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Dr. Tadeu Fernando Fernandes Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Médica Brasileira (SBP/AMB). Presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP. Presidente do Departamento de Cuidados Primários com a Criança da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) CRM/SP 46.876

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Dr. Tadeu Fernando Fernandes Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria

e Associação Médica Brasileira (SBP/AMB). Presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP.

Presidente do Departamento de Cuidados Primários com a Criança da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)

CRM/SP 46.876

USO DA PENICILINA V ORAL NA FARINGOAMIGDALITE

ESTREPTOCÓCICA

leticia.pazini
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“ESSE DOCUMENTO É DE ACESSO RESTRITO A PROFISSIONAIS HABILITADOS A PRESCREVER MEDICAMENTOS. NÃO DEVE SER RETRANSMITIDO, IMPRESSO OU DIVULGADO A TERCEIROS."
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NÃO É SOMENTE UMA “DOR DE GARGANTA”!

O sintoma “dor de garganta”, incluindo as faringites, é causa comum de procura do atendimento médico nos serviços de atenção primária e de urgência1.

Embora a maioria dos casos de faringites seja de etiologia viral (50% – 80%), as bactérias estão implicadas em cerca de 5% – 30% dos casos. Nas faringites bacterianas, as infecções causadas pelo Streptococcus pyogenes do grupo A (SGA), também conhecido como estreptococo β-hemo-lítico do grupo A (EBHGA), são as mais frequentes2.

É importante identificar e tratar com o antibiótico ade-quado, tanto na escolha do fármaco quanto no início e tempo de administração, pois reduz os sintomas clínicos e a transmissão para os contatos sociais2.

Outra consequência que merece destaque com relação ao SGA é a febre reumática, uma complicação não supu-rativa das faringites agudas causadas pelo EBHGA, que se caracteriza pelo surgimento de alterações inflamató-rias nas articulações, na pele, no coração e no sistema nervoso central, em combinações e gravidade variáveis. Entre elas, a cardite reumática é a manifestação mais temida da doença, uma vez que pode deixar sequelas, muitas vezes graves, e conduzir ao óbito3.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, ocorrem anualmente cerca de 600 milhões de novos casos de faringite aguda por EBHGA sintomática entre crianças em todo o mundo. Desses, cerca de 500 mil podem evoluir com febre reumática e aproxima-damente 300 mil com cardite reumática. Na América

Latina, a prevalência é três vezes maior que nos países mais desenvolvidos3.

No Brasil, as Sociedades Brasileiras de Cardiologia, Pediatria e Reumatologia estimam que ocorram anualmente cerca de 10 milhões de faringites agudas estreptocócicas, que seriam responsáveis por 30 mil novos casos de febre reumática, dos quais aproximada-mente 15 mil evoluiriam com acometimento cardíaco3.

Em vista das suas possíveis complicações, torna-se fun-damental o correto diagnóstico e manejo das faringites agudas estreptocócicas, uma vez que seu tratamento a tempo (até 9 dias do início dos sintomas) é efetivo em prevenir essas complicações supurativas e não supurativas4.

O DESAFIO DO DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é um desafio, tendo em vista que os estu-dos demonstram larga sobreposição entre os quadros clínicos de faringites agudas virais e estreptocócicas, não havendo uma característica clínica que individualmente possa confirmar ou descartar o diagnóstico bacteriano4.

A associação de adenopatia cervical, febre e exsudato faríngeo tem o maior valor preditivo para uma cultura positiva, enquanto a ausência desses achados na pre-sença de tosse, rinorreia, rouquidão e conjuntivite prevê de forma confiável uma cultura negativa4.

Um excelente estudo recentemente publicado avaliou a utilidade do quadro clínico para o diagnóstico da faringoamigdalite estreptocócica na faixa pediátrica.

Dr. Tadeu Fernando Fernandes CRM/SP 46.876

Uso da penicilina V oral na faringoamigdalite estreptocócica

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Referências bibliográficas

1. Alper Z, Uncu Y, Akalin H, Ercan I, Sinirtas M, Bilgel NG. Diagnosis of acute tonsillopharyngitis in primary care: a new approach for low-resource settings. J Chemother. 2013;25:148-55. 2. Pickering LK, Baker CJ, Kimberlin DW, Long SS. Committee on Infectious Diseases American Academy of Pediatrics. Group A Streptococcal Infections. 2.ed. Red Book; 2012. p. 669-80. 3. Barbosa PJ, Mülle RE. Diretrizes brasileiras para diagnóstico, tratamento e prevenção da febre reumática. Arq Bras Cardiol. 2009;93(Suppl 4):127-47. 4. Darrow DF, Bellizia-Neto L. Abordagem da faringotonsilite pelo Streptococcus pyogenes do Grupo A. VIII Manual de Otorrinolaringologia Pediátrica IAPO – Interamerican Association of Pediatric Otorhinolaryngology; 2010. p. 146-59. 5. Barbosa Júnior AR, Oliveira CL, Fontes MJF, Lasmar LMLBF, Camargos PAM. Diagnóstico da faringoamigdalite estreptocócica em crianças e adolescentes: limitações do quadro clínico. Rev Paul Pediatr. 2014;32(4):285-91. 6. Bula do Produto Pen Ve Oral®. 7. Gerber MA, Spadaccini LJ, Wright LL, Deutsch L, Kaplan EL. Twice-daily penicillin in the treatment of streptococcal pharyngitis. Am J Dis Child. 1985;139(11):1145-8.

Pacientes de 1 a 18 anos de idade com quadro clínico de faringoamigdalite foram minuciosa-mente examinados, e realizaram-se cultura e teste rápido para o EBHGA em swab orofaríngeo5.

Os sintomas clínicos como ausência de coriza, conjuntivite, hiperemia com exsudato de faringe e hipertro-fia de amígdalas apresentaram maior associação com a faringoamigdalite estreptocócica6.

TRATAMENTO SEGUNDO O RED BOOK (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS – AAP)2

Nas diretrizes clínicas, a penicilina é o antibiótico de pri-meira linha para a faringite aguda causada pelo EBHGA. Ela tem um longo histórico de eficácia e segurança, inclusive na prevenção da febre reumática2.

Até hoje não foi identificada nenhuma cepa resis-tente in vitro à penicilina e, em metanálise, não foi encontrado nenhum aumento na taxa de falha bacte-riológica com penicilina nos últimos 40 anos4.

A fenoximetilpenicilina potássica, conhecida como penicilina V, produto-referência Pen-Ve-Oral®, é o análogo da penicilina G, sendo um antibiótico que exerce sua ação bactericida durante o estágio de multiplicação ativa dos microrga-nismos sensíveis, e atua por inibição da biossíntese do mucopeptídio da parede celular6.

A característica principal da penicilina V oral é a resis-tência à inativação pelo suco gástrico, podendo ser administrada durante as refeições6.

A dose da penicilina V oral é de 400 mil unidades, que equivalem a 250 mg duas vezes ao dia durante 10 dias, para crianças que pesam menos de 27 Kg, e 800 mil unidades, que equivalem a 500 mg duas vezes ao dia, acima de 27 Kg2-4.

Duas doses diárias da penicilina V oral têm resulta-dos similares aos obtidos com quatro doses por dia. A pronta administração encurta o curso clínico, dimi-nui o risco de transmissão, reduz o risco de sequelas supurativas e impede a febre reumática aguda, mesmo quando a terapia é iniciada até nove dias depois do iní-cio da doença aguda7.

CONCLUSÃO

É fundamental o conhecimento da importância de um diagnóstico rápido e preciso das faringites agudas estrepto-cócicas, assim como a prescrição de uma terapia antibiótica tradicional como a Penicilina V oral (produto-referência Pen-Ve-Oral), que é universalmente recomendada pelas sociedades médicas. Além da eficácia e segurança, essa terapia oferece ao paciente acessibilidade e facilidade de adesão ao tratamento.

Desse modo, podemos contribuir para uma redução significativa dos quadros supurativos e não supurativos causados pelo EBHGA, fato que repercutirá certamente em melhora na qualidade e quantidade de vida de nossas crianças.

“Duas doses diárias da penicilina V oral têm

resultados similares aos obtidos com quatro

doses por dia”

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Pen-Ve-Oral® (fenoximetilpenicilina potássica) - Comprimido e pó para solução oral - Antibiótico Penicilínico. FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES: Comprimido: Embalagens contendo 12 comprimidos de 500.000 UI de fenoximetilpenicilina potássica. Pó para solução oral: Embalagens contendo 1 frasco com pó para solução oral. Após reconstituição o frasco conterá 60 mL, sendo que cada 5 mL contém 400.000 UI de fenoximetilpenicilina potássica.USO ADULTO E PEDIÁTRICO. INDICAÇÕES: infecções leves a moderadas causadas por microrganismos sensíveis a este medicamento.1-Infecções estreptocócicas leves a moderadas do trato respiratório superior, escarlatina e erisipela. 2-Infecções pneumocócicas: infecções leves a moderadas do trato respiratório. 3-Infecções estafilocócicas: infecções leves localizadas na pele e tecidos moles causadas por cepas sensíveis. 4-Fusoespiroquetose (gengivite e faringite de Vincent): infecções leves a moderadas da orofaringe. 5-Profilaxia da endocardite bacteriana em pacientes com lesões cardíacas congênitas ou adquiridas, incluindo a doença reumática. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Antes de iniciar o tratamento, investigar o aparecimento de possível reação de hipersensibilidade à penicilina, cefalosporina e outros alérgenos. Caso ocorra reação alérgica, o tratamento com a droga deve ser interrompido. Usar penicilina cautelosamente em indivíduos com história de alergia e/ou asma. Só devem ser administradas a mulheres grávidas quando estritamente necessário. Deve ser administrado com cautela em mulheres que amamentam. Reações adversas: náusea, vômito, dor abdominal, diarréia e alteração da coloração da mucosa da língua. Reações de hipersensibilidade são: erupção cutânea (dermatite maculopapular à esfoliativa). Urticária, reações semelhantes à doença do soro, edema de laringe e anafilaxia, febre e eosinofilia podem ser as únicas reações observadas. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: A probenecida diminui a taxa de excreção das penicilinas, assim como prolonga e aumenta os níveis sanguíneos. As penicilinas podem interferir com a medida da glicosúria realizada com o método do reagente sulfato de cobre, ocasionando falsos resultados de acréscimo ou diminuição. ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA: Para crianças menores de 12 anos de idade recomenda-se a utilização de 25.000 a 90.000 unidades/kg/dia divididos em 3 a 6 administrações. Para infecções estreptocócicas leves e moderadas do trato respiratório, incluindo otite média, pode-se utilizar 40.000 unidades/kg/dia, divididas em 2 doses iguais por 10 dias. Adultos e crianças acima de 12 anos: In-fecções estreptocócicas do trato respiratório superior, (leves e moderadas) 200.000 a 500.000 unidades a cada 6 ou 8 horas por 10 dias. Infecções pneumocócicas leves a moderadas do trato respiratório, incluindo otite média: 400.000 a 500.000 unidades a cada 6 horas. Infecções estafilocócicas da pele e dos tecidos moles: 400.000 a 500.000 unidades a cada 6 ou 8 horas. Para prevenção de recorrência de febre reumática e/ou coréia recomenda-se a utilização de 200.000 a 500.000 unidades duas vezes ao dia. MS - 1.0043.0685 - Farm. Resp.: Dra. Sônia Albano Badaró CRF-SP nº: 19.258 - REGISTRADO: EUROFARMA LABORATÓRIOS S/A. Av. Ver. José Diniz, 3.465 - Campo Belo - São Paulo - SP. CNPJ 61.190.096/0001-92 - Indústria Brasileira. Fabricado por: MOMENTA FARMACÊUTICA LTDA. Rua Enéas Luiz Carlos Barbante, 216 - São Paulo - SP - Comercializado por Supera RX Medicamentos LTDA. Rua Guará Qd. 04/05/06, Aparecida de Goiânia, GO - CNPJ 15.759.157/0002-53. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. SÓ PODE SER VENDIDO COM RETENÇÃO DE RECEITA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. ANTES DE PRESCREVER, RECOMENDAMOS A LEITURA DA BULA COMPLETA PARA INFORMAÇÕES DETALHADAS DO PRODUTO. MATERIAL TÉCNICO-CIENTÍFICO. DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA À CLASSE MÉDICA.

Referências Bibliográficas: 1) RED BOOK - Report of the Committee on Infectious Diseases. American Academy of Pediatrics. 2006; 27: 610-6. 2) Bula do produto Pen-Ve-Oral.

CONTRAINDICAÇÕES: HISTÓRIA DE HIPERSENSIBILIDADE A PENICILINAS E/OU DEMAIS COMPONENTES DA FORMULAÇÃO E PACIENTES SENSÍVEIS A CEFALOSPORINAS. INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA: O USO CONCOMITANTE COM NEOMICINA ORAL DEVE SER EVITADO.

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5.

Peso Corporal Posologia por dia 10 kg 2,5 mL a cada 12h

20 kg 5 mL a cada 12h

30 kg 7,5 mL a cada 12h

Peso Corporal Posologia por dia

25 kg 1 cpr. a cada 12h

50 kg 2 cpr. a cada 12h