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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fabiele Benato ALTERAÇÕES EM TESTES HEPÁTICOS CURITIBA 2006

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Fabiele Benato

ALTERAÇÕES EM TESTES HEPÁTICOS

CURITIBA

2006

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Fabiele Benato

ALTERAÇÕES EM TESTES HEPÁTICOS

Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do Título de Médica Veterinária. Orientadora Profissional: Dra. Rosária Tesoni de Barros Richartz. Professora Orientadora: Profa Elza Maria Ceffoni.

CURITIBA

2006

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RESUMO

Os testes hepáticos são de fundamental importância para verificar a presença ou

não de alguma hepatopatia, esses testes tem sido dividido em: 1. Parâmetros que reflitam

a função hepatobiliar, incluindo a circulação porta intacta, e 2. Testes enzimáticos séricos,

que servem como marcadores de lesão hepatocelular ou aumento de produção secundária

ao bloqueio do fluxo biliar ou induzida por drogas, eles não são interpretados

independentemente.

Testes funcionais, as substâncias produzidas são a albumina, uréia, fatores de

coagulação e glicose, as substâncias dependentes de processo metabólico ou excreção são

a bilirrubina, os ácidos biliares, a amônia, o colesterol e os pigmentos.

Testes de enzimas séricas, as que são realizados para verificar quanto à lesão

hepato celular (vazamento) são elas: alamina aminotransferase (ALT), aspartato

aminotransferase (AST), sorbitol desidrogenase (SD); as que são realizadas para verificar

quanto ao aumento de concentração ou à acelerada produção devida a retenção da bile ou

indução por drogas são elas: fosfatase alcalina (FA) e o gama glutamiltransferase (GGT).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...............................................................................................................07

1. FÍGADO .......................................................................................................................08

1.1 COMPOSIÇÃO DO FÍGADO....................................................................................08

1.2 FUNÇÕES DO FÍGADO............................................................................................09

1.2.1 Síntese e armazenamento: ........................................................................................10

1.2.2 Secreção e excreção .................................................................................................11

1.2.3 Biotransformação .....................................................................................................12

1.2.4 Metabolismo .............................................................................................................12

1.2.5 Hematopoiese ...........................................................................................................13

1.3 HEMATOLOGIA E IRRIGAÇÃO.............................................................................14

1.4 PROCESSAMENTO QUÍMICO E SUB PRODUTOS..............................................14

1.5 A IMPORTÂNCIA DO FÍGADO E SEU PODER DE REGENERAÇÃO ...............15

2. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO HEPÁTICA .................... ...........................................15

2.1 INDICAÇÕES DOS EXAMES HEPÁTICOS ESPECÍFICOS..................................17

2.3 PROVAS ENZIMÁTICAS .........................................................................................18

2.3.4 Distribuição enzimática nos tecidos .........................................................................19

3. ENZIMAS HEPATOCELULARES..........................................................................19

3.1 AMINOTRANSFERASES .........................................................................................19

3.1.2 Alanina Amino Transferase (ALT) ..........................................................................20

3.1.3 Aspartato Amino Transferase (AST)........................................................................21

3.1.4 Sorbitol Desidrogenase (SHD) .................................................................................22

3.2 ENZIMAS COLESTÁTICAS.....................................................................................22

3.2.1 Fosfatase Alcalina (FA)............................................................................................22

3.2.2 Gama Glutamil Transferase (GGT)..........................................................................23

3.3 PROVAS FUNCIONAIS ............................................................................................23

3.3..1 Prova de Excreção de Bromossufaleina (BSP) .......................................................23

3.4 OUTRAS PROVAS BIOQUIMICAS.........................................................................24

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3.4.1 Uréia Sanguínea........................................................................................................24

3.4.2 Tempo de Coagulação (TP, TTPA, TT)...................................................................24

3.4.3 Indicações de Provas Enzimáticas............................................................................24

4. URINÁLISE.................................................................................................................25

4.1 PROTEÍNAS PLASMÁTICAS ..................................................................................25

4.1.2 Introdução.................................................................................................................25

3.1.3 Funções.....................................................................................................................27

4.1.4 Frações das Proteínas Plasmáticas............................................................................27

4.1.5 Frações das proteínas, funções e alterações (ver tabela em anexo 1) ......................28

5. INTERPRETAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NAS PROTEÍNAS SÉRICAS...........30

5.1 INFLUENCIAS FISIOLÓGICAS...............................................................................30

5.1.1 Idade e desenvolvimento ..........................................................................................30

5.2 HORMÔNIOS.............................................................................................................30

5.3 GESTAÇÃO E LACTAÇÃO......................................................................................31

5.4 NUTRIÇÃO.................................................................................................................31

5.4 ESTRESSE E PERDA DE LIQUIDO ........................................................................31

5.6 DISPROTEINEMIAS .................................................................................................31

6. BILIRRUBINAS..........................................................................................................32

6.1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................32

6.2 ALTERAÇÕES DAS BILIRRUBINAS.....................................................................34

6.3 ICTERÍCIA .................................................................................................................34

6.4 ANÁLISE ....................................................................................................................34

6.5 HIPERBILIRRUBINEMIA ........................................................................................35

6.6 PRÉ-HEPÁTICA.........................................................................................................35

6.7 PÓS-HEPÁTICA.........................................................................................................36

7. FEZES DESCORADAS E ESTEATORRÉIA .........................................................36

7.1 HEPÁTICA .................................................................................................................36

CONCLUSÃO..................................................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................39

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ANEXO 1..........................................................................................................................40

ANEXO 2..........................................................................................................................41

ANEXO 3..........................................................................................................................42

ANEXO 4..........................................................................................................................43

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INTRODUÇÃO

O fígado é, anatomicamente, um componente integral do sistema digestivo e

funcionalmente interposto entre o trato gastrointestinal e a circulação sistêmica.Para

nossos propósitos, o fígado é composto estruturalmente de hepatócitos, um sistema de

ductos biliares e um rico suprimento sanguíneo, tanto venoso (portal) quanto arterial. Os

parâmetros clinicopatológicos refletem estes componentes estruturais e podem ser

divididos em testes de enzimas séricas e testes funcionais.

É importante citar que os resultados anormais nesses testes podem refletir tanto

distúrbios hepáticos primários quanto secundários. Doenças metabólicas, cardiovasculares

e gastrointestinal são exemplos de sistemas orgânicos extra-hepáticos que podem causar

conseqüências anormais nos resultados dos testes. É prudente considerar a possibilidade

de uma doença extra-hepática associada à doença primária no fígado quando da

interpretação de resultados em testes hepáticos. (2 e 5).

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1 FIGADO

O fígado é a maior glândula isolada do corpo e, corresponde de 2-5% do peso

corporal no organismo. Este órgão é uma glândula tubular composta de diversas funções

metabólicas. As numerosas e variadas funções hepáticas são desempenhadas por dois

tipos celulares: o hepatócito e as células de Kupffer. A célula de Von Kupffer, um

componente do sistema macrofágico, reveste as regiões dos sinusóides hepáticos, estando

intimamente associada ao hepatócito. A atividade fagocitária do fígado é explicada por

estas células.O potencial mitótico dos hepatócitos é mantido durante toda a vida do

organismo. Esta propriedade somada à hipertrofia é o principal responsável pela

restauração do órgão lesado. A extirpação cirúrgica de até 75% do fígado do rato é

seguida de restauração rápida de sua massa original; a regeneração completa é efetivada

em trinta dias. Embora a lesão aguda por substancias tóxicas possa ser seguida pela

completa recuperação do órgão, a exposição crônica geralmente resulta na alteração da

função orgânica, na diminuição do tamanho do órgão e no aumento de tecido conjuntivo

fibroso intra-hepático (cirrose). (5).

1.1 COMPOSIÇÃO DO FÍGADO

O fígado é composto de lobos recobertos por uma cápsula fibrosa de tecido

conjuntivo que se continua com o tecido conjuntivo intersticial (interlobular). O tecido

conjuntivo intersticial é proeminente naquelas regiões interlobulares chamadas de espaço

porta. Os lóbulos hepáticos, delineados pelo tecido conjuntivo interlobular, são a unidade

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morfológica do fígado.Essas massas prismáticas e poligonais são formadas por placas ou

laminas de hepatócitos interdigitadas entre os capilares sinusóides anastomosados. As

placas celulares e de sinusóides parecem irradiar-se a partir de um vaso centralmente

posicionado, a veia centrolobular. Os sinusóides hepáticos formam o leito vascular

intralobular. O sangue dos vasos interlobulares é transportado pelos sinusóides para as

veias centrolobulares. O sistema de ductos biliares do fígado é formado pelos canalículos

biliares, pelos ductos intra-hepáticos e pelos ductos extra-hepáticos, para a condução da

bile dos hepatócitos para o duodeno. Os sistemas de células secretoras e de túbulos

condutores formam os componentes glandulares exócrinos do fígado. (2 e 5).

1.2 FUNÇÕES DO FÍGADO

O fígado efetua aproximadamente 220 funções diferente todas interligadas e co-

relacionandas. Para o entendimento do funcionamento dinâmico e complexo do fígado,

podemos dizer que uma das suas principais atividades é a formação e excreção da bile, ou

bílis; as células hepáticas produzem em torno de 1,5 l por dia, descarregando-a através do

ducto hepático. A transformação de glicose em glicogênio, este conhecido como amido

animal, e seu armazenamento, se dá nas células hepáticas. Ligada a este processo, há a

regulação e a organização de proteínas e gorduras em estruturas químicas utilizáveis pelo

organismo da concentração dos aminoácidos no sangue, que resulta na conversão de

glicose, esta utilizada pelo organismo no seu metabolismo. Neste mesmo processo, o sub-

produto resulta em uréia, eliminada pelo rim. Além disso, paralelamente existe a

elaboração da seroalbumina, da seroglobulina e do fibrinogênio, isto tudo ao mesmo

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tempo em que ocorre a desintegração dos glóbulos vermelhos. Durante este processo,

também age em diversos outros, tudo simultaneamente, destruindo, reprocessando e

reconstruindo, como se fossem vários órgãos independentes, por exemplo, enquanto

destrói as hemácias, o fígado forma o sangue no embrião; a heparina; a vitamina A. a

partir do caroteno, entre outros. O fígado, além de produzir em seus processos diversos

elementos vitais, ainda age como um depósito, armazenando água, ferro, cobre e as

vitaminas A, vitamina D e complexo B. Durante o seu funcionamento produz calor,

participando da regulação do volume sanguíneo; tem ação antitóxica importante,

processando e eliminado os elementos nocivos de bebidas alcoólicas, café, barbitúricos,

gorduras entre outros. Além disso, tem um papel vital no processo de absorção de

alimentos.

As funções hepáticas diretamente relacionadas com os hepatócitos são as

seguintes:

1.2.1 Síntese e armazenamento:

Alem de sintetizar muitas das substanciais necessárias para a integridade funcional

e estrutural das células componentes os hepatócitos sintetizam muitas substancias de

exportação para outras partes do organismo, como toda a albumina, fibrinogênio, alfa e

beta globulina, lipoproteínas e colesterol. O glicogênio é sintetizado a partir da glicose

(glicogênese), sendo armazenada nos hepatócitos. A liberação da glicose dos estoques de

glicogênio (glicogenólise) dos hepatócitos ocorre no caso de demanda somática. Da

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mesma forma, os estoques lipídicos do fígado são liberados em função da necessidade

somática. Numerosas vitaminas (A,D,K, complexo B) são armazenadas no fígado.

Embora a síntese e a secreção de proteínas correspondam as principais funções dos

hepatócitos, não parece haver armazenamento de proteína no fígado. Elas são secretadas

para o sangue a medida em que são sintetizadas. O fígado produz ainda todos os fatores

da cascata de coagulação, com exceção do fator VIII e do cálcio.

1.2.2 Secreção e excreção:

O fígado sintetiza e armazena muitos produtos que, eventualmente, são secretados

para o sangue e para o sistema biliar. As funções excretoras do fígado estão relacionadas à

síntese e secreção de substancia que são lançadas à bile. A secreção da bile é função

exócrina do fígado. Os constituintes primários da bile são os sais biliares, compostos

basicamente de sais de sódio e potássio, do ácido glicólico e ácido taurocólico. O ácido

cólico formado a partir do colesterol é conjugado com glícina e taurina para

transformação dos sais biliares. Estes emulsificam as gorduras do intestino delgado,

formando complexos hidrossolúveis com os lipídios de modo a facilitar a absorção

lipídica e a ativar as lípases intestinais.

A bilirrubina é um pigmento biliar derivado do metabolismo da hemoglobina. Ela é

conjugada a um ácido glicurônico pela glicuroniltransferase nos hepatócitos. Embora a

bilirrubina forme a porção pigmentada das secreções exócrinas dos hepatócitos, a

conjugação da bilirrubina com o ácido glucurônico é uma importante função

desintoxificante das células hepáticas. O colesterol, as gorduras, os fosfolipídios, os

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eletrólitos e outros compostos orgânicos também são componentes da bile. A reabsorção

seletiva de alguns componentes da bile e a sua re-secreção posterior pelo fígado é

realizada através da circulação entero-hepática.

1.2.3 Biotransformação:

O organismo produz (hormônios, metabólitos), absorve (toxinas) ou recebe a

inoculação (drogas) de muitos compostos biologicamente ativos e/ou tóxicos. Muitos

destes compostos sofrem a ação do fígado, que altera sua toxicidade, reduz sua atividade e

os elimina. Esses processos, considerados de forma geral como desintoxificação, nem

sempre resultam na neutralização das substâncias selecionadas. Em conseqüência de

alguns tipos de atividades hepáticas, algumas drogas se tornam mais tóxicas para o

organismo após sua metabolização. As biotransformações de muitos compostos químicos

ocorrem no retículo endoplasmático liso, na mitocôndria e no citosol dos hepatócitos. As

reações biotransformadoras podem ser divididas em reações de síntese e de não sintéticas.

A reação de síntese ou conjugação envolve a união de substâncias a vários compostos

reativos endógenos – glicuronato, ácido acético, sulfatos ou aminoácidos. As reações não

sintéticas envolvem reações oxidativas, redutoras e hidrolíticas. O fígado produz diversas

enzimas envolvidas no ciclo de excreção de resíduos protéicos (amônia) na forma de

uréia. A função fagocitária das células de Kupffer complementa a atividade

biotransformadora do hepatócito. (2, 3 e 5).

1.2.4 Metabolismo:

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O fígado esta envolvido em todos os aspectos do metabolismo dos carboidratos,

das proteínas e dos lipídios. A gliconeogênese, a síntese de glicose a partir dos

aminoácidos glicogênicos, os intermediários do ciclo do ácido láctico, são aspectos

significantes do metabolismo de carboidratos nos hepatócitos. A maior parte da oxidação

das gorduras ocorre nos hepatócitos. A formação de corpos cetônicos também ocorre no

fígado. O metabolismo protéico inclui diversas reações. A desaminação e a produção de

acetoácidos é importante na síntese de lipídios (aminoácidos cetogênicos) e de

carboidratos (aminoácidos glicogênicos). O fígado tem a capacidade de sintetizar

aminoácidos não essenciais, sendo que o fígado e outros tecidos podem converter um

aminoácido em outro, através das reações de transaminação. A alanina aminotransferase

(ALT) é uma transaminase hepato específica dos carnívoros e utilizada para avaliação de

lesão hepática, pois é liberada por hepatócitos lesados. A formação de uréia nos

hepatócitos é o meio pelo qual o organismo excreta os produtos residuais nitrogenados. A

uréia também contribui para o mecanismo de contra corrente do rim: ela influencia,

portanto a concentração de urina. Embora o fígado assuma papel passivo no

armazenamento de vitaminas, a função hepática e a secreção de bile são essenciais para a

absorção de vitaminas lipossolúveis (A.D.E. K) no trato intestinal. O fígado também

assume um papel ativo no metabolismo da vitamina D. (3 e 5)

1.2.5 Hematopoiese:

Embora a hematopoiese seja uma função hepática durante o desenvolvimento fetal,

o potencial para a produção de células sanguíneas é mantido no adulto.

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1.3 HEMATOLOGIA E IRRIGAÇÃO

O fígado é irrigado pela artéria hepática, cuja função é levar sangue arterial

oxigenado necessário ao seu metabolismo. O sangue procedente do baço e do intestino

vem da veia porta; este é rico em substâncias nutritivas, absorvidas durante a digestão. O

sangue é recolhido pela veia centrolobular e conduzido para veias cada vez mais grossas,

até chegar à veia supra-hepática. (4).

1.4 PROCESSAMENTO QUÍMICO E SUB PRODUTOS

As impurezas são filtradas pelo fígado, que destrói as substâncias tissulares

transportadas pelo sangue. Os lipídios, glicídios, proteínas, vitaminas, etc, vindos pelo

sangue venoso, são transformados em diversos sub-produtos. Os glicídeos são convertidos

em glicose, que metabolizada se converte em glicogênio, e, novamente convertida em

açúcar que é liberado para o sangue quando o nível de plasma cai. As células de Kupfer,

que se encontram nos sinusóides, agem sobre as células sangüíneas que já não tem

vitalidade, e sobre bactérias, sendo decompostas e convertidas em hemoglobina e

proteínas, gerando a bilirrubina, que é coletada pelos condutores biliares, que passam

entre cordões dessas células que segregam bílis; esta, por sua vez, vai se deslocando para

condutos de maior calibre, até chegar ao canal hepático, (também chamado de ducto

hepático, ou duto hepático); neste, une-se numa forquilha em forma de Y com o ducto

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cístico, chegando à vesícula biliar. Da junção em Y, o ducto biliar comum estende-se até

o duodeno, primeiro trecho do intestino delgado, onde a bílis vai se misturar ao alimento

para participar da digestão. O alimento decomposto atravessa as paredes permeáveis do

intestino delgado e suas moléculas penetram na corrente sangüínea. A veia porta conduz

estas ao fígado que as combina e recombina, remetendo-as para o resto do organismo.

1.5 A IMPORTÂNCIA DO FÍGADO E SEU PODER DE REGENERAÇÃO

Em casos de impactos muito fortes, pode haver ruptura da cápsula que recobre o

fígado, com a imediata laceração do tecido do órgão. As lesões em geral são importantes

e de extrema gravidade, podendo ser muitas vezes fatais, devido à enorme quantidade de

sangue que pode ser perdida, dado o grande número de vasos sangüíneos que compõem o

órgão. Se em caso de acidente grave, e conseqüente lesão, a pessoa sobreviver, o fígado

geralmente demonstrará alto e rápido poder de regeneração. (2, 3 e 5)

2. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO HEPÁTICA

A função hepática de órgão primário de metabolismo e detoxicação o tornam

associado a diversas outras patologias extra-hepáticas. Alem disto, as próprias doenças

hepáticas, como severas doenças inflamatórias, tóxicas e neoplásicas, devem ser

consideradas. Muitas vezes apenas a biópsia hepática é auxilio diagnostico seguro de

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diferenciação da doença hepática primaria ou secundaria. Em todos os casos, os dados de

laboratório clínico devem ser avaliados junto aos sinais clínicos e historia do paciente.

Os testes bioquímicos específicos podem ser caracterizados em quatro

grupos:

1. Testes indicativos de: VAZAMENTO HEPATOCELULAR

���� Alanina transaminase (ALT);

���� Aspartato transaminase (AST);

���� Sorbitol desidrogenase (SDH).

INDUÇÃO NA RESPOSTA A COLESTASE OU DROGA

���� Fosfatase alcalina (FA);

���� Gama-glutamil transferase (GGT).

2. Testes relacionados à ENTRADA, CONJUGAÇÃO E SECREÇÃO HEPÁTICA

���� Bilirrubina- Ácidos biliares.

3. Testes relacionados com o “CLEARENCE” PORTAL

���� Ácidos biliares – Amônia.

4. Testes relacionados com a SÍNTESE HEPÁTICA

���� Albumina – Glicose- Uréia – Fatores de coagulação. (1 e 4).

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2.1 INDICAÇÕES DOS EXAMES HEPÁTICOS ESPECÍFICOS

Os exames bioquímicos de função hepática devem ser requisitados somente após a

avaliação clinica criteriosa do exame clinico do paciente e sua historia. Caso seja

indicado, realizar primeiro os exames de primeira linha como a urinálise, hemograma e

exame de fezes.

As indicações dos testes específicos são:

1. Doença hepática primária (com ou sem icterícia). Exemplos:

���� Hepatite infecciosa;

���� Necrose hepática;

���� Hemangioma hepático;

���� Hepatite supurativa;

���� Adenoma do ducto biliar.

2. Doença hepática secundária.

���� Lipidose infiltrativa: Hipotireoidismo e Diabetes mellitus;

���� Doenças pancreáticas;

���� Congestão passiva : Cardiopatias;

���� Intoxicações.

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3. Diagnóstico diferencial das icterícias

���� Pré-hepatica;

���� Hepática;

���� Pós-hepatica: Obstruções

4. Sinais de desvios no metabolismo sem causa determinada

���� Proteínas: emagrecimento, ascite, edemas;

���� Carboidratos: emagrecimento, apatia;

���� Gorduras: emagrecimento.

5. Prognóstico

���� Avaliação da terapêutica;

���� Avaliação da lesão tecidual;

���� Riscos anestésicos à cirurgia. (1).

2.3 PROVAS ENZIMÁTICAS

A utilização de dosagens enzimáticas como método auxiliar nos problemas

hepáticos é usado em medicina veterinária. Estas enzimas aumentam na circulação à

medida que são liberadas pelas células de origem.

Esta liberação pelos hepatócitos pode ocorrer por:

1. Alteração na permeabilidade celular:

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���� Reações inflamatórias Degeneração celular

2. Necrose celular: Ingestão de drogas hepatotóxicas.

���� Cirrose crônica: Pode possuir valores normais ou diminuídos de ALT.

2.3.4 Distribuição enzimática nos tecidos:

ENZIMA LOCALIZAÇÃO

ALT Fígado (> em pequenos animais)

AST Fígado (> em grandes animais), músculo

esquelético e cardíaco

FA Fígado, ossos, mucosa intestinal, placenta e rim

GGT Fígado, principalmente ductos biliares, rins,

pâncreas e intestino

3 ENZIMAS HEPATOCELULARES

3.1 AMINOTRANSFERASES

As aminotransferases (ALT e AST) são enzimas intracelulares que tem por função

a transferência de grupos amino durante a conversão de aminoácidos a alfa-oxo-ácidos.

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Ambas as enzimas são encontradas no citosol celular, entretanto a AST também possui

uma isoenzima mitocondrial.

3.1.2 Alanina Amino Transferase (ALT ou TGP –Transaminase Glutâmico Pirúvica)

Os testes que medem a atividade desta enzima sérica podem ser considerados como

válidos para indicar uma lesão hepática apenas em cães e gatos. Esta enzima é

considerada hepato-específica porque um aumento significativo em sua atividade sérica

somente é observado na degeneração ou necrose hepatocelular. A necrose muscular

severa pode elevar os valores de ALT em cães sem que haja doença hepática

concomitante; no entanto degenerações ou necrose focal da massa não elevam sua

atividade sérica.

1. Discreto aumento:

���� congestão hepática;

���� Esteatose.

2. Aumento moderado a marcante:

���� Necrose celular;

���� Hepatite tóxica ou infecciosa;

���� Congestão hepática;

���� Carcinoma.

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3. Cirrose:

���� pode estar normal.

4. Outras causas de aumento:

���� Infarto do miocárdio;

���� Pancreatite aguda.

3.1.3 Aspartato Amino Transferase (AST ou TGO –transaminase glutâmica oxalacética)

Como existem em concentrações pouco significativas em vários tecidos em cães,

gatos e primatas, é utilizada com valor diagnóstico apenas para grandes animais. O

aumento desde que se excluam as lesões musculares e cardíacas, pode ser interpretado

como sendo conseqüência de uma hepática. Isto porque há um aumento da atividade

sérica na degeneração e/ou necrose de hepatócitos e/ou músculos esqueléticos e cardíacos.

1. Aumento moderado a marcante:

���� Necrose celular Hepatite tóxica ou infecciosa Congestão hepática;

���� Carcinoma;

���� Cirrose : pode estar normal.

2. Outras causas de aumento:

���� Infarto do miocárdio;

���� Pancreatite aguda;

���� Necrose renal.

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3.1.4 Sorbitol Desidrogenase (SHD)

O sorbitol desidrogenase (SD) é uma enzima hepato-específica na maioria das

espécies, com uma atividade mínima nos tecidos. O seu uso não é rotineiro na bioquímica

clinica veterinária pois se trata de uma enzima muito instável. Estudos recentes no

entanto, têm demonstrado que há considerável estabilidade em eqüinos e pequenos

animais.

3.2 ENZIMAS COLESTÁTICAS

3.2.1 Fosfatase Alcalina (FA)

A fosfatase alcalina é uma enzima mitocondrial e pode ser encontrados em vários

tecidos, principalmente no tecido ósseo, sistema hepatobiliar e mucosa gastrointestinal,

em menor grau nos rins, placenta e baço. O aumento pode ser devido, portanto a

patologias que lesem os ductos hepáticos, como a colestase intra ou extra-hepática, mas

também por atividades das isoenzimas extra-hepaticas, como crescimento ósseo nos

filhotes, isoenzima esteroidal induzida por corticóide, mas somente em cães.

Entre os eqüinos e bovinos, existe uma variação muito grande do seu nível sérico

em animais normais, o que dificulta a interpretação dos resultados. Nestas espécies torna-

se interessante realizar outros exames em associação, como GGT e bilirrubinas.

3.2.2 Gama Glutamil Transferase (GGT)

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A gama glutamil transferase é um marcador enzimático sérico valioso nas

desordens do sistema hepatobiliar resultando em colestase. Possui alta atividade

principalmente nas espécies bovina, eqüina e em pequenos ruminantes; apresenta-se em

baixas concentrações em cães e gatos, onde preferencialmente realiza-se a fosfatase

alcalina. Além de sua atividade hepática é observada concentração de isoenzimas

localizada nos rins, pâncreas e intestinos.

3.3 PROVAS FUNCIONAIS

3.3..1 Prova de Excreção de Bromossufaleina (BSP)

Após a aplicação intravenosa de BSP, a substância é rapidamente eliminada do

organismo pelo sistema hepatobiliar. A velocidade de excreção é um índice de massa

hepática funcional, embora esteja também na dependência da velocidade do fluxo

sanguíneo e da permeabilidade normal das vias biliares.

���� Método para cães: Injetar dose de 5 mg/Kg e avaliar a proporção de corante

após 30 minutos na circulação. Valor normal: < 5% em 30 minutos.

���� Método para grandes animais: Mede a quantidade de corante depurada do

sangue na unidade de tempo (T ½). Valor normal: � 3,0 minutos.

O aumento ocorre nas hepatopatias parenquimatosas, principalmente cirrose.

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Valores ligeiramente aumentados ocorrem nas alterações circulatórias, como

insuficiência cardíaca congestiva, febre, oclusão da veia hepática e choque, A amostra

deve ser heparinizada e sem hemólise. Esta prova é contra indicada em animais com

hiperbilirrunemia igual ou maior que 4 mg/dl.

Outras causas do aumento podem ser: Infarto do miocárdio e necrose do músculo

esquelético; pancreatite aguda e necrose renal.

3.4 OUTRAS PROVAS BIOQUIMICAS

3.4.1 Uréia Sanguínea

Apenas nas lesões hepáticas extensas pode-se observar diminuição do nível de

uréia sérica, desde que não haja lesões renais retardando muito sua eliminação.

3.4.2 Tempo de Coagulação (TP, TTPA, TT)

Quase todos os fatores de coagulação são produzidos no fígado, e

conseqüentemente há aumento nos tempos de coagulação em extensas lesões hepáticas.

3.4.3 Indicações de Provas Enzimáticas

1. LESÃO HEPATOCELULAR AGUDA:

���� ALT;

���� AST;

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���� SDH.

2. COLESTASE: BILIRRUBINAS

���� FA (CÃO, GATO);

���� GGT (BOVINO);

���� BSP.

3. LESÃO HEPATOCELULAR CRÔNICA:

���� PROTEINAS SÉRICAS: ALBUMINA , GLOBULINA;

���� PERFIL PROTEICO ELETROFORÉTICO.

4. URINÁLISE:

Nas icterícias e lesões hepáticas pode ocorrer bilirrubinúria e presença de cristais

de amônia.

4.1 PROTEÍNAS PLASMÁTICAS

4.1.2 Introdução

As proteínas plasmáticas são sintetizadas principalmente no fígado e são

constituídas de aminoácidos obtidos após quebra e absorção intestinal. Na interpretação

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da hipoproteinemia devem-se se buscar as causas básicas desta fisiologia: falha na

ingestão, falha na absorção, falha na síntese ou perda protéica.

Sua classificação quanto à forma química é a seguinte:

1. Proteínas simples contendo os elementos básicos dos aminoácidos:

���� Carbono;

���� Hidrogênio;

���� Oxigênio;

���� Nitrogênio;

���� Enxofre.

2. Proteínas conjugadas a outros elementos compostos:

���� Metaloproteínas: ferritina (ferro);

���� Fosfoproteínas: caseína (fosfato);

���� Lipoproteínas : colesterol, triglicerídeos;

���� Glicoproteínas : glicohemoglobina;

���� Nucleoproteínas: ribossomais.

As unidades fundamentais para a estrutura protéica nos animais são os vinte

aminoácidos naturais. Nove destes não são sintetizados (essenciais) e deve ser obtido na

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dieta alimentar. Os aminoácidos não essenciais são sintetizados através de reações de

transaminação.

O maior sitio de síntese de proteína plasmática é o fígado, como segundo maior

sitio sendo constituído pelo sistema imune e seus tecidos como o sistema retículo

endotelial, linfócitos e plasmócitos; outras proteínas sintetizadas nos tecidos e células

somáticas estão presente em menor quantidade. Em geral, o plasma contém em torno de 5

a 7 g/dl de proteínas

totais; se a hemoglobina for incluída este valor chega a 20 g/dl.

3.1.3 Funções

As funções protéicas no organismo são inumeráveis. As proteínas formam a base

da estrutura celular, órgãos e tecidos, mantém a pressão coloido-osmótica, catalisam

reações bioquímicas na forma de enzimas, mantém equilíbrio ácido-base, são reguladoras

como hormônios, atuam na coagulação sanguínea, na defesa humoral como anticorpos,

são nutritivas e servem de carreadores e transporte a muitos constituintes plasmáticos.

4.1.4 Frações das Proteínas Plasmáticas

As principais frações são albumina e globulinas, mas há diversas outras proteínas

sanguíneas. Há em torno de 200 proteínas plasmáticas diferentes descritas no homem e

animais. Os tipos e os percentuais de cada proteína são característicos, variando portanto

a proporção das frações entre as espécies e também entre os indivíduos de uma mesma

espécie.

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A generalização diagnóstica na hiperproteinemia ou hipoproteinemia

invariavelmente induz a erro. O aumento ou diminuição das proteínas plasmáticas totais

deve ser interpretado de modo a se individualizar o máximo possível a ou as frações

responsáveis por esta alteração.

4.1.5 Frações das proteínas, funções e alterações (ver tabela em anexo 1):

Pré-Albumina

A pré-albumina possui a mais rápida migração eletroforética, sendo que pode não

existir em algumas espécies animais. A única função conhecida é a ligação e transporte da

tiroxina.

Albumina

A albumina é a mais pronunciada das proteínas séricas eletroforéticas. Nos animais

faz parte de 35 a 50% do total de proteínas séricas. A albumina é sintetizada no fígado,

como as demais proteínas exceto as imunoglobulinas, e é catabolizada por tecidos

metabolicamente ativos. Ela é a maior reserva orgânica de proteínas e transporte de

aminoácidos. Também devido a sua abundância, é a proteína mais osmoticamente ativa,

responsável por 75% da atividade osmótica do plasma. Quando há hipoalbuminemia

ocorre extravasamento de líquidos por esta perda de pressão osmótica, causando ascite e

edemas.

Outra importante função é a de proteína de ligação e transporte de muitas

substâncias séricas, como tiroxina e a bilirrubina não conjugada.

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Globulinas

Alfa Globulinas ( α globulinas)

Constitui a fração que mais rapidamente migra das globulinas, por isso o nome

“alfa”. Possui duas frações: a rápida (α1) e a lenta (α 2). A grande maioria destas

proteínas é sintetizada no fígado e cada um dos diversos tipos possui atividade especifica.

Atuam no transporte de tiroxina, lipídio, insulina, cobre, hemoglobina, na inibição da

tripsina, quimiotripsina, trombina, como anticoagulante, proteases, etc. O seu decréscimo

ocorre nas hepatopatias, má nutrição, síndrome nefrótica; o seu aumento principalmente

nas doenças inflamatórias agudas.

Beta Globulina ( β globulinas)

As mais importantes proteínas desta fração são os complementos (C3 e C4),

hemopexina, transferrina, ferritina e proteinaC reativa. O fibrinogênio também é um

importante indicador protéico da fase aguda, isto é, seu aumento indica processo

inflamatório agudo.

Gama Globulinas ( γ globulinas)

Compõem-se das imunoglobulinas e suas frações IgA, IgG, IgM, IgE. A

identificação e quantificação específica destas imunoglobulinas requerem o uso de técnica

imunoquímica sofisticada. A fonte das imunoglobulinas é os plasmócitos, diferenciados a

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partir de linfócitos sensibilizados por estimulação antigênica, parte do processo

imunológico da resposta humoral. (1, 4 e 6).

5 INTERPRETAÇÃO DAS ALTERAÇÕES NAS PROTEÍNAS SÉRICA S

5.1 INFLUENCIAS FISIOLÓGICAS

5.1..1 Idade e desenvolvimento

No feto, a concentração de proteínas totais e albumina aumentam progressivamente

com uma ligeira mudança nas globulinas e quase ausência da fração de proteína γ-

globulinas. No nascimento dos ruminantes e eqüinos é normal a ausência desta fração de

proteína γ-globulinas, que será suprida pela ingestão do colostro materno. Após esta

ingestão haverá um aumento transitório das proteínas totais. Em quase todos os animais

há um aumento nas proteínas totais, um decréscimo na albumina e um aumento nas

globulinas com o avançar da idade, e nos idosos as proteínas totais tornam a declinar.

5.2 HORMÔNIOS

Efeitos hormonais agem nas proteínas séricas quando atuam nos processos de

anabolismo ou catabolismo protéico. A testosterona, estrógenos e o hormônio do

crescimento são geralmente anabólicos, aumentando as proteínas. De modo contrário, a

tiroxina e os corticóides (tenuamente) promovem uma redução nas proteínas.

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5.3 GESTAÇÃO E LACTAÇÃO

Geralmente durante a gestação há um decréscimo da albumina e aumento das

globulinas, seguido nas espécies que possuem colostro de queda pós-parto. A lactação

promove mudanças semelhantes, devido ao consumo das reservas protéicas e da alta

atividade metabólica.

5.4 NUTRIÇÃO

As proteínas do plasma são sensíveis as influencias nutricionais, mas na maioria

dos casos torna-se difícil sua interpretação. Quando há depleção da dieta protéica aos

animais ocorre uma hipoproteinemia e hipoalbuminemia.

5.4 ESTRESSE E PERDA DE LIQUIDO

Estresse de temperatura, quente ou fria é associada com perda de nitrogênio,

aumento na atividade adrenal e ,catabolismo protéico, com decréscimo nas proteínas

totais e albumina. O mesmo ocorre em animais que sofrem injurias como fraturas ósseas e

extensas cirurgias.

No processo inflamatório há saída de liquido e proteínas para os tecidos, com

queda nas proteínas; o mesmo é observado em hemorragias ou exsudação. Na

desidratação ocorre uma hemoconcentração, aumentando os valores das proteínas.

5.6 DISPROTEINEMIAS

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A melhor maneira de se avaliar as alterações das proteínas séricas é através da

interpretação do quociente albumina: globulina (A:G),associando quando possível com o

perfil eletroforética das proteínas.

No quadro abaixo estão representadas as relações A:G, perfil eletroforético

prováveis causas e patologias. (ver tabela em anexo 2). (2, 3 e 5).

6 BILIRRUBINAS

6.1 INTRODUÇÃO

As bilirrubinas são formadas através da degradação da hemoglobina. A

hemoglobina é essencial para a manutenção da vida, pois carreia e libera oxigênio para os

tecidos. Em torno de 400 milhões de moléculas de hemoglobina estão presentes num

eritrócito. A hemoglobina é uma proteína conjugada composta das frações heme e

globina. A fração heme é sintetizada na mitocôndria eritrocitária, e somente é produzida

em células eritróides imaturas, até o estágio de reticulócitos, a síntese da fração globina

ocorre em ribossomos no citoplasma de eritrócitos nucleados. A diferença nas seqüências

de aminoácidos das cadeias globinas define a variação morfológica e interespécie.

A síntese final de hemoglobina na hemácia com a penetração do ferro a partir da

transferrina, com sua associação a protoporfirina que é sintetizada em grande parte da

glicina e succinil CoA (coenzima A) nas mitocôndrias, para formar o heme. Uma

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molécula heme se fixa a uma das cadeias de polipeptídeo globina e, uma molécula final

de hemoglobina é composta de quatro unidades heme/globina.

A hemoglobina é liberada na forma livre quando ocorre hemólise, onde a união

entre a hemoglobina e o estroma eritrocitário quebra-se por este agente hemolítico. A

hemoglobina livre no plasma é rapidamente decomposta (meia vida de quatro horas) por

oxidação; liga-se a haptoglobina e é rapidamente excretada pelos rins com

hemoglobinúria, ou destruída pelo S.R.E (sistema retículo endotelial). O excesso livre é

oxidado em meta-hemoglobina, que se dissocia e libera hematina. A hematina liga-se a

hemopexina e albumina sucessivamente, e estes complexos são removidos pelos

hepatócitos.

Nos macrófagos o ferro da fração heme e os aminoácidos da fração globina são

reciclados para uso. A protoporfirina é degradada em biliverdina pela heme microssomal

oxigenase, na presença de oxigênio e NADPH. A biliverdina é então convertida à

bilirrubina pela bilirrubina redutase, na presença de NADPH. As aves excretam somente

biliverdina, pois não possuem bilirrubina redutase.

A bilirrubina liberada no plasma é ligada à albumina para o transporte até as

células hepáticas, onde é conjugada em ácido glicurônico pela enzima UDP-glicuronil

transferase. A bilirrubina conjugada é normalmente secretada através dos canalículos

biliares e excretada pela bile à luz intestinal. No trato intestinal a bilirrubina é degradada

por bactérias a urobilinogênio para sua excreção via fezes, com reabsorção parcial para a

circulação geral e reexcreção biliar, no ciclo entero-hepático da bile. Uma pequena

quantidade de bilirrubina conjugada a urobilinogênio normalmente escapa à re-excreção

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hepática e são eliminados na urina. A bilirrubina indireta não passa em condições normais

para a urina, devido ao alto peso molecular do complexo bilirrubina-albumina (carreador).

6.2 ALTERAÇÕES DAS BILIRRUBINAS

A bilirrubina é formada fisiologicamente através da degradação de hemoglobina de

hemácias velhas pelos macrófagos. A bilirrubina não conjugada (indireta) é liberada pelos

macrófagos e carreada pela albumina até o fígado. Os hepatócitos removem a bilirrubina

da albumina e formam um diglicuronato de bilirrubina (direta ou conjugada) que será

secretada pelos canalículos biliares até a bile. Deve-se lembrar sempre que normalmente

ao existir sinais clínicos de problemas hepáticos 80% deste órgão está comprometido.

6.3 ICTERÍCIA

A icterícia pode ser detectada no exame físico ou quando o plasma ou soro é

examinado no laboratório, e nestas condições há um valor de bilirrubina total acima de 1

mg/dl. A hiperbilirrubinemia sempre indica doença hepatobiliar ou hematopoiética.

Entretanto há doenças hepáticas e hematopoiéticas não relacionadas com a icterícia

e a doença nestes sistemas podem ser ainda secundários a outras doenças. A presença ou

ausência de icterícia não pode ser avaliada com sentido de diagnostico ou prognóstico.

Septicemia, ruptura vesical e enterites algumas vezes podem causar disfunção hepática

secundaria, podendo incluir icterícia.

6.4 ANÁLISE

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A bilirrubina pode ser mensurada no soro ou plasma sanguíneo por

espectrofotometria. A bilirrubina é estável a 4ºC por até 7 dias se não forexposta à luz. Há

diferentes técnicas para diferenciar a bilirrubina direta e indireta, depende do “Kit” de

dosagem utilizado.

Severa hemólise pode atrapalhar as dosagens espectrofotométricas, aumentando

seus valores. Um falso decréscimo ocorre quando há exposição à luz (em torno de 50%

em 1 hora), e um falso aumento em amostras com lipêmia.

Valor normal em cães: 1,0 mg/dl No cavalo um fenômeno fisiológico causa

problema na interpretação das bilirrubinas. A anorexia ou jejum por 24 horas ou mais

pode resultar em icterícia, que é causada em parte por metabólitos (como ácidos biliares)

competindo com a bilirrubina pela demanda dos hepatócitos.

6.5 HIPERBILIRRUBINEMIA

O aumento de bilirrubina, caracterizado pela icterícia, pode ser classificado quanto

à sua origem de três formas diferentes. A bilirrubina pode estar sendo liberada em grande

quantidade na circulação, na causa pré-hepatica; na falha de conjugação ou hepática e, na

deficiência de sua secreção ou pós-hepática.

6.6 PRÉ-HEPÁTICA

Este tipo de icterícia é causado quando há aumento de aporte de bilirrubina ao

fígado, causando uma sobrecarga à conjugação hepática. Os sinais clínicos mais

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observados são urina e fezes escuras. O principal cuidado neste caso é retirar a causa

hemolítica e deter bastante atenção ao quadro hematológico do animal.

6.7 PÓS-HEPÁTICA

A icterícia pós-hepática ocorre por obstrução das vias biliares gerando uma

colestase, isto é, um acúmulo de bilirrubina conjugada. Os sinais observados são

esteatorréia (presença de excesso de gordura nas fezes), fezes claras e bilirrubinúria

acentuada.

7 FEZES DESCORADAS E ESTEATORRÉIA

A causa principal é a lesão dos canais biliares, que leva ao aumento acentuado da:

aumento severo da bilirrubina conjugada devido à obstrução ou aumento ou não da

bilirrubina não conjugada, dependendo da lesão hepatocelular causada pela colestase

compressiva.

7.1 HEPÁTICA

A icterícia hepática é causada por uma disfunção hepática, com conjugação parcial

da bilirrubina pelos hepatócitos devido à redução na capacidade enzimática. Esta lesão

acaba obstruindo os canalículos biliares, levando secundariamente a colestase.

A causa principal é a lesão tóxica ou infecciosa que leva ao comprometimento da

função hepática, gerando:

↑↑↑Bilirrubina não conjugada devido à disfunção;

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↑↑Ou não da bilirrubina não conjugada, dependendo da lesão hepatocelular;

↑Do urobilinogênio circulatório e urinário. Pode não haver este aumento por

comprometimento do ciclo entero-hepático. (1, 3, 4, 5 e 6).

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CONCLUSÃO

É freqüentemente fácil concluir a partir dos achados bioquímicos, que uma

hepatologia esta presente. Pode também ser possível caracterizar esta hepatopatia como

até certo ponto, especialmente com relação a cronicidade e quais aspectos do

metabolismo hepático estão envolvidos. No entanto, pode ser extremamente difícil

traduzir estes achados em um diagnóstico etiológico, embora possa ser possível fazer uma

estimativa inteligente, o diagnóstico etiológico definitivo geral só é possível através de

uma biópsia hepática.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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veterinária. São Paulo: ROCA 1995.

2. LORENZE D. Michael; CORNELIUS M. Larry. Diagnóstico clínico em pequenos

animais. Rio Grande do Sul: INTERLIVROS 1996.

3. BEVILACQUA Fernando; BENSOUSSAN Eddy; ESPÍNOLA C. Fernando;

PINTO G. Leo. Manual de patologia clínica. São Paulo: ATHENEU 1979.

4. KERR G. Morag. Exames laboratoriais em medicina veterinária: bioquímica

clínica e hematologia. São Paulo: ROCA 2003.

5. RICHARD W. Nelson, COUTO C. Guilhermo. Medicina interna de pequenos

animais. São Paulo. GUANABARA 1993.

6. HENDRIX M. Charles. Procedimentos laboratoriais para técnicos veterinários.

SÃO PAULO 2006.

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ANEXO 1

TABELA 1: 4.1.5 Frações das proteínas, funções e alterações

PROTEÍNA FUNÇÃO ALTERAÇÃO

Pré- albumina Transporte tiroxina ↑Síndrome nefrótica

↓Hepatopatia, def.protéica

Albumina Pressão osmótica,transporte

↑Desidratação

↓Problemas hepáticos, renais,

intestinal, subnutrição, perda

sanguínea.

GLOBULINAS

1 Transporte de lipídios e outros ↑Doença inflamatória aguda

2 Inibe enzimas

↓Problema hepático,renal e

intestinal.

Haptoglob. Transporte hemoglobina ↑Doença inflamatória aguda

Alfa

Proteína C Protease, anticoagulante ↑Doença inflamatória aguda

1 e 2 Transporte de lipídios ↑Doença inflamatória aguda

Transferrina Transporte de Ferro ↑Anemias, def. ferro

Ferritina ↓Doença hepática,inflam.aguda

C3 e C4 Fatores do Complemento

↑ Doença inflamatória aguda

Beta

Fibrinogênio

Precursor da fibrina

↑Doença inflamatória aguda

ama

Anticorpos

Imunidade humoral

↑Ativação imune, hepatopatia

↓Deficiência de anticorpos

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ANEXO 2

TABELA 2: Relações A:G, perfil eletroforético prováveis causas e patologias.

RELAÇÃO

A:G

PERFIL

ELETRO-

FORÉTICO

CAUSAS PROVÁVEIS PROVÁVEIS PATOLOGIAS

1. ↓ albumina

Perda seletiva de albumina:

doença renal e gastrintestinal

Decréscimo de síntese de albumina:

hepatopatia, má nutrição

↑α globulina

doença inflamatória

aguda

severa hepatite ativa

nefrite aguda ou

síndrome nefrótica

ANORMAL

↑β globulinas

síndrome nefrótica

hepatite aguda

dermatopatias

supurativas

2. ↑ globulina

↑γ globulinas

doença inflamatória

crônica

doença infecciosa

hepatite crônica,

abscesso hepático

doença supurativa

doença imuno-mediada

Tumores: linfossarcoma

mieloma múltiplo

1. Hiperproteinemia Desidratação: vomito, diarréia,

queimadura.

NORMAL NORMAL 2. Hipoproteinemia

Super hidratação

Perda aguda de sangue

Perda externa de plasma: doenças

exudativas

diarréia

Perda interna de plasma: doenças

gastrointestinal

parasitas

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ANEXO 3:

FIGURA 1: Localização anatômica do fígado no cão:

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ANEXO 4:

FIGURA 2: Localização anatômica do fígado no gato:

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

Fabiele Benato

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

(T.C.C.)

CURITIBA

2006

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

(T.C.C.)

CURITIBA

2006

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Fabiele Benato

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

(T.C.C.)

Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do Título de Médica Veterinária. Orientadora Profissional: Dra. Rosária Tesoni de Barros Richartz. Professora Orientadora: Profa Elza Maria Ceffoni

CURITIBA

2006

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TERMO DE APROVAÇÃO

Fabiele Benato

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

(T.C.C.)

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do Título de Médica Veterinária no Curso de Medicina Veterinária, da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 23 de novembro de 2006.

___________________________________________________

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientadora: Professora Rosária T.B. Richartz

Universidade Tuiuti do Paraná / Laboratório Clínico

Professor Ricardo Maia

Universidade Tuiuti do Paraná / Clínica Cirúrgica

Professora Michele Salmon Fressi

Universidade Tuiuti do Paraná / Clínica Médica

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Reitor Professor Luiz Rangel Santos Pró Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró Reitora Acadêmica Professora Carmen Luiza da Silva Pró Reitor de Planejamento e Avaliação Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos Pró Reitora de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão Professora Elizabeth Tereza Brunni Sbardelini Secretário Geral Professor Bruno Carneiro da Cunha Diniz Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Professor João Henrique Faryniuk Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Professora Neide Mariko Tanaka Coordenador do Estágio Curricular Obrigatório Professora Elza Maria Galvão Ciffoni CAMPUS CHAMPAGNAT Rua Marcelino Champagnat, 505 – Mercês CEP 80.215-090 – Curitiba – Pr Fone (41) 3331-7958

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Ademir e Marilene, a quem devo a vida e minha formação moral.

Meu agradecimento e gratidão pela paciência, compreensão e apoio constante nesta

etapa da minha vida. Nada disso seria possível sem ter meus pais ao meu lado, sem o

esforço deles junto ao meu, por isso meus queridos pais esta vitória não é minha e sim de

vocês. Saibam que os amo muito e tenho muito orgulho de ter vocês como exemplos de

vida.

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AGRADECIMENTOS

“Agradecer é admitir que houve um momento em que se precisou de alguém; é

reconhecer que o homem jamais poderá lograr para si o dom de ser auto-suficiente.

Ninguém cresce sozinho; sempre é preciso um olhar de apoio, uma palavra de incentivo,

um gesto de compreensão, uma atitude de amor. A todos vocês que compartilharam nessa

etapa de minha vida, dedico essa vitória, com a mais profunda gratidão e respeito”.

Aos meus pais, pelo apoio e incentivo em não desistir mesmo quando esta

graduação parecia ser apenas um sonho distante;

Aos meus irmãos que me deixaram em paz para escrever meus trabalhos e

respeitaram meus surtos nervosos;

Ao meu querido namorado Rogelson pela paciência, incentivo, compreensão pelo

tempo afastado, pela ajuda concreta nesse trabalho e principalmente pelo amor e

dedicação;

À Ana Luiza, por quem tenho muito carinho e a quem tanto eu admiro, o meu

muito obrigada por ter me ajudado muito além do que sua função exigia, pela paciência e

amizade.

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APRESENTAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de Medicina

Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do

Paraná, como requisito parcial para obtenção do Título de Médico Veterinário é composto

de um Relatório de Estágio, no qual estão descritas as atividades realizadas durante o

período de 15/9/2006 até 24/11/2006, período em que estive no Laboratório de Análises

Clínicas da Universidade Tuiuti do Paraná, localizada em Curitiba-PR cumprindo estágio

curricular e também de uma Monografia que versa sobre o tema: “Alterações em Testes

Hepáticos”.

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Fabiele Benato

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIA

CURITIBA

2006

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Fabiele Benato

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS VETERINÁRIA

Relatório final de estágio obrigatório em Laboratório de Análises Clínicas para conclusão de curso, apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do Título de Médica Veterinária. Orientadora Profissional: Dra. Rosária Tesoni de Barros Richartz. Professora Orientadora: Profa Elza Maria Ceffoni

CURITIBA

2006

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIAÇÕES .......................................................................................... II 1 ESTÁGIO......................................................................................................................09 1.2 LOCAL DO ESTÁGIO...............................................................................................10 1.3 BIOSSEGURANÇA....................................................................................................10 2 HEMOGRAMA............................................................................................................11 2.1 ROTEIRO DA PRÁTICA...........................................................................................12 2.1.2 Colheita para exame .................................................................................................12 2.1.3 Locais de punção ......................................................................................................12 2.1.4 Técnica de Punção....................................................................................................13 2.2 ANTICOAGULANTES..............................................................................................14 2.3 PREPARAÇÃO DO ESFREGAÇO............................................................................15 2.4 MÉTODOS DE COLORAÇÃO DE WRIGHT ..........................................................16 2.5 EXAME DO ESFREGAÇO........................................................................................16 2.6 CONTAGEM GLOBAL DE LEUCÓCITOS.............................................................16 2.7 CONTAGEM GLOBAL DE ERITRÓCITOS............................................................17 2.8 HEMATÓCRITO OU VOLUME GLOBULAR ........................................................18 2.8.1 Método de Wintrobe.................................................................................................18 2.8.2 Método de Micro-Hematócrito.................................................................................19 2.9 DETERMINAÇÃO DA HEMOGLOBINA ...............................................................19 2.9.1 Método de Cianometahemoglobina..........................................................................20 3 EXAMES DE BIOQUÍMICA .....................................................................................20 3.1 CARACTERÍSTICA DA AMOSTRA IDEAL ..........................................................20 3.2 TÉCNICAS..................................................................................................................21 4 ALT (alamino aminotransferase)................................................................................22 4.1 PREPARO DO REAGENTE ......................................................................................22 4.1.2 Tabela de preparação do reagente de trabalho .........................................................22 4.2 TÉCNICA....................................................................................................................22 5 AST (aspartato aminotransferase)..............................................................................23 5.1 PREPARO DO REAGENTE ......................................................................................23 5.1.2 Tabela de preparação do reagente de trabalho .........................................................23 5.3 TÉCNICA....................................................................................................................23 6 FOSFATASE ALCALINA (F.A) ................................................................................24 6.1 PREPARO DO REAGENTE ......................................................................................24 6.1.2 Tabela de preparação do reagente de trabalho .........................................................24 6.2 TÉCNICA....................................................................................................................24 7 GAMA GT.....................................................................................................................25 7.1 PREPARO DO REAGENTE ......................................................................................25 7.1.2 Tabela de preparação do reagente de trabalho .........................................................25 7.2 TÉCNICA....................................................................................................................25 8 PROTEÍNA TOTAL (PT) ...........................................................................................26 8.1 TUBOS DE ENSAIO..................................................................................................26

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9 COLESTEROL.............................................................................................................27 9.1 TUBOS DE ENSAIO..................................................................................................27 10 URÉIA CE...................................................................................................................28 10.1 TABELA DE PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE TRABALHO .......................28 10.2 TUBOS DE ENSAIO................................................................................................29 11 ALBUMINA................................................................................................................29 11.1 TUBOS DE ENSAIO................................................................................................30 12 GLICOSE....................................................................................................................30 12.1 TUBOS DE ENSAIO................................................................................................30 13 TRIGLICERÍDEOS...................................................................................................31 13.1 TUBOS DE ENSAIO................................................................................................31 14 FOSFORO (UV) .........................................................................................................32 14.1 TUBOS DE ENSAIO................................................................................................32 15 CREATININA ............................................................................................................33 15.1 TABELA DE PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE TRABALHO .......................33 15.2 TUBOS DE ENSAIO................................................................................................33 16 CÁLCIO ......................................................................................................................34 16.1 TABELA DE PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE TRABALHO .......................34 16.2 TUBOS DE ENSAIO................................................................................................35 17 URINÁLISE................................................................................................................35 17.1 COLHEITA DA URINA...........................................................................................35 18 EXAME FÍSICO ........................................................................................................36 18.1 VOLUME ..................................................................................................................36 18.1.2 Volume urinário dos animais domésticos normais.................................................36 18.2 DENSIDADE ............................................................................................................37 18.3 COR...........................................................................................................................37 18.4 ASPECTO (TRANSPARÊNCIA).............................................................................37 18.5 ODOR........................................................................................................................38 19 EXAME QUÍMICO DA URINA ..............................................................................38 19.1 Ph ...............................................................................................................................38 19.2 PROTEÍNAS .............................................................................................................39 19.2.1 Pelo calor ................................................................................................................39 19.2.2 Pelo Reativo de Robert ...........................................................................................40 19.2.3 Pelo Ácido Sulfo-Salicílico ....................................................................................40 19.3 GLICOSE ..................................................................................................................40 19.4 ACETONA (CORPOS CETÔNICOS) .....................................................................41 19.4.1 Pelo Reativo de Imbert ...........................................................................................41 19.4.2 Pelo Reativo de Rothera .........................................................................................41 19.5 BILIRRUBINA .........................................................................................................42 19.5.1 Teste de Gmelin......................................................................................................42 19.6 UROBILINOGÊNIO.................................................................................................42 19.7 SAIS BILIARES .......................................................................................................43 19.7.1 Teste de Hay ...........................................................................................................43

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19.8 SANGUE OCULTO..................................................................................................44 19.8.1 Método da Ortotoluidina ........................................................................................44 20 EXAME DO SEDIMENTO URINÁRIO.................................................................44 20.1 MÉTODOS PARA A OBTENÇÃO DE SEDIMENTO URINÁRIO ......................45 21. CASOS CLÍNICOS...................................................................................................45 22 AFECÇÕES RENAIS E/OU DO TRATO URINÁRIO .........................................45 22.1 CASO 1......................................................................................................................45 22.1.2 Hemograma ............................................................................................................46 22.1.3 Bioquímico .............................................................................................................46 22.1.4 Urinálise..................................................................................................................47 22.1.5 Exames Complementares .......................................................................................48 22.1.6 Conclusão ...............................................................................................................49 22.2 CASO 2......................................................................................................................49 22.2.1 Hemograma ............................................................................................................49 22.2.2 Bioquímico .............................................................................................................50 22.2.3 Urinálise..................................................................................................................51 22.2.4 Conclusão ...............................................................................................................52 22.3 CASO 3......................................................................................................................52 22.3.1 Hemograma ............................................................................................................53 22.3.2 Bioquímico .............................................................................................................53 22.3.4 Urinálise..................................................................................................................55 22.3.5 Conclusão ...............................................................................................................55 22.4 CASO 4......................................................................................................................56 22.4.1 Hemograma ............................................................................................................56 22.4.2 Bioquímico .............................................................................................................57 22.4.3 Exames complementares ........................................................................................58 22.4.5 Conclusão ...............................................................................................................58 23 AFECÇÕES HEPÁTICAS........................................................................................58 23.1 CASO 1......................................................................................................................58 23.1.1 Hemograma ............................................................................................................59 23.1.2 Bioquímico .............................................................................................................59 23.1.3 Conclusão ...............................................................................................................61 23.2 CASO 2......................................................................................................................61 23.2.1 Hemograma ............................................................................................................61 23.2.2 Exames complementares ........................................................................................62 23.2.3 Conclusão ...............................................................................................................62 23.3 CASO 3......................................................................................................................63 23.3.1 Hemograma ............................................................................................................63 23.3.2 Bioquímico .............................................................................................................64 23.3.3 Exames complementares ........................................................................................65 23.3.4 Conclusão ...............................................................................................................65 24 PROCESSOS INFLAMATÓRIOS...........................................................................65 24.1 CASO 1......................................................................................................................65

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24.1.1 Hemograma ............................................................................................................66 24.1.2 Bioquímico .............................................................................................................67 24.1.3 Conclusão ...............................................................................................................68 24.2 CASO 2......................................................................................................................68 24.2.1 Hemograma ............................................................................................................68 24.2.2 Bioquímico .............................................................................................................69 24.2.3 Conclusão ...............................................................................................................70 24.3 CASO 3......................................................................................................................70 24.3.1 Hemograma ............................................................................................................71 24.3.2 Exames complementares ........................................................................................71 24.3.3 Conclusão ...............................................................................................................72 25 PROCESSOS NEOPLÁSICOS.................................................................................72 25.1 CASO 1......................................................................................................................72 25.1.1 Hemograma ............................................................................................................72 25.1.2 Bioquímico .............................................................................................................73 25.1.3 Exames complementares ........................................................................................74 25.1.4 Conclusão ...............................................................................................................74 25.2 CASO 2......................................................................................................................74 25.2.1 Hemograma ............................................................................................................75 25.2.2 Bioquímico .............................................................................................................76 25.2.3 Conclusão ...............................................................................................................77 25.3 CASO 3......................................................................................................................77 25.3.1 Hemograma ............................................................................................................77 25.3.2 Exames complementares ........................................................................................78 25.3.3 Conclusão ...............................................................................................................78 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................79

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ABREVIAÇÕES

1 ALT ....................................................................ALAMINO AMINOTRANSFERASE

2 AST ...............................................................ASPARTATO AMINOTRANSFERASE

3 CE........................................................................COLORIMÉTRICO ENZIMÁTICO

4 FA ........................................................................................ FOSFATASE ALCALINA

5 GGT .................................................................GAMA GLUTAMIL TRANSFERASE

6 PT ...................................................................................................PROTEÍNA TOTAL

7 UV .................................................................................................... ULTRA-VIOLETA

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1 INTRODUÇÃO

Estágio realizado na Universidade Tuiuti do Paraná no Laboratório de Análises

Clínicas Veterinárias, no período de 15/09/2006 à 15/11/2006. Durante o estágio foi

observada a rotina do laboratório clínico, em principal os exames hematológicos,

bioquímicos e urinálises.

No caso do exame hematológico obtemos os valores de HEMOGLOBINA,

HEMATÓCRITO, ERITRÓCITO, LEUCÓCITO, PROTEÍNA TOTAL E

FIBRINOGÊNIO.

No caso do exame bioquímico é realizado conforme a solicitação do clínico, o

valor que podem ser obtidos são: ALT (Alamino Aminotransferase), AST (Aspartato

Aminotransferase), F.A (Fosfatase Alcalina), G.G.T (Gama Glutamiltransferase), P.T

(Proteína Total), COLESTEROL, URÉIA, ALBUMINA, GLICOSE,

TRIGLICERÍDEOS, FÓSFORO, CREATININA, CÁLCIO.

No caso do exame de urinálise verificam-se as propriedades físicas da urina, em

seguida faz-se a realização de bioquímica seca onde se analisa a BILIRRUBINA,

UROBILINOGÊNIO, CORPOS CETÔNICOS, GLICOSE, ALBUMINA, SANGUE

OCULTO, NITRATO, pH, LEUCÓCITOS. Também é realizada a análise do sedimento,

onde vemos se há presença de células de escamação, hemácias, leucócitos, cristais e

cilindros.

Neste relatório irei descrever toda a rotina de laboratório, principalmente a

realização destes exames.

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1.2 LOCAL DO ESTÁGIO

O estágio foi realizado dentro da própria Universidade, no Laboratório de Análises

Clínicas Veterinárias. O laboratório continha todos os equipamentos e produtos

necessários para realização de todos os exames que descrevi acima.

Os equipamentos são os seguintes: microscópio ótico com quatro lentes objetivas,

sendo os aumentos de 4X, 10X, 40X e 100X, um banho-maria à 37ºC e outro à 75ºC,

centrífuga de microhematócrito, centrífuga de tubos, espectrofotômetro, homogeneizador

de sangue, refratômetro, contador de leucócitos, diferentes tipos de vidrarias, lâminas

lamínolas, câmeras de Neubauer, capilares, estufas, pipetas e ponteiras.

Os produtos usados são os seguintes: kits para realização de exames bioquímicos

(estes kits já são comprados prontos, somente em alguns casos existe uma diluição a ser

feita), reagente de cor para hemoglobina, Ácido Acético, NaCl, corante de Wrigh, óleo de

imersão e água destilada.

1.3 BIOSSEGURANÇA

Dentro da rotina de laboratório são indispensáveis vários cuidados, tanto no

manuseio da amostra, como cuidados pessoais:

���� Durante a prática laboratorial devemos cuidar para manter a organização na

bancada de trabalho e evitar ao máximo que o conteúdo dos frascos caiam sobre

ela;

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���� O uso de jaleco, óculos de proteção e luvas é indispensável;

���� Nunca beber, fumar ou comer dentro do laboratório;

���� Não roer unhas, esfregar os olhos e nem tocar o rosto com as mãos, sem que

as mesmas estejam desinfetadas;

���� Ao final de cada exame limpar a bancada com álcool 70%. (2, 4 e 5).

2 HEMOGRAMA

O hemograma é de extrema importância na clínica médica veterinária, ele auxilia

no diagnóstico, prognóstico e na monitoração do paciente, é através dele que se faz a

avaliação inicial de um indivíduo, o hemograma é a avaliação qualitativa e quantitativa

dos elementos do sangue e pode ser subdividido em 3 partes, série vermelha, branca e

plaquetária.

O eritrograma estuda as alterações dos eritrócitos, na hemoglobina, no hematócrito,

nos índices hematimétricos e na morfologia eritrocitária. O leucograma estuda a contagem

total de eritrócitos (leucometria) assim como as fórmulas percentual e absoluta e o estudo

da morfologia. Para análise da série plaquetária é feita uma contagem do número de

plaquetas e estudo da sua morfologia.

As amostras devem estar com uma quantidade de anticoagulante compatível para

que não ocorra diluições, alterações morfológicas ou coagulação. O anticoagulante

utilizado é o EDTA 10% que conserva melhor a morfologia das células sanguíneas. Após

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a verificação da colheita e acondicionamento da amostra, o primeiro passo é a realização

do esfregaço sanguíneo, hematócrito e proteínas plasmáticas.

A amostra deve ser enviada ao laboratório rapidamente (hemograma até 24 horas,

bioquímico de 6 a 12 horas e urinálise até 3 horas no máximo), diversos pesquisadores

afirmam que o contato prolongado com EDTA (principalmente a temperatura ambiente)

pode induzir a formação de agregados celulares e alterar o resultado das contagens (ex:

pseudotrombocitopenia). Caso não seja possível o envio a um curto período de tempo,

preserve a amostra a uma temperatura de 4ºC até no máximo 24hrs (obs: o esfregaço

sanguíneo deve ser feito logo após a colheita). (1, 2, 4 e 5).

2.1 ROTEIRO DA PRÁTICA

2.1.2 Colheita para exame

Os exames hematológicos serão executados com sangue venoso. Os materiais de

coleta devem ser rigorosamente limpos e secos.

2.1.3 Locais de punção:

���� Bovinos e Eqüinos: veia jugular;

���� Suínos: veia marginal da orelha, seio venoso oftálmico, veio cava anterior;

���� Carnívoros: veia safena,cefálica, radial, e jugular;

���� Coelhos: veia marginal da orelha e coração;

���� Aves: veia umeral e coração;

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���� Carneiro e cabra: veia jugular.

2.1.4 Técnica de Punção:

���� Depilar a região (se necessário), fazer a anti-sepsia com algodão embebido

em álcool iodado;

���� Fazer garrote;

���� Introduzir a agulha na pele ate atingir a veia;

���� Aspirar lentamente até a quantidade de sangue exigida;

���� Retirar a agulha e comprimir a região com algodão embebido em álcool

iodado;

���� Retirar a agulha da seringa e colocar o sangue no frasco (pelas paredes) com

anticoagulante e inverter o frasco várias vezes a fim de que o anticoagulante se

distribua homogeneamente no sangue;

���� Lavar a seringa e agulha em água fria.

OBS: Para grandes e médios animais o uso de seringa pode ser dispensado, usando apenas

agulha. (1, 2, 3, 4 e 5).

CAUSAS DE HEMÓLISE

���� Seringas e agulhas molhadas e quentes;

���� Descarga violenta da seringa;

���� Agitação violenta com anticoagulante;

���� Calor excessivo;

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���� Contaminação bacteriana.

2.2 ANTICOAGULANTES (os mais usados)

1. EDTA (etileno diamino tetra ácido de sódio ou potássio) EDTA à 10% - tomar

0,1ml/5ml de sangue:

���� Modo de ação: formação de sais insolúveis de cálcio;

���� Vantagens: é recomendado para rotina hematológica porque não interfere na

morfologia celular, preservando por 24hrs quando a amostra de sangue for

refrigerada;

���� Desvantagens: é pouco solúvel. O sal de potássio é mais solúvel, mas é mais

caro.

���� O anticoagulante deve ser colocado em frasco e seco (na quantidade

preconizada para evitar coagulação de 5ml de sangue) levando a estufa de 50 a

60ºC para que ocorra a desidratação completa do sal.

Existem outros anticoagulantes, tais como:

2. Citrato de sódio – usado para transfusões sanguíneas, em solução a 3,8%, na

proporção de 1,0ml de solução para 0,9ml de sangue;

3. Oxalato de potássio: - 2 gotas de solução a 20% para não coagular 5ml de sangue;

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4. Fluoreto de sódio:- usado para determinação de glicose por ser inibidor da

glicose. Mais usado em combinação com outro anticoagulante, como por

exemplo, EDTA fluoreto – usar 5ml dessa solução para evitar coagulação e

glicose de 5,0ml de sangue;

5. Heparina: - tem ação antitrombina e antitromboplastina. Apresenta como

desvantagem a interferência no esfregaço sanguíneo, não sendo por isso,

recomendado para exames hematológicos. Usa-se 0,1ml de solução para 1% para

não coagular 5,0ml de sangue. A heparina retarda a coagulação do sangue por

apenas 8hrs. (1, 2, 4 e 5).

2.3 PREPARAÇÃO DO ESFREGAÇO

1. Preparar duas lâminas novas desengorduradas, sendo uma com os cantos

recortados;

2. Colocar uma gota de sangue na lâmina;

3. Pegar a lamina de canto cortado e colocá-la a frente da gota num ângulo de 45º,

fazer um ligeiro movimento para trás até o sangue se espalhar na lâmina;

4. Com um movimento uniforme, para frente, fazer esta lâmina deslizar sobre a

outra. Ela arrastara atrás de si o sangue que se espalhará em uma fina camada. O

movimento deve ser: SUAVE, ÚNICO, RÁPIDO, FIRME;

5. Agitar até o esfregaço secar completamente e identificar com lápis grafite. (5)

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2.4 MÉTODOS DE COLORAÇÃO DE WRIGHT

1. Fazer o esfregaço e secar;

2. Cobrir a lamina com corante (wright) durante 1minuto e meio;

3. Em seguida adicionar água destilada, deixar por 4 minutos;

4. Escorrer o corante e lavar com água corrente, secar e observar no microscópio

com objetiva de imersão.

2.5 EXAME DO ESFREGAÇO:

Fazer a contagem diferencial dos leucócitos, identificando cada célula. Para isso

contar 100 leucócitos e calcular a porcentagem de cada uma delas. As células normais da

série branca são: Bastonetes, Neutrófilos, Eosinófilos, Basófilos, Linfócitos, Monócitos.

2.6 CONTAGEM GLOBAL DE LEUCÓCITOS:

É feita com a câmera de Neubauer.

1. Pegar o frasco com anticoagulante e homogeneizar;

2. Com a pipeta de Thomas para glóbulos brancos aspirar o sangue até a marca de

0,5;

3. Limpar o sangue de fora da pipeta com gaze;

4. Diluir em seguida o líquido de Thomas ou ácido acético até a marca de 11;

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5. Agitar;

6. Desprezar as primeiras gotas e encher a câmera de Neubauer por capilaridade;

7. Contar os quatro quadrados grandes angulares e multiplicar por 50. (1, 2, 4 e 5).

CÁLCULO:

���� Liquido em cada quadrado primário: 1/10mm³;

���� Quatro quadrados primários: 4/10mm³;

���� Diluição da pipeta: 1/20;

���� Profundidade: 1/10mm;

���� Logo: 4/10 x 1/20 = 4/200 = 1/50;

���� O fator é 50;

���� Nº total de leucócitos x 50 = nº total de leucócitos/ mm³ de sangue.

2.7 CONTAGEM GLOBAL DE ERITRÓCITOS

1. Tomar o frasco com sangue mais anticoagulante;

2. Com a pipeta de Thomas para glóbulos vermelhos aspirar o sangue até a marca de

20µl;

3. Limpar o sangue de fora da pipeta com uma gaze;

4. Diluir em seguida em 4ml de líquido com solução NaCl à 0,9%;

5. Desprezar as primeiras gotas e encher a câmera de Neubauer por capilaridade;

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6. Deixar a câmera em descanso por alguns minutos e em seguida iniciar a

contagem;

7. Contar as hemácias de 5 quadrados médios;

8. Somar o resultado de cada um dos quadrados e multiplicar por 10.000.

CÁLCULO DA CONTAGEM GLOBAL DE ERITRÓCITOS:

� Área contagem: 1/5mm²;

� Profundidade: 1/10mm²;

� Diluição: 1/200;

� Logo: 1/5 x 1/10 x 1/200 – 1/10.000;

� O fator é: 10.000;

� Nº total de hemácias contadas x 10.000 = nº de hemácias por mm³ de

sangue. (5)

2.8 HEMATÓCRITO OU VOLUME GLOBULAR

2.8.1 Método de Wintrobe:

O tubo de hematócrito de Wintrobe é dotado de duas escalas de igual valor, de 0 a

100mm em sentidos contrários: da direita para volume globular e da esquerda para

hemossedimentação.

1. Tomar um frasco com sangue em anticoagulante, agitar e com pipeta aspirar o

sangue;

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2. Colocar no tubo hematócrito até a marca 0;

3. Centrifugar à 3000 rpm durante 30 minutos;

4. Após a centrifugação vai formar três camadas:

� corpo branco;

� plasma sanguíneo;

� corpo vermelho ou V.G.

A leitura é dada diretamente no tubo em porcentagem.

2.8.2 Método de Micro-Hematócrito:

1. Encher dois terços de um capilar com sangue mais anticoagulante;

2. Limpar a extremidade com pano ou papel filtro;

3. Fechar a extremidade do tubo na chama;

4. Centrifugar em centrífuga para micro-hematócrito durante 5 minutos;

5. Fazer a leitura em um gráfico especial, cujo resultado é dado em porcentagem.

OBS: Pode-se usar um tubo heparinizado colhendo-se o sangue diretamente do animal.

2.9 DETERMINAÇÃO DA HEMOGLOBINA

Há vários métodos de determinação da hemoglobina:

� Comparação direta da cor vermelha com padrões artificiais;

� Conversão da hemoglobina em hematina ácida para comparar a cor parda

com padrões do cristal;

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� Medição da oxihemoglobina por cianometahemoglobina e

carboxihemoglobina no colorímetro fotoelétrico ou espectrofotômetro.

2.9.1 Método de Cianometahemoglobina (determinação da hemoglobina)

� Colocar num tubo 5ml de solução de Drabkin (200mg de ferrocianeto de

potássio, 50mg de cianeto de potássio, 1g de bicarbonato de sódio e

complementar para 1000ml de água destilada);

� Adicionar 20µl de sangue;

� Agitar, deixar por 5 minutos e fazer a leitura colorimétrica com

comprimento de onda de 540nm, usando a solução de Drabkin como branco;

� Anotar a leitura. (5)

3 EXAMES DE BIOQUÍMICA

Os exames bioquímicos são exames complementares que devem ser analisados

em conjunto com outros exames como hemograma e urinálise para auxiliarem o

diagnóstico clínico. Determinar um perfil bioquímico significa ter acesso a múltiplas

determinações bioquímicas simultânea para avaliar a função de um ou mais sistemas do

organismo. Os exames relacionados à bioquímica sanguínea compreendem as dosagens

de metabólitos, minerais e enzimas. (1 e 2)

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3.1 CARACTERÍSTICA DA AMOSTRA IDEAL

As dosagens bioquímicas podem ser realizadas no soro (obtido a partir do soro sem

anticoagulantes) ou no plasma (obtido no sangue com anticoagulantes). Tais amostras

podem ser refrigeradas por até 3 dias ou congelada por vários meses para sua análise, sem

que haja prejuízo nos testes bioquímicos. E bioquímica sanguínea é preferível trabalhar

com sangue heparinizado do que com sangue coagulado, pois facilita a manipulação e

conservação, além de diminuir o risco de hemólise. No caso da utilização do soro, é

necessário um período de 30 a 180 minutos para formação do coágulo e completa

obtenção do soro. Atualmente alguns testes podem ser realizados com plasma de sangue

com EDTA, mas certifique-se com o laboratório antes de enviar a amostra.A única

diferença analítica entre soro e plasma é que o primeiro não contém fibrinogênio, o qual o

foi usado para a formação do coagulo (fibrina). Do ponto de vista da dosagem de

proteínas totais este valor é tão pequeno que pode ser desprezado. Alterações como

hemólise, lipêmia e icterícia podem alterar os resultados dos exames bioquímicos. (1, 2, 4 e

5).

3.2 TÉCNICAS

Antes da centrifugação as amostras são contrabalançadas com tubos preenchidos

com água para depois serem centrifugadas por 10 minutos a 2500 rpm. O soro das

amostras é separado com ajuda de uma pipeta d coloca em um microtubo tipo eppendorf

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identificado com número da ficha do animal. As amostras para exames bioquímicos, de

acordo com o tipo, podem ser soro ou plasma, urina ou líquidos cavitários. Para as

análises bioquímicas do sangue, utiliza tubos de ensaio de 10ml de volume sem

anticoalgulante (tampa vermelha) para obtenção do soro e tubos de ensaio de 5ml sem

anticoagulante (tampa amarela), para obtenção do soro também. Os aparelho utilizados

para analises de bioquímicos são os espectrofotômetros da marca Celm. A maioria dos

exames é realizada por Kits comerciais de metodologia cinética da marca Labtest. (4 e 5)

4 ALT (alamino aminotransferase) - teste cinético

Enzima unilocular (citoplasmática) encontrada em maior parte no tecido hepático.

4.1 PREPARO DO REAGENTE:

� Adicionar 500 µl do reagente 2 a 2ml do reagente 1;

� Homogeneizar.

4.1.2 Tabela de preparação do reagente de trabalho:

REAGENTE 1 REAGENTE 28 ml 2 ml4 ml 1 ml2 ml 500 µl1 ml 250 µl

500 µl 125 µl

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4.2 TÉCNICA

� Usar como branco a água destilada;

� Em um tubo de ensaio colocar 500µl do reagente de trabalho já preparado;

� Adicionar 50 µl de amostra, homogeneizar e transferir diretamente para o

espectrofotômetro, para leitura do teste.

OBS: A reação é linear até 400,0 U/L. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

5 AST (aspartato aminotransferase) - teste cinético

Enzima bilocular (citoplasma e mitocôndria) maior concentração no fígado e

coração.

5.1 PREPARO DO REAGENTE:

� Adicionar 500 µl do reagente 2 a 2ml do reagente 1;

� Homogeneizar.

5.1.2 Tabela de preparação do reagente de trabalho:

REAGENTE 1 REAGENTE 28 ml 2 ml4 ml 1 ml2 ml 500 µl1 ml 250 µl

500 µl 125 µl

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5.3 TÉCNICA

� Usar como branco a água destilada;

� Em um tubo de ensaio colocar 500µl do reagente de trabalho já preparado;

� Adicionar 50 µl de amostra, homogeneizar e transferir diretamente para o

espectrofotômetro, para leitura do teste.

OBS: A reação é linear até 400,0 U/L. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

6 FOSFATASE ALCALINA (F.A) - teste cinético

Encontrada nos osteoblastos, fígado, intestinos e placenta, excretada pela bile.

6.1 PREPARO DO REAGENTE:

� Adicionar 500 µl do reagente 2 a 2ml do reagente 1;

� Homogeneizar.

6.1.2 Tabela de preparação do reagente de trabalho:

REAGENTE 1 REAGENTE 28 ml 2 ml4 ml 1 ml2 ml 500 µl1 ml 250 µl

500 µl 125 µl

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6.2 TÉCNICA

� Usar como branco a água destilada;

� Em um tubo de ensaio colocar 500µl do reagente de trabalho já preparado;

� Adicionar 10 µl de amostra, homogeneizar e transferir diretamente para o

espectrofotômetro, para leitura do teste.

OBS: A reação é linear até 1500,0 U/L. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

7 GAMA GT - teste cinético

Enzima presente no citoplasma e membrana celular.

7.1 PREPARO DO REAGENTE:

� Adicionar 500 µl do reagente 2 a 2ml do reagente 1;

� Homogeneizar.

7.1.2 Tabela de preparação do reagente de trabalho:

REAGENTE 1 REAGENTE 28 ml 2 ml4 ml 1 ml2 ml 500 µl1 ml 250 µl

500 µl 125 µl

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7.2 TÉCNICA

� Usar como branco a água destilada;

� Em um tubo de ensaio colocar 500µl do reagente de trabalho já preparado;

� Adicionar 25µl de amostra, homogeneizar e transferir diretamente para o

espectrofotômetro, para leitura do teste.

OBS: A reação é linear até 1000 mg/dl. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

8 PROTEÍNA TOTAL (PT) – teste colorimétrico

� Utilizar três tubos de ensaio;

� Marcar cada tubo com B para o tubo branco (onde tem o reagente de biureto

e adiciona água destilada), P para o tubo padrão (o qual tem o reagente de biureto

e neste adiciona o padrão) e A para o tudo da amostra {onde tem o reagente de

biureto e adicionar a amostra (soro)};

8.1 TUBOS DE ENSAIO

B P A

Àgua destilada 20µl

Padrão 20µl

Amostra 20µl

Reag. Biureto 1ml 1ml 1ml

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� Após a preparação dos tubos homogeneizar e incubar a 37ºC por 10

minutos, após esse tempo levar ao espectrofotômetro, para leitura do teste.

OBS: A reação é linear até 1,0 a 14,0 mg/dl. Para valores maiores, diluir a amostra com

água destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

9 COLESTEROL – teste enzimático colorimétrico

Auxilia no diagnóstico de doenças cardiovasculares e circulatórias.

� Utilizar três tubos de ensaio;

� Em cada tubo coloca-se um 1ml do reagente de colesterol;

� Marcar cada tubo com B para o tubo branco (onde tem o reagente de

colesterol), P para o tubo padrão (o qual tem o reagente de colesterol e neste

adiciona o padrão) e A para o tudo da amostra {onde tem o reagente de colesterol

e adicionar a amostra (soro)}.

9.1 TUBOS DE ENSAIO

B P A

Padrão 10µl

Amostra 10µl

Reag. Colesterol 1ml 1ml 1ml

Page 78: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fabiele Benato · 1.2.5 Hematopoiese ... nossos propósitos, o fígado é composto estruturalmente de hepatócitos, um sistema de ductos biliares e

� Após a preparação dos tubos homogeneizar e incubar a 37ºC por 5 minutos,

após esse tempo levar ao espectrofotômetro, para leitura do teste.

OBS: A reação é linear até 500 mg/dl. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

10 URÉIA CE – teste enzimático colorimétrico

Principal produto do catabolismo protéico, parte do perfil renal.

� Preparar o reagente de trabalho que é 5ml de tampão de uso + 250µl de

uréase;

� Utilizar três tubos de ensaio;

� Em cada tubo coloca-se um 1ml do reagente de trabalho já preparado.

10.1 TABELA DE PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE TRABALHO

UREASE TAMPÃO DE USO1ml 20ml

500 µl 10ml250 µl 5ml

� Marcar cada tubo com B para o tubo branco (onde tem somente o reagente

de trabalho já preparado), P para o tubo padrão (o qual tem o reagente de trabalho

já preparado e neste tubo adiciona o padrão) e A para o tudo da amostra {onde

tem o reagente de trabalho já preparado e neste tubo adicionar a amostra (soro)}.

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10.2 TUBOS DE ENSAIO

� Após a preparação dos tubos homogeneizar e incubar a 37ºC por 5 minutos,

após esse tempo coloca-se em cada tubo 1ml de oxidante e deixa no banho maria

à 37ºC por mais 5 minutos;

� Após o término de processo as amostras estarão prontas para serem lidas.

OBS: A reação é linear até 300 mg/dl. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

11 ALBUMINA – teste colorimétrico

Sintetizada pelo fígado, é a proteína de maior concentração no soro.

� Utilizar três tubos de ensaio;

� Em cada tubo coloca-se um 1ml do reagente de cor;

� Marcar cada tubo com B para o tubo branco (onde tem o reagente de cor), P

para o tubo padrão (o qual tem o reagente de cor e neste adiciona o padrão) e A

para o tudo da amostra {onde tem o reagente de cor e adicionar a amostra (soro)}.

B P A

Padrão 10µl

Amostra 10µl

Urease + tampão 1ml 1ml 1ml

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11.1 TUBOS DE ENSAIO

� Após a preparação dos tubos homogeneizar e esperar 2 minutos, no máximo

10 minutos após esse tempo levar ao espectrofotômetro, para leitura do teste.

OBS: A reação é linear até 6,0 g/dl. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

12 GLICOSE – teste enzimático colorimétrico

� Utilizar três tubos de ensaio;

� Em cada tubo coloca-se um 1ml do reagente;

� Marcar cada tubo com B para o tubo branco (onde tem o reagente), P para o

tubo padrão (o qual tem o reagente e neste adiciona o padrão) e A para o tudo da

amostra {onde tem o reagente e adicionar a amostra (soro)}.

B P A

Padrão 10µl

Amostra 10µl

Reag. de Cor 1ml 1ml 1ml

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12.1 TUBOS DE ENSAIO

� Após a preparação dos tubos homogeneizar e incubar a 37ºC por 15

minutos, após esse tempo levar ao espectrofotômetro, para leitura do teste.

OBS: A reação é linear até 500 mg/dl. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

13 TRIGLICERÍDEOS – teste enzimático colorimétrico

Auxilia no diagnóstico de doenças coronarianas, importante na avaliação de

diabetes melitos.

� Utilizar três tubos de ensaio;

� Em cada tubo coloca-se um 1ml do reagente de cor;

� Marcar cada tubo com B para o tubo branco (onde tem o reagente de cor), P

para o tubo padrão (o qual tem o reagente de cor e neste adiciona o padrão) e A

para o tudo da amostra {onde tem o reagente de cor e adicionar a amostra (soro)}.

B P A

Padrão 10µl

Amostra 10µl

Reagente 1ml 1ml 1ml

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13.1 TUBOS DE ENSAIO

� Após a preparação dos tubos homogeneizar e incubar a 37ºC por 10

minutos, após esse tempo levar ao espectrofotômetro, para leitura do teste.

OBS: A reação é linear até 1000 mg/dl. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

14 FOSFORO (UV) – teste colorimétrico

Função na composição óssea, metabolismo de gorduras e carboidratos.

� Utilizar três tubos de ensaio;

� Em cada tubo coloca-se um 1ml do reagente;

� Marcar cada tubo com B para o tubo branco (onde tem o reagente), P para o

tubo padrão (o qual tem o reagente e neste adiciona o padrão) e A para o tudo da

amostra {onde tem o reagente e adicionar a amostra (soro)};

14.1 TUBOS DE ENSAIO

B P A

Padrão 10µl

Amostra 10µl

Reag. de Cor 1ml 1ml 1ml

B P A

Padrão 10µl

Amostra 10µl

Reagente 1ml 1ml 1ml

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� Após a preparação dos tubos homogeneizar e esperar 5 minutos em tempo

ambiente, após esse tempo levar ao espectrofotômetro, para leitura do teste.

15 CREATININA – teste colorimétrico

Parte importante do perfil renal.

� Utilizar três tubos de ensaio;

� Em cada tubo colocam-se 2,5ml de reagente de trabalho.

15.1 TABELA DE PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE TRABALHO

ÁCIDO PÍCRICO TAMPÃO DE USO2ml 500µl

� Marcar cada tubo com B para o tubo branco (onde tem o reagente de

trabalho já preparado e neste tubo cola-se água destilada), P para o tubo padrão (o

qual tem o reagente de trabalho já preparado e neste adiciona o padrão) e A para o

tudo da amostra {onde tem o reagente de trabalho já preparado e adicionar a

amostra (soro)}.

15.2 TUBOS DE ENSAIO

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� Incubar 10 minutos a 37ºC e fazer a leitura;

� Colocar 100µl de acidificante no tubo B (branco) e nas amostras e fazer

nova leitura.

OBS: A reação é linear até 12 mg/dl. Para valores maiores, diluir a amostra com água

destilada, repetir a dosagem e multiplicar o resultado pelo valor da diluição.

16 CÁLCIO – teste colorimétrico

� Preparar o reagente de trabalho que é 1ml de tampão de uso + 1ml do

Reagente de Cor;

� Utilizar três tubos de ensaio;

� Em cada tubo coloca-se um 1ml do reagente de trabalho já preparado.

16.1 TABELA DE PREPARAÇÃO DO REAGENTE DE TRABALHO

REGENTE DE COR TAMPÃO DE USO1ml 1ml

B P A

Àgua destilada 250µl

Padrão 250µl

Amostra 250µl

Reag. Trabalho 2,5ml 2,5ml 2,5ml

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� Marcar cada tubo com B para o tubo branco (onde tem somente o reagente

de trabalho já preparado), P para o tubo padrão (o qual tem o reagente de trabalho

já preparado e neste tubo adiciona o padrão) e A para o tudo da amostra {onde

tem o reagente de trabalho já preparado e neste tubo adicionar a amostra (soro)}.

16.2 TUBOS DE ENSAIO

� Após a preparação dos tubos homogeneizar e levar ao espectrofotômetro

para realização da leitura.

17 URINÁLISE

17.1 COLHEITA DA URINA

� Os materiais de colheita devem ser limpos e secos;

� Meios de colheita: micção espontânea, cateterismo vesical e cistocentese;

� Tempo de colheita: a primeira urina da manhã é preferível;

B P A

Padrão 20µl

Amostra 20µl

Reag. de cor + tampão 1ml 1ml 1ml

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� O tempo de análise ideal: o ideal é a urina recém colhida (fresca);

� Conservantes: tolueno (antibacteriano), timol (antibacteriano e falso

positivo para proteínas) e Formalina (1 gota à 40% para cada 30ml de urina

preserva elementos do sedimento urinário, porém interfere nas provas

bioquímicas);

� Refrigeração: a urina preservada por refrigeração é adequada para exame

por 2 a 3 horas.

18 EXAME FÍSICO

18.1 VOLUME

Homogeneizar por agitação e medir o volume em uma proveta graduada. A

quantidade de urina excreta por dia em animais normais depende: da dieta, da ingestão de

líquidos, temperatura ambiente e umidade relativa do ar, atividade, tamanho e peso.

18.1.2 Volume urinário dos animais domésticos normais

ESPÉCIE ANIMAL VOLUME URINÁRIOEquino 4 - 16 ml/kg/diaBovino 16 - 40 ml/kg/diaSuíno 4 -28 ml/kg/dia

Pequeno ruminante 9 - 36 ml/kg/diaCanino 25 - 60 ml/kg/diaFelino 9 - 18 ml/kg/dia

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18.2 DENSIDADE

Consiste em uma medida relativa da quantidade de sólidos em solução, retratando

a capacidade de reabsorção tubular ou de concentração renal. Os valores normais da

densidade específica variam entre limites muito amplos entre 1015 até 1045.

� Método do Refratômetro: colocar 1 gota de urina e fazer a leitura

diretamente no aparelho, que deve ter sido pré-calibrado com água destilada.

18.3 COR

Poder ser: Normal do amarelo palha ao âmbar claro. Depende principalmente da

concentração de urocromos: incolor, vermelho, amarelo-pálido, âmbar avermelhado,

verde, azul, amarelo escuro, amarelo citrino, amarelo âmbar e âmbar.

18.4 ASPECTO (TRANSPARÊNCIA)

Deve ser verificado colocando-se uma amostra de urina em um tubo de ensaio.

Pode ser: límpida, turva ou ligeiramente turva. A maioria das espécies apresentam urina

transparente: a única exceção é o eqüino cuja urina é turva devido a presença de cristais e

muco.

18.5 ODOR

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Pode ser: “sui generis” (característico), amoniacal, acetônico, pútrido e

medicamentoso. Aliáceo (carnívoro) e aromático (herbívoros).

19 EXAME QUÍMICO DA URINA

19.1 pH

Concentração hidrogeniônica é particularmente influenciada pela dieta. Animais

mantidos com dieta predominantemente vegetal apresentam urina alcalina, devido a

presença de bicarbonato de sódio solúvel. Animais cuja alimentação é rica em proteínas e

cereais apresentam urina ácida devido a presença de fosfatos de ácidos de sódio e cálcio.

Animais que apresentam normalmente: urina alcalina: bovinos (7,4 – 8,4), eqüinos (8,0) e

caprinos e ovinos (7,4 – 8,0). Urina ácida: caninos (6 – 7) e felinos (6 – 7). Os suínos

podem apresentar urina ácida ou alcalina. Por meio de papel indicador: ácida, alcalina ou

neutra ou pela tira absorvente (Combur 9).

19.2 PROTEÍNAS

Usualmente não se detecta proteinúria na urina, que quando presente deve ser

sempre interpretada em associação com dados clínicos e laboratoriais. A elevação dessa

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substância na urina é chamada proteinúria. Princípio: precipitação das proteínas pelo calor

ou pelos ácidos fortes.

À vários métodos para se evidenciar a proteína:

19.2.1 Pelo calor

Colocar em um tubo de ensaio 2ml de urina, aquecer até a ebulição e então

observar:

� Se desaparecer a turvação é URATO;

� Se continuar turvo pode ser FOSFATO ou PROTEÍNA. Neste caso

acrescentar 3 a 4 gotas de ácido acético glacial à 10% e observar;

� Se desaparecer a turvação é FOSFATO;

� Se continuar turva é PROTEÍNA.

19.2.2 Pelo Reativo de Robert (ácido nítrico-nitroso em solução saturada de sulfato e

Mg):

Colocar 2ml de urina em um tubo de ensaio. Com uma pipeta depositar lentamente

2ml do reativo de Robert no fundo do tubo. O aparecimento de um anel leitoso no limite

das duas camadas, indica a presença de proteína. A espessura do anel é proporcional à

quantidade de proteína presente na urina.

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19.2.3 Pelo Ácido Sulfo-Salicílico

Colocar 2ml de urina em um tubo de ensaio e acrescentar 8 gotas de solução de

ácido sulfosalicílico a 20%. A turbidez é proporcional a quantidade de proteína.

Determinação de concentração de proteínas na urina pelo método das tiras reagentes

COMBUR 9 teste.

19.3 GLICOSE

A urina é isenta de glicose, pois a glicofiltrada pelo glomérulo é totalmente

reabsorvida túbulos contornados proximais. No cão ocorre glicosúria quando a glicemia

excede a 180 mg/dl. A elevação desta substância no sangue é chamada de hiperglicemia.

E na urina esta elevação é chamada de glicosúria.

PRINCÍPIO: redução do hidróxido cúprico para cuproso. A urina deve ser recente.

���� Reação de Benedict: colocar em um tubo de ensaio 5ml do reativo de

Benedict e acrescentar 8 gotas de urina. Aquecer.

RESULTADO: se ficar azul ou verde sem precipitação, é negativo. Se formar

precipitação amarela é positivo.

19.4 ACETONA (CORPOS CETÔNICOS)

Os corpos cetônicos incluem: ácido aceto-acético, ácido beta hidroxibutírico e

acetona são produtos intermediários normais do metabolismo das gorduras. A elevação

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desta substância no sangue é cetose ou acetonemia. E na urina esta elevação é chamada de

cetonúria.

PRINCÍPIO: a acetona reage com nitroprussiato de sódio em solução alcalina

dando um composto de coloração roxa.

19.4.1 Pelo Reativo de Imbert

Colocar em um tubo de ensaio 2ml de urina mais 8 a 10 gotas de reativo de Imbert.

Agitar. Juntar lentamente pelas paredes do tubo cerca de 20 gotas de solução concentrada

de amoníaco.

RESULTADO: se formar um anel roxo entre as duas camadas é positivo.

19.4.2 Pelo Reativo de Rothera (Imbert modificado)

Colocar em um tubo de ensaio 3ml de urina. Adicionar 1 pitada de reativo de

Rothera e agitar. Inclinar o tubo e deixar escorrer lentamente 2ml de amônia pelas paredes

do tubo.

RESULTADO: positivo se houver aparecimento de anel cor violeta.

19.5 BILIRRUBINA (ou pigmento biliar):

A elevação desta substância na urina é chamada de bilirrubinúria.

PRINCÍPIO: consiste na oxidação da bilirrubina em compostos azuis, violáceos,

vermelhos e amarelos.

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19.5.1 Teste de Gmelin

Colocar em um tubo de ensaio 2ml de urina, e 2ml de ácido nítrico-nitroso no

fundo do tubo.

RESULTADO: positivo se aparecer um anel com as cores do arco íris. As cores

verdes e violetas são as mais nítidas.

OBS: este teste não serve para urina de herbívoros.

19.6 UROBILINOGÊNIO

É um cromágeno formado nos intestinos por ação de bactéria redutoras da

bilirrubinas, uma parte do urobilinogênio é excretada nas fezes, mas a outra é reabsorvida

pela circulação porta, retornando ao fígado e sendo eliminada pela bile. Pequena

quantidade de urobilinogênio atinge os rins através da circulação sendo excretada pela

urina.

PRINCÍPIO: o reativo de Ehrlich provoca aparecimento de coloração vermelha em

presença de urobilinogênio.

TÉCNICA: 5ml de urina, 1ml de reativo de Ehrlich

RESULTADO: positivo: coloração vermelho cereja.

OBS: para determinação semiquantitativa, serão feitas diluições crescentes da urina,

seguindo-se o seguinte esquema: numa serie de 6 tubos de ensaio colocar 3ml de água

destilada no 1º tubo e 2ml nos demais. Adicionar ao 1º tubo 1ml de urina, misturar e

transferir 2ml deste para o 2º tubo; misturar e transferir 2ml deste para o 3º tubo e assim

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por diante, desprezando-se os 2ml do ultimo tubo. Obtém-se desse modo a urina diluída

nas seguintes proporções: 1:4; 1:8, 1:16, etc... A cada tubo adicionar 2 gotas de reativo de

Ehrlich e agitar. Após 5 minutos verificar ate que ponto a reação é positiva (coloração

róseo-avermelhado). Em cães e gatos a urina pode dar reações nos diluições 1:32.

19.7 SAIS BILIARES

19.7.1 Teste de Hay

Colocar em um tubo de ensaio 5ml de urina, deixar cair flor de enxofre sobre sua

superfície.

PRICIPIO: sua presença provoca diminuição da tensão superficial da urina.

RESULTADO: positivo no caso da flor precipitar

19.8 SANGUE OCULTO

Os testes laboratoriais de rotina, não diferenciam hematúria de hemoglobinúria e

para o clinico é fundamental a diferenciação entre elas.

���� Hematúria: caracteriza-se por urina avermelhada e turva. Indica a

presença de eritrócito no sedimento urinário.

���� Hemoglobinúria: caracteriza-se pela urina avermelhada ou castanha

e ligeiramente turva. Indica que há hemólise com liberação de hemoglobina.

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PRINCIPIO: a hemoglobina reduz o peróxido, que libera oxigênio, revelado pelo

indicador.

19.8.1 Método da Ortotoluidina

Colocar em um tubo de ensaio 1ml de urina, 1ml de Ortotoluidina `a 4%, 1ml de

H²O².

RESULTADO: positivo-desenvolvimento da cor verde.

20 EXAME DO SEDIMENTO URINÁRIO

O exame do sedimento urinário é muito importante e nunca deve ser omitido.

Deve-se examinar sempre que possível a urina fresca. A urina dos animais normais

geralmente apresenta um sedimento em quantidades mínimas, a maioria das vezes

constituídos por células epiteliais de escamação, hemácias leucócitos e cristais.

20.1 MÉTODOS PARA A OBTENÇÃO DE SEDIMENTO URINÁRIO:

���� Agitar a urina e transferir 5 a 10ml para um tubo de centrifuga;

���� Centrifugar por 5 minutos `a 1500 rpm;

���� Desprezar o sobrenadante;

���� Espalhar 1 ou 2 gotas do sedimento sobre a lamina, colocar uma lamínola e

observar ao microscópio ótico, aumento de 400X. iniciando com o menor aumento

para ter uma visão ampla geral;

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���� Se necessário corar o sedimento com uma gota de corante new methylene

blue. (1, 2, 4 e 5).

21. CASOS CLÍNICOS

22 AFECÇÕES RENAIS E/OU DO TRATO URINÁRIO

22.1 CASO 1

Paciente: Gato, Siamês, 1 ano de idade, macho.

Queixa do proprietário: urina avermelhada com odor forte, há mais ou menos 2

semanas, mia bastante. Urina e fezes na caixa de areia, já foi visto por outro veterinário e

medicado, pai com as mesmas características fisiológicas.

O animal dorme dentro de casa, tem acesso ao quintal, mas não á rua, tem poucas

pulgas.

Exame físico: temperatura 39ºC, Pulso forte, TPC 2 segundos, hidratação: leve.

22.1.2 Hemograma

QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 8.42 (5,0 – 10,0 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 41 (24 – 45%) HEMOGLOBINA (g/dl) 14.7 (8 – 15 g/dl) VCM (fL) 48.6 (39 – 55 fL) HCM (pg) 17.4 (12,5 – 17,5 pg) CHCM (%) 35.8 (30 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 7.5 (6.0 – 8,0 g/dl)

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FIBRINOGÊNIO 0.2 (0,05 – 0,3 g/dl) PLAQUETAS 387.400 (300.000 – 800.000)

LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 8.000 (5.500 a 19.500 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 (raros) EOSINÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 (0 a 1.500 mm3) BASTONETES: 06 (%) 480 mm3 (0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 75 (%) 6000 mm3 (2.500 a 2.500mm3) LINFÓCITOS: 18 (%) 1440 mm3 (1.500 a 7.000 mm3) MONÓCITOS: 01 (%) 80 mm3 (0 a 850 mm3) Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: sem alterações.

Leucograma: apresentando um discreto aumento no número de neutrófilos

bastonetes, mas como o número total de leucócitos esta normal não se torna significativo.

22.1.3 Bioquímico

QUADRO B.

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) 55,0 ( 10,0 a 80,0 U/L) AST (Teste cinético) 38,0 ( 10 a 80,0 U/L ) CREATININA (Teste cinética) 5,4 ( 0,8 a 1,8 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) 65,0 ( 10,0 a 30,0mg/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) (8,0 a 10,7 mg/dl) FÓSFORO (Teste colorimétrico) (1,8 a 6,4 mg/dl) G.G.T. (Teste cinético) (1,0 a 10,0 U/L)

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F.A. (Teste cinético) (10 a 80 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) (70 a 150 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (90 a 205 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático) (10 a 114 mg/dl) PROTEÍNAS TOTAIS (Teste colorimétrico) (5,4 a 7,8 mg/dl) ALBUMINA (Teste colorimétrico) 2,70 (2,1 a 3,3 mg/dl) Material enviado: Sangue Total. Comentários: Sangue hemolisado, sujeito a alterações.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Creatinina e uréia aumentadas, caracterizando azotemia.

22.1.4 Urinálise QUADRO C

COLETA: ( ) CISTOCENTESE ( x )MICÇÃO NORMAL ( ) CATETERISMO

Exame Físico

VALORES NORMAIS VOLUME: 5 ml COR: Amarelo Amarelo ODOR: Característico Característico ASPECTO: turvo Límpido DENSIDADE: 1050 (1015 – 1045) CONSISTÊNCIA: Líquida Liquida SEDIMENTO: Considerável Considerável

Bioquímica Seca

VALORES NORMAIS BILIRRUBINA: neg Negativo UROBILINOGÊNIO: normal Normal CORPOS CETÔNICOS: neg Negativo GLICOSE: normal Normal PROTEÍNA: +2 (50mg/dl) Negativo

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SANGUE OCULTO: +2 (25ery/ųl) Negativo pH: 9.0 5,5 – 7,5 NITRATO: neg Negativo LEUCÓCITOS: +3 (500leuc/ ųl) Negativo Exame de Sedimento CÉLULAS DE ESCAMAÇÃO: + HEMÁCIAS: ++ LEUCÓCITOS: +++ CRISTAIS: fosfato triplo (+ + +) CILINDROS: 0 OUTROS: espermatozóide

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Urina turva, densidade aumentada, proteinúria, presença de sangue oculto, pH

elevado (indicativo de cistite bacteriana), leucocitúria, presença de fosfato triplo (+++).

22.1.5 Exames Complementares

Antibiograma: observou-se o crescimento de cocos Gram-positivos, manitol não

reagente e coagulase negativo, sugestivo para diagnóstico de Staphylococcus spp em

Agar- sangue carneiro 5%.

Ultrasonografia: imagem da bexiga urinária é fortemente sugestiva com Cistite

inflamatória/infecciosa – provavelmente relacionada à Doença do Trato Inferior de

Felinos (DITUIF).

22.1.6 Conclusão:

Azotemia pós-renal com inflamação do trato urinário inferior, suspeita confirmada

através dos exames laboratoriais e do exame bacteriológico.

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22.2 CASO 2

Paciente: ovino, Sulfock, 1 ano e meio, macho.

Queixa do proprietário: anorexia, gotejamento.

Exame físico: dor abdominal, edema região abdominal, edema de prepúcio.

22.2.1 Hemograma

QUADRO A.

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 9.24 ( 9.0 – 15,0 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 35 ( 27 – 45%) HEMOGLOBINA (g/dl) 12.0 ( 9 – 15 g/dl ) VCM (fL) 37.8 ( 28 – 40 fL) HCM (pg) 12.9 ( 8,0 – 12,0 pg) CHCM (%) 34.2 ( 31 – 34 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 8.6 ( 6.0 – 7,5 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.2 ( 0,1 – 0,5 g/dl) PLAQUETAS 327.600 ( 250.000 – 750.000)

LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 4.200 ( 4.000 a 12.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( 0 a 300 mm3) EOSINÓFILOS: 02 (%) 84 mm3 ( 0 a 1000 mm3) BASTONETES: 00 (%) 00 mm3 ( raros) SEGMENTADOS: 46 (%) 1932 mm3 ( 700 a 6000 mm3) LINFÓCITOS: 48 (%) 2016 mm3 ( 2000 a 9000 mm3) MONÓCITOS: 04 (%) 168 mm3 ( 00 a 750 mm3 Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3

Comentários: Presença de neutrófilos com granulações tóxicas. Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: sem alterações.

Leucograma: sem alterações.

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22.2.2 Bioquímico

QUADRO B

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) ( 60,0 a 84,0 U/L) AST (Teste cinético) (98,0 a 278,0 U/L ) CREATININA (Teste cinética) 13,4 ( 1,2 a 1,9 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) 238,0 ( 18.0 a 31.0mg/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) ( 10,4 a 13,0mg/dl) FÓSFORO (Teste colorimétrico) ( 5,0 a 7,3 mg/dl) G.G.T. (Teste cinético) F.A. (Teste cinético) (68 a 387 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) (50 a 80 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (50 a 140 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático) PROTEÍNA TOTAL (Teste enzimático colorimétrico) (6,3 a 7,1 mg/dl) Material enviado: Sangue Total Comentários: Soro hemolisado, sujeito à alterações.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Uréia e creatinina severamente aumentadas (Azotemia), indicando um sério

comprometimento renal.

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22.2.3 QUADRO C. Urinálise

COLETA: ( ) CISTOCENTESE ( )MICÇÃO NORMAL ( ) CATETERISMO

Exame Físico

VALORES NORMAIS VOLUME: 5 ml COR: Amarelo Citrino Amarelo ODOR: Característico Característico ASPECTO: Límpido Límpido DENSIDADE: 1010 (1015 – 1045) CONSISTÊNCIA: Líquida Liquida SEDIMENTO: Pouco Considerável

Bioquímica Seca

VALORES NORMAIS BILIRRUBINA: neg Negativo UROBILINOGÊNIO: normal Normal CORPOS CETÔNICOS: neg Negativo GLICOSE: normal Normal PROTEÍNA: neg Negativo SANGUE OCULTO: +++ Negativo pH: 7,0 5,5 – 7,5 NITRATO: neg Negativo LEUCÓCITOS: neg Negativo Exame de Sedimento CÉLULAS DE ESCAMAÇÃO: ++ HEMÁCIAS: ++

LEUCÓCITOS: + CRISTAIS: 0 CILINDROS: 0 OUTROS: 0 Comentários:

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Densidade urinária diminuída, hematúria, presença de células de escamação,

hemácias e leucócitos. Indicativo de insuficiência renal com inflamação.

22.2.4 Conclusão

Azotemia pós renal.

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22.3 CASO 3

Paciente: Cão, SRD, 10 anos, macho.

Queixa do proprietário: neoplasia de prepúcio com crescimento em 2 meses, olho

direito com secreção e opacidade, olho direito secreção. O animal não se alimenta a 4

dias.

Exame físico: temperatura 39ºC, Pulso fraco, TPC 3 segundos, hidratação:boa.

Vacina e vermífugo atrasados. Animal com ectoparasitos (pulgas).

22.3.1 Hemograma

QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 4.30 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 33 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 10.3 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 76.7 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 23.9 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 31.2 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 7.9 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.3 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 280.800 ( 250.000 – 750.000)

LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 56.200 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 8.5 (%) 4777 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 81.5 (%) 45803 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 4.5 (%) 2529 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 5.5 (%) 3091 mm3 ( 150 a 1350 mm3 Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3 Comentários: Foi observado policromatofilia (++).

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

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Eritrograma: anemia moderada, normocítica, normôcromica. Policromatofilia,

indicando resposta à queda de eritrócitos, regeneração medular óssea.

Leucograma: leucocitose, D.N.N.E degenerativo, neutrofilia e monocitose.

Indicativos de uma inflamação aguda ativa.

22.3.2 Bioquímico

QUADRO B

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) 28.0 ( 10,0 a 88,0 U/L) AST (Teste cinético) 97.0 ( 10,0 a 88,0 U/L ) CREATININA (Teste colorimétrico) 1,8 ( 0,5 a 1,5 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) 117,0 (12.0 a 25.0 mg/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) (8,6 a 11,2 mg/dl) FÓSFORO (Teste colorimétrico) (2,2 a 5,5 mg/dl) G.G.T. (Teste cinético) 1,0 (1,0 a 10,0 U/L) F.A. (Teste cinético) 596,0 (20 a 150 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) (60 a 110 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (125 a 270 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático colorimétrico) (20 a 112 mg/dl) PROTEÍNAS TOTAIS

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(Teste colorimétrico) 3,4 (5,4 a 7,7 mg/dl) ALBUMINA (Teste colorimétrico) (2,3 a 3,8 mg/dl) Material enviado: Sangue Total

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Aumento de AST e FA indica dano hepatocelular, juntamente com a diminuição

das proteínas totais comprovam a diminuição da função hepática.

Aumento da uréia e da creatinina caracteriza azotemia, indica comprometimento

renal.

22.3.4 Urinálise

QUADRO C

COLETA: ( x ) CISTOCENTESE ( )MICÇÃO NORMAL ( ) CATETERISMO

Exame Físico

VALORES NORMAIS VOLUME: 12ml COR: Amarelo escuro Amarelo ODOR: Característico Característico ASPECTO: Turvo Límpido DENSIDADE: 1037 (1015 – 1045) CONSISTÊNCIA: Líquida Liquida SEDIMENTO: Pouco Considerável

Bioquímica Seca

VALORES NORMAIS BILIRRUBINA: +2 Negativo UROBILINOGÊNIO: norm Normal CORPOS CETÔNICOS: norm Negativo GLICOSE: norm Normal PROTEÍNA: +1 Negativo SANGUE OCULTO: +2 Negativo pH: 5,5 5,5 – 7,5 NITRATO: neg Negativo LEUCÓCITOS: neg Negativo

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Exame de Sedimento CÉLULAS DE ESCAMAÇÃO: ++ HEMÁCIAS: ++

LEUCÓCITOS: ++ CRISTAIS: 0 CILINDROS: granulosos OUTROS: gordura, espermatozóide

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Bilirrubina +2, proteinúria e hematúria.

22.3.5 Conclusão

A densidade urinária maior que 1030 no cão e com proteína urinária positiva

associada à leucocitose e à destruição dos eritrócitos, indica azotemia pré-renal com

inflamação do trato urinário inferior.

22.4 CASO 4

Paciente: cão, SRD, 2 meses de idade, fêmea.

Queixa do proprietário: icterícia, prostração e vômito.

Exame físico: mucosa ictérica, sem vacinação e vermifugação.

22.4.1 Hemograma

QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 5.03 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 29 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 10.1 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 57.6 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 20.0 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 34.8 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 6.6 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.2 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 137.000 ( 250.000 – 750.000)

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LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 30.300 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 0.5 (%) 151.5 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 02 (%) 606 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 75 (%) 22725 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 20 (%) 6060 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 2.5 (%) 757.5 mm3 ( 150 a 1350 mm3 Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3 Comentários: Foram contadas 200 células. Presença de monócitos ativados(2) e neutrófilos com granulações tóxicas.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: anemia moderada microcítica normocrômica.

Leucograma: leucocitose, neutrofilia absoluta madura com D.N.N.E regenerativo

sugestivo de inflamação ativa aguda. A linfocitose absoluta adulta pode ser fisiológica por

elevação da atividade de epinefrina por estresse, hipoxia ou exercício.

22.4.2 Bioquímico

QUADRO B

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) 94,0 ( 10,0 a 88,0 U/L) AST (Teste cinético) 34,0 ( 10,0 a 88,0 U/L ) CREATININA (Teste colorimétrico) 3,6 ( 0,5 a 1,5 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) 116,0 ( 12.0 a 25.0mg/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) (8,6 a 11,2 mg/dl) FÓSFORO (Teste colorimétrico) (2,2 a 5,5 mg/dl)

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G.G.T. (Teste cinético) 2,0 (1,0 a 10,0 U/L) F.A. (Teste cinético) 250,0 (20 a 150 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) (60 a 110 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (125 a 270 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático colorimétrico) (20 a 112 mg/dl) PROTEÍNAS TOTAIS (Teste colorimétrico) (5,4 a 7,7 mg/dl) ALBUMINA (Teste colorimétrico) 1,93 (2,3 a 3,8 mg/dl) Material enviado: Sangue Total Comentários: Soro ictérico, sujeito à alterações.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Uréia e creatinina elevados caracterizando azotemia, indicativo de

comprometimento renal. ALT e FA elevados e mais Albumina diminuída é comprova o

comprometimento da função hepática.

22.4.3 Exames complementares

Leptospirose: soro reagente para leptospira interrogans, sorovares: L. copenhageni

1:50. Esta situação é compatível com início de infecção.

Bilirrubinas: bilirrubina direta 13,71 mg/dl referência 0,06 mg/dl.

Bilirrubina indireta 1,84 mg/dl referência 0,1 mg/dl.

Bilirrubina total 15,55 mg/dl referência 0,1 mg/dl

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22.4.4 Conclusão

Os resultados laboratoriais e dos exames complementares juntamente com a

anamnese, indicam um caso de leptospirose.

23 AFECÇÕES HEPÁTICAS

23.1 CASO 1

Paciente: Cão, Rotweiller, 5 meses de idade, fêmea.

Queixa do proprietário: Vômito, diarréia fétida com presença de sangue.

Exame físico: temperatura 38,5 ºC. Sem vacina e sem vermífugo.

23.1.1 Hemograma

QUADRO A.

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 4.33 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 32 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 11.8 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 73.9 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 27.2 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 36.8 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 6.0 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.2 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 377.000 ( 250.000 – 750.000)

LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 5.100 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 09 (%) 459 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 56 (%) 2856 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 26 (%) 1326 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 09 (%) 459 mm3 ( 150 a 1350 mm3

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Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3 Comentários:

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: Anemia moderada, normocítica e normôcromica.

Leucograma: Neutropenia adulta indicando hipoplasia medular.

23.1.2 Bioquímico

QUADRO B.

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) 5,0 ( 10,0 a 88,0 U/L) AST (Teste cinético) 21,0 ( 10,0 a 88,0 U/L ) CREATININA (Teste colorimétrico) 1,3 ( 0,5 a 1,5 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) 30,0 ( 12.0 a 25.0mg/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) (8,6 a 11,2 mg/dl) FÓSFORO (Teste colorimétrico) (2,2 a 5,5 mg/dl) G.G.T. (Teste cinético) 11,0 (1,0 a 10,0 U/L) F.A. (Teste cinético) 134,0 (20 a 150 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) (60 a 110 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (125 a 270 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático colorimétrico) (20 a 112 mg/dl)

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PROTEÍNAS TOTAIS (Teste colorimétrico) 3,9 (5,4 a 7,7 mg/dl) ALBUMINA (Teste colorimétrico) 1,74 (2,3 a 3,8 mg/dl) Material enviado: Sangue Total

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Uréia levemente aumentada pode ser por fator nutricional (alimentação rica em

proteínas).

GGT elevado confirma destruição.

Proteínas totais diminuídas e a Albumina também diminuída são sugestivo de

insuficiência hepática. Pois a insuficiência hepática causa esta queda na produção de

proteínas.

23.1.3 Conclusão

Os achados dos exames laboratoriais mais a anamnese do caso nos dão uma série

de prováveis diagnósticos, dentre eles estão: doenças virais como parvovirose (que pode

ocorrer pela falta de vacinação) intoxicação por estrógeno e endotoxemia. O clínico

experiente saberá concluir qual a doença que acomete o animal.

23.2 CASO 2

Paciente: cão, Fila, 6 anos de idade, macho.

Queixa do proprietário: para defecar curva-se e quando consegue é diarréia com

sangue, bebe água em abundancia, emagrecimento rápido.

Exame físico: lesões nos membros pélvicos, testículo com edema, prepúcio com

edema também. Temperatura 39.2ºC, hidratação boa.

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23.2.1 Hemograma

QUADRO A.

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 3.96 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 22 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 7.0 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 55.5 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 17.6 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 31.8 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 6.5 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.2 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 300.000 ( 250.000 – 750.000)

LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 36.450 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 05 (%) 1822.5 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 90 (%) 32805 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 04 (%) 1458 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 01 (%) 364.5 mm3 ( 150 a 1350 mm3 Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3 Comentários: Presença de policromatófilos(+) e severa anisocitose.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: Anemia moderada, microcítica, hipocromica, presença de eritrócitos

indica resposta da medula óssea.

Leucograma: leucocitose, neutrofilia absoluta com DNNE a esquerda, indicativo

de inflamação ativa aguda.

23.2.2 Exames complementares

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Radiografia: foi realizada radiografia de abdômen porém não houve um

diagnóstico definitivo, foi recomendada a realização de exame ultra-sonográfico mas não

foi feito.

Laboratorial: foi realizado em laboratório terceirizado exame para se obter o valor

da Albumina. Valor encontrado de 1,3 g/dl, os valores de referências 2,3 a 3,3 g/dl.

23.2.3 Conclusão

Os resultados laboratoriais e dos exames complementares, indicam um processo de

inflamação aguda ativa, e um comprometimento hepático devido a redução do valor da

Albumina.

23.3 CASO 3

Paciente: cão, SRD, 2 meses de idade, fêmea.

Queixa do proprietário: icterícia, prostração e vômito.

Exame físico: mucosa ictérica, sem vacinação e vermifugação.

23.3.1 Hemograma

QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 5.03 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 29 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 10.1 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 57.6 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 20.0 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 34.8 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 6.6 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.2 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 137.000 ( 250.000 – 750.000)

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LEUCOGRAMA

VALORES NORMAIS LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 30.300 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 0.5 (%) 151.5 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 02 (%) 606 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 75 (%) 22725 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 20 (%) 6060 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 2.5 (%) 757.5 mm3 ( 150 a 1350 mm3 Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3 Comentários: Foram contadas 200 células. Presença de monócitos ativados(2) e neutrófilos com granulações tóxicas.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: anemia moderada microcítica normocrômica.

Leucograma: leucocitose, neutrofilia absoluta madura com D.N.N.E regenerativo

sugestivo de inflamação ativa aguda. A linfocitose absoluta adulta pode ser fisiológica por

elevação da atividade de epinefrina por estresse, hipoxia ou exercício.

23.3.2 Bioquímico

QUADRO B

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) 94,0 ( 10,0 a 88,0 U/L) AST (Teste cinético) 34,0 ( 10,0 a 88,0 U/L ) CREATININA (Teste colorimétrico) 3,6 ( 0,5 a 1,5 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) 116,0 ( 12.0 a 25.0mg/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) (8,6 a 11,2 mg/dl) FÓSFORO

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(Teste colorimétrico) (2,2 a 5,5 mg/dl) G.G.T. (Teste cinético) 2,0 (1,0 a 10,0 U/L) F.A. (Teste cinético) 250,0 (20 a 150 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) (60 a 110 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (125 a 270 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático colorimétrico) (20 a 112 mg/dl) PROTEÍNAS TOTAIS (Teste colorimétrico) (5,4 a 7,7 mg/dl) ALBUMINA (Teste colorimétrico) 1,93 (2,3 a 3,8 mg/dl) Material enviado: Sangue Total Comentários: Soro ictérico, sujeito à alterações.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Uréia e creatinina elevados caracterizando azotemia, indicativo de

comprometimento renal. ALT e FA elevados e mais Albumina diminuída é comprova o

comprometimento da função hepática.

23.3.3 Exames complementares

Leptospirose: soro reagente para leptospira interrogans, sorovares: L. copenhageni

1:50. Esta situação é compatível com início de infecção.

Bilirrubinas: bilirrubina direta 13,71 mg/dl referência 0,06 mg/dl.

Bilirrubina indireta 1,84 mg/dl referência 0,1 mg/dl.

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Bilirrubina total 15,55 mg/dl referência 0,1 mg/dl

23.3.4 Conclusão

Os resultados laboratoriais e dos exames complementares juntamente com a

anamnese, indicam um caso de leptospirose.

24 PROCESSOS INFLAMATÓRIOS

24.1 CASO 1

Paciente:cão, Bulldog, 2 anos e meio de idade, fêmea.

Queixa do proprietário: apareceu um aumento de volume à mais ou menos 14 dias,

não drenado, medicado com maxican injetável 2ml por 3 dias. Melhorou com a

medicação, reduziu o edema, não tem dor

Exame físico: temperatura 38.7ºC, Pulso normal, TPC 1 segundo, hidratação: OK,

FC: 136, FR: taquipnéia.

24.1.1 Hemograma

QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 7.42 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 42 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 16.2 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 56.6 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 21.8 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 38.5 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 8.0 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.1 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 335.400 ( 250.000 – 750.000)

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LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 12.400 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 08 (%) 992 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 67 (%) 8308 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 24 (%) 976 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 01 (%) 124 mm3 ( 150 a 1350 mm3 Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: sem alterações.

Leucograma: aumento da liberação de neutrófilos jovens indicando D.N.N.E

regenerativo. Eosinopenia podendo ser pelo administração de glicocorticóides ou por

estresse.

24.1.2 Bioquímico

QUADRO B

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) 23.0 ( 10,0 a 88,0 U/L) AST (Teste cinético) 27.0 ( 10,0 a 88,0 U/L ) CREATININA (Teste colorimétrico) 1,0 ( 0,5 a 1,5 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) 37,0 ( 12.0 a 25.0 mg/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) (8,6 a 11,2 mg/dl) FÓSFORO (Teste colorimétrico) (2,2 a 5,5 mg/dl) G.G.T. (Teste cinético) 6,0 (1,0 a 10,0 U/L)

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F.A. (Teste cinético) 59,0 (20 a 150 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) (60 a 110 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (125 a 270 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático colorimétrico) (20 a 112 mg/dl) PROTEÍNAS TOTAIS (Teste colorimétrico) 6,6 (5,4 a 7,7 mg/dl) ALBUMINA (Teste colorimétrico) 2,7 (2,3 a 3,8 mg/dl) Material enviado: Sangue Total

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Somente uréia aumentada, pode ser fator nutricional.

24.1.3 Conclusão

Alterações sugestivas de processo inflamatório agudo ou reação à administração de

fármacos.

24.2 CASO 2

Paciente: cão, SRD, 3 anos, fêmea.

Queixa do proprietário: a mais ou menos três dias com infecção respiratória,

apetite exagerado, o proprietário administrou AAS, animal apresentando também vômito

com muco, incordenação motora e espirros.

Exame físico: animal sem vacinação e vermifugação, temperatura 39.7ºC, FC 80

hidratação boa.

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24.2.1 Hemograma

QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 5.96 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 38 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 12.7 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 63.7 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 21.3 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 33.4 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 6.4 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.2 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 624.000 ( 250.000 – 750.000)

LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 25.700 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 04 (%) 00 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 04 (%) 600 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 67.5 (%) 8880 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 17.5 (%) 1800 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 6.5 (%) 720 mm3 ( 150 a 1350 mm3 Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3 Comentários: Foram contadas 200 células. Foram encontrados neutrófilos com granulações tóxicas e plaquetas aglomeradas.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: plaquetas aglomeradas.

Leucograma: linfocitose, D.N.N.E regenerativo, neutrófilos com granulações

tóxicas ativas. Indicativo de inflamação aguda ativa.

24.2.2 Bioquímico

QUADRO B

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) 50,0 ( 10,0 a 88,0 U/L)

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AST (Teste cinético) 31,0 ( 10,0 a 88,0 U/L ) CREATININA (Teste colorimétrico) 1,2 ( 0,5 a 1,5 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) 28,0 ( 12.0 a 25.0 g/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) (8,6 a 11,2 mg/dl) FÓSFORO (Teste colorimétrico) (2,2 a 5,5 mg/dl) G.G.T. (Teste cinético) 8,0 (1,0 a 10,0 U/L) F.A. (Teste cinético) 58,0 (20 a 150 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) (60 a 110 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (125 a 270 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático colorimétrico) (20 a 112 mg/dl) PROTEÍNAS TOTAIS (Teste colorimétrico) 7,5 (5,4 a 7,7 mg/dl) ALBUMINA (Teste colorimétrico) (2,3 a 3,8 mg/dl) Material enviado: Sangue Total

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Leve aumento da uréia, podendo ser apenas por fator nutricional.

24.2.3 Conclusão

O exame laboratorial nos mostra uma inflamação ativa aguda, compatível com a

anamnese do paciente.

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24.3 CASO 3

Paciente: cão, Pastor Alemão, 12 anos, macho.

Queixa do proprietário: apatia, emagrecimento.

Exame físico: hiporexia, otite crônica, aumento dos linfondos, vacinação e

vermifugação em dia.

24.3.1 Hemograma

QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 3.98 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 32 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 10.5 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 80.4 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 26.3 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 32.8 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 8.8 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.1 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 348.400 ( 250.000 – 750.000)

LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 32.650 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 03 (%) 979.5 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 81 (%) 26446 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 11 (%) 3591.5 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 05 (%) 1632.5 mm3 ( 150 a 1350 mm3 Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3 Comentários: Foram contadas 200 células. Presença de monócitos ativados.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: anemia moderada, macrocítica normocrômica. Aumento da proteína

plasmática e leve diminuição do fibrinogênio.

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Leucograma: leucocitose, neutrófilos com D.N.N.E regenerativo, monocitose,

presença de monócitos ativados, indicando inflamação ativa aguda.

24.3.2 Exames complementares

Laudo citopatológico: reação inflamatória subaguda. Sugestivo de neoplasia

mesenquimal maligna.

Radiografia: alterações observadas em região mandibular podem ser sugestivas de

processo inflamatório crônico (osteomielite) ou neoplasia.

24.3.3 Conclusão

Os resultados laboratoriais e dos exames complementares juntamente com a

anamnese, indica um processo inflamatório agudo, podendo ser relacionado a possível

neoplasia mandibular.

25 PROCESSOS NEOPLÁSICOS

25.1 CASO 1

Paciente: cão, Boxer, 7 anos, fêmea.

Queixa do proprietário: aumento do abdômen.

Exame físico: tumor de baço, mucosas pálidas.

25.1.1 Hemograma

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QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 2.21 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 17 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 5.5 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 76.9 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 24.8 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 32.3 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 6.0 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.1 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 353.600 ( 250.000 – 750.000)

LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 26.400 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 1.5 (%) 393 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 91 (%) 24024 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 4.5 (%) 1188 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 2.5 (%) 660 mm3 ( 150 a 1350 mm3 Linfócitos Atípicos: 0.5 (%) 132 mm3 Comentários: Presença de monócito ativado(1), plaquetas gigantes, policromatófilos(++) e células em alvo.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: anemia severa, normocítica, normocrômica. Presença de

policromatófilos indicando resposta da medula óssea.

Leucograma: leucocitose, com neutrofilia absoluta adulta, D.N.N.E regenerativo.

25.1.2 Bioquímico

QUADRO B

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) 12,0 ( 10,0 a 88,0 U/L) AST (Teste cinético) ( 10,0 a 88,0 U/L )

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CREATININA (Teste cinética) 0,9 ( 0,5 a 1,5 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) 70,0 (12.0 a 25.0 mg/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) (8,6 a 11,2 mg/dl) FÓSFORO (Teste colorimétrico) (2,2 a 5,5 mg/dl) G.G.T. (Teste cinético) 6,0 (1,0 a 10,0 U/L) F.A. (Teste cinético) 284,0 (20 a 150 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) 70,0 (60 a 110 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (125 a 270 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático) (20 a 112 mg/dl) Material enviado: Sangue Total

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Uréia elevada pode ser indicativo de comprometimento renal. F.A elevada pode ser

por indução farmacológica ou de origem hepatobiliar.

25.1.3 Exames complementares

Radiografia: esplenomegalia, formato e contorno irregulares, lesões maconodulares

difusas, sugestivo de processo neoplásico.

25.1.4 Conclusão

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Os resultados laboratoriais e dos exames complementares juntamente com a

anamnese, indicam um processo neoplásico no baço.

25.2 CASO 2

Paciente: cão, Husky, 10 anos de idade, fêmea.

Queixa do proprietário: ferida no olho direito e queda de pelo.

Exame físico: neoplasia palpebral, edema, alopecia e sinais de autotraumatismo

palpebral superior.

25.2.1 Hemograma

QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 5.02 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 35 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 10.1 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 69.7 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 20.1 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 28.8 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 7.6 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.2 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 327.600 ( 250.000 – 750.000)

LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 15.650 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 03 (%) 469.5 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 70 (%) 10995 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 22 (%) 3443 mm3 ( 1000 a 4800 mm3)

MONÓCITOS: 05 (%) 782.5 mm3 ( 150 a 1350 mm3

Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3 Comentários: Presença de plaquetas aglomeradas e discreta anisocitose.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

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Eritrograma: Anemia leve, normocítica normocrômica.

Leucograma: Apresenta apenas aumento na liberação de neutrófilos jovens,

bastonetes, na circulação.

25.2.2 Bioquímico

QUADRO B

VALORES NORMAIS ALT (Teste cinético) ( 10,0 a 88,0 U/L) AST (Teste cinético) ( 10,0 a 88,0 U/L ) CREATININA (Teste colorimétrico) ( 0,5 a 1,5 mg/dl) URÉIA (Teste enzimático colorimétrico) ( 12.0 a 25.0mg/dl) CÁLCIO (Teste colorimétrico) (8,6 a 11,2 mg/dl) FÓSFORO (Teste colorimétrico) (2,2 a 5,5 mg/dl) G.G.T. (Teste cinético) (1,0 a 10,0 U/L) F.A. (Teste cinético) (20 a 150 U/L) GLICOSE (Teste enzimático colorimétrico) 85,0 (60 a 110 mg/dl) COLESTEROL (Teste enzimático colorimétrico) (125 a 270 mg/dl) TRIGLICERÍDEOS (Teste enzimático colorimétrico) (20 a 112 mg/dl) PROTEÍNAS TOTAIS (Teste colorimétrico) (5,4 a 7,7 mg/dl)

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ALBUMINA (Teste colorimétrico) (2,3 a 3,8 mg/dl) Material enviado: Sangue Total Comentários:

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Bioquímico avaliando apenas a glicose, valor encontrado dentro do normal.

25.2.3 Conclusão

Os resultados laboratoriais e dos exames complementares juntamente com a

anamnese, indicam um processo neoplásico palpebral.

25.3 CASO 3

Paciente: cão, Pastor Alemão, 12 anos, macho.

Queixa do proprietário: apatia, emagrecimento.

Exame físico: hiporexia, otite crônica, aumento dos linfondos, vacinação e

vermifugação em dia.

25.3.1 Hemograma

QUADRO A

ERITROGRAMA VALORES NORMAIS

ERITRÓCITOS (MILHÃO/µl) 3.98 ( 5,5 – 8,5 MILHÕES/µl) HEMATÓCRITO (%) 32 ( 37 – 55%) HEMOGLOBINA (g/dl) 10.5 (12 – 18 g/dl ) VCM (fL) 80.4 ( 60 – 77 fL) HCM (pg) 26.3 ( 19,5 – 24,5 pg) CHCM (%) 32.8 ( 32 – 36 g/dl) PROTEÍNA PLASMÁTICA (g/dl) 8.8 ( 6.0 – 8,0 g/dl) FIBRINOGÊNIO 0.1 ( 0,2 – 0,4 g/dl) PLAQUETAS 348.400 ( 250.000 – 750.000)

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LEUCOGRAMA VALORES NORMAIS

LEUCÓCITOS TOTAIS (mm3) 32.650 ( 6.000 a 17.000 mm3) Percentual Absoluto BASÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( raros) EOSINÓFILOS: 00 (%) 00 mm3 ( 100 a 1250 mm3) BASTONETES: 03 (%) 979.5 mm3 ( 0 a 300 mm3) SEGMENTADOS: 81 (%) 26446 mm3 ( 3000 a 11500 mm3) LINFÓCITOS: 11 (%) 3591.5 mm3 ( 1000 a 4800 mm3) MONÓCITOS: 05 (%) 1632.5 mm3 ( 150 a 1350 mm3 Linfócitos Atípicos: 00 (%) 00 mm3 Comentários: Foram contadas 200 células. Presença de monócitos ativados.

Fonte: Universidade Tuiuti do Paraná

Eritrograma: anemia moderada, macrocítica normocrômica. Aumento da proteína

plasmática e leve diminuição do fibrinogênio.

Leucograma: leucocitose, neutrófilos com D.N.N.E regenerativo, monocitose,

presença de monócitos ativados, indicando inflamação ativa aguda.

25.3.2 Exames complementares

Laudo citopatológico: reação inflamatória subaguda. Sugestivo de neoplasia

mesenquimal maligna.

Radiografia: alterações observadas em região mandibular podem ser sugestivas de

processo inflamatório crônico (osteomielite) ou neoplasia.

25.3.3 Conclusão

Os resultados laboratoriais e dos exames complementares juntamente com a

anamnese, indica um processo inflamatório agudo, podendo ser relacionado a possível

neoplasia mandibular. (1, 2, 3, 4 e 5)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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veterinária. São Paulo: ROCA 1995.

8. KERR G. Morag. Exames laboratoriais em medicina veterinária: bioquímica

clínica e hematologia. São Paulo: ROCA 2003.

9. RICHARD W. Nelson, COUTO C. Guilhermo. Medicina interna de pequenos

animais. São Paulo. GUANABARA 1993.

10. HENDRIX M. Charles. Procedimentos laboratoriais para técnicos veterinários.

SÃO PAULO 2006.

11. LOPES S. Raimundo. Laboratório Clínico Veterinário. Curitiba. UTP 2001.