Univida o Sonho virou realidade

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Rua Uruguai, 458 - Caixa Postal 36088302-202 - Itajaí - Santa Catarina

e-mail: [email protected]

Reitor Prof. Dr. Mário Cesar dos Santos

Vice-Reitor Profa. Dra. Amândia Maria de Borba

Procurador Geral Vilson Sandrini Filho, MSc.

Secretário Executivo Prof. Mércio Jacobsen, MSc.

Pró-Reitora de Ensino Profa. Dra. Cássia Ferri

Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura Prof. Dr. Valdir Cechinel Filho

Gerente de Extensão e CulturaProf. Pedro Floriano dos Santos, MSc.

Coordenadora do UNIVIDAProfa. Katia Simone Ploner, MSc.

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ApresentAção

Fiquei muito feliz, emocionado e honrado quando o prof. João Wenceslauw (organizador) me convidou para fazer a Apresentação desta obra, fruto de algumas histórias contadas e vividas pelos nossos queridos alunos do projeto UNIVIDA, projeto institucional pelo qual temos enorme carinho e admiração. Tantas histórias, tantas recordações e emoções, tantos amigos e lugares lembrados, narrados com a alma pura e sensível de nossos alunos-escritores, fazem desta obra um instigante convite para uma deliciosa, emocionante e alegre leitura. Lembranças, saudades e emoções vividas são ingredientes que permitem que os momentos especiais se perpetuem em nossas mentes e corações.

Parabéns a todos os idealizadores e participantes pela iniciativa de produzir “O Sonho Virou Realidade” e que os leitores tenham uma emocionante e divertida leitura.

Prof. Valdir Cechinel FilhoPró-Reitor de Pesquisa,

Pós-graduação, Extensão

e Cultura-UNIVALI

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O SONHO VIROU REALIDADECélia Regina andRade

Nasci no Balneário Piçarras. Numa família especial. Desde menina sonhava em ser artesã. Muito cedo aprendi com minha mãe e minha avó a fazer trabalhos manuais, eu me realizava enquanto aprendia. Meu pai foi um forte comerciante, eu comecei a ajudar meu pai numa loja porque gostava do comércio, nas horas vagas estudava e fazia artesanato, fiz alguns cursos de artesanatos. Estudei até o curso normal e fui dar aula numa escola municipal em Piçarras por 2 anos e pedi demissão, não gostava do que fazia. Continuei com o meu artesanato que eu tanto gostava. Casei, tive 3 filhos maravilhosos, cuidava da casa, do marido , dos filhos e ainda fazia artesanato e foi assim por muitos anos. Eu fazia o que gostava. Deus realizou meus sonhos.

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COISAS DE INFÂNCIACaRmen KloCK

Em minha infância ocorreram diversos fatos que deixaram marcas. Foram acontecimentos locais, de muita alegria, quando lembro dou muitas risadas. Como por exemplo, algo muito hilário que aconteceu comigo e minha irmã.

Meu padrinho é dentista, e era ele que cuidava de nossos dentes e por sorte morava próximo a nossa casa, Um belo dia, minha irmã acordou com dor de dente. Meu pai deu a mim a tarefa de levá-la ao dentista e assim foi.

Ao chegar no consultório ele já estava esperando, logo entramos e eu metida sentei ao lado dela. Ronaldo (padrinho) aplicou uma anestesia nela, e saiu enquanto isso fazia efeito. De repente minha irmã me olhou e disse: “Corre, vai chamar o pai e a mãe, porque eu não sinto a minha boca.” Eu saí correndo, e fui até em casa, chamei meus pais,ao chegarem lá, meu padrinho viu o furdunço, e começou a rir, explicou a situação e todos nós rimos muito, menos meu pai que ficou bravo pois ficou preocupado a toa.

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O SONHO NÃO ACABOUTeRezinha geCon

Desde muito pequena Tive uma grande vontadeDe estudar na faculdadeHoje com 63 anos de idadeCurso na Univali na extensão Da Univida com muita felicidade.

Natural de Palmitos no oeste de Santa CatarinaFilha de professor e mãe agricultora Mas com muito orgulhoPapai me ensinou o valor do saber,E mamãe a vontade de lutar Para produzir o alimento para sobreviver

Quando muito jovem encontreiMeu grande amorQue vivo até hoje 43 anosEm um ninho de muita união e calor.

Agradeço a Deus todos os diasPelos 3 filhos, 3 noras e 3 netosPelo esposo que é o melhor do mundoQue Deus conserve sempre assim com amorAté quando formos morar com Deus nosso Senhor.

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Como mulher agricultoraFui grande lutadoraOrganizando as mulheresPara a sociedade entender nossos valores

Quando em 1988 estive falando Aos deputados na Assembléia em Santa CatarinaFoi uma grande vitóriaPois junto com os demais companheiros Conseguimos no congresso lá junto com a nossa presença,O avanço na aposentadoria do homem de 1 salário integralE nós mulheres 1 salário aos 55 anos, salário maternidadeAuxilio doença e muito mais.

Mas para até aquiEspinhos encontreiTrabalhando na lavoura com Muito amor e dedicação Produzi muito alimento para a família e a nação.

Mas em toda minha vidaFui voluntária, trabalhei pelo bem socialE não me arrependo de tudo que fizHoje aposentada, trabalho e estudo, tenho muitos amigos e bons vizinhos.Obrigado Itajaí por ter me acolhidoÉ aqui que quero ficar até o fim da minha vida

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Povo bom e hospitaleiroPraias e cidades lindasQue nos faz ter mais vontade de viver.

De tudo que já vivi em ItajaíLembro-me de uma linda passagemQuando na rádio ConceiçãoNum dos meus programas “ De mulher para mulher” E um dia cheguei um pouquinho atrasada E como vinha do sítio coloquei uma músicaQue começava com uma galopada de cavaloE disse aos ouvintes que meu atraso era devidoO andar do animal em tom de brincadeira mas não demorouUma ouvinte me ligou no programa, pedindo se ela poderia ir até lá para poder dar uma volta no meu cavaloSó que o cavalo que eu tinha ido até o rádio era o motor do meu carro.

Como o sonho não acabouNós, pessoas idosas, temos que dar exemploDe ânimo e felicidade aos jovens e criançasComo por exemplo: estudar, trabalhar, cantar, se amar, namorar E não esquecer da espiritualidade louvando e agradecendo a Deus Criador do universoE não se esquecer da atividade física

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A vida é bela. Ninguém vai dizer que nãoTendo amor no coração As crianças nos dão emoçãoDevemos cuidar com muita dedicação Pois eles serão a sociedade de amanhãOnde está o nosso exemplo pra que eles procurem com amor, se aproximar da perfeição

Olhem a natureza com suas matas Mares, rios, com seres de todas as espécies A beleza das flores, cada uma com suas característicasLindas e perfumadasVejamos os raios do sol, o pôr do sol dando lugar à lua E as estrelas, quem poderá duvidarDo divino, amamos e cuidamos de tamanha beleza.

Itajaí é bela com muitas festas popularesMas uma chamou minha atenção Pela cultura que nos proporciona Foi a passagem dos navegadores na RegataO que me chamou mais atenção foi o apeloPara cuidar com o lixo no marQueria Deus que todos tenham consciência para o mundo melhorar.

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TRAVESSURAS EM BUENOS AIRESlouRdes maRi da silva

Numa tarde de verão, rodeada por meus filhos, nora, genro, neto e marido, saímos para curtir a cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, famosa por seus encantos como o teatro Colon, bairro nobre da cidade com seus apetitosos restaurantes as margens do rio La Plata e a tentadora Caje Florida. Em umas das idas e vindas à Caje Florida resolvemos pegar o metrô estimulados pelo meu genro pela facilidade do transporte e agilidade. Não saberíamos que iríamos nos divertir tanto. Chegamos ao terminal e nos deparamos com um trem muito velho que já estava de partida. O mesmo era de madeira o que me chamou a atenção. Entramos todos e como éramos sete pessoas foi tudo muito rápido. Eu como sou muito preocupada fiquei perto da ponta para ver todos entrar, só que não notei que na minha frente tinha um espelho e por este avistei minha nora que estava atrás de mim, mas a minha preocupação era tanta que fiquei gritando por ela achando que ela tinha ficado para fora do metrô, ela por sua vez batia no meu ombro dizendo estou aqui, estou aqui, Mas o nervosismo era tanto que não me dei conta que ela estava atrás de mim. Isto foi muito divertido, todos no trem caíram em risos. No mesmo vagão, parte sanfonada, foi outro susto. Ao dar partida do trem fez uma curva que acabou deslocando duas parte do trem e acabei me assustando novamente deu outro grito e o que chamou atenção de todos. Depois deste episódio não podíamos ver uma estação de metrô, pois caíamos em gargalhadas.

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100 GRAUSC. PinTo

Gustavo, meu neto de 5 anos, está na educação infantil e nos seus primeiros dias de aula, viu vários amiguinhos novos usando óculos de grau. Para a surpresa de seus pais, ele chegou da aula dizendo que precisava usar óculos.

Seus pais perguntaram o porquê, e ele respondeu: - Porque eu machuquei a minha vista com o lápis.Durante duas semanas ele continuou pedindo, até

que um dia seu pai Marcelo disse pra ele: - Vou te levar no oftalmologista! - O que é isso? –Gustavo perguntou- É o médico que examina a visão Mas seu pai o levou em um farmacêutico da cidade,

a fim de acabar com tanta insistência por parte da criança.Foram até a Farmácia do Sr. Aldo, farmacêutico conhecido em Itajaí . O pai explicou a história para o Sr. Aldo, que prontamente começou a encenar tudo. Ele pegou uma lanterna e examinou os olhos do Gustavo, depois arrancou uma folha do calendário e começou a perguntar:

- Que número é esse? –Apontando para os números

- Um, dois, “tês”, “cato”, ... –Gustavo respondiaAo terminar o farmacêutico falou:-Sua visão está ótima!-Mas tem um “pobeminha”! -O que foi? –perguntou Sr. Aldo com maior

paciência -Eu deixei um lápis cair dentro do meu olho!

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O farmacêutico olhou para o pai, que achava estar se livrando do pedido do filho, e diz baixinho para a criança não escutar:

-Tadinho, compra um óculos pra ele, sem grau mesmo!

Gustavo atento, responde rapidamente: -Oh, oh! Cem graus! Pronto, um problema maior foi criado para o pai

que teve de providenciar o “tal óculos de 100 graus”.

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HISTÓRIA DA FAMÍLIAJosé medeiRo de luna

Meu sogro ficou viúvo com sete filhos: cinco mulheres e dois homens. A mais velha das mulheres se apaixonou por um rapaz boa pinta. Só usava roupa branca, parecia médico. Ainda mais seresteiro cantava e tocava violão, não muito bem, mais tocava.

Noivaram, casaram-se sem o meu sogro conhecer a família do futuro genro. Nem a própria noiva! Quando foram para casa, para a lua de mel, a decepção. A casa para receber os pombinhos só tinha cama, uma mesa e três tamboretes pé de periquito. Ele era realmente muito pobre, mas de um coração cheio de amor e bondade.

Certo dia, ele adoeceu, foi o único médico da cidade que lhe perguntou:

- Seu Manoel, o senhor se alimenta bem?-Quando a comida é boa, sim.A esposa de Manoel, Nevinha tinha uma deficiência

auditiva. Mãe de seis filhos, criava galinhas para ajudar nas despesas da casa, uma delas estava de pintinhos, mas uma forte coriza atacou a pintalhada, não sobrevivendo uma só.

No mesmo período os filhos de Nevinha ficaram todos resfriados. A vizinha durante uma visita, perguntou:

-Dons Nevinha, como estão os meninos? Ela, que não ouvia muito bem, respondeu:

-Morreram tudinho! Que saudades daquele casal! Que Deus os tenha no

seu reino!

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DESAFIO?Clea gema gueRReiRo

Minha cidade, São Miguel do Oeste, de SC, nos anos sessenta era um pequeno vilarejo. Na época de estudante sempre tive facilidade em desenhar e minhas notas sempre foram ótimas. Então, como não tinha muitas opções de lazer, uma senhora nos ofereceu um curso de pintura. A turma foi toda pintar. A professora Margit nos ofereceu algumas estampas para copiarmos o desenho e colorir. Quando finalizei a minha primeira tela, ela me falou: Você não foi muito bem neste trabalho, não conseguiu fazer como devia ser e ainda frisou: que o trabalho dos colegas era superior. Que bomba! Quase caí de costas com este comentário e fiquei bem chateada, acreditava que eu era boa naquilo que fazia, não me conformei e fui verificar o porquê do meu fracasso. Cheguei à conclusão que a estampa que copiei era mesmo difícil devido à grande mistura de cores, diferentes das outras estampas copiadas.

Passou-se algum tempo, a professora mudou-se para Porto Alegre, então me falou para continuar o trabalho dela já que eu era a única pessoa que tinha condições de dar o curso, foi o que eu fiz. Montei um atelier e quanto mais ensinava mais adquiria conhecimentos.

Portanto, tudo que acontece na nossa vida faz com que a gente busque aprimorar cada vez mais a fazer melhor o que se gosta e consequentemente ter um retorno financeiro. Minha professora foi legal em me chamar a atenção, mas no decorrer dos cursos que dei evitei desestimular minhas alunas, procurava sempre corrigí-las e estimulá-las.

Às vezes penso, o que me aconteceu não foi um desafio para me acordar e seguir adiante?

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UM DIA MUITO ESPECIAL EM MINHA VIDARosangela BaRCelos

Trabalho com corretoria de imóveis, na imobiliária que montei junto com meu marido, no ano de 1998.

Logo no início das atividades, num belo sábado onde o sol brilhava intensamente, vi que parou um táxi em frente à imobiliária. Desceu do veículo um senhor de meia idade com um guarda-chuva enorme, e dirigindo-se a mim perguntou: Você tem apartamentos para vender? Respondi que sim e daí ele me pediu se eu poderia lhe mostrar alguns.

No início fiquei um tanto receosa, mas peguei o carro e fui lhe mostrar algumas opções. Dentre as opções mostrei um apartamento novo, cujo prédio estava em fase final de entrega. Ele olhou, olhou e não me disse nada. Retornamos para a imobiliária e ao sentar ele me pediu para fazer uma ligação telefônica para seu filho que morava em Brasília.

Ainda um tanto nervosa, pois ele não me dizia nada sobre a compra, foi quando escutei ele dizer ao filho que fizesse uma transferência de dinheiro para conta dele, pois estava comprando um apartamento em Meia Praia, município de Itapema, explicando-lhe que esta cidade ficava perto de Florianópolis.

Minhas pernas ficaram moles, pois não estava acreditando que ali estava fazendo a minha primeira venda. Fiz a venda, ganhei minha corretagem e atualmente somos grandes amigos. Ele é aposentado do Banco Central e escritor e estava comprando o apartamento na praia para, em contemplando o mar, poder se inspirar. Fica um período na Meia Praia e outro em Brasília.

Uma venda assim é difícil acontecer, mas este dia foi muito especial para mim.

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BRINCAR É BOMelisaBeTe P. RauBeR

Em 1969 ao assumirmos em uma agência bancária no interior do Rio Grande do Sul, passávamos por diversas brincadeiras dos nossos chefes. O ambiente de trabalho tornava-se mais leve e agradável.

Uma das brincadeiras, cada vez que chegava um novato, além de assinar diversos documentos necessários para ser empossado. O novo funcionário assinava algumas folhas em branco. Em uma delas foi redigida a demissão do gerente geral que chamou o garoto e tirou satisfações da estória. Imaginem a situação do colega.

Em outra folha o chefe fez com que outro iniciante pintasse os dedos com tinta de carimbo para as impressões digitais e ainda as impressões pedestais. O funcionário ficou muito impressionado com tantas exigências para ser empossado, comentando que sua família acharia até engraçado.

Sabem onde foi parar o dito documento? No mural, com o diagnóstico de várias doenças

nos tarsos e metatarsos como pé de atleta e também, chulé generalizado.

E os garotos vindos da capital cheios de “bossa”, eram obrigados a se hospedar no único e precário hotel da cidade. O chefe combinado com o proprietário do estabelecimento, recebia um telefonema informando que o quarto do colega havia sido roubado tendo o meliante levado todos os seus pertences. O novato saiu porta fora sem avisar ninguém. O desespero era grande já que o violão era seu principal bem.

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Sem contar com o café com sal que nos era servido.

Atualmente os funcionários dos bancos parecem ser pessoas estressadas e pressionadas. Não sei se existe a mesma camaradagem daqueles anos.

Tenho certeza que“BRINCAR É BOM”

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COMO ERA LINDO E FELIZ O BAIRRO DA MINHA INFÂNCIA

luiz CaRlos aniBelli

De todas as coisas que me vem à lembrança, as mais fortes são dos meus tempos de criança. Gosto de lembrar-me, pois além de me sentir bem, posso substabelecer comparações com os dias de hoje.

Lá pelos idos de 1954, morávamos em Curitiba, em um bairro a 3 km distantes da Igreja Matriz, “onde fui batizado”, marco zero da cidade. Nosso bairro era muito gostoso de viver, as ruas eram largas, porém de chão batido. Todos os moradores se conheciam, mantendo-se em perfeita harmonia e felicidade. Em noites quentes, a vizinhança, carregando suas cadeiras, reunia-se de fronte as casas para animados bate papos, que quase sempre era relacionado às suas famílias, seus afazeres, coisas de política e muitos “outros causos”, como por exemplo, o da dona Néca, uma senhora de 80 anos que ficara viúva e já estava doida para casar com seu Afonso, um solteirão que beirava seus 85 anos. Lembro-me tão bem da noite que ouvimos um galo cantar às 21 horas, os mais velhos ficaram atônitos, pois o ditado diz que quando o galo canta fora de hora um casal de namorados vai fugir. Os folguedos entre nós crianças, eram marcados com brincadeiras entre meninas e meninos, tais como “perinha do céu”, “casamento atrás da porta”, “esconde esconde” etc.

Como era lindo e feliz meu bairro, pois vivíamos a vontade, sem medo, sem receio. Não havia maldade, somente existiam bondade e fraternidade naquele pequeno povoado.

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Em meados de 2010, já fazendo 56 anos, do início desta minha estória, estive lá para em breve visita aqueles antigos amigos de infância, alguns tinham se mudado, outros já falecidos, encontrei e pude manter contato com três deles, agora já aposentados cuidando de seus netos, tudo enjaulados, trancados atrás de grades e aterrorizados com a forte proliferação de insegurança que o Estado lhes proporciona. As lágrimas brotaram em minha face ao lembrar-me de como era lindo e feliz o bairro da minha infância.

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NASCIMENTO NETAvaniR de amoRim gaya

No dia 12 de maio de 1998, minha filha Cíntia que estava grávida de sua primeira filha, logo minha primeira neta, começava a sentir as primeiras contrações do parto, eu e meu genro fomos levá-la até a maternidade, que fica em Blumenau, porém morávamos em Itajaí, foi muita correria, pegar a malinha do bebê, da mãe, enfim. Chegando à maternidade meu genro começou a ligar para todos os familiares e amigos para avisar o nascimento, enquanto eu carregava a mala sozinha. Passamos a noite com minha filha, mas acabamos não ajudando muito, pois ao invés de ficarmos dando atenção a minha filha Cíntia dormimos a noite toda, ela tentou nos acordar, mas não teve jeito. No dia seguinte muito cedo, chegou o padre e pensou que o paciente era eu, foi muito engraçado, explicamos o mal entendido. Após providenciamos o café para ela, mas éramos eu e meu genro que estávamos com muita fome. Foi um momento muito feliz em minha vida, o nascimento de minha primeira neta, Maria Helena.

Hoje tenho seis maravilhosos netos, Maria Helena, Júlia e Felipe filhos de minha filha Cíntia e João, Pedro Henrique e Heloisa, filhos do meu outro filho Denio.

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GUARDA MIRIM NO TRÂNSITO DE SÃO PAULOnaTalíCia aP. da CosTa

Vou contar uma das peripécias que meu marido viveu quando na sua juventude morou em São Paulo.

Numa tarde quando ele voltava do trabalho, ficou incomodado ao ver o trânsito parado em um dos principais cruzamentos do centro da cidade. Espontâneo como é, não pensou duas vezes, atravessou a avenida, colocou o semáforo no manual e começou a comandar o trânsito com muito sucesso, mas a alegria não durou quase nada, em poucos minutos apareceu um guarda que logo percebeu a confusão e rapidamente levou até a delegacia.

Mesmo constatando que se tratava de um menor de idade brincalhão e inconseqüente, o delegado não quis saber de conversa. Resultado: Por ser uma noite de sexta-feira e a segunda ter caído num feriado, o juiz só trabalha na terça-feira seguinte e por esse motivo ele permaneceu preso por cinco dias.

Hoje em dia ele conta esse episódio dando gargalhadas, como se fosse uma piada, mas na época não deve ter sido fácil para um adolescente passar o feriadão atrás das grades simplesmente por acreditar que estava ajudando no trânsito.

O mais interessante é que atualmente menor de idade não pode ir preso mesmo que pratique os piores crimes.

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TRAVESSURA DE CRIANÇAmaRia RoseTe mafRa

Certo dia, eu acordei e estava um belo dia de sol, eu tinha apenas três anos, fui ao encontro de minha irmã mais velha que estava em casa cuidando de mim e perguntei pra ela onde estava mamãe, e ela me respondeu que ela havia ido colher café, então eu fiquei quieta, disfarcei e resolvi fazer uma travessura, fugi e fui atrás da minha mãe.

Chegando lá, eu acabei não indo com a minha mãe e resolvi ir visitar meu amiguinho Adilson, e lá ficamos brincando o dia todo, as horas foram passando e quando já estava cansada de brincar resolvi ir embora.

Quando cheguei a casa estava a maior confusão, era gente para todo lado, minha mãe estava na cama e muita gente tentando acalmar, pois ela havia pensado que alguma coisa de ruim tinha acontecido, me procuraram por toda a cidade e até no rio haviam ido me procurar.

Levei a maior bronca do meu pai, só que ele não me bateu, pois eu era o xodó dele, eu amava muito meu pai.

Depois de tanta confusão, nunca mais fui atrás da minha mãe, pois minha irmã me vigiava muito e não tinha como escapar.

Eu nunca mais esqueci o susto que dei na minha mãe e na minha família, mas adorei passar o dia brincando com meu amiguinho.

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MARCHA A RÉ NO TEMPOadRiana WamseR RodRigues

Estava sentada no banco de trás enquanto meu pai dirigia um Santana. Ele parecia muito seguro ao manejar todos aqueles comandos e eu pensava “o meu pai é um grande piloto”.

Um dia vi meu pai descer correndo as escadas com as mãos ensangüentadas e carregava algo entre elas. Um acidente em um torno havia decepado o seu dedo, que ele tentava reimplantar, em vão. Ficou sem dirigir por um bom tempo.

Com o passar dos anos consegui convencê-lo a trocar o Santana por um carro menor, pois sabia que com a idade os reflexos não eram mais os mesmos.

Tudo seguia bem, até o dia em que ele freou no meio de uma rodovia, apenas para checar se a mala estava no bagageiro. Todos desviaram, felizmente.

Passou a não dirigir mais. Ia sentado no banco de trás, observando o movimento e procurando pelas casas dos conhecidos, que já não mais existiam (nem as casas, nem os conhecidos). Pensei: “como seria bom se a vida tivesse marcha ré”.

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O CARA DE PAUgeniR maRia lazzaRoTTo de oliveiRa

Dias das mães é aquele dia especial que toda mulher sonha. Somos tratadas como rainhas por nossos maridos e filhos.

Esta história aconteceu há dois anos, num bonito e ensolarado segundo domingo de maio.

Meus filhos e genro planejaram, durante toda a semana, o roteiro daquele dia. Meu marido, que sempre foi romântico “ao seu jeito”, estava mais ocupado com outras tarefas.

Fomos almoçar num restaurante. Havia duas mesas reservadas para nossa família.

O cardápio estava tudo planejado. Os garçons, logo que chegaram, serviram uma gostosa entrada e as bebidas que pedimos. Depois, vieram os pratos principais. Tudo estava muito bem gostoso.

Por motivos de saúde, não como açúcar. Mas até a sobremesa toda especial ganhei.

De repente surpreendo-me com um buquê de flores e uma caixinha de presentes, os quais foram entregues por uma garçonete. Os dizeres do cartão emocionaram-me

O restaurante estava cheio de outras mães, mas fui a única que recebeu a tal surpresa. Simplesmente, senti-me a tal.

Ao me despedir daquele delicioso e inesquecível almoço, uma senhora muito simpática parabenizou-me e dirigiu-se ao meu marido:

-O senhor é muito romântico e é um exemplo de marido! Parabéns, continue assim!

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Meu esposo, como se fosse ele que tivesse planejado tudo, sorriu para a senhora e disse:

- Muito obrigada, a gente faz o que pode.Quando escutei isso não pude resistir e juntei-me

aos meus filhos naquela gargalhada.

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INGREDIENTES PARA O ÊXITOmaRia CaRolina

O êxito espera por você, tanto quanto, vem exaltando.

Quando lhe alcançaram as diretrizes.Largue qualquer sombra do passado ao chão do

tempoQual a árvore que lança de si as folhas mortas.Mobilize o pensamento para criar vida nova.Melhore os próprios conhecimentos, estudando

sempre.Saliente qualidade e esqueça defeitos.Desenvolva os seus recursos de simpatia e evite

qualquer impulso de agressão.Se você pode ajudar, em auxilio de alguém, faça isso

agora. Enriqueça o seu vocabulário com boas palavras.Aprendendo escutar, você saberá compreender.A melhor maneira de distinguir o mal será substituí-

lo com o bem. Destaque os outros e os outros destacarão você.Viva o presente, agindo e servindo com fé e alegria

sem afligir-se pelo futuro porque, para viver o amanhã você precisará viver o hoje.

Habitue-se a sorrir.Recorde que desalento nunca auxiliou a ninguém.Não permita que a dificuldade lhe abra porta ao

desânimo porque a dificuldade é o meio de que a vida se vale para melhorar-nos em habilitação e resistência.

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Amparem-se amparando os outros.Censura é uma fórmula das mais eficientes para

complicar-se.Abençoe a vida e todos os recursos da vida onde

você estiver.Nunca desconsidere o valor da sua dose de solidão,

a fim de aproveitá-la em meditação e reajustes das próprias forças.

Observe, todo tempo é tempo de Deus para restaurar e corrigir, começar e recomeçar.

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A MINHA LUA DE MELJosé aRoldo PfTuz

Preparando-me para casar no ano de 1970, o meu desejo era de construir uma família, ter minha casa, comprei um terreno de cinco milhões no valor da época, para conseguir pagar parcelei em 100 meses de 50.000 Cruzeiros.

Naquela ocasião a minha irmã comentava muito sobre uma ilha que ela conheceu no Paraná com nome Ilha do Mel, a ilha era muito bonita e primitiva. Que tinha um Forte (onde estavam os canhões) e o farol que direcionava as navegações e com muitas histórias e algumas casas de pescadores, conhecido da minha irmã. Para chegar à ilha tinha que viajar de ônibus até Paranaguá, pegar o barco que saia uma vez por dia que levava mais ou menos 4 horas de viagem.

Fiquei muito interessado em conhecer, pois a Ilha do Mel é um ponto turístico muito importante, que se situa na embocada da Baia de Paranaguá, no estado do Paraná com 27,5 km no litoral do Paraná. Esse seria um excelente lugar para passar a nossa lua de mel, comentei com a minha irmã para reservar uma casa com o pescador para que pudéssemos ficar lá. O casamento foi em 1973, e a lua de mel seria na famosa ilha. Fomos de ônibus até a cidade portuária de Paranaguá, chegamos aos cais onde saia o barco, embarcamos para viajar, o qual levava aproximadamente 60 pessoas com uma duração de 4h. Tudo estava correndo muito bem, eu como sempre atento, observava tudo principalmente a natureza. Essa era a primeira aventura do casal, o barco tinha dois pavimentos. E de cara comecei a perceber uma diferença entre o traje do pessoal que era bermuda, camiseta, chinelos havaianas,

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e nos estávamos trajados socialmente, mas tudo bem. Permanecemos no primeiro andar do barco e aguardamos todos tomarem o seu lugar logo em seguida chegaram alguns jovens com violão e se dirigiram ao segundo andar do barco. O comandante nos passou as normas e os perigos, e foi pra cabine para iniciar a tão sonhada viajem. Os jovens não deram atenção e começaram a tocar violão e cantar, tudo estava indo muito divertido. Lá pelas tantas, ondas começaram a subir cada vez mais violentas, o barco subia e descia. Então novamente o comandante da viajem, o timoneiro ou oficial náutico saiu e falou: prestem atenção! O barco vai pegar ondas enormes, fortes porque vamos cruzar o canal e no sentido contrário vem outro navio que ao se aproximar formarão ondas fortes, e todos deverão manter-se em seu lugar para sua segurança para não serem arremessados para fora, mas não se preocupem! Isso é normal. Faço todos os dias essa rota. Ao ouvir isso já procurei me segurar em um balaustre que tinha no barco, nesse instante o barco começou a movimentar-se para cima e para baixo muito rápido. Quando um jovem que estava no segundo andar colocou a cabeça para baixo e começou a gritar... Gritar... Parem esse barco! Parem esse barco! Um dos nossos companheiros caiu na água, pensamos que era uma brincadeira dos jovens. Olhamos para fora do barco e vimos um jovem abrindo os braços no mar! Também começamos a gritar: parem o barco, parem! O comandante parou o barco no canal e veio se certificar do que havia acontecido e mostramos que havia caído um jovem! Neste momento o barco estava distante do jovem, com muitas ondas e muito barulho. Para retornar ao local onde se encontrava o jovem o comandante teve que fazer uma

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enorme volta para conseguir manobrar e se aproximar do jovem para prestar socorro. Jogando uma corda com bóia salva vidas para resgatar o jovem, que levou mais ou menos 30 minutos. O comandante esperou o jovem ser resgatado. Ele falou muito irritado: Quando o barco saiu todos foram avisados das normas e dos perigos e ao se aproximarem do canal foram novamente alertados, que aproximaríamos no canal do navio e que deveríamos cuidar. Pois haveria ondas perigosas e o barco sofreria abalos, para evitar qualquer tipo de acidente. Se este acidente ocorresse a noite não teria condições de socorrer porque estaríamos colocando toda a tripulação em risco por causa de um. Alem disso, aqui tem peixe pior que piranha! Portanto eu gostaria da colaboração de todos para os perigos, mas principalmente dos que estão no segundo andar. Após a advertência do comandante todos viram a gravidade da situação, um silêncio absoluto tomou conta no barco. A viagem continuou tranqüila. Era uma beleza a paisagem. Quando o barco se aproximou da ilha foi contornada a mesma, pois não havia cais, o barco parava a uma distância de 300m do Forte para desembarque.

Dali em diante o transporte era feito pelos pescadores, pois era o seu ganha pão. Quando o pescador avistava um barco com passageiros ficavam aguardando o sinal para buscar os passageiros de canoa, a canoa era feita manualmente de madeira bruta, e era o único meio de se chegar à ilha, transportava duas pessoas por vez, a canoa que tinha o nome de ligeirinho. O ligeirinho transportava primeiro as mulheres e bagagens e só depois os homes, eu fiquei sozinho, por último, foi quando desci do barco para canoa, e o barco em que eu estava seguiu viagem para o Farol e com a sua partida, formou se ondas com muito

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medo me desequilibrei. O pescador começou a remar e eu a desequilibrar e o pescador começou a gritar: Ajude-me a equilibrar, senão vamos afundar, mais ele gritava, mais eu desequilibrava, já estava todo molhado de tanto colocar os braços dentro da água e o desespero tomou conta de mim, e a canoa prosseguia no vai e vem e eu olhava se estava chegando e parece que nunca chegava, quando finalmente vi e já estava raso, e os meus pés alcançaram o fundo, o mais rápido possível desci da canoa com meu traje e sapato social... Gritando graças a Deus! Estou em terra firme e de traje social todo molhado. O pescador irritado chamou a minha atenção, você sabia que poderíamos afundar e morrer os dois! Eu ouvi o pescador e pedi desculpas, paguei o seu trabalho e para contornar a situação lhe presenteei com 1 litro de cachaça e o pescador ficou feliz e agradeceu. Após o incidente continuamos o nosso passeio pela areia maravilhosa da praia, a minha irmã, que conhecia o lugar passou a procurar a casa do pescador. Encontrando a casa, solicitamos ao pescador, que nos hospedassem em sua casa para passarmos a lua de mel. Ele nos recebeu com muito carinho, cedeu um dos quartos, e ficamos felizes. Acomodamo-nos no quarto. Após algumas horas o pescador nos procurou dizendo: Estou com um problema, o quarto que emprestei vou precisar de volta, vou receber uma visita, a minha sobrinha, mas eu tenho uma casa vazia logo em seguida, vocês podem ficar lá, só que vocês vão ter que dar uma ajeitadinha nela, eu disse tudo bem vamos ver a casa... Pois era um casebre abandonado sem uso há muito tempo, sem nada dentro, e todo cheio de frestas, teia de aranha, e sujeira para todos os lados. Em volta do casebre era cheio de mato, tivemos que carpir para evitar as cobras.

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Como não tinha outro jeito, aceitamos. Começamos a limpeza tirando as teias de aranha e alguns outros insetos do casebre, o pescador emprestou um colchão e um lampião a querosene com a seguinte recomendação não apaguem o lampião durante a noite, pois aqui tem muitos morcegos que atacam no escuro, é melhor se prevenir com o lampião acesso. Na frente do casebre montaram uma barraca onde ficou um seminarista e as suas duas irmãs e logo fizemos amizade. Ao andar pela ilha percebemos que não havia comércio para adquirir qualquer coisa que necessitássemos e a única maneira de fazer compra era em Paranaguá através de um pescador com canoa a motor. Todos que estavam na ilha entregavam a lista e o dinheiro para o pescador fazer compras, que saía de manhã e voltava ao anoitecer. Um senhor de 88 anos, muito amável e simpático, que praticava todo tipo de atividades para divertir os turistas. Durante a nossa caminhada conhecemos uma parte do que havia na ilha que era o forte Fortaleza.

O Forte Fortaleza que é um ponto mais distante dos três é o único monumento militar do século XVII existente no Paraná, instalado no contraforte do Morro da Baleia, erguido com paredes de um metro e meio de espessura e concluída em 1769, no alto do morro da Baleia junto com a Fortaleza estão os canhões e trincheiras de pedras que é chamado de “Labirinto de Canhões” para chegar até lá era só através de trilhas no morro.

Os canhões eram colocados em vários pontos estratégicos para defender dos ataques, e os invasores eram presos na cadeia que ficava ali mesmo em baixo de uma grande pedra, um lugar úmido e escuro, mas a natureza daquele lugar era muito bonita só que tinha um grande

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problema, quando a maré subia não tinha passagem de retorno para voltar ao casebre as ondas eram muito forte batendo no muro do Forte Fortaleza. Ficamos isolados aguardando a maré descer. Havia 4 soldados que protegiam o patrimônio e os animais principalmente as cobras. Todas as noites os pescadores saíam a pescar e uma noite os pescadores convidaram os turistas para irem pescar junto com eles os camarões. Eu estava muito cansado, não fui para pescaria, era uma distância de 10 km para caminhar à noite e era muito deserto. Ao amanhecer ouvi um tumulto; fui ver o que havia acontecido, um turista que tinha ido pescar foi picado por escorpião e o senhor de 88 anos o socorreu e levou de volta para sua barraca, apoiando em seu ombro com o tornozelo muito inchado pela picado do escorpião. Ele gritava de dor, porém na ilha não havia socorro. Para socorrer o turista era necessário procurar um pescador com canoa com motor para transportar até a cidade de Paranaguá, levando 4 horas, e correndo muitos riscos. Começamos a ficar preocupados com o acontecido e pela dificuldade que se apresentava em prestar socorro. A minha esposa ficou muito assustada, não queria ficar mais na ilha. Perguntávamos, e se acontecer conosco? O que vamos fazer? O medo começou a fazer parte do nosso passeio, porque haviam muitos escorpiões na ilha, e pela quantidade de escorpião e outros bichos, cobras, morcegos, insetos era perigoso, mas principalmente pela dificuldade que tinha para prestar socorro para aquelas pessoas que ali moravam, eles podiam morrer por falta de socorro. Passamos mais alguns dias na ilha vendo e conversando com amigos sobre a dificuldade que se apresentava. O melhor era voltar antes da data prevista! Mas como voltar? O barco que nos trouxe nem sempre fazia aquela rota do

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Forte de Fortaleza. Tudo era muito longe e o jeito era pedir ajudar com o pescador que tinha barco com motor. Ele disse que é proibido transportar pessoas para outros vilarejos, fazendo correr o risco de perder a carteira. Eu posso ajudar vocês chegar ao vilarejo que leva 45 minutos, mais tem que ser bem cedo para fugir da fiscalização da marinha. Combinamos o valor e acertamos para o dia seguinte, às 5 horas da manhã. Tudo certo, voltamos para o casebre e começamos a juntar tudo, o amigo seminarista também desmontou a sua barraca, já era madrugada, colocamos nas costas as coisas pesadas e fomos para uma caminhada de 7 km ate a casa do pescador. Quando chegamos botamos tudo dentro da canoa e começamos a viagem de volta, ele pedia ajuda para tirar a água de dentro da canoa que as ondas jogavam para dentro pelo excesso de peso, para não afundar e morrermos afogados. Começou a amanhecer, chegamos ao vilarejo Pontal do Sul descemos as nossas coisas da canoa e fomos conhecer o vilarejo. Era um deserto com pouca casa sem estrada, somente algumas picadas e pescadores. O que vamos fazer! Sair a procura de algum transporte para levar a nossa pesada bagagem. Descobrimos que no vilarejo não tinha rodoviária para comprar passagem, então o que vamos fazer... um ficou cuidando das bagagens e os outros foram procurar ajuda, encontramos uma carroça com cavalos pedimos para nos levar em outra cidade. Colocamos a pesada bagagem dentro e começamos a subir na carroça, o carroceiro falou: podem descer! Só fica a bagagem. Então não houve acordo, tiramos tudo da carroça, e continuamos a procura até achar outro transporte, encontramos uma Kombi em uma casa, batemos palma e saiu uma senhora para nos atender, pedimos para fazer um frete e ela falou que a

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Kombi e o motorista eram fretados por eles, perguntamos se era possível fretar a Kombi para levar até a cidade mais próxima. A senhora da casa onde estava a Kombi disse que o carro não pertencia, mas não estavam usando no momento poderia ceder a nós desde que pagássemos o motorista. Colocamos tudo dentro da Kombi e saímos para outra cidade, o acesso era muito difícil pois não tinha estrada mas sim algumas picadas e cheias de buracos. Chegando à cidade vizinha chamada de Praia de Leste, achamos a rodoviária e compramos a passagem, porém o horário de saída era só à noite. Passamos o resto do dia cuidando da bagagem fazendo um belo lanche e conhecendo a praia e esperando o horário do embarque. Assim foi a histoória da minha lua de mel, o que faltou para nós foi experiência perante as dificuldades, e saber sobreviver em uma ilha deserta e com poucos recursos. Mas tudo valeu a pena. Essa foi uma grande oportunidade na qual eu nunca me esquecerei. A beleza do local permanece. O vilarejo Pontal Sul hoje é uma cidade que tem barcos com saída de hora em hora, na ilha também chegou a civilização, com pousadas e restaurantes. Ainda é restrito o programa de manejo, não é permitida a tração de animais ou a motor na ilha. Também existem muitas áreas ainda onde não é permitida a presença de visitantes.

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CONTOS DA VIDAaRnaldo CoRRea

Tudo começou em dois de março de 1956, às onze horas e cinquenta e cinco minutos. Filho de Eloyna Nastali Correa e Francisco Correa Filho, tendo como irmãos Luiz Carlos Correa, Maridalva Terezinha Correa mais Nilson Ronaldo Correa e Jeferson Lincon Nastali Correa. Nascido em Rio Negro, Paraná, mudando-se para Itararé e Avaré - São Paulo. E depois aos 6 anos vindo para Curitiba. Estranho no bairro que mudamos e contente com tantas crianças da mesma idade mas não foi difícil de fazer amizade logo fui convidado para jogar uma partida de futebol. Depois do jogo fomos fazer carrinhos de rolimã onde no bairro a turma encontrava-se na rua mais íngreme para disputar corrida com seus carrinhos incrementados, onde tudo começou com meus amigos e conhecidos que na maioria nos conhecermos por apelidos, eu alemão, minho o Ricardo, chepa o Beto, lona o Carlos e outros como em todos os lugares temos aquele meio doido diferente dos demais, éramos felizes pois fizemos tudo que gostávamos ora andando de bicicleta ora jogando futebol no campinho. Mas no verão a boa pedida era tomar banho no rio, aquilo era diversão. Dávamos um trabalho para os nossos pais, a turma gostava de brincar de carrinho de rolimã e brincar de policia ladrão no cemitério municipal. E quando íamos tomar banho no rio aproveitávamos para roubar espigas de milho verde para comer assado na beira do rio, levamos muitos corridos dos proprietários das roças. Hoje lembro com muita saudade como era bom. Tempos das frutas, caçar, pescar, divertia-se muito. Brincar de polícia e ladrão no cemitério municipal e soltar balão foram uma fase muito

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boa que deixou saudade. Adolescência ou aborrecência, amigos, amigas, paixões, desafios, festas cada um na sua época, desfrutamos dos bons e maus momentos, logo queríamos outras aventuras, então a turma resolveu descer a matinhos de bicicleta. Essa sim foi uma aventura e tanto, pois para descer a serra tínhamos que amarrar galhos de árvore na bicicleta para diminuir a velocidade com que ela descia. A Serra da Graciosa levamos doze horas para chegar, que loucuras. Chegamos exaustos e com fome, logo fizemos uma vaquinha para comprar pão e bananas, eu acho que ali nascia o x-mico, que delícia. Depois do lanche, o que queríamos era cair na água e aproveitar o máximo. Na hora de voltarmos, resolvemos ir ate Paranaguá e voltar de trem, imagine, em seis adolescentes. O Helio, que era o mais velho, ele pode comprar as passagens para que pudéssemos voltar de trem, mas as bicicletas ficaram acorrentadas na janela da estação e um mês depois minha mãe teve que alugar uma caminhonete para buscar as bicicletas. Que aventura fantástica que fizemos, essa foi a primeira entre muitas. O passeio de volta pela Graciosa de trem era simplesmente uma maravilha, nos inspirou para descer outras vezes de trem e ir até o pico do Morumbi, Banhados, Serra do Cadeado, onde uma vez ou outra fazíamos acampamento. Que aventura, mas o tempo foi passando e a turma cada um procurando os seus sonhos. Eu comecei a trabalhar numa pastelaria, depois para uma loja de calçados e firmei mesmo em uma churrascaria onde trabalhei por dez anos. Saí para ter meu próprio negócio, uma mercearia que logo transformei em um restaurante, bem próximo do centro politécnico em Curitiba, foi ali que casei, e fui agraciado com três filhos naturais e uma adotiva, Álvaro, Thiago, Alessandra e Fabiele. Temos muitas histórias,

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começando pela separação e casando de novo, conhecendo muita gente boa na estrada da vida, realizando sonhos e aprendendo que tudo podemos desde que coloquemos Deus na frente. Ainda morando em Curitiba, quando o Álvaro nasceu, e quando ele completou cinco anos fomos para Balneário Camboriú. Aqui a história tomou outro rumo onde descobri que tinha muitas habilidades para o trabalho, começando com uma lanchonete na terceira avenida, isso em 1981, ali em uma pequena lanchonete de feira livre. Que logo mudei para a cabana dos artistas, conheci pessoas que logo após o trabalho vinham tomar aquela cerveja gelada ou até mesmo a caninha e depois da terceira dose as pessoas se transformavam em verdadeiros artistas. O mano, um rapaz franzino desdentado, mas tocava uma viola de 12 cordas e cantava como ninguém nessa época, estava destacando-se a dupla Chitaozinho e Xororó e a musica era “fio de cabelo”. O que conheci de artista anônimo. Todos se reuniam as sextas para tomar aquele caldo de peixe e tocar seus instrumentos, tinha cavaquinho, violão, gaita harmônica, pandeiro e até pistão. Pessoas que trabalhavam em várias áreas, de servente a juiz, eram todas conhecidas que na sexta soltavam a voz e davam aquele show. E aos domingos fazia aquela costela assada, que para vender fazia uma rifa até ser conhecido e as pessoas se acostumarem, foi muito difícil porem muito agradável passar por este momento ao qual acredito ser o primeiro vendedor de carne assada na terceira avenida. Fazia de tudo um pouco, sempre. Procurando mudar para melhor, logo que comecei a trabalhar com chocolate caseiro, expondo em feiras e exposição em SC, PR; SP; GO; RG e Brasília. Teve uma época que trabalhei com sanduíche natural na praia. Tive até um canto no camelódromo quando era na

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Atlântica e depois na rua da lagoa, bons tempos. Quando a gente acha que tudo vai bem acontece alguma coisa para dar uma sacudida e testar a nossa fé. É tão bom saber que podemos dar a volta e recomeçar tudo de novo. Superar e acreditar que tudo foi feito. Certo dia fui convidado para cozinhar no CIEP. No bairro da vila real, era apenas por 1 mês pois havia desperdício no processo das merendas. Na época tinha uns 400 alunos dos 3 aos 12 anos de paladar exigente. Mas logo conquistei a turma e acabei ficando por dois anos. Uma experiência muito boa. Sempre trabalhando com muito amor e carinho e hoje quando passo por aquelas crianças, que hoje não são mais crianças, vem a gratidão de ser lembrado. Em certa ocasião, numa festa da escola, tinha um bingo onde faltou o contador para o bingo, foi ai que eu descobri que tinha uma habilidade para cantar o bingo dando um verdadeiro show, outras escolas convidavam-me para cantar os bingos, tudo no seu tempo, como era bom. Entrei no ramo da fotografia onde aprendi com o Sr. Marinho a arte de fotografar. Fazendo reportagens, casamentos, batizados e acompanhando grupos de excursões durante 6 anos. Novamente outra virada na minha vida, quando comecei a trabalhar na profissão de eletricista, onde tive muita alegria até neste momento. Conhecendo Ines Zanella em um cruzeiro na Grécia, olhando para aquela mulher cheia de vida e contagiando a todos com muita alegria falei pra mim: esta sim será a mulher perfeita para ser minha companheira. Realizando este sonho dois anos depois, onde nos encontramos em uma fila de banco em Balneário Camboriú. Hoje casados e transformando nossas vidas cada dia mais interessante para ambos, com novas histórias e muitas viagens.

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A PRIMEIRA VIAGEM DO TRABALHOJose aRoldo PfTuz

O meu primeiro trabalho profissional foi nos anos 60 e eu tinha 19 anos. Trabalhei na Rede Ferroviária Federal. Naquela época, minha profissão era mecânico de motores a diesel. A minha especialidade no trabalho era de ajuste e regulagens de rotação dos motores (regulagem final dos motores de locomotivas da estrada de ferro). Eu trabalhava no local que era oficina da rede ferroviária. Era também de costume fazer manutenção nas locomotivas das cidades vizinhas. Assim todos tinham que acatar a ordem. Num belo dia chegou a minha vez de fazer a manutenção nas locomotivas das cidades vizinhas. Assim todos tinham que acatar a ordem. Num belo dia chegou a minha vez de fazer uma manutenção numa cidade vizinha e eu não conhecia as outras cidades. A manutenção seria na cidade de Cornélio Procópio no interior do Paraná, que ficava a uma distância de 398 km da oficina que eu trabalhava. Tudo era novidade e eu gostava de viajar, pois teria a oportunidade de conhecer novos locais, fiquei feliz pela minha oportunidade. Cheguei em a casa e comentei da viagem com a minha família e o meu pai ficou feliz com a viagem, ele também era trabalhador da Rede Ferroviária Federal. Ele me deu uma maleta de couro preta de presente para eu colocar as minhas ferramentas. Tudo estava pronto para a viagem. Fui até a rodoviária de Curitiba comprar a passagem de ônibus, lembro-me do nome, Viação Andorinha-que hoje não existe mais-com ida marcada para as 22h30. Queria as primeiras poltronas, bem na frente para aproveitar bem a paisagem. Coloquei a minha maleta de couro preta no bagageiro do teto que

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ficava acima do banco e aguardei a saída do ônibus. Sabia que passaria a noite toda viajando, então quando o ônibus saiu da rodoviária de Curitiba já adormeci acordando na primeira parada obrigatória que era no restaurante para fazer o lanche e ocupar o banheiro, desci rapidamente do ônibus para tomar meu café, ao retornar para o ônibus tive uma grande surpresa não havia apenas um ônibus da Viação Andorinha, mas sim seis ônibus iguais. E é claro que eu não anotei o numero do ônibus porque só tinha o nosso ônibus no restaurante. Fiquei com uma grande dúvida de qual seria o meu ônibus? Decidi entrar no primeiro ônibus porque ele estava bem na frente à porta do restaurante no qual desembarquei. Entrei no ônibus e percebi algo diferente que não identifiquei o que era e como sou daltônico, achei que fosse apenas impressão. Rapidamente examinei o bagageiro, a minha maleta de couro preta estava lá. Ótimo, pensei, estou no ônibus certo, ainda bem. Então me sentei no banco do ônibus e aguardei a partida, nesse momento olhei para o ônibus ao lado e vi uma senhora que viajava junto comigo, e pensei: Meu Deus, ela está entrando no ônibus errado. Vou chamar a senhora e comecei a descer para a avisar a senhora idosa, mas primeiro tive que aguardar a subida dos outros passageiros, eu estava aguardar a subida do passageiros percebi uma freira subindo. Olhei, para a mesma e pensei, que estranho! Logo em seguida subiu um policial de amarelo, estranhei novamente e pensei Nossa! Dormi demais porque não vi esses passageiros no ônibus que eu viajava. Comecei a desconfiar que havia algo errado, mas olhei para a minha maleta de couro preta e se ela está aí, estou certo. Vou descer e vou até o outro ônibus chamar a senhora idosa, coitada! Entrou no ônibus errado. Ao entrar no segundo ônibus ao lado avistei uma maleta de couro

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preta igual a minha e o pior, no mesmo lugar! Comecei a desconfiar o que é isso? O que faço agora? Será qual é a minha maleta? O que faço agora pra saber qual era a minha maleta? Só tinha uma maneira de saber qual era a minha maleta e qual era o ônibus certo. Mas se eu abrisse a maleta e não fosse a minha, iram me acusar de ladrão. Como vou sair dessa? Decidi, vou abri-la e me certificar se estou no ônibus certo. Comecei a abrir a maleta de couro preta e o outro ônibus começou a sair. Entrei em desespero, queria gritar, mas não consegui, Então quando abri aquela maleta preta tive uma grande surpresa, era aquela a minha maleta, pois ali que estavam as minhas ferramentas. Que sorte, percebi que ao tentar ajudar a “coitada” da senhora idosa que pegou o ônibus errado, entrei no ônibus certo. Depois daquele susto procurei sentar na poltrona. O ônibus já saiu em seguida. Senti que meu coração ia sair pela boca e por pouco que eu não perdi meu ônibus. Depois disso não consegui dormir e permaneci o resto da viagem olhando a estrada. Acompanhei o percurso da nossa viagem atento, o que me ocasionou um problema, não imaginava que eu teria no decorrer do amanhecer. Como fiquei acompanhando na viagem na BR, mão dupla, os faróis dos veículos do sentido contrario atingiam a minha visão e ao descer do ônibus percebi que os meus olhos ficaram queimando. Ardia muito e o meu trabalho ficou prejudicado. Com muito esforço no final do dia no trabalho acabou dando tudo certo. Reparei os problemas das locomotivas e retornei para a minha cidade. Essa viagem foi muito importante para mim, pois aprendi observar melhor as coisas ao meu redor, inclusive o número do ônibus, as pessoas e o motorista. E não ficar olhando para os faróis dos carros do sentido contrário.

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PRIMEIRA VIAGEM DIRIGINDOluiza oRTiz da silva

Aprendi a dirigir nos anos 70, recebi a carteira de motorista numa terça e no fim de semana iria para a fazenda com meus filhos. Fiquei três dias comendo e dormindo mal de ansiedade. Quando foi sábado fomos para Santa Vitória do Palmar- RS, mas eis que tinha uma ponte muita curva. Não me lembro porque o ônibus que vinha na minha frente parou e eu parei dando uma distancia, mas um caminhão vinha atrás e ficou perto demais do meu carro. Na saída, se eu fosse um pouquinho para trás bateria no caminhão. Resultado: meu filho de dez anos comandou o freio de mão e saímos sem recuar nada. Foi uma direção de quatro mãos e dois pés.

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COISAS DA IDADEluiza oRTiz da silva

Estava eu fazendo o almoço quando de repente procuro o pano de prato, pois sempre estou secando as mãos. Procura daqui, procura dali, aí me lembrei que a pouco tempo tinha mexido na gaveta das verduras da geladeira. Claro, o pano estava lá.

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TINTA VERDEluiza oRTiz da silva

Logo que casei fui morar com meus sogros na campanha (zona rural), enquanto a nossa casinha de madeira não ficava pronta. Numa sexta feira o pintor disse:

-“Não tem mais tinta verde”. Claro, ele sairia na sexta...

Eu disse pra ele:-Não tem tinta azul? Ele disse que sim.-Não tem tinta amarela? Ele disse que sim.-Então mistura as duas tintas que fica verde!!!Ele me olhou pensando que eu estivesse louca.

Misturou as tintas e ficou verde no mesmo tom. Era um pintor muito caprichoso. Aí ele teve que trabalhar na sexta mas a minha casa ficou pronta.

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