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UNIVERSIDADE TUITI DO PARANA Phelipe Daniel Artigas de Pra ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL EM CRIANc;AS AUTISTAS Curitiba 2005 51

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UNIVERSIDADE TUITI DO PARANA

Phelipe Daniel Artigas de Pra

ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL EM CRIANc;AS AUTISTAS

Curitiba2005

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Phelipe Daniel Artigas de Pra

ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL EM CRIAN<;AS AUTIST AS

Trabalho de Conclusao do Curso deEducac;:ao Ffsica da Faculdade deCiencias Biol6gicas e da Saude daUniversidade Tuiuti do Parana,orientado pela professora MestreJocian Machado Bueno.

Curitiba2005

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PHELIPE DANIEL ARTIGAS PRA

ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL EM CRIAN<;AS AUTISTAS

Este Trabalho de Conclusao foi julgado e aprovado para a obten<;:ao do

titulo de licenciado em Educa<;:ao Fisica no Curso de Educa<;:ao Fisica da

Universidade Tuiuti do Parana, aprofundamento em Portadores de Necessidades

Especiais.

Curitiba, 06 de dezembro de 2005.

Orientador: Professora Mestre Jocian Machado Bueno

~,\ .~

rofessor Doutor-Arno Krug

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RESUMO

Esquema e Imagem Corporal em Crian\(as Autistas

PRA, Phelipe Daniel Artigas .. 2005. Curitiba, 2005.Orientadora: Prof. Ms. Jocian Machado Bueno

Este trabalho teve por objetivo verificar se um programa de atividades motoras pode interferirpositivamente no esquema e imagem corporal de uma crianya autista, bem como estabelecer aspossiveis relayoes com a constitui9~o da imagem corporal. 0 trabalho caracteriza·se comopesquisa descritiva, do tipo estudo de caso, onde primeiramente se fundamentou como seconstitui a imagem corporal e buscou-se estabelecer sua rela9ao com 0 esquema corporal. Aseguir aplicou-se um pre-teste e um p6s teste, onde 0 instrumento utilizado foram testes deconhecimento das partes do corpo nomeadas e designada mediante ordem verbal. Para tanto, foiescolhido um paciente da Unidade CAPS-i (Centro de Aten9ao Psico-Social Infantil) do bairroPinheirinho, com idade de seis anos. Entre a aplicayao do pre-teste e p6s-teste desenvolveu-seatividades de movimento que buscassem favorecer 0 desenvolvimento do esquema e da imagemcorporal. Conclui-se que as atividades motoras podem favorecer 0 desenvolvimento do esquemacorporal.

Palavras-chave: esquema corporal, imagem corporal, autista, Transtornos Globaisdo Desenvolvimento.

Endere\(o: Rua Alferes Poli, 3160 - Parolin

CEP: 80220-051 Curitiba - PR

Tel: 3332-5617 9126-7151

phelipe@emaiLit

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SUMARIO

1.INTRODU9AO . 51.1 JUSTIFICATIVA.... . 51.2 OBJETIVOS . 71.2.1 Objetivo Gera!.. 71.2.2 Objetivos Especificos . . 72. REVISAO DE LlTERATURA.. . 82.1 TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO (TGD) E 0 AUTISMO ..82.1.1 Autismo Infantil . . 92.1.2 Autismo Atipico . . 92.1.3 Sindrome de Rett . 102.1.4 Transtorno Desintegrativo da Infancia .. . 102.1.5 Sindrome de Asperger .. . . 112.2 AUTISMO E 0 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR . 113. ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL..... . 153.1 ESQUEMA CORPORAL... . 153.2 IMAGEM CORPORAL.... . 154. METODOLOGIA 204.1 TIPOS DE PESQUISA.................... . 204.2 POPULA9AO .204.3 AMOSTRA... . .204.4 INSTRUMENTOS.... 204.5 CONTROLE DE VARIAvEIS. . 204.6 COLETA DE DADOS 214.7 PROGRAMA DE ATIVIDADES DE MOVIMENTO CORRELACIONADAS AOESQUEMA E IMAGEM CORPORAL... . 215. APRESENTA9AO E DISCUSSAO DE RESULTADOS 225.1 DADOS DO CASO CUNICO . 225.2 0 TESTE.. . 225.2.1 Aplica980 do Pre-Teste . 245.2.2 Resultados do Pre Teste .255.2.3 P6s-Teste .. ...255.2.4 Resultados do P6s-Teste 265.3 DISCUSSAO DE RESULTADOS..... 276. CONCLUSAO 297. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 318. APENDICES.. 32

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1. INTRODU<;Ao

ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL EM CRIAN<;AS AUTISTAS

1.1 JUSTIFICATIVA

o presente estudo buscou pesquisar os temas Esquema Corporal e

Imagem Corporal e sua constituiyao, bem como sua importancia no processo

de estruturayao subjetiva da crianya.

o trabalho com essas crianyas parece, por algumas vezes, limitado pelo

fato de ser angustiante frente a dificuldade de se perceber uma evoluyao

concreta no seu desenvolvimento. AIE~mdas etapas de desenvolvimento

motor, as crianyas autistas muitas vezes apresentam tambem gestos

esteriotipados, os quais se sobressaem mais que sua evoluyao motora,

impossibilitando um progresso perceptivel por parte dos educadores e

terapeutas.

Sabe-se que 0 esquema corporal, no desenvolvimento psicomotor, e um

dos principais elementos para a formayao da personalidade da crianya. Para

Defontaine (1980 apud BUENO, 1998: 57) uma boa estruturayao e utilizayao

do esquema corporal contribui diretamente a adaptayao do sujeito no espayo e

no tempo, contribuindo para uma disposiyao corporal mais adequada para a

realizayao das diferentes atividades.

Portanto, esta inserido neste contexte 0 movimento, as sensayoes e as

manifestayoes corporais, as quais nem sempre sao conscientes. A

compreensao interiorizada de corpo e chamada de imagem corporal.

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Para Levin (2001, p. 106), "a imagem do corpo transforma-se em

operador que funda e institui as peripecias e a estruturayao subjetiva da

crianya". E a partir da constituiyao da imagem corporal que a crianya iniciara

as suas produyoes subjetivas, ou seja, para que ela possa desdobrar-se e

reconhecer-se, brincar de faz de conta ela precisara ter constituido uma

imagem na qual podera se apoiar.

Com base nessa afirmayao e que se pretendeu investigar 0 esquema e

a imagem corporal em crianyas autistas, sendo que para a maioria dessas

crianyas a passagem do corpo organico (esquema) ao corpo imaginario e

simb61ico (imagem) nao ocorreu, como acontece por vezes nos casos de

estereotipias. Essas crianyas, em alguns casos, nao possuem uma linguagem

corporal corriqueira e sim, uma estereotipia dessa linguagem, a qual que

mostra seu funcionamento limitado.

Se a produ9ao infantil nao se sustenta na imagem corporal, nao haven, 0 querepresentar; a 'atividade' da crian9a nao deixara marcas e 0 poder da ilusao-desilusao nao se enla98ra na cena da fic9ao. Nessa situa9ao, sem cenario,surgirao as estereotipias refratarias; toda imagem virtual e relacional, quandooreal aparece sufocando 0 desejo, desqualificando a dimensao sedutora eestetica da realiza9lio e, portanto, acaba com a fic9ao, a curiosidade, a ilusaoe a cria9iio infantil, mediante a reprodu9ao autistica do mesmo, do real semrepresenta9iio. (LEVIN, 2001: 103)

Pode se perceber que na maioria dos casos de autismo as crianyas que

se ligam a determinados objetos, com os quais brincam, nao estabelecem uma

representayao simb6lica, um faz de conta, somente ha uma ligayao ao objetoreal.

Para fins de pesquisa de campo, visto que nao ha um meio objetivo de

se mesurar Imagem Corporal, se fez necessario diferenciar Imagem e

Esquema Corporal. Este ultimo, que e da ordem do pre-consciente, torna-se

consciente quando se e referido atraves do toque, da fala e ate mesmo da dor,

pode ser treinado e quantificado. Ja a imagem corporal, da ordem do

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inconsciente, sendo constituida num primeiro momenta pelo olhar do Outro, no

caso a mae ou aquele que ocupe a funyao materna, nao pode ser mensurada.

Associado a reflexao acima, para correlacionar a imagem corporal com

o exercicio profissional do professor de educayao fisica, buscou-se verificar 0

estagio de desenvolvimento do Esquema Corporal, a partir do qual fez-se

referencia a Imagem Corporal, pois, segundo Levin (2001), sem imagem

corporal nao ha esquema corporal possivel.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar se um programa de atividades motoras pode interferir

positivamente no esquema e imagem corporal de uma crian<;:aautista.

1.2.2 Objetivos Especificos

• Aplicar um pre-teste para mapear 0 estagio de desenvolvimento do

esquema corporal;

o Desenvolver um programa e compreende-Io a luz do esquema e da

imagem corporal;

• Reaplicar os testes de esquema corporal para verificar se houve

melhora na noyao de esquema e de imagem corporal.

• Estabelecer uma possivel relayao entre imagem corporal com os

testes de esquema corporal comparando-os.

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2. REVISAO DE L1TERATURA

2.1 TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO (TGD) E 0 AUTISMO

Na classificayao do DSM.IV (Manual Diagnostico e Estatistico de

Transtornos Mentais, 1994), 0 Transtorno Autista esta localizado dentro dos

Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), portanto, 0 Autismo Infantil

e um transtorno do desenvolvimento da pessoa. Em outras palavras, e um

transtomo constitucional. A classificayao CID.1 0 (C/assificagao Internacional

das Doengas, 2002), da mesma forma, fala do Transtorno Autista como um

transtomo global do desenvolvimento, caractelizando assim um

desenvolvimento anormal ou alterado, 0 qual deve se manifestar antes da

idade de tres anos e apresentar uma perturbayao caracteristica das

interac,;6essociais, comunicayao e comportamento.

Os TGD englobam 0 Autismo Infantil, 0 Autismo Atipico, Transtomo de

Ret!, Transtorno Desintegrativo na Infancia, Transtorno de Asperger e

Transtorno Global sem outra especificayao. Os TGD se caracterizam pelo

comprometimento grave e global em algumas areas do desenvolvimento,

como por exemplo, habilidades de interayao social reciproca, habilidades de

comunicayao, pela presenva de comportamentos, interesses e atividades

estereotipadas. 0 comprometimento qualitativo que define tais condi<;:6es

representa um desvio acentuado em relayao ao nivel de desenvolvimento do

individuo, conforme 0 Manual de Diagnostico e Estatistica de Disturbios

Mentais (DSM-IV, 1994).

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2.1.1 Autismo Infantil

o autismo infantil corresponde a um Transtorno Global do

Desenvolvimento caracterizado por um desenvolvimento anormal ou alterado,

manifestado antes da idade de tres anos, apresentando uma perturbayao

caracteristica do funcionamento em cada um dos tres domini os seguintes:

interay6es sociais, comunicayao, comportamento focalizado e repetitiv~. Alem

disso, 0 transtorno se acompanha comumente de numerosas outras

manifestay6es inespecificas, por exemplo fobias, perturbay6es de sono ou da

alimentayao, crises de birra ou agressividade (auto-agressividade).

2.1.2 Autismo Atipico

Transtorno global do desenvolvimento, ocorrendo apes a idade de tres

anos ou que nao responde a todos os tres grupos de criterios diagnesticos do

autismo infantil. Essa categoria deve ser utilizada para classificar um

desenvolvimento anormal ou alterado, aparecendo apes a idade de tres anos,

e nao apresentando manifestay6es patolegicas suficientes em um ou dois dos

tres dominios psicopatolegicos (interay6es sociais reciprocas, comunicayao,

comportamentos limitados, estereotipados ou repetitivos) implicados no

autismo infantil. Existem sempre anomalias caracteristicas em um ou em

varios destes domini os. 0 autismo atipico ocorre habitual mente em crianyas

que apresentam um retardo mental profundo ou um transtorno especifico

grave do desenvolvimento de linguagem do tipo receptiv~.

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2.1.3 Sindrome de Ret!

Transtomo descrito ate 0 momenta unicamente em meninas,

caracterizado por urn desenvolvimento inicial aparentemente normal, seguido

de uma perda parcial ou completa de linguagem, da marcha e do uso das

maos, associado a urn retardo do desenvolvimento craniano e ocorrendo

habitualmente entre 7 e 24 meses. A perda dos movimentos propositais das

maos, a torsao estereotipada das maos e a hiperventilayao sao

caracteristicas desse transtomo. 0 desenvolvimento social e 0

desenvolvimento ludico estao detidos enquanto 0 interesse social continua

em geral conservado. A partir da idade de quatro anos manifesta-se uma

ataxia do tronco e uma apraxia, seguidas freqUentemente por movimentos

coreoatet6sicos. Ou seja 0 transtorno leva quase sempre a urn retardo

mental grave.

2.1.4 Transtorno Desintegrativo da Infancia

Transtorno global do desenvolvimento caracterizado pela presenc;:ade

urn periodo de desenvolvimento completamente normal antes da ocorrencia

do transtorno, sendo que este periodo e seguido de uma perda manifesta das

habilidades anteriormente adquiridas em varios dominios do desenvolvimento

no periodo de alguns meses. Estas manifesta<;oes se acompanham

tipicamente de uma perda global do interesse com relayao ao ambiente,

condutas motoras estereotipadas, repetitivas e maneirismos e de uma

alterayao do tipo autfstico da interayao social e da comunica<;ao. Em alguns

casos, a ocorrencia do transtorno pode ser relacionada com uma

encefalopatia; 0 diagn6stico, contudo, deve tomar por base as evidencias de

anomalias do comportamento.

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2.1.5 Sind rome de Asperger

Transtomo de validade nosologica incerta, caracterizado por uma

altera~o qualitativa das interayoes sociais reciprocas, semelhante aobservada no autismo, com um repertorio de interesses e atividades restrito,

estereotipado e repetitivo. Ele se diferencia do autismo essencialmente pelo

fato de que nao se acompanha de um retardo ou de uma deficiencia de

linguagem ou do desenvolvimento cognitivo. Os sujeitos que apresentam este

transtorno sao em geral muito desajeitados. As anomalias persistem

freqUentemente na adolescencia e idade adulta. 0 transtorno se acompanha

por vezes de episodios pSicoticos no inicio da idade adulta.

2.2 0 AUTISMO E 0 DESENVOL VIMENTO PSICOMOTOR

A conduta autista, segundo Foster (1999), pode aparecer em qualquer

crianya e em qualquer idade, embora seja mais freqUente antes dos 30 meses,

como reayaO ante a impossibilidade de tolerar certos estimulos ou situayoes

do meio externo.

A causa do autismo pode estar relacionada a uma quebra na funyao

materna, na qual a rela~o mae-filho nao pode se desenvolver

adequadamente devido a perturbayoes emocionais de quem cumpre a funyao

materna. Tambem e possivel ocorrer devido a perda da mae por parte da

crianya ou se esta for atendida por varias figuras maternas, sem poder

estabelecer um vinculo com nenhuma, como no caso de intemamentos

prolongados.

Admitem-se tambem autismos de origem organica como os estudos de

Damasio e Maurer (1978 apud MOUSINHO, 2002, p. 113), sobre a possivel

disfun~o dos ganglios de base, em particular do cortex de superficie. Para os

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autores citados, os problemas sociais e os comportamentos de compulsao das

pessoas autistas seriam elementos secundarios, enquanto os problemas

motores, de comunicar;:ao e de percepr;:ao seriam diretamente consecutivos as

disfunr;:6es neurol6gicas. Outros autores sugerem que as causas do autismo

podem estar relacionadas a anomalias anat6micas devido a les6es.

Para Kupfer (2000), a relar;:ao mae-be be opera sobre um universo de

grande complexidade, que comer;:a com 0 equipamento material com 0 qual a

crianr;:a vem ao mundo e termina no entomo social em que mae e bebe

encontram-se mergulhados. Mas nao se deve com isso minimizar 0 valor do

encontro mae-be be. Somente ele podera permitir que um bebe far;:a uso de

seu equipamento psicomotor, inteiramente inoperante se nao houver quem 0

pilote. Mais que isso, esse equipamento sequer existira se nao houver quem 0

construa. Assim, poderemos estar diante de um equipamento defeituoso, que

uma mae podera "saber" pilotar, enquanto outras ali sucumbiriam. Poderemos

ainda estar diante de um equipamento completamente inoperante, e uma mae

nao podera humaniza-Io de jeito nenhum, ainda que pesem seus esforr;:os.

Neste caso falhou a funr;:aomatema, nao porque a mae nao tivesse condir;:6es

de exerce-Ia, mas porque seu bebe nao podia absorve-Ia.

Devido a essa falha na funr;:aomatema podera ocorrer uma inoperancia

radical da funr;:ao e do desejo matemos, 0 que resultara em uma ausencia de

imagem do carpo, ja que 0 principal dessa funr;:ao e a construr;:ao do mapa

libidinal do corpo. Nesses casos, estaremos diante do autismo infantil precoce.

Mas poderao ocarrer falhas pontuais, a que alguns te6ricos chamam de falhas

na especularizar;:ao, e ai surgirao os trar;:os autistas, queaparecem de modo

associ ado a outras patologias.

Alem disso, segundo Fonseca (1983 apud BUENO, 1998: 158), a

crianr;:a autista tem uma desintegrar;:ao de sua imagem corporal, uma

motricidade alterada, um prejuizo da sensibilidade que implica a disfunr;:ao da

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substancia reticulada, ocasionando hipo ou hiperatividade, dificuldades de

espat;:o, tempo e simbolizayao.

Os comportamentos motores que caracterizam a patologia sao os

balant;:os, a contrat;:ao de grupos musculares, a marcha na ponta dos pes, as

flexoes bruscas do corpo para frente e as automutilat;:oes que se manifestam

por meio de mordidas, batidas de cabeya, etc. A atividade motora espontanea

pode estar reduzida ou 0 fenomeno pode ser exagerado e se caracterizar por

lima hiperatividade presente em muitas crianyas autistas.

No que diz respeito a motricidade fina, as alterat;:oes sao bastante

freqUentes, enquanto as dificuldades na coordenat;:ao dinamica geral afetam

somente parte dos autistas.

o autista apresenta dificuldades de compreender seu corpo em sua

globalidade, em segmentos, assim como seu corpo em movimento. 0

disturbio na estruturayao do esquema corporal prejudica tambem 0

desenvolvimento do equilibrio estatico, da lateralidade, da noyao de

reversibilidade; funt;:oes de base para a aquisit;:ao da autonomia e

aprendizagens cognitivas (MOUSINHO, 2002).

Podem tambem apresentar os seguintes sintomas, segundo Szabo

(1999):

• Falha no ritmo de desenvolvimento e habilidades fisicas, sociais, de

linguagem e aprendizado;

• Respostas anormais dos sentidos, tendo afetado um ou uma

combinat;:ao qualquer dos sentidos (visao, audiyao, olfato, equilibrio,

dor e paiadar). A maneira como a criant;:a equilibra seu corpo pode

ser tambem incomum;

• Ausencia ou atraso de fala e de linguagem, embora possa apresentar

algumas capacidades especificas de pensamento;

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• Modo anonnal de relacionamento com pessoas, objetos, lugares, ou

fatos; modo incomum de pensar.

Devido ao fato de que nenhum sintoma por si s6 e exclusivo do

autismo, os diagn6sticos sao frequentemente confusos e desorientadores.

Encontradas quatro dessas caracteristicas deve ser lembrada a possibilidade

de autismo, caso se encontre sete da mesmas caracteristicas 0 diagn6stico

precisa ser seriamente considerado e a criall93 deve ser submetida a

avaliac;:ao.

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3. ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL

Imagem e Esquema Corporal sao conceitos fundamentais da

psicomotricidade, ja que nos transtornos pSicomotores aparece comprometida

a constituir;:ao do esquema e da imagem corporal.

3.1 ESQUEMA CORPORAL

o conceito de esquema corporal esta relacionado ao conhecimento que

temos do nosso corpo, que provem de informar;:6es proprioceptivas,

interoceptivas e exteroceptivas. Eo tambem da ordem do evolutivo porque 0

corpo muda de tamanho, peso e medida.

o esquema corporal pode ser explicitado, responde a uma generalidade

da especie humana (ter dois olhos, uma boca, dois brar;:os, etc.). 0 esquema

pode ser trabalhado; por exemplo, um professor de educar;:ao fisica pode

ocupar-se da implementar;:ao de exercicios para ensinar 0 esquema corporal.

A crianr;:a pode falar das partes do corpo, das suas funr;:6es, das

relar;:6es espaciais e da dimensao temporal do corpo. 0 esquema se refere

central mente esse corpo que podemos medir, pesar, comparar, mais ou

menos alto, mais ou menos gordo, mais ou menos funcional (YANEZ, 1995).

3.2 IMAGEM CORPORAL

A imagem corporal e constituinte do sujeito desejante e, como tal e um

misterio, nao e em absoluto da ordem do evolutivo, vai se constituindo no devir

hist6rico da experiencia subjetiva (LEVIN, 2003).

Elaboramos nossa imagem corporal de acordo com as experiencias que

obtemos por meio dos atos e atitudes dos outros. Para Yanez (1995), os

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processos que constroem a imagem corporal nao s6 se desenvolvem no

campo da percepc;;ao,mas tambem em paralelo com a arquitetura do campo

libidinal e emocional.

Dos estudos sobre imagem corporal sao de grande importancia as obras

de Lacan (1979 apud LEVIN, 2001: 103) no que se refere a constituic;;ao da

imagem corporal, a qual denominou 0 Estadio do Espelho. E nesta fase, entre

os seis e os dezoito meses de vida, que a crianc;:ase reconheceria na imagem

de um outrono espelho. A identificac;;aocom essa imagem vai Ihe proporcionar

uma ilusao de completude, diferente a vivencia do despedac;:amento corporal.

Ao nascer a crianc;:a nao possui um corpo constituido 0 que 0 torna

depende de um Outro - no caso a mae ou quem ocupe essa funyao - para que

possa subsistir. 0 Outro, de quem a crianc;:a depende, tem a func;;ao (da

linguagem) de apresentar 0 corpo a crianc;:a(LEVIN, 2003). E pelo fato de suas

vias eferentes ainda nao estarem mielinizadas que a crianc;:a nao possui um

controle voluntario, nao podendo coordenar e nem integrar uma resposta

corporal. Neste momenta a crianc;:adepende dos olhos e do toque do Outro

que significara seus gestos, possibilitando a passagem desse primeiro corpo,

o corpo organico, a um corpo simb6lico.

Ocorre que nesta crianqa 0 Outro operou uma separaqao que 0 distanciou deseu corpo real: sua mae tomou seu coco - como um presente mas n~o 0reteve; a canq~o e a modulaq8o de sua voz fizeram ausencia em seusouvidos; a sustentaqao fez falta em seu equilibrio; 0 peito trouxe saudades nasua boca, e assim em cada dobra de seu corpo. Neste corte, seu corpopassou a residir, como imagem, muito mais no olhar do outro do que em suapr6pria acepqao. (JERUSALINSKY 1999: 63)

Pode-se observar que a visao madura se organiza mais rapido que 0

controle motor. A estruturac;;ao do ego e da imagem do semelhante vem a

sustentar-se primeiro no visual, como 0 caso de uma crianya pequena que se

agita descordenada quando ve outras crianc;:assaltarem e correr ao seu redor

(YANEZ, 1995).

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A imagem do corpo e estruturante para a identidade do sujeito e 0

espelho funciona como uma metafora, porque 0 que unifica e 0 desejo

materno, e outro semelhante, essa alienayao estruturante do olhar matemo.

A etapa do espelho e uma experiencia antes do advento do esquema

corporal. Voltamos a dizer que sem imagem nao ha esquema. 0 corpo como

imagem e fundamental para depois reconhecer as partes do corpo como um

todo. A imagem corporal, por ser a imagem do corpo de um sujeito que tem

sua pr6pria hist6ria, nao pode ser medida ou quantificada (YANEZ, 1995). A

imagem corporal e singular e inconsciente, constitutiva de um sujeito.

Ja 0 esquema corporal e pre-consciente, podendo tomar-se consciente

quando e tocado, falado, ou atraves da dor.

A imagem corporal e dada "a ver" no esquema corporal, quer dizer, que

estes dois conceitos se diferenciam, mas tambem se correlacionam. Uma

perturbac;:aono esquema corporal de uma crianya - no campo da lateralidade

ou uma grande paratonia de membros superiores - pode ter sua origem

(descartando a organicidade) na imagem corporal dessa crianc;:a (LEVIN,

2003).

Para Yanez (1995), 0 corpo nasce recebido num mundo de palavras,

que pre-existem e falam dele, 0 que determina a anterioridade simb61ica do

corpo. Nas crianyas com problemas no desenvolvimento os movimentos

podem estar mais ou menos desarmonicos em sua fluencia e em sua

construyao. A crianya nao consegue dominar seu corpo, 0 corpo esta tao

presente que interfere nas aquisic;:oessimb6licas. Estas crianyas, no relato de

Berges (1987), parecem estar na busca incessante da fronteira de seu corpo

que 0 imagina em outro lugar fora do pr6prio corpo.

Sendo assim, podemos verificar que a perturbayao psicomotora nao

afeta somente a problematica motora, mas tambem 0 processo de

simbolizayao, podendo existir dificuldades ao nivel do brincar, como a liga<;:ao

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ao objeto real sem 0 prolongamento na estrutura simb61ica do mesmo: nao ha

antecipac;;aonem projeto, somente repetic;;aoou estereotipia (LEVIN, 1999).

Eo no campo do real que aparecem os Iimites do corpo, ou seja, corpo

imperfeito, coisa com a qual nada se pode fazer porque nada muda. Corpo

este, que se enfrenta com os limites intransponiveis de suas capacidades

organicas e funcionais. Ou seja, os atJetas podem melhorar recordes, no

entanto, nao podem voar, porque 0 organismo que n6s todos temos, nao tem

essa capacidade organica e funcional. Ja 0 corpo imaginario, e 0 corpo das

imagens e, permite 0 "fazer de conta" e ser 0 que nao somos.

Para retratar 0 registro simb6lico fayamos referencia ao jogo ao qual

Freud chamou de "fort-da", um jogo que seu neto fazia com um carretel. A

crianya lanyava um carretel e quando este desaparecia ela dizia "fort", que em

alemao significa "113".Em seguida puxava-o e quando aparecia dizia "da" que

quer dizer "aqui". Este jogo do "fort-da", como caracterizou Freud, parece

facilitar para crianya suportar sem angustia, ou com uma margem toleravel, a

separayao de sua mae. Aparecem aqui duas situayoes metaf6ricas: 0 carretel

substituindo a mae e 0 jogo de ausencia - presenya, simbolizando os retomos

e as partidas. Atraves desta operac;;ao de fort-da emerge um sujeito fora do

corpo materno. Em sua Iinguagem a crianya passa a ser sujeito em sua

pr6pria ac;;ao,diferenciando nesta atividade seu desejo e 0 desejo do outro

(YANEZ, 1995). 0 simb6lico e 0 que possibilita transformar uma coisa em

outra, substituir os objetos, utilizar um em lugar de outro.

Segundo Yanez (1995), a psicomotricidade se ocupa do corpo em

movimento de urn sujeito, conceito este desenvolvido no V Congresso

Brasileiro de Psicomotricidade realizado em 1992. Caberia ainda saber qual e

o corpo do qual se ocupa a psicomotricidade.

Para Levin (2003) a clinica pSicomotora e aquela onde 0 principal e a

transferencia, e com ela, 0 corpo real, imaginario e simb6lico. Para 0 autor 0

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fundamento ciinico do brincar espontaneo esta do lado da singularidade do

sujeito, quer dizer, da transferencia particular que e gerada na clinica

psicomotora. Para que a transferencia istale-se e necessario que um Outro

ocupe esse lugar simb61ico (no caso 0 professor ou terapeuta), ao qual 0

paciente confia sua capacidade de produzir, dizer, brincar e criar.

No Caso Dora, de Freud, citado por Levin (2003), Freud pergunta-se: 0

que sao as transferencias? E responde:

Reedi~5es ou repeti~6es dos impulsos e fantasias que hao de serdespertados e transformados em conscientes no desenvolvimento de umaanalise e que entranham como particularidade e caracteristicas da suaespecie a substitui~1io de uma pessoa anterior pela pessoa do medico, oupara dize-Io de outro modo: toda uma serie de processos psiquicos ganhamvida novamente, porem, nao mais como sendo pertencentes ao passado, esim como rela<;ao atual na pessoa do medico. (FREUD, 1967 apud LEVIN,2003: 122)

Sami -- Ali (1993) coloca que 0 estudo da transferencia e da imagem do

corpo, na qual 0 passado se atualiza no presente, basta para determinar a

ayao da dinamica pSicomotora.

Seria entao na transferencia onde 0 sujeito se da a ver em seu corpo. "0

corpo que 0 sujeito nos apresenta sempre e um corpo real, imaginario e

simb61ico (falado, representado no seu discurso) e, enquanto tal devemos

considera-Io na situayao transferencial que se produz" (LEVIN, 2003).

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4. METODOLOGIA

4.1. TIPOS DE PESQUISA

Este trabalho caracterizou-se como pesquisa descritiva, do tipo estudo

de caso, com caracteristicas de pesquisa quase-experimental.

4.2. POPUlA<;Ao

o publico alvo deste trabalho, sao pacientes do Centro de Aten<;:ao

Psicossocial Infantil (CAPS-i), localizado no bairro do Pinheirinho, na cidade

da Curitiba.

4.3. AMOSTRA

A amostra foi composta por 1 crian<;:a com idade de 6 anos com

problemas de transtorno global do desenvolvimento, por ser a unica que

atende as variaveis estabelecidadas.

4.4. INSTRUMENTOS

o instrumento utilizado foi 0 teste pSicomotor relacionado ao esquema

corporal, segundo Berges (1987). (APENPICE A)

4.5. CONTROlE DE VARIAvEIS

• Pacientes autistas do Centro de Aten<;:i'io Psicossocial Infantil que

possuem problemas de desenvolvimento psicomotor;

• Idade.

• Programa

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4.6. COLETA DE DADOS

A coleta deu-se atraves do preenchimento do prontuario apresentado

por Berges (1987) (APENDICE A), em um pre-teste na data de 11 de agosto

de 2005 e um p6s-teste na data de 03 de novembro de 2005. Entre os testes

desenvolveu-se um programa de atividades motoras, com 0 objetivo de

interfenr positivamente a favor do desenvolvimento do esquema e da imagem

corporal da crian<;:aestudada. Ap6s 0 programa as aulas eram descritas para

possivel analise futura. (APENDICE B, p. 33)

4.7 PROGRAMA DE ATIVIDADES DE MOVIMENTO CORRELACIONADAS

AO ESQUEMA E IMAGEM CORPORAL.

o programa de atividades motoras, desenvolvido entre pre e p6s teste

(25 de agosto de 2005 a 03 de novembro de 2005) envolveu 9 aulas, nas

quais foram propostas atividades relacionadas a expenencias do corpo com

objetos e outros espat;:os.

Diversos matenais foram utilizados, buscando oportunizar diferentes

sensat;:oes e formas de movimento, pois atraves das expenencias que a

cnan<;:avai tendo com seu corpo e com 0 outra que sua imagem corporal vai

se formando. Para Bueno (1998) essas experiencias sao constituidas a partir

do desenvolvimento, mas garantidas com 0 relacional, com 0 investimento do

outro em n6s e nosso investimento no outro.

Foram propostas durante esse periodo atividades como: entrar e sair de

dentro de uma caixa, por exemplo; aparecer e desaparecer, tipo esconde

esconde; caixa de areia; piscina de bolinha; cama elastica; correr; balant;:ar;

pular, etc.

A sequencia de atividades trabalhadas encontra-se no apendice B.

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5. APRESENTAC;Ao E DISCUssAo DE RESULTADOS

5.1. DADOS DO CASO CLiNICO

A menina, intitulada T., com a idade de 6 anos, nascida em 12 de maryo

de 1999 e atendida no CAPS-i Pinheirinho desde 10/2004 com queixa de

irritabilidade excessiva,· desorganizayao, recusa ao convivio social e

agressividade, decorrentes de autismo atipico. Nas primeiras semanas de

atendimento, T. apresentava como formas de expressao vocal 0 grito e 0

choro, praticamente ininterruptos, alem de extrema agitayao com movimentos

auto-agressivos associ ados, como por exemplo tapas em seu rosto. Paralela a

isso, outra forma de expressao era apresentada por T.: um fazer manual

estereotipado, utilizando-se de pequenos objetos, como giz de cera,

panelinhas, peyas de domin6s e materiais que eram disponibilizados apaciente durante as oficinas terapeuticas, os quais eram atirados para todas

as direyoes da sala, ou entao T. juntava-os e os atirava novamente. T. mostra

tambem uma vivencia escolar, pois se interassa por lapis e cademos com os

quais passa algum tempo da atividade rabiscando.

T. possui estatura e peso compativeis com sua idade, tambem foi

diagnosticado retardo mental. Sua familia e composta de mais um irmao e

uma irma mais velhos, onde mora com sua mae e sua v6. 0 poder s6cio-

economico da familia e de baixo a medio.

5.2.0 TESTE

o teste utilizado para 0 mapeamento do desenvolvimento do esquema

corporal e 0 teste de Conhecimento das Partes do Corpo. Elaborado por

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Berges (1987), e pedido que a crianc;:anomeie nela e no examinador as partes

do corpo e mostre nela e no examinador as partes do corpo apontadas

verbal mente.

Num primeiro momenta 0 examinador indica as diferentes partes do

corpo nele mesmo, dizendo "isto que eu estou mostrando, como se chama?",

o examinador toca na crianc;:ae diz: "voce sabe 0 que e isto que tem aqui,

como se chama isto?"

No segundo momento, retoma-se toda a serie dos itens propostos,

dizendo a crianya: "agora voce vai me mostrar onde estao seus cabelos, suas

maos, seus pes, sua boca, etc."

Para anotac;:ao dos resultados soma-se 1 ponto para cada item

nomeado, dividido em Y, ponto para nomeado no examinador e Y, ponto para

nomeado nela mesma e 1 para cada item mostrado, dividido em Y, ponto para

mostrado no examinador e Y, ponto para mostrado nela mesma.

A Quadro 1 permite situar 0 desenvolvimento do esquema corporal

referente a faixa etaria de 3, 4, 5, e 6 anos de idade.

Apesar da limitac;:aode necessidade de comunicac;:aoverbal existente no

espectro autista, nao foi possivel encontrar outro teste mais apropriado,

utilizando-se entao do referido acima, pelo motivo do mesmo permitir a

condic;:aode mostrar as partes do corpo tanto nela como no examinador. 0

quesito idade nao sera considerado como relevante.

QUADRO 1NOMEAR MOSTRAR

3ANOS MIN. ACERTOS: 0 MEDIA: 8 MAX. ACERTOS: 13 MIN. ACERTOS: 7 MEDIA: 10 MAX. ACERTOS: 17

4ANOS MIN. ACERTOS: 15 MEDIA: 17 MAX. ACERTOS: 19 MIN. ACERTOS: 16 MEDIA: 18 MAX. ACERTOS: 19

5ANOS MIN. ACERTOS: 18 MEDIA: 20 MAX. ACERTOS: 21 MIN. ACERTOS: 19 MEDIA: 21 MAX. ACERTOS: 23

6ANOS MIN. ACERTOS: 21 MEDIA: 24 MAX. ACERTOS: 28 MIN. ACERTOS: 24 MEDIA: 27 MAX. ACERTOS: 30

FONTE: BERGES, J. (1987, p. 83)

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5.2.1. Aplica930 do Pre-Teste

o pre-teste foi aplicado na data de 11 de agosto de 2005, em uma sala

desprovida de estimulos visuais, onde estavam presentes somente a crianya e

o examinador.

A seguir, segue 0 quadro dos resultados obtidos no pre-teste.

QUADR02Nomear e mostr.1lr as

Nomear no examinador Mostrar no ex.aminador Nome3f nela mesma Mostl'ilr nela mesmapartes do corpo

1. CAibeJos a a a a2. Maos a a a X

3. Po. a a a a4. Boca a a a X

5.0relha a a a 0

6.01hos a a a 0

7. Nariz 0 a 0 a8. Co~tas 0 a 0 0

9. Ventre (barriga) a a a a10. Joelho 0 0 0 0

11. Denies 0 0 a 0

12. CalC41nhares 0 a 0 a13. Testa 0 0 0 0

14. Pcseo<;<> 0 0 a a15. Face 0 0 0 a1B.Queixo 0 0 a 0

17. P"'egares a a 0 a18. Unha-. 0 a 0 0

19. Ljbios a a a 0

2O.0mocos a a a a21. cmos 0 0 0 0

22. CoCovelos 0 0 0 0

23. PuntlO 0 0 a 0

24. Sombranc. 0 0 0 0

25. Narinas 0 0 a 0

26. Bariga da Perna 0 0 a 0

27. Palpebras 0 0 0 a28. T ornozeJos a a 0 0

29, Quadds 0 0 0 0

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30. Nuca a ¥~I

a

I

a

~

31. Maya'S do Rosto a a a32. Antebrayo a a a33. Tempof3 a a a34. Palma a a a

5.2.2 Resultados do Pre Teste:

Os resultados obtidos mostram 0 nao dominio verbal da crian<;:a,visto

que a mesma nao respondeu a nenhum item em que era preciso nomear, nela

ou no examinador.

Sendo assim, obteve-se 0 total de 1 ponto, Y, por mostrar a mao e Y, por

mostrar a boca.

Os itens mostrados tiveram mais relevancia, pois a crian<;:apodia referi-

los por meio de gestos, por exemplo, batendo as maos, sendo tal a<;:ao

considerada valida.

5.2.3. P6s-Teste

o p6s-teste foi aplicado no dia 03 de novembro de 2005, em mesma

sala onde foi aplicado 0 pre-teste e ainda sem nenhum estimulo visual.

Somente estavam presentes a crian<;:ae 0 examinador.

A seguir, segue 0 quadro dos resultados obtidos no p6s-teste.

QUADRO 3

1. Cabelos a xMostrar nell!: mesm;"

3. Pes x

filommr e mostrar asNomeaf no ex.eminador Mostror no examinitdor Nomear nel •..•.mesma

partes do COf\Xl

a

2. Moos a x

4. Boca a x5.0relha a a

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6.01hos 0 0 0 X

7. Nartz 0 0 0 X

8. Costas 0 0 0 0

9. Ventre (b3rriga) 0 0 0 0

10. Joelho 0 0 0 0

11. Dentes-

0 0 0 0

12. Calcanhares 0 0 0 0

13. Testa 0 0 0 0

14. Pe5eo<;Xl 0 0 0 0

15. Face 0 0 0 0

16. Queixo 0 0 0 0

17. Polegare5 0 0 0 0

18. Unha-:o 0 0 0 0

19. Labios 0 0 0 0

2O.0mbrO$ 0 0 0 0

21. Ci1ios 0 0 0 0

22. Cotovelos 0 0 0 0

23. Punho 0 0 0 0

24. Sombranc. 0 0 0 0

25. Narinas 0 0 0 0

26. Bariga cia Perna 0 0 0 0

27. Palpebras 0 0 0 0

28. Tornozelos 0 0 0 0

29. Quadris 0 0 0 0

30. Nuca 0 0 0 0

31.Ma~ doRoslo 0 0 0 0

32. Antebracro 0 0 0 0

33. Tempera 0 0 0 0

34. Palma 0 0 0 0

5.2.4 Resultados do P6s Teste:

Foi possivel constatar que a crianc;a ainda nao apresenta uma

comunicac;ao verbal, 0 que dificulta a avaliac;ao dos testes de nomear.

Somou total de 3 pontos, Y, por mostrar 0 cabelo, Y, por mostrar a mao,

y, por mostrar 0 pe, y, por mostrar a boca, Y, por mostrar 0 olho e Y, por

mostrar 0 nariz. Os itens relacionados a mostrar tiveram mais relevancia, pois

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a crianc;:a podia referi-Ios por meio de gestos, muitos dos quais ja eram

claramente compreendidos pelo examinador.

4.3. DISCussAo DE RESULTADOS

Os resultados dos testes de esquema corporal, expressos em termos de

compara~o revelaram, comparando os resultados obtidos no pre-teste e p6s-

teste apresentou melhora no conhecimento sobre suas referidas partes do

corpo.

I+"...~.~~.;......,...."..,.3 1

--'

Pre-Teste Pas-Teste

o3

Se comparados os resultados em rela<;:aoao examinador, constatamos

que nenhum ponto foi obtido. Isso pode ser devido ao caso da crian<;:aautista

nao ter com referencial 0 outro, sendo total mente nulo.

Pois, segundo Bueno (1998), no autismo, a rela<;:aocom a linguagem e

a anula<;:aoperrnanecendo numa situa<;:aode exclusao a nivel simb6lico, onde

o outro e ausente. 0 outro pode estar, mas recusa sua inscriyao, sua marca.

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em rela"ao ao examinador

3,5 -

3 -I------------~--~-----------------·-------2,5 --------

2<II.g'""'"

1,5 - -.--.-----

1-------- ------------ ------i0,5-1------"""""0----1 -------0------0--------

o+------~----~-,~--------------~nela examinador

10 nomea, 0 0

IbJmost,a, 3 0~_~~L- ~ _

28

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5. CONCLUsAo

Atraves pa presente pesquisa, na qual se objetivou verificar se um

programa de atividades motoras pode interferir positivamente no esquema e

imagem corporal de uma crianya autista foi possivel perceber que um

programa de atividades motoras favorece 0 desenvolvimento do esquema

corporal.

No entanto percebe-se que, possivelmente devido ao pouco tempo de

trabalho, a contribuiyao a favor da imagem corporal s6 sera obtida a partir de

um tempo maior de trabalho. Contudo percebe-se uma melhor maneira de

comunicayao feita pela crian9a, manifestando com maior clareza e

objetividade suas vontades.

Podem tambem ser percebidas mudanyas em seus gestos e

movimentos, estando estes mais coordenados e dirigidos como, por exemplo,

quando faz suas refei90es, no modo de se sentar, de andar e ate mesmo ao

desviar de objetos dos quais na maioria das vez essa crianya se chocava.

A pratica de atividades que buscam possibilitar uma vivencia corporal

por meio dos movimentos da pr6pria crian9a sao pertinentes a esse tipo de

trabalho, tendo por base as produy6es da pr6pria crianya, no entanto, alem

dessas praticas devem ser levadas em conta as manifesta90es e os desejos

dessas crian9as. A partir do momenta em que 0 sujeito utiliza a linguagem

para estabelecer uma relayao com 0 outro esta deve ser vista como uma

manifesta9aO intima do elo psiquico que une este individuo ao mundo e aos

seus semelhantes.

o trabalho com 0 movimento nao e conceber este como pura realiza9ao

motora mas, sim, intervir de tal forma que nunca se esqueya de perceber que

o sujeito esta alem das tecnicas empregadas.

Ser profissional da area da motricidade humana na saude mental,

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qualquer que seja a abordagem utilizada, e caminhar no campo da

subjetividade, detectando as coisas que os individuos consideram importantes,

oferecendo condic;:6es para que tais coisas se concretizem e dando

oportunidades para uma nova possibilidade de realizac;:ao. Eo gostar daquilo

que faz!

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6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

American Psychiatric Association. Manual Diagn6stico e Estatistico deTranstornos Mentais. 4. ed. Sao Paulo: Artmed, 2002. 880p.

BERGES, J. Teste de Imitac;ao de Gestos. Porto Alegre: Artes Medicas,1987. 149p.

BUENO, J. M. Psicomotricidade Teoria e Pratica. Sao Paulo: Editora Lovise,1998. 175p.

FOSTER, O. H. Autismo em Neurologia InfantiL In Jerusalinsky A Psicanalisee Desenvolvimento Infantil, PortoAlegre:Artes e Oficios, 1999. p. 252-261

JERUSALINSKY, A. A FormayaO da Imagem Corporal. In Jerusalinsky A.Psicanalise e Desenvolvimento Infantil, PortoAlegre: Artes e Oficios, 1999.p.63-73

KUPFER, M. C. M. Notas sobre 0 Diagn6stico Diferencial da Psicose e doAutismo na Intancia. In Psic%gia USP, 11. ed. 2000. p. 85-105.

LEVIN, E. Terapia Psicomotora em Crianyas com Patologia deOesenvolvimento. In Jerusalinsky A Psicanalise e Desenvolvimento Infantil,Artes e Oficios, 1999. p. 192-202

LEVIN, E. A Func;aodo Filho. Petr6polis: Vozes, 2001. 263p.

LEVIN, E. A Clinica Psicomotora. 0 corpo na Linguagem. 5. ed. Petr6polis:Vozes, 2003. 341p.

MOUSINHO, R. 0 Corpo no(s) Autismo(s). In Ferreira, C. A, Thompson, R.Imagem e Esquema Corporal, Lovise, 2002. p. 111-120.

SAMI-ALI. Corpo Real Corpo Imaginario. Porto Alegre: Artes Medicas, 1993.147p.

YANEZ, Z. A. Psicomotricidad y sus Conceptos Fundamentales: Esquemae Imagen Corporal. In Escritos de /a /nfancia, Buenos Aires: Entrelineas,1995. p. 29-38.

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APENDICES

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APENDICE A

_ .. _. -_.--.-------

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HHI ~I~I~I~I! I~I! I~I! I!I!II ~II ~I!II! I!I!I!

33

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APENDICE B - Programa de Atividades Motoras

Aula - Movimentos Naturais: engatinhar; rolar; deitar, decubitodorsal,decubito ventral.

Aula 2 - Movimentos Naturais: engatinhar; rastejar; deitar, decubitodorsal,decubito ventral.

Aula 3 - Movimentos Naturais: engatinhar; rastejar; rolar para os lados e parafrente.

Aula 4 - Movimentos Naturais: rastejar; abaixar e levantar.

Aula 5 - Equilibrio Estatico

Aula 6 - Andar; Equilibrio Dinamico.

Aula 7 - Correr; Pular.

Aula 8 - Agarrar; Puxar; Trepar.

Aula 9 - Arremessar; Pegar.