UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ … · MAPEAMENTO DE REDES SOCIAIS TRABALHO DE...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE INFORMÁTICA
CURSO BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
LETÍCIA UEDA VANESSA MARIA DA SILVA
MAPEAMENTO DE REDES SOCIAIS
TRABALHO DE METODOLOGIA DE PESQUISA
CURITIBA 2010
2
LETÍCIA UEDA VANESSA MARIA DA SILVA
MAPEAMENTO DE REDES SOCIAIS
Pré-proposta do trabalho requerido na disciplina de Metodologia de Pesquisa, do curso Bacharelado em Sistemas de Informação.
Orientador: Gustavo A. Giménez Lugo
CURITIBA 2010
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Burndown chart inicial. .......................................................................................12
FIGURA 2 - Rede social dos golfinhos....................................................................................18
FIGURA 3 - Grafo de relações direcionais – as arestas indicam o sentido da ligação. ...........22
FIGURA 4 - Grafo de relações direcionais – as arestas não têm indicação de sentido............22
FIGURA 5 - Grafo não direcionado. ........................................................................................24
FIGURA 6 - grafo direcionado.................................................................................................25
FIGURA 7 - Arquivo de texto para transformar em arquivo . net ...........................................34
FIGURA 8 - Grafo direcional de um aluno da disciplina Metodologia de Pesquisa 2010-1. ..35
FIGURA 9 - Grafo direcional da rede social dos alunos da disciplina metodologia de Pesquisa 2010-1.......................................................................................................................................36
FIGURA 10 - Fórmula 8. .........................................................................................................39
FIGURA 11 - Grafo direcioanl da rede social dos voluntários da fase de teste 1....................40
FIGURA 12 - Representação gráfica da rede social de um indivíduo da turma de BSI 2009-1...................................................................................................................................................41
FIGURA 13 - Rede social da turma de BSI 2009-1. ................................................................41
FIGURA 14 - Rede social dos alunos de BSI ingressos em 2009-1. .......................................42
FIGURA 15 -Rede social dos alunos de BSI ingressos em 2009-1. ........................................43
FIGURA 16 -Rede social dos alunos de Engenharia da Computação ingressos em 2009-1. ..44
FIGURA 17 - Rede social das duas turmas de BSI participantes. ...........................................45
FIGURA 18 - Rede social das três turmas voluntárias.............................................................45
FIGURA 19 - Burndown chart final.........................................................................................48
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Sociomatriz dos alunos da fase de testes 1..............................................................37
Tabela 2 - Graus dos nós fase de testes 1. ................................................................................38
Tabela 3 - Cronograma previsto comparado com o real. .........................................................47
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................7
1.1 Tema.............................................................................................................................................. 8
1.2 Problema ....................................................................................................................................... 8
1.3 Objeto............................................................................................................................................ 9
1.4 Justificativa ................................................................................................................................... 9
1.5 Motivação.................................................................................................................................... 10
1.6 Objetivos ..................................................................................................................................... 10
1.6.1 Objetivo Geral ...................................................................................................................... 11
1.6.2 Objetivos Específicos........................................................................................................... 11
1.7 Metodologia ................................................................................................................................ 11
1.7.1 Cronograma.......................................................................................................................... 12
1.7.2 Burndown Chart ................................................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................13
2.1 Definição de Redes Sociais ......................................................................................................... 13
2.2 Análise de Redes Sociais............................................................................................................. 16
2.3 Aplicação de Redes Sociais......................................................................................................... 18
2.3.1 Redes Sociais no Ambiente Educacional ............................................................................. 18
2.4. Abordagem Computacional........................................................................................................ 21
3. MAPEANDO REDES SOCIAIS.......................................................................................29
3.1 Metodologia ................................................................................................................................ 29
4. IMPLEMENTAÇÃO .........................................................................................................33
4.1. ANÁLISE DOS PRODUTOS.................................................................................................... 33
4.1.1. FASE DE TESTES 1........................................................................................................... 34
4.1.1. FASE DE TESTES 2........................................................................................................... 40
4.1.1. APLICAÇÃO FINAL ......................................................................................................... 42
4.2. ANÁLISE DO PROCESSO....................................................................................................... 46
6
4.2.1 GERENCIAMENTO ........................................................................................................... 47
5 RESULTADOS E ANÁLISES ...........................................................................................49
6 CONCLUSÃO......................................................................................................................51
6.1 Conclusões e trabalhos futuros.................................................................................................... 51
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................53
8. ANEXOS .............................................................................................................................57
8.1 Software Pajek ............................................................................................................................ 57
9. APÊNDICES.......................................................................................................................58
9.1 Questionário de teste 1 ................................................................................................................ 58
9.2 Questionário de teste 2 ................................................................................................................ 61
9.3 Questionário final........................................................................................................................ 64
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1. INTRODUÇÃO
Durante alguns anos de existência dos cursos de computação da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, os coordenadores dos cursos notaram um grande número de
desistências e reprovações nos primeiros anos da graduação (entrevista, 10/03/2010). Mesmo
com a consciência do problema, ainda assim é difícil diagnosticar exatamente tal fenômeno e
formular uma solução adequada.
Considerando a problemática, o estudo sobre redes sociais pode revelar uma relação
muito forte entre a rede existente entre os estudantes e seus desempenhos acadêmicos, em
vista da grande quantidade de informação e conhecimento que é passada de nó em nó
(TOMAÉL, ALCARÁ, CHIARA, 2005). O entrosamento, a comunicação e a característica da
turma como um todo, podem ter considerável significado na pesquisa do elemento causador
do grande número de desistências e reprovações.
Essas redes têm sido largamente analisadas em vastas áreas da ciência como física,
matemática, informática, antropologia, sociologia, psicologia, medicina e ecologia
(MENESES E SARRIERA, 2005) com o intuito de compreender a função e o impacto que
elas proporcionam em diversas áreas da vida das pessoas, como exemplo na vida acadêmica,
no trabalho, na família, na religião e etc.
Um fenômeno interessante explorado por Ithiel Pool e Manfred Kochen através do
estudo das redes sociais foi o efeito do mundo pequeno. Esse conceito afirma que dois nós
aleatórios, estão conectados por, em média, 6 nós intermediários, não importando onde se
localizam nem a dimensão de sua redes.
Como prova deste conceito, uma pesquisa realizada na Universidade Harvard, fez
com que os participantes enviassem cartas a seus conhecidos, com o objetivo de verificar se
alguma delas chegaria á um nó alvo escolhido. Como resultado deste exercício, foi observado
que a pessoa alvo chegou a receber a carta, e notou-se que o número de pessoas entre o nó
alvo e o nó inciante, era de uma média de apenas 6. Este conceito de mundo pequeno não se
restringe apenas à área social, pois abrange diversas áreas que possuem o mesmo padrão de
relacionamentos.
Por mais que o efeito do mundo pequeno seja algo inesperado para as pessoas,
matematicamente este é um fenômeno totalmente esperado. Isso porque o número de pessoas
que se pode alcançar a cada degrau que se avança na rede social, cresce exponencialmente,
8
enquanto que o número de degraus que se deve avançar para atingir todo o mundo cresce
apenas logaritmamente. Sendo possível atingir milhares de pessoas em poucos passos
(NEWMAN, 2008). Isso mostra como as conexões se expandem por meio das
intermedialidades, e que por meio deste efeito, estamos todos conectados, mesmo que
indiretamente. Levando em conta esta magnitude de conexões, as redes sociais poderiam ser
usadas de diversas maneiras a fim de se obter benefícios à sociedade.
Neste trabalho as redes sociais são da área acadêmica, mais especificamente os
alunos dos cursos de computação da UTFPR. Na tentativa de mapear os relacionamentos
entre os estudantes das turmas, analisar algumas características da rede e, para talvez, em
trabalhos futuros e mais aprofundados, verificar se a fragmentação do grupo ou a união
demasiada pode estar influenciando o entendimento das matérias e conseqüentemente, as
notas.
1.1 Tema
Estudo de Padrões de Relacionamento em turmas de graduação.
1.2 Problema
Elaborar um instrumento que capte dados suficientes para o mapeamento da rede
social dos alunos de computação, sem que o mesmo viole a privacidade e os direitos dos
colaboradores da pesquisa.
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1.3 Objeto
Obtenção e tratamento de dados dos alunos de graduação em computação da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná para mapear a rede.
1.4 Justificativa
O mapeamento das redes sociais existentes em um grupo de pessoas pode ser um
método muito útil, visto que dele pode-se tirar várias informações sobre as características da
rede (segundo artigos citados neste estudo), dos integrantes e o grau de intimidade entre eles.
Isto permite que especialistas consigam realizar uma análise aprofundada na amostragem do
mapa para obter informações sobre a influência que a rede tem sobre as diversas áreas de
interesse a serem estudadas.
Desde 1934 já se tem registros de pesquisas que obtiveram êxito envolvendo as redes
sociais. E até hoje há vários estudiosos que analisam os impactos das redes sociais em
diversas áreas do conhecimento (MENESES, SARRIERA, 2003). O grande número de
resultados bem sucedidos de pesquisas científicas com a aplicação de redes sociais no meio
educacional, publicadas nos últimos anos, justifica a escolha do tema do trabalho.
O mapeamento da rede de relacionamentos do grupo escolhido disponibilizará dados
eficientes para que, em pesquisas futuras, possa-se explorar a rede a fim de desvendar qual a
sua influência nas demais problemáticas que afetam o grupo de interesse, como rendimento
escolar, problemas com socialização, entre outros. Para a pesquisa que se desenvolve neste
trabalho a meta é o mapeamento e o padrão dos relacionamentos. Segundo Caroline
Haythornthwaite, especialista em redes sociais na área da educação, examinar a participação
em redes sociais ajuda a explicar o comportamento e atitudes dos membros da rede.
A solução dessas questões é de grande importância para se aprimorar o rendimento
dos alunos dos cursos da instituição analisada.
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1.5 Motivação
O motivo para acatar o tema proposto pelo professor Doutor Gustavo Giménez Lugo
foi a oportunidade de colaborar de alguma maneira para um melhor desenvolvimento dos
alunos de computação da UTFPR. Desta forma torna-se possível obter indícios dos problemas
que afetam os cursos de computação dentre esses as dificuldades experimentadas durante o
ano de 2009. Outro motivo é a esperança de que em algum momento esses pontos sejam
tratados para que se minimizem as dificuldades dos alunos no curso.
Na UTFPR e nas demais instituições do país o número de reprovações, desistências é
significativo ao ponto de causar preocupações a órgãos de computação de nível nacional
como a Sociedade Brasileira de Computação (CABRAL, NUNES, BIGONHA, COSTA,
WAGNER, OLIVEIRA, 2006). Ao adentrarmos no assunto de redes sociais percebemos que
há como capturar indícios e possíveis problemas de relacionamento dentro da rede social de
um grupo e esses podem ser usados futuramente como ferramenta de junção da grande
dispersão que há nas turmas de computação.
Tendo observado tais oportunidades houve o crescimento do desejo de participação
no assunto que é de extrema importância não só para os alunos de computação, mas também a
todos que enfrentam dificuldades durante o percurso da graduação.
1.6 Objetivos
Para alcançar os resultados esperados ao final do estudo são necessárias as
definições dos objetivos gerais e específicos, pois por intermédio desses é que serão definidas
as metodologias que se adéquam melhor a cada fase ou processo de desenvolvimento da
pesquisa.
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1.6.1 Objetivo Geral
Obter uma descrição da rede social dos alunos dos cursos de computação da UTFPR,
para no futuro analisar a estrutura dessas e identificar suas características.
1.6.2 Objetivos Específicos
• Elaborar um instrumento de pesquisa para a captura dos dados.
• Mapear a rede social a partir dos dados coletados.
• Análise estrutural dos seguintes aspectos da rede:
- Centralidade Relativa de um nó.
- Densidade da rede social.
- Intermediação de um nó.
- Grau de cada nó da rede.
1.7 Metodologia
Para a realização do estudo de redes sociais foi necessária a coleta de dados
específicos dos participantes (no caso, alunos dos cursos de computação da UTFPR), para o
mapeamento dos relacionamentos. Essa coleta ocorreu por meio da resposta individual de um
questionário estrategicamente voltado para o desenvolvimento da pesquisa.
Após construção das redes, foram usados termos e propriedades da teoria de grafos
objetivando demonstrar gráfica e matematicamente indicativos e métricas. Esses foram
apresentados em um diagrama de rede social, em que os nós são os pontos e as relações são as
linhas. O termo nó representa os atores da rede, ou seja, cada nó é a representação de um
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indivíduo, um aluno de algum dos cursos de computação da UTFPR. As relações serão
tratadas como ligações simuladas por arestas na visualização da rede social.
Na seção a seguir uma melhor descrição dos passos seguidos durante o trabalho será
mostrado.
1.7.1 Cronograma
• Seleção de questões. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31/03/2010
• Analisar questões relevantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02/04/2010
• Montar questionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07/04/2010
• Codificar alunos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08/04/2010
• Definir método para aplicação o questionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . 21/04/2010
• Domínio do uso da ferramenta PAJEK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26/04/2010
• Gerar Rede de Relacionamentos via PAJEK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29/04/2010
1.7.2 Burndown Chart
FIGURA 1 - Burndown chart inicial.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
Fonte: Autoria Própria.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Definição de Redes Sociais
Redes sociais são “um conjunto de nós conectados, em que estes nós podem ser
pessoas, grupos ou outras unidades, e as ligações podem ser simétricas ou assimétricas.” O
termo rede social “refere-se ao conjunto de pessoas em uma população e suas conexões”
(BARBOSA, BYINGTON e STRUCHINER, 2000)
Semelhante á definição anterior, Marin e Wellman (2009) expressam a definição de
redes sociais com a seguinte sentença: “Rede social é um conjunto de nós socialmente
relevantes conectados por uma ou mais relações. Nós, ou membros da rede, são unidades
ligadas por essas relações, onde seus padrões são estudados pelos analistas.
Numa outra visão, redes sociais são como um sistema em permanente manutenção,
que pode ser mantido por um indivíduo ou por um grupo. Utilizam o conjunto de relações que
possuem uma pessoa e um grupo, e são fontes de reconhecimento, de sentimento de
identidade, do ser, da competência, da ação. Estão relacionadas com os papéis
desempenhados nas relações com outras pessoas e grupos sociais constituindo-se nas práticas
sociais que no cotidiano não se aproveitam em sua totalidade (MENESES, SARRIERA,
2003).
Na pesquisa sobre redes sociais encontramos dois focos de estudo: o aspecto
estrutural das redes e o aspecto funcional. Estruturalmente as redes são analisadas por meios
gráficos e quantitativos. Funcionalmente a análise é aprofundada utilizando metodologia
qualitativa, pois esta possibilita o estudo das funcionalidades, causas, motivos e relações que
o método quantitativo analisa superficialmente (MENESES, SARRIERA, 2003).
Meneses e Sarriera (2003) pesquisaram a respeito de redes sociais em diversas áreas
de humanidades. Um dos estudos destacados por Meneses e Sarriera, que fazem referência às
redes sociais na família, concluiu que existe a influência de outras redes de ligação no
indivíduo. A existência de um conjunto de redes interfere nas suas relações de amizades,
comunidade, trabalho, escola e família. Nas relações favorecedoras à aprendizagem nota-se,
no fracasso de um estudante, que tanto a rede familiar quanto a escolar coordena e oferecem
bem estar para o aluno.
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Uma importante característica da rede é observada no intenso fluxo de informações e
conhecimentos que ocorre entre os nós. E segundo estudiosos, esses são os principais fatores
para a inovação, fator de muito interesse em empresas e organizações (TOMAÉL; ALCARÁ;
CHIARA, 2005).
As redes em alguns ambientes determinados tornam-se espaços para a troca de
experiências e para o compartilhamento de informações, como por exemplo, o ambiente de
trabalho. Nesse tipo de relacionamento os atores estão sempre trocando idéias, o que faz com
que os atores da rede adquiram cada vez mais informações, aumentando assim seus
conhecimentos. As argumentações e discussões que ocorrem entre pessoas são um meio de
estender para outros algum pensamento ou informação que talvez não fizesse parte do
conhecimento deles. Segundo os autores do artigo os relacionamentos com bastante troca de
idéias faz com que toda a informação contida num indivíduo não seja apenas informações
dispersas, mas sim conhecimento desenvolvido e trabalhado por meio de argumentações com
outros indivíduos. Porém não são apenas relações face-a-face que atingem esse mesmo
resultado. Com o advento da internet foi ficando cada vez mais fácil se comunicar com as
pessoas sem precisar estar realmente com elas. Sites sociais possibilitam que pessoas com o
mesmo interesse se agrupem e discutam sobre o assunto (TOMAÉL, ALCARÁ, CHIARA,
2005).
Segundo Marin e Wellman (2009), para obter uma rede social, em primeiro lugar,
deve-se determinar quais nós serão inseridos na rede, o que pode ser um desafio para o
pesquisador. Para isso são especificadas três abordagens de estudo para endereçar esse
problema de especificação de fronteiras:
• Abordagem baseada na posição: considera os atores que são parte de uma
organização ou detêm posições particulares já definidas para serem membros da
rede, sendo todos os outros excluídos. Delimita-se a um departamento ou
associação, por exemplo.
• Abordagem baseada em eventos: define as fronteiras da rede pelos participantes
que compareceram em eventos importantes, tais quais são ditos: definidores da
população.
• Abordagem baseada em relações: inicia-se com uma pequena quantidade de nós, já
considerados como a população de interesse, e em seguida, expande-se, incluindo
outros tipos de compartilhamentos particulares das relações com os nós de origem,
bem como com os nós recentemente adicionados.
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Em seguida, é necessária a identificação das relações existentes entre os nós,
podendo estas serem relações de colaboração, amizade, laços comerciais, fluxos de recursos e
informações, e qualquer outra possibilidade de conexão entre as unidades. As relações são
classificadas em quatro categorias:
• Semelhanças: são observadas em redes em que os nós compartilham os tipos de
atributos que são frequentemente estudados em abordagens baseadas em variáveis.
Exemplo: características demográficas, atitudes, localização ou membros do
grupo.
• Relações Sociais: incluem relações de parentesco ou relações que envolvem essa
definição de ter uma função sobre o outro, que são baseados em laços de afinidade
que são relativos ao sentimento que uns tem pelos outros (gostar, não gostar). São
as ligações mais estudadas pela comunidade analista.
• Interações: se refere a relações baseadas no comportamento, tais como se
comunicar com, ajudar ou convidar para entrar na casa. Em grafos na rede pode-se
apontar os fluxos de informação como interações.
• Fluxos: relações baseadas na troca ou transferências de recursos, informações ou
influências entre os nós. Os laços de relação social, como parentesco e amizade
afetam o intercâmbio de diferentes tipos de apoio e companheirismo.
Cada modelo de rede social ou posições da rede, podem desvendar resultados
particulares. Os argumentos da rede são classificados em quatro categorias:
• Transmissão: Trata a rede como canais onde passam diversas coisas como:
informação sobre empregos, suporte social, doenças, imunidade de doenças, etc.
São estudados os tipos de redes que resultam numa distribuição mais dispersa, a
posição na rede que é mais propensa a receber fluxos, e o modo como diferentes
estruturas de rede criam diferentes padrões de fluxo em diferentes circunstâncias.
• Adaptação: ocorre quando dois ou mais indivíduos realizam as mesmas escolhas
por estarem em posições similares na rede. Sendo assim, expostos a similares
condições de restrição e oportunidade.
• Ligação (Binding): Ocorre quando a rede se junta para agir como uma unidade. As
ações e resultados das ações são influenciados pela estrutura interna da rede. Numa
rede menos fragmentada, a comunidade é mais eficiente, mais coordenada e obtém
sucesso em ações que demandam ações coletivas.
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• Exclusão: Ocorre quando uma ligação de proximidade maior exclui a possibilidade
de um nó se ligar a algum outro fora desta relação.
Portanto, para obter uma rede social, antes de qualquer ação, deve-se definir quais
nós serão considerados. Para isso é necessário optar por uma abordagem de estudo que auxilie
na definição das fronteiras, e em seguida é preciso classificar os relacionamentos existentes na
rede e estudar características da rede como um todo, se encaixando nas categorias acima
citadas. Após todo esse processo, o próximo passo é analisar a rede social adquirida, assunto
que será tratado na próxima sessão.
2.2 Análise de Redes Sociais
A análise de redes sociais é uma abordagem que estuda ligações relacionais entre
atores sociais. Estes podem ser representados por pessoas, empresas, departamentos, etc.
Sendo assim, a análise de redes sociais é um método interessante para estudiosos de diversas
áreas do conhecimento, que visa desvendar os impactos e influências que essas relações
oferecem à vida das pessoas. (MATHEUS, SILVA, 2006).
A utilização das redes sociais está se tornando cada vez mais conhecida e empregada,
não só na sociologia, mas como referenciado anteriormente, ocorre também em áreas das
ciências exatas. Isso tem sido motivado pelo grande crescimento da quantidade de dados
disponíveis para análise, pelo desenvolvimento nas áreas de informática e em processamento
de dados, fornecendo aos pesquisadores, um aumento do poder computacional (MATHEUS,
SILVA, 2006).
Após a utilização dos métodos empregados na construção de redes sociais, obtêm-se
os produtos da rede. Analistas estudam esses produtos (dados) para calcular
medidas e descobrir características de posições da rede, duplas de nós (atores) e a rede como
um todo. As propriedades da posição das redes incluem como fator o número de relações que
o nó possui e em que medida o nó se torna uma ponte entre um nó e outro. As duplas podem
variar na intensidade ou reciprocidade das relações a semelhança dos dois nós, o seu
conteúdo, o número de relações compartilhadas, ou a quantidade de meios de comunicação
utilizados.
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Estudos que abrangem a rede como um todo, pode-se observar informações como a
proporção de pares conectados uns os outros (densidade), o comprimento médio necessário
para ligar o par de nós, a força média das relações entre eles. Na medida em que a rede é
dominada por um nó central, ou até que ponto a rede é composta por atores similares
(homogeneidade), ou nós possuidores de características particulares, como a quantidade de
nós femininos (MARIN, WELLMAN, 2009).
As redes também podem ser estudadas pela divisão da mesma em subgrafos, como
exemplo, as redes que se constituem por vários componentes: os conjuntos de nós que estão
ligados direta ou indiretamente a outros, mas não estão vinculados diretamente a nós em
outros componentes. Eles também podem incluir círculos, em que cada nó está ligado
diretamente a cada outro nó (MARIN, WELLMAN, 2009).
Tendo em vista esses variados meios de analisar uma rede social, existem várias
pesquisas e estudos baseados nesse assunto. Veremos no decorrer deste trabalho algumas
aplicações do estudo das redes sociais realizada por pesquisadores em diversas áreas da
ciência com diferenciados objetivos.
Uma colaboração analisada pelo biólogo David Lusseau, foi uma colônia de
golfinhos. Esses animais são extremamente sociáveis e demonstram as relações entre si por
meio de “danças” (NEWMAN, 2008). Com isso pôde-se analisar algumas importantes
características da rede social desta colônia. Uma delas foi uma distinta separação em dois
subgrupos, representado pelos dois grandes círculos da Figura 2.
Durante anos de observação, Lusseau notou o desaparecimento de um golfinho. Este
não havia morrido, apenas partiu para não se sabe onde, por dois anos. Durante o período de
ausência deste golfinho, observou-se uma cisão desta comunidade em duas subpopulações,
representadas pelos círculos e quadrados na figura. A partir deste fato, notou-se que o
golfinho que havia partido era um nó que mantinha a enorme colônia unida (representado pelo
triângulo na figura). Sem ele, não havia mais algo que conectasse fortemente as duas
populações, causando esta divisão (NEWMAN, 2008).
Pode-se notar que a rede social já havia previsto esta divisão interna da rede mesmo
sem o fenômeno ter acontecido.
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FIGURA 2 - Rede social dos golfinhos
Fonte: Newman 2008.
2.3 Aplicação de Redes Sociais
2.3.1 Redes Sociais no Ambiente Educacional
A análise de redes sociais na área educacional foi aplicada com êxito em distintas
pesquisas. Segundo Mesquita, Landim, Collares e Luna (2008), esta tornou possível a
obtenção de indícios sobre o rendimento escolar de alunos e o trabalho sobre as redes sociais
para que os relacionamentos observados nesta rede tenham como objetivo a elevação do
desempenho do grupo sob análise.
Os exemplos a seguir, tratam de pesquisas relacionadas com a aplicação de redes
sociais no ambiente educacional presencial e à distância.
Uma pesquisa foi realizada com o intuito de utilizar a análise das redes sociais na
tentativa de incluir alunos com necessidades especiais nas escolas regulares (MESQUITA,
LANDIM, COLLARES, LUNA, 2008). O objetivo desta era oferecer ao Grupo de Apoio ás
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Ações Pró-Inclusão (GAAPI), uma proposta que visasse à cooperação dos mesmos para a
criação de um programa de inclusão que obtivesse sucesso.
A análise empregada neste estudo seguiu a vertente de estimação do tamanho das
redes pessoais geradas no grupo, como forma de operacionalizar a análise do potencial de
organização e de atuação em rede do GAAPI, levando em conta a motivação, suas questões e
seus objetivos relacionados a este tema.
Como instrumento de obtenção de dados dos atores, utilizou-se o questionário,
obtendo 95% de aprovação.
Após contínuas análises dos relacionamentos mantidos dentro do grupo, notou-se que
no início do programa os nós mostravam-se bastante inter-relacionados e pouco dispersos,
porém, no decorrer do tempo houve um enfraquecimento da rede e a dispersão dos nós. O que
evidenciou a falha no objetivo proposto.
Nesta pesquisa visava-se atingir um nível de inclusão nas escolas por meio de um
grupo influente no presente assunto. Portanto é estudada a rede dos indivíduos pertencentes a
essa esfera para analisar o comportamento da rede como um todo, as idéias sugeridas pela
equipe e como anda o grau de entusiasmo desses atores perante a proposta.
Outro exemplo de aplicação das redes sociais no ambiente educacional consiste em
um estudo voltado para a investigação do potencial da análise das redes sociais para a
avaliação escolar (PENNUEL, SUSSEX, KORBAK, 2006). A pesquisa propõe o estudo da
rede social de um conjunto de professores que lecionam na Universidade Estadual da
Pensilvânia (EUA) com o objetivo de captar a colaboração existente entre eles. Segundo os
autores do artigo, acredita-se que o melhor relacionamento entre o professores implicaria
numa melhora no ensino das escolas, pois tendo uma melhor relação, há maior troca de
informações, podendo assim, os professores compartilharem melhores formas de ensinar, etc.
Foram coletados os dados dos relacionamentos existentes entre os professores
através de entrevistas. A análise da rede se deu pela observação do nível e a qualidade das
interações existentes entre os professores da universidade, a fim de pesquisar a influência que
a boa relação entre o professores tem sobre a educação.
Apesar da extrema importância da rede para os líderes de instrução das escolas, as
informações obtidas através da rede podem ocasionar detrimentos aos indivíduos, às escolas e
às comunidades envolvidas. As preocupações centrais deste estudo foram a coleta de dados e
os limites de privacidade, neste episódio um dos professores que participaram do estudo
apontam para um possível problema de privacidade, o efeito de indivíduos que estavam na
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periferia das reformas, serem de alguma forma identificados em sociogramas, pois os
objetivos e os dados da rede são compartilhados entre as escolas.
Caroline Haythornthwaite (1998) realizou um experimento sob análise de redes
sociais no ambiente educacional à distância, nesse enfatiza-se a importância da descrição das
relações da rede com o intuito de desvendar seus padrões e, por meio deste último, rastrear os
fluxos de informação na rede indicando possíveis efeitos que as relações podem vir a causar
nos envolvidos. “Examinar como é a participação em tais redes sociais ajuda a explicar o
comportamento e atitudes dos membros da rede”. A frase da autora enfatiza ao leitor a
importância da análise de redes e aponta um motivo relevante para investimento nesse tipo de
pesquisa, o comportamento humano em grupo. Neste estudo relata-se sobre a rede social de
aprendizagem à distância (EAD) de 14 alunos matriculados na opção do Mestrado em
Biblioteconomia e Ciência da Informação na Universidade de Illinois. O artigo mostra a
análise da rede social, visando ao crescimento da comunidade e da utilização de recursos da
Internet para a comunicação da turma. Essa foi submetida a entrevistas frequentes, a cada
aluno, sendo aplicadas diariamente, semanalmente e mensalmente, contendo questões que
examinam fatores como:
• A frequência com que os alunos se comunicavam.
• O número e o tipo de relações que eram mantidas.
• Meios de comunicação utilizados para as interações entre os alunos.
Este trabalho apresentou resultados sólidos no grupo analisado. Lembrando que esse
faz parte do ensino superior, os questionários aplicados e essa turma tiveram boa aceitação
(93%).
A partir da respostas à entrevista, estudaram-se as relações entre os atores da rede e
os tipos de informação detidas e difundidas por cada ponto (ator) e descobrindo assim as
características da rede com finalidade de descrição da comunidade que se forma em cursos de
educação à distância.
A turma de 14 alunos se fragmentou conforme a divisão de trabalhos em grupo, que
por sua vez afetou o bom fluxo de informações entre eles. Embora tenha sido observada a
necessidade dos alunos trabalharem em equipe, foi constatado que a restrição da interação
com a equipe de trabalho prejudicou a interação da rede social integral, diminuindo o alcance
da informação e o ponto de vista dos demais colegas.
A pesquisa obteve dados suficientes para afirmar que ainda faltavam recursos na
internet para aumentar as interações da rede, por exemplo, para interações que não estavam
programadas como reuniões informais sem aviso com antecedência, estas eram observadas
21
com atraso pela maior parte do grupo. Porém a análise foi capaz de descrever que cada
indivíduo dependendo de sua posição na rede e parceria feita, pode realizar o bloqueio de
informações disponíveis na rede, nota-se que essa informação é relevante e pode ser utilizada
de maneira estratégica se for cogitado o trabalho sobre essa rede.
2.4. Abordagem Computacional
A análise de redes sociais possui, também, uma abordagem computacional, isto é,
existem métricas baseadas na teoria de grafos que auxiliam a análise de uma rede. Essas
métricas, que são calculadas como coeficientes pertencentes ao intervalo de zero a um,
permitem uma medida da rede como um todo e revela características individuais que serão
definidas no decorrer desta seção.
Uma rede social possui ligações que podem, ou não, ter a reciprocidade como algo
relevante. A ligação direcional é aquela que representa uma conexão que, parte de um ator
(origem) e termina em outro (destino). Já a ligação não-direcional é aquela que está
estabelecida uma conexão entre dois atores e tal relação é não-diretiva, ou seja, só é
evidenciada a ligação e não sua origem e destino, nesse caso essas características não são
relevantes.
A rede pode ser visualizada e analisada através da teoria de grafos. Esta pertence a
um ramo da matemática que estuda as relações entre os objetos de um determinado conjunto.
Em um grafo podem ser visualizadas as relações existentes entre os alunos foco da pesquisa,
no grafo direcionado ficam evidentes os sentidos das relações, ou seja, observam-se os nós de
destino e os nós de origem das interações.
22
FIGURA 3 - Grafo de relações direcionais – as arestas indicam o sentido da ligação.
Fonte: Autoria Própria.
Distinto do exemplo anterior a próxima figura exemplifica as relações que
determinados alunos partilham entre si, sem sentido nas arestas, ou seja, não importando a
direção da ligação, mas sim a existência dela.
FIGURA 4 - Grafo de relações direcionais – as arestas não têm indicação de sentido.
Fonte: Autoria Própria.
A aplicação de grafos na análise de redes sociais possibilita criar sociomatrizes, um
modelo simplificado de representação da rede de relacionamentos para demonstrar em linhas
e colunas as relações dos nós da rede. Entretanto não esse não é o único benefício oferecido
por estudo através de grafos.
23
• Grau dos Nós em grafo não direcionado: mede-se o número de ligações incidentes
em um nó esse resultado é chamado de grau do nó. O grau de um nó pode variar de
zero até n-1, sendo n o número de nós existentes na rede em questão. A medida de
cada nó pode definir a sua importância na rede. Vamos representar cada nó pela
variável “k” e cada aresta que se liga a um nó pela variável “z”. Em grafos não-
direcionados aplica-se a seguinte fórmula para medir-lhe o grau:
Grau de um nó: [1]
Outro dado importante que se produz através do cálculo do grau dos nós é o grau
médio da rede definido pela soma de todos os graus e dividida pela quantidade de nós
(atores) da rede, o total nós da rede está representado pela variável “n” para este e para os
demais cálculos:
Grau médio: [2]
• Grau dos Nós em grafo direcionado: neste caso a mede-se o grau pelas direções
das arestas, chegando e saindo de cada nó.
Grau de chegada de um nó é o número de ligações que tem como destino este nó,
representaremos cada aresta chegando através da letra “e”.
Grau de saída de um nó é o número de arestas que saem desse nó. Cada uma destas foi
representada pela letra “s”. Aplicam-se as fórmulas abaixo para cada nó:
Grau de entrada: [3]
Grau de saída: [4]
Da mesma maneira ao cálculo do grau médio para o grafo não-direcionado, é
plausível o cálculo dos graus médios de chegada e saída:
Grau médio de entrada: [5]
24
Grau médio de saída: [6]
Através das fórmulas postadas acima é possível descobrir de que tipo é cada nó da
rede social. Os tipos são: Isolado, Transmissor, Receptor e Portador.
• Isolado: esse nó não possui qualquer ligação com outro, seu grau é 0 (G = 0) em
grafos direcionados, seu grau de chegada é 0, e seu grau de saída é 0.
• Transmissor: esse nó não é destino de ligações, porém é origem de alguma ligação,
Gsaída > = 1 e Gentrada = 0.
• Receptor: nó o qual é destino de alguma ligação, porém não origina ligações, e
pode ser representado como Gentrada > = 1 e Gsaída = 0.
• Portador: esse nó é origem e destino de alguma ligação, representa-se Gentrada > =
1 e Gsaída > = 1.
• Densidade: Para medir a quantidade de ligações existentes na rede social é
importante medir-lhe a Densidade, fator relevante para avaliar a rede de maneira
holística. Quanto mais densa é a rede significa um maior número de ligações, seu
cálculo é expresso pelas seguintes fórmulas:
Densidade G nd= n° de Ligações da rede (“L”)____
n° max. de ligações possíveis (“Max L”) [7]
A figura a seguir demonstra como medir a densidade em um grafo não direcionado
efetuada através da equação 7.
FIGURA 5 - Grafo não direcionado.
Fonte: Autoria própria.
25
O n° máximo de ligações (Max L) numa na rede representada acima havendo quatro
nós, somam um total de seis ligações, no entanto o n° de ligações (L) da rede ilustrada
anteriormente são quatro, ao aplicar a fórmula obtém se Densidade = 0,66. Observa-se que
esta rede é de densidade intermediária, uma rede densa completa tem valor de densidade
igual a 1.
Nos grafos direcionados o cálculo pode ser expressado conforme a fórmula:
Densidade G dir= n° de Ligações da rede (“L”)____
total nós da rede . (total nós da rede - 1) [8]
FIGURA 6 - grafo direcionado.
Fonte: Autoria própria.
O n° de ligações (L) continua sendo quatro, a diferença apresentada fica por conta
das direções antes não evidenciadas, ao aplicar a fórmula obtém se Densidade = 0,33.
Observa-se que a densidade foi reduzida em 50% em comparação com o exemplo onde as
direções não eram contabilizadas. Pode-se afirmar que a densidade dessa é baixa.
A densidade pode variar conforme o tamanho do grafo. Ao aumentar de tamanho há
tendência de diminuir a densidade do mesmo.
26
Assim como os grafos capturam importantes dados e informação sobre uma rede
social pode-se também analisar nós em especial, através de métricas como Centralidade
Relativa, Intermediação e Proximidade.
• Centralidade Relativa: a centralidade de um nó pode ser associada ao seu grau,
quanto maior é o grau do nó mais central localmente ele é. Local, pois pode haver
outros nós centrais na rede social. Esses tipos de nós podem representar
concentração significativa de informações, pode-se afirmar que os nós mais
centralizados de uma rede social têm maior conhecimento sobre as informações que
trafegam nesta rede. Na análise de rede social, há um ponto de vista estabelecendo
que "as posições centrais tendem a posições mais poderosas" (DATTA, KAULGUD,
SHARMA, KUMAR, 2010).
O cálculo da centralidade de um nó pode ser efetivado de distintas maneiras,
nesse estudo adotaremos o grau de centralidade relativa para cada nó, o qual, segundo
Datta, Kaulgud, Sharma e Kumar (2010) representa uma das formas mais simples para
cálculos de centralidade, através da seguinte fórmula, sendo Gk o grau do nó k:
Centralidade Relativa de um nó: [9]
A representação C(k) é o grau de centralidade do nó (k), n - 1 é o mais alto
grau da rede de n nós. Neste caso, como comentado anteriormente, o grau dos nós é o
número de arestas incidentes em cada nó.
• Centralidade de Intermediação: um nó que se localiza em uma posição, tal que,
serve como intermediário de uma ligação entre dois nós que não estejam em contato
direto. Se o nó de interesse recai sobre o caminho mais curto entre outros dois nós, ele
estará em posição de influência no fluxo de informações na rede (DATTA,
KAULGUD, SHARMA, KUMAR, 2010). O vértice de intermediação é aquele que
participa da relação entre dois nós que não se alcançam diretamente. Para descobrir a
intermediação de um nó faz-se necessário um cálculo auxiliar, o cálculo geodésico, o
termo geodésico vem do latim, significa dividir a terra. Uma a distância geodésica é a
menor distância entre dois pontos em uma esfera, nesse caso a menor distância entre
27
dois pontos no grafo. Através da seguinte fórmula pode-se obter a centralidade de
intermediação de um nó (betweenness centrality):
Centralidade de Intermediação: [10]
Esta representação considera CB (ni) como a centralidade de intermediação de
um nó de índice i, onde CB (ni) é definido pelo somatório de todos os caminhos
geodésicos entre j e k que passam pelo nó i, dividido por todos os caminhos
geodésicos entre j e k que passam por quaisquer nós.
• Centralidade de Proximidade: O grau de proximidade de um ator mede o quanto o
nó que representa o ator está próximo de todos os demais nós da rede. Para calcular a
centralidade de proximidade se soma a distância geodésica do nó em relação a todos
os demais nós do grafo e depois inverte-se, uma vez que quanto maior a distância
menor a proximidade (Núcleo de Estudos em Tecnologias para Informação e
Conhecimento), chegando-se à seguinte fórmula:
Centralidade de Proximidade: [11]
Devido às premissas avaliadas ao longo da revisão bibliográfica chegou-se a seguinte
conclusão: redes sociais são mapeáveis através de questionários, tanto qualitativos quanto
quantitativos, podem ser construtivas e/ou destrutivas, Em estudo realizado sobre redes
sociais dentro de empresas observou-se que onde as relações são mais intensas o profissional
alcança melhor entendimento em função das suas relações, pode-se dizer que se trata de uma
rede construtiva, através das relações constroe-se conhecimento. Em contrapartida os autores
encontraram redes sociais de condições destrutivas onde houve uma investigação para
determinar até onde um adversário deteriora a posição de uma pessoa no trabalho e como isso
impede sua mobilidade (MENESES, SARRIERA 2003).
Porém os vários pesquisadores citados demonstraram a eficiência no tratamento de
redes e os benefícios que as redes sociais podem ocasionar ao grupo. Visualiza-se do mesmo
modo a complexibilidade do tratamento, pois para este ser realizado com eficiência é preciso
a colaboração crível dos participantes.
28
Outro aspecto relevante identificado nos estudos citados foi o tamanho da rede, este
muito importante uma vez que pode ser um ponto crítico para a estrutura das relações sociais,
sobretudo quando considerado que a complexidade das relações cresce com a quantidade de
atores na rede, bem como os recursos disponíveis para esta (MESQUITA, LANDIM,
COLLARES, LUNA, 2006).
A partir de todas essas informações obtidas através de leitura, amadureceu-se o teor
sociológico do trabalho, permitindo a iniciação do processo de desenvolvimento da pesquisa.
As etapas a partir daí são descritas detalhadamente nos capítulos a seguir.
29
3. MAPEANDO REDES SOCIAIS
3.1 Metodologia
Para a realização do estudo de redes sociais foi necessária a coleta de dados
específicos dos participantes (no caso, alunos dos cursos de computação da UTFPR), para o
mapeamento dos relacionamentos. Essa coleta ocorreu por meio da resposta individual de um
questionário estrategicamente voltado para o desenvolvimento da pesquisa.
Elaborar um questionário de tamanha importância envolve estudos qualitativos para
que as questões obtenham do aluno os dados coerentes com o objetivo geral da pesquisa. Foi
realizada uma pesquisa qualitativa conclusiva para captar dados através de um questionário,
este foi estruturado para a coleta dos dados quantitativos, porém a elaboração das questões foi
um preparo qualitativo para garantir a obtenção de dados administráveis, a pesquisa das
questões coerentes foi auxiliada pela professora Doutora e psicossocióloga Maria Luiza
Carvalho. A técnica amostral utilizada foi a aplicação de pré-questões para medir-se a
aceitação do público alvo e analisar suas críticas e sugestões a fim de facilitar a coleta das
seguintes informações:
• Quantidade de relacionamentos entre um indivíduo e seus colegas.
• Qualidade desses relacionamentos.
• Se um indivíduo se relaciona academicamente sempre com as mesmas pessoas.
• Se as relações do grupo se estendem a lazer, isto é, são comuns fora da
universidade.
• Se a turma colabora no desenvolvimento acadêmico do indivíduo, positiva ou
negativamente.
• Se existem níveis de afinidade entre os alunos e indivíduos de outros grupos,
turmas e intercursos de computação e qual o nível de envolvimento entre estes.
Pensando no problema da privacidade, foi escolhido um método para identificar cada
pessoa sem a necessidade de citar nomes. Os alunos foram devidamente codificados de
acordo com números aleatórios, evitando uma identificação futura após o mapeamento da
rede.
30
A aplicação do questionário teste foi feita em sala de aula durante um curto intervalo
de tempo. Neste os alunos tiveram que indicar o grau de relacionamento com as pessoas da
turma que conheciam não sendo necessário indicar todos eles.
Após responderem, os dados foram organizados e armazenados em arquivos, e em
seguida foram utilizados para a geração da rede através da utilização da ferramenta PAJEK.
Esse software é utilizado para análise e visualização de grandes redes, não apenas na área
social, mas também na química molecular, na biologia, na informática, etc. A vantagem dessa
ferramenta é a possibilidade de fragmentação de uma rede imensa em várias subredes e a
poderosa capacidade de visualização da rede proporcionada ao usuário.
Após a construção do mapa de relacionamentos da rede, cálculos foram aplicados
para identificar as principais características estruturais do objeto, como sua densidade, sua
centralidade, nós de influência, entre outras. Foi utilizada a teoria de grafos para obter alguns
prováveis indícios.
Para definir uma rede, são necessários dois passos já mencionados no capítulo 2. O
primeiro consiste em definir as fronteiras da rede que se deseja mapear, ou seja, decidir quais
nós devem ser considerados. Para essa finalidade, foi usada a abordagem baseada na posição,
que considera apenas os atores pertencentes a um delimitado departamento, visto que o foco
desse estudo são, somente, os alunos dos cursos de computação da UTFPR.
As relações que foram focadas se encaixam nas categorias: fluxo e interação. A
primeira se justifica pela importância que a quantidade de informações e conhecimentos
passadas entre os integrantes deste grupo analisado têm em seus desenvolvimentos
acadêmicos. E o segundo demonstra o grau de afinidade que os nós têm entre si. Se a relação
é mais intensa têm-se uma maior motivação para continuar os estudos. Com esses dois pontos
podem-se obter dados de extrema importância como resposta à questão inicial deste trabalho.
Para que o mapa relacional seja construído, são necessários alguns dados específicos
da rede de todos os alunos necessários. Para esta finalidade, existem algumas ferramentas, tais
como entrevista, questionário, observação, formulário.
O método escolhido para coleta de dados, neste trabalho, foi o questionário. Este
consiste em um instrumento que visa à coleta de dados de um grupo específico de pessoas
baseado, geralmente, em inquisições. Para isso, são postas diversas questões relativas ao tema
de interesse do investigador, não havendo relação alguma entre este e o inquirido (AMARO,
PÓVOA, MACEDO, 2005).
As principais vantagens desse método de pesquisa são:
31
• Maior uniformidade dos dados nas questões fechadas e simplificação na análise
das respostas (AMARO, PÓVOA, MACEDO, 2005)
• Maior probabilidade de conseguir respostas mais leais à realidade, devido ao
anonimato. (LAKATOS, 2002)
• Atinge um maior contingente simultaneamente. (LAKATOS, 2002)
• Obtêm-se respostas mais rápidas e precisas (LAKATOS, 2002)
São necessários tempo e paciência na construção de um questionário, pois se trata de
algo complexo que exige cuidado na elaboração das perguntas, visto que elas devem oferecer
respostas que condizem com a informação desejada (LAKATOS, 2002).
Visando ao mesmo resultado, considera-se que os enunciados devem ser escritos de
forma clara, evitando ambiguidades e más interpretações. Além de ser necessária uma
descrição inicial sobre o fim da pesquisa, a importância da obtenção dessas respostas, a fim de
informar o participante a razão pela qual seus dados serão necessários (LAKATOS, 2002).
Para o desenvolvimento do método escolhido, investiu-se na pesquisa qualitativa
para classificar e analisar quais são os dados necessários para cumprir o objetivo. Foi preciso
questionar e debater cada questão que era proposta, para concluir se estas se enquadravam no
tipo de resposta esperado. Neste impasse de decisões sobre as pergunta úteis, obtivemos a
colaboração da professora Dr. Maria Luiza de Carvalho, que é psicossociologa, e que com sua
experiência guiou a escolha das questões e ensinou a descobrir a intenção de cada pergunta.
Um ponto igualmente importante é a escolha da ferramenta de criação da rede social
do grupo estudado. Como conselho do orientador Gustavo Gimenez Lugo, usamos o software
Pajek. Essa ferramenta é um programa que através de dados, analisa e desenvolve grandes
redes. Ela é implementada na linguagem Delphi (Pascal), e está disponível gratuitamente no
site (http://vlado.fmf.uni-lj.si/pub/networks/pajek/).
Pajek em alemão quer dizer aranha, nome motivado, evidentemente, pela complexa
construção das redes, que não são apenas as sociais, mas as redes relacionadas á várias áreas
como química, informática e genealogia, visto que o termo redes se encaixa a diversas áreas.
Após várias atualizações da ferramenta, ela é vantajosa devido a possibilidade de fragmentar
uma enorme rede em pequenas subredes para análise individual. Isso devido a sua poderosa
capacidade de visualização das redes proporcionada ao usuário e pela implementação de
algoritmos eficientes para a análise de grandes redes (BATAGELJ, MRVAR, 2010).
Para seu uso correto, foi preciso aprender a manuseá-la. Através do manual e do livro
“Exploratory Social Network Analysis with Pajek”, é possível gerar as redes e combiná-las
32
com outras características para que sejam visualizadas de alguma forma no desenho oferecido.
Além de que há várias opções de visualização da rede, tais como 2D e 3D. O que foi muito
útil para o estudo deste trabalho e eficiente aos objetivos especificados.
A partir da rede que o Pajek gera, é possível visualizar e analisar diversas
característica, tanto da rede como um todo, como apenas uma subrede ou indivíduo da rede.
Aglomerações, nós ligantes e nós isolados são facilmente percebidos numa imagem em 3D.
Analisando mais a fundo é possível definir a reciprocidade entre os nós, o grau de
relacionamento que cada nó tem, se é difícil a chegada de informação a tal nó, o que depende
do tamanho de sua rede, etc.
Após definir todos os requisitos para iniciação do trabalho e aprender a utilizar a
ferramenta escolhida, foi aplicado o questionário às turmas propostas. Houve fases de teste
antes da aplicação final que serão comentadas mais afundo no próximo capítulo.
33
4. IMPLEMENTAÇÃO
As questões foram aplicadas aos alunos três vezes na turma de Bacharelado em
Sistemas de Informação (BSI) ingressante de 2009-1, e uma única vez nas turmas de BSI
ingressante em 2009-2 e Engenharia da Computação, totalizando cinco aplicações.
Na turma de BSI 2009-1, primeiramente, foram aplicadas as versões de teste 1 e 2.
Essas tiveram grande importância, devido às sugestões de mudanças no questionário dos
próprios voluntários, com o intuito de adaptá-lo melhor aos participantes. Uma das mudanças
sugeridas foi com relação ao nível de intensidade dos relacionamentos, estes eram
apresentados na primeira fase de testes como: confidente, amigo, colega e outros.
Um dos alunos, do sexo masculino, deixou o seguinte comentário: “... homem não
tem confidente.”, esse comentário teve que ser considerado, devido ao fato da maioria dos
alunos de computação serem homens em idade entre 17 a 26 anos. E o nível de
relacionamento “confidente” poderia parecer uma relação muito íntima a ser definida por
homens, segundo o autor do comentário. Sugestões foram oferecidas também para correções
ortográficas e incoerência nas respostas objetivas.
As descrições e redes sociais obtidas nas aplicações feitas no decurso deste trabalho e
as modificações feitas no questionário serão comentadas a seguir.
4.1. ANÁLISE DOS PRODUTOS
Neste tópico serão descritos os experimentos realizados em cada fase de aplicação do
questionário e será feita a análise das características estruturais em cada subtópico, com
representações em forma de grafos e matrizes, avaliações das principais características.
Também será feita uma busca para encontrar os nós mais centrais da rede social dos alunos.
34
4.1.1. FASE DE TESTES 1
Esta fase foi aplicada somente aos alunos da turma de Metodologia de Pesquisa, do
curso Bacharelado em Sistemas de Informação 2009-1, na data de 27/04/2010. A aplicação
ocorreu em horário de aula, para nove dos vinte alunos inscritos na disciplina.
Este primeiro experimento obteve 100% de colaboração dos presentes, total 9
presentes. Os dados coletados nesta foram tratados a partir do mapa relacional oferecido por
cada aluno e as relações e seus níveis foram cadastrados em arquivos do tipo texto para serem
posteriormente transformados em arquivos de extensão .net. Este formato é o arquivo que o
software Pajek processa para gerar a rede.
A partir do arquivo texto apresentado na figura a seguir computaram-se as distâncias
para cada relacionamento citado.
FIGURA 7 - Arquivo de texto para transformar em arquivo. net
Fonte: Autoria própria
35
No arquivo apresentado anteriormente faz-se a identificação de cada nó, e em
seguida denota o nó focal na primeira coluna, na segunda são os nós que foram indicados pelo
ator de número 18 e na terceira coluna o nível de relação.
O software gerou os grafos direcionais da rede de cada indivíduo e também um grafo
com a união de todos os subgrafos da primeira fase. Como é evidente na figura 7, o grau de
relacionamento é indicado através dos números posicionados acima de cada aresta e os nós
isolados sem ligação alguma.
Aparentemente um grafo bem distribuído conforme as figuras a seguir:
FIGURA 8 - Grafo direcional de um aluno da disciplina Metodologia de Pesquisa 2010-1.
Fonte: Autoria própria
36
FIGURA 9 - Grafo direcional da rede social dos alunos da disciplina metodologia de Pesquisa 2010-1.
Fonte: Autoria própria
A partir do arquivo texto coletamos dados suficientes para montar uma sociomatriz
de relacionamentos direcionais, em que os nós estão representados pelos números de 1 a 20 e
as relações por 1 (há relacionamento) e 0 (não há relacionamento). Neste modelo não é citado
o tipo de relação, no entanto são apontadas as direções do relacionamento, as linhas simulam
as arestas que saem de cada nó e as colunas simulam as arestas que chegam a cada nó,
apresentados na tabela a seguir:
37
Tabela 1 - Sociomatriz dos alunos da fase de testes 1.
Nós 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1 1
4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
9 0 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1
10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
11 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
12 0 0 1 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1
13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
14 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1
15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
16 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 18 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 19 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 20 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0
Fonte: Autoria própria.
Calcular os graus de ligação de cada nó na rede é importante, assim como a média do
grau de relacionamentos da rede, o grau de relação originado por cada nó, e destinado a cada
nó. Para estes cálculos foram aplicadas as fórmulas 3, 4 aos dados descritos na próxima
tabela. Esta apresenta os nós da sociomatriz separando-os por grau de entrada, grau de saída e
grau total de cada nó.
38
Tabela 2 - Graus dos nós fase de testes 1.
Nós Nós entrando Nós saindo Grau total de cada nó
1 6 0 6
2 7 12 19
3 8 0 8
4 0 0 0
5 7 0 7
6 9 0 9
7 8 0 8
8 8 0 8
9 8 15 23
10 8 0 8
11 8 18 26
12 8 13 21
13 8 0 8
14 8 16 24
15 7 0 7
16 7 18 25
17 7 0 7
18 7 17 24
19 7 18 25
20 8 17 25
Total: 144 144
Fonte: Autoria própria.
O grau dos nós para grafos direcionados é dado pelas respectivas somas dos graus de
entrada e saída de cada nó.
Com os dados fornecidos calculou-se o grau médio de entrada (arestas que chegam a
um nó), grau médio de saída (arestas que saem de um nó):
Gem = 7,2.
39
Gsm = 7,2.
Outro cálculo que confirma esse indicativo é o cálculo da densidade da rede social,
definido pela fórmula de n° 8.
Densidade G dir é o número total de ligações da rede dividido pelo resultante do
total de nós da rede, multiplicado pelo total de nós da rede subtraindo um nó, ou seja:
FIGURA 10 - Fórmula 8.
Esta fórmula nos dá o resultado de Gdir = 0,37, sendo uma rede de densidade ótima
Gdir = 1, confirmando assim uma densidade baixa, caminhando para intermediária, porém
houve participação de menos da metade do total de alunos da lista.
4.1.1.1 CENTRALIDADE DA REDE
• Centralidade Relativa
Mede-se a centralidade relativa para efetuar comparações entre outros nós, visando
encontrar o nó de maior centralidade.
• Centralidade de Intermediação:
Mede-se a centralidade de intermediação do nó para saber a influência que este
exerce sobre o fluxo de informações que trafegam na rede analisada, visando encontrar
os nós de maior influência.
• Centralidade de proximidade:
Mede-se o grau de proximidade de um nó para saber quanto este está próximo dos
demais nós da rede. Essas métricas foram aplicadas a rede da fase de testes 1, que está
representada na próxima figura seguida pelos cálculos de centralidade.
40
FIGURA 11 - Grafo direcional da rede social dos voluntários da fase de teste 1.
Fonte: Autoria própria.
A ilustração apresenta as ligações diretivas fornecidas pelos atores da rede, estas
foram numeradas conforme o nível de relacionamento entre os alunos.
4.1.1. FASE DE TESTES 2
Uma nova versão do questionário foi aplicada aos alunos da turma Bacharelado em
Sistemas de Informação 2009-1, durante a aula da disciplina Produção e Logística, cedida
pelo professor da matéria. Nessa versão todos os erros e sugestões propostas foram
considerados e modificados. Novamente obtivemos 100% de aprovação dos alunos presentes,
17 dos 39 matriculados na disciplina.
Da mesma maneira, obteve-se a rede social de cada indivíduo participante deste teste
e a rede social da turma como um todo, sendo estes representados nos grafos das figuras 12 e
13. Desta primeira representação pode-se observar o grau de relacionamento do nó 97 com os
41
demais indivíduos da turma, sendo os vértices mais próximos os amigos mais íntimos e vice
versa. Para este nó foi efetuado o cálculo da centralidade relativa:
FIGURA 12 - Representação gráfica da rede social de um indivíduo da turma de BSI 2009-1.
Fonte: Autoria própria.
FIGURA 13 - Rede social da turma de BSI 2009-1.
Fonte: Autoria própria.
42
4.1.1. APLICAÇÃO FINAL
Na última aplicação do questionário foi adicionada uma questão relativa ao
rendimento acadêmico, proposta pelo orientador do trabalho, professor Dr. Gustavo Giménez
Lugo. Desta vez três turmas de computação tiveram participação: Bacharelado em Sistemas
de Informação 2009-1, Bacharelado em Sistemas de Informação 2009-2 e Engenharia da
Computação 2009-1. Aplicadas respectivamente nas aulas de Sistemas Operacionais
(ministrada para a turma de BSI-1), Arquitetura de Computadores (ministrada à turma de BSI-
2) e Matemática Discreta (ministrada à turma de Engenharia da Computação).
Felizmente obteve-se, pela terceira vez, 100% de colaboração dos indivíduos
presentes.
Desta vez, ao invés de passar todos os dados diretamente para o arquivo do tipo .net,
eles foram, primeiramente, passados para o Excel. Cada turma em um arquivo distinto, para
facilitar a organizar os dados. Depois de feitos os arquivos próprios do Pajek, geraram-se as
redes a seguir:
FIGURA 14 - Rede social dos alunos de BSI ingressos em 2009-1.
Fonte: Autoria própria.
43
Esta rede apresenta uma concentração de nós onde estão os nós da turma analisada, pouco exterior ao núcleo estão os nós de ligação entre BSI 2009-1 e alguns de engenharia (em numero inferior ao de BSI) e BSI 2009-2 e por fim os nós totalmente desconectados pertencentes as três turmas.
FIGURA 15 - Rede social dos alunos de BSI ingressos em 2009-1.
Fonte: Autoria própria.
Assim como na figura anterior são apresentadas as ligações de uma turma com as demais turmas em pesquisa, o foco da figura15 é a turma de BSI 2009-2, que possui características semelhantes a turma de BSI 2009-1 em seguida está a figura que apresenta como foco as ligações entre os nós da turma de Engenharia da Computação com as demais turmas.
44
FIGURA 16 - Rede social dos alunos de Engenharia da Computação ingressos em 2009-1.
Fonte: Autoria própria.
Nota-se uma semelhança entre as três turmas há uma grande quantidade de nós
isolados nessas redes, ocasionando uma certa preocupação, quanto ao fluxo de informação
que circula na rede, pode-se afirmar com base nas figuras que grande parte dos alunos não
interage com os colegas, não se sabe se esse comportamento pode ser prejudicial às turmas
envolvidas.
45
FIGURA 17 - Rede social das duas turmas de BSI participantes.
Fonte: Autoria própria.
FIGURA 18 - Rede social das três turmas voluntárias.
Fonte: Autoria própria.
46
Na figura 17 observa-se a junção entre as redes de BSI 2009-1 e BSI 2009-2, onde se
nota a redução dos nós isolados na rede, pois ao unir as duas redes algum nó que se conectava
em apenas uma ou outra turma passa a ser conectado na junção delas diminuindo o número de
nós isolados. O que fica mais evidente na figura 18 que é a junção das três turmas aumenta o
número de nós conectados reduzindo a proporção de nós isolados. Permitindo-se afirmar que
a grande maioria dos nós isolados na figura anterior pertencem à turma de Engenharia da
Computação. Após a união das turmas contabilizou-se 1168 ligações.
Utilizando dados da rede da figura 18, foi calculado o grau de centralidade do nó 97,
escolhido aleatoriamente.
4.2. ANÁLISE DO PROCESSO
Iniciou-se o processo de elaboração do documento em 27/03/2010, onde foram
definidas as tarefas relevantes, o cronograma de atividades e metodologia de coleta de dados.
Inicialmente foram propostas as seguintes atividades: pesquisa qualitativa, seleção e análise
das questões, montar questionário com mapa relacional, codificar alunos, modelar diagrama
entidade relacionamento, criar banco de dados, definir método para aplicação do questionário,
tela de cadastro de dados, domínio da ferramenta PAJEK, gerar rede de relacionamentos.
Após um mês de trabalho decidiu-se por alguns cortes na lista de tarefas devido ao
curto período de tempo para o desenvolvimento do estudo sobre redes sociais e ao volume de
material de pesquisa (artigos, livros, sites, etc.), a qual tomou a maior carga das horas de
estudo. Isso ocorreu, pois a área cientifica escolhida para a pesquisa requer no mínimo noção
sociológica do impacto de redes sociais, com relação à interação e abstração de dados
pessoais dos voluntários.
O estudo sobre rede social envolvido na elaboração deste trabalho acaba por
envolver outros conhecimentos correlatos ao tema, como software adequado a redes sociais,
47
teoria de grafos, pesquisa qualitativa. Paulatinamente percebeu-se que a pesquisa não seria
trivial e que essa exigia muita dedicação.
Os pontos menos relevantes para este momento foram retirados: modelar diagrama
entidade relacionamento, criar banco de dados e elaboração de uma interface para cadastro de
dados.
4.2.1 GERENCIAMENTO
Utilizou-se de metodologia ágil, que é geralmente usada em projetos de
desenvolvimento de software. Após a elaboração do cronograma, foram feitas reuniões
semanais para acompanhar o andamento das atividades, a idéia tida no início era também de
adotar os ciclos curtos, porém durante o desenvolvimento do estudo, observou-se que certas
atividades só seriam realizáveis após as redes sociais serem geradas, o que causou um atraso
na cronologia das atividades.
O cronograma com alterações e cortes comparado com o cronograma real expôs as
falhas de cálculo de previsão.
Atividades
Data Prevista
de Conclusão
Data Real da
Conclusão
Seleção de questões 31/03/2010 03/04/2010
Analisar questões relevantes 02/04/2010 13/04/2010
Montar questionário 07/04/2010 14/04/2010
Codificar alunos 8/4/2010 8/4/2010
Definir método para aplicação o questionário 21/04/2010 15/04/2010
Domínio do uso da ferramenta PAJEK 26/04/2010 1/05/2010
Gerar Rede de Relacionamentos 18/05/2010 29/04/2010
Tabela 3 - Cronograma previsto comparado com o real.
O cronograma teve um desvio pequeno com relação ao estimado, porém na
elaboração do cronograma não havia conhecimento algum sobre o tema abordado. Este teve
48
um nível de dificuldade e abstração teórica, não por ser um tema complicado e sim pela sua
grandiosidade e abrangência.
No burndown chart apresentado a seguir nota-se um desvio nas horas estimadas para
pesquisa:
FIGURA 19 - Burndown chart final.
-20
0
20
40
60
80
100
120
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
Previsto
Real
Fonte: Autoria própria.
Observa-se que o número de horas estimadas para a conclusão deste trabalho foi
inferior ao que realmente foi necessário. Isto é notório na figura do gráfico Burn Down Chart.
O número de horas trabalhadas no desenvolvimento do projeto ultrapassou a quantidade
proposta inicialmente.
Devido a este erro, a linha real do gráfico aparenta um adiantamento na finalização
das tarefas, porém as horas trabalhadas é que estouraram o limite previsto, as tarefas
propostas no cronograma foram finalizadas, porém produção do documento escapou das
estimativas.
Acredita-se que o principal motivo das falhas nas estimativas tenha sido que a escrita
da monografia não foi adicionada ao cronograma e nem as horas ao burndown chart.
Os comentários e conclusões abordadas sobre as três turmas da fase final serão
descritas no capítulo seguinte.
49
5 RESULTADOS E ANÁLISES
A partir da visualização das redes sociais obtidas na última aplicação do
questionário, puderam-se destacar algumas notáveis e interessantes características das
relações individuais de cada turma e entre das três turmas juntas.
Houve também a oportunidade de responder a várias questões propostas para o
estudo realizado,
• Quantidade de relacionamentos entre os atores?
1168.
• Qualidade da ligação?
Essa foi classificada em níveis variando de 1 a 4.
• Um indivíduo se relaciona academicamente sempre com as mesmas pessoas?
A maioria das respostas foi sim.
• Qual o envolvimento dos alunos de computação com indivíduos de turmas diferentes
da sua?
Baixo grau de mistura entre as turmas, evidente nas figuras 17 e 18.
Nas figuras 14 e 15 observa-se a rede social formada pelas relações das turmas BSI
2009-1 e BSI 2009-2, respectivamente. Em ambas nota-se um aglomerado de nós que
pertencem a cada turma, e diversos nós isolados, demonstrando a ausência de relacionamento
com muitos dos alunos pertencentes às outras turmas.
Na rede social formada pela turma de Engenharia da Computação 2009-1 (Figura
16), encontram-se menos nós conectados e novamente, uma aglomeração (que representa a
união da turma) e diversos nós isolados.
Juntando-se a rede social de BSI 2009-1 com a de BSI 2009-2 têm-se a rede da
figura 17. Nela é possível verificar que as duas turmas possuem alguns nós centrais que as
ligam, porém é notória a divisão de duas subredes (as duas turmas). E mesmo juntando-as,
continuam existindo muitos nós que não são atingidos.
Finalmente, a figura 18, mostra a rede social que se forma a partir da junção das
relações obtidas das três turmas analisadas. No grafo é possível visualizar 3 grupos distintos
(as três turmas) que se conectam por meio de alguns nós centrais. A análise desta figura indica
um baixo grau de mistura entre as turmas de BSI e a turma de Engenharia da Computação,
50
pois se observam poucos nós ligando BSI com Engenharia, enquanto que as turmas de BSI
têm uma boa interação, se misturam mais.
Mesmo com as três turmas unidas num só grafo, ainda há nós isolados. Esses nós
podem ser representações de alunos desistentes, que não tiveram muito contato com a turma,
ou pessoas que realmente não foram citadas por nem um dos participantes, visto que muitos
dos alunos presentes na lista não puderam responder o questionário.
Porém há alunos que freqüentam regularmente a turma e se ligam com poucos nós,
mesmo participando das mesmas matérias que a maioria dos alunos da turma, esse caso
mostra possíveis indícios de problemas de relacionamento dentro da turma.
Quanto ao cálculo da densidade da rede unificada chegou-se ao seguinte número:
• Aplicação da fórmula 8:
A partir desta análise superficial das redes sociais geradas, observa-se que não há um
percentual satisfatório com relação à comunicação entre as turmas. Percebe-se bem a cisão
que há entre elas e os poucos e importantes nós centrais que não as permitem virar um grupo
isolado. Com isso pode-se dizer que o fluxo de informações e conhecimentos que trafegam na
rede social desses grupos são extremamente baixos, acarretando na falta de compartilhamento
de conhecimento. Fator que poderia ser bastante útil para a melhora do desenvolvimento
acadêmico dos indivíduos dentro da universidade.
51
6 CONCLUSÃO
6.1 Conclusões e trabalhos futuros
A análise de redes sociais é um tema abordado por vários pesquisadores ao redor do
mundo, devido à importância das informações que podem ser extraídas da rede. As
expectativas variam dependendo da área de interesse, no caso da pesquisa elaborada
concluiram-se alguns tópicos:
• A estrutura das redes entre dentro de cada turma não possui distúrbios de
afinidades de grande relevância. Aparentemente as interações e fluxos ocorrem
num nível aceitável (diferente de ruim).
• A estrutura da rede das três turmas unificada expõe que as turmas de Bacharelado
em Sistemas de Informação mantêm pouco contato com a turma de Engenhara da
Computação.
• Embora a rede ilustre visualmente um grande aglomerado de interações, a maioria
dos voluntários expressaram que as turmas não são unidas. Cada pessoa respondeu
correspondente a sua turma.
• Esse estudo comprova que é possível o mapeamento das redes dos alunos de
computação da UTFPR.
• A análise de redes requer estudo bem elaborado para se chegar a resultados de
maior precisão.
• A escrita do documento deve ser feita paulatinamente e coordenada com os
resultados, pois a maior parte da escrita do documento só foi possível após a
geração das redes.
• Os dados devem ser analisados com calma para serem analisados
quantitativamente e qualitativamente.
Percebeu-se que a pesquisa rendeu vários dados e foram utilizados apenas parte deles
os quais não foram analisados nesse momento, devido ao curto período de estudo, por este
motivo ficam a trabalhos futuros as seguintes atividades:
• Analisar o Impacto das Redes Sociais no desempenho acadêmico.
• Analisar mais a fundo as relações entre os nós das redes coletadas.
52
• Estender a pesquisa a todas as turmas de computação.
• Elaborar método de coleta de dados digital, este para facilitar o
processamento de dados.
• Analisar qualitativamente os dados fornecidos através do questionário.
53
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HAYTHORNTHWAITE, Caroline. Artigo Científico: A social network study of the growth of community among distance learners. Information Research, 4(1), 1 jul. 1998. Disponível em: <http://informationr.net/ir/4-1/paper49.html>. Acesso em: 13 mar. 2010. HAYTHORNTHWAITE, C.; Wellman, B. Artigo Científico: Studying online social networks. Journal of Computer-Mediated Communication, 3(1). 2 jun. 1997. Disponível em: <http://jcmc.indiana.edu/vol3/issue1/garton.html>. Acesso em 15 mar. 2010. HAYTHORNTHWAITE, Caroline. Palestra Pública: Learning in the Age of Web 2.0 First in a series of six Leverhulme Trust Public Lectures on the theme of Learning Networks Paper presented at the London Knowledge Lab, London, UK December 1, 2009. Disponível em: <http://docs.google.com/Doc?docid=0AU3Sqf774fhGZGNmOGNtN3ZfMjY0enM3cjJ2ZzM&hl=en>. Acesso em: 02 abr. 2010. PENUEL, William R.; SUSSEX, Willow; KORBAK, Christine. Artigo Científico: Investigating the Potential of Using Social Network Analysis in Education Evaluation. American Journal of Evaluation 27: 437-451. 2006. Disponível em: <http://aje.sagepub.com/cgi/reprint/27/4/437>. Acesso em: 14 mar. 2010. MESQUITA, Rafael Barreto; LANDIM, Fátima L. P.; COLLARES, Patrícia M.; LUNA, Cícea G. Artigo Científico: Análise de redes sociais informais: aplicação na realidade da escola inclusiva. 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/icse/v12n26/a08.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2010. SILVA, M.C.M. Redes sociais intra-organizacionais informais e gestão: um estudo nas áreas de manutenção e operação da planta HYCO-8, Camaçari-BA. 2003. Dissertação (Mestrado) - Escola de Administração, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2003. Disponível em: <http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19431.pdf>. Acesso em: 24 mar. 2010. BARBOSA, M. T. S.; BYINGTON, M. R. L.; STRUCHINER, C. J. Modelos dinâmicos e redes sociais: revisão e reflexões a respeito de sua contribuição para o entendimento da epidemia do HIV. Cad. Saúde Pública, 2000, v.16, supl.1, p.S37-S51. ISSN 0102-311X. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 311X2000000700004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 02 abr. 2010.
54
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Workshop: Wesaac 2007 – Escola de Sistemas de Agentes para Ambientes colaborativos. 16 abr. 2007. Disponível em: < http://ppginf.ucpel.tche.br/wesaac/Anais/mini-cursos.html>. LUGO, Gustavo G. Artigo Científico: Redes Sociais Associadas a Sistemas Colaborativos. Workshop: Wesaac 2007 – Escola de Sistemas de Agentes para Ambientes colaborativos. 16 abr. 2007. Disponível em: < http://ppginf.ucpel.tche.br/wesaac/Anais/mini-cursos.html>. CABRAL, Maria I. C.; NUNES, Daltro J.; BIGONHA, Roberto da S.; COSTA, Therezinha S.; WAGNER, Flávio R.; OLIVEIRA José P. M.. A Trajetória dos Cursos de Graduação da Área de Computação e Informática: 1969 – 2006. Editora SBC, 2009.
56
MOREIRA, H; CALEFFE, L. G. Metodologia da Pesquisa para o Professor. Publicações e trabalhos científicos. 7ª edição. São Paulo. Atlas, 2007.
57
8. ANEXOS
8.1 Software Pajek
O software Pajek e seu manual encontram-se no CD anexado a esta monografia. O
manual não foi impresso em anexo devido ao seu grande número de páginas.
58
9. APÊNDICES
9.1 Questionário de teste 1
INSTRUMENTO DE PESQUISA
Esta pesquisa tem o objetivo de mapear a rede de relacionamentos dos alunos de
computação da UTFPR, para fins de desenvolvimento educacional na disciplina de
metodologia de pesquisa.
Termos de Uso:
• A colaboração é absolutamente voluntária.
• A identificação dos alunos será apagada após a inserção dos dados na ferramenta
PAJEK para garantir a privacidade dos alunos.
• Este questionário é apenas uma versão de teste.
Questionário
1. Código:____
2. Idade:____
3. Sexo:
( )Masculino ( )Feminino
4. Ano em que ingressou:
( )2009-1 ( )2009-2 ( )2010
5. As relações com seus companheiros de turma são, em média:
Qualidade: Quantidade
( )Ótimo ( )Ótimo
( )Bom ( )Boas
( )Regular ( )Regulares
( )Ruim ( )Ruim
( )Péssimo ( )Péssimas
6. Trabalho me equipe:
6.1 Nos grupos de trabalho que você participa, são compostos sempre pelas mesmas
pessoas?
( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Nunca
59
7. Você e seus amigos costumam estudar juntos fora dos horários de aula?
( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Nunca
8. Você e seus amigos costumam se reunir para lazer fora do ambiente universitário?
( )Sim ( )Não ( )Ás vezes
9. Se sua última resposta foi sim, responda:
Com que frequência?
( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Nunca
10. Você considera a sua turma unida?
( )Sim ( )Não ( )Ás vezes
11. Você conhece alunos de outras turmas de BSI?
Quantos?
12. Você tem contato com alunos do curso de Engenharia da Computação?
Quantos?
13. O grupo que vc está inserido colabora com o seu desenvolvimento acadêmico?
( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Não
14. Você já pensou em interromper o curso? Se sim, por quê?
__________________________________________________________________
15. Em caso afirmativo na questão anterior, o que o fez continuar?
__________________________________________________________________
16. A partir da lista anexada na próxima página, indique no mapa abaixo as pessoas que
você se relaciona marcando os códigos das mesmas nos devidos graus de
relacionamento. Não é necessário mencionar todos os alunos.
60
MAPA RELACIONAL
61
9.2 Questionário de teste 2
INSTRUMENTO DE PESQUISA
Esta pesquisa tem o objetivo de mapear a rede de relacionamentos dos alunos de
computação da UTFPR, para fins de desenvolvimento educacional na disciplina de
metodologia de pesquisa.
O questionário é curto e de fácil compreensão.
O objetivo desta pesquisa, junto a comunidade de computação da UTFPR, é recolher
informações positivas e negativas, opiniões e expectativas, sobre seus relacionamentos
com colegas de curso e turma, assim como o mapeamento da rede social desse grupo.
Termos de Uso:
• A colaboração é voluntária.
• A identificação dos alunos será apagada após a inserção dos dados na ferramenta
PAJEK para garantir a privacidade dos alunos.
• Este questionário é apenas uma versão de teste.
Questionário
1. Código:____
(Seu código está listado na última página.)
2. Idade:____
3. Sexo:
( )Masculino ( )Feminino
4. Ano em que ingressou:
( )2009-1 ( )2009-2 ( )2010
5. As relações com seus companheiros de turma são, em média:
Qualidade: Quantidade
( )Ótimo ( )Ótimo
( )Bom ( )Boas
( )Regular ( )Regulares
62
( )Ruim ( )Ruim
( )Péssimo ( )Péssimas
6. Trabalho em equipe:
6.1 Nos grupos de trabalho que você participa, são compostos sempre pelas mesmas
pessoas?
( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Nunca
7. Você e seus amigos costumam estudar juntos fora dos horários de aula?
( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Nunca
8. Você e seus amigos costumam se reunir para lazer fora do ambiente universitário?
( )Sim ( )Não
Se sua última resposta foi sim, responda:
8.1 Com que frequência?
( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente
9. Você considera a sua turma unida?
( )Sim ( )Não
10. Você conhece alunos de outras turmas de BSI?
Quantos?
11. Você tem contato com alunos do curso de Engenharia da Computação?
Quantos?
12. O grupo que vc está inserido colabora com o seu desenvolvimento acadêmico?
( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Nunca
13. Você já pensou em interromper o curso? Se sim, por quê?
_____________________________________________________________________
14. Em caso afirmativo na questão anterior, o que o fez continuar?
_____________________________________________________________________
15. A partir da lista anexada na próxima página, indique no mapa abaixo as pessoas que
você se relaciona marcando os códigos das mesmas nos devidos graus de
relacionamento. Não é necessário mencionar todos os alunos.
63
MAPA RELACIONAL
64
9.3 Questionário final
INSTRUMENTO DE PESQUISA
Esta pesquisa tem o objetivo de mapear a rede de relacionamentos dos alunos de
computação da UTFPR, para fins de desenvolvimento educacional na disciplina de
metodologia de pesquisa.
O questionário é curto e de fácil compreensão.
O escopo desta pesquisa, contíguo a comunidade de computação da UTFPR, é recolher
informações positivas e negativas, opiniões e expectativas, sobre seus relacionamentos
com colegas de curso e turma, assim como o mapeamento da rede social desse grupo.
Termos de Uso:
• A colaboração é voluntária.
• A identificação dos alunos será apagada após a inserção dos dados na ferramenta
PAJEK para garantir a privacidade dos alunos.
Questionário
16. Código:____
(Seu código está listado nas últimas páginas.)
17. Idade:____
18. Sexo:
( )Masculino ( )Feminino
19. Ano em que ingressou no curso de computação?:
( )2009-1 ( )2009-2 ( )2010
20. As relações com seus companheiros de turma são, em média:
Qualidade:
( )Ótimo ( )Bom ( )Regular ( )Ruim ( )Péssimo
Quantidade
( )Ótima ( )Boa ( )Regular ( )Ruim ( )Péssima
65
21. Trabalho em equipe:
21.1 Nos grupos de trabalho que você participa, são compostos pelas mesmas
pessoas?
( )Sim ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Não
22. Você e seus amigos costumam estudar juntos fora dos horários de aula?
( )Sim ( )Ás vezes ( )Raramente ( )Não
23. Você e seus amigos costumam se reunir para lazer fora do ambiente universitário?
( )Sim ( )Não
Se sua última resposta foi sim, responda:
23.1 Com que frequência?
( )Sempre ( )Ás vezes ( )Raramente
24. Você considera a sua turma unida?
( )Sim ( )Não
25. Você conhece alunos de outras turmas do seu curso?
Quantos?______.
26. Você tem contato com alunos de outros cursos de computação da UTFPR? Quantos?
________________________________________________________.
27. O grupo que vc está inserido colabora com o seu desenvolvimento acadêmico?
( )Sim
( )Ás vezes ( ) Negativamente
( )Raramente ( ) Positivamente
( )Não
28. Como você considera o seu desempenho no curso?
( )Ótimo ( )Bom ( )Regular ( )Ruim ( )Péssimo
29. Você já pensou em interromper ou desistir do curso? Se sim, por quê?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
30. Em caso afirmativo na questão anterior, o que o fez continuar?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
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31. A partir da lista anexada na próxima página, indique no mapa abaixo as pessoas que
você se relaciona marcando os códigos das mesmas nos devidos graus de
relacionamento. Não é necessário mencionar todos os alunos.
MAPA RELACIONAL
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