UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARAN´ A´...

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UNIVERSIDADE TECNOL ´ OGICA FEDERAL DO PARAN ´ A DISCIPLINA DE OFICINA DE INTEGRAC ¸ ˜ AO II ANDR ´ E LUCAS ZANELLATO, FELIPE UKAN PEREIRA, HUDO CIM ASSENC ¸O DESENVOLVIMENTO DE UM PLOTTER 2D DE BAIXO CUSTO RELAT ´ ORIO FINAL DE PROJETO CURITIBA 2014

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UNIVERSIDADE TECNOLOGICA FEDERAL DO PARANADISCIPLINA DE OFICINA DE INTEGRACAO II

ANDRE LUCAS ZANELLATO, FELIPE UKAN PEREIRA, HUDO CIMASSENCO

DESENVOLVIMENTO DE UM PLOTTER 2D DE BAIXO CUSTO

RELATORIO FINAL DE PROJETO

CURITIBA

2014

ANDRE LUCAS ZANELLATO, FELIPE UKAN PEREIRA, HUDO CIMASSENCO

DESENVOLVIMENTO DE UM PLOTTER 2D DE BAIXO CUSTO

Relatorio Final de Projeto apresentado a Disciplinade Oficina de Integracao II do curso de Engenhariade Computacao da Universidade TecnologicaFederal do Parana demonstrando o processo dedesenvolvimento do projeto.

Orientador: Hugo Vieira Neto

Co-orientador: Cesar Vargas Benıtez

CURITIBA

2014

RESUMO

. DESENVOLVIMENTO DE UM PLOTTER 2D DE BAIXO CUSTO. 24 f. Relatorio Final deProjeto – Disciplina de Oficina de Integracao II, Universidade Tecnologica Federal do Parana.Curitiba, 2014.

Este trabalho apresenta o processo de desenvolvimento de um Plotter 2D detalhando as etapasde planejamento, orcamento e realizacao juntamente com as dificuldades encontradas pelaequipe ao decorrer do projeto. O Plotter em questao possui movimentacao atraves de um motorde passo em cada um dos eixos, sendo o movimento dos mesmos transmitido por correiasdentadas. Para realizar o desenho, a maquina conta com uma caneta acoplada a um solenoidepara movimenta-la para cima e para baixo. Os motores e o solenoide sao controlados peloArduino atraves do programa open-source GRBL. A precisao e a area de trabalho esperadasforam reduzidas ao longo do projeto, mas o resultado final foi obtido com sucesso.

Palavras-chave: Plotter, Arduino, GRBL, G-CODE, Motor de Passo, CNC

SUMARIO

1 INTRODUCAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 REVISAO BIBLIOGRAFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.1 GCODE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.2 GRBL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72.3 MICROCONTROLADORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82.3.1 Arduino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82.4 MOTORES DE PASSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82.5 PONTE H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102.6 TRANSMISSAO MECANICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.6.1 Correias e Polias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.6.1.1 Correias Dentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133.1 ESTRUTURA DA MAQUINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133.2 CIRCUITO DE CONTROLE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163.3 SOFTWARE DE CONTROLE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183.4 ORCAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183.5 CRONOGRAMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184 RESULTADOS E DISCUSSOES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215 CONCLUSAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23REFERENCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

5

1 INTRODUCAO

A necessidade por maquinas automatizadas e de maior precisao surgiu apos a revolucao

industrial. As maquinas automaticas apresentam maior consistencia e precisao quando

comparadas a trabalhos manuais. A medida que a necessidade de uma producao em larga escala

aumenta, a demanda por maquinas deste tipo acompanha o crescimento.

Em 1947, John Parsons com a intencao de fabricar pecas de avioes comecou a fazer

experimentos que dariam base para as maquinas CNC (Computer Numerical Control) de hoje.

Em 1951 foi dada sequencia a um de seus projetos de maquina com tres eixos pelo Massachutts

Institute of Technology, que apos alguns anos demonstrou ser possıvel movimentar os tres

eixos simultaneamente. No ano de 1955 estas maquinas controladas numericamente ja estavam

disponıveis para a industria (SEAMES, 2001).

As primeiras maquinas NC, numericamente controladas, rodavam com cartoes e fitas

perfuradas. Mas devido ao tempo e esforco necessario para editar este tipo de material os

computadores tomaram seu lugar. O tipo de sistema DNC (Direct numerical control) surgiu

com a introducao dos computadores nesta area. O uso deste sistema exigia um mainframe

ou um mini-computador, o que encarecia bastante seu uso. Este tipo de sistema envolvia

um computador para controlar uma ou mais maquinas numericamente controlaveis (SEAMES,

2001).

Existiram outros tipos de sistemas que utilizavam computadores de maneiras

diferentes. O mais importante e que estes modelos antigos permitiram, atraves de avancos

tecnologicos, o surgimento das maquinas CNC de hoje. A utilizacao de uma CPU (Central

Processing Unit) para fazer o interfaceamento vem sendo feita a varios anos, como citado no

paragrafo anterior. A utilizacao de um Arduino para fazer o interfaceamento se sustenta nesta

ideia de uma CPU ou mais para intermediar a comunicacao.

As maquinas CNC foram desenvolvidas visando aumentar a produtividade, reduzir os

custos, tornar a producao mais economica, aumentar a precisao de replicacao de pecas e tambem

para fazer trabalhos que seriam impraticaveis sem ela (SEAMES, 2001).

6

Atualmente existe uma grande variedade de maquinas numericamente controladas.

Elas podem ser encontradas em varias areas, principalmente na area industrial. Elas

normalmente sao encontradas em empresas que fabricam pecas, como, por exemplo,

metalurgicas.

A motivacao para o projeto foi justamente a grande aplicabilidade e os varios

conhecimentos envolvidos neste tipo de maquina. De modo que o objetivo a ser atingido

e aprender na pratica como um plotter pode funcionar, ou seja, como integrar os nossos

conhecimentos em software e hardware para obter uma maquina numericamente controlavel.

O diagrama em blocos (figura 1) busca dar uma visao geral do trabalho e auxiliar o leitor no

entendimento do mesmo.

Figura 1: Diagrama de blocos do projeto.

7

2 REVISAO BIBLIOGRAFICA

2.1 GCODE

GCODE e uma linguagem que pode representar graficamente um programa funcional.

Ela foi concebida para ser tao facilmente entendida por humanos como por maquinas, assim

podendo os humanos gerarem testes de entrada e as saıdas facilmente interpretaveis (JOY;

AXFORD, 1991).

Esta representacao mais grafica de linguagem foi inicialmente concebida por motivos

de ensino. A representacao de um programa funcional podia entao ser impressa no formato

ASCII, que e o formato GCODE. Este formato podia ser facilmente transmitido de uma

maquina para outra usando email ou outra forma de transferencia de dados (JOY; AXFORD,

1991).

O GCODE hoje e amplamente utilizado em maquinas de automacao, como em

maquinas de comando numerico computadorizado (CNC), que e o tipo de maquina que tratamos

no projeto. Ou seja, o GCODE esta sendo utilizado para enviar comandos para a maquina.

2.2 GRBL

O programa GRBL esta sendo utilizado como interpretador de GCODE e tambem

como interface para transmitir os comandos a partir do computador. Ou seja, ele atua como o

software que envia os comandos de GCODE para o Arduino e tambem como o interpretador de

GCODE no proprio Arduino.

Como interpretador de GCODE no Arduino, o GRBL funciona muito bem em sistemas

baseados em Atmega328. Por mais que haja uma certa incompatibilidade com outros sistemas

isto nao foi um grande problema (BENGLER, 2014). Como controlador ele tem uma interface

grafica para diversos sitemas operacionais que permite fazer upload de comandos escritos em

GCODE de um arquivo.

8

2.3 MICROCONTROLADORES

Em geral um microcontrolador contem um processador e memorias: RAM (random

access memory), EEPROM ou EPROM (ROM - read only memory; EPROM - erasable

programmable read only memory; EEPROM ou E2PROM - electrically erasable programmable

read only memory) e mais atualmente memorias Flash.

Outrossim os microcontroladores podem possuir alem dos componentes logicos e

aritmeticos usuais de um microprocessador elementos adicionais, como: memoria de leitura

e escrita para armazenamento de dados, memoria somente de leitura para armazenamento

de programas, EEPROM para armazenamento permanente dos dados e tambem conversores

analogicos/digitais, digitais/analogicos e outros perifericos de entrada/saıda. (PEDRONI,

2010).

2.3.1 ARDUINO

O Arduino Uno foi o microcontrolador utilizado. Ele e um microcontrolador open-

source que pode, entre outras coisas, atuar acionando as suas saıdas para ativar motores de

acordo com o que o GRBL manda de sinal. Ou seja, a sequencia de acionamentos para os

motores e feita pelo Arduino a partir de comandos recebidos por ele do GRBL.

Em particular este modelo foi baseado no ATmega328, que possui 14 portas digitais e

seis analogicas. Para fazer upload dos softwares, enviar os comandos em GCODE e tambem

para sua alimentacao esta sendo usada a entrada USB.

2.4 MOTORES DE PASSO

Os motores de passo sao um tipo de motor eletrico normalmente utilizado em

aplicacoes que exigem precisao. Impressoras a jato de tinta e maquinas CNC (Comando

Numerico Computadorizado) sao exemplos de aplicacoes. Entre suas principais caracterısticas

estao :(MICROCHIPTECHNOLOGYINC, 2004)

• Movimento discretizado, controlado por pulsos.

• Manutencao do torque quando parado (se energizado).

• Ausencia de escovas, sendo mais confiavel e sua vida util determinada apenas pelo

rolamento interno.

9

Os motores de passo que estao sendo utilizados sao do modelo EPSON EM-326,

retirados de uma impressora EPSON LX 300+II. Possuem quatro fios para ligacao que sao

representados na figura 2.

Figura 2: Fiacao motor de passo bipolar.

Existem basicamente tres tipos de motores de passo, o de ima permanente, o de

relutancia variavel e o hıbrido (HUMPHRIES, 1988). Seu modo de funcionamento se divide

em unipolar e bipolar. O modo unipolar utiliza apenas metade de cada bobina, em uma metade

a corrente passa em uma direcao e na outra metade a direcao e invertida. Neste modo o circuito

utilizado para o controle do motor e simplificado, mas como apenas metade das bobinas sao

utilizadas por vez, o torque e reduzido (MICROCHIPTECHNOLOGYINC, 2004).

No modo bipolar utiliza-se a bobina inteira, sendo o sentido da corrente controlado

por um circuito chamado de Ponte H. A complexidade do circuito de controle do motor e maior

assim como o torque.

Para fazer com que o motor gire em um determinado sentido e necessario acionar as

bobinas em uma sequencia. A figura 3 mostra diferentes formas de onda para o acionamento das

bobinas. O modo de onda utilizado para o acionamento dos motores esta sendo o de meio-passo.

10

Imagem modificada a partir da original, encontrada em:

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Drive.png

Figura 3: Modos de passo para acionamento do motor.

2.5 PONTE H

A ponte H e um circuito que permite controlar a direcao em que a corrente e aplicada

a uma carga. Sendo assim, e possıvel utilizar este circuito para o controle de um motor DC ou

11

motor de passo, como mostrado na figura 3, as bobinas A′ e B′ sao na verdade as bobinas A e

B mas com uma corrente circulando no sentido inverso. No caso de motores DC, o sentido da

corrente determina o sentido de giro do motor (MCMANIS, 2006).

A solucao utilizada neste trabalho foi o circuito integrado L298, que possui duas pontes

H e uma corrente maxima de 2A em cada uma delas (STMICROELECTRONICS, 2000).

2.6 TRANSMISSAO MECANICA

A transmissao mecanica sao conjuntos mecanicos utilizados para transferencia de

movimento ou forca de um eixo a outro. O eixo motriz e quase sempre o eixo do motor, a

partir do qual o movimento ou a forca sera transmitida. Tal tipo de conjunto e necessario pois

muitas vezes nao e possıvel gerar o movimento exatamente como desejado, ou ao menos nao e

economicamente viavel.

Existem varios tipos de transmissoes mecanicas, como engrenagens, correntes e

correias. A utilizada neste projeto foi a transmissao atraves de pares correia-polia.

2.6.1 CORREIAS E POLIAS

Dentro do par correia-polia, existe uma variedade de tipos de transmissoes, por correias

planas, em V e correias dentadas ou sincronizadoras podendo todas estas serem acompanhadas

de polias das mesmas variedades sendo a correia plana a mais comum dos tipos.

O par correia-polia e uma alternativa barata para transmissoes mecanicas, ja que os

elementos nao precisam de grande precisao para atingir grandes rendimentos, sendo geralmente

superiores a 90 %.

Quando instalando uma correia, uma preocupacao deve ser a tensao mecanica. A

tensao nao pode ser muito alta, pois pode causar muito atrito na correia ou muito esforco no

eixo, mas se a tensao for muito baixa a transmissao entre eixos tera um menor rendimento.

As vantagens de usar correias sao muitas, entre elas (CHURCHES, 2010)

(EUROCORREIAS, 2009):

• Baixo custo de reposicao.

• Nao necessitam de alta precisao na montagem.

• Nao e necessario e nem deve ser feita lubrificacao.

12

• Boa resistencia a choques e vibracoes.

• Transmissao de medias a longas distancias.

2.6.1.1 CORREIAS DENTADAS

A principal vantagem das correias dentadas e que os dentes das mesmas se encaixam

nos dentes da roda dentada acoplada no eixo motriz (ver figura 4) (no caso deste projeto, o

motor eletrico), o que a faz agir quase como uma corrente e diminui um dos maiores problemas

das correias, o escorregamento.

Imagem modificada a partir da original, encontrada em:

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pulio.png

Figura 4: Exemplo de encaixe entre Correia Dentada e Roda Dentada.

13

3 METODOLOGIA

O projeto iniciou-se pelo interesse da equipe em maquinas CNC. Como construir uma

maquina de corte CNC exigiria muitos recursos, a equipe decidiu simplificar o projeto e fazer

um plotter 2D. A ideia do funcionamento manteve-se a mesma, mas barateou-se o projeto.

3.1 ESTRUTURA DA MAQUINA

Atraves de pesquisa na internet, a equipe decidiu utilizar-se de correias para

transmissao. Como um dos integrantes ja possuıa um motor de passo, a ideia inicial foi buscar

uma correia dentada para acoplar ao mesmo. Apos encontrar tal correia, percebemos que o

preco da mesma, juntamente com mais um par motor-correia, seria proibitivo para o orcamento

previsto. Sendo assim, a equipe investigou o uso de um fuso no projeto, mas descobriu-se

que este metodo levaria o cabecote (parte mecanica que movimenta a ferramenta que carrega a

caneta) a ter uma velocidade muito baixa, devido ao passo muito baixo de roscas disponıveis

comercialmente. A solucao encontrada foi utilizar-se de pecas usadas.

Como o plotter funciona sobre uma folha A4, decidiu-se buscar pecas de impressoras

usadas, visto que seria possıvel a utilizacao do eixo do toner no projeto. Assim, a equipe

comprou o eixo de um impressora, dois motores de passo e correias por um preco muito menor

do que os orcados anteriormente. Alem disso, como a estrutura foi feita em madeira e o pai

de um dos integrantes possui uma oficina de marcenaria, o projeto acabou saindo por um preco

bastante razoavel (ver tabela 1).

Por ultimo, apos a obtencao dos motores e do eixo, a equipe encontrou o problema do

acoplamento do outro eixo ao motor e como este eixo seria acoplado a estrutura. Para acoplar o

eixo a estrutura, foram utilizadas corredicas de gaveta simples, que satisfizeram as necessidades

imediatas.

As polias utilizadas no projeto foram feitas de poliuretano, um polımero que, dentre

outras caracterısticas, possui alta resistencia a abrasao e a tensao, o que e extremamente valioso

14

em um par correia-polia, principalmente considerando o uso de correias dentadas no projeto.

(VICKLTDA, 2013)

Para acoplar o motor ao cabecote da maquina, aproveitou-se o eixo comprado da

impressora. Removeu-se o motor, a correia e a polia que a impressora usava originalmente

e adaptou-se o cabecote com novos furos para ser possıvel parafusar um motor para o eixo.

Trocou-se a polia original pela fabricada em poliuretano e acoplou-se a correia. Para fazer a

caneta acompanhar o movimento da correia, a equipe utilizou uma peca que a impressora usa,

na qual a parte de baixo da correia e presa por pressao e e utilizada como base para o solenoide.

O eixo completo pode ser visto na figura 5, onde 1 (em preto no fundo) e a mao francesa nao

modificada, 2 e a mao francesa modificada e 3 e o cabecote.

Figura 5: Eixo da Caneta

Resolvida o acoplamento do motor do eixo do cabecote, decidimos ter a mesma

abordagem para o motor do eixo corredico: prender a correia por pressao em uma das hastes de

madeira assim fazendo acompanhar o movimento da parte de baixo da correia.

Utilizando um pedaco de metal em formato de L, prendeu-se o motor a base de madeira

e com uma mao francesa, prendeu-se a polia na extremidade oposta, como pode ser visto na

figura 6, onde 1 (em preto) e a mao francesa nao modificada, 2 e a corredica e 3 e a haste.

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Figura 6: Eixo da Corredica

Com o motor, a correia e a polia no lugar, foi preciso construir uma peca para prender

a correia e a haste de madeira. Para isso, comprou-se outra mao francesa que foi modificada,

tornando-a uma prensa para que o movimento da correia e da haste ficasse sincronizado.

Figura 7: Mao Francesa Modificada

16

A modificacao foi feita cortando um pedaco da ponta da mao francesa, onde ficaria o

segundo furo, sobrepondo os dois furos e parafusando os dois pedacos juntos, como pode ser

visto na figura 7.

3.2 CIRCUITO DE CONTROLE

Paralelamente a procura de materiais e a montagem da estrutura, a equipe tambem

montou dois circuitos para o controle dos motores, uma ponte H dupla feita com transistores

BJT (figura 8) e uma utilizando o conjunto de circuitos integrados L297 e L298 (figura

9). Comparando as duas opcoes, optou-se pela utilizacao dos circuitos integrados devido a

capacidade destes controlar a corrente aplicada no motor utilizando um sinal PWM, e tambem

ao espaco necessario ser menor. O circuito foi montado utilizando como base o datasheet do

circuito integrado L297 (STMICROELECTRONICS, 2001).

R1470

B212V

R21k

R310k

R4470

R510kR6

10k

R7470

R810k

R91k

R10470

A+ A-

Q2BC337Arduino 1

Arduino 2

Q1BDX34

Q3BDX33

Q6

BC337

Q5

BDX34

Q4BDX33

D11N4007

D21N4007

D31N4007

D41N4007

D5

1N4007

D6

1N4007

Figura 8: Ponte H com transistores BJT para teste.

Com a estrutura mecanica e o circuito de controle montados, iniciou-se entao os

processos de testes para identificar possıveis falhas de projeto e melhorias a serem feitas.

17

1 1

2 2

3 3

4 4

5 5

AA

BB

CC

Dat

e: 2

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14K

iCad

E.D

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Rev

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Id: 1

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Titl

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SEN_A 1

OU

T1

2

OU

T2

3

VSS4

INP

UT

15

EN

AB

LE_A

6

INP

UT

27

GND8

VCC9

INP

UT

310

EN

AB

LE_B

11

INP

UT

412

OU

T3

13

OU

T4

14

SEN_B 15

IC2

L298

SYNC 1GND2

HOME 3

A4

INH

15

B6

C7

INH

28

D9

EN

AB

LE10

RE

SE

T20

CNTL 11

VCC12SENS2 13

SENS1 14

VR

EF

15

OSC16

CW

/CC

W17

CLO

CK

18

H/F

19

IC1 L2

97

R2

10k

1

2

3

RV110k

C1

3,3n

R1

22k

R30,5

R40,5

D6

UF4007

D3

UF4007

D14

UF4007

D15

DIODE

D2

UF4007

D10

UF4007

D7

UF4007

D11

UF4007

VS

S

+36

V

VS

S

+5V

C2

2200u

C3

100n

VC

C

C4

2200u

C5

100n

VC

C

VC

C

1 2456

IC5

4N25

DIP

6

VC

C

DG

ND

R7

220

R12470

Ard

uino

Ste

p X

1 2456

IC4

4N25

DIP

6

VC

C

DG

ND

R6

220

R11470

Ard

uino

Dir

X

SEN_A 1

OU

T1

2

OU

T2

3

VSS4

INP

UT

15

EN

AB

LE_A

6

INP

UT

27

GND8

VCC9

INP

UT

310

EN

AB

LE_B

11

INP

UT

412

OU

T3

13

OU

T4

14

SEN_B 15

IC9

L298

SYNC 1GND2

HOME 3A

4

INH

15

B6

C7

INH

28

D9

EN

AB

LE10

RE

SE

T20

CNTL 11

VCC12SENS2 13

SENS1 14

VR

EF

15

OSC16C

W/C

CW

17

CLO

CK

18

H/F

19

IC8 L2

97

R15

10k

1

2

3

RV210k

R160,5

R170,5

D8

UF4007

D5

UF4007

D16

UF4007

D17

UF4007

D4

UF4007

D12

UF4007

D9

UF4007

D13

UF4007

VS

S

VC

C

VC

C

1 2456

IC6

4N25

DIP

6

VC

C

DG

ND

R8

220

R13470

Ard

uino

Ste

p Y

1 2456

IC3

4N25

DIP

6

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C

DG

ND

R5

220

R10470

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Filt

ro d

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o

1 2456

IC7

4N25

DIP

6

VC

C

DG

ND

R9

220

R1410k

Ard

uino

Dir

Z

C1

B 2

E3

Q1

BC

537

TO

92

D1

DIODE1

2

P1

Sol

enoi

de VS

S

1 2 3 4

P3Motor Y

1 2 3 4

P2Motor X

Syn

c

Syn

c

Figura 9: Ponte H com CI L298 e L297.

18

A partir dos primeiros testes realizados, perceberam-se alguns problemas no circuto

em relacao ao controle de corrente. Quando acionado o PWM, havia um ruıdo muito grande

e o motor nao respondia adequadamente ao controle. Apos mais testes e alguns componentes

queimados, foi identificada a ausencia de um filtro capacitivo para a alimentacao de 5V e a

necessidade de optoacopladores para que o Arduino nao sofresse danos. Alem dessas correcoes,

foi utilizada uma topologia em estrela para o ground do circuito, diminuindo ainda mais o ruıdo

na parte logica do circuito.

3.3 SOFTWARE DE CONTROLE

O software utilizado para o controle foi o GRBL. Como ja introduzido na secao de

Revisao Bibliografica, ele funciona como interpretador de GCODE no Arduino e tambem como

controlador em um computador. No computador e possıvel mandar comandos individuais para

cada eixo da maquina e tambem controlar outras caracterısticas dela, como velocidade e duty

cycle dos pulsos.

Durante todo o projeto foram feitos programas para o Arduino com a intencao de

testar as pontes H. Ainda quando tınhamos apenas uma ponte H funcional ja havıamos decidido

utilizar o GRBL pois ele atendia a todas as nossas necessidades. Com a utilizacao do GRBL

nao foi preciso alterar nada no projeto principal.

3.4 ORCAMENTO

Como relatado, a equipe nao possuıa um orcamento grande, embora um projeto

deste tipo tenha um custo (relativo a estudantes) alto. Para contornar este fato, a equipe

decidiu utilizar pecas usadas. As pecas usadas foram satisfatorias para o termino do projeto,

principalmente devido ao objetivo didatico do mesmo. Se este fosse um projeto comercial, ou

se a equipe possuısse mais recursos, o orcamento poderia ser muito maior.

De qualquer maneira, a montagem do projeto e a solucao de problemas atraves de

alternativas de baixo custo proporcionou um grande aprendizado a equipe, inclusive forcando a

criatividade em certos momentos para solucoes menos ortodoxas.

3.5 CRONOGRAMA

A primeira peca feita e testada foi a ponte H, sendo projetada e montada pela equipe.

Ela teve utilidade inicialmente mas um dos transistores usados esquentava muito e logo teve

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Tabela 1: Precos EstimadosMateriais Valor

Eixo Cabecote 30 R$

Motores, Correias ePolias

40 R$

Estrutura (madeira) 50 R$

Eletronicos 50 R$

Outros 50 R$

Total 220 R$

que ser feita a mudanca na abordagem para o acionamento dos motores de passo. Em seguida

testou-se o CI L298, sendo que ele tambem esquentava mais do que o esperado. Ao revisarmos

as formas de onda e observarmos as correntes nos circuitos em certos instantes, foi possıvel

controlar as mesmas em um nıvel satisfatorio tanto para o chip quanto para o motor.

Paralelamente testaram-se varios softwares que pudessem ser utilizados em um

Arduino. Comecamos utilizando o Arduino Mega 2560, mas devido a algumas

incompatibilidades com softwares encontrados, foi feita a troca para um um Arduino Uno

disponibilizado pelo professor orientador. Com o novo microcontrolador foi possıvel em poucos

minutos confirmar que o GRBL seria o software a ser utilizado para o interfaceamento. Como

este software possui funcionalidade tanto como interpretador de GCODE quanto para ser a

interface que controla os movimentos da maquina, o mesmo supriu as duas necessidades da

equipe.

Para fazer a estrutura, a equipe utilizou-se da oficina de marcenaria do pai de um dos

integrantes, onde a realizacao e montagem da mesma foi feita com a ajuda de um marceneiro.

Para um dos eixos parafusou-se uma corredica nas laterais da estrutura, sendo que o outro eixo

foi retirado de uma impressora e entao parafusado na parte superior da estrutura, em outra data.

Apos os dois eixos ja estarem fixados na estrutura principal precisavamos fixar os

motores. O primeiro motor a ser fixado foi para o eixo retirado da impressora. Este trabalho

foi feito em aproximadamente duas semanas, pois sempre que nos reunıamos, faltava algum

material.

Durante este tempo foi fabricado tambem o mecanismo de ativacao da caneta, um

solenoide, pelo pai de um dos integrantes. Foram feitos testes e ajustes principalmente em

relacao ao consumo excessivo de corrente do circuito, que com os motores e com o solenoide

nao ativos consumia mais de 2 amperes.

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Em seguida em um extremidade foi fixado o motor para o outro eixo e na outra

extremidade foi parafusada uma cantoneira que com um parafuso com porcas suporta a polia do

outro lado. A princıpio, ao colocarmos a correia, nao foi possivel movimentar este eixo. Apos

algum tempo foi resolvido colocar uma mao francesa modificada e um pedaco de metal em L

para prender a correia na base movel que se movimenta pelo canal da corredica.

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4 RESULTADOS E DISCUSSOES

O resultado obtido com a maquina desenvolvida pela equipe foi condizente com o

custo e os materiais utilizados. Nao se esperava obter uma alta precisao utilizando apenas uma

estrutura de madeira e uma corredica simples. Na figura 10 pode-se observar a tentativa de

reproduzir o desenho da figura 11.

Figura 10: Tentativa de reproducao de um desenho.

Figura 11: Desenho de um alienıgena, retirado de (MILLER, 2010).

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Alguns problemas ainda nao foram resolvidos. Observou-se que a solucao utilizada

para o levantamento da caneta nao respondeu como de esperado. Ao acionar o solenoide, este

esquenta e dilata o seu centro, que e feito de metal, causando muito atrito com o pistao que

prende a caneta, impossibilitando que a mesma suba. Outros problemas como folgas foram

identificados, a equipe acredita que a utilizacao de uma corredica telescopica e mudancas

simples na estrutura como a utilizacao de mais um elemento de fixacao entre as hastes do

cabecote possam melhorar o desempenho da maquina.

Sendo assim, as proximas modificacoes na maquina seriam:

• Trocar a corredica atual por outra com maior precisao.

• Utilizar outra solucao para o levantamento da caneta.

• Incluir um elemento de fixacao entre as hastes, diminuindo o seu desalinhamento.

O desenho na figura 10 apresenta deformacoes tambem pelo fato do desenho ser maior

que a area de trabalho da maquina.

As melhorias propostas buscam aumentar a precisao da maquina, mas o foco do

projeto nao foi alta precisao e sim demonstrar a viabilidade de um plotter 2D de baixo custo.

Considerando este objetivo, e possıvel dizer que o resultado foi satisfatorio, ainda que existam

melhorias possıveis, mesmo no curto prazo.

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5 CONCLUSAO

A materia de Oficina de Integracao II se tornou um grande desafio para os integrantes.

Conseguir transformar o conhecimento teorico obtido em algo pratico e estimulante e consolida

muito mais esses conhecimentos. Pensando nisso, e no nome da disciplina, a escolha de um

projeto que envolveu fortemente a parte mecanica e a eletronica forcou a equipe a ir alem de

sua zona de conforto.

A falta de recursos monetarios forcou a criatividade na solucao de problemas que a

equipe encontrou, o que acabou sendo um grande aspecto positivo do projeto. Percebemos

que pode ser facil resolver um problema com a ferramenta certa. Entretanto, muitas vezes

essa ferramenta nao esta disponıvel ou ainda nao existe e nao devemos deixar que isso impeca

o projeto de prosseguir, independentemente do problema. Sabemos que e necessario que um

engenheiro saiba lidar com falta de recursos, principalmente trabalhando em um paıs que nem

sempre possui desenvolvimento tecnologico de ponta, nem mesmo o acesso ao mesmo.

A uniao da eletronica com a mecanica e com a computacao trouxe problemas a equipe

que nao seriam vistos dentro do ambiente academico e que trazem licoes que serao levadas para

todos os projetos daqui para frente.

Durante o processo foram superadas varias dificuldades, que consequentemente

geraram muito conhecimento para equipe, inclusive sobre a importancia pratica, pois por muitas

vezes somente o conhecimento teorico nao foi suficente para solucionar os problemas. Isto

aconteceu com a equipe quando parecia haver a necessidade de equipamentos que nao eram

realmente necessarios e aos poucos foram desenvolvidas tecnicas proprias e simples, para a

solucao de problemas.

Entendemos que o trabalho feito e a experiencia obtida durante todo o processo serao

de grande valor em nosso futuro. A disciplina de Oficina de Integracao II nos ajudou a

perceber que devemos buscar tanto o conhecimento teorico quanto o pratico. Adicionalmente

os membros da equipe aprenderam a valorizar o planejamento, a criatividade, a simplicidade e

principalmente seus companheiros de equipe.

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REFERENCIAS

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