UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA ISABELA OLIVEIRA...
Transcript of UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA ISABELA OLIVEIRA...
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAISABELA OLIVEIRA FRANCO DE MACEDO
NivEL DE ESTRESSE ENTRE PROFISSIONAIS QUE PROCURARAM 0SERVI90 DE CHECK-UP
CURITIBA
2006
ISABELA OLIVEIRA FRANCO DE MACEDO
NivEL DE ESTRESSE ENTRE PROFISSIONAIS QUE PROCURARAM 0SERVI<;:O DE CHECK-UP
Monografia apresentada ao curso deP6s-graduayao em psicologia clinica, daUniversidade Tuiuti do Parana, comorequisito parcial a obtenc;:ao ao titulo deEspecialista.Orientador: Profa. Maria CristinaAntunes
CURITIBA2006
ISABELA OLIVEIRA FRANCO DE MACEDO
NivEL DE ESTRESSE ENTRE PROFISSIONAIS QUE PROCURARAM 0SERVI<;:O DE CHECK-UP
Monografia apresentada ao curso deP6s-graduag8.o em psicologia clinica, daUniversidade Tuiuti do Parana, comorequisito parcial a obteng8.o ao titulo deEspecialista.
COMissAo EXAMINADORA
Profa. Maria Cristina Antunes
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Prof. Raphael di LascioUNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
CURITIBA. DE DE 2006
Ao meu espose, Renato Valentede Almeida, meu companheiro detodas as horas, que sem a suadedicagao, apoio e carin he essetrabalho nao teria side concluido.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais pele apoio, carinho e incentivo.
A minha orientadora que me auxiliou nesta pesquisa.
Ao meu filho, Felix, que 56 me trouxe alegria e passou a dar sentido a minha vida!
RESUMO
A fim de S8 determinar 0 nivel de estresse e sua sintomatologia foram avaliados 200profissionais encaminhados pela empresa cnde trabalham para urn servic;;o de check~upde urn hospital privado de Curitiba, no periodo entre julho de 2005 e abril de 2006,Objetivou-se descrever 0 nivel de estresse e sua sintomatologia entre os participantes,sendo utilizado 0 Inventario de Sintomas de Stress (ISSL). Pelos resultados obtidosverificou-se que 36,5% dos participantes apresentavam sintomas de estresse e desses86,5% encontravam-se na fase de resistencia. Os sintomas de estresse mais referidosfcram tensao muscular (40,5%) e insonia (32.5%) nas ultimas 24 haras; eformigamento das extremidades (95,5%), sensayao de desgaste fisico con stante (32%)e problemas com a memoria (32%) na ultima semana. No ultimo mes, a sintoma fisicomais citado foi ulcera - referido por 50% - , seguido da ins6nia referido por 38,5%. Combase nesses achados verificou-se urn baixo indice de estresse nessa populac;:aoquando comparado a outros estudos e predominancia de sintomatologia na fase deresistencia.
Palavras-chave: Estresse, sintornas, Inventario de Sintornas de Stress (ISSL)
LlSTA DE GRAFICOS
Grafico 1 - Idade dos participantes que procuraram 0 servigo de check-up 31
Grafico 2 - Posigao ocupacional dos participantes dessa pesquisa 32
Gratico 3 - Situagao familiar dos participantes que participaram dessa pesquisa __ 32
Grafico 4 - Numero de filhos dos participantes dessa pesquisa 33
GrMico 5 - Renda suprir suas necessidades 33
Grafico 6 - Percep9ao do estresse ocupacional 34
Grafico 7 - Resultado de estresse dos participantes 35
Grafico 8 - Fases do estresse 36
Grafico 9 - Vulnerabilidade aD estresse 37
Grafico10 - Sintomas das ultimas 24 horas - fase do alerta 38
Grafico11 - Sintomas das ultima semana - fase da resistencia e quase-exaustao __ 40
Grafico12 - Sintomas do ultimo mes - fase da exaustao 41
SUMARIO
1.INTRODUC;;AO 9
1.1 Fisiologia do estresse de acordo com as fases da sind rome geral de adapta<;:ao _17
1.2. Alterayoes hormonais no estresse 19
1.3. Altera<;:oes imunol6gicas no estresse 21
1.4 Psicodrama 24
2. OBJETIVO 27
2.1 Objetivo Geral 27
3. METODO ____________________ 28
3.1. Participantes 28
3.2. Procedimentos 28
3.3 Instrumentos 29
4. ANALISE DE DADOS E DISCUssAo 31
5.CONCLUSOES 44
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 46
1. INTRODU~i\O
Atualmente, a palavra estresse tern sido multo empregada, associada a
sensayoes de desconforto, sendo cada vez maior 0 numero de individuQs que se
definem como estressados (STACCIARINI & TROCCOLO, 2001). Entretanto, as
primeiras refer€mcias it palavra "stress" com significado de afliyao e adversidadedatam do s,;oulo XIV (LlPP, 1996). No seculo XVI, essa palavra de origem latina
passou a ser utilizada para denotar opressao, desconforto e afliyao
(SPIELBERGER, 1972).
Atribui-se ao medico-endocrinologista Hans Seyle, a primeira utiliza9ao
do termo "stress" na area de saude. Ele observou que muitos pacientes sofriam
de diferentes doenyas f[sicas, porem reclamavam de sintomas comuns. Essa
observayao 0 levou a investiga90es clinico-Iaboratoriais que 0 permitiram em
1936 definir "stress" como 0 resultado inespecifico de qualquer demanda sabre a
corpo, seja de efeito mental au somatico. Oefiniu tambem "estressor" como todo a
agente au demanda que evoca reac;ao de estresse, seja de natureza fisica,
mental ou emocionaL Em seus estudos, ele observou tambem que estresse
produzia reac;6es organicas de defesa e adaptac;ao frente ao agente agressor
(SEYLE, 1956).
A partir dessas observac;6es, Seyle descreveu a Sind rome Geral de
Adapta,ao (SAG) que e entendida como a conjunto de todas as rea,oes do
organismo que acompanham a exposic;ao prolongada ao agente estressor. Essa
s[ndrome apresenta tres fases au estagios:
1" - FASE DE ALARME: 0 processo auto-regulatorio do organismo se
inicia como um desafio ou ameac;a percebida, as alterac;6es hormonais
contribuem para que ocorra aumento da motivac;ao e energia gerando maior
produtividade do organismo visando a enfrentamento da situac;ao. Essa fase ecaracterizada por alguns sintomas como palpitaC;8o, dor de cabec;a, sudorese fria,
opressao pre-cordial, extremidades frias. (SEYLE, 1956)
2' - FASE DE RESISTENCIA: Com a manuten~ao do agente estressor,
° organismo altera seus para metros de normalidade e concentra a reaC;8o interna
10
em urn determinado orgao-alvo, desencadeando a Sind rome de Adaptaryao Local
(SAL). Nessa rase ocorre a manifestac;t3ode sintomas da esfera psicossocialcomo ansiedade, mede, isolamento social. transtornos alimentares, impotencia
sexual e outros. (SEYLE, 1956)
3' - FASE DE EXAUSTAO: 0 organismo encontra-se extenuado pelo
exceSSD de atividades e pelo alto consumo de energia a fim de buscar 0 re-
equilibrio. 0 que ocorre entaD e a falencia do 6rgao mobilizado na SAL
manifestada sob a forma de doen9a organica. (SEYLE, 1956)
Segundo Lipp (2004), uma das dificuldades frequentemente
mencionadas por profissionais da area, e a do diagn6stico diferencial dos
sintomas e da fase do "stress"em que a pessoa possa S8 encontrar. De acordo
com a literatura internacional, ele pade ser avaliado da seguinte forma:
Por meio da avaliac;clo de eventos causadores do estresse - Holmes e
Rahe (1967) sugeriram que 0 nivel de estresse pode ser medido indiretamente
pela avalia9ao dos grandes fatores estressantes que tenham ocorrido na vida de
uma pessoa nos ultimos meses. KANNER et al. (1981) sugeriram que, alem de
verificar os grandes estressores, e necessario avaliar tambem os pequenos
aborrecimentos do dia-a~dia, que possuem efeito cumulativo no organismo. (LlPP,
2004)
Por meio de rea90es - Everly e Sobelman (1987) sugeriram que uma
outra maneira indireta de mensurar a res posta de stress e por meio da avalia9ao
dos aspectos cognitivos/emocionais apresentados. (LlPP, 2004)
Par medidas fisiologicas e endocrinas - Andreassi (19aO) e Everly
(1990) tem sugerido que e possivel medir a resposta do estresse em nivel
fisiologico, 0 que inciui tecnicas eletrodermicas, prodedimentos eletromiograficos
e medidas cardiovasculares. Ja Mcclelland, Ross, Patel (1985) mencionaram que
o estresse pode ser avaliado em nivel neuroendocrino par meio do indice de
catecolaminas derivadas de amostras do plasma, da urina e da saliva. (LlPP,
2004)
Por meio de doen9as em 6rgilos-alvo, Miller e Smith (1982) sugerem
que 0 diagnostico seja realizado considerando-se a doen«;:a ja manifesta em
algum 6rgilo. (LlPP, 2004)
11
Desde sua publica<;ao em 1956, 0 modele trifasico de Seyle embasou
inumeras pesquisas na area de "stress". Na decada de 90, Lipp (1994) identificou
em seus estudos uma quarta fase da Sindrome Geral de Adapta<;ao (SAG), tanto
clinica quanta estatisticamente. Essa nova rase, encontrada entre as rases de
resistEmcia e de exaustao, foi chamada de quaS€M€Xaustao. Ela e caracterizada
par urn enfraquecimento da pessoa que naD consegue se adaptar au resistir ao
agente estressor, ocorrendo surgimento de algumas doenl):as. Ainda em seus
estudos, Lipp (1994) relata as passiveis rea90es fisieas e emocionais frente aDestresse. Os sinais e sintomas rna is freqOentes em nivel f;siCD sao sudorese
excessiva, contra~ao muscular, palpitar;oes, nauseas, labilidade tensional,
extremidades frias. Em termos psicol6gicos pade ocorrer ansiedade, angustia,
alienar;80 duvidas quanta a SI proprio, preocupatyao excessiva, inabilidade em se
concentrar em outros assuntos que nao 0 estressor, ira e labilidade emocionaL
Com base na ideia do diagnostico do estresse pela identifica<;:ao dos
sintomas foi criado 0 Inventario de Sintomas de Stress para Adultos (ISSL)
validado por Lipp e Guevara (1994) e padronizado por Lipp (2000). Pode ser
administrado em cerca de dez minutos e tern sido utilizado em varios trabalhos
clinicos e em pesquisas na area do estresse. 0 ISSL permite um diagnostico
preciso para a ocorrencia do estresse na pessoa, situando a fase do estresse na
qual ela se encontra e se para ela 0 estresse se manifesta por meio de
sintomatologia na area flsica ou psiquica, viabilizando uma aten<;:ao preventiva em
momentos de maior tensao. Embora 0 ISSL tenha side elaborado para a
avalia<;:ao do estresse em adultos e em adolescentes com mais de 14 anos de
idade, foi publicada ern 2004 a Escala de Stress em Adolescentes (ESA), que
possibilita um diagnostico rna is preciso do quadro sintomatologico dessa faixa
etaria (LlPP, 2004) Eo importante ressaltar que 0 estresse infantil tambem requer
urn instrumento especializado para sua identifica<;:ao e diagnostico como a Escala
de Stress Infantil (ESI) desenvolvida por Lipp e Lucarelli (1998). Em seu manual,
o ISSL possui termos alternativos que permitem sua utihzatyao em populal(oes
com nivel educacional rna is baixo. (LlPP, 2002)
Ao se realizar um diagn6stico de estresse deve-se identificar 0 estagio
do processo no qual a pessoa se encontra, po is muitas vezes diagnostica-se
erroneamente que a pessoa esta estressada independente da gravidade da
12
situagao ou do local aonde ela S8 encontra na reac;c3o complexa do estresse.
Dessa forma pode-s8 correr 0 risco de 58 fazer urn diagn6stico em uma pessoa
que S8 encontra com urn estresse baixo como estando "estressado" ja em fase de
exaustao do estreSS8. Oeve-se lembrar que a gravidade da condiryao
diagnosticada exige uma identificagao da fase do estresse na qual a pessoa S8
encontra em um dado momento (LlPP, 2004).
o diagnostico diferencial do estresse e de Dutra patologia nem sempre
e facil. Naturalmente, e passivel encontrar stress em pessoas psic6ticas,
depressivas, suicidas enfermas etc. Em virtude de 0 estresse ter 0 potencial de
agravar Qutras patologias, tad a vez que ele S8 encontrar presente, deve ser
tratado concomitantemente as outras dificuldades. Nao e adequado tratar primeiro
o outro problema, pois, muitas vezes, sem que 0 stress seja eliminado, a
probabilidade de 0 quadro subjacente melhorar torna-se menor. (LlPP, 2003)
Em outras situagoes, a pessoa conta com alguns sintomas
caracteristicos de stress sem atingir os criterios estabelecidos no ISSL para
diagnostico de stress em qualquer das fases. 1550 pode ocorrer porque 0 sintoma
do momento pode estar ligado a outra patologia ou pode ser devido a algo
momentaneo. No entanto, se 0 respondente alegar que tem tido varios sintomas
par um perlodo prolongado, ou se 0 numero de sintomas for muito grande,
mesmo que inferior aos limites, deve-se levantar a hipotese de que fatores
estressantes de grande porte talvez estejam incidindo sobre ele. Um trabalho
preventivo deve ser recomendado a fim de minimizar os estressores presentes ou
aumentar a resistencia da pessoa. (LlPP, 2003)
Em sua pesquisa sobre 0 "stress" que avaliou a saude, ocupagoes e
grupos de risco no Brasil, Upp (1994) tambem observou que 0 estresse quando
presente no individuo pode desencadear uma serie de doengas e que, se nada for
feito para aliviar a tensao a pessoa se sentira cada vez mais exaurida e
depressiva. Oessa forma, podem ocorrer diversas doengas - dependendo ou nao
da heranga genetica - pode favorecer 0 aparecimento de doenga ulcerosa
peptica, hipertensao arterial, disturbios psiquiatricos como a sind rome do panico,
ou de infecgoes oportunlsticas como a herpes zoster. A partir dai e na ausencia
de tratamento especializado existe a risco de ocorrer doengas graves como infarto
do miocardio e acidente vascular cerebral. E importante ressaltar que 0 estresse
13
nao e 0 fator etiol6gico dessas doenc;:as, e sim urn fator desencadeante para
patologias as quais 0 individuo ja apresentava alguma predisposic;:ao genetica au
baixa-imunidade.
o estresse nao 56 depende do estimulo estressor e da resposta
biol6gica a ele, mas tambem da maneira pela qual a pessoa avalia e enfrenta esle
estlmulo, levando em consideragc3o as caracteristicas individuals de cada urn e 0
tipo de ambiente no qual esta inserido. Pensando denlro deste principia de
relag8o, 0 estresse e suas conseqCrencias dependem de inumeros fatores, da
pessoa, do ambiente e da circunstancia, assim como de uma determinada
combinagc3o entre eles. Dentro desta perspectiva, 0 estresse deve ser entendido
como uma rela<;:c3oparticular entre uma pessoa, seu ambiente e as circunstancias
a que esta submetido, que e avaliada pela propria pessoa como uma ameaya ou
alga que exige dela eslor90, e que poe em perigo 0 seu bem-estar. (SILVA, 1999)
Segundo Lipp (1998), 0 estresse pode se originar de lontes internas e
ou externas. Essas sao representadas pelo que nos acontece na vida ou pelas
pessoas com as quais lidamos, podemos dizer que e tudo que vern do ambiente
externo como: como 0 frio, 0 calor, condi<;oes de insalubridade, ou ainda 0
ambiente social e 0 do trabalho. Ja 0 estresse gerado por fontes internas sao
aqueles relacionados ao tipo de personalidade e 0 modo como 0 individuo reage
a vida, resumidamente, e 0 vasto mundo de ideias, sentimentos, emoy6es,
desejos, expectativas, imagens etc., que cada urn tern dentro de si.
Outro conceito que amplia 0 entendimento do estresse e 0 do coping,
que tern sido descrito como 0 conjunto das estrategias utilizadas pelas pessoas
para se adaptar a situay6es adversas ou estressantes. Os esforyos despendidos
pelos individuos para abordar tais situayoes - sejam elas agudas ou cronicas -
tern se constituido em objeto de estudo da pSicologia social, clinica e da
personalidade, encontrando-se atrelado ao estudo das diferen<;as individuais. A
partir da decada de 60, estendenda-se pelas duas decadas seguintes, uma
segunda gerayao de pesquisadores apontou para uma nova perspectiva em
relay80 ao coping. Esta epoca foi marcada par importantes avan<;os na area que
geraram publica<;6es, .•.~especial pelo grupo de Lazarus e Folkman que
passaram a conceitq~(II~R~ 6Q~ir.t9 como urn processo transacional entre a pessoa
\'~':~O~,~p
14
e a ambiente, com enfase no processo, tanto quanta em trayos de personalidade
(FOLKMAN e LAZARUS, 1985)
Em uma perspectiva congnitivista, Folkman e Lazarus (1980) propoem
urn modele que divide 0 coping em duas categorias funcionais: coping focalizado
no problema e coping focalizado na emoc;8o. Essa construy80 baseou-se em
analises fatoriais que geraram dais fatores principais utilizados pelos
pesquisadores para definir as dais tipos de estrategias do coping. Nessa
perspectiva entao, coping e definido como urn conjunto de esforyos, cognitivos e
comportamentais, utilizado pelos individuos com 0 objetivo de I[dar com
demandas especificas - internas au externas - que surgem em situac;oes de
stress e sao avaliadas como sobrecarregando ou excedendo seus recursos
pessoais (LAZARUS e FOLKMAN, 1980). Essa defini,ao implica que as
estrategias de coping sao agoes deliberadas que podem ser aprendidas, usadas e
descartadas. Portanto, mecanismos de defesas inconscientes e nao-intencionais,
como negagao, deslocamento e regressao, nao podem ser considerados como
estrategias de coping. Alem disso, somatizagao, dominagao e competencia sao
vistos como resultado dos esforgos de coping e nao com estrategias (RYAN-
WENGER,1992).
o modele de Folkman e Lazarus (1980), envolve quatro conceitos
principais: (1) coping e um processo ou uma interagao que se da entre 0 individuo
e 0 ambiente, (2) sua fungao e de administragao da situagao estressora, ao inves
de controle ou dominic da mesma, (3) os processos de coping pressupoem a
nogao de avaliagao, ou seja, como 0 fenomeno e precedido, interpretado e
cog nit iva mente representado na mente do individuo, (4) 0 processo de coping
constitui-se em uma mobilizagao de esforgo, atraves da qual os individuos vao
empreender esforgos cognitivos e comportamentais para administrar (reduzir,
minimizar ou tolerar) as demandas internas ou externas que surgem da sua
interagao com 0 ambiente (Figura 1). Este modelo tem sido referido como 0 mais
compreensivo dos modelos existentes.
15
ihlr('\\()]potC>lll'i;Jll·
~
Ao contrario dos estilos de coping - ligados a fatores disposicionais do
individuo, as estrategias de coping tern side vinculadas a fatores situacionais
Folkman e Lazarus (1980) enfatizam 0 papel assumido pelas estrategias de
coping, apontando que estas estrategias podem mudar de momento para
momento, durante as estagios de uma situay80 estressante. Dada a essa
variabilidade nas rea90es individuais, estes autores defendem a impossibilidade
de S8 tentar predizer respostas situacionais a partir do estllo tlpico de coping de
uma pessoa.
As estrategias de coping refletem 390e5, comportamentos au
pensamen10s usados para lidar com um estressor (FOLKMAN et ai., 1984).
Segundo Folkman e Lazarus (1980), estas estrategias podem ser classificadas
em dOls tlPOS de pendente de sua funyao. 0 copmg focalizado na emoyao edefinido como um esforyo para regular 0 estado emocional que e associado ao
16
stress, au e 0 resultado de eventos estressantes. Estes esforvos de coping sao
dirigidos a urn nivel so matico e/au a urn nivel de sentimentos, tendo par objetivo
alterar 0 estado emocional do individuD. Por exemplo, fumar urn cigarro, tomar urn
tranquilizante, assistir a uma cornedia na televisao, sair para correr, sao exemplos
de estrategias dirigidas a urn nivel somatico de tensao emocionaL A fun.yao
destas estrategias e reduzir a sensac;ao flsica desagradavel de urn estado de
stress.
o coping focalizado no problema constitui-se em um esforc;o para atuar
na siluaC;8o que deu origem aD stress, tentando muda-Ia. A funC;Elo desta
estrategia e alterar 0 problema existente na relac;ao entre a pessoa e 0 ambiente
que esla causando a tensBio. A a9aO do coping pode ser direcionada internamente
au externamente. Quando a coping focalizado no problema e dirigido para uma
fonte externa de stress, inclui estrategias tais como negociar para resolver um
conflito interpessoal au solieitar ajuda pratica de outras pessoas. 0 coping
focalizado no problema e dirigido internamente, geralmente inclui reestrutura9ao
cognitiva como, par exemplo, a redefiniyBlo do elemento estressor (FOLKMAN et
al.,1984).
Para Folkman e Lazarus (1980), 0 usa de estrategias de coping
focalizando 0 problema ou a emoyao depende de uma avaliayao da situayBio
estressara na qual 0 sujeito encontra-se envolvido. Existem dois tipos de
avaliayao de acordo com esta tearizayao. A avaliayao primaria e um processo
cognitiv~ atraves do qual os individuos checam qual 0 risco envolvido em uma
determinada situay80 de stress. Na avaliay80 secundaria as pessoas analisam
quais sao as recurs os disponiveis e as opyoes para lidar com 0 problema. Em
situa90es avaliadas como modificaveis, 0 coping focalizado no problema tende a
ser mais utilizado nas situayoes avaliadas como inalteraveis (FOLKMAN e
LAZARUS, 1980).
Lazarus (1984) indicam claramente que os processos de coping variam
com 0 desenvolvimento da pessoa. Essa variabilidade ocorre devido a grandes
modificayoes que se processam nas condiyoes de vida, atraves das experiencias
viveneiadas pelos individuos. Segundo este ponto de vista, nao somente 0
envelhecimento e levado em considera,ao, mas tambem 0 significado dos
eventos estressantes nos diversos momentos da vida dos individuos.
17
1.1. Fisiologia do estresse de acordo com as fases da sindrome geral de
adapta<;iio:
A fase de alarme subdjvide~se em dais estados, 0 de choque e 0 de
contra-choque. As altera90es fisiologicas que 0 individuo experimenta no estado
de cheque - momento no qual recebe a estimulo estressor, sao muito
exuberantes e contam com a participa9210 do sistema nervoso autonomo (SNA).
(GREENSPAN, 1991)
Inicialmente ha envolvimento do hipotalamo que ativa tada a pen;:ao
simpatica do SNA atraves da produ<;ao e libera<;ao do Fator liberador da
Corticotrofina, que estirnula a glandula hipofise (au pituitcfuia) a produzir a
hormonio adreno-corticotrolico (ACTH), 0 qual promovera a a<;ao das glandulas
adrenais. Nesse 5itio, acorre urn aumento na libera/yao de cortisol e de
catecolaminas, harmonics esses de fundamental importancia na res posta
fisiologica ao estresse. (GREENSPAN, 1991)
o aumento na secreC;:8o de catecolaminas - adrenal ina e noradrenalina
- pelas adrenais e 0 principal indicador biol6gico da resposta ao estress€.
Pesquisas realizadas com universitarios no periodo de exames confirma 0
aumento na produc;:ao de catecolaminas uma vez que metabolitos urinarios
desses harmonics foram significativamente presentes nessa populac;:ao.(GREENSPAN, 1991)
Quadro 1- Altera<;oes na lase de choque da rea<;ao de alarme
ALTERA<;OES OBJETIVOS
A) aumento da pressao o sangue circulando rna is rapido melhora a
cardiaca e presseo arterial atividade muscular esqueletica e cerebral,
facilitando a 39;30 e 0 movimento
B) contra<;ao do bra<;o levar rnais globulos vermelhos a corrente
sanguinea e melhora a oxigenac;:ao do
organismo e de areas estrategicas
18
C) 0 figado libera glicose para ser utilizado como alimento e energia
para as museu los e cerebra
0) redistribuic;;ao sangOinea diminui a sangue dirigido a pele e visceras,
aumentando para musculos e cerebra
E) aumento da freqCrencia faverece a captaC;;<3ode mais oxigenio
respirat6ria e dilata,ao dos
bronquios
F) dilata,ao das pupilas para aumentar a efieiencia visual
G) aumento do numero de preparar as tecidos para possiveis danos par
linf6citos na corrente agentes externos agressores
sangOineas
Alem de catecolaminas, as adrenais secretam a cortisol que, quando
em nivel aumentado, influencia 0 sistema imunol6gico inibindo a resposta
inllamat6ria ao afetar a fun,ao dos linf6citos. Em curto prazo, esta inibi,ao do
sistema imunol6gico parece ser benefica, pais diminui a intensidade das reac;;6es
inflamat6rias aDs agentes estressores.
Em resum~, durante a fase de choque ocorre atuac;c3o marcante da
porC;ao simpatica do SNA que proporciona descargas de adrenalina da medula
das glemdulas adrenais e de noradrenalina das fibras sinapticas p6s ganglionares,
para a corrente sanguinea. (GREENSPAN, 1991)
Ao mesmo tempo em que ° hipotalamo esta providenciando a
estimulagao da hip6fise para secretar ACTH, tambem estimula a secregc30 de
outros hormonios neuro-end6crinos, tambem chamados peptideos cerebrais
como e 0 caso das endorfinas que modificam 0 limiar pra dor, STH que acelera 0
metabolismo, da prolactina, da serotonina e outros. (GREENSPAN, 1991)
No caso do organismo ser obrigado a manter seu esforgo de adaptagao
a um estimulo estressante continuado, inicia-se a fase de resistencia que ecaracterizada pela hiperatividade da glandula adrenal. Nesta fase ocorre
hiperplasia da adrenal com conseqOente libera,ao de catecolaminas secretadas
em sua porgao medular, ativando a glicogen61ise extra celular e a gllcogenese
19
hepatica promovendo maior aporte de glicose - fonte de energia para as celulas
em geraL Em seguida, liberam-se as glicocortic6ides secretados na pOfc;:ao
cortical da adrenal, fundamentais para a estimulac;:ao das atividades cerebrais
durante a fase de adaptac;:ao. Entretanto, com a continuidade do estresse os
glicocortic6ides passam a ser noeivos ao organismo par inibir 0 crescimento
somatieo e 6sseo. (GREENSPAN, 1991)
Assim sende, S8 as estimulos estressores tornam-S8 cranicos, ocorre
diminuic;:ao da intensidade fisiol6gica da res posta orgfmica ao estresse levando 0
organismo a terceira fase, dita de exaustao. Nela, come<;:am a falhar as
mecanismos de adapta9ao e a esgotar as reservas de energia, tarnando mais
exuberantes os sintomas somaticos. Conclui-se entao, que a resistencia do
organismo nao e ilimitada. 0 estado de resistencia e a soma das reay6es gerais
nao especificas que se desenvolvem como resultado da exposiyao prolongada
aos agentes estressores, frente aos quais desenvolveu-se adaptayao que
posteriormente, nao pode se mantida pelo organismo. As modifica96es biol6gicas
dessa fase sao similares as descritas anteriormente na fase de alarme.
Entretanto, como 0 organismo nao e mais capaz de manter a equilibrio, ocorre a
faleneia adaptativa. (GREENSPAN, 1991)
Concluindo, todas as madificay6es fisiol6gicas produzidas pelo
estresse visam calocar ° organismo diante da adapta9ao, nao samente atraves da
adequayao do desempenho fisico e visceral, mas tambem fornecendo um grau de
ansiedade suficiente 0 bastante pra manter 0 estado de alerta, viabilizando a
possibilidade de ataque au de fuga.
1.2. Altera~6es hormonais no estresse
Durante a fase de alarme, a estimula98.0 simpatica promove maior
secrec;ao de desoxicarticasterona (DOC), harmonia anti-inflamatorio que produz
aumento da freqOencia cardiaca e da pressao arterial, bern como aumento da
20
freqCu3ncia respirat6ria e dilatayao bronquica que levam respect iva mente a maior
circula,ao sanguinea e oxigena,ao tecidual. (GREENSPAN, 1991)
Observa-se tambem hiperatividade espll§nica que aumenta 0 aporte de
celulas de defesa aD sangue, aumento na glicogenese hepatica a fim de fornecer
mais energia (glicose) aos museu los e ao cerebra e dilatayao pupilar que aumenta
o campo visual. (GREENSPAN, 1991)
Porem, S8 houver ayao simpatica exagerada nao havera uma melhora
no desempenho organicQ, e sim urn declinio em quase todas as func;oes, desde a
percta da resistencia imunol6gica - tarnando a individuo mais susceptivel a
doenc;as -, ate surgimento de hipertensao arterial, diabetes, les6es cutaneas e
outras. Podemos afirmar entao que em urn primeiro momento, as adrenais
aumentam a secre(fao de catecolaminas a fim de preparar 0 organismo para a
fase de alarme e depois, 0 cortisol, quando podemos antever uma possivel
exaustao geral. (GREENSPAN, 1991)
Resumindo, toda a alteralfao hormonal do estresse inicia-se com a
ativavao do eixo hipotalamo-hip6fise-adrenal, que desencadeia uma serie de
respostas harmonais que dao inlcio a fase de alarme. 0 estimulo estressar
determina a secreyaa do harmonia corticotr6fica em nlvel hipofisario que
estimulara as adrenais a liberar as catecolaminas e 0 cortisol. Esse estimulo
hip6fise-adrenal e interrompido pelo mecanismo de retroalimentalfao negativa, no
qual os pr6prias harmonios adrenais inibem a hipatalamo. Esse mecanisme e
necessario para restabelecer a homeostase no momento em que desaparece a
necessidade de adapta<;ao frente a um agente estressor. (GREENSPAN, 1991)
Nos casos de estresse eranieo, arganismo mantem eontinuadamente
seu esfarvo de adaptalfao inieiando a fase de resistencia, caracterizada pela
hiperatividade adrenal. Essa atividade cantinuada pode casar atrofia esplenica,
diminuiyao do tecida Iinf6ide com conseqOente deficiencia imuno16gica
possibilitando a ocorrencia de infecyoes oportuniticas, dermatoses e outras
patologias. Com a manuten(fEio do estimulo estressor inicia-se uma diminuiyao na
intensidade das respostas adaptativas levando a fadiga organica - que e a
terceira fase do processo - dita fase de exaustao ou esgotamento. Nessa fase, as
adrenais liberam os cortic6ides e 0 seu excesso no arganismo agrava quadros
21
<:;..;,";/
pre-existentes de diabetes aD promover hiperglicemia atraves da gliconeog~ElIJ.ts_e;i:\y
hepatica bern como ao inibir 0 efeito da insulina nos tecidos perifericos. Alem
disso, influem na coagulabilidade sanguinea favorecendo 0 aparecimento de
tromboses e emboilas, e no sistema circulat6rio produzindo hipertensao arterial
por estimular a libera,ao de substancias vasoativas. (GREENSPAN, 1991)
1.3. Altera.;oes imunologicas no estresse
o sistema Ifmbico e 0 respons3vel pela fungao psiquica de avaliag<3o
de uma determinada situagao, bem como de fatos e eventos da vida. Essa fung<3o
depende de varios elementos, tai5 como a personalidade previa, a experiencia
vivida, as circunstancias atuais e as normas culturais. A partir do sistema Ifmbico
tambem ocorrem diversas interayoes entre os sistemas nervoso aut6nomo,
end6crino e imunol6gico. (KHAN SARI, 1990)
o estresse - seja ele fisico, psicol6gico ou social - e um termo que
compreende as reayoes fisiol6gicas capazes de causar desequillbrio organico, de
acordo com sua intensidade e dura,ao. (SILVA, 1999)
As primeiras constatayoes organicas do estresse emocional foram
relatadas em 1943, ao se verificar um aumento na excreyao urinaria de
catecolaminas em pilotos e instrutores aeronauticos em veos de simulay30.
Similarmente isso ja havia sido demonstrado em nadadores momentos antes das
competi,oes. (SILVA, 1999)
Entre 1970 e 1990, estudos experimentais tentaram comprovar a
relayao entre os sistemas nervoso aut6nomo e imunol6gico, chegando a
descrever 0 despovoamento celular do tim~ em ratos atraves da induy8:o de
les6es no hipotalamo. Tambem foi demonstrado que lesoes destrutivas em
hipotalamo dorsal levavam a supressao da resposta dos anticorpos. Esses
estudos sugeriram que 0 hipotalamo funcionava como uma especie de base de
integra9ao dos sistemas nervoso e imunol6gico na resposta ao estresse
(KHANSARt, 1990).
22
A partir da decada de 90 constatou-se tambem que a modificary6es na
hip6fise tambem poderiam determinar mudanryas imunol6gicas, uma vez que a
extirpac;ao ou bloqueio fisiol6gico experimental dessa glandula impedia a res posta
imune (KHANSARI, 1990).
As glandulas adrenais tambem parecem desempenhar urn papel
seletivo na res posta ao estresse. E sabido que em estados de agressao,
enquanto a cortex adrenal secreta cortisona, a medula adrenal libera
preferencialmente adrenalina (a noradrenalin a e liberada das fibras sinapticas pas
ganglionares para corrente sanguinea). IS50 foi demonstrado
experimental mente em 1976, quando macacos submetidos a estresse
apresentaram aumento dos niveis de cortisol, catecolaminas, harmonio tireo-
estimulante e harmonio do crescimento; e diminuiy<3o dos harmonios sexuais
(NETO et aI., 2001)
Ja foi determinado que urn aumento na secreyao de catecalaminas
diminui a res posta imunol6gica seja par inibir a produyao de celulas de defesa
atraves da contrayao esph§nica ou atraves atuayao em receptores especfficos na
membrana celular dos anticarpos. As catecolaminas tambem podem ser liberadas
frente a fatares neuropsicologicos: em um estudo experimental, suprimiu-se a
funyao imunologica com a utiliza930 da ciclofosfamida - concomitante era
administrada a sacarina e em urn segundo estagia obteve-se imunossupressao
utilizando-se apenas a sacarina. Conclui-se que 0 organismo associava 0 gosto
da sacarina com a imunossupressao caracterizando uma alterayao imunologica
desencadeada par condicionarnenta, visto que a sacarina nao e uma droga
imunossupressora. (KHANSARI, 1990)
Assim sendo, as celulas do sistema imunologico - linfocitos,
macrofagos - encontram-se sob uma rede de integrayao com os sistemas
nervoso e endocrine onde neurotransmissores e demais harmonios atuam
sinergicamente a fim de manter a regulayao de suas a90es. (Khansari, 1990)
Todos os harmonios hipofisarios mobilizados no estresse atuam sobre
o sistema imunol6gico atraves de receptares especfficos situados nas celulas
linf6ides; e os linf6citos por si s6 tambem produzem substfmcias chamadas de
linfocinas e monocinas que participam ativamente nas rea90es de estresse. Essas
23
substancias - secretadas par linfacitos e macr6fagos - sao capazes de amplificar
a inflamayao produzida pelas reayoes imunol6gicas. Algumas dessas linfocinas
podem tambem influenciar as glandulas na IiberaC;8o de alguns harmonics, como
por exemplo, a interleucina-l estimular a hip6fise a produzir ACTH. (KHANSARI,
1990)
Qutros produtos inflamatorios como as prostaglandinas, leucotrienos,
tromboxanes, tambem desempenham alguma influencia sabre 0 sistema
imunol6gica. Na reayao aD estresse, eles podem tanto estimular quanta inibir as
linf6citos e os macr6fagos. (KHANSARI, 1990)
o estresse da vida cotidiana, principal mente nas situac;6es mais
graves, pode modificar uma serie de elementos imuno16gicos na fase de alarme
(COE, 1987; NALLIBOF, 1991). Entre essas altera\,Des estao descritas mudan\,as
no numero e na atividade dos linf6citos T, das celulas NK, da res posta das
anticorpos, da func;ao dos macr6fagos - entre outras; com graves implicac;6es na
saude geral do individuo. As relac;oes entre 0 estresse e infecc;oes oportunisticas
ou reativac;ao de virus latentes (como 0 herpes Zoster) sao ha tempo descritas e
comprovadas por estudos experimentais (BALLONE et al.,2002).
Segundo Cohen (1991) existe uma grande variedade de virus
intranasais capazes de desenvolver alterayoes imunol6gicas, tanto at raves da
produc;:ao de anticorpos, quanto de infecc;6es locais, como uma forma de res posta
aa aumento no grau de tensao psical6gica.
A atividade do eixo hipotalamo-hip6fise-adrenais e ativada por efeitos
psicol6gicos regulando a liberaC;:8o do fatar liberadar da carticatrofina, que
estimula a glandula hipofise (au pituitaria) a produzir 0 hormonio adreno-
corticotr6fico (ACTH). Esse promovera a,ao nas adrenais a secretar cortisol e
catecolaminas que lem variados efeitos na regulac;:ao da res posta imune
(BALLONE et al.,2002).
Experimentalmente, a harmonia de crescimento - tambem estimulado
por eventos psiquicos - pode aumentar as func;oes das linfocitos T e das celulas
NK. Sabe-se tambem que os harmonios sexuais tambem afetam a imunidade
uma vez que a atividade da celula NK e mais alta na fase hjtea do cicio menstrual.
(NETO et ai, 2001)
24
Em resumo, a psiconeuroimunologia contribui para que os pacientes
possam compreender que 0 corpo humano e urna somatoria do mental com a
organico influenciado significativamente pela experiencia de vida e par sua propria
sensibilidade.
1.4. Psicodrama
"0 psicodrama e a tratamento do individuo e do grupo atraves da 8gaO
dramatica". (GON~ALVES et ai, 1988; p.43). A teoria e tecnica psicoterapica se
passa no aqui-e-agora. Fo; desenvolvida pelo medico Jacob Levi Moreno em
oposigao as correntes de pensamentos que estudavam 0 hom em a partir do
animal ou do homem doente. Ele insistia que S8 deve estudar 0 homem a partir
dele proprio, levando em conta que 0 ser humano e um ser em rela930, naG
desprezando a espontaneidade e a criatividade. A inter-rela98o entre as pessoas
constitui 0 eixo fundamental da teoria moreniana, uma vez que 0 individuo econcebido e estudado atraves de suas relac;6es interpessoais, porque nasce ern
sociedade, necessita dos outros para sobreviver e e apto para conviver com os
demais.
A espontaneidade. a criatividade, e a sensibilidade sao os recursos
inatos do hornem, segundo Moreno. E foi atraves da espontaneidade que ele
desenvolveu sua teoria, uma vez que todas as suas tecnicas visao despertar a
espontaneidade criativa do homem. A espontaneidade e a criatividade sao
processos distintos. Aquela e a capacidade instantanea de responder
"apropriadamente" diante de urna nova situac;ao ou urna nova resposta diante de
situagoes velhas, criando urna res posta inedita, ou renovadora, ou ainda
transformadora de situac;6es preestabelecidas. Ja a criatividade, e 0 catalisador
da espontaneidade, uma vez que a possibilidade de rnodificar ou de estabelecer
uma nova situagao implica em criar: produzir algo com 0 que Ihe e dado. Atraves
do rompimento com padr6es de comportamento estereotipados e das conservas
culturais 0 homem recupera sua espontaneidade e criatividade, urna vez que 0
25
ser humano nasce espontfmeo e deixa de s8-lo devido a fatores adversos do
meie, que pod em cristalizar-se como conservas cutturais. Estas sao objetos
materias, comportamentos, uscs e costumes, que se mantem identicos, em uma
dada cultura. (GON~ALVES et ai, 1988)
Segundo Bustos (1990), a base fundamental do trabalho e terapia
psicodramatica parte das rela90es interpessoais, conhecer-se e compreender-se
a partir da estrutura de vinculos. A configural):c3o social dessas relayoes
interpessoais que se desenvolvem desde 0 nascimento, decorre de
determinayoes socia econ6micas e do tator tele, ou seja, a possibilidade de
estabelecer vinculos afetivQs.
Para maior compreensao da dinamica vincular, Bustos (1990)
descreveu alguns conceitos para essa compreensao e abordar sua patologia: os
conceitos tele, transferemcia e a espontaneidade. A tele e uma percepl):ao
objetiva, a capacidade de perceber 0 que ocorre nas situac;oes, 0 que passa com
os outros, ver 0 outro como ele real mente e, relacionar-se com a outro,
comunicar-se com 0 outro a partir daquilo que somos capazes de perceber. A tele
se da a nivel consciente e inconsciente, e uma via de mao dupla, necessaria ao
vinculo sadio.
Segundo Bustos (1990, pag. 91),
"A tele foi definida como uma rela9ao elementar que pode existir tanto em individuoscomo entre individuos e objetos, e que no homem se desenvolve gradual mente desde 0nasCimento, dando sentido para as rela90es humanas. Pode, par iSso, ser considerado como afundamento de lodas as rela90es sadias e como 0 elemento principal em todas as formas depsicoterapia. Consiste no sentimenlo e conhecimento da situa9.30 feal do outro"
Seu aspecto patol6gico e a transferemcia, que sao as distorl):oes
perceptuais, caracteristica mais notavel de uma rela<;:ao interpessoal. "A
possibilidade de reconhecimento de urna proje<;:ao transferencial em urn vinculo epossivel mediante a observa93o da proporcionalidade estimulo-resposta".
(BUSTOS, 1990, pg 93) Ou seja, a transferencia ocorre quando na percep9ao e
na comunicac;ao ha uma distorl):ao. Na transferencia a pessoa V8 0 outro de forma
deturpada, nao V8 a imagem real com quem esta se relacionando. Enxerga 0
outro atraves de seus pr6prios conteudos emocionais projetados.
26
o canceito de espontaneidade ja foi referido logo acima, porem e valida
destacar que, quando a espontaneidade nao S8 faz presente, e porque 0 sujeito
esta em relayao com suas figuras internas e nao com 0 Dutro. Os fantasmas
internos S8 instalam no vinculo. Da-s8 0 complementar interna patol6gico. 0
papel complementar bloqueia em diferentes graus as relac;oes com os Qutros,
ficando como parte constitutiva permanente dos vinculos que entabula nos
papais. Quanto rna is massiva for esta circunst2lncia, major 0 grau de incapacidade
relacional de uma pessoa, menor sua capacidade de reacyoes espontaneas, par
conseqOencia maior ansiedade. (BUSTOS. 1990)
Segundo Bustos (1979, p.33), "Moreno propoe 0 conceito de papel
como a menor unidade de conduta do homem, e at raves dos papais assumidos
durante a vida que 0 eu do individuo se estruturara" Ao longo da vida, diversos
papeis sao representados par um individuo, onde a analise de papeis enfoca, par
vezes, diferentes elementos de um unico papel em rela<;:ao a sua congruencia ou
incongruencia com ooutro.
Desempenhar um papel adequado ou coerente com 0 momento que
esta sendo vivido nao s6 permite uma melhor intera<;:ao social, como tambem cria
condi~oes para que ela se efetive de maneira adequada. Quando um individuo
nao desempenha 0 papel que Ihe e esperado, aquele momento podera ficar multo
prejudicado e possivelmente os objetivos que motivaram aquele encontro nao
serao alcan9ados. Alem disso, quando a pessoa tern claro qual e 0 seu papel, isto
a ajuda a posicionar-se frente as situa<;:oes, dando-Ihe mais confianrya e
desenvolvendo um conceito sobre si mesma mais eonsistente. Isto pode pareeer
6bvio, mas a verdade e que nem sempre 0 papel (ou papeis) que a pessoa
desenvolve nas arganiza~oes e muito claro. E isso tem side observado como uma
fonte de stress, por vezes, importante. Na psicologia organizacional he. uma certa
tradi<;:ao em se estudar alguns tipos de dissonancias de papel e 0 stress.
AmbigOidade, ineompatibilidade, conflito e sobrecarga de papel tem sido os mais
enfocados. (HANDY C. 6., 1978).
27
2.0BJETIVO
2.1. Objetivo Geral
Descrever 0 nivel de Stress entre profissionais que procuraram 0
servil'O de check-up de um hospital particular da cidade de Curitiba.
28
3. METODa
3.1. Participantes
A amostra foi composta par duzentos profissionais que procuraram 0
servi90 de check-up de um hospital particular da cidade de Curitiba durante a ana
de 2005-2006.
3.2. Procedimentos
Os participantes do estudo chegaram ao servityo de check-up
encaminhado pela empresa onde trabalham. Este fOl urn programa sistematizado
de consultas e exames que visa va:
• preventy80 primEuia e secundaria de problemas de saude,
• diagn6stico precoce de doengas, mesma aquelas assintomaticas,
• promover informa90es sobre saude
A coleta de dados ocorreu durante as meses de julho de 2005 a abril
de 2006 Os inventarios foram entregues, individualmente, pela pesquisadora a
cada profissional do estudo, sendo integralmente respondidos na sua presen9a e
ao termine eram recolhidos a fim de serem corrigidos e interpretados. Oeve-se
ressallar que somenle a pesquisadora leve conhecimento das respostas dos
participantes, 0 que garantiu 0 sigilo dos dados informados.
29
3.3. Instrumentos
A coleta de dados utilizou urn questionario de identificar;ao elaborado
com a finalidade de abter informayoes gerais sabre os participantes como 0 sexo,
idade, estado civil, numera de filhos, cargo oGupacional, tempo de profissao e de
empresa.
A tim de verificar qual a perceP9ao que as profissionais apresentavam
quanta ao seu stress ocupacional e ao seu stress familiar, fo; solicitado que cad a
participante desse uma nota de 1 a 10, sendo 10 a nota indicadora de
"extremamente estressante" e 1 a nota de "paueD estressante" aD stress
ocupacional da sua atividade e de sua familia. Esta escala de avaliaryao do stress
foj utilizada pelo Instituto de Ciencia e Teenalogia da Universidade de Manchester
em 1992 em um estudo que comparou 19 profiss6es quanto ao nivel de stress
ocupacional envolvido em cada uma delas (LiPP & TAGANELLI, 2002).
o nivel de stress e sua sintomatologia foram avaliados atraves do uso
do Inventario de Sintomas de Stress (ISSL), onde a pessoa deve listar os
sintomas tipicos de cada lase. 0 ISSL e composto de tres quadros que se
relerem as quatro lases do stress. (LlPP, 2002)
o primeiro quadro, com sintomas relativos a fase de alerta, e composto
de 12 sintomas fisicos e 3 psicologicos, 0 respondente assinala com F1 ou P1 os
sintomas que tenha experimentado nas ultimas 24 horas. 0 Quadro 2 ecomposto de 10 sintomas fisicos e 5 psicol6gicos, os sintomas experimentados na
ultima semana devem ser marcados com F2 ou P2. De acordo com a frequencia
dos itens assinalados nesse quadro e da tabela de correc;ao, ele e utilizado para
diagnosticar a fase de resistencia e de quase-exaustao. 0 Quadro 3, com
sintomas relativos a fase de exaustao, e composto de 12 sintomas fisicos e 11
pSicol6gicos, que sao assinalados com F3 ou P3 os sintomas experimentados no
ultimo meso (LlPP, 2002)
No total, 0 ISSL inclui mais sintomas de natureza lisica (37) do que
sintomas pSicol6gicos (19) e varia de lase a lase, porque a resposta ao stress eassim constituida e e par [sso que para fazer 0 diagn6stico e necessario consultar
30
as tabelas de avaliac;:<3o. Alguns sintomas se repetem, diferindo somente em sua
intensidade e gravidade. (LlPP, 2002)
31
4. ANALISE DE DADOS E DISCUSSAO
A populayao estudada tern em media 25 anos de experi,mcia
profissional e 12 anos de empresa atual. Entre as profissionais que procuraram 0
serviyo de check-up existe uma predominancia significativa do sexo masculino
(89,5%) sabre a sexo feminino (10,5%). A media de idade e 43 anos, variando
entre 26 a 64 anos, sendo que a maior concentrac;ao esta na faixa situada entre
40 e 49 anos (40,5%), conforme a gratico 1. Vale destacar que par usar uma
amostra de conveniemcia as resultados sao base ados em torna de estatistica
descritiva, que e "urn conjunto de tecnicas analiticas utilizadas para resumir 0
conjunto de todos as dados coletados em uma dada investigayao". (MATTAR,
1996)
Grafico1: idade dos participantes queprocuraram 0 servic;o de check-up (n= 200)
30';' 40';'22,O~
30,5%
40,5%
026 - 29 anos
.30 - 39 anos
040 - 49 anos050 - 59 anos
_60 - 69 anos
Segundo LlPP & TANGANELLI (2002), as diferenyas em genera
encontradas em pesquisas sabre estresse merecem especial atenc;ao. Porem
devido ao pequeno numero de participantes do sexo feminino - 10,5% da amostra
total - nao houve como realizar compara9ao com a sexo masculino. Par essa
raz30, as dados com rela930 a diferen9a entre as sexos sao apenas descritivos.
A maior parcela da populayao e constituida de gerentes (50,50%),
onde 86,1% sao homens e 13,9% mulheres; seguida de diretores (29%), onde
32
98,3% sao homens e 1,7% mulheres; supervisores (15,50%), onde 83,1% sao
homens e 16,1% mulheres. as autonomos correspond em a 5% dos casas - amenor parcela -, onde 90% sao homens e 10% mulheres. (grafico 2)
Gratico2: posi~ao ocupacional dosparticipantes dessa pesquisa ("=200)
5%
29o/~5'50%
50,50%I
jD aut6nomo• supervisor
Dgerente
Odiretor
Com rela9ao a situa9aOfamiliar: 80,5% sao casados, onde 92,2% sao
homens e 66,7% mulheres; 5% sao separados, onde 3,9% sao homens e 14,3%
mulheres; 5,5% sao solteiros, onde 3,9% sao homens e 19% mulheres. (gnflfico 3)
Grafico3: situaltao familiar dosparticipantesque participaram dessa
5%501eSQUiSa tn= 200) DCasado
_Separado
OSolieiro
89,50%
Dos 200 participantes da pesquisa 34 (17%) responderam nao
possuirem filhos. A media de filhos que os participantes possuem e de 2,168,
sendo que a maior concentra9ao esta na faixa situada de 2 filhos (54,80%),
conforme 0 grafico 4.
33
GnUico4: numero de filhos dos participantesdessa pesquisa (n= 200)
54,80%
CUmfilho
.DoisfilhosDTr~s filhos
CQuatro filhos
.Cincoaselefilhos
Na analise das variaveis que possam ter impacto na compreensao do
estresse, a fatar financeiro e sempre destacado como demanda estressora.
Quando questionado se a renda supria suas necessidades, 93% responderam
que sim e 7% que nao (gn;fico 5). Dos que responderam que a renda nao supria
as necessidades: 10% sao autonomos, 16,1% sao supervisores, 7,9% sao
gerentes. Todas as individuos com cargo de diretoria responderam que suas
rendas supriam suas necessidades.
Grilflco5: respostas dos partcipantes comrela~ao a renda suprir as necessidades
(n=200)
7% ~~
93%
Sendo a perCeP9aOdas demandas estressoras um elemento central
para a compreensao do estresse, faz-se relevante a estudo de variaveis que
podem ter impacto neste processo. A media da nota aferida por essa popula92o a
sua atividade profissional, foi no geral de 7,51, indicando que 0 grupo considera 0
exercicio da sua atividade profissional estressante. A nota de 7,51 aferida por
esses profissionais foi semelhante aquela obtida no Estudo do Instituto de Ciencia
34
e Tecnologia da Universidade de Manchester para as policiais (7,5) e pilato de
aviaa (7,5). Assim como fai menar do que a nota aferida pelas juizes do trabalho
e trabalhadares de minas (8,3) e maiar que as bambeiras (6,3). Ja a nota aferida
aa stress familiar fai 5,21, a que pademas cansidera-Ia na media e de igual
imporUmcia que a percep~ao do estresse ocupacional, uma vez que a familia
pode ser tratada como uma variavel situacional que influencia 0 estresse (LiPP &
TAGANELLI, 2002). (grilfica 6).
Grafico6: perceptyao do estresse ocupacional
10·r-----------------, r.~~~~_.Io profissionais dessa
pesQ.uisa.policlais
Dpilolo de aviao
o juizes do trabalho
.bombeiros
Dos 200 participantes 36,5% apresentavam estresse, conforme as
criterias do ISSL de Lipp (grafica 7). Esses criterias sao: apresentar mais de 6 das
15 sintamas apresentadas para as ultimas 24 horas, au mais que 3 das 15
sintomas para a ultima semana ou ainda mais que 8 dos 23 sintomas no ultimo
mes, conforme as quest6es (cognitivas e somaticas) apresentadas para cada
periada. (LlPP, 2002)
35
GrMico7: resultado de estresse dosparticipantes que procuraram 0 servi~o de
check-up (n= 200)
o Nao PossuemStress
• Possuem Stress
Neste estudo, nao foram observados altos percentuais de individuos
com estresse. Esse achado difere de outras pesquisas nacionais que utilizaram 0
mesma instrumento (0 ISSL) e encontraram incidemcia maior de estresse, par
exemplo: (1) quando se comparam policiais militares com 65% (ROMANO, 1997),
(2) jomalistas com 62% (PROENC;;A, 1998), (3) enfermeiras com 60% (VILLAR,
1992), (4) executivos com 41% (PROENC;;A, BORTOLETTO, LlPP, 1996).
Provavelmente a ocorrencia desse indice menor (36,5%) de estresse
nos pesquisados pade ter se dado per algumas variaveis do perfil dessa am astra
que influenciam no processo de estresse, como:
- FOLKMAN & LAZARUS (1980), destacam os aspectos relacionados afalta de estabilidade no trabalho, aD medo de obsolescencia frente as mudan<;:as
tecnol6gicas e as poucas perspectivas de prom090es e crescimento na carreira
uma fonte de estresse, a amostra desse estudo e composta por individuos que
tern em media 25 anos de profissao e 12 anos de empresa atual, assim como a
maioria e composta por cargo de gerencia e diretoria (79,5%) 0 que podemos
dizer que existe urn certo grau de estabilidade desses profissionais que foram
encaminhados para 0 check-up.
- Como os profissionais que com poe essa amostra foram
encaminhados pelas empresas onde trabalharn, podernos concluir que essas
organiza90es fomecem suporte social aos seus trabalhadores. Segundo FRANC;;A
& RODRIGUES (1999), quando 0 suporte social est;; bern desenvolvido na
organiza9ao, ele tern urn efeito protetor que se manifesta em baixos niveis de
36
estresse, au seja, quanta maior a nivel de suporte social no ambiente
organizacional, menor 0 nivel de estresse no trabalho. Par Dutro lado, quando 0
suporte social e inexistente ou deficitiuio na organizac;ao, este fatar transforma-s8
em urn estressor.
- Gutra variavel que tambem e relacionada ao estresse ocupacional
sao as caracteristicas individuais e pessoais de cada trabalhador. Os fatores que
influenciam na nao ocorrencia do estresse constituem no 85tilo de enfrentamento
(estilo de coping) do empregado frente aos eventos estressores. Que tambem
fcram identificados nesse estudo, que equivale ao conjunto das estrategias
utilizadas pelas pessoas para se adaptarem a situa96es adversas ou
estressantes, isto e, ao enfrentamento e ao ajustamento de cad a individuo a
situa\,ao de estresse. (FOLKMAN & LAZARUS, 1980)
Os resultados encontrados mostram que, entre os participantes com
estresse, 8,1% encontram-se na fase de alerta, 86,5% em resistEmcia, 2,7% em
quase-exaustao e 2,7% na lase de exaustao (grilfico 8).
Gratico8: fases do estresse (n=73)
86,5
o dado observado neste trabalho de que um n"mero tao alto de
profissionais com estresse estivesse na fase de resistemcia (86,5%) epreocupante. Esta lase e conceituada por SEYLE (1956) como aquela em que a
pessoa utiliza suas reservas de energia automaticamente para se re-equilibrar, ou
seja, nela oeorre uma a930 reparadora do organismo tentando restabelecer 0
37
equilibrio interno. Nesta fase, dais sintomas que muitas vezes passam
despercebidos aD clinice, aparecem de modo bastante freqOente: a sensac;:ao de
desgaste generalizado sem causa aparente e dificuldades com a mem6ria. Em
nivel fisiologica, muitas mudanc;:as ocorrem principalmente em termos do
funcionamento das gl2lndulas supra-rena is: a medula diminui a sua produc;:ao de
adrenalina e seu c6rtex produz mais corticoster6ides podendo 0 sistema
imunol6gico ficar afetado, a que aumenta a probabilidade da pessoa adoecer. Os
avaliados tinham, portanto, uma probabilidade de virem a adoecer devido ao
ga5to de energia envolvido para lidarem com as estressores do momento.
Com relac;:ao a vulnerabilidade aos sintomas do estresse, dos 36,5%
dos participantes que apresentavam essa entidade, em 52,7% deles houve
predominio dos sintomas psicol6gicos. A ocorrencia de sintomatologia fisica se
deu em 10,8% dos casas. Ja em 36,5% da amostra houve a presen9a de ambos
as sintomas com igual freqOemcia, fenomeno dito vulnerabilidade mista. (grcifico
9).
Gnlfic09: vulnerabilidade ao estresse (n=73)
36.50%m
~52.70%
10.80%
~
[] PSiCOl69icaJ.F[sica
DMista
A fisiologia do estresse e suas alterac;ces hormonais foram
identificadas nesse estudo, pois a presenc;a do estresse e a incapacidade para
enfrenta-Io podem resultar tanto em enfermidades fisicas e mentais, como em
manifesta90es menores, tais como insatisfa9iio e falta de motiva9iio no trabalho.
(FRANt;:A & RODRIGUES, 1999)
38
o ISSL se constitui de uma lista de sintomas fisicos e psicol6gicos
divididos em tres quadros, sendo que cada quadro corresponde a urna das fases
do stress. Quanto a sintomatologia descrita no primeiro quadro (ultimas 24 horas),
fase do alerta, as participantes descreveram possuir os seguintes sintomas: maos
e pes frios 5,5%, boca seea 14,5%. n6 no est6mago 9,5%, aumento de sudorese
8,5%, tensao muscular 40,5%, mudanc;:a de apetite 11%, diarreia passageira 9%,
insonia 32,5%, taquicardia (palpita90es) 5%, hiper-ventila9ao (dispneia, falta de
ar) 4,5%, hipertensao arterial subita e passageira (pressao alta) 10%, aperto da
mandibula I ranger as dentes 20%, aumento subito de motivac;ao 11%,
entusiasmo subito 12,5%, vontade subita de iniciar novos projetos 20%. (gratico
10)
Gnlfico10: sintomas das ultimas 24 horas - fase do alerta (n=200)
35,0%
40,0%
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
DMa.osepesfrios
o N6 no estomago
.Tensaomuscular
_Diam!!iapassageira
_Taquicardia
o Hipertensao arterial subila e passageira
.Aumenlo subilo de molivay40
.Vonladesubilodeiniciarnovosprojelos
DAumenlO de Sudorese
[JMudan~adeapelile
Dlns{mia
• Hiperventilayao
IiIApertoda mandlbula I Ranger os dentes
.Entusiasmo subilo
39
Os sintomas fisicos mais incidentes na fase de alerta (primeiro quadro)
loram: tensao muscular (40,5%), seguido de insania (32,5%). 0 sintoma
psicol6gico rna;s encontrado nessa fase foi a vontade subita de iniciar novos
projetos (20%). Esse achado demonstra que os trabalhadores nao eslao
realizando suas necessidades pessoais e/ ou profissionais e que diante de
situac,::6es estressantes, a reac;ao orgimica sera sempre a de colocar em
funcionamento todo urn sistema que permita preservar a autonomia do individuo,
preparando-o para a lula ou para a luga.
Ja com rela9ao ao segundo quadro (ultima semana), relerente a lase
da resistencia e da quase-exaustao, as entrevistados relataram as seguintes
sintomas: problemas com a memoria 32%, mal-estar generalizado, sem causa
especifica 11%, formigamento das extremidades 95,5%, sensac,::ao de desgaste
fisica constante 32%, mudanc,::a de apetite 10,5%, aparecimento de problemas
dermatologicos 14%, hipertensao arterial (pressao alta) 8,5%, cansal):o constante
26%, aparecimento de ulcera 2%, tontura I sensal):ao de estar flutuando 13%,
sensibilidade emotiva excess iva (estar muito nervoso) 28,5%, duvida quanto a si
proprio 9%, pensar constantemente em urn so assunto 22,5%, irritabilidade
excessiva 35,5%, diminui9ao da libido 15,5% (gralico 11).
Os sintornas fisicos mais apontados pelos individuos desta pesquisa,
relativos a fase de resistencia e quase-exaustao (segundo quadro) foram:
formigamento das extremidades em 95,5%, sensavao de desgaste fisico
constante 32% e problemas com a memoria 32%. Esses sintomas sao
caracteristicos da sind rome de fadiga, e definida como urn "desgaste de energia
ffsica ou mental, que pode ser recuperado por meio de repouso, alimentavao ou
orienta9ao clinica especifica" (FRAN~A & RODRIGUES, 1999). A ladiga podera
ter repercussoes sobre varios sistemas do organismo, provocando multiplas
funvoes, que conduzem a uma diminuil):ao da performance no trabalho em graus
variaveis, ao absenteismo e a uma serle de disturbios psicol6gicos, familiares e
sociais. 0 sintoma psicol6gico mais presente, relativo a este quadro, foi
irritabilidade excessiva, encontrada em 35,5% dos participantes dessa pesquisa.
40
Gratico11: sintomas do ultimo mis - fase da resistencia equase-exautao ("=200)
120,0% ~------------------------
100,0%
20,0%
.Formigamenlo das eXlremidades
o MudanlVade apetite
80,0%
60,0%
40,0%
0,0%
[J Mal·estar generalizado, sem causa especifica
DSens8"Mdedesgastefisicoconstante
.Aparecimenlo de problemas dermalol6gicos
.CansaIVoconstante
_TonturaISensa"aodeestarnutuando
DOullidaQuantoasipr6prio
.'rrilabilidadeexcessiva
[]Hipertensao arterial (press1io alta)
CAparecimentodeulcera
• Sensibilidade emotiva excessiva (estar muito nervoso)
• Pensar constantemente em urn 56 assunlo
.Diminui"aodalibido
Par ultimo, a terceiro quadro (sintomas do ultimo mes), referente a fase
da exaustao, as participantes responderam possuir os seguintes sintomas:
diarreia freqOente 4,5%, dificuldades sexuais 8,5%, ins6nia 38,5%, nausea 5,5%,
tiques 5,5%, hipertensao arterial 8,5%, problemas dermatol6gicos prolongados
11,5%, mudan'!(a extrema de apetite 4,5%, excesso de gases 32,5%, tontura
Ireqiiente 5,5%, ulcera 0,5%, enlarte 0%, impossibilidade de trabalhar 0,5%,
pesadelos 5,5%, sensa'!(ao de incompetencia em todas as areas 7%, vontade de
lugir de tudo 12%, apatia, depressao ou raiva prolong ada 10,5%, cansayo
excessive 33,5%, pensar / falar constantemente em um s6 assunto 15,5%,
irritabilidade sem causa aparente 36%, angustia I ansiedade diaria 32%,
hipersensibilidade emotiva 14,5% e perda do senso de humor 29%.
41
o Hipertensao arterialOMudanl,a extrema de apetile.Tontura freqOenleCiilEnfarte.Pesadelos.VontadedefugirdetudoOCansa~oexcessivoDlrritabilldadesemcausaaparenleDHipersensibitidadeemotiva
Na fase da exaustao 0 sintoma ffsico mais citado fo; ulcera referida per
50%, seguido da insonia referido per 38,5% e 0 sintoma psicol6gico mais
evidenciado for irritabilidade sem causa aparente, referida par 36% dos
participantes dessa pesquisa.
Considerando-se a importancia da satisfac;ao no trabalho para a auto-
estima de uma pessoa, um individuo com estresse ocupacional paden§. levar
problemas para 0 seu ambiente familiar e vice-versa, sentindo-se, par exemplo,
insegura quanta a sua contribui980 para a manutenC;80 da familia. Segundo
Morais 1999, estudos mostram que "a irritabilidade causada pelo estresse
ocupacional provavelmente se estendera a familia, gerando relac;:6es tensas e
conflituosas. Conseq(ientemente, as areas afetiva e social, bem como a
42
relacionada it saude, debilitam-se como que contaminadas pelo estresse no
trabalho, alterando, assim, sua qualidade de vida".
o interesse pelo estudo do estresse no trabalho tern sido crescente na
Hteratura cientifica, particularmente nos ultimos anos. Uma razao para a aumento
de pesquisas sabre este tema deve-s8 ao impacto negativo do estresse
ocupacional na saude e no bem-estar dos empregadas e, conseqOentemente, no
funcionamento e na efetividade das organiZ8yOes. Na economia, 0 impacto
negativo dessa variavel tern sido estimado com base na suposi'!(ao enos achadosde que trabalhadores estressados diminuem seu desempenho e aumentam as
custos das organizayoes com problemas de saude, com 0 aumento do
absenteismo, da rotatividade e do numero de acidentes no local de trabalho
(LlPP, 1998). Numa epoca de intensa competitividade, tanto entre organizayoes
quanto entre profissionais, diversas pesquisas tem sido realizadas sobre a
natureza e os mecanismos do estresse ocupacional e sobre suas conseqOencias
para a saude e desempenho do empregado (MORAIS, 1999)
No contexte organizacional, a presenya de trabalhadores estressados
na equipe pode provocar 0 desenvolvimento das atividades com ineficiencia,
comunicayao deficitaria, desorganizayao do trabalho, insatisfayao, diminuiyao da
produtividade, 0 que trarci conseqOencias ao cuidado prestado as familias.
Segundo LlPP (2000), para lidar com 0 estresse, necessitamos adquirir
n09ao de como reagimos e de quem somos. Perceber que a situa9ao de estresse
desencadeia em nos urn mecanisme automatico e instantaneo de resposta, eperceber 0 quanto estamos vulneraveis a situa96es que nao dominamos.
Perceber qual 0 tipo de resposta que desencadeia em cada um, dentro das
alternativas que e lutar ou fugir, e perceber a forma como atuamos equal e nosso
nivel de ansiedade frente a dificuldade, ao novo, ao desafio. Conseguir lidar com
as rea96es corporais desencadeadas no corpo, nos ajuda a enfrentar a situa9aO.
Conseguir lidar com a ansiedade implicada, nos faz lidar com a situayao de uma
nova maneira. Em outras palavras podemos dizer que e necessaria agir
espontaneamente frente aos estimulos estressores, dando-Ihes respostas
inovadoras e adequadas. Assim colocamos a consciemcia diante de fen6menos
inconscientes e colocamos atenyao onde havia apenas tensao.
43
Pelos resultados encontrados identificamos uma populayao adulta-
jovem, predominante do sexo masculino, profissionais em nivel de gerencia; uma
ocorrencia de menor de estreSS8. Porem quando 0 estresse S8 fez presente,
verificou-se urn alto numera de individuos na fase de resistencia com sintomas
caracteristicos da sindrome de fadiga. Com base nesses achados sugerimos uma
intervenyc30 precoce nos fatores estressores a fim de evitar progressao dessa
entidade para formas mais graves.
44
5. CONCLUSOES
- 0 perfil da popuiaciio aqui estudada com base em seus aspectos
demogrilficos mostrou individuos com idade media de 43 anos, predominancia de
homens (89,5%), tempo medio de experiencia profissional de 25 anos, com
rela~aoa situa~aofamiliar, 80,5% sao casados e possuem em media 2 filhos.
- Na analise das variaveis de impacto na compreensao do estresse, 0
fatar financeiro foi destacado como demanda estressora apesar de 93% dos
participantes responderem que a renda atual supria suas necessidades. Em geral
esse grupo considera sua atividade profissional estressante vista que a media danota aferida a sua atividade profissional foi de 7,51.
- De acordo com os criterios do ISSL de Lipp, 36,5% dos participantes
apresentavam estresse. Desses, 86,5% encontravam-se na fase de resist€lncia.
Com rela<;ao it sintomatologia, em 52,7% deles houve predominia dos sintomas
pSicol6gicos e em 36,5% houve vulnerabilidade mista.
- A sintomas mais descritos durante a fase de resistencia foram:
formigamento de extremidades em 95,5% dos casos, irritabilidade excess iva em
35,5% deles, sensaC80 de desgaste lisico em 32% dos individuos e problemas
com a mem6ria tambem em 32%.
- Com base nessas conclusoes, sugere-se que adultos-jovens, em
geral do sexo masculino, proflssionais em nivel de gerencia nos quais exista a
ocorrencia de estresse na fase de resistencia; a realizac;:ao de uma intervenc;:ao
precoce nos fatores estressores a fim de evitar progressao dessa entidade para
formas mais graves. Vale destacar a psicodrama como uma tecnica psicoterapica
de grande eficacia para minimizar e prevenir os niveis de estresse, pais esse
estuda 0 homem a partir dele pr6prio, levan do em conta que a ser humano e um
ser em relac;:ao, nao desprezando a sua espontaneidade e criatividade.
- Conclui-se que 0 individuo que sofre estresse perdeu a
espontaneidade e a criatividade que 0 deixa capacitado para lidar com situac;:oes
novas. Atraves da tecnica psicodramatica objetiva-se encontrar a espontaneidade
45
do individuo frente a estimulos estressores, dando-Ihes respostas inovadoras e
adequadas as situac;:oes de estresse. Assim como, recuperar as papeis
cristalizados dos indivfduDS, resgatando a sua identidade, que para Moreno e 0
aglomerado de papeis que 0 individuo exerce.
46
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:
BALLONE GJ, ORTOLAN I IV, PEREIRA NETO E. Da Emo~ao a Lesao. Ed.
Manole, 2002.
FOLKMAN, S., & LAZARUS, R. S. (1980). An analysis of coping in a middle-aged
community sample. Journal of Health and Social Behavior, 21, 219-239
FOLKMAN, S. (1984). Personal control and stress and coping processes: A
theoretical analysis. Journal of Personality and Social Psychology, 46, 839-
852.
FOLKMAN, S., & LAZARUS, R. S. (1985). If it changes it must be a process: A
study of emotion and coping during three stages of a college examination. Journal
of Personality and Social Psychology, 48,150-170.
FRAN<;A ACL, RODRIGUES AL. Stress e trabalho: uma abordagem
psicossomatica. Sao Paulo. Atlas, 1999
GREENSPAN F. S. Basic and Clinical Endocrinology, 3. ed. USA, 1991.
HANDY C. B. - Como compreender as organiza~6es. Traduyao Helena Maria
Camacho Martins Pereira, Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1978.
KHAN SARI D N, Effects of stress on the immune system - Immuno!. Today, v.11,
no. 5, p.170, 1990).
L1PP MEN. Stress, hipertens;;o arterial e qualidade de vida. Sao Paulo (SP):
Papirus; 1994.
47
LlPP M.E.N. Como Enfrentar 0 Stress. 5'.ed, Sao Paulo. icone Editora, 199B.
LlPP M.E.N; TANGANELLI, M.S. Stress e qualidade de vida em Magistrados
da Justic;a do Trabalho: diferenc;as entre homens e mulheres. Psicol. Reflex.
Crit. v.15 n.3 Porto Alegre 2002.
LlPP M.E.N. Manual do Inventario de Sintomas de Stress para Adultos. 2'.ed,
Sao Paulo. Casa do Psicologo, 2002
LlPP M.E.N; NOVAES L.E. 0 Stress, Conhecer e enfrentar. Sao Paulo. Editora
Contexto, 2003.
LlPP M.E.N. Stress no Brasil: Pesquisas Avan~adas. Sao Paulo. Editora
Papirus, 2004.
MATTAR F. Pesquisa de marketing. Ed. Atlas. 1996.
Morais PC. Incidencia de stress em profissionais da area da saude. In
CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE PSICOLOGIA, 1°.. 1999, Salvador.
Anais eletr6nicos ... Salvador: Universidade Federal da Bahia. Disponivel em:
htto: flwww.ulba.br/ncomosi/comosi1999/0086.html
NETO E.P; BALLONE, G.J.; ORTOLAN I I.V. Da Emo~ao Ii Lesao: Urn guia de
Medicina Psicossomatica. Sao Paulo. Editora Manole, 2001.
Ryan-Wenger, N.M. (1992). A taxonomy of children's coping strategies: A
step toward theory development. American Journal of Orthopsychiatry, 62, 256-
263
Se/ye H. The stress of life, New York: McGraw-Hili; 1956
48
SILVA, M. A.D. Quem ama nao adoece: 0 papel das emo~oes na preven~ao e
cura das doen~as.19.ed. Sao Paulo,1999 .
.Spielberger, C. D. (1972) Anxiety as an emotional state. In C. D. Spielberger
(Ed.), Anxiety Current trends in theory and research (Vol. 1). New York:
Academic Press.
Stacciarini JM, Troccolo BT. 0 estresse na atividade ocupacional do enfermeiro.
Rev Latino·americana de Enfermagem 2001; 9(2):17·25.
48
ANEXOS
Avalia!;ao do Risco de StressCHECK - UP HOSPITAL
NOME: _
Responda a todas as Questoes. Se uma dessas situa~oes nunca Ihe ocorreu,responda como se tivesse ocorrido, considerando seu passivel comportamento.
1. Oesde quantos anos voce trabalha?-
2. Ha quanta tempo voce esta na atualempresa7 _
3. Posic;:ao Ocupacional3.1( ) Autonomo 3.2() Supervisor 3.3( ) Gerente 3.4( ) Diretor
4. Situayao Familiar4.1( ) Casado 4.2( ) Separado 4.3( ) Viuvo 4.4( ) Solteiro
5. Tem filhos7 Ouantos7 _
6. Sua renda supre suas necessidades?6.1 ( ) Sim 6.2 ( ) Nilo
7. Em uma escala de 1 a 10 sendo 10 0 extrema, que nota seria aplicada ao stressprofissional ao qual esta sujeito?,--,--,--,--,--,--,--,--,--,
10
8. Em uma escala de 1 a 10 sendo 10 0 extrema, que nota seria aplicada ao stressfamiliar ao qual esta sujeito?r--.--,--,-.--.--,--,--.-~
10
INVENTA-IUO iJn SINTOMAS DE STRESSPARA fo.DU1TOSDE LIPP (ISSL)
Marilda Novaes Lipp
Quadro 1 . Assinalar com Fl au Pl, como indicado parasintomasque tenha experimentado nas ultimas 24 horas.Quaero 2 •Assinalar com F2 ou P2, como indicado parasintomasque tenha experimentado na ultima semana.Quadro 3 -Assinalar com F3au P3, como indicado parasintomas que tenha expenmentado no ultimo mas.
Nome: .
Sexo: ,..
Data de nascimento: ...
Local de Irabalho: .
Fun~ao exercida: ..
Escolaridade: ..
Local e data: .
~~~~ Casa do Psic6logo'
~ Uvraria e Editora
C2000Casa do Pslc61ogo· Uvraria e Edilora Ltda. ReseJ'Yadosos direitos depublic~ao em lingua portuguesa a Casa do Psic61ogo~ Livraria e EditoraUda. Rua Moural0 Coelho 1059· Sao Paulo - SP - Tel.Jfax: (J I)3034.36oocasadopsiCQ\ogo@casadopsico\ogo.com.br-\l,ww.C3S3jliicologo.comJlr.E proi·bidaareprodu~aototalouparcialdestapuhlic~aop:lr:l.qualquerfinalidade,sem :ItuoriZ!l~iloporescrilO dos editOre5.Impressa no BT'J5iVPrilllell ill Brazil.
:,"'t:;~ ·'!';'''f.'Y,ffiI' ';:)5'''''''",,''' ---"I:> ,11'><..' , ; ~ .!,' ,~? ~ N • .,. _~, • • ~~ '-."' I \ ' ••
t,~ ~ ..
~~~~ Casa do Psic6\ogo3>pagina 3
-- ~ Livraria e Editora
I. MAos E PES FRlOS, QUtJ)RO \a 2. BOCASECA
a) :'larque com um Fl os 3. NO NO ESTOMAGO
sintomas que tem 4. AUMENTO DE SUDORESE
experimentado nas 5. TENSAo MUSCULARultimas 24 boras. 6. APERTO DA MANDiBULN
RANGER OS DENTES
7. DlARREIA PASSAGEIRA
8. INSONIA
9. TAQUICARDIA
10. HlPERVENTlLA<;:Ao
II. HlPERTENSAOARTERlALSt1BITA E PASSAGEIRA
12. MUDAN<;:A DE APETITE
QUtJ)RO lb
13. AUMENTO SUBITO DEb) Marque com um Pl os MOTIVA<;:Ao
sintomas que tem 14. ENTUSIASMO St1BITOexperimentado nas
15. VONTADE SUBITA DEultimas 24horas.INICIAR NOVOSPROJETOS
~~~ Casa do PSic~logo1\ pagina4-- . ~~ livraria e Edltora
QU~RO ~aI. PROBLEMAS COM A
MEMORIA
a) Marque com um F2 os2. MAL-ESTAR
GENERALIZADO, SEMsintomas que tem CAUSA ESPECiFICAexperimentado na
3. FORMIGAMENTO DASultima sernana. EXTREMIDADES
4. SENSACAO DE DESGASTEFisICO CONSTANTE
5. MUDANCA DE APETITE
6. APARECIMENTO DEPROBLEMAsDERMATOLOGICOS
7. HIPERTENSAO ARTERIAL
8. CANSACO CONSTANTE
9. APAREClMENTO DEULCERA
10. TONTURNSENSACAO DEESTARFLUTUANDO
II. SENSlBILIDADE EMOTIVAQU~RO~\l EXCESSIVA
12. DUVIDA QUANTO A SIb) Marque com um P2 os PROPRIO
sintornas que tern 13. PENSARexperimenlado na CONSTANTEMENTE EMt'iltima semana. UM SO ASSUNTO
14. IRRIT ABILIDADEEXCESSIVA
15. DTMIN UICAO DA LIBIDO
a~~Casa do Psic61ogolP
pagina 5-- -q~ Livraria e Editora
I. DlARRElA FREQOENTEQ\l&DRO ?,a 2. DrFlCULDADES SEXUAlS
3. INSONIAa) Marque C0111 U111 1'3 os 4. NAuSEA
sintomas que tem 5. TIQUESexperimentado no 6. HlPERTENSAO ARTERIALultimo mes. CONTINUADA
7. PROBLEMASDERMATOLOGICOSPROLONGADOS
8. MUDANCA EXTRETvlA DEAPETlTE
9. EXCESSO DE GASES
10. TONTURAFREQVENTEII. ULCERA
12. ENFARTE
QU~llRO 3\l13. IMPOSSlBlLU)ADE DE
TRABALHAR
14. PESADELOSb) Marque com um P3 os 15. SENSACAODE
sinlomas que tern lNCOMPETENCIA EMexperiment ado no TODAS AS AREAS
ultimo mes. 16. VONTADE DE FUGrR DETUDO
17. APATIA, DEPRESSAO OURAIVA PROLONGADA
18. CANSACO EXCESSIVO
19. PEN SARff ALARCONSTANTEMENTEEMUM SO ASSUNTO
20. IRRlTABlLIDADE SEMCAUSA APARENTE
21. ANGUSTIAIANSIEDADEDlARIA
22. HlPERSENSlBlLIDADEEMOTIVA
23. PERDA DO SENSO DEHUMOR