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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ SETOR DE CI~NCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA ANÁLISE DA ESTIMATIVA DE RISCO DA LESÃO DO JOELHO DE SALTADOR EM ATLETAS DE BASE DE VOLEIBOL CURITIBA 2002 -- -- - - --

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ SETOR DE CI~NCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE

FISIOTERAPIA

ANÁLISE DA ESTIMATIVA DE RISCO DA LESÃO DO JOELHO DE SALTADOR EM ATLETAS DE BASE DE VOLEIBOL

CURITIBA 2002

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GUSTAVO HENRIQUE FENDRICH BATISTA

ANÁLISE DA ESTIMATIVA DE RISCO DE LESÃO DO JOELHO D O SALTADOR

EM ATLETAS DE BASE DE VOLEIBOL

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia, da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Tuiuti do Paraná.

Orientador: Proto. Fabricio Vicenzi.

CURITIBA 2002

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AUTOR: GUSTAVO H. F. BATISTA TITULO: ANÁLISE DA ESTIMATIVA DE RISCO DE LESAO DO JOELHO DO

SALTADOR EM ATLETAS DE BASE DE VOLEIBOL

TERMO DE APROVAÇÃO

Este Projeto de Pesquisa Monográfica foi avaliado pela banca examinadora como requisito parcial para obtenção de Graduação no Curso de Fisioterapia.

o examinado foi aprovado com a nota:_o

NOME

BANCA EXAMINADORA I

ASSINATURA

de 2002.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................ ........................................ RESUMO........................................................................................................................................... ABSTRACT.................................................................................................................... . 1 I NTRODUçAO............................................................................................... 1 1.1 A HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA ESPORTIVA NO BRASIL .......................... 1 1.2 ANATOMIA DO JOELHO............................................................................... 2 1.2.1 Anatomofisiologia........................................................................................... 2 1.2.2 Músculos........................................................................................................ 4 1 .2.3 Ti pos de Contrações M uscu lares.. . .. ... .. .. ... .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .... .......7 1.3 BIOMECÂN ICA............................................................................................ 10 1.3.1 Movimentos do Joelho .................................................................................. 10 1.4 PATOLOGIAS MÚSCULO TENDINEAS INFLAMATÓRIAS DA ARTICULAÇAO DO JOELHO ....................................................................... 16 1.4.1 Tendinite do Poplíteo .................................................................................... 17 1.4.2 Bursite da "Pata de Ganso"........................................................................... 17 1.4.3 Síndrome do Atrito da Fascia Lata ................................................................ 17 1.4.4 Tendinite ....................................................................................................... 17 1.5 DIAGNÓSTiCO............................................................................................. 21 1.5.1 Avaliação ...................................................................................................... 22 1.6 TRATAMENTO ............................................................................................. 22 1.6.1 Efeitos Fisiológicos provocados pelo frio....................................................... 25 1.7 PREVENÇAO ............................................................................................... 27 1.7.1 Fatores que devem ser observados para a prevenção.................................. 28 1.7.2 A Prevenção sob o Ponto de Vista Atual- Resumo........................................ 28 2 METODOLOGIA (MATERIAL E MÉTODO)................................................... 31 3 ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................... 32 4 CONSI DERAÇÕES FI NAIS ........................................................................ 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................... .................................................. 40 ANEXOS ...................................................................................................... ........41 ANEXO 1- QUESTiONÁRIO PARA ANÁLISE DE ESTIMATIVA DE RISCO DE LESÃO DO JOELHO DE SALTADOR EM ATLETAS DE VOLEIBOL .................42

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LISTA DE FIGURAS

GRÁFICO 1 - APRESENTAÇÃO MASCULINO...........................................................32

GRÁFICO 11 - LOCALIZAÇÃO DA DOR.............................................................. 32

GRÁFICO 11I- QUANDO OCORRE A DOR INFRA PATELAR....................................33

GRÁFICO IV - CAUSAS SECUNDÁRIAS DA INFRA PATELAR.................................34

GRÁFICO V - QUANDO COSTUMA ALONGAR.........................................................34

GRÁFICO VI- APRESENTAÇÃO FEMININO ...............................................................35

GRÁFICO VII - LOCALIZAÇÃO DA DOR. ...................................................................36

GRÁFICO VIII- QUANDO OCORRE A DOR INFRA PATELAR....................................36

GRÁFICO IX - CAUSAS SECUNDÁRIAS DA TENDINITE INFRA PATELAR.............37

GRÁFICO X - QUANDO COSTUMA ALONGAR.........................................................38

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RESUMO

o joelho é a articulação que mais sofre na prática esportiva por esforços repetitivos. Na corrida, natação, ciclismo, remo, voleibol e demais esportes crclicos que solicitam a articulação em movimentos de frear, mudança de direção, saltar e absorver impacto. A tendinite é .uma srndrome de excesso de uso em resposta a inflamação local devido a microtraumas repetidos que podem ocorrer devido a desequiUbrios musculares ou fadiga, alterações nos exercrcios ou nas rotinas funcionais, erros de treinamento ou uma combinação de vários desses fatores.Joelho do saltador é o nome que se dá para descrever a tendinite patelar ou do quadrrceps.A aplicação deste estudo foi realizada em atletas de base (categoria infanto-juvenil) de voleibol da FMD (Fundação Municipal de Desportos) de São Bento do Sul - se sendo 19 atletas do sexo feminino e 19 atletas do sexo masculino. Foi aplicado também em 19 não atletas do sexo feminino e 19 não atletas do sexo masculino, escolhidos aleatoriamente pl poder-se fazer a comparação correta entre atletas e não atletas. Este estudo é analrtico do tipo caso-controle e tem o objetivo de estimar o risco de lesão do joelho de saltador em atletas de base de voleibol.Espera-se que esta estimativa seja alta pela própria definição do que é uma tendinite e pela relação que o treinamento do voleibol tem com essa definição.

Palavras-chave: tendinite, infra-patelar, joelho.

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ABSTRACT

The knee is the joint that most sofers on sports activities by overuse. On running, swimming, cyclism, voleyball and others cycling sports that needs the joint's moves like braking, change of direction, jumping and resist to impacts.The tendon's sore is caused by overuse in answer to a local inflamation that is caused by repetitous microtraumas that can occur because of muscle's disorders or tireness, alterations on the exercises or funcional routines, errors of traning or some of this factors combyned.Jumper's knee is the na me that is given to describe the pathelar's tendon's sore.This study was aplied on base's volleyball's athletes (high-schoors category) of the MFO of São Bento do Sul - se, being 19 female athletes and 19 male athletes. It was been aplied in 19 female non-athletes and 19 mal e nonathletes, chosen radomly. So it could be done the right comparison between athletes and non-athletes. This study is analitic of the type case-control and has the objective of estimate the risk of jumper's knee in base's volleyball athletes. It's hoped that this estimative be high because of the definition itself for a tendon's sore and the relationship between the practice of volleybal and this definition.

Key words: tendon sore, jumpers knee, inflamation.

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1 INTRODUÇÃO

A tendinite é uma sfndrome de excesso de uso em resposta a inflamação local

devido a microtraumas repetidos que podem ocorrer devido a desequiUbrios musculares

ou fadiga, alterações nos exercfcios ou nas rotinas funcionais, erros de treinamento ou

uma combinação de vários desses fatores.

A sfndrome ocorre, pois uma demanda contfnua é colocada no tecido sem que

haja tempo adequado para cicatrização, de forma que a dor e a inflamação continuem.

Os tendões são estruturas fibrosas cuja função é a transmissão da força

produzida pelos elementos contráteis e não contráteis, dentro da unidade músculo-

tendão. A força é transmitida através do tecido tendão para agir sobre um dos

segmentos do osso e produzir o torque (momento de força) sob o segmento em relação

ao eixo articular.

1.1 A HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA ESPORTIVA NO BRASIL

As atividades terapêuticas ligadas ao esporte vêm sendo desenvolvidas, desde

há muito tempo atrás, por pessoas abnegadas ao esporte. Estas atividades terapêuticas,

na maioria das vezes, não apresentavam fundamentações cientrficas e tampouco eram

desenvolvidas por profissionais capacitados. Tudo isto, apesar de conter muita

abnegação mas pouca ciência, contribuiu para que se pudesse evoluir até a concepção

atual que vê a "Fisioterapia Esportiva" como um importante segmento dentro das

ciências do esporte.

Na evolução da Fisioterapia Esportiva como ciência, pode-se destacar o Prof.

Pernambuco (radicado na Arábia) e Prof. Zenildo Gomes da Costa, que, juntamente com

outros tantos colegas conquistaram este espaço. O trabalho para reconhecimento da

categoria exigiu muito esforço e trabalho. Os recursos eram mfnimos e a remuneração,

na maioria das vezes, consistia somente no tradicional "tapinha nas costas" de

agradecimento, quando a equipe era vitoriosa. Aos poucos, as coisas foram melhorando.

O respeito pelo trabalho foi conquistado, primeiramente entre os atletas, depois entre os

treinadores (técnico e preparador ffsico) e médicos

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e, por último, mas ainda com certas ressalvas, junto aos dirigentes.

1.2 ANATOMIA DO JOELHO

1.2.1 Anatomofisiologia

A incidência e a severidade dos traumas do joelho em esportes recreativos ou

competitivos organizados (profissional) e em outras atividades, estão muito bem

documentadas e são muito extensas.

Analisando a anatomia, a fisiologia e a biomecânica, e associando-as às

incidências dos traumas, percebe-se que muitos deles podem ser evitados, assim como

muitos traumas reincidem, indicando que a conduta terapêutica não foi a mais

adequada.

O conhecimento e a compreensão do mecanismo funcional do joelho tornam-se,

tanto para o médico como para o fisioterapeuta, de suma importância na interpretação

da lesão.

O joelho é composto por três ossos: fêmur, tfbia e patela, formando, com eles

duas articulações, a fêmuro-tibial (FT) e a fêmuro-patelar (FP). O joelho é composto por

dois eixos bicondilianos: fIexo-extensão e rotação, que estão localizados nos extremos

de dois importantes braços de alavanca, o fêmur e a tfbia, sendo que, por isto, os

traumas destes braços se transmitem de maneira indireta,

porém ampliada, a esta articulação.

Os eixos da articulação do joelho são:

1. Eixo transversal - onde acontecem os movimentos de flexo-extensão

(plano frontal).

2. Eixo longitudinal- onde acontecem os movimentos de rotação axial. Em (1)

está o principal movimento do joelho, onde a extensão máxima é em

zero grau, pois, quando o movimento vai além de 0°, o joelho está em genu recurvatum.

Já a flexão pode chegar de 140° a 160°, de forma at iva e passiva, respectivamente.

Em (2) está a rotação em volta do eixo longitudinal, podendo ser feita somente

com a articulação em flexão de 90°. Neste caso, há um limite de 40° a 50°

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na rotação externa (RE), e de 30° a 35° na rotação interna (RI). Há ainda em (2), a axial

automática, que ocorre associada aos movimentos de flexo-extensão. Este movimento

automático ocorre no final da extensão (RE) e no inicio da flexão (RI). Estes dois

movimentos automáticos são denominados movimentos "fisiológicos". A sua importância

está relacionada com a posição do pé no momento da lesão. Por exemplo: na lesão com

o joelho em extensão e em RE, o mecanismo fisiológico de lesão é menos grave, mas,

se a lesão ocorrer com o joelho em extensão e em RI, dizemos que o mecanismo da

lesão é antifisiológico (mais grave).

Para favorecer os movimentos, há três (3) diferentes articulações: uma

troclear, a fêmuro-patelar; e duas condilianas, as fêmuros-tibiais.

O fêmur forma um ângulo de 170° a 175° em relação ao joelho. Nas mulheres

(bacia ginecóide), geralmente o ângulo tende a ser menor que 170°, levando a uma tibia

valga (valgismo).

Os côndilos articulares são grandes e convexos nos planos frontais e sagitais;

na região anterior formam a superfície articular para a patela (sulco-troclear) e,

posteriormente, os côndilos são divididos pelo entalhe inter-condiliano - inserção dos

ligamentos cruzados. Os côndilos são recobertos por uma cartilagem lisa, muito

condensada, para resistir às forças aplicadas.

Adjacentes aos côndilos, estão os epicôndilos, que contêm superficies convexas

com forâmens vasculares para fixação capsular, ligamentar e dos tendões. A região

epicondilar mais proeminente é o tubérculo adutor - inserção do adutor e ligamento

colateral media I (LCM).

O côndilo lateral é maior que o medial, e, portanto, leva mais tempo para

percorrer o mesmo trajeto. O côndilo medial (CM) rola até 10 a 15 graus de flexão e

depois ocorre o deslizamento. O côndilo lateral (CL) rola até 20 graus de flexão e depois,

assim como o CM, desliza. É visto que o CL rola mais que o CM, devido ao caminho que

ele percorre ser mais longo.

Não se pode esquecer de que os principais 15 e 20 graus de rolamento

fazem parte da amplitude normal dos movimentos de flexo-extensão na marcha.

A tróclea lateral é mais alta que a medial, o que impede o deslocamento

lateral da patela.

O planalto tibial medial é côncavo e o lateral é convexo, formando uma

articulação totalmente incongruente, que só é compensada pelos demais elementos

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anatõmicos articulares. Esta diferença faz com que as instabilidades laterais sejam mais

difíceis de serem tratadas conservadoramente.

Na região ântero-inferior aparece a tuberosidade anterior tibial, que serve de

fixação para o tendão infra-patelar (extensão do mecanismo extensor). Neste espaço,

localiza-se o tecido gorduroso infra-patelar, que por sinal é altamente vascularizado.

A articulação fêmuro-patelar (FP) é formada pela superfície anterior do fêmur

(sulco troclear) e pelas facetas posteriores da patela. A patela é o mais longo osso

sesam6ide do corpo. A articulação se divide, posteriormente, por uma espinha vertical,

até as regiões media I e lateral, sendo que cada lado pode ser subdividido em três

facetas: superior, central e inferior, entrando em contato com o fêmur nos seus vários

pontos, na ordem do movimento.

As facetas patelares são convexas, sendo a lateral mais larga que a medial,

constituindo-se em uma faceta adicional: "faceta de flexão". Sua cartilagem articular, na

superfície posterior, é a mais grossa do corpo humano - 5mm.

1.2.2 Músculos

A função muscular exerce um papel importante na estabilidade dinâmica da

articulação, diminuindo a suscetibilidade às lesões diretas ou indiretas.

Diretas - secundárias ao sistema ligamentar.

Indiretas - por uma disfunção medial oblíqua.

1.2.2.1 Músculos Posteriores da Coxa (fquios-Tibiais -Its)

São formados pelos íquios-tibiais (Its), bíceps femural (Bf), semitendioso (ST),

semimembranáceo (SMB), poplíteo (Pp) e gastrocnêmio (Ga), assim como adutor, com

ação no quadril. Ambos dão estabilidade ao joelho. Eles estão implicados desde as

dores lombares até as epifisites do joelho.

Os músculos posteriores servem duas articulações, quadril e joelho, sendo,

portanto, bi-articulares. Além disto, a porção posterior do adutor maior é

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funcionalmente considerada um IT, devido a sua origem junto aos outros e, também,

pela sua linha vertical.

O brceps femural (BF) é um músculo hrbrido, com cabeças de origem longas e

curtas. A longa divide a tuberosidade isquiática com os outros its, enquanto a curta se

eleva da linha áspera sobre o aspecto posterior do fêmur. Distalmente, as duas cabeças

têm um tendão comum e se inserem, previamente, na cabeça da frbula e do côndilo

lateral tibial. O tendão também emite ligamentos fibrosos até os lados iliotibial e póstero-

Iateral do fêmur. Cada cabeça tem uma fonte separada de inervação. A cabeça longa

recebe o suprimento nervoso da divisão tibial do nervo isquiático (L5, 51, 53), enquanto

que a cabeça curta é elevada pela porção peronial (L5, 51, 52). No aspecto funcional, as

duas cabeças dão a rotação lateral externa e flexão, assim como enrijecem o aspecto

póstero-Iateral do joelho, devido à sua extensão ampla. A cabeça longa também produz

extensão, rotação lateral externa e adução do fêmur ao quadril.

O semitendinoso (5T) se combina com fibras da cabeça longa do brceps

femural na sua origem e, então, se divide, conforme passa debaixo do aspecto póstero-

medial da coxa ao joelho. O tendão distal passa ao redor do joelho medialmente, para

inserir-se sobre o aspecto ãntero-medial do côndilo tibial. Ele divide inserção com o

sartório e com o músculo grácil, formando o grupo da "pata de ganso". Realiza a flexão e

a rotação medial do joelho, a extensão, rotação medial e a adução do quadril.

O semimembranáceo (5MB) também sai da tuberosidade isquiática e viaja na

profundidade dos outros its até a sua inserção distal, através de um tendão grosso e

redondo, no aspecto póstero-medial tibial. Ao passar posteriormente, emite uma banda

longa de tecido, que se combina com a cápsula póstero-medial, formando o ligamento

oblrquo posterior (LOP). Além disto, o tendão libera ligamentos fibrosos ao corno

posterior do menisco medial, fazendo com que o mesmo seja dirigido posteriormente

durante a flexão do joelho, para evitar a sua compressão. As ações são similares as do

semitendinoso.

Como consideração adicional, a porção posterior do adutor maior sai da origem

comum da tuberosidade isquiática e se insere no tubérculo adutor do fêmur distal.

Estando, portanto, envolvida sua inserção proximal, não tem ação sobre o joelho.

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São, portanto, músculos bi-articulares, que trabalham como movimentadores e

estabilizadores do joelho e do quadril.

O popliteo, considerado músculo de função articular, juntamente com o

semimembranáceo, tem sua origem no aspecto póstero-medial da trbia e possui três

inserções no cõndilo femural, próximo de inserção do ligamento colaterallateral, no

menisco externo, em seu seguimento posterior, e na trbia, próximo à inserção do

ligamento arqueado (LA).

Sua contração promove tensão no ligamento arqueado (LA), posteriorização do

menisco externo e a rotação tibial interna, pois, fixando-se no cõndilo femural, aproxima

sua origem tibial deste estrutura.

1.2.2.2 Músculos Rotadores

Os músculos posteriores medial e lateral também representam papéis

importantes na estabilidade rotacional dinâmica do joelho.

Os músculos mediais, como já foi mencionado, são compostos pelo adutor

maior, por sua localização anatõmica e a pata de ganso (sartório, grácil e

semitendrneo), que é um flexor e rotador interno do joelho, com ação também no

quadril. É um importante estabilizador medial do joelho.

O músculo lateral, fáscia lata (FT), tem sua origem na crista iHaca e

inserção no tubérculo de Gerdy, sendo, portanto, um flexor do joelho após os

primeiros graus de flexão e, extensor, quando o membro inferior está apoiado em

extensão. É considerado o principal estabilizador lateral do joelho, pois forma um

verdadeiro ligamento entre sua inserção, no septo intermuscular e no tubérculo de

Gerdy. Apresenta tensão nas fibras anteriores (faixa mo-tibial) com joelho em

flexão e tensão nas fibras posteriores, com o joelho em extensão. Trabalha,

especificamente, no movimento de flexão do quadril + rotação interna do quadril e

abdução do quadril.

1.2.2.3 Músculos da Perna

Outro importante músculo na estabilidade posterior do joelho é o

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gastrocnêmio, sendo que este músculo apresenta uma função bi-articular: uma, com

função no joelho que, devido à sua inserção nos côndilos femurais (posteriormente), faz

com que seja um importante estabilizador posterior de joelho, além de reforçar os cantos

póstero-medial e póstero-Iateral; a outra é na articulação do tornozelo, onde se insere

através do tendão de Aquiles. O solear tem ação somente no tornozelo.

Deve-se salientar que toda articulação, ao ser estudada, deve ser vista de

maneira seletiva, mas que, ao se propor um trabalho funcional ou geral, deve-se

trabalhar de maneira global, ou seja, pé, tornozelo, joelho, quadril e tronco, pois o corpo

é um só conjunto que trabalha dividindo tarefas.

1.2.3 Tipos de Contrações Musculares

. Exercício Isométrico

No exercício isométrico a velocidade é zero; não ocorre movimento

(artrocinesia/osteocinesia), a resistência é fixa, ocorre contração e o encurtamento das

fibras é pequeno. Ele ocorre quando a força muscular equipara-se com a resistência

oferecida (iso = igual - métrico = medida).

Nos exercícios de contração isométrica, o movimento de varredura articular

(excursão) é suprimido, o que torna possível o esforço livre de dor (quase sempre), de

instabilidade articular ou de impossibilidade de contrações dinâmicas. As variações de

força ligadas ao trabalho dinâmico são eliminadas, e a obtenção de uma resistência

constante é facilitada.

Os estímulos podem ser em todos os ângulos articulares (exercícios

isométricos de ângulo limitado - EIAL). A contração mantida com força acima de 60% da máxima leva à diminuição

do aporte sangOíneo no músculo.

1) Vantagens dos Exercícios Isométricos:

previnem atrofia;

estimulam proprioceptores articulares e musculares;

uso imediato ao pós-cirúrgico;

ajudam na drenagem articular (aumentam pressão extra-vascular);

economizam a articulação;

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não necessitam de aparelhos;

trabalham em diversas amplitudes articulares;

podem ser realizados em diversos lugares; podem

ser utilizados por pacientes imobilizados;

aumentam a força e a resistência muscular.

2) Desvantagens dos Exercícios Isométricos:

aumentam a pressão diastólica;

são pouco motivadores;

é difrcil o controle funcional da força;

trabalha-se anaerobicamente (necessita-se adequar os estímulos);

opõem-se à flexibilidade (geram mais tensão);

podem levar ao fenômeno de valsava (deve ser orientado em conjunto

com a respiração.

3) Materiais utilizados no Tratamento Isométrico:

todos iguais aos de trabalhos isotônicos e dos exercícios em cadeia

cinética fechada (CCF).

4) Variações dos Exercícios Isométricos:

A - Iso métrico puro.

B - Iso métrico ângulo múltiplo.

C - Isotônicos com componente isométrico do meios ou final do

movimento.

. Exercícios Isotânicos (Dinâmicos)

Os exercícios isotônicos, ao contrário dos isométricos, apresentam

movimentos (artocinesialosteocinesia), contração e, também, alongamento muscular

(flexibilidade tecidual normal).

Os exercícios isotônicos podem ser divididos em concêntricos e excêntricos.

São também conhecidos como exercícios de resistência progressiva (ERP) e

exercícios de resistência regressiva (ERR). Atualmente, os ERPs são os mais utilizados.

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No ERP a carga é aplicada por algum meio mecânico e é quantitativamente

mensurada e progressivamente aumentada com o tempo. É usado para o aumento da

força muscular. Atualmente, este tipo de exercício é mais abrangente, pois, além

do aumento da força muscular, também a fadiga e a potência são trabalhadas.

- Exercício Dinâmico Concêntrico (Coc)

Ocorre quando as extremidades musculares se aproximam, quando diminui

o comprimento muscular (contração) e quando a força muscular desenvolvida é

superior à resistência de oposição. A isto denomina-se tensão/contração positiva.

- Exercício Dinâmico Excêntrico (Ecc)

Ocorre aumento no comprimento muscular e as extremidades musculares se

afastam. A força muscular desenvolvida não é superior à resistência de oposição. A isso

denomina-se tensão/contração negativa. O trabalho Ecc pode suportar maiores

resistências que o Coco

O exercício isotônico concêntrico ou excêntrico com resistência constante ocorre

quando a resistência permanece constante através da ADM. O torque da curva varia

através da ADM e pelo distanciar da linha de ação do peso, em relação ao centro

articular.

Os exercícios isotônicos concêntricos ou excêntricos com resistência variada

ocorrem quando a resistência sofre variação no torque da curva muscular. A resistência

estabelecida não se adapta ao esforço do indivíduo, ela deverá ser corrigida, mas nunca

proporcionalmente ao esforço.

Os materiais que podem ser utilizados no desenvolvimento do trabalho dinâmico

são: pesos livres (diversos), borracha, polias, amortecedores, cabos, correntes, barras,

molas, polias dentadas, cames, gravidade, peso corporal, resistência manual, etc.

Vantagens dos Exercícios Isotônicos:

desenvolvem os componentes concêntricos excêntricos;

trabalham a ADM;

pode-se utilizar as vias energéticas (aer6bica e anaer6bica);

aumento real de força e resistência muscular;

estimulam a flexibilidade (arco de movimento completo);

estimulam o trabalho sistêmico, em geral.

são mais motivadores (menos sofrimento);

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são fáceis para criar meios para solicitação da resistência.

1) Desvantagens dos Exercfcios Isotônicos:

ADMS amplas (desgaste articular);

treinamento de baixa velocidade;

a resistência é fixa e a velocidade desenvolvida é variada, sem controle

real e, quase sempre, desconhecida;

os ângulos mais fortes da curva de movimento são, às vezes, pouco

trabalhados, e os mais fracos são solicitados além da sua capacidade de

força;

a resistência e tensão muscular não correspondem;

não há um meio para controlar a atividade em caso de algum problema

(dor).

1.3 BIOMECÂNICA

A mecânica trabalha com a análise de forças que agem sobre um objeto.

Todas as posturas do corpo são resultados de forças musculares equilibrando as

forças impostas sobre o corpo, e todos os movimentos corporais são causados

por forças agindo em e sobre o corpo.

O conhecimento dos princfpios mecânicos, portanto, é essencial para o

entendimento de todos os aspectos de prevenção, diagnóstico e tratamento das

lesões esportivas.

O joelho apresenta incongruências mecânicas, e isto faz com que as

atividades que exigem grande mobilidade exponham o mesmo aos traumas.

1.3.1 Movimentos do Joelho

1.3.1.1 Articulação Fêmuro- Tíbial (FT)

O eixo do movimento está localizado poucos centrmetros acima das

-- -

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superfícies articulares, passando transversalmente através dos côndilos femorais. O raio

de curvatura não é constante e é menor com o joelho em flexão.

Na rotação axial, o movimento ocorre no plano transverso, quando o joelho está

em flexão. Durante a flexão, ocorre um afrouxamento dos ligamentos colaterais, sendo

que o LCL fica mais frouxo e, por isto, o movimento entre os côndilos femorais e tibiais é

mais extenso lateralmente do que medialmente. A rotação transversa se dá ao redor de

um eixo longitudinal, que se localiza media I à crista interconciliar da tíbia, podendo se

afirmar que o côndilo lateral roda ao redor do medial. A importância funcional deste

movimento está no movimento em cadeia fechada, no qual o fêmur roda internamente

sobre a trbia fixa, como ao ficar de joelhos, sentado ao agachado e, também, nas

mudanças súbitas de direção, quando se está correndo.

No movimento de rotação terminal do joelho, que ocorre normalmente quando o

joelho move-se em extensão, tem-se a tíbia rodando externamente, a aproximadamente

20°, sobre o fêmur fixo. É um evento mecânico que ocorre tanto ativa quanto

passivamente. Nos movimentos em cadeia cinética fechada, esta rotação terminal é vista

como rotação interna do fêmur sobre a tíbia fixa. Ela permite aos humanos

permanecerem eretos, sem contração do quadríceps, e suportar forças ântero-

posteriores sobre o joelho em extensão, com força muscular reduzida.

Estes movimentos são muito importantes no processo de reeducação, uma vez

que são essenciais para a recuperação da integridade dos movimentos articulares.

1.3.1.2 Articulação Fêmuro-Patelar (FP)

A articulação fêmuro-patelar (FP) apresenta dois movimentos em relação à

tíbia, considerando-se a flexo-extensão ou a rotação axial.

. Estrutura e Função:

A patela apresenta funções importantes para o mecanismo funcional do

joelho. Suas principais funções são:

aumentar a vantagem mecânica do quadríceps (Qds), pelo aumento do

braço de alavanca;

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aumentar a área de contato no fêmur - distribuir as forças compressivas

que o fêmur deve suportar;

oferecer proteção à superfície anterior do joelho (função menor);

A sua ausência representa menos 10° a 20° na extensão ter minal e menos

20% a 30% da força do quadríceps.

As facetas que se articulam com o fêmur são a lateral, a medial e a avulsa.

Estas facetas são cobertas por espessa cartilagem articular. A função da

cartilagem articular do lado inferior da patela é distribuir o peso de contato sobre uma

ampla área de superfície e prevenir as concentrações de stress que podem ocorrer no

contato osso com osso. As diferentes partes da patela reagem também na falta de

movimento na articulação fêmuro-patelar. O movimento é necessário

para manter a cartilagem articular saudável.

A patela está estabilizada por apoios estáticos e dinâmicos.

Na estática:

formato da articulação;

retináculo medial (origem nas bordas medial do VMO, tendão dos

quadríceps, e base patelar);

retináculo lateral (passa entre a porção distal do feixe iliotibial e a borda

lateral da patela e o mecanismo extensor);

ligamentos patelofemurais medial e femural.

Na dinâmica:

músculos quadríceps (Qds) femoral (porção VL, VM, VI e RA) (através do

tendão quadríceps);

pata de ganso (pés anserinus), (PG);

bíceps femoral (BF).

A principal função do músculo quadríceps não é extensão, mas sim

"desaceleração". O VMO é parte do quadríceps, mas é freqOentemente envolvido nos

problemas fêmoro-patelares. O VMO se liga à porção média da borda media I da patela

num ângulo discutido por diversos autores como sendo de 65° ou de 50°- 55°. Este

músculo oferece restrição dinâmica às forças laterais que agem sobre a patela.

A pata de ganso e o bíceps controlam a rotação tibial interna (RTI) e externa

(RTE), respectivamente, e, portanto, afetam diretamente a trajetória patelar.

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1.3.1.2.1 Biomecânica FP

A biomecânica fêmuro-patelar (FP) é importante para se compreender os

efeitos dos exercrcios reeducativos na articulação. Os pontos de contato da patela sobre

o fêmur, as partes da patela que fazem contato com o fêmur e as forças compressivas

geradas durante a atividade se alteram com a mudança do ângulo articular.

O mecanismo funcional FT manterá as seguintes caracterrsticas:

. De 10° a 0° - o tendão patelar (TP) entra em contato com o fêmur e a patela com

o coxim adiposo supratroclear;

. Após 90° de flexão - o tendão patelar (TP) resiste ao contato e a área de contato

patelar diminui com o aumento da flexão até o extremo da flexão, quando a

periferia da patela entra em contato com o fêmur;

. Pontos de contato no fêmur:

a mais ou menos 20° de flexão, a faceta lateral patel ar faz contato com a

borda lateral do sulco femoral;

a mais ou menos 30°/45°, a patela se centraliza no sul co;

após 90°, a patela contacta apenas a faceta medial femo ral;

a 135°, a faceta avulsa contacta também os côndilos femo rais;

após 135°, a faceta avulsa da patela contacta o côndilo femoral media!.

. Pontos de contato na patela - eles se alteram durante o movimento articular, vão de

distal para proximal, conforme o movimento vai da extensão para a flexão (20°, 45° e

90°).

Na presença de doença degenerativa (osteoartrose), a patela centraliza-se a

aproximadamente 20° e as duas facetas ficam e m constante contato com o fêmur

durante todo o movimento da flexão. Considerando todos estes fatores, haverá

oportunidade de melhor organizar a conduta terapêutica pelo movimento.

As forças compressivas em atividades dinâmicas sofrem variações:

Na marcha (onde a flexão é mrnima), a maior força de reação da articulação

fêmuro-patelar (FP) está próxima da metade do peso corporal;

Ao subir escadas (com flexão de 90°), a força de reação n a articulação

fêmuro-patelar é de cerca de três vezes o peso corporal;

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Durante exercícios diversos, as forças compressivas na articulação PF

variam.

Exemplos:

. Extensão do joelho com uma bota pesada - as forças compressivas são

maiores de aproximadamente 35° a 40°;

. Extensão no joelho em uma máquina isotônica ou isocinética (com a

resistência aplicada a um ângulo reto ao tornozelo) - as forças

compressivas são maiores a 90°.

o quadríceps tem que exercer a sua maior força nos últimos 15° de

extensão.

As reais forças compressivas na articulação fêmuro-patelar diminuem de 30°

para 0°.

A articulação fêmuro-patelar (FP) apresenta dois movimentos em relação à

tíbia: a flexo-extensão e a rotação axial.

Nos movimentos de rotação axial, estes movimentos se fazem num plano

frontal. Em posição neutra, o tendão infra-patelar é ligeiramente oblfquo para baixo e

para fora. Na rotação interna, ele torna-se oblíquo para baixo e para dentro. Na rotação

externa observa-se o inverso. Isto é de grande importância, pois, quando se trabalha

com pacientes portadores de instabilidades fêmuro-patelares, é necessário adequar a

obliqOidade do tendão infra-patelar, para não provocar mais forças luxantes.

A estabilidade da patela é provida de mecanismos estáticos e dinâmicos. A

estabilidade ativa é provida através da tração do vasto medial, com ênfase maior ao

vasto medial oblíquo (VMO). Este músculo também fornece um grau de estabilidade

estática, através da sua inserção em outras estruturas moles na região media I do joelho.

A estabilidade estática é provida por um entalhe troclear (tróclea lateral mais elevada),

em conjunção com tamanho patelar e o tipo de orientação vertical da patela. A sua

função está ligada ao movimento da articulação fêmuro-tibial, e a total função do joelho

inclui um relacionamento dinâmico entre os componentes funcionais.

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1.3.1.2.2 Síntese Biomecânica do Joelho

Na extensão total, quando o joelho é submetido a stress, as forças contra as

quais o lCA é submetido são divididas harmonicamente com os outros estabilizadores

articulares, portanto o joelho a 0° está protegido con tra forças sobre olCA.

Devido à tração do poplíteo e ao relaxamento do complexo estabilizador lateral,

quando do joelho em flexão (na marcha), os côndilos femorais rodam em estilo posterior

sobre os platôs tibiais e meniscos, e, à medida que a flexão continua, o côndilo externo

do fêmur desloca-se mais para trás que o interno, girando sobre seu próprio eixo

vertical. O movimento de hiper-extensão é impedido pelos complexos estabilizadores

medial e lateral, além do complexo estabilizador central, parte posterior da cápsula e

contorno dos côndilos femorais.

A hiperflexão é bloqueada pelos ligamentos cruzados, cornos posteriores dos

meniscos, aderências femorais do gastrocnêmio e contorno dos côndilos femorais.

1.3.1.3 Biomecânica dos Músculos Uniarticulares e Biarticulares com ação no

joelho

. Músculos Uniarticulares

São cinco os músculos uniarticulares: os três vastos, o poplíteo e a cabeça

curta do bíceps femoral enquanto os outros (reto anterior, sartório, grácil, semis, cabeça

longa do bíceps e o trato iliotibial do tensor fáscia lata) cruzam o quadril e

joelho, ou cruzam joelho e tornozelo (gastrocnêmio).

. Músculos Biarticulares

Flexão do joelho combinada com extensão de quadril - O paciente, em pé

ou em prono, flete o joelho enquanto estende o quadril. Os ísquios-tibiais encurtamse

sobre as duas articulações ao mesmo tempo, tendo dificuldade para completar o

movimento.

Extensão do joelho combinada com flexão de quadril - Pode ser realizado o

movimento numa posição supina ou em pé, com a elevação da perna estendida

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(flexão do quadril e extensão do joelho). O movimento segue até que os rsquios-

tibiais percam a capacidade de se distender. O final também é influenciado, em

menor grau, pela diminuição da força no reto anterior, que encurta-se sobre o

quadril e joelho ao mesmo tempo.

Flexão de joelho combinada com flexão de quadril - Há uma distensão dos

rsquiostibiais sobre o quadril, ao passo que a flexão do joelho é realizada, tendo relações favoráveis de comprimento-tensão.

Extensão do joelho combinada com extensão de quadril - É a mais útil

combinação (subir escadas, levantar-se da cadeira, correr pular). Os rsquiostibiais

agem como extensores do quadril, enquanto que o quadrrceps estende o joelho,

sendo que, com isto, os rsquiostibiais se alongam sobre o joelho. Neste momento é

usada, efetivamente, uma porção da curva de comprimento-tensão.

1.3.1.4 Flexão do Joelho Combinada com Flexão Plantar do Tornozelo

Estes dois movimentos são realizados pelo gastrocnêmio ao mesmo tempo,

mas, se é objetiva a amplitude completa das duas articulações, o mesmo deve

encurtar-se uma distância longa e sua tensão cai rapidamente. Movimento não

muito útil.

1.3.1.5 Extensão de Joelho Combinada com Flexão Plantar do Tornozelo

Conforme o quadrrceps estende o joelho, o gastrocnêmio torna-se

distendido e isso gera condições boas para a flexão plantar (ficar na ponta dos pés,

correndo e pulando).

1.4 PATOLOGIAS MÚSCULO

ARTICULAÇAO DO JOELHO

TENDINEAS INFLAMATÓRIAS DA

A articulação do joelho recebe várias inserções musculares responsáveis

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pela mobilidade e pela estabilidade. A maioria destas inserções ocorre na região anterior

da tíbia e na patela.

A desproporção entre a potência muscular e o curto braço de alavanca na trbia e

entre o pequeno tamanho da patela e a sua função de roldana do quadrrceps são as

causas mais freqüentes dos sintomas decorrentes da patologia músculotendrnea ao

nrvel do joelho.

1.4.1 Tendinite do PopHteo

Os esportes que exigem movimentos bruscos de torção repetida, como o

futebol, podem provocar tendinite do popHteo.tendinite do poprtleo, bursite da

pata de ganso e a srndrome do atrito da fáscia lata.

1.4.2 Bursite da "Pata de Ganso"

A dor e o edema na região de inserção dos rsquiostibiais mediais são

sintomas freqüentes nos quadros de retração acentuada dos flexores do joelho.

1.4.3 Srndrome do Atrito da Fáscia Lata

A dor no epicOndilo lateral provocada pelo atrito repetido da fáscia lata é um

sintoma comum em corredores.

1.4.4 Tendinite

Mecanismos prováveis para o desencadeamento da tendinite:

. Padrão especrfico de movimento é realizado "repetitivamente":

. Esses esportes podem envolver uma sobrecarga tênsil repetitiva,

compressão e abrasão (desgaste) do tendão. A abrasão é comum no tendão

do supraespinhoso no espaço subacromial.

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. A freqOência dos esforços não permitem a reparação do tecido do tendão e

predispõem ao microtrauma acumulativo. Exemplo: Arremessos, saque

de tênis, natação.

. Esforço único com magnitude elevada:

. Pode induzir a uma patologia inicial que é mantida por outras atividades

que normalmente não podem concluir (evoluir) a patologia do tendão.

Exemplo: é o corredor com "passos largos". Isso resulta em uma contração

muscular excêntrica (ecc) dos ísquios tibiais (Its), que produz uma tensão

suficiente para alterar a substância do tendão, ou a interface do tendão

normal, e a corrida normal ou passos de caminhada, pode produzir forças

suficientes na magnitude, e lou freqOência para conservar

uma lesão crônica de tendinite.

. Andar ou correr sobre um plano irregular:

. Isso induz a repetitivas forças anormais de magnitude elevadas, nas

estruturas do tendão.

Exemplo: superfície com inclinação medial-Iateral. A força de reação no

terreno,desencadeará momentos anormais de eversão, para o pé que está

sobre o lado alto do terreno. As estruturas ósseas laterais do pé e tornozelo

serão submetidas à excessiva compressão.

Os tecidos moles mediais também sofrerão excessivos stresses tênseis. Os

tendões tais como o Aquiles, tibial posterior e flexor longo do hálux serão submetidos ao

stress tênsil anormal, como movimento articular excessivo produz tensão passiva e

como os músculos envolvidos produzem tensão ativa, assim como eles suportam a

contração excêntrica para controlar este movimento. Os tendões dos músculos tibial

posterior e flexor longo do hálux, podem também ser submetidos à compressão anormal

e fricção, como eles caminham em seus respectivos mecanismos de polias ósseas.

. Utilização de equipamento no local de trabalho ou no esporte, que

promove repetitivos stress nas estruturas do tendão.

. Formato do equipamento resulta em magnitude anormal de força.

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Exemplo: tamanho ou peso da raquete de tênis em pessoas que

predispõem à tendinite.

Tendinites mais comuns:

1. Supraespinhoso

2. Aquiles

3. Sindrome de Fricção da Banda iliotibial

4. Epicondilite lateral

5. Tibial posterior

6. Tendinite penoneal

7. Tendinite do púbis (adutor)

8. Tendinite iliopsoas

9. Tendinite do ligamento patelar (Joelho do saltador).

1.4.4.1 Tendinite do Tendão Patelar

Apresenta caracteristicas próprias, especialmente quando ocorre em individuos

em crescimento. Dependendo do momento que surge pode determinar dores na

inserção do tendão patelar na tibia, é então chamada de OsgoodSchalatter ou dores no

pólo distal da patela, levando o nome de Sinding-LarsenJohansson. Estas duas

entidades, consideradas como osteocondrites no passado, são responsáveis pela

sintomatologia dolorosa ao nivel do joelho da maioria dos jovens atletas (COHEN &

ABDALLA).

No individuo adulto, é chamada de "jumper's knee"(joelho do saltador).

Joelho do saltador é o nome que se dá para descrever a tendinite patelar ou

do quadriceps. Sintomas tipicos ocorrem após pulos, chutes, escalamentos, ou corridas

e consistem em desconforto, frouxidão ou dor tanto no tendão patelar como nos pólos

superior ou inferior da patela. Esse desconforto pode começar após um único salto, mas

é mais comum apenas após uma atividade repetitiva.

Tração ou sobrecarga leva a uma degeneração focal do tendão com

desgaste das fibras perto da fixação patelar. Há quatro fases do joelho do saltador. Na

fase um, a dor aparece apenas após atividade e sem muito dano funcional. Na

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segunda fase a dor está presente durante e após a atividade, mas a performance ainda

está num nrvel satisfatório. Na fase três, a dor ocorre durante e prolonga-se após a

atividade. O atleta não consegue mais atuar no nrvel a que estava acostumado. Há um

ponto de frouxidão perto da patela e dor na extensão do joelho contra uma resistência.

Se um stress pesado for aplicado durante esse perrodo, o processo doloroso pode

preceder uma ruptura do mecanismo extensor, o que seria a quarta fase da lesão.

A diferença anátomo-patológica entre os graus 3 e 4 é a ruptura, devendo

portanto ser para o atleta, de grande importância essas manifestações cHnicas no grau 2

para 3 e, principalmente, no grau 3 para 4.

Ocasionalmente pode haver edema acima da inserção do tendão patelar.

Apesar de geralmente os raios-x serem normais, as vezes eles revelam uma

luminosidade no pólo inferior da patela ou uma prolongação à ele. Uma fratura por

avulsão ou outra irregularidade pode ser notada, como também a presença de cálcio no

tendão patelar.

A patologia do joelho do saltador inclui uma degeneração focal do tendão com

desgaste das fibras perto da fixação patelar. Essa não é uma mrsera condição de

limitação própria porque algumas continuações das fibras são perdidas, levando ao

desenvolvimento de uma degeneração mucosa, necrose fibrosa e nódulos cicatrizados.

Blazina et aI. acreditam que deve haver três mecanismos contribuindo no joelho

do saltador. Sobrecarga de tração, diminuição circulatória em torno da articulação

semelhante à que causa tendinite do supraespinhoso ou isquemia do tendão bicipital em

nadadores, e uma enorme resposta imunológica ou metabólica à

lesão. Outros pensam que a pronação prolongada da junta subtalar do tipo que se

acredita ser a causa do joelho do corredor, também é um fator no joelho do saltador.

Ferretti, estudando atletas profissionais de voleibol com joelho do saltador

("jumper's knee"), percebeu que as alterações patológicas se encontram sempre na

junção do pólo distal da patela com o tendão patelar e não em todo o tendão. Ele

demonstrou que existe quatro camadas histológicas distintas partindo do osso em

direção ao tendão: osso, fibrocartilagem mineralizada, fibrocartilagem e tendão.

Numa situação normal existe uma transição gradual do osso para a camada de

fibrocartilagem mineralizada, bem definida entre a camada de fibrocartilagem

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mineralizada e a fibrocartilagem formada, a qual denomina-se de linha azul, e

uma transição gradual entre a camada de fibrocartilagem e o tendão.

Nos pacientes com joelho do saltador, Ferretti observou as seguintes

alterações: a linha azul está ausente, a fibrocartilagem está espessada e na

fibrocartilagem mineralizada encontram-se condroclastos, pseudocistos, capilares

e ilhas de tecido ósseo.

No mesmo trabalho, Ferretti relata ainda que no paciente com joelho do

saltador o tendão patelar está sempre normal, a não ser nos pacientes que foram

submetidos a infiltração local de corticosteróides. Nestes, encontram-se no

tendão proliferação capilar, presença de numerosos tenoblastos e desarranjo das

fibras colágenas, que não obedecem mais à orientação normal paralela ao longo

do eixo do tendão.

Ainda sobre o trabalho de Ferretti, os seus casos de ruptura do tendão

patelar tinham como antecedentes infiltração local de corticosteróides, porém

tratamos de dois pacientes, sem história de infiltração prévia, com ruptura total do

tendão patelar.

1.5 DIAGNÓSTICO

O quadro clrnico de uma tendinite está sempre relacionado ao fator esforço. É

muito raro que apenas atividades de vida diária sejam suficientes para provocar dos ao

nível das inserções tendíneas.

A introdução de prática esportiva, ou apenas a mudança no ritmo de

treinamento, pode determinar o quadro doloroso.

A localização da dor é próxima das inserções ósseas ou da transição

músculo-tendínea.

Os fenômenos flogísticos locais são raros, podendo ocorrer aumento de

volume da região.

Os exames laboratoriais apenas afastam as causas inflamatórias gerais já

descritas.

O diagnóstico por imagem é útil em casos avançados, quando podemos

verificar através do ultra-som ou da ressonância magnética sinais de ruptura parcial.

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1.5.1 Avaliação

Ligamento (Tendão) Pate/ar (Infrapate/ar). Coloque suas mãos na parte

medial inferior da patela e palpe a estrutura retesada correndo inferiormente ao

tubérculo tibial. O coxim adiposo infrapatelar está situado imediatamente

posterior ao ligamento e pode estar doloroso à palpação. A inflamação do coxim

adiposo cria um derrame generalizado e é prontamente visível. O dolorimento no

tendão pode ser

secundário à tendinite patelar üoelho do saltador), que está relacionado a

superuso. 1.6 TRATAMENTO

Tratamento das Tendinites ao nível do joelho

A prevenção deve ser feita orientando-se atletas nos programas de

alongamentos, na progressividade do programa de atividades, no desenvolvimento dos

grupos musculares adequados à prática esportiva escolhida, na escolha de

equipamentos e ambiente adequados para a prática esportiva e no aquecimento correto

para o início da atividade física.

Existem diversos programas de alongamentos publicados, ao escolher algum

como base devemos sugeri-Io para a aplicação diária e antes e depois da atividade

física. É interessante observar o paciente fazer ao menos uma vez cada exercício, pois o

erro na aplicação é freqüente.

Os atletas, com freqüência, iniciam a sua atividade no mesmo nível que

abandonaram, ou que outros atletas exercem. Tal fato significa sobrecarga e deve ser

evitado.

É muito difícil estabelecer uma tabela de progressão, mas a divisão da

intensidade deve ser sempre relacionada ao aparecimento de sintomas de sobrecarga.

Cada atividade esportiva exige uma maior atividade de determinados grupos

musculares. O desenvolvimento específico e prévio destes músculos evita a sobrecarga.

Os equipamentos como tênis adequados com contrafortes firmes e saltos com

boa capacidade de absorção de carga evitam apoio anormal, que provocará

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desvios torcionais durante a prática esportiva. O solo inadequado tem o mesmo efeito.

Os desvios torcionais modificam os pontos de aplicação da força dos tendões,

provocando forças anormais e conseqüentes sintomas.

O aquecimento ou o "warm-up" dos americanos visa adequar a circulação da

musculatura e a sua conseqüente adequação metabólica.

Cada atividade esportiva tem um aquecimento adequado, porém, como regra

geral, o aquecimento deve ser feito na prática menos intensa da atividade física a ser

realizada.

O tratamento do paciente com tendinite baseia-se no tripé: repouso e

adequação do sistema músculo-tendíneo-medidas antiinflamatórias.

O repouso de uma atividade esportiva deve ser compreendido como uma

diminuição de intensidade. Determinar a um atleta repouso absoluto é condená-I o a um

longo período de sintomas, pois, caso obedeça, terá um retorno muito traumático e, caso

não obedeça, determinará um agravamento dos sintomas.

A diminuição na freqüência e na intensidade da atividade esportiva pode ser

suficiente para adequar-se o sistema músculo-tendíneo.

A adequação do sistema músculo-tendíneo pode ser feita através do

fortalecimento dos grupos mais solicitados aliado ao alongamento de todo o membro

inferior.

O fortalecimento deve ser orientado sempre com o conceito de limite.

O atleta desconhece o fato de que sua estrutura física é limitada e progride

na solicitação de forma indefinida.

O equilíbrio do desenvolvimento muscular é muito importante para evitar

prevalências de determinados grupos que provocarão esforço excessivo do grupo

antagonista. O uso de máquinas de avaliação isocinética é muito útil para estabelecer

este equilíbrio.

O alongamento muscular deve compreender todo o membro inferior, e não

apenas o joelho, e muito menos apenas o músculo acometido.

A avaliação periódica destes alongamentos pode determinar a alta

progressiva das restrições.

A restrição à atividade física, aliada à adequação do sistema músculo

tendíneo deve ter como suporte as medidas antiinflamatórias.

Estas medidas terão um caráter geral com o uso de AINH por via sistêmica e

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um caráter local com o uso de meios fisioterápicos.

O uso de infiltrações locais com corticóides não é muito útil ao nível do joelho,

podendo ser muito perigoso. A única situação que pode ser lembrada é no caso das

bursites de "pata de ganso".

O tratamento conservador deve ser sempre o de eleição, pois baseia-se na

etiopatogenia do processo. A falha no resultado pode estar sempre relacionada com a

dificuldade em impor restrições ao atleta e de estabelecer conceito de limite da estrutura

músculo-tendínea.

São raríssimas as situações nas quais o tratamento cirúrgico pode levar à cura

da tendinite ao nível do joelho; na maioria das vezes, o que ocorre é que tratamos da

seqüela já estabelecida.

O tratamento cirúrgico só terá sentido se puder estabelecer condições de retomo

pleno à atividade física, nos níveis que antecederam os sintomas. Não há, em nossa

opinião, nenhum tratamento cirúrgico para tendinites ao nível do joelho que atinja o

objetivo acima descrito.

Comumente o tratamento dessa doença persistente é insatisfatório e

desanimador, tanto para o paciente como para o médico. Medidas como o calor, frio,

exercícios e apoio podem exercer um aHvio temporário, porém não possuem um efeito

duradouro sobre a dor produzida durante o esforço. Deve-se resistir à tentação de injetar

hidrocortisona, pois ela pode contribuir para um episódio catastrófico, sob a forma de

rotura total do tendão.

A doença, ao suprimir a atividade desencadeante, é de evolução espontânea.

Sabe-se que na forma não tratada os sintomas persistiram durante um espaço de quatro

anos.

Operação: Os indivíduos que interromperam suas atividades atléticas exercem

pressão para o ato cirúrgico. Nessas circunstâncias, SMILLlE (1981) optou pela

realização de finas perfurações múltiplas no pólo inferior através de uma pequena

incisão pára-rotuliana externa, com o objetivo de melhorar a irrigação sangüínea local.

Embora essa medida tenha sugerido uma diminuição dos sintomas, sua ação não foi

confirmada por outros autores. Como último recurso surge a possibilidade de ressecção

do pólo inferior com ressutura do tendão, como no caso de uma fratura.

-- -- - -

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....................................................- ---.....................................................----

25

1.6.1 Efeitos Fisiológicos provocados pelo frio

1. Redução na Circulação (vasoconstrição)

a) Este efeito é muito importante na prevenção do edema, quando o

frio é aplicado imediatamente pós-lesão (dentro dos primeiros cinco

minutos).

b) Após horas, não terá efeito na vasculatura para reduzir a hemorragia.

porque o vaso faz o seu "selamento" em 3 a 5 minutos pós-trauma.

Neste caso, o frio irá controlar e reduzir a liberação dos mediadores

químicos (histamina e cininas).

c) A redução do metabolismo na lesão aguda deve ser feita com os

seguintes cuidados:

Deve ser associada a algum tipo de exercício (técnica criocinética ou

crioflexibilidade);

Deve ser usada após o treinamento ou terapia. como prevenção; Não

deve ser usada de forma isolada na fase da lesão.

2. Redução no Metabolismo

Este efeito é o mais importante sob o ponto de vista terapêutico. pois irá

prevenir as reações de hipoxia secundária nos tecidos (reações dos tecidos aos

danos provocados pela redução de oxigênio). O resfriamento induz os tecidos a

uma condição de hiportemia. fazendo com que eles necessitem de bem menos

oxigênio para sobreviver. Esta redução na necessidade de oxigênio provocada

pelo frio nos tecidos. faz com que ocorra um equilíbrio entre a necessidade e a

oferta de oxigênio. Isto previne maiores danos secundários aos tecidos. A

hiportemia, além de reduzir o metabolismo. pode também aumentar a

solubilidade do oxigênio, aumentando, assim. a quantidade de oxigênio na

solução física.

3. Redução da Inflamação

O frio atua na reação inflamatória, reduzindo a liberação de histamina.

Logo. o ciclo da inflamação (liberação de histamina, aumento da

permeabilidade capilar, liberação de detritos e mais reações

secundárias) estará controlado.

- - - - - -

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Este controle é muito importante na lesão aguda - o resfriamento

imediato do local lesado impede a instalação do processo inflamatório

(prevenção), mas, se o início do resfriamento ocorrer após a instalação

das reações secundárias, então o frio reduzirá a liberação da

histamina.

4. Redução da Dor

o frio reduz a dor por diminuição da velocidade de condução sensorial

e motora. Abaixo de 27°C, os tecidos começam a sofr er alterações nas

velocidades de condução sensorial e motora.

A redução da dor elimina os bloqueios antálgicos e facilita o

movimento controlado.

Tanto nas lesões agudas quanto nas crônicas, a frio inibe a dor e

permite movimentos precoces, principalmente na lesão aguda, onde a

cura pode ocorrer mais rapidamente.

Um fato importante que deve ser sempre lembrado:

. Na lesão aguda, o frio provoca a anestesia e suprime a dor.

. Isto permite o movimento ativo precoce, sem riscos de

agravamento da lesão e sem a presença de dor.

. A anestesia não elimina a função neural do local tratado (regional),

portanto, se o movimento exceder limite de resistência tissular, o

atleta irá referir dor. Neste caso, o terapeuta retoma a etapa

anterior do tratamento e progride mais lentamente nos exercícios,

sem provocar dor.

5. Redução do Espasmo Muscular

A presença do espasmo muscular está presente na lesão aguda,

portanto, a aplicação do frio irá reduzir este quadro, pela redução

da atividade fusal, e permitir que o segmento passe a trabalhar

com atividades terapêuticas.

A aplicação do frio muscular atua da seguinte forma:

. O frio, aplicado no fuso muscular, reduz a atividade fusal e

relaxa o músculo.

- - - - - - - - --

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o calor também reduz o espasmo muscular, mas o retorno à

temperatura normal ocorre mais rapidamente, pois a corrente

sangürnea o dissipa mais rápido. Já no frio, os efeitos da

hipotermia permanecem por mais tempo atuando nos tecidos,

sendo, portanto, seus efeitos terapeuticamente melhores.

6. Aumento na resistência (inflexibilidade) dos tecidos aos movimentos

A aplicação do frio promove uma diminuição na velocidade dos

movimentos e faz cm que o local experimente a sensação de Ter

que vencer uma resistência. Isto ocorre pelo aumento da

viscosidade do tecido sinovial e pela maior agregação de

moléculas.

Para que este fator, que a principio parece ser negativo, não

tenha efeito nocivo ao tratamento, é necessário que o terapeuta,

quando estiver frente a um quadro de lesão crônica, faça uso do

frio e do movimento associado (técnica criocinética). Portanto, o

frio, utilizado de forma isolada, em determinadas etapas do

tratamento, pode provocar um retardo na evolução e resolução

da lesão.

1.7 PREVENÇAO

A incidência e a gravidade das lesões do joelho, em esportes, indica que uma

maior atenção deve ser dada, pelos profissionais da área esportiva, ao atleta e ao seu

treinamento. Diversos pesquisadores têm estudado a prevenção de lesões do joelho em

crianças e jovens, e têm encontrado indicações precisas de prevenção de tais lesões.

Tanto a fisioterapia quanto a medicina esportiva devem trabalhar juntas, para

que a prevenção das lesões esportivas, de uma maneira geral, com isso, reduzir os

riscos de evolução de problemas que podem predispor a futuras lesões. A criança deve

ser vista sob a condição da postura e do desenvolvimento. Já o atleta deve ser vista sob

o ponto de vista postural e funcional.

-- - -- -

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Um fator importante é detectar, através dos exames, os valores

antropométricos e orgânicos, para que, em primeiro lugar, se oriente a criança

sobre qual é o esporte que melhor é indicado para ela. Os valores encontrados

nos exames irão determinar com segurança se uma criança poderá ou não Ter

bons resultados técnicos, assim como as possibilidades de Ter mais ou menos

susceptibilidade a uma lesão. Por exemplo: uma criança com predominância de

fibras do tipo lenta, terá melhor rendimento em esportes de resistência do que de

velocidade; uma criança que apresenta aptidão nata para um determinado tipo de

esporte terá mais chances de sucesso neste esporte do que em outro esporte

qualquer. Esse aproveitamento das variáveis positivas encontradas no exame irá

melhorar o rendimento atlético e reduzir os riscos de lesão, pois poucas coisas

terão que ser adaptadas, e muitas terão que ser adaptadas, e muitas terão que

ser somente lapidadas.

1.7.1 Fatores que devem ser observados para a prevenção

Predisposição estrutural;

Predisposição funcional;

Lesões Prévias;

Condição Muscular;

Potência;

Resistência;

Flexibilidade;

Treinamento Sensório-Motor (RSM);

Calçado Esportivo;

Fatores Ambientais;

Treinamento Esportivo.

1.7.2 A Prevenção sob o Ponto de Vista Atual - Resumo

No atleta

- -- - - - -- --------------------

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. Corrigir alterações físicas antes, durante e após treinamento e competição. No

esporte

. Controle do treinamento (tipos de estímulos e intervalos de recuperação);

. Vestuário - roupas e calçados adequados aos pisos e às condições

ambientais.

Na sociedade

. Especialistas em medicina e fisioterapia do esporte devem cuidar dos atletas.

Evitar a participação de curiosos.

Na fisioterapia

. Utilização de braces para a prevenção;

. Desenvolvimento de técnicas modernas, que promovam a recuperação e

preservem as estruturas dos stresses. Cada caso deve ser tratado de forma

individual.

Na medicina

. Não tratar o atleta como uma pessoa comum; evitar tratar a situação como

mais uma igual a tantas, dar mais atenção e explicar melhor o que o atleta

realmente tem, assim como fazer para ele um prognóstico sobre a sua lesão.

Na criança

. Até 12/14 anos, orientar a prática de esporte para o desenvolvimento

orgânico. O esporte deve ser feito de forma recreativa e não competitiva. Após

12/13 anos, iniciar o treinamento do esporte específico. Fazendo isto, estará

sendo criado um atleta, e não simplesmente um jogador disso ou

daquilo.

No jovem

. Orientar e controlar o excesso de energia. Procurar dirigir a energia toda para

um melhor aproveitamento atlético.

No idoso

. Promover atividades de manutenção, como exercícios aeróbicos e atividades

de locomoção, para prevenir doenças dos ossos (osteopenia), melhorar a

função circulatória, etc.

Na sociedade

. Além dos atletas de elite, existe na população que pratica esporte

---

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desordenadamente, um grupo também necessita de informações e cuidados

especiais. Portanto, a fisioterapia esportiva deve se dirigir também a estes atletas

anônimos, que todo dia levantam-se bem cedo e saem para fazer atividades

físicas, sem saber o que tais atividades possam estar fazendo com o seu corpo.

Será que estou melhorando a minha saúde? Essa pergunta deve ser respondida

sob o ponto de vista cientrfico e profissional.

Perspectivas futuras

. Atletas e não-atletas não farão mais atividades ffsicas sem controle do

treinamento. Os não-atletas que gostam de praticar determinado tipo de esporte

procurarão orientações e serão mais exigentes com os profissionais da área.

A prevenção deve ser vista como o fator mais importante dentro do esporte.

-- - --

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2 METODOLOGIA (MATERIAL E MÉTODO)

o tema a ser abordado caracteriza-se na aplicação de um questionário

direcionado para obter dados da lesão do joelho de saltador (se houver) e suas

possíveis causas para posteriormente serem analisados seus resultados.

O estudo foi feito com duas equipes de base (categoria infanto-juvenil) de

voleibol, sendo uma do sexo feminino e outra do sexo masculino. Também foram

analizados dois grupos de não atletas, um feminino e outro masculino, na mesma

quantidade dos atletas pesquisados.

O método será analítico tipo caso-controle, através dos dados obtidos com

os questionários elaborados para os atletas, será possível definir a estimativa de

risco da lesão do joelho de saltador nesses atletas e as possíveis causas dessa lesão.

O questionário foi respondido, tanto para atletas como para não atletas

(Anexo I).

- - -- -

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3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com o intuito de promover um comparativo entre atletas e não atletas do

sexo masculino e feminino, aqui serão apresentados alguns gráficos para um

melhor entendimento do que se foi obtido através do questionário aplicado.

GRÁFICO 1 - APRESENTAÇÃO MASCULINO

li Média de idade

. Média deFreqOencia de treinos h/sem.

I IIVt'ef/!1 ef!1~H~d(l!1lJel!1 €jli {~W9<! IJ\~W' Meala aet-requencla ae treinOs n/sem.

O Média de Freqoencia de saltos por treino

25

20

15

10

5

O atletas

não atletas

A média de idade dos atletas pesquisados foi de 15 anos de idade, já a média

dos não atletas foi de 23 anos. A média de freqOência de treinos em horas por semana

dos atletas foi de 6,21 e a freqOência de saltos foi entre 50 e 100 saltos por treino. Para

a freqOencia de saltos por treino foi feita uma legenda sendo que O é igual a nenhum

salto, 1 é igual a menos de 50 saltos por treino, 2 é igual a entre 50 e 100 saltos por

treino e 3 é igual a mais de 100 saltos por treino.

GRÁFICO 11 - LOCALIZAÇÃO DA DOR

IJ outro local li! tendão Infra patelar C tendão In'ar patelar mais outro local ~sem dor

12-

10

8

o atletas não atletas

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.......... ... ................... h..

33

Em relação à dor no joelho foi encontrado entre os atletas 7 pessoas com dores

no joelho mas em outro local que não o tendão infra-patelar, 7 apresentaram dores no

tendão infra-patelar, 3 tinham dores associadas no mesmo joelho que tinha dor infra-

patelar e 2 atletas não referiram dor alguma no joelho. Já nos não atletas, 4 pessoas

relataram dor em outro local, 2 com dor no tendão infra-patelar, 1 com dores associadas

no mesmo joelho que tinha dor infra-patelar e 12 relataram não sentir dor alguma no

joelho.

GRÁFICO 11I- QUANDO OCORRE A DOR INFRA PATELAR

C somente após exercícios físicos [J durante e após exercícios snnterferlr no desempenho .durante e após Interferindo no desempenho [J rompeu parcial ou totalmente o tendão t3 em repouso ti sem dor D dor em outro local

12

10

8

6

4

2

o atletas não atletas

Esse gráfico foi feito para poder-se ter uma idéia da fase em que se encontram

essas tendinites infra-patelares. Foi encontrado que entre os atletas, 4 pessoas sentem

dores infra-patelares somente após exercícios físicos, 3 sentem durante e após

exercícios mas relatam não interferir em seu desempenho, 1 relata sentir dores durante

e após exercícios interferindo em seu desempenho e 2 relatam dores ao repouso. Nos

não atletas 1 pessoa relatou dores somente após exercícios trsicos, 1 já rompeu parcial

ou totalmente o tendão infra-patelar e 1 refere dores ao repouso. Os atletas e não atletas

sem dor ou com dor em outros locais são os mesmos que foram mostrados no gráfico

anterior.

---- -- - -

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- -- - - - - -

34

GRÁFICO IV - CAUSAS SECUNDÁRIAS DA INFRA PATELAR

[] alguma aavldade extra C lesão no Joelho por queda

14

12

10

aaetas não atletas

Como causas secundárias da tendinite infra-patelar duas das principais são as

atividades extras e lesões por motivo de alguma queda ou coisa do gênero. Nos atletas

11 pessoas relataram ter alguma atividade extra e 3 já tiveram lesões prévias no joelho.

Nos não atletas, 14 pessoas tem algum tipo de atividade extra e 6 já tiveram lesões

prévias no joelho.

GRÁFICO V - QUANDO COSTUMA ALONGAR

(:I após o treino C antes e após o treino CJ não costuma alongar

14 12

10

8

8

4

2

O

atleta não atleta

O alongamento é um fator muito importante também na prevenção das

tendinites e foi encontrado entre os atletas 5 pessoa que s6 alongam antes do treino, 13

que alongam antes e depois do treino e 1 que alonga sempre que pode. Nos não atletas

onde se diz treino subentende-se por exercícios físicos. Foi encontrado 8 pessoas que

se alongam apenas antes dos exercícios, 2 que se alongam antes e

--- - --- -

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- - - -- - - - - - - - - - --------------------------------------------.--- -- ------------------------------------------------ -.

35

após algum exercício 4 que se alongam sempre que podem e 5 que não costumam se alongar.

Calculando a estimativa de risco (Odds ratio) da lesão de joelho de saltador nos atletas de

base de vôlei da FMD (Fundação Municipal de Desportos) de São Bento do Sul-SC, pode-se dizer

que o risco de um atleta de voleibol desenvolver essa lesão é 5,92 vezes (Odds ratio = 5,92) maior

que um não atleta da mesma cidade.

GRÁFICO VI- APRESENTAÇAO FEMININO

o Média de idade O Média deFreqOencia de treinos hIsem.

fJ Média de FreqOencia de saltos por treino

-~

atletas não atletas

A média de idade das atletas questionadas foi de 14,04 anos de idade, já

das não atletas foi de 24,42 anos. As atletas têm uma freqüência de treinamento média

de quase 8 horas por semana e uma freqüência de saltos entre 50 e 100 saltos por

treino. Foi feito uma legenda para a freqüência de treinamentos onde O é igual a não

saltar, 1 é igual a saltar menos de 50 vezes por treino, 2 é saltar entre 50 e 100 vezes

por treino e 3 é igual a saltar mais de 100 vezes por treino. Como essa média foi de

1,68, vê-se que a maioria das atletas salta entre 50 e 100 saltos em média por

treinamento.

- - - - - --------------------- -- -- --

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GRÁFICO VII - LOCALIZAÇÃO DA DOR

a outro local g tendão Infra patelar E] tendão Infar patelar mais outro local C sem dor

14

12

10

8

6

4

2

O atletas não atletas

Em relação à dores e suas localizações, vemos que nas atletas 11

sentem dor no joelho mas em local diferente do tendão infra-patelar, 6 sentem

dor no tendão infra-patelar e 2 sentem dor no tendão e mais algum outro local do

joelho também. Nota-se que nenhuma atleta relatou não sentir nenhuma dor no

joelho. Já nas não atletas, 3 sentem dores em outro local, nenhuma sente dor

exclusivamente no tendão infra-patelar, mas 2 sentem dores associadas à dor

infra-patelar e 14 não sentem ou nunca sentiram nenhum tipo de dor no joelho.

GRÁFICO VIII- QUANDO OCORRE A DOR INFRA PATELAR

-- - - -

o somente após exercfcios ffsicos O durante e apc?s exercfcios s/interferir no desempenho O durante e aPós interferindo no desempenho O rompeu parcial ou totalmente o tendão D em repouso O sem dor . dor em outro local

14

12

10

8

6

4

2

O atletas não atletas

----

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Este gráfico tenta mostrar em que fase se encontra essa tendinite infrapatelar.

Nas atletas 1 uma sente dor no tendão somente após exercícios físicos, 3 sentem

durante e após os exercícios mas relatam que essa dor não atrapalha seus rendimentos,

2 sentem dor durante e após os exercícios e reatam que isso acaba atrapalhando seus

rendimentos, e 2 relatam dor ao repouso. Nas não atletas vemos que 1 já rompeu parcial

ou totalmente o tendão infra-patelar e outra sente dores em repouso. As pessoas sem

dor ou com dores em outro local continuam iguais ao gráfico comentado anteriormente.

GRÁFICO IX - CAUSAS SECUNDÁRIAS DA TENDINITE INFRA PATELAR

ti alguma atividade extra I:J lesão no joelho por queda

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

O atletas não atletas

Neste gráfico pode-se ver duas das principais causas secundárias da tendinite

infra-patelar, e o que se pode ver é que as mulheres não atletas apresentam um número

maior dessas causas, sendo que 10 das 19 tem alguma atividade extra e 3 com alguma

lesão de joelho prévia. Já nas atletas esse número é de apenas 6 de 19 com alguma

atividade extra.

---

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GRÁFICO X - QUANDO COSTUMA ALONGAR

liI antes do treino g sempre que pode

l:iI após o treino [] antes e após o treino ~ não costuma alongar

16

14

12

10

8 fJ I '

I -..-

6 "

4

2

O atleta

não atleta

Como um fator muito importante que é o alongamento para a prevenção

de possíveis tendinites, vemos que as atletas costumam se alongar na sua

grande maioria antes e após os treinamentos (15 atletas) e uma minoria de 4

atletas alongase apenas antes dos treinamentos. Já com as não atletas onde

está escrito treino, subentende-se exercício físico. Assim, 1 não atleta alonga-se

apenas antes do exercício físico, 1 alonga-se antes e após o exercício físico, 3

alongam-se sempre que podem, e 11 não costumam se alongar. 3 não atletas,

não responderam a essa pergunta.

Fazendo a estimativa de risco (Odds fatio) da lesão em atletas de base da

FMD (Fundação Municipal de Desportos) vemos que as atletas de voleibol tem

6,18 vezes mais chance de desenvolver a tendinite do tendão infra-patelar do

que uma não atleta (Odds fatio = 6,18).

-

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4 CONSIDERAÇOES FINAIS

A estimativa de risco alta para ambos os sexos já era esperada como foi dito no

começo desse estudo. O que pôde-se notar foi a pequena diferença dessa estimativa

entre homens e mulheres, obtendo-se um Odds ratio = 5,92 para os homens e de 6,18

para as mulheres.

Uma das coisas que mais impressionou na analise de resultados foi o número

de atletas que não sentem ou nunca sentiram nenhum tipo de dor no joelho, apenas

dois, e entre os homens. Isso quer dizer que todas as mulheres atletas pesquisadas

sentem ou já sentiram alguma dor no joelho. Isso pode estar relacionado principalmente

com a idade, além da prática de vôlei é claro. Mas nessa faixa etária, o crescimento

ósseo e as mudanças hormonais, principalmente nas mulheres, são fatores que podem

influenciar nessas dores. Deve-se saber também se os alongamentos estão sendo feitos

corretamente, para se obter uma melhor eficiência nesse que é um dos principais fatores

de prevenção das tendinites. Outros fatores que devem ser levados em consideração

são a carga horária de treinamentos por semana e a freqüência de saltos por treino. Não

existe na literatura um limite determinado que diga se essa carga horária ou a freqüência

de saltos estão contribuindo para o aparecimento dessas dores. Seria necessário um

estudo mais especffico para que isso possa ser analisado melhor.

Com este estudo pôde-se confirmar o risco de lesão do joelho de saltador

considerável dos atletas em relação aos não atletas. Para diminuir esse risco seria

necessário um programa eficaz na prevenção dessa lesão. Isso com certeza beneficiaria

o fisioterapeuta, o preparador frsico, o técnico, o time e principalmente os atletas, para

que eles não cheguem numa equipe de voleibol adulto já com algum problema no joelho.

O voleibol é um esporte que exige muito da máquina que é o corpo humano, a

fisioterapia vai atuar no tratamento mas deve-se dar especial atenção à prevenção das

lesões causadas por esse esporte. Dessa forma, pode-se evitar maiores complicações no

futuro, tanto para o atleta quanto para o fisioterapeuta.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLAZINA, M.E. Jumper's knee. Orthop CUn North, 1973.

HELFET, A. J. Disorders of the knee. 2ed. Philadelphia: Lippincott, 1982.

HLAVAC, H. F. The foot book: advice for athletes. Mountain View: World Publications, 1977. ISMAIL, A. M. Rupture of patellar ligament after steroid infiltration: report of a case. J. Bone: Joint Surg, 1969.

JAMES, S. L. Injures to runners. [s.I.] Am J. Sports Med, 1978.

ROELS, J. Patellar tendinits üumper's knee). [s.I.] Am J Sports Med, 1979.

Referências eletrônicas:

www.orbita.starmedia.com/-ienerssaltend.htm

www.cura.com.br/rcuraled01/RC4.htm

www.camousweb.com.br/me001.html

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ANEXOS

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ANEXO 1- QUESTIONÁRIO PARA ANÁLISE DE ESTIMATIVA DE RISCO DE LESAo DO JOELHO DE SAL T ADOR EM ATLETAS DE VOLEIB OL

1) Idade

2) Sexo ( ) M ( ) F

3) Você é atleta de voleibol? ( ) Sim () Não 3.1) Qual a

freqOência de treinamentos?

_Dias/Semana _Horas/Dia 3.2) Qual a freqOência de

saltos por treino?

( ) <50 saltos ( ) Entre 50 e 100 saltos

4) Você sente ou já sentiu alguma dor no joelho?

4.1) Qual sua localizaçao? (Assinale com X)

( ) > 100 saltos )

Sim ( ) Não

posterior anterior

4.2) Quando ocorre ou ocorria essa dor?

( ) Apenas após o treinamento

( ) Durante e após o treinamento sem atrapalhar meu rendimento

( ) Durante e prolonga-se após o treinamento, atrapalhando meu rendimento ( )

Chegou a romper parcial ou totalmente o tendão infra-patelar

( ) Em repouso

5) Faz alguma atividade extra que exija dos joelhos? ( ) Sim ( ) Não Qual?

6) Já lesionou o joelho por motivo de alguma queda? ( ) Sim ( ) Não

Que lesão?

7) Quando você costuma fazer alongamentos? ( )

Somente antes do treino

( ) Somente após o treino

( ) Antes e após o treino

( ) Sempre que posso

( ) Não costumo me alongar

-------

42