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UNIVERSIDADE TUIUTI PARANÁ Danielle Falavinha Caddah Mariângela Gomes Bellegard DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO ALCANCE DAS MÃOS” CURITIBA 2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI PARANÁ

Danielle Falavinha Caddah

Mariângela Gomes Bellegard

DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO ALCANCE DAS MÃOS”

CURITIBA

2008

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DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO ALCANCE DAS MÃOS”

CURITIBA

2008

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Danielle Falavinha Caddah

Mariângela Gomes Bellegard

DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO

ALCANCE DAS MÃOS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso

de Comunicação Social: Jornalismo da Faculdade de

Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Tuiuti do

Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau

de jornalista.

Professora Orientadora: Ana Maria Melech.

CURITIBA

2008

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7

2 DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................................. 9

2.1 O QUE É O BELO ........................................................................................... 9

2.2 BELEZA: CONCEITOS, PRÉ - CONCEITOS E PADRÕES SOCIAIS. ......... 10

2.3 OS PADRÕES DE BELEZA .......................................................................... 13

2.4 A MODA E A BELEZA DO SÉCULO............................................................. 16

2.5 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA......................................................................... 33

2.5.1 Revistas, publicidade e desfiles de moda como referência do belo. .............. 35

2.5.2 A influência do cinema.................................................................................... 38

2.6 A MÍDIA E O CONCEITO DE BELEZA ......................................................... 40

2.6.1 Estatísticas Sobre Pressão Mundial ............................................................... 41

2.7 DOENÇAS PSICOLÓGICAS......................................................................... 46

2.7.1 Anorexia ..................................................................................................... 49

2.7.2 Bulimia ..................................................................................................... 50

2.7.3 Complexo de Inferioridade e Depressão ........................................................ 51

2.8 PROBLEMA .................................................................................................. 53

3 OBJETIVOS..................................................................................................... 54

3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 54

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 54

4 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 55

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 58

5.1 A MÍDIA ......................................................................................................... 58

5.2 A IMAGEM .................................................................................................... 59

5.3 A IMAGEM COMO COMUNICAÇÃO ............................................................ 60

5.4 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA NA IMAGEM.................................................. 61

5.5 O JORNALISMO E A IMAGEM ..................................................................... 63

5.6 O PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE.............................................. 66

5.7 REPRESENTAÇÃO SUBJETIVA DA REALIDADE....................................... 67

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5.8 O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?................................................................. 68

6.0 METODOLOGIA ........................................................................................... 74

6.1 RESULTADOS DA PESQUISA..................................................................... 76

6.2 CONCLUSÃO DA PESQUISA ...................................................................... 78

7.0 DELINEAMENTO DO PROJETO ............................................................... 799

7.1 PROPOSTA ................................................................................................ 799

7.2 PÚBLICO ALVO ............................................................................................ 79

7.3 FORMATO .................................................................................................... 79

7.4 VEICULAÇÃO/ DISTRIBUIÇÃO.................................................................... 80

7.5 VIABILIDADE ECONÔMICA ......................................................................... 80

7.6 TABELA DE CUSTOS ................................................................................ 81

8.0 CONCLUSÃO ............................................................................................... 82

REFERENCIAS......................................................................................................... 84

ANEXOS ................................................................................................................... 92

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1 INTRODUÇÃO

A beleza é comentada há muito tempo. Saber o que é exatamente a

beleza e quem a definiu como é hoje muito relativo. Cada lugar no mundo vê o

belo diferentemente. Entretanto existe na nossa sociedade algo ditando essas

regras de beleza: a mídia. O padrão norte-americano invadiu o mundo e loiras

com seios enormes se revezam em capas de revistas e filmes de Hollywood. A

magreza das modelos de passarelas e os cortes e cores de cabelo das

protagonistas de telenovelas se tornam moda e são copiados em todos os lugares.

O perigo de se conviver com essa imposição do perfeito não é claramente

observado, principalmente pelos jovens, que vêem na televisão uma imitação do

que é o mundo. “O que não passou na Globo não aconteceu”. Cada coisa vista na

televisão é sinônimo de verdade, se dizem que é bonita, é bonita mesmo e se

define o é que mal ou bom. O Brasil não acontece fora da mídia, acontece

primeiro lá dentro para depois vir para as ruas.

As pessoas não querem envelhecer, o seu desejo é ser para sempre lindas

e jovens, ter o nariz daquela atriz ou o corpo modelado da modelo. Regimes,

plásticas e a compra de muitos cosméticos, são coisas muito consumidas

atualmente. A mídia as vende e a sociedade compra e se fantasia com essa

beleza. Doenças psicológicas, depressões, complexos de inferioridade, baixa

auto-estima, neuroses, todas essas coisas são resultados de tentativas de tentar

ser quem não é para se tornar a pessoa que a mídia idealiza como felicidade.

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Nesse trabalho, iremos mostrar as influências da mídia na construção dos

mitos de beleza seguidas pela sociedade em todo o último século. E mostrar que

muitas tendências ainda serão criadas e vendidas para essa sociedade, e é

preciso que ela seja absorvida saudavelmente.

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ASSUNTO: Documentário

TEMA: A construção dos mitos da beleza

2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A presente delimitação do tema irá abordar os conceitos pré-fabricados de

beleza, a influência da mídia nessa construção e as conseqüências dessa

influência na vida das jovens.

2.1 O QUE É O BELO

A beleza é uma percepção individual caracterizada normalmente pelo que é

agradável aos sentidos. Esta percepção depende do contexto e do mundo de

quem a observa.

Para Voltaire, aquilo que atinge sua finalidade é belo. Pois o entendimento

de belo é relativo, aquilo que pode ser decente no Japão será indecente em

Roma, e aquilo que está na moda em Paris será detestável em Pequim.

(COLEÇÃO OS PENSADORES 1694, p. 110)

Ao longo da história da humanidade as relações com a beleza têm sido

religiosas ou místicas, logo a beleza foi considerada muitas vezes como “aquilo

que se aproxima da Divindade”. É difícil expressar em palavras o que é o “belo”,

mas pode-se afirmar que a beleza é um conjunto de elementos que resultam

naquilo que se considera belo.

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Beleza não diz respeito às qualidades dos objetos, mensuráveis, Quantificáveis e normalizáveis. Diz respeito à forma como nos relacionamos com eles. Beleza é relação (entre sujeito e objeto). (DUARTE, 1991, p. 14)

“Ao adquirirmos, por exemplo, um objeto utilitário qualquer (um automóvel,

uma caneta, um cachimbo, uma roupa), além de sua eficiência na função a que

ele presta, preocupamo-nos também com sua aparência, com sua “estética”. É

irrecusável: os objetos não têm apenas utilidade, mas estilo”. (DUARTE, 1991, p.

11)

Para a psicanalista Luciana Oltramari Cezar, “Beleza não é destino, não é

tudo, mas também não pode ser desprezada, sejamos honestos: bem que faz

bem. Já dizia o poeta Vinícius de Moraes, na obra Receita de mulher: "as feias

que me perdoem, mas beleza é fundamental" ou com humor de uma das frases de

Juca Chaves: ‘beleza não põe mesa, mas ninguém come no chão!’”.

2.2 BELEZA: CONCEITOS, PRÉ - CONCEITOS E PADRÕES SOCIAIS.

O que seria do azul se todos gostassem do amarelo? Durante décadas, o

ditado popular não tem sido bem aceito por muitas mulheres. Magro, belo, jovem e

definido, as pessoas investem tempo e dinheiro para conquistar o corpo perfeito.

Ouvimos falar de beleza a toda hora. Qual é o verdadeiro significado de beleza?

Para alguns ela deve seguir normas, leis e formas ideais. Entretanto, quais são os

critérios usados para se definir o belo?

Vamos discutir a questão da beleza sob vários ângulos. Mais do que um

conceito pré - estabelecido, a beleza representa uma forma de as pessoas se

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relacionarem entre si e com o mundo. Revistas, televisão, filmes e comerciais

estão constantemente vendendo imagens irreais de garotas e mulheres que

deveriam ser imitadas. Muitas mulheres hoje tentam chegar ao modo de beleza

determinado pela mídia, uma indústria que determina o que se deve usar, fazer e

ser para se tornar “perfeito”.

Estabelecer o que é belo tem suscitado, no decorrer da história, mais

controvérsias do que consenso. Os ideais estéticos variam com o tempo e as

expressões da beleza têm evoluído desde que o ser humano se pôs a observar as

formas, cores e harmonia. Cada cultura tem sua concepção de beleza, uma

mistura com ingredientes de maquiagem, penteado, formas corporais e vestes.

Conforme ditado popular, o conceito de beleza residia nos olhos de quem a

observa.

No livro e enciclopédia “Tudo – o livro do conhecimento” (1996, p.85 e 86) o

escritor afirma que na mitologia romana, Vênus era a deusa do amor e da beleza,

presente em todas as civilizações, e que a evolução de sua imagem reflete a das

concepções de beleza. Na pré - história, “Vênus” seria pequena e robusta, como a

mulher troglodita. Entre os antigos gregos, as formas mais estilizadas de Vênus

(chamada Afrodite), obedeciam aos padrões fixados por Pitágoras, o filósofo e

matemático que viveu 500 anos antes de Cristo. O renascimento e os períodos

imediatamente posteriores consagraram o triunfo das curvas bem arredondadas.

Aristóteles afirma em “Arte Retórica e Arte Poética” que o belo não pode

estar em um mundo separado daquilo que é sentido pelo homem, e por isso atribui

à beleza a critérios como proposição, simetria e ordenação. Já no artigo “A beleza

da arte”, de Maria de Fátima Seehagen, vemos que para Platão o belo é o bem, a

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verdade, a perfeição. Ele existe em si mesmo separado do mundo sensível. Neste

sentido criticou a arte que se limita a “copiar” a natureza e separando o sentimento

do homem que reside no mundo das idéias. Temos assim em Platão uma

concepção de belo que se afasta da interferência e da participação do juízo

humano, ou seja, o homem tem uma atuação passiva no que se refere ao conceito

de belo: não está sob sua responsabilidade o julgamento do que ele é ou não.

Durante as décadas cada filósofo, arquiteto, poeta, entre outros, tinha sua

própria opinião sobre o assunto. Para Hegel, em “Estética”, a dificuldade de se

estudá-la é o fato de seu objeto, a beleza, ser de ordem espiritual, por não ser de

existência material. “A estética e as questões do belo, nas inquietações

humanas”, de Lúcia de Fátima do Vale, nos diz que Santo Agostinho interpretou a

beleza como todo harmonioso, com unidade, número, igualdade, proporção e

ordem. A beleza do mundo, para ele, nada mais é que o reflexo da suprema

beleza de Deus. Para São Tomé, citado no mesmo artigo, a beleza era

identificada como o bem. Segundo ele, as coisas belas possuem três

características ou condições fundamentais: integridade e perfeição; a proporção

ou harmonia; a claridade ou luminosidade.

Kant, o principal idealizador da estética contemporânea, em seu livro

“Crítica da razão pura”, dizia que os nossos juízos estéticos têm um fundamento

subjetivo, dado que não podem apoiar em conceitos determinados. O critério de

beleza que neles se exprimem é o do prazer desinteressado que suscita a nossa

aceitação.

Assim podemos sentir como, não somente em época diferente, mas por

vezes até dentro de uma mesma cultura, diversos conceitos de beleza entraram

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em conflito. O belo é algo que nos agrada, portanto é aquilo desejado por nós.

Quando gostamos de alguma coisa, seja um objeto, um passeio ou até mesmo

uma idéia a desejamos para nós, o mesmo acontece com a beleza, nos agrada

um modo de ser belo e desejamos ser daquele jeito.

2.3 OS PADRÕES DE BELEZA

“Como o conceito de beleza não é um conceito universal e absoluto,

padrões distintos, e às vezes opostos, convivem em épocas semelhantes. Na obra

‘História da Beleza’, Umberto Eco diz que se um marciano tentasse entender o

que é o belo para a humanidade em nosso século ele certamente ficaria confuso.

Nesse ideal de diversas faces, Gisele Bundchen divide passarelas com modelos

extremamente magras. O fato é que desde a década de 60 nunca mais uma

gordinha foi elevada a ícone de beleza. Ser gordo virou quase um pecado na

nossa sociedade e a corrida pelo emagrecimento estimula o desenvolvimento de

doenças, como bulimia e anorexia”. (REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008,

p. 38)

O padrão de beleza tem mudado a cada novo século. Cada novo filme de

sucesso, estilo de música, revistas, desfiles, novelas e publicidade. Cada um

desses meio tem sua importância e influência no que será ditado como a moda

atual. Antigamente os padrões eram mais visíveis, porém temos padrões sendo

idealizados todos os dias, por todas as culturas.

Hoje não é somente ser gordo o único problema da mulher, o não aceitar o

envelhecimento do corpo é muito comum.

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“A popularização dos procedimentos cirúrgicos possibilita a correção de imperfeições incômodas, mas tem gente exagerando. São recorrentes as noticias de pacientes que morrem depois da milésima tentativa de ficar com a cintura da Barbie ou o rosto da Angelina Jolie”. (REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008, p.39)

Hoje a beleza é plural e se define individualmente. Considera-se às vezes

excessiva a diversidade dos estilos de beleza, de comportamento e de gênero, um

vasto leque de escolhas que se tem de enfrentar para satisfazer o desejo de

parecer único. Ao passo que a primeira metade do século produzia geralmente

apenas um modelo de beleza por época, adotado pela maioria das mulheres. Hoje

cada estilo tem seu mito a ser seguido.

Temos que verificar que podemos modificar o corpo, o rosto e o modo de

viver e de uma hora para outra, a moda pode mudar, a beleza vai ser vista de

outro ângulo e você voltará a estar fora de moda.

Exemplos:

1.300 a.C – A vaidade no antigo Egito: Sobrancelhas raspadas e redesenhadas

olhos contornados eram a moda no Egito Antigo. Um símbolo de beleza é a rainha

Nefertiti (1380 – 1345 a. C)

300 a.C – O costume de pintas as unhas nasceu na China, no século III a.C. As

cores do esmalte indicavam a classe social do indivíduo: os reis pintavam as

unhas de preto, vermelho, dourado e prateado.

5 a.C – A habilidade dos gregos para representar a figura humana fez o seu ideal

de beleza perdurar até nossos dias. Um cânone da perfeição do período clássico é

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a escultura Doríforo (5 a.C), de Policleto.

1.483 – Renascimento Italiano: Com a tela “O nascimento de Vênus, Botticelli

imortaliza o ideal de beleza do período renascentista: mulheres bem alimentadas,

como só as nobres conseguiam ser”.

1.742 – As gregas arrancavam os pêlos púbicos com as mãos, enquanto as

árabes preparavam um xampu para extraí-los, técnica semelhante a da cera,

inventada em 1742, em Paris.

1.959 – Ruth Handler, esposa do fundador da Mattel, criou a boneca que se tornou

o símbolo da beleza e juventude. Batizou-a de Barbie, diminutivo de Barbara (filha

do casal).

1960 – O corpo esquelético de Twiggy substituiu o padrão de beleza de Marylin

Monroe, fato que aliado à popularidade da minissaia e do biquíni, dá inicio à

ditadura da magreza.

1980 – A magreza em excesso deixa de ser vista com bons olhos com o aumento

dos casos de AIDS. As pessoas correm para as academias em busca do corpo

ideal.

1999 – Revista Vogue aponta a brasileira Gisele Bundchen como responsável pelo

“retorno do corpo sexy”. Ela marca o fim da tendência de modelos com aspecto

pouco saudável.

(REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008, p.37 a 40)

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2.4 A MODA E A BELEZA DO SÉCULO

(Texto desse item é baseado no livro: A beleza do Século)

1900 – A Revolução Industrial possibilitou a produção em grande escala de bens

de consumo, como roupas, tecidos e calçados. Em todas as camadas sociais as

pessoas passaram a adotar o estilo europeu para a moda, apenas adaptando-as

para seus climas e crenças religiosas.

“Quanto à mulher, a quem o casal está reservado o

papel mais vistoso de marcar a posição de um par confinado a cores sombrias e roupas quase impraticáveis, ela além das variações que tocam principalmente o colorido dos tipos de tecido e a ornamentação dos vestidos, conserva mais ou menos a silhueta que apresentava desde a Renascença”. (BAUDOT, 34)

O estilo predominante era ainda o rígido estilo vitoriano do fim do século

anterior. As mulheres usavam espartilhos muito justos para conquistar a silhueta

em “S” (busto para frente e quadris para trás).

“(...) cingida num espartilho que apertava a cintura ressaltando seios e nádegas,... Ponto forte dessa silhueta: a estreiteza da cintura: 42 centímetros no caso da cantora Polaire. Algumas chegariam a recorrer ao bisturi para deslocar ou mesmo tirar algumas costelas, a fim de apertar o espartilho (...)” (CHAHINE, 2000, p. 84)

A cintura fina e o cabelo preso no alto da cabeça, fazendo referência ao

espirito esportivo da época, que era andar de bicicleta, foram marcantes para a

década.

Os chapéus eram obrigatórios durante o dia, grandes com véu, enfeitados

de rendas, flores e plumas; se tornaram símbolo de posição social (somente às

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operarias saiam de “cabeça descoberta”). (CHAHINE, 2000, p.84) Tudo em prol da

beleza e do charme, o brilho da pele, se tornou a principal preocupação das

mulheres da sociedade. O pó era o cosmético mais usual. (2000, p.83)

O exemplo de mito de beleza da época é Sarah Bernhardt (1844-1923)

atriz francesa.

http://en.wikivisual.com/index.php/Sarah_Bernhardt

(Sarah Bernhardt)

1910 – Com a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando

reflexos na moda. A moda feminina, por exemplo, substituiu os espartilhos pelas

cintas de elástico e as roupas volumosas, optando por modelos e saias às vezes

tão justas que era difícil moverem-se. Nessa época surgiu o soutien criado por

Mary Phelps, as saias tubinhos e blusas decotadas também se generalizaram

(2000, p.97).

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um outro estilo na época foi caracterizado pela escassez de produtos

populares, obrigando as pessoas com menos recursos a serem mais simples,

transformando o gosto por roupas práticas e um pouco masculinas uma tendência.

“Da blusa das enfermeiras ás calças das que estão

empregadas nas fabricas de armamento, surge uma nova maneira de se vestir, de comportar-se. Quanto aos lutos que se multiplicam, tudo isso induz, durante a guerra, o uso de tons sombrios e a uma monocrimia que as mulheres da vida não estavam habituadas. Muito naturalmente, as saias, a partir de 1915, começam a descobrir os tornozelos e passaram em seguida à mostra metade da barriga da perna”. (CHAHINE, 2000 60)

Os exemplos de mitos de beleza da época são: Mary Pickford, uma das

primeiras estrelas de Hollywood e Theda Bara, “A Vamp”, primeira mulher fatal

dos cinemas.

http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Mary_Pickford_portrait_2.jpg

(Mary Pickford)

1920 – O pós-guerra deixou as mulheres cada vez mais independentes e

decididas, subiram as barras das saias e passaram a usar modelos de vestidos

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mais abertos e soltos. A cintura desceu em modelagens de forma reta. Os cabelos

ficaram curtos e os chapéus menores. A maquiagem e os cigarros foram

permitidos.

“Um livro provoca escândalo em 1922: La Garçonne, de Victor Marguerite. Seu romance seria por muito tempo o símbolo de um novo tipo de mulher que usava cabelos curtos e fumava em publico. A heroína aspirava à independência e decepcionada com os homens, levava uma vida sem eles, despreocupava com respeito aos bons costumes”. (BAUDOT, 106)

Os ídolos do cinema representavam todos esses ideais de beleza e

comportamento. Entre todos, os que mais se destacavam foram Clara Bow, Louise

Brooks, Rudolf Valentino e Josephine Baker (Vênus de Ébano).

O gosto por materiais reluzentes se popularizou, assim como pelos tecidos

sintéticos. Já próximo do final da década, os modelos bicolores e a geometria

tornaram-se moda, e Coco Chanel e Madeline Vionnet, com seus estilos

elegantes, ganharam destaque.

“O vestido confortável e marcado por uma cintura baixa desenhava uma silhueta andrógina. A essa liberdade associava-se uma nova imposição: a da magreza a todo custo! Cintas e maiôs elásticos comprimiam os quadris e achatavam os seios”. (BAUDOT, 112)

O exemplo de mito da beleza da época é Louise Brooks, atriz de “Loulou

de Pabst”.

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http://dagmarduvall.blogspot.com/

(Louise Brooks)

1930 – Com a economia em caos e a chegada de Hitler ao poder, surgiu um

amplo espaço imaginário para os sonhos e os desejos. Astros como Jean Harlow,

Greta Garbo e Fred Astaire estrelavam filmes falados. As roupas eram brilhantes,

glamurosas, drapeadas e luminosas. As mulheres fatais se enrolavam em fartos

casacos de pele e jóias maravilhosas. A moda passou a criar roupas para todas as

ocasiões, e a continuar as experimentações da década anterior. As cores eram

fatais, incluindo tons fortes como o “shocking pink”. Os cabelos eram cacheados

com pente e cheios de brilhantina.

Nessa época também surgiu o sapato plataforma para as mulheres, e as

sandálias tornaram-se populares, juntamente com as meias de nylon que se

tornou o glamour para as mulheres, tanto para a noite como para o dia. O visual

bronzeado e saudável era uma tendência da moda.

“Vedete absoluta do rosto dos anos 30, o olhar

era objeto de todos os cuidados. A atenção dirigia-se para as sobrancelhas, que eram depiladas, tingidas ou redesenhadas a lápis. A paleta dos artifícios se enriqueceu. Sombras de pálpebras em pó exploravam todos os

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matizes, indo dos castanhos aos cinzas, e inclusive ao preto para a noite. As primeiras sombras cremosas em pequenos potes ou em bastões eram espalhadas com o dedo, até a arcada superior, acentuando o convexo de uma pálpebra que devia ser melancólica. Os cílios eram curvados com curvador de cílios, cobertos de rímel. Efeito fatal garantido”. (CHAHINE, 2000, p. 130)

O exemplo de mito de beleza da época é Greta Garbo com sua voz rouca e

sensual se destacou no cinema falado em “Anna Chistie”. Greta era considerada o

supra-sumo da elegância.

http://www.divasthesite.com/Acting_Divas/Greta_Garbo.htm

(Greta Garbo)

1940 – A segunda guerra foi marcante para definir o inicio dos anos 40. Devido as

dificuldades, as mulheres passaram a trabalhar nas fábricas e até mesmo na

guerra, auxiliando seus exércitos. Em uma época de tantas restrições, poucos

recursos e falta de matérias-primas, a moda adaptou-se, optando por roupas

sóbrias, retas, masculinas e sem exageros, com o uso quase obrigatório de

chapéus.

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A ordem era reciclar e improvisar, principalmente porque as fábricas

estavam servindo ao exercito. Nos calçados, por exemplo, os saltos não podiam

ultrapassar certo tamanho e a cartela de cores era composta por apenas 7 tons. A

busca por materiais alternativos se intensificou, e descobriu que peles de animais

e madeira poderiam ser aplicadas em solados e calçados.

O cinema continuava popular com suas atrizes sensuais como Lauren

Bacall. Com o final da guerra, a sociedade passou a buscar um novo estilo de

vida, mais tranqüilo, surgiu assim, em 1947 o New Look de Dior, que com saia

ampla e cintura marcada resgatava toda a feminilidade perdida. E no ano anterior

a moda praia é revolucionada por Louis Réard com a invenção do biquíni, que

partiu o maiô em duas peças.

“A beleza, sinônimo de saúde, era considerado dever nacional. As preocupações, as restrições e a angustia ameaçam mais do que nunca vossa beleza. Mais do que nunca, vosso dever é manter-vos em forma, sadias, vigorosas, limpas”, escrevia em setembro de 1912, o redator-chefe da revista feminina Votre Beauté”. (CHAHINE, 2000, p. 138)

Os exemplos de mitos de beleza da época são: Lauren Bacall, atriz com

cabelos frisados com ferro e disciplinados com bóbis e Lana Turner foram

belezas que contribuíram para criar um novo tipo de mulher.

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http://www.libertyfilmfestival.com/libertas/?p=7430

(Lauren Bacall)

1950 – Os anos 50 foram tempos de paz, amplamente festejados após as

privações da Segunda Guerra. A moda voltou a buscar a feminilidade, e essa foi a

década do auge do New Look de Dior, com saia ampla e casaquinho ajustado na

altura da cintura. Mais próximo ao fim da década, esse estilo ainda coexistia com

as novidades que antecipavam aos anos 60, como as saias mais justas. Isso

somou a invenção do “stiletto” (salto agulha) por Charles Jourdan, em 1951.

Os criadores abusavam desse conceito até conseguirem salto mais alto. A

cartela de cores era a mais vasta possível, sempre com a intenção de combinar

acessório e peças de roupas dos mesmos tons.

Lado a lado com o desejo de feminilidade estava a busca pela

sensualidade. Atrizes como Marlyn Monroe e Briggite Bardot foram ícones desse

tempo, consagrando-se como divas para a eternidade.

Para obter a cintura fina e os seios altos e redondos das pin-ups americanas, foi adotada a cinta elástica criada por Marcel Rochas – versão moderna do espartilho vitoriano. Com os saltos-agulhas de Roger Vivier nos pés, andava-se com passos curtos.

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Desde 1949, o “olho de gazela”, modelado pelas sombras nas pálpebras, o lápis de sobrancelha, o rímel e, sobretudo o delineador, estava na moda. (CHAHINE, 2000 p.152)

As lingeries e roupas de praia seguiam o mesmo espírito nas propagandas

e nas modelagens de tops, calcinhas e maiôs. A intenção era criar uma silhueta

curvilínea, com destaque e volume para o busto (por isso os soutiens dessa época

possuem a forma de cones) e cintura fina, evidenciando a curva dos quadris.

Os exemplos de mitos de beleza da época são: Grace Kelly cria o estilo

loiro chique é eleita a mulher mais bonita do século. Audrey Hepburn, a

bonequinha de luxo, retorna com o visual “menina” com franja. Ava Gardner, sua

incrível perfeição física e seu senso de provocação deram-lhe o primeiro lugar

entre as morenas místicas. Marilyn Monroe, estrela entre as estrelas, ela seria o

símbolo sexual da década, trazendo junto com a provocação ingênua, um

erotismo devastador e libertador. Brigitte Bardot, protótipo da mulher-criança,

com apenas dezoito anos não procurava parecer mais.

http://web.ukonline.co.uk/audrey-hepburn/scansh/hepburna2/AUDREY_HEPBURN2.JPG luishipolito.wordpress.com

(Audrey Hepburn) (Marilyn Monroe)

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1960 – O estilo clássico e feminino do início de Jackie Kennedy foi se

transformado aos poucos. As artes buscando uma liberdade de expressão

impulsionaram os Beatles, Bob Dylan, Motown e Andy Warhol. Esses ares

revolucionários também dominaram a moda. Foi nessa década que Mary Quant

lançou a minissaia, enquanto as estampas geométricas inspiradas na Op-Art

coloriam as roupas com todos os tons possíveis e imaginários. Peças de roupas e

objetos inspirados em um futuro espacial também foram grande revolução.

“Como o resto do mundo ocidental, os Estados Unidos seriam seduzidos por esse impulso britânico tão incrivelmente produtivo. O sucesso transformou-se em delirio por ocasião da chegada dos Beatles ou de Twiggy numa América ainda sob a influência de Elvis Presley e dos Beach Boys. Com suas roupas colantes escuras, seu corte “Sasson” e seus olhos redondos carregados de maquiagem, Eddie Sedgwick, a musa de Warhol, tornou-se a imagem de uma jovem geração underground”. (CHAHINE, 2000, p.168)

Os calçados refletiam novas tendências: botas longas e em materiais

inovadores como sintéticos e vinil eram a sensação dos jovens. No final da

década, a camiseta e o jeans já haviam formado uma dupla inseparável, e marcas

especializadas no estilo, como a Levi’s, se sobressaíram.

Os exemplos de mitos de beleza da época são: Jackeline Kennedy mulher

de Jonh Kennedy. Julie Christie, uma das Chelsea Girls, com silhueta

adolescente, minissaia e pernas compridas, cabelos longos com franja, olhos

ultra-maquiados.

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http://www.saberweb.com.br/estados-unidos-da-america/jacqueline-kennedy-onassis/

(Jackeline Kennedy)

1970 – Chocar entes de mais nada era a intenção principal da década de 70. É

por isso que essa época também é marcada por um modo de vestir “tudo junto”.

Para alguns, quanto mais disparate a combinação, melhor.

O movimento hippies, os escândalos políticos e os desarranjos econômicos

semearam uma explosão de elementos criativos para os designes que criavam

com a segurança de um público ansioso por novidades. Outros, entretanto, não

abriram mão do romântico e natural. Seguiam inspirações dos anos 20. Biba,

Ossie Clark e Yves St. Laurent foram expoentes desse estilo.

No final da década, o filme Saturday Night Fever inaugurou a Era Disco.

Apesar de ter pouca duração, seus efeitos podem ser sentidos até hoje. Suas

cores, brilhos, formas são desejos explorados pelos estilistas de todas as décadas

seguintes.

“As pistas de dança, assim, se tornaram grandes passarelas. Camisas de cetim, meia-calça de lurex e roupas à base de lycra eram o uniforme dos baladeiros. O fim da década foi marcado pela ascensão do movimento punk em Londres”. (BATISTA JR, 2008, REVISTA MANEQUIM)

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Foi nos anos 70 que os sapatos plataforma voltaram à moda, renovado por

adornos, e unissex. Aliás, o modo unissex de vestir se fortalece no final dos anos

70 e início da próxima década. Shorts curtos, botas de diversos tamanhos, saltos

grossos e acessórios são apenas alguns exemplos desse novo modo de encarar a

vida.

Os exemplos de mitos da beleza da época são: Farah Fawcett, com

cabelos livres e sãos, pele bronzeada ou irisada, lábios brilhantes de gloss, a

beleza dos anos 70 era necessariamente explosiva como a da ela. No Brasil Vera

Fisher conheceu a fama na pornochanchada. Ali começava a sua imagem de

símbolo sexual.

http://allbeautyofworld.blogspot.com/2008_03_01_archive.html

(Vera Fisher)

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1980 – O culto ao corpo foi uma tendência marcante no comportamento das

pessoas nos anos 80, tanto é que levou as calças fuseaux, os tênis e o moletom

para o lado de fora das academias. Os sapatos baixos, como mocassim, também

voltaram embalados por essa tendência.

Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamurosas,

cobertas com jóias e acessórios exagerados e dourados. O jeans alcança seu

ápice, ganhando status.

Mas não bastava ser bem- sucedido e bem- vestido. Nessa década ter um

corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Assim, numa continuidade

pelo amor aos esportes inaugurado na década anterior, explodiram academias por

todos os cantos, aonde os freqüentadores iam com suas polainas e collants.

O look “molhado”, conseguido com gel e mousse para cabelos, fez a

cabeça de homens e mulheres, ao lado das permanentes fartas e topetes tão altos

quanto se conseguia deixá-los.

A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes,

com jogos de tons e contrastes. As mulheres que nesse momento ingressavam no

mercado de trabalho, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros

marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e

drapeados para noite ou o dia.

“A mulher dos anos 80 era vista como uma super

mulher. Empoleirada sobre escarpins, corpo ajustado num tailleur cinza como o terno dos homens de negócios, impecável das unhas a escova, tomava de assalto o mundo do trabalho”. (LANNELONG, 2000, p.192)

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A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao

estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo

livre e despudorado. O Punk, o New Age, o Break, o Rock e o Pop também

glorificaram sua influência na cultura e no modo de vida dos mais jovens.

“A beleza virou competição. A época amava o

visual e cuidava de sua aparência. O corpo devia ser perfeito. I want muscles (Quero músculos), canta Diana Ross, e Jane Fonda tornou-se a sacerdotisa da aeróbica. Seus vídeos de ginástica eram disputados (...)”. (LANNELONGUE, 2000, p.194)

Exemplo de mito da beleza da época: Madonna, olhos pintados, cabelos

louros de raízes pretas, penduricalhos, luvas com dedos a mostra, roupa-lingerie,

nada intimidava Madonna. No Brasil Xuxa, em 1982 iniciou sua carreira no

cinema. Logo em seguida tornou-se apresentadora infantil na TV Manchete e se

transformou na “rainha dos baixinhos”, uma figura brasileira que sempre será

lembrada, por sua beleza e trabalho.

http://members.tripod.com/~birdcastles/xuxa.html http://www.celebritypicturesarchive.com/pictures/m/madonna/madonna-016.jpg

(Xuxa) (Madonna)

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1990 – Até a metade da década de 90, o exagero dos anos anteriores ainda

influenciou a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas

segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda

íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e

cores. Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem

harmoniosamente. Entretanto, vale a pena ressaltar o Grunge, que impulsionado

pelo rock, influenciaram a moda e o comportamento dos adolescentes com seu

estilo despojado de calças/ bermudões largos e camisas xadrez da região de

Seattle.

A nova tendência provoca escândalos. Atrás de Kate Moss surge uma

geração de modelos magérrimas, Stella Tennant, Judie Kidd, Trish Goff. Essas

garotas consideradas “palito” combinam perfeitamente com a tendência grunge.

Não adotam uma maquiagem escorrida e os cabelos sujos de Courtney Love

(cantora de rock da época), mas todas usam uma tatuagem, novo emblema da

feminilidade. (p. 206)

As mais lúdicas mandam gravar uma borboleta ou uma joaninha no ombro ou na curva dos quadris. (...) Em breve, será a moda das tatuagens removíveis, como desenhos de henas nas mãos e nos pés, decalques para a pele, apliques indianos colados ao longo das sobrancelhas, como fez Madonna. (...) A muda é lúdica e étnica. (...) O corpo torna-se um novo campo de expressão. (LANNELONG, 2000, p. 206)

A globalização está em marcha, graças à internet e os avanços da

comunicação, os efeitos da moda desconhecem fronteiras e diferenças culturais.

“A tendência é unificadora, mas de espírito sereno:

saias nos joelhos, cores neutras, cabelos curtos e maquiagem invisível. (...) Nas capitais da moda, Paris, Nova York, Londres e Milão, as novas heroínas ostentam

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uma frieza quase hitchcockiana revistada por Calvin Klein, Prada e Gucci. A loura Gwyneth Paltrow valoriza o vestido bustiê, os ombros graciosos, a risca no meio e a estola em pashmina colocada na dobra do cotovelo”. (LANNELONG, 2000, p.210)

Os exemplos de mitos da beleza da época são: Cindy Crawford e Naomi

Campbell são duas das deusas do inicio dos anos 90. Mas Kate Moss anuncia

uma mudança nas passarelas, a garota palito, com seus 44 quilos e 1,70 m de

altura se torna a heroína das campanhas da Calvin Klein em que garotas e

rapazes ostentam uma beleza andrógina e famélica. Isabela Rosselline, atriz e

Claudia Shiffer modelo.

http://i216.photobucket.com/albums/cc43/drifter_1870_1/cindy%20crawford/CindyCrawford4.jpg http://i105.photobucket.com/albums/m231/thomas33665588/ClaudiaSchiffer.jpg

(Cindy Crawford) (Claudia Shiffer)

2000 – O século XXI mistura o velho com o novo. Traz novamente os anos 80,

com pitadas dos anos 50 para as vitrines de todo o mundo e busca o novo,

formando assim um novo estilo, que pode agradar a diversas pessoas. Vários

mitos de beleza são lançados, cada um relacionado a pluralidade de estilos

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formados nessa época. É justamente nesse momento são realizados os maiores

concurso de moda.

Apesar da diversidade, os movimentos culturais também marcaram a

época, a volta do grunge (inspirado no rock de Seattle), o estilo “clean” (roupas

básicas, ajustadas e com pouca ornamentação) e o estilo esportivo (uso de listras

e inspiração nos esportes, que trouxeram para o dia- a- dia os tecidos

inteligentes).

Cirurgias plásticas são modos naturais de cuidar da saúde e da beleza.

“(...) as estrelas confessam cada vez mais seus

liftings e suas injeções de colágeno. O peeling, o alisamento ou feeling tornam-se quase produtos para o comporto da pele. Os filósofos se debruçam sobre o fenômeno e falam do “dever de ser jovem”. Os médicos dizem que suas pacientes quem aparentar a idade que sentem ter. e todos se perguntam se o terceiro milênio será o da juventude eterna. (LANNELONG, 2000, p.220)

Os exemplos de mitos da beleza da época são: Gisele Bundchen é mito

entre mulheres jovens e mais velhas, modelo internacional é sinônimo de beleza e

sucesso e Aline Morais antagonista da novela das oito da rede Globo, muitas

mulheres seguem seus modos de vestir e cortes de cabelo.

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http://thalmeida.blogspot.com/2008/06/spfw.htm http://www.nortefest.com.br/noticia.php?news=260

l (Gisele Bundchen) (Aline Morais)

2.5 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA

Mais do que nunca falar de beleza é fato em falar de rock. O mundo da

beleza apropria-se de desfiles dos anos 90 que foram organizados em shows,

enquanto criadores estilistas escolhem estrelas do rock como modelos em suas

propagandas; as cores de linhas de cosméticos traziam nomes de astros e os

artistas da maquiagem buscavam inspiração no gênero musical.

Mas como o rock exerce tamanha influência sobre

o estilo e beleza da virada do século? Com seus artistas, cujo glamour, diversidade, senso de provocação e temas abordados em suas musicas correspondem ao espírito da época. Se um rosto precisa ser belo para seduzir, a beleza, para ser forte, deve ser mais do que uma fachada e simbolizar algo maior, algo que toca a alma. (FAUX, 2000, p.08)

Estrelas do mundo da música como Liz Phair, Jennifer Lopez, Whitney

Houston eram os símbolos espetaculares dos ideais da beleza.

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“A música é rica de emoções, pensamentos e paixões do artista, algo que um rosto isoladamente é incapaz de encarnar”. (FAUX, 2000, p.10)

Nos anos 60 surgem os Beatles, naquela época os figurinos e cabelos

usados pelos quatro rapazes de Liverpool eram copiados, por serem novidade. O

estilo de música virou mania, pois ia na contramão de tudo que era ouvido antes.

A simplicidade era uma forma de linguagem e a rebeldia deles virou o estilo da

época.

“(...) a musica, enquanto força social, atingiu seu ápice com a histeria coletiva criada pelos Beatles e os Rolling Stones. Todos os jovens com menos de 30 anos do mundo ocidental, pareceram então adotar swing inglês de Twiggy, de Biba e da King’s Road, as minissaias, os grandes olhos e cílios falsos de Marylin Quant, os cabelos frisados, o corte curtinho e o batom claro, as roupas, os cabelos e a maquiagem se inspiraram no estilo geométrico da pop arte e da op arte de Andy Warhol, Bridget Ridley, David Hockney e Frank Stella. O corte geométrico de Vidal Sassoon, as franjas espessas e compridas, o coque, os olhos aumentados com um triângulo feito com um delineador, os lábios pálidos de contorno nítido, todos faziam parte da aparência”. (FAUX, 2000, p. 09)

A música firmou-se como principal veículo das idéias contestatórias dos

jovens, face à insatisfação provocada pelo sistema cultural, educacional e político

da época.

Surge uma cultura underground, ou contracultura voltada principalmente

para as transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na

busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e para as

pequenas realidades do cotidiano.

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“A contracultura incluía o uso de drogas, protestos antiguerra e anticapitalismo, o conceito de amor livre, o movimento de libertação das mulheres, vida em comunidade e muito mais. Os Estados Unidos estavam divididos. De um lado estava um grupo de norte-americanos que apoiava o país: adesivos com dizeres "Ame-o ou deixe-o" nos pára-choques e apoio à guerra do Vietnã. Do outro lado estava o grupo de norte-americanos conhecidos como hippies: um termo que se tornou conhecido por volta de 1967”. (BRAIN, site uol) http://pessoas.hsw.uol.com.br/woodstock.htm

O movimento hippie com suas comunidades e passeatas pela paz teve

força a partir de um grande acontecimento que foi o festival Woodstock, em 1969,

com vários shows que marcaram essa era, considerado o mais importante festival

de rock and roll da época.

A música exerce um papel muito importante na vida das pessoas,

sobretudo na dos jovens, pois os ajuda a enfrentar a tensão diária e a evitar a

pressão que eles sofrem. É uma fuga nos momentos de crise.

A cantora Madonna é um exemplo típico da beleza moderna:

“ várias vezes ela se reinventou, bebendo em

fontes tão diversas quando a beleza indiana e as beleza de Hollywood dos anos 30 e 40”. (FAUX, 2000, p.22)

2.5.1 REVISTAS, PUBLICIDADE E DESFILES DE MODA COMO REFERÊNCIA

DO BELO.

Em todos os tempos, a moda impôs seu estilo à beleza, e vice-versa. As

revistas de alta costura apresentavam uma versão de beleza escandalosamente

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rica, magra e inacessível para a maioria das mulheres. Essa imagem

desenvolveu-se nos anos 40 e 50. Já nos anos 70 a mulher era vista de forma

evolutiva por essas revistas, pois exerciam uma profissão, atendia ao um único

conceito: o vestido justo e básico. Nos anos 80 e 90 o estilo foi ainda mais longe

com seus básicos chiques fáceis de usar, com um aspecto mais sexy e natural.

O materialismo das revistas e dos comerciais dos anos 80 começou a ser

malvisto. Julgou-se de mal gosto a exibição de riqueza muito ostensiva,

condenada como falta ética. (FAUX, 2000, p.20)

O tom continuou sendo dado pelas top-models, mas numa linha

minimalista, preocupada com as proporções naturais do corpo. O modelo de

mulher exposta a partir de Kate Moss passou a ser criticada por seu corpo

esquelético e frágil, visto como uma publicidade em favor da anorexia e um objeto

de desejo pedófilo.

Um trabalho feito por alunos da Puc de campinas, em 2005, faz referência à

influência da revista “nova” nos padrões de beleza brasileiros. Nesse trabalho eles

analisam algumas edições da revista e afirmam que as fotos em sua grande

maioria apresentam mulheres esguias, morenas de cabelos lisos e compridos, em

geral corpulentas, as poucas imagens mostradas que podem ser consideradas

“feias”, são de tratamento de estética, estilo “antes e depois”. As capas na sua

maioria trazem uma mulher famosa vestida sensualmente com um fundo de cor

única e forte, para chamar a atenção.

Como afirma a primeira diretora de redação da revista, Fátima Ali:

“Ter uma sensação de liberdade do próprio corpo.

Por isso, nas capas de Nova as moças aparecem com as

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roupas bem decotadas e às vezes transparentes. As roupas extravagantes vão por conta da idéia de você fantasiar, de você romper aquela idéia certinha do dia-a-dia que você é obrigado a ter, para viver na sociedade. A postura da moça na capa de Nova, que é muito específica da revista, é de uma mulher que olha de frente, encarando quem quer que esteja olhando para a revista, mostrando segurança com esta postura direta, com esse olhar firme. Sempre, porém com certa doçura, os ombros reta, mostrando certa segurança de si própria, o peito aberto sem inibições, que uma moça de braços cruzados eventualmente não mostraria. O rosto de frente, também encarando as pessoas, e não de lado, que traria uma certa brejeirice. Também é uma moça que olha de cima, com presunção, não é uma moça que olha por baixo com timidez. É uma moça segura que encara a vida e as pessoas. Esta é a identificação que a leitora gosta. É isso que ela busca na revista. (Gazeta Mercantil 18/01/1987 apud MIRA 1997 p.202)

A revista influência não só através de fotos como nos textos escritos

associados as fotos. Que mulher não vai querer ter um bumbum durinho como fala

na revista ou uma barriguinha sexy? Os estudantes de Campinas analisaram as

frases:

“Quando palavras relacionadas ao corpo das

mulheres são utilizadas, também é traçado um padrão de beleza a ser buscado pelas leitoras de “Nova”. Por exemplo, quando o termo qualificador se refere aos quadris, foram encontradas expressões como "bumbum em pé", "bumbum-beleza", "bumbum avantajado", "bumbum lisinho" e "bumbum de bebê". Estes termos qualificadores foram citados como bons exemplos, algo que deve ser alcançado pelas mulheres. Ainda referindo-se aos quadris, mas de forma pejorativa, os termos utilizados foram "bumbum flácido" e "bumbum cheio de furinhos". Neste contexto, as matérias aconselham as mulheres que estes são exemplos que devem ser combatidos. Ainda referindo-se a partes do corpo das mulheres, outro exemplo são os termos qualificadores relacionados à barriga. Alguns dos termos encontrados foram "sua barriga vai parecer uma seda", "barriga sexy", "barriga que dá fama", "barriga chapada" e "barriga negativa". Novamente, as matérias utilizaram estes termos como algo a ser alcançado pelas mulheres, dando dicas de dieta e exercícios para que esta forma seja alcançada”. (Trabalho apresentado ao Intercom Júnior, 2005, p.7)

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Foi preciso um século para ampliar o leque da beleza até o que ele é hoje:

no momento em que a beleza chega à internet, o fluxo global das idéias, da

informação e da discussão deveria reduzir o tempo necessário a um progresso

exponencial. A beleza ganhou um rosto mais natural, individual, descontraído e

confiante.

2.5.2 A INFLUÊNCIA DO CINEMA

Foi no século XIX que surgiu o cinema, seu objetivo principal era registrar

acontecimentos e narrar histórias. A questão do figurino não era de tamanha

importância, mas a partir do momento em que os filmes passaram a ser

produzidos mais cuidadosamente, esse figurino passou a ter uma grande

importância tanto na função histórica como para dar realismo aos personagens da

trama.

Diretores e produtores passam a lançar figurinos para afirmar personagens, o exemplo de Grace Kelly que foi mitificada por seus trajes claros e luzes diretas. E essas personalidades estereotipadas acabam sendo transformadas em ícones e serem reproduzidos pela moda. (FALCÃO, 2006, p.01)

Nos anos 10 nos últimos brilhos Belle Époque (época de ouro da beleza e

inovação), as moças se inspiravam em fotografias das damas da aristocracia,

penteadas e vestidas segundo a última moda: Cintura fina e uma silhueta em “S”.

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Já nos anos 20, em sua forma popular posterior à Primeira Guerra Mundial,

o cinema se impôs como o gênero de distração preferido dos jovens. A

radicalidade da mídia respondeu a da nova tendência: vestidos e cabelos curtos,

maquiagem exagerada e trajes esportivos. Os anos 20 marcaram o inicio do que

consideramos como beleza moderna, e uma delas é a atriz Louise Brooks (a

primeira no cinema a usar cabelos curtos).

Durante trinta anos, Hollywood continuaria a exercer uma influência

preponderante sobre a definição do estilo e beleza. Jamais o estilo e charme

tiveram tanta força.

A sensualidade provocante de Marlene Dietrich ou

de Greta Garbo atingiu uma publicidade internacional. Com um olhar fraco, lábios desenhados, finas sobrancelhas arqueadas e cabelos sedosos determinavam o estilo e beleza daquela década (FAUX, 2000, p.12).

Jean Harlow foi a primeira estrela do cinema a tingir os cabelos de platinum

blonde, lançou com isso, uma tendência para sempre associada com Hollywood e

ainda copiada hoje em dia.

Segundo artigo “Cinema e Moda” de Sarah Falcão, a moda e o cinema têm

um grande elo em comum, eles são vendedores de sonhos. O cinema se

transformou em uma vitrine almejada pelas grandes marcas. “A roupa da

personagem do filme tornou-se um sonho de consumo. Porém o sonho de

consumo de uma forma de vida, não apenas da roupa, que é exatamente o

conceito que as grandes marcas tentam passar. Ao usar o vestido Givernchy, você

não é apenas diva dos cinemas, você é Audrey Hepburn usando um Givernchy,

olhando uma vitrine da Tiffany´s e comendo rosquinhas”. (FALCÃO, 2006, p.01)

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Exemplos de “idéias” vendidas pelo cinema:

- O chapéu usado por Indiana Jones no filme de Steven Spilberg fez a fabrica de

chapéus Curry ser a maior vendedora desse artigo até hoje.

- A moda praia começou a ser disseminada, e a praia começou a ser mais

utilizada depois que Brigite Bardot usou um biquíni xadrez que foi muito

copiado no filme “ E Deus criou a mulher”, em 1956.

- Por causa do filme “Os pássaros”. Alexander McQueen criou uma bolsa com o

nome “Novak”, inspirada em Kim Novak, que virou um clássico.

(FALCÃO, 2006, p.01)

2.6 A MÍDIA E O CONCEITO DE BELEZA

Com o surgimento da mídia como principais agentes para os novos rumos

de uma sociedade de consumo, passam a ver uma grande especulação da beleza

difundida por ela com objetivos meramente comerciais. Segundo artigo

“Perspectiva sobre beleza: o narcisismo e a mídia” de Carlos Eduardo Gomes, a

sociedade incentivada principalmente pelas revistas, TV e cinema, fez a mulher

assumir um duplo papel diante ao público: o de modelo identificador, vista por

outras mulheres e o de desejo, vista por homens. O que acabou enaltecendo não

somente seu tipo físico ideal como também atributos específicos como:

cosméticos, roupas e comportamentos. O telespectador passou a atuar de uma

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forma mais ativa, em caráter de identificação com aquele ideal encenado ou

através do simples desejo projetado.

A partir dessa busca por uma imagem idealizada, o indivíduo busca

reconhecimento no outro, ou seja, o seu “eu” não se reconhece enquanto tal,

senão através de sua imagem idealizada por outro. Segundo Paul Schilder, “nossa

própria beleza não contará apenas com a imagem que temos de nós mesmos,

mas também, com a que os outros constróem a nosso respeito, as quais tomarão

de volta. A imagem corporal é o resultado da vida social que temos”.

Quando encontramos pessoas sem muito acesso a informações, vemos um

destaque delas em seguir religiosamente alguns costumes impostos por um

veículo como a televisão, desde a cor do cabelo da mocinha até as gírias mais

marcantes. Pela falta de acesso desse segmento do público, a livros e outros

meios de conhecimento mais seguros, acabam buscando as informações sobre o

mundo e entretenimento exclusivamente na TV. A produção capitalista os mantém

tão bem presos em corpo e alma que eles absorvem sem resistência ao que lhes

é oferecido, acreditando que tudo ali passado é a verdade absoluta.

2.6.1 Estatísticas Sobre Pressão Mundial

The Nielsen Company é uma empresa de informação global e meios de

comunicação com posições de liderança no mercado e marcas reconhecidas em

informação e de marketing (ACNielsen), informação de meios de comunicação

(Nielsen Media Research), exposições comerciais e publicações empresariais

(Billboard, The Hollywood Repórter, Adweek). A empresa privada opera em mais

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de 100 países com escritórios centrais no Haarlem, Países Baixos; e Nova York,

Estados Unidos. (www.visa.com.br)

Foi localizado um estudo pela empresa sobre cuidados pessoais: a

utilização de produtos e tratamentos para a saúde e beleza e seu consumo global.

“Em uma sociedade aparentemente obcecada por pessoas bonitas e celebridades;

nas quais modelos impossivelmente magras desfilam em passarelas e imagens

retocadas estampam outdoors e capas de revistas; mais de dois terços dos

consumidores ao redor do mundo concordam que, atualmente, a pressão por uma

boa aparência é muito maior que na época de nossos pais” (NIELSEN, 2007 p.3).

The Nilsen Company pesquisou 25.408 consumidores usuários da Internet

em 46 mercados na Europa, Ásia - Pacifico América do Norte, América Latina e

Oriente Médio, em relação a seus hábitos de compra de produtos de saúde e

beleza e se os consumidores se sentem pressionados para terem uma boa

aparência.

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A pressão é particularmente sentida por três quartos dos entrevistados no

final da adolescência e com vinte e poucos anos.

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Adolescentes e consumidores com vinte e poucos anos declaram gastar

mais do que costumavam para estar sempre com boa aparência, entretanto no

extremo oposto da escala, quando mais se envelhece menos se gasta. A pesquisa

da Nielsen constatou que quanto mais velho menos interessado estava em investir

para valorizar a aparência.

A pesquisa constatou que as pessoas investem em cuidados pessoais por

muitas razões, mas o fazem principalmente para seu próprio bem-estar. Este é

particularmente o caso de 73% das mulheres e de todos os entrevistados na faixa

etária de 21 a 29 anos.

Três em cada cinco consumidores declaram investir em cuidados pessoais

para se sentirem melhor consigo mesmo, enquanto apenas metade deles declara

fazê-lo para serem atraentes para seus parceiros, e apenas dois em cada cinco

declaram fazê-lo para atrair um novo parceiro.

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Enquanto três quartos dos consumidores se sentem pressionados para ter

uma boa aparência, menos da metade declarou se preocupar em procurar

aparentar estilo o tempo todo. As mulheres ficaram igualmente divididas nesta

questão, com 58% dos consumidores na faixa etária entre 21 e 24 anos tendendo

mais a manter seus padrões de estilo pessoais. Quanto mais velho o entrevistado,

menos a tendência de tentar demostrar estilo o tempo todo.

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Ao redor do mundo, 87% dos brasileiros declararam se preocupar seu estilo

o tempo todo; seguidos pelos portugueses (79%) e gregos (76%). Na outra ponta

da escala de estilo, quatro em cada cinco pessoas em Hong Kong declaram não

se preocupar com seu estilo o tempo todo.

(Todos os dados desse item foram retirados do The Nielsen Company –

abril/2007)

2.7 DOENÇAS PSICOLÓGICAS

Doenças psicológicas são enfermidades da mente. Porém, isso não quer

dizer que não afetem gravemente o corpo físico do indivíduo. Anorexia, bulimia,

depressão, neurose, pânico, entre outros problemas da mente estão relacionados

a um estresse provocado a esse indivíduo. Uma pressão como a feita pela mídia

em relação a como se deve comportar, ser, agir e viver para ser aceito na

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sociedade, transforma pessoas saudáveis em pessoas mentalmente doentes, e

futuramente fisicamente enfermas.

Em uma escola, por exemplo, onde dentre todos os alunos magros existe

um único gordinho, normalmente crianças tem a terrível mania de colocar apelidos

nos colegas, e ele logo será chamado de “botijão de gás”, “rolha de poço” e etc.

Crianças sugam as influências muito mais depressa que os adultos e passam a

crescer com aquilo na cabeça; “eu sou gorda, não sou igual aos outros”.

Para a psicóloga Priscila Monaim da Silva, quando acontece algo assim

com uma garota muito jovem, chega uma hora em que ela nem é mais gorda, mas

ainda acha que é por causa da pressão que teve a infância toda.

“Essa ditadura da moda é muito cruel, pois pode

trazer sérios problemas para essa pessoa que ainda está em desenvolvimento. Se a pressão for muito grande quando ela tem, por exemplo, 13 anos, com seus 20 anos ela pode ainda não aceitar o jeito que é. Resultando em uma depressão profunda e graves traumas. A beleza deve estar relacionada com a alma e não com o estereotipo” (Silva, 2008)

Vamos pensar que um individuo assiste TV pelo menos 4 horas por dia, e

nessas 4 horas as jornalistas, as atrizes das novelas, as apresentadoras de

programas e as atrizes de filmes são todas magras, de cabelos lisos e loiros e

todo mundo diz que elas são lindas, isso acontece por tanto tempo que essa

pessoa passa a acreditar que aquilo é o que também acha ser o belo, e como o

ser humano tem a tendência de fazer às coisas para agradar os outros, passa a

querer se tornam igual a eles. Entretanto seu corpo não tem a mesma estrutura e

não pode ficar tão magra. Parar de comer, ou se arrepender de ter comido e

vomitar depois, ou até então, ficar deprimida, porque nunca vai conseguir ser igual

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às celebridades, tornam sua mente doente. E a partir daí, seu corpo vai ficando

fraco e doente também, pois não se alimenta direito, não descansa bem e nunca

está bom o suficiente. Este é um quadro que caracteriza uma doença psicológica.

Em entrevista a revista CNR – 3 notícias a nutricionista Dra. Renata David

Kitade afirma que:

O padrão de beleza imposto hoje em dia, principalmente às mulheres, tem limitado hábito alimentar de muitas delas. A magreza é vista pela sociedade como algo belo e adequado, porém é um conceito equivocado. Vários adolescentes acabam adoecendo por conta deste padrão e as famílias, muitas vezes, nem sabem que o filho está doente. O regime, a necessidade de emagrecer, faz com que a pessoa fique debilitada. É quando surge a doença conhecida como Transtorno Alimentar, que necessita de uma equipe multidisciplinar em seu tratamento, com acompanhamento nutricional, terapêutico, psiquiátrico e psicológico. (KITADE, OUT/NOV/DEZ 2006, N° 84)

“O ideal de magreza e a liberação ascética do corpo, na qual podem se

deixar ver a salvaguarda oculta do ego ideal e os efeitos do narcisismo primário

absoluto, é ainda mais coercitiva à medida que no corpo se manifesta o desejo

primitivo de incorporação e identificação primária, face ao qual exerce a função de

contra o investimento: assim, com freqüência, o orgulho anoréxico se inverte em

vergonha bulímica de maneira catastrófica”. (Bernard Brusser, 1999, p 54)

http://www.crn3.org.br/atualidades/revistas/arquivos/edicao_084_entrevista.pdf

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2.7.1 Anorexia

Anorexia é uma doença psicológica em que o indivíduo induz a falta de

absorção de alimentos. Uma pessoa anoréxica simplesmente se recusa a comer e

com o tempo passa a não conseguir mais ingerir alimentos, por causa de uma

recusa que seu organismo faz contra o alimento.

A doença ocorre na adolescente após a

puberdade, atingindo mais o sexo feminino. Ocorre uma acentuada perda de peso induzida, e um grande medo intenso de engordar ou de ser gorda. A garota anorexica possui um forte desejo de emagrecer, e acaba com alterações muito acentuadas na imagem corporal e amenorréia, ou seja, uma ausência de menstruação por três meses ou mais. (COBELO, SCHOMER, CORDAS, FLEITLINCH E GUIMARÃES, 1998. p.17)

A adolescência é um período de mudanças sociais, emocionais e físicas

importantes (puberdade) e, portanto a jovem terá que se readaptar a sua imagem

corporal, juntamente com sua imagem global e seu papel na sociedade. Nas

jovens que desenvolvem anorexia nervosa, o julgamento de sua imagem corporal

mantém-se alterado, fazendo-a sentir-se com as formas maiores do que são na

realidade.

Com a perda de peso auto-induzida a alteração da imagem corporal das

jovens, contribui para que essas mantenham a dieta iniciada e estas passam a

executar atividade físicas excessivas e/ ou utilizar medicamentos a fim de perder

peso, como laxantes, diuréticos ou moderadores de apetite. Estatísticas

compravam que jovens com anorexia nervosa induzem o vômito para forçar o

emagrecimento. (COBELO, SCHOMER, CORDAS, FLEITLINCH E GUIMARÃES,

1998. p.18)

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2.7.2 Bulimia

Cerca de 90% dos casos de bulimia são em mulheres, principalmente

aquelas no início da adolescência e jovens entre 20 e 30 anos. Como a anorexia,

a bulimia nervosa apresenta causas complexas, nas quais fatores psicológicos e

socioculturais interagem. A pessoa com esta doença consome uma grande

quantidade de alimento, freqüentemente de forma incontrolável e rápida. Uma

bulímica pode ingerir entre 1000 e 6000 calorias ou mais em um simples e breve

episódio bulímico, a maior parte da comida é constituída de doces, rica em

calorias e com textura que permite que desça rápida e facilmente. Acontece

também um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar

durante os episódios bulímicos. Uma vez ingerido essas calorias a pessoa que

sofre dessa doença sente-se culpa e força o vomito. Uma “falsa solução” que

passa a virar uma mania, um costume e depois se transforma uma obsessão e

uma doença (Fleitlinch e Guimarães, 1998, p. 26 e 27)

Bulímicas se parecem com anoréxicas na sua obsessão por comida, sua

excessiva preocupação com a forma corporal e o peso, assim como com seu

medo de serem ou de se tornarem gordas. Bulímicas podem emagrecer durante a

doença, geralmente seu peso não cai abaixo do mínimo para sua altura e idade. A

forma corporal da bulímica não aparenta ser diferente. Uma pessoa bulímica em

geral é extremamente vaidosa, porém muitas vezes esconde o corpo sob roupas

folgadas, acreditando-se “acima do peso” e tendo vergonha de vestir roupas

apertadas ou de banho. (Cordas e Cobelo, 1998, p. 28)

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2.7.3 Complexo de Inferioridade e Depressão

Para a nutricionista Renata David Kitade, a necessidade de agradar as

outras pessoas leva o indivíduo à doença e afirma que a participação nessa

vontade de estar dentro dos padrões é muito grande:

Dentro dos aspectos emocionais, a necessidade de

corresponder às expectativas dos outros e o perfeccionismo, como ter um corpo magro e belo seguindo os padrões da nossa sociedade, levam a pessoa a ficar doente. “Os Transtornos Alimentares podem estar ao lado de outros transtornos como depressão e transtorno obsessivo compulsivo. Chamamos isto de comorbidades.O baixo peso também pode causar depressão. Na minha opinião, o trabalho com os Transtornos Alimentares deveria ser muito mais preventivo, com a participação de diversos setores da sociedade e mídia em geral” (KITADE, OUT/NOV/DEZ 2006, N° 84)

Depressão é doença. Não é frescura, pode resultar em graves problemas

para vida, principalmente de um jovem. Deve ser tratada como qualquer outra

enfermidade. O importante é saber definir a diferença entre tristeza e depressão,

se for diagnosticado como depressão, a medicação e tratamento psicológico

devem ser feito com urgência.

Os sintomas mais comuns da depressão são: apagadores, fadiga, dificuldades de concentração, isolamento, dores crônicas e sem motivo clinico, irritabilidade, insônia ou excesso de sono, auto – imagem negativa, falta de apetite e impulsos suicidas. (TELES, p.14).

A ilusão do querer ser grande, o desejo de estar dentro dos padrões sociais

inseridos na nossa sociedade marca profundamente as pessoas, as fazendo sentir

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como se estivessem em um buraco vazio, onde se agigantam e agitam os

fantasmas da ansiedade e da depressão. (TELES, p.22)

Se adultos sentem-se envergonhados e vitimas de preconceito em relação

a seus corpos fora do padrão, o que aconteceria com uma criança em formação

físico e intelectual. Cresce o número de “pequenas” vítimas de depressão,

crianças que deveriam estar se divertindo sem muitas preocupações se fecham

em seus mundos por medo da rejeição.

A pessoa pode, na depressão, apresentar uma perda significativa de peso e sucessivos sentimentos de autodepreciação e ameaças ou tentativas de suicídio. A própria depressão e o gesto suicida são uma espécie de pedido de socorro de uma pessoa que não esta suportando “levar a vida” sem ajuda. Geralmente, por trás da depressão está muita frustração, muitos desejos não realizados. (TELES, p.15).

A primeira coisa para que o individuo esteja bem com o mundo e com as

pessoas é estar bem consigo próprio. O que significa gostar de si, de seu corpo,

aceitar-se e ter autoconfiança, algo bastante difícil para o jovem que, nessa fase,

tem um corpo que demora a se definir, tateia num mundo novo e não sabe como

responder às demandas que lhe são feitas. (TELES, p. 35).

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2.8 PROBLEMA

Como podemos mostrar ao público os perigos de tentar ser um ícone de

beleza? Como lançar o debate sobre as questões referentes aos padrões de

beleza imposta pela mídia e a interferência deles no comportamento dos jovens.

Como mexer em algo que é muito sensível para todos os seus espectadores?

É muito fácil e simples apontar que a mídia corrompe a percepção da realidade.

Porém a própria admite a situação, e a retrata. A grande questão seria como

entender a co-dependência do ideal de beleza social e a perigosa construção

desse ideal pela mídia regida por padrões econômicos. E como falar a um público

que reconhece o problema mas não sabe superá-lo?

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

- Conscientizar os jovens sobre os padrões de beleza impostos pela mídia.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Apontar alguns mitos da beleza no decorrer da história;

- Apresentar pesquisas sobre mulheres que querer se tornar “perfeita”;

- Mostrar as doenças psicológicas decorrentes desse vício de estar com o corpo

na moda;

- Passar definições dos conceitos do belo;

- Criticar e mostrar a influência dos meios de comunicação na criação dessa

beleza pré-fabricada;

- Mostrar o porquê dessa influência;

- Entender o que as pessoas envolvidas na moda pensam a respeito;

- Apontar algumas situações da história que influenciaram a sociedade;

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4 JUSTIFICATIVA

Hoje o padrão proposto pela publicidade e pela mídia é a top model de

figura longilínea e magra, do tipo Gisele Bündchen, Cláudia Schiffer ou Cindy

Crawford, ou estrela de cinema estilo Sharon Stone ou Júlia Roberts. Depois de

várias pesquisas, a equipe constatou que há uma carência de produtos sérios e

aprofundados sobre o assunto, principalmente voltados para o público jovem. É

necessário mostrar todos os problemas que essa compulsão por um corpo

considerado “perfeito”, pode causar.

A pressão social para se atingir esse ideal de beleza é de tal magnitude,

que leva milhões de pessoas no mundo inteiro a gastarem fortunas em cosméticos

ou a recorrerem á cirurgias plásticas e academias como recurso para enquadrar-

se no padrão de beleza imposto pela mídia. Algumas dessas pessoas entram em

grandes dietas passam a ficar sem comer ou vomitam o que comeram. Entram em

grandes depressões e se tornam compulsivas em relação ao corpo perfeito.

Meninas com 10 anos já estão querendo ficar magras a todo custo, mesmo que

sua estrutura corporal não sustente tanta magreza, acabam desenvolvendo

distúrbios como anorexia e bulimia. Essas se tornaram ao longo do tempo as

principais doenças da moda, mulheres doentes por uma beleza pré - fabricada,

doentes por um corpo irreal, sem formas e muitas vezes sem vida. Essas doenças

levam muitas mulheres e meninas à morte.

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Segundo Lenita Vennante, professora de Português da 8° e diretora

pedagógica do Colégio Stella Maris, essa influência é vista cada vez mais cedo

dentro das salas de aula;

“Como são muito jovens (13-14 anos) observa-se que apreciam

determinadas artistas, ás vezes imitam-nas na forma de se vestir, falar ou repetem

seus trajeitos. Percebe-se o interesse das meninas em sala de aula, pois trazem

fotos, revistas, conversam e até escrevem seus celebridades preferidas".

Segundo o professor de História da 8º serie do Colégio Stella Maris,

Hor-Meyll T. Leite Junior, o mais interessante é ver as meninas vestidas como

suas personalidades preferidas;

“É visível em sala de aula a busca das meninas por uma beleza fabricada

pela mídia, através de acessórios que compõe o vestuário das celebridades e que

são comercializados como instrumento de beleza, são muito usados nas escolas

principalmente nas meninas de 6°, 7° e 8° series”.

Com esse documentário pretende-se mostrar a influencia do mundo da

moda e da beleza idealizada pela mídia e que a verdadeira forma de belo é

totalmente relativa. Alertando que esse complexo gerado pela mídia ao fazer com

que as pessoas queiram ter um corpo perfeito pode acarretar muitos problemas,

físicos e psicológicos.

A proposta é esclarecer os adolescentes sobre os perigos de acreditar nos

padrões de beleza, que é normalmente um dos primeiros passos para algumas

das terríveis doenças psicológicas de que temos notícia. Se sentir inferior as

outras pessoas, por ser um pouco mais gorda ou mais magra do que o normal,

pode acarretar sérios distúrbios e é exatamente isso que se deve evitar desejar

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ser como não é, pode virar um grande problema. E isso não faz sentido, pois

décadas iram se passar e levará com ela, a moda atual, trazendo muita coisa

nova.

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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para dar sustentação teórica ao projeto experimental “Quero ser Madonna”,

foram utilizadas obras de autores consagrados das áreas específicas que

envolvem o projeto. O embasamento teórico é fundamental para o

desenvolvimento de um trabalho científico, pois dá credibilidade para os assuntos

abordados e comprovam uma pesquisa na área. Para fazer esse trabalho usamos

fundamentações teóricas, as áreas de determinação de imagem, imagem na

comunicação, jornalismo e a imagem e o documentário.

5.1 A MÍDIA

A palavra mídia ou media significa “aquele que está no meio”. Quando nos

referimos aos meios de comunicação estamos associando-os aos instrumentos

que usamos para realizar um processo de comunicação em massa. Como por

exemplo, a Televisão, o rádio, o jornal, revistas, cinema, TV digital, internet e etc.

Segundo a professora Denise Stacheski, mídia é todo o meio (juntamente

com um canal) que transmite uma informação, normalmente com o intuito da

comunicação e do convencimento a outro ponto/receptor.

Uma característica típica dos meios de comunicação de massa é a

possibilidade que apresentam de atingir simultaneamente um grande número de

pessoas. Para alguns, os primeiros meios de comunicação de massa foram os

livros. No século passado onde a mídia se expandiu não havia a ideia de que a

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difusão da informação deveria ocorrer em tempo real, mas que deveria haver um

intervalo de tempo limitado entre a emissão da mensagem e a sua recepção.

A imprensa no Brasil teve seu surgimento tardio caracterizado pela

ausência de burguesia e capitalismo. Seu surgimento foi decorrente da chegada

da família real, em 1808 e tinha como objetivo passar as informações do que

acontecia com a realeza, como se fosse um diário. (SEABRA, 2002, pág. 01)

“Sendo que o primeiro jornal do país, o Correio

Braziliense, era editado na Inglaterra e proibido de circular em território nacional. O segundo jornal brasileiro, A Gazeta do Rio de Janeiro era uma espécie de Diário Oficial da Coroa Portuguesa”. (SEABRA, 2002, p.01)

5.2 A IMAGEM

Imagem é a representação gráfica, plástica, fotográfica, cinematográfica e

televisiva de uma pessoa, um objeto ou uma cena (Novo Dicionário Aurélio -

1988).

Não há duvida que a relação com a imagem é muito antiga. A partir de

desenhos rupestres, os antepassados deixaram gravadas as primeiras expressões

de cultura. De lá para cá muitas transformações ocorreram, e a evolução da

imagem foi firmando sua credibilidade.

Com o surgimento da televisão, essa relação (homem e imagem) mudou o

mundo. Tudo que antes era informado pelos jornais, revistas e ouvido pelo rádio,

passa a ganhar vida televisiva e vista como se estivesse acontecendo dentro de

cada casa. O que maravilhou a todos e ganhou a preferência nacional. Hoje

segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do ano de 2002,

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cerca de 90% da população brasileira possui uma televisão em casa, e cerca de

150 milhões de brasileiros não têm acesso a outro veiculo de comunicação que

não seja a televisão, e muitos outros mesmo tendo acesso preferem a notícia na

forma televisiva.

“... há uma proporção muito importante de pessoas que não lêem nenhum jornal; que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações. A televisão tem uma espécie de monopólio de fato sobre a formação das cabeças de uma parcela muito importante da população”. (BORDIEU, 1997. Pág.23)

Eugênio Bucci em “Videologias” mostra uma televisão que revolucionou a

sociedade quando surgiu nos anos 50, e a cada evolução foi se tornando o meio

de comunicação que formava opiniões, e até hoje dita tendências, modas, estilos.

“Foi a televisão que forneceu ao brasileiro a sua auto - imagem”. (BUCCI, 2005,

p.26)

“Pelas novelas, a televisão, além de delimitar o espaço público, começou a alimentar o repertório do espaço privado: olhando para a tela, as mulheres aprenderam a se vestir e os adolescentes aprenderam a namorar; diante da TV, os brasileiros começaram a sonhar seus sonhos modernos”. (BUCCI, 2005)

5.3 A IMAGEM COMO COMUNICAÇÃO

Não podemos considerar a imagem como um objeto, nem como um

espaço. Para André Parente é a linguagem que faz da imagem um objeto. “Se a

imagem se torna um objeto, é melhor falar a linguagem que se lhe impõe, e que

diz: eis meu corpo (realidade empírica ou transcendental). Conhecemos a imagem

por esse sinal, em função do que através dela se faz dizer, a imagem como um

lugar próprio, uma idéia distinta”. (PARENTE, 1993. p.29)

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“Hoje com a industrialização da imagem, a imagem pensa em nosso lugar. Havíamos feito da imagem nossa morada, doravante ela faz de nós sua morada, uma morada onde o hospede, há muito tempo passou a ser um convidado indesejável. Perdemos de fato a terra, o aqui e agora da experiência sensível, devemos nos conformar com um novo corpo que nos emprestam, com uma roupa de dados que determina as possibilidades de uma ação já programada? “(PARENTE, 1993. p.29)

As noticias antes lidas em linhas sem vida, ganham cores, formas e

movimentos. O que as torna muito mais reais e convincentes. Para Julio Plaza, a

imagem passa a não ter só a função de registrar o imaginário, de significar e de

dar sentido ao mundo, passa a ser usada como meio de registro de conhecimento.

5.4 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA NA IMAGEM

O estudioso e teórico canadense Marshall Mcluhan quando fala sobre a

mídia, seus impactos e o comportamento do receptor, diz “O comportamento da

TV, é inexplicável para as pessoas condicionadas pelo meio quente do jornal, que

vive do conflito de opiniões e não do envolvimento em profundidade numa

situação”. (MCLUHAN, 1964. p.347)

A televisão está envolvida com as transformações culturais do Brasil, mas

que isso, este é o meio de comunicação de massa responsável por determinar

para o público como seria o “certo” a pensar.

“(...) as instituições dominantes têm de prover e até

mesmo criar as necessidade de multidões e de participantes anônimos da mesma forma que desenvolvem mecanismos eficazes para controlar essas massas humanas, faze-las produzir, consumir e se conformar com seus destinos e sonhos”. (SANTOS, 1999. p.66)

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Com base na citação feita por Santos, podemos ver a influência que a mídia

têm sobre o público. Com base nisso pode-se analisar o perfil psicológico do que

se entende como impacto sobre o público, influenciando-os na forma de vida.

Para a apresentadora e jornalista Carla Lima, comportamentos nos quais

achamos que são somente de nossa vontade e não de outras influências, acaba

sendo inserido em nossa vida sem que percebamos e fazendo parte do nosso

cotidiano. “Acaba sendo involuntário, precisamos saber analisar o que é bom e

ruim na televisão”, afirma ela.

Segundo o jornalista e apresentador Gilberto Campos em entrevista para a

nossa equipe, a televisão influência as pessoas por ser o meio mais utilizado das

pessoas que não tem melhores condições:

“(...) quantos dias em uma semana você fica sem

assistir TV? No Brasil a televisão sempre foi uma grande janela para ver o mundo mais de perto. Garantiu informação e entretenimento de forma gratuita. Foi o jornal, o teatro, o cinema, o estádio, até a escola de quem não tinha melhores condições. Até hoje serve de espelho, uma referência para os padrões e comportamentos. Tem, para o futuro, o desafio de disputar esse poder com o avanço da Internet”. (CAMPOS, 2008)

Para Eugênio Bucci e Maria Rita Kehl, a TV une e iguala, no plano do

imaginário, um país cuja realidade é constituída de diferenças, conflitos e

contradições violentas. A TV conseguiu produzir a unidade imaginária onde só

havia disparates materiais. Ela cria um lugar em que o povo gostaria de viver, e

ele por sua vez acredita que aquilo é o que realmente está acontecendo no seu

país, pois é aquilo que a televisão está passando. Sem essa unidade, a televisão,

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o Brasil não se reconheceria como Brasil. Ou, pelo menos, não se reconheceria

como o Brasil que tem sido.

“As novelas exercem uma função capital. Foram elas que infundiram nos brasileiros o hábito de ver TV. Ligar a TV todas as noites tornou-se algo tão essencial como jantar todas as noites. Entre os anos 1970 e 1980, as novelas eram capazes de prender mais de 70% dos telespectadores. Eles inventariaram, consolidaram e sistematizaram o repertório da vida privada do brasileiro: vendo novelas, as mulheres de classe média aprenderam a se vestir e a comprar o sofá da sala, as famílias mais pobres tiveram noções de controle de natalidade, os adolescentes aprenderam a namorar” (BUCCI, 2005. p.224)

Segundo a radialista e professora de Rádio e TV, Patricia Brum, tudo aquilo

que é “mostrado” na TV tem uma importância muito maior para nós do que se

fosse apenas dito. Por isso sofremos tal influência. “Damos maior importância

quando um meio de comunicação em massa nos expõe tal problema, coisa que

muitas vezes foge da verdadeira realidade. Somos iludidos por uma falsa

realidade o tempo todo, isto é a televisão”, declara a professora.

5.5 O JORNALISMO E A IMAGEM

Se antes a fotografia trouxera uma grande alteração na percepção da

informação, a televisão trouxe a dinâmica. Pedro Celso Campos, professor da

UNESP, faz um breve relato da história do Telejornalismo no Brasil. Aponta como

primeiro telejornal brasileiro o Imagens do Dia que nasceu com a TV Tupi de Assis

Chateaubriand (Diários Associados) em 19 de setembro de 1950. Possuía um

formato simples, onde o locutor Rui Resende produzia e redigia as notícias e

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algumas notas tinham imagens feitas em filme preto e branco, sem som. O

Telejornal durou um ano.

Segundo o professor, o primeiro jornal de sucesso da televisão brasileira foi

o Repórter Esso, também da Tupi. Foi para o ar em 17 de junho de 1953 e

permaneceu até 1970, com sua inesquecível vinheta de abertura (“Aqui fala o seu

Repórter Esso, testemunha ocular da História”), apresentado pelos locutores de

rádio: Kalil Filho e, depois, Gontijo Teodoro.

No final da década de 60, as inovações tecnológicas vindas dos EUA,

transformaram o telejornalismo brasileiro. Criado por Armando Nogueira o Jornal

Nacional, da Rede Globo de Televisão, estreou em 1º de Setembro de 1969,

tornando-se líder de audiência. “O Jornal Nacional foi o primeiro a apresentar

reportagens em cores, o primeiro a apresentar reportagens internacionais via

satélite no instante em que os fatos ocorriam”. (CAMPOS, 2003. p.01)

“Em 1977 a Globo São Paulo colocou no ar um jornal de serviço: Bom Dia São Paulo. Que incorporou novas tecnologias: foi o primeiro a usar a UPJ (Unidade Portátil de Jornalismo) com repórteres entrando ao vivo de vários pontos da cidade, transmitindo informações de serviço como tempo, trânsito, movimentação da cidade, aeroporto etc. O sucesso deu origem ao Bom Dia Brasil, em 1983”. (CAMPOS, 2003. p. 01)

A história do telejornalismo brasileiro destaca, também, o TJ Brasil, lançado

em 4 de setembro de 1988, no Sistema Brasileiro de Televisão- SBT. Também se

inspirou no formato americano ao inovar com a figura do âncora Boris Casoy.

Também em 1997 a televisão brasileira ganhou outro jornal importante, o Jornal

da Band, igualmente influenciado pelos costumes americanos, apresentado por

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Paulo Henrique Amorim, com um estilo forte e opinativo, com informações

exclusivas e ao vivo. (CAMPOS, 2003)

A imagem transformou o jornalismo. Com o surgimento das imagens

televisivas e a criação do telejornalismo, a aparência de realidade da imagem

televisiva e a sensação de acesso direto ao mundo, ao vivo e em movimentos, se

tornaram padrão. Guilherme Jorge de Rezende em “telejornalismo no Brasil: um

perfil editorial” analisa a palavra e imagem no telejornalismo. Para ele a ação

hipnótica exercida pela TV pode fazer com que uma pessoa que inicialmente

queria assistir um programa determinado passe a tarde toda vendo toda a

programação da rede. (REZENDE, 2000, p.31).

É necessário lembrar, ainda, que no telejornalismo o papel da palavra é dar

apoio à imagem. O texto só tem sentido quando está casado com a imagem,

quando se relaciona com ela, quando não entra em conflito com ela. Ambos

precisam se completar, ao invés de caminharem em paralelo, pois neste caso um

não faria falta ao outro. (CAMPOS. 2003)

A função do jornalista é transmitir para a sociedade informações do que

está acontecendo no seu cotidiano. A teoria do espelho define o bom jornalista

como um observador desinteressado, que relata com honestidade e equilíbrio tudo

o que vê cauteloso para não emitir opiniões pessoais. (VIZEU, 2005) Depois do

surgimento dos telejornais essa função do jornalista passa a ser muito mais clara,

pois o profissional passa a mostra com imagens o que está ocorrendo, o que faz

ser mais fácil a aceitação e a crença em suas palavras.

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5.6 O PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE

Para se tornar um profissional de jornalismo é preciso ter muita

responsabilidade, pois sua função é passar informações e ser um espelho da

sociedade e do que acontece nela. Mudar ou não opiniões sobre determinados

assuntos e se informar dos acontecimentos do mundo. Por isso a base é a

veracidade passada pelos jornalistas.

“(...) as raízes da responsabilidade estão no fato de

que somos, ao mesmo tempo, seres individuais e sociais cujas decisões e ações inevitavelmente afetarão os demais. O próprio fato de que tem capacidade ou poder de influenciar ou serem influenciados pelos outros, de modo profundo, para o bem ou para o mal, exige que nos comportemos de modo reciprocamente responsável, para que a própria sociedade subsista. Quanto maior for o nosso poder ou capacidade de influenciar os outros, mais pesados serão os nossos deveres morais. Este é o fundamento geral para a noção da responsabilidade”. (HODGES, 1986. p. 19)

Alberto Dines afirma que o esse profissional também exerce um papel de

instrutor, pois como o processo de informar é formador de opinião, o jornalista

passa a ser um educador. (1986 p. 118).

O jornalista é mais que um qualquer na sociedade, ele se torna um

participante ativo na construção da realidade. Para Louis W. Hodges, citado no

projeto de conclusão de curso Documentário: Fala Sério, o jornalista além de

todas essas atribuições, é também um observador.

O jornalismo passa a ser uma profissão social, uma ponte de ligação entre

sociedade e fatos.

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“Uma vez que nem todos os cidadãos podem ter acesso direto aos poderes constituídos – executivo, legislativo e judiciário – eles necessitam de alguém que observe em seu lugar como o governo cuida de seus interesses. Jornalistas são aqueles que observam por nós e nos informam sobre os nossos governantes. (...) eles constituem portanto um elo prático vital na cadeia das comunicações”. (HODGES, op.cit., p.24)

Complementando isso, Cremilda Medina define jornalista como um vaso

comunicante. Para ela, o profissional de jornalismo é “o canal por onde passa a

informação, é filtrada e preparada para atingir o maior numero de pessoas

possível”. (MEDINA, 1982, p. 110)

Na opinião da jornalista Simone Bello, a ética deve ser a maior busca do

jornalista de hoje:

“Embora muitos veículos de comunicação tenham esquecido o papel do jornalista é em função da censura. O profissional desta área tem o dever de ser imparcial diante da informação. Mostrar sempre os dois lados da noticia e relatar a população fatos que possam proporcionar e despertar o raciocínio e a reflexão. Melhorar os seus direitos e deveres. Acima de tudo ser ético, buscar sempre a verdade dos fatos, independente de qual seja o interesse do veículo de comunicação onde trabalha”. (BELLO,2008)

5.7 REPRESENTAÇÃO SUBJETIVA DA REALIDADE

A palavra documentário se refere a documento, que vem do latim “doccere”

que significa ensinar. O documentário ensina através de fatos, imagens e

depoimentos, e constrói assim uma ligação da história com o publico. É um filme

que se propõe como um discurso a respeito do que chama de mundo: que mundo

é esse e como esse discurso se organiza é um problema de cada documentário

individualmente.

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“Documentar já é ensinar, mostrar, divulgar,

estabelecer. É assim duplo o comprometimento do documentário sobre o autor com a escola ou com a “instrução informal do povo”: primeiro, por ser documentário, gênero que se afirma instrutivo nos seus propósitos, optar pelo documentário será embarcar na sua proposta educativa (formal ou informal), ou então discuti-la, se é que isso é possível dentro do próprio gênero.” (CESAR, 1980, P.9)

5.8 O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?

Documentário se caracteriza pelo compromisso com a realidade, mas assim

como o filme de ficção, ela não representa a realidade nua e crua, ´considerada

uma representação parcial e subjetiva da realidade.

Para Dorival de Paiva Chrispim, produtor do programa Mesa Redonda, da

Tv Transamérica, a definição para documentário é:

“Documentário é um gênero do cinema que tem

como principal característica explorar os detalhes reais. O que não significa dizer que a ficção está proibida. No documentário fatos subjetivos da nossa realidade também pode ser trabalhados, ou seja, como em tudo na vida o que vale mesmo é o talento e criatividade”. (CHRISPIM, 2008)

Uma das definições mais aceitas é que se trata de um gênero audiovisual

que registra situações quotidianas Sivio Darin (2004), cita a definição da Word

Union of Documentary:

“(...) Todo método de registrar em celulóide de qualquer aspecto da realidade interpretada tanto por filmagem fatual quanto por reconstituições sincera e justificável, de modo a apelar seja para a razão ou emoção, com objetivo de estimular o desejo e a ampliação do conhecimento e das relações humanas, como também colocar verdadeiramente problemas e suas soluções nas

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esferas das relações econômicas, culturais e humanas”. (DARIN, 2004, p.16)

“O documentário é mais que uma reprodução da realidade, é uma

representação do mundo em que vivemos. Representa uma determinada visão do

mundo, uma visão com a qual talvez nunca tenhamos deparado antes, mesmo

que os aspectos do mundo nela representados nos sejam familiares. Julgamos

uma reprodução por sua fidelidade ao original, porém julgamos uma

representação mais pela natureza do prazer que ela proporciona, pelo valor das

idéias ou do conhecimento que oferece e pela qualidade da orientação ou da

direção, do tom ou do ponto de vista que instila. Esperamos mais da

representação que da reprodução”. (NICHOLS, 2005, p. 47 e 48)

Todo filme é um documentário. Mesmo a mais extravagante das ficções

evidencia a cultura que produziu e reproduz a aparência das pessoas que fazem

parte dela. Para Bill Nichols em a Voz do documentário, “poucos documentaristas

estão preparados para admitir, através do tecido e da textura de sua obra, que

todo filme é uma forma de discurso que fabrica seus próprios efeitos, impressões

e pontos de vista”.

“Na verdade podemos dizer que existem dois tipos de documentários. O documentário de satisfação de desejos: que são os filmes que mostram de forma tangível nossos desejos e sonhos, expressando aquilo que desejamos ou tememos que a realidade seja ou possa vir a ser. Oferecendo-nos mundos a serem explorados ou simplesmente nos deliciar com o prazer de passar do mundo que nos cerca para esses outros mundos de possibilidades distintas, conhecidos por nos como ficção. E o documentário de representação social são os que normalmente chamamos de não-ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Torna visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social”. (NICHOLS, 2005, p.26)

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Em seu projeto experimental “Y-ATA-OBÁ – O Reinado do Rosário”,

apresentado em novembro de 2000 Luciana Rodrigues d’Anunciação, Jornalista

formada pela UFMG, destaca bem a história do documentário.

“Em 1913, o explorador Robert Flaherty foi

convencido por Sir William Mackensie, seu contratador, a levar uma câmera para registrar sua terceira expedição. Como resultado, quase dez anos depois, em 1922, Nanook of the North, surgiu como o primeiro longa com uma estética própria e capaz de manter uma linha narrativa. Repudiando os pseudo-documentários que eram reconstituições em estúdio ou que tinham o próprio explorador como personagem principal, Flaherty parte da observação para mostrar a vida de uma família esquimó. Seu filme é considerado o ‘protótipo de um novo gênero’”. (ANUNCIAÇÃO, 2000)

Mas como Luciana afirma foi o escocês John Grierson, fundador da escola

documentarista inglesa quem começou a formalizar e normalizar o documentário

enquanto produto, atribuindo-lhe a função social de instrumento de educação das

massas e de formação da opinião pública. Grierson foi crítico, teórico e produtor

de documentários. Em seus artigos fundamentou o que hoje chamamos de

documentário clássico O filme Drifters, de 1929, fala sobre o trabalho dos

pescadores de arenque, é o único dirigido por Grierson.

Entretanto para Vertov, o cinema também tinha a função social de educar, mas

sua estética e temática passavam a quilômetros de distância da proposta de

Grierson. Enquanto o documentário inglês era de propaganda do império, o

cinema soviético, inspirado na arte futurista, era um elogio a tecnologia. Se os

ingleses eram de uma formalidade técnica, os soviéticos tinham no improviso e na

exposição da câmera sua marca. O "Cinema-olho" russo era rigorosamente contra

as encenações e dramatizações, toleradas e largamente utilizadas por Grierson.

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Em O Homem da Câmera, realizado também em 1929, Vertov explicita sua visão

sobre o cinema.

Para João Moreira Salles em um encontro com alunos de Comunicação

Social da PUC, registrado no site www.cenaporcena.com.br

“O documentário é um gênero em que você tem a

possibilidade de refletir sobre a realidade de uma maneira delicada, íntima. E o seu público geralmente é um público que está interessado em discutir a realidade que está sendo mostrada. O público de documentário é um público mais qualificado. Mas é um gênero menor, pequeno. No Brasil ele se torna cada vez menor, muito em função da segmentação da televisão brasileira”.

Embora haja muita dificuldade da maioria do publico observar as diferenças

entre documentário e reportagem especial, elas existem. Segundo a professora e

jornalista Sandra Nodari (2004), em artigo publicado na Revista Significação e

citada no projeto Documentário: Fala Sério:

“(...) prova disso é que o Globo Repórter para muitos é considerado um programa de documentários, embora para qualquer pessoa que conheça um pouco mais da linguagem do cinema não seja difícil classificar como reportagens especiais”. (NODARI, 2003, p.167)

Segundo Nichols na história do documentário, podemos identificar no

mínimo quatro estilos, cada um deles com características formais e ideológicas

distintas. O estilo de discurso direto da tradição griersoniana, foi a primeira,

utilizava uma narração quase sempre arrogante. Em muitos casos, essa narração

chegava a dominar os elementos visuais, embora pudesse ser poética e

evocativa.

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O segundo, o cinema direto, prometia um aumento do “efeito verdade”

graças à objetividade, ao imediatismo e à impressão de capturar fielmente

acontecimentos ocorridos na vida cotidiana de determinadas pessoas.

Aproveitaram as novas possibilidades técnicas e puderam produzir um diálogo

sincrônico nas locações. Nos filmes de puro cinema direto, o estilo busca tornar-se

“transparente”, como o estilo clássico de Hollywood – captando as pessoas em

ação e deixando que o espectador tire conclusões sobre elas sem a ajuda de

nenhum comentário, implícito ou explícito. (NICHOLS ,2005 pag. 48)

No terceiro estilo existia o discurso direto, onde o personagem ou narrador

falava direto com o espectador, através da câmera, geralmente em forma de

entrevista. E o mais novo dos estilos o documentário auto- reflexivo mistura

passagens observacionais com entrevistas, a voz sobreposta do diretor com

intertítulos, deixando patente o que esteva implícito o tempo todo: o documentário

sempre foi uma forma de re-presentação, e nunca uma janela aberta para a

“realidade”. (NICHOLS, 2005, pag 49)

O documentário, portanto é uma forma de atrair a atenção do publico para o

que está ao redor, por meio de imagens e falas. Compreende-se que o

documentário assume a voz do personagem. Portanto, o jovem deverá sentir-se

fazendo parte dessa criação e a mensagem será melhor interpretada se esse

processo fosse feito.

Utilizar recursos de cor e movimento, aliados a uma linguagem adequada,

são os recursos mais apropriados para uma boa transmissão de mensagens aos

jovens. Um dos meios mais utilizados hoje para se falar com jovens é o vídeo clipe

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que se assemelha muito com o documentário pela liberdade de criação que o ator

tem.

Por esses motivos a escolha do documentário para falar com o jovem,

liberdade de imagem, cor e diversão estarão muito presentes no projeto “Quero

ser Madonna”.

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6.0 METODOLOGIA

Esse trabalho foi feito em etapas, o objetivo é mostrar passo a passo como

tudo foi selecionado para a construção desse projeto. O tema foi escolhido com a

junção dos gostos e idéias das duas componentes da equipe, uma escolheu a

influência da mídia na sociedade e outra a história da beleza. As idéias foram

unidas e ficamos com o tema a influência da mídia na construção dos mitos da

beleza.

Foram selecionado alguns livros sobre a história da beleza e da moda, dos

autores que mais nos agradou. E uma lista de mitos da beleza desse século, foi

feito, para seguirmos uma idéia do que foi passado em cada época. Uma

pesquisa foi realizada com universitários, mulheres maduras e meninas de ensino

médio acima de 16 anos, perguntado-lhes se elas se sentiam pressionadas pela

mídia sobre seus corpos. A partir das pesquisas foi notado que a grande maioria

das pessoas acreditam que a mídia influência como queremos nosso que corpo

esteja, achamos que o melhor meio de mostrar essa influência fosse através de

um livro reportagem. Porém ao estudar como seria fazer um livro reportagem,

vimos que o melhor meio de falar ao jovem seria um documentário, pois a

linguagem está mais próxima do público.

Foram selecionados alguns documentários para analisar como ele é

construído e entramos em contato com alguns profissionais da área. Definimos por

fim, como objetivo principal, informar a intensidade da influência da mídia no

comportamento das mulheres (meninas). Verificamos também as doenças

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psicológicas que essa influência pode acarretar e entramos em contato com

alguns psicólogos.

Foi encontrado uma pesquisa da Nilsen Company e analisamos

comparando com o que tínhamos notado na nossa. Os mitos atuais também foram

encontrados.

Concluímos que as pessoas sabem que são influenciadas mas não

assumem que fazem parte disso. Porém todas elas tem como ideal de beleza

algum mito construído pela mídia.

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6.1 RESULTADOS DA PESQUISA

Essa pesquisa foi realizada com 50 pessoas, nas datas de 25 de abril a 12 de

maio de 2008. Os locais onde foi realizada foram:

- Universidade Tuiuti do Paraná

- TV Transamérica

- Companhia de Habitação do Paraná

- Colégio Stella Maris

E os resultados foram que:

1) Você acredita que a mídia influência no jeito que você quer que seu corpo

esteja?

0

5

10

15

20

25

30

35

40

SIM NÃO

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2) Qual mulher você acredita que seja um ícone de beleza idealizada pela mídia?

3) Gostaria de ter a beleza dela?

Legenda: 27 pessoas respondem não; 23 pessoas respondem sim.

0 5 10 15 20 25

Gisele

Aline

Ana Paula

Karina

Marilyn

Penelope

Outros

SIM

NÃO

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4) Você acha que está dentro do padrão de beleza?

Legenda: 29 pessoas (de 50 entrevistados) respondem que acham que não estão

nos padrões impostos pela mídia.

6.2 CONCLUSÃO DA PESQUISA

A pesquisa apresenta como resultado que as pessoas sentem a pressão

que é exercida pela mídia para terem o corpo perfeito e dos mitos lançados por

eles. E ainda sim, acreditam que sendo como elas, seria o melhor para suas vidas.

As pessoas de hoje acabam cedendo à idealização dessa beleza pré-fabricada

pela mídia, mesmo não assumindo. A maioria das pessoas que responderam a

pergunta: “Você acredita que seria mais feliz sendo bonita como elas?”,

responderam não, entretanto 5 delas estavam com a franja do mesmo estilo da

Silvia (personagem de Aline Morais em Duas Caras) e outras 4 assumiram estar

fazendo dieta, pois se consideram acima do peso padrão.

A influência é sofrida por todos mais está imposta a tampo tempo na vida

das pessoas que acaba se tornando algo natural e imperceptível.

SIM

NÃO

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7. DELINEAMENTO DO PROJETO

7.1 PROPOSTA

O documentário “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” terá

duração de vinte minutos, dando abertura a discussão da construção dos mitos de

beleza pela mídia, e proporcionando informações em um curto espaço de tempo e

em uma linguagem simples de fácil entendimento para o publico alvo, não

correndo o risco de tornar-se monótono.

Para garantir a veracidade do conteúdo, foram feitos depoimentos com

profissionais especializados no assunto, além de conter imagens de filmes e

novelas que mudaram o comportamento das mulheres.

7.2 PUBLICO ALVO

O publico alvo desse documentário são jovens, na sua maioria meninas,

entre seus 11 e 18 anos. Idade essa em que estão desenvolvendo não só a parte

física como também seu senso critico, aumentando assim sua vulnerabilidade em

relação as influências ditadas pela sociedade.

7.3 FORMATO

O documentário será uma produção de 20 minutos de duração, que irá suprir

a falta de informação dos jovens sobre a influência da mídia na construção dos

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mitos de beleza. A finalidade será mostrar a esses jovens que a beleza não deve

ser algo imposto e sim de cada um.

Esse projeto contará com depoimentos de profissionais relacionados ao

tema, offs com informações, imagens de filmes, novelas e fotografias que mostrem

a influência dessa mídia na formação de comportamento das pessoas e também

terá uma dramatização para facilitar a compreensão do assunto.

7.4 DISTRIBUIÇÃO/ VEICULAÇÃO

O documentário “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” será

veiculado no DOC/TV, e deverá se distribuído em todas as escolas publicas de

ensino fundamental e médio do estado. Com proposta de ser vendido juntamente

com jornais diários.

7.5 VIABILIDADE ECONÔMICA

O custo total para concretização do documentário é de R$ 5.280,30. Este

custo inclui um cinegrafista, um assistente de câmera, um editor de imagens e

dois produtores. Para cobrir gastos, o documentário contará com o patrocínio da

C&A Assessoria em comunicação, Agência de Modelos Luxx Casting, Jean Louis

David Cabeleireiro e Loja Maria Cereja, através da lei de incentivo. Dessa forma, o

projeto é economicamente viável, já que o custo é baixo e existe interesse de

patrocínio.

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7.6 TABELA DE CUSTOS:

Equipe técnica/ objetos necessários

Valor Quantidade SUB-TOTAL

1 Cinegrafistas R$ 110,20 15 horas R$1.653,00 1 Assistente de câmera

R$20,00 15 horas R$300,00

1 Editor de imagem R$ 25 (por minuto editado)

40 minutos R$1000,00

4 Atores R$ 30 (por dia) 3 dias R$ 360,00 3 figurantes R$ 10 (por dia 2 dias R$ 60,00 2 Produtoras (jornalistas)

R$ 78,80 (por dia) 10 dias R$1.576,00

Gasolina R$ 2,43 10 litros R$24,30 Refeição R$ 7,00 12 (cinegrafista,

assistente, produtoras, 3 dias)

R$84,00

Gráfica/ cenário R$ 100,00 1 R$150,00 Mini DV R$ 8,00 6 fitas R$48,00 Fantasias R$ 75 1 R$75,00 Equipamento (aluguel)

R$ 150,00 3 dias R$450,00

TOTAL 5.780,30

Possíveis patrocinadores:

C&A ASSESSORIA EM

COMUNICAÇÃO

R$ 1.330,00

AGENCIA LUXX CASTING R$ 1.330,00

LOJA MARIA CEREJA R$ 1.330,00

JEAN LOUIS DAVID CABELEIREIRO R$ 1.330,00

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8.0 CONCLUSÃO

O projeto “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” é um

documento visual que nasceu com o propósito de conscientizar os jovens sobre

os padrões de beleza impostos pela mídia e fazê-los conhecer, efetivamente, os

perigos que a busca pelo corpo perfeito pode trazer.

Após a idealização deste projeto, foi possível verificar que ele poderá servir

de apoio para ajudar na formação do pensamento crítico dos jovens a respeito

dos padrões de beleza que servem de referência para eles. Este material trás uma

importante mensagem e pode ser visto em escolas de ensino fundamental e

médio.

Adolescentes e jovens em geral reagiram de forma positiva e com

aprovação ao assistir o documentário parcialmente concluído. Disseram aceitar a

forma como foi exposta a influência da televisão em suas vidas e que apesar

desse assunto ser muito comentado, existe nos meios de comunicação uma

carência de informação voltada ao público jovem.

O que mais se destacou após a conclusão do trabalho é que as pessoas

não aceitam que são diariamente influenciadas, acreditam que são pessoas

felizes e que aprovam a forma como seu corpo é, porém podemos perceber

através da própria aparência que elas tem, que agem de forma contrária, sempre

buscando novas dietas, fórmulas mágicas de beleza e até mesmo intervenções

cirúrgicas para ficar dentro do padrão idealizado como belo. Foi também notado

que as em geral cada vez mais cedo os jovens estão aderindo a medidas radicais

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para modificar o seu corpo de forma que fique mais adequado com aquilo que eles

imaginam ser o corpo perfeito.

Se formos analisar, desde os tempos antigos os padrões de beleza se

fizeram presentes. Diferenciando-se por localidades e tempo, o que é bonito na

Índia é esquisito no Brasil, assim como os cabelos usados na década de 80 seria

motivo de gozação nos dias de hoje. Com esse projeto podemos concluir que, as

influências sofridas pela mídia em geral sempre existiu e existira eternamente,

cabe a cada um absorver somente as coisas boas para sua vida, como cuidar bem

de seu corpo sem radicalizar. A beleza verdadeira está dentro de cada um de nós,

ser feliz do jeito que se é.

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9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Livros:

ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte poética. 14º edição. Ediouro publicações S.A.

Rio de Janeiro. Tradução de Antonio Pinto de Carvalho.

BAUDOT, François. A moda do século. Editora Cosac e Naify. São Paulo: 2002.

COSTA, Maria Thereza de Rezende (tradução).

BUCCI, Eugênio; KEHL, Maria Rita. Videologias. Editora Boitempo. São Paulo:

2005.

CABELO; SCHOMER; CORDAS; FLEITLINCH, GUIMARÃES. Anorexia e Bulimia:

o que são? Como ajudar? Um guia de orientação para pais e familiares. Editora

Artmed. Porto Alegre: 1998.

CESAR, Ana Cristina. Literatura não é documento. Editora Funart, Rio de Janeiro:

1980.

DA-RIN, Silvio. Do cinematógrafo ao cinema. Espelho Partido – tradição e

transformação do documentário. Azougue. Rio de Janeiro: 2004

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DINES, Alberto. O papel do jornal – uma releitura. Editora Summus. São Paulo:

1986.

DUARTE JUNIOR, João Francisco. O que é beleza. 3º edição. Editora Brasiliense.

São Paulo: 1991.

ECO, Humberto. A história da beleza. Record. São Paulo: 2004.

FAUX; LANNELONG; CHAHINE; NATHILIE; DOROTHY; SCHEFFER. A beleza

do século. Editora Cosac e Naify. São Paulo: 2000. NEVE, PAULO (TRAD).

HEGEL, G.W.F. Estética. Coleção Filosofia e ensaios. Lisboa Guimarães Editores.

São Paulo: 1993. Tradução de Álvaro Ribeiro; Orlando Vitorino.

KANT. Critica da razão pura. Edições e publicações Brasil editora. São Paulo:

1959.

MEDINA, Cremilda. Notícia: um produto à venda: jornalismo na sociedade urbana

e industrial. 2º edição. Editora Summus. São Paulo: 1988.

MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem, 12º

edição. Editora Cultrix. São Paulo: 1964.

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NICHOLS, BILL. A introdução ao documentário, tradução Mônica Saddy Martins.

Editora Papirus. São Paulo: 2005.

PLAZA, Julio. Videografia em videotexto. Hucitec. São Paulo: 1986.

PARENTE, André. Imagem e Maquina: a era das tecnologias virtuais. 34 Editora.

Rio de Janeiro: 1993.

REZENDE, Guilherme Jorge. Telejornalismo no Brasil. Editora Summus. São

Paulo: 2000.

SANTOS, José Luiz. O que é cultura. 14º edição. Editora Brasiliense. São Paulo:

1999.

SCHILDER, Paul. A imagem do corpo: as energias construtixms da psique.

Martins Fontes. São Paulo: 1981.

SEABRA , Roberto. Imprensa e Poder. Brasília: Editora UnB, 2002

TELES, Maria Luiza Silveira. O que é depressão. São Paulo: 1992.

URRIBARRI, Rodolfo. Anorexia e bulimia. Editora Escuta. São Paulo: 1999.

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VIZEU PEREIRA JUNIOR, Alfredo Eurico. Decidindo o que é noticia. 2º edição.

Editora Edipucrs. Porto Alegre: 2000.

Coleção “Os pensadores”. Volume 23. Abril Cultural. 1º edição. Tradutor Vide

Antologia.

Enciclopédia Tudo: O livro do conhecimento. Isto é. Editora Três. 1996.

Dicionário Aurélio. 1988.

Sites:

• www.cenaporcelana.com.br

• http://www.crn3.org.br/atualidades/revistas/arquivos/edicao_084_entrevista.pdf

• http://reposcom.portcom.intercom.org.br/dspace/bitstream/1904/17180/1/R1959-5.pdf

• http://www.ecibernetico.com.br/colunaradar/Artigos/introducao_telejorna.html

• http://www.curtaocurta.com.br/jornal.php?c=217

• http://pessoas.hrw.uol.com.br/woodstock.htm

• http://www.modapoint.com.br/materiaprima/repor/hmoda/h90/h90.html

• http://groups.yahoo.com/group/fcb/message/3334

• http://br.nielsen.com/reports/documents/estudoglobalonline_saude_belezaecuidadospesso

ais2007_portugues.pdf

Artigos:

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• FALCÂO, Sarah. Cinema e Moda: Perfeita união. Paraíba: 2006.

Disponível em: http://emtecnicolor.blogspot.com/2006/11/o-cinema-e-moda-

perfeita-unio.html

Acessado em: 15/03/2008

• GOMES, Carlos Eduardo. Perspectiva sobre beleza: o narcisismo e a

mídia.

Disponível em: http://cadernopensante.blogspot.com/2008/05/perspectiva-

sobre-beleza-o-narcisismo-e.html

Acessado em: 15/05/2008

• SEEHAGEN, Maria de Fátima. A beleza na arte.

Disponível em:

http://www.defatima.com.br/site/conteudo/novidades/artigofatima2.htm

Acessado em: 15/04/2008

• VALE, Lucia de Fátima. A estética e a questão do belo nas inquietações

humanas. Março/2005.

Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/046/46cvale.htm

Acessado em 25/03/2008

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Revistas:

• Revista Manequim. Abril/2008

• Revista Significação. 2004

• Revista View Curitiba. Abril/2008

Projetos de Conclusão de Curso:

• Autoras: Clicéia Aparecida Alves e Renata Fonseca Martins. Vídeo

Documentário “Falando Sério”: O jovem estudante na assembléia legislativa

do Paraná. Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba: 2005. Orientadora:

Sandra Nodari.

Entrevistas:

• Carla Lima. Apresentadora e jornalista. Em entrevista à equipe. Abril/2008

• Denise Stacheski. Professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008.

• Dorival de Paiva Chrispim. Produtor de programa de Tv. Em entrevista à

equipe. Abril/2008.

• Gilberto Campos. Apresentador e jornalista. Em entrevista à equipe.

Abril/2008

• Hor-Meyll Leite Junior. Professor. Em entrevista à equipe. Abril/2008

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• Lenita Vennate. Professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008

• Patrícia Brum. Radialista e professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008

• Priscila Monaim da Silva. Psicóloga. Em entrevista à equipe. Abril/2008

• Simone Bello. Jornalista. Em entrevista à equipe. Abril/2008

Fonte das fotos:

• Sarah Bernhardt

http://en.wikivisual.com/index.php/Sarah_Bernhardt

• Mary Pickford

http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Mary_Pickford_portrait_2.jpg

• Louise Brooks

http://dagmarduvall.blogspot.com/

• Greta Garbo

http://www.divasthesite.com/Acting_Divas/Greta_Garbo.htm

• Lauren Bacall

http://www.libertyfilmfestival.com/libertas/?p=7430

• Audrey Hepburn

http://web.ukonline.co.uk/audreyhepburn/scansh/hepburna2/AUDREY_HEPBURN2.JPG

• Marilyn Monroe

luishipolito.wordpress.com

• Jackeline Kennedy

http://www.saberweb.com.br/estados-unidos-da-america/jacqueline-kennedy-onassis/

• Vera Fisher

http://allbeautyofworld.blogspot.com/2008_03_01_archive.html

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• Xuxa

http://members.tripod.com/~birdcastles/xuxa.html

• Madonna

http://www.celebritypicturesarchive.com/pictures/m/madonna/madonna-016.jpg

• CindyCrawford

http://i216.photobucket.com/albums/cc43/drifter_1870_1/cindy%20crawford/CindyCrawford4.jpg

• Claudia Shiffer

http://i105.photobucket.com/albums/m231/thomas33665588/ClaudiaSchiffer.jpg

• Gisele Bundchen

http://thalmeida.blogspot.com/2008/06/spfw.html

• Aline Morais

http://www.nortefest.com.br/noticia.php?news=260

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10.0 ANEXOS

10.1 ROTEIRO

TEMPO: 40’30’’

ENFOQUE:

Vamos mostrar nesse documentário que a mídia sempre ditou as regras da

moda e da beleza e para sempre o fará. Cabe a cada pessoa adquirir essa

influência para seu bem e entender que cada pessoa é diferente, possui uma

estrutura diferente e isso não a torna menos que as outras.

SINOPSE:

O documentário ira começar mostrando como a população brasileira

cresceu na frente da televisão. Desde a infância imitasse seus “personagens”

televisivos prediletos, a criança dança com a Xuxa e se transforma em super

heróis enquanto os adolescentes imitam os rebeldes ou se maquiam e desfilam

como as top- models.

Acreditar que não somos influenciados pelo que a mídia quer nos vender é

bobagem. Compramos desde muito pequenos, corpos perfeitos e uma beleza pré-

estabelecida. Ingerimos essa imposição naturalmente por isso ela parece

imperceptível. Nossa personagem é uma adolescente em sua pior fase, o

descobrimento de seu corpo fora do que a mídia diz ser o belo.

Vamos acompanhar a passagem dela por essa fase de aceitação. A

neurose da nossa personagem só acabará quando ela tem como função um

trabalho de escola sobre “o que é ser belo?”.

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Em meio a muitos depoimentos de pessoas que viveram e conhecem essa

busca inconstante pela beleza perfeita, pelo corpo escultural e a vida de pop star,

é montando na cabeça do telespectador a idéia principal do documentário, de que

durante séculos e mais séculos fomos influenciados pela mídia em como

gostaríamos de ser e essa influencia nunca acabará. A mídia não é somente um

meio de comunicação e sim um formador de opiniões, idéias e ideologias. Então

cabe a cada um de nós distinguir o que é bom ou mal de seguir para manter

sempre perfeita a nossa saúde física e mental.

PERSONAGENS:

- Fernanda Olejnik. (Aline)

- Julliane Caddah (Mariana).

- Juliana Alcantra (Camila).

- Amanda de Oliveira(Marcia)

- Manuela Bello(bebê)

- Giovanna Martins(criança).

- Erika Camila Wisnienki (pré- adolescente).

- Ana Arivelles (mãe)

- Rafael Mariano (professor)

- Tais Juliana(Natalia)

- Carla Lima e Danielle Caddah (Narrador)

DEPOIMENTOS:

- Lenyara Nogoceke (alguém que já tenha tido anorexia).

- Giane Gaiguer (psicólogo).

- Rubens Portella (professor de história da Arte).

- Vivien Araujo (estilista de moda).

- Tânia Martins (agenciador de modelo).

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- Reny Helena Falavinha (aposentada).

- Juliana Garcia(nutricionista)

- Ruth Mara Trentin Morais (professora do ensino fundamental)

- Carlos Alberto Fenner (cirurgião)

- Fernando Gomes (radialista e apresentador de TV)

ENQUETE:

- Carla Lima

- Julliane Caddah

- Sabrina Braga

- Lais Dlugosz

LOCAÇÕES:

- Quarto de uma adolescente.

- Sala de televisão.

- Sala de aula.

- Biblioteca.

IMAGENS:

Filmes:

- Bonequinha de luxo;

- 007 contra o satânico Dr. No;

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- O pecado mora ao lado;

- Gilda;

- Os embalos de sábado a noite;

- Juventude Transviada;

- O diabo veste prada;

Novelas:

- Dancyn’ Days;

- Locomotivas;

- Quatro-por-quatro;

- Armação limitada;

- Pigmaleão 70

Outras imagens:

- Slides de fotos dos mitos do século.

- Imagens da menina anoréxica se imaginando gorda no espelho.

- Enquete na rua perguntando “Você influenciada pela mídia” e

simultaneamente provando que sim.

- Fotos de meninas com anorexia, bulimia e doentes.

- Reportagem feita pela Record mostrando que garotas novas tem

interesse em fazer cirurgias plásticas.

MUSICAS:

- - Vogue – Madonna

- Beautiful – Christina Aguilera

- Blue Berre Trele – Huski

- Marroed – Pink Floyd

- My Home Ghost – Huski

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- Diamond in the sky – Huski

- Sileit Woods – Huski

- Coravon – Huski

- Hurricone – Bob Dylan

DRAMATURGIA:

Cena 1:

Locação: Quarto de adolescente

Atrizes e personagens: Fernanda – Aline

Ana – Mãe

Imagens: A menina correndo, gritando e bate a porta. A cena acontece na

porta do quarto da menina a mãe de um lado da porta fechada e a filha do

outro. A cena finaliza na parte de dentro do quarto da menina quando ela

chega perto de um pôster da Madonna e diz que quer ser igual a ela.

Texto:

Fer - Não – grita a menina (batendo a porta)

Ana (braba) - Você não pode ficar sem comer Aline, vai acabar doente. –

implora sua mãe.

Fer (gritando) - Você quer que eu fique gorda!!!

Ana ( tentando amenizar) - Não, claro que não. Só quero que seja uma

menina saudável.

Fer - Eu não quero ser saudável quero ser bonita.

Ana - Minha filha entenda... – menina interrompe.

Fer - Não quero entender nada mãe. Não vou comer e pronto.

Ana ( se descontrolando de novo) - Se não sair desse quarto e almoçar vai

ficar de castigo.

Fer - Prefiro ficar aqui dentro a me encher minha barriga dessas calorias.

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Ana - Filha não adianta ser bonita e ficar doente. Venha comer, você não

comeu nada hoje.

Fer - E nem vou mãe, hoje farei a dieta da água.

Ana - Você vai ficar doente filha, por favor...

Fer - Não mãe, vou ficar bonita!!!

Quebra para dentro do quarto.

Fer - Como ela pode querer me ver feia e gorda? – olha no espelho

Fer - Eu quero ser como as atrizes de Tv, lindas, magras. Só isso. Que

problema tem nisso?

Fer - Quero que todos me amem. Será que você também não era

compreendida? – falando com o pôster da Madonna. Um dia vou ser igual a

você!

Corre se joga na cama e abre o diário.

Fer - Eu prometo – e abaixa a cabeça sobre o diário.

Cena 2:

Locação: Sala de estar.

Atrizes e personagens: Manuela, Giovanna, Erica, Fernanda – Aline

Imagens: Cena irá mostrar as fases da vida antes de nos tornarmos

adultos, todas elas passadas na frente da televisão.

Parte I: Bebê

Personagens: Manuela - Aline ; e sua mãe.

Locação: Sala de estar

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Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia do bebê. Um urso

de pelúcia na caixa.

Outros objetos cênicos: brinquedos espalhados no tapete. Um Dvd do show

da Xuxa.

Narração: “Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma

mídia que educa seus cidadãos desde o berço...”

Ação: O bebê assiste ao programa da Xuxa e sua mãe o deixa de pé para

dançar junto com a rainha dos baixinhos.

Tempo: 0’30’’

Parte II: Criança

Personagens: Giovanna Martins.

Locação: Sala de estar.

Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia da criança. Urso de

pelúcia nos braços da garota.

Outros objetos cênicos: Fantasia de Penelope Charmosa. Um Dvd do

desenho.

Narração: “Passamos a acreditar que celebridades são heróis e imitamos

até mesmo seus passos...”

Ação: Assistindo o desenho da corrida maluca a criança imita todos os seus

movimentos.

Tempo: 0’30’’

Parte III: Pré- adolescente

Personagens: Erica.

Locação: Sala de estar.

Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia da criança. O urso

de pelúcia sujo sentado na poltrona.

Outros objetos cênicos: Roupa de rebelde. Um Dvd com música do grupo.

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Narração: “Eles se tornam nosso sonho de futuro...”

Ação: Um clipe dos rebeldes toca e a menina dança com eles e grita

“lindos”.

Tempo: 0’30’’

Parte IV: Adolescente

Personagens: Adolescente (menina) será a protagonista. Atriz de 13 a 15

anos, de preferencia acima do peso e com cara de mais nova que a idade.

Locação: Sala de estar.

Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia com a menina e

seus amigos em uma lanchonete. O urso de pelúcia sem um olho no chão

ao lado da poltrona.

Outros objetos cênicos: Algumas maquiagens no chão, fotos recortadas de

celebridades e um vídeo de um desfile de moda. As roupas dela serão

curtas e coloridas uma franja é um detalhe que poderia a personagem ter.

Narração:”... um sonho irreal, impossível e frustrante de se notar!”

Ação: A adolescente que até então está a cortar suas revistas, vê um

desfile de moda na Tv passa um batom e imita a modelo na passarela.

Tempo: 0’30’’

Texto:

“Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma mídia que

educa seus cidadãos desde o berço. Passamos a acreditar que

celebridades são heróis e imitamos até mesmo seus passos, eles se tornam

nosso sonho de futuro. Um sonho irreal, impossível e frustrante de se

notar!”

Cena 3:

Locação: Sala de estar, copa, quarto, sala de aula e quadra poliesportiva.

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Personagens: Aline, mais duas garotas de 16 anos e a mãe.

Imagens: Dividida em cinco partes.

Parte I: Reunião de meninas.

Imagens: Meninas com revistas e maquiagens no chão da sala. Uma

cortando as revistas e mostrando a modelo e duas brincando de se

maquiar.

Narração: Celebridades viraram mitos. A idealização por suas vidas torna-

se uma dependência para pessoas com sua personalidade ainda em

desenvolvimento.

Parte II: Mesa do almoço

Imagens: Mãe servindo comida para menina que empurra o prato. Mãe

tenta convencer a filha que sai correndo da mesa.

Narração: Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem cada vez

mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.

Parte III: Garota na cama cansada

Imagens: Mãe acordando a filha que fica toda mole e não levanta direito.

Narração: cansaço e desanimo...

Parte IV: Garota desinteressada nos estudos.

Imagens: Menina não prestando atenção na aula.

Narração: falta de concentração...

Parte V: Fazendo educação física e sem conseguir correr.

Imagens: Menina sem fôlego para correr.

Narração: e falta de força. São os primeiros problemas causados por uma

alimentação errada.

Texto:

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“Celebridades viraram mitos. A idealização por suas vidas torna-se uma

dependência para pessoas com sua personalidade ainda em

desenvolvimento. Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem

cada vez mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.

Cansaço e desânimo, falta de concentração e falta de força, são os

primeiros problemas causados por uma alimentação errada”.

Cena 4:

Locação: Sala de aula

Personagens: Mariano - Professor e uns 15 alunos entre idades de 13 a 15

anos.

Imagens: Aula de história; slides de mitos de beleza e história do belo.

Texto:

Professor - Magro, belo, jovem e definido, as pessoas investem tempo e

dinheiro para conquistar o corpo perfeito. Ouvimos falar de beleza a toda

hora. Mais do que um conceito pré - estabelecido, a beleza representa uma

forma de as pessoas se relacionarem entre si e com o mundo. Revistas,

televisão, filmes e comerciais estão constantemente vendendo imagens

irreais de garotas e mulheres que deveriam ser imitadas.

Estabelecer o que é belo tem suscitado, no decorrer da história, mais

controversas do que consenso. Os ideais em estética variam com o tempo

e as expressões da beleza têm evoluído desde que o ser humano se pôs a

observar as formas, cores e harmonia. Cada cultura tem sua concepção de

beleza, uma mistura com ingredientes de maquiagem, penteado, formas

corporais e vestes.

O padrão de beleza tem mudado a cada novo século. Cada novo filme de

sucesso, estilo de musica, revistas, desfiles, novelas e publicidade. Cada

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um desses meio tem sua importância e influência no que será ditado como

a moda atual.

Desde Louise Brooks, Greta Garbo, Grecy Kelly, Audrey Hapburn, Marylin

Morroe, Brigitte Bardot, Jackeline Kennedy, Madonna até Angelina Jolie,

Aline Morais e Gisele Bundchen. Belas mulheres? Com toda a certeza,

mitos consagrados e criados uma mídia que as vende como sua mais

preciosa mercadoria.

Fer – Nossa olha só o nariz dela, um dia vou fazer um igual em mim!

Juh – Neurótica...

Professor - A influência sempre existiu e sempre existirá. Esse é o

mercado que pretende manipular os gostos de uma população consumista.

A pergunta é: Quais os perigos de viver essa busca interminável pelo ideal

de beleza estabelecido pela mídia?”

Juh – O perigo é ficar igual a Aline. (gargalhada)

Professor – Chega de brincadeira e vamos fazer o trabalho.

Cena 5:

Locação: Biblioteca

Atrizes e personagens: Amanda – Marcia

Fer – Aline

Juzinha – Mariana

Juh - Camila

Imagens: Meninas fazendo pesquisa na biblioteca.

Texto:

Fer – Eu acho uma besteira à gente ter que fazer esse trabalho.

Amanda – Besteira porque?

Fer – Qual o problema das pessoas quererem ser bonitas?

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Juz – O problema é que elas querem ser como a Tv mostra que elas devem

ser.

Fer – Bom, mas a TV sabe o que é bonito.

Juh – Nossa você entende nada mesmo ne?

Fer – Do que você está falando? Claro que entendo... entendo que vocês

não são nem um pouco vaidosas.

Juz – Não tem nada a ver com vaidade sua abitolada. Você não viu o que o

professor falou, a mídia tenta convencer o povo do que é bonito e o que é

feio.

Fer – Ninguém tenta me convencer de nada. Eu sei o que é ser bonita.

Acho tudo isso uma besteira.

Amanda – Calma gente, Aline pensa assim. Você acha a Marlyn Moroe

bonita?

Fer – Claro! Ela é mito.

Amanda – Mas ela não é magra como a Gisele Bunchder. Então você quer

dizer que a Gisele é que não é bonita?

Fer – Não nada a ver o que você está falando Márcia.

Juh – Lógico que tem a ver sua ignorante. Antes a mídia vendia um corpo

mais escultural e hoje mais magro.

Fer – Não quero mais falar disso se não vamos acabar brigando.

Juz – Já estamos brigando. Não consigo compreender porque tem essa

neurose para ficar magra e tal. Você quer dizer que gordo é feio, que gordo

não vai conseguir nada na vida?

Fer – Gordo é fora de moda e eu não quero ser gorda e pronto.

Juh – Essa guria está me irritando...

Fer – Porque está se irritando Camila? Só porque você nunca vai ser como

as atrizes de televisão?

Juh – Cala essa boca sua Patricinha...

Amanda – Cami, não adianta perder tempo! Essa guria nunca vai mudar,

acha que ficando magra vai fazer ela feliz...! Acredite Aline, eu não sou magra,

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nem loira e nem pop star e tenho certeza que sou muito mais feliz que qualquer

uma delas.

Fer – Tem gente que se contenta com pouco...

Juh – Acha que sendo magra vai ser melhor que os outros.

Fer – Chega vocês três. Estão todos contra mim, não estou nem ai... sou eu

quem vou ser top e vocês que vão ser as plebéias...

Juz – Top, então vai fazer o seu trabalho sozinha porque as plebéias estão

fartas da sua idiotice.

Amanda – Otária.

Juh – Bom trabalho BONITA...

Cena 6

Localização: Biblioteca

Atrizes e personagem: Taís: Natalia

Fernanda: Aline

Imagens: As duas meninas na mesa da biblioteca.

Texto:

Tais - Você realmente acredita que esse é o melhor modo de ser feliz?

Fer - Do que você está falando?

Tais - Acredita mesmo que ser magra, famosa e bonita é o único modo de

ser feliz?

Fer - Pode não ser o único mais é o que eu quero para mim.

Tais - Você é daquelas meninas que sonham em ser modelos famosas e

tem certeza que esse é o jeito certo de fazer sucesso, não é?

Fer - Quem é você?

Tais - Eu era como você. Na essência pelo menos éramos iguais. Tinha o

grande sonho de ser uma super estrela, com 5 anos eu era modelo

fotográfica e a medida que fui crescendo passei a desfilar e fazer muitos

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comerciais. Mas existe uma época na idade da menina em que seu corpo

está desenvolvendo e você fica com um formato esquisito.

Fer - ... e é exatamente esse formato que eu estou...

Tais – Aos treze anos se é magra. Aí chega os 15, normalmente você dá

uma engordadinha, por causa dos hormônios. Você vai ganhando corpo de

mulher mais os produtores de modelos não entendem isso. Começam as

cobranças, estar magra, bonita, ter a pele perfeita e estar sempre muito

bem arrumada, são requisitos básicos para essa profissão e se tornam uma

obsessão na cabeça das meninas. Como algumas meninas não tem a

estrutura certa para ficar muito magra, tal exigência se torna impossível.

Assim começa a busca por academias, dietas, cirurgias plásticas, uso

abusivo de cosméticos e remédios controlados. “Ser perfeita” acaba então

virando uma doença.

Fer – Doença?

Tais – (sem ouvir a pergunta) Eu evitava comer gorduras de principio, mas

não parecia adiantar, depois massas e outros grãos e a medida que o

tempo foi passando a rotina de me alimentar foi diminuindo, as vezes a

fome era tão grande que chegava a doer o estômago, mas aí era só pensar

em outra coisa. Com o tempo a fome passa, acho que é quando a doença

se instala mesmo. Me sentia gorda, tinha cabeça de gorda. Mas a estrutura

do meu corpo não condizia com o que eu enxergava de mim mesma

Fer – Mas você estava assim tão gorda?

Tais – Não. Muito pelo contrário, eu estava extremamente magra. Eu

conseguia fechar os dedos no meu braço e minha caixa torácica aparecia

quase toda. Hoje vejo as fotos e me considero na época um cadáver com

vida.

Fer – Serio? Mais sua mãe não lhe falava nada? Seus amigos?

Tais – Todos tentavam me ajudar. Minha mãe tentava me forçar comer.

Mas eu fingia que comia e saia da mesa, evitava estar na presença de

comida. Meus amigos tentavam me mostrar como era feio ficar daquele

jeito, mas nada adiantava. Eu estava muito fraca e cansada, nem saia mais

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de casa, sentia uma sensação de que podia morrer a qualquer instante. Se

comia, me sentia mal, ruim, e se passava mal tinha certeza que era porque

estava sendo castigada por algo errado que eu fazia.

Fer – Mas o que você fazia de errado era não comer.

Tais – Na minha cabeça errado era comer. Eu sentia que tudo o que eu

comia ficava parado na minha barriga, ficava desesperada, me sentia

obesa. Diminui até mesmo liquido, porque sentia que dilatava meu

estômago. Minha auto–estima estava no chão e a única coisa que eu

pensava era em controlado meu peso. Não conseguia nem pegar em uma

colher de açúcar. Eu achava tudo natural, mas eu estava tão magra que

ninguém mais acreditava que eu ia sobreviver. Tinha noites que eu tinha

que subir a escada com a ajuda da minha mãe, porque minhas pernas não

agüentavam, não menstruava mais, perdi cabelo e tinha varias fraturas pelo

corpo, fiquei muito fraca.

Fer – O que você fez para sair dessa?

Tais – O primeiro passo foi aceitar a doença. Fiz tratamento com psicólogo,

psiquiatra, usava alguns medicamentos que melhoravam meu humor,

diminuía minha ansiedade e me ajudava a ganhar peso, fiz terapia, tive

orientação nutricional e tomei vários remédios. Fui me recuperando aos

poucos, foi um tratamento demorado. Pretendo ainda engordar mais.

Fer – Que bom que deu tudo certo. Mas porque engordar mais, agora que

você está com um peso bom, toda bonitona.

Tais – Isso que eu quero que entenda, não me importo mais com que as

pessoas acham ser um peso bom, quero estar mais gordinha, quero poder

comer tudo que existe, me lambuzar com uma carne cheia de gordura.

Ninguém mais pode controlar minha saúde. E nem a sua querida, ser bonita

não significa ser magra, significa ser você, ser feliz do jeito que você é.

Fer – Pode ser que você tenha razão. Obrigada por me contar sua história.

Tais – Não precisa agradecer se ela te servir de lição, já será uma grade

coisa.

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Cena 7:

Localização: Quarto menina

Atrizes e personagens: Fer – Aline

Ana - Mãe

Imagens: Mãe entra no quarto da menina para conversar e mostrar as fotos

da Madonna no dia de hoje.

Texto:

Ana – O que aconteceu filha? Entrou em casa com uma cara preocupada.

Está se sentindo bem?

Fer – Estou me sentindo estranha mãe.

Ana – O que foi que aconteceu?

Fer – Conheci uma menina na biblioteca hoje. Ela me contou a história de

vida dela. Mãe ela só queria ser bonita e acabou ficando muito doente

quase morreu.

Ana – Isso por que ela não comia?

Fer – É mãe, ela chegou até a parar de tomar água, porque achava que

inchava a barriga dela.

Ana – Que horror filha isso é uma doença sabia.

Fer – Agora eu sei mãe, o que mais me deixou assustada é que ela disse

que não enxergava que estava magra, todo mundo via menos ela... para ela

estava extremamente gorda.

Ana – Que história triste filha. Viu só como essa sua mania de ficar magra

pode dar muito problema.

Fer – Eu não estou muito magra né mãe?

Ana – Não querida, você está linda (sorrindo). Mas precisa se alimentar

porque está muito pálida.

Fer – Então vou comer tudo o que você fizer a partir de hoje mãe, eu

prometo.

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Ana – Que bom filha, fico muito feliz de você ter descoberto que essa busca

pela beleza pode causar sérios problemas para você. Mas quero te mostrar

algumas fotos que encontrei.

Fer – Fotos?? Fotos de quem?

Ana – Das artistas de televisão que você tanto ama...

Fer – Mas porque mãe?

Ana – Olhe para elas filha! Elas são assim fora dos cinemas e das telas das

televisões, você acredita que consigam ser felizes? Olha essas fotos filhas..

essas mulheres nem são tão bonitas, mas olha o sorriso de felicidade

delas...

Fer – Essas são minhas amigas...

Ana – Olha como elas estão bem nessas fotos. Não são modelos e nem

ganham milhões, mas tem muita gente que as ama assim mesmo. E o

principal filha, os outros as amam porque elas as amam primeiro. Elas

cuidam delas, se alimentam, não se estressam por besteira, estão sempre

com um sorriso no rosto, isso as tornam muito mais bonitas que essas

artistas de TV.

Fer – É... acho que você tem razão...

Ana – Aline, olhe para esse quarto, sempre apaixonada pela Madonna,

querendo se tornar o que ela é...

Fer – Você sabe mãe que sempre quis ser como ela...

Ana – Agora olhe essas fotos filha... Você quer ser como a modelo do

pôster, mas essa Madonna da foto é o que ela é de verdade. Você quer ser

como ela? (mostra as fotos)

Fer – Não!! Nossa mãe, tem certeza que essa é a Madonna?

Ana – Sim filha, é essa a sua divã sem o photoshop das revistas e sem as

super produções de seus shows.

Fer – Nossa eu nunca pensei...

Ana – Aline, olhe para mim... Ser feliz não é ser perfeita e sim fazer a vida

valer a pena, viva, sonhe, ria, coma, corra, brinque filha... a gente só tem

uma vida, é muito desperdício gasta-la com preocupações como a beleza.

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Fer – Obrigada mãe...

Ana – Eu te amo filha... (sai)

Mãe sai e fecha a porta.

Fer – Pessoas felizes são bonitas. Ser bela então depende de cada um. Já

sei como fazer meu trabalho!!! (Pega as revistas e as fotos que a mãe

deixou no quarto as olha e sorri)

Cena 8:

Localização: Sala de aula

Atrizes e personagens: Mariano – professor

Fer – Aline

Juz – Mariana

Juh – Camila

Amanda – Márcia

Figurantes.

Imagens: Apresentação de trabalho de Aline, slides de pessoas felizes.

Texto:

Professor – Obrigada Mariana. A próxima é Aline de Oliveira, por favor

venha apresentar seu trabalho.

Juh – Ixe lá vai ela agora. Quero só ver o que ela vai dizer...

Amanda – “A televisão tem razão em ditar o que nós temos que fazer...”

(imitando Aline)

Juz – “Eu vou ser top e vocês plebéias...” (risos)

Professor – Silêncio meninas por favor! Aline pode começar...

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Fer – Eu imagino o que todos vocês devem pensar de mim. Devem achar

que sabem o que eu vou dizer aqui...

Juh – É isso mesmo top...

Professor – Camila por favor, sem interrupções.

Fer – Mas dessa vez vocês estão erradas meninas. Para começar vou

colocar algumas fotos aqui... Essa é a Madonna? Ou essa é a Madonna?

Bom as duas são a Madonna, uma produzida e moldada por uma revista

famosa a outra é a mesma da revista mais no seu dia a dia. Essa é a

Márcia? Ou essa é a Márcia? As duas são a Márcia, a diferença dela para

Madonna é que ela está igual nas duas fotos, a Márcia não precisa fingir ser

outra pessoa ela é feliz do jeito que é. E é por isso que tantas pessoas

gostam dela, o Rodrigo, o Manuel, o Carlos... eles gostam dela porque ela é

bonita do jeito dela, e nunca está triste, sempre está alegre e é amiga de

todos.

Professor – É um ótimo exemplo Aline... Pode continuar.

Fer – Mulheres loiras, morenas, altas, baixas, gordas e magras, negras,

orientais, indígenas, mulheres de todas as etnias, de todos os jeitos e

cores, todas elas tem suas qualidades e defeitos. A beleza delas está sua

natureza, na pureza dos traços de cada um. Deus as fez perfeitas em sua

forma física e mental. Influencias todos temos e sempre teremos, cabe a

cada um de nós distinguir o que será bom e ruim para nosso corpo. Não

vou dizer que é para não nos arrumarmos ou não cuidarmos do nosso

corpo e peso, mas tudo que é exagerado é ruim.

Fer - Coma mais frutas e verduras assim não precisará cortar

definitivamente carnes e massas, balanceie sua alimentação não pare de

comer. Faça exercícios físicos mas sempre com orientação de um

profissional, se precisa de remédios que sejam sempre receitados por um

médico. Se arrume, maquie-se , compre roupas novas e corte o cabelo do

jeito que você quiser, seja feliz, mude, se transforme em quem você quiser,

com tanto que isso não altere sua saúde. Nosso corpo é a coisa mais

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preciosa que nos temos, podemos enfeitar nossa casa, mas se a

destruímos não teremos onde morar.

Professor – Por favor Aline, conclua seu trabalho agora.

Fer – Tudo bem professor, a partir das minhas pesquisas pude perceber

que a beleza está nos olhos de cada um. Que ser bonito é ser como as

minhas amigas, felizes e amando o que elas são. Não precisamos ir atras

das borboletas, cuidaremos do nosso jardim e elas viram até nós.

(todos aplaudem)

(as meninas levantam e vão abraçar Aline)

Cena 9:

Locação: Quarto de adolescente

Atrizes e personagens: Julliane - Mariana

Imagens: A menina grita e bate a porta. A cena acontece na porta do

quarto, igual a primeira cena do documentário.

Texto:

Juz - Não – grita a menina (batendo a porta)

Textos Off:

Off 1: (Cena 2 dramatização; Entrada 3):

“Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma mídia que

educa seus cidadãos desde o berço. Passamos a acreditar que

celebridades são heróis e imitamos até mesmo seus passos, eles se tornam

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nosso sonho de futuro. Um sonho irreal e se torna frustrante quando notam

que ele é impossível!”

Off 2: (Entrada 5)

Filmes, novelas e propagandas. Mulheres e homens montados passam a

ser seguidos por milhões de espectadores. Qual garota não usou as meias

soquetes que usam em Dancyn’s Days, ou o cabelo igual o de Lucelia

Santos em Locomotivas e de Tonia Carreiro em Pigmaleão 70. Quem não

se apaixonou pelos surfistas Juba e Lula de Armação Limitada ou comprou

saias curtas e blusas estampadas iguais a da Babalu de Quatro por Quatro.

Influência essa que sempre existiu mas que não é aceita como tal.

Off 3: (Cena 3 dramatização; Entrada 8)

“Celebridades viraram mitos e a idealização por suas vidas torna-se uma

dependência para pessoas com sua personalidade ainda em

desenvolvimento. Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem

cada vez mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.

Cansaço e desânimo, falta de concentração e falta de força, são os

primeiros problemas causados por uma alimentação errada”.

Off 4: (Entrada 12)

“ Essa busca incansável pelo corpo perfeito acaba virando doença, o

assunto é comentado em todos os lugares, e mesmo assim cada dia mais

meninas querem virar Giseles e Alines, sem pensar nas conseqüências,

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dietas sem orientações, compra excessiva de cosméticos, uso de

medicamentos controlados e muita mais muita cirurgias plásticas”.

Off 5: (Entrada 13)

“Mudar o nariz, os seios, a maça do rosto, ficar sem barriga ou com mais

glúteos. Tudo hoje pode se mudar em uma mesa de cirurgia. Mulheres que

mesmo no auge da sua fama ainda não se contentam com seus corpos,

mulheres comuns e até meninas em fase de desenvolvimento se arriscar

em complicadas sessões para obter o corpo perfeito. As cirurgias plásticas,

os botox, bronzeamentos artificiais, e muitos outros métodos ganharam um

mercado que não pára de crescer”.

Off 6: ( Entrada 18)

“A muito tempo os mitos ou heróis das telas são seguidos, os cinemas

lançavam pessoas que viraram lendas e que mudaram o comportamento de

multidões. Ao usar o vestido Givernchy, você não é apenas diva dos

cinemas, você é Audrey Hepburn usando um Givernchy olhando a vitrine da

Tiffany e comendo rosquinhas. Qual menina não sonhou ser Judy e

namorar o rebelde James Dean com sua jaqueta de couro vermelha, sua

calça jeans e regatas brancas? Dançar nas discotecas com John Travolta

com suas roupas coloridas e grudadas ao corpo em Os embalos de sábado

a noite, ou então quem não se apaixonou e desejou ser Marilyn Monroe

saindo da matinê de cabelos platinados e vestido branco em O pecado

Mora ao lado. E sair do mar com o biquíni e a beleza de Ursula Andress em

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007 contra o satânico Dr. No. Ou simplesmente ser uma das assistentes de

Miranda Priestly e trabalhar em uma das revistas de moda mais famosas de

o diabo veste prada.

Assim como Coco Chanel muitas mulheres lançaram moda e viraram uma

marca que todos no mundo conhecem, quem nunca ouviu falar da Colci, da

Dolce Gabanna, da Prada, da Louis Vitton? Marcas lançadas por pessoas e

pessoas lançadas pela mídia para ser moda”.

Off 7: ( Entrada 33)

“ A anos o mundo é assim influenciado, sempre foi e sempre será. Cabe a

cada um de nos, brancos, pardos, negros, orientais aceitar-mos do jeito que

viermos no mundo, não há necessidade de radicalizar, se arrumar faz bem,

trás alegria, saúde, autoconfiança. Mas precisamos aprender a separar o

que nos faz bem ou mal. A beleza depende dos olhos de quem vê, posso

ser bonito no Brasil e feio na Austrália, a beleza depende do lugar, da hora

e da circunstância. Não achamos tão bonito a pessoa a quem amamos, não

porque é mais bonita de fato, mas porque ela nos transmite sentimos que a

faz parecer como tal.

Então transmita beleza, transmita amor, amor pelos outros e para

com você mesmo, assim descobrira o verdadeiro significado do Belo”.

Off 8: (Entrada 34)

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“Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância,

eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude

relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia,

meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra

as minhas verdades. Hoje sei que isso é... Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida

fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o

meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não

fosse saudável ... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse

para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje

sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e,

com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e

de me preocupar com o Futuro. Agora, me mantenho no presente, que é

onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me

atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu

coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é....

SABER VIVER ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

Não devemos ter medo dos confrontos...

Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."

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Chalin Chaplin

Cronograma do Roteiro:

- Cena 1

Imagem: O Grito de “não” e a cena de discussão de mãe e filha na porta.

- Entra o clipê

Imagem: O Clipe com as fotos dos famosos – (a velocidade dele está boa,

só o ultimo slad tem que diminuir a velocidade porque não dá para ler).

- Cena 2

Imagem: A união das cenas da Manu (Bebê), da Giovanna (filha da kelly),

da Erica (dos rebeldes) e da Fernanda que desfila na sala. Todas as

mudanças para a outra idade começa com o quatro e filma em seguida o

bichinho de pelúcia.

Áudio: Off 1.

- Depoimento Fernando Gomes

Imagem: pegar uma parte que ele fale da Tv na vida das pessoas.

- Imagens novelas

Imagem: Abertura do Dancyn’ Days, Locomotivas (Lucelia Santos), Foto

Pigmaleão 70, Armação ilimitada (Kadu Moliterno) e Quatro Por quatro

(Babalo).

Áudio: Off 2.

- Enquete

Imagem: As 4 meninas falando que não são influenciadas pela mídia. (as

fotos das 4 artistas que são parecidas com elas na meia tela junto)

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- Depoimento professor Rubens

Imagem: Professor falando o que é um mito de beleza.

- Cena 3 (off)

Imagem: Meninas no quarto cortando fotos; Mãe e filha na mesa.

Áudio: Off 3

- Depoimento Juliana Garcia

Imagem: Nutricionista falando o que uma má dieta pode ocasionar.

- Continuação da cena 3

Imagem: Mãe tentando acordar a filha; menina sem fôlego subindo escada;

menina desconcentrada na escola.

Áudio: Continuação do off 3.

- Depoimento Giane

Imagem: Depoimento da psicóloga quando fala da busca pela beleza.

- Imagens hoje em dia

Imagem: Começo da matéria da Record até a parte que fala das cirurgias.

Áudio: Off 4.

- Fotos de cirurgias plásticas

Imagem: As que estão no CD de fotos as das cirurgias e o antes e depois

dos artistas.

Áudio: Off 5.

- Depoimento cirurgião

Imagem: Pegar a parte que fala do aumento de cirurgias em adolescentes.

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- Imagens hoje em dia

Imagem: Entrevista com alunas que querem mudar alguma coisa no corpo.

- Cena 4

Imagem: Sala de aula – trabalho.

- Depoimento professor ensino fundamental

Imagem: Professora dizendo que existe preconceito, e diferenciação das

crianças gordinhas e feias das que fazem sucesso.

- Imagens dos filmes

Imagens dos filmes: Bonequinha de luxo; 007; Gilda; Juventude Transviada;

os embalos de sábado a noite; o pecado mora ao lado; O diabo veste

prada.

Áudio: Off 6.

- Fotos de gente que mudou a moda

Imagem: Fotos nos CD’s, Coco chanel, marcas da moda, bolsas.

Áudio: Continuação do off 6.

- Depoimento Reny

Imagem: Senhora falando como era a moda em sua época, mostrando as

fotos.

- Cena 5

Imagem: Briga das meninas na biblioteca – até a fala “a TV sabe o que é

bonito”.

- Depoimento estilista

Imagem: Depoimento e imagens dela desenhando.

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- Continuação cena 5

Imagem: cena 5 até o final.

- Depoimento Tânia Martins

Imagem: Tânia falando do padrão internacional das modelos, imagens das

modelos)

- Cenas desfiles de moda

Imagem: O diabo veste prada.

Áudio: Off da modelo.

- Depoimentos das modelos

Imagens: Duas modelos contando sobre as dificuldades de sua profissão.

- Cena 6

Imagem: Encontro com a menina que teve anorexia – biblioteca.

- Imagens anorexia

Imagem: Colocar um pedaço em quando corre a cena 6.

- Depoimento Lenyara

Imagem: mostrar o começo do depoimento acabar quando ela diz que

achava que estava bem.

- Imagens Cegueira pela estética

Imagem: Menina no espelho se vendo gorda.

Áudio: off de Leny.

- Continuação depoimento Lenyara

Imagem: Depoimento, ela de pé ao lado foto dela antes.

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- Cena 7

Imagem: Mãe e filha no quarto – mãe mostra as fotos para a filha.

- Cena 8

Imagem: Apresentação do trabalho – abraço das amigas.

- Clipê

Imagem: Fotos de mulheres comuns – “sempre vai ser assim cabe a nós

nos amar como somos”.

Áudio: Off 7.

- Volta toda a história

Imagem: Rebobinar a fita mas vendo as imagens com off: “Quando me

amei de verdade” Charlin Chaplin.

Áudio: Off 8.

- Cena 9

Imagem: Cena do grito do começo mas com outra menina.

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10.2 RELATÓRIO DE PESQUISA

Nome: Idade: 1. Você acredita que a mídia influência no jeito que você quer que seu corpo

esteja? ( ) Sim ( ) Não 2. Qual mulher você acredita que seja um ícone de beleza idealizada pela mídia? ( ) Penelope Cruz ( ) Marilyn Monroe ( ) Karina Bach ( ) Ana Paula Arosio ( ) Aline Morais ( ) Gisele Budchen ( ) Outros – Qual? 3. Gostaria de ter a beleza dela? ( ) Sim ( ) Não 4. Porque? 5. Você acha que está dentro do padrão de beleza? ( ) Sim ( ) Não 6. Acredita que seria mais feliz se fosse como as artistas de TV?

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10.3 PROPOSTA DE PATROCINIO

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10.4 FOTOS DE MENINAS COM ANOREXIA

http://wso.williams.edu/orgs/peerh/images/anorexia.jpg http://www.skeptically.org/sitebuildercontent/sitebuilderpictures/anorexia-bikini.jpg

10.5 FOTOS DE CIRURGIAS PLASTICAS

http://oglobo.globo.com/fotos/2006/10/30/30_MHG_ECO_plasticas230.jpg http://www.topnews.in/usa/files/Botox_Injection.jpg

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10.6 FOTOS DE MITOS DE BELEZA

http://www.topnews.in/light/files/Angelina-Jolie-1.jpg http://nicedeb.files.wordpress.com/2008/04/brigitte-bardot.jpg

(Angelina Jolie) (Brigitte Bardot)

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10.7 FOTOS DA GRAVAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO

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UNIVERSIDADE TUIUTI PARANÁ

Danielle Falavinha Caddah

Mariângela Gomes Bellegard

DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO ALCANCE DAS MÃOS”

CURITIBA

2008

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2

DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO ALCANCE DAS MÃOS”

CURITIBA

2008

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3

Danielle Falavinha Caddah

Mariângela Gomes Bellegard

DOCUMENTÁRIO: “QUERO SER MADONNA: DEUSAS AO

ALCANCE DAS MÃOS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso

de Comunicação Social: Jornalismo da Faculdade de

Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Tuiuti do

Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau

de jornalista.

Professora Orientadora: Ana Maria Melech.

CURITIBA

2008

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4

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7

2 DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................................. 9

2.1 O QUE É O BELO ........................................................................................... 9

2.2 BELEZA: CONCEITOS, PRÉ - CONCEITOS E PADRÕES SOCIAIS. ......... 10

2.3 OS PADRÕES DE BELEZA .......................................................................... 13

2.4 A MODA E A BELEZA DO SÉCULO............................................................. 16

2.5 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA......................................................................... 33

2.5.1 Revistas, publicidade e desfiles de moda como referência do belo. .............. 35

2.5.2 A influência do cinema.................................................................................... 38

2.6 A MÍDIA E O CONCEITO DE BELEZA ......................................................... 40

2.6.1 Estatísticas Sobre Pressão Mundial ............................................................... 41

2.7 DOENÇAS PSICOLÓGICAS......................................................................... 46

2.7.1 Anorexia ..................................................................................................... 49

2.7.2 Bulimia ..................................................................................................... 50

2.7.3 Complexo de Inferioridade e Depressão ........................................................ 51

2.8 PROBLEMA .................................................................................................. 53

3 OBJETIVOS..................................................................................................... 54

3.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 54

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 54

4 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 55

5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 58

5.1 A MÍDIA ......................................................................................................... 58

5.2 A IMAGEM .................................................................................................... 59

5.3 A IMAGEM COMO COMUNICAÇÃO ............................................................ 60

5.4 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA NA IMAGEM.................................................. 61

5.5 O JORNALISMO E A IMAGEM ..................................................................... 63

5.6 O PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE.............................................. 66

5.7 REPRESENTAÇÃO SUBJETIVA DA REALIDADE....................................... 67

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5

5.8 O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?................................................................. 68

6.0 METODOLOGIA ........................................................................................... 74

6.1 RESULTADOS DA PESQUISA..................................................................... 76

6.2 CONCLUSÃO DA PESQUISA ...................................................................... 78

7.0 DELINEAMENTO DO PROJETO ............................................................... 799

7.1 PROPOSTA ................................................................................................ 799

7.2 PÚBLICO ALVO ............................................................................................ 79

7.3 FORMATO .................................................................................................... 79

7.4 VEICULAÇÃO/ DISTRIBUIÇÃO.................................................................... 80

7.5 VIABILIDADE ECONÔMICA ......................................................................... 80

7.6 TABELA DE CUSTOS ................................................................................ 81

8.0 CONCLUSÃO ............................................................................................... 82

REFERENCIAS......................................................................................................... 84

ANEXOS ................................................................................................................... 92

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1 INTRODUÇÃO

A beleza é comentada há muito tempo. Saber o que é exatamente a

beleza e quem a definiu como é hoje muito relativo. Cada lugar no mundo vê o

belo diferentemente. Entretanto existe na nossa sociedade algo ditando essas

regras de beleza: a mídia. O padrão norte-americano invadiu o mundo e loiras

com seios enormes se revezam em capas de revistas e filmes de Hollywood. A

magreza das modelos de passarelas e os cortes e cores de cabelo das

protagonistas de telenovelas se tornam moda e são copiados em todos os lugares.

O perigo de se conviver com essa imposição do perfeito não é claramente

observado, principalmente pelos jovens, que vêem na televisão uma imitação do

que é o mundo. “O que não passou na Globo não aconteceu”. Cada coisa vista na

televisão é sinônimo de verdade, se dizem que é bonita, é bonita mesmo e se

define o é que mal ou bom. O Brasil não acontece fora da mídia, acontece

primeiro lá dentro para depois vir para as ruas.

As pessoas não querem envelhecer, o seu desejo é ser para sempre lindas

e jovens, ter o nariz daquela atriz ou o corpo modelado da modelo. Regimes,

plásticas e a compra de muitos cosméticos, são coisas muito consumidas

atualmente. A mídia as vende e a sociedade compra e se fantasia com essa

beleza. Doenças psicológicas, depressões, complexos de inferioridade, baixa

auto-estima, neuroses, todas essas coisas são resultados de tentativas de tentar

ser quem não é para se tornar a pessoa que a mídia idealiza como felicidade.

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Nesse trabalho, iremos mostrar as influências da mídia na construção dos

mitos de beleza seguidas pela sociedade em todo o último século. E mostrar que

muitas tendências ainda serão criadas e vendidas para essa sociedade, e é

preciso que ela seja absorvida saudavelmente.

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ASSUNTO: Documentário

TEMA: A construção dos mitos da beleza

2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A presente delimitação do tema irá abordar os conceitos pré-fabricados de

beleza, a influência da mídia nessa construção e as conseqüências dessa

influência na vida das jovens.

2.1 O QUE É O BELO

A beleza é uma percepção individual caracterizada normalmente pelo que é

agradável aos sentidos. Esta percepção depende do contexto e do mundo de

quem a observa.

Para Voltaire, aquilo que atinge sua finalidade é belo. Pois o entendimento

de belo é relativo, aquilo que pode ser decente no Japão será indecente em

Roma, e aquilo que está na moda em Paris será detestável em Pequim.

(COLEÇÃO OS PENSADORES 1694, p. 110)

Ao longo da história da humanidade as relações com a beleza têm sido

religiosas ou místicas, logo a beleza foi considerada muitas vezes como “aquilo

que se aproxima da Divindade”. É difícil expressar em palavras o que é o “belo”,

mas pode-se afirmar que a beleza é um conjunto de elementos que resultam

naquilo que se considera belo.

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Beleza não diz respeito às qualidades dos objetos, mensuráveis, Quantificáveis e normalizáveis. Diz respeito à forma como nos relacionamos com eles. Beleza é relação (entre sujeito e objeto). (DUARTE, 1991, p. 14)

“Ao adquirirmos, por exemplo, um objeto utilitário qualquer (um automóvel,

uma caneta, um cachimbo, uma roupa), além de sua eficiência na função a que

ele presta, preocupamo-nos também com sua aparência, com sua “estética”. É

irrecusável: os objetos não têm apenas utilidade, mas estilo”. (DUARTE, 1991, p.

11)

Para a psicanalista Luciana Oltramari Cezar, “Beleza não é destino, não é

tudo, mas também não pode ser desprezada, sejamos honestos: bem que faz

bem. Já dizia o poeta Vinícius de Moraes, na obra Receita de mulher: "as feias

que me perdoem, mas beleza é fundamental" ou com humor de uma das frases de

Juca Chaves: ‘beleza não põe mesa, mas ninguém come no chão!’”.

2.2 BELEZA: CONCEITOS, PRÉ - CONCEITOS E PADRÕES SOCIAIS.

O que seria do azul se todos gostassem do amarelo? Durante décadas, o

ditado popular não tem sido bem aceito por muitas mulheres. Magro, belo, jovem e

definido, as pessoas investem tempo e dinheiro para conquistar o corpo perfeito.

Ouvimos falar de beleza a toda hora. Qual é o verdadeiro significado de beleza?

Para alguns ela deve seguir normas, leis e formas ideais. Entretanto, quais são os

critérios usados para se definir o belo?

Vamos discutir a questão da beleza sob vários ângulos. Mais do que um

conceito pré - estabelecido, a beleza representa uma forma de as pessoas se

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relacionarem entre si e com o mundo. Revistas, televisão, filmes e comerciais

estão constantemente vendendo imagens irreais de garotas e mulheres que

deveriam ser imitadas. Muitas mulheres hoje tentam chegar ao modo de beleza

determinado pela mídia, uma indústria que determina o que se deve usar, fazer e

ser para se tornar “perfeito”.

Estabelecer o que é belo tem suscitado, no decorrer da história, mais

controvérsias do que consenso. Os ideais estéticos variam com o tempo e as

expressões da beleza têm evoluído desde que o ser humano se pôs a observar as

formas, cores e harmonia. Cada cultura tem sua concepção de beleza, uma

mistura com ingredientes de maquiagem, penteado, formas corporais e vestes.

Conforme ditado popular, o conceito de beleza residia nos olhos de quem a

observa.

No livro e enciclopédia “Tudo – o livro do conhecimento” (1996, p.85 e 86) o

escritor afirma que na mitologia romana, Vênus era a deusa do amor e da beleza,

presente em todas as civilizações, e que a evolução de sua imagem reflete a das

concepções de beleza. Na pré - história, “Vênus” seria pequena e robusta, como a

mulher troglodita. Entre os antigos gregos, as formas mais estilizadas de Vênus

(chamada Afrodite), obedeciam aos padrões fixados por Pitágoras, o filósofo e

matemático que viveu 500 anos antes de Cristo. O renascimento e os períodos

imediatamente posteriores consagraram o triunfo das curvas bem arredondadas.

Aristóteles afirma em “Arte Retórica e Arte Poética” que o belo não pode

estar em um mundo separado daquilo que é sentido pelo homem, e por isso atribui

à beleza a critérios como proposição, simetria e ordenação. Já no artigo “A beleza

da arte”, de Maria de Fátima Seehagen, vemos que para Platão o belo é o bem, a

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verdade, a perfeição. Ele existe em si mesmo separado do mundo sensível. Neste

sentido criticou a arte que se limita a “copiar” a natureza e separando o sentimento

do homem que reside no mundo das idéias. Temos assim em Platão uma

concepção de belo que se afasta da interferência e da participação do juízo

humano, ou seja, o homem tem uma atuação passiva no que se refere ao conceito

de belo: não está sob sua responsabilidade o julgamento do que ele é ou não.

Durante as décadas cada filósofo, arquiteto, poeta, entre outros, tinha sua

própria opinião sobre o assunto. Para Hegel, em “Estética”, a dificuldade de se

estudá-la é o fato de seu objeto, a beleza, ser de ordem espiritual, por não ser de

existência material. “A estética e as questões do belo, nas inquietações

humanas”, de Lúcia de Fátima do Vale, nos diz que Santo Agostinho interpretou a

beleza como todo harmonioso, com unidade, número, igualdade, proporção e

ordem. A beleza do mundo, para ele, nada mais é que o reflexo da suprema

beleza de Deus. Para São Tomé, citado no mesmo artigo, a beleza era

identificada como o bem. Segundo ele, as coisas belas possuem três

características ou condições fundamentais: integridade e perfeição; a proporção

ou harmonia; a claridade ou luminosidade.

Kant, o principal idealizador da estética contemporânea, em seu livro

“Crítica da razão pura”, dizia que os nossos juízos estéticos têm um fundamento

subjetivo, dado que não podem apoiar em conceitos determinados. O critério de

beleza que neles se exprimem é o do prazer desinteressado que suscita a nossa

aceitação.

Assim podemos sentir como, não somente em época diferente, mas por

vezes até dentro de uma mesma cultura, diversos conceitos de beleza entraram

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em conflito. O belo é algo que nos agrada, portanto é aquilo desejado por nós.

Quando gostamos de alguma coisa, seja um objeto, um passeio ou até mesmo

uma idéia a desejamos para nós, o mesmo acontece com a beleza, nos agrada

um modo de ser belo e desejamos ser daquele jeito.

2.3 OS PADRÕES DE BELEZA

“Como o conceito de beleza não é um conceito universal e absoluto,

padrões distintos, e às vezes opostos, convivem em épocas semelhantes. Na obra

‘História da Beleza’, Umberto Eco diz que se um marciano tentasse entender o

que é o belo para a humanidade em nosso século ele certamente ficaria confuso.

Nesse ideal de diversas faces, Gisele Bundchen divide passarelas com modelos

extremamente magras. O fato é que desde a década de 60 nunca mais uma

gordinha foi elevada a ícone de beleza. Ser gordo virou quase um pecado na

nossa sociedade e a corrida pelo emagrecimento estimula o desenvolvimento de

doenças, como bulimia e anorexia”. (REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008,

p. 38)

O padrão de beleza tem mudado a cada novo século. Cada novo filme de

sucesso, estilo de música, revistas, desfiles, novelas e publicidade. Cada um

desses meio tem sua importância e influência no que será ditado como a moda

atual. Antigamente os padrões eram mais visíveis, porém temos padrões sendo

idealizados todos os dias, por todas as culturas.

Hoje não é somente ser gordo o único problema da mulher, o não aceitar o

envelhecimento do corpo é muito comum.

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“A popularização dos procedimentos cirúrgicos possibilita a correção de imperfeições incômodas, mas tem gente exagerando. São recorrentes as noticias de pacientes que morrem depois da milésima tentativa de ficar com a cintura da Barbie ou o rosto da Angelina Jolie”. (REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008, p.39)

Hoje a beleza é plural e se define individualmente. Considera-se às vezes

excessiva a diversidade dos estilos de beleza, de comportamento e de gênero, um

vasto leque de escolhas que se tem de enfrentar para satisfazer o desejo de

parecer único. Ao passo que a primeira metade do século produzia geralmente

apenas um modelo de beleza por época, adotado pela maioria das mulheres. Hoje

cada estilo tem seu mito a ser seguido.

Temos que verificar que podemos modificar o corpo, o rosto e o modo de

viver e de uma hora para outra, a moda pode mudar, a beleza vai ser vista de

outro ângulo e você voltará a estar fora de moda.

Exemplos:

1.300 a.C – A vaidade no antigo Egito: Sobrancelhas raspadas e redesenhadas

olhos contornados eram a moda no Egito Antigo. Um símbolo de beleza é a rainha

Nefertiti (1380 – 1345 a. C)

300 a.C – O costume de pintas as unhas nasceu na China, no século III a.C. As

cores do esmalte indicavam a classe social do indivíduo: os reis pintavam as

unhas de preto, vermelho, dourado e prateado.

5 a.C – A habilidade dos gregos para representar a figura humana fez o seu ideal

de beleza perdurar até nossos dias. Um cânone da perfeição do período clássico é

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a escultura Doríforo (5 a.C), de Policleto.

1.483 – Renascimento Italiano: Com a tela “O nascimento de Vênus, Botticelli

imortaliza o ideal de beleza do período renascentista: mulheres bem alimentadas,

como só as nobres conseguiam ser”.

1.742 – As gregas arrancavam os pêlos púbicos com as mãos, enquanto as

árabes preparavam um xampu para extraí-los, técnica semelhante a da cera,

inventada em 1742, em Paris.

1.959 – Ruth Handler, esposa do fundador da Mattel, criou a boneca que se tornou

o símbolo da beleza e juventude. Batizou-a de Barbie, diminutivo de Barbara (filha

do casal).

1960 – O corpo esquelético de Twiggy substituiu o padrão de beleza de Marylin

Monroe, fato que aliado à popularidade da minissaia e do biquíni, dá inicio à

ditadura da magreza.

1980 – A magreza em excesso deixa de ser vista com bons olhos com o aumento

dos casos de AIDS. As pessoas correm para as academias em busca do corpo

ideal.

1999 – Revista Vogue aponta a brasileira Gisele Bundchen como responsável pelo

“retorno do corpo sexy”. Ela marca o fim da tendência de modelos com aspecto

pouco saudável.

(REVISTA VIEW CURITIBA – ed. abril/2008, p.37 a 40)

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2.4 A MODA E A BELEZA DO SÉCULO

(Texto desse item é baseado no livro: A beleza do Século)

1900 – A Revolução Industrial possibilitou a produção em grande escala de bens

de consumo, como roupas, tecidos e calçados. Em todas as camadas sociais as

pessoas passaram a adotar o estilo europeu para a moda, apenas adaptando-as

para seus climas e crenças religiosas.

“Quanto à mulher, a quem o casal está reservado o

papel mais vistoso de marcar a posição de um par confinado a cores sombrias e roupas quase impraticáveis, ela além das variações que tocam principalmente o colorido dos tipos de tecido e a ornamentação dos vestidos, conserva mais ou menos a silhueta que apresentava desde a Renascença”. (BAUDOT, 34)

O estilo predominante era ainda o rígido estilo vitoriano do fim do século

anterior. As mulheres usavam espartilhos muito justos para conquistar a silhueta

em “S” (busto para frente e quadris para trás).

“(...) cingida num espartilho que apertava a cintura ressaltando seios e nádegas,... Ponto forte dessa silhueta: a estreiteza da cintura: 42 centímetros no caso da cantora Polaire. Algumas chegariam a recorrer ao bisturi para deslocar ou mesmo tirar algumas costelas, a fim de apertar o espartilho (...)” (CHAHINE, 2000, p. 84)

A cintura fina e o cabelo preso no alto da cabeça, fazendo referência ao

espirito esportivo da época, que era andar de bicicleta, foram marcantes para a

década.

Os chapéus eram obrigatórios durante o dia, grandes com véu, enfeitados

de rendas, flores e plumas; se tornaram símbolo de posição social (somente às

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operarias saiam de “cabeça descoberta”). (CHAHINE, 2000, p.84) Tudo em prol da

beleza e do charme, o brilho da pele, se tornou a principal preocupação das

mulheres da sociedade. O pó era o cosmético mais usual. (2000, p.83)

O exemplo de mito de beleza da época é Sarah Bernhardt (1844-1923)

atriz francesa.

http://en.wikivisual.com/index.php/Sarah_Bernhardt

(Sarah Bernhardt)

1910 – Com a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando

reflexos na moda. A moda feminina, por exemplo, substituiu os espartilhos pelas

cintas de elástico e as roupas volumosas, optando por modelos e saias às vezes

tão justas que era difícil moverem-se. Nessa época surgiu o soutien criado por

Mary Phelps, as saias tubinhos e blusas decotadas também se generalizaram

(2000, p.97).

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um outro estilo na época foi caracterizado pela escassez de produtos

populares, obrigando as pessoas com menos recursos a serem mais simples,

transformando o gosto por roupas práticas e um pouco masculinas uma tendência.

“Da blusa das enfermeiras ás calças das que estão

empregadas nas fabricas de armamento, surge uma nova maneira de se vestir, de comportar-se. Quanto aos lutos que se multiplicam, tudo isso induz, durante a guerra, o uso de tons sombrios e a uma monocrimia que as mulheres da vida não estavam habituadas. Muito naturalmente, as saias, a partir de 1915, começam a descobrir os tornozelos e passaram em seguida à mostra metade da barriga da perna”. (CHAHINE, 2000 60)

Os exemplos de mitos de beleza da época são: Mary Pickford, uma das

primeiras estrelas de Hollywood e Theda Bara, “A Vamp”, primeira mulher fatal

dos cinemas.

http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Mary_Pickford_portrait_2.jpg

(Mary Pickford)

1920 – O pós-guerra deixou as mulheres cada vez mais independentes e

decididas, subiram as barras das saias e passaram a usar modelos de vestidos

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mais abertos e soltos. A cintura desceu em modelagens de forma reta. Os cabelos

ficaram curtos e os chapéus menores. A maquiagem e os cigarros foram

permitidos.

“Um livro provoca escândalo em 1922: La Garçonne, de Victor Marguerite. Seu romance seria por muito tempo o símbolo de um novo tipo de mulher que usava cabelos curtos e fumava em publico. A heroína aspirava à independência e decepcionada com os homens, levava uma vida sem eles, despreocupava com respeito aos bons costumes”. (BAUDOT, 106)

Os ídolos do cinema representavam todos esses ideais de beleza e

comportamento. Entre todos, os que mais se destacavam foram Clara Bow, Louise

Brooks, Rudolf Valentino e Josephine Baker (Vênus de Ébano).

O gosto por materiais reluzentes se popularizou, assim como pelos tecidos

sintéticos. Já próximo do final da década, os modelos bicolores e a geometria

tornaram-se moda, e Coco Chanel e Madeline Vionnet, com seus estilos

elegantes, ganharam destaque.

“O vestido confortável e marcado por uma cintura baixa desenhava uma silhueta andrógina. A essa liberdade associava-se uma nova imposição: a da magreza a todo custo! Cintas e maiôs elásticos comprimiam os quadris e achatavam os seios”. (BAUDOT, 112)

O exemplo de mito da beleza da época é Louise Brooks, atriz de “Loulou

de Pabst”.

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http://dagmarduvall.blogspot.com/

(Louise Brooks)

1930 – Com a economia em caos e a chegada de Hitler ao poder, surgiu um

amplo espaço imaginário para os sonhos e os desejos. Astros como Jean Harlow,

Greta Garbo e Fred Astaire estrelavam filmes falados. As roupas eram brilhantes,

glamurosas, drapeadas e luminosas. As mulheres fatais se enrolavam em fartos

casacos de pele e jóias maravilhosas. A moda passou a criar roupas para todas as

ocasiões, e a continuar as experimentações da década anterior. As cores eram

fatais, incluindo tons fortes como o “shocking pink”. Os cabelos eram cacheados

com pente e cheios de brilhantina.

Nessa época também surgiu o sapato plataforma para as mulheres, e as

sandálias tornaram-se populares, juntamente com as meias de nylon que se

tornou o glamour para as mulheres, tanto para a noite como para o dia. O visual

bronzeado e saudável era uma tendência da moda.

“Vedete absoluta do rosto dos anos 30, o olhar

era objeto de todos os cuidados. A atenção dirigia-se para as sobrancelhas, que eram depiladas, tingidas ou redesenhadas a lápis. A paleta dos artifícios se enriqueceu. Sombras de pálpebras em pó exploravam todos os

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matizes, indo dos castanhos aos cinzas, e inclusive ao preto para a noite. As primeiras sombras cremosas em pequenos potes ou em bastões eram espalhadas com o dedo, até a arcada superior, acentuando o convexo de uma pálpebra que devia ser melancólica. Os cílios eram curvados com curvador de cílios, cobertos de rímel. Efeito fatal garantido”. (CHAHINE, 2000, p. 130)

O exemplo de mito de beleza da época é Greta Garbo com sua voz rouca e

sensual se destacou no cinema falado em “Anna Chistie”. Greta era considerada o

supra-sumo da elegância.

http://www.divasthesite.com/Acting_Divas/Greta_Garbo.htm

(Greta Garbo)

1940 – A segunda guerra foi marcante para definir o inicio dos anos 40. Devido as

dificuldades, as mulheres passaram a trabalhar nas fábricas e até mesmo na

guerra, auxiliando seus exércitos. Em uma época de tantas restrições, poucos

recursos e falta de matérias-primas, a moda adaptou-se, optando por roupas

sóbrias, retas, masculinas e sem exageros, com o uso quase obrigatório de

chapéus.

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A ordem era reciclar e improvisar, principalmente porque as fábricas

estavam servindo ao exercito. Nos calçados, por exemplo, os saltos não podiam

ultrapassar certo tamanho e a cartela de cores era composta por apenas 7 tons. A

busca por materiais alternativos se intensificou, e descobriu que peles de animais

e madeira poderiam ser aplicadas em solados e calçados.

O cinema continuava popular com suas atrizes sensuais como Lauren

Bacall. Com o final da guerra, a sociedade passou a buscar um novo estilo de

vida, mais tranqüilo, surgiu assim, em 1947 o New Look de Dior, que com saia

ampla e cintura marcada resgatava toda a feminilidade perdida. E no ano anterior

a moda praia é revolucionada por Louis Réard com a invenção do biquíni, que

partiu o maiô em duas peças.

“A beleza, sinônimo de saúde, era considerado dever nacional. As preocupações, as restrições e a angustia ameaçam mais do que nunca vossa beleza. Mais do que nunca, vosso dever é manter-vos em forma, sadias, vigorosas, limpas”, escrevia em setembro de 1912, o redator-chefe da revista feminina Votre Beauté”. (CHAHINE, 2000, p. 138)

Os exemplos de mitos de beleza da época são: Lauren Bacall, atriz com

cabelos frisados com ferro e disciplinados com bóbis e Lana Turner foram

belezas que contribuíram para criar um novo tipo de mulher.

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http://www.libertyfilmfestival.com/libertas/?p=7430

(Lauren Bacall)

1950 – Os anos 50 foram tempos de paz, amplamente festejados após as

privações da Segunda Guerra. A moda voltou a buscar a feminilidade, e essa foi a

década do auge do New Look de Dior, com saia ampla e casaquinho ajustado na

altura da cintura. Mais próximo ao fim da década, esse estilo ainda coexistia com

as novidades que antecipavam aos anos 60, como as saias mais justas. Isso

somou a invenção do “stiletto” (salto agulha) por Charles Jourdan, em 1951.

Os criadores abusavam desse conceito até conseguirem salto mais alto. A

cartela de cores era a mais vasta possível, sempre com a intenção de combinar

acessório e peças de roupas dos mesmos tons.

Lado a lado com o desejo de feminilidade estava a busca pela

sensualidade. Atrizes como Marlyn Monroe e Briggite Bardot foram ícones desse

tempo, consagrando-se como divas para a eternidade.

Para obter a cintura fina e os seios altos e redondos das pin-ups americanas, foi adotada a cinta elástica criada por Marcel Rochas – versão moderna do espartilho vitoriano. Com os saltos-agulhas de Roger Vivier nos pés, andava-se com passos curtos.

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Desde 1949, o “olho de gazela”, modelado pelas sombras nas pálpebras, o lápis de sobrancelha, o rímel e, sobretudo o delineador, estava na moda. (CHAHINE, 2000 p.152)

As lingeries e roupas de praia seguiam o mesmo espírito nas propagandas

e nas modelagens de tops, calcinhas e maiôs. A intenção era criar uma silhueta

curvilínea, com destaque e volume para o busto (por isso os soutiens dessa época

possuem a forma de cones) e cintura fina, evidenciando a curva dos quadris.

Os exemplos de mitos de beleza da época são: Grace Kelly cria o estilo

loiro chique é eleita a mulher mais bonita do século. Audrey Hepburn, a

bonequinha de luxo, retorna com o visual “menina” com franja. Ava Gardner, sua

incrível perfeição física e seu senso de provocação deram-lhe o primeiro lugar

entre as morenas místicas. Marilyn Monroe, estrela entre as estrelas, ela seria o

símbolo sexual da década, trazendo junto com a provocação ingênua, um

erotismo devastador e libertador. Brigitte Bardot, protótipo da mulher-criança,

com apenas dezoito anos não procurava parecer mais.

http://web.ukonline.co.uk/audrey-hepburn/scansh/hepburna2/AUDREY_HEPBURN2.JPG luishipolito.wordpress.com

(Audrey Hepburn) (Marilyn Monroe)

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1960 – O estilo clássico e feminino do início de Jackie Kennedy foi se

transformado aos poucos. As artes buscando uma liberdade de expressão

impulsionaram os Beatles, Bob Dylan, Motown e Andy Warhol. Esses ares

revolucionários também dominaram a moda. Foi nessa década que Mary Quant

lançou a minissaia, enquanto as estampas geométricas inspiradas na Op-Art

coloriam as roupas com todos os tons possíveis e imaginários. Peças de roupas e

objetos inspirados em um futuro espacial também foram grande revolução.

“Como o resto do mundo ocidental, os Estados Unidos seriam seduzidos por esse impulso britânico tão incrivelmente produtivo. O sucesso transformou-se em delirio por ocasião da chegada dos Beatles ou de Twiggy numa América ainda sob a influência de Elvis Presley e dos Beach Boys. Com suas roupas colantes escuras, seu corte “Sasson” e seus olhos redondos carregados de maquiagem, Eddie Sedgwick, a musa de Warhol, tornou-se a imagem de uma jovem geração underground”. (CHAHINE, 2000, p.168)

Os calçados refletiam novas tendências: botas longas e em materiais

inovadores como sintéticos e vinil eram a sensação dos jovens. No final da

década, a camiseta e o jeans já haviam formado uma dupla inseparável, e marcas

especializadas no estilo, como a Levi’s, se sobressaíram.

Os exemplos de mitos de beleza da época são: Jackeline Kennedy mulher

de Jonh Kennedy. Julie Christie, uma das Chelsea Girls, com silhueta

adolescente, minissaia e pernas compridas, cabelos longos com franja, olhos

ultra-maquiados.

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http://www.saberweb.com.br/estados-unidos-da-america/jacqueline-kennedy-onassis/

(Jackeline Kennedy)

1970 – Chocar entes de mais nada era a intenção principal da década de 70. É

por isso que essa época também é marcada por um modo de vestir “tudo junto”.

Para alguns, quanto mais disparate a combinação, melhor.

O movimento hippies, os escândalos políticos e os desarranjos econômicos

semearam uma explosão de elementos criativos para os designes que criavam

com a segurança de um público ansioso por novidades. Outros, entretanto, não

abriram mão do romântico e natural. Seguiam inspirações dos anos 20. Biba,

Ossie Clark e Yves St. Laurent foram expoentes desse estilo.

No final da década, o filme Saturday Night Fever inaugurou a Era Disco.

Apesar de ter pouca duração, seus efeitos podem ser sentidos até hoje. Suas

cores, brilhos, formas são desejos explorados pelos estilistas de todas as décadas

seguintes.

“As pistas de dança, assim, se tornaram grandes passarelas. Camisas de cetim, meia-calça de lurex e roupas à base de lycra eram o uniforme dos baladeiros. O fim da década foi marcado pela ascensão do movimento punk em Londres”. (BATISTA JR, 2008, REVISTA MANEQUIM)

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Foi nos anos 70 que os sapatos plataforma voltaram à moda, renovado por

adornos, e unissex. Aliás, o modo unissex de vestir se fortalece no final dos anos

70 e início da próxima década. Shorts curtos, botas de diversos tamanhos, saltos

grossos e acessórios são apenas alguns exemplos desse novo modo de encarar a

vida.

Os exemplos de mitos da beleza da época são: Farah Fawcett, com

cabelos livres e sãos, pele bronzeada ou irisada, lábios brilhantes de gloss, a

beleza dos anos 70 era necessariamente explosiva como a da ela. No Brasil Vera

Fisher conheceu a fama na pornochanchada. Ali começava a sua imagem de

símbolo sexual.

http://allbeautyofworld.blogspot.com/2008_03_01_archive.html

(Vera Fisher)

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1980 – O culto ao corpo foi uma tendência marcante no comportamento das

pessoas nos anos 80, tanto é que levou as calças fuseaux, os tênis e o moletom

para o lado de fora das academias. Os sapatos baixos, como mocassim, também

voltaram embalados por essa tendência.

Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamurosas,

cobertas com jóias e acessórios exagerados e dourados. O jeans alcança seu

ápice, ganhando status.

Mas não bastava ser bem- sucedido e bem- vestido. Nessa década ter um

corpo bonito e saudável era essencial para o sucesso. Assim, numa continuidade

pelo amor aos esportes inaugurado na década anterior, explodiram academias por

todos os cantos, aonde os freqüentadores iam com suas polainas e collants.

O look “molhado”, conseguido com gel e mousse para cabelos, fez a

cabeça de homens e mulheres, ao lado das permanentes fartas e topetes tão altos

quanto se conseguia deixá-los.

A cartela de cores era vibrante, prezando por tons fortes e fluorescentes,

com jogos de tons e contrastes. As mulheres que nesse momento ingressavam no

mercado de trabalho, adotaram o visual masculino. Cintura alta e ombros

marcados por ombreiras era a silhueta de toda a década, ao lado de pregas e

drapeados para noite ou o dia.

“A mulher dos anos 80 era vista como uma super

mulher. Empoleirada sobre escarpins, corpo ajustado num tailleur cinza como o terno dos homens de negócios, impecável das unhas a escova, tomava de assalto o mundo do trabalho”. (LANNELONG, 2000, p.192)

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A música se consagrou como formadora de opinião e estilo, levando ao

estrelato cantoras como Madonna, que influenciou a sociedade com seu estilo

livre e despudorado. O Punk, o New Age, o Break, o Rock e o Pop também

glorificaram sua influência na cultura e no modo de vida dos mais jovens.

“A beleza virou competição. A época amava o

visual e cuidava de sua aparência. O corpo devia ser perfeito. I want muscles (Quero músculos), canta Diana Ross, e Jane Fonda tornou-se a sacerdotisa da aeróbica. Seus vídeos de ginástica eram disputados (...)”. (LANNELONGUE, 2000, p.194)

Exemplo de mito da beleza da época: Madonna, olhos pintados, cabelos

louros de raízes pretas, penduricalhos, luvas com dedos a mostra, roupa-lingerie,

nada intimidava Madonna. No Brasil Xuxa, em 1982 iniciou sua carreira no

cinema. Logo em seguida tornou-se apresentadora infantil na TV Manchete e se

transformou na “rainha dos baixinhos”, uma figura brasileira que sempre será

lembrada, por sua beleza e trabalho.

http://members.tripod.com/~birdcastles/xuxa.html http://www.celebritypicturesarchive.com/pictures/m/madonna/madonna-016.jpg

(Xuxa) (Madonna)

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1990 – Até a metade da década de 90, o exagero dos anos anteriores ainda

influenciou a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas

segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda

íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e

cores. Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem

harmoniosamente. Entretanto, vale a pena ressaltar o Grunge, que impulsionado

pelo rock, influenciaram a moda e o comportamento dos adolescentes com seu

estilo despojado de calças/ bermudões largos e camisas xadrez da região de

Seattle.

A nova tendência provoca escândalos. Atrás de Kate Moss surge uma

geração de modelos magérrimas, Stella Tennant, Judie Kidd, Trish Goff. Essas

garotas consideradas “palito” combinam perfeitamente com a tendência grunge.

Não adotam uma maquiagem escorrida e os cabelos sujos de Courtney Love

(cantora de rock da época), mas todas usam uma tatuagem, novo emblema da

feminilidade. (p. 206)

As mais lúdicas mandam gravar uma borboleta ou uma joaninha no ombro ou na curva dos quadris. (...) Em breve, será a moda das tatuagens removíveis, como desenhos de henas nas mãos e nos pés, decalques para a pele, apliques indianos colados ao longo das sobrancelhas, como fez Madonna. (...) A muda é lúdica e étnica. (...) O corpo torna-se um novo campo de expressão. (LANNELONG, 2000, p. 206)

A globalização está em marcha, graças à internet e os avanços da

comunicação, os efeitos da moda desconhecem fronteiras e diferenças culturais.

“A tendência é unificadora, mas de espírito sereno:

saias nos joelhos, cores neutras, cabelos curtos e maquiagem invisível. (...) Nas capitais da moda, Paris, Nova York, Londres e Milão, as novas heroínas ostentam

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uma frieza quase hitchcockiana revistada por Calvin Klein, Prada e Gucci. A loura Gwyneth Paltrow valoriza o vestido bustiê, os ombros graciosos, a risca no meio e a estola em pashmina colocada na dobra do cotovelo”. (LANNELONG, 2000, p.210)

Os exemplos de mitos da beleza da época são: Cindy Crawford e Naomi

Campbell são duas das deusas do inicio dos anos 90. Mas Kate Moss anuncia

uma mudança nas passarelas, a garota palito, com seus 44 quilos e 1,70 m de

altura se torna a heroína das campanhas da Calvin Klein em que garotas e

rapazes ostentam uma beleza andrógina e famélica. Isabela Rosselline, atriz e

Claudia Shiffer modelo.

http://i216.photobucket.com/albums/cc43/drifter_1870_1/cindy%20crawford/CindyCrawford4.jpg http://i105.photobucket.com/albums/m231/thomas33665588/ClaudiaSchiffer.jpg

(Cindy Crawford) (Claudia Shiffer)

2000 – O século XXI mistura o velho com o novo. Traz novamente os anos 80,

com pitadas dos anos 50 para as vitrines de todo o mundo e busca o novo,

formando assim um novo estilo, que pode agradar a diversas pessoas. Vários

mitos de beleza são lançados, cada um relacionado a pluralidade de estilos

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formados nessa época. É justamente nesse momento são realizados os maiores

concurso de moda.

Apesar da diversidade, os movimentos culturais também marcaram a

época, a volta do grunge (inspirado no rock de Seattle), o estilo “clean” (roupas

básicas, ajustadas e com pouca ornamentação) e o estilo esportivo (uso de listras

e inspiração nos esportes, que trouxeram para o dia- a- dia os tecidos

inteligentes).

Cirurgias plásticas são modos naturais de cuidar da saúde e da beleza.

“(...) as estrelas confessam cada vez mais seus

liftings e suas injeções de colágeno. O peeling, o alisamento ou feeling tornam-se quase produtos para o comporto da pele. Os filósofos se debruçam sobre o fenômeno e falam do “dever de ser jovem”. Os médicos dizem que suas pacientes quem aparentar a idade que sentem ter. e todos se perguntam se o terceiro milênio será o da juventude eterna. (LANNELONG, 2000, p.220)

Os exemplos de mitos da beleza da época são: Gisele Bundchen é mito

entre mulheres jovens e mais velhas, modelo internacional é sinônimo de beleza e

sucesso e Aline Morais antagonista da novela das oito da rede Globo, muitas

mulheres seguem seus modos de vestir e cortes de cabelo.

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http://thalmeida.blogspot.com/2008/06/spfw.htm http://www.nortefest.com.br/noticia.php?news=260

l (Gisele Bundchen) (Aline Morais)

2.5 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA

Mais do que nunca falar de beleza é fato em falar de rock. O mundo da

beleza apropria-se de desfiles dos anos 90 que foram organizados em shows,

enquanto criadores estilistas escolhem estrelas do rock como modelos em suas

propagandas; as cores de linhas de cosméticos traziam nomes de astros e os

artistas da maquiagem buscavam inspiração no gênero musical.

Mas como o rock exerce tamanha influência sobre

o estilo e beleza da virada do século? Com seus artistas, cujo glamour, diversidade, senso de provocação e temas abordados em suas musicas correspondem ao espírito da época. Se um rosto precisa ser belo para seduzir, a beleza, para ser forte, deve ser mais do que uma fachada e simbolizar algo maior, algo que toca a alma. (FAUX, 2000, p.08)

Estrelas do mundo da música como Liz Phair, Jennifer Lopez, Whitney

Houston eram os símbolos espetaculares dos ideais da beleza.

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“A música é rica de emoções, pensamentos e paixões do artista, algo que um rosto isoladamente é incapaz de encarnar”. (FAUX, 2000, p.10)

Nos anos 60 surgem os Beatles, naquela época os figurinos e cabelos

usados pelos quatro rapazes de Liverpool eram copiados, por serem novidade. O

estilo de música virou mania, pois ia na contramão de tudo que era ouvido antes.

A simplicidade era uma forma de linguagem e a rebeldia deles virou o estilo da

época.

“(...) a musica, enquanto força social, atingiu seu ápice com a histeria coletiva criada pelos Beatles e os Rolling Stones. Todos os jovens com menos de 30 anos do mundo ocidental, pareceram então adotar swing inglês de Twiggy, de Biba e da King’s Road, as minissaias, os grandes olhos e cílios falsos de Marylin Quant, os cabelos frisados, o corte curtinho e o batom claro, as roupas, os cabelos e a maquiagem se inspiraram no estilo geométrico da pop arte e da op arte de Andy Warhol, Bridget Ridley, David Hockney e Frank Stella. O corte geométrico de Vidal Sassoon, as franjas espessas e compridas, o coque, os olhos aumentados com um triângulo feito com um delineador, os lábios pálidos de contorno nítido, todos faziam parte da aparência”. (FAUX, 2000, p. 09)

A música firmou-se como principal veículo das idéias contestatórias dos

jovens, face à insatisfação provocada pelo sistema cultural, educacional e político

da época.

Surge uma cultura underground, ou contracultura voltada principalmente

para as transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na

busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e para as

pequenas realidades do cotidiano.

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“A contracultura incluía o uso de drogas, protestos antiguerra e anticapitalismo, o conceito de amor livre, o movimento de libertação das mulheres, vida em comunidade e muito mais. Os Estados Unidos estavam divididos. De um lado estava um grupo de norte-americanos que apoiava o país: adesivos com dizeres "Ame-o ou deixe-o" nos pára-choques e apoio à guerra do Vietnã. Do outro lado estava o grupo de norte-americanos conhecidos como hippies: um termo que se tornou conhecido por volta de 1967”. (BRAIN, site uol) http://pessoas.hsw.uol.com.br/woodstock.htm

O movimento hippie com suas comunidades e passeatas pela paz teve

força a partir de um grande acontecimento que foi o festival Woodstock, em 1969,

com vários shows que marcaram essa era, considerado o mais importante festival

de rock and roll da época.

A música exerce um papel muito importante na vida das pessoas,

sobretudo na dos jovens, pois os ajuda a enfrentar a tensão diária e a evitar a

pressão que eles sofrem. É uma fuga nos momentos de crise.

A cantora Madonna é um exemplo típico da beleza moderna:

“ várias vezes ela se reinventou, bebendo em

fontes tão diversas quando a beleza indiana e as beleza de Hollywood dos anos 30 e 40”. (FAUX, 2000, p.22)

2.5.1 REVISTAS, PUBLICIDADE E DESFILES DE MODA COMO REFERÊNCIA

DO BELO.

Em todos os tempos, a moda impôs seu estilo à beleza, e vice-versa. As

revistas de alta costura apresentavam uma versão de beleza escandalosamente

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rica, magra e inacessível para a maioria das mulheres. Essa imagem

desenvolveu-se nos anos 40 e 50. Já nos anos 70 a mulher era vista de forma

evolutiva por essas revistas, pois exerciam uma profissão, atendia ao um único

conceito: o vestido justo e básico. Nos anos 80 e 90 o estilo foi ainda mais longe

com seus básicos chiques fáceis de usar, com um aspecto mais sexy e natural.

O materialismo das revistas e dos comerciais dos anos 80 começou a ser

malvisto. Julgou-se de mal gosto a exibição de riqueza muito ostensiva,

condenada como falta ética. (FAUX, 2000, p.20)

O tom continuou sendo dado pelas top-models, mas numa linha

minimalista, preocupada com as proporções naturais do corpo. O modelo de

mulher exposta a partir de Kate Moss passou a ser criticada por seu corpo

esquelético e frágil, visto como uma publicidade em favor da anorexia e um objeto

de desejo pedófilo.

Um trabalho feito por alunos da Puc de campinas, em 2005, faz referência à

influência da revista “nova” nos padrões de beleza brasileiros. Nesse trabalho eles

analisam algumas edições da revista e afirmam que as fotos em sua grande

maioria apresentam mulheres esguias, morenas de cabelos lisos e compridos, em

geral corpulentas, as poucas imagens mostradas que podem ser consideradas

“feias”, são de tratamento de estética, estilo “antes e depois”. As capas na sua

maioria trazem uma mulher famosa vestida sensualmente com um fundo de cor

única e forte, para chamar a atenção.

Como afirma a primeira diretora de redação da revista, Fátima Ali:

“Ter uma sensação de liberdade do próprio corpo.

Por isso, nas capas de Nova as moças aparecem com as

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roupas bem decotadas e às vezes transparentes. As roupas extravagantes vão por conta da idéia de você fantasiar, de você romper aquela idéia certinha do dia-a-dia que você é obrigado a ter, para viver na sociedade. A postura da moça na capa de Nova, que é muito específica da revista, é de uma mulher que olha de frente, encarando quem quer que esteja olhando para a revista, mostrando segurança com esta postura direta, com esse olhar firme. Sempre, porém com certa doçura, os ombros reta, mostrando certa segurança de si própria, o peito aberto sem inibições, que uma moça de braços cruzados eventualmente não mostraria. O rosto de frente, também encarando as pessoas, e não de lado, que traria uma certa brejeirice. Também é uma moça que olha de cima, com presunção, não é uma moça que olha por baixo com timidez. É uma moça segura que encara a vida e as pessoas. Esta é a identificação que a leitora gosta. É isso que ela busca na revista. (Gazeta Mercantil 18/01/1987 apud MIRA 1997 p.202)

A revista influência não só através de fotos como nos textos escritos

associados as fotos. Que mulher não vai querer ter um bumbum durinho como fala

na revista ou uma barriguinha sexy? Os estudantes de Campinas analisaram as

frases:

“Quando palavras relacionadas ao corpo das

mulheres são utilizadas, também é traçado um padrão de beleza a ser buscado pelas leitoras de “Nova”. Por exemplo, quando o termo qualificador se refere aos quadris, foram encontradas expressões como "bumbum em pé", "bumbum-beleza", "bumbum avantajado", "bumbum lisinho" e "bumbum de bebê". Estes termos qualificadores foram citados como bons exemplos, algo que deve ser alcançado pelas mulheres. Ainda referindo-se aos quadris, mas de forma pejorativa, os termos utilizados foram "bumbum flácido" e "bumbum cheio de furinhos". Neste contexto, as matérias aconselham as mulheres que estes são exemplos que devem ser combatidos. Ainda referindo-se a partes do corpo das mulheres, outro exemplo são os termos qualificadores relacionados à barriga. Alguns dos termos encontrados foram "sua barriga vai parecer uma seda", "barriga sexy", "barriga que dá fama", "barriga chapada" e "barriga negativa". Novamente, as matérias utilizaram estes termos como algo a ser alcançado pelas mulheres, dando dicas de dieta e exercícios para que esta forma seja alcançada”. (Trabalho apresentado ao Intercom Júnior, 2005, p.7)

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Foi preciso um século para ampliar o leque da beleza até o que ele é hoje:

no momento em que a beleza chega à internet, o fluxo global das idéias, da

informação e da discussão deveria reduzir o tempo necessário a um progresso

exponencial. A beleza ganhou um rosto mais natural, individual, descontraído e

confiante.

2.5.2 A INFLUÊNCIA DO CINEMA

Foi no século XIX que surgiu o cinema, seu objetivo principal era registrar

acontecimentos e narrar histórias. A questão do figurino não era de tamanha

importância, mas a partir do momento em que os filmes passaram a ser

produzidos mais cuidadosamente, esse figurino passou a ter uma grande

importância tanto na função histórica como para dar realismo aos personagens da

trama.

Diretores e produtores passam a lançar figurinos para afirmar personagens, o exemplo de Grace Kelly que foi mitificada por seus trajes claros e luzes diretas. E essas personalidades estereotipadas acabam sendo transformadas em ícones e serem reproduzidos pela moda. (FALCÃO, 2006, p.01)

Nos anos 10 nos últimos brilhos Belle Époque (época de ouro da beleza e

inovação), as moças se inspiravam em fotografias das damas da aristocracia,

penteadas e vestidas segundo a última moda: Cintura fina e uma silhueta em “S”.

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Já nos anos 20, em sua forma popular posterior à Primeira Guerra Mundial,

o cinema se impôs como o gênero de distração preferido dos jovens. A

radicalidade da mídia respondeu a da nova tendência: vestidos e cabelos curtos,

maquiagem exagerada e trajes esportivos. Os anos 20 marcaram o inicio do que

consideramos como beleza moderna, e uma delas é a atriz Louise Brooks (a

primeira no cinema a usar cabelos curtos).

Durante trinta anos, Hollywood continuaria a exercer uma influência

preponderante sobre a definição do estilo e beleza. Jamais o estilo e charme

tiveram tanta força.

A sensualidade provocante de Marlene Dietrich ou

de Greta Garbo atingiu uma publicidade internacional. Com um olhar fraco, lábios desenhados, finas sobrancelhas arqueadas e cabelos sedosos determinavam o estilo e beleza daquela década (FAUX, 2000, p.12).

Jean Harlow foi a primeira estrela do cinema a tingir os cabelos de platinum

blonde, lançou com isso, uma tendência para sempre associada com Hollywood e

ainda copiada hoje em dia.

Segundo artigo “Cinema e Moda” de Sarah Falcão, a moda e o cinema têm

um grande elo em comum, eles são vendedores de sonhos. O cinema se

transformou em uma vitrine almejada pelas grandes marcas. “A roupa da

personagem do filme tornou-se um sonho de consumo. Porém o sonho de

consumo de uma forma de vida, não apenas da roupa, que é exatamente o

conceito que as grandes marcas tentam passar. Ao usar o vestido Givernchy, você

não é apenas diva dos cinemas, você é Audrey Hepburn usando um Givernchy,

olhando uma vitrine da Tiffany´s e comendo rosquinhas”. (FALCÃO, 2006, p.01)

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Exemplos de “idéias” vendidas pelo cinema:

- O chapéu usado por Indiana Jones no filme de Steven Spilberg fez a fabrica de

chapéus Curry ser a maior vendedora desse artigo até hoje.

- A moda praia começou a ser disseminada, e a praia começou a ser mais

utilizada depois que Brigite Bardot usou um biquíni xadrez que foi muito

copiado no filme “ E Deus criou a mulher”, em 1956.

- Por causa do filme “Os pássaros”. Alexander McQueen criou uma bolsa com o

nome “Novak”, inspirada em Kim Novak, que virou um clássico.

(FALCÃO, 2006, p.01)

2.6 A MÍDIA E O CONCEITO DE BELEZA

Com o surgimento da mídia como principais agentes para os novos rumos

de uma sociedade de consumo, passam a ver uma grande especulação da beleza

difundida por ela com objetivos meramente comerciais. Segundo artigo

“Perspectiva sobre beleza: o narcisismo e a mídia” de Carlos Eduardo Gomes, a

sociedade incentivada principalmente pelas revistas, TV e cinema, fez a mulher

assumir um duplo papel diante ao público: o de modelo identificador, vista por

outras mulheres e o de desejo, vista por homens. O que acabou enaltecendo não

somente seu tipo físico ideal como também atributos específicos como:

cosméticos, roupas e comportamentos. O telespectador passou a atuar de uma

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forma mais ativa, em caráter de identificação com aquele ideal encenado ou

através do simples desejo projetado.

A partir dessa busca por uma imagem idealizada, o indivíduo busca

reconhecimento no outro, ou seja, o seu “eu” não se reconhece enquanto tal,

senão através de sua imagem idealizada por outro. Segundo Paul Schilder, “nossa

própria beleza não contará apenas com a imagem que temos de nós mesmos,

mas também, com a que os outros constróem a nosso respeito, as quais tomarão

de volta. A imagem corporal é o resultado da vida social que temos”.

Quando encontramos pessoas sem muito acesso a informações, vemos um

destaque delas em seguir religiosamente alguns costumes impostos por um

veículo como a televisão, desde a cor do cabelo da mocinha até as gírias mais

marcantes. Pela falta de acesso desse segmento do público, a livros e outros

meios de conhecimento mais seguros, acabam buscando as informações sobre o

mundo e entretenimento exclusivamente na TV. A produção capitalista os mantém

tão bem presos em corpo e alma que eles absorvem sem resistência ao que lhes

é oferecido, acreditando que tudo ali passado é a verdade absoluta.

2.6.1 Estatísticas Sobre Pressão Mundial

The Nielsen Company é uma empresa de informação global e meios de

comunicação com posições de liderança no mercado e marcas reconhecidas em

informação e de marketing (ACNielsen), informação de meios de comunicação

(Nielsen Media Research), exposições comerciais e publicações empresariais

(Billboard, The Hollywood Repórter, Adweek). A empresa privada opera em mais

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de 100 países com escritórios centrais no Haarlem, Países Baixos; e Nova York,

Estados Unidos. (www.visa.com.br)

Foi localizado um estudo pela empresa sobre cuidados pessoais: a

utilização de produtos e tratamentos para a saúde e beleza e seu consumo global.

“Em uma sociedade aparentemente obcecada por pessoas bonitas e celebridades;

nas quais modelos impossivelmente magras desfilam em passarelas e imagens

retocadas estampam outdoors e capas de revistas; mais de dois terços dos

consumidores ao redor do mundo concordam que, atualmente, a pressão por uma

boa aparência é muito maior que na época de nossos pais” (NIELSEN, 2007 p.3).

The Nilsen Company pesquisou 25.408 consumidores usuários da Internet

em 46 mercados na Europa, Ásia - Pacifico América do Norte, América Latina e

Oriente Médio, em relação a seus hábitos de compra de produtos de saúde e

beleza e se os consumidores se sentem pressionados para terem uma boa

aparência.

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A pressão é particularmente sentida por três quartos dos entrevistados no

final da adolescência e com vinte e poucos anos.

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Adolescentes e consumidores com vinte e poucos anos declaram gastar

mais do que costumavam para estar sempre com boa aparência, entretanto no

extremo oposto da escala, quando mais se envelhece menos se gasta. A pesquisa

da Nielsen constatou que quanto mais velho menos interessado estava em investir

para valorizar a aparência.

A pesquisa constatou que as pessoas investem em cuidados pessoais por

muitas razões, mas o fazem principalmente para seu próprio bem-estar. Este é

particularmente o caso de 73% das mulheres e de todos os entrevistados na faixa

etária de 21 a 29 anos.

Três em cada cinco consumidores declaram investir em cuidados pessoais

para se sentirem melhor consigo mesmo, enquanto apenas metade deles declara

fazê-lo para serem atraentes para seus parceiros, e apenas dois em cada cinco

declaram fazê-lo para atrair um novo parceiro.

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Enquanto três quartos dos consumidores se sentem pressionados para ter

uma boa aparência, menos da metade declarou se preocupar em procurar

aparentar estilo o tempo todo. As mulheres ficaram igualmente divididas nesta

questão, com 58% dos consumidores na faixa etária entre 21 e 24 anos tendendo

mais a manter seus padrões de estilo pessoais. Quanto mais velho o entrevistado,

menos a tendência de tentar demostrar estilo o tempo todo.

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Ao redor do mundo, 87% dos brasileiros declararam se preocupar seu estilo

o tempo todo; seguidos pelos portugueses (79%) e gregos (76%). Na outra ponta

da escala de estilo, quatro em cada cinco pessoas em Hong Kong declaram não

se preocupar com seu estilo o tempo todo.

(Todos os dados desse item foram retirados do The Nielsen Company –

abril/2007)

2.7 DOENÇAS PSICOLÓGICAS

Doenças psicológicas são enfermidades da mente. Porém, isso não quer

dizer que não afetem gravemente o corpo físico do indivíduo. Anorexia, bulimia,

depressão, neurose, pânico, entre outros problemas da mente estão relacionados

a um estresse provocado a esse indivíduo. Uma pressão como a feita pela mídia

em relação a como se deve comportar, ser, agir e viver para ser aceito na

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sociedade, transforma pessoas saudáveis em pessoas mentalmente doentes, e

futuramente fisicamente enfermas.

Em uma escola, por exemplo, onde dentre todos os alunos magros existe

um único gordinho, normalmente crianças tem a terrível mania de colocar apelidos

nos colegas, e ele logo será chamado de “botijão de gás”, “rolha de poço” e etc.

Crianças sugam as influências muito mais depressa que os adultos e passam a

crescer com aquilo na cabeça; “eu sou gorda, não sou igual aos outros”.

Para a psicóloga Priscila Monaim da Silva, quando acontece algo assim

com uma garota muito jovem, chega uma hora em que ela nem é mais gorda, mas

ainda acha que é por causa da pressão que teve a infância toda.

“Essa ditadura da moda é muito cruel, pois pode

trazer sérios problemas para essa pessoa que ainda está em desenvolvimento. Se a pressão for muito grande quando ela tem, por exemplo, 13 anos, com seus 20 anos ela pode ainda não aceitar o jeito que é. Resultando em uma depressão profunda e graves traumas. A beleza deve estar relacionada com a alma e não com o estereotipo” (Silva, 2008)

Vamos pensar que um individuo assiste TV pelo menos 4 horas por dia, e

nessas 4 horas as jornalistas, as atrizes das novelas, as apresentadoras de

programas e as atrizes de filmes são todas magras, de cabelos lisos e loiros e

todo mundo diz que elas são lindas, isso acontece por tanto tempo que essa

pessoa passa a acreditar que aquilo é o que também acha ser o belo, e como o

ser humano tem a tendência de fazer às coisas para agradar os outros, passa a

querer se tornam igual a eles. Entretanto seu corpo não tem a mesma estrutura e

não pode ficar tão magra. Parar de comer, ou se arrepender de ter comido e

vomitar depois, ou até então, ficar deprimida, porque nunca vai conseguir ser igual

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às celebridades, tornam sua mente doente. E a partir daí, seu corpo vai ficando

fraco e doente também, pois não se alimenta direito, não descansa bem e nunca

está bom o suficiente. Este é um quadro que caracteriza uma doença psicológica.

Em entrevista a revista CNR – 3 notícias a nutricionista Dra. Renata David

Kitade afirma que:

O padrão de beleza imposto hoje em dia, principalmente às mulheres, tem limitado hábito alimentar de muitas delas. A magreza é vista pela sociedade como algo belo e adequado, porém é um conceito equivocado. Vários adolescentes acabam adoecendo por conta deste padrão e as famílias, muitas vezes, nem sabem que o filho está doente. O regime, a necessidade de emagrecer, faz com que a pessoa fique debilitada. É quando surge a doença conhecida como Transtorno Alimentar, que necessita de uma equipe multidisciplinar em seu tratamento, com acompanhamento nutricional, terapêutico, psiquiátrico e psicológico. (KITADE, OUT/NOV/DEZ 2006, N° 84)

“O ideal de magreza e a liberação ascética do corpo, na qual podem se

deixar ver a salvaguarda oculta do ego ideal e os efeitos do narcisismo primário

absoluto, é ainda mais coercitiva à medida que no corpo se manifesta o desejo

primitivo de incorporação e identificação primária, face ao qual exerce a função de

contra o investimento: assim, com freqüência, o orgulho anoréxico se inverte em

vergonha bulímica de maneira catastrófica”. (Bernard Brusser, 1999, p 54)

http://www.crn3.org.br/atualidades/revistas/arquivos/edicao_084_entrevista.pdf

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2.7.1 Anorexia

Anorexia é uma doença psicológica em que o indivíduo induz a falta de

absorção de alimentos. Uma pessoa anoréxica simplesmente se recusa a comer e

com o tempo passa a não conseguir mais ingerir alimentos, por causa de uma

recusa que seu organismo faz contra o alimento.

A doença ocorre na adolescente após a

puberdade, atingindo mais o sexo feminino. Ocorre uma acentuada perda de peso induzida, e um grande medo intenso de engordar ou de ser gorda. A garota anorexica possui um forte desejo de emagrecer, e acaba com alterações muito acentuadas na imagem corporal e amenorréia, ou seja, uma ausência de menstruação por três meses ou mais. (COBELO, SCHOMER, CORDAS, FLEITLINCH E GUIMARÃES, 1998. p.17)

A adolescência é um período de mudanças sociais, emocionais e físicas

importantes (puberdade) e, portanto a jovem terá que se readaptar a sua imagem

corporal, juntamente com sua imagem global e seu papel na sociedade. Nas

jovens que desenvolvem anorexia nervosa, o julgamento de sua imagem corporal

mantém-se alterado, fazendo-a sentir-se com as formas maiores do que são na

realidade.

Com a perda de peso auto-induzida a alteração da imagem corporal das

jovens, contribui para que essas mantenham a dieta iniciada e estas passam a

executar atividade físicas excessivas e/ ou utilizar medicamentos a fim de perder

peso, como laxantes, diuréticos ou moderadores de apetite. Estatísticas

compravam que jovens com anorexia nervosa induzem o vômito para forçar o

emagrecimento. (COBELO, SCHOMER, CORDAS, FLEITLINCH E GUIMARÃES,

1998. p.18)

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2.7.2 Bulimia

Cerca de 90% dos casos de bulimia são em mulheres, principalmente

aquelas no início da adolescência e jovens entre 20 e 30 anos. Como a anorexia,

a bulimia nervosa apresenta causas complexas, nas quais fatores psicológicos e

socioculturais interagem. A pessoa com esta doença consome uma grande

quantidade de alimento, freqüentemente de forma incontrolável e rápida. Uma

bulímica pode ingerir entre 1000 e 6000 calorias ou mais em um simples e breve

episódio bulímico, a maior parte da comida é constituída de doces, rica em

calorias e com textura que permite que desça rápida e facilmente. Acontece

também um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar

durante os episódios bulímicos. Uma vez ingerido essas calorias a pessoa que

sofre dessa doença sente-se culpa e força o vomito. Uma “falsa solução” que

passa a virar uma mania, um costume e depois se transforma uma obsessão e

uma doença (Fleitlinch e Guimarães, 1998, p. 26 e 27)

Bulímicas se parecem com anoréxicas na sua obsessão por comida, sua

excessiva preocupação com a forma corporal e o peso, assim como com seu

medo de serem ou de se tornarem gordas. Bulímicas podem emagrecer durante a

doença, geralmente seu peso não cai abaixo do mínimo para sua altura e idade. A

forma corporal da bulímica não aparenta ser diferente. Uma pessoa bulímica em

geral é extremamente vaidosa, porém muitas vezes esconde o corpo sob roupas

folgadas, acreditando-se “acima do peso” e tendo vergonha de vestir roupas

apertadas ou de banho. (Cordas e Cobelo, 1998, p. 28)

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2.7.3 Complexo de Inferioridade e Depressão

Para a nutricionista Renata David Kitade, a necessidade de agradar as

outras pessoas leva o indivíduo à doença e afirma que a participação nessa

vontade de estar dentro dos padrões é muito grande:

Dentro dos aspectos emocionais, a necessidade de

corresponder às expectativas dos outros e o perfeccionismo, como ter um corpo magro e belo seguindo os padrões da nossa sociedade, levam a pessoa a ficar doente. “Os Transtornos Alimentares podem estar ao lado de outros transtornos como depressão e transtorno obsessivo compulsivo. Chamamos isto de comorbidades.O baixo peso também pode causar depressão. Na minha opinião, o trabalho com os Transtornos Alimentares deveria ser muito mais preventivo, com a participação de diversos setores da sociedade e mídia em geral” (KITADE, OUT/NOV/DEZ 2006, N° 84)

Depressão é doença. Não é frescura, pode resultar em graves problemas

para vida, principalmente de um jovem. Deve ser tratada como qualquer outra

enfermidade. O importante é saber definir a diferença entre tristeza e depressão,

se for diagnosticado como depressão, a medicação e tratamento psicológico

devem ser feito com urgência.

Os sintomas mais comuns da depressão são: apagadores, fadiga, dificuldades de concentração, isolamento, dores crônicas e sem motivo clinico, irritabilidade, insônia ou excesso de sono, auto – imagem negativa, falta de apetite e impulsos suicidas. (TELES, p.14).

A ilusão do querer ser grande, o desejo de estar dentro dos padrões sociais

inseridos na nossa sociedade marca profundamente as pessoas, as fazendo sentir

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como se estivessem em um buraco vazio, onde se agigantam e agitam os

fantasmas da ansiedade e da depressão. (TELES, p.22)

Se adultos sentem-se envergonhados e vitimas de preconceito em relação

a seus corpos fora do padrão, o que aconteceria com uma criança em formação

físico e intelectual. Cresce o número de “pequenas” vítimas de depressão,

crianças que deveriam estar se divertindo sem muitas preocupações se fecham

em seus mundos por medo da rejeição.

A pessoa pode, na depressão, apresentar uma perda significativa de peso e sucessivos sentimentos de autodepreciação e ameaças ou tentativas de suicídio. A própria depressão e o gesto suicida são uma espécie de pedido de socorro de uma pessoa que não esta suportando “levar a vida” sem ajuda. Geralmente, por trás da depressão está muita frustração, muitos desejos não realizados. (TELES, p.15).

A primeira coisa para que o individuo esteja bem com o mundo e com as

pessoas é estar bem consigo próprio. O que significa gostar de si, de seu corpo,

aceitar-se e ter autoconfiança, algo bastante difícil para o jovem que, nessa fase,

tem um corpo que demora a se definir, tateia num mundo novo e não sabe como

responder às demandas que lhe são feitas. (TELES, p. 35).

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2.8 PROBLEMA

Como podemos mostrar ao público os perigos de tentar ser um ícone de

beleza? Como lançar o debate sobre as questões referentes aos padrões de

beleza imposta pela mídia e a interferência deles no comportamento dos jovens.

Como mexer em algo que é muito sensível para todos os seus espectadores?

É muito fácil e simples apontar que a mídia corrompe a percepção da realidade.

Porém a própria admite a situação, e a retrata. A grande questão seria como

entender a co-dependência do ideal de beleza social e a perigosa construção

desse ideal pela mídia regida por padrões econômicos. E como falar a um público

que reconhece o problema mas não sabe superá-lo?

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

- Conscientizar os jovens sobre os padrões de beleza impostos pela mídia.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Apontar alguns mitos da beleza no decorrer da história;

- Apresentar pesquisas sobre mulheres que querer se tornar “perfeita”;

- Mostrar as doenças psicológicas decorrentes desse vício de estar com o corpo

na moda;

- Passar definições dos conceitos do belo;

- Criticar e mostrar a influência dos meios de comunicação na criação dessa

beleza pré-fabricada;

- Mostrar o porquê dessa influência;

- Entender o que as pessoas envolvidas na moda pensam a respeito;

- Apontar algumas situações da história que influenciaram a sociedade;

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4 JUSTIFICATIVA

Hoje o padrão proposto pela publicidade e pela mídia é a top model de

figura longilínea e magra, do tipo Gisele Bündchen, Cláudia Schiffer ou Cindy

Crawford, ou estrela de cinema estilo Sharon Stone ou Júlia Roberts. Depois de

várias pesquisas, a equipe constatou que há uma carência de produtos sérios e

aprofundados sobre o assunto, principalmente voltados para o público jovem. É

necessário mostrar todos os problemas que essa compulsão por um corpo

considerado “perfeito”, pode causar.

A pressão social para se atingir esse ideal de beleza é de tal magnitude,

que leva milhões de pessoas no mundo inteiro a gastarem fortunas em cosméticos

ou a recorrerem á cirurgias plásticas e academias como recurso para enquadrar-

se no padrão de beleza imposto pela mídia. Algumas dessas pessoas entram em

grandes dietas passam a ficar sem comer ou vomitam o que comeram. Entram em

grandes depressões e se tornam compulsivas em relação ao corpo perfeito.

Meninas com 10 anos já estão querendo ficar magras a todo custo, mesmo que

sua estrutura corporal não sustente tanta magreza, acabam desenvolvendo

distúrbios como anorexia e bulimia. Essas se tornaram ao longo do tempo as

principais doenças da moda, mulheres doentes por uma beleza pré - fabricada,

doentes por um corpo irreal, sem formas e muitas vezes sem vida. Essas doenças

levam muitas mulheres e meninas à morte.

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Segundo Lenita Vennante, professora de Português da 8° e diretora

pedagógica do Colégio Stella Maris, essa influência é vista cada vez mais cedo

dentro das salas de aula;

“Como são muito jovens (13-14 anos) observa-se que apreciam

determinadas artistas, ás vezes imitam-nas na forma de se vestir, falar ou repetem

seus trajeitos. Percebe-se o interesse das meninas em sala de aula, pois trazem

fotos, revistas, conversam e até escrevem seus celebridades preferidas".

Segundo o professor de História da 8º serie do Colégio Stella Maris,

Hor-Meyll T. Leite Junior, o mais interessante é ver as meninas vestidas como

suas personalidades preferidas;

“É visível em sala de aula a busca das meninas por uma beleza fabricada

pela mídia, através de acessórios que compõe o vestuário das celebridades e que

são comercializados como instrumento de beleza, são muito usados nas escolas

principalmente nas meninas de 6°, 7° e 8° series”.

Com esse documentário pretende-se mostrar a influencia do mundo da

moda e da beleza idealizada pela mídia e que a verdadeira forma de belo é

totalmente relativa. Alertando que esse complexo gerado pela mídia ao fazer com

que as pessoas queiram ter um corpo perfeito pode acarretar muitos problemas,

físicos e psicológicos.

A proposta é esclarecer os adolescentes sobre os perigos de acreditar nos

padrões de beleza, que é normalmente um dos primeiros passos para algumas

das terríveis doenças psicológicas de que temos notícia. Se sentir inferior as

outras pessoas, por ser um pouco mais gorda ou mais magra do que o normal,

pode acarretar sérios distúrbios e é exatamente isso que se deve evitar desejar

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ser como não é, pode virar um grande problema. E isso não faz sentido, pois

décadas iram se passar e levará com ela, a moda atual, trazendo muita coisa

nova.

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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para dar sustentação teórica ao projeto experimental “Quero ser Madonna”,

foram utilizadas obras de autores consagrados das áreas específicas que

envolvem o projeto. O embasamento teórico é fundamental para o

desenvolvimento de um trabalho científico, pois dá credibilidade para os assuntos

abordados e comprovam uma pesquisa na área. Para fazer esse trabalho usamos

fundamentações teóricas, as áreas de determinação de imagem, imagem na

comunicação, jornalismo e a imagem e o documentário.

5.1 A MÍDIA

A palavra mídia ou media significa “aquele que está no meio”. Quando nos

referimos aos meios de comunicação estamos associando-os aos instrumentos

que usamos para realizar um processo de comunicação em massa. Como por

exemplo, a Televisão, o rádio, o jornal, revistas, cinema, TV digital, internet e etc.

Segundo a professora Denise Stacheski, mídia é todo o meio (juntamente

com um canal) que transmite uma informação, normalmente com o intuito da

comunicação e do convencimento a outro ponto/receptor.

Uma característica típica dos meios de comunicação de massa é a

possibilidade que apresentam de atingir simultaneamente um grande número de

pessoas. Para alguns, os primeiros meios de comunicação de massa foram os

livros. No século passado onde a mídia se expandiu não havia a ideia de que a

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difusão da informação deveria ocorrer em tempo real, mas que deveria haver um

intervalo de tempo limitado entre a emissão da mensagem e a sua recepção.

A imprensa no Brasil teve seu surgimento tardio caracterizado pela

ausência de burguesia e capitalismo. Seu surgimento foi decorrente da chegada

da família real, em 1808 e tinha como objetivo passar as informações do que

acontecia com a realeza, como se fosse um diário. (SEABRA, 2002, pág. 01)

“Sendo que o primeiro jornal do país, o Correio

Braziliense, era editado na Inglaterra e proibido de circular em território nacional. O segundo jornal brasileiro, A Gazeta do Rio de Janeiro era uma espécie de Diário Oficial da Coroa Portuguesa”. (SEABRA, 2002, p.01)

5.2 A IMAGEM

Imagem é a representação gráfica, plástica, fotográfica, cinematográfica e

televisiva de uma pessoa, um objeto ou uma cena (Novo Dicionário Aurélio -

1988).

Não há duvida que a relação com a imagem é muito antiga. A partir de

desenhos rupestres, os antepassados deixaram gravadas as primeiras expressões

de cultura. De lá para cá muitas transformações ocorreram, e a evolução da

imagem foi firmando sua credibilidade.

Com o surgimento da televisão, essa relação (homem e imagem) mudou o

mundo. Tudo que antes era informado pelos jornais, revistas e ouvido pelo rádio,

passa a ganhar vida televisiva e vista como se estivesse acontecendo dentro de

cada casa. O que maravilhou a todos e ganhou a preferência nacional. Hoje

segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do ano de 2002,

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cerca de 90% da população brasileira possui uma televisão em casa, e cerca de

150 milhões de brasileiros não têm acesso a outro veiculo de comunicação que

não seja a televisão, e muitos outros mesmo tendo acesso preferem a notícia na

forma televisiva.

“... há uma proporção muito importante de pessoas que não lêem nenhum jornal; que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações. A televisão tem uma espécie de monopólio de fato sobre a formação das cabeças de uma parcela muito importante da população”. (BORDIEU, 1997. Pág.23)

Eugênio Bucci em “Videologias” mostra uma televisão que revolucionou a

sociedade quando surgiu nos anos 50, e a cada evolução foi se tornando o meio

de comunicação que formava opiniões, e até hoje dita tendências, modas, estilos.

“Foi a televisão que forneceu ao brasileiro a sua auto - imagem”. (BUCCI, 2005,

p.26)

“Pelas novelas, a televisão, além de delimitar o espaço público, começou a alimentar o repertório do espaço privado: olhando para a tela, as mulheres aprenderam a se vestir e os adolescentes aprenderam a namorar; diante da TV, os brasileiros começaram a sonhar seus sonhos modernos”. (BUCCI, 2005)

5.3 A IMAGEM COMO COMUNICAÇÃO

Não podemos considerar a imagem como um objeto, nem como um

espaço. Para André Parente é a linguagem que faz da imagem um objeto. “Se a

imagem se torna um objeto, é melhor falar a linguagem que se lhe impõe, e que

diz: eis meu corpo (realidade empírica ou transcendental). Conhecemos a imagem

por esse sinal, em função do que através dela se faz dizer, a imagem como um

lugar próprio, uma idéia distinta”. (PARENTE, 1993. p.29)

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“Hoje com a industrialização da imagem, a imagem pensa em nosso lugar. Havíamos feito da imagem nossa morada, doravante ela faz de nós sua morada, uma morada onde o hospede, há muito tempo passou a ser um convidado indesejável. Perdemos de fato a terra, o aqui e agora da experiência sensível, devemos nos conformar com um novo corpo que nos emprestam, com uma roupa de dados que determina as possibilidades de uma ação já programada? “(PARENTE, 1993. p.29)

As noticias antes lidas em linhas sem vida, ganham cores, formas e

movimentos. O que as torna muito mais reais e convincentes. Para Julio Plaza, a

imagem passa a não ter só a função de registrar o imaginário, de significar e de

dar sentido ao mundo, passa a ser usada como meio de registro de conhecimento.

5.4 A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA NA IMAGEM

O estudioso e teórico canadense Marshall Mcluhan quando fala sobre a

mídia, seus impactos e o comportamento do receptor, diz “O comportamento da

TV, é inexplicável para as pessoas condicionadas pelo meio quente do jornal, que

vive do conflito de opiniões e não do envolvimento em profundidade numa

situação”. (MCLUHAN, 1964. p.347)

A televisão está envolvida com as transformações culturais do Brasil, mas

que isso, este é o meio de comunicação de massa responsável por determinar

para o público como seria o “certo” a pensar.

“(...) as instituições dominantes têm de prover e até

mesmo criar as necessidade de multidões e de participantes anônimos da mesma forma que desenvolvem mecanismos eficazes para controlar essas massas humanas, faze-las produzir, consumir e se conformar com seus destinos e sonhos”. (SANTOS, 1999. p.66)

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Com base na citação feita por Santos, podemos ver a influência que a mídia

têm sobre o público. Com base nisso pode-se analisar o perfil psicológico do que

se entende como impacto sobre o público, influenciando-os na forma de vida.

Para a apresentadora e jornalista Carla Lima, comportamentos nos quais

achamos que são somente de nossa vontade e não de outras influências, acaba

sendo inserido em nossa vida sem que percebamos e fazendo parte do nosso

cotidiano. “Acaba sendo involuntário, precisamos saber analisar o que é bom e

ruim na televisão”, afirma ela.

Segundo o jornalista e apresentador Gilberto Campos em entrevista para a

nossa equipe, a televisão influência as pessoas por ser o meio mais utilizado das

pessoas que não tem melhores condições:

“(...) quantos dias em uma semana você fica sem

assistir TV? No Brasil a televisão sempre foi uma grande janela para ver o mundo mais de perto. Garantiu informação e entretenimento de forma gratuita. Foi o jornal, o teatro, o cinema, o estádio, até a escola de quem não tinha melhores condições. Até hoje serve de espelho, uma referência para os padrões e comportamentos. Tem, para o futuro, o desafio de disputar esse poder com o avanço da Internet”. (CAMPOS, 2008)

Para Eugênio Bucci e Maria Rita Kehl, a TV une e iguala, no plano do

imaginário, um país cuja realidade é constituída de diferenças, conflitos e

contradições violentas. A TV conseguiu produzir a unidade imaginária onde só

havia disparates materiais. Ela cria um lugar em que o povo gostaria de viver, e

ele por sua vez acredita que aquilo é o que realmente está acontecendo no seu

país, pois é aquilo que a televisão está passando. Sem essa unidade, a televisão,

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o Brasil não se reconheceria como Brasil. Ou, pelo menos, não se reconheceria

como o Brasil que tem sido.

“As novelas exercem uma função capital. Foram elas que infundiram nos brasileiros o hábito de ver TV. Ligar a TV todas as noites tornou-se algo tão essencial como jantar todas as noites. Entre os anos 1970 e 1980, as novelas eram capazes de prender mais de 70% dos telespectadores. Eles inventariaram, consolidaram e sistematizaram o repertório da vida privada do brasileiro: vendo novelas, as mulheres de classe média aprenderam a se vestir e a comprar o sofá da sala, as famílias mais pobres tiveram noções de controle de natalidade, os adolescentes aprenderam a namorar” (BUCCI, 2005. p.224)

Segundo a radialista e professora de Rádio e TV, Patricia Brum, tudo aquilo

que é “mostrado” na TV tem uma importância muito maior para nós do que se

fosse apenas dito. Por isso sofremos tal influência. “Damos maior importância

quando um meio de comunicação em massa nos expõe tal problema, coisa que

muitas vezes foge da verdadeira realidade. Somos iludidos por uma falsa

realidade o tempo todo, isto é a televisão”, declara a professora.

5.5 O JORNALISMO E A IMAGEM

Se antes a fotografia trouxera uma grande alteração na percepção da

informação, a televisão trouxe a dinâmica. Pedro Celso Campos, professor da

UNESP, faz um breve relato da história do Telejornalismo no Brasil. Aponta como

primeiro telejornal brasileiro o Imagens do Dia que nasceu com a TV Tupi de Assis

Chateaubriand (Diários Associados) em 19 de setembro de 1950. Possuía um

formato simples, onde o locutor Rui Resende produzia e redigia as notícias e

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algumas notas tinham imagens feitas em filme preto e branco, sem som. O

Telejornal durou um ano.

Segundo o professor, o primeiro jornal de sucesso da televisão brasileira foi

o Repórter Esso, também da Tupi. Foi para o ar em 17 de junho de 1953 e

permaneceu até 1970, com sua inesquecível vinheta de abertura (“Aqui fala o seu

Repórter Esso, testemunha ocular da História”), apresentado pelos locutores de

rádio: Kalil Filho e, depois, Gontijo Teodoro.

No final da década de 60, as inovações tecnológicas vindas dos EUA,

transformaram o telejornalismo brasileiro. Criado por Armando Nogueira o Jornal

Nacional, da Rede Globo de Televisão, estreou em 1º de Setembro de 1969,

tornando-se líder de audiência. “O Jornal Nacional foi o primeiro a apresentar

reportagens em cores, o primeiro a apresentar reportagens internacionais via

satélite no instante em que os fatos ocorriam”. (CAMPOS, 2003. p.01)

“Em 1977 a Globo São Paulo colocou no ar um jornal de serviço: Bom Dia São Paulo. Que incorporou novas tecnologias: foi o primeiro a usar a UPJ (Unidade Portátil de Jornalismo) com repórteres entrando ao vivo de vários pontos da cidade, transmitindo informações de serviço como tempo, trânsito, movimentação da cidade, aeroporto etc. O sucesso deu origem ao Bom Dia Brasil, em 1983”. (CAMPOS, 2003. p. 01)

A história do telejornalismo brasileiro destaca, também, o TJ Brasil, lançado

em 4 de setembro de 1988, no Sistema Brasileiro de Televisão- SBT. Também se

inspirou no formato americano ao inovar com a figura do âncora Boris Casoy.

Também em 1997 a televisão brasileira ganhou outro jornal importante, o Jornal

da Band, igualmente influenciado pelos costumes americanos, apresentado por

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Paulo Henrique Amorim, com um estilo forte e opinativo, com informações

exclusivas e ao vivo. (CAMPOS, 2003)

A imagem transformou o jornalismo. Com o surgimento das imagens

televisivas e a criação do telejornalismo, a aparência de realidade da imagem

televisiva e a sensação de acesso direto ao mundo, ao vivo e em movimentos, se

tornaram padrão. Guilherme Jorge de Rezende em “telejornalismo no Brasil: um

perfil editorial” analisa a palavra e imagem no telejornalismo. Para ele a ação

hipnótica exercida pela TV pode fazer com que uma pessoa que inicialmente

queria assistir um programa determinado passe a tarde toda vendo toda a

programação da rede. (REZENDE, 2000, p.31).

É necessário lembrar, ainda, que no telejornalismo o papel da palavra é dar

apoio à imagem. O texto só tem sentido quando está casado com a imagem,

quando se relaciona com ela, quando não entra em conflito com ela. Ambos

precisam se completar, ao invés de caminharem em paralelo, pois neste caso um

não faria falta ao outro. (CAMPOS. 2003)

A função do jornalista é transmitir para a sociedade informações do que

está acontecendo no seu cotidiano. A teoria do espelho define o bom jornalista

como um observador desinteressado, que relata com honestidade e equilíbrio tudo

o que vê cauteloso para não emitir opiniões pessoais. (VIZEU, 2005) Depois do

surgimento dos telejornais essa função do jornalista passa a ser muito mais clara,

pois o profissional passa a mostra com imagens o que está ocorrendo, o que faz

ser mais fácil a aceitação e a crença em suas palavras.

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5.6 O PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE

Para se tornar um profissional de jornalismo é preciso ter muita

responsabilidade, pois sua função é passar informações e ser um espelho da

sociedade e do que acontece nela. Mudar ou não opiniões sobre determinados

assuntos e se informar dos acontecimentos do mundo. Por isso a base é a

veracidade passada pelos jornalistas.

“(...) as raízes da responsabilidade estão no fato de

que somos, ao mesmo tempo, seres individuais e sociais cujas decisões e ações inevitavelmente afetarão os demais. O próprio fato de que tem capacidade ou poder de influenciar ou serem influenciados pelos outros, de modo profundo, para o bem ou para o mal, exige que nos comportemos de modo reciprocamente responsável, para que a própria sociedade subsista. Quanto maior for o nosso poder ou capacidade de influenciar os outros, mais pesados serão os nossos deveres morais. Este é o fundamento geral para a noção da responsabilidade”. (HODGES, 1986. p. 19)

Alberto Dines afirma que o esse profissional também exerce um papel de

instrutor, pois como o processo de informar é formador de opinião, o jornalista

passa a ser um educador. (1986 p. 118).

O jornalista é mais que um qualquer na sociedade, ele se torna um

participante ativo na construção da realidade. Para Louis W. Hodges, citado no

projeto de conclusão de curso Documentário: Fala Sério, o jornalista além de

todas essas atribuições, é também um observador.

O jornalismo passa a ser uma profissão social, uma ponte de ligação entre

sociedade e fatos.

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“Uma vez que nem todos os cidadãos podem ter acesso direto aos poderes constituídos – executivo, legislativo e judiciário – eles necessitam de alguém que observe em seu lugar como o governo cuida de seus interesses. Jornalistas são aqueles que observam por nós e nos informam sobre os nossos governantes. (...) eles constituem portanto um elo prático vital na cadeia das comunicações”. (HODGES, op.cit., p.24)

Complementando isso, Cremilda Medina define jornalista como um vaso

comunicante. Para ela, o profissional de jornalismo é “o canal por onde passa a

informação, é filtrada e preparada para atingir o maior numero de pessoas

possível”. (MEDINA, 1982, p. 110)

Na opinião da jornalista Simone Bello, a ética deve ser a maior busca do

jornalista de hoje:

“Embora muitos veículos de comunicação tenham esquecido o papel do jornalista é em função da censura. O profissional desta área tem o dever de ser imparcial diante da informação. Mostrar sempre os dois lados da noticia e relatar a população fatos que possam proporcionar e despertar o raciocínio e a reflexão. Melhorar os seus direitos e deveres. Acima de tudo ser ético, buscar sempre a verdade dos fatos, independente de qual seja o interesse do veículo de comunicação onde trabalha”. (BELLO,2008)

5.7 REPRESENTAÇÃO SUBJETIVA DA REALIDADE

A palavra documentário se refere a documento, que vem do latim “doccere”

que significa ensinar. O documentário ensina através de fatos, imagens e

depoimentos, e constrói assim uma ligação da história com o publico. É um filme

que se propõe como um discurso a respeito do que chama de mundo: que mundo

é esse e como esse discurso se organiza é um problema de cada documentário

individualmente.

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“Documentar já é ensinar, mostrar, divulgar,

estabelecer. É assim duplo o comprometimento do documentário sobre o autor com a escola ou com a “instrução informal do povo”: primeiro, por ser documentário, gênero que se afirma instrutivo nos seus propósitos, optar pelo documentário será embarcar na sua proposta educativa (formal ou informal), ou então discuti-la, se é que isso é possível dentro do próprio gênero.” (CESAR, 1980, P.9)

5.8 O QUE É UM DOCUMENTÁRIO?

Documentário se caracteriza pelo compromisso com a realidade, mas assim

como o filme de ficção, ela não representa a realidade nua e crua, ´considerada

uma representação parcial e subjetiva da realidade.

Para Dorival de Paiva Chrispim, produtor do programa Mesa Redonda, da

Tv Transamérica, a definição para documentário é:

“Documentário é um gênero do cinema que tem

como principal característica explorar os detalhes reais. O que não significa dizer que a ficção está proibida. No documentário fatos subjetivos da nossa realidade também pode ser trabalhados, ou seja, como em tudo na vida o que vale mesmo é o talento e criatividade”. (CHRISPIM, 2008)

Uma das definições mais aceitas é que se trata de um gênero audiovisual

que registra situações quotidianas Sivio Darin (2004), cita a definição da Word

Union of Documentary:

“(...) Todo método de registrar em celulóide de qualquer aspecto da realidade interpretada tanto por filmagem fatual quanto por reconstituições sincera e justificável, de modo a apelar seja para a razão ou emoção, com objetivo de estimular o desejo e a ampliação do conhecimento e das relações humanas, como também colocar verdadeiramente problemas e suas soluções nas

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esferas das relações econômicas, culturais e humanas”. (DARIN, 2004, p.16)

“O documentário é mais que uma reprodução da realidade, é uma

representação do mundo em que vivemos. Representa uma determinada visão do

mundo, uma visão com a qual talvez nunca tenhamos deparado antes, mesmo

que os aspectos do mundo nela representados nos sejam familiares. Julgamos

uma reprodução por sua fidelidade ao original, porém julgamos uma

representação mais pela natureza do prazer que ela proporciona, pelo valor das

idéias ou do conhecimento que oferece e pela qualidade da orientação ou da

direção, do tom ou do ponto de vista que instila. Esperamos mais da

representação que da reprodução”. (NICHOLS, 2005, p. 47 e 48)

Todo filme é um documentário. Mesmo a mais extravagante das ficções

evidencia a cultura que produziu e reproduz a aparência das pessoas que fazem

parte dela. Para Bill Nichols em a Voz do documentário, “poucos documentaristas

estão preparados para admitir, através do tecido e da textura de sua obra, que

todo filme é uma forma de discurso que fabrica seus próprios efeitos, impressões

e pontos de vista”.

“Na verdade podemos dizer que existem dois tipos de documentários. O documentário de satisfação de desejos: que são os filmes que mostram de forma tangível nossos desejos e sonhos, expressando aquilo que desejamos ou tememos que a realidade seja ou possa vir a ser. Oferecendo-nos mundos a serem explorados ou simplesmente nos deliciar com o prazer de passar do mundo que nos cerca para esses outros mundos de possibilidades distintas, conhecidos por nos como ficção. E o documentário de representação social são os que normalmente chamamos de não-ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Torna visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social”. (NICHOLS, 2005, p.26)

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Em seu projeto experimental “Y-ATA-OBÁ – O Reinado do Rosário”,

apresentado em novembro de 2000 Luciana Rodrigues d’Anunciação, Jornalista

formada pela UFMG, destaca bem a história do documentário.

“Em 1913, o explorador Robert Flaherty foi

convencido por Sir William Mackensie, seu contratador, a levar uma câmera para registrar sua terceira expedição. Como resultado, quase dez anos depois, em 1922, Nanook of the North, surgiu como o primeiro longa com uma estética própria e capaz de manter uma linha narrativa. Repudiando os pseudo-documentários que eram reconstituições em estúdio ou que tinham o próprio explorador como personagem principal, Flaherty parte da observação para mostrar a vida de uma família esquimó. Seu filme é considerado o ‘protótipo de um novo gênero’”. (ANUNCIAÇÃO, 2000)

Mas como Luciana afirma foi o escocês John Grierson, fundador da escola

documentarista inglesa quem começou a formalizar e normalizar o documentário

enquanto produto, atribuindo-lhe a função social de instrumento de educação das

massas e de formação da opinião pública. Grierson foi crítico, teórico e produtor

de documentários. Em seus artigos fundamentou o que hoje chamamos de

documentário clássico O filme Drifters, de 1929, fala sobre o trabalho dos

pescadores de arenque, é o único dirigido por Grierson.

Entretanto para Vertov, o cinema também tinha a função social de educar, mas

sua estética e temática passavam a quilômetros de distância da proposta de

Grierson. Enquanto o documentário inglês era de propaganda do império, o

cinema soviético, inspirado na arte futurista, era um elogio a tecnologia. Se os

ingleses eram de uma formalidade técnica, os soviéticos tinham no improviso e na

exposição da câmera sua marca. O "Cinema-olho" russo era rigorosamente contra

as encenações e dramatizações, toleradas e largamente utilizadas por Grierson.

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Em O Homem da Câmera, realizado também em 1929, Vertov explicita sua visão

sobre o cinema.

Para João Moreira Salles em um encontro com alunos de Comunicação

Social da PUC, registrado no site www.cenaporcena.com.br

“O documentário é um gênero em que você tem a

possibilidade de refletir sobre a realidade de uma maneira delicada, íntima. E o seu público geralmente é um público que está interessado em discutir a realidade que está sendo mostrada. O público de documentário é um público mais qualificado. Mas é um gênero menor, pequeno. No Brasil ele se torna cada vez menor, muito em função da segmentação da televisão brasileira”.

Embora haja muita dificuldade da maioria do publico observar as diferenças

entre documentário e reportagem especial, elas existem. Segundo a professora e

jornalista Sandra Nodari (2004), em artigo publicado na Revista Significação e

citada no projeto Documentário: Fala Sério:

“(...) prova disso é que o Globo Repórter para muitos é considerado um programa de documentários, embora para qualquer pessoa que conheça um pouco mais da linguagem do cinema não seja difícil classificar como reportagens especiais”. (NODARI, 2003, p.167)

Segundo Nichols na história do documentário, podemos identificar no

mínimo quatro estilos, cada um deles com características formais e ideológicas

distintas. O estilo de discurso direto da tradição griersoniana, foi a primeira,

utilizava uma narração quase sempre arrogante. Em muitos casos, essa narração

chegava a dominar os elementos visuais, embora pudesse ser poética e

evocativa.

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O segundo, o cinema direto, prometia um aumento do “efeito verdade”

graças à objetividade, ao imediatismo e à impressão de capturar fielmente

acontecimentos ocorridos na vida cotidiana de determinadas pessoas.

Aproveitaram as novas possibilidades técnicas e puderam produzir um diálogo

sincrônico nas locações. Nos filmes de puro cinema direto, o estilo busca tornar-se

“transparente”, como o estilo clássico de Hollywood – captando as pessoas em

ação e deixando que o espectador tire conclusões sobre elas sem a ajuda de

nenhum comentário, implícito ou explícito. (NICHOLS ,2005 pag. 48)

No terceiro estilo existia o discurso direto, onde o personagem ou narrador

falava direto com o espectador, através da câmera, geralmente em forma de

entrevista. E o mais novo dos estilos o documentário auto- reflexivo mistura

passagens observacionais com entrevistas, a voz sobreposta do diretor com

intertítulos, deixando patente o que esteva implícito o tempo todo: o documentário

sempre foi uma forma de re-presentação, e nunca uma janela aberta para a

“realidade”. (NICHOLS, 2005, pag 49)

O documentário, portanto é uma forma de atrair a atenção do publico para o

que está ao redor, por meio de imagens e falas. Compreende-se que o

documentário assume a voz do personagem. Portanto, o jovem deverá sentir-se

fazendo parte dessa criação e a mensagem será melhor interpretada se esse

processo fosse feito.

Utilizar recursos de cor e movimento, aliados a uma linguagem adequada,

são os recursos mais apropriados para uma boa transmissão de mensagens aos

jovens. Um dos meios mais utilizados hoje para se falar com jovens é o vídeo clipe

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que se assemelha muito com o documentário pela liberdade de criação que o ator

tem.

Por esses motivos a escolha do documentário para falar com o jovem,

liberdade de imagem, cor e diversão estarão muito presentes no projeto “Quero

ser Madonna”.

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6.0 METODOLOGIA

Esse trabalho foi feito em etapas, o objetivo é mostrar passo a passo como

tudo foi selecionado para a construção desse projeto. O tema foi escolhido com a

junção dos gostos e idéias das duas componentes da equipe, uma escolheu a

influência da mídia na sociedade e outra a história da beleza. As idéias foram

unidas e ficamos com o tema a influência da mídia na construção dos mitos da

beleza.

Foram selecionado alguns livros sobre a história da beleza e da moda, dos

autores que mais nos agradou. E uma lista de mitos da beleza desse século, foi

feito, para seguirmos uma idéia do que foi passado em cada época. Uma

pesquisa foi realizada com universitários, mulheres maduras e meninas de ensino

médio acima de 16 anos, perguntado-lhes se elas se sentiam pressionadas pela

mídia sobre seus corpos. A partir das pesquisas foi notado que a grande maioria

das pessoas acreditam que a mídia influência como queremos nosso que corpo

esteja, achamos que o melhor meio de mostrar essa influência fosse através de

um livro reportagem. Porém ao estudar como seria fazer um livro reportagem,

vimos que o melhor meio de falar ao jovem seria um documentário, pois a

linguagem está mais próxima do público.

Foram selecionados alguns documentários para analisar como ele é

construído e entramos em contato com alguns profissionais da área. Definimos por

fim, como objetivo principal, informar a intensidade da influência da mídia no

comportamento das mulheres (meninas). Verificamos também as doenças

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psicológicas que essa influência pode acarretar e entramos em contato com

alguns psicólogos.

Foi encontrado uma pesquisa da Nilsen Company e analisamos

comparando com o que tínhamos notado na nossa. Os mitos atuais também foram

encontrados.

Concluímos que as pessoas sabem que são influenciadas mas não

assumem que fazem parte disso. Porém todas elas tem como ideal de beleza

algum mito construído pela mídia.

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6.1 RESULTADOS DA PESQUISA

Essa pesquisa foi realizada com 50 pessoas, nas datas de 25 de abril a 12 de

maio de 2008. Os locais onde foi realizada foram:

- Universidade Tuiuti do Paraná

- TV Transamérica

- Companhia de Habitação do Paraná

- Colégio Stella Maris

E os resultados foram que:

1) Você acredita que a mídia influência no jeito que você quer que seu corpo

esteja?

0

5

10

15

20

25

30

35

40

SIM NÃO

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2) Qual mulher você acredita que seja um ícone de beleza idealizada pela mídia?

3) Gostaria de ter a beleza dela?

Legenda: 27 pessoas respondem não; 23 pessoas respondem sim.

0 5 10 15 20 25

Gisele

Aline

Ana Paula

Karina

Marilyn

Penelope

Outros

SIM

NÃO

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4) Você acha que está dentro do padrão de beleza?

Legenda: 29 pessoas (de 50 entrevistados) respondem que acham que não estão

nos padrões impostos pela mídia.

6.2 CONCLUSÃO DA PESQUISA

A pesquisa apresenta como resultado que as pessoas sentem a pressão

que é exercida pela mídia para terem o corpo perfeito e dos mitos lançados por

eles. E ainda sim, acreditam que sendo como elas, seria o melhor para suas vidas.

As pessoas de hoje acabam cedendo à idealização dessa beleza pré-fabricada

pela mídia, mesmo não assumindo. A maioria das pessoas que responderam a

pergunta: “Você acredita que seria mais feliz sendo bonita como elas?”,

responderam não, entretanto 5 delas estavam com a franja do mesmo estilo da

Silvia (personagem de Aline Morais em Duas Caras) e outras 4 assumiram estar

fazendo dieta, pois se consideram acima do peso padrão.

A influência é sofrida por todos mais está imposta a tampo tempo na vida

das pessoas que acaba se tornando algo natural e imperceptível.

SIM

NÃO

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7. DELINEAMENTO DO PROJETO

7.1 PROPOSTA

O documentário “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” terá

duração de vinte minutos, dando abertura a discussão da construção dos mitos de

beleza pela mídia, e proporcionando informações em um curto espaço de tempo e

em uma linguagem simples de fácil entendimento para o publico alvo, não

correndo o risco de tornar-se monótono.

Para garantir a veracidade do conteúdo, foram feitos depoimentos com

profissionais especializados no assunto, além de conter imagens de filmes e

novelas que mudaram o comportamento das mulheres.

7.2 PUBLICO ALVO

O publico alvo desse documentário são jovens, na sua maioria meninas,

entre seus 11 e 18 anos. Idade essa em que estão desenvolvendo não só a parte

física como também seu senso critico, aumentando assim sua vulnerabilidade em

relação as influências ditadas pela sociedade.

7.3 FORMATO

O documentário será uma produção de 20 minutos de duração, que irá suprir

a falta de informação dos jovens sobre a influência da mídia na construção dos

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mitos de beleza. A finalidade será mostrar a esses jovens que a beleza não deve

ser algo imposto e sim de cada um.

Esse projeto contará com depoimentos de profissionais relacionados ao

tema, offs com informações, imagens de filmes, novelas e fotografias que mostrem

a influência dessa mídia na formação de comportamento das pessoas e também

terá uma dramatização para facilitar a compreensão do assunto.

7.4 DISTRIBUIÇÃO/ VEICULAÇÃO

O documentário “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” será

veiculado no DOC/TV, e deverá se distribuído em todas as escolas publicas de

ensino fundamental e médio do estado. Com proposta de ser vendido juntamente

com jornais diários.

7.5 VIABILIDADE ECONÔMICA

O custo total para concretização do documentário é de R$ 5.280,30. Este

custo inclui um cinegrafista, um assistente de câmera, um editor de imagens e

dois produtores. Para cobrir gastos, o documentário contará com o patrocínio da

C&A Assessoria em comunicação, Agência de Modelos Luxx Casting, Jean Louis

David Cabeleireiro e Loja Maria Cereja, através da lei de incentivo. Dessa forma, o

projeto é economicamente viável, já que o custo é baixo e existe interesse de

patrocínio.

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7.6 TABELA DE CUSTOS:

Equipe técnica/ objetos necessários

Valor Quantidade SUB-TOTAL

1 Cinegrafistas R$ 110,20 15 horas R$1.653,00 1 Assistente de câmera

R$20,00 15 horas R$300,00

1 Editor de imagem R$ 25 (por minuto editado)

40 minutos R$1000,00

4 Atores R$ 30 (por dia) 3 dias R$ 360,00 3 figurantes R$ 10 (por dia 2 dias R$ 60,00 2 Produtoras (jornalistas)

R$ 78,80 (por dia) 10 dias R$1.576,00

Gasolina R$ 2,43 10 litros R$24,30 Refeição R$ 7,00 12 (cinegrafista,

assistente, produtoras, 3 dias)

R$84,00

Gráfica/ cenário R$ 100,00 1 R$150,00 Mini DV R$ 8,00 6 fitas R$48,00 Fantasias R$ 75 1 R$75,00 Equipamento (aluguel)

R$ 150,00 3 dias R$450,00

TOTAL 5.780,30

Possíveis patrocinadores:

C&A ASSESSORIA EM

COMUNICAÇÃO

R$ 1.330,00

AGENCIA LUXX CASTING R$ 1.330,00

LOJA MARIA CEREJA R$ 1.330,00

JEAN LOUIS DAVID CABELEIREIRO R$ 1.330,00

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8.0 CONCLUSÃO

O projeto “Quero ser Madonna – Deusas ao alcance das mãos” é um

documento visual que nasceu com o propósito de conscientizar os jovens sobre

os padrões de beleza impostos pela mídia e fazê-los conhecer, efetivamente, os

perigos que a busca pelo corpo perfeito pode trazer.

Após a idealização deste projeto, foi possível verificar que ele poderá servir

de apoio para ajudar na formação do pensamento crítico dos jovens a respeito

dos padrões de beleza que servem de referência para eles. Este material trás uma

importante mensagem e pode ser visto em escolas de ensino fundamental e

médio.

Adolescentes e jovens em geral reagiram de forma positiva e com

aprovação ao assistir o documentário parcialmente concluído. Disseram aceitar a

forma como foi exposta a influência da televisão em suas vidas e que apesar

desse assunto ser muito comentado, existe nos meios de comunicação uma

carência de informação voltada ao público jovem.

O que mais se destacou após a conclusão do trabalho é que as pessoas

não aceitam que são diariamente influenciadas, acreditam que são pessoas

felizes e que aprovam a forma como seu corpo é, porém podemos perceber

através da própria aparência que elas tem, que agem de forma contrária, sempre

buscando novas dietas, fórmulas mágicas de beleza e até mesmo intervenções

cirúrgicas para ficar dentro do padrão idealizado como belo. Foi também notado

que as em geral cada vez mais cedo os jovens estão aderindo a medidas radicais

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para modificar o seu corpo de forma que fique mais adequado com aquilo que eles

imaginam ser o corpo perfeito.

Se formos analisar, desde os tempos antigos os padrões de beleza se

fizeram presentes. Diferenciando-se por localidades e tempo, o que é bonito na

Índia é esquisito no Brasil, assim como os cabelos usados na década de 80 seria

motivo de gozação nos dias de hoje. Com esse projeto podemos concluir que, as

influências sofridas pela mídia em geral sempre existiu e existira eternamente,

cabe a cada um absorver somente as coisas boas para sua vida, como cuidar bem

de seu corpo sem radicalizar. A beleza verdadeira está dentro de cada um de nós,

ser feliz do jeito que se é.

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9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Livros:

ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte poética. 14º edição. Ediouro publicações S.A.

Rio de Janeiro. Tradução de Antonio Pinto de Carvalho.

BAUDOT, François. A moda do século. Editora Cosac e Naify. São Paulo: 2002.

COSTA, Maria Thereza de Rezende (tradução).

BUCCI, Eugênio; KEHL, Maria Rita. Videologias. Editora Boitempo. São Paulo:

2005.

CABELO; SCHOMER; CORDAS; FLEITLINCH, GUIMARÃES. Anorexia e Bulimia:

o que são? Como ajudar? Um guia de orientação para pais e familiares. Editora

Artmed. Porto Alegre: 1998.

CESAR, Ana Cristina. Literatura não é documento. Editora Funart, Rio de Janeiro:

1980.

DA-RIN, Silvio. Do cinematógrafo ao cinema. Espelho Partido – tradição e

transformação do documentário. Azougue. Rio de Janeiro: 2004

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DINES, Alberto. O papel do jornal – uma releitura. Editora Summus. São Paulo:

1986.

DUARTE JUNIOR, João Francisco. O que é beleza. 3º edição. Editora Brasiliense.

São Paulo: 1991.

ECO, Humberto. A história da beleza. Record. São Paulo: 2004.

FAUX; LANNELONG; CHAHINE; NATHILIE; DOROTHY; SCHEFFER. A beleza

do século. Editora Cosac e Naify. São Paulo: 2000. NEVE, PAULO (TRAD).

HEGEL, G.W.F. Estética. Coleção Filosofia e ensaios. Lisboa Guimarães Editores.

São Paulo: 1993. Tradução de Álvaro Ribeiro; Orlando Vitorino.

KANT. Critica da razão pura. Edições e publicações Brasil editora. São Paulo:

1959.

MEDINA, Cremilda. Notícia: um produto à venda: jornalismo na sociedade urbana

e industrial. 2º edição. Editora Summus. São Paulo: 1988.

MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem, 12º

edição. Editora Cultrix. São Paulo: 1964.

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NICHOLS, BILL. A introdução ao documentário, tradução Mônica Saddy Martins.

Editora Papirus. São Paulo: 2005.

PLAZA, Julio. Videografia em videotexto. Hucitec. São Paulo: 1986.

PARENTE, André. Imagem e Maquina: a era das tecnologias virtuais. 34 Editora.

Rio de Janeiro: 1993.

REZENDE, Guilherme Jorge. Telejornalismo no Brasil. Editora Summus. São

Paulo: 2000.

SANTOS, José Luiz. O que é cultura. 14º edição. Editora Brasiliense. São Paulo:

1999.

SCHILDER, Paul. A imagem do corpo: as energias construtixms da psique.

Martins Fontes. São Paulo: 1981.

SEABRA , Roberto. Imprensa e Poder. Brasília: Editora UnB, 2002

TELES, Maria Luiza Silveira. O que é depressão. São Paulo: 1992.

URRIBARRI, Rodolfo. Anorexia e bulimia. Editora Escuta. São Paulo: 1999.

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VIZEU PEREIRA JUNIOR, Alfredo Eurico. Decidindo o que é noticia. 2º edição.

Editora Edipucrs. Porto Alegre: 2000.

Coleção “Os pensadores”. Volume 23. Abril Cultural. 1º edição. Tradutor Vide

Antologia.

Enciclopédia Tudo: O livro do conhecimento. Isto é. Editora Três. 1996.

Dicionário Aurélio. 1988.

Sites:

• www.cenaporcelana.com.br

• http://www.crn3.org.br/atualidades/revistas/arquivos/edicao_084_entrevista.pdf

• http://reposcom.portcom.intercom.org.br/dspace/bitstream/1904/17180/1/R1959-5.pdf

• http://www.ecibernetico.com.br/colunaradar/Artigos/introducao_telejorna.html

• http://www.curtaocurta.com.br/jornal.php?c=217

• http://pessoas.hrw.uol.com.br/woodstock.htm

• http://www.modapoint.com.br/materiaprima/repor/hmoda/h90/h90.html

• http://groups.yahoo.com/group/fcb/message/3334

• http://br.nielsen.com/reports/documents/estudoglobalonline_saude_belezaecuidadospesso

ais2007_portugues.pdf

Artigos:

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• FALCÂO, Sarah. Cinema e Moda: Perfeita união. Paraíba: 2006.

Disponível em: http://emtecnicolor.blogspot.com/2006/11/o-cinema-e-moda-

perfeita-unio.html

Acessado em: 15/03/2008

• GOMES, Carlos Eduardo. Perspectiva sobre beleza: o narcisismo e a

mídia.

Disponível em: http://cadernopensante.blogspot.com/2008/05/perspectiva-

sobre-beleza-o-narcisismo-e.html

Acessado em: 15/05/2008

• SEEHAGEN, Maria de Fátima. A beleza na arte.

Disponível em:

http://www.defatima.com.br/site/conteudo/novidades/artigofatima2.htm

Acessado em: 15/04/2008

• VALE, Lucia de Fátima. A estética e a questão do belo nas inquietações

humanas. Março/2005.

Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/046/46cvale.htm

Acessado em 25/03/2008

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Revistas:

• Revista Manequim. Abril/2008

• Revista Significação. 2004

• Revista View Curitiba. Abril/2008

Projetos de Conclusão de Curso:

• Autoras: Clicéia Aparecida Alves e Renata Fonseca Martins. Vídeo

Documentário “Falando Sério”: O jovem estudante na assembléia legislativa

do Paraná. Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba: 2005. Orientadora:

Sandra Nodari.

Entrevistas:

• Carla Lima. Apresentadora e jornalista. Em entrevista à equipe. Abril/2008

• Denise Stacheski. Professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008.

• Dorival de Paiva Chrispim. Produtor de programa de Tv. Em entrevista à

equipe. Abril/2008.

• Gilberto Campos. Apresentador e jornalista. Em entrevista à equipe.

Abril/2008

• Hor-Meyll Leite Junior. Professor. Em entrevista à equipe. Abril/2008

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• Lenita Vennate. Professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008

• Patrícia Brum. Radialista e professora. Em entrevista à equipe. Abril/2008

• Priscila Monaim da Silva. Psicóloga. Em entrevista à equipe. Abril/2008

• Simone Bello. Jornalista. Em entrevista à equipe. Abril/2008

Fonte das fotos:

• Sarah Bernhardt

http://en.wikivisual.com/index.php/Sarah_Bernhardt

• Mary Pickford

http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Mary_Pickford_portrait_2.jpg

• Louise Brooks

http://dagmarduvall.blogspot.com/

• Greta Garbo

http://www.divasthesite.com/Acting_Divas/Greta_Garbo.htm

• Lauren Bacall

http://www.libertyfilmfestival.com/libertas/?p=7430

• Audrey Hepburn

http://web.ukonline.co.uk/audreyhepburn/scansh/hepburna2/AUDREY_HEPBURN2.JPG

• Marilyn Monroe

luishipolito.wordpress.com

• Jackeline Kennedy

http://www.saberweb.com.br/estados-unidos-da-america/jacqueline-kennedy-onassis/

• Vera Fisher

http://allbeautyofworld.blogspot.com/2008_03_01_archive.html

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• Xuxa

http://members.tripod.com/~birdcastles/xuxa.html

• Madonna

http://www.celebritypicturesarchive.com/pictures/m/madonna/madonna-016.jpg

• CindyCrawford

http://i216.photobucket.com/albums/cc43/drifter_1870_1/cindy%20crawford/CindyCrawford4.jpg

• Claudia Shiffer

http://i105.photobucket.com/albums/m231/thomas33665588/ClaudiaSchiffer.jpg

• Gisele Bundchen

http://thalmeida.blogspot.com/2008/06/spfw.html

• Aline Morais

http://www.nortefest.com.br/noticia.php?news=260

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10.0 ANEXOS

10.1 ROTEIRO

TEMPO: 40’30’’

ENFOQUE:

Vamos mostrar nesse documentário que a mídia sempre ditou as regras da

moda e da beleza e para sempre o fará. Cabe a cada pessoa adquirir essa

influência para seu bem e entender que cada pessoa é diferente, possui uma

estrutura diferente e isso não a torna menos que as outras.

SINOPSE:

O documentário ira começar mostrando como a população brasileira

cresceu na frente da televisão. Desde a infância imitasse seus “personagens”

televisivos prediletos, a criança dança com a Xuxa e se transforma em super

heróis enquanto os adolescentes imitam os rebeldes ou se maquiam e desfilam

como as top- models.

Acreditar que não somos influenciados pelo que a mídia quer nos vender é

bobagem. Compramos desde muito pequenos, corpos perfeitos e uma beleza pré-

estabelecida. Ingerimos essa imposição naturalmente por isso ela parece

imperceptível. Nossa personagem é uma adolescente em sua pior fase, o

descobrimento de seu corpo fora do que a mídia diz ser o belo.

Vamos acompanhar a passagem dela por essa fase de aceitação. A

neurose da nossa personagem só acabará quando ela tem como função um

trabalho de escola sobre “o que é ser belo?”.

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Em meio a muitos depoimentos de pessoas que viveram e conhecem essa

busca inconstante pela beleza perfeita, pelo corpo escultural e a vida de pop star,

é montando na cabeça do telespectador a idéia principal do documentário, de que

durante séculos e mais séculos fomos influenciados pela mídia em como

gostaríamos de ser e essa influencia nunca acabará. A mídia não é somente um

meio de comunicação e sim um formador de opiniões, idéias e ideologias. Então

cabe a cada um de nós distinguir o que é bom ou mal de seguir para manter

sempre perfeita a nossa saúde física e mental.

PERSONAGENS:

- Fernanda Olejnik. (Aline)

- Julliane Caddah (Mariana).

- Juliana Alcantra (Camila).

- Amanda de Oliveira(Marcia)

- Manuela Bello(bebê)

- Giovanna Martins(criança).

- Erika Camila Wisnienki (pré- adolescente).

- Ana Arivelles (mãe)

- Rafael Mariano (professor)

- Tais Juliana(Natalia)

- Carla Lima e Danielle Caddah (Narrador)

DEPOIMENTOS:

- Lenyara Nogoceke (alguém que já tenha tido anorexia).

- Giane Gaiguer (psicólogo).

- Rubens Portella (professor de história da Arte).

- Vivien Araujo (estilista de moda).

- Tânia Martins (agenciador de modelo).

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- Reny Helena Falavinha (aposentada).

- Juliana Garcia(nutricionista)

- Ruth Mara Trentin Morais (professora do ensino fundamental)

- Carlos Alberto Fenner (cirurgião)

- Fernando Gomes (radialista e apresentador de TV)

ENQUETE:

- Carla Lima

- Julliane Caddah

- Sabrina Braga

- Lais Dlugosz

LOCAÇÕES:

- Quarto de uma adolescente.

- Sala de televisão.

- Sala de aula.

- Biblioteca.

IMAGENS:

Filmes:

- Bonequinha de luxo;

- 007 contra o satânico Dr. No;

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- O pecado mora ao lado;

- Gilda;

- Os embalos de sábado a noite;

- Juventude Transviada;

- O diabo veste prada;

Novelas:

- Dancyn’ Days;

- Locomotivas;

- Quatro-por-quatro;

- Armação limitada;

- Pigmaleão 70

Outras imagens:

- Slides de fotos dos mitos do século.

- Imagens da menina anoréxica se imaginando gorda no espelho.

- Enquete na rua perguntando “Você influenciada pela mídia” e

simultaneamente provando que sim.

- Fotos de meninas com anorexia, bulimia e doentes.

- Reportagem feita pela Record mostrando que garotas novas tem

interesse em fazer cirurgias plásticas.

MUSICAS:

- - Vogue – Madonna

- Beautiful – Christina Aguilera

- Blue Berre Trele – Huski

- Marroed – Pink Floyd

- My Home Ghost – Huski

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- Diamond in the sky – Huski

- Sileit Woods – Huski

- Coravon – Huski

- Hurricone – Bob Dylan

DRAMATURGIA:

Cena 1:

Locação: Quarto de adolescente

Atrizes e personagens: Fernanda – Aline

Ana – Mãe

Imagens: A menina correndo, gritando e bate a porta. A cena acontece na

porta do quarto da menina a mãe de um lado da porta fechada e a filha do

outro. A cena finaliza na parte de dentro do quarto da menina quando ela

chega perto de um pôster da Madonna e diz que quer ser igual a ela.

Texto:

Fer - Não – grita a menina (batendo a porta)

Ana (braba) - Você não pode ficar sem comer Aline, vai acabar doente. –

implora sua mãe.

Fer (gritando) - Você quer que eu fique gorda!!!

Ana ( tentando amenizar) - Não, claro que não. Só quero que seja uma

menina saudável.

Fer - Eu não quero ser saudável quero ser bonita.

Ana - Minha filha entenda... – menina interrompe.

Fer - Não quero entender nada mãe. Não vou comer e pronto.

Ana ( se descontrolando de novo) - Se não sair desse quarto e almoçar vai

ficar de castigo.

Fer - Prefiro ficar aqui dentro a me encher minha barriga dessas calorias.

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Ana - Filha não adianta ser bonita e ficar doente. Venha comer, você não

comeu nada hoje.

Fer - E nem vou mãe, hoje farei a dieta da água.

Ana - Você vai ficar doente filha, por favor...

Fer - Não mãe, vou ficar bonita!!!

Quebra para dentro do quarto.

Fer - Como ela pode querer me ver feia e gorda? – olha no espelho

Fer - Eu quero ser como as atrizes de Tv, lindas, magras. Só isso. Que

problema tem nisso?

Fer - Quero que todos me amem. Será que você também não era

compreendida? – falando com o pôster da Madonna. Um dia vou ser igual a

você!

Corre se joga na cama e abre o diário.

Fer - Eu prometo – e abaixa a cabeça sobre o diário.

Cena 2:

Locação: Sala de estar.

Atrizes e personagens: Manuela, Giovanna, Erica, Fernanda – Aline

Imagens: Cena irá mostrar as fases da vida antes de nos tornarmos

adultos, todas elas passadas na frente da televisão.

Parte I: Bebê

Personagens: Manuela - Aline ; e sua mãe.

Locação: Sala de estar

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Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia do bebê. Um urso

de pelúcia na caixa.

Outros objetos cênicos: brinquedos espalhados no tapete. Um Dvd do show

da Xuxa.

Narração: “Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma

mídia que educa seus cidadãos desde o berço...”

Ação: O bebê assiste ao programa da Xuxa e sua mãe o deixa de pé para

dançar junto com a rainha dos baixinhos.

Tempo: 0’30’’

Parte II: Criança

Personagens: Giovanna Martins.

Locação: Sala de estar.

Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia da criança. Urso de

pelúcia nos braços da garota.

Outros objetos cênicos: Fantasia de Penelope Charmosa. Um Dvd do

desenho.

Narração: “Passamos a acreditar que celebridades são heróis e imitamos

até mesmo seus passos...”

Ação: Assistindo o desenho da corrida maluca a criança imita todos os seus

movimentos.

Tempo: 0’30’’

Parte III: Pré- adolescente

Personagens: Erica.

Locação: Sala de estar.

Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia da criança. O urso

de pelúcia sujo sentado na poltrona.

Outros objetos cênicos: Roupa de rebelde. Um Dvd com música do grupo.

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Narração: “Eles se tornam nosso sonho de futuro...”

Ação: Um clipe dos rebeldes toca e a menina dança com eles e grita

“lindos”.

Tempo: 0’30’’

Parte IV: Adolescente

Personagens: Adolescente (menina) será a protagonista. Atriz de 13 a 15

anos, de preferencia acima do peso e com cara de mais nova que a idade.

Locação: Sala de estar.

Objetos cênicos de transformação: Quadro de fotografia com a menina e

seus amigos em uma lanchonete. O urso de pelúcia sem um olho no chão

ao lado da poltrona.

Outros objetos cênicos: Algumas maquiagens no chão, fotos recortadas de

celebridades e um vídeo de um desfile de moda. As roupas dela serão

curtas e coloridas uma franja é um detalhe que poderia a personagem ter.

Narração:”... um sonho irreal, impossível e frustrante de se notar!”

Ação: A adolescente que até então está a cortar suas revistas, vê um

desfile de moda na Tv passa um batom e imita a modelo na passarela.

Tempo: 0’30’’

Texto:

“Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma mídia que

educa seus cidadãos desde o berço. Passamos a acreditar que

celebridades são heróis e imitamos até mesmo seus passos, eles se tornam

nosso sonho de futuro. Um sonho irreal, impossível e frustrante de se

notar!”

Cena 3:

Locação: Sala de estar, copa, quarto, sala de aula e quadra poliesportiva.

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Personagens: Aline, mais duas garotas de 16 anos e a mãe.

Imagens: Dividida em cinco partes.

Parte I: Reunião de meninas.

Imagens: Meninas com revistas e maquiagens no chão da sala. Uma

cortando as revistas e mostrando a modelo e duas brincando de se

maquiar.

Narração: Celebridades viraram mitos. A idealização por suas vidas torna-

se uma dependência para pessoas com sua personalidade ainda em

desenvolvimento.

Parte II: Mesa do almoço

Imagens: Mãe servindo comida para menina que empurra o prato. Mãe

tenta convencer a filha que sai correndo da mesa.

Narração: Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem cada vez

mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.

Parte III: Garota na cama cansada

Imagens: Mãe acordando a filha que fica toda mole e não levanta direito.

Narração: cansaço e desanimo...

Parte IV: Garota desinteressada nos estudos.

Imagens: Menina não prestando atenção na aula.

Narração: falta de concentração...

Parte V: Fazendo educação física e sem conseguir correr.

Imagens: Menina sem fôlego para correr.

Narração: e falta de força. São os primeiros problemas causados por uma

alimentação errada.

Texto:

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“Celebridades viraram mitos. A idealização por suas vidas torna-se uma

dependência para pessoas com sua personalidade ainda em

desenvolvimento. Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem

cada vez mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.

Cansaço e desânimo, falta de concentração e falta de força, são os

primeiros problemas causados por uma alimentação errada”.

Cena 4:

Locação: Sala de aula

Personagens: Mariano - Professor e uns 15 alunos entre idades de 13 a 15

anos.

Imagens: Aula de história; slides de mitos de beleza e história do belo.

Texto:

Professor - Magro, belo, jovem e definido, as pessoas investem tempo e

dinheiro para conquistar o corpo perfeito. Ouvimos falar de beleza a toda

hora. Mais do que um conceito pré - estabelecido, a beleza representa uma

forma de as pessoas se relacionarem entre si e com o mundo. Revistas,

televisão, filmes e comerciais estão constantemente vendendo imagens

irreais de garotas e mulheres que deveriam ser imitadas.

Estabelecer o que é belo tem suscitado, no decorrer da história, mais

controversas do que consenso. Os ideais em estética variam com o tempo

e as expressões da beleza têm evoluído desde que o ser humano se pôs a

observar as formas, cores e harmonia. Cada cultura tem sua concepção de

beleza, uma mistura com ingredientes de maquiagem, penteado, formas

corporais e vestes.

O padrão de beleza tem mudado a cada novo século. Cada novo filme de

sucesso, estilo de musica, revistas, desfiles, novelas e publicidade. Cada

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um desses meio tem sua importância e influência no que será ditado como

a moda atual.

Desde Louise Brooks, Greta Garbo, Grecy Kelly, Audrey Hapburn, Marylin

Morroe, Brigitte Bardot, Jackeline Kennedy, Madonna até Angelina Jolie,

Aline Morais e Gisele Bundchen. Belas mulheres? Com toda a certeza,

mitos consagrados e criados uma mídia que as vende como sua mais

preciosa mercadoria.

Fer – Nossa olha só o nariz dela, um dia vou fazer um igual em mim!

Juh – Neurótica...

Professor - A influência sempre existiu e sempre existirá. Esse é o

mercado que pretende manipular os gostos de uma população consumista.

A pergunta é: Quais os perigos de viver essa busca interminável pelo ideal

de beleza estabelecido pela mídia?”

Juh – O perigo é ficar igual a Aline. (gargalhada)

Professor – Chega de brincadeira e vamos fazer o trabalho.

Cena 5:

Locação: Biblioteca

Atrizes e personagens: Amanda – Marcia

Fer – Aline

Juzinha – Mariana

Juh - Camila

Imagens: Meninas fazendo pesquisa na biblioteca.

Texto:

Fer – Eu acho uma besteira à gente ter que fazer esse trabalho.

Amanda – Besteira porque?

Fer – Qual o problema das pessoas quererem ser bonitas?

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Juz – O problema é que elas querem ser como a Tv mostra que elas devem

ser.

Fer – Bom, mas a TV sabe o que é bonito.

Juh – Nossa você entende nada mesmo ne?

Fer – Do que você está falando? Claro que entendo... entendo que vocês

não são nem um pouco vaidosas.

Juz – Não tem nada a ver com vaidade sua abitolada. Você não viu o que o

professor falou, a mídia tenta convencer o povo do que é bonito e o que é

feio.

Fer – Ninguém tenta me convencer de nada. Eu sei o que é ser bonita.

Acho tudo isso uma besteira.

Amanda – Calma gente, Aline pensa assim. Você acha a Marlyn Moroe

bonita?

Fer – Claro! Ela é mito.

Amanda – Mas ela não é magra como a Gisele Bunchder. Então você quer

dizer que a Gisele é que não é bonita?

Fer – Não nada a ver o que você está falando Márcia.

Juh – Lógico que tem a ver sua ignorante. Antes a mídia vendia um corpo

mais escultural e hoje mais magro.

Fer – Não quero mais falar disso se não vamos acabar brigando.

Juz – Já estamos brigando. Não consigo compreender porque tem essa

neurose para ficar magra e tal. Você quer dizer que gordo é feio, que gordo

não vai conseguir nada na vida?

Fer – Gordo é fora de moda e eu não quero ser gorda e pronto.

Juh – Essa guria está me irritando...

Fer – Porque está se irritando Camila? Só porque você nunca vai ser como

as atrizes de televisão?

Juh – Cala essa boca sua Patricinha...

Amanda – Cami, não adianta perder tempo! Essa guria nunca vai mudar,

acha que ficando magra vai fazer ela feliz...! Acredite Aline, eu não sou magra,

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nem loira e nem pop star e tenho certeza que sou muito mais feliz que qualquer

uma delas.

Fer – Tem gente que se contenta com pouco...

Juh – Acha que sendo magra vai ser melhor que os outros.

Fer – Chega vocês três. Estão todos contra mim, não estou nem ai... sou eu

quem vou ser top e vocês que vão ser as plebéias...

Juz – Top, então vai fazer o seu trabalho sozinha porque as plebéias estão

fartas da sua idiotice.

Amanda – Otária.

Juh – Bom trabalho BONITA...

Cena 6

Localização: Biblioteca

Atrizes e personagem: Taís: Natalia

Fernanda: Aline

Imagens: As duas meninas na mesa da biblioteca.

Texto:

Tais - Você realmente acredita que esse é o melhor modo de ser feliz?

Fer - Do que você está falando?

Tais - Acredita mesmo que ser magra, famosa e bonita é o único modo de

ser feliz?

Fer - Pode não ser o único mais é o que eu quero para mim.

Tais - Você é daquelas meninas que sonham em ser modelos famosas e

tem certeza que esse é o jeito certo de fazer sucesso, não é?

Fer - Quem é você?

Tais - Eu era como você. Na essência pelo menos éramos iguais. Tinha o

grande sonho de ser uma super estrela, com 5 anos eu era modelo

fotográfica e a medida que fui crescendo passei a desfilar e fazer muitos

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comerciais. Mas existe uma época na idade da menina em que seu corpo

está desenvolvendo e você fica com um formato esquisito.

Fer - ... e é exatamente esse formato que eu estou...

Tais – Aos treze anos se é magra. Aí chega os 15, normalmente você dá

uma engordadinha, por causa dos hormônios. Você vai ganhando corpo de

mulher mais os produtores de modelos não entendem isso. Começam as

cobranças, estar magra, bonita, ter a pele perfeita e estar sempre muito

bem arrumada, são requisitos básicos para essa profissão e se tornam uma

obsessão na cabeça das meninas. Como algumas meninas não tem a

estrutura certa para ficar muito magra, tal exigência se torna impossível.

Assim começa a busca por academias, dietas, cirurgias plásticas, uso

abusivo de cosméticos e remédios controlados. “Ser perfeita” acaba então

virando uma doença.

Fer – Doença?

Tais – (sem ouvir a pergunta) Eu evitava comer gorduras de principio, mas

não parecia adiantar, depois massas e outros grãos e a medida que o

tempo foi passando a rotina de me alimentar foi diminuindo, as vezes a

fome era tão grande que chegava a doer o estômago, mas aí era só pensar

em outra coisa. Com o tempo a fome passa, acho que é quando a doença

se instala mesmo. Me sentia gorda, tinha cabeça de gorda. Mas a estrutura

do meu corpo não condizia com o que eu enxergava de mim mesma

Fer – Mas você estava assim tão gorda?

Tais – Não. Muito pelo contrário, eu estava extremamente magra. Eu

conseguia fechar os dedos no meu braço e minha caixa torácica aparecia

quase toda. Hoje vejo as fotos e me considero na época um cadáver com

vida.

Fer – Serio? Mais sua mãe não lhe falava nada? Seus amigos?

Tais – Todos tentavam me ajudar. Minha mãe tentava me forçar comer.

Mas eu fingia que comia e saia da mesa, evitava estar na presença de

comida. Meus amigos tentavam me mostrar como era feio ficar daquele

jeito, mas nada adiantava. Eu estava muito fraca e cansada, nem saia mais

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de casa, sentia uma sensação de que podia morrer a qualquer instante. Se

comia, me sentia mal, ruim, e se passava mal tinha certeza que era porque

estava sendo castigada por algo errado que eu fazia.

Fer – Mas o que você fazia de errado era não comer.

Tais – Na minha cabeça errado era comer. Eu sentia que tudo o que eu

comia ficava parado na minha barriga, ficava desesperada, me sentia

obesa. Diminui até mesmo liquido, porque sentia que dilatava meu

estômago. Minha auto–estima estava no chão e a única coisa que eu

pensava era em controlado meu peso. Não conseguia nem pegar em uma

colher de açúcar. Eu achava tudo natural, mas eu estava tão magra que

ninguém mais acreditava que eu ia sobreviver. Tinha noites que eu tinha

que subir a escada com a ajuda da minha mãe, porque minhas pernas não

agüentavam, não menstruava mais, perdi cabelo e tinha varias fraturas pelo

corpo, fiquei muito fraca.

Fer – O que você fez para sair dessa?

Tais – O primeiro passo foi aceitar a doença. Fiz tratamento com psicólogo,

psiquiatra, usava alguns medicamentos que melhoravam meu humor,

diminuía minha ansiedade e me ajudava a ganhar peso, fiz terapia, tive

orientação nutricional e tomei vários remédios. Fui me recuperando aos

poucos, foi um tratamento demorado. Pretendo ainda engordar mais.

Fer – Que bom que deu tudo certo. Mas porque engordar mais, agora que

você está com um peso bom, toda bonitona.

Tais – Isso que eu quero que entenda, não me importo mais com que as

pessoas acham ser um peso bom, quero estar mais gordinha, quero poder

comer tudo que existe, me lambuzar com uma carne cheia de gordura.

Ninguém mais pode controlar minha saúde. E nem a sua querida, ser bonita

não significa ser magra, significa ser você, ser feliz do jeito que você é.

Fer – Pode ser que você tenha razão. Obrigada por me contar sua história.

Tais – Não precisa agradecer se ela te servir de lição, já será uma grade

coisa.

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Cena 7:

Localização: Quarto menina

Atrizes e personagens: Fer – Aline

Ana - Mãe

Imagens: Mãe entra no quarto da menina para conversar e mostrar as fotos

da Madonna no dia de hoje.

Texto:

Ana – O que aconteceu filha? Entrou em casa com uma cara preocupada.

Está se sentindo bem?

Fer – Estou me sentindo estranha mãe.

Ana – O que foi que aconteceu?

Fer – Conheci uma menina na biblioteca hoje. Ela me contou a história de

vida dela. Mãe ela só queria ser bonita e acabou ficando muito doente

quase morreu.

Ana – Isso por que ela não comia?

Fer – É mãe, ela chegou até a parar de tomar água, porque achava que

inchava a barriga dela.

Ana – Que horror filha isso é uma doença sabia.

Fer – Agora eu sei mãe, o que mais me deixou assustada é que ela disse

que não enxergava que estava magra, todo mundo via menos ela... para ela

estava extremamente gorda.

Ana – Que história triste filha. Viu só como essa sua mania de ficar magra

pode dar muito problema.

Fer – Eu não estou muito magra né mãe?

Ana – Não querida, você está linda (sorrindo). Mas precisa se alimentar

porque está muito pálida.

Fer – Então vou comer tudo o que você fizer a partir de hoje mãe, eu

prometo.

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Ana – Que bom filha, fico muito feliz de você ter descoberto que essa busca

pela beleza pode causar sérios problemas para você. Mas quero te mostrar

algumas fotos que encontrei.

Fer – Fotos?? Fotos de quem?

Ana – Das artistas de televisão que você tanto ama...

Fer – Mas porque mãe?

Ana – Olhe para elas filha! Elas são assim fora dos cinemas e das telas das

televisões, você acredita que consigam ser felizes? Olha essas fotos filhas..

essas mulheres nem são tão bonitas, mas olha o sorriso de felicidade

delas...

Fer – Essas são minhas amigas...

Ana – Olha como elas estão bem nessas fotos. Não são modelos e nem

ganham milhões, mas tem muita gente que as ama assim mesmo. E o

principal filha, os outros as amam porque elas as amam primeiro. Elas

cuidam delas, se alimentam, não se estressam por besteira, estão sempre

com um sorriso no rosto, isso as tornam muito mais bonitas que essas

artistas de TV.

Fer – É... acho que você tem razão...

Ana – Aline, olhe para esse quarto, sempre apaixonada pela Madonna,

querendo se tornar o que ela é...

Fer – Você sabe mãe que sempre quis ser como ela...

Ana – Agora olhe essas fotos filha... Você quer ser como a modelo do

pôster, mas essa Madonna da foto é o que ela é de verdade. Você quer ser

como ela? (mostra as fotos)

Fer – Não!! Nossa mãe, tem certeza que essa é a Madonna?

Ana – Sim filha, é essa a sua divã sem o photoshop das revistas e sem as

super produções de seus shows.

Fer – Nossa eu nunca pensei...

Ana – Aline, olhe para mim... Ser feliz não é ser perfeita e sim fazer a vida

valer a pena, viva, sonhe, ria, coma, corra, brinque filha... a gente só tem

uma vida, é muito desperdício gasta-la com preocupações como a beleza.

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Fer – Obrigada mãe...

Ana – Eu te amo filha... (sai)

Mãe sai e fecha a porta.

Fer – Pessoas felizes são bonitas. Ser bela então depende de cada um. Já

sei como fazer meu trabalho!!! (Pega as revistas e as fotos que a mãe

deixou no quarto as olha e sorri)

Cena 8:

Localização: Sala de aula

Atrizes e personagens: Mariano – professor

Fer – Aline

Juz – Mariana

Juh – Camila

Amanda – Márcia

Figurantes.

Imagens: Apresentação de trabalho de Aline, slides de pessoas felizes.

Texto:

Professor – Obrigada Mariana. A próxima é Aline de Oliveira, por favor

venha apresentar seu trabalho.

Juh – Ixe lá vai ela agora. Quero só ver o que ela vai dizer...

Amanda – “A televisão tem razão em ditar o que nós temos que fazer...”

(imitando Aline)

Juz – “Eu vou ser top e vocês plebéias...” (risos)

Professor – Silêncio meninas por favor! Aline pode começar...

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Fer – Eu imagino o que todos vocês devem pensar de mim. Devem achar

que sabem o que eu vou dizer aqui...

Juh – É isso mesmo top...

Professor – Camila por favor, sem interrupções.

Fer – Mas dessa vez vocês estão erradas meninas. Para começar vou

colocar algumas fotos aqui... Essa é a Madonna? Ou essa é a Madonna?

Bom as duas são a Madonna, uma produzida e moldada por uma revista

famosa a outra é a mesma da revista mais no seu dia a dia. Essa é a

Márcia? Ou essa é a Márcia? As duas são a Márcia, a diferença dela para

Madonna é que ela está igual nas duas fotos, a Márcia não precisa fingir ser

outra pessoa ela é feliz do jeito que é. E é por isso que tantas pessoas

gostam dela, o Rodrigo, o Manuel, o Carlos... eles gostam dela porque ela é

bonita do jeito dela, e nunca está triste, sempre está alegre e é amiga de

todos.

Professor – É um ótimo exemplo Aline... Pode continuar.

Fer – Mulheres loiras, morenas, altas, baixas, gordas e magras, negras,

orientais, indígenas, mulheres de todas as etnias, de todos os jeitos e

cores, todas elas tem suas qualidades e defeitos. A beleza delas está sua

natureza, na pureza dos traços de cada um. Deus as fez perfeitas em sua

forma física e mental. Influencias todos temos e sempre teremos, cabe a

cada um de nós distinguir o que será bom e ruim para nosso corpo. Não

vou dizer que é para não nos arrumarmos ou não cuidarmos do nosso

corpo e peso, mas tudo que é exagerado é ruim.

Fer - Coma mais frutas e verduras assim não precisará cortar

definitivamente carnes e massas, balanceie sua alimentação não pare de

comer. Faça exercícios físicos mas sempre com orientação de um

profissional, se precisa de remédios que sejam sempre receitados por um

médico. Se arrume, maquie-se , compre roupas novas e corte o cabelo do

jeito que você quiser, seja feliz, mude, se transforme em quem você quiser,

com tanto que isso não altere sua saúde. Nosso corpo é a coisa mais

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preciosa que nos temos, podemos enfeitar nossa casa, mas se a

destruímos não teremos onde morar.

Professor – Por favor Aline, conclua seu trabalho agora.

Fer – Tudo bem professor, a partir das minhas pesquisas pude perceber

que a beleza está nos olhos de cada um. Que ser bonito é ser como as

minhas amigas, felizes e amando o que elas são. Não precisamos ir atras

das borboletas, cuidaremos do nosso jardim e elas viram até nós.

(todos aplaudem)

(as meninas levantam e vão abraçar Aline)

Cena 9:

Locação: Quarto de adolescente

Atrizes e personagens: Julliane - Mariana

Imagens: A menina grita e bate a porta. A cena acontece na porta do

quarto, igual a primeira cena do documentário.

Texto:

Juz - Não – grita a menina (batendo a porta)

Textos Off:

Off 1: (Cena 2 dramatização; Entrada 3):

“Crescemos na frente da televisão. Somos influenciados por uma mídia que

educa seus cidadãos desde o berço. Passamos a acreditar que

celebridades são heróis e imitamos até mesmo seus passos, eles se tornam

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nosso sonho de futuro. Um sonho irreal e se torna frustrante quando notam

que ele é impossível!”

Off 2: (Entrada 5)

Filmes, novelas e propagandas. Mulheres e homens montados passam a

ser seguidos por milhões de espectadores. Qual garota não usou as meias

soquetes que usam em Dancyn’s Days, ou o cabelo igual o de Lucelia

Santos em Locomotivas e de Tonia Carreiro em Pigmaleão 70. Quem não

se apaixonou pelos surfistas Juba e Lula de Armação Limitada ou comprou

saias curtas e blusas estampadas iguais a da Babalu de Quatro por Quatro.

Influência essa que sempre existiu mas que não é aceita como tal.

Off 3: (Cena 3 dramatização; Entrada 8)

“Celebridades viraram mitos e a idealização por suas vidas torna-se uma

dependência para pessoas com sua personalidade ainda em

desenvolvimento. Dietas e a repulsa pelo corpo fora do patrão aparecem

cada vez mais cedo. E doenças físicas e psicológicas se tornam comuns.

Cansaço e desânimo, falta de concentração e falta de força, são os

primeiros problemas causados por uma alimentação errada”.

Off 4: (Entrada 12)

“ Essa busca incansável pelo corpo perfeito acaba virando doença, o

assunto é comentado em todos os lugares, e mesmo assim cada dia mais

meninas querem virar Giseles e Alines, sem pensar nas conseqüências,

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dietas sem orientações, compra excessiva de cosméticos, uso de

medicamentos controlados e muita mais muita cirurgias plásticas”.

Off 5: (Entrada 13)

“Mudar o nariz, os seios, a maça do rosto, ficar sem barriga ou com mais

glúteos. Tudo hoje pode se mudar em uma mesa de cirurgia. Mulheres que

mesmo no auge da sua fama ainda não se contentam com seus corpos,

mulheres comuns e até meninas em fase de desenvolvimento se arriscar

em complicadas sessões para obter o corpo perfeito. As cirurgias plásticas,

os botox, bronzeamentos artificiais, e muitos outros métodos ganharam um

mercado que não pára de crescer”.

Off 6: ( Entrada 18)

“A muito tempo os mitos ou heróis das telas são seguidos, os cinemas

lançavam pessoas que viraram lendas e que mudaram o comportamento de

multidões. Ao usar o vestido Givernchy, você não é apenas diva dos

cinemas, você é Audrey Hepburn usando um Givernchy olhando a vitrine da

Tiffany e comendo rosquinhas. Qual menina não sonhou ser Judy e

namorar o rebelde James Dean com sua jaqueta de couro vermelha, sua

calça jeans e regatas brancas? Dançar nas discotecas com John Travolta

com suas roupas coloridas e grudadas ao corpo em Os embalos de sábado

a noite, ou então quem não se apaixonou e desejou ser Marilyn Monroe

saindo da matinê de cabelos platinados e vestido branco em O pecado

Mora ao lado. E sair do mar com o biquíni e a beleza de Ursula Andress em

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007 contra o satânico Dr. No. Ou simplesmente ser uma das assistentes de

Miranda Priestly e trabalhar em uma das revistas de moda mais famosas de

o diabo veste prada.

Assim como Coco Chanel muitas mulheres lançaram moda e viraram uma

marca que todos no mundo conhecem, quem nunca ouviu falar da Colci, da

Dolce Gabanna, da Prada, da Louis Vitton? Marcas lançadas por pessoas e

pessoas lançadas pela mídia para ser moda”.

Off 7: ( Entrada 33)

“ A anos o mundo é assim influenciado, sempre foi e sempre será. Cabe a

cada um de nos, brancos, pardos, negros, orientais aceitar-mos do jeito que

viermos no mundo, não há necessidade de radicalizar, se arrumar faz bem,

trás alegria, saúde, autoconfiança. Mas precisamos aprender a separar o

que nos faz bem ou mal. A beleza depende dos olhos de quem vê, posso

ser bonito no Brasil e feio na Austrália, a beleza depende do lugar, da hora

e da circunstância. Não achamos tão bonito a pessoa a quem amamos, não

porque é mais bonita de fato, mas porque ela nos transmite sentimos que a

faz parecer como tal.

Então transmita beleza, transmita amor, amor pelos outros e para

com você mesmo, assim descobrira o verdadeiro significado do Belo”.

Off 8: (Entrada 34)

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“Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância,

eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude

relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia,

meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra

as minhas verdades. Hoje sei que isso é... Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida

fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o

meu crescimento. Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não

fosse saudável ... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse

para baixo. De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje

sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e,

com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e

de me preocupar com o Futuro. Agora, me mantenho no presente, que é

onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me

atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu

coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada. Tudo isso é....

SABER VIVER ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

Não devemos ter medo dos confrontos...

Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."

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Chalin Chaplin

Cronograma do Roteiro:

- Cena 1

Imagem: O Grito de “não” e a cena de discussão de mãe e filha na porta.

- Entra o clipê

Imagem: O Clipe com as fotos dos famosos – (a velocidade dele está boa,

só o ultimo slad tem que diminuir a velocidade porque não dá para ler).

- Cena 2

Imagem: A união das cenas da Manu (Bebê), da Giovanna (filha da kelly),

da Erica (dos rebeldes) e da Fernanda que desfila na sala. Todas as

mudanças para a outra idade começa com o quatro e filma em seguida o

bichinho de pelúcia.

Áudio: Off 1.

- Depoimento Fernando Gomes

Imagem: pegar uma parte que ele fale da Tv na vida das pessoas.

- Imagens novelas

Imagem: Abertura do Dancyn’ Days, Locomotivas (Lucelia Santos), Foto

Pigmaleão 70, Armação ilimitada (Kadu Moliterno) e Quatro Por quatro

(Babalo).

Áudio: Off 2.

- Enquete

Imagem: As 4 meninas falando que não são influenciadas pela mídia. (as

fotos das 4 artistas que são parecidas com elas na meia tela junto)

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- Depoimento professor Rubens

Imagem: Professor falando o que é um mito de beleza.

- Cena 3 (off)

Imagem: Meninas no quarto cortando fotos; Mãe e filha na mesa.

Áudio: Off 3

- Depoimento Juliana Garcia

Imagem: Nutricionista falando o que uma má dieta pode ocasionar.

- Continuação da cena 3

Imagem: Mãe tentando acordar a filha; menina sem fôlego subindo escada;

menina desconcentrada na escola.

Áudio: Continuação do off 3.

- Depoimento Giane

Imagem: Depoimento da psicóloga quando fala da busca pela beleza.

- Imagens hoje em dia

Imagem: Começo da matéria da Record até a parte que fala das cirurgias.

Áudio: Off 4.

- Fotos de cirurgias plásticas

Imagem: As que estão no CD de fotos as das cirurgias e o antes e depois

dos artistas.

Áudio: Off 5.

- Depoimento cirurgião

Imagem: Pegar a parte que fala do aumento de cirurgias em adolescentes.

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- Imagens hoje em dia

Imagem: Entrevista com alunas que querem mudar alguma coisa no corpo.

- Cena 4

Imagem: Sala de aula – trabalho.

- Depoimento professor ensino fundamental

Imagem: Professora dizendo que existe preconceito, e diferenciação das

crianças gordinhas e feias das que fazem sucesso.

- Imagens dos filmes

Imagens dos filmes: Bonequinha de luxo; 007; Gilda; Juventude Transviada;

os embalos de sábado a noite; o pecado mora ao lado; O diabo veste

prada.

Áudio: Off 6.

- Fotos de gente que mudou a moda

Imagem: Fotos nos CD’s, Coco chanel, marcas da moda, bolsas.

Áudio: Continuação do off 6.

- Depoimento Reny

Imagem: Senhora falando como era a moda em sua época, mostrando as

fotos.

- Cena 5

Imagem: Briga das meninas na biblioteca – até a fala “a TV sabe o que é

bonito”.

- Depoimento estilista

Imagem: Depoimento e imagens dela desenhando.

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- Continuação cena 5

Imagem: cena 5 até o final.

- Depoimento Tânia Martins

Imagem: Tânia falando do padrão internacional das modelos, imagens das

modelos)

- Cenas desfiles de moda

Imagem: O diabo veste prada.

Áudio: Off da modelo.

- Depoimentos das modelos

Imagens: Duas modelos contando sobre as dificuldades de sua profissão.

- Cena 6

Imagem: Encontro com a menina que teve anorexia – biblioteca.

- Imagens anorexia

Imagem: Colocar um pedaço em quando corre a cena 6.

- Depoimento Lenyara

Imagem: mostrar o começo do depoimento acabar quando ela diz que

achava que estava bem.

- Imagens Cegueira pela estética

Imagem: Menina no espelho se vendo gorda.

Áudio: off de Leny.

- Continuação depoimento Lenyara

Imagem: Depoimento, ela de pé ao lado foto dela antes.

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- Cena 7

Imagem: Mãe e filha no quarto – mãe mostra as fotos para a filha.

- Cena 8

Imagem: Apresentação do trabalho – abraço das amigas.

- Clipê

Imagem: Fotos de mulheres comuns – “sempre vai ser assim cabe a nós

nos amar como somos”.

Áudio: Off 7.

- Volta toda a história

Imagem: Rebobinar a fita mas vendo as imagens com off: “Quando me

amei de verdade” Charlin Chaplin.

Áudio: Off 8.

- Cena 9

Imagem: Cena do grito do começo mas com outra menina.

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10.2 RELATÓRIO DE PESQUISA

Nome: Idade: 1. Você acredita que a mídia influência no jeito que você quer que seu corpo

esteja? ( ) Sim ( ) Não 2. Qual mulher você acredita que seja um ícone de beleza idealizada pela mídia? ( ) Penelope Cruz ( ) Marilyn Monroe ( ) Karina Bach ( ) Ana Paula Arosio ( ) Aline Morais ( ) Gisele Budchen ( ) Outros – Qual? 3. Gostaria de ter a beleza dela? ( ) Sim ( ) Não 4. Porque? 5. Você acha que está dentro do padrão de beleza? ( ) Sim ( ) Não 6. Acredita que seria mais feliz se fosse como as artistas de TV?

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10.3 PROPOSTA DE PATROCINIO

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10.4 FOTOS DE MENINAS COM ANOREXIA

http://wso.williams.edu/orgs/peerh/images/anorexia.jpg http://www.skeptically.org/sitebuildercontent/sitebuilderpictures/anorexia-bikini.jpg

10.5 FOTOS DE CIRURGIAS PLASTICAS

http://oglobo.globo.com/fotos/2006/10/30/30_MHG_ECO_plasticas230.jpg http://www.topnews.in/usa/files/Botox_Injection.jpg

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10.6 FOTOS DE MITOS DE BELEZA

http://www.topnews.in/light/files/Angelina-Jolie-1.jpg http://nicedeb.files.wordpress.com/2008/04/brigitte-bardot.jpg

(Angelina Jolie) (Brigitte Bardot)

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10.7 FOTOS DA GRAVAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO