiras de jardim (PP) contêm até 60% de cargas.

• Uso de fibras (vidro, carbono, boro) ou algumas cargas minerais (talco, mica,

caolim, wolastonita) aumentam a resistência mecânica. As cargas fibrosas

podem assumir forma de fibras curtas ou longas, redes, tecidos etc.

• Negro de fumo em pneus (borracha) e filmes para agricultura (PE) aumentam a

resistência mecânica e a resistência ao ataque por ozônio e raios UV.

• Aditivos conhecidos como plastificantes podem alterar completamente as

características de polímeros como o PVC e borrachas, tornando-os mais flexíveis

e tenazes.

• A fabricação de espumas é feita através da adição de agentes expansores, que

se transformam em gás no momento da transformação do polímero, quando ele

se encontra no estado fundido.

5.3.1 Aditivos (mudança de propriedades específicas)

Os aditivos são sempre selecionados de modo a manter sua compatibilidade com o

material base e com o processo de fabricação do componente. Deve-se lembrar, no

entanto, que a melhora de uma certa propriedade geralmente é obtida às custas da

piora de outra(s).

Evidentemente os químicos tentam manter todas as outras propriedades em níveis

aceitáveis enquanto procuram melhorar uma dada característica, mas nem sempre

isto é viável. Dentre os aditivos mais comuns usados com termoplásticos e

termorrígidos estão: antioxidantes (aumenta a estabilidade à altas temperaturas),

agentes anti-eletricidade estática, biocidas, retardantes de chama, modificadores de

resistência ao impacto, agentes espumantes, redutores de fricção, fungicidas e

estabilizantes UV.

43

5.3.2 Reforços (mudança na resistência)

Os reforços mais comuns são a fibra de carbono, fibra de vidro, mica e aramidas.

Eles podem ser adicionados na forma de fibras curtas, filamentos longos, flocos,

esferas ou em grãos. Esses esforços normalmente aumentam a resistência do

material às custas da resistência ao impacto. Também aumentam o desgaste de

ferramentas de corte, no caso de usinagem de pré-formas. O uso de reforços

permite que os polímeros sejam empregados sob condições de carga e temperatura

mais altas com maior estabilidade dimensional. Nas últimas décadas, as vantagens

conferidas pelo uso de materiais compostos têm permitido avanços muito

significativos na tecnologia aeroespacial.

5.3.3 Corantes (mudança na aparência)

Um outro grupo de aditivos são os corantes, que dão a cor desejada ao material. Os

corantes podem ser cargas orgânicas ou pós inorgânicos O corante escolhido deve

ser compatível com o material base, método de processamento e aplicação

desejada para o componente. Por exemplo, se a peça final será exposta ao meio

ambiente, deverá suportar variações de temperatura e o envelhecimento decorrente.

É necessário também em aplicações onde as propriedades óticas têm peso,

especialmente em materiais transparentes como acrílicos, policarbonato e estireno,

já que o uso de corantes pode transformar um material incolor em opaco.

5.4 Efeitos ambientais sobre os materiais poliméricos

Fatores ambientais como umidade, produtos químicos (líquidos ou vapores),

exposição ao sol, altas temperaturas, água e vapor quente, bactérias e fungos

atacam os materiais poliméricos. Embora possa não ocorrer uma alteração visual na

aparência, isto não significa que não haja alguma degradação das propriedades,

como tensão de ruptura ou resistência ao impacto.

44

Apesar de não enferrujarem e serem mais resistentes do que os metais em

ambientes corrosivos, os materiais poliméricos requerem alguns cuidados. Quanto

mais resistente o material à produtos químicos, mais difícil é sua soldagem, já que

para tal também é necessário um tipo de ataque químico. A pintura também requer

cuidados, pois o solvente da tinta deve ser compatível com o material empregado no

produto.

Alguns polímeros apresentam alta permeabilidade a gases devido ao grande

espaçamento entre as moléculas que compõem o material. Os materiais poliméricos

apresentam limitações para serem utilizados como embalagem, um exemplo é a

utilização de garrafas PET que devem ser utilizadas respeitando-se o prazo de

validade de acondicionamento.

Outro fator importante nas últimas décadas é a reciclabilidade. Alguns polímeros não

podem ser reciclados de forma direta, pois não há como refundi-los. Muitas vezes a

reciclagem de alguns polímeros não é viável economicamente devido ao seu baixo

preço e baixa densidade. Somente o consumo em massa é que torna a reciclagem

economicamente viável, como acontece com as garrafas PET, por exemplo.

O material polimérico reciclado é encarado como material de segunda classe, ao

contrário do que ocorre com o aço e alumínio reciclados. Nos casos em que a

reciclagem do material polimérico não for possível ou viável, há possibilidade de

queimá-lo, transformando-o em energia em incineradores ou alto-fornos. Neste caso

o carbono é utilizado na redução do minério, contudo, polímeros que contém

halogêneos geram gases tóxicos durante a queima, e nestas condições o material

deve ser previamente identificado e encaminhado para dehalogenação antes da

queima.

45

6 PROCESSAMENTO DOS POLÍMEROS

O processamento de polímeros passa por etapas que envolvem o aquecimento do

material seguido de conformação mecânica. Vários métodos são usados na

produção de peças de origem poliméricas, injeção, extrusão, moldagem por sopro,

termoconformação, pultrução, laminação, moldagem, rotomoldagem, calandragem

entre outros. Em seguida serão descritos resumidamente alguns desses métodos.

6.1 Injeção

A moldagem por injeção é empregada para produzir formas tridimensionais com

detalhes minuciosos. A Fig. 6.1 mostra o aspecto de uma máquina injetora.

O material alimenta a máquina de injeção na forma de pastilhas, são fundidas e

conduzidas ao longo da máquina por um fuso. O material fundido é mecanicamente

injetado em um molde. A temperatura do molde é controlada através de água

circulando em cavidades internas. Uma vez resfriado, o molde é aberto e a peça é

ejetada através de pinos. As metades são mantidas fechadas através de prensas,

com forças que podem atingir 100tf. Essa pressão determina a tonelagem da

injetora, e o molde que nela pode ser usado. A Fig. 6.2 mostra o esquema de

funcionamento de uma maquina injetora.

Figura 6.1 – Aspecto de uma maquina injetora

46

6.2 Extrusão

A moldagem por extrusão segue essencialmente o mesmo principio da extrusão de

metais. O material aquecido é alimentado sob pressão ao longo de uma matriz que

produzirá a forma da secção transversal do produto. O material é resfriado na

seqüência. Fig. 6.3

Figura 6.3 – Moldagem por extrusão

FONTE – Marczak ( 2004)

Figura 6.2 – Esquema de funcionamento de uma máquina injetora

FONTE – Marczak ( 2004)

47

6.3 Moldagem por sopro

A moldagem por sopro emprega ar comprimido para forçar o material a se conformar

à superfície do molde. É desta forma que são produzidas as garrafas plástica de

refrigerantes, embalagens de produto de limpeza etc. A Fig. 6.5 mostra o princípio

de funcionamento da moldagem por sopro

6.4 Termoconformação

Na termoconformação uma lâmina de plástico aquecido é pressionada por um molde

e resfriada. Assim se produz uma casca que é uma cópia fiel do relevo do molde.

Em casos mais complexos o ar entre a lâmina e o molde é removido com vácuo

conforme a Fig. 6.6

Figura 6.5 – Moldagem por sopro

FONTE – Marczak (2004)

Figura 6.6 – Moldagem por termoconformação

FONTE – Marczak (2004)

48

6.5 Pultrusão

Pultrusão é um processo contínuo que produz perfis reforçados de vidro, ocos ou

maciços, de diferentes formatos. Dependendo do desenho e do formato, a taxa de

vidro utilizada varia de 30% a 70% do peso. Perfis pultrudados são usados em

diversas aplicações, como nas áreas elétricas, de corrosão, de construção e

mercados de bem de consumo.

Os reforços de vidro são baseados principalmente nos rovings diretos dispostos de

maneira a proporcionarem um reforço longitudinal. Outros tipos de reforços são as

mantas de fios contínuos ou tecidos que proporcionam o reforço transversal e

também os véus de acabamento superficial. Sistemas de guias, dispostos entre a

prateleira e o molde, permitem pré-formar e posicionar cada reforço no local correto

do perfil. O vidro é impregnado antes do molde, normalmente com sistema de banho

aberto. As cargas são introduzidas no sistema de resina para gerar propriedades

adicionais (retardadores de chama, redução de custo,...). Os três elementos

seguintes pertencem a “máquina de pultrução” onde o molde dá a forma e polimeriza

o reforço impregnado. O perfil pultruído é então travado e tracionado por uma cinta

contínua ou por um sistema de permutação. A última etapa é um sistema de corte

pra deixar o perfil no comprimento desejado. A velocidade típica da pultrução com

sistemas de resinas termofixas é de 0,5 a 2m/min, Fig. 6.7.

Figura 6.7 – Esquema do processo por pultrusão

FONTE – Saint-Gobain ( 2006)

49

6.6 Laminação

A laminação de materiais poliméricos é muito similar à de metais. Na configuração

mais usual, quatro rolos aquecidos girando à velocidades ligeiramente diferentes

laminam o material aquecido e fundido em folhas ou filmes, conforme a Fig. 6.8.

6.7 Moldagem

Materiais como acrílicos e nylons podem ser moldados, ou seja, são vazados na

forma líquida em moldes fixos ou flexíveis. Este processo requer um controle

considerável para fornecer peças de alta qualidade. É comum o uso de

equipamentos à vácuo para eliminar bolhas de ar durante a solidificação.

Figura 6.8 – Esquema do processo de laminação

Fonte – Dow (2006)

50

7 CUSTO DOS MATERIAIS

O preço talvez seja a principal característica de um material. Ao selecionar os

materiais para um determinado produto acabado, além das exigências em termos de

propriedades, o engenheiro tem que levar em conta o preço. (PADILHA, 1997)

7.1 Classificação

As mudanças na inovação e na aplicação dos materiais ocorridas no último meio

século, entretanto, ocorreram em intervalos de tempo que foram revolucionárias ao

invés de evolucionárias.

A despeito disto, os materiais podem ser classificados em quatro níveis, conforme o

grau de conhecimento científico utilizado no seu desenvolvimento.

Materiais naturais – Exemplos: madeira, couro, diamante, cobre, ligas ferrosas e

borracha.

Materiais desenvolvidos empiricamente – Exemplos: bronze, aço comum, ferro

fundido, cerâmicas sílico-aluminosas, vidro, cimento e concreto.

Materiais desenvolvidos através de conhecimentos científicos – Exemplos: ligas

de alumínio, de titânio e de magnésio, metal duro, aços inoxidáveis, aços

microligados, termoplásticos, termorrígidos, elastômero e ferritas.

Materiais projetados – Exemplos: semicondutores, materiais para reatores

nucleares, aços de ultra resistência mecânica, materiais compósitos, ligas especiais

e vidros metálicos.

É importante destacar que o grau de conhecimento científico empregado no

desenvolvimento de um material tem efeito determinante no seu preço e a

capacidade de produzí-lo é uma medida do grau de desenvolvimento tecnológico e

independência de uma nação.

Deve-se analisar na elaboração e execução de um projeto fatores como

propriedades dos materiais, preço e utilização.

51

A Tab. 7.1 apresenta o custo por quilo de alguns produtos acabados

Produto Custo

Casas 1

Navios 5

Automóveis 10

Bicicletas 15-25

Aparelhos eletrodomésticos 40-100

Calçados esportivos 15-60

Aeronave civil 1000

Satélites 15000

A análise da Tab. 7.1 mostra claramente que, por exemplo, na seleção de materiais

para construção civil, o fator preço é essencial. Inúmeros materiais apresentam

propriedades muito interessantes para utilização em construção civil, mas têm sua

utilização inviabilizada pelo preço.

Por outro lado, na construção de satélites, o preço dos materiais empregados pode

ficar em segundo plano, em comparação com suas propriedades. Neste caso, as

propriedades dos materiais é que predominam dentre os critérios de seleção.

A Tab. 7.2 apresenta o preço de numerosos materiais de engenharia.

A análise da Tab. 7.2 revela vários aspectos importantes. Um deles é que o preço de

um material está relacionado com sua pureza, processamento e características. Isto

pode ser notado claramente nos casos do carboneto de silício propriamente dito.

Outro aspecto digno de ser mencionado é que as cerâmicas avançadas e materiais

compósitos reforçados com fibra de carbono ainda são materiais muito caros. Por

outro lado, o aço comum, o concreto e a madeira deverão ainda por muito tempo

predominar como materiais de construção.

Tabela 7.1 – Custo por quilo de produtos acabados (unidade monetária européia, ECU)

FONTE – Padilha (1997)

52

Material Preço (US$/tonelada)

Diamante industrial de alta qualidade 500.000.000

Platina 16.500.000

Ouro 14.500.500

Tungstênio 19.500

Titânio 8.300

Latão (60%Cu – 40%Zn) 3.750

Alumínio 2.400

Aço inoxidável 2.700

Aço doce 350

Carboneto de silício (cerâmica avançada) 27.500

Carboneto de silício (abrasivos) 1.400

Carboneto de silício (refratários) 750

Vidro 750

Borracha sintética 1.400

Borracha natural 870

Polietileno 1.100

PVC 1.000

Fibra de Vidro 1.500

Fibra de Carbono 45.000

Resina epoxídica 6.000

Madeira compensada dura 1.650

Madeira dura estrutural 530

Madeira mole estrutural 350

Vigas de concreto reforçado 330

Cimento 70

Silício Monocristalino (“Wafers”) 10.000.000

Silício metalúrgico 1.300

A comparação dos valores da Tab. 7.1 com 7.2, embora as unidades monetárias

sejam ligeiramente diferentes, mostra claramente que muitos materiais foram

selecionados para suas atuais aplicações por critério de preço.

Tabela 7.2 – Preço de alguns materiais de engenharia

FONTE – Padilha (1997)

53

8 MATERIAIS

Os materiais sólidos são freqüentemente classificados em três grupos principais:

materiais metálicos, materiais cerâmicos e materiais poliméricos ou plásticos. Esta

classificação é baseada na estrutura atômica e nas ligações químicas

predominantes em cada grupo. Um quarto grupo, que foi incorporado nesta

classificação nas últimas décadas, é o grupo dos materiais compósitos. Este último

faz parte dos materiais que irão compor este trabalho como forma alternativa em

substituição ao aço e a madeira.

8.1 Materiais convencionais

Serão analisadas as propriedades mecânicas da madeira eucalipto citriodora e as

propriedades mecânicas do aço SAE 1010 e aço SAE 1045.

8.1.1 Madeira (eucalipto citriodora)

Outros nomes populares: Eucalipto

Ocorrência: Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Paraíba.

Outros países: Austrália, Portugal, África do Sul, Zimbábue, Ruanda, Tanzânia,

Malawi, Quênia, Tailândia, Indonésia e China.

8.1.1.1 Características gerais

Características sensoriais: cerne e alburno Fig. 8.1, distintos pela cor, cerne pardo,

alburno branco-amarelado; sem brilho; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade alta;

dura ao corte; textura fina e média.

Figura 8.1 – Aspectos macroscópicos da madeira

Fonte – Gesualdo (2003)

54

Descrição anatômica macroscópica: parênquima axial: visível apenas sob lente,

paratraqueal vasicêntrico a aliforme de aletas curtas. Raios: visíveis apenas sob

lente no topo e na face tangencial; finos; de poucos a numerosos. Vasos: visíveis a

olho nu, pequenos a médios; poucos; porosidade difusa; arranjo radial e diagonal;

solitários e múltiplos; obstruídos por tilos. Camadas de crescimento: pouco distintas,

quando presente individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

Canais axiais traumáticos: presentes em alguns espécimes, Fig. 8.2.

Durabilidade natural e tratabilidade química: Madeira suscetível à ação de xilófagos

marinhos. Resistente ao apodrecimento. As informações sobre resistência ao ataque

de cupins são contraditórias. O cerne é difícil de ser tratado, entretanto, o alburno é

permeável.

Trabalhabilidade: Madeira excelente para serraria, no entanto, requer o uso de

técnicas apropriadas de desdobro para minimizar os efeitos das tensões de

crescimento. Apresenta boas características de aplainamento, lixamento, furação e

acabamento.

Secagem: Em geral, as madeiras de espécies de eucalipto são consideradas como

difíceis de secar, podendo ocorrer defeitos como colapso, empenamentos e rachas.

A secagem em estufa deve ser feita de acordo com programas suaves, combinando,

por exemplo, baixas temperaturas com altas umidades relativas. É recomendável a

secagem ao ar, ou o uso de pré-secador, antes da secagem em estufa.

Figura 8.2 – Aspectos microscópicos da madeira

Fonte – Klock ( 2006)

55

8.1.1.2 Propriedades físicas

Densidade de massa (ρ):

Densidade aparente a 15% de umidade (ρ15%): 1 040Kg/m3

Densidade básica (ρbásica): 875Kg/m³

Contração:

Contração radial: 6,6%

Contração tangencial: 9,5%

Contração volumétrica: 19,4%

8.1.1.3 Propriedades mecânicas

Resistência à flexão:

Madeira verde: 111,8 MPa

Madeira a 15% de umidade: 121,4 MPa

Limite de Proporcionalidade – madeira verde: 47,2 MPa

Módulo de Elasticidade – madeira verde: 13 337 MPa

Resistência de compressão paralela às fibras:

Madeira verde: 51,1 MPa

Madeira a 15% de umidade: 62,8MPa

Limite de Proporcionalidade – madeira verde: 33,7 MPa

Módulo de Elasticidade – madeira verde: 15 867 MPa

Coeficiente de influência de umidade: 4,7%

56

8.1.1.4 Outras propriedades mecânicas

Resistência ao impacto na Flexão a 15% de umidade – Trabalho Absorvido: 45,3 j

Cisalhamento – madeira verde: 16,3 MPa

Dureza Janka paralela – madeira verde: 8757 N

Tração Normal às Fibras – madeira verde: 10,1 MPa

Fendilhamento – madeira verde: 1,2 MPa

8.1.1.5 Usos em geral

Postes, cruzetas, dormentes, mourões, vigas, caibros, móveis, cabos de

ferramentas, embarcações, entre outros.

8.1.1.6 Observações

Os eucaliptos representam um grupo muito variado de madeiras, com densidades

desde 500Kg/m³ até 1000 Kg/m³. A espécie de Eucalyptus citriodora é adequada ao

uso em peças estruturais pelas suas características de resistência mecânica,

durabilidade natural e menor tendência ao rachamento.

O Eucalyptus citriodora é uma madeira de reflorestamento.

8.1.2 Aço carbono SAE 1010 e SAE 1045

Os aços são ligas metálicas de ferro e carbono, com porcentagens deste ultimo

variáveis entre 0,008% e 2,11%. Os aços, por sua ductibilidade, são facilmente

deformáveis por forja, laminação e extrusão.

Além dos componentes ferro e carbono, os aços incorporam outros elementos

químicos, alguns prejudiciais, provenientes da sucata, do mineral ou do combustível

empregado no processo de fabricação, como enxofre e o fósforo. Outros são

adicionados intencionalmente para melhorar algumas características do aço para

57

aumentar sua resistência, ductibilidade, dureza ou outra para facilitar algum

processo de fabricação, como a usinabilidade, onde é utilizado elementos de liga

como níquel, o cromo, o molibdênio e outros. A Fig. 8.3 mostra o aspecto

microscópico do aço 1045.

No aço comum o teor de impurezas estará sempre abaixo dos 2%. Acima de 2% até

5% já pode ser considerado aço de baixa liga, acima de 5% é considerado de alta-

liga. O enxofre e o fósforo são elementos prejudiciais ao aço, pois acaba por intervir

em suas propriedades físicas deixando o aço quebradiço. Dependendo das

exigências cobradas, o controle sobre as impurezas pode ser menos rigoroso ou

então podem pedir o uso de um antisulfurante como o magnésio e outros elementos

de liga benéficos.

Dada a grande variedade de tipos de aços, foram criados sistemas para sua

classificação, os quais periodicamente são submetidos a revisões. Uma das

classificações mais generalizadas é a que considera a composição química dos aços

e, dentre os sistemas conhecidos, são muito usados os da “Society od Automotive

Engineers – SAE”.

Nesse sistema, os dois últimos algarismos correspondem ao valor que indica o teor

de carbono. Assim, por exemplo, na designação SAE, a classe 1023 significa aço-

carbono com 0,23% de carbono em média.

Figura 8.3 – Aspecto microscópico do aço SAE 1045

Fonte – Scielo ( 2006)

58

Por outro lado, os dois primeiros algarismos diferenciam os vários tipos de aço entre

sí, pela presença ou somente de carbono como principal elemento liga, ou de outro

elemento liga, como níquel, cromo, etc., além do carbono.

Assim, quando os dois primeiros algarismos são 10, os aços são simplesmente ao

carbono; quando são 11, os aços são de usinagem fácil com alto enxofre; quando

são 40, os aços são ao molibdênio, com 25% de molibdênio em média e assim em

seguida.

No Brasil, a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT (NBR

6006) classifica os aços-carbono e os de baixo teor em liga segundo os critérios

adotados pela SAE e pela “American Iron and Steel Institute – AISI”, que é outro

sistema de classificação americano.

8.2 Materiais alternativos

Serão os materiais apresentados em comparação à madeira e ao aço. Serão

analisados dois tipos de materiais poliméricos, a resina poliéster insaturada e a

resina epoxídica, ambas em composição com a fibra de vidro que tem por finalidade

aumentar a resistência desses materiais.

8.2.1 Poliéster Insaturado

As resinas poliéster são uma variedade de líquidos de diferentes viscosidades

compostos pela mistura de:

- Um poliéster insaturado produto da condensação linear de um diácido (maleico,

ftálico, adípico), com um diálcool (propilenglicol, etilenclicol, neopentilclicol).

- Um monômero insaturado geralmente estileno ou propileno, conforme a aplicação.

Estas resinas se conservam em estado líquido durante muitos meses,

especialmente se armazenadas em lugares frescos, propriedade que se melhora

com o agregado de inibidores de polimerização (hidroquinona).

59

O endurecimento da resina por polimerização consiste na união das cadeias lineares

obtidas por condensação do diácido com o diálcool através das moléculas de

monômero insaturado, processo chamado reticulação e que se produz na

polimerização final.

Na polimerização final, realizada pelo usuário, não há nenhum desprendimento de

produto e o processo é exotérmico (com geração de calor).

Para provocar a reação de polimerização é necessária a adição de um catalisador,

geralmente um peróxido orgânico. A temperatura a qual procede a reação depende

do peróxido utilizado e do agente acelerador incorporado.

A resina poliéster endurecida por polimerização é um sólido, geralmente

transparente de propriedades mecânicas e químicas muito diversas dependendo das

matérias primas utilizadas, mas cuja aplicação se vê muito limitada pela sua pouca

resistência a tração e ao impacto. Para eliminar esse inconveniente a resina

poliéster se reforça usualmente com fibra de vidro e o conjunto apresenta

propriedades mecânicas excepcionais. A Fig. 8.4 mostra a estrutura microscópica da

resina poliéster com fibras de vidro, onde as faixas coloridas mostram a disposição

das fibras e a área cinza representa a resina poliéster.

Se temos em conta a baixa densidade de um laminado com respeito a um metal

resulta que as propriedades mecânicas do laminado plástico em muitos casos são

superiores, quando nos referimos a igualdade de peso.

Figura 8.4 – Aspecto microscópico da resina poliéster com adição de fibra de vidro

Fonte – Scielo (2006)

60

As diferentes resinas podem ser utilizadas para: produção manual, aspersão,

injeção, coladas, produção de chapas, carroçarias, massilhas, matrizagem, etc.

As propriedades físicas que possui a resina a levam a ser um material cada dia mais

utilizado. As mesmas proporcionam mais dureza ou mais flexibilidade, melhor

resistência a intempérie, à água ou diversos corrosivos.

Tudo isto posiciona a resina como um material para infinitos desenvolvimentos e

múltiplos usos. Suas principais propriedades e aplicações típicas podem ser vistas

no sub item 4.3.1 deste trabalho.

Com muito boas propriedades, as resinas substituem muitos produtos devido as

suas qualidades e sua extensa vida útil. (KAMIK, 2006)

8.2.2 Resina Epóxi

As resinas epoxídicas ou simplesmente resinas epóxi, são polímeros caracterizados

pela presença de grupos glicidila em sua molécula, além de outros grupos

funcionais.

Resultam em estrutura tridimensional através da reação do grupo glicidila (também

chamado de grupo epóxi) com um agente reticulante adequado (endurecedor).

Os agentes de epoxidação mais comuns são os ácidos peracético e perfórmico e os

óleos vegetais epoxidados. A epicloridrina é o agente universal portador do grupo

epóxi que irá reagir com as espécies químicas que tem hidrogênios ativos. O

bisfenol é a espécie química mais comum que contém esses hidrogênios ativos.

Os agentes de cura ou endurecedores como aminas, poliamidas, poliamidas e

anidridos formam um grupo extenso de produtos que reagindo com as resinas epóxi,

lhe proporcionam determinadas características, tais como: Dureza, resistência a

impacto, rapidez na reação, esotermia, brilho, elasticidade, etc.

Sendo uma resina bicomponente, a resina com o catalisador formam um produto

termofixo que é irrecuperável, ou seja, não reciclável.

61

As resinas epoxídicas podem ser classificadas em dois tipos: resina fundível e resina

moldável.

A resina fundível é livre de solventes, formada a base de resinas epóxi, destinada ao

emprego e endurecimento sem pressão e em temperatura ambiente ou levemente

aquecida (20°C a 60°C). Os sistemas de resinas fundíveis são muito utilizadas nas

áreas de elétrica e eletrônica. Mantém o grau de resistência à flexão, bem como de

choque, até mesmo sob influência de temperaturas muito baixas.

A resina moldável é aquela utilizada onde há um retardamento do processo de

endurecimento através do aquecimento com raios infravermelhos ou pelo

endurecimento em fornos e estufas. A resina moldável, possui alta resistência

mecânica, alta resistência dielétrica, alto grau de resistência química ou atmosférica,

resistência à absorção de água, resistência a deformação no calor e ainda uma

maior resistência a pressão.

Quando adicionamos o endurecedor na resina, observa-se uma reação exotérmica,

que oscila de acordo com o tamanho da peça. Para reduzir essa reação exotérmica

da massa de resina, podemos adicionar materiais de enchimento de origem mineral

(cargas), possibilitando assim a produção de peças maiores.

Os materiais de enchimento, isto é, as cargas podem ser: pós, grãos, tecidos ou

fibrosos. Como exemplo pode-se citar: o pó de ferro, grãos de alumínio, tecido de

vidro, fibra de vidro picada. A Fig. 8.5 mostra, através de uma foto microscópica, a

disposição da fibra de vidro (esferas) em matriz epoxídica.

O uso de cargas minerais reduz a contração e a reação exotérmica durante a cura;

proporciona um menor coeficiente de dilatação térmica; melhora a condutibilidade

Figura 8.5 – Aspecto microscópico da resina epoxídica com adição de fibra de vidro

Fonte – Scielo (2006)

62

térmica; proporciona um maior módulo de elasticidade, mas reduz o alongamento de

ruptura; diminui os custos de produção por fundição.

Conforme a carga mineral e o tipo de catalisador utilizado, pode-se obter após a cura

total (7 dias), resistência à temperaturas diferenciadas que podem variar de 60°C a

220°C. Vale ressaltar que quanto maior a performance térmica maior é o custo da

composição do material.

8.2.3 Fibra de vidro

Antes de explicar como se obtém a fibra de vidro, é necessário entender como elas

reforçam outros materiais. Por exemplo, ao pressionar para baixo um cubo de

borracha apoiado sobre uma mesa, notamos que o mesmo encolhe na altura e incha

nas laterais.

Imagina-se que dentro desta borracha existam vários fios, muito resistentes,

espalhados e misturados a massa de borracha. Ao pressionar o cubo de borracha

para baixo, alguns destes fios impediriam o inchamento lateral. Desta maneira nota-

se que é muito mais difícil achatá-la devido à presença de fios ou fibras em seu

interior.

Este é o princípio de funcionamento dos materiais compósitos, ou seja, aqueles em

que se combina a propriedade de dois ou mais materiais, obtendo-se, assim,

propriedades que nenhum deles apresenta sozinho.

A fibra de vidro tem , portanto, a finalidade de adicionar a propriedade de resistência

mecânica aos polímeros que, reforçados, se prestam a muitas outras finalidades,

conforme mostra o item 4.3.1, onde em associação com a resina poliéster formam

um material muito resistente utilizado para várias finalidades.

Nos materiais compósitos, submetidos a carregamento, a resina transfere a carga

para as fibras ligando-as entre si, ao mesmo tempo em que as separam evitando a

propagação de fendas. A resina também protege as fibras em contato com outras

fibras e com o meio ambiente além de mantê-las na orientação apropriada.

63

Para produzir as fibras, o vidro, já elaborado, passa a 1230°C por placas metálicas

de platina, chamada de fieiras, que possuem milhares de furos de um ou dois

milímetros de diâmetro.

Após passar pelas fieiras, os fios são esticados mecanicamente numa grande

velocidade, para gerar filamentos de 8 a 25 mícrons de diâmetro (1 mícron =

0,001mm).

Imediatamente após a fase de estiragem e antes de se unirem para formar os fios de

base, os filamentos são impregnados com uma solução aquosa de compostos

(geralmente orgânicos), processo chamado de encimagem, que tem a função de

proteger a superfície da fibra e garantir a sua perfeita aderência ao material que ela

vai reforçar. Existem diversos tipos de encimagem, dependendo do fim a que se

destina a fibra.

Em seguida, as fibras, que rapidamente se esfriam, por serem muito finas, são

enroladas na forma de novelos em bobinas de cartolina. O fio de vidro, por ser muito

fino (mais fino que um fio de cabelo), é bastante flexível.

As bobinas com as fibras recém-encimadas são levadas a uma estufa, onde, através

do calor, os produtos da encimagem se solidificam e perdem a água, ganhando a

sua forma definitiva, num processo chamado de polimerização.

Após a polimerização, a fibra de vidro é submetida a transformações que resultam

nas diferentes formas de apresentação sob as quais é comercializada: enrolado em

rovings (bobinas); cortado (fio cortado com cerca de 3mm de comprimento); tecido;

picotado e espalhado sob manta ligante.

Essas diferentes formas de apresentação têm a finalidade de adequar as fibras à

forma de utilização e aos diversos tipos de materiais poliméricos que elas irão

reforçar, o que faz da fibra de vidro um produto extremamente versátil. (Saint-

Gobain, 2006)

64

9 OBJETIVO

Busca-se avaliar, a partir de amostras dos materiais, as propriedades mecânicas de

elementos poliméricos a base de resina epoxídica e resina poliéster, ambas

misturadas com fibra de vidro, e compará-las às propriedades de outros materiais

como o aço e a madeira.

Mediante tais resultados, verifica-se a viabilidade de utilização desses materiais no

emprego de estruturas leves, onde, devido ao ataque de agentes deletérios, o

emprego do aço ou da madeira torna-se insatisfatório.

65

10 ENSAIOS

Para efeito comparativo entre a resistência dos materiais apresentados, serão

analisadas, através de ensaios, algumas propriedades mecânicas desses materiais.

Para tal análise será realizado ensaios de resistência à tração, ensaios de

resistência à compressão (somente madeira), e ensaios de resistência à flexão.

10.1 Ensaio de tração

Consiste na aplicação de uma carga de tração uniaxial crescente em um corpo-de-

prova específico até a ruptura ,Fig. 10.1. Mede-se a variação no comprimento (L)

como função da carga (P). Trata-se de ensaio amplamente utilizado na industria de

componentes mecânicos, devido à vantagem de fornecer dados quantitativos das

características mecânicas dos materiais.

O ensaio de tração é bastante utilizado como teste de controle das especificações

da entrada de matéria-prima. Os resultados fornecidos pelo ensaio de tração são

fortemente influenciados pela temperatura, velocidade de deformação, anisotropia

do material, tamanho dos grãos, porcentagem de impurezas, condições ambientais e

pela precisão dos aparelhos de precisão de que se dispõem. (Garcia, 1999)

10.1.1 Propriedades do ensaio

A análise dos resultados é feita determinando-se as principais propriedades que

podem ser obtidas num ensaio de tração.

Figura 10.1 – Aplicação de uma carga de tração em um corpo-de-prova

Fonte – Garcia ( 2000)

66

A partir dos valores e respectivos alongamentos, fornecidos pela máquina de ensaio,

constrói-se a curva tensão-deformação convencional, conforme ilustra a Fig. 10.2.

Onde:

σc ⇒ Tensão Convencional ⇒ σc = P/S0 [Kgf/mm²]

P = Carga aplicada [Kgf]

S0 = Secção Transversal do Corpo de Prova [mm²]

εC = Deformação Convencional ⇒ εC = ∆l/l0 (Adimensional)

∆l = Variação entre comprimento Inicial e final do corpo-de-prova [mm]

l0 = Comprimento inicial do corpo de prova [mm]

O diagrama tensão-deformação indica a existência de duas regiões de

comportamento mecânico distintas: a região elástica (OE) na qual uma vez aliviada a

Figura 10.2 – Diagrama tensão-deformação

67

carga uniaxial não resta nenhuma deformação residual no corpo de prova, e uma

região plástica (EF) aonde deformações permanentes vão sendo geradas no corpo

de prova à medida que se aumenta a magnitude da carga uniaxial.

10.2 Ensaio de flexão

Consiste na aplicação de uma carga crescente em determinados pontos de uma

barra de geometria padronizada. Fig. 10.3. Mede-se o valor da carga versus a

deflexão máxima. É um ensaio muito utilizado na indústria de cerâmicas e metais

duros, como ferro fundido, aço ferramenta e aço rápido, pois fornece dados

quantitativos da deformação desses materiais, quando sujeitos a carga de flexão. Os

materiais dúcteis, quando sujeitos a esse tipo de carga, são capazes de absorver

grandes deformações, ou dobramento, não fornecendo resultados quantitativos

confiáveis.

Nesses casos, utiliza-se o ensaio de dobramento. Existem dois tipos principais

desse ensaio: o ensaio de flexão em três pontos, Fig. 10.2, e o ensaio de flexão em

quatro pontos, Fig. 10.3. Os principais resultados do ensaio são: módulo de ruptura

na flexão (Suf), módulo de elasticidade (E), módulo de resiliência (Urf), módulo de

tenacidade (Utf). É um ensaio bastante empregado para o controle das

especificações mecânicas de componentes.

Os resultados fornecidos pelo ensaio de flexão podem variar com a temperatura, a

velocidade de aplicação da carga, os defeitos superficiais e as características

microscópicas e, principalmente, com a geometria da seção transversal da amostra.

Figura 10.3 – Aplicação de uma carga de flexão em um corpo-de-prova

68

10.3 Ensaio de compressão

É a aplicação de carga compressiva uniaxial em um corpo-de-prova, Fig. 10.4. A

deformação linear obtida pela medida da distância entre as placas que comprimem o

corpo versus a carga de compressão consiste na resposta desse tipo de ensaio,

basicamente utilizado nas indústrias de construção civil e de materiais cerâmicos.

Além disso, fornece resultados de análise estatística, permitindo quantificar o

comportamento mecânico do concreto, da madeira, dos compósitos e de materiais

de baixa ductilidade (frágeis). Na indústria de conformação, o ensaio de compressão

é utilizado para parametrizar condições de processos que envolvam laminação,

forjamento, extrusão e semelhantes.

Os resultados de ensaio são influenciados pelas mesmas variáveis do ensaio de

tração, ou seja, temperatura, velocidade de deformação, anisotropia do material,

tamanho de grão, porcentagem de impurezas condições ambientais e precisão do

equipamento.

Figura 10.4 – Aplicação de uma carga de compressão em um corpo-de-prova

69

11 METODOLOGIA

11.1 Procedimentos de ensaio à tração do aço SAE 1045

O ensaio de tração do aço SAE 1045 foi feito em seis corpos-de-prova de seção

retangular com características especificadas de acordo com a ABNT (NBR6152). A

Fig. 11.1 mostra o aspecto do corpo-de-prova do aço SAE 1045.

Primeiramente foi medido com o, auxílio de um paquímetro, o comprimento inicial e

a área inicial da secção transversal do corpo de prova, como ilustra a Fig. 11.2.

Feita as medições, submeteu-se o corpo-de-prova ao ensaio de tração propriamente

dito conforme mostra a Fig. 11.3. O corpo-de-prova foi submetido a uma velocidade

de ensaio correspondente a 10mm/minuto. Esta velocidade é muito importante, pois

dela depende a identificação do patamar de escoamento através do registrador

gráfico. O patamar de escoamento é característico dos materiais metálicos, sendo

que em alguns casos, dependendo do material, é difícil sua localização.

Figura 11.1 – Corpo-de-prova à tração do aço SAE 1045

Figura 11.2 – Medições iniciais do corpo-de-prova

70

Após o ensaio, com o corpo-de-prova rompido, foi executada outra medição,

adquirindo-se então, o alongamento final do corpo-de-prova e a área final de sua

secção transversal, conforme ilustra a Fig. 11.4.

Através do registrador gráfico da máquina obtiveram-se as informações gráficas

necessárias para a análise dos resultados.

A principal tensão definida na região de escoamento é o limite de escoamento, que é

a máxima tensão atingida na região de escoamento. (GARCIA, 1999)

Muitas vezes, somente olhando para o gráfico registrado pela máquina, nota-se que

é difícil de localizar o limite exato de escoamento. Por essas razões,

convencionaram-se alguns valores para determiná-lo. O valor convencionado (n)

corresponde a um alongamento percentual. Os valores de uso mais freqüentes são:

n = 0,2%, para metais e ligas metálicas em geral (caso deste ensaio);

n = 0,1%, para aços ou ligas não ferrosas mais duras;

Figura 11.3 – Ensaio à tração do aço SAE 1045

Figura 11.4 – Medição após o ensaio à tração

71

n = 0,01%, para aços-mola.

Graficamente o limite de escoamento do material foi determinado pelo traçado de

uma linha paralela ao trecho reto do diagrama força-deformação a partir do ponto n.

Quando essa linha interceptou a curva, o limite de escoamento foi determinado,

conforme ilustra a Fig. 11.5.

O resultado obtido do ensaio corresponde à média de seis corpos-de-prova que é

mostrada através da Tab. 11.1

Figura 11.5 – Gráfico do ensaio à tração do aço SAE 1045

72

Comprimento

Inicial

Comprimento

Final Área Inicial Área Final

Força de

Ruptura Material

Li (mm) Lf (mm) Ai (mm2) Af (mm2) FR (Kgf)

Aço SAE 1045 39,00 47,40 18,00 7,20 780,00

Com os valores da tabela foram calculadas as seguintes propriedades: Limite

convencional de escoamento a 0,2%, Limite de resistência, Limite de

proporcionalidade; módulo de elasticidade; alongamento; Estricção e Tensão de

ruptura.

• Limite convencional de escoamento a 0,2% ou Limite de proporcionalidade

0,2% 0,2%2 2

0

787,0043,72

18,00

EscF Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

• Limite último

2 2

0

1094,0060,78

18,00

UltUlt ult

F Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

• Limite de elasticidade

2 2

0

500,0027,78

18,00

LeLe el

F Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

• Módulo de elasticidade

, : Módulo de deformação

Tensão no limite elastico

Deformação

Le

Le

ondeσ

ε

σ

ε

Ε = Ε =

=

=

Tabela 11.1 – Resultados do ensaio do aço SAE1045

73

0

3

2

3 2

39,05 39,00 0,05

0,051,282 10

39,00

27,78 /E 21.666,66

1, 282 10

f i

Le

L

L

L L L mm mm mm

mm

mm

Kgf mm Kgf

mm

ε

ε

σ

ε

∆=

∆ = − ⇒ − =

= = ×

Ε = ⇒ ⇒ =×

• Alongamento

0

2

*100%

47,40 39,00*100% 21,54%

39,00

f iL L

AL

mm mmA A

mm

−=

−= ⇒ =

• Estricção

0

0

2 2

2

*100%

18,00 7,20*100% 60%

18,00

fS S

ZS

mm mmZ Z

mm

−=

−= ⇒ =

• Tensão de Ruptura

2 2

0

780,0043,33

18,00

Rup

Rup Rup

F Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

74

11.2 Procedimentos de ensaio à tração do eucalipto citriodora

O ensaio de tração, paralela as fibras, foi realizado em seis corpos-de-prova de

seção retangular com características especificadas de acordo com a ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT (NBR 7190 :1997). A Fig. 11.6

mostra o aspecto do corpo-de-prova.

11.2.1 Determinação do teor de umidade

Foi determinado através da média de seis corpos-de-prova com dimensões nominais

de 2,0cm x 3,0cm e comprimento, ao longo das fibras, de 5,0cm, como ilustra a Fig.

11.7 o teor de umidade do eucalipto de acordo com os procedimentos que a norma

determina.

O teor de umidade da madeira corresponde à relação entre a massa da água nela

contida e a massa da madeira seca, dado por:

(%) 100i s

s

m mU

m

−= ×

Realizada a pesagem dos corpos-de-prova através de uma balança de precisão

encontrou-se o valor da massa inicial (mi) igual a 23,51g.

Figura 11.6 – Corpo de prova de ensaio à tração do eucalipto citriodora

Figura 11.7 – Corpo-de-prova para determinação da umidade

75

Após a determinação da massa inicial, os corpos-de-prova foram levados a uma

câmara de secagem onde após 6h, realizou-se nova pesagem obtendo-se o valor

médio da massa seca (ms) igual a 19,44g.

Com os valores de mi e mf calculou-se a o teor de umidade:

23,51 19, 44

(%) 100 (%) 100 (%) 20,94%19, 44

i s

s

m m g gU U x U

m g

− −= × ⇒ = ⇒ =

11.2.2 Ensaio

Para determinação das propriedades de resistência e rigidez ensaiou-se seis corpos-

de-prova de ensaio à tração através da máquina universal de ensaios EMIC. Devido

a máquina não possuir garras específicas para prender os corpos-de-prova, foi

necessário realizar adaptações nas cabeças dos corpos-de-prova conforme ilustra a

Fig. 11.8

Os corpos-de-prova foram ensaiados com um carregamento monotônico crescente,

correspondente a uma taxa de 10MPa/min conforme ilustra a Fig. 11.9.

Figura 11.8 – Adaptação nas cabeças do corpo-de-prova

Figura 11.9 – Ensaio à tração do eucalipto citriodora

76

Durante a realização do ensaio a máquina registra o comportamento do material

através de um gráfico que é mostrado através da Fig. 11.10.

Figura 11.10 - Gráfico força-deformação do eucalipto citriodora

77

Nota-se através do gráfico que o comportamento da madeira é bem diferente em

relação ao aço que apresenta uma continuidade da força ao longo do ensaio. Já

com a madeira isto não acontece devido ser um material fibroso com inúmeros

vazios em seu interior.

No ensaio de tração da madeira, a medida que a força vai sendo aplicada, a

deformação é contínua até um certo ponto (Le). A partir daí as fibras começam a se

romperem e a carga começa a oscilar devido ao fato de ocorrer uma transferência

de carga entre as fibras, ou seja, à medida que uma fibra rompe transfere a carga

para outra.

O resultado do ensaio foi obtido através da média de seis corpos-de-prova que é

mostrada através da Tab. 11.2

Comprimento

Inicial

Comprimento

Final Área Inicial Força Última

Força de

Ruptura Material

Li (mm) Lf (mm) Ai (mm2) FU (Kgf) FR (Kgf)

Eucalipto

Citriodora 150 190 140 2000,00 1881,00

Com os valores da tabela foram calculadas as propriedades de resistência à tração

paralela às fibras (ft,0); tensão a 10%; tensão a 50%; limite de elasticidade(Le) e o

módulo de elasticidade (Ec,0).

• Limite último de resistência à tração paralela as fibras

,0 ,02 2

0

2000,0014, 29

140,00

Ultt t

F Kgf Kgff f

S mm mm= ⇒ ⇒ =

• Tensão a 10%

10%10% 10%2 2

0

200,001, 43

140,00

F Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

Tabela 11.2 – Resultados do ensaio à tração do eucalipto citriodora

78

• Tensão a 50%

50%50% 50%2 2

0

1000,007,14

140,00

F Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

• Limite de elasticidade

2 2

0

1050,007,50

140,00

LeLe el

F Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

• Módulo de elasticidade

, :

Módulo de deformação ou módulo de elasticidade

Tensão no limite elástico

Deformação

Le

Le

ondeσ

ε

σ

ε

Ε =

Ε =

=

=

0

3

2

3 2

150,56 150,00 0,56

0,563,73 10

150,00

7,5 / E 2008,93

3,73 10

f i

Le

L

L

L L L mm mm mm

mm

mm

Kgf mm Kgf

mm

ε

ε

σ

ε

∆=

∆ = − ⇒ − =

= = ×

Ε = ⇒ ⇒ =×

11.3 Procedimentos de ensaio à tração do poliéster reforçado

Para realização deste ensaio, foram moldados seis corpos-de-prova,

tomando-se como base o item 6 da norma ASTM D-638/99.

Os corpos-de-prova foram moldados a partir de amostras adquiridas através

de fabricantes da área de materiais compostos. Estes fabricantes utilizam

79

estes produtos para fabricação de peças como grades, eletrocalhas, leitos

para cabos, elementos de isolação térmica, elétrica e acústica. A Fig. 11.11

mostra como ficou a moldagem de um dos seis corpos-de-prova.

11.3.3 Ensaio do poliéster

Primeiramente foram ensaiados em uma máquina universal de ensaios (EMIC) seis

corpos-de-prova padronizados a uma velocidade de ensaio de 5mm/min. A Fig.

11.12 mostra o ensaio.

Como pode se observar o material não rompe no meio do corpo-de-prova como se

esperava e sim na extremidade. O fato ocorreu com os seis corpos-de-prova

padronizados.

Figura 11.11 - Corpo-de-prova de ensaio à tração do poliéster reforçado com de fibra de vidro

Figura 11.12 – Ensaio à tração do poliéster reforçado com fibras de vidro

80

A força máxima suportada pelos corpos-de-prova variou de 1150,00Kgf a

1710,00Kgf em uma secção de 39,00mm2, portanto uma tensão entre 29,48Kgf/mm2

a 43,84Kgf/mm2 respectivamente.

O registrador da máquina de ensaio não conseguiu traçar gráficos com precisão de

modo que não foi possível detectar o limite elástico, módulo de elasticidade, patamar

de escoamento etc., o que é necessário para uma melhor análise do material.

Tendo em vista o ocorrido, foram moldados mais seis corpos de prova com secção

igual ao corpo-de-prova de ensaio à tração do aço (3mm x 6mm), ou seja, uma

redução de área de aproximadamente 54%. A Fig. 11.13 mostra como ficou o corpo-

de-prova com a secção reduzida.

Foi realizado um novo ensaio com uma velocidade de 5mm/min conforme ilustra a

Fig. 11.14

Figura 11.13 - Corpo-de-prova com a secção reduzida

Figura 11.14 – Segundo ensaio à tração do poliéster reforçado com fibras de vidro

81

Realizado o ensaio nota-se que uma das amostras do material rompeu no mesmo

lugar do ensaio anterior, sendo que desta vez a ruptura se deu em dois locais onde

à área da secção longitudinal, no local da ruptura, é menor do que a área da secção

longitudinal total do corpo-de-prova.

Com o novo ensaio o registrador gráfico foi capaz de traçar o diagrama para os seis

corpos-de-prova ensaiados. Cinco diagramas apresentaram o mesmo aspecto com

os valores na mesma ordem de grandeza, portanto, para analise dos resultados foi

utilizado um dos cinco diagramas traçado pelo registrador, conforme ilustra a Fig.

11.15.

Figura 11.15 Gráfico força-deformação do poliéster reforçado

82

O resultado do ensaio do poliéster corresponde à média dos cinco corpos-de-prova

que é mostrada na Tab. 11.3

Comprimento

Inicial

Comprimento

Final Área Inicial Força Última

Força de

Ruptura Material

Li (mm) Lf (mm) Ai (mm2) FU (Kgf) FR (Kgf)

Poliéster

reforçado 57,00 62,00 18,00 960,00 500,00

Com os valores da tabela foram calculadas as propriedades de resistência à tração,

limite de elasticidade, módulo de elasticidade, alongamento e tensão de ruptura.

• Limite último

2 2

0

960,0053,33

18,00

UltUlt ult

F Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

• Limite de elasticidade

2 2

0

800,0044, 44

18,00

LeLe el

F Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

• Módulo de elasticidade

, :

Módulo de deformação

Tensão no limite elastico

Deformação

Le

Le

ondeσ

ε

σ

ε

Ε =

Ε =

=

=

Tabela 11.3 – Resultados do ensaio à tração do poliéster reforçado

83

0

2

2

2 2 2

58,56 57,00 1,56

1,562,74 10

57,00

44,44 /E 1623.93 : 1400,00

2,74 10

f i

Le

L

L

L L L mm mm mm

mm

mm

Kgf mm Kgf KgfNorma

mm mm

ε

ε

σ

ε

∆=

∆ = − ⇒ − =

= = ×

Ε = ⇒ ⇒ =

×

• Alongamento

0

2

*100%

62,00 57,00*100% 8,77%

57,00

f iL L

AL

mm mmA A

mm

−=

−= ⇒ =

• Tensão de Ruptura

2 2

0

500,0027,77

18,00

Rup

Rup Rup

F Kgf Kgf

S mm mmσ σ= ⇒ ⇒ =

Uma das amostras foi descartada devido a mesma não ter rompido por tração

paralela às fibras e sim por cisalhamento paralelo as fibras. Como se sabe o material

é constituído de poliéster e fios de fibra de vidro dispostos de forma longitudinal no

corpo-de-prova. Portanto conclui-se que o material rompeu a resina e não a fibra ,

Fig. 11.16.

Figura 11.16 Causa do rompimento do corpo-de-prova

84

11.4 Ensaio à flexão do perfil metálico SAE 1010

O ensaio à flexão do aço SAE 1010 foi realizado através de um perfil “U” (de mesma

geometria do perfil epóxi) com dimensões conforme ilustra a Fig. 11.17.

O objetivo do ensaio é determinar a deflexão do material à medida que um

carregamento é aplicado no meio do vão. Para tal foi utilizada uma máquina de

ensaio FORNEY, com capacidade de 10tf e precisão de 5Kgf, auxiliada de um

relógio comparador com precisão centesimal conforme ilustra a Fig. 11.18.

Figura 11.17 Perfil de ensaio à flexão do aço SAE 1010

Figura 11.18 Ensaio à flexão do aço SAE 1010

85

Foi realizado o ensaio do tipo 3 pontos com o perfil posicionado em pé, Fig. 11.18,

com distância entre os dois apoios igual a 61,5cm. Os valores obtidos do ensaio são

mostrados através da Tab. 11.4.

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

25 0.15 425 1.46 825 2.83

50 0.24 450 1.52 850 2.92

75 0.24 475 1.60 875 3.05

100 0.34 500 1.67 900 3.16

125 0.42 525 1.76 925 3.29

150 0.52 550 1.84 950 3.41

175 0.61 575 1.93 975 3.56

200 0.69 600 2.01 1000 3.74

225 0.78 625 2.09 1025 3.90

250 0.87 650 2.18 1050 4.09

275 0.95 675 2.27 1075 4.32

300 1.03 700 2.35 1100 4.56

325 1.11 725 2.44 1125 4.84

350 1.20 750 2.54 1150 5.20

375 1.28 775 2.64 1170 5.55

400 1.36 800 2.73

A força máxima que o material suportou foi de 1170,00Kgf com uma deflexão de

5.55mm. Com base na Tab. 11.4 foi construído o gráfico força-deflexão conforme

ilustra a Fig. 11.19

Tabela 11.4 – Valores obtidos do ensaio à flexão do aço SAE 1010

86

Conhecendo-se as dimensões do perfil e os dados obtidos através do ensaio,

calculou-se a tensão de flexão e o módulo de elasticidade do material. Foi

considerado limite de elasticidade o valor de 925Kgf com uma deflexão máxima de

3,29mm

• Cálculo do momento de inércia

H=25mm

L=80mm

e=3mm

Figura Área X’ Y’ A * X’ A * Y’ 1 2000 40 12,5 80000 25000 2 -1628 40 14 -65120 -22792

∑ 372 14880 2208

Figura 11.19 Gráfico resultante do ensaio à flexão do aço SAE 1010

14880 220840,000 5,935

372 372X mm Y mm= = = =

Gráfico Força-deflexão do aço SAE 1010

0

1

2

3

4

5

62

5

75

125

175

225

275

325

375

425

475

525

575

625

675

725

775

825

875

925

975

102

5

107

5

112

5

117

0

Força (Kgf)

Def

orm

ação

(m

m)

87

3 3

1 1

3 3

2 2

1 2

4

25 801066666,67

12 12

22 74742910,67

12 12

323756,00

b hIx Ix

b hIx Ix

Ix Ix Ix

Ix mm

× ×= ⇒ ⇒ =

× ×= − ⇒ − ⇒ = −

= +

=

3 32 2

1 1

3 32 2

2 2

1 2

4

80 252000 6,565 190365,11

12 12

74 221628 8,065 171554,66

12 12

18810,45

b hIy A d Iy

b hIy A d Iy

Iy Iy Iy

Iy mm

× ×= + × ⇒ + × ⇒ =

× ×= − + × ⇒ − + × ⇒ = −

= +

=

• Tensão de flexão no limite elástico

4

2

4

925,00 615,00 40

4 323756,00

17,57

F L xTF

Ix

Kgf mm mmTF

mm

KgfTF

mm

× ×=

×

× ×=

×

=

• Módulo de elasticidade

3

3

4

2

1

48

1 925,00 615,00

48 3, 29 323756,00

4208,35

F LE

f Ix

Kgf mmE

mm mm

KgfE

mm

×= ×

×

×= ×

×

=

88

• Tensão “ruptura” na flexão

4

2

4

1170,00 615,00 40

4 323756,00

22,22

F L xTR

Ix

Kgf mm mmTR

mm

KgfTR

mm

× ×=

×

× ×=

×

=

Apesar do termo “ruptura” o material não chegou a romper, o que se observou, foi

que a carga máxima aplicada de 1170,00Kgf começou a decrescer devido a

deformação do material. A Fig. 11.20 mostra a deformação ocorrida no perfil

metálico. Observa-se que a deformação não é expressiva aparentemente.

11.5 Ensaio à flexão do perfil epóxi reforçado com fibras de vidro

O ensaio à flexão, da resina epoxídica reforçada com fibras de vidro, foi realizado

através de um perfil “U” com dimensões conforme ilustra a Fig. 11.21.

Figura 11.20 Deformação ocorrida no perfil metálico SAE 1010

89

O objetivo do deste ensaio é determinar a deflexão do material à medida que um

carregamento é aplicado no meio do vão. Para tal foi utilizada a mesma máquina do

ensaio anterior. Uma FORNEY, com capacidade de 10tf e precisão de 5Kgf,

auxiliada de um relógio comparador com precisão centesimal conforme ilustra a Fig.

11.22.

Figura 11.21 Perfil de ensaio à flexão da resina epoxídica reforçada com fibras de vidro

Figura 11.22 Início do ensaio à flexão do perfil epóxi

90

Realizado o ensaio do tipo 3 pontos com o perfil posicionado em pé, Fig. 11.22, e

com distância entre os dois apoios igual a 61,5cm, obteve-se valores de acordo com

a Tab. 11.5.

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

25 0,59 225 3,07 425 6,22

50 0,88 250 3,44 450 6,64

75 1,21 275 3,81 475 7,14

100 1,45 300 4,18 500 8,17

125 1,73 325 4,58 525 9,16

150 2,08 350 5,94 550 10,22

175 2,37 375 5,37

200 2,71 400 5,75

A força máxima que o material suportou foi de 550,00Kgf com uma deflexão de

10,22mm. Com base na Tab. 11.5 foi construído o gráfico força-deflexão conforme

ilustra a Fig. 11.23

Tabela 11.5 – Valores obtidos do ensaio à flexão da viga epóxi reforçada

Figura 11.23 Gráfico resultante do ensaio à flexão do epóxi reforçado

Gráfico Força-deflexão do epóxi reforçado

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

25 50 75 100

125

150

175

200

225

250

275

300

325

350

375

400

425

450

475

500

525

550

Força (Kgf)

Def

lexã

o (

mm

)

91

Conhecendo-se as dimensões do perfil e os dados obtidos através do ensaio,

calculou-se a tensão de flexão e o módulo de elasticidade do material. Foi

considerado limite de elasticidade o valor de 475Kgf com uma deflexão máxima de

7,14mm

• Cálculo do momento de inércia

H=25mm

L=80mm

e=5mm

3 3

1 1

3 3

2 2

1 2

4

25 801066666,67

12 12

20 70571666,67

12 12

495000,00

b hIx Ix

b hIx Ix

Ix Ix Ix

Ix mm

× ×= ⇒ ⇒ =

× ×= − ⇒ − ⇒ = −

= +

=

3 32 2

1 1

3 32 2

2 2

1 2

4

80 252000 5,833 172214, 44

12 12

70 201400 8,333 143881,11

12 12

28333,33

b hIy A d Iy

b hIy A d Iy

Iy Iy Iy

Iy mm

× ×= + × ⇒ + × ⇒ =

× ×= − + × ⇒ − + × ⇒ = −

= +

=

Figura Área X’ Y’ A * X’ A * Y’ 1 2000 40 12,5 80000 25000 2 -1400 40 15 -56000 -21000

∑ 600 24000 4000

24000 400040,000 6,667

600 600X mm Y mm= = = =

92

• Tensão de flexão no limite elástico

4

2

4

475,00 615,00 40

4 495000,00

5,90

F L xTF

Ix

Kgf mm mmTF

mm

KgfTF

mm

× ×=

×

× ×=

×

=

• Módulo de elasticidade

3

3

4

2

1

48

1 475,00 615,00

48 7,14 495000,00

651, 28

F LE

f Ix

Kgf mmE

mm mm

KgfE

mm

×= ×

×

×= ×

×

=

• Tensão de flexão na “ruptura”

4

2

4

550,00 615,00 40

4 495000,00

6,83

F L xTR

Ix

Kgf mm mmTR

mm

KgfTR

mm

× ×=

×

× ×=

×

=

Neste ensaio observou-se uma grande elasticidade do material sendo que o mesmo

não chegou a romper ou apresentar fissuras, trincas ou fendas na zona tracionada,

ou em qualquer outra região da peça, a pesar de ter ocorrido uma grande torção do

material durante o ensaio provocado pelo momento de inércia. O único fato ocorrido

em relação a danos físicos no material foi o pequeno esmagamento na região

comprimida provocada pelo contato do cutelo com o corpo-de-prova. A Fig. 11.24

93

mostra como foi o ensaio. Nota-se que após a deformação do material o mesmo

volta a sua posição inicial.

11.6 Ensaio à flexão do eucalipto citriodora através de um perfil “U”

Para realização deste ensaio, foi moldado um perfil “U” com as mesmas dimensões

do perfil epóxi para que fossem comparados materiais com a mesma geometria e

inércia. Vale ressaltar que este ensaio foi realizado apenas para título de

curiosidade, uma vez que perfis de madeira em forma de “U” não são utilizados na

prática. A Fig. 11.25 ilustra como ficou a moldagem do perfil “U” em eucalipto

citriodora.

Figura 11.24 – Ensaio à flexão do epóxi reforçado

94

Para determinar a deflexão do material com uma carga aplicada no meio do vão foi

utilizada a máquina FORNEY, com capacidade de 10tf e precisão de 5Kgf, auxiliada

de um relógio comparador com precisão centesimal conforme ilustra a Fig. 11.26.

Figura 11.25 – Perfil “U” para ensaio à flexão do eucalipto citriodora

Figura 11.26 Início do ensaio à flexão do eucalipto citriodora através de um perfil em forma de “U”

95

Este ensaio obedeceu aos mesmos procedimentos dos ensaios anteriores. Os

valores obtidos deste ensaio são mostrados através da Tab. 11.6.

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

25 0,07 100 2,81 155 10,50

50 0,91 125 4,27

75 1,84 150 6,53

A força máxima que o material suportou foi de 155,00Kgf com uma deflexão de

10,50mm. Com base na Tab. 11.6 foi construído o gráfico força-deflexão conforme

ilustra a Fig. 11.27

Gráfico Força-deflexão do eucalipto citriodora seção "U"

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

25

50

75

100

125

150

155

Força (kgf)

Def

lexã

o (

mm

)

Com as dimensões do perfil e os dados obtidos através do ensaio, calculou-se a

tensão de flexão, o módulo de elasticidade e a tensão na ruptura. Foi considerado

limite de elasticidade o valor de 100Kgf com uma deflexão máxima de 2,81mm

Tabela 11.6 – Valores do ensaio à flexão do eucalipto citriodora – seção “U”

Figura 11.27 - Gráfico resultante do ensaio à flexão do eucalipto citriodora seção “U”

96

• Cálculo do momento de inércia

H=25mm

L=80mm

e=5mm

3 3

1 1

3 3

2 2

1 2

4

25 801066666,67

12 12

20 70571666,67

12 12

495000,00

b hIx Ix

b hIx Ix

Ix Ix Ix

Ix mm

× ×= ⇒ ⇒ =

× ×= − ⇒ − ⇒ = −

= +

=

3 32 2

1 1

3 32 2

2 2

1 2

4

80 252000 5,833 172214, 44

12 12

70 201400 8,333 143881,11

12 12

28333,33

b hIy A d Iy

b hIy A d Iy

Iy Iy Iy

Iy mm

× ×= + × ⇒ + × ⇒ =

× ×= − + × ⇒ − + × ⇒ = −

= +

=

• Tensão de flexão no limite elástico

4

F L xTF

Ix

× ×=

×

Figura Área X’ Y’ A * X’ A * Y’ 1 2000 40 12,5 80000 25000 2 -1400 40 15 -56000 -21000 ∑ 600 24000 4000

24000 400040,000 6,667

600 600X mm Y mm= = = =

97

4

2

100,00 615,00 40

4 495000,00

1,24

Kgf mm mmTF

mm

KgfTF

mm

× ×=

×

=

• Módulo de elasticidade

3

3

4

2

1

48

1 100,00 615,00

48 2,81 495000,00

348,39

F LE

f Ix

Kgf mmE

mm mm

KgfE

mm

×= ×

×

×= ×

×

=

• Tensão de flexão na ruptura

4

2

4

155,00 615,00 40

4 495000,00

1,92

F L xTR

Ix

Kgf mm mmTR

mm

KgfTR

mm

× ×=

×

× ×=

×

=

Observou-se neste ensaio que a madeira se comportou como um material

extremamente frágil. A seção em forma de “U” fez com que a mesma tivesse uma

perda de resistência considerável na flexão pura.

A força aplicada perpendicular às fibras e a geometria da peça fizeram com que,

devido à inércia, ocorresse a torção do material e como se sabe a madeira é um

material frágil à tração normal as fibras, o que ocorreu durante o ensaio devido as

tensões múltiplas que atuaram no material, fazendo com que o mesmo chegasse a

ruptura por torção.

98

Este ensaio serviu para mostrar a teoria na prática e também mostrar o quanto à

geometria influência na resistência do material devido às particularidades de cada

um. A Fig. 11.28 mostra como foi o ensaio do eucalipto citriodora de seção “U”.

11.7 Ensaio do eucalipto citriodora de seção retangular (cheia).

Como visto anteriormente a madeira apresentou um comportamento frágil à flexão

devido à forma como foi ensaiada. O objetivo do ensaio foi comparar a resistência

dos materiais de mesma geometria, mas na prática a madeira é utilizada com

Figura 11.28 - Ensaio à flexão do eucalipto citriodora através de um perfil em forma de “U”

99

seções cheias, ou seja, maciças. Para se ter uma idéia melhor de sua resistência a

flexão é necessário compara-la respeitando suas propriedades para que não ocorra

torção. Para tal foi realizado um novo ensaio com um perfil de seção retangular

(sarrafo) como ilustra a Fig. 11.29.

Utilizando-se dos mesmos equipamentos dos ensaios anteriores o corpo-de-prova

foi submetido ao ensaio de flexão conforme ilustra a Fig. 11.30.

Figura 11.29 – Peça utilizada para o ensaio à flexão do eucalipto citriodora

Figura 11.30 Início do ensaio à flexão do eucalipto citriodora através de um perfil de seção cheia

100

Os valores obtidos neste ensaio são mostrados através da Tab. 11.7

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

Força

(Kgf)

Deflexão

(mm)

25 0.15 350 2,41 675 5,12

50 0.33 375 2,57 700 5,39

75 0.52 400 2,74 725 5,73

100 0.68 425 2,90 750 5,89

125 0.84 450 3,08 775 5,21

150 1,03 475 3,27 800 5,51

175 1,19 500 3,42 825 5,83

200 1,35 525 3,61 850 6,14

225 1,55 550 3,83 875 6,54

250 1,76 575 4,22 900 6,88

275 1,91 600 4,41 925 7,27

300 2,10 625 4,65 950 7,73

325 2,24 650 4,87 1380 RUPTURA

A força máxima que o material suportou foi de 1380,00Kgf.

Com base na Tab. 11.7 foi construído o gráfico força-deflexão conforme ilustra a Fig.

11.31

Tabela 11.7 – Valores obtidos do ensaio à flexão do eucalipto citriodora

101

Com as dimensões do perfil e os dados obtidos através do ensaio, calculou-se a

tensão de flexão, o módulo de elasticidade e a tensão na ruptura. Foi considerado

limite de elasticidade o valor de 550,00Kgf com uma deflexão máxima de 3,83mm.

• Cálculo do momento de inércia 3 3

4

3 34

25 801066666,66

12 12

80 25104166,66

12 12

b hIx Ix mm

b hIy Iy mm

× ×= ⇒ ⇒ =

× ×= ⇒ ⇒ =

• Tensão de flexão no limite elástico

4

2

550,00 615,00 40

4 4 1066666,66

3,17

F L x Kgf mm mmTF

Ix mm

KgfTF

mm

× × × ×= =

× ×

=

Gráfico Força-deflexão do eucalipto citriodora seção cheia

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

25 75 125

175

225

275

325

375

425

475

525

575

625

675

725

775

825

875

925

Força (Kgf)

Def

orm

ação

(m

m)

ESMAGAMENTO PROVOCADO PELO CUTELO

Figura 11.31 - Gráfico resultante do ensaio à flexão do eucalipto citriodora de seção cheia

102

• Módulo de elasticidade

3

3

4

2

1

48

1 550,00 615,00

48 3,83 1066666,66

652, 40

F LE

f Ix

Kgf mmE

mm mm

KgfE

mm

×= ×

×

×= ×

×

=

• Tensão de flexão na ruptura

4

2

4

1380,00 615,00 40

4 1066666,66

7,95

F L xTR

Ix

Kgf mm mmTR

mm

KgfTR

mm

× ×=

×

× ×=

×

=

Nota-se uma diferença de tensão, no limite elástico, de aproximadamente 132% em

relação ao ensaio anterior. Esse aumento na tensão se deve ao fato de que neste

ensaio não houve torção aparente do material e os valores obtidos correspondem à

flexão pura propriamente dita.

No aço, devido sua maior rigidez, a torção aparente não ocorreu. Ao contrário do

epóxi e eucalipto de seção “U” onde a torção fez com que as extremidades da peça

girassem excessivamente como mostra as Figs. 11.24 e 11.28

Observa-se também que houve um esmagamento na região em contato com o

cutelo, que é mostrado no gráfico através da Fig. 11.31. Este esmagamento ocorreu

no regime plástico quando começou a romper as fibras inferiores na região de

tração. A Fig. 11.32 mostra como foi o segundo ensaio à flexão do eucalipto.

103

Figura 11.32 – Segundo ensaio à flexão do eucalipto citriodora

104

De todos os ensaios à flexão realizados, conclui-se que a geometria do material é

muito importante na obtenção dos valores de flexão pura. No caso da madeira houve

uma diferença de tensões entre os dois ensaios realizados. Se a geometria interferiu

no resultado da madeira, que é um material menos rígido do que o aço, com certeza

interferiu também no resultado do ensaio do epóxi.

Se ensaiarmos novamente o epóxi com uma seção “I” ou “H” os valores de tensões

e módulo de elasticidade serão “menos distorcidos”, o que provavelmente daria ao

epóxi um ganho de resistência em relação ao ensaio executado.

Conclui-se também que a melhor geometria para a realização deste ensaio é a

circunferência, ou seja, materiais cilíndricos são os melhores para a obtenção dos

valores reais à flexão, pois a inexistência do acumulo de tensões nas extremidades

da peça fazem com que a flexão seja pura sem torções.

11.8 Ensaio à compressão do eucalipto citriodora.

Para obtenção do valor da tensão à compressão do eucalipto citriodora foi realizado

o ensaio em um corpo-de-prova padronizado de acordo com a ABNT (NBR 7190:

1997). A Fig. 11.33 mostra o início do ensaio.

Figura 11.33 – Ensaio à compressão do eucalipto citriodora

105

O valor da carga à compressão foi de 13575,00Kgf. A área da secção transversal do

corpo-de-prova é de 2500,00mm2 (50,00mm x 50,00mm) e com esses dados obteve-

se a tensão de compressão:

2 2 2

13575,00 =5,4 NBR 7190/97 = 6,2

2500,00c c c

F Kgf Kgf Kgf

A mm mm mmσ σ σ

= ⇒ = ⇒

A Fig. 11.34 mostra a ruptura do corpo-de-prova depois de submetido a uma força

de compressão uniaxial.

Figura 11.34 – Ruptura do corpo-de-prova à compressão

106

12 RESULTADOS

12.1 Ensaio à tração

Na comparação, quanto à resistência mecânica dos materiais, o aço foi o que

apresentou valores mais elevados, na maioria das propriedades analisadas, seguido

das resinas poliméricas epóxi e poliéster. Já a madeira foi a que apresentou os

menores valores de resistência como pode ser observado na Tab. 12.1.

Propriedades Aço SAE 1045

(Kgf/mm2)

Madeira

(Eucalipto Citriodora)

(Kgf/mm2)

Poliéster reforçado

com fibra de vidro

(Kgf/mm2)

Módulo de elasticidade 21666 2009 1624

Limite de elasticidade 28 7 44

Limite último 60 14 53

Tensão de ruptura 43 8 27

Observa-se que o limite de elasticidade do poliéster é maior em relação ao aço, ou

seja, ao projetar uma estrutura impondo que as tensões trabalhem no regime

elástico podemos considerar carregamentos maiores sem que ocorra deformação

permanente do material. Porém, se faz necessário uma análise criteriosa em relação

ao fato de se estar trabalhando com flechas muito excessivas na estrutura.

Tabela 12.1 – Comparação entre a resistência dos materiais quanto à tração

107

Os valores apresentados na Tab. 12.1 podem ser comparados através do gráfico

representado pela Fig. 12.1.

12.2 Ensaio à Flexão

Quanto à flexão o aço também apresentou valores muito mais elevados de

resistência em comparação com outros materiais. Apesar da geometria do corpo-de-

prova não ser a mais apropriada para realização deste ensaio, conclui-se que o

epóxi reforçado possui valores de resistência superior se comparado a madeira

conforme mostra a Tab. 12.2

Propriedades Aço

(Kgf/mm2)

Madeira “U”

(Kgf/mm2)

Madeira “Cheia”

(Kgf/mm2)

Epóxi

(Kgf/mm2)

Módulo de elasticidade 4208,35 348,39 652,40 651,28

Limite de elasticidade 17,57 1,24 3,17 5,9

Tensão de ruptura 22,22 1,92 7,95 6,83

Resistência dos materiais quanto à tração

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Aço Madeira Polímero

Materiais ensaiados

Val

ore

s (K

gf/m

m²)

Módulo (x 300)

Limite de elasticidade

Limite último

Tensão de ruptura

Tabela 12.2 – Comparação entre a resistência dos materiais quanto à flexão

Figura 12.1 – Gráfico comparativo entre as diferentes propriedades dos materiais

108

A Fig. 12.2 mostra graficamente os valores à flexão da Tab. 12.2

12.3 Ensaio à Compressão

O único material ensaiado à compressão foi o eucalipto citriodora devido à madeira

ser um material orgânico e mais suscetível a variações de resistência influenciada

por fatores como solo, clima, fisiologia, anatomia e composição. A Tab. 12.3

compara os três materiais. Os valores à compressão do aço e polímeros foram

extraídos de tabelas.

Propriedade Aço SAE 1045

(Kgf/mm2)

Eucalipto Citriodora

(Kgf/mm2)

Polímero reforçado

(Kgf/mm2)

Compressão 59 5,4 50

Tabela 12.3 – Resistência dos materiais à compressão

Fonte – Souza / Mano

Figura 12.2 – Gráfico comparativo entre as diferentes propriedades à flexão dos materiais

Resistência dos materiais quanto à flexão

0

5

10

15

20

25

30

35

Aço Madeira "U" Madeira S. Cheia Polímero

Materiais ensaiados

Val

ore

s (K

gf/m

m²)

Módulo (x 140)

Limite de elasticidade

Tensão de ruptura

109

12.4 Relação entre densidade e resistência dos materiais analisados

Um fator importante na comparação entre as propriedades dos materiais é a relação

peso/resistência.

A Tab. 12.4 mostra essa relação considerando a resistência à flexão no regime

elástico dos materiais e o peso obtido através da pesagem dos perfis.

Materiais Volume

(cm3) Peso (g)

Peso específico

(g/cm3)

Resistência no regime

elástico (Kgf/mm2)

Aço 372 2660 7,15 17,57

Madeira 620 1649 2,66 3,17

Polímero 620 1020 1,65 5,90

Analisando-se os dados da tabela, observa-se que o aço para suportar uma tensão

de 5,90Kgf/mm² necessita de um peso especifico de 2,40g/cm3 enquanto o polímero

1,65g/cm3. Portanto uma redução de peso de aproximadamente 45% o que faz do

material polimérico uma opção muito atraente quando se necessita de uma estrutura

com boa relação peso/resistência.

Tabela 12.4 – Relação peso/resistência dos materiais

110

13 CONCLUSÃO

A partir da avaliação dos resultados obtidos com os materiais poliméricos, em

comparação ao aço e a madeira, concluiu-se que os polímeros poliéster e epóxi

reforçado com fibra de vid ro apresentam boas propriedades mecânicas, podendo

ser utilizados na execução de estruturas leves em substituição a outros materiais.

Isto se considerarmos somente as propriedades analisadas nesta pesquisa, porém

se faz necessário novos estudos referentes a outras propriedades como resistência

a temperatura, fadiga do material ao longo do tempo, dureza, impacto entre outros.

A utilização desses materiais como elemento estrutural deve ser feito de forma

criteriosa onde os limites do material devem ser respeitados. Quando utilizados

corretamente apresentam grandes vantagens em relação ao aço e a madeira como

resistência a corrosão, resistência mecânica, baixo peso, estabilidade dimensional,

resistência à umidade etc., podendo ser utilizado em ambientes agressivos.

Portanto, os materiais poliméricos analisados podem ser úteis em projetos

específicos de construção civil, devendo-se levar em conta seu elevado custo e o

fato de que não são recicláveis podendo agredir o meio ambiente se não tiverem

destinação correta após sua utilização.

111

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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