UNIVERSIDADE TUÍUTI DO PARANÁ Faculdade de...
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UNIVERSIDADE TUUTI DO PARAN
Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade
Curso de Medicina Veterinria
Elizandra de Ftima Dallalibera
FRATURA PATOLGICA DE MANDBULA EM UM CO COM DOENA
PERIODONTAL AVANADA: RELATO DE CASO
CURITIBA
2016
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Elizandra de Ftima Dallalibera
FRATURA PATOLGICA DE MANDBULA EM UM CO COM DOENA
PERIODONTAL AVANADA: RELATO DE CASO
Relatrio de Estgio Curricular apresentado ao Curso
de Medicina Veterinria da Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade da Universidade Tuiuti do Paran, como requisito parcial para obteno do ttulo
de Mdica Veterinria.
Professora Orientadora: MSc. Jessa de Ftima Frana
Orientador Profissional: Edgar Franco Ramos de Carvalho
CURITIBA
2016
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Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
Pr-Reitora Promoo Humana
Profa. Ana Margarida de Leo Taborda
Pr-Reitor
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pr-Reitora Acadmica
Prof. Carmen Luiza da Silva
Pr-Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Diretor de Graduao
Prof. Joo Henrique Faryniuk
Secretrio Geral
Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz
Coordenador do Curso de Medicina Veterinria
Prof. Welington Hartmann
Supervisora de Estgio Curricular
Profa. Elza Maria Galvo Ciffoni Arns
Campus Barigui
Rua Sydnei A Rangel Santos, 238
CEP: 82010-330 Curitiba PR
Fone: (41) 3331-7958
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TERMO DE APROVAO
ELIZANDRA DE FTIMA DALLALIBERA
FRATURA PATOLGICA DE MANDBULA EM UM CO COM DOENA
PERIODONTAL AVANADA: RELATO DE CASO
Este trabalho de Concluso de Curso foi julgado e aprovado para obteno do ttulo de Mdica Veterinria no Curso de Medicina Veterinria da Universidade Tuiuti do
Paran.
Curitiba, 07 de dezembro de 2016.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Profa. MSc. Jessa de Ftima Frana
PRESIDENTE
__________________________________________
Profa. Fabiana Monti
__________________________________________
Prof. Vincius Caron
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AGRADECIMENTOS
Agradeo a Deus por ter me dado sade e inteligncia para superar todas as
dificuldades e conseguir chegar onde hoje estou.
Agradeo a minha orientadora Professora Jessa de Ftima Frana por seu
apoio pacincia e incentivo na concluso do curso, dedicando seu tempo ao meu
aprendizado.
A minha gratido a todos os professores do curso de Medicina Veterinria da
Faculdade Evanglica do Paran e da Universidade Tuuti do Paran.
A todas as pessoas do Centro Integrado de Especialidades Veterinrias pela
oportunidade de estgio, em especial as Mdicas Veterinrias Andressa Cristina de
Souza, Ana Laura Cheroto e ao Mdico Veterinrio Edgar Franco Ramos de
Carvalho pelo apoio, convivncia, dedicao e ensinamentos.
Aos meus familiares, principalmente aos meus pais que me acompanharam
nessa jornada, me fortaleceram com palavras de carinho e conforto, principalmente
nos momentos de dificuldade.
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APRESENTAO
Este trabalho de Concluso de Curso, apresentado ao Curso de Medicina
Veterinria da Faculdade de Cincias Biolgicas e da Sade, da Universidade Tuuti
do Paran, como requisito parcial para a obteno do ttulo de Mdica Veterinria.
composto pelo relatrio de estgio, onde so descritas as atividades realizadas
durante o perodo de 25 de julho a 14 de outubro de 2016, no Centro Integrado de
Especialidades Veterinrias, localizado no municpio de Curitiba-PR, local de
cumprimento do Estgio Curricular e relato de um caso que versa sobre fratura
patolgica de mandbula em um co com doena periodontal avanada.
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RESUMO
A doena periodontal causa a destruio dos tecidos que do suporte ao dente,
podendo levar a alteraes sistmicas no animal. Essa enfermidade ocorre por diversos graus de inflamao e de infeco dos tecidos da boca, causando dor, com possibilidade de perda dental e at fraturas de mandbula ou maxila. Alguns fatores
podem influenciar no desenvolvimento desta afeco, tais como a raa, idade, comportamento de mastigao, sade geral, ocluso dentria, nutrio e a
consistncia dos alimentos. Um diagnstico completo inclui inspeo da cavidade oral, avaliao radiogrfica, alm da identificao dos fatores predisponentes que contriburam para seu aparecimento. O tratamento baseia-se na eliminao de sua
causa principal, a placa bacteriana, sendo isso possvel atravs de um cuidadoso plano teraputico, baseado em tratamento adequado e controle dirio da placa, de
modo a evitar a recorrncia da doena. Palavras-chave: odontologia, placa bacteriana, fratura em mandbula
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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS
BID Bis in die
TID Ter in die
SID Semel in die
TPC Tempo de preenchimento capilar
CIEV Centro Integrado de Especialidades Veterinrias
MPA Medicamento pr-anestsico
IV Intravenoso
SC Subcutneo
mg Miligrama
ml Mililitro
kg Quilograma
SRD Sem raa definida
ATM Articulao temporomandibular
% Porcentagem
n Nmero de pacientes
FA Fosfatase alcalina
g Micrograma
CAM Concentrao alveolar mnima
mcg Microgotas
Osh Ovariosalpingohisterectomia
ALT Alanina aminotransferase
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - FACHADA CIEV, 2016............................................................. 16
FIGURA 2 - SALA DA ONCOLOGIA CIEV, 2016........................................ 16
FIGURA 3 - CENTRO CIRRGICO DESTINADO A CIRURGIAS
ONCOLGICAS (A). CENTRO CIRURGICO DESTINADO A
PROCEDIMENTOS DE TECIDOS MOLES E
ORTOPDICOS (B) CIEV, 2016..............................................
17
FIGURA 4 - LABORATRIO DE ANLISES CLNICAS PATOLGICAS
CIEV, 2016................................................................................ 17
FIGURA 5 - CONSULTRIO CIEV, 2016.................................................... 18
FIGURA 6 - SALA DA ODONTOLOGIA CIEV, 2016................................... 18
FIGURA 7 - SALA DA RADIOGRAFIA (A). SALA DA
ULTRASSONOGRAFIA (B) CIEV, 2016...................................
19
FIGURA 8 - INTERNAMENTO CIEV, 2016.................................................. 19
FIGURA 9 - SALA DA OFTALMOLOGIA CIEV, 2016.................................. 20
FIGURA 10 - SALA DA CARDIOLOGIA CIEV, 2016..................................... 20
FIGURA 11-
ESQUEMA ILUSTRATIVO DAS ESTRUTURAS
ANATOMICAS DE UM DENTE CANINO................................. 25
FIGURA 12- SISTEMA TRIADAN MODIFICA NO CO................................ 26
FIGURA 13- PEA ANATOMICA COM VISTA LATERAL DE UM CORPO
MANDBULAR DE UM CO: PROCESSO CONDILAR
(SETA VERDE), RAMO VERTICAL DA MANDBULA (SETA
LARANJA) E RAMO HORIZONTAL DA MANDBULA (SETA
VERMELHA)............................................................................. 27
FIGURA 14 - CLASSIFICAO DA DOENA PERIODONTAL EM CO:
GRAU I, II, II..............................................................................
29
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FIGURA 15 -
IMAGEM RADIOGRFICA DO CO MACHO, DACHSHUND,
14 ANOS, MOSTRANDO FRATURA COMPLETA OBLQUA
EM TERO ROSTRAL DE MANDBULA INFERIOR
ESQUERDA, ENVOLVENDO ALVEOLO DE CANINO
INFERIOR ESQUEDO (SETA
VERMELHA).............................................................................
34
FIGURA 16 - IMAGEM RADIOGRFICA DO CO MACHO,
DACHSHUND, 14 ANOS, EVIDENCIANDO REABSORO
DE OSSO ALVEOLAR (SETA VERMELHA)............................
35
FIGURA 17 - PACIENTE EM CONSULTA DE RETORNO 13 DIAS PS-
CIRRGICO, USANDO FOCINHEIRA PROTETORA............. 37
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LISTA DEGRFICOS
GRFICO 1 - PREVALCIA DAS RAAS CANINAS ATENDIDAS NO
CIEV, DURANTE O PERODO DE 25 DE JULHO A 14 DE
OUTUBRO DE 2016.............................................................
22
GRFICO 2 - EXAMES COMPLEMENTARES ACOMPANHADOS NO
CIEV, DURANTE O PERODO DE 25 DE JULHO A 14 DE
OUTUBRO DE 2016.............................................................
24
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LISTA DE QUADROS
QUADRO 2 - ATENDIMENTOS CLASSIFICADOS POR SISTEMAS
ORGNICOS, ATENDIDOS NO CIEV, NO PERIODO DE
25 DE JULHO A 14 DE OUTUBRO DE 2016.....................
23
QUADRO 1- ATENDIMENTOS CLASSIFICADOS POR
ENFERMIDADES ONCOLGICAS, ATENDIDOS NO
CIEV, NO PERIODO DE 25 DE JULHO A 14 DE
OUTUBRO DE 2016............................................................. 23
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1- RESULTADOS DOS EXAMES HEMATOLGICOS E
BIOQUMICOS DO CO MACHO, DACHSHUND, 14
ANOS, ATENDIDO NO CIEV, 2016......................................
33
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SUMRIO
1 INTRODUO ................................................................................................................... 14
2 LOCAL DE REALIZAO DO ESTGIO .................................................................... 15
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .................................................................................. 21
4 CASUSTICA...................................................................................................................... 22
5 REVISO DE LITERATURA........................................................................................... 25
5.1 ANATOMIA DA BOCA................................................................................................... 25
5.1.1 Endodontia ................................................................................................................... 27
5.1.2 Doena periodontal..................................................................................................... 28
5.2 DIAGNSTICO............................................................................................................... 30
5.3 TRATAMENTO E PREVENO ................................................................................. 31
6 RELATO DE CASO .......................................................................................................... 32
7 DISCUSSO ...................................................................................................................... 38
8 CONCLUSO .................................................................................................................... 41
REFERNCIAS..................................................................................................................... 42
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14
1 INTRODUO
A doena periodontal caracteriza-se pela gengivite e periodontite, tendo como
agente causador a placa bacteriana associada falta de higienizao ou profilaxia
dentria, idade, raa e dieta (CAVALCANTE, 2002). Alm da carga bacteriana local,
as bactrias presentes em leses da cavidade oral podem adentrar a circulao
sangunea e atingir outros rgos.
Vrios estudos sugerem a correlao entre a doena periodontal e afeces
que atingem os rgos como os rins causando nefrite intersticial e glomerulonefrite e
corao levando a endocardite bacteriana, regurgitamento da mitral e
degenerescncia do miocrdio (DOUGLASS, 2008).
As principais manifestaes clnicas desta afeco consistem em halitose,
mobilidade dentria, gengivite severa, exposio da raiz, hemorragia gengival,
bolsas periodontais e fstulas oronasais (GOUVEIA, 2009). E as maiores incidncias
de danos na mandbula so fraturas, neoplasias, infeces, luxao da articulao
temporomandibular (ATM) e hiperparatireoidismo renal secundrio (CLUDIO,
2013). Apesar do exame clnico permitir a avaliao dos tecidos moles necessrio
um exame radiogrfico da boca, sob sedao ou anestesia, para se obter
informaes sobre as estruturas sseas dentrias e periodontais (NEVES, 2007).
A base da terapia periodontal visa eliminar a placa bacteriana, impedindo a
progresso da doena, atravs da profilaxia dentria, cirurgia periodontal, tratamento
endodntico ou extraes se necessrio (PIERI;MOUREIRA, 2010). As
enfermidades que acometem a cavidade oral devem ser identificadas em seus
estgios iniciais, para que os animais possam ser tratados antes de apresentarem
graves transtornos sistmicos secundrios relacionados desnutrio e/ou
infeces dentrias e sseas (LEON-ROMAN;GIOSO, 2004).
Este trabalho teve por finalidade relatar o acompanhamento e a casustica da
rotina do CIEV, assim como a realizao de uma reviso de literatura e um relato de
caso de fratura patolgica de mandbula em um co com doena periodontal
avanada.
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2 LOCAL DE REALIZAO DO ESTGIO
O Centro Integrado de Especialidades Veterinrias (CIEV) localiza-se na Rua
Andr Zanetti, nmero 144, bairro Vista Alegre em Curitiba no estado do Paran
(Figura 1). Compreende diversas empresas formadas por profissionais
especializados e capacitados para atuar em reas como ortopedia, oncologia,
intensivismo, cirurgia geral, cirurgia torcica, oftalmologia, cardiologia, odontologia,
neurocirurgia, fisioterapia, internamento, diagnstico por imagem, anestesiologia e
laboratrio de anlises clnicas. O atendimento 24 horas e as consultas so
marcadas por agendamento exceto em casos de emergncias.
No primeiro andar encontra-se uma sala de recepo, um centro
especializado no diagnstico e tratamento do cncer em pequenos animais (Figura
2), dois centros cirrgicos um para cirurgias de tecidos moles e ortopdicas e outro
destinado cirurgias oncolgicas (Figura 3).
Entre os centros cirrgicos h um ambiente para esterilizao dos
instrumentais utilizados nos procedimentos operatrios, tambm h uma sala de
preparo pr-cirrgico e recuperao de animais ps-cirrgico, em anexo h uma sala
com vestirios e lavatrio para a antissepsia da equipe cirrgica. Um laboratrio de
anlise clnica patolgica veterinria (Figura 4), quatro consultrios (Figura 5) e uma
sala de odontologia (Figura 6).
No segundo andar existe um centro de imagem, composto por uma sala para
radiografia e outra para ultrassonografia (Figura 7), um internamento (Figura 8) uma
dependncia para realizao de consultas oftlmicas (Figura 9) e sala para
execuo de exames cardiolgicos (Figura 10).
No terceiro andar situa-se um pequeno auditrio, o qual direcionado a
apresentaes de seminrios, palestras, reunies e realizaes de cursos
profissionalizantes. No subsolo fica um espao designado fisioterapia e
reabilitao dos animais.
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Figura 1 - Fachada CIEV, 2016.
Figura 2 - Sala da oncologia CIEV, 2016.
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Figura 3 Centro cirrgico destinado a cirurgias oncolgicas (A). Centro cirrgico
destinado a procedimentos de tecidos moles e ortopdicos (B) CIEV, 2016.
Figura 4 - Laboratrio de anlises clnicas patolgicas CIEV, 2016.
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Figura 5 - Consultrio CIEV, 2016.
Figura 6 - Sala da odontologia CIEV, 2016.
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Figura 7 Sala da radiografia (A). Sala da ultrassonografia (B) CIEV, 2016.
Figura 8 - Internamento CIEV, 2016.
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Figura 9 - Sala da oftalmologia CIEV, 2016.
Figura 10 - Sala da cardiologia CIEV, 2016.
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3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O estgio curricular foi realizado no Centro Integrado de Especialidades
Veterinrias (CIEV), no perodo de 25 de julho a 14 de outubro nos seguintes
setores: clnica cirrgica, imaginologia, oncologia, fisioterapia, cardiologia,
odontologia e internamento. Foram realizados rodzios nas especialidades
supracitadas em semanas alternadas totalizando 360 horas.
As atividades realizadas no internamento incluram o acompanhamento de
consultas emergenciais, conteno dos animais, exame fsico, administrao de
medicaes, colocao de acessos venosos, manejo de curativos, sondagens,
remoo de pontos, coleta de material para exames laboratoriais, preenchimento de
requisies, monitorao de pacientes em estado crtico, reposio de materiais de
insumo e manuteno dos animais limpos, aquecidos e devidamente alimentados.
No setor de diagnstico por imagem, as atividades consistiram em efetuar a
conteno e tricotomia do paciente antes da execuo do exame, auxi liar no correto
posicionamento do animal, alm de contribuir na interpretao de laudos e reviso
das estruturas anatmicas juntamente com as particularidades de cada enfermidade.
No setor de cardiologia, realizou-se a conteno, tricotomia e posicionamento
preciso do animal para o exame.
No setor de oncologia foram executadas tarefas como tricotomia, conteno
dos pacientes para a realizao da quimioterapia, monitoramento dos parmetros
fisiolgicos aps as sesses quimioterpicas, auxilio na retirada de pontos e trocas
de curativos ps - cirrgicos, alm de contribuir na reposio de insumos.
Ocasionalmente, havia acompanhamento de cirurgia de tecidos moles, bem
como procedimentos cirrgicos ortopdicos e oncolgicos, as atividades nesse setor
foram tricotomia, assepsia, aferio de parmetros fisiolgicos, curativos at a
recuperao no ps-operatrio, ajuda como auxiliar durante a cirurgia, alm de
reposio de materiais de insumo e limpeza da sala cirrgica. Eventualmente ocorria
acompanhamento de endoscopias. Tambm houve acompanhamento no setor de
odontologia, com contribuio na conteno para sedao do paciente e atuao
como volante durante o procedimento odontolgico.
J no setor de fisioterapia, o auxlio foi na conteno e correto
posicionamento do paciente para os exerccios fisioterpicos que eram solicitados
pelo profissional.
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4 CASUSTICA
Durante o perodo de estgio, foram atendidos 108 casos, sendo que 104
animais eram da espcie canina (96%) e 4 eram da espcie felina (4%).
Dentre os animais acompanhados 45,4% eram machos e 54,6% fmeas. Do
mesmo modo, a quantidade de atendimentos a fmeas felinas foi superior
comparado aos atendimentos de machos felinos.
A maioria dos animais da espcie canina acompanhados possua idade
entre 1 ms e 14 anos e eram de mdio porte (12-25 kg). J em relao aos felinos
a idade variava entre 2 a 14 anos. Em comparao s raas, dos 104 ces
acompanhados, a prevalncia era de animais sem raa definida correspondendo a
26 animais. Dentre as raas mais atendidas estavam Labrador e Golden Retriever
conforme demonstrado no Grfico 1. Com relao aos felinos, 3 animais no
possuam raa definida e um era da raa Persa.
Grfico 1 - Prevalncia das raas caninas atendidas no CIEV, durante o perodo de 25 de julho a 14
de outubro de 2016.
As enfermidades oncolgicas sobressaram-se em relao aos outros
sistemas, correspondendo a 41% dos casos (Quadro 1).
As afeces do sistema esqueltico/muscular correspondem a 23, 9% e do
sistema digestrio com 9,9%. O sistema reprodutor representou 9,9% dos casos,
consecutivamente os sistemas tegumentar e urinrio 4,2%, oftalmolgico e
hematopoitico 2,8% e com menor incidncia, o sistema respiratrio com 1,4% dos
casos conforme observado no Quadro 2.
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Quadro 1 - Atendimentos classificados enfermidades oncolgicas, atendidos no CIEV, durante o perodo de 25 de julho a 14 de outubro de 2016.
Quadro 2 - Atendimentos classificados por sistemas orgnicos, atendidos no CIEV, durante o perodo de 25 de julho a 14 de outubro de 2016.
No perodo, foram acompanhados 37 exames complementares, dentre eles,
cardiolgicos como ecocardiograma, de imagem como ultrassonografia e radiografia
alm de endoscopias, como demonstra o Grfico 2.
ENFERMIDADES DIAGNSTICO n %
Enfermidades oncolgicas
Linfoma 16
41
Sarcoma 4
Osteossarcoma 2
Mastocitoma 4
Melanoma 1
Neoplasia em mandbula 1
Carcinoma 1
SISTEMAS DIAGNSTICO n %
Sistema esqueltico/muscular
Hrnia perineal 1
23,8
Denervao Acetabular 3
Amputao de membro 2
Luxao de patela 3
Osteotomia de nivelamento do plat tibial 2
Hrnia de disco 3
Displasia coxo femoral 3
Sistema digestrio
Enterectomia 1
9,9
Gastrite 2
Toro gstrica 1
mese 2
Doena periodontal 1
Sistema reprodutor
Osh eletiva 4
9,9 Orquiectomia 2
Cisto prosttico 1
Sistema tegumentar Debridamento de ferida 1
4,2 Ferida por mordedura 2
Sistema urinrio Obstruo uretral 2
4,2 Penectomia + Uretrostomia 1
Sistema oftlmico Catarata 2 2,8
Sistema hematopoitico Transfuso sangunea 2 2,8
Sistema respiratrio Peneumonectomia esquerda 1 1,4
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Grfico 2 - Exames complementares acompanhados no CIEV, durante o perodo de 25 de
julho a 14 de outubro de 2016.
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5 REVISO DE LITERATURA
5.1 ANATOMIA DA BOCA
Os dentes so estruturas fortemente mineralizadas, encontradas nos
alvolos dos ossos incisivos, do osso maxilar e da mandbula (TEIXEIRA, 2016).
So compostos por tecidos rgidos como a dentina, que o principal componente de
um dente adulto e possui capacidade de reparao e reabsoro. O esmalte,
que recobre a coroa do dente no possui suprimento nervoso e sanguneo, nem
capacidade regenerativa. O cemento que um tecido avascular semelhante ao
osso, porm menos calcificado que o esmalte, funcionando como um ligamento
suspensor para os dentes (GIOSO, 2007).
O dente externamente dividido em trs estruturas principais: coroa, raiz e
colo (Figura 11). A coroa a poro do dente que se projeta acima da gengiva e a
raiz abaixo da gengiva. A raiz une os dentes aos alvolos dentrios, sendo o colo a
zona de transio da coroa do dente para a raiz. No final da raiz encontra-se o delta
apical onde os nervos, os vasos sanguneos e os vasos linfticos comunicam-se
com a polpa dentria (NOGUEIRA et al, 2010).
Figura 11 - Esquema ilustrativo das estruturas anatmicas de um dente canino.
Fonte: GIOSO, 2007
A gengiva forma um revestimento em volta de cada dente e divide-se em
gengiva livre, que se acomoda devidamente na superfcie do dente e gengiva
inserida a qual aderida ao peristeo subjacente ao osso alvolar. Este formado
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pelas cristas dos ossos da mandbula ou maxila que oferecem suporte aos dentes e
desenvolve-se durante a erupo dentria sofrendo atrofia quando os dentes caem
(TEIXEIRA, 2016).
O co tem 28 dentes decduos: (Incisivos 3/3, Caninos 1/1, Pr - molares 3/3)
X 2 = 28) e quando adultos apresentam 42 dentes permanentes: (Incisivos 3/3,
Caninos 1/1, Pr - molares 4/4, Molares 2/3) x 2 = 42. E o que fornece sustentao
aos dentes inferiores so as mandbulas, as quais so divididas em ramos (Figura
12) horizontal e vertical (HOFFMANN; GAENGLER, 2004).
O Sistema Triadan modificado emprega um sistema numrico de trs dgitos
para identificar cada dente na boca do animal, conforme figura 12. O primeiro
nmero indica o quadrante no qual o dente est localizado e os outros dois nmeros
indicam a localizao do dente dentro do quadrante, sempre iniciando com o incisivo
central em direo distal.
Figura 12 - Sistema Triadan modificado no co.
Fonte: KOWALESKY, 2005.
O forame mandibular a abertura caudal do canal mandibular, que se inicia
na base do ramo e atravessa o corpo, por onde percorrem a artria, a veia e os
nervos alveolares inferiores (GIOSO, 2007).
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Figura 13 Pea anatmica com vista lateral de um corpo mandibular de um co: processo
condilar (seta verde), ramo vertical da mandbula (seta laranja) e ramo horizontal da mandbula (seta vermelha).
NEVES, 2007, adaptado.
A mandbula articula-se com os ossos do crnio por meio do processo
articular da mandbula, que se encaixa na fossa mandibular do osso temporal e
forma a articulao temporomandibular (ATM). As maiores incidncias de danos na
mandbula so fraturas, neoplasias, infeces, luxao da ATM e
hiperparatireoidismo renal secundrio (CLUDIO, 2013). Sendo as fraturas
patolgicas mais comuns em ces geritricos e de raas pequenas (NEVES, 2007).
5.1.1 Endodontia
o ramo da odontologia que trata da etiologia, diagnstico, teraputica e
profilaxia das doenas e leses que afetam a polpa dentria e a raiz dentria, bem
como o tecido periapical.
O tratamento endodntico designado sempre que as estruturas internas do
dente so acometidas, como nos casos de exposio da polpa, pulpite e necrose
pulpar, com o objetivo de manter a sade do tecido pulpar ou parte dele, revertendo
o prejuzo dos tecidos periapicais (REIS et al, 2011).
A polpa toma toda a cavidade interna do dente, sendo denominadas como
cmara pulpar e canal radicular. O tecido pulpar composto de vasos sanguneos,
linfticos, feixes nervosos e clulas especializadas (SANTOS et al, 2012). Tais
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clulas so responsveis pela produo de dentina durante toda a vida do animal,
promovendo o estreitamento progressivo do canal (FERREIRA, 2012).
5.1.2 Doena periodontal
A doena periodontal atinge os tecidos que sustentam os dentes, incluindo a
gengiva, cemento, ligamento periodontal e o osso alveolar (SILVA, 2011). Essa
enfermidade ocorre por diversos graus de inflamao e de infeco dos tecidos da
boca, causando dor, com possibilidade de perda dental e at fraturas de mandbula
ou maxila (BROOK;NIEMIEC, 2008). Alm disso, pode causar distrbios sistmicos
(FERRO et al, 2008).
O desenvolvimento da doena periodontal atribudo por vrios fatores, mas
o agente etiolgico primrio a placa bacteriana. Dentre os fatores predisponentes a
esta doena, destaca-se raa, idade e dieta (DEBOWES, 2004. A placa dentria,
tambm chamada de biofilme formada por um material amarelado que se fixa na
superfcie do esmalte dos dentes (KOUKI et al, 2003). Os mesmos ficam envolvidos
de forma natural pelo saliva, a qual contm bactrias que levam a calcificao da
placa bacteriana, resultando na formao de clculo dental (CAVALCANTE et al,
2002).
A placa constituda predominantemente por bactrias gram-positivas,
aerbias e sem motilidade, no incio da infeco, e por bactrias anaerbias, gram-
negativas e com motilidade, nos estgios mais avanados da infeco.
Essas bactrias se fixam na superfcie dental, e os metablicos vindos da
alimentao das bactrias atuam destruindo os tecidos, sendo responsveis pela
halitose que decorrente da doena periodontal (DAIUTO et al, 2010). A gengiva
a primeira estrutura acometida pelos subprodutos do metabolismo das bactrias da
placa, tendo como resposta agresso com inflamao e gengivite (CAVALCANTE
et al, 2002).
Quanto mais placa se acumula, mais propcio a outras bactrias o ambiente
do sulco gengival torna-se. A gengivite pode progredir para periodontite, a qual um
estado avanado e irreversvel da doena, sendo definido por processo inflamatrio
do ligamento periodontal, osso alveolar e cemento (BROOK; NIEMEC, 2008). A
proporo em que o osso danificado e seguidamente reabsorvido, ocorre a
formao de bolsa periodontal (sulco gengival mais profundo ). Essas bolsas
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periodontais podem ser reversveis se houver um controle eficaz da placa e do
clculo (LOPES et al, 2005).
Na doena periodontal, as bactrias que se encontram dentro do sulco
gengival, liberam enzimas e toxinas bacterianas (SANTOS et al, 2012). Esses
produtos induzem uma atividade proteoltica dos tecidos, aumentando atividade
osteoclstica, inibindo a funo osteoblstica, levando destruio do tecido
conjuntivo, reabsoro ssea e perda de insero (HARVEY; EMILY et al, 2004).
A doena periodontal pode ser dividida em graus (Figura 13), no entanto,
atribuir um grau de doena periodontal muito subjetivo. O que realmente tem
importncia uma avaliao conjunta dos fatores combinados que incluem placa,
clculo, inflamao gengival e perda de tecido sseo (LEON-ROMAN; GIOSO,
2004). Na periodontite inicial (Grau I) ocorre inflamao e edema gengival severo,
no (Grau II) de periodontite moderada, pode se observar gengivite, edema e ligeira
retrao gengival. Enquanto que a periodontite severa (Grau III) caracteriza-se pela
mobilidade dentaria e no fixao dos dentes nos alvolos (GOUVEIA, 2009).
Figura 14 Classificao da doena periodontal em co: grau l, ll, lll.
Fonte: FERREIRA, 2012, adaptado.
Complicaes locais da doena periodontal grave juntamente com perda
dentria, deixam sequelas significativas como fistulas oronasais, inflamao
periocular, osteomielite crnica, neoplasias orais e fraturas patolgicas (LOPES et
al, 2005). Estas fraturas ocorrem geralmente na mandbula, especialmente na rea
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30
dos caninos e dos primeiros molares, devido ao enfraquecimento causado pela
perda ssea crnica (ROZA, 2004).
As fraturas patolgicas podem ter prognstico reservado devido dificuldade
de regenerao ssea, carncia de matriz ssea, baixa oxigenao da rea e
dificuldade na fixao. Assim que uma rea do osso entra em necrose, j no
responde eficazmente a antibioticoterapia e requer debridamento cirrgico para a
remoo de todo o material oriundo dos tecidos necrosados e dos microrganismos.
Em alguns casos mais graves, a infeco bacteriana pode tambm originar sepse
(RAIMUNDO, 2008).
Dentre as principais alteraes presentes nas articulaes mandibulares
esto as luxaes, displasias e as fraturas de ramo mandibular (COSTA, 2011). A
luxao mandibular pode ocorrer de forma isolada ou associada a fraturas de
mandbula, normalmente o animal se apresenta com dores e impossibilidade de
fechar a boca (BOUDRIEAU, 2004). J a displasia temporomandibular pode ser
uma das causas de luxao crnica, devido a fossa mandibular rasa (ASSIS, 2004).
E formao inadequada ao nvel da estrutura ssea da ATM, caracterizados por uma
m ocluso (LEWIS; REITER, 2010). Esta condio tem sido associada displasia
da ATM levando a uma subluxao e deslocamento contra lateral da mandbula
(SCHWARZS et al, 2012). Entretanto a doena articular degenerativa pode ser uma
sequela da displasia da ATM (CLAUDIO, 2013).
5.2 DIAGNSTICO
O diagnstico da doena periodontal concludo pela avaliao das
estruturas intra e extrabucais. No exame clnico alguns sinais podem auxiliar na
deteco da doena, como halitose intensa, salivao, sangramento oral, mobilidade
dentria, presena de gengivite, placa bacteriana e clculo (REZENDE et al, 2004).
A presena de placa bacteriana, clculo, inflamao gengival e mobilidade dos
dentes so evidentes no animal consciente, no entanto a extenso da doena
apenas pode ser avaliada atravs do exame periodontal e radiogrfico completo sob
sedao ou anestesia geral (PIGNONE, 2009).
-
31
5.3 TRATAMENTO E PREVENO
O objetivo do tratamento da doena periodontal baseia-se na eliminao da
placa bacteriana atravs de procedimento odontolgico (MENESES, 2011). Este
inclui raspagem de clculo da coroa, raspagem radicular, aplainamento radicular
removendo todo o tecido necrosado das razes afetadas, polimento para deixar a
superfcie lisa e outros processos como extraes, tratamento endodntico e cirurgia
periodontal. O uso de antibiticos se faz necessrio. Deve ser de amplo espectro,
ao contra gram-positivos, gram-negativos, aerbios e anaerbios. Utiliza-se como
preventivos da bacteremia durante as intervenes da cavidade oral a clindamicina,
a amoxicilina, o metronidazol, a espiramicina, a ampicilina, entre outros
(FERNANDES, 2012).
Quando houver fratura ssea por consequncia da doena periodontal, o
tratamento conservador, com possvel colocao de uma focinheira confeccionada
com esparadrapo em formato de funil, para apoiar a mandbula sem ocorrer
deslocamento mnimo dos fragmentos da fratura. A focinheira deve permitir ao co
abrir a boca suficiente para beber gua e ingerir alimentos pastosos (MACEDO et al,
2006). Outra opo para estabilizao oral o tratamento cirrgico por meio de
cerclagem, permitindo a reduo fechada de fraturas mandibulares e maxilares,
preservando as ligaes periosteais e o suprimento sanguneo.
Essas tcnicas so especialmente teis para fraturas rostrais aos primeiros
molares mandibulares e fraturas cominutivas s quais a reduo anatmica no
possvel (OPPERMANN et al, 2006). O tratamento deve prover ajuste oclusal
correto e o ps-operatrio deve ser realizado de maneira cautelosa, provendo-se
uma alternativa para a ingesto adequada de alimentos lquidos e pastosos pelo
paciente e controlando-se a dor e a infeco pela utilizao de frmacos adequados
(FERREIRA, 2012).
O sucesso da preveno da doena periodontal depende dos cuidados dos
tutores, estes devem ser instrudos sobre a importncia da frequncia das
escovaes, bem como a visita ao mdico veterinrio, para avaliar a higiene oral do
animal e efetuar uma nova profilaxia profissional quando necessria (NOGUEIRA et
al, 2010). O uso de produtos alimentares que estimulam o ato de mastigar, como
brinquedos confeccionados para ces, apresenta efeitos benficos na reduo do
acmulo de placa, clculo e estimula o fluxo salivar (LOGAN, 2006).
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32
6 RELATO DE CASO
Um co, macho, dachshund, 14 anos, pesando 7 kg no castrado, foi trazido
para um atendimento emergencial no CIEV. Durante a anamnese os tutores
relataram que o mesmo no estava se alimentado normalmente, aparentava-se
desorientado, com espamos`` na musculatura da face e quando abria boca sua
cabea pendia para o lado esquerdo. Ao exame fsico, o paciente apresentava-se
aptico, 5% de desidratao, sopro auscultao, frequncia respiratria e presso
arterial dentro dos parmetros fisiolgicos normais, normotrmico, mucosas
normocoradas, TPC de 2 segundos, escore corporal 3/5. Manifestava desconforto
palpao abdominal e durante a inspeo oral o mesmo no permitia a manipulao
na face rostral esquerda da mandbula, pois se mostrava com muita dor na regio.
Em seguida realizou-se exame neurolgico avaliando medula, encfalo e
nervos cranianos. Iniciou-se verificando se havia alteraes em conscincia,
marcha, propriocepo e saltitar dos 4 membros. Em seguida foi feita a palpao da
coluna vertebral seguido de flexo, extenso e lateralizao do pescoo, verificao
dos reflexos pupilares direito, esquerdo e consensual, assim como reflexo de
ameaa e palpebral, investigao de estrabismo, nistagmo e sensibilidade nasal e
da cabea. Porm nenhuma alterao foi evidenciada. O paciente permaneceu
internado, com intuito de monitorar os padres fisiolgicos, e tambm para um
planejamento teraputico com administrao de antibiticos, antiinflamatrios e
analgsicos.
Posteriormente o animal foi submetido a avaliao com uma profissional
especialista em odontologia, a qual constatou doena periodontal avanada,
gengivite, periodontite e dor eminente no canino inferior esquerdo com suspeita de
fratura no ramo esquerdo da mandbula. O paciente tambm apresentava dor na
articulao temporomandibular bilateralmente. Como medidas teraputicas
recomendou-se ao tutor que seria necessrio o animal passar por um procedimento
odontolgico para a remoo da placa bacteriana, extrao e curetagem dos dentes
comprometidos pela doena periodontal avanada.
Para tanto, foram solicitados exames complementares hematolgicos e
bioqumicos como uria, creatinia, FA e ALT, para avaliar o estado geral de sade
do animal.
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O resultado demonstrou valores considerados normais em relao aos
valores de referncia, com exceo da FA, que se mantinha com valores acima do
limite mximo aceitvel (837 UI/L), conforme demonstrado na Tabela 1.
Tabela 1 Resultados dos exames hematolgicos e bioqumicos do co macho, Dachshund, 14 anos, atendido no CIEV, 2016.
Hemograma Resultados Valores de referncia
Eritrograma
Eritrcitos (milhes/uL) 6,43 5,5 - 8,5
Hematcrito (%) 41 37 55
Hemoglobina (g/dL) 13,20 12 -18
VCM (u3) 63,76 60 77
HCM (pg) 20,53 19 23
CHCM (%) 32,20 30 36
Leucograma
Leuccitos (milhes/uL) 10170 6000 17000
Neutrfilos Segmentados 7933 3000 11500
Bastonetes 203 0 300
Linfcitos 1526 1000 4800
Moncitos 509 150 -1350
Eosinfilos 0 100 1250
Basfilos 0 0 200
Plaquetas 508 175 500
Protena Total (g/dL) 7,2 6,0 8,0
Bioqumica Resultados Valores de Referncia
Creatinina (mg/dL) 0,6 0,5 1,6
Uria (mg/dL) 33 10 60
Fosfatase alcalina (UI/L) 837 10 -156
Alanina Aminotransferase (UI/L) 73 7,0 92
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O paciente foi encaminhado para ultrassonografia abdominal, por conta da
dor abdominal, no qual identificou-se alterao renal bilateral discreta. Em seguida
foram requisitados radiografia de crnio sob sedao, devido a suspeita de fratura
em mandbula e ecocardiograma pela presena de sopro na auscultao cardaca e
para verificar se o paciente estava apto para o procedimento odontolgico.
A ecocardiografia protocolo de avaliao para animais de meia idade a
idosos que necessitem ser anestesiados ou possuem alguma disfuno cardaca.
Os resultados ecocardiogrficos revelaram degenerao crnica e insuficincia
valvar mitral e tricspide, assim como hipertenso arterial pulmonar discreta.
No exame radiogrfico de crnio foi evidenciada fratura completa obliqua em
tero rostral de mandbula esquerda, envolvendo alvolo de canino inferior
esquerdo. Observou-se tambm sinais de doena periodontal, osteomielite com
reabsoro de osso alveolar e ainda sinais de doena articular degenerativa em
articulaes temporomandibulares bilateralmente.
Figura 15 Imagem radiogrfica do co macho, Dachshund, 14 anos, mostrando fratura
completa oblqua em tero rostral da mandbula inferior esquerda, envolvendo alvolo de canino inferior esquerdo (seta vermelha).
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Figura 16 Imagem radiogrfica do co macho, Dachshund, 14 anos, evidenciando
reabsoro de osso alveolar (seta vermelha).
Mediante os resultados dos exames e da estabilizao do animal foi possvel
encaminh-lo para o procedimento odontolgico. Utilizou-se na MPA 0,3mg/Kg/SC
de meperidina, induo com propofol 6mg/kg/IV (dose/efeito), mantido com
isofluorano (CAM 1,5 %) de manutenoao e fentanil 2,0 mcg/kg/IV.
Alm da doena periodontal avanada, houve tambm uma fratura no dente
canino inferior esquerdo com exposio e contaminao pulpar, progredindo para
pulpite, seguido de infeco, necrose focal, osteomielite e reabsoro de osso
alveolar, ocasionando a fratura patolgica da mandbula na face rostral esquerda.
Foi necessria a extrao do 1 e 2 pr-molares superiores direito (105 e 106),
ltimo molar superior direito (110), 3 incisivo superior esquerdo (203), 1, 2 e 3
pr-molares superiores esquerdos (205, 206, 207), ltimo molar superior esquerdo
(210) e o canino inferior esquerdo (304).
Ao trmino das extraes dos dentes supracitados, foi realizada a curetagem
para limpeza dos espaos alveolares, enxague com soluo fisiolgica e sutura
gengival com fio absorvvel poliglactina (4-0), por meio de ponto interrompido
simples no terceiro incisivo superior esquerdo e canino inferior esquerdo. No local da
extrao dos demais dentes no houve sutura, pois no apresentaram tecido
gengival saudvel, deixados cicatrizarem por segunda inteno.
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36
Entretanto foi necessria uma curetagem mais profunda no alvolo onde
estava inserido o canino inferior esquerdo, seguido de antissepsia e lavagem com
soluo fisiolgica. Foi introduzida no espao alveolar uma esponja hemosttica de
colgeno hidrolizado (gelatina) liofilizada, indicada para obteno da hemostasia
local e com finalidade de atuar na manuteno do cogulo e no preenchimento do
espao gerado. E, por fim, efetuou-se a sutura gengival com ponto interrompido
simples. Nos dentes que no foram extrados, realizou-se a retirada do clculo com
aparelho de ultrassom e concluiu-se o processo com polimento utilizando-se pasta
dental profiltica.
Para a limpeza dos alvolos dentrios foi utilizado soluo fisiolgica. Porm
a clorexidina uma das substncias mais eficientes no controle de microorganismos
causadores de placa bacteriana. Recomenda-se iniciar a aplicao dos antisspticos
bucais vrios dias antes do tratamento periodontal, para diminuir a carga bacteriana,
a halitose e hemorragia durante o procedimento cirrgico.
Devido a fratura patolgica mandibular foi necessrio o uso constante de
focinheira protetora para manter a estabilizao da ATM e imobilidade da mandbula.
Aps o procedimento odontolgico, o paciente permaneceu internado por opo dos
tutores para uma melhor analgesia e conforto do mesmo. Optou-se por frmacos
injetveis para minimizar a manipulao na mandbula evitando assim que o co
recebesse medicaes por via oral. Ofertou-se gua vrias vezes ao dia e comida
semi-pastosa em pequenas quantidades em intervalos de duas horas, administradas
atravs de uma seringa de 10 ml, sendo que a cada refeio o animal ingeria
aproximadamente 15 ml de alimento.
Durante este tempo foi instituda fluidoterapia com manuteno de 2,5ml/kg/h;
administrou-se amoxicilina com clavulanato 20mg/kg/BID/SC e metronidazol
15mg/kg/BID/IV, como terapia antibitica; analgesia foi estabelecida no primeiro dia
com infuso contnua de lidocana 30 - 50 g/kg/min e ajustada conforme a dor do
animal, tramadol 4mg/kg/TID/SC, sendo este ltimo substitudo por metadona
0,2mg/kg/TID/SC, devido a dor importante que o paciente apresentava e buscopam
25mg/kg/BID/SC. O antiinflamatrio de escolha foi o meloxicam 0,1mg/kg/SID/SC,
como ao antiemtica a ondansentrona 0,2mg/kg/TID/SC e ranitidina
2mg/kg/BID/SC como protetor gstrico.
O animal vinha apresentando uma melhora progressiva do quadro, a
sensibilidade dolorosa na mandbula no eram mais evidentes e passou a se
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37
alimentar sozinho. Aps 5 dias internado o paciente recebeu alta mdica. Para
administrao em casa foi prescrito benazepril 0,25 mg/Kg/SID/VO uso contnuo,
espironolactona1mg/Kg/SID/VO e pregabalina 12mg/Kg/BID/VO alm de dieta
liquida e pastosa por um ms e uso constante de focinheira protetora at uma nova
avaliao.
Treze dias aps o procedimento odontolgico houve retorno do animal para
avaliao com a profissional especialista (Figura 16). Ocorreu uma melhora
significativa no quadro clnico, ao exame fsico foi constatado a cicatrizao por
segunda inteno dos espaos deixados pelas extraes, no demonstrava sinais
de dor a palpao mandibular, continuava se alimentando sozinho e se mantinha
ativo. Passados 30 dias o paciente ser submetido a uma radiografia de crnio para
avaliar a consolidao ssea da fratura.
Figura 17 Paciente em consulta de retorno 13 dias ps cirrgico, usando focinheira protetora.
-
38
7 DISCUSSO
O co do presente relato apresentava avanado grau de doena periodontal,
devido acmulo de clculo dentrio, ocasionando gengivite e periodontite severa
(Grau lll). Enquanto a afeco periodontal ficar restrita gengiva, d-se o nome de
gengivite, a partir do momento que ocorre o envolvimento do periodonto de
sustentao, o processo passa a ser chamado de periodontite (LEGENDRE, 2005).
Os resultados dos exames laboratoriais mostravam-se com valores
considerados normais em relao aos de referncia, com exceo da FA que se
mantinha com valores acima do limite mximo aceitvel. Sabe-se que a FA uma
enzima presente nas membranas celulares e a induo ocorre por estase biliar
resultando em aumento da produo desta enzima por estmulo e assim, elevao
da mesma no soro, podendo ser encontrada em vrios tecidos, principalmente no
tecido sseo (FERREIRA, 2012).
A FA de origem ssea pode estar aumentada devido leso ssea e
consolidao de fraturas (LOPES, 2005). Essa afirmao justifica a causa do
aumento da enzima no exame bioqumico do paciente, j que o mesmo apresentava
reabsoro ssea que levou a fratura patolgica da mandbula.
No exame ultrassonografico, foi visualizada alterao renal bilateral discreta
sugerindo nefropatia, que pode estar associada idade, peso e afeces
periodontais do paciente. Este achado ultrassonografico condiz com a literatura
pesquisada. A seriedade da doena periodontal pode estar relacionada com a
ocorrncia da doena renal (BAR-AM et al, 2008). Durante a mastigao, devido a
rica vascularizao do periodonto e as micro leses gengivais, ocasionam um
ambiente favorvel s endotoxinas bacterianas na cavidade oral que se desprendem
e caem na corrente sangunea causando bacteremia (HASAN;PALMER, 2014).
Esse processo pode resultar em resposta imunolgica sistmica, com
distrbios secundrios, tais como endocardiose, endocardite, nefrite intersticial e
glomerulonefrite (ACCARINI;GODOY, 2006). O ecocardiograma realizado no
paciente evidenciou degenerao crnica e insuficincia valvar mitral e valvar
tricspide e hipertenso arterial pulmonar discreta. Estas afeces podem estar
relacionadas doena periodontal, idade e peso do animal (HARVEY, 2004).
Estudos em animais tem sugerido que as bactrias oriundas da cavidade oral,
quando adentram na corrente circulatria, podem ligar-se s vlvulas cardaca e
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39
causar endocardite, bem como tromboembolismo, outros estudos tm relacionado a
bacteremia proveniente da cavidade oral com infartos cerebrais e do miocrdio
(ALMEIDA et al, 2006).
Ao trmino do procedimento dentrio se fez uso de antibiticos para diminuir
a carga bacteriana na boca evitando assim as chances de bacteremia sistmica,
alm de administrar antiinflamatrios e analgsicos para controle da infamao e
dor. Este protocolo confirmado pela literatura. No ps operatrio importante
realizar a antibioticoterapia para reduzir a incidncia de infeces, uso de
antiinflamatrios e analgesia adequada para controle da dor (PRADO et al, 2011).
O paciente se encontrava com adiantada evoluo da doena periodontal em
todos os dentes causando inflamao em toda extenso da gengiva, juntamente
com uma contaminao e exposio pulpar do canino inferior esquerdo.
Ocasionando uma infeco descendente levando a necrose focal, osteomielite, lise
ssea e por consequncia fratura na parte rostral do ramo da mandbula (TEIXEIRA,
2016).
Esta informao remete a literatura, pois a afeco periodontica pode afetar
um nico dente ou um grupo de dentes ocasionando uma infeco, levando a
necrose, osteomielite, reabsoro e lise ssea ocasionando fratura na mandbula
(VENTURINI et al, 2007). Os lipopolissacardeos e outras substncias que compem
a placa tm acesso aos tecidos gengivais, iniciam e perpetuam eventos inflamatrios
resultando em produo de citocinas pr-inflamatrias induzindo produo de
metaloproteinases que destroem o tecido conjuntivo da gengiva e do ligamento
periodontal, bem como prostaglandinas que medeiam reabsoro do osso alveolar
(TEIXEIRA, 2016).
O dente canino inferior esquerdo foi extrado, pois no havia possibilidade de
mant-lo devido infeco avanada e a fratura decorrente da periodontite. Sendo
realizada a curetagem do alvolo dentrio por conta da necrose na polpa dentria.
Segundo Gorrel et al (2007), a extrao dentria indicada em casos de injrias
irreversveis ao sistema endodntico e quando ocorre necrose pulpar.
Logo aps o procedimento cirrgico, o paciente fez uso da focinheira de
proteo confeccionada pela prpria profissional especialista, com um material no
rgido como o esparadrapo. Para que no haja comprometimento da vascularizao
do local da fratura e assegurar que a mandbula tenha mnima movimentao e
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40
ainda auxiliar na estabilizao das articulaes temporomandibulares bilaterais
(PEAK, 2011).
Como esclarece Prado et al (2011), as fraturas do corpo da mandbula so
melhores tratadas conservadoramente, por meio de imobilizao. A medida que a
vascularizao preservada e a infeco controlada o osso fraturado consegue
cicatrizar, mesmo que certo grau de mobilidade permanea. A focinheira ainda
mantm a reduo da fratura, ao manter intertravados os dentes caninos superiores
e inferiores. O propsito primrio manter os dentes em ocluso e reduzir o
movimento mandibular.
Mesmo com o uso da focinheira protetora o paciente conseguiu se alimentar a
principio utilizando uma seringa e conforme havia melhora no quadro clnico e
remisso da dor, ele comeou a se alimentar por conta sem intercorrncias.
Conforme Assis (2004), nas fraturas maxilofaciais preciso se certificar que o animal
conseguir se alimentar. Caso isso no ocorra, necessrio estabelecer formas de
proporcionar adequada nutrio ao paciente, como a insero de sonda esofgica.
Logan (2006) relatou em um estudo, no s uma relao significativa entre a
doena periodontal e a idade avanada, como tambm entre a presena da doena
periodontal e tamanho do co, sendo a gengivite mais frequente nos ces acima de
30 kg e a periodontite em ces com peso inferior a 10 kg.
Alm de possuir doena periodontal o paciente tambm era senil e tinha peso
inferior a 10 kg. Esse fato tambm pode ser explicado pelos animais se alimentarem
de comida caseira ou industrializada mida, no apresentando a abraso necessria
para desestruturao da placa dentria (GORREL et al, 2007).
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41
8 CONCLUSO
Diante do exposto de grande importncia que achados clnicos como fratura
patolgica de mandbula em um co com doena periodontal avanada seja
relatado. O diagnstico clnico precoce indispensvel para deteco da doena em
fase inicial, porm se a enfermidade evoluir a radiografia a melhor forma de
avaliao da extenso da doena periodontal e dos danos causados por ela. O
melhor tratamento o controle da placa bacteriana e sensibilizao dos tutores a
respeito da sade oral dos animais, podendo contar com o auxilio de um medico
veterinrio especialista em odontologia.
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