UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA O USO DA ACUPUNTURA NA LESÃO DO MANGUITO ROTADOR (SíNDROME DO IMPACTO) CURITIBA 2002 - - - -

Transcript of UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE...

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE

FISIOTERAPIA

O USO DA ACUPUNTURA NA LESÃO DO MANGUITO ROTADOR

(SíNDROME DO IMPACTO)

CURITIBA

2002

- - - -

MARCIA LIE SAKAGUTI

o USO DA ACUPUNTURA NA LESÃO DO MANGUITO ROTADOR ,

(SíNDROME DO IMPACTO)

Monografia apresentada para obtenção de crédito, como requisito parcial a conclusão do curso de Fisioterapia, setor de Ciências Biológicas e da saúde, Universidade Tuiuti do Paraná.

Orientadora: Prot-. Renata Rothembüller.

Orientador Metodológico: Prof. Luiz Antônio Negrão Dias

CURITIBA

2002

Dedico este trabalho com especial carinho aos

meus pais, e a todos que ao longo destes anos me

apoiaram para realização deste sonho.

ii

111

AGRADECIMENTOS

"Além da nossa própria vida, além de todos os obstáculos vencidos e a serem

vencidos, talvez o maior desafio em tudo seja compreendermos o verdadeiro sentido

e o melhor sentido das coisas que nos rodeiam".

Não poderia deixar de agradecer primeiramente àqueles que participaram

como colaboradores na elaboração desse trabalho: Dr Gustavo Noronha,

fisioterapeuta e acupunturista, pelas orientações técnicas e prestigiosos incentivos,

sem os quais este trabalho não seria possível.

111

IV

SUMÁRIO

liSTA DE IlUSTRAÇÕES ..................................................................................... v RESUMO...............................................................................................................vi ABSTRACT ........................................................................................................... vii 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 2 ACUPUNTURA................................................................................................... 2 2.1 DEFINiÇÃO ..................................................................................................... 2 2.2 NEUROFISIOLOGIA .................................................... 0................... 0................................o ............................................. 3

2.3 AGULHAS ................................................................................................................. 4 2.4 POSTURA DO PACIENTE.. 0 .................................................................................................... 0.............5

2.5 ÂNGULO DA AGULHA.................................................................................. ... 5 2.6 VI N E VANG.............................................. o.................................................. 6 2.7 USO ESPECíFICO DA .ACUPUNTURA ......................................................... 8 2.8 ANÃ TOMO-FISILlOGIA E BIOMECÂNICA DA CINTURA ESCAPULAR ....... 9 2.8. 1 Articulação Esternoclavicular...................................................................... 12 2.8.2 Articulação acromioclavicular ..................................................................... ..13 2.8.3 Articulação Subdeltoidiana .......................................................................... 14 2.8.4 Articulação Bicipital... o.................................................................................14 2.8.4.1 Transição cérvico-torácica....................................................................... ..15 2.8.5 Articulação Escápula- Torácica ....................................................................16 2.8.6 Articulação Glenoumeral ..............................................................................18 2.8.6.1 Movimento de flexão................................................................................ ..19 2.8.6.2 Movimento de extensão.............................................................................20 2.8.6.3 Movimento de abdução .............................................................................21 2.8.6.4 Movimento de adução ...............................................................................23 2.8.6.5 Movimento de rotação interna .................................................................. 24 2.8.6.6 Movimento de rotação externo...........................o ................................................... .24

2.9 SíNDROME DO IMPACTO..............................................................................25 2.9.1 Etiologia.. o ........................................................................... o................................................................25

2.9.2 Fisiopatologia ........................................................................................................ .26 2.9.3 Quadro Clínico....................................................................................................... .28 3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ .29 3.1 PROCEDIMENTOS................................................................................................ ...31 3.2 FICHA DE AVALIAÇÃO............................................................................................ .31 4 RESULTADOS OBTIDOS .........o .....................................................................................................................30

5 CONClUSÃO..................................................................................................................34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFiCAS................................... o ..................................................35 ANEXOS......................................................................................... o........................................37

IV

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Meridianos...............................................................................38

v

v

-- --- -----.----.

VI

RESUMO

o estudo foi obtido com um paciente, lutador de Jiu-jitsu, que durante um

treino fez uma lesão do manguito rotador no dia 22 de Agosto de 2002. Iniciou o

tratamento em 26 de Agosto de 2002, foi realizado 10 sessões diárias, para obter o

resultado desejado e indicado, o período de tratamento foi do dia 26 de Agosto a 6 de

Setembro de 2002, na Clinica Vê neto , situado na região de Curitiba-PR, com o

auxilio e acompanhamento do Dr. Gustavo Képs Noronha CREFITO. Os pontos para

a inserção das agulhas, destinada ao tratamento da lesão, foram o IG4, IG11, IG1S,

IG16, TAS e VG20.

Na China, assim como na maior parte do Oriente, a acupuntura é empregada

há mais de S mil anos para tratar uma infinidade de distúrbios. Os métodos ocidentais

só foram introduzidos na China em meados do século passado; e nas atuais escolas

são ensinados para tratamentos onde a medicina tradicional

não oferece soluções. No Ocidente, desde a década de 80, a OMS reconheceu a

acupuntura como um tratamento eficiente para uma série de moléstias.

O objetivo deste trabalho é mostrar a eficácia da acupuntura no tratamento da

lesão do Manguito Rotador.

Descrição do Objetivo geral

Demonstrar a eficacia da acupuntura na lesão do manguito rotador .

Relação dos Objetvos Especificos

Verificar a eficácia da aplicacao da acupuntura na lesão do manguito

rotador

Tratar e diminuir a algia provocada pela lesão do manguito rotador Duração

do tratamento até o retomo do paciente as atividades esportivas

PALAVRA CHAVE: Acupuntura; manguito rotador; analgesia

VI

VII

Vl1

ABSTRACT

The study it was gotten with a patient, fighter of Jiu-jitsu, that during trainings

made an injury of the rotador manguito in day 22 of August of 2002. It initiated the

treatment in 26 of August of 2002, was carried through 10 daily sessions to get the

desired and indicated result, the period of treatment was of day 26 of August the 6 of

September of 2002, in the Clinica Vêneto, situated in the region of Curitiba-PR, with it I

assist and accompaniment of Or. Gustavo Képs Noronha CREFITO. The points for the

insertion of the needles, destined to the treatment of the injury, had been IG4 (Hegu)

and VG20 (Baihui).

In China, as well as in the biggest part of the East, the acupuntura is used has

more than 5 a thousand years to deal with a infinity riot The occidental methods had

been only introduced in China in middle of the last century; e in the current schools is

taught for treatments where the traditional medicine does not offer solutions. In the

Ocidente, since the decade of 80, the OMS recognized the acupuntura as an efficient

treatment for a series of diseases. The objective of this work is to show the

effectiveness of the acupuntura in the treatment of the injury of the Manguito Rotador;

Description of the General Objective:

To prove the effectiveness of the acupuntura in the treatment of the injury of the

rotador manguito .

Relation of the Specific Objectives:

To verify the effectiveness of the application of the acupuntura in the injury

of the rotador manguito

To diminish and to deal with algia provoked for the injury the manguito

Rotador

Ouration of the treatment until the return of the esportiva activity

KEY WORO: Acupunture; Manguito rotador; Analgesia.

VII

.. - ---------------- --- -.----..

1

1 INTRODUÇÃO

A acupuntura é uma ciência de origem oriental. No Brasil sua história sempre

envolveu uma aura de mistério, tais as diferenças marcantes existentes entre a

Medicina Tradicional Chinesa e a ocidental. Hoje a milenar terapia das agulhas, que

já foi taxada como charlatanismo, é reconhecida por sete conselhos federais de

saúde como especialidade. Reconhecimento este plenamente legitimado pelo imenso

apoio popular obtido em nosso país. Nesta edição especial iremos mostrar um pouco

da história da acupuntura no Brasil.

2

2 ACUPUNTURA

Agulhas de pedra para acupuntura datando no período neolítico (2.500 A.C.)

foram descobertas em túmulos da Mongólia Interior. O mais antigo registro escrito da

acupuntura surge no Nei Jing (o Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo),

de cerca de 200 a.C. e é o mais antigo livro médico de consulta. (ENCICLOPÉDIA,

1996).

Oriunda da China há aproximadamente 5 mil anos, e largamente conhecida no

oriente, a Acupuntura vem se desenvolvendo muito no Brasil, onde é reconhecida

como especialidade médica desde 1995 pelo Conselho Federal de Medicina - CFM.

As virtudes da Acupuntura chinesa, essa intervenção médica totalmente

original, têm sido relatadas no Ocidente desde o século 17. Atualmente ainda mais, a

simplicidade sofisticada e a inteligência explícita do método, objeto de numerosos

estudos, são admiradas e exaltadas. (CARNEIRO, 2000).

2.1 DEFINiÇÃO

A Acupuntura é um recurso terapêutico da Medicina Tradicional Chinesa, na

qual utilizamos agulhas muito finas (média 0,25 mm), descartáveis e individuais, a fim

de estimular pontos na superfície do corpo humano. Após este estímulo, devido a

ligações da superfície do corpo com o Sistema Nervoso, o próprio organismo libera

substâncias, como: neurotransmissores, serotonina, encefalinas, endorfinas, cortisol

etc., que produzem efeito analgésico, antiinflamatório, antialérgico, relaxante

muscular, e calmante, reduzindo a dor, ansiedade e depressão, e equilibrando o

organismo como um todo. A acupuntura tem recebido grande destaque na mídia nas

3

últimas décadas como uma modalidade terapêutica alternativa aos tratamentos

convencionais. Muitas teorias têm sido elaboradas sobre os possíveis mecanismos

fisiológicos com liberação de substâncias analgésicas e antiinflamatórias. (DEBSKI).

Por muito tempo a medicina ocidental valeu-se de recursos puramente

empíricos, baseados no princípio da contra-irritação, segundo o qual o foco primário

da dor podia ser inibido por um segundo foco de irritação, provocado. O alívio

proporcionado pela aplicação de ventosas, cataplasmas, sanguessugas, calor ou frio

intenso resulta talvez de mecanismos semelhantes aos que poderiam explicar pela

eficácia da acupuntura. Hoje tal visão poder ser conjugada com explicações de Teoria

do Portão e da dor referida.

Várias teorias foram elaboradas com o intuito de explicar os efeitos analgésicos

da acupuntura, como por exemplo, a teoria das comportas, "do processo semelhante

à memória", dentre outras. (CHRIST).

2.2 NEUROFISIOLOGIA

Trabalho de neurofisiologia revela que através da inserção de agulhas há

estimulação de fibras sensitivas A, de condução mais rápida (mielínica) e C, de

condução mais lenta (amielínica) as quais levam os estímulos até o corno posterior da

medula e este ascende pelo trato espino-talâmico. As fibras do tipo A, em especial as

fibras Ap são responsáveis pela percepção mais fina (tato) e as fibras do tipo C pela

condução da dor, em especial de característica difusa e em queimação. (MAO, 1990).

Na medula, em especial nas laminas I, 11, 111 e V do corno posterior são

liberadas substâncias analgésicas como a substância P, somatostatina e encefalina e

no tálamo são liberadas substâncias, através de mecanismos neurohumorais,

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como a endorfina, encefalina e neurotransmissores, além do efeito analgésico,

consegue-se grande relaxamento muscular através de reflexo víscero - somáticos e

interseguimentares. (MAO, 1990).

Mas isto é apenas parte de um complexo sistema que ainda permanece não

totalmente compreendido, pois o tratamento pela acupuntura tradicional chinesa

revelou ser mais eficaz que o simples agulhamento em pontos pré-estabelecidos.

(MAO, 1990).

No tratamento específico das dores obtém-se melhores resultados através de

estimulação intensa dos pontos, do que com estimulação menos intensa, devido

maior estímulo e com isso, maior liberação serotoninergica. (MAO, 1990).

Todos os tipos de terapia possuem um efeito placebo e a acupuntura não é

uma exceção. Trabalho de meta-análise revelou que a acupuntura quando

comparada ao tratamento convencional foi mais favorável e quando comparada ao

placebo, foi inconclusiva. (MAO, 1990).

Vários trabalhos mostraram que a maioria dos pacientes obtém uma

diminuição significativa da dor logo nas primeiras sessões (média de 50% de

diminuição da dor na primeira sessão), porém há a necessidade de um tratamento

mais prolongado para um melhor resultado. Quanto aos efeitos colaterais ou a piora

das dores com o uso da acupuntura, estes foram muito baixos. (CHRIST).

2.3 AGULHAS

Nos primórdios da Acupuntura utilizavam-se agulhas de pedras afiadas, no

tratamento das doenças. Estas agulhas de pedra foram denominadas Bianshi, que

eram as mais primitivas agulhas da história da Acupuntura. No período Neolítico,

além das agulhas de pedra, utilizavam-se as agulhas de osso e de bambu. Por outro

lado, graças ao desenvolvimento da cerâmica, passaram a usar agulhas de

cerâmicas para curar as doenças. O uso das agulhas de cerâmicas consistia em

perfurar a superfície de todo o corpo com fragmentos afiados de cerâmica, este

5

método foi utilizado durante muito tempo, até mesmo depois da fundação da nova

China. (NORONHA, 1999).

Posteriormente com o desenvolvimento da metalúrgica usaram-se

sucessivamente as agulhas metálicas, tais como, as agulhas de cobre, de ferro, de

prata, de aço inoxidável, etc. (NORONHA, 1999).

As agulhas filiformes são de uso comum na clinica e são feitas principalmente

de aço inoxidável e, algumas de prata, ou ouro. As agulhas filiformes são formadas de

cinco partes: o cabo envolto em fio de cobre ou alumínio, o extremo de cabo é de

forma arredondada, a ponta da agulha é a parte mais afiada, o corpo é a parte entre o

cabo e a ponta, a raiz, onde o cabo uni-se ao corpo. (NORONHA, 1999).

2.4 POSTURA DO PACIENTE

A postura do paciente influi na correta seleção dos pontos, na aplicação das

agulhas, e na sua retenção, assim como em acidentes clínicos, tais como o desmaio

pela agulha, a agulha que se encurva, agulha retida e a agulha quebrada. Por isso a

postura do paciente é de suma importância na clínica. Geralmente a postura do

paciente deve facilitar o acesso aos pontos selecionados e ao manejo das agulhas. O

paciente deve estar confortável, porque o tratamento às vezes é prolongado. As

posturas são: decúbito dorsal, decúbito ventral, decúbito lateral e sentado.

(NORONHA, 1999).

2.5 ÂNGULOS DA AGULHA

O ângulo de inserção das agulhas é o ângulo que forma entre o corpo da

agulha e a superfície cutânea. Geralmente a agulha pode ser inserida de três formas:

6

. Perpendicular

. Oblíquo

. Horizontal ou subcutânea

(NORONHA,1999).

Para podermos compreender a forma como a acupuntura funciona, é

necessário familiarizar-nos co os elementos básicos da filosofia chinesa. As filosofias

do TAO ou TAU , YIN e YANG, os 8 princípios, os 3 tesouros e os 5 elementos são

todos fundamentais na acupuntura chinesa e no se papel específico para ajudar a

manter a boa saúde e o bem estar do indivíduo.

2.6 YIN E YANG

A Medicina Tradicional Chinesa - a MTC e a acupuntura - constituem o braço

terapêutico de uma cultura milenar. Informações seguras registram seu emprego na

China desde 5.000 anos antes da era cristã. Ela é denominada tradicional porque,

mesmo possuindo um desenvolvimento contínuo no tempo histórico e tendo

incorporado, sucessivamente, as mais recentes tecnologias da área de saúde, regese

ainda pelos seus milenares princípios de ação. O fundamento básico da medicina

chinesa apoia-se sobre a existência de duas forças opostas e complementares,

denominadas Yin e Yang. Estes dois princípios são responsáveis não apenas pela

existência de todas as formas de vida como, igualmente, a manifestação dos demais

fenômenos do Universo - sejam eles físicos ou não. (TILLER, 1999).

O fenômeno da Vida, neste sentido, é entendido como uma interação

permanente destas duas forças que, em seus vários desdobramentos, estão na

origem de todas as substâncias. (TILLER,1999).

O corpo humano é composto de uma série: Órgãos (zang, regidos pelo Yin) e

Vísceras (fu, regidos pelo Yang), Sangue e Energia, Líquidos Orgânicos e outros

7

componentes, assim como seus respectivos shen (entidades viscerais). Interligando

todo este conjunto estão os Canais e Colaterais (chamados de meridianos),

igualmente divididos em parelhas YinlYang. (TILLER, 1999).

A MTC objetiva, acima de tudo, favorecer o equilíbrio entre o meio externo

(natureza) e o meio interno (organismo), por intermédio da regulação Yin/Yang.

Através do uso de agulhas inseridas em pontos determinados do corpo, busca o

acupunturista regular o fluxo energético do indivíduo, quando este se encontra

alterado seja por carência ou excesso. Existem mais de 1.500 pontos conhecidos,

embora cerca de 64 sejam os mais utilizados, denominados Pontos Shu,

responsáveis pela abertura ou fechamento deste fluxo energético que circula nos

meridianos. (TILLER,1999).

Esta regulação harmônica é considerada primordial para a existência de saúde

num indivíduo e - nos casos de alterações - será o fator básico a ser recuperado pelo

acupuntor. Os desequilíbrios (que torna-se, nesta acepção, a origem das diversas

doenças) podem ser internos (originados no próprio organismo) ou externos

(provocados ou adquiridos no meio ambiente). Na maior parte dos casos verifica-se

que um fator externo só prejudica um interno se este, por razões diversas, já

encontrava-se anteriormente desregulado e sujeito, portanto, a sofrer o impacto da

ação exterior. (TILLER,1999).

A MTC opera a partir de um princípio de energia biológica, nascido das

atuações de Yang e Yin. Não existe Yin sem Yang e vice-versa. (TILLER,1999).

Esta energia biológica é determinante para qualquer tratamento pela MTC e a

acupuntura. (TILLER,1999).

Toda a carga e a descarga (elétrica) do organismo encontra-se regulada por

diversos mecanismos corporais: o metabolismo basal, o sistema endócrino, o sistema

sangüíneo, os mecanismos proprioceptivos etc. Cada um deles mantêm estreita

correlação com órgãos, vísceras e funções corporais. Metade dos meridianos é de

natureza Yin, a outra metade de natureza Yang, funcionando em pares coordenados.

(TILLER).

8

Nos termos simbólicos empregados na MTC obedecem eles um ciclo de

geração contínua - denominado Ciclo Cheng - e reproduzem os movimentos e

princípios ativos do Fogo, Te"a, Metal, Agua e Madeira. Cada elemento regula uma

parte do sistema global, produzindo esta energia determinada e controlando

eventuais desarranjos das demais. Cada um possui seu aspecto saudável e sua

patologia, os efeitos resultantes de um excesso ou carência energéticos. Assim o

Vento, o Fogo, o Frio, a Umidade, a Secura e a Fleuma (os aspectos corpóreos que

eles adquirem) constituem as mais comuns causas de patologias, tratáveis através da

regulação geral do sistema. (TILLER).

Cada ser humano possui uma dada constituição - ou seja, seu modo próprio

de efetuar esta regulação orgânica e conviver com seu fluxo. (TILLER).

Identificar qual a constituição de um dado indivíduo é um passo fundamental

num diagnóstico oriental (denominado Ji Sen; zhena), razão pela qual são

empregados procedimentos diversos: a tomadas dos pulsos (existem 28 formas

diferentes de pulsos energéticos), a inspeção da língua, a palpação, a olfação, a

verificação dos pontos Mu (pontos de alarme), a escuta dos sons e palavras do

paciente. (TILLER).

A busca principal do Ji Sen; zhena é identificar a origem do desequilíbrio

energético e vibracional - chamado de a raiz do problema de saúde daquele

indivíduo. (TILLER).

Terapêutica energética e vibracional, a MTC presta-se admiravelmente para

solucionar problemas crônicos, quase sempre considerados intratáveis pela medicina

ocidental. (TILLER,199?).

2.7 USO ESPECíFICO DA ACUPUNTURA

Alívio da dor nos músculos e a nas articulações constitui a maioria dos

problemas freqüentes que os acupunturistas são chamados a tratar. Isto pode ocorrer

por duas razões. A acupuntura produz um forte efeito analgésico que foi

9

cientificamente explicado por teorias da endorfina ou a teoria "do portão". A teoria da

endorfina afirma que a estimulação de certos pontos libera endorfina que aliviam a

dor. A teoria "o portão", é mais complicada, mas em poucas palavras diz que a coluna

dorsal compõe-se de portões que se abrem para deixar sair a dor ou, ao contrario,

fecham-se, aprisionando-a. Os portões abrem e fecham em reação a mensagens

enviadas pelo sistema nervoso. (ENCICLOPÉDIA, 1996).

Os defensores desta teoria acreditam que a acupuntura atua sobre o sistema

nervoso levando os "portões" da coluna a encurralarem a dor. Mas a alta taxa do

sucesso da acupuntura, em particular no alívio da dor, pode ocorrer por que muitos

tipos de dor em especial dores nas costas, não reagem aos tratamentos

convencionais. (ENCICLOPÉDIA, 1996).

2.8 ANÁTOMO-FISIOLOGIA E BIOMECÂNICA DA CINTURA ESCAPULAR

A cintura escapular está localizada sobre a parte superior do tórax. Sua única

união com o esqueleto axial está no local onde a extremidade medial de cada

clavícula articula-se com o manúbrio do estemo. A extremidade lateral de cada

clavícula articula-se com o acrômio da escápula. As escápulas estão fixadas à parte

posterior do tórax por músculos, mas não fazem contato diretamente com as costelas,

estando separadas delas por outros músculos.

As partes ósseas que participam dos movimentos complexo escapular em

relação ao tronco são: estemo, costelas, clavículas, escápulas e úmeros.

Convém citar, que alguns acidentes ósseos como o acrômio e processo

coracóide da escápula e os tubérculos maior e menor do úmero, são os que mais se

destacam atualmente na patologia do impacto.

O complexo do ombro oferece uma grande amplitude de movimentos, devido

as articulações, ligamentos e músculos que o compõe:

10

1. Articulações

a) Funcionais

subdeltoidiana;

sulco bicipital; escapulo-

torácica; transição cérvico-

torácica.

b) Ósseas

esternoclavicular;

acromioclavicular;

glenoumeral.

2. Ligamentos

esternoclaviculares anterior e posterior;

interclavicular;

costoclavicular;

acromioclaviculares superior e inferior;

coracoclavicular;

coracoacromial;

transverso;

coracoumeral;

glenoumeral (superior, médio e inferior);

coracoglenoidiano;

espinoglenoidiano.

3. Músculos (irrigação e inervação)

a) Trapézio - artéria cervical transversa (ramo da subclávia), nervo

acessório (nervo craniano);

b) Rombóides - artéria escapular posterior (ramo da subclávia), nervo

dorsal da escápula;

c) Elevador da escápula - artéria escapular descendente (ramo da

subclávia), nervo dorsal da escapula;

II

d) Serrátil anterior - artéria subescapular ( ramo da 0

1 ) , o

aXI ar , nervo toraclCO

longo;

e) Grande dor sal - artéria escapu/ar descendente (ramo da subclávia) ,

nervo toracodorsa/;

f) Peitoral maior - artéria torácica suprema (ramo da axilar) nervos

peitoral medial e lateral;

g) Peitoral menor - artéria torácica suprema (ramo da axilar), nervo

medial;

h) Subclavicular - artéria toracoacromial (ramo da axilar), quinto e sexto

nervos cervicais;

i) Deltóide - artéria circunflexa posterior do úmero (ramo axilar), nervo

axilar;

j) Supraespinhoso - artéria escapular escapular superior (ramo da axilar),

nervo supraescapular;

k) Subescapular - artéria circunflexa da escápula (ramo da axilar), nervo

subescapular;

I) Infraespinhoso - artéria circunflexa da escápula (ramo da axilar), nervo

supraescapular;

m) Redondo maior - artéria circunflexa da escápula (ramo da axilar), nervo

axilar;

n) Redondo menor - artéria circunflexa da escapula (ramo da axilar),

nervo axilar;

o) Bíceps braquial - artéria umeral (ramo da axilar), nervo músculo

cutâneo;

p) Coracobraquial - artéria umeral (ramo da axilar), nervo músculo

cutâneo; q) Tríceps braquial - artéria subescapular (ramo da axilar),

nervo radial; r) Braquial - artéria recorrente radial (ramo da radial), nervo

músculo

cutâneoo

(GRAY, 1985; SPENCE, 1991; TESTUT, 1985)

- - -------------------- ---------------------------.-.

12

2.8.1 Articulação Estemoclavicular

É formada pela extremidade estemal da clavícula fixando-se à porção súpero

lateral do manúbrio do estemo e à cartilagem da primeira costela.

Um menisco articular entre o estemo e a clavícula forma dois espaços

articulares. Os ligamentos estemoclaviculares anterior e posterior reforçam a frouxa

escapula fibrosa, e um ligamento interclavicular une as duas clavículas. A estabilidade

da articulação é dada pelo ligamento costoclavicular, um possante ligamento que se

ergue da porção medial da primeira costela e se insere na face inferior da clavícula.

Este ligamento estabiliza a clavícula contra a ação muscular e atua como fulcro para

todos os movimentos da cintura escapular. (GRAY, 1985; SPENCE, 1991; TESTUT,

1985).

A articulação estemoclavicular, apesar de suas superfícies planas, atua como

uma articulação esferóide, participando em todos os movimentos do conjunto do

ombro. Realiza movimentos de elevação e depressão no plano frontal, sendo que, a

elevação é limitada aos 40 graus pela tensão do ligamento costoclavicular e pelo

tônus do músculo subclavicular, e a depressão é limitada aos 5 graus pela tensa do

ligamento superior e pelo contato da clavícula com a face superior da primeira

costela. (KAPANDJI, 1990).

Os movimentos de anteposição e retroposição são realizados no plano

horizontal. A retroposição tem uma amplitude de movimento de 30 graus, sendo

limitada pela tensão do ligamento posterior, e a anteposição tem uma amplitude

também de 30 graus, sendo limitado pela tensão do ligamento costoclavicular e do

ligamento anterior. (KAPANDJI, 1990).

Além da elevação-depressão e anteposição-retroposição, a articulação

estemoclavicular faz uma rotação transversal de aproximadamente 40 graus ao redor

de seu eixo longo. Esta rotação ocorre depois que o ombro foi abduzido ou fletido a

90 graus, sendo essencial para rotação completa de escapula e flexão e abdução do

ombro. (KAPANDJI, 1990).

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2.8.2 Articulação Acromioclavicular

É uma articulação plana ligando a faceta convexa da borda externa da

clavícula à borda medial do acrômio. Pode existir um anel fibrocartilaginosos

assemelhando a um menisco intra-articular. (GRAY, 1985; SPENCE, 1991; TESTUT,

1985).

A articulação acromioclavicular tem uma cápsula fraca e relaxada, reforçada

pelos possantes ligamentos acromioclaviculares superior e inferior, os quais previnem

o deslocamento posterior da clavícula sobre o acrômio. (KAPANDJI, 1990).

A clavícula esta firmemente presa à escapula pelo ligamento coracoclavicular.

Ele esta freqüentemente separado em duas porções conhecidas como ligamentos

trapezóide e conóide. (KAPANDJI, 1990).

o tipo de inserção desses ligamentos previne que a escapula rode sobre a

articulação acromioclavicular e por sua forma de "esteio" mantém uma relação

constante entre a escapula e a clavícula.

A forma em "manivela" da clavícula eleva sua extremidade externa sem

alteração do ângulo de elevação na articulação esternoclavicular proximal. O efeito

articular dos movimentos acromioclaviculares e esternoclaviculares é permitir a

rotação da escapula, de modo que a cavidade glenóide possa voltar-se para cima e

para frente, ou para baixo, conforme a necessidade do movimento, enquanto sua

superfície costa I permanece próxima do tórax.

Os movimentos da articulação acromioclavicular são pequenos. Estes poucos

graus de movimento, apesar disto, são essenciais para o movimento e funções

normais do ombro. Os movimentos possíveis nesta articulação são os seguintes: 20

graus em torno do eixo vertical, 50 graus em torno do eixo horizontal e 10 graus no

eixo sagital. (KAPANDJI, 1990).

14

2.8 3 Articulação Subdeltoidiana

A articulação é uma articulação protetora entre a cabeça do úmero e um arco

formado por um ligamento triangular, largo, ligando o acrômio ao processo coracóide,

ligamento coracoacromial. (KAPANDJI, 1990).

Dentro desta articulação são encontradas partes da bolsa subcoracóide, o

músculo supraespinhoso e seu tendão, a parte superior do bíceps e o tecido

conjuntivo frouxo, interposto. Muitos tecidos sensitivos estão englobados nesta

pequena área. (KAPANDJI, 1990).

Durante a abdução do braço, o tubérculo maior deve passar sob o ligamento

coracoacromial e sem comprimir os tecidos englobados. O movimento requer uma

coordenação muscular exata, frouxidão das partes moles e uma rotação correta do

úmero. Comprometimento de qualquer destes fatores, resultará num movimento

deficiente, dor e incapacidade. (KAPANDJI, 1990).

Os movimentos de deslizamento na articulação subdeltoidiana estão

diretamente ligados aos movimentos na articulação glenoumeral. (KAPANDJI, 1990).

2.8.4 Articulação Sulco Bicipital

O tendão da porção longa do bíceps fica no sulco intertubercular do úmero e

na extremidade superior do sulco, angula para dentro a 90 graus, cruzando assim,

sobre a cabeça do úmero para se inserir no tubérculo supraglenoidiano e pólo

superior do lábio glenoidiano. Penetra na bainha dos músculos rotadores por uma

abertura entre o tendão supraespinhoso e os tendões subescapulares da mesma e

invaginando por uma dobra para baixo da cápsula sinovial, quando passa sob o

ligamento transverso do úmero. Este ligamento o mantém dentro do sulco

intertubecular. (KAPANDJI, 1990).

15

Na cavidade articular, o tendão da porção longa do bíceps podem estabelecer

relações com a sinovial segundo três disposições diferentes:

a) Aplicado contra a face profunda da cápsula pela sinovial;

b) A sinovial forma dois pequenos fundos-de-saco entre a cápsula e o tendão,

que se acha assim religando à cápsula por um tênue tabique sinovial chamado

meso-tendão;

c) Os dois fundos-de-saco se juntam e deixam de existir, o tendão fica livre, mas

envolvido por uma capa sinovial.

De regra, estas três disposições observam-se de dentro para fora, à medida

que se afasta da inserção tendínea. Mas, em todos os casos, o tendão, embora

intracapsular, torna-se sinovial. (KAPANDJI, 1990).

Durante todos e quaisquer movimentos da articulação glenoumeral, ocorre

deslizamento mútuo entre o tendão da porção longa do bíceps e o úmero. O tendão

desliza sobre o úmero, bem como, o úmero desliza sobre o tendão. Sendo que, maior

o deslizamento entre eles, se dá com o braço rodado externamente e elevado em

posição de flexão. Quando o braço é abduzido e fletido para trás, dá-se o movimento

oposto, mas numa amplitude menor. (KAPANDJI, 1990).

2.8.4.1 Transição cérvico-torácica

Não é possível atingir a vertical, durante os movimentos de abdução e flexão

do braço, se a participação da transição cérvico-torácica. A transição consiste em um

movimento de extensão da coluna vertebral, combinado com a rotação ipsoltareal. Os

processos espinhosos das vértebras C7 e T 4 deslocam para o lado oposto,

provocando uma escoliose hetero-Iateral. (KAPANDJI, 1990).

Quando somente um braço está participando do movimento, uma inclinação

lateral sob a ação dos músculos paravetebrais do lado oposto é suficiente. Se os

------------------* --------------------------* -----------------------------* - ...............* --- *** ------ - ***------------------*

16

dois braços estão participando do movimento por uma hiperlordose lombar, também

sob a dependência dos músculos paravertebrais. (KAPANDJI, 1990).

A transição cérvico-torácica está presente durante aproximadamente os 30

graus finais da adução e os 50 graus finais da flexão. (KAPANDJI, 1990).

2.8.5 Articulação Escapulo-Torácica

A escápula movimenta-se sobre a parede torácica, entre as quais situam-se os

músculos subescapular e serrátil anterior. (KAPANDJI, 1990).

A mobilidade da escápula é muito importante, pois ela ainda possibilita a

elevação do braço em cerca de 60 graus. Esta mobilidade existe graças ao

movimento de elevação e rotação da clavícula. (KAPANDJI, 1990).

A escápula não esta situada no plano frontal, mas num plano obliquo, de

dentro para fora e de trás para de 30 graus aberto para fora e para diferente. A

direção geral clavícula é obliqua para fora e para trás, e forma com o plano da

escápula um ângulo de 60 graus aberto para dentro. (KAPANDJI, 1990).

Numa vista posterior do tórax, a escapula, em posição normal, se estende da

segunda à sétima costela, em relação a linha das apófises espinhosas. Se o ângulo

súpero-inferior corresponde à primeira apófise espinhosa dorsal, e seu ângulo inferior

à sétima ou oitava apófise espinhosa dorsal. A borda interna ou espinhal da escápula

está distante 5 ou 6 cm da linha da apófises espinhosas. (KAPANDJI, 1990).

A escápula realiza os seguintes movimentos:

a) Translação lateral interna;

17

b) Translação lateral externa.

A amplitude total entre estas duas posições extremas é de 45 graus.

c) Translação vertical:

abaixamento;

elevação.

A amplitude destes movimentos é de 10 a 12 em estes movimentos verticais

acompanham-se sempre de uma certa báscula.

d) Movimentos de "campainha" ou de báscula: quando a escápula realiza uma

rotação em torno de um eixo perpendicular ao seu plano. Este eixo está

situado um pouco abaixo da espinha.

Movimento de campainha de rotação para baixo quando o ângulo inferior

coloca-se para dentro, o ângulo superior é extremo para baixo e a glenóide

tende a dirigir-se para baixo.

Movimento de campainha de rotação para o alto, que é o movimento inverso,

onde a glenóide orienta-se mais diretamente para o alto e o ângulo externo se

eleva. (KAPANDJI, 1990).

A amplitude desse movimento é de 60 graus, tendo o ângulo inferior deslocado

10 a 12 em e o súpero-externo de 5 a 6 em. (KAPANDJI, 1990).

Os movimentos de translação lateral e vertical e o movimento de campainha

são realizados pela combinação de quatro músculos posteriores e dois anteriores.

Esta combinação depende apenas de suas inserções. O trapézio, os rombóides maior

e menor e o elevador da escápula, são os posteriores. O peitoral menor e o serrátil

são os anteriores. (KAPANDJI, 1990).

O trapézio, por causa das origens de suas fibras, puxa em várias direções e

suas ações dependem de qual porção do músculo se contrai. Contrai-se a porção

superior combinada com a contração dos rombóides, que se inserem na margem

medial da escápula, e o elevador da escápula, que se estende das vértebras

18

cervicais superiores até o ângulo superior da escápula. A contração de sua porção

inferior juntamente com o peitoral menor e subclavicular proporciona o movimento de

abaixamento da escápula. Sua porção superior, o serrátil anterior, que origina-se nas

faces anteriores das primeiras nove costelas e inserem-se na margem medial da

escápula, e o peitoral menor, proporciona a translação externa da escápula. As suas

fibras superiores, médias e inferiores juntamente com os rombóides, realizam o

movimento de translação interna da escápula. (KAPANDJI, 1990).

o movimento de campainha de rotação para baixo é realizado pelos músculos

rombóides e peitoral menos, e o de rotação para o alto, pelos músculos serrátil

anterior porção inferior e trapézio porção inferior. (KAPANDJI, 1990).

Manguito rotador, formado pelos músculos supraespinhoso, infraespinhoso redondo

menor e subescapular.

2.8.6 Articulação Glenoumeral

A articulação é uma sinovial esfenóide, possuindo três graus de liberdade. É a

maior amplitude de movimento do corpo humano. O formato esférico da cabeça do

úmero articula-se com a rasa cavidade glenóide da escápula, que está voltada para

cima, bem como anterior e lateralmente. Uma orla de cartilagem, o lábio glenóide e

serve para aprofunda-Ia.

Como todas as articulações sinoviais, a glenoumeral é envolvida por uma

cápsula articular. Esta cápsula fixa-se na margem da cavidade glenóide e extendese

para alem do colo anatõmico do úmero. A cápsula articular é frouxa para permitir uma

ampla faixa de movimento. (KAPANDJI, 1990).

A cápsula é reforçada anteriormente pelos ligamentos coracoumeral e

glenoumeral, O primeiro extende-se do processo coracóide até o tubérculo maior do

-

_ ___ __. _______________________u _ ____________

19

úmero, O segundo, extende-se do rebordo glenoidal ao úmero e possui três porções: a

superior, a media e a inferior. Existem ainda, dois ligamentos sem função mecânica, o

coraco glenoidiano e o espino glenoidiano. (KAPANDJI, 1990).

Além destes ligamentos, a articulação glenoumeral depende da musculatura

circundante como o reforço. Os principais são tendão da porção longa do bíceps e o

denominado manguito dos rotadores, formado por músculos supraespinhoso,

infraespinhoso, redondo menor e subescapular. (KAPANDJI, 1990).

A articulação glenoumeral permite orientar o membro superior em relação a

três planos do espaço, graças a três eixos perpendiculares entre si, que passam

através do centro da cabeça do úmero. (KAPANDJI, 1990).

2.8.6.1 Movimento de flexão

É a elevação do braço para diante na articulação glenoumeral em conjunto

com a escápula, clavícula e a coluna vertebral. Este movimento possui uma grande

amplitude, 180 graus notar que a mesma posição de flexão a 180 graus pode também

ser definida como uma abdução a 180 graus, com rotação longitudinal proximal.

(KAPANDJI, 1990).

Didaticamente, o movimento de flexão foi dividido em três tempos. No primeiro,

que corresponde de O a 60 graus de amplitude, ocorre o movimento única e

exclusivamente na articulação glenoumeral. (KAPANDJI, 1990).

Os músculos responsáveis por esta etapa são:

Deltóide - que origina-se na clavícula , acrômio e espinha da escápula. Desta

forma, possui uma porção anterior, uma lateral e outra posterior, todas

inserindo-se na tuberosidade deltóidea do úmero. Na flexão, esta atuando a

porção posterior.

Coracobraquial - que origina-se no processo coracóide da escápula e inserese

na face medial do úmero.

20

Porção Clavicular do Peitoral Maior - esta etapa é limitada pela tensão do

ligamento coracoumeral, pela resistência dos músculos redondos menor e

maior, infraespinhoso e tubérculo maior do úmero que tende a chocar-se

contra o ligamento coracoacromial. Para que o choque não ocorra, é

necessário posicionar o braço em rotação neutra ou externa. Esta rotação

facilita também a diminuição da tensão na porção longa do bíceps que

encontra-se hiperextendido neste momento. (GRA Y, 1985; SPENCE, 1991;

TESTUT, 1985).

A partir daí, entra em atividade a cintura escapular, caracterizando o segundo

tempo de flexão, que alcança 120 graus de amplitude. Neste tempo, ocorre uma

rotação de 60 graus de escápula através de um movimento pendular, que orienta a

cavidade glenóide para o alto a para frente. Esta rotação ocorre graças a elevação de

30 graus nas articulações esternoclaviculares e acromioclaviculares, com posterior

rotação de 30 graus da articulação esternoclavicular em torno de seu eixo longo.

(KAPANDJI, 1990).

Os músculos responsáveis por esta etapa são: o trapézio, e o serrátil anterior.

Este movimento na articulação escápulo-torácica é limitado pela resistência do

músculo grande dorsal e do feixe inferior do peitoral maior. (KAPANDJI, 1990).

No terceiro tempo a flexão, estando limitando o movimento de flexão na

articulação glenoumeral e na escápulo-torácica, é necessário a intervenção da coluna

vertebral, através da transição cérvico-torácica, conforme foi visto anteriormente. Esta

transição contribuirá com os 50 graus restantes do movimento de flexão. (KAPANDJI,

1990).

2.8.6.2 Movimento de extensão

A amplitude do movimento é de 45 a 60 graus , e é limitado novamente pela

tensão dos ligamentos coracoumerais. (KAPANDJI, 1990).

21

o movimento de extensão ocorre na articulação glenoumeral devido a

contração dos músculos deltóide porção posterior, redondo maior que origina-se no

ângulo inferior da escápula e insere-se no tubérculo maior do úmero; grande dorsal,

que origina-se nas últimas vértebras torácicas e todas lombares, sacro e crista ilíaca

posterior, inserindo-se na margem medial do sulco intertubercular do úmero, e a

porção longa do tríceps, que origina-se no tubérculo infraglenoidal da escápula e

insere-se junto as porções laterais e medial que origina-se na face posterior do úmero

inserindo-se no olécrano da ulna.

Associado ao movimento de extensão ocorre uma pequena adução da

escápula, realizada pelos músculos rombóides, porção media, do trapézio e grande

dorsal. (KAPANDJI, 1990).

Ao final do movimento de extensão, nota-se ainda, uma grande tensão da

porção longa do bíceps, o qual deslizou sobre o sulco intertubecular do úmero

durante o curso do movimento.

2.8.6.3 Movimento de abdução

Tem uma amplitude de 180 graus, utiliza a escápula, a clavícula e a coluna

vertebral para alcançar sua amplitude total, como movimento de flexão.

Antes de apresentar o movimento de abdução, devemos ressaltar a atuação de certos

músculos durante o mesmo. O deltóide e os músculos do manguito rotador formam

uma unidade funcional durante o movimento de abdução do braço. A coordenação

funcional destes músculos é um aspecto de grande importância. O músculo

supraespinhoso não é o único a iniciar o movimento de abdução, como pensava-se.

Durante todo o movimento, os músculos deltóide porção média e o infraespinhoso,

contribuem para o mesmo, sendo o deltóide o principal, e que o Maximo de suas

atividade situa-se a 90 graus de abdução. Sabe-se ainda, que o deltóide, quando age

isoladamente fadiga-se com rapidez. (KAPANDJI, 1990).

22

Os músculos subescapular, que origina-se na fossa subescapular da escápula

e insere-se no tubérculo menor do úmero, infraespinhoso, origina-se na fossa

infraespinhal da escápula e insere-se no tubérculo maior do úmero, redondo menor e

supraespinhoso funcionam como coaptadores da cabeça do úmero na cavidade

glenóide. Este encaixe do úmero é indispensável para garantir a suavidade e

continuidade do movimento de abdução.

Quanto ao movimento de abdução propriamente dito, resolvemos não dividi-Io

em três tempos como na flexão. Pois, observamos uma significativa participação da

clavícula e escápula durante os primeiros 90 graus do movimento. (KAPANDJI,

1990).

Se tomarmos como referencia uma abdução do braço a 30 graus, notaremos

que houve uma elevação da extremidade externa da clavícula e aproximadamente 12

a 15 graus, e a escápula em movimento de campainha para o alto de 15 graus. Esta

elevação da clavícula se dá na articulação esternoclavicular com participação

acromioclavicular, como se verifica pelo aumento de 10 graus no ângulo

espinoclavicular (formado pela clavícula e a espinha da escápula).

Quando o úmero está a 90 graus de abdução, ocorreu 60 graus na articulação

glenoumeral e 30 graus na escápulo-costo-claviculares. A clavícula apresenta-se

nenhuma rotação por enquanto. O movimento de campainha da escápula também

está a 30 graus em rotação para o alto. (KAPANDJI, 1990).

Devemos lembrar que em 60 graus de abdução na articulação glenoumeral e

estando o braço em rotação interna, o movimento é limitado pela tensão dos

ligamentos glenoumeral e pelo choque do tubérculo maior do úmero contra o arco

coracoacromial. Necessitando assim, uma rotação externa, que proporciona em

deslizamento do tubérculo maior para trás e para baixo do acrômio, aumentando a

amplitude da articulação glenoumeral para 90 a 100 graus, bem como, diminuindo a

tensão do ligamento glenoumeral.

A partir do momento em que não há mais elevação da clavícula, ela inicia uma

rotação em torno de seu eixo longo, propiciando mais 30 graus de movimento

23

de campainha de rotação para o alto da escápula, perfazendo um total de 60 graus

de movimento escapular.

Se juntarmos os 60 graus de movimento escapular, mais 90 a 100 graus da

articulação glenoumeral. Teremos uma abdução de aproximadamente 150 graus.

(KAPANDJI, 1990).

A partir daí, o movimento está limitado pela resistência dos músculos

abdutores grande dorsal e peitoral maior. Sendo necessário a participação da coluna

vertebral através da transição cérvico-torácica, que contribui com os 30 graus finais

do movimento. (KAPANDJI, 1990).

2.8.6.4 Movimento de adução

É o inverso da abdução. A adução atinge 30 a 45 graus. (KAPANDJI, 1990).

Os músculos que executam o movimento de adução são: peitoral maior,

grande dorsal, redondo maior, coracobraquial e infraespinhoso. (SPENCE, 1991;

TESTUT, 1985).

Os rombóides e o redondo maior: a ação sinérgica deles é indispensável para

a adução. Se o redondo maior se contrai sozinho, o membro superior oferecendo

resistência a adução, é a escápula que vai girar para cima de seu eixo. A contração

dos rombóides impede esta rotação e permite a ação de adução do redondo maior.

(KAPANDJI, 1990).

Tríceps e grande dorsal: a contração do grande dorsal, músculo adutor muito

potente, tem tendência a luxar a cabeça umeral para baixo. A porção longa do tríceps,

que é ligeiramente adutora, contraindo-se simultaneamente, opõem-se a esta luxação

fazendo subir a cabeça umeral.. (KAPANDJI, 1990).

24

2.8.6.5 Movimento de rotação interna

Sua amplitude é de 100 a 110 graus. Para atingi-Ia é necessário passar o

antebraço atrás do tronco, o que exige um certo grau de extensão do ombro. Quanto

aos primeiros 90 graus, eles acompanham-se obrigatoriamente de uma flexão do

ombro, de forma que a mão fique a frente do tronco. O movimento de rotação interna

é realizado pela articulação glenoumeral juntamente com a escapulo-torácica. Esta

última contribui com o movimento de translação lateral externa de 20 a 25 graus,

realizada pelos músculos serrátil anterior e peitoral menor. Enquanto que, o

movimento na glenoumeral é realizado pelo grande dorsal, redondo maior,

subescapular e peitoral maior. Durante a translação externa da escápula, a cavidade

glenóide dirige-se mais para frente, a extremidade externa da clavícula coloca-se

para fora e para frente e o ângulo entre a clavícula e a escápula tem tendência a

abrir-se.

2.8.6.6 Movimento de rotação externa

Sua amplitude é de 80 graus e não atinge os 90 graus. Esta amplitude é

raramente utilizada na posição do braço vertical ao longo do corpo. Contrariamente, a

rotação externa mais utilizada, portanto a mais importante do ponto de vista funcional,

é a compreendida entre a posição de referencia fisiológica (rotação externa de 30

graus) e a posição de referencia clássica (rotação O grau).

Quanto ao movimento, a rotação na articulação glenoumeral não é suficiente

para alcançar a totalidade de sua amplitude, sendo uma das causas, a grande tensão

do ligamento glenoumeral. Necessitando a intervenção da escapulo-torácica com um

movimento de translação lateral interna de 20 a 25 graus. Os músculos

supraespinhoso e redondo menor são responsáveis pelo movimento na articulação

-

25

glenoumeral e os rombóides maior e menor e o trapézio, ela translação lateral interna

da escápula.

Durante esse movimento, a cavidade glenóide dirige-se mais diretamente para

fora, a extremidade para fora, a extremidade externa da clavícula coloca-se para

dentro e para trás e o ângulo entre a clavícula e a escápula tem tendência a se

fechar.

2.9 SiNDROME DO IMPACTO

É o impacto do manguito rotador e suas inserções na cabeça do úmero contra

o arco coracoacromial, sendo clássico o aumento da dor durante o "arco doloroso"

(abdução ou flexão de 68 graus a 120 graus com rotação interna) é crítica a mais ou

menos 90 graus, caracterizado uma das causas mais freqüentes de dor e impotência

funcional do ombro. As estruturas envolvidas são os tendões do manguito rotador,

cabeça longa do bíceps, arco coraco acromial, bursa subacromial, subdeltóidea e

superfície superior do úmero. (HIRSHFELD, 1990; VOLPON, 1985).

2.9.1 Etiologia

Fator traumático

Está presente em jovens, principalmente atletas, e outros profissionais que

executam movimentos vigorosos e ou repetitivos, com o braço acima de 98 graus

de abdução ou flexão.

Degenerativo

26

Ocorre normalmente em pessoas acima dos 40 anos de idade, estando

relacionado com o envelhecimento biológico do ombro.

Tanto o fator traumático quanto o degenerativo, podem estar relacionados com a

morfologia do acrômio, classificados em três tipos: plano, curvo e ganchoso,

sendo o plano, o único que não predispõe à síndrome. (HIRSHFELD, 1990).

2.9.2 Fisiopatologia

A síndrome do impacto evolui em três estágios anatomopatológico

relacionados com os grupos etários em que incide. O primeiro acomete os jovens em

torno de 20 anos de idade, principalmente esportistas que fazem movimentos

repetitivos e vigorosos de abdução e flexão do braço acima de 90 graus. É

caracterizado por edema e hemorragia tendínea e bursal. (HIRSHFELD, 1990;

VOLPON, 1985).

Se não houver tratamento precoce durante este estágio, ocorrerá uma

diminuição acentuada do espaço entre a cabeça do úmero e a porção inferior do

acrômio (que em condições normais é aproximadamente 14 mm), devido ao edema

do tendão muscular. Portanto, no tratamento deve-se observar e respeitar a dor e a

limitação da amplitude durante a mobilização passiva e ou ativa do paciente, evitando

assim, o aumento da dor e da lesão. (HIRSHFELD, 1990; VOLPON, 1985).

O segundo estágio, que atinge de até 40 anos de idade, é caracterizado por

tendinite e fibrose do manguito dos rotadores (principalmente do supra-espinhoso) e

bursite subacromial, esta quase sempre, secundaria ao processo patológico dos

tendões. Acredita-se que a maior incidência no músculo supraespinhoso é devido a

sua precária e maior exposição ao impacto. (HIRSHFELD, 1990; VOLPON, 1985).

O terceiro estágio atinge indivíduos acima de 40 nos de idade. Caracterizado

pelo aparecimento de osteófitos no acrômio, articulação acromioclavicular, e

tubérculo maior do úmero, bem como, pr ruptura do manguito rotador, principalmente

- - - -

27

o supraespinhoso. Esta ruptura é devida a pequenas outras rupturas que são

substituídas por tecido cicatricial, levando o tendão a perder sua elasticidade normal,

tornando-se mais fino e deixando de funcionar como um absorvente eficaz dos

choques entre a cabeça do úmero e o acrômio.

Após estudar o padrão microvascular do manguito rotador em cadáver,

Macnab e Rathbun, concluíram que existe uma zona de avascularidade relativa no

tendão do supraespinhoso onde ocorreu degeneração tendinosa em virtude de

pressão constante exercida pela cabeça do úmero. Eles assinalaram que, com a

progressão das alterações degenerativas no tendão, ele torna-se mais delgado e a

zona de avascular relativa parecia aumentar. Nos tendões com ruptura espontânea,

eles demonstraram que maior parte do tendão proximal à ruptura era avascular e

mostrava evidência de alterações degenerativas avançadas. (HIRSHFELD, 1990;

VOLPON, 1985).

A reparação por reação vascular no paciente jovem é vigorosa e

conseqüentemente a cura é relativamente rápida. O paciente mais idoso apresenta

maior desgaste e reparação menos vigorosa, com cura mais lenta. (HIRSHFELD,

1990 I VOLPON, 1985).

Em ruptura parcial, as fibras intactas do tendão asseguram continuidade e

permitem invaginação vascular e reparação da área danificada. Em uma ruptura

completa, há pequena ou nenhuma reparação. As fibras proximais podem retrair-se

tornando-se estagnadas. Algumas vezes, a parte intra-articular da porção longa do

bíceps está desgastada ou completamente rompida. Nestas lesões do bíceps, podem

se encontrar as mesmas alterações por atrito, observadas nos tendões do manguito

rotador. Todavia a maioria das suas rupturas ocorre após uma ruptura do manguito

rotador adjacente e deixa esta parte d tendão exposta aos traumatismos quando o

ombro é movimentado. (HIRSHFELD, 1990; VOLPON, 1985).

Quanto à localização das lesões do manguito rotador, Kessel e Watson

reconheceram três tipos diferentes da síndrome. O primeiro chamado posterior, mais

benigno, deve-se à lesão do tendão do infraespinhoso e ou redondo menor, evolui

bem com o tratamento conservador. O segundo ou anterior, também benigno, deve

-- --------------------

28

se a lesão do tendão do músculo subescapular. O terceiro designado de superior é o

mais resistente ao tratamento conservador deve-se à lesão do tendão do músculo

supraespinhoso. (HIRSHFELD, 1990; VOLPON, 1985).

Em todo os tipos o fator comum do desencadeamento do processo é a

compressa exercida pelo coracoacromial sobre o manguito rotador, mas os autores

chamam também a atenção para a participação da articulação acrômio-clavicular na

fisiopatologia da síndrome do tipo posterior. (HIRSHFELD, 1990; VOLPON, 1985).

2.9.3 Quadro Clínico

Quase todos os pacientes com a síndrome do impacto apresentam sinais e

sintomas semelhantes, isto é, dor, espasmo muscular, limitação do movimento (tanto

voluntário, quanto involuntário), atrofia muscular e hipersensibilidade sobre a inserção

dos músculos rotadores, habitualmente aquela do supraespinhoso no tubérculo maior.

Os sintomas variam de acordo com o mecanismo, a área e o estágio da lesão. Uma

lesão crônica que persistiu por meses e causou apenas uma série de pequenos

sintomas pode agudizar bruscamente. (HIRSHFELD, 1990; VOLPON,1985).

Nos casos de laceração do manguito rotador, os achados constantes são:

movimento passivo i rrestrito , semanas após a ruptura, acentuada fraqueza de

abdução ou incapacidade de mantê-Io em 90 graus contra a gravidade ou uma

pequena resistência sinal de queda de braço e comunicação entre a articulação do

ombro e a bolsa subdeltóidea. (HIRSHFELD, 1990; VOLPON, 1985).

29

3 MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizado um estudo de um paciente com lesão do Manguito Rotador, com

27 anos de idade, a evolução do tratamento foi acompanhado durante duas semanas,

período do tratamento, com inserções das agulhas de 40 mm de comprimento e 0.22

e 0.30 de diâmetro. Estes foram penetrados seis pontos específicos, o IG4 (hegu)

situado na região entre o polegar e o indicador, colocado perpendicularmente à pele;

IG11: (Quchi) na extremidade externa da prega do cotovelo; IG1S: (Jianyu) braço em

flexão a 90 , numa depresão formada na frente do acrômio; IG16 (Jugu) numa

depressão fromada entre o acrômio e a clavícula

TAS (Waiguan) acima da prega dorsal do punho e o VG 20 (Baihui) um ponto do

ápice da linha auricular com a linha media da cabeça. Subcutâneo

* Agulha descartável

--

.

IG11 (Quchi)

.

~ ....

IG1S (Jianyu) IG16 (Jugu)

TAS (Gaikan) VG20 (Baihui)

--- - - -

30

31

3.1 PROCEDIMENTO

Inserção perpendicular da agulha e permanece por um período de 5 minutos

sem uma estimulação, estímulos como a rotação da agulha por 1 minuto. Inserção

com estímulo de rotação a cada 15 minutos.

3.2 FICHA DE AVALIAÇÃO

1. Nome: ..................................................................

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

Data da avaliação: . !... !....

Idade: .................... Sexo: .....................

Data de nascimento: ..........................

Profissão: ......................................................................

Nacionalidade:.................................

Telefone: (comercial): .................................(residencial):....................................

AI i mentação: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

.............................................................................................................................

10. Medicamentos/Quais:..........................................................................................

.............................................................................................................................

11. Atividade Física: ( ) sim () não

Qual ? .............................................................................................

Freqüência: ...............................................................................

12. Hábitos vida: Etilismo S ( ) N ( ).......................................

32

Tabagismo S ( ) N ( ) .......................................

13. Realizou cirurgia: S ( ) N ( ) Quantas vezes? Qual? ......................................

14. Diabético: ................................................

15. Hipertenso: ..............................................

16. Sente dores? Aonde?...................................................................................

17. Inicio da dor........................................................................................................

18. A intensidade da dor? .....................................................................................

19. Como é a dor?

( ) queimação ( ) latejante ( ) irradiada ( ) outra: ..................................

20. Resultado do tratamento anterior, qual?...........................................................

21. Goniometria..........................................................................................................

.................................................................................................................................

22. Força Muscular............................................................................................

23. Exames................................................................................................................

..................................................................................................................................

..........................................

24. Observações...............................................................................................

.......................................................................................................................

......................................................................

33

4 RESULTADOS OBTIDOS

Dor

12

10

8

6

4

Escala da Dor

2

N.Sessão o

2 3 4 5 6 7 8 9 10

1_ Escala da Dor

I

10 - 9: Dor incapacitante 8

- 7: Forte

4 - 6: Dor suportável

1 - 3: Dor leve

O : Ausente

o gráfico mostra a graduação da dor do paciente, podemos observar que na 3

a 4 sessão , o paciente apresentou importante melhora do quadro álgico, porem a

partir da 5 a 6 sessão a dor aumentou devido ao retorno do paciente ao esporte,

retomando assim ao tratamento , e com a continuidade da terapia, na 8 a 9 sessao

houve melhora da dor.

- - - -

34

4 CONCLUSÃO

Pelos trabalhos vistos, concluímos que a acupuntura vem evoluindo muito nas

últimas décadas, principalmente através do interesse científico dado ao assunto na

tentativa de desmistifica-Ia e usá-Ia como mais uma arma terapêutica em benefício do

paciente. Hoje já evoluímos bastante em entender as bases neurofisiológicas da

analgesia pela acupuntura, mas compreendemos que não é apenas isto, e que o

tratamento pela medicina tradicional chinesa é muito mais que a simples colocação

de agulhas.

A acupuntura mostra-se como uma forma eficaz de tratamento das dores

musculares, embora, assim como nos tratamentos tradicionais, tenha melhores

respostas em certas patologias em detrimento de outras.

No futuro novos trabalhos deveram ser realizados na tentativa de desfazer as

falhas dos atuais.

o paciente estudado, teve grande melhora da dor já na 3°, 4 ° sessão como

pudemos observar no gráfico da evolução da dor, e a partir da 8° sessão não

apresentou quadro álgico. Este resultado não foi só obtido com o uso da acupuntura,

mas também com o esforço de paciente na sua recuperação. E que o uso da

Acupuntura é de ótimo prognóstico.

35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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httD://www.clinicahona.com.br/acuDunturaaDresentacao.htm

D.O.U. N° 248 DE 27/12/00 SEÇÃO I PÁGINA 70

Dispõe sobre o reconhecimento da Acupuntura como

Especialidade do Fisioterapeuta.

o Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

- COFFITO, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e

cumprindo o deliberado em sua 908 Reunião Ordinária, realizada nos

dias 13 e 14 de dezembro de 2000, na Sede do COFFITO, situada no

SRTS - Quadra 701 - Conj. L - Edifício Assis Chateaubriand, Bloco

li, Salas 602/614, Brasília - DF., na conformidade com a

competência prevista nos incisos 11, 11I e XII do Art. 5°, da L ei n.o

6.316, de 17.12.1975, Considerando: 1 - Que o Fisioterapeuta exerce a

Acupuntura no país desde o ano de 1985, sob controle ético

institucional autorizado pelo COFFITO, através de Resolução nO

60/85; 2 - Que as Resoluções COFFITO de nOs 97, de 22/04/1988, e

201, de 26/06/1999, estabeleceram um maior rigor acadêmico para a

concessão de autorização ao Fisioterapeuta para a prática da

Acupuntura; 3 - Que o Fisioterapeuta, foi submetido ao controle ético

institucional para a prática da Acupuntura por mais de 15 anos, sem

qualquer ocorrência de dolo social comprovado; 4 - Que as

Resoluções COFFITO de nOs. 60/85, 97/88 e 201199 pelos positivos

efeitos éticos e científicos produzidos, legitimam e justificam a

ascensão da Acupuntura ao grau de especialidade, Resolve:

Art. 1 ° - Sem caráter de exclusividade corporativa, reconhecer a

Acupuntura como especialidade do profissional Fisioterapeuta, desde

que, tenha cumprido as exigências contidas nas Resoluções COFFITO

de nOs 60/85,97/88 e 201199.

Art. 2° - Os profissionais autorizados à prática da Acupuntura, deverão

ter anotado nas suas carteiras de identidade profissional (tipo livro), a

condição de especialista em Acupuntura, instituída por esta Resolução.

- - --- - -

38

39

J]

Art. 3° - Os casos omissos serão deliberados pelo Plenário do COFFITO.

revogaaas as OISpOSlçoes contranas.

CÉLlA RODRIGUES CUNHA RUY GALLART DE MENEZES

Diretora-Secretária Presidente

PUBLIQUE-SE:

RG: CREFITO-13-F

Dr. RUY GALLART DE MENEZES

Presidente

- - --

40

TERMO DE CONSENTIMENTO

AUTORIZAÇÃO

Eu,................................................ , portador do RG .................................venho

através deste autorizar Márcia Lie Sakaguti a acompanhar o tratamento de

acupuntura durante o período de / /2002 a / /2002 para fins de pesquisa da

monografia do último ano do Curso de Fisioterapia da Universidade Tuiuti do

Paraná

Assinatura

Curitiba ..... , ............................. de 2002.

FIGURA 1