UploadedFile_130159714595249816

download UploadedFile_130159714595249816

If you can't read please download the document

Transcript of UploadedFile_130159714595249816

Histria da Arquitectura Urbana2012/20133 CHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C2Cidade antigaEgipto: foram encontradas restos de habitaes construdas para alojar ostrabalhadores que haviam de erguer as pirmide de sesostris II (1897-1979 a.C).Illahun (actual Kahun) talvez o exemplo mais antigo que conhecemos deorganizao habitacional. Com caractersticas bastante regulares, segundo umtraado geomtrico que reunias as pequenas habitaes em blocos rectangulares,separados por ruas estritas para facilitar o acesso s casas e que serviam aomesmo tempo de canais para escoamento das aguas da chuva e dos despejos. Ascasas ou clulas, eram constitudas por habitaes minsculas volta de umpateo fechado. Havia de todos os tamnahos de acordo com a hierarquia dosocupantes. O conjunto da cidade formava um rectangulo fechado, rodeado portaipais e protegido por um fosso. A construo no podia ser mais pobres: adobe eterraos feitos de madeira e cana, amassados com barro. EM tell Amarna, cidadedo culto solar, adopta tambm o traado rectilneo, mas as casas, bem ordenadas,eram de pedra. Contudo, apenas os grandes monumentos prevalecem aos dias dehoje.Mesopotmia: serie de cidades dispostas nas margens do rio Eufrates e tigre, queadquiriam grande relevo esplendor quando eram escolhidas pelos reis para corteou residncia. Caracterizadas pelas suas fortificaes, muito mais importantes queas egpcias, uma vez que o imprio egpcio no estava sujeito a invases dosinimigos. Um dos exemplos Korsabad, elevada por sargao II, que se trata dosrestos de uma cidade, onde sobressai as ruinas do palcio do governador, que eraum palcio-templo. O palcio estava assente em muros, numa grande plataformaelevada, com o intuito de melhorar as condies de defesa militar e inundaesperidicas. A habitao no era diferente da de kahun, pois as condiesmeteorolgicas eram similares. A construlao era de latoaria, adobe e ladrilhocozido. Na babilonia no seculo VI a.C. era uma grande cidade atravessada peloEufrates e bem guarnecida de lanos rectilineos de fortes muralahas, defendidaspor um fosso. No inicio deveria ser muito orgnica com traados irregulares etortuosos, mas medida que foi erguendi sumptuosas construes, foram abertas novas viasmcomo a grande avenida processional que ligava a principal porta monumental comos palcios e templos. MOhenjo-Daro era uma cidade florescente em 3000 a.C, com3 ruas principais orientadas N-S e outra perpendicular entre elas, constituindoncleos primitivos. Habibtaao em ladrilho e adobe, e ruas pavimentadas comesgotos para escoamento de aguas. CIvilizaloes mino-micenicas junto ao mar3egeu antes das invases dricas. Traado muito irregular, faltando as grandesavenidas ou composies geomtricas que se observam na cidades plancie. Ascidades cretenses no tinham fortificaes, dada a sua posio insular as defendiade assaltos eventuais. a casa mais complexae confortvel, construda volta deuma habitao principal chamada Megaron, uma parte da qual tinha tecto abertopara entrada de luz, e com cisterna para recolher agua das chuvas, antecipando oimpluvium da casa romana.Com o desenvolvimento das cidades-estado na grecia, nota-se um enormedesenvolvimento do urbanismo da cidade, com a introduo de novos elementosurbansticos que denunciam uma maior participao do povo nmos assuntos dacomunidade, como o caso da gora, teatros ao ar livre e estdios para os jogosolmpicos, entre outros. A cidade deixou de ser um amontoado de casas humildes,dominadas pelo palcacio-templo de um rei divinizado, para se converter numaestrutura mais complexa, onde dominavam os elementos destinados aumautilizaao geral: praas, mercados, prticos, edicos de administrao publica,teatros, estdios, etc. O homem que levou a cabo esta tarefa foi um grego naturalde mileto, Hipodamo, que se pode considerar como o primeiro urbanista comcritrio rigoroso que o mundo conheceu. Em Mileto, o traado ortogonal adapta-sebem ao contorno sinuoso do promontrio que avana pelo mar dentro, local ondese implantou a cidade. Rapidamente o traado ortogonal, adotado na reconstruoda cidade de Mileto, espalha-se atravs do mundo grego. Implantou a cidade em 2partes: uma de quadricula menor, na parte mais estreita, e outra maior na base dapeninsula. No meio, como que areuni-la, est a gora, ou conjunto de edifciosrepresentativos, e o grande espao do famoso mercado. uma composioarquitectonica muito inteligente e constrastada, na qual as praas esto ligados deuma forma subtil, rompendo a monotonia da quadricula. Por volta de 475 a.C. ele introduzido na Grcia continental pelo filsofo e arquiteto Hipdamo de Mileto, oinventor da diviso regular da cidade. O arquiteto foi tambm o autor de uma teoriapoltica na qual imaginou uma cidade de 10.000 habitantes, dividida em trsclasses: uma de arteses, outra de agricultores, e outra de guerreiros, cujoterritrio deveria tambm ser dividido em trs partes: uma consagrada aos deuses,outra pblica, e a terceira reservada a propriedades particulares.O urbanismo de Mileto no se limita ao rigor do traado, distingue-se tambm umcerto zoneamento: porto militar, gora, santurios, emporion (porto comercial) esetores residenciais. Nas cidades da poca clssica (sculo V - IV a.C.) as ruasso de uma estreiteza que corresponde essencialmente circulao de pedestrese animais de carga. As ruas mais importantes no ultrapassam quatro ou cinco4metros e so ligadas por ruelas, s vezes por escadas, de um e meio a trs metrosde largura. As adues de gua constituem uma das principais preocupaes dourbanismo grego. A gua levada por aquedutos subterrneos desemboca emfontes pblicas. Posteriormente, aps a queda dos tiranos, e com a ascenso deClstenes, em 508 a.C., essas obras de melhoramentos no tm continuidade.A cidade romana, foi um fenmeno urbanstico ininterrupto, sendo a vida urbanafomentada por todos imperadores, tornanado-se uma combinao entre cidadesautnomas com uma monarquia quase absoluta. Sob o ponto ded ivstaurbanstico, as cidades do imperio romano foram herdeiras das gregas, das quaistomaram todos os refinamentos tcnicos: esgotos, aquedutos, agua corrente,balnerios, pavimentos, servios de incendio, mercados, etc. de vrios tipos,conforme a sua evoluo histrica, condies do solo, clima e caractersticaslocias. Haviam as cidades comerciais e industriais como roma, Alexandria,Antioquia, feso, Cartago, leao, etc; haviam as cidades caravaneira, que faziamcomercio com o oriente, como palmira, petra e bostra; cidades capital de provinciaou departamentos agrcolas, como verona, siracusa, treves, londres, Tarragona,cordova, merdia. O traado, ou representava o desenvolvimento de povoaesindgenas, como numancia espanhola, ou eram cidades gregas romanizadas, quecontinuavam o legado de hipodamo. Os romanos eram prticos e organizador, queprocuravam as solues praticas e claras, sempre preferidas nos grandesempreendimentos coloniais, faltando o refinimentos do povo helenico. Procurandorealizar traados regulares e geomtricos, por vezes tinham que adoptar um estilourbanstico-arquitectonico, com grande aparato. Prova disso a cidademonumental de Roma, que nunca mais superada.Cidade islmicaCaracterizada pela sua semelhana, desde o atlantico ao golfo persa,funcionalidade e formalmente, um organismo mais simples e tosco. Na cidadeislamica faltam muitos elementos da cidade clssica, como a gora, assembleia decidados, circos, teatros, anfiteatros, estdios. Preservando apenas as termas,convertendo-as em organizaes mais modestas e estritamente dedicadas aosbanhos, sendo o banho a relao social mais importante. A porta um elementoessencial da cidade muulmana. Dotadas de valor simblico, tem tambm umvalor funcional, sendo verdadeiras composies arquitectonicas, s vezes comgrande complexidade. A porta por norma dupla, a primeira dava passagem parauma rea ampla, utilizado como pateo de armas, e deste chegava-se segunda5porta, onde se encontrava na medina. A porta era em cotovelo, monumentais emuito desafogosas. E era como um vestbulo da cidade onde se recebe o visitante.Frequentemente nas imediaes das portas que se estabelecem os souks oumercados, que constituam as chamadas praas do arrabalde. O nmada ocampons, o homem do deserto; o sedentrio o citadino. A cidade islamica tinhaum casario compacto, sendo os terraos e pateos os nicos espaos abertos. Comruelas tortuosas e insignificantes, no se assemelham a um artificio racional, massim a um organismo puramente natural e biolgico. A cidade islamica umacidade secreta, que no se v e no se exibe, no existindo o conceito de ruacomo cara da cidade, sendo preponderante sob o ponto de vista morfognico. Acidade islmica constri-se de dentro para fora, perdendo o espao colectivo, ouseja a rua. O adarve uma rua sem sada, que se torna privada, com o intuito deproteger uma pequena comunidade, conseguindo assim privatizar uma grandeparte do espao publico. O muulmano no concebe a ideia de erguer fachadasignificativa e grandiosa numa rua ou praa publica para exibir a sua condioafortunada. O seu recato um sinal de respeito pelos seus irmaos e iguais, sendoreservada para o seu ptio privado um fachada mais primorosa, respeitando assimquem no a pode ter. As medinas muulmanas podem ser excelentes ilhotas, noCorao das urbes no futuro, onde se pode gozar a calma e o silencio, ou para odiscreto deambular pelas ruas animadas e pitorescas reatrando assim a vida narua da cidade, onde o automvel, esta a fazer desaparecer das nossas cidades.Cidade medievaA cidade medieval foi motivada pela queda do imprio romano, disseminando apopulao por toda a rea rural, deixando de estar agrupada em grandesconcentraes, comeando por ser uma sociedade agraria-rudimentar que ser abase da sua economia e desenvolvimento posterior, assentando numa sociedadecom recurso ao feudalismo. O facto da populao se ter disseminando, fez comque a terra se fosse tornando cultivando, mudando e humanizando a paisagem,estabelecendo-se um continuum, um forte e vivo tecido geogrfico humano. Dentrodo continuum, engastaram-se as cidade de maenira orgnica, sem que serompesse a sua continuidade nem alterasse a sua estrutura. A cidade medievalapresenta uma forte caracterstica no que diz respeito ao seu aspecto fsico. Pornecessidades de defesa, a cidade medieval fica geralmente situada em locaisdificilmente expugnveis: colinas ou stios abruptos, ilhas, imediaes de rios,procurando principalmente as confluncias ou sinuosidades, de modo a utilizar os6leitos fluviais como obstculos para o inimigo. Em relao ao traado medieval, oautor afirma que o fato de ter, muitas vezes, que se adaptar a uma topografiairregular condicionou a fisionomia especial e o pitoresco da cidade medieval. Otraado das ruas tinha que resolver as dificuldades da localizao, o que fazia comque elas fossem irregulares e tortuosas. As ruas importantes partiam em geral docentro e dirigiam-se radialmente para as portas do recinto fortificado. Outras ruassecundrias, frequentemente em circulo a volta do centro, ligavam as primeirasentre si. Em linhas gerais, este padro, chamado radioconcntrico36, repete-semuito na cidade medieval . Alm do enorme nmero de cidades radioconcntricasno ocidente medieval, a variedade de esquemas planimtricos das cidadesmedievais inesgotvel. Alguns dos tipos fundamentais da expresso planimtricada cidade medieval so: cidades lineares (as construdas ao longo dos caminhos);cidades em cruz (as que possuem duas ruas bsicas que atravessamperpendicularmente uma outra); cidade nuclear (as formadas em torno de um oumais pontos dominantes: igreja, catedral, castelo, etc.); cidade espinha de peixe(possuem uma rua principal de onde saem outras secundrias, paralelas entre simas oblquas em relao principal); cidade acrpoles (as que utilizameminncias topogrficas) e cidades esquadria (semelhantes cidade em cruz). Emrelao a morfologia, aponta para trs tipos fundamentais, que abarcam todas asvariantes e diversidades: as irregulares, as radioconcntricas e as regulares(quadricular e tabuleiro de xadrez). Em suma, pode-se afirmar que as cidadesmodernas so uma resultante da evoluo das cidades medievais. A cidademedieval um meio homogneo, e ao mesmo tempo plenamente identificvel emtodas as suas partes. No h nela nada de dissonante nem que rompa a suatextura subtil. No obstante, nenhuma rua se confunde com outra, nenhuma praaou praceta deixa de ter a sua prpria identidade.Cidade do renascimentoO renascimento , acima de tudo, um movimentointelectual. No campo do urbanismo, as suas primeiras contribuies soinsignificantes se as compararmos com a arquitetura do mesmo perodo e com asrealizaes cenogrficas4, com os grandes panos de fundo do final do barroco. Opensamento utpico vigente poca elabora cidades geomtricas ideais, compredominncia dos traados regulares e apresentando simetria e proporo rgidana execuo das vias e praas. As novas cidades seguem um modelo uniforme:um tabuleiro de ruas retilneas, que definem uma srie de quarteires iguais,quase sempre quadrados; no centro da cidade, suprimindo ou reduzindo alguns7quarteires, consegue-se uma praa, sobre a qual se debruam os edifcios maisimportantes: a igreja, o pao municipal, as casas dos mercadores e dos colonosmaisricos. O modelo em tabuleiro, idealizado pelos espanhis no sculo XVI para traaras novas cidades da Amrica Central e Meridional, aplicado pelos franceses epelos ingleses no sculo XVII e no sculo XVIII, para a colonizao da AmricaSetentrional.Para GOITIA (1992), o grande nmero de idias urbansticas do Renascimento,que no passaram de teoria, utopia ou exerccio intelectual nos pases da Europaonde se origem, encontraram o seu campo de realizao concreta na Amrica, naobra ingente da colonizao espanhola. Ainda segundo o autor, um exemplomarcante do uso desse modelo o ocorrido no Estado Unidos aps suaindependncia. O ento presidente Jefferson estabelece em 1785, que os novosterritrios localizados a Oeste da costa Atlntica deveriam ser colonizadosutilizando um retculo orientado segundo os meridianos e paralelos (cada malhacontem 16 milhas quadradas, e pode ser dividida em2, 4, 8, 16, 32 ou 64 partes menores). Tal fato acabou por estabelecer o padrogeomtrico baseado no qual a paisagem urbana e rural do novo mundo serconstruda. Estabelece-se assim um conjunto de tratados, de autoria de Vitrvio,com o intuito de reger determinadas regras para a elaborao de uma cidadeutpica, que seria de planta octogonal, rodeada de muralhar, ficando cada lanooposto a um vento. Nos ngulos do octgono h torres circulares muito salientes,traduzindo-se numa natureza militar vincada, aliada as condies meteorolgicas.No podendo ser quadradas ou ngulos salientes, pois no so bons para adefesa militar. Sendo o ideal uma planta da cidade com 8 ou mais lados, sendoapenas prefervel aquela que se circunscreva num circulo. Quanto as ruas estasdevem ficar situadas de modo que os os ventos ao baterem nos ngulos que elasformem, se rompam e dissipem, dando lugar a solues de tabuleiro de xadrez nointerior de uma planta poligonal, como o caso de propostas de scamozzi, Martinie Cattaneo, sendo assim uma soluo alternativa radiocentrica. Exemplo destacidade: palmanueva. Polgono de 9 lados com uma praa hexagonal no centro,onde saem 6 ruas principais que vao dar a 3 portas e 3 baluartes. Aos outros 6baluartes vao dar ruas que no desembocam na pra, mas sim ao primeiro anelconcntrico. O esquema completado por outros dois aneis concntricos. Aactividade urbanstica durante os seculos XV e XVI consiste em alteraes nointerior das cidades velhas que modificam muito pouco a estrutura geral. Enquantose projecta o pensamento utpico elaborando cidades geomtricas ideais, a vida8decorre nos velhos ambientes medievais, sendo o trabalho em elaborar praas, ogrande foco do urbanismo renascentista.Cidade barrocaA transio do perodo renascentista para o barroco caracterizada pelo aumentoda importncia das cidades, principalmente das capitais de Estados e aquelasligadas ao grande comrcio, com destaque para as porturias. Essas cidadespassam a ser tambm, as capitais polticas e fontes do poder econmico doEstado barroco. Esse processo acontece em virtude das alteraes que ocorremnas estruturas remanescentes do mundo medieval, onde o mundo poltico giravaem torno dos poderes do rei.Em relao aos aspectos fsicos, o traado das cidades barrocas no apresentadiferenassignificativas em relao s cidades clssicas. A cidade barroca a herdeira dosestudos tericos do renascimento onde os esquemas se baseavam na puraharmonia geomtrica com independncia da percepo visual. Nesse perodo,desejava-se criar uma cidade como obra de arte de imediata percepo visual,usando como instrumento a perspectiva. Assim, a cidade portanto um factorsecundrio, um reflexo de uma realidade superior por ela representada e que , porassim dizer, se materializava plasticamente numa forma visvel. As cidades eramadministradas por mecenas poderosos que dinamizavam a sua cidade, com ointuito de a torna-la a melhor. Os principais fundamentos do urbanismo barrocoso: a linha reta, a perspectiva monumental, o programa e a uniformidade. Assiste-se um crescimento exponencial das cidades, devido a uma economia mercantil,exercito e capitalista. O urbanismo no barroco ordena o mundo como umpanorama, sendo que o urbanismo barroco, tivesse sido ensaiado primeiramentenos jardins, cujos traados influram decisivamente nas cidades e conjuntosurbanos. Durante o perodo barroco, em matria de urbanismo predominava comgrandeza a Frana. O urbanismo francs do grande sculo possui um tema queser largamente adotado pelo barroco: a praa monumental dedicada a servir dequadro esttua do rei. A praa de Concrdia, em Paris um exemplo desteestilo.Pode-se afirmar tambm que ao perodo barroco corresponde uma parteimportante na constituio da cidade moderna com todas as suas exigncias devida e arte. As primeiras praas deste tipo que nos interessam agora foramprojectadas po JH Mansart em honra de Luis XIV.9Cidade industrialA cidade industrial neste perodo caracterizada pelo congestionamento e pelainsalubridade; sem um sistema de abastecimento de gua e esgotamento sanitrioe sem coleta de lixo atendendo populao de operrios, surgem epidemiasdifceis de serem controladas, alm de doenas que prejudicam a populao comoum todo. Esta cidade construda pela iniciativa privada, buscando o mximo lucroe aproveitamento, semnenhum controle. Surge ento a necessidade de uma ao pblica, ordenando epropondo solues que at o momento eram implementadas apenas pelo setorprivado, com objetivos individuais, de curto prazo e em escala reduzida. destapoca o urbanismo sanitarista, com preocupao bsica de melhorar as condiesde salubridade nas cidades, coordenando a iniciativa privada, com objetivospblicos e gerais. Em Londres observa-se um grave problema de poluio noTmisa; a captao de gua se faz no mesmo rio aonde so despejados osesgotos, sendo este fato uma causa permanente de epidemias. As leis sanitriasevoluram para uma legislao especificamente de natureza urbanstica, definindoas densidades, critrios para a implantao de loteamentos, distncia entreedificaes, seus gabaritos de altura, e at a caracterstica de cada edificao, isto, espaos, aberturas e materiais a serem empregados. Os regulamentosurbansticos atualmente existentes, as leis de zoneamento, uso e ocupao dosolo e os cdigos de edificaes, tem como origem esta preocupao sanitaristade se criar um ambiente salubre e adequado. Nos Estados Unidos, observa-se noincio do sculo XIX um grande crescimento industrial, que impulsiona odesenvolvimento urbano. Nesta poca, New York que conta com 100 000habitantes,concentrados na ilha de Manhattan, cresce de forma desordenada. Para organizareste crescimento urbano, uma Comisso estuda por 4 anos um projeto deurbanizao quem vem a ser proposto e implementado em 1811. Este planorecorta a ilha de Manhattan com uma malha uniforme de vias ortogonais: 12"avenues" no sentido longitudinal, com quase 20 quilmetros de comprimento, e155 "streets" perpendiculares a elas, com 5 quilmetros. Um imenso parque, oCentral Park, construdo em 1858. At hoje este o grande exemplo dourbanismo americano, cartesiano e racional, rgido em sua concepo viria, masque admite flexibilidade nas construes dos edifcios em seus quarteires. NaFrana as preocupaes urbanas foram de outra natureza. Ali se implantou o quese pode conhecer como o urbanismo esttico-virio. O grande mentor desta10tendncia o baro Haussman que foi prefeito do Sena, em Paris, no perodo de1853 a 1870. Neste perodo renovou o aspecto de 41 Paris, com a abertura degrandes espaos urbanos e avenidas, modificando os velhos quarteires aindamedievais. Na prtica, sobrepe cidade existente, uma nova rede de avenidas,com edificaes de carter monumental, sede dos poderes governamentais e civismais importantes. Na ento periferia implanta as avenidas de circunvalao etransforma os Bois de Bologne e de Vincennes em espaos pblicos urbanos. Atoile (estrela) de avenidas tendo ao centro o Arco do Triunfo, junto com aavenida dos ChampsElyses a maior expresso de Haussman. Este urbanismo esttico-virio,"nascido ao tempo das carruagens e dos bondes puxados a burro, no final dosculo XIX, ser, na primeira metade do sculo XX, extremamente funcional para osurgimento e a implantao plena das cidades contemporneas, dos veculosautomotores: o bonde eltrico, os nibus, os caminhes e os prprios automveis.Os urbanistas utpicos do origem a uma posio antiurbana e que se ope industrializao, surgindo ento as proposta de cidades-jardim. O industrial inglsEbenezer Howard, estabelece de forma definitiva a teoria da Garden-City, atravsde duas publicaes: Tomorrow (1898) e Gardencities for Tomorrow (1902).Em seu trabalho, Howard estabelece os trs princpios fundamentais de sua teoria:eliminao da especulao dos terrenos (deveriam pertencer comunidade, queos alugaria); controle do crescimento e limitao da populao (a cidade deveriaestar cercada por um cinturo agrcola e a cifra ideal da populao seria em tornode 30.000 habitantes) e deveria existir um equilbrio funcional entre cidade ecampo, residncia, comrcio e indstria etc. Uma adaptao deste modelo, no quediz respeito ao traado virio, serviu de referncia urbanizao do Pacaembu edos Jardins Europa, Amrica, Paulista, em So Paulo, desenvolvido nos anos 20,tanto pela Companhia City como por outras loteadoras sob sua influncia.11Cidade do RenascimentoO Renascimento, acima de tudo, um movimento intelectual. No campo dourbanismo as suas primeiras contribuies so insignificantes comparadas com aarquitectura e realizaes cenografias.RenascimentoEstudos humansticos, restaurao da antiguidade, pela anlise das ruinasclssicas renovao de credos estticos e formas A antiguidade clssica algo que no tem idade, representa um absoluto,um ideal inacessvel e sempre vlido Enorme riqueza e variedade da arquitectura renascentista em contraste coma pobreza e falta de imaginao das realizaes urbanistas Exemplos do urbanismo antigo tinham desaparecido, estavam sepultados.No havia suporte em que se apoiar Firmitas, Utilitas, Venustas (Vitrvio) daqui nascer a cidade ideal dorenascimento, criao mais intelectual que real que vir a ser umaconsequncia mais do pensamento utpico renascentista Para Vitrvio os traados das cidades deve defend-las dos ventospredominantesSolano sopra do lado levante equinocialAuster do lado do meio-diaFavonius do lado poeteSeptentrio do lado norte Investigaram com ateno e distinguiram 8 ventosEx: torre de mrmore de Atenas Andrnico Cyrrhestes em que cadaface tem imagem de um dos ventos, do lado oposto quele de Vitrvio, apartir dela, a do renascimento Trata-se de uma cidade cuja planta um octgono rodeado de muralhas,cada lano da muralha fica oposto a um vento Nos ngulos do octgono h torres circulares muito salientes Somam-se s consideraes meteorolgicas, as de natureza militar A figura da cidade no pode ser quadrada nem ter ngulos muito salientes Deve ser um recinto onde se possa ver o inimigo de vrios lugares12 As torres devem ser redondas ou com muitos lados, porque se foremquadradas, so facilmente destrudas pelas mquinas de guerra. E quandoestas so redondas, as pedras so talhadas com cunhas, resistindo melhoraos golpes aprovada como ideal uma cidade poligonal de 8 ou mais lados, que tendepara uma organizao circular, possuindo um centro (adopta uma plantaque pode ser inscrita num circulo) Alguns comentaristas, citam uma rede de ruas dentro do octgono emesquadria com eixos principais, convenientemente rodados para nocoincidir com a direco dos ventos principais D origem cidade ideal de Francesco di Giorgio Martini, Cattaneo,Scamozzi, Antonio Averlino, o Filarete colocam na cidade em tabuleiro dexadrez dentro de uma planta poligonal disposio radial cidaderadioconcntricaEx: cidade utpica de SforzindaDesenhavam cidades em que procuravam seguir o ideal de Vitrvio Giorgio Vasari tentou juntar as vantagens do traado rectilneo s doradioconcntricas Eram criados poucos centros novos, da cidades como Palma Nova nascidano momento oportuno e como consequncia de necessidade militaradquirem prestgio especialPalma Nova Polgono de 9 lados Centro uma praa hexagonal saem 6 ruas principais que vo dar a 3portas e a 3 baluartes (fortalezas) Aos outros 6 baluartes vo dar a ruas que no desembocam na praa massim no primeiro anel concntrico. O esquema completo por 2 anisconcntricos o exemplo mais completo e perfeito da cidade estelar e representa o maioresforo feito para conseguir uma cidade de acordo com os esquemas ideais doRenascimento. Mais tarde seguindo livros de arquitectura de Scamozzi, consturam.se, naSiclia, as cidades de Grammichele e Avola, aps as destruies doterramoto de 168613Ex: Philippeville engenheiro Sebastian Van NoyenPlanta pentagonal, mais de 10 ruas convergem para uma grandepraa quadrada Praa-forte holandesa Coeworden (1597) segue os princpios da cidadede Palma Nova Charleville a mais bela cidade regular dos primeiros anos do sc. XVII. Agrande praa ocupa da cidade, os seus ngulos so fechados e asedificaes formam simples rengues de casas uniformes com telhadospontiagudos Actividade urbanstica durante o sc. XV e XVI consiste em alteraes nointerior das velhas cidades que modificam muito pouco a estrutura geral A abertura de ruas novas com edifcios solenes e uniformes sobretudo acriao de novas praas regulares ou quase regulares para enquadramentode um monumento destacando, uma esttua para honrar o Rei ou oPrncipe, so empreendimentos urbanos mais apoiados, que o perodobaroco ir continuar ainda em maior escalaAlberti Ocupa-se no problema da arquitectura urbana obra De re aedificatoria Antecipa-se ao princpio moderno da hierarquizao das ruas, as ruasprincipais devem ser amplas, rectas, com edifcios da mesma altura dosdois lados; as ruas secundrias podem ser curvas para que se possa ver atodo o momento novas formas de edifciosSerlio Diz que na frente de edifcios monumentais deve existir uma praaquadrada, cuja dimenso deve estar relacionada com a fachada domonumento Das ideias dos tratadistas surgem: ruas de traado rectilneo, dearquitectura compassada e uniformeSixto V Traou a planta da cidade eterna (1585-1590) Das mais considerveis que foram levadas a cabo para sistematizar umagrande e antiga cidade14 Duas importantes radiaes, uma com o vrtice na Porta do Povo e a outraem Santa Maria Maior, cruzam a cidade com uma rede de diagonais queprocuram reunir os pontos mais significativos, principalmente as baslicasmaiores, por meio de alinhamentos rectos. Foram colocados obeliscos noscentros e cruzamentos de perspectivasEx: Rua de Gnova Via Nouva traada e construda por GaleazzoAlessi construiu a maioria dos importantes palcios que ladeiam esta ruaEx: Praa de S. Marcos completa-se no Renascimento com contribuiode SansovinoEx: Praa de Pienza, Praa Farnese de Roma, Praa de Campidoglio(Miguel ngelo muito afrente do seu tempo) Frana nos sc. XVII e XVIII demonstra uma maior capacidade de criaourbanstica Espanha, devido dedicao de Filipe II consegue levar a cabo algumascriaes originais, praas maiores e regulares 1573 Filipe II promulga as famosas leis das ndias, que constituem talvez aprimeira legislao urbanstica que o mundo conheceCidade Barroca O estado transeunte comea a encontrar dificuldades cada vez maiorespara transportar consigo a suas instituiesResulta numa burocracia contnua sediada numa corte permanente(edifcios estveis) surgindo a capital criao barrocaTem de ser algo verdadeiramente representativo, imagem econdensao da realidade nacional-O estado nacional era o facto primrio, a cidade era acondensao a cidade secundria - localizada nosinstrumentos polticos exigidos pelo Estado--Desenvolvimento do capitalismo mercantilistaSurgem cidades absolutas, centros que crescem sem qualquerordem e que colocam as outras cidades na alternativa deaceitarem a estagnao ou imitarem a capital toda poderosasem qualquer recompensa15Barroca lei, ordem e uniformidade Lei existe para afirmar o estatuto das classes privilegiadas e assegurar asua posio Ordem uma ordem mecnica, que no se baseia no sangue, navizinhana ou em objectivos e desejos comuns, mas sim na submisso aoprincpio em vigor Uniformidade dos burocratas, com os seus arquivos, expediente enumerosos procedimentos para regularizar e sistematizar a cobrana deimpostosExrcito, a Bolsa, a Burocracia, a Corte instituies completam-semutuamente A nvel terico, a cidade barroca herdeira dos estudos tericos doRenascimento Segundo critrio nitidamente Albertiano, o valor dos seus esquemasbaseiam-se na pura hierarquia geomtrica, independentemente dapercepo visualO achado do barroco: criar uma cidade como obra de arte da percepovisual imediataPara o conseguir contavam com o elemento herdado do Renascimento, aperspectiva Factores renascentistas tinham renovado profundamente a apresentao deespaos, passando a imagem plana a tridimensional Factores do Quattocento pintavam em perspectiva grandes fundosarquitectnicos impulsionavam as criaes dos prprios arquitectosO que era pintura e arquitectura, ainda no tinha chegado ao urbanismoSc. XVIII arte barroca da composio de cidades atingir o seu apogeuA Arquitectura transformar-se- em arte urbanaEx: colunata de Bernini (Praa de S. Pedro), palcio de Versalhes, PraaVandmePierre Lavanda (Francs)Reduz a 3 princpios fundamentais do urbanismo clssico (ou seja, Barrocopara o resto da Europa):A) Linha recta16B) A perspectiva monumentalC) O programa, ou por outras palavras, a uniformidadePodem reduzir-se a uma: a perspectiva, a cidade concebida como vista O Barroco forma, ordena o mundo como panorama, da se descobrir ourbanismo como arte e encontrar um instrumento que facilitasse apossibilidade de criar o panorama que at a no existiaO urbanismo foi ensaiado nos jardins, cujos traados influram todecisivamente nos das cidades e conjuntos urbanos A perspectiva pressupe a contemplao do mundo de um nico ponto devista manifestao do poder humano e do prncipeViso focal ou centralista coincide com a organizao monrquica do estado Por de trs da tendncia cenogrfica do Barroca, cenografia montada paraexaltar o Rei/Prncipe, o seu palcio, estatua, existem outrosempreendimentos com grandezas e nobreza de prepsito que no se deveesquecerOu seja, no s Igreja, ao palcio do prncipe, ao cenrio puramentemonumental que se d forma, mas tambm se constroem hospitais,hospcios, bairros inteiros, conjuntos habitacionais, alamedas, e passeiospara gozo da colectividade, centros de ensino e instituies de cultura,pontes e manufacturasEspao e ambiente novoEm matria de urbanismo Barroco o ceptro pertence a FranaEx: aparece a primeira vez na cidade Residncia Richelien, a que Levedanchama de preconfigurao de Versalhes a cidade consequncia e vema seguir ao palcio- 1625 morre o duque Lerma, criador de outras cidades-residncia, ocardeal encarregava o arquitecto Jacques Lemeruer da construo do seupalcio, 1633 comea a construo da povoao respeitosamente separadado palcio. Fica dentro de um rectngulo perfeito, e tudo construdosimetricamente em relao grande rua axial. J no e trata de umasimples quadricula, mas algo concebido esteticamente com os seus eixos,praas e perspectivas uma das mais belas cidades regularesfrancesas. Surgem as praas monumentais, construdas para servir de quadro aesttua do Rei a preocupao da magnificncia prpria do urbanismo17Barroco e o desejo de exaltar a monarquia centralista, vrtice de todo osistema politico preponderanteEx: primeira Praa de Voges praa real, mas no porque a Praa Vogesno foi pensada para possuir esttua, nela foi-lhe colocada mais tardeEx: Praa Vandme ou Lus O Grande, regular e chanfrada e o maisimportante exemplo deste tipo de praasApenas 2 ruas no mesmo eixo lhe do acesso, convertendo-a num espaoquase fechado onde tudo de subordina grandeza/nobreza da arquitecturae as proporesObjectivo: servir de moldura solene a uma esttua equestre-tridenteHaussmannFoi responsvel pela reforma de Paris, entre 1853 e 1870, determinada porNapoleo III.Haussmann tambm conhecido como o artista demolidor, pois para almde tornar a cidade mais bela e imponente, queria acabar com a estrutura da cidademedieval. Para isso, expulsaria os moradores centrais da classe trabalhadora paraa periferia. Nesta interveno criou espaos verdes que eram raros em ParisCerdA nova morfologia de Cerd para Barcelona, baseia-se na reforma de Paris.Cerd pensa na cidade como um todo.Na sua forma de pensar o urbanismo, preocupa-se em como pensar acidade e no que pensar primeiro destacando conceitos fundamentais como:homogeneidade, coerncia espacial, circulao e convvio social.Em relao tipologia utilizada, Cerd defende que deveria ter uma nicafisionomia, com a ocupao perifrico do loto e o miolo sendo utilizado parajardins.No tenta criar um centro administrativo, pois para ele o territrio tem de serhomogneo e todos os locais devem possuir o mesmo valor.18Cidade Industrial A revoluo industrial, revoluo na agricultura, meios de transporte,comunicaes e nas ideias econmicas e sociais Surge um movimento filosfico- social Adam Smith (1723-1790), JeremiasBentham (1748-1832) e Stuart Mill (1806-1873) cujas doutrinas constiturama base ideolgica do novo desenvolvimento industrial e capitalista A indstria seria sistema auto-regulador que conseguia o equilbrio de todosos esforos dispersos e desconvexos dos indivduos, guiados estes peloincentivo do ganho pecunitrio Com a mquina a vapor, podia efectuar-se a concentrao em torno de umponto, isto , agrupar as fbricas em locais determinados dando origemao crescimento das grandes cidades industriais Para alm da diviso do trabalho, a mecanizao e a possibilidade de obterfontes de energia, tambm o desenvolvimento dos meios de transporte foioutro factor fundamental para que o industrialismo prosperasse e, com ele,os grandes centros fabrisO processo mais simples para baixar os custos baixar os salriosPara dispor de excedente necessrio de trabalhadores e fazer face sencomendasTornam-se importantes para a indstria instalar-se prximo de um grandecentro populacionalA aglomerao topogrfica substitua um modo de produo bemorganizadoCresciam no s os centros fabris, cidades com origem mineira como asprprias cidades antigas, as capitais do perodo Barroco, pois era l que seencontravam o excedente de populao miservel, to til ao fabricante.Tinham vantagem de facilitar as relaes com o poder poltico central,instituies, bancrios e bolsa de comrcioCrescimento de cidades como Paris, Bruxelas, Berlim, etc, que no tinhamsido originadas pela revoluo industrialRevoluo industrial afectou o desenvolvimento urbano em larga escala As fbricas tonaram-se donas e senhoras do solo urbano e suburbano.Colocaram-se no ponto mais conveniente/fcil de encontrar para o seuservio19Ex: para uma central trmica utilizaram logo as margens dos rios, mesmoque o fumo e o transporte de carvo destrussem o local Caminhos-de-ferro, docks, armazns, alpendres porturios foramestabelecidos sem qualquer plano orgnico, que tudo o que facilitasse apromoo industrial era em si mesmo bom para o bem-estar e progressodas naesS mais tarde compreenderam como era errado uma implantao baseadanuma viso simplista e de curto alcanceConstituiu verdadeiras catstrofes para a estrutura urbana Ao mesmo tempo que as fbricas e estabelecimentos anexos, ganhavamdestaque na cidade industrial, os chamados bairros operrios (Slums:desenvolveram-se com condies de vida verdadeiramente miserveis) soconstrudos em virtude da necessidade de albergar mo-de-obraConstante pesadelo para os filantropos e reformistas sociais; possuam umaregularidade fria e atroz e grande densidade no que se refere aoaproveitamento do terreno prescindiam de espaos livres e ptiosMais tarde vo sendo substitudos por outras mais benignas graas actividade de reivindicao dos sindicatos; houve tambm industriais queachavam que eles prprios tinham de corrigir os malesRobert Owen (proprietrio)Em 1816 planeou uma cidade de um tipo colectivo onde se combinava aactividade industrial com a agrcola e que se bastava economicamente a simesma.Antecipao das cidades jardim Ebenezer Howard, que fundou Letchworth(1903) e Welwyn, que ainda subsidem Pretendem atenuar as chamadas Company Towns, que se encontram noslocais onde se fazia a extraco as matrias, visto que os que l habitavam,em cabanas e choas no tinham direitos civis nem instituies citadinas deespcie alguma, viviam submetidos tirania de um agende da companhia,do qual dependia para todas as necessidades.20Modelo Culturista, nostalgia da antiga cidade orgnicaWilliam Morris (1834-1896) inspira-se na harmonia das tuas e cidades dopassado e defende como ideal a organicidade, sendo a irregularidade, adiversidade e a simetria a marca dessa ordem orgnica.Ebenzer Howard o considerado pai das cidades-jardim. A proposta deHoward baseia-se no facto de ele discordar que s existem duas possibilidades devida: a vida do campo ou a vida de cidade. Ento prope uma terceira hiptese:viver com as vantagens da actividade da cidade e toda a beleza e delcias docampo, combinando-as numa forma perfeita.Modelo progressista, criao de uma nova cidade assente nas tcnicas e nofuncionalismoRobert Owen (1771-1858), estabelece um modelo de cidade auto-sustentvel e auto-governvel, cabendo porm ao governo a responsabilidadepara tal mudana, ou seja a determinao de vrios ncleos com 500 a 2000habitantes.Charles Fourier (1772-1837) considera que a sociedade s poderultrapassar e resolver os seus problemas quando for feita a sua reestruturaoradical. Fourier salienta a importncia de s fazer recurso s artes para estimular asensibilidade humana, para conseguir beleza e saudade ou solues paraconstruo de residncias e ambientes harmoniosos. Recomenda que as casaspossuam ptios e jardins. Na rua, os edifcios no podero exceder altura e alargura da rua, estas devem ser voltadas para as paisagens campestres oumonumentos de arquitectura e serem arborizadas.Modelo naturalista, modelo utpico de Frank Loyd WrightFrank L. Wright (1869-1959), libertou-se da tradio dos arquitectoseuropeus e props o conceito do espao orgnico, sendo considerado um tericoda disperso e anti-urbanista.Desenvolve os conceitos de liberdade total, individualidade e de espaosorgnicos como elementos orientadores da sua obra. Apresenta tambm o seumodelo utpico, Broadacre City, em 1934, esta cidade consiste num misto urbano-rural com baixa densidade residencial.21CIAM (Congresso Internacional de Arquitectura Moderna)Os Encontros do CIAM e respectivos TemasCIAM ICIAM IICIAM IIICIAM IVCIAM VCIAM VICIAM VIICIAM VIIICIAM IXCIAM XCIAMXI19281929193019331937194719491951195319561959La Sarraz, Suia Fundao dos CIAMFrankfurt, Alemanha Unidade mnima de habitao (Existenzminimum)Bruxelas, Blgica Desenvolvimento racional do lote (Rational Lot Development)Atenas, Grcia The Functional City Carta de AtenasParis, Frana Moradia e recreao (Dwelling and Recreation)Bridgewater, Inglaterra Podem nossas cidades sobreviver? (Can Our CitiesSurvive?)Brgamo, Itlia Sobre a cultura arquitectnica (Concerning ArchitectrualCulture)Hoddesdon, Inglaterrra O Corao da cidade (The Heart of the City)AixenProvence, Frana A Carta da habitao (The Charter og Habitat)Dubrovnik, Yugoslavia Team XOtterto, HolandaExistiram 11 congressos, entre 1928 e 1959. Existiam 2 correntes distintas, razo pela qual arealizao dos congressos foi terminada. O CIAM mais importante foi o IV em 1933, onde foiapresentada a Carta de Atenas.A criao dos CIAM pode ser considerada como o marcoinicial do perodo acadmico do Movimento Moderno.A iniciativa partiu de Hlne de Mandrot, uma mecenasda Arquitectura Moderna que organizou no seu castelo,na Sua, a primeira reunio, em 1928. O objectivo,exposto por Le Corbusier era:dar arquitectura um sentido real, social e econmico [] e estabelecer os limites dos seusestudos.Na verdade, Le Corbusier e Gropius, aps os insucessos do movimento que criaram nosconcursos internacionais, sobretudo aquele da Sociedade das Naes, em Genebra, 1927,sentiram a necessidadede ralizar um frum internacional de debates que os fortalecesse pelaunio. De 1928 a 1956, o congresso reuniuse por 10 vezes, tratando de temas como o habitatmnimo, o edifcio raciona, a cidade funcional, a habitao colectiva, o centro urbano. Odocumento mais importante foi a Carta de Atenas, produzida no CIAM IV, de 1933.No CIAM II, 1929, explicouse os objectivos do CIAM:a) Perceber e estabelecer o verdadeiro problema da arquitectura;b) Formular os principais desgnios da nova arquitectura;c) Estender essas ideias a todos os aspectos tcnicos, econmicos e sociais da vida moderna;d) Determinar zelosamente os problemas internos da arquitectura.Este CIAM teve lugar sob a orientao do arquitecto Ernst May, o maior especialista europeuna construo de habitao social e o resultado foi o mais importante documento sobreHabitao para as necessidades mnimas.22O CIAM III foi realizado em 1930, em Bruxelas, e abordou o problema da aquisio de terraspara a construo e deu luz a publicao Razes de construo racional.Plan Voisin (pronunciase Vuasan) Cidade Contempornea para 3Milhes de habitantes em Paris,1925. Le CorbusierProposta de remover todo otecido existente de Paris a nortedo Sena e substituilo por edifciosde 60 andares em forma de cruzinserido numa malha de ruasortogonais e reas verdes. Ideiasque estaro mais tarde na Cartade Atenas.J em 1930 evidenciouse a falta de preparo dos CIAM em ideias e organizao para enfrentare resolver os problemas que surgiram nas discusses acerca da construo urbana.O CIAM IV cujo tema era A Cidade Funcional, teve lugar em Julho e agosto de 1933, a bordodo transatlntico Patris, entre Marselha e Atenas. Neste primeiro congresso romnticoprevaleceu o critrio de Le Corbusier e dos arquitectos franceses e no o realismo alemo.O cruzeiro pelo Mediterrneo, tanto em relao situao poltica tensa, quanto realidadeda Europa Industrial resultou na Carta de Atenas, que lidou com os problemas urbanos eapontou solues para corrigir os seus defeitos.Deste documento ressaltam influncias da CidadeJardim de Ebenezer Howard e da Cidadeindustrial de Tony Garnier (18691948). A Cit Industrielle do arquitecto urbanista francsTony Garnier foi criada em 1901 e apresentada para uma populao de 35 mil habitantes,onde Garnier separava as zonas de habitar, trabalhar, lazer, entre outras. Este conceito decidade fazia uso do novo material, o beto armado, que era a potencialidade esttica do sculoXX. A proposta era, sobretudo de uma cidade socialista sem muros ou propriedade privada,onde todas as reas no construdas eram parques pblicos. Para o estudo da cidade industrialfoi escolhida a regio Sudeste de Frana. Garnier pertence ao grupo de tericos do urbanismointitulados como utpicos ou utopistas.Da Carta de Atenas destacase:a) O sol, a vegetao e o espao como as trs matriasprimas do urbanismo;b) Definiu quatro reas de interveno principais ordenadas do seguinte modo: Habitar, Trabalhar, Lazer e Circular;c) A diviso da cidade em reas funcionais zonamento, com reas verdes entre os edifcios em que todo o espao vazio propriedade municipal, isto , pblico.d) Um nico tipo de habitao urbana, definido por blocos, espaados por zonas verdes a exemplo da cidadejardim de Ebenezer Howard (18501928)23A Carta s foi publicada 10 anos depois, durante a ocupap alem de Paris, pelo prprio LeCorbusier.Aspecto critico:De acordo com as premissas da Carta de Atenas a cidade vista como um objecto tcnicorgido, isto , no flexvel, sem ter em considerao as questes sociais, histricas e culturaisque valorizam cada espao urbano. Contra isto se manifestou o Team X. Independentementedisto, tambm lhe falta uma cultura de proximidade e de vizinhana.Depois da Segunda Guerra Mundial, a Carta tornouse conhecida no mundo inteiro.O Team X foi formado oficialmente no CIAM X, obtendo ai a sua designao. A sua criao arazo pela qual os CIAM deixam de se realizar, visto passarem a existir duas faces distintasde opinies divergentes.2 Cidades no mundo onde foi ensaiada a Carta de Atenas: Brasilia ChandigartHistrico:Foram construdas quatro unidades em Frana. Devido ao seu xito, o governo alemoencomendou um projecto para Berlim. Os cinco projectos cronologicamente, so os seguintes: 1947 em Marseille, Boulevard Michelet, 280; 1955 em Nantes, rue Thodore Brosseaud, 44; 1958 em Berlim, Flatowallee, 16; 1963 em Briey en Fort, MeurtheetMoseile; 1965 em Firminy24Caractersticas:Tratamse de edifcios com mais de 100 m de comprimento e 30 de largura com cerca de 15pisos e 55 m de altura. O projecto de Marselha possui 337 apartamentos, ou clulas.O projecto traduz os elementos fundamentais da arquitectura moderna expostosanteriormente por Le Corbusier, est construdo sobre pilotis, possui planta livre e fachadalivre, vos horizontais e terraojardim. Neste projecto Le Corbusier aplica pela primeira vez oModulor (estudo sobre as propores humanas atravs de um sistema de relaes mtricasbaseadas na distncia dos membros do corpo humano) estabelecendo, deste modo, todas asmedidas importantes de projecto como mltiplos das medidas estabelecidas pelo modulor.Princpios da Arquitectura Modernista:Ortogonalidade como principio e assimetria como opo;Eliminao do simbolismo;Todos os elementos arquitectnicos deveriam ter uma razo para existir;Uso da planta livre;Uso das janelas contnuas e das fachadas cortina (totalmente envidraadas);Uso de pilotis, por forma a integrar o edifcio na paisagem;Uso de vos livres maiores;O quinto alado como complemento aos restantes;Uso de elementos de forma curvilnea ou orgnica isolados (reservatrios de guacirculares, paredes em forma de S, etc.)Uso de elementos padronizados repetitivos;Form follows function A forma segue a funo. Um hospital deve ter a formaadequada ao seu funcionamento;Unificao da composio das formas: o todo de um edifcio deve ter leitura nica,mesmo que composto por vrios volumes;Tentativa de adopo de um estilo nico, independente da regio ou pas, em que oedifcio se encontre International Style.BidonvillesNa dcada de 60 (19541974), no que concerne a Portugal e pases limtrofes daEuropa, dse o fenmeno da imigrao.De Portugal imigra essencialmente por modeobra iletrada, rumo a Frana e como notinha dinheiro para arrendar casa, constriautnticosbairrosdelata, chamadosbidonvilles.A Renault e as empresas de construo civiltiveram um papel muito importante naintegrao desta gentena sociedade, empregandoos e assegurandolhesaprendizagem da lngua francesa.umprofessorparaDcada de 60-80Aps a Segunda Guerra Mundial, algumas cincias humanas como aAntropologia Cultural, a Psicologia, e a Teria da Comunicao de Massaadquirem grande importncia na crtica arquitectnica. Uma das maiorescrticas em relao ao Movimento Moderno foi, justamente aquele queconstatou a perda da identidade das cidades e do significado da arquitectura. exactamente nesse perodo, que surgem as propostas dereestruturao da sociedade europeia, ressentida dos horrores da II GuerraMundial e bastante descrente do sistema. No panorama internacional, eprincipalmente europeu, surgiu uma srie de manifestaes arquitectnicascomo o Novo Empirismo na Sucia, o Novo Brutalismo em Inglaterra, o Neo-Realismo e o Neo-Racionalismo em Itlia, o Metabolismo no Japo, asCorrentes Vernaculares (arquitectura local ou regional) e Participativas pelomundo inteiro.A teoria e a crtica de arquitecturas em ItliaNo campo da teoria e da crtica arquitectnica destaca-se a escolaitaliana, principalmente na segunda metade do sc. XX, atravs de autorescomo: Bruno Zevi, Giulio Argon, Leonardo Benevolo, Manfredo Tafur, PaoloPortoghese, Ernesto Rogers, Rentato de Fusco, Francesco dal Co, entreoutros. O intelectual visto, em termos metafricos, como uma ponte queHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C26estabelece a ligao entre a tradio como um acumulador de experienciaspassadas e a modernidade como uma necessidade de transformao emelhoramento de interesse colectivo.Os Smithsons, Aldo Van Eyck, Bakema e Canadilis, membros do TeamX, introduziram dentro de corpo doutrinrio do Movimento Moderno conceitosque permitiram englobar alguma diversidade de modelos culturais quedefendem o conceito de identidade, do particular em oposio ao universal, doregional, onde sobressai a diferena. E para isso alguns recorreram ao estudodas culturas primitivas recolhendo informaes sobre novas tipologias deespaos e de habitar. Neste sentido, Aldo Van Eyck foi para frica estudar atribo Dogon (Mali): o arquitecto italo-americano Paolo Soleri mudou-se para odeserto do Arizona onde fundou a Arcosnti (laboratrio urbano direccionadopara projectos alternaticos com a sustentabilidade); George Candilis trabalhouem Marrocos e no Peru; Bernard Rudofsky montou em 1964 a clebreexposio Arquitectura sem arquitectos e os Smithsons (o casal Alison ePeter) apresentaram o livro Estruturas Urbanas em 1967 onde renem osestudos que realizaram sobre novos padres de identidade, organizao emobilidade.No ps Segunda Guerra o governo ingls aprovou a construo das NewTowns como parte de um vasto plano de reconstruo e de reorganizaourbana. As News Towns apresentavam uma forte referncia s CidadesJardins de Ebenezerd Howard, com conjuntas residncias de tijolo vista,telhado de duas guas, numa linguagem de cariz rural. Esta nova tendnciaimportada da Sucia foi denominada de Novo Empirismo.Todavia, os arquitectos adeptos ao Movimento Moderno, estas novascidades, com a sua arquitectura pitoresca, representavam um retrocesso natrajectria do Movimento Moderno. Assim, as New Towns foram alvo de duascrticas feitas principalmente pelos arquitectos J.M. Richards e Alison e PeterSmithson.Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C27Novo EmpirismoA Sucia, neutra na II Guerra Mundial, desenvolveu uma arquitecturadomstica e verncula que foi apelidada de Novo Empirismo.Arquitectura que busca inspirao atravs do lugar, do clima, doprograma, dos futuros usurios e dos materiais autctones.Trata-se de uma arquitectura fundamentada no prprio lugar, alheia adiscursos programticos de vanguarda. Neste sentido, propes humanizar aarquitectura, atravs do bem-estar da psicologia do usurio e recorrendo aformas irrepetveis, particulares, espontneas e orgnicas. Utiliza plantasarticuladas e abertas, para desenvolver o programa com maior versatilidade eadaptar o projecto topografia e paisagem, aproveitando as melhores vistas,a cor tradicional da regio, as texturas locais e o conforto dos materiaistradicionais (madeira, tijolo e telha), a valorizao do artesanato, tudocombinados com painis e elementos industrializados. A passagem daeconomia artesanal para a indstria ocorre de modo suave e sem radicalismospossibilitando novas experiencias que o Movimento Moderno no consentia.A linguagem de Alvar Alto como principal expoente do Novo Empirismonrdico ir influenciar a nova forma de expresso arquitectnica de Itlia, Gr-Bretanha e Espanha.E. Asplund Biblioteca de Estocolmo, 1924-28Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C28Novo BrutalismoO Novo Brutalismo uma manifestao Inglesa do modernismo ps-guessa que tudo em Le Corbusier a referencia. O termo Brutalismo vem debrton brut que significa beto armado bruto e desenvolveu-se a partir de umaradicalizao de determinados do Movimento Moderno. Apesar de hoje serdesignado de movimento, no passou de um projecto colectivo com ideiascomuns.Entre outros aspectos privilegia a verdade estrutural das edificaes deforma a nunca esconder os seus elementos estruturais, atravs do betoarmado ou dos perfis metlicos, e os demais elementos inacabados de umaconstruo. A armao condenada.Este movimento teve como percursor o casal Smithson, no ano de 1963,e na urbanizao Robin Hood Gardens a sua primeira interveno neste estilo.Trata-se de uma interveno na zona leste de Londres construda entre 1966 e72 composta por dois blocos de apartamentos de vrias tipologias, alguns deum nico poso e outras de tipo duplex, com um largo corredor a cada 3 pisos,chamados pelos autores de ruas areas quebrando, deste modo a rigidez doalado e da organizao espacial. Independentemente deste facto gera,tambm um sentido de comunidade e de grande famlia, entre os blocos existeuma praa interna com um jardim, que ao estar protegida do rudo da ruaconfere-lhe alguma privacidade e intimidade.De momento as autoridades locais pensam em demolir, dado ao seu mauestado de conservao, o que tem suscitado algum debate em torno dopatrimnio arquitectnico.Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C29Neo-RealismoMovimento italiano que surge como um reflexo cultural da situao emque a Itlia se encontrava no final da ocupao nazi. Com o fim da II GuerraMundial e do fascismo, houve uma grande mudana nas condies sociais,econmicas e psicolgicas da produo e, por conseguinte, impossvel para asociedade em crise, com alto ndice de desemprego, estrutura politicadesintegrada e a economia totalmente enfraquecida, manter, tanto econmicaquanto psicologicamente, a iluso apresentada pelos ideais do cinema fascista.Curiosamente , igualmente no cinema que o Neo-Realismo mais se consagratendo como referncia os realizadores Roberto Rosselini, Vittorio De Sica eVisconti apresentando a verdade do homem comum, marcado pela dureza davida e ansioso por melhores condies.No que concerne arquitectura, promoveu-se um retorno s aspiraesdo povo fortemente influenciado pelo Novo-Empirismo nrdico. Neste contexto,inova-se ao propor mais rea pelo mesmo custo, recorrendo a materiais e mo-de-obra local, bem como a uma simplificao dos acabamentos da casa queera da responsabilidade do utente permitindo, assim personaliz-la.A principal referencia deste movimento o Bairro Tiburtino, em Roma,construdo entre 1949 e 1954, no perodo ps-guerra, no mbito do Plano INA-Casa, tambm conhecido por Plano Fanfani. Da autoria dos arquitectos MarioRidolfi e Ludovico Quaroni com a colaborao de vrios jovens arquitectos,entre eles Carlo Aymonino e Mario Fiorentino, este bairro tem a forma de umL, com uma rea de 88 000 m2, 770 apartamentos e uma populao de 4000habitantes reunindo espaos pblicos, espaos verdes e espaos destinadosao desporto e lazer com espaos sociais e comerciais. O mais caractersticodeste bairro a sua componente de aproximao humanista.Em sntese, a linguagem Neo-Realista, surge como contrapondo esttica do movimento fascista, apesar de no ser um conceito inteiramentenovo, mas sim uma redescoberta da existncia vernacular.Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C30Neo-RacionalismoO movimento arquitectnico neo-racionalista que surge em Itlia nos anos70 constituiu uma das correntes que procuraram rever as premissas doMovimento Moderno, cruzando-as com referncias culturais de sentidoregional, numa tentativa de fugir ao universalismo estereotipado determinadopelo sistema econmico e pelo consumismo superficial e bsico.A sua arquitectura caracteriza-se pelo uso de formas geomtricassimples: janelas quadradas repetindo-se em alinhamentos horizontais everticais; rigidez e austeridade decorativa excluindo todo o ornamentoenquanto tal e pela monumentalidade evidente das construes e espaosprojectados.De entre os neo-racionalistas italianos evidenciaram-se, pela originalidadee profundidade das suas posies tericas projectuais os arquitectos AldoRossi e Giorgio Grassi. Para eles o processo criativo devia partir de uma leituracrtica do passado, a partir de premissas tipolgicas e no tanto morfolgicas,concentrando essas referncias na bisca de arqutipos e de formas primrias.Procuravam, desta forma ligar a linguagem e os valores expressivos daarquitectura clssica e do iluminismo com o rigor das propostas dasvanguardas e dos pioneiros da arquitectura moderna, como Ledoux, Boulle,Schinkel, Adolf Loos, Giuseppe Terragni ou Louis Kahn. Recusavam, assim avertente mais tecnolgica de alguns dos movimentos surgidos no ps-guerra.Esta escola regionalista encontrou fundamentos em dois txtis tericos deespecial importncia, pulicados respectivamente em 1966 e 1967: AArquitectura da Cidade de Aldo Rossi e A Construo lgica daArquitectura de Giorgio Grassi.A obra mais emblemtica do Neo-Racionalismo o Cemitrio de SanCataldo (1971-84), em Modena, projectado pelo arquitecto italiano Aldo Rossi,e corresponde a uma ampliao de uma estrutura funerria preexistente,construda no sc. XIX que adoptou a tipologia convencional do grande ptiocentral rectangular cercado por colunatas onde se renem os nichos fnebres.A esta unidade Rossi juntou um segundo ptio, igualmente cercado por longasgalerias que assentam em prticos, com dois ou trs pisos que continham osHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C31nichos para as urnas cinerrias. No interior desta ampliao fica um conjuntode elementos, que se organizavam axialmente. No centro ficam os ossrioslineares, repetidos paralelamente de forma a inscrever-se num tringulo.Rematando o eixo, uma construo em forma de cubo que contem o sacrriodos mortos de guerra e, no lado oposto, um cone que representa o culminar dopercurso atravs das galerias dos ossrios. Estas galerias aumentam de alturaem direco ao cone e so rematados por um elemento de maior dimenso,em forma e U. A soluo compositiva do interior do cemitrio estabelece umaevidente analogia osteolgica.s bvias referncias ao antigo mausolu oitocentista, Rossi associouleituras de algumas das vises utpicas os arquitectos franceses Boulle e deLedoux assim como memrias dos prticos das cidades italianas.De certa forma a imagem do cemitrio de Modena lembra uma paisagemindustrial ou um campo de concentrao. O edifcio cbico central, totalmentevazio, remete para a ideia de abandono ou runa, metfora da casa dos mortosque o cemitrio pretende representar. Os elementos formais utilizados volumes simpres e puros como cubos, prismas e cones permitem criar, apartir de fragmentos, um territrio de grande unidade e simplicidadecompositiva, como se se tratasse de um jogo de recordaes ou de umalinguagem infantil. O jogo de luz e sombra assinala o templo e a passagem dosdias num cenrio de geometrias rgidas.Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C32Arquitectura MetabolistaDo Japo surgiu um conceito de arquitectura muito pouco convencionalconhecida por arquitectura Metabolista. Os seus criadores desenvolveramprojectos visionrios que se afastavam das estruturas citadinas comuns, comocidades flutuantes sobre o oceano, torres modulares em forma de espirais ouramificaes de rvores.Em 1960 o Japo encontrava-se com um forte crescimento econmicoacompanhado de um forte crescimento populacional o que levou algunsarquitectos a pensar numa arquitectura diferente que apostasse na tecnologia ena dua adaptabilidade.O objectivo passava por criar estruturas capazes de crescer de uma formaquase orgnica em grande escala tirando o mximo partido do territrio umavez que o pas uma ilha superpovoada.Um pas tantas vezes fustigado por terramotos, inundaes, erupesvulcnicas e at mesmo pela guerra, viu as suas principais estruturas seremconstantemente destrudas ou danificadas. Era por isso necessrio criarestruturas capazes de se moldarem a esta realidade.Assim, em finais de 1950, o movimento Metabolista apresentou ummanifesto com sugestes diferentes de vrios arquitectos entre eles KlyonariKikutake responsvel pelo projecto Sky House que consistia num blocohabitacional suspenso no ar por pilares e que podia criar mais espaossuspendendo divises sobre a estrutura principal.A Torre Cpsula (1972) em Tquio talvez o mais famoso exemplo dacultura Metabolista. Da autoria de Kurokawa, consiste em duas torres unidas squais foram acopladas 140 cpsulas contendo uma habitao ou escritrio emminiatura de apenas 2,3m por 3,8m cada uma, uma parede com equipamentosintegrados (do frigorifico televiso), uma cama e uma pequenssima casa debanho.Kurokwa, Torre Cpsula - 1972Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C33Ps-ModernismoAps algumas dcadas de predomnio do Movimento Moderno surge nadcada de 1960 um grupo de contestatrios rigidez do Modernismo, mas sem finais da dcada de 70 e incio da 80 ganha consistncia e adquireexpresso de movimento denominado de Ps-Moderno. Este surge,inicialmente no campo da teoria, nomeadamente na filosofia e na sociologia eposteriormente nas artes e, em particular, na arquitectura.O termo Ps-Moderno significa: estado ou condio de estar aps amodernidade depois ou em reaco ao que moderno.A esttica ps-moderna apresenta diferenas fundamentais em relao atudo o que veio antes dela, incluindo todas as estticas modernas. Os prprioscritrios-chave da esttica moderna, do novo, da ruptura e da vanguarda sodesconsiderados pelo Ps-Moderno. J no preciso inovar nem ser original, ea repetio de formas passadas no apenas tolerada como encorajada.O retorno s razes histricas da arquitectura e da cultura popular, porconsiderarem o Modernismo como um movimento anti-histrico, a misturade todos os estilos histricos em produtos sem perodo definido como fontesde inspirao e como modelos a seguir, reinterpretando-os e adaptando-os aoscontextos actuais. Neste sentido, os tratados de Vitrvio e Palladio voltam a serestudados tal como a obra terica e prtica dos arquitectos visionrios daRevoluo Francesa, Boull e Ledoux. Retoma-se, igualmente o uso daconstruo axial e da simetria, a coluna e o fronto da Antiguidade, as janelassemicirculares e o ornamento, dando-lhe, por vezes um sentido irnico.A Arquitectura ps-modernista encontrou a sua fundamentao tericaem trs importantes ensaios, todos eles escritos por arquitectos e publicadosem 1966: A Arquitectura da Cidade de Aldo Rossi, o Territrio daArquitectura, de Vittorio Gregotti, e a Complexidade e Contradio emArquitectura, de Robert Venturi. Complementarmente, encontroureceptividade na obra dos filsofos Jean-Franais Lyotard e Jean Baudrillard[Brudil].Ao nvel do Urbanismo, o Ps-Modernismo rejeitou os principios dacidade moderna, tal como fora concebida por Le Corbusier e por outrosarquitectos ligados ao Funcionalismo. Condenando as formules contidas naHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C34Carta de Atenas (que proclamava a uniformizao e a mecanizao da vidaurbana, esquecendo a dimenso antropolgica, histrica e social da cidade), ourbanismo ps-moderno inspirou-se nas filosofias fenomenolgicas deHeidegger e no conceito de esprito do lugar, Genius Loci, tendo desenvolvidoinstrumentos de estudo de anlise urbana ao nivel da morfologia, da tipologia eda sociologia, para o que contribuiram os trabalhos teoricos de Aldo Rossi, deChristopher Alexander e dos irmos Leon e Robert Krier.Algumas tendncias urbansticas surgiram com as novas expressesarquitectnicas fazendo uso de formas fechadas. Entre elas est o NewUrbanism e grandes projectos de revitalizao urbana como o IBA, em Berlim.Os Ps-Modernistas mais historicistas ou vernaculares foram osamericanos Robert Venturi, Robert Stern, Michael Graves e o japons ArataIsozaki. Os arquitectos italianos Giorgio Grassi e Aldo Rossi desenvolveramprojectos mais depurados e mais atentos gnese morfolgica e tipolgica doobjecto arquitectnico. Os trabalhos dos ingleses James Stiriling e MichaelWilford procuram cruzar referncias historicistas com uma linguagem high-techque na altura marcava a produo arquitectnica inglesa. Em Portugal destaca-se Toms Taveira. Em sum: USA corrente historicista, ou vernacular; ITA corrente que valoriza a morfologia e a tipologia aliada a uma arquitectura maisdepurada; UK corrente que cruza histria como o high-tech.Michael Graves, Edificio Pblico, Portland, 1979Toms Taveira, Torre das Amoreiras,1985Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C35High-TechA Arquitectura High-Tech uma corrente da arquitectura, emergente nosanos 70, muito concentrada no emprego de materiais de tecnologia avanada emuito associada ao desenvolvimento dos arranha-cus. Trata-se de edifciosdispendiosos, no s pela sua tecnologia como pela sua manuteno, o quelimita, substancialmente a proliferao deste tipo de arquitectura. Um dosprimeiros e principais edificios conotados com esta tipologia o CentrePompidou, em Paris (1972-77), projectado por Richard Rogers e RenzoPiano, tal como o Lloyds of London (1979-84) de Richard Rogers. Outrareferncia deste movimento o Hong Kong and Shanghai Bank (1979-86) doarquitecto Norman Foster, em Hong Kong. Este edifcio marca uma fase deaperfeioamento das estruturas metlicas e de beto armado, em grande parteretirada da indstria aeronutica e da engenharia militar, apresentando umasoluo estrutural em tudo inversa relativamente s torres tradicionais em queos pisos sobrepem em torno de um ncleo resistente central. Aqui, ossuportes encontram-se no exterior e assumem a forma de oito mastros, casaum constitudo por quatro tubos, complementados por grandes vigas. Esteedificio tem, ainda a particularidade de ter sido o mais caro at suaconstruo e um dos mais caros do sculo XX.Hong Kong Shanghai Bank 1979-86Richard Rogers, Lloyds of London,1979-84Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C36DesconstrutivismoTem a sua origem no movimento literrio chamado Desconstruoformulado por Jacques Derrida na dcada de 1960, tambm co o movimentoPs-Estruturalismo, em oposio ao Estruturalismo como corrente depensamento dominante da poca.Na arquitectura o seu nome deriva do Construtivismo Russo, que existiudurante a dcada de 1920, de onde recupera alguma da sua inspirao formal.O Desconstrutivismo como movimento arquitectnico surge na dcada de1980 e cruza influncias da filosofia com vrios movimentos artsticos dosculo XX. Da filosofia vai buscar inspirao a Jacques Derrida e das artes ainteraco existente entre o Modernismo / Ps-Modernismo, o Expressionismo,o Cubismo, o Minimalismo e a Arte Contempornea. Uma das suas principaisintenes liberar a arquitectura do excesso de regras provenientes doMovimento Moderno que os seus seguidores consideram demasiado rgidas,tais como a forma segue a funo (Louis Sullivan), a pureza da forma(Ozenfant e Le Corbusier), menos mais (Mies Van der Rohe) e a verdadedos materiais (Brutalismo).Da arte moderna o Desconstrutivismo foi buscar inspirao ao CubismoAnaltico, mais especificamente s formas e contedos dissecados vistos dediferentes perspectivas em simultneo, tal como acontece com a desagregaodo espao na arquitectura Desconstrutivista. Por sua vez, o Cubismo Sinttico(a ltima fase do cubismo, tambm conhecido pelo Cubismo das colagens), foimenos influente. Do Minimalismo o Desconstrutivismo foi buscar a depurao ea simplificao formal e material.A deformao caracterstica do Desconstrutivismo est igualmenteexpressa, por exemplo, no Expressionismo, no Expressionismo Abstracto e noNeo-Expressionismo. As formas angulares da UFA Cinema Center, dos CoopHimmelb(I)au, recordam a geometria abstracta das pinturas numeradas deFranz Kline e as figuras angulares representadas nas cenas urbans das ruasalems de Ernst Kirchner. O Expressionismo Abstracto da obra de Kandinskytambm guarda semelhanas com a arquitectura desconstrutivista ao rejeitar otrabalho figurativo do mesmo modo que rejeita o ornamento em favor dageometria.Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C37Neste sentido, o Desconstrutivismo faz uso de uma Geometria No-Euclidiana, caracterizada pela fragmentao e pelo processo de desenho nolinear produzindo, assim figuras irregulares, assimtricas e no convencionais.O primeiro grande evento do movimento desconstrutivista foi o concursointernacional parisiense do Parc de la Villette, em 1982 do qual saiu vencedora proposta de Bernard Tschumi (1984-87) sob orientao de Jacques Derrida eteve como jri alguns dos mais conceituados arquitectos da poca, tais como:Renzo Piano, Arata Isozaki e Vittorio Gregotti Ao nvel dos concorrentesdestaca-se Peter Eisenman e Rem Koolhaas.La Villette constitudo por 35 Follies com reas desportivas e de lazer,parques infantis, um museu da cincia e da tecnologia e um centro de msica.Cada Follie parte dum cubo desconstrudo tendo por princpio as regras detransformao, fragmentao, repetio sobreposio e distoro, semqualquer tipo de preocupao de carcter funcional. Para alm de JacquesDerrida, Tschumi tem procurado inspirao na obra de outros filsofosfranceses como Foucalt e Baudrillard [Budrill], tal como na literatura e nacinematografia. Para Tschumi a arquitectura deve ter a capacidade deinfluenciar a sociedade no sentido de a instruir.Com a exposio de 1988 no Museu de Arte Moderna (MoMA) de NovaIorque Desconstrutivist Architecture, organizada por Philip Johnson e MarkWigley, consolidou-se e internacionalizou-se o movimento ao apresentar-seobras de Frank Ghery, Daniel Libeskind, Rem Koolhaas, Peter Eisenman, ZahaHadid, Bernard Tschumi e Coop Himmelb (I) au.UFA Cinema CenterFredand Ginger Building, Frack Gehry, PragaHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C38MinimalismoInfluenciada pelas correntes abstraccionistas das vanguardas artsticas doincio do sculo XX, esta neovanguarda surge na dcada de 1960 nos EstadosUnidos sob a designao ABC art ou Minimal Art. Realizada de modoimpessoal e inexpressivo, pretende alcanar o mximo da tenso formal econceitual a partir da utilizao de estruturas geomtricas primrias, cujarepetio provm de novos graus de abstraco, passando a contemplar nveisde apreenso muito mais intelectuais do que sensoriais. Neste sentido,conduziu ao desenvolvimento de uma arte anti-histrica, levantando novasquestes sobre o prprio entendimento do que vem a ser definido como arte.Assim como os neoplasticistas esta novo atitude tambm subverte, de modoainda mais radical, os sistemas de valores tradicionalmente institucionalizadospara a apreciao da obra artstica.Assim como as vanguardas anteriores, a arte minimalista tambm semanifestou a favor da arte universal.Pode-se dizer que o minimalismo foi interpretado de vrias maneiras nocampo da arquitectura e do design. O estilo pode ser facilmente identificadopela construo limpa e sem excessos, pelo uso de corres neutras e materiaisindustriais contemporneos. Tambm notvel a ausncia de adereosdesnecessrios, o que pode, num primeiro momento, trazer uma imagem friae desconfortvel, em que a esttica sacrifica o conforto. Por esse motivo,muitos dos profissionais que adoptaram esse estilo no concordam com ottulo.Neste sentido, este movimento surge como contrapondo aos excessoscometidos por movimentos anteriores e por estilos de vida tpicos da sociedadede consumo pautado pela abundncia, esbanjamento e muito desperdciomaterial e mental esta dimenso filosfica, social e antropolgica que lheconferem um estatuto especial em que a sua abrangncia centra-se no serhumano e na sua arte.Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C39ExperimentalismoArchigram, arte e BD, 1961Archizoom, 1966-74Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C40Arcosanti, Arizona, Paolo SoleniHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C41Superstudio, Itlia, 1966-73Yona Friedman, FranaHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C42Nimbim, AustrliaTamera, Monte Cerro, Odemira, Alentejo, 1995Monte Cerro um terreno com 134 ha, situado em Portugal na regio doAlentejo e de escassa densidade populacional, o local onde se encontraTamera. A propriedade apresenta a forma de uma guia, motivo pelo qual estase tornou o nosso logtipo. O local conta com prados, algumas nascentes degua fresca e vrias lagoas ou chacras e florestas de eucaliptos e sobreiros.Apesar das mudanas climticas e das secas nos ltimos anos, os Veres sohabitualmente secos e quentes e o Inverno a estao das chuvas.Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C43A terra ainda se ressente da destruio das florestas e da danificaoagrcola levadas a cabo nas ltimas dcadas em toda a regio. Tornar o MonteCerro outra vez num paraso natural constitui o nosso desafio. Tamera temboas relaes de vizinhana com os alentejanos, pessoas hospitaleiras eamigveis. Esta terra e os seus habitantes tm passado, nas ltimas dcadas,por grandes mudanas: ditadura, opresso, inclusive fome, uma revoluo noviolenta, integrao na Unio Europeia e, actualmente, o enorme impulso paraa globalizao. Muitos encaram Tamera como uma possibilidade e um modelopara uma vida diferente.ComunidadeS as tribos iro sobreviver (afirmao dos ndios norteamericanos) preciso uma aldeia inteira para criar uma criana (ditadoafricano) necessria uma comunidade para assumir a responsabilidadepela natureza, pela paz, pelo futuro, podemos ns afirmar. O ser humanotem de reaprender a viver em comunidade porque uma criatura social eos nossos problemas actuais s podem ser ultrapassados em conjunto.Tamera um Centro Internacional de Pesquisa para a Paz, ou seja, umespao comunitrio de investigao e experimentao de novas formas sociaisde convivncia humana. No poder haver paz na Terra enquanto houverguerra no amor. Referimo-nos a pequenas guerras dirias entre as pessoas es suas consequncias terrveis para as crianas. O objectivo estabelecer aconfiana ao nvel mais profundo entre homens, mulheres e crianas. Umanova orientao dos papis sociais de homens e mulheres, a honestidade e aautenticidade no amor ou o amor sem cimes e sem o sentimento de abandonoso os temas centrais de uma nova cultura comunitria. Comunidade significaa verdade entre todos, o apoio mtuo, a compaixo, a transparncia nasHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C44relaes interpessoais, a solidariedade em vez da competio e aresponsabilidade de todos os seus membros em vez do culto dos seus lderes,a resoluo de conflitos e a convivncia harmoniosa entre todas as faixasetrias bem como a estreita relao entre o indivduo e a comunidade.Para alm da comunidade entre pessoas, Tamera abre-se para acomunidade entre todos os seres: animais, plantas e os diferentes elementos.No existe nenhuma religio nem concepo do mundo obrigatrias, mas simuma viso comum que define o carcter espiritual de Tamera. Desta visocomum fazem parte o prazer de construir e o de desenvolver uma nova formade pensar, ser, sentir, estar e fazer como resultado do respeito perante a Vida,da participao na Criao, da solidariedade com todos os seus seres e dorespeito por todos os animais.(Texto retirado do site de Tamera) Tamera um centro de pesquisa de paz, um local internacional deeducao. Objectivo de Tamera: criar um modelo para a paz solues locais paraproblemas globais.As 4 reas que trabalham: gua, energia, alimentao e comunidade.- gua: criaram um modelo para descentralizar o uso da gua e sistemasnaturais de gesto de gua- Energia: todas as pessoas e povoaes deveriam ser habilitadas a produzirenergia que necessitam- Comida: cada regio devia ser habilitada a produzir a sua comida, no serdependente do mercado global e do aumento do preo dos alimentos- Comunidade: construo de uma comunidade, pois as pessoas perderam acapacidade de viver em conjunto, em paz, ento criaram as ferramentas paraque se possa viver em paz sem dio, cimes e lutas Escolheram Portugal, devido ao Sol (pesquisa sobre energia solar) paracriarem modelos para reas crticas como frica e Amrica do Sul e por ser umpas muito mais aberto e hospitaleiro e existe muito espao para que aspessoas possam fazer experincias.Histria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C45Testes1 TesteAHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C46B2 TesteAHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C47BCHistria da Arquitectura Urbana 2012/2013 3 C