users.med.up.ptusers.med.up.pt/md04039/trabalho/artigoT21.doc · Web viewDIETA E CANCRO DO...
Transcript of users.med.up.ptusers.med.up.pt/md04039/trabalho/artigoT21.doc · Web viewDIETA E CANCRO DO...
Serviço de Bioestatística e Informática Médica Disciplina de Introdução à Medicina 2004 - 2005Dieta e Cancro do Estômago: Consumo de Frutas e Vegetais
DIETA E CANCRO DO ESTÔMAGO: CONSUMO DE FRUTAS E VEGETAIS
CANELAS, Cátia; COSTA, Christine; QUEIRÓS, Cristina; OLIVEIRA Emília; RIBEIRO, Filipa;BOAS, Filipa V.; GÓIS Francisco ; SILVA, Helena; CÔRTE-REAL, Inês; SOUSA, Joana; SOUSA, Joana M.; CARNEIRO, Joana;
NOVO, Joana; SILVA, Lisete.______________________________________________________________________
RESUMO:
Enquadramento: O cancro do estômago é um dos cancros mais frequentes, assumindo
a 4ª posição a nível mundial dos cancros mais incidentes, particularmente nos países
asiáticos, como China e Japão.
Objectivos: No âmbito da nossa pesquisa demos importância à recolha de artigos
científicos que focassem a relação entre o cancro do estômago e o consumo de frutas e
vegetais.
Materiais e Métodos: O trabalho é uma revisão sistemática no qual a pesquisa foi
limitada na MEDLINE a estudos de casos e controlos onde a medida de associação foi o
odds ratio (OR) e a estudos de coorte cuja medida de associação foi o risco relativo
(RR). Para a realização deste trabalho, inicialmente foi efectuado o rastreio, de seguida
procedemos a uma avaliação preliminar dos vários artigos encontrados para depois
podermos aprofundar de uma forma mais específica, realizando uma leitura integral dos
artigos de modo a obtermos os dados necessários, para podermos representar os
resultados, realizando-se nove metanálises tendo-se encontrado resultados mais
perceptíveis.
Resultados: Com a finalidade de condensar todos os dados estatisticamente relevantes
da nossa pesquisa, utilizámos o método de agregação de análise estatística, a metanálise.
Das metanálises realizadas, os resultados mais preponderantes são os relativos aos das
frutas e vegetais associados e frutas (RR=0.54) e os vegetais (RR=0.81).
1
Serviço de Bioestatística e Informática Médica Disciplina de Introdução à Medicina 2004 - 2005Dieta e Cancro do Estômago: Consumo de Frutas e Vegetais
Principal conclusão: O cancro do estômago está intimamente relacionado com os
hábitos alimentares e surpreendentemente o consumo de frutas e vegetais ou somente de
frutas é muito mais benéfico do que se forem consumidos apenas vegetais. De facto
pode-se afirmar que o consumo de frutas diminui drasticamente o risco de desenvolver
cancro do estômago, assim como os minerais e soja não fermentada. Contrariamente ao
esperado, o consumo de vegetais crus ou cozinhados apresentam riscos semelhantes.
Constituindo factores de risco está o consumo elevado de sal nos alimentos e de soja
fermentada.
ABSTRACT:
Frame: Stomach cancer is one of the most frequent cancers, being the fourth most
common incident cancer in the world, particularly in Asian countries such as China and
Japan.
Aims: Within the context of our research, we gave importance to the collection of
scientific articles focusing on the relationship between stomach cancer and fruit and
vegetable consumption.
Materials and Methods: The work is a systematic review whose research was limited
in MEDLINE to case-control studies and cohort studies with respectively odds ratio
(OR) and relative risk (RR) as measure of association. For this work, we initially made
the screening and a preliminary evaluation of the articles collected. Then we read them
integrally in order to collect data needed to represent the results. Nine metanalyses were
performed, having found more perceptible results.
Results: In order to condense all data statistically relevant, we used a static analysis –
the metanalysis. From the metanalyses performed, the most preponderant results are the
ones related to associated fruits and vegetables (RR=0.54) and vegetables (RR=0.81).
2
Serviço de Bioestatística e Informática Médica Disciplina de Introdução à Medicina 2004 - 2005Dieta e Cancro do Estômago: Consumo de Frutas e Vegetais
Principal conclusion: Stomach cancer is closely related to food habits. We surprisingly
noticed that consuming fruits and vegetables or solely fruits is much more beneficial
than the consumption of vegetables only. In fact, we can affirm that fruit consumption
drastically reduces the risk of developing stomach cancer, as well as minerals and non-
fermented soy do. Contrary to the expected, the consumption of non-cooked or cooked
vegetables presents the same risk. High consumption of salt and fermented soy is a
factor of risk.
INTRODUÇÃO:
Existem muitos artigos científicos - referentes a estudos de casos e controlos,
estudos de coorte, meta-análise, entre outros - que relacionam o consumo de frutas e
vegetais com a possibilidade de este afectar a incidência de cancro (Fleischauer AT et
al.2001; Wu AH et al .2000; Hill MJ).
O cancro do estômago é o quarto cancro mais comum do mundo, com maior
incidência em países desenvolvidos (Kato I et al.2004; Ngoan LT et al .2002),
apresentando-se também como a segunda causa de morte por cancro. Cerca de 90% dos
cancros do estômago são adenocarcinomas (Ngoan LT et al .2002).
A China, a Coreia, o Japão e o Uruguai surgem como os países em que o
número de pessoas afectadas pelo cancro de estômago é o mais elevado a nível mundial
(De Stefani E et al.2001; Fleischauer AT et al.2001). O cancro do estômago é
amplamente influenciado por factores ambientais, genéticos e infecciosos (Kim HJ et
al.2002 ).
A dieta é reconhecida como desempenhando um papel primordial na etiologia
desta patologia. A grande maioria dos estudos epidemiológicos (particularmente estudos
de casos e controlos) mostra que a ingestão de elevadas quantidades de nitratos e
comidas salgadas aumenta o risco de desenvolvimento de cancro. Por outro lado,
3
Serviço de Bioestatística e Informática Médica Disciplina de Introdução à Medicina 2004 - 2005Dieta e Cancro do Estômago: Consumo de Frutas e Vegetais
sobressai desses mesmos estudos que o consumo de citrinos, de vegetais e de cereais
integrais — alimentos ricos em vitaminas antioxidantes, -caroteno e polifenóis —
podem reduzir o risco de cancro do estômago, protegendo o epitélio gástrico das
respostas inflamatórias produzidas pela Helicobacter pylori (Hara M et al.2003; Ngoan
LT et al .2002; Kim HJ et al.2002; McCullough ML et al; De Stefani E et al.2001;
Fleischauer AT et al.2001; Steineck G et al).
MATERIAIS E MÉTODOS:
Os estudos epidemiológicos, as revisões sistemáticas e as meta-análises
incluídos nesta revisão sistemática foram identificados através de uma pesquisa literária
conduzida em Dezembro de 2004 com os seguintes termos de referência: fruits,
vegetables, stomach neoplasms, com os seguintes querys : [("Fruit"[MeSH] OR
"Vegetables"[MeSH]) AND "Stomach Neoplasms"[MeSH] Field: All Fields, Limits:
Review ; ("Fruit"[MeSH] OR "Vegetables"[MeSH]) AND "Stomach
Neoplasms"[MeSH] AND (risk* [Title/Abstract] OR risk* [MeSH:noexp] OR risk
*[MeSH:noexp] OR cohort studies[MeSH Terms] OR group*[Text Word] OR "Case-
Control Studies"[MeSH])]. É de notar que também procedemos à leitura de artigos que
se encontravam referenciados nos artigos já analisados.
Quanto aos estudos epidemiológicos, a pesquisa foi limitada na MEDLINE a estudos de
casos e controlos e a estudos de coorte, não tendo sido utilizados estudos experimentais
devido á sua inexistência. Enquanto as revisões sistemáticas e as meta-análises não
foram limitadas.
Após a leitura dos abstracts dos artigos encontrados na pesquisa, tivemos a
necessidade de excluir os artigos cuja língua não era a inglesa.
Para validar os estudos, classificou-se as bases do estudo de modo definido
aquando da sua concepção para identificar todos os casos numa população de estudo
4
Serviço de Bioestatística e Informática Médica Disciplina de Introdução à Medicina 2004 - 2005Dieta e Cancro do Estômago: Consumo de Frutas e Vegetais
isolada geograficamente, ou de outra forma, durante um certo período de observação.
Quando esses critérios não foram preenchidos, considerou-se a base de estudo como não
definida. As referências foram classificadas como sendo um estudo randomizado
simples da base de estudo, da população estudada ou seleccionada de outra forma,
geralmente entre um grupo de pacientes (controlos hospitalares).
As medidas de associação aplicadas aos estudos epidemiológicos analisados
foram o risco relativo (RR) para os os estudos de coorte e o odds ratio (OR) para casos e
controlos. O artigo representa uma meta-análise, na qual se procedeu à associação dos
dados referentes aos artigos que continham os valores das medidas de associação
utilizadas.
5
RESULTADOS:
1) TABELA 1: Resultados dos vários artigos.
Artigo Estudo País Número de participantes Vegetal/Fruta Consumo
Medida de associação
(intervalo de confiança)
Observações Selecção dos participantes
Tempo de
seguimento
Desistências
Buiatti E et al. 1989
Casos e controlos
Itália 564 Casos1.131 Controlos
Alho cru/cozinhado
0(kg/a)0.1-1.5
>1.5
OR2
0.8(0.5-1.2)
0.7(0.4-1.0)
Ajustado ao sexo, idade e
outros vegetais.
Hansson
LE et al. 1993
Suécia218 homens
120 mulheres669 controlos
Alho e cebola crus /cozinhados
0-4.5(kg/s)4.6
>4.60(kg/m)
>0
1.0(NA)0.8(NA)
0.89(0.6-1.2).
Ajustado ao sexo, idade e
província.
Dorant E et al. 1996
Coorte Holanda106 homens33 mulheres
3.123 controlos
Suplementos de alho e outros
RR2
1.27(0.6-2.6)1.28(0.5-3.7)
Ajustado ao sexo, idade, consumo de
álcool e tabaco, vit. C,
-caroteno, histórico familiar.
Hara M et
al. 2003 Casos e
controlosJapão
Couve
«2(kg/semana)3-4(kg/semana)
»5(kg/semana)
OR 1.000.63(0.38-1.03)0.69(0.42-1.15)
P 0.12
hospitalar 4 anos
Bróculos <1(kg/semana)1-2(kg/semana)
»3(kg/semana)
1.000.83(0.51-1.35)0.61(0.36-1.04)
P 0.07
Couve chinesa
«2(kg/semana)3-4(kg/semana)
»5(kg/semana)
1.001.00(0.60-1.66)0.51(0.31-0.84)
P 0.01
Cogumelos
<1(kg/semana)1-2(kg/semana)
»3(kg/semana)
1.000.95(0.61-1.48)0.86(0.50-1.48)
P 0.59
Ngoan LT
et al. 2002
Casos e controlos Japão 13250
participantes
Vegetais verdes e amarelos
Consumo médio
a0.7(0.3-1.4)b0.6(0.3-1.3)
Ajustado ao sexo, idade e
outros factores.3 anos
116 morreram1237 não
completaram o
questionário9 foram perdidos
10 cometeram
erros no seguimento
Consumo elevado
a0.4(0.2-1.1)b0.4(0.2-0.9)
Outros vegetais
Consumo médio
a0.7(0.3-1.4)b0.6(0.3-1.3)
Consumo elevado
a1.0(0.9-1.1)b1.0(0.9-1.1)
Frutas
Consumo médio
a0.9(0.5-1.6)b0.8(0.4-1.6)
Consumo elevado
a0.8(0.3-2.1)b0.6(0.2-1.9)
Kim HJ et al.2002
Casos e controlos
Coreia 136 casos136 controlos
Vegetais crus
Consumo baixo 1 hospitalar 1 ano
Consumo médio 0.61(0.34-1.09)
Consumo elevado 0.55(0.28-1.09)
Vegetais cozinhados
Consumo baixo 1
Consumo médio
0.79(0.44-1.43)
Consumo elevado 0.98(0.50-1.90)
Vegetais com sal
Consumo baixo 1
Consumo médio 0.91(0.51-1.63)
Consumo elevado 1.48(0.76-2.88)
Frutas
Consumo baixo 1
Consumo médio 0.86(0.48-1.55)
Consumo elevado 0.67(0.33-1.39)
Citrinos
Consumo baixo 1
Consumo médio 0.60(0.33-1.10)
Consumo elevado 0.66(0.31-1.41)
McCullough ML et al. 2001
Casos e controlos
Estados Unidos da América
1.2 milhões de controlos439 casos mulheres
910 casos em homens
Citrinos
Consumo elevado
Homens0.88(0.75-1.03)
Mulheres0.97(0.78-1.21)
Ajustado a várias variáveis. 1 ano
vegetais
Homens0.89(0.76-1.05)
Mulheres1.25(0.99-1.58)
Plantas incluídas na alimentação
Homens0.79(0.67-0.93)
Mulheres1.18(0.93-1.50)
De Stefani E et al.2001
Casos e controlos Uruguai 320 controlos
160 casos
Todos os vegetais
« 71.6g71.7-128.7g
»128.8g
1.01.06(0.66-1.69)0.64(0.38-1.08)
Ajustado a idade, sexo, residência, educação e
índice de massa corporal
Base hospitalar 3 anos
Vegetais cozinhados
«53.0g53.1-89.9g
»90.0g
1.00.72(0.43-1.18)0.93(0.57-1.51)
Todas as frutas«99.3g
99.4-195.8g»195.9g
1.00.42(0.26-068)0.33(0.20-0.56)
Citrinos«16.0g
16.1-47.4g»47.5g
1.00.91(0.57-1.44)0.51(0.31-0.85)
Outros frutos«64.6g
64.7-150.1g»150.2g
1.00.41(0.25-0.67)0.34(0.20-0.57)
Todos os frutos e vegetais
«192.1g192.2-321.0g
»321.1g
1.00.42(0.26-0.68)0.33(0.19-0.55)
Legumes«2.4g
2.5-6.0g»6.1g
1.01.29(0.80-2.09)1.01(0.61-1.69)
Plantas incluídas na alimentação
«330.8g330.9-472.8g
»472.9g
1.00.51(0.32-0.83)0.31(0.18-0.54)
Vegetais crus«9.0g
9.1-29.4g»29.5g
1.00.90(0.58-1.42)0.52(0.31-0.86)
You WC et al. 1988
Casos e controlos China 564 casos
1.130 controlos
Batata-doce seca
0c
«84 (kg/ano)>84(kg/ano)
OR1.0
0.6(0.4-0.7)0.7(0.4-0.7)
Ajustado ao sexo, idade, e
histórico familiar
2 anos
41 morreram70 ficaram
bastante doentes
8 recusaram responder2 tiveram entrevistas
parciais
Vegetais e frutas
totalmente frescos
«73(kg/ano)«109(kg/ano)«156(kg/ano)>156(kg/ano)
1.00.6(0.4-0.8)0.6(0.4-0.8)
0.4(0.3-0.6)
Ajustado ao sexo, idade, e
histórico familiar
Frutas Frescas
<5(kg/ano)<12(kg/ano)<30(kg/ano)>30(kg/ano)
1.00.6(0.5-0.9)0.5(0.4-0.7)0.6(0.4-0.8)
Ajustado ao sexo, idade, e
histórico familiar
Vegetais com sal Diariamente ou não
1.01.1(0.7-1.8)
Ajustado ao sexo, idade, e
histórico familiar
You WC et al. 1989
Casos e controlos China 685 casos em
100000 Alho, cebola.
«11,5 kg/ano OR 1
Ajustados ao sexo, idade e
família
2 vezes mais controlos que casos
2 anos 18%
11,6-16,5 kg/ano 0,6(0,4-0,8)
16,5-24,0 kg/ano 0,5(0,4-0,7)
»24,0 kg/ano 0,4(0,3-0,6)
Kono S et al. 1988
Casos e controlos
(meta-análise)
Japão139/2852
Soja 1+ diariamente/<1 mensal
OR/RR 95% 0,58(0,26-1,29)
hospitalar e controlos
populacional3 anos
Kato, I.,et al. 1990 135/1767 diário/
<1mensal 0,83(0,44-1,58) centro de cancro Aichi 4 anos
Inoue, M et al. 1994
668/668 3-4+ semanal/men
os
0,95(0,75-1,20) centro de cancro Aichi
3 anos
Kato, I et al. 1990 283/1247 diariamente/
<1 mensal 1,04(0,60-1,81) 4 anos
Tajima, K et al. 1985
93/1861+
diariamente/menos
1,31(0,7-2,3)
centro de cancro Aichi e controlos hospitalar
2 anos
Hu, J et al. 1988 China 221/241 >5,5 g
diaria/menos 1,51(1,02-2,23) hospitalar 1 ano
Hirohata, T et
al.1997Japão 260/520 elevado/
baixo 1,60(1,00-2,60)
casos não especificado
controlos hospitalar
Lee, H. H.et al. 1990
Taiwan 210/810 11+/2 semanal 1,73(1,09-2,74) hospitalar
Hoshiyama, Y et al.
1992Japão 294/483 2+diaria/
<1diaria 2,00(1,2-3,5) hospitalar
Lee, J. K et al.1995 Coreia 213/213
2-3+semanal/<1 mensal
hospitalar 1 ano
Hirayama, T. 1990
Coorte
Japão 5247 casos 1+diaria/não diária 0,86(0,82-0,90)
centros de saúde
distritais17 anos
Nomura, A et al. 1990
Hawaii 150 casos 5+/«1 semanal 0,90(0,50-1,30) japoneses no
Hawaii 19 anos
Kato, I.,et al. 1992 Japão 57 casos 2+ cup/<1
diária 1,04(0,48-2,25) 6 anos
Galanis, D et al. 1998 Hawaii
64 casos1+
semanal/nenhum
1,2(0,7-2,0)japoneses
residentes no Hawaii
15 anos
44 casos 1+semanal/nenhum 1,3(0,7-2,4) japoneses 15 anos
Inoue, M et al. 1996
Japão 69 casos 1+diaria/nenhum 2,49(0,6-10,3)
5373 sujeitos a
gastroscopia no centro de cancro de
Aichi
6 anos
Chyou PH et al.
1990 -ACoorte Hawaii
8600 participantes
111 casosVegetais »80gramas/
dia
RR 0.6(0.3-0.9)P=0.05
18 anos
Sanchez-Diez A et al.1992
Casos e controlos Espanha 109 casos e 123
controlosVegetais e
Frutos
Consumo diário/não consumo
OR 3,26 (1,15-9,24) Hospitalar 11 anos 13 casos e 5
controlos
NA- not available; ax-incluindo os primeiros 3 anos de seguimento; bx- excluindo os primeiros 3 anos de seguimento; A-abstracts; art - artigo
2) Metanálises:
2.1) Alho:
Review: CitrinosComparison: 01 Citrinos e cancro do estômago Outcome: 01 Citrinos e cancro do estômago
Study muitos citrinos poucos citrinos Risco Relativo(RR) (random) Weight Risco Relativo(RR) (random)or sub-category N N log[Risco Relativo(RR)] (SE) 95% CI % 95% CI
De Stefani E,2001-g 160 320 -0.0943 (0.2342) 10.90 0.91 [0.58, 1.44] De Stefani E,2001-h 160 320 -0.6733 (0.2606) 9.12 0.51 [0.31, 0.85] McCullough ML,2001-a 1349 1 -0.1278 (0.0803) 39.32 0.88 [0.75, 1.03] McCullough ML,2001-b 1349 1 -0.0305 (0.1128) 29.39 0.97 [0.78, 1.21] Kim HJ,2002-i 136 136 -0.5108 (0.3093) 6.77 0.60 [0.33, 1.10] Kim HJ,2002-j 136 136 -0.4155 (0.3873) 4.50 0.66 [0.31, 1.41]
Total (95% CI) 3290 914 100.00 0.83 [0.70, 0.98]Test for heterogeneity: Chi² = 7.12, df = 5 (P = 0.21), I² = 29.7%Test for overall effect: Z = 2.16 (P = 0.03)
0.1 0.2 0.5 1 2 5 10
Favours mts citrinos Favours pcs citrinos
2.2) Citrinos:
Review: CitrinosComparison: 01 Citrinos e cancro do estômago Outcome: 01 Citrinos e cancro do estômago
Study muitos citrinos poucos citrinos Risco Relativo(RR) (random) Weight Risco Relativo(RR) (random)or sub-category N N log[Risco Relativo(RR)] (SE) 95% CI % 95% CI
De Stefani E,2001-g 160 320 -0.0943 (0.2342) 10.90 0.91 [0.58, 1.44] De Stefani E,2001-h 160 320 -0.6733 (0.2606) 9.12 0.51 [0.31, 0.85] McCullough ML,2001-a 1349 1 -0.1278 (0.0803) 39.32 0.88 [0.75, 1.03] McCullough ML,2001-b 1349 1 -0.0305 (0.1128) 29.39 0.97 [0.78, 1.21] Kim HJ,2002-i 136 136 -0.5108 (0.3093) 6.77 0.60 [0.33, 1.10] Kim HJ,2002-j 136 136 -0.4155 (0.3873) 4.50 0.66 [0.31, 1.41]
Total (95% CI) 3290 914 100.00 0.83 [0.70, 0.98]Test for heterogeneity: Chi² = 7.12, df = 5 (P = 0.21), I² = 29.7%Test for overall effect: Z = 2.16 (P = 0.03)
0.1 0.2 0.5 1 2 5 10
Favours mts citrinos Favours pcs citrinos
2.3) Frutas: Review: frutasComparison: 01 Frutas e cancro do estômago Outcome: 01 Frutas e cancro do estômago
Study muita fruta pouca fruta Risco Relativo(RR) (random) Weight Risco Relativo(RR) (random)or sub-category N N log[Risco Relativo(RR)] (SE) 95% CI % 95% CI
You WC,1988-f 564 1130 -0.5108 (0.2069) 10.82 0.60 [0.40, 0.90] You WC,1988-g 564 1130 -0.6931 (0.1717) 13.30 0.50 [0.36, 0.70] You WC,1988-h 564 1130 -0.5108 (0.1468) 15.39 0.60 [0.45, 0.80] De Stefani E,2001-e 160 320 -0.8675 (0.2458) 8.69 0.42 [0.26, 0.68] De Stefani E,2001-f 160 320 -1.1087 (0.2698) 7.63 0.33 [0.19, 0.56] De Stefani E,2001-i 160 320 -0.8916 (0.2506) 8.46 0.41 [0.25, 0.67] De Stefani E,2001-j 160 320 -1.0788 (0.2636) 7.88 0.34 [0.20, 0.57] Kim HJ,2002-g 136 136 -0.1508 (0.3005) 6.51 0.86 [0.48, 1.55] Kim HJ,2002-h 136 136 -0.4005 (0.3723) 4.63 0.67 [0.32, 1.39] Ngoan LT,2002-i 1 1 -0.1054 (0.2936) 6.74 0.90 [0.51, 1.60] Ngoan LT,2002-j 1 1 -0.2231 (0.3536) 5.04 0.80 [0.40, 1.60] Ngoan LT,2002-k 1 1 -0.2231 (0.4924) 2.86 0.80 [0.30, 2.10] Ngoan LT,2002-l 1 1 -0.5108 (0.5881) 2.07 0.60 [0.19, 1.90]
Total (95% CI) 2608 4946 100.00 0.54 [0.46, 0.65]Test for heterogeneity: Chi² = 17.31, df = 12 (P = 0.14), I² = 30.7%Test for overall effect: Z = 6.93 (P < 0.00001)
0.1 0.2 0.5 1 2 5 10
Favours muita fruta Favours pouca fruta
Review: Plantas incluidas na alimentaçãoComparison: 01 Plantas incluidas na alimentação e cancro do estômago Outcome: 01 Plantas incluídas na alimentação e cancro do estômago
Study muitas plantas poucas plantas Risco Relativo (random) Weight Risco Relativo (random)or sub-category N N log[Risco Relativo] (SE) 95% CI % 95% CI
De Stefani E,2001-o 160 320 -0.6733 (0.2485) 22.16 0.51 [0.31, 0.83] De Stefani E,2001-p 160 320 -1.1712 (0.2832) 20.47 0.31 [0.18, 0.54] McCullough ML,2001-e 1349 1 -0.2357 (0.0832) 29.35 0.79 [0.67, 0.93] McCullough ML,2001-f 1349 1 0.1655 (0.1224) 28.01 1.18 [0.93, 1.50]
Total (95% CI) 3018 642 100.00 0.66 [0.43, 1.03]Test for heterogeneity: Chi² = 24.49, df = 3 (P < 0.0001), I² = 87.7%Test for overall effect: Z = 1.85 (P = 0.06)
0.1 0.2 0.5 1 2 5 10
Favours muita planta Favours pouca planta
2.4) Frutas e Vegetais:
Review: frutas/vegetaisComparison: 01 Frutas/Vegetais e cancro do estômago Outcome: 01 Frutas/Vegetais e cancro do estômago
Study muita fruta/vegetal pouca fruta/vegetal Risco Relativo(RR) (random) Weight Risco Relativo(RR) (random)or sub-category N N log[Risco Relativo(RR)] (SE) 95% CI % 95% CI
You WC,1988-c 564 1130 -0.5108 (0.0786) 24.04 0.60 [0.51, 0.70] You WC,1988-d 564 1130 -0.5108 (0.1468) 20.92 0.60 [0.45, 0.80] You WC,1988-e 564 1130 -0.9163 (0.2069) 17.73 0.40 [0.27, 0.60] Sanchez-Diez A,1992 109 123 1.1817 (0.5315) 6.53 3.26 [1.15, 9.24] De Stefani E,2001-k 160 320 -0.8675 (0.2458) 15.75 0.42 [0.26, 0.68] De Stefani E,2001-l 160 320 -1.1087 (0.2606) 15.03 0.33 [0.20, 0.55]
Total (95% CI) 2121 4153 100.00 0.54 [0.40, 0.73]Test for heterogeneity: Chi² = 20.11, df = 5 (P = 0.001), I² = 75.1%Test for overall effect: Z = 3.93 (P < 0.0001)
0.1 0.2 0.5 1 2 5 10
Favours mt frut/veg Favours pc frut/veg
2.5) Plantas:
2.6) Soja:Review: sojaComparison: 01 Soja e cancro do estômago Outcome: 01 Soja e cancro do estômago
Study muita soja pouca soja Risco Relativo (random) Weight Risco Relativo (random)or sub-category N N log[Risco Relativo] (SE) 95% CI % 95% CI
Tajima K,1985 93 186 0.2700 (0.2872) 5.80 1.31 [0.75, 2.30] Hu J,1988 221 241 0.4121 (0.1989) 8.41 1.51 [1.02, 2.23] Kono S,1988 139 2852 -0.5447 (0.4078) 3.61 0.58 [0.26, 1.29] Hirayama T,1990 5247 1 -0.1508 (0.0232) 14.24 0.86 [0.82, 0.90] Kato I,1990-a 135 1767 -0.1863 (0.3284) 4.90 0.83 [0.44, 1.58] Kato I,1990-b 283 1247 0.0392 (0.2827) 5.91 1.04 [0.60, 1.81] Lee H.H,1990 210 810 0.5481 (0.2346) 7.24 1.73 [1.09, 2.74] Nomura A,1990 150 1 -0.1054 (0.1876) 8.82 0.90 [0.62, 1.30] Hoshiyama Y,1992 294 483 0.6931 (0.2855) 5.84 2.00 [1.14, 3.50] Kato I,1992 57 1 0.0392 (0.3937) 3.81 1.04 [0.48, 2.25] Inoue M,1994 668 668 -0.0513 (0.1192) 11.46 0.95 [0.75, 1.20] Inoue M,1996 69 1 0.9123 (0.7244) 1.38 2.49 [0.60, 10.30] Hirohata T,1997 260 520 0.4700 (0.2477) 6.85 1.60 [0.98, 2.60] Galanis D,1998-a 64 1 0.1823 (0.2606) 6.49 1.20 [0.72, 2.00] Galanis D,1998-b 44 1 0.2624 (0.3128) 5.22 1.30 [0.70, 2.40]
Total (95% CI) 7934 8780 100.00 1.15 [0.96, 1.37]Test for heterogeneity: Chi² = 39.44, df = 14 (P = 0.0003), I² = 64.5%Test for overall effect: Z = 1.55 (P = 0.12)
0.1 0.2 0.5 1 2 5 10
Favours muita soja Favours pouca soja
Review: CitrinosComparison: 01 Citrinos e cancro do estômago Outcome: 01 Citrinos e cancro do estômago
Study muitos citrinos poucos citrinos Risco Relativo(RR) (random) Weight Risco Relativo(RR) (random)or sub-category N N log[Risco Relativo(RR)] (SE) 95% CI % 95% CI
De Stefani E,2001-g 160 320 -0.0943 (0.2342) 10.90 0.91 [0.58, 1.44] De Stefani E,2001-h 160 320 -0.6733 (0.2606) 9.12 0.51 [0.31, 0.85] McCullough ML,2001-a 1349 1 -0.1278 (0.0803) 39.32 0.88 [0.75, 1.03] McCullough ML,2001-b 1349 1 -0.0305 (0.1128) 29.39 0.97 [0.78, 1.21] Kim HJ,2002-i 136 136 -0.5108 (0.3093) 6.77 0.60 [0.33, 1.10] Kim HJ,2002-j 136 136 -0.4155 (0.3873) 4.50 0.66 [0.31, 1.41]
Total (95% CI) 3290 914 100.00 0.83 [0.70, 0.98]Test for heterogeneity: Chi² = 7.12, df = 5 (P = 0.21), I² = 29.7%Test for overall effect: Z = 2.16 (P = 0.03)
0.1 0.2 0.5 1 2 5 10
Favours mts citrinos Favours pcs citrinos
Review: Vegetais cozinhadosComparison: 01 Vegetais cozinhados e cancro do estômago Outcome: 01 Vegetais cozinhados e cancro do estômago
Study muitos vegetais poucos vegetais Risco Relativo(RR) (random) Weight Risco Relativo(RR) (random)or sub-category N N log[Risco Relativo(RR)] (SE) 95% CI % 95% CI
De Stefani E,2001-c 160 320 -0.3285 (0.2521) 30.40 0.72 [0.44, 1.18] De Stefani E,2001-d 160 320 -0.0726 (0.2473) 31.59 0.93 [0.57, 1.51] Kim HJ,2002-c 136 136 -0.2357 (0.3028) 21.07 0.79 [0.44, 1.43] Kim HJ,2002-d 136 136 -0.0202 (0.3378) 16.93 0.98 [0.51, 1.90]
Total (95% CI) 592 912 100.00 0.84 [0.64, 1.10]Test for heterogeneity: Chi² = 0.79, df = 3 (P = 0.85), I² = 0%Test for overall effect: Z = 1.27 (P = 0.21)
0.1 0.2 0.5 1 2 5 10
Favours mts vegetais Favours pcs vegetais
2.7) Vegetais:
2.8) Vegetais Cozinhados
DISCUSSÃO
Ao longo da nossa pesquisa foi de uma extrema importância dividir os diversos
artigos de acordo com determinados conceitos (estabelecidos em uniformidade pelos
elementos de todo o grupo).
De entre estes vários parâmetros de classificação, podem destacar-se, o tipo de
estudo, quais as medidas de associação e o tempo de experiência. Daí a necessidade de
construir uma tabela que congregasse todos estes aspectos. A própria abordagem do
tema em questão pelo artigo consistiu também numa forma de selecção dos mesmos,
isto porque alguns artigos incidiam de uma forma especifica e direccionada para o tema,
enquanto que outros abrangiam diferentes tipos de patologias (outros tipos de cancro e
doenças cardiovasculares, por exemplo). Havia outros ainda que se cingiam somente a
experiências laboratoriais, inclusive utilizando ratinhos.
Atendendo a uma breve análise, verificámos que todos os artigos seleccionados
referem de um modo consistente que o consumo de frutas e vegetais, diminui o risco de
aparecimento de cancro, não sendo possível afirmar, contudo, que isto se aplica aos
vegetais e frutas em geral ou só a alguns tipos destes. Há ainda que notar que só se
verificam benefícios quando frutas e vegetais são consumidos regularmente e não
ocasionalmente.
Após a interpretação das diferentes meta-análises verificou-se,
surpreendentemente, que é muito mais benéfica a ingestão conjunta de frutas e vegetais
(RR=0,54) do que se forem consumidos apenas vegetais (RR=0,81), no entanto efeitos
semelhantes foram também encontrados em estudos que se debruçavam apenas sobre o
consumo de frutas.
Os vegetais podem ser ingeridos em cru ou previamente cozinhados ou podem
ainda ser temperados com sal. Sendo de salientar que os vegetais crus são os que mais
contribuem para a diminuição do risco de vir a desenvolver cancro. Ao contrário do que
seria de esperar os resultados sobre vegetais cozinhados apresentavam uma diminuição
do risco de desenvolver cancro do estômago da mesma proporção que os vegetais crus,
quando se previa que tal não acontecesse dado que os vegetais ao serem cozinhados
perdem parte dos seus nutrientes. No caso dos vegetais com sal verificou-se um
aumento expressivo do risco de desenvolver cancro do estômago (RR=1,11), aquando
do seu consumo elevado, isto porque apesar de os vegetais contribuirem para uma
menor incidência deste tipo de cancro, quando preparados com sal, o seu efeito sobre
este altera-se. Constatou-se também, ao analisar a tabela dos resultados, que um
consumo elevado de vegetais que sejam verdes ou amarelos provoca a diminuição da
incidência de cancro do estômago, distinguindo-se dos restantes vegetais que não têm
um efeito tão notório.
Quanto à interpretação de resultados relativos à fruta, em geral, é possível
afirmar que o seu consumo elevado é altamente benéfico para o organismo, diminuindo
drasticamente o risco de desenvolver cancro do estômago (RR=0,54). É de destacar um
grupo específico de frutas, os citrinos, já que contêm vitamina C em abundância e por
isso seria de esperar uma diminuição significativa do risco de contrair cancro do
estômago, no entanto tal não se verificou, como se pode concluir analisando o valor do
risco relativo já muito próximo de 1.
Entre os vários benefícios desse consumo, diversos artigos justificam-nos pela presença
de β-caroteno, um importante antioxidante responsável pela redução dos radicais livres
de oxigénio que evitam que a célula sofra um stress oxidativo.
Além disso, a ingestão de vitamina C, que na sua forma activa toma o nome de
ácido ascórbico, e de vitaminas A e E torna-se importante pois estas desempenham um
papel fulcral na remoção dos peróxidos resultantes do metabolismo celular. Pensa-se
que a presença de glutationa na fruta também terá um papel importante na prevenção do
cancro do estômago.
Os minerais assumem particular importância na diminuição do risco de contrair
cancro do estômago. São exemplos dos mais relevantes, o cálcio, o ferro e o selénio.
Em termos preventivos há que realçar que muitos dos artigos analisados alertam
para o elevado teor de sal na dieta diária, pelo que diversas campanhas têm vindo a
aconselhar uma redução do consumo de comida salgada, obtendo-se, assim, uma
alimentação mais saudável. No entanto não é o sal em si que provoca a formação de um
tumor no estômago, ele causa sim uma metaplasia gástrica, uma lesão que pode
progredir para um cancro.
Há que dar especial atenção à soja, que pode ter um papel duplo, consoante o
facto de estar fermentada ou não. Esta associação poderá ser considerada inversa, dado
que um aumento do consumo em alimentos ricos em soja não fermentada diminui o
aparecimento de cancro do estômago. Os alimentos ricos em soja fermentada, por seu
lado, acabam por ser prejudiciais, levando ao aumento do desenvolvimento do cancro
do estômago.
Estudos em animais e experiências in vitro sugerem que extractos de alho e
cebola e seus constituintes inibem o desenvolvimento de vários tipos de tumores,
assumindo, então, um papel protector e despoletando um interesse peculiar na etiologia
do cancro do estômago. O consumo regular de alho, alho-porro, cebolinho e cebolas foi
associado a um substancial decréscimo do risco de desenvolver cancro do estômago. No
entanto foram encontrados estudos em que se verificava o contrário, isto é, o consumo
elevado de alho provocava riscos acrescidos de contrair cancro do estômago, mas esses
estudos apresentavam também desvios-padrão elevados, o que pode justificar, em parte,
estes resultados inesperados. As conclusões do estudo relativamente à importância da
cebola em associação com o cancro do estômago revelaram-se inconsistentes.
Outro aspecto importante da nossa pesquisa está relacionado com a introdução
de sistemas de refrigeração nas habitações. Estes sistemas de refrigeração conduziram a
uma diminuição do consumo de sal, uma vez que este deixou de ser utilizado na
preservação dos alimentos. Obtem-se, assim, com estes sistemas de refrigeração frutas e
vegetais frescos, de forma saudável.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Buiatti E, Palli D, Decarli A, Amadori D, Avellini C, Bianchi S, Biserni R,
Cipriani F, Cocco P, Giacosa A, et al. A case-control study of gastric cancer and diet
in Italy. Int J Cancer. 1989 Oct 15;44(4):611-6.
Chyou PH, Nomura AM, Hankin JH, Stemmermann GN. A case-cohort
study of diet and stomach cancer. Cancer Res. 1990 Dec 1;50(23):7501-4.
Correa P, Fontham E, Pickle L, ET AL: Dietary -determinants of gastric cancer
in south Louisiana. JNCI 75:645-654,1985.
Correa P, Malcom G, Schmidt B, Fontham E, Ruiz B, Bravo JC, Bravo LE,
Zarama G, Realpe JL.Review article: Antioxidant micronutrients and gastric cancer.
1998 Feb;12 Suppl 1:73-82.
Correa P, Piazuelo MB, Camargo MC. The future of gastric cancer prevention.
Gastric Cancer. Aliment Pharmacol Ther. 2004;7(1):9-16.
Crane, P., Rhee, S. U., and Seel, D. Experience with 1,079 cases of cancer of the
stomach seen in Korea from 1962–1968. Am. J. Surg., 120: 747–751, 1970.
De Stefani E, Correa P, Boffetta P, Ronco A, Brennan P, Deneo-
Pellegrini H, Mendilaharsu M. Plant foods and risk of gastric cancer: a case-control
study in Uruguay. Eur J Cancer Prev. 2001 Aug;10(4):357-64.
Dorant E, van den Brandt PA, Goldbohm RA, Sturmans F. Consumption of
onions and a reduced risk of stomach carcinoma. Gastroenterology. 1996
Jan;110(1):12-20.
[Evidence and controversies concerning the association between diet and cancer.
EPIC (European Prospective Investigation into Cancer) Group in Spain] Med Clin
(Barc). 1996 Jul 6;107(6):224-30.
Fleischauer AT, Arab L.Garlic and cancer: a critical review of the epidemiologic
literature. J Nutr. 2001 Mar;131(3s):1032S-40S.
Galanis, D., Kolonel, L., Lee, J., and Nomura, A. Intakes of selected foods and
beverages and the incidence of gastric cancer among the Japanese residents of
Hawaii: a prospective study. Int. J. Epidemiol., 27: 173–180, 1998.
Gonzalez CA; EPIC Working Group on Gastric Cancer. Vegetable, fruit and
cereal consumption and gastric cancer risk. IARC Sci Publ. 2002;156:79-83.
Gonzalez CA, Sanz JM, Marcos G, Pita S, Brullet E, Saigi E, Badia A, Riboli E.
Dietary factors and stomach cancer in Spain: a multi-centre case-control study. Int J
Cancer. 1991 Oct 21;49(4):513-9.
Hansson LE, Nyren O, Bergstrom R, Wolk A, Lindgren A, Baron J, Adami HO.
Diet and risk of gastric cancer. A population-based case-control study in Sweden.
Int J Cancer. 1993 Sep 9;55(2):181-9.
Hara M, Hanaoka T, Kobayashi M, Otani T, Adachi HY, Montani A, Natsukawa
S, Shaura K, Koizumi Y, Kasuga Y, Matsuzawa T, Ikekawa T, Sasaki S, Tsugane
S.Cruciferous vegetables, mushrooms, and gastrointestinal cancer risks in a
multicenter, hospital-based case-control study in Japan. Nutr Cancer.
2003;46(2):138-47.
Hill MJ.Nutrition and human cancer.Lady Sobell Gastrointestinal Unit,
Wexham Park Hospital, Slough, Berks, United Kingdom. Ann N Y Acad Sci. 1997
Dec 29;833:68-78.
Hirayama, T. Life-style and mortality. A large-scale census-based cohort
study in Japan. In: J. Wahrendorf (ed.), Contributions to Epidemiology and
Biostatistics, vol. 6. Basel: Karger, 1990.
Hirayama T. Life-style and cancer: from epidemiological evidence to
public behavior change to mortality reduction of target cancers. J Natl Cancer Inst
Monogr. 1992;(12):65-74.
Hirohata, T., and Kono, S. Diet/nutrition and stomach cancer in Japan.
Int. J. Cancer, 10(Suppl.): 34–36, 1997.
Hoshiyama, Y., and Sasaba, T. A case-control study of stomach cancer
and its relation to diet, cigarettes, and alcohol consumption in Saitama Prefecture,
Japan. Cancer Causes Control, 3: 441–448, 1992.
Hu, J., Zhang, S., Jia, E., Wang, Q., Liu, S., Liu, Y., Wu, Y., and Cheng, Y.,
Diet and cancer of the stomach: a case-control study in China. Int. J. Cancer, 41:
331–335, 1988.
Inoue, M., Tajima, K., Hirose, K., Kuroishi, T., Gao, C. M., and Kitoh, T., Lifestyle
and subsite of gastric cancer-joint effect of smoking and drinking habits. Int. J.
Cancer, 56: 494–499, 1994.
Inoue, M., Tajima, K., Kobayashi, S., Suzuki, T., Matsuura, A., Nakamura, T.,
Shirai, M., Nakamura, S., Inuzuka, K., and Tominaga, S. Protective factor against
progression from atrophic gastritis to gastric cancer—data from a cohort study in
Japan. Int. J. Cancer 66: 309–314, 1996.
Jedrychowski W, Wahrendorf J, Popiela T, ET AL: A case-control study of dietary
factors and stomach cancer risk in Poland. Int J Cancer 37:837-842, 1986.
Kato, I., Tominaga, S., Ito, Y., Kobayashi, S., Yoshii, Y., and Matsuura, A., A
comparative case-control analysis of stomach cancer and atrophic gastritis. Cancer
Res., 50: 6559–6564, 1990.
Kato, I., Tominaga, S., and Matsumoto, K. A prospective study of stomach
cancer among a rural Japanese population: a 6-year survey. Jpn. J. Cancer Res., 83:
568–575, 1992.
Kato I, Vivas J, Plummer M, Lopez G, Peraza S, Castro D, Sanchez V, Cano E,
Andrade O, Garcia R, Franceschi S, Oliver W, Munoz N. Environmental factors in
Helicobacter pylori-related gastric precancerous lesions in Venezuela. Cancer
Epidemiol Biomarkers Prev. 2004 Mar;13(3):468-76.
Kim HJ, Chang WK, Kim MK, Lee SS, Choi BY.Dietary factors and gastric
cancer in Korea: a case-control study. Int J Cancer. 2002 Feb 1;97(4):531-5.
Kneller RW, Guo WD, Hsing AW, Chen JS, Blot WJ, Li JY, Forman D,
Fraumeni JF Jr. Risk factors for stomach cancer in sixty-five Chinese counties.
Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 1992 Jan-Feb;1(2):113-8.
Kono S, Hirohata T. Nutrition and stomach cancer. Department of Public
Health, National Defense Medical College, Tokorozawa, Japan. Cancer Causes
Control. 1996 Jan;7(1):41-55.
Kono S., Ikeda, M., Tokudome, S., and Kuratsune, M. A case-control study of
gastric cancer and diet in Northern Kyushu, Japan. Jpn. J. Cancer Res., 79: 1067–
1074, 1988.
La Vecchia C, Negri E, Decarli A, ET AL: A case-control study of diet and
gastric cancer in Northern Italy. Int J Cancer 40:484-489,1987.
Lee, H. H., Wu, H. Y., Chuang, Y. C., Chang, A. S., Chao, H. H., Chen, K. Y.,
Chen, H. K., Lai, G. M., Huang, H. H., and Chen, C. J. Epidemiologic
characteristics and multiple risk factors of stomach cancer in Taiwan. Anticancer
Res., 10: 875–882, 1990.
Lee, J. K., Park, B. J., Yoo, K. Y., and Ahn, Y. O. Dietary factors and stomach
cancer: a case-control study in Korea. Int. J. Epidemiol. 24: 33–41, 1995.
McCullough ML, Robertson AS, Jacobs EJ, Chao A, Calle EE, Thun MJ. A
prospective study of diet and stomach cancer. mortality in United States men and
women. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2001 Nov;10(11):1201-5.
Nagata C, Takatsuka N, Kawakami N, Shimizu H. A prospective cohort study of
soy product intake and stomach cancer death. Br J Cancer. 2002 Jul 1;87(1):31-6.
Ngoan LT, Mizoue T, Fujino Y, Tokui N, Yoshimura T. Dietary factors and
stomach cancer mortality. Br J Cancer. 2002 Jul 1;87(1):37-42.
Nomura, A., Grove, J., Stemmermann, G., and Severson, R. A prospective study
of stomach cancer and its relation to diet, cigarettes, and alcohol consumption.
Cancer Res., 50: 627–631, 1990.
Potter JD.Cancer prevention: epidemiology and experiment.Fred Hutchinson
Cancer Research Center and University of Washington, Seattle, USA. Cancer Lett.
1997 Mar 19;114(1-2):7-9.
Riboli E, Norat T.Cancer prevention and diet: opportunities in Europe. Public
Health Nutr. 2001 Apr;4(2B):475-84.
Risch H, Jain M, Choi W, ET AL: Dietary Factors and the incidence of cancer
of the stomach. Am J Epidemiol 122:947-959, 1985.
Roder DM. The epidemiology of gastric cancer.Gastric Cancer. 2002;5 Suppl
1:5-11.
Sanchez-Diez A, Hernandez-Mejia R, Cueto-Espinar A. Study of the relation
between diet and gastric cancer in a rural area of the Province of Leon, Spain. Eur J
Epidemiol. 1992 Mar;8(2):233-7.
Steineck G, Gerhardsson de Verdier M, Overvik E. The epidemiological
evidence concerning intake of mutagenic activity from the fried surface and the risk
of cancer cannot justify preventive measures. Eur J Cancer Prev. 1993 Jul;2(4):293-
300.
Tajima, K., and Tominaga, S. Dietary habits and gastrointestinal cancers: a
comparative case-control study of stomach and large intestinal cancers in Nagoya,
Japan. Jpn. J. Cancer Res., 705–716, 1985.
Trichopoulos D, Ouranos G, Day N, ET AL: Diet and cancer of the stomach: A
case-control study in Greece. Int J Cancer 36:291-297, 1985.
Verhoeven DT, Goldbohm RA, van Poppel G, Verhagen H, van den Brandt PA.
Epidemiological studies on brassica vegetables and cancer risk. Cancer Epidemiol
Biomarkers Prev. 1996 Sep;5(9):733-48.
Wu AH, Yang D, Pike MC.A meta-analysis of soyfoods and risk of stomach
cancer: the problem of potential confounders. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev.
2000 Oct;9(10):1051-8.
You WC, Blot WJ, Chang YS, Ershow A, Yang ZT, An Q, Henderson BE,
Fraumeni JF Jr, Wang TG. Allium vegetables and reduced risk of stomach cancer.
Natl Cancer Inst. 1989 Jan 18;81(2):162-4.
You WC, Blot WJ, Chang YS, Ershow AG, Yang ZT, An Q, Henderson BE, Xu
GW, Fraumeni JF Jr, Wang TG. Diet and high risk of stomach cancer in Shandong,
China. Cancer Res. 1988 Jun 15;48(12):3518-23
Ziegler RG. Carotenoids, cancer, and clinical trials. Ann N Y Acad Sci. 1993
Dec 31;691:110-9.
Ziegler RG, Subar AF, Craft NE, Ursin G, Patterson BH, Graubard BI. Does
beta-carotene explain why reduced cancer risk is associated with vegetable and fruit
intake? Cancer Res. 1992 Apr 1;52(7 Suppl):2060s-2066s.